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1 Boletim CONT-TRIB-JUR em 16.dez.2013 “Quem mal lê, mal ouve, mal fala, mal vê." (Monteiro Lobato) SPED - CT-e passa a ser obrigatório para optantes do Simples Nacional Postado por José Adriano em 10 dezembro 2013 às 10:00 Exibir blog Desde o dia 1º deste mês, os contribuintes do modal rodoviário optantes pelo regime do Simples Nacional e cadastrados como operadores no sistema multimodal de cargas foram obrigados a adotar o Conhecimento de Transporte Eletrônico – CT-e. O sistema, que utiliza certificado digital no padrão da Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira – ICP-Brasil, faz parte do projeto de implantação de um modelo nacional de documentos fiscais eletrônicos, em substituição à sistemática atual em papel, do Ministério da Fazenda. Entre os objetivos do CT-e está a substituição dos documentos em papel por eletrônicos, o que garante a validade jurídica, característica possível graças ao uso do certificado digital ICP-Brasil, reduzindo custos de impressão e armazenamento de papéis, permitindo o acompanhamento em tempo real das operações comerciais pelo fisco e simplificando os processos, o que reduz o tempo de parada de caminhões em postos de fronteira. O cronograma de implantação do CT-e começou em setembro de 2012 com a obrigatoriedade de uso para as grandes transportadoras. Em agosto deste ano, foi estendido aos demais contribuintes do regime normal de ICMS. A obrigatoriedade é válida em âmbito nacional e extensiva a todos os modais de transporte. Fonte: Instituto Nacional de Tecnologia da Info http://www.contabeis.com.br/noticias/13592/ct-e-passa-a-ser-obrigat... IPECONT – Instituto de pesquisas Contábeis e Tributárias – http://www.ipecont.com.br/contato

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Boletim CONT-TRIB-JUR em 16.dez.2013

“Quem mal lê, mal ouve, mal fala, mal vê." (Monteiro Lobato)

SPED - CT-e passa a ser obrigatório para optantes do Simples Nacional

Postado por José Adriano em 10 dezembro 2013 às 10:00 Exibir blog

Desde o dia 1º deste mês, os contribuintes do modal rodoviário optantes pelo regime do Simples Nacional e cadastrados como operadores no sistema multimodal de cargas foram obrigados a adotar o Conhecimento de Transporte Eletrônico – CT-e. O sistema, que utiliza certificado digital no padrão da Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira – ICP-Brasil, faz parte do projeto de implantação de um modelo nacional de documentos fiscais eletrônicos, em substituição à sistemática atual em papel, do Ministério da Fazenda. Entre os objetivos do CT-e está a substituição dos documentos em papel por eletrônicos, o que garante a validade jurídica, característica possível graças ao uso do certificado digital ICP-Brasil, reduzindo custos de impressão e armazenamento de papéis, permitindo o acompanhamento em tempo real das operações comerciais pelo fisco e simplificando os processos, o que reduz o tempo de parada de caminhões em postos de fronteira. O cronograma de implantação do CT-e começou em setembro de 2012 com a obrigatoriedade de uso para as grandes transportadoras. Em agosto deste ano, foi estendido aos demais contribuintes do regime normal de ICMS. A obrigatoriedade é válida em âmbito nacional e extensiva a todos os modais de transporte.

Fonte: Instituto Nacional de Tecnologia da Info

http://www.contabeis.com.br/noticias/13592/ct-e-passa-a-ser-obrigat...

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Parcelamento de Débitos Federais – Exigência de Garantia – Valor Mínimo Alterado03/12/2013 Deixe um comentário

Através da Portaria MF 569/2013 foi alterado para R$ 1.000.000,00 (um milhão de reais) o limite de pedido de parcelamento de débitos tributários federais inscritos em Dívida Ativa, isentos de apresentação, pelo devedor, de garantia real ou fidejussória, idônea e suficiente para o pagamento do débito.

Tributos e 2014Publicado em 11 de dezembro de 2013 por Caroline Renner

O Brasil é um país injusto com relação a tributos. A carga tributária sacrifica mais os que ganham menos e a maior arrecadação fica por conta dos tributos sobre faturamento. Essa escolha feita por nossos políticos nas últimas décadas premia a facilidade da arrecadação em detrimento de uma forma mais justa, a qual viria pela tributação do lucro. É também complexa e impossível de ser totalmente atendida, sem esquecer do seu custo alto.

A volúpia arrecadatória do governo é preocupante, pois são comuns autos de infração a muitas empresas sem uma fundamentação legal adequada, que afastam ainda mais os investidores.

Em relação às pequenas empresas, a carga tributária é um verdadeiro empecilho para o seu crescimento. Conforme o Instituto Brasileiro de Planejamento e Tributação “IBPT”, 33% das pequenas empresas que fecham as portas alegam não ter conseguido pagar impostos e obter crédito. Por outro lado, 62% das empresas que saem do regime de tributação do Simples ficam inadimplentes em até dois anos. Por incrível que pareça, muitas empresas pequenas não crescem para evitar a tributação. Vale ainda informar que, em recente decisão do Supremo Tribunal Federal, uma empresa teve o seu direito de opção pelo Simples Nacional negada por causa de pendências fiscais em aberto.

No entanto, o mais injusto é o governo receber quase 38% em impostos em relação ao PIB e devolver péssimos serviços para a sociedade. Segundo relatório de competitividade global de 2013 e 2014 entre 148 países, O Brasil está em 144º lugar em relação à abertura de negócios; com relação ao impacto dos impostos na disposição de investimentos está em 140º; quanto ao impacto dos impostos na criação de vagas de trabalho está em 138º.

O cenário para 2014 não será diferente. Continuaremos pouco competitivos e injustos quando falamos da carga tributária. O melhor para o futuro seriam mudanças políticas profundas em 2014, pois além do modelo estar esgotado, só com a alternância é que teremos alguma chance na melhoria da eficiência da administração pública. Caso isto não ocorra, estaremos com grandes chances de não viabilizar o nosso crescimento econômico.

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Roberto Vertamatti

Fonte: DCI-SP

IRPJ e CSLL não incidem sobre os créditos presumidos de ICMSPublicado em 13 de dezembro de 2013 por Gabriel Peixoto

Importantes vitórias estão sendo obtidas pelos contribuintes que questionam, no Judiciário, a cobrança pela Receita Federal do IRPJ e da CSLL sobre os créditos presumidos de ICMS decorrentes de Regimes Especiais concedidos pelos Estados. A incidência destes tributos sobre os referidos créditos é tema controverso nos Tribunais, mas, recentemente, as decisões judiciais têm sido bastante favoráveis aos contribuintes, com o afastamento da tributação.

No dia 28 de agosto, o Tribunal Regional Federal da 4ª Região, ao julgar a Apelação-Reexame Necessário 5044703-11.2012.404.7000, decidiu que os créditos presumidos de ICMS não integram as bases de cálculo do IRPJ e da CSLL, por não possuírem natureza de receita, renda, proventos ou lucro, ao contrário do entendimento adotado pela Receita Federal para emitir autuações.

Os créditos presumidos de ICMS consistem em uma forma de benefício fiscal concedido para incentivar o desenvolvimento de determinados setores da economia interna dos Estados, já que geram redução da despesa tributária. Tratando-se de meros redutores de custo, não traduzem nova riqueza e, portanto, não são representativos de capacidade contributiva, situando-se fora do campo de incidência do IRPJ e da CSLL.

É pacífico o entendimento nos Tribunais Regionais Federais e no Superior Tribunal de Justiça de que os créditos presumidos de ICMS não constituem receita, conceito que pressupõe o ingresso de recursos financeiros novos. Inclusive, em recente julgamento, em maio deste ano, o Supremo Tribunal Federal entendeu que até mesmo os valores obtidos mediante a transferência onerosa a terceiros dos créditos acumulados de ICMS não são receita tributável, mas simples recuperação de despesa advinda da incidência do ICMS sobre as operações.

Da mesma forma, os conceitos de renda e proventos de qualquer natureza, base de incidência constitucionalmente prevista para o Imposto de Renda, têm por pressuposto o acréscimo patrimonial, nos termos do art. 43 do Código Tributário Nacional.

Por fim, o lucro, que traduz a base de cálculo do IRPJ e da CSLL, com diferenças apenas no que tange às deduções e compensações, é um conceito relacional, passando pelo confronto entre receitas e despesas – resultado do exercício. Logo, não constituindo os créditos presumidos de ICMS receita, eles não integram tal confronto entre receitas e despesas e, assim, a base de cálculo daqueles tributos.

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Daí concluir-se que é ilegítima a exigência do IRPJ e da CSLL sobre tais créditos, já que não se encaixam no aspecto material das hipóteses de incidência destes tributos, previstas nos arts. 153, inc. III, e 195, inc. I, da Constituição Federal.

Destaca-se que os conceitos de receita, renda, proventos e lucro não podem ser alterados pela Receita Federal para ensejar tributação não concebida na Constituição. Trata-se da vedação constante no art. 110 Código Tributário Nacional.

Ainda segundo a decisão judicial, por se tratar de renúncia fiscal dos Estados, a tributação dos créditos presumidos de ICMS pelo IRPJ e pela CSLL significa interferência federal sobre a competência tributária privativa dos Estados, o que lesa o Princípio Federativo.

Deve-se considerar, ainda, que os créditos presumidos de ICMS têm a finalidade de estímulo ou expansão de empreendimentos, com os consequentes reflexos sociais e econômicos positivos para o Estado concedente, caracterizando-se, pois, como subvenções para investimento, que, de acordo com o art. 443 do Regulamento do Imposto de Renda, não são computadas na determinação do lucro. Dito de outra forma, são importantes instrumentos para a administração estadual implementar políticas de desenvolvimento, voltadas a garantir o crescimento harmônico de todas as regiões.

 FERNANDO TELINI, advogado tributarista, OAB/SC 15.727.LUCIANNE COIMBRA KLEIN, advogada tributarista, OAB/SC 22.376.TELINI ADVOGADOS ASSOCIADOS OAB/SC 625/01

Fonte: SESCON SC

Receita libera nova versão do Sicalc AutoAtendimento (Sicalc AA)Está disponível nova versão (465) do Sicalc AA (Auto Atendimento, disponível no sítio da RFB para uso pelos contribuintes) que permite efetuar o cálculo de débitos, para pagamento à vista...

postado 09/12/2013 11:04 por André Luis Rosa Soares

Está disponível nova versão (465) do Sicalc AA (Auto Atendimento, disponível no sítio da RFB para uso pelos contribuintes) que permite efetuar o cálculo de débitos, para pagamento à vista, com os benefícios do art. 1º da Lei 11.941/2009 (o prazo para pagamento com benefícios está reaberto até 31 de dezembro de 2013, de acordo com o art. 17 da Lei 12.865/2013).

Mas atenção para as seguintes observações:

1 - o Contribuinte deverá baixar e instalar a nova versão do Sicalc AA e preencher corretamente todos os campos;

2 - no caso de Auto de Infração, em que há a cobrança de valor Principal + Multa de Ofício, também deverão ser preenchidas as informações relativas à data de vencimento e ao percentual da multa de ofício;

3 - a seleção de uma Condição de Pagamento no SICALC não gera, por si só, direito ao benefício. A efetiva concessão das reduções na utilização do pagamento para amortização do débito estará sujeita à

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confirmação, pela RFB, de que a dívida do contribuinte enquadra-se nas condições estabelecidas nos arts. 1º a 13 da Lei 11.941/2009, e no art. 17 da Lei 12.865/2013;

4 - os benefícios da Lei referentes ao pagamento à vista só será possível se a data de vencimento do Crédito Tributário for até 30/11/2008;

5 - os recolhimentos devem ser efetuados até 30/12/2013, último dia útil de dezembro.

Fonte: Receita Federal

Empresas estão impedidas de emitir NF-e para contribuintes irregulares em Minas10 dez 2013 - ICMS, IPI, ISS e Outros

As empresas do Espírito Santo e de Minas Gerais irregulares junto ao Fisco estão impedidas automaticamente de serem destinatárias de nota fiscal eletrônica (NF-e). A partir desta segunda-feira (09), Minas coloca em prática a denegação da NF-e para os destinatários em situação irregular perante o Fisco.

A impossibilidade de emissão de nota entre empresas irregulares dos dois estados ocorre a partir de agora, mas anteriormente já acontecia em relação a contribuintes do Espírito Santo com de outras unidades da federação.

Antes, havia impedimento automático de emissão de NF-e apenas nas situações onde o contribuinte emissor estivesse irregular, nesses dois Estados. Caso haja tentativa de emitir o documento para contribuinte irregular, a NF-e não será autorizada - o aplicativo emissor de NF-e deverá informar "Uso denegado: irregularidade fiscal do destinatário". Os documentos que vierem a ser denegados não podem mais ser utilizados e devem ser escriturados.

O tratamento dado à NF-e denegada é diferente das rejeições que habitualmente ocorrem nas emissões da NF-e. Estas últimas são solucionadas pela correção do erro apontado, com posterior envio do arquivo para autorização. Já em caso de NF-e denegada, seu número não poderá ser reutilizado. Esse número fica armazenado na Sefaz, o que impede o seu uso novamente, e a NF-e denegada deve ser escriturada, de acordo com o artigo 543-V, § 1º do RICMS/ES, aprovado pelo Decreto 1.090-R, de 25 de outubro de 2002.

Fonte: Secretaria da Fazenda do Estado do Espírito Santo

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MG inclui benesses no regulamento do ICMSPublicado em 12 de dezembro de 2013 por Marina Freitas

Um novo decreto incluiu benesses para o contribuinte mineiro no Regulamento do Imposto sobre a Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) do Estado. Uma delas é que a Fazenda de Minas Gerais pode conceder crédito presumido do ICMS de até 100% (isenção), desde que a medida adotada seja necessária e proporcional para assegurar a isonomia tributária, igualdade competitiva e livre concorrência, ou seja, para proteger a economia mineira na guerra fiscal entre Estados.

O Decreto nº 46.368 foi publicado no Diário Oficial do Estado desta quarta-feira.

Além disso, passa a valer a alíquota de 12% em vez de 18% nas vendas de medicamentos, máquinas, equipamentos, aparelhos e instrumentos médico-hospitalares e material de uso médico por operadoras de plano de saúde a hospitais e clínicas.

Outro segmento beneficiado é o do concreto de cimento ou asfáltico. Quando destinado a obra de construção civil promovida por quem a executa por administração, empreitada ou subempreitada e detenha a Anotação de Responsabilidade Técnica (ART), a alíquota do ICMS será de 12% em vez de 18%. No caso de venda interna de concreto cimento ou asfáltico, adquirido pela administração pública ou pela construtora, para emprego em obra pública, ainda que esta seja realizada por concessionária, a isenção do ICMS foi prorrogada até 31 de dezembro de 2014. Antes, o benefício encerraria-se em 31 de dezembro deste ano.

No setor de alimentos, a mesma redução de alíquota, de 18% para 12%, passa a ser válida para as operações internas com o leite não acondicionado em embalagem própria para consumo. Além disso, conservas vegetais e de cogumelo passam a ter direito ao crédito presumido de ICMS de 70%, que reduz a carga tributária de ICMS desses produtos.

Fonte: Valor Econômico

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NF-e - Terceira Geração - Terceira Geração - WERSERVICES

Publicado por Jorge Campos em 13 dezembro 2013 às 5:26 em USO DA REDE Exibir tópicos

Pessoal,

Já estão disponíveis as WEBSERVICES da NF-e Terceira Geração

http://www.nfe.fazenda.gov.br/portal/listaConteudo.aspx?tipoConteud...

Abraços

Jorge Campos

Receita e a cobrança do PIS e da Cofinsdezembro 11, 2013 em Geral por Karina Canesin Serra

O número excessivo e a complexidade de normas relativas ao PIS e à Cofins, bem assim a divergência de interpretação das autoridades encarregadas de sua aplicação, sempre tendentes ao aumento da arrecadação, têm sido a causa de demandas judiciais visando solucionar dúvidas, especialmente sobre os limites legais para determinação dos valores dessas contribuições.

Muitas dessas demandas, que ultrapassam os interesses estreitos das partes envolvidas, chegaram à mais alta Corte do país por meio de recursos extraordinários (RE) com repercussão geral, e receberam interpretações diversas quanto ao alcance dos conceitos de fato gerador e de base de incidência.

Com efeito, em acórdão no RE 586.482, de novembro de 2011, o Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu, em favor do Fisco, que o fato gerador do PIS e da Cofins “ocorre com o aperfeiçoamento do contrato de compra e venda, e não com o recebimento do preço acordado”. De acordo com esse julgado, o resultado da venda, segundo o regime de competência, compõe o aspecto material da hipótese de incidência das contribuições. Eventual inadimplência ou perdas de créditos não são relevantes para definição do valor tributável.

O contribuinte pode renovar a discussão sobre a exclusão das vendas inadimplidas do cálculo das contribuições

Todavia, no RE 606.107, em que se questiona a incidência de contribuições sobre valores auferidos por exportadores na transferência de créditos de ICMS, o Supremo, em sessão plenária realizada em maio de

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2013, decidiu em favor dos contribuintes, que o conceito de receita, sob o prisma constitucional, só pode ser entendido como o ingresso financeiro que se integra no patrimônio na condição de elemento novo e positivo, sem reservas ou condições.

No julgado de 2011, entendeu a Corte que, por falta de disposição de lei, não se permite a exclusão das chamadas vendas inadimplidas da base de cálculo do PIS e da Cofins. A ocorrência de faturamento, no seu conceito mais largo, seria suficiente para quantificar a base de incidência, ou seja, o ato de “auferir receitas” não seria relevante para a determinação do aspecto material da obrigação.

Já no RE 606.107, ficou assentado que a interpretação dos conceitos utilizados pela Lei Máxima para outorgar competências impositivas (entre os quais se insere o conceito de “receita” constante do seu art. 195, I, “b”) não está sujeita, por óbvio, à prévia edição de lei.

De acordo com esse acórdão, para determinação da base de incidência das contribuições em destaque não se deve tomar o conceito contábil de receita, mas sim o conceito constitucional segundo o qual “receita bruta é definida como o ingresso financeiro que se integra no patrimônio na condição de elemento novo e positivo, sem reservas ou condições.”

De sorte que, no primeiro julgado aqui referido, o STF entendeu que determinadas receitas não auferidas (vendas inadimplidas) não podem ser excluídas da base de incidência por falta de disposição legal. No outro caso, a mesma Corte acolheu demanda de contribuinte para decidir que o alcance do conceito de receita, para o fim de incidência das contribuições, está delimitado pela Lei Maior e não pode estar sujeito à vontade do legislador ordinário.

Cabe notar que a Constituição deixou ao legislador ordinário a opção para eleger base de incidência do PIS e da Cofins a receita ou o faturamento. No entanto, as Leis 10.637, de 2002, e 10.833, de 2003, adotaram os dois conceitos, como se fossem sinônimos, para conjugar o ato de faturar, que dá ensejo ao nascimento da obrigação tributária (fato gerador), com o ato de “auferir receitas”, que nos fornece a métrica para quantificar as contribuições devidas.

Decorre daí que a obrigação tributária pertinente ao PIS e à Cofins somente se completa com a ocorrência de faturamento que implique no ato de auferir receita. Isto porque, nos termos da Constituição, por receita deve ser entendido o ingresso financeiro que se integre ao patrimônio da pessoa jurídica como elemento novo e positivo.

Portanto, a exclusão de receita presumida, que não se traduzir em receita efetiva, não atenta contra o regime de competência nem desvirtua os aspectos temporal e material das respectivas hipóteses de incidência.

A base de cálculo das contribuições aqui focadas – totalidade das receitas auferidas pela pessoa jurídica – tem origem na legislação do IRPJ, que elege essa grandeza como ponto de partida para determinação do lucro tributável. Contudo, as perdas de créditos, ou as receitas não realizadas, são dedutíveis na apuração do imposto devido.

Assim, não se pode falar em “receita auferida” se não existir o ingresso financeiro do valor correspondente aos bens e serviços vendidos (faturados). Por essa razão, o aspecto material da hipótese de incidência não se completa apenas com o “faturamento”. Há um componente necessário, que é o ato de auferir receita, ou o ingresso financeiro, para que a base imponível resulte integrada.

Conclui-se, então, que as leis instituidoras do PIS e da Cofins, ao definir como base de incidência o total das receitas auferidas, não impede a exclusão das receitas não auferidas (das vendas inadimplidas), da base de incidência, posto que tal impedimento implicaria afronta ao conceito constitucional de receita.

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Portanto, com base na mais recente jurisprudência da Suprema Corte, os contribuintes podem renovar a discussão sobre o direito de excluir da base de cálculo das contribuições, as vendas inadimplidas, as receitas não auferidas.

Gilson J. Rasador é advogado tributarista

Fonte: Valor Econômico

Tributação de pessoas físicas segundo a MP 627/2013 11 dez 2013 - IR / Contribuições

Dentro das normas de mudança da legislação tributária a ser introduzida no mundo jurídico brasileiro entre 1/1/2014 e 1/1/2015 estão as normas para tributar investimentos feitos por pessoa física brasileira em pessoas jurídicas no exterior, da mesma forma que hoje se tenta tributar as pessoas jurídicas que têm controladas ou subsidiárias no exterior. Acontece, entretanto, que entre o mundo das pessoas jurídicas e o das pessoas físicas existe uma enorme diferença que infelizmente os produtores da referida norma esqueceram de considerar. Se não, vejamos:

É previsto a partir do artigo 89 da Medida Provisória 627/2013 que os lucros decorrentes de participações em sociedades controladas domiciliadas no exterior serão considerados disponibilizados para a pessoa física controladora residente no Brasil, na data do balanço no qual tiverem sido apurados e estarão sujeitos à tributação do Imposto sobre a Renda, quando se verificar pelo menos uma das seguintes situações: I - a controlada estiver localizada em país ou dependência com tributação favorecida, ou for beneficiária de regime fiscal privilegiado, de que tratam os arts. 24 e 24-A da Lei nº 9.430 de 1996; II - a controlada estiver submetida a regime de subtributação definido no inciso III do caput do art. 80.

Os lucros de que trata esta previsão normativa serão considerados para fins de tributação do imposto sobre a renda da pessoa física controladora no Brasil na proporção da sua participação no capital da controlada - são os apurados no balanço ou balanços levantados pela controlada no exterior no curso do ano-calendário; e serão convertidos em reais pela taxa de câmbio, para venda, do dia das demonstrações financeiras em que tenham sido apurados pela controlada no exterior.

No entanto, sabemos que nos países considerados como de tributação favorecida ou os regimes fiscais privilegiados na sua grande maioria não exigem o levantamento de balanços seja anuais ou em qualquer outra periodicidade. Nestas jurisdições, o imposto anual devido é pago em valores fixos e predeterminados, não sendo, por esta razão, o levantamento de balanços relevante para apuração do imposto devido ou nem requeridos pelas legislações destes países. Ora, como se vai tributar lucros apurados em balanços que não existem ou não são requeridos pela legislação do país de domicílio da empresa investida?

A previsão legislativa aqui passa por um certo desconhecimento de como funcionam as legislações destes países e em sendo assim será impossível à pessoa física investidora apurar com alguma propriedade qual foi o resultado apurado pela pessoa jurídica investida no exterior, uma vez que não existirá balanço onde a pessoa física investidora poderá com segurança apurar adequadamente o lucro a ser tributado no Brasil.

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Importante o que dispõe o art. 43 do Código Tributário Nacional:

“Art. 43. O imposto, de competência da União, sobre a renda e proventos de qualquer natureza tem como fato gerador a aquisição da disponibilidade econômica ou jurídica:

I - de renda, assim entendido o produto do capital, do trabalho ou da combinação de ambos;

II - de proventos de qualquer natureza, assim entendidos os acréscimos patrimoniais não compreendidos no inciso anterior.

Parágrafo 1º A incidência do imposto independe da denominação da receita ou do rendimento, da localização, condição jurídica ou nacionalidade da fonte, da origem e da forma de percepção.

Parágrafo 2º Na hipótese de receita ou de rendimento oriundos do exterior, a lei estabelecerá as condições e o momento em que se dará sua disponibilidade, para fins de incidência do imposto referido neste artigo.”

O que quer a MP 627/2013 é exatamente dar eficácia ao previsto no Parágrafo 2º do artigo 43 do CTN. Entretanto, como nas empresas investidas que estejam domiciliadas em jurisdições com tributação favorecida sem que exista na legislação interna daqueles países a obrigatoriedade de levantamento de balanços periódicos ou anuais, impossibilitado estará a pessoa física investidora de apurar com propriedade a base de cálculo para a apuração do imposto, sendo que a única forma disponível será quando do efetivo pagamento de qualquer rendimento por parte da sociedade investida (o chamado regime de caixa), aliás, o regime que já se aplica nos dias de hoje.

Assim, ou a MP define quais as bases e critérios para que a pessoa física investidora consiga definir a base de cálculo do Imposto de Renda nos casos em que inexistem levantamento de balanços, ou os artigos 89, 90 e 91 da MP 627/2013 não terão como ser aplicados no Brasil.

Fonte: Monitor Digital

IR: contribuinte ainda não sabe se terá restituição em dezembro11 dez 2013 - IR / Contribuições

Consultada, a Receita disse que não tem previsão de quando divulgará a informação aos contribuintes.

A cinco dias do pagamento do último lote de restituições do Imposto de Renda em 2013, a Receita Federal ainda não abriu a possibilidade de o contribuinte consultar se teve a declaração liberada neste lote. O acesso a esta consulta constuma ser liberado entre uma semana e dez dias antes do pagamento da restituição, que neste mês acontece no próximo dia 16. Consultada, a Receita disse que não tem previsão de quando divulgará a informação aos contribuintes.

Fonte: Terra

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CFC altera regras sobre o contrato de prestação de serviços contábeis13 dez 2013 - Contabilidade / Societário

A Resolução CFC nº 1.457/2013 - DOU 1 de 13.12.2013, alterou a Resolução CFC nº 987/2003, que dispõe sobre a obrigatoriedade do contrato de prestação de serviços contábeis.

Entre as alterações ora implementadas, destacamos as seguintes:

a) inclusão da alínea “i” ao art. 2º, a qual dispõe que o contrato de prestação de serviços contábeis deve conter cláusula sobre a obrigatoriedade do fornecimento de Carta de Responsabilidade da Administração;

b) inserção dos §§ 1º a 4º ao art. 3º, os quais dispõem, respectivamente, que:

b.1) deverá ser obtida pelo profissional da Contabilidade, anualmente, a Carta de Responsabilidade da Administração para o encerramento do exercício contábil;

b.2) a assinatura das demonstrações contábeis fica vinculada à entrega da Carta de Responsabilidade da Administração;

b.3) o profissional deverá comunicar ao Conselho Regional de Contabilidade (CRC) de seu domicílio profissional a recusa da entrega da Carta de Responsabilidade da Administração por parte da empresa;

b.4) a exigência em contrato para entrega da Carta de Responsabilidade da Administração será obrigatória somente nos contratos de novos clientes, ou quando da renovação dos contratos antigos;

c) inclusão do art. 5º-A, segundo o qual o rompimento do vínculo contratual implica a celebração de distrato entre as partes com a especificação da cessação das responsabilidades dos contratantes;

d) inclusão do art. 5º-B, o qual institui, a título de sugestão, modelos de contrato de prestação de serviço, de distrato e da Carta de Responsabilidade da Administração, conforme Anexos I, II e III da norma em fundamento.

Fonte: IR-LegisWeb

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COAF - sociedade e empresários devem ficar alertas Posted: 11 Dec 2013 04:33 AM PST

Assista aos vídeos gravados com exclusividade para o Contabilidade na TV, apresentados por Guilherme Tostes, vice-presidente da Fenacon Região Sudeste e representante das empresas contábeis nas reuniões do COAF.

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Governo RS avalia medidas sobre o Imposto de Fronteira13 dez 2013 - ICMS, IPI, ISS e Outros

A Secretaria da Fazenda do Rio Grande do Sul (Sefaz) informa que vai avaliar as medidas a serem tomadas com relação ao PL aprovado pela Assembleia Legislativa sobre o diferencial de alíquota interestadual de ICMS (Imposto de Fronteira). Conforme o secretário da Fazenda, Odir Tonollier, o Governo do Estado não pode sancionar uma medida irregular. 

"O Executivo não poderá sancionar uma medida ilegal com graves consequências no orçamento e na economia gaúcha. Vamos examinar do ponto de vista legal para ver quais as medidas a serem tomadas", explicou Tonollier. 

Isso ocorre porque matérias financeiras e tributárias não podem ser legisladas somente por um poder, no caso, o Legislativo. "A medida interfere no orçamento e na tributação do Estado sem que o Executivo tenha parte da decisão. A Lei prevê que o Executivo proponha e submeta ao Legislativo. Ela não pode ser legislada por um único poder", ressaltou Tonollier. 

Somente em arrecadação, o Governo perderá cerca de R$ 240 milhões/ano com o fim do Imposto de Fronteira. "Entretanto, se for considerado que a partir da medida o ingresso de produtos de outros Estados se multiplicará, podemos estimar que este prejuízo chegará a R$ 500 milhões em 2014 devido ao impacto na indústria gaúcha - das quais, 40 mil são micro e pequenas enquadradas na categoria do Simples", analisa o secretário da Fazenda. 

"Certamente, isso afetará o crescimento do PIB nos próximos anos uma vez que compraremos cada vez mais produtos de outros Estados e de outros países", alerta o Secretário. A Fazenda orienta que a Lei ainda não está em vigor. 

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Fonte: SEFAZ RS

SPED - EFD ICMS/IPI - Livro Registro de Controle da Produção e do Estoque - Ajuste SINIEF 33/13

Postado por Henrique Medeiros em 13 dezembro 2013 às 13:00 Exibir blog

Alteração do Ajuste SINIEF nº 02/2009, que dispõe sobre a Escrituração Fiscal Digital - EFD, para dispor que a escrituração do Livro Registro de Controle da Produção e do Estoque será obrigatória somente a partir de 1º.01.2015.

SPED - NF-e - Nota Técnica 2013.008 Postado por Henrique Medeiros em 13 dezembro 2013 às 12:48 Exibir blog

Evento de Cancelamento da NF-e é encaminhado pela Empresa para a SEFAZ Autorizadora, que verifica as regras vinculadas com a autorização deste Evento. Com a implementação recente dos novos eventos da NF-e, as regras que permitem ou impedem o cancelamento devem ser revistas e é este o objetivo desta Nota Técnica.

De forma geral, segue abaixo o prazo previsto para entrada em vigência das alterações:

Ambiente de Homologação (ambiente de teste das empresas): 02/01/14;Ambiente de Produção: 03/02/14.

http://www.nfe.fazenda.gov.br/portal/exibirArquivo.aspx?conteudo=JM...

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SPED - EFD-Contribuições - Alterado o Manual de Orientação do Leiaute - AD 91/13

Postado por José Adriano em 11 dezembro 2013 às 12:17 Exibir blog

O Ato Declaratório Cofis nº 91/2013, em referência, alterou o Manual de Orientação do Leiaute da Escrituração Fiscal Digital da Contribuição para o PIS-Pasep, da Cofins e da Contribuição Previdenciária sobre a Receita Bruta (EFD-Contribuições), constante no Anexo Único do Ato Declaratório Executivo Cofis nº 20/2012, o qual passa a vigorar com os ajustes e alterações constantes do Anexo Único da norma em referência.

Dentre os ajustes e as alterações ora introduzidos, destacamos os seguintes:

a) tabela de registros e de obrigatoriedade de apresentação - EFD-Contribuições: abertura do arquivo digital e Bloco 0 (Blocos C, I e M);b) Registro 0000: abertura do arquivo digital e identificação da pessoa jurídica;c) Registro 0035: identificação de sociedade em conta de participação (SCP);d) Registro C175: registro analítico do documento (código 65);e) Registro C850: registro analítico do documento - CF-e (código 59);f) Registro C890: processo referenciado;g) Registro I199: processo referenciado;h) Registro M115: detalhamento dos ajustes do crédito de PIS/Pasep apurado;i) Registro M205: contribuição para o PIS/Pasep a recolher - Detalhamento por código de receita;j) Registro M225: detalhamento dos ajustes da contribuição para o PIS/Pasep apurada;k) Registro M515: detalhamento dos ajustes do crédito de Cofins apurado;l) Registro M605: Cofins a recolher - Detalhamento por código de receita;m) Registro M625: detalhamento dos ajustes da Cofins apurada;n) Registro 1300: controle dos valores retidos na fonte - PIS/Pasep;o) Registro 1700: controle dos valores retidos na fonte - Cofins.

(Ato Declaratório Executivo Cofis nº 91/2013 - DOU 1 de 11.12.2013)

Fonte: Editorial IOB

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Estabelecidos os parâmetros para indicação das pessoas jurídicas a serem submetidas a acompanhamento econômico-tributário diferenciado e especial no ano calendário de 2014 13 dez 2013 - IR / Contribuições

Por meio da Portaria RFB nº 1.793/2013 - DOU 1 de 13.12.2013, foram estabelecidos parâmetros para a indicação das pessoas jurídicas a serem submetidas ao acompanhamento econômico-tributário diferenciado e especial, de que trata a Portaria RFB nº 2.356/2010, no ano-calendário de 2014.

Deverão ser indicadas para o acompanhamento econômico-tributário diferenciado as pessoas jurídicas:

a) sujeitas à apuração do lucro real, presumido ou arbitrado, cuja receita bruta anual, no ano-calendário de 2012, seja superior a R$ 135.000.000,00;

b) cujo montante anual de débitos mencionados nas Declarações de Débitos e Créditos Tributários Federais (DCTF), relativas ao ano-calendário de 2012, seja superior a R$ 14.000.000,00;

c) cujo montante anual de massa salarial informada nas Guias de Recolhimento do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço e Informações à Previdência Social (GFIP), relativas ao ano-calendário de 2012, seja superior a R$ 24.000.000,00; ou

d) cujo total anual de débitos declarados nas GFIP, relativas ao ano-calendário de 2012, seja superior a R$ 8.000.000,00;

e) resultantes de cisão, total ou parcial, incorporação e fusão, para os eventos ocorridos a partir de 2 anos-calendários anteriores ao ano de acompanhamento, cuja sucedida tenha sido indicada ao acompanhamento.

A norma estabelece, ainda, que deverão ser indicadas, para o acompanhamento especial a ser realizado no ano-calendário de 2014, as pessoas jurídicas:

a) sujeitas à apuração do lucro real, presumido ou arbitrado, cuja receita bruta anual, no ano-calendário de 2012, seja superior a R$ 560.000.000,00;

b) cujo montante anual de débitos declarados nas DCTF, relativas ao ano-calendário de 2012, seja superior a R$ 56.000.000,00;

c) cujo montante anual de massa salarial informada nas GFIP, relativas ao ano-calendário de 2012, seja superior a R$ 84.000.000,00; ou

d) cujo total anual de débitos declarados nas GFIP, relativas ao ano-calendário de 2012, seja superior a R$ 28.000.000,00;

e) resultantes de cisão, total ou parcial, incorporação e fusão, para os eventos ocorridos a partir de 2 anos-calendários anteriores ao ano de acompanhamento, cuja sucedida tenha sido indicada ao acompanhamento.

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Fonte: IR-LegisWeb

EFD CONTRIBUIÇÕES - ATO DECLARATÓRIO EXECUTIVO Nº 91 - ALTERAÇÕES

Publicado por Jorge Campos em 11 dezembro 2013 às 6:40 em EFD CONTRIBUIÇÕES Exibir tópicos

Pessoal,

Publicado o ADE 91/13 que introduz alterações no leiaute da EFD CONTRIBUIÇÕES, tais como, ajustes para a NFC-e - MODELO 65 e o detalhamento para as SCPs, ampliação dos registros 1300 e 1700, entre outras novidades.

abraços 

SUBSECRETARIA DE FISCALIZAÇÃO COORDENAÇÃO-GERAL DE FISCALIZAÇÃO ATO DECLARATÓRIO EXECUTIVO Nº 91, DE 9 DE DEZEMBRO DE 2013 Altera o Manual de Orientação do Leiaute da Escrituração Fiscal Digital da Contribuição para o PIS/Pasep, da Cofins e da Contribuição Previdenciária sobre a Receita Bruta (EFD-Contribuições), constante no Anexo Único doADE Cofis nº 20, de 14 de março de 2012.  O COORDENADOR-GERAL DE FISCALIZAÇÃO SUBSTITUTO, no uso da atribuição quelhe confere o inciso III do art. 287 do Regimento Interno da Secretaria da Receita Federal do Brasil,aprovado pela Portaria MF nº 587, de 21 de dezembro de 2010, e tendo em vista o disposto no art. 12da Instrução Normativa RFB nº 1.252, de 1º de março de 2012 , declara:  Art. 1º O Anexo Único do Ato Declaratório Executivo Cofis nº 20, de 14 de março de 2012 ,passa a vigorar com os ajustes e alterações do Anexo Único deste Ato Declaratório. Art. 2º Este Ato Declaratório entra em vigor na data de sua publicação.ANEXO ÚNICOAltera o Manual de Orientação do Leiaute da Escrituração Fiscal Digital da Contribuição parao PIS/Pasep, da Cofins e da Contribuição Previdenciária sobre a Receita Bruta - EFD-Contribuições, do Anexo Único do ADE Cofis nº 20, de 14 de março de 2012. 2.6.1- Tabela de Registros e de obrigatoriedade de apresentação - EFD-Contribuições.2.6.1.1 - Abertura do arquivo digital e Bloco 0

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seguem os anexos com o restante do ADE. 

ATO DECLARAT. 91_1

ATO DECLARAT. 91_2

http://pesquisa.in.gov.br/imprensa/jsp/visualiza/index.jsp?data=11/...

MP 627 - Custos dos empréstimos na MP nº 627 de 2013. Nova disciplina tributária

Postado por José Adriano em 12 dezembro 2013 às 9:57 Exibir blog

Por Jeferson Roberto Nonato

I - Lucro real

Para o Direito Bancário existe diferença conceitual entre as figuras do empréstimo e do financiamento. No financiamento os recursos obtidos devem ser aplicados na operação declarada e financiada; no empréstimo o tomador pode dispor livremente dos valores recebidos. Estas definições não foram incorporadas pelo Direito Tributário. A nova lei tributária segue as proposições das normas contábeis, mormente aquelas presentes no Sumário do Pronunciamento Técnico CPC-20. Basicamente assenta esta manifestação:

"Sumário do Pronunciamento Técnico CPC 20Custos de Empréstimos

Custos de empréstimos que são diretamente atribuídos à aquisição, à construção ou à produção de ativos qualificáveis para a sua capitalização formam parte do custo de tais ativos. Outros custos de empréstimos são reconhecidos como despesas. Custos de empréstimos são despesas de juros de todas as formas de empréstimos, inclusive mútuos, e outros custos que a entidade incorre em conexão com o empréstimo de recursos, conforme consta do Pronunciamento Técnico CPC 08 Custos de Transação e Prêmios na Emissão de Títulos e Valores Mobiliários.Ativo qualificável é aquele que, necessariamente, leva um período de tempo substancial para ficar pronto para seu uso ou venda pretendidos. ReconhecimentoNa medida em que a entidade toma emprestados recursos especificamente com o propósito de obter um ativo qualificável, deve determinar o montante de custos dos empréstimos elegíveis para capitalização como sendo aquele incorrido sobre esses empréstimos durante o período necessário para completar a aquisição, a construção ou a produção do ativo, menos qualquer receita financeira derivada da aplicação temporária desses recursos. Se a receita financeira nesse período em que tais recursos ficam temporariamente investidos suplantar o custo desses empréstimos, o excedente deverá ser reconhecido como receita no resultado. À medida que a entidade toma recursos emprestados de maneira genérica e usa-os com o propósito de obter um ativo qualificável, a entidade deve utilizar uma taxa de capitalização com base na média ponderada dos custos de empréstimos aplicáveis aos empréstimos da entidade que estiveram vigentes durante o período; se ainda houver, além dos empréstimos tomados de maneira genérica, empréstimos feitos especificamente com o propósito de se obter um ativo qualificável, os custos desses empréstimos específicos são diretamente capitalizados e não integrarão o cálculo da taxa com base na média. O montante de custos de empréstimos que uma entidade

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capitaliza durante um período não pode exceder o montante de custos de empréstimos incorridos durante esse período. A entidade deve iniciar a capitalização dos custos dos empréstimos como parte do custo do ativo qualificável na data em que as seguintes condições estiverem satisfeitas: gastos com a obtenção do ativo estão sendo incorridos, custos dos empréstimos também estão sendo incorridos e estão iniciadas atividades necessárias ao preparo do ativo para seu uso ou venda pretendidos. A entidade deve suspender a capitalização dos custos de empréstimos se existirem interrupções durante extensos períodos das atividades de desenvolvimento do ativo qualificável, a não ser que essas interrupções sejam normais e previsíveis no processo de obtenção de tal ativo. A entidade deve cessar definitivamente a capitalização dos custos de empréstimos quando substancialmente todas as atividades necessárias para preparar o ativo qualificável para seu uso ou venda pretendidos estiverem completas."

Agora surgem as modificações trazidas pela Medida Provisória nº 627/2013 que alteraram a redação do art.17 do DL nº 1.598/77. Assim fica então a nova redação deste velho art.17:

"Art 17 - Os juros, o desconto, a correção monetária prefixada, o lucro na operação de reporte e o prêmio de resgate de títulos ou debêntures, ganhos pelo contribuinte, serão incluídos no lucro operacional e, quando derivados de operações ou títulos com vencimento posterior ao encerramento do exercício social, poderão ser rateados pelos períodos a que competirem.§ 1º Sem prejuízo do disposto no art. 13 da Lei nº 9.249, de 26 de dezembro de 1995, os juros pagos ou incorridos pelo contribuinte são dedutíveis como custo ou despesa operacional, observadas as seguintes normas:a) os juros pagos antecipadamente, os descontos de títulos de crédito, a correção monetária prefixada e o deságio concedido na colocação de debêntures ou títulos de crédito deverão ser apropriados, pro rata tempore, nos exercícios sociais a que competirem; e b) os juros e outros encargos, associados a empréstimos contraídos, especificamente ou não, para financiar a aquisição, construção ou produção de bens classificados como estoques de longa maturação, propriedade para investimentos, ativo imobilizado ou ativo intangível, podem ser registrados como custo do ativo, desde que incorridos até o momento em que os referidos bens estejam prontos para seu uso ou venda.§ 2º Considera-se como encargo associado a empréstimo aquele em que o tomador deve necessariamente incorrer para fins de obtenção dos recursos.§ 3º Alternativamente, nas hipóteses a que se refere a alínea "b" do § 1º, os juros e outros encargos poderão ser excluídos na apuração do lucro real quando incorridos, devendo ser adicionados quando o respectivo ativo for realizado, inclusive mediante depreciação, amortização, exaustão, alienação ou baixa." (NR)"

A nova disciplina tributária põe em relevo o uso dos recursos que foram tomados por empréstimo, tenha sido ele, empréstimo, realizado com propósito específico ou não. Neste sentido, a lei "autoriza" que os contribuintes vinculem os custos da operação ao valor contábil de certos ativos com características de aplicação de capital (ativos qualificáveis). Todavia esta "autorização", que veio expressa no texto legal pelo verbo "poder", parece encerrar, na verdade, uma Regra Geral Impositiva, frente a outro dispositivo normativo que permite a apropriação dos custos dos empréstimos na medida em que forem incorridos. Em outras palavras: aqueles contribuintes que, por opção, apropriarem os custos dos empréstimos, na medida da formação legal das obrigações, deverão oferecer à tributação todos os valores antes apropriados em consonância com a realização contábil dos ativos vinculados ao tempo da contratação dos empréstimos.

A matéria ainda deverá ser regulamentada.

Não são poucas as dificuldades técnicas de aplicação desta nova disciplina. Entre outras dificuldades que surgirão no âmbito do direito material, parece-nos que duas delas já merecem destaque: a primeira é a situação fática da existência de empréstimos sem finalidade específica declarada em contrato, contraídos ao mesmo tempo em que existam inversões de capital em ativos qualificáveis. A autoridade tributária não poderá deixar ao arbítrio do contribuinte, como acontece no Pronunciamento Técnico CPC-20, a decisão de afirmar que parte, ou a totalidade, dos recursos tomados por empréstimo está sendo aplicada em ativos qualificáveis; neste ponto diz o CPC

"À medida que a entidade toma recursos emprestados de maneira genérica e usa-os com o propósito de obter um ativo qualificável, a entidade deve utilizar uma taxa de capitalização com base na média ponderada dos custos de empréstimos aplicáveis aos empréstimos da entidade que estiveram vigentes durante o período".

Ora, a aplicação da regra por parte das autoridades fiscais dependerá de uma configuração jurídica objetiva, seja na identificação do "ativo qualificável para o objeto da norma", seja no detalhamento do "uso vinculado dos

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recursos", bem como na definição da fórmula de apuração do valor que deveria ser capitalizado, por imposição legal.

De outro lado, caso o contribuinte aproprie os custos dos empréstimos, na medida da ocorrência, o controle destes valores também dependerá de certa "marca de vinculação" com os ativos qualificáveis. Somente se conhecendo os ativos qualificáveis é que se poderá determinar o tempo do surgimento da obrigação de devolver o imposto economizado durante a antecipação da apropriação.

II - Lucro presumido ou arbitrado

Nos casos de tributação pelo Lucro Presumido ou Lucro Arbitrado, os encargos associados (custos vinculados) dos empréstimos não poderão compor a apuração dos ganhos ou perdas de capital (MP nº 627/2013, art. 6º). Nestas situações embora persista a obrigação de vincular os custos dos empréstimos aos ativos qualificáveis, os desembolsos serão considerados renda consumida e não inversões de capital.

III - Vigência

A nova sistemática de apropriação dos custos dos empréstimos entra em vigor em 1º de janeiro de 2015. Todavia há permissivo legal para que os contribuintes já se valham da nova sistemática a partir de 1º de janeiro de 2014, desde que observadas as demais condições estatuídas no art. 71 da MP nº 627 de 11 de Novembro de 2013.

http://www.fiscosoft.com.br/main_index.php?home=home_artigos&m=_&nx_=&viewid=293873&o=4

DREI, órgão que substitui DNRC, publica diversas Instruções Normativas

Com a criação do Departamento de Registro Empresarial e Integração - DREI, órgão que substitui o Departamento Nacional de Registro do Comércio - DNRC, foram publicadas diversas Instruções Normativas, conforme relação abaixo, que também revogaram diversas outras Instruções Normativas do órgão substituído, o DNRC.

Com a criação do Departamento de Registro Empresarial e Integração - DREI, órgão que substitui o Departamento Nacional de Registro do Comércio - DNRC, foram publicadas diversas Instruções Normativas, conforme relação abaixo, que também revogaram  diversas outras Instruções Normativas do órgão substituído, o DNRC.

Instrução Normativa 2 DREI, DE 5 -12-2013 (DO-U DE 9-12-2013) - Institui modelo anexo de Carteira de Exercício Profissional para titular de empresário individual, titular e/ou administrador de Empresa individual de responsabilidade ltda - Eireli, sócio e/ou administrador de sociedade empresária e de cooperativa, tradutor público e intérprete comercial, leiloeiro, trapicheiro e administrador de armazém geral; 

Instrução Normativa 3 DREI, DE 5 -12-2013   (DO-U DE 6-12-2013) - Esta Instrução Normativa disciplina a forma de apresentação dos atos empresariais submetidos a arquivamento nas Juntas Comerciais em via única, sua autenticação, registro e devolução ao requerente em duas certidões de inteiro teor (cópia) do respectivo ato, em papel ou digitalmente;

Instrução Normativa 4 DREI, DE 5-12- 2013 (DO-U DE 6-12-2013) - Disciplina processo de desconcentração dos serviços de registro de empresas;

Instrução Normativa   5 DREI, DE 5-12-2013  (DO-U DE 6-12-2013) - Aprova os Manuais de Registro de Empresário Individual, Sociedade Limitada, Empresa Individual de Responsabilidade Limitada - EIRELI,

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Cooperativa e Sociedade Anônimaprova os Manuais de Registro de Empresário Individual, Sociedade Limitada, Empresa Individual de Responsabilidade Limitada - EIRELI;

Instrução Normativa   6 DREI, DE 5-12-2013  (DO-U DE 6-12-2013) - Esta Instrução Normativa disciplina o arquivamento de atos de Empresas Binacionais Brasileiro-Argentinas no País;

Instrução Normativa   7 DREI, DE 5-12-2013  (DO-U DE 6-12-2013) - Esta Instrução Normativa dispõe sobre os pedidos de autorização para nacionalização ou instalação de filial, agência, sucursal ou estabelecimento no País, por sociedade empresária estrangeira;

Instrução Normativa     8 DREI, DE 5-12-2013  (DO-U DE 6-12-2013) - Esta Instrução Normativa dispõe sobre a interposição de recursos administrativos no âmbito do Registro Público de Empresas Mercantis e Atividades Afins;

Instrução Normativa 10 DREI, DE 5-12-2013 (DO-U DE 6-12-2013) - Esta Instrução Normativa aprova os novos Manuais de Registro de Empresário Individual, Sociedade Limitada, Empresa Individual de Responsabilidade Limitada (EIRELI), Cooperativa e Sociedade Anônima;

Instrução Normativa 11 DREI, DE 5-12-2013 (DO-U DE 9-12-2013) - Dispõe sobre procedimentos para a validade e eficácia dos instrumentos de escrituração dos empresários individuais, das empresas individual de responsabilidade Ltda - Eireli, das sociedades empresárias, das cooperativas, dos consórcios, dos grupos de sociedades, dos leiloeiros, dos tradutores públicos e intérpretes comerciais;

Instrução Normativa 12 DREI, DE 5-12-2013 (DO-U DE 6-12-2013) - Dispõe sobre os procedimentos de registro e arquivamento digital dos atos que competem, nos termos da legislação pertinente, ao Registro Público de Empresas Mercantis e Atividades Afins, e dá outras providências; 

Instrução Normativa 13 DREI, DE 5-12-2013   (DO-U DE 6-12-2013) - Dispõe sobre o exercício da atividade empresarial para os nacionais dos Estados Partes do Mercado Comum do Sul (Mercosul) e Estados Associados, no Território Nacional; 

I nstrução Normativa 14 DREI, DE 5-12-2013  (DO-U DE 9-12-2013) - Aprova o quadro enumerativo dos atos empresariais sujeitos à aprovação prévia de órgãos e entidades governamentais para registro nas Juntas Comerciais e dá outras providências;

Instrução Normativa 15 DREI, DE 5-12-2013 (DO-U DE 6-12-2013) - Esta Instrução Normativa dispõe sobre a formação do nome empresarial e a sua proteção;

Instrução Normativa 16 DREI, DE 5-12-2013   (DO-U DE 6-12-2013) - Esta Instrução Normativa dispõe sobre a especificação de atos integrantes da Tabela de Preços dos Serviços prestados pelos órgãos do Sistema Nacional de Registro de Empresas Mercantis (SINREM);

Instrução Normativa 17 DREI, DE 5-12-2013 (DO-U DE 6-12-2013) - Esta Instrução Normativa dispõe sobre a matrícula de administradores de armazéns gerais e trapicheiros; a habilitação, nomeação e a matrícula de Tradutor Público e Intérprete Comercial; e o processo de concessão de matrícula e a fiscalização da atividade de Leiloeiro Público Oficial;

Instrução Normativa 18 DREI, DE 5-12-2013 (DO-U DE 6-12-2013) - Esta Instrução Normativa dispõe sobre procedimentos no âmbito do Registro Mercantil decorrentes do processo de inscrição, alteração, extinção, enquadramento e desenquadramento de empresários na condição de microempreendedores individuais (MEI);

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Instrução Normativa 19 DREI, DE 5-12-2013 (DO-U DE 6-12-2013) - Esta Instrução Normativa  dispõe sobre os atos de constituição, alteração e extinção de Grupo de Sociedades, bem como os atos de constituição, alteração e extinção de Consórcio;

Instrução Normativa 20 DREI, DE 5-12-2013 (DO-U DE 6-12-2013) - Esta Instrução Normativa dispõe sobre a expedição de certidões, a sua utilização em atos de transferência de sede, abertura, alteração e inscrição de transferência de filiais, proteção ao nome empresarial, bem como do Certificado da Condição de Microempreendedor Individual (CCMEI). 

http://www.coad.com.br/home/noticias-detalhe/54879/drei-orgao-que-substitui-dnrc-publica-diversas-instrucoes-normativas

Fonte: Coad

Receita Federal esclarece acerca da retenção na fonte do imposto e das contribuições sobre diversas atividades 12 dez 2013 - IR / Contribuições

A Solução de Consulta Cosit nº 28/2013 - DOU 1 de 12.12.2013, trouxe esclarecimentos acerca da retenção na fonte do Imposto de Renda, da Contribuição Social sobre o Lucro (CSL), da Cofins, da contribuição para o PIS-Pasep, sobre os pagamentos efetuados por pessoas jurídicas a outras pessoas jurídicas, de que trata o art. 30 da Lei nº 10.833/2003, nos casos que menciona:

a) compras de materiais e locação de equipamentos: sobre os pagamentos efetuados por pessoas jurídicas a outras pessoas jurídicas de direito privado pela compra de materiais aplicados em obras de reparos em condomínios e por locações de equipamentos a estes condomínios, ou à empresa administradora de condomínios, não é devida a retenção na fonte da CSL, da Cofins e da contribuição para o PIS-Pasep, de que trata o art. 1º da Instrução Normativa SRF nº 459/2004, com esteio no art. 30 da Lei nº 10.833/2003, uma vez que tais dispositivos submetem à retenção apenas aqueles pagamentos para os serviços neles listados;

b) mudança na estrutura da edificação: sobre os pagamentos efetuados por pessoas jurídicas a outras pessoas jurídicas de direito privado pela prestação de serviços de reforma de edificações, consideradas como aquelas que alterem a estrutura da edificação, não é devida a retenção na fonte da CSL, da Cofins e da contribuição para o PIS-Pasep, de que trata o art. 1º da Instrução Normativa SRF nº 459/2004, com esteio no art. 30 da Lei nº 10.833/2003, visto não se configurarem serviços de conservação ou manutenção de edificações de que tratam tais dispositivos;

c) serviços de manutenção e conservação, sem mudança na estrutura: sobre os pagamentos superiores ao limite de R$ 5.000,00, estabelecido no § 3º do art. 31 da Lei nº 10.833/2003, efetuados por pessoas jurídicas a outras pessoas jurídicas de direito privado por serviços de conservação ou manutenção de edificações, quando não implicarem a alteração da estrutura da edificação e quando tais pagamentos decorrerem de um contrato de manutenção, com ou sem prazo determinado, ou quando os serviços de manutenção ou conservação de edifícios, independentemente de contrato, forem prestados de forma

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sistemática, a retenção da CSL, da Cofins e da contribuição para o PIS-Pasep de que trata o art. 1º da Instrução Normativa SRF n° 459/2004, com esteio no art. 30 da Lei nº 10.833/2003, será obrigatória. Contudo, tais pagamentos não se sujeitam a esta retenção, de acordo com a criterização vazada pelo inciso II do § 2º do art. 1º da Instrução Normativa SRF nº 459/2004, quando tais serviços de manutenção tiverem caráter isolado, sem um contrato e sem que o serviço seja prestado a essa pessoa jurídica com regularidade ou continuidade, como no caso de um mero reparo;

d) locação de mão de obra: sobre os pagamentos superiores ao limite estabelecido no § 3º do art. 31 da Lei nº 10.833/2003, efetuados por pessoas jurídicas a outras pessoas jurídicas de direito privado por locação de mão de obra, a retenção na fonte da CSL, da Cofins e da contribuição para o PIS-Pasep, de que trata o art. 1º da Instrução Normativa SRF nº 459/2004, com esteio no art. 30 da Lei nº 10.833/2003, será obrigatória, por expressa disposição do art. 1º da Instrução Normativa SRF nº 459/2004. A condição principal para que se realize essa modalidade de transação é a obrigação assumida pela locadora de contratar empregados, trabalhadores avulsos ou autônomos sob sua exclusiva responsabilidade do ponto de vista jurídico. Apesar de o vínculo empregatício ou de prestação de serviços pelos trabalhadores ser restrito à locadora, os trabalhadores empregados ou contratados ficam à disposição da tomadora dos serviços (ou locatária), que detém o comando determinando as tarefas, fiscalizando a execução dos trabalhos, enfim, controlando o andamento dos serviços desempenhados pelos empregados ou contratados da locadora colocados à sua disposição;

e) serviços profissionais - engenharia: sobre os pagamentos superiores ao limite estabelecido no § 3º do art. 31 da Lei nº 10.833/2003, efetuados por pessoas jurídicas a outras pessoas jurídicas de direito privado pela remuneração por serviços profissionais listados no art. 647 do RIR/1999, a retenção na fonte da CSL, da Cofins e da contribuição para o PIS-Pasep, de que trata o art. 1º da Instrução Normativa SRF nº 459/2004, com esteio no art. 30 da Lei nº 10.833/2003, será obrigatória. Em especial, há retenção sobre a remuneração de serviços profissionais de engenharia (exceto construção de estradas, pontes, prédios e obras assemelhadas), caracterizados de acordo com a Resolução nº 218/1973, a qual regula o exercício das profissões de engenheiro, entre outras.

Fonte: IR-LegisWeb

Posicionamento da Receita Federal do Brasil perante a contabilidade societária brasileira no padrão internacional

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Postado por Jurânio Monteiro em 11 dezembro 2013 às 14:30 Exibir blog

Posicionamento da Receita Federal do Brasil perante a contabilidade societária brasileira no padrão internacional (IFRS) para fins de apuração dos tributos federais

Por Alan Carlo Lopes Valentim Silva*

Objetivo

O objetivo deste artigo e tentar elucidar os principais pontos que aIN RFB nº 1.397 de 16 de setembro de 2013trouxe para a contabilidade brasileira e motivar outros autores, professores e alunos a aprofundarem no tema no intuito de produzirem novos conhecimentos.

Introdução

No Brasil, a adoção do IFRS (International Financial Reporting Starndards) iniciou-se com a mudança daLei nº 6.404/76, a denominada Lei das Sociedades por Ações, que sofreu significativas alterações com a edição dasLeis nºs 11.638/07e11.941/09. Estas alterações visaram à convergência das normas de contabilidade brasileiras às normas internacionais de contabilidade. A criação do Comitê de Pronunciamentos Contábeis (CPC) se fez necessário com o intuito de construir uma consciência acerca das novas normas contábeis. O apoio de diversos órgãos e das três principais agências reguladoras (Comissão de Valores Mobiliários, Superintendências de Seguros Privados e Banco Central) neste processo de migração do antigo para o novo marco contábil tornou-se fundamental para a compreensão das normas, orientações e identificação dos desafios (IUDÍCIBUS; MARTINS; GELBCKER, 2008). Contudo, a RFB (Receita Federal do Brasil), no desconforto em não poder mensurar o efeito dessas alterações em suas arrecadações tributárias, criou, conformeartigo 15 da Lei nº 11.941/09, o RTT (Regime Tributário de Transição), regulamentado pelaInstrução Normativa 949/09, que deu origem ao FCONT (Controle Fiscal / Contábil de Transição). O RTT foi o primeiro posicionamento da RFB que teve como objetivo garantir a neutralidade tributária decorrentes dos novos métodos e critérios contábeis introduzidos pelasLei nºs 11.638/07e11.941/09. Conforme (BRAGA, 2009),

as alterações introduzidas pela Lei nº 11.638/2007, que modifiquem o critério de reconhecimento de receitas, custos e despesas computadas na apuração do lucro líquido do exercício, não terão efeitos para fins de apuração do lucro real da pessoa jurídica sujeita ao RTT, devendo ser considerados, para fins tributários, os métodos e critérios contábeis vigentes em 31 de dezembro de 2007.

A ideia do RTT certamente acarretou em grandes trabalhos para os contabilistas ao traçar diretrizes para registrar a contabilidade societária, conforme a novas normas introduzidas pelasleis nºs 11.638/07e11.941/09e, paralelamente, manter o controle dos impactos causados com a nova legislação afim de neutralizar esses efeitos para apuração dos tributos federais através do FCONT. Sem dúvidas, os profissionais da contabilidade aguardavam, ansiosamente, por um novo posicionamento da RFB sobre o assunto, e, para alívio de alguns e preocupações de outros, o referido órgão publicou, em 16/09/2013, aInstrução Normativa nº 1.397que dispõe de novas considerações acerta desta situação, no qual veremos a seguir.

Análise da normatização

1 - Posicionamento da RFB

AInstrução Normativa IN RFB nº 1.397, de 16 de setembro de 2013, relata o posicionamento da Receita Federal do Brasil quanto à forma de apuração do Imposto sobre a Renda e da Contribuição Social sobre o

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Lucro Líquido no qual as empresas tributadas pelo lucro real deverão obedecer após à adoção das novas normas de contabilidade brasileiras editadas pelo Comitê de pronunciamentos contábeis (CPC) que visa à convergência ao padrão internacional.

Em seuartigo 2ºa Instrução Normativa deixa claro que as alterações Introduzidas pelasLeis nºs 11.638/07e11.941/08não poderão ter efeitos para fins de apuração do lucro real e da base de cálculo da Contribuição Social. Com isso, as pessoas jurídicas sujeitas ao RTT deverão utilizar os métodos e critérios contábeis vigentes em 31 de dezembro de 2007 para apurar esses tributos.

Para cumprir o que dispõe oartigo 2º, essas empresas deverão manter uma escrituração fiscal, composta por contas patrimoniais e contas de resultado, separado da escrituração societária, utilizando o método das partidas dobradas e os critérios contábeis e fiscais vigentes em 31/12/2007, de modo que o lucro líquido e a base de calculo para os tributos federais sejam apurados nesta escrituração, após ajustado pelas adições, exclusões ou compensações prescritas pela legislação tributária.

2 - Escrituração Contábil Fiscal (ECF)

A RRB criou a Escrituração Contábil Fiscal (ECF), parte integrante do Sistema público de Escrituração Digital (SPED) que deverá ser apresentada anualmente por todas as pessoas jurídicas tributadas pelo lucro real a partir de 2014. Na ECF deverá conter todos os lançamentos do período de apuração considerando os critérios utilizados pela contabilidade em 31/12/2007. Para este ano (2013) permanece a obrigatoriedade de entrega das informações necessárias para geração do FCONT. No seuartigo 18, a IN nº 1.397relata que, até o ano-calendário de 2013, em cada período de apuração, as empresas deverão elaborar a demonstração do lucro real devendo discriminar os seguintes itens, que deverão ser transcrita no lalur:

a) O Lucro Líquido Societário de acordo com a legislação contábil vigente, introduzidas pelasLeis nºs 11.638/07e11.941/08, tal como as normas ditadas pelo CPC;

b) O lançamento de ajustes específicos do RTT, que elimina o efeito da legislação contábil vigente para fins de apuração dos tributos federais.

c) O lucro líquido do período de apuração;

d) Os lançamentos de ajustes do lucro líquido do período de apuração, de adição, exclusão e compensação, conforme determina a legislação tributária nacional;

e) O lucro real.

Já a partir do ano-calendário de 2014 as empresas deverão elaborar a demonstração do lucro real devendo discriminar os seguintes itens:

a) Lucro líquido do período apurado conforme a ECF, que utiliza os métodos e critérios contábeis vigentes em 31/12/2007;

b) Os lançamentos de ajustes do lucro líquido do período de apuração, de adição, exclusão e compensação, conforme determina a legislação tributária nacional;

c) O lucro Real.

Com isso percebe-se a o fim do dos ajustes do RTT a partir do ano calendário de 2014, uma vez que a ECF já evidenciará os valores contábeis sem considerar as alterações nos critérios contábeis com a adoção das normas internacionais.

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3 - Escrituração Fiscal Digital (EFD)

A partir de 2014 a demonstração do lucro real deverá ser transcrita para o LALUR constante na Escrituração Fiscal Digital do Imposto de sobre a Renda e da Contribuição Social Sobre o Lucro Líquido da Pessoal Jurídica (EFD-IRPJ), Integrante Sistema Público de Escrituração Digital. A EFD-IRPJ foi oficializada em 02/05/2013, no diário oficial da união, através daInstrução Normativa RFB nº 1.353, de 30 de abril de 2013, obrigatória para todas as empresas que apresentam anualmente a DIPJ.

4 - Demonstrações Financeiras

As empresas optantes pelo lucro real, além de elaborar as demonstrações financeiras exigidas pelaLei nº 6.404/76com base nas normas emitidas pelo CPC, deverão também elaborar o balanço patrimonial, demonstração do resultado do exercício e a demonstração de lucros e prejuízos acumulados, baseado nos mesmos critérios utilizados pela contabilidade em 31/12/2007, para alimentar as informações no LALUR conforme determinado noartigo 10 da IN nº 1.397. Todas as exclusões e compensações permitidas pela legislação tributária brasileira poderão afetar a determinação do lucro real desde que utilizado os valores apurados com as normas contábeis vigentes em 31/12/2007. Isso acarretará em um aumento significativo nas atividades dos profissionais de contabilidade, que deverão fazer dupla escrituração para atender o posicionamento do fisco.

5 - Critérios para exclusões e compensações para apuração dos tributos federais

De acordo com posicionamento dado através daIN nº 1.397empresas poderão excluir do lucro líquido apurado pelas normas contábeis vigentes em 31/12/2007, os seguintes itens para fins de apuração dos tributos federais e determinação do lucro real:

I - os valores cuja dedução seja autorizada pela legislação tributária e que não tenham sido computados na apuração do lucro líquido do período de apuração;II - os resultados, rendimentos, receitas e quaisquer outros valores incluídos na apuração do lucro líquido que, de acordo com a legislação tributária, não sejam computados no lucro real; eIII - o prejuízo fiscal apurado em períodos de apuração anteriores, limitada a compensação a 30% (trinta por cento) do lucro líquido ajustado pelas adições e exclusões previstas na legislação tributária, desde que a pessoa jurídica mantenha os livros e documentos, exigidos pela legislação fiscal, comprobatórios do prejuízo fiscal utilizado para compensação, observadas as demais regras previstas na legislação tributária.

Quando a pessoa jurídica observar os procedimentos abaixo, essa não poderá computar o valor do prêmio na emissão de debêntures para determinação do lucro real e base de cálculo da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido:

I - reconhecer o valor do prêmio na emissão de debêntures em conta do resultado pelo regime de competência e de acordo com as determinações constantes das normas expedidas pela Comissão de Valores Mobiliários, no uso da competência conferida pelo § 3º do art. 177 da Lei nº 6.404, de 1976, no caso de companhias abertas e de outras que optem pela sua observância;II - excluir do Lalur o valor referente à parcela do lucro líquido do exercício decorrente do prêmio na emissão de debêntures, para fins de apuração do lucro real; eIII - manter o valor referente à parcela do lucro líquido do exercício decorrente do prêmio na emissão de debêntures em reserva de lucros específica.

Caso seja dada destinação diversa do previsto no item III citado acima, o valor do prêmio na emissão de debêntures será tributada, mesmo nas hipóteses abaixo:

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I - capitalização do valor e posterior restituição de capital aos sócios ou ao titular, mediante redução do capital social, hipótese em que a base para a incidência será o valor restituído, limitado ao valor total das exclusões decorrentes de prêmios na emissão de debêntures;II - restituição de capital aos sócios ou ao titular, mediante redução do capital social, nos 5 (cinco) anos anteriores à data da emissão das debêntures com o prêmio, com posterior capitalização do valor do prêmio, hipótese em que a base para a incidência será o valor restituído, limitado ao valor total das exclusões decorrentes de prêmios na emissão de debêntures. Neste caso a pessoa jurídica deverá adicionar no lalur para apuração do lucro realIII - integração à base de cálculo dos dividendos obrigatórios.

As subvenções para investimento concedidas como incentivo à implantação ou expansão de empreendimentos econômicos, tal como as doações feitas pelo poder público, não serão computados na determinação do lucro real e na base de cálculo da CSLL desde que observe as seguintes condições:

I - reconhecer o valor da doação ou subvenção em conta do resultado pelo regime de competência, inclusive com observância das determinações constantes das normas expedidas pela Comissão de Valores Mobiliários, no uso da competência conferida pelo § 3º do art. 177 da Lei nº 6.404, de 1976, no caso de companhias abertas e de outras que optem pela sua observância;II - excluir do Lalur o valor decorrente de doações ou subvenções governamentais para investimentos, reconhecido no exercício, para fins de apuração do lucro real; eIII - manter em reserva de lucros a que se refere o art. 195-A da Lei nº 6.404, de 1976, a parcela decorrente de doações ou subvenções governamentais apuradas até o limite do lucro líquido do exercício.

As subvenções e doações que, porventura, for dada destinação diferente da prevista nos itens acima, serão tributadas, mesmo que:

I - capitalização do valor e posterior restituição de capital aos sócios ou ao titular, mediante redução do capital social, hipótese em que a base para a incidência será o valor restituído, limitado ao valor total das exclusões decorrentes de doações ou subvenções governamentais para investimentos;II - restituição de capital aos sócios ou ao titular, mediante redução do capital social, nos 5 (cinco) anos anteriores à data da doação ou da subvenção, com posterior capitalização do valor da doação ou da subvenção, hipótese em que a base para a incidência será o valor restituído, limitado ao valor total das exclusões decorrentes de doações ou de subvenções governamentais para investimentos; ouIII - integração à base de cálculo dos dividendos obrigatórios.

Neste caso, a empresa deverá adicionar no LALUR o valor informado no item II para fins de apuração do lucro real. Caso a empresa apurar prejuízo contábil ou lucro líquido inferior à parcela oriunda de dações e subvenções governamentais no período base em que ocorrer a exclusão do item II e não puder ter sido atendido pelo procedimento descrito no item III, a reserva deverá ser constituída com parcela de lucros de exercício subsequente ao daquele período.

Em relação aos Juros sobre o Capital Próprio (JCP), poderá haver dedução dos juros pagos ou creditados individualizadamente a titular, sócios ou acionistas, para efeito de apuração do lucro real e da base de cálculo da CSLL, calculados sobre as contas do Patrimônio Líquido (PL) e limitados à variação,pro rata dia, da Taxa de Juros de Longo Prazo (TJLP). Para efeito do cálculo da parcela de JCP a deduzir, deverá ser considerado o valor do PL considerando os métodos e normas contábeis vigentes em 31/12/2007.

Avaliação dos Investimentos

Os investimentos relevantes da pessoa jurídica, nas situações descritas abaixo, serão avaliados pelo valor de patrimônio líquido conforme legislação vigente em 31 de dezembro de 2007.

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a) Em sociedades controladas (onde a controladora é titular de direitos de sócios que lhe assegurem, de modo permanente, preponderância nas deliberações sociais e o poder de eleger a maioria dos administradores)

b) Em sociedade coligadas (participa com 10% ou mais do capital sem controla-la) cuja exerça influência na administração ou participe de 20% (vinte por cento) ou mais no capital social da investida.

É considerado relevante o investimento que:

I - em cada sociedade coligada ou controlada, se o valor contábil é igual ou superior a 10% (dez por cento) do valor do patrimônio líquido da pessoa jurídica investidora; ou

II - no conjunto das sociedades coligadas e controladas, se o valor contábil é igual ou superior a 15% (quinze por cento) do valor do patrimônio líquido da pessoa jurídica investidora.

Para os demais investimentos, a avaliação deverá ser pelo valor do patrimônio líquido da coligada e da controlada, obedecendo aos critérios contábeis vigentes em 31/12/2013 onde será de responsabilidade da empresa controlada ou coligada fornecer à investidora as informações necessárias para que possa ser feita a avaliação do investimento.

Apuração do Lucro

As empresas sujeitas ao RTT deverão apurar o lucro líquido de duas formas:

a) Pelos critérios contábeis de acordo com aLei nº 6.404/76introduzidos pelasLeis nºs 11.638/07e11.941/08obedecendo as normas editadas pelo Comitê de Pronunciamentos Contábeis e Comissão de Valores Mobiliários; e

b) De acordo com as normas contábeis vigentes em 31/12/2007

O Lucro líquido apurado conforme item "a" será para fins societários e será obtido:

a) Através da escrituração contábil para fins societários; ou

b) Através Escrituração Contábil Digital (ECD) para as empresas que tenha adotado este procedimento.

Já o lucro líquido conforme item "b" será para fins de apuração dos tributos federais e será obtido:

a) Através do FCONT gerado a partir da escrituração contábil para fins societário depois de excluídos e adicionados os efeitos introduzidos pelas leis nºs 11.638/07 e 11.941/09; ou

b) Através da ECF.

Distribuição do lucro ou dividendos

Os lucros e dividendos a serem distribuídos também deverão obedecer aos critérios e normas contábeis vigentes em 31/07/2013, ou seja, deverá ser considerado o lucro apurado na ECF ou pela FCONT.

A parcela de lucros ou dividendos pagos, que exceder o valor do lucro apurado pela ECF ou FCONT deverá ser tributado nas seguintes formas:

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a) De acordo com a Tabela Progressiva do Imposto sobre a Renda para pessoa física residente no país. Neste caso a empresa deverá reter o valor do imposto sobre a renda na fonte e o beneficiário deverá computar na sua declaração de ajuste anual do ano-calendário do recebimento.

b) Para as pessoas jurídicas domiciliada no país, deverá compor a base de cálculo do Imposto sobre a Renda e da CSLL.

c) Para beneficiários residentes no exterior, o Imposto sobre a renda deverá ser calculado com a alíquota de 15% (quinze por cento). Caso os beneficiários forem residentes ou domiciliados em pais ou dependência com tributação favorecida, de acordo com aLei nº 9.430, de 27 de dezembro de 1966, a alíquota para apuração do imposto sobre a renda deverá ser de 25% (vinte e cinco por cento). Em ambos os caso, estarão sujeito à retenção na fonte do referido tributo.

Dessa forma, se a empresa optar pela distribuição do lucro apurado pela escrituração contábil, com as normas introduzidas pelasLeis nºs 11.638/07e11.941/08, os beneficiários deverão recolher o Imposto sobre a renda da parcela que exceder o lucro apurado pela ECF.

Esse procedimento se dá pelo fato da legislação impor as empresas que os tributos federais sejam calculados através das informações obtidos pela ECF ou FCONT. Com isso, se as empresas apurarem um lucro societário maior que o lucro fiscal, a parte que exceder o lucro fiscal não será tributada pela empresa, passando tal responsabilidade para o beneficiário, caso o lucro excedido seja distribuído.

Outras considerações e considerações finais

Sem dúvida, este novo posicionamento da Receita Federal do Brasil pegou os profissionais de contabilidade de surpresa. Muitos aguardavam um posicionamento favorável da RRB perante as novas normas da contabilidade brasileira, uma vez que o objetivo da adoção das normas internacionais de contabilidade no Brasil foi justamente aumentar a transparência e confiabilidade nos números contábeis. Diante disso ficam os seguintes questionamentos: As novas normas introduzidas não apresentam informações confiáveis e reais? Caso positivo, qual o real motivo da não aceitação desses resultados por parte da RRB?

O Conselho Federal de Contabilidade, em um comunicado feito à comunidade contábil e empresarial no dia 18 de setembro de 2013, considerou que o caminho percorrido e os frutos alcançados até agora é colocado em "perigo" com a publicação desta normatização, e tratou a referida Instrução como um "retrocesso" no aprimoramento do processo de convergência às normas internacionais de contabilidade. Além disso, o CFC, 2013 afirmou que

a criação da obrigação de duas escrituras contábeis, por exemplo, pelo que se depreende até agora, representará em enormes ônus à atividade empresarial, sem acréscimos de benefícios. As alternativas hoje em uso se mostram suficientes para atendimento à boa informação contábil para fins societários e também tributários, e essa nova metodologia apenas acrescenta maior peso ao denominado "Custo Brasil". Essa nova forma escolhida pode voltar a dirigir a atenção da informação contábil precipuamente para o fisco, quando sua mais nobre função é a de auxiliar na gestão de quem produz a riqueza nacional e o emprego, bem como quem financia essa produção (credores e proprietários).

Com a publicação desta normatização a contabilidade voltará a utilizar regras consideradas ultrapassadas, como por exemplo, a equivalência patrimonial e utilização da tabela da RFB como parâmetro para contabilizar depreciações de bens. Além disso, existem situações que foram recentemente discutidas, e a aplicação retroativa dessas situações implicará em insegurança jurídica para os contadores e empresários.

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Certamente, a dupla escrituração (Societário e Fiscal) que as empresas deverão registrar, para cumprir a legislação vigente neste país, trará ao departamento contábil das organizações, aumento significativo em suas atividades, adaptações no sistema de informação e aumento no custo de prestação de serviços, principalmente para os escritórios contábeis de prestação de serviços que, naturalmente, terão dificuldades para repassar esses custos aos seus clientes. Por outro lado, com o aumento das atividades, aumentará também a necessidade de mão de obra de profissionais da área. Isso poderá suscitar mais um ramo de atuação para o profissional contábil, e àqueles que se mantiverem atualizados certamente sairão na frente no mercado de trabalho.

As instituições de ensino também terão grandes desafios na formação do profissional contábil. Elas deverão modificar seu plano de ensino de modo que seja transmitida aos futuros contabilistas a correta escrituração contábil societária, de acordo com as novas regas contábeis introduzidas pelasLeis nºs 11.638/07e11.941/08, tal como a escrituração fiscal, para cumprimento daIN nº 1.397/2013com as normas contábeis vigentes em 31/12/2007.

O Conselho Federal de Contabilidade tem atuado fortemente junto à RFB para reabertura de diálogo e reestudo daIN nº 1.3967/03, porém, até que algo novo seja publicado, essas são as ultimas notícias do tratamento da RFB perante a convergência das normas brasileiras de contabilidade às normas internacionais.

Sugiro que outros autores escrevam a respeito do assunto tratado neste artigo, afim de que sejam produzidos novos conhecimentos auxiliando alunos e profissionais do setor contábil no desenvolvimento pessoal, profissional e acadêmico.

Referências

BRASIL. Instrução Normativa FRB nº 1.397, de 16 de setembro de 2013. Disponível em: http://www.receita.fazenda.gov.br. Acesso em 19 set. 2013.

BRASIL. Lei nº. 11.638, de 28 de Dezembro de 2007. Disponível em: http://www.receita.fazenda.gov.br. Acesso em 22 set. 2013.

BRASIL. Lei nº. 11.941, de 27 de Maio de 2009. Disponível em: http://www.receita.fazenda.gov.br. Acesso em 22 set. 2013.

BRAGA, Hugo Rocha. A Contabilidade Fiscal Rumo à Convergência, Disponível em a href="http://www.revistarazaocontabil.com.br">www.revistarazaocontabil.com.br>; Acesso em 23, set, 2013.</<a href="http://www.revistarazaocontabil.com.br">www.revistarazaocontabil.com.br>;

CFC, Comunicado à comunidade Contábil e empresarial,. Disponível em a href="http://www.portalcfc.org.br">www.portalcfc.org.br>;, acesso em 23, set, 2013.</<a href="http://www.portalcfc.org.br">www.portalcfc.org.br>;

IUDÍCIBUS, S.; MARTINS, E.; GELBCKE, E. R. Manual de contabilidade das sociedades por ações - suplemento. São Paulo. Atlas, 2008.

Alan Carlo Lopes Valentim Silva

Bacharel em Ciências Contábeis, pós-graduado em Formação Gerencial e MBA em Gestão de Controladoria e Custos. Mestrando em Administração Profissional e professor do curso de Ciências Contábeis na Faculdade Pitágoras de Belo Horizonte. Contador.

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Sociedade entre cônjuges no direito brasileiro Publicado por Marcelo Cometti - 5 dias atrás

No início do século passado, a sociedade constituída por cônjuges era condenada por nossa doutrina, sendo o seu ato constitutivo, muitas vezes, declarado nulo por nossos tribunais. O fundamento principal para tais decisões estava na irrevogabilidade do regime de bens, no principio do poder marital e na fraude contra credores.

Nesta linha, afirmava Carvalho de Mendonça (Tratado de Direito Comercial Brasileiro, v. III, n. 646) não ser lícito aos cônjuges contratar sociedade por ofensa ao instituto do poder marital, produzindo necessariamente a igualdade de direitos incompatíveis com os direitos do marido como chefe do casal. Ademais, conforme lições do citado comercialista, sendo o regime de bens adotado o da comunhão universal, não haveria vantagens na constituição sociedade, quer para os cônjuges, pois os lucros eventualmente auferidos seriam comuns, quer para eventuais credores, pois suas garantias não melhorariam com a constituição da sociedade. Ainda que fosse adotado outro regime de bens, a constituição da sociedade poderia servir como instrumento para fraudar o regime de bens adotado ou os pactos antenupciais celebrados que buscavam separar os bens integrantes do patrimônio pessoal de cada cônjuge.

No entanto, com a promulgação da Lei 4.121/62, que introduziu em nosso ordenamento jurídico o Estatuto da Mulher Casada, a mulher casada passou a ser considerada plenamente capaz e apta para exercer atividades fora do lar sem a necessidade de autorização marital. Tais modificações aniquilam por completo o argumento daqueles que consideravam a sociedade entre cônjuges uma ofensa ao poder marital.

Persistia, entretanto, a questão da proteção ao regime de bens adotado pelos cônjuges em seus casamentos, já que para alguns juristas a sociedade constituída entre cônjuges poderia ser utilizada como instrumento para infringir o regime de separação de bens adotado. No entanto, por não haver expressa vedação em nosso ordenamento jurídico, pacificou-se, tanto na doutrina, como na jurisprudência, o entendimento de que o ato constitutivo da sociedade entre cônjuges deveria ser considerado plenamente válido e eficaz, desde que a sociedade não fosse utilizada como instrumento para fraudar o regime de bens adotado pelos cônjuges em seu casamento.

Com a entrada em vigor do nosso atual Código Civil, voltou à tona a discussão, outrora superada, acerca da possibilidade dos cônjuges participarem, como sócios, de uma mesma sociedade. Isso porque, o artigo 977 do Código Civil faculta aos cônjuges contratar sociedade entre si ou com terceiros, desde que não tenham casados no regime de comunhão universal, ou no de separação obrigatória de bens. Deste modo, segundo o citado dispositivo legal, somente os casados sob os regimes de separação convencional, de comunhão parcial e de participação final nos aquestos, poderão contratar sociedade entre si e com terceiros.

Ora, proibir aqueles que tenham casado sob o regime de comunhão universal ou de separação obrigatória, contratar sociedade entre si ou com terceiros, não me parece ser razoável, tampouco estar amparado nos

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preceitos constitucionais que asseguram a liberdade de associação para fins lícitos (CF, art. 5º, XVII) e a livre iniciativa (CF, art. 170).

Ademais, ainda que admitida tal vedação, ela deve se limitar à participação dos cônjuges em uma mesma sociedade, sendo desprovido de qualquer fundamento limitar a contratação com terceiros. Neste sentido, conforme orientações do Conselho de Justiça Federal (Enunciado n. 205), na III Jornada de Direito Civil, a vedação à participação de cônjuges casados nas condições estabelecidas no artigo 977 do Código Civil, refere-se unicamente a uma mesma sociedade.

De qualquer modo, mesmo que a vedação contida no citado artigo tenha sua aplicação limitada à contratação de sociedade entre os cônjuges, frágil é o argumento daqueles que a defendem, sobretudo, quando o regime de bens adotado for o de separação obrigatória. Isso porque a justificativa para tal vedação está na possibilidade da má utilização da sociedade pelos cônjuges como instrumento para fraudar o regime importo por lei. Ora, a simples possibilidade de fraude não pode ser fundamento para a vedação legal, geral e irrestrita, que ao presumir a fraude, veda a liberdade de associação constitucionalmente assegurada a todos.

No entanto, ainda que admitida a vedação, é importante ressaltar que ela não se aplica, em hipótese alguma, às sociedades institucionais disciplinadas pela Lei 6.404/76 (sociedade anônima e sociedade em comandita por ações), bem como pela Lei 5.764/71 (cooperativas), em que não há contrato celebrado entre sócios, uma vez que tais sociedades têm como ato constitutivo um estatuto social.

Outro ponto relevante a ser ressaltado é o fato de que, conforme orientações do Conselho de Justiça Federal (Enunciado n. 204), na III Jornada de Direito Civil, a vedação do artigo 977 do Código Civil só atinge as sociedades contratuais constituídas após a sua entrada em vigor, ou seja, 10 de janeiro de 2003. Neste mesmo sentido, o Departamento Nacional do Registro de Comércio – DNRC, através do parecer 125, posicionou-se no sentido de que a vedação contida no artigo 977 não se aplica às sociedades entre cônjuges já existentes à data de entrada em vigor do Código Civil.

Conclui-se, diante do analisado, que a sociedade entre cônjuges no Direito Brasileiro é lícita e as limitações impostas pelo artigo 977 do Código Civil só se aplicam às sociedades constituídas após 10 de janeiro de 2003 e que sejam de natureza contratual, excluindo-se, portanto, as sociedades por ações e as cooperativas. Ademais, não há qualquer fundamento razoável para se vedar aos cônjuges, independentemente do regime de bens adotado, a contratação de sociedade com terceiros e, mesmo a contratação de sociedade entre si, ainda que não haja um consenso em nossa doutrina e jurisprudência, é uma afronta à liberdade de associação para fins lícitos, a todos constitucionalmente assegurada.

ICMS: Confaz publica Ato Cotepe, Ajustes Sinief, Convênios e Protocolos ICMS12 dez 2013 - ICMS, IPI, ISS e Outros

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Foram publicados no DO-U de 12-12-2013, o Ato COTEPE/ICMS 53, de 6-12-2013, os Ajustes SINIEF 22 a 34, todos de 6-12-2013, os Convênios ICMS 158 a 186, todos de 6-12-2013, e os Protocolos ICMS 178, de 11-12-2013, e 179, de 6-12-2013, que dispõem, em especial, sobre Cupom Fiscal Eletrônico, Nota Fiscal Eletrônica, Escrituração Fiscal Digital, Conhecimento de Transporte Eletrônico, Manifesto Eletrônico de Documentos Fiscais, redução de base de cálculo nas operações com equipamentos industriais e implementos agrícolas, sistema eletrônico de processamento de dados, prorrogação de benefícios fiscais e substituição tributária nas operações com diversos produtos.

Veja a seguir um resumo dos Atos:ATO COTEPE/ICMS 53, DE 6 DE DEZEMBRO DE 2013 - Altera o Ato COTEPE/ICMS 33, de 14 de setembro de 2011, que dispõe sobre o leiaute do Cupom Fiscal Eletrônico – SAT (CF-e-SAT) e sobre as especificações técnicas para fabricação e desenvolvimento do Sistema de Autenticação e Transmissão de Cupom Fiscal Eletrônico (SAT), conforme previsto no § 4º da cláusula segunda do Ajuste SINIEF 11/10, de 24 de setembro de 2010.AJUSTE SINIEF 22, DE 6 DE DEZEMBRO DE 2013 - Altera o Ajuste SINIEF 07/05, que institui a Nota Fiscal Eletrônica e o Documento Auxiliar da Nota Fiscal Eletrônica.AJUSTE SINIEF 23, DE 6 DE DEZEMBRO DE 2013 - Altera o Ajuste SINIEF 13/11, que altera o Ajuste SINIEF 02/09, que instituiu a Escrituração Fiscal Digital - EFD.AJUSTE SINIEF 24, DE 6 DE DEZEMBRO DE 2013 - Altera o Ajuste SINIEF 21/10, que institui o Manifesto Eletrônico de Documentos Fiscais - MDF-e.AJUSTE SINIEF 25, DE 6 DE DEZEMBRO DE 2013 - Altera o Convênio s/nº, de 15 de dezembro de 1970, que instituiu o Sistema Nacional Integrado de Informações Econômico – Fiscais - SINIEF.AJUSTE SINIEF 26, DE 6 DE DEZEMBRO DE 2013 - Altera o Ajuste SINIEF 09/07, que institui o Conhecimento de Transporte Eletrônico e o Documento Auxiliar do Conhecimento de Transporte Eletrônico - CT-e.AJUSTE SINIEF 27, DE 6 DE DEZEMBRO DE 2013 - Altera o Ajuste SINIEF 09/07, que institui o Conhecimento de Transporte Eletrônico e o Documento Auxiliar do Conhecimento de Transporte Eletrônico.AJUSTE SINIEF 28, DE 6 DE DEZEMBRO DE 2013 - Altera o Ajuste SINIEF 09/07, que institui o Conhecimento de Transporte Eletrônico e o Documento Auxiliar do Conhecimento de Transporte Eletrônico.AJUSTE SINIEF 29, DE 6 DE DEZEMBRO DE 2013 - Altera o Ajuste SINIEF 7/09, que autoriza os Estados de Minas Gerais e de Rondônia a emitir Nota Fiscal Avulsa e de Produtor Rural por meio eletrônico de dados em papel formato A4.AJUSTE SINIEF 30, DE 6 DE DEZEMBRO DE 2013 - Altera o Ajuste 07/05, que institui a Nota Fiscal Eletrônica e o Documento Auxiliar da Nota Fiscal Eletrônica.AJUSTE SINIEF 31, DE 6 DE DEZEMBRO DE 2013 - Altera o Ajuste SINIEF 07/05, que institui a Nota Fiscal Eletrônica e o Documento Auxiliar da Nota Fiscal Eletrônica.AJUSTE SINIEF 32, DE 6 DE DEZEMBRO DE 2013 - Altera o Ajuste SINIEF 21/10, que institui o Manifesto Eletrônico de Documentos Fiscais - MDF-e.AJUSTE SINIEF 33, DE 6 DE DEZEMBRO DE 2013 - Altera o Ajuste SINIEF 02/09, que dispõe sobre a Escrituração Fiscal Digital - EFD.AJUSTE SINIEF 34, DE 6 DE DEZEMBRO DE 2013 - Dispensa a emissão de nota fiscal eletrônica relativa à remessa interestadual de mercadoria para exposição e venda na IX Feira Nacional da Agricultura Familiar e Reforma Agrária - FENAFRA - e autoriza a dispensa de nota fiscal na sua venda.CONVÊNIO ICMS 158, DE 6 DE DEZEMBRO DE 2013 - Altera o Convênio ICMS 52/91 que concede redução da base de cálculo nas operações com equipamentos industriais e implementos agrícolas.CONVÊNIO ICMS 159, DE 6 DE DEZEMBRO DE 2013 - Altera o Convênio ICMS 57/95, que dispõe sobre a emissão de documentos fiscais e a escrituração de livros fiscais por contribuinte usuário de sistema eletrônico de processamento de dados.CONVÊNIO ICMS 160, DE 6 DE DEZEMBRO DE 2013 - Autoriza a concessão de isenção do ICMS nas operações internas promovidas pela entidade assistencial Fundação João Paulo II - FPJII.

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CONVÊNIO ICMS 161, DE 6 DE DEZEMBRO DE 2013 - Autoriza o Estado do Paraná a conceder isenção do ICMS nas operações internas com bens e mercadorias destinados à implantação do Metrô Curitibano.CONVÊNIO ICMS 162, DE 6 DE DEZEMBRO DE 2013 - Altera o Convênio ICMS 81/08, que isenta do ICMS as operações com produtos farmacêuticos e fraldas geriátricas distribuídos por farmácias integrantes do Programa Farmácia Popular do Brasil.CONVÊNIO ICMS 163, DE 6 DE DEZEMBRO DE 2013 - Prorroga disposições de convênios que concedem benefícios fiscais.CONVÊNIO ICMS 164, DE 6 DE DEZEMBRO DE 2013 - Altera o Convênio ICMS 142/11, que concede isenção e suspensão do ICMS nas operações e prestações relacionadas com a Copa das Confederações Fifa 2013 e a Copa do Mundo Fifa 2014, e dá outras providências.CONVÊNIO ICMS 165, DE 6 DE DEZEMBRO DE 2013 - Autoriza o Estado do Paraná a não exigir o estorno do crédito relativo às mercadorias existentes em estoque e que tenham sido destruídas em decorrência de incêndio.CONVÊNIO ICMS 166, DE 6 DE DEZEMBRO DE 2013 - Altera o Convênio ICMS 41/05, que autoriza os Estados do Acre e Espírito Santo a conceder redução da base de cálculo do ICMS nas saídas internas de areia, lavada ou não.CONVÊNIO ICMS 167, DE 6 DE DEZEMBRO DE 2013. - Altera o Convênio ICMS 45/10 que autoriza o Estado de Minas Gerais a conceder isenção do ICMS nas saídas de locomotivas.CONVÊNIO ICMS 168, DE 6 DE DEZEMBRO DE 2013. - Inclui os Estados de Goiás, Mato Grosso do Sul e Tocantins nas disposições do Convênio ICMS 125/11, que autoriza a exclusão da gorjeta da base de cálculo do ICMS incidente no fornecimento de alimentação e bebidas promovido por bares, restaurantes, hotéis e estabelecimentos similares.CONVÊNIO ICMS 169, DE 6 DE DEZEMBRO DE 2013 - Autoriza o Estado do Rio Grande do Sul a não exigir os créditos tributários que especifica.CONVÊNIO ICMS 170, DE 6 DE DEZEMBRO DE 2013 - Autoriza o Estado de Rondônia a conceder redução na base de cálculo do ICMS e a dispensar o pagamento de multa e juros nas operações de entrada de mercadorias e bens destinadas às obras das Usinas Hidrelétricas de Santo Antonio e Jirau, no Rio Madeira.CONVÊNIO ICMS 171, DE 6 DE DEZEMBRO DE 2013 - Altera o Convênio ICMS 127/13, de 11 de outubro de 2013, que autoriza o Estado do Pará a reduzir multas e juros de débitos fiscais relacionados com o ICM e o ICMS.CONVÊNIO ICMS 172, DE 6 DE DEZEMBRO DE 2013 - Altera o Convênio ICMS 147/13, que autoriza o Estado do Maranhão a reduzir a base de cálculo do ICMS em operações realizadas pelos contribuintes que indica para implantação do Terminal de Grãos do Maranhão - TEGRAM.CONVÊNIO ICMS 173, DE 6 DE DEZEMBRO DE 2013 - Autoriza o Estado do Rio Grande do Sul a não exigir o pagamento do ICMS incidente sobre as operações internas com as bebidas alimentares que especifica, relativamente à diferença de alíquota de 17% para 25%.CONVÊNIO ICMS 174, DE 6 DE DEZEMBRO DE 2013 - Autoriza o Estado do Rio Grande do Sul a não exigir das microempresas e empresas de pequeno porte optantes pelo Simples Nacional juros e multa incidentes sobre os créditos tributários decorrentes das operações com bens ou mercadorias sujeitas ao regime de antecipação do recolhimento do imposto nas aquisições em outros Estados e Distrito Federal, sem encerramento da tributação, relativamente à diferença entre a alíquota interna e a interestadual.CONVÊNIO ICMS 175, DE 6 DE DEZEMBRO DE 2013. - Altera o Convênio ICMS 59/95, que estabelece procedimentos para o transporte, no território nacional, de mercadorias ou bens contidos em encomendas aéreas internacionais.CONVÊNIO ICMS 176, DE 6 DE DEZEMBRO DE 2013 - Altera o Convênio ICMS 52/05, que dispõe sobre os procedimentos para operacionalização do disposto no § 6º do art. 11 da Lei Complementar 87/96, relativamente aos serviços não medidos de televisão por assinatura, via satélite.CONVÊNIO ICMS 177, DE 6 DE DEZEMBRO DE 2013 - Altera o Convênio ICMS 115/03, que dispõe sobre a uniformização e disciplina a emissão, escrituração, manutenção e prestação das informações dos documentos fiscais emitidos em via única por sistema eletrônico de processamento de dados para

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contribuintes prestadores de serviços de comunicação e fornecedores de energia elétrica.CONVÊNIO ICMS 178, DE 6 DE DEZEMBRO DE 2013 - Altera o Convênio ICMS 110/07, que dispõe sobre o regime de substituição tributária nas operações com combustíveis e lubrificantes, derivados ou não de petróleo e com outros produtos.CONVÊNIO ICMS 179, DE 6 DE DEZEMBRO DE 2013 - Altera o Convênio ICMS 74/94, que dispõe sobre regime de substituição tributária nas operações com tintas, vernizes e outras mercadorias da indústria química.CONVÊNIO ICMS 180, DE 6 DE DEZEMBRO DE 2013 - Altera o Convênio ICMS 85/93, que dispõe sobre substituição tributária nas operações com pneumáticos, câmaras de ar e protetores.CONVÊNIO ICMS 181, DE 6 DE DEZEMBRO DE 2013 - Altera o Convênio ICMS 24/11, que dispõe sobre a concessão de regime especial, na área do ICMS, nas operações e prestações que envolvam revistas e periódicos e dá outras providências.CONVÊNIO ICMS 182, DE 6 DE DEZEMBRO DE 2013 - Altera o Convênio ICMS 15/08, que dispõe sobre normas e procedimentos relativos à análise de Programa AplicativoFiscal (PAF-ECF) destinado a enviar comandos de funcionamento ao equipamento Emissor de Cupom Fiscal (ECF).CONVÊNIO ICMS 183, DE 6 DE DEZEMBRO DE 2013 - Altera o Convênio ICMS 48/13, que institui o Sistema de Registro e Controle das Operações com o Papel Imune Nacional - RECOPI NACIONAL e disciplina, para as unidades federadas que específica, o credenciamento do contribuinte que realize operações com papel destinado à impressão de livro, jornal ou periódico.CONVÊNIO ICMS 184, DE 6 DE DEZEMBRO DE 2013 - Altera o Convênio ICMS 48/13, que institui o Sistema de Registro e Controle das Operações com o Papel Imune Nacional - RECOPI NACIONAL e disciplina, para as unidades federadas que especifica, o credenciamento do contribuinte que realize operações com papel destinado à impressão de livro, jornal ou periódico.CONVÊNIO ICMS 185, DE 6 DE DEZEMBRO DE 2013 - Altera o Convênio ICMS 77/11, que dispõe sobre o regime de substituição tributária aplicável ao ICMS incidente sobre as sucessivas operações internas ou interestaduais relativas à circulação de energia elétrica, desde a produção ou importação até a última operação que a destine ao consumo de destinatário que a tenha adquirido em ambiente de contratação livre.CONVÊNIO ICMS 186, DE 6 DE DEZEMBRO DE 2013 - Altera o Convênio ICMS 135/06, que dispõe sobre a substituição tributária nas operações com aparelhos celulares.PROTOCOLO ICMS 178, DE 11 DE DEZEMBRO DE 2013 - Altera o Protocolo ICMS 195/09, que dispõe sobre a substituição tributária nas operações com máquinas e aparelhos mecânicos, elétricos, eletromecânicos e automáticos.PROTOCOLO ICMS 179, DE 6 DE DEZEMBRO DE 2013 - Altera o prazo final de vigência do Protocolo ICMS 202/10, que dispõe sobre a remessa de trigo "in natura" por contribuinte estabelecido no Estado de Minas Gerais para industrialização por encomenda no Estado do Paraná com suspensão do ICMS.

Fonte: ICMS- LegisWeb

Parcelamento REFIS/2013 – Normas AlteradasPortaria Conjunta PGFN-RFB 13/2013

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Através da Portaria Conjunta PGFN-RFB 13/2013 foram alteradas as normas relativas ao parcelamento de débitos tributários federais (reabertura do REFIS), entre as quais:

1) o prazo final para pagamento da 1ª parcela do parcelamento será o último dia útil do mês de dezembro de 2013;

2) as desistências de ações judiciais deverão ser efetuadas até o último dia útil do mês subsequente ao término do prazo para pagamento à vista, para fins de aproveitamento das condições desta Portaria;

3) a dívida será consolidada na data da adesão, considerada a data do pagamento da 1ª parcela, ou do pagamento à vista;

4) a consolidação dos débitos terá por base o mês em que for efetuado o pagamento à vista ou o mês do pagamento da primeira prestação, e resultará da soma que especifica.

http://guiatributario.net/2013/12/12/parcelamento-refis2013-normas-alteradas/

Fonte: Blog Guia Tributário

Portaria sobre pagamento das prestações do REFISPublicado em 11 de dezembro de 2013 por Caroline Renner

PORTARIA CONJUNTA PGFN/RFB Nº 13, DE 10 DE DEZEMBRO DE 2013.

D.O.U.: 11.12.2013

Altera a Portaria Conjunta PGFN/RFB nº 7, de 15 de outubro de 2013, que reabre prazo para pagamento e parcelamento de débitos junto à Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional e à Secretaria da Receita Federal do Brasil, de que tratam os arts. 1º a 13 da Lei nº 11.941, de 27 de maio de 2009

A PROCURADORA-GERAL DA FAZENDA NACIONAL E O SECRETÁRIO DA RECEITA FEDERAL DO BRASIL, no uso de suas atribuições que lhes conferem o art. 72 do Regimento Interno da Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional, aprovado pela Portaria MF nº 257, de 23 de junho de 2009, e o inciso III do art. 280 do Regimento Interno da Secretaria da Receita Federal do Brasil, aprovado pela Portaria MF nº 203, de 14 de maio de 2012, e tendo em vista o disposto no art. 17 da Lei nº 12.865, de 9 de outubro de 2013, resolvem:

Art. 1º Os arts. 4º, 10, 11, 13, 14, 15, 16 e 17 da Portaria Conjunta PGFN/RFB nº 7, de 15 de outubro de 2013, passam a vigorar com a seguinte redação:

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“Art. 4º …………………………………………………………………………

§ 2º Por ocasião da consolidação, será exigida a regularidade de todas as prestações devidas desde o mês da adesão, considerado o mês do pagamento da 1ª (primeira) prestação, até o mês anterior ao da conclusão da consolidação dos débitos parcelados.

…………………………………………………………………………………

§ 4º As prestações vencerão no último dia útil de cada mês, devendo a 1ª (primeira) prestação ser paga até o último dia útil do mês de dezembro de 2013, observado o disposto no § 3º do art. 13.” (NR)

“Art. 10. ………………………………………………………………………

§ 4º Por ocasião da consolidação, será exigida a regularidade de todas as prestações devidas desde o mês da adesão, considerado o mês do pagamento da 1ª (primeira) prestação, até o mês anterior ao da conclusão da consolidação dos débitos parcelados.

……………………………………………………………………………………..

§ 6º As prestações vencerão no último dia útil de cada mês, devendo a 1ª (primeira) prestação ser paga até o último dia útil do mês de dezembro de 2013, observado o § 3º do art. 13.” (NR)

“Art. 11 ………………………………………………………………………..

§ 2º A falta de pagamento da 1ª (primeira) prestação na forma do art. 10, que deverá ocorrer até o último dia útil do mês de dezembro de 2013, ou a falta de apresentação de informações para a conclusão da consolidação na forma e no prazo previsto no art. 16, tornará o pedido sem efeito e não serão restabelecidos os parcelamentos rescindidos em virtude do requerimento de adesão.” (NR)

“Art. 13. …………………………………………………………………….

§ 3º Somente produzirão efeitos os requerimentos formulados com o correspondente pagamento da 1ª (primeira) prestação, em valor não inferior ao estipulado nos arts. 4º e 10, conforme o caso, que deverá ser efetuado até o último dia útil do mês de dezembro de 2013.” (NR)

“Art. 14. ……………………………………………………………………..

§ 2º As desistências de ações judiciais devem ser efetuadas até o último dia útil do mês subsequente:

……………………………………………………………………………………..

III – ao término do prazo para pagamento à vista.” (NR)

“Art. 15. A dívida será consolidada na data da adesão, considerada a data do pagamento da 1ª (primeira) prestação, ou do pagamento à vista.” (NR)

“Art. 16. ………………………………………………………………………

§ 1º Somente poderá ser realizada a consolidação dos débitos do sujeito passivo que tiver cumprido as seguintes condições:

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I – efetuado o pagamento da 1ª (primeira) prestação até o último dia útil do mês de dezembro de 2013; e

II – efetuado o pagamento de todas as prestações previstas no § 1º do art. 4º e no § 3º do art. 10.

……………………………………………………………………………..” (NR)

“Art. 17. A consolidação dos débitos terá por base o mês em que for efetuado o pagamento à vista ou o mês do pagamento da primeira prestação, e resultará da soma:

………………………………………………………………………….” (NR)

Art. 2º Esta Portaria Conjunta entra em vigor na data de sua publicação.

Art. 3º Fica revogado o § 4º do art. 13 da Portaria Conjunta PGFN/RFB nº 7, de 2013.

ADRIANA QUEIROZ DE CARVALHO

Procuradora-Geral da Fazenda Nacional

CARLOS ALBERTO FREITAS BARRETO

Secretário da Receita Federal do Brasil

 Fonte: Contadores.cnt

Imunidade tributária para livros eletrônicos Publicado por Lucia Maira de Castro Pinheiro Sobreira - 2 dias atrás

RESUMO

O presente artigo analisa a possibilidade de estender a interpretação da imunidade de imprensa, disposta no artigo 150, inciso VI, alínea d, da Constituição Federal, para os livros eletrônicos. Entende-se que tal interpretação é cabível, pois, a mens legis tem como intuito a difusão cultural. O livro seria então o meio material pelo qual busca-se atingir esta finalidade, qual seja: a proteção aos direitos sociais da educação, informação, cultura e do livre pensamento.

Palavras-chave em Português: Imunidade Tributária. Imunidade de imprensa. Tributação de livros e artigos eletrônicos.

INTRODUÇÃO

O avanço tecnológico trouxe inovação para as diversas fontes do saber, dentre elas, a inserção de instrumentos/equipamentos eletrônicos para a difusão social e cultural – com destaque aos livros eletrônicos.

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Os livros eletrônicos já superaram em muito os tradicionais livros impressos, vez que em um mesmo aparelho eletrônico é possível fazer a leitura de diversos livros que comportariam várias bibliotecas. Todavia, se o intuito de ambos é a transmissão de informação, de cultura, do livre pensamento ou até mesmo do simples prazer da leitura, haveria diferença entre eles?

O questionamento das diferenças e similitudes dos tradicionais livros impressos e dos modernos e-books (ou livros eletrônicos) no âmbito jurídico leva a convergência de decisões dos mais doutos magistrados, bem como, na incansável discussão doutrinária acerca do tema.

Tratar da extensão – ou não – da então chamada imunidade de imprensa (artigo 150, inciso VI, alínea d, da Constituição Federal) para a sua efetiva aplicação aos livros eletrônicos, não é apenas discutir se há semelhanças entre os dois ou se um será substituído pelo outro em razão da tecnologia, e sim, é enfrentar um tema que hoje é tido como repercussão geral.

O presente estudo busca fazer a análise da imunidade tributária estabelecida pela Constituição Federal Brasileira em seu artigo 150, inciso VI, alínea d – no qual confere a exoneração de encargos tributários para livros, jornais, periódicos e papel destinado à sua impressão – afim de conceder sua extensão (e, por ventura, equiparação) aos livros (e artigos) eletrônicos. Isto, pois, entende-se que mens legis tinha como escopo a difusão cultural de um modo geral e não a simples designação da imunidade tributária ao meio utilizado para propagar a educação, informação, cultura e/ou pensamento.

Portanto, serão levados em consideração os princípios constitucionais que incidem no âmbito tributário, a proteção de direitos e liberdades tanto individuais como coletivos e, finalmente, a supremacia do Texto Constitucional.

IMUNIDADE TRIBUTÁRIA

A imunidade tributária é, inicialmente, trazida à baila através do conceito dado por CARRAZA:

“A imunidade tributária é um fenômeno de natureza constitucional. As normas constitucionais que, direta ou indiretamente, tratam do assunto fixam, por assim dizer, a incompetência das entidades tributantes para onerar, com exações, certas pessoas, seja em função de sua natureza jurídica, seja porque coligadas a determinados fatos, bens ou situações. Encerram limitações, postas na própria Constituição Federal, à ação estatal de criar tributos”. (CARRAZA, 2011, p. 772).

Faz-se necessária, também, a menção da definição dada por ICHIHARA:

“Imunidades tributárias são normas da Constituição Federal, expressas e determinadas negativamente, descrevendo os contornos às normas atributivas e dentro do campo das competências tributárias, estabelecendo e criando uma área de incompetência, dirigidas às pessoas jurídicas de direito público destinatárias, com eficácia plena e aplicabilidade imediata, outorgando implicitamente direitos subjetivos aos destinatários beneficiados, não se confundindo com as normas fundamentais, vedações ou proibições expressas, com as limitações que decorrem dos princípios constitucionais, nem com a não-incidência”. (ICHIHARA, Yoshiaki, 2000, p. 183).

Desta forma, compreende-se que a imunidade tributária é norma constitucional, não podendo ser contrariada por norma infraconstitucional, em razão de ser dotada de supremacia constitucional. E, portanto, a sua análise também será feita pelo Texto Constitucional.

Além disto, trata-se de norma negativa, vez que impõe limites na criação de tributos, ou seja, são hipóteses negativas de atribuição de competência. (Vide CARRAZA, 2001, p. 772). Assim, os entes públicos não podem explorar o setor social abrangido pela imunidade, vez que este está fora do âmbito da tributação.

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A não observância ou desobediência do regramento da imunidade gera a inconstitucionalidade das manifestações interpretativas e dos atos administrativos que as desafiam. Destarte para o caráter permanente da imunidade, uma vez que esta seja consagrada.

IMUNIDADE DO LIVRO, JORNAL E PERIÓDICO

A Constituição Federal brasileira de 1988 dispõe da chamada imunidade de imprensa, disposta em seu art. 150, inciso VI, alínea d, in verbis:

Art. 150 - Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios:VI - instituir impostos sobre:d) livros, jornais, periódicos e o papel destinado a sua impressão.

O evolução histórica desta imunidade é trazida, de forma sintética, por Regina Helena Costa:

“A imunidade em exame foi prevista inicialmente na Constituição de 1946 (art. 31, V, ‘c’), restrita apenas ao papel destinado exclusivamente à impressão de jornais, periódicos e livros – dicção que não foi alterada com o advento da Emenda Constitucional 18, de 1965. A Carta de 1967, além de manter a imunidade do papel destinado à sua impressão, estendeu a exoneração tributária aos livros, jornais e periódicos (art. 20, II, ‘d’). A Constituição de 1969 reproduziu a mesma excludente (art. 19, III, ‘d’)”. (COSTA, Regina Helena, 2001, p. 186).

Percebe-se, assim, que a Lei Magna tratou de proporcionar, por meio da imunidade de imprensa, meios materiais de proteção de outros direitos e liberdades inerentes ao próprio Texto Constitucional, a saber:

(a) a liberdade de manifestação do pensamento (art. 5º, IV); (b) a liberdade de expressão da atividade intelectual, artística, científica e de comunicação,

independentemente de censura ou licença (art. 5º, IX); (c) o acesso à informação (art. 5º, XIV); (d) o direito exclusivo aos autores de utilização, publicação ou reprodução de suas obras,

transmissível aos herdeiros pelo tempo que a lei fixar (art. 5º, XXVII); (e) o direito à educação (art. 205); (f) a liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar o pensamento, a arte e o saber (art. 206,

II); e, (g) o direito à cultura e acesso às fontes de cultura nacional (art. 215).

Destaque-se, ainda, o teor do artigo2200, caput da Magna Carta, segundo o qual “a manifestação do pensamento, a criação, a expressão e a informação, sob qualquer forma, processo ou veículo não sofrerão qualquer restrição, observado o disposto nesta Constituição”.

Resta claro, portanto, que a mens legis tem como escopo garantir a difusão da cultura e da educação e, também, assegurar a liberdade de expressão e a manifestação do pensamento.

Tal como afirma Hugo de Brito Machado “a imunidade do livro, jornal ou periódico, e do papel destinado a sua impressão há de ser entendida em seu sentido finalístico” (MACHADO, 2011, p. 292), ou seja, mais abrangente, afim de garantir a difusão de ideias.

Este também é o posicionamento de CARRAZA, que complementa a definição de livro ao dizer:

“Deveras, livro, na acepção do art. 150, VI, ‘d’, da CF, é o veículo de transmissão do pensamento, pouco importando o processo tecnológico que a realiza (impressão gráfica em papel, impressão magnética em disquete de computador, gravação em fita de vídeo etc.)”. (CARRAZA, 2011, p. 865).

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Ainda segundo o autor:

“Com isso, já percebemos que não só o livro, o jornal e o periódico convencionais são imunes aos impostos, como, também, os objetos que lhes fazem as vezes...”. (CARRAZA, 2011, p. 866).

Apesar de este não ser o entendimento majoritário, fazer uso da interpretação teleológica seria o único meio capaz de firmar o processo civilizatório democrático, dando à sociedade pleno direito e garantia de suas liberdades, em especial aquelas inerentes à manifestação do pensamento, cultura e educação.

Deve-se levar em consideração, também, que a concessão da imunidade gera um barateamento no valor final do produto, lançando, assim, incentivo à educação e cultura. Sendo, portanto, crucial estender a imunidade dos livros aos produtos que lhes fazem as vezes, pois não só os livros são capazes de transmitir educação e cultura, muito pelo contrário. Em contrapartida, vale dizer que os livros não destinados à essa finalidade – educação e cultura – apesar de conterem informação, não se enquadram no rol exemplificativo do Texto Constitucional e, portanto, não gozam de imunidade.

IMUNIDADE TRIBUTÁRIA DOS LIVROS ELETRÔNICOS E A INTERPRETAÇÃO EXTENSIVA DO ART. 150, INCISO VI, ALÍNEA D, DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL

Como dito anteriormente, a imunidade tributária para livros eletrônicos é tema de repercussão geral. O ministro do STF, Dias Toffoli explica a controvérsia que surge em razão da interpretação da alínea d, do inciso VI, do artigo 150, da Constituição Federal, tratando, assim, das duas principais correntes – a restritiva e a extensiva:

“(...) A corrente restritiva possui um forte viés literal e concebe que a imunidade alcança somente aquilo que puder ser compreendido dentro da expressão ‘papel destinado a sua impressão’. Aqueles que defendem tal posicionamento aduzem que, ao tempo da elaboração da Constituição Federal, já existiam diversos outros meios de difusão de cultura e que o constituinte originário teria optado por contemplar o papel. Estender a benesse da norma imunizante importaria em desvirtuar essa vontade expressa do constituinte originário”.“(...) Em contraposição à corrente restritiva, os partidários da corrente extensiva sustentam que, segundo uma interpretação sistemática e teleológica do texto constitucional, a imunidade serviria para se conferir efetividade aos princípios da livre manifestação do pensamento e da livre expressão da atividade intelectual, artística, científica ou de comunicação, o que, em última análise, revelaria a intenção do legislador constituinte em difundir o livre acesso à cultura e à informação”. (STF, Imunidade tributária de livro eletrônico é tema de repercussão geral. Supremo Tribunal Federal, 13 nov.2012. Disponível em:<http://www.stf.jus.br/portal/cms/verNoticiaDetalhe.asp?idConteudo=223771>., acesso em 12.12.2013).

Acerca do tema, merecem destaque as palavras de André de Castro Carvalho:

“Ora, o insculpido no art. 150, VI, d, da Constituição Federal, sob a observância dos elementos históricos envolvidos, expressa a filosofia da época da promulgação da Carta Magna. As normas jurídicas significam uma teorização diretiva da conduta social, visto que ‘são elaboradas em momentos circunstanciais e segundo necessidades sociais a que visa dar soluções histórico-jurídicas’. Sendo assim, o intérprete deve considerar, quando da análise do texto, seus ‘elementos circunstanciais que deram origem à elaboração do texto no contexto do sistema’”. (CARVALHO, A. 2009, p. 115).

É arrazoado pensar que há época da elaboração do texto constitucional o legislador, apesar de ter contato com a tecnologia digital esta não era tão difundida e, por isso, a ausência de determinadas características não eram propositais, apenas fugiam a realidade do legislador e não podiam ser previstas ao longo de

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tantos anos. Portanto, passa a ser dever do intérprete adaptar estas novas realidades ao texto da lei e, também, compreender o momento e o contexto histórico-social em que ela fora criada.

Segundo Hugo de Brito Machado:

“A melhor interpretação das normas da Constituição é aquela capaz de lhes garantir a máxima efetividade. Toda imunidade tem por fim a realização de um princípio que o constituinte considerou importante para a Nação. A imunidade dos livros, jornais e periódicos tem por fim assegurar a liberdade de expressão do pensamento e a disseminação da cultura. Como é inegável que os meios magnéticos, produtos da moderna tecnologia, são hoje de fundamental importância para a realização desse mesmo objetivo, a resposta afirmativa se impõe. O entendimento contrário, por mais respeitáveis que sejam, e são, os seus defensores, leva a norma imunizante a uma forma de esclerose precoce, inteiramente incompatível com a doutrina do moderno constitucionalismo, especialmente no que concerne à interpretação especificamente constitucional.” (MACHADO, 2011, p. 293)

Desnecessário falar que Hugo de Brito Machado é adepto da interpretação extensiva, vez que amplia o alcance da imunidade constitucional para as novas tecnologias em prol da defesa dos direitos e liberdades sociais.

Dentre outros doutrinadores que adotam a corrente extensiva, temos o ensinamento de CARRAZA que propõe que sejam equiparados aos livros, para fins de imunidades, os veículos de ideias, tais como os livros eletrônicos ou, ainda, os discos, disquetes de computador, CD-Roms, slides, videocassetes, filmes etc., quando forem didáticos ou científicos. Nas palavras do autor:

“Segundo estamos convencidos, a palavra livros está empregada no Texto Constitucional não no sentido restrito de conjunto de folhas de papel impressas, encadernadas e com capa, mas sim, no de veículos do pensamento. Isto é, de meios de difusão da cultura. Já não estamos na Idade Média, quando a cultura só podia ser difundida por intermédio de livros. Nem nos albores do Renascimento, na chamada era de Gutemberg, quando os livros eram impressos, tendo por base material o papel. Hoje temos os sucedâneos dos livros, que, mais dia menos dia, acabarão por substitui-los totalmente. Tal é o caso dos CD-Roms e dos demais artigos da espécie, que contêm, em seu interior, os textos dos livros em sua forma tradicional.” (CARRAZA, 2011, p. 863, grifos do autor)

Ainda segundo o mesmo autor:

“Portanto, neste contexto, a palavra livros há de ser entendida em sentido lato. São considerados livros não apenas os tradicionais feitos de papel, mas, também, os seus sucedâneos. Considerem-se ‘sucedâneos dos livros’, para fim de imunidade, todos os objetos da espécie, que contém os textos dos livros, em sua forma corriqueira”. (CARRAZA, 2011 p. 864, grifo do autor)

O posicionamento de CARRAZA sempre foi a frente do seu tempo. Desde meados da implementação da moderna tecnologia digital ele defendia que a imunidade à estes meios deviam ser conferidas, fossem nos disquetes, CD-Roms, livros eletrônicos etc. Isto, pois, o autor entendia que o meios digitais iriam e irão superar a tecnologia de Gutemberg a ponto de torná-la obsoleta. Todavia, o entendimento jurisprudencial nunca adotou uma posição tão ampla, pois não via com esses olhos o avanço da era digital.

Hoje, em razão do avanço tecnológico, conferimos que o número de julgados vem se equilibrando, de forma que hora encontra-se que os livros digitais são compreendidos pela imunidade e, hora encontra-se o contrário. José Miguel Garcia Medina é quem traz os mais recentes comentários e julgados acerca do tema, sendo perceptível a mudança no panorama da aceitação da extensão da imunidade para os livros digitais:

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“Encontram-se compreendidos pela imunidade prevista no art. 150, VI, d, também os livros digitais (e-books, que, afinal, são livros). Decidiu-se que “a imunidade tributária relativa a livros, jornais e periódicos é ampla, total, apanhando produto, maquinário e insumos. A referência, no preceito, a papel é exemplificativa e não exaustiva” (STF, RE 202149, rel. P/ o acórdão Min. Marco Aurélio, 1ª T., j. 26.04.2011). A jurisprudência com acerto, tem estendido a imunidade também aos leitores de livros digitais (e-readers): ‘o Supremo Tribunal Federal, em que pese ter entendimento restritivo quanto à concessão da imunidade tributária no tocante a livros, jornais, periódicos e o papel destinado à sua impressão, vem autorizando a extensão deste benefício tributário aos materiais que se mostrem assimiláveis ao papel, abrangendo, em consequência, para esse efeito, os filmes e papéis fotográficos (RE 495385-AgRg, rel. Min. Eros Grau, 2ª T., j. 29.09.2009). Portanto, considerando que o equipamento em questão, de leitor de livros digitais, denominado Kindle, tem a função específica de, com vênia da redundância, permitir a leitura dos livros digitais, este equipamento equipara-se a materiais assimilares ao papel, para fim da concessão da imunidade tributária (CF/1988, 150, VI, d), a teor da jurisprudência do STF’ (TRF-4ª Reg., Ap-Reex 5014246-64.2010.404.7000/PR, 2ª T., rel. Des. Luciane Amaral Côrea Münch, j. 05.07.2011)”. (MEDINA, 2013 p. 622).

Ricardo Lobo Torres, apesar de adepto à corrente restritiva, ressalta que “em tema de compreensão das imunidades e dos direitos fundamentais predomina o princípio do in dubio pro libertate. Se o intérprete tem dúvida a respeito do significado do texto, deve decidir em favor da solução que melhor garanta a liberdade” (Ob., cit., CARVALHO, A., 2009, p. 57).

CONCLUSÃO

Hodiernamente, vivemos num período em que as transformações tomam forma em curto espaço de tempo. O avanço tecnológico cresce de modo desenfreado e a substituição de tecnologias obsoletas através da implementação de novas tecnologias se dá em pouco menos de dez anos e, em alguns casos – equipamentos/sistemas –, em poucos meses.

O próprio Judiciário serve de exemplo dessa implementação de novas tecnologias, vez que seu sistema passou por um processo de informatização, no qual substituiu as petições impressas pelo moderno peticionamento eletrônico e, a assinatura pela convalidação por meio do certificado digital. Em pouco tempo não haverá que se falar em papel impresso no Sistema Judiciário Brasileiro. Esta é a perspectiva descrita no site (ou portal) do Supremo Tribunal Federal ao trazer informações acerca do “Peticionamento Eletrônico”:

“PROGRAMA PROCESSO ELETRÔNICO - O Supremo em Sintonia com o Futuro. (...) O processo eletrônico é um programa institucional do Supremo Tribunal Federal que define estratégias e ações coordenadas para a consolidação do processo judicial eletrônico na Corte. (...) O escopo do programa vai além da digitalização dos processos. Em linguagem didática, a proposta é tornar eletrônicas todas as fases ou momentos do processo: (a) o peticionamento, (b) a tramitação, (c) as comunicações e (d) a finalização...” (Disponível em:< http://www.stf.jus.br/>., acesso em 12.12.2013.)

Sucessiva e hierarquicamente, a posição adotada pelo Superior Tribunal de Justiça, em relação a adoção do peticionamento eletrônico e a substituição do papel, é a mesma do STF:

“PETIÇÃO ELETRÔNICA – (...) O serviço permite o uso da internet para a prática de atos processuais, sem necessidade de petições escritas em papel, em todos os tipos de processos do Tribunal. (...) O peticionamento eletrônico é facultativo e foi colocado à disposição dos profissionais do Direito para agilizar a prestação jurisdicional, ampliando e facilitando o acesso ao STJ. (...) O envio de petições pela internet dispensa a apresentação posterior dos documentos originais ou de fotocópias autenticadas...” (Disponível em: <http://www.stj.gov.br/>., acesso em 12.12.2013).

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Sendo assim, é inegável a importância e a influência dos meios digitais hoje, além da sua evidente perspectiva de serem sucedâneos da mídia impressa. Desta forma, negar a equiparação dos livros eletrônicos aos livros (impressos) seria fechar os olhos para a realidade.

A incompetência tributária no tocante aos livros eletrônicos não deve ser óbice à proteção dos direitos sociais, tais como o de educação, informação e cultura. Negar a equiparação dos livros eletrônicos aos livros impressos, para o fim de imunidade, significa ceifar não apenas os direitos humanos como também as liberdades individuais e coletivas.

REFERÊNCIAS

Livros:

BIFANO, Elidie Palma. O negócio eletrônico e o sistema tributário brasileiro. São Paulo: Editora Quartier Latin do Brasil, 2004.

CARRAZA, Roque Antonio. Curso de Direito Constitucional Tributário. 27 ed. São Paulo: Malheiros Editores Ltda., 2011.

CARVALHO, André Castro. Tributação de bens digitais: interpretação do art. 150, VI, ‘d’, da Constituição Federal. São Paulo: MP Editora, 2009.

CARVALHO, Paulo de Barros. Curso de direito tributário. 20 ed. São Paulo: Saraiva, 2008.

COSTA, Regina Helena. Imunidades tributárias:teoria e análise da Jurisprudência do STF. São Paulo: Editora Malheiros, 2001.

ICHIHARA, Yoshiaki. Imunidades tributárias. São Paulo: Atlas, 2000.

MACHADO, Hugo de Brito. Curso de Direito Tributário. 32 ed. Rev. Atual. E ampl. São Paulo: Malheiros Editores, 2011.

MEDINA, José Miguel Garcia. Constituição Federal comentada: com súmulas e julgados selecionados do STF e de outros tribunais.2 ed. Rev. Atual. E ampl. São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2013.

Notícias:

STF, Imunidade tributária de livro eletrônico é tema de repercussão geral. Supremo Tribunal Federal, 13 nov. 2012. Disponível em:<http://www.stf.jus.br/portal/cms/verNoticiaDetalhe.asp?idConteudo=223771>., acesso em 12.12.2013.

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CONTABILIDADE: DUPLICATAS DESCONTADAS – CONTABILIZAÇÃO – PROCEDIMENTO

SUMÁRIO:1. Regras Gerais da Operação de Desconto de Duplicatas 2. Apropriação Contábil da Operação de Desconto de Duplicatas 2.1. Perguntas e Respostas (CFC) 2.2. Registro Contábil dos Encargos Financeiros 2.3. Registro Contábil da Operação de Desconto de Duplicatas 2.3.1. Fluxo de Decisão 2.3.2. Lançamentos Contábeis 3. Resolução CFC 1.196/2009 1. Regras Gerais da Operação de Desconto de DuplicatasAs pessoas jurídicas que emitem Duplicatas a Receber de seus Clientes por vendas a prazo, poderão optar por transformar esses títulos em valores “antecipadamente”. Essa operação é chamada de “Desconto de Duplicatas” constituída de uma operação financeira em que a pessoa jurídica entrega as referidas duplicatas para o banco e este lhe antecipa o valor, com a consequente cobrança de juros, taxas bancárias e IOF. Dessa forma, o valor Creditado na conta corrente da pessoa jurídica será o valor líquido, que corresponde ao valor total das duplicatas deduzidos os encargos financeiros e o IOF. Por ocasião do vencimento original da Duplicata Descontada, e considerando que sua liquidação se dê no prazo tempestivo, a Entidade Financeira permanece com o valor pago pelo Cliente, como forma de ressarcimento pelo valor principal da antecipação. Entretanto, se por uma eventualidade acontecer atraso no pagamento pelo Cliente, a Entidade Financeira tem direito de Debitar o valor do principal da Duplicata Descontada na conta

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bancária da pessoa jurídica que efetuou o desconto e novo encargo financeiro pela mora da liquidação. 2. Apropriação Contábil da Operação de Desconto de DuplicatasConforme regras contábeis anteriores aos NBC TG 38 (Resolução CFC 1.196/2009), NBC TG 39 (Resolução CFC 1.197/2009) e NBC TG 40 (Resolução CFC 1.399/2012), que tratam de Instrumentos Financeiros, a operação de Desconto de Duplicatas sempre foi contabilizada como uma conta redutora da própria conta de Clientes. A NBC TG 38 aprovada pela Resolução CFC 1.196/2009, itens 17 a 19, determina o seguinte: 17 A entidade deve desreconhecer um ativo financeiro quando, e apenas quando: (a) os direitos contratuais aos fluxos de caixa de ativo financeiro expiram; ou (b) ela transfere o ativo financeiro conforme definido nos itens 18 e 19, e a transferência se qualifica para desreconhecimento de acordo com o item 20. (Ver item 38 para vendas regulares de ativos financeiros). 18 A entidade transfere um ativo financeiro se, apenas se: (a) transferir os direitos contratuais de receber os fluxos de caixa do ativo financeiro; ou (b) retiver os direitos contratuais de receber fluxos de caixa do ativo financeiro, mas assumir a obrigação contratual de pagar os fluxos de caixa a um ou mais destinatários em acordo que satisfaça as condições do item 19. 19 Quando a entidade retém os direitos contratuais de receber os fluxos de caixa de ativo financeiro (ativo original), mas assume a obrigação contratual de pagar esses fluxos de caixa a uma ou mais entidades (destinatários finais), a entidade trata a transação como uma transferência de ativo financeiro se, e apenas se, todas as três condições que se seguem forem satisfeitas: (a) a entidade não tem qualquer obrigação de pagar quantias aos destinatários finais a menos que receba quantias equivalentes do ativo original. Os adiantamentos a curto prazo pela entidade com o direito de total recuperação da quantia emprestada acrescida dos juros às taxas de mercado não violam essa condição; (b) a entidade está proibida pelos termos do contrato de transferência de vender ou penhorar o ativo original, a não ser como garantia aos destinatários finais pela obrigação de lhes pagar fluxos de caixa; (c) a entidade tem a obrigação de remeter qualquer fluxo de caixa que receba em nome dos destinatários finais sem atrasos significativos. Além disso, a entidade não tem o direito de reinvestir esses fluxos de caixa, exceto no caso de investimentos em dinheiro ou seus equivalentes (como definidos na NBC TG 03 – Demonstração dos Fluxos de Caixa) durante o curto período de liquidação desde a data de recebimento até a data de entrega exigida aos destinatários finais, e os juros recebidos como resultado desses investimentos são passados aos destinatários finais. 20 Quando a entidade transfere um ativo financeiro (ver item 18), deve avaliar até que ponto ela retém os riscos e benefícios da propriedade do ativo financeiro. Nesse caso: (a) se a entidade transferir substancialmente todos os riscos e benefícios da propriedade do ativo financeiro, a entidade deve desreconhecer o ativo financeiro e reconhecer separadamente como ativos ou passivos quaisquer direitos e obrigações criados ou retidos com a transferência;

(b) se a entidade retiver substancialmente todos os riscos e benefícios da propriedade do ativo financeiro, a entidade deve continuar a reconhecer o ativo financeiro; (c) se a entidade não transferir nem retiver substancialmente todos os riscos e benefícios da propriedade do ativo financeiro, a entidade deve determinar se reteve o controle do ativo financeiro. Nesse caso: (i) se a entidade não reteve o controle, ela deve desreconhecer o ativo financeiro e reconhecer separadamente como ativo ou passivo quaisquer direitos e obrigações criados ou retidos com a transferência; (ii) se a entidade reteve o controle, ela deve continuar a reconhecer o ativo financeiro na

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medida do seu envolvimento continuado no ativo financeiro (ver item 30). Assim, de acordo com os conceitos acima, a partir das novas normas contábeis, as operações de Desconto de Duplicatas poderão ser classificadas contabilmente em conta específica, no Passivo Circulante, tendo em vista a sua caracterização análoga aos empréstimos tomados. 2.1. Perguntas e Respostas (CFC)CFC – Conselho Federal de Contabilidade20 de Dezembro de 2012Duplicatas DescontadasPOSTADO POR: TÉCNICA Duplicatas DescontadasQuestionamento - A duplicata descontada deve ser contabilizada em conta retificadora do ativo ou em conta do passivo? Resposta - As empresas que detém duplicatas a receber de seus clientes podem receber esses valores antecipadamente. Nessa operação, chamada de desconto de duplicata, a empresa não transfere o risco do sacado não honrar sua dívida. Logo, o título continua registrado como ativo circulante ou não circulante da empresa, conforme previsto no item 29 da NBC TG 38, aprovada pela Resolução CFC 1.196/09. Em essência, a empresa está tomando um empréstimo oferecendo a duplicata como garantia. O valor recebido pelo adiantamento (empréstimo) deve ser contabilizado como passivo circulante ou não circulante e os encargos cobrados pelo banco devem ser reconhecidos como despesa financeira. 2.2. Registro Contábil dos Encargos FinanceirosConforme determina o art. 374, I, do Decreto 3.000/1999 (RIR/99), os Juros Pagos Antecipadamente, para fins de dedução como custo ou despesa operacional no resultado apurado pelas pessoas jurídicas tributadas pelo lucro real, deverão ser apropriados, pro rata temporis, com observância do Regime de Competência, nos períodos de apuração a que competirem. 2.3. Registro Contábil da Operação de Desconto de DuplicatasComo regra geral, a partir das novas normas de contabilidade, as operações de Descontos de Duplicatas, tendo em vista as características destas operações financeiras, poderá ser classificada em conta representativa de obrigações para com a entidade financeira, no Passivo. Entretanto, salientamos que essa classificação dependerá do tipo de acordo com a entidade financeira, observando, para efeitos de classificação, a efetiva transferência ou a retenção dos riscos e benefícios da propriedade do ativo financeiro. Assim, se a pessoa jurídica entrega sua carteira de recebíveis à Entidade Financeira, mas se obriga a repor qualquer titulo com inadimplência, continua mantendo todos os ônus e riscos dessa carteira, configurando, esta operação, em sua essência, empréstimo com garantia. A tendência da classificação no Passivo da operação de Desconto de Duplicatas deverá ser seguida a partir das novas normas de contabilidade, porém, pela cultura adotada pela pessoa jurídica e inclusive para fins de comparabilidade, entendemos que a forma mais antiga de contabilização em conta redutora do Ativo continuará sendo aceita. 2.3.1. Fluxo de DecisãoDesreconhecimento de ativo financeiro

(itens 15 a 37)AG36 O seguinte fluxograma ilustra a avaliação de se e em que medida um instrumento financeiro está desreconhecido.

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2.3.2. Lançamentos Contábeis1) Por ocasião do registro do Desconto de Duplicatas creditado em contaD= Banco Conta Corrente (Ativo Circulante)C= Duplicatas Descontadas (Passivo Circulante) 2) Por ocasião do registro do débito bancário, relativo aos juros e encargos sobre a operação de descontoD= Encargos Financeiros a Apropriar (Passivo Circulante)C= Banco Conta Corrente (Ativo Circulante) 3) Por ocasião da liquidação efetuada pelo cliente da Duplicata DescontadaD= Duplicatas Descontadas (Passivo Circulante) C= Duplicatas a Receber (Ativo Circulante)

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3.1) Na hipótese do cliente não ter liquidado a duplicata descontada no prazo tempestivo e o banco debitar o valor do titulo na conta da Pessoa JurídicaD= Duplicatas Descontadas (Passivo Circulante)C= Banco Conta Corrente (Ativo Circulante) 4) Por ocasião da Contabilização relativa à transferência da despesa financeira incorrida no período (independentemente da liquidação)D= Juros sobre Desconto de Duplicatas (Conta de Resultado)C= Encargos Financeiros a Apropriar (Passivo Circulante) 3. Resolução CFC 1.196/2009Aprova a NBC TG 38 – Instrumentos Financeiros: Reconhecimento e Mensuração. (...) 17 A entidade deve desreconhecer um ativo financeiro quando, e apenas quando: (c) os direitos contratuais aos fluxos de caixa de ativo financeiro expiram; ou (d) ela transfere o ativo financeiro conforme definido nos itens 18 e 19, e a transferência se qualifica para desreconhecimento de acordo com o item 20. (Ver item 38 para vendas regulares de ativos financeiros). 18 A entidade transfere um ativo financeiro se, apenas se: (c) transferir os direitos contratuais de receber os fluxos de caixa do ativo financeiro; ou (d) retiver os direitos contratuais de receber fluxos de caixa do ativo financeiro, mas assumir a obrigação contratual de pagar os fluxos de caixa a um ou mais destinatários em acordo que satisfaça as condições do item 19. 19 Quando a entidade retém os direitos contratuais de receber os fluxos de caixa de ativo financeiro (ativo original), mas assume a obrigação contratual de pagar esses fluxos de caixa a uma ou mais entidades (destinatários finais), a entidade trata a transação como uma transferência de ativo financeiro se, e apenas se, todas as três condições que se seguem forem satisfeitas: (d) a entidade não tem qualquer obrigação de pagar quantias aos destinatários finais a menos que receba quantias equivalentes do ativo original. Os adiantamentos a curto prazo pela entidade com o direito de total recuperação da quantia emprestada acrescida dos juros às taxas de mercado não violam essa condição; (e) a entidade está proibida pelos termos do contrato de transferência de vender ou penhorar o ativo original, a não ser como garantia aos destinatários finais pela obrigação de lhes pagar fluxos de caixa; (f) a entidade tem a obrigação de remeter qualquer fluxo de caixa que receba em nome dos destinatários finais sem atrasos significativos. Além disso, a entidade não tem o direito de reinvestir esses fluxos de caixa, exceto no caso de investimentos em dinheiro ou seus equivalentes (como definidos na NBC TG 03 – Demonstração dos Fluxos de Caixa) durante o curto período de liquidação desde a data de recebimento até a data de entrega exigida aos destinatários finais, e os juros recebidos como resultado desses investimentos são passados aos destinatários finais. 20 Quando a entidade transfere um ativo financeiro (ver item 18), deve avaliar até que ponto ela retém os riscos e benefícios da propriedade do ativo financeiro. Nesse caso: (d) se a entidade transferir substancialmente todos os riscos e benefícios da propriedade do ativo financeiro, a entidade deve desreconhecer o ativo financeiro e reconhecer separadamente como ativos ou passivos quaisquer direitos e obrigações criados ou retidos com a transferência;

(e) se a entidade retiver substancialmente todos os riscos e benefícios da propriedade do ativo financeiro, a entidade deve continuar a reconhecer o ativo financeiro; (f) se a entidade não transferir nem retiver substancialmente todos os riscos e benefícios da propriedade do ativo financeiro, a entidade deve determinar se reteve o controle do ativo financeiro. Nesse caso:

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(iii) se a entidade não reteve o controle, ela deve desreconhecer o ativo financeiro e reconhecer separadamente como ativo ou passivo quaisquer direitos e obrigações criados ou retidos com a transferência; (iv) se a entidade reteve o controle, ela deve continuar a reconhecer o ativo financeiro na medida do seu envolvimento continuado no ativo financeiro (ver item 30). 21 A transferência de riscos e benefícios (ver item 20) é avaliada por comparação da exposição da entidade, antes e depois da transferência, com a variabilidade das quantias e a distribuição dos fluxos de caixa líquidos do ativo transferido. A entidade reteve substancialmente todos os riscos e vantagens da propriedade do ativo financeiro se a sua exposição à variabilidade do valor presente dos fluxos de caixa líquidos futuros resultantes do ativo financeiro não se alterar significativamente em resultado da transferência (por exemplo, porque a entidade vendeu um ativo financeiro sujeito a um acordo de recompra a um preço fixo ou ao preço de venda acrescido do retorno do mutuante). A entidade transferiu substancialmente todos os riscos e benefícios da propriedade de ativo financeiro se a sua exposição a essa variabilidade já não for significativa em relação à variabilidade total do valor presente dos fluxos de caixa líquidos futuros associados ao ativo financeiro (por exemplo, porque a entidade vendeu um ativo financeiro sujeito apenas a uma opção de recompra pelo seu valor justo no momento da recompra ou transferiu uma parte totalmente proporcional dos fluxos de caixa resultantes de ativo financeiro maior em acordo, tal como a subparticipação em empréstimo que satisfaça as condições do item 19). 22 Frequentemente é óbvio se a entidade transferiu ou reteve substancialmente todos os riscos e benefícios da propriedade e não há necessidade de efetuar nenhum cálculo. Em outros casos, é necessário calcular e comparar a exposição da entidade à variabilidade do valor presente dos fluxos de caixa líquidos futuros antes e depois da transferência. O cálculo e a comparação são feitos usando como taxa de desconto a taxa de juros de mercado corrente apropriada. Toda a variabilidade razoavelmente possível nos fluxos de caixa líquidos é considerada, sendo atribuído maior peso aos resultados que sejam mais prováveis de ocorrer. 23 Se a entidade reteve ou não o controle (ver item 20(c)) do ativo transferido, depende da capacidade de vender o ativo demonstrado por aquele que recebe a transferência. Se aquele que recebe a transferência tiver capacidade prática para vender o ativo na sua totalidade a um terceiro não relacionado e for capaz de exercer essa capacidade unilateralmente e sem necessitar impor restrições adicionais sobre a transferência, a entidade não reteve o controle. Em todos os outros casos, a entidade reteve o controle.

FONTE: LEFISC

I R R F: SERVIÇOS PROFISSIONAIS PRESTADOS POR PESSOAS JURÍDICAS A OUTRAS PESSOAS JURÍDICAS – PROCEDIMENTO

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Resumo: Este procedimento traz orientações sobre a retenção do imposto de renda na fonte incidente sobre os rendimentos pagos por pessoa jurídica a outra pessoa jurídica, pela prestação de serviços profissionais.

Sumário1. INCIDÊNCIA

2. LISTA DOS SERVIÇOS ALCANÇADOS

3. ASSESSORIA E CONSULTORIA TÉCNICA

4. SERVIÇOS DE ENGENHARIA - NÃO INCIDÊNCIA

4.1 Obras de construção

4.2 Contratos que abranjam trabalhos de caráter múltiplo e diversificado

4.3 Serviços alcançados pela incidência

5. SERVIÇOS DE MEDICINA

6. SERVIÇOS RELACIONADOS COM SEGUROS, DE COBRANÇA E DE ELABORAÇÃO OU ATUALIZAÇÃO DE SOFTWARE - DECISÕES DE SRRF

7. BASE DE CÁLCULO

8. PAGAMENTO DO IMPOSTO

8.1 Prazo

8.2 Preenchimento do Darf

8.3 Pagamento fora de prazo

9. COMPENSAÇÃO DO IMPOSTO RETIDO NA FONTE

10. DISPENSA DE RETENÇÃO DE IMPORTÂNCIA NÃO SUPERIOR A R$ 10,00

11. NÃO INCIDÊNCIA QUANDO O SERVIÇO FOR PRESTADO POR PESSOA JURÍDICA IMUNE OU ISENTA

12. SERVIÇOS DE RECRUTAMENTO E SELEÇÃO DE PESSOAL

13. COOPERATIVAS DE TRABALHO

13.1 Remuneração de serviços paga ou creditada a cooperativa de trabalho

13.2 Remuneração de serviços profissionais paga ou creditada pela cooperativa a associado pessoa jurídica

1. INCIDÊNCIAEstão sujeitas à incidência do Imposto de Renda Retido na Fonte (IRRF), à alíquota de 1,5%, as importâncias pagas ou creditadas por pessoas jurídicas a outras pessoas jurídicas, civis ou mercantis, pela prestação de serviços caracterizadamente de natureza profissional, relacionados

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no tópico 2, a seguir.

Ressalte-se que, se o serviço constar da lista do tópico 2, a incidência do imposto na fonte ocorre, independentemente:

a) da qualificação profissional dos sócios da sociedade beneficiária e do fato de esta auferir receitas de quaisquer outras atividades, seja qual for o valor dos serviços em relação à receita total;

b) de os serviços serem prestados pessoalmente por sócios de sociedade simples ou explorados empresarialmente por intermédio de sociedade empresarial mediante o concurso de profissionais contratados; e

c) de os serviços se referirem ao exercício de profissão legalmente regulamentada ou não.(RIR/1999, art. 647, § 2º; Parecer Normativo CST nº 8/1986; Decisão nº 3/1997 da 8ª Região Fiscal - São Paulo)

2. LISTA DOS SERVIÇOS ALCANÇADOSOs serviços cuja remuneração se submete ao desconto do imposto à alíquota de 1,5%, quando prestados por uma pessoa jurídica a outra, são os seguintes (RIR/1999, art. 647, § 1º):

01 - administração de bens ou negócios em geral, exceto consórcios ou fundos mútuos para aquisição de bens;

02 - advocacia;

03 - análise clínica laboratorial;

04 - análises técnicas;

05 - arquitetura;

06 - assessoria e consultoria técnica, exceto o serviço de assistência técnica prestado a terceiros e concernente a ramo de indústria ou comércio explorado pelo prestador do serviço (ver esclarecimentos no tópico 3);

07 - assistência social;

08 - auditoria;

09 - avaliação e perícia;

10 - biologia e biomedicina;

11 - cálculo em geral;

12 - consultoria;

13 - contabilidade;

14 - desenho técnico;

15 - economia;

16 - elaboração de projetos;

17 - engenharia, exceto construção de estradas, pontes, prédios e obras assemelhadas (ver esclarecimentos no tópico 4);

18 - ensino e treinamento;

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19 - estatística;

20 - fisioterapia;

21 - fonoaudiologia;

22 - geologia;

23 - leilão;

24 - medicina, exceto a prestada por ambulatório, banco de sangue, casa de saúde, casa de recuperação ou repouso sob orientação médica, hospital e pronto-socorro (ver esclarecimentos no tópico 5);

25 - nutricionismo e dietética;

26 - odontologia;

27 - organização de feiras de amostras, congressos, seminários, simpósios e congêneres;

28 - pesquisa em geral;

29 - planejamento;

30 - programação;

31 - prótese;

32 - psicologia e psicanálise;

33 - química;

34 - radiologia e radioterapia;

35 - relações públicas;

36 - serviço de despachante;

37 - terapêutica ocupacional;

38 - tradução ou interpretação comercial;

39 - urbanismo; e

40 - veterinária.

(1) Também estão sujeitos à retenção na fonte da Contribuição Social sobre o Lucro (CSL), da Cofins e da contribuição para o PIS-Pasep, à alíquota de 4,65%, os pagamentos efetuados pelas pessoas jurídicas a outras pessoas jurídicas de direito privado, pela prestação de serviços profissionais (art. 30 da Lei nº 10.833/2003).

(2) Os rendimentos relativos ao exercício de profissão legalmente regulamentada, pagos ou creditados a sociedade civil (atualmente sociedade simples - Código Civil, art. 997) controlada, direta ou indiretamente, por pessoas físicas que sejam diretores, gerentes ou controladores da fonte pagadora, bem como pelo cônjuge ou parente de primeiro grau das referidas pessoas devem ter o cálculo e o desconto do Imposto de Renda

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na fonte feitos pela tabela progressiva vigente no mês do pagamento, aplicável aos rendimentos percebidos por pessoas físicas.

Essa forma de desconto do IRRF somente se aplica quando, cumulativamente, tratar-se de rendimentos relativos ao exercício de profissão legalmente regulamentada e a prestadora do serviço for uma sociedade civil (atualmente sociedade simples - Lei nº 10.406/2002art. 997) controlada, direta ou indiretamente, por pessoas físicas que estejam ligadas à fonte pagadora.

Ressalta-se que, na ausência de qualquer um dos pressupostos anteriores, o desconto do imposto efetiva-se pela alíquota fixa de 1,5%, desde que se trate de serviço constante da lista anteriormente mencionada (RIR/1999, art. 648).

(3) Conforme esclarecido pela Solução de Divergência Cosit nº 2/2013, não cabe a retenção do IRRF, na forma tratada neste tópico, nos pagamentos efetuados pelas pessoas jurídicas contratantes às pessoas jurídicas operadoras de plano privado de assistência odontológica, nos contratos de plano privado de assistência odontológica, se o preço do contrato for predeterminado, caso em que a contratante paga determinado valor independentemente dos serviços efetivamente prestados, tendo em vista que não há vinculação entre o desembolso financeiro e os serviços executados.

(RIR/1999, art. 647)

3. ASSESSORIA E CONSULTORIA TÉCNICANo item 06 da lista estão compreendidos (como sujeitos à incidência do imposto na fonte) tão somente os serviços que configurem alto grau de especialização, obtido por meio de estabelecimentos de nível superior e técnico, vinculados diretamente à capacidade intelectual do indivíduo.

Desse modo:

a) os serviços de assessoria e consultoria técnica alcançados pela tributação na fonte em exame restringem-se àqueles resultantes da engenhosidade humana, tais como especificação técnica para a fabricação de aparelhos e equipamentos em geral, assessoria administrativo-organizacional, consultoria jurídica etc.;

b) não se sujeitam à aludida tributação na fonte os serviços de reparo e manutenção de aparelhos e equipamentos (domésticos ou industriais).(Parecer Normativo CST nº 37/1987, itens 3 a 5)

4. SERVIÇOS DE ENGENHARIA - NÃO INCIDÊNCIA4.1 Obras de construçãoA exceção constante do item 17 da lista (que coloca fora do campo da incidência tributária a construção de estradas, pontes, prédios e obras assemelhadas) abrange as obras de construção em geral e as de montagem, instalação, restauração e manutenção de instalações e equipamentos industriais.

Também estão fora do campo da incidência, por exemplo, as obras de prospecção, exploração e completação de poços de petróleo e gás; conservação de estradas; execução de serviços de automação industrial; construção de gasodutos, oleodutos e minerodutos; instalação e montagem de sistemas de telecomunicações, energia e sinalização ferroviária; obras destinadas a geração, aproveitamento e distribuição de energia; construção de rede de água e esgoto etc.(Parecer Normativo CST nº 8/1986, item 19)

4.2 Contratos que abranjam trabalhos de caráter múltiplo e diversificadoTambém não é exigido o imposto na fonte sobre rendimentos decorrentes da execução de contratos de prestação de serviços que abranjam trabalhos de engenharia de caráter múltiplo e diversificado, como, por exemplo, contrato que englobe serviços preliminares de engenharia (tais como viabilidade e elaboração de projetos), execução física de construção civil ou obras assemelhadas e fiscalização de obras.(Parecer Normativo CST nº 8/1986, item 20)

4.3 Serviços alcançados pela incidênciaO imposto na fonte incide somente sobre remunerações relativas ao desempenho de serviços pessoais da profissão, prestados por meio de

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sociedades simples ou explorados empresarialmente por intermédio de sociedades empresariais.

Desse modo, é devido o imposto na fonte, por exemplo, sobre a remuneração dos seguintes serviços, quando prestados isoladamente:

a) estudos geofísicos;

b) fiscalização de obras de engenharia em geral (construção, derrocamento, estrutura, inspeção, proteção, medições, testes etc.);

c) elaboração de projetos de engenharia em geral;

d) administração de obras;

e) gerenciamento de obras;

f) serviços de engenharia consultiva;

g) serviços de engenharia informática (desenvolvimento e implantação de software e elaboração de projetos de hardware);

h) planejamento de empreendimentos rurais e urbanos;

i) prestação de orientação técnica;

j) perícias técnicas.

(1) Os recebimentos de receitas decorrentes do faturamento das operações do consórcio sujeitas à retenção do Imposto de Renda, da CSL, da contribuição para o PIS-Pasep e da Cofins, na forma da legislação em vigor, devem ter a retenção efetuada em nome de cada pessoa jurídica consorciada, proporcionalmente à sua participação no empreendimento.

(2) No caso de pagamentos efetuados a consórcios pelos órgãos e pelas entidades (órgãos públicos federais) de que trata o art. 1ºda Normativa RFB nº 1.234/2012, a retenção será efetuada, observando-se que:

a) no caso de pagamento a consórcio constituído para o fornecimento de bens e serviços, inclusive a execução de obras e serviços de engenharia, a retenção deverá ser efetuada em nome de cada empresa participante do consórcio, tendo por base o valor constante da correspondente nota fiscal de emissão de cada uma das pessoas jurídicas consorciadas;

b) na hipótese da letra "a", a empresa líder deverá apresentar à unidade pagadora os documentos de cobrança, acompanhados das respectivas notas fiscais, correspondentes aos valores dos fornecimentos de bens ou serviços de cada empresa participante do consórcio;

c) no caso de pagamentos a consórcio formado entre empresas nacionais e estrangeiras, aplica-se a retenção do art. 3º às empresas nacionais e a do art. 35 às consorciadas estrangeiras, ambos da Instrução Normativa RFB nº 1.234/2012, observadas as alíquotas aplicáveis à natureza dos bens ou serviços, conforme legislação própria.

(3) A Solução de Consulta Cosit nº 8/2012 esclarece que o rateio de custos e despesas entre empresas do mesmo grupo econômico e a subcontratação de atividades identificadas num contrato de rateio de custos submetem-se ao tratamento tributário de remessas de valores em decorrência de prestação de serviços.

(Parecer Normativo CST nº 8/1986, item 21; Instrução Normativa RFB nº 1.199/2011, art. 7º)

5. SERVIÇOS DE MEDICINAA incidência do imposto na fonte na forma examinada restringe-se aos rendimentos decorrentes do desempenho de trabalhos pessoais da profissão de medicina que, normalmente, poderiam ser prestados em caráter individual e de forma autônoma, mas que, por conveniência empresarial, são executados mediante interveniência de sociedades simples ou empresariais.

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Dessa forma, estão fora do campo da incidência em questão:

a) os serviços inerentes ao desempenho das atividades profissionais da medicina quando executados dentro do ambiente físico dos estabelecimentos de saúde mencionados no item 24 da lista estampada no tópico 2 deste trabalho (ambulatório, banco de sangue, casa de saúde, casa de recuperação ou repouso sob orientação médica, hospital e pronto-socorro), prestados sob subordinação técnica e administrativa da pessoa jurídica titular do empreendimento; essa exclusão abrange os serviços correlatos ao exercício da medicina, tais como análise clínica laboratorial, fisioterapia, fonoaudiologia, psicologia, psicanálise, radiologia e radioterapia;

b) os rendimentos provenientes da execução de contratos de prestação de serviços médicos pactuados com pessoas jurídicas, visando à assistência médica de empregados e seus dependentes em ambulatório, casa de saúde, pronto-socorro, hospital e estabelecimentos assemelhados (referidos no item 24 da lista), desde que a prestação dos serviços seja realizada exclusivamente nos estabelecimentos de saúde mencionados, próprios ou de terceiros.

Conforme esclarecido pela Solução de Divergência Cosit nº 2/2013, não cabe a retenção do IRRF, na forma tratada neste texto, em relação aos pagamentos efetuados pelas pessoas jurídicas contratantes às pessoas jurídicas operadoras de plano privado de assistência odontológica, nos contratos de plano privado de assistência odontológica, se o preço do contrato for predeterminado, caso em que a contratante paga determinado valor independentemente dos serviços efetivamente prestados, tendo em vista que não há vinculação entre o desembolso financeiro e os serviços executados.

(Parecer Normativo CST nº 8/1986, itens 22 a 27)

6. SERVIÇOS RELACIONADOS COM SEGUROS, DE COBRANÇA E DE ELABORAÇÃO OU ATUALIZAÇÃO DE SOFTWARE - DECISÕES DE SRRFAs importâncias pagas ou creditadas por pessoa jurídica, a outra pessoa jurídica, a título de prestação de serviços de "regulação e averiguação de sinistros, inspeção e gerenciamento de riscos para quaisquer ramos de seguros" estão sujeitas à incidência do imposto na fonte examinada neste texto (Decisões nºs 272/1997 e 273/1997 da 7ª Região Fiscal).

As 1ª, 7ª e 8ª Regiões Fiscais decidiram (Decisões nºs 32/1998, 322/2004 e 382/1997, respectivamente) que a remuneração da prestação de serviços de cobrança não se sujeita à incidência do Imposto de Renda na fonte, à alíquota de 1,5%, desde que o desempenho dessa atividade não caracterize serviços de advocacia.

As importâncias pagas por pessoa jurídica a outra pessoa jurídica pela prestação de serviços de elaboração e atualização de programas de computador sujeitam-se à incidência do imposto na fonte tratada neste texto por enquadrarem-se nos itens 06 e 30 da lista estampada no tópico 2 deste trabalho (Solução de Consulta Disit nº 123/2004 da 6ª Região Fiscal e Solução de Consulta Disit nº 4/2008 da 3ª Região Fiscal).

7. BASE DE CÁLCULOO Imposto de Renda na fonte deve ser retido sobre a importância total paga ou creditada. Por crédito do rendimento deve ser entendido o lançamento contábil feito pela pessoa jurídica devedora, por meio do qual a respectiva importância é colocada, incondicionalmente, à disposição da beneficiária (Parecer Normativo CST nº 121/1973).

Nos casos de prestação de serviços sujeitos ao ISS, o IR Fonte incide sobre o preço total cobrado do tomador dos serviços, sem exclusão da parcela relativa ao ISS, ainda que esta seja destacada no documento fiscal.

8. PAGAMENTO DO IMPOSTO8.1 PrazoPara os fatos geradores ocorridos desde 1º.10.2008, o Imposto de Renda na fonte deverá ser pago até o último dia útil do segundo decêndio do mês subsequente ao mês de ocorrência do fato gerador (RIR/1999, art. 865, II, e Lei nº 11.196/2005, art. 70, I, "d", alterada pela 11.933/2009, art. 5º).

Lembramos que o fato gerador do imposto ocorre na data em que o rendimento for pago ou creditado à pessoa jurídica beneficiária, observado IPECONT – Instituto de pesquisas Contábeis e Tributárias – http://www.ipecont.com.br/contato

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que:

a) se considera pagamento do rendimento a entrega de recursos, inclusive mediante crédito em instituição financeira, a favor do beneficiário (RIR/1999, art. 38, parágrafo único);

b) se entende por crédito o registro contábil, efetuado pela fonte pagadora, pelo qual o rendimento é colocado, incondicionalmente, à disposição do beneficiário (Parecer Normativo CST Nº 121/1973).

Nota

Para os fatos geradores ocorridos até 30.09.2008, o Imposto de Renda na fonte deveria ser pago até o último dia útil do primeiro decêndio do mês subsequente ao mês de ocorrência do fato gerador (RIR/1999, art. 865, II, alterada pela Lei nº 11.196/2005, art. 70, I, "d").

8.2 Preenchimento do DarfRecolhe-se o imposto por meio de Darf preenchido em 2 vias, colocando-se no campo 04 o código 1708.

8.3 Pagamento fora de prazoSe o imposto for pago após o vencimento do prazo mencionado no subtópico 8.1, deverá ser acrescido da multa (taxa de 0,33% ao dia de atraso, limitado a 20%) e dos juros de mora (taxa Selic) acumulada desde a do mês seguinte ao do vencimento até a do mês anterior ao do pagamento, e acrescentado a esta soma 1% referente ao mês de pagamento.(RIR/1999, arts. 950 e 953)

9. COMPENSAÇÃO DO IMPOSTO RETIDO NA FONTEO imposto retido na fonte, na hipótese tratada neste texto, será compensado com o IRPJ devido pela pessoa jurídica beneficiária no período de apuração em que os rendimentos forem computados na base de cálculo (lucro real, presumido ou arbitrado).(RIR/1999, art. 650)

10. DISPENSA DE RETENÇÃO DE IMPORTÂNCIA NÃO SUPERIOR A R$ 10,00É dispensada a retenção do imposto, na modalidade focalizada neste texto, quando o valor a reter for igual ou inferior a R$ 10,00, desde que a beneficiária seja pessoa jurídica tributada com base no lucro real, presumido ou arbitrado, observando-se que esse limite se aplica:

a) no caso de incidência do imposto pela alíquota de 1,5%, quando o valor a reter, em cada importância paga ou creditada (sem considerar pagamentos ou créditos anteriores), for inferior a R$ 10,00;

b) no caso de retenção do imposto pela tabela progressiva, quando o valor do imposto calculado sobre a importância paga ou creditada em cada mês for inferior a R$ 10,00, ou seja, neste caso, por ocasião de cada pagamento ou crédito de rendimentos, somam-se os pagamentos ou créditos anteriores, dentro do mês, e se o imposto resultante da aplicação da tabela progressiva sobre esse somatório superar R$ 10,00, deve ser retido.(RIR/1999, art. 724, II; Decisão nº 1/1998 da 10ª Região Fiscal)

11. NÃO INCIDÊNCIA QUANDO O SERVIÇO FOR PRESTADO POR PESSOA JURÍDICA IMUNE OU ISENTANão incide o Imposto de Renda na fonte sobre o valor das remunerações pagas ou creditadas quando o serviço for prestado por pessoas jurídicas imunes ou isentas.(Instrução Normativa SRF nº 23/1986, item II)

12. SERVIÇOS DE RECRUTAMENTO E SELEÇÃO DE PESSOALA remuneração paga ou creditada a agências de empregos, pelas pessoas jurídicas que contratam pessoal (empregados efetivos) por seu intermédio, sujeita-se à incidência do Imposto de Renda na Fonte prevista para comissões, corretagens ou qualquer outra remuneração pela representação comercial ou pela mediação na realização de negócios civis e comerciais, pagas ou creditadas por uma pessoa jurídica a outra

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pessoa jurídica.

Observe-se que o serviço de seleção de pessoal, notadamente no caso de profissionais de alto nível (executivos e técnicos especializados), geralmente é feito por intermédio de empresas de assessoria empresarial, hipótese em que o serviço pode enquadrar-se no item 06 da lista estampada no tópico 2 deste procedimento (assessoria e consultoria técnica), conforme esclarecido no item 3.

Classificado o serviço como de intermediação (e não assessoria), ao desconto do imposto sobre as comissões pagas também se aplica a alíquota de 1,5%, mas o código de recolhimento (campo 04 do Darf) é outro: 8045. Essa é a única distinção fiscal, já que o prazo de recolhimento do imposto também é o mesmo mencionado no subtópico 8.1.(RIR/1999, art. 651, I; Portaria MF nº 28/1994; Parecer Normativo CST nº 37/1987, Solução de Consulta Cosit nº 24/2013)

13. COOPERATIVAS DE TRABALHO13.1 Remuneração de serviços paga ou creditada a cooperativa de trabalhoAs importâncias pagas ou creditadas por pessoas jurídicas a cooperativas de trabalho, associações de profissionais ou assemelhadas, relativas a serviços pessoais que lhes forem prestados por associados destas ou colocados à sua disposição, submetem-se à incidência do Imposto de Renda na fonte, à alíquota de 1,5%.(RIR/1999, art. 652)

13.2 Remuneração de serviços profissionais paga ou creditada pela cooperativa a associado pessoa jurídicaEstão sujeitas à incidência do Imposto de Renda na fonte, com observância das normas focalizadas neste texto, as importâncias pagas ou creditadas pelas cooperativas de trabalho a associados, pessoas jurídicas, se os serviços profissionais prestados pela associada constarem da lista do tópico 2.(Decisão nº 18/1998 da 1ª Região Fiscal)

Legislação ReferenciadaRIR/1999Decisão nº 1/1998Decisão nº 18/1998Decisão nº 3/1997Instrução Normativa RFB nº 1.199/2011Instrução Normativa RFB nº 1.234/2012Instrução Normativa SRF nº 23/1986Lei nº 10.406/2002Lei nº 10.833/2003Lei nº 11.196/2005Lei nº 11.933/2009Parecer Normativo CST nº 121/1973Parecer Normativo CST nº 37/1987Parecer Normativo CST nº 8/1986Portaria MF nº 28/1994Solução de Consulta Cosit nº 24/2013Solução de Consulta Cosit nº 8/2012Solução de Divergência Cosit nº 2/2013

FONTE: IOB

______________________________________________Fim de Matéria_______________________

"Crédito PIS e COFINS - Serviços de frete entre estabelecimentos e serviços de logística

(armazenagem)"Marcelo Marcondes Seixas*

O crédito que iremos analisar, embora já debatido outrora por vários especialistas, ainda causa polêmica para as empresas que têm no frete entre estabelecimentos e armazenagem um elevado custo.

Diante disso, buscamos definir a melhor aplicação a essa questão com base nas análises realizadas pelas Delegacias da Receita Federal (DRF), Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (CARF) e Tribunais do Judiciário.

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Antes de entrarmos no mérito, vale informar que recentemente o grupo Vigorito, da Chevrolet, obteve liminar favorável na 1ª Vara Federal de Guarulhos. Ocorre que isso não quer dizer que houve um ganho propriamente dito ao contribuinte, sendo necessário observar que já ocorreram diversas análises sobre o tema que, conforme demonstraremos, demanda cautela do contribuinte.

Com o advento das Leis nºs 10.637/02 e 10.833/03 foi instituída a sistemática de tributação das contribuições PIS/COFINS, com o objetivo de torná-las não cumulativas, à semelhança do IPI e do ICMS, evitando-se assim, a incidência em "cascata". Nesse passo, é conferido à pessoa jurídica que apura o IR e a CSLL sobre o lucro real o direito de desconto de créditos de PIS/COFINS sobre determinados pagamentos.

Referido desconto de créditos possui respaldo legal nos artigos 3ºs das Leis nºs 10.637/02 e 10.833/03, os quais especificam em seus incisos e parágrafos, quais créditos são admitidos, bem como a forma de serem calculados. Apenas para comentar, o artigo 3º da Lei nº 10.833/03 é aplicado, também, à legislação do PIS (Lei nº 10.637/02) no que esta não dispor.

Os créditos ora em análise, nos remetem ao estudo dos incisos I, II e IX do artigo 3º da Lei nº 10.833/03, a saber:

Art. 3º Do valor apurado na forma do art. 2o a pessoa jurídica poderá descontar créditos calculados em relação a:I - bens adquiridos para revenda, exceto em relação às mercadorias e aos produtos referidos:a) nos incisos III e IV do § 3o do art. 1o desta Lei; eb) nos §§ 1o e 1o-A do art. 2o desta Lei;II - bens e serviços, utilizados como insumo na prestação de serviços e na produção ou fabricação de bens ou produtos destinados à venda, inclusive combustíveis e lubrificantes, exceto em relação ao pagamento de que trata o art. 2o da Lei no 10.485, de 3 de julho de 2002, devido pelo fabricante ou importador, ao concessionário, pela intermediação ou entrega dos veículos classificados nas posições 87.03 e 87.04 da Tipi; (Redação dada pela Lei nº 10.865, de 2004) (...)IX - armazenagem de mercadoria e frete na operação de venda, nos casos dos incisos I e II, quando o ônus for suportado pelo vendedor.

A leitura do inciso IX do artigo 3º da Lei nº 10.833/03 nos leva claramente ao entendimento de que o frete sobre as vendas cujo ônus seja do vendedor admite apropriação de créditos de PIS e de COFINS, ou seja, não há dúvida quanto ao direito creditório sobre o frete utilizado para transporte do bem vendido para o adquirente.

Já em relação ao frete entre estabelecimentos da mesma empresa, por não se tratar de uma operação de venda, há quem entenda pela impossibilidade de apuração de crédito por falta de previsão legal. Este entendimento é, inclusive, constantemente aplicado pela Receita Federal do Brasil (RFB), a saber:

Processo de Consulta nº 79/11 (Publicada no DOU em 24/01/12) Superintendência Regional da Receita Federal - SRRF / 3a. RFAssunto: Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social - Cofins.Ementa: O direito a crédito com despesas de frete contratados de pessoas jurídicas domiciliadas no país a que se refere o inciso IX do art. 3º da Lei nº 10.833, de 2003, é vinculado aos incisos I e II do mesmo artigo, não havendo previsão legal para apuração de créditos de Cofins nos casos de despesas com fretes, incorridas nas transferências de produtos, em elaboração ou acabados, realizadas entre estabelecimentos da mesma pessoa jurídica. DISPOSITIVOS LEGAIS: art. 3º, I, II, IX da Lei nº 10.833, de 2003.

Assunto: Contribuição para o PIS/Pasep.Ementa: O direito a crédito com despesas de frete contratados de pessoas jurídicas domiciliadas no país a que se refere o inciso IX do art. 3º da Lei nº 10.833, de 2003, é vinculado aos incisos I e II do art. 3º da Lei nº 10.637, de 2002, em observância ao disposto no artigo 15 da Lei nº 10.833, de 2003, inciso IX do art. 3º da Lei nº 10.833, de 2003, não havendo previsão legal para apuração de créditos de Pis/Pasep nos casos de despesas com frete s, incorridas nas transferências de produtos, em elaboração ou acabados, realizadas entre estabelecimentos da mesma pessoa jurídica.

Processo de Consulta nº 18/10 (Publicada no DOU em 18/11/10) Superintendência Regional da Receita Federal - SRRF / 3a. RFEmenta: CRÉDITO. FRETE. TRANSFERÊNCIAS ENTRE ESTABELECIMENTOS. Inexiste previsão legal para desconto de créditos, na determinação dos valores devidos da Contribuição para o PIS/Pasep, nos moldes da

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disciplina introduzida pela Lei Nº 10.637, de 2002, calculados sobre despesas com fretes, incorridas nas transferências de produtos, em elaboração ou acabados, realizadas entre estabelecimentos da mesma pessoa jurídica.

Processo de Consulta nº 64/11 (Publicada no DOU em 29/04/11) Superintendência Regional da Receita Federal - SRRF / 8a. RF Assunto: Contribuição para o PIS/PasepEmenta: CRÉDITO. TRANSPORTE DE PRODUTO ACABADO ENTRE ESTABELECIMENTOS DA MESMA PESSOA JURÍDICA.As despesas de frete com o transporte de produto acabado entre os estabelecimentos da mesma pessoa jurídica, não geram direito a crédito a ser descontado da Contribuição para o PIS/Pasep apurada no regime da não-cumulatividade, ainda que esse transporte seja ônus da empresa que irá vender o produto.Dispositivos Legais: Lei nº 10.637, de 2002, art. 3º, inciso II; Lei no 10.833, de 2003, art. 3º, inciso IX, e art. 15, inciso II.

Assunto: Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social - Cofins. CRÉDITO. TRANSPORTE DE PRODUTO ACABADO ENTRE ESTABELECIMENTOS DA MESMA PESSOA JURÍDICA.As despesas de frete com o transporte de produto acabado entre os estabelecimentos da mesma pessoa jurídica, não geram direito a crédito a ser descontado da Cofins apurada no regime da não cumulatividade, ainda que esse transporte seja ônus da empresa que irá vender o produto.Dispositivos Legais: Lei nº 10.833, de 2003, art. 3º, incisos II e IX.

Todavia, há posicionamentos nos sentido de que o crédito sobre frete não estaria limitado às operações de venda, uma vez que o próprio dispositivo legal ao mencionar "(...) nos casos do inciso I e II (...)" estaria admitindo o crédito do frete para o transporte de insumos, produtos acabados ou produtos já vendidos; assim, seria possível o crédito de frete entre estabelecimentos da mesma empresa.

A nosso ver, a correta aplicação da norma está atrelada ao produto transportado, se são insumos (matérias-primas, produtos intermediários, material de embalagem e serviços entre estabelecimentos) ou produtos acabados.

O inciso IX do artigo 3º da Lei nº 10.833/03, ao destacar a observância dos incisos I e II deste artigo para sua aplicação - que se referem, respectivamente, aos bens adquiridos para revenda e insumos utilizados no processo produtivo e prestação de serviços - objetiva, a nosso ver, atribuir à natureza jurídica do crédito sobre fretes a natureza do crédito de insumo.

Dessa forma, é possível sustentar que o frete de insumos (matéria-prima, produto intermediário, material de embalagem e etc...) entre estabelecimentos, que estejam em fase de industrialização, compõe o custo de produção para fins de apuração do crédito do PIS e da COFINS.

Já em relação aos produtos acabados, o entendimento não é o mesmo. Não é possível atribuir ao frete entre estabelecimentos de produtos acabados a natureza jurídica do crédito de insumo, pois, nesse caso, não existe mais processo de produção e sim processo de logística, através do qual a empresa definirá o melhor meio de escoar sua produção. Portanto, ficam prejudicados os argumentos para sustentar o crédito sobre fretes de mercadorias entre estabelecimentos da mesma empresa.

Nesse sentido, o Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (CARF) já se pronunciou no Acórdão 3301-00.424, publicado no DOU em 18/01/2011, a saber:

"FRETE. INCIDÊNCIA NÃO CUMULATIVA. CUSTO DE PRODUÇÃO.Gera direito a créditos do PIS e da Cofins não-cumulativos o dispêndio com o frete pago pelo adquirente à pessoa jurídica domiciliada no País, para transportar bens adquiridos para serem utilizados como insumo na fabricação de produtos destinados à venda, bem assim o transporte de bens entre os estabelecimentos industriais da pessoa jurídica, desde que estejam estes em fase de industrialização, vez que compõe o custo do bem".(...)"Portanto, hão de ser considerados os créditos oriundos de fretes sobre transferências de matérias-primas, produtos intermediários, material de embalagem e serviços realizados entre filiais ou entre parceiros integrados (criadores de aves e suínos) e as filiais do contribuinte, os quais compõe o custo de produção do produto final, nos termos do art.3º, II, das Leis IV 10.637/02, e nº 10.833/03, o que não se confunde com atividades de transporte do produto acabado entre quaisquer estabelecimentos".

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"De se registrar que não geram créditos as despesas com frete de produtos acabados entre estabelecimentos da contribuinte, vez que não se trata de "frete na operação de venda".

Este tema foi elucidativamente abordado na Solução de Consulta nº 210, SRRF/8ºRF/Disit, de 25/06/2009, nos seguintes termos:

(...)Todavia, no caso do transporte de produtos acabados entre estabelecimentos da consulente seja correspondente a frete pago a terceiros ou a simples custo de transporte de produtos acabados, há que se considerar que o mero deslocamento das mercadorias (produtos acabados) dos estabelecimentos industriais até os estabelecimentos distribuidores, com intuito de facilitar a entrega dos bens aos futuros compradores, não integra a 'operação de venda' referida pelo art.3º, inciso IX da Lei nº 10.833, de 2003" (Processo nº 11080.003380/2004-40, Recurso nº 253.618 Voluntário, Acórdão nº 3301-00.424 - 3º Câmara / 1ª Turma Ordinária). (grifamos)

Não obstante ao posicionamento acima, cumpre-nos observar que o CARF, em recentes decisões, parece estar modificando a abrangência de seu posicionamento sobre a possibilidade de crédito entre estabelecimentos da mesma empresa. Como se depreenderá das decisões abaixo, o CARF tem admitido o crédito sobre fretes de insumos e de mercadorias (produtos acabados).

Acórdão 3401-002.075, publicado no DOU em 26/02/2013"(...)NÃO-CUMULATIVIDADE. FRETES ENTRE ESTABELECIMENTOSDA MESMA EMPRESA . TRANSPORTEDE INSUMOS E PRODUTOS ACABADOS. DIREITO A CRÉDITO. LEI Nº 10.833/2003, ART. 3º, INCS. II E IX. A norma introduzida pelo inc. IX do art. 3º da Lei nº 10.833/2003, segundo a qual a armazenagem e o frete na operação de venda suportados pela vendedora de mercadorias geram créditos, é ampliativa em relação aos crédito s previstos no inc. II do mesmo artigo. Com base nesses dois incisos, geram créditos, além do frete na operação de venda, para entrega das mercadorias vendidas aos seus adquirentes, os fretes entre estabelecimentos da própria empresa, desde que para o transporte de insumos, produtos acabados ou produtos já vendidos.(...)Por maioria de votos, deu-se provimento ao recurso para admitir o aproveitamento dos fretes relacionados ao transporte havido entre estabelecimentos da empresa(...)" (Processo nº 16366.003307/2007-38, Acórdão nº 3401-002.075 - 4ª Câmara/ 1ª Turma Ordinária)" (grifamos)

Acórdão nº 3201-000.845, publicado no DOU em 28/03/2013"REGIME DA NÃO-CUMULATIVIDADE. CRÉDITOS DE DESPESAS COM FRETES ENTREESTABELECIMENTOS. Não é apenas o frete na operação de venda, em sua etapa derradeira, que gera créditos de PIS. Demonstrado o dispêndio com a contratação de serviços de transporte de mercadoria entre estabelecimentos do interessado, e não sendo o respectivo ônus repassado ao consumidor, é de se reconhecer o seu direito ao crédito de PIS no caso concreto. (grifamos) (2ª Câmara/ 1ª Turma Ordinária).

Importante observar, contudo, que esse tema ainda não foi pacificado no CARF, pois, não obstante os julgamentos a favor do contribuinte (relatados nos Acórdãos acima) - em 04/03/2013 e 15/05/2013 - a 3ª Câmara do CARF se posicionou contra, não reconhecendo o direito ao crédito sobre os fretes entre estabelecimentos de produtos acabados (mercadorias). A saber:

Acórdão nº 3302-001.916"(...)FRETE DE PRODUTOS PRONTOS. Não existe previsão legal para o cálculo de créditos a descontar da Cofins não cumulativa sobre valores relativos a fretes realizados entre estabelecimentos da mesma empresa, não clientes.(...)" (grifamos) (Processo nº11065.724992/2011-97, Acórdão nº 3302-001.916, 3ª Câmara/ 2ª Turma Ordinária, DOU 04/03/2013).

Acórdão nº 3302-002.027"(...) CRÉDITOS DE DESPESAS COM FRETES ENTRE ESTABELECIMENTOS. Por não integrar o conceito de insumo utilizado na produção e nem ser considerada operação de venda, os valores das despesas efetuadas com fretes contratados para as transferências de mercadorias (produtos acabados ou em elaboração) entre estabelecimentos da mesma pessoa jurídica não geram direito a créditos da Cofins e da Contribuição ao PIS.(...)" (grifamos) (Acórdão nº 3302-002.027, 3ª Câmara/ 2ª Turma Ordinária, DOU 15/05/2013)

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Apenas para comentar, a 3ª Câmara do CARF contrariando a mudança de posicionamento das demais Câmaras, tem mantido o mesmo entendimento da época em que proferiu o Acórdão 3301-00.424, publicado no DOU em 18/01/2011 (acima mencionado).

Portanto, considerando o bojo de precedentes acima colacionados, podemos inferir que o CARF está tendencioso a admitir os créditos sobre os fretes entre estabelecimentos, tanto para insumos, quanto para mercadorias. No entanto, há ainda certa insegurança jurídica em razão da existência de posicionamentos contrários dentro deste Tribunal Administrativo.

Ao analisar o posicionamento do Superior Tribunal de Justiça (STJ), identificamos posicionamento totalmente contrário ao contribuinte.

Diferentemente das decisões proferidas pelo CARF, o STJ tem manifestado em seus julgados o entendimento pela inadmissibilidade de se apropriar créditos sobre fretes entre estabelecimentos, não importando o produto transportado.

RESP 1.147.902, publicado no DJe em 06/04/2010."EMENTA. TRIBUTÁRIO. PIS E COFINS. REGIME DA NÃO-CUMULATIVIDADE. DESPESAS DE FRETE RELACIONADAS À TRANSFERÊNCIA INTERNA DE MERCADORIAS ENTREESTABELECIMENTOS DA EMPRESA. CREDITAMENTO. IMPOSSIBILIDADE.

1. Controverte-se sobre a possibilidade de utilização das despesas de frete, relacionadas à transferência de mercadorias entre estabelecimentos componentes da mesma empresa, como crédito dedutível na apuração da base de cálculo das contribuições à COFINS e ao PIS, nos termos das Leis nºs 10.637/2002 e 10.833/2003.

2. A legislação tributária em comento instituiu o regime da não cumulatividade nas aludidas contribuições da seguridade social, devidas pelas empresas optantes pela tributação pelo lucro real, autorizando a dedução, entre outros, dos créditos referentes a bens ou serviços utilizados como insumo na produção ou fabricação de bens ou produtos destinados à venda.

3. O direito ao crédito decorre da utilização de insumo que esteja vinculado ao desempenho da atividade empresarial. As despesas de frete somente geram crédito quando relacionadas à operação de venda e, ainda assim, desde que sejam suportadas pelo contribuinte vendedor.

4. Inexiste, portanto, direito ao creditamento de despesas concernentes às operações de transferência interna das mercadorias entre estabelecimentos de uma única sociedade empresarial.

5. Recurso Especial não provido." (Rel. Ministro HERMAN BENJAMIN, SEGUNDA TURMA) (grifamos)

AgRg no RESP 1335014/CE, publicado no DJe em 08/02/2013"TRIBUTÁRIO. AGRAVO REGIMENTAL. PIS E COFINS. LEIS 10.637/2002 E 10.833/2003. REGIME DA NÃO CUMULATIVIDADE. DESPESAS DE FRETE. TRANSFERÊNCIA INTERNA DE MERCADORIAS ENTRE ESTABELECIMENTOS DA MESMA EMPRESA. CREDITAMENTO. IMPOSSIBILIDADE. INTERPRETAÇÃO LITERAL.

1. Consoante decidiu esta Turma, "as despesas de frete somente geram crédito quando relacionadas à operação de venda e, ainda assim, desde que sejam suportadas pelo contribuinte vendedor". Precedente.(...)" (Rel. Ministro CASTRO MEIRA, SEGUNDA TURMA) (grifamos) Como se vê, o STJ adota o posicionamento literal da norma, ou seja, de que somente o frete atrelado às operações de venda admite a apuração de créditos. Tal posicionamento não nos parece o mais correto, pois ignora o trecho do inciso IX, do artigo 3º da Lei nº 10.833/03 que remete o interprete da norma a analisa-la conjuntamente com os incisos I e II desse dispositivo, refletindo na aplicação desse crédito restritivamente às operações de venda.

O Supremo Tribunal Federal (STF), instância maior do Poder Judiciário, em decisão monocrática proferida pelo Ministro Dias Toffoli em 07/03/13 (publicada em 16/03/13), negou seguimento ao RE nº 615.975/DF, interposto pelo contribuinte, contra a decisão proferida pelo Tribunal Regional Federal (TRF) da 4º Região que não reconheceu o direito ao crédito sobre fretes entre estabelecimentos.

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Com isso, bem como com base em outros precedentes do no mesmo sentido e sobre o mesmo tema, temos que este Tribunal não acolhe os Recursos Extraordinários interpostos pelos contribuintes para discutir o direito ao crédito sobre fretes entre estabelecimentos, pois, em seu entendimento, não cabe, em sede de RE, o reexame da legislação infraconstitucional, uma vez que o STJ já firmou seu posicionamento sobre o tema.

O tema é bem controvertido na atualidade, pois de fato, é necessário entender o conceito de insumo. O CARF ampliou o conceito com base no Regulamento de Imposto de Renda que permite a possibilidade das despesas serem consideradas como custos de produção. Já o STJ baseou-se no conceito de insumo determinado pelo Regulamento de IPI. A decisão não foi totalmente exaustiva, pois, foi considerado o aproveitamento de crédito para as despesas de frete somente em operações de venda e não foi analisada a forma considerada como custo de produção.

Ainda sobre o assunto, é importante mencionar que o CARF tem se posicionado pela existência de regra própria da legislação do PIS e da COFINS para compreensão do conceito de insumos, que, frise-se, é mais restritivo do que o conceito da legislação do IRPJ e mais amplo do que o conceito do IPI.

Tendo isso, considerando todos os precedentes jurídicos e posicionamentos acima expostos, podemos concluir que:

- A RFB não admite este crédito e, provavelmente, em eventual processo de fiscalização, poderá glosar esses créditos mediante a lavratura de Auto de Infração; - O entendimento pela possibilidade de crédito do PIS e da COFINS sobre os fretes entre estabelecimentos da mesma empresa, de insumos e produtos acabados, pode ser amplamente defendido em sede de recurso administrativo (CARF), lembrando que o êxito em relação ao frete de insumos é mais favorável do que o frete de mercadorias (produtos acabados);

- Em eventual necessidade de discussão do tema na esfera judiciária, as chances de êxito serão remotas ou, até mesmo, zero.

Portanto, podemos concluir que o risco de glosa perante as autoridades fiscais do crédito em análise são reais; sendo recomendado às empresas que avaliem o grau de risco que pretendem assumir em razão das possibilidades enumeradas.

Por fim, diante da análise acima, temos que o frete entre estabelecimentos, trata-se de um assunto muito controverso cujo entendimento ainda não foi consolidado. A RFB e o Judiciário vêm se posicionando pela impossibilidade desse tipo de crédito por falta de previsão legal, enquanto o CARF apresenta duas correntes entre suas Câmaras, uma pela possibilidade e outra pela impossibilidade.

O serviço de logística (armazenagem), não se enquadra no conceito de insumo e não se configura juridicamente como um serviço de armazenagem por ser o bem (mercadoria ou produto) mantido em posse da empresa em seu estabelecimento.

Portanto, diante dessas ponderações, a tomada desses créditos acompanha riscos de autuação que as empresas devem avaliar se estão aptas ou não a assumir.

Marcelo Marcondes Seixas*  Leia o curriculum do(a) autor(a) Marcelo Marcondes Seixas .

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Guerra Fiscal: O dilema sobre onde recolher o ISSAs empresas prestadoras de serviços que têm sede em determinado município e prestam serviços em outros, via de regra, sobre a mesma prestação de serviço, está sendo exigido o ISS duas vezes, uma pelo município da sede e outra pelo município onde o serviço é prestado. Trata-se de uma guerra travada entre os municípios cuja conta está sendo paga pelas prestadoras.

Na vigência doDecreto-Lei nº 406/68, o Superior Tribunal de Justiça havia firmado entendimento que o ISS era devido no local da prestação do serviço. Dentre as inúmeras decisões que sufragaram esse entendimento, pode ser citada a proferida no AgRg no AREsp 101835/GO, no qual ficou consignado que a

"jurisprudência do STJ é pacífica no sentido de que o ISS, na vigência do Decreto 406/1968, é devido ao Município em que o serviço é efetivamente prestado, e não àquele onde se encontra sediado o estabelecimento prestador".

ODecreto-Lei nº 406/68estabelecia noart. 12que considerava-se local da prestação do serviço:

"a) o do estabelecimento prestador ou, na falta de estabelecimento, o do domicílio do prestador; b) no caso de construção civil o local onde se efetuar a prestação. c) no caso do serviço a que se refere o item 101 da Lista Anexa, o Município em cujo território haja parcela da estrada explorada".

A Lei Complementar nº 116/03, por sua vez, estabelece no art. 3º que o

"(...) serviço considera-se prestado e o imposto devido no local do estabelecimento prestador ou, na falta do estabelecimento, no local do domicílio do prestador, exceto nas hipóteses previstas nos incisos I a XXII, quando o imposto será devido no local".

A diferença desta Lei em relação aoDecreto-Lei nº 406/68, consiste basicamente na ampliação das exceções à regra geral e no fato de ter definido no art. 4º o que é estabelecimento prestador. Vejamos:

"Considera-se estabelecimento prestador o local onde o contribuinte desenvolva a atividade de prestar serviços, de modo permanente ou temporário, e que configure unidade econômica ou profissional, sendo irrelevantes para caracterizá-lo as denominações de sede, filial, agência, posto de atendimento, sucursal, escritório de representação ou contato ou quaisquer outras que venham a ser utilizadas".

As decisões proferidas em primeira instância e nos tribunais regionais não são uniformes, algumas têm decido que o ISS é devido no local da prestação outras que é onde o serviço é prestado e outras ainda decidindo que é no local onde se encontra o estabelecimento prestador, sem, entretanto, demarcar o que é estabelecimento prestador.

No que tange aos fatos geradores ocorridos sob a égide daLei Complementar nº 116/03, a nosso ver, o STJ ainda não firmou um entendimento claro sobre o local onde é devido o ISS. As decisões já proferidas não revelam de modo contundente se o ISS é devido no local da sede da empresa, no local da prestação dos serviços ou no local do estabelecimento prestador, entendido este como sendo o local onde a empresa possui equipamentos e pessoal suficientes para prestar o serviço contratado.

No REsp de nº 1117121/SP de relatoria da eminente Ministra Eliana Calmon, julgado sob o rito doArt. 543-C do CPC(repetitivo), consta da ementa que o ISS é devido na sede da empresa prestadora, eis o texto:

"1. A competência para cobrança do ISS, sob a égide do DL 406/68 era o do local da prestação do serviço (art. 12), o que foi alterado pela LC 116/2003, quando passou a competência para o local da sede do prestador do serviço (art. 3º)".

Nada obstante conste da ementa que a competência para exigir o ISS é do município em que se encontra a SEDE da empresa, examinando-se a fundamentação do voto, infere-se que ficou decidido que o ISS é devido no local do estabelecimento prestador, vejamos:

"Assim, a partir da LC 116/2003, temos as seguintes regras: 1ª) como regra geral, o imposto é devido no local do

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estabelecimento prestador, compreendendo-se como tal o local onde a empresa que é o contribuinte desenvolve a atividade de prestar serviços, de modo permanente ou temporário, sendo irrelevantes para caracterizá-lo as denominações de sede, filial, agência, posto de atendimento, sucursal, escritório de representação, contato ou quaisquer outras que venham a ser utilizadas";

Recentemente, sobre a mesma matéria, foi processado sob o rito doart. 543-C do CPC, o REsp nº 1.060.210-SC (caso conhecido como Potenza Leasing), no qual ficou decidido que:

"12. Recurso Especial parcialmente provido para definir que:(b) o sujeito ativo da relação tributária, na vigência do DL 406, é o Município da sede do estabelecimento prestador (art. 12);(c) a partir da LC 116/03, é aquele onde o serviço é efetivamente prestado, onde a relação é perfectibilizada, assim entendido o local onde se comprove haver unidade econômica ou profissional da instituição financeira com poderes decisórios suficientes à concessão e aprovação do financiamento - núcleo da operação de leasing financeiro e fato gerador do tributo".

Com o devido respeito aos que pensam de modo diferente, a nosso sentir, continuamos sem saber onde é devido o ISS, pelo menos à luz do entendimento do STJ. Vale dizer, se é no local da sede ou no local da prestação atrelado à existência de uma unidade econômica ou profissional? Neste caso, o que seria "uma unidade econômica ou profissional" para tal fim? Seria uma filial? Nessa linha de raciocínio, a existência de formalização em determinado município seria uma condição necessária para que passasse ter competência para exigir o ISS? Admitida essa condição, isto é, a necessidade de formalização, o ISS só seria devido no local em que ocorresse a efetiva prestação se a empresa abrisse uma filial? Se uma empresa estabelecida em determinado município, desloca equipamentos e pessoal para prestar o serviço em outro, onde é devido o ISS? Neste caso então bastaria não abrir filial para não ser tributada no local onde o serviço efetivamente é prestado?

Em decisão proferida após a publicação do REsp nº 1.060.210-SC (repetitivo), o Min. Herman Benjamin, que participou do julgamento do referido REsp, decidiu monocraticamente, invocando o "repetitivo", que o ISS é devido no local da SEDE da empresa prestadora, vejamos:

"(...) verifica-se que o fato gerador é a prestação de serviços de informática, ocorrida sob a égide da Lei Complementar 116/2003, que passou a competência para o local da sede do prestador do serviço, com exceções previstas nos incisos I a XXII do art. 3º do normativo federal em comento".

Nota-se, entretanto, que consta da parte dispositiva do voto do relator do REsp nº 1.060.210-SC que o sujeito ativo da relação tributária,

"a partir da LC 116/03, é aquele onde o serviço é efetivamente prestado, onde a relação é perfectibilizada, assim entendido o local onde se comprove haver unidade econômica ou profissional".

Parece-nos que as referências ao termo "sede" feitas no voto do relator do REsp nº 1.060.210-SC não foram com sentido de matriz, filial, sucursal ou qualquer outro termo que se refira ao local onde a empresa se encontra formalmente instalada, mas para se referir a estabelecimento prestador nos termos doart. 4º da Lei Complementar nº 116/03, ou seja, local onde há uma unidade econômica ou profissional capaz de prestar o serviço objeto da tributação, independentemente de estar ou não a empresa formalmente registrada naquele município.

A falta de clareza quanto ao entendimento firmado no REsp nº 1.060.210-SC, tem dado ensejo a decisões absolutamente díspares, vejamos:

"O Município competente para cobrança do Imposto Sobre Serviços (ISS) sobre operações de arrendamento mercantil é o da sede do estabelecimento prestador, na vigência do Decreto nº. 406/68, e, a partir da Lei Complementar nº 116/03, aquele onde o serviço é efetivamente prestado" (TJRS, Apelação Cível nº 70041721192).

"Com efeito, a julgar pelas manifestações do Colendo STJ, pouco importa o local do fato gerador, na medida em que o Município competente para exigir o ISS, nestes casos, é o do estabelecimento do prestador e não o da prestação dos serviços" (TJSP, Agravo nº 0106838-16.2013.8.26.0000).

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"(...) tem legitimidade ativa para exigir o tributo o município onde se situa a sede da empresa (na vigência do DL 406/68) ou o município da sede do estabelecimento prestador (após a Lei 116/03)" (TJSP, Apelação n. 00280023-78.2009.8.26.0506).

Nota-se, portanto, que a decisão proferida nos autos do REsp nº 1.060.210-SC (repetitivo), não está exercendo a função de uniformizar o entendimento sobre a matéria, evitando a interposição de novos recursos.

Na próxima quarta-feira, dia 25 de setembro de 2013, está na pauta para julgamento os Embargos de Declaração opostos à decisão proferida no REsp nº 1.060.210-SC. Quiçá, a Corte aproveitará a oportunidade para eliminar a obscuridade que paira sobre os elementos que devem ser levados em consideração para o fim de se definir onde é devido o ISS.

Clélio Chiesa

Advogado. Atuante nas áreas de Direito Empresarial e Direito Tributário, exercendo sua atividade preponderantemente nos Estados de São Paulo, Mato Grosso do Sul e Brasília. Consultor na área de Direito Tributário. Mestre e doutor pela PUC/SP. Professor nos Cursos de pós-graduação do Instituto Brasileiro de Estudos Tributário - IBET, da Fundação Getúlio Vargas de São Paulo (GVlawSP), da PUC/COGEAE/SP e em cursos de graduação em Direito Tributário. É autor individual de três livros e participa como co-autor de mais 34 livros, além de artigos publicados em revistas especializadas.

Fonte: FISCOSOFT

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