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Violência da PM paulista, seu próprio brasão explica As cenas de repressão descabida registradas na sexta-feira última (18.fev) pela Polícia Militar de São Paulo contra jovens que manifestavam contra o aumento da tarifa do ônibus, longe de ser um fato isolado fazem parte da paisagem da capital e deste estado como um todo. Toda vez que a PM se defronta com movimentos sociais ou manifestações espontâneas da população, é raro não acabar em violência ou, para usar um eufemismo da mídia, uso excessivo da força. Mas, afinal de contas, por que isso acontece com tanta frequência em São Paulo? Uma boa forma de entendermos esse mais de força, mais de violência é olhar para o brasão da PM paulista, compreender sua gênese e o que ele representa. Apesar de ter surgido de outras instituições, primeiro como uma milícia de São Paulo que lutou contra levantes e insubordinação de pobres pelo país, a polícia militar representa o orgulho das classes alta e média paulistanas em ter uma organização cujo currículo consiste basicamente na repressão de gente mais fraca e, principalmente, perseguir e, às vezes, eliminar civis e insubordinados para garantir-se como a fundação sangrenta da ordem paulista onde os fortes batem nos fracos, que são maioria. No começo ela se institucionaliza como força militar do Estado, princípio federativo radical onde, em ultima instância, era possível imaginar um conflito contra outros estados da federação e mesmo o poder central. O que chega a

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Violência da PM paulista, seu próprio brasão explica

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Violência da PM paulista, seu próprio brasão explica

As cenas de repressão descabida registradas na sexta-feira última (18.fev) pela Polícia Militar de São Paulo contra jovens que manifestavam contra o aumento da tarifa do ônibus, longe de ser um fato isolado fazem parte da paisagem da capital e deste estado como um todo. Toda vez que a PM se defronta com movimentos sociais ou manifestações espontâneas da população, é raro não acabar em violência ou, para usar um eufemismo da mídia, uso excessivo da força. Mas, afinal de contas, por que isso acontece com tanta frequência em São Paulo? Uma boa forma de entendermos esse mais de força, mais de violência é olhar para o brasão da PM paulista, compreender sua gênese e o que ele representa.

Apesar de ter surgido de outras instituições, primeiro como uma milícia de São Paulo que lutou contra levantes e insubordinação de pobres pelo país, a polícia militar representa o orgulho das classes alta e média paulistanas em ter uma organização cujo currículo consiste basicamente na repressão de gente mais fraca e, principalmente, perseguir e, às vezes, eliminar civis e insubordinados para garantir-se como a fundação sangrenta da ordem paulista onde os fortes batem nos fracos, que são maioria.

No começo ela se institucionaliza como força militar do Estado, princípio federativo radical onde, em ultima instância, era possível imaginar um conflito contra outros estados da federação e mesmo o poder central. O que chega a

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ocorrer de fato no levante paulista de 1930. Posteriormente, progressivamente se subordinam ao poder central, perdem sua aeronáutica e, finalmente, o próprio regime militar, notando tamanho potencial, cria no Brasil algo que Pinochet criou no Chile, uma instituição militar junto com uma policial para substituir a polícia política que sustentava sua ditadura.

E isto se mostra pelo símbolo da PM, o Brasão , onde cada estrela representa um levante ou um morticínio diferente.

1ª estrela – 15 de Dezembro de 1831, criação da Milícia Bandeirante.

2ª estrela – 1838, Guerra dos Farrapos.

3ª estrela – 1839, Campos dos Palmas.

4ª estrela – 1842, Revolução Liberal de Sorocaba.

5ª estrela – 1865 a 1870, Guerra do Paraguai.

6ª estrela– 1893, Revolta da Armada (Revolução Federalista).

7ª estrela – 1896, Questão dos Protocolos.

8ª estrela – 1897, Campanha de Canudos.

9ª estrela – 1910, Revolta do Marinheiro João Cândido.

10ª estrela – 1917, Greve Operária.

11ª estrela – 1922, “Os 18 do Forte de Copacabana” e Sedição do Mato Grosso.

12ª estrela – 1924, Revolução de São Paulo e Campanhas do Sul.

13ª estrela – 1926, Campanhas do Nordeste e Goiás.

14ª estrela– 1930, Revolução Outubrista-Getúlio Vargas.

15ª estrela 1932, Revolução Constitucionalista.

16ª estrela – 1935/1937, Movimentos Extremistas.

17ª estrela– 1942/1945, 2ª Guerra Mundial.

18ª estrela – 1964, Revolução de Março.

Somente a última estrela representa uma ação própria da Polícia Militar, mas, mesmo assim, a própria PM surge depois do golpe de 1964, que ainda chamam e ostentam como revolução, colocando-se assim como um representante presente do regime de exceção.

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Seu nascimento como PM aconteceu, pois, após silenciar potenciais adversários políticos. Sobrava erradicar os que se insubordinavam espontaneamente por motivos quaisquer como, por exemplo, quebra-quebras recorrentes na nossa história contra maus serviços públicos ou outros levantes espontâneos que não podiam ser imputados à esquerda para justificar, durante o período do regime militar, o assassinato de seus líderes como terroristas, pois estavam ali trabalhadores, estudantes, pobres, mães e outros que não podiam ser chamados de militantes organizados.

Contra eles surgiu a ideia de uma resposta imediata na cidade, ligada à gestão da ordem e por isso ao sentido antigo de polícia e não de investigação ou prisão de pessoas. Era muito mais ligada à mutilação, à violência, ao assassinato sumário e outros tipos de ocorrência. Não era necessário investigar, mas bater rápido seja lá em quem for e conseguir reverter possíveis revezes de equívocos operacionais apoiados na imprensa, que por sua vez justificaria qualquer atitude do poder público como o preço em sangue e sacrifício de inocentes para a manutenção da ordem, isto é, da ordem que mantém os pobres, explorados e insubordinados em seu lugar. E pra isso surge a Polícia Militar.

A Polícia Militar pode tudo, pois atua no mundo civil, mas só é processada pelo poder militar, sendo a ele subordinado, pois o máximo que um policial militar consegue chegar é a um grau intermediário do exército, colocando como força de última instância do controle da população, estruturalmente corrupta, como as reportagens recentes mostram e repetem, mas que, passados os períodos em que a memória se aviva com escândalos, ressurge sua inviolabilidade por qualquer norma do direito civil ou constituição, sendo-lhe atribuída ao mesmo tempo o direito de interpretar o que é a ordem e mantê-la.

Eis mais um daqueles resíduos que criam uma mitologia própria, como vemos no Brasão que coloca fases diversas de instituições de funções diversas como uma coisa só, milícia, força pública e polícia militar, conjurando e misturando o orgulho em ser paulista com o amor à repressão e à violência e que, na verdade, é uma criação que na origem sustentava o regime militar na ditadura, mas que, misteriosamente, permanece para além dela.

Ostentando um brasão com um currículo desses é difícil não concordar com o professor Gilson Teixeira de que: “A manipulação autoritária, realizada pelo regime militar, em relação aos órgãos policiais, transformando-os em agencias estatais diretamente responsáveis pela prática da repressão ideológica, da prisão clandestina e ilegal, e da prática de tortura como método de trabalho, contribuiu para uma cisão profunda entre a sociedade e a polícia” (TEIXEIRA, Gilson. “Os ‘Homens da Lei’: um estudo do ethos profissional dos policiais civis do Rio de Janeiro”, p. 78).

Campanhas da Polícia Militar

1830 – Brigadeiro Rafael Tobias de Aguiar Fundador da Polícia Militar

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Foi Presidente da Província de São Paulo, que assinou o documento criando a Milícia Paulista, em 15 de Dezembro de 1831.

1838 – Guerra dos Farrapos

Os insurretos da República de Piratini queriam estender suas terras, invadindo Santa Catarina, que pertencia a São Paulo e o Presidente Dr. Venâncio José Lisboa, enviou a Guarda Municipal Permanente, sob o Comando do Major João Feliciano, do 6º B.C., para prevenir o avanço dos rebeldes gaúchos.

Dos Fatos:

No período regencial e nos primeiros anos do governo de Dom Pedro II, uma revolta tomou conta do Rio Grande do Sul e de Santa Catarina. Entre outras motivações para essa contenda regional podemos apontar questões de ordem política, econômica e ideológica. Para iniciarmos uma explicação geral deste conflito, devemos nos reportar às características da economia sulista ao longo do século XIX.

Naquela região tínhamos um setor agropecuário de intensa atividade que abastecia os grandes centros urbanos do Brasil com charque, gado e couro. A elite econômica detentora dessa atividade passou a viver uma situação conflituosa quando o governo central permitiu a redução de impostos para produtos similares vindos da Região do Prata. O governo manteve essa medida alegando que os preços dos produtores sulistas eram considerados abusivos.

A insatisfação com a medida do governo central impulsionou a formação de grupos políticos de inspiração republicana e contrários à estrutura política centralizada da época. O conflitou tomou seus primeiros passos quando o estancieiro Bento Gonçalves organizou uma revolta exigindo a renúncia do presidente provincial. A rebelião tomou conta da cidade de Porto Alegre e obrigou os membros da Assembléia Legislativa a nomearem um novo governo para o estado.

A partir desse golpe político os chamados “farrapos” começaram a organizar um movimento de inspiração republicana. Os revoltosos ganharam este nome, pois costumavam utilizar pedaços de pano vermelho (farrapos) amarrados em alguma parte de seus trajes. Depois de consolidarem a nova sede do governo da República Rio-Grandense na cidade de Piratini, os revolucionários foram rumo a Santa Catarina. No ano de 1839, tomaram o outro Estado formando a República Juliana.

O sucesso militar da Revolução Farroupilha teve grande êxito graças à participação do italiano Giuseppe Garibaldi, que anos mais tarde teria outra importante participação militar no processo de unificação italiano. Durante a luta, Garibaldi foi responsável pela condução terrestre de duas embarcações que saíram da região da Lagoa dos Patos com direção à Tramandaí. A operação logística por ele capitaneada garantiu o sucesso em um ataque surpresa que abateu forças imperiais.

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Para contornar a situação conflituosa na região Sul, o novo governo imperial incumbiu Luis Alves de Lima e Silva, futuro Duque de Caxias. No ano de 1842, foi nomeado como presidente da província e procurou explorar habilmente as contradições que abalavam a unidade interna do movimento farroupilha. Entre outras medidas, Luis Alves ofereceu anistia geral, reapropriação das terras confiscadas, incorporação dos oficias revoltosos ao exército nacional e libertação dos escravos envolvidos na luta.

Além de oferecer todas estas vantagens, os estancieiros gaúchos foram agraciados com a criação de um imposto de 25% sobre toda carne salgada oriunda da região platina. Com a assinatura do Tratado de Poncho Verde, o conflito que se arrastou durante dez anos chegava ao seu fim. A Revolução Farroupilha ou a Guerra dos Farrapos ficou marcada como o mais longo conflito civil da história nacional.

Por Rainer Sousa Mestre em História

1839 – Campos de Palmas

Enquanto havia a Gerra dos Farrapos no Sul, um Destacamentos de Municipais Permanentes sob o Comando do Capitão Hemogenes Carneiro Lobo, enfrentava os temíveis, Índios coroados nos Campos das Palmas, no Sul do Paraná.

Dos Fatos:

A conquista dos territórios kaingang no século XIX

No século XIX havia dezenas de unidades político-territoriais cada qual chefiada por um cacique principal (põ’í-bang) e vários caciques subordinados (rekakê; põ’í) dos grupos locais que formavam a unidade sociopolítica. Mais exatamente, os territórios kaingang no Rio Grande do Sul tinham como limite a noroeste o rio Piratini, a nordeste o rio Pelotas, ao sul as bacias do Caí, Taquari e Jacuí. Tal como aconteceu nas bacias do atual Estado do Paraná, vários desses caciques tornaram-se aliados dos brancos e colaboraram na conquista dos grupos resistentes. Ficaram famosos na história regional os põ’í que, em diferentes momentos, colaboraram no processo de conquista: no Paraná e Santa Catarina – Condá, Viri e Doble; no Rio Grande do Sul - Condá, Nonoai, Fongue, Nicafi (também grafado Nicaji, Nicofé, Nicafim), Braga e Doble.

Pode-se relacionar a expansão geográfica dos Kaingang com as pressões que as expedições de conquista foram promovendo. Alguns caciques foram-se aldeando e tornando-se aliados dos brancos, obrigando os grupos recalcitrantes a se retirarem para lugares mais distantes da rota expansionista, que lá permaneciam até serem novamente localizados e pressionados a se

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aldearem, liberando parte dos seus territórios para os fazendeiros e colonos nacionais e estrangeiros.

Sobre a conquista dos territórios kaingang no Paraná Mota (1994; 1998) foi o pesquisador que estudou mais detalhadamente os eventos históricos do contato e as estratégias utilizadas pelas autoridades políticas indígenas que, através de intensas negociações junto aos governos, conseguiram garantir, parte de seus territórios, até os dias atuais. Para a reconstituição da história kaingang no Rio Grande do Sul temos a pesquisa de Becker (1975) e de Simonian (1981; 1994a; 1994b; 1994c) e em Santa Catarina temos a contribuição de D’Angelis (1984; 1994).

A Estrada da Mata foi o eixo inicial da ocupação dos territórios indígenas do Sul, intensificada com o comércio de rebanhos muares e bovinos trazidos do Rio Grande do Sul para Sorocaba e passando pelos Campos Gerais no Paraná. O caminho das tropas é que vai consubstanciar uma frente de ocupação e exploração nacional nas terras indígenas, com a implantação de sesmarias a partir dos Campos Gerais no Paraná, não apenas em direção ao sul, mas também a oeste e norte. A expansão paulista é a ponta de lança para a conquista das terras indígenas do Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. A expansão para o norte e oeste dos Campos Gerais está relacionada à procura de uma ligação por terra, entre o litoral de Paranaguá e Mato Grosso, de crucial importância para o governo imperial na consolidação da conquista das terras para além do rio Paraná. Uma outra estrada, ligando Palmas a Corrientes, na Argentina, foi iniciada em 1857 sob a responsabilidade do engenheiro Hégrèville.

Todas essas estradas e caminhos atravessavam dezenas de territórios kaingang. Os índios atacavam os tropeiros, trabalhadores e colonos que iam se instalando nas paradas e locais de descanso, aos poucos tornando-se vilas, como Castro, Ponta Grossa, Lapa e Palmeiras, no Paraná; Lajes, Curitibanos, Campos Novos e São Joaquim, em Santa Catarina; Vacaria e Cruz Alta no Rio Grande do Sul.

A ocupação dos Campos Gerais foi retomada em 1810, quando nova expedição retornou para os campos de Koran-bang-rê, com o claro objetivo de obter a vitória contra os índios. Não se tratava mais de escravizar índios ou vendê-los como escravos, mas sim de conquistar suas terras, primeiro as áreas de campos que podiam imediatamente servir como pastagens para os rebanhos que acompanhavam as expedições. Depois de três meses de guerras e batalhas sangrentas, os Kaingang dos Koran-bang-rê foram derrotados pelas tropas comandadas por Diogo Pinto de Azevedo.

Consolidada a vitória, fazendas foram instaladas nos territórios de Koran-bang-rê e a partir dos contatos estabelecidos com os índios vencidos, estes foram informando aos fazendeiros da existência de outros campos a oeste e sudoeste. Foi assim que, em 1839, os fazendeiros conquistaram e ocuparam os campos de Kreie-bang-rê. No centro de Koran-bang-rê surgiu a cidade de Guarapuava e no Kreie-bang-rê surgiu Palmas, encobrindo prática e simbolicamente os territórios kaingang.

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Vários caminhos foram sendo abertos em direção a São Pedro do Rio Grande do Sul (hoje Estado do Rio Grande do Sul). Nos anos de 1830 buscava-se uma ligação entre as vilas de Guarapuava (no Koran-bang-rê) e de Palmas (no Kreie-bang-rê) e, em 1842, uma via ligando esta a Curitiba. Em 1860 o governo autorizou a abertura de uma estrada entre Kreie-bang-rê e Corrientes, Argentina, passando por vários territórios kaingang, como Kampo-rê e Kavarú-koyá. Nessa época, as terras de Kavarú-koyá eram habitadas pelo grupo do cacique Fracrân (também conhecido como Endjotoi). Em 1865, este grupo foi contatado pela expedição do engenheiro Morais Jardim e, apesar da resistência à ocupação, foi derrotado pelo grupo de Kondá, que trabalhava para os brancos.

Kondá também ajudou na conquista de Kampo-rê (SC) e de Nonoai (RS). Depois do rompimento com Virí, seu subordinado, foi viver nos campos do Chopim. Mais tarde, tornou-se o líder dos Kaingang de Nonoai e fez aliança com o governo do Rio Grande do Sul, fixando-se nos campos do Goio-en. Na condição de funcionário do governo (recebia soldo do governo), auxiliou na abertura de uma estrada ligando Kampo-rê (Campo-erê) a Kreie-bang-rê (Palmas) e, junto com o engenheiro Hegrévillè, na abertura da estrada ligando Palmas a Corrientes, Norte da Argentina.

Em direção ao Rio Grande do Sul, as expedições de conquista localizaram e ocuparam os campos de Xaxerê, que separam os vales do rio Chapecó e Uruguai. Lá fundaram a Colônia Militar do Chapecó, hoje cidade de Xanxerê (SC). Como alguns grupos queriam ser aldeados perto da colônia militar, foi fundado nas proximidades o Toldo Formigas, comandado por Kondá.

Virí foi outro Kaingang que trabalhou como aliado dos brancos. Era chefe dos Kaingang que viviam no Covó e entrou em contato com os brancos a partir de 1839. Fixou-se no aldeamento em Palmas em 1850. De cacique subordinado dos grupos chefiados por Kondá, tornou-se dissidente e trabalhou de forma independente, constituindo-se o seu grupo uma força paramilitar dos brancos. Defendeu Palmas do ataque dos índios comandados por Vaiton e de muitos outros grupos que atacaram a vila em 1854. Organizou o ataque aos Kaingang de Paikerê em 1855, trazendo 17 prisioneiros que tentou vender para os fazendeiros de Palmas. Parte dos índios de Paikerê, depois do ataque de Virí, entregaram-se espontaneamente na Colônia Militar do Jataí, em 1858. Em 1864, passou a receber soldo do governo, o que perdurou até 1873, quando faleceu.

Outros caciques kaingang que receberam soldo do governo provincial, para protegerem as nascentes vilas e cidades, foram: Bandeira, Henrique, Gregório e Doble. Bandeira era chefe dos toldos das matas entre os rios Corumbataí e Ivaí. Os caciques Henrique e Gregório viviam nos toldos do Campo Mourão, perto da antiga Vila Rica do Espírito Santo, na margem esquerda do rio Ivaí. Em 1896 estavam chefiando os toldos do Ranchinho e Bufadeira. Todos tinham sido convidados por Luiz Cleve a viverem no aldeamento das Marrecas.

O cacique Paulino Arak-xó (também chamado Dotay) a princípio vivia nas margens do alto Ivaí com 95 índios, no lugar denominado Porteirinha, perto de

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Barra Vermelha. Em 1896 já estava no Toldo Ubá. Ao que parece, trata-se de uma região no atual município de Cândido de Abreu.

Na bacia do Tibagi-PR viviam os grupos dos caciques Aropquimbé, Covó e Nhozoro, todos irmãos. A conquista desta região era importante porque, como já dissemos, o Estado imperial almejava encontrar uma ligação entre o litoral de Paranaguá e o Mato Grosso, por interesses estratégicos na conquista e incorporação de territórios a oeste. Uma parte dos Kaingang que habitava as florestas do Tibagi eram os Dorins, que tinham participado do ataque e incêndio de Atalaia (Guarapuava) em 1825.

Dentro do plano de conquista, foi planejada a fundação de quatro colônias militares na província do Paraná e quatro no Mato Grosso. A colônia militar do Jataí foi fundada em 1855 e defronte, na outra margem, foi fundado um aldeamento indígena que passou a ser habitado por vários grupos guarani-kaiowá trazidos do Mato Grosso em 1852 e outros que chegaram nos anos seguintes. Os primeiros contatos com os Kaingang arredios que moravam nas matas da bacia do Tibagi se iniciaram em 1858. Em 1859 foi ordenada a fundação do aldeamento de São Jerônimo para que os Kaingang ali fixassem suas aldeias.

Em 1862, chegaram ao aldeamento os Kaingang chefiados pelo cacique Aropquimbe, oprimeiro da região do Tibagi que aceitou fixar-se no aldeamento. No ano seguinte, foram os Kaingang chefiados pelo cacique Kairu. Em 1864 mudaram-se para o aldeamento de São Pedro dois grupos: um chefiado por Kovó e outro por Gregório.

Os Kaingang no Rio Grande do Sul foram catequizados e aldeados no mesmo tempo que os do Paraná e Santa Catarina. A abertura de uma estrada ligando Palmas às terras das Missões riograndenses era vital para a sua incorporação ao território brasileiro. Em 1845, o Alferes Francisco da Rocha Loures foi encarregado desta tarefa. Sabendo que teria de atravessar terras kaingang, Loures contratou Kondá para ajudá-lo, não só por conhecer os locais dos alojamentos mas também para garantir segurança à expedição e tentar convencer os índios a se aldearem. O governo, paralelamente, mandou missionários para a região de Nonoai para promover o aldeamento e a catequese.

Em 1848 foi conquistado o cacique Fongue, que se fixou com seu grupo no aldeamento de Guarita. A presença de Fongue está registrada em relatórios de 1880 nos aldeamentos de Pinheiro Ralo e Inhacorá e também como um dos caciques subordinados ao cacique principal, Nonoai. Ao lado de Fongue, na mesma região, aparece o registro do grupo do cacique Votouro; a oeste, nas regiões de Vacaria e Lagoa Vermelha, viviam os grupos chefiados por Doble e Nicafé (Nicaji; Nicafim).

Fongue auxiliou na conquista dos Kaingang do cacique Nikué (conhecido como João Grande), a serviço dos brancos. As conquistas prosseguiram na direção dos campos de Nonoai onde viviam os grupos comandados pelos caciques Nonoai, Kondá e Nicafé (genro de Kondá). Em 1850 o engenheiro Mabilde

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conseguiu o aldeamento do grupo do cacique Braga, que vivia no Mato Castelhano e Campo do Meio. O aldeamento situou-se no Campo do Meio. Sendo muitos os subgrupos chefiados por Braga, alguns caciques não se aldearam e os dissidentes permaneceram nos antigos territórios, como foi o caso do grupo chefiado por Nicafé. Em 1865/66, há registro da presença do cacique Chico, que vivia no Campo do Meio.

O cacique Doble, depois da ruptura com o cacique principal, Braga, apresentou-se aos brancos para se aldear, tornando-se um dos principais auxiliares da força "militar" dos brancos para a submissão dos grupos arredios que atacavam os colonos e tropeiros. Doble aparece, assim, em muitos lugares, com Braga, antes do contato e, depois, a serviço dos brancos: na região do Mato Castelhano, até 1848; nos fundos dos Campos de Nonoai e Guarita, em 1849; em Vacaria, em 1851. No aldeamento Santa Izabel conseguiu submeter os Kaaguá, próximo à colônia Monte Caseros (Mato Português); Flores refere-se a Doble no Pontão, em 1880, com 200 índios. Foi responsável pelo extermínio do grupo do cacique Nicafé, cujos remanescentes fixaram-se no aldeamento Santa Izabel, chefiados pelo capitão Chico (que deve ter sucedido o falecido Nicafé). Este aldeamento foi extinto em 1861. Em 1862, Doble deixou a região e aldeou-se próximo à colônia Monte Caseros, no local depois conhecido como Toldo de Caseros. Na verdade, Doble comandava 11 grupos, cada qual com seu cacique, quando se apresentaram na colônia Monte Caseros.

O cacique principal (Põ’í-bang) Braga, comandava um conjunto de 23 subgrupos e dominava um extenso território que compreendia o Mato Castelhano, o Campo do Meio, e os campos de Vacaria e do Passo Fundo, a sudeste dessas matas e entre as cabeceiras dos rios Turvo e da Prata, tributários do rio das Antas. Com a dissidência do grupo do cacique subordinado Doble, passam a guerrear entre si. A conquista dos caciques Nonoai, Kondá e Nicafé representou para Braga mais perseguidores. Pouco antes de 1850, estava alojado entre os rios das Antas e Caí, e, possivelmente para fugir das perseguições, deslocou-se para as serras entre os rios Turvo e Prata, onde o encontrou o engenheiro Mabilde, que o convenceu a aldear-se no Campo do Meio.

O cacique Nonoai e seu grupo foram contatados pelo padre Parés, que se havia estabelecido sob a proteção do governo. Em 1848 padres jesuítas foram chamados pelo governo da Província do Rio Grande do Sul para promover a catequese dos Kaingang de Guarita e Nonoai. Os aldeamentos fundados entre 1848 e 1850 no Norte e Noroeste do Rio Grande do Sul, conforme análise de Becker, tinham como objetivo concentrar os Kaingang dos caciques Nonoai, Fongue e Braga a fim de distribuir suas terras para os colonos alemães.

Outro grupo importante na história do Rio Grande do Sul era chefiado pelo cacique Votouro, provavelmente originário do Paraná, que não aceitou aldear-se e atravessou o rio Uruguai. Era cacique dos toldos de Votouro, cinco léguas a leste de Nonoai, do outro lado do rio Passo Fundo.

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Apesar de todas as guerras dos Kaingang para expulsar os brancos, os caciques foram vencidos um a um e aceitaram fixar-se nos aldeamentos definidos pelo governo, sob pena de serem exterminados, como de fato alguns o foram. Simultaneamente ao aldeamento, os territórios foram sendo ocupados pelas fazendas e a colonização nacional foi se consolidando nas décadas seguintes. No final do século XIX, pode-se dizer que todos os grupos tinham sido conquistados, com poucas exceções: no Estado de São Paulo, os Kaingang da região do Aguapeí ainda resistiam; no Paraná havia dois grupos Kaingang nas florestas entre os rios Cinzas e Laranjinha; em Santa Catarina os Xokléng ainda resistiam e atacavam colonos e transeuntes.

A estratégia que garantiu a eficácia da conquista indígena foi a de transformar os grupos aldeados em forças militares a serviço da conquista. Não só instrumentalizaram-se das inimizades já existentes entre os diferentes caciques como multiplicaram e potencializaram essas inimizades. O fato de um grupo aliar-se ao branco produzia a dissidência com todos os grupos resistentes, que eram perseguidos implacavelmente.

1842 – Revolução Liberal de Sorocaba

Dissolvida a Assembléia Geral dos deputados do Partido Liberal, desencadeou-se a luta armada chefiada pelo Coronel Rafael Tobias de Aguiar e teve a participação do Padre Diogo Antonio Feijó; para por fim nesta luta, veio do Rio de Janeiro o “Barão de Caxias”, com sua tropa e mais 200 homens da Guarda Municipal Permanente, sob o Comando dos Capitães Manoel Antonio Ferreira e Boaventura do Amaral.

Dos fatos:

Revolta originaria das disputas politicas entre Liberais e Conservadores.

A Revolução Liberal de 1842 foi um levante dos liberais da província de São Paulo e Minas Gerais.

Ao final das Eleições do Cacete o Partido Liberal havia conseguido eleger a maioria dos deputados eleitos para a Assembleia dos Deputados.

O Partido Conservador sabia que os Liberais haviam fraudado estas eleições e por isso buscou a anulação da mesma.

O Conselho de Ministros, formado na maioria por Conservadores, solicitou a D. Pedro II que anula-se os votos da Eleição do Cacete. Em 1842 O Ministério Liberal foi dissolvido e os Conservadores novamente retornaram ao poder.

Não aceitando esta troca de ministério, os Liberais iniciaram uma revolta que ficou conhecida como Revolução Liberal de 1842.

Liberais de duas províncias aderiram a revolução, São Paulo e Minas Gerais.

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Em São Paulo a Revolta Liberal iniciou-se na Cidade de Sorocaba. Na província paulista, o movimento foi liderado pelo ex-regente Antônio Feijó e pelo Brigadeiro Tobias de Aguiar. As cidades de Taubaté, Pindamunhengaba, Lorena e Silveira decidiram apoiar os Liberais.

Em Minas Gerais a liderança da revolução ficou nas mãos de Teófilo Otoni. As cidades de Santa Luzia, Santa Bárbara, Caeté e Sabará apoiram os liberais mineiros.

Queriam os rebeldes liberais retomar o governo através da luta armada. Eles formariam a Coluna Libertadora que marcharia até ao Rio de Janeiro para derrubar o Governo Conservador.

O Governo Imperial decidiu continuar com seu apoio aos conservadores. Para combater os revoltosos liberais foram organizadas tropas lideradas pelo Barão de Caxias.

Tanto os liberais de São Paulo quanto os liberais de Minas Gerais foram derrotados e presos pelos comandados de Caxias.

Os que conseguiram escapar do cerco de Caxias refugiram-se no Rio Grande do Sul, onde foram acolhidos pelos Revolucionários Farroupilhas

Com a subida do Partido Liberal ao poder em 1844, todos os liberais envolvidos na Revolta Liberal de 1842 foram anistiados.

1893 – Revolta da Armada e Revolução Federalista

Nos primeiros anos da República, estava muito conturbado, não havia harmonia entre os poderes, tudo se fazia para irritar os ânimos; e as tropas do Exército cercavam o Senado, a Câmara e dissolveram o Congresso Nacional.- Nos quartéis começaram a rebeldia, iniciando pela Marinha, com ameaças de bombardear o Rio de Janeiro e por todos os Estados do Sul se insurgiram na tentativa de Alcançar a Capital, quando em 1º /02/1894, 1º B.I. (Rota) da Força Pública de São Paulo, deslocou-se para a fronteira do Sul e o 2º B.I., logo a seguir pelo litoral até Paranaguá, conquistando inúmeras vitórias para os Paulistas.

Dos Fatos:

Revolta Armada

A partir de 15 de novembro de 1889, com a instauração da república, pelo General Deodoro da Fonseca, o Brasil presenciou uma sucessão de movimentos subversivos, alguns dos quais tiveram êxito outros não. Associado e esses movimentos, a quebra financeira causada pelo encilhamento provocou inquietação junto a população e facções da forças armadas.Liderado pelo Almirante Custódio de Melo, segmentos da marinha opuseram-se a permanência no governo, do Vice-presidente Floriano Peixoto, que

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desejava completar o mandato do presidente anterior. Esse movimento, que incluiu algumas das mais poderosas unidades da armada, como o Emcouraçado Aquidabã foi chamada de Revolta da Armada.Os principais combates ocorreram entre as unidades revoltosas e os fortes costeiros, no Rio de Janeiro e no Desterro, atual Ilha de Florianópolis, (homenagem ao general que desmontou o movimento), que no mesmo período estava envolvida na Revolução Federalista.Apesar da pouca combatividade das duas partes, pois muitas das facções, tanto da marinha como do exército que controlava os fortes, não estivessem totalmente integrados nos movimentos, diversos combates terminaram por causar o afundamento, temporário ou definitivo, de vários navios, entre os quais, alguns dos mais importantes da Marinha do Brasil.

Revolução Federalista

A Revolução Federalista aconteceu no Rio Grande do Sul, seu início deu-se no ano de 1893 e perdurou até 1895, envolvendo os mais importantes grupos políticos. A República dava seus primeiros passos, dois grupos pleiteavam o poder, o Partido Federalista – que agrupava a antiga nata do Partido Liberal da época do império, comandado por Gaspar da Silveira Martins – e o Partido Republicano Rio-Grandense – do qual faziam parte os adeptos da república, e que era dirigido por Júlio de Castilhos, então governador.

A facção dos federalistas resguardava o sistema parlamentar de governo e exigia a análise das constituições estaduais com o objetivo de as retificar, caso necessário, antevendo a possível concentração política e a fortificação do Brasil como União Federativa. Já o Partido Castilhista era favorável do positivismo – viver a vida baseada nos fatos e na experiência, rejeitando tudo que é nebuloso e sobrenatural -, do presidencialismo e da liberdade de se administrar um estado segundo suas leis. Os sectários dos federalistas eram conhecidos pelo nome de gasparitas ou maragatos e os correligionários de Júlio Castilhos foram denominados castilhistas ou pica-paus.

No dia 17 de junho de 1892 Castilho foi proclamado presidente daquele estado. Os federalistas não aceitaram e reagiram, colocando na rua cerca de seiscentos homens, sob a liderança de Gumercindo Saraiva, os quais venceram os soldados que se encontravam sob as ordens do coronel Pedroso de Oliveira. Várias outras batalhas ocorreram, sendo as mais conhecidas as da Lagoa Branca e a Restinga da Jarraca, culminando na vitória dos maragatos e no poder absoluto sobre a fronteira. Os maragatos exigiram a destituição de Júlio Castilhos e a consumação de um plebiscito, no qual fosse permitido que o povo indicasse o tipo de governo que almejava. Uma instabilidade política e social é capaz de abalar qualquer estrutura de governo.

Diante da inflamação da revolta e da inquietação da população, o governo rio-grandense sentiu-se inseguro e o presidente da república – na época o marechal Floriano Peixoto – decidiu enviar o exército federal – conhecido como tropa legalista -, sob a supervisão do general Hipólito Ribeiro, para tomar ciência do que se passava e defender Júlio Castilho. A polícia estadual também colaborou no enfrentamento do inimigo. No mês de maio de 1893 os

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maragatos amargam o primeiro desbaratamento no riacho Inhanduí, em Alegrete, comuna ao sul do Rio Grande. Diante desta derrota, os maragatos ganharam o apoio de um contingente de gaúchos e venceram os legalistas na batalha de Cerro do Ouro, prosseguindo com vários ataques pelo estado.

O clímax do conflito se deu quando os gasparitas tomaram Santa Catarina e juntaram-se aos insurgentes da Revolta da Armada , que invadiram a cidade de Desterro (hoje Florianópolis). Subseqüentemente apoderam-se do Paraná e de Curitiba, contudo, depois de tanto tempo de luta, estes se encontram desfalcados, calculam as perdas e ganhos que poderiam advir se continuassem com os ataques e decidem recuar, centralizando as forças na região gaúcha. O conflito se estende até o ano de 1895, quando o novo presidente – Prudente de Moraes – celebra uma conciliação de paz.

Júlio de Castilhos retoma o poder perdido – concedido pelo governo -, e o Congresso indulta os co-autores do levante. Assim termina mais um conflito nascido no começo da república.

1896 – Questão dos Protocolos

Já era numerosa a Colônia Italiana em São Paulo a procura de trabalho braçal e naquela época os protocolos eram correspondência oficiais e diplomática, trocado pelas autoridades e as reclamações dos familiares de italianos vindo para o Brasil e que morreram nos Batalhões, combatendo de 1893 e 1894.- Com a chegada de um navio italiano, começou as correrias e conflitos nas públicas, onde no Largo do Paissandu houve uma verdade praça de guerra, entre os amotinados e os soldados do 1º B.I. e o Corpo de Cavalaria da Milícia Paulista, morrendo vários soldados.

Dos Fatos:

Com a imigração, principalmente de italianos, para o trabalho nas fazendas paulistas, substituindo o braço escravo, por ocasião da Revolução da Armada, muitos deles se alistaram em batalhões, voluntariamente, para defenderem a ordem paulista e muitos morreram. As suas familias, na Itália reclamaram indenizações pelos filhos ou maridos mortos na luta. Houve trocas de correspondências, chamadas de Protocolos mas, a colônia italiana, já numerosa no Estado, se amotinou pela demora da resolução, queimando a bandeira brasileira, incendiando e depredando os prédio públicos na capital. A Força Pública com os seus batalhões e mais a cavalaria dominaram a situação após várias lutas na capital com mortes e feridos de ambos os lados.

1897 – Campanha de Canudos

Antonio Vicente Mendes Maciel, o “Conselheiro”, mito de uma religião que conseguiu reunir milhares de adeptos e montou o seu reduto no Arraial de Canudos, queria derrubar o Novel da República, que deixou assustado as autoridades do Rio de Janeiro; e conseguindo o Conselheiro muitas armas e materiais para enfrentar esta luta fratecida, que para ali fora enviado várias

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expedições militarisadas, quando também partir o 1º B. I. da Força Pública de São Paulo, lutando bravamente contra os fanáticos de Antonio Conselheiro.

Dos Fatos:

Foi um conflito no sertão baiano ocorrido em 1896 e 1897, que terminou com a destruição do povoado de Canudos - daí o nome da Guerra. Houve várias batalhas entre tropas do governo federal e um grupo de sertanejos liderados por um líder religioso, Antônio Vicente Mendes Maciel, o Antônio Conselheiro (1828 - 1897). Na época, a população miserável da região agregou-se em torno do beato Conselheiro, que havia passado anos pelo sertão pregando uma mistura de doutrina cristã e religiosidade popular. Em 1893, os sertanejos fundam o arraial de Canudos, um povoado muito pobre que chegou a ter 5 mil casas e de 20 mil a 25 mil habitantes. "Canudos era regido pelo trabalho coletivo e pelos ensinamentos religiosos de Conselheiro. Além desse caráter messiânico, o movimento criticava a República e contestava as inovações surgidas com ela, como o casamento civil", diz o historiador José Carlos Barreiro, da Universidade Estadual Paulista (Unesp) de Assis (SP). As relações do povoado com o governo começaram a se complicar ainda em 1893, quando os moradores rebelaram-se contra a cobrança de impostos e queimaram documentos emitidos pelo governo. Aos olhos dos governantes, Canudos começou a ser visto não só como um arraial de fanáticos religiosos, mas também como um ninho de rebeldes monarquistas e perigosos, que precisavam ser eliminados. Para acabar com os revoltosos, o governo lançou a tal "guerra" - que consistiu, na verdade, de quatro expedições militares. Nas três primeiras, o Exército tomou um pau dos sertanejos. Na terceira delas, o massacre foi tão grande que até o comandante das tropas federais foi morto em combate. Na quarta e última campanha, cujos momentos decisivos a gente apresenta nestas páginas, o Exército conseguiu finalmente riscar Canudos do mapa. Pelo menos 30 mil pessoas morreram na batalha final.

1910 – Revolta do Marinheiro João Candido

Uma pane da Marinha sob as ordens do Marinheiro João Candido revoltaram-se contra as exigências dos castigos corporais que sofriam, sobre fortes chibatadas.- O movimento correu de norte a sul e o Porto de Santos sofre ameaças de frustrar qualquer desembarque, foi quando o Chefe do Executivo Bandeirante determinou ao Comando da Força Pública a enviar o 1° B.l., tom a missão de barrar qualquer túmulto don revoltosos.

Dos Fatos:

A Revolta da Chibata foi um importante movimento social ocorrido, no início do século XX, na cidade do Rio de Janeiro. Começou no dia 22 de novembro de 1910.

Neste período, os marinheiros brasileiros eram punidos com castigos físicos. As faltas graves eram punidas com 25 chibatadas (chicotadas). Esta situação gerou uma intensa revolta entre os marinheiros.

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Causas da revolta

O estopim da revolta ocorreu quando o marinheiro Marcelino Rodrigues foi castigado com 250 chibatadas, por ter ferido um colega da Marinha, dentro do encouraçado Minas Gerais. O navio de guerra estava indo para o Rio de Janeiro e a punição, que ocorreu na presença dos outros marinheiros, desencadeou a revolta.

O motim se agravou e os revoltosos chegaram a matar o comandante do navio e mais três oficiais. Já na Baia da Guanabara, os revoltosos conseguiram o apoio dos marinheiros do encouraçado São Paulo. O clima ficou tenso e perigoso.

Reivindicações

O líder da revolta, João Cândido (conhecido como o Almirante Negro), redigiu a carta reivindicando o fim dos castigos físicos, melhorias na alimentação e anistia para todos que participaram da revolta. Caso não fossem cumpridas as reivindicações, os revoltosos ameaçavam bombardear a cidade do Rio de Janeiro (então capital do Brasil).

Segunda revolta

Diante da grave situação, o presidente Hermes da Fonseca resolveu aceitar o ultimato dos revoltosos. Porém, após os marinheiros terem entregues as armas e embarcações, o presidente solicitou a expulsão de alguns revoltosos. A insatisfação retornou e, no começo de dezembro, os marinheiros fizeram outra revolta na Ilha das Cobras. Esta segunda revolta foi fortemente reprimida pelo governo, sendo que vários marinheiros foram presos em celas subterrâneas da Fortaleza da Ilha das Cobras. Neste local, onde as condições de vida eram desumanas, alguns prisioneiros faleceram. Outros revoltosos presos foram enviados para a Amazônia, onde deveriam prestar trabalhos forçados na produção de borracha.

O líder da revolta João Cândido foi expulso da Marinha e internado como louco no Hospital de Alienados. No ano de 1912, foi absolvido das acusações junto com outros marinheiros que participaram da revolta.

Conclusão: podemos considerar a Revolta da Chibata como mais uma manifestação de insatisfação ocorrida no início da República. Embora pretendessem implantar um sistema político-econômico moderno no país, os republicanos trataram os problemas sociais como “casos de polícia”. Não havia negociação ou busca de soluções com entendimento. O governo quase sempre usou a força das armas para colocar fim às revoltas, greves e outras manifestações populares.

1917 - Greve operaria em São Paulo

São Paulo foi palco do movimento grevista de grandes proporções por causa dos salários irrisórios, jornada de trabalho, crianças trabalhando como adultos,

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sem nenhum direito a ferias, aposentadoria ou indenizações.- O movimento cuidadosamente preparado por socialista anarquistas, com infiltração de imigrantes deu sementes para iniciar a guerra, espalhando-se por diversos locais de São Paulo e os efetivos da Força Pública dispersaram os grupos desordeiros por vários locais das manifestações organizadas, onde teve a morte de um soldado a muitos manifestantes feridos até que voltasse a calma da cidade.

Dos Fatos:

Greves operárias é o nome dado ao movimento ocorrido no início do século 20, no Brasil, com trabalhadores reclamando melhores condições de trabalho e de salários, além de garantias trabalhistas. Mas essa não foi a primeira manifestação desse tipo a acontecer no país, porque duzentos anos antes, em 1720, os portuários de Salvador, Bahia, cujo ancoradouro era conhecido na época como “porto do Brasil”, já haviam feito algo semelhante. Mas além desse fato, existe também o registro de que em julho do mesmo ano, fundidores de ouro em Minas Gerais declaravam-se em “greve”; de que os alfaiates da Bahia abandonaram o trabalho em 1782; de que em 1791, no Rio de Janeiro, os operários da “Casa das Armas” cruzaram os braços; e finalmente, de que em 1858, tipógrafos do Rio de Janeiro paralisaram suas atividades em protesto contra as injustiças patronais, e por aumento salarial.

Quanto a esta última, ao relatá-la em seu livro “Contribuição à história das Lutas Operárias no Brasil”, publicado em 1955, o escritor Hermínio Linhares a situa como "a primeira greve do Rio de Janeiro, talvez do Brasil”. E diz:

“Após meses reivindicando aos donos dos três principais diários da Corte (Correio Mercantil, Diário do Rio de Janeiro e Jornal do Commércio) um reajuste em seus salários, (...) os tipógrafos resolveram recorrer à paralisação do trabalho a partir de 09 de janeiro de 1858. O mais interessante da greve é que dela temos registros relativamente amplos, porque os grevistas, apoiados pela Imperial Associação Typographica Fluminense, fundaram o Jornal dos Typographos, de circulação diária, que nas semanas seguintes apresentou os argumentos dos trabalhadores. Nas páginas do jornal, encontramos um grupo profissional relativamente pequeno (o maior dos diários, o Jornal do Commercio, empregava cerca de 37 tipógrafos), que se apresentava como constituído por "artistas", artesãos especializados, empobrecidos pela ganância dos proprietários das folhas que se negavam a pagar-lhes um salário digno. Além disso, a greve chama a atenção pelo papel ativo da associação dos tipógrafos, cujo objetivo principal era o auxílio mútuo, mas que assumiu função de representação dos interesses de seus filiados, intercedendo junto às autoridades e financiando a compra do maquinário para a impressão do jornal dos grevistas”.

Esse movimento reclamatório produziu frutos, tanto que anos depois, em 12 de dezembro de 1890, a greve deixou de ser crime. Uma campanha promovida pelo Partido Operário levou o governo a alterar o Código Penal por meio do decreto n° 1.162, que excluiu a combinação prévia para cessação do trabalho como crime previsto no Código Penal. Antes disso, quem causasse ou

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provocasse uma ação semelhante, estaria sujeito à prisão por período que variava de um a três meses.

Mais adiante, o desenvolvimento industrial e urbano proporcionou o surgimento de bairros operários em algumas cidades. Mas além da precariedade das condições de vida que desfrutavam em decorrência dos baixos salários recebidos, os trabalhadores que neles habitavam também cumpriam jornada de trabalho estafante, além de não contarem com qualquer garantia trabalhista, o que tornava o problema ainda mais sério. Em virtude dessa situação começaram a surgir procedimentos e manifestações inspiradas nas idéias socialistas e anarquistas que moviam as reclamações operárias em diversos países do mundo, buscando não só a melhoria nas condições de emprego, mas visando, também, objetivos mais amplos, como a derrubada do sistema capitalista e a implantação de uma sociedade mais igualitária. Acompanhando esse exemplo, ocorreram manifestações e greves em vários estados brasileiros, notadamente em São Paulo, onde se concentrava o maior número de indústrias.

Em 1907, trabalhadores da construção civil, da indústria de alimentos e metalúrgicos, reivindicaram a jornada de oito horas diárias de trabalho, paralisando a cidade de São Paulo com uma greve que se estendeu a outras cidades paulistas, como Santos, Ribeirão Preto e Campinas. Mais à frente, em julho de 1917, os operários de duas fábricas têxteis de São Paulo iniciaram um movimento paredista que se espalhou rapidamente e paralisou a cidade, pois contou com a adesão imediata dos trabalhadores do serviço público. Cerca de 50.000 pessoas aderiram a essa manifestação, considerada pelos patrões não como uma questão social e política, mas como caso de polícia. Um exemplo disso foi o grande aparato militar que se formou, em 1918, no Rio de Janeiro, com revistas nos passageiros dos bondes e em todos os operários e populares que transitavam pelas ruas. O Palácio do Catete, sede do Governo Federal, foi cercado por tropas, e a imprensa da época tratava as agitações como anarquistas.

Everardo Dias, em “História das Lutas Sociais no Brasil”, relata dessa forma os acontecimentos: “São Paulo é uma cidade morta: sua população está alarmada, os rostos denotam apreensão e pânico, porque tudo está fechado, sem o menor movimento. Pelas ruas, afora alguns transeuntes apressados, só circulavam veículos militares, requisitados pela Cia. Antártica e demais indústrias, com tropas armadas de fuzis e metralhadoras. Há ordem de atirar para quem fique parado na rua. Nos bairros fabris do Brás, Moóca, Barra Funda, Lapa, sucederam-se tiroteios com grupos de populares; em certas ruas já começaram fazer barricadas com pedras, madeiras velhas, carroças viradas. A polícia não se atreve a passar por lá, porque dos telhados e cantos partem tiros certeiros. Os jornais saem cheios de notícias sem comentários quase, mas o que se sabe é sumamente grave, prenunciando dramáticos acontecimentos".

Relatando os acontecimentos, a imprensa divulgava que “Em 1917, São Paulo parou. Sindicatos anarquistas lideraram uma paralisação contra os baixos salários e por melhores condições de trabalho. O salário médio de um operário era em torno de 100 mil réis. O consumo básico de uma família (homem,

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mulher e dois filhos) chegava a 207 mil réis. O governo deu ordem de abrir fogo em quem ficasse parado na rua. Operários e polícia entraram em conflitos violentos. Em 11 de julho, morreu o sapateiro Antônio Martinez. O movimento grevista se radicalizou e atingiu toda a cidade. Bairros operários tornaram-se fortalezas de resistência, e barricadas se espalharam pelos bairros da Lapa, Brás, Mooca, Barra Funda e outros. O governo suspendeu a repressão, e iniciaram-se as negociações. A greve foi suspensa após empresários concordarem em dar 20% de aumento salarial, a liberação de grevistas presos e a suspensão de demissões”.

1922 - Os 18 do forte de Copacabana e a Sedição de Mato Grosso

Em 1922, fazia o 1° Centenário do Grito do Ipiranga, quando surgiu nas Forças Armadas um movimento de rebeldia, c convencionou chamar de TENENTISMO, explodindo em 5 de Julho deste ano na Capital da República, contra o Governo Epitácio Pessoa; e, na Escola Militar do Realengo e o Forte Fonseca a outros Tenentes, que passou para história como "Os 18 do Forte de Copacabana" . A Força Pública destacou para Itararé o 1 ° B.I. e o 2º B.I. seguiu para Mato Grosso, integrando um destacamento misto sob o Comando do Coronel Tertuliano de Albuquerque Potyguara, com Q.G, instalado em Três Lagoas, fazendo fracassar a rebelião naquela área.

Dos Fatos:

Marcha dos revoltosos pela avenida Atlântica, em 6 de julho de 1922

A Revolta do Forte de Copacabana, em 1922, foi o primeiro movimento militar armado, que pretendeu tirar do poder as elites tradicionais e esboçou a defesa de princípios modernizadores, refletindo o descontentamento com a organização política e econômica da época e características peculiares da formação do exército brasileiro. Fonte - HistoriaNet

No começo do século XX, o crescimento das cidades acentuou-se, destacando-se o Rio de Janeiro (capital do país) e São Paulo, esta última devido ao desenvolvimento da economia cafeeira. A vida urbana passou a se definir por novos padrões de consumo. Grandes avenidas foram abertas, assim como cinemas, teatros e grandes edifícios. Parte desta “modernização” estava associada diretamente ao capital inglês, investido na infra--estrutura: fornecimento de energia elétrica, serviço de transporte coletivo, água encanada e gás. Parte dos investimentos eram possíveis devido ao lucro proporcionado pela exportação de café. No entanto, essa modernização não alcançava as camadas populares, formada principalmente por operários, artesãos e desempregados, cerca de 70% da população, que vivia em situação precária.

A camada média e a classe operaria sofriam com a carestia, conseqüência da “política de valorização do café”, responsável pela desvalorização da moeda nacional para facilitar as exportações, assegurando os lucros do setor cafeeiro. A queda nas exportações de café levou o governo a constantes desvalorizações e conseqüente aumento do custo de vida. Das camadas

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urbanas, apenas a classe operária possuía algum grau de organização política e sindical.

Na década de 10, as greves haviam agitado as grandes cidades do país. No entanto, havia entre as camadas médias intenso descontentamento com a situação econômica e política, favorável a elite do café de São Paulo e Minas Gerais.

Ao se aproximar a sucessão presidencial de Epitácio Pessoa, em 1922, aguçaram-se as contradições entre o Exército e as oligarquias dominantes. O Exército já guardava ressentimento contra Epitácio, que havia nomeado o civil Pandiá Calógeras para o Ministério da Guerra. As coisas pioraram quando, em outubro de 1921, a imprensa divulgou cartas supostamente escritas pelo candidato oficial, Artur Bernardes, contendo acusações ao Exército e ofensas ao marechal Hermes da Fonseca, presidente do Clube Militar.

Em março de 1922, apesar da oposição, Artur Bernardes foi eleito presidente da República. Sua posse estava marcada para novembro. Em junho, o governo, ainda chefiado por Epitácio, interveio na sucessão estadual de Pernambuco e foi duramente criticado pelo marechal Hermes da Fonseca. Em reação, Epitácio, ordenou a prisão do marechal e o fechamento do Clube Militar, no dia 2 de julho de 1922.

Na madrugada de 5 de julho, a crise culminou com uma série de levantes militares. Na capital federal, levantaram-se o forte de Copacabana, guarnições da Vila Militar, o forte do Vigia, a Escola Militar do Realengo e o 1° Batalhão de Engenharia; em Niterói, membros da Marinha e do Exército; em Mato Grosso, a 1ª Circunscrição Militar, comandada pelo general Clodoaldo da Fonseca, tio do marechal Hermes. No Rio de Janeiro, o movimento foi comandado pelos "tenentes", uma vez que a maioria da alta oficialidade se recusou a participar do levante.

Os rebeldes do forte de Copacabana dispararam seus canhões contra diversos redutos do Exército, forçando inclusive o comando militar a abandonar o Ministério da Guerra. As forças legais revidaram, e o forte sofreu sério bombardeio. O ministro da Guerra, Pandiá Calógeras, empreendeu em vão várias tentativas no sentido de obter a rendição dos rebeldes.

Finalmente, no início da tarde do dia 6 de julho, ante a impossibilidade de prosseguir no movimento, os revoltosos que permaneciam firmes na decisão de não se renderem ao governo abandonaram o forte e marcharam pela avenida Atlântica de encontro às forças legalistas. A eles aderiu o civil Otávio Correia, até então mero espectador dos acontecimentos.

Conhecidos como os 18 do Forte - embora haja controvérsias quanto a seu número, pois os depoimentos dos sobreviventes e as notícias da imprensa da época não coincidem -, os participantes da marcha travaram tiroteio com as forças legais. Os tenentes Siqueira Campos e Eduardo Gomes sobreviveram com graves ferimentos. Entre os mortos, estavam os tenentes Mário Carpenter e Newton Prado.

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Em 15 de novembro de 1922, Artur Bernardes assumiu a presidência da República sob estado de sítio, decretado por ocasião do levante de julho.

1924 a 1925 - Revolução de São Paulo a Campanha do Sul

Surgia na madrugada de 5 de Julho de 1924 outro movimento em São Paulo, chefiado pelo General Isidoro Dias Lopes e Major Miguel Costa, contra o Presidente Artur Bernardes, a e ações rápidas, os rebeldes do Exercito a da Força Pública dominaram os pontos importantes da Capital; e o Exerci convocou o 1 ° de B. I., que seguiu para a cidade de Uruguaiana ameaçada de invasão, após defender a cidade, seguiu e perseguição da tropa rebelde ate Três Lagoas, onde encontrara 0 4° B. I.Assim, 0 2° B.I. (dois de ouro) retornou a São Paulo, onde lute quase 1 ano, deixando vários bravos soldados mortos r cumprimento do dever.

Dos Fatos:

A “Revolução de 1924″, também chamada de ‘Revolução Esquecida’, “Revolução do Isidoro” e de “Segundo 5 de julho”, foi a segunda revolta tenentista. Foi o maior conflito bélico já ocorrido na Cidade de São Paulo.

Comandada pelo general reformado Isidoro Dias Lopes, a revolta teve a participação de numerosos tenentes, entre os quais Joaquim Távora (que faleceu na revolta), Juarez Távora, Miguel Costa, Eduardo Gomes, Índio do Brasil e João Cabanas.

Deflagrada na capital paulista em 5 de julho de 1924 ( 2º aniversário da Revolta dos 18 do Forte de Copacabana, primeira revolta tenentista), a revolta ocupou a cidade de São Paulo por vinte e três dias, forçando o presidente do estado, Carlos de Campos, a se retirar para o interior do estado, depois de ter sido bombardeado o Palácio dos Campos Elíseos sede do governo paulista na época.

Aconteceram rebeliões em várias cidades do interior de São Paulo, com tomada de prefeituras. Ainda sob a influência da Revolta Paulista de 1924, surgiram motins em outros estados, como o Rio Grande do Sul e o Amazonas, também exigindo a renúncia do presidente Artur Bernardes.

Os revoltosos entraram em contacto com o vice-presidente do estado Coronel Fernando Prestes de Albuquerque em Itapetininga convidando-o para assumir o governo revolucionário em São Paulo. O Coronel Prestes, que já organizara um batalhão em defesa da legalidade, na região da Estrada de Ferro Sorocabana, respondeu aos revoltosos:

Só aceitaria o governo das mãos do Dr. Carlos de Campos, livre, espontaneamente, legalmente! — Coronel Fernando Prestes.

A Cidade de São Paulo foi bombardeada por aviões do Governo Federal. O exército legalista (leal ao presidente Artur Bernardes) utilizou-se do chamado “bombardeio terrificante”, atingindo vários pontos da cidade, em especial

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bairros operários como a Mooca e o Brás, e de classe média, como Perdizes (distrito de São Paulo).

Sem poderio militar equivalente (artilharia nem aviação) para enfrentar as tropas legalistas, os rebeldes retiraram-se para Bauru, onde Isidoro Dias Lopes ouviu notícia de que o exército legalista se concentrava na cidade de Três Lagoas, no atual Mato Grosso do Sul.

Isidoro Dias Lopes e Juarez Távora planejaram, então, um ataque àquela cidade. A derrota em Três Lagoas, no entanto, foi a maior derrota de toda esta revolta. Um terço das tropas revoltosas morreu, feriram-se gravemente, ou foram capturadas.

Vencidos, os revoltosos marcharam, então, rumo ao sul do Brasil, onde, na cidade de Foz do Iguaçu, no Paraná, uniram-se aos oficiais gaúchos comandados por Luís Carlos Prestes, formando a Coluna Prestes – Miguel Costa.

Os revoltosos foram finalmente derrotados nos primeiros dias de agosto de 1924, retornando o Presidente Carlos de Campos à capital paulista.

Um inquérito feito pelo Governo do Estado de São Paulo, logo após o fracasso do movimento subversivo de julho de 1924, detectou inúmeros casos de vandalismo e estupros no interior do estado de São Paulo, especialmente sob os olhos do Tenente João Cabanas, que comandava um grupo de revoltosos, que foi denominado como A Coluna da Morte.

O inquérito também apurou que muitos coronéis do interior que faziam oposição ao Dr. Carlos de Campos apoiaram o movimento subversivo de julho.

O general de Divisão Abílio Noronha, comandante da 2ª Região Militar que abrangia São Paulo, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, acusou políticos de estarem por trás da revolta, incitando os militares a aderirem à revolução.

O General Noronha criticou, também, a retirada, precipitada, da capital paulista, do presidente do estado e das tropas leais a ele, alegando que governo paulista tinha condições de ter resistido e vencido os revoltosos, logo no início da revolta, e dentro da cidade de São Paulo.

Os tenentes e demais militares que participaram desta revolta e das demais revoltas da década de 1920 receberam anistia dada por Getúlio Vargas logo após a vitória da Revolução de 1930.

No bairro de Perdizes (distrito de São Paulo), a revolução de 1924 ainda é comemorada anualmente até hoje em dia.

1926 - Campanhas do Nordeste a Goiás

Com o retorno dos rebeldes de São Paulo, que deles sobressaiu lendário Tenente Cabanas, Comandante da Coluna da Morte.

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- Foram perseguidos, sustentaram o fogo em vários combates no interior paulista, onde deixaram dezenas de heróis mortos. Em 15 de Janeiro de 1926 os 3° c 5" Batalhões da Força Pública seguiram com destino a Capital do Ceara para combater c rebeldes da Coluna, enfrentando-os em varias regiões, que debandaram para o norte de Minas a depois para o Mato Gross fatos contados na coluna Miguel Costa.

Dos Fatos:

A Coluna Miguel Costa Prestes, mais conhecida como Coluna Prestes, foi um movimento liderado por militares, que faziam oposição à República Velha e às classes dominantes na época. Teve início em abril de 1925, no governo de Artur Bernardes (1922-1926).

No início da década de XX, o Brasil vivia sob o domínio das oligarquias rurais e setores médios urbanos, como os militares, por exemplo, começaram a questionar este poder e a pressionar por mais investimentos nas forças armadas.

O primeiro levante militar ocorreu no Rio de Janeiro, liderado pelos tenentes do exército, que ficou conhecido como Tenentismo. Em 1924, surgiu uma nova rebelião, desta vez em São Paulo . Depois de muitos combates contra as tropas fiéis ao governo, os revoltosos se refugiaram no interior do Estado.

Enquanto isso, Luís Carlos Prestes , também militar, organizava outro grupo no Rio Grande do Sul . Em abril de 1925, as duas frentes de oposição, a Paulista liderada por Miguel Costa, e a Gaúcha, por Prestes, uniram-se em Foz do Iguaçu e partiram para uma caminhada pelo Brasil.

Com aproximadamente mil e quinhentos homens, a Coluna Prestes percorreu 25.000 quilômetros. Durante dois anos e meio atravessou 11 estados. Do sul, o grupo rumou para centro-oeste do país, percorreu o nordeste, até o estado do Maranhão. Na volta, os combatentes refizeram o caminho, até chegar à fronteira com Bolívia.

Nas cidades por onde passava, a Coluna Prestes despertava apoio da população e a atenção dos coronéis, que também eram alvo das críticas do movimento. Sempre vigiados por soldados do governo, os revoltosos evitavam confrontos diretos com as tropas, por meio de táticas de guerrilha .

Por meio de comícios e manifestos, a Coluna denunciava à população a situação política e social do país. Num primeiro momento, não houve muitos resultados, porém o Movimento ajudou a balançar as bases, já enfraquecidas, do sistema oligárquico e a preparar caminho para a Revolução de 1930 .

Luís Carlos Prestes tornou-se o ícone desta Marcha, ficando conhecido como “O cavaleiro da esperança”. Ele não foi o principal líder da Coluna. Quem tomou a frente do percurso foi Miguel Costa. Mas Prestes era o idealizador, aquele que alimentava o sentimento de liberdade política, voto secreto e justiça social.

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Em fevereiro de 1927, a Coluna chegou à Bolívia, onde se desfez. Muitos combatentes se exilaram ali mesmo. Prestes foi para Rússia e, posteriormente, voltou ao país como um dos líderes do Partido Comunista Brasileiro (PCB).

1930 - Revolução Outubrista de Getulio Vargas

Tomava posse Washington Luiz Pereira de Souza con Presidente do Brasil, em 15 de Novembro de 1926 , quando ainda havia revolução de 1924 nos sertões brasileiro.- Como assassinato de João Pessoa, Vice Presidente na Chapa de Getulio Vargas, foi o estopim da luta armada que estalou em de outubro, chefiada por Getulio Vargas a então a Força Pública atuou na frente da Serra da Mantiqueira para conter os rebelde, de Minas Gerais, no setor sul de Itararé a região do Vale c Ribeira, a Guarda Civil de São Paulo, ficava de prontidão aguardando ordens para seguir a luta.

Dos Fatos:

Os antecedentes da Revolução de 30

Interpretada como a revolução que pôs fim ao predomínio das oligarquias no cenário político brasileiro, a Revolução de 30 conta com uma série de fatores conjunturais que explicam esse dado histórico. O próprio uso do termo ‘revolução’ como definidor desse fato, pode ainda, restringir outras questões vinculadas a esse importante acontecimento. Em um primeiro momento, podemos avaliar a influência de alguns fatores internos e externos que explicam o movimento.

No âmbito internacional, podemos destacar a ascensão de algumas práticas capitalistas e a própria crise do sistema capitalista. Cada vez mais, a modernização das economias nacionais, inclusive a brasileira, só era imaginada com a intervenção de um Estado preocupado em implementar um parque industrial autônomo e sustentador de sua própria economia. Em contrapartida, o capitalismo vivia um momento de crise provocado pelo colapso das especulações financeiras que, inclusive, provocaram o “crash” da Bolsa de Nova Iorque, em 1929.

Apático a esse conjunto de transformações, os governos oligárquicos preferiam manter a nação sob um regime econômico agro-exportador. Dessa forma, a economia brasileira sofreu, principalmente nas primeiras décadas do século XX, graves oscilações em seu desempenho econômico. Em outras palavras, a economia brasileira só ia bem quando as grandes potências industriais tinham condições de consumir os produtos agrícolas brasileiros.

Defendendo essa política conservadora e arcaica, as elites oligárquicas acabaram pagando um alto preço ao refrear a modernização da economia brasileira. De um lado, as camadas populares sofriam, cada vez mais, o impacto de governos que não criavam efetivas políticas sociais e, ao mesmo tempo, não dava devida atenção aos setores sociais emergentes (militares, classes média e operária). Por outro, as próprias oligarquias não conseguiam

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manter uma posição política homogênea mediante uma economia incerta e oscilante.

Fatos que marcaram o processo da Revolução de 30

Nesse contexto, podemos compreender que a crise das oligarquias foi um passo crucial para a revolução. Com o impacto da crise de 1929, o então presidente paulista Washington Luís resolveu apoiar a candidatura de seu conterrâneo Júlio Prestes. Conhecida como “Política do Café Puro”, a candidatura de Júlio Prestes rompeu com o antigo arranjo da “Política do Café-com-Leite”, onde os latifundiários mineiros e paulistas se alternariam no mandato presidencial.

Insatisfeitos com tal medida, um grupo de oligarquias dissidentes – principalmente de Minas Gerais, Rio Grande do Sul e Paraíba – criaram uma chapa eleitoral contra a candidatura de Júlio Prestes. Conhecida como Aliança Liberal, a chapa encabeçada pelo fazendeiro gaúcho Getúlio Dorneles Vargas prometia um conjunto de medidas reformistas. Entre outros pontos, os liberais defendiam a instituição do voto secreto, o estabelecimento de uma legislação trabalhista e o desenvolvimento da indústria nacional.

O desfecho da Revolução de 30

Sob um clima de desconfiança e tensão, o candidato Júlio Prestes foi considerado vencedor das eleições daquele ano. Mesmo com a derrota dos liberais, um possível golpe armado ainda era cogitado. Com o assassinato do liberal João Pessoa, em 26 de julho de 1930, o movimento oposicionista articulou a derrubada do governo oligárquico com o auxílio de setores militares.

Depois de controlar os focos de resistência nos estados, Getúlio Vargas e seus aliados chegam ao Rio de Janeiro, em novembro de 1930. Iniciando a chamada Era Vargas, Getúlio ficaria por quinze anos ininterruptos no poder (1930 – 1945) e, logo depois, seria eleito pelo voto popular voltando à presidência entre os anos de 1951 e 1954.

1932 - Revolução Constitucionalista

Getulio Vargas assumia o Governo em 24 de outubro de 1930 substituindo os governos dos Estados, nomeando Interventor de sua confiança e a São Paulo, coube a intervenção João Alberto Lins de Barros.- O General Miguel Costa, ocupando duas funções Secretário da Segurança Pública e Comandante da Força Pública desentendeu-se com seu subordinado, o Coronel João Alberto, indicado Interventor a criou o movimento denominado "Abrilada", resultando na luta de "Miguelistas" a "Tenentistas”. - Dado o grito nos quartéis e a 28 de Abril de 1931 a apaixonara os lideres civis e a opinião pública numa Frente Única , apoia outros políticos a na movimenta~ao de 9 do Julho de 19 tombaram mortalmente os estudantes Miragaia, Marti Drausio a Camargo (MMDC) a assim levantou a revolução

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contra a Constitui~ao do Estado, com a participação da Força Pública em varias frentes e a Guarda Civil em São Paulo e Interior.

Dos Fatos:

Em linhas gerais, a Revolução Constitucionalista de 1932 é compreendida como uma reação imediata aos novos rumos tomados pelo cenário político nacional sob o comando de Vargas. Os novos representantes estabelecidos no poder, alegando dar fim à hegemonia das oligarquias, decidiram extinguir o Congresso Nacional e os deputados das assembléias estaduais. No lugar das antigas personalidades políticas, delegados e interventores foram nomeados com o aval do presidente da República.

A visível perda de espaço político, sofrida pelos paulistas, impulsionou a organização de novos meios de se recolocar nesse cenário político controlado pelo governo de Vargas. O clima de hostilidades entre os paulistas e o governo Vargas aumentou com a nomeação do tenente João Alberto Lins de Barros, ex-participante da Coluna Prestes, como novo governador de São Paulo. O desagrado dessa medida atingiu até mesmo os integrantes do Partido Democrático de São Paulo, que apoiaram a ascensão do regime varguista.

Além disso, podemos levantar outras questões que marcaram a formação deste movimento. No ano de 1931, a queda do preço do café, em conseqüência da crise de 29, forçou o governo Vargas a comprar as sacas de café produzidas. Essa política de valorização do café também ordenou a proibição da abertura de novas áreas de plantio, o que motivou o deslocamento das populações camponesas para os centros urbanos de São Paulo.

Os problemas sociais causados pelo inchaço urbano agravaram um cenário já marcado pela crise econômica e as mudanças políticas. Talvez por isso, podemos levantar uma razão pela qual a revolução constitucionalista conseguiu mobilizar boa parte da população paulista. Mais do que atender os interesses das velhas oligarquias, os participantes deste movimento defendiam o estabelecimento de uma democracia plena, onde o respeito às leis pudessem intermediar um jogo político já tão desgastado pelo desmando e os golpes políticos.

Antes de pegar em armas, representantes políticos de São Paulo pressionaram para que o governo Vargas convocasse uma Constituinte e a ampliação da autonomia política dos Estados. Em resposta, depois de outros nomes, indicou o civil e paulista Pedro de Toledo como novo governador paulista. Logo em seguida, Getúlio Vargas formulou um novo Código Eleitoral que previa a organização de eleições para o ano seguinte. No entanto, um incidente entre estudantes e tenentistas acabou favorecendo a luta armada.

Em maio de 1932, um grupo de jovens estudantes tentou invadir a sede de um jornal favorável ao regime varguista. Durante o conflito – que já havia tomado as ruas da cidade de São Paulo – os estudantes Martins, Miragaia, Dráusio e Camargo foram assassinados por um grupo de tenentistas. As iniciais dos envolvidos no fato trágico inspiraram a elaboração do M.M.D.C., que defendia

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a luta armada contra Getúlio Vargas.

No dia 9 de julho de 1932, o conflito armado tomou seus primeiros passos sob a liderança dos generais Euclides de Figueiredo, Isidoro Dias Lopes e Bertoldo Klinger. O plano dos revolucionários era empreender um rápido ataque à sede do governo federal, forçando Getúlio Vargas a deixar o cargo ou negociar com os revoltosos. No entanto, a ampla participação militar não foi suficiente para fazer ampla oposição contra o governo central.

O esperado apoio aos insurgentes paulistas não foi obtido. O bloqueio naval da Marinha ao Porto de Santos impediu que simpatizantes de outros estados pudessem integrar a Revolução Constitucionalista. Já no mês de setembro daquele ano, as forças do governo federal tinham tomado diversas cidades de São Paulo. A superioridade das tropas governamentais forçou a rendição dos revolucionários no mês de outubro.

1935 a 1938 - Movimento Extremistas

Em 1935 vem no Brasil a revolução de Luiz Carlos Prestes, conhecida como "Intentona Comunista" e a de Plínio Salgado, em 1938, registrando como a "Ação Integralista", assinalar mais conturbações políticas em nosso Estado, com diretrizes facismo italiano e o nazismo de Hitler.- Luiz Carlos Prestes exilado na Argentina, volta clandestinamente ao Brasil para chefiar a "Intentona Comunista", dominando quartéis de um Regimento na Pr Vermelha, onde foram mortos muitos oficiais a praças.- O Integralismo de Plínio Salgado em 1938 contava c milhares de simpatizantes que desfilavam pelas ruas da cidade com uniformes iguais facistas a nazistas. Na capital de São Paulo, em 1935 a 1938, houve escaramuça no centro da cidade e a Força Pública e a Guarda Civil estavam vigilantes, fazendo fracassar os movimentos revolucionários.

Dos Fatos:

A Intentona Comunista foi uma espécie de rebelião contra o governo de Getúlio Vargas. Na realidade, o movimento tinha por objetivo derrubar o presidente e tomar o poder. Liderada pela Aliança Nacional Libertadora ( ANL ) , a Intentona eclodiu em novembro de 1935, mas foi rapidamente combatida pelas Forças de Segurança Nacional.

O movimento ganhou adeptos dentro dos batalhões. Militares de baixa patente inclinados ao comunismo iniciaram a rebelião na noite do dia 23 de novembro de 1935, em Natal, no Rio Grande do Norte, onde os revolucionários chegaram a tomar o poder durante três dias. Depois se estendeu para Maranhão, Recife e por último para o Rio de Janeiro, no dia 27.

Aliança Nacional Libertadora (ANL)Influenciados pela estrutura política européia pós primeira guerra mundial , na qual duas frentes disputavam espaço – Fascismo e Comunismo – surgiram dois movimentos políticos no Brasil com estas características.

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Em 1932, sob a liderança do político paulista Plínio Salgado foi fundada a Ação Integralista Nacional, de cunho fascista. De extrema direita , os integralistas combatiam fervorosamente o comunismo.

Paralelamente à campanha Integralista, o Partido Comunista Brasileiro (PCB) incentivou a fundação da Aliança Nacional Libertadora, um movimento político radicalmente oposto à Ação Integralista Nacional.

A ANL, criada em 1935, defendia os ideais comunistas e suas propostas iam além daquelas defendidas pelo PCB:

- Não pagamento da dívida externa;- Nacionalização das empresas estrangeiras;- Combate ao fascismo;- Reforma agrária;

No dia 5 de julho de 1935, data em que se comemoravam os levantes Tenentistas, Luís Carlos Prestes lançou um manifesto de apoio à ANL, no qual incentivava uma revolução contra o governo. Este foi o estopim para que Getúlio Vargas decretasse a ilegalidade do movimento, além de mandar prender seus líderes.

RebeliõesCom o decreto de Vargas, o plano de fazer uma revolução foi colocado em prática, inclusive com o apoio da Rússia (país comunista à época), que enviou dinheiro e agentes para o Brasil.

A ação foi planejada dentro dos quartéis. Militares simpatizantes da ANL deram início às rebeliões. Imaginava-se que depois a revolta ganharia o apoio popular, mas isto não ocorreu.

A principal falha dos revolucionários foi com relação à organização. As revoltas se deram em datas diferentes, o que facilitou as ações do governo para dominar a situação e frustrar o movimento.

Após derrotá-los, Vargas decretou estado de sítio e uma forte repressão aos envolvidos na Intentona Comunista. Luís Carlos Prestes foi preso, bem como vários líderes sindicais, militares e intelectuais. Mas tudo isto não passou de estratégias do presidente para preparar um futuro golpe de Estado.

1942 a 1945 - 2° Guerra Mundial

O poderio de Adolfo Hitler crescia após a guerra de 1914, p aparecer no cenário procurando vencer com superioridade, raça ariana, denunciando os judeus a os comunistas, fundando partido Nazista, para vencer todas as forças políticas da Alemanha, industrializou o material bélico a começou a invadir países vizinhos como uma verdadeira máquina de guerra, destruindo então navios brasileiros, o que causou a declaração de guerra do Brasil contra as

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forças do eixo, tendo participado, todas as forças armadas e a Guarda Civil de São Paulo, com primeiro Pelotão de Policiais Militares do Brasil, enquanto c a Força Pública garantia a segurança de todo o litoral do Est2 de São Paulo.

Dos Fatos:

Podemos dizer que uma das principais causas da Segunda Grande Guerra foi o Tratado de Versalhes .

Esse Tratado, assinado em 1919 e que encerrou oficialmente a Primeira Grande Guerra , determinava que a Alemanha assumisse a responsabilidade por ter causado a Primeira Guerra e obrigava o país a pagar uma dívida aos países prejudicados, além de outras exigências como o impedimento de formar um exército reforçado e o reconhecimento da independência da Áustria. Isso é claro, trouxe revolta aos alemães, que consideraram estas obrigações uma verdadeira humilhação.

O INÍCIO DA GUERRA

Um conflito sangrento que deixou danos irreparáveis em toda a humanidade.

Uma guerra entre Aliados e as Potências do Eixo .

China, França, Grã-Bretanha, União Soviética e EUA formavam os Aliados, enquanto que Alemanha, Japão e Itália formavam as Potências do Eixo.

Estes últimos tinham governos fascistas e tinham por objetivo dominar os povos, que na opinião deles eram inferiores, e construir grandes impérios.

NOTA

Na Europa surgiram partidos políticos que pregavam a instalação de um regime autoritário. Esses partidos formavam um movimento denominado Fascismo.

Os fascistas acreditavam que a democracia era um regime fraco e incapaz de resolver a crise econômica. O país precisava de um líder com autoridade suficiente para acabar com a “bagunça” instalada, promovida por grevistas, criminosos e desocupados.

PRINCIPAIS DITADORES FASCISTAS

- Benito Mussolini: Itália.- Hitler: Alemanha (Os fascistas alemãs eram chamados de nazistas).- Franco: Espanha.

PRINCIPAIS IDÉIAS FASCISTAS- Anticomunismo- Antiliberalismo (os fascistas defendiam um regime ditatorial)- Totalitarismo (o indivíduo deve obedecer ao Estado)

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- Militarismo e Culto à violência (a guerra era considerada a atividade mais nobre do homem).- Nacionalismo xenófobo (xenofobia: ódio a tudo que é estrangeiro)- Racismo

Na Alemanha, Hitler queria formar uma “raça ariana”, ou seja, uma raça superior a todas as outras.

O início da guerra se deu quando Hitler invadiu a Polônia em setembro de 1939.

A razão desta invasão foi o fato da Polônia ter conseguido (através do Tratado de Versalhes) a posse do porto de Dantzig. Hitler não queria isso, ele queria que Dantzig fosse incorporada à Alemanha.

Nos primeiros anos da guerra, as Potências do Eixo levaram vantagem.

A Alemanha tomou a Polônia, Bélgica, Noruega, Dinamarca e Holanda.

Em 1940 a França se rendeu e em seguida foi a vez da Romênia, Grécia e Iugoslávia.

A Inglaterra foi bombardeada, porém resistiu.

Hungria, Bulgária e Romênia se uniram às Forças do Eixo.

Em 1941, o Japão atacou Pearl Harbor e partia para dominar a Ásia. Dias depois Hitler declarava guerra aos EUA.

A entrada dos americanos na guerra reforçou o lado dos Aliados, pois os EUA possuíam uma variedade de recursos bélicos.

Hitler já se achava vencedor, quando as coisas começaram a mudar.

O líder nazista achava que a URSS ainda era um país atrasado e cheio de analfabetos, ele não tinha idéia que o país havia crescido e se tornado uma grande potência.

Ao ordenar o ataque à URSS, os nazistas se depararam com uma grande muralha ofensiva e pela 1ª vez se sentiram acuados.

AS PERDAS NAZISTAS E O FIM DA GUERRA

O final da guerra começou quando Hitler deslocou suas tropas em direção ao Cáucaso, fonte de petróleo da URSS, pois foi nessa região que aconteceu a Batalha de Stalingrado (entre setembro de 1942 e fevereiro de 1943), que deixou mais de um milhão de nazistas mortos. A Batalha de Stalingrado é considerada a maior derrota alemã na guerra.

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O Exército Vermelho Soviético foi vencendo e empurrando os nazistas de volta à Alemanha, como vingança os nazistas queimavam e matavam tudo que viam pela frente.

A tentativa de ocupar Stalingrado foi frustrada e o restante do exército que lutava nessa frente rendeu-se aos russos em 1943. Essa vitória trouxe novos rumos ao conflito. As Potências do Eixo perderam 2 países (Marrocos e Argélia) e em junho de 43 os Aliados conquistaram a Sicília.

Todas estas vitórias trouxeram conflitos internos entre os fascistas e estas divergências acabaram por afastar Mussolini do poder. O seu lugar foi assumido pelo Rei Vítor Emanuel que em 1943 assinou um armistício (trégua) com os Aliados e declarou guerra à Alemanha.

No dia 6 de junho de 1944 – chamado o Dia D – os aliados tomaram a Normandia e o cerco alemão sobre a França foi vencido.

Em agosto os Aliados libertaram Paris.

A alta cúpula alemã já previa a derrota, mas Hitler não aceitava esta verdade.

No mesmo ano, querendo dar fim à guerra, oficiais nazistas tentaram matar Hitler num atentado a bomba, mas falharam.

A guerra prosseguia com vários ataques dos aliados e os alemães já sentiam que o fim estava próximo.

Em abril de 45, tropas aliadas – americanas, inglesas e russas – invadiram a Alemanha.

Mussolini foi capturado ao tentar fugir para a Suíça. Ele foi condenado ao fuzilamento. Sua morte se deu no dia 28 de abril de 1945, 2 dias depois Hitler se suicida e no dia 8 de maio a Alemanha se rende.

Embora a guerra tenha terminado na Europa, ela continuava no pacífico e na Ásia. O Japão sofria derrotas diante dos EUA, já que não podia competir com os armamentos norte-americanos.Os japoneses estavam quase se rendendo quando

no dia 6 de agosto de 45, os EUA jogaram uma bomba atômica em Hiroshima e 3 dias depois, foi a vez de Nagasaki ser destruída pela bomba.

O lançamento das bombas causou a rendição dos japoneses.

O HOLOCAUSTO

Os nazistas eram anti-semitas. Eles odiavam judeus e queriam eliminá-los para garantir a superioridade da raça ariana.

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Os judeus foram enviados aos campos de concentração para serem mortos, que no total somavam mais de 6 milhões. O mais famoso campo de concentração foi o de Auschwitz (localizado na Polônia).

Não foram somente os judeus que foram perseguidos. Homossexuais e ciganos também sofreram perseguições e passaram fome.

O BRASIL NA GUERRA

Milhares de soldados brasileiros foram lutar na guerra. Sua participação foi modesta, já que não tínhamos um armamento igual ao dos americanos. Mas a participação dos pracinhas foi tão importante que ao voltarem para o Brasil foram considerados heróis.

CONSEQÜÊNCIAS DA GUERRA

A guerra terminou em 1945 e deixou para trás mais de 40 milhões de mortos e cidades em ruínas, fora os que ficaram mutilados, sem moradia e sem família. Os Aliados instauraram o Tribunal de Nuremberg para julgar os fascistas por crimes de guerra . Os nazistas responsáveis pela morte de judeus ou civis foram condenados à morte ou à prisão perpétua.

Logo após a guerra foi fundada a ONU ( Organização das Nações Unidas ) , localizada em Nova York. Sempre que surge um conflito internacional, o Conselho de Segurança da ONU procura resolver o problema com diálogos e cooperação. Um dos órgãos mais importantes da ONU é a Unicef.

Após a guerra o mundo iniciava uma nova fase histórica: a de reconstrução. Os EUA e a União Soviética saíram do conflito como duas grandes potências mundiais.

Os EUA saíram da guerra como a maior potência mundial.

A URSS ficou em segundo lugar. O país teve 25 milhões de mortos e parte de suas construções sumiu do mapa.

Uma das maiores conseqüências da Segunda Guerra foi a rivalidade entre esses 2 países, rivalidade esta, que resultou na Guerra Fria .

1964 - Revolução de Março

Em Março de 1964 surge a renuncia do Presidente da Republica Dr. Jânio da Silva Quadros, assumindo Dr. João Goulart em de Março deste ano, fazendo vários comícios a manifestações políticas, que ocasionou a "Marcha da Família com Deus pela Liberdade", em São Paulo, despertando a nação, conseguindo deposição de João Goulart pelas Forças Armada. - E então descandeada a Revolução, para acabar com sovietização no Brasil, que evoluiu com extrema esquerda, começando as guerrilhas por todos os

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cantos da capital e interior, pondo de prontidão a Força Pública e a Guarda Civil, como solidárias as autoridades a ao povo, culminando com a morte do "Tenente Alberto Mendes Junior" no Vale da Ribeira por fanáticos revolucionários do Capitão Lamarca.

Dos Fatos:

Se houve na história da América Latina um episódio sui generis, foi a Revolução de Março (ou, se quiserem, o golpe de abril) de 1964. Numa década em que guerrilhas e atentados espoucavam por toda parte, seqüestros e bombas eram parte do cotidiano e a ascensão do comunismo parecia irresistível, o maior esquema revolucionário já montado pela esquerda neste continente foi desmantelado da noite para o dia e sem qualquer derramamento de sangue.

O fato é tanto mais inusitado quando se considera que os comunistas estavam fortemente encravados na administração federal, que o presidente da República apoiava ostensivamente a rebelião esquerdista no Exército e que em janeiro daquele ano Luís Carlos Prestes, após relatar à alta liderança soviética o estado de coisas no Brasil, voltara de Moscou com autorização para desencadear – por fim! – a guerra civil no campo. Mais ainda, a extrema direita civil, chefiada pelos governadores Adhemar de Barros, de São Paulo, e Carlos Lacerda, da Guanabara, tinha montado um imenso esquema paramilitar mais ou menos clandestino, que totalizava não menos de 30 mil homens armados de helicópteros, bazucas e metralhadoras e dispostos a opor à ousadia comunista uma reação violenta. Tudo estava, enfim, preparado para um formidável banho de sangue.

Na noite de 31 de março para 1o. de abril, uma mobilização militar meio improvisada bloqueou as ruas, pôs a liderança esquerdista para correr e instaurou um novo regime num país de dimensões continentais – sem que houvesse, na gigantesca operação, mais que duas vítimas: um estudante baleado na perna acidentalmente por um colega e o líder comunista Gregório Bezerra, severamente maltratado por um grupo de soldados no Recife. As lideranças esquerdistas, que até a véspera se gabavam de seu respaldo militar, fugiram em debandada para dentro das embaixadas, enquanto a extrema-direita civil, que acreditava ter chegado sua vez de mandar no país, foi cuidadosamente imobilizada pelo governo militar e acabou por desaparecer do cenário político.

Qualquer pessoa no pleno uso da razão percebe que houve aí um fenômeno estranhíssimo, que requer investigação. No entanto, a bibliografia sobre o período, sendo de natureza predominantemente revanchista e incriminatória, acaba por dissolver a originalidade do episódio numa sopa reducionista onde tudo se resume aos lugares-comuns da "violência" e da "repressão", incumbidos de caracterizar magicamente uma etapa da história onde o sangue e a maldade apareceram bem menos do que seria normal esperar naquelas circunstâncias.

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Os trezentos esquerdistas mortos após o endurecimento repressivo com que os militares responderam à reação terrorista da esquerda, em 1968, representam uma taxa de violência bem modesta para um país que ultrapassava a centena de milhões de habitantes, principalmente quando comparada aos 17 mil dissidentes assassinados pelo regime cubano numa população quinze vezes menor. Com mais nitidez ainda, na nossa escala demográfica, os dois mil prisioneiros políticos que chegaram a habitar os nossos cárceres foram rigorosamente um nada, em comparação com os cem mil que abarrotavam as cadeias daquela ilhota do Caribe. E é ridículo supor que, na época, a alternativa ao golpe militar fosse a normalidade democrática. Essa alternativa simplesmente não existia: a revolução destinada a implantar aqui um regime de tipo fidelista com o apoio do governo soviético e da Conferência Tricontinental de Havana já ia bem adiantada. Longe de se caracterizar pela crueldade repressiva, a resposta militar brasileira, seja em comparação com os demais golpes de direita na América Latina seja com a repressão cubana, se destacou pela brandura de sua conduta e por sua habilidade de contornar com o mínimo de violência uma das situações mais explosivas já verificadas na história deste continente.

No entanto, a historiografia oficial – repetida ad nauseam pelos livros didáticos, pela TV e pelos jornais – consagrou uma visão invertida e caricatural dos acontecimentos, enfatizando até à demência os feitos singulares de violência e omitindo sistematicamente os números comparativos que mostrariam – sem abrandar, é claro, a sua feiúra moral – a sua perfeita inocuidade histórica.

Por uma coincidência das mais irônicas, foi a própria brandura do governo militar que permitiu a entronização da mentira esquerdista como história oficial. Inutilizada para qualquer ação armada, a esquerda se refugiou nas universidades, nos jornais e no movimento editorial, instalando aí sua principal trincheira. O governo, influenciado pela teoria golberiniana da "panela de pressão", que afirmava a necessidade de uma válvula de escape para o ressentimento esquerdista, jamais fez o mínimo esforço para desafiar a hegemonia da esquerda nos meios intelectuais, considerados militarmente inofensivos numa época em que o governo ainda não tomara conhecimento da estratégia gramsciana e não imaginava ações esquerdistas senão de natureza inssurrecional, leninista. Deixados à vontade no seu feudo intelectual, os derrotados de 1964 obtiveram assim uma vingança literária, monopolizando a indústria das interpretações do fato consumado. E, quando a ditadura se desfez por mero cansaço, a esquerda, intoxicada de Gramsci, já tinha tomado consciência das vantagens políticas da hegemonia cultural, e apegou-se com redobrada sanha ao seu monopólio do passado histórico. É por isso que a literatura sobre o regime militar, em vez de se tornar mais serena e objetiva com a passagem dos anos, tanto mais assume o tom de polêmica e denúncia quanto mais os fatos se tornam distantes e os personagens desaparecem nas brumas do tempo.

Mais irônico ainda é que o ódio não se atenue nem mesmo hoje em dia, quando a esquerda, levada pelas mudanças do cenário mundial, já vem se transformando rapidamente naquilo mesmo que os militares brasileiros desejavam que ela fosse: uma esquerda socialdemocrática parlamentar, à

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européia, desprovida de ambições revolucionárias de estilo cubano. O discurso da esquerda atual coincide, em gênero, número e grau, com o tipo de oposição que, na época, era não somente consentido como incentivado pelos militares, que viam na militância socialdemocrática uma alternativa saudável para a violência revolucionária.

Durante toda a história da esquerda mundial, os comunistas votaram a seus concorrentes, os socialdemocratas, um ódio muito mais profundo do que aos liberais e capitalistas. Mas o tempo deu ao "renegado Kautsky" a vitória sobre a truculência leninista. E, se os nossos militares tudo fizeram justamente para apressar essa vitória, por que continuar a considerá-los fantasmas de um passado tenebroso, em vez de reconhecer neles os precursores de um tempo que é melhor para todos, inclusive para as esquerdas.

Para completar, muita gente na própria esquerda já admitiu não apenas o caráter maligno e suicidário da reação guerrilheira, mas a contribuição positiva do regime militar à consolidação de uma economia voltada predominantemente para o mercado interno – uma condição básica da soberania nacional. Tendo em vista o preço modesto que esta nação pagou, em vidas humanas, para a eliminação daquele mal e a conquista deste bem, não estaria na hora de repensar a Revolução de 1964 e remover a pesada crosta de slogans pejorativos que ainda encobre a sua realidade histórica?