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1 ROSIFRANCE VIDAL DE OLIVEIRA SANTOS PRAXES DA ABORDAGEM PRIMÁRIA EM GESTANTES VÍTIMAS DE TRAUMA:UMA CONTRIBUIÇÃO PARA A ENFERMAGEM JOÃO PESSOA – PB 2017

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ROSIFRANCE VIDAL DE OLIVEIRA SANTOS

PRAXES DA ABORDAGEM PRIMÁRIA EM GESTANTES VÍTIMAS DE TRAUMA:UMA CONTRIBUIÇÃO PARA A ENFERMAGEM

JOÃO PESSOA – PB2017

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ROSIFRANCE VIDAL DE OLIVEIRA SANTOS

PRAXES DA ABORDAGEM PRIMÁRIA EM GESTANTES VÍTIMAS DE TRAUMA:UMA CONTRIBUIÇÃO PARA A ENFERMAGEM

Tese apresentada ao curso de Mestrado em Terapia Intensiva da Sociedade Brasileira de Terapia Intensiva IBRATI como requisito para obtenção do título de Mestre em terapia intensiva.

Orientador: Dr. Douglas Carneiro FerrariOrientador: Ms. Suzana Araujo de Macêdo

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Resumo

As causas de morte materna têm sofrido alterações na sua freqüência nas últimas

décadas, demonstrando tendência de aumento das causas não obstétricas em relação às

obstétricas, o que se, deve, em parte, aos avanços nos cuidados pré- natais e na assistência

ao parto, principalmente em países mais desenvolvidos.

Esta revisão estabelecerá princípios da abordagem primaria á gestante vitima de

trauma, conseguinte delineará a fisiologia e metabolismo da gestante, aspectos

epidemiológicos, mecanismos de trauma, avaliação inicial focando no protocolo do ABCDE

do trauma e detalhando a forma correta de transportar a vítima em estado gravídico, bem

como as possíveis complicações e prevenções á mãe e ao feto.

O objetivo deste trabalho é avaliar a importância de uma abordagem primária correta,

eficaz e imediata em um atendimento a este tipo específico de vítima na situação de

envolvimento em acidentes automobilísticos, agressões, quedas, além de outros fatores que

possam causar traumas físicos, avaliando rapidamente a cena do ocorrido para que

profissionais capacitados possam prestar o primeiro atendimento e aumentar as chances de

sobrevida genitora e do concepto com a segurança de todos. O embasamento teórico do

trabalho foi obtido a partir da busca e localização na literatura de outros estudos

independentes, publicados no período de 2002 a 2015, publicados em português e inglês, que

determinaram o conceito e qualidade da abordagem primária dos profissionais de saúde na

gestante vítima de trauma.Os resultados alcançados e pesquisados apontaram quão importante

é a qualificação do enfermeiro para prestação do cuidado a vítima de trauma, assim como,

uma busca incessante visando minimizar os obstáculos e dificuldades encontrados por este

profissional, objetivando sempre o melhor atendimento, recuperação e qualidade de vida do

paciente no seu atendimento e transporte para a unidade hospitalar.Debater sobre a

importância da abordagem primária é imprescindível, pois a qualidade do cuidado prestado é

decisiva no processo e na boa recuperação do paciente.

Palavras- chave: “trauma”, “gestação”, “trauma gestacional” e "atendimento

Pré-hospitalar.

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SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO ....................................................................................................................3

2. REFERÊNCIAL TEÓRICO ...............................................................................................5

3.METODOLOGIA ...............................................................................................................12

4. RESULTADOS E DISCUSSÕES......................................................................................13

5. CONCLUSÃO ....................................................................................................................17

REFERÊNCIAS......................................................................................................................20

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1. INTRODUÇÃO

O período gestacional, que consiste de uma ação fisiológica natural, compreendida

pela série de adaptações ocorridas no corpo da mulher, pode apresentar-se desde a menarca

até o início da menopausa. A gravidez é concebida durante a fecundação do óvulo pelo

espermatozoide e prolonga-se até o momento do parto e é dividido em três trimestres. O

primeiro trimestre termina por volta da 12ª semana de gestação, o segundo, maior período,

termina por volta da 28ª semana e o terceiro período vai até nascimento do bebê, podendo

ultrapassar as 40 semanas ou menos, nascendo precocemente, em decorrência de fatores

biológicos ou mecânicos(SANTOS 2013; PHTLS, 2012; REZENDE, et. al., 2014).

Neste evento mudanças corporais, hormonais, psicológicas e sociais na mulher

acontecem tornando-a mais vulnerável, na mais lídima acepção da palavra. Durante esse

período um acompanhamento integral é necessário para observação e notificação das

alterações maternas e fetais. Referidos métodos de atenção devem ser realizados a fim de

prevenir problemas e danos futuros à gestante e ao bebê. Não se pode olvidar, ainda, a

necessidade de orientar a mulher grávida no que cerne às precauções sobre suas mudanças

morfológicas e os riscos futuros a elas inerentes (BRASIL, 2012; VIEIRA, 2013).

De maneira geral, a gestação é um processo fisiológico normal e que deve ser tratado

pela prenhe e equipe de saúde como experiência saudável na vida de uma mulher, entretanto,

durante esse processo de modificações no corpo da paciente, podem ocorrer situações que

implicam riscos, tanto para mãe como para o feto.Ocasiões imprevisíveis,tais como: traumas

ocasionados por acidentes automobilísticos, quedas, agressões, lesões decorrentes do uso de

armas de fogo, armas branca, choques,dentre outros(PHTLS,2015).

Diante disso, faz-se necessário um atendimento emergencial especializado, conforme

preconiza BRASIL (2012).

De acordo com DATASUS, anualmente, 130 mil pessoas perdem a vida em virtude de

traumas no Brasil, seguido de 450 mil, que ficam com sequelas graves, como ausência de

deambulação, afasia e inapetência. Os acidentes de trânsito e a violência urbana ainda são as

principais causas de traumas.

De acordo com Peterline (2014) e Santos (2010), o trauma é definido como uma lesão

caracterizada por uma alteração estrutural ou fisiológica, de parte ou de todo corpo, resultante

da exposição excessiva a uma energia ou da privação de uma energia essencial, tornando

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necessário utilizar uma abordagem durante o atendimento inicial destes pacientes, no intuito

de amenizar os riscos e melhorar suas sobrevidas.

Segundo Garcia(2015), um estudo publicado no New EnglandJournal Medicine

comparou atendimentos realizados por centros especializados em trauma e hospitais gerais em

14 Estados norte-americanos. Constatou-se que a mortalidade intra-hospitalar nos centros de

trauma foi 20% menor que nos hospitais gerais. No intervalo de um ano, foi 25% menor. “O

risco de mortalidade é diminuído quando o paciente de trauma é atendido por uma equipe

especializada”.

É senso comum o fato de que, cada vez mais, as gestantes acometidas por trauma, em

especial nos grandes centros urbanos, tem inflado as estatísticas, ainda pouco exploradas e

divulgadas, de morbimortalidade, mormente à custa de acidentes automobilísticos e uso de

armas de fogo.

As mortalidades maternas e perinatal alistadas ao trânsito de veículos automotores

podem ser restringidas de maneira significativa, já que dependem, em primeiro lugar, de

atitudes de prevenção primária tomadas pelos indivíduos, pelos engenheiros fabricantes de

veículos, pelos legisladores e, secundariamente, ao treinamento da equipe de saúde das

emergências hospitalares na assistência às gestantes vítimas de trauma.(SOGC CLINICAL

PRACTICE GUIDELINE Guidelines for the Management of a Pregnant Trauma

Patient,2015)

Ademais, a melhor forma de assegurar a vida do feto é cuidar bem da mãe. Embora

identifiquemos que podem ocorrer lesões no período gestacional, é importante assumir

efetivamente os desafios postos à equipe de saúde diante de uma gestante vítima de

trauma.Por tais razões, a equipe deve estar segura e apta para com as condutas que devem ser

realizadas diante de um caso concreto, bem como, ato contínuo, o que necessita ser proposto

para aumentar as chances de sobrevida da paciente traumatizada(PHTLS, 2012).

O tema escolhido envolveu aspectos físicos e estruturais, além da necessidade de uma

abordagem no que concerne às condutas realizadas pela equipe de saúde diante do trauma

sofrido pela eventual paciente.

É de importância destacar, ainda, que o presente estudo demonstrou, de forma

inequívoca, a importância de o profissional possuir conhecimento fisiológico, patológico e

psicológico, para que, exercendo corretamente suas funções, possa ofertar à paciente um

tratamento adequado.

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Portanto, argumenta-se: Quais as condutas devem ser realizadas para obter o maior

êxito no atendimento, em específico, que envolve traumas nas pacientes em estado gravídico?

O que deve ser proposto para aumentar as chances de sobrevida tanto da mãe quanto do feto?

Diante dessa problemática, objetiva- se delinear a importância de uma abordagem

primária correta, eficaz e imediata em um atendimento a gestante vítima de trauma, conhecer

a importância de um atendimento Pré-Hospitalar eficaz, observar todo o protocolo de

atendimento inicial do Advanced Trauma Life Support(ATLS) envolvendo uma gestante

vítima de trauma, verificar as condutas corretas que devem ser usadas pelo profissional

socorrista desde a abordagem até o transporte da gestante, identificar rapidamente situações

que coloquem a vida da gestante em risco, compreender que uma gestante vítima de trauma

requer um atendimento especial e ágil, considerando a existência de duas vidas que podem se

encontrar potencialmente em risco.

2. REVISÃO DA LITERATURA

De acordo com Brasil(2012), a gestação é um processo fisiológico normal e que deve

ser tratado pela prenhe e equipe de saúde como experiência saudável na vida de uma mulher,

entretanto, durante esse processo de modificações no corpo da paciente podem ocorrer

situações que implica riscos tanto para mãe como para o feto, situações imprevisíveis como

traumas ocasionados por acidentes automobilísticos, quedas, agressões, armas de fogo, armas

branca, choques, entre outros, o que enseja um atendimento emergencial especializado.

O processo fisiológico na grávida envolve algumas alterações naturais,tais quais: o

aumento do volume sanguíneo entre 30% a 40%, através de um mecanismo compensatório de

perda do sangue em decorrência do parto; os batimentos cardíacos aumentam em torno de 15

a 20% acima do valor normal; a pressão arterial aumenta de 10-15 mmHg, já no segundo

trimestre diminui de 5-15 mmHg, no final da gestação voltam ao normal; por fim, o debito

cardíaco aumenta cerca de 1 a 1,5 litros por minuto (PHTLS, 2011).

As supramencionadas alterações fisiológicas são necessárias para suprir as

necessidades suscitadas pelo rápido amadurecimento e desenvolvimento do feto.No início da

gestação,as alterações no metabolismo basal são desprezíveis, ao contrário do final do

processo gestacional que se caracteriza por alterações dramáticas na liberação de energia,

aumentando aproximadamente 400 kcal acima da taxa metabólica (REZENDE, 2010).

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Com as mudanças fisiológicas e anatômicas da gravidez o trato respiratório sofre

alterações que afetam a função respiratória. Essas dissonâncias são consequências do aumento

de determinados hormônios, como a progesterona, que age estimulando o centro respiratório e

promove um aumento da amplitude da respiração. Por seu turno, o crescimento do útero

gravídico implica na modificação da configuração do tórax e deslocamento do diafragma ( ET

AL Fisioter. Pesqui2011).

Com o que foi exposto, resta evidenciar que o estado gravídico ocasiona uma série de

alterações fisiológicas, mudanças estas que ensejam uma atenção específica à mulher, não se

podendo olvidar, sobretudo no contexto ora debelado, seu relevo no que tange os efeitos

quando do sofrimento de lesões traumáticas, objeto deste estudo.

Antigamente era difícil gestantes vítimas de trauma, e hoje em dia tem sido um

problema muito comum em decorrência dos acidentes automobilísticos e do uso de armas de

fogo. Atitudes de prevenção pelos indivíduos, fabricantes de veículos, engenheiros de transito,

pelos legisladores, e treinamento das equipes de saúde podem reduzir consideravelmente as

mortalidades maternas e perinatal. (Rev. Bras. Ginecol. Obstet. vol.27 no.9 Rio de

Janeiro Sept2005)

Os principais traumas em gestantes segundo Brasil(2012)refere-se a roturas uterinas,

ferimentos penetrantes; rotura prematura de membranas; descolamento de placenta; lesão pelo

cinto de segurança (crista ilíaca); mesmo que o trauma seja leve ou visualmente não tenha

aparência de dano, ele deve ser encaminhado para um hospital.Podemos considerar acidentes

automobilísticos (49%), quedas (25%), assaltos (18%), armas brancas e de fogo (4%) e

queimaduras como as principais causas de trauma,como também se observarmos as causas de

mortalidade entre as gestantes, as duas formas mais comuns são homicídios (36%) e acidentes

automobilístico. s (32%) (1%) BRASIL,2012

É importante observar que o acidente automobilístico é a maior causa de deslocamento

prematuro de placenta (DPP) relacionado ao trauma, esta condição é caracterizado como o

afastamento da placenta da parede uterina antes do parto, esta separação pode ser parcial ou

total, cujos fatores de risco são além do trauma durante a gravidez, o uso de drogas,

tabagismo, gravidez múltiplas, hipertensão e pré-eclâmpsia. Essa alteração é caracterizada por

sangramento que atinge a zona de clivagem, e o útero reage aumentando a tensão hemorrágica

criando um espaço entra a parede do útero com a placenta, provocando o deslocamento de

áreas placentárias (REZENDE, 2014; BRASIL, 2012).

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O PHTLS,2012 define o trauma como uma situação nociva que vem

consequentemente da liberação de formas específicas da energia ou barreiras físicas ao

conteúdo normal de energia.

Alguns tipos de mecanismos de trauma são parecidos aos encontrados na vítima

politraumatizada. Todos os tipos de agressão traumática podem ocorrer durante a gestação,

porém, algumas diferenças importantes devem ser ressaltadas, entre elas, o fato de o útero

estar mais susceptível ao trauma no terceiro trimestre e o fato de o abdômen protuberante da

grávida tornar-se um alvo fácil, sendo frequentemente afetado por traumas fechados e

penetrantes (ARAÚJO,2015).

O manuseio de um doente começa com a história da sua lesão, no trauma, como o

impacto ocorreu e a troca de energia dele resultante.O pensamento crítico do profissional é

reconhecer as probabilidades e decidir a triagem, o manejo, e o transporte podendo oferecer

um atendimento adequado, de forma que não lhe cause mais danos.Na maioria dos traumas

ocorrem três impactos: o primeiro: impacto entre dois objetos; segundo: o impacto dos

ocupantes com o veículo; terceiro: impacto dos órgãos dentro dos ocupantes (PHTLS, 2011).

Figura 1 – Útero atingido por projétil de arma de fogo

Fonte: PHTLS, 2011 P.328

Segundo Chang (2015), nos EUA O ferimento penetrante tem uma taxa de

mortalidade perinatal de 40-70%, sendo a taxa de mortalidade materna menor do que na

paciente não grávida por causa dos efeitos protetores do útero nos órgãos viscerais da mãe.

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2.4. Abordagem primária

O Atendimento Pré Hospitalar visa aproveitar os primeiros momentos após o trauma,

estabilizar as condições vitais e transportar a vítima de maneira correta até o hospital

(BACCARINI, 2014).

Inicialmente é importante entender que os traumas que acometem as grávidas devem

ser tratados de forma diferenciada, pois existem duas vítimas simultaneamente, a mãe e o feto,

que correm risco de vida. Para um bom atendimento, é necessário que o profissional seja

capacitado, além de ter discernimento e conhecimento de que suas ações são determinantes

para garantir uma maior probabilidade de chances de sobrevida a qualquer tipo de vítima

(PHTLS, 2011; SANTOS, 2012).

Conforme preceitua Fraga (2005, p. 545):

Para adequado atendimento à grávida traumatizada é necessário considerar as alterações anatômicas e fisiológicas da gravidez, mais evidentes no terceiro trimestre, tais como pressão arterial, frequência cardíaca, volume sanguíneo, posição do útero, bexiga, coração, etc. Modificações fisiológicas da gravidez interferem com a avaliação do estado hemodinâmico e podem provocar demora no estabelecimento de medidas corretivas ou de diagnóstico. O volume eritrocitário aumenta em torno de 40% na gravidez, o que permite maior perda volêmica sem expressão clínica. A pressão arterial está reduzida em 15 a 20% e o débito cardíaco aumenta em até 50%. Essas alterações podem modificar o padrão de uma lesão traumática e também interferir na avaliação e no tratamento da paciente.

Na visão de Peterline (2014), a abordagem primária se inicia com um olhar simultâneo

ou geral do estado respiratório, circulatório e neurológico da vítima. Durante avaliação inicial

é seguida a ordem do ABCDE descrita no ATLS, esta avaliação primária deverá ser feira em

até 5 minutos. Estes procedimentos visam identificar rapidamente as situações que envolvam

as vítimas atribuindo um padrão rápido, eficaz e bem elaborado, como descrito na tabela 1.

Tabela 1- Condutas do atendimento pré hospitalar

Conduta Justificativa e/ou Discursão

Mecanismo de

injúria

Avaliação da cena, observar se o local do incidente está seguro,

observar a causa e o resultado do incidente, perguntar aos

familiares e testemunha a possível causa, certificar a segurança

de todos que estão na cena.

Biossegurança A paramentação do socorrista com Equipamentos de proteção

individual é fundamental o uso de luvas, toucas, máscaras,

óculos, sapatos fechados e impermeáveis e roupas apropriadas.

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Atendimento da via

aérea e controle da

coluna cervical (A)

A letra A (Airways – Vias aéreas) Observar as vias aéreas, em

caso de obstrução por presença de corpo estranho ou líquidos,

impedindo a passagem de ar são recomentadas as seguintes

condutas, aspiração orotraqueal, elevação do mento, instalação a

cânula orofaríngea e a administração de oxigênio, as vias aéreas

livres adiantar para letra B.

Ventilação(B) A ventilação da vítima é a principal precaução que podem ser

garantidas através das condutas de inspeção, palpação e ausculta

do tórax,

Circulação(C) Controle de hemorragia e manter perfusão periférica. têm como

prioridade inspecionar através da palpação o pulso carotídeo que

é o mais indicado. Deve-se também verificar se há hemorragias

externas, se sim, elas devem ser controladas, em caso de

sangramento deve ser imediatamente controlado com condutas

de elevação do membro atingido e compressão manual.

Também se deve avaliar a oxigenação através de um oxímetro

de pulso e sinais e sintomas de choque hipovolêmico que são:

palidez e extremidades frias, cianose, pele pegajosa e em caso

de hemorragias intensas, realizar o controle hídrico.

Neurológico(D) Déficit Neurológico- Nível de Consciência – Escala de Glasgow

Exposição (E) Cuidados preventivos para hipotermia- uso do colar cervical

Fonte:PETERLINE, 2014, P108-109.

Durante a realizaçãoda sequência do ABCDE do trauma como descrito na tabela

acima, vale salientar que na letra D se faz uma avaliação do estado neurológico do paciente

observando o nível de consciência da vítima utilizando-se a Escala de Glasgow (ECG)

(Tabela 2), queserve para categorizar a gravidade do traumatismo cranioencefálico (TCE) e

acompanhar seu estado neurológico (PERTERLINI, 2014).

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Tabela 2- Escala de coma de Glasgow

ABERTURA OCULAR ESCORE

Espontânea 4

A voz 3

A dor 2

Nenhuma 1

RESPOSTA VERBAL ESCORE

Orientada 5

Confusa 4

Palavras Inapropriadas 3

Sons Incompreensíveis 2

Nenhuma 1

RESPOSTA MOTORA SCORE

Obedece ao comando 6

Localiza Dor 5

Movimento de retirada 4

Flexão anormal 3

Extensão anormal 2

Nenhuma 1

Fonte:PETERLINE,2014, P112.

Um dos cuidados fundamentais com a gestante é a forma de como será realizado seu

transporte. De acordo comTeixeira (2012), no final da gestação o peso que o útero exerce

sobre a veia cava inferior promove uma redução de 30 a 40% do debito cardíaco por isso a

vítima deverá ser transportada em decúbito lateral esquerdo (Figura 2).

No entanto existem outros procedimentos que reduzem a compressão sobre a veia cava

inferior aumentando o retorno venoso para o coração e melhorando o debito cardíaco, como

por exemplo, se o socorrista detectar que existe suspeita de fratura de coluna ou de bacia a

gestante não poderá ser movimentada, sendo assim eleva-se a perna direita para deslocar o

útero para a esquerda. (PHTLS, 2011).

Figura 2 – Vítima em decúbito lateral esquerdo

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Fonte: PHTLS, 2011, p.329.

Outro ponto que deve ser abordado nesse estudo é a questão de encontrar a gestante

sem vida, porém com chances do feto ainda está com vida. Mesmo quando a grávida se

encontra morta é de fundamental importância que ela seja levada ao hospital mais próximo,

para tentativa de uma cesariano, pois este procedimento pós-morte é indicada nos casos em

que a mãe está morta e que o feto seja viável, como também em caso de morte cerebral

materno(GOMES, 2005).

Constatando-se uma situação estável, pode se seguir para uma avaliação secundária,

que é uma análise mais detalhada de todo o corpo, tomando as devidas providências para o

bem estar da mãe e do feto (DESJARDINS, 2011).

De acordo com a Brasil(2014), O Suporte Avançado Móvel de Urgência (SAMU)

mostra-se fundamental no atendimento rápido e no transporte de vítimas de intoxicação

exógena, de queimaduras graves, de maus-tratos, tentativas de suicídio, acidentes/traumas,

casos de afogamento, de choque elétrico, acidentes com produtos perigosos e em casos de

crises hipertensivas, problemas cardiorrespiratórios, trabalhos de parto no qual haja risco de

morte para a mãe e/ou o feto, bem como na transferência inter-hospitalar de doentes com risco

de morte.

O SAMU é o componente da rede de atenção às urgências e emergências que objetiva

ordenar o fluxo assistencial e disponibilizar atendimento precoce e transporte adequado,

rápido e resolutivo às vítimas acometidas por agravos à saúde de natureza clínica, cirúrgica,

gineco-obstétrica, traumática e psiquiátricas mediante o envio de veículos tripulados por

equipe capacitada, acessado pelo número “192” e acionado por uma Central de Regulação das

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Urgências, reduzindo a morbimortalidade. O SAMU é normatizado pela Portaria MS/GM nº

1.010, de 21 de maio de 2012 (BRASIL, 2012)

Ribeiro(2012) refere que a parede muscular do útero torna-se mais fina com o

decorrer da gravidez. O feto, por seu tamanho diminuto, está muito susceptível a lesões

traumáticas, já que o trauma abdominal na grávida pode causar lesões extensas (em diversos

sistemas). As sobrevidas da mãe e do feto dependem, diretamente, da avaliação da extensão

das lesões.

Segundo Chang (2015), algumas complicações podem ser ocasionadas às gestantes

que são vítimas de trauma. Como sabemos o fluxo sanguíneo uterino tem aumentos drásticos

(60-600 ml/mim), se ocorrer uma desagregação dos vasos uterinos ou ruptura do útero pode

ocasionar uma hemorragia, podem ocasionar também hemorragia retro peritoneal, que é uma

complicação comum de fratura pélvica, devido ao enorme aumento na vascularização

resultante da gravidez; a ruptura uterina que é caracterizada pelo alargamento do útero, fica

mais susceptível ao trauma abdominal; outros traumas também podem causar ruptura das

membranas amnióticas levando ao trabalho de parto prematuro.

Ainda que a gestante não apresente lesões significativas, não se pode olvidar ser

imperioso manter um processo de vigilância rigorosa acerca das condições de grávida e feto,

isto porque há enorme possibilidade de hemorragia, bem como de comprometimento da

irrigação sanguínea do feto através da placenta (RIBEIRO, 2012).

Cabanas (2006) afirma que o uso do cinto de segurança é recomendado para gestantes,

mas muitas mulheres grávidas ignoram a forma correta de utilizá-lo, o seu posicionamento e

as exigências legais, colocando em risco elas mesmas e o feto.

Segundo a Associação Brasileira de Medicina do Tráfego (2003), ouso do cinto de

segurança pela gestante, no banco traseiro, é significativamente menor que no banco da frente

dos automóveis. A utilização adequada do cinto de segurança de três pontos Figura 3), impede

a ejeção da gestante para fora do veículo, por outro lado, a não utilização do cinto de

segurança ou a sua utilização de forma incorreta aumenta em sete vezes a mortalidade

materna e em quatro, a fetal.

FIGURA 3- Representação do uso do cinto de segurança, forma correta e

incorreta.

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Fonte: Cuidados que a gestante não pode esquecer,2011

3.ASPECTOS METODOLÓGICOS

A metodologia é descrita por Santos (2002) como uma estrada a ser seguida para que se

alcance o propósito antecipadamente apontado pelo pesquisador. A opção desta metodologia

não foi feita casual, mas que resultou a partir do instante em que é descoberto um problema

que requer uma resposta relevante para o paciente e para a sociedade.

Trata-se de uma pesquisa bibliográfica sistemática de fontes secundarias ou seja

levantamentos de bibliografias já publicadas em forma de livros, revistas e artigos, e tem

como finalidade colocar o pesquisador com o proposto estudo de forma que reafirme

comportamentos e atitudes(MARCONI,2010; LAKATOS,2014)

A coleta das informações foi realizada em dados secundários, pois os mesmos já se

encontravam disponíveis o estudo foi efetivado por meio de busca na base de dados

Scielo,Medline,Biremee literaturas utilizando-se os termos “trauma”, “gestação”, “trauma

gestacional” e "atendimento Pré-hospitalar. A pesquisa foi realizada no período de fevereiro

de 2015 a dezembro de 2015.

Foram utilizados como população 40 artigos dos quais 12 foram selecionados 15

literaturas todas elas tidas como amostra. A amostra foi do tipo: aleatória não

probabilística,formada por todos os artigos pesquisados constituindo um total 40 artigos e 15

obras literárias

Foram usados como critérios de inclusão artigos em português e inglês, literaturas e

revistas cientificas que se condiziam com o tema proposto, foram excluídos artigos com datas

de publicação anteriores ao ano de 2002 e que não condizem com o assunto

Foi realizado um levantamento de dados mediante a observação descritiva dos autores

citados durante a revisão, e a discussão dos resultados foi baseada nas literaturas atualizada da

temática fazendo com que a análise documental a respeito do assunto permita delinear um

quadro generalista e com riqueza de informações a respeito de cada.

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Foram percorridas as seguintes etapas: estabelecimento de hipóteses e objetivos,

estabelecimento de critérios de inclusão e exclusão de artigos (seleção para amostra),

definições das informações a serem extraídas dos artigos e literaturas selecionadas, e a última

etapa constituiu na apresentação da revisão.

4. RESULTADOS E DISCUSSÕES

Com o intuito de responder aos objetivos desse estudo os próximos itens estão organizados

de forma a rebater estes.A tabela seguinte trará um esquema lógico de organização dos

objetivos propostos inicialmente.

Autores Objetivos Ano Resultados

PHTLS Realizar uma avaliação

da cena para que possa

garantir a segurança de

todos envolvidos no

incidente.

2011 Assegurar a segurança da vitima, dos

socorristas e de todos que estão no

local do incidente, pois a primeira

conduta que os profissionais

socorristas devem tomar é a avaliação

da cena para que nao possa causar

outros acidentes e garantir a

segurança de todos, sempre que

possivel, perguntar a testemunhas o

que aconteceu e a possivel causa do

ocorrido.

BRASIL

MINISTERIO

DA SAÚDE

Estudar sobre as causas

principais de traumas

que envolvem uma

gestante

2012 Foi apontado que acidente

automobilístico é a maior causa de

deslocamento prematuro de placenta.

Portanto a gestante deve tomar

seguras precauções.

PETERLINI,

F.L

SARTORI,

M.R.A

FONSECA A.S

Observar todo o

protocolo de

atendimento inicial do

ATLS (Advanced

Trauma Life Support) .

2014 A paciente será estabilizada

rapidamente com a realização de

todos os procedimentos ditados pelo

ABCDE do trauma. O Socorrista

fazendo uma correta avaliação das

vias aéreas, Ventilação, circulação,

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observando o estado neurológico,

imobilização da cervical, prevenindo

de hipotermias e controlando os

sinais vitais da vítima pode ofertar

maiores chances de vida da mãe e

concepto.

BACCARINI Enfatizar a importância

de um atendimento Pré

Hospitalar eficaz.

2014 Destacou-se que atendimento Pré

Hospitalaré utilizado paraaproveitar

os primeiros momentos após o

trauma.

OLIVEIRA,

B.F.M

PAROLIN,M.K

.F

TEXEIRA

JR,E.V

Verificar as condutas

corretas que devem ser

usadas pelo profissional

socorrista ao transportar

uma gestante vítima de

trauma

2012 Observou-se que um dos cuidados

fundamentais com a gestante é a

forma de como será realizado seu

transporte. Pois no final da gestação o

peso que o útero exerce sobre a veia

cava inferior promove uma redução

de 30 a 40% do debito cardíaco por

isso a vítima deverá ser transportada

em decúbito lateral esquerdo.

REZENDE Associar o

deslocamento prematuro

da placenta como

consequências do

trauma.

2010 Tem como característica o

afastamento da placenta da parede

uterina antes do parto, esta separação

pode ser parcial ou total, cujos fatores

de risco são traumas durante a

gravidez, este deslocamento é

caracterizado por sangramento

uterino originando-se espaço entre a

parede do útero com a placenta,

provocando o deslocamento de áreas

placentárias.

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VALENTE, M.

CATARINO, R.

RIBEIRO, H

Identificar complicações

desenvolvidas em uma

gestante vítima de

trauma.

2012 Visto que uma abordagem primaria

correta e eficaz diminuem as

complicaçõesdesenvolvidas pelas

gestantes

SANTOS Definir o conceito de

trauma para explorar

melhor esse tipo de

assunto.

2010 Reconhecer o trauma na gestante e

caracteriza-lo de acordo com sua

lesão podendo classifica-lo como

trauma contuso e penetrante.

4.2. Discussões

PHTLS (2012) e Peterline (2014)delineiam o mecanismo do trauma especificando os

seus tipos são classificado em trauma maior e trauma menor, no qual o trauma maior

caracteriza-se pela alteração dos sinais, vitais, anatomia da lesão como ferimentos

penetrantes, suspeita clínica de instabilidade da pelve, paralisia ou amputações de membros,

impacto violento; já o trauma menor é caracterizado por sinais vitais estáveis lesões na pele

com sangramento compreensível dor com intensidade leve ou moderadade. Os tipos de lesões,

caracterizam lesões contusas como traumas ocorridos por impactos sem adentrar no corpo e

lesões penetrantes caracterizado por armas de fogo, armas brancas.

Baccarine (2014), descreve a importância de um atendimento pré hospitalar,

destacando sua utilidade nos primeiros minutos após trauma. Mais não menciona o protocolo

do ABCDE do trauma.

Rezende(2012), caracteriza DPP como o afastamento da placenta da parede uterina

antes do parto, esta separação pode ser parcial ou total.

Brasil(2012), afirma que a maior causa de DPP é ocasionado por acidentes

automobilísticos, e relacionamos com Cabanas (2006) que afirma que o uso do cinto de

segurança é recomendado para gestantes, mas muitas mulheres grávidas ignoram a forma

correta de utilizá-lo, o seu posicionamento e as exigências legais, colocando a si próprias e o

feto em risco.

Para o PHTLS (2011) e Peterline(2014) a primeira conduta para os envolvidos em

um incidente de trauma é a avaliação da cena, para que não possa causar outros acidentes e

não ponha em risco a vida de todos que estão no local do ocorrido, já o autor Ribeiro(2012)

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não cita sobre este mecanismo de injuria. Diante de todas as informações estudadas visamos

que é de fundamental importância realizar um mecanismo de injuria diante da cena para

assegurar a vida da vítima, dos socorristas e de todas as pessoas que estão diante o incidente.

A primeira abordagem deve rápida e simples mas realizado-a de maneira correta e

eficaz, disto, todos os autores concordam. Observamos que o protocolo do ABCDE descrito

no ATLS foi utilizado por todos os autores e nos pesquisadores. Colocamos em êxito que este

protocolo não diferencia quando usado em uma vítima não gravida porém em casos de

vítimas gestantes deve-se ter um cuidado maior pois são duas vidas que estão em risco.

Segundo Brasil (2012) um atendimento eficaz na gestante vítima de trauma deve ser

feito por um profissional habilitado com um grande conhecimento cientifico para lidar com a

necessidades da mesma, pois ela deve ter um transporte e uma necessidade maior de oxigênio

para evitar um dano maior a paciente que poderá levar a morte.

6. CONSIDERAÇÕES FINAISO atendimento inicial a gestante vítima de trauma é fator de grande relevância para

garantir a vida da mãe e do feto, os profissionais de saúde que integram uma equipe de

atendimento pré-hospitalar tem grande carga de responsabilidade e de atitudes que devem ser

ofertadas a vítima, para tanto se faz necessário o conhecimento científico e técnico para

ofertar cuidados plenos e satisfatórios. Algumas questões estão elencadas abaixo em relação

às considerações que chegamos do trabalho:

Percebeu-se que o atendimento eficaz na grávida vítima de trauma deve ser

realizado por um profissional habilitado, capaz de lidar com as minúcias

fisiológicas femininas, bem como, ato contínuo, por uma identificação da

extensão e gravidade da lesão.

Percebeu-se que o socorrista, em primeira instancia, ao chegar ao local de

atendimento de uma vítima, deve realizar a avaliação da cena. Com

informações colhidas e um ambiente seguro iniciando o protocolo do ABCDE

para transportar a vítima com segurança

Compreendeu-se que medidas de prevenção, como uso do cinto de segurança

de maneira adequada e cuidados especiais podem evitar alguns traumas,

evitando assim complicações provenientes dele, tendo como principal o

descolamento prematuro da placenta, podendo levar o feto a óbito, como

também problemas á genitora.

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Verificou-se que a gestante, por suas diferenciadas características fisiológicas,

consubstanciadas, dentre outras, em aumento de volume sanguíneo, pressão

arterial, e batimentos cardíacos ensejam uma atenção especial e diferenciada

por parte do socorrista, sobretudo, quando do atendimento inicial.

Noutro norte, analisadas as características fisiológicas inerentes à gravida,

passou-se a estudar as espécies de trauma que podem, por eventualidade,

acometer o diferenciado corpo feminino. Viu-se que as principais lesões

durante o período de gravidez decorrem de acidentes de trânsito, uso

inadequado de armas de fogo e armas brancas

Torna-se, portanto, necessário promover capacitações contínuas desses profissionais

que lidam com pacientes vítimas de trauma para que a partir dessas ações permita uma

otimização dos procedimentos, ofertados a essas vítimas e para garantir a continuidade de

cuidados e satisfação dos doentes. Esta articulação é imprescindível em qualquer fase do

processo, ou seja, no início, durante e após o tratamento instituído. Concluiu-se não se poder

olvidar a iminente busca por um atendimento inicial rápido, eficaz e imediato, com fins de

garantir a vida da grávida e do feto, após a eventualidade de um trauma.Com efeito, tornou-se

imperioso destacar a elevada importância do atendimento primário à gestante e sua eficácia,

uma vez que, por motivos óbvios, a mulher acometida por eventual lesão traumática leva

consigo não apenas sua vida, mas, também, a do feto que lhe acompanha.

Tivemos a oportunidade de fazer um estudo amplo sobre um primeiro atendimento a

gestantes vítimas de trauma aumentando o conhecimento teórico-cientifico que nos

demonstrou a importância de um atendimento rápido e eficaz em que poderemos garantir a

otimização do bem-estar das vítimas, mãe e feto.

Ao final deste estudo, percebemos que, apesar de ser uma temática difícil de ser

discutida, é importante apresentar estudos que possam alertar profissionais e gestantes sobre o

problema que atinge um grande número de mulheres em todo o mundo.

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REFERENCIAS

ARAÚJO et al. Peculiaridades fisiológicas da gestante e suas implicações no atendimento pré-hospitalar à grávida traumatizada. Disponível em <http://biblioteca.cbm.sc.gov.br/biblioteca/dmdocuments/CFO_2011_Araujo.pdf>Acessado em: 10 nov. 2015.

BACCARINIM.T.P MANUAL DE URGENCIAS EM PRONTO SOCORRO, 10° Ed. ,São Paulo, 2014 CABANAS, A. et al.Prevenção de acidentes cotidianos durante a gestação. In: XI ENCONTRO LATINO AMERICANO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA. São José dos Campos. p. 1636-1639. 2006.

CUIDADOS que a gestante não pode esquecer! Site Motor Clube. Disponível em:Pesquisa online em 10 de NOV de 2015

BRASIL. Ministério da Saúde. Gestante de alto risco. Brasília, 2012.

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PETERLINI, L.P, SARTORI, M.R.A, FONSECA,A.SEmergências Clínicas, 1.ed. São Paulo 2014

PHTLS. Atendimento Pré Hospitalar ao traumatizado NAEMT, 7.ed. Rio de Janeiro, 2011.

OLIVEIRA, B.F.M; PAROLIN,M.K.F; TEXEIRA JR,E.V. TRAUMA Atendimento pré hospitalar,3 edição. ATHENEU 2014, São Paulo

Rev. bras. enferm. v.58 n.1 Brasília jan./fev. 2005, pesquisa online no scielo em 26/10/2015. 

Pesquisa online no scielo em 26/10/2015, Rev. Gaúcha Enferm. vol.33 no. Um Porto Alegre Mar. 2012.  

Pesquisa Online em 17 de novembro de 2015 ás 23:30 emSOGC CLINICAL PRACTICE GUIDELINE Guidelines for the Management of a Pregnant Trauma Patient

DÁLIO, D. Atendimentoespecializadona "golden hour" é essencial para reduzirmortalidade e evitarsequelasempacientes de trauma. DataSUS, 2014. Disponívelem: <http://datasus.saude.gov.br>. Acessado em17/11/2015