vimos uma comunidade sem alma!e quantos anos, exatamente, viveste no mundo das drogas, e como te...

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Vol. XXIV • N° 432 • Montreal, 23 de abril de 2020 8042 boul. St-Michel Satellite - Écran géant - Événements sportifs Ouvert de 6 AM à 3 AM 376•BOLA 376•BOLA 376-2652 Silva, Langelier & Pereira é agora Ao serviço da comunidade portuguesa desde 1963 SEGUROS GERAIS Condomínio e Comercial www.gaudreauassurances.com o 514-374-9944 gaudreauassurances.com gaudreauassurances.com Continua , pág. 3 EDITORIAL A ECONOMIA NÃO É TUDO Por Carlos DE JESUS No princípio dizia-se que a Covid- 19 era uma doença “igualitária” porque se atacava a todos. Brancos e negros. Pobres e ricos. Novos e velhos… Com o passar dos dias, verifica-se que as principais vítimas são sempre as mesmas de sempre, os mais velhos e os mais pobres. Os mais velhos porque têm o sistema imunitário já cansado. Os mais pobres por- que são obrigados a trabalhar em condições de contágio. Estão neste caso, particular- mente, os empregados dos lares de idosos que são os principais focos de contamina- ção. Escusado será dizer que uma boa parte dos cuidadosos de idosos é recrutada entre os imigrantes recentemente chegados ao país. Apesar de tudo, temos a sorte de viver no Canadá. Vejam o que se passa do outro lado da fronteira onde nem velhos nem pobres podem contar com um sistema de saúde que os proteja. Não só os Estados Unidos não têm um sistema de saúde uni- versal e gratuito como nós, ainda por cima as próprias autoridades políticas não se en- tendem sobre a forma como gerir a crise. Uns são a favor do confinamento e do en- cerramento das atividades económicas não essenciais, outros são contra. Felizmente que vivemos no Canadá José Oliveira. Justina Benfeito. EM NOVA ESCÓCIA DENTISTA MATA 22 PESSOAS Leia artigo, pág. 11 Telefone e fax: (514) 849-9966 Alain Côté O.D. Optométriste Exame da vista, óculos, lentes de contacto Clinique Optométrique Luso 4242, boul. St-Laurent, bureau 204 Montréal (Qc) H2W 1Z3 Heidi Stevenson.

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Page 1: VIMOS UMA COMUNIDADE SEM ALMA!E quantos anos, exatamente, viveste no mundo das drogas, e como te sentiste ao mudar de rumo? HG: Foram 25 ANOS da minha vida nesse mundo onde não há

Vol. XXIV • N° 432 • Montreal, 23 de abril de 2020

8042 boul. St-MichelSatellite - Écran géant - Événements sportifs

Ouvert de 6 AM à 3 AM

376•BOLA376•BOLA376-2652

Silva, Langelier & Pereira é agora

Ao serviço da comunidade portuguesa desde 1963

SEGUROS GERAIS

Condomínio e Comercial

www.gaudreauassurances.com

o

514-374-9944

gaudreauassurances.comgaudreauassurances.com

Continua , pág. 3

EDITORIAL

A ECONOMIA NÃO É TUDO

• Por Carlos DE JESUS

No princípio dizia-se que a Covid-19 era uma doença “igualitária” porque seatacava a todos. Brancos e negros. Pobrese ricos. Novos e velhos…

Com o passar dos dias, verifica-se queas principais vítimas são sempre as mesmasde sempre, os mais velhos e os mais pobres.

Os mais velhos porque têm o sistemaimunitário já cansado. Os mais pobres por-que são obrigados a trabalhar em condiçõesde contágio. Estão neste caso, particular-mente, os empregados dos lares de idososque são os principais focos de contamina-ção. Escusado será dizer que uma boa partedos cuidadosos de idosos é recrutada entreos imigrantes recentemente chegados aopaís.

Apesar de tudo, temos a sorte de viverno Canadá. Vejam o que se passa do outrolado da fronteira onde nem velhos nempobres podem contar com um sistema desaúde que os proteja. Não só os EstadosUnidos não têm um sistema de saúde uni-versal e gratuito como nós, ainda por cimaas próprias autoridades políticas não se en-tendem sobre a forma como gerir a crise.Uns são a favor do confinamento e do en-cerramento das atividades económicas nãoessenciais, outros são contra.

Felizmente que vivemos no Canadá

José Oliveira. Justina Benfeito.

EM NOVA ESCÓCIADENTISTA MATA 22 PESSOAS• Leia artigo, pág. 11

Telefone e fax: (514) 849-9966Alain Côté O.D.

OptométristeExame da vista, óculos, lentes de

contactoClinique Optométrique Luso

4242, boul. St-Laurent,bureau 204

Montréal (Qc) H2W 1Z3

Heidi Stevenson.

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Página 223 de abril de 2020 LLLLL u su su su su s oooooPPPPPr e s s er e s s er e s s er e s s er e s s e

AS CORES DE ABRIL(E se eu morrer?)

• Por Lélia PEREIRA NUNES

Claro que tudotem a ver com o pro-tagonista da vez - oCoronavírus (SARS -CoV-2) que bagun-çou a nossa vida, botando-a de pernas para oar e está a nos trocar as voltas a todos.

Porém, deixem-me começar pelo princí-pio. Esta é a terceira ou quarta tentativa que fa-ço para escrever o tradicional artigo de AnoNovo. Fui despistando-me com outros com-promissos, vários pedidos para comentar umnovo livro e assinar o prefácio ou fazer o textode apresentação do catálogo de uma exposiçãode artes plásticas. Inegáveis pedidos de amigos.

Por outro lado, costumo passar os mesesde verão na Praia da Jaguaruna, no litoral sul deSanta Catarina, em dulce far niente, junto aquelemarzão azul e areias douradas. Longas cami-nhadas, muitos livros pra ler e de preferênciaficar no gostoso balanço da rede. Sem obriga-ção profissional. Recesso total, férias de tudopara renovar as energias e enfrentar o ano de-butante. A simplicidade dos dias da “Jagua,”longe do agito das badaladas praias de Cambo-riú, Florianópolis, Garopaba e Laguna, é oque há de melhor naquela comunidade de pes-cadores povoada por açorianos há quase trêsséculos. Ali se realiza uma das mais bonitasFestas do Espírito Santo do nosso estado. O tempo na praia não é cronometradono ritmo das horas. Apenas vive-se. Destavez, voou célere. Logo chegou 10 de fevereiroe tive que retornar já que ia participar do XXICorrentes d’Escritas na Póvoa de Varzim. Re-colhi a rede pendurada na varanda enquanto omeu olhar se perdia na imensidão líquida, im-petuosa, no vai e vem das ondas numa dançacoadjuvada por garças brancas flanando suavesrentes ao mar. Debrucei-me no parapeito dovarandão e meu olhar abraçou toda a extensãoda praia. Despedi-me cheia de saudade. Nãomuito longe, rumo sul, fica Campo Bom ummarco histórico pouco lembrado. Por ali, Giu-seppe Garibaldi, em 1839, naufragou o lanchãoFarroupilha perdendo 16 homens. A epopeiade Garibaldi no Sul do Brasil e sua paixão porAnita povoam o nosso imaginário.

Os dias na Póvoa de Varzim foram corri-dos para se cumprir a extensa programação doXXI Correntes D’Escritas, desenvolvida de 18a 23 de fevereiro, com vários desdobramentospor freguesias e cidades vizinhas e contou coma parceria de Barcelona e Óbidos e a presençadestacada da literatura catalã. Achei que seriauma ótima ideia escrever sobre aquele mundode livros, escritores, poetas, artistas envolvidoscom a comunidade, a cidade, as pessoas numagrande roda viva. Tinha tanto pra contar!

Estiveram na Póvoa 106 escritores de 14países. Foram lançados 50 livros, entre os quaiso meu “Pedra de Toque” (Letras Lavadas), apre-sentado pelo escritor galego Carlos Quiroga.Falar da alegria de ter contribuído para a realiza-ção da exposição “A figura em Movimento”,Serigrafias de Juarez Machado, expoente dasartes plásticas de Santa Catarina e do Brasil, naGaleria Orthopóvoa. Aqueles são dias de en-cantamento e espanto contínuo. Lembro-medo escritor Possidônio Cachapa comentar ao

final de sua intervenção: “Falar sobre ficçãopara um público numeroso, num dia de sema-na, às 3h da tarde, é incrível.”

Queria escrever sobre o livro “PecadosCorrentes” que reuniu 49 + 1 escritores, 8 ilus-tradores, traduzindo em 49 poemas (7x7), nu-ma perspectiva livre e numa pluralidade de olha-res e de novas acepções, os “sete pecados capi-tais” que afloram no nosso cotidiano. Comcerteza uma ambiciosa quimera que só podiater corpo sob a égide do Correntes d’Escritas,da C.M. da Póvoa de Varzim, parafraseando ocurador da iniciativa Renato Filipe Cardoso.

Pela quinta vez estive no Correntes d’Es-critas e não será a última. Tomei-lhe o gosto.E só de pensar que para o ano tem mais já sin-to crescer água na boca e a imaginar todo aquelefrenesi em torno de livros, de literatura e ami-gos. Sinto saudade do bate papo espichadocom os amigos em torno da mesa do jantar oudas compridas conversas no lobby do HotelAxis Vermar. Amigos que o Correntes D’Escri-tas me deu ou provocou o salutar reencontro.Uma corrente forjada há 21 anos. Parece serinquebrantável

Retornei de Portugal no dia 28 de Feverei-ro e claro sem escrever o artigo que desejava.Até mudara os planos. Já não cabia escreversobre os dias na Póvoa de Varzim e a ida àGuimarães na companhia dos amigos povei-ros Manuela Ribeiro e Francisco Casanova.Nem lembrar o belo bacalhau do excelenteRestaurante e Café Oriental no Largo Toural,um dia esplêndido na memória para sempre.

Deixa estar, não há de faltar assunto... Flo-rianópolis continuava a viver dias de verão epencas de turistas circulando pela Ilha. Não éà toa que “Floripa” é o segundo destino dosestrangeiros no Brasil. O que é muito bompara a economia da capital dos catarinenses.

Há muito é consenso ou um bizarro para-digma de que no Brasil o ano só começa defato depois da quarta-feira de cinzas, ou depoisdo carnaval, do “enterro dos ossos,” na vigên-cia da Quaresma.

Tudo indicava que neste bissexto 2020 aarrancada seria na primeira segunda-feira demarço. Eu tinha tudo esquematizado. Começa-va meu artigo lembrando o aniversário de 76anos do saudoso amigo Daniel de Sá a 2 demarço e terminaria reverenciando os 347 anosde Florianópolis no dia 23.

Contudo. Nada do planeado avançou. Omundo de repente virou de ponta cabeça coma invasão do “novo coronavirus”, deitando,rolando e matando em todos os países domundo. Ao retornar de Portugal fui alertadacom a notícia da hospitalização do escritorchileno Luís Sepúlveda infectado pelo vírus.Também estivera na Póvoa de Varzim partici-pando da Mesa: “Correntes D’Escritas celebraliberdade contra muros e fronteiras”. Que iro-nia! Alguns dias depois a nossa liberdade ficouempoleirada entre muros e fronteiras cerradas.Implantadas várias medidas restritivas e reco-mendado o confinamento social. Consciênciacoletiva e, claro, individual. Estou enclausuradacomo cidadã “em risco real” por conta da idade:73 anos, “idosa”, devidamente estratificada ecerceada – “Fique em Casa” – Fiquei. Sou obedi-ente e não quero ser contaminada e muito me-nos de forma irresponsável infectar pessoas,afetando suas vidas. Também não pretendofigurar no maldito placar dos infectados e mor-tos do dia. Até porque a pandemia do Covid-19 não é ficção. Antes fosse! Por exemplo, umlivro? Ler A Peste de Alberto Camus, publicadaem 1947, que tem por enredo a chegada deuma epidemia na cidade argelina de Orã ou

quem sabe se deliciar com as 100 novelas de De-cameron, obra prima de Giovanni Boccaccio, es-crito no século XIV, relata o dia a dia de dez jo-vens que se escondem nas montanhas da Toscanaassolada pela peste negra e passam o tempo con-tando histórias. Bastava fechar o livro. Os perso-nagens continuam dentro do livro, na palavra es-crita, nos sentimentos partilhados. Bem a propó-sito escreveu João de Mello em Quarentena daLeitura, texto publicado na sua página do Face-book: “essa gente que vive dentro dos livros nuncadiz que se sente só – esteja ela em casa, num lugarmais estranho ou num tempo de exceção ao pró-prio quotidiano.”

Na real, mundo a nossa volta parou. Paroucom medo de um vírus letal e avassalador que sealastra vertiginosamente e mata. Parou diante deum inimigo invisível, invasivo que se reproduzem meio à dor e o desespero por milhares de vi-das ceifadas, e que nos remete a outra realidadedesconhecida.

No aconchego da casa, nestes tempos agoni-zantes, sigo a vida num ritmo que não é meu, a-liás, não creio ser de ninguém. Continuo muitoinquieta. Ciente que para além da porta ocorreuma tragédia real, um vírus bandido, insaciável,que deixou de ser apenas uma ameaça para maltra-tar o povo, dilacerar a vida, desestabilizar o país.Porém, nós unidos somos mais fortes e não va-mos vergar jamais. Nossa luta é sem tréguas. Nos-sa arma é a tolerância, a solidariedade, a esperança,lei da humanidade e a mais poderosa de todas – oAmor.

Da minha varanda observo a cidade vazianum dia típico de abril, ensolarado, céu azul, marsereno e brisa suave. Sinto o silêncio da Ilha e daminha gente. Fico a pensar neste mundo parado,na inimaginável situação que nos encontramoshoje. O que nos trouxe até aqui e como vamossair desta? Como mitigar o impacto social e eco-nômico? O que nos aguarda o amanhã? Tantasperguntas! Poucas respostas... Quero acreditarque, tal como a mítica Fênix, vamos renascer dascinzas para a vida e vivermos num tempo de pro-fundas mudanças. Penso que nestes dias de chum-bo já está em marcha um novo processo de socia-lização, uma nova sociedade onde o importanteé o essencial. Caberá a cada um definir o que é es-sencial para si, para os seus, para a comunidadehumana.

Março chegou ao seu final com cara de “do-mingão.” Uma das tarefas que me dediquei nestesdias de quarentena foi o de arrumar os livros e ar-quivos no meu escritório. Pilhas de livros espalha-dos por todos os cantos, uma baderna organiza-da. Sentada no chão ordenei livros, papéis, pastas,entrevistas, e-mails, cartas, vídeos, Cds e muitas,mas muitas fotos. Um verdadeiro tesouro, prin-cipalmente sobre o culto do Espírito Santo nosAçores, nas nove Ilhas. Senti uma alegria enormeao revisar todo aquele acervo. Senti uma inquieta-ção maior ainda. E se eu morrer? As lágrimas la-varam a cara. Não por medo de morrer, não. Derepente, ainda sentada ali no chão da bibliotecative consciência da minha finitude e brotou o de-sejo de dar um destino a este valioso material quehá 12 anos espera por mim.

E se eu morrer? Nem pensar numa hipótesesdessas. Vou continuar aqui firme, cheia de espe-rança e a esperançar um feliz amanhã.

Hoje, quero viver este Abril de manhãs ilumi-nadas sob um céu de muitos tons de azuis. AsCores de Abril, cantada nos versos de Viniciusde Moraes e música de Toquinho:

“O canto gentil/De quem bem te viu/Num pranto desolador/

Não chora, me ouviu/ Que ascores de abril/ Não querem saber de dor.”

Abril de 2020. L P

Correr Mundo- DEZ MULHERES, DEZ HISTÓRIASDE EMIGRAÇÃO

• Por Daniel BASTOS

Nestes no-vos tempos marca-dos pela quarente-na e o isolamentosocial, pois a vidahumana não tempreço e prevenirainda é o melhor remédio, ler continua a seruma das melhores formas de passar otempo.

É nesse sentido que o livro recente-mente lançado no Dia Internacional da Mu-lher, “Correr Mundo - Dez mulheres, dezhistórias de emigração”, ganha especial des-taque, porque além de permitir ocupar o tem-po de forma útil, constitui mais um relevantecontributo para entendermos o fenómenoda emigração portuguesa.

Um contributo da Oxalá Editora, umaeditora vocacionada para a publicação da o-bra de autores da diáspora, que encerra aparticularidade de constituir um conjuntode olhares femininos, em forma de contos,sobre a “saudade da infância e das origens,da língua, da família, as questões da identida-de e do desenraizamento, a desvalorizaçãodos emigrantes no país de acolhimento pelanatureza do seu trabalho, as dificuldades deadaptação, as viagens até ao país de acolhi-mento”.

As escritoras que projetam estes múlti-plos olhares atentos sobre a emigração por-tuguesa são designadamente Irene Marques,professora de Literatura e Escrita Criativanas Universidades de Toronto e Ryerson,no Canadá, que em 2019 arrecadou o PrémioFerreira de Castro; Paula de Lemos, investi-gadora de Literatura Comparada na Univer-sidade de Trier, na Alemanha, e detentorado Prémio Manuel Teixeira Gomes 2002;Luísa Costa Hölzl, tradutora, poetisa e pro-fessora de Língua Portuguesa da Universi-dade de Munique, na Alemanha; Luísa Seme-do, doutorada em Filosofia e Conselheiradas Comunidades Portuguesas eleita emFrança, que em 2017 ganhou o Prémio Lite-rário e de Ilustração Eça de Queiroz; GabrielaRuivo Trindade, formada em Psicologia e aviver em Londres foi a vencedora do PrémioLeYa em 2013; Maria João Dodman, douto-rada em Literatura pela Universidade de To-ronto e professora na York University, noCanadá; São Gonçalves, escritora e poetisaque reside no Luxemburgo; Luz MarinaKratt, escritora e jornalista que vive entre aSuíça e a Áustria; Helena Araújo, blogger eescritora residente em Berlim, na Alemanha;e Altina Ribeiro, conhecida escritora da co-munidade portuguesa em França.

Na esteira das palavras da escritora AnaCristina Silva, que prefacia o livro, “Trata-se, em suma, de uma coletânea admirávelque fazia falta ao panorama literário portu-guês”. L P

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Página 323 de abril de 2020 LLLLL u su su su su s oooooPPPPPr e s s er e s s er e s s er e s s er e s s e

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AINDA É TEMPO DE PÁSCOA?• Por Lélia PEREIRA NUNES*

Nestes dias de isolamento social mantive uma rotina de trabalho.Até me surpreendi ante a minha conhecida indisciplina e o meu constantee incansável vaivém. Todavia, hoje não quero escrever sobre este vírusmaledetto que transformou nosso cotidiano num drama dantesco. A-gora, somos todos personagens e plateia no grande palco de um planetaagonizante.

Escrevo a partir da varanda do meu apartamento que, neste tempode quarentena, transformei em gabinete de trabalho. Aninhada no meucolo a gata Chanel, elegante, olhos azuis enormes, de pelo branquinhomacio, bem peluda tal qual um coelhinho da Páscoa. Tem sido minhacompanhia desde que chegou num dia das Mães, presente da neta La-rissa, há sete anos.

Admiro a paisagem daqui do alto. Vejo a baía norte em curva abra-çando a ilha, um grupo de biguás e garças disputando espaço na pedra,o vento sul levantando tudo (até as saias das meninas, poetou Danielde Sá), provocando ressacas e engolindo a praia, o sol se pondo ali nocontinente em frente e a lua cheia, sestrosa e estonteante tomando oseu lugar nos céus de “Floripa”. Ah! Ainda falta citar a cor purpura emsuave dégradé rente a linha do horizonte.

Minha mãe, dona Zuzú, costumava dizer que era o céu em festapor causa da Páscoa da Ressureição. Já emendava outras narrativas queia contando aos bocadinhos envolvendo-nos desde criança nos rituaise celebrações da Semana Santa. Não perdia uma cerimônia da Quaresmacomo a Procissão do Senhor Jesus dos Passos, o sermão do Encontro,os irmãos, os promesseiros e o canto sofrido da Verônica - O vos om-nes/Qui transitis per viam,/Attendite, et videte/Si est dolor similissicut dolor meus... Na quinta-feira santa acontecia a cerimônia do “Lava-pés” e a celebração da eucaristia. Sexta-feira Santa, o dia sagrado. Meupai não permitia nenhuma brincadeira, nem ouvir rádio. Todas as tarefaseram suspensas. Nem a casa ele deixava varrer. Aqueles eram dias guar-dados com respeito. Era o único dia do ano em que comíamos bacalhau.O aroma do bacalhau desde a véspera tomava conta de todos os cantosda casa. A receita era a mesma da Vó Sinhá que aprendeu com sua mãee que passou de mãe pra filha até nós – as descendentes. Vivíamos in-tensamente a Sexta-feira da paixão. Da Via Crucis – os passos de Jesuscarregando o madeiro até ao Calvário – suplicio e morte do Filho deDeus por Amor à humanidade.

Na aurora do Sábado de Aleluia acende-se um novo Círio Pascal, osimbolismo da luz. A luz de Cristo ressuscitado que ilumina o nossoser e o nosso caminho e que vai dissipando as trevas. O renascer damorte para a ressureição da vida.

Desta feita, não caminhei pelas ruas de Florianópolis, não vi aprofusão de cordões de ovos de chocolate espalhados pelo comércio.Ruas quase vazias. Alegria silenciosa. No entanto, o espírito da Páscoaestá aqui, bem vivo. Presente no amor solidário e partilhado em pe-quenos gestos. Um tempo atípico? É verdade... Aliás, sinto que o queera normal ontem não há de ser amanhã, o after day é uma incógnita.

Um passeio afetivo pela memória da infância, cheia de saudade pelovivido, devolve-me o encantamento dos domingos de Páscoa. A exci-tação de correr pela casa e pelo quintal atrás da cesta. Lá em casa o costu-me era fazermos as nossas cestas com caixas de papelão enfeitadas combabados de papel crepom colorido e que, na véspera, deixara sobre a me-sa da sala à espera da visita do “coelhinho”. O coelho nunca falhou. Nãoera agora que ia faltar, mesmo em tempo de pandemia. Como manda atradição, as cestas de Páscoa para filhos e netos, Larissa e Sebastian, fica-ram prontas e foram encontrá-las na manhã de domingo.

O branco, a cor da paz infinita, simboliza a unidade humana alicer-çada no amor e no respeito às diferenças de etnias, crenças e culturas.Celebramos a Páscoa como um rito de passagem para um novo tempo,uma nova vida. Da hecatombe de uma pandemia cruel à sobrevivênciasolidária e digna. A fortalecer a fé e iluminar a esperança dentro de mim.

Eis a minha louvação!Páscoa 2020.*Academia Catarinense de Letras, Instituto Histórico e Geográ-

fico de Santa Catarina. L P

E D I T O R I A L . . .E D I T O R I A L . . .E D I T O R I A L . . .E D I T O R I A L . . .E D I T O R I A L . . .Continuação da pág. 1

onde todos os governantes, desde o municipalao federal, passando pelo provincial, com o a-poio dos partidos da oposição, resolveram dar

as mãos para lutar pelo bem-estar da popula-ção. Uma vez mais fica demonstrada que a so-cial-democracia, tal como a vivemos, mesmocom todas as suas imperfeições, põe os cida-dãos acima da economia.

Neste aspeto, não será demais sublinharo plano de apoio queo governo federal pôsà disposição de todosos canadianos para osajudar a atravessar esteperíodo negro danossa história.

A lista das inicia-tivas do governo deOtava, para apoio àpopulação e às em-presas são sem conta.Sem sermos exausti-vos, damos aqui rela-ção dum certo núme-ro delas.

Em relação aostrabalhadores que ris-cam a sua vida paramanter os serviçosessenciais, o governofederal vai-lhes pagarum complemento sa-larial de 2 500 dólarespor mês.

Para as famílias,o governo vai aumen-tar o abono por cadafilho de 300$ por mês.Para as famílias de ren-dimento modesto, ogoverno vai reembol-sar a taxa de venda daTPS, o que representaum montante de 400$anuais para uma pes-soa só ou 600$ paraos casais. Para os tra-balhadores confina-dos, o governo vai pa-gar 500$ por semana,por um período de 16semanas.

Para os organis-mos de solidariedadesocial, o governo a-provou uma subven-ção de 100 milhões dedólares destinadaprincipalmente aosbancos alimentares,assim como uma sub-venção de 157,5 mi-lhões de dólares paraproteção das pessoassem domicílio fixo(SDF) e 50 milhõespara a proteção das ví-timas de violência do-méstica.

Os estudantes eos recém-diplomadosficam com o paga-mento dos emprésti-mos para estudossuspensos, assim co-mo poderão benefici-ar da subvenção de100% do horário sala-rial mínimo que o go-verno vai pagar àsempresas empregado-ras de estudantes no

verão.As pequenas e médias empresas também

não ficam para trás. Assim, foi criada uma sub-venção salarial de urgência para aquelas que so-freram uma perca substancial das suas receitas,indo até 75% do salário de cada empregado, is-to sem contar com uma redução de 10% dosimpostos sobre a massa salarial.

Para as empresas fabris e exportadoras, ogoverno criou um fundo auxílio de 40 mil mi-lhões de dólares a ser gerido pelo Banco deDesenvolvimento do Canadá (BDC). Quantoàs empresas de produção agrícola, o governovai dar um auxílio de 1 500$ por cada trabalha-dor temporário estrangeiro. Estas empresaspoderão também beneficiar dos 5 mil milhõesde dólares adicionais que o governo vai injetarpara aumentar a produção agroalimentar dopaís.

Não há praticamente nenhum setor daeconomia canadiana que não venha a beneficiardeste auxílio em tempos de crise. Desde a in-

dústria petrolífera (saneamento dos poços depetróleo abandonados), às companhias de avi-ação (subsídios para os voos do Grande Nor-te), passando pelas empresas ligadas ao turis-mo (suspensão do pagamento de licenças etaxas até setembro de 2020), ou ao meio (750milhões de dólares para o fundo de reduçãodas emissões de CO2), o governo federal, como apoio dos partidos da Oposição, lançou-separa a frente, com a firme intenção de minoraros efeitos da paralisia económica provocadapela luta à Covid-19.

Muitos se perguntarão como iremos pa-gar esta conta astronómica. Se esta não é umaherança envenenada que vamos deixar para osvindouros? A resposta mais apropriada, paraparafrasear o Marquês de Pombal, depois doterramoto de 1755, será – “Enterrem-se osmortos e cuidem-se dos vivos”. Esta pareceser a divisa dos nossos governantes que a es-tão a por em prática.

Bem hajam. L P

COVID-19…ATACA NA COMUNIDADE

• Por Norberto AGUIAR

Como se esperava, a Covid-19, essamaldita doença que nos chegou da Ásia, está amatar muita gente no Quebeque. Gente dosmais variados estratos sociais. E ela tem levadopobres e ricos; novos e velhos. Não se sabendoquando a razia vai parar…

Primeiro, a Covid-19, dizia-se que era con-trolável. Depois, que não havia que preocupar,

pois que se tomando alguns cuidados a doençaficar-se-ia por alguns velhotes, e mesmo esses,só se apresentassem insuficiências pulmo-nares.

Afinal, é o que se vê. Leva tudo a eito, do-entes crónicos ou não, velhos e novos. Sim.Mais velhos do que novos, é verdade. Masmesmo assim…

E nesse triste panorama de mortes pelaCovid-19, estão incluídos elementos da Co-munidade Portuguesa, que neste momento,sabe-se, já perdeu seis pessoas, entre homense mulheres. Além destas mortes, há compa-triotas nossos a lutar pela vida nos hospitaisou em Residências e Centros de Terceira

Continua , pág. 4

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Dra. Carla Grilo, d.d.s.

Escritório1095, rue Legendre est, Montréal (Québec)Tél.: (514) 385-Dent - Fax: (514) 385-4020

Clínica Dentária Christophe-Colomb

Dentista

FICHE TÉCHNIQUE

LusoPresseLe journal de la Lusophonie

SIÈGE SOCIAL6475, rue Salois - AuteuilLaval, H7H 1G7 - Québec, CanadaTéls.: (450) 628-0125 (450) 622-0134 (514) 835-7199Courriel: [email protected] Web: www.lusopresse.com

Editor: Norberto AGUIARAdministradora: Anália NARCISOContabilidade: Petra AGUIARPrimeiros Diretores:• Pedro Felizardo NEVES• José Vieira ARRUDA• Norberto AGUIAR

Diretor: Carlos de JesusCf. de Redação: Norberto AguiarAdjunto/Redação: Jules NadeauConceção e Infografia: N. AguiarEscrevem nesta edição:

• Norberto Aguiar• Daniel Bastos• Osvaldo Cabral• José Soares• Lélia Pereira Nunes• Carlos de Jesus• Mário Moura• Maria Luísa Soares• Carlos Taveira

Revisora de textos: Vitória FariaSocieté canadienne des postes-Envois depublica-tions canadiennes-Numéro deconvention 1058924Dépôt légal Bibliothèque Nationale du Québec etBibliothèque Nationale du Canada.Port de retour garanti.

Produtor Executivo:• Norberto AGUIARContatos: 514.835-7199

450.628-0125Programação:• Segunda-feira: 21h00• Sábado: 11h00(Ver informações: páginas 5 e 7)

DOIS MUNDOS• Por Osvaldo CABRAL

É cada vez ma-is evidente que omundo dos políticosnão é o mesmo doscidadãos que os ele-gem.

Claro que nemtodos são iguais, co-mo em todas as acti-vidades e profissões.

O problema está nos que assumem o topodos cargos e agem, depois, em ruptura com obom senso popular.

A polémica sobre as comemorações do25 de Abril na Assembleia da República atépoderia passar despercebida, quase como numasessão normal do parlamento, não fosse a for-ma arrogante e exclusivamente com políticoscomo pretendem assinalá-la.

O Dia da Liberdade não é exclusivo dospolíticos e muito menos da Assembleia da Re-pública e do seu presidente, que fez desta tristepolémica mais um seu capricho político.

É um Dia do Povo, o tal “Povo unidoque jamais será vencido”, e sem o Povo não éde bom senso apoderarem-se da data com osargumentos mais bolorentos de uma democra-cia madura.

Se o Povo não pode estar presente, se asrecomendações são o do confinamento e seestamos a viver um momento crítico das nos-sas vidas, pretender levar por diante um actocerimonioso apenas com políticos, não é sóprovocador, como um autêntico disparate, co-mo muito bem afirma o socialista João Soares.

Há outras formas de celebrar a democra-cia, inclusivé, depois de passar esta crise sanitá-ria, com uma grande festa popular.

Se até o Presidente da República já está apensar em chamar os partidos políticos nosentido de os auscultar sobre um eventual adi-amento das eleições nos Açores - o que nãovirá mal nenhum ao mundo, caso se mantenhao estado actual em que vivemos -, não se perce-be esta ânsia em assinalar o Dia dos Cravoscom o povo ausente.

São atitudes destas - estas sim - teimosase autistas, que dão argumentos aos extremistase populistas, alimentados pelos tiros nos pésde quem se espera uma faculdade de raciocíniomais clarividente, de acordo com o mundo reale não político.

São dois mundos distintos: um conspira-dor e outro inspirador.

É só escolher.25 de Abril sempre!

•••RETORNO - Já todos se terão aperce-

bido de que o retorno a uma total normalidade,nos próximos tempos, será impossível.

Mas é preciso ir preparando o futuro pró-ximo, abrindo aquilo que é possível e regressan-do, de forma sempre ordenada e controlada, a-quilo que for praticável na contingência. Atéporque ninguém sabe se vamos ser confronta-dos com uma segunda vaga de contágio, peloque a forma gradual da abertura será semprecom muitas cautelas.

A preparação poderá começar pelo Hos-pital de Ponta Delgada, que se mostrou muitofragilizado na resposta a este surto em S. Mi-

guel. É preciso mais investimento e uma gestãohospitalar mais competente. Os profissionaisde saúde estiveram sempre no seu posto, comtodos os sacrifícios conhecidos e com falta dematerial de protecção nos momentos iniciais,ao contrário dos seus administradores, que seremeteram, em casa, ao teletrabalho, em vez deestarem na frente da linha da frente.

Depois, nas portas de entrada e saída, nosaeroportos e nos voos da SATA, certamenteque serão encontrados mecanismos de contro-lo apertado e seguro, exigindo-se a mesma segu-rança em instituições públicas, para que não a-conteça este escândalo que foi a saída desorde-nada de reclusos, sem serem submetidos a tes-tes. Mais uma desorientação e desrespeito doMinistério da Justiça, com a estranha e habitualsubmissão regional, sem nenhum protesto oureclamação.

Com a colaboração de todos, será possívelrespirarmos mais um pouco.

•••CORAGEM - O inquérito às empresas

que o INE e o SREA revelaram esta semana éum exemplo motivador sobre a resiliência daclasse empresarial açoriana.

Apesar do grave problema que estamos aenfrentar, 81% das empresas açorianas mantive-ram-se em funcionamento (82% no continen-te) e apenas 19% decidiram encerrar, emboratemporariamente (16% no continente) e ne-nhuma encerrou definitivamente.

É preciso uma grande dose de coragemempreendedora manter este cenário e, para quese prolongue, é preciso que o Governo Regio-nal comece já a pensar em novas medidas paradepois de Junho. É imprescindível que se man-tenham os postos de trabalho e se faça maisalguma coisa por aqueles que não estão total-mente protegidos, como os trabalhadores comcontrato a termo certo ou os temporários semcontrato nenhum.

É preciso ouvir mais os parceiros sociais,empresários e trabalhadores, sob pena de ficar-mos apenas pelas medidas desenhadas em gabi-netes.

Os trabalhadores que estão em casa são

os primeiros a serem atingidos pela nova austeridade,ao contrário do que diz o primeiro-ministro, pelo quedevem ser, também, os primeiros a serem socorridos.

No meio de tantas histórias no empreendedoris-mo açoriano, ressalta a do empresário Vítor Câmara,verdadeiramente inspiradora, que encerrou temporaria-mente os seus quatro hotéis na costa norte de S. Miguel,que facturam anualmente 11 milhões de euros, comuma expectativa de facturar este ano apenas 500 mil eu-ros, com 200 trabalhadores em lay-off e, mesmo assim,revelando-se optimista numa retoma do negócio quan-do voltarmos à normalidade, porque acredita que somostodos capazes.

Com gente assim, seguramente que os empresá-rios açorianos vão continuar a gerar a riqueza de que éfeita esta região.

Precisamos todos deles. •••

85 ANOS - E no mundo empresarial há outrahistória que é justo valorizar.

Na passada segunda-feira o Hotel Terra NostraGarden Hotel, nas Furnas, um ícone do nosso turismo,assinalou 85 anos de exis-tência

Relevo o tema porque, como já escrevi outrora, éneste início de Primavera que as Furnas se tornam nodeslumbramento mais sublime, com a presença histó-rica e marcante do Terra Nostra.

Raul Brandão, no relato de “As Ilhas Desconhe-cidas”, dizia que “a verdadeira Primavera, aqui, é o Outo-no, em que cada árvore parece uma flor gigantesca e asFurnas tomam cores de outro mundo quimérico”.

Desfrutar este ambiente é um privilégio que já vemde longe, marcado por um americano chamado ThomasHickling, então Consul dos EUA em S. Miguel, queconstruiu a sua residência de Verão, a “Yankee Hall”,no meio de 12,5 hectares de jardins, matas e lagos des-lumbrantes, em 1775, hoje o Parque Terra Nostra, doGrupo Bensaúde.

Premiado internacionalmente, o Hotel Terra Nostra éoutro orgulho que todos nós ostentamos como exemplode uma escola histórica inigualável na nossa região, mantendouma equipa de profissionais que honra qualquer povo.

É destas histórias de magia, mesmo num momentode confinamento, que também se faz a história da recu-peração das adversidades da nossa região.

Parabéns Terra Nostra!

Idade…

Guilherme BilheteO primeiro caso de morte pelo Corona-

vírus na comunidade portuguesa em Montreal,como já noticiámos em devido tempo, foi o deGuilherme Bilhete, que vivia há cerca de umano no CHSLD Notre-Dame de la Merci.

Natural da Cidade de Lagoa e com 92 anos,Guilherme Bilhete, pai de quatro filhos (JoséGuilherme, Emanuel, João Paulo e Rui Jorge),no momento em que contraiu a Covid-19, eraum homem de perfeita saúde. O seu único pro-blema, como nos disse um membro da família,residia na parte motora, precisando de se apoiarnuma cadeira de rodas.

Justina Benfeito e Manuel MatosConhecida por pertencer a uma família a-

largada proveniente do Porto Formoso e queem Montreal foi conhecida por explorar, como malogrado marido Artur Benfeito, a merceariaLe Petit Portugal.

A Senhora Justina Benfeito, pessoa muitoapreciada por quem a conhecia, no momentoem que contraiu a Covid-19 sofria de Alzheimere tinha cancro.

Já sobre Manuel Matos, o que pudemosapurar é que é micaelense e sobrinho de um an-

tigo administrador da Casa dos Açores.

Etelvina BorgesNatural de Rabo de Peixe, Etelvina Borges, de 86

anos, deve ter tido uma morte atroz, isto porque foiencontrada sem vida no seu apartamento, situado noCHSLD Ste-Dorothée, um dos mais contaminadosno Quebeque.

José OliveiraTambém natural de Rabo de Peixe, José de Oliveira

tinha 67 anos e vivia no CHSLD Jeanne Leber, emMontreal, onde foi colocado em janeiro de 2019. Foiali internado por sofrer de Alzheimer e da Diabetes.

Há sensivelmente uma semana, José de Oliveiracomeçou por apresentar sinais de febre, que se foramagravando ao ponto de falecer domingo passado, à tar-de. Mas deu para que as duas filhas e o filho ainda pu-dessem vê-lo antes de morrer. Também a esposa, a co-nhecida agente de imóveis Olívia Paiva, teve tempo dedizer adeus ao marido, assim como a sua neta. Neta quefoi quem teve o privilégio de escutar as últimas palavrasdo avô: « – diz à tua avó, diz a todos que eu amo todose que vou morrer por que eu já não posso mais…». Edizer que a netinha, dias antes, tinha tido um mau pres-ságio precisamente com o avozinho…

Repare-se que todos estes nossos compatriotasfalecidos teem origem nos Açores…

E depois de estabelecidos alguns contactos na Co-munidade, até ao momento, não há sinais de mortes depessoas do Continente ou da Madeira. L P

L P

C O V I D - 1 9 . . .C O V I D - 1 9 . . .C O V I D - 1 9 . . .C O V I D - 1 9 . . .C O V I D - 1 9 . . .Continuação da pág. 3

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O vosso programa de televisão em português!Sem custos para o telespectador

HORA SEGUNDA-FEIRA TERÇA-FEIRA QUARTA-FEIRA QUINTA-FEIRA SEXTA-FEIRA SÁBADO DOMINGO5:00 BossBen MAG TV Yoga Passion Apputamento con Nick & Silvana Yoga Passion Vivere bene AVA TV5:30 Yoga Passion Il Est Écrit Femme et Pouvoir Saluti Da MCT6:00 Hay Horizon Doc #1 Voix Succes Escu TV Madagascar TV Yoga Passion Hay Horizon6:30 Lusaq TV Yoga Passion Il Est Écrit Table de Maria7:00 MAG TV Table de Maria Voix Succes AVA TV Hay Horizon Zornica7:30 Il Est Écrit Good Taste Vivere bene Il Est Écrit Voix Succes8:00 Yoga Passion Madagascar TV Yoga Passion Table de Maria MAG TV Il Est Écrit Pinoy Pa Rin8:30 Voix Succes Il Est Écrit Arts & Lettres Yoga Passion Echo Femme et Pouvoir Il Est Écrit9:00 Escu TV AVA TV Ça va causer BossBen Voix Succes Madagascar TV BossBen9:30 Echo Fatto in casa a MTL MAG TV10:00 Femme et Pouvoir Yoga Passion Escu TV Padelle & Grembiuli Padelle & Grembiuli Voix Succes Escu TV10:30 Arts & Lettres Zornica Hey Latino TV Madagascar TV Yoga Passion Zornica Yoga Passion11:00 Personalité Femme et Pouvoir Tele-Ritmo V Hey Latino TV MCT Lusaq TV MAG TV11:30 Ça va causer Pinoy Pa Rin Tele-Ritmo V Escu TV Madagascar TV12:00 Lusaq TV BossBen Table de Maria BossBen Zornica12:30 Table de Maria MAG TV Pinoy Pa Rin Arts & Lettres13:00 Good Taste Ça va causer Madagascar TV MCT Arts & Lettres AVA TV Personalité13:30 Pinoy Pa Rin Hay Horizon Lusaq TV Personalité Table de Maria14:00 Madagascar TV Table de Maria Femme et Pouvoir Arts & Lettres MCT14:30 Infomercial Infomercial Infomercial Infomercial Infomercial Infomercial Infomercial15:00 Tele-Ritmo V Escu TV AVA TV Echo Hey Latino TV Ça va causer Tele-Ritmo V15:30 Hey Latino TV Arts & Lettres Tele-Ritmo V16:00 AVA TV Tele-Ritmo V Femme et Pouvoir Personalité Femme et Pouvoir Hay Horizon16:30 Voix Succes Zornica Lusaq TV Echo17:00 Hay Horizon Echo MCT Yoga Passion Good Taste Ça va causer17:30 Personalité Pinoy Pa Rin Table de Maria Voix Succes Table de Maria18:00 BossBen AVA TV Lusaq TV Hay Horizon BossBen Pinoy Pa Rin AVA TV18:30 MCT19:00 OMNI NEWS( ITA) OMNI NEWS( ITA) OMNI NEWS( ITA) OMNI NEWS( ITA) OMNI NEWS( ITA) OMNI NEWS( ITA) OMNI NEWS( ITA)19:30 Capri Capri Capri Capri Capri Apputamento con Nick & Silvana Fatto in casa a MTL20:00 Apputamento con Nick & Silvana Saluti Da Padelle & Grembiuli Vivere bene Fatto in casa a MTL Saluti Da Padelle & Grembiuli20:30 Zornica Arts & Lettres Personalité Yoga Passion Pinoy Pa Rin Hey Latino TV Table de Maria21:00 Lusaq TV Hay Horizon Femme et Pouvoir Ça va causer AVA TV Tele-Ritmo V Echo21:30 Escu TV MCT22:00 OMNI NEWS (MAN) OMNI NEWS (MAN) OMNI NEWS (MAN) OMNI NEWS (MAN) OMNI NEWS (MAN) OMNI NEWS (MAN) OMNI NEWS (MAN)22:30 OMNI NEWS (CAN) OMNI NEWS (CAN) OMNI NEWS (CAN) OMNI NEWS (CAN) OMNI NEWS (CAN) OMNI NEWS (CAN) OMNI NEWS (CAN)23:00 OMNI NEWS (PUN) OMNI NEWS (PUN) OMNI NEWS (PUN) OMNI NEWS (PUN) OMNI NEWS (PUN) OMNI NEWS (PUN) OMNI NEWS (PUN)23:30 Arts & Lettres Madagascar TV Echo AVA TV Arts & Lettres Apputamento con Nick & Silvana Vivere bene0:00 BossBen Escu TV BossBen Personalité Madagascar TV Lusaq TV0:30 Zornica Hay Horizon Tele-Ritmo V MAG TV1:00 Hay Horizon Lusaq TV Hey Latino TV Table de Maria Hay Horizon1:30 Tele-Ritmo V Echo Lusaq TV Personalité2:00 AVA TV Table de Maria Ça va causer Good Taste Ça va causer2:30 Personalité Pinoy Pa Rin Pinoy Pa Rin Yoga Passion3:00 Yoga Passion Good Taste MCT Femme et Pouvoir BossBen MCT AVA TV3:30 Hey Latino TV Madagascar TV Table de Maria Zornica Echo4:00 Tele-Ritmo V Ça va causer Zornica Madagascar TV AVA TV Escu TV Zornica4:30 Yoga Passion MAG TV Femme et Pouvoir Personalité

PROGRAMA SEMANAL

3204 ,Jarry Est514-729-9494

8042, St-Michel514-376-2652

5825, Henri-Bourassa514-321-6262

GRILLADES PORTUGAISES

Éditeur et rédacteur en chef : Norberto AguiarDirecteur : Carlos de Jesus

Feliz Natala todos!

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Alexandre Gosselin, chef.

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CONTRIBUEZ À RÉDUIRELA PROPAGATION DE LA COVID-19

Les symptômes de la COVID-19 peuvent être très faibles ou graves, et leur

apparition peut survenir jusqu’à 14 jours après l’exposition au virus.

PRENEZ CES MESURES POUR RÉDUIRE LA PROPAGATION DE LA MALADIE À CORONAVIRUS (COVID-19) :

SYMPTÔMES SI VOUS PRÉSENTEZ DES SYMPTÔMES

Suivez les conseils de votre autorité locale de

santé publique.

Lavez vos mains fréquemment avec de l’eau et du savon pendant

au moins 20 secondes.

Évitez de vous toucher les yeux, le nez ou la bouche.

Évitez les contacts rapprochés avec des personnes malades.

Toussez et éternuez dans le creux

de votre bras et non dans vos mains.

Restez à la maison autant que possible et si vous devez sortir, assurez-vous de respecter les

consignes d’éloignement physique (environ 2 mètres).

POUR PLUS DE RENSEIGNEMENTS SUR LA COVID-19 :1-833-784-4397 canada.ca/le-coronavirus

Restez à la maison et isolez-vous pour éviter

de transmettre la maladie à d’autres.

Évitez de visiter des personnes âgées ou des personnes ayant

des problèmes de santé, car elles sont plus

susceptibles de développer une maladie grave.

Téléphonez avant de vous rendre chez

un professionnel de la santé ou appelez votre autorité locale de santé publique.

FIÈVRE(supérieure ou égale à 38 °C)

TOUX

DIFFICULTÉ À RESPIRER

Utilisez un désinfectant pour les mains à base d’alcool lorsqu’il n’y a

pas d’eau et de savon sur place.

Si votre état s’aggrave, appelez immédiatement votre professionnel de la santé ou votre autorité

de santé publique et suivez ses instructions.

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Página 823 de abril de 2020 LLLLL u su su su su s oooooPPPPPr e s s er e s s er e s s er e s s er e s s e

PRODÍGIOS deste SÉCULO XXI (I)• Por Maria LUÍSA SOARES*

Ando cá comuma vontade de botarpalavra (que me per-doem os puristas dalíngua a plebeia ex-pressão). Nascido que sou ainda não há 20anos completos e só oiço à minha volta Ora oque este séc. XXI se havia lembrar de nos trazer,A surpresa, O descalabro, Vai ficar na História,Quem diria… Como iremos sobreviver agora.

Como se fosse minha a responsabilidadedo que está a alastrar por todo o planeta.

Mas os humanos são mesmo assim. Par-vo sou eu em não os ignorar. Tão impruden-tes, tão fixados, os pobres, naquilo que facil-mente os fascina. E deslumbrados a ponto denão verem com olhos de ver o que verdadeira-mente deviam ver, eles, os actores da históriauniversal que os une a todos. Tanto orgulhonalgumas coisas, tanta cegueira noutras.

Mas manda a milenar prudência dos Tem-pos que me cale e não me exponha inutilmenteao desprezo ignorante que, a par do covid 19,circula por aí. Só queria lembrar que Séculoapós Século, a humanidade tem vindo a evoluirnuns aspectos e a retroceder noutros, ou nãocarregassem os humanos o fardo da limitaçãocom que nasceram.

Sim, que dizer do potencial aparentementeilimitado para tanta coisa, e do inalcançáveldessa tanta coisa?

Talvez fosse oportuno que alguém se de-bruçasse sobre o assunto e escrevesse sobreestes limites que tanto penalizam a condiçãohumana. Felizmente alguns pensadores to-mam a peito esclarecer o comum mortal quehabita o planeta. A que eu, este vosso Séc.xxI, acrescento, com veemência, a necessidade.

Não concordam? Bem, vocês humanos éque sabem, mas depois não se queixem.

Razão tem um dos meus filhos, o já dis-tante ano de 2015, quando vos recrimina adistracção irresponsável, o à vontade crimino-so com que fazeis orelhas moucas àquilo queverdadeiramente não vos interessa de momen-to, porque ... o futuro vem tão longe ainda.Não vos compete arcar com o que se anunciade catastrófico nesse futuro nebuloso.

De que estou a falar? Quereis mesmo sa-ber? Ok, disponho-me mais uma vez a correro risco de me apodarem de louco, um loucointrusivo.

Não ireis negar que há humanos com umacapacidade premonitória notável. Pois bem,alguns deles se forem ouvidos podem assumir-se como guias poderosos dos humanos oupelo menos desviá-los dos escolhos perigososde certos caminhos. Já sei, estareis a pensarque são próximos dos profetas do antigo tes-tamento. Este de que vos vou falar dá pelo no-me de Bill Gates e a premonitoriedade dele ba-seia-se em factos. Refiro-me concretamente auma palestra por ele dada em Vancouver. Jánessa altura disse para quem o quis ouvir quea maior ameaça no horizonte não eram as guer-ras, o nuclear, ou os mísseis que toda a gentereceava. A maior ameaça nas próximas décadasseria uma grande epidemia provocada por umvírus altamente contagioso que poderia vir aprovocar a morte de dez milhões de pessoas.Mas que tal poderia ser evitado se se começasse

desde logo a trabalhar e a prepararem-se paraquando ele aparecesse. Atenção: estas con-clusões tinham como base a experiência obtidano combate ao ébola em África.

Alguém o levou a sério? Alguém se prepa-rou?

E eu, Século XXI, assisto passivo a todoeste desenrolar de aconteceres. E de não acon-teceres também. Resta-me, com verdade, dartestemunho do mal que este corona vírus andapor aí à solta a fazer, de como vira do avesso avida das pessoas, isto para não falar das queencontram nele morte antecipada.

Escolhi um caso ocorrido na ilha Terceirados Açores porque é sempre um gosto revisitarlá os meus irmãos Séculos, passados, para ocomum dos mortais, ainda presentes para mimnas igrejas antigas, nos claustros dos conven-tos, nas fortalezas, nos brazões e monumen-tos, enfim, na nobreza digna que toda a cidaderespira. Pois bem avancemos então, que é umamaneira de, por momentos, me despir da pas-sividade a que estou condenado e trazer para opresente a autenticidade das coisas vivas.2. Estávamos ainda em fevereiro do anode 2019.

Na Terceira fevereiro é, como se sabe, omês em que o carnaval é senhor e dono de to-da a ilha. Naqueles dias respira-se um humordesenfreado que as nuvens normalmente baixasse encarregam de difundir por toda a ilha, tudoa servir de pretexto para uma folia alegre, umescape incontido e saboroso dos dissaboresaté então aparados na estóica resignação ilhé.Dir-se-ia que, por contágio, até os seres inani-mados irradiavam um júbilo desusado, irmãodo retoiço festivo dos humanos, como era ocaso do nevoeiro que se abstinha de ser nevoei-ro e trazia suspenso um halo expectante e pro-missor. Ou as aves marinhas que em voos ra-santes e chilreios provocatórios pareciam alar-dear Venham, venham, cá em cima dança-semelhor, ou então no fim de cada bailhinhoemitiam um alvoroço muito semelhante aodo bater de palmas das pessoas. Podia dizer-semesmo que, inconscientemente, era um parên-teses aguardado por muitos para fugir ao pre-conceito a que certas normas sociais obrigavame à rotina enfadonha impeditiva de certas ousa-dias, certos rasgos ou decisões que iam sendoadiadas por falta de coragem.

Ninguém resistia à festa. E foi numa des-tas festas de carnaval que Leontina e AntónioMaria se conheceram.

Eu, séc. xxI, ainda nos primórdios daminha existência, vivia aquele ano de 2019 es-perançoso de que a água que Leontina tinhabebido no chafariz do Alto das Covas manifes-tasse enfim o sortilégio de feitiço com que aolongo dos tempos tinha vindo a prender todaa moça casadoira por via daquele inocente ma-tar de sede. E Leontina tinha bebido dela numassomo de superioridade e de desafio trocistaem resposta ao cerco com que em certos diasAntónio Maria a confundia. Em certos dias,sim, porque o torpor bendito da ilha sustinha-lhe os impulsos e ele pertencia àquele tipo dehomens facilmente conformados com as vicis-situdes do casamento, mesmo que por vezestocados pela novidade de sentimentos até en-tão desconhecidos.

Leontina era professora. Tinha concorri-do para o arquipélago dos Açores e acabara alina ilha Terceira. O conhecimento com Ant.

Maria através de amigos comuns, era uma ine-vitabilidade ali na ilha em que tudo ou quasetudo era pretexto para um convívio festivo. Enão era apenas o delírio das touradas ou dasSanjoaninas e do carnaval, ou mesmo as mani-festações devotas ao Espírito Stº. havia aindaos bailaricos, os aniversários, as comemora-ções inventadas ou não, uma ida em grupo aoteatro ou ao cinema, enfim até os preparativospara um simples piquenique, uma pescaria forade horas, uma quermesse, ou uma caçada aoscoelhos, tudo e todos se deixavam contagiarpor um entusiasmo muito ilhéu, muito propí-cio a criar laços e gradações de afectos a que ofuturo se encarregaria de dar o adequado signi-ficado.

A Leontina e António Maria depressa sepoderia dar nome adequado à perturbação queos enleava e que ambos se esforçavam por dis-farçar: sendo ele casado e, como bem se via,pelo menos Leontina via-o bem, vidrado no“unidos para sempre” da cerimónia matrimo-nial, era perigo que convinha evitar a todo ocusto, nem que para isso ela tivesse de beberda dita água do Alto das Covas, para provaraos olhos de todos, principalmente dos deAnt. Maria quão mentirosos eram aqueles po-deres. Tanta tolice. Responsabilizar um chafa-riz enfeitiçador pelo casamento de estranhasarribadas à ilha? Pois sim.

Quanto a ele, António Maria, vivia mergu-lhado em perplexidade confusa. Que fazer daperturbação crescente que lhe tirava o sono, oapetite, o interesse pela vida doméstica. Perdeutambém o gosto pelo donjuanismo com quegostava de a provocar, pois que saía mais per-turbado que ela que lhe fugia, e cada vez mais opunha no seu lugar e lhe mostrava o desprezoque lhe mereciam aqueles jogos.

Mas com o correr do tempo veio um diaem que soube que a chama que o consumiatambém a chamuscava a ela, e logo a seguirsoube da inutilidade das palavras quando eramos olhos de ambos que se bastavam e era poreles que tinham de se guiar. Soube ainda que afrieza dela era apenas um escudo atrás do qualse acobertava para se distanciar dele, isto pôdeele ler na clareza azul dos olhos dela.

As metamorfoses de que os humanos sãocapazes, pensareis vós e com razão. Um ho-mem novo, foi no que se tornou o nosso An-tónio Maria e disso deram conta os amigospor lhe estranharem a alegria incontida e exu-berante que era prenúncio de grandes acontece-res, desses que abrem um destino novo a quemos ousa experimentar.

Quando começaram as diligências para oinevitável divórcio de António Maria, deambu-lavam já os primeiros dias de março de 2020,o mês que no calendário costuma registar oinício de uma vida nova, ainda titubeante masprometedora.

Agora poderieis perguntar-me: Mas prome-tedora de quê com o covid 19 a virar pandemia e aspessoas obrigadas a quarentenas incríveis?!

Sou obrigado a reconhecer que andaischeios de razão, embora seja de assinalar quenenhum dos dois enamorados esteja a ser atin-gido pelo dito mal ou sequer maldiga a vidacomo ela se lhes apresenta. Quem sabe se atéàs vezes não lembrarão os tão apregoados po-deres do chafariz do Alto das Covas?

Aposto que em certos momentos estarãoa concordar comigo quanto à tontice das pes-soas que ousam minimizar ou até negar o poderdas leis que cobrem os humanos. E de comoos chafarizes de algumas ilhas privilegiadas seencarregam de os desmentir … (Cont. pr. n°.)* Escritora (Nova colaboradora do LusoPresse) L P

FINAL DA GRANDE GUERRAOS SOLDADOS PORTUGUESES EM FRANÇA

• Por Daniel BASTOS

A presença da comunidade portuguesaem França, a mais numerosa das comunidadeslusas na Europa e uma das principais comu-nidades estrangeiras estabelecidas no territóriogaulês, rondando um milhão de pessoas, estáhistoricamente ligada ao processo de recons-trução francês após o fim da segunda GuerraMundial. Reconstrução, que em parte, foi su-portada por um enorme contingente de mão-de-obra portuguesa que motivada pela procurade melhores condições de vida, e nas décadasde 1960-70 pela fuga à Guerra Colonial e à re-pressão política do Estado Novo, encontrounos setores da construção civil e de obras pú-blicas da região de Paris o seu principal sus-tento.

Mas originariamente, a emigração portu-guesa para França está ligada à participação doCorpo Expedicionário Português (CEP) nafrente europeia da Grande Guerra (1914-1918),acontecimento bélico que levou para Françaem 1917 cerca de 55 mil portugueses para lutarnas trincheiras dos aliados britânicos contra oinimigo alemão, e do qual milhares de soldadosnão regressaram, optando por se tornarememigrantes em terras gaulesas.

Ainda hoje, existem descendentes destessoldados e emigrantes lusos que preservam asua memória e zelam o cemitério militar portu-guês de Richebourg, no norte de França, umcemitério militar exclusivamente português,que reúne um total de 1831 militares mortosna frente europeia. É o caso da nonagenáriaFelicia Assunção Pailleux, filha do soldado edepois emigrante João Assunção, um minhotode Ponte da Barca, que fez parte da 2ª Divisãodo CEP e que como outros compatriotas queoptaram no final do conflito bélico por nãoregressar a Portugal, onde grassava uma pro-funda crise política, económica e social, fixou-se na zona onde combateu, no Norte-Pas deCalais, uma zona de minas de carvão que absor-veu muita mão-de-obra.

Ao longo das últimas quatro décadas, Fe-licia Paileux tem sido a porta-estandarte da ban-deira de Portugal nas cerimónias evocativas daGrande Guerra no cemitério de Richebourg eno monumento aos soldados lusos em La Cou-ture, no Norte-Pas de Calais, honrando a me-mória do seu pai, soldado e emigrante portuguêsfalecido em 1975, que muito antes da emigraçãomaciça dos anos 60 escolheu como muitos ou-tros antigos companheiros de armas a Françapara viver, trabalhar e constituir família.

O historiador Daniel Bastos, cujo percurso tem sido alicer-çado no seio das Comunidades Portuguesas, acompanha-do em 2019 de Felícia Assunção Pailleux, filha do antigocombatente na I Guerra Mundial e depois emigrante emFrança, João Assunção, no Museu Nacional da Históriada Imigração em Paris.

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Página 923 de abril de 2020 LLLLL u su su su su s oooooPPPPPr e s s er e s s er e s s er e s s er e s s e

CHÁ DA CESTA -9 – BEXPANSÃO DO CHÁ A PARTIR DA CHINA

tação Experimental para o chá e a borracha,em Java, na Indonésia Holandesa, referindo-se talvez apenas a Java, sem mencionar os por-tugueses, afirma que “o primeiro chá foi impor-tado de Java pelos Holandeses em 1610, seguin-do-se depois em 1635. Tratava se então de chánão fermentado. O chá alcançou de imediatoum grande sucesso.”6

No entanto, é certo que em Portugal,“(…) o consumo não descolou e manteve-sesempre dentro de nichos, insuficientes para ani-mar um comércio com Macau sem ser acompa-nhado de outras mercadorias chinesas, com rele-vo para as porcelanas (…).”7 Daqui se poderádeduzir que os Portugueses não consomemnem transportam chá para a Europa, mas abas-tecem em Macau ou em Java os holandesesque o trazem para a Europa. A situação manter-se-á seguramente até ao desfecho da Guerrado Ópio, em meados do século XIX. É nestafronteira de intercâmbio comercial no Oriente,longe dos centros imperiais, nas margens dosImpérios europeus, por vezes em contracor-rente com os interesses da Metrópole ou deoutras áreas do Império, que o comércio dochá se processa.

Mário MouraDoutor em História

do AtlânticoUniversidade dos Açores

Lugar Areias,Rabo de Peixe

(Footnotes)1 Amaral, Ob. Cit., p. 7.2 Cunha, Ob. Cit., 2012, p. 30.3 Amaral, Ob. Cit., p. 59.4 Costa, João Paulo (coordenador), José Dami-ão Rodrigues, Pedro Aires Oliveira, Históriada Expansão e do Império Português, Esferados Livros, 2014, p. 216.5 Idem, p. 59.6 Deuss, J. J. B, La culture et la fabrication duthé, Journal d“Agriculture Tropicale et de Bota-nique appliquée, 1958, vol. 5, pp. 238-273. Ori-ginal de: “(…) le premier thé fut importer a Ja-va par les Hollandais en 1610, puis en Hollandeen 1635. C´était probablement du thé non fer-menté. Le thé eut immediatement un grandesuccès. (…).7 Cunha, Ob. Cit., 2012, pp. 35-36.

[Rotas comerciais]

Por que razão, apesar de serem prova-velmente os primeiros a trazer chá para a Euro-pa, os Portugueses não se interessaram pelasua importação para a Europa? José DuarteAmaral considera que os Portugueses, ao con-trário dos Holandeses, não previram para ochá um interesse comercial que se equiparasseao das especiarias.1 João Teles e Cunha, porsua vez, adianta algumas razões para este nãoinvestimento no comércio do chá: os portu-gueses não alteraram significativamente as mer-cadorias traficadas na Ásia; tornando a Índia ocentro da sua presença na Ásia, Portugal afas-tou-se da área do consumo do chá, não obstan-te o domínio de Malaca, na fronteira desta, a-lém de que Macau era muito distante e o Japãoainda mais periférico do que a China; desde adécada de 1640, os holandeses foram os únicoseuropeus com acesso ao Japão, com relaçõescomerciais exclusivas, a partir de Nagasaki; osespanhóis também não se interessaram peloconsumo e comercialização do chá, apesar deo conhecerem, em virtude da sua presença nasFilipinas, especialmente em Manila, onde exis-tia uma significativa comunidade de chineses.2

Apesar de tudo, o comércio do chá nãodispensava Macau nem os comerciantes por-tugueses. José Duarte Amaral destaca a impor-tância de Macau no comércio sinoeuropeu des-de 1577, sendo um entreposto usado peloseuropeus para a aquisição de produtos chineses,entre os quais o chá.3 A este propósito, afirmaainda que o primeiro navio a chegar à Europacom chá seria português ou holandês, zarpan-do de Macau em 1606 ou 1610, embora a pri-meira referência ao consumo de chá na Holandadate de 1635. João Paulo Azevedo de Oliveirae Costa garante que, dentro das lucrativas rela-ções comerciais nas margens dos impérios eu-ropeus e asiáticos,

“os Portugueses foram, juntamente comos Chineses, a comunidade mercantil mais di-nâmica, vendendo chá, sedas, zinco e outrasmercadorias e levando no regresso pimenta ecanela, esta oriunda do Ceilão e destinada aocomércio com Manila.”4

A importância de Macau no comércio dochá também é confirmada por uma carta docomerciante inglês R. C. Wickan, escrita em1615, no Japão, na qual refere “que nessa altura,Macau era um importante entreposto de chá(…).” 5 J. B. Deuss, um antigo Director da Es- L P

Libertando quarentenas cá por dentroEncalhados em casa ou navegando neste mar?

© Carlos TAVEIRAArtigo publicado simultaneamente no meu blogue: «O Blogue do Beto Piri»

Prisão não é, digo-te...Sou muito inculto, já o sabes, e ingénuo

também, reconheço-o, mas nisto de cadeiasaté nem sou totalmente ignorante. Eu e muitosoutros que por força das circunstâncias trava-ram conhecimento com uma quarentena semvírus. Nas cadeias há, grosso modo, dois tiposde especialistas: os que estão lá dentro e nãopodem sair e os que estão lá fora para não dei-xarem sair quem foi confinado. Detido. Preso.Encarcerado. Cativo. Enclausurado. Cangado.

Sobretudo quando o isolamento se passaem países de pensamento único e a prisão(também) serve para encerrar quem não secomporta como a ideologia no poder quer,exige e impõe. E quando se pertence a esta ca-tegoria de encalhado não se pode andar por aía vadiar Internet fora. Ai! Isso não. Nem sequerouvir rádio, nem telefonar aos amigos ou plani-ficar sessões de WhatsApp com filhos e netos.Ou teletrabalho. Ou fazer amor à companhei-ra... Ou companheiro é conforme.

Os esbirros dos caudilhos que aferrolhamcom estrondo trancas de ferro de portas deaço não o fazem para salvar contaminados. Éque eles temem a infecção das ideias dissiden-tes. É para se salvarem a eles próprios e aos dasua laia. Não é para te salvar a vida, repito. Ai!Isso não. Afianço-te. Às vezes até é para quete aconteça o oposto.

Por isso não digas que te sentes comonuma cadeia porque não estás numa delas, juro-te. Olha... Podes cozinhar coisas boas e ir àscompras. É-te permitido chocalhar o gelo deum copo de uísque e abrir um tinto velho. Co-mo ninguém te requisitou a biblioteca à procurade livros malditos, é-te permitido escolher umaobra e lê-la. Podes encher a banheira e mergu-lhar num banho de imersão com uma cervejaIPA na mão e na outra os quadradinhos da Ba-

lada do Mar Salgado, de Hugo Pratt, navegandoaventuras em companhia de Corto Maltese edo vicioso Rasputine. Podes sentar-te numaparelho e remar para fazer exercício e deslizaressobre uma baía imaginária...

E o mais importante de tudo. Podes abriras portas... Por dentro!

Porque o preso não possui chaves. Por de-finição uma cadeia é um lugar onde as celas sópossuem uma porta com uma fechadura que fi-ca do lado de fora. E esse é o aspecto essencialque distingue a casa onde vives da prisão ondeoutros, neste momento, estão detidos, presos,encarcerados, cativos, enclausurados, cangados...

Ilustrando com exemplos que vivi de per-to? Primeiro caso: alguns presos tentaram fugirde uma dessas masmorras de caudilho e foramcapturados. Segundo caso: ontem, na minha ci-dade, a polícia encontrou num parque cidadãosque, devido à quarentena, não tinham o direitode ali estar. Desenlace: Os primeiros apanharam,e digo-o em português vigoroso, uma carga deporrada à coronhada e paulada que lhes ficou namemória (e nos ossos); Os segundos foram edu-cadamente enviados para casa com uma multa deoitocentos e tal dólares no bolso.

Não, não digas que estás na prisão... Nemque seja por respeito àqueles que, em paísesonde a epidemia é feita de intolerância e repres-são, foram detidos... presos... encarcerados...cativos... enclausurados... cangados...

Maltratados!Estás livre... Faz teletrabalho. Mergulha

num banho, lê, abre o rádio, ouve os teus ál-buns preferidos, vai às compras (respeitandoos critérios de protecção), apanha sol, degustaum copo de uísque velho com gelo, preparaum arroz de mariscos... Ri-te com amigos, fi-lhos e netos pelo WhatsApp... Toca num tecla-do se o sabes fazer... Fotografa a primavera...

Prisão é outra coisa... Garanto-te!L P

MAIOS

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Página 1023 de abril de 2020 LLLLL u su su su su s oooooPPPPPr e s s er e s s er e s s er e s s er e s s e

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Página 1123 de abril de 2020 LLLLL u su su su su s oooooPPPPPr e s s er e s s er e s s er e s s er e s s e

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PEIXE DO MEU QUINTALTUDO COMO ANTES, NADA COMO DANTES

• Por José SOARES

Como acon-tece em todas as eta-pas do Tempo, sem-pre acontecem mu-danças diversas, dinâ-micas novas, para quetiremos ilações dasexperiências vinculadas.

Seja qual for o tempo ou mês que regresse-mos ao nosso vulgar quotidiano dantes, arqui-varemos no nosso disco duro esta pasta à qualdaremos o nome de “covid-19”.

Dela contaremos aos filhos e netos. Sobreela vai escrever-se incontáveis histórias. E nós,que a vivemos, amargamente saboreamos maisuma vez a nossa pequenez, as nossas fragilida-des humanas, o degelo das nossas pretensões,desmandos e desvios com que o Universo for-matou a razão humana.

Num tempo pascoal e neste domingo de reno-vação, não deixa de ser interessante coincidência, otempo misturar morte da praga que passa, com res-surreição e luta de justa sobrevivência.

Os biliões de tretas anunciados por todosos governos para sossegar as populações ansi-osas, preocupadas e inquietas, não passarãode alguns milhões desacordados pelo eternoegoísmo da condição humana. A mesma velhahistória: salve-se quem puder.

Entretanto, a solidariedade apregoada pe-

los políticos e empresários, não serve de inspi-ração a eles próprios. Dividir os seus salários erendimentos pela população apanhada despre-venida e sem pão na mesa.

Nem os deputados de todos os partidos,nem mesmo os militantes comunistas, ou doBloco de Esquerda ou de todos os nichos ideo-lógicos, que nos gastam os tímpanos com asua oratória humanista. Onde estão? Onde es-tá o Jerónimo de Sousa, a Catarina Martins, asirmãs Mortágua, os verdes, azuis e amarelos? Apreparar os pacotes milionários a serem distri-buídos? E os chefes dos sindicatos? Vão cortarnos seus salários e comparticipar com os com-panheiros que precisam neste momento?

Que vai fazer o conselho de administraçãoda EDA, depois da ridícula esmola que anunciou?

Os chorudos ordenados vão ser partilhadoscom os que estão temporariamente a precisar?

Nem pensar! Primeiro eu, em segundolugar eu e só no final então será… eu!

Valha-nos a cada vez maior participaçãodo cidadão comum nos órgãos de comunicaçãosocial, com o Skype no pique das utilizaçõesem transmissão direta televisiva. Uma lufadade ar fresco nas rotinas tediosas da informaçãouniformizada.

Nunca dantes vista esta busca da televisãoe da rádio pelo testemunho na primeira pessoa,nas intervenções e apelos diretos e sincerosdo cidadão comum que muitos políticos desco-nheciam. Algumas dessas intervenções bas-tante valiosas e sábias.

Isto acontece por todo o planeta. As mu-danças de paradigma vão ganhando cada vezmais adeptos, nos novos conceitos de infor-mar com ética, verdade contextual, honestida-de transparente.

Aqui e ali, a televisão traz-nos novas es-trelas do momento que retratam exatamenteessa ética, essa verdade e transparência.

Anthony Fauci, enquanto cientista devanguarda é a Autoridade de Saúde nos EUA eao lado do presidente tem sido a bóia de salva-ção das asneiras e afirmações absurdas de Do-nald Trump.

Horácio Arruda, médico de descendênciaaçoriana e Diretor Nacional de Saúde Públicado Quebéque, tem sido a voz principal e diáriana condução da crise. É a sensação do momen-to, com a sua receita de pastéis de nata. A suaimagem, tal como a de Anthony Fauci nosEUA, é já vista em T-shirts e nos mais variadosartigos de uso comum.

Pelas nossas Ilhas açorianas, temos a ima-gem diária de Tiago Lopes, refletindo a calmaessencial que o momento exige, num tom devoz inalterável, imagem simples dos bonsmensageiros. Os novos heróis da comunica-ção simples e direta, honesta e transparente.

Estes três exemplos dão-nos a harmo-niosa certeza de que tudo voltará a ser comoantes.

Continuemos, pois, como até aqui. Ameta já está próxima.

Apesar de tudo, os Açores estão na van-guarda dos comportamentos assumidos pelasua população, na obediência cívica exigidapara conter mais esta praga. Parabéns aos go-vernantes insulares, pelo exemplar trabalhoaté agora exercido.

Continuemos a lavar as mãos. Tem dadobons frutos. L P

Em Nova EscóciaDentista mata 22 pessoas

Gabriel Wortman, um especialista em pró-teses dentárias, era até domingo passado apenasum residente na província da Nova Escócia.Mas em apenas 12 horas tudo mudou, o ho-mem de 51 anos tornou-se no maior assassinoda história do Canadá.

Meio dia de perseguição que acabou comGabriel Wortman abatido a tiro pelas autorida-des. No entanto, um rasto de sangue foi deixadoem várias povoações da Nova Escócia, 22 pes-soas morreram às mãos do dentista especialistaem próteses. Uma das vítimas, Heidi Steven-son, era veterana da Royal Canadian MountedPolice com 23 anos de serviço e mãe de duascrianças.

Gabriel Wortman vestiu parte de um uni-forme da Polícia Real do Canadá e utilizou umaréplica de um carro das autoridades para iniciara sucessão de crimes que culminaram na mortede 22 pessoas, havendo ainda registo de umpolícia ferido a tiro no momento da detenção.

As vítimas mortais foram sendo encon-tradas pela polícia ao longo da perseguição.Wortman deflagrou vários fogos durante a fuga.

As autoridades do canadianas estão a in-vestigar as motivações dos homicídios mas nãotêm dúvidas que os ataques foram planeadosdevido à utilização de um carro idêntico ao dapolícia e parte do uniforme dos oficiais cana-dianos.

O especialista em próteses dentárias eraproprietário de uma clínica em Dartmouth etinha algumas outras propriedades na NovaEscócia. Acabou abatido a tiro perto de umabomba de gasolina após 12 horas em fuga.

L P

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