eventos adversos pÓs vacinaÇÃo eapv - controle de … · - atualizar noções básicas sobre...
TRANSCRIPT
EVENTOS ADVERSOS PÓS VACINAÇÃO
EAPV
Elaboração: Coordenação de Normatização/Subcoordenação de Capacitação/GIRF/SUVISA/SES
Atualização: Coordenação EAPV/CRIE em JUNHO/2015
Objetivos do Curso - Atualizar noções básicas sobre Vacinas e os possíveis Eventos Adversos Pós Vacinação - EAPV.
- Facilitar o entendimento das diversas dificuldades enfrentadas no dia a dia pelos
profissionais de saúde que atuam nas salas de vacinação para tomada de
decisões. (conhecimento, notificação, investigação, acompanhamento e
encerramento dos EAPV)
- Recomendar à todos os profissionais a leitura dos manuais específicos para
complementação do conhecimento. (3ª edição, 2014)
Vacinação Segura
Significa toda política, ações, procedimentos em
saúde pública, relacionadas à administração de
vacinas, com a finalidade de minimizar riscos de
transmissão de doenças e maximizar a
efetividade das vacinas.
Manual de Vigilância Epidemiológica de EAPV - 2014
Farmacovigilância de vacinas
Processo de detecção, avaliação, compreensão,
prevenção e comunicação de eventos adversos
pós vacinação ou qualquer outro problema
relacionado à vacina ou à imunização.
Manual de Vigilância Epidemiológica de EAPV - 2014
EAPV - Definição
• EAPV é qualquer ocorrência médica indesejada após vacinação e
que, não necessariamente, possui uma relação causal com o uso de
uma vacina ou outro imunobiológico (imunoglobulinas e soros
heterólogos).
• Um EAPV pode ser qualquer evento indesejável ou não intencional,
isto é, sintoma, doença ou um achado laboratorial anormal.
Fonte: Manual de Vigilância Epidemiológica de Eventos Adversos Pós-Vacinação. Ministério da Saúde. 2014
O impacto da vacinação no crescimento da expectativa de vida foi imenso e esta realidade só foi possível através da vacinação sistemática da população exposta. (SILVA,1997)
As vacinas não são 100% efetivas, e também não estão isentas de oferecerem possíveis riscos para a população. (SILVA, 1997; COMITÉ DE ENFERMEDADES INFECCIOSAS DE LA AMERICAN ACADEMY OF PEDIATRICS, 1996) EAPV
Mesmo as vacinas mais reatogênicas, a análise dos riscos comparativos entre a vacina e as doenças correspondentes mostram claramente os benefícios da vacinação. (BRASIL 2008)
Nenhuma vacina está totalmente livre de provocar eventos adversos, porém, os riscos de complicações graves causadas pelas vacinas do calendário de imunizações são muito menores do que os das doenças contra as quais elas protegem. (BRASIL 2014)
Quando se pensa no desenvolvimento de uma vacina, o objetivo é conseguir o maior grau de proteção (eficácia), com a menor frequência de eventos adversos (inocuidade). (BRASIL,1998)
O primeiro passo para a solução de um problema é reconhecer a sua existência e entender a sua dimensão. Não é possível reduzir este riscos à zero, mas é possível torná-los mais identificáveis e previsíveis. Não é uma tarefa fácil, mas necessária e prioritária. (SILVA, 1997)
Porque acontecem os EAPV ?
1.Fatores relacionados à vacina: inclui o tipo (viva ou inativada), a cepa, o meio de
cultura dos microrganismos, o processo de inativação ou atenuação, adjuvantes,
estabilizadores ou substâncias conservadoras, o lote da vacina.
2.Fatores relacionados aos vacinados: idade, sexo, número de doses e datas das
doses anteriores da vacina, eventos adversos às doses prévias, doenças
concomitantes, doenças alérgicas, autoimunidade, deficiência imunológica.
3.Fatores relacionados à administração: agulhas e seringas, local de inoculação, via
de inoculação (vacinação intradérmica, subcutânea ou intramuscular).
Erro de imunização (EI)
Relação de fatores que caracterizam os EI:• Produto: o não cumprimento das boas práticas de fabricação pode levar a
um desvio de qualidade como alterações de potência, aumento de reatogenicidade (alterações na esterilidade), dentre outros;
• Rede de frio: falhas no transporte, armazenamento, acondicionamento, distribuição, controle de temperatura, presença de turvação, alterações de coloração;
• Manuseio e administração: reconstituição, diluentes, dosagens incorretas, trocas de vacinas, via e sítio de administração, intervalos e idades fora do recomendado, prazos de validade
EAPV causado por manuseio, prescrições e/ou administração inadequadas sendo, portanto, preveníveis.
Atenção .....
• Os EI são preveníveis através de treinamento de pessoal, de suprimento adequado de equipamentos e insumos para a vacinação e da supervisão dos serviços.
• As práticas inadequadas de imunização podem resultar em danos para o produtor do imunobiológico, para a instituição que os adquire e distribui, para o profissional que manipula e administra, bem como para as pessoas que recebem os mesmos.
Classificação dos Eventos Adversos
Eventos Adversos Graves (EAG) Eventos Adversos não Graves (EANG)
- Hospitalização por pelo menos 24 horas;
- Disfunção ou incapacidade significativa e/ou persistente (sequela);
- Evento que resulte em anomalia congênita;
- Risco de morte (necessidade de intervenção imediata para evitar o óbito);
- Óbito.
Qualquer outro evento que esteja incluído nos critérios nos eventos adversos graves
OBSERVAÇÃO: “ E muito importante diferenciar gravidade e intensidade” Um evento pode ser leve, moderado ou intenso independente de ser ou não grave
Todos os eventos devem ser notificados.
Eventos Adversos Graves
Eventos Adversos Graves (EAG)
Notificar imediatamente à instância superior por:
E..... preencher a Ficha de Notificação/Investigação de EAPV, anexarcópia do cartão de vacinas, exames, prontuários.
Sistema Nacional de Vigilância Epidemiológica de Eventos Adversos Pós Vacinação (SNVEAPV)
Vigilância epidemiológica de EAPV (VEAPV)Sistema de monitoramento e investigação que proporciona o conhecimento de eventos temporalmente associados à vacinação, contribuindo, dessa forma para a manutenção da credibilidade, por parte da população e dos profissionais de saúde, nos programas de imunização.
Principal objetivo do SNVEAPVNormatizar o reconhecimento e a conduta frente aos
casos de EAPV
Evolução dos programas de imunização e a importância da vacinação segura
Erradicação
Eventos Adversos
Surto
Parada na vacinacão
Doença
Coberturas Vacinais
Incidencia
Evolução
1
PeríodoPré-vacinação
2
Aumento de coberturas
Perda de Confiança
3 4
Recuperação de Confiança Erradicação
5
C., R et. al., “Vaccine Safety: Future Challenges” Ped. Ann., July 1998; 27(7): 445-55
?
Realidade dos Programas de Imunizações .....
• As vacinas estão entre os produtos de maior êxito entre os programas de saúde pública;
• As vacinações estão entre as intervenções de maior custo-efetividade em saúde pública;
• Introdução de novas vacinas nos calendários de vacinação.
Vivemos uma nova era… a era online!!
• Melhores vacinas, maior complexidade, maior capacitação
• Tendência a “descobrir”, “desmascarar”
• Novos meios de comunicações: internet, e-mails, celular, whatsApp, redes sociais - “tempo real”
• Grupos anti-vacinas -> movimentos anti-vacinas (MAV)
O que se passa na internet em cada minuto?
• 144,8 bilhões de mensagens de e-mail são enviadas a cada dia• O Brasil é o país latino com maior nº de visitantes diários em redes
sociais – ultrapassam a 46 milhões
Movimentos anti-vacinas (MAV)• O movimento anti-vacina ganhou força a partir de 1998, quando o
pesquisador britânico Andrew Wakefield publicou um estudo que
relacionava a vacina Tríplice Viral ao autismo.• Apesar do descrédito do estudo e de seu autor, a teoria se espalhou,
com a ajuda da internet, entre pais temerosos de que a vacina
pudesse causar problemas a seus filhos.
• Excesso de vacinas, desconfiança com suas possíveis “reações
colaterais” e pressão da indústria farmacêutica são alguns dos motivos que
levam muitos pais e mães no país a decidirem não vacinar o filho.
Modificado de: Gangarosa EJ et al, Lancet 1998;351:356-61
Mudanças nas políticas públicasDepois de mortes associdas a vacina DTP, suspenção da vacinação 41 mortes devido a surto de coqueluche
Perda de confiança do PúblicoRe-emergência da doença e mortes por coqueluche
Incidência de coqueluche em países afetados por movimentos ativos anti-vacinas
Movimentos anti-vacina gera surto de doenças nos EUA
• “O fenômeno vem chamando a atenção de
especialistas, que relacionam muitos dos surtos ao
movimento anti-vacina, encabeçado por pais que
decidem não vacinar seus filhos por motivos que
incluem o temor de efeitos colaterais que
prejudiquem a saúde da criança.”
• Em 2014/2015, surto de sarampo na Disney e em
outros sete Estados norte americanos.
Falta de vacinação faz crescer o surto da doença, verificando-se também um aumento dos casos na Europa
Ameaças potencias aos Programas Nacionais de Vacinação
Nas campanhas massivas: Os EAPV chegam aos ouvidos do público antes que aos MS sem vigilância.
http://extra.globo.com/noticias/saude-e-ciencia/alergica-proteina-do-leite-menina-quase-morreu-ao-ser-vacinada-contra-sarampo-14610893.html
Existe impacto na comunidade da ocorrência de evento inusitado/raro?
• Necessidade de comunicação?• Necessidade de educação?• Necessidade de suspensão da vacina?• Implicações nacionais e/ou
internacionais?• Com que urgência se necesssita iniciar
ações?www.who.int/vaccine_safety/topics/influenza/intranasal/en/
• Aumento do número de notificações de paralisias de Bell com uma nova vacina influenza (intranasal) de organismos mortos (Suiza 2000-1).
• Estados Unidos 1998: 1ª vacina rotavirus (Rotashield) -> notificações de invaginação intestinal através da vigilância passiva. A avaliação de causalidade confirmou a associação
-> suspensão da vacina.
Componentes do sistema que garantem vacinas de qualidade
• Produtores• Autoridades nacionais regulatórias (ANR)
independentes e competentes – Anvisa, FDA, EMA
• Instituto Nacional de Controle de Qualidade em Saúde - INCQS
• Programas nacionais de imunizações• Usuários
Ativa
Passiva estimulada
Passiva
Sensibilidade Especificidade
Todos os países devem ter (pelo menos) um sistema passivo de vigilância
Tipos de vigilância
Por que os países devem ter sistemas de vigilância de EAPV?
• Diferentes vacinas;• Diferentes esquemas; • Problemas relacionados com lotes;• Problemas com a rede/cadeia de frio;• Erros de imunização (programáticos);
• Diferenças entre doenças (endemias);
• Diferenças genéticas;
• Globalização com a segurança de vacinas;• Cuidado dos pacientes.
Interfaces entre sistemas de vigilância, serviços de saúde e pesquisa
Serviços de saúde
Laboratórios
Melhor assistência
Pacientes
População
Prevenção e controle
Institutos de pesquisa
Vigilância
Apoio técnico
Notificação
PORTARIA GM/MS nº 33, de 14/7/2005 – institui a inclusão de EAPV na lista nacional de NOTIFICAÇÃO COMPULSÓRIA, revogada pela PT nº
1.271, de 6/6/2014. Define a Lista Nacional de Notificação Compulsória de doenças, agravos e eventos de saúde pública nos serviços de saúde públicos e privados em todo o território nacional...
Quem notifica EAPV ??
UNIDADES NOTIFICADORAS são todos os serviços de saúde públicos e privados
onde funcionem salas de vacinas, unidades básicas de saúde, de pronto-
atendimento e hospitalares
Atenção !!!
• TODOS os eventos adversos GRAVES e ou INUSITADOS devem ser notificados imediatamente ao nível hierárquico superior, com a finalidade de alertar a vigilância e obter orientações quanto à investigação se necessário:• Fluxo imediato dentro das primeiras 24 horas através telefone, e-mail,
fax; módulo notificação do SIEAPV.
O tempo oportuno máximo para se iniciar uma investigação de campo é de 48 horas após a notificação.
Quem investiga EAPV ??
Coordenações de ImunizaçõesNúcleos de Vigilância Epidemiológica
Coordenações de Atenção BásicaSecretarias Municipais de SaúdeSecretarias Estaduais de Saúde
Hospitais, LacenPNI/MS
OPAS / OMS
As investigações de EAPV graves e inusitados devem seguir as orientações abaixo:
• Preencher a ficha de investigação de eventos adversos pós – vacinação
adequadamente;
• Fazer cópia do cartão de vacinação;
• Fazer cópia de todos os registros (ficha de atendimento, prontuários,
exames feitos, etc.) das unidades de saúde por onde o paciente passou;
• Fazer visita domiciliar, coleta de dados, para acompanhamento do cliente
e orientação aos familiares;
• Repassar novas informações às instâncias superiores;
• Fazer acompanhamento do caso.
Instrumentos do Sistema Nacional de Vigilância Eventos AdversosPós Vacinação
• Formulário próprio de investigação/notificação. • Manual de Vigilância EAPV com informações sobre principais eventos
associados às vacinas utilizadas na rede pública e instruções sobre a conduta a ser adotada frente à ocorrência destes agravos.
• Sistemas informatizados• Sistema de Informação do Programa Nacional de Imunizações - SIPNI
• Módulo - Eventos Adversos Pós-Vacinação – SIEAPV online
• NOTIVISA.
Novo sistema: Ambiente gráfico, multiplataforma (Windows, Linux) ferramentas livres (Java, base de dados PostgreSQL)
Sistemas de Informação
Manual VEAPV – MS, 3ª Edição - 2014
Protocolos
Definições de casos
Manual disponível no
site visa.goias.gov.br
AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIANÚCLEO DE GESTÃO DO SISTEMA NACIONAL DE NOTIFICAÇÃO E INVESTIGAÇÃO
EM VIGILÂNCIA SANITÁRIA GERÊNCIA DE FARMACOVIGILÂNCIA
Acesso ao sistema - página web da Anvisa: www.anvisa.gov.br
Resultados das notificações e investigações
Todas as Notificações de EAPV recebidas pela Coordenação de EAPV/CRIE
-GIRF, são respondidas dentro do mês de recebimento. As respostas são
enviadas às Regionais de Saúde que repassam aos municípios.
Os encerramentos dos casos de EAPV são validados pela Coordenação de
EAPV/CRIE - GIRF e o PNI/MS juntamente com o CIFAVI, conforme os critérios
de causalidade (consistente, indeterminado, inconsistente, indeterminado,
descartado).
Resultados das notificações e investigações
• Implementação da vigilância
• Análise e Informação dos dados
• Multiplicação do conhecimento acerca dos imunobiológicos,
• apontando características e magnitude, assim como fatores associados à
gravidade
• Controle de qualidade na escolha das vacinas que compõem os calendários
vacinais, aumentando a segurança no uso
• Maior confiança e adesão da população aos programas de imunização
Acordamos que vamos trabalhar duro essa semana?Muito obrigado...
O PROGRAMA DE IMUNIZAÇÕES
DEVE PROPICIAR A SEGURANÇA
NAS ATIVIDADES DE VACINAÇÃO E
ESTAR PREPARADO PARA
RESPONDER DÚVIDAS DA
POPULAÇÃO E DOS
PROFISSIONAIS AFINS
SECRETARIA DE ESTADO DA SAÚDESUPERINTENDÊNCIA DE VIGILÂNCIA EM SAÚDEGERÊNCIA DE IMUNIZAÇÕES E REDE DE FRIO
COORDENAÇÃO DE EAPV/CRIE
OBRIGADA!
[email protected]: 3201-3932