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CAMINHOS DO ROMANTISMO Viagens na Minha Terra

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CAMINHOS DO ROMANTISMOViagens na Minha Terra

VIAGENS NA MINHA TERRA

O narrador-viajante empreende uma viagem física, desde Lisboa (Terreiro do Paço) até Santarém, passando por Alhandra, Vila Nova da Rainha, Vila Franca de Xira, Azambuja e Cartaxo, com regresso a Lisboa.

Deambulação geográfica e sentimento nacional

VIAGENS NA MINHA TERRA

Motivado pelo nacionalismo cultural romântico, o narrador-viajante redescobre o espaço nacional, naquilo que intitula “Viagens na Minha Terra”.

Valorização da paisagem e dos aspetos pitorescos que o narrador-viajante vai observando no decurso da sua viagem.

Deambulação geográfica e sentimento nacional

VIAGENS NA MINHA TERRA

Valorização do aristocrático e do popular, ao gosto romântico.O narrador-viajante interrompe a narrativa para expor opiniões, comentar, refletir.Viagem real como pretexto para outras viagens: as digressões:

Deambulação geográfica e sentimento nacional

• políticas;• sociais;• culturais;

• literárias;• históricas;• ideológicas…

VIAGENS NA MINHA TERRA

Comunhão com a natureza – a charneca ribatejana (“Medita-se ali por força; isola-se a alma dos sentidos pelo suave adormecimento em que eles caem... e Deus, a eternidade – as primitivas e inatas ideias do homem – ficam únicas no seu pensamento...”) e o vale de Santarém (“um destes lugares privilegiados pela natureza”).

A representação da natureza

VIAGENS NA MINHA TERRA

A natureza é vista como um espaço: salutar, que devolve ao ser humano a sua pureza. aprazível, equilibrado e simples. privilegiado para a reflexão. paradisíaco, que exclui os vícios e as paixões mundanas.

A representação da natureza

VIAGENS NA MINHA TERRA

Oposição sociedade/natureza.• Influência da teoria rousseauniana: o ser humano é

naturalmente bom, mas a sociedade corrompe-o.

SER NATURAL vs. SER SOCIALA natureza assegura a inocência e a proximidade a

Deus.

A representação da natureza

VIAGENS NA MINHA TERRA

Digressões ideológicas, ao gosto romântico, inseridas no plano da viagem.

Dialética Idealismo/Materialismo, corporizada no conflito frade/barão.

Posicionamento anticlerical do Liberalismo português.

Adulteração dos ideais de igualdade e justiça social defendidos pelo Liberalismo.

Dimensão reflexiva e crítica

VIAGENS NA MINHA TERRA

O narrador em Viagens na Minha Terra é: narrador autodiegético, enquanto personagem principal da história que narra;narrador heterodiegético, quando não participa na história que narra;narrador da carta de Carlos para Joaninha.

Personagens românticas

VIAGENS NA MINHA TERRA

Carlos é um jovem de estatura média, delgado, de peito largo e forte, com os olhos pardos e expressivos, a boca pequena.Leal, generoso, emotivo e arrebatado. Herói romântico: ser superior, marcado pelas contradições do seu temperamento, por uma certa marginalidade e isolamento, um caráter “singular”.Instável, vive em conflito interior e com os outros.Puro e bondoso deixa-se corromper pelo materialismo, tornando-se barão.

Personagens românticas

VIAGENS NA MINHA TERRA

Joaninha tem olhos verdes.É perfeita, simples e pura.Ser em sintonia com o espaço onde vive.A naturalidade, a gentileza, a espiritualidade acentuam o seu caráter excecional.Joaninha é apresentada como mulher-anjo.

Personagens românticas

VIAGENS NA MINHA TERRA

Estruturação da obra: viagem e novela“Vou nada menos que a Santarém: e protesto que de quanto vir e ouvir, de quanto eu pensar e sentir se há de fazer crónica.“

Articulação entre a viagem real Lisboa–Santarém–Lisboa, a novela da “Menina dos Rouxinóis” e as viagens imaginárias, ou seja, as digressões.

LINGUAGEM, ESTILO E ESTRUTURA

Viagens na Minha Terra, cap. I.

VIAGENS NA MINHA TERRA

Relato da viagem capítulos I-X; XIII; XXVI-XXXI; XXXVI-XLIII e XLIX.

Novela capítulos XI-XII; XIV-XXV; XXXII-XXXV.

Carta de Carlos a Joaninha capítulos XLIV-XLVIII. O plano da viagem cruza-se com o plano da novela (o narrador-viajante para no Vale de Santarém, encontra a avó Francisca e frei Dinis, conversa com ele, depois de ter lido a carta de Carlos a Joaninha) capítulo XLIX.

LINGUAGEM, ESTILO E ESTRUTURA

VIAGENS NA MINHA TERRA

Coloquialidade e digressãoIntimidade familiar com o leitor, persuadir, criando um espaço mais familiar e valorizando a comunicação.Estrutura sintática com: • frases curtas que respeitam, normalmente, a ordem

direta dos seus elementos fundamentais;• enumerações de atributos de qualidades e de atos

sobre um mesmo objeto; • uso de pares de adjetivos, frequentemente de

natureza distinta, mas sempre sugestivos.

LINGUAGEM, ESTILO E ESTRUTURA

VIAGENS NA MINHA TERRA

Coloquialidade e digressão Ritmo vivo, alternando com um ritmo mais lento

aquando das divagações críticas, por exemplo. Uso de aforismos, expressões populares. Adequação da linguagem ao estatuto/condição social das

personagens. Presença de estrangeirismos (anglicismos e galicismos),

com o intuito de conferir um valor conotativo na criação de ambientes nas cenas narradas.

LINGUAGEM, ESTILO E ESTRUTURA

VIAGENS NA MINHA TERRA

Coloquialidade e digressão Pontuação sugestiva e veiculadora da entoação, das

pausas que realizam a oralidade. Estilo digressivo que corta, muitas vezes, a dinâmica

da narração: divagações sobre “tudo o que vir e ouvir”, “pensar e sentir”.

LINGUAGEM, ESTILO E ESTRUTURA

VIAGENS NA MINHA TERRA

Dimensão irónica O discurso de Garrett em Viagens na Minha Terra é

profundamente crítico, muitas vezes, irónico e com uma pluralidade de sentidos.

Garrett faz comentários críticos abundantes e de incidência ideológica ao longo do relato da viagem.

LINGUAGEM, ESTILO E ESTRUTURA

CAMINHOS DO ROMANTISMOViagens na Minha Terra