vibração de caminhão gera adicional de insalubridade para caminhoneiro

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Poder Judiciário Justiça do Trabalho Tribunal Superior do Trabalho PROCESSO Nº TST-RR-1100-47.2013.5.03.0059 Firmado por assinatura digital em 07/10/2015 pelo sistema AssineJus da Justiça do Trabalho, conforme MP 2.200-2/2001, que instituiu a Infra-Estrutura de Chaves Públicas Brasileira. A C Ó R D Ã O (8ª Turma) DCJGTS/JRAF/ I-AGRAVO DE INSTRUMENTO EM RECURSO DE REVISTA. INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS. JORNADA EXTENUANTE. PERNOITE NA CABINE DO CAMINHÃO. VIOLAÇÃO AOS ARTIGOS 186 E 927, DO CÓDIGO CIVIL. Constatada a possível violação aos artigos 186 e 927, do Código Civil, dá-se provimento ao agravo de instrumento para determinar o processamento do recurso de revista. Agravo de instrumento conhecido e provido. II-RECURSO DE REVISTA. 1. SOLIDARIEDADE PASSIVA. GRUPO ECONÔMICO. PRETENSÃO DE EXCLUSÃO DA TERCEIRA RECLAMADA. MATÉRIA FÁTICA. ÓBICE DA SÚMULA 126, DO C. TST. VIOLAÇÃO AO ARTIGO 2º, § 2º, DA CLT, NÃO CONFIGURADA. Registra o E. Regional que a rejeição da preliminar de ilegitimidade ad causam da terceira ré se impõe à luz da teoria da asserção e ante a configuração, no presente caso, do grupo econômico, com a solidariedade passiva que lhe é inerente, na forma do artigo 2º, § 2º, da CLT. A questão assume contornos fático-probatórios que inviabilizam sua análise em sede de recurso de revista, ante o óbice erigido pela Súmula 126, do C. TST. Incólume, nessas condições, o artigo 2º, § 2º, da CLT. Recurso de revista não conhecido. 2. HORAS EXTRAS. ADICIONAL NOTURNO. DIFERENÇAS SALARIAIS. DOMINGOS E FERIADOS. DIFERENÇAS DE QUILÔMETROS RODADOS. MATÉRIA FÁTICA. ÓBICE DA SÚMULA 126, DO C. TST. FALTA DE OPOSIÇÃO DE EMBARGOS DECLARATÓRIOS (SÚMULA 184, DO C. TST). SUBMISSÃO DO TRABALHADOR EXTERNO A MEIOS INDIRETOS DE FISCALIZAÇÃO DA JORNADA DE TRABALHO. INAPLICABILIDADE DE CONVENÇÃO COLETIVA QUE TEM COMO PRESSUPOSTO A INVIABILIDADE DE CONTROLE DE JORNADA. PRECEDENTES. INCIDÊNCIA DO ARTIGO 896, Este documento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.tst.jus.br/validador sob código 100104CB2332FFD647.

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Poder JudiciárioJustiça do TrabalhoTribunal Superior do Trabalho

PROCESSO Nº TST-RR-1100-47.2013.5.03.0059

Firmado por assinatura digital em 07/10/2015 pelo sistema AssineJus da Justiça do Trabalho, conforme MP

2.200-2/2001, que instituiu a Infra-Estrutura de Chaves Públicas Brasileira.

A C Ó R D Ã O

(8ª Turma)

DCJGTS/JRAF/

I-AGRAVO DE INSTRUMENTO EM RECURSO DE

REVISTA. INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS.

JORNADA EXTENUANTE. PERNOITE NA CABINE

DO CAMINHÃO. VIOLAÇÃO AOS ARTIGOS 186 E

927, DO CÓDIGO CIVIL. Constatada a

possível violação aos artigos 186 e 927,

do Código Civil, dá-se provimento ao

agravo de instrumento para determinar o

processamento do recurso de revista.

Agravo de instrumento conhecido e

provido. II-RECURSO DE REVISTA. 1.

SOLIDARIEDADE PASSIVA. GRUPO

ECONÔMICO. PRETENSÃO DE EXCLUSÃO DA

TERCEIRA RECLAMADA. MATÉRIA FÁTICA.

ÓBICE DA SÚMULA 126, DO C. TST. VIOLAÇÃO

AO ARTIGO 2º, § 2º, DA CLT, NÃO

CONFIGURADA. Registra o E. Regional que

a rejeição da preliminar de

ilegitimidade ad causam da terceira ré

se impõe à luz da teoria da asserção e

ante a configuração, no presente caso,

do grupo econômico, com a solidariedade

passiva que lhe é inerente, na forma do

artigo 2º, § 2º, da CLT. A questão assume

contornos fático-probatórios que

inviabilizam sua análise em sede de

recurso de revista, ante o óbice erigido

pela Súmula 126, do C. TST. Incólume,

nessas condições, o artigo 2º, § 2º, da

CLT. Recurso de revista não conhecido.

2. HORAS EXTRAS. ADICIONAL NOTURNO.

DIFERENÇAS SALARIAIS. DOMINGOS E

FERIADOS. DIFERENÇAS DE QUILÔMETROS

RODADOS. MATÉRIA FÁTICA. ÓBICE DA

SÚMULA 126, DO C. TST. FALTA DE OPOSIÇÃO

DE EMBARGOS DECLARATÓRIOS (SÚMULA 184,

DO C. TST). SUBMISSÃO DO TRABALHADOR

EXTERNO A MEIOS INDIRETOS DE

FISCALIZAÇÃO DA JORNADA DE TRABALHO.

INAPLICABILIDADE DE CONVENÇÃO COLETIVA

QUE TEM COMO PRESSUPOSTO A

INVIABILIDADE DE CONTROLE DE JORNADA.

PRECEDENTES. INCIDÊNCIA DO ARTIGO 896,

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2.200-2/2001, que instituiu a Infra-Estrutura de Chaves Públicas Brasileira.

§ 7º, DA CLT E DA SÚMULA 333, DO C. TST.

VIOLAÇÃO AOS ARTIGOS 7º, XXVI E 93, IX,

DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL, 62, I E 818, DA

CLT, 131, 333, I, 350 E 458, II, DO CPC,

E CONTRARIEDADE À SÚMULA 212, DO C. TST,

NÃO CONFIGURADAS. A ausência de

oposição de oportunos embargos

declaratórios relega à plena

esterilidade a alegação de negativa de

prestação jurisdicional, com afronta

aos artigos 93, IX, da Constituição

Federal e 458, II, do CPC. Inteligência

da Súmula 184, do C. TST. O E. Regional

manteve a condenação a título de horas

extras pela extrapolação da jornada de

trabalho, intervalos intra e

interjornadas, adicional noturno e

labor em domingos e feriados,

baseando-se em elementos de prova que

lhe indicaram a submissão do reclamante

(motorista de caminhão) a meios

indiretos de fiscalização da jornada,

tudo de modo a apartar a hipótese dos

autos da exceção do artigo 62, I, da CLT.

Os fatos e provas valorados pela Corte

Regional na formação de seu

convencimento motivado sobre a matéria

alusiva à jornada de trabalho e seus

consequentes não comportam

revolvimento em sede de recurso de

revista, ante o óbice erigido pela

Súmula 126, do C. TST. Ao considerar que

o trabalhador externo sujeito a meios

indiretos de fiscalização da jornada de

trabalho não está enquadrado no art. 62,

I, da CLT, e que a realidade fática

sobrepõe-se, com primazia, às

disposições de norma coletiva que adota

como pressuposto a inviabilidade do

controle da jornada laboral, o Tribunal

de Origem decidiu de acordo com o

entendimento atual e iterativo desta C.

Corte Superior. Precedentes. Não se

candidata a processamento o recurso de

revista, ante o óbice do artigo 896, §

7º, da CLT e da Súmula 333, do C. TST,

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2.200-2/2001, que instituiu a Infra-Estrutura de Chaves Públicas Brasileira.

restando afastada a alegação de afronta

aos artigos 7º, XXVI, da Constituição

Federal e 62, I, da CLT, 818 da CLT e 333,

I, do CPC, 131 e 350, do CPC, e de

contrariedade à Súmula 212, do C. TST,

bem como o dissídio jurisprudencial

suscitado. Recurso de revista não

conhecido. 3. INSALUBRIDADE POR

VIBRAÇÃO. MOTORISTA DE CAMINHÃO. PROVA

PERICIAL. ÓBICE DA SÚMULA 126, DO C.

TST. FALTA DE PREQUESTIONAMENTO DA

VIOLAÇÃO AO ARTIGO 193, § 2º, DA CLT

(SÚMULA 297, DO C. TST). VIOLAÇÃO AOS

ARTIGOS 5º, II, DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL

E 190, DA CLT, NÃO CONFIGURADA. A

alegação de nulidade da pretensão pela

falta de formulação do pedido de

adicional de periculosidade e

insalubridade em caráter alternativo ou

sucessivo configura questão sobre a

qual o Colegiado Regional não firmou

tese, sem emprego, pelas demandadas, da

via declaratória posta a seu alcance.

Não se cogita, portanto, pela falta de

prequestionamento (Súmula 297, do C.

TST), da propalada violação ao artigo

193, § 2º, da CLT. A Corte Regional

convenceu-se do direito do autor ao

adicional de insalubridade, pela

exposição ao agente vibração (Anexo 8 da

NR-15, da Portaria 3.214/78 do MTE), com

estrito assento no laudo pericial

produzido nos autos, conclusivo nesse

sentido. Para chegar a conclusões

diversas das expostas no v. aresto

regional, teria esta Instância

Extraordinária de devassar a prova dos

autos, com especial destaque para a

perícia de insalubridade, o que lhe é

vedado fazer, na forma da Súmula 126, do

C. TST. Afasta-se, nessas condições, a

alegação de afronta aos artigos 5º, II,

da Carta Magna e 190, da CLT. Recurso de

revista não conhecido. 4. PAGAMENTO DE

DIÁRIAS. BIS IN IDEM. MATÉRIA FÁTICA.

ÓBICE DA SÚMULA 126, DO C. TST. VIOLAÇÃO

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2.200-2/2001, que instituiu a Infra-Estrutura de Chaves Públicas Brasileira.

AOS ARTIGOS 131, 333, I E 462, DO CPC,

NÃO CONFIGURADA. Considerou a Corte

Regional que as rés descumpriram a norma

coletiva da categoria ao deixar de

efetuar o reembolso de despesas por meio

de recibo específico, adotando o

diverso procedimento de descontar as

diárias de viagem no mesmo comprovante

que as registrava como crédito para o

reclamante. Destaca o Colegiado

Regional que a prática adotada não

permite a aferição dos valores

efetivamente pagos ao autor, resultando

não configurada a alegada antecipação

de diárias. Trata-se, também neste

particular, de questão solucionada com

base em fatos e provas dos autos,

soberanamente valorados pela Instância

Ordinária e insuscetíveis de

revolvimento em sede de recurso de

revista, a teor da Súmula 126, do C. TST.

Afasta-se, por conseguinte, a alegação

de afronta aos artigos 131, 333, I e 462,

do CPC. Recurso de revista não

conhecido. 5. RATEIO DE DESPESAS

PROCESSUAIS. INAPLICABILIDADE AO

PROCESSO DO TRABALHO. MULTA

CONVENCIONAL. DESRESPEITO A CLÁUSULAS

NORMATIVAS. VIOLAÇÃO AOS ARTIGOS 5º,

CAPUT, DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL, 21, DO

CPC E 790, § 3º, DA CLT, NÃO CONFIGURADA.

FALTA DE PREQUESTIONAMENTO DA VIOLAÇÃO

AO ARTIGO 2º, DA LINDB. SÚMULA 297, DO

C. TST. O Processo do Trabalho, dotado

de princípios próprios, incompatíveis,

nesse ponto, com a sistemática do

Processo Civil (artigo 769, da CLT), não

prevê a hipótese de sucumbência parcial

quanto a honorários e despesas.

Afasta-se, desse modo, a alegação de

afronta aos artigos 5º, caput, da Carta

Magna, 21, do CPC e 790, § 3º, da CLT.

A imposição de multas convencionais

decorre, de forma lógica, do

reconhecimento da infração a cláusulas

normativas, como, em particular, a

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atinente às horas extras. A questão

relativa à vigência do instrumento

normativo como elemento definidor da

extensão da condenação imposta a título

de multa convencional não foi aflorada

no v. aresto regional, sem provocação

das rés pela via declaratória cabível,

carecendo, portanto, de

prequestionamento, à luz da Súmula 297,

do C. TST. Incólume, em tal medida, o

artigo 2º, da LINDB. Recurso de revista

não conhecido. 6. HIPOTECA JUDICIÁRIA.

COMPATIBILIDADE COM O PROCESSO DO

TRABALHO. PRECEDENTES. VIOLAÇÃO AO

ARTIGO 5º, II, LIV E LV, DA CONSTITUIÇÃO

FEDERAL, NÃO CONFIGURADA. A

compatibilidade da hipoteca judiciária

prevista no artigo 466 do CPC com o

Processo Trabalhista, determinável

inclusive de ofício, visando a eficácia

da futura execução, é entendimento em

favor do qual milita firme

jurisprudência desta Corte Superior

Trabalhista. Precedentes. Afasta-se a

alegação de afronta ao artigo 5º, II,

LIV e LV, da Constituição Federal.

Recurso de revista não conhecido. 7.

INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS. JORNADA

EXTENUANTE. PERNOITE NA CABINE DO

CAMINHÃO. OFENSA AOS DIREITOS DE

PERSONALIDADE DO EMPREGADO, NÃO

CARACTERIZADA. VIOLAÇÃO AOS ARTIGOS 186

E 927, DO CÓDIGO CIVIL, CONFIGURADA. Os

fatos em que a Corte Regional assenta a

condenação a título de danos morais -

imposição de jornadas de trabalho

extenuantes e de pernoite ou

permanência, quando do carregamento ou

descarregamento de mercadorias, no

interior do caminhão conduzido -

situam-se, muito claramente, na esfera

do descumprimento dos direitos

emergentes do pacto laboral. A

jurisprudência desta C. Corte Superior

é consistente no sentido de que o mero

descumprimento de obrigações

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trabalhistas, por si só, não enseja o

reconhecimento de dano moral, passível

de indenização, entendimento que se

estende ao pernoite na cabine do

caminhão, sem prova da ocorrência de

efetiva lesão aos direitos de

personalidade do empregado.

Configurada, em tais condições, a

violação ao disposto nos artigos 186 e

927, do Código Civil. Recurso de revista

conhecido e provido.

Vistos, relatados e discutidos estes autos de Recurso

de Revista n° TST-RR-1100-47.2013.5.03.0059, em que são Recorrentes

ADAMUCCIO TRANSPORTES LTDA. E OUTRAS e Recorrido MARCELO MATEUS LEMOS.

O Tribunal Regional do Trabalho da 3ª Região, pela r.

decisão de fls. 914/916, denegou seguimento ao recurso de revista das

reclamadas ADAMUCCIO TRANSPORTES LTDA. E OUTRAS.

Inconformadas, as recorrentes interpõem agravo de

instrumento às fls. 919/932, por meio do qual procuram desconstituir o

fundamento consignado na decisão denegatória do recurso de revista.

Não foram apresentadas contraminuta ao agravo de

instrumento ou contrarrazões ao recurso de revista, conforme certidão

a fl. 937.

Desnecessária a remessa dos autos à Procuradoria Geral

do Trabalho (artigo 83 do Regimento Interno do TST).

É o relatório.

V O T O

I – AGRAVO DE INSTRUMENTO EM RECURSO DE REVISTA

1. CONHECIMENTO

O agravo de instrumento é tempestivo (fls. 917 e 919),

subscrito por advogada habilitada (procuração às fls. 576/577), e

encontra-se devidamente preparado, na forma do artigo 899, § 7º, da CLT,

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considerado o depósito recursal de fl. 933, em confronto com o alusivo

ao recurso de revista (fl. 889), razão pela qual dele conheço.

2. MÉRITO

Ab initio, indefiro o requerimento de concessão de

efeito suspensivo ao presente apelo, fundamentado na aplicação

subsidiária do disposto no art. 527, III, do CPC, considerando, para esse

fim, os termos dos artigos 896, § 1º e 899, caput, da CLT, este último

prevendo, em regra geral, a atribuição de efeito meramente devolutivo

aos recursos trabalhistas. Ademais, em se tratando de pedido de

atribuição de efeito suspensivo a recurso, o remédio jurídico adequado

seria o manejo de ação cautelar, nos exatos termos da Súmula 414, item

I, do C. TST.

2.1. INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS. JORNADA

EXTENUANTE. PERNOITE NA CABINE DO CAMINHÃO

O Tribunal Regional do Trabalho da 3ª Região, em exame

primeiro de admissibilidade, denegou seguimento ao recurso de revista

interposto pelas agravantes, aos seguintes fundamentos:

PRESSUPOSTOS INTRÍNSECOS

RESPONSABILIDADE SOLIDÁRIA/SUBSIDIÁRIA / GRUPO ECONÔMICO.

DURAÇÃO DO TRABALHO / TRABALHO EXTERNO.

DURAÇÃO DO TRABALHO / HORAS EXTRAS.

RESCISÃO DO CONTRATO DE TRABALHO / VERBAS RESCISÓRIAS.

REMUNERAÇÃO, VERBAS INDENIZATÓRIAS E BENEFÍCIOS /

ADICIONAL / ADICIONAL DE INSALUBRIDADE / OUTROS AGENTES

INSALUBRES.

DIREITO PROCESSUAL CIVIL E DO TRABALHO /

LIQUIDAÇÃO/CUMPRIMENTO/EXECUÇÃO / HIPOTECA JUDICIÁRIA.

Examinados os fundamentos do acórdão, constato que o

recurso, em seus temas e desdobramentos, não demonstra

divergência jurisprudencial válida e específica, tampouco

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violação literal e direta de qualquer dispositivo de lei

federal e/ou da Constituição da República, como exigem as

alíneas “a” e “c” do art. 896 da CLT.

Em relação à responsabilidade solidária e à hipoteca

judiciária, o posicionamento adotado pela Turma traduz, no

seu entender, a melhor aplicação que se pode dar aos

dispositivos legais pertinentes, o que torna inviável o

processamento da revista, além de impedir o seu seguimento

por supostas lesões à legislação ordinária.

Quanto aos demais temas em destaque, não prospera a

pretensão revisional, uma vez que o acórdão recorrido está

arrimado nas provas produzidas e somente com o seu

revolvimento é que eventualmente poderia ser modificado o

julgado, providência que encontra óbice na Súmula 126 do

TST, pelo que ficam afastadas as ofensas apontadas.

Sobre o adicional de insalubridade, consta do acórdão:

(...)

Com efeito, são inespecíficos os arestos válidos

colacionados, porque não abordam as premissas salientadas

pela Turma julgadora, acima reproduzidas (Súmula 296 do

TST).

Por fim, registro que os arestos trazidos à colação,

provenientes de Turma do TST, deste Tribunal ou de qualquer

órgão não mencionado na alínea “a” do art. 896 da CLT não

se prestam ao confronto de teses.

Não são aptos ao confronto de teses os arestos colacionados

(hipoteca judiciária) que não citam a fonte oficial ou

repositório autorizado em que foram publicados (Súmula

337, I, do TST).

Por fim, no que se refere aos honorários advocatícios, a

Turma julgadora decidiu em sintonia com a OJ 305 da SBDI-I

do TST, em ordem a tornar superados os arestos que adotam

tese diversa.

Também não existem as violações apontadas, por não ser

razoável supor que o TST fixaria sua jurisprudência com

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base em decisões que já não correspondessem mais a uma

compreensão adequada do direito positivo (§ 4º do art. 896

da CLT e Súmula 333 do TST).

CONCLUSÃO

DENEGO seguimento ao recurso de revista.

Reiteram as agravantes a ocorrência de violação aos

artigos 186, 187, 188 e 927, do Código Civil, bem como a indicação de

dissídio jurisprudencial, reportando-se aos termos de seu recurso de

revista, no qual alegam que o reclamante não produziu prova de dor ou

vexame sofridos em decorrência das condições emergentes do contrato de

trabalho, principalmente no tocante à prestação de labor em regime de

sobrejornada. Enfatizam não haver prova de qualquer conduta ilícita das

demandadas.

Razão lhes assiste.

A Corte Regional manteve a condenação a título de

indenização por danos morais, pelas seguintes razões (fls. 785/788):

DANO MORAL

Requerem as Reclamadas a exclusão da condenação em

indenização por dano moral.

Na inicial, o autor pleiteou a reparação por danos morais

em razão de ter sido exposto ao cumprimento de uma jornada

laboral excessiva, tendo que pernoitar no interior do

caminhão haja vista que tinha o dever de vigiar o veículo.

O dano moral decorre de ato (ou omissão) voluntário ou

culposo, não abalizado em exercício regular de direito,

atentatório aos valores íntimos da personalidade humana,

juridicamente protegidos. São bens da vida, aferíveis

subjetivamente, exigindo-se da vítima a comprovação

inequívoca dos elementos: dano, dolo ou culpa do agente e

o nexo causal entre eles (artigo 818 da CLT e inciso I,

artigo 333 do CPC).

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Neste caso, em que se persegue a reparação do patrimônio

pessoal do trabalhador pelas Reclamadas, não basta alegar

o dano, pois a comprovação da culpa patronal é elemento

essencial para o reconhecimento do ilícito trabalhista, e

a consequente imposição da obrigação de indenizar.

MARIA HELENA DINIZ preleciona que, para a configuração do

ilícito, são elementos indispensáveis:

“1º) fato lesivo voluntário, ou imputável, causado pelo

agente por ação ou omissão voluntária (dolo), negligência,

imprudência ou imperícia (culpa), que viole um direito

subjetivo individual. É necessário, portanto, que o

infrator tenha conhecimento da ilicitude de seu ato, agindo

com dolo, se intencionalmente procura prejudicar outrem,

ou culpa, se, consciente dos prejuízos que advêm de seu ato,

assume o risco de provocar o dano, sem qualquer deliberação

de violar um dever;

2°) ocorrência de um dano (...)

3°) nexo de causalidade entre o dano e o comportamento do

agente (...).” (In Teoria das Obrigações Contratuais e

Extracontratuais, 3º volume. 15. ed. São Paulo: Ed.

Saraiva, 2000. p. 586/587)

No caso dos autos, encontram-se perfeitamente delineados

os elementos que ensejaram a condenação patronal, quais

sejam:

a) condutas culposas: consubstanciadas na ausência de

fornecimento de condições dignas para o trabalho.

A Reclamada obrigava o Reclamante ao cumprimento de

jornadas excessivas, máxime antes do advento da Lei 12.619,

e não fornecia alojamentos nos mais diversos pontos de

parada - como atestado pela testemunha VALDECIR, somente

em Feira de Santana é que havia alojamento para os

motoristas.

Com efeito, restou patenteado que o Reclamante esteve

exposto a jornadas extenuantes, sem meios de repor as

energias e descansar quando quisesse, o que decerto

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PROCESSO Nº TST-RR-1100-47.2013.5.03.0059

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2.200-2/2001, que instituiu a Infra-Estrutura de Chaves Públicas Brasileira.

agravava o seu estado de saúde e minorava a sua qualidade

de vida, além do risco de se submeter a acidentes. Por outro

lado, ao pernoitar no interior do caminhão ou nele

permanecer nos momentos de carregamento ou

descarregamento, como condição do trabalho de motorista,

responsável pela guarda e vigília dos produtos

transportados, submetia-se condição altamente insegura e

que o colocava em risco iminente de ser assaltado.

b) No nexo causal: Indiscutível que a conduta empresarial,

acima elencada, é ilícita e potencialmente ofensiva à

dignidade do trabalhador.

c) E o dano moral (ofensa do direito à intimidade e da

dignidade da pessoa humana - dano in re ipsa).

Esclareço que a prova do dano moral é sempre presumível,

pois se caracteriza in re ipsa, prescindindo, portanto, de

prova acerca da sua ocorrência. Nesse diapasão, leciona

Sérgio Cavalieri Filho, in “Programa de Responsabilidade

Civil, 2007”:

“O dano moral está ínsito na própria ofensa, decorre da

gravidade do ilícito em si. Se a ofensa é grave e de

repercussão, por si só justifica a concessão de uma

satisfação de ordem pecuniária ao lesado. Em outras

palavras, o dano moral existe ‘in re ipsa’; deriva

inexoravelmente do próprio fato ofensivo, de tal modo que,

provada a ofensa, ‘ipso facto’ está demonstrado o dano

moral à guisa de uma presunção natural, uma presunção

‘hominis’ ou 'facti', que decorre das regras da experiência

comum” (p. 83).

No tocante à infração quanto ao fornecimento de condições

dignas de trabalho, sobressai a obrigação do empregador,

o que alcança a segurança, salubridade e condições mínimas

de higiene e conforto. Tais obrigações encontram respaldo

no texto celetista (Título II – “Das Normas Gerais de Tutela

do Trabalho”), bem como das normas constitucionais que

estabelecem a dignidade da pessoa humana como um dos

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fundamentos da República Federativa do Brasil (artigo 1º,

III) e proíbem o tratamento desumano ou degradante (artigo

5º, III).

A prevenção de riscos é também dever do empregador. O fato

de não ter acontecido nenhum assalto ou mesmo acidente com

o trabalhador, exposto à jornada elastecida e sem condições

mínimas de repor as energias, não é argumento para eximir

a responsabilidade daquele.

A inobservância do dever de cuidado, por parte do

empregador, que deveria ter pautado a sua conduta

empresarial de modo a preservar a segurança e integridade

dos trabalhadores colocados a seu serviço, acirra a sua

culpa.

Nesse contexto, a sentença de origem não merece reforma.

Desprovejo.

Observe-se, inicialmente, que a figura jurídica do

dano é conceitualmente vista como a lesão, o prejuízo sofrido por um

indivíduo, na seara física, patrimonial ou moral, passível de reparação

por parte do agente causador. O dano moral, objeto do conflito ora em

exame, envolve os direitos da personalidade, assim entendidos como os

direitos essenciais da pessoa, aqueles que formam a medula da

personalidade, os direitos próprios da pessoa em si, existentes por

natureza, como ente humano, ou ainda os direitos referentes às projeções

da pessoa para o mundo exterior, em seu relacionamento com a sociedade.

Assim, para que reste configurado o dever de

indenizar, incumbe à parte provar o ato ilícito, o dolo ou a culpa, a

lesão ao direito da personalidade nos moldes acima descritos e o nexo

causal entre a conduta e o dano.

Com efeito, os fatos em que a Corte Regional assenta

a condenação a título de danos morais - imposição de jornadas de trabalho

extenuantes e de pernoite ou permanência, quando do carregamento ou

descarregamento de mercadorias, no interior do caminhão conduzido -

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situam-se, muito claramente, na esfera do descumprimento dos direitos

emergentes do pacto laboral.

E a jurisprudência desta C. Corte Superior é

consistente no sentido de que o mero descumprimento de obrigações

trabalhistas, por si só, não enseja o reconhecimento de dano moral, o

qual somente se concretiza quando demonstrada a conduta ofensiva aos

direitos de personalidade e ao patrimônio imaterial do empregado,

circunstância essa que as premissas fáticas assentadas pela Corte

Regional não permite vislumbrar. Eis os precedentes que expressam tal

entendimento:

AGRAVO DE INSTRUMENTO. RECURSO DE REVISTA. DANO MORAL.

DESCUMPRIMENTO DE OBRIGAÇÃO TRABALHISTA. PRESSUPOSTOS.

AUSÊNCIA 1. A jurisprudência do Tribunal Superior do

Trabalho é no sentido de que o mero descumprimento de

obrigações trabalhistas, por si só, não configura lesão a

direitos da personalidade do empregado. 2. Não enseja

indenização por dano moral, decorrente da responsabilidade

civil subjetiva do empregador, a omissão na anotação da

CTPS do empregado. 3. Agravo de instrumento da Reclamante

a que se nega provimento. (AIRR - 3-90.2012.5.02.0021,

Relator Ministro: João Oreste Dalazen, 4ª Turma, Data de

Publicação: DEJT 13/03/2015)

DANO MORAL - CARACTERIZAÇÃO - MERO DESCUMPRIMENTO DE

OBRIGAÇÕES LEGAIS TRABALHISTAS. O mero descumprimento dos

direitos trabalhistas, embora configure ato ilícito, não

gera a obrigação de pagamento de indenização por danos

morais, se não evidenciada a existência de grave prejuízo

efetivo ao empregado. Para o deferimento de indenização por

danos morais, é necessária, assim, a comprovação de que do

ilícito trabalhista decorreu lesão efetiva aos direitos de

personalidade do empregado, o que não ocorreu no caso.

Precedentes. Recurso de Revista parcialmente conhecido e

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provido. (Processo: RR - 1218-41.2010.5.01.0008, Data de

Julgamento: 08/10/2014, Relator Desembargador Convocado:

João Pedro Silvestrin, 8ª Turma, Data de Publicação: DEJT

10/10/2014.)

INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS EM RAZÃO DA DISPENSA NO

PERÍODO PRÉ-APOSENTADORIA. DANO NÃO COMPROVADO. Ainda que

ilegal a dispensa da reclamante, tal não configura situação

em que o dano seria presumido, não havendo falar que a

lesão, nesse caso, se faça de forma in re ipsa. No presente

caso, o dano moral deve ser comprovado, dependendo de

evidências concretas. Incólumes os arts. 5º, V e X, da

Constituição Federal, 186 e 927 do Código Civil. Recurso

de revista não conhecido. (...) (Processo: RR -

497-66.2010.5.01.0048, Data de Julgamento: 08/10/2014,

Relator Ministro: Aloysio Corrêa da Veiga, 6ª Turma, Data

de Publicação: DEJT 10/10/2014.)

DANO MORAL. SUSPENSÃO DO PLANO MÉDICO. MERO DESCUMPRIMENTO

DE OBRIGAÇÃO CONTRATUAL. O Reclamante pretende com a

presente Reclamação Trabalhista o pagamento de indenização

por dano moral, sob o argumento de que a Reclamada, ao lhe

retirar os benefícios do plano de saúde, acabou por lhe

causar "diversos transtornos, e preocupações, angústias,

tensões e sofrimentos". O dano moral, como conceitua

Valentin Carrion, é aquele que "atinge os direitos da

personalidade, sem valor econômico, tal como a dor mental

psíquica ou física". De acordo com a doutrina e

jurisprudência o mero descumprimento de obrigações legais

e contratuais ou o simples aborrecimento da parte não são

aptos a caracterizar o dano moral. Nesse sentido, a

jurisprudência desta Corte. No caso dos autos, defende o

Reclamante que o mero fato de a Reclamada não ter cumprido

com a sua obrigação contratual de manutenção do plano de

saúde seria suficiente para caracterizar o dano moral.

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Todavia, tal como o simples atraso no pagamento dos

salários, o fato de a Reclamada não ter cumprido com a sua

obrigação contratual não caracteriza, por si só, o dano

moral. Dessarte, cabia à parte a comprovação de que esse

descumprimento das obrigações contratuais violou o seu

direito da personalidade, causando-lhe algum

constrangimento pessoal, o que não ocorreu na hipótese dos

autos. (RR - 846-32.2011.5.05.0013, 4ª Turma, Relatora

Ministra: Maria de Assis Calsing, Data do Julgamento

18.06.2014)

INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS. DESCUMPRIMENTO DAS

OBRIGAÇÕES TRABALHISTAS. Do modo como foi prequestionada

a matéria no acórdão recorrido, sem a exposição das

premissas fáticas específicas inerentes à controvérsia, e

sem o registro de nenhuma circunstância especial ou

agravante que tivesse acompanhado o descumprimento das

obrigações contratuais pela empregadora, não há como se

reconhecer o direito à indenização por danos morais .

Recurso de revista de que não se conhece.

(RR-69200-41.2009.5.18.0006, Relatora Ministra: Kátia

Magalhães Arruda, 6ª Turma, DEJT de 26/4/2013)

RECURSO DE REVISTA. DANO MORAL - REDUÇÃO SALARIAL. Trata-se

de pedido de indenização por danos morais decorrentes de

redução salarial, e não de atraso reiterado no pagamento

de salários. A hipótese de redução salarial, por si só, não

enseja o pagamento de indenização por dano moral, devendo

ser demonstrados de forma cabal os prejuízos sofridos. Com

efeito, o mero descumprimento dos direitos trabalhistas,

como o noticiado na espécie, embora possa configurar

ilícito de tal ordem, não gera a obrigação de pagamento de

indenização por danos morais, quando não evidenciada a

existência de grave prejuízo efetivo ao empregado. Assim,

a conduta da reclamada, por si só, não tem o condão de

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caracterizar a ocorrência de dano moral, uma vez que não

foi demonstrado o efetivo abalo aos direitos de

personalidade da reclamante. Recurso de revista conhecido

e provido. Prejudicado o exame do tema dano moral - valor

da indenização. (RR - 109300-49.2009.5.01.0511, Relator

Ministro: Renato de Lacerda Paiva, 2ª Turma, Data de

Publicação: DEJT 07/11/2014)

(...) DANO MORAL. ATRASO NO PAGAMENTO DAS VERBAS

RESCISÓRIAS. NÃO CONFIGURAÇÃO. Discute-se, nos autos, se

a dispensa do reclamante sem o pagamento, no tempo previsto

na CLT, das verbas rescisórias gera o pagamento de

indenização por danos morais. Com efeito, extrai-se do

acórdão regional que o pagamento das verbas rescisórias foi

realizado a destempo. Contudo, o Tribunal Regional

rejeitou o pedido de indenização por danos morais em

decorrência da dispensa sem pagamento imediato das verbas

rescisórias, por entender que o atraso no pagamento dessas

verbas é ilícito trabalhista, com previsão de sanção

específica. Com efeito, a ausência de pagamento das verbas

rescisórias, da emissão das guias de liberação do

seguro-desemprego e da entrega dos documentos para saque

do FGTS, por si só, sem a prova de outros prejuízos sofridos

pelo empregado, de forma concreta e efetiva, não enseja a

condenação ao pagamento da indenização por danos morais,

pois, no mundo jurídico, há previsão de penalidade

específica para essa conduta ilícita do empregador, qual

seja a multa prevista no § 8º do artigo 477 da CLT. Recurso

de revista não conhecido. (...)

(RR-2482-21.2011.5.12.0051, 2ª Turma, Relator Ministro

José Roberto Freire Pimenta, DEJT 23/8/2013)

Acerca da não configuração do pernoite na cabine do

caminhão como fato gerador de danos morais passíveis de reparação, sem

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prova da ocorrência de efetivos danos aos direitos de personalidade do

empregado, citem-se os específicos precedentes que seguem:

RECURSO DE REVISTA (...) PERNOITE NO CAMINHÃO - DANO MORAL

- INDENIZAÇÃO INDEVIDA. O fato de o trabalhador pernoitar

no caminhão, por si só, não é considerado degradante e não

enseja o pagamento de indenização por danos morais, devendo

haver demonstração concreta do prejuízo. Precedentes.

(...) Recurso de Revista conhecido parcialmente e provido.

(TST - RR: 130900-91.2013.5.17.0010, Relatora: Ministra

Maria Cristina Irigoyen Peduzzi, Data de Julgamento:

05/08/2015, 8ª Turma, Data de Publicação: DEJT 07/08/2015)

(...) 4. INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS. PERNOITE NO

CAMINHÃO. O fato de o motorista dormir na cabine do caminhão

não gera, por si só, dano moral, devendo ser demonstrados

de forma cabal os prejuízos sofridos pelo reclamante. No

caso vertente, não há, no acórdão regional, nenhum elemento

fático o qual demonstre que o reclamante sofreu

constrangimento pessoal que pudesse caracterizar abalo dos

valores inerentes à sua honra. Ilesos, portanto, os arts.

5º, V e X, e 7º, XXII, da CF e 157 da CLT. (...) Agravo de

instrumento conhecido e não provido. (AIRR -

11126-94.2013.5.03.0030 - Relatora: Ministra Dora Maria da

Costa, Data de Julgamento: 03/06/2015, 8ª Turma, Data de

Publicação: 08/06/2015)

AGRAVO DE INSTRUMENTO. RECURSO DE REVISTA. CONTRATO

INDIVIDUAL DE TRABALHO. MOTORISTA. PERNOITE NA CABINE DO

CAMINHÃO. CONDUTA ILÍCITA PATRONAL NÃO COMPROVADA. NÃO

PROVIDO. A Corte Regional entendeu que não ficou

configurada a conduta ilícita patronal, que enseja a

responsabilidade civil, pois apesar de evidenciado que em

algumas noites o autor pernoitou na cabine de caminhões,

ou em alojamentos fornecidos pelas fazendas, o inciso III

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do art. 235-D, da CLT, prevê essa possibilidade, deixando

evidente que, na função de motorista, a situação descrita

nos autos não é incomum, não constituindo, portanto,

ilicitude. Leitura do v. acórdão demonstra que a matéria

tem cunho interpretativo e o agravante não trouxe arestos

aptos a comprovar o dissenso. Não preenchida a condição

descrita na alínea "a" do art. 896 da CLT. Ademais, a

alegada violação ao art. 1º, III e IV da Constituição da

República não viabiliza o recurso de revista, pois não se

vislumbra a ofensa direta e literal, como estabelece a

alínea "c" do art. 896 da CLT. Agravo de instrumento não

provido. (AIRR-11599-38.2013.5.18.0103, Relator:

Desembargador Convocado José Rêgo Júnior, 5ª Turma, DEJT

8/5/2015

Postas tais premissas, conclui-se que o v. acórdão

regional violou o disposto nos artigos 186 e 927, do Código Civil,

consoante arguido pelas agravantes.

Ante o exposto, dou provimento ao agravo de

instrumento para, convertendo-o em recurso de revista, determinar a

reautuação dos autos e a publicação da certidão de julgamento para ciência

e intimação das partes e dos interessados de que o julgamento do apelo

dar-se-á na primeira sessão ordinária subsequente à data da referida

publicação, nos termos do artigo 229 do Regimento Interno desta Corte.

II - RECURSO DE REVISTA

1. CONHECIMENTO

1.1. PRESSUPOSTOS DE ADMISSIBILIDADE GERAIS

O recurso de revista é tempestivo (fls. 798 e 805),

subscrito por advogada habilitada (procuração às fls. 576/577), e

encontra-se devidamente preparado, considerados os depósitos recursais

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conjuntos de fls. 679 e 889. Preenchidos os pressupostos comuns, passo

ao exame dos específicos do recurso de revista.

1.2. PRESSUPOSTOS DE ADMISSIBILIDADE ESPECÍFICOS

1.2.1. SOLIDARIEDADE PASSIVA. GRUPO ECONÔMICO.

PRETENSÃO DE EXCLUSÃO DA TERCEIRA RECLAMADA

Proclamam as recorrentes violado o artigo 2º, § 2º,

da CLT e indicam dissídio jurisprudencial, alegando que é necessária a

exclusão, do polo passivo da lide, da empresa G10 TRANSPORTES LTDA., que

não forma grupo econômico com as corrés TRANSPANORAMA e ADAMUCCIO. Frisam

que se trata de empresa distinta das demais e dotada de economia e

administração próprias, sem qualquer interdependência. Salientam que o

reclamante nunca prestou serviços para a reclamada G10, até porque essa

empresa não participou do procedimento licitatório de que resultou o

contrato com a ECT. Aduzem que a reclamada ADAMUCCIO foi incorporada pela

TRANSPANORAMA. Suscitam divergência jurisprudencial. Requerem, ao

menos, a limitação, às quotas sociais pertencentes à TRANSPANORAMA, da

condenação imposta à reclamada G10.

Razão não lhes assiste.

O Tribunal a quo rejeitou a preliminar de

ilegitimidade passiva da terceira reclamada, pelas seguintes razões

(fls. 776/777):

PRELIMINAR DE ILEGITIMIDADE PASSIVA DA TERCEIRA RECLAMADA,

INEXISTÊNCIA DE GRUPO ECONÔMICO E SOLIDARIEDADE (RECURSO

DAS RECLAMADAS)

Sustentam as recorrentes que o Reclamante foi admitido pela

TRANSPANORAMA TRANSPORTES LTDA., incorporadora da

ADAMUCCIO TRANSPORTES LTDA., inexistindo vínculo de

emprego entre ele e a terceira ré (G10 TRANSPORTES LTDA.),

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que é parte ilegítima para figurar no polo passivo da

demanda.

Sem razão.

A terceira Reclamada é destinatária da pretensão autoral,

não importando se é ou não a verdadeira responsável pela

sua satisfação, o que será decidido no exame do mérito

propriamente dito.

Ressalte-se que a presença ou não das denominadas condições

da ação deve se dar necessariamente no plano abstrato, in

status assertionis, ou seja, à vista do que se afirmou na

peça inicial e independentemente de sua efetiva

ocorrência.

A ação é um direito abstrato e é exercido independentemente

da existência ou inexistência do direito material que se

pretende reconhecer.

In casu, a terceira reclamada foi incluída no polo passivo

da ação e indicada como responsável solidária, tendo em

vista a caracterização do grupo econômico, nos termos do

art. 2º, §2º, da CLT, sendo evidente a sua legitimidade

passiva ad causam para se opor e resistir à pretensão.

Nada a prover.

Registra o E. Regional que a rejeição da preliminar

de ilegitimidade ad causam da terceira ré se impõe à luz da teoria da

asserção e ante a configuração, no presente caso, do grupo econômico,

com a solidariedade passiva que lhe é inerente, na forma do artigo 2º,

§ 2º, da CLT.

A questão relacionada à caracterização do grupo de

empresas assume, no caso presente, contornos fático-probatórios que

inviabilizam sua análise em sede de recurso de revista, ante o óbice

erigido pela Súmula 126, do C. TST.

Incólume, nessas condições, o artigo 2º, § 2º, da CLT.

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Quanto aos acórdãos trazidos à colação, mostram-se

inespecíficos ao caso vertente, contrariando os termos da Súmula 296,

I, do C. TST, porquanto assentam o entendimento de inexistência de grupo

econômico em premissas fáticas que, à toda evidência, não se identificam

ou assemelham com as compulsadas, na apreciação do mesmo tema, pelo

Tribunal a quo, que, ademais, situa a questão igualmente na órbita da

teoria da asserção, não cogitada por aqueles arestos.

Não conheço.

1.2.2. HORAS EXTRAS. ADICIONAL NOTURNO. DIFERENÇAS

SALARIAIS. DOMINGOS E FERIADOS. DIFERENÇAS DE QUILÔMETROS RODADOS

Reputam as recorrentes violados os artigos 818 da CLT

e 333, I, do CPC, bem como contrariada a Súmula 212, do C. TST, uma vez

que, segundo alegam, o reclamante não se desincumbiu de seu ônus de prova

sobre a matéria relacionada ao trabalho em regime de sobrejornada.

Ressaltam que não se trata de valoração da prova, mas de sua inexistência,

no caso concreto. Aduzem que, no período anterior à Lei 12.619/12, tinha

aplicabilidade o artigo 62, I, da CLT, inexistindo controle de jornada

para a atividade externa de motorista profissional, nos exatos termos

da norma coletiva incidente à hipótese, que não admite o tacógrafo como

elemento apto a esse fim. Afirmam violados os artigos 7º, XXVI, da

Constituição Federal e 62, I, da CLT. Ponderam que não foi levada em conta

a distância entre as cidades percorridas, tampouco o fato de que ela era

fracionada em dois ou três dias. Observam que não pode o magistrado se

valer, como elemento de convicção, da ciência privada de fatos

controvertidos, devendo louvar-se em dados concretos, extraídos dos

autos. Asseveram que não estavam presentes no ato de carga e descarga,

não tendo assim meios objetivos de controle da jornada desempenhada.

Denunciam como violados, sob essa ótica, os artigos 93, IX, da

Constituição Federal e 131, 350 e 458, II, do CPC. Suscitam divergência

jurisprudencial sobre o tema.

Baldado o inconformismo.

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O E. Regional negou provimento ao recurso ordinário

das reclamadas, quanto aos tópicos abordados, aos seguintes fundamentos

(fls. 779/782 e 783):

RECURSO DAS RECLAMADAS

HORAS EXTRAS - ADICIONAL NOTURNO – HORA NOTURNA - DOMINGOS

E FERIADOS

Insurgem-se as Reclamadas contra a r. decisão de origem,

no que se refere ao deferimento das horas extras pleiteadas

pela extrapolação da jornada de trabalho, intervalos

intrajornada e interjornadas, adicional noturno, trabalho

aos domingos e feriados, ao fundamento de que, o autor

trabalhava externamente, e não tinha sua jornada

controlada pelas Reclamadas.

Pois bem.

A controvérsia cinge-se ao enquadramento ou não do

Reclamante no artigo 62, I, da CLT, que trata do trabalho

externo sem possibilidade de fiscalização da jornada, o que

impede pagamento por eventual trabalho extraordinário.

A mera circunstância de o labor ser realizado fora do

estabelecimento não implica, necessariamente, trabalho

sem controle e fiscalização de jornada de que trata o inciso

I do art. 62 da CLT. Havendo tal possibilidade de controle,

o trabalho em questão submete-se às regras referentes à

duração da jornada e pode caracterizar horas

extraordinárias.

No caso dos autos, o Reclamante, apesar de ser motorista

de caminhão, executando jornada externa, trabalhava em

veículo rastreado por mecanismo de controle em tempo real

e integral pela empresa, a qual tinha conhecimento dos

lugares e horários em que ocorriam as paradas.

Além disso, o Autor viajava sempre em rotas predeterminadas

pela empregadora, fazendo uso de telefone celular, através

do qual era acionado diariamente para informação sobre sua

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localização e sobre entrega das mercadorias. Havia

relatório com registro do início e do fim da viagem e

existia previsão de duração da viagem e dia e hora para

entrega das mercadorias.

Eis a transcrição de trechos da oitiva da testemunha do

Reclamante, VALDECIR MESQUITA SILVA (f. 528) que

corroboram as assertivas supra: “que trabalhou para a

reclamada de julho de 2011 a setembro de 2013, na função

de motorista; que há rota Governador Valadares-São Paulo

com 17/18 horas de duração, fazendo o depoente uma parada,

de 20 a 40 minutos; que no retorno de São Paulo descansam

um dia para a próxima viagem; que a rota Governador

Valadares-Salvador é vencida em 20 horas; que antes de

chegar a Feira de Santana o depoente parava uma vez, de 20

a 40 minutos, chegando em Feira de Santana e parando por

mais uma hora para carregamento e descarregamento; que já

aconteceu de em Salvador aguardarem descarregamento para

sair no retorno entre 1 hora e 5 horas de duração; que no

retorno a Governador Valadares da rota de Salvador paravam

1 dia até a próxima viagem; (...) que a reclamada

determinava as localidades para onde deveriam viajar; que

havia celular corporativo, recebendo ligações da empresa,

ligando para saber a localidade; que se atrasassem a

entrega era gerada uma multa para a reclamada; que o RDVO

era um relatório de ocorrências, com anotações dos

Correios; que os Correios estipulavam o horário da carga;

que em Feira de Santana na época na havia alojamento; que

eram duas vias de RDVO; que o RDVO ficava com a reclamada,

uma via permanecendo com os Correios; que lança no RDVO o

tempo de percurso, horário de entrega e número do

documento; que já aconteceu de o depoente chegar antes do

horário previsto; que antes do horário previsto poderia

entrar nos Correios, mas não descarregar; que viajavam

normalmente em domingos e feriados; que quando apanhavam

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o caminhão em Governador Valadares ele já estava abastecido

(...)”.

Como se verifica, a Reclamada tinha como saber os momentos

de paradas do Obreiro, sendo possível saber até mesmo o

tempo em que o veículo esteve rodando ou parado.

No caso, tanto a existência de rotas previamente definidas

quanto a previsibilidade da duração das viagens, inclusive

com possibilidade de interferir à distância nas paradas,

implica existência de efetivo controle e fiscalização da

jornada.

A hipótese, portanto, afasta a incidência da exceção do

art. 62, I, da CLT e permite a caracterização de horas

extras, no caso.

A existência de rastreadores, v.g. “GPS”, que permitem que

o veículo conduzido seja localizado a qualquer tempo e em

qualquer localidade, aliado ao fato de que o Obreiro tem

a obrigação de comunicar à empresa todos os procedimentos

alusivos ao transporte contratado - ainda que o faça por

motivos de segurança e para fins de se atender aos

interesses da empresa que contratou os serviços - deixa

inconteste a supervisão da Reclamada dos afazeres do

Reclamante, com efetivo controle de sua jornada, a se

afastar, de pronto, a exceção contida no artigo 62, I, da

CLT, quanto ao recebimento de horas extras.

E, a ocorrência habitual do sobrelabor e do controle da

jornada do Reclamante desautoriza a produção de efeitos das

convenções coletivas constantes dos autos, cujas cláusulas

XXV (f. 137) exime os empregadores do pagamento da

sobrejornada àquele.

Não se está com isso preterindo o reconhecimento desses

instrumentos autônomos, constitucionalmente valorados,

por força do disposto no inciso XXVI do artigo 7º da CF.

Entretanto, não se pode permitir o uso abusivo dessa

autonomia coletiva que pode, inclusive, flexibilizar

jornadas – conforme exegese do artigo 7°, inciso XIII, da

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CF - como se essa permissão constitucional tivesse o condão

de convalidar toda e qualquer prática patronal que

preterisse os direitos dos trabalhadores, como o labor em

jornadas exaustivas, que minoram não apenas a dignidade do

trabalhador e esvaziam o reconhecimento do trabalho como

uma conquista social, mas também sujeitam os empregados a

condições que degradam sua saúde e integridade física, sem

falar no óbice que lhe impõem quanto ao convívio familiar

e social.

Destarte, sujeitando-se o Reclamante ao efetivo controle

de jornada, e laborando, de forma habitual, em sobrelabor,

não há falar na incidência das normas autônomas que exclui

direito ao recebimento de horas extras, de alcance

constitucional, prevalecendo, na hipótese, a primazia da

realidade e que demonstra, de fato, a ocorrência do

trabalho extraordinário, sem efetivo pagamento pela

empregadora.

Por todo o exposto, a r. sentença de origem não merece

reparos.

Nego provimento.

(...)

INEXISTÊNCIA DE DIFERENÇAS DE KM RODADO

Aduzem as Reclamadas que as fichas de KM rodados eram

preenchidas pelo colaborador, não havendo qualquer

ingerência da 2ª Ré TRANSPANORAMA em seu preenchimento, o

que afasta a condenação de diferenças de 2.000 Km por mês

e reflexos legais.

Na inicial, o Reclamante narra que a Reclamada não

contabilizava o número exato de KMs rodados mensalmente,

de acordo com o que constava do RDVO, sendo o lesado

mensalmente entre 1.800/2.000 km, requerendo o pagamento

da diferença salarial, com os reflexos legais.

No lastro da decisão recorrida, tem-se que as Reclamadas

defendem o sistema de apurações, mas não apresentam

contabilmente a metodologia de cálculo nem os documentos

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com base nos quais eram realizadas as apurações, não se

desincumbindo do ônus probatório que lhes competia (artigo

333, II do CPC).

Assim, é mesmo devida a condenação das empresas a pagar

ao Reclamante diferença salarial referente a 2.000km/mês,

por todo o período laborado.

Nego provimento.

Assinalo, em primeiro plano, que a ausência de

oposição de oportunos embargos declaratórios relega à plena esterilidade

a alegação de negativa de prestação jurisdicional, com afronta aos

artigos 93, IX, da Constituição Federal e 458, II, do CPC. Inteligência

da Súmula 184, do C. TST.

No mais, como se verifica da transcrição efetuada, o

E. Regional manteve a condenação a título de horas extras pela

extrapolação da jornada de trabalho, intervalos intra e interjornadas,

adicional noturno e labor em domingos e feriados, baseando-se em

elementos de prova que lhe indicaram a submissão do reclamante (motorista

de caminhão) a meios indiretos de fiscalização da jornada – rastreamento

do veículo por mecanismo de controle em tempo real e integral,

predeterminação de rotas, uso de telefone celular, relatório com

registro de início e fim da viagem -, tudo de modo a apartar a hipótese

dos autos da exceção do artigo 62, I, da CLT. Ressaltou a Corte Regional

que a empresa tinha como saber os momentos de parada do obreiro, inclusive

o tempo em que o veículo esteve rodando ou parado. Assentou o Tribunal

de Origem, nesse mesmo contexto, e considerando o efetivo exercício do

controle da jornada do autor, a inaplicabilidade, ao caso em exame, das

normas coletivas excludentes do pagamento de horas extras.

Por fim, manteve o Colegiado Regional a condenação ao

pagamento de diferença salarial correspondente a 2.000km/mês, por todo

o período laborado, ao fundamento de que as rés não apresentaram a

metodologia de cálculo nem os documentos com base nos quais era apurada

a quilometragem, não se desincumbindo, portanto, do encargo probatório

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que lhes tocava (CPC, artigo 333, II), o que faz prevalecer, nesse

aspecto, a narrativa exordial.

Os fatos e provas valorados pela Corte Regional na

formação de seu convencimento motivado sobre a matéria alusiva à jornada

de trabalho e seus consequentes não comportam revolvimento em sede de

recurso de revista, ante o óbice erigido pela Súmula 126, do C. TST.

De resto, ao considerar que o trabalhador externo

sujeito a meios indiretos de fiscalização da jornada de trabalho não está

enquadrado no art. 62, I, da CLT, o Tribunal de Origem decidiu de acordo

com o entendimento atual e iterativo desta C. Corte Superior, conforme

demonstram os seguintes precedentes:

"I - HORAS EXTRAS. VENDEDOR EXTERNO. CONTROLE DE

JORNADA. ARTIGO 62, I, DA CLT. INTERPRETAÇÃO RESTRITIVA II

- EFEITOS DO PROVIMENTO DE RECURSO DE REVISTA INTERPOSTO

PELO RECLAMANTE. NATUREZA DECLARATÓRIA DO PRONUNCIAMENTO

JUDICIAL ACERCA DA INAPLICABILIDADE DO ARTIGO 62, I, DA CLT

AO CASO CONCRETO. NECESSIDADE DE RETORNO DOS AUTOS AO TRT

PARA EXAME DOS PEDIDOS ALTERNATIVOS FORMULADOS NO RECURSO

ORDINÁRIO PATRONAL, JULGADOS PREJUDICADOS EM DECORRÊNCIA

DO ACOLHIMENTO DO PEDIDO PRINCIPAL. EXCLUSÃO DAS HORAS

EXTRAS. 1. A norma do artigo 62, inciso I, da CLT exclui

o empregado do direito às horas extras se submetido a

controle de horário ou na hipótese de desempenho de

atividade externa, por natureza insuscetível de propiciar

aferição da efetiva jornada de labor. Preceito

excepcional, contudo, há de ser interpretado

restritivamente, em boa hermenêutica. 2. A contrario

sensu, a imposição, pelo empregador, de comparecimento

diário do empregado na sede da empresa, sempre no início

e no término da jornada de trabalho, bem como o cumprimento

de roteiros predeterminados, no caso do vendedor externo,

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caracteriza o efetivo controle de horário pelo empregador,

ainda que de forma indireta, e afasta a aplicação da norma

inscrita no inciso I do artigo 62 da CLT. Nessas

circunstâncias, uma vez dilatada a jornada normal, faz jus

o empregado às horas extras. 3. O provimento do recurso de

revista do Reclamante, interposto com a finalidade de

afastar a aplicação do artigo 62, I, da CLT, traduz-se em

pronunciamento judicial de cunho meramente declaratório.

O retorno dos autos ao TRT é medida que se impõe, a fim de

que, à luz do acervo fático-probatório dos autos, a

instância da prova manifeste-se quanto a eventual

extrapolação da jornada diária do Reclamante, bem como

aprecie os pedidos alternativos formulados no recurso

ordinário da Reclamada, julgados prejudicados em face do

acolhimento do pedido principal - exclusão das horas

extras. 4. Não cabe à Turma do TST, após fixar tese acerca

da inaplicabilidade do inciso I do artigo 62 da CLT, desde

já restabelecer a sentença que condenou a Reclamada ao

pagamento de horas extras. Imprescindível oportunizar à

parte sucumbente o acesso ao duplo grau de jurisdição no

tocante ao exame da prova do alegado labor em sobrejornada.

5. Embargos da Reclamada conhecidos, por divergência

jurisprudencial, e parcialmente providos" (TST, SBDI-1,

E-ED-RR - 147300-36.2005.5.12.0032, Relator Ministro João

Oreste Dalazen, DEJT: 24/05/2013).

"HORAS EXTRAS. TRABALHO EXTERNO. CONTROLE EFETIVO DA

JORNADA. INAPLICABILIDADE DA EXCEÇÃO DO ARTIGO 62, INCISO

I, DA CLT. Apesar de o reclamante exercer serviço externo,

ficou demonstrado nos autos que ele estava submetido a

controle de horário de trabalho, pois comparecia pela manhã

e à tarde na empresa, além de haver um supervisor da

reclamada que fiscalizava os horários e os serviços

executados pelo autor. Diante desses fatos, não se divisa

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violação do artigo 62, inciso I, da CLT. Recurso de revista

não conhecido" (TST, 2ª Turma, RR -

58200-94.2006.5.09.0072, Relator Ministro José Roberto

Freire Pimenta, DEJT: 11/10/2013).

"RECURSO DE REVISTA. HORAS EXTRAS. LABOR EXTERNO.

COMPARECIMENTO NO INÍCIO E NO FIM DA JORNADA NA SEDE DA

EMPRESA. CONFIGURAÇÃO DO CONTROLE DE JORNADA. Recurso

fundamentado em divergência jurisprudencial. O e. Tribunal

a quo, diante do conjunto fático-probatório carreado nos

autos, constatou que, embora o empregado exercesse

atividade externa, este iniciava e terminava seu trabalho

na sede da empresa, o que segundo aquele Pretório é

insuficiente para falar em fiscalização da jornada de

trabalho. Todavia, o artigo 62, I, da CLT excetua o direito

às horas extras àqueles empregados que exercem atividades

externas incompatíveis com o controle de jornada. O

controle de jornada deve ser efetivo e deve ocorrer direta

ou indiretamente. No presente caso, ficou demonstrado o

controle indireto do trabalho do empregado com a obrigação

de passar na empresa no início e no término da jornada de

trabalho. Nessa esteira, exclui-se a atividade

desempenhada pelo empregado da exceção prevista no artigo

62, I, da CLT, porquanto a jurisprudência majoritária desta

Corte firmou entendimento segundo o qual pode haver a

condenação em horas extras no caso de fiscalização da

atividade externa, ainda que de forma indireta.

Precedentes. Recurso de revista conhecido por divergência

jurisprudencial e provido" (TST, 3ª Turma, RR -

411-42.2011.5.02.0401, Relator Ministro Alexandre de

Souza Agra Belmonte, DEJT: 06/09/2013).

"AGRAVO DE INSTRUMENTO DA RECLAMADA. RECURSO DE

REVISTA. 1. INCOMPETÊNCIA DA JUSTIÇA DO TRABALHO. AUSÊNCIA

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DE PREQUESTIONAMENTO. SÚMULA 297/TST. 2. TRABALHO EXTERNO.

POSSIBILIDADE DE CONTROLE DE JORNADA. NÃO APLICAÇÃO DA

EXCLUDENTE DO ART. 62, I, DA CLT. MATÉRIA FÁTICA. SÚMULA

126/TST. 3. RESCISÃO CONTRATUAL. DESCONTOS INDEVIDOS.

CONTRATO DE MÚTUO. SÚMULA 18/TST. DECISÃO DENEGATÓRIA.

MANUTENÇÃO. O fato de o trabalhador exercer atividade

externa não é incompatível com a fiscalização e o controle

da sua jornada de trabalho pelo empregador. A averiguação

se dá em cada caso, em respeito ao princípio da primazia

da realidade, segundo o qual deve-se analisar a prática

concreta efetivada ao longo da prestação de serviços,

independentemente da vontade eventualmente manifestada

pelas partes ou ao previsto em instrumento escrito que,

porventura, não correspondam à realidade. Na hipótese em

exame, atendendo aos fatos e circunstâncias constantes dos

autos, o Tribunal Regional verificou que o Reclamante

estava sujeito ao controle indireto de jornada, não sendo

o caso de aplicação da excludente da duração de trabalho

prevista no art. 62, I, da CLT. Com efeito, para divergir

dessas conclusões, seria necessário o revolvimento de

fatos e provas, o que é defeso nesta sede recursal, nos

termos da Súmula 126/TST. Desse modo, não há como assegurar

o processamento do recurso de revista quando o agravo de

instrumento interposto não desconstitui os fundamentos da

decisão denegatória, que subsiste por seus próprios

fundamentos. Agravo de instrumento desprovido" (TST, 3ª

Turma, AIRR - 1127-16.2010.5.09.0658, Relator Ministro

Mauricio Godinho Delgado, DEJT: 30/08/2013).

"RECURSO DE REVISTA. MOTORISTA. TRABALHO EXTERNO.

CONTROLE DE JORNADA. HORAS EXTRAS. A limitação da jornada

de trabalho é direito constitucionalmente assegurado ao

trabalhador, estando diretamente atrelado a questões

biológicas e, até mesmo, à dignidade da pessoa humana.

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Dessa feita, o art. 62, I, da CLT, o qual afasta o direito

à percepção de horas extras, deve ser aplicado quando

claramente evidenciada a total impossibilidade de

controle, direto ou indireto, da jornada laboral. No caso

dos autos, declarado pelo Regional que o Reclamante, apesar

de exercer trabalho externo, tinha sua atividade

gerenciada pela Reclamada, há constatação inarredável da

existência de mecanismo de controle indireto da jornada de

trabalho, razão pela qual deve ser mantida a condenação ao

pagamento de horas extras. Precedentes no mesmo sentido.

Recurso de Revista não conhecido" (TST, 4ª Turma, RR -

2311-34.2011.5.18.0007, Relatora Ministra Maria de Assis

Calsing, DEJT: 02/08/2013).

"RECURSO DE REVISTA. HORAS EXTRAORDINÁRIAS. TRABALHO

EXTERNO. AJUDANTE DE DISTRIBUIÇÃO. NORMA COLETIVA.

EXISTÊNCIA DE CONTROLE. Delimitado no v. acórdão regional

ter havido comprovação de fiscalização e controle do

trabalho externo desempenhado pelo reclamante, ainda que

indireto, caracterizado não só pela obrigatoriedade de

comparecimento no início e término da jornada, mas, também,

pelos roteiros diários de entrega estabelecidos pela

reclamada a possibilitar o controle no curso da jornada e

também a confissão da própria reclamada, não se percebe

afronta à literalidade do artigo 62, inciso I, da CLT.

Evidenciado o controle de jornada, afasta-se, nesse

particular, a incidência da norma coletiva e a aplicação

dos dispositivos que excepcionam a duração da jornada,

sendo que novo entendimento acerca da matéria demandaria,

necessariamente, novo exame de prova. Incide a Súmula nº

126 do TST. Recurso de revista não conhecido" (TST, 6ª

Turma, RR - 132700-11.2009.5.04.0026, Relator Ministro

Aloysio Corrêa da Veiga, DEJT: 22/02/2013).

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"HORAS EXTRAS. TRABALHO EXTERNO. COMPARECIMENTO NA

SEDE DA EMPRESA NO INÍCIO E NO TÉRMINO DA JORNADA. CONTROLE

INDIRETO. O Regional decidiu a questão em consonância com

a jurisprudência desta Corte, segundo a qual o

comparecimento do empregado na sede da empresa no início

e no término da jornada configura controle indireto de

horário suficiente a afastar a exceção do artigo 62, I, da

CLT. Incidência da Súmula nº 333 do TST e do artigo 896,

§ 4º, da CLT" (TST, 8ª Turma, AIRR -

2703-20.2011.5.02.0071, Relatora Ministra Dora Maria da

Costa, DEJT 28/03/2014).

Quanto ao alegado desrespeito à norma coletiva

invocada pela ré, o que emerge dos fundamentos do V. Acórdão Regional

é, na verdade, a inaplicabilidade de tais disposições normativas ao caso

dos autos, que envolve empregado submetido a efetivo controle e

fiscalização da jornada de trabalho. A realidade fática sobrepõe-se,

portanto, com primazia, às disposições de norma coletiva que adota como

pressuposto a inviabilidade do controle da jornada de trabalho, conforme

os precedentes desta C. Corte abaixo transcritos:

AGRAVO DE INSTRUMENTO EM RECURSO DE REVISTA. HORAS EXTRAS.

TRABALHO EXTERNO. ART. 62, I, DA CLT. INTERVALOS

INTRAJORNADA E INTERJORNADAS. O acórdão regional está em

conformidade com a jurisprudência desta Corte, que

prestigia a realidade vivenciada no contrato em detrimento

da pactuação em norma coletiva estabelecendo a inserção dos

empregados na exceção prevista no art. 62, I, da CLT, quando

constatada, como na hipótese, a existência de efetivo

controle de jornada. Incidência da Súmula nº 333 do TST e

do art. 896, § 4º, da CLT. (AIRR - 123-27.2012.5.15.0101

– Relator: Desembargador Convocado Breno Medeiros, Data de

Julgamento: 25/02/2015, 8ª Turma, Data de Publicação:

27/02/2015)

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AGRAVO DE INSTRUMENTO EM RECURSO DE REVISTA. HORAS EXTRAS.

ATIVIDADE EXTERNA. NORMA COLETIVA. O Regional, com amparo

na prova oral colhida nos autos, concluiu pelo efetivo

controle de jornada, o que afasta a aplicação da exceção

prevista no art. 62, I, da CLT. Constata-se, assim, que a

questão foi dirimida pelo conteúdo probatório contido nos

autos, e, diante de tal premissa fática, insuscetível de

revisão nesta instância extraordinária, a teor da Súmula

126 desta Corte, não se vislumbra a apontada ofensa aos

arts. 62, I, e 818 da CLT e 333, I, do CPC. Na mesma linha,

os arts. 7º, XXVI, da CF e 611 e 613, VII, da CLT estão

incólumes, pois o Regional não negou vigência à norma

coletiva firmada pelas partes. Ao revés, a realidade fática

que se evidenciou nos autos prevaleceu sobre o disposto no

acordo coletivo, o que encontra amparo no princípio da

primazia da realidade. Precedentes desta Corte. Arestos

inservíveis ao confronto de teses. Agravo de instrumento

conhecido e não provido." (AIRR - 8200-64.2008.5.01.0033,

Relatora Ministra: Dora Maria da Costa, Data de Julgamento:

18/12/2013, 8ª Turma, Data de Publicação: DEJT 07/01/2014

– destacou-se)

(...) HORAS EXTRAS – ACORDO COLETIVO - TRABALHO EXTERNO

(violação aos artigos 62, I, da CLT; 7º, XIII e XXVI e 8º,

III e VI da CF/88; 348 e 350 do CPC e divergência

jurisprudencial). Embora o artigo 7º, inciso XXVI, da

Constituição Federal assegure o "reconhecimento das

convenções e acordos coletivos de trabalho", não é possível

reconhecer a validade da cláusula do acordo coletivo de

trabalho que exime o empregador de pagar a totalidade das

horas extras, sob pena de suprimir os direitos fundamentais

sociais do empregado à duração do trabalho, à remuneração

superior do serviço em sobrejornada e à redução dos riscos

inerentes ao trabalho, previstos no artigo 7º, incisos

XIII, XVI e XXII, da Constituição Federal. Nesse passo,

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2.200-2/2001, que instituiu a Infra-Estrutura de Chaves Públicas Brasileira.

conquanto tenha sido a intenção do legislador constituinte

garantir a prevalência das convenções e acordos coletivos,

não é possível reconhecer como válida a norma coletiva que

se contrapõe à legislação atinente à segurança e saúde no

trabalho. Com efeito, as normas coletivas não têm o condão

de validar a supressão ou a diminuição de direitos

trabalhistas indisponíveis. Admite-se a flexibilização,

salvo nas hipóteses em que os direitos estão expressamente

assegurados na Constituição Federal ou em que a matéria é

relativa à saúde e segurança do trabalhador, como é o caso

da jornada de trabalho. Recurso de revista não conhecido

(...). (RR - 77900-93.2009.5.15.0101 - Relator: Ministro

Renato de Lacerda Paiva, Data de Julgamento: 06/05/2015,

2ª Turma, Data de Publicação: 15/05/2015)

AGRAVO DE INSTRUMENTO EM RECURSO DE REVISTA. MOTORISTA.

TRABALHO EXTERNO. CONTROLE DE JORNADA. HORAS EXTRAS. NORMA

COLETIVA. 1. Hipótese em que o Tribunal Regional registrou

a possibilidade de controle de jornada, afastando a

pretensão da reclamada de enquadramento da atividade do

reclamante na regra do art. 62, I, da CLT, ao pontuar

"considerando que o reclamante comparecia na empresa por

ocasião do início e término da jornada e tendo em vista,

ainda, que era a própria empregadora quem determinava a

carga diária de trabalho a ser realizada, entendo que,

apesar de as atividades serem desenvolvidas externamente,

era possível proceder ao controle de sua jornada. Aliás,

tanto era possível o controle de jornada que a partir de

16.04.2011 o reclamante passou a anotar os horários de

trabalho em cartões de ponto, juntados às fls. 277/285."

E, acerca da norma coletiva em que estaria convencionado

o caráter externo e sem controle de jornada da atividade

desempenhada pelo obreiro, consignou a Corte de origem que

"a previsão de labor externo sem controle de jornada em

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2.200-2/2001, que instituiu a Infra-Estrutura de Chaves Públicas Brasileira.

negociação coletiva não tem a implicação pretendida, pois

o que importa, no caso sob análise, é o contrato realidade".

2. Nesse contexto, comprovada a possibilidade de controle

da jornada do reclamante, inviável a pretensão recursal de

aplicação da norma coletiva para eximir-se da condenação

que lhe foi imposta. Precedentes. Agravo de instrumento

conhecido e não provido. (AIRR - 1611-22.2011.5.09.0003 -

Relator: Ministro Hugo Carlos Scheuermann, Data de

Julgamento: 15/04/2015, 2ª Turma, Data de Publicação:

24/04/2015)

RECURSO DE REVISTA. 1. HORAS EXTRAS. TRABALHO EXTERNO.

EXISTÊNCIA DE CONTROLE DE JORNADA. INVALIDADE DA NORMA

COLETIVA, QUANTO AO TEMA. 1. A negociação coletiva é

instituto valorizado e protegido pela ordem constitucional

(CF, art. 7º, incisos VI, XIII, XIV, XXVI, art. 8º, III).

Constitui opção legitimadora do regramento trabalhista,

sempre adquirindo prestígio nos ordenamentos mais modernos

e evoluídos. Não está - e não pode estar -, no entanto, livre

de quaisquer limites, atrelada, apenas, à vontade daqueles

que contratam. 2. A mesma Constituição, que consagra

acordos e convenções coletivas de trabalho, fixa direitos

mínimos para a classe trabalhadora, exigindo a proteção da

dignidade da pessoa humana e dos valores sociais do

trabalho. Esta proteção não pode subsistir sem a reserva

de direitos mínimos, infensos à redução ou supressão por

particulares e categorias. Em tal área, garantidas estão

as normas que disciplinam a jornada. 3. A evidência de que

a jornada de trabalho do autor estava sujeita a controle

impede o reconhecimento da validade de cláusula normativa

cuja observância claramente tornaria precária a relação

trabalhista, em face da desconsideração da duração do

trabalho constitucionalmente estabelecido, sem qualquer

contrapartida para o empregado. Recurso de revista não

conhecido. (RR - 1030-41.2010.5.09.0003 - Relator:

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2.200-2/2001, que instituiu a Infra-Estrutura de Chaves Públicas Brasileira.

Ministro Alberto Luiz Bresciani de Fontan Pereira, Data de

Julgamento: 25/02/2015, 3ª Turma, Data de Publicação:

27/02/2015)

1. TRABALHO EXTERNO. POSSIBILIDADE DE CONTROLE DE JORNADA.

HORAS EXTRAS. DEVIDAS. ART. 62, INCISO I, DA CLT. No caso,

o Tribunal Regional, instância exauriente para análise de

fatos e provas, expressamente consignou, no acórdão

recorrido, que -havia a possibilidade de a ré fiscalizar

os horários praticados pelo autor, enquanto motorista-. Em

razão disso, concluiu que -não há como se enquadrar a

situação ora em exame no artigo 62, I, da CLT-. Assentou-se,

ainda, que, por meio da própria norma coletiva invocada

pela reclamada, esta se comprometeu ao pagamento de horas

extras ao reclamante. Com efeito, considerando o contexto

fático delineado no acórdão regional, verifica-se que o

reclamante, embora exercesse atividade externa, estava

sujeito a controle de jornada e trabalhava em labor

extraordinário. Desse modo, evidente o direito do

reclamante ao pagamento de horas extras. Desse modo, tendo

sido comprovada a prestação de labor extraordinário, assim

como a efetiva possibilidade do controle de jornada do

reclamante, não subsiste norma coletiva que,

aprioristicamente enquadra o trabalhador na exceção

prevista no art. 62, inciso I, da CLT. Recurso de revista

não conhecido. (...)" (RR - 66000-92.2008.5.15.0087 ,

Relator Ministro: José Roberto Freire Pimenta, Data de

Julgamento: 19/02/2014, 2ª Turma, Data de Publicação: DEJT

07/03/2014 – destacou-se)

Em tais condições, não se candidata a processamento

o recurso de revista, ante o óbice do artigo 896, § 7º, da CLT e da Súmula

333, do C. TST, restando afastada a alegação de afronta aos artigos 7º,

XXVI, da Constituição Federal e 62, I, da CLT, bem como o dissídio

jurisprudencial suscitado.

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2.200-2/2001, que instituiu a Infra-Estrutura de Chaves Públicas Brasileira.

Não se cogita, nessa mesma esteira, de violação aos

artigos 818 da CLT e 333, I, do CPC, considerando que o Colegiado Regional

debruçou-se sobre o conjunto probatório dos autos, sem apreciar a questão

sob o preciso prisma da distribuição do encargo probatório, em seu aspecto

subjetivo. Atente-se, de todo modo, para o caráter dinâmico, e não

estático, da distribuição do ônus probatório no Processo do Trabalho,

levando sempre em conta as particularidades do caso concreto, a par da

específica aptidão de cada parte para a prova.

A Súmula 212, do C. TST, diz respeito ao

“Despedimento-Ônus da Prova” e, pois, não tem nenhuma pertinência ao caso

em análise, não se configurando a contrariedade alegada.

Incólumes, ainda, os artigos 131 e 350, do CPC, porque,

de um lado, a condenação proferida é fruto indiscutível do livre

convencimento motivado judicial, e, de outra parte, não há registro de

confissão do reclamante sobre a matéria versada.

Não conheço.

1.2.3. INSALUBRIDADE POR VIBRAÇÃO. MOTORISTA DE

CAMINHÃO

Alegam as recorrentes que o pedido relacionado à

periculosidade e insalubridade não foi alternativo e nem sucessivo, o

que o torna nulo de pleno direito, a teor do artigo 193, § 2º, da CLT.

Aduzem que não há previsão de insalubridade para a atividade de motorista

de caminhão. Frisam que o laudo pericial não constatou a presença de

insalubridade no trabalho do autor. Reputam violado o artigo 190, da CLT,

porquanto desrespeitado o normatizado pelo MTE quanto à insalubridade

por vibração, na medida em que o veículo era “zero à época” e foi periciado

sem movimento, dentro da cidade (ao passo que o motorista o utilizava

em rodovias) e descarregado (quando o reclamante o conduzia carregado).

Assinalam que as carretas de sua propriedade possuem cabine separada e

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equipamentos que compensam o peso, não havendo, portanto, que se falar

em vibração. Salientam que, diante dos equívocos cometidos pelo perito

judicial, valeram-se de parecer técnico da ASPEJUDI, com utilização de

equipamentos de “última geração”. Afirmam vulnerado o artigo 5º, II, da

Carta Magna, pois a atividade apontada como insalubre não consta da

relação oficial elaborada pelo Ministério do Trabalho (NR-15). Acentuam

que a amostragem colhida pelo perito, em único trecho com duração de

apenas 20 minutos, sem consideração das pausas fruídas no curso da jornada

e das características da rodovia, é insuficiente à luz dos critérios

traçados pelo ISO 2631. Ponderam que, por ocasião da perícia, o veículo

tinha três anos de uso, o que torna impossível a aferição do nível de

vibração de quando possuía apenas um ano de rodagem, à época do contrato

de trabalho. Argumentam que restou violada a diretiva mais recente sobre

a matéria relativa à vibração, que é a de nº 2002/44, da Comunidade

Européia. Esclarecem que a legislação brasileira não estabelece limite

de tolerância, quanto à insalubridade por vibração. Enfatizam que “as

medições estão equivocadas e o resultado está errado”, acrescentando que

o profissional de transporte rodoviário de cargas, diversamente de outros

motoristas, afetados por problemas de aceleração e desaceleração,

desenvolve velocidade razoavelmente constante. Suscitam dissídio

jurisprudencial.

Não lhe assiste razão.

As reclamadas foram condenadas ao pagamento de

adicional de insalubridade, pela presença do agente vibração, aos

seguintes fundamentos (fls. 788/790):

ADICIONAIS DE PERICULOSIDADE E INSALUBRIDADE

O Reclamante pugna pela reforma da r. decisão de origem,

pretendendo que a Reclamada seja condenada ao pagamento de

adicional de periculosidade e insalubridade. Afirma que

não afasta a obrigação de pagamento do adicional de

periculosidade o fato de que o tempo de exposição do autor

ao agente inflamável era extremamente reduzido e, em

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relação ao adicional de insalubridade, alega que não podem

ser desconsideradas as conclusões periciais pelo simples

fato da apuração da vibração não ter sido realizada no mesmo

caminhão conduzido pelo Reclamante.

Razão parcial lhe assiste.

Designada pelo Juízo a realização de perícia técnica para

a aferição da existência de periculosidade no ambiente de

trabalho do Reclamante, chegou o i. expert à conclusão de

que o Autor não estava exposto ao agente periculoso

inflamável.

Asseverou o i. perito, à f. 477, que o Obreiro não

permanecia em área de risco durante o abastecimento do

veículo, não podendo ser caracterizada a periculosidade

por inflamáveis (NR 16, Anexo 2, da Portaria 3214/78 do

MTE).

É certo que o juiz não está adstrito ao laudo pericial, nos

termos do art. 436 do CPC. Todavia, conforme o mesmo

dispositivo legal, a decisão contrária à manifestação

técnica do perito só é possível se existirem nos autos

outros elementos e fatos provados que fundamentem tal

entendimento, sem os quais se deve prestigiar o conteúdo

da prova técnica produzida, por aplicação do art. 195 da

CLT.

E, não havendo nos autos outros elementos que indiquem a

permanência habitual do Reclamante dentro do perímetro

específico que representa a área de risco durante o

abastecimento do veículo, é de se considerar que o

trabalhador não se expunha permanente ou intermitentemente

a condições de risco.

A este respeito, mesmo se por algumas ocasiões o Reclamante

ficasse exposto ao agente inflamável nas poucas vezes em

que abastecia o caminhão, esta hipótese se enquadraria no

contato de forma eventual em tempo extremamente reduzido,

trazido pela Súmula 364 do C. TST, in verbis:

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"ADICIONAL DE PERICULOSIDADE. EXPOSIÇÃO EVENTUAL,

PERMANENTE E INTERMITENTE. Tem direito ao adicional de

periculosidade o empregado exposto permanentemente ou que,

de forma intermitente, sujeita-se a condições de risco.

Indevido, apenas, quando o contato dá-se de forma eventual,

assim considerado o fortuito, ou o que, sendo habitual,

dá-se por tempo extremamente reduzido".

Com efeito, consoante este entendimento jurisprudencial

consolidado, para a condenação ao pagamento do adicional

de periculosidade em casos como este, é necessário

comprovação de que a exposição às condições de risco se dava

de forma habitual, o que, repita-se, não é o caso dos autos.

Vejam-se arestos do TRT – 3ª Região a respeito:

"EMENTA: ADICIONAL DE PERICULOSIDADE. ABASTECIMENTO DE

VEÍCULO. O motorista que eventualmente abastece o próprio

veículo e/ou permanece na área de risco durante o

abastecimento não faz jus ao pagamento do adicional de

periculosidade vez que o contato com o elemento perigoso

ocorre em caráter meramente eventual, não autorizando o

deferimento do adicional de periculosidade a teor do art.

193 da CLT. (TRT da 3ª Região; Processo: RO - 2659102; Data

de Publicação: 04/05/2002; Orgão Julgador: Quinta Turma;

Relator: Luiz Ronan Neves Koury)

EMENTA: MOTORISTA. ABASTECIMENTO. CARÁTER EVENTUAL.

PERICULOSIDADE. NÃO CONFIGURAÇÃO. O acompanhamento

eventual do abastecimento de veículos por motoristas não

enseja pagamento do adicional de periculosidade, pois não

há trabalho em área de risco caracterizador de operações

perigosas com inflamáveis (Anexo 2, da NR-16, da Portaria

n° 3.214/1978). (TRT da 3ª Região; Processo:

02142-2012-031-03-00-5 RO; Data de Publicação:

12/02/2014; Orgão Julgador: Nona Turma; Relator: Convocado

Ricardo Marcelo Silva).

Já em relação ao adicional de insalubridade, o laudo

pericial concluiu que:

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2.200-2/2001, que instituiu a Infra-Estrutura de Chaves Públicas Brasileira.

"Com base na inspeção realizada, nas informações recebidas

e nas disposições dos diplomas legais citados no item "4"

do laudo, conclui o Perito o Reclamante laborou em

exposição à insalubridade em grau médio, pelos motivos

expostos no item "82" do presente laudo, durante todo o

pacto laboral". (f. 495)

Constatou o i. vistor, por declarações e inspeção in loco,

que a hipótese vertente está prevista no Anexo 8 da NR-15

da Portaria n. 3.214/78 do MTE, e que pela exposição à

vibração o reclamante tem afetado o seu conforto, podendo

reduzir a sua produtividade, ter transtornos nas funções

fisiológicas, e em caso de exposição intensa, resultar no

aparecimento de enfermidades.

Há que se ressaltar que não prejudica a conclusão pericial

o fato do veículo em que foi realizada a apuração ser

diferente, tendo em vista que também foi uma carreta,

disponibilizada pela própria empresa.

Prevalece a conclusão do laudo pericial, elaborada por

perito da confiança do Juízo, prova que não se infirmou

nestes autos. As Reclamadas não produziram prova capaz de

invalidar o trabalho técnico realizado no tocante à

existência da insalubridade.

Destarte, dou provimento parcial ao recurso, para acrescer

à condenação adicional de insalubridade, em grau médio, ao

longo de todo o contrato de trabalho, com reflexos nos 13ºs.

salários, nas férias, acrescidas de 1/3, referentes ao

período, aviso prévio e no FGTS, acrescido da multa de 40%,

conforme se apurar em liquidação, por cálculos.

Assinalo, em primeiro plano, que o recurso de revista

não comporta conhecimento por suposta violação à Norma Regulamentadora

nº 15 ou à Diretiva nº 2002/44, da Comunidade Européia, por não se tratar

de espécies normativas contempladas no artigo 896, “c”, da CLT.

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Afasto, também em primeira ordem, a alegação de

violação ao artigo 5º, II, da Constituição Federal, porquanto eventual

afronta a tal dispositivo constitucional não se daria de forma direta

e literal, como exigido pelo artigo 896, “c”, da CLT, mas de modo indireto

e reflexo, demandando o exame da legislação ordinária supostamente

vulnerada. Reporto-me, nesse sentido, aos termos da Súmula 636, do E.

STF.

Quanto à alegação de nulidade da pretensão pela falta

de formulação do pedido de adicional de periculosidade e insalubridade

em caráter alternativo ou sucessivo, trata-se de questão sobre a qual

o Colegiado Regional não firmou tese, sem emprego, pelas demandadas, da

via declaratória posta a seu alcance. Não se cogita, portanto, pela falta

de prequestionamento (Súmula 297, do C. TST), da propalada violação ao

artigo 193, § 2º, da CLT.

No mais, a Corte Regional convenceu-se do direito do

autor ao adicional de insalubridade, pela exposição ao agente vibração

(Anexo 8 da NR-15, da Portaria 3.214/78 do MTE), com estrito assento no

laudo pericial produzido nos autos, conclusivo nesse sentido e

fundamentado, a seu turno, em declarações e inspeção in loco. Ressalta

o Tribunal a quo, nesse contexto, que as conclusões periciais não são

prejudicadas pelo fato de que a vistoria foi realizada em veículo

diferente do conduzido pelo reclamante, pois se trata, igualmente, de

carreta disponibilizada pela empresa.

Para chegar a conclusões diversas das expostas no v.

aresto regional, teria esta Instância Extraordinária de devassar a prova

dos autos, com especial destaque para a perícia de insalubridade, o que

lhe é vedado fazer, na forma da Súmula 126, do C. TST.

Afasta-se, nessas condições, a alegação de afronta ao

artigo 190, da CLT, ressaltando-se que o agente insalubre constatado

(vibração) dispõe de previsão expressa na Norma Regulamentadora expedida

pelo Ministério do Trabalho.

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Quanto aos arestos trazidos a confronto, é de plano

inservível o oriundo do mesmo Regional de origem, o que esbarra nos termos

da OJ 111, da SDI-1, do C. TST. Os demais acórdãos, emanados de Regional

diverso, não comungam das mesmas premissas fáticas compulsadas pelo

Tribunal a quo, resultando inespecíficos ao caso vertente, em flagrante

contrariedade à Súmula 296, I, do C. TST.

Não conheço.

1.2.4. PAGAMENTO DE DIÁRIAS. BIS IN IDEM

Alegando violados os artigos 131, 333, I e 462, do CPC,

sustentam as recorrentes que as diárias devidas foram integralmente pagas

ao reclamante, sendo creditadas em cartão, no início do mês, e constando

dos recibos salariais. Denunciam a ocorrência de enriquecimento sem causa

do autor, assim como de pagamento em duplicidade, por força da condenação

imposta a esse título. Aduzem que, se as diárias são antecipadas no início

do mês, correto se mostra o procedimento de inseri-las na coluna de

crédito, com correlata dedução do valor creditado. Proclamam inobservado

o princípio da dialeticidade e argumentam que do depoimento da testemunha

do autor não é possível inferir a falta de pagamento de diárias. Suscitam

conflito de teses.

Improcede o inconformismo.

O E. Regional manteve a sentença recorrida, também

neste ponto, pelas seguintes razões (fls. 782/783):

DIÁRIAS EM DUPLICIDADE - APLICAÇÃO DO PRINCÍPIO DO “NON BIS

IN IDEM”

As recorrentes alegam que os valores das diárias de viagem

foram efetivamente pagos, sendo que no início do mês tal

valor era creditado no cartão PAN CARD ou VISA VALE, sendo

descrito nos recibos de pagamento apenas para controle do

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motorista. Aduz que a condenação fere o princípio do “non

bis in idem”.

De fato, os recibos de pagamento juntados aos autos revelam

que havia desconto de diárias de viagem no mesmo

comprovante que as registrava como crédito para o

Reclamante - vide f. 267 e 272, por exemplo.

Como ressaltado pelo d. Juízo de origem, a Ré não cumpria

a regra da cláusula 5ª da CCT de f. 135, não pagando o

reembolso de despesas em recibo específico, mas lançando

no holerite em um campo, descontando no outro. Por certo,

a referida cláusula prevê o reembolso, devidamente

comprovado, fixando valor diário.

Assim, a operação efetuada pela Reclamada, de lançar no

holerite um labor a título de diárias em um campo,

descontando no outro, desrespeita as previsões

convencionais e não permite a aferição dos valores

efetivamente pagos ao Reclamante.

A contabilização efetuada indica o fornecimento do

benefício e, ao mesmo tempo, o desconto, no mesmo mês, não

se havendo falar em antecipação de diárias, tendo em vista

que os valores de crédito e débito são idênticos,

creditados e descontados no mesmo mês.

Registre-se que é neste sentido o entendimento desta Eg.

Primeira Turma, quando apreciou a questão em casos

semelhantes, como no julgamento do processo

00277-2013-135-03-0-0, Data de Publicação: 16/5/2014,

Relatora Juíza Convocada Erica Aparecida Pires Bessa.

Desprovejo.

Observe-se, de partida, que o artigo 462, do CPC, não

tem a mínima pertinência à hipótese dos autos, descabendo, portanto,

cogitar de sua violação no caso concreto.

No mais, considerou a Corte Regional que as rés

descumpriram a norma coletiva da categoria ao deixar de efetuar o

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reembolso de despesas por meio de recibo específico, adotando o diverso

procedimento de descontar as diárias de viagem no mesmo comprovante que

as registrava como crédito para o reclamante. Destaca o Colegiado

Regional que a prática adotada, além de desrespeitar a previsão

convencional, não permite a aferição dos valores efetivamente pagos ao

autor, resultando não configurada a alegada antecipação de diárias.

Trata-se, também neste particular, de questão

solucionada com base em fatos e provas dos autos, soberanamente valorados

pela Instância Ordinária e insuscetíveis de revolvimento em sede de

recurso de revista, a teor da Súmula 126, do C. TST.

Afasta-se, por conseguinte, a alegação de afronta ao

artigo 131, do CPC, pois o entendimento fixado no v. aresto regional é

fruto, exatamente, do livre convencimento motivado dos Magistrados de

Origem.

Incólume, ainda, o artigo 333, I, do CPC, pois o

convencimento da Corte Regional não se pautou na distribuição do ônus

da prova, em seus moldes subjetivos, e sim na avaliação do conjunto

probatório, em caráter objetivo.

Não conheço.

1.2.5. RATEIO DE DESPESAS PROCESSUAIS. MULTA

CONVENCIONAL

Alegam as recorrentes violados os artigos 5º, caput,

da Constituição Federal, 21, do CPC e 790, § 3º, da CLT, ante o afastamento

da pretensão de rateio das despesas processuais entre os litigantes,

diante da procedência parcial da ação. Argumentam, além disso, que não

houve descumprimento de cláusula convencional, o que impõe a exclusão

da multa fixada, que, de todo modo, tem vigência coincidente com a da

norma coletiva que a abriga, não podendo protrair-se no tempo, sob pena

de violação ao artigo 2º, da LINDB.

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Improcede a irresignação.

São os seguintes os fundamentos do V. Acórdão Regional

sobre os temas em foco (fl. 785).

EXCLUSÃO DA MULTA CONVENCIONAL

Nada a prover quanto à pretensão de absolvição do pagamento

da multa convencional, eis que estabelecida em razão do

descumprimento das cláusulas convencionais, tendo em vista

a condenação ao pagamento das horas extras.

NECESSIDADE DE DISTRIBUIÇÃO DAS CUSTAS

As Recorrentes pugnam pela distribuição das custas

processuais, tendo em vista a sucumbência recíproca.

Não há, no Processo do Trabalho, previsão legal a respeito

da sucumbência parcial.

Com efeito, sucumbentes as Reclamadas, ainda que

parcialmente, deverão respondem integralmente pelo

pagamento das custas arbitradas.

Desprovejo.

Conforme corretamente assentado no V. Acórdão

Regional, o Processo do Trabalho, dotado de princípios próprios,

incompatíveis, nesse ponto, com a sistemática do Processo Civil (artigo

769, da CLT), não prevê a hipótese de sucumbência parcial quanto a

honorários e despesas.

Afasta-se, desse modo, a alegação de afronta aos

artigos 5º, caput, da Carta Magna, 21, do CPC e 790, § 3º, da CLT.

De resto, a imposição de multas convencionais decorre,

de forma lógica, do reconhecimento da infração a cláusulas normativas

(como, em particular, a atinente às horas extras).

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A questão relativa à vigência do instrumento normativo

como elemento definidor da extensão da condenação imposta a título de

multa convencional não foi aflorada no v. aresto regional, sem provocação

das rés pela via declaratória cabível, carecendo, portanto, de

prequestionamento, à luz da Súmula 297, do C. TST. Incólume, em tal

medida, o artigo 2º, da LINDB.

Não conheço.

1.2.6. HIPOTECA JUDICIÁRIA. COMPATIBILIDADE COM O

PROCESSO DO TRABALHO

Proclamam as recorrentes descabida a constituição de

hipoteca judiciária, por onerar em demasia a parte devedora, sem perder

de vista o fato de que a Justiça do Trabalho dispõe de meio próprio de

garantia para satisfação de execução futura. Denunciam como violado o

artigo 5º, II, LIV e LV, da Constituição Federal e expõem divergência

jurisprudencial quanto à inaplicabilidade do artigo 466, do CPC, ao

Processo do Trabalho.

Sem razão.

O tema em pauta foi assim apreciado no V. Acórdão

Regional (fls. 794/795):

HIPOTECA JUDICIÁRIA

O Autor diz que a constituição da hipoteca judicial

constitui proteção dos créditos deferidos, sendo direito

previsto em norma processual.

Examino.

A hipoteca judiciária está expressamente prevista no art.

466 do CPC, que assim dispõe:

A sentença que condenar o réu no pagamento de uma prestação,

consistente em dinheiro ou em coisa, valerá como título

constitutivo de hipoteca judiciária, cuja inscrição será

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ordenada pelo juiz na forma prescrita na Lei de Registros

Públicos. Parágrafo único. A sentença condenatória produz

a hipoteca judiciária:

I - embora a condenação seja genérica;

II - pendente arresto de bens do devedor;

III - ainda quando o credor possa promover a execução

provisória da sentença.

A respeito do tópico em apreço, adoto as razões de decidir

constantes no processo n. 001 42-2007-048-03-00-5-RO,

proferido pelo Exmo. Desembargador Antônio Alvares da

Silva, in verbis:

“havendo condenação em prestação de dinheiro ou coisa,

automaticamente se constitui o título da hipoteca

judiciária, que incidirá sobre os bens do devedor,

correspondentes ao valor da condenação, gerando o direito

real de seqüela, até seu pagamento. A hipoteca judiciária

é de ordem pública, independe de requerimento da parte e

visa garantir o cumprimento das decisões judiciais,

impedindo o desbaratamento dos bens do réu, em prejuízo da

futura execução. Ao juiz cabe envidar esforços para que as

decisões sejam cumpridas, pois a realização concreta dos

comandos judiciais é uma das principais tarefas do Estado

Democrático de Direito, cabendo ao juiz de qualquer grau

determiná-la, em nome do princípio da legalidade. Para o

cumprimento da determinação legal o juiz oficiará os

cartórios de registros de imóveis. Onde se encontrarem

imóveis registrados em nome da reclamada, sobre eles

incidirá, até o valor da execução, a hipoteca judiciária.”

Ante o exposto, declaro a hipoteca judicial sobre os bens

das Reclamadas na quantia suficiente para garantia da

execução.

Em primeiro lugar, e consoante razões já expostas em

tópico antecedente, afasto a arguição de afronta ao artigo 5º, II, da

Constituição Federal como causa de conhecimento do recurso de revista.

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No mais, a compatibilidade da hipoteca judiciária

prevista no artigo 466 do CPC com o Processo Trabalhista, determinável

inclusive de ofício, visando a eficácia da futura execução, é

entendimento em favor do qual milita firme jurisprudência desta Corte

Superior Trabalhista, conforme se evidencia das ementas a seguir

transcritas:

AGRAVO DE INSTRUMENTO EM RECURSO DE REVISTA. 1. HIPOTECA

JUDICIAL. DECRETAÇÃO DE OFÍCIO PELO TRIBUNAL REGIONAL.

JULGAMENTO “EXTRA PETITA” NÃO CONFIGURADO. Decisão

regional em sintonia com a jurisprudência desta Corte

Superior, segundo a qual a decretação, de ofício, da

hipoteca judiciária com base no artigo 466 do CPC não enseja

julgamento “extra petita”. (...) 4. HIPOTECA JUDICIÁRIA.

O artigo 466 do CPC é aplicável ao Processo do Trabalho,

nos termos do artigo 769 da CLT, com vistas a garantir a

eficácia de futura execução, evitando a dilapidação do

patrimônio pelo devedor, ainda que possa ocorrer o arresto

de seus bens ou a execução provisória da sentença. (...)

Agravo de instrumento conhecido e não provido. (AIRR -

1395-54.2012.5.02.0057, Rel. Ministra Dora Maria da Costa,

Data de Julgamento: 11/06/2014, 8ª Turma, Data de

Publicação: 13/06/2014)

RECURSO DE REVISTA. PROCESSO ELETRÔNICO - PROCEDIMENTO

SUMARÍSSIMO. (...) HIPOTECA JUDICIÁRIA. DECLARAÇÃO DE

OFÍCIO. POSSIBILIDADE. O entendimento consolidado por esta

Corte é no sentido de que a condenação da Reclamada em

pecúnia autoriza a determinação judicial, de ofício, da

hipoteca judiciária, na forma do art. 466 do CPC. Trata-se

de meio de coerção do devedor plenamente compatível com o

processo trabalhista, cuja função é dar efetividade à

execução (art. 769 da CLT). Precedentes. Recurso de Revista

não conhecido. (...) (RR - 70800-09.2009.5.03.0041, Rel.

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Ministro Márcio Eurico Vitral Amaro, Data de Julgamento:

18/12/2013, 8ª Turma, Data de Publicação: 07/01/2014)

RECURSO DE REVISTA DA RECLAMADA 1. HIPOTECA JUDICIÁRIA. Por

disciplina judiciária, curvo-me ao entendimento desta

colenda Corte no sentido de que não há incompatibilidade

do instituto da hipoteca judiciária com as normas que regem

o direito do trabalho e, sendo a CLT omissa, impõe-se a

aplicação subsidiária da norma do artigo 466 do CPC.

Destaca-se que a hipoteca judiciária pode ser declarada

pelo Magistrado, nos termos previstos no artigo 466 do CPC,

inclusive de ofício, e em casos de sentenças ilíquidas.

Precedentes. Recurso de revista conhecido e provido. (...)

(TST - ARR: 3808320105030092, Relator: Guilherme Augusto

Caputo Bastos, Data de Julgamento: 20/05/2015, 5ª Turma,

Data de Publicação: DEJT 29/05/2015)

RECURSO DE REVISTA. HIPOTECA JUDICIÁRIA. ART. 466 DO CPC.

APLICABILIDADE AO PROCESSO DO TRABALHO. A hipoteca

judiciária é uma consequência inarredável da decisão

condenatória, muito embora seu uso não tenha sido uma

constante nesta Justiça Especializada. Por se tratar de

imposição legal, prescinde de pedido ou requerimento da

parte interessada, consistindo dever do julgador

determinar sua efetivação. Em razão da lacuna na CLT - que

não prevê nenhuma forma de garantia integral da condenação

antes de seu trânsito em julgado - e da compatibilidade com

a principiologia do processo do trabalho, o instituto

comporta aplicação nesta Justiça Especializada (art. 769

da CLT). Precedentes. Recurso de Revista não conhecido.

(TST - RR: 3075220125040662, Relator: Maria de Assis

Calsing, Data de Julgamento: 11/02/2015, 4ª Turma, Data de

Publicação: DEJT 20/02/2015)

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(...) HIPOTECA JUDICIÁRIA. APLICAÇÃO AO PROCESSO

TRABALHISTA. DETERMINAÇÃO EX OFFICIO. POSSIBILIDADE. A

jurisprudência desta Corte adota o entendimento de que a

hipoteca judiciária de que trata o artigo 466 do CPC é

compatível com o processo do trabalho, não havendo óbice

para sua declaração. Esta Corte também firmou a tese da

possibilidade da declaração de ofício da hipoteca

judiciária. Dessa forma, como este Tribunal adota o

entendimento de que é aplicável a hipoteca judiciária,

prevista no artigo 466 do CPC, ao processo trabalhista,

conforme a jurisprudência transcrita, não se verifica

ofensa aos artigos 876, 890 e 899 da CLT, nos termos da

Súmula nº 333 do TST e do artigo 896, § 4º, da CLT. Agravo

de instrumento desprovido. (AIRR -

120740-20.2008.5.03.0059 - Rel. Ministro José Roberto

Freire Pimenta, Data de Julgamento: 11/06/2014, 2ª Turma,

Data de Publicação: 20/06/2014)

RECURSO DE REVISTA. (...) HIPOTECA JUDICIÁRIA. EXECUÇÃO

PROVISÓRIA. A hipoteca judiciária, aplicável ao processo

do trabalho (art. 769 da CLT), faz parte dos efeitos da

sentença condenatória (artigo 466 do CPC), representando

uma garantia do recebimento dos créditos devidos ao credor,

em consonância com o artigo 899 da CLT, que prevê a execução

provisória do crédito trabalhista, sendo perfeitamente

cabível a sua determinação, inclusive de ofício, pelo

julgador, conforme tem decidido esta c. Corte, com vistas

a dar efetividade ao provimento judicial e celeridade à

execução. Recurso de revista conhecido e desprovido. (RR

- 861-68.2012.5.09.0008 - Rel. Ministro Aloysio Corrêa da

Veiga, Data de Julgamento: 21/05/2014, 6ª Turma, Data de

Publicação: 23/05/2014)

Nessas condições, não cabe falar em violação ao artigo

5º, LIV e LV, da Constituição Federal.

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Quanto aos arestos paradigmas, é de plano inservível

o oriundo de Turma do C. TST, órgão fracionário alheio ao elenco do artigo

896, “a”, da CLT. Já o acórdão emanado da 9ª Região, expõe premissa fática

(empresa de “notória robustez financeira”) que inviabiliza sua

identificação com a hipótese dos autos, revelando-se, pois,

inespecífico, em contrariedade à Súmula 296, I, do C. TST.

Não conheço.

1.2.7. INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS. JORNADA

EXTENUANTE. PERNOITE NA CABINE DO CAMINHÃO

Reporto-me aos fundamentos lançados no agravo de

instrumento, para consignar que o recurso de revista tem trânsito

garantido, dada a violação aos artigos 186 e 927, do Código Civil, (artigo

896, “c”, da CLT), motivo pelo qual dele conheço.

2. MÉRITO

2.1. INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS. JORNADA

EXTENUANTE. PERNOITE NA CABINE DO CAMINHÃO

Como consequência lógica do conhecimento do apelo por

afronta aos artigos 186 e 927, do Código Civil, dou provimento ao recurso

de revista para, reformando o v. acórdão regional, dele excluir a

condenação a título de indenização por danos morais.

ISTO POSTO

ACORDAM os Ministros da Oitava Turma do Tribunal

Superior do Trabalho, por unanimidade: a) conhecer do agravo de

instrumento e, no mérito, dar-lhe provimento para determinar o

processamento do recurso de revista, a ser julgado na primeira sessão

ordinária subsequente à publicação da certidão de julgamento do presente

agravo, reautuando-o como recurso de revista; b) não conhecer do recurso

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de revista quanto aos tópicos relativos à solidariedade passiva (grupo

econômico); às horas extras, adicional noturno, diferenças salariais,

domingos e feriados e diferenças de quilômetros rodados; à insalubridade

por vibração; ao pagamento de diárias (“bis in idem”); ao rateio de

despesas processuais e multa convencional e à hipoteca judiciária; c)

conhecer do item relacionado à indenização por danos morais e, no mérito,

dar provimento ao apelo para, reformando o v. acórdão regional, dele

excluir a condenação a título de indenização por danos morais.

Brasília, 7 de Outubro de 2015.

Firmado por assinatura digital (MP 2.200-2/2001)

JANE GRANZOTO TORRES DA SILVA Desembargadora Convocada Relatora

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