vigilÂncia dos eventos adversos pÓs-vacinaÇÃo(veapv) sesab / suvisa / divep / cei / gt-eapv
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VIGILÂNCIA DOS
EVENTOS ADVERSOS
PÓS-VACINAÇÃO(VEAPV)
SESAB / SUVISA / DIVEP / CEI / GT-EAPV
Conceitos básicos
Causa: definida como multiplicidade de condições propícias que, reunidas
em configurações adequadas, aumentam a probabilidade (ou risco) de
ocorrência de determinada doença ou evento adverso à saúde
Risco: Entende-se por ‘risco’ o grau de probabilidade da ocorrência de
um determinado evento (ex .: risco de alguém acidentar-se ou ter câncer)
Fator de risco: o elemento ou característica positivamente associado
ao risco (ou probabilidade) de desenvolver uma doença; Associação dos
fatores de risco é complexa podendo resultar em efeitos somatórios ou
multiplicativos (ex : fumo e câncer de pulmão)
Os beneficios da vacinação são maiores que os riscos?
VacinasRiscos
Avaliação de causalidade
Causalidade é a relação entre dois eventos (causa e o efeito), em que o segundo acontecimento é uma consequência do
primeiro.
• Pode apresentar-se de 2 formas: Direta
Indireta
• Na causa direta o fator A causa diretamente a doença B sem a interação com nenhum fator adicional. Na causa indireta o fator A causa a doença B, mas por meio da interação de um ou mais fatores (X, Y, etc) que podem ser entendidos como ‘fatores de risco’.
Fator A
Fator A
Doença B
Fator X Fator Y Doença B
Fumar Câncer de pulmão
Fumar Alcoolismo Câncer de pulmão
Lembrete da OMS: Pesquisa de EAPV, 2004
CAUSALIDADEAssociação (tempo, lugar)Temporalidade
Características clínicasAchados de laboratórioComorbidades ou antecedentesDiagnóstico confiávelResultados de laboratório
Conhecimento prévioPlausibilidade biológica Reação previamente conhecida
Qualidade dos dadosConsistênciaReplicabilidade, confiabilidade
Probabilidade/exclusão de outras causasEspecificidade e força da associaçãoFatores de risco, susceptibilidadeErro programático
Critérios que devem ser considerados na avaliação de EAPV relevantes
Avaliação de causalidadeAvaliação de causalidade
Temporalidade
• A “causa” deve preceder o efeito.
• A aplicação da vacina deve preceder a primeira manifestação do evento ou uma clara exacerbação da doença.
• Exemplos:−NÃO existe erupção cutânea dois
dias depois da vacina SCR – cedo demais após a imunização.
−NÃO existe anafilaxia a menos de um minuto após ter recebido alguma vacina.
Foto: OMS
Avaliação da causalidadeAvaliação da causalidade
Consistência dos achados
• Os achados devem ser replicáveis.
• Em diferentes lugares.
• Ter responsabilidade de diferentes pesquisadores que não influenciam indevidamente um no outro.
• Usando métodos de investigação diferentes.
• Todos conduzindo à mesma conclusão ou conclusões−Por exemplo, reação local com DTP.−Não há relação entre a SCR e o autismo.
Foto: A Bentsi-Enchill/OMS
Avaliação da causalidadeAvaliação da causalidade
Especificidade da associação
• Diferente em sua natureza – o EA deve estar vinculado de forma excepcional e específica com a vacina de interesse.
– EHH com vacina DTP em células inteiras
– Poliomielite e VOP
– Invaginação intestinal com RotashieldTM
• O evento alguma vez ocorre com outra “causa”?
Foto: OMS
Avaliação da causalidadeAvaliação da causalidade
Plausibilidade biológica
• A associação deve ser coerente – pode ser explicada por um (ou mais) dos seguintes aspectos:– História natural– Biologia da doença– Evidência de laboratório– Estudos em animais
• O menos forte de todos os critérios é útil quando está presente, mas não quando está ausente
−Por exemplo, febre 8 a 10 dias depois da SCR.
Foto: OMS
Avaliação da causalidade: critérios adicionaisAvaliação da causalidade: critérios adicionais
Reação previamente conhecida• Literatura• Estudos prévios ao registro• Bases de dados da vigilância pós-comercialização
– INV e vacina rotavírus.• Estudos posteriores ao licenciamento – pós comercialização
Comorbidades e antecedentes
• A vacina pode ‘exacerbar’ ou ‘mascarar’ doenças pré-existentes
– Convulsão febril após a DTP em lactentes com risco conhecido de convulsão febril.
• Aquisição de novas doenças• Ocorrência de EA diante de algum fator de risco desconhecido• Emergência de doença genética ainda desconhecida
Avaliação de causalidade - passosAvaliação de causalidade - passos
Avaliação de causalidade - passos
1. Elegibilidade: determinar se o EAPV apresenta critérios mínimos para avaliação de causalidade
2. Checklist: para sistematização de informações necessárias para a avaliação causal
3. Algoritmo: direção adequadamente às informações obtidas através do checklist
4. Classificação: categorizar e analisar a associação com vacinação , baseados no algoritmo.
Why 4 steps
Elegibilidade
1. Examinar todos os EA: verificar o motivo da notificação.• Verificar a integridade da informação.
• Confirmar o diagnóstico de casos, intervalo de tempo, vacina administrada.
• Codificar a gravidade do diagnóstico e evolução.
2. Fazer uma revisão sistemática de rotina para EA secundários e EA conhecidos.
• Realizado de forma sistemática por pessoal capacitado do programa de imunização a nível regional/nacional.
3. Recolher e analisar dados para detectar qualquer diminuição ou aumento da frequência e/ou gravidade dos eventos.
• Feito de acordo com as instruções do PNI.
Elegibilidade
4. Determinar se o EA cumpre com os critérios pré-estabelecidos (evento grave) para ser encaminhado ao Comitê de Especialistas para uma avaliação formal da causalidade (triagem).
5. Coletar dados adicionais para casos que serão encaminhados ao Comitê de Especialistas para sua avaliação formal.
6. Preparar casos para avaliação de causalidade pelo Comitê de Especialistas que incluam informações anônimas (apagar o nome do paciente, estado, nome da clínica ou hospital, etc.).
7. Armazenamento em base de dados para que possam ser recuperados quando necessário.
Checklist
Checklist 1. Existe uma forte evidência para outras causas/etiologias?
Sim Não Ignorado Não se aplica- Algum exame clinico ou teste laboratorial pode confirmar outra
causa/etiologia? Sim Não Ignorado Não se aplica2. Existe uma associação causal com a vacina ou a vacinação? - Relação entre os componentes da vacina Sim Não Ignorado Não se aplica - Erro de imunização? Sim Não Ignorado Não se aplica
- Relação com a administração da vacina?
Sim Não Ignorado Não se aplica
3. O evento estava dentro do tempo de risco aumentado?
Sim Não Ignorado Não se aplica
Algoritmo Algoritmo
Existe uma associação causal conhecida com a vacina ou vacinação?
Os eventos adversos e, particularmente aqueles relacionados com as
vacinas que têm sido usadas durante várias décadas, estão disponíveis na
literatura. Entretanto, é importante estar alerta para se detectar novos
eventos (‘sinal’).
Uma avaliação causal é feita através de uma revisão sistemática dos
dados/informações de um caso a fim de se determinar a probabilidade de
uma associação causal entre o evento e vacina(s) administrada(s).
Do que depende a qualidade de uma avaliação da causalidade?
1. Da revisão sistemática do caso:– Informações completas: dados de investigação, dados clínicos e
laboratoriais (incluindo laudos de necropsia) e com diagnóstico definitivo, compatível, podendo ser um sinal, sintoma, alteração laboratorial ou doença;
– Da disponibilidade de serviços médicos e laboratoriais adequados e acesso a informações pregressas;
– Preparo de documentos/relatórios para revisão de um comitê de especialistas;
2. Do desempenho do sistema de informação de EAPV em termos de capacidade de resposta, eficácia e a qualidade da investigação e relatórios;
3. Banco de dados adequado.
Fatores que intervêm na causalidade:
– Fatores predisponentes - idade, sexo, existência prévia de outros
agravos
– Fatores facilitadores – desnutrição, condições habitacionais
inadequadas, acesso difícil à assistência médica
– Fatores desencadeantes – exposição a agentes específicos,
patogênicos ao homem que podem associar-se ao aparecimento
– Fatores potencializadores – exposição repetida ou por tempo
prolongado a condições adversas de trabalho que podem agravar
uma doença já estabelecida.
‘Sinal’ (sinal de segurança)
• Informação sobre possível relação causal entre um evento adverso e um medicamento/vacina, sendo que tal relação é desconhecida ou foi documentada de forma incompleta anteriormente.
• Normalmente, é necessária a existência de mais de uma notificação para que seja gerado um sinal, mas, dependendo da gravidade do evento e da qualidade da informação, pode ser gerado um sinal com apenas uma única notificação.
• Também pode ser incluído como ‘sinal’ um evento adverso conhecido, para o qual houve mudança do padrão de intensidade ou frequência.
• A identificação de um sinal demanda uma explicação adicional, vigilância contínua ou aplicação de processo de investigação.
A. ConsistenteA. Consistente
A1. Reações inerentes ao produto conforme
literatura
A2. Reações inerentes a qualidade do produto
A3. Erros de imunização
A4. Reações de ansiedade relacionadas à imunização
B. IndeterminadaB. Indeterminada
B1. * Relação temporal consistente, mas sem
evidências na literatura para se
estabelecer relação causal.
C. Inconsistente
(Coincidente)C. Inconsistente
(Coincidente)
C1 Condições subjacentes ou
emergentes
C2. Condições causadas por outros
fatores e não por vacina
Inclassificável Especificar informações adicionais necessárias para a
classificação
Inclassificável Especificar informações adicionais necessárias para a
classificação
Informação adequada disponível
Informação adequada
indisponível
*B1 : Pode se tratar de um sinal em potencial. Considerar a investigação.Fonte: tradução publicação CIOMS/OMS, 2012
Classificação dos EAPV de acordo com a relação causalClassificação dos EAPV de acordo com a relação causal
B2. Os dados da investigação são
conflltantes em relaçao à causalidade
Relação causal
“A conexão entre causa e efeito não tem início e pode não ter fim”
Leon Tolstoy, Guerra e Paz