cultura visual - definições, escopos e debates

Upload: lidsantos1

Post on 04-Jun-2018

213 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

  • 8/13/2019 Cultura visual - definies, escopos e debates

    1/20

    DOMNIOSDAIMAGEM, LONDRINA, ANOI,N. 2, P. 129-134,MAIO2008 129

    CULTURAVISUAL: DEFINIES, ESCOPO, DEBATES

    Cultura Visual:definies, escopo, debates

    Rosana Horio Monteiro

    Doutora em Poltica Cientfica e Tecnolgica pela Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP).Pesquisadora visitante no Departamento de Science and Technology Studies (STS) no Rensselaer

    Polytechnic Institute (RPI) em Troy/New York (EUA) em 1998. Professora na Universidade Federalde Gois (UFG), no Programa de Ps-graduao em Cultura Visual. Editora responsvel pela revistaVisualidades. Autora de, entre outras publicaes, Descobertas mltiplas. A fotografia no Brasil (1824-1833), Campinas/So Paulo: Mercado de Letras/Fapesp, 2001.

    RESUMO:O presente trabalho parte de uma pesquisa ainda em andamento em que investigo questesrelacionadas ao conceito de cultura visual e sua ligao com a histria da arte. uma disciplina

    emergente, um tpico de pesquisa, uma rea ou subrea dos estudos culturais? Qual oestatuto do objeto artstico dentro da cultura visual? Discuto, em particular, a importncia dovisual culture questionnaire para o desenvolvimento da rea e o debate em torno doconceito de cultura visual. Esse questionrio foi enviado para uma variedade de pesquisadores,crticos e artistas norte-americanos em 1996, e as respostas publicadas na revista Octobernuma edio organizada por Rosalind Krauss e Hal Foster.PALAVRAS-CHAVE: histria da arte; cultura visual; estudos culturais.

    ABSTRACT:This paper is a still work in progress that investigates issues related to the concept of visual cultureand its connection with the history of art. Is it an emerging discipline, a topic of research, an area orsub-area of cultural studies? What is the status of the artistic object within the visual culture? I

    discuss particularly the role of the visual culture questionnaire to the development of the areaand the debate around the concept of visual culture. The questionnaire was sent to a variety ofresearchers, critics and artists from North America and the answers were published in a 1996edition of the journal Octoberorganized by Rosalind Krauss and Hal Foster.KEYWORDS: art history; visual culture; cultural studies.

  • 8/13/2019 Cultura visual - definies, escopos e debates

    2/20

    ROSANAHORIOMONTEIRO

    DOMNIOSDAIMAGEM, LONDRINA, ANOI,N. 2, P. 129-134,MAIO2008130

    Introduo

    Em 1996, a edio n 77 da revista norte-

    americana de arte e cultura October1, entoeditada por Rosalind Krauss e Hal Foster,dedicou um nmero especial para osresultados de um questionrio intituladovisual culture questionnaire. O questionrio,composto por quatro questes abertas, foienviado para uma variedade depesquisadores, crticos e artistas norte-americanos, entre os quais Svetlana Alpers,Carol Armstrong, W.T. Mitchell e Martin Jay,e pretendia explorar o conceito de culturavisual, na medida em que este emergia comouma discreta rea de estudo nos meiosuniversitrios norte-americanos desde adcada anterior.

    Krauss, Foster, entre outros pesquisadores,mostraram-se apreensivos com a possibilidadede a abordagem interdisciplinar dos estudosvisuais poder levar rendio doconhecimento histrico e dos mtodos crticosmantidos pela tradicional disciplina de histria

    da arte. Se todas as articulaes do visualfossem tratadas indiscriminadamente dentrode uma meta-disciplina de cultura visual, adiferena entre arte e imagem midiatizada

    Cultura Visual: definies, escopo, debates

    seria nivelada. Como um todo, acreditava-seque a abordagem generalizante dos estudosvisuais pudesse promover um entendimento

    simplista da anlise cultural, implicando numaperda radical de criticidade.

    Apesar do impacto causado peloquestionrio, a Cultura Visual ou os EstudosVisuais sobreviveram e alcanaramreconhecimento institucional no sculo 21,como atestam alguns indicadores: dois frunseletrnicos um criado por Nicholas Mirzoeffe outro pela American Studies Association;peridicos, como o Journal of Visual Culture,criado em 2002 e publicado pela SAGE,2umanova srie de livros editada pela University ofRochester e a reedio de The visual culturereader, organizado por Nicholas Mirzoeff.Mas, conforme alerta Jay (2005), com amaturao do campo tambm surgemreflexes sobre at onde essa rea caminhoue onde dever se localizar nos anosvindouros.3

    Da arte para a cultura visual

    Os editores de October estavampreocupados com a localizao dos estudosda cultura visual em relao s tradies das

    1 Publicao acadmica, cujo nome faz referncia ao filme Outubro, de Sergei Einsenstein, a revista, especializada em artecontempornea, crtica e teoria, foi fundada em 1976 em Nova York por Rosalind Krauss e Annette Michelson. No perodo de suacriao, tornou-se a porta-voz em lngua inglesa do ps-estruturalismo francs, focando seus artigos na arte ps-moderna.Publicada pelo MIT Press, os nmeros da revista podem ser acessados no stio: http://www.mitpressjournals.org/loi/octo.

    2 Disponvel para consulta no portal de peridicos da CAPES.3 Para discusses recentes sobre o tema, ver Bal (2003) e Dikovitskaya (2005).

  • 8/13/2019 Cultura visual - definies, escopos e debates

    3/20

    DOMNIOSDAIMAGEM, LONDRINA, ANOI,N. 2, P. 129-134,MAIO2008 131

    CULTURAVISUAL: DEFINIES, ESCOPO, DEBATES

    disciplinas de humanidades, tais como a

    histria da arte, e reivindicavam que o projetointerdisciplinar da cultura visual no estavamais organizado sobre o modelo da histriaassim como acontecera com a histria da arte,da arquitetura e a teoria do filme, mas simsobre o modelo da antropologia. A essamudana Evans e Hall (1999) chamaram dedupla troca: da arte para a cultura visual e dahistria para a cultura. Nesse contexto, a artedeixa de ter um estatuto privilegiado emrelao a outras prticas de significao e de

    produo de discursos.O termo cultura visual pode englobar uma

    variedade de formas de representao, desdeas artes visuais e o cinema, at a televiso e apropaganda, atingindo ainda reas em que,em geral, no se tende a pensar em culturavisual as cincias, a justia, a medicina, porexemplo. A cultura visual se ocupa dadiversidade do universo de imagens. Oconceito de cultura visual foi introduzido nodebate acadmico como um novo foco de

    investigao e rapidamente tornou-se temade uma discusso acalorada, embora aindabastante incipiente no cenrio acadmicobrasileiro.

    Localizado em algum ponto nocruzamento da tradicional histria da arte, docinema, da fotografia e dos estudosmiditicos, da filosofia da percepo, daantropologia dos sentidos e dos estudosculturais, os estudos visuais desafiam qualquercategorizao, como ocorre freqentementecom os hbridos (JAY, 2005).

    Apesar da dificuldade em se precisar oincio dos assim chamados estudos visuaiscomo um novo campo acadmico marcadopela interdisciplinaridade, pode-se identificar

    como perodo fundador, sobretudo no cenrio

    acadmico anglo-saxo, o final dos anos 80. o momento em que a histria da arte, aantropologia, a lingstica, os estudos decinema e a literatura comparada encontrama teoria ps-estruturalista e os estudosculturais (DIKOVTSKAYA, 2005).

    Alguns esforos pioneiros podem serdestacados, tais como a publicao de Waysof seeing(1972), de John Berger; Vision andpainting: the logic of the gaze (1983), deNorman Bryson; History of bourgeois

    perception (1983), de Donald Lowe eIconology (1986), de Mitchell. Ou, ainda,como destaca Jay (2005), conferncias comoa organizada por Hal Foster, em 1983, noDia Art Foundation, em Nova York, cujaproduo originou a coleo Vision andvisuality, com ensaios de Rosalind Krauss,Jacqueline Rose, Jonathan Crary, NormanBryson, entre outros colaboradores.

    s iniciativas acima descritas, juntam-sedois programas acadmicos que podem ser

    considerados como fundadores: o daUniversidade de Rochester (1989), em NovaYork, e o da Universidade da Califrnia, emIrvine (1998). Alm deles podemos citar osda Universidade de Chicago e da SUNY StonyBrook (NY). importante ressaltar, ainda, opapel de alguns peridicos no debate emtorno do novo campo dos estudos visuais, comdestaque para o j citado Journal of VisualCulturee o Visual Studies4, alm, claro, daprpria October. No Brasil, podemos citar arevista Visualidades, publicao semestral doprograma de mestrado em Cultura Visual daUniversidade Federal de Gois (UFG).5

    Criado em 2003, o programa de mestradoda UFG o nico no Brasil em Cultura Visual

    4 Visual Studies uma publicao da International Visual Sociology Association. Para conferir as edies da revista, ver http://www.visualsociology.org/publications.html.

    5 O primeiro nmero da revista foi publicado em 2003. Ver nmeros j publicados em www.fav.ufg.br/culturavisual.www.fav.ufg.br/culturavisual.

  • 8/13/2019 Cultura visual - definies, escopos e debates

    4/20

    ROSANAHORIOMONTEIRO

    DOMNIOSDAIMAGEM, LONDRINA, ANOI,N. 2, P. 129-134,MAIO2008132

    e divide-se em duas reas de concentrao

    processos e sistemas visuais e educao evisualidade -, com trs linhas de pesquisa:histria, teoria e crtica da arte e da imagem;poticas visuais e processos de criao;culturas da imagem e processos de mediao.Anualmente realiza um seminrio depesquisa, cujo objetivo apresentar adiversidade de olhares sobre os estudosvisuais, estimulando o debate em torno dequestes relacionadas ao campo da arte e dacultura visual. A partir desse ano, o seminrio

    passa a ter abrangncia nacional.Com relao s publicaes no Brasil,

    talvez a primeira em portugus tenha sido oartigo de Douglas Crimp, publicado na RevistaUSP em 1998, num dossi sobre arte econtemporaneidade, em que ele comenta arelao entre os estudos culturais e a culturavisual. Meneses publica em 2003 na RevistaBrasileira de Histriaum estudo sobre o temae em 2006 Knauss atualiza a discusso. Aedio mais recente da revista Visualidades

    traz um dossi sobre cultura visual, comartigos de pesquisadores brasileiros, espanhise norte-americanos. Em 2006, a revistaInterin6publica traduo de Showing seeing:a critique of visual culture, artigo de Mitchelloriginalmente publicado no Journal of VisualCultureem 2002.

    Com a temtica Space, time and image,a International Visual Sociology Associationrealiza sua conferncia pela primeira vez naAmrica Latina. Ser em Buenos Aires, de 6 a8 de agosto desse ano.7

    O questionnairee seus desdobramentos

    Numa pesquisa desenvolvida em 2001como parte de sua tese de doutoramento8,Dikovtskaya entrevistou os pesquisadores queresponderam ao visual culturequestionnaire e identificou trs gruposdominantes: o primeiro que considera acultura visual como uma expansoapropriada da histria da arte; outro que v ocampo como independente da histria da artee mais apropriadamente estudado com as

    tecnologias da viso relacionadas era digitale virtual e, finalmente, um terceiro grupo queentende a cultura visual como um campo quedesafia a tradicional disciplina de histria daarte. As entrevistas foram includas em seulivro Visual culture: the study of the visual afterthe cultural turn, publicado em 2005.

    Nos estudos de cultura visual, comoobserva Knauss (2006), a cultura entendidacomo produo social e, por isso, o olhar podeser definido como construo cultural, com a

    competncia visual do espectador sendoestabelecida socialmente. Assim, o conceitode autonomia da arte substitudo peloconceito de intertextualidade; o valor estticotambm uma construo social. Em vez deuma histria da arte, passa-se a pensar em umahistria da imagem. Dessa forma, do pictorialturn, proposto por Mitchell (1994) nos anos90, passa-se ao visual turn, como sugere Jay(2002), com a viso deixando de ser entendidacomo dada naturalmente e a universalidade daexperincia visual sendo questionada.

    6 Publicao on-line do programa de Mestrado em Comunicao da Universidade Tuiuti do Paran. Ver www.utp.br/interin.7 Ver stio do evento: http://www.visualsociology.org/conf_2008/.8 Dikovitskaya foi orientada por Keith Moxey na Universidade de Columbia e sua tese intitula-se From art history do visual culture:

    the study of the visual after the cultural turn.

  • 8/13/2019 Cultura visual - definies, escopos e debates

    5/20

    DOMNIOSDAIMAGEM, LONDRINA, ANOI,N. 2, P. 129-134,MAIO2008 133

    CULTURAVISUAL: DEFINIES, ESCOPO, DEBATES

    Para Mirzoeff (1999), contudo, a cultura

    visual no simplesmente uma histria dasimagens. Para ele, a cultura visual umaabordagem para o estudo da vida nacontemporaneidade do ponto de vista doconsumidor mais do que do produtor e ummeio de entender a resposta do consumidor mdia visual. O autor considera, ainda, quea cultura visual no depende propriamentedas imagens, mas da tendncia moderna devisualizar a existncia. Mirzoeff entendecultura visual como a interface entre todas as

    disciplinas que lidam com a visualidade e acultura contempornea.Como conclui Dikovitskaya (2002), alguns

    pesquisadores usam o termo estudos visuaispara denotar novas abordagens tericas emhistria da arte; outros querem expandir oterritrio profissional dos estudos da arte paraincluir artefatos de todos os perodos histricose culturas; alguns enfatizam o processo dover atravs das pocas; enquanto mais algunspensam a categoria do visual como

    incorporando mdias no tradicionais, nosomente a televiso e a mdia digital, mastambm a cincia, a medicina e as leis. Noexiste consenso com relao s abordagensestratgicas, metodologias e prticaspedaggicas a adotar.

    No contexto da cultura visual, a imagem,alm de representao, pode ser entendidacomo um artefato cultural; por isso ela permitea reconstituio da histria cultural de grupossociais, contribuindo tambm para um melhor

    entendimento de processos de mudanasocial, do impacto da economia e da dinmicadas relaes interculturais. Ou seja, arepresentao tambm uma prtica designificao.

    Contudo, a imagem no fala por si s, masexpressa e dialoga constantemente com

    modos de vida tpicos da sociedade que a

    produz. Nesse dilogo ela se refere a questesculturais e polticas fundamentais,expressando a diversidade de grupos eideologias presentes em determinadosmomentos histricos. Assim, atravs daanlise das imagens, possvel melhorentender as mudanas e transformaes porque passaram os diferentes grupos sociais.Como, ento, analisar imagens? Falar emmtodos de pesquisa da imagem falar demetodologias referentes construo,

    transmisso e decodificao de produtos visuais,produzidos dentro de uma dita cultura visual.

    Referncias bibliogrficas

    ANDERMANN, Jens and ROWE, William (Ed.).Images of power: Iconography, culture and thestate in Latin America. Oxford and New York/Berghahn Books, 2005.

    BAL, Mieke. Visual essentialism and the objectof visual culture. Journal of Visual Culture2 (1):5-32.

    CRIMP, Douglas. Estudos culturais, cultura visual.Revista USP. Dossi Arte e Contemporaneidade.So Paulo: USP, Dezembro / Janeiro / Fevereiro,1998-1999.

    DIKOVITSKAYA, Margaret. A look at visualstudies. Afterimage, Mar-Apr, vol. 29, n. 5, 2002.

    DIKOVITSKAYA, Margaret. Visual culture: Thestudy of the visual after the cultural turn.Cambridge, MA: MIT Press, 2005.

    EVANS, J.; HALL, S. Visual culture: The reader.London: Sage, 1999.

    JAY, M. Cultural relativism and the visual turn.Journal of Visual Culture, Vol. 1, n. 3, p. 267-278, 2002.

    JAY, M. Introduction to show and tell. Journal ofVisual Culture, Vol. 4, n. 2, p. 139-143, 2005.

    KNAUSS, P. O desafio de fazer histria comimagens: Arte e cultura visual. ArtCultura,Uberlndia, v. 8, n. 12, p. 97-115, jan-jun, 2006.

  • 8/13/2019 Cultura visual - definies, escopos e debates

    6/20

    ROSANAHORIOMONTEIRO

    DOMNIOSDAIMAGEM, LONDRINA, ANOI,N. 2, P. 129-134,MAIO2008134

    MENESES, Ulpiano T. Bezerra de. Fontes visuais,cultura visual, histria visual. Balano provisrio,

    propostas cautelares. Revista Brasileira deHistria. So Paulo, v. 23, n. 45, p. 11-36, 2003.

    MIRZOEFF, Nicholas (ed.). [1998] The visualculture reader. London: Routledge, 2002. 2nd.Edition.

    MITCHELL, W.J.T. Picture theory: Essays on verbaland visual representation.Chicago/London: TheUniversity of Chicago Press, 1994.

    MITCHELL, W.J.T. Mostrar o ver: uma crtica cultura visual. Interin. Revista on-line. Curitiba:

    Universidade Tuiuti do Paran, n. 1, 2006. Trad.:Rubens Portella.

    October 77 (Summer 1996): Visual culturequestionnaire.

    Visualidades. Revista do Programa de Mestradoem Cultura Visual. Dossi Cultura Visual. Goinia,GO: Faculdade de Artes Visuais/UFG. V. 4, n. 1e 2, 2006.

  • 8/13/2019 Cultura visual - definies, escopos e debates

    7/20

    resenhas

  • 8/13/2019 Cultura visual - definies, escopos e debates

    8/20

  • 8/13/2019 Cultura visual - definies, escopos e debates

    9/20

    RESENHA

    DOMNIOSDAIMAGEM, LONDRINA, ANOI,N. 2, P. 137-140, MAIO2008 137

    Angelita Marques Visalli

    Doutora em Histria Social pela Universidade de So Paulo (USP). Professora Adjunto do Departamentode Histria da Universidade Estadual de Londrina (UEL) e do Programa de Ps-graduao em HistriaSocial da UEL. Autora de, entre outras publicaes, O corpo no pensamento de Francisco de Assis, BraganaPaulista: Editora Universitria So Francisco; Curitiba: Faculdade So Boaventura, 2003.

    DUPRAT, Annie. Images et Histoire: outils et mthodes

    danalyse des documents iconographiques. Paris: Belin,2007. 224 p.

  • 8/13/2019 Cultura visual - definies, escopos e debates

    10/20

    ANGELITAMARQUESVISALLI

    DOMNIOSDAIMAGEM, LONDRINA, ANOI,N. 2, P. 137-140, MAIO2008138

    O estudo de Annie Duprat vem ao

    encontro das inquietaes daqueles que se

    iniciam nas reflexes sobre a imagem na

    histria. Pesquisadora renomada, com vasta

    produo acerca da Frana moderna, j h

    alguns anos explora material imagtico como

    objeto de seus estudos. Podemos destacar

    Marie-Antoinette, une reine brise (Paris,

    Perrin, 2006), Histoire de France par la

    caricature(Paris, Larousse, 2000), Les rois de

    papier. La caricature de Henri III Louis XVI,

    (Paris, Belin, 2002), La monarchie absolue et

    la remise en cause de labsolutisme, (Paris,

    CNED, 2006), entre inmeros artigos e obras

    coletivas.

    Neste estudo A. Duprat se afasta umpouco das discusses sobre a poltica francesa

    no perodo moderno para apresentar trabalho

    de cunho metodolgico, uma introduo ao

    estudo da imagem na perspectiva histrica,

    uma necessidade premente dessa rea.

    A ampliao do leque de possibilidades,

    em termos de documentao, para a anlise

    histrica foi, certamente, fundamental para a

    verdadeira revoluo historiogrfica

    processada no sculo passado, mas asdificuldades diante da constituio de novos

    recursos metodolgicos ainda uma

    realidade. Assim, percebemos que o uso da

    imagem tem sido ampliado grandemente

    como recurso fundamental para tentarmos

    compreender as expresses pretritas, mas a

    inteno esbarra, muitas vezes, no

    desconhecimento de instrumental

    metodolgico especfico, o que leva

    repetio de lugares-comuns,

    interpretaes superficiais, percepo da

    imagem como recurso para confirmao de

    idias preconcebidas.

    Nesse sentido, a obra de Annie Duprat

    vem tentar suprir essa carncia, apresentando

    texto claro e consistente, dedicado ao

    pesquisador/historiador, diante do desafio da

    extrapolao da documentao escrita.

    Convidado a explorar os caminhos da histria

    das sensibilidades e da emoo, da histria

    poltica e das convices, da memria, da

    histria cultural e da comunicao (p.82), ao

    historiador apresentada a iconografiahistrica como via nova e complementar de

    outros mtodos de trabalho (p. 95).

    A obra apresenta, primeiramente, um

    panorama geral e conceitual e, em seguida,

    volta-se para questes metodolgicas

    propriamente ditas, onde, inclusive, dado

    um exerccio de anlise sobre vrios dossis

    temticos (a batalha de Bouvines, imagensreligiosas, a guerra, a morte, o poder).

    Na primeira parte (Savoirs. Observations

    sur les images), a autora apresenta uma

    reflexo sobre a expresso imagem e suas

    correlatas, retomando, em grandes linhas, sua

    significao desde a pr-histria

    emergncia da cultura visual no perodo

    moderno e contemporneo. Nesse caso, a

    percepo da relao entre imagem e morte

    DUPRAT, Annie. Images et Histoire: outils et mthodes danalyse des

    documents iconographiques. Paris: Belin, 2007. 224 p.

  • 8/13/2019 Cultura visual - definies, escopos e debates

    11/20

    RESENHA

    DOMNIOSDAIMAGEM, LONDRINA, ANOI,N. 2, P. 137-140, MAIO2008 139

    serve como um fio condutor a partir da pr-

    histria e desgua na conteporaneidade. Desubstituta e simulacro do real, a imagem

    desempenha, hoje, eminentemente funes

    comerciais e de informaomas, de qualquermodo, invade o mundo sensvel e configura

    os imaginrios (p. 33).

    Aps a advertncia ao pesquisador de que

    no h caminho sistemtico e unvoco que

    possa servir de mtodo para anlise de

    imagens, sob risco de reduzi-la a uma simples

    dimenso de ilustrao ou informao sobre

    um acontecimento histrico (p.35), Duprat

    sugere um trajeto: inicialmente a observao

    sobre a imagem, sobre a referncia escrita

    possivelmente presente, a relao com o

    texto, a confrontao com outras imagens de

    igual ou semelhante temtica. Em seguida,

    partindo do questionamento fundamental dos

    tericos da comunicao (quem fala?, para

    quem?, para dizer o que?, quais os

    resultados?), a autora apresenta um quadro

    das questes fundamentais que precisam serconsideradas pelo pesquisador/historiador:

    sobre a natureza institucional da imagem e a

    relao liberdade/enquadramento do artista;

    sobre a difuso pblica ou privada da imagem;

    sobre seu contedo (utilitrio ou publicitrio);

    sobre os recursos utilizados (alegoria,

    simbolismo, mitologia, histria); finalmente,

    sobre os resultados, onde a pesquisadora

    apresenta uma interessante reflexo sobre a

    imagem como registro: as imagens podem

    construir o acontecimento e sua memria.Percebe-se, mesmo, uma tendncia a que o

    conhecimento seja creditado pela imagem,

    a exemplo das imagens de extermnio no

    campo de Auschwitz, smbolo absoluto de

    crime contra a humanidade, enquanto as

    aes em outros campos de concentrao,

    como Dora ou Sobibor, so praticamente

    rejeitadas face sua destruio e ausncia

    de registros visuais. (p. 80)Partidria da justaposio e confrontao

    de vrias representaes de um mesmo

    acontecimento, personagem ou questo, a

    autora apresenta, na segunda parte de sua

    obra (Savoir-faire. Lectures dImages), uma

    srie de dossis organizados a partir de

    critrios bastante distintos, procurando

    evidenciar as diversas possibilidades de

    abordagem. Assim, so identificadas

    representaes em torno de um

    acontecimento a batalha de Bouvines; da

    caracterizao do suporte e tcnica

    empregada a imagem religiosa; da

    caracterizao especfica do trao/desenho

    a caricatura; e de um tema a guerra, a

    morte.

    Certamente, os dossis no apresentam

    uma anlise aprofundada das represen-

    taes, mas a disposio segue a preocupao

    com a abrangncia permitida a temas

    variados. Desse modo, os exemplosabordados quanto Batalha de Bouvines

    foram escolhidos em razo das tcnicas de

    elaborao (iluminura, gravura, pintura a leo

    e cromolitografia) e o acontecimento

    evidenciado segundo os imaginrios das

    vrias pocas das imagens (sculos XIII, XVII,

    XVIII e XIX).

    As principais discusses acerca da questo

    metodolgica no uso da imagem como

    documento histrico so identificadas,podendo ser destacado o problema

    evidenciado por Michel Vovelle acerca da

    inclinao especializao: a tendncia dos

    estudos de casos de que se valem, em geral,

    os pesquisadores das imagens, inclina-os a

    anlises fechadas, sem uma teorizao de

    seus resultados. Atenuando a crtica do

  • 8/13/2019 Cultura visual - definies, escopos e debates

    12/20

    ANGELITAMARQUESVISALLI

    DOMNIOSDAIMAGEM, LONDRINA, ANOI,N. 2, P. 137-140, MAIO2008140

    historiador francs micro-histria e s

    pesquisas fechadas sobre si prprias, AnnieDuprat evidencia a consequncia mais direta

    desses estudos de casos para a historiografia:

    no h como, hoje, fazer histria sem recorrer

    tambm s fontes iconogrficas (p.96).

    Os comentrios da historiadora s obras

    referidas no corpo do texto so preciosas

    indicaes ao pesquisador iniciante. Alm

    disso, o historiador encontrar nesse trabalho

    uma extensa referncia bibliogrfica e

    indicao de endereos de vrios sites

    interessantes, o que certamente facilita e

    muito o trilhar de novos campos, mas a

    concluso da obra o remete a um desafio

    instigante e ao mesmo tempo assustador: o

    historiador, tendo em vista a erudio de que portador, tem condies de explorar o

    material iconogrfico, assim como o faz com

    a documentao escrita (p.207-208).

    Como mesmo evidencia a autora, a ausncia

    de uma metodologia capaz de abranger a

    diversidade de suportes imagticos, tipos, etc,

    apresenta um universo a ser desbravado. Isso,

    certamente, leva-nos aos riscos de uma

    liberdade inconseqente, construo de uma

    histria sem contedo, superficial, quando no,

    anacrnica. No entanto, somente o exerccio

    da anlise dos registros visuais pode nos

    possibilitar condies de avaliao.

  • 8/13/2019 Cultura visual - definies, escopos e debates

    13/20

  • 8/13/2019 Cultura visual - definies, escopos e debates

    14/20

    RODRIGORODRIGUESTAVARES

    DOMNIOSDAIMAGEM, LONDRINA, ANOI,N. 2, P. 141-146, MAIO2008142

    O humor grfico, seja ele na caricatura,charge, histria em quadrinhos, entre outros,ganha mais espao no Brasil: proliferam aspublicaes de antologias de diversos autores,as tradues de clssicos estrangeiros, os sitesespecializados, as charges animadas nasemissoras de TV, e, acompanhando essemovimento, os estudos sobre o assunto nasuniversidades. No entanto, nenhum dessesestudos tm a proposta abrangente e audaciosapresente no livro Histria del humor grfico enel Brasil, de Lailson de Holanda Cavalcanti,publicado em 2005 na Espanha, pelaeditorial Milnio. A obra faz parte da coleoHistria del humor grfico,que j lanou obras

    similares sobre Cuba, Mxico, Espanha,Portugal, Uruguai e Venezuela.

    O livro abarca um perodo com incio em1500 e trmino em 2004, tendo como focoos estados de So Paulo, Rio de Janeiro ePernambuco, mas esta abrangnciageogrfica aumenta para os demais estadosda federao, especialmente na histria maisrecente. O tamanho dessa empreitada estdistribudo em 334 pginas com cerca de 400imagens entre reprodues de quadros,vinhetas, caricaturas, charges, capas derevistas e jornais etc. Tamanha quantidadede material iconogrfico faz com que a obraseja tanto para ser lida no texto como nasimagens.

    Desde a publicao da Histria dacaricatura no Brasil, de Herman Lima, em1963, referncia obrigatria sobre o assunto,

    nenhum autor buscou fazer um trabalho toabrangente e minucioso sobre o tema. J foilevantada a hiptese de que o trabalho deflego de Lima acabou por inibir estudos maissistemticos sobre a questo. Dessa maneira,a prpria publicao da obra de Lailson jpreenche um espao importante. O autor desenhista e, portanto, tambm personagemdo livro, alm de pesquisador e colecionador.Esse carter multifacetado ajuda a encarar adifcil tarefa de dar conta de mais de 500anos de humor grfico.

    A organizao estrutural da obra se d porordem cronolgica, em 12 captulos que, emgeral, utilizam como referncia o contexto

    histrico vivido pelo pas. Dentro dos captuloso autor faz subdivises que geralmenteprivilegiam os estados da Federao, que, porsua vez, esto organizadas por peridicos e/ou desenhistas. Dessa maneira, a obracertamente abre espao de discusso comvrios pesquisadores que desenvolvempesquisas monogrficas sobre temas,peridicos e autores presentes no livro.

    Com tamanha amplitude, vrios de seus

    captulos ou subdivises dariam outros livros,a obra se transforma em fonte de consultapara vrios tipos de leitores, com interessesdiversos, gerando muitos assuntos para umaresenha. Todavia, um aspecto que deve serressaltado numa obra que trata do humorgrfico a sempre difcil relao entre textoe imagem, dois cdigos de comunicaodistintos.

    CAVALCANTI, Lailson de Holanda. Historia del humor grfico en el Brasil.

    Lleida: Editorial Milenio, 2005. 334 p.

  • 8/13/2019 Cultura visual - definies, escopos e debates

    15/20

    RESENHA

    DOMNIOSDAIMAGEM, LONDRINA, ANOI,N. 2, P. 141-146, MAIO2008 143

    Lailson aborda o contexto poltico e

    cultural do pas, algo necessrio para entenderas imagens, mas o seu trabalho poucas vezesfaz uma anlise mais aprofundada dasimagens presentes ao longo das pginas. Adefinio de qual a primeira caricaturapublicada no Brasil amplamente debatida,mas muitas das demais imagens someramente acessrias, ilustram o trabalhode algum artista. Sem dvida, em um livrosobre humor grfico, o leitor espera areproduo de caricaturas e charges, mas

    sendo elas as principais fontes histricas,valeria a pena uma anlise mais detalhadadas mesmas. Para o leitor, basta ver comomuitas delas podem ser dispensadas do livro,ainda que isso diminua o prazer da obra, semcomprometer ou acrescentar algo sinformaes presentes no texto.

    O lanamento do livro na Espanhadetermina algumas caractersticas especficaspor ser voltado para o pblico estrangeiro. A

    ordem cronolgica adotada pelo autor ajudao leitor no familiarizado com a nossa histria,assim como o texto tambm vai ao auxliodesse pblico ao ser acessvel, contando ocontexto histrico em que esto inseridas asimagens, e, de certa maneira, a histrianacional. Assim, o leitor estrangeiro conheceno s o humor grfico no Brasil, comotambm o contexto geral da histria do pas.Se para o estrangeiro, sem essas informaes,as imagens seriam incompreensveis. Para o

    brasileiro familiarizado com o contexto bsicoda histria do pas, algumas passagensganham um carter mais didtico, longe deser fundamental para o entendimento dohumor grfico.

    Alguns pontos precisam, tambm, seranalisados pelo fato do livro estar escrito emespanhol. Como no consta nome de tradutor,aparentemente, o prprio Lalson Cavalcanti

    escreveu em espanhol. O autor fala sobre a

    situao poltica de Pernambuco citando asoligarquias feudales (p.123) do estado. Pormuito tempo, parte da historiografia,principalmente aquela ligada ao PartidoComunista Brasileiro, defendeu a tese dofeudalismo no Brasil, dentro de uma visoesquemtica em que o prximo passo seria ocapitalismo e, ento, o almejado socialismo.Provavelmente, Lailson usou a expresso parafacilitar o entendimento do leitor espanholpossibilitando a comparao com a histria

    de seu pas. Ainda assim, a expresso ecoauma discusso hoje superada. J o desenho(p.235) em que se v o contraste de riquezaentre as moradias da plancie e as do morrotem como ttulo Abaixo, o capitalismo e, aoser vertido para o espanhol, foi omitida avrgula, o que acaba com a ironia original. Htambm um desenho de um avio em quedalivre (p.253) em que o comandante e o co-piloto conversam, um em espanhol e outroem portugus, ficando o leitor na dvida se

    era assim no original. H ainda umareferncia ao estado de Fortaleza (p.254).

    Um dos aspectos que mereceria melhorcuidado, especialmente para o leitorespecializado, o das fontes. Ao longo dotrabalho, alguns sites (p.318) e livros (p.67,251, 304, 307) so citados, mas no includosna bibliografia final. A bibliografia conta aindacom algumas ausncias que poderiamauxiliar a pesquisa. O autor deu nfase maior

    s publicaes dos cartunistas, deixando delado alguns trabalhos acadmicosimportantes. Os livros de Gonalo Junior, AGuerra dos Gibis, de Goida, Enciclopdia dosquadrinhos, de Andr Toral, Imagens emdesordem, os de lvaro de Moya, Histria dahistria em quadrinhos e Shazam!, e os deMarcos Silva, Prazer e poder do Amigo daOnaeCaricata repblicaZ Povo e o Brasil

  • 8/13/2019 Cultura visual - definies, escopos e debates

    16/20

    RODRIGORODRIGUESTAVARES

    DOMNIOSDAIMAGEM, LONDRINA, ANOI,N. 2, P. 141-146, MAIO2008144

    so trabalhos que contriburam para a histria

    do humor grfico no Brasil, mas no socitados na obra de Lailson. No caso especficodo personagem Amigo da Ona, o estudo deMarcos Silva trata especificamente dessacriao de Pricles, mas Lailson cita opersonagem sem fazer qualquer refernciaao estudo pioneiro de Silva.

    Tambm facilitaria ao pesquisadorconhecer os acervos pesquisados, quaisbibliotecas e arquivos foram consultados nalocalizao das imagens, o que s valorizaria

    a ampla pesquisa empreendida pelo autor.Como so muitos os desenhistas e osperidicos citados, tambm seria de grandeauxlio um ndice onomstico. Ainda que essescuidados editoriais sejam menos importantespara o pblico espanhol.

    No que diz respeito periodizao, o autorsegue a tradicional que vai do descobrimentodo Brasil pelos europeus at os dias atuais,2004, com o governo Lula, uma viso

    panormica que muito auxilia o leitorestrangeiro. Todavia, ao valorizar a imagemcomo fonte histrica, o autor poderia terconstrudo uma periodizao que tivessecomo base as prprias imagens. J que oprprio autor d nfase questo da primazia- ao ressaltar o primeiro processo contra ohumor (p.55), a primeira anlise da caricatura(p.83), a primeira mulher desenhista (p.105)o primeiro dirio a cores (p.100) o primeironmero da revista Careta(p.106), o primeiro

    historiador da caricatura (p.117) e discute,inclusive, a primeira caricatura no Brasil, emuma interpretao original, contrria quelaexpressa por Herman Lima - ficaria maiscoerente com uma histria do humor grficose o autor tomasse as imagens como eixo deperiodizao.

    Ainda com relao periodizao, de

    certa maneira, o autor atualiza o trabalhode Herman Lima de 1963 pois, ao mesmotempo que aborda desenhistas consagradosj trabalhados por Lima, Lailson tambm tema oportunidade de fazer um amplo painel dosartistas que atuaram no perodo da ditadurabrasileira, quando o humor foi uma armaimportante de contestao ao regime, e naredemocratizao.

    E termina a obra ressaltando que ocomeo de um nuevo siglo, de uma nueva

    etapa em la histria del humor grfico emBrasil (p.323). Analisa ento o humor grficono governo Lula, que ainda estava no comeoquando da concepo do livro, tocando em umaquesto interessante. Tendo em vista quetradicionalmente a caricatura e o riso servemcontra o poder institudo, esse novo milnio dohumor grfico est ligado, evidentemente, ascenso ao governo de uma figura que pormuito tempo contou com a simpatia de muitos

    caricaturistas. O que coloca dilemas a seremenfrentados tanto pelos desenhistas como paraos historiadores que enfrentam o assunto.Lailson constata que muchos dibujantes noquieren hacer crticas, porque creen que es muytemprano (p.322) e complementa como lamayora de los dibujantes y humoristas grficos,el Pasquim 21tambin tiene sus esperanzas enel nuevo gobierno, pero deja um espacio paralas crticas a los deslices polticos que vansurgiendo (p.323).

    Fica implcita a tarefa futura de abordar ohumor nesta nova fase. Mas antes de auxiliarna construo do conhecimento histricosobre o humor grfico do novo milnio, valeaprofundar a pesquisa do perodo anterior e,para isso, o pesquisador tem nas mos umaobra abrangente e referncia fundamental

  • 8/13/2019 Cultura visual - definies, escopos e debates

    17/20

    RESENHA

    DOMNIOSDAIMAGEM, LONDRINA, ANOI,N. 2, P. 141-146, MAIO2008 145

    sobre o tema. Como o prprio autor

    reconhece ante a magnitude da tarefa a quese props traar, seu objetivo era facilitar elmximo de datos que permita a otrosinvestigadores profundizar ms en esteestdio.(p.324). Portanto, seguindo osprprios anseios do autor, o livro acabafazendo um convite necessrio para queoutros historiadores voltem as suas pesquisaspara o perodo retratado, embora sem abrirmo do prazer que rir das stiras polticabrasileira neste novo milnio.

    Bibliografia

    CAVALCANTI, Lailson.Histria del humor grficoen el Brasil. Lleida: Editorial Milnio, 2005.

    GOIDA. Enciclopdia dos quadrinhos. PortoAlegre: L & PM Editores, 1990.

    JUNIOR, Gonalo. A Guerra dos gibis:a formaodo mercado editorial brasileiro e a censura aosquadrinhos 1933 1964.So Paulo: Companhiadas Letras, 2004.

    LIMA, Herman. Histria da caricatura no Brasil.Rio de Janeiro: Jos Olympio, 1963.

    MOYA, Alvaro de. Histria da histria emquadrinhos.So Paulo: Brasiliense, 1994.

    ________. Shazam!So Paulo: Perspectiva, 1977.

    SILVA, Marcos A. da. Caricata repblica: Z Povoe o Brasil.So Paulo: Marco Zero, 1990.

    ________. Prazer e poder do Amigo da Ona 1943-1962. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1989.

    TORAL, Andr Amaral. Imagens em Desordem: aiconografia da guerra do Paraguai. So Paulo:Humanitas, 2001.

  • 8/13/2019 Cultura visual - definies, escopos e debates

    18/20

  • 8/13/2019 Cultura visual - definies, escopos e debates

    19/20

    DOMNIOSDAIMAGEM, LONDRINA, ANOI,N. 2, MAIO2008 147

    Normas para Publicao

    A Revista Domnios da Imagem uma publicao do Laboratrio de Estudos dos Domnios da

    Imagem na Histria LEDI, um projeto integrado (pesquisa/extenso) do Departamento de Histria

    e est vinculada ao Programa de Ps-graduao em Histria Social da Universidade Estadual de

    Londrina (UEL), Paran-Brasil.

    Tal iniciativa tem como objetivo difundir o dilogo intelectual entre pesquisadores que atuam em

    diferentes regies do pas e no exterior, bem como fomentar a interlocuo entre distintas reas que

    tratam dos domnios da imagem.

    A Revista Domnios da Imagem tem periodicidade semestral, com chamada peridica para o

    recebimento de artigos e resenhas. Conta com um Conselho Editorial, formado por membros do

    LEDI, um Conselho Cientfico e um Conselho Consultivo, compostos por pesquisadores ligados

    vrias universidades brasileiras e estrangeiras.

    Solicitamos aos nossos colaboradores que enviem seus trabalhos para o endereo abaixo

    mencionado atendendo as seguintes especificaes:

    Os textos aqui publicados so de inteira responsabilidade do(s) autor(es);

    Todo o material deve ser encaminhado em envelope contendo: 3 (trs) cpias impressas em

    papel A4 (210x297mm), sendo 1 (uma) identificada e 2 (duas) sem identificao;

    1 (uma) cpia idntica em CD-Rom;

    1 (uma) folha contendo os seguintes dados de identificao: seo para a qual envia o trabalho

    (artigos ou resenhas), ttulo do texto, nome completo do(s) autor(es), instituio a que pertence,titulao, endereo completo, telefone, fax e endereo eletrnico;

    Os textos devem ter a seguinte formatao: editor Word for Windows, fonte Times New Roman,

    tamanho 12, espao entrelinhas 1,5 cm. e com margens de 3 cm;

    Todos os textos devero ser apresentados aps reviso ortogrfica e gramatical;

    Os artigos tero a extenso de 08 a 20 laudas, no mximo, incluindo imagens;

    As notas devero ser colocadas no final do texto, podendo nelas constar referncias bibliogrficas e/

    ou comentrios crticos ficando as referncias restritas exclusivamente ao espao das notas. Da

    remisso deve constar, entre parnteses, o nome do autor, em caixa alta, seguido da data de publicao

    da obra e do nmero da pgina, separados por vrgulas. Exemplo: (FRANCO, 1983, p. 114);

    Os artigos sero acompanhados de ttulo, resumo de, no mximo, 10 linhas e de 03 palavras-

    chave em portugus e em ingls;

    Os artigos e as resenhas em ingls, francs e espanhol sero publicados na lngua original, sem a

    necessidade de ttulo, resumo e palavras-chave em portugus; As resenhas podero ter entre 03 e 05 pginas e devero vir acompanhadas de 03 palavras-

    chave em portugus e em ingls;

    As fotografias, ilustraes e/ou grficos devero vir em preto e branco, com resoluo mnima de

    300 dpi, desde que as fontes sejam devidamente mencionadas e autorizadas, respeitando a

    legislao em vigor.

    Abaixo do nome do autor dever constar a Instituio qual se vincula, bem como titulao

    mxima;

  • 8/13/2019 Cultura visual - definies, escopos e debates

    20/20

    DOMNIOSDAIMAGEM, LONDRINA, ANOI,N. 2, MAIO2008148

    Caso o trabalho/pesquisa e/ou experincia didtica tenha apoio financeiro de alguma agncia de

    fomento, esta dever ser mencionada;

    Caber ao Conselho Editorial, a deciso referente oportunidade da publicao das contribuiesrecebidas.

    Normatizao das notas cf. NBR 6023:

    SOBRENOME, Nome. Ttulo do livro em itlico:subttulo. Traduo. edio, Cidade: Editora,

    ano, p. ou pp.

    SOBRENOME, Nome.Ttulo do captulo ou parte do livro. In: Ttulo do livro em itlico. Traduo,

    edio, Cidade:Editora, ano, p. x - y.

    SOBRENOME, Nome. Ttulo do artigo. Ttulo do peridico em itlico.Cidade: Editora, vol.,

    fascculo, p. x-y,ano.

    Os textos devero ser enviados para o seguinte endereo:

    Revista Domnios da Imagem

    Departamento de Histria

    Universidade Estadual de Londrina

    Campus Universitrio

    Cx. Postal 6001

    Londrina Paran Brasil

    CEP 86051-990