vida missionária é comemorada nas paróquias brasileiras · mês de agosto passado, o curso ad...

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Brasília - Outubro de 2015 - N° 40 - Ano IV Pra começo de conversa Vida missionária é comemorada nas paróquias brasileiras (Pág. 8) Papa anima a Igreja sofredora de Cuba (pág. 8) Neste número: - Bispo de 80 anos dá exemplo: Vai para Moçambique (pág.4) Papa :“Missionário não ficou penteando as ovelhas dentro da sacristia. Foi em saída” - Em Portugal, sala de visita das missionárias é o bairro (pág.10) (pág. 5) Outubro é o mês mundial das Missões. A Igreja no Brasil preparou-se para comemorar a data lembrando que to- dos somos responsáveis pela evangelização. Lançamento da Campanha missionária 2015 El cura Pe. Brochero Uma Igreja perseguida por mais de 50 anos, começa a renascer com a visita do Papa.Ele veio trazer um novo Pentescostes, reavivar os missionários e dizer que o diálogo é o caminho para a evangelização, num país que quase aboliu a religião. (pág.7 e 8) Verdadeira lição de humildade, de fir- meza, de vigor e de esperança. Eis o resumo da visita do papa a Cuba e Estados Unidos. Particularmente destacamos o elogio do papa na vida missionário de Cuba, que padece de infra-estrutura, de igrejas, de colégios e prin- cipalmente de missionários para a jornada de evangelização. As casas de missão, carac- terística das paróquias de Cuba, são centros de diálogo, de oração, de vivência da Pala- vra de Deus e dos sacramentos. Que este testemunho sirva para avivar a vocação missionária de religiosos, religio- sas e jovens e tenham coragem de deixar tudo e serem uma luz em meio à espinhosa mis- são de Cuba. O editor.

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Brasília - Outubro de 2015 - N° 40 - Ano IV

Pra começo de conversa

Vida missionária é comemorada nas paróquias brasileiras (Pág. 8)

Papa anima a Igreja sofredora de Cuba

(pág. 8)

Neste número:- Bispo de 80 anos dá exemplo: Vai paraMoçambique (pág.4)

Papa :“Missionárionão ficou

penteando as ovelhas dentro

da sacristia.Foi em saída”

- Em Portugal, sala de visita dasmissionárias é o bairro (pág.10)

(pág. 5)

Outubro é o mês mundial das Missões.A Igreja no Brasil preparou-se paracomemorar a data lembrando que to-dos somos responsáveis pelaevangelização.

Lançamento da Campanha missionária 2015

El cura Pe. Brochero

Uma Igreja perseguida por mais de 50 anos, começa arenascer com a visita do Papa.Ele veio trazer um novoPentescostes, reavivar os missionários e dizer que odiálogo é o caminho para a evangelização, num país quequase aboliu a religião. (pág.7 e 8)

Verdadeira lição de humildade, de fir-meza, de vigor e de esperança. Eis o resumoda visita do papa a Cuba e Estados Unidos.Particularmente destacamos o elogio do papana vida missionário de Cuba, que padece deinfra-estrutura, de igrejas, de colégios e prin-cipalmente de missionários para a jornadade evangelização. As casas de missão, carac-

terística das paróquias de Cuba, são centrosde diálogo, de oração, de vivência da Pala-vra de Deus e dos sacramentos.

Que este testemunho sirva para avivara vocação missionária de religiosos, religio-sas e jovens e tenham coragem de deixar tudoe serem uma luz em meio à espinhosa mis-são de Cuba.O editor.

TESTEMUNHO2

Jornal Digital das Pontifícias Obras Missionárias do Brasil

Brasília - Outubro de 2015 - Ano IV - N° 40

Diretor: Pe. Camilo Pauletti

Edição: Jorn. Camilo Simon ( Reg. Prof. n. 3248)SGAN 905 - 70790-050 Brasília - DF Fone 3340.4494E-mail: [email protected]

BRASIL

CUBA

GUINÉ BISSAU

BRASIL

Obrigada pela comunicação. Nós estamosbem. O que nos falta é o tempo e o nossoserviço de internet é muito lento e a maioriadas vezes não funciona.

Não sei se vocês estão acompanhando asituação política do País. Estamos num becosem saída. Reze por nós. Imagina só que depoisda demissão do 1º Ministro pelo Presidente,ele tomou o poder em suas mãos escolhendo enomeando o novo 1º Ministro que por sua vezescolheu e empossou todos eles. O SupremoTribunal julgou anticonstitucional e nulo esteato, portanto não sabemos o que virá. Consulteo site: “ditaduradoconsenso.blogspot.it” parasaber melhor os acontecimentos.

Agradeço de coração o lindo jornalzinhoque nos envia sempre. Que Deus vos abençoee recompense pelo trabalho bem feito. Abraçose saudações .

Ir. Laurita (Ir. Isabel)

Muito obrigada pela mensagem e carinho!Desculpe-me não ter dado notícias e nemsequer agradecido o recebimento do Jornal.Sempre leio com paixão o Jornal Parceiros daMissões... Faz a memória se tornar sagrada!

Depois de vários anos na Etiópia e umperíodo na Itália retornei ao Brasil. Estou emS. Paulo, mas sempre com os pés na estrada...respondendo aos convites da Missão - AnimaçãoMissionária.Obrigada também pelo livro. Uma lindahomenagem deveras à Vida Consagrada!Muita bênção e como diria o Fundador:Coragem! Eu te abençoo na Consolata!Ir. Melânia

Fiquei muito contente com o jornalParceiros das Missões. Está muito bonito erecheado da vida de tantos missionários.Parabéns. Realmente a situação aqui aindacontinua deixando todo mundo dando passosno escuro. Até quando? Deus sabe. No momentonão envio nada do nosso dia a dia. Prometoque hei de enviar. Quero que saiba que estarnesta Missão é um desafio de grandetamanho!Várias são as razões...políticas,econômicas, culturais. Pelo nome de Jesus,com Jesus e seu vangelho, temos a coragem!Ir. Maria Cecília da Silva, MC

GUINÉ BISSAU

Neste momento me encontro aqui noBrasil...preparando o visto para Moçambique...Foi muito duro deixar a Venezuela pelo carinhoque já tinha e pela situação de agora..., masassim é a missão na obediência... Ao sair de ládeixei um artigo escrito para a revista... vouenviar-te; pode ser que sirva para o “Jornalmissionário” também...terá alguém para atradução?...me avisas e farei um esforcinho amais para isso...Um abraço fraterno,Ir. Inês MC

Paz e Bem!Só agora vi o e-mail de vocês. Vamosprovidenciar nossa mensagem. Desculpem-nos.Desejamos a vocês bom trabalho.Agradecemos, de coração, toda atenção paraconosco.Nosso fraterno abraço pedindo a Deus que osabençoe.Atenciosamente,Irmã Lourdes Melo e Irmã Adriana, Clarissas

GUINÉ BISSAU

O Papa veio a Cuba como missionário daMisericórdia. Estamos felizes!iIr. Luziânia. Cuba

TESTEMUNHO

Muita animação no encontro de missionários brasileiros na Bolívia

Reunião com missionários brasileiros na Bolívia

Os missionários emissionárias brasileiros que atuamna Bolívia costumam se encontrara cada dois anos, desde 1996. Nes-se sentido, nos dias 3 a 6 de se-tembro, aconteceu em Santa Cruzde La Sierra, o seu 11º Encontro.Pouco a pouco foram chegando, deperto ou distante, dos diversos lu-gares onde estão inseridos: La Paz,Riberalta, Guayaramerin, SanInácio e arredores de Santa Cruz.Dos chacos, montanhas, altiplanoou das florestas amazônicas. Via-jaram de ônibus, de carro ouavião. Eram irmãs religiosas, irmãos e padres numtotal de 44 missionários dos mais de 100 que atu-am na Bolívia.

Padre Ubajara Paz de Figueiredo, um dos fun-dadores destes encontros e sempre presente, tam-bém viajou de Campo Grande (MS). Esteve presen-te ainda, o padre Camilo Pauletti, diretor dasPontifícias Obras Missionárias (POM) do Brasil.

“Escutamos belos testemunhos de uma pre-sença gratuita e generosa entre os mais pobres. Osmissionários e missionárias partilharam suasvivências junto ao povo, seus trabalhos pastorais esociais. Colocaram os desafios e as alegrias expe-rimentadas durante 20, 15, 11, 3 anos, 1 ano oumesmo 1 mês de presença na Bolívia”, relata pa-dre Camilo. “São presenças de vida, alegria e es-perança onde aprendem mais do que ensinam. Odespojamento, a inserção e a simplicidade são ca-racterísticas marcantes de cada um que se entre-ga e se deixa cativar e evangelizar pelo povo como qual convive no dia a dia”, complementa.

Várias Irmãs expressaram a alegria de vivera missão naquele país. “Encontro-me e sinto-mebem aqui”; “Estou feliz de viver com este povo”;“No começo foi difícil, pelo clima e a língua, masfui me adaptando. Os bolivianos nos ensinam a so-lidariedade”; “Eu amo estar aqui, já não quero maissair”; ”A experiência de vida é muito boa e nin-guém nos tira e nem pode pagar”. Foram alguns domuitos sentimentos partilhados na reunião.

Irmã Sandra Regina Duarte, das CatequistasFranciscanas, trabalha em Riberalta, a 80 km dafronteira com Rondônia no Brasil. “É uma aprendi-zagem e vivência constante junto ao povo, nodespojamento e na alegria de servir. Sinto que soupresença de vida e esperança sem querer fazermuita coisa, simplesmente, ser e conviver”, afir-ma a religiosa.

Já irmã Antoninha Bolzan, da congregação

do Imaculado Coração de Maria que atua em SantaCruz de La Sierra há quase 20 anos diz: “Estar emmissão na Bolívia é uma graça muito grande. É umagraça partilhar o Evangelho com tantos jovens, cri-anças e famílias. É uma oportunidade de viverinserida e despojada. A gente se enriquece com ariqueza cultural. É um novo jeito de ver, viver e serreligiosa missionária”.

Esteve presente a secretária nacional dasPontifícias Obras Missionárias da Bolívia, a irmãCilenia Rojas. Ela destacou a força e o empenho dosmissionários brasileiros no país. As POM na Bolíviaestão presentes em 16 das 18 circunscrições eclesi-ásticas. Ela agradeceu e trouxe a saudação do domEugênio Scarpelini, que é diretor das POM e secretá-rio geral da Conferência dos bispos bolivianos.

Marcou presença também, a presidente daConferência dos Religiosos da Bolívia, Regional San-ta Cruz, a irmã Ester que, em sua mensagem, agra-deceu e falou da alegria contagiante de todos

A programação incluiu uma visão geral sobrea realidade atual da Igreja no Brasil, os vários even-tos que se realizaram, assim como sobre a difícilsituação sócio, política e econômica do momento.

Na avaliação agradeceram o apoio da Igrejado Brasil, principalmente das POM, e a presença dospadres Camilo e Ubajara. O próximo encontro ficoumarcado para se realizar nos dias 1 a 3 de setembrode 2017, em Santa Cruz de La Sierra.

Encontro em Santa Cruz de la Sierra

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TESTEMUNHO4

Belo exemplo: Bispo de 80 anos parte para as missões em Moçambique

Abertos à missão além-fronteiras, 19missionárias e três missionários que encerraram nomês de agosto passado, o curso ad gentes no CentroCultural Missionário (CCM), em Brasília, seguem via-gem para servir em cinco países da África, além daBolívia, Equador, Guatemala, Haiti e Israel. Paraalguns destes religiosos, a missão no exterior come-ça logo, como no caso das missionárias enviadas aoHaiti. Outros estão preparados para ir além-frontei-ras a partir do próximo ano. Algumas característicassão comuns neste grupo, que passou por formaçãodurante o mês de agosto, no CCM - alegria,despojamento e a convicção do sentido missionárioque marca esta etapa de suas vidas.

Na convivência de 25 dias, um testemunho mis-sionário ficou bem evidente para os demais: domPaulo Cardoso, 80 anos, bispo emérito de Petrolina(Pernambuco), de “malas prontas” para a partir dejaneiro, assumir o Zimbabué e Moçambique, na Áfri-ca, como sua nova casa.

Da ordem carmelita, com uma boa bagagemcomo presbítero e bispo, dom Paulo encarou comnaturalidade quase um mês de formação. O agreste,onde nasceu, no sertão de Caruaru, talvez seja oresponsável pelo modo generoso e acolhedor, pró-prio do povo nordestino. As palavras profundas e aconvicção, são da espiritualidade carmelita.

Servir e aprender foram as palavras mais pro-nunciadas pelo bispo emérito durante entrevista paraas Pontifícias Obras Missionárias (POM).

Dom Paulo, interessante essa sua disposi-ção em seguir para a África. O senhor permane-ceu aqui em Brasília, no CCM, por um mês, fazen-do essa formação além-fronteiras. O que lhe mo-tivou?

“Primeiro a própria missão ad gentes comotal, porque na minha diocese, há missão, mas nacaracterística de missões populares e pastoral dossantuários. Desde que ingressei na Ordem Carmelitative essa preferência pela missão além-fronteiras.Fiquei 27 anos na diocese de Petrolina e alimentava

esse sonho no coração. Já fui em outras duas oca-siões para Moçambique e agora é claro, como ter-minei meu pastoreio de 30 anos, em termos deadministração, estou voltando para servir. Por-que a Igreja é Missão e estou indo agora indefini-damente, até quando Deus quiser e permitir”.

É um exemplo esse seu ardor missioná-rio, disposto a ir além. Lá na África, o senhorjá tem uma missão específica?

“Costumo repetir em tom de brincadeira,mas é sério. Vale para todos nós. A Missão nãoadmite aposentadoria, nem por idade, nem portempo de serviço. Nós temos no Zimbabué umchamado noviciado de língua inglesa, então, voulá para ajudar na formação. Durante um períodomais prolongado vou estar em Moçambique, emnossa missão na periferia de Matola. Temos lá umpovo acolhedor e alegre, temos muito a aprendercom eles”.

Neste curso do CCM, passaram 22 cora-ções missionários, abertos ao chamado fora doBrasil. O que o senhor diz aqueles que estãoem suas realidades, em termos de fazer algopelo Reino de Deus?

Eu convido especialmente os religiosos, aexperimentar a alegria de poder doar um poucoda própria vida na missão. E aos jovens convido ase doarem a um projeto na África, onde há mui-tas carências, mas é um dar onde se recebe mui-to mais. Portanto, a minha intenção, quem sabe,é motivar essa juventude para que descubram osentido de serem missionários. Eu insisto com osseminaristas que ajudei a formar, para que des-pertem essa convicção profunda de que ser Igre-ja é ser missionária. A Missão é de Deus. Ele nosconfiou e tornou-se missão de todos nós.

Dom Paulo está de malas prontas

O bispo junto ao seu povo

TESTEMUNHO

El cura gaúcho: um missionário em meio ao povo simples da Argentina

A Consultoria médica da Congregação dasCausas dos Santos confirmou o milagre atribuído àintercessão do padre José Gabriel Brochero, co-nhecido como "Cura Gaúcho" (padre Gaúcho), sa-cerdote de Traslasierra, província de Córdoba naArgentina, proclamado bem-aventurado em 14 desetembro de 2013. Assim o bem-aventurado co-meça seu caminho rumo à canonização. O segun-do milagre atribuído a padre José Gabriel Brocherodiz respeito a uma jovem de San Juan, surpreen-dentemente curada de diversas feridas graves. Apequena cidade de Villa Cura Brochero, situada noVale de Traslasierra, viveu intensamente estes

momentos de enorme expectativa por este passo,fundamental no processo de canonização. O bispode Cruz del Eje, dom Santiago Olivera, falando àCadena 3 (Radio local) explicou que se os sete médi-cos declarassem que o ocorrido supera o conheci-mento científico, “seria um passo muito importan-te: abrir-se-iam as portas para a canonização; nãosei quando, em 2016 ou 2017".Esta noite, a comunidade de Villa Cura Brochero par-ticipou de uma vigília organizada pela paróquia e omunicípio local, à espera da notícia mais importantena história deste pequeno vilarejo de cinco mil habi-tantes. Quando a receberam, saíram todos à rua paracomemorar.

Modelo de presbítero missionárioVale a pena ler a mensagem que o papa Franciscoenviou ao Presidente da Conferência Episcopal Ar-gentina por ocasião da beatificação do padre JoséGabriel Brochero, em 14 de setembro 2013. O papaapresenta Brochero como modelo de padre para uma

Igreja em saída missionária. “... foi um pioneiro nodeslocar-se até às periferias geográficas e existenci-ais para levar a todos o amor, a misericórdia de Deus.Não permaneceu fechado no escritório paroquial, des-gastou-se nas suas viagens de mula e acabou adoe-cendo de lepra, por tanto ter procurado o povo comosacerdote «de rua», da fé”. Um padre que “Não fi-cou nas sacristias a pentear as ovelhas do rebanho”.

Confira a mensagem do papa.Querido irmãoQue o «Cura Brochero» esteja finalmente en-

tre os beatos é uma alegria e uma bênção muito gran-de para os argentinos e os devotos deste pastor quecheirava como o seu rebanho, que se fez pobre entreos pobres, que lutou sempre para estar próximo deDeus e do seu povo, que fez e continua a fazer umgrande bem como uma carícia de Deus ao nosso povosofredor.

Gosto de imaginar hoje Brochero pároco emcima da sua mula com a franja branca (malacara),enquanto percorria as longas sendas áridas e desola-das dos duzentos quilômetros quadros da sua paró-

Pe.Josérecém

ordenadosacerdote

Pe. José e a mula, o único meio de transporte

O sacerdote junto às montanhas de Córdoba

TESTEMUNHO6

Aquela coragem apostólica deBrochero cheia de zelo missioná-rio, aquele fervor do seu coraçãocompassivo como o de Jesus quelhe fazia dizer: «Ai de mim se odiabo me roubar a alma!», levou-o a conquistar para Deus até pes-soas de má fama e concidadãosdifíceis. Contam-se milhares dehomens e mulheres que, graças aotrabalho sacerdotal de Brochero,abandonaram vícios e desavenças.Todos recebiam os sacramentosdurante os exercícios espirituais e,com eles, a força e a luz da fé paraser bons filhos de Deus, bons ir-mãos, bons pais e mães de famí-lia, numa grande comunidade deamigos comprometidos no bem detodos, que se respeitavam e ajudavam reciproca-mente.

Numa beatificação a atualidade pastoral émuito importante. O Cura Brochero tem a atualida-de do Evangelho, foi um pioneiro no deslocar-se atéàs periferias geográficas e existenciais para levar atodos o amor, a misericórdia de Deus. Não perma-neceu fechado no escritório paroquial, desgastou-se nas suas viagens de mula e acabou adoecendo delepra, por tanto ter procurado o povo como sacer-dote «de rua» (callejero), da fé. Jesus quer preci-samente isto hoje, discípulos missionários,«callejeros» da fé!

Brochero era um homem normal, frágil, comoqualquer um de nós, mas conheceu o amor de Je-sus, deixou-se forjar no coração pela misericórdiade Jesus. Soube sair do túnel «eu-me-meu-para

mim», do egoísmo mesquinho que todos temos, ven-cendo a si mesmo, superando com a ajuda de Deusas forças interiores das quais o demônio se servepara nos acorrentar nas modalidades, na procurado prazer do momento, na pouca vontade de traba-lhar. Brochero ouviu o chamado de Deus e escolheuo sacrifício de trabalhar para o seu Reino, para obem comum que a dignidade enorme de cada pes-soa merece como filha de Deus, e foi fiel até aofim: continuava a rezar e a celebrar a missa atéquando já era cego e tinha lepra.

Deixemos que o Cura Brochero entre hoje,com a mula e o resto, na casa do nosso coração enos convide à oração, ao encontro com Jesus, quenos liberta dos vínculos para sair pelas estradas àprocura do irmão, para tocar a carne de Cristo na-quele que sofre e necessita do amor de Deus. Sóassim poderemos saborear a alegria que o CuraBrochero experimentou, antecipação da felicidadeda qual agora goza como beato no céu.

Peço ao Senhor que vos conceda esta graça,que vos abençoe, e rezo à Virgem Santa para vosproteger.

AfetuosamenteFranciscoVaticano, 14 de Setembro de 2013

Os paroquianos comemorando a beatificação

O livro sobre a vida do curaO cura junto aos seus paroquianos

TESTEMUNHO

A visita do Papa a Cuba, neste mês de se-tembro, trouxe um novo alento à Igreja missioná-ria de Cuba. Para o missionário brasileiro Frei Mes-sias “foi um momento de um novo Pentecostes”.Já a jornalista Cubana Maria Campistrous disse: “tivemos um pastor, um pai de sorriso e de escutapermamente”. Aqui o testemunho destes evange-lizadores:

Frei Messias estevepresente em Havana , namissa campal. Eis seurelato: “Eram 16 horasquando começou a nossaaventura de oito horas,desde o coração da Ilha, nanossa querida cidade deSanta Clara. Um comboio decem ônibus levavam cercade quatro mil peregrinos.

Parecia recordar a passagem bíblica do povo deIsrael pelo Mar vermelho (Ex 15, 22).

Chegamos em Havana e a praça da Revoluçãoestava lotada. As oito da manhã, o Papa Francisco,começou o seu recorrido pela praça, arrancandogritos da multidão: “Francisco, querido! O povo estacontigo!”. o Papa saiu do Papamóvel e foi aoencontro do povo, especialmente das crianças einválidos.

Ao longo da Santa Missa, o Papa derramou aMisericórdia de Deus, pela simplicidade com quecelebrou os Sagrados Mistérios. Na homiliaproclamou: “se queres ser o primeiro, seja oservidor dos demais. E não te sirvas do outro!”. Aofinal também falou com autoridade: “Quem nãovive para servir, não servi para viver”. Forammomentos inesquecíveis que deixaram fortesquestionamentos na vida de todos. Proclamou abeleza do serviço cristão, que não serve as idéias,mas sim às pessoas (não somos números, somosimagem e semelhança de Deus).

Pela tarde, outros dois belos encontros,animaram nossa vida interior. Foi o encontro com aVida Religiosa e com os Jovens. Com estes foilançado a proposta da amizade social, fruto dacultura do encontro, que sabe dialogar com odiferente e conquistar corações para Cristo. Aspalavras do Papa Francisco pedem que o dialogoseja o caminho para construir pontes. Que nãofiquemos fechados nas nossas ideias, ou pensandoque sonhar não é necessário neste tempo quevivemos apertados. Ao contrario, o Papa Francisco

pediu que a juventude cubana não deixasse desonhar e acreditar no amanhã. Palavras fortes emtempos que vemos muitos insistirem em desistiremdas suas famílias e abandonarem projetosimportantes.

Deixei por último, as impressões do encontroentre o Papa Francisco e os Consagrados(as). Paramim, foi um momento de Pentecostes. Frases como:“tirar as sandálias diante do Mistério de Deus,presente na vida de quantos a sociedade atualmenospreza”. O Papa diante das palavras queescutou, deixou seu discurso escrito e, falou demaneira espontânea e profunda. Foram palavrassábias sobre a Misericórdia.

Espero que esta pequena visão desteencontro com o Papa desperte ainda mais, o desejodos novos missionários virem a Cuba”

A Jornalista Maria, de Santiago de Cubatestemunhou o seguinte: “A visita do Papa foi umafesta. Muitos esperavam umpolítico que traria soluções;e chegou um pastor, um pai dosorriso e de escutapermanente, atento aosoutros. Vi alegria e esperançaem tantos rostos, a ponto de,no dia seguinte todoscomentavam a força dessehomem que com palavrasmuito simples fala da Verdadeque cura o coração. Um senhor, curtido pelos anosde vida, escutei o seguinte: “gostaria de ter dadoum beijo nele”.

Sinto que como Igreja a visita nos reavivoua esperança, os sonhos, a alegria de ser testemunhodo Reino que é ternura, porém que também éjustiça, paz e amor entre os irmãos. Ficaria com aspalavras do papa aos jovens: “se queres ir depressa,anda sozinho, porém se queres ir longe, andaacompanhado”. Para as famílias, ele disse: “nãoexiste família perfeita, não existem espososperfeitos, pais perfeitos, nem filhos perfeitos, e sevocês não se incomodarem, diria que não existemsogras perfeitas. Porém isso não impede que nãosejam resposta para o dia de amanhã. O amorsempre se compromete vom as pessoas que ama.Por isso, cuidemos de nossas famílias, verdadeirasescolas do amanhã, Cuidemos de nossas famílias,verdadeiros espaços de liberdade. Cuidemos denossas famílias verdadeiros centros dehumanidade... Um povo que cuida de seus avós eque cuida das criançãs e jovens,tem um triunfoassegurado”.

Papa reavivou a esperança missionária cubana

Jornalista Maria

Frei Messias

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O papa Francisco elogiou, durante a homiliada missa celebrada na Praça da Revolução de Holguín(leste), segunda etapa da sua visita pastoral a Cuba,o papel-chave na evangelização realizado pelas “ca-sas de missão”.

“Eu sei com que esforço e sacrifício a Igrejaem Cuba está trabalhando para levar a todos, atémesmo nos lugares mais remotos, a palavra e a pre-sença de Cristo”, disse o Papa à multidão reunidana Praça da Revolução Calixto Garcia Iniguez. “Umamenção especial merecem as “casas de missão”,que, dada a escassez de igrejas e sacerdotes, per-mitem a muitas pessoas de ter um lugar para a ora-ção, de escuta da Palavra, de catequese e vida co-munitária”, disse o papa. "São pequenos sinais dapresença de Deus nos nossos bairros e uma ajudacotidiana para tornar vivas as palavras do apóstoloPaulo: ‘Vos exorto: comportai-vos de maneira dig-na do chamado que recebestes’.”

O Governo de Cuba autorizou a construção

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Cuba utiliza casas de missão para evangelizar

TESTEMUNHO

de três novas igrejas católicas, 56 anosdepois da última decisão deste tipo peloregime de Havana. Um dos porta-vozesda viagem pontifícia explicou que umdos templos vai ser dedicado a São JoãoPaulo II, primeiro papa a visitar Cuba(1998), em Havana.Segundo dados do Vaticano, Cuba tem

6,77 milhões de católicos (60,5% da po-pulação), espalhados por 11 dioceses e283 paróquias, com 196 padresdiocesanos e 169 sacerdotes de institu-tos religiosos.Em Cuba há 18.562 católicos por cada

sacerdote; nos EUA, outro destino da 10ªviagem apostólica do papa Francisco,

esse número é de 1.753.Para superar a escassez de clero e de igrejas,

em Cuba existem as “casas de missão” (capelas),que nasceram nos anos 70 do século passado, noâmbito da missão evangelizadora da Igreja e jamaisforam proibidas pelas autoridades de Cuba. Em todoo país, existem atualmente cerca de 2.330 sobretu-do em zonas rurais, onde se reúnem para momen-tos de oração e catequeses. Nestes locais, se cele-bram batismos, se reúnem estavelmente as comu-nidades católicas e se realizam celebrações perió-dicas. Por esses motivos, foram consideradas pelaConferência dos Bispos Católicos de Cuba como "umdos maiores pontos de força da Igreja".Estes tipos de casa são atualmente 70 na diocesede Holguín, e se acrescentam a 32 paróquias e 18locais dedicados ao culto.

O bispo de Holguín, dom Emilio ArangurenEcheverría, agradecendo ao papa pela sua presen-ça, destacou que a sua visita obrigará a Igreja local"a trabalhar para promover a pastoral do encon-tro". Dom Aranguren fez referência ao esforço parapromover as "reuniões entre amigos, parentes, vi-zinhos e concidadãos, como um gesto preliminar quepode favorecer a necessária reconciliação".

Missionário rezando missa em casa de missão em Manzanillo

Virgen de La Caridada padroeira de Cuba

O papa junto ao povo

TESTEMUNHO9

“Missão é servir” é o foco da campanha 2015Durante o lançamento oficial da Campanha

Missionária 2015, o bispo auxiliar de São Luis doMaranhão, Dom Esmeraldo Barreto de Farias, afir-mou “que a partilha da boa nova deve ser feita portodos, dentro do projeto de Deus para o seu reino.Lembrou a missão de Jesus e de sua Igreja, masesta missão é compartilhada por cada um de nóscristãos , dentro de suas paróquias”.

A preocupação do religioso foi de recordar aanimação missionária como ferramenta útil. “Aconsciência de que toda a Igreja é por naturezamissionária começa a desabrochar no ConcílioVaticano II”, lembrou. Além disso, temos documen-tos sobre a missão. “Na Evangelli Gaudium, encon-tramos orientações que fortalecem a vocação e aconvicção de que todos somos chamados ao segui-mento de Jesus e que a Igreja tem uma missão quenão está restrita a algumas pessoas.” Lembrou ain-da os documentos de Puebla, Medelin e principal-mente de Aparecida como guia de toda a igreja naAmérica latina.

O bispo citou alguns testemunhos da missãoque conheceu nas comunidades em Rondônia, naBahia e no Maranhão. “Os subsídios da CampanhaMissionária trazem testemunhos para motivar a mis-são na vida das pessoas”.

A seguir o Pe. Camilo Pauletti, diretor das POMacentuou o trabalho da entidade na preparação desubsídios para a Campanha Missionária. Revelou queforam feitos o cartaz com o tema e o lema (150 milexemplares); o livrinho da Novena com a mensa-gem do papa Francisco para o Dia Mundial das Mis-sões (200 mil); o DVD com testemunhos missionári-os (23 mil); orações dos fiéis para os quatro domin-gos de outubro ; seis versões de marcadores de pá-gina com a Oração da Campanha (8 milhões de exem-plares). A Campanha Missionária tem o seu pontoalto no Dia Mundial das Missões, celebrado no pe-núltimo domingo do mês de outubro (este ano, dia

18) quando é feita aColeta para a qualforam distribuídos11 milhões de enve-lopes. “Inúmerosprojetos e mais detrês mil instituiçõessão ajudadas com aColeta Missioná-ria”, explicou padreCamilo. E fez umapelo para que to-dos os cristãos e co-munidades ajudema realizar esse ser-viço em favor dasmissões em todo omundo.

Segundo odiretor, as ofertasvêm crescendoem torno de 5%ao ano sendo quea de 2014 ultra-passaram os novemilhões de reais.“Os cristãos fi-cam contentesquando são moti-vados a colabo-rar. Isso tambémé um serviço queajuda as mis-sões”, arrematouo diretor.

Ir. Fátima Kapp, da CRB lembrou o sentidoda vida religiosa consagrada, que está intimamen-te entrelaçada com a a vida missionária “A VidaReligiosa nasce do seguimento de Jesus, da paixãopor Jesus. Por isso a essência da nossa Vida Religio-sa é ser missionária, é anunciar e vivenciar o amorde Deus, na busca de respostas, na contemplaçãodo mundo, no cuidado da criação”, sublinhou a irmã.“A missão ad gentes além-fronteiras nos interpela,nos apaixona, nos convoca. Todos nós queremos serenviados para realidades desafiantes ou noutrospaíses aonde a vida mais clama. Por isso que nospreocupamos em manter viva a chama da missãonos corações dos consagrados”. Ao reafirmar essaespiritualidade a representante da CRB lembrou osmissionários e missionárias que se doam em váriassituações difíceis onde até são martirizados. “Elese elas trabalham em defesa dos pequenos, dos ex-cluídos, da justiça. Entregamos a nossa vida colo-cando-nos a serviço”, completou e recordou queesse espírito está em sintonia com tema: “Missão éservir”.

Dom Esmeraldo

Ir. FátimaPe. Camilo

TESTEMUNHO10

Senhor editor! Seu entusiasmo missionáriome contamina!!! Parabéns! Diz o nosso Fundadoro Pe. José Allamanno: “é necessário ter fogo paraser missionário”… portanto estás bemidentificado.

Deixei a minha missão de Moçambique em1994, depois de 10 anos no meio daquele povoque muito me evangelizou. Por motivos de saúdefui ao Brasil para tratamentos e quando pensavaem regressar para Moçambique, a minha superiorapediu uma colaboração em uma das nossascomunidades de Portugal, aonde fiquei de 1994 a1995; quando pensava ainda em regressar aMoçambique me pediram de dar uma colaboraçãona administração geral na Itália, de fins de 1995até 2007.

Por necessidades urgentes em Portugalmais uma vez regresso em Lisboa aonde meencontro em um bairro social com grandes desafiospara a nossa missionariedade, uma grande misturade culturas diferentes ( caboverdianos… ciganos…portugueses… e muitos outros países africanos).Porém em todo este contexto percebi que oimportante é saber perder tempo com as pessoas…ouvi-las… partilhar a vida na simplicidade do dia-

a-dia; quando viemos morar neste bairro foianunciado que a nossa sala de visita eram as ruasdo bairro, e assim tem sido.

A missão Ad Gentes se faz nas ruas aondeencontramos pessoas que não vêem à Igreja, esteé um dos grandes desafios hoje… Agradeço ointeresse em saber destes missionários perdidosneste mundo afora!Ir. Ivani - Missionária da Consolata

Os desafios missionários em bairro social de Portugal

“Eu devo anunciar a Boa Nova do Reino deDeus também em outras cidades” (Lc 4,43). Estapassagem de Lucas foi o ponto de partida da con-ferência proferida pelo biblista mexicano, padreToribio Tapia Bahena, durante o 1º Simpósio Inter-nacional de Missiologia que aconteceu em PortoRico,de 28 de setembro a 1 de outubro.

O evento reuniu cerca de 100 representan-tes das Pontifícias Obras Missionárias (POM), orga-nismos e conferências episcopais de 21 países doContinente americano. O Simpósio é uma das eta-pas na preparação para o 5º Congresso MissionárioAmericano (CAM 5) a realizar-se no mês de julhode 2018, em Santa Cruz de la Sierra na Bolívia.

Padre Toribio Tapia lembrou que “a peculia-ridade fundamental de alguém que pretende serdiscípulo missionário de Jesus, e no nosso caso,encorajar outros irmãos e irmãs com o nosso mi-nistério, não está apenas em suas crenças, masespecialmente na forma como reage à realidade”.Segundo ele, “o ponto de partida é a convicção deque o Evangelho deve realmente ser uma Boa Notí-cia. Quando alguém se limita a repetir as coisas dopassado, inclusive coisas certas, sem considerar arealidade atual, tocará questões precisas, mas nãonecessariamente significativas para seusinterlocutores”. E enfatizou: “É essencial que a

mensagem partilhada não só seja precisa, mas tam-bém tenha relevância para a situação, porque éuma Boa Notícia”.

O teólogo observou também, que o Evange-lho não é Boa Notícia para todos. “A Boa Nova doEvangelho não agrada a todos, mas traz benefíci-os a todos. Na história da evangelização sempreexistiu o risco de apresentar o anúncio do Evange-lho como uma Boa Notícia para todos. Jesus sabiaque a Boa Nova não era necessariamente agradá-vel para todos. Ele nem sequer considerou a pos-sibilidade de evitar proclamá-la com o pretextode não criar divisões”, afirmou padre Toribio. Con-tudo, observou ele, “o Mestre estava certo de quea Boa Nova beneficia a todos, quando aceita noâmbito do projeto do Reino e da exigência perma-nente de conversão”.

Lucas teve uma última convicção que, se-gundo padre Toribio, pode nos ajudar na reflexão.“O evangelista pensou que uma comunidade quese apega aos seus princípios de identidade, se ca-pacita para a missão (At 2 42-47). Uma comunida-de que se mantém em comunhão, que se apeganos ensinamentos dos apóstolos, tem duas garan-tias: goza de simpatia e o Senhor se encarrega defazê-la crescer”, sublinhou o conferencista.

Simpósio de Missiologia em Puerto Rico

A comunidade de irmãs

Catequistas da paróquia