vigilÂncia sanitÁria: um modo de pensar e agir · como ocorre a gestão em vigilância sanitária...

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1 FUNDAÇÃO OSWALDO CRUZ CENTRO DE PESQUISAS AGGEU MAGALHÃES ESPECIALIZAÇÃO EM GESTÃO DE SISTEMAS E SERVIÇOS DE SAÚDE MARIA EUGÊNIA VIEIRA DE FARIAS GAMA VIGILÂNCIA SANITÁRIA: um modo de pensar e agir RECIFE 2010

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FUNDAÇÃO OSWALDO CRUZ

CENTRO DE PESQUISAS AGGEU MAGALHÃES

ESPECIALIZAÇÃO EM GESTÃO DE SISTEMAS E SERVIÇOS D E SAÚDE

MARIA EUGÊNIA VIEIRA DE FARIAS GAMA

VIGILÂNCIA SANITÁRIA: um modo de pensar e agir

RECIFE

2010

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MARIA EUGÊNIA VIEIRA FARIAS GAMA

VIGILÂNCIA SANITÁRIA: um modo de pensar e agir

Orientador: Dr. Sidney Feitoza Farias

Recife 2011

Monografia apresentada ao Curso de Especialização em Gestão de Sistemas e Serviço de Saúde do Departamento de Saúde Coletiva, Centro de Pesquisas Aggeu Magalhães, Fundação Oswaldo Cruz, como requisito de obtenção do título de Especialista em Gestão de Sistemas e Serviços de Saúde.

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Catalogação na fonte: Biblioteca do Centro de Pesquisas Aggeu Magalhães G184v

Gama, Maria Eugênia Vieira de Farias. Vigilância Sanitária: um modo de pensar e agir / Maria Eugênia Vieira de Farias Goma. - Recife, 2010. 47 f. Monografia (Especialização em Gestão de Sistemas e Serviços de Saúde) - Departamento de Saúde Coletiva, Centro de Pesquisas Aggeu Magalhães, Fundação Oswaldo Cruz Orientador: Sidney Feitoza Farias. 1. Vigilância Sanitária. 2. SUS. 3. Gestão Financeira. 1. Farias, Sidney Feitoza.

CDU 614.39

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MARIA EUGÊNIA VIEIRA DE FARIAS GAMA

VIGILÂNCIA SANITÁRIA: um modo de pensar e agir

Aprovado em : ____ / ____ / 2010

BANCA EXAMINADORA

_________________________________________

Drª Tereza Maciel Lyra

CPqAM/FIOCRUZ

__________________________________________

Dr. Sidney Feitoza Farias

CPqAM/FIOCRUZ

Monografia apresentada ao Curso de Especialização em Gestão de Sistemas e Serviço de Saúde do Departamento de Saúde Coletiva, Centro de Pesquisas Aggeu Magalhães, Fundação Oswaldo Cruz, como requisito de obtenção do título de Especialista em Gestão de Sistemas e Serviços de Saúde.

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GAMA, Maria Eugênia Vieira de Farias. Vigilância Sanitária: um modo de pensar e agir. 2010. Monografia (Especialização em Gestão de Sistemas e Serviço de Saúde) – Centro de Pesquisa Aggeu Magalhães, Fundação Oswaldo Cruz, 2010.

RESUMO

O objetivo do presente estudo foi discutir sobre vigilância sanitária. Para tanto, inicialmente foi analisado como está o desenvolvimento das idéias e preocupações com a gestão de recursos financeiros em vigilância sanitária e saúde, evidenciando as tendências que se vêm concretizando e orientando possíveis ações administrativas. O comportamento do mercado de trabalho será considerado através das variáveis como crescimento, diferenças salariais entre as principais categorias profissionais, distribuição do poder, terceirização, formação de cooperativas, manutenção e contratação de servidores públicos, programas de demissão voluntária, emprego formal, relevância do emprego na economia do país, índice de escolaridade, dentre outras. O Sistema Único de Saúde (SUS) foi examinado através dos seus princípios fundamentais, principais objetivos e sua relação com as ações de saúde pública e privada, recursos financeiros disponíveis, dentre outros. Palavras-Chaves: Vigilância Sanitária. SUS. Gestão Financeira.

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GAMA, Maria Eugenia Vieira de Farias. Health Surveillance: One way of thinking and acting. 2010. Monograph (Specialization in Management Systems and Health Service) - Aggeu Magalhães Research Center, Oswaldo Cruz Foundation, 2010.

ABSTRACT The aim of this study was to discuss health surveillance. For this purpose it was originally analyzed as is the development of ideas and concerns with the management of financial resources in health surveillance and health, highlighting the trends that have been realizing and guiding possible administrative actions. The behavior of the labor market will be considered through variables such as growth, wage differentials among the major occupational categories, power distribution, outsourcing, cooperative formation, maintenance and hiring of civil servants, voluntary severance programs, formal employment, relevant employment in the economy, level of education, among others. The Unified Health System (SUS) was examined through its fundamental principles, core objectives and their relationship to the actions of public and private health, financial resources, among others. Key Words: Health Surveillance. SUS. Financial Management.

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ........................................................................................................8

1.1 Problematização e Relevância do Tema...................................................................10

1.2 Pergunta Condutora ..................................................................................................11

1.3 Hipótese....................................................................................................................11

2 OBJETIVOS ...........................................................................................................12

2.1 Objetivo Geral ..........................................................................................................12

2.2 Objetivos Específicos ...............................................................................................12

3 REFERENCIAL TEÓRICO .................................................................................13

3.1 Vigilância Sanitária ..................................................................................................13

3.2 Gestão em Vigilância Sanitária ................................................................................14

3.3 O Perfil da Gestão em Vigilância Sanitária..............................................................15

3.4 Implicações Tecnológicas na Área de vigilância Sanitária ......................................17

3.5 Reestruturação Organizacional.................................................................................20

3.6 Planejamento Financeiro na Gestão em Vigilância Sanitária...................................20

3.7 Vigilância Sanitária e Saúde Pública: Sistema Único de Saúde (SUS)....................21

3.7.1 O Sistema Único de Saúde e sua Trajetória.............................................................21

3.7.2 Gerenciamento do SUS e Vigilância Sanitária........................................................24

3.8 As Políticas Públicas de Saúde no Brasil e Vigilância Sanitárial ............................28

3.9 Novos Paradigmas de Saúde na Legislação Nacional ..............................................31

3.10 Políticas Públicas para a Saúde Integral ...................................................................33

4 METODOLOGIA...................................................................................................36

5 CONCLUSÃO.........................................................................................................37

REFERÊNCIAS......................................................................................................38

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1 INTRODUÇÃO

A Constituição Federal de 1988 (CF88) estabeleceu um político-institucional novo

momento no Brasil, reafirmando o Estado Democrático e definir uma política de proteção

social amplo.

Do mesmo modo, reconheceu a saúde como um direito de cidadania social e inscrita

em uma lista de ações integradas de gestão dos Poderes Públicos e da sociedade visando a

afirmação de uma nova ordem social, cujos objetivos essenciais são a justiça social e o bem-

estar. Desde o CF88, o Estado está legalmente obrigado a executar ações de saúde e oferecer

serviços de saúde, de modo a construir uma nova ordem social. Com a CF88, um grande

número de leis, portarias ministeriais e atos administrativos viabilizam a gestão na área de

vigilância sanitária. Durante os anos 1990 e 2000, o numero de ordens judiciais com pedidos

relacionados ao direito à saúde tem aumentado progressivamente. O Poder Judiciário e o

ministério Público (MP) revelou incoerências e contradições e normativos alcance jurídico do

SUS (Sistema Único de Saúde), bem como os problemas não são calculados pelas políticas de

saúde, questionando executivo Poder de ações e criando uma nova demanda para a legislação,

o que coloca o direito de problema de saúde na agenda.

Neste ínterim, se situa no contexto geral da saúde no Brasil, cujos aspectos maiores

são analisados na revisão da literatura. Uma referencia teórica especifica será feita no SUS

(Sistema Único de Saúde) instrumento do Governo na condução da política brasileira de

saúde.

As pessoas constituem o capital intelectual das organizações. As organizações mais

bem-sucedidas, que atentam para essa realidade, tratam seus funcionários como parceria, na

missão de prestar serviços de saúde com qualidade e efetivamente como parceiros do negócio,

não mais como simples empregados contratados.

Dentro desta visão, a Gestão de Pessoas enfatiza-as como seres humanos, como

ativados inteligentes de recursos organizacionais e como parceiras nas organização,

dedicando-se ao trabalho, comprometendo-se, correndo riscos e assumindo responsabilidades

(CHIAVENATO, 1999).

Restituir com regularidade, ou seja, capacitar profissionalmente, reciclar

continuamente as pessoas, ampliar seus conhecimentos e seu potencial, proporcionar

melhores condições de trabalho, é sem dúvida uma exigência da luta pela competitividade

entre as organizações.

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O aumento da qualidade e da prestação de serviços de saúde é uma conseqüência da

qualidade de capacitação profissional dos recursos humanos, que também influirá na

qualidade de vida e motivação dos funcionários, tanto das organizações de saúde pública

como nas particulares.

Ingressamos em novo milênio e o setor saúde, tanto o público quanto o privado,

ainda não alcançou um nível desejável de eficiência e eficácia no tratamento de questões

antigas, como Capacitação Profissional e Condições de Trabalho.

Como uma decorrência do aprofundamento do estudo dos determinantes e do atual

estágio de desenvolvimento da Capacitação Profissional e Condições de Trabalho, outros

aspectos importantes e com eles relacionados serão analisados, visando a dar maior substância

aos temas que constituem o eixo deste trabalho.

No Relatório sobre Desenvolvimento Humano de 1998, do programa das Nações

Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), o Brasil aparece na 79ª posição dentre os demais

países do mundo, atrás de Granada, Suriname, Líbano, etc. embora sejamos a 8ª economia

mundial, poucos investimentos são feitos em saúde.

Segundo o relatório acima mencionado, o Brasil apresenta um perfil em saúde muito

degradado em doenças: tuberculose, malária, dengue, hepatite, febre amarela e pessoas

portadoras de deficiências. Questões antigas, mas ainda não devidamente solucionadas.

Privilegia-se mais a medicina curativa do que a preventiva, que resultados muito mais

abrangentes.

A solução das graves questões de saúde não pode ser tão somente a propalada

“solução de mercado”, pois estima-se que somente 40 milhões de brasileiros sejam hoje

usuários de Planos de Seguros de Saúde (MS/99), quantitativo que representa em torno de um

quarto da população brasileira, cuja economia está em recessão, com um índice de

desemprego de níveis altíssimos.

Noam Chomsky, em artigo publicado no jornal Folha de São Paulo, de 25/12/98 (1º

caderno), ironiza, com fatos, a prevalência das leis de mercado nos Estados Unidos, o modelo

para o mundo ocidental, ao afirmar que o Governo Reagan, para salvar a indústria americana

da concorrência japonesa nos anos 80, duplicou as barreiras contra importações e investiu

pesados fundos públicos em tecnologia avançada, a qual foi colocada de forma generosa nas

mãos da indústria privada.

Somente assim, evitou-se o aniquilamento da base industrial norte-americana, ou

seja, a indústria automobilística, de aço e de semicondutores. É válido, pois, inferir que, se na

economia mais poderosa do mundo, as leis de mercado não prevalecem integralmente, como

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poderão vigir em nosso país, onde tantas são as desigualdades sociais, assim como o

desemprego, recessão e exclusão social? Se o receituário não funciona lá, como poderá ser

aplicado aqui, para uma população miserável, que tem na rede pública hospitalar, a única e

exclusiva chance de solucionar seus problemas de saúde?

Considerando a evolução tecnológica, as práticas de gestão pública passaram a exigir

novas qualificações profissionais, passando, assim, as atividades inerentes à controladoria e

contabilidade das organizações a assumirem perfis mais ágeis com a produção de maior

volume de informações gerenciais, contribuindo para a participação mais ativa do processo

decisório na administração.

Desta forma, o objetivo do presente estudo foi discutir sobre vigilância Sanitária no

âmbito da gestão pública.

1.1 Problematização e Relevância do Tema

A Constituição Federal (C.F.) no Art. Prevê o seguinte: “A Saúde é direito de todos e

dever do Estado”.

No Art. 199, par. 1º, é garantido às instituições privadas, de forma complementar,

participar da prestação de serviços à população, mediante contrato de direito público ou

convênio.

Assim, o Brasil lida com um duplo sistema de saúde em que a livre iniciativa tem

lugar. Tanto na rede pública como na particular o problema de Recursos Humanos é

fundamental na Vigilância Sanitária.

A abordagem moderna da Gestão de Recursos Humanos, encontrada na literatura

especializada, está hoje muito mais preocupada em visualizar as pessoas como parceiras das

organizações. Na verdade elas são formadoras de conhecimentos, portadores de

compromissos éticos, detentoras de habilidades, de capacidades e aportam às instituições,

quer públicas quer privadas, suas inteligências, que capacitam os dirigentes em geral à tomada

de decisões racionais, visando o alcance de objetos globais (CHIAVENATO, 1999).

Este é o quadro geral em que se insere o presente estudo, sem esquecer que ele tem

como contexto geral o imenso problema que é a qualidade de vida e de saúde no Brasil.

A relevância do presente estudo prende-se ao fato de tratar-se de um assunto de

interesse vital para os seres humanos. A problemática da gestão em vigilância sanitária no

Brasil depende, em grande parte, do SUS, para cuja eficácia é indiscutível o trabalho

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qualificado das pessoas. Assim, a questão da gerência de pessoas, sua capacitação profissional

e condições de trabalho assume notável importância.

1.2 Pergunta Condutora

Como ocorre a gestão em vigilância sanitária no Brasil.

1.3 Hipótese

Os planos de gestão em vigilância sanitária ocorrem desgaste através de conivências

políticas, da responsabilidade de recursos e das necessidades em saúde da população.

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2 OBJETIVOS

2.1 Objetivo Geral

O objetivo do presente estudo foi discutir sobre vigilância sanitária no âmbito da

gestão pública.

2.2 Objetivos Específicos

• Avaliar o perfil da Gestão da Vigilância Sanitária no Brasil.

• Discutir sobre o SUS e sua relação com a vigilância sanitária.

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3 REFERENCIAL TEÓRICO

3.1 Vigilância Sanitária

A vigilância sanitária trata da higiene através da promoção da saúde através da

prevenção do contato humano com os riscos potenciais que causam enfermidades. Trata-se de

uma medida de prevenção da doença em diversos âmbitos. Riscos podem ser físicos,

microbiológicos ou químicos agentes da doença.

De acordo com a Agência nacional de Vigilância Sanitária - ANVISA (2010)

As justificativas do Governo Federal para criar as agências reguladoras são decorrentes de exigências sociais e políticas. Em função desta situação, houve uma diluição do papel da administração pública como fornecedor exclusivo ou principal de serviços públicos e, simultaneamente, um processo, ainda em curso, de regular atividades produtivas de interesse público mediante o estímulo à competição e à inovação, atuando preferencialmente no gerenciamento de recursos e na função de controle. A agencia Nacional de Vigilância Sanitária foi criada pela Lei n. 9.782, de 26 de janeiro de 1999. É uma autarquia sob regime especial, ou seja, uma agência reguladora caracterizada pela independência administrativa, estabilidade de seus dirigentes durante o período de mandato e autonomia financeira. A gestão da Anvisa é responsabilidade de uma Diretoria Colegiada, composta por cinco membros. Na estrutura da Administração Pública Federal, a Agencia está vinculada ao Ministério da Saúde, sendo que este relacionamento é regulado por Contrato de Gestão. A finalidade institucional da Agência é promover a proteção da saúde da população por intermédio do controle sanitário da produção e da comercialização de produtos e serviços submetidos à vigilância sanitária, inclusive dos ambientes, dos processos, dos insumos e das tecnologias a eles relacionadas. Além disso, a Agência exerce o controle de portos, aeroportos e fronteiras e a interlocução junto ao Ministério das Relações Exteriores e instituições estrangeiras para tratar de assuntos internacionais na área de vigilância sanitária (p.1).

Resíduos que podem causar problemas de saúde humana e animal são fezes, resíduos

sólidos, águas residuais domésticas, os resíduos industriais e resíduos agrícolas. Meios de

prevenção e higiene podem ser usando soluções de engenharia, como por exemplo, esgoto e

tratamento de águas residuais e as tecnologias simples, como por exemplo, latrinas, fossas

sépticas, ou mesmo por práticas de higiene pessoal como simples lavagem de mãos com água

e sabão.

Ainda segundo a Agência nacional de Vigilância Sanitária - ANVISA (2010):

Vigilância Sanitária é a parcela do poder de policia do Estado destinado à defesa da saúde, tem que ter como principal finalidade impedir que a saúde humana seja exposta a riscos ou, em última instância , combater as causas dos efeitos nocivos que lhe forem gerados, em razão de alguma distorção sanitária, na produção e na circulação de bens, ou na prestação de serviços de interesse à saúde. No Brasil, a definição legal de vigilância sanitária é dada pela lei federal n. 8.080 de 19 de setembro de 1980:

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Entende-se por vigilância sanitária um conjunto de ações capaz de eliminar, diminuir ou prevenir riscos à saúde e de interferir nos problemas sanitários decorrentes do meio ambiente, da produção e circulação de bens e da prestação de serviços de interesse da saúde, abrangendo: o controle de bens de consumo que, direta ou indiretamente, se relacionem com a saúde, compreendidas todas as etapas e processos, da produção ao consumo; e o controle da prestação de serviços que se relacionam direta ou indiretamente com a saúde. É um dever exclusivo so sus a vigilância sanitária de portos e aeroportos e fronteiras (p.1).

3.2 Gestão em Vigilância Sanitária

A administração está ligada ao ato de planejamento de estratégias e execução a fim

de se alcançar algum objetivo, utilizando as dinâmicas necessárias a cada contexto

empresarial. O caráter cultural de cada ambiente também deve ser levado em conta já que na

gestão pública deve se adaptar ao ambiente no qual pertence. De acordo com Arantes (1998).

A função básica da administração consiste, portanto, em estar permanentemente identificado

as expectativas externas e internas e dirigindo o empreendimento para obter os resultados que

atendem a essas expectativas. (p.2).

A Revolução Industrial do Século XVIII marcou o cenário como sendo a primeira

revolução, que aumentou a produtividade das empresas através da criação de novas

tecnologias e formas de energia, bem como a divisão do trabalho. Em decorrência, verifica-se

a Revolução da Produtividade (início do século XX), que implicou em uma mudança na

aplicação do conhecimento da indústria e, a partir daí, a Revolução do Gerenciamento (após a

Segunda Guerra Mundial), que proporcionou o aumento ainda maior de produtividade, na

exata medida em que o conhecimento passou a ser aplicado para gerar novos conhecimentos.

Ao final do século XX, face à rapidez com que as inovações têm sido introduzidas na

sociedade, faz-se necessário que as organizações estejam voltadas intensivamente para a

construção de conhecimento, propiciando a inovação. Processo que se iniciou com a

globalização.

Historicamente, constata-se que a globalização tem seu início na década de 70,

consequentemente o mercado mundial acompanhou as mudanças na economia, onde passou a

existir uma internacionalização do capital. Um surto de industrialização espalhou-se pelos

países do Terceiro Mundo, porém comprometido pelas desigualdades e pela dependência

financeira e tecnológica. Diferenças não só econômicas, mas também culturais, religiosas e

políticas acompanharam a diversificação das linhas de desenvolvimento adotadas pelos países

emergentes.

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A crise financeira dos anos 80 (choque do petróleo) e a escassa ou fragmentada

penetração das novas formas produtivas têm determinado em boa medida que o processo de

mudança estrutural que se observou com tanta força transformadora nos países centrais não se

tenha dado com tal intensidade na América Latina. Aqui as estruturas sociais e territoriais

rurais não sofreram maiores alterações. O Brasil ilustra bem este fato.

Todas estas mudanças ocorridas neste período tanto na economia quanto nas

transformações tecnológicas influenciaram no modo como se desenvolve a administração

sofreu influências diretas.

As organizações enfrentam uma grande pressão adaptaram suas estruturas

organizacionais aos novos tempos. Quer dizer, que até no campo da gestão na área de

vigilância sanitária, este segmento devem estar “antenado” com as mudanças entrando e

sintonia com as necessidades.

A evolução aprovou a alteração dos conceitos da administração e suas implicações e

considera desde o movimento científico até os modelos de qualidade total. Em consequência,

houve o surgimento de novos paradigmas, que vêm alterando alguns princípios tradicionais

dessa administração, como a inclusão de estratégias e técnicas mais participativas. Surgem,

assim, os modelos de gestão, que dão origem a novas formas de conduzir os processos, de

forma integrada e participativa.

De acordo com a Agência nacional de Vigilância Sanitária - ANVISA (2010):

No nível federal, há a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), uma autarquia especial que goza de autonomia administrativa e financeira. Seus dirigentes detêm mandato de duração definida, são indicados pelo Executivo e submetem-se à arguição pelo Legislativo. Sua relação com o Ministério da Saúde, ao qual se subordina, é regulada mediante um contrato de gestão. O pequeno tempo de existência da Agência, dois anos, dificulta uma análise mais aprofundada dos resultados obtidos. Apesar da polêmica que cercou, e ainda cerca, a constituição da Anvisa, são inegáveis os avanços, principalmente se comparados à estrutura anterior, em que eram mínimas as possibilidades de controle gerencial dos escassos recursos e frequentemente as injunções políticas que levavam à descontinuidade político-administrativa e à rotatividade nos cargos (p.1).

3.3 O Perfil da Gestão em Vigilância Sanitária

Katz (1974) identificou três grupos de habilidades básicas que o grupo de gestão em

vigilância sanitária deve possuir em grau variado

- Habilidades Técnicas

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Envolve conhecimento especializado na área de vigilância sanitária, capacidade

analítica e facilidade no uso de ferramentas e técnicas dentro da área de vigilância sanitária.

- Habilidades Humanas

Diz respeito à capacidade que o gestor deve ter para trabalhar efetivamente como

membro de um grupo e para obter esforço cooperativo do grupo por ele liderado,

considerando neste ínterim, sua intervenção política, por se tratar de um enfoque em gestão

pública.

A real habilidade em saber trabalhar com outras pessoas deve se tornar uma atividade

contínua e natural, uma vez que a mesma envolve percepção e sensibilidade não só nos

momentos de tomadas de decisões, mas também no comportamento de cada um.

De acordo com a Agência nacional de Vigilância Sanitária - ANVISA (2010):

Segundo a perspectiva natural, os órgãos de Vigilância Sanitária se apresentam com nuanças, segundo a esfera de governo a que pertencem. Mas existem algumas características comuns: turbulência técnica, tecnológica e política do ambiente em que operam; dificuldade em analisar esse ambiente (sistemas de informações que geralmente consistem em cadastros nem sempre informatizados e, muitas vezes, estanques); inexistência de perspectiva de planos de carreira para os níveis estadual e municipal, aliada à tendência, à centralização e à coordenação do trabalho, mediante a hierarquia. Ou seja, quase todos são fatores que concorrem para uma insatisfação dos recursos humanos (p.1).

- Habilidades conceituais em Vigilância Sanitária

Capacidade de visualizar a vigilância sanitária como um todo, isto é, reconhecer

como as várias funções dentro desta organização na gestão pública são independentes, e como

mudanças em cada parte podem afetar todas as demais.

Reconhecer relacionamentos, percebendo se os elementos significativos existentes

em cada situação, permite ao gestor ser capaz de atuar proativamente, acarretando um fluxo

saudável de cumprimento de atividades em toda a organização.

De acordo com a Agência nacional de Vigilância Sanitária - ANVISA (2010):

O ambiente no qual a Visa opera é complexo porque, além dos conflitos há interferências políticas. Parte dessas interferências políticas decorre do fato de ser setor público, portanto com “autoridade delegada”. Outra parte decorre dos interesses contrariados ou a contrariar pela atuação efetiva da Visa. Dá-se uma elevada interdependência entre os órgãos de Visa, conforme vimos anteriormente. Concorre, também, para a complexidade do ambiente a definição de competência e atribuições entre as Visa das três esferas de governo e, também, outras questões que dizem respeito à Vigilância sanitária, mas que permaneceram fora do campo de abrangência da Anvisa, tal como a Saúde do Trabalhador (p.1).

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3.4 Implicações Tecnológicas na Área de vigilância Sanitária

A gestão pública é resistente e pouco ágil frente às necessidades de mudanças rápidas

atuais. Trata-se do redimensionamento do tempo e do espaço.

Drama da revolução da informação, segundo Toffer (1995) é a velocidade e não o

conteúdo; a velocidade significa a possibilidade de mudar de tempo. Rapidez da informação é

a velocidade da luz. Uma conjuntura globalizada on line não necessita mais de muros

cercando grandes fábricas, apenas de equipamentos e profissionais em rede.

As mudanças que ocorrem constantemente e em uma velocidade incessante

provocam contínuas variações no meio ambiente onde operam as organizações e faz com que

estas sejam obrigadas a adotar tal postura.

No mundo moderno, a gestão estratégica é da maior importância para a dinâmica

organizacional. As mudanças em curso requerem um mapeamento constante das estruturas

organizacionais no setor público, de forma a prepará-las para possíveis alterações, além de

exigirem uma postura que esteja em condições de enfrentar os constantes desafios impostos

por este ambiente de turbulências. Estes novos processos administrativos estão sendo

aprimorados e, conseqüentemente, geram novas técnicas de gestão e novos processos de

trabalho, com o emprego de novas metodologias que permitem reestruturar totalmente a

organização, modelando-a de acordo com o mundo novo.

Em função disto deve haver por parte das organizações uma preparação por inteiro

em todos os departamentos, em todas as divisões: adaptação e modificação de métodos e

técnicas mais apropriadas ao contexto que hoje enfrentam e ás mudanças prenunciadas já para

o início do novo milênio.

O setor de vendas talvez seja o que enfreta a maior competitividade, por isso exige

uma gestão empresarial capacitada e competente. A qualidade dos serviços de venda

demandado pessoas com outro nível de qualificação, dotadas de potencial cada vez maior de

conhecer os novos equipamentos com processos de produção, com problemas estruturais e

políticos. É necessária uma mentalidade, isto é, um conjunto de atitudes mais apropriadas ao

tipo de organização em que trabalham.

Dentro de uma visão empresarial moderna, a estratégia pressupõe definição

sistemática de objetivos, diretrizes e metas de desempenho, integrando as necessidades e

decisões setoriais, convergindo com as políticas e orientações globais. Igualmente, a difusão e

integração do planejamento às atividades das diversas áreas ida gestão pública, através da

elaboração de normas e orientações, definições de níveis de participação, estabelecimento de

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calendário e de mecanismos de controle e monitoramento, promoção de permanente ajuste da

gestão pública às mutações ambientais e às exigências ecológicas com novos métodos e

técnicas gerenciais.

É importante ressaltar que vivemos a era da competitividade que corresponde à fase

atual e teve início na década de 90 e, por isso, flexibilidade e descentralização são as palavras-

chave, uma vez que é objeto do setor público, como na área de vigilância sanitária, substituir

as estruturas burocráticas e hierárquicas tradicionais, a fim de otimizar seu funcionamento.

Tal proposta, de acordo com Neilson, Partemack e Viscio (2000), propõem o temo

“e-xtended” para designar um novo modelo empresarial, no qual burocracia e hierarquia

passam por um processo de revisão e relativização dentro das organizações, de modo a

possibilitar aos funcionários responder de imediato às oportunidades de competição mundial.

Em função da evolução dos processos que envolvem o funcionamento da gestão

pública, foi necessário o desenvolvimento de práticas que colaborem para o exercício de um

gerenciamento eficaz, bem como o alcance das metas em vigilância sanitária.

A evolução desses conceitos estendeu a importância e elaboração de um

planejamento estratégico por todas as camadas de uma empresa. Oliveira reforça essa idéia ao

afirmar que: Certas decisões, que podem afetar significativamente a vida da empresa como

um todo, estavam sendo tomadas apenas por gerentes dos núcleos da organização (p.46).

Processo administrativo baseado em sustentação metodológica que visa estabelecer a

melhor direção a ser seguida pela organização, objetivando otimizar o grau de interação com

o ambiente e atuar de forma inovadora e diferenciada (DONÁRIO, 1985).

Mais comumente considerado como de responsabilidade dos níveis hierarquicamente

superiores da gestão pública e diz respeito tanto a formulação de objetivos, quanto à seleção

de planos de ação a serem seguidos para sua consecução, levando em conta as condições

externas e internas à organização e a evolução esperada para a mesma. O processo, no

entanto, deve ter coerência e sustentação decisória.

O Planejamento Estratégico, como visto, consiste na definição do negócio e missão

organizacionais, elaboração e utilização de diferentes cenário para atuação da organização,

formulação das filosofias e políticos organizacionais, definição de objetivos e metas

organizacionais, opção por estratégias ou alvos de atuação, elaboração do orçamento

organizacional durante um exercício fiscal determinado, bem como da metodologia de

avaliação, controle e retroalimentação de todo o Planejamento Estratégico realizado

(TAVARES, 1991).

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Nesse sentido, a identificação do negócio da organização revela-se como o espaço

em que a organização pretende ocupar frente a estas demandas, sendo definido pela escolha

do negócio ao qual a organização pretende se dedicar, o que representa a seleção das formas

de satisfação das demandas ambientais existentes. Uma organização define seu negócio pelos

desejos ou necessidades que a mesma satisfaz quando o consumidor ou cliente utiliza seus

produtos e/ou serviços. Não deve se ater à razão social da organização, contratos ou estatutos.

Satisfazer os clientes é o negócio base de toda e qualquer organização e consiste na linha

mestra que a alta administração adota para orientar a ação e tornar possível a contínua

interação da organização com o ambiente.

Em geral, este processo de análise implica em observá-la de fora para dentro,

confrontando as demandas do ambiente com duas competências distintas e vantagens

competitivas, quais sejam, conhecimento do mercado em que atua, Know-how em tecnologia,

distribuição, atendimento e recursos disponíveis; além da história da organização e feeling de

sua alta administração (MONTGOMERY; PETER, 1998).

Vale aqui esclarecer que, ainda que tenha definido seu negócio de maneira ampla, a

organização pode migrar de um negócio para o outro, face as suas capacidades internas e o

leque de alternativas apresentadas pelo ambiente.

As oportunidades e ameaças externas podem levar a uma constante redefinição do

negócio da organização. Aspectos internos tais como a mudança de clima organizacional e

insatisfações por parte do quadro de pessoal, também podem contribuir para este tipo de

reflexão. A mudança no ramo do negócio, contudo, depende da existência de alternativas

coerentes e que possam se aproveitadas pela organização.

É importante destacar as vantagens e benefícios que envolvem a elaboração e

execução de um Planejamento Estratégico. Oliveira (2001) destaca como sendo as mais

importantes.

- Facilita a tomada de decisão e a alocação de recursos;

- Estimula o raciocínio empresarial;

- Reforça o envolvimento efetivo dos gerentes a partir do momento em que estes se

tornam comprometidos com a estratégia da empresa.

O autor esclarece, ainda que em relação a essa última vantagem, sua possibilidade

decorre de fato da administração, ao posicionar-se em termos estratégicos, alia o

planejamento estratégico e a tomada de decisão operacional em todos os níveis (OLIVEIRA,

2001).

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Um fator de extrema importância, inda, deve ser adicionada às questões do

Planejamento Estratégico, qual seja, a interação entre pessoas. Nestes sistemas é essencial a

valorização do trabalho em equipe, a comunicação aberta e o incentivo à confiança por parte

do todos os membros da empresa, com vistas ao sucesso organizacional.

Por outro lado, também, verifica-se que o Planejamento Estratégico não pretende

resolver todos os problemas de uma empresa. Não é possível mantê-lo otimizado frente a essa

expectativa. Pelo contrário, esse instrumento deve refletir verdadeiramente a situação da

organização e suas condições de crescimento e/ou sobrevivência no mercado. Tem que estar

respaldado em dados totalmente quantificáveis e com condições de monitoramento.

3.5 Reestruturação Organizacional

É a etapa seguinte ao diagnóstico onde são criadas e divididas as funções de todos os

componentes da empresa. O crescimento de uma empresa depende diretamente de uma

estrutura capaz de atender as demandas geradas pelo aumento do volume de negócios.

3.6 Planejamento Financeiro na Gestão em Vigilância Sanitária

A organização financeira de uma empresa diz respeito à administração de seus

custos. Geralmente, as organizações de grande porte têm esta área estruturada a partir de

comissões de orçamento.

Esta comissão de orçamento tem como finalidade aprovar o orçamento geral que

envolve todas as atividades da organização.

De acordo com a Agência nacional de Vigilância Sanitária - ANVISA (2010:

Ainda hoje há a necessidade de se incrementar a capacidade de gestão dos órgãos de Vigilância Sanitária dos Estados e Municípios para que eles tenham melhores condições de gerir os recursos repassados, cujo percentual de execução, com poucas exceções, tem sido muito baixo. A responsabilidade maior pelo financiamento da saúde é atributo da União. Isto não exclui outras instâncias de governo de compartilhar seu custeio. Nesse sentido, faz-se necessário que os demais gestores ao elaborarem seus orçamentos, garantam um patamar de recursos que se some aos alocados pela instância federal. A NOB/SUS/01/96, inovou ao criar dois incentivos financeiros para a Vigilância Sanitária. Um destinado aos estados, denominado de Índice de Valorização do Impacto em Vigilância Sanitária – IVISA. E um segundo, destinado aos municípios, o PAB/VISA. Somente o PAB/VISA8 foi regulamentado e implantado com um valor per capita destinado a financiar as ações básicas de Vigilância Sanitária previstas no Sistema de Informação Ambulatorial – SAI/SUS, no valor de R$ 0,25/hab/ano e repassados fundo a fundo (p.1).

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Os recursos financeiros bem administrados garantem a estabilidade e o sucesso da

gestão pública, para isso o controle é primordial para ao acompanhamento do que foi

estabelecido no planejamento.

3.7 Vigilância Sanitária e Saúde Pública: Sistema Único de Saúde (SUS)

3.7.1 O Sistema Único de Saúde e sua Trajetória

O direito à saúde sempre esteve associado aos direitos políticos e sociais. Assim

sendo, o conceito de saúde ao longo dos tempos passou por modificações, de acordo com o

grau de organização, mobilização da sociedade e da intervenção do Estado (INSTITUTO DO

HOMEM, 1992).

Até 1967 no Brasil, não era reconhecido o direito à saúde na Constituição Federal.

Na Conferência Internacional sobre Cuidados Primários de Saúde, realizada em Alma Ata, na

Antiga URSS, promovido pela OMS, foi firmada uma declaração que, em seu Art. 1º,

estabelece: “a Saúde é um estado de completo bem-estar físico mental e social e não

simplesmente a ausência de doença ou enfermidade”. Essa concepção de saúde teve grande

acolhida no Brasil, unificando os movimentos em prol, da “determinação da saúde”, com a

bandeira “Saúde – Direito de Todos e Dever do Estado”. Este movimento ficou conhecido

nacionalmente como o Movimento pela Reforma Sanitária que discutia o Sistema Nacional de

Saúde e propugnava por um novo modelo. A Reforma Sanitária teve o apoio de movimentos

sociais sindicais, acadêmicos e parlamentares.

Na 8ª CNS, precedida de amplo debate em instâncias de saúde locais e regionais,

finalmente, foi definido o conceito de saúde em termos abrangentes: A Saúde é a resultante

das condições de habitação, alimentação, educação, renda, meio ambiente, trabalho,

transporte, emprego, lazer, liberdade, acesso à terra e posse dela e de acesso a serviços de

saúde. Consequentemente é o resultado das formas de organização social de produção, que

podem gerar grandes desigualdades de vida.

Ainda na 8ª CNS, ficou consignado que o Direito à Saúde, significa a “garantia, pelo

Estado, de condições dignas de vida e de acesso universal e igualitário à ações e serviços de

promoção, proteção e recuperação de saúde, em todos os seus níveis, a todos os habitantes de

território nacional, levando ao pleno desenvolvimento do ser humano em sua

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individualidade”. Em agosto de 1992, na 9ª CNS, esta concepção foi reafirmada e assumida

pela C.F.

A lei nº 8080/90, em seu capítulo I, estabelece um conjunto de atribuições e objetivos

para o SUS, que são:

1) A identificação e divulgado dos fatores condicionantes e determinantes de saúde,

dentre outros, a alimentação, a moradia, o saneamento básico, o meio ambiente, o

trabalho, a renda, a educação, o lazer e o acesso aos bens e serviços essenciais.

2) A formulação de políticas de saúde, destinada a promover, nos campos

econômicos e social, a redução de riscos de doenças e de outros agravos e o

estabelecimento de condições que assegurem acesso universal e igualitário às

ações e aos serviços para a sua promoção, proteção e recuperação;

3) Assistência às pessoas por intermédio de ações de promoção, proteção e

recuperação da saúde, com a realização integrada das ações assistenciais e das

atividades preventivas. Estão ainda previstas como atribuições do SUS;

4) A execução de ações de vigilância sanitária, epidemiológica, de saúde dos

trabalhadores de assistência terapêutica integral, inclusive farmacêutica;

5) A participação na formulação da política e na execução de ações de saneamento

básico;

6) A ordenação da formação de recursos humanos na área de saúde;

7) A vigilância nutricional e orientação alimentar;

8) colaboração na proteção do meio ambiente, nele compreendido o do trabalho;

9) A formulação da política de medicamentos e equipamentos imuno-biológicos e

outros insumos de interesse para a saúde e a participação na sua produção;

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10) O controle e a fiscalização de serviços, produtos e substancias de interesse para a

saúde;

11) A fiscalização e a inspeção de alimentos, água e bebidas, para consumo humano;

12) A participação no controle e na fiscalização da produção, transporte, guarda e

utilização de substancias e produtos psicoativos, tóxicos e radioativos;

13) O incremento em sua área de atuação, do desenvolvimento científico e

tecnológico;

14) A formulação e execução da política de sangue e seus derivados.

O Art. 198 da C.F. e o Art. 7º da lei nº 8080/98 prevêem a observação de

determinados princípios no desenvolvimento e nas ações dos serviços públicos e privados de

saúde, contratados ou conveniados que integram o SUS. Os princípios são:

1) Universalidade aos serviços de saúde em todos os níveis de assistência, isto quer

dizer que todos os cidadãos têm direito à assistência à saúde independente de

vínculo empregatício ou se contribui ou não com a previdência;

2) Integralidade de assistência, entendida como um conjunto articulado e contínuo

das ações e serviços preventivos e curativos, individuais e coletivos, exigidos para

cada caso em todos os níveis de complexidade do sistema, ou seja, o sistema de

saúde deve proporcionar ao indivíduo ou à coletividade, as condições de

atendimento, de acordo com as suas necessidades;

3) Prevenção da autonomia das pessoas na defesa de sua integridade física e, moral;

4) igualdade da assistência à saúde, sem preconceitos ou privilégios de qualquer

espécie;

5) Direito à informação, para as pessoas assistidas, sobre sua saúde;

6) Divulgação de informação quanto ao potencial dos serviços e a sua utilização pelo

usuário;

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7) Utilização da epidemiologia para o estabelecimento de prioridades, alocação de

recursos e a orientação programática;

8) Participação da comunidade;

9) Descentralização político-administrativa, com direção única em cada esfera de

governo, com ênfase na descentralização dos serviços para os Municípios,

regionalizando e hierarquizando a rede de serviços;

10) Integração em nível executivo das ações de saúde, meio ambiente e saneamento

básico;

11) Conjunção dos recursos financeiros, tecnológicos, materiais e humanos da União,

dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, na prestação de serviços de

assistência à saúde da população;

12) Capacidade de resolução dos serviços em todos os níveis de assistência;

13) Organização dos serviços públicos de modo a evitar duplicidade de meios para

fins idênticos;

3.7.2 Gerenciamento do SUS e Vigilância Sanitária

Para que sejam garantidas a gratuidade, a universalidade, a eficácia e a eficiência dos

serviços de saúde, o gerenciamento do SUS deverá ser:

Participativo – permite o controle e a intervenção dos trabalhadores e de todos os

cidadãos da sociedade civil organizada, sobre a forma como estão sendo prestados os

serviços de saúde à comunidade em geral;

Democrático – atender em primeira e última instancia, aos interesses dos usuários,

quanto às suas reais necessidades de serviços de saúde;

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Descentralização – oferecer condições materiais, físicas, financeira, de recursos

humanos e políticas, de modo a permitir a administração e o controle em cada esfera

governativa (Municipal, Estados, União), de forma autônoma e com poder de decisão

local.

Além da necessidade obediência aos princípios acima, é fundamental que os

servidores na prestação de serviços de saúde, qualquer que seja a função que exerçam, o

façam com compromisso, ética e competência, a fim de garantir o máximo de qualidade a

esses serviços, respeitados os direitos do cidadão brasileiro. Devem ser garantidos também

como condição fundamental.

A lei Orgânica da Saúde. 8080/90, em seus artigos oitavo e nono, estabelece

princípios para a Organização Direção e Gestão do SUS. Os princípios organizacionais do

SUS são:

a) Regionalização e Hierarquização - Os serviços de saúde estão classificàdas em

níveis de complexidade crescente. Havendo serviços que para sua execução exigem toda uma

estrutura e condições especiais, enquanto que outros não o requerem. A organização da rede

de saúde de forma regionalizada e hierarquizada favorecerá um conhecimento mais amplo dos

problemas de saúde de cada localidade e consequentemente melhor programação das ações de

vigilância epidemiológica, sanitária, controle de vetores, educação em saúde, além de ações

de atenção ambulatorial e hospitalar em todos os níveis de complexidade.

b) resolutividade - É a garantia de solução dos problemas tanto do indivíduo quanto

da coletividade, que buscam o serviço necessário. A rede por sua vez deve estar capacitada

para atender e resolver os problemas até o nível de sua competência.

c) descentralização - Entendida como uma redistribuição das responsabilidades nos

três níveis de governo, Implica em que quanto mais perto do problema, mais chance de acerto

na decisão tomada. Assim, o que é de abrangência de um Município deve ser de

responsabilidade do governo municipal, na abrangéncia do Estado a responsabilidade recai

sobre o governo estadual e o de nacional será de responsabilidade federal.

d) participação dos Cidadãos - Garantida pela Constituição Federal, significa que a

população participará do processo de formulação das políticas de saúde e do controle de sua

execução, nos níveis municipal, estadal, federal, através dos Conselhos e Conferências de

Saúde.

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e) Complementariedade do Setor Privado - O Sistema único de saúde pode recorrer

aos serviços da iniciativa privada, desde que comprovada a insuficiência de sua rede, na

cobertura assistencial à população de uma determinada área, na Lei 8080/90, em seus artigos

25 e 26, estão previstas em que condições se darão a contratação desses serviços.

O SUDS foi criado em julho de 1987, através do Decreto n° 94.657, com o objetivo de

consolidar e desenvolver qualitativamente as AIS e teve como grandes méritos, a

desconcentração estadual da saúde e a municipalização dos serviços A Constituição federal de

1988 incorporou um conjunto de conceitos, principios e diretrizes extraidas da pratica

corrente e hegemônica, reorganizando-as na nova lógica referida pelos princípios da reforma

sanitária.

Constitucionalmente foi criado o SUS, que veio a ser regulamentado pelas Leis

ns.8080 de 19/09/90 e 8.140 de 28/12/90. Com o processo de descentralização acordado entre

as três esferas de governo, e com a edição da Norma Operacional Basica — SUS/1993, ficou

estabelecido que haveria três modalidades de gestão: incipiente, parcial e semiplena; portanto,

graus diferenciados de responsabilidades e de autonomia.

A gestão semiplena prevê ações mais amplas e nivel de autonomia maior, ficando as

Secretarias de Saúde Municipais com total responsabilidade sobre a administração de

prestação de serviços de saúde; não havendo, portanto, a relação de compra e venda

intergovernamental de serviços, em função do recebimento pelos estados e municípios de

recursos financeiros do Ministeno da Saude, de acordo com os tetos financeiros, previamente

estabelecimentos para assistência ambulatorial e hospitalar.

Foi da maior importância a iniciativa do Ministeno da Saude de elaborar e colocar em

prática a Norma Operacional Básica (NOB) do SUSII 996; objetivando promover e consolidar

o pleno exercicio, por parte do poder publico municipal e do Distrito Federal, da função de

gestor da atenção à saúde dos meus municipios, e ainda a redefinição das responsabilidades

dos Estados, do Distnto Federal e da União

Constitui um esforço de aperfeiçoamento de todas as ações implementadas, para cada

vez mais dar poder, autonomia e recursos ao Poder Municipal, para assumir a

responsabilidade por todas as questões de saúde dentro de seus limites territoriais, embora

seja tambem estimulada a formação de consórcios Municipais para a solução de problemas

locais.

Na tentativa de melhorar este quadro, o governo federal introduziu mudanças no

processo de descentralização, alterando as modalidades de gestão para os governos estaduais,

que passaram a ser denominadas Gestão Avançada do Sistema Estadual e, para os municípios,

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a Gestão Plena da Atenção Básica e Gestão Plena do Sistema de Saude em substituição aos

tipos de Gestão Incipiente, Parcial e semiplena.

Os números apresentados pelo SUS mostram como ele e de grande importância para a

população do País tem, como principais desafios, a destinação do volume de recursos

financeiros necessários, garantia de acesso e de qualidade mais homogênea em todas as

regiões do pais, etc. Segundo o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), o gasto

federal em saúde, em 1996, em relação ao gasto federal total, (fiscal e seguridade social), foi

de 4,1% É obvio que se o governo não tem acesso a informações, a planilhas de custos, a

banco de dados, a indicadores e parâmetros de procedimentos em saúde, em termos

financeiros, não terá condições técnicas e políticas para i’i atuar com firmeza. Não basta só a

lei, é preciso vontade política para defender milhões de pessoas que pagam mensalmente as

suas quotas.

Convencionou-se denominar esta situação de crise de “universalização excludente”,

ou seja, o processo de universalização do sistema de saúde veio sempre acompanhada da

exclusão de segmentos sociais de camadas médias e do operariado qualificado (FAVERET;

OLIVEIRA, 89).

Depois de crescer durante toda uma era de desenvolvimento, em torno de 7% ao ano,

nos anos 80, a economia brasileira, com exceção do período do Plano Cruzado, permaneceu

em crise.

A crise estrutural acentuou-se com a deteriorização da situação cambial, aceleramento

inflacionário, recessão e notadamente com a ruptura de um padrão de crescimento baseado na

articulação solidana entre Estado, empresas multinacionais e empresas privadas nacionais.

Consumou-se, portanto, a ruptura do Estado desenvolvimentista, sustentado por uma aliança

liberal desenvolvimentista, de corte conservador (MENDES, 1996).

A instabilidade das fontes de financiamento tem agravado extremamente a situação do

SUS, contribuindo para piorar a qualidade da prestação de serviços de saúde, em função da

ausência de recursos para a qualificação profissional, compra e manutenção de equipamentos,

contratação de novos profissionais, medicamentos, alimentos, etc.

A soma do gasto total per capita/ano (soma de gastos federais, estaduais e municipais),

no periodo compreendido de 1989/93, registrou uma queda de US$99,26, em 1989, para

US$65,11, em 1993.

O SUS, por razões jurídicas e políticas, passou a depender cada vez mais do

empobrecido caixa do Tesouro Nacional que, em um momento de estabilização econômica,

recebe uma forte pressão empresarial e de agências Internacionais para a eliminação do deficit

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publico, em função da política de implementação de um Estado mínimo, privatizações, baixo

poder de regulação do Estado, reformas econômicas orientadas para o mercado, pagamento

preferencial de juros da dívida interna e externa.

Segundo Mendes (1996), quem ganhou com a criação do SUS, desde seu inicio, foram

60 milhões de brasileiros ate então submetidos a uma atenção estatal de medicina simplificada

ou à filantropia.

Embora reconhecendo que a universalizaçâo da saúde no Brasil foi excludente, com

queda na qualidade média da atenção médico-hospitalar, é inegável que para milhões de

despossuídos que adquiriram direitos e livraramse da indigência, os ganhos, tanto do ponto de

vista dos serviços, quanto da perspectiva psicossocial, são inegaveis Milhões de brasileiros

alcançaram, com o SUS, cidadania na saúde, mas permaneceram subcidadãos políticos.

Os recursos financeiros do SUS são depositados em conta especial, em cada esfera de

governo e movimentados sob a fiscalização dos respectivos Conselhos de Saúde, conforme o

Art. 33 da lei n°8080/90. Esta conta especial denomina-se de Fundo de Saúde.

3.8 As Politicas Pública de Saúde no Brasil e Vigilancia Sanitária

O setor da saúde no Brasil tem sido campo de inúmeros embates pela transformação

de um determinado padrão de intervenção estatal no plano das políticas sociais das quais a

Constituição de 1988, também chamada “Carta cidadã” foi a principal norteadora (BRASIL,

2000).

As políticas de saúde, anteriores a este marco histórico, tinham como características o

caráter autoritário, a organização extremamente e burocratizada e um referencial estrito de

intervenção do modelo, de cunho curativo, em prejuízo de medidas preventivas, cujas ações,

de caráter campanhista e pontual eram realizadas por um inexpressivo Ministério da Saúde

(MS).

As ações de assistência médico-hospitalar eram de responsabilidade do Ministério da

Previdência e Assistência Social (MPAS), sendo estas últimas hegemonicamente

prevalecentes. Cabe lembrar que a tais ações era destinada grande dotação orçamentária,

ficando o Ministério da Saúde à mercê das eventuais sobras do tesouro, numa distribuição de

recursos que explicitava os contornos da compreensão e do exercício estatal do conceito de

saúde e de cidadania vigentes (BRASIL, 2000).

A partir da década de 70 começou a ser delineado um novo quadro no campo de

atenção à saúde com a proposta da reorganização dos sistemas de saúde, partindo-se de um

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referencial mais democrático, onde a gestão participativa passou a ser valorizada.

Esta proposta buscou romper com o paradigma de atenção à saúde fundado no sistema

biomédico curativo para que fosse possível ampliar o conceito de tal modo que, além de

controlar danos e riscos, se preocupasse com os determinantes sócio-ambientais da saúde

(FAVERET FILHO; OLIVEIRA, 1999).

Em oposição à prática então hegemônica, observa-se que o movimento de reforma

sanitána tinha como fundamento o conceito de saúde como direito de cidadania, a ser exercido

e oferecido a partir da democratização do processo decisório e da construção de um controle

social efetivo (BRASIL, 2000).

Segundo Luchese (2000), o movimento pela reforma do sistema de atenção à saúde

reivindicava a instituição do direito à saúde como direito inerente à pessoa, sendo, portanto

um direito extensivo a toda a população brasileira, excluindo qualquer tipo de discriminação

no campo de atenção à saúde, o que gerou uma reversão na lógica do benefício concedido

mediante a vinculação ao sistema previdenciário ou como função das possibilidades

econômicas.

Paralelamente, o direito à saúde, entendido como acesso aos serviços de todos os

níveis, deveria abranger, de maneira integradora, ações de promoção, prevenção, cura e

reabilitação.

Este projeto desenvolveu-se a partir da unificação das redes federal, estadual e

municipal, em um único sistema de saúde, em contraposição a histórica fragmentação das

ações e serviços de saúde. Simultaneamente a este processo, se estabeleceu a gestão

descentralizada como estratégia de reorganização e democratização do sistema, organizado

em tomo dos pressupostos de universalização e equidade da assistência.

No tocante ao financiamento, desenvolveu-se a diversificação das fontes tributárias

(até então restrita às contribuições sobre folha de salários, extremamente susceptíveis às

conjunturas recessivas); a necessidade de recursos permanentes e estáveis e; o

redimensionamento do poder público frente aos prestadores privados, de modo que este

exercesse sua função normativa, fiscalizadora e coercitiva na garantia das responsabilidades

assumidas na prestação de serviços à população (LUCHESE, 2000).

Ao abordar políticas públicas de saúde, Luchese (1996) ressalta o fato de que o Brasil

tem sido cenário de numerosos embates na luta por uma postura mais social democrata por

parte do Estado. Institucionalmente, a Constituição de 1988 foi a principal norteadora desse

principio antiliberal, entretanto, o princípio norteador que predomina nos projetos e políticas

governamentais atualmente ainda é a do “Estado Mínino”, de acordo com a opinião desse

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autor.

Anteriores a “Carta Cidadã” as políticas de saúde se caracterizavam por um caráter

autoritário, uma organização extremamente centralizada e burocratizada e um referencial

estrito de intervenção do modelo biomédico, de cunho curativo, em prejuízo de medidas

preventivas, cujas ações, de caráter campanhista e pontual eram realizadas por um

inexpressivo Ministério da Saúde (MS).

O Ministério da Previdência e Assistência Social (MPAS) se responsabilizavam pelas

ações de assistência médico-hospitalar, sendo estas hegemonicamente prevalecentes. O

Ministério da Saúde estava à sombra das eventuais sobras do tesouro, numa distribuição de

recursos que explicitava os contornos da compreensão e do exercício estatal do conceito de

saúde e de cidadania vigentes.

Na década de setenta, ocorreram mudanças significativas com o parecer da

reorganização do sistema de saúde nacional que teve como base um referencial mais

democrático, valorizando-se assim a gestão participativa. Tal proposta procurou a quebra do

paradigma de atenção à saúde, fundado no sistema biomédico curativo, com a proposta de que

o conceito de saúde fosse de tal modo ampliado que, além de controlar danos e riscos, se

preocupasse com os determinantes sócio-ambientais da saúde (LUCHESE, 1996).

Em oposição à burocracia hegemônica da época, o movimento de reforma sanitária,

apregoava a concepção de saúde como direito de cidadania, a ser oferecido e exercido a partir

da democratização do processo decisório, como também, da construção de um controle social

efetivo. Existe o pensamento de que a saúde seja um direito inerente ao cidadão, sendo,

todavia, extensiva a toda população brasileira, eliminando qualquer tipo de discriminação no

campo de atenção a saude.

Ao menos no domínio ideológico, esse pressuposto reverte a lógica do benefício

conferido frente à vinculação ao sistema previdenciário ou como função das possibilidades

econômicas. Ao mesmo tempo, o direito à saúde, entendido como acesso aos serviços de

todos os níveis, deveria abranger, de maneira integradora, ações de promoção, prevenção,

cura e reabilitação.

A partir da fusão das redes federal, estadual e municipal, esse projeto se desenvolveu

até chegar a um sistema de saúde único, representando uma revolução na história das

instituições de saúde no país. Apesar do processo de gestão descentralizada, este se firmou

como estrategia de reorganização e democratização do sistema, organizado em torno dos

pressupostos de universalização e eqüidade da assistência.

Seguindo ainda a retrospectiva de Luchese (1996), ampliou-se a diversificação das

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fontes tributárias, que até essa época limitada às contribuições sobre folha de salários,

bastante influenciáveis às conjunturas recessivas; a necessidade de recursos permanentes e

estáveis; e redimensionamento do poder público frente aos prestadores privados, de modo que

este exercesse sua função normativa, fiscalizadora e coercitiva na garantia; responsabilidades

assumidas na prestação de serviços à população.

3.9 Novos Paradigmas de Saúde na Legislação Nacional

Em parte anexados ao texto constitucional de 1988, os paradígmas da reforma

sanitária foram cristalizados de tal modo que fizeram este se romper ineditamente com a

história das políticas sociais brasileiras ao afirmar o direito à saúde segundo a noção de direito

social universal. Ressalta a Constituição que:

A saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido mediante políticas sociais e econômicas que visem a redução do risco de doença e outros agravos e ao acesso universal e igualitário às açôes e serviços para sua promoção, proteção e recuperação (Brasil, 1988 art. 196).

Uma concepção ampla de seguridade social, incluindo o direito a saúde é inaugurado

pelo texto constitucional. A partir dessa concepção, é plausível notar que princípios

fundamentais do movimento sanitário foram preservados, traduzindo-se na constituição na

formulação de um Sistema Único de Saúde (SUS), a ser organizado em “uma rede

regionalizada e hierarquizada” (ari 198), de acordo com diretrizes de “descentralização, com

direção única em cada esfera de governo; atendimento integral, com prioridade para as

atividades preventivas, sem prejuízo dos serviços assistenciais; participação da comunidade”

(art. 198).

A Lei N° 8.080/90, votada em setembro de 1990, regulamenta o Sistema Único de

Saúde (SUS), estabelecido pela Constituição Federal de 1988, advertindo quanto à relevância

pública dos serviços de saúde além de definir as atribuições dos níveis federal, estadual e

municipal e o caráter complementar dos serviços privados. A lei delimita a organização básica

das ações e serviços de saúde, quanto à direção, gestão, competências e atribuições de cada

esfera de governo no Sistema Único de Saúde (SUS).

Conforme a legislação, ao SUS existe a incumbência de proporcionar assistência às

pessoas através de ações de promoção e recuperação da saúde, com a realização integrada das

ações assistenciais e das atividades preventivas, nela incluídas as ações de vigilância sanitária,

vigilância epidemiológica, saúde do trabalhador e assistência terapêutica integral, inclusive

farmacêutica; e seus princípios são: a) descentralização político-administrativa, com direção

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única em cada esfera de governo, b) na fase na descentralização dos serviços para os

municípios, c) regionalização e hierarquização da rede de serviços de saúde. (Lei n° 8080,

capítulo 1).

Complementar a Lei Orgânica de Saúde e organizando a participação da comunidade

na gestão do sistema à forma e às condições para transferências intergovernamentais de

recursos nesse âmbito, a lei no 8142 de 28 de dezembro de 1990 implicou na criação de

instituições, as quais se destacam a Conferência de Saúde e o Conselho de Saúde, conferindo

a este último órgão colegiado caráter permanente e deliberativo. Os Conselhos de Saúde têm

por função atuar “na formulação de estratégias e no controle da execução da política de saúde

na instância correspondente, inclusive nos aspectos econômicos e financeiros” (Lei 8142,

Art. 1).

A NOB 01/96, mais especificamente, encaminha o programa saúde da família,

definido como modelo de atenção à saúde recebendo apoio institucional e financeiro para

implantação de equipe pelos municípios. Seu objetivo principal consiste em promover e

consolidar o pleno exercício, por parte do poder público municipal e do Distrito Federal, da

função de gestor da atenção à saúde. E isso, áponta-se para a freqüente necessidade de

redefinição das responsabilidades dos Estados, do Distrito Federal e da União, por meio de

atualizações políticas com o intuito de avançar na consolidação dos princípios do SUS.

Para possibilitar a busca pela efetivação da responsabilidade social do poder público

municipal na esfera da saúde, encontra-se a Lei 8080/90. Desse modo, esse poder se

responsabiliza como também pode ser responsabilizado, ainda que não isoladamente. Os

poderes público, estadual e federal são co-responsáveis, na respectiva competência ou na

ausência da função municipal.

Contudo, tal responsabilidade não elimina o papel da família, da comunidade e dos

propnos individuos, na promoção, proteção e recuperação da saúde. O que implica no

aperfeiçoamento da gestão dos serviços de saúde no país e da própria organização do Sistema

(NOB 96— inciso II do Artigo 23, da Constituição Federal).

Pode-se afirmar que a busca de uma política pública de saúde em nosso pais,

simultaneamente, tem provocado e estimulado um aperfeiçoamento do processo de

qualificação da força de trabalho em saúde com vistas a instrumentalizá-la para a construção

do SUS.

Lei Orgânica 8080 no seu título IV, art. 27, ainda que timidamente, dispõe sobre a poiitica de recursos humanos na area da saude [incluindo entre os seus objetivos ai organização de um sistema de formação de recursos humanos em todos os níveis de ensino (...). (BRASIL, 1990)

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Mais ainda,

Os projetos de articulação escola-serviço, entre outras experiências inovadoras das décadas de 70 e 80, foram evidências inquestionáveis do esforço dos serviços e da universidade em cumprir a parcela que lhes cabia nessa tarefa. Na verdade, o redimensionamento da instrumentaiizaçâo da força de trabalho para o SUS exige uma “redefinição global do processo de produção de RH em saúde. (PAIM, 1994, p. 62)

É preciso que se construa um projeto de saúde pública que “[fabraçe] a causa [d]a

própria sobrevivência da humanidade.” (SAVIANI 1996, p. 183). lokoi (1994) chama a

atenção para o fato de que, nas últimas décadas, as instituições universitárias se distanciaram

dos valores utópicos, reafirmando elementos que causam a segregação e a exclusão social.

Assumir a responsabilidade pela saúde dos habitantes de um determinado território

implica a busca da integridade e um trabalho articulado entre diferentes profissionais

(medicina, enfermagem, serviço social, etc.). Para tanto é necessário travarmos uma luta

cotidiana pela redemocratização das ações publicas em defesa da vida:

No nosso país, em particular, a luta pela construção de um sistema de saúde universal, acessível e de qualidade se confunde num primeiro momento com a própria luta pela redemocratização do país, e assume no presente contorno de resistência à guinada conservadora com relação às práticas públicas da última década. Ou seja, as propostas do campo têm efeitos bastante concretos na esfera política, e mesmo no cotidiano mais amplo da população... a possibilidade de esclarecimento e construção de acordos quanto a princípios organizadores da assistência, longe de ser meramente “acadêmica” no sentido pejorativo da palavra, interessa a amplas audiências — idealmente, a todos os cidadãos (MATTOS, 2001, p.11)

Finalmente, é preciso destacar que, como as diferentes práticas profissionais em saúde

são parcelas dos quatro processos de trabalho (assistência, gerenciamento, ensino e

investigação) que compõem o processo de produção de serviços de saúde, seu objeto e sua

finalidade são idênticos aos do processo de produção a que se articulam. Por isso,

consideramos que o projeto de intervenção em saúde Coletiva é único e incorpora o

monitoramento das condições de trabalho, de vida e de Saúde, que é a forma como se

operacionaliza a Vigilância à saúde. (QUEIROZ; SALUM, 1996b, p. 201).

3.10 Politicas Públicas para a Saúde Integral

Para que concretizasse a aplicação do SUS levou algum tempo e uma série de

dificuldades foram encontradas, ocasionando inúmeras crises políticas, financeiras,

institucionais e gerenciais. Tal cenário impedia a operacionalização, o pleno desenvolvimento

e a implantação do SUS, principalmente em relação aos seus princípios básicos:

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universalização e eqüidade da atenção, descentralização da assistência, integralidade das

ações, participação e controle social.

A falta de financiamento e uma articulação entre as três esferas de governo,

dificuldades na relação entre setor público e setor privado e uma nítida resistência à mudança

do modelo assistencial tradicional, principalmente pelos setores envolvidos no antigo sistema,

ocasionaram muitos problemas.

Deve-se enfatizar uma mudança expressiva no contexto social do Brasil durante

meados da década de 90 e uma profunda crise econômica, o SUS acaba por ser colocado em

uma complicada conjuntura de insegurança, bastante prejudicial ao desenvolvimento das

ações de planejamento, acompanhamento, controle e avaliação do processo de

descentralização da atenção à saúde, o que representava grandes empecilhos à atuação da

direção nacional do SUS na condução do processo.

Em meio a uma conjuntura deficitária, o Ministério da Saúde deu início a uma série de

estratégias e programas de reformas na tentativa de tornar operacional o novo sistema. Tais

investidas vão circular desde o terreno jurídico-institucional através da formulação das

Normas Operacionais Básicas (NOB), editadas pelo Ministério da Saúde com o objetivo de

orientar a implementação do SUS, e, de modo igualmente importante, através da criação de

programas específicos de assistência especial, que terão conseqüências inestimáveis para o

curso da saude no Brasil Dentre esses programas destacam-se o Programa de Agentes

Comunitános de Saúde (PACS) e o Programa Saúde da Família (PSF).

O Programa de Agentes Comunitários de Saúde (PACS), em 1991, foi criado pelo

Ministério da Saúde a partir do exemplo bem sucedido aplicado em alguns estados brasileiros

(Paraná, Mato Grosso do Sul e Ceará). Esse programa consiste em um acompanhamento

direto de agentes da saúde na casa das pessoas, com a proposta de reduzir a mortalidade

infantil e materna das áreas mais carentes do país (principalmente os estados das regiões

Norte e Nordeste), bem como ampliar a área de cobertura dos serviços de saúde para as áreas

mais pobres.

Esse programa introduz, também, a noção de área de cobertura do serviço com um

aporte metodológico revolucionário, por ter a família e não mais o indivíduo como foco de

unidade da ação programática na área da saúde.

O programa implica na cobertura local de uma região de determinada cidade onde

deverão realizar os acompanhamentos necessários nas casas das famílias e o foco na

prevenção de doenças, se baseando em uma visão menos reducionista e mais ativa da

intervenção na saúde, através de coberturas preventivas sobre os comportamentos e atitudes

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das pessoas, reorganizando a natureza da demanda por serviços de saude.

A principal caracteristica desse programa incide em uma forte integração dos agentes

com a comunidade, sendo de extrema importância que os agentes façam parte da comunidade,

permitindo que as ações de saude não sejam bloqueadas em função de diferenças culturais

entre o saber cientifico e os saberes da comunidade.

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4 METODOLOGIA

Segundo Vieira (2006, p.19) “a metodologia é uma parte extremamente importante,

pois é a partir dela que os tópicos gerais de cientificidade (validade, confiabilidade e

aplicação) poderão ser devidamente avaliados”. A abordagem utilizada no presente trabalho

caracteriza-se como qualitativa.

Matar (1996) mostra que a pesquisa qualitativa oferece a possibilidade de se obter

um maior conhecimento sobre o tema ou problema em foco, favorecendo a compreensão de

conceitos e, sobretudo, ajudando na geração de informações para pesquisas especificas.

Na perspectiva de Vieira (2006, p.110) “a pesquisa qualitativa busca criar uma

situação experimental ou de observação que permite isolar o efeito de cada variável e

caracterizar de forma precisa o impacto da ‘causa’ sobre o ‘efeito’”.

Destaque deve ser dado ainda a esse autor no sentido de que “outra importante

característica da pesquisa qualitativa é que ela é geralmente oferece descrições ricas e bem

fundamentos, além de explicações sobre processos em contextos locais identificáveis”

(VIEIRA, 2006, p. 18). Nestes termos, as abordagens qualitativas são especialmente úteis para

determinar as razões e os porquês (AZEVEDO; NOHARA, 2006).

A fim de se obter respostas à questões de pesquisa proposta, optou-se pela realização

de um estudo de caso, com base em uma pesquisa bibliográfica sobre os temas em estudo.

A pesquisa bibliográfica teve como objetivo os conhecimentos a obtenção de

sustentação teórica sobre os conceitos. Esta pesquisa utilizou-se de livros, dicionários, jornais,

teses e dissertações visando buscar informações concernentes aos assuntos trabalhados.

Vergara (2004), assinala que a pesquisa bibliográfica fornece instrumental analítico para

qualquer outro tipo pesquisa.

Matar (2008) lembra que, em documentos conservados em órgãos públicos ou

privados ou em arquivos públicos, existe uma riqueza a ser explorada.

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5 CONCLUSÃO

As funções de desenvolvimento são responsáveis por planejamento de recursos,

políticos de cargos e salários, de capacitação e treinamento. Na área de gestão em vigilância

sanitária, indevidamente, as atividades administrativas, ora são mais, ora menos valorizadas,

de acordo com o grau de visão política que a esteja gerenciando no momento.

O mesmo fenômeno ocorre também com as atividades de desenvolvimento de

recursos financeiros nos hospitais públicos, na realidade, ambos os setores são importantes e

necessários, devendo funcionar de forma integrada e em um âmbito mais global, visando o

alcance dos objetivos organizacionais.

Infelizmente, nem sempre temos o profissional de visão mais ampla alocado nas

funções administrativas, ou nas de desenvolvimento por miopia e até por uma

incompreensível tradição. Na realidade, em muitas Secretarias de Saúde já ocorreu a

integração das funções, mas nem sempre a mentalidade mudou.

Diversas ferramentas contábeis são empregadas na administração financeira. Cabe

aos profissionais na área de administração financeira e pesquisadores da temática de

avaliarem com cuidado o uso das ferramentas contábeis no intuito de facilitar as medidas

tomadas pelos gestores, bem como, para maximizar a informação contábil na tomada de

decisão financeira.

A gestão de Recursos sofre sérias restrições orçamentárias e é pressionada por metas

financeiras, realizam-se cortes de gastos por um lado, para ampliar a margem de receitas,

levando a seleção de estratégias voltadas para aumentar a “eficiência”, palavra de ordem das

reformas contemporâneas.

No contexto da Vigilância Sanitária, a administração financeira passou a exercer

papel preponderante, monitorando dados e permitindo a adoção mais imediata de medidas

corretivas e/ou preventivas em planos e programas de controle de verba.

Além disso, apoiando e fornecendo subsídios para os diversos gestores no

planejamento e controle das atividades operacionais, comerciais, financeiras, administrativas

e tributárias, estes serviços partem da premissa da integração de diversos setores na área de

gestão em vigilância sanitária.

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