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Modelo das Nações Unidas do Instituto Ajuricaba Assembleia Geral das Nações Unidas Crise nuclear na Coreia do Norte Guia de Estudos

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Modelo das Nações Unidas do Instituto Ajuricaba

Assembleia Geral das Nações Unidas

Crise nuclear na Coreia do Norte

Guia de Estudos

Diretores

Roberto Camurça Afonso Filho

Maria Eduarda Meirelles

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Sumário

Carta de apresentação......................................................................................3

Regras do comitê...............................................................................................4

Desenvolvimento...............................................................................................8

Histórico do comitê........................................................................................,,....8

Sobre a Assembleia Geral das Nações Unidas...................................................8

Histórico da questão..........................................................................................10

Pós guerra até a atualidade...............................................................................11

Armistício de Panmunjon...................................................................................13

Coreia do Norte..................................................................................................13

Armas nucleares................................................................................................14

Séries de sanções.............................................................................................16

Testes nucleares...............................................................................................17

Linha do tempo.................................................................................................18

Atualidade..........................................................................................................20

Tratado de Não Proliferação de Armas Nucleares............................................21

Políticas Externas............................................................................................23

Bibliografia.......................................................................................................33

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Carta de apresentação

Nesse comitê denominado ‘’ Assembleia Geral das Nações Unidas - Conflito Norte-Coreano “ o foco se dará a respeito dos impasses diplomáticos relativos aos descumprimento das normas internacionais por parte do governo norte-coreano. Os senhores discutirão a respeito da base científica e ideológica da questão , a fim de elaborar soluções com aplicabilidade e efetividade.

Será que é possível solucionar a questão satisfazendo os interesses de todos? O debate exigirá técnicas de comunicação social e política entre as delegações e resultará na elaboração de um projeto de resolução final que será analisado e votado pelo comitê com intermédio da mesa diretora que presidirá as sessões da Assembleia Geral, moderando os debates que buscam atingir o consenso do comitê.

Como o principal objetivo da organização é compartilhar conhecimento entre os participantes para que estes possam se desenvolver e criar senso crítico a respeito de diversos temas ,desenvolvemos esse este guia que servirá para orientá-los sobre como se posicionar nessa assembleia , explicando o posicionamento que cada país deverá se alinhar à sua convicção político-ideológica durante o debate.

Esperamos cumprir a nossa função como diretores de mesa, entrando sempre a disposição quando perguntarem. Esperamos transmitir as nossas experiências em outras simulações e conscientizá-los sobre a relevância dessa questão sendo ela de suma importância a segurança nacional e civil internacional, mantendo, como diretores, o dever da imparcialidade.

Nós somos Roberto Camurça Afonso Filho, estudante de Direito da Universidade do Estado do Amazonas e Maria Eduarda Meirelles, estudante do Terceiro Ano do Ensino Médio do Colégio Idaam e seremos seus diretores nessa primeira edição do modelo de simulações do Instituto Ajuricaba.

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Regras da Assembleia Geral das Nações Unidas.

I. A mesa será composta por pelo menos dois membros e um auxiliar, sendo eles: diretor-geral, vice-diretor e staff;

II. O único com poder de finalizar uma sessão é o diretor-geral vigente;

III. O diretor-geral e o vice-diretor são responsáveis pela mediação do debate;

IV. O staff é responsável pela lista de inscrição;

V. O vice-diretor é o próximo na linha de sucessão no caso de ausência do diretor-geral;

VI. O papel dos Deputados é expor suas ideias, contribuir com documentos de trabalho, propor emendas e votar no projeto de resolução;

VII. Documento de trabalho: De caráter apenas informativo – isto é, a princípio, não é uma decisão tomada pelo comitê – o documento de trabalho tem como função divulgar um determinado fato de importância para o andamento do comitê. Não possui formato fixo, e seu conteúdo pode incluir anúncio de consensos, informações técnicas, dentre outros.

VIII. Emenda: De caráter funcional, é uma decisão tomada pelo comitê para alteração no projeto em discussão, comporá o projeto de resolução;

IX. Está decretado que todos os pontos dos projetos podem ser postos em discussão;

X. Manter-se-á o decoro em todas as sessões

XI- Todas representações têm direito a proferir questões e moções

QUESTÕES:

- Questão de Dúvida Este tipo de questão é pertinente na situação de um delegado necessitar de alguma informação, substantiva e/ou procedimental, pertinente ao andamento do debate. Deverá ser apresentada no intervalo entre os discursos, quando o Presidente abrir espaço para questões.

- Questão de Ordem Esta questão é relativa à observância e à manutenção das regras de procedimento do comitê, devendo ser levantada quando qualquer um dos delegados notar equívoco da Mesa Diretora em relação às regras e procedimentos estabelecidos neste Guia ou à condução dos debates. Deve ser utilizada com parcimônia. Caso a questão proceda, os erros devem ser imediatamente reparados pela Mesa. Esse tipo de questão poderá ser desconsiderada se a mesma for inapropriada em sua natureza ou se o delegado proponente não houver mostrado moderação e decoro no uso deste direito.

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- Questão de Privilégio Pessoal Durante a discussão de qualquer matéria, uma delegação poderá apresentar uma questão de privilégio pessoal. É essencial empregar o bom senso e a ética ao fazer uso desta questão, pois ela é o único procedimento que pode interromper um discurso. A delegação se pronunciará sobre seu desconforto ou a ofensa a sua pessoa após ser reconhecido pela Mesa, que decidirá os procedimentos a serem tomados. É usada apenas quando o delegado experimentar extremo desconforto pessoal (ataque epilético ou impossibilidade de escutar o orador, por exemplo). Devem ser apresentadas, preferencialmente, no intervalo entre discursos e, não devem, em hipótese alguma, ser utilizadas como direito de resposta.

MOÇÕES: As moções são pontos levantados pelos delegados em relação

a alguma modificação no curso normal dos debates, podendo ser submetidas apenas à apreciação da Mesa e/ ou a votação.

– Debate Moderado Além da tradicional lista de discursos que conduz o debate formal, ainda há a possibilidade de qualquer delegado fazer uma moção para um debate moderado, devendo o delegado estabelecer o tempo de duração e o seu propósito. A moderação desse debate é feita pela Mesa, porém não segue a ordem da lista de discursos. A Mesa Diretora, a seu critério, cederá a palavra aos delegados que queiram se pronunciar durante o período do debate moderado. Em debate moderado, apenas questões estão em ordem e as moções e cessões de tempo não são permitidas (não podendo haver proposições de resoluções). A moção para debate moderado, se aprovada pela mesa, será posta em votação e requer maioria simples para ser aprovada.

Debate Não-Moderado O propósito do debate não-moderado é o de facilitar o intercâmbio de ideias e as discussões de questões substanciais, de uma maneira mais direta do que aquela permitida no debate formal. As delegações que propuserem essa moção devem apresentar o tempo de duração (que não exceda o limite de 15 minutos) e sua justificativa. Neste debate, não há moderação e os delegados podem transitar livremente pela sala. O Diretor poderá, a seu critério, estender o tempo de debate não-moderado. Para sua aprovação, esta moção requer voto afirmativo da maioria simples.

Introdução de Proposta de Resolução A moção para introdução de proposta de resolução poderá ser solicitada após a leitura e aprovação do documento pela Diretoria, e disponibilizada para o comitê. Caso esteja em ordem, será automaticamente acatada pelo moderador, sem necessidade de votação. O número mínimo de assinaturas para a propositura de uma emenda é de 1/3 dos membros e, uma vez introduzido, o documento passa a ter status formal de proposta de resolução. Imediatamente após a introdução, o moderador solicitará a um dos signatários que proceda a leitura das cláusulas operativas do documento. Após essa leitura estarão em ordem apenas questões substanciais que dizem respeito a resoluções e moções para introdução de proposta de emenda.

Introdução de Posposta de Emenda Será possível apresentar a moção para

a introdução de emenda logo após a fala de um Deputado da lista de discurso, caso a proposta tenha sido examinada e aprovada pela Mesa Diretora. Para que seja

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aprovado, o documento deve contar com, no mínimo, 3 assinaturas. Após a introdução da emenda, a lista de discurso convencional é suspensa, abrindo-se uma lista de discurso paralela, dividida em países contra e a favor da proposta de emenda, para que os delegados possam se pronunciar acerca dela. Para que o debate seja encerrado, é necessário que pelo menos dois oradores tenham pronunciado contra e dois a favor da proposta. Apresentada a moção para encerramento do debate, a Mesa deverá acolher no máximo dois oradores contrários à moção, que requer maioria qualificada para ser aprovada. Após o debate sobre a proposta de emenda ser encerrado, o Comitê entra imediatamente em procedimento de votação. Para ser aprovada, a proposta de emenda necessita de maioria simples. Em seguida (após a aprovação ou não da proposta), a lista de discurso convencional é retomada do ponto em que foi interrompida (para a introdução da proposta de emenda). Uma vez introduzido, o documento passa a ter status formal de proposta de emenda.

– Encerramento de Debate: Um delegado poderá, no momento apropriado, propor uma moção para o encerramento do debate. Após a moção ser apresentada, o moderador deverá reconhecer no máximo dois oradores contrários à moção. Se aprovada por uma maioria qualificada (2/3), o moderador deverá seguir imediatamente para o processo de votação da(s) proposta(s) de resolução/emenda que estiver(em) em pauta.

– Adiamento da Sessão: Durante a discussão de qualquer matéria, um membro poderá propor uma moção para adiamento da sessão, a partir do momento em que a Diretoria considerar que esta moção está em ordem. Essa moção não procede antes de quinze minutos do término da sessão, e requer o voto favorável da maioria qualificada para ser aprovada. Após o adiamento, a Assembleia Geral reiniciará os trabalhos no horário agendado pela Diretoria para o início da próxima sessão. Não há adiamento da sessão final.

XII. A aprovação do Projeto de Resolução é feita por votação aberta, sendo necessária maioria simples (1/2 + 1);

XIII. Termos para votação:

Seguem as definições de cada voto:

A favor: indica simplesmente que o delegado é favorável ao documento.

Contra: indica simplesmente que o delegado é contrário ao documento.

A favor com direitos: vota-se a favor, mas tem-se o direito de justificar o voto por trinta segundos; é usado quando, por exemplo, tal posicionamento não é o adotado anteriormente.

Contra com direitos: um voto contrário ao documento, porém com uma justificativa do delegado votante por trinta segundos.

Passar: permite que o delegado não se declare no momento em que for chamada e sim quando todas os delegado já houverem votado. Caso mais de um Deputado use esse recurso, a primeira delegação a declarar passar será a primeira a votar. Se um

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delegado passar, ele não poderá votar a favor com direitos, contra com direitos ou passar novamente.

Abster-se: indica que o Deputado não possui uma opinião favorável nem contrária ao documento, sendo o voto da neutralidade. Ao se abster da votação, o voto da delegação não é computado e o quórum que define as maiorias simples e qualificada é decrescido de um. Reitera-se que o delegado que se pronunciou presente e votante no início da sessão não poderá se abster da votação.

XIII. Na primeira sessão efetiva, todos os delegados, terão 2 min para defender seu DPO;

XIV. DPO: Todos os delegados, obrigatoriamente, terão de entregar um Documento de Posição Oficial de sua representação. Este documento deve ser escrito em, no máximo, 2 laudas, e conter uma breve explicação sobre a posição de cada delegado no tema em questão e nos trabalhos da Assembleia Geral. Sendo OBRIGATÓRIO que o delegado se posicione contra ou a favor do projeto. A fim de estabelecer a Maioria e a Minoria

XV. Qualquer caso omisso ao regulamento será analisado pela mesa

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Desenvolvimento

Adota-se para simplificação do guia:

AGNU- Assembleia Geral das Nações Unidas

CSNU – Conselho de Segurança das Nações Unidos

HISTÓRICO DO COMITÊ

A definição do termo “diplomacia”, segundo o dicionário Houaiss, caracteriza-se como “ciência, arte e prática de relações internacionais entre Estados”. Esse conceito foi atestado à língua portuguesa no ano de 1836, porém “diplomacia” é somente a verbalização de uma prática que foi extremamente marcante nas relações internacionais ao longo dos séculos. Apesar de sua origem não datar um tempo histórico específico, a diplomacia foi amplamente usada, nos mais variados contextos históricos, como instrumento para que as grandes potências alcançassem seus interesses geopolíticos, como no Congresso de Viena e na Conferência de Berlim. No entanto, as conquistas de muitas discussões diplomáticas ao longo da história foram negligentes aos rastros que deixaram: conflitos internos, atrasos no desenvolvimento, extermínio de parcela da população, entre outros. Somente após as Guerras mundiais, e todas as mazelas deixadas por elas, que fica clara a necessidade de a diplomacia assumir um espaço maior e ambicionar assegurar não somente Estados, mas também pessoas – um contingente populacional marcado por sequelas deixadas por hostilidades consequentes do choque entre interesses políticos e econômicos. Assim, nessa conjuntura, criou-se a Organização das Nações Unidas (ONU). A ONU teve origem em outubro de 1945, resultado das conferências de paz realizadas no final da Segunda Guerra Mundial. A Organização se deu como uma segunda tentativa, após o fracasso da Liga das Nações, de criar união entre seus membros e relações amistosas entre os países, com o propósito de estabelecer a paz na comunidade internacional. A Carta das Nações Unidas, ou Carta de São Francisco, documento suporte para a formação do organismo, se baseia, sobretudo, em três princípios: a garantia da soberania estatal dos países, o direito à autodeterminação dos povos e a asseguração dos Direitos Humanos, os quais são definidos pela instituição. Inicialmente, foram criados cinco órgãos principais, entre eles, a Assembleia Geral

Sobre a Assembleia Geral das Nações Unidas

A Assembleia Geral

A Assembleia Geral da ONU é o principal órgão deliberativo da ONU. É lá que todos os Estados-Membros da Organização (193 países) se reúnem para discutir os assuntos que afetam a vida de todos os habitantes do planeta. Na Assembleia Geral,

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todos os países têm direito a um voto, ou seja, existe total igualdade entre todos seus membros.

Assuntos em pauta: paz e segurança, aprovação de novos membros, questões de orçamento, desarmamento, cooperação internacional em todas as áreas, direitos humanos, etc. As resoluções – votadas e aprovadas – da Assembleia Geral funcionam como recomendações e não são obrigatórias.

Principais funções

Discutir e fazer recomendações sobre todos os assuntos em pauta na ONU; Discutir questões ligadas a conflitos militares – com exceção daqueles na

pauta do Conselho de Segurança; Discutir formas e meios para melhorar as condições de vida das crianças, dos

jovens e das mulheres; Discutir assuntos ligados ao desenvolvimento sustentável,  meio ambiente e

direitos humanos; Decidir as contribuições dos Estados-Membros e como estas contribuições

devem ser gastas; Eleger os novos Secretários-Gerais da Organização.

Assembleia Geral das Nações Unidas (AGNU) é um dos seis órgãos da Organização das Nações Unidas e o único em que todos os países membros têm representação igualitária. Seus poderes são para supervisionar o orçamento da ONU, nomear os membros não-permanentes do Conselho de Segurança, receber relatórios de outras instituições da ONU e fazer recomendações sob a forma de resoluções e também mantém vários órgãos subsidiados.

A Assembleia Geral se reúne sob o comando de seu presidente ou secretário-geral em sessões anuais regulares, de setembro a dezembro e depois de janeiro até que todas as questões sejam abordadas (o que muitas vezes é um pouco antes do início da sessão seguinte). Ela também pode se reunir para sessões especiais e de emergência. Sua composição, funções, poderes, votos e procedimentos são estabelecidos no Capítulo IV da Carta de São Francisco.

A votação na Assembleia Geral sobre questões importantes - principalmente recomendações sobre a paz e segurança, preocupações orçamentais e eleição, admissão, suspensão ou expulsão de membros - é por maioria de dois terços dos membros presentes e votantes. Outras questões são decididas por maioria simples. Cada país membro tem um voto. Além da aprovação da matéria orçamental, o que inclui a adoção de uma escala de avaliação, as resoluções da Assembleia não são vinculativas para os membros. A Assembleia pode fazer recomendações sobre quaisquer matérias no âmbito das Nações Unidas, exceto sobre questões de paz e segurança, que são responsabilidade do Conselho de Segurança. O sistema de representação politica  da instituição permite que países que compreendem apenas 5% da população mundial passem uma resolução pelo voto de dois terços.

Durante a década de 1980, a Assembleia tornou-se um fórum para o "diálogo Norte-Sul": a discussão de questões entre países industrializados e países em desenvolvimento. Essas questões vieram à tona por causa do crescimento fenomenal

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e das mudanças de composição de seus Estados-Membros. Em 1945, a ONU tinha 51 membros, enquanto em 2015 havia 193 países que faziam parte da organização, dos quais mais de dois terços são países em desenvolvimento. Por causa de seus números, os países em desenvolvimento são capazes de determinar a agenda da Assembleia (usando grupos de coordenação, como o G77), o caráter de seus debates, bem como a natureza das suas decisões. Para muitos países em desenvolvimento, a ONU é a fonte de grande parte de sua influência diplomática e a principal saída para as suas iniciativas de relações internacionais

Histórico da questão

Os coreanos de tribos do Norte da Ásia foram responsáveis, a partir de Dan Gun em 2333 a.C, pela criação do Primeiro Reino da Coreia. Entretanto, o território foi posteriormente devastado pela disputa entre chineses, mongóis, japoneses e russos. A história das duas Coreias é, assim, marcada pelo colonialismo, exercido principalmente pela China e pelo Japão, países vizinhos mais próximos. A China, por sua vez, viveu, ao longo da história, em guerra contra os coreanos, que foram dominados pelo país até o começo do século XX. Porém, após a vitória dos japoneses na guerra Russo-Japonesa (1904-1905), o Japão anexou a Coreia ao seu território em 1910, tornando-a colônia do Império japonês em expansão pela Ásia e Pacífico. Tal dominação japonesa foi demarcada por muita violência, em especial a de cunho cultural. Na década de 1930, por exemplo, iniciou-se uma campanha japonesa para apagar aidentidade nacional dos coreanos, que censurou a língua coreana, substituiu o ensino dessa nas escolas pela língua japonesa, obrigou pessoas a mudarem de nome, entre outras medidas. A sociedade e os costumes coreanos foram profundamente modificados, cargos de importância eram ocupados apenas por japoneses e a emigração desses para Coreia já ultrapassava os 800 mil na década de 1940. Movimentos de independência cresciam por parte dos coreanos, porém, só obtiveram sucesso após a rendição do Japão na Segunda Guerra Mundial, devido à catástrofe causada pelas bombas atômicas de Hiroshima e Nagasaki, lançadas pelos Estados Unidos da América. Portanto, após o fim da Segunda Guerra Mundial e com a derrota do Eixo, a Península Coreana foi dividida, pelos vencedores da guerra, em duas zonas de ocupação: uma norte-americana no Sul – República da Coreia, com influência capitalista; e outra soviética no Norte – República Popular Democrática da Coreia, com influência socialista. Essa divisão, realizada em 1948, correspondeu ao antagonismo da Guerra Fria e criou dois novos Estados: Coreia do Norte e Coreia do Sul, separando, definitivamente, a Coreia.

Devido à divisão da Península Coreana, o Partido Comunista da Coreia do Norte foi criado em 1946. Sua liderança possuía influência socialista e era apoiada pelos soviéticos, tendo em vista que Kim Il-sung havia sido treinado pelo Exército Vermelho. Alguns anos após a instauração do Partido Comunista, a República Democrática Popular da Coreia proclamou independência e Kim Il-sung foi declarado presidente do país. Assim, as tropas soviéticas foram retiradas da região e a Coreia do Norte tornou-

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se oficialmente uma república socialista. No mesmo ano, ocorreu a proclamação da República da Coreia, conhecida como Coreia do Sul. O país teve como presidente Syngman Rhee, que ficou no poder de 1948 até 1960. É importante observar que a Proclamação das Coreias aconteceu paralelamente à Guerra Fria, um período de disputa político-econômica, militar e ideológica. Esse embate ocorreu entre os Estados Unidos e a União Soviética, ambos os quais possuíam ogivas nucleares superiores à capacidade das bombas atômicas lançadas em Hiroshima e Nagasaki, no final da Segunda Guerra Mundial. O surgimento desse antagonismo bipolarizou o mundo: existia o capitalismo, representado pelos Estados Unidos, e o socialismo, representado pela União Soviética. Essas duas superpotências não se enfrentaram diretamente. Entretanto, suas desavenças incitaram conflitos em outros países, tais como a Coreia. Isto posto, a Guerra da Coreia, que foi iniciada no momento em que tropas nortecoreanas invadiram o Sul, representou o primeiro conflito militar entre capitalistas e socialistas. Além disso, essa disputa deixou o mundo na iminência de uma guerra nuclear.

Para completa compreensão do conflito norte-coreano há de se falar de seu contexto histórico que se dá principalmente na divisão da península das Coreias , na chamada Guerra das Coreias

O estopim da Guerra entre as Coreias ocorreu no dia 25 de junho de 1950, quando o exército norte-coreano transpassou o paralelo 38º, ação que oficializou uma invasão ao território sul-coreano, e dominou a capital Seul no dia 9 de julho de 1950. Tais acontecimentos foram reportados para a ONU pelos Estados Unidos e, após uma votação no Conselho de Segurança (na qual a URSS não estava presente e três delegações se abstiveram, entre elas, a Índia), foi autorizado o envio de tropas, sob liderança americana, para a expulsão dos invasores. As tropas enviadas configuraram o Comando das Nações Unidas e contaram com forças aliadas de mais de 20 Estados, como a Grã-Bretanha, África do Sul, entre outros. As tropas da ONU obtiveram êxito em retomar Seul e seguiram para o Norte até a capital Pyongyang, o que configurou ameaça às fronteiras chinesas na região do Rio Yalu. Pressionado, o governo chinês enviou tropas em auxílio à Coreia do Norte e essas levaram ao recuo das tropas da ONU. No dia 4 de janeiro de 1951 Seul foi invadida novamente. Entre fevereiro e março, o Comando das Nações Unidas avançou mais uma vez e expulsou as tropas chinesas, que regressaram ao paralelo 38º. Depois de tais eventos, a guerra ainda se estendeu por mais dois anos de maneira balanceada e, no dia 27 de julho de 1953, foi assinado o Armistício de Panmunjon, que mudou o rumo da Guerra .

PÓS-GUERRA DA COREIA ATÉ A ATUALIDADE

Mesmo após o armistício de 1953, as tensões prevaleceram na Península Coreana. É possível observar isso por meio de diversos episódios, entre eles o inexplicável naufrágio do navio sul-coreano Cheonan, nas proximidades da fronteira marítima com a Coreia do Norte, em abril de 2010. Seul acusou a vizinha de mandar o torpedo responsável pelo incidente, o que também foi concluído por uma investigação conduzida pelos Estados Unidos da América, Reino Unido, Austrália e Suécia. A Coreia do Norte negou qualquer participação no ataque, apesar da existência de

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evidências que sugerissem o contrário. Outro exemplo da situação diplomática preocupante na Península é a morte de Otto Warmbier, em junho de 2017. O estudante de 22 anos, em viagem à Coreia do Norte, foi mantido prisioneiro no país e condenado a 15 anos de trabalho forçado, sob a acusação de roubar um cartaz de propaganda. Warmbier ficou 17 meses no país, e quando pôde, enfim, voltar aos EUA, o estudante encontrava-se em coma, com danos neurológicos graves, sendo que ele morreu menos de uma semana após sua chegada aos Estados Unidos. A explicação fornecida pelos norte-coreanos alegava que o estado crítico de Warmbier havia sido causado por conta da contração de botulismo, no entanto, tal alegação foi vista com grande ceticismo por profissionais da saúde ao redor do mundo. A República Popular Democrática da Coreia (RPDC, nome oficial da Coreia do Norte), após a Guerra da Coreia, se manteve sob o governo da família Kim, no poder até os dias atuais. Hoje, a RPDC é presidida por Kim Jong-un, neto de Kim Il-sung, o fundador. A última mudança na liderança foi marcada pela fuga de Kim Jong-nam, que deveria assumir o poder visto que, meio-irmão de Kim Jong-un, era o filho mais velho de Kim Jong-il. Kim Jong-nam foi assassinado, sob circunstâncias misteriosas, em um aeroporto na Malásia, em fevereiro desse ano. A RPDC, apesar de ter sido o lado mais rico da Coreia em 1953, por ter mantido toda a estrutura deixada durante a ocupação japonesa, adentrou em uma crise econômica crônica sem precedentes e tornou-se um dos países mais pobres da Ásia. Ao passo que a Coreia do Sul se desenvolvia em ritmo acelerado, a Coreia do Norte instituía o Juche como ideologia oficial do país. Projetada pelo “presidente eterno” norte-coreano, como foi designado Kim Ilsung, a filosofia Juche tem por base a autossuficiência do país, um pensamento que contribuiu largamente para os problemas financeiros enfrentados pelo Estado, que se agravaram após a desintegração da União Soviética. Assim, nos anos 1990, a Coreia do Norte havia se consolidado como um dos países mais isolados do mundo e passava por diversos problemas econômicos, o que a levou a uma das maiores crises alimentícias do século XX. Os recursos do país eram destinados à manutenção do programa militar e as necessidades populacionais eram ignoradas: simultaneamente ao período de testes de um dos primeiros mísseis norte-coreanos, mais de três milhões de pessoas morriam de fome devido à crise no abastecimento. Até os dias atuais, a população norte-coreana sofre com a irregularidade alimentar, ao ponto que, apesar de o Norte e o Sul dividirem o mesmo passado genético, os norte-coreanos têm, em média, de três a oito centímetros a menos de altura que os sul-coreanos, devido à má alimentação na primeira infância. A Coreia do Sul, por outro lado, a partir de o apoio financeiro americano e japonês, prosperou economicamente de forma muito rápida e se estabeleceu como representante do avanço capitalista, imagem que seria intensificada a partir dos problemas norte-coreanos, de forma que o desenvolvimento desigual das Coreias se tornou uma arma publicitária durante a Guerra Fria.

Um dos grandes obstáculos para uma conciliação é a diferença gritante que se sucedeu entre a Coreia do Norte e a Coreia do Sul. Ao decorrer dos anos, diversas tentativas de paz e reunificação foram frustradas, a exemplo da reunião de 2000, que parecia muito promissora no estreitamento de laços entre os dois países. Contudo, devido ao regime totalitarista dos Kim, à insistência no avanço do armamento nuclear, à interferência externa e à incapacidade de ambas as partes chegarem a um acordo, ao medo sul-coreano acerca do prejuízo econômico que uma reunificação geraria e ao constante ataque norte-coreano aos direitos humanos, as negociações nunca

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progrediram de forma significativa. Recentemente, uma nova crise alimentícia ameaça a Coreia do Norte devido às sanções impostas pelo Conselho de Segurança e à consequente diminuição na assistência humanitária, da qual depende cerca de 70% da população. No entanto, Kim Jong-un não apresenta indícios de interesse no congelamento de seu programa nuclear, pelo contrário: realizou em julho dois testes de mísseis balísticos intercontinentais e mantém retórica ameaçadora à Coreia do Sul e seus aliados, em especial aos Estados Unidos da América. Em resposta aos pronunciamentos preocupantes da RPDC, os EUA e a Coreia do Sul realizam frequentes ensaios militares e, em abril desse ano, Washington chegou a enviar navios porta-aviões para a Península Coreana. O novo governo norte-americano promete um posicionamento mais rígido e pede à China maior apoio, atitudes essas que contribuem para a elevação das tensões na região.

ARMISTÍCIO DE PANMUNJON

Durante o conflito, se sucederam uma série de discussões que visaram o fim da Guerra e buscaram a conciliação dos interesses das partes envolvidas. Após uma série de debates, foi desenvolvido o Armistício de Panmunjon. O documento estabelecia uma área desmilitarizada de quatro quilômetros de largura ao longo do paralelo 38°. A oficialização ocorreu no dia 27 de julho de 1953, quando o armistício foi firmado pelo Exército Popular de Libertação chinês, pelo Exército Popular da Coreia do Norte e pelo Comando das Nações Unidas. No entanto, por definição, um armistício simboliza uma suspensão de hostilidades entre os beligerantes de um conflito, sem demarcar um fim definitivo a um estado de guerra, ou seja, trata-se de uma trégua e não de um acordo de paz. Somado isso ao fato de que a Coreia do Sul nunca aderiu ao acordo, as Coreias permanecem, tecnicamente, em guerra. O armistício vigora desde sua oficialização, porém, as regiões adjacentes à zona desmilitarizada permanecem fortemente armadas e, no dia 13 de março de 2013, a Coreia do Norte anunciou o rompimento do armistício e assumiu uma posição de retaliação em relação à Coreia do Sul. Essa manobra foi repudiada pelos Estados Unidos e pelas autoridades sulcoreanas e o anúncio norte-coreano foi antecedido por testes nucleares sancionados pelo CSNU.

Coreia do Norte

Com o isolacionismo do governo comunista podemos relacionar que as relações internacionais da Coreia do NORTE foram moldadas por seu conflito com a Coreia do Sul e os seus laços históricos com o Comunismo mundial. Tanto o governo da República Popular Democrática da Coreia e o governo da República da Coreia (Coreia do Sul) afirmam ser o governo de toda a Coreia. A Guerra da Coreia, na década de 1950, não conseguiu resolver o problema, deixando a Coreia do Norte em estado de guerra com a Coreia do Sul e as Forcas Armadas dos Estados Unidos em toda a zona desmilitarizada No início da guerra fria, a Coreia do Norte tinha apenas o reconhecimento diplomático dos países comunistas. Nas décadas seguintes, estabeleceu relações com os países em desenvolvimento e se juntou ao Movimento dos Paises Não Alinhados. Quando o bloco do Leste entrou em colapso nos anos

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1989-1991, a Coreia do Norte fez esforços para melhorar as suas relações diplomáticas com os capitalistas desenvolvidos. Ao mesmo tempo, houve esforços internacionais para resolver o confronto na península coreana, especialmente quando a Coreia do Norte adquiriu armas nucleares

Armas Nucleares

O "isolado reino" da Coreia do Norte é um país completo de contradições.

O país é vizinho de várias das economias mais dinâmicas do mundo, incluindo a próspera Coreia do Sul, mas sua população sofre com toda sorte de privações.

Em meados do século 20, a Coreia do Norte era um dos países mais industrializados da Ásia. Mas, hoje, é visto como um desastre econômico.

E, enquanto as condições de vida de seus cidadãos são precárias, o governo anuncia programas de desenvolvimento de sofisticados sistemas de armamento, inclusive de foguetes de longo alcance e bombas atômicas.

A Coreia do Norte reforça que o recente lançamento de um foguete é parte de um programa de exploração espacial, enquanto as potências ocidentais alegam se tratar de uma tentativa de desenvolver mísseis capazes de atingir alvos distantes.

De qualquer forma, são poucas as nações da Terra capazes de conceber tecnologias avançadas e tão caras.

Mas como a Coreia do Norte financia essas atividades?

Exportação e investimento

Em primeiro lugar, são necessárias divisas internacionais. Muitos estão de acordo que a Coreia do Norte fez importantes aquisições de tecnologia no exterior, em certos casos com fins militares.

E, apesar de ser um dos últimos países do mundo a manter uma economia centralmente planificada, ao modo stalinista, Pyongyang ainda consegue desenvolver um setor exportador.

Em sua página na internet, a CIA, a agência de inteligência americana, estima o tamanho da economia norte-coreana em torno de US$ 40 bilhões (R$ 160 bilhões), similar ao PIB de Honduras ou do Estado brasileiro de Goiás.

As exportações da Coreia do Norte somam, por outro lado, US$ 3,834 bilhões (R$ 15 bilhões), o equivalente às vendas externas de Moçambique ou das do minúsculo Estado europeu de San Marino, encravado na Itália.

Entre os produtos destinados ao exterior, estão minério e itens manufaturados, entre eles armamentos e artigos têxteis, além de produtos agrícolas e pesqueiros.

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Mas como um país com uma economia de tamanho equiparável à de alguns dos países mais pobres da América Latina pode pagar por um programa nuclear?

Passando fome

A resposta parece estar na natureza autoritária e centralizada do governo, que destina os escassos recursos do país a fins militares, nem que para isso seus cidadãos passem fome.

O PIB per capita da Coreia do Norte, ajustado pelo seu poder de compra, chega a US$ 1,8 mil (R$ 7,2 mil), fazendo com que o país asiático ocupe a 208ª posição entre 230 nações, nível comparável ao de Ruanda, na África, ou do Haiti, na América Central.

Na década de 1990, o país enfrentou a ameaça de uma escassez generalizada de produtos alimentícios básicos, e sua economia levou um longo tempo para recuperar-se do desastre.

Foi um processo tão traumático que, até 2009, a Coreia do Norte recebeu uma substancial ajuda alimentar da comunidade internacional. Hoje, acredita-se que sua produção agrícola interna tenha melhorado.

Os clientes

E quem são os clientes dos produtos norte-coreanos?

O aliado político mais importante do país é a China, que compra 54% de sua produção. Em um inesperado segundo lugar, vem a Argélia, que é o destino de 30% das vendas do país. E, para a Coreia do Sul, vão 16% de suas exportações.

Apesar da Coreia do Norte e a nação vizinha viverem um dos conflitos militares mais longos de que se tem notícia na história, em curso desde o fim da 2ª Guerra Mundial, os dois países vêm fortalecendo os vínculos econômicos.

Alguns investimentos sul-coreanos se concentram em determinadas partes do pais, oferecendo ao governo norte-coreano outra valiosa fonte de divisas.

O núcleo mais importante deles é o complexo industrial de Kaesong, que está diante de um futuro incerto depois de o governo de Seul anunciar a suspensão de sua participação na iniciativa, devido às crescentes tensões políticas entre ambas as nações por conta dos testes nucleares realizados pela Coreia do Norte.

A Coreia do Sul diz não querer que os recursos gerados pela zona industrial sejam usados no programa militar norte-coreano. E as sanções econômicas impostas por vários países, inclusive as mais recentes aplicadas pelo Japão, devem continuar debilitando a economia norte-coreana.

No entanto, enquanto o governo do líder norte-coreano, Kim Jong-un, seguir disposto a impôr sacrifícios substanciais a seus habitantes, pode-se esperar que a Coreia do Norte continue a desenvolver seu poderio militar muito além do que seria possível esperar de uma nação com sua frágil condição econômica.

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SÉRIES DE SANÇÕES

As primeiras sanções foram aprovadas em 2006 e 2009, após os primeiros testes atômicos. Duas séries de sanções chegaram em 2013, duas outras, predominantemente econômicas, em 2016 e finalmente uma no início de agosto de 2017, com o objetivo de privar o país de US$ 1 bilhão em ingressos provenientes de suas exportações de ferro, carvão e pescados.

EMBARGO DE ARMAS

Em outubro de 2006, o Conselho decretou um embargo de armas e proibiu a importação e a exportação de alguns equipamentos e de tecnologia, a fim de impedir que Pyongyang realizasse testes nucleares ou lançasse mísseis balísticos.

Em junho de 2009, este embargo foi estendido a todos os equipamentos militares, às transações financeiras e à formação técnica relacionada ao abastecimento e utilização de armas e tecnologia nuclear e balística.

Em 2013, essas restrições foram reforçadas para permitir que países de trânsito requisitem e destruam todo equipamento relacionado ao programa de armas norte-coreano.

VIAGENS, PRODUTOS DE LUXO, BENS

A ONU criou em 2006 um Comitê de sanções encarregado de confeccionar uma lista negra de personalidades e entidades suspeitas de contribuir para os programas militares proibidos de Pyongyang. Essas sanções precisas incluem proibição de viagens, atingindo igualmente familiares de pessoas afetadas, e bloqueio de bens.

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Esse regime foi ampliado em 2013 a indivíduos ou entidades que ajudaram a Coreia do Norte a driblar as sanções. A ONU instou assim todos os países a não vender produtos de luxo aos dirigentes do regime comunista.

EXPORTAÇÕES

Em 2 de março de 2016, o Conselho fortaleceu as sanções econômicas e impôs um controle sistemático de todas as cargas procedentes ou com destino ao território norte-coreano. A resolução proíbe as exportações de carvão, ferro e minério de ferro, salvo se os ingressos gerados forem utilizados para a "subsistência" da população norte-coreana.

Pyongyang também é proibido de vender ouro, titânio e minérios raros utilizados no setor de alta tecnologia e já não pode obter combustível para a aviação nem para os seus mísseis.

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Em 30 de novembro do ano passado, a ONU apertou o cerco, limitando as exportações norte-coreanas de carvão para a China.

Em 5 de agosto de 2017, novas sanções ainda mais severas foram aprovadas por unanimidade, a fim de privar Pyongyang dos ingressos provenientes de suas exportações de carvão, ferro, minério de ferro, chumbo e pescados.

A China, destino de 90% das exportações norte-coreanas, prometeu respeitar as novas sanções.

EFEITO LIMITADO

Especialistas e diplomatas concordam que as sanções têm um impacto limitado e são apenas um dos recursos disponíveis contra a Coreia do Norte. Segundo um relatório da ONU que deve ser divulgado em breve, Pyongyang é cada vez mais capaz de driblar as sanções impostas.

De acordo com diplomatas que tiveram acesso ao documento, seus meios são muito variados: utilização de países terceiros ou empresas de fachada, troca frequente das licenças de navios cargueiros, falsas declarações de cargas, etc.

Além das sanções internacionais adotadas pela ONU, os Estados Unidos, a União Europeia e o Japão decidiram adotar várias sanções unilaterais.

TESTES NUCLEARES ( 6 )

8 de outubro de 2006

O primeiro teste nuclear da Coreia do Norte provocou um terremoto de 4,3 graus de magnitude. De acordo com funcionários dos EUA, a arma usava plutônio e teria alcançado menos de um quiloton (unidade de energia liberada).

24 de maio de 2009

Menos de três anos depois, o país realizou um novo teste. Cientistas chineses calcularam que a bomba atingiu 2,35 quilotons, provocando um tremor de 4,7 graus.

12 de fevereiro de 2013

Há três anos, o país realizava seu terceiro teste, apesar das condenações mundiais. Provocando um tremor mais forte, de 5,1 graus, a bomba foi miniaturizada, de acordo com o governo norte-coreano. O Pentágono, no entanto, disse que confiava de forma "moderada" na informação de que a Coreia do Norte havia aprendido a fazer uma arma nuclear miniaturizada, capaz de ser lançada por um míssil balístico.

5 de janeiro de 2016

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O quarto teste também causou um terremoto de 5,1 graus de magnitude. A Coreia do Norte afirmou que se tratava de uma bomba de hidrogênio. Em maio, as autoridades de inteligência americanas e sul-coreanas concluíram que a Coreia do Norte era agora capaz de desenvolver ogivas nucleares em mísseis de curto e médio alcance com capacidade para atingir o Japão e a Coreia do Sul.

8 de setembro de 2016

Autoridades disseram que o quinto teste foi o mais poderoso da Coreia do Norte. A explosão da bomba gerou um terremoto de 5,3 e teria alcançado 10 quilotons. Líderes mundiais imediatamente condenaram a ação, e o Conselho de Segurança da ONU convocou uma reunião de emergência.

03 de setembro de 2017

A Coreia do Norte fez seu mais potente teste nuclear, estimado em 100 kilotons (dez vezes mais do que exercícios anteriores). Causou um terremoto de 6,3 graus de magnitude, cujo impacto foi sentido no território chinês. Em reação, os EUA ameaçaram uma 'grande resposta militar'.

Linha do tempo

Conflitos na Península Coreana (1953-2017)

1953- Armistício de Panmunjon.

1968- República Popular Democrática da Coreia (RPDC) capturou o USS Pueblo, navio da inteligência americana.

1972- RPDC e República da Coreia (RC) pronunciam-se, conjuntamente, em prol da reunificação.

1985- RPDC adere ao Tratado de Não-Proliferação-Nuclear (TNP).

1986- Reator nuclear em Yongbyon, na Coreia do Norte, é ativado.

1991- Ambas as Coreias tornam-se membros da ONU.

1993- A Agência Internacional de Energia Atômica acusa a RPDC de violação ao TNP e exige que inspetores da Organização tenham acesso aos depósitos de lixo nuclear. RPDC ameaça abandonar o Tratado.

1993- RPDC testa míssil balístico de médio alcance no Mar do Japão.

1994- Morte de Kim II-sung. Kim Jong-il assume o poder.

1994- RPDC e Estados Unidos da América (EUA) assinam um acordo que estabelece, por parte de Pyongyang, o congelamento dos programas atômicos vigentes na Coreia do Norte em troca de combustível pesado e dois reatores de água leve, que seriam mais resistentes à proliferação nuclear com fins bélicos.

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1996- RPDC ameaça não respeitar o estabelecido pelo armistício da Guerra das Coreias e envia tropas para a zona desmilitarizada da região fronteiriça.

1996- Um submarino norte-coreano navega próximo à Gangneung, cidade sul-coreana. 1998- RC captura, em seu território marítimo, o submarino norte-coreano.

1998- RPDC lança míssil de longo alcance que sobrevoou o Japão e aterrissou no Oceano Pacífico, fato que surpreendeu a comunidade internacional em relação à capacidade bélica norte-coreana 2000- Acordo de reconciliação é assinado em reunião histórica entre Kim Jong-il e o então presidente sul-coreano, Kim Dae-jung.

2002- Presidente dos EUA, George W Bush, classificou a RPDC, junto ao Irã e ao Iraque, como participante do “Eixo do Mal”.

2002- Troca de tiros entre barcos da Coreia do Sul e Coreia do Norte no Mar Amarelo deixa quatro marinheiros mortos.

2002- Primeiro-ministro japonês visita Coreia do Norte e Kim Jong-il admite ter sequestrado treze cidadãos japoneses nos anos 1970 e 1980.

2002- EUA, Coreia do Sul e Japão interrompem exportações de petróleo destinadas à Coreia do Norte após a confirmação do programa de armamento nuclear norte-coreano.

2003- Pyongyang abandona o TNP, o que acarreta no início das “Six-party Talks” (tradução livre: Conversas de Seis Partidos) entre as Coreias, os EUA, a Rússia, a China e o Japão.

2003- RPDC abandona tratado acordado juntamente à Coreia do Sul, que buscava manter a Península Coreana livre de armamento nuclear.

2006- RPDC testa sete mísseis, inclusive um de longo alcance.

2006- Norte-coreanos testam míssil subterrâneo pela primeira vez. Assim, os EUA impõem sanções comerciais e econômicas ao país.

2007- Coreia do Norte fecha seu maior reator nuclear depois de receber combustível em um pacote de ajuda humanitária estrangeira.

2007- RC anuncia envio de 50 milhões de dólares para os norte-coreanos após raro apelo em prol da colaboração financeira com o problema das enchentes na RPDC.

2007- Segunda Conferência entre Coreias, realizada em Pyongyang. O presidente Roh Moohyun torna-se o primeiro líder sul-coreano a atravessar a zona desmilitarizada (DMZ).

2008- Novo presidente sul-coreano promete ser mais rígido em relação à Coreia do Norte e, assim, provoca uma rápida deterioração no relacionamento com os rivais.

2008- Kim Jong-il sofre um derrame

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2008- Coreia do Norte promete total acesso americano ao reator de Yongbyon, se a RPDC for retirada da lista negra de terrorismo.

2009- RPDC promete dar fim a qualquer acordo político ou militar realizado com a Coreia do Sul.

2009- Coreia do Norte lança foguete de longo alcance sob a alegação de que carrega satélites de comunicação. O país é acusado por seus vizinhos de testar armamento, e condenado pelo Conselho de Segurança da ONU. Assim, a RPDC deixa as Six-party Talks e retoma seu arsenal nuclear.

2009- Em ato de boa-fé, Coreia do Norte envia delegação para funeral de ex-presidente sulcoreano e concorda com a retomada das reuniões familiares.

2009- Agência de notícias do Estado norte-coreano divulga que foi acumulado plutônio suficiente para uma ou duas bombas nucleares.

2010- RPDC afunda o navio sul-coreano Cheonan.

2010- Confronto na fronteira marítima na Península Coreana resulta na morte de dois marinheiros sul-coreanos. 2011- Kim Jong-il morre e Kim Jong-un assume o poder.

2013- Panamá encontra, em navio norte-coreano, dois aviões de caça embaixo de pacotes de açúcar.

2013- China proíbe a exportação para a RPDC de qualquer produto que pudesse vir a ser utilizado na fabricação de armas nucleares, químicas ou biológicas.

2013- Chang Son-thaek, tio de Kim Jong-un, é executado por tentativa de derrubar o Estado. 2014- Coreia do Norte testa dois mísseis de médio alcance, e, assim, viola as resoluções da ONU.

2014- RPDC e EUA trocam denúncias de cyber attacks por conta de um filme da Sony que humoriza a imagem de Kim Jong-un.

2015- Novas sanções à RPDC, impostas com foco no setor bancário, no sistema de mísseis do exército e nas companhias de exportação.

2016- Coreia do Norte testa míssil e alega que esse é uma bomba de hidrogênio. Entretanto, tal informação é vista com ceticismo por profissionais.

2016- Partido dos Trabalhados da Coreia realiza sua primeira eleição em 40 anos e Kim Jongun é eleito líder.

2016- ONU incrementa sanções a partir do bloqueio da importação de carvão

2017 (Janeiro)- Kim Jong-un anuncia que a RPDC se encontra nas últimas etapas para a instalação de carga nuclear em um míssil de longo alcance.

2017 (Julho)- O irmão mais velho de Kim Jong-un, Kim Jong-nam, que havia fugido da Coreia do Norte, é assassinado em um aeroporto na Malásia através do uso de um

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agente químico altamente tóxico. Especialistas suspeitam da participação da Coreia do Norte no crime.

2017 (Julho)- Kim Jong-un testa míssil de longo alcance, que aparenta ter capacidade de atingir o estado do Alasca nos Estados Unidos.

2017 (Agosto) - Donald Trump, através do Twitter, diz que os EUA combaterão a RPDC com “fogo e fúria”.

2017 (Agosto) - Kim Jong-un ameaça atacar Guam, ilha norte-americana localizada estrategicamente no Oceano Pacífico.

2017 (Setembro) - Teste nuclear norte-coreano de suposta bomba de hidrogênio que pode ser transportada por míssil intercontinental.

ATUALIDADE

Duas ações recentes realizadas pela Coreia do Norte têm causado grande agitação no cenário internacional. A primeira foi o lançamento do míssil balístico, no dia 29 de agosto, que teria sobrevoado parte do território japonês até atingir o mar, a cerca de 1180 quilômetros da ilha de Hokkaido. Segundo a Agência de Notícias Central Norte-coreana (KCNA, na sigla em inglês) o líder do país, Kim Jong-un, informou que a atividade foi uma maneira de rechaçar os exercícios militares conjuntos da Coreia do Sul e Estados Unidos na península coreana, e também uma oportunidade de testar a capacidade operacional de guerra do Exército norte-coreano.

A Coreia do Norte comunicou ainda que o inédito lançamento do projétil será o primeiro de muitos e que o Pacífico continuará sendo o alvo dos testes de seu programa armamentista, reiterando os planos de disparar mísseis que caiam em águas próximas à ilha de Guam, onde há duas bases militares dos Estados Unidos. Tal postura, com efeito, gerou reações desse país e da comunidade internacional como um todo. O presidente estadunidense, Donald Trump, sugeriu que a possibilidade de uma resposta militar não está descartada ao declarar que “todas as opções estão sobre a mesa”. Ademais, o Conselho de Segurança das Nações Unidas convocou uma reunião de emergência para tratar do caso, e o secretário-geral da organização, António Guterres, A segunda ação da nação asiática que causou polêmica em âmbito mundial foi o teste de uma bomba atômica de hidrogênio realizado no último domingo. Estima-se que esse artefato seja o mais potente já produzido pela Coreia do Norte e que pode ser instalado em um míssil intercontinental. A partir desse evento, os Estados Unidos, o Japão e a Coreia do Sul, recrudesceram suas declarações em relação a Pyongyang e propuseram sanções mais severas a fim de isolar completamente o país de Kim Jong-un. Uma segunda reunião do Conselho de Segurança da ONU foi convocada em regime de urgência, porém seus membros adotaram posturas diferentes: enquanto os EUA, a França e o Reino Unido concordaram em apresentar uma nova resolução com penalidades para ser submetida à votação, a China e a Rússia se mostraram mais inclinadas a uma saída diplomática, por meio de diálogo conjunto, para evitar o aumento da tensão bélica.

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Novamente, o secretário-geral da ONU condenou a postura norte coreana, afirmando que o teste nuclear foi mais uma violação grave das obrigações internacionais do país. António Guterres declarou que a ação da Coreia do Norte prejudicou os esforços internacionais de não proliferação e desarmamento e também é “profundamente desestabilizadora para a segurança regional”. Além disso, o diretor-geral da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), Yukiya Amano, classificou a atividade como uma ação extremamente deplorável e uma negligência completa das repetidas exigências da comunidade internacional

Tratado de Não Proliferação de Armas Nucleares (TNP)

Tratado de Não Proliferação de Armas Nucleares (TNP) é um instrumento firmado em 1968 por uma série de nações, e em vigor desde março de 1970, e que visa impedir a proliferação da tecnologia utilizada na produção de armas nucleares, bem como realizar a promoção do desarmamento nuclear, encorajando apenas a utilização pacífica de tal tecnologia.

Até o presente momento, 189 países aderiram ao TNP, sendo exceção Israel, Paquistão, Índia e Coreia do Norte (este último havia aderido ao tratado, retirando-se mais tarde, em 2003).

A questão principal a ser enfrentada é a do desequilíbrio entre os signatários. De um lado, as grandes potências como Estados Unidos, Rússia (União Soviética, à época de assinatura do tratado), Inglaterra, França e China, que não por acaso são também os membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU, e no momento em que assinaram o tratado já possuíam avançado programa nuclear, tanto pacífico quanto bélico. O TNP permitiu que estes cinco permanecessem com o aparato que já dispunham, comprometendo-se a não partilhar os conhecimentos tecnológicos, ou fornecer armamento a terceiros que não possuíssem a tecnologia. Do outro lado, os países que até 1967 não tivessem desenvolvido armas nucleares ficavam comprometidas a não elaborar qualquer programa nesse sentido, abrindo mão da tecnologia nuclear para fins bélicos. Essa "divisão" estabelecida pelo tratado impediu que por muitos anos várias nações fossem compelidas a ratificar o TNP, incluindo o Brasil, que aderiu ao tratado apenas em 1998, por não concordar com tal divisão criada.

O arranjo diplomático que se estabeleceu para que o tratado gradualmente obtivesse a aprovação de quase a unanimidade das nações do globo era de que, à medida que os não detentores de tecnologia nuclear fossem aderindo ao tratado, as grandes potências nucleares iriam abrindo mão de seu arsenal em etapas, em processo similar ao que ocorreu com as armas bacteriológicas.

Apesar deste acerto, a assimetria óbvia entre os que "têm" e os que "não têm" é ainda questão a ser resolvida, pelo simples fato de não haver um mecanismo que garanta de forma incontroversa e definitiva que o desarmamento das cinco potências nucleares está sendo cumprido à risca. A Agência Internacional de Energia Atômica, a responsável por tal fiscalização, encontra sérias dificuldades em comprovar tal política de não proliferação nuclear reiteradas vezes, sendo o caso mais famoso o do Irã, que mantém sigilo muitas vezes questionado internacionalmente sobre o seu programa nuclear. Outra questão importante é o do armamento nuclear localizado na ex-repúblicas da União Soviética, cujo destino é de certo modo nebuloso, e que desperta preocupação da opinião pública internacional, pela possibilidade deste material ser adquirido por extremistas políticos ou religiosos.

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POLÍTICAS EXTERNAS

República Popular Democrática da Coreia (Coreia do Norte)

A situação da República Popular Democrática da Coreia com seu regime fechado, acusado incessantemente de violar direitos humanos, se tornou uma das grandes preocupações da sociedade internacional devido ao seu programa nuclear. Desde o fim da Segunda Guerra Mundial, investiu em armamento nuclear, de forma a ignorar avisos internacionais e diversas resoluções do Conselho de Segurança, além do Tratado de Não-Proliferação de Armas Nucleares, do qual era signatário enquanto iniciava o desenvolvimento da tecnologia.

A Coreia do Norte age sob uma filosofia idealizada por um de seus falecidos líderes, Kim Il-sung, denominada Juche, que preconiza a autossuficiência militar, política e econômica do país. Esse pensamento originou o isolacionismo norte-coreano, que trouxe diversos problemas para o país e foi uma das razões da fragilidade econômica que ocorre atualmente. Contudo, é evidente que a autossuficiência da RPDC é fantasiosa, ao analisar sua dependência intrínseca da ajuda humanitária internacional, da colaboração chinesa e dos acordos realizados em troca da estagnação de seu programa nuclear.

A RPDC, ao investir infindavelmente no setor militar, perpassa as necessidades da população que, por sua vez, sofre com o abastecimento alimentar insuficiente e inconstante, de forma que um terço dos norte-coreanos sofre de raquitismo. Atualmente, a Coreia do Norte pena com diversas sanções, que ainda não tiveram efeito significativo na diminuição de seus avanços militares.

Pyongyang tem armas nucleares e realizou testes em 2006, 2009, 2013 e duas vezes em 2016. O governo norte-coreano alega que a bomba de janeiro de 2016 era de hidrogênio, ou seja, possuía capacidade destrutiva muito superior a de uma bomba atômica. Entretanto, especialistas veem o anúncio com ceticismo. Ademais, foi realizado um teste bem-sucedido de um míssil balístico intercontinental, no dia 4 de julho de 2017, ação sobre a qual foi feita uma reunião do Conselho de Segurança. O que falta para o programa nuclear norte-coreano é a capacidade de miniaturizar uma carga nuclear para colocá-la em um míssil.

O país retirou-se do TNP em 2003 após recusar inspeções da Agência Internacional de Energia Atômica diversas vezes. Os principais aliados da Coreia do Norte são a China, parceiro histórico com quem lutou na Guerra da Coreia e realiza 90% de todas suas trocas comerciais, o Irã e a Federação Russa. O país tem um relacionamento conturbado com os Estados Unidos da América desde o período da Guerra da Coreia e se mantém em estado de guerra com a Coreia do Sul, desde 1953.

No que concerne ao Japão, em resposta ao posicionamento de contingentes militares japoneses na costa norte-coreana, a RPDC ameaçou transformar o vizinho, caso esse

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realize algum ato político contrário à Coreia do Norte, em um campo de batalha, além de destruir as bases militares americanas situadas em território japonês. Uma nota oficial de Pyongyang afirma que a busca do governo de Kim Jong-un pela manutenção do programa nuclear tem o intuito de garantir que o regime não terá o mesmo fim que teve o de Muammar Gaddafi, na Líbia e o de Saddam Hussein, no Iraque, os quais foram derrubados por meio de intervenção estrangeira após ceder seus programas nucleares.

Kim Jong-un diz também que mantém seu programa nuclear com o intuito de defender a paz na Península e manter a segurança nacional diante da ameaça de uma guerra nuclear, “provocada pelos imperialistas, liderados pelos EUA”. A RPDC exigiu o fim da “histeria militar” dos EUA ao ameaçar retaliação quando, em abril de 2017, os porta-aviões americanos foram enviados para o Oceano Atlântico Ocidental de Cingapura. O país afirma estar preparado para qualquer ataque inimigo e faz diversas ameaças por meio da exaltação de seu “revolucionário Exército forte”, sua maior moeda de troca e suas armas nucleares, e por isso depende de contínuas demonstrações militares. Recentemente, declarou que seu programa nuclear está em “velocidade máxima”

República da Coreia ( Coreia do Sul )

A Coreia do Sul, assim como a maioria dos demais signatários do TNP, não detém arsenais nucleares. O país, no entanto, explora o uso pacífico de energia atômica e é o quinto maior usuário de energia nuclear no mundo. Localizada ao sul do paralelo 38° na Península Coreana, a Coreia do Sul é um país de suma importância para a discussão a respeito da tensão com seu país vizinho, a Coreia do Norte. Subsidiárias para a instabilidade coreana, as relações históricas e os contrastes entre os países fronteiriços permeiam o cenário dessa tensão. Capitalista desde a repartição de 1945, a República da Coreia, a partir da década de 1970, teve um significativo desenvolvimento econômico, sendo classificada como um Tigre Asiático.

Com um crescimento econômico superior a 9% entre os anos de 1980 e 1993, a economia sulcoreana possui destaque e projeção no cenário internacional, principalmente por conta de suas empresas nos setores eletrônico e automobilístico (como a Hyundai, Samsung, entre outras). O país também possui níveis de desenvolvimento social exemplares. Com um IDH muito alto, os índices sul-coreanos exemplificam a prosperidade no padrão de vida nacional, atribuído, entre outros fatores, a um edificante sistema educacional e de saúde.

A respeito da tensão com Pyongyang, a decisão de Seul de não aderir ao armistício de Panmunjon foi significativa no contexto da Guerra das Coreias, e ao considerar o técnico estado de Guerra entre os países e a posição norte-coreana de retaliação à vizinha, a Coreia do Sul se mostra como um alvo dos desenvolvimentos nucleares da Coreia do Norte. Diante dos avanços nas pesquisas norte-coreanas, o país não esmorece e demonstra sua própria força militar, assim como a de seus aliados, dentre eles, os Estados Unidos da América. A República da Coreia foi convidada diversas vezes pelo Conselho para participar de reuniões acerca do desenvolvimento nuclear norte-coreano.

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Nessas, os representantes sulcoreanos foram essenciais para prover informações sobre os lançamentos de Pyongyang. A posição da Coreia do Sul é de defender o fim das ações provocativas por parte da Coreia do Norte, além de sugerir que essa assuma suas responsabilidades dentro do contexto internacional. O país também ressalta a importância que a ONU e seus parceiros possuem para solucionar o problema..

Estados Unidos da América

Os Estados Unidos da América foram o primeiro país a possuir artefato bélico com poder nuclear e os únicos a utilizá-lo em combate: casos de Hiroshima e Nagasaki em agosto de 1945, que determinaram o fim da Segunda Guerra Mundial. O país é, inclusive, um dos cinco Estados signatários autorizados a possuir arsenais nucleares de acordo com o Tratado de NãoProliferação-Nuclear (TNP). Antigos governos estadunidenses prometiam uma diminuição nas ogivas nucleares do país, como foi declarado pelo ex-presidente Barack Obama em 2012. Entretanto, Donald Trump, eleito presidente em 2016, fez uma guinada geopolítica ao afirmar que os EUA deveriam “fortalecer e ampliar” o arsenal nuclear do país para garantir que estejam na liderança em sua capacidade de armas atômicas. Além disso, o país lidera a oposição, na ONU, ao tratado que busca a proibição total de armas nucleares. Nesse viés, observa-se o crescimento da tensão com o regime norte-coreano, tendo em vista suas atuais intimidações nucleares contra o Japão, um dos principais aliados norteamericanos, e a Coreia do Sul. Em outras palavras, o governo de Kim Joug-un torna-se a maior ameaça externa para os Estados Unidos. O atual presidente norte-americano enviou navios de guerra para a Península Coreana e alertou a Coreia do Norte de que a “paciência estratégica” dos Estados Unidos havia se esgotado. Trump também busca uma resposta de seus aliados chineses em represália ao programa nuclear norte-coreano, entretanto, advertiu ao presidente chinês, Xi Jinping, de que os norte-americanos estão dispostos a agir por conta própria caso a China se abstenha.

País de referência em termos de capacidade bélica, os Estados Unidos da América têm grande importância nessa conjuntura, visto que o país e seus aliados encontram-se ameaçados por uma possível guerra termonuclear.

Reino Unido da Grã-Bretanha e Irlanda do Norte

O Reino Unido, desde a metade do século XX, possui um extenso arsenal nuclear. Seus armamentos estão em concordância com os regulamentos do TNP e, no ano de 2010, o governo britânico, em prol de transparência política, fez anúncios a respeito de suas ogivas nucleares. Recentemente, após extensas discussões no Parlamento britânico, o governo renovou um de seus programas nucleares de defesa e a primeira ministra, Theresa May, foi resoluta ao afirmar que autorizaria um ataque nuclear em defesa de seu país, caso tal medida se mostrasse necessária. Diante da imprudência norte-coreana em não cumprir as resoluções estabelecidas pelo CSNU, a posição britânica é clara: é necessária uma resposta firme. Terminantemente contra os testes nucleares norte-coreanos, o Reino Unido repudia a prioridade que Pyongyang verifica ao seu desenvolvimento nuclear enquanto a fome e a pobreza assolam sua população. O país foi consistente ao atribuir a instabilidade do atual cenário de ameaças nucleares à Coreia do Norte. No entanto, não isentou o restante da

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comunidade internacional de seu compromisso em cumprir com as medidas estabelecidas pelo CSNU. Além disso, convidou todos os países membros a fazerem aquilo que se encontra ao alcance na busca da regularização do problema.

República Francesa

A França faz parte do seleto grupo de países signatários do TNP que detém um arsenal nuclear, pois já o possuía na época da articulação do tratado. O ex-presidente do país, François Hollande, adotou uma política de transparência em relação ao poderio nuclear francês, ou seja, revelou abertamente detalhes sobre as ogivas e mísseis do país. Hollande não só convidou os demais países detentores de armas nucleares a terem a mesma postura, como também era um grande defensor do cessar da produção de materiais físseis direcionados aos armamentos nucleares. Em vista das recentes mudanças políticas no país, em razão da posse do novo presidente Emmanuel Macron, vale ressaltar que a República Francesa condenou todos os testes nucleares norte-coreanos e a falta de compromisso de Pyongyang em cumprir as decisões do CSNU para garantir a paz e a segurança internacional. O país ainda deixou claro que, embora a negociação esteja no primeiro plano, uma resposta firme pode se mostrar necessária, haja vista como a Coreia do Norte deliberadamente ignora as decisões do CSNU. A França é, também, um país que não mantém relações diplomáticas formais com a Coreia do Norte.

Federação Russa

O país está, historicamente, em constante choque com as potências ocidentais, em especial, os Estados Unidos. Em relação à Coreia do Norte, a Rússia, ao lado da China é grande aliada de Pyongyang. O ponto central do posicionamento russo quanto ao tema, além de ter concordância com o posicionamento chinês, é de evitar o escalonamento das tensões na Península. Para tal, Moscou pede que todos os Estados abstenham-se de discursos e ações que possam originar maiores constrangimentos. Ademais, a Rússia é contrária à presença de forças que não são do Nordeste asiático na região. Assim, a Federação Russa pede a suspensão dos grandes exercícios militares realizados por Seul e pelos EUA e da instalação do sistema de defesa antimíssil THAAD (Terminal High Altitude Area Defense) na Coreia do Sul. No que se refere às sanções designadas para a Coreia do Norte, a Rússia acredita que sufocar o país economicamente não é uma saída viável para o problema, uma vez que a população norte-coreana ainda precisa de assistência humanitária. Em prol da resolução da conjuntura, os russos sugeriram dois planos: um de fases e um de suspensão-por-suspensão, em consonância com o governo chinês. A Federação Russa é signatária do TNP e do Protocolo Adicional, além de ser uma das cinco potências nucleares previstas no tratado, visto que herdou a maioria do armamento da União Soviética após o fim da Guerra Fria. Desde então, os russos diminuíram consideravelmente seu arsenal, por meio de diversos acordos e programas de desarmamento. Em meados de 1990, os EUA e a Rússia realizaram múltiplos tratados, com o intuito de diminuir o estoque de armas deixadas pela URSS. Contudo, a partir de 2013, muitos desses acordos expiraram e não foram revalidados, por conta da degradação das relações entre os dois países.

República Popular da China

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O Conselho de Segurança elaborou resoluções que explicitam a proibição de quaisquer lançamentos de mísseis balísticos pela República Democrática Popular da Coreia. Dessa forma, o lançamento de um míssil norte-coreano em julho foi visto pela República Popular da China como uma provocação à comunidade internacional. A China fortemente insiste que a Coreia do Norte respeite rigorosamente as decisões do Conselho de Segurança e que pare qualquer prática que possa exacerbar ainda mais as tensões na Península Coreana. Concomitantemente, o país propõe que todos os Estados envolvidos nessa questão evitem ações provocativas ou retórica beligerante. Além disso, observa-se a demonstração chinesa por um desejo pelo diálogo para que a situação seja resolvida. Os chefes de Estado da China e da Rússia realizaram uma iniciativa conjunta, tendo em vista a complexa e sensível situação na Península Coreana. Essa iniciativa almeja abordar os sintomas e as causas do problema para possibilitar a realização de medidas integradas que o solucionem. Ademais, a China sempre se preocupou com a desnuclearização da península. Todavia, o país, por possuir relações amigáveis com a Coreia do Norte, acredita que meios militares não devem ser considerados uma opção nesse caso. Em outras palavras, a China insiste que a vicissitude norte-coreana seja solucionada por meio de relações diplomáticas. A República Popular da China é signatária do Tratado de Não Proliferação Nuclear (TNP). Ainda assim, é importante ressaltar o fato de o país possuir armas nucleares. Além disso, a China faz parte do grupo de membros permanentes que detém poder de veto no Conselho de Segurança, ou seja, possui extrema relevância na discussão, haja vista que é a maior aliada da Coreia do Norte e pode adotar decisões a seu favor.

República Árabe do Egito

A República Árabe do Egito enfrenta um período de grave instabilidade política desde a Revolução de 2011, ocorrida no contexto da Primavera Árabe, que causou a renúncia do então ditador Hosni Mubarak. Após a Revolução, o poder transitou entre os militares e um presidente eleito, até que enfim, em 2014, o general Abdel Fatah Al Sissi ganhou as eleições e instaurou uma nova Constituição, reafirmando o poder dos militares. É considerado improvável o interesse do país na fabricação de armas nucleares, por conta da atual precariedade de sua capacidade tecnológica. Apesar disso, entre 1955 e 1981, com a iniciativa de Gamal Nasser, 2º presidente egípcio, o país demonstrou extensa preocupação com a obtenção de tecnologia nuclear. Isso ocorreu majoritariamente em resposta a Israel, que por sua vez é, até os dias atuais, não signatário do Tratado de NãoProliferação Nuclear.

Japão

O Japão foi o país alvo dos únicos ataques nucleares da história, em agosto de 1945, feitos pelos Estados Unidos da América. Esses buscavam a sua rendição na Segunda Guerra Mundial. A tragédia de Hiroshima e Nagasaki levou o governo japonês a adotar seus três princípios nucleares: não ter, não produzir e não importar armas de poder atômico para seu território. Signatário do TNP, o país se preocupa com a proliferação nuclear, especialmente em seus vizinhos territoriais: China e Coreia do Norte. Há instabilidade governamental em conduzir sua política pacifista pós-guerra, até então, devido ao hodierno contexto japonês. O crescimento da presença militar da China na região e sua falta de transparência para com seu arsenal atômico preocupa o governo do Japão. Esse, por sua vez, encoraja que Pequim desempenhe um papel adequado

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como membro responsável da comunidade internacional tendo maior diafaneidade sobre seus arsenais. Ademais, a tensão histórica com o governo norte-coreano se torna um agravante, haja vista o programa de armamento nuclear de Pyongyang, o sequestro de cidadãos japoneses e recém-realizados testes de mísseis. Portanto, o governo japonês, localizado a pouco mais de mil quilômetros da RDPC, condena o programa de enriquecimento de urânio. Tendo em vista sua posição estratégica e por ser o principal aliado norte-americano na região, o Japão se mostra extremamente importante para o comitê e busca resoluções para suas adversidades contemporâneas.

República Italiana

A crise econômico-financeira que assolou a Itália, especialmente durante 2016, provocou consequências no âmbito internacional. O elevado número de crédito atrasado no sistema bancário do país prejudicou toda a Europa, uma vez que a República Italiana é considerada uma das maiores economias da Zona do Euro. Além disso, o país é signatário do Tratado de Não-Proliferação Nuclear. Entretanto, o ex-presidente estadunidense, Bill Clinton, afirmou que o território italiano dispõe de ogivas nucleares pertencentes aos Estados Unidos da América. Sabe-se, ainda, que missões que envolvem armas nucleares dos EUA são destinadas à Força Aérea Italiana. Não obstante, a República Italiana condena fortemente o último teste de míssil conduzido pela Coreia do Norte. Em prol da desnuclearização da Península Coreana, propõe que os estados acordem uma solução diplomática.

Ademais, a Itália acredita no esforço multilateral da comunidade internacional para manter um alto nível de pressão no regime norte-coreano. Outrossim, preocupa-se com a população civil coreana, pois essa continua extremamente vulnerável às políticas provocativas e isolacionistas da República Democrática Popular da Coreia. Recomenda, portanto, a garantia de que novas medidas restritivas não tenham efeito negativo para a situação humanitária do país.

Israel

Israel é um dos quatro países não signatários do Tratado de Não-Proliferação Nuclear, ou seja, possui programa atômico. Além disso, o Estado de Israel detém um poderoso arsenal de armas químicas e ogivas nucleares, criado juntamente aos EUA, Grã-Bretanha, França e Alemanha, países que ofereceram as tecnologias e materiais necessários para sua construção.

Entretanto, não se sabe precisamente qual é a quantidade de mísseis, ogivas e armas nucleares do programa atômico israelense, pois esse se tornou, ao longo dos anos, confidencial. A Agência de Inteligência da Defesa dos EUA realizou uma estimativa não secreta acerca dessa quantia, e divulgou, em 1999, que Israel detinha aproximadamente 80 ogivas nucleares. Apesar disso, suposições recentes alegam que esse número é ainda maior.

Em 2015, Irã e outros seis países (EUA, China, Rússia, Alemanha, França e Grã Bretanha) realizaram um acordo sobre o programa nuclear de Israel, em que o país foi obrigado, apesar de não consentir com as decisões acordadas, a modificar usinas e

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reatores nucleares, além de retirar do país todo o combustível que era utilizado em reatores.

Ademais, o Estado de Israel não aprova os lançamentos de mísseis balísticos realizados pela República Popular Democrática da Coreia. Em um de seus pronunciamentos, o Ministro de Defesa israelense, Avigdor Liberman, afirmou que o líder norte-coreano, Kim Jong-un, era um “extremista louco”. Após essa declaração, a Coreia do Norte ameaçou bombardear Israel e acusou o país de abusar dos direitos árabes em todo o Oriente Médio, além de afirmar: “Nossa mensagem constante é castigar sem piedade aos que ofendem a nossa dignidade. Advertimos a Israel a pensar melhor sobre as implicações de sua campanha de difamação contra nós”.

República Islâmica do Irã

Signatária do TNP, a República Islâmica do Irã possui um programa de desenvolvimento nuclear que é alvo de muitas polêmicas e contradições. Desde 2002 e da descoberta de sítios nucleares secretos, até as primeiras sanções econômicas aplicadas por parte do CSNU e as adicionais, impostas por parte de os Estados Unidos e de a União Europeia, o Irã é alvo de acusações da comunidade internacional, que alega que o Estado possui interesses em fins atômicos bélicos e está a caminho do desenvolvimento de armas nucleares.

Acusado principalmente por conta do enriquecimento suspeito de urânio, o país é persistente em afirmar o direito, atribuído aos signatários do TNP, de desenvolver a energia nuclear com fins pacíficos, e insiste que essa é a sua intenção.

O Irã é um dos únicos Estados que, atualmente, mantém boas relações diplomáticas com o governo norte-coreano. Os países possuem embaixadas em ambos os territórios e começaram a cooperar entre si internacionalmente após a instauração da República Islâmica no Irã. Há o apoio oriental do país, representado principalmente, por parte da Rússia e China, apesar de haver aprovação chinesa às sanções econômicas aplicadas contra Teerã. Em contrapartida, essas relações preocupam, não apenas os países ocidentais, mas também, em especial, o governo norte-americano.

Nesse contexto de isolamento internacional, Teerã não mantém relações diplomáticas formais com os Estados Unidos, haja vista que, em 2002, foi considerado membro do "Eixo do Mal”, junto à Coreia do Norte e ao Iraque.

Para mais, a vitória de Mahmoud Ahmadinejad na eleição presidencial de 2005 causou um aumento nas tensões entre o Irã e os países ocidentais, particularmente no que se refere ao Programa Nuclear Iraniano.

República do Iraque

Após 2004, quando a invasão do Iraque pelos Estados Unidos viu a derrubada de Saddam Hussein e o estabelecimento de um novo governo iraquiano, as relações diplomáticas ainda não foram restauradas entre os dois países. A rápida queda do regime iraquiano também convenceu a Coreia do Norte da necessidade de possuir armas nucleares

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Em 21 de setembro de 2012, no contexto da Guerra Civil Síria, o Iraque recusou que um avião norte-coreano transportando armas para o exército sírio passasse por seu espaço aéreo.

Canadá

País que sempre busca soluções diplomáticas para os conflitos pelo globo .Junto com os Estados Unidos convocou 20 países para discussão do conflito norte-coreano , porém , muitos países consideraram tal reunião um afronte a solução democrática como a China , que embora convidada, não compareceu em apoio a Rússia , uma representação que não foi convocada.

Estados Unidos Mexicanos

País atualmente adota uma politica de total repúdio as ações do governo da Coreia do Norte , ao ponto de expulsar um embaixador do país de seu território . Considera as ações do governo do país asiático uma afronta a segurança da Ásia e do mundo.

República Federativa do Brasil

As  relações diplomáticas entre a República Federativa do Brasil e a República Democrática Popular da Coreia foram retomadas em 2001.Atualmente o Brasil é um dos países que violam as sanções contra o país asiático. Apesar disso , tais relações tem se alterado com o novo governo de Michel Temer , tendendo a uma postura voltada mais ao repúdio as ações tomadas pelo governo do país. Atualmente o país presta auxilio técnico a Coreia do Norte.

Reino da Suécia

País membro da União Europeia desde 1995, possui um IDH muito elevado e baixos níveis de desigualdade econômica. Signatário do Tratado de Não-ProliferaçãoNuclear, o país é um dos mais ativos na elaboração de propostas para aperfeiçoar e democratizar o TNP. Ademais, apoia a iniciativa da ONU de proibir armas nucleares, haja vista que governo sueco é convicto de que isso reduzirá o risco de uma guerra atômica.

Em 1974, o governo norte-coreano tornou-se o maior devedor do governo sueco. Entretanto, Estocolmo, na esperança de receber o pagamento da dívida, aprimorou seus contatos diplomáticos com Pyongyang. A Suécia tornou-se, assim, o primeiro país ocidental a reconhecer a República Popular Democrática da Coreia, além de instituir sua embaixada na capital da RPDC.

Atualmente, o déficit não foi extinto e o comércio entre os países é quase inexistente. Apesar da represália aos testes de mísseis norte-coreanos, a Embaixada sueca é considerada imparcial nessa conjuntura e geralmente cumpre função de mediadora entre Pyongyang e países que não possuem relações diplomáticas com o regime norte-coreano.

Índia

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Sabe-se que, após sua independência, a Índia esteve inúmeras vezes em conflito com o Paquistão. O motivo dessa desavença é a luta pelos domínios da Caxemira, região considerada muito importante, tendo em vista, especialmente, seus recursos hídricos. À custa desse enfrentamento, ambos os países adquiriram um considerável depósito de ogivas nucleares.

Dessa forma, a Índia não é signatária do Tratado de Não-Proliferação Nuclear e, portanto, detém arsenais atômicos, que são gradualmente expandidos. O país possui capacidade de fabricar armas de destruição tão poderosas quanto àquelas construídas por grandes potências.

Além disso, a República da Índia continua a desenvolver seu estoque armamentício paralelamente à elaboração de novos sistemas de mísseis e balísticos.

República Federal da Alemanha

‘’Não vejo uma solução militar para este conflito. A Alemanha vai participar de maneira intensa nas possíveis soluções não-militares, mas considero que a escalada verbal é uma resposta errada"- Chanceler da Alemanha , Angela Merkel

O pais, dessa forma , visa a diplomacia e os acordos diplomáticos para solução do conflito , embora repudie as atitudes do governo do país asiático e os discursos entre o Donald Trump e Kin Jong-Um

República da Africa do Sul

País pouco se manifestou sobre a questão norte-coreano e tem se mantido alheio a questão , tende a se portar de maneira mediadora do conflito , embora tenha se pronunciado contra os programas nucleares existentes .

Reino da Espanha

O país se mantém de maneira clara em relação ao repúdio aos governo norte-coreano , expulsou recentemente um embaixador norte-coreano em seu pais após os testes nucleares irregulares.

República Portuguesa

"O Governo português condena o lançamento, em 4 de julho, de um míssil balístico pela República Popular Democrática da Coreia, que constitui mais uma violação flagrante das obrigações decorrentes de várias resoluções do Conselho de Segurança da ONU e compromete a segurança regional e internacional" – nota oficial do governo português.

Portugal exorta Pyongyang "a retomar um diálogo sério com a comunidade internacional e a abandonar os seus programas balístico e nuclear de forma completa, verificável e irreversível", acrescenta o ministério liderado por Augusto Santos Silva.

O país clama por severas sanções ao estado norte-coreano.

República Argentina

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O país demonstra extremo apoio as sanções ao país norte-coreano . Se posicionando contra os testes nucleares do país por considerar tais atos uma ameaça global.

Comunidade da Austrália

"As ameaças da Coreia do Norte apenas fortalecem a nossa determinação de encontrar uma solução pacífica para as tensões crescentes"- ministra da defesa australiana, Julie Bishop.

O ministro da defesa, Sidney Morning , diz que fará de tudo para proteger seu país e seus aliados e acata como legitimas todas as punições impostas pela comunidade internacional a Coreia do Norte

República da Turquia

O país se posiciona contra as atitudes do Coreia do Norte e cumpre papel importante em várias crises atuais, funcionando como porta de passagem entre a Europa, a Ásia e o Oriente Médio. O país carrega um fardo especialmente pesado em relação à acolhida de refugiados, pois faz fronteira com a Síria, em guerra desde 2001.

Atualmente passa por período de instabilidade interna e externa pelo posicionamento controverso de seu presidente Recep Erdogan.

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Bibliografia

https://www.suapesquisa.com/historia/guerra_da_coreia.htm

https://pt.wikipedia.org/wiki/Rela%C3%A7%C3%B5es_internacionais_da_Coreia_do_Norte

http://www.bbc.com/portuguese/noticias/2016/02/160211_programa_militar_coreia_do_norte_rb

https://nacoesunidas.org/conheca/como-funciona/assembleia-geral/

https://pt.wikipedia.org/wiki/Assembleia_Geral_das_Na%C3%A7%C3%B5es_Unidas

https://oglobo.globo.com/mundo/entenda-historico-de-sancoes-da-onu-contra-coreia-do-norte-21783643

http://www.xisinu.com/assets/guias/CSNU.pdf

https://www.dn.pt/mundo/interior/merkel-contra-uma-solucao-militar-na-crise-com-a-coreia-do-norte-8699833.html

http://g1.globo.com/mundo/noticia/2013/04/brasil-recebe-aviso-norte-coreano-sobre-possivel-saida-de-embaixada.html