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GOVERNO DO ESTADO DO PARÁ SECRETARIA ESPECIAL DE ESTADO DE INFRAESTRUTURA E LOGÍSTICA PARA O DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL SECRETARIA DE ESTADO DE MEIO AMBIENTE NÚCLEO DE ORDENAMENTO TERRITORIAL PROGRAMA DE REDUÇÃO DA POBREZA E GESTÃO DOS RECURSOS NATURAIS DO PARÁ (PARÁ RURAL) TERMO DE REFERÊNCIA Contratação de consultoria pessoa física para elaboração, discussão e consolidação da minuta do Projeto de Lei para a Política Estadual de Gerenciamento Costeiro do Estado do Pará, incluindo sua diretriz de regulamentação. EXECUTOR: COMPONENTE B - ORDENAMENTO TERRITORIAL SUBCOMPONENTE B1 - GESTÃO AMBIENTAL

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GOVERNO DO ESTADO DO PARÁSECRETARIA ESPECIAL DE ESTADO DE INFRAESTRUTURAE LOGÍSTICA PARA O DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL

SECRETARIA DE ESTADO DE MEIO AMBIENTENÚCLEO DE ORDENAMENTO TERRITORIAL

PROGRAMA DE REDUÇÃO DA POBREZA E GESTÃO DOS RECURSOS NATURAIS DO PARÁ (PARÁ RURAL)

TERMO DE REFERÊNCIA

Contratação de consultoria pessoa física para elaboração, discussão e consolidação da minuta do Projeto de Lei para a Política Estadual de Gerenciamento Costeiro do Estado do Pará, incluindo sua diretriz de

regulamentação.

EXECUTOR: COMPONENTE B - ORDENAMENTO TERRITORIAL SUBCOMPONENTE B1 - GESTÃO AMBIENTAL

Belém - ParáOutubro/2012

SUMÁRIO

1- Código do TdR

2 – Título do Termo de Referência

3 – Executor

4 - Antecedentes

5 - Objetivos

6 - Escopos dos Serviços

7. Produtos

8 - Treinamento e transferência de conhecimentos

9 - Cronograma de Execução

10 - Insumos Fornecidos pelo Cliente

11 - Dados (fatores de decisão)

12 - Equipe Chave

PROGRAMA DE REDUÇÃO DA POBREZA E GESTÃO DOS RECURSOS NATURAIS DO PARÁ – PARÁ RURAL

TERMO DE REFERÊNCIA PARA CONTRATAÇÃO DE SERVIÇO ESPECIALIZADO

1. CÓDIGO DO TdR: 007/2012 – Subcomponente B1

2. TÍTULO DO TERMO DE REFERÊNCIA:

Contratar consultoria pessoa física para elaboração, discussão e consolidação da

minuta do Projeto de Lei para a Política Estadual de Gerenciamento Costeiro do

Estado do Pará, incluindo sua diretriz de regulamentação.

3. EXECUTOR: COMPONENTE B - ORDENAMENTO TERRITORIAL SUBCOMPONENTE B1 - GESTÃO AMBIENTAL.

4. CONTEXTO

O Estado do Pará firmou em 07 de novembro de 2007, um Acordo de

Empréstimo com o Banco Internacional de Reconstrução e Desenvolvimento

(BIRD/Banco Mundial) com o objetivo de implementar o Projeto intitulado “Programa

de Redução da Pobreza e Gestão dos Recursos Naturais do Estado do Pará (Pará

Rural), sob a coordenação do Núcleo de Gerenciamento do Programa Pará Rural

(NGPR), em parceria com a Secretaria de Estado de Meio Ambiente (SEMA) e o

Instituto de Terras do Pará (ITERPA).

O Programa Pará Rural está previsto para ser executado em 06 (seis)

anos, estimado em US$ 100 milhões, dos quais, US$ 60 milhões serão financiados

pelo Banco Mundial (BIRD) e os US$ 40 milhões restantes representam à

contrapartida do Governo do Estado do Pará. O programa poderá ser prorrogado por

mais 06 (seis) anos.

O Pará Rural pretende contribuir para a redução da pobreza na área rural

e na estruturação de um sistema de ordenamento territorial, fundamentado no

desenvolvimento socioeconômico sustentável do Estado do Pará, com o apoio da

Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado do Pará (EMATER),

do Instituto de Desenvolvimento Florestal do Estado do Pará (IDEFLOR), da

Secretaria de Estado de Agricultura (SAGRI) e de outros Órgãos do Estado que

tenham interface com o objetivo especificado, tendo como estratégias:

Potencializar o aproveitamento das oportunidades locais de desenvolvimento,

criando condições para o acesso de produtos e serviços a mercados;

Aumentar o capital social da população rural, fortalecendo processos

participativos de definição de prioridades, seleção, execução e manutenção de

projetos e;

Fortalecer as instituições do Estado, responsáveis pela gestão ambiental e

fundiária.

Sob esse foco, o Programa atuará em duas frentes convergentes: a

primeira visa aumentar a renda e melhorar as condições de vida de comunidades

pobres, mediante o suporte a processos locais de desenvolvimento e à

implementação de projetos produtivos e de infraestrutura complementar à produção,

que atendam as demandas das comunidades. A segunda tem por objetivo fortalecer

as instituições do Estado, responsáveis pelo ordenamento territorial, orientando-as

para o uso sustentável dos recursos naturais, principalmente no que diz respeito à

gestão fundiária e à gestão ambiental.

A área de abrangência definida para as ações do Programa envolve todo

o Estado do Pará, atendidas as disposições da Lei Estadual nº 6.745, de 06 de maio

de 2005, que instituiu o Macrozoneamento Ecológico-Econômico do Pará, na qual

estão indicadas as áreas onde não se podem realizar atividades econômicas, em

quais destas áreas existem limitações e quais são as áreas recomendadas para

estas e outras atividades.

O Programa está estruturado em quatro componentes: A – Investimento

Produtivo; B – Ordenamento Territorial; C – Desenvolvimento de Políticas; e; D –

Administração e Gerenciamento. Como parte do Componente B, o Pará Rural inclui

o Subcomponente B1 de Gestão Ambiental, que está sendo implementado sob a

coordenação da SEMA-PA. ‘

O componente de gestão ambiental deve instituir um sistema de gestão

de uso da base natural de recursos do território paraense, possibilitando os meios

operacionais e os instrumentos necessários para conservação da biodiversidade e o

uso sustentável dos recursos naturais tanto nas áreas continentais como na zona

costeira.

Desta forma, o Zoneamento se constitui em importante instrumento no

processo de planejamento e ordenamento territorial e costeiro, entretanto este

instrumento pode ser otimizado se sua utilização for articulada com os demais

instrumentos, como é o caso dos Planos Estaduais de Gerenciamento Costeiro, que

podem subsidiar as tomadas de decisão para a elaboração de políticas de gestão de

uso e ocupação do território em bases sustentáveis.

4.1 - CONTEXTO NACIONAL DO GERENCIAMENTO COSTEIRO E O ZONEAMENTO ECOLÓGICO- ECONÔMICO

O Gerenciamento Costeiro foi instituído no Brasil, através da Lei Federal

Nº 7.661/88, que estabeleceu o Plano Nacional de Gerenciamento Costeiro (PNGC),

como sendo parte integrante da Política Nacional para os Recursos do Mar (PNRM)

e da Política Nacional do Meio Ambiente (PNMA). Este Plano passou por revisão,

estabelecida por meio da Resolução nº 005 da Comissão Interministerial para os

Recursos do Mar (CIRM), de 03 de dezembro de 1997, a qual foi submetida e

aprovada pelo Conselho Nacional de Meio Ambiente (CONAMA), originando daí o

Plano Nacional de Gerenciamento Costeiro II (PNGC II), cujo enfoque se centraliza

no estabelecimento das bases para a consolidação e continuidade das ações já

realizadas, bem como para a definição de novas diretrizes, tendo em vista a

articulação das políticas setoriais do governo em torno de objetivos comuns.

A aplicação efetiva do Plano foi atribuída à União, aos Estados, aos

Territórios e aos Municípios, através de órgãos e entidades integradas ao Sistema

Nacional de Meio Ambiente (SISNAMA), cabendo a estes designar os órgãos

competentes para a gestão do Plano em suas respectivas unidades.

O Zoneamento Ecológico-Econômico e o Gerenciamento Costeiro

As bases legais do Zoneamento Ecológico-Econômico no Brasil estão

calcadas na Lei Federal n 6.398, de 31 de agosto de 1981, que o definiu como

sendo um dos instrumentos da Política Nacional do Meio Ambiente e no Decreto

Federal n 4.297, de 10 de julho de 2002, ao estabelecer que o Zoneamento

Ecológico-Econômico deverá obedecer aos princípios de função social de

propriedade, de prevenção, da precaução, do poluidor-pagador, do usuário-pagador,

da participação informada, do acesso equitativo e da integração.

Com relação à sua execução, o mencionado dispositivo legal determinou

que competisse ao Poder Público Federal em articulação e cooperação com os

Estados. Por meio deste mesmo dispositivo, foram definidos os pressupostos

técnicos e institucionais, o conteúdo e as diretrizes gerais e específicas para o

Zoneamento Ecológico-Econômico no Brasil. Neste contexto o Governo Federal

editou o Decreto n 5.300/04, regulamentando a Lei n 7.661/88, que havia instituído,

no final dos anos 80, o Plano Nacional de Gerenciamento Costeiro, por meio do qual

foram definidos os usos e as formas de ocupação da zona costeira, bem como os

critérios de gestão da orla marítima.

Esse Decreto Federal estabeleceu 05 (cinco) zonas, reproduzindo a

tipologia contemplada na Lei Estadual n10.019/98, que instituiu o Gerenciamento

Costeiro no Estado de São Paulo. Além disto, incluiu a classificação e as estratégias

para gestão de orla marítima, compreendida por uma porção terrestre e outra

marítima, ambas caracterizadas pela interface entre a terra e o mar.

4.2 – CONTEXTO ESTADUAL DO GERENCIAMENTO COSTEIRO

No Estado do Pará as primeiras ações desenvolvidas no âmbito do

Gerenciamento da Zona Costeira vêm ocorrendo desde 1992, quando o Instituto de

Desenvolvimento Econômico e Social do Pará (IDESP) realizava os estudos para

Zoneamento e Plano de Gestão, e a então Secretaria Executiva de Ciência,

Tecnologia e Meio Ambiente (SECTAM) executava o monitoramento e a gestão

propriamente dita, e a partir de 1999, a SECTAM, hoje Secretaria de Estado de Meio

Ambiente (SEMA), assumiu todas as tarefas.

O Programa Estadual de Gerenciamento Costeiro do Estado do Pará

(GERCO-PA) se constitui em um dos instrumentos de ação da Política Estadual de

Meio Ambiente (Lei n° 5.887/95) e que está integrado ao Plano Nacional de

Gerenciamento Costeiro, o qual tem como instrumentos o Plano Estadual de

Gerenciamento Costeiro (PEGC), o Plano Municipal de Gerenciamento Costeiro

(PMGC), o Sistema de Informações do Gerenciamento Costeiro (SIGERCO), o

Sistema de Monitoramento Ambiental da Zona Costeira (SMA–ZC), o Relatório de

Qualidade Ambiental da Zona Costeira (RQA-ZC), o Zoneamento Ecológico-

Econômico Costeiro (ZEEC) e o Plano de Gestão da Zona Costeira (PGZC).

Neste contexto foi institucionalizado o Comitê Técnico Estadual de Apoio

ao Gerenciamento Costeiro do Pará (CT-GERCO), no âmbito da Secretaria de

Ciência, Tecnologia e Meio Ambiente (SECTAM), através da portaria nº 131 em

27/03/06, sendo composto por membros das seguintes instituições: a então SEMA,

Secretaria de Agricultura do Estado do Pará (SAGRI), Empresa de Assistência

Técnica e Extensão Rural do Estado do Pará (EMATER), Instituto Brasileiro de

Geografia e Estatística (IBGE), Universidade Federal do Pará (UFPA), Sistema de

Proteção da Amazônia (SIPAM), Superintendência Regional do Patrimônio da União

(SPU), IBAMA/CNPT, Museu Paraense Emílio Goeldi (MPEG), Universidade Federal

Rural da Amazônia (UFRA), Companhia de Pesquisa de Recursos Minerais (CPRM)

e Representantes das associações dos municípios envolvidos, da Capitania

Brasileira dos Portos/Capitania dos Portos e de Organização não governamental que

comprovadamente desenvolva trabalhos técnico-científicos na área costeira.

No Estado do Pará, a área de abrangência para atuação do

Gerenciamento Costeiro compreende, geograficamente, a Costa Atlântica do

Salgado Paraense e as áreas marinho-fluviais do Golfão Amazônico, envolvendo 39

municípios num total de 91.980,87Km2 de terras e águas internas.

A Zona Costeira do Estado do Pará, devido à grande extensão e às

múltiplas particularidades, apresentadas em função de suas características físico-

naturais e socioeconômicas, foi subdividida em 03 (três) setores totalizando uma

área de 79.795,40 km2 o que certamente facilitará a execução das ações

demandadas pelo Plano Nacional de Gerenciamento Costeiro.

Para a setorização da área de abrangência do GERCO-PA, foi adotada a

seguinte nomenclatura:

Setor I – Insular Estuarino, contendo 12 municípios;

Setor II – Continental Estuarino, contendo 12 municípios; e

Setor III – Costa Atlântica Paraense, com 15 municípios.

Faz-se necessário, em função de suas particularidades, tecer algumas

considerações somente sobre o Setor Continental Estuarino. O referido setor

abrange os municípios de Belém, Ananindeua, Marituba, Benevides, Santa Bárbara

do Pará, Santo Antônio do Tauá, Barcarena, Abaetetuba, Colares, Vigia, São

Caetano de Odivelas e São João da Ponta, destacando-se Belém e Ananindeua

como os maiores núcleos populacionais. Neste setor localiza-se a Região

Metropolitana de Belém (RMB), constituída pelos municípios de Belém, Ananindeua,

Marituba, Benevides e Santa Bárbara do Pará.

A RMB é uma região de acentuada antropicidade, caracterizada por um

tecido predominantemente urbano. Nela o nível de antropismo, comparado com o

restante de todo o espaço costeiro do Estado do Pará, atinge o grau mais elevado.

Esse fato, associado à desorganização urbana a que essa região está submetida, já

a caracteriza como área crítica.

É importante ressaltar que a existência de áreas intensamente

impactadas não é exclusividade da Região Metropolitana de Belém, sendo também

identificadas em outros setores, e em geral são provenientes das atividades

socioeconômicas, que resultam em degradação ambiental, refletindo na qualidade

de vida da população.

Com base neste cenário, o GERCO-PA objetiva promover a

compatibilização entre o desenvolvimento socioeconômico com a conservação,

recuperação e manutenção dos ecossistemas costeiros, que terá como eixo

norteador o Zoneamento Ecológico-Econômico e a elaboração de Planos de Gestão

Ambiental tendo sempre a articulação e parceria com os municípios e comunidades

envolvidas no processo de forma participativa.

Para alcançar tais objetivos, bem como para fundamentar as ações já

realizadas e nortear o planejamento e o processo de gestão das ações futuras, é de

fundamental importância investir no processo de Institucionalização do

Gerenciamento Costeiro no Estado do Pará, que por sua vez se constitui em objeto

principal deste Termo de Referência.

5. OBJETIVO

Contratação de consultoria pessoa física para elaboração, discussão e

consolidação da minuta do Projeto de Lei (PL) para a Política Estadual de

Gerenciamento Costeiro do Estado do Pará, incluindo sua diretriz de

regulamentação.

6. ESCOPO DOS SERVIÇOS

Os trabalhos deverão ser planejados e implementados em 05 (cinco)

meses, com a concretização de 02 (duas) oficinas, da qual participarão técnicos das

seguintes instituições: (i) Secretaria de Estado de Meio Ambiente (SEMA-PA); (ii)

Instituições parceiras da SEMA-PA, tais como o Museu Paraense Emílio Goeldi

(MPEG), o Instituto de Desenvolvimento Econômico e Social do Pará (IDESP), a

Superintendência do Patrimônio da União (SPU-PA), a Universidade Federal Rural

da Amazônia (UFRA) e a Universidade Federal do Pará (UFPA). Este corpo técnico,

a partir das oficinas e, em conjunto com o consultor, irão construir e minutar a

proposta de anteprojeto de Lei do Plano Estadual de Gerenciamento Costeiro do

Pará, incluindo sua diretriz de regulamentação, objeto final requerido neste Termo

de Referência (TdR).

Todas as atividades deverão ser realizadas em 03 (três) etapas:

ETAPA 01: realização da primeira oficina de conhecimento e análise da legislação

federal e da legislação dos Estados da Amazônia Legal sobre o Gerenciamento

Costeiro com carga horária de 20h semanal. Esta etapa deverá ser realizada em um

prazo de até 02 (dois) meses, a partir da assinatura do contrato, contando o

planejamento e a organização das atividades.

ETAPA 02: realização da segunda oficina para dar início à redação da minuta do

Projeto de Lei para a Política Estadual de Gerenciamento Costeiro do Pará com

carga horária de 40h semanal. Esta minuta será redigida pelos técnicos da SEMA-

PA e das Instituições parceiras já citadas, em conjunto com o consultor contratado.

Esta etapa deverá ser realizada em até 02 (dois) meses, contando desde o início da

redação da minuta do PL, a realização de consultas públicas nos Setores I, II e III da

Zona Costeira com carga horária de 8h semanal por setor.

ETAPA 03: edição e entrega pelo contratado ao contratante, do texto final da minuta

do Projeto de Lei para a Política Estadual de Gerenciamento Costeiro do Pará

(GERCO-PA). Esta etapa deverá ser realizada num período de até 01(um) mês.

6. 1. Detalhamento das etapas

ETAPA 01- REALIZAÇÃO DA PRIMEIRA OFICINA

Será realizada inicialmente 01 (uma) oficina de conhecimento e análise da

legislação federal e da legislação dos Estados da Amazônia Legal sobre o

Gerenciamento Costeiro. Esta etapa deverá contemplar a participação de 20 (vinte)

técnicos da SEMA-PA e das Instituições parceiras já citadas no Item 6, com

informações estratégicas para a posterior construção da minuta do Projeto de Lei

para a Política Estadual de Gerenciamento Costeiro do Estado do Pará, incluindo

sua diretriz de regulamentação.

A execução desta oficina deverá ocorrer em 01 (um) módulo, com carga

horária de 20 horas/semanal, desmembrado a partir de discussões sobre todas as

bases legais, como forma de compatibilizar o repasse de informações e a logística

por parte do consultor, assim como, a fixação do aprendizado por parte dos técnicos

da SEMA-PA e das Instituições parceiras citadas no Item 6, associado ao

desenvolvimento de suas tarefas diárias de trabalho.

Propõe-se o desenvolvimento deste módulo em espaço físico a ser cedido

por esta SEMA-PA, na cidade de Belém-PA, com capacidade para 20 (vinte)

técnicos.

Recomenda-se que o consultor faça a organização de material didático

para cada um dos 20 (vinte) técnicos que participarão da oficina a partir do repasse

de informações pela contratante, objetivando a ampliação do conhecimento

adquirido e a melhor organização na execução das atividades que serão

desenvolvidas.

ETAPA 02- REALIZAÇÃO DA SEGUNDA OFICINA

Nesta oficina deverão ser iniciados os trabalhos de construção da minuta

do Projeto de Lei para a Política Estadual de Gerenciamento Costeiro do Estado do

Pará, incluindo sua diretriz de regulamentação, a qual deverá ser arquitetada pelos

participantes da oficina (técnicos da SEMA-PA e das Instituições parceiras citadas

no Item 6) juntamente com o consultor, além da realização de consultas públicas

em “Municípios pólo” dos 03 (três) setores da zona costeira.

Sugere-se que a execução desta oficina ocorra em 02 (duas) fases

distintas:

- 1ª fase: com carga horária de 8h/dia, totalizando 40h semanais, se constitui na fase

de construção dos elementos essenciais para a minuta do PL para o Gerenciamento

Costeiro do Estado do Pará e o repasse de informações necessárias, por parte do

consultor, para todos os 20 (vinte) participantes, objetivando a estruturação da base

legal desta minuta;

- 2ª fase: com carga horária de 8 h/dia, composta pela realização de consulta pública

nos Setores I, II e III da Zona Costeira do Pará, com o intuito de promover a

participação da sociedade civil (comunidades de pescadores, quilombolas e

indígenas, se couber) e do poder político local (Prefeitos e vereadores) no processo

de construção deste importante instrumento. Anterior a esta fase, a contratante

SEMA-PA realizará a sensibilização e mobilização do público local nos Setores I, II e

III da Zona Costeira do Pará, a partir do repasse de informações pertinentes a

realização desta consulta pública.

Nesta 2ª fase será necessária uma carga horária de 8h/dia por cada setor

totalizando 24h/semanais nas sedes dos setores abaixo especificados, com

períodos oscilando entre 08 (oito) e 15 (quinze) dias de intervalo entre estes setores.

Propõe-se o desenvolvimento deste módulo em espaço físico a ser providenciado

pela SEMA-PA, localizados nos municípios/sede de cada setor especificado abaixo:

Setor I: no município de Soure, em local a ser agendado;

Setor II: no município de Belém, em local a ser agendado;

Setor III: no município de Salinópolis, em local a ser agendado.

A partir da aplicabilidade dos conceitos, do repasse das informações

necessárias e da realização das consultas públicas, deverá ser realizado o processo

de edição da minuta do PL, objetivando a fixação do aprendizado por parte dos

técnicos das Instituições citadas no item 6, resultando em sua efetivação. Esta

etapa poderá ser realizada em Belém-PA, em local a ser agendado pela contratante.

Posterior à realização de cada oficina, o contratado deverá entregar

relatórios à equipe que acompanhará os trabalhos.

ETAPA 03- EDIÇÃO FINAL E ENTREGA DO PRODUTO FINAL

Nesta etapa deverá ser realizada a edição final e a entrega, pelo

contratado, do texto final da minuta do PL para a Política Estadual de

Gerenciamento Costeiro do Pará. Esta etapa poderá ser realizada num período de

até 01(um) mês. Nesta etapa o consultor deverá editar o texto final e entregá-lo em

02 (duas) vias impressas e em meio digital (CD-ROM), em arquivo Word e PDF para

a equipe da SEMA-PA que acompanhará os trabalhos.

O produto final deverá ser entregue em versão preliminar digital para

avaliação prévia da equipe da SEMA-PA, que terá um prazo de até 15 (quinze) dias

úteis para se manifestar. Após a manifestação, o contratado deverá apresentar a

versão final, na qual deverão ser atendidas as recomendações que venham a ser

feitas para o aprimoramento e a melhoria do produto por parte da contratante.

7. ATIVIDADES A SEREM DESENVOLVIDAS

O consultor a ser contratado deverá desenvolver as atividades

relacionadas a seguir:

7.1. Elaborar um Plano de Trabalho com escopo detalhado das atividades a serem

desenvolvidas, com o cronograma de execução e referência bibliográfica;

7.2. Elaborar e entregar documento com a metodologia apropriada para a execução

das oficinas, a qual será avaliada pela equipe da SEMA-PA que acompanhará os

trabalhos;

7.3. Elaborar, em conjunto com os técnicos da SEMA-PA e das Instituições

parceiras citadas no Item 6, uma minuta preliminar do PL para a Política Estadual de

Gerenciamento Costeiro do Pará, a ser discutida em reuniões com representantes

das comunidades e gestores locais, bem como em reuniões técnicas com os

responsáveis pela gestão ambiental nos níveis Federal, Estadual e Municipal;

7.4. Participar de reuniões técnicas com os atores responsáveis pela gestão

ambiental nos níveis federal, estadual e municipal, objetivando auxiliar na

apresentação do documento e apreender demandas de ajustes durante o processo

participativo, as quais deverão ser efetuadas mediante entendimentos junto à

Coordenação do Projeto;

7.5. Elaborar relatórios com resultado das oficinas e das discussões com as

comunidades, gestores locais e com os técnicos responsáveis pela gestão

ambiental, anexando a proposta de PL revista;

7.6. Participar da apresentação da proposta do PL no âmbito do Conselho Estadual

de Meio Ambiente (COEMA) e posterior revisão;

7.7. Revisar a proposta preliminar, consolidando a versão final da minuta de PL para

a Política Estadual do GERCO-PA.

O consultor deverá realizar o levantamento de dados e instrumentos

legais existentes em instituições voltadas à gestão urbana e ambiental, com o

objetivo de subsidiar as ações pretendidas, envolvendo a atualização, revisão,

estabelecimento e consolidação das informações. Com isto, serão viabilizadas a

elaboração e avaliação das normas gerais para disciplinar a utilização dos recursos

ambientais e a ocupação dos ambientes costeiros e marinhos do Estado do Pará,

atendendo, assim, as diretrizes do Plano Nacional de Gerenciamento Costeiro

(PNGC) para a integração de políticas e ações, visando à otimização dos resultados.

As atividades de levantamento de informações devem envolver dados

publicados e não publicados, a serem obtidos junto às entidades voltadas à gestão

urbana e ambiental.

8. PRODUTOS

O consultor a ser contratado deverá apresentar, como resultados de seus

trabalhos, os seguintes produtos:

8.1. Plano de trabalho das atividades a serem desenvolvidas (corresponde ao item

7.1);

8.2. Metodologia apropriada para a execução das oficinas, a qual será avaliada pela

equipe da SEMA-PA;

8.3. Proposta preliminar do PL e minuta de programação para reuniões com

atores/gestores locais (corresponde ao item 7.3);

8.4. Proposta de PL revista, acompanhada de relatórios com resultados das oficinas

e das discussões com as comunidades, gestores locais e com os técnicos

responsáveis pela gestão ambiental (corresponde ao item 7.4 e 7.5);

8.5. Versão final da minuta do PL para a Política Estadual do GERCO-PA, após

reajustes demandados pelos Técnicos da SEMA-PA e das Instituições parceiras,

pela equipe da SEMA-PA que acompanhará os trabalhos e pelo COEMA

(corresponde ao item 7.6 e 7.7).

Os produtos referentes a cada uma das etapas já descritas deverão ser

encadernados em espiral, capa dura, na quantidade de folhas adequadas a cada

conteúdo. Necessitarão ser escritos em língua portuguesa e entregues em meio

digital (CD-ROM) em arquivo Word e PDF e impresso em 02 (duas) cópias, em

formato .doc, fonte Arial ou Times New Roman, tamanho 12 e espaçamento entre

linhas de 1,5. Precisarão conter fotos, quadros, tabelas, siglas, croquis, mapas,

figuras e gráficos, listados antes da apresentação do sumário de cada produto

contratado.

A Consultoria Individual fica obrigada a fornecer dados, informações e

todos e quaisquer elementos que integrem a realização dos serviços a partir deste

Termo de Referência. A aprovação final dos produtos descritos neste Termo de

Referência é de responsabilidade e competência da contratante, que poderá solicitar

informações complementares que julgar necessárias para a tomada de decisões.

9. TREINAMENTO E TRANSFERÊNCIA DE CONHECIMENTOS

A consultoria individual realizará 02 (duas) oficinas para 20 (vinte)

Técnicos de nível superior da SEMA-PA e das Instituições parceiras, que tenham

vínculo efetivo de trabalho, para fins de constituição da minuta do PL para a Política

Estadual de Gerenciamento Costeiro do Pará (GERCO-PA).

Os materiais a serem utilizados pela consultoria deverão ser os recursos

didáticos disponíveis para a melhor compreensão e assimilação das informações

sobre o tema, como por exemplo, a projeção de slides, utilização de quadro branco,

cartilhas e apostilas. Este material será analisado e aprovado pela equipe da SEMA

que acompanhará o desenvolvimento dos trabalhos.

10. CRONOGRAMA FÍSICO-FINANCEIRO

Os trabalhos deverão ser concluídos num prazo máximo de 05 (cinco)

meses corridos, contados a partir da data da assinatura do contrato entre

contratante e o consultor selecionado.

De acordo com o valor estimado para a realização dos trabalhos, a forma

de remuneração dos serviços deverá ser efetivada por preço global, com o

pagamento efetuado após a entrega e aceitação dos produtos, obedecendo aos

prazos discriminados abaixo, executados da seguinte forma:

Produtos Percentual a

ser entreguePrazos

Pagamento

mediante

aprovação do

produto

8.1. Plano de

Trabalho100%

Até 30 (trinta) dias após a

assinatura do contrato. 15%

8.2. Metodologia

apropriada para a

execução das

oficinas e 8.3.

Proposta preliminar

do PL e minuta de

programação para

reuniões

100%

Até 60 (sessenta) dias após

assinatura do contrato.

Contando os 15 (quinze) dias

para avaliação prévia pela

contratante.

25%

8.4. Proposta de

PL revista100%

Até 90 (noventa) dias após

assinatura do contrato.

Contando os 15 (quinze) dias

para avaliação prévia pela

contratante.

25%

8.5. Versão final da

minuta do PL para a

Política Estadual do

GERCO-PA

100%

Até 150 (cento e cinquenta)

dias após assinatura do

contrato. Contando os 15

(quinze) dias para avaliação

prévia pela contratante.

35%

Quadro 1. Prazos para entrega e análise dos produtos; percentual de pagamento por etapa.

Estarão incluídos no pagamento a ser executado a remuneração do

consultor, os encargos sociais estipulados na Legislação Fiscal e Trabalhista

(devendo ser deduzido no ato do pagamento os descontos de Imposto de Renda de

Pessoa Física - IRPF), as despesas com alimentação, hospedagem e transporte

(terrestre, aéreo e fluvial) na área de estudo, os materiais de consumo e outros que

se façam necessários para a realização do objeto contratado.

A não entrega de um produto dentro do prazo estipulado, sem justificativa

prévia, poderá acarretar no cancelamento do contrato, sem quaisquer ônus para a

contratante.

Todas as propostas de trabalho apresentadas pelos candidatos para a

contratação da consultoria deverão exibir cronogramas em forma de gráficos de

barras ou quadros, em que fiquem claros os períodos de execução dos produtos

e/ou atividades solicitadas, e a correlação entre as mesmas.

O consultor será responsável pela coordenação, execução e

monitoramento de todas as atividades que serão desenvolvidas, descritas neste

Termo de Referência. As atividades em campo serão acompanhadas por servidores

desta SEMA-PA, de acordo com o planejamento realizado entre as partes.

11. INSUMOS FORNECIDOS PELO CLIENTE

Para as atividades descritas neste Termo de Referência, será

disponibilizada pela contratante, 01 (uma) sala climatizada, para a realização da

etapa 01 e a 1ª fase da etapa 02, na cidade de Belém, com mesa de reunião,

cadeiras com encosto traseiro, projetor multimídia, dentre outros equipamentos, com

capacidade para 20 (vinte) pessoas, além de todas as informações necessárias e

que estejam a sua disposição, para dar celeridade ao desenvolvimento das ações. A

SEMA-PA providenciará espaço físico para a realização das consultas públicas nos

Setores I, II e III da Zona costeira.

O contratado terá acesso às informações e dados coletados até então e,

ainda, contará com a colaboração de técnicos das Instituições parceiras desta

SEMA-PA. Disporá também de condições essenciais para o desenvolvimento de

suas atividades tais como: softwares, telefone, fax, internet, material de consumo e

demais equipamentos de escritório.

A consolidação da ETAPA 02 poderá ser feita em local escolhido pelo

consultor, com a entrega do produto final para a contratante a ser realizada na sede

desta SEMA-PA, na cidade de Belém, dentro do prazo estabelecido.

A consolidação da ETAPA 03 poderá ser feita em local escolhido pelo

consultor, com a entrega do produto final para a contratante a ser realizada na sede

desta SEMA-PA, na cidade de Belém, dentro do prazo estabelecido.

12. DADOS

A supervisão dos trabalhos ficará a cargo do representante desta SEMA-

PA, responsável pelo acompanhamento do desenvolvimento dos serviços, o Sr.

CRISOMAR RAIMUNDO DA SILVA LOBATO, Engenheiro Florestal, Coordenador

Geral do Núcleo de Ordenamento Territorial desta Secretaria de Estado de Meio

Ambiente do Pará (SEMA-PA).

13. EQUIPE CHAVE

O consultor a ser contratado deverá trabalhar em estreita cooperação

com a equipe de técnicos do Estado do Pará designada para apoiar e dar

prosseguimento aos objetivos deste Termo de Referência.

A seleção da consultoria individual será regida segundo as “Diretrizes do

Banco Mundial sobre Seleção de Consultores”, versão de maio de 2002, Capítulo V.

A seleção será feita após análise da experiência e da qualificação dos candidatos.

14. ESPECIFICAÇÕES DO PROFISSIONAL A SER CONTRATADO

Profissional de nível superior, com formação nas áreas de Arquitetura e

Urbanismo e/ou Geografia, Geologia, Engenharia Ambiental e áreas afins,

especializado em planejamento regional, com reconhecida experiência no campo de

desenvolvimento de Gerenciamento Costeiro, Direito Ambiental e com trabalhos

semelhantes já realizados em áreas similares.

Deverá possuir experiência comprovada na elaboração de leis,

conhecimento da legislação ambiental pertinente e vivência da realidade costeira

amazônica, de modo a promover uma avaliação adequada da situação legal que

permita a definição de estratégias e sua inserção na gestão costeira e estuarina,

além de apresentar experiência na atuação em capacitação, coordenação, pesquisa,

planejamento integrado, construção participativa de instrumentos de gestão e, ter

desenvolvido trabalhos na região Amazônica. Este consultor deverá apresentar,

também, experiência em prestação de contas de projetos.

ANEXO

CONTEXTO NACIONAL DO GERENCIAMENTO COSTEIRO

O litoral brasileiro apresenta uma variedade de ecossistemas

caracterizada pela abundância de recursos naturais, os quais são responsáveis pela

sobrevivência de populações humanas, pela reprodução de diferentes espécies de

animais e pela conservação da vegetação nativa, contudo, a sua apropriação tem

sido realizada, desde o período colonial, de forma comprometedora para a

biodiversidade e economia do país.

Nos últimos anos, a zona costeira brasileira tem sido submetida a

conflitos de uso e pressões econômicas derivadas da ampliação do processo

produtivo do desenvolvimento do turismo, da especulação imobiliária e do aumento

da densidade demográfica. Mais da metade da população brasileira vive a uma

distância aproximada de 60 km do mar, e 20% na zona costeira, correspondendo a

um contingente aproximado de 42 milhões de habitantes, em uma área de

388.000km², onde se localizam importantes setores do parque industrial brasileiro.

O uso e a ocupação do solo nessa área têm sido realizados de forma

intensiva e aleatória, dando origem a problemas ambientais e de saúde decorrentes

da disposição inadequada dos resíduos sólidos do lançamento de esgotos e de

efluentes industriais nos corpos d’água que afetam, principalmente, o turismo, a

pesca e a aquicultura, principais setores de ocupação das populações tradicionais

além da indústria da construção civil. A especulação imobiliária tem sido responsável

pela expulsão da terra e pela desarticulação cultural dessas populações, bem como

pela destruição de importantes áreas naturais.

O desenvolvimento do turismo, consubstanciado na edificação de hotéis,

em habitações de veraneio (segunda residência), parques balneários, condomínios

de luxo e visitações em desconformidade com a capacidade de suporte dos

ambientes naturais, tem contribuído para a destruição dos ecossistemas costeiros e

para sua descaracterização paisagística. Este cenário preocupante foi propício para

que emergisse nas diferentes esferas de governo, discussões com vistas à criação e

implementação de mecanismos legais que objetivassem planejar e gerenciar, de

forma integrada, descentralizada e participativa as atividades na Zona Costeira,

objetivando garantir sua utilização de forma sustentável. E foi neste contexto que se

institucionalizou o Gerenciamento Costeiro no Brasil, através da aprovação da Lei

Federal Nº 7.661/88, que estabeleceu o Plano Nacional de Gerenciamento Costeiro

(PNGC), como sendo parte integrante da Política Nacional para os Recursos do Mar

(PNRM) e da Política Nacional do Meio Ambiente (PNMA) o qual estabelece

diretrizes para controle, preservação e recuperação dos recursos naturais e

ecossistemas costeiros.

Este Plano passou por um processo de revisão, estabelecida por meio da

Resolução nº 005 da Comissão Interministerial para os Recursos do Mar (CIRM), de

03 de dezembro de 1997, a qual foi submetida e aprovada pelo Conselho Nacional

de Meio Ambiente (CONAMA), em sua 48ª Reunião Ordinária. Desta forma nascia o

Plano Nacional de Gerenciamento Costeiro II (PNGC II), cujo enfoque se centraliza

no estabelecimento das bases para a consolidação e continuidade das ações já

realizadas, bem como para a definição de novas diretrizes, tendo em vista a

articulação das políticas setoriais do governo em torno de objetivos comuns.

O PNGC II reafirmou os princípios da descentralização, gestão e da

cooperação, acentuando a participação do governo federal, dos municípios e da

sociedade civil na condução do Programa. Além disso, reiterou os instrumentos de

gestão presentes nos modelos anteriores como o zoneamento, o sistema de

informações, os planos de gestão, o monitoramento, acrescentando-se outros como

o relatório de qualidade ambiental.

Nesse processo é importante mencionar a elaboração do Plano de Ação

Federal para a Zona Costeira do Brasil (PAF) em 1998, que consolidou os esforços

de articulação institucional no âmbito federal, apresentando programas e linhas de

ação que foram detalhadas quanto aos seus executores, fontes de financiamento e

cronograma de execução. As linhas de ação que obtiveram maior êxito foram

agrupadas no Projeto Orla e na Agenda Ambiental Portuária. Entre as parcerias

institucionais que foram estabelecidas no âmbito do PAF, destacam-se a Secretaria

do Patrimônio da União (SPU), o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos

Recursos Naturais Renováveis (IBAMA) e a Marinha do Brasil, os quais juntamente

com o Ministério do Meio Ambiente, foram responsáveis pelo conjunto dos

programas.

Enquanto isto, com fundamento nos trabalhos que foram desenvolvidos

no âmbito federal e no estadual, foram encaminhados, em São Paulo, os

procedimentos necessários à implantação do Plano Estadual de Gerenciamento

Costeiro, tendo sido elaborada e aprovada pelo Conselho Estadual de Meio

Ambiente (CONSEMA) em 1993, a minuta de Lei que o instituía. Enviada à

Assembleia Legislativa pelo Poder Executivo sob a forma de projeto de Lei, a

proposta sofreu ferrenha oposição dos setores políticos mais conservadores que

pressionaram contra a sua aprovação, argumentando que ela consubstanciava

restrições contidas no Decreto Federal n˚ 750, de 10 de fevereiro de 1993, que

dispunha sobre a Mata Atlântica, regulamentando os processos de desmatamentos

em áreas de seu domínio, prejudicando, assim, a liberdade de empreender, a

capacidade de edificar as finanças dos municípios litorâneos, tendo permanecido,

por conta de oposições, durante cinco anos dormitando na Assembleia Legislativa.

Assim, o Plano Estadual de Gerenciamento Costeiro do Estado de São

Paulo só pode ser instituído em 03 de julho de 1998 através da Lei n˚ 10.019, que

estabeleceu seus objetivos, diretrizes, metas e os instrumentos para a sua

elaboração, aprovação e execução, com a finalidade de disciplinar e racionalizar a

utilização dos recursos naturais da Zona Costeira, visando à melhoria da qualidade

de vida das populações locais e proteção dos ecossistemas.

A Lei Estadual foi elaborada com bases nas críticas que se faziam a

respeito de extrema generalização contida na Lei Federal, buscando, em

contrapartida, estabelecer normas que permitissem a atuação mais objetiva do

Estado, principalmente com relação ao licenciamento e fiscalização ambiental. Neste

sentido, a Lei Estadual do Estado de São Paulo definiu a tipologia das zonas

costeiras, os seus usos permitidos, as atividades proibidas e as penalidades a serem

aplicadas no caso das infrações.

Por fim, a Lei estabeleceu que o licenciamento e a fiscalização devessem

ser realizados com bases nas normas e critérios estabelecidos no Zoneamento

Ecológico-Econômico a ser instituído mediante decreto estadual, sem prejuízo das

demais normas federais, estaduais e municipais definidas pelos órgãos

competentes.

Enquanto isto, o Governo Federal foca o zoneamento no País e

institucionaliza o processo em todo o território nacional, através do Decreto n 4.297,

de 10 de julho de 2002, fornecendo, assim, as bases legais necessárias ao

Zoneamento Ecológico-Econômico no Brasil (ZEE-Brasil).

No âmbito federal, o Decreto n 5.300 de 07 de dezembro de 2004

estabeleceu os limites, princípios, objetivos, instrumentos e competências para a

gestão, bem como as regras de uso e ocupação da zona costeira, especialmente a

orla marítima.

ESTRUTURA E FUNCIONAMENTO DO GERENCIAMENTO COSTEIRO

A lei Federal que estabeleceu o Plano Nacional de Gerenciamento

Costeiro criou um Grupo de Coordenação na Secretaria de Comissão Interministerial

para os Recursos do Mar (SECIRM), ao qual se atribuiu a elaboração e, caso se

mostrasse necessário, a reformulação do mencionado Plano, constituindo-se,

portanto, como sua instância máxima de deliberação.

Foi instituído o Grupo de Integração do Gerenciamento Costeiro (GI-

GERCO), sob a coordenação do Ministério do Meio Ambiente, com a atribuição de

fornecer as informações necessárias à implantação do Programa e acompanhar a

sua implementação. Desta forma, o GI-GERCO constituiu o braço executivo do

Plano de Ação Federal (PAF) que se caracteriza pela participação multissetorial e

pela realização das parcerias com representantes governamentais e não

governamentais envolvidos na gestão do Gerenciamento Costeiro.

O CONAMA, enquanto órgão responsável pelo estabelecimento das

diretrizes políticas governamentais para o meio ambiente constitui a instância

competente para a definição de normas, critérios e padrões relativos ao controle e a

qualidade do meio ambiente com vistas ao uso racional dos recursos naturais na

região costeira.

Para a coordenação das ações cotidianas do PNGC, foi criada a

Coordenação de Gestão Integrada dos Ambientes Costeiros Marinhos (GERCOM),

no âmbito da Diretoria do Programa de Gerenciamento Ambiental Territorial da

Secretaria de Qualidade Ambiental nos Assentamentos Humanos, ficando a seu

cargo o desenvolvimento de um projeto de natureza transversal, com o objetivo de

capacitar e gerar informações referentes à organização territorial, ao

desenvolvimento de estudos e a realização de pesquisas.

A aplicação efetiva do Plano foi atribuída à União, aos Estados, aos

Territórios e aos Municípios, através de órgãos e entidades integradas ao Sistema

Nacional de Meio Ambiente (SISNAMA), cabendo a estes designar os órgãos

competentes para a gestão do Plano em suas respectivas unidades.

O ZONEAMENTO ECOLÓGICO- ECONÔMICO NO BRASIL

Segundo Botelho, 2003 o Zoneamento Ecológico – Econômico pode ser

entendido “como um instrumento de planejamento ambiental cujo objetivo

fundamental é subsidiar as decisões de uso e ocupação do território em bases

sustentáveis, por meio de análise integrada de fatores físicos, bióticos e

socioeconômicos”.

As bases legais do Zoneamento Ecológico-Econômico no Brasil estão

calcadas na Lei Federal n 6.398, de 31 de agosto de 1981, que o definiu como

sendo um dos instrumentos da Política Nacional do Meio Ambiente e no Decreto

Federal n 4.297, de 10 de julho de 2002, ao estabelecer que o Zoneamento

Ecológico-Econômico deverá obedecer aos princípios de função social de

propriedade, de prevenção, da precaução, do poluidor-pagador, do usuário-pagador,

da participação informada, do acesso equitativo e da integração.

Na verdade, o Decreto acima mencionado foi editado com a finalidade de

cobrir um vazio institucional e dar o necessário suporte legal à implantação do

Zoneamento Ecológico-Econômico em outras regiões do Brasil que não a costeira,

cuja coordenação permaneceu sob a responsabilidade do Programa Nacional de

Gerenciamento Costeiro, sediado no Ministério do Meio Ambiente.

Precedeu sua edição, a realização de diversas experiências

compartilhadas de zoneamento em áreas consideradas estratégicas para o

desenvolvimento econômico e a proteção dos recursos naturais, em diferentes

regiões do Brasil.

Com relação à sua execução, o mencionado dispositivo legal determinou

que competisse ao Poder Público Federal, especialmente quando tiver por objeto o

bioma considerado Patrimônio Nacional ou que não deva ser tratado de forma

fragmentária, podendo, mediante assinatura de documento apropriado, ser realizado

em articulação e cooperação com os Estados. Por meio deste mesmo dispositivo,

foram definidos os pressupostos técnicos e institucionais, o conteúdo e as diretrizes

gerais e específicas para o Zoneamento Ecológico-Econômico no Brasil.

Neste contexto o Governo Federal editou o Decreto n 5.300/04,

regulamentando a Lei n 7.661/88, que havia instituído, no final dos anos 80, o Plano

Nacional de Gerenciamento Costeiro, por meio do qual foram definidos os usos e as

formas de ocupação da zona costeira, bem como os critérios de gestão da orla

marítima. Esse Decreto Federal estabeleceu 05 (cinco) zonas, reproduzindo a

tipologia contemplada na Lei Estadual n10.019/98, que instituiu o Gerenciamento

Costeiro no Estado de São Paulo. Além disto, incluiu a classificação e as estratégias

para gestão de orla marítima, compreendida por uma porção terrestre e outra

marítima, ambas caracterizadas pela interface entre a terra e o mar.