viabilidade tÉcnica e financeira de captaÇÃo de...

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UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA UNB IG / IB / IQ / FACE-ECO/ CDS CURSO DE CIÊNCIAS AMBIENTAIS VIABILIDADE TÉCNICA E FINANCEIRA DE CAPTAÇÃO DE ÁGUAS PLUVIAIS EM SISTEMAS PREDIAIS EM BRASÍLIA DF. PAULO ALIPIUS MIKETEN DA SILVA BRASÍLIA DF MARÇO/2016

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UNIVERSIDADE DE BRASIacuteLIA ndash UNB

IG IB IQ FACE-ECO CDS

CURSO DE CIEcircNCIAS AMBIENTAIS

VIABILIDADE TEacuteCNICA E FINANCEIRA DE CAPTACcedilAtildeO DE

AacuteGUAS PLUVIAIS EM SISTEMAS PREDIAIS EM BRASIacuteLIA ndash DF

PAULO ALIPIUS MIKETEN DA SILVA

BRASIacuteLIA ndash DF

MARCcedilO2016

PAULO ALIPIUS MIKETEN DA SILVA

VIABILIDADE TEacuteCNICA E FINANCEIRA DE CAPTACcedilAtildeO DE

AacuteGUAS PLUVIAIS EM SISTEMAS PREDIAIS EM BRASIacuteLIA ndash DF

Monografia realizada e apresentada

durante o Curso de Graduaccedilatildeo em

Ciecircncias Ambientais da Universidade

de Brasiacutelia como requisito parcial para

obtenccedilatildeo de grau de bacharel em

Ciecircncias Ambientais sob a orientaccedilatildeo

do professor Dr Pedro Henrique Zuchi

da Conceiccedilatildeo

BRASIacuteLIA ndash DF

MARCcedilO2016

DA SILVA Paulo Alipius Miketen

ANAacuteLISE DA VIABILIDADE TEacuteCNICA E ECONOcircMICA DO USO

DO MEacuteTODO DE CAPTACcedilAtildeO DE AacuteGUAS PLUVIAIS EM

SISTEMAS PREDIAIS E REDUCcedilAtildeO DE TRANSTORNOS

HIacuteDRICOS URBANOS EM BRASIacuteLIA ndash DF

Orientaccedilatildeo Dr Pedro Henrique Zuchi da Conceiccedilatildeo

paacuteginas

Projeto final em ciecircncias ambientais ndash Consoacutercio IG IB IQ FACE-

ECO CDS ndash Universidade de Brasiacutelia

Brasiacutelia ndash DF 2015

1 Ciecircncias Ambientais- 2Desenvolvimento Sustentaacutevel- 3 Sistema

de Captaccedilatildeo- 4 Aacuteguas Pluviais 5- Interdisciplinaridade

(PALAVRAS CHAVES)

VIABILIDADE TEacuteCNICA E FINANCEIRA DE CAPTACcedilAtildeO DE

AacuteGUAS PLUVIAIS EM SISTEMAS PREDIAIS EM BRASIacuteLIA ndash DF

Paulo Alipius Miketen da Silva

Prof Orientador Dr Pedro Henrique Zuchi da Conceiccedilatildeo

Brasiacutelia-DF

BANCA EXAMINADORA

Prof Dr Pedro Henrique Zuchi da Conceiccedilatildeo (Orientador)

FACE - Faculdade de Economia Administraccedilatildeo e Ciecircncias

Contaacutebeis - UnB

____________________________________________________

Prof Dr Luciano Soares da Cunha (Avaliador)

IG ndash Instituto de Geociecircncias ndash UnB

__________________________________________________

DEDICATOacuteRIA

Dedico esta monografia a minha

matildee e minha madrinha que

proporcionaram educaccedilatildeo para

que pudesse alcanccedilar esta

conquista a todos os amigos que

me apoiaram e ajudaram nessa

jornada acadecircmica e a todos

profissionais da aacuterea ambiental

principalmente os Cientistas

Ambientais

AGRADECIMENTOS

Primeiramente gostaria de agradecer a minha matildee Maria

Tereza Silva e minha madrinha Lourdes Maria Balby Silva duas

pessoas que foram fundamentais para minha formaccedilatildeo acadecircmica

e como pessoa

Agradeccedilo ao meu orientador professor e coordenador do

Curso de Ciecircncias Ambientais Pedro Zuchi pela paciecircncia e

excelente instruccedilatildeo para a finalizaccedilatildeo deste trabalhoe por tecirc-lo

como referecircncia tanto como profissional como pessoa Tambeacutem

gostaria de agradecer a dedicaccedilatildeo do Zuchi para com o curso de

Ciecircncias Ambientais e consequentemente para os alunos

contribuindo para a formaccedilatildeo de todos

Agradeccedilo ao professor Carlos Henke pelos conselhos dados

ao decorrer do curso para minha formaccedilatildeo como futuro profissional

Agradeccedilo ao professor Mauriacutecio Amazonas pelo suporte que

me deu ao longo da graduaccedilatildeo e por tecirc-lo como referecircncia

acadecircmica

Gostaria de agradecer a Elaine Souto que sempre foi muita

prestativa se dedicando ao maacuteximo para sempre atender todos os

alunos

Por fim gostaria de agradecer a todos os meus amigos que

me aturaram ao decorrer do curso compartilhando experiecircncias

novas e de certa forma me ajudaram a concluir este trabalho

ldquoEstamos diante de um momento criacutetico na

histoacuteria da Terra numa eacutepoca em que a

humanidade deve escolher o seu futuro Agrave

medida que o mundo torna-se cada vez mais

interdependente e fraacutegil o futuro enfrenta ao

mesmo tempo grandes perigos e grandes

promessas Para seguir adiante devemos

reconhecer que no meio da uma magniacutefica

diversidade de culturas e formas de vida

somos uma famiacutelia humana e uma

comunidade terrestre com um destino comum

Devemos somar forccedilas para gerar uma

sociedade sustentaacutevel global baseada no

respeito pela natureza nos direitos humanos

universais na justiccedila econocircmica e numa

cultura da paz Para chegar a este propoacutesito

eacute imperativo que noacutes os povos da Terra

declaremos nossa responsabilidade uns para

com os outros com a grande comunidade da

vida e com as futuras geraccedilotildeesrdquo

(Carta da Terra)

RESUMO

O presente trabalho apresenta a viabilidade de implantaccedilatildeo de um

sistema de captaccedilatildeo em Brasiacutelia (DF) mais especificamente na

Superquadra 111 Norte Com essa forma alternativa de utilizaccedilatildeo

de aacuteguas pluviais para fins natildeo potaacuteveis haacute uma maior

conscientizaccedilatildeo em relaccedilatildeo ao uso de aacutegua potaacutevel e

consequentemente uma mudanccedila no pensamento ambiental da

populaccedilatildeo que possa vir a aderir a um sistema de captaccedilatildeo de

aacuteguas pluviais Portanto o sistema eacute feito para captar aacutegua da

chuva e ser redirecionado para o uso de ldquoaacutegua cinzardquo e ver o quatildeo

viaacutevel eacute sua implantaccedilatildeo Os dados apresentados foram calculados

a partir de estimativas envolvendo uma diferenccedila entre o custo total

de implantaccedilatildeo de um sistema de captaccedilatildeo pluvial e a possiacutevel

economia que se pode obter ao decorrer do tempo Com tal sistema

eacute possiacutevel estimar em quanto tempo haacute um retorno a partir de sua

implantaccedilatildeo e a possibilidade de uma reduccedilatildeo de transtornos

hiacutedricos urbanos tais como enchentes e alagamentos que tecircm se

tornado constantes em Brasiacutelia

Palavras chave 1 Ciecircncias Ambientais- 2Desenvolvimento

Sustentaacutevel- 3 Sistema de Captaccedilatildeo- 4 Aacuteguas Pluviais ndash 5

Interdisciplinaridade

ABSTRACT

This paper presents the feasibility of implementing a collection

system in Brasilia (DF) more specifically in Superquadra 111 North

With this alternative form of use of rainwater for non-potable

purposes there is a greater awareness of the use of potable water

and consequently a shift in environmental thinking of the population

that may join a rainwater collection system Therefore the system is

designed to capture rainwater and be redirected to the use of gray

water and see how viable is its implementation The data presented

were calculated from estimations involving a difference between the

total cost of setting a rainwater collection system and possible

savings that can be achieved over the time With such a system it is

possible to estimate how much time there is a return from its

implementation and the possibility of a reduction of urban water

disorders and consequently reduce flooding and overflowing which

have become constant in Brasilia

KEYWORDS 1 Environmental Sciences- 2Development

Sustainable 3-Caption System 4 Rainwater - 5 Interdisciplinary

LISTA DE GRAacuteFICOS

Graacutefico 01 Consumo Domeacutestico de Aacutegua

Graacutefico 02 Percentual para Reutilizaccedilatildeo de Aacuteguas Pluviais

LISTA DE TABELAS

Tabela 01 Dados de Precipitaccedilatildeo

Tabela 02 Dimensionamento dos Blocos

Tabela 03 Dimensionamento da Populaccedilatildeo

Tabela 04 Consumo domeacutestico de aacutegua

Tabela 05 Percentual para Reutilizaccedilatildeo de Aacuteguas Pluviais

Tabela 06 Preccedilo dos Produtos do Sistema de Captaccedilatildeo sem Fluxo

Tabela 07 Preccedilo de Manutenccedilatildeo do Sistema de Captaccedilatildeo

Tabela 08 Valor da Tarifa Cobrado pela CAESB

Tabela 09 Preccedilo dos Produtos do Sistema de Captaccedilatildeo com Fluxo

LISTA DE FIGURAS

Figura 01 Tripeacute da Sustentabilidade

Figura 02 Funcionamento de um Sistema de Captaccedilatildeo

Figura 03 Fluxograma do Sistema de Captaccedilatildeo

Figura 04 Conta Discriminada do Condomiacutenio

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

ABNT Associaccedilatildeo Brasileira de Normas Teacutecnicas

AE Aacuterea Aedificandi

AT Aacuterea Total

CAC Superintendecircncia de Atendimento Comercial

CAESB Companhia de Saneamento Ambiental do Distrito Federal

CEB Companhia Energeacutetica de Brasiacutelia

CMMAD Comissatildeo Mundial Sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento

CNUMAD Conferecircncia das Naccedilotildees Unidas para o Meio Ambiente e o

Desenvolvimento

DF Distrito Federal

DS Desenvolvimento Sustentaacutevel

ECOSOC Economic and Social Council of the United Nations

EPA Environmental Protection Agency

GDF Governo do Distrito Federal

IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica

INPE Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais

KwH Quilo Watts Hora

L Litros

Msup2 Metros Quadrados

Msup3 Metros Cuacutebicos

ONU Organizaccedilatildeo das Naccedilotildees Unidas

SABESP Companhia de Saneamento Baacutesico do Estado de Satildeo Paulo

SEMA Secretaria Especial do Meio Ambiente

SNRH Sistema Nacional de Recursos Hiacutedricos

SQN Superquadra Norte

UCrsquos Unidades de Consumo

UNB Universidade de Brasiacutelia

UNG Universidade de Guarulhos

UFSM Universidade Federal de Santa Maria

UFRGS Universidade Federal do Rio Grande do Sul

Sumaacuterio

INTRODUCcedilAtildeO 14

1 ndash Cidades sustentaacuteveis e o Ciclo hidroloacutegico 16

11 - Poliacuteticas Puacuteblicas e a relaccedilatildeo com as cidades sustentaacuteveis definiccedilotildees

aplicaccedilatildeo conceitos 21

2 ndash Sustentabilidade desenvolvimento sustentaacutevel e a sua importacircncia 29

3 ndash A viabilidade de implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo pluvial em Brasiacutelia ndash DF 39

31 ndash Apresentaccedilatildeo de dados 39

32 ndash Aacuteguas pluviais e aacuteguas cinzas 42

33 ndash Meacutetodos de Dimensionamento do Reservatoacuterio 45

34 ndash Anaacutelise de caso para um preacutedio da Superquadra 111 Norte 45

341 ndash Anaacutelise de caso para a Superquadra 111 Norte 48

35 ndash Funcionamento do sistema de captaccedilatildeo 49

351 ndash Dificuldades para implantaccedilatildeo do sistema 52

Tal sistema apresenta como dificuldade o local onde seriam instaladas as

cisternas uma vez que geraria um peso sobre o telhado Dessa forma o sistema

seria instalado no jardim cobrando um custo adicional 52

352 ndash Custo de implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo fechado em um preacutedio 52

36 ndash Taxas e valores cobrados para utilizaccedilatildeo de aacutegua 53

37 ndash Caacutelculos de economia e retorno de investimento para um sistema fechado 56

38 ndash Caacutelculos de dimensionamento para um sistema com fluxo 58

381 ndash Custo de implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo com fluxo em um preacutedio 59

382 ndash Caacutelculos de economia e retorno de investimento para um sistema com

fluxo 61

4 ndash Conclusatildeo e Consideraccedilotildees Finais 63

REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS 65

INTRODUCcedilAtildeO

O problema ambiental urbano assume atualmente um papel importante

para os governos e para a sociedade em geral em muitos paiacuteses pelo fato de

um crescimento significativo de pessoas vivendo no meio urbano acabou

ocasionando em uma degradaccedilatildeo ambiental e de certa forma uma queda na

qualidade de vida da populaccedilatildeo Por isto eacute de suma importacircncia destacar que

os problemas ambientais urbanos como a poluiccedilatildeo o consumo de energia o

gasto descontrolado de aacutegua potaacutevel entre outros forccedilaram o profissionais

ambientais e de outras aacutereas a buscar novas alternativas para a soluccedilatildeo destes

problemas Surgindo assim as cidades sustentaacuteveis que na atualidade satildeo a

chave para uma convivecircncia mais harmoniosa entre meio urbano e o meio

ambiente

Em decorrecircncia do aumento da urbanizaccedilatildeo as aacutereas foram

pavimentadas e cobertas por preacutedios casas monumentos entre outras

edificaccedilotildees ocasionando na impermeabilizaccedilatildeo do solo em aacutereas naturais

Devido a esse fator o ser humano vem demandando novas soluccedilotildees para o

controle e mitigaccedilatildeo de impactos causados pela chuva tais como alagamentos

Os governos de modo geral vecircm encontrando seacuterias dificuldades quanto agraves

questotildees de gestatildeo dos alagamentos em suas aacutereas puacuteblicas Para Brasiacutelia e o

Governo do Distrito Federal esse problema eacute recente e nem tatildeo alarmante

quando comparado aos das grandes capitais brasileiras como Satildeo Paulo ou

Rio de Janeiro Sendo assim eacute necessaacuterio que se tenha uma precauccedilatildeo com o

uso das aacuteguas tratadas para que natildeo haja desperdiacutecio e que as aacuteguas pluviais

possam ser utilizadas em fontes alternativas Com o objetivo de

aproveitamento de aacuteguas pluviais a captaccedilatildeo de aacutegua advinda das chuvas

possui um vieacutes sustentaacutevel do ponto de vista teacutecnico e econocircmico quando

aplicado em sistemas de uso privativo

Portanto cabe ressaltar que esse estudo baseia-se em estimativas e

que visa um projeto de aproveitamento de aacuteguas pluviais que atenda as

demandas de aacutegua natildeo potaacutevel em um preacutedio residencial substituindo uma

parte da aacutegua fornecida pela companhia de abastecimento e tendo como base

a precipitaccedilatildeo de chuva local sendo assim a quantidade de aacutegua pluvial a ser

aproveitada pelo sistema eacute diretamente proporcional agrave aacuterea que se utiliza para

a captaccedilatildeo De forma secundaacuteria o trabalho tambeacutem tenta trazer a captaccedilatildeo de

chuva como uma fonte para amenizar os problemas hiacutedricos urbanos causados

recentemente pelas chuvas em Brasiacutelia-DF

Para atingir os objetivos mencionados o trabalho foi modelado da

seguinte forma

No capiacutetulo I eacute apresentado o surgimento das cidades sustentaacuteveis em

decorrecircncia da necessidade de fontes alternativas para a degradaccedilatildeo

ambiental e utilizaccedilatildeo de recursos naturais A manifestaccedilatildeo dessa busca por

aperfeiccediloamento das cidades baseia-se em conceitos e inter-relaccedilotildees entre

populaccedilatildeo e governo por meio de poliacuteticas puacuteblicas

No capiacutetulo II eacute exposto um histoacuterico da sustentabilidade e do

desenvolvimento sustentaacutevel com a finalidade de contextualizar o leitor e

facilitar a compreensatildeo quanto agrave evoluccedilatildeo do vieacutes ambiental que encontramos

atualmente tornando o entendimento do leitor mais vasto e consequentemente

informaacute-lo sobre a sua importacircncia englobando questotildees ecoloacutegicas poliacuteticas

econocircmicas soacutecias e culturais

No capiacutetulo III eacute apresentada a viabilidade de implantaccedilatildeo do sistema

de captaccedilatildeo em um preacutedio residencial em Brasiacutelia-DF com os dados

coletados a caracterizaccedilatildeo das aacuteguas pluviais e ldquoaacutegua cinzardquo meacutetodos de

dimensionamento do reservatoacuterio anaacutelise de caso para um preacutedio na SQN 111

e a possiacutevel aplicaccedilatildeo do sistema para uma quadra funcionamento do sistema

de captaccedilatildeo e custo de implantaccedilatildeo desse sistema taxas e valores cobrados

pela CAESB para utilizaccedilatildeo de aacutegua e os caacutelculos de economia e retorno do

investimento

Por fim no capiacutetulo IV apresentam-se as consideraccedilotildees finais e a

conclusatildeo sobre o estudo realizado

1 ndash Cidades sustentaacuteveis e o Ciclo hidroloacutegico

Atualmente os problemas ambientais vecircm sendo o grande destaque do

cenaacuterio global tanto pela accedilatildeo antroacutepica como pelos desastres naturais Tais

problemas preocupam natildeo soacute a geraccedilatildeo atual como as geraccedilotildees futuras

dando assim a iniciativa para criaccedilatildeo de novas tecnologias meacutetodos e

conceitos

A partir de problemas como a extinccedilatildeo de recursos naturais o ser

humano tem dado prioridade a novas fontes para esses recursos tanto em

novas alternativas de obtenccedilatildeo como nas formas de reduzir o gasto

exacerbado Dessa forma as cidades entram como principal ator para criaccedilatildeo

de alternativas de mitigar os problemas ambientais focando no

reaproveitamento de mateacuteria reduccedilatildeo de uso dos combustiacuteveis foacutesseis formas

alternativas de obtenccedilatildeo de energia aproveitamento de aacuteguas pluviais e

possiacuteveis reduccedilotildees nos transtornos urbanos Assim o conceito de cidades

sustentaacuteveis cria um alicerce e torna-se base para que as cidades tomem a

iniciativa de serem o modelo de reduccedilatildeo dos problemas ambientas

Segundo a Organizaccedilatildeo das Naccedilotildees Unidas (ONU) pouco mais da

metade da populaccedilatildeo mundial vive em zonas urbanas desde o ano de 2006

Por isso conclui-se que de fato o mundo eacute urbano

Atualmente o problema urbano de modo geral possui grande

importacircncia para a sociedade e os governos em geral em diversos paiacuteses

Devido a esse crescimento desenfreado do nuacutemero de pessoas vivendo nas

cidades e conseguinte reduccedilatildeo na qualidade de vida deve-se considerar que

as cidades configuram uma das maiores potenciais de utilizaccedilatildeo energeacutetica e

de degradaccedilatildeo do meio ambiente ocasionando a criaccedilatildeo de meacutetodos para o

direcionamento correto do crescimento urbano e monitoramento dessas

alteraccedilotildees ambientais

A urbanizaccedilatildeo trouxe fortes aliados que geram transtornos e devido a

esse aumento de pessoas vivendo em cidades a preocupaccedilatildeo com problemas

urbanos tornou-se destaque para a criaccedilatildeo do conceito de cidades

sustentaacuteveis Mas o que viria a ser ldquocidades sustentaacuteveisrdquo De forma baacutesica e

sem aprofundamento cidades sustentaacuteveis satildeo aquelas que visam meacutetodos e

praacuteticas eficientes para a preservaccedilatildeo do meio ambiente sem deixar de

almejar o desenvolvimento econocircmico e a melhoria na qualidade de vida da

populaccedilatildeo Sendo assim ldquoa sustentabilidade eacute vista como algo bom desejaacutevel

consensual a definiccedilatildeo que vai prevalecer vai construir autoridade para que se

discriminem em seu nome as boas praacuteticas das ruinsrdquo (Acselrad 1999 p 80)

Para melhor esclarecimento o conceito de sustentabilidade associado

ao desenvolvimento das cidades ldquotem origem nas rearticulaccedilotildees poliacuteticas pelas

quais um certo nuacutemero de atores envolvidos na produccedilatildeo do espaccedilo urbano

procuram dar legitimidade as suas perspectivas evidenciando a

compatibilidade delas com os propoacutesitos de dar durabilidade ao

desenvolvimento de acordo com os propoacutesitos da Agenda 21 resultante da

Conferecircncia da ONU sobre Desenvolvimento e Meio Ambienterdquo (Acselrad

1999 p 81) Para tanto o governo deve ter um planejamento para que possa

tomar medidas no sentido de amenizar os transtornos urbanos e ambientais

decorrentes da accedilatildeo antroacutepica Diversas estrateacutegias devem ser implementadas

para que se possa promover o conceito de cidades sustentaacuteveis e priorizar a

qualidade de vida urbana em toda sua abrangecircncia partindo do princiacutepio da

anaacutelise criacutetica da condiccedilatildeo atual de desenvolvimento das cidades pensando no

contexto na qual se encontram

Segundo Magalhatildees (2006 p 2) no inicio a sustentabilidade urbana

sofreu bastante em questotildees poliacuteticas pois o ldquodiscurso mais estabelecido dos

projetos urbanos agrave temaacutetica ambiental estaacute longe de ser o centro das

preocupaccedilotildees Quando muito ela eacute considerada do ponto de vista do

provimento de aacutereas livres dentro dos espaccedilos urbanos mas mesmo essas

satildeo destinadas agrave intensa movimentaccedilatildeo imaginada para as aacutereas

requalificadas ou revitalizadasrdquo

Poreacutem devido a estudos tornou-se possiacutevel ampliar os horizontes e

perceber que a sustentabilidade tem sido aplicada junto aos objetivos da

cidade a partir da Agenda 21 e da noccedilatildeo do que eacute desenvolvimento

sustentaacutevel Contudo esses novos interesses surgiram a partir dos distuacuterbios

causados aos habitantes sendo esses distuacuterbios ambientais ou natildeo Essa

participaccedilatildeo mais ativa da populaccedilatildeo remete a uma das vertentes expostas por

Acselrad (1999) de que a sustentabilidade urbana deve estar associada natildeo

somente agraves poliacuteticas puacuteblicas mas tambeacutem ao modelo ldquocidade-empresardquo no

qual a cidade torna-se atrativo de investimentos para a implementaccedilatildeo de

meacutetodos alternativos de sustentabilidade

Para Magalhatildees (2006 p 5) ldquoa noccedilatildeo de risco tornou-se parte de

diversos aspectos do dia a dia das pessoas fazendo-as corresponsaacuteveis pelos

efeitos de suas accedilotildeesrdquo portanto eacute necessaacuterio que se tenha um controle

governamental a partir de poliacuteticas puacuteblicas das accedilotildees individuais de seus

habitantes com o proposito de reduzir os riscos de agravantes nas cidades

Cabe ressaltar que uma questatildeo importante a ser vista eacute que os

problemas causados nas cidades natildeo refletem apenas nas cidades em si mas

tambeacutem nas aacutereas que a circundam e em outras localidades o que obriga a

rever o pensamento de que cidades sustentaacuteveis englobam apenas a proacutepria

cidade

Segundo Magalhatildees (2006 p 6 apud Satterhwaite 2004 p 134) ldquopara

avanccedilar e alcanccedilar meacutetodos de desenvolvimento sustentaacutevel o desempenho

ambiental das cidades deve melhorar natildeo apenas em termos de qualidade

ambiental dentro dos seus limites mas tambeacutem em termos de reduccedilatildeo da

transferecircncia de custos ambientais para outras pessoas outros ecossistemas

ou para o futurordquo A partir desse pensamento nota-se que o conceito de

cidades sustentaacuteveis vai aleacutem da consolidaccedilatildeo da sustentabilidade urbana

afirmando que cidades sustentaacuteveis satildeo um projeto que necessita de um

extenso processo e natildeo algo preacute-definido visando mais de um objetivo comum

Na visatildeo de Magalhatildees (2006 p 8) ldquotal processo deve envolver questotildees aleacutem

das estritamente ambientais uma melhor definiccedilatildeo de que propostas poderatildeo

contribuir para o seu avanccedilo a criatividade na concepccedilatildeo de bons projetos e a

capacidade de se evitar os falsos atalhosrdquo

Sendo assim para a construccedilatildeo de projetos de cidades sustentaacuteveis eacute

necessaacuterio que se tenha uma visatildeo ampla e com diferentes abordagens desse

processo de urbanizaccedilatildeo Para o projeto de cidades sustentaacuteveis eacute necessaacuterio

que se tenha trecircs abordagens a espacial que vislumbra a anaacutelise das relaccedilotildees

metaboacutelicas operadas pela cidade compreendendo territoacuterios distantes a

temporal uma vez que pleiteia geraccedilotildees futuras e a conceitual que exige um

enfoque transdisciplinar

Magalhatildees (2006 p 9 apud Peter Brand 1999 p 10) faz uma anaacutelise

sobre a implementaccedilatildeo dessas abordagens ldquo uma metaacutefora social como

cidade sustentaacutevel ou desenvolvimento urbano sustentaacutevel nunca pode ser

uma meta objetiva e sim uma gama de possibilidades abertas cujas

prioridades satildeo determinadas pelas urgecircncias do presenterdquo Com essa

ampliaccedilatildeo do conceito de sustentabilidade urbana percebe-se que haacute uma

nova utopia com um ideal diferenciado de cidade tendo como base accedilotildees

voltadas para o meio ambiente e a reduccedilatildeo da desigualdade causada pelos

transtornos ambientais dando prioridade a uma parte relevante de sua mateacuteria

e energia para a organizaccedilatildeo e manutenccedilatildeo interna e depois ao crescimento

da cidade Entatildeo por que seguir algo utoacutepico Coloco em pauta uma frase

destacada por Galeano (1993 p 230) na qual ele expotildee -ldquoA utopia estaacute laacute no

horizonte Me aproximo dois passos ela se afasta dois passos Caminho dez

passos e o horizonte corre dez passos Por mais que eu caminhe jamais

alcanccedilarei Para que serve a utopia Serve para isso para que eu natildeo deixe de

caminharrdquo

Com essas colocaccedilotildees Magalhatildees (2006 p 16) expotildee a criaccedilatildeo de

uma ideia de ldquodesempenho ambiental urbanordquo o qual mostra um conceito

mensuraacutevel e comparaacutevel junto com a ampliaccedilatildeo de niacuteveis de justiccedila ambiental

locacional e de democracia nas cidades que se torna uacutetil para construccedilatildeo de

paracircmetros de atuaccedilatildeo Essa ideia mostra que o urbanismo tem muito a

contribuir

Atualmente haacute muitos estudos cientiacuteficos que satildeo voltados para a crise

ambiental que vivemos que teve como origem a pressatildeo do crescimento

populacional sobre as aacutereas verdes e pelo modo de vida ocidental como a alta

produccedilatildeo e consumo exagerado Nesse contexto retomamos que as cidades

tecircm sido o principal fator e foco gerador dessa crise ambiental e que agora

concentramos as poliacuteticas puacuteblicas voltadas para o desenvolvimento urbano

como grande objetivo

Tanto pesquisadores atraveacutes de estudos quanto a sociedade atraveacutes

da miacutedia que divulga os riscos ambientais decorrentes das novas formas de

produccedilatildeo e seus efeitos alertam a populaccedilatildeo da gravidade causada e assim

provocam uma preocupaccedilatildeo generalizada acerca do problema ambiental

Sendo assim uma reflexatildeo deve ser feita sobre o conceito de cidade

sustentaacutevel uma vez que as cidades concentram a maior fonte de poluiccedilatildeo e

produccedilatildeo de resiacuteduos aleacutem de consumirem parte da energia do planeta

Como foi dito anteriormente cidades sustentaacuteveis devem pensar aleacutem

da proacutepria localidade mas para ter essa abordagem eacute necessaacuterio focar

primeiramente em uma escala local Para Schussel (2004 p 63 apud

Camagni 2001 p 345) ldquoeacute mais eficaz enfrentar um mesmo problema

localmente (em termos tanto de efeito como de autoridades) do que enfrentaacute-

los globalmente (onde as autoridades satildeo frequentemente ausentes os

agentes poluidores longiacutenquos as interdependecircncias das accedilotildees dos diferentes

sujeitos mais elevadas onde tambeacutem a incertitude sobre a grandeza dos

fenocircmenos e seus encadeamentos causais eacute maior)rdquo Com esse ponto de vista

eacute importante que se deva dar uma atenccedilatildeo ao processo de mudanccedila da

aprendizagem coletiva das cidades com uma interaccedilatildeo saudaacutevel entre a

economia tecnologia e meio ambiente

Eacute importante ressaltar que a implantaccedilatildeo de cidades sustentaacuteveis

juntamente com a gestatildeo do meio ambiente urbano possui uma alta

complexidade para a sociedade moderna ao analisar que natildeo devemos

apenas pensar na conservaccedilatildeo dos recursos ambientais mas tambeacutem

devemos nos atentar ao transporte puacuteblico para reduccedilatildeo da emissatildeo de gases

poluentes melhorar a mobilidade urbana diminuindo consideravelmente o

traacutefego de veiacuteculos dar incentivo e propiciar accedilotildees para a utilizaccedilatildeo de

transportes alternativos como bicicletas otimizar a utilizaccedilatildeo do espaccedilo

urbano devemos ainda criar mais espaccedilos verdes voltados para o lazer da

populaccedilatildeo criar programas voltados para a arborizaccedilatildeo dos espaccedilos puacuteblicos

destinar adequadamente o lixo urbano aplicar programas educacionais

voltados para o desenvolvimento sustentaacutevel investir em educaccedilatildeo de

qualidade para uma boa instruccedilatildeo da populaccedilatildeo favorecer a economia local

dinacircmica e sustentaacutevel e criar accedilotildees para a utilizaccedilatildeo racional da aacutegua

juntamente com o aproveitamento de aacuteguas pluviais

A autora Silva (Poliacuteticas Puacuteblicas e Estrateacutegias de Sustentabilidade

Urbana p 1 apud Metzger 1994) cujo inventaacuterio realizado sobre trabalhos de

ecologia urbana e meio ambiente urbano identifica trecircs concepccedilotildees distintas A

primeira trata da natureza na cidade no qual Metzger fez estudos referentes

aos elementos bioloacutegicos do meio urbano no que diz respeito agrave preservaccedilatildeo

dos espaccedilos verdes e dos elementos fiacutesico naturais da cidade A segunda

concepccedilatildeo do meio ambiente urbano estaacute relacionada aos riscos da cidade e

na cidade aos problemas ambientais enfrentados pela populaccedilatildeo e como

esses problemas afetam a qualidade de vida da mesma Por fim a uacuteltima

vertente que visa mensurar o problema de gestatildeo ou administraccedilatildeo da cidade

tratando das poliacuteticas puacuteblicas sob uma visatildeo do uso do solo e a influecircncia que

as questotildees ambientais causam na determinaccedilatildeo das poliacuteticas puacuteblicas

11 - Poliacuteticas Puacuteblicas e a relaccedilatildeo com as cidades sustentaacuteveis

definiccedilotildees aplicaccedilatildeo conceitos

Eacute necessaacuterio que sejam identificados os locais de atuaccedilatildeo das poliacuteticas

puacuteblicas que tecircm como objetivo a sustentabilidade urbana mas analisando

previamente as mudanccedilas que ocorreram no acircmbito das accedilotildees governamentais

que ocasionaram a adoccedilatildeo de determinadas poliacuteticas puacuteblicas como

estrateacutegias e diretrizes da proacutepria accedilatildeo governamental e dos indiviacuteduos

Mas o que satildeo poliacuteticas puacuteblicas e por que as poliacuteticas puacuteblicas satildeo

consideradas tatildeo importantes quando se trata da sustentabilidade urbana

Segundo Silva (Poliacuteticas Puacuteblicas e Estrateacutegias de Sustentabilidade Urbana p

2 apud Bucci 2002 p 241) poliacuteticas puacuteblicas ldquosatildeo programas de accedilatildeo

governamental para um setor da sociedade ou um espaccedilo geograacutefico

buscando a concretizaccedilatildeo de determinados objetivos e metasrdquo e destaca ainda

que ldquosatildeo programas de accedilatildeo governamental visando a coordenar os meios agrave

disposiccedilatildeo do Estado e as atividades privadas para a realizaccedilatildeo de objetivos

socialmente relevantes e politicamente determinadosrdquo

Quando relacionadas agrave cidadania as poliacuteticas puacuteblicas encontram

dificuldade para alcanccedilar a sustentabilidade urbana jaacute que devem assegurar

uma vida harmocircnica entre o habitante e o meio ambiente Isso ocorre devido a

globalizaccedilatildeo dos espaccedilos em que satildeo levantadas novas tecnologias e haacute o

problema da crescente urbanizaccedilatildeo Esse enfoque possui alguns princiacutepios

que devem ser levados em consideraccedilatildeo princiacutepios esses que guiam as

poliacuteticas puacuteblicas no meio ambiente urbano Esses princiacutepios satildeo destacados e

relacionados por Silva (Poliacuteticas Puacuteblicas e Estrateacutegias de Sustentabilidade

Urbana p 5) como o princiacutepio do interesse puacuteblico na proteccedilatildeo do meio

ambiente urbano sobre os interesses privados o princiacutepio da realizaccedilatildeo de

uma avaliaccedilatildeo preacutevia dos impactos ambientais advindos da accedilatildeo antroacutepica ou

natural o princiacutepio de que o Estado deve intervir na defesa e proteccedilatildeo do meio

ambiente e do meio ambiente urbano o princiacutepio da funccedilatildeo da funccedilatildeo

socioambiental da propriedade urbana o princiacutepio da participaccedilatildeo da

sociedade e da gestatildeo democraacutetica da cidade e o princiacutepio da garantia do

direito a cidades sustentaacuteveis

Cabe ressaltar que apesar de existirem tantos princiacutepios que devem ser

vistos como diretriz a realidade foge um pouco do que eacute mostrado na teoria jaacute

que as poliacuteticas puacuteblicas seguem programas finaliacutesticos que satildeo flexiacuteveis e

quando relacionados agraves exigecircncias legais devem ser diferenciados de acordo

com o grau de finalizaccedilatildeo da accedilatildeo e de imperatividade das normas

Quando tratamos do urbano e do meio ambiente as politicas puacuteblicas

devem ser integradas e possuiacuterem uma interaccedilatildeo entre si como por exemplo

ao tratar das poliacuteticas de habitaccedilatildeo natildeo se pode deixar de levar em

consideraccedilatildeo as poliacuteticas de saneamento ambiental ou entatildeo ao tratar de

poliacuteticas de transporte puacuteblico e mobilidade urbana deve-se considerar a

proacutepria poliacutetica ambiental Sendo assim os programas e projetos

governamentais devem contemplar os aspectos ambientais urbanos sociais e

econocircmicos

Para Silva (Poliacuteticas Puacuteblicas e Estrateacutegias de Sustentabilidade Urbana

p 6) ldquose os planos satildeo obrigatoacuterios para o setor puacuteblico para o setor privado

eles satildeo indicativosrdquo Reforccedilando o conceito de poliacuteticas puacuteblicas essas podem

ser definida como ldquoprocesso - ou conjunto de processos - que culmina na

escolha racional e coletiva de propriedades para definiccedilatildeo dos interesses

puacuteblicos reconhecidos pelo direitordquo sendo que quando se diz respeito a

direitos todos tecircm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado

englobando tambeacutem o meio ambiente urbano Portanto quando eacute utilizado o

termo ldquourbanordquo para qualificar o meio ambiente natildeo significa que haacute uma

segregaccedilatildeo classificatoacuteria do meio ambiente o adjetivo ldquourbanordquo vem como

uma proposta de demarcar a problemaacutetica ambiental em um determinado

espaccedilo geograacutefico - no caso as cidades - sem deixar de considerar os fatores

que nelas estatildeo inseridos como os sociais e os ambientais

Assim para empregar poliacuteticas puacuteblicas visando a sustentabilidade

urbana deve-se repensar o modelo de desenvolvimento da cidade juntamente

com o modo de vida da populaccedilatildeo e a conscientizaccedilatildeo da mesma apoiando-se

nas relaccedilotildees sociais e econocircmicas exercidas na cidade sem deixar de

considerar essas interaccedilotildees como propulsoras do direito agrave cidade sustentaacutevel

Para ratificar inciso I do art 2ordm do Estatuto da Cidade - Lei n 10257 de

10 de julho de 2001 reconhece entre as diretrizes de poliacuteticas puacuteblicas

expostas o direito a cidades sustentaacuteveis De acordo com essa lei esse direito

proporciona o direito a terra urbana agrave moradia ao saneamento ambiental agrave

infraestrutura urbana aos serviccedilos puacuteblicos em geral ao trabalho e ao lazer

tanto para as geraccedilotildees atuais como para as futuras

Sendo assim as cidades devem desenvolver-se respeitando a

sustentabilidade por isso o desenvolvimento urbano deve ser feito sem

degradaccedilatildeo possibilitando uma vida urbana digna e igualitaacuteria Contudo as

cidades necessitam de mudanccedilas diversos pontos de vista reformulaccedilatildeo das

poliacuteticas puacuteblicas e criaccedilatildeo de novas e soluccedilotildees sobre como interagir no dia a

dia com o local que vivemos A partir dessa visatildeo destaco o que eacute exposto por

Acselrad (1999 p 86) em que ldquoacredita-se que quando o crescimento urbano

natildeo eacute acompanhado por investimentos em infraestrutura a oferta de serviccedilos

urbanos natildeo acompanha o crescimento da demanda A falta de investimentos

na manutenccedilatildeo dos equipamentos urbanos viraacute por sua vez acentuar o deacuteficit

na oferta de serviccedilos o que se rebateraacute especialmente na forma de

segmentaccedilatildeo socioterritorial entre as populaccedilotildees atendidas e natildeo atendidas

por tais serviccedilosrdquo

Apoacutes tratar de um modo geral cidades sustentaacuteveis e a sustentabilidade

urbana eacute interessante analisar o caso brasileiro Infelizmente a preocupaccedilatildeo

ambiental brasileira foi tardia e a evoluccedilatildeo foi lenta Em questotildees de

urbanizaccedilatildeo houve uma transformaccedilatildeo estrutural de ordem socioeconocircmica

reformulando a ocupaccedilatildeo do territoacuterio nacional ocasionando em impactos

ambientais e no dado de que cerca de 80 da populaccedilatildeo brasileira mora em

aacutereas urbanas Mas ao decorrer do tempo a questatildeo ambiental foi ligada ao

social os pensamentos acerca desse tema tiveram uma nova percepccedilatildeo

Como exemplo temos o caso dos recursos hiacutedricos em que a legislaccedilatildeo teve

o cuidado de considerar aleacutem do aspecto ambiental os aspectos sociais e

econocircmicos

Foi criado o Sistema Nacional de Recursos Hiacutedricos (SNRH) que no

texto de Schussel (2004 p 65) satildeo expostas a valoraccedilatildeo da aacutegua como bem

econocircmico a prioridade do abastecimento puacuteblico em detrimento da produccedilatildeo

de energia e a gestatildeo compartilhada entre usuaacuterios poder puacuteblico e sociedade

civil de bacias hidrograacuteficas por meio da implantaccedilatildeo dos ldquoComitecircs de Baciardquo

Essa questatildeo de integraccedilatildeo do ambiental ao social e econocircmico ocorreu

na deacutecada de 80 em que Silva (Poliacuteticas Puacuteblicas e Estrateacutegias de

Sustentabilidade Urbana p 2 apud Ribeiro 2001 p 134-135) destaca ldquoa

questatildeo urbana eacute integrada agrave questatildeo social e as representaccedilotildees antiurbanas

satildeo substituiacutedas pelo diagnoacutestico orientado por ideais republicanos de justiccedila

social e democracia A tarefa do pensamento e da accedilatildeo dos urbanistas passa a

ser o fazer coincidir a cidade e a cidadaniardquo Apesar do atraso na aplicaccedilatildeo do

pensamento ambiental - no caso o de cidades sustentaacuteveis - atualmente o

Brasil apresenta um niacutevel consideraacutevel de desenvolvimento tecnoloacutegico e social

que podem retardar a degradaccedilatildeo e os malefiacutecios causados nas cidades E por

que natildeo ocorre tal melhoria no setor ambiental urbano O Brasil carece de

poliacuteticas puacuteblicas que sirvam para o propoacutesito ambiental sem contar a falta de

instruccedilatildeo ambiental de uma boa parcela da sociedade Isso eacute confirmado com

as atitudes da populaccedilatildeo no texto de Loureiro e De Gregori (Revista Eletrocircnica

do Curso de Direito ndash UFSM p 459) eacute exposto que ldquoo lixo jogado nas ruas

causa entupimento de bueiros o que dificulta o escoamento da aacutegua da chuva

Aleacutem disso mesmo quando ocorre escoamento a aacutegua leva detritos

diretamente para o curso dos rios coacuterregos mananciais entre outros Em

razatildeo do exposto um meio indireto mas eficiente de se poluir a aacuteguardquo

Desse modo termo ldquosustentabilidaderdquo atrelado agraves necessidades

urbanas merece se conciliado de certa maneira que o ser humano produza

desenvolvimento e tambeacutem conserve o meio ambiente Portanto para o Brasil

os modelos que devem ser desenvolvidos nas cidades precisam ser justos

eacuteticos e sustentaacuteveis abrangendo todas as classes sociais e sendo igualitaacuterio

trazendo assim a concepccedilatildeo de que as transformaccedilotildees natildeo necessariamente

devem partir do governo e sim das accedilotildees que integrem os cidadatildeos

almejando a sustentabilidade Quando se diz ldquoas accedilotildees que integrem os

cidadatildeosrdquo na verdade o que se busca expressar eacute que a atitude deve partir da

populaccedilatildeo e natildeo do governo pois tais accedilotildees promovidas pela populaccedilatildeo as

aproximam das poliacuteticas puacuteblicas gerando melhores oportunidades e formas

alternativas de sistemas igualitaacuterios quando relacionados a exposiccedilatildeo de riscos

ambientais Tudo isso para oferecer um ambiente urbano com um

desenvolvimento em equiliacutebrio ambientalmente sustentaacutevel e socialmente

justo

Retomando o Artigo 2ordm do Estatuto da Cidade Loureiro e De Gregori

(Revista Eletrocircnica do Curso de Direito ndash UFSM p 462) expotildeem que houve

uma mudanccedila de paradigma ao se pensar em ambientes urbanos assim

expondo trecircs objetivos a serem alcanccedilados com as cidades ldquoo primeiro seria

um ambiente destinado agrave moradia de um acuacutemulo de comunidades jaacute em uma

segunda perspectiva seria um ambiente de poliacuteticas a fim de atingir funccedilatildeo

social urbana e por fim a garantia de ambientes urbanos como um meio

sustentaacutevel e sadio de desenvolvimentordquo Eacute importante ressaltar que esse

ponto de vista reflete que soacute seraacute possiacutevel assegurar um ambiente urbano para

a presente geraccedilatildeo e para as futuras partindo da preservaccedilatildeo do meio

ambiente

Portanto diversas iniciativas podem tornar o ambiente urbano em cidade

sustentaacutevel o que procura promover uma estabilidade e um equiliacutebrio agraves

cidades com uma visatildeo a longo prazo O processo de implantaccedilatildeo de cidades

sustentaacuteveis no Brasil deve primeiramente partir de accedilotildees individuais ou

privadas e articulada agraves poliacuteticas puacuteblicas para que haja uma eficiecircncia na

aplicabilidade sem desconsiderar que haacute uma possibilidade de gerar um

sistema insustentaacutevel Por que pode se tornar um sistema insustentaacutevel

Segundo Loureiro e De Gregori (Revista Eletrocircnica do Curso de Direito ndash

UFSM p 465 apud Godard 1990 p40-45) ldquoa insustentabilidade exprime

assim a incapacidade de as poliacuteticas puacuteblicas adaptarem a oferta de serviccedilos

urbanos agrave quantidade e agrave qualidade das demandas sociais provocando um

ldquodesequiliacutebriordquo entre necessidades cotidianas da populaccedilatildeo e os meios de as

satisfazer entre a demanda por serviccedilos urbanos e os investimento em redes e

infraestruturardquo

Jaacute que a realidade brasileira exprime uma grande distorccedilatildeo do que eacute

apresentado nos estudos como conseguir implantar uma cidade sustentaacutevel e

assim suportaacute-la Primeiramente eacute necessaacuterio ampliar o ponto de vista natildeo se

prendendo agraves poliacuteticas puacuteblicas em segundo plano eacute preciso que se tenha uma

accedilatildeo coletiva da populaccedilatildeo atraveacutes da conscientizaccedilatildeo ou de accedilotildees que

promovam a sustentabilidade dentro da cidade

Eacute importante ressaltar que natildeo se pode descartar as poliacuteticas puacuteblicas

mas tambeacutem natildeo se pode esperar que elas resolvam todos os problemas

presentes na cidade Sendo assim para que uma cidade torne-se sustentaacutevel eacute

preciso que as accedilotildees realizadas pela populaccedilatildeo sejam emparelhadas com as

poliacuteticas puacuteblicas aplicadas pelo governo No Brasil haacute cidades que satildeo

consideradas sustentaacuteveis mas essas cidades optaram apenas por um

planejamento urbano voltado para reconstituiccedilatildeo de aacutereas verdes

aprimoramento nas soluccedilotildees urbaniacutesticas e na tecnologia do transporte urbano

Tais accedilotildees natildeo devem ser desconsideras e sim exaltadas pelo funcionamento

adequado e promoccedilatildeo da sustentabilidade urbana Outras questotildees tatildeo

importantes quanto satildeo deixadas de lado pelo governo e nesse caso deve-se

ter uma aplicaccedilatildeo da sociedade para que ganhe uma visatildeo e assim sejam

aplicadas poliacuteticas puacuteblicas voltadas para tais questotildees

Em especiacutefico coloco o problema hiacutedrico que tem assolado vaacuterias

cidades do paiacutes por trazer prejuiacutezos de forma direta e indireta a populaccedilatildeo O

problema hiacutedrico brasileiro natildeo eacute apenas o causado pela estiagem e falta de

aacutegua em algumas localidades ele tambeacutem eacute expresso pelas chuvas

torrenciais Em face disso eacute importante unir o uacutetil ao agradaacutevel Vale expor que

em decorrecircncia do aumento da urbanizaccedilatildeo as aacutereas foram pavimentadas e

cobertas por preacutedios casas monumentos entre outras edificaccedilotildees

ocasionando na impermeabilizaccedilatildeo do solo em aacutereas naturais Devido a esse

fator o ser humano vem demandando novas soluccedilotildees e poliacuteticas puacuteblicas para

o controle e mitigaccedilatildeo de impactos causados pela chuva tais como

alagamentos

Os governos de modo geral vecircm encontrando seacuterias dificuldades

quanto agraves questotildees de gestatildeo dos alagamentos em suas aacutereas puacuteblicas Para

Brasiacutelia e o Governo do Distrito Federal esse problema eacute recente e nem tatildeo

alarmante quando comparado aos das grandes capitais brasileiras como Satildeo

Paulo ou Rio de Janeiro Portanto eacute necessaacuterio que se tenha uma precauccedilatildeo

com o uso das aacuteguas tratadas para que possam ser utilizadas fontes

alternativas Com o objetivo de aproveitamento de aacuteguas pluviais a captaccedilatildeo

de aacutegua advinda das chuvas possui um vieacutes sustentaacutevel do ponto de vista

teacutecnico e econocircmico quando aplicado em sistemas de uso privativo Cabe

ressaltar que esse estudo visa aliar o conceito de cidades sustentaacuteveis a partir

da iniciativa privada agraves necessidades encontradas na cidade de Brasiacutelia no

caso de um projeto de aproveitamento de aacuteguas pluviais que atenda a

demanda de aacutegua natildeo potaacutevel tendo como base a precipitaccedilatildeo de chuva local

sem desconsiderar o ciclo hidroloacutegico para que natildeo ocorra um desequiliacutebrio do

mesmo e ocasione mais desastres ambientais

Tal sistema tem como objetivo gerar uma fonte de aacutegua natildeo potaacutevel

para uso diaacuterio em sistemas prediais como descarga limpeza do preacutedio

irrigaccedilatildeo de jardins disponibilidade para lavagem de automoacuteveis entre outras

possibilidades gerando uma economia da aacutegua utilizada e consequentemente

uma economia monetaacuteria Aleacutem desse objetivo reducionista de gasto e aacutegua

haacute tambeacutem a possibilidade da reduccedilatildeo de transtornos hiacutedricos urbanos

Portanto ao abordar sobre poliacuteticas puacuteblicas eacute de suma importacircncia

compreender que o ldquodesenvolvimento sustentaacutevel eacute um processo de

aprendizagem social de longo prazo que por sua vez eacute direcionado por

poliacuteticas puacuteblicas orientadas por um plano de desenvolvimento nacionalrdquo

(Barbosa 2008 p 6) O conceito de desenvolvimento sustentaacutevel seraacute melhor

apresentado no capiacutetulo seguinte

2 ndash Sustentabilidade desenvolvimento sustentaacutevel e a sua

importacircncia

Inicio esse capiacutetulo com uma frase de Nascimento (2012 p 57) em que

se queremos sugerir uma sustentabilidade para toda a sociedade eacute necessaacuterio

que tenhamos uma ldquolinha transversal a eacutetica solidaacuteria com os excluiacutedos de hoje

para que natildeo haja excluiacutedos amanhatilderdquo

Por que a sustentabilidade eacute algo importante para noacutes Eacute necessaacuterio

que seja de conhecimento geral de que estamos ameaccedilados em todos os

aspectos ligados agrave utilizaccedilatildeo de recursos naturais e aproveitamento dos

mesmos Portanto haacute uma conexatildeo direta ao desenvolvimento sustentaacutevel

Nascimento (2012 p 58) ainda aponta que ldquoateacute meados do seacuteculo XX a

humanidade temia basicamente duas grandes extinccedilotildees ndash uma externa

(choque de um grande meteorito como aparentemente ocorreu haacute 65 milhotildees

de anos extinguindo os dinossauros) e outra interna (o advento de uma

epidemia desconhecida e incontrolaacutevel) Em meados do seacuteculo passado foi

acrescida mais uma ameaccedila provinda dos proacuteprios seres humanos a bomba

atocircmica O seu poder de destruiccedilatildeo ficou evidente com as explosotildees de

Hiroshima e Nagasakirdquo Sendo assim eacute perceptiacutevel que o estilo de vida de alta

produccedilatildeo e consumo vigente nos leva a crer que um desastre eacute cada vez mais

plausiacutevel

ldquoQue a economia estaacute em um conflito com os sistemas naturais do

planeta eacute uma evidecircncia que ressalta das informaccedilotildees cotidianas sobre o

desaparecimento das zonas de pesca reduccedilatildeo das florestas a erosatildeo do

solo e o desaparecimento de espeacuteciesrdquo (Nascimento 2012 p 58 apud

Brown 2003 p14) Portanto a crise ambiental aponta um desgaste das

condiccedilotildees ldquonormaisrdquo de vida no planeta Terra Segundo Nascimento (2012 p

58) ldquo[] eacute possiacutevel caso o cenaacuterio mais pessimista do aquecimento global

venha a se confirmar que uma nova possibilidade de auto extinccedilatildeo seja criada

no final desse seacuteculordquo Desta forma o atual modelo de vida natildeo deteriora

apenas o meio ambiente tambeacutem prejudica a vida humana e para que sejam

reduzidos esses transtornos agrave vida humana eacute preciso que iniciativas e

alternativas sejam criadas por meio de inovaccedilotildees tecnoloacutegicas para que haja

uma saiacuteda

ldquoA crise ambiental assumiu contornos mais graves com a percepccedilatildeo da

responsabilidade antroacutepica do aquecimento global e a dinacircmica de ascensatildeo

de um contingente humano mais significativo no mercado de consumordquo

(Nascimento 2012 p 61) Quando a crise ambiental se tornou algo de suma

importacircncia Quando como e por que a sustentabilidade e o desenvolvimento

sustentaacutevel se tornaram relevantes para o combate agrave crise ambiental Eacute

necessaacuterio compreender que a sustentabilidade possui dois vieses quando

relacionada agrave sua origem Uma de suas origens tem base na biologia mais

precisamente na ecologia a qual atribui o conceito de resiliecircncia ndash capacidade

de recuperaccedilatildeo e reproduccedilatildeo dos ecossistemas ndash perante as degradaccedilotildees

antroacutepicas com o uso exacerbado dos recursos naturais Ainda relacionado agrave

ecologia haacute as causas naturais como terremotos fogo tsunamis pragas

entre outros O outro vieacutes de origem da sustentabilidade adveacutem da economia

como o adjetivo do desenvolvimento diante da visibilidade que ganhou ao

longo do seacuteculo XX referente ao padratildeo de consumo desenvolvido ao redor do

mundo (Nascimento 2012 p 51)

Segundo Nascimento a ideia de sustentabilidade como enfoque

mundial tem origem na deacutecada de 1950 O surgimento e a importacircncia desse

termo ocorrem devido a um risco ambiental global a poluiccedilatildeo nuclear ldquoOs seus

indiacutecios alertaram os seres humanos de que estamos em uma nave comum e

que problemas ambientais natildeo estatildeo restritos a territoacuterios limitadosrdquo

(Nascimento 2012 p 2) Segundo Nascimento (2012 p 52 apud Machado

2005) ldquoA ocorrecircncia de chuvas radiativas a milhares de quilocircmetros dos locais

de realizaccedilatildeo dos testes acendeu um caloroso debate no seio da comunidade

cientiacuteficardquo Na deacutecada de 1960 houve outro fato importante que implicou na

questatildeo da percepccedilatildeo da crise ambiental dando importacircncia a

sustentabilidade devido ao uso de inseticidas e pesticidas quiacutemicos e

transtornos causados por esses apontados por Rachel Carson em seu livro

intitulado de ldquoPrimavera Silenciosardquo ndash Silent Spring

Ainda na deacutecada de 60 as chuvas aacutecidas recorrentes nos paiacuteses

noacuterdicos levaram a Sueacutecia junto ao Conselho Econocircmico e Social das Naccedilotildees

Unidas (ECOSOC) a propor a realizaccedilatildeo de uma conferecircncia para tratar de um

acordo internacional para uma possiacutevel reduccedilatildeo na emissatildeo dos gases

responsaacuteveis por tal transtorno Com isso ocorreu a Conferecircncia de

Estocolmo em 1972 colocando em evidecircncia os paiacuteses subdesenvolvidos e

desenvolvidos da eacutepoca A princiacutepio as preocupaccedilotildees natildeo eram nem um

pouco igualitaacuterias jaacute que os paiacuteses desenvolvidos estavam atentos agrave

degradaccedilatildeo ambiental que afetavam sua qualidade de vida enquanto os

paiacuteses subdesenvolvidos estavam preocupados em natildeo sofrerem sanccedilotildees

comerciais e apresentarem um retardo em seu desenvolvimento uma vez que

naquela eacutepoca os problemas ambientais eram associados ao crescimento

econocircmico dos paiacuteses de terceiro mundo Nessa conferecircncia ficou exposto

que os paiacuteses desenvolvidos defendiam a proteccedilatildeo do meio ambiente como

principal foco e os paiacuteses em desenvolvimento focavam no combate agrave

pobreza

Para melhor esclarecer Nascimento expotildee a partir do documento ldquoOnly

One Earthrdquo (Ward amp Dubos 1973) ldquo[] O problema ambiental como decorrente

de externalidades econocircmicas proacuteprias do excesso de desenvolvimento

(tecnologia agressiva e consumo excessivo) de um lado e de sua falta

(crescimento demograacutefico e baixo PIB per capita) de outro Posta dessa forma

a questatildeo ambiental deixava de ficar restrita ao meio natural e adentrava o

espaccedilo socialrdquo Contemporacircneo a isso temos o relatoacuterio do Clube de Roma ndash

Limits to Growth (Meadows et al 1972) que propunha uma reduccedilatildeo do

desenvolvimento industrial nos paiacuteses desenvolvidos e uma contenccedilatildeo no

crescimento populacional nos paiacuteses subdesenvolvidos juntamente com o

apoio daqueles aos subdesenvolvidos para que pudessem crescer

economicamente A partir desses eventos os governos se conscientizaram e

criaram agecircncias que tratassem das questotildees ambientais para que pudessem

juntar dados ambientais jaacute que na eacutepoca careciam de tais informaccedilotildees

No Brasil foi criada a Secretaria Especial do Meio Ambiente (SEMA) em

1973 enquanto nos EUA jaacute existia a Environmental Protection Agency (EPA)

desde 1970

Dez anos apoacutes a Conferecircncia de Estocolmo uma anaacutelise dos resultados

foi feita pela ONU e mostrou que o resultado estabelecido deixou a desejar e

que os esforccedilos realizados foram inferiores Em decorrecircncia desse mal

desempenho foi formada a Comissatildeo Mundial sobre Meio Ambiente e

Desenvolvimento (CMMAD) presidida por Gro Harlen Brundtland responsaacutevel

pelo relatoacuterio ldquoNosso Futuro Comumrdquo ndash Our Common Future ndash que tinha como

principal proposta a criaccedilatildeo de uma agenda global para focar em uma

mudanccedila consideraacutevel Esse estudo obteve informaccedilotildees durante trecircs anos a

partir de pesquisas e anaacutelises com enfoque na parte social Segundo Barbosa

(2008 p2) as informaccedilotildees colhidas do relatoacuterio com base nas questotildees

sociais referiam-se ldquoao uso da terra sua ocupaccedilatildeo suprimento de aacutegua abrigo

e serviccedilos sociais educativos e sanitaacuterios aleacutem de administraccedilatildeo do

crescimento urbanordquo

Tal relatoacuterio foi responsaacutevel pela criaccedilatildeo do termo ldquoDesenvolvimento

Sustentaacutevelrdquo que ldquoconsistiu o maior esforccedilo entatildeo conhecido para conciliar a

preservaccedilatildeo do meio ambiente com o desenvolvimento econocircmicordquo

(Nascimento 2012 p 54) Uma definiccedilatildeo baacutesica do que eacute DS eacute exposta por

Nascimento (2012 p 58 apud Lenzi 2006) ldquoDesenvolvimento sustentaacutevel eacute o

desenvolvimento que satisfaz as necessidades do presente sem comprometer

a capacidade das geraccedilotildees futuras em satisfazer suas proacuteprias necessidadesrdquo

Estender e Pitta (O Conceito do Desenvolvimento Sustentaacutevel apud Camargo

2003 p 43) tambeacutem fazem citaccedilatildeo agrave outra definiccedilatildeo apontada no relatoacuterio

ldquoEm essecircncia o desenvolvimento sustentaacutevel eacute um

processo de transformaccedilatildeo no qual a exploraccedilatildeo dos

recursos a direccedilatildeo dos investimentos a orientaccedilatildeo

do desenvolvimento tecnoloacutegico e a mudanccedila

institucional se harmonizam e reforccedilam o potencial

presente e futuro a fim de atender agraves necessidades

e aspiraccedilotildees humanasrdquo

Nascimento (2012 p 54) aponta que ldquoA forccedila e a fraqueza dessa

definiccedilatildeo encontram-se justamente nessa foacutermula vaga pois deixam-se em

aberto quais seriam as necessidades humanas atuais e mais ainda as das

geraccedilotildees futurasrdquo

Segundo Barbosa (2008) o relatoacuterio faz consideraccedilotildees agraves questotildees

urbanas no qual as cidades em seu desenvolvimento devem contemplar as

necessidades baacutesicas de toda a populaccedilatildeo e conceder oportunidades de

melhora na qualidade de vida de todos buscando alcanccedilar uma equidade na

sociedade por meio de processos democraacuteticos para que haja um

desenvolvimento urbano adequado Ainda com referecircncia ao relatoacuterio haacute ldquoa

necessidade de descentralizaccedilatildeo das aplicaccedilotildees de recursos financeiros e

humanos e a necessidade do poder poliacutetico favorecer as cidades em sua

escala localrdquo (Barbosa 2008 p 2) Quanto agrave questatildeo do uso de recursos

naturais foi avaliada no relatoacuterio a capacidade de resiliecircncia da biosfera os

efeitos e as possiacuteveis consequecircncias causadas pela accedilatildeo antroacutepica apontando

ainda que a pobreza pode ser considerada como um problema ambiental e que

a tentativa de erradicar a mesma pode ser a base para a busca da

sustentabilidade Com essa contribuiccedilatildeo na mudanccedila do modo de perceber as

necessidades urbanas o relatoacuterio apresentou trecircs princiacutepios baacutesicos ou

aspectos que deveriam ser cumpridos ndash proteccedilatildeo ambiental equidade social e

o desenvolvimento econocircmico ndash e que seratildeo expostos mais adiante

Apesar de todos esses pontos levantados o relatoacuterio Brundtland

recebeu vaacuterias criacuteticas pelo fato de acusar a pobreza e o descontrole do

crescimento populacional nos paiacuteses subdesenvolvidos como a fonte principal

dos problemas ambientais e da insustentabilidade do planeta e de colocar em

segundo plano a poluiccedilatildeo causada ateacute a data de publicaccedilatildeo do relatoacuterio pelos

paiacuteses desenvolvidos

Em 1986 foi realizada a conferecircncia de Ottawa ndash Carta de Ottawa 1986

ndash na qual foram estabelecidas cinco condiccedilotildees para que se tentasse alcanccedilar o

desenvolvimento sustentaacutevel entre elas a manutenccedilatildeo da integraccedilatildeo

ecoloacutegica a satisfaccedilatildeo das necessidades baacutesicas humanas a provisatildeo da

autodeterminaccedilatildeo social e da diversidade cultural a integraccedilatildeo da conservaccedilatildeo

e do desenvolvimento e o alcance de equidade e justiccedila social Para a

CMMAD as condiccedilotildees que procedem do conceito de desenvolvimento

sustentaacutevel estatildeo associadas ao processo de urbanizaccedilatildeo e do crescimento da

cidade e tem como finalidade o uso adequado dos recursos naturais Em face

disto satildeo expostos alguns objetivos mudanccedila de qualidade do crescimento

crescimento renovaacutevel satisfaccedilatildeo das necessidades essenciais por emprego

aacutegua energia alimento e saneamento baacutesico garantia de um niacutevel sustentaacutevel

da populaccedilatildeo conservaccedilatildeo da base de recursos reorientaccedilatildeo da tecnologia e

do gerenciamento de risco e reorientaccedilatildeo das relaccedilotildees econocircmicas

internacionais (CMMAD 1988 1991)

Postumamente foi realizada a Assembleia das Naccedilotildees Unidas a qual

aprovou a Conferecircncia das Naccedilotildees Unidas para o Meio Ambiente e o

Desenvolvimento (CNUMAD) ocorrida em 1992 e ficou conhecida como Rio-

92 A Rio-92 teve maior visibilidade graccedilas agrave criaccedilatildeo da Convenccedilatildeo da

Biodiversidade e das Mudanccedilas Climaacuteticas ndash que posteriormente resultou na

criaccedilatildeo do Protocolo de Kyoto ndash da Agenda 21 e da Declaraccedilatildeo do Rio Essa

uacuteltima segue os mesmos padrotildees expostos na Conferecircncia de Estocolmo

citada anteriormente interligando o desenvolvimento econocircmico com o meio

ambiente atraveacutes de uma gestatildeo consciente dos recursos naturais sem

comprometer o modelo econocircmico vigente

Em decorrecircncia desses acontecimentos tornou-se de faacutecil entendimento

que o desenvolvimento sustentaacutevel eacute composto por trecircs aspectos ambiental

econocircmico e social Outros autores como Ignacy Sachs consideram ainda

outras variaacuteveis relevantes para o entendimento do DS como sustentabilidade

ecoloacutegica e poliacutetica

Figura 1 Tripeacute da Sustentabilidade

Fonte Nicholas Gimenes (2012)

Com base nesses trecircs aspectos apontados chegamos ao conhecido

Triple Bottom Line ndash ldquoTripeacute da Sustentabilidaderdquo No tripeacute da sustentabilidade

satildeo expostos o aspecto ambiental que tem como base a produccedilatildeo e o

consumo de tal forma que possa garantir que os ecossistemas natildeo sofram

problemas quanto a sua capacidade de resiliecircncia o aspecto econocircmico que

assume a denominada ecoeficiecircncia a qual incentiva a inovaccedilatildeo tecnoloacutegica

para tentar mitigar alguns dos problemas ambientais e ampliar a

desmaterializaccedilatildeo da economia e o uacuteltimo aspecto o social o qual supotildee que

a populaccedilatildeo de uma determinada sociedade tenha o miacutenimo necessaacuterio para

uma condiccedilatildeo de vida aceitaacutevel buscando erradicar a desigualdade social

Segundo Nascimento existem diversas definiccedilotildees desses trecircs aspectos mas

essas apontadas satildeo as mais recorrentes e de simples entendimento Natildeo

podemos esquecer que assim como eacute apontado por Ignacy Sachs e outros

autores outros aspectos para a definiccedilatildeo do DS devem ser levados em

consideraccedilatildeo em especial a cultura Apesar de natildeo ser citada como base do

ldquotripeacuterdquo a cultura eacute importante em qualquer sociedade quando relacionada ao

meio ambiente pois eacute ela quem dita o comportamento da populaccedilatildeo O Brasil

sofre com questotildees ambientais muitas das vezes por falta de instruccedilatildeo da

populaccedilatildeo que natildeo tem conhecimento do quatildeo impactante pode ser sua accedilatildeo

Deste modo quando se trata de questotildees ambientais eacute necessaacuterio que se

tenha uma mudanccedila natildeo repentina e sim gradativa nos padrotildees de consumo

no estilo de vida e na educaccedilatildeo ambiental

Retomando os conceitos de DS e sustentabilidade temos uma definiccedilatildeo

de Clovis Cavalcanti em que sustentabilidade ldquosignifica a possibilidade de se

obterem continuamente condiccedilotildees iguais ou superiores de vida para um grupo

de pessoas e seus sucessores em dado ecossistemardquo (Cavalcanti 2003)

Analisando essa definiccedilatildeo proposta por Cavalcanti vemos que se assemelha

do que foi exposto por Gro Harlen Brundtland em seu relatoacuterio Como jaacute foi

mencionado para Sachs o ldquoTriple Bottom Linerdquo ndash Tripeacute da Sustentabilidade ndash

possui cinco vertentes da sustentabilidade que satildeo a ldquosustentabilidade

ecoloacutegica refere-se a fiacutesica do processo de crescimento e tem como objetivo a

manutenccedilatildeo de estoques dos recursos naturais incorporados as atividades

produtivas a sustentabilidade ambiental que refere-se agrave manutenccedilatildeo da

capacidade de sustentaccedilatildeo dos ecossistemas o que implica a capacidade de

absorccedilatildeo e recomposiccedilatildeo dos ecossistemas em face as agressotildees antroacutepicas

sustentabilidade social que refere-se ao desenvolvimento e tem por algum

objetivo a melhoria da qualidade da vida da populaccedilatildeo Para caso de paiacuteses

com problemas de desigualdade e de inclusatildeo social implica a adoccedilatildeo de

poliacuteticas distributivas e a universalizaccedilatildeo de atendimento a questotildees como

sauacutede educaccedilatildeo habilitaccedilatildeo e seguridade social sustentabilidade poliacutetica

refere-se ao processo de construccedilatildeo da cidadania para garantir a incorporaccedilatildeo

plena dos indiviacuteduos ao processo de desenvolvimento e a sustentabilidade

econocircmica que refere-se a uma gestatildeo eficiente dos recursos em geral e

caracteriza-se pela regularidade de fluxos do investimento puacuteblico e privado

Implica a avaliaccedilatildeo da eficiecircncia por processos macro sociaisrdquo (Sachs 1993

Agenda 21 brasileira)

Barbosa (2008 p 4) faz uma citaccedilatildeo em seu trabalho sobre o livro de

Leila Ferreira ndash ldquoA questatildeo ambiental sustentabilidade e poliacuteticas puacuteblicas no

Brasilrdquo ndash referente ao padratildeo de vida da sociedade em que

ldquoO padratildeo de produccedilatildeo e consumo que

caracteriza o atual estilo de

desenvolvimento tende a consolidar-se

no espaccedilo das cidades e estas se

tornam cada vez mais o foco principal

na definiccedilatildeo de estrateacutegias e poliacuteticas

de desenvolvimentordquo

Sendo assim eacute de fundamental importacircncia que formas alternativas

sustentaacuteveis sejam alcanccediladas para que possam influenciar de forma positiva

na qualidade de vida das cidades e no processo de planejamento urbano Para

Acselrad (1999 p 85) a sustentabilidade urbana eacute definida como ldquoa

capacidade das poliacuteticas urbanas se adaptarem agrave oferta de serviccedilos agrave

qualidade e agrave quantidade das demandas sociais buscando o equiliacutebrio entre as

demandas de serviccedilos urbanos e investimentos em estruturardquo Como o

desenvolvimento sustentaacutevel possui muitos conceitos e definiccedilotildees haacute uma em

especial que se destaca pelo fato de estar relacionada agraves cidades juntamente

com o termo ldquosustentabilidaderdquo exposta por Barbosa (2008 p 4 apud

Satterthwaite 2004) em que

ldquoa resposta agraves necessidades humanas

nas cidades como o miacutenimo ou

nenhuma transferecircncia dos custos da

produccedilatildeo consumo ou lixo para outras

pessoas ou ecossistemas hoje e no

futurordquo

Assim a participaccedilatildeo da sociedade e a diversidade dos interesses que

a mesma possui gera um conflito entre as poliacuteticas puacuteblicas e o

desenvolvimento sustentaacutevel mas nada que natildeo possa ser contornado a partir

da conscientizaccedilatildeo individual dos cidadatildeos Como eacute exposto por Barbosa ldquoeacute

imprescindiacutevel para a sustentabilidade urbana o uso racional dos recursos

naturais a boa forma do ambiente urbano baseado na interaccedilatildeo clima e os

recursos naturais aleacutem das respostas agraves necessidades urbanas com o miacutenimo

de transferecircncia de dejetos e rejeitos para outros ecossistemas atuais e

futurosrdquo (Barbosa 2008 p 9) Em detrimento disso ldquoo desenvolvimento

sustentaacutevel natildeo deve ser apresentado como um slogan poliacuteticordquo (Barbosa

2008 p 10) deve ser apresentado como uma possiacutevel soluccedilatildeo para a

mitigaccedilatildeo dos problemas ambientais encontrados atualmente na sociedade

Portanto a sustentabilidade visa emoldurar novos meios alternativos de

produccedilatildeo distribuiccedilatildeo e consumo dos recursos naturais existentes de forma

mais racional ecologicamente viaacutevel e economicamente eficaz

Ao retratar esses problemas de padrotildees vividos pela sociedade

relacionados ao meio ambiente mais especificamente a utilizaccedilatildeo de recursos

naturais Nascimento (2012 p 58) aponta que ldquohaacute uma quase unanimidade

hoje entre os cientistas de que os recursos naturais natildeo seratildeo suficientes para

fornecer um modo de vida similar ao da classe meacutedia mundial a todos os novos

ingressantes no mercado No entanto eles tecircm tanto direito quanto os que jaacute

participam do mercado consumidorrdquo Mas como podemos contornar tais

problemas e a crise ambiental Atraveacutes da criatividade humana muitas formas

alternativas foram criadas e podem ser inventadas quando se tratam dos

recursos finitos utilizados pelo homem Temos como exemplo a aacutegua sobre a

qual poucos satildeo os estudos apresentados relacionando o aproveitamento de

aacuteguas pluviais e cidades sustentaacuteveis Na maioria das vezes os estudos satildeo

feitos com base em outras necessidades como a dessalinizaccedilatildeo das aacuteguas do

mar para consumo humano Natildeo podemos esquecer que atualmente existem

diversos sistemas de captaccedilatildeo de aacuteguas pluviais para diferentes finalidades

sejam elas para aproveitamento de consumo humano ou natildeo

3 ndash A viabilidade de implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo

pluvial em Brasiacutelia ndash DF

31 ndash Apresentaccedilatildeo de dados

Primeiramente seratildeo apresentados dados sobre a populaccedilatildeo e o

consumo de aacutegua presente nas residecircncias de Brasiacutelia e que seratildeo utilizados

como base para a implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo na Asa Norte

Segundo Ferreira C diretor Superintendente de Atendimento Comercial

(CAC) da Companhia de Saneamento Ambiental do Distrito Federal (CAESB)

ldquoEm Brasiacutelia o consumo meacutedio por habitante eacute de 190 litros de aacutegua por dia o

que resulta em um consumo mensal de 6msup3 por habitanterdquo De acordo com a

ONU cada pessoa necessita de 110 litros por dia para atender as

necessidades de consumo e higiene A Companhia de Saneamento Baacutesico do

Estado de Satildeo Paulo (SABESP 2010) afirma que ldquono Brasil o consumo por

pessoa pode chegar a mais de 200 litrosdiardquo A estimativa da SABESP (2010)

eacute de que 54 litros (27) vatildeo para cozinhar e beber 50 litros (25) para tomar

banho e escovar os dentes 66 litros (33) para descarga de banheiro 24 litros

(12) para lavagem de roupa e 6 litros (3) para outras tarefas como lavagem

de carro por exemplo Segundo dados da CAESB Brasiacutelia (Plano Piloto)

consome cerca de 2757890msup3 por mecircs e que o consumo por habitante eacute de

1381msup3mecircs

Devido ao alto consumo de aacutegua em Brasiacutelia os recorrentes transtornos

hiacutedricos urbanos e a ausecircncia de sistemas captaccedilatildeo pluvial este capiacutetulo traz

um estudo da viabilidade teacutecnica e econocircmica da implantaccedilatildeo de um sistema

em um preacutedio residencial do bairro Asa Norte mais especificamente na

Superquadra 111 Norte Natildeo haacute nenhum estudo realizado que comprove a

frequecircncia dos alagamentos nessa regiatildeo portanto tal quadra foi selecionada

em decorrecircncia de mateacuterias e reportagens que mostram a dificuldade que a

populaccedilatildeo sofre quando haacute uma chuva anormal

Primeiramente eacute necessaacuterio que se tenha uma noccedilatildeo do periacuteodo

chuvoso em Brasiacutelia Segundo o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais

(INPE) Brasiacutelia apresenta um regime de precipitaccedilatildeo bem definido sendo que

a estaccedilatildeo chuvosa tem iniacutecio em Outubro e estende-se ateacute Marccedilo e a estaccedilatildeo

seca ocorre no restante do ano (Abril a Setembro) Ainda segundo o INPE ldquoa

estaccedilatildeo chuvosa eacute causada pelo forte aquecimento da atmosfera na Amazocircnia

que favorece o desenvolvimento de um sistema quase estacionaacuterio em altos

niacuteveis a Alta Boliacutevia Como resultado dessa circulaccedilatildeo observa-se nos baixos

niacuteveis uma regiatildeo de baixa pressatildeo e a convergecircncia de ar satildeo os principais

fatores que provocam a precipitaccedilatildeo neste periacuteodo responsaacutevel por 70 do

total meacutedio anualrdquo A partir desses elementos apresentados pelo INPE e com

base nos dados os quais foram obtidos da estaccedilatildeo meteoroloacutegica de Brasiacutelia

localizada na Latitude (ordm) -158 Longitude (ordm)-479 temos a precipitaccedilatildeo de

Brasiacutelia dada mecircs a mecircs Os dados partem de Janeiro de 2006 e vatildeo ateacute

Outubro de 2015 Eacute importante frisar que os dados foram formulados a partir

da precipitaccedilatildeo acumulada para tornar mais faacutecil de calcular a meacutedia

Tabela 01 Dados de Precipitaccedilatildeo

AnoMecircs JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ Meacutedia Mensal

2006 1232 1914 258 1417 351 09 01 528 403 5264 1956 1821 14563

2007 2609 2659 357 501 75 0 0 0 0 535 2249 275 9779

2008 201 2425 2346 2109 0 0 0 27 80 387 271 3226 1337

2009 2028 1347 81 3759 612 93 0 725 505 2958 1991 3078 1492

2010 1211 368 2494 2388 275 0 0 0 0 349 2547 318 1068

2011 1268 1724 2433 696 139 38 0 0 7 2639 3338 4704 1421

2012 2699 1149 1982 1213 444 24 02 0 333 1098 4446 1428 1235

2013 4918 1893 1903 954 222 62 03 0 659 1069 2711 3525 1493

2014 1531 1392 3402 2493 28 10 79 0 162 2014 192 3667 1399

2015 939 1297 3456 2076 499 0 08 0 218 694 SD SD 9187

Meacutedia para cada mecircs

20445 16168 21763 17606 2645 326 093 128 315 17007 2652 30421 12797

Tabela contendo os dados de chuva acumulada mecircs a mecircs em miliacutemetros (mm)

Fonte INPE 2015

Obs 1- SD - satildeo dados que natildeo foram coletados devido pois o trabalho foi realizado antes desses meses

Obs2- Meacutedia calculada com os dados obtidos no caso os meses de novembro e dezembro de 2015 natildeo entram no

caacutelculo pois ainda natildeo existiam os dados

Temos tambeacutem a partir do estudo realizado por Brino (Brasiacutelia

Superquadras Residenciais) os dimensionamentos dos preacutedios e a quantidade

de apartamentos por pavimentos conforme as tabelas a seguir

Tabela 02 Dimensionamento dos Blocos

A SUPERQUADRA AE AT

Aacuterea de Projeccedilatildeo por Bloco

Aacuterea Total = 11760msup2 Nuacutemero total de Blocos = 11

1069msup2 185 136

Aacuterea Construiacuteda por bloco (sem pilotis e

subsolo)

Pavimentos = 6 Aacuterea do Pavimento = 1069msup2

6414msup2 1113 818

Aacuterea Construiacuteda por superquadras (sem pilotis e subsolo)

Preacutedio = 11 Aacuterea por Preacutedio = 64141msup2

70554msup2 8999 1225

AE - Aacuterea Aedificandi e AT - Aacuterea Total

Tabela 03 Dimensionamento da Populaccedilatildeo

A POPULACcedilAtildeO (5 Pessoas

apart)

6 apartamentos por pavimento

36 apartamentos por bloco

396 apartamentos

por superquadra

1980 pessoas por

superquadra

8 apartamentos por pavimento

48 apartamentos por bloco

528 apartamentos

por superquadra

2640 pessoas por

superquadra

10 apartamentos por pavimento

60 apartamentos por bloco

660 apartamentos

por superquadra

3300 pessoas por

superquadra

12 apartamentos por pavimento

72 apartamentos por bloco

792 apartamentos

por superquadra

3960 pessoas por

superquadra

Caacutelculo para as faixas 100 200 e 300 (seis pavimentos) Fonte SUDUR

O estudo apresentado por Brino (Brasiacutelia Superquadras Residenciais)

considera uma famiacutelia composta por cinco pessoas para cada apartamento

nesse caso iremos desconsiderar essa informaccedilatildeo e basearmos nos dados

apresentados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica (IBGE) Nos

dados do IBGE (Censo Demograacutefico 2010) constam que a meacutedia de

moradores em domiciacutelios particulares ocupados eacute de 33 moradores

Partindo dos elementos de precipitaccedilatildeo aacuterea de projeccedilatildeo por bloco

meacutedia de moradores por apartamento total de apartamentos de um preacutedio e

consumo meacutedio de aacuteguadia por habitante podemos dar inicio as formas de

captaccedilatildeo e armazenamento de aacuteguas pluviais

32 ndash Aacuteguas pluviais e aacuteguas cinzas

Mas porque focar em aproveitamento de aacuteguas pluviais Segundo

Rapoport (2004 p 1) ldquoo aumento populacional acompanhado pelas mudanccedilas

climaacuteticas globais vem contribuindo para o aumento na demanda por recursos

hiacutedricosrdquo Ainda expotildee que ldquoembora a aacutegua seja um recurso renovaacutevel ela

tende a se deteriorar em funccedilatildeo do seu uso indiscriminado o que compromete

consequentemente a quantidade de aacutegua com qualidade disponiacutevel para o

consumo nas diversas localidadesrdquo (Rapoport 2004 p 1)

Um fato importante abordado por Rapoport (2004 p1) eacute que ldquoa

quantidade de aacutegua disponiacutevel eacute sempre a mesma jaacute que estaacute sempre sendo

renovada atraveacutes do ciclo hidroloacutegico Entretanto a aacutegua de qualidade para

consumo estaacute se tornando rarardquo A tiacutetulo de esclarecimento ldquosabe-se que o

ciclo hidroloacutegico se constitui basicamente do transporte de massas drsquoaacutegua do

oceano para atmosfera por evaporaccedilatildeo e da atmosfera atraveacutes de

precipitaccedilotildees escoamentos superficiais e subterracircneos para os oceanos

influenciando diretamente a distribuiccedilatildeo e extensatildeo dos corpos drsquoaacutegua

continentaisrdquo (Rapoport 2004 p 1) Sendo assim a interferecircncia humana tem

causado alteraccedilotildees no ciclo hidroloacutegico em diversas regiotildees Esse assunto

seraacute melhor abordado mais adiante pois o uso do sistema de captaccedilatildeo pode

influenciar no ciclo hidroloacutegico negativamente mas utilizado da forma

adequada pode continuar mantendo o ciclo equilibrado

Aleacutem do uso indevido da aacutegua e de sua escassez Lima e Machado

(2008 p 13) apontam que ldquooutro fator importante eacute o aumento de inundaccedilotildees e

enchentes devido ao escoamento superficial da aacutegua de chuva e da

impermeabilizaccedilatildeo do solordquo Portanto a captaccedilatildeo de aacuteguas pluviais pode

contribuir para a reduccedilatildeo dos transtornos hiacutedricos urbanos e ao mesmo tempo

reduzir a demanda por aacutegua potaacutevel da companhia de distribuiccedilatildeo local

Segundo Amorim e Pereira (2008 p 54) ldquouma das soluccedilotildees em estudo

para aumentar a oferta de aacutegua para as edificaccedilotildees eacute o aproveitamento da

aacutegua pluvial Esta apresenta uma boa alternativa visto que aleacutem de reduzir o

consumo de aacutegua potaacutevel ainda surge como uma accedilatildeo no combate agraves

enchentes funcionando como uma medida natildeo-estrutural do sistema de

drenagem urbanardquo Mas o que eacute necessaacuterio para formar um sistema de

captaccedilatildeo adequado e funcional Amorim e Pereira (2008 p 54) apresentam

que ldquoos sistemas de aproveitamento de aacutegua pluvial satildeo formados basicamente

pela aacuterea de captaccedilatildeo (geralmente coberturas) os componentes de transporte

(calhas e condutores verticais) e o reservatoacuteriordquo Cabe ressaltar que para esse

estudo a captaccedilatildeo das aacuteguas pluviais seraacute destinada apenas para a utilizaccedilatildeo

em ldquoaacuteguas cinzasrdquo Neste sentido o reuso das aacuteguas cinzas que satildeo as aacuteguas

provenientes de todas as atividades domeacutesticas com exceccedilatildeo de fontes de

aacuteguas negras tais como sanitaacuterios bidecircs e urinol vem sendo estudadas com

vista ao reuso tanto em irrigaccedilatildeo como em sanitaacuterios (Rapoport 2004 p 8)

Retomando os dados apresentados pela SABESP (2010) temos a

tabela 04 a qual apresenta os dados de consumo domeacutestico e em sequecircncia o

graacutefico 01 que demonstram que se analisarmos as quantidades de aacutegua

utilizada no consumo domeacutestico teremos uma base para o tamanho do

reservatoacuterio E posteriormente a tabela 05 mostra em que situaccedilotildees se podem

reutilizar as aacuteguas pluviais

Tabela 04 Consumo domeacutestico de aacutegua

Litros

Cozinhar e Beber 54

Tomar Banho e Escovar os Dentes 50

Descarga de Banheiro 66

Lavagem de Roupa 24

Outras Tarefas 6

Total = 200

Fonte SABESP (2010)

27

25

33

12

3

Cozinhar e Beber

Tomar Banho e Escovar osDentes

Descarga de Banheiro

Lavagem de Roupa

Outras Tarefas

Descarga de Banheiro

6875

Lavagem de Roupa

25

Outras Tarefas 625

Graacutefico 01 Consumo Domeacutestico de Aacutegua

Tabela 05 Percentual para reutilizaccedilatildeo de aacuteguas pluviais

Graacutefico 02 Percentual para Reutilizaccedilatildeo de Aacuteguas Pluviais

Porcentagem ()

Descarga de Banheiro 66 6875

Lavagem de Roupa 24 25

Outras Tarefas 6 625

Total = 96 100

Fonte SABESP(2010)

33 ndash Meacutetodos de Dimensionamento do Reservatoacuterio

Amorim e Pereira (2008 p 54 Soares et al 2000 apud May 2004)

apresentam que existem quatro grupos principais para o dimensionamento do

reservatoacuterio

(a) Meacutetodos determiniacutesticos os dados referentes agrave precipitaccedilatildeo

pluviomeacutetrica e agrave demanda satildeo analisados pela curva de massa

(b) Meacutetodos aproximados baseados em relaccedilotildees empiacutericas

conhecidas

(c) Meacutetodos de modelaccedilatildeo satildeo tambeacutem conhecidos como meacutetodos

de transiccedilatildeo probabiliacutestica da matriz e

(d) Meacutetodos de anaacutelise de sistemas sendo linear natildeo linear ou

programaccedilatildeo dinacircmica

Dentro desses grupos de dimensionamento temos os diversos meacutetodos

meacutetodo de Rippl que consiste na determinaccedilatildeo do volume com base na aacuterea

de captaccedilatildeo que eacute subdivido em meacutetodo analiacutetico e meacutetodo graacutefico meacutetodo de

consideraccedilatildeo dos periacuteodos de dias consecutivos sem chuva que necessita da

observaccedilatildeo dos registros pluviomeacutetricos para identificar os maiores periacuteodos de

dias consecutivos sem chuvas e sua taxa de repeticcedilatildeo meacutetodo de anaacutelise de

simulaccedilatildeo de um reservatoacuterio com capacidade suposta que consiste

basicamente na fixaccedilatildeo de um volume para o reservatoacuterio e na verificaccedilatildeo do

percentual de consumo que seraacute atendido meacutetodo praacutetico brasileiro meacutetodo

praacutetico alematildeo meacutetodo praacutetico inglecircs e o meacutetodo praacutetico australiano (Amorim

e Pereira 2008 p 55-58)

34 ndash Anaacutelise de caso para um preacutedio da Superquadra 111 Norte

A partir dos dados jaacute apresentados temos que o objeto de estudo eacute um

preacutedio residencial localizado na Superquadra 111 Norte que possui uma aacuterea

de projeccedilatildeo de 1069msup2 com seis (6) pavimentos constituindo uma aacuterea

construiacuteda de 6414msup2 apresentando seis (6) apartamentos por pavimento e

consequentemente trinta e seis (36) apartamentos no total (Brino Brasiacutelia

Superquadras Residenciais) O preacutedio conteacutem 33 habitantes por apartamento

(IBGE 2010) que consomem em meacutedia cerca de 190 litros de aacuteguadia

resultando em um consumo mensal de aproximadamente 6msup3 por pessoa

(CAESB) mas como a aacutegua captada da chuva seraacute utilizada apenas para

suprir a demanda de aacutegua cinza temos 66 litros para descarga de vasos

sanitaacuterios

Temos entatildeo que a demanda por aacutegua por habitante nesse edifiacutecio eacute

dada por

119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119898119900119903119886119889119900119903 = 66119871 = 66119871119863119894119886

119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119886119901119886119903119905119886119898119890119899119905119900 = 33119901 times 66119871 ~ 217 119871119863119894119886

119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119901119903eacute119889119894119900 = (33119901 times 66119871) times 36 ~ 7840119871119863119894119886

119863119890119898119886119899119889119886 119898119890119899119904119886119897 119901119900119903 119901119903eacute119889119894119900 =7840119871

119889119894119886times 30119863119894119886119904 = 235224119871

Legenda L = Litros p = Pessoas

Para facilitar nos caacutelculos ao aplica-los para o reservatoacuterio e para o

sistema de captaccedilatildeo eacute necessaacuterio realizar a conversatildeo de litros para msup3

(metros cuacutebicos) Sendo assim 66L = 0066msup3 217L = 0217msup3 7840L =

7840msup3 e 235224L = 235224msup3

Seraacute utilizado o ano de 2014 para os dados de precipitaccedilatildeo da estaccedilatildeo

meteoroloacutegica de Brasiacutelia localizada na Latitude (ordm) -158 Longitude (ordm)-479

fornecidos pela professora Rafaela Lisboa durante o periacuteodo chuvoso O ano

de 2014 apresenta registros jornaliacutesticos de alagamento nos meses de

Fevereiro com precipitaccedilatildeo de 1392 msup3 Marccedilo com precipitaccedilatildeo de 3402msup3

e Dezembro com precipitaccedilatildeo de 3667msup3 Importante ressaltar que o setor

Noroeste de Brasiacutelia foi construiacutedo em 2011 (site G1) o que aumentou a aacuterea

de solo impermeabilizado e a reduccedilatildeo no escoamento superficial da aacutegua

ocasionando em um aumento nas enchentes e alagamentos na Asa Norte

Segundo Amorim e Pereira (2008 p57) um dos meacutetodos a ser utilizado

para poder saber o volume de aacutegua aproveitaacutevel e consequentemente o

volume de aacutegua do reservatoacuterio Trata-se de um meacutetodo empiacuterico apresentado

na NBR 155272007 O volume de aacutegua do reservatoacuterio V expresso em L eacute

exposto a seguir

119872eacute119905119900119889119900 119875119903aacute119905119894119888119900 119861119903119886119904119894119897119890119894119903119900

119881 = 0042 times 119875 times 119860 times 119879

Em que ldquoVrdquo representa o volume de aacutegua aproveitaacutevel e o volume de

aacutegua do reservatoacuterio (L) ldquoPrdquo a precipitaccedilatildeo meacutedia mensal (mm) ldquoArdquo a aacuterea de

coleta em projeccedilatildeo ldquoTrdquo nuacutemero de meses de pouca chuva ou seca e ldquo0042rdquo eacute

um coeficiente estipulado

Portanto segundo Fontanela (2010 p 25) para estipular o volume do

reservatoacuterio temos que calcular 42 do produto entre o volume de chuva

coletada pelo telhado e o nuacutemero de meses com pouca chuva ou seca

Atribuindo valores do ano de 2014 temos que

119881 = 0042 times 1399119898119898 times 1069 times 5

119881~ 31406119871 119900119906 31406119898sup3

Ressaltando que esse valor obtido eacute uma estimativa do tamanho do

reservatoacuterio e que pode haver um reservatoacuterio de maior capacidade

De forma comparativa eacute de bom senso que se faccedila outro caacutelculo com um

meacutetodo alternativo

Amorim e Pereira (2008 p56) expotildeem que existe um meacutetodo de anaacutelise

de simulaccedilatildeo do reservatoacuterio com capacidade suposta o qual consiste

basicamente na fixaccedilatildeo de um volume para o reservatoacuterio e na verificaccedilatildeo de

consumo que seraacute atendido Sendo assim ldquoo primeiro passo para a aplicaccedilatildeo

desse meacutetodo eacute adotar alguns valores possiacuteveis para o volume com base na

estimativa do consumo mensal de aacutegua natildeo potaacutevelrdquo (Amorim e Pereira 2008

p57) Portanto partindo do ponto que o preacutedio consome cerca de 235000L

devemos calcular uma base que possa ser favoraacutevel economicamente

119872eacute119905119900119889119900 119889119890 119878119894119898119906119897119886ccedilatilde119900 119889119900 119877119890119904119890119903119907119886119905oacute119903119894119900

235224119871 rarr 100

119881 rarr 30

119881 ~ 70000119871 119900119906 70119898sup3

Tambeacutem haacute outra alternativa apresentada por L Pereira (Viabilidade

EconocircmicoAmbiental p 18)

119881119886119888 = 119860119879 times 119875119875119872119860 lowast

119881119886119888 = 1069119898sup2 times 1399119898sup3 = 1495531119898sup3119886119899119900

Equaccedilatildeo a qual ldquoVacrdquo corresponde ao volume de aacutegua captado ldquoATrdquo

aacuterea do telhado e ldquoPPMArdquo eacute a precipitaccedilatildeo pluviomeacutetrica meacutedia mensal

Poreacutem o resultado obtido eacute para os 12 meses do ano e como foi visto no

ano de 2014 temos 7 meses com chuva portanto

119881119886119888 =119879119900119905119886119897

1198983

1198861198991199007 119898119890119904119890119904

lowast

119881119886119888 =1495531119898sup3119886119899119900

7= 21364119898sup3 119900119906 213640119871

dados somente seriam vaacutelidos se a precipitaccedilatildeo fosse uniforme durante os 7 meses de chuva

341 ndash Anaacutelise de caso para a Superquadra 111 Norte

Retomando a tabela 02 temos que a quadra apresenta 11 preacutedios

aproximadamente que variam o nuacutemero de apartamentos por pavimentos e

consequentemente o nuacutemero de moradores mas os edifiacutecios continuam tendo

uma aacuterea de 1069msup2 gerando um uma aacuterea total de 70554msup2 mas teremos

como base os caacutelculos feitos para o preacutedio selecionado no item 34

Realizando um caacutelculo baacutesico tem-se como estimativa de

armazenamento para esta quadra o seguinte

119872eacute119905119900119889119900 119875119903aacute119905119894119888119900 119861119903119886119904119894119897119890119894119903119900

119881~ 31406119871 119900119906 314061198983

11 119875119903eacute119889119894119900119904 times 31406119871 = 345466119871 119900119906 345466119898sup3

119872eacute119905119900119889119900 119889119890 119878119894119898119906119897119886ccedilatilde119900 119889119900 119877119890119904119890119903119907119886119905oacute119903119894119900

119881 ~ 70000119871 119900119906 701198983

11 119875119903eacute119889119894119900119904 times 70000119871 = 770000

119881119900119897119906119898119890 119889119890 aacute119892119906119886 119888119886119901119905119886119889119900 lowast

119881119886119888 = 213641198983119900119906 213640119871

11 119875119903eacute119889119894119900119904 times 213640119871 = 2350040119871 119900119906 235004119898sup3

dados somente seriam vaacutelidos se a precipitaccedilatildeo fosse uniforme durante os 7 meses de chuva

119863119890119898119886119899119889119886 119905119900119905119886119897 119889119886 119902119906119886119889119903119886 119888119900119898 119889119890119904119888119886119903119892119886 119889119890 119887119886119899ℎ119890119894119903119900

11 119875119903eacute119889119894119900119904 times 235224119871 = 2587464119871 119900119906 2587464119898sup3

Segundo Brino (Brasiacutelia Superquadras Residenciais) temos que as

dimensotildees maacuteximas de uma superquadra satildeo de 280x280m resultando numa

aacuterea de 78400msup2 que eacute denominado de Aacuterea Total (AT) A partir disso foi

definido que deveria existir uma faixa externa de 20m denominada de non

aedificandi que foi destinada ao plantio de uma ldquomassa vegetalrdquo de grande

porte e no interior da quadra encontra-se a aacuterea aedificandi a qual possui

240x240m e uma aacuterea de 57600msup2 Realizando uma subtraccedilatildeo da Aacuterea total

pela Aacuterea aedificandi obtecircm-se que a aacuterea non aedificandi eacute de 20800msup2 que

corresponde a 265 da aacuterea total

Com base nessas informaccedilotildees eacute necessaacuterio atentar-se ao detalhe de

que uma parte da precipitaccedilatildeo cai no solo e outra parte nos telhados dos

preacutedios Sendo assim parte da chuva pode ser aproveitada pelo sistema de

captaccedilatildeo enquanto outra parte chega ao solo sem uma interferecircncia direta no

ciclo hidroloacutegico

35 ndash Funcionamento do sistema de captaccedilatildeo

Eacute importante frisar que o sistema de aproveitamento de aacuteguas pluviais eacute

regido pela norma NBR 15527 (Associaccedilatildeo Brasileira de Normas Teacutecnicas

2007) norma a qual faz algumas consideraccedilotildees importantes para implantaccedilatildeo

e correto funcionamento do sistema de captaccedilatildeo Alguns destes satildeo

435 ndash O volume dos reservatoacuterios deve ser dimensionado com

base em criteacuterios teacutecnicos econocircmicos e ambientais levando em

conta as boas praacuteticas da engenharia podendo a criteacuterio do

projetista ser utilizados os meacutetodos contidos no Anexo A ou

outro desde que devidamente justificado

Item 436 ndash Os reservatoacuterios devem ser limpos e desinfetados

com soluccedilatildeo de hipoclorito de soacutedio no miacutenimo uma vez por ano

de acordo com agrave ABNT NBR 5626

Item 442 ndash As tubulaccedilotildees e demais componentes devem ser

claramente diferenciados das tubulaccedilotildees de aacutegua potaacutevel

Item 443 ndash O sistema de distribuiccedilatildeo de chuva deve ser

independente do sistema de aacutegua potaacutevel natildeo permitindo a

conexatildeo cruzada de acordo com agrave ABNT NBR 5626

Item 444 ndash Os pontos de consumo como por exemplo uma

torneira de jardim devem ser de uso restrito e identificados com

placa de advertecircncia com a seguinte inscriccedilatildeo ldquoaacutegua natildeo potaacutevelrdquo

e identificaccedilatildeo graacutefica

Item 445 ndash Os reservatoacuterios de aacutegua de distribuiccedilatildeo de aacutegua

potaacutevel e de aacutegua da chuva devem ser separados

Item 461 ndash Quando necessaacuterio o bombeamento este deve

atender agrave ABNT NBR 12214

Deve-se realizar manutenccedilatildeo em todo o sistema de

aproveitamento de aacutegua de chuva

Para maiores esclarecimentos ldquoo funcionamento de um sistema de

coleta e aproveitamento de aacutegua pluvial consiste de maneira geral na captaccedilatildeo

da aacutegua da chuva que cai sobre os telhados ou lajes da edificaccedilatildeo A aacutegua eacute

conduzida ateacute o local de armazenamento atraveacutes de calhas condutores

horizontais e verticais passando por equipamentos de filtragem e descarte de

impurezas Apoacutes passar pelo filtro a aacutegua eacute armazenada geralmente em

reservatoacuterio enterrado (cisterna) e bombeada a um segundo reservatoacuterio

(elevado) do qual as tubulaccedilotildees especiacuteficas de aacutegua pluvial iratildeo distribuiacute-la

para o consumo natildeo potaacutevelrdquo (Carvalho 2010 p 27 e 28) Conforme ilustra a

imagem a seguir

Figura 02 Funcionamento de um Sistema de Captaccedilatildeo

Fonte Adatildeo D Padini (2013)

De forma mais simplificada podemos ver a representaccedilatildeo no fluxograma

a seguir

Figura 03 Fluxograma do Sistema de Captaccedilatildeo

Fonte Leandro Roncato Pereira

351 ndash Dificuldades para implantaccedilatildeo do sistema

Tal sistema apresenta como dificuldade o local onde seriam instaladas

as cisternas uma vez que geraria um peso sobre o telhado Dessa forma o

sistema seria instalado no jardim cobrando um custo adicional

352 ndash Custo de implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo fechado em um

preacutedio

Na implantaccedilatildeo desse sistema os materiais utilizados teratildeo como base o

meacutetodo praacutetico brasileiro e para aumentar a eficiecircncia do sistema o volume de

31406L seraacute arredondado para 35000L

Os valores de alguns dos materiais apresentados a seguir seguem os

dos apresentados no trabalho de L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental

p 18) apenas o valor da caixa drsquoaacutegua de 10000L foi obtido atraveacutes de

pesquisas em lojas de construccedilatildeo e assim utilizando a de menor valor

Tambeacutem devemos considerar que a bomba consome energia ao bombear aacutegua

para o preacutedio (CEB) portanto os valores seguem conforme a tabela a seguir

Tabela 06 Preccedilo dos Produtos do Sistema de Captaccedilatildeo sem Fluxo

Produto Quantidade Valor unitaacuterio (R$) Valor total (R$)

Cx Daacutegua 10000L 3 496090 1488270

Cx Daacutegua 5000L 1 108000 108000

Boacuteia Eleacutetrica 1 2750 2750

Boacuteia Comum 1 1220 1220

Registro de Gaveta

1 3490 3490

Bomba Anauger 1 23000 23000

Filtro 3P VF1 1 22000 22000

Tubulaccedilotildees 7000 7000

Disjuntor 1 1310 1310

Escavaccedilatildeo Msup3 3666 128310

Matildeo de Obra 1 58574 58574

Energia 054 054

Total 13 727154 1843978

Observaccedilatildeo Pelo fato desse estudo se tratar de um modelo de implantaccedilatildeo

o custo das tubulaccedilotildees vai variar de acordo com a demanda necessitada pelo

preacutedio portanto podendo variar de acordo com o projeto implantado Para este

estudo seraacute adotado o valor de R$ 7000

Observaccedilatildeo Pelo fato desse trabalho tratar-se de um modelo de

implantaccedilatildeo o custo da energia pode variar de acordo com a demanda necessitada

pelo preacutedio portanto podendo variar de acordo com o uso da bomba Para este

estudo seraacute adotado o valor de R$ 054 que eacute o valor do KwH cobrado pela CEB

Segundo Saravy (2010 p 46) haacute tambeacutem um custo para manutenccedilatildeo do

sistema conforme a tabela a seguir

Tabela 07 Preccedilo de Manutenccedilatildeo do Sistema de Captaccedilatildeo

Com esses dados podemos ver o valor total final a ser pago pelo

sistema de captaccedilatildeo que eacute de R$ 1889978

36 ndash Taxas e valores cobrados para utilizaccedilatildeo de aacutegua

Segundo a Companhia de Saneamento Ambiental do Distrito Federal (CAESB)

quando vaacuterias residecircncias satildeo atendidas por uma uacutenica ligaccedilatildeo de aacutegua eacute aplicado o

conceito de consumo ldquoPara exemplificar podemos citar um preacutedio residencial onde

cada apartamento corresponde a uma unidade de consumordquo (CAESB) Contudo o

caacutelculo de gastos seraacute realizado primeiro em um apartamento e posteriormente

multiplicado pelo total de apartamentos do preacutedio uma vez que os preacutedios

residecircncias da Asa Norte pagam a conta de aacutegua atraveacutes do condomiacutenio O preacutedio

Componente Frequecircncia da Manutenccedilatildeo

Custo da Manutenccedilatildeo

Calhas e Condutores

Semestral R$ 13000

Reservatoacuterio Limpeza e

Desinfecccedilatildeo Anual

R$ 20000

desse estudo apresenta um hidrocircmetro que mede o consumo de aacutegua para o todo o

preacutedio

Eacute de suma importacircncia destacar tambeacutem que haacute uma taxa de esgoto que eacute

cobrada pela CAESB consequentemente ldquoo valor da tarifa de esgotos corresponde

a 100 do valor da tarifa de aacutegua exceto quando se tratar de coleta do tipo

condominial que equivale a 60 do valor da tarifa de aacuteguardquo (CAESB)

Deste modo a CAESB utiliza tarifas para diversas categorias de moradia e

comeacutercio e neste estudo seraacute aplicada a tarifa de ldquoresidencial normalrdquo em

concordacircncia com a tabela a seguir

Tabela 08 Valor da Tarifa Cobrado pela CAESB

Para melhor compreensatildeo do caacutelculo que a CAESB faz temos uma conta do

condomiacutenio do preacutedio da Superquadra 111 Norte

Figura 04 Conta Discriminada do Condomiacutenio

Fonte Condomiacutenio do Preacutedio

O caacutelculo feito pela CAESB consiste primeiramente em saber a demanda de

aacutegua gasta em metros cuacutebicos por Unidade de Consumo ndash apartamento ndash para

saber qual faixa ldquomsup3rdquo eacute aplicada Apoacutes saber qual a faixa ldquomsup3rdquo que se enquadra eacute

atribuiacutedo o volume por UC (em msup3) em sequecircncia multiplica-se o volume por UC ou

volume da faixa pelo nuacutemero de UCrsquos correspondente para se obter o volume total

gasto (em msup3) Tendo o volume total gasto basta multiplicar pelo preccedilo corresponde

agrave faixa a qual se encaixa o consumo e assim obtendo o valor total a pagar A partir

do momento que se tem o valor total a pagar eacute necessaacuterio acrescer 100 do valor

para cobrir a tarifa de esgoto conforme a figura

Partindo desses dados podemos calcular por apartamento quanto eacute cobrado

pela CAESB a partir dos dados apresentados no capiacutetulo 34

119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119886119901119886119903119905119886119898119890119899119905119900 = 33119901 times 66119871 ~ 217119871

119863119894119886

119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119886119901119886119903119905119886119898119890119899119905119900 119886119900 119898ecirc119904 = 217119871119889119894119886 times 30119863119894119886119904 = 6510119871 119900119906 65101198983

Com base nesses dados temos que calcular o volume total de descarga em

sanitaacuterios que o preacutedio consome com a seguinte foacutermula

119881119879 = 119881119865 times 119873ordm 119889119890 119880119862prime119904

119881119879 = 10119898sup3 times 36 = 360119898sup3

Em que ldquoVTrdquo corresponde ao volume total do preacutedio ldquoVFrdquo ao volume da faixa

que eacute estipulado pela CAESB e ldquoUCrsquosrdquo satildeo as unidades de consumo que eacute correlato

ao nuacutemero de apartamentos existente

Portanto o total a se pagar em um mecircs eacute calculado da seguinte forma

119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 119881119879 times 119879119886119903119894119891119886 119889119890 aacute119892119906119886 + 119879119886119903119894119891119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900

119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 360119898sup3 times 119877$ 265 + 119879119886119903119894119891119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900

119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 954 + 119877$ 954 = 119877$ 1908

Em 7 meses seriam pagos em descarga

119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 1908 times 7 119872119890119904119890119904 = 119877$ 13356

37 ndash Caacutelculos de economia e retorno de investimento para um sistema

fechado

Conforme exposto por L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental p 15)

ldquopara o caacutelculo da economia da taxa de aacutegua multiplica-se o valor do msup3 (valor

cobrado por msup3 do responsaacutevel pelo fornecimento de aacutegua na cidade []) pelo

volume captado e entatildeo obtecircm-se o valor economizado por ano na taxa de aacuteguardquo

Recapitulando que para esse estudo seraacute utilizado o meacutetodo praacutetico brasieliro

devido aos meses de seca ou pouca chuva

Sendo assim

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119881119886119897119900119903 119889119900 1198983 times 119881119900119897119906119898119890 119888119886119901119905119886119889119900

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 265 times 314061198983

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 8322

Essa economia de R$ 8322 eacute para um mecircs de chuva para o preacutedio todo

sendo assim para os 7 meses de chuva tem-se

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119890 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 8322 times 7 119898119890119904119890119904 = 119877$ 58254

Ainda segundo L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental p 16) para o

caacutelculo da economia referente ao esgoto eacute necessaacuterio multiplicar o valor do msup3 pelo

volume captado e por 08 uma vez que considera-se 20 de perda ou seja para

cada 1 litro de aacutegua que chega na residecircncia eacute cobrado 08 litros para o tratamento

do esgoto

Portanto tem-se

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119881119886119897119900119903 119889119900 1198983 times 119881119900119897119906119898119890 119888119886119901119905119886119889119900 times 08

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900 = 119877$ 265 times 314061198983 times 08

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 6658

Esse valor encontrado de R$ 6658 corresponde a um mecircs de chuva para o

preacutedio sendo assim o total economizado pelo preacutedio em 7 meses eacute de

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119890 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 6658 times 7 119898119890119904119890119904 = 119877$ 46606

ldquoPara o caacutelculo do retorno do investimento divide-se o valor investido pela

economia anual com a implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo e reaproveitamento da

aacutegua pluvialrdquo L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental p 16)

Portanto para 7 meses de chuva tem-se o seguinte

119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 =119881119886119897119900119903 119894119899119907119890119904119905119894119889119900

119864119888119900119899119900119898119894119886 (7119898119890119904119890119904)

119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 = 119877$ 1843924

119877$ 58254 + 119877$ 46606

119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 = 119877$ 1843924

119877$ 9446

119877119890119905119900119903119899119900

119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900= 1952 119886119899119900119904

38 ndash Caacutelculos de dimensionamento para um sistema com fluxo

Os caacutelculos apresentados no subitem anterior satildeo relativos a um sistema

o qual natildeo adota a possibilidade de fluxo dentro do reservatoacuterio Quando se

fala em fluxo temos que considerar que ao mesmo tempo em que o preacutedio

utiliza aacutegua do reservatoacuterio de aacutegua pluvial o mesmo vai enchendo com aacutegua

pluvial Portanto haacute um ciclo no qual o preacutedio demanda aacutegua do reservatoacuterio e

o mesmo vai enchendo conforme chove no local

Sabendo que a meacutedia mensal eacute de 1399msup3 eacute preciso multiplicar isso

por 12 para se obter o quanto choveu em 2014 Sendo assim

119879119900119905119886119897 119886119900 119886119899119900 = 1399119898119898 times 12 119898119890119904119890119904

119879119900119905119886119897 119886119900 119886119899119900 = 16788119898119898

Mas como foi visto o periacuteodo chuvoso eacute de 7 meses entatildeo temos

119875119903119890119888119894119901119894119905119886ccedilatilde119900 119901119886119903119886 7 119898119890119904119890119904 = 16788119898119898 divide 7 = 2398119898119898

Com isso eacute necessaacuterio realizar o caacutelculo da meacutedia de captaccedilatildeo de aacutegua

por mecircs para a aacuterea de 1069msup2

119872119890119889119894119886 119889119890 119862119886119901119905119886ccedilatilde119900 = 2398119898119898 times 1069119898sup2

119872eacute119889119894119886 119889119890 119862119886119901119905119886ccedilatilde119900 = 256346119871 119900119906 256346119898sup3

Ao considerar o valor obtido temos que realizar o quanto seria captado

diariamente

119872eacute119889119894119886 119889119894aacute119903119894119886 = 256346119898sup3 divide 30 119889119894119886119904 = 85119898sup3119889119894119886

A partir desses caacutelculos podemos realizar a seguinte comparaccedilatildeo O

preacutedio consome cerca de 78msup3 ao dia de aacutegua para descarga de vasos sanitaacuterios

enquanto a meacutedia diaacuteria de captaccedilatildeo eacute de 85msup3 por conseguinte temos um fluxo

positivo de aacutegua para o reservatoacuterio de 067msup3dia nos dias chuvosos

Se colocarmos um reservatoacuterio de 35msup3 sem nenhuma aacutegua

armazenada poderemos constatar que o reservatoacuterio iria encher por completo em

cerca de 53 dias conforme o caacutelculo a seguir

351198983 = 0671198983 times 119909 119889119894119886119904

119909 119889119894119886119904 = 35119898sup3 divide 067119898sup3 = 5223 119889119894119886119904

Analisando esses dados temos que a partir do 54ordm dia o reservatoacuterio

estaria completamente cheio e no restante dos 156 dias que teriacuteamos de chuva

esses 067msup3 seriam de certa forma desperdiccedilados uma vez que esse fluxo de

067msup3 ao final dos 7 meses gerariam cerca de 1407msup3 enquanto o reservatoacuterio tem

a capacidade de 35msup3 conforme o caacutelculo a seguir

119875119900119905119890119899119888119894119886119897 = 067119898sup3 times 156 119889119894119886119904 = 1045119898sup3

Se considerarmos esse fluxo positivo de 067msup3dia temos que ao final

dos 210 dias (7meses) seria possiacutevel armazenar 1407 msup3 de aacutegua Com um

reservatoacuterio de 35msup3 1057msup3 estariam sendo escoados para fora do reservatoacuterio

Portanto o ideal seria um reservatoacuterio que se aproxime de 1407msup3 para que ao

final dos 7 meses toda aacutegua possiacutevel fosse armazenada no entanto o reservatoacuterio

deveria ser de 145msup3

Devemos considerar ainda que ao final dos 7 meses o reservatoacuterio

estaria cheio no periacuteodo de seca conseguiria abastecer o preacutedio de acordo com a

demanda do preacutedio sendo assim

119880119905119894119897119894119911119886ccedilatilde119900 119899119886 119904119890119888119886 = 119879119900119905119886119897 119889119900 119903119890119904119890119903119907119886119905oacute119903119894119900 divide 119863119890119898119886119899119889119886 119889119894aacute119903119894119886

119880119905119894119897119894119911119886ccedilatilde119900 119899119886 119904119890119888119886 = 1451198983 divide 781198983119889119894119886

119880119905119894119897119894119911119886ccedilatilde119900 119899119886 119904119890119888119886 = 1858 119889119894119886119904

381 ndash Custo de implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo com fluxo em um

preacutedio

Na implantaccedilatildeo desse sistema os materiais utilizados teratildeo como base

as estimativas que foram apresentadas no subitem anterior e para aumentar a

eficiecircncia do sistema o volume de 1400007L seraacute arredondado para

145000L

Devido ao tamanho do reservatoacuterio eacute de se esperar que o reservatoacuterio

natildeo seja instalado em cima do preacutedio uma vez que a estrutura do preacutedio natildeo

conseguiria suportar o peso que o reservatoacuterio faria sobre o telhado

consequentemente o reservatoacuterio deveraacute ser instalado no jardim do preacutedio que

iraacute gerar um custo a mais por conta da escavaccedilatildeo

Os valores de alguns dos materiais apresentados a seguir seguem os

dos apresentados no trabalho de L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental

p 18) apenas o valor da caixa drsquoaacutegua de 10000L foi obtido atraveacutes de

pesquisas em lojas de construccedilatildeo e assim utilizando a de menor valor

conforme a tabela a seguir Segundo o Saneamento de Goiaacutes SA (SANEAGO)

o custo de escavaccedilatildeo eacute calculado a partir do total de msup3 aleacutem de 3m de

profundidade

Tabela 09 Preccedilo dos Produtos do Sistema de Captaccedilatildeo com Fluxo

Observaccedilatildeo Pelo fato desse estudo se tratar de um modelo de implantaccedilatildeo

o custo das tubulaccedilotildees vai variar de acordo com a demanda necessitada pelo

preacutedio portanto podendo variar de acordo com o projeto implantado Para este

estudo seraacute adotado o valor de R$ 7000

Observaccedilatildeo Pelo fato desse trabalho tratar-se de um modelo de

implantaccedilatildeo o custo da energia pode variar de acordo com a demanda necessitada

pelo preacutedio portanto podendo variar de acordo com o uso da bomba Para este

estudo seraacute adotado o valor de R$ 054 que eacute o valor do KwH cobrado pela CEB

Produto Quantidade Valor unitaacuterio (R$) Valor total (R$)

Cx Daacutegua 10000L 14 496090 6945260

Cx Daacutegua 5000L 1 108000 108000

Boacuteia Eleacutetrica 1 2750 2750

Boacuteia Comum 1 1220 1220

Registro de Gaveta

1 3490 3490

Bomba Anauger 1 23000 23000

Filtro 3P VF1 1 22000 22000

Tubulaccedilotildees 7000 7000

Disjuntor 1 1310 1310

Escavaccedilatildeo Msup3 3666 53157

Matildeo de Obra 1 58574 58574

Energia 054 054

Total 13 727154 7704228

382 ndash Caacutelculos de economia e retorno de investimento para um sistema

com fluxo

Partindo dos dados apresentados podemos calcular por apartamento quanto eacute

cobrado pela CAESB a partir dos dados apresentados no capiacutetulo 34

119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119886119901119886119903119905119886119898119890119899119905119900 = 33119901 times 66119871 ~ 217119871

119863119894119886

119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119886119901119886119903119905119886119898119890119899119905119900 119886119900 119898ecirc119904 = 217119871119889119894119886 times 30119863119894119886119904 = 6510119871 119900119906 65101198983

Em que ldquoVTrdquo corresponde ao volume total do preacutedio ldquoVFrdquo ao volume da faixa

que eacute estipulado pela CAESB e ldquoUCrsquosrdquo satildeo as unidades de consumo que eacute correlato

ao nuacutemero de apartamentos existente

Portanto o total a se pagar em um mecircs eacute calculado da seguinte forma

119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 119881119879 times 119879119886119903119894119891119886 119889119890 aacute119892119906119886 + 119879119886119903119894119891119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900

119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 360119898sup3 times 119877$ 265 + 119879119886119903119894119891119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900

119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 954 + 119877$ 954 = 119877$ 1908

Retomando o caacutelculo exposto por L Pereira (Viabilidade

EconocircmicoAmbiental p 15) no subitem anterior temos que o caacutelculo da CAESB

seria feito da seguinte maneira

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119881119886119897119900119903 119889119900 1198983 times 119881119900119897119906119898119890 119888119886119901119905119886119889119900

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 265 times 1451198983

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 38425

Esse caacutelculo eacute equivalente a um mecircs de captaccedilatildeo para os 7 meses

teremos o seguinte

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119890 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 38425 times 7 119898119890119904119890119904 = 119877$ 268975

Conforme foi visto para o caacutelculo da economia de esgoto eacute necessaacuterio

multiplicar o valor do msup3 pelo volume captado e por 08 uma vez que considera-se

20 de perda ou seja para cada 1 litro de aacutegua que chega na residecircncia eacute cobrado

08 litros para o tratamento do esgoto Portanto para um mecircs segue-se

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119881119886119897119900119903 119889119900 1198983 times 119881119900119897119906119898119890 119888119886119901119905119886119889119900 times 08

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900 = 119877$ 265 times 1451198983 times 08

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 3074

ldquoPara o caacutelculo do retorno do investimento divide-se o valor investido pela

economia anual com a implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo e reaproveitamento da

aacutegua pluvialrdquo L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental p 16)

Portanto para 7 meses de chuva tem-se o seguinte

119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 =119881119886119897119900119903 119894119899119907119890119904119905119894119889119900

119864119888119900119899119900119898119894119886 (7119898119890119904119890119904)

119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 = 119877$ 17704228

119877$ 268975 + 119877$ 21518

119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 = 119877$ 7704228

119877$ 484155

119877119890119905119900119903119899119900

119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900= 1591119886119899119900119904

4 ndash Conclusatildeo e Consideraccedilotildees Finais

De acordo com o que foi exposto temos que a implantaccedilatildeo do sistema de

captaccedilatildeo para o aproveitamento de aacuteguas pluviais eacute uma oacutetima alternativa para

substituiccedilatildeo da ldquoaacutegua cinzardquo possibilitando tambeacutem um destino mais correto do

ponto de vista ambiental para a aacutegua que se tornaria esgoto Como eacute de

conhecimento este tipo de meacutetodo eacute utilizado em diversas regiotildees natildeo somente

aquelas que sofrem com escassez de aacutegua

Mesmo sabendo que o Brasil possui um grande potencial hiacutedrico observamos

que uma parcela da populaccedilatildeo natildeo tem consciecircncia quanto ao gasto de aacutegua

gerando um grande desperdiacutecio de forma desnecessaacuteria Portanto partindo de um

pensamento racional um sistema de captaccedilatildeo seria viaacutevel para o aproveitamento da

aacutegua para fins de consumo domeacutestico mais precisamente ldquoaacutegua cinzardquo

Considerando os caacutelculos apresentados a partir da taxa de precipitaccedilatildeo meacutedia

em Brasiacutelia a criaccedilatildeo de um sistema de captaccedilatildeo pluvial predial traz benefiacutecios

econocircmicos e ambientais O projeto torna-se viaacutevel economicamente pois desde

que se faccedila a manutenccedilatildeo de forma adequada do sistema este teraacute uma vida uacutetil

longa e considerando que se obteacutem o retorno do investimento em aproximadamente

16 anos para um sistema com fluxo apoacutes este periacuteodo o sistema passa a ser

lucrativo para o preacutedio que implanta pois o custo eacute dividido no condomiacutenio dentre os

moradores do preacutedio

Analisando do ponto de vista ambiental o desenvolvimento urbano de Brasiacutelia

ocasionou em superfiacutecies impermeaacuteveis dificultando a absorccedilatildeo de aacuteguas pluviais

pelo solo e juntamente com o sistema de redes pluviais e o sistema de drenagem

ultrapassados os alagamentos e enchentes tecircm se tornado constante quando

ocorrem chuvas anormais Com as estimativas feitas neste trabalho eacute possiacutevel que

tais transtornos hiacutedricos urbanos possam ser amenizados a partir da implantaccedilatildeo do

sistema sem que afete o ciclo hidroloacutegico natural Logicamente essa natildeo eacute a

soluccedilatildeo uma vez que ela deve ser apenas um complemento agrave poliacuteticas publicas

poliacuteticas de incentivo entre outras medidas de cunho sustentaacutevel

Em vista disso a implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo e aproveitamento de

aacuteguas pluviais acarretaria em uma significativa melhora ambiental atraveacutes da

substituiccedilatildeo de uma parcela da aacutegua fornecida pela CAESB e possivelmente

mitigando os transtornos hiacutedricos urbanos se aplicado em larga escala

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PAULO ALIPIUS MIKETEN DA SILVA

VIABILIDADE TEacuteCNICA E FINANCEIRA DE CAPTACcedilAtildeO DE

AacuteGUAS PLUVIAIS EM SISTEMAS PREDIAIS EM BRASIacuteLIA ndash DF

Monografia realizada e apresentada

durante o Curso de Graduaccedilatildeo em

Ciecircncias Ambientais da Universidade

de Brasiacutelia como requisito parcial para

obtenccedilatildeo de grau de bacharel em

Ciecircncias Ambientais sob a orientaccedilatildeo

do professor Dr Pedro Henrique Zuchi

da Conceiccedilatildeo

BRASIacuteLIA ndash DF

MARCcedilO2016

DA SILVA Paulo Alipius Miketen

ANAacuteLISE DA VIABILIDADE TEacuteCNICA E ECONOcircMICA DO USO

DO MEacuteTODO DE CAPTACcedilAtildeO DE AacuteGUAS PLUVIAIS EM

SISTEMAS PREDIAIS E REDUCcedilAtildeO DE TRANSTORNOS

HIacuteDRICOS URBANOS EM BRASIacuteLIA ndash DF

Orientaccedilatildeo Dr Pedro Henrique Zuchi da Conceiccedilatildeo

paacuteginas

Projeto final em ciecircncias ambientais ndash Consoacutercio IG IB IQ FACE-

ECO CDS ndash Universidade de Brasiacutelia

Brasiacutelia ndash DF 2015

1 Ciecircncias Ambientais- 2Desenvolvimento Sustentaacutevel- 3 Sistema

de Captaccedilatildeo- 4 Aacuteguas Pluviais 5- Interdisciplinaridade

(PALAVRAS CHAVES)

VIABILIDADE TEacuteCNICA E FINANCEIRA DE CAPTACcedilAtildeO DE

AacuteGUAS PLUVIAIS EM SISTEMAS PREDIAIS EM BRASIacuteLIA ndash DF

Paulo Alipius Miketen da Silva

Prof Orientador Dr Pedro Henrique Zuchi da Conceiccedilatildeo

Brasiacutelia-DF

BANCA EXAMINADORA

Prof Dr Pedro Henrique Zuchi da Conceiccedilatildeo (Orientador)

FACE - Faculdade de Economia Administraccedilatildeo e Ciecircncias

Contaacutebeis - UnB

____________________________________________________

Prof Dr Luciano Soares da Cunha (Avaliador)

IG ndash Instituto de Geociecircncias ndash UnB

__________________________________________________

DEDICATOacuteRIA

Dedico esta monografia a minha

matildee e minha madrinha que

proporcionaram educaccedilatildeo para

que pudesse alcanccedilar esta

conquista a todos os amigos que

me apoiaram e ajudaram nessa

jornada acadecircmica e a todos

profissionais da aacuterea ambiental

principalmente os Cientistas

Ambientais

AGRADECIMENTOS

Primeiramente gostaria de agradecer a minha matildee Maria

Tereza Silva e minha madrinha Lourdes Maria Balby Silva duas

pessoas que foram fundamentais para minha formaccedilatildeo acadecircmica

e como pessoa

Agradeccedilo ao meu orientador professor e coordenador do

Curso de Ciecircncias Ambientais Pedro Zuchi pela paciecircncia e

excelente instruccedilatildeo para a finalizaccedilatildeo deste trabalhoe por tecirc-lo

como referecircncia tanto como profissional como pessoa Tambeacutem

gostaria de agradecer a dedicaccedilatildeo do Zuchi para com o curso de

Ciecircncias Ambientais e consequentemente para os alunos

contribuindo para a formaccedilatildeo de todos

Agradeccedilo ao professor Carlos Henke pelos conselhos dados

ao decorrer do curso para minha formaccedilatildeo como futuro profissional

Agradeccedilo ao professor Mauriacutecio Amazonas pelo suporte que

me deu ao longo da graduaccedilatildeo e por tecirc-lo como referecircncia

acadecircmica

Gostaria de agradecer a Elaine Souto que sempre foi muita

prestativa se dedicando ao maacuteximo para sempre atender todos os

alunos

Por fim gostaria de agradecer a todos os meus amigos que

me aturaram ao decorrer do curso compartilhando experiecircncias

novas e de certa forma me ajudaram a concluir este trabalho

ldquoEstamos diante de um momento criacutetico na

histoacuteria da Terra numa eacutepoca em que a

humanidade deve escolher o seu futuro Agrave

medida que o mundo torna-se cada vez mais

interdependente e fraacutegil o futuro enfrenta ao

mesmo tempo grandes perigos e grandes

promessas Para seguir adiante devemos

reconhecer que no meio da uma magniacutefica

diversidade de culturas e formas de vida

somos uma famiacutelia humana e uma

comunidade terrestre com um destino comum

Devemos somar forccedilas para gerar uma

sociedade sustentaacutevel global baseada no

respeito pela natureza nos direitos humanos

universais na justiccedila econocircmica e numa

cultura da paz Para chegar a este propoacutesito

eacute imperativo que noacutes os povos da Terra

declaremos nossa responsabilidade uns para

com os outros com a grande comunidade da

vida e com as futuras geraccedilotildeesrdquo

(Carta da Terra)

RESUMO

O presente trabalho apresenta a viabilidade de implantaccedilatildeo de um

sistema de captaccedilatildeo em Brasiacutelia (DF) mais especificamente na

Superquadra 111 Norte Com essa forma alternativa de utilizaccedilatildeo

de aacuteguas pluviais para fins natildeo potaacuteveis haacute uma maior

conscientizaccedilatildeo em relaccedilatildeo ao uso de aacutegua potaacutevel e

consequentemente uma mudanccedila no pensamento ambiental da

populaccedilatildeo que possa vir a aderir a um sistema de captaccedilatildeo de

aacuteguas pluviais Portanto o sistema eacute feito para captar aacutegua da

chuva e ser redirecionado para o uso de ldquoaacutegua cinzardquo e ver o quatildeo

viaacutevel eacute sua implantaccedilatildeo Os dados apresentados foram calculados

a partir de estimativas envolvendo uma diferenccedila entre o custo total

de implantaccedilatildeo de um sistema de captaccedilatildeo pluvial e a possiacutevel

economia que se pode obter ao decorrer do tempo Com tal sistema

eacute possiacutevel estimar em quanto tempo haacute um retorno a partir de sua

implantaccedilatildeo e a possibilidade de uma reduccedilatildeo de transtornos

hiacutedricos urbanos tais como enchentes e alagamentos que tecircm se

tornado constantes em Brasiacutelia

Palavras chave 1 Ciecircncias Ambientais- 2Desenvolvimento

Sustentaacutevel- 3 Sistema de Captaccedilatildeo- 4 Aacuteguas Pluviais ndash 5

Interdisciplinaridade

ABSTRACT

This paper presents the feasibility of implementing a collection

system in Brasilia (DF) more specifically in Superquadra 111 North

With this alternative form of use of rainwater for non-potable

purposes there is a greater awareness of the use of potable water

and consequently a shift in environmental thinking of the population

that may join a rainwater collection system Therefore the system is

designed to capture rainwater and be redirected to the use of gray

water and see how viable is its implementation The data presented

were calculated from estimations involving a difference between the

total cost of setting a rainwater collection system and possible

savings that can be achieved over the time With such a system it is

possible to estimate how much time there is a return from its

implementation and the possibility of a reduction of urban water

disorders and consequently reduce flooding and overflowing which

have become constant in Brasilia

KEYWORDS 1 Environmental Sciences- 2Development

Sustainable 3-Caption System 4 Rainwater - 5 Interdisciplinary

LISTA DE GRAacuteFICOS

Graacutefico 01 Consumo Domeacutestico de Aacutegua

Graacutefico 02 Percentual para Reutilizaccedilatildeo de Aacuteguas Pluviais

LISTA DE TABELAS

Tabela 01 Dados de Precipitaccedilatildeo

Tabela 02 Dimensionamento dos Blocos

Tabela 03 Dimensionamento da Populaccedilatildeo

Tabela 04 Consumo domeacutestico de aacutegua

Tabela 05 Percentual para Reutilizaccedilatildeo de Aacuteguas Pluviais

Tabela 06 Preccedilo dos Produtos do Sistema de Captaccedilatildeo sem Fluxo

Tabela 07 Preccedilo de Manutenccedilatildeo do Sistema de Captaccedilatildeo

Tabela 08 Valor da Tarifa Cobrado pela CAESB

Tabela 09 Preccedilo dos Produtos do Sistema de Captaccedilatildeo com Fluxo

LISTA DE FIGURAS

Figura 01 Tripeacute da Sustentabilidade

Figura 02 Funcionamento de um Sistema de Captaccedilatildeo

Figura 03 Fluxograma do Sistema de Captaccedilatildeo

Figura 04 Conta Discriminada do Condomiacutenio

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

ABNT Associaccedilatildeo Brasileira de Normas Teacutecnicas

AE Aacuterea Aedificandi

AT Aacuterea Total

CAC Superintendecircncia de Atendimento Comercial

CAESB Companhia de Saneamento Ambiental do Distrito Federal

CEB Companhia Energeacutetica de Brasiacutelia

CMMAD Comissatildeo Mundial Sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento

CNUMAD Conferecircncia das Naccedilotildees Unidas para o Meio Ambiente e o

Desenvolvimento

DF Distrito Federal

DS Desenvolvimento Sustentaacutevel

ECOSOC Economic and Social Council of the United Nations

EPA Environmental Protection Agency

GDF Governo do Distrito Federal

IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica

INPE Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais

KwH Quilo Watts Hora

L Litros

Msup2 Metros Quadrados

Msup3 Metros Cuacutebicos

ONU Organizaccedilatildeo das Naccedilotildees Unidas

SABESP Companhia de Saneamento Baacutesico do Estado de Satildeo Paulo

SEMA Secretaria Especial do Meio Ambiente

SNRH Sistema Nacional de Recursos Hiacutedricos

SQN Superquadra Norte

UCrsquos Unidades de Consumo

UNB Universidade de Brasiacutelia

UNG Universidade de Guarulhos

UFSM Universidade Federal de Santa Maria

UFRGS Universidade Federal do Rio Grande do Sul

Sumaacuterio

INTRODUCcedilAtildeO 14

1 ndash Cidades sustentaacuteveis e o Ciclo hidroloacutegico 16

11 - Poliacuteticas Puacuteblicas e a relaccedilatildeo com as cidades sustentaacuteveis definiccedilotildees

aplicaccedilatildeo conceitos 21

2 ndash Sustentabilidade desenvolvimento sustentaacutevel e a sua importacircncia 29

3 ndash A viabilidade de implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo pluvial em Brasiacutelia ndash DF 39

31 ndash Apresentaccedilatildeo de dados 39

32 ndash Aacuteguas pluviais e aacuteguas cinzas 42

33 ndash Meacutetodos de Dimensionamento do Reservatoacuterio 45

34 ndash Anaacutelise de caso para um preacutedio da Superquadra 111 Norte 45

341 ndash Anaacutelise de caso para a Superquadra 111 Norte 48

35 ndash Funcionamento do sistema de captaccedilatildeo 49

351 ndash Dificuldades para implantaccedilatildeo do sistema 52

Tal sistema apresenta como dificuldade o local onde seriam instaladas as

cisternas uma vez que geraria um peso sobre o telhado Dessa forma o sistema

seria instalado no jardim cobrando um custo adicional 52

352 ndash Custo de implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo fechado em um preacutedio 52

36 ndash Taxas e valores cobrados para utilizaccedilatildeo de aacutegua 53

37 ndash Caacutelculos de economia e retorno de investimento para um sistema fechado 56

38 ndash Caacutelculos de dimensionamento para um sistema com fluxo 58

381 ndash Custo de implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo com fluxo em um preacutedio 59

382 ndash Caacutelculos de economia e retorno de investimento para um sistema com

fluxo 61

4 ndash Conclusatildeo e Consideraccedilotildees Finais 63

REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS 65

INTRODUCcedilAtildeO

O problema ambiental urbano assume atualmente um papel importante

para os governos e para a sociedade em geral em muitos paiacuteses pelo fato de

um crescimento significativo de pessoas vivendo no meio urbano acabou

ocasionando em uma degradaccedilatildeo ambiental e de certa forma uma queda na

qualidade de vida da populaccedilatildeo Por isto eacute de suma importacircncia destacar que

os problemas ambientais urbanos como a poluiccedilatildeo o consumo de energia o

gasto descontrolado de aacutegua potaacutevel entre outros forccedilaram o profissionais

ambientais e de outras aacutereas a buscar novas alternativas para a soluccedilatildeo destes

problemas Surgindo assim as cidades sustentaacuteveis que na atualidade satildeo a

chave para uma convivecircncia mais harmoniosa entre meio urbano e o meio

ambiente

Em decorrecircncia do aumento da urbanizaccedilatildeo as aacutereas foram

pavimentadas e cobertas por preacutedios casas monumentos entre outras

edificaccedilotildees ocasionando na impermeabilizaccedilatildeo do solo em aacutereas naturais

Devido a esse fator o ser humano vem demandando novas soluccedilotildees para o

controle e mitigaccedilatildeo de impactos causados pela chuva tais como alagamentos

Os governos de modo geral vecircm encontrando seacuterias dificuldades quanto agraves

questotildees de gestatildeo dos alagamentos em suas aacutereas puacuteblicas Para Brasiacutelia e o

Governo do Distrito Federal esse problema eacute recente e nem tatildeo alarmante

quando comparado aos das grandes capitais brasileiras como Satildeo Paulo ou

Rio de Janeiro Sendo assim eacute necessaacuterio que se tenha uma precauccedilatildeo com o

uso das aacuteguas tratadas para que natildeo haja desperdiacutecio e que as aacuteguas pluviais

possam ser utilizadas em fontes alternativas Com o objetivo de

aproveitamento de aacuteguas pluviais a captaccedilatildeo de aacutegua advinda das chuvas

possui um vieacutes sustentaacutevel do ponto de vista teacutecnico e econocircmico quando

aplicado em sistemas de uso privativo

Portanto cabe ressaltar que esse estudo baseia-se em estimativas e

que visa um projeto de aproveitamento de aacuteguas pluviais que atenda as

demandas de aacutegua natildeo potaacutevel em um preacutedio residencial substituindo uma

parte da aacutegua fornecida pela companhia de abastecimento e tendo como base

a precipitaccedilatildeo de chuva local sendo assim a quantidade de aacutegua pluvial a ser

aproveitada pelo sistema eacute diretamente proporcional agrave aacuterea que se utiliza para

a captaccedilatildeo De forma secundaacuteria o trabalho tambeacutem tenta trazer a captaccedilatildeo de

chuva como uma fonte para amenizar os problemas hiacutedricos urbanos causados

recentemente pelas chuvas em Brasiacutelia-DF

Para atingir os objetivos mencionados o trabalho foi modelado da

seguinte forma

No capiacutetulo I eacute apresentado o surgimento das cidades sustentaacuteveis em

decorrecircncia da necessidade de fontes alternativas para a degradaccedilatildeo

ambiental e utilizaccedilatildeo de recursos naturais A manifestaccedilatildeo dessa busca por

aperfeiccediloamento das cidades baseia-se em conceitos e inter-relaccedilotildees entre

populaccedilatildeo e governo por meio de poliacuteticas puacuteblicas

No capiacutetulo II eacute exposto um histoacuterico da sustentabilidade e do

desenvolvimento sustentaacutevel com a finalidade de contextualizar o leitor e

facilitar a compreensatildeo quanto agrave evoluccedilatildeo do vieacutes ambiental que encontramos

atualmente tornando o entendimento do leitor mais vasto e consequentemente

informaacute-lo sobre a sua importacircncia englobando questotildees ecoloacutegicas poliacuteticas

econocircmicas soacutecias e culturais

No capiacutetulo III eacute apresentada a viabilidade de implantaccedilatildeo do sistema

de captaccedilatildeo em um preacutedio residencial em Brasiacutelia-DF com os dados

coletados a caracterizaccedilatildeo das aacuteguas pluviais e ldquoaacutegua cinzardquo meacutetodos de

dimensionamento do reservatoacuterio anaacutelise de caso para um preacutedio na SQN 111

e a possiacutevel aplicaccedilatildeo do sistema para uma quadra funcionamento do sistema

de captaccedilatildeo e custo de implantaccedilatildeo desse sistema taxas e valores cobrados

pela CAESB para utilizaccedilatildeo de aacutegua e os caacutelculos de economia e retorno do

investimento

Por fim no capiacutetulo IV apresentam-se as consideraccedilotildees finais e a

conclusatildeo sobre o estudo realizado

1 ndash Cidades sustentaacuteveis e o Ciclo hidroloacutegico

Atualmente os problemas ambientais vecircm sendo o grande destaque do

cenaacuterio global tanto pela accedilatildeo antroacutepica como pelos desastres naturais Tais

problemas preocupam natildeo soacute a geraccedilatildeo atual como as geraccedilotildees futuras

dando assim a iniciativa para criaccedilatildeo de novas tecnologias meacutetodos e

conceitos

A partir de problemas como a extinccedilatildeo de recursos naturais o ser

humano tem dado prioridade a novas fontes para esses recursos tanto em

novas alternativas de obtenccedilatildeo como nas formas de reduzir o gasto

exacerbado Dessa forma as cidades entram como principal ator para criaccedilatildeo

de alternativas de mitigar os problemas ambientais focando no

reaproveitamento de mateacuteria reduccedilatildeo de uso dos combustiacuteveis foacutesseis formas

alternativas de obtenccedilatildeo de energia aproveitamento de aacuteguas pluviais e

possiacuteveis reduccedilotildees nos transtornos urbanos Assim o conceito de cidades

sustentaacuteveis cria um alicerce e torna-se base para que as cidades tomem a

iniciativa de serem o modelo de reduccedilatildeo dos problemas ambientas

Segundo a Organizaccedilatildeo das Naccedilotildees Unidas (ONU) pouco mais da

metade da populaccedilatildeo mundial vive em zonas urbanas desde o ano de 2006

Por isso conclui-se que de fato o mundo eacute urbano

Atualmente o problema urbano de modo geral possui grande

importacircncia para a sociedade e os governos em geral em diversos paiacuteses

Devido a esse crescimento desenfreado do nuacutemero de pessoas vivendo nas

cidades e conseguinte reduccedilatildeo na qualidade de vida deve-se considerar que

as cidades configuram uma das maiores potenciais de utilizaccedilatildeo energeacutetica e

de degradaccedilatildeo do meio ambiente ocasionando a criaccedilatildeo de meacutetodos para o

direcionamento correto do crescimento urbano e monitoramento dessas

alteraccedilotildees ambientais

A urbanizaccedilatildeo trouxe fortes aliados que geram transtornos e devido a

esse aumento de pessoas vivendo em cidades a preocupaccedilatildeo com problemas

urbanos tornou-se destaque para a criaccedilatildeo do conceito de cidades

sustentaacuteveis Mas o que viria a ser ldquocidades sustentaacuteveisrdquo De forma baacutesica e

sem aprofundamento cidades sustentaacuteveis satildeo aquelas que visam meacutetodos e

praacuteticas eficientes para a preservaccedilatildeo do meio ambiente sem deixar de

almejar o desenvolvimento econocircmico e a melhoria na qualidade de vida da

populaccedilatildeo Sendo assim ldquoa sustentabilidade eacute vista como algo bom desejaacutevel

consensual a definiccedilatildeo que vai prevalecer vai construir autoridade para que se

discriminem em seu nome as boas praacuteticas das ruinsrdquo (Acselrad 1999 p 80)

Para melhor esclarecimento o conceito de sustentabilidade associado

ao desenvolvimento das cidades ldquotem origem nas rearticulaccedilotildees poliacuteticas pelas

quais um certo nuacutemero de atores envolvidos na produccedilatildeo do espaccedilo urbano

procuram dar legitimidade as suas perspectivas evidenciando a

compatibilidade delas com os propoacutesitos de dar durabilidade ao

desenvolvimento de acordo com os propoacutesitos da Agenda 21 resultante da

Conferecircncia da ONU sobre Desenvolvimento e Meio Ambienterdquo (Acselrad

1999 p 81) Para tanto o governo deve ter um planejamento para que possa

tomar medidas no sentido de amenizar os transtornos urbanos e ambientais

decorrentes da accedilatildeo antroacutepica Diversas estrateacutegias devem ser implementadas

para que se possa promover o conceito de cidades sustentaacuteveis e priorizar a

qualidade de vida urbana em toda sua abrangecircncia partindo do princiacutepio da

anaacutelise criacutetica da condiccedilatildeo atual de desenvolvimento das cidades pensando no

contexto na qual se encontram

Segundo Magalhatildees (2006 p 2) no inicio a sustentabilidade urbana

sofreu bastante em questotildees poliacuteticas pois o ldquodiscurso mais estabelecido dos

projetos urbanos agrave temaacutetica ambiental estaacute longe de ser o centro das

preocupaccedilotildees Quando muito ela eacute considerada do ponto de vista do

provimento de aacutereas livres dentro dos espaccedilos urbanos mas mesmo essas

satildeo destinadas agrave intensa movimentaccedilatildeo imaginada para as aacutereas

requalificadas ou revitalizadasrdquo

Poreacutem devido a estudos tornou-se possiacutevel ampliar os horizontes e

perceber que a sustentabilidade tem sido aplicada junto aos objetivos da

cidade a partir da Agenda 21 e da noccedilatildeo do que eacute desenvolvimento

sustentaacutevel Contudo esses novos interesses surgiram a partir dos distuacuterbios

causados aos habitantes sendo esses distuacuterbios ambientais ou natildeo Essa

participaccedilatildeo mais ativa da populaccedilatildeo remete a uma das vertentes expostas por

Acselrad (1999) de que a sustentabilidade urbana deve estar associada natildeo

somente agraves poliacuteticas puacuteblicas mas tambeacutem ao modelo ldquocidade-empresardquo no

qual a cidade torna-se atrativo de investimentos para a implementaccedilatildeo de

meacutetodos alternativos de sustentabilidade

Para Magalhatildees (2006 p 5) ldquoa noccedilatildeo de risco tornou-se parte de

diversos aspectos do dia a dia das pessoas fazendo-as corresponsaacuteveis pelos

efeitos de suas accedilotildeesrdquo portanto eacute necessaacuterio que se tenha um controle

governamental a partir de poliacuteticas puacuteblicas das accedilotildees individuais de seus

habitantes com o proposito de reduzir os riscos de agravantes nas cidades

Cabe ressaltar que uma questatildeo importante a ser vista eacute que os

problemas causados nas cidades natildeo refletem apenas nas cidades em si mas

tambeacutem nas aacutereas que a circundam e em outras localidades o que obriga a

rever o pensamento de que cidades sustentaacuteveis englobam apenas a proacutepria

cidade

Segundo Magalhatildees (2006 p 6 apud Satterhwaite 2004 p 134) ldquopara

avanccedilar e alcanccedilar meacutetodos de desenvolvimento sustentaacutevel o desempenho

ambiental das cidades deve melhorar natildeo apenas em termos de qualidade

ambiental dentro dos seus limites mas tambeacutem em termos de reduccedilatildeo da

transferecircncia de custos ambientais para outras pessoas outros ecossistemas

ou para o futurordquo A partir desse pensamento nota-se que o conceito de

cidades sustentaacuteveis vai aleacutem da consolidaccedilatildeo da sustentabilidade urbana

afirmando que cidades sustentaacuteveis satildeo um projeto que necessita de um

extenso processo e natildeo algo preacute-definido visando mais de um objetivo comum

Na visatildeo de Magalhatildees (2006 p 8) ldquotal processo deve envolver questotildees aleacutem

das estritamente ambientais uma melhor definiccedilatildeo de que propostas poderatildeo

contribuir para o seu avanccedilo a criatividade na concepccedilatildeo de bons projetos e a

capacidade de se evitar os falsos atalhosrdquo

Sendo assim para a construccedilatildeo de projetos de cidades sustentaacuteveis eacute

necessaacuterio que se tenha uma visatildeo ampla e com diferentes abordagens desse

processo de urbanizaccedilatildeo Para o projeto de cidades sustentaacuteveis eacute necessaacuterio

que se tenha trecircs abordagens a espacial que vislumbra a anaacutelise das relaccedilotildees

metaboacutelicas operadas pela cidade compreendendo territoacuterios distantes a

temporal uma vez que pleiteia geraccedilotildees futuras e a conceitual que exige um

enfoque transdisciplinar

Magalhatildees (2006 p 9 apud Peter Brand 1999 p 10) faz uma anaacutelise

sobre a implementaccedilatildeo dessas abordagens ldquo uma metaacutefora social como

cidade sustentaacutevel ou desenvolvimento urbano sustentaacutevel nunca pode ser

uma meta objetiva e sim uma gama de possibilidades abertas cujas

prioridades satildeo determinadas pelas urgecircncias do presenterdquo Com essa

ampliaccedilatildeo do conceito de sustentabilidade urbana percebe-se que haacute uma

nova utopia com um ideal diferenciado de cidade tendo como base accedilotildees

voltadas para o meio ambiente e a reduccedilatildeo da desigualdade causada pelos

transtornos ambientais dando prioridade a uma parte relevante de sua mateacuteria

e energia para a organizaccedilatildeo e manutenccedilatildeo interna e depois ao crescimento

da cidade Entatildeo por que seguir algo utoacutepico Coloco em pauta uma frase

destacada por Galeano (1993 p 230) na qual ele expotildee -ldquoA utopia estaacute laacute no

horizonte Me aproximo dois passos ela se afasta dois passos Caminho dez

passos e o horizonte corre dez passos Por mais que eu caminhe jamais

alcanccedilarei Para que serve a utopia Serve para isso para que eu natildeo deixe de

caminharrdquo

Com essas colocaccedilotildees Magalhatildees (2006 p 16) expotildee a criaccedilatildeo de

uma ideia de ldquodesempenho ambiental urbanordquo o qual mostra um conceito

mensuraacutevel e comparaacutevel junto com a ampliaccedilatildeo de niacuteveis de justiccedila ambiental

locacional e de democracia nas cidades que se torna uacutetil para construccedilatildeo de

paracircmetros de atuaccedilatildeo Essa ideia mostra que o urbanismo tem muito a

contribuir

Atualmente haacute muitos estudos cientiacuteficos que satildeo voltados para a crise

ambiental que vivemos que teve como origem a pressatildeo do crescimento

populacional sobre as aacutereas verdes e pelo modo de vida ocidental como a alta

produccedilatildeo e consumo exagerado Nesse contexto retomamos que as cidades

tecircm sido o principal fator e foco gerador dessa crise ambiental e que agora

concentramos as poliacuteticas puacuteblicas voltadas para o desenvolvimento urbano

como grande objetivo

Tanto pesquisadores atraveacutes de estudos quanto a sociedade atraveacutes

da miacutedia que divulga os riscos ambientais decorrentes das novas formas de

produccedilatildeo e seus efeitos alertam a populaccedilatildeo da gravidade causada e assim

provocam uma preocupaccedilatildeo generalizada acerca do problema ambiental

Sendo assim uma reflexatildeo deve ser feita sobre o conceito de cidade

sustentaacutevel uma vez que as cidades concentram a maior fonte de poluiccedilatildeo e

produccedilatildeo de resiacuteduos aleacutem de consumirem parte da energia do planeta

Como foi dito anteriormente cidades sustentaacuteveis devem pensar aleacutem

da proacutepria localidade mas para ter essa abordagem eacute necessaacuterio focar

primeiramente em uma escala local Para Schussel (2004 p 63 apud

Camagni 2001 p 345) ldquoeacute mais eficaz enfrentar um mesmo problema

localmente (em termos tanto de efeito como de autoridades) do que enfrentaacute-

los globalmente (onde as autoridades satildeo frequentemente ausentes os

agentes poluidores longiacutenquos as interdependecircncias das accedilotildees dos diferentes

sujeitos mais elevadas onde tambeacutem a incertitude sobre a grandeza dos

fenocircmenos e seus encadeamentos causais eacute maior)rdquo Com esse ponto de vista

eacute importante que se deva dar uma atenccedilatildeo ao processo de mudanccedila da

aprendizagem coletiva das cidades com uma interaccedilatildeo saudaacutevel entre a

economia tecnologia e meio ambiente

Eacute importante ressaltar que a implantaccedilatildeo de cidades sustentaacuteveis

juntamente com a gestatildeo do meio ambiente urbano possui uma alta

complexidade para a sociedade moderna ao analisar que natildeo devemos

apenas pensar na conservaccedilatildeo dos recursos ambientais mas tambeacutem

devemos nos atentar ao transporte puacuteblico para reduccedilatildeo da emissatildeo de gases

poluentes melhorar a mobilidade urbana diminuindo consideravelmente o

traacutefego de veiacuteculos dar incentivo e propiciar accedilotildees para a utilizaccedilatildeo de

transportes alternativos como bicicletas otimizar a utilizaccedilatildeo do espaccedilo

urbano devemos ainda criar mais espaccedilos verdes voltados para o lazer da

populaccedilatildeo criar programas voltados para a arborizaccedilatildeo dos espaccedilos puacuteblicos

destinar adequadamente o lixo urbano aplicar programas educacionais

voltados para o desenvolvimento sustentaacutevel investir em educaccedilatildeo de

qualidade para uma boa instruccedilatildeo da populaccedilatildeo favorecer a economia local

dinacircmica e sustentaacutevel e criar accedilotildees para a utilizaccedilatildeo racional da aacutegua

juntamente com o aproveitamento de aacuteguas pluviais

A autora Silva (Poliacuteticas Puacuteblicas e Estrateacutegias de Sustentabilidade

Urbana p 1 apud Metzger 1994) cujo inventaacuterio realizado sobre trabalhos de

ecologia urbana e meio ambiente urbano identifica trecircs concepccedilotildees distintas A

primeira trata da natureza na cidade no qual Metzger fez estudos referentes

aos elementos bioloacutegicos do meio urbano no que diz respeito agrave preservaccedilatildeo

dos espaccedilos verdes e dos elementos fiacutesico naturais da cidade A segunda

concepccedilatildeo do meio ambiente urbano estaacute relacionada aos riscos da cidade e

na cidade aos problemas ambientais enfrentados pela populaccedilatildeo e como

esses problemas afetam a qualidade de vida da mesma Por fim a uacuteltima

vertente que visa mensurar o problema de gestatildeo ou administraccedilatildeo da cidade

tratando das poliacuteticas puacuteblicas sob uma visatildeo do uso do solo e a influecircncia que

as questotildees ambientais causam na determinaccedilatildeo das poliacuteticas puacuteblicas

11 - Poliacuteticas Puacuteblicas e a relaccedilatildeo com as cidades sustentaacuteveis

definiccedilotildees aplicaccedilatildeo conceitos

Eacute necessaacuterio que sejam identificados os locais de atuaccedilatildeo das poliacuteticas

puacuteblicas que tecircm como objetivo a sustentabilidade urbana mas analisando

previamente as mudanccedilas que ocorreram no acircmbito das accedilotildees governamentais

que ocasionaram a adoccedilatildeo de determinadas poliacuteticas puacuteblicas como

estrateacutegias e diretrizes da proacutepria accedilatildeo governamental e dos indiviacuteduos

Mas o que satildeo poliacuteticas puacuteblicas e por que as poliacuteticas puacuteblicas satildeo

consideradas tatildeo importantes quando se trata da sustentabilidade urbana

Segundo Silva (Poliacuteticas Puacuteblicas e Estrateacutegias de Sustentabilidade Urbana p

2 apud Bucci 2002 p 241) poliacuteticas puacuteblicas ldquosatildeo programas de accedilatildeo

governamental para um setor da sociedade ou um espaccedilo geograacutefico

buscando a concretizaccedilatildeo de determinados objetivos e metasrdquo e destaca ainda

que ldquosatildeo programas de accedilatildeo governamental visando a coordenar os meios agrave

disposiccedilatildeo do Estado e as atividades privadas para a realizaccedilatildeo de objetivos

socialmente relevantes e politicamente determinadosrdquo

Quando relacionadas agrave cidadania as poliacuteticas puacuteblicas encontram

dificuldade para alcanccedilar a sustentabilidade urbana jaacute que devem assegurar

uma vida harmocircnica entre o habitante e o meio ambiente Isso ocorre devido a

globalizaccedilatildeo dos espaccedilos em que satildeo levantadas novas tecnologias e haacute o

problema da crescente urbanizaccedilatildeo Esse enfoque possui alguns princiacutepios

que devem ser levados em consideraccedilatildeo princiacutepios esses que guiam as

poliacuteticas puacuteblicas no meio ambiente urbano Esses princiacutepios satildeo destacados e

relacionados por Silva (Poliacuteticas Puacuteblicas e Estrateacutegias de Sustentabilidade

Urbana p 5) como o princiacutepio do interesse puacuteblico na proteccedilatildeo do meio

ambiente urbano sobre os interesses privados o princiacutepio da realizaccedilatildeo de

uma avaliaccedilatildeo preacutevia dos impactos ambientais advindos da accedilatildeo antroacutepica ou

natural o princiacutepio de que o Estado deve intervir na defesa e proteccedilatildeo do meio

ambiente e do meio ambiente urbano o princiacutepio da funccedilatildeo da funccedilatildeo

socioambiental da propriedade urbana o princiacutepio da participaccedilatildeo da

sociedade e da gestatildeo democraacutetica da cidade e o princiacutepio da garantia do

direito a cidades sustentaacuteveis

Cabe ressaltar que apesar de existirem tantos princiacutepios que devem ser

vistos como diretriz a realidade foge um pouco do que eacute mostrado na teoria jaacute

que as poliacuteticas puacuteblicas seguem programas finaliacutesticos que satildeo flexiacuteveis e

quando relacionados agraves exigecircncias legais devem ser diferenciados de acordo

com o grau de finalizaccedilatildeo da accedilatildeo e de imperatividade das normas

Quando tratamos do urbano e do meio ambiente as politicas puacuteblicas

devem ser integradas e possuiacuterem uma interaccedilatildeo entre si como por exemplo

ao tratar das poliacuteticas de habitaccedilatildeo natildeo se pode deixar de levar em

consideraccedilatildeo as poliacuteticas de saneamento ambiental ou entatildeo ao tratar de

poliacuteticas de transporte puacuteblico e mobilidade urbana deve-se considerar a

proacutepria poliacutetica ambiental Sendo assim os programas e projetos

governamentais devem contemplar os aspectos ambientais urbanos sociais e

econocircmicos

Para Silva (Poliacuteticas Puacuteblicas e Estrateacutegias de Sustentabilidade Urbana

p 6) ldquose os planos satildeo obrigatoacuterios para o setor puacuteblico para o setor privado

eles satildeo indicativosrdquo Reforccedilando o conceito de poliacuteticas puacuteblicas essas podem

ser definida como ldquoprocesso - ou conjunto de processos - que culmina na

escolha racional e coletiva de propriedades para definiccedilatildeo dos interesses

puacuteblicos reconhecidos pelo direitordquo sendo que quando se diz respeito a

direitos todos tecircm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado

englobando tambeacutem o meio ambiente urbano Portanto quando eacute utilizado o

termo ldquourbanordquo para qualificar o meio ambiente natildeo significa que haacute uma

segregaccedilatildeo classificatoacuteria do meio ambiente o adjetivo ldquourbanordquo vem como

uma proposta de demarcar a problemaacutetica ambiental em um determinado

espaccedilo geograacutefico - no caso as cidades - sem deixar de considerar os fatores

que nelas estatildeo inseridos como os sociais e os ambientais

Assim para empregar poliacuteticas puacuteblicas visando a sustentabilidade

urbana deve-se repensar o modelo de desenvolvimento da cidade juntamente

com o modo de vida da populaccedilatildeo e a conscientizaccedilatildeo da mesma apoiando-se

nas relaccedilotildees sociais e econocircmicas exercidas na cidade sem deixar de

considerar essas interaccedilotildees como propulsoras do direito agrave cidade sustentaacutevel

Para ratificar inciso I do art 2ordm do Estatuto da Cidade - Lei n 10257 de

10 de julho de 2001 reconhece entre as diretrizes de poliacuteticas puacuteblicas

expostas o direito a cidades sustentaacuteveis De acordo com essa lei esse direito

proporciona o direito a terra urbana agrave moradia ao saneamento ambiental agrave

infraestrutura urbana aos serviccedilos puacuteblicos em geral ao trabalho e ao lazer

tanto para as geraccedilotildees atuais como para as futuras

Sendo assim as cidades devem desenvolver-se respeitando a

sustentabilidade por isso o desenvolvimento urbano deve ser feito sem

degradaccedilatildeo possibilitando uma vida urbana digna e igualitaacuteria Contudo as

cidades necessitam de mudanccedilas diversos pontos de vista reformulaccedilatildeo das

poliacuteticas puacuteblicas e criaccedilatildeo de novas e soluccedilotildees sobre como interagir no dia a

dia com o local que vivemos A partir dessa visatildeo destaco o que eacute exposto por

Acselrad (1999 p 86) em que ldquoacredita-se que quando o crescimento urbano

natildeo eacute acompanhado por investimentos em infraestrutura a oferta de serviccedilos

urbanos natildeo acompanha o crescimento da demanda A falta de investimentos

na manutenccedilatildeo dos equipamentos urbanos viraacute por sua vez acentuar o deacuteficit

na oferta de serviccedilos o que se rebateraacute especialmente na forma de

segmentaccedilatildeo socioterritorial entre as populaccedilotildees atendidas e natildeo atendidas

por tais serviccedilosrdquo

Apoacutes tratar de um modo geral cidades sustentaacuteveis e a sustentabilidade

urbana eacute interessante analisar o caso brasileiro Infelizmente a preocupaccedilatildeo

ambiental brasileira foi tardia e a evoluccedilatildeo foi lenta Em questotildees de

urbanizaccedilatildeo houve uma transformaccedilatildeo estrutural de ordem socioeconocircmica

reformulando a ocupaccedilatildeo do territoacuterio nacional ocasionando em impactos

ambientais e no dado de que cerca de 80 da populaccedilatildeo brasileira mora em

aacutereas urbanas Mas ao decorrer do tempo a questatildeo ambiental foi ligada ao

social os pensamentos acerca desse tema tiveram uma nova percepccedilatildeo

Como exemplo temos o caso dos recursos hiacutedricos em que a legislaccedilatildeo teve

o cuidado de considerar aleacutem do aspecto ambiental os aspectos sociais e

econocircmicos

Foi criado o Sistema Nacional de Recursos Hiacutedricos (SNRH) que no

texto de Schussel (2004 p 65) satildeo expostas a valoraccedilatildeo da aacutegua como bem

econocircmico a prioridade do abastecimento puacuteblico em detrimento da produccedilatildeo

de energia e a gestatildeo compartilhada entre usuaacuterios poder puacuteblico e sociedade

civil de bacias hidrograacuteficas por meio da implantaccedilatildeo dos ldquoComitecircs de Baciardquo

Essa questatildeo de integraccedilatildeo do ambiental ao social e econocircmico ocorreu

na deacutecada de 80 em que Silva (Poliacuteticas Puacuteblicas e Estrateacutegias de

Sustentabilidade Urbana p 2 apud Ribeiro 2001 p 134-135) destaca ldquoa

questatildeo urbana eacute integrada agrave questatildeo social e as representaccedilotildees antiurbanas

satildeo substituiacutedas pelo diagnoacutestico orientado por ideais republicanos de justiccedila

social e democracia A tarefa do pensamento e da accedilatildeo dos urbanistas passa a

ser o fazer coincidir a cidade e a cidadaniardquo Apesar do atraso na aplicaccedilatildeo do

pensamento ambiental - no caso o de cidades sustentaacuteveis - atualmente o

Brasil apresenta um niacutevel consideraacutevel de desenvolvimento tecnoloacutegico e social

que podem retardar a degradaccedilatildeo e os malefiacutecios causados nas cidades E por

que natildeo ocorre tal melhoria no setor ambiental urbano O Brasil carece de

poliacuteticas puacuteblicas que sirvam para o propoacutesito ambiental sem contar a falta de

instruccedilatildeo ambiental de uma boa parcela da sociedade Isso eacute confirmado com

as atitudes da populaccedilatildeo no texto de Loureiro e De Gregori (Revista Eletrocircnica

do Curso de Direito ndash UFSM p 459) eacute exposto que ldquoo lixo jogado nas ruas

causa entupimento de bueiros o que dificulta o escoamento da aacutegua da chuva

Aleacutem disso mesmo quando ocorre escoamento a aacutegua leva detritos

diretamente para o curso dos rios coacuterregos mananciais entre outros Em

razatildeo do exposto um meio indireto mas eficiente de se poluir a aacuteguardquo

Desse modo termo ldquosustentabilidaderdquo atrelado agraves necessidades

urbanas merece se conciliado de certa maneira que o ser humano produza

desenvolvimento e tambeacutem conserve o meio ambiente Portanto para o Brasil

os modelos que devem ser desenvolvidos nas cidades precisam ser justos

eacuteticos e sustentaacuteveis abrangendo todas as classes sociais e sendo igualitaacuterio

trazendo assim a concepccedilatildeo de que as transformaccedilotildees natildeo necessariamente

devem partir do governo e sim das accedilotildees que integrem os cidadatildeos

almejando a sustentabilidade Quando se diz ldquoas accedilotildees que integrem os

cidadatildeosrdquo na verdade o que se busca expressar eacute que a atitude deve partir da

populaccedilatildeo e natildeo do governo pois tais accedilotildees promovidas pela populaccedilatildeo as

aproximam das poliacuteticas puacuteblicas gerando melhores oportunidades e formas

alternativas de sistemas igualitaacuterios quando relacionados a exposiccedilatildeo de riscos

ambientais Tudo isso para oferecer um ambiente urbano com um

desenvolvimento em equiliacutebrio ambientalmente sustentaacutevel e socialmente

justo

Retomando o Artigo 2ordm do Estatuto da Cidade Loureiro e De Gregori

(Revista Eletrocircnica do Curso de Direito ndash UFSM p 462) expotildeem que houve

uma mudanccedila de paradigma ao se pensar em ambientes urbanos assim

expondo trecircs objetivos a serem alcanccedilados com as cidades ldquoo primeiro seria

um ambiente destinado agrave moradia de um acuacutemulo de comunidades jaacute em uma

segunda perspectiva seria um ambiente de poliacuteticas a fim de atingir funccedilatildeo

social urbana e por fim a garantia de ambientes urbanos como um meio

sustentaacutevel e sadio de desenvolvimentordquo Eacute importante ressaltar que esse

ponto de vista reflete que soacute seraacute possiacutevel assegurar um ambiente urbano para

a presente geraccedilatildeo e para as futuras partindo da preservaccedilatildeo do meio

ambiente

Portanto diversas iniciativas podem tornar o ambiente urbano em cidade

sustentaacutevel o que procura promover uma estabilidade e um equiliacutebrio agraves

cidades com uma visatildeo a longo prazo O processo de implantaccedilatildeo de cidades

sustentaacuteveis no Brasil deve primeiramente partir de accedilotildees individuais ou

privadas e articulada agraves poliacuteticas puacuteblicas para que haja uma eficiecircncia na

aplicabilidade sem desconsiderar que haacute uma possibilidade de gerar um

sistema insustentaacutevel Por que pode se tornar um sistema insustentaacutevel

Segundo Loureiro e De Gregori (Revista Eletrocircnica do Curso de Direito ndash

UFSM p 465 apud Godard 1990 p40-45) ldquoa insustentabilidade exprime

assim a incapacidade de as poliacuteticas puacuteblicas adaptarem a oferta de serviccedilos

urbanos agrave quantidade e agrave qualidade das demandas sociais provocando um

ldquodesequiliacutebriordquo entre necessidades cotidianas da populaccedilatildeo e os meios de as

satisfazer entre a demanda por serviccedilos urbanos e os investimento em redes e

infraestruturardquo

Jaacute que a realidade brasileira exprime uma grande distorccedilatildeo do que eacute

apresentado nos estudos como conseguir implantar uma cidade sustentaacutevel e

assim suportaacute-la Primeiramente eacute necessaacuterio ampliar o ponto de vista natildeo se

prendendo agraves poliacuteticas puacuteblicas em segundo plano eacute preciso que se tenha uma

accedilatildeo coletiva da populaccedilatildeo atraveacutes da conscientizaccedilatildeo ou de accedilotildees que

promovam a sustentabilidade dentro da cidade

Eacute importante ressaltar que natildeo se pode descartar as poliacuteticas puacuteblicas

mas tambeacutem natildeo se pode esperar que elas resolvam todos os problemas

presentes na cidade Sendo assim para que uma cidade torne-se sustentaacutevel eacute

preciso que as accedilotildees realizadas pela populaccedilatildeo sejam emparelhadas com as

poliacuteticas puacuteblicas aplicadas pelo governo No Brasil haacute cidades que satildeo

consideradas sustentaacuteveis mas essas cidades optaram apenas por um

planejamento urbano voltado para reconstituiccedilatildeo de aacutereas verdes

aprimoramento nas soluccedilotildees urbaniacutesticas e na tecnologia do transporte urbano

Tais accedilotildees natildeo devem ser desconsideras e sim exaltadas pelo funcionamento

adequado e promoccedilatildeo da sustentabilidade urbana Outras questotildees tatildeo

importantes quanto satildeo deixadas de lado pelo governo e nesse caso deve-se

ter uma aplicaccedilatildeo da sociedade para que ganhe uma visatildeo e assim sejam

aplicadas poliacuteticas puacuteblicas voltadas para tais questotildees

Em especiacutefico coloco o problema hiacutedrico que tem assolado vaacuterias

cidades do paiacutes por trazer prejuiacutezos de forma direta e indireta a populaccedilatildeo O

problema hiacutedrico brasileiro natildeo eacute apenas o causado pela estiagem e falta de

aacutegua em algumas localidades ele tambeacutem eacute expresso pelas chuvas

torrenciais Em face disso eacute importante unir o uacutetil ao agradaacutevel Vale expor que

em decorrecircncia do aumento da urbanizaccedilatildeo as aacutereas foram pavimentadas e

cobertas por preacutedios casas monumentos entre outras edificaccedilotildees

ocasionando na impermeabilizaccedilatildeo do solo em aacutereas naturais Devido a esse

fator o ser humano vem demandando novas soluccedilotildees e poliacuteticas puacuteblicas para

o controle e mitigaccedilatildeo de impactos causados pela chuva tais como

alagamentos

Os governos de modo geral vecircm encontrando seacuterias dificuldades

quanto agraves questotildees de gestatildeo dos alagamentos em suas aacutereas puacuteblicas Para

Brasiacutelia e o Governo do Distrito Federal esse problema eacute recente e nem tatildeo

alarmante quando comparado aos das grandes capitais brasileiras como Satildeo

Paulo ou Rio de Janeiro Portanto eacute necessaacuterio que se tenha uma precauccedilatildeo

com o uso das aacuteguas tratadas para que possam ser utilizadas fontes

alternativas Com o objetivo de aproveitamento de aacuteguas pluviais a captaccedilatildeo

de aacutegua advinda das chuvas possui um vieacutes sustentaacutevel do ponto de vista

teacutecnico e econocircmico quando aplicado em sistemas de uso privativo Cabe

ressaltar que esse estudo visa aliar o conceito de cidades sustentaacuteveis a partir

da iniciativa privada agraves necessidades encontradas na cidade de Brasiacutelia no

caso de um projeto de aproveitamento de aacuteguas pluviais que atenda a

demanda de aacutegua natildeo potaacutevel tendo como base a precipitaccedilatildeo de chuva local

sem desconsiderar o ciclo hidroloacutegico para que natildeo ocorra um desequiliacutebrio do

mesmo e ocasione mais desastres ambientais

Tal sistema tem como objetivo gerar uma fonte de aacutegua natildeo potaacutevel

para uso diaacuterio em sistemas prediais como descarga limpeza do preacutedio

irrigaccedilatildeo de jardins disponibilidade para lavagem de automoacuteveis entre outras

possibilidades gerando uma economia da aacutegua utilizada e consequentemente

uma economia monetaacuteria Aleacutem desse objetivo reducionista de gasto e aacutegua

haacute tambeacutem a possibilidade da reduccedilatildeo de transtornos hiacutedricos urbanos

Portanto ao abordar sobre poliacuteticas puacuteblicas eacute de suma importacircncia

compreender que o ldquodesenvolvimento sustentaacutevel eacute um processo de

aprendizagem social de longo prazo que por sua vez eacute direcionado por

poliacuteticas puacuteblicas orientadas por um plano de desenvolvimento nacionalrdquo

(Barbosa 2008 p 6) O conceito de desenvolvimento sustentaacutevel seraacute melhor

apresentado no capiacutetulo seguinte

2 ndash Sustentabilidade desenvolvimento sustentaacutevel e a sua

importacircncia

Inicio esse capiacutetulo com uma frase de Nascimento (2012 p 57) em que

se queremos sugerir uma sustentabilidade para toda a sociedade eacute necessaacuterio

que tenhamos uma ldquolinha transversal a eacutetica solidaacuteria com os excluiacutedos de hoje

para que natildeo haja excluiacutedos amanhatilderdquo

Por que a sustentabilidade eacute algo importante para noacutes Eacute necessaacuterio

que seja de conhecimento geral de que estamos ameaccedilados em todos os

aspectos ligados agrave utilizaccedilatildeo de recursos naturais e aproveitamento dos

mesmos Portanto haacute uma conexatildeo direta ao desenvolvimento sustentaacutevel

Nascimento (2012 p 58) ainda aponta que ldquoateacute meados do seacuteculo XX a

humanidade temia basicamente duas grandes extinccedilotildees ndash uma externa

(choque de um grande meteorito como aparentemente ocorreu haacute 65 milhotildees

de anos extinguindo os dinossauros) e outra interna (o advento de uma

epidemia desconhecida e incontrolaacutevel) Em meados do seacuteculo passado foi

acrescida mais uma ameaccedila provinda dos proacuteprios seres humanos a bomba

atocircmica O seu poder de destruiccedilatildeo ficou evidente com as explosotildees de

Hiroshima e Nagasakirdquo Sendo assim eacute perceptiacutevel que o estilo de vida de alta

produccedilatildeo e consumo vigente nos leva a crer que um desastre eacute cada vez mais

plausiacutevel

ldquoQue a economia estaacute em um conflito com os sistemas naturais do

planeta eacute uma evidecircncia que ressalta das informaccedilotildees cotidianas sobre o

desaparecimento das zonas de pesca reduccedilatildeo das florestas a erosatildeo do

solo e o desaparecimento de espeacuteciesrdquo (Nascimento 2012 p 58 apud

Brown 2003 p14) Portanto a crise ambiental aponta um desgaste das

condiccedilotildees ldquonormaisrdquo de vida no planeta Terra Segundo Nascimento (2012 p

58) ldquo[] eacute possiacutevel caso o cenaacuterio mais pessimista do aquecimento global

venha a se confirmar que uma nova possibilidade de auto extinccedilatildeo seja criada

no final desse seacuteculordquo Desta forma o atual modelo de vida natildeo deteriora

apenas o meio ambiente tambeacutem prejudica a vida humana e para que sejam

reduzidos esses transtornos agrave vida humana eacute preciso que iniciativas e

alternativas sejam criadas por meio de inovaccedilotildees tecnoloacutegicas para que haja

uma saiacuteda

ldquoA crise ambiental assumiu contornos mais graves com a percepccedilatildeo da

responsabilidade antroacutepica do aquecimento global e a dinacircmica de ascensatildeo

de um contingente humano mais significativo no mercado de consumordquo

(Nascimento 2012 p 61) Quando a crise ambiental se tornou algo de suma

importacircncia Quando como e por que a sustentabilidade e o desenvolvimento

sustentaacutevel se tornaram relevantes para o combate agrave crise ambiental Eacute

necessaacuterio compreender que a sustentabilidade possui dois vieses quando

relacionada agrave sua origem Uma de suas origens tem base na biologia mais

precisamente na ecologia a qual atribui o conceito de resiliecircncia ndash capacidade

de recuperaccedilatildeo e reproduccedilatildeo dos ecossistemas ndash perante as degradaccedilotildees

antroacutepicas com o uso exacerbado dos recursos naturais Ainda relacionado agrave

ecologia haacute as causas naturais como terremotos fogo tsunamis pragas

entre outros O outro vieacutes de origem da sustentabilidade adveacutem da economia

como o adjetivo do desenvolvimento diante da visibilidade que ganhou ao

longo do seacuteculo XX referente ao padratildeo de consumo desenvolvido ao redor do

mundo (Nascimento 2012 p 51)

Segundo Nascimento a ideia de sustentabilidade como enfoque

mundial tem origem na deacutecada de 1950 O surgimento e a importacircncia desse

termo ocorrem devido a um risco ambiental global a poluiccedilatildeo nuclear ldquoOs seus

indiacutecios alertaram os seres humanos de que estamos em uma nave comum e

que problemas ambientais natildeo estatildeo restritos a territoacuterios limitadosrdquo

(Nascimento 2012 p 2) Segundo Nascimento (2012 p 52 apud Machado

2005) ldquoA ocorrecircncia de chuvas radiativas a milhares de quilocircmetros dos locais

de realizaccedilatildeo dos testes acendeu um caloroso debate no seio da comunidade

cientiacuteficardquo Na deacutecada de 1960 houve outro fato importante que implicou na

questatildeo da percepccedilatildeo da crise ambiental dando importacircncia a

sustentabilidade devido ao uso de inseticidas e pesticidas quiacutemicos e

transtornos causados por esses apontados por Rachel Carson em seu livro

intitulado de ldquoPrimavera Silenciosardquo ndash Silent Spring

Ainda na deacutecada de 60 as chuvas aacutecidas recorrentes nos paiacuteses

noacuterdicos levaram a Sueacutecia junto ao Conselho Econocircmico e Social das Naccedilotildees

Unidas (ECOSOC) a propor a realizaccedilatildeo de uma conferecircncia para tratar de um

acordo internacional para uma possiacutevel reduccedilatildeo na emissatildeo dos gases

responsaacuteveis por tal transtorno Com isso ocorreu a Conferecircncia de

Estocolmo em 1972 colocando em evidecircncia os paiacuteses subdesenvolvidos e

desenvolvidos da eacutepoca A princiacutepio as preocupaccedilotildees natildeo eram nem um

pouco igualitaacuterias jaacute que os paiacuteses desenvolvidos estavam atentos agrave

degradaccedilatildeo ambiental que afetavam sua qualidade de vida enquanto os

paiacuteses subdesenvolvidos estavam preocupados em natildeo sofrerem sanccedilotildees

comerciais e apresentarem um retardo em seu desenvolvimento uma vez que

naquela eacutepoca os problemas ambientais eram associados ao crescimento

econocircmico dos paiacuteses de terceiro mundo Nessa conferecircncia ficou exposto

que os paiacuteses desenvolvidos defendiam a proteccedilatildeo do meio ambiente como

principal foco e os paiacuteses em desenvolvimento focavam no combate agrave

pobreza

Para melhor esclarecer Nascimento expotildee a partir do documento ldquoOnly

One Earthrdquo (Ward amp Dubos 1973) ldquo[] O problema ambiental como decorrente

de externalidades econocircmicas proacuteprias do excesso de desenvolvimento

(tecnologia agressiva e consumo excessivo) de um lado e de sua falta

(crescimento demograacutefico e baixo PIB per capita) de outro Posta dessa forma

a questatildeo ambiental deixava de ficar restrita ao meio natural e adentrava o

espaccedilo socialrdquo Contemporacircneo a isso temos o relatoacuterio do Clube de Roma ndash

Limits to Growth (Meadows et al 1972) que propunha uma reduccedilatildeo do

desenvolvimento industrial nos paiacuteses desenvolvidos e uma contenccedilatildeo no

crescimento populacional nos paiacuteses subdesenvolvidos juntamente com o

apoio daqueles aos subdesenvolvidos para que pudessem crescer

economicamente A partir desses eventos os governos se conscientizaram e

criaram agecircncias que tratassem das questotildees ambientais para que pudessem

juntar dados ambientais jaacute que na eacutepoca careciam de tais informaccedilotildees

No Brasil foi criada a Secretaria Especial do Meio Ambiente (SEMA) em

1973 enquanto nos EUA jaacute existia a Environmental Protection Agency (EPA)

desde 1970

Dez anos apoacutes a Conferecircncia de Estocolmo uma anaacutelise dos resultados

foi feita pela ONU e mostrou que o resultado estabelecido deixou a desejar e

que os esforccedilos realizados foram inferiores Em decorrecircncia desse mal

desempenho foi formada a Comissatildeo Mundial sobre Meio Ambiente e

Desenvolvimento (CMMAD) presidida por Gro Harlen Brundtland responsaacutevel

pelo relatoacuterio ldquoNosso Futuro Comumrdquo ndash Our Common Future ndash que tinha como

principal proposta a criaccedilatildeo de uma agenda global para focar em uma

mudanccedila consideraacutevel Esse estudo obteve informaccedilotildees durante trecircs anos a

partir de pesquisas e anaacutelises com enfoque na parte social Segundo Barbosa

(2008 p2) as informaccedilotildees colhidas do relatoacuterio com base nas questotildees

sociais referiam-se ldquoao uso da terra sua ocupaccedilatildeo suprimento de aacutegua abrigo

e serviccedilos sociais educativos e sanitaacuterios aleacutem de administraccedilatildeo do

crescimento urbanordquo

Tal relatoacuterio foi responsaacutevel pela criaccedilatildeo do termo ldquoDesenvolvimento

Sustentaacutevelrdquo que ldquoconsistiu o maior esforccedilo entatildeo conhecido para conciliar a

preservaccedilatildeo do meio ambiente com o desenvolvimento econocircmicordquo

(Nascimento 2012 p 54) Uma definiccedilatildeo baacutesica do que eacute DS eacute exposta por

Nascimento (2012 p 58 apud Lenzi 2006) ldquoDesenvolvimento sustentaacutevel eacute o

desenvolvimento que satisfaz as necessidades do presente sem comprometer

a capacidade das geraccedilotildees futuras em satisfazer suas proacuteprias necessidadesrdquo

Estender e Pitta (O Conceito do Desenvolvimento Sustentaacutevel apud Camargo

2003 p 43) tambeacutem fazem citaccedilatildeo agrave outra definiccedilatildeo apontada no relatoacuterio

ldquoEm essecircncia o desenvolvimento sustentaacutevel eacute um

processo de transformaccedilatildeo no qual a exploraccedilatildeo dos

recursos a direccedilatildeo dos investimentos a orientaccedilatildeo

do desenvolvimento tecnoloacutegico e a mudanccedila

institucional se harmonizam e reforccedilam o potencial

presente e futuro a fim de atender agraves necessidades

e aspiraccedilotildees humanasrdquo

Nascimento (2012 p 54) aponta que ldquoA forccedila e a fraqueza dessa

definiccedilatildeo encontram-se justamente nessa foacutermula vaga pois deixam-se em

aberto quais seriam as necessidades humanas atuais e mais ainda as das

geraccedilotildees futurasrdquo

Segundo Barbosa (2008) o relatoacuterio faz consideraccedilotildees agraves questotildees

urbanas no qual as cidades em seu desenvolvimento devem contemplar as

necessidades baacutesicas de toda a populaccedilatildeo e conceder oportunidades de

melhora na qualidade de vida de todos buscando alcanccedilar uma equidade na

sociedade por meio de processos democraacuteticos para que haja um

desenvolvimento urbano adequado Ainda com referecircncia ao relatoacuterio haacute ldquoa

necessidade de descentralizaccedilatildeo das aplicaccedilotildees de recursos financeiros e

humanos e a necessidade do poder poliacutetico favorecer as cidades em sua

escala localrdquo (Barbosa 2008 p 2) Quanto agrave questatildeo do uso de recursos

naturais foi avaliada no relatoacuterio a capacidade de resiliecircncia da biosfera os

efeitos e as possiacuteveis consequecircncias causadas pela accedilatildeo antroacutepica apontando

ainda que a pobreza pode ser considerada como um problema ambiental e que

a tentativa de erradicar a mesma pode ser a base para a busca da

sustentabilidade Com essa contribuiccedilatildeo na mudanccedila do modo de perceber as

necessidades urbanas o relatoacuterio apresentou trecircs princiacutepios baacutesicos ou

aspectos que deveriam ser cumpridos ndash proteccedilatildeo ambiental equidade social e

o desenvolvimento econocircmico ndash e que seratildeo expostos mais adiante

Apesar de todos esses pontos levantados o relatoacuterio Brundtland

recebeu vaacuterias criacuteticas pelo fato de acusar a pobreza e o descontrole do

crescimento populacional nos paiacuteses subdesenvolvidos como a fonte principal

dos problemas ambientais e da insustentabilidade do planeta e de colocar em

segundo plano a poluiccedilatildeo causada ateacute a data de publicaccedilatildeo do relatoacuterio pelos

paiacuteses desenvolvidos

Em 1986 foi realizada a conferecircncia de Ottawa ndash Carta de Ottawa 1986

ndash na qual foram estabelecidas cinco condiccedilotildees para que se tentasse alcanccedilar o

desenvolvimento sustentaacutevel entre elas a manutenccedilatildeo da integraccedilatildeo

ecoloacutegica a satisfaccedilatildeo das necessidades baacutesicas humanas a provisatildeo da

autodeterminaccedilatildeo social e da diversidade cultural a integraccedilatildeo da conservaccedilatildeo

e do desenvolvimento e o alcance de equidade e justiccedila social Para a

CMMAD as condiccedilotildees que procedem do conceito de desenvolvimento

sustentaacutevel estatildeo associadas ao processo de urbanizaccedilatildeo e do crescimento da

cidade e tem como finalidade o uso adequado dos recursos naturais Em face

disto satildeo expostos alguns objetivos mudanccedila de qualidade do crescimento

crescimento renovaacutevel satisfaccedilatildeo das necessidades essenciais por emprego

aacutegua energia alimento e saneamento baacutesico garantia de um niacutevel sustentaacutevel

da populaccedilatildeo conservaccedilatildeo da base de recursos reorientaccedilatildeo da tecnologia e

do gerenciamento de risco e reorientaccedilatildeo das relaccedilotildees econocircmicas

internacionais (CMMAD 1988 1991)

Postumamente foi realizada a Assembleia das Naccedilotildees Unidas a qual

aprovou a Conferecircncia das Naccedilotildees Unidas para o Meio Ambiente e o

Desenvolvimento (CNUMAD) ocorrida em 1992 e ficou conhecida como Rio-

92 A Rio-92 teve maior visibilidade graccedilas agrave criaccedilatildeo da Convenccedilatildeo da

Biodiversidade e das Mudanccedilas Climaacuteticas ndash que posteriormente resultou na

criaccedilatildeo do Protocolo de Kyoto ndash da Agenda 21 e da Declaraccedilatildeo do Rio Essa

uacuteltima segue os mesmos padrotildees expostos na Conferecircncia de Estocolmo

citada anteriormente interligando o desenvolvimento econocircmico com o meio

ambiente atraveacutes de uma gestatildeo consciente dos recursos naturais sem

comprometer o modelo econocircmico vigente

Em decorrecircncia desses acontecimentos tornou-se de faacutecil entendimento

que o desenvolvimento sustentaacutevel eacute composto por trecircs aspectos ambiental

econocircmico e social Outros autores como Ignacy Sachs consideram ainda

outras variaacuteveis relevantes para o entendimento do DS como sustentabilidade

ecoloacutegica e poliacutetica

Figura 1 Tripeacute da Sustentabilidade

Fonte Nicholas Gimenes (2012)

Com base nesses trecircs aspectos apontados chegamos ao conhecido

Triple Bottom Line ndash ldquoTripeacute da Sustentabilidaderdquo No tripeacute da sustentabilidade

satildeo expostos o aspecto ambiental que tem como base a produccedilatildeo e o

consumo de tal forma que possa garantir que os ecossistemas natildeo sofram

problemas quanto a sua capacidade de resiliecircncia o aspecto econocircmico que

assume a denominada ecoeficiecircncia a qual incentiva a inovaccedilatildeo tecnoloacutegica

para tentar mitigar alguns dos problemas ambientais e ampliar a

desmaterializaccedilatildeo da economia e o uacuteltimo aspecto o social o qual supotildee que

a populaccedilatildeo de uma determinada sociedade tenha o miacutenimo necessaacuterio para

uma condiccedilatildeo de vida aceitaacutevel buscando erradicar a desigualdade social

Segundo Nascimento existem diversas definiccedilotildees desses trecircs aspectos mas

essas apontadas satildeo as mais recorrentes e de simples entendimento Natildeo

podemos esquecer que assim como eacute apontado por Ignacy Sachs e outros

autores outros aspectos para a definiccedilatildeo do DS devem ser levados em

consideraccedilatildeo em especial a cultura Apesar de natildeo ser citada como base do

ldquotripeacuterdquo a cultura eacute importante em qualquer sociedade quando relacionada ao

meio ambiente pois eacute ela quem dita o comportamento da populaccedilatildeo O Brasil

sofre com questotildees ambientais muitas das vezes por falta de instruccedilatildeo da

populaccedilatildeo que natildeo tem conhecimento do quatildeo impactante pode ser sua accedilatildeo

Deste modo quando se trata de questotildees ambientais eacute necessaacuterio que se

tenha uma mudanccedila natildeo repentina e sim gradativa nos padrotildees de consumo

no estilo de vida e na educaccedilatildeo ambiental

Retomando os conceitos de DS e sustentabilidade temos uma definiccedilatildeo

de Clovis Cavalcanti em que sustentabilidade ldquosignifica a possibilidade de se

obterem continuamente condiccedilotildees iguais ou superiores de vida para um grupo

de pessoas e seus sucessores em dado ecossistemardquo (Cavalcanti 2003)

Analisando essa definiccedilatildeo proposta por Cavalcanti vemos que se assemelha

do que foi exposto por Gro Harlen Brundtland em seu relatoacuterio Como jaacute foi

mencionado para Sachs o ldquoTriple Bottom Linerdquo ndash Tripeacute da Sustentabilidade ndash

possui cinco vertentes da sustentabilidade que satildeo a ldquosustentabilidade

ecoloacutegica refere-se a fiacutesica do processo de crescimento e tem como objetivo a

manutenccedilatildeo de estoques dos recursos naturais incorporados as atividades

produtivas a sustentabilidade ambiental que refere-se agrave manutenccedilatildeo da

capacidade de sustentaccedilatildeo dos ecossistemas o que implica a capacidade de

absorccedilatildeo e recomposiccedilatildeo dos ecossistemas em face as agressotildees antroacutepicas

sustentabilidade social que refere-se ao desenvolvimento e tem por algum

objetivo a melhoria da qualidade da vida da populaccedilatildeo Para caso de paiacuteses

com problemas de desigualdade e de inclusatildeo social implica a adoccedilatildeo de

poliacuteticas distributivas e a universalizaccedilatildeo de atendimento a questotildees como

sauacutede educaccedilatildeo habilitaccedilatildeo e seguridade social sustentabilidade poliacutetica

refere-se ao processo de construccedilatildeo da cidadania para garantir a incorporaccedilatildeo

plena dos indiviacuteduos ao processo de desenvolvimento e a sustentabilidade

econocircmica que refere-se a uma gestatildeo eficiente dos recursos em geral e

caracteriza-se pela regularidade de fluxos do investimento puacuteblico e privado

Implica a avaliaccedilatildeo da eficiecircncia por processos macro sociaisrdquo (Sachs 1993

Agenda 21 brasileira)

Barbosa (2008 p 4) faz uma citaccedilatildeo em seu trabalho sobre o livro de

Leila Ferreira ndash ldquoA questatildeo ambiental sustentabilidade e poliacuteticas puacuteblicas no

Brasilrdquo ndash referente ao padratildeo de vida da sociedade em que

ldquoO padratildeo de produccedilatildeo e consumo que

caracteriza o atual estilo de

desenvolvimento tende a consolidar-se

no espaccedilo das cidades e estas se

tornam cada vez mais o foco principal

na definiccedilatildeo de estrateacutegias e poliacuteticas

de desenvolvimentordquo

Sendo assim eacute de fundamental importacircncia que formas alternativas

sustentaacuteveis sejam alcanccediladas para que possam influenciar de forma positiva

na qualidade de vida das cidades e no processo de planejamento urbano Para

Acselrad (1999 p 85) a sustentabilidade urbana eacute definida como ldquoa

capacidade das poliacuteticas urbanas se adaptarem agrave oferta de serviccedilos agrave

qualidade e agrave quantidade das demandas sociais buscando o equiliacutebrio entre as

demandas de serviccedilos urbanos e investimentos em estruturardquo Como o

desenvolvimento sustentaacutevel possui muitos conceitos e definiccedilotildees haacute uma em

especial que se destaca pelo fato de estar relacionada agraves cidades juntamente

com o termo ldquosustentabilidaderdquo exposta por Barbosa (2008 p 4 apud

Satterthwaite 2004) em que

ldquoa resposta agraves necessidades humanas

nas cidades como o miacutenimo ou

nenhuma transferecircncia dos custos da

produccedilatildeo consumo ou lixo para outras

pessoas ou ecossistemas hoje e no

futurordquo

Assim a participaccedilatildeo da sociedade e a diversidade dos interesses que

a mesma possui gera um conflito entre as poliacuteticas puacuteblicas e o

desenvolvimento sustentaacutevel mas nada que natildeo possa ser contornado a partir

da conscientizaccedilatildeo individual dos cidadatildeos Como eacute exposto por Barbosa ldquoeacute

imprescindiacutevel para a sustentabilidade urbana o uso racional dos recursos

naturais a boa forma do ambiente urbano baseado na interaccedilatildeo clima e os

recursos naturais aleacutem das respostas agraves necessidades urbanas com o miacutenimo

de transferecircncia de dejetos e rejeitos para outros ecossistemas atuais e

futurosrdquo (Barbosa 2008 p 9) Em detrimento disso ldquoo desenvolvimento

sustentaacutevel natildeo deve ser apresentado como um slogan poliacuteticordquo (Barbosa

2008 p 10) deve ser apresentado como uma possiacutevel soluccedilatildeo para a

mitigaccedilatildeo dos problemas ambientais encontrados atualmente na sociedade

Portanto a sustentabilidade visa emoldurar novos meios alternativos de

produccedilatildeo distribuiccedilatildeo e consumo dos recursos naturais existentes de forma

mais racional ecologicamente viaacutevel e economicamente eficaz

Ao retratar esses problemas de padrotildees vividos pela sociedade

relacionados ao meio ambiente mais especificamente a utilizaccedilatildeo de recursos

naturais Nascimento (2012 p 58) aponta que ldquohaacute uma quase unanimidade

hoje entre os cientistas de que os recursos naturais natildeo seratildeo suficientes para

fornecer um modo de vida similar ao da classe meacutedia mundial a todos os novos

ingressantes no mercado No entanto eles tecircm tanto direito quanto os que jaacute

participam do mercado consumidorrdquo Mas como podemos contornar tais

problemas e a crise ambiental Atraveacutes da criatividade humana muitas formas

alternativas foram criadas e podem ser inventadas quando se tratam dos

recursos finitos utilizados pelo homem Temos como exemplo a aacutegua sobre a

qual poucos satildeo os estudos apresentados relacionando o aproveitamento de

aacuteguas pluviais e cidades sustentaacuteveis Na maioria das vezes os estudos satildeo

feitos com base em outras necessidades como a dessalinizaccedilatildeo das aacuteguas do

mar para consumo humano Natildeo podemos esquecer que atualmente existem

diversos sistemas de captaccedilatildeo de aacuteguas pluviais para diferentes finalidades

sejam elas para aproveitamento de consumo humano ou natildeo

3 ndash A viabilidade de implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo

pluvial em Brasiacutelia ndash DF

31 ndash Apresentaccedilatildeo de dados

Primeiramente seratildeo apresentados dados sobre a populaccedilatildeo e o

consumo de aacutegua presente nas residecircncias de Brasiacutelia e que seratildeo utilizados

como base para a implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo na Asa Norte

Segundo Ferreira C diretor Superintendente de Atendimento Comercial

(CAC) da Companhia de Saneamento Ambiental do Distrito Federal (CAESB)

ldquoEm Brasiacutelia o consumo meacutedio por habitante eacute de 190 litros de aacutegua por dia o

que resulta em um consumo mensal de 6msup3 por habitanterdquo De acordo com a

ONU cada pessoa necessita de 110 litros por dia para atender as

necessidades de consumo e higiene A Companhia de Saneamento Baacutesico do

Estado de Satildeo Paulo (SABESP 2010) afirma que ldquono Brasil o consumo por

pessoa pode chegar a mais de 200 litrosdiardquo A estimativa da SABESP (2010)

eacute de que 54 litros (27) vatildeo para cozinhar e beber 50 litros (25) para tomar

banho e escovar os dentes 66 litros (33) para descarga de banheiro 24 litros

(12) para lavagem de roupa e 6 litros (3) para outras tarefas como lavagem

de carro por exemplo Segundo dados da CAESB Brasiacutelia (Plano Piloto)

consome cerca de 2757890msup3 por mecircs e que o consumo por habitante eacute de

1381msup3mecircs

Devido ao alto consumo de aacutegua em Brasiacutelia os recorrentes transtornos

hiacutedricos urbanos e a ausecircncia de sistemas captaccedilatildeo pluvial este capiacutetulo traz

um estudo da viabilidade teacutecnica e econocircmica da implantaccedilatildeo de um sistema

em um preacutedio residencial do bairro Asa Norte mais especificamente na

Superquadra 111 Norte Natildeo haacute nenhum estudo realizado que comprove a

frequecircncia dos alagamentos nessa regiatildeo portanto tal quadra foi selecionada

em decorrecircncia de mateacuterias e reportagens que mostram a dificuldade que a

populaccedilatildeo sofre quando haacute uma chuva anormal

Primeiramente eacute necessaacuterio que se tenha uma noccedilatildeo do periacuteodo

chuvoso em Brasiacutelia Segundo o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais

(INPE) Brasiacutelia apresenta um regime de precipitaccedilatildeo bem definido sendo que

a estaccedilatildeo chuvosa tem iniacutecio em Outubro e estende-se ateacute Marccedilo e a estaccedilatildeo

seca ocorre no restante do ano (Abril a Setembro) Ainda segundo o INPE ldquoa

estaccedilatildeo chuvosa eacute causada pelo forte aquecimento da atmosfera na Amazocircnia

que favorece o desenvolvimento de um sistema quase estacionaacuterio em altos

niacuteveis a Alta Boliacutevia Como resultado dessa circulaccedilatildeo observa-se nos baixos

niacuteveis uma regiatildeo de baixa pressatildeo e a convergecircncia de ar satildeo os principais

fatores que provocam a precipitaccedilatildeo neste periacuteodo responsaacutevel por 70 do

total meacutedio anualrdquo A partir desses elementos apresentados pelo INPE e com

base nos dados os quais foram obtidos da estaccedilatildeo meteoroloacutegica de Brasiacutelia

localizada na Latitude (ordm) -158 Longitude (ordm)-479 temos a precipitaccedilatildeo de

Brasiacutelia dada mecircs a mecircs Os dados partem de Janeiro de 2006 e vatildeo ateacute

Outubro de 2015 Eacute importante frisar que os dados foram formulados a partir

da precipitaccedilatildeo acumulada para tornar mais faacutecil de calcular a meacutedia

Tabela 01 Dados de Precipitaccedilatildeo

AnoMecircs JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ Meacutedia Mensal

2006 1232 1914 258 1417 351 09 01 528 403 5264 1956 1821 14563

2007 2609 2659 357 501 75 0 0 0 0 535 2249 275 9779

2008 201 2425 2346 2109 0 0 0 27 80 387 271 3226 1337

2009 2028 1347 81 3759 612 93 0 725 505 2958 1991 3078 1492

2010 1211 368 2494 2388 275 0 0 0 0 349 2547 318 1068

2011 1268 1724 2433 696 139 38 0 0 7 2639 3338 4704 1421

2012 2699 1149 1982 1213 444 24 02 0 333 1098 4446 1428 1235

2013 4918 1893 1903 954 222 62 03 0 659 1069 2711 3525 1493

2014 1531 1392 3402 2493 28 10 79 0 162 2014 192 3667 1399

2015 939 1297 3456 2076 499 0 08 0 218 694 SD SD 9187

Meacutedia para cada mecircs

20445 16168 21763 17606 2645 326 093 128 315 17007 2652 30421 12797

Tabela contendo os dados de chuva acumulada mecircs a mecircs em miliacutemetros (mm)

Fonte INPE 2015

Obs 1- SD - satildeo dados que natildeo foram coletados devido pois o trabalho foi realizado antes desses meses

Obs2- Meacutedia calculada com os dados obtidos no caso os meses de novembro e dezembro de 2015 natildeo entram no

caacutelculo pois ainda natildeo existiam os dados

Temos tambeacutem a partir do estudo realizado por Brino (Brasiacutelia

Superquadras Residenciais) os dimensionamentos dos preacutedios e a quantidade

de apartamentos por pavimentos conforme as tabelas a seguir

Tabela 02 Dimensionamento dos Blocos

A SUPERQUADRA AE AT

Aacuterea de Projeccedilatildeo por Bloco

Aacuterea Total = 11760msup2 Nuacutemero total de Blocos = 11

1069msup2 185 136

Aacuterea Construiacuteda por bloco (sem pilotis e

subsolo)

Pavimentos = 6 Aacuterea do Pavimento = 1069msup2

6414msup2 1113 818

Aacuterea Construiacuteda por superquadras (sem pilotis e subsolo)

Preacutedio = 11 Aacuterea por Preacutedio = 64141msup2

70554msup2 8999 1225

AE - Aacuterea Aedificandi e AT - Aacuterea Total

Tabela 03 Dimensionamento da Populaccedilatildeo

A POPULACcedilAtildeO (5 Pessoas

apart)

6 apartamentos por pavimento

36 apartamentos por bloco

396 apartamentos

por superquadra

1980 pessoas por

superquadra

8 apartamentos por pavimento

48 apartamentos por bloco

528 apartamentos

por superquadra

2640 pessoas por

superquadra

10 apartamentos por pavimento

60 apartamentos por bloco

660 apartamentos

por superquadra

3300 pessoas por

superquadra

12 apartamentos por pavimento

72 apartamentos por bloco

792 apartamentos

por superquadra

3960 pessoas por

superquadra

Caacutelculo para as faixas 100 200 e 300 (seis pavimentos) Fonte SUDUR

O estudo apresentado por Brino (Brasiacutelia Superquadras Residenciais)

considera uma famiacutelia composta por cinco pessoas para cada apartamento

nesse caso iremos desconsiderar essa informaccedilatildeo e basearmos nos dados

apresentados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica (IBGE) Nos

dados do IBGE (Censo Demograacutefico 2010) constam que a meacutedia de

moradores em domiciacutelios particulares ocupados eacute de 33 moradores

Partindo dos elementos de precipitaccedilatildeo aacuterea de projeccedilatildeo por bloco

meacutedia de moradores por apartamento total de apartamentos de um preacutedio e

consumo meacutedio de aacuteguadia por habitante podemos dar inicio as formas de

captaccedilatildeo e armazenamento de aacuteguas pluviais

32 ndash Aacuteguas pluviais e aacuteguas cinzas

Mas porque focar em aproveitamento de aacuteguas pluviais Segundo

Rapoport (2004 p 1) ldquoo aumento populacional acompanhado pelas mudanccedilas

climaacuteticas globais vem contribuindo para o aumento na demanda por recursos

hiacutedricosrdquo Ainda expotildee que ldquoembora a aacutegua seja um recurso renovaacutevel ela

tende a se deteriorar em funccedilatildeo do seu uso indiscriminado o que compromete

consequentemente a quantidade de aacutegua com qualidade disponiacutevel para o

consumo nas diversas localidadesrdquo (Rapoport 2004 p 1)

Um fato importante abordado por Rapoport (2004 p1) eacute que ldquoa

quantidade de aacutegua disponiacutevel eacute sempre a mesma jaacute que estaacute sempre sendo

renovada atraveacutes do ciclo hidroloacutegico Entretanto a aacutegua de qualidade para

consumo estaacute se tornando rarardquo A tiacutetulo de esclarecimento ldquosabe-se que o

ciclo hidroloacutegico se constitui basicamente do transporte de massas drsquoaacutegua do

oceano para atmosfera por evaporaccedilatildeo e da atmosfera atraveacutes de

precipitaccedilotildees escoamentos superficiais e subterracircneos para os oceanos

influenciando diretamente a distribuiccedilatildeo e extensatildeo dos corpos drsquoaacutegua

continentaisrdquo (Rapoport 2004 p 1) Sendo assim a interferecircncia humana tem

causado alteraccedilotildees no ciclo hidroloacutegico em diversas regiotildees Esse assunto

seraacute melhor abordado mais adiante pois o uso do sistema de captaccedilatildeo pode

influenciar no ciclo hidroloacutegico negativamente mas utilizado da forma

adequada pode continuar mantendo o ciclo equilibrado

Aleacutem do uso indevido da aacutegua e de sua escassez Lima e Machado

(2008 p 13) apontam que ldquooutro fator importante eacute o aumento de inundaccedilotildees e

enchentes devido ao escoamento superficial da aacutegua de chuva e da

impermeabilizaccedilatildeo do solordquo Portanto a captaccedilatildeo de aacuteguas pluviais pode

contribuir para a reduccedilatildeo dos transtornos hiacutedricos urbanos e ao mesmo tempo

reduzir a demanda por aacutegua potaacutevel da companhia de distribuiccedilatildeo local

Segundo Amorim e Pereira (2008 p 54) ldquouma das soluccedilotildees em estudo

para aumentar a oferta de aacutegua para as edificaccedilotildees eacute o aproveitamento da

aacutegua pluvial Esta apresenta uma boa alternativa visto que aleacutem de reduzir o

consumo de aacutegua potaacutevel ainda surge como uma accedilatildeo no combate agraves

enchentes funcionando como uma medida natildeo-estrutural do sistema de

drenagem urbanardquo Mas o que eacute necessaacuterio para formar um sistema de

captaccedilatildeo adequado e funcional Amorim e Pereira (2008 p 54) apresentam

que ldquoos sistemas de aproveitamento de aacutegua pluvial satildeo formados basicamente

pela aacuterea de captaccedilatildeo (geralmente coberturas) os componentes de transporte

(calhas e condutores verticais) e o reservatoacuteriordquo Cabe ressaltar que para esse

estudo a captaccedilatildeo das aacuteguas pluviais seraacute destinada apenas para a utilizaccedilatildeo

em ldquoaacuteguas cinzasrdquo Neste sentido o reuso das aacuteguas cinzas que satildeo as aacuteguas

provenientes de todas as atividades domeacutesticas com exceccedilatildeo de fontes de

aacuteguas negras tais como sanitaacuterios bidecircs e urinol vem sendo estudadas com

vista ao reuso tanto em irrigaccedilatildeo como em sanitaacuterios (Rapoport 2004 p 8)

Retomando os dados apresentados pela SABESP (2010) temos a

tabela 04 a qual apresenta os dados de consumo domeacutestico e em sequecircncia o

graacutefico 01 que demonstram que se analisarmos as quantidades de aacutegua

utilizada no consumo domeacutestico teremos uma base para o tamanho do

reservatoacuterio E posteriormente a tabela 05 mostra em que situaccedilotildees se podem

reutilizar as aacuteguas pluviais

Tabela 04 Consumo domeacutestico de aacutegua

Litros

Cozinhar e Beber 54

Tomar Banho e Escovar os Dentes 50

Descarga de Banheiro 66

Lavagem de Roupa 24

Outras Tarefas 6

Total = 200

Fonte SABESP (2010)

27

25

33

12

3

Cozinhar e Beber

Tomar Banho e Escovar osDentes

Descarga de Banheiro

Lavagem de Roupa

Outras Tarefas

Descarga de Banheiro

6875

Lavagem de Roupa

25

Outras Tarefas 625

Graacutefico 01 Consumo Domeacutestico de Aacutegua

Tabela 05 Percentual para reutilizaccedilatildeo de aacuteguas pluviais

Graacutefico 02 Percentual para Reutilizaccedilatildeo de Aacuteguas Pluviais

Porcentagem ()

Descarga de Banheiro 66 6875

Lavagem de Roupa 24 25

Outras Tarefas 6 625

Total = 96 100

Fonte SABESP(2010)

33 ndash Meacutetodos de Dimensionamento do Reservatoacuterio

Amorim e Pereira (2008 p 54 Soares et al 2000 apud May 2004)

apresentam que existem quatro grupos principais para o dimensionamento do

reservatoacuterio

(a) Meacutetodos determiniacutesticos os dados referentes agrave precipitaccedilatildeo

pluviomeacutetrica e agrave demanda satildeo analisados pela curva de massa

(b) Meacutetodos aproximados baseados em relaccedilotildees empiacutericas

conhecidas

(c) Meacutetodos de modelaccedilatildeo satildeo tambeacutem conhecidos como meacutetodos

de transiccedilatildeo probabiliacutestica da matriz e

(d) Meacutetodos de anaacutelise de sistemas sendo linear natildeo linear ou

programaccedilatildeo dinacircmica

Dentro desses grupos de dimensionamento temos os diversos meacutetodos

meacutetodo de Rippl que consiste na determinaccedilatildeo do volume com base na aacuterea

de captaccedilatildeo que eacute subdivido em meacutetodo analiacutetico e meacutetodo graacutefico meacutetodo de

consideraccedilatildeo dos periacuteodos de dias consecutivos sem chuva que necessita da

observaccedilatildeo dos registros pluviomeacutetricos para identificar os maiores periacuteodos de

dias consecutivos sem chuvas e sua taxa de repeticcedilatildeo meacutetodo de anaacutelise de

simulaccedilatildeo de um reservatoacuterio com capacidade suposta que consiste

basicamente na fixaccedilatildeo de um volume para o reservatoacuterio e na verificaccedilatildeo do

percentual de consumo que seraacute atendido meacutetodo praacutetico brasileiro meacutetodo

praacutetico alematildeo meacutetodo praacutetico inglecircs e o meacutetodo praacutetico australiano (Amorim

e Pereira 2008 p 55-58)

34 ndash Anaacutelise de caso para um preacutedio da Superquadra 111 Norte

A partir dos dados jaacute apresentados temos que o objeto de estudo eacute um

preacutedio residencial localizado na Superquadra 111 Norte que possui uma aacuterea

de projeccedilatildeo de 1069msup2 com seis (6) pavimentos constituindo uma aacuterea

construiacuteda de 6414msup2 apresentando seis (6) apartamentos por pavimento e

consequentemente trinta e seis (36) apartamentos no total (Brino Brasiacutelia

Superquadras Residenciais) O preacutedio conteacutem 33 habitantes por apartamento

(IBGE 2010) que consomem em meacutedia cerca de 190 litros de aacuteguadia

resultando em um consumo mensal de aproximadamente 6msup3 por pessoa

(CAESB) mas como a aacutegua captada da chuva seraacute utilizada apenas para

suprir a demanda de aacutegua cinza temos 66 litros para descarga de vasos

sanitaacuterios

Temos entatildeo que a demanda por aacutegua por habitante nesse edifiacutecio eacute

dada por

119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119898119900119903119886119889119900119903 = 66119871 = 66119871119863119894119886

119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119886119901119886119903119905119886119898119890119899119905119900 = 33119901 times 66119871 ~ 217 119871119863119894119886

119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119901119903eacute119889119894119900 = (33119901 times 66119871) times 36 ~ 7840119871119863119894119886

119863119890119898119886119899119889119886 119898119890119899119904119886119897 119901119900119903 119901119903eacute119889119894119900 =7840119871

119889119894119886times 30119863119894119886119904 = 235224119871

Legenda L = Litros p = Pessoas

Para facilitar nos caacutelculos ao aplica-los para o reservatoacuterio e para o

sistema de captaccedilatildeo eacute necessaacuterio realizar a conversatildeo de litros para msup3

(metros cuacutebicos) Sendo assim 66L = 0066msup3 217L = 0217msup3 7840L =

7840msup3 e 235224L = 235224msup3

Seraacute utilizado o ano de 2014 para os dados de precipitaccedilatildeo da estaccedilatildeo

meteoroloacutegica de Brasiacutelia localizada na Latitude (ordm) -158 Longitude (ordm)-479

fornecidos pela professora Rafaela Lisboa durante o periacuteodo chuvoso O ano

de 2014 apresenta registros jornaliacutesticos de alagamento nos meses de

Fevereiro com precipitaccedilatildeo de 1392 msup3 Marccedilo com precipitaccedilatildeo de 3402msup3

e Dezembro com precipitaccedilatildeo de 3667msup3 Importante ressaltar que o setor

Noroeste de Brasiacutelia foi construiacutedo em 2011 (site G1) o que aumentou a aacuterea

de solo impermeabilizado e a reduccedilatildeo no escoamento superficial da aacutegua

ocasionando em um aumento nas enchentes e alagamentos na Asa Norte

Segundo Amorim e Pereira (2008 p57) um dos meacutetodos a ser utilizado

para poder saber o volume de aacutegua aproveitaacutevel e consequentemente o

volume de aacutegua do reservatoacuterio Trata-se de um meacutetodo empiacuterico apresentado

na NBR 155272007 O volume de aacutegua do reservatoacuterio V expresso em L eacute

exposto a seguir

119872eacute119905119900119889119900 119875119903aacute119905119894119888119900 119861119903119886119904119894119897119890119894119903119900

119881 = 0042 times 119875 times 119860 times 119879

Em que ldquoVrdquo representa o volume de aacutegua aproveitaacutevel e o volume de

aacutegua do reservatoacuterio (L) ldquoPrdquo a precipitaccedilatildeo meacutedia mensal (mm) ldquoArdquo a aacuterea de

coleta em projeccedilatildeo ldquoTrdquo nuacutemero de meses de pouca chuva ou seca e ldquo0042rdquo eacute

um coeficiente estipulado

Portanto segundo Fontanela (2010 p 25) para estipular o volume do

reservatoacuterio temos que calcular 42 do produto entre o volume de chuva

coletada pelo telhado e o nuacutemero de meses com pouca chuva ou seca

Atribuindo valores do ano de 2014 temos que

119881 = 0042 times 1399119898119898 times 1069 times 5

119881~ 31406119871 119900119906 31406119898sup3

Ressaltando que esse valor obtido eacute uma estimativa do tamanho do

reservatoacuterio e que pode haver um reservatoacuterio de maior capacidade

De forma comparativa eacute de bom senso que se faccedila outro caacutelculo com um

meacutetodo alternativo

Amorim e Pereira (2008 p56) expotildeem que existe um meacutetodo de anaacutelise

de simulaccedilatildeo do reservatoacuterio com capacidade suposta o qual consiste

basicamente na fixaccedilatildeo de um volume para o reservatoacuterio e na verificaccedilatildeo de

consumo que seraacute atendido Sendo assim ldquoo primeiro passo para a aplicaccedilatildeo

desse meacutetodo eacute adotar alguns valores possiacuteveis para o volume com base na

estimativa do consumo mensal de aacutegua natildeo potaacutevelrdquo (Amorim e Pereira 2008

p57) Portanto partindo do ponto que o preacutedio consome cerca de 235000L

devemos calcular uma base que possa ser favoraacutevel economicamente

119872eacute119905119900119889119900 119889119890 119878119894119898119906119897119886ccedilatilde119900 119889119900 119877119890119904119890119903119907119886119905oacute119903119894119900

235224119871 rarr 100

119881 rarr 30

119881 ~ 70000119871 119900119906 70119898sup3

Tambeacutem haacute outra alternativa apresentada por L Pereira (Viabilidade

EconocircmicoAmbiental p 18)

119881119886119888 = 119860119879 times 119875119875119872119860 lowast

119881119886119888 = 1069119898sup2 times 1399119898sup3 = 1495531119898sup3119886119899119900

Equaccedilatildeo a qual ldquoVacrdquo corresponde ao volume de aacutegua captado ldquoATrdquo

aacuterea do telhado e ldquoPPMArdquo eacute a precipitaccedilatildeo pluviomeacutetrica meacutedia mensal

Poreacutem o resultado obtido eacute para os 12 meses do ano e como foi visto no

ano de 2014 temos 7 meses com chuva portanto

119881119886119888 =119879119900119905119886119897

1198983

1198861198991199007 119898119890119904119890119904

lowast

119881119886119888 =1495531119898sup3119886119899119900

7= 21364119898sup3 119900119906 213640119871

dados somente seriam vaacutelidos se a precipitaccedilatildeo fosse uniforme durante os 7 meses de chuva

341 ndash Anaacutelise de caso para a Superquadra 111 Norte

Retomando a tabela 02 temos que a quadra apresenta 11 preacutedios

aproximadamente que variam o nuacutemero de apartamentos por pavimentos e

consequentemente o nuacutemero de moradores mas os edifiacutecios continuam tendo

uma aacuterea de 1069msup2 gerando um uma aacuterea total de 70554msup2 mas teremos

como base os caacutelculos feitos para o preacutedio selecionado no item 34

Realizando um caacutelculo baacutesico tem-se como estimativa de

armazenamento para esta quadra o seguinte

119872eacute119905119900119889119900 119875119903aacute119905119894119888119900 119861119903119886119904119894119897119890119894119903119900

119881~ 31406119871 119900119906 314061198983

11 119875119903eacute119889119894119900119904 times 31406119871 = 345466119871 119900119906 345466119898sup3

119872eacute119905119900119889119900 119889119890 119878119894119898119906119897119886ccedilatilde119900 119889119900 119877119890119904119890119903119907119886119905oacute119903119894119900

119881 ~ 70000119871 119900119906 701198983

11 119875119903eacute119889119894119900119904 times 70000119871 = 770000

119881119900119897119906119898119890 119889119890 aacute119892119906119886 119888119886119901119905119886119889119900 lowast

119881119886119888 = 213641198983119900119906 213640119871

11 119875119903eacute119889119894119900119904 times 213640119871 = 2350040119871 119900119906 235004119898sup3

dados somente seriam vaacutelidos se a precipitaccedilatildeo fosse uniforme durante os 7 meses de chuva

119863119890119898119886119899119889119886 119905119900119905119886119897 119889119886 119902119906119886119889119903119886 119888119900119898 119889119890119904119888119886119903119892119886 119889119890 119887119886119899ℎ119890119894119903119900

11 119875119903eacute119889119894119900119904 times 235224119871 = 2587464119871 119900119906 2587464119898sup3

Segundo Brino (Brasiacutelia Superquadras Residenciais) temos que as

dimensotildees maacuteximas de uma superquadra satildeo de 280x280m resultando numa

aacuterea de 78400msup2 que eacute denominado de Aacuterea Total (AT) A partir disso foi

definido que deveria existir uma faixa externa de 20m denominada de non

aedificandi que foi destinada ao plantio de uma ldquomassa vegetalrdquo de grande

porte e no interior da quadra encontra-se a aacuterea aedificandi a qual possui

240x240m e uma aacuterea de 57600msup2 Realizando uma subtraccedilatildeo da Aacuterea total

pela Aacuterea aedificandi obtecircm-se que a aacuterea non aedificandi eacute de 20800msup2 que

corresponde a 265 da aacuterea total

Com base nessas informaccedilotildees eacute necessaacuterio atentar-se ao detalhe de

que uma parte da precipitaccedilatildeo cai no solo e outra parte nos telhados dos

preacutedios Sendo assim parte da chuva pode ser aproveitada pelo sistema de

captaccedilatildeo enquanto outra parte chega ao solo sem uma interferecircncia direta no

ciclo hidroloacutegico

35 ndash Funcionamento do sistema de captaccedilatildeo

Eacute importante frisar que o sistema de aproveitamento de aacuteguas pluviais eacute

regido pela norma NBR 15527 (Associaccedilatildeo Brasileira de Normas Teacutecnicas

2007) norma a qual faz algumas consideraccedilotildees importantes para implantaccedilatildeo

e correto funcionamento do sistema de captaccedilatildeo Alguns destes satildeo

435 ndash O volume dos reservatoacuterios deve ser dimensionado com

base em criteacuterios teacutecnicos econocircmicos e ambientais levando em

conta as boas praacuteticas da engenharia podendo a criteacuterio do

projetista ser utilizados os meacutetodos contidos no Anexo A ou

outro desde que devidamente justificado

Item 436 ndash Os reservatoacuterios devem ser limpos e desinfetados

com soluccedilatildeo de hipoclorito de soacutedio no miacutenimo uma vez por ano

de acordo com agrave ABNT NBR 5626

Item 442 ndash As tubulaccedilotildees e demais componentes devem ser

claramente diferenciados das tubulaccedilotildees de aacutegua potaacutevel

Item 443 ndash O sistema de distribuiccedilatildeo de chuva deve ser

independente do sistema de aacutegua potaacutevel natildeo permitindo a

conexatildeo cruzada de acordo com agrave ABNT NBR 5626

Item 444 ndash Os pontos de consumo como por exemplo uma

torneira de jardim devem ser de uso restrito e identificados com

placa de advertecircncia com a seguinte inscriccedilatildeo ldquoaacutegua natildeo potaacutevelrdquo

e identificaccedilatildeo graacutefica

Item 445 ndash Os reservatoacuterios de aacutegua de distribuiccedilatildeo de aacutegua

potaacutevel e de aacutegua da chuva devem ser separados

Item 461 ndash Quando necessaacuterio o bombeamento este deve

atender agrave ABNT NBR 12214

Deve-se realizar manutenccedilatildeo em todo o sistema de

aproveitamento de aacutegua de chuva

Para maiores esclarecimentos ldquoo funcionamento de um sistema de

coleta e aproveitamento de aacutegua pluvial consiste de maneira geral na captaccedilatildeo

da aacutegua da chuva que cai sobre os telhados ou lajes da edificaccedilatildeo A aacutegua eacute

conduzida ateacute o local de armazenamento atraveacutes de calhas condutores

horizontais e verticais passando por equipamentos de filtragem e descarte de

impurezas Apoacutes passar pelo filtro a aacutegua eacute armazenada geralmente em

reservatoacuterio enterrado (cisterna) e bombeada a um segundo reservatoacuterio

(elevado) do qual as tubulaccedilotildees especiacuteficas de aacutegua pluvial iratildeo distribuiacute-la

para o consumo natildeo potaacutevelrdquo (Carvalho 2010 p 27 e 28) Conforme ilustra a

imagem a seguir

Figura 02 Funcionamento de um Sistema de Captaccedilatildeo

Fonte Adatildeo D Padini (2013)

De forma mais simplificada podemos ver a representaccedilatildeo no fluxograma

a seguir

Figura 03 Fluxograma do Sistema de Captaccedilatildeo

Fonte Leandro Roncato Pereira

351 ndash Dificuldades para implantaccedilatildeo do sistema

Tal sistema apresenta como dificuldade o local onde seriam instaladas

as cisternas uma vez que geraria um peso sobre o telhado Dessa forma o

sistema seria instalado no jardim cobrando um custo adicional

352 ndash Custo de implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo fechado em um

preacutedio

Na implantaccedilatildeo desse sistema os materiais utilizados teratildeo como base o

meacutetodo praacutetico brasileiro e para aumentar a eficiecircncia do sistema o volume de

31406L seraacute arredondado para 35000L

Os valores de alguns dos materiais apresentados a seguir seguem os

dos apresentados no trabalho de L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental

p 18) apenas o valor da caixa drsquoaacutegua de 10000L foi obtido atraveacutes de

pesquisas em lojas de construccedilatildeo e assim utilizando a de menor valor

Tambeacutem devemos considerar que a bomba consome energia ao bombear aacutegua

para o preacutedio (CEB) portanto os valores seguem conforme a tabela a seguir

Tabela 06 Preccedilo dos Produtos do Sistema de Captaccedilatildeo sem Fluxo

Produto Quantidade Valor unitaacuterio (R$) Valor total (R$)

Cx Daacutegua 10000L 3 496090 1488270

Cx Daacutegua 5000L 1 108000 108000

Boacuteia Eleacutetrica 1 2750 2750

Boacuteia Comum 1 1220 1220

Registro de Gaveta

1 3490 3490

Bomba Anauger 1 23000 23000

Filtro 3P VF1 1 22000 22000

Tubulaccedilotildees 7000 7000

Disjuntor 1 1310 1310

Escavaccedilatildeo Msup3 3666 128310

Matildeo de Obra 1 58574 58574

Energia 054 054

Total 13 727154 1843978

Observaccedilatildeo Pelo fato desse estudo se tratar de um modelo de implantaccedilatildeo

o custo das tubulaccedilotildees vai variar de acordo com a demanda necessitada pelo

preacutedio portanto podendo variar de acordo com o projeto implantado Para este

estudo seraacute adotado o valor de R$ 7000

Observaccedilatildeo Pelo fato desse trabalho tratar-se de um modelo de

implantaccedilatildeo o custo da energia pode variar de acordo com a demanda necessitada

pelo preacutedio portanto podendo variar de acordo com o uso da bomba Para este

estudo seraacute adotado o valor de R$ 054 que eacute o valor do KwH cobrado pela CEB

Segundo Saravy (2010 p 46) haacute tambeacutem um custo para manutenccedilatildeo do

sistema conforme a tabela a seguir

Tabela 07 Preccedilo de Manutenccedilatildeo do Sistema de Captaccedilatildeo

Com esses dados podemos ver o valor total final a ser pago pelo

sistema de captaccedilatildeo que eacute de R$ 1889978

36 ndash Taxas e valores cobrados para utilizaccedilatildeo de aacutegua

Segundo a Companhia de Saneamento Ambiental do Distrito Federal (CAESB)

quando vaacuterias residecircncias satildeo atendidas por uma uacutenica ligaccedilatildeo de aacutegua eacute aplicado o

conceito de consumo ldquoPara exemplificar podemos citar um preacutedio residencial onde

cada apartamento corresponde a uma unidade de consumordquo (CAESB) Contudo o

caacutelculo de gastos seraacute realizado primeiro em um apartamento e posteriormente

multiplicado pelo total de apartamentos do preacutedio uma vez que os preacutedios

residecircncias da Asa Norte pagam a conta de aacutegua atraveacutes do condomiacutenio O preacutedio

Componente Frequecircncia da Manutenccedilatildeo

Custo da Manutenccedilatildeo

Calhas e Condutores

Semestral R$ 13000

Reservatoacuterio Limpeza e

Desinfecccedilatildeo Anual

R$ 20000

desse estudo apresenta um hidrocircmetro que mede o consumo de aacutegua para o todo o

preacutedio

Eacute de suma importacircncia destacar tambeacutem que haacute uma taxa de esgoto que eacute

cobrada pela CAESB consequentemente ldquoo valor da tarifa de esgotos corresponde

a 100 do valor da tarifa de aacutegua exceto quando se tratar de coleta do tipo

condominial que equivale a 60 do valor da tarifa de aacuteguardquo (CAESB)

Deste modo a CAESB utiliza tarifas para diversas categorias de moradia e

comeacutercio e neste estudo seraacute aplicada a tarifa de ldquoresidencial normalrdquo em

concordacircncia com a tabela a seguir

Tabela 08 Valor da Tarifa Cobrado pela CAESB

Para melhor compreensatildeo do caacutelculo que a CAESB faz temos uma conta do

condomiacutenio do preacutedio da Superquadra 111 Norte

Figura 04 Conta Discriminada do Condomiacutenio

Fonte Condomiacutenio do Preacutedio

O caacutelculo feito pela CAESB consiste primeiramente em saber a demanda de

aacutegua gasta em metros cuacutebicos por Unidade de Consumo ndash apartamento ndash para

saber qual faixa ldquomsup3rdquo eacute aplicada Apoacutes saber qual a faixa ldquomsup3rdquo que se enquadra eacute

atribuiacutedo o volume por UC (em msup3) em sequecircncia multiplica-se o volume por UC ou

volume da faixa pelo nuacutemero de UCrsquos correspondente para se obter o volume total

gasto (em msup3) Tendo o volume total gasto basta multiplicar pelo preccedilo corresponde

agrave faixa a qual se encaixa o consumo e assim obtendo o valor total a pagar A partir

do momento que se tem o valor total a pagar eacute necessaacuterio acrescer 100 do valor

para cobrir a tarifa de esgoto conforme a figura

Partindo desses dados podemos calcular por apartamento quanto eacute cobrado

pela CAESB a partir dos dados apresentados no capiacutetulo 34

119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119886119901119886119903119905119886119898119890119899119905119900 = 33119901 times 66119871 ~ 217119871

119863119894119886

119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119886119901119886119903119905119886119898119890119899119905119900 119886119900 119898ecirc119904 = 217119871119889119894119886 times 30119863119894119886119904 = 6510119871 119900119906 65101198983

Com base nesses dados temos que calcular o volume total de descarga em

sanitaacuterios que o preacutedio consome com a seguinte foacutermula

119881119879 = 119881119865 times 119873ordm 119889119890 119880119862prime119904

119881119879 = 10119898sup3 times 36 = 360119898sup3

Em que ldquoVTrdquo corresponde ao volume total do preacutedio ldquoVFrdquo ao volume da faixa

que eacute estipulado pela CAESB e ldquoUCrsquosrdquo satildeo as unidades de consumo que eacute correlato

ao nuacutemero de apartamentos existente

Portanto o total a se pagar em um mecircs eacute calculado da seguinte forma

119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 119881119879 times 119879119886119903119894119891119886 119889119890 aacute119892119906119886 + 119879119886119903119894119891119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900

119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 360119898sup3 times 119877$ 265 + 119879119886119903119894119891119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900

119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 954 + 119877$ 954 = 119877$ 1908

Em 7 meses seriam pagos em descarga

119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 1908 times 7 119872119890119904119890119904 = 119877$ 13356

37 ndash Caacutelculos de economia e retorno de investimento para um sistema

fechado

Conforme exposto por L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental p 15)

ldquopara o caacutelculo da economia da taxa de aacutegua multiplica-se o valor do msup3 (valor

cobrado por msup3 do responsaacutevel pelo fornecimento de aacutegua na cidade []) pelo

volume captado e entatildeo obtecircm-se o valor economizado por ano na taxa de aacuteguardquo

Recapitulando que para esse estudo seraacute utilizado o meacutetodo praacutetico brasieliro

devido aos meses de seca ou pouca chuva

Sendo assim

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119881119886119897119900119903 119889119900 1198983 times 119881119900119897119906119898119890 119888119886119901119905119886119889119900

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 265 times 314061198983

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 8322

Essa economia de R$ 8322 eacute para um mecircs de chuva para o preacutedio todo

sendo assim para os 7 meses de chuva tem-se

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119890 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 8322 times 7 119898119890119904119890119904 = 119877$ 58254

Ainda segundo L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental p 16) para o

caacutelculo da economia referente ao esgoto eacute necessaacuterio multiplicar o valor do msup3 pelo

volume captado e por 08 uma vez que considera-se 20 de perda ou seja para

cada 1 litro de aacutegua que chega na residecircncia eacute cobrado 08 litros para o tratamento

do esgoto

Portanto tem-se

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119881119886119897119900119903 119889119900 1198983 times 119881119900119897119906119898119890 119888119886119901119905119886119889119900 times 08

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900 = 119877$ 265 times 314061198983 times 08

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 6658

Esse valor encontrado de R$ 6658 corresponde a um mecircs de chuva para o

preacutedio sendo assim o total economizado pelo preacutedio em 7 meses eacute de

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119890 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 6658 times 7 119898119890119904119890119904 = 119877$ 46606

ldquoPara o caacutelculo do retorno do investimento divide-se o valor investido pela

economia anual com a implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo e reaproveitamento da

aacutegua pluvialrdquo L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental p 16)

Portanto para 7 meses de chuva tem-se o seguinte

119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 =119881119886119897119900119903 119894119899119907119890119904119905119894119889119900

119864119888119900119899119900119898119894119886 (7119898119890119904119890119904)

119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 = 119877$ 1843924

119877$ 58254 + 119877$ 46606

119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 = 119877$ 1843924

119877$ 9446

119877119890119905119900119903119899119900

119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900= 1952 119886119899119900119904

38 ndash Caacutelculos de dimensionamento para um sistema com fluxo

Os caacutelculos apresentados no subitem anterior satildeo relativos a um sistema

o qual natildeo adota a possibilidade de fluxo dentro do reservatoacuterio Quando se

fala em fluxo temos que considerar que ao mesmo tempo em que o preacutedio

utiliza aacutegua do reservatoacuterio de aacutegua pluvial o mesmo vai enchendo com aacutegua

pluvial Portanto haacute um ciclo no qual o preacutedio demanda aacutegua do reservatoacuterio e

o mesmo vai enchendo conforme chove no local

Sabendo que a meacutedia mensal eacute de 1399msup3 eacute preciso multiplicar isso

por 12 para se obter o quanto choveu em 2014 Sendo assim

119879119900119905119886119897 119886119900 119886119899119900 = 1399119898119898 times 12 119898119890119904119890119904

119879119900119905119886119897 119886119900 119886119899119900 = 16788119898119898

Mas como foi visto o periacuteodo chuvoso eacute de 7 meses entatildeo temos

119875119903119890119888119894119901119894119905119886ccedilatilde119900 119901119886119903119886 7 119898119890119904119890119904 = 16788119898119898 divide 7 = 2398119898119898

Com isso eacute necessaacuterio realizar o caacutelculo da meacutedia de captaccedilatildeo de aacutegua

por mecircs para a aacuterea de 1069msup2

119872119890119889119894119886 119889119890 119862119886119901119905119886ccedilatilde119900 = 2398119898119898 times 1069119898sup2

119872eacute119889119894119886 119889119890 119862119886119901119905119886ccedilatilde119900 = 256346119871 119900119906 256346119898sup3

Ao considerar o valor obtido temos que realizar o quanto seria captado

diariamente

119872eacute119889119894119886 119889119894aacute119903119894119886 = 256346119898sup3 divide 30 119889119894119886119904 = 85119898sup3119889119894119886

A partir desses caacutelculos podemos realizar a seguinte comparaccedilatildeo O

preacutedio consome cerca de 78msup3 ao dia de aacutegua para descarga de vasos sanitaacuterios

enquanto a meacutedia diaacuteria de captaccedilatildeo eacute de 85msup3 por conseguinte temos um fluxo

positivo de aacutegua para o reservatoacuterio de 067msup3dia nos dias chuvosos

Se colocarmos um reservatoacuterio de 35msup3 sem nenhuma aacutegua

armazenada poderemos constatar que o reservatoacuterio iria encher por completo em

cerca de 53 dias conforme o caacutelculo a seguir

351198983 = 0671198983 times 119909 119889119894119886119904

119909 119889119894119886119904 = 35119898sup3 divide 067119898sup3 = 5223 119889119894119886119904

Analisando esses dados temos que a partir do 54ordm dia o reservatoacuterio

estaria completamente cheio e no restante dos 156 dias que teriacuteamos de chuva

esses 067msup3 seriam de certa forma desperdiccedilados uma vez que esse fluxo de

067msup3 ao final dos 7 meses gerariam cerca de 1407msup3 enquanto o reservatoacuterio tem

a capacidade de 35msup3 conforme o caacutelculo a seguir

119875119900119905119890119899119888119894119886119897 = 067119898sup3 times 156 119889119894119886119904 = 1045119898sup3

Se considerarmos esse fluxo positivo de 067msup3dia temos que ao final

dos 210 dias (7meses) seria possiacutevel armazenar 1407 msup3 de aacutegua Com um

reservatoacuterio de 35msup3 1057msup3 estariam sendo escoados para fora do reservatoacuterio

Portanto o ideal seria um reservatoacuterio que se aproxime de 1407msup3 para que ao

final dos 7 meses toda aacutegua possiacutevel fosse armazenada no entanto o reservatoacuterio

deveria ser de 145msup3

Devemos considerar ainda que ao final dos 7 meses o reservatoacuterio

estaria cheio no periacuteodo de seca conseguiria abastecer o preacutedio de acordo com a

demanda do preacutedio sendo assim

119880119905119894119897119894119911119886ccedilatilde119900 119899119886 119904119890119888119886 = 119879119900119905119886119897 119889119900 119903119890119904119890119903119907119886119905oacute119903119894119900 divide 119863119890119898119886119899119889119886 119889119894aacute119903119894119886

119880119905119894119897119894119911119886ccedilatilde119900 119899119886 119904119890119888119886 = 1451198983 divide 781198983119889119894119886

119880119905119894119897119894119911119886ccedilatilde119900 119899119886 119904119890119888119886 = 1858 119889119894119886119904

381 ndash Custo de implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo com fluxo em um

preacutedio

Na implantaccedilatildeo desse sistema os materiais utilizados teratildeo como base

as estimativas que foram apresentadas no subitem anterior e para aumentar a

eficiecircncia do sistema o volume de 1400007L seraacute arredondado para

145000L

Devido ao tamanho do reservatoacuterio eacute de se esperar que o reservatoacuterio

natildeo seja instalado em cima do preacutedio uma vez que a estrutura do preacutedio natildeo

conseguiria suportar o peso que o reservatoacuterio faria sobre o telhado

consequentemente o reservatoacuterio deveraacute ser instalado no jardim do preacutedio que

iraacute gerar um custo a mais por conta da escavaccedilatildeo

Os valores de alguns dos materiais apresentados a seguir seguem os

dos apresentados no trabalho de L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental

p 18) apenas o valor da caixa drsquoaacutegua de 10000L foi obtido atraveacutes de

pesquisas em lojas de construccedilatildeo e assim utilizando a de menor valor

conforme a tabela a seguir Segundo o Saneamento de Goiaacutes SA (SANEAGO)

o custo de escavaccedilatildeo eacute calculado a partir do total de msup3 aleacutem de 3m de

profundidade

Tabela 09 Preccedilo dos Produtos do Sistema de Captaccedilatildeo com Fluxo

Observaccedilatildeo Pelo fato desse estudo se tratar de um modelo de implantaccedilatildeo

o custo das tubulaccedilotildees vai variar de acordo com a demanda necessitada pelo

preacutedio portanto podendo variar de acordo com o projeto implantado Para este

estudo seraacute adotado o valor de R$ 7000

Observaccedilatildeo Pelo fato desse trabalho tratar-se de um modelo de

implantaccedilatildeo o custo da energia pode variar de acordo com a demanda necessitada

pelo preacutedio portanto podendo variar de acordo com o uso da bomba Para este

estudo seraacute adotado o valor de R$ 054 que eacute o valor do KwH cobrado pela CEB

Produto Quantidade Valor unitaacuterio (R$) Valor total (R$)

Cx Daacutegua 10000L 14 496090 6945260

Cx Daacutegua 5000L 1 108000 108000

Boacuteia Eleacutetrica 1 2750 2750

Boacuteia Comum 1 1220 1220

Registro de Gaveta

1 3490 3490

Bomba Anauger 1 23000 23000

Filtro 3P VF1 1 22000 22000

Tubulaccedilotildees 7000 7000

Disjuntor 1 1310 1310

Escavaccedilatildeo Msup3 3666 53157

Matildeo de Obra 1 58574 58574

Energia 054 054

Total 13 727154 7704228

382 ndash Caacutelculos de economia e retorno de investimento para um sistema

com fluxo

Partindo dos dados apresentados podemos calcular por apartamento quanto eacute

cobrado pela CAESB a partir dos dados apresentados no capiacutetulo 34

119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119886119901119886119903119905119886119898119890119899119905119900 = 33119901 times 66119871 ~ 217119871

119863119894119886

119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119886119901119886119903119905119886119898119890119899119905119900 119886119900 119898ecirc119904 = 217119871119889119894119886 times 30119863119894119886119904 = 6510119871 119900119906 65101198983

Em que ldquoVTrdquo corresponde ao volume total do preacutedio ldquoVFrdquo ao volume da faixa

que eacute estipulado pela CAESB e ldquoUCrsquosrdquo satildeo as unidades de consumo que eacute correlato

ao nuacutemero de apartamentos existente

Portanto o total a se pagar em um mecircs eacute calculado da seguinte forma

119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 119881119879 times 119879119886119903119894119891119886 119889119890 aacute119892119906119886 + 119879119886119903119894119891119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900

119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 360119898sup3 times 119877$ 265 + 119879119886119903119894119891119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900

119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 954 + 119877$ 954 = 119877$ 1908

Retomando o caacutelculo exposto por L Pereira (Viabilidade

EconocircmicoAmbiental p 15) no subitem anterior temos que o caacutelculo da CAESB

seria feito da seguinte maneira

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119881119886119897119900119903 119889119900 1198983 times 119881119900119897119906119898119890 119888119886119901119905119886119889119900

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 265 times 1451198983

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 38425

Esse caacutelculo eacute equivalente a um mecircs de captaccedilatildeo para os 7 meses

teremos o seguinte

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119890 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 38425 times 7 119898119890119904119890119904 = 119877$ 268975

Conforme foi visto para o caacutelculo da economia de esgoto eacute necessaacuterio

multiplicar o valor do msup3 pelo volume captado e por 08 uma vez que considera-se

20 de perda ou seja para cada 1 litro de aacutegua que chega na residecircncia eacute cobrado

08 litros para o tratamento do esgoto Portanto para um mecircs segue-se

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119881119886119897119900119903 119889119900 1198983 times 119881119900119897119906119898119890 119888119886119901119905119886119889119900 times 08

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900 = 119877$ 265 times 1451198983 times 08

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 3074

ldquoPara o caacutelculo do retorno do investimento divide-se o valor investido pela

economia anual com a implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo e reaproveitamento da

aacutegua pluvialrdquo L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental p 16)

Portanto para 7 meses de chuva tem-se o seguinte

119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 =119881119886119897119900119903 119894119899119907119890119904119905119894119889119900

119864119888119900119899119900119898119894119886 (7119898119890119904119890119904)

119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 = 119877$ 17704228

119877$ 268975 + 119877$ 21518

119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 = 119877$ 7704228

119877$ 484155

119877119890119905119900119903119899119900

119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900= 1591119886119899119900119904

4 ndash Conclusatildeo e Consideraccedilotildees Finais

De acordo com o que foi exposto temos que a implantaccedilatildeo do sistema de

captaccedilatildeo para o aproveitamento de aacuteguas pluviais eacute uma oacutetima alternativa para

substituiccedilatildeo da ldquoaacutegua cinzardquo possibilitando tambeacutem um destino mais correto do

ponto de vista ambiental para a aacutegua que se tornaria esgoto Como eacute de

conhecimento este tipo de meacutetodo eacute utilizado em diversas regiotildees natildeo somente

aquelas que sofrem com escassez de aacutegua

Mesmo sabendo que o Brasil possui um grande potencial hiacutedrico observamos

que uma parcela da populaccedilatildeo natildeo tem consciecircncia quanto ao gasto de aacutegua

gerando um grande desperdiacutecio de forma desnecessaacuteria Portanto partindo de um

pensamento racional um sistema de captaccedilatildeo seria viaacutevel para o aproveitamento da

aacutegua para fins de consumo domeacutestico mais precisamente ldquoaacutegua cinzardquo

Considerando os caacutelculos apresentados a partir da taxa de precipitaccedilatildeo meacutedia

em Brasiacutelia a criaccedilatildeo de um sistema de captaccedilatildeo pluvial predial traz benefiacutecios

econocircmicos e ambientais O projeto torna-se viaacutevel economicamente pois desde

que se faccedila a manutenccedilatildeo de forma adequada do sistema este teraacute uma vida uacutetil

longa e considerando que se obteacutem o retorno do investimento em aproximadamente

16 anos para um sistema com fluxo apoacutes este periacuteodo o sistema passa a ser

lucrativo para o preacutedio que implanta pois o custo eacute dividido no condomiacutenio dentre os

moradores do preacutedio

Analisando do ponto de vista ambiental o desenvolvimento urbano de Brasiacutelia

ocasionou em superfiacutecies impermeaacuteveis dificultando a absorccedilatildeo de aacuteguas pluviais

pelo solo e juntamente com o sistema de redes pluviais e o sistema de drenagem

ultrapassados os alagamentos e enchentes tecircm se tornado constante quando

ocorrem chuvas anormais Com as estimativas feitas neste trabalho eacute possiacutevel que

tais transtornos hiacutedricos urbanos possam ser amenizados a partir da implantaccedilatildeo do

sistema sem que afete o ciclo hidroloacutegico natural Logicamente essa natildeo eacute a

soluccedilatildeo uma vez que ela deve ser apenas um complemento agrave poliacuteticas publicas

poliacuteticas de incentivo entre outras medidas de cunho sustentaacutevel

Em vista disso a implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo e aproveitamento de

aacuteguas pluviais acarretaria em uma significativa melhora ambiental atraveacutes da

substituiccedilatildeo de uma parcela da aacutegua fornecida pela CAESB e possivelmente

mitigando os transtornos hiacutedricos urbanos se aplicado em larga escala

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DA SILVA Paulo Alipius Miketen

ANAacuteLISE DA VIABILIDADE TEacuteCNICA E ECONOcircMICA DO USO

DO MEacuteTODO DE CAPTACcedilAtildeO DE AacuteGUAS PLUVIAIS EM

SISTEMAS PREDIAIS E REDUCcedilAtildeO DE TRANSTORNOS

HIacuteDRICOS URBANOS EM BRASIacuteLIA ndash DF

Orientaccedilatildeo Dr Pedro Henrique Zuchi da Conceiccedilatildeo

paacuteginas

Projeto final em ciecircncias ambientais ndash Consoacutercio IG IB IQ FACE-

ECO CDS ndash Universidade de Brasiacutelia

Brasiacutelia ndash DF 2015

1 Ciecircncias Ambientais- 2Desenvolvimento Sustentaacutevel- 3 Sistema

de Captaccedilatildeo- 4 Aacuteguas Pluviais 5- Interdisciplinaridade

(PALAVRAS CHAVES)

VIABILIDADE TEacuteCNICA E FINANCEIRA DE CAPTACcedilAtildeO DE

AacuteGUAS PLUVIAIS EM SISTEMAS PREDIAIS EM BRASIacuteLIA ndash DF

Paulo Alipius Miketen da Silva

Prof Orientador Dr Pedro Henrique Zuchi da Conceiccedilatildeo

Brasiacutelia-DF

BANCA EXAMINADORA

Prof Dr Pedro Henrique Zuchi da Conceiccedilatildeo (Orientador)

FACE - Faculdade de Economia Administraccedilatildeo e Ciecircncias

Contaacutebeis - UnB

____________________________________________________

Prof Dr Luciano Soares da Cunha (Avaliador)

IG ndash Instituto de Geociecircncias ndash UnB

__________________________________________________

DEDICATOacuteRIA

Dedico esta monografia a minha

matildee e minha madrinha que

proporcionaram educaccedilatildeo para

que pudesse alcanccedilar esta

conquista a todos os amigos que

me apoiaram e ajudaram nessa

jornada acadecircmica e a todos

profissionais da aacuterea ambiental

principalmente os Cientistas

Ambientais

AGRADECIMENTOS

Primeiramente gostaria de agradecer a minha matildee Maria

Tereza Silva e minha madrinha Lourdes Maria Balby Silva duas

pessoas que foram fundamentais para minha formaccedilatildeo acadecircmica

e como pessoa

Agradeccedilo ao meu orientador professor e coordenador do

Curso de Ciecircncias Ambientais Pedro Zuchi pela paciecircncia e

excelente instruccedilatildeo para a finalizaccedilatildeo deste trabalhoe por tecirc-lo

como referecircncia tanto como profissional como pessoa Tambeacutem

gostaria de agradecer a dedicaccedilatildeo do Zuchi para com o curso de

Ciecircncias Ambientais e consequentemente para os alunos

contribuindo para a formaccedilatildeo de todos

Agradeccedilo ao professor Carlos Henke pelos conselhos dados

ao decorrer do curso para minha formaccedilatildeo como futuro profissional

Agradeccedilo ao professor Mauriacutecio Amazonas pelo suporte que

me deu ao longo da graduaccedilatildeo e por tecirc-lo como referecircncia

acadecircmica

Gostaria de agradecer a Elaine Souto que sempre foi muita

prestativa se dedicando ao maacuteximo para sempre atender todos os

alunos

Por fim gostaria de agradecer a todos os meus amigos que

me aturaram ao decorrer do curso compartilhando experiecircncias

novas e de certa forma me ajudaram a concluir este trabalho

ldquoEstamos diante de um momento criacutetico na

histoacuteria da Terra numa eacutepoca em que a

humanidade deve escolher o seu futuro Agrave

medida que o mundo torna-se cada vez mais

interdependente e fraacutegil o futuro enfrenta ao

mesmo tempo grandes perigos e grandes

promessas Para seguir adiante devemos

reconhecer que no meio da uma magniacutefica

diversidade de culturas e formas de vida

somos uma famiacutelia humana e uma

comunidade terrestre com um destino comum

Devemos somar forccedilas para gerar uma

sociedade sustentaacutevel global baseada no

respeito pela natureza nos direitos humanos

universais na justiccedila econocircmica e numa

cultura da paz Para chegar a este propoacutesito

eacute imperativo que noacutes os povos da Terra

declaremos nossa responsabilidade uns para

com os outros com a grande comunidade da

vida e com as futuras geraccedilotildeesrdquo

(Carta da Terra)

RESUMO

O presente trabalho apresenta a viabilidade de implantaccedilatildeo de um

sistema de captaccedilatildeo em Brasiacutelia (DF) mais especificamente na

Superquadra 111 Norte Com essa forma alternativa de utilizaccedilatildeo

de aacuteguas pluviais para fins natildeo potaacuteveis haacute uma maior

conscientizaccedilatildeo em relaccedilatildeo ao uso de aacutegua potaacutevel e

consequentemente uma mudanccedila no pensamento ambiental da

populaccedilatildeo que possa vir a aderir a um sistema de captaccedilatildeo de

aacuteguas pluviais Portanto o sistema eacute feito para captar aacutegua da

chuva e ser redirecionado para o uso de ldquoaacutegua cinzardquo e ver o quatildeo

viaacutevel eacute sua implantaccedilatildeo Os dados apresentados foram calculados

a partir de estimativas envolvendo uma diferenccedila entre o custo total

de implantaccedilatildeo de um sistema de captaccedilatildeo pluvial e a possiacutevel

economia que se pode obter ao decorrer do tempo Com tal sistema

eacute possiacutevel estimar em quanto tempo haacute um retorno a partir de sua

implantaccedilatildeo e a possibilidade de uma reduccedilatildeo de transtornos

hiacutedricos urbanos tais como enchentes e alagamentos que tecircm se

tornado constantes em Brasiacutelia

Palavras chave 1 Ciecircncias Ambientais- 2Desenvolvimento

Sustentaacutevel- 3 Sistema de Captaccedilatildeo- 4 Aacuteguas Pluviais ndash 5

Interdisciplinaridade

ABSTRACT

This paper presents the feasibility of implementing a collection

system in Brasilia (DF) more specifically in Superquadra 111 North

With this alternative form of use of rainwater for non-potable

purposes there is a greater awareness of the use of potable water

and consequently a shift in environmental thinking of the population

that may join a rainwater collection system Therefore the system is

designed to capture rainwater and be redirected to the use of gray

water and see how viable is its implementation The data presented

were calculated from estimations involving a difference between the

total cost of setting a rainwater collection system and possible

savings that can be achieved over the time With such a system it is

possible to estimate how much time there is a return from its

implementation and the possibility of a reduction of urban water

disorders and consequently reduce flooding and overflowing which

have become constant in Brasilia

KEYWORDS 1 Environmental Sciences- 2Development

Sustainable 3-Caption System 4 Rainwater - 5 Interdisciplinary

LISTA DE GRAacuteFICOS

Graacutefico 01 Consumo Domeacutestico de Aacutegua

Graacutefico 02 Percentual para Reutilizaccedilatildeo de Aacuteguas Pluviais

LISTA DE TABELAS

Tabela 01 Dados de Precipitaccedilatildeo

Tabela 02 Dimensionamento dos Blocos

Tabela 03 Dimensionamento da Populaccedilatildeo

Tabela 04 Consumo domeacutestico de aacutegua

Tabela 05 Percentual para Reutilizaccedilatildeo de Aacuteguas Pluviais

Tabela 06 Preccedilo dos Produtos do Sistema de Captaccedilatildeo sem Fluxo

Tabela 07 Preccedilo de Manutenccedilatildeo do Sistema de Captaccedilatildeo

Tabela 08 Valor da Tarifa Cobrado pela CAESB

Tabela 09 Preccedilo dos Produtos do Sistema de Captaccedilatildeo com Fluxo

LISTA DE FIGURAS

Figura 01 Tripeacute da Sustentabilidade

Figura 02 Funcionamento de um Sistema de Captaccedilatildeo

Figura 03 Fluxograma do Sistema de Captaccedilatildeo

Figura 04 Conta Discriminada do Condomiacutenio

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

ABNT Associaccedilatildeo Brasileira de Normas Teacutecnicas

AE Aacuterea Aedificandi

AT Aacuterea Total

CAC Superintendecircncia de Atendimento Comercial

CAESB Companhia de Saneamento Ambiental do Distrito Federal

CEB Companhia Energeacutetica de Brasiacutelia

CMMAD Comissatildeo Mundial Sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento

CNUMAD Conferecircncia das Naccedilotildees Unidas para o Meio Ambiente e o

Desenvolvimento

DF Distrito Federal

DS Desenvolvimento Sustentaacutevel

ECOSOC Economic and Social Council of the United Nations

EPA Environmental Protection Agency

GDF Governo do Distrito Federal

IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica

INPE Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais

KwH Quilo Watts Hora

L Litros

Msup2 Metros Quadrados

Msup3 Metros Cuacutebicos

ONU Organizaccedilatildeo das Naccedilotildees Unidas

SABESP Companhia de Saneamento Baacutesico do Estado de Satildeo Paulo

SEMA Secretaria Especial do Meio Ambiente

SNRH Sistema Nacional de Recursos Hiacutedricos

SQN Superquadra Norte

UCrsquos Unidades de Consumo

UNB Universidade de Brasiacutelia

UNG Universidade de Guarulhos

UFSM Universidade Federal de Santa Maria

UFRGS Universidade Federal do Rio Grande do Sul

Sumaacuterio

INTRODUCcedilAtildeO 14

1 ndash Cidades sustentaacuteveis e o Ciclo hidroloacutegico 16

11 - Poliacuteticas Puacuteblicas e a relaccedilatildeo com as cidades sustentaacuteveis definiccedilotildees

aplicaccedilatildeo conceitos 21

2 ndash Sustentabilidade desenvolvimento sustentaacutevel e a sua importacircncia 29

3 ndash A viabilidade de implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo pluvial em Brasiacutelia ndash DF 39

31 ndash Apresentaccedilatildeo de dados 39

32 ndash Aacuteguas pluviais e aacuteguas cinzas 42

33 ndash Meacutetodos de Dimensionamento do Reservatoacuterio 45

34 ndash Anaacutelise de caso para um preacutedio da Superquadra 111 Norte 45

341 ndash Anaacutelise de caso para a Superquadra 111 Norte 48

35 ndash Funcionamento do sistema de captaccedilatildeo 49

351 ndash Dificuldades para implantaccedilatildeo do sistema 52

Tal sistema apresenta como dificuldade o local onde seriam instaladas as

cisternas uma vez que geraria um peso sobre o telhado Dessa forma o sistema

seria instalado no jardim cobrando um custo adicional 52

352 ndash Custo de implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo fechado em um preacutedio 52

36 ndash Taxas e valores cobrados para utilizaccedilatildeo de aacutegua 53

37 ndash Caacutelculos de economia e retorno de investimento para um sistema fechado 56

38 ndash Caacutelculos de dimensionamento para um sistema com fluxo 58

381 ndash Custo de implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo com fluxo em um preacutedio 59

382 ndash Caacutelculos de economia e retorno de investimento para um sistema com

fluxo 61

4 ndash Conclusatildeo e Consideraccedilotildees Finais 63

REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS 65

INTRODUCcedilAtildeO

O problema ambiental urbano assume atualmente um papel importante

para os governos e para a sociedade em geral em muitos paiacuteses pelo fato de

um crescimento significativo de pessoas vivendo no meio urbano acabou

ocasionando em uma degradaccedilatildeo ambiental e de certa forma uma queda na

qualidade de vida da populaccedilatildeo Por isto eacute de suma importacircncia destacar que

os problemas ambientais urbanos como a poluiccedilatildeo o consumo de energia o

gasto descontrolado de aacutegua potaacutevel entre outros forccedilaram o profissionais

ambientais e de outras aacutereas a buscar novas alternativas para a soluccedilatildeo destes

problemas Surgindo assim as cidades sustentaacuteveis que na atualidade satildeo a

chave para uma convivecircncia mais harmoniosa entre meio urbano e o meio

ambiente

Em decorrecircncia do aumento da urbanizaccedilatildeo as aacutereas foram

pavimentadas e cobertas por preacutedios casas monumentos entre outras

edificaccedilotildees ocasionando na impermeabilizaccedilatildeo do solo em aacutereas naturais

Devido a esse fator o ser humano vem demandando novas soluccedilotildees para o

controle e mitigaccedilatildeo de impactos causados pela chuva tais como alagamentos

Os governos de modo geral vecircm encontrando seacuterias dificuldades quanto agraves

questotildees de gestatildeo dos alagamentos em suas aacutereas puacuteblicas Para Brasiacutelia e o

Governo do Distrito Federal esse problema eacute recente e nem tatildeo alarmante

quando comparado aos das grandes capitais brasileiras como Satildeo Paulo ou

Rio de Janeiro Sendo assim eacute necessaacuterio que se tenha uma precauccedilatildeo com o

uso das aacuteguas tratadas para que natildeo haja desperdiacutecio e que as aacuteguas pluviais

possam ser utilizadas em fontes alternativas Com o objetivo de

aproveitamento de aacuteguas pluviais a captaccedilatildeo de aacutegua advinda das chuvas

possui um vieacutes sustentaacutevel do ponto de vista teacutecnico e econocircmico quando

aplicado em sistemas de uso privativo

Portanto cabe ressaltar que esse estudo baseia-se em estimativas e

que visa um projeto de aproveitamento de aacuteguas pluviais que atenda as

demandas de aacutegua natildeo potaacutevel em um preacutedio residencial substituindo uma

parte da aacutegua fornecida pela companhia de abastecimento e tendo como base

a precipitaccedilatildeo de chuva local sendo assim a quantidade de aacutegua pluvial a ser

aproveitada pelo sistema eacute diretamente proporcional agrave aacuterea que se utiliza para

a captaccedilatildeo De forma secundaacuteria o trabalho tambeacutem tenta trazer a captaccedilatildeo de

chuva como uma fonte para amenizar os problemas hiacutedricos urbanos causados

recentemente pelas chuvas em Brasiacutelia-DF

Para atingir os objetivos mencionados o trabalho foi modelado da

seguinte forma

No capiacutetulo I eacute apresentado o surgimento das cidades sustentaacuteveis em

decorrecircncia da necessidade de fontes alternativas para a degradaccedilatildeo

ambiental e utilizaccedilatildeo de recursos naturais A manifestaccedilatildeo dessa busca por

aperfeiccediloamento das cidades baseia-se em conceitos e inter-relaccedilotildees entre

populaccedilatildeo e governo por meio de poliacuteticas puacuteblicas

No capiacutetulo II eacute exposto um histoacuterico da sustentabilidade e do

desenvolvimento sustentaacutevel com a finalidade de contextualizar o leitor e

facilitar a compreensatildeo quanto agrave evoluccedilatildeo do vieacutes ambiental que encontramos

atualmente tornando o entendimento do leitor mais vasto e consequentemente

informaacute-lo sobre a sua importacircncia englobando questotildees ecoloacutegicas poliacuteticas

econocircmicas soacutecias e culturais

No capiacutetulo III eacute apresentada a viabilidade de implantaccedilatildeo do sistema

de captaccedilatildeo em um preacutedio residencial em Brasiacutelia-DF com os dados

coletados a caracterizaccedilatildeo das aacuteguas pluviais e ldquoaacutegua cinzardquo meacutetodos de

dimensionamento do reservatoacuterio anaacutelise de caso para um preacutedio na SQN 111

e a possiacutevel aplicaccedilatildeo do sistema para uma quadra funcionamento do sistema

de captaccedilatildeo e custo de implantaccedilatildeo desse sistema taxas e valores cobrados

pela CAESB para utilizaccedilatildeo de aacutegua e os caacutelculos de economia e retorno do

investimento

Por fim no capiacutetulo IV apresentam-se as consideraccedilotildees finais e a

conclusatildeo sobre o estudo realizado

1 ndash Cidades sustentaacuteveis e o Ciclo hidroloacutegico

Atualmente os problemas ambientais vecircm sendo o grande destaque do

cenaacuterio global tanto pela accedilatildeo antroacutepica como pelos desastres naturais Tais

problemas preocupam natildeo soacute a geraccedilatildeo atual como as geraccedilotildees futuras

dando assim a iniciativa para criaccedilatildeo de novas tecnologias meacutetodos e

conceitos

A partir de problemas como a extinccedilatildeo de recursos naturais o ser

humano tem dado prioridade a novas fontes para esses recursos tanto em

novas alternativas de obtenccedilatildeo como nas formas de reduzir o gasto

exacerbado Dessa forma as cidades entram como principal ator para criaccedilatildeo

de alternativas de mitigar os problemas ambientais focando no

reaproveitamento de mateacuteria reduccedilatildeo de uso dos combustiacuteveis foacutesseis formas

alternativas de obtenccedilatildeo de energia aproveitamento de aacuteguas pluviais e

possiacuteveis reduccedilotildees nos transtornos urbanos Assim o conceito de cidades

sustentaacuteveis cria um alicerce e torna-se base para que as cidades tomem a

iniciativa de serem o modelo de reduccedilatildeo dos problemas ambientas

Segundo a Organizaccedilatildeo das Naccedilotildees Unidas (ONU) pouco mais da

metade da populaccedilatildeo mundial vive em zonas urbanas desde o ano de 2006

Por isso conclui-se que de fato o mundo eacute urbano

Atualmente o problema urbano de modo geral possui grande

importacircncia para a sociedade e os governos em geral em diversos paiacuteses

Devido a esse crescimento desenfreado do nuacutemero de pessoas vivendo nas

cidades e conseguinte reduccedilatildeo na qualidade de vida deve-se considerar que

as cidades configuram uma das maiores potenciais de utilizaccedilatildeo energeacutetica e

de degradaccedilatildeo do meio ambiente ocasionando a criaccedilatildeo de meacutetodos para o

direcionamento correto do crescimento urbano e monitoramento dessas

alteraccedilotildees ambientais

A urbanizaccedilatildeo trouxe fortes aliados que geram transtornos e devido a

esse aumento de pessoas vivendo em cidades a preocupaccedilatildeo com problemas

urbanos tornou-se destaque para a criaccedilatildeo do conceito de cidades

sustentaacuteveis Mas o que viria a ser ldquocidades sustentaacuteveisrdquo De forma baacutesica e

sem aprofundamento cidades sustentaacuteveis satildeo aquelas que visam meacutetodos e

praacuteticas eficientes para a preservaccedilatildeo do meio ambiente sem deixar de

almejar o desenvolvimento econocircmico e a melhoria na qualidade de vida da

populaccedilatildeo Sendo assim ldquoa sustentabilidade eacute vista como algo bom desejaacutevel

consensual a definiccedilatildeo que vai prevalecer vai construir autoridade para que se

discriminem em seu nome as boas praacuteticas das ruinsrdquo (Acselrad 1999 p 80)

Para melhor esclarecimento o conceito de sustentabilidade associado

ao desenvolvimento das cidades ldquotem origem nas rearticulaccedilotildees poliacuteticas pelas

quais um certo nuacutemero de atores envolvidos na produccedilatildeo do espaccedilo urbano

procuram dar legitimidade as suas perspectivas evidenciando a

compatibilidade delas com os propoacutesitos de dar durabilidade ao

desenvolvimento de acordo com os propoacutesitos da Agenda 21 resultante da

Conferecircncia da ONU sobre Desenvolvimento e Meio Ambienterdquo (Acselrad

1999 p 81) Para tanto o governo deve ter um planejamento para que possa

tomar medidas no sentido de amenizar os transtornos urbanos e ambientais

decorrentes da accedilatildeo antroacutepica Diversas estrateacutegias devem ser implementadas

para que se possa promover o conceito de cidades sustentaacuteveis e priorizar a

qualidade de vida urbana em toda sua abrangecircncia partindo do princiacutepio da

anaacutelise criacutetica da condiccedilatildeo atual de desenvolvimento das cidades pensando no

contexto na qual se encontram

Segundo Magalhatildees (2006 p 2) no inicio a sustentabilidade urbana

sofreu bastante em questotildees poliacuteticas pois o ldquodiscurso mais estabelecido dos

projetos urbanos agrave temaacutetica ambiental estaacute longe de ser o centro das

preocupaccedilotildees Quando muito ela eacute considerada do ponto de vista do

provimento de aacutereas livres dentro dos espaccedilos urbanos mas mesmo essas

satildeo destinadas agrave intensa movimentaccedilatildeo imaginada para as aacutereas

requalificadas ou revitalizadasrdquo

Poreacutem devido a estudos tornou-se possiacutevel ampliar os horizontes e

perceber que a sustentabilidade tem sido aplicada junto aos objetivos da

cidade a partir da Agenda 21 e da noccedilatildeo do que eacute desenvolvimento

sustentaacutevel Contudo esses novos interesses surgiram a partir dos distuacuterbios

causados aos habitantes sendo esses distuacuterbios ambientais ou natildeo Essa

participaccedilatildeo mais ativa da populaccedilatildeo remete a uma das vertentes expostas por

Acselrad (1999) de que a sustentabilidade urbana deve estar associada natildeo

somente agraves poliacuteticas puacuteblicas mas tambeacutem ao modelo ldquocidade-empresardquo no

qual a cidade torna-se atrativo de investimentos para a implementaccedilatildeo de

meacutetodos alternativos de sustentabilidade

Para Magalhatildees (2006 p 5) ldquoa noccedilatildeo de risco tornou-se parte de

diversos aspectos do dia a dia das pessoas fazendo-as corresponsaacuteveis pelos

efeitos de suas accedilotildeesrdquo portanto eacute necessaacuterio que se tenha um controle

governamental a partir de poliacuteticas puacuteblicas das accedilotildees individuais de seus

habitantes com o proposito de reduzir os riscos de agravantes nas cidades

Cabe ressaltar que uma questatildeo importante a ser vista eacute que os

problemas causados nas cidades natildeo refletem apenas nas cidades em si mas

tambeacutem nas aacutereas que a circundam e em outras localidades o que obriga a

rever o pensamento de que cidades sustentaacuteveis englobam apenas a proacutepria

cidade

Segundo Magalhatildees (2006 p 6 apud Satterhwaite 2004 p 134) ldquopara

avanccedilar e alcanccedilar meacutetodos de desenvolvimento sustentaacutevel o desempenho

ambiental das cidades deve melhorar natildeo apenas em termos de qualidade

ambiental dentro dos seus limites mas tambeacutem em termos de reduccedilatildeo da

transferecircncia de custos ambientais para outras pessoas outros ecossistemas

ou para o futurordquo A partir desse pensamento nota-se que o conceito de

cidades sustentaacuteveis vai aleacutem da consolidaccedilatildeo da sustentabilidade urbana

afirmando que cidades sustentaacuteveis satildeo um projeto que necessita de um

extenso processo e natildeo algo preacute-definido visando mais de um objetivo comum

Na visatildeo de Magalhatildees (2006 p 8) ldquotal processo deve envolver questotildees aleacutem

das estritamente ambientais uma melhor definiccedilatildeo de que propostas poderatildeo

contribuir para o seu avanccedilo a criatividade na concepccedilatildeo de bons projetos e a

capacidade de se evitar os falsos atalhosrdquo

Sendo assim para a construccedilatildeo de projetos de cidades sustentaacuteveis eacute

necessaacuterio que se tenha uma visatildeo ampla e com diferentes abordagens desse

processo de urbanizaccedilatildeo Para o projeto de cidades sustentaacuteveis eacute necessaacuterio

que se tenha trecircs abordagens a espacial que vislumbra a anaacutelise das relaccedilotildees

metaboacutelicas operadas pela cidade compreendendo territoacuterios distantes a

temporal uma vez que pleiteia geraccedilotildees futuras e a conceitual que exige um

enfoque transdisciplinar

Magalhatildees (2006 p 9 apud Peter Brand 1999 p 10) faz uma anaacutelise

sobre a implementaccedilatildeo dessas abordagens ldquo uma metaacutefora social como

cidade sustentaacutevel ou desenvolvimento urbano sustentaacutevel nunca pode ser

uma meta objetiva e sim uma gama de possibilidades abertas cujas

prioridades satildeo determinadas pelas urgecircncias do presenterdquo Com essa

ampliaccedilatildeo do conceito de sustentabilidade urbana percebe-se que haacute uma

nova utopia com um ideal diferenciado de cidade tendo como base accedilotildees

voltadas para o meio ambiente e a reduccedilatildeo da desigualdade causada pelos

transtornos ambientais dando prioridade a uma parte relevante de sua mateacuteria

e energia para a organizaccedilatildeo e manutenccedilatildeo interna e depois ao crescimento

da cidade Entatildeo por que seguir algo utoacutepico Coloco em pauta uma frase

destacada por Galeano (1993 p 230) na qual ele expotildee -ldquoA utopia estaacute laacute no

horizonte Me aproximo dois passos ela se afasta dois passos Caminho dez

passos e o horizonte corre dez passos Por mais que eu caminhe jamais

alcanccedilarei Para que serve a utopia Serve para isso para que eu natildeo deixe de

caminharrdquo

Com essas colocaccedilotildees Magalhatildees (2006 p 16) expotildee a criaccedilatildeo de

uma ideia de ldquodesempenho ambiental urbanordquo o qual mostra um conceito

mensuraacutevel e comparaacutevel junto com a ampliaccedilatildeo de niacuteveis de justiccedila ambiental

locacional e de democracia nas cidades que se torna uacutetil para construccedilatildeo de

paracircmetros de atuaccedilatildeo Essa ideia mostra que o urbanismo tem muito a

contribuir

Atualmente haacute muitos estudos cientiacuteficos que satildeo voltados para a crise

ambiental que vivemos que teve como origem a pressatildeo do crescimento

populacional sobre as aacutereas verdes e pelo modo de vida ocidental como a alta

produccedilatildeo e consumo exagerado Nesse contexto retomamos que as cidades

tecircm sido o principal fator e foco gerador dessa crise ambiental e que agora

concentramos as poliacuteticas puacuteblicas voltadas para o desenvolvimento urbano

como grande objetivo

Tanto pesquisadores atraveacutes de estudos quanto a sociedade atraveacutes

da miacutedia que divulga os riscos ambientais decorrentes das novas formas de

produccedilatildeo e seus efeitos alertam a populaccedilatildeo da gravidade causada e assim

provocam uma preocupaccedilatildeo generalizada acerca do problema ambiental

Sendo assim uma reflexatildeo deve ser feita sobre o conceito de cidade

sustentaacutevel uma vez que as cidades concentram a maior fonte de poluiccedilatildeo e

produccedilatildeo de resiacuteduos aleacutem de consumirem parte da energia do planeta

Como foi dito anteriormente cidades sustentaacuteveis devem pensar aleacutem

da proacutepria localidade mas para ter essa abordagem eacute necessaacuterio focar

primeiramente em uma escala local Para Schussel (2004 p 63 apud

Camagni 2001 p 345) ldquoeacute mais eficaz enfrentar um mesmo problema

localmente (em termos tanto de efeito como de autoridades) do que enfrentaacute-

los globalmente (onde as autoridades satildeo frequentemente ausentes os

agentes poluidores longiacutenquos as interdependecircncias das accedilotildees dos diferentes

sujeitos mais elevadas onde tambeacutem a incertitude sobre a grandeza dos

fenocircmenos e seus encadeamentos causais eacute maior)rdquo Com esse ponto de vista

eacute importante que se deva dar uma atenccedilatildeo ao processo de mudanccedila da

aprendizagem coletiva das cidades com uma interaccedilatildeo saudaacutevel entre a

economia tecnologia e meio ambiente

Eacute importante ressaltar que a implantaccedilatildeo de cidades sustentaacuteveis

juntamente com a gestatildeo do meio ambiente urbano possui uma alta

complexidade para a sociedade moderna ao analisar que natildeo devemos

apenas pensar na conservaccedilatildeo dos recursos ambientais mas tambeacutem

devemos nos atentar ao transporte puacuteblico para reduccedilatildeo da emissatildeo de gases

poluentes melhorar a mobilidade urbana diminuindo consideravelmente o

traacutefego de veiacuteculos dar incentivo e propiciar accedilotildees para a utilizaccedilatildeo de

transportes alternativos como bicicletas otimizar a utilizaccedilatildeo do espaccedilo

urbano devemos ainda criar mais espaccedilos verdes voltados para o lazer da

populaccedilatildeo criar programas voltados para a arborizaccedilatildeo dos espaccedilos puacuteblicos

destinar adequadamente o lixo urbano aplicar programas educacionais

voltados para o desenvolvimento sustentaacutevel investir em educaccedilatildeo de

qualidade para uma boa instruccedilatildeo da populaccedilatildeo favorecer a economia local

dinacircmica e sustentaacutevel e criar accedilotildees para a utilizaccedilatildeo racional da aacutegua

juntamente com o aproveitamento de aacuteguas pluviais

A autora Silva (Poliacuteticas Puacuteblicas e Estrateacutegias de Sustentabilidade

Urbana p 1 apud Metzger 1994) cujo inventaacuterio realizado sobre trabalhos de

ecologia urbana e meio ambiente urbano identifica trecircs concepccedilotildees distintas A

primeira trata da natureza na cidade no qual Metzger fez estudos referentes

aos elementos bioloacutegicos do meio urbano no que diz respeito agrave preservaccedilatildeo

dos espaccedilos verdes e dos elementos fiacutesico naturais da cidade A segunda

concepccedilatildeo do meio ambiente urbano estaacute relacionada aos riscos da cidade e

na cidade aos problemas ambientais enfrentados pela populaccedilatildeo e como

esses problemas afetam a qualidade de vida da mesma Por fim a uacuteltima

vertente que visa mensurar o problema de gestatildeo ou administraccedilatildeo da cidade

tratando das poliacuteticas puacuteblicas sob uma visatildeo do uso do solo e a influecircncia que

as questotildees ambientais causam na determinaccedilatildeo das poliacuteticas puacuteblicas

11 - Poliacuteticas Puacuteblicas e a relaccedilatildeo com as cidades sustentaacuteveis

definiccedilotildees aplicaccedilatildeo conceitos

Eacute necessaacuterio que sejam identificados os locais de atuaccedilatildeo das poliacuteticas

puacuteblicas que tecircm como objetivo a sustentabilidade urbana mas analisando

previamente as mudanccedilas que ocorreram no acircmbito das accedilotildees governamentais

que ocasionaram a adoccedilatildeo de determinadas poliacuteticas puacuteblicas como

estrateacutegias e diretrizes da proacutepria accedilatildeo governamental e dos indiviacuteduos

Mas o que satildeo poliacuteticas puacuteblicas e por que as poliacuteticas puacuteblicas satildeo

consideradas tatildeo importantes quando se trata da sustentabilidade urbana

Segundo Silva (Poliacuteticas Puacuteblicas e Estrateacutegias de Sustentabilidade Urbana p

2 apud Bucci 2002 p 241) poliacuteticas puacuteblicas ldquosatildeo programas de accedilatildeo

governamental para um setor da sociedade ou um espaccedilo geograacutefico

buscando a concretizaccedilatildeo de determinados objetivos e metasrdquo e destaca ainda

que ldquosatildeo programas de accedilatildeo governamental visando a coordenar os meios agrave

disposiccedilatildeo do Estado e as atividades privadas para a realizaccedilatildeo de objetivos

socialmente relevantes e politicamente determinadosrdquo

Quando relacionadas agrave cidadania as poliacuteticas puacuteblicas encontram

dificuldade para alcanccedilar a sustentabilidade urbana jaacute que devem assegurar

uma vida harmocircnica entre o habitante e o meio ambiente Isso ocorre devido a

globalizaccedilatildeo dos espaccedilos em que satildeo levantadas novas tecnologias e haacute o

problema da crescente urbanizaccedilatildeo Esse enfoque possui alguns princiacutepios

que devem ser levados em consideraccedilatildeo princiacutepios esses que guiam as

poliacuteticas puacuteblicas no meio ambiente urbano Esses princiacutepios satildeo destacados e

relacionados por Silva (Poliacuteticas Puacuteblicas e Estrateacutegias de Sustentabilidade

Urbana p 5) como o princiacutepio do interesse puacuteblico na proteccedilatildeo do meio

ambiente urbano sobre os interesses privados o princiacutepio da realizaccedilatildeo de

uma avaliaccedilatildeo preacutevia dos impactos ambientais advindos da accedilatildeo antroacutepica ou

natural o princiacutepio de que o Estado deve intervir na defesa e proteccedilatildeo do meio

ambiente e do meio ambiente urbano o princiacutepio da funccedilatildeo da funccedilatildeo

socioambiental da propriedade urbana o princiacutepio da participaccedilatildeo da

sociedade e da gestatildeo democraacutetica da cidade e o princiacutepio da garantia do

direito a cidades sustentaacuteveis

Cabe ressaltar que apesar de existirem tantos princiacutepios que devem ser

vistos como diretriz a realidade foge um pouco do que eacute mostrado na teoria jaacute

que as poliacuteticas puacuteblicas seguem programas finaliacutesticos que satildeo flexiacuteveis e

quando relacionados agraves exigecircncias legais devem ser diferenciados de acordo

com o grau de finalizaccedilatildeo da accedilatildeo e de imperatividade das normas

Quando tratamos do urbano e do meio ambiente as politicas puacuteblicas

devem ser integradas e possuiacuterem uma interaccedilatildeo entre si como por exemplo

ao tratar das poliacuteticas de habitaccedilatildeo natildeo se pode deixar de levar em

consideraccedilatildeo as poliacuteticas de saneamento ambiental ou entatildeo ao tratar de

poliacuteticas de transporte puacuteblico e mobilidade urbana deve-se considerar a

proacutepria poliacutetica ambiental Sendo assim os programas e projetos

governamentais devem contemplar os aspectos ambientais urbanos sociais e

econocircmicos

Para Silva (Poliacuteticas Puacuteblicas e Estrateacutegias de Sustentabilidade Urbana

p 6) ldquose os planos satildeo obrigatoacuterios para o setor puacuteblico para o setor privado

eles satildeo indicativosrdquo Reforccedilando o conceito de poliacuteticas puacuteblicas essas podem

ser definida como ldquoprocesso - ou conjunto de processos - que culmina na

escolha racional e coletiva de propriedades para definiccedilatildeo dos interesses

puacuteblicos reconhecidos pelo direitordquo sendo que quando se diz respeito a

direitos todos tecircm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado

englobando tambeacutem o meio ambiente urbano Portanto quando eacute utilizado o

termo ldquourbanordquo para qualificar o meio ambiente natildeo significa que haacute uma

segregaccedilatildeo classificatoacuteria do meio ambiente o adjetivo ldquourbanordquo vem como

uma proposta de demarcar a problemaacutetica ambiental em um determinado

espaccedilo geograacutefico - no caso as cidades - sem deixar de considerar os fatores

que nelas estatildeo inseridos como os sociais e os ambientais

Assim para empregar poliacuteticas puacuteblicas visando a sustentabilidade

urbana deve-se repensar o modelo de desenvolvimento da cidade juntamente

com o modo de vida da populaccedilatildeo e a conscientizaccedilatildeo da mesma apoiando-se

nas relaccedilotildees sociais e econocircmicas exercidas na cidade sem deixar de

considerar essas interaccedilotildees como propulsoras do direito agrave cidade sustentaacutevel

Para ratificar inciso I do art 2ordm do Estatuto da Cidade - Lei n 10257 de

10 de julho de 2001 reconhece entre as diretrizes de poliacuteticas puacuteblicas

expostas o direito a cidades sustentaacuteveis De acordo com essa lei esse direito

proporciona o direito a terra urbana agrave moradia ao saneamento ambiental agrave

infraestrutura urbana aos serviccedilos puacuteblicos em geral ao trabalho e ao lazer

tanto para as geraccedilotildees atuais como para as futuras

Sendo assim as cidades devem desenvolver-se respeitando a

sustentabilidade por isso o desenvolvimento urbano deve ser feito sem

degradaccedilatildeo possibilitando uma vida urbana digna e igualitaacuteria Contudo as

cidades necessitam de mudanccedilas diversos pontos de vista reformulaccedilatildeo das

poliacuteticas puacuteblicas e criaccedilatildeo de novas e soluccedilotildees sobre como interagir no dia a

dia com o local que vivemos A partir dessa visatildeo destaco o que eacute exposto por

Acselrad (1999 p 86) em que ldquoacredita-se que quando o crescimento urbano

natildeo eacute acompanhado por investimentos em infraestrutura a oferta de serviccedilos

urbanos natildeo acompanha o crescimento da demanda A falta de investimentos

na manutenccedilatildeo dos equipamentos urbanos viraacute por sua vez acentuar o deacuteficit

na oferta de serviccedilos o que se rebateraacute especialmente na forma de

segmentaccedilatildeo socioterritorial entre as populaccedilotildees atendidas e natildeo atendidas

por tais serviccedilosrdquo

Apoacutes tratar de um modo geral cidades sustentaacuteveis e a sustentabilidade

urbana eacute interessante analisar o caso brasileiro Infelizmente a preocupaccedilatildeo

ambiental brasileira foi tardia e a evoluccedilatildeo foi lenta Em questotildees de

urbanizaccedilatildeo houve uma transformaccedilatildeo estrutural de ordem socioeconocircmica

reformulando a ocupaccedilatildeo do territoacuterio nacional ocasionando em impactos

ambientais e no dado de que cerca de 80 da populaccedilatildeo brasileira mora em

aacutereas urbanas Mas ao decorrer do tempo a questatildeo ambiental foi ligada ao

social os pensamentos acerca desse tema tiveram uma nova percepccedilatildeo

Como exemplo temos o caso dos recursos hiacutedricos em que a legislaccedilatildeo teve

o cuidado de considerar aleacutem do aspecto ambiental os aspectos sociais e

econocircmicos

Foi criado o Sistema Nacional de Recursos Hiacutedricos (SNRH) que no

texto de Schussel (2004 p 65) satildeo expostas a valoraccedilatildeo da aacutegua como bem

econocircmico a prioridade do abastecimento puacuteblico em detrimento da produccedilatildeo

de energia e a gestatildeo compartilhada entre usuaacuterios poder puacuteblico e sociedade

civil de bacias hidrograacuteficas por meio da implantaccedilatildeo dos ldquoComitecircs de Baciardquo

Essa questatildeo de integraccedilatildeo do ambiental ao social e econocircmico ocorreu

na deacutecada de 80 em que Silva (Poliacuteticas Puacuteblicas e Estrateacutegias de

Sustentabilidade Urbana p 2 apud Ribeiro 2001 p 134-135) destaca ldquoa

questatildeo urbana eacute integrada agrave questatildeo social e as representaccedilotildees antiurbanas

satildeo substituiacutedas pelo diagnoacutestico orientado por ideais republicanos de justiccedila

social e democracia A tarefa do pensamento e da accedilatildeo dos urbanistas passa a

ser o fazer coincidir a cidade e a cidadaniardquo Apesar do atraso na aplicaccedilatildeo do

pensamento ambiental - no caso o de cidades sustentaacuteveis - atualmente o

Brasil apresenta um niacutevel consideraacutevel de desenvolvimento tecnoloacutegico e social

que podem retardar a degradaccedilatildeo e os malefiacutecios causados nas cidades E por

que natildeo ocorre tal melhoria no setor ambiental urbano O Brasil carece de

poliacuteticas puacuteblicas que sirvam para o propoacutesito ambiental sem contar a falta de

instruccedilatildeo ambiental de uma boa parcela da sociedade Isso eacute confirmado com

as atitudes da populaccedilatildeo no texto de Loureiro e De Gregori (Revista Eletrocircnica

do Curso de Direito ndash UFSM p 459) eacute exposto que ldquoo lixo jogado nas ruas

causa entupimento de bueiros o que dificulta o escoamento da aacutegua da chuva

Aleacutem disso mesmo quando ocorre escoamento a aacutegua leva detritos

diretamente para o curso dos rios coacuterregos mananciais entre outros Em

razatildeo do exposto um meio indireto mas eficiente de se poluir a aacuteguardquo

Desse modo termo ldquosustentabilidaderdquo atrelado agraves necessidades

urbanas merece se conciliado de certa maneira que o ser humano produza

desenvolvimento e tambeacutem conserve o meio ambiente Portanto para o Brasil

os modelos que devem ser desenvolvidos nas cidades precisam ser justos

eacuteticos e sustentaacuteveis abrangendo todas as classes sociais e sendo igualitaacuterio

trazendo assim a concepccedilatildeo de que as transformaccedilotildees natildeo necessariamente

devem partir do governo e sim das accedilotildees que integrem os cidadatildeos

almejando a sustentabilidade Quando se diz ldquoas accedilotildees que integrem os

cidadatildeosrdquo na verdade o que se busca expressar eacute que a atitude deve partir da

populaccedilatildeo e natildeo do governo pois tais accedilotildees promovidas pela populaccedilatildeo as

aproximam das poliacuteticas puacuteblicas gerando melhores oportunidades e formas

alternativas de sistemas igualitaacuterios quando relacionados a exposiccedilatildeo de riscos

ambientais Tudo isso para oferecer um ambiente urbano com um

desenvolvimento em equiliacutebrio ambientalmente sustentaacutevel e socialmente

justo

Retomando o Artigo 2ordm do Estatuto da Cidade Loureiro e De Gregori

(Revista Eletrocircnica do Curso de Direito ndash UFSM p 462) expotildeem que houve

uma mudanccedila de paradigma ao se pensar em ambientes urbanos assim

expondo trecircs objetivos a serem alcanccedilados com as cidades ldquoo primeiro seria

um ambiente destinado agrave moradia de um acuacutemulo de comunidades jaacute em uma

segunda perspectiva seria um ambiente de poliacuteticas a fim de atingir funccedilatildeo

social urbana e por fim a garantia de ambientes urbanos como um meio

sustentaacutevel e sadio de desenvolvimentordquo Eacute importante ressaltar que esse

ponto de vista reflete que soacute seraacute possiacutevel assegurar um ambiente urbano para

a presente geraccedilatildeo e para as futuras partindo da preservaccedilatildeo do meio

ambiente

Portanto diversas iniciativas podem tornar o ambiente urbano em cidade

sustentaacutevel o que procura promover uma estabilidade e um equiliacutebrio agraves

cidades com uma visatildeo a longo prazo O processo de implantaccedilatildeo de cidades

sustentaacuteveis no Brasil deve primeiramente partir de accedilotildees individuais ou

privadas e articulada agraves poliacuteticas puacuteblicas para que haja uma eficiecircncia na

aplicabilidade sem desconsiderar que haacute uma possibilidade de gerar um

sistema insustentaacutevel Por que pode se tornar um sistema insustentaacutevel

Segundo Loureiro e De Gregori (Revista Eletrocircnica do Curso de Direito ndash

UFSM p 465 apud Godard 1990 p40-45) ldquoa insustentabilidade exprime

assim a incapacidade de as poliacuteticas puacuteblicas adaptarem a oferta de serviccedilos

urbanos agrave quantidade e agrave qualidade das demandas sociais provocando um

ldquodesequiliacutebriordquo entre necessidades cotidianas da populaccedilatildeo e os meios de as

satisfazer entre a demanda por serviccedilos urbanos e os investimento em redes e

infraestruturardquo

Jaacute que a realidade brasileira exprime uma grande distorccedilatildeo do que eacute

apresentado nos estudos como conseguir implantar uma cidade sustentaacutevel e

assim suportaacute-la Primeiramente eacute necessaacuterio ampliar o ponto de vista natildeo se

prendendo agraves poliacuteticas puacuteblicas em segundo plano eacute preciso que se tenha uma

accedilatildeo coletiva da populaccedilatildeo atraveacutes da conscientizaccedilatildeo ou de accedilotildees que

promovam a sustentabilidade dentro da cidade

Eacute importante ressaltar que natildeo se pode descartar as poliacuteticas puacuteblicas

mas tambeacutem natildeo se pode esperar que elas resolvam todos os problemas

presentes na cidade Sendo assim para que uma cidade torne-se sustentaacutevel eacute

preciso que as accedilotildees realizadas pela populaccedilatildeo sejam emparelhadas com as

poliacuteticas puacuteblicas aplicadas pelo governo No Brasil haacute cidades que satildeo

consideradas sustentaacuteveis mas essas cidades optaram apenas por um

planejamento urbano voltado para reconstituiccedilatildeo de aacutereas verdes

aprimoramento nas soluccedilotildees urbaniacutesticas e na tecnologia do transporte urbano

Tais accedilotildees natildeo devem ser desconsideras e sim exaltadas pelo funcionamento

adequado e promoccedilatildeo da sustentabilidade urbana Outras questotildees tatildeo

importantes quanto satildeo deixadas de lado pelo governo e nesse caso deve-se

ter uma aplicaccedilatildeo da sociedade para que ganhe uma visatildeo e assim sejam

aplicadas poliacuteticas puacuteblicas voltadas para tais questotildees

Em especiacutefico coloco o problema hiacutedrico que tem assolado vaacuterias

cidades do paiacutes por trazer prejuiacutezos de forma direta e indireta a populaccedilatildeo O

problema hiacutedrico brasileiro natildeo eacute apenas o causado pela estiagem e falta de

aacutegua em algumas localidades ele tambeacutem eacute expresso pelas chuvas

torrenciais Em face disso eacute importante unir o uacutetil ao agradaacutevel Vale expor que

em decorrecircncia do aumento da urbanizaccedilatildeo as aacutereas foram pavimentadas e

cobertas por preacutedios casas monumentos entre outras edificaccedilotildees

ocasionando na impermeabilizaccedilatildeo do solo em aacutereas naturais Devido a esse

fator o ser humano vem demandando novas soluccedilotildees e poliacuteticas puacuteblicas para

o controle e mitigaccedilatildeo de impactos causados pela chuva tais como

alagamentos

Os governos de modo geral vecircm encontrando seacuterias dificuldades

quanto agraves questotildees de gestatildeo dos alagamentos em suas aacutereas puacuteblicas Para

Brasiacutelia e o Governo do Distrito Federal esse problema eacute recente e nem tatildeo

alarmante quando comparado aos das grandes capitais brasileiras como Satildeo

Paulo ou Rio de Janeiro Portanto eacute necessaacuterio que se tenha uma precauccedilatildeo

com o uso das aacuteguas tratadas para que possam ser utilizadas fontes

alternativas Com o objetivo de aproveitamento de aacuteguas pluviais a captaccedilatildeo

de aacutegua advinda das chuvas possui um vieacutes sustentaacutevel do ponto de vista

teacutecnico e econocircmico quando aplicado em sistemas de uso privativo Cabe

ressaltar que esse estudo visa aliar o conceito de cidades sustentaacuteveis a partir

da iniciativa privada agraves necessidades encontradas na cidade de Brasiacutelia no

caso de um projeto de aproveitamento de aacuteguas pluviais que atenda a

demanda de aacutegua natildeo potaacutevel tendo como base a precipitaccedilatildeo de chuva local

sem desconsiderar o ciclo hidroloacutegico para que natildeo ocorra um desequiliacutebrio do

mesmo e ocasione mais desastres ambientais

Tal sistema tem como objetivo gerar uma fonte de aacutegua natildeo potaacutevel

para uso diaacuterio em sistemas prediais como descarga limpeza do preacutedio

irrigaccedilatildeo de jardins disponibilidade para lavagem de automoacuteveis entre outras

possibilidades gerando uma economia da aacutegua utilizada e consequentemente

uma economia monetaacuteria Aleacutem desse objetivo reducionista de gasto e aacutegua

haacute tambeacutem a possibilidade da reduccedilatildeo de transtornos hiacutedricos urbanos

Portanto ao abordar sobre poliacuteticas puacuteblicas eacute de suma importacircncia

compreender que o ldquodesenvolvimento sustentaacutevel eacute um processo de

aprendizagem social de longo prazo que por sua vez eacute direcionado por

poliacuteticas puacuteblicas orientadas por um plano de desenvolvimento nacionalrdquo

(Barbosa 2008 p 6) O conceito de desenvolvimento sustentaacutevel seraacute melhor

apresentado no capiacutetulo seguinte

2 ndash Sustentabilidade desenvolvimento sustentaacutevel e a sua

importacircncia

Inicio esse capiacutetulo com uma frase de Nascimento (2012 p 57) em que

se queremos sugerir uma sustentabilidade para toda a sociedade eacute necessaacuterio

que tenhamos uma ldquolinha transversal a eacutetica solidaacuteria com os excluiacutedos de hoje

para que natildeo haja excluiacutedos amanhatilderdquo

Por que a sustentabilidade eacute algo importante para noacutes Eacute necessaacuterio

que seja de conhecimento geral de que estamos ameaccedilados em todos os

aspectos ligados agrave utilizaccedilatildeo de recursos naturais e aproveitamento dos

mesmos Portanto haacute uma conexatildeo direta ao desenvolvimento sustentaacutevel

Nascimento (2012 p 58) ainda aponta que ldquoateacute meados do seacuteculo XX a

humanidade temia basicamente duas grandes extinccedilotildees ndash uma externa

(choque de um grande meteorito como aparentemente ocorreu haacute 65 milhotildees

de anos extinguindo os dinossauros) e outra interna (o advento de uma

epidemia desconhecida e incontrolaacutevel) Em meados do seacuteculo passado foi

acrescida mais uma ameaccedila provinda dos proacuteprios seres humanos a bomba

atocircmica O seu poder de destruiccedilatildeo ficou evidente com as explosotildees de

Hiroshima e Nagasakirdquo Sendo assim eacute perceptiacutevel que o estilo de vida de alta

produccedilatildeo e consumo vigente nos leva a crer que um desastre eacute cada vez mais

plausiacutevel

ldquoQue a economia estaacute em um conflito com os sistemas naturais do

planeta eacute uma evidecircncia que ressalta das informaccedilotildees cotidianas sobre o

desaparecimento das zonas de pesca reduccedilatildeo das florestas a erosatildeo do

solo e o desaparecimento de espeacuteciesrdquo (Nascimento 2012 p 58 apud

Brown 2003 p14) Portanto a crise ambiental aponta um desgaste das

condiccedilotildees ldquonormaisrdquo de vida no planeta Terra Segundo Nascimento (2012 p

58) ldquo[] eacute possiacutevel caso o cenaacuterio mais pessimista do aquecimento global

venha a se confirmar que uma nova possibilidade de auto extinccedilatildeo seja criada

no final desse seacuteculordquo Desta forma o atual modelo de vida natildeo deteriora

apenas o meio ambiente tambeacutem prejudica a vida humana e para que sejam

reduzidos esses transtornos agrave vida humana eacute preciso que iniciativas e

alternativas sejam criadas por meio de inovaccedilotildees tecnoloacutegicas para que haja

uma saiacuteda

ldquoA crise ambiental assumiu contornos mais graves com a percepccedilatildeo da

responsabilidade antroacutepica do aquecimento global e a dinacircmica de ascensatildeo

de um contingente humano mais significativo no mercado de consumordquo

(Nascimento 2012 p 61) Quando a crise ambiental se tornou algo de suma

importacircncia Quando como e por que a sustentabilidade e o desenvolvimento

sustentaacutevel se tornaram relevantes para o combate agrave crise ambiental Eacute

necessaacuterio compreender que a sustentabilidade possui dois vieses quando

relacionada agrave sua origem Uma de suas origens tem base na biologia mais

precisamente na ecologia a qual atribui o conceito de resiliecircncia ndash capacidade

de recuperaccedilatildeo e reproduccedilatildeo dos ecossistemas ndash perante as degradaccedilotildees

antroacutepicas com o uso exacerbado dos recursos naturais Ainda relacionado agrave

ecologia haacute as causas naturais como terremotos fogo tsunamis pragas

entre outros O outro vieacutes de origem da sustentabilidade adveacutem da economia

como o adjetivo do desenvolvimento diante da visibilidade que ganhou ao

longo do seacuteculo XX referente ao padratildeo de consumo desenvolvido ao redor do

mundo (Nascimento 2012 p 51)

Segundo Nascimento a ideia de sustentabilidade como enfoque

mundial tem origem na deacutecada de 1950 O surgimento e a importacircncia desse

termo ocorrem devido a um risco ambiental global a poluiccedilatildeo nuclear ldquoOs seus

indiacutecios alertaram os seres humanos de que estamos em uma nave comum e

que problemas ambientais natildeo estatildeo restritos a territoacuterios limitadosrdquo

(Nascimento 2012 p 2) Segundo Nascimento (2012 p 52 apud Machado

2005) ldquoA ocorrecircncia de chuvas radiativas a milhares de quilocircmetros dos locais

de realizaccedilatildeo dos testes acendeu um caloroso debate no seio da comunidade

cientiacuteficardquo Na deacutecada de 1960 houve outro fato importante que implicou na

questatildeo da percepccedilatildeo da crise ambiental dando importacircncia a

sustentabilidade devido ao uso de inseticidas e pesticidas quiacutemicos e

transtornos causados por esses apontados por Rachel Carson em seu livro

intitulado de ldquoPrimavera Silenciosardquo ndash Silent Spring

Ainda na deacutecada de 60 as chuvas aacutecidas recorrentes nos paiacuteses

noacuterdicos levaram a Sueacutecia junto ao Conselho Econocircmico e Social das Naccedilotildees

Unidas (ECOSOC) a propor a realizaccedilatildeo de uma conferecircncia para tratar de um

acordo internacional para uma possiacutevel reduccedilatildeo na emissatildeo dos gases

responsaacuteveis por tal transtorno Com isso ocorreu a Conferecircncia de

Estocolmo em 1972 colocando em evidecircncia os paiacuteses subdesenvolvidos e

desenvolvidos da eacutepoca A princiacutepio as preocupaccedilotildees natildeo eram nem um

pouco igualitaacuterias jaacute que os paiacuteses desenvolvidos estavam atentos agrave

degradaccedilatildeo ambiental que afetavam sua qualidade de vida enquanto os

paiacuteses subdesenvolvidos estavam preocupados em natildeo sofrerem sanccedilotildees

comerciais e apresentarem um retardo em seu desenvolvimento uma vez que

naquela eacutepoca os problemas ambientais eram associados ao crescimento

econocircmico dos paiacuteses de terceiro mundo Nessa conferecircncia ficou exposto

que os paiacuteses desenvolvidos defendiam a proteccedilatildeo do meio ambiente como

principal foco e os paiacuteses em desenvolvimento focavam no combate agrave

pobreza

Para melhor esclarecer Nascimento expotildee a partir do documento ldquoOnly

One Earthrdquo (Ward amp Dubos 1973) ldquo[] O problema ambiental como decorrente

de externalidades econocircmicas proacuteprias do excesso de desenvolvimento

(tecnologia agressiva e consumo excessivo) de um lado e de sua falta

(crescimento demograacutefico e baixo PIB per capita) de outro Posta dessa forma

a questatildeo ambiental deixava de ficar restrita ao meio natural e adentrava o

espaccedilo socialrdquo Contemporacircneo a isso temos o relatoacuterio do Clube de Roma ndash

Limits to Growth (Meadows et al 1972) que propunha uma reduccedilatildeo do

desenvolvimento industrial nos paiacuteses desenvolvidos e uma contenccedilatildeo no

crescimento populacional nos paiacuteses subdesenvolvidos juntamente com o

apoio daqueles aos subdesenvolvidos para que pudessem crescer

economicamente A partir desses eventos os governos se conscientizaram e

criaram agecircncias que tratassem das questotildees ambientais para que pudessem

juntar dados ambientais jaacute que na eacutepoca careciam de tais informaccedilotildees

No Brasil foi criada a Secretaria Especial do Meio Ambiente (SEMA) em

1973 enquanto nos EUA jaacute existia a Environmental Protection Agency (EPA)

desde 1970

Dez anos apoacutes a Conferecircncia de Estocolmo uma anaacutelise dos resultados

foi feita pela ONU e mostrou que o resultado estabelecido deixou a desejar e

que os esforccedilos realizados foram inferiores Em decorrecircncia desse mal

desempenho foi formada a Comissatildeo Mundial sobre Meio Ambiente e

Desenvolvimento (CMMAD) presidida por Gro Harlen Brundtland responsaacutevel

pelo relatoacuterio ldquoNosso Futuro Comumrdquo ndash Our Common Future ndash que tinha como

principal proposta a criaccedilatildeo de uma agenda global para focar em uma

mudanccedila consideraacutevel Esse estudo obteve informaccedilotildees durante trecircs anos a

partir de pesquisas e anaacutelises com enfoque na parte social Segundo Barbosa

(2008 p2) as informaccedilotildees colhidas do relatoacuterio com base nas questotildees

sociais referiam-se ldquoao uso da terra sua ocupaccedilatildeo suprimento de aacutegua abrigo

e serviccedilos sociais educativos e sanitaacuterios aleacutem de administraccedilatildeo do

crescimento urbanordquo

Tal relatoacuterio foi responsaacutevel pela criaccedilatildeo do termo ldquoDesenvolvimento

Sustentaacutevelrdquo que ldquoconsistiu o maior esforccedilo entatildeo conhecido para conciliar a

preservaccedilatildeo do meio ambiente com o desenvolvimento econocircmicordquo

(Nascimento 2012 p 54) Uma definiccedilatildeo baacutesica do que eacute DS eacute exposta por

Nascimento (2012 p 58 apud Lenzi 2006) ldquoDesenvolvimento sustentaacutevel eacute o

desenvolvimento que satisfaz as necessidades do presente sem comprometer

a capacidade das geraccedilotildees futuras em satisfazer suas proacuteprias necessidadesrdquo

Estender e Pitta (O Conceito do Desenvolvimento Sustentaacutevel apud Camargo

2003 p 43) tambeacutem fazem citaccedilatildeo agrave outra definiccedilatildeo apontada no relatoacuterio

ldquoEm essecircncia o desenvolvimento sustentaacutevel eacute um

processo de transformaccedilatildeo no qual a exploraccedilatildeo dos

recursos a direccedilatildeo dos investimentos a orientaccedilatildeo

do desenvolvimento tecnoloacutegico e a mudanccedila

institucional se harmonizam e reforccedilam o potencial

presente e futuro a fim de atender agraves necessidades

e aspiraccedilotildees humanasrdquo

Nascimento (2012 p 54) aponta que ldquoA forccedila e a fraqueza dessa

definiccedilatildeo encontram-se justamente nessa foacutermula vaga pois deixam-se em

aberto quais seriam as necessidades humanas atuais e mais ainda as das

geraccedilotildees futurasrdquo

Segundo Barbosa (2008) o relatoacuterio faz consideraccedilotildees agraves questotildees

urbanas no qual as cidades em seu desenvolvimento devem contemplar as

necessidades baacutesicas de toda a populaccedilatildeo e conceder oportunidades de

melhora na qualidade de vida de todos buscando alcanccedilar uma equidade na

sociedade por meio de processos democraacuteticos para que haja um

desenvolvimento urbano adequado Ainda com referecircncia ao relatoacuterio haacute ldquoa

necessidade de descentralizaccedilatildeo das aplicaccedilotildees de recursos financeiros e

humanos e a necessidade do poder poliacutetico favorecer as cidades em sua

escala localrdquo (Barbosa 2008 p 2) Quanto agrave questatildeo do uso de recursos

naturais foi avaliada no relatoacuterio a capacidade de resiliecircncia da biosfera os

efeitos e as possiacuteveis consequecircncias causadas pela accedilatildeo antroacutepica apontando

ainda que a pobreza pode ser considerada como um problema ambiental e que

a tentativa de erradicar a mesma pode ser a base para a busca da

sustentabilidade Com essa contribuiccedilatildeo na mudanccedila do modo de perceber as

necessidades urbanas o relatoacuterio apresentou trecircs princiacutepios baacutesicos ou

aspectos que deveriam ser cumpridos ndash proteccedilatildeo ambiental equidade social e

o desenvolvimento econocircmico ndash e que seratildeo expostos mais adiante

Apesar de todos esses pontos levantados o relatoacuterio Brundtland

recebeu vaacuterias criacuteticas pelo fato de acusar a pobreza e o descontrole do

crescimento populacional nos paiacuteses subdesenvolvidos como a fonte principal

dos problemas ambientais e da insustentabilidade do planeta e de colocar em

segundo plano a poluiccedilatildeo causada ateacute a data de publicaccedilatildeo do relatoacuterio pelos

paiacuteses desenvolvidos

Em 1986 foi realizada a conferecircncia de Ottawa ndash Carta de Ottawa 1986

ndash na qual foram estabelecidas cinco condiccedilotildees para que se tentasse alcanccedilar o

desenvolvimento sustentaacutevel entre elas a manutenccedilatildeo da integraccedilatildeo

ecoloacutegica a satisfaccedilatildeo das necessidades baacutesicas humanas a provisatildeo da

autodeterminaccedilatildeo social e da diversidade cultural a integraccedilatildeo da conservaccedilatildeo

e do desenvolvimento e o alcance de equidade e justiccedila social Para a

CMMAD as condiccedilotildees que procedem do conceito de desenvolvimento

sustentaacutevel estatildeo associadas ao processo de urbanizaccedilatildeo e do crescimento da

cidade e tem como finalidade o uso adequado dos recursos naturais Em face

disto satildeo expostos alguns objetivos mudanccedila de qualidade do crescimento

crescimento renovaacutevel satisfaccedilatildeo das necessidades essenciais por emprego

aacutegua energia alimento e saneamento baacutesico garantia de um niacutevel sustentaacutevel

da populaccedilatildeo conservaccedilatildeo da base de recursos reorientaccedilatildeo da tecnologia e

do gerenciamento de risco e reorientaccedilatildeo das relaccedilotildees econocircmicas

internacionais (CMMAD 1988 1991)

Postumamente foi realizada a Assembleia das Naccedilotildees Unidas a qual

aprovou a Conferecircncia das Naccedilotildees Unidas para o Meio Ambiente e o

Desenvolvimento (CNUMAD) ocorrida em 1992 e ficou conhecida como Rio-

92 A Rio-92 teve maior visibilidade graccedilas agrave criaccedilatildeo da Convenccedilatildeo da

Biodiversidade e das Mudanccedilas Climaacuteticas ndash que posteriormente resultou na

criaccedilatildeo do Protocolo de Kyoto ndash da Agenda 21 e da Declaraccedilatildeo do Rio Essa

uacuteltima segue os mesmos padrotildees expostos na Conferecircncia de Estocolmo

citada anteriormente interligando o desenvolvimento econocircmico com o meio

ambiente atraveacutes de uma gestatildeo consciente dos recursos naturais sem

comprometer o modelo econocircmico vigente

Em decorrecircncia desses acontecimentos tornou-se de faacutecil entendimento

que o desenvolvimento sustentaacutevel eacute composto por trecircs aspectos ambiental

econocircmico e social Outros autores como Ignacy Sachs consideram ainda

outras variaacuteveis relevantes para o entendimento do DS como sustentabilidade

ecoloacutegica e poliacutetica

Figura 1 Tripeacute da Sustentabilidade

Fonte Nicholas Gimenes (2012)

Com base nesses trecircs aspectos apontados chegamos ao conhecido

Triple Bottom Line ndash ldquoTripeacute da Sustentabilidaderdquo No tripeacute da sustentabilidade

satildeo expostos o aspecto ambiental que tem como base a produccedilatildeo e o

consumo de tal forma que possa garantir que os ecossistemas natildeo sofram

problemas quanto a sua capacidade de resiliecircncia o aspecto econocircmico que

assume a denominada ecoeficiecircncia a qual incentiva a inovaccedilatildeo tecnoloacutegica

para tentar mitigar alguns dos problemas ambientais e ampliar a

desmaterializaccedilatildeo da economia e o uacuteltimo aspecto o social o qual supotildee que

a populaccedilatildeo de uma determinada sociedade tenha o miacutenimo necessaacuterio para

uma condiccedilatildeo de vida aceitaacutevel buscando erradicar a desigualdade social

Segundo Nascimento existem diversas definiccedilotildees desses trecircs aspectos mas

essas apontadas satildeo as mais recorrentes e de simples entendimento Natildeo

podemos esquecer que assim como eacute apontado por Ignacy Sachs e outros

autores outros aspectos para a definiccedilatildeo do DS devem ser levados em

consideraccedilatildeo em especial a cultura Apesar de natildeo ser citada como base do

ldquotripeacuterdquo a cultura eacute importante em qualquer sociedade quando relacionada ao

meio ambiente pois eacute ela quem dita o comportamento da populaccedilatildeo O Brasil

sofre com questotildees ambientais muitas das vezes por falta de instruccedilatildeo da

populaccedilatildeo que natildeo tem conhecimento do quatildeo impactante pode ser sua accedilatildeo

Deste modo quando se trata de questotildees ambientais eacute necessaacuterio que se

tenha uma mudanccedila natildeo repentina e sim gradativa nos padrotildees de consumo

no estilo de vida e na educaccedilatildeo ambiental

Retomando os conceitos de DS e sustentabilidade temos uma definiccedilatildeo

de Clovis Cavalcanti em que sustentabilidade ldquosignifica a possibilidade de se

obterem continuamente condiccedilotildees iguais ou superiores de vida para um grupo

de pessoas e seus sucessores em dado ecossistemardquo (Cavalcanti 2003)

Analisando essa definiccedilatildeo proposta por Cavalcanti vemos que se assemelha

do que foi exposto por Gro Harlen Brundtland em seu relatoacuterio Como jaacute foi

mencionado para Sachs o ldquoTriple Bottom Linerdquo ndash Tripeacute da Sustentabilidade ndash

possui cinco vertentes da sustentabilidade que satildeo a ldquosustentabilidade

ecoloacutegica refere-se a fiacutesica do processo de crescimento e tem como objetivo a

manutenccedilatildeo de estoques dos recursos naturais incorporados as atividades

produtivas a sustentabilidade ambiental que refere-se agrave manutenccedilatildeo da

capacidade de sustentaccedilatildeo dos ecossistemas o que implica a capacidade de

absorccedilatildeo e recomposiccedilatildeo dos ecossistemas em face as agressotildees antroacutepicas

sustentabilidade social que refere-se ao desenvolvimento e tem por algum

objetivo a melhoria da qualidade da vida da populaccedilatildeo Para caso de paiacuteses

com problemas de desigualdade e de inclusatildeo social implica a adoccedilatildeo de

poliacuteticas distributivas e a universalizaccedilatildeo de atendimento a questotildees como

sauacutede educaccedilatildeo habilitaccedilatildeo e seguridade social sustentabilidade poliacutetica

refere-se ao processo de construccedilatildeo da cidadania para garantir a incorporaccedilatildeo

plena dos indiviacuteduos ao processo de desenvolvimento e a sustentabilidade

econocircmica que refere-se a uma gestatildeo eficiente dos recursos em geral e

caracteriza-se pela regularidade de fluxos do investimento puacuteblico e privado

Implica a avaliaccedilatildeo da eficiecircncia por processos macro sociaisrdquo (Sachs 1993

Agenda 21 brasileira)

Barbosa (2008 p 4) faz uma citaccedilatildeo em seu trabalho sobre o livro de

Leila Ferreira ndash ldquoA questatildeo ambiental sustentabilidade e poliacuteticas puacuteblicas no

Brasilrdquo ndash referente ao padratildeo de vida da sociedade em que

ldquoO padratildeo de produccedilatildeo e consumo que

caracteriza o atual estilo de

desenvolvimento tende a consolidar-se

no espaccedilo das cidades e estas se

tornam cada vez mais o foco principal

na definiccedilatildeo de estrateacutegias e poliacuteticas

de desenvolvimentordquo

Sendo assim eacute de fundamental importacircncia que formas alternativas

sustentaacuteveis sejam alcanccediladas para que possam influenciar de forma positiva

na qualidade de vida das cidades e no processo de planejamento urbano Para

Acselrad (1999 p 85) a sustentabilidade urbana eacute definida como ldquoa

capacidade das poliacuteticas urbanas se adaptarem agrave oferta de serviccedilos agrave

qualidade e agrave quantidade das demandas sociais buscando o equiliacutebrio entre as

demandas de serviccedilos urbanos e investimentos em estruturardquo Como o

desenvolvimento sustentaacutevel possui muitos conceitos e definiccedilotildees haacute uma em

especial que se destaca pelo fato de estar relacionada agraves cidades juntamente

com o termo ldquosustentabilidaderdquo exposta por Barbosa (2008 p 4 apud

Satterthwaite 2004) em que

ldquoa resposta agraves necessidades humanas

nas cidades como o miacutenimo ou

nenhuma transferecircncia dos custos da

produccedilatildeo consumo ou lixo para outras

pessoas ou ecossistemas hoje e no

futurordquo

Assim a participaccedilatildeo da sociedade e a diversidade dos interesses que

a mesma possui gera um conflito entre as poliacuteticas puacuteblicas e o

desenvolvimento sustentaacutevel mas nada que natildeo possa ser contornado a partir

da conscientizaccedilatildeo individual dos cidadatildeos Como eacute exposto por Barbosa ldquoeacute

imprescindiacutevel para a sustentabilidade urbana o uso racional dos recursos

naturais a boa forma do ambiente urbano baseado na interaccedilatildeo clima e os

recursos naturais aleacutem das respostas agraves necessidades urbanas com o miacutenimo

de transferecircncia de dejetos e rejeitos para outros ecossistemas atuais e

futurosrdquo (Barbosa 2008 p 9) Em detrimento disso ldquoo desenvolvimento

sustentaacutevel natildeo deve ser apresentado como um slogan poliacuteticordquo (Barbosa

2008 p 10) deve ser apresentado como uma possiacutevel soluccedilatildeo para a

mitigaccedilatildeo dos problemas ambientais encontrados atualmente na sociedade

Portanto a sustentabilidade visa emoldurar novos meios alternativos de

produccedilatildeo distribuiccedilatildeo e consumo dos recursos naturais existentes de forma

mais racional ecologicamente viaacutevel e economicamente eficaz

Ao retratar esses problemas de padrotildees vividos pela sociedade

relacionados ao meio ambiente mais especificamente a utilizaccedilatildeo de recursos

naturais Nascimento (2012 p 58) aponta que ldquohaacute uma quase unanimidade

hoje entre os cientistas de que os recursos naturais natildeo seratildeo suficientes para

fornecer um modo de vida similar ao da classe meacutedia mundial a todos os novos

ingressantes no mercado No entanto eles tecircm tanto direito quanto os que jaacute

participam do mercado consumidorrdquo Mas como podemos contornar tais

problemas e a crise ambiental Atraveacutes da criatividade humana muitas formas

alternativas foram criadas e podem ser inventadas quando se tratam dos

recursos finitos utilizados pelo homem Temos como exemplo a aacutegua sobre a

qual poucos satildeo os estudos apresentados relacionando o aproveitamento de

aacuteguas pluviais e cidades sustentaacuteveis Na maioria das vezes os estudos satildeo

feitos com base em outras necessidades como a dessalinizaccedilatildeo das aacuteguas do

mar para consumo humano Natildeo podemos esquecer que atualmente existem

diversos sistemas de captaccedilatildeo de aacuteguas pluviais para diferentes finalidades

sejam elas para aproveitamento de consumo humano ou natildeo

3 ndash A viabilidade de implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo

pluvial em Brasiacutelia ndash DF

31 ndash Apresentaccedilatildeo de dados

Primeiramente seratildeo apresentados dados sobre a populaccedilatildeo e o

consumo de aacutegua presente nas residecircncias de Brasiacutelia e que seratildeo utilizados

como base para a implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo na Asa Norte

Segundo Ferreira C diretor Superintendente de Atendimento Comercial

(CAC) da Companhia de Saneamento Ambiental do Distrito Federal (CAESB)

ldquoEm Brasiacutelia o consumo meacutedio por habitante eacute de 190 litros de aacutegua por dia o

que resulta em um consumo mensal de 6msup3 por habitanterdquo De acordo com a

ONU cada pessoa necessita de 110 litros por dia para atender as

necessidades de consumo e higiene A Companhia de Saneamento Baacutesico do

Estado de Satildeo Paulo (SABESP 2010) afirma que ldquono Brasil o consumo por

pessoa pode chegar a mais de 200 litrosdiardquo A estimativa da SABESP (2010)

eacute de que 54 litros (27) vatildeo para cozinhar e beber 50 litros (25) para tomar

banho e escovar os dentes 66 litros (33) para descarga de banheiro 24 litros

(12) para lavagem de roupa e 6 litros (3) para outras tarefas como lavagem

de carro por exemplo Segundo dados da CAESB Brasiacutelia (Plano Piloto)

consome cerca de 2757890msup3 por mecircs e que o consumo por habitante eacute de

1381msup3mecircs

Devido ao alto consumo de aacutegua em Brasiacutelia os recorrentes transtornos

hiacutedricos urbanos e a ausecircncia de sistemas captaccedilatildeo pluvial este capiacutetulo traz

um estudo da viabilidade teacutecnica e econocircmica da implantaccedilatildeo de um sistema

em um preacutedio residencial do bairro Asa Norte mais especificamente na

Superquadra 111 Norte Natildeo haacute nenhum estudo realizado que comprove a

frequecircncia dos alagamentos nessa regiatildeo portanto tal quadra foi selecionada

em decorrecircncia de mateacuterias e reportagens que mostram a dificuldade que a

populaccedilatildeo sofre quando haacute uma chuva anormal

Primeiramente eacute necessaacuterio que se tenha uma noccedilatildeo do periacuteodo

chuvoso em Brasiacutelia Segundo o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais

(INPE) Brasiacutelia apresenta um regime de precipitaccedilatildeo bem definido sendo que

a estaccedilatildeo chuvosa tem iniacutecio em Outubro e estende-se ateacute Marccedilo e a estaccedilatildeo

seca ocorre no restante do ano (Abril a Setembro) Ainda segundo o INPE ldquoa

estaccedilatildeo chuvosa eacute causada pelo forte aquecimento da atmosfera na Amazocircnia

que favorece o desenvolvimento de um sistema quase estacionaacuterio em altos

niacuteveis a Alta Boliacutevia Como resultado dessa circulaccedilatildeo observa-se nos baixos

niacuteveis uma regiatildeo de baixa pressatildeo e a convergecircncia de ar satildeo os principais

fatores que provocam a precipitaccedilatildeo neste periacuteodo responsaacutevel por 70 do

total meacutedio anualrdquo A partir desses elementos apresentados pelo INPE e com

base nos dados os quais foram obtidos da estaccedilatildeo meteoroloacutegica de Brasiacutelia

localizada na Latitude (ordm) -158 Longitude (ordm)-479 temos a precipitaccedilatildeo de

Brasiacutelia dada mecircs a mecircs Os dados partem de Janeiro de 2006 e vatildeo ateacute

Outubro de 2015 Eacute importante frisar que os dados foram formulados a partir

da precipitaccedilatildeo acumulada para tornar mais faacutecil de calcular a meacutedia

Tabela 01 Dados de Precipitaccedilatildeo

AnoMecircs JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ Meacutedia Mensal

2006 1232 1914 258 1417 351 09 01 528 403 5264 1956 1821 14563

2007 2609 2659 357 501 75 0 0 0 0 535 2249 275 9779

2008 201 2425 2346 2109 0 0 0 27 80 387 271 3226 1337

2009 2028 1347 81 3759 612 93 0 725 505 2958 1991 3078 1492

2010 1211 368 2494 2388 275 0 0 0 0 349 2547 318 1068

2011 1268 1724 2433 696 139 38 0 0 7 2639 3338 4704 1421

2012 2699 1149 1982 1213 444 24 02 0 333 1098 4446 1428 1235

2013 4918 1893 1903 954 222 62 03 0 659 1069 2711 3525 1493

2014 1531 1392 3402 2493 28 10 79 0 162 2014 192 3667 1399

2015 939 1297 3456 2076 499 0 08 0 218 694 SD SD 9187

Meacutedia para cada mecircs

20445 16168 21763 17606 2645 326 093 128 315 17007 2652 30421 12797

Tabela contendo os dados de chuva acumulada mecircs a mecircs em miliacutemetros (mm)

Fonte INPE 2015

Obs 1- SD - satildeo dados que natildeo foram coletados devido pois o trabalho foi realizado antes desses meses

Obs2- Meacutedia calculada com os dados obtidos no caso os meses de novembro e dezembro de 2015 natildeo entram no

caacutelculo pois ainda natildeo existiam os dados

Temos tambeacutem a partir do estudo realizado por Brino (Brasiacutelia

Superquadras Residenciais) os dimensionamentos dos preacutedios e a quantidade

de apartamentos por pavimentos conforme as tabelas a seguir

Tabela 02 Dimensionamento dos Blocos

A SUPERQUADRA AE AT

Aacuterea de Projeccedilatildeo por Bloco

Aacuterea Total = 11760msup2 Nuacutemero total de Blocos = 11

1069msup2 185 136

Aacuterea Construiacuteda por bloco (sem pilotis e

subsolo)

Pavimentos = 6 Aacuterea do Pavimento = 1069msup2

6414msup2 1113 818

Aacuterea Construiacuteda por superquadras (sem pilotis e subsolo)

Preacutedio = 11 Aacuterea por Preacutedio = 64141msup2

70554msup2 8999 1225

AE - Aacuterea Aedificandi e AT - Aacuterea Total

Tabela 03 Dimensionamento da Populaccedilatildeo

A POPULACcedilAtildeO (5 Pessoas

apart)

6 apartamentos por pavimento

36 apartamentos por bloco

396 apartamentos

por superquadra

1980 pessoas por

superquadra

8 apartamentos por pavimento

48 apartamentos por bloco

528 apartamentos

por superquadra

2640 pessoas por

superquadra

10 apartamentos por pavimento

60 apartamentos por bloco

660 apartamentos

por superquadra

3300 pessoas por

superquadra

12 apartamentos por pavimento

72 apartamentos por bloco

792 apartamentos

por superquadra

3960 pessoas por

superquadra

Caacutelculo para as faixas 100 200 e 300 (seis pavimentos) Fonte SUDUR

O estudo apresentado por Brino (Brasiacutelia Superquadras Residenciais)

considera uma famiacutelia composta por cinco pessoas para cada apartamento

nesse caso iremos desconsiderar essa informaccedilatildeo e basearmos nos dados

apresentados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica (IBGE) Nos

dados do IBGE (Censo Demograacutefico 2010) constam que a meacutedia de

moradores em domiciacutelios particulares ocupados eacute de 33 moradores

Partindo dos elementos de precipitaccedilatildeo aacuterea de projeccedilatildeo por bloco

meacutedia de moradores por apartamento total de apartamentos de um preacutedio e

consumo meacutedio de aacuteguadia por habitante podemos dar inicio as formas de

captaccedilatildeo e armazenamento de aacuteguas pluviais

32 ndash Aacuteguas pluviais e aacuteguas cinzas

Mas porque focar em aproveitamento de aacuteguas pluviais Segundo

Rapoport (2004 p 1) ldquoo aumento populacional acompanhado pelas mudanccedilas

climaacuteticas globais vem contribuindo para o aumento na demanda por recursos

hiacutedricosrdquo Ainda expotildee que ldquoembora a aacutegua seja um recurso renovaacutevel ela

tende a se deteriorar em funccedilatildeo do seu uso indiscriminado o que compromete

consequentemente a quantidade de aacutegua com qualidade disponiacutevel para o

consumo nas diversas localidadesrdquo (Rapoport 2004 p 1)

Um fato importante abordado por Rapoport (2004 p1) eacute que ldquoa

quantidade de aacutegua disponiacutevel eacute sempre a mesma jaacute que estaacute sempre sendo

renovada atraveacutes do ciclo hidroloacutegico Entretanto a aacutegua de qualidade para

consumo estaacute se tornando rarardquo A tiacutetulo de esclarecimento ldquosabe-se que o

ciclo hidroloacutegico se constitui basicamente do transporte de massas drsquoaacutegua do

oceano para atmosfera por evaporaccedilatildeo e da atmosfera atraveacutes de

precipitaccedilotildees escoamentos superficiais e subterracircneos para os oceanos

influenciando diretamente a distribuiccedilatildeo e extensatildeo dos corpos drsquoaacutegua

continentaisrdquo (Rapoport 2004 p 1) Sendo assim a interferecircncia humana tem

causado alteraccedilotildees no ciclo hidroloacutegico em diversas regiotildees Esse assunto

seraacute melhor abordado mais adiante pois o uso do sistema de captaccedilatildeo pode

influenciar no ciclo hidroloacutegico negativamente mas utilizado da forma

adequada pode continuar mantendo o ciclo equilibrado

Aleacutem do uso indevido da aacutegua e de sua escassez Lima e Machado

(2008 p 13) apontam que ldquooutro fator importante eacute o aumento de inundaccedilotildees e

enchentes devido ao escoamento superficial da aacutegua de chuva e da

impermeabilizaccedilatildeo do solordquo Portanto a captaccedilatildeo de aacuteguas pluviais pode

contribuir para a reduccedilatildeo dos transtornos hiacutedricos urbanos e ao mesmo tempo

reduzir a demanda por aacutegua potaacutevel da companhia de distribuiccedilatildeo local

Segundo Amorim e Pereira (2008 p 54) ldquouma das soluccedilotildees em estudo

para aumentar a oferta de aacutegua para as edificaccedilotildees eacute o aproveitamento da

aacutegua pluvial Esta apresenta uma boa alternativa visto que aleacutem de reduzir o

consumo de aacutegua potaacutevel ainda surge como uma accedilatildeo no combate agraves

enchentes funcionando como uma medida natildeo-estrutural do sistema de

drenagem urbanardquo Mas o que eacute necessaacuterio para formar um sistema de

captaccedilatildeo adequado e funcional Amorim e Pereira (2008 p 54) apresentam

que ldquoos sistemas de aproveitamento de aacutegua pluvial satildeo formados basicamente

pela aacuterea de captaccedilatildeo (geralmente coberturas) os componentes de transporte

(calhas e condutores verticais) e o reservatoacuteriordquo Cabe ressaltar que para esse

estudo a captaccedilatildeo das aacuteguas pluviais seraacute destinada apenas para a utilizaccedilatildeo

em ldquoaacuteguas cinzasrdquo Neste sentido o reuso das aacuteguas cinzas que satildeo as aacuteguas

provenientes de todas as atividades domeacutesticas com exceccedilatildeo de fontes de

aacuteguas negras tais como sanitaacuterios bidecircs e urinol vem sendo estudadas com

vista ao reuso tanto em irrigaccedilatildeo como em sanitaacuterios (Rapoport 2004 p 8)

Retomando os dados apresentados pela SABESP (2010) temos a

tabela 04 a qual apresenta os dados de consumo domeacutestico e em sequecircncia o

graacutefico 01 que demonstram que se analisarmos as quantidades de aacutegua

utilizada no consumo domeacutestico teremos uma base para o tamanho do

reservatoacuterio E posteriormente a tabela 05 mostra em que situaccedilotildees se podem

reutilizar as aacuteguas pluviais

Tabela 04 Consumo domeacutestico de aacutegua

Litros

Cozinhar e Beber 54

Tomar Banho e Escovar os Dentes 50

Descarga de Banheiro 66

Lavagem de Roupa 24

Outras Tarefas 6

Total = 200

Fonte SABESP (2010)

27

25

33

12

3

Cozinhar e Beber

Tomar Banho e Escovar osDentes

Descarga de Banheiro

Lavagem de Roupa

Outras Tarefas

Descarga de Banheiro

6875

Lavagem de Roupa

25

Outras Tarefas 625

Graacutefico 01 Consumo Domeacutestico de Aacutegua

Tabela 05 Percentual para reutilizaccedilatildeo de aacuteguas pluviais

Graacutefico 02 Percentual para Reutilizaccedilatildeo de Aacuteguas Pluviais

Porcentagem ()

Descarga de Banheiro 66 6875

Lavagem de Roupa 24 25

Outras Tarefas 6 625

Total = 96 100

Fonte SABESP(2010)

33 ndash Meacutetodos de Dimensionamento do Reservatoacuterio

Amorim e Pereira (2008 p 54 Soares et al 2000 apud May 2004)

apresentam que existem quatro grupos principais para o dimensionamento do

reservatoacuterio

(a) Meacutetodos determiniacutesticos os dados referentes agrave precipitaccedilatildeo

pluviomeacutetrica e agrave demanda satildeo analisados pela curva de massa

(b) Meacutetodos aproximados baseados em relaccedilotildees empiacutericas

conhecidas

(c) Meacutetodos de modelaccedilatildeo satildeo tambeacutem conhecidos como meacutetodos

de transiccedilatildeo probabiliacutestica da matriz e

(d) Meacutetodos de anaacutelise de sistemas sendo linear natildeo linear ou

programaccedilatildeo dinacircmica

Dentro desses grupos de dimensionamento temos os diversos meacutetodos

meacutetodo de Rippl que consiste na determinaccedilatildeo do volume com base na aacuterea

de captaccedilatildeo que eacute subdivido em meacutetodo analiacutetico e meacutetodo graacutefico meacutetodo de

consideraccedilatildeo dos periacuteodos de dias consecutivos sem chuva que necessita da

observaccedilatildeo dos registros pluviomeacutetricos para identificar os maiores periacuteodos de

dias consecutivos sem chuvas e sua taxa de repeticcedilatildeo meacutetodo de anaacutelise de

simulaccedilatildeo de um reservatoacuterio com capacidade suposta que consiste

basicamente na fixaccedilatildeo de um volume para o reservatoacuterio e na verificaccedilatildeo do

percentual de consumo que seraacute atendido meacutetodo praacutetico brasileiro meacutetodo

praacutetico alematildeo meacutetodo praacutetico inglecircs e o meacutetodo praacutetico australiano (Amorim

e Pereira 2008 p 55-58)

34 ndash Anaacutelise de caso para um preacutedio da Superquadra 111 Norte

A partir dos dados jaacute apresentados temos que o objeto de estudo eacute um

preacutedio residencial localizado na Superquadra 111 Norte que possui uma aacuterea

de projeccedilatildeo de 1069msup2 com seis (6) pavimentos constituindo uma aacuterea

construiacuteda de 6414msup2 apresentando seis (6) apartamentos por pavimento e

consequentemente trinta e seis (36) apartamentos no total (Brino Brasiacutelia

Superquadras Residenciais) O preacutedio conteacutem 33 habitantes por apartamento

(IBGE 2010) que consomem em meacutedia cerca de 190 litros de aacuteguadia

resultando em um consumo mensal de aproximadamente 6msup3 por pessoa

(CAESB) mas como a aacutegua captada da chuva seraacute utilizada apenas para

suprir a demanda de aacutegua cinza temos 66 litros para descarga de vasos

sanitaacuterios

Temos entatildeo que a demanda por aacutegua por habitante nesse edifiacutecio eacute

dada por

119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119898119900119903119886119889119900119903 = 66119871 = 66119871119863119894119886

119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119886119901119886119903119905119886119898119890119899119905119900 = 33119901 times 66119871 ~ 217 119871119863119894119886

119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119901119903eacute119889119894119900 = (33119901 times 66119871) times 36 ~ 7840119871119863119894119886

119863119890119898119886119899119889119886 119898119890119899119904119886119897 119901119900119903 119901119903eacute119889119894119900 =7840119871

119889119894119886times 30119863119894119886119904 = 235224119871

Legenda L = Litros p = Pessoas

Para facilitar nos caacutelculos ao aplica-los para o reservatoacuterio e para o

sistema de captaccedilatildeo eacute necessaacuterio realizar a conversatildeo de litros para msup3

(metros cuacutebicos) Sendo assim 66L = 0066msup3 217L = 0217msup3 7840L =

7840msup3 e 235224L = 235224msup3

Seraacute utilizado o ano de 2014 para os dados de precipitaccedilatildeo da estaccedilatildeo

meteoroloacutegica de Brasiacutelia localizada na Latitude (ordm) -158 Longitude (ordm)-479

fornecidos pela professora Rafaela Lisboa durante o periacuteodo chuvoso O ano

de 2014 apresenta registros jornaliacutesticos de alagamento nos meses de

Fevereiro com precipitaccedilatildeo de 1392 msup3 Marccedilo com precipitaccedilatildeo de 3402msup3

e Dezembro com precipitaccedilatildeo de 3667msup3 Importante ressaltar que o setor

Noroeste de Brasiacutelia foi construiacutedo em 2011 (site G1) o que aumentou a aacuterea

de solo impermeabilizado e a reduccedilatildeo no escoamento superficial da aacutegua

ocasionando em um aumento nas enchentes e alagamentos na Asa Norte

Segundo Amorim e Pereira (2008 p57) um dos meacutetodos a ser utilizado

para poder saber o volume de aacutegua aproveitaacutevel e consequentemente o

volume de aacutegua do reservatoacuterio Trata-se de um meacutetodo empiacuterico apresentado

na NBR 155272007 O volume de aacutegua do reservatoacuterio V expresso em L eacute

exposto a seguir

119872eacute119905119900119889119900 119875119903aacute119905119894119888119900 119861119903119886119904119894119897119890119894119903119900

119881 = 0042 times 119875 times 119860 times 119879

Em que ldquoVrdquo representa o volume de aacutegua aproveitaacutevel e o volume de

aacutegua do reservatoacuterio (L) ldquoPrdquo a precipitaccedilatildeo meacutedia mensal (mm) ldquoArdquo a aacuterea de

coleta em projeccedilatildeo ldquoTrdquo nuacutemero de meses de pouca chuva ou seca e ldquo0042rdquo eacute

um coeficiente estipulado

Portanto segundo Fontanela (2010 p 25) para estipular o volume do

reservatoacuterio temos que calcular 42 do produto entre o volume de chuva

coletada pelo telhado e o nuacutemero de meses com pouca chuva ou seca

Atribuindo valores do ano de 2014 temos que

119881 = 0042 times 1399119898119898 times 1069 times 5

119881~ 31406119871 119900119906 31406119898sup3

Ressaltando que esse valor obtido eacute uma estimativa do tamanho do

reservatoacuterio e que pode haver um reservatoacuterio de maior capacidade

De forma comparativa eacute de bom senso que se faccedila outro caacutelculo com um

meacutetodo alternativo

Amorim e Pereira (2008 p56) expotildeem que existe um meacutetodo de anaacutelise

de simulaccedilatildeo do reservatoacuterio com capacidade suposta o qual consiste

basicamente na fixaccedilatildeo de um volume para o reservatoacuterio e na verificaccedilatildeo de

consumo que seraacute atendido Sendo assim ldquoo primeiro passo para a aplicaccedilatildeo

desse meacutetodo eacute adotar alguns valores possiacuteveis para o volume com base na

estimativa do consumo mensal de aacutegua natildeo potaacutevelrdquo (Amorim e Pereira 2008

p57) Portanto partindo do ponto que o preacutedio consome cerca de 235000L

devemos calcular uma base que possa ser favoraacutevel economicamente

119872eacute119905119900119889119900 119889119890 119878119894119898119906119897119886ccedilatilde119900 119889119900 119877119890119904119890119903119907119886119905oacute119903119894119900

235224119871 rarr 100

119881 rarr 30

119881 ~ 70000119871 119900119906 70119898sup3

Tambeacutem haacute outra alternativa apresentada por L Pereira (Viabilidade

EconocircmicoAmbiental p 18)

119881119886119888 = 119860119879 times 119875119875119872119860 lowast

119881119886119888 = 1069119898sup2 times 1399119898sup3 = 1495531119898sup3119886119899119900

Equaccedilatildeo a qual ldquoVacrdquo corresponde ao volume de aacutegua captado ldquoATrdquo

aacuterea do telhado e ldquoPPMArdquo eacute a precipitaccedilatildeo pluviomeacutetrica meacutedia mensal

Poreacutem o resultado obtido eacute para os 12 meses do ano e como foi visto no

ano de 2014 temos 7 meses com chuva portanto

119881119886119888 =119879119900119905119886119897

1198983

1198861198991199007 119898119890119904119890119904

lowast

119881119886119888 =1495531119898sup3119886119899119900

7= 21364119898sup3 119900119906 213640119871

dados somente seriam vaacutelidos se a precipitaccedilatildeo fosse uniforme durante os 7 meses de chuva

341 ndash Anaacutelise de caso para a Superquadra 111 Norte

Retomando a tabela 02 temos que a quadra apresenta 11 preacutedios

aproximadamente que variam o nuacutemero de apartamentos por pavimentos e

consequentemente o nuacutemero de moradores mas os edifiacutecios continuam tendo

uma aacuterea de 1069msup2 gerando um uma aacuterea total de 70554msup2 mas teremos

como base os caacutelculos feitos para o preacutedio selecionado no item 34

Realizando um caacutelculo baacutesico tem-se como estimativa de

armazenamento para esta quadra o seguinte

119872eacute119905119900119889119900 119875119903aacute119905119894119888119900 119861119903119886119904119894119897119890119894119903119900

119881~ 31406119871 119900119906 314061198983

11 119875119903eacute119889119894119900119904 times 31406119871 = 345466119871 119900119906 345466119898sup3

119872eacute119905119900119889119900 119889119890 119878119894119898119906119897119886ccedilatilde119900 119889119900 119877119890119904119890119903119907119886119905oacute119903119894119900

119881 ~ 70000119871 119900119906 701198983

11 119875119903eacute119889119894119900119904 times 70000119871 = 770000

119881119900119897119906119898119890 119889119890 aacute119892119906119886 119888119886119901119905119886119889119900 lowast

119881119886119888 = 213641198983119900119906 213640119871

11 119875119903eacute119889119894119900119904 times 213640119871 = 2350040119871 119900119906 235004119898sup3

dados somente seriam vaacutelidos se a precipitaccedilatildeo fosse uniforme durante os 7 meses de chuva

119863119890119898119886119899119889119886 119905119900119905119886119897 119889119886 119902119906119886119889119903119886 119888119900119898 119889119890119904119888119886119903119892119886 119889119890 119887119886119899ℎ119890119894119903119900

11 119875119903eacute119889119894119900119904 times 235224119871 = 2587464119871 119900119906 2587464119898sup3

Segundo Brino (Brasiacutelia Superquadras Residenciais) temos que as

dimensotildees maacuteximas de uma superquadra satildeo de 280x280m resultando numa

aacuterea de 78400msup2 que eacute denominado de Aacuterea Total (AT) A partir disso foi

definido que deveria existir uma faixa externa de 20m denominada de non

aedificandi que foi destinada ao plantio de uma ldquomassa vegetalrdquo de grande

porte e no interior da quadra encontra-se a aacuterea aedificandi a qual possui

240x240m e uma aacuterea de 57600msup2 Realizando uma subtraccedilatildeo da Aacuterea total

pela Aacuterea aedificandi obtecircm-se que a aacuterea non aedificandi eacute de 20800msup2 que

corresponde a 265 da aacuterea total

Com base nessas informaccedilotildees eacute necessaacuterio atentar-se ao detalhe de

que uma parte da precipitaccedilatildeo cai no solo e outra parte nos telhados dos

preacutedios Sendo assim parte da chuva pode ser aproveitada pelo sistema de

captaccedilatildeo enquanto outra parte chega ao solo sem uma interferecircncia direta no

ciclo hidroloacutegico

35 ndash Funcionamento do sistema de captaccedilatildeo

Eacute importante frisar que o sistema de aproveitamento de aacuteguas pluviais eacute

regido pela norma NBR 15527 (Associaccedilatildeo Brasileira de Normas Teacutecnicas

2007) norma a qual faz algumas consideraccedilotildees importantes para implantaccedilatildeo

e correto funcionamento do sistema de captaccedilatildeo Alguns destes satildeo

435 ndash O volume dos reservatoacuterios deve ser dimensionado com

base em criteacuterios teacutecnicos econocircmicos e ambientais levando em

conta as boas praacuteticas da engenharia podendo a criteacuterio do

projetista ser utilizados os meacutetodos contidos no Anexo A ou

outro desde que devidamente justificado

Item 436 ndash Os reservatoacuterios devem ser limpos e desinfetados

com soluccedilatildeo de hipoclorito de soacutedio no miacutenimo uma vez por ano

de acordo com agrave ABNT NBR 5626

Item 442 ndash As tubulaccedilotildees e demais componentes devem ser

claramente diferenciados das tubulaccedilotildees de aacutegua potaacutevel

Item 443 ndash O sistema de distribuiccedilatildeo de chuva deve ser

independente do sistema de aacutegua potaacutevel natildeo permitindo a

conexatildeo cruzada de acordo com agrave ABNT NBR 5626

Item 444 ndash Os pontos de consumo como por exemplo uma

torneira de jardim devem ser de uso restrito e identificados com

placa de advertecircncia com a seguinte inscriccedilatildeo ldquoaacutegua natildeo potaacutevelrdquo

e identificaccedilatildeo graacutefica

Item 445 ndash Os reservatoacuterios de aacutegua de distribuiccedilatildeo de aacutegua

potaacutevel e de aacutegua da chuva devem ser separados

Item 461 ndash Quando necessaacuterio o bombeamento este deve

atender agrave ABNT NBR 12214

Deve-se realizar manutenccedilatildeo em todo o sistema de

aproveitamento de aacutegua de chuva

Para maiores esclarecimentos ldquoo funcionamento de um sistema de

coleta e aproveitamento de aacutegua pluvial consiste de maneira geral na captaccedilatildeo

da aacutegua da chuva que cai sobre os telhados ou lajes da edificaccedilatildeo A aacutegua eacute

conduzida ateacute o local de armazenamento atraveacutes de calhas condutores

horizontais e verticais passando por equipamentos de filtragem e descarte de

impurezas Apoacutes passar pelo filtro a aacutegua eacute armazenada geralmente em

reservatoacuterio enterrado (cisterna) e bombeada a um segundo reservatoacuterio

(elevado) do qual as tubulaccedilotildees especiacuteficas de aacutegua pluvial iratildeo distribuiacute-la

para o consumo natildeo potaacutevelrdquo (Carvalho 2010 p 27 e 28) Conforme ilustra a

imagem a seguir

Figura 02 Funcionamento de um Sistema de Captaccedilatildeo

Fonte Adatildeo D Padini (2013)

De forma mais simplificada podemos ver a representaccedilatildeo no fluxograma

a seguir

Figura 03 Fluxograma do Sistema de Captaccedilatildeo

Fonte Leandro Roncato Pereira

351 ndash Dificuldades para implantaccedilatildeo do sistema

Tal sistema apresenta como dificuldade o local onde seriam instaladas

as cisternas uma vez que geraria um peso sobre o telhado Dessa forma o

sistema seria instalado no jardim cobrando um custo adicional

352 ndash Custo de implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo fechado em um

preacutedio

Na implantaccedilatildeo desse sistema os materiais utilizados teratildeo como base o

meacutetodo praacutetico brasileiro e para aumentar a eficiecircncia do sistema o volume de

31406L seraacute arredondado para 35000L

Os valores de alguns dos materiais apresentados a seguir seguem os

dos apresentados no trabalho de L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental

p 18) apenas o valor da caixa drsquoaacutegua de 10000L foi obtido atraveacutes de

pesquisas em lojas de construccedilatildeo e assim utilizando a de menor valor

Tambeacutem devemos considerar que a bomba consome energia ao bombear aacutegua

para o preacutedio (CEB) portanto os valores seguem conforme a tabela a seguir

Tabela 06 Preccedilo dos Produtos do Sistema de Captaccedilatildeo sem Fluxo

Produto Quantidade Valor unitaacuterio (R$) Valor total (R$)

Cx Daacutegua 10000L 3 496090 1488270

Cx Daacutegua 5000L 1 108000 108000

Boacuteia Eleacutetrica 1 2750 2750

Boacuteia Comum 1 1220 1220

Registro de Gaveta

1 3490 3490

Bomba Anauger 1 23000 23000

Filtro 3P VF1 1 22000 22000

Tubulaccedilotildees 7000 7000

Disjuntor 1 1310 1310

Escavaccedilatildeo Msup3 3666 128310

Matildeo de Obra 1 58574 58574

Energia 054 054

Total 13 727154 1843978

Observaccedilatildeo Pelo fato desse estudo se tratar de um modelo de implantaccedilatildeo

o custo das tubulaccedilotildees vai variar de acordo com a demanda necessitada pelo

preacutedio portanto podendo variar de acordo com o projeto implantado Para este

estudo seraacute adotado o valor de R$ 7000

Observaccedilatildeo Pelo fato desse trabalho tratar-se de um modelo de

implantaccedilatildeo o custo da energia pode variar de acordo com a demanda necessitada

pelo preacutedio portanto podendo variar de acordo com o uso da bomba Para este

estudo seraacute adotado o valor de R$ 054 que eacute o valor do KwH cobrado pela CEB

Segundo Saravy (2010 p 46) haacute tambeacutem um custo para manutenccedilatildeo do

sistema conforme a tabela a seguir

Tabela 07 Preccedilo de Manutenccedilatildeo do Sistema de Captaccedilatildeo

Com esses dados podemos ver o valor total final a ser pago pelo

sistema de captaccedilatildeo que eacute de R$ 1889978

36 ndash Taxas e valores cobrados para utilizaccedilatildeo de aacutegua

Segundo a Companhia de Saneamento Ambiental do Distrito Federal (CAESB)

quando vaacuterias residecircncias satildeo atendidas por uma uacutenica ligaccedilatildeo de aacutegua eacute aplicado o

conceito de consumo ldquoPara exemplificar podemos citar um preacutedio residencial onde

cada apartamento corresponde a uma unidade de consumordquo (CAESB) Contudo o

caacutelculo de gastos seraacute realizado primeiro em um apartamento e posteriormente

multiplicado pelo total de apartamentos do preacutedio uma vez que os preacutedios

residecircncias da Asa Norte pagam a conta de aacutegua atraveacutes do condomiacutenio O preacutedio

Componente Frequecircncia da Manutenccedilatildeo

Custo da Manutenccedilatildeo

Calhas e Condutores

Semestral R$ 13000

Reservatoacuterio Limpeza e

Desinfecccedilatildeo Anual

R$ 20000

desse estudo apresenta um hidrocircmetro que mede o consumo de aacutegua para o todo o

preacutedio

Eacute de suma importacircncia destacar tambeacutem que haacute uma taxa de esgoto que eacute

cobrada pela CAESB consequentemente ldquoo valor da tarifa de esgotos corresponde

a 100 do valor da tarifa de aacutegua exceto quando se tratar de coleta do tipo

condominial que equivale a 60 do valor da tarifa de aacuteguardquo (CAESB)

Deste modo a CAESB utiliza tarifas para diversas categorias de moradia e

comeacutercio e neste estudo seraacute aplicada a tarifa de ldquoresidencial normalrdquo em

concordacircncia com a tabela a seguir

Tabela 08 Valor da Tarifa Cobrado pela CAESB

Para melhor compreensatildeo do caacutelculo que a CAESB faz temos uma conta do

condomiacutenio do preacutedio da Superquadra 111 Norte

Figura 04 Conta Discriminada do Condomiacutenio

Fonte Condomiacutenio do Preacutedio

O caacutelculo feito pela CAESB consiste primeiramente em saber a demanda de

aacutegua gasta em metros cuacutebicos por Unidade de Consumo ndash apartamento ndash para

saber qual faixa ldquomsup3rdquo eacute aplicada Apoacutes saber qual a faixa ldquomsup3rdquo que se enquadra eacute

atribuiacutedo o volume por UC (em msup3) em sequecircncia multiplica-se o volume por UC ou

volume da faixa pelo nuacutemero de UCrsquos correspondente para se obter o volume total

gasto (em msup3) Tendo o volume total gasto basta multiplicar pelo preccedilo corresponde

agrave faixa a qual se encaixa o consumo e assim obtendo o valor total a pagar A partir

do momento que se tem o valor total a pagar eacute necessaacuterio acrescer 100 do valor

para cobrir a tarifa de esgoto conforme a figura

Partindo desses dados podemos calcular por apartamento quanto eacute cobrado

pela CAESB a partir dos dados apresentados no capiacutetulo 34

119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119886119901119886119903119905119886119898119890119899119905119900 = 33119901 times 66119871 ~ 217119871

119863119894119886

119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119886119901119886119903119905119886119898119890119899119905119900 119886119900 119898ecirc119904 = 217119871119889119894119886 times 30119863119894119886119904 = 6510119871 119900119906 65101198983

Com base nesses dados temos que calcular o volume total de descarga em

sanitaacuterios que o preacutedio consome com a seguinte foacutermula

119881119879 = 119881119865 times 119873ordm 119889119890 119880119862prime119904

119881119879 = 10119898sup3 times 36 = 360119898sup3

Em que ldquoVTrdquo corresponde ao volume total do preacutedio ldquoVFrdquo ao volume da faixa

que eacute estipulado pela CAESB e ldquoUCrsquosrdquo satildeo as unidades de consumo que eacute correlato

ao nuacutemero de apartamentos existente

Portanto o total a se pagar em um mecircs eacute calculado da seguinte forma

119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 119881119879 times 119879119886119903119894119891119886 119889119890 aacute119892119906119886 + 119879119886119903119894119891119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900

119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 360119898sup3 times 119877$ 265 + 119879119886119903119894119891119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900

119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 954 + 119877$ 954 = 119877$ 1908

Em 7 meses seriam pagos em descarga

119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 1908 times 7 119872119890119904119890119904 = 119877$ 13356

37 ndash Caacutelculos de economia e retorno de investimento para um sistema

fechado

Conforme exposto por L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental p 15)

ldquopara o caacutelculo da economia da taxa de aacutegua multiplica-se o valor do msup3 (valor

cobrado por msup3 do responsaacutevel pelo fornecimento de aacutegua na cidade []) pelo

volume captado e entatildeo obtecircm-se o valor economizado por ano na taxa de aacuteguardquo

Recapitulando que para esse estudo seraacute utilizado o meacutetodo praacutetico brasieliro

devido aos meses de seca ou pouca chuva

Sendo assim

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119881119886119897119900119903 119889119900 1198983 times 119881119900119897119906119898119890 119888119886119901119905119886119889119900

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 265 times 314061198983

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 8322

Essa economia de R$ 8322 eacute para um mecircs de chuva para o preacutedio todo

sendo assim para os 7 meses de chuva tem-se

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119890 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 8322 times 7 119898119890119904119890119904 = 119877$ 58254

Ainda segundo L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental p 16) para o

caacutelculo da economia referente ao esgoto eacute necessaacuterio multiplicar o valor do msup3 pelo

volume captado e por 08 uma vez que considera-se 20 de perda ou seja para

cada 1 litro de aacutegua que chega na residecircncia eacute cobrado 08 litros para o tratamento

do esgoto

Portanto tem-se

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119881119886119897119900119903 119889119900 1198983 times 119881119900119897119906119898119890 119888119886119901119905119886119889119900 times 08

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900 = 119877$ 265 times 314061198983 times 08

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 6658

Esse valor encontrado de R$ 6658 corresponde a um mecircs de chuva para o

preacutedio sendo assim o total economizado pelo preacutedio em 7 meses eacute de

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119890 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 6658 times 7 119898119890119904119890119904 = 119877$ 46606

ldquoPara o caacutelculo do retorno do investimento divide-se o valor investido pela

economia anual com a implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo e reaproveitamento da

aacutegua pluvialrdquo L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental p 16)

Portanto para 7 meses de chuva tem-se o seguinte

119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 =119881119886119897119900119903 119894119899119907119890119904119905119894119889119900

119864119888119900119899119900119898119894119886 (7119898119890119904119890119904)

119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 = 119877$ 1843924

119877$ 58254 + 119877$ 46606

119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 = 119877$ 1843924

119877$ 9446

119877119890119905119900119903119899119900

119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900= 1952 119886119899119900119904

38 ndash Caacutelculos de dimensionamento para um sistema com fluxo

Os caacutelculos apresentados no subitem anterior satildeo relativos a um sistema

o qual natildeo adota a possibilidade de fluxo dentro do reservatoacuterio Quando se

fala em fluxo temos que considerar que ao mesmo tempo em que o preacutedio

utiliza aacutegua do reservatoacuterio de aacutegua pluvial o mesmo vai enchendo com aacutegua

pluvial Portanto haacute um ciclo no qual o preacutedio demanda aacutegua do reservatoacuterio e

o mesmo vai enchendo conforme chove no local

Sabendo que a meacutedia mensal eacute de 1399msup3 eacute preciso multiplicar isso

por 12 para se obter o quanto choveu em 2014 Sendo assim

119879119900119905119886119897 119886119900 119886119899119900 = 1399119898119898 times 12 119898119890119904119890119904

119879119900119905119886119897 119886119900 119886119899119900 = 16788119898119898

Mas como foi visto o periacuteodo chuvoso eacute de 7 meses entatildeo temos

119875119903119890119888119894119901119894119905119886ccedilatilde119900 119901119886119903119886 7 119898119890119904119890119904 = 16788119898119898 divide 7 = 2398119898119898

Com isso eacute necessaacuterio realizar o caacutelculo da meacutedia de captaccedilatildeo de aacutegua

por mecircs para a aacuterea de 1069msup2

119872119890119889119894119886 119889119890 119862119886119901119905119886ccedilatilde119900 = 2398119898119898 times 1069119898sup2

119872eacute119889119894119886 119889119890 119862119886119901119905119886ccedilatilde119900 = 256346119871 119900119906 256346119898sup3

Ao considerar o valor obtido temos que realizar o quanto seria captado

diariamente

119872eacute119889119894119886 119889119894aacute119903119894119886 = 256346119898sup3 divide 30 119889119894119886119904 = 85119898sup3119889119894119886

A partir desses caacutelculos podemos realizar a seguinte comparaccedilatildeo O

preacutedio consome cerca de 78msup3 ao dia de aacutegua para descarga de vasos sanitaacuterios

enquanto a meacutedia diaacuteria de captaccedilatildeo eacute de 85msup3 por conseguinte temos um fluxo

positivo de aacutegua para o reservatoacuterio de 067msup3dia nos dias chuvosos

Se colocarmos um reservatoacuterio de 35msup3 sem nenhuma aacutegua

armazenada poderemos constatar que o reservatoacuterio iria encher por completo em

cerca de 53 dias conforme o caacutelculo a seguir

351198983 = 0671198983 times 119909 119889119894119886119904

119909 119889119894119886119904 = 35119898sup3 divide 067119898sup3 = 5223 119889119894119886119904

Analisando esses dados temos que a partir do 54ordm dia o reservatoacuterio

estaria completamente cheio e no restante dos 156 dias que teriacuteamos de chuva

esses 067msup3 seriam de certa forma desperdiccedilados uma vez que esse fluxo de

067msup3 ao final dos 7 meses gerariam cerca de 1407msup3 enquanto o reservatoacuterio tem

a capacidade de 35msup3 conforme o caacutelculo a seguir

119875119900119905119890119899119888119894119886119897 = 067119898sup3 times 156 119889119894119886119904 = 1045119898sup3

Se considerarmos esse fluxo positivo de 067msup3dia temos que ao final

dos 210 dias (7meses) seria possiacutevel armazenar 1407 msup3 de aacutegua Com um

reservatoacuterio de 35msup3 1057msup3 estariam sendo escoados para fora do reservatoacuterio

Portanto o ideal seria um reservatoacuterio que se aproxime de 1407msup3 para que ao

final dos 7 meses toda aacutegua possiacutevel fosse armazenada no entanto o reservatoacuterio

deveria ser de 145msup3

Devemos considerar ainda que ao final dos 7 meses o reservatoacuterio

estaria cheio no periacuteodo de seca conseguiria abastecer o preacutedio de acordo com a

demanda do preacutedio sendo assim

119880119905119894119897119894119911119886ccedilatilde119900 119899119886 119904119890119888119886 = 119879119900119905119886119897 119889119900 119903119890119904119890119903119907119886119905oacute119903119894119900 divide 119863119890119898119886119899119889119886 119889119894aacute119903119894119886

119880119905119894119897119894119911119886ccedilatilde119900 119899119886 119904119890119888119886 = 1451198983 divide 781198983119889119894119886

119880119905119894119897119894119911119886ccedilatilde119900 119899119886 119904119890119888119886 = 1858 119889119894119886119904

381 ndash Custo de implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo com fluxo em um

preacutedio

Na implantaccedilatildeo desse sistema os materiais utilizados teratildeo como base

as estimativas que foram apresentadas no subitem anterior e para aumentar a

eficiecircncia do sistema o volume de 1400007L seraacute arredondado para

145000L

Devido ao tamanho do reservatoacuterio eacute de se esperar que o reservatoacuterio

natildeo seja instalado em cima do preacutedio uma vez que a estrutura do preacutedio natildeo

conseguiria suportar o peso que o reservatoacuterio faria sobre o telhado

consequentemente o reservatoacuterio deveraacute ser instalado no jardim do preacutedio que

iraacute gerar um custo a mais por conta da escavaccedilatildeo

Os valores de alguns dos materiais apresentados a seguir seguem os

dos apresentados no trabalho de L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental

p 18) apenas o valor da caixa drsquoaacutegua de 10000L foi obtido atraveacutes de

pesquisas em lojas de construccedilatildeo e assim utilizando a de menor valor

conforme a tabela a seguir Segundo o Saneamento de Goiaacutes SA (SANEAGO)

o custo de escavaccedilatildeo eacute calculado a partir do total de msup3 aleacutem de 3m de

profundidade

Tabela 09 Preccedilo dos Produtos do Sistema de Captaccedilatildeo com Fluxo

Observaccedilatildeo Pelo fato desse estudo se tratar de um modelo de implantaccedilatildeo

o custo das tubulaccedilotildees vai variar de acordo com a demanda necessitada pelo

preacutedio portanto podendo variar de acordo com o projeto implantado Para este

estudo seraacute adotado o valor de R$ 7000

Observaccedilatildeo Pelo fato desse trabalho tratar-se de um modelo de

implantaccedilatildeo o custo da energia pode variar de acordo com a demanda necessitada

pelo preacutedio portanto podendo variar de acordo com o uso da bomba Para este

estudo seraacute adotado o valor de R$ 054 que eacute o valor do KwH cobrado pela CEB

Produto Quantidade Valor unitaacuterio (R$) Valor total (R$)

Cx Daacutegua 10000L 14 496090 6945260

Cx Daacutegua 5000L 1 108000 108000

Boacuteia Eleacutetrica 1 2750 2750

Boacuteia Comum 1 1220 1220

Registro de Gaveta

1 3490 3490

Bomba Anauger 1 23000 23000

Filtro 3P VF1 1 22000 22000

Tubulaccedilotildees 7000 7000

Disjuntor 1 1310 1310

Escavaccedilatildeo Msup3 3666 53157

Matildeo de Obra 1 58574 58574

Energia 054 054

Total 13 727154 7704228

382 ndash Caacutelculos de economia e retorno de investimento para um sistema

com fluxo

Partindo dos dados apresentados podemos calcular por apartamento quanto eacute

cobrado pela CAESB a partir dos dados apresentados no capiacutetulo 34

119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119886119901119886119903119905119886119898119890119899119905119900 = 33119901 times 66119871 ~ 217119871

119863119894119886

119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119886119901119886119903119905119886119898119890119899119905119900 119886119900 119898ecirc119904 = 217119871119889119894119886 times 30119863119894119886119904 = 6510119871 119900119906 65101198983

Em que ldquoVTrdquo corresponde ao volume total do preacutedio ldquoVFrdquo ao volume da faixa

que eacute estipulado pela CAESB e ldquoUCrsquosrdquo satildeo as unidades de consumo que eacute correlato

ao nuacutemero de apartamentos existente

Portanto o total a se pagar em um mecircs eacute calculado da seguinte forma

119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 119881119879 times 119879119886119903119894119891119886 119889119890 aacute119892119906119886 + 119879119886119903119894119891119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900

119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 360119898sup3 times 119877$ 265 + 119879119886119903119894119891119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900

119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 954 + 119877$ 954 = 119877$ 1908

Retomando o caacutelculo exposto por L Pereira (Viabilidade

EconocircmicoAmbiental p 15) no subitem anterior temos que o caacutelculo da CAESB

seria feito da seguinte maneira

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119881119886119897119900119903 119889119900 1198983 times 119881119900119897119906119898119890 119888119886119901119905119886119889119900

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 265 times 1451198983

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 38425

Esse caacutelculo eacute equivalente a um mecircs de captaccedilatildeo para os 7 meses

teremos o seguinte

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119890 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 38425 times 7 119898119890119904119890119904 = 119877$ 268975

Conforme foi visto para o caacutelculo da economia de esgoto eacute necessaacuterio

multiplicar o valor do msup3 pelo volume captado e por 08 uma vez que considera-se

20 de perda ou seja para cada 1 litro de aacutegua que chega na residecircncia eacute cobrado

08 litros para o tratamento do esgoto Portanto para um mecircs segue-se

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119881119886119897119900119903 119889119900 1198983 times 119881119900119897119906119898119890 119888119886119901119905119886119889119900 times 08

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900 = 119877$ 265 times 1451198983 times 08

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 3074

ldquoPara o caacutelculo do retorno do investimento divide-se o valor investido pela

economia anual com a implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo e reaproveitamento da

aacutegua pluvialrdquo L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental p 16)

Portanto para 7 meses de chuva tem-se o seguinte

119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 =119881119886119897119900119903 119894119899119907119890119904119905119894119889119900

119864119888119900119899119900119898119894119886 (7119898119890119904119890119904)

119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 = 119877$ 17704228

119877$ 268975 + 119877$ 21518

119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 = 119877$ 7704228

119877$ 484155

119877119890119905119900119903119899119900

119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900= 1591119886119899119900119904

4 ndash Conclusatildeo e Consideraccedilotildees Finais

De acordo com o que foi exposto temos que a implantaccedilatildeo do sistema de

captaccedilatildeo para o aproveitamento de aacuteguas pluviais eacute uma oacutetima alternativa para

substituiccedilatildeo da ldquoaacutegua cinzardquo possibilitando tambeacutem um destino mais correto do

ponto de vista ambiental para a aacutegua que se tornaria esgoto Como eacute de

conhecimento este tipo de meacutetodo eacute utilizado em diversas regiotildees natildeo somente

aquelas que sofrem com escassez de aacutegua

Mesmo sabendo que o Brasil possui um grande potencial hiacutedrico observamos

que uma parcela da populaccedilatildeo natildeo tem consciecircncia quanto ao gasto de aacutegua

gerando um grande desperdiacutecio de forma desnecessaacuteria Portanto partindo de um

pensamento racional um sistema de captaccedilatildeo seria viaacutevel para o aproveitamento da

aacutegua para fins de consumo domeacutestico mais precisamente ldquoaacutegua cinzardquo

Considerando os caacutelculos apresentados a partir da taxa de precipitaccedilatildeo meacutedia

em Brasiacutelia a criaccedilatildeo de um sistema de captaccedilatildeo pluvial predial traz benefiacutecios

econocircmicos e ambientais O projeto torna-se viaacutevel economicamente pois desde

que se faccedila a manutenccedilatildeo de forma adequada do sistema este teraacute uma vida uacutetil

longa e considerando que se obteacutem o retorno do investimento em aproximadamente

16 anos para um sistema com fluxo apoacutes este periacuteodo o sistema passa a ser

lucrativo para o preacutedio que implanta pois o custo eacute dividido no condomiacutenio dentre os

moradores do preacutedio

Analisando do ponto de vista ambiental o desenvolvimento urbano de Brasiacutelia

ocasionou em superfiacutecies impermeaacuteveis dificultando a absorccedilatildeo de aacuteguas pluviais

pelo solo e juntamente com o sistema de redes pluviais e o sistema de drenagem

ultrapassados os alagamentos e enchentes tecircm se tornado constante quando

ocorrem chuvas anormais Com as estimativas feitas neste trabalho eacute possiacutevel que

tais transtornos hiacutedricos urbanos possam ser amenizados a partir da implantaccedilatildeo do

sistema sem que afete o ciclo hidroloacutegico natural Logicamente essa natildeo eacute a

soluccedilatildeo uma vez que ela deve ser apenas um complemento agrave poliacuteticas publicas

poliacuteticas de incentivo entre outras medidas de cunho sustentaacutevel

Em vista disso a implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo e aproveitamento de

aacuteguas pluviais acarretaria em uma significativa melhora ambiental atraveacutes da

substituiccedilatildeo de uma parcela da aacutegua fornecida pela CAESB e possivelmente

mitigando os transtornos hiacutedricos urbanos se aplicado em larga escala

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VIABILIDADE TEacuteCNICA E FINANCEIRA DE CAPTACcedilAtildeO DE

AacuteGUAS PLUVIAIS EM SISTEMAS PREDIAIS EM BRASIacuteLIA ndash DF

Paulo Alipius Miketen da Silva

Prof Orientador Dr Pedro Henrique Zuchi da Conceiccedilatildeo

Brasiacutelia-DF

BANCA EXAMINADORA

Prof Dr Pedro Henrique Zuchi da Conceiccedilatildeo (Orientador)

FACE - Faculdade de Economia Administraccedilatildeo e Ciecircncias

Contaacutebeis - UnB

____________________________________________________

Prof Dr Luciano Soares da Cunha (Avaliador)

IG ndash Instituto de Geociecircncias ndash UnB

__________________________________________________

DEDICATOacuteRIA

Dedico esta monografia a minha

matildee e minha madrinha que

proporcionaram educaccedilatildeo para

que pudesse alcanccedilar esta

conquista a todos os amigos que

me apoiaram e ajudaram nessa

jornada acadecircmica e a todos

profissionais da aacuterea ambiental

principalmente os Cientistas

Ambientais

AGRADECIMENTOS

Primeiramente gostaria de agradecer a minha matildee Maria

Tereza Silva e minha madrinha Lourdes Maria Balby Silva duas

pessoas que foram fundamentais para minha formaccedilatildeo acadecircmica

e como pessoa

Agradeccedilo ao meu orientador professor e coordenador do

Curso de Ciecircncias Ambientais Pedro Zuchi pela paciecircncia e

excelente instruccedilatildeo para a finalizaccedilatildeo deste trabalhoe por tecirc-lo

como referecircncia tanto como profissional como pessoa Tambeacutem

gostaria de agradecer a dedicaccedilatildeo do Zuchi para com o curso de

Ciecircncias Ambientais e consequentemente para os alunos

contribuindo para a formaccedilatildeo de todos

Agradeccedilo ao professor Carlos Henke pelos conselhos dados

ao decorrer do curso para minha formaccedilatildeo como futuro profissional

Agradeccedilo ao professor Mauriacutecio Amazonas pelo suporte que

me deu ao longo da graduaccedilatildeo e por tecirc-lo como referecircncia

acadecircmica

Gostaria de agradecer a Elaine Souto que sempre foi muita

prestativa se dedicando ao maacuteximo para sempre atender todos os

alunos

Por fim gostaria de agradecer a todos os meus amigos que

me aturaram ao decorrer do curso compartilhando experiecircncias

novas e de certa forma me ajudaram a concluir este trabalho

ldquoEstamos diante de um momento criacutetico na

histoacuteria da Terra numa eacutepoca em que a

humanidade deve escolher o seu futuro Agrave

medida que o mundo torna-se cada vez mais

interdependente e fraacutegil o futuro enfrenta ao

mesmo tempo grandes perigos e grandes

promessas Para seguir adiante devemos

reconhecer que no meio da uma magniacutefica

diversidade de culturas e formas de vida

somos uma famiacutelia humana e uma

comunidade terrestre com um destino comum

Devemos somar forccedilas para gerar uma

sociedade sustentaacutevel global baseada no

respeito pela natureza nos direitos humanos

universais na justiccedila econocircmica e numa

cultura da paz Para chegar a este propoacutesito

eacute imperativo que noacutes os povos da Terra

declaremos nossa responsabilidade uns para

com os outros com a grande comunidade da

vida e com as futuras geraccedilotildeesrdquo

(Carta da Terra)

RESUMO

O presente trabalho apresenta a viabilidade de implantaccedilatildeo de um

sistema de captaccedilatildeo em Brasiacutelia (DF) mais especificamente na

Superquadra 111 Norte Com essa forma alternativa de utilizaccedilatildeo

de aacuteguas pluviais para fins natildeo potaacuteveis haacute uma maior

conscientizaccedilatildeo em relaccedilatildeo ao uso de aacutegua potaacutevel e

consequentemente uma mudanccedila no pensamento ambiental da

populaccedilatildeo que possa vir a aderir a um sistema de captaccedilatildeo de

aacuteguas pluviais Portanto o sistema eacute feito para captar aacutegua da

chuva e ser redirecionado para o uso de ldquoaacutegua cinzardquo e ver o quatildeo

viaacutevel eacute sua implantaccedilatildeo Os dados apresentados foram calculados

a partir de estimativas envolvendo uma diferenccedila entre o custo total

de implantaccedilatildeo de um sistema de captaccedilatildeo pluvial e a possiacutevel

economia que se pode obter ao decorrer do tempo Com tal sistema

eacute possiacutevel estimar em quanto tempo haacute um retorno a partir de sua

implantaccedilatildeo e a possibilidade de uma reduccedilatildeo de transtornos

hiacutedricos urbanos tais como enchentes e alagamentos que tecircm se

tornado constantes em Brasiacutelia

Palavras chave 1 Ciecircncias Ambientais- 2Desenvolvimento

Sustentaacutevel- 3 Sistema de Captaccedilatildeo- 4 Aacuteguas Pluviais ndash 5

Interdisciplinaridade

ABSTRACT

This paper presents the feasibility of implementing a collection

system in Brasilia (DF) more specifically in Superquadra 111 North

With this alternative form of use of rainwater for non-potable

purposes there is a greater awareness of the use of potable water

and consequently a shift in environmental thinking of the population

that may join a rainwater collection system Therefore the system is

designed to capture rainwater and be redirected to the use of gray

water and see how viable is its implementation The data presented

were calculated from estimations involving a difference between the

total cost of setting a rainwater collection system and possible

savings that can be achieved over the time With such a system it is

possible to estimate how much time there is a return from its

implementation and the possibility of a reduction of urban water

disorders and consequently reduce flooding and overflowing which

have become constant in Brasilia

KEYWORDS 1 Environmental Sciences- 2Development

Sustainable 3-Caption System 4 Rainwater - 5 Interdisciplinary

LISTA DE GRAacuteFICOS

Graacutefico 01 Consumo Domeacutestico de Aacutegua

Graacutefico 02 Percentual para Reutilizaccedilatildeo de Aacuteguas Pluviais

LISTA DE TABELAS

Tabela 01 Dados de Precipitaccedilatildeo

Tabela 02 Dimensionamento dos Blocos

Tabela 03 Dimensionamento da Populaccedilatildeo

Tabela 04 Consumo domeacutestico de aacutegua

Tabela 05 Percentual para Reutilizaccedilatildeo de Aacuteguas Pluviais

Tabela 06 Preccedilo dos Produtos do Sistema de Captaccedilatildeo sem Fluxo

Tabela 07 Preccedilo de Manutenccedilatildeo do Sistema de Captaccedilatildeo

Tabela 08 Valor da Tarifa Cobrado pela CAESB

Tabela 09 Preccedilo dos Produtos do Sistema de Captaccedilatildeo com Fluxo

LISTA DE FIGURAS

Figura 01 Tripeacute da Sustentabilidade

Figura 02 Funcionamento de um Sistema de Captaccedilatildeo

Figura 03 Fluxograma do Sistema de Captaccedilatildeo

Figura 04 Conta Discriminada do Condomiacutenio

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

ABNT Associaccedilatildeo Brasileira de Normas Teacutecnicas

AE Aacuterea Aedificandi

AT Aacuterea Total

CAC Superintendecircncia de Atendimento Comercial

CAESB Companhia de Saneamento Ambiental do Distrito Federal

CEB Companhia Energeacutetica de Brasiacutelia

CMMAD Comissatildeo Mundial Sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento

CNUMAD Conferecircncia das Naccedilotildees Unidas para o Meio Ambiente e o

Desenvolvimento

DF Distrito Federal

DS Desenvolvimento Sustentaacutevel

ECOSOC Economic and Social Council of the United Nations

EPA Environmental Protection Agency

GDF Governo do Distrito Federal

IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica

INPE Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais

KwH Quilo Watts Hora

L Litros

Msup2 Metros Quadrados

Msup3 Metros Cuacutebicos

ONU Organizaccedilatildeo das Naccedilotildees Unidas

SABESP Companhia de Saneamento Baacutesico do Estado de Satildeo Paulo

SEMA Secretaria Especial do Meio Ambiente

SNRH Sistema Nacional de Recursos Hiacutedricos

SQN Superquadra Norte

UCrsquos Unidades de Consumo

UNB Universidade de Brasiacutelia

UNG Universidade de Guarulhos

UFSM Universidade Federal de Santa Maria

UFRGS Universidade Federal do Rio Grande do Sul

Sumaacuterio

INTRODUCcedilAtildeO 14

1 ndash Cidades sustentaacuteveis e o Ciclo hidroloacutegico 16

11 - Poliacuteticas Puacuteblicas e a relaccedilatildeo com as cidades sustentaacuteveis definiccedilotildees

aplicaccedilatildeo conceitos 21

2 ndash Sustentabilidade desenvolvimento sustentaacutevel e a sua importacircncia 29

3 ndash A viabilidade de implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo pluvial em Brasiacutelia ndash DF 39

31 ndash Apresentaccedilatildeo de dados 39

32 ndash Aacuteguas pluviais e aacuteguas cinzas 42

33 ndash Meacutetodos de Dimensionamento do Reservatoacuterio 45

34 ndash Anaacutelise de caso para um preacutedio da Superquadra 111 Norte 45

341 ndash Anaacutelise de caso para a Superquadra 111 Norte 48

35 ndash Funcionamento do sistema de captaccedilatildeo 49

351 ndash Dificuldades para implantaccedilatildeo do sistema 52

Tal sistema apresenta como dificuldade o local onde seriam instaladas as

cisternas uma vez que geraria um peso sobre o telhado Dessa forma o sistema

seria instalado no jardim cobrando um custo adicional 52

352 ndash Custo de implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo fechado em um preacutedio 52

36 ndash Taxas e valores cobrados para utilizaccedilatildeo de aacutegua 53

37 ndash Caacutelculos de economia e retorno de investimento para um sistema fechado 56

38 ndash Caacutelculos de dimensionamento para um sistema com fluxo 58

381 ndash Custo de implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo com fluxo em um preacutedio 59

382 ndash Caacutelculos de economia e retorno de investimento para um sistema com

fluxo 61

4 ndash Conclusatildeo e Consideraccedilotildees Finais 63

REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS 65

INTRODUCcedilAtildeO

O problema ambiental urbano assume atualmente um papel importante

para os governos e para a sociedade em geral em muitos paiacuteses pelo fato de

um crescimento significativo de pessoas vivendo no meio urbano acabou

ocasionando em uma degradaccedilatildeo ambiental e de certa forma uma queda na

qualidade de vida da populaccedilatildeo Por isto eacute de suma importacircncia destacar que

os problemas ambientais urbanos como a poluiccedilatildeo o consumo de energia o

gasto descontrolado de aacutegua potaacutevel entre outros forccedilaram o profissionais

ambientais e de outras aacutereas a buscar novas alternativas para a soluccedilatildeo destes

problemas Surgindo assim as cidades sustentaacuteveis que na atualidade satildeo a

chave para uma convivecircncia mais harmoniosa entre meio urbano e o meio

ambiente

Em decorrecircncia do aumento da urbanizaccedilatildeo as aacutereas foram

pavimentadas e cobertas por preacutedios casas monumentos entre outras

edificaccedilotildees ocasionando na impermeabilizaccedilatildeo do solo em aacutereas naturais

Devido a esse fator o ser humano vem demandando novas soluccedilotildees para o

controle e mitigaccedilatildeo de impactos causados pela chuva tais como alagamentos

Os governos de modo geral vecircm encontrando seacuterias dificuldades quanto agraves

questotildees de gestatildeo dos alagamentos em suas aacutereas puacuteblicas Para Brasiacutelia e o

Governo do Distrito Federal esse problema eacute recente e nem tatildeo alarmante

quando comparado aos das grandes capitais brasileiras como Satildeo Paulo ou

Rio de Janeiro Sendo assim eacute necessaacuterio que se tenha uma precauccedilatildeo com o

uso das aacuteguas tratadas para que natildeo haja desperdiacutecio e que as aacuteguas pluviais

possam ser utilizadas em fontes alternativas Com o objetivo de

aproveitamento de aacuteguas pluviais a captaccedilatildeo de aacutegua advinda das chuvas

possui um vieacutes sustentaacutevel do ponto de vista teacutecnico e econocircmico quando

aplicado em sistemas de uso privativo

Portanto cabe ressaltar que esse estudo baseia-se em estimativas e

que visa um projeto de aproveitamento de aacuteguas pluviais que atenda as

demandas de aacutegua natildeo potaacutevel em um preacutedio residencial substituindo uma

parte da aacutegua fornecida pela companhia de abastecimento e tendo como base

a precipitaccedilatildeo de chuva local sendo assim a quantidade de aacutegua pluvial a ser

aproveitada pelo sistema eacute diretamente proporcional agrave aacuterea que se utiliza para

a captaccedilatildeo De forma secundaacuteria o trabalho tambeacutem tenta trazer a captaccedilatildeo de

chuva como uma fonte para amenizar os problemas hiacutedricos urbanos causados

recentemente pelas chuvas em Brasiacutelia-DF

Para atingir os objetivos mencionados o trabalho foi modelado da

seguinte forma

No capiacutetulo I eacute apresentado o surgimento das cidades sustentaacuteveis em

decorrecircncia da necessidade de fontes alternativas para a degradaccedilatildeo

ambiental e utilizaccedilatildeo de recursos naturais A manifestaccedilatildeo dessa busca por

aperfeiccediloamento das cidades baseia-se em conceitos e inter-relaccedilotildees entre

populaccedilatildeo e governo por meio de poliacuteticas puacuteblicas

No capiacutetulo II eacute exposto um histoacuterico da sustentabilidade e do

desenvolvimento sustentaacutevel com a finalidade de contextualizar o leitor e

facilitar a compreensatildeo quanto agrave evoluccedilatildeo do vieacutes ambiental que encontramos

atualmente tornando o entendimento do leitor mais vasto e consequentemente

informaacute-lo sobre a sua importacircncia englobando questotildees ecoloacutegicas poliacuteticas

econocircmicas soacutecias e culturais

No capiacutetulo III eacute apresentada a viabilidade de implantaccedilatildeo do sistema

de captaccedilatildeo em um preacutedio residencial em Brasiacutelia-DF com os dados

coletados a caracterizaccedilatildeo das aacuteguas pluviais e ldquoaacutegua cinzardquo meacutetodos de

dimensionamento do reservatoacuterio anaacutelise de caso para um preacutedio na SQN 111

e a possiacutevel aplicaccedilatildeo do sistema para uma quadra funcionamento do sistema

de captaccedilatildeo e custo de implantaccedilatildeo desse sistema taxas e valores cobrados

pela CAESB para utilizaccedilatildeo de aacutegua e os caacutelculos de economia e retorno do

investimento

Por fim no capiacutetulo IV apresentam-se as consideraccedilotildees finais e a

conclusatildeo sobre o estudo realizado

1 ndash Cidades sustentaacuteveis e o Ciclo hidroloacutegico

Atualmente os problemas ambientais vecircm sendo o grande destaque do

cenaacuterio global tanto pela accedilatildeo antroacutepica como pelos desastres naturais Tais

problemas preocupam natildeo soacute a geraccedilatildeo atual como as geraccedilotildees futuras

dando assim a iniciativa para criaccedilatildeo de novas tecnologias meacutetodos e

conceitos

A partir de problemas como a extinccedilatildeo de recursos naturais o ser

humano tem dado prioridade a novas fontes para esses recursos tanto em

novas alternativas de obtenccedilatildeo como nas formas de reduzir o gasto

exacerbado Dessa forma as cidades entram como principal ator para criaccedilatildeo

de alternativas de mitigar os problemas ambientais focando no

reaproveitamento de mateacuteria reduccedilatildeo de uso dos combustiacuteveis foacutesseis formas

alternativas de obtenccedilatildeo de energia aproveitamento de aacuteguas pluviais e

possiacuteveis reduccedilotildees nos transtornos urbanos Assim o conceito de cidades

sustentaacuteveis cria um alicerce e torna-se base para que as cidades tomem a

iniciativa de serem o modelo de reduccedilatildeo dos problemas ambientas

Segundo a Organizaccedilatildeo das Naccedilotildees Unidas (ONU) pouco mais da

metade da populaccedilatildeo mundial vive em zonas urbanas desde o ano de 2006

Por isso conclui-se que de fato o mundo eacute urbano

Atualmente o problema urbano de modo geral possui grande

importacircncia para a sociedade e os governos em geral em diversos paiacuteses

Devido a esse crescimento desenfreado do nuacutemero de pessoas vivendo nas

cidades e conseguinte reduccedilatildeo na qualidade de vida deve-se considerar que

as cidades configuram uma das maiores potenciais de utilizaccedilatildeo energeacutetica e

de degradaccedilatildeo do meio ambiente ocasionando a criaccedilatildeo de meacutetodos para o

direcionamento correto do crescimento urbano e monitoramento dessas

alteraccedilotildees ambientais

A urbanizaccedilatildeo trouxe fortes aliados que geram transtornos e devido a

esse aumento de pessoas vivendo em cidades a preocupaccedilatildeo com problemas

urbanos tornou-se destaque para a criaccedilatildeo do conceito de cidades

sustentaacuteveis Mas o que viria a ser ldquocidades sustentaacuteveisrdquo De forma baacutesica e

sem aprofundamento cidades sustentaacuteveis satildeo aquelas que visam meacutetodos e

praacuteticas eficientes para a preservaccedilatildeo do meio ambiente sem deixar de

almejar o desenvolvimento econocircmico e a melhoria na qualidade de vida da

populaccedilatildeo Sendo assim ldquoa sustentabilidade eacute vista como algo bom desejaacutevel

consensual a definiccedilatildeo que vai prevalecer vai construir autoridade para que se

discriminem em seu nome as boas praacuteticas das ruinsrdquo (Acselrad 1999 p 80)

Para melhor esclarecimento o conceito de sustentabilidade associado

ao desenvolvimento das cidades ldquotem origem nas rearticulaccedilotildees poliacuteticas pelas

quais um certo nuacutemero de atores envolvidos na produccedilatildeo do espaccedilo urbano

procuram dar legitimidade as suas perspectivas evidenciando a

compatibilidade delas com os propoacutesitos de dar durabilidade ao

desenvolvimento de acordo com os propoacutesitos da Agenda 21 resultante da

Conferecircncia da ONU sobre Desenvolvimento e Meio Ambienterdquo (Acselrad

1999 p 81) Para tanto o governo deve ter um planejamento para que possa

tomar medidas no sentido de amenizar os transtornos urbanos e ambientais

decorrentes da accedilatildeo antroacutepica Diversas estrateacutegias devem ser implementadas

para que se possa promover o conceito de cidades sustentaacuteveis e priorizar a

qualidade de vida urbana em toda sua abrangecircncia partindo do princiacutepio da

anaacutelise criacutetica da condiccedilatildeo atual de desenvolvimento das cidades pensando no

contexto na qual se encontram

Segundo Magalhatildees (2006 p 2) no inicio a sustentabilidade urbana

sofreu bastante em questotildees poliacuteticas pois o ldquodiscurso mais estabelecido dos

projetos urbanos agrave temaacutetica ambiental estaacute longe de ser o centro das

preocupaccedilotildees Quando muito ela eacute considerada do ponto de vista do

provimento de aacutereas livres dentro dos espaccedilos urbanos mas mesmo essas

satildeo destinadas agrave intensa movimentaccedilatildeo imaginada para as aacutereas

requalificadas ou revitalizadasrdquo

Poreacutem devido a estudos tornou-se possiacutevel ampliar os horizontes e

perceber que a sustentabilidade tem sido aplicada junto aos objetivos da

cidade a partir da Agenda 21 e da noccedilatildeo do que eacute desenvolvimento

sustentaacutevel Contudo esses novos interesses surgiram a partir dos distuacuterbios

causados aos habitantes sendo esses distuacuterbios ambientais ou natildeo Essa

participaccedilatildeo mais ativa da populaccedilatildeo remete a uma das vertentes expostas por

Acselrad (1999) de que a sustentabilidade urbana deve estar associada natildeo

somente agraves poliacuteticas puacuteblicas mas tambeacutem ao modelo ldquocidade-empresardquo no

qual a cidade torna-se atrativo de investimentos para a implementaccedilatildeo de

meacutetodos alternativos de sustentabilidade

Para Magalhatildees (2006 p 5) ldquoa noccedilatildeo de risco tornou-se parte de

diversos aspectos do dia a dia das pessoas fazendo-as corresponsaacuteveis pelos

efeitos de suas accedilotildeesrdquo portanto eacute necessaacuterio que se tenha um controle

governamental a partir de poliacuteticas puacuteblicas das accedilotildees individuais de seus

habitantes com o proposito de reduzir os riscos de agravantes nas cidades

Cabe ressaltar que uma questatildeo importante a ser vista eacute que os

problemas causados nas cidades natildeo refletem apenas nas cidades em si mas

tambeacutem nas aacutereas que a circundam e em outras localidades o que obriga a

rever o pensamento de que cidades sustentaacuteveis englobam apenas a proacutepria

cidade

Segundo Magalhatildees (2006 p 6 apud Satterhwaite 2004 p 134) ldquopara

avanccedilar e alcanccedilar meacutetodos de desenvolvimento sustentaacutevel o desempenho

ambiental das cidades deve melhorar natildeo apenas em termos de qualidade

ambiental dentro dos seus limites mas tambeacutem em termos de reduccedilatildeo da

transferecircncia de custos ambientais para outras pessoas outros ecossistemas

ou para o futurordquo A partir desse pensamento nota-se que o conceito de

cidades sustentaacuteveis vai aleacutem da consolidaccedilatildeo da sustentabilidade urbana

afirmando que cidades sustentaacuteveis satildeo um projeto que necessita de um

extenso processo e natildeo algo preacute-definido visando mais de um objetivo comum

Na visatildeo de Magalhatildees (2006 p 8) ldquotal processo deve envolver questotildees aleacutem

das estritamente ambientais uma melhor definiccedilatildeo de que propostas poderatildeo

contribuir para o seu avanccedilo a criatividade na concepccedilatildeo de bons projetos e a

capacidade de se evitar os falsos atalhosrdquo

Sendo assim para a construccedilatildeo de projetos de cidades sustentaacuteveis eacute

necessaacuterio que se tenha uma visatildeo ampla e com diferentes abordagens desse

processo de urbanizaccedilatildeo Para o projeto de cidades sustentaacuteveis eacute necessaacuterio

que se tenha trecircs abordagens a espacial que vislumbra a anaacutelise das relaccedilotildees

metaboacutelicas operadas pela cidade compreendendo territoacuterios distantes a

temporal uma vez que pleiteia geraccedilotildees futuras e a conceitual que exige um

enfoque transdisciplinar

Magalhatildees (2006 p 9 apud Peter Brand 1999 p 10) faz uma anaacutelise

sobre a implementaccedilatildeo dessas abordagens ldquo uma metaacutefora social como

cidade sustentaacutevel ou desenvolvimento urbano sustentaacutevel nunca pode ser

uma meta objetiva e sim uma gama de possibilidades abertas cujas

prioridades satildeo determinadas pelas urgecircncias do presenterdquo Com essa

ampliaccedilatildeo do conceito de sustentabilidade urbana percebe-se que haacute uma

nova utopia com um ideal diferenciado de cidade tendo como base accedilotildees

voltadas para o meio ambiente e a reduccedilatildeo da desigualdade causada pelos

transtornos ambientais dando prioridade a uma parte relevante de sua mateacuteria

e energia para a organizaccedilatildeo e manutenccedilatildeo interna e depois ao crescimento

da cidade Entatildeo por que seguir algo utoacutepico Coloco em pauta uma frase

destacada por Galeano (1993 p 230) na qual ele expotildee -ldquoA utopia estaacute laacute no

horizonte Me aproximo dois passos ela se afasta dois passos Caminho dez

passos e o horizonte corre dez passos Por mais que eu caminhe jamais

alcanccedilarei Para que serve a utopia Serve para isso para que eu natildeo deixe de

caminharrdquo

Com essas colocaccedilotildees Magalhatildees (2006 p 16) expotildee a criaccedilatildeo de

uma ideia de ldquodesempenho ambiental urbanordquo o qual mostra um conceito

mensuraacutevel e comparaacutevel junto com a ampliaccedilatildeo de niacuteveis de justiccedila ambiental

locacional e de democracia nas cidades que se torna uacutetil para construccedilatildeo de

paracircmetros de atuaccedilatildeo Essa ideia mostra que o urbanismo tem muito a

contribuir

Atualmente haacute muitos estudos cientiacuteficos que satildeo voltados para a crise

ambiental que vivemos que teve como origem a pressatildeo do crescimento

populacional sobre as aacutereas verdes e pelo modo de vida ocidental como a alta

produccedilatildeo e consumo exagerado Nesse contexto retomamos que as cidades

tecircm sido o principal fator e foco gerador dessa crise ambiental e que agora

concentramos as poliacuteticas puacuteblicas voltadas para o desenvolvimento urbano

como grande objetivo

Tanto pesquisadores atraveacutes de estudos quanto a sociedade atraveacutes

da miacutedia que divulga os riscos ambientais decorrentes das novas formas de

produccedilatildeo e seus efeitos alertam a populaccedilatildeo da gravidade causada e assim

provocam uma preocupaccedilatildeo generalizada acerca do problema ambiental

Sendo assim uma reflexatildeo deve ser feita sobre o conceito de cidade

sustentaacutevel uma vez que as cidades concentram a maior fonte de poluiccedilatildeo e

produccedilatildeo de resiacuteduos aleacutem de consumirem parte da energia do planeta

Como foi dito anteriormente cidades sustentaacuteveis devem pensar aleacutem

da proacutepria localidade mas para ter essa abordagem eacute necessaacuterio focar

primeiramente em uma escala local Para Schussel (2004 p 63 apud

Camagni 2001 p 345) ldquoeacute mais eficaz enfrentar um mesmo problema

localmente (em termos tanto de efeito como de autoridades) do que enfrentaacute-

los globalmente (onde as autoridades satildeo frequentemente ausentes os

agentes poluidores longiacutenquos as interdependecircncias das accedilotildees dos diferentes

sujeitos mais elevadas onde tambeacutem a incertitude sobre a grandeza dos

fenocircmenos e seus encadeamentos causais eacute maior)rdquo Com esse ponto de vista

eacute importante que se deva dar uma atenccedilatildeo ao processo de mudanccedila da

aprendizagem coletiva das cidades com uma interaccedilatildeo saudaacutevel entre a

economia tecnologia e meio ambiente

Eacute importante ressaltar que a implantaccedilatildeo de cidades sustentaacuteveis

juntamente com a gestatildeo do meio ambiente urbano possui uma alta

complexidade para a sociedade moderna ao analisar que natildeo devemos

apenas pensar na conservaccedilatildeo dos recursos ambientais mas tambeacutem

devemos nos atentar ao transporte puacuteblico para reduccedilatildeo da emissatildeo de gases

poluentes melhorar a mobilidade urbana diminuindo consideravelmente o

traacutefego de veiacuteculos dar incentivo e propiciar accedilotildees para a utilizaccedilatildeo de

transportes alternativos como bicicletas otimizar a utilizaccedilatildeo do espaccedilo

urbano devemos ainda criar mais espaccedilos verdes voltados para o lazer da

populaccedilatildeo criar programas voltados para a arborizaccedilatildeo dos espaccedilos puacuteblicos

destinar adequadamente o lixo urbano aplicar programas educacionais

voltados para o desenvolvimento sustentaacutevel investir em educaccedilatildeo de

qualidade para uma boa instruccedilatildeo da populaccedilatildeo favorecer a economia local

dinacircmica e sustentaacutevel e criar accedilotildees para a utilizaccedilatildeo racional da aacutegua

juntamente com o aproveitamento de aacuteguas pluviais

A autora Silva (Poliacuteticas Puacuteblicas e Estrateacutegias de Sustentabilidade

Urbana p 1 apud Metzger 1994) cujo inventaacuterio realizado sobre trabalhos de

ecologia urbana e meio ambiente urbano identifica trecircs concepccedilotildees distintas A

primeira trata da natureza na cidade no qual Metzger fez estudos referentes

aos elementos bioloacutegicos do meio urbano no que diz respeito agrave preservaccedilatildeo

dos espaccedilos verdes e dos elementos fiacutesico naturais da cidade A segunda

concepccedilatildeo do meio ambiente urbano estaacute relacionada aos riscos da cidade e

na cidade aos problemas ambientais enfrentados pela populaccedilatildeo e como

esses problemas afetam a qualidade de vida da mesma Por fim a uacuteltima

vertente que visa mensurar o problema de gestatildeo ou administraccedilatildeo da cidade

tratando das poliacuteticas puacuteblicas sob uma visatildeo do uso do solo e a influecircncia que

as questotildees ambientais causam na determinaccedilatildeo das poliacuteticas puacuteblicas

11 - Poliacuteticas Puacuteblicas e a relaccedilatildeo com as cidades sustentaacuteveis

definiccedilotildees aplicaccedilatildeo conceitos

Eacute necessaacuterio que sejam identificados os locais de atuaccedilatildeo das poliacuteticas

puacuteblicas que tecircm como objetivo a sustentabilidade urbana mas analisando

previamente as mudanccedilas que ocorreram no acircmbito das accedilotildees governamentais

que ocasionaram a adoccedilatildeo de determinadas poliacuteticas puacuteblicas como

estrateacutegias e diretrizes da proacutepria accedilatildeo governamental e dos indiviacuteduos

Mas o que satildeo poliacuteticas puacuteblicas e por que as poliacuteticas puacuteblicas satildeo

consideradas tatildeo importantes quando se trata da sustentabilidade urbana

Segundo Silva (Poliacuteticas Puacuteblicas e Estrateacutegias de Sustentabilidade Urbana p

2 apud Bucci 2002 p 241) poliacuteticas puacuteblicas ldquosatildeo programas de accedilatildeo

governamental para um setor da sociedade ou um espaccedilo geograacutefico

buscando a concretizaccedilatildeo de determinados objetivos e metasrdquo e destaca ainda

que ldquosatildeo programas de accedilatildeo governamental visando a coordenar os meios agrave

disposiccedilatildeo do Estado e as atividades privadas para a realizaccedilatildeo de objetivos

socialmente relevantes e politicamente determinadosrdquo

Quando relacionadas agrave cidadania as poliacuteticas puacuteblicas encontram

dificuldade para alcanccedilar a sustentabilidade urbana jaacute que devem assegurar

uma vida harmocircnica entre o habitante e o meio ambiente Isso ocorre devido a

globalizaccedilatildeo dos espaccedilos em que satildeo levantadas novas tecnologias e haacute o

problema da crescente urbanizaccedilatildeo Esse enfoque possui alguns princiacutepios

que devem ser levados em consideraccedilatildeo princiacutepios esses que guiam as

poliacuteticas puacuteblicas no meio ambiente urbano Esses princiacutepios satildeo destacados e

relacionados por Silva (Poliacuteticas Puacuteblicas e Estrateacutegias de Sustentabilidade

Urbana p 5) como o princiacutepio do interesse puacuteblico na proteccedilatildeo do meio

ambiente urbano sobre os interesses privados o princiacutepio da realizaccedilatildeo de

uma avaliaccedilatildeo preacutevia dos impactos ambientais advindos da accedilatildeo antroacutepica ou

natural o princiacutepio de que o Estado deve intervir na defesa e proteccedilatildeo do meio

ambiente e do meio ambiente urbano o princiacutepio da funccedilatildeo da funccedilatildeo

socioambiental da propriedade urbana o princiacutepio da participaccedilatildeo da

sociedade e da gestatildeo democraacutetica da cidade e o princiacutepio da garantia do

direito a cidades sustentaacuteveis

Cabe ressaltar que apesar de existirem tantos princiacutepios que devem ser

vistos como diretriz a realidade foge um pouco do que eacute mostrado na teoria jaacute

que as poliacuteticas puacuteblicas seguem programas finaliacutesticos que satildeo flexiacuteveis e

quando relacionados agraves exigecircncias legais devem ser diferenciados de acordo

com o grau de finalizaccedilatildeo da accedilatildeo e de imperatividade das normas

Quando tratamos do urbano e do meio ambiente as politicas puacuteblicas

devem ser integradas e possuiacuterem uma interaccedilatildeo entre si como por exemplo

ao tratar das poliacuteticas de habitaccedilatildeo natildeo se pode deixar de levar em

consideraccedilatildeo as poliacuteticas de saneamento ambiental ou entatildeo ao tratar de

poliacuteticas de transporte puacuteblico e mobilidade urbana deve-se considerar a

proacutepria poliacutetica ambiental Sendo assim os programas e projetos

governamentais devem contemplar os aspectos ambientais urbanos sociais e

econocircmicos

Para Silva (Poliacuteticas Puacuteblicas e Estrateacutegias de Sustentabilidade Urbana

p 6) ldquose os planos satildeo obrigatoacuterios para o setor puacuteblico para o setor privado

eles satildeo indicativosrdquo Reforccedilando o conceito de poliacuteticas puacuteblicas essas podem

ser definida como ldquoprocesso - ou conjunto de processos - que culmina na

escolha racional e coletiva de propriedades para definiccedilatildeo dos interesses

puacuteblicos reconhecidos pelo direitordquo sendo que quando se diz respeito a

direitos todos tecircm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado

englobando tambeacutem o meio ambiente urbano Portanto quando eacute utilizado o

termo ldquourbanordquo para qualificar o meio ambiente natildeo significa que haacute uma

segregaccedilatildeo classificatoacuteria do meio ambiente o adjetivo ldquourbanordquo vem como

uma proposta de demarcar a problemaacutetica ambiental em um determinado

espaccedilo geograacutefico - no caso as cidades - sem deixar de considerar os fatores

que nelas estatildeo inseridos como os sociais e os ambientais

Assim para empregar poliacuteticas puacuteblicas visando a sustentabilidade

urbana deve-se repensar o modelo de desenvolvimento da cidade juntamente

com o modo de vida da populaccedilatildeo e a conscientizaccedilatildeo da mesma apoiando-se

nas relaccedilotildees sociais e econocircmicas exercidas na cidade sem deixar de

considerar essas interaccedilotildees como propulsoras do direito agrave cidade sustentaacutevel

Para ratificar inciso I do art 2ordm do Estatuto da Cidade - Lei n 10257 de

10 de julho de 2001 reconhece entre as diretrizes de poliacuteticas puacuteblicas

expostas o direito a cidades sustentaacuteveis De acordo com essa lei esse direito

proporciona o direito a terra urbana agrave moradia ao saneamento ambiental agrave

infraestrutura urbana aos serviccedilos puacuteblicos em geral ao trabalho e ao lazer

tanto para as geraccedilotildees atuais como para as futuras

Sendo assim as cidades devem desenvolver-se respeitando a

sustentabilidade por isso o desenvolvimento urbano deve ser feito sem

degradaccedilatildeo possibilitando uma vida urbana digna e igualitaacuteria Contudo as

cidades necessitam de mudanccedilas diversos pontos de vista reformulaccedilatildeo das

poliacuteticas puacuteblicas e criaccedilatildeo de novas e soluccedilotildees sobre como interagir no dia a

dia com o local que vivemos A partir dessa visatildeo destaco o que eacute exposto por

Acselrad (1999 p 86) em que ldquoacredita-se que quando o crescimento urbano

natildeo eacute acompanhado por investimentos em infraestrutura a oferta de serviccedilos

urbanos natildeo acompanha o crescimento da demanda A falta de investimentos

na manutenccedilatildeo dos equipamentos urbanos viraacute por sua vez acentuar o deacuteficit

na oferta de serviccedilos o que se rebateraacute especialmente na forma de

segmentaccedilatildeo socioterritorial entre as populaccedilotildees atendidas e natildeo atendidas

por tais serviccedilosrdquo

Apoacutes tratar de um modo geral cidades sustentaacuteveis e a sustentabilidade

urbana eacute interessante analisar o caso brasileiro Infelizmente a preocupaccedilatildeo

ambiental brasileira foi tardia e a evoluccedilatildeo foi lenta Em questotildees de

urbanizaccedilatildeo houve uma transformaccedilatildeo estrutural de ordem socioeconocircmica

reformulando a ocupaccedilatildeo do territoacuterio nacional ocasionando em impactos

ambientais e no dado de que cerca de 80 da populaccedilatildeo brasileira mora em

aacutereas urbanas Mas ao decorrer do tempo a questatildeo ambiental foi ligada ao

social os pensamentos acerca desse tema tiveram uma nova percepccedilatildeo

Como exemplo temos o caso dos recursos hiacutedricos em que a legislaccedilatildeo teve

o cuidado de considerar aleacutem do aspecto ambiental os aspectos sociais e

econocircmicos

Foi criado o Sistema Nacional de Recursos Hiacutedricos (SNRH) que no

texto de Schussel (2004 p 65) satildeo expostas a valoraccedilatildeo da aacutegua como bem

econocircmico a prioridade do abastecimento puacuteblico em detrimento da produccedilatildeo

de energia e a gestatildeo compartilhada entre usuaacuterios poder puacuteblico e sociedade

civil de bacias hidrograacuteficas por meio da implantaccedilatildeo dos ldquoComitecircs de Baciardquo

Essa questatildeo de integraccedilatildeo do ambiental ao social e econocircmico ocorreu

na deacutecada de 80 em que Silva (Poliacuteticas Puacuteblicas e Estrateacutegias de

Sustentabilidade Urbana p 2 apud Ribeiro 2001 p 134-135) destaca ldquoa

questatildeo urbana eacute integrada agrave questatildeo social e as representaccedilotildees antiurbanas

satildeo substituiacutedas pelo diagnoacutestico orientado por ideais republicanos de justiccedila

social e democracia A tarefa do pensamento e da accedilatildeo dos urbanistas passa a

ser o fazer coincidir a cidade e a cidadaniardquo Apesar do atraso na aplicaccedilatildeo do

pensamento ambiental - no caso o de cidades sustentaacuteveis - atualmente o

Brasil apresenta um niacutevel consideraacutevel de desenvolvimento tecnoloacutegico e social

que podem retardar a degradaccedilatildeo e os malefiacutecios causados nas cidades E por

que natildeo ocorre tal melhoria no setor ambiental urbano O Brasil carece de

poliacuteticas puacuteblicas que sirvam para o propoacutesito ambiental sem contar a falta de

instruccedilatildeo ambiental de uma boa parcela da sociedade Isso eacute confirmado com

as atitudes da populaccedilatildeo no texto de Loureiro e De Gregori (Revista Eletrocircnica

do Curso de Direito ndash UFSM p 459) eacute exposto que ldquoo lixo jogado nas ruas

causa entupimento de bueiros o que dificulta o escoamento da aacutegua da chuva

Aleacutem disso mesmo quando ocorre escoamento a aacutegua leva detritos

diretamente para o curso dos rios coacuterregos mananciais entre outros Em

razatildeo do exposto um meio indireto mas eficiente de se poluir a aacuteguardquo

Desse modo termo ldquosustentabilidaderdquo atrelado agraves necessidades

urbanas merece se conciliado de certa maneira que o ser humano produza

desenvolvimento e tambeacutem conserve o meio ambiente Portanto para o Brasil

os modelos que devem ser desenvolvidos nas cidades precisam ser justos

eacuteticos e sustentaacuteveis abrangendo todas as classes sociais e sendo igualitaacuterio

trazendo assim a concepccedilatildeo de que as transformaccedilotildees natildeo necessariamente

devem partir do governo e sim das accedilotildees que integrem os cidadatildeos

almejando a sustentabilidade Quando se diz ldquoas accedilotildees que integrem os

cidadatildeosrdquo na verdade o que se busca expressar eacute que a atitude deve partir da

populaccedilatildeo e natildeo do governo pois tais accedilotildees promovidas pela populaccedilatildeo as

aproximam das poliacuteticas puacuteblicas gerando melhores oportunidades e formas

alternativas de sistemas igualitaacuterios quando relacionados a exposiccedilatildeo de riscos

ambientais Tudo isso para oferecer um ambiente urbano com um

desenvolvimento em equiliacutebrio ambientalmente sustentaacutevel e socialmente

justo

Retomando o Artigo 2ordm do Estatuto da Cidade Loureiro e De Gregori

(Revista Eletrocircnica do Curso de Direito ndash UFSM p 462) expotildeem que houve

uma mudanccedila de paradigma ao se pensar em ambientes urbanos assim

expondo trecircs objetivos a serem alcanccedilados com as cidades ldquoo primeiro seria

um ambiente destinado agrave moradia de um acuacutemulo de comunidades jaacute em uma

segunda perspectiva seria um ambiente de poliacuteticas a fim de atingir funccedilatildeo

social urbana e por fim a garantia de ambientes urbanos como um meio

sustentaacutevel e sadio de desenvolvimentordquo Eacute importante ressaltar que esse

ponto de vista reflete que soacute seraacute possiacutevel assegurar um ambiente urbano para

a presente geraccedilatildeo e para as futuras partindo da preservaccedilatildeo do meio

ambiente

Portanto diversas iniciativas podem tornar o ambiente urbano em cidade

sustentaacutevel o que procura promover uma estabilidade e um equiliacutebrio agraves

cidades com uma visatildeo a longo prazo O processo de implantaccedilatildeo de cidades

sustentaacuteveis no Brasil deve primeiramente partir de accedilotildees individuais ou

privadas e articulada agraves poliacuteticas puacuteblicas para que haja uma eficiecircncia na

aplicabilidade sem desconsiderar que haacute uma possibilidade de gerar um

sistema insustentaacutevel Por que pode se tornar um sistema insustentaacutevel

Segundo Loureiro e De Gregori (Revista Eletrocircnica do Curso de Direito ndash

UFSM p 465 apud Godard 1990 p40-45) ldquoa insustentabilidade exprime

assim a incapacidade de as poliacuteticas puacuteblicas adaptarem a oferta de serviccedilos

urbanos agrave quantidade e agrave qualidade das demandas sociais provocando um

ldquodesequiliacutebriordquo entre necessidades cotidianas da populaccedilatildeo e os meios de as

satisfazer entre a demanda por serviccedilos urbanos e os investimento em redes e

infraestruturardquo

Jaacute que a realidade brasileira exprime uma grande distorccedilatildeo do que eacute

apresentado nos estudos como conseguir implantar uma cidade sustentaacutevel e

assim suportaacute-la Primeiramente eacute necessaacuterio ampliar o ponto de vista natildeo se

prendendo agraves poliacuteticas puacuteblicas em segundo plano eacute preciso que se tenha uma

accedilatildeo coletiva da populaccedilatildeo atraveacutes da conscientizaccedilatildeo ou de accedilotildees que

promovam a sustentabilidade dentro da cidade

Eacute importante ressaltar que natildeo se pode descartar as poliacuteticas puacuteblicas

mas tambeacutem natildeo se pode esperar que elas resolvam todos os problemas

presentes na cidade Sendo assim para que uma cidade torne-se sustentaacutevel eacute

preciso que as accedilotildees realizadas pela populaccedilatildeo sejam emparelhadas com as

poliacuteticas puacuteblicas aplicadas pelo governo No Brasil haacute cidades que satildeo

consideradas sustentaacuteveis mas essas cidades optaram apenas por um

planejamento urbano voltado para reconstituiccedilatildeo de aacutereas verdes

aprimoramento nas soluccedilotildees urbaniacutesticas e na tecnologia do transporte urbano

Tais accedilotildees natildeo devem ser desconsideras e sim exaltadas pelo funcionamento

adequado e promoccedilatildeo da sustentabilidade urbana Outras questotildees tatildeo

importantes quanto satildeo deixadas de lado pelo governo e nesse caso deve-se

ter uma aplicaccedilatildeo da sociedade para que ganhe uma visatildeo e assim sejam

aplicadas poliacuteticas puacuteblicas voltadas para tais questotildees

Em especiacutefico coloco o problema hiacutedrico que tem assolado vaacuterias

cidades do paiacutes por trazer prejuiacutezos de forma direta e indireta a populaccedilatildeo O

problema hiacutedrico brasileiro natildeo eacute apenas o causado pela estiagem e falta de

aacutegua em algumas localidades ele tambeacutem eacute expresso pelas chuvas

torrenciais Em face disso eacute importante unir o uacutetil ao agradaacutevel Vale expor que

em decorrecircncia do aumento da urbanizaccedilatildeo as aacutereas foram pavimentadas e

cobertas por preacutedios casas monumentos entre outras edificaccedilotildees

ocasionando na impermeabilizaccedilatildeo do solo em aacutereas naturais Devido a esse

fator o ser humano vem demandando novas soluccedilotildees e poliacuteticas puacuteblicas para

o controle e mitigaccedilatildeo de impactos causados pela chuva tais como

alagamentos

Os governos de modo geral vecircm encontrando seacuterias dificuldades

quanto agraves questotildees de gestatildeo dos alagamentos em suas aacutereas puacuteblicas Para

Brasiacutelia e o Governo do Distrito Federal esse problema eacute recente e nem tatildeo

alarmante quando comparado aos das grandes capitais brasileiras como Satildeo

Paulo ou Rio de Janeiro Portanto eacute necessaacuterio que se tenha uma precauccedilatildeo

com o uso das aacuteguas tratadas para que possam ser utilizadas fontes

alternativas Com o objetivo de aproveitamento de aacuteguas pluviais a captaccedilatildeo

de aacutegua advinda das chuvas possui um vieacutes sustentaacutevel do ponto de vista

teacutecnico e econocircmico quando aplicado em sistemas de uso privativo Cabe

ressaltar que esse estudo visa aliar o conceito de cidades sustentaacuteveis a partir

da iniciativa privada agraves necessidades encontradas na cidade de Brasiacutelia no

caso de um projeto de aproveitamento de aacuteguas pluviais que atenda a

demanda de aacutegua natildeo potaacutevel tendo como base a precipitaccedilatildeo de chuva local

sem desconsiderar o ciclo hidroloacutegico para que natildeo ocorra um desequiliacutebrio do

mesmo e ocasione mais desastres ambientais

Tal sistema tem como objetivo gerar uma fonte de aacutegua natildeo potaacutevel

para uso diaacuterio em sistemas prediais como descarga limpeza do preacutedio

irrigaccedilatildeo de jardins disponibilidade para lavagem de automoacuteveis entre outras

possibilidades gerando uma economia da aacutegua utilizada e consequentemente

uma economia monetaacuteria Aleacutem desse objetivo reducionista de gasto e aacutegua

haacute tambeacutem a possibilidade da reduccedilatildeo de transtornos hiacutedricos urbanos

Portanto ao abordar sobre poliacuteticas puacuteblicas eacute de suma importacircncia

compreender que o ldquodesenvolvimento sustentaacutevel eacute um processo de

aprendizagem social de longo prazo que por sua vez eacute direcionado por

poliacuteticas puacuteblicas orientadas por um plano de desenvolvimento nacionalrdquo

(Barbosa 2008 p 6) O conceito de desenvolvimento sustentaacutevel seraacute melhor

apresentado no capiacutetulo seguinte

2 ndash Sustentabilidade desenvolvimento sustentaacutevel e a sua

importacircncia

Inicio esse capiacutetulo com uma frase de Nascimento (2012 p 57) em que

se queremos sugerir uma sustentabilidade para toda a sociedade eacute necessaacuterio

que tenhamos uma ldquolinha transversal a eacutetica solidaacuteria com os excluiacutedos de hoje

para que natildeo haja excluiacutedos amanhatilderdquo

Por que a sustentabilidade eacute algo importante para noacutes Eacute necessaacuterio

que seja de conhecimento geral de que estamos ameaccedilados em todos os

aspectos ligados agrave utilizaccedilatildeo de recursos naturais e aproveitamento dos

mesmos Portanto haacute uma conexatildeo direta ao desenvolvimento sustentaacutevel

Nascimento (2012 p 58) ainda aponta que ldquoateacute meados do seacuteculo XX a

humanidade temia basicamente duas grandes extinccedilotildees ndash uma externa

(choque de um grande meteorito como aparentemente ocorreu haacute 65 milhotildees

de anos extinguindo os dinossauros) e outra interna (o advento de uma

epidemia desconhecida e incontrolaacutevel) Em meados do seacuteculo passado foi

acrescida mais uma ameaccedila provinda dos proacuteprios seres humanos a bomba

atocircmica O seu poder de destruiccedilatildeo ficou evidente com as explosotildees de

Hiroshima e Nagasakirdquo Sendo assim eacute perceptiacutevel que o estilo de vida de alta

produccedilatildeo e consumo vigente nos leva a crer que um desastre eacute cada vez mais

plausiacutevel

ldquoQue a economia estaacute em um conflito com os sistemas naturais do

planeta eacute uma evidecircncia que ressalta das informaccedilotildees cotidianas sobre o

desaparecimento das zonas de pesca reduccedilatildeo das florestas a erosatildeo do

solo e o desaparecimento de espeacuteciesrdquo (Nascimento 2012 p 58 apud

Brown 2003 p14) Portanto a crise ambiental aponta um desgaste das

condiccedilotildees ldquonormaisrdquo de vida no planeta Terra Segundo Nascimento (2012 p

58) ldquo[] eacute possiacutevel caso o cenaacuterio mais pessimista do aquecimento global

venha a se confirmar que uma nova possibilidade de auto extinccedilatildeo seja criada

no final desse seacuteculordquo Desta forma o atual modelo de vida natildeo deteriora

apenas o meio ambiente tambeacutem prejudica a vida humana e para que sejam

reduzidos esses transtornos agrave vida humana eacute preciso que iniciativas e

alternativas sejam criadas por meio de inovaccedilotildees tecnoloacutegicas para que haja

uma saiacuteda

ldquoA crise ambiental assumiu contornos mais graves com a percepccedilatildeo da

responsabilidade antroacutepica do aquecimento global e a dinacircmica de ascensatildeo

de um contingente humano mais significativo no mercado de consumordquo

(Nascimento 2012 p 61) Quando a crise ambiental se tornou algo de suma

importacircncia Quando como e por que a sustentabilidade e o desenvolvimento

sustentaacutevel se tornaram relevantes para o combate agrave crise ambiental Eacute

necessaacuterio compreender que a sustentabilidade possui dois vieses quando

relacionada agrave sua origem Uma de suas origens tem base na biologia mais

precisamente na ecologia a qual atribui o conceito de resiliecircncia ndash capacidade

de recuperaccedilatildeo e reproduccedilatildeo dos ecossistemas ndash perante as degradaccedilotildees

antroacutepicas com o uso exacerbado dos recursos naturais Ainda relacionado agrave

ecologia haacute as causas naturais como terremotos fogo tsunamis pragas

entre outros O outro vieacutes de origem da sustentabilidade adveacutem da economia

como o adjetivo do desenvolvimento diante da visibilidade que ganhou ao

longo do seacuteculo XX referente ao padratildeo de consumo desenvolvido ao redor do

mundo (Nascimento 2012 p 51)

Segundo Nascimento a ideia de sustentabilidade como enfoque

mundial tem origem na deacutecada de 1950 O surgimento e a importacircncia desse

termo ocorrem devido a um risco ambiental global a poluiccedilatildeo nuclear ldquoOs seus

indiacutecios alertaram os seres humanos de que estamos em uma nave comum e

que problemas ambientais natildeo estatildeo restritos a territoacuterios limitadosrdquo

(Nascimento 2012 p 2) Segundo Nascimento (2012 p 52 apud Machado

2005) ldquoA ocorrecircncia de chuvas radiativas a milhares de quilocircmetros dos locais

de realizaccedilatildeo dos testes acendeu um caloroso debate no seio da comunidade

cientiacuteficardquo Na deacutecada de 1960 houve outro fato importante que implicou na

questatildeo da percepccedilatildeo da crise ambiental dando importacircncia a

sustentabilidade devido ao uso de inseticidas e pesticidas quiacutemicos e

transtornos causados por esses apontados por Rachel Carson em seu livro

intitulado de ldquoPrimavera Silenciosardquo ndash Silent Spring

Ainda na deacutecada de 60 as chuvas aacutecidas recorrentes nos paiacuteses

noacuterdicos levaram a Sueacutecia junto ao Conselho Econocircmico e Social das Naccedilotildees

Unidas (ECOSOC) a propor a realizaccedilatildeo de uma conferecircncia para tratar de um

acordo internacional para uma possiacutevel reduccedilatildeo na emissatildeo dos gases

responsaacuteveis por tal transtorno Com isso ocorreu a Conferecircncia de

Estocolmo em 1972 colocando em evidecircncia os paiacuteses subdesenvolvidos e

desenvolvidos da eacutepoca A princiacutepio as preocupaccedilotildees natildeo eram nem um

pouco igualitaacuterias jaacute que os paiacuteses desenvolvidos estavam atentos agrave

degradaccedilatildeo ambiental que afetavam sua qualidade de vida enquanto os

paiacuteses subdesenvolvidos estavam preocupados em natildeo sofrerem sanccedilotildees

comerciais e apresentarem um retardo em seu desenvolvimento uma vez que

naquela eacutepoca os problemas ambientais eram associados ao crescimento

econocircmico dos paiacuteses de terceiro mundo Nessa conferecircncia ficou exposto

que os paiacuteses desenvolvidos defendiam a proteccedilatildeo do meio ambiente como

principal foco e os paiacuteses em desenvolvimento focavam no combate agrave

pobreza

Para melhor esclarecer Nascimento expotildee a partir do documento ldquoOnly

One Earthrdquo (Ward amp Dubos 1973) ldquo[] O problema ambiental como decorrente

de externalidades econocircmicas proacuteprias do excesso de desenvolvimento

(tecnologia agressiva e consumo excessivo) de um lado e de sua falta

(crescimento demograacutefico e baixo PIB per capita) de outro Posta dessa forma

a questatildeo ambiental deixava de ficar restrita ao meio natural e adentrava o

espaccedilo socialrdquo Contemporacircneo a isso temos o relatoacuterio do Clube de Roma ndash

Limits to Growth (Meadows et al 1972) que propunha uma reduccedilatildeo do

desenvolvimento industrial nos paiacuteses desenvolvidos e uma contenccedilatildeo no

crescimento populacional nos paiacuteses subdesenvolvidos juntamente com o

apoio daqueles aos subdesenvolvidos para que pudessem crescer

economicamente A partir desses eventos os governos se conscientizaram e

criaram agecircncias que tratassem das questotildees ambientais para que pudessem

juntar dados ambientais jaacute que na eacutepoca careciam de tais informaccedilotildees

No Brasil foi criada a Secretaria Especial do Meio Ambiente (SEMA) em

1973 enquanto nos EUA jaacute existia a Environmental Protection Agency (EPA)

desde 1970

Dez anos apoacutes a Conferecircncia de Estocolmo uma anaacutelise dos resultados

foi feita pela ONU e mostrou que o resultado estabelecido deixou a desejar e

que os esforccedilos realizados foram inferiores Em decorrecircncia desse mal

desempenho foi formada a Comissatildeo Mundial sobre Meio Ambiente e

Desenvolvimento (CMMAD) presidida por Gro Harlen Brundtland responsaacutevel

pelo relatoacuterio ldquoNosso Futuro Comumrdquo ndash Our Common Future ndash que tinha como

principal proposta a criaccedilatildeo de uma agenda global para focar em uma

mudanccedila consideraacutevel Esse estudo obteve informaccedilotildees durante trecircs anos a

partir de pesquisas e anaacutelises com enfoque na parte social Segundo Barbosa

(2008 p2) as informaccedilotildees colhidas do relatoacuterio com base nas questotildees

sociais referiam-se ldquoao uso da terra sua ocupaccedilatildeo suprimento de aacutegua abrigo

e serviccedilos sociais educativos e sanitaacuterios aleacutem de administraccedilatildeo do

crescimento urbanordquo

Tal relatoacuterio foi responsaacutevel pela criaccedilatildeo do termo ldquoDesenvolvimento

Sustentaacutevelrdquo que ldquoconsistiu o maior esforccedilo entatildeo conhecido para conciliar a

preservaccedilatildeo do meio ambiente com o desenvolvimento econocircmicordquo

(Nascimento 2012 p 54) Uma definiccedilatildeo baacutesica do que eacute DS eacute exposta por

Nascimento (2012 p 58 apud Lenzi 2006) ldquoDesenvolvimento sustentaacutevel eacute o

desenvolvimento que satisfaz as necessidades do presente sem comprometer

a capacidade das geraccedilotildees futuras em satisfazer suas proacuteprias necessidadesrdquo

Estender e Pitta (O Conceito do Desenvolvimento Sustentaacutevel apud Camargo

2003 p 43) tambeacutem fazem citaccedilatildeo agrave outra definiccedilatildeo apontada no relatoacuterio

ldquoEm essecircncia o desenvolvimento sustentaacutevel eacute um

processo de transformaccedilatildeo no qual a exploraccedilatildeo dos

recursos a direccedilatildeo dos investimentos a orientaccedilatildeo

do desenvolvimento tecnoloacutegico e a mudanccedila

institucional se harmonizam e reforccedilam o potencial

presente e futuro a fim de atender agraves necessidades

e aspiraccedilotildees humanasrdquo

Nascimento (2012 p 54) aponta que ldquoA forccedila e a fraqueza dessa

definiccedilatildeo encontram-se justamente nessa foacutermula vaga pois deixam-se em

aberto quais seriam as necessidades humanas atuais e mais ainda as das

geraccedilotildees futurasrdquo

Segundo Barbosa (2008) o relatoacuterio faz consideraccedilotildees agraves questotildees

urbanas no qual as cidades em seu desenvolvimento devem contemplar as

necessidades baacutesicas de toda a populaccedilatildeo e conceder oportunidades de

melhora na qualidade de vida de todos buscando alcanccedilar uma equidade na

sociedade por meio de processos democraacuteticos para que haja um

desenvolvimento urbano adequado Ainda com referecircncia ao relatoacuterio haacute ldquoa

necessidade de descentralizaccedilatildeo das aplicaccedilotildees de recursos financeiros e

humanos e a necessidade do poder poliacutetico favorecer as cidades em sua

escala localrdquo (Barbosa 2008 p 2) Quanto agrave questatildeo do uso de recursos

naturais foi avaliada no relatoacuterio a capacidade de resiliecircncia da biosfera os

efeitos e as possiacuteveis consequecircncias causadas pela accedilatildeo antroacutepica apontando

ainda que a pobreza pode ser considerada como um problema ambiental e que

a tentativa de erradicar a mesma pode ser a base para a busca da

sustentabilidade Com essa contribuiccedilatildeo na mudanccedila do modo de perceber as

necessidades urbanas o relatoacuterio apresentou trecircs princiacutepios baacutesicos ou

aspectos que deveriam ser cumpridos ndash proteccedilatildeo ambiental equidade social e

o desenvolvimento econocircmico ndash e que seratildeo expostos mais adiante

Apesar de todos esses pontos levantados o relatoacuterio Brundtland

recebeu vaacuterias criacuteticas pelo fato de acusar a pobreza e o descontrole do

crescimento populacional nos paiacuteses subdesenvolvidos como a fonte principal

dos problemas ambientais e da insustentabilidade do planeta e de colocar em

segundo plano a poluiccedilatildeo causada ateacute a data de publicaccedilatildeo do relatoacuterio pelos

paiacuteses desenvolvidos

Em 1986 foi realizada a conferecircncia de Ottawa ndash Carta de Ottawa 1986

ndash na qual foram estabelecidas cinco condiccedilotildees para que se tentasse alcanccedilar o

desenvolvimento sustentaacutevel entre elas a manutenccedilatildeo da integraccedilatildeo

ecoloacutegica a satisfaccedilatildeo das necessidades baacutesicas humanas a provisatildeo da

autodeterminaccedilatildeo social e da diversidade cultural a integraccedilatildeo da conservaccedilatildeo

e do desenvolvimento e o alcance de equidade e justiccedila social Para a

CMMAD as condiccedilotildees que procedem do conceito de desenvolvimento

sustentaacutevel estatildeo associadas ao processo de urbanizaccedilatildeo e do crescimento da

cidade e tem como finalidade o uso adequado dos recursos naturais Em face

disto satildeo expostos alguns objetivos mudanccedila de qualidade do crescimento

crescimento renovaacutevel satisfaccedilatildeo das necessidades essenciais por emprego

aacutegua energia alimento e saneamento baacutesico garantia de um niacutevel sustentaacutevel

da populaccedilatildeo conservaccedilatildeo da base de recursos reorientaccedilatildeo da tecnologia e

do gerenciamento de risco e reorientaccedilatildeo das relaccedilotildees econocircmicas

internacionais (CMMAD 1988 1991)

Postumamente foi realizada a Assembleia das Naccedilotildees Unidas a qual

aprovou a Conferecircncia das Naccedilotildees Unidas para o Meio Ambiente e o

Desenvolvimento (CNUMAD) ocorrida em 1992 e ficou conhecida como Rio-

92 A Rio-92 teve maior visibilidade graccedilas agrave criaccedilatildeo da Convenccedilatildeo da

Biodiversidade e das Mudanccedilas Climaacuteticas ndash que posteriormente resultou na

criaccedilatildeo do Protocolo de Kyoto ndash da Agenda 21 e da Declaraccedilatildeo do Rio Essa

uacuteltima segue os mesmos padrotildees expostos na Conferecircncia de Estocolmo

citada anteriormente interligando o desenvolvimento econocircmico com o meio

ambiente atraveacutes de uma gestatildeo consciente dos recursos naturais sem

comprometer o modelo econocircmico vigente

Em decorrecircncia desses acontecimentos tornou-se de faacutecil entendimento

que o desenvolvimento sustentaacutevel eacute composto por trecircs aspectos ambiental

econocircmico e social Outros autores como Ignacy Sachs consideram ainda

outras variaacuteveis relevantes para o entendimento do DS como sustentabilidade

ecoloacutegica e poliacutetica

Figura 1 Tripeacute da Sustentabilidade

Fonte Nicholas Gimenes (2012)

Com base nesses trecircs aspectos apontados chegamos ao conhecido

Triple Bottom Line ndash ldquoTripeacute da Sustentabilidaderdquo No tripeacute da sustentabilidade

satildeo expostos o aspecto ambiental que tem como base a produccedilatildeo e o

consumo de tal forma que possa garantir que os ecossistemas natildeo sofram

problemas quanto a sua capacidade de resiliecircncia o aspecto econocircmico que

assume a denominada ecoeficiecircncia a qual incentiva a inovaccedilatildeo tecnoloacutegica

para tentar mitigar alguns dos problemas ambientais e ampliar a

desmaterializaccedilatildeo da economia e o uacuteltimo aspecto o social o qual supotildee que

a populaccedilatildeo de uma determinada sociedade tenha o miacutenimo necessaacuterio para

uma condiccedilatildeo de vida aceitaacutevel buscando erradicar a desigualdade social

Segundo Nascimento existem diversas definiccedilotildees desses trecircs aspectos mas

essas apontadas satildeo as mais recorrentes e de simples entendimento Natildeo

podemos esquecer que assim como eacute apontado por Ignacy Sachs e outros

autores outros aspectos para a definiccedilatildeo do DS devem ser levados em

consideraccedilatildeo em especial a cultura Apesar de natildeo ser citada como base do

ldquotripeacuterdquo a cultura eacute importante em qualquer sociedade quando relacionada ao

meio ambiente pois eacute ela quem dita o comportamento da populaccedilatildeo O Brasil

sofre com questotildees ambientais muitas das vezes por falta de instruccedilatildeo da

populaccedilatildeo que natildeo tem conhecimento do quatildeo impactante pode ser sua accedilatildeo

Deste modo quando se trata de questotildees ambientais eacute necessaacuterio que se

tenha uma mudanccedila natildeo repentina e sim gradativa nos padrotildees de consumo

no estilo de vida e na educaccedilatildeo ambiental

Retomando os conceitos de DS e sustentabilidade temos uma definiccedilatildeo

de Clovis Cavalcanti em que sustentabilidade ldquosignifica a possibilidade de se

obterem continuamente condiccedilotildees iguais ou superiores de vida para um grupo

de pessoas e seus sucessores em dado ecossistemardquo (Cavalcanti 2003)

Analisando essa definiccedilatildeo proposta por Cavalcanti vemos que se assemelha

do que foi exposto por Gro Harlen Brundtland em seu relatoacuterio Como jaacute foi

mencionado para Sachs o ldquoTriple Bottom Linerdquo ndash Tripeacute da Sustentabilidade ndash

possui cinco vertentes da sustentabilidade que satildeo a ldquosustentabilidade

ecoloacutegica refere-se a fiacutesica do processo de crescimento e tem como objetivo a

manutenccedilatildeo de estoques dos recursos naturais incorporados as atividades

produtivas a sustentabilidade ambiental que refere-se agrave manutenccedilatildeo da

capacidade de sustentaccedilatildeo dos ecossistemas o que implica a capacidade de

absorccedilatildeo e recomposiccedilatildeo dos ecossistemas em face as agressotildees antroacutepicas

sustentabilidade social que refere-se ao desenvolvimento e tem por algum

objetivo a melhoria da qualidade da vida da populaccedilatildeo Para caso de paiacuteses

com problemas de desigualdade e de inclusatildeo social implica a adoccedilatildeo de

poliacuteticas distributivas e a universalizaccedilatildeo de atendimento a questotildees como

sauacutede educaccedilatildeo habilitaccedilatildeo e seguridade social sustentabilidade poliacutetica

refere-se ao processo de construccedilatildeo da cidadania para garantir a incorporaccedilatildeo

plena dos indiviacuteduos ao processo de desenvolvimento e a sustentabilidade

econocircmica que refere-se a uma gestatildeo eficiente dos recursos em geral e

caracteriza-se pela regularidade de fluxos do investimento puacuteblico e privado

Implica a avaliaccedilatildeo da eficiecircncia por processos macro sociaisrdquo (Sachs 1993

Agenda 21 brasileira)

Barbosa (2008 p 4) faz uma citaccedilatildeo em seu trabalho sobre o livro de

Leila Ferreira ndash ldquoA questatildeo ambiental sustentabilidade e poliacuteticas puacuteblicas no

Brasilrdquo ndash referente ao padratildeo de vida da sociedade em que

ldquoO padratildeo de produccedilatildeo e consumo que

caracteriza o atual estilo de

desenvolvimento tende a consolidar-se

no espaccedilo das cidades e estas se

tornam cada vez mais o foco principal

na definiccedilatildeo de estrateacutegias e poliacuteticas

de desenvolvimentordquo

Sendo assim eacute de fundamental importacircncia que formas alternativas

sustentaacuteveis sejam alcanccediladas para que possam influenciar de forma positiva

na qualidade de vida das cidades e no processo de planejamento urbano Para

Acselrad (1999 p 85) a sustentabilidade urbana eacute definida como ldquoa

capacidade das poliacuteticas urbanas se adaptarem agrave oferta de serviccedilos agrave

qualidade e agrave quantidade das demandas sociais buscando o equiliacutebrio entre as

demandas de serviccedilos urbanos e investimentos em estruturardquo Como o

desenvolvimento sustentaacutevel possui muitos conceitos e definiccedilotildees haacute uma em

especial que se destaca pelo fato de estar relacionada agraves cidades juntamente

com o termo ldquosustentabilidaderdquo exposta por Barbosa (2008 p 4 apud

Satterthwaite 2004) em que

ldquoa resposta agraves necessidades humanas

nas cidades como o miacutenimo ou

nenhuma transferecircncia dos custos da

produccedilatildeo consumo ou lixo para outras

pessoas ou ecossistemas hoje e no

futurordquo

Assim a participaccedilatildeo da sociedade e a diversidade dos interesses que

a mesma possui gera um conflito entre as poliacuteticas puacuteblicas e o

desenvolvimento sustentaacutevel mas nada que natildeo possa ser contornado a partir

da conscientizaccedilatildeo individual dos cidadatildeos Como eacute exposto por Barbosa ldquoeacute

imprescindiacutevel para a sustentabilidade urbana o uso racional dos recursos

naturais a boa forma do ambiente urbano baseado na interaccedilatildeo clima e os

recursos naturais aleacutem das respostas agraves necessidades urbanas com o miacutenimo

de transferecircncia de dejetos e rejeitos para outros ecossistemas atuais e

futurosrdquo (Barbosa 2008 p 9) Em detrimento disso ldquoo desenvolvimento

sustentaacutevel natildeo deve ser apresentado como um slogan poliacuteticordquo (Barbosa

2008 p 10) deve ser apresentado como uma possiacutevel soluccedilatildeo para a

mitigaccedilatildeo dos problemas ambientais encontrados atualmente na sociedade

Portanto a sustentabilidade visa emoldurar novos meios alternativos de

produccedilatildeo distribuiccedilatildeo e consumo dos recursos naturais existentes de forma

mais racional ecologicamente viaacutevel e economicamente eficaz

Ao retratar esses problemas de padrotildees vividos pela sociedade

relacionados ao meio ambiente mais especificamente a utilizaccedilatildeo de recursos

naturais Nascimento (2012 p 58) aponta que ldquohaacute uma quase unanimidade

hoje entre os cientistas de que os recursos naturais natildeo seratildeo suficientes para

fornecer um modo de vida similar ao da classe meacutedia mundial a todos os novos

ingressantes no mercado No entanto eles tecircm tanto direito quanto os que jaacute

participam do mercado consumidorrdquo Mas como podemos contornar tais

problemas e a crise ambiental Atraveacutes da criatividade humana muitas formas

alternativas foram criadas e podem ser inventadas quando se tratam dos

recursos finitos utilizados pelo homem Temos como exemplo a aacutegua sobre a

qual poucos satildeo os estudos apresentados relacionando o aproveitamento de

aacuteguas pluviais e cidades sustentaacuteveis Na maioria das vezes os estudos satildeo

feitos com base em outras necessidades como a dessalinizaccedilatildeo das aacuteguas do

mar para consumo humano Natildeo podemos esquecer que atualmente existem

diversos sistemas de captaccedilatildeo de aacuteguas pluviais para diferentes finalidades

sejam elas para aproveitamento de consumo humano ou natildeo

3 ndash A viabilidade de implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo

pluvial em Brasiacutelia ndash DF

31 ndash Apresentaccedilatildeo de dados

Primeiramente seratildeo apresentados dados sobre a populaccedilatildeo e o

consumo de aacutegua presente nas residecircncias de Brasiacutelia e que seratildeo utilizados

como base para a implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo na Asa Norte

Segundo Ferreira C diretor Superintendente de Atendimento Comercial

(CAC) da Companhia de Saneamento Ambiental do Distrito Federal (CAESB)

ldquoEm Brasiacutelia o consumo meacutedio por habitante eacute de 190 litros de aacutegua por dia o

que resulta em um consumo mensal de 6msup3 por habitanterdquo De acordo com a

ONU cada pessoa necessita de 110 litros por dia para atender as

necessidades de consumo e higiene A Companhia de Saneamento Baacutesico do

Estado de Satildeo Paulo (SABESP 2010) afirma que ldquono Brasil o consumo por

pessoa pode chegar a mais de 200 litrosdiardquo A estimativa da SABESP (2010)

eacute de que 54 litros (27) vatildeo para cozinhar e beber 50 litros (25) para tomar

banho e escovar os dentes 66 litros (33) para descarga de banheiro 24 litros

(12) para lavagem de roupa e 6 litros (3) para outras tarefas como lavagem

de carro por exemplo Segundo dados da CAESB Brasiacutelia (Plano Piloto)

consome cerca de 2757890msup3 por mecircs e que o consumo por habitante eacute de

1381msup3mecircs

Devido ao alto consumo de aacutegua em Brasiacutelia os recorrentes transtornos

hiacutedricos urbanos e a ausecircncia de sistemas captaccedilatildeo pluvial este capiacutetulo traz

um estudo da viabilidade teacutecnica e econocircmica da implantaccedilatildeo de um sistema

em um preacutedio residencial do bairro Asa Norte mais especificamente na

Superquadra 111 Norte Natildeo haacute nenhum estudo realizado que comprove a

frequecircncia dos alagamentos nessa regiatildeo portanto tal quadra foi selecionada

em decorrecircncia de mateacuterias e reportagens que mostram a dificuldade que a

populaccedilatildeo sofre quando haacute uma chuva anormal

Primeiramente eacute necessaacuterio que se tenha uma noccedilatildeo do periacuteodo

chuvoso em Brasiacutelia Segundo o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais

(INPE) Brasiacutelia apresenta um regime de precipitaccedilatildeo bem definido sendo que

a estaccedilatildeo chuvosa tem iniacutecio em Outubro e estende-se ateacute Marccedilo e a estaccedilatildeo

seca ocorre no restante do ano (Abril a Setembro) Ainda segundo o INPE ldquoa

estaccedilatildeo chuvosa eacute causada pelo forte aquecimento da atmosfera na Amazocircnia

que favorece o desenvolvimento de um sistema quase estacionaacuterio em altos

niacuteveis a Alta Boliacutevia Como resultado dessa circulaccedilatildeo observa-se nos baixos

niacuteveis uma regiatildeo de baixa pressatildeo e a convergecircncia de ar satildeo os principais

fatores que provocam a precipitaccedilatildeo neste periacuteodo responsaacutevel por 70 do

total meacutedio anualrdquo A partir desses elementos apresentados pelo INPE e com

base nos dados os quais foram obtidos da estaccedilatildeo meteoroloacutegica de Brasiacutelia

localizada na Latitude (ordm) -158 Longitude (ordm)-479 temos a precipitaccedilatildeo de

Brasiacutelia dada mecircs a mecircs Os dados partem de Janeiro de 2006 e vatildeo ateacute

Outubro de 2015 Eacute importante frisar que os dados foram formulados a partir

da precipitaccedilatildeo acumulada para tornar mais faacutecil de calcular a meacutedia

Tabela 01 Dados de Precipitaccedilatildeo

AnoMecircs JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ Meacutedia Mensal

2006 1232 1914 258 1417 351 09 01 528 403 5264 1956 1821 14563

2007 2609 2659 357 501 75 0 0 0 0 535 2249 275 9779

2008 201 2425 2346 2109 0 0 0 27 80 387 271 3226 1337

2009 2028 1347 81 3759 612 93 0 725 505 2958 1991 3078 1492

2010 1211 368 2494 2388 275 0 0 0 0 349 2547 318 1068

2011 1268 1724 2433 696 139 38 0 0 7 2639 3338 4704 1421

2012 2699 1149 1982 1213 444 24 02 0 333 1098 4446 1428 1235

2013 4918 1893 1903 954 222 62 03 0 659 1069 2711 3525 1493

2014 1531 1392 3402 2493 28 10 79 0 162 2014 192 3667 1399

2015 939 1297 3456 2076 499 0 08 0 218 694 SD SD 9187

Meacutedia para cada mecircs

20445 16168 21763 17606 2645 326 093 128 315 17007 2652 30421 12797

Tabela contendo os dados de chuva acumulada mecircs a mecircs em miliacutemetros (mm)

Fonte INPE 2015

Obs 1- SD - satildeo dados que natildeo foram coletados devido pois o trabalho foi realizado antes desses meses

Obs2- Meacutedia calculada com os dados obtidos no caso os meses de novembro e dezembro de 2015 natildeo entram no

caacutelculo pois ainda natildeo existiam os dados

Temos tambeacutem a partir do estudo realizado por Brino (Brasiacutelia

Superquadras Residenciais) os dimensionamentos dos preacutedios e a quantidade

de apartamentos por pavimentos conforme as tabelas a seguir

Tabela 02 Dimensionamento dos Blocos

A SUPERQUADRA AE AT

Aacuterea de Projeccedilatildeo por Bloco

Aacuterea Total = 11760msup2 Nuacutemero total de Blocos = 11

1069msup2 185 136

Aacuterea Construiacuteda por bloco (sem pilotis e

subsolo)

Pavimentos = 6 Aacuterea do Pavimento = 1069msup2

6414msup2 1113 818

Aacuterea Construiacuteda por superquadras (sem pilotis e subsolo)

Preacutedio = 11 Aacuterea por Preacutedio = 64141msup2

70554msup2 8999 1225

AE - Aacuterea Aedificandi e AT - Aacuterea Total

Tabela 03 Dimensionamento da Populaccedilatildeo

A POPULACcedilAtildeO (5 Pessoas

apart)

6 apartamentos por pavimento

36 apartamentos por bloco

396 apartamentos

por superquadra

1980 pessoas por

superquadra

8 apartamentos por pavimento

48 apartamentos por bloco

528 apartamentos

por superquadra

2640 pessoas por

superquadra

10 apartamentos por pavimento

60 apartamentos por bloco

660 apartamentos

por superquadra

3300 pessoas por

superquadra

12 apartamentos por pavimento

72 apartamentos por bloco

792 apartamentos

por superquadra

3960 pessoas por

superquadra

Caacutelculo para as faixas 100 200 e 300 (seis pavimentos) Fonte SUDUR

O estudo apresentado por Brino (Brasiacutelia Superquadras Residenciais)

considera uma famiacutelia composta por cinco pessoas para cada apartamento

nesse caso iremos desconsiderar essa informaccedilatildeo e basearmos nos dados

apresentados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica (IBGE) Nos

dados do IBGE (Censo Demograacutefico 2010) constam que a meacutedia de

moradores em domiciacutelios particulares ocupados eacute de 33 moradores

Partindo dos elementos de precipitaccedilatildeo aacuterea de projeccedilatildeo por bloco

meacutedia de moradores por apartamento total de apartamentos de um preacutedio e

consumo meacutedio de aacuteguadia por habitante podemos dar inicio as formas de

captaccedilatildeo e armazenamento de aacuteguas pluviais

32 ndash Aacuteguas pluviais e aacuteguas cinzas

Mas porque focar em aproveitamento de aacuteguas pluviais Segundo

Rapoport (2004 p 1) ldquoo aumento populacional acompanhado pelas mudanccedilas

climaacuteticas globais vem contribuindo para o aumento na demanda por recursos

hiacutedricosrdquo Ainda expotildee que ldquoembora a aacutegua seja um recurso renovaacutevel ela

tende a se deteriorar em funccedilatildeo do seu uso indiscriminado o que compromete

consequentemente a quantidade de aacutegua com qualidade disponiacutevel para o

consumo nas diversas localidadesrdquo (Rapoport 2004 p 1)

Um fato importante abordado por Rapoport (2004 p1) eacute que ldquoa

quantidade de aacutegua disponiacutevel eacute sempre a mesma jaacute que estaacute sempre sendo

renovada atraveacutes do ciclo hidroloacutegico Entretanto a aacutegua de qualidade para

consumo estaacute se tornando rarardquo A tiacutetulo de esclarecimento ldquosabe-se que o

ciclo hidroloacutegico se constitui basicamente do transporte de massas drsquoaacutegua do

oceano para atmosfera por evaporaccedilatildeo e da atmosfera atraveacutes de

precipitaccedilotildees escoamentos superficiais e subterracircneos para os oceanos

influenciando diretamente a distribuiccedilatildeo e extensatildeo dos corpos drsquoaacutegua

continentaisrdquo (Rapoport 2004 p 1) Sendo assim a interferecircncia humana tem

causado alteraccedilotildees no ciclo hidroloacutegico em diversas regiotildees Esse assunto

seraacute melhor abordado mais adiante pois o uso do sistema de captaccedilatildeo pode

influenciar no ciclo hidroloacutegico negativamente mas utilizado da forma

adequada pode continuar mantendo o ciclo equilibrado

Aleacutem do uso indevido da aacutegua e de sua escassez Lima e Machado

(2008 p 13) apontam que ldquooutro fator importante eacute o aumento de inundaccedilotildees e

enchentes devido ao escoamento superficial da aacutegua de chuva e da

impermeabilizaccedilatildeo do solordquo Portanto a captaccedilatildeo de aacuteguas pluviais pode

contribuir para a reduccedilatildeo dos transtornos hiacutedricos urbanos e ao mesmo tempo

reduzir a demanda por aacutegua potaacutevel da companhia de distribuiccedilatildeo local

Segundo Amorim e Pereira (2008 p 54) ldquouma das soluccedilotildees em estudo

para aumentar a oferta de aacutegua para as edificaccedilotildees eacute o aproveitamento da

aacutegua pluvial Esta apresenta uma boa alternativa visto que aleacutem de reduzir o

consumo de aacutegua potaacutevel ainda surge como uma accedilatildeo no combate agraves

enchentes funcionando como uma medida natildeo-estrutural do sistema de

drenagem urbanardquo Mas o que eacute necessaacuterio para formar um sistema de

captaccedilatildeo adequado e funcional Amorim e Pereira (2008 p 54) apresentam

que ldquoos sistemas de aproveitamento de aacutegua pluvial satildeo formados basicamente

pela aacuterea de captaccedilatildeo (geralmente coberturas) os componentes de transporte

(calhas e condutores verticais) e o reservatoacuteriordquo Cabe ressaltar que para esse

estudo a captaccedilatildeo das aacuteguas pluviais seraacute destinada apenas para a utilizaccedilatildeo

em ldquoaacuteguas cinzasrdquo Neste sentido o reuso das aacuteguas cinzas que satildeo as aacuteguas

provenientes de todas as atividades domeacutesticas com exceccedilatildeo de fontes de

aacuteguas negras tais como sanitaacuterios bidecircs e urinol vem sendo estudadas com

vista ao reuso tanto em irrigaccedilatildeo como em sanitaacuterios (Rapoport 2004 p 8)

Retomando os dados apresentados pela SABESP (2010) temos a

tabela 04 a qual apresenta os dados de consumo domeacutestico e em sequecircncia o

graacutefico 01 que demonstram que se analisarmos as quantidades de aacutegua

utilizada no consumo domeacutestico teremos uma base para o tamanho do

reservatoacuterio E posteriormente a tabela 05 mostra em que situaccedilotildees se podem

reutilizar as aacuteguas pluviais

Tabela 04 Consumo domeacutestico de aacutegua

Litros

Cozinhar e Beber 54

Tomar Banho e Escovar os Dentes 50

Descarga de Banheiro 66

Lavagem de Roupa 24

Outras Tarefas 6

Total = 200

Fonte SABESP (2010)

27

25

33

12

3

Cozinhar e Beber

Tomar Banho e Escovar osDentes

Descarga de Banheiro

Lavagem de Roupa

Outras Tarefas

Descarga de Banheiro

6875

Lavagem de Roupa

25

Outras Tarefas 625

Graacutefico 01 Consumo Domeacutestico de Aacutegua

Tabela 05 Percentual para reutilizaccedilatildeo de aacuteguas pluviais

Graacutefico 02 Percentual para Reutilizaccedilatildeo de Aacuteguas Pluviais

Porcentagem ()

Descarga de Banheiro 66 6875

Lavagem de Roupa 24 25

Outras Tarefas 6 625

Total = 96 100

Fonte SABESP(2010)

33 ndash Meacutetodos de Dimensionamento do Reservatoacuterio

Amorim e Pereira (2008 p 54 Soares et al 2000 apud May 2004)

apresentam que existem quatro grupos principais para o dimensionamento do

reservatoacuterio

(a) Meacutetodos determiniacutesticos os dados referentes agrave precipitaccedilatildeo

pluviomeacutetrica e agrave demanda satildeo analisados pela curva de massa

(b) Meacutetodos aproximados baseados em relaccedilotildees empiacutericas

conhecidas

(c) Meacutetodos de modelaccedilatildeo satildeo tambeacutem conhecidos como meacutetodos

de transiccedilatildeo probabiliacutestica da matriz e

(d) Meacutetodos de anaacutelise de sistemas sendo linear natildeo linear ou

programaccedilatildeo dinacircmica

Dentro desses grupos de dimensionamento temos os diversos meacutetodos

meacutetodo de Rippl que consiste na determinaccedilatildeo do volume com base na aacuterea

de captaccedilatildeo que eacute subdivido em meacutetodo analiacutetico e meacutetodo graacutefico meacutetodo de

consideraccedilatildeo dos periacuteodos de dias consecutivos sem chuva que necessita da

observaccedilatildeo dos registros pluviomeacutetricos para identificar os maiores periacuteodos de

dias consecutivos sem chuvas e sua taxa de repeticcedilatildeo meacutetodo de anaacutelise de

simulaccedilatildeo de um reservatoacuterio com capacidade suposta que consiste

basicamente na fixaccedilatildeo de um volume para o reservatoacuterio e na verificaccedilatildeo do

percentual de consumo que seraacute atendido meacutetodo praacutetico brasileiro meacutetodo

praacutetico alematildeo meacutetodo praacutetico inglecircs e o meacutetodo praacutetico australiano (Amorim

e Pereira 2008 p 55-58)

34 ndash Anaacutelise de caso para um preacutedio da Superquadra 111 Norte

A partir dos dados jaacute apresentados temos que o objeto de estudo eacute um

preacutedio residencial localizado na Superquadra 111 Norte que possui uma aacuterea

de projeccedilatildeo de 1069msup2 com seis (6) pavimentos constituindo uma aacuterea

construiacuteda de 6414msup2 apresentando seis (6) apartamentos por pavimento e

consequentemente trinta e seis (36) apartamentos no total (Brino Brasiacutelia

Superquadras Residenciais) O preacutedio conteacutem 33 habitantes por apartamento

(IBGE 2010) que consomem em meacutedia cerca de 190 litros de aacuteguadia

resultando em um consumo mensal de aproximadamente 6msup3 por pessoa

(CAESB) mas como a aacutegua captada da chuva seraacute utilizada apenas para

suprir a demanda de aacutegua cinza temos 66 litros para descarga de vasos

sanitaacuterios

Temos entatildeo que a demanda por aacutegua por habitante nesse edifiacutecio eacute

dada por

119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119898119900119903119886119889119900119903 = 66119871 = 66119871119863119894119886

119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119886119901119886119903119905119886119898119890119899119905119900 = 33119901 times 66119871 ~ 217 119871119863119894119886

119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119901119903eacute119889119894119900 = (33119901 times 66119871) times 36 ~ 7840119871119863119894119886

119863119890119898119886119899119889119886 119898119890119899119904119886119897 119901119900119903 119901119903eacute119889119894119900 =7840119871

119889119894119886times 30119863119894119886119904 = 235224119871

Legenda L = Litros p = Pessoas

Para facilitar nos caacutelculos ao aplica-los para o reservatoacuterio e para o

sistema de captaccedilatildeo eacute necessaacuterio realizar a conversatildeo de litros para msup3

(metros cuacutebicos) Sendo assim 66L = 0066msup3 217L = 0217msup3 7840L =

7840msup3 e 235224L = 235224msup3

Seraacute utilizado o ano de 2014 para os dados de precipitaccedilatildeo da estaccedilatildeo

meteoroloacutegica de Brasiacutelia localizada na Latitude (ordm) -158 Longitude (ordm)-479

fornecidos pela professora Rafaela Lisboa durante o periacuteodo chuvoso O ano

de 2014 apresenta registros jornaliacutesticos de alagamento nos meses de

Fevereiro com precipitaccedilatildeo de 1392 msup3 Marccedilo com precipitaccedilatildeo de 3402msup3

e Dezembro com precipitaccedilatildeo de 3667msup3 Importante ressaltar que o setor

Noroeste de Brasiacutelia foi construiacutedo em 2011 (site G1) o que aumentou a aacuterea

de solo impermeabilizado e a reduccedilatildeo no escoamento superficial da aacutegua

ocasionando em um aumento nas enchentes e alagamentos na Asa Norte

Segundo Amorim e Pereira (2008 p57) um dos meacutetodos a ser utilizado

para poder saber o volume de aacutegua aproveitaacutevel e consequentemente o

volume de aacutegua do reservatoacuterio Trata-se de um meacutetodo empiacuterico apresentado

na NBR 155272007 O volume de aacutegua do reservatoacuterio V expresso em L eacute

exposto a seguir

119872eacute119905119900119889119900 119875119903aacute119905119894119888119900 119861119903119886119904119894119897119890119894119903119900

119881 = 0042 times 119875 times 119860 times 119879

Em que ldquoVrdquo representa o volume de aacutegua aproveitaacutevel e o volume de

aacutegua do reservatoacuterio (L) ldquoPrdquo a precipitaccedilatildeo meacutedia mensal (mm) ldquoArdquo a aacuterea de

coleta em projeccedilatildeo ldquoTrdquo nuacutemero de meses de pouca chuva ou seca e ldquo0042rdquo eacute

um coeficiente estipulado

Portanto segundo Fontanela (2010 p 25) para estipular o volume do

reservatoacuterio temos que calcular 42 do produto entre o volume de chuva

coletada pelo telhado e o nuacutemero de meses com pouca chuva ou seca

Atribuindo valores do ano de 2014 temos que

119881 = 0042 times 1399119898119898 times 1069 times 5

119881~ 31406119871 119900119906 31406119898sup3

Ressaltando que esse valor obtido eacute uma estimativa do tamanho do

reservatoacuterio e que pode haver um reservatoacuterio de maior capacidade

De forma comparativa eacute de bom senso que se faccedila outro caacutelculo com um

meacutetodo alternativo

Amorim e Pereira (2008 p56) expotildeem que existe um meacutetodo de anaacutelise

de simulaccedilatildeo do reservatoacuterio com capacidade suposta o qual consiste

basicamente na fixaccedilatildeo de um volume para o reservatoacuterio e na verificaccedilatildeo de

consumo que seraacute atendido Sendo assim ldquoo primeiro passo para a aplicaccedilatildeo

desse meacutetodo eacute adotar alguns valores possiacuteveis para o volume com base na

estimativa do consumo mensal de aacutegua natildeo potaacutevelrdquo (Amorim e Pereira 2008

p57) Portanto partindo do ponto que o preacutedio consome cerca de 235000L

devemos calcular uma base que possa ser favoraacutevel economicamente

119872eacute119905119900119889119900 119889119890 119878119894119898119906119897119886ccedilatilde119900 119889119900 119877119890119904119890119903119907119886119905oacute119903119894119900

235224119871 rarr 100

119881 rarr 30

119881 ~ 70000119871 119900119906 70119898sup3

Tambeacutem haacute outra alternativa apresentada por L Pereira (Viabilidade

EconocircmicoAmbiental p 18)

119881119886119888 = 119860119879 times 119875119875119872119860 lowast

119881119886119888 = 1069119898sup2 times 1399119898sup3 = 1495531119898sup3119886119899119900

Equaccedilatildeo a qual ldquoVacrdquo corresponde ao volume de aacutegua captado ldquoATrdquo

aacuterea do telhado e ldquoPPMArdquo eacute a precipitaccedilatildeo pluviomeacutetrica meacutedia mensal

Poreacutem o resultado obtido eacute para os 12 meses do ano e como foi visto no

ano de 2014 temos 7 meses com chuva portanto

119881119886119888 =119879119900119905119886119897

1198983

1198861198991199007 119898119890119904119890119904

lowast

119881119886119888 =1495531119898sup3119886119899119900

7= 21364119898sup3 119900119906 213640119871

dados somente seriam vaacutelidos se a precipitaccedilatildeo fosse uniforme durante os 7 meses de chuva

341 ndash Anaacutelise de caso para a Superquadra 111 Norte

Retomando a tabela 02 temos que a quadra apresenta 11 preacutedios

aproximadamente que variam o nuacutemero de apartamentos por pavimentos e

consequentemente o nuacutemero de moradores mas os edifiacutecios continuam tendo

uma aacuterea de 1069msup2 gerando um uma aacuterea total de 70554msup2 mas teremos

como base os caacutelculos feitos para o preacutedio selecionado no item 34

Realizando um caacutelculo baacutesico tem-se como estimativa de

armazenamento para esta quadra o seguinte

119872eacute119905119900119889119900 119875119903aacute119905119894119888119900 119861119903119886119904119894119897119890119894119903119900

119881~ 31406119871 119900119906 314061198983

11 119875119903eacute119889119894119900119904 times 31406119871 = 345466119871 119900119906 345466119898sup3

119872eacute119905119900119889119900 119889119890 119878119894119898119906119897119886ccedilatilde119900 119889119900 119877119890119904119890119903119907119886119905oacute119903119894119900

119881 ~ 70000119871 119900119906 701198983

11 119875119903eacute119889119894119900119904 times 70000119871 = 770000

119881119900119897119906119898119890 119889119890 aacute119892119906119886 119888119886119901119905119886119889119900 lowast

119881119886119888 = 213641198983119900119906 213640119871

11 119875119903eacute119889119894119900119904 times 213640119871 = 2350040119871 119900119906 235004119898sup3

dados somente seriam vaacutelidos se a precipitaccedilatildeo fosse uniforme durante os 7 meses de chuva

119863119890119898119886119899119889119886 119905119900119905119886119897 119889119886 119902119906119886119889119903119886 119888119900119898 119889119890119904119888119886119903119892119886 119889119890 119887119886119899ℎ119890119894119903119900

11 119875119903eacute119889119894119900119904 times 235224119871 = 2587464119871 119900119906 2587464119898sup3

Segundo Brino (Brasiacutelia Superquadras Residenciais) temos que as

dimensotildees maacuteximas de uma superquadra satildeo de 280x280m resultando numa

aacuterea de 78400msup2 que eacute denominado de Aacuterea Total (AT) A partir disso foi

definido que deveria existir uma faixa externa de 20m denominada de non

aedificandi que foi destinada ao plantio de uma ldquomassa vegetalrdquo de grande

porte e no interior da quadra encontra-se a aacuterea aedificandi a qual possui

240x240m e uma aacuterea de 57600msup2 Realizando uma subtraccedilatildeo da Aacuterea total

pela Aacuterea aedificandi obtecircm-se que a aacuterea non aedificandi eacute de 20800msup2 que

corresponde a 265 da aacuterea total

Com base nessas informaccedilotildees eacute necessaacuterio atentar-se ao detalhe de

que uma parte da precipitaccedilatildeo cai no solo e outra parte nos telhados dos

preacutedios Sendo assim parte da chuva pode ser aproveitada pelo sistema de

captaccedilatildeo enquanto outra parte chega ao solo sem uma interferecircncia direta no

ciclo hidroloacutegico

35 ndash Funcionamento do sistema de captaccedilatildeo

Eacute importante frisar que o sistema de aproveitamento de aacuteguas pluviais eacute

regido pela norma NBR 15527 (Associaccedilatildeo Brasileira de Normas Teacutecnicas

2007) norma a qual faz algumas consideraccedilotildees importantes para implantaccedilatildeo

e correto funcionamento do sistema de captaccedilatildeo Alguns destes satildeo

435 ndash O volume dos reservatoacuterios deve ser dimensionado com

base em criteacuterios teacutecnicos econocircmicos e ambientais levando em

conta as boas praacuteticas da engenharia podendo a criteacuterio do

projetista ser utilizados os meacutetodos contidos no Anexo A ou

outro desde que devidamente justificado

Item 436 ndash Os reservatoacuterios devem ser limpos e desinfetados

com soluccedilatildeo de hipoclorito de soacutedio no miacutenimo uma vez por ano

de acordo com agrave ABNT NBR 5626

Item 442 ndash As tubulaccedilotildees e demais componentes devem ser

claramente diferenciados das tubulaccedilotildees de aacutegua potaacutevel

Item 443 ndash O sistema de distribuiccedilatildeo de chuva deve ser

independente do sistema de aacutegua potaacutevel natildeo permitindo a

conexatildeo cruzada de acordo com agrave ABNT NBR 5626

Item 444 ndash Os pontos de consumo como por exemplo uma

torneira de jardim devem ser de uso restrito e identificados com

placa de advertecircncia com a seguinte inscriccedilatildeo ldquoaacutegua natildeo potaacutevelrdquo

e identificaccedilatildeo graacutefica

Item 445 ndash Os reservatoacuterios de aacutegua de distribuiccedilatildeo de aacutegua

potaacutevel e de aacutegua da chuva devem ser separados

Item 461 ndash Quando necessaacuterio o bombeamento este deve

atender agrave ABNT NBR 12214

Deve-se realizar manutenccedilatildeo em todo o sistema de

aproveitamento de aacutegua de chuva

Para maiores esclarecimentos ldquoo funcionamento de um sistema de

coleta e aproveitamento de aacutegua pluvial consiste de maneira geral na captaccedilatildeo

da aacutegua da chuva que cai sobre os telhados ou lajes da edificaccedilatildeo A aacutegua eacute

conduzida ateacute o local de armazenamento atraveacutes de calhas condutores

horizontais e verticais passando por equipamentos de filtragem e descarte de

impurezas Apoacutes passar pelo filtro a aacutegua eacute armazenada geralmente em

reservatoacuterio enterrado (cisterna) e bombeada a um segundo reservatoacuterio

(elevado) do qual as tubulaccedilotildees especiacuteficas de aacutegua pluvial iratildeo distribuiacute-la

para o consumo natildeo potaacutevelrdquo (Carvalho 2010 p 27 e 28) Conforme ilustra a

imagem a seguir

Figura 02 Funcionamento de um Sistema de Captaccedilatildeo

Fonte Adatildeo D Padini (2013)

De forma mais simplificada podemos ver a representaccedilatildeo no fluxograma

a seguir

Figura 03 Fluxograma do Sistema de Captaccedilatildeo

Fonte Leandro Roncato Pereira

351 ndash Dificuldades para implantaccedilatildeo do sistema

Tal sistema apresenta como dificuldade o local onde seriam instaladas

as cisternas uma vez que geraria um peso sobre o telhado Dessa forma o

sistema seria instalado no jardim cobrando um custo adicional

352 ndash Custo de implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo fechado em um

preacutedio

Na implantaccedilatildeo desse sistema os materiais utilizados teratildeo como base o

meacutetodo praacutetico brasileiro e para aumentar a eficiecircncia do sistema o volume de

31406L seraacute arredondado para 35000L

Os valores de alguns dos materiais apresentados a seguir seguem os

dos apresentados no trabalho de L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental

p 18) apenas o valor da caixa drsquoaacutegua de 10000L foi obtido atraveacutes de

pesquisas em lojas de construccedilatildeo e assim utilizando a de menor valor

Tambeacutem devemos considerar que a bomba consome energia ao bombear aacutegua

para o preacutedio (CEB) portanto os valores seguem conforme a tabela a seguir

Tabela 06 Preccedilo dos Produtos do Sistema de Captaccedilatildeo sem Fluxo

Produto Quantidade Valor unitaacuterio (R$) Valor total (R$)

Cx Daacutegua 10000L 3 496090 1488270

Cx Daacutegua 5000L 1 108000 108000

Boacuteia Eleacutetrica 1 2750 2750

Boacuteia Comum 1 1220 1220

Registro de Gaveta

1 3490 3490

Bomba Anauger 1 23000 23000

Filtro 3P VF1 1 22000 22000

Tubulaccedilotildees 7000 7000

Disjuntor 1 1310 1310

Escavaccedilatildeo Msup3 3666 128310

Matildeo de Obra 1 58574 58574

Energia 054 054

Total 13 727154 1843978

Observaccedilatildeo Pelo fato desse estudo se tratar de um modelo de implantaccedilatildeo

o custo das tubulaccedilotildees vai variar de acordo com a demanda necessitada pelo

preacutedio portanto podendo variar de acordo com o projeto implantado Para este

estudo seraacute adotado o valor de R$ 7000

Observaccedilatildeo Pelo fato desse trabalho tratar-se de um modelo de

implantaccedilatildeo o custo da energia pode variar de acordo com a demanda necessitada

pelo preacutedio portanto podendo variar de acordo com o uso da bomba Para este

estudo seraacute adotado o valor de R$ 054 que eacute o valor do KwH cobrado pela CEB

Segundo Saravy (2010 p 46) haacute tambeacutem um custo para manutenccedilatildeo do

sistema conforme a tabela a seguir

Tabela 07 Preccedilo de Manutenccedilatildeo do Sistema de Captaccedilatildeo

Com esses dados podemos ver o valor total final a ser pago pelo

sistema de captaccedilatildeo que eacute de R$ 1889978

36 ndash Taxas e valores cobrados para utilizaccedilatildeo de aacutegua

Segundo a Companhia de Saneamento Ambiental do Distrito Federal (CAESB)

quando vaacuterias residecircncias satildeo atendidas por uma uacutenica ligaccedilatildeo de aacutegua eacute aplicado o

conceito de consumo ldquoPara exemplificar podemos citar um preacutedio residencial onde

cada apartamento corresponde a uma unidade de consumordquo (CAESB) Contudo o

caacutelculo de gastos seraacute realizado primeiro em um apartamento e posteriormente

multiplicado pelo total de apartamentos do preacutedio uma vez que os preacutedios

residecircncias da Asa Norte pagam a conta de aacutegua atraveacutes do condomiacutenio O preacutedio

Componente Frequecircncia da Manutenccedilatildeo

Custo da Manutenccedilatildeo

Calhas e Condutores

Semestral R$ 13000

Reservatoacuterio Limpeza e

Desinfecccedilatildeo Anual

R$ 20000

desse estudo apresenta um hidrocircmetro que mede o consumo de aacutegua para o todo o

preacutedio

Eacute de suma importacircncia destacar tambeacutem que haacute uma taxa de esgoto que eacute

cobrada pela CAESB consequentemente ldquoo valor da tarifa de esgotos corresponde

a 100 do valor da tarifa de aacutegua exceto quando se tratar de coleta do tipo

condominial que equivale a 60 do valor da tarifa de aacuteguardquo (CAESB)

Deste modo a CAESB utiliza tarifas para diversas categorias de moradia e

comeacutercio e neste estudo seraacute aplicada a tarifa de ldquoresidencial normalrdquo em

concordacircncia com a tabela a seguir

Tabela 08 Valor da Tarifa Cobrado pela CAESB

Para melhor compreensatildeo do caacutelculo que a CAESB faz temos uma conta do

condomiacutenio do preacutedio da Superquadra 111 Norte

Figura 04 Conta Discriminada do Condomiacutenio

Fonte Condomiacutenio do Preacutedio

O caacutelculo feito pela CAESB consiste primeiramente em saber a demanda de

aacutegua gasta em metros cuacutebicos por Unidade de Consumo ndash apartamento ndash para

saber qual faixa ldquomsup3rdquo eacute aplicada Apoacutes saber qual a faixa ldquomsup3rdquo que se enquadra eacute

atribuiacutedo o volume por UC (em msup3) em sequecircncia multiplica-se o volume por UC ou

volume da faixa pelo nuacutemero de UCrsquos correspondente para se obter o volume total

gasto (em msup3) Tendo o volume total gasto basta multiplicar pelo preccedilo corresponde

agrave faixa a qual se encaixa o consumo e assim obtendo o valor total a pagar A partir

do momento que se tem o valor total a pagar eacute necessaacuterio acrescer 100 do valor

para cobrir a tarifa de esgoto conforme a figura

Partindo desses dados podemos calcular por apartamento quanto eacute cobrado

pela CAESB a partir dos dados apresentados no capiacutetulo 34

119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119886119901119886119903119905119886119898119890119899119905119900 = 33119901 times 66119871 ~ 217119871

119863119894119886

119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119886119901119886119903119905119886119898119890119899119905119900 119886119900 119898ecirc119904 = 217119871119889119894119886 times 30119863119894119886119904 = 6510119871 119900119906 65101198983

Com base nesses dados temos que calcular o volume total de descarga em

sanitaacuterios que o preacutedio consome com a seguinte foacutermula

119881119879 = 119881119865 times 119873ordm 119889119890 119880119862prime119904

119881119879 = 10119898sup3 times 36 = 360119898sup3

Em que ldquoVTrdquo corresponde ao volume total do preacutedio ldquoVFrdquo ao volume da faixa

que eacute estipulado pela CAESB e ldquoUCrsquosrdquo satildeo as unidades de consumo que eacute correlato

ao nuacutemero de apartamentos existente

Portanto o total a se pagar em um mecircs eacute calculado da seguinte forma

119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 119881119879 times 119879119886119903119894119891119886 119889119890 aacute119892119906119886 + 119879119886119903119894119891119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900

119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 360119898sup3 times 119877$ 265 + 119879119886119903119894119891119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900

119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 954 + 119877$ 954 = 119877$ 1908

Em 7 meses seriam pagos em descarga

119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 1908 times 7 119872119890119904119890119904 = 119877$ 13356

37 ndash Caacutelculos de economia e retorno de investimento para um sistema

fechado

Conforme exposto por L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental p 15)

ldquopara o caacutelculo da economia da taxa de aacutegua multiplica-se o valor do msup3 (valor

cobrado por msup3 do responsaacutevel pelo fornecimento de aacutegua na cidade []) pelo

volume captado e entatildeo obtecircm-se o valor economizado por ano na taxa de aacuteguardquo

Recapitulando que para esse estudo seraacute utilizado o meacutetodo praacutetico brasieliro

devido aos meses de seca ou pouca chuva

Sendo assim

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119881119886119897119900119903 119889119900 1198983 times 119881119900119897119906119898119890 119888119886119901119905119886119889119900

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 265 times 314061198983

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 8322

Essa economia de R$ 8322 eacute para um mecircs de chuva para o preacutedio todo

sendo assim para os 7 meses de chuva tem-se

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119890 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 8322 times 7 119898119890119904119890119904 = 119877$ 58254

Ainda segundo L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental p 16) para o

caacutelculo da economia referente ao esgoto eacute necessaacuterio multiplicar o valor do msup3 pelo

volume captado e por 08 uma vez que considera-se 20 de perda ou seja para

cada 1 litro de aacutegua que chega na residecircncia eacute cobrado 08 litros para o tratamento

do esgoto

Portanto tem-se

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119881119886119897119900119903 119889119900 1198983 times 119881119900119897119906119898119890 119888119886119901119905119886119889119900 times 08

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900 = 119877$ 265 times 314061198983 times 08

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 6658

Esse valor encontrado de R$ 6658 corresponde a um mecircs de chuva para o

preacutedio sendo assim o total economizado pelo preacutedio em 7 meses eacute de

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119890 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 6658 times 7 119898119890119904119890119904 = 119877$ 46606

ldquoPara o caacutelculo do retorno do investimento divide-se o valor investido pela

economia anual com a implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo e reaproveitamento da

aacutegua pluvialrdquo L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental p 16)

Portanto para 7 meses de chuva tem-se o seguinte

119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 =119881119886119897119900119903 119894119899119907119890119904119905119894119889119900

119864119888119900119899119900119898119894119886 (7119898119890119904119890119904)

119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 = 119877$ 1843924

119877$ 58254 + 119877$ 46606

119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 = 119877$ 1843924

119877$ 9446

119877119890119905119900119903119899119900

119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900= 1952 119886119899119900119904

38 ndash Caacutelculos de dimensionamento para um sistema com fluxo

Os caacutelculos apresentados no subitem anterior satildeo relativos a um sistema

o qual natildeo adota a possibilidade de fluxo dentro do reservatoacuterio Quando se

fala em fluxo temos que considerar que ao mesmo tempo em que o preacutedio

utiliza aacutegua do reservatoacuterio de aacutegua pluvial o mesmo vai enchendo com aacutegua

pluvial Portanto haacute um ciclo no qual o preacutedio demanda aacutegua do reservatoacuterio e

o mesmo vai enchendo conforme chove no local

Sabendo que a meacutedia mensal eacute de 1399msup3 eacute preciso multiplicar isso

por 12 para se obter o quanto choveu em 2014 Sendo assim

119879119900119905119886119897 119886119900 119886119899119900 = 1399119898119898 times 12 119898119890119904119890119904

119879119900119905119886119897 119886119900 119886119899119900 = 16788119898119898

Mas como foi visto o periacuteodo chuvoso eacute de 7 meses entatildeo temos

119875119903119890119888119894119901119894119905119886ccedilatilde119900 119901119886119903119886 7 119898119890119904119890119904 = 16788119898119898 divide 7 = 2398119898119898

Com isso eacute necessaacuterio realizar o caacutelculo da meacutedia de captaccedilatildeo de aacutegua

por mecircs para a aacuterea de 1069msup2

119872119890119889119894119886 119889119890 119862119886119901119905119886ccedilatilde119900 = 2398119898119898 times 1069119898sup2

119872eacute119889119894119886 119889119890 119862119886119901119905119886ccedilatilde119900 = 256346119871 119900119906 256346119898sup3

Ao considerar o valor obtido temos que realizar o quanto seria captado

diariamente

119872eacute119889119894119886 119889119894aacute119903119894119886 = 256346119898sup3 divide 30 119889119894119886119904 = 85119898sup3119889119894119886

A partir desses caacutelculos podemos realizar a seguinte comparaccedilatildeo O

preacutedio consome cerca de 78msup3 ao dia de aacutegua para descarga de vasos sanitaacuterios

enquanto a meacutedia diaacuteria de captaccedilatildeo eacute de 85msup3 por conseguinte temos um fluxo

positivo de aacutegua para o reservatoacuterio de 067msup3dia nos dias chuvosos

Se colocarmos um reservatoacuterio de 35msup3 sem nenhuma aacutegua

armazenada poderemos constatar que o reservatoacuterio iria encher por completo em

cerca de 53 dias conforme o caacutelculo a seguir

351198983 = 0671198983 times 119909 119889119894119886119904

119909 119889119894119886119904 = 35119898sup3 divide 067119898sup3 = 5223 119889119894119886119904

Analisando esses dados temos que a partir do 54ordm dia o reservatoacuterio

estaria completamente cheio e no restante dos 156 dias que teriacuteamos de chuva

esses 067msup3 seriam de certa forma desperdiccedilados uma vez que esse fluxo de

067msup3 ao final dos 7 meses gerariam cerca de 1407msup3 enquanto o reservatoacuterio tem

a capacidade de 35msup3 conforme o caacutelculo a seguir

119875119900119905119890119899119888119894119886119897 = 067119898sup3 times 156 119889119894119886119904 = 1045119898sup3

Se considerarmos esse fluxo positivo de 067msup3dia temos que ao final

dos 210 dias (7meses) seria possiacutevel armazenar 1407 msup3 de aacutegua Com um

reservatoacuterio de 35msup3 1057msup3 estariam sendo escoados para fora do reservatoacuterio

Portanto o ideal seria um reservatoacuterio que se aproxime de 1407msup3 para que ao

final dos 7 meses toda aacutegua possiacutevel fosse armazenada no entanto o reservatoacuterio

deveria ser de 145msup3

Devemos considerar ainda que ao final dos 7 meses o reservatoacuterio

estaria cheio no periacuteodo de seca conseguiria abastecer o preacutedio de acordo com a

demanda do preacutedio sendo assim

119880119905119894119897119894119911119886ccedilatilde119900 119899119886 119904119890119888119886 = 119879119900119905119886119897 119889119900 119903119890119904119890119903119907119886119905oacute119903119894119900 divide 119863119890119898119886119899119889119886 119889119894aacute119903119894119886

119880119905119894119897119894119911119886ccedilatilde119900 119899119886 119904119890119888119886 = 1451198983 divide 781198983119889119894119886

119880119905119894119897119894119911119886ccedilatilde119900 119899119886 119904119890119888119886 = 1858 119889119894119886119904

381 ndash Custo de implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo com fluxo em um

preacutedio

Na implantaccedilatildeo desse sistema os materiais utilizados teratildeo como base

as estimativas que foram apresentadas no subitem anterior e para aumentar a

eficiecircncia do sistema o volume de 1400007L seraacute arredondado para

145000L

Devido ao tamanho do reservatoacuterio eacute de se esperar que o reservatoacuterio

natildeo seja instalado em cima do preacutedio uma vez que a estrutura do preacutedio natildeo

conseguiria suportar o peso que o reservatoacuterio faria sobre o telhado

consequentemente o reservatoacuterio deveraacute ser instalado no jardim do preacutedio que

iraacute gerar um custo a mais por conta da escavaccedilatildeo

Os valores de alguns dos materiais apresentados a seguir seguem os

dos apresentados no trabalho de L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental

p 18) apenas o valor da caixa drsquoaacutegua de 10000L foi obtido atraveacutes de

pesquisas em lojas de construccedilatildeo e assim utilizando a de menor valor

conforme a tabela a seguir Segundo o Saneamento de Goiaacutes SA (SANEAGO)

o custo de escavaccedilatildeo eacute calculado a partir do total de msup3 aleacutem de 3m de

profundidade

Tabela 09 Preccedilo dos Produtos do Sistema de Captaccedilatildeo com Fluxo

Observaccedilatildeo Pelo fato desse estudo se tratar de um modelo de implantaccedilatildeo

o custo das tubulaccedilotildees vai variar de acordo com a demanda necessitada pelo

preacutedio portanto podendo variar de acordo com o projeto implantado Para este

estudo seraacute adotado o valor de R$ 7000

Observaccedilatildeo Pelo fato desse trabalho tratar-se de um modelo de

implantaccedilatildeo o custo da energia pode variar de acordo com a demanda necessitada

pelo preacutedio portanto podendo variar de acordo com o uso da bomba Para este

estudo seraacute adotado o valor de R$ 054 que eacute o valor do KwH cobrado pela CEB

Produto Quantidade Valor unitaacuterio (R$) Valor total (R$)

Cx Daacutegua 10000L 14 496090 6945260

Cx Daacutegua 5000L 1 108000 108000

Boacuteia Eleacutetrica 1 2750 2750

Boacuteia Comum 1 1220 1220

Registro de Gaveta

1 3490 3490

Bomba Anauger 1 23000 23000

Filtro 3P VF1 1 22000 22000

Tubulaccedilotildees 7000 7000

Disjuntor 1 1310 1310

Escavaccedilatildeo Msup3 3666 53157

Matildeo de Obra 1 58574 58574

Energia 054 054

Total 13 727154 7704228

382 ndash Caacutelculos de economia e retorno de investimento para um sistema

com fluxo

Partindo dos dados apresentados podemos calcular por apartamento quanto eacute

cobrado pela CAESB a partir dos dados apresentados no capiacutetulo 34

119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119886119901119886119903119905119886119898119890119899119905119900 = 33119901 times 66119871 ~ 217119871

119863119894119886

119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119886119901119886119903119905119886119898119890119899119905119900 119886119900 119898ecirc119904 = 217119871119889119894119886 times 30119863119894119886119904 = 6510119871 119900119906 65101198983

Em que ldquoVTrdquo corresponde ao volume total do preacutedio ldquoVFrdquo ao volume da faixa

que eacute estipulado pela CAESB e ldquoUCrsquosrdquo satildeo as unidades de consumo que eacute correlato

ao nuacutemero de apartamentos existente

Portanto o total a se pagar em um mecircs eacute calculado da seguinte forma

119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 119881119879 times 119879119886119903119894119891119886 119889119890 aacute119892119906119886 + 119879119886119903119894119891119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900

119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 360119898sup3 times 119877$ 265 + 119879119886119903119894119891119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900

119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 954 + 119877$ 954 = 119877$ 1908

Retomando o caacutelculo exposto por L Pereira (Viabilidade

EconocircmicoAmbiental p 15) no subitem anterior temos que o caacutelculo da CAESB

seria feito da seguinte maneira

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119881119886119897119900119903 119889119900 1198983 times 119881119900119897119906119898119890 119888119886119901119905119886119889119900

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 265 times 1451198983

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 38425

Esse caacutelculo eacute equivalente a um mecircs de captaccedilatildeo para os 7 meses

teremos o seguinte

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119890 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 38425 times 7 119898119890119904119890119904 = 119877$ 268975

Conforme foi visto para o caacutelculo da economia de esgoto eacute necessaacuterio

multiplicar o valor do msup3 pelo volume captado e por 08 uma vez que considera-se

20 de perda ou seja para cada 1 litro de aacutegua que chega na residecircncia eacute cobrado

08 litros para o tratamento do esgoto Portanto para um mecircs segue-se

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119881119886119897119900119903 119889119900 1198983 times 119881119900119897119906119898119890 119888119886119901119905119886119889119900 times 08

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900 = 119877$ 265 times 1451198983 times 08

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 3074

ldquoPara o caacutelculo do retorno do investimento divide-se o valor investido pela

economia anual com a implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo e reaproveitamento da

aacutegua pluvialrdquo L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental p 16)

Portanto para 7 meses de chuva tem-se o seguinte

119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 =119881119886119897119900119903 119894119899119907119890119904119905119894119889119900

119864119888119900119899119900119898119894119886 (7119898119890119904119890119904)

119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 = 119877$ 17704228

119877$ 268975 + 119877$ 21518

119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 = 119877$ 7704228

119877$ 484155

119877119890119905119900119903119899119900

119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900= 1591119886119899119900119904

4 ndash Conclusatildeo e Consideraccedilotildees Finais

De acordo com o que foi exposto temos que a implantaccedilatildeo do sistema de

captaccedilatildeo para o aproveitamento de aacuteguas pluviais eacute uma oacutetima alternativa para

substituiccedilatildeo da ldquoaacutegua cinzardquo possibilitando tambeacutem um destino mais correto do

ponto de vista ambiental para a aacutegua que se tornaria esgoto Como eacute de

conhecimento este tipo de meacutetodo eacute utilizado em diversas regiotildees natildeo somente

aquelas que sofrem com escassez de aacutegua

Mesmo sabendo que o Brasil possui um grande potencial hiacutedrico observamos

que uma parcela da populaccedilatildeo natildeo tem consciecircncia quanto ao gasto de aacutegua

gerando um grande desperdiacutecio de forma desnecessaacuteria Portanto partindo de um

pensamento racional um sistema de captaccedilatildeo seria viaacutevel para o aproveitamento da

aacutegua para fins de consumo domeacutestico mais precisamente ldquoaacutegua cinzardquo

Considerando os caacutelculos apresentados a partir da taxa de precipitaccedilatildeo meacutedia

em Brasiacutelia a criaccedilatildeo de um sistema de captaccedilatildeo pluvial predial traz benefiacutecios

econocircmicos e ambientais O projeto torna-se viaacutevel economicamente pois desde

que se faccedila a manutenccedilatildeo de forma adequada do sistema este teraacute uma vida uacutetil

longa e considerando que se obteacutem o retorno do investimento em aproximadamente

16 anos para um sistema com fluxo apoacutes este periacuteodo o sistema passa a ser

lucrativo para o preacutedio que implanta pois o custo eacute dividido no condomiacutenio dentre os

moradores do preacutedio

Analisando do ponto de vista ambiental o desenvolvimento urbano de Brasiacutelia

ocasionou em superfiacutecies impermeaacuteveis dificultando a absorccedilatildeo de aacuteguas pluviais

pelo solo e juntamente com o sistema de redes pluviais e o sistema de drenagem

ultrapassados os alagamentos e enchentes tecircm se tornado constante quando

ocorrem chuvas anormais Com as estimativas feitas neste trabalho eacute possiacutevel que

tais transtornos hiacutedricos urbanos possam ser amenizados a partir da implantaccedilatildeo do

sistema sem que afete o ciclo hidroloacutegico natural Logicamente essa natildeo eacute a

soluccedilatildeo uma vez que ela deve ser apenas um complemento agrave poliacuteticas publicas

poliacuteticas de incentivo entre outras medidas de cunho sustentaacutevel

Em vista disso a implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo e aproveitamento de

aacuteguas pluviais acarretaria em uma significativa melhora ambiental atraveacutes da

substituiccedilatildeo de uma parcela da aacutegua fornecida pela CAESB e possivelmente

mitigando os transtornos hiacutedricos urbanos se aplicado em larga escala

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DEDICATOacuteRIA

Dedico esta monografia a minha

matildee e minha madrinha que

proporcionaram educaccedilatildeo para

que pudesse alcanccedilar esta

conquista a todos os amigos que

me apoiaram e ajudaram nessa

jornada acadecircmica e a todos

profissionais da aacuterea ambiental

principalmente os Cientistas

Ambientais

AGRADECIMENTOS

Primeiramente gostaria de agradecer a minha matildee Maria

Tereza Silva e minha madrinha Lourdes Maria Balby Silva duas

pessoas que foram fundamentais para minha formaccedilatildeo acadecircmica

e como pessoa

Agradeccedilo ao meu orientador professor e coordenador do

Curso de Ciecircncias Ambientais Pedro Zuchi pela paciecircncia e

excelente instruccedilatildeo para a finalizaccedilatildeo deste trabalhoe por tecirc-lo

como referecircncia tanto como profissional como pessoa Tambeacutem

gostaria de agradecer a dedicaccedilatildeo do Zuchi para com o curso de

Ciecircncias Ambientais e consequentemente para os alunos

contribuindo para a formaccedilatildeo de todos

Agradeccedilo ao professor Carlos Henke pelos conselhos dados

ao decorrer do curso para minha formaccedilatildeo como futuro profissional

Agradeccedilo ao professor Mauriacutecio Amazonas pelo suporte que

me deu ao longo da graduaccedilatildeo e por tecirc-lo como referecircncia

acadecircmica

Gostaria de agradecer a Elaine Souto que sempre foi muita

prestativa se dedicando ao maacuteximo para sempre atender todos os

alunos

Por fim gostaria de agradecer a todos os meus amigos que

me aturaram ao decorrer do curso compartilhando experiecircncias

novas e de certa forma me ajudaram a concluir este trabalho

ldquoEstamos diante de um momento criacutetico na

histoacuteria da Terra numa eacutepoca em que a

humanidade deve escolher o seu futuro Agrave

medida que o mundo torna-se cada vez mais

interdependente e fraacutegil o futuro enfrenta ao

mesmo tempo grandes perigos e grandes

promessas Para seguir adiante devemos

reconhecer que no meio da uma magniacutefica

diversidade de culturas e formas de vida

somos uma famiacutelia humana e uma

comunidade terrestre com um destino comum

Devemos somar forccedilas para gerar uma

sociedade sustentaacutevel global baseada no

respeito pela natureza nos direitos humanos

universais na justiccedila econocircmica e numa

cultura da paz Para chegar a este propoacutesito

eacute imperativo que noacutes os povos da Terra

declaremos nossa responsabilidade uns para

com os outros com a grande comunidade da

vida e com as futuras geraccedilotildeesrdquo

(Carta da Terra)

RESUMO

O presente trabalho apresenta a viabilidade de implantaccedilatildeo de um

sistema de captaccedilatildeo em Brasiacutelia (DF) mais especificamente na

Superquadra 111 Norte Com essa forma alternativa de utilizaccedilatildeo

de aacuteguas pluviais para fins natildeo potaacuteveis haacute uma maior

conscientizaccedilatildeo em relaccedilatildeo ao uso de aacutegua potaacutevel e

consequentemente uma mudanccedila no pensamento ambiental da

populaccedilatildeo que possa vir a aderir a um sistema de captaccedilatildeo de

aacuteguas pluviais Portanto o sistema eacute feito para captar aacutegua da

chuva e ser redirecionado para o uso de ldquoaacutegua cinzardquo e ver o quatildeo

viaacutevel eacute sua implantaccedilatildeo Os dados apresentados foram calculados

a partir de estimativas envolvendo uma diferenccedila entre o custo total

de implantaccedilatildeo de um sistema de captaccedilatildeo pluvial e a possiacutevel

economia que se pode obter ao decorrer do tempo Com tal sistema

eacute possiacutevel estimar em quanto tempo haacute um retorno a partir de sua

implantaccedilatildeo e a possibilidade de uma reduccedilatildeo de transtornos

hiacutedricos urbanos tais como enchentes e alagamentos que tecircm se

tornado constantes em Brasiacutelia

Palavras chave 1 Ciecircncias Ambientais- 2Desenvolvimento

Sustentaacutevel- 3 Sistema de Captaccedilatildeo- 4 Aacuteguas Pluviais ndash 5

Interdisciplinaridade

ABSTRACT

This paper presents the feasibility of implementing a collection

system in Brasilia (DF) more specifically in Superquadra 111 North

With this alternative form of use of rainwater for non-potable

purposes there is a greater awareness of the use of potable water

and consequently a shift in environmental thinking of the population

that may join a rainwater collection system Therefore the system is

designed to capture rainwater and be redirected to the use of gray

water and see how viable is its implementation The data presented

were calculated from estimations involving a difference between the

total cost of setting a rainwater collection system and possible

savings that can be achieved over the time With such a system it is

possible to estimate how much time there is a return from its

implementation and the possibility of a reduction of urban water

disorders and consequently reduce flooding and overflowing which

have become constant in Brasilia

KEYWORDS 1 Environmental Sciences- 2Development

Sustainable 3-Caption System 4 Rainwater - 5 Interdisciplinary

LISTA DE GRAacuteFICOS

Graacutefico 01 Consumo Domeacutestico de Aacutegua

Graacutefico 02 Percentual para Reutilizaccedilatildeo de Aacuteguas Pluviais

LISTA DE TABELAS

Tabela 01 Dados de Precipitaccedilatildeo

Tabela 02 Dimensionamento dos Blocos

Tabela 03 Dimensionamento da Populaccedilatildeo

Tabela 04 Consumo domeacutestico de aacutegua

Tabela 05 Percentual para Reutilizaccedilatildeo de Aacuteguas Pluviais

Tabela 06 Preccedilo dos Produtos do Sistema de Captaccedilatildeo sem Fluxo

Tabela 07 Preccedilo de Manutenccedilatildeo do Sistema de Captaccedilatildeo

Tabela 08 Valor da Tarifa Cobrado pela CAESB

Tabela 09 Preccedilo dos Produtos do Sistema de Captaccedilatildeo com Fluxo

LISTA DE FIGURAS

Figura 01 Tripeacute da Sustentabilidade

Figura 02 Funcionamento de um Sistema de Captaccedilatildeo

Figura 03 Fluxograma do Sistema de Captaccedilatildeo

Figura 04 Conta Discriminada do Condomiacutenio

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

ABNT Associaccedilatildeo Brasileira de Normas Teacutecnicas

AE Aacuterea Aedificandi

AT Aacuterea Total

CAC Superintendecircncia de Atendimento Comercial

CAESB Companhia de Saneamento Ambiental do Distrito Federal

CEB Companhia Energeacutetica de Brasiacutelia

CMMAD Comissatildeo Mundial Sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento

CNUMAD Conferecircncia das Naccedilotildees Unidas para o Meio Ambiente e o

Desenvolvimento

DF Distrito Federal

DS Desenvolvimento Sustentaacutevel

ECOSOC Economic and Social Council of the United Nations

EPA Environmental Protection Agency

GDF Governo do Distrito Federal

IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica

INPE Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais

KwH Quilo Watts Hora

L Litros

Msup2 Metros Quadrados

Msup3 Metros Cuacutebicos

ONU Organizaccedilatildeo das Naccedilotildees Unidas

SABESP Companhia de Saneamento Baacutesico do Estado de Satildeo Paulo

SEMA Secretaria Especial do Meio Ambiente

SNRH Sistema Nacional de Recursos Hiacutedricos

SQN Superquadra Norte

UCrsquos Unidades de Consumo

UNB Universidade de Brasiacutelia

UNG Universidade de Guarulhos

UFSM Universidade Federal de Santa Maria

UFRGS Universidade Federal do Rio Grande do Sul

Sumaacuterio

INTRODUCcedilAtildeO 14

1 ndash Cidades sustentaacuteveis e o Ciclo hidroloacutegico 16

11 - Poliacuteticas Puacuteblicas e a relaccedilatildeo com as cidades sustentaacuteveis definiccedilotildees

aplicaccedilatildeo conceitos 21

2 ndash Sustentabilidade desenvolvimento sustentaacutevel e a sua importacircncia 29

3 ndash A viabilidade de implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo pluvial em Brasiacutelia ndash DF 39

31 ndash Apresentaccedilatildeo de dados 39

32 ndash Aacuteguas pluviais e aacuteguas cinzas 42

33 ndash Meacutetodos de Dimensionamento do Reservatoacuterio 45

34 ndash Anaacutelise de caso para um preacutedio da Superquadra 111 Norte 45

341 ndash Anaacutelise de caso para a Superquadra 111 Norte 48

35 ndash Funcionamento do sistema de captaccedilatildeo 49

351 ndash Dificuldades para implantaccedilatildeo do sistema 52

Tal sistema apresenta como dificuldade o local onde seriam instaladas as

cisternas uma vez que geraria um peso sobre o telhado Dessa forma o sistema

seria instalado no jardim cobrando um custo adicional 52

352 ndash Custo de implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo fechado em um preacutedio 52

36 ndash Taxas e valores cobrados para utilizaccedilatildeo de aacutegua 53

37 ndash Caacutelculos de economia e retorno de investimento para um sistema fechado 56

38 ndash Caacutelculos de dimensionamento para um sistema com fluxo 58

381 ndash Custo de implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo com fluxo em um preacutedio 59

382 ndash Caacutelculos de economia e retorno de investimento para um sistema com

fluxo 61

4 ndash Conclusatildeo e Consideraccedilotildees Finais 63

REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS 65

INTRODUCcedilAtildeO

O problema ambiental urbano assume atualmente um papel importante

para os governos e para a sociedade em geral em muitos paiacuteses pelo fato de

um crescimento significativo de pessoas vivendo no meio urbano acabou

ocasionando em uma degradaccedilatildeo ambiental e de certa forma uma queda na

qualidade de vida da populaccedilatildeo Por isto eacute de suma importacircncia destacar que

os problemas ambientais urbanos como a poluiccedilatildeo o consumo de energia o

gasto descontrolado de aacutegua potaacutevel entre outros forccedilaram o profissionais

ambientais e de outras aacutereas a buscar novas alternativas para a soluccedilatildeo destes

problemas Surgindo assim as cidades sustentaacuteveis que na atualidade satildeo a

chave para uma convivecircncia mais harmoniosa entre meio urbano e o meio

ambiente

Em decorrecircncia do aumento da urbanizaccedilatildeo as aacutereas foram

pavimentadas e cobertas por preacutedios casas monumentos entre outras

edificaccedilotildees ocasionando na impermeabilizaccedilatildeo do solo em aacutereas naturais

Devido a esse fator o ser humano vem demandando novas soluccedilotildees para o

controle e mitigaccedilatildeo de impactos causados pela chuva tais como alagamentos

Os governos de modo geral vecircm encontrando seacuterias dificuldades quanto agraves

questotildees de gestatildeo dos alagamentos em suas aacutereas puacuteblicas Para Brasiacutelia e o

Governo do Distrito Federal esse problema eacute recente e nem tatildeo alarmante

quando comparado aos das grandes capitais brasileiras como Satildeo Paulo ou

Rio de Janeiro Sendo assim eacute necessaacuterio que se tenha uma precauccedilatildeo com o

uso das aacuteguas tratadas para que natildeo haja desperdiacutecio e que as aacuteguas pluviais

possam ser utilizadas em fontes alternativas Com o objetivo de

aproveitamento de aacuteguas pluviais a captaccedilatildeo de aacutegua advinda das chuvas

possui um vieacutes sustentaacutevel do ponto de vista teacutecnico e econocircmico quando

aplicado em sistemas de uso privativo

Portanto cabe ressaltar que esse estudo baseia-se em estimativas e

que visa um projeto de aproveitamento de aacuteguas pluviais que atenda as

demandas de aacutegua natildeo potaacutevel em um preacutedio residencial substituindo uma

parte da aacutegua fornecida pela companhia de abastecimento e tendo como base

a precipitaccedilatildeo de chuva local sendo assim a quantidade de aacutegua pluvial a ser

aproveitada pelo sistema eacute diretamente proporcional agrave aacuterea que se utiliza para

a captaccedilatildeo De forma secundaacuteria o trabalho tambeacutem tenta trazer a captaccedilatildeo de

chuva como uma fonte para amenizar os problemas hiacutedricos urbanos causados

recentemente pelas chuvas em Brasiacutelia-DF

Para atingir os objetivos mencionados o trabalho foi modelado da

seguinte forma

No capiacutetulo I eacute apresentado o surgimento das cidades sustentaacuteveis em

decorrecircncia da necessidade de fontes alternativas para a degradaccedilatildeo

ambiental e utilizaccedilatildeo de recursos naturais A manifestaccedilatildeo dessa busca por

aperfeiccediloamento das cidades baseia-se em conceitos e inter-relaccedilotildees entre

populaccedilatildeo e governo por meio de poliacuteticas puacuteblicas

No capiacutetulo II eacute exposto um histoacuterico da sustentabilidade e do

desenvolvimento sustentaacutevel com a finalidade de contextualizar o leitor e

facilitar a compreensatildeo quanto agrave evoluccedilatildeo do vieacutes ambiental que encontramos

atualmente tornando o entendimento do leitor mais vasto e consequentemente

informaacute-lo sobre a sua importacircncia englobando questotildees ecoloacutegicas poliacuteticas

econocircmicas soacutecias e culturais

No capiacutetulo III eacute apresentada a viabilidade de implantaccedilatildeo do sistema

de captaccedilatildeo em um preacutedio residencial em Brasiacutelia-DF com os dados

coletados a caracterizaccedilatildeo das aacuteguas pluviais e ldquoaacutegua cinzardquo meacutetodos de

dimensionamento do reservatoacuterio anaacutelise de caso para um preacutedio na SQN 111

e a possiacutevel aplicaccedilatildeo do sistema para uma quadra funcionamento do sistema

de captaccedilatildeo e custo de implantaccedilatildeo desse sistema taxas e valores cobrados

pela CAESB para utilizaccedilatildeo de aacutegua e os caacutelculos de economia e retorno do

investimento

Por fim no capiacutetulo IV apresentam-se as consideraccedilotildees finais e a

conclusatildeo sobre o estudo realizado

1 ndash Cidades sustentaacuteveis e o Ciclo hidroloacutegico

Atualmente os problemas ambientais vecircm sendo o grande destaque do

cenaacuterio global tanto pela accedilatildeo antroacutepica como pelos desastres naturais Tais

problemas preocupam natildeo soacute a geraccedilatildeo atual como as geraccedilotildees futuras

dando assim a iniciativa para criaccedilatildeo de novas tecnologias meacutetodos e

conceitos

A partir de problemas como a extinccedilatildeo de recursos naturais o ser

humano tem dado prioridade a novas fontes para esses recursos tanto em

novas alternativas de obtenccedilatildeo como nas formas de reduzir o gasto

exacerbado Dessa forma as cidades entram como principal ator para criaccedilatildeo

de alternativas de mitigar os problemas ambientais focando no

reaproveitamento de mateacuteria reduccedilatildeo de uso dos combustiacuteveis foacutesseis formas

alternativas de obtenccedilatildeo de energia aproveitamento de aacuteguas pluviais e

possiacuteveis reduccedilotildees nos transtornos urbanos Assim o conceito de cidades

sustentaacuteveis cria um alicerce e torna-se base para que as cidades tomem a

iniciativa de serem o modelo de reduccedilatildeo dos problemas ambientas

Segundo a Organizaccedilatildeo das Naccedilotildees Unidas (ONU) pouco mais da

metade da populaccedilatildeo mundial vive em zonas urbanas desde o ano de 2006

Por isso conclui-se que de fato o mundo eacute urbano

Atualmente o problema urbano de modo geral possui grande

importacircncia para a sociedade e os governos em geral em diversos paiacuteses

Devido a esse crescimento desenfreado do nuacutemero de pessoas vivendo nas

cidades e conseguinte reduccedilatildeo na qualidade de vida deve-se considerar que

as cidades configuram uma das maiores potenciais de utilizaccedilatildeo energeacutetica e

de degradaccedilatildeo do meio ambiente ocasionando a criaccedilatildeo de meacutetodos para o

direcionamento correto do crescimento urbano e monitoramento dessas

alteraccedilotildees ambientais

A urbanizaccedilatildeo trouxe fortes aliados que geram transtornos e devido a

esse aumento de pessoas vivendo em cidades a preocupaccedilatildeo com problemas

urbanos tornou-se destaque para a criaccedilatildeo do conceito de cidades

sustentaacuteveis Mas o que viria a ser ldquocidades sustentaacuteveisrdquo De forma baacutesica e

sem aprofundamento cidades sustentaacuteveis satildeo aquelas que visam meacutetodos e

praacuteticas eficientes para a preservaccedilatildeo do meio ambiente sem deixar de

almejar o desenvolvimento econocircmico e a melhoria na qualidade de vida da

populaccedilatildeo Sendo assim ldquoa sustentabilidade eacute vista como algo bom desejaacutevel

consensual a definiccedilatildeo que vai prevalecer vai construir autoridade para que se

discriminem em seu nome as boas praacuteticas das ruinsrdquo (Acselrad 1999 p 80)

Para melhor esclarecimento o conceito de sustentabilidade associado

ao desenvolvimento das cidades ldquotem origem nas rearticulaccedilotildees poliacuteticas pelas

quais um certo nuacutemero de atores envolvidos na produccedilatildeo do espaccedilo urbano

procuram dar legitimidade as suas perspectivas evidenciando a

compatibilidade delas com os propoacutesitos de dar durabilidade ao

desenvolvimento de acordo com os propoacutesitos da Agenda 21 resultante da

Conferecircncia da ONU sobre Desenvolvimento e Meio Ambienterdquo (Acselrad

1999 p 81) Para tanto o governo deve ter um planejamento para que possa

tomar medidas no sentido de amenizar os transtornos urbanos e ambientais

decorrentes da accedilatildeo antroacutepica Diversas estrateacutegias devem ser implementadas

para que se possa promover o conceito de cidades sustentaacuteveis e priorizar a

qualidade de vida urbana em toda sua abrangecircncia partindo do princiacutepio da

anaacutelise criacutetica da condiccedilatildeo atual de desenvolvimento das cidades pensando no

contexto na qual se encontram

Segundo Magalhatildees (2006 p 2) no inicio a sustentabilidade urbana

sofreu bastante em questotildees poliacuteticas pois o ldquodiscurso mais estabelecido dos

projetos urbanos agrave temaacutetica ambiental estaacute longe de ser o centro das

preocupaccedilotildees Quando muito ela eacute considerada do ponto de vista do

provimento de aacutereas livres dentro dos espaccedilos urbanos mas mesmo essas

satildeo destinadas agrave intensa movimentaccedilatildeo imaginada para as aacutereas

requalificadas ou revitalizadasrdquo

Poreacutem devido a estudos tornou-se possiacutevel ampliar os horizontes e

perceber que a sustentabilidade tem sido aplicada junto aos objetivos da

cidade a partir da Agenda 21 e da noccedilatildeo do que eacute desenvolvimento

sustentaacutevel Contudo esses novos interesses surgiram a partir dos distuacuterbios

causados aos habitantes sendo esses distuacuterbios ambientais ou natildeo Essa

participaccedilatildeo mais ativa da populaccedilatildeo remete a uma das vertentes expostas por

Acselrad (1999) de que a sustentabilidade urbana deve estar associada natildeo

somente agraves poliacuteticas puacuteblicas mas tambeacutem ao modelo ldquocidade-empresardquo no

qual a cidade torna-se atrativo de investimentos para a implementaccedilatildeo de

meacutetodos alternativos de sustentabilidade

Para Magalhatildees (2006 p 5) ldquoa noccedilatildeo de risco tornou-se parte de

diversos aspectos do dia a dia das pessoas fazendo-as corresponsaacuteveis pelos

efeitos de suas accedilotildeesrdquo portanto eacute necessaacuterio que se tenha um controle

governamental a partir de poliacuteticas puacuteblicas das accedilotildees individuais de seus

habitantes com o proposito de reduzir os riscos de agravantes nas cidades

Cabe ressaltar que uma questatildeo importante a ser vista eacute que os

problemas causados nas cidades natildeo refletem apenas nas cidades em si mas

tambeacutem nas aacutereas que a circundam e em outras localidades o que obriga a

rever o pensamento de que cidades sustentaacuteveis englobam apenas a proacutepria

cidade

Segundo Magalhatildees (2006 p 6 apud Satterhwaite 2004 p 134) ldquopara

avanccedilar e alcanccedilar meacutetodos de desenvolvimento sustentaacutevel o desempenho

ambiental das cidades deve melhorar natildeo apenas em termos de qualidade

ambiental dentro dos seus limites mas tambeacutem em termos de reduccedilatildeo da

transferecircncia de custos ambientais para outras pessoas outros ecossistemas

ou para o futurordquo A partir desse pensamento nota-se que o conceito de

cidades sustentaacuteveis vai aleacutem da consolidaccedilatildeo da sustentabilidade urbana

afirmando que cidades sustentaacuteveis satildeo um projeto que necessita de um

extenso processo e natildeo algo preacute-definido visando mais de um objetivo comum

Na visatildeo de Magalhatildees (2006 p 8) ldquotal processo deve envolver questotildees aleacutem

das estritamente ambientais uma melhor definiccedilatildeo de que propostas poderatildeo

contribuir para o seu avanccedilo a criatividade na concepccedilatildeo de bons projetos e a

capacidade de se evitar os falsos atalhosrdquo

Sendo assim para a construccedilatildeo de projetos de cidades sustentaacuteveis eacute

necessaacuterio que se tenha uma visatildeo ampla e com diferentes abordagens desse

processo de urbanizaccedilatildeo Para o projeto de cidades sustentaacuteveis eacute necessaacuterio

que se tenha trecircs abordagens a espacial que vislumbra a anaacutelise das relaccedilotildees

metaboacutelicas operadas pela cidade compreendendo territoacuterios distantes a

temporal uma vez que pleiteia geraccedilotildees futuras e a conceitual que exige um

enfoque transdisciplinar

Magalhatildees (2006 p 9 apud Peter Brand 1999 p 10) faz uma anaacutelise

sobre a implementaccedilatildeo dessas abordagens ldquo uma metaacutefora social como

cidade sustentaacutevel ou desenvolvimento urbano sustentaacutevel nunca pode ser

uma meta objetiva e sim uma gama de possibilidades abertas cujas

prioridades satildeo determinadas pelas urgecircncias do presenterdquo Com essa

ampliaccedilatildeo do conceito de sustentabilidade urbana percebe-se que haacute uma

nova utopia com um ideal diferenciado de cidade tendo como base accedilotildees

voltadas para o meio ambiente e a reduccedilatildeo da desigualdade causada pelos

transtornos ambientais dando prioridade a uma parte relevante de sua mateacuteria

e energia para a organizaccedilatildeo e manutenccedilatildeo interna e depois ao crescimento

da cidade Entatildeo por que seguir algo utoacutepico Coloco em pauta uma frase

destacada por Galeano (1993 p 230) na qual ele expotildee -ldquoA utopia estaacute laacute no

horizonte Me aproximo dois passos ela se afasta dois passos Caminho dez

passos e o horizonte corre dez passos Por mais que eu caminhe jamais

alcanccedilarei Para que serve a utopia Serve para isso para que eu natildeo deixe de

caminharrdquo

Com essas colocaccedilotildees Magalhatildees (2006 p 16) expotildee a criaccedilatildeo de

uma ideia de ldquodesempenho ambiental urbanordquo o qual mostra um conceito

mensuraacutevel e comparaacutevel junto com a ampliaccedilatildeo de niacuteveis de justiccedila ambiental

locacional e de democracia nas cidades que se torna uacutetil para construccedilatildeo de

paracircmetros de atuaccedilatildeo Essa ideia mostra que o urbanismo tem muito a

contribuir

Atualmente haacute muitos estudos cientiacuteficos que satildeo voltados para a crise

ambiental que vivemos que teve como origem a pressatildeo do crescimento

populacional sobre as aacutereas verdes e pelo modo de vida ocidental como a alta

produccedilatildeo e consumo exagerado Nesse contexto retomamos que as cidades

tecircm sido o principal fator e foco gerador dessa crise ambiental e que agora

concentramos as poliacuteticas puacuteblicas voltadas para o desenvolvimento urbano

como grande objetivo

Tanto pesquisadores atraveacutes de estudos quanto a sociedade atraveacutes

da miacutedia que divulga os riscos ambientais decorrentes das novas formas de

produccedilatildeo e seus efeitos alertam a populaccedilatildeo da gravidade causada e assim

provocam uma preocupaccedilatildeo generalizada acerca do problema ambiental

Sendo assim uma reflexatildeo deve ser feita sobre o conceito de cidade

sustentaacutevel uma vez que as cidades concentram a maior fonte de poluiccedilatildeo e

produccedilatildeo de resiacuteduos aleacutem de consumirem parte da energia do planeta

Como foi dito anteriormente cidades sustentaacuteveis devem pensar aleacutem

da proacutepria localidade mas para ter essa abordagem eacute necessaacuterio focar

primeiramente em uma escala local Para Schussel (2004 p 63 apud

Camagni 2001 p 345) ldquoeacute mais eficaz enfrentar um mesmo problema

localmente (em termos tanto de efeito como de autoridades) do que enfrentaacute-

los globalmente (onde as autoridades satildeo frequentemente ausentes os

agentes poluidores longiacutenquos as interdependecircncias das accedilotildees dos diferentes

sujeitos mais elevadas onde tambeacutem a incertitude sobre a grandeza dos

fenocircmenos e seus encadeamentos causais eacute maior)rdquo Com esse ponto de vista

eacute importante que se deva dar uma atenccedilatildeo ao processo de mudanccedila da

aprendizagem coletiva das cidades com uma interaccedilatildeo saudaacutevel entre a

economia tecnologia e meio ambiente

Eacute importante ressaltar que a implantaccedilatildeo de cidades sustentaacuteveis

juntamente com a gestatildeo do meio ambiente urbano possui uma alta

complexidade para a sociedade moderna ao analisar que natildeo devemos

apenas pensar na conservaccedilatildeo dos recursos ambientais mas tambeacutem

devemos nos atentar ao transporte puacuteblico para reduccedilatildeo da emissatildeo de gases

poluentes melhorar a mobilidade urbana diminuindo consideravelmente o

traacutefego de veiacuteculos dar incentivo e propiciar accedilotildees para a utilizaccedilatildeo de

transportes alternativos como bicicletas otimizar a utilizaccedilatildeo do espaccedilo

urbano devemos ainda criar mais espaccedilos verdes voltados para o lazer da

populaccedilatildeo criar programas voltados para a arborizaccedilatildeo dos espaccedilos puacuteblicos

destinar adequadamente o lixo urbano aplicar programas educacionais

voltados para o desenvolvimento sustentaacutevel investir em educaccedilatildeo de

qualidade para uma boa instruccedilatildeo da populaccedilatildeo favorecer a economia local

dinacircmica e sustentaacutevel e criar accedilotildees para a utilizaccedilatildeo racional da aacutegua

juntamente com o aproveitamento de aacuteguas pluviais

A autora Silva (Poliacuteticas Puacuteblicas e Estrateacutegias de Sustentabilidade

Urbana p 1 apud Metzger 1994) cujo inventaacuterio realizado sobre trabalhos de

ecologia urbana e meio ambiente urbano identifica trecircs concepccedilotildees distintas A

primeira trata da natureza na cidade no qual Metzger fez estudos referentes

aos elementos bioloacutegicos do meio urbano no que diz respeito agrave preservaccedilatildeo

dos espaccedilos verdes e dos elementos fiacutesico naturais da cidade A segunda

concepccedilatildeo do meio ambiente urbano estaacute relacionada aos riscos da cidade e

na cidade aos problemas ambientais enfrentados pela populaccedilatildeo e como

esses problemas afetam a qualidade de vida da mesma Por fim a uacuteltima

vertente que visa mensurar o problema de gestatildeo ou administraccedilatildeo da cidade

tratando das poliacuteticas puacuteblicas sob uma visatildeo do uso do solo e a influecircncia que

as questotildees ambientais causam na determinaccedilatildeo das poliacuteticas puacuteblicas

11 - Poliacuteticas Puacuteblicas e a relaccedilatildeo com as cidades sustentaacuteveis

definiccedilotildees aplicaccedilatildeo conceitos

Eacute necessaacuterio que sejam identificados os locais de atuaccedilatildeo das poliacuteticas

puacuteblicas que tecircm como objetivo a sustentabilidade urbana mas analisando

previamente as mudanccedilas que ocorreram no acircmbito das accedilotildees governamentais

que ocasionaram a adoccedilatildeo de determinadas poliacuteticas puacuteblicas como

estrateacutegias e diretrizes da proacutepria accedilatildeo governamental e dos indiviacuteduos

Mas o que satildeo poliacuteticas puacuteblicas e por que as poliacuteticas puacuteblicas satildeo

consideradas tatildeo importantes quando se trata da sustentabilidade urbana

Segundo Silva (Poliacuteticas Puacuteblicas e Estrateacutegias de Sustentabilidade Urbana p

2 apud Bucci 2002 p 241) poliacuteticas puacuteblicas ldquosatildeo programas de accedilatildeo

governamental para um setor da sociedade ou um espaccedilo geograacutefico

buscando a concretizaccedilatildeo de determinados objetivos e metasrdquo e destaca ainda

que ldquosatildeo programas de accedilatildeo governamental visando a coordenar os meios agrave

disposiccedilatildeo do Estado e as atividades privadas para a realizaccedilatildeo de objetivos

socialmente relevantes e politicamente determinadosrdquo

Quando relacionadas agrave cidadania as poliacuteticas puacuteblicas encontram

dificuldade para alcanccedilar a sustentabilidade urbana jaacute que devem assegurar

uma vida harmocircnica entre o habitante e o meio ambiente Isso ocorre devido a

globalizaccedilatildeo dos espaccedilos em que satildeo levantadas novas tecnologias e haacute o

problema da crescente urbanizaccedilatildeo Esse enfoque possui alguns princiacutepios

que devem ser levados em consideraccedilatildeo princiacutepios esses que guiam as

poliacuteticas puacuteblicas no meio ambiente urbano Esses princiacutepios satildeo destacados e

relacionados por Silva (Poliacuteticas Puacuteblicas e Estrateacutegias de Sustentabilidade

Urbana p 5) como o princiacutepio do interesse puacuteblico na proteccedilatildeo do meio

ambiente urbano sobre os interesses privados o princiacutepio da realizaccedilatildeo de

uma avaliaccedilatildeo preacutevia dos impactos ambientais advindos da accedilatildeo antroacutepica ou

natural o princiacutepio de que o Estado deve intervir na defesa e proteccedilatildeo do meio

ambiente e do meio ambiente urbano o princiacutepio da funccedilatildeo da funccedilatildeo

socioambiental da propriedade urbana o princiacutepio da participaccedilatildeo da

sociedade e da gestatildeo democraacutetica da cidade e o princiacutepio da garantia do

direito a cidades sustentaacuteveis

Cabe ressaltar que apesar de existirem tantos princiacutepios que devem ser

vistos como diretriz a realidade foge um pouco do que eacute mostrado na teoria jaacute

que as poliacuteticas puacuteblicas seguem programas finaliacutesticos que satildeo flexiacuteveis e

quando relacionados agraves exigecircncias legais devem ser diferenciados de acordo

com o grau de finalizaccedilatildeo da accedilatildeo e de imperatividade das normas

Quando tratamos do urbano e do meio ambiente as politicas puacuteblicas

devem ser integradas e possuiacuterem uma interaccedilatildeo entre si como por exemplo

ao tratar das poliacuteticas de habitaccedilatildeo natildeo se pode deixar de levar em

consideraccedilatildeo as poliacuteticas de saneamento ambiental ou entatildeo ao tratar de

poliacuteticas de transporte puacuteblico e mobilidade urbana deve-se considerar a

proacutepria poliacutetica ambiental Sendo assim os programas e projetos

governamentais devem contemplar os aspectos ambientais urbanos sociais e

econocircmicos

Para Silva (Poliacuteticas Puacuteblicas e Estrateacutegias de Sustentabilidade Urbana

p 6) ldquose os planos satildeo obrigatoacuterios para o setor puacuteblico para o setor privado

eles satildeo indicativosrdquo Reforccedilando o conceito de poliacuteticas puacuteblicas essas podem

ser definida como ldquoprocesso - ou conjunto de processos - que culmina na

escolha racional e coletiva de propriedades para definiccedilatildeo dos interesses

puacuteblicos reconhecidos pelo direitordquo sendo que quando se diz respeito a

direitos todos tecircm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado

englobando tambeacutem o meio ambiente urbano Portanto quando eacute utilizado o

termo ldquourbanordquo para qualificar o meio ambiente natildeo significa que haacute uma

segregaccedilatildeo classificatoacuteria do meio ambiente o adjetivo ldquourbanordquo vem como

uma proposta de demarcar a problemaacutetica ambiental em um determinado

espaccedilo geograacutefico - no caso as cidades - sem deixar de considerar os fatores

que nelas estatildeo inseridos como os sociais e os ambientais

Assim para empregar poliacuteticas puacuteblicas visando a sustentabilidade

urbana deve-se repensar o modelo de desenvolvimento da cidade juntamente

com o modo de vida da populaccedilatildeo e a conscientizaccedilatildeo da mesma apoiando-se

nas relaccedilotildees sociais e econocircmicas exercidas na cidade sem deixar de

considerar essas interaccedilotildees como propulsoras do direito agrave cidade sustentaacutevel

Para ratificar inciso I do art 2ordm do Estatuto da Cidade - Lei n 10257 de

10 de julho de 2001 reconhece entre as diretrizes de poliacuteticas puacuteblicas

expostas o direito a cidades sustentaacuteveis De acordo com essa lei esse direito

proporciona o direito a terra urbana agrave moradia ao saneamento ambiental agrave

infraestrutura urbana aos serviccedilos puacuteblicos em geral ao trabalho e ao lazer

tanto para as geraccedilotildees atuais como para as futuras

Sendo assim as cidades devem desenvolver-se respeitando a

sustentabilidade por isso o desenvolvimento urbano deve ser feito sem

degradaccedilatildeo possibilitando uma vida urbana digna e igualitaacuteria Contudo as

cidades necessitam de mudanccedilas diversos pontos de vista reformulaccedilatildeo das

poliacuteticas puacuteblicas e criaccedilatildeo de novas e soluccedilotildees sobre como interagir no dia a

dia com o local que vivemos A partir dessa visatildeo destaco o que eacute exposto por

Acselrad (1999 p 86) em que ldquoacredita-se que quando o crescimento urbano

natildeo eacute acompanhado por investimentos em infraestrutura a oferta de serviccedilos

urbanos natildeo acompanha o crescimento da demanda A falta de investimentos

na manutenccedilatildeo dos equipamentos urbanos viraacute por sua vez acentuar o deacuteficit

na oferta de serviccedilos o que se rebateraacute especialmente na forma de

segmentaccedilatildeo socioterritorial entre as populaccedilotildees atendidas e natildeo atendidas

por tais serviccedilosrdquo

Apoacutes tratar de um modo geral cidades sustentaacuteveis e a sustentabilidade

urbana eacute interessante analisar o caso brasileiro Infelizmente a preocupaccedilatildeo

ambiental brasileira foi tardia e a evoluccedilatildeo foi lenta Em questotildees de

urbanizaccedilatildeo houve uma transformaccedilatildeo estrutural de ordem socioeconocircmica

reformulando a ocupaccedilatildeo do territoacuterio nacional ocasionando em impactos

ambientais e no dado de que cerca de 80 da populaccedilatildeo brasileira mora em

aacutereas urbanas Mas ao decorrer do tempo a questatildeo ambiental foi ligada ao

social os pensamentos acerca desse tema tiveram uma nova percepccedilatildeo

Como exemplo temos o caso dos recursos hiacutedricos em que a legislaccedilatildeo teve

o cuidado de considerar aleacutem do aspecto ambiental os aspectos sociais e

econocircmicos

Foi criado o Sistema Nacional de Recursos Hiacutedricos (SNRH) que no

texto de Schussel (2004 p 65) satildeo expostas a valoraccedilatildeo da aacutegua como bem

econocircmico a prioridade do abastecimento puacuteblico em detrimento da produccedilatildeo

de energia e a gestatildeo compartilhada entre usuaacuterios poder puacuteblico e sociedade

civil de bacias hidrograacuteficas por meio da implantaccedilatildeo dos ldquoComitecircs de Baciardquo

Essa questatildeo de integraccedilatildeo do ambiental ao social e econocircmico ocorreu

na deacutecada de 80 em que Silva (Poliacuteticas Puacuteblicas e Estrateacutegias de

Sustentabilidade Urbana p 2 apud Ribeiro 2001 p 134-135) destaca ldquoa

questatildeo urbana eacute integrada agrave questatildeo social e as representaccedilotildees antiurbanas

satildeo substituiacutedas pelo diagnoacutestico orientado por ideais republicanos de justiccedila

social e democracia A tarefa do pensamento e da accedilatildeo dos urbanistas passa a

ser o fazer coincidir a cidade e a cidadaniardquo Apesar do atraso na aplicaccedilatildeo do

pensamento ambiental - no caso o de cidades sustentaacuteveis - atualmente o

Brasil apresenta um niacutevel consideraacutevel de desenvolvimento tecnoloacutegico e social

que podem retardar a degradaccedilatildeo e os malefiacutecios causados nas cidades E por

que natildeo ocorre tal melhoria no setor ambiental urbano O Brasil carece de

poliacuteticas puacuteblicas que sirvam para o propoacutesito ambiental sem contar a falta de

instruccedilatildeo ambiental de uma boa parcela da sociedade Isso eacute confirmado com

as atitudes da populaccedilatildeo no texto de Loureiro e De Gregori (Revista Eletrocircnica

do Curso de Direito ndash UFSM p 459) eacute exposto que ldquoo lixo jogado nas ruas

causa entupimento de bueiros o que dificulta o escoamento da aacutegua da chuva

Aleacutem disso mesmo quando ocorre escoamento a aacutegua leva detritos

diretamente para o curso dos rios coacuterregos mananciais entre outros Em

razatildeo do exposto um meio indireto mas eficiente de se poluir a aacuteguardquo

Desse modo termo ldquosustentabilidaderdquo atrelado agraves necessidades

urbanas merece se conciliado de certa maneira que o ser humano produza

desenvolvimento e tambeacutem conserve o meio ambiente Portanto para o Brasil

os modelos que devem ser desenvolvidos nas cidades precisam ser justos

eacuteticos e sustentaacuteveis abrangendo todas as classes sociais e sendo igualitaacuterio

trazendo assim a concepccedilatildeo de que as transformaccedilotildees natildeo necessariamente

devem partir do governo e sim das accedilotildees que integrem os cidadatildeos

almejando a sustentabilidade Quando se diz ldquoas accedilotildees que integrem os

cidadatildeosrdquo na verdade o que se busca expressar eacute que a atitude deve partir da

populaccedilatildeo e natildeo do governo pois tais accedilotildees promovidas pela populaccedilatildeo as

aproximam das poliacuteticas puacuteblicas gerando melhores oportunidades e formas

alternativas de sistemas igualitaacuterios quando relacionados a exposiccedilatildeo de riscos

ambientais Tudo isso para oferecer um ambiente urbano com um

desenvolvimento em equiliacutebrio ambientalmente sustentaacutevel e socialmente

justo

Retomando o Artigo 2ordm do Estatuto da Cidade Loureiro e De Gregori

(Revista Eletrocircnica do Curso de Direito ndash UFSM p 462) expotildeem que houve

uma mudanccedila de paradigma ao se pensar em ambientes urbanos assim

expondo trecircs objetivos a serem alcanccedilados com as cidades ldquoo primeiro seria

um ambiente destinado agrave moradia de um acuacutemulo de comunidades jaacute em uma

segunda perspectiva seria um ambiente de poliacuteticas a fim de atingir funccedilatildeo

social urbana e por fim a garantia de ambientes urbanos como um meio

sustentaacutevel e sadio de desenvolvimentordquo Eacute importante ressaltar que esse

ponto de vista reflete que soacute seraacute possiacutevel assegurar um ambiente urbano para

a presente geraccedilatildeo e para as futuras partindo da preservaccedilatildeo do meio

ambiente

Portanto diversas iniciativas podem tornar o ambiente urbano em cidade

sustentaacutevel o que procura promover uma estabilidade e um equiliacutebrio agraves

cidades com uma visatildeo a longo prazo O processo de implantaccedilatildeo de cidades

sustentaacuteveis no Brasil deve primeiramente partir de accedilotildees individuais ou

privadas e articulada agraves poliacuteticas puacuteblicas para que haja uma eficiecircncia na

aplicabilidade sem desconsiderar que haacute uma possibilidade de gerar um

sistema insustentaacutevel Por que pode se tornar um sistema insustentaacutevel

Segundo Loureiro e De Gregori (Revista Eletrocircnica do Curso de Direito ndash

UFSM p 465 apud Godard 1990 p40-45) ldquoa insustentabilidade exprime

assim a incapacidade de as poliacuteticas puacuteblicas adaptarem a oferta de serviccedilos

urbanos agrave quantidade e agrave qualidade das demandas sociais provocando um

ldquodesequiliacutebriordquo entre necessidades cotidianas da populaccedilatildeo e os meios de as

satisfazer entre a demanda por serviccedilos urbanos e os investimento em redes e

infraestruturardquo

Jaacute que a realidade brasileira exprime uma grande distorccedilatildeo do que eacute

apresentado nos estudos como conseguir implantar uma cidade sustentaacutevel e

assim suportaacute-la Primeiramente eacute necessaacuterio ampliar o ponto de vista natildeo se

prendendo agraves poliacuteticas puacuteblicas em segundo plano eacute preciso que se tenha uma

accedilatildeo coletiva da populaccedilatildeo atraveacutes da conscientizaccedilatildeo ou de accedilotildees que

promovam a sustentabilidade dentro da cidade

Eacute importante ressaltar que natildeo se pode descartar as poliacuteticas puacuteblicas

mas tambeacutem natildeo se pode esperar que elas resolvam todos os problemas

presentes na cidade Sendo assim para que uma cidade torne-se sustentaacutevel eacute

preciso que as accedilotildees realizadas pela populaccedilatildeo sejam emparelhadas com as

poliacuteticas puacuteblicas aplicadas pelo governo No Brasil haacute cidades que satildeo

consideradas sustentaacuteveis mas essas cidades optaram apenas por um

planejamento urbano voltado para reconstituiccedilatildeo de aacutereas verdes

aprimoramento nas soluccedilotildees urbaniacutesticas e na tecnologia do transporte urbano

Tais accedilotildees natildeo devem ser desconsideras e sim exaltadas pelo funcionamento

adequado e promoccedilatildeo da sustentabilidade urbana Outras questotildees tatildeo

importantes quanto satildeo deixadas de lado pelo governo e nesse caso deve-se

ter uma aplicaccedilatildeo da sociedade para que ganhe uma visatildeo e assim sejam

aplicadas poliacuteticas puacuteblicas voltadas para tais questotildees

Em especiacutefico coloco o problema hiacutedrico que tem assolado vaacuterias

cidades do paiacutes por trazer prejuiacutezos de forma direta e indireta a populaccedilatildeo O

problema hiacutedrico brasileiro natildeo eacute apenas o causado pela estiagem e falta de

aacutegua em algumas localidades ele tambeacutem eacute expresso pelas chuvas

torrenciais Em face disso eacute importante unir o uacutetil ao agradaacutevel Vale expor que

em decorrecircncia do aumento da urbanizaccedilatildeo as aacutereas foram pavimentadas e

cobertas por preacutedios casas monumentos entre outras edificaccedilotildees

ocasionando na impermeabilizaccedilatildeo do solo em aacutereas naturais Devido a esse

fator o ser humano vem demandando novas soluccedilotildees e poliacuteticas puacuteblicas para

o controle e mitigaccedilatildeo de impactos causados pela chuva tais como

alagamentos

Os governos de modo geral vecircm encontrando seacuterias dificuldades

quanto agraves questotildees de gestatildeo dos alagamentos em suas aacutereas puacuteblicas Para

Brasiacutelia e o Governo do Distrito Federal esse problema eacute recente e nem tatildeo

alarmante quando comparado aos das grandes capitais brasileiras como Satildeo

Paulo ou Rio de Janeiro Portanto eacute necessaacuterio que se tenha uma precauccedilatildeo

com o uso das aacuteguas tratadas para que possam ser utilizadas fontes

alternativas Com o objetivo de aproveitamento de aacuteguas pluviais a captaccedilatildeo

de aacutegua advinda das chuvas possui um vieacutes sustentaacutevel do ponto de vista

teacutecnico e econocircmico quando aplicado em sistemas de uso privativo Cabe

ressaltar que esse estudo visa aliar o conceito de cidades sustentaacuteveis a partir

da iniciativa privada agraves necessidades encontradas na cidade de Brasiacutelia no

caso de um projeto de aproveitamento de aacuteguas pluviais que atenda a

demanda de aacutegua natildeo potaacutevel tendo como base a precipitaccedilatildeo de chuva local

sem desconsiderar o ciclo hidroloacutegico para que natildeo ocorra um desequiliacutebrio do

mesmo e ocasione mais desastres ambientais

Tal sistema tem como objetivo gerar uma fonte de aacutegua natildeo potaacutevel

para uso diaacuterio em sistemas prediais como descarga limpeza do preacutedio

irrigaccedilatildeo de jardins disponibilidade para lavagem de automoacuteveis entre outras

possibilidades gerando uma economia da aacutegua utilizada e consequentemente

uma economia monetaacuteria Aleacutem desse objetivo reducionista de gasto e aacutegua

haacute tambeacutem a possibilidade da reduccedilatildeo de transtornos hiacutedricos urbanos

Portanto ao abordar sobre poliacuteticas puacuteblicas eacute de suma importacircncia

compreender que o ldquodesenvolvimento sustentaacutevel eacute um processo de

aprendizagem social de longo prazo que por sua vez eacute direcionado por

poliacuteticas puacuteblicas orientadas por um plano de desenvolvimento nacionalrdquo

(Barbosa 2008 p 6) O conceito de desenvolvimento sustentaacutevel seraacute melhor

apresentado no capiacutetulo seguinte

2 ndash Sustentabilidade desenvolvimento sustentaacutevel e a sua

importacircncia

Inicio esse capiacutetulo com uma frase de Nascimento (2012 p 57) em que

se queremos sugerir uma sustentabilidade para toda a sociedade eacute necessaacuterio

que tenhamos uma ldquolinha transversal a eacutetica solidaacuteria com os excluiacutedos de hoje

para que natildeo haja excluiacutedos amanhatilderdquo

Por que a sustentabilidade eacute algo importante para noacutes Eacute necessaacuterio

que seja de conhecimento geral de que estamos ameaccedilados em todos os

aspectos ligados agrave utilizaccedilatildeo de recursos naturais e aproveitamento dos

mesmos Portanto haacute uma conexatildeo direta ao desenvolvimento sustentaacutevel

Nascimento (2012 p 58) ainda aponta que ldquoateacute meados do seacuteculo XX a

humanidade temia basicamente duas grandes extinccedilotildees ndash uma externa

(choque de um grande meteorito como aparentemente ocorreu haacute 65 milhotildees

de anos extinguindo os dinossauros) e outra interna (o advento de uma

epidemia desconhecida e incontrolaacutevel) Em meados do seacuteculo passado foi

acrescida mais uma ameaccedila provinda dos proacuteprios seres humanos a bomba

atocircmica O seu poder de destruiccedilatildeo ficou evidente com as explosotildees de

Hiroshima e Nagasakirdquo Sendo assim eacute perceptiacutevel que o estilo de vida de alta

produccedilatildeo e consumo vigente nos leva a crer que um desastre eacute cada vez mais

plausiacutevel

ldquoQue a economia estaacute em um conflito com os sistemas naturais do

planeta eacute uma evidecircncia que ressalta das informaccedilotildees cotidianas sobre o

desaparecimento das zonas de pesca reduccedilatildeo das florestas a erosatildeo do

solo e o desaparecimento de espeacuteciesrdquo (Nascimento 2012 p 58 apud

Brown 2003 p14) Portanto a crise ambiental aponta um desgaste das

condiccedilotildees ldquonormaisrdquo de vida no planeta Terra Segundo Nascimento (2012 p

58) ldquo[] eacute possiacutevel caso o cenaacuterio mais pessimista do aquecimento global

venha a se confirmar que uma nova possibilidade de auto extinccedilatildeo seja criada

no final desse seacuteculordquo Desta forma o atual modelo de vida natildeo deteriora

apenas o meio ambiente tambeacutem prejudica a vida humana e para que sejam

reduzidos esses transtornos agrave vida humana eacute preciso que iniciativas e

alternativas sejam criadas por meio de inovaccedilotildees tecnoloacutegicas para que haja

uma saiacuteda

ldquoA crise ambiental assumiu contornos mais graves com a percepccedilatildeo da

responsabilidade antroacutepica do aquecimento global e a dinacircmica de ascensatildeo

de um contingente humano mais significativo no mercado de consumordquo

(Nascimento 2012 p 61) Quando a crise ambiental se tornou algo de suma

importacircncia Quando como e por que a sustentabilidade e o desenvolvimento

sustentaacutevel se tornaram relevantes para o combate agrave crise ambiental Eacute

necessaacuterio compreender que a sustentabilidade possui dois vieses quando

relacionada agrave sua origem Uma de suas origens tem base na biologia mais

precisamente na ecologia a qual atribui o conceito de resiliecircncia ndash capacidade

de recuperaccedilatildeo e reproduccedilatildeo dos ecossistemas ndash perante as degradaccedilotildees

antroacutepicas com o uso exacerbado dos recursos naturais Ainda relacionado agrave

ecologia haacute as causas naturais como terremotos fogo tsunamis pragas

entre outros O outro vieacutes de origem da sustentabilidade adveacutem da economia

como o adjetivo do desenvolvimento diante da visibilidade que ganhou ao

longo do seacuteculo XX referente ao padratildeo de consumo desenvolvido ao redor do

mundo (Nascimento 2012 p 51)

Segundo Nascimento a ideia de sustentabilidade como enfoque

mundial tem origem na deacutecada de 1950 O surgimento e a importacircncia desse

termo ocorrem devido a um risco ambiental global a poluiccedilatildeo nuclear ldquoOs seus

indiacutecios alertaram os seres humanos de que estamos em uma nave comum e

que problemas ambientais natildeo estatildeo restritos a territoacuterios limitadosrdquo

(Nascimento 2012 p 2) Segundo Nascimento (2012 p 52 apud Machado

2005) ldquoA ocorrecircncia de chuvas radiativas a milhares de quilocircmetros dos locais

de realizaccedilatildeo dos testes acendeu um caloroso debate no seio da comunidade

cientiacuteficardquo Na deacutecada de 1960 houve outro fato importante que implicou na

questatildeo da percepccedilatildeo da crise ambiental dando importacircncia a

sustentabilidade devido ao uso de inseticidas e pesticidas quiacutemicos e

transtornos causados por esses apontados por Rachel Carson em seu livro

intitulado de ldquoPrimavera Silenciosardquo ndash Silent Spring

Ainda na deacutecada de 60 as chuvas aacutecidas recorrentes nos paiacuteses

noacuterdicos levaram a Sueacutecia junto ao Conselho Econocircmico e Social das Naccedilotildees

Unidas (ECOSOC) a propor a realizaccedilatildeo de uma conferecircncia para tratar de um

acordo internacional para uma possiacutevel reduccedilatildeo na emissatildeo dos gases

responsaacuteveis por tal transtorno Com isso ocorreu a Conferecircncia de

Estocolmo em 1972 colocando em evidecircncia os paiacuteses subdesenvolvidos e

desenvolvidos da eacutepoca A princiacutepio as preocupaccedilotildees natildeo eram nem um

pouco igualitaacuterias jaacute que os paiacuteses desenvolvidos estavam atentos agrave

degradaccedilatildeo ambiental que afetavam sua qualidade de vida enquanto os

paiacuteses subdesenvolvidos estavam preocupados em natildeo sofrerem sanccedilotildees

comerciais e apresentarem um retardo em seu desenvolvimento uma vez que

naquela eacutepoca os problemas ambientais eram associados ao crescimento

econocircmico dos paiacuteses de terceiro mundo Nessa conferecircncia ficou exposto

que os paiacuteses desenvolvidos defendiam a proteccedilatildeo do meio ambiente como

principal foco e os paiacuteses em desenvolvimento focavam no combate agrave

pobreza

Para melhor esclarecer Nascimento expotildee a partir do documento ldquoOnly

One Earthrdquo (Ward amp Dubos 1973) ldquo[] O problema ambiental como decorrente

de externalidades econocircmicas proacuteprias do excesso de desenvolvimento

(tecnologia agressiva e consumo excessivo) de um lado e de sua falta

(crescimento demograacutefico e baixo PIB per capita) de outro Posta dessa forma

a questatildeo ambiental deixava de ficar restrita ao meio natural e adentrava o

espaccedilo socialrdquo Contemporacircneo a isso temos o relatoacuterio do Clube de Roma ndash

Limits to Growth (Meadows et al 1972) que propunha uma reduccedilatildeo do

desenvolvimento industrial nos paiacuteses desenvolvidos e uma contenccedilatildeo no

crescimento populacional nos paiacuteses subdesenvolvidos juntamente com o

apoio daqueles aos subdesenvolvidos para que pudessem crescer

economicamente A partir desses eventos os governos se conscientizaram e

criaram agecircncias que tratassem das questotildees ambientais para que pudessem

juntar dados ambientais jaacute que na eacutepoca careciam de tais informaccedilotildees

No Brasil foi criada a Secretaria Especial do Meio Ambiente (SEMA) em

1973 enquanto nos EUA jaacute existia a Environmental Protection Agency (EPA)

desde 1970

Dez anos apoacutes a Conferecircncia de Estocolmo uma anaacutelise dos resultados

foi feita pela ONU e mostrou que o resultado estabelecido deixou a desejar e

que os esforccedilos realizados foram inferiores Em decorrecircncia desse mal

desempenho foi formada a Comissatildeo Mundial sobre Meio Ambiente e

Desenvolvimento (CMMAD) presidida por Gro Harlen Brundtland responsaacutevel

pelo relatoacuterio ldquoNosso Futuro Comumrdquo ndash Our Common Future ndash que tinha como

principal proposta a criaccedilatildeo de uma agenda global para focar em uma

mudanccedila consideraacutevel Esse estudo obteve informaccedilotildees durante trecircs anos a

partir de pesquisas e anaacutelises com enfoque na parte social Segundo Barbosa

(2008 p2) as informaccedilotildees colhidas do relatoacuterio com base nas questotildees

sociais referiam-se ldquoao uso da terra sua ocupaccedilatildeo suprimento de aacutegua abrigo

e serviccedilos sociais educativos e sanitaacuterios aleacutem de administraccedilatildeo do

crescimento urbanordquo

Tal relatoacuterio foi responsaacutevel pela criaccedilatildeo do termo ldquoDesenvolvimento

Sustentaacutevelrdquo que ldquoconsistiu o maior esforccedilo entatildeo conhecido para conciliar a

preservaccedilatildeo do meio ambiente com o desenvolvimento econocircmicordquo

(Nascimento 2012 p 54) Uma definiccedilatildeo baacutesica do que eacute DS eacute exposta por

Nascimento (2012 p 58 apud Lenzi 2006) ldquoDesenvolvimento sustentaacutevel eacute o

desenvolvimento que satisfaz as necessidades do presente sem comprometer

a capacidade das geraccedilotildees futuras em satisfazer suas proacuteprias necessidadesrdquo

Estender e Pitta (O Conceito do Desenvolvimento Sustentaacutevel apud Camargo

2003 p 43) tambeacutem fazem citaccedilatildeo agrave outra definiccedilatildeo apontada no relatoacuterio

ldquoEm essecircncia o desenvolvimento sustentaacutevel eacute um

processo de transformaccedilatildeo no qual a exploraccedilatildeo dos

recursos a direccedilatildeo dos investimentos a orientaccedilatildeo

do desenvolvimento tecnoloacutegico e a mudanccedila

institucional se harmonizam e reforccedilam o potencial

presente e futuro a fim de atender agraves necessidades

e aspiraccedilotildees humanasrdquo

Nascimento (2012 p 54) aponta que ldquoA forccedila e a fraqueza dessa

definiccedilatildeo encontram-se justamente nessa foacutermula vaga pois deixam-se em

aberto quais seriam as necessidades humanas atuais e mais ainda as das

geraccedilotildees futurasrdquo

Segundo Barbosa (2008) o relatoacuterio faz consideraccedilotildees agraves questotildees

urbanas no qual as cidades em seu desenvolvimento devem contemplar as

necessidades baacutesicas de toda a populaccedilatildeo e conceder oportunidades de

melhora na qualidade de vida de todos buscando alcanccedilar uma equidade na

sociedade por meio de processos democraacuteticos para que haja um

desenvolvimento urbano adequado Ainda com referecircncia ao relatoacuterio haacute ldquoa

necessidade de descentralizaccedilatildeo das aplicaccedilotildees de recursos financeiros e

humanos e a necessidade do poder poliacutetico favorecer as cidades em sua

escala localrdquo (Barbosa 2008 p 2) Quanto agrave questatildeo do uso de recursos

naturais foi avaliada no relatoacuterio a capacidade de resiliecircncia da biosfera os

efeitos e as possiacuteveis consequecircncias causadas pela accedilatildeo antroacutepica apontando

ainda que a pobreza pode ser considerada como um problema ambiental e que

a tentativa de erradicar a mesma pode ser a base para a busca da

sustentabilidade Com essa contribuiccedilatildeo na mudanccedila do modo de perceber as

necessidades urbanas o relatoacuterio apresentou trecircs princiacutepios baacutesicos ou

aspectos que deveriam ser cumpridos ndash proteccedilatildeo ambiental equidade social e

o desenvolvimento econocircmico ndash e que seratildeo expostos mais adiante

Apesar de todos esses pontos levantados o relatoacuterio Brundtland

recebeu vaacuterias criacuteticas pelo fato de acusar a pobreza e o descontrole do

crescimento populacional nos paiacuteses subdesenvolvidos como a fonte principal

dos problemas ambientais e da insustentabilidade do planeta e de colocar em

segundo plano a poluiccedilatildeo causada ateacute a data de publicaccedilatildeo do relatoacuterio pelos

paiacuteses desenvolvidos

Em 1986 foi realizada a conferecircncia de Ottawa ndash Carta de Ottawa 1986

ndash na qual foram estabelecidas cinco condiccedilotildees para que se tentasse alcanccedilar o

desenvolvimento sustentaacutevel entre elas a manutenccedilatildeo da integraccedilatildeo

ecoloacutegica a satisfaccedilatildeo das necessidades baacutesicas humanas a provisatildeo da

autodeterminaccedilatildeo social e da diversidade cultural a integraccedilatildeo da conservaccedilatildeo

e do desenvolvimento e o alcance de equidade e justiccedila social Para a

CMMAD as condiccedilotildees que procedem do conceito de desenvolvimento

sustentaacutevel estatildeo associadas ao processo de urbanizaccedilatildeo e do crescimento da

cidade e tem como finalidade o uso adequado dos recursos naturais Em face

disto satildeo expostos alguns objetivos mudanccedila de qualidade do crescimento

crescimento renovaacutevel satisfaccedilatildeo das necessidades essenciais por emprego

aacutegua energia alimento e saneamento baacutesico garantia de um niacutevel sustentaacutevel

da populaccedilatildeo conservaccedilatildeo da base de recursos reorientaccedilatildeo da tecnologia e

do gerenciamento de risco e reorientaccedilatildeo das relaccedilotildees econocircmicas

internacionais (CMMAD 1988 1991)

Postumamente foi realizada a Assembleia das Naccedilotildees Unidas a qual

aprovou a Conferecircncia das Naccedilotildees Unidas para o Meio Ambiente e o

Desenvolvimento (CNUMAD) ocorrida em 1992 e ficou conhecida como Rio-

92 A Rio-92 teve maior visibilidade graccedilas agrave criaccedilatildeo da Convenccedilatildeo da

Biodiversidade e das Mudanccedilas Climaacuteticas ndash que posteriormente resultou na

criaccedilatildeo do Protocolo de Kyoto ndash da Agenda 21 e da Declaraccedilatildeo do Rio Essa

uacuteltima segue os mesmos padrotildees expostos na Conferecircncia de Estocolmo

citada anteriormente interligando o desenvolvimento econocircmico com o meio

ambiente atraveacutes de uma gestatildeo consciente dos recursos naturais sem

comprometer o modelo econocircmico vigente

Em decorrecircncia desses acontecimentos tornou-se de faacutecil entendimento

que o desenvolvimento sustentaacutevel eacute composto por trecircs aspectos ambiental

econocircmico e social Outros autores como Ignacy Sachs consideram ainda

outras variaacuteveis relevantes para o entendimento do DS como sustentabilidade

ecoloacutegica e poliacutetica

Figura 1 Tripeacute da Sustentabilidade

Fonte Nicholas Gimenes (2012)

Com base nesses trecircs aspectos apontados chegamos ao conhecido

Triple Bottom Line ndash ldquoTripeacute da Sustentabilidaderdquo No tripeacute da sustentabilidade

satildeo expostos o aspecto ambiental que tem como base a produccedilatildeo e o

consumo de tal forma que possa garantir que os ecossistemas natildeo sofram

problemas quanto a sua capacidade de resiliecircncia o aspecto econocircmico que

assume a denominada ecoeficiecircncia a qual incentiva a inovaccedilatildeo tecnoloacutegica

para tentar mitigar alguns dos problemas ambientais e ampliar a

desmaterializaccedilatildeo da economia e o uacuteltimo aspecto o social o qual supotildee que

a populaccedilatildeo de uma determinada sociedade tenha o miacutenimo necessaacuterio para

uma condiccedilatildeo de vida aceitaacutevel buscando erradicar a desigualdade social

Segundo Nascimento existem diversas definiccedilotildees desses trecircs aspectos mas

essas apontadas satildeo as mais recorrentes e de simples entendimento Natildeo

podemos esquecer que assim como eacute apontado por Ignacy Sachs e outros

autores outros aspectos para a definiccedilatildeo do DS devem ser levados em

consideraccedilatildeo em especial a cultura Apesar de natildeo ser citada como base do

ldquotripeacuterdquo a cultura eacute importante em qualquer sociedade quando relacionada ao

meio ambiente pois eacute ela quem dita o comportamento da populaccedilatildeo O Brasil

sofre com questotildees ambientais muitas das vezes por falta de instruccedilatildeo da

populaccedilatildeo que natildeo tem conhecimento do quatildeo impactante pode ser sua accedilatildeo

Deste modo quando se trata de questotildees ambientais eacute necessaacuterio que se

tenha uma mudanccedila natildeo repentina e sim gradativa nos padrotildees de consumo

no estilo de vida e na educaccedilatildeo ambiental

Retomando os conceitos de DS e sustentabilidade temos uma definiccedilatildeo

de Clovis Cavalcanti em que sustentabilidade ldquosignifica a possibilidade de se

obterem continuamente condiccedilotildees iguais ou superiores de vida para um grupo

de pessoas e seus sucessores em dado ecossistemardquo (Cavalcanti 2003)

Analisando essa definiccedilatildeo proposta por Cavalcanti vemos que se assemelha

do que foi exposto por Gro Harlen Brundtland em seu relatoacuterio Como jaacute foi

mencionado para Sachs o ldquoTriple Bottom Linerdquo ndash Tripeacute da Sustentabilidade ndash

possui cinco vertentes da sustentabilidade que satildeo a ldquosustentabilidade

ecoloacutegica refere-se a fiacutesica do processo de crescimento e tem como objetivo a

manutenccedilatildeo de estoques dos recursos naturais incorporados as atividades

produtivas a sustentabilidade ambiental que refere-se agrave manutenccedilatildeo da

capacidade de sustentaccedilatildeo dos ecossistemas o que implica a capacidade de

absorccedilatildeo e recomposiccedilatildeo dos ecossistemas em face as agressotildees antroacutepicas

sustentabilidade social que refere-se ao desenvolvimento e tem por algum

objetivo a melhoria da qualidade da vida da populaccedilatildeo Para caso de paiacuteses

com problemas de desigualdade e de inclusatildeo social implica a adoccedilatildeo de

poliacuteticas distributivas e a universalizaccedilatildeo de atendimento a questotildees como

sauacutede educaccedilatildeo habilitaccedilatildeo e seguridade social sustentabilidade poliacutetica

refere-se ao processo de construccedilatildeo da cidadania para garantir a incorporaccedilatildeo

plena dos indiviacuteduos ao processo de desenvolvimento e a sustentabilidade

econocircmica que refere-se a uma gestatildeo eficiente dos recursos em geral e

caracteriza-se pela regularidade de fluxos do investimento puacuteblico e privado

Implica a avaliaccedilatildeo da eficiecircncia por processos macro sociaisrdquo (Sachs 1993

Agenda 21 brasileira)

Barbosa (2008 p 4) faz uma citaccedilatildeo em seu trabalho sobre o livro de

Leila Ferreira ndash ldquoA questatildeo ambiental sustentabilidade e poliacuteticas puacuteblicas no

Brasilrdquo ndash referente ao padratildeo de vida da sociedade em que

ldquoO padratildeo de produccedilatildeo e consumo que

caracteriza o atual estilo de

desenvolvimento tende a consolidar-se

no espaccedilo das cidades e estas se

tornam cada vez mais o foco principal

na definiccedilatildeo de estrateacutegias e poliacuteticas

de desenvolvimentordquo

Sendo assim eacute de fundamental importacircncia que formas alternativas

sustentaacuteveis sejam alcanccediladas para que possam influenciar de forma positiva

na qualidade de vida das cidades e no processo de planejamento urbano Para

Acselrad (1999 p 85) a sustentabilidade urbana eacute definida como ldquoa

capacidade das poliacuteticas urbanas se adaptarem agrave oferta de serviccedilos agrave

qualidade e agrave quantidade das demandas sociais buscando o equiliacutebrio entre as

demandas de serviccedilos urbanos e investimentos em estruturardquo Como o

desenvolvimento sustentaacutevel possui muitos conceitos e definiccedilotildees haacute uma em

especial que se destaca pelo fato de estar relacionada agraves cidades juntamente

com o termo ldquosustentabilidaderdquo exposta por Barbosa (2008 p 4 apud

Satterthwaite 2004) em que

ldquoa resposta agraves necessidades humanas

nas cidades como o miacutenimo ou

nenhuma transferecircncia dos custos da

produccedilatildeo consumo ou lixo para outras

pessoas ou ecossistemas hoje e no

futurordquo

Assim a participaccedilatildeo da sociedade e a diversidade dos interesses que

a mesma possui gera um conflito entre as poliacuteticas puacuteblicas e o

desenvolvimento sustentaacutevel mas nada que natildeo possa ser contornado a partir

da conscientizaccedilatildeo individual dos cidadatildeos Como eacute exposto por Barbosa ldquoeacute

imprescindiacutevel para a sustentabilidade urbana o uso racional dos recursos

naturais a boa forma do ambiente urbano baseado na interaccedilatildeo clima e os

recursos naturais aleacutem das respostas agraves necessidades urbanas com o miacutenimo

de transferecircncia de dejetos e rejeitos para outros ecossistemas atuais e

futurosrdquo (Barbosa 2008 p 9) Em detrimento disso ldquoo desenvolvimento

sustentaacutevel natildeo deve ser apresentado como um slogan poliacuteticordquo (Barbosa

2008 p 10) deve ser apresentado como uma possiacutevel soluccedilatildeo para a

mitigaccedilatildeo dos problemas ambientais encontrados atualmente na sociedade

Portanto a sustentabilidade visa emoldurar novos meios alternativos de

produccedilatildeo distribuiccedilatildeo e consumo dos recursos naturais existentes de forma

mais racional ecologicamente viaacutevel e economicamente eficaz

Ao retratar esses problemas de padrotildees vividos pela sociedade

relacionados ao meio ambiente mais especificamente a utilizaccedilatildeo de recursos

naturais Nascimento (2012 p 58) aponta que ldquohaacute uma quase unanimidade

hoje entre os cientistas de que os recursos naturais natildeo seratildeo suficientes para

fornecer um modo de vida similar ao da classe meacutedia mundial a todos os novos

ingressantes no mercado No entanto eles tecircm tanto direito quanto os que jaacute

participam do mercado consumidorrdquo Mas como podemos contornar tais

problemas e a crise ambiental Atraveacutes da criatividade humana muitas formas

alternativas foram criadas e podem ser inventadas quando se tratam dos

recursos finitos utilizados pelo homem Temos como exemplo a aacutegua sobre a

qual poucos satildeo os estudos apresentados relacionando o aproveitamento de

aacuteguas pluviais e cidades sustentaacuteveis Na maioria das vezes os estudos satildeo

feitos com base em outras necessidades como a dessalinizaccedilatildeo das aacuteguas do

mar para consumo humano Natildeo podemos esquecer que atualmente existem

diversos sistemas de captaccedilatildeo de aacuteguas pluviais para diferentes finalidades

sejam elas para aproveitamento de consumo humano ou natildeo

3 ndash A viabilidade de implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo

pluvial em Brasiacutelia ndash DF

31 ndash Apresentaccedilatildeo de dados

Primeiramente seratildeo apresentados dados sobre a populaccedilatildeo e o

consumo de aacutegua presente nas residecircncias de Brasiacutelia e que seratildeo utilizados

como base para a implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo na Asa Norte

Segundo Ferreira C diretor Superintendente de Atendimento Comercial

(CAC) da Companhia de Saneamento Ambiental do Distrito Federal (CAESB)

ldquoEm Brasiacutelia o consumo meacutedio por habitante eacute de 190 litros de aacutegua por dia o

que resulta em um consumo mensal de 6msup3 por habitanterdquo De acordo com a

ONU cada pessoa necessita de 110 litros por dia para atender as

necessidades de consumo e higiene A Companhia de Saneamento Baacutesico do

Estado de Satildeo Paulo (SABESP 2010) afirma que ldquono Brasil o consumo por

pessoa pode chegar a mais de 200 litrosdiardquo A estimativa da SABESP (2010)

eacute de que 54 litros (27) vatildeo para cozinhar e beber 50 litros (25) para tomar

banho e escovar os dentes 66 litros (33) para descarga de banheiro 24 litros

(12) para lavagem de roupa e 6 litros (3) para outras tarefas como lavagem

de carro por exemplo Segundo dados da CAESB Brasiacutelia (Plano Piloto)

consome cerca de 2757890msup3 por mecircs e que o consumo por habitante eacute de

1381msup3mecircs

Devido ao alto consumo de aacutegua em Brasiacutelia os recorrentes transtornos

hiacutedricos urbanos e a ausecircncia de sistemas captaccedilatildeo pluvial este capiacutetulo traz

um estudo da viabilidade teacutecnica e econocircmica da implantaccedilatildeo de um sistema

em um preacutedio residencial do bairro Asa Norte mais especificamente na

Superquadra 111 Norte Natildeo haacute nenhum estudo realizado que comprove a

frequecircncia dos alagamentos nessa regiatildeo portanto tal quadra foi selecionada

em decorrecircncia de mateacuterias e reportagens que mostram a dificuldade que a

populaccedilatildeo sofre quando haacute uma chuva anormal

Primeiramente eacute necessaacuterio que se tenha uma noccedilatildeo do periacuteodo

chuvoso em Brasiacutelia Segundo o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais

(INPE) Brasiacutelia apresenta um regime de precipitaccedilatildeo bem definido sendo que

a estaccedilatildeo chuvosa tem iniacutecio em Outubro e estende-se ateacute Marccedilo e a estaccedilatildeo

seca ocorre no restante do ano (Abril a Setembro) Ainda segundo o INPE ldquoa

estaccedilatildeo chuvosa eacute causada pelo forte aquecimento da atmosfera na Amazocircnia

que favorece o desenvolvimento de um sistema quase estacionaacuterio em altos

niacuteveis a Alta Boliacutevia Como resultado dessa circulaccedilatildeo observa-se nos baixos

niacuteveis uma regiatildeo de baixa pressatildeo e a convergecircncia de ar satildeo os principais

fatores que provocam a precipitaccedilatildeo neste periacuteodo responsaacutevel por 70 do

total meacutedio anualrdquo A partir desses elementos apresentados pelo INPE e com

base nos dados os quais foram obtidos da estaccedilatildeo meteoroloacutegica de Brasiacutelia

localizada na Latitude (ordm) -158 Longitude (ordm)-479 temos a precipitaccedilatildeo de

Brasiacutelia dada mecircs a mecircs Os dados partem de Janeiro de 2006 e vatildeo ateacute

Outubro de 2015 Eacute importante frisar que os dados foram formulados a partir

da precipitaccedilatildeo acumulada para tornar mais faacutecil de calcular a meacutedia

Tabela 01 Dados de Precipitaccedilatildeo

AnoMecircs JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ Meacutedia Mensal

2006 1232 1914 258 1417 351 09 01 528 403 5264 1956 1821 14563

2007 2609 2659 357 501 75 0 0 0 0 535 2249 275 9779

2008 201 2425 2346 2109 0 0 0 27 80 387 271 3226 1337

2009 2028 1347 81 3759 612 93 0 725 505 2958 1991 3078 1492

2010 1211 368 2494 2388 275 0 0 0 0 349 2547 318 1068

2011 1268 1724 2433 696 139 38 0 0 7 2639 3338 4704 1421

2012 2699 1149 1982 1213 444 24 02 0 333 1098 4446 1428 1235

2013 4918 1893 1903 954 222 62 03 0 659 1069 2711 3525 1493

2014 1531 1392 3402 2493 28 10 79 0 162 2014 192 3667 1399

2015 939 1297 3456 2076 499 0 08 0 218 694 SD SD 9187

Meacutedia para cada mecircs

20445 16168 21763 17606 2645 326 093 128 315 17007 2652 30421 12797

Tabela contendo os dados de chuva acumulada mecircs a mecircs em miliacutemetros (mm)

Fonte INPE 2015

Obs 1- SD - satildeo dados que natildeo foram coletados devido pois o trabalho foi realizado antes desses meses

Obs2- Meacutedia calculada com os dados obtidos no caso os meses de novembro e dezembro de 2015 natildeo entram no

caacutelculo pois ainda natildeo existiam os dados

Temos tambeacutem a partir do estudo realizado por Brino (Brasiacutelia

Superquadras Residenciais) os dimensionamentos dos preacutedios e a quantidade

de apartamentos por pavimentos conforme as tabelas a seguir

Tabela 02 Dimensionamento dos Blocos

A SUPERQUADRA AE AT

Aacuterea de Projeccedilatildeo por Bloco

Aacuterea Total = 11760msup2 Nuacutemero total de Blocos = 11

1069msup2 185 136

Aacuterea Construiacuteda por bloco (sem pilotis e

subsolo)

Pavimentos = 6 Aacuterea do Pavimento = 1069msup2

6414msup2 1113 818

Aacuterea Construiacuteda por superquadras (sem pilotis e subsolo)

Preacutedio = 11 Aacuterea por Preacutedio = 64141msup2

70554msup2 8999 1225

AE - Aacuterea Aedificandi e AT - Aacuterea Total

Tabela 03 Dimensionamento da Populaccedilatildeo

A POPULACcedilAtildeO (5 Pessoas

apart)

6 apartamentos por pavimento

36 apartamentos por bloco

396 apartamentos

por superquadra

1980 pessoas por

superquadra

8 apartamentos por pavimento

48 apartamentos por bloco

528 apartamentos

por superquadra

2640 pessoas por

superquadra

10 apartamentos por pavimento

60 apartamentos por bloco

660 apartamentos

por superquadra

3300 pessoas por

superquadra

12 apartamentos por pavimento

72 apartamentos por bloco

792 apartamentos

por superquadra

3960 pessoas por

superquadra

Caacutelculo para as faixas 100 200 e 300 (seis pavimentos) Fonte SUDUR

O estudo apresentado por Brino (Brasiacutelia Superquadras Residenciais)

considera uma famiacutelia composta por cinco pessoas para cada apartamento

nesse caso iremos desconsiderar essa informaccedilatildeo e basearmos nos dados

apresentados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica (IBGE) Nos

dados do IBGE (Censo Demograacutefico 2010) constam que a meacutedia de

moradores em domiciacutelios particulares ocupados eacute de 33 moradores

Partindo dos elementos de precipitaccedilatildeo aacuterea de projeccedilatildeo por bloco

meacutedia de moradores por apartamento total de apartamentos de um preacutedio e

consumo meacutedio de aacuteguadia por habitante podemos dar inicio as formas de

captaccedilatildeo e armazenamento de aacuteguas pluviais

32 ndash Aacuteguas pluviais e aacuteguas cinzas

Mas porque focar em aproveitamento de aacuteguas pluviais Segundo

Rapoport (2004 p 1) ldquoo aumento populacional acompanhado pelas mudanccedilas

climaacuteticas globais vem contribuindo para o aumento na demanda por recursos

hiacutedricosrdquo Ainda expotildee que ldquoembora a aacutegua seja um recurso renovaacutevel ela

tende a se deteriorar em funccedilatildeo do seu uso indiscriminado o que compromete

consequentemente a quantidade de aacutegua com qualidade disponiacutevel para o

consumo nas diversas localidadesrdquo (Rapoport 2004 p 1)

Um fato importante abordado por Rapoport (2004 p1) eacute que ldquoa

quantidade de aacutegua disponiacutevel eacute sempre a mesma jaacute que estaacute sempre sendo

renovada atraveacutes do ciclo hidroloacutegico Entretanto a aacutegua de qualidade para

consumo estaacute se tornando rarardquo A tiacutetulo de esclarecimento ldquosabe-se que o

ciclo hidroloacutegico se constitui basicamente do transporte de massas drsquoaacutegua do

oceano para atmosfera por evaporaccedilatildeo e da atmosfera atraveacutes de

precipitaccedilotildees escoamentos superficiais e subterracircneos para os oceanos

influenciando diretamente a distribuiccedilatildeo e extensatildeo dos corpos drsquoaacutegua

continentaisrdquo (Rapoport 2004 p 1) Sendo assim a interferecircncia humana tem

causado alteraccedilotildees no ciclo hidroloacutegico em diversas regiotildees Esse assunto

seraacute melhor abordado mais adiante pois o uso do sistema de captaccedilatildeo pode

influenciar no ciclo hidroloacutegico negativamente mas utilizado da forma

adequada pode continuar mantendo o ciclo equilibrado

Aleacutem do uso indevido da aacutegua e de sua escassez Lima e Machado

(2008 p 13) apontam que ldquooutro fator importante eacute o aumento de inundaccedilotildees e

enchentes devido ao escoamento superficial da aacutegua de chuva e da

impermeabilizaccedilatildeo do solordquo Portanto a captaccedilatildeo de aacuteguas pluviais pode

contribuir para a reduccedilatildeo dos transtornos hiacutedricos urbanos e ao mesmo tempo

reduzir a demanda por aacutegua potaacutevel da companhia de distribuiccedilatildeo local

Segundo Amorim e Pereira (2008 p 54) ldquouma das soluccedilotildees em estudo

para aumentar a oferta de aacutegua para as edificaccedilotildees eacute o aproveitamento da

aacutegua pluvial Esta apresenta uma boa alternativa visto que aleacutem de reduzir o

consumo de aacutegua potaacutevel ainda surge como uma accedilatildeo no combate agraves

enchentes funcionando como uma medida natildeo-estrutural do sistema de

drenagem urbanardquo Mas o que eacute necessaacuterio para formar um sistema de

captaccedilatildeo adequado e funcional Amorim e Pereira (2008 p 54) apresentam

que ldquoos sistemas de aproveitamento de aacutegua pluvial satildeo formados basicamente

pela aacuterea de captaccedilatildeo (geralmente coberturas) os componentes de transporte

(calhas e condutores verticais) e o reservatoacuteriordquo Cabe ressaltar que para esse

estudo a captaccedilatildeo das aacuteguas pluviais seraacute destinada apenas para a utilizaccedilatildeo

em ldquoaacuteguas cinzasrdquo Neste sentido o reuso das aacuteguas cinzas que satildeo as aacuteguas

provenientes de todas as atividades domeacutesticas com exceccedilatildeo de fontes de

aacuteguas negras tais como sanitaacuterios bidecircs e urinol vem sendo estudadas com

vista ao reuso tanto em irrigaccedilatildeo como em sanitaacuterios (Rapoport 2004 p 8)

Retomando os dados apresentados pela SABESP (2010) temos a

tabela 04 a qual apresenta os dados de consumo domeacutestico e em sequecircncia o

graacutefico 01 que demonstram que se analisarmos as quantidades de aacutegua

utilizada no consumo domeacutestico teremos uma base para o tamanho do

reservatoacuterio E posteriormente a tabela 05 mostra em que situaccedilotildees se podem

reutilizar as aacuteguas pluviais

Tabela 04 Consumo domeacutestico de aacutegua

Litros

Cozinhar e Beber 54

Tomar Banho e Escovar os Dentes 50

Descarga de Banheiro 66

Lavagem de Roupa 24

Outras Tarefas 6

Total = 200

Fonte SABESP (2010)

27

25

33

12

3

Cozinhar e Beber

Tomar Banho e Escovar osDentes

Descarga de Banheiro

Lavagem de Roupa

Outras Tarefas

Descarga de Banheiro

6875

Lavagem de Roupa

25

Outras Tarefas 625

Graacutefico 01 Consumo Domeacutestico de Aacutegua

Tabela 05 Percentual para reutilizaccedilatildeo de aacuteguas pluviais

Graacutefico 02 Percentual para Reutilizaccedilatildeo de Aacuteguas Pluviais

Porcentagem ()

Descarga de Banheiro 66 6875

Lavagem de Roupa 24 25

Outras Tarefas 6 625

Total = 96 100

Fonte SABESP(2010)

33 ndash Meacutetodos de Dimensionamento do Reservatoacuterio

Amorim e Pereira (2008 p 54 Soares et al 2000 apud May 2004)

apresentam que existem quatro grupos principais para o dimensionamento do

reservatoacuterio

(a) Meacutetodos determiniacutesticos os dados referentes agrave precipitaccedilatildeo

pluviomeacutetrica e agrave demanda satildeo analisados pela curva de massa

(b) Meacutetodos aproximados baseados em relaccedilotildees empiacutericas

conhecidas

(c) Meacutetodos de modelaccedilatildeo satildeo tambeacutem conhecidos como meacutetodos

de transiccedilatildeo probabiliacutestica da matriz e

(d) Meacutetodos de anaacutelise de sistemas sendo linear natildeo linear ou

programaccedilatildeo dinacircmica

Dentro desses grupos de dimensionamento temos os diversos meacutetodos

meacutetodo de Rippl que consiste na determinaccedilatildeo do volume com base na aacuterea

de captaccedilatildeo que eacute subdivido em meacutetodo analiacutetico e meacutetodo graacutefico meacutetodo de

consideraccedilatildeo dos periacuteodos de dias consecutivos sem chuva que necessita da

observaccedilatildeo dos registros pluviomeacutetricos para identificar os maiores periacuteodos de

dias consecutivos sem chuvas e sua taxa de repeticcedilatildeo meacutetodo de anaacutelise de

simulaccedilatildeo de um reservatoacuterio com capacidade suposta que consiste

basicamente na fixaccedilatildeo de um volume para o reservatoacuterio e na verificaccedilatildeo do

percentual de consumo que seraacute atendido meacutetodo praacutetico brasileiro meacutetodo

praacutetico alematildeo meacutetodo praacutetico inglecircs e o meacutetodo praacutetico australiano (Amorim

e Pereira 2008 p 55-58)

34 ndash Anaacutelise de caso para um preacutedio da Superquadra 111 Norte

A partir dos dados jaacute apresentados temos que o objeto de estudo eacute um

preacutedio residencial localizado na Superquadra 111 Norte que possui uma aacuterea

de projeccedilatildeo de 1069msup2 com seis (6) pavimentos constituindo uma aacuterea

construiacuteda de 6414msup2 apresentando seis (6) apartamentos por pavimento e

consequentemente trinta e seis (36) apartamentos no total (Brino Brasiacutelia

Superquadras Residenciais) O preacutedio conteacutem 33 habitantes por apartamento

(IBGE 2010) que consomem em meacutedia cerca de 190 litros de aacuteguadia

resultando em um consumo mensal de aproximadamente 6msup3 por pessoa

(CAESB) mas como a aacutegua captada da chuva seraacute utilizada apenas para

suprir a demanda de aacutegua cinza temos 66 litros para descarga de vasos

sanitaacuterios

Temos entatildeo que a demanda por aacutegua por habitante nesse edifiacutecio eacute

dada por

119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119898119900119903119886119889119900119903 = 66119871 = 66119871119863119894119886

119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119886119901119886119903119905119886119898119890119899119905119900 = 33119901 times 66119871 ~ 217 119871119863119894119886

119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119901119903eacute119889119894119900 = (33119901 times 66119871) times 36 ~ 7840119871119863119894119886

119863119890119898119886119899119889119886 119898119890119899119904119886119897 119901119900119903 119901119903eacute119889119894119900 =7840119871

119889119894119886times 30119863119894119886119904 = 235224119871

Legenda L = Litros p = Pessoas

Para facilitar nos caacutelculos ao aplica-los para o reservatoacuterio e para o

sistema de captaccedilatildeo eacute necessaacuterio realizar a conversatildeo de litros para msup3

(metros cuacutebicos) Sendo assim 66L = 0066msup3 217L = 0217msup3 7840L =

7840msup3 e 235224L = 235224msup3

Seraacute utilizado o ano de 2014 para os dados de precipitaccedilatildeo da estaccedilatildeo

meteoroloacutegica de Brasiacutelia localizada na Latitude (ordm) -158 Longitude (ordm)-479

fornecidos pela professora Rafaela Lisboa durante o periacuteodo chuvoso O ano

de 2014 apresenta registros jornaliacutesticos de alagamento nos meses de

Fevereiro com precipitaccedilatildeo de 1392 msup3 Marccedilo com precipitaccedilatildeo de 3402msup3

e Dezembro com precipitaccedilatildeo de 3667msup3 Importante ressaltar que o setor

Noroeste de Brasiacutelia foi construiacutedo em 2011 (site G1) o que aumentou a aacuterea

de solo impermeabilizado e a reduccedilatildeo no escoamento superficial da aacutegua

ocasionando em um aumento nas enchentes e alagamentos na Asa Norte

Segundo Amorim e Pereira (2008 p57) um dos meacutetodos a ser utilizado

para poder saber o volume de aacutegua aproveitaacutevel e consequentemente o

volume de aacutegua do reservatoacuterio Trata-se de um meacutetodo empiacuterico apresentado

na NBR 155272007 O volume de aacutegua do reservatoacuterio V expresso em L eacute

exposto a seguir

119872eacute119905119900119889119900 119875119903aacute119905119894119888119900 119861119903119886119904119894119897119890119894119903119900

119881 = 0042 times 119875 times 119860 times 119879

Em que ldquoVrdquo representa o volume de aacutegua aproveitaacutevel e o volume de

aacutegua do reservatoacuterio (L) ldquoPrdquo a precipitaccedilatildeo meacutedia mensal (mm) ldquoArdquo a aacuterea de

coleta em projeccedilatildeo ldquoTrdquo nuacutemero de meses de pouca chuva ou seca e ldquo0042rdquo eacute

um coeficiente estipulado

Portanto segundo Fontanela (2010 p 25) para estipular o volume do

reservatoacuterio temos que calcular 42 do produto entre o volume de chuva

coletada pelo telhado e o nuacutemero de meses com pouca chuva ou seca

Atribuindo valores do ano de 2014 temos que

119881 = 0042 times 1399119898119898 times 1069 times 5

119881~ 31406119871 119900119906 31406119898sup3

Ressaltando que esse valor obtido eacute uma estimativa do tamanho do

reservatoacuterio e que pode haver um reservatoacuterio de maior capacidade

De forma comparativa eacute de bom senso que se faccedila outro caacutelculo com um

meacutetodo alternativo

Amorim e Pereira (2008 p56) expotildeem que existe um meacutetodo de anaacutelise

de simulaccedilatildeo do reservatoacuterio com capacidade suposta o qual consiste

basicamente na fixaccedilatildeo de um volume para o reservatoacuterio e na verificaccedilatildeo de

consumo que seraacute atendido Sendo assim ldquoo primeiro passo para a aplicaccedilatildeo

desse meacutetodo eacute adotar alguns valores possiacuteveis para o volume com base na

estimativa do consumo mensal de aacutegua natildeo potaacutevelrdquo (Amorim e Pereira 2008

p57) Portanto partindo do ponto que o preacutedio consome cerca de 235000L

devemos calcular uma base que possa ser favoraacutevel economicamente

119872eacute119905119900119889119900 119889119890 119878119894119898119906119897119886ccedilatilde119900 119889119900 119877119890119904119890119903119907119886119905oacute119903119894119900

235224119871 rarr 100

119881 rarr 30

119881 ~ 70000119871 119900119906 70119898sup3

Tambeacutem haacute outra alternativa apresentada por L Pereira (Viabilidade

EconocircmicoAmbiental p 18)

119881119886119888 = 119860119879 times 119875119875119872119860 lowast

119881119886119888 = 1069119898sup2 times 1399119898sup3 = 1495531119898sup3119886119899119900

Equaccedilatildeo a qual ldquoVacrdquo corresponde ao volume de aacutegua captado ldquoATrdquo

aacuterea do telhado e ldquoPPMArdquo eacute a precipitaccedilatildeo pluviomeacutetrica meacutedia mensal

Poreacutem o resultado obtido eacute para os 12 meses do ano e como foi visto no

ano de 2014 temos 7 meses com chuva portanto

119881119886119888 =119879119900119905119886119897

1198983

1198861198991199007 119898119890119904119890119904

lowast

119881119886119888 =1495531119898sup3119886119899119900

7= 21364119898sup3 119900119906 213640119871

dados somente seriam vaacutelidos se a precipitaccedilatildeo fosse uniforme durante os 7 meses de chuva

341 ndash Anaacutelise de caso para a Superquadra 111 Norte

Retomando a tabela 02 temos que a quadra apresenta 11 preacutedios

aproximadamente que variam o nuacutemero de apartamentos por pavimentos e

consequentemente o nuacutemero de moradores mas os edifiacutecios continuam tendo

uma aacuterea de 1069msup2 gerando um uma aacuterea total de 70554msup2 mas teremos

como base os caacutelculos feitos para o preacutedio selecionado no item 34

Realizando um caacutelculo baacutesico tem-se como estimativa de

armazenamento para esta quadra o seguinte

119872eacute119905119900119889119900 119875119903aacute119905119894119888119900 119861119903119886119904119894119897119890119894119903119900

119881~ 31406119871 119900119906 314061198983

11 119875119903eacute119889119894119900119904 times 31406119871 = 345466119871 119900119906 345466119898sup3

119872eacute119905119900119889119900 119889119890 119878119894119898119906119897119886ccedilatilde119900 119889119900 119877119890119904119890119903119907119886119905oacute119903119894119900

119881 ~ 70000119871 119900119906 701198983

11 119875119903eacute119889119894119900119904 times 70000119871 = 770000

119881119900119897119906119898119890 119889119890 aacute119892119906119886 119888119886119901119905119886119889119900 lowast

119881119886119888 = 213641198983119900119906 213640119871

11 119875119903eacute119889119894119900119904 times 213640119871 = 2350040119871 119900119906 235004119898sup3

dados somente seriam vaacutelidos se a precipitaccedilatildeo fosse uniforme durante os 7 meses de chuva

119863119890119898119886119899119889119886 119905119900119905119886119897 119889119886 119902119906119886119889119903119886 119888119900119898 119889119890119904119888119886119903119892119886 119889119890 119887119886119899ℎ119890119894119903119900

11 119875119903eacute119889119894119900119904 times 235224119871 = 2587464119871 119900119906 2587464119898sup3

Segundo Brino (Brasiacutelia Superquadras Residenciais) temos que as

dimensotildees maacuteximas de uma superquadra satildeo de 280x280m resultando numa

aacuterea de 78400msup2 que eacute denominado de Aacuterea Total (AT) A partir disso foi

definido que deveria existir uma faixa externa de 20m denominada de non

aedificandi que foi destinada ao plantio de uma ldquomassa vegetalrdquo de grande

porte e no interior da quadra encontra-se a aacuterea aedificandi a qual possui

240x240m e uma aacuterea de 57600msup2 Realizando uma subtraccedilatildeo da Aacuterea total

pela Aacuterea aedificandi obtecircm-se que a aacuterea non aedificandi eacute de 20800msup2 que

corresponde a 265 da aacuterea total

Com base nessas informaccedilotildees eacute necessaacuterio atentar-se ao detalhe de

que uma parte da precipitaccedilatildeo cai no solo e outra parte nos telhados dos

preacutedios Sendo assim parte da chuva pode ser aproveitada pelo sistema de

captaccedilatildeo enquanto outra parte chega ao solo sem uma interferecircncia direta no

ciclo hidroloacutegico

35 ndash Funcionamento do sistema de captaccedilatildeo

Eacute importante frisar que o sistema de aproveitamento de aacuteguas pluviais eacute

regido pela norma NBR 15527 (Associaccedilatildeo Brasileira de Normas Teacutecnicas

2007) norma a qual faz algumas consideraccedilotildees importantes para implantaccedilatildeo

e correto funcionamento do sistema de captaccedilatildeo Alguns destes satildeo

435 ndash O volume dos reservatoacuterios deve ser dimensionado com

base em criteacuterios teacutecnicos econocircmicos e ambientais levando em

conta as boas praacuteticas da engenharia podendo a criteacuterio do

projetista ser utilizados os meacutetodos contidos no Anexo A ou

outro desde que devidamente justificado

Item 436 ndash Os reservatoacuterios devem ser limpos e desinfetados

com soluccedilatildeo de hipoclorito de soacutedio no miacutenimo uma vez por ano

de acordo com agrave ABNT NBR 5626

Item 442 ndash As tubulaccedilotildees e demais componentes devem ser

claramente diferenciados das tubulaccedilotildees de aacutegua potaacutevel

Item 443 ndash O sistema de distribuiccedilatildeo de chuva deve ser

independente do sistema de aacutegua potaacutevel natildeo permitindo a

conexatildeo cruzada de acordo com agrave ABNT NBR 5626

Item 444 ndash Os pontos de consumo como por exemplo uma

torneira de jardim devem ser de uso restrito e identificados com

placa de advertecircncia com a seguinte inscriccedilatildeo ldquoaacutegua natildeo potaacutevelrdquo

e identificaccedilatildeo graacutefica

Item 445 ndash Os reservatoacuterios de aacutegua de distribuiccedilatildeo de aacutegua

potaacutevel e de aacutegua da chuva devem ser separados

Item 461 ndash Quando necessaacuterio o bombeamento este deve

atender agrave ABNT NBR 12214

Deve-se realizar manutenccedilatildeo em todo o sistema de

aproveitamento de aacutegua de chuva

Para maiores esclarecimentos ldquoo funcionamento de um sistema de

coleta e aproveitamento de aacutegua pluvial consiste de maneira geral na captaccedilatildeo

da aacutegua da chuva que cai sobre os telhados ou lajes da edificaccedilatildeo A aacutegua eacute

conduzida ateacute o local de armazenamento atraveacutes de calhas condutores

horizontais e verticais passando por equipamentos de filtragem e descarte de

impurezas Apoacutes passar pelo filtro a aacutegua eacute armazenada geralmente em

reservatoacuterio enterrado (cisterna) e bombeada a um segundo reservatoacuterio

(elevado) do qual as tubulaccedilotildees especiacuteficas de aacutegua pluvial iratildeo distribuiacute-la

para o consumo natildeo potaacutevelrdquo (Carvalho 2010 p 27 e 28) Conforme ilustra a

imagem a seguir

Figura 02 Funcionamento de um Sistema de Captaccedilatildeo

Fonte Adatildeo D Padini (2013)

De forma mais simplificada podemos ver a representaccedilatildeo no fluxograma

a seguir

Figura 03 Fluxograma do Sistema de Captaccedilatildeo

Fonte Leandro Roncato Pereira

351 ndash Dificuldades para implantaccedilatildeo do sistema

Tal sistema apresenta como dificuldade o local onde seriam instaladas

as cisternas uma vez que geraria um peso sobre o telhado Dessa forma o

sistema seria instalado no jardim cobrando um custo adicional

352 ndash Custo de implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo fechado em um

preacutedio

Na implantaccedilatildeo desse sistema os materiais utilizados teratildeo como base o

meacutetodo praacutetico brasileiro e para aumentar a eficiecircncia do sistema o volume de

31406L seraacute arredondado para 35000L

Os valores de alguns dos materiais apresentados a seguir seguem os

dos apresentados no trabalho de L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental

p 18) apenas o valor da caixa drsquoaacutegua de 10000L foi obtido atraveacutes de

pesquisas em lojas de construccedilatildeo e assim utilizando a de menor valor

Tambeacutem devemos considerar que a bomba consome energia ao bombear aacutegua

para o preacutedio (CEB) portanto os valores seguem conforme a tabela a seguir

Tabela 06 Preccedilo dos Produtos do Sistema de Captaccedilatildeo sem Fluxo

Produto Quantidade Valor unitaacuterio (R$) Valor total (R$)

Cx Daacutegua 10000L 3 496090 1488270

Cx Daacutegua 5000L 1 108000 108000

Boacuteia Eleacutetrica 1 2750 2750

Boacuteia Comum 1 1220 1220

Registro de Gaveta

1 3490 3490

Bomba Anauger 1 23000 23000

Filtro 3P VF1 1 22000 22000

Tubulaccedilotildees 7000 7000

Disjuntor 1 1310 1310

Escavaccedilatildeo Msup3 3666 128310

Matildeo de Obra 1 58574 58574

Energia 054 054

Total 13 727154 1843978

Observaccedilatildeo Pelo fato desse estudo se tratar de um modelo de implantaccedilatildeo

o custo das tubulaccedilotildees vai variar de acordo com a demanda necessitada pelo

preacutedio portanto podendo variar de acordo com o projeto implantado Para este

estudo seraacute adotado o valor de R$ 7000

Observaccedilatildeo Pelo fato desse trabalho tratar-se de um modelo de

implantaccedilatildeo o custo da energia pode variar de acordo com a demanda necessitada

pelo preacutedio portanto podendo variar de acordo com o uso da bomba Para este

estudo seraacute adotado o valor de R$ 054 que eacute o valor do KwH cobrado pela CEB

Segundo Saravy (2010 p 46) haacute tambeacutem um custo para manutenccedilatildeo do

sistema conforme a tabela a seguir

Tabela 07 Preccedilo de Manutenccedilatildeo do Sistema de Captaccedilatildeo

Com esses dados podemos ver o valor total final a ser pago pelo

sistema de captaccedilatildeo que eacute de R$ 1889978

36 ndash Taxas e valores cobrados para utilizaccedilatildeo de aacutegua

Segundo a Companhia de Saneamento Ambiental do Distrito Federal (CAESB)

quando vaacuterias residecircncias satildeo atendidas por uma uacutenica ligaccedilatildeo de aacutegua eacute aplicado o

conceito de consumo ldquoPara exemplificar podemos citar um preacutedio residencial onde

cada apartamento corresponde a uma unidade de consumordquo (CAESB) Contudo o

caacutelculo de gastos seraacute realizado primeiro em um apartamento e posteriormente

multiplicado pelo total de apartamentos do preacutedio uma vez que os preacutedios

residecircncias da Asa Norte pagam a conta de aacutegua atraveacutes do condomiacutenio O preacutedio

Componente Frequecircncia da Manutenccedilatildeo

Custo da Manutenccedilatildeo

Calhas e Condutores

Semestral R$ 13000

Reservatoacuterio Limpeza e

Desinfecccedilatildeo Anual

R$ 20000

desse estudo apresenta um hidrocircmetro que mede o consumo de aacutegua para o todo o

preacutedio

Eacute de suma importacircncia destacar tambeacutem que haacute uma taxa de esgoto que eacute

cobrada pela CAESB consequentemente ldquoo valor da tarifa de esgotos corresponde

a 100 do valor da tarifa de aacutegua exceto quando se tratar de coleta do tipo

condominial que equivale a 60 do valor da tarifa de aacuteguardquo (CAESB)

Deste modo a CAESB utiliza tarifas para diversas categorias de moradia e

comeacutercio e neste estudo seraacute aplicada a tarifa de ldquoresidencial normalrdquo em

concordacircncia com a tabela a seguir

Tabela 08 Valor da Tarifa Cobrado pela CAESB

Para melhor compreensatildeo do caacutelculo que a CAESB faz temos uma conta do

condomiacutenio do preacutedio da Superquadra 111 Norte

Figura 04 Conta Discriminada do Condomiacutenio

Fonte Condomiacutenio do Preacutedio

O caacutelculo feito pela CAESB consiste primeiramente em saber a demanda de

aacutegua gasta em metros cuacutebicos por Unidade de Consumo ndash apartamento ndash para

saber qual faixa ldquomsup3rdquo eacute aplicada Apoacutes saber qual a faixa ldquomsup3rdquo que se enquadra eacute

atribuiacutedo o volume por UC (em msup3) em sequecircncia multiplica-se o volume por UC ou

volume da faixa pelo nuacutemero de UCrsquos correspondente para se obter o volume total

gasto (em msup3) Tendo o volume total gasto basta multiplicar pelo preccedilo corresponde

agrave faixa a qual se encaixa o consumo e assim obtendo o valor total a pagar A partir

do momento que se tem o valor total a pagar eacute necessaacuterio acrescer 100 do valor

para cobrir a tarifa de esgoto conforme a figura

Partindo desses dados podemos calcular por apartamento quanto eacute cobrado

pela CAESB a partir dos dados apresentados no capiacutetulo 34

119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119886119901119886119903119905119886119898119890119899119905119900 = 33119901 times 66119871 ~ 217119871

119863119894119886

119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119886119901119886119903119905119886119898119890119899119905119900 119886119900 119898ecirc119904 = 217119871119889119894119886 times 30119863119894119886119904 = 6510119871 119900119906 65101198983

Com base nesses dados temos que calcular o volume total de descarga em

sanitaacuterios que o preacutedio consome com a seguinte foacutermula

119881119879 = 119881119865 times 119873ordm 119889119890 119880119862prime119904

119881119879 = 10119898sup3 times 36 = 360119898sup3

Em que ldquoVTrdquo corresponde ao volume total do preacutedio ldquoVFrdquo ao volume da faixa

que eacute estipulado pela CAESB e ldquoUCrsquosrdquo satildeo as unidades de consumo que eacute correlato

ao nuacutemero de apartamentos existente

Portanto o total a se pagar em um mecircs eacute calculado da seguinte forma

119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 119881119879 times 119879119886119903119894119891119886 119889119890 aacute119892119906119886 + 119879119886119903119894119891119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900

119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 360119898sup3 times 119877$ 265 + 119879119886119903119894119891119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900

119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 954 + 119877$ 954 = 119877$ 1908

Em 7 meses seriam pagos em descarga

119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 1908 times 7 119872119890119904119890119904 = 119877$ 13356

37 ndash Caacutelculos de economia e retorno de investimento para um sistema

fechado

Conforme exposto por L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental p 15)

ldquopara o caacutelculo da economia da taxa de aacutegua multiplica-se o valor do msup3 (valor

cobrado por msup3 do responsaacutevel pelo fornecimento de aacutegua na cidade []) pelo

volume captado e entatildeo obtecircm-se o valor economizado por ano na taxa de aacuteguardquo

Recapitulando que para esse estudo seraacute utilizado o meacutetodo praacutetico brasieliro

devido aos meses de seca ou pouca chuva

Sendo assim

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119881119886119897119900119903 119889119900 1198983 times 119881119900119897119906119898119890 119888119886119901119905119886119889119900

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 265 times 314061198983

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 8322

Essa economia de R$ 8322 eacute para um mecircs de chuva para o preacutedio todo

sendo assim para os 7 meses de chuva tem-se

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119890 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 8322 times 7 119898119890119904119890119904 = 119877$ 58254

Ainda segundo L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental p 16) para o

caacutelculo da economia referente ao esgoto eacute necessaacuterio multiplicar o valor do msup3 pelo

volume captado e por 08 uma vez que considera-se 20 de perda ou seja para

cada 1 litro de aacutegua que chega na residecircncia eacute cobrado 08 litros para o tratamento

do esgoto

Portanto tem-se

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119881119886119897119900119903 119889119900 1198983 times 119881119900119897119906119898119890 119888119886119901119905119886119889119900 times 08

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900 = 119877$ 265 times 314061198983 times 08

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 6658

Esse valor encontrado de R$ 6658 corresponde a um mecircs de chuva para o

preacutedio sendo assim o total economizado pelo preacutedio em 7 meses eacute de

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119890 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 6658 times 7 119898119890119904119890119904 = 119877$ 46606

ldquoPara o caacutelculo do retorno do investimento divide-se o valor investido pela

economia anual com a implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo e reaproveitamento da

aacutegua pluvialrdquo L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental p 16)

Portanto para 7 meses de chuva tem-se o seguinte

119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 =119881119886119897119900119903 119894119899119907119890119904119905119894119889119900

119864119888119900119899119900119898119894119886 (7119898119890119904119890119904)

119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 = 119877$ 1843924

119877$ 58254 + 119877$ 46606

119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 = 119877$ 1843924

119877$ 9446

119877119890119905119900119903119899119900

119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900= 1952 119886119899119900119904

38 ndash Caacutelculos de dimensionamento para um sistema com fluxo

Os caacutelculos apresentados no subitem anterior satildeo relativos a um sistema

o qual natildeo adota a possibilidade de fluxo dentro do reservatoacuterio Quando se

fala em fluxo temos que considerar que ao mesmo tempo em que o preacutedio

utiliza aacutegua do reservatoacuterio de aacutegua pluvial o mesmo vai enchendo com aacutegua

pluvial Portanto haacute um ciclo no qual o preacutedio demanda aacutegua do reservatoacuterio e

o mesmo vai enchendo conforme chove no local

Sabendo que a meacutedia mensal eacute de 1399msup3 eacute preciso multiplicar isso

por 12 para se obter o quanto choveu em 2014 Sendo assim

119879119900119905119886119897 119886119900 119886119899119900 = 1399119898119898 times 12 119898119890119904119890119904

119879119900119905119886119897 119886119900 119886119899119900 = 16788119898119898

Mas como foi visto o periacuteodo chuvoso eacute de 7 meses entatildeo temos

119875119903119890119888119894119901119894119905119886ccedilatilde119900 119901119886119903119886 7 119898119890119904119890119904 = 16788119898119898 divide 7 = 2398119898119898

Com isso eacute necessaacuterio realizar o caacutelculo da meacutedia de captaccedilatildeo de aacutegua

por mecircs para a aacuterea de 1069msup2

119872119890119889119894119886 119889119890 119862119886119901119905119886ccedilatilde119900 = 2398119898119898 times 1069119898sup2

119872eacute119889119894119886 119889119890 119862119886119901119905119886ccedilatilde119900 = 256346119871 119900119906 256346119898sup3

Ao considerar o valor obtido temos que realizar o quanto seria captado

diariamente

119872eacute119889119894119886 119889119894aacute119903119894119886 = 256346119898sup3 divide 30 119889119894119886119904 = 85119898sup3119889119894119886

A partir desses caacutelculos podemos realizar a seguinte comparaccedilatildeo O

preacutedio consome cerca de 78msup3 ao dia de aacutegua para descarga de vasos sanitaacuterios

enquanto a meacutedia diaacuteria de captaccedilatildeo eacute de 85msup3 por conseguinte temos um fluxo

positivo de aacutegua para o reservatoacuterio de 067msup3dia nos dias chuvosos

Se colocarmos um reservatoacuterio de 35msup3 sem nenhuma aacutegua

armazenada poderemos constatar que o reservatoacuterio iria encher por completo em

cerca de 53 dias conforme o caacutelculo a seguir

351198983 = 0671198983 times 119909 119889119894119886119904

119909 119889119894119886119904 = 35119898sup3 divide 067119898sup3 = 5223 119889119894119886119904

Analisando esses dados temos que a partir do 54ordm dia o reservatoacuterio

estaria completamente cheio e no restante dos 156 dias que teriacuteamos de chuva

esses 067msup3 seriam de certa forma desperdiccedilados uma vez que esse fluxo de

067msup3 ao final dos 7 meses gerariam cerca de 1407msup3 enquanto o reservatoacuterio tem

a capacidade de 35msup3 conforme o caacutelculo a seguir

119875119900119905119890119899119888119894119886119897 = 067119898sup3 times 156 119889119894119886119904 = 1045119898sup3

Se considerarmos esse fluxo positivo de 067msup3dia temos que ao final

dos 210 dias (7meses) seria possiacutevel armazenar 1407 msup3 de aacutegua Com um

reservatoacuterio de 35msup3 1057msup3 estariam sendo escoados para fora do reservatoacuterio

Portanto o ideal seria um reservatoacuterio que se aproxime de 1407msup3 para que ao

final dos 7 meses toda aacutegua possiacutevel fosse armazenada no entanto o reservatoacuterio

deveria ser de 145msup3

Devemos considerar ainda que ao final dos 7 meses o reservatoacuterio

estaria cheio no periacuteodo de seca conseguiria abastecer o preacutedio de acordo com a

demanda do preacutedio sendo assim

119880119905119894119897119894119911119886ccedilatilde119900 119899119886 119904119890119888119886 = 119879119900119905119886119897 119889119900 119903119890119904119890119903119907119886119905oacute119903119894119900 divide 119863119890119898119886119899119889119886 119889119894aacute119903119894119886

119880119905119894119897119894119911119886ccedilatilde119900 119899119886 119904119890119888119886 = 1451198983 divide 781198983119889119894119886

119880119905119894119897119894119911119886ccedilatilde119900 119899119886 119904119890119888119886 = 1858 119889119894119886119904

381 ndash Custo de implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo com fluxo em um

preacutedio

Na implantaccedilatildeo desse sistema os materiais utilizados teratildeo como base

as estimativas que foram apresentadas no subitem anterior e para aumentar a

eficiecircncia do sistema o volume de 1400007L seraacute arredondado para

145000L

Devido ao tamanho do reservatoacuterio eacute de se esperar que o reservatoacuterio

natildeo seja instalado em cima do preacutedio uma vez que a estrutura do preacutedio natildeo

conseguiria suportar o peso que o reservatoacuterio faria sobre o telhado

consequentemente o reservatoacuterio deveraacute ser instalado no jardim do preacutedio que

iraacute gerar um custo a mais por conta da escavaccedilatildeo

Os valores de alguns dos materiais apresentados a seguir seguem os

dos apresentados no trabalho de L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental

p 18) apenas o valor da caixa drsquoaacutegua de 10000L foi obtido atraveacutes de

pesquisas em lojas de construccedilatildeo e assim utilizando a de menor valor

conforme a tabela a seguir Segundo o Saneamento de Goiaacutes SA (SANEAGO)

o custo de escavaccedilatildeo eacute calculado a partir do total de msup3 aleacutem de 3m de

profundidade

Tabela 09 Preccedilo dos Produtos do Sistema de Captaccedilatildeo com Fluxo

Observaccedilatildeo Pelo fato desse estudo se tratar de um modelo de implantaccedilatildeo

o custo das tubulaccedilotildees vai variar de acordo com a demanda necessitada pelo

preacutedio portanto podendo variar de acordo com o projeto implantado Para este

estudo seraacute adotado o valor de R$ 7000

Observaccedilatildeo Pelo fato desse trabalho tratar-se de um modelo de

implantaccedilatildeo o custo da energia pode variar de acordo com a demanda necessitada

pelo preacutedio portanto podendo variar de acordo com o uso da bomba Para este

estudo seraacute adotado o valor de R$ 054 que eacute o valor do KwH cobrado pela CEB

Produto Quantidade Valor unitaacuterio (R$) Valor total (R$)

Cx Daacutegua 10000L 14 496090 6945260

Cx Daacutegua 5000L 1 108000 108000

Boacuteia Eleacutetrica 1 2750 2750

Boacuteia Comum 1 1220 1220

Registro de Gaveta

1 3490 3490

Bomba Anauger 1 23000 23000

Filtro 3P VF1 1 22000 22000

Tubulaccedilotildees 7000 7000

Disjuntor 1 1310 1310

Escavaccedilatildeo Msup3 3666 53157

Matildeo de Obra 1 58574 58574

Energia 054 054

Total 13 727154 7704228

382 ndash Caacutelculos de economia e retorno de investimento para um sistema

com fluxo

Partindo dos dados apresentados podemos calcular por apartamento quanto eacute

cobrado pela CAESB a partir dos dados apresentados no capiacutetulo 34

119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119886119901119886119903119905119886119898119890119899119905119900 = 33119901 times 66119871 ~ 217119871

119863119894119886

119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119886119901119886119903119905119886119898119890119899119905119900 119886119900 119898ecirc119904 = 217119871119889119894119886 times 30119863119894119886119904 = 6510119871 119900119906 65101198983

Em que ldquoVTrdquo corresponde ao volume total do preacutedio ldquoVFrdquo ao volume da faixa

que eacute estipulado pela CAESB e ldquoUCrsquosrdquo satildeo as unidades de consumo que eacute correlato

ao nuacutemero de apartamentos existente

Portanto o total a se pagar em um mecircs eacute calculado da seguinte forma

119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 119881119879 times 119879119886119903119894119891119886 119889119890 aacute119892119906119886 + 119879119886119903119894119891119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900

119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 360119898sup3 times 119877$ 265 + 119879119886119903119894119891119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900

119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 954 + 119877$ 954 = 119877$ 1908

Retomando o caacutelculo exposto por L Pereira (Viabilidade

EconocircmicoAmbiental p 15) no subitem anterior temos que o caacutelculo da CAESB

seria feito da seguinte maneira

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119881119886119897119900119903 119889119900 1198983 times 119881119900119897119906119898119890 119888119886119901119905119886119889119900

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 265 times 1451198983

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 38425

Esse caacutelculo eacute equivalente a um mecircs de captaccedilatildeo para os 7 meses

teremos o seguinte

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119890 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 38425 times 7 119898119890119904119890119904 = 119877$ 268975

Conforme foi visto para o caacutelculo da economia de esgoto eacute necessaacuterio

multiplicar o valor do msup3 pelo volume captado e por 08 uma vez que considera-se

20 de perda ou seja para cada 1 litro de aacutegua que chega na residecircncia eacute cobrado

08 litros para o tratamento do esgoto Portanto para um mecircs segue-se

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119881119886119897119900119903 119889119900 1198983 times 119881119900119897119906119898119890 119888119886119901119905119886119889119900 times 08

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900 = 119877$ 265 times 1451198983 times 08

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 3074

ldquoPara o caacutelculo do retorno do investimento divide-se o valor investido pela

economia anual com a implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo e reaproveitamento da

aacutegua pluvialrdquo L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental p 16)

Portanto para 7 meses de chuva tem-se o seguinte

119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 =119881119886119897119900119903 119894119899119907119890119904119905119894119889119900

119864119888119900119899119900119898119894119886 (7119898119890119904119890119904)

119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 = 119877$ 17704228

119877$ 268975 + 119877$ 21518

119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 = 119877$ 7704228

119877$ 484155

119877119890119905119900119903119899119900

119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900= 1591119886119899119900119904

4 ndash Conclusatildeo e Consideraccedilotildees Finais

De acordo com o que foi exposto temos que a implantaccedilatildeo do sistema de

captaccedilatildeo para o aproveitamento de aacuteguas pluviais eacute uma oacutetima alternativa para

substituiccedilatildeo da ldquoaacutegua cinzardquo possibilitando tambeacutem um destino mais correto do

ponto de vista ambiental para a aacutegua que se tornaria esgoto Como eacute de

conhecimento este tipo de meacutetodo eacute utilizado em diversas regiotildees natildeo somente

aquelas que sofrem com escassez de aacutegua

Mesmo sabendo que o Brasil possui um grande potencial hiacutedrico observamos

que uma parcela da populaccedilatildeo natildeo tem consciecircncia quanto ao gasto de aacutegua

gerando um grande desperdiacutecio de forma desnecessaacuteria Portanto partindo de um

pensamento racional um sistema de captaccedilatildeo seria viaacutevel para o aproveitamento da

aacutegua para fins de consumo domeacutestico mais precisamente ldquoaacutegua cinzardquo

Considerando os caacutelculos apresentados a partir da taxa de precipitaccedilatildeo meacutedia

em Brasiacutelia a criaccedilatildeo de um sistema de captaccedilatildeo pluvial predial traz benefiacutecios

econocircmicos e ambientais O projeto torna-se viaacutevel economicamente pois desde

que se faccedila a manutenccedilatildeo de forma adequada do sistema este teraacute uma vida uacutetil

longa e considerando que se obteacutem o retorno do investimento em aproximadamente

16 anos para um sistema com fluxo apoacutes este periacuteodo o sistema passa a ser

lucrativo para o preacutedio que implanta pois o custo eacute dividido no condomiacutenio dentre os

moradores do preacutedio

Analisando do ponto de vista ambiental o desenvolvimento urbano de Brasiacutelia

ocasionou em superfiacutecies impermeaacuteveis dificultando a absorccedilatildeo de aacuteguas pluviais

pelo solo e juntamente com o sistema de redes pluviais e o sistema de drenagem

ultrapassados os alagamentos e enchentes tecircm se tornado constante quando

ocorrem chuvas anormais Com as estimativas feitas neste trabalho eacute possiacutevel que

tais transtornos hiacutedricos urbanos possam ser amenizados a partir da implantaccedilatildeo do

sistema sem que afete o ciclo hidroloacutegico natural Logicamente essa natildeo eacute a

soluccedilatildeo uma vez que ela deve ser apenas um complemento agrave poliacuteticas publicas

poliacuteticas de incentivo entre outras medidas de cunho sustentaacutevel

Em vista disso a implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo e aproveitamento de

aacuteguas pluviais acarretaria em uma significativa melhora ambiental atraveacutes da

substituiccedilatildeo de uma parcela da aacutegua fornecida pela CAESB e possivelmente

mitigando os transtornos hiacutedricos urbanos se aplicado em larga escala

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ttp3A2F2Fwwwcebcombr2Findexphp2Fcomponent2Fphocadown

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AGRADECIMENTOS

Primeiramente gostaria de agradecer a minha matildee Maria

Tereza Silva e minha madrinha Lourdes Maria Balby Silva duas

pessoas que foram fundamentais para minha formaccedilatildeo acadecircmica

e como pessoa

Agradeccedilo ao meu orientador professor e coordenador do

Curso de Ciecircncias Ambientais Pedro Zuchi pela paciecircncia e

excelente instruccedilatildeo para a finalizaccedilatildeo deste trabalhoe por tecirc-lo

como referecircncia tanto como profissional como pessoa Tambeacutem

gostaria de agradecer a dedicaccedilatildeo do Zuchi para com o curso de

Ciecircncias Ambientais e consequentemente para os alunos

contribuindo para a formaccedilatildeo de todos

Agradeccedilo ao professor Carlos Henke pelos conselhos dados

ao decorrer do curso para minha formaccedilatildeo como futuro profissional

Agradeccedilo ao professor Mauriacutecio Amazonas pelo suporte que

me deu ao longo da graduaccedilatildeo e por tecirc-lo como referecircncia

acadecircmica

Gostaria de agradecer a Elaine Souto que sempre foi muita

prestativa se dedicando ao maacuteximo para sempre atender todos os

alunos

Por fim gostaria de agradecer a todos os meus amigos que

me aturaram ao decorrer do curso compartilhando experiecircncias

novas e de certa forma me ajudaram a concluir este trabalho

ldquoEstamos diante de um momento criacutetico na

histoacuteria da Terra numa eacutepoca em que a

humanidade deve escolher o seu futuro Agrave

medida que o mundo torna-se cada vez mais

interdependente e fraacutegil o futuro enfrenta ao

mesmo tempo grandes perigos e grandes

promessas Para seguir adiante devemos

reconhecer que no meio da uma magniacutefica

diversidade de culturas e formas de vida

somos uma famiacutelia humana e uma

comunidade terrestre com um destino comum

Devemos somar forccedilas para gerar uma

sociedade sustentaacutevel global baseada no

respeito pela natureza nos direitos humanos

universais na justiccedila econocircmica e numa

cultura da paz Para chegar a este propoacutesito

eacute imperativo que noacutes os povos da Terra

declaremos nossa responsabilidade uns para

com os outros com a grande comunidade da

vida e com as futuras geraccedilotildeesrdquo

(Carta da Terra)

RESUMO

O presente trabalho apresenta a viabilidade de implantaccedilatildeo de um

sistema de captaccedilatildeo em Brasiacutelia (DF) mais especificamente na

Superquadra 111 Norte Com essa forma alternativa de utilizaccedilatildeo

de aacuteguas pluviais para fins natildeo potaacuteveis haacute uma maior

conscientizaccedilatildeo em relaccedilatildeo ao uso de aacutegua potaacutevel e

consequentemente uma mudanccedila no pensamento ambiental da

populaccedilatildeo que possa vir a aderir a um sistema de captaccedilatildeo de

aacuteguas pluviais Portanto o sistema eacute feito para captar aacutegua da

chuva e ser redirecionado para o uso de ldquoaacutegua cinzardquo e ver o quatildeo

viaacutevel eacute sua implantaccedilatildeo Os dados apresentados foram calculados

a partir de estimativas envolvendo uma diferenccedila entre o custo total

de implantaccedilatildeo de um sistema de captaccedilatildeo pluvial e a possiacutevel

economia que se pode obter ao decorrer do tempo Com tal sistema

eacute possiacutevel estimar em quanto tempo haacute um retorno a partir de sua

implantaccedilatildeo e a possibilidade de uma reduccedilatildeo de transtornos

hiacutedricos urbanos tais como enchentes e alagamentos que tecircm se

tornado constantes em Brasiacutelia

Palavras chave 1 Ciecircncias Ambientais- 2Desenvolvimento

Sustentaacutevel- 3 Sistema de Captaccedilatildeo- 4 Aacuteguas Pluviais ndash 5

Interdisciplinaridade

ABSTRACT

This paper presents the feasibility of implementing a collection

system in Brasilia (DF) more specifically in Superquadra 111 North

With this alternative form of use of rainwater for non-potable

purposes there is a greater awareness of the use of potable water

and consequently a shift in environmental thinking of the population

that may join a rainwater collection system Therefore the system is

designed to capture rainwater and be redirected to the use of gray

water and see how viable is its implementation The data presented

were calculated from estimations involving a difference between the

total cost of setting a rainwater collection system and possible

savings that can be achieved over the time With such a system it is

possible to estimate how much time there is a return from its

implementation and the possibility of a reduction of urban water

disorders and consequently reduce flooding and overflowing which

have become constant in Brasilia

KEYWORDS 1 Environmental Sciences- 2Development

Sustainable 3-Caption System 4 Rainwater - 5 Interdisciplinary

LISTA DE GRAacuteFICOS

Graacutefico 01 Consumo Domeacutestico de Aacutegua

Graacutefico 02 Percentual para Reutilizaccedilatildeo de Aacuteguas Pluviais

LISTA DE TABELAS

Tabela 01 Dados de Precipitaccedilatildeo

Tabela 02 Dimensionamento dos Blocos

Tabela 03 Dimensionamento da Populaccedilatildeo

Tabela 04 Consumo domeacutestico de aacutegua

Tabela 05 Percentual para Reutilizaccedilatildeo de Aacuteguas Pluviais

Tabela 06 Preccedilo dos Produtos do Sistema de Captaccedilatildeo sem Fluxo

Tabela 07 Preccedilo de Manutenccedilatildeo do Sistema de Captaccedilatildeo

Tabela 08 Valor da Tarifa Cobrado pela CAESB

Tabela 09 Preccedilo dos Produtos do Sistema de Captaccedilatildeo com Fluxo

LISTA DE FIGURAS

Figura 01 Tripeacute da Sustentabilidade

Figura 02 Funcionamento de um Sistema de Captaccedilatildeo

Figura 03 Fluxograma do Sistema de Captaccedilatildeo

Figura 04 Conta Discriminada do Condomiacutenio

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

ABNT Associaccedilatildeo Brasileira de Normas Teacutecnicas

AE Aacuterea Aedificandi

AT Aacuterea Total

CAC Superintendecircncia de Atendimento Comercial

CAESB Companhia de Saneamento Ambiental do Distrito Federal

CEB Companhia Energeacutetica de Brasiacutelia

CMMAD Comissatildeo Mundial Sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento

CNUMAD Conferecircncia das Naccedilotildees Unidas para o Meio Ambiente e o

Desenvolvimento

DF Distrito Federal

DS Desenvolvimento Sustentaacutevel

ECOSOC Economic and Social Council of the United Nations

EPA Environmental Protection Agency

GDF Governo do Distrito Federal

IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica

INPE Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais

KwH Quilo Watts Hora

L Litros

Msup2 Metros Quadrados

Msup3 Metros Cuacutebicos

ONU Organizaccedilatildeo das Naccedilotildees Unidas

SABESP Companhia de Saneamento Baacutesico do Estado de Satildeo Paulo

SEMA Secretaria Especial do Meio Ambiente

SNRH Sistema Nacional de Recursos Hiacutedricos

SQN Superquadra Norte

UCrsquos Unidades de Consumo

UNB Universidade de Brasiacutelia

UNG Universidade de Guarulhos

UFSM Universidade Federal de Santa Maria

UFRGS Universidade Federal do Rio Grande do Sul

Sumaacuterio

INTRODUCcedilAtildeO 14

1 ndash Cidades sustentaacuteveis e o Ciclo hidroloacutegico 16

11 - Poliacuteticas Puacuteblicas e a relaccedilatildeo com as cidades sustentaacuteveis definiccedilotildees

aplicaccedilatildeo conceitos 21

2 ndash Sustentabilidade desenvolvimento sustentaacutevel e a sua importacircncia 29

3 ndash A viabilidade de implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo pluvial em Brasiacutelia ndash DF 39

31 ndash Apresentaccedilatildeo de dados 39

32 ndash Aacuteguas pluviais e aacuteguas cinzas 42

33 ndash Meacutetodos de Dimensionamento do Reservatoacuterio 45

34 ndash Anaacutelise de caso para um preacutedio da Superquadra 111 Norte 45

341 ndash Anaacutelise de caso para a Superquadra 111 Norte 48

35 ndash Funcionamento do sistema de captaccedilatildeo 49

351 ndash Dificuldades para implantaccedilatildeo do sistema 52

Tal sistema apresenta como dificuldade o local onde seriam instaladas as

cisternas uma vez que geraria um peso sobre o telhado Dessa forma o sistema

seria instalado no jardim cobrando um custo adicional 52

352 ndash Custo de implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo fechado em um preacutedio 52

36 ndash Taxas e valores cobrados para utilizaccedilatildeo de aacutegua 53

37 ndash Caacutelculos de economia e retorno de investimento para um sistema fechado 56

38 ndash Caacutelculos de dimensionamento para um sistema com fluxo 58

381 ndash Custo de implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo com fluxo em um preacutedio 59

382 ndash Caacutelculos de economia e retorno de investimento para um sistema com

fluxo 61

4 ndash Conclusatildeo e Consideraccedilotildees Finais 63

REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS 65

INTRODUCcedilAtildeO

O problema ambiental urbano assume atualmente um papel importante

para os governos e para a sociedade em geral em muitos paiacuteses pelo fato de

um crescimento significativo de pessoas vivendo no meio urbano acabou

ocasionando em uma degradaccedilatildeo ambiental e de certa forma uma queda na

qualidade de vida da populaccedilatildeo Por isto eacute de suma importacircncia destacar que

os problemas ambientais urbanos como a poluiccedilatildeo o consumo de energia o

gasto descontrolado de aacutegua potaacutevel entre outros forccedilaram o profissionais

ambientais e de outras aacutereas a buscar novas alternativas para a soluccedilatildeo destes

problemas Surgindo assim as cidades sustentaacuteveis que na atualidade satildeo a

chave para uma convivecircncia mais harmoniosa entre meio urbano e o meio

ambiente

Em decorrecircncia do aumento da urbanizaccedilatildeo as aacutereas foram

pavimentadas e cobertas por preacutedios casas monumentos entre outras

edificaccedilotildees ocasionando na impermeabilizaccedilatildeo do solo em aacutereas naturais

Devido a esse fator o ser humano vem demandando novas soluccedilotildees para o

controle e mitigaccedilatildeo de impactos causados pela chuva tais como alagamentos

Os governos de modo geral vecircm encontrando seacuterias dificuldades quanto agraves

questotildees de gestatildeo dos alagamentos em suas aacutereas puacuteblicas Para Brasiacutelia e o

Governo do Distrito Federal esse problema eacute recente e nem tatildeo alarmante

quando comparado aos das grandes capitais brasileiras como Satildeo Paulo ou

Rio de Janeiro Sendo assim eacute necessaacuterio que se tenha uma precauccedilatildeo com o

uso das aacuteguas tratadas para que natildeo haja desperdiacutecio e que as aacuteguas pluviais

possam ser utilizadas em fontes alternativas Com o objetivo de

aproveitamento de aacuteguas pluviais a captaccedilatildeo de aacutegua advinda das chuvas

possui um vieacutes sustentaacutevel do ponto de vista teacutecnico e econocircmico quando

aplicado em sistemas de uso privativo

Portanto cabe ressaltar que esse estudo baseia-se em estimativas e

que visa um projeto de aproveitamento de aacuteguas pluviais que atenda as

demandas de aacutegua natildeo potaacutevel em um preacutedio residencial substituindo uma

parte da aacutegua fornecida pela companhia de abastecimento e tendo como base

a precipitaccedilatildeo de chuva local sendo assim a quantidade de aacutegua pluvial a ser

aproveitada pelo sistema eacute diretamente proporcional agrave aacuterea que se utiliza para

a captaccedilatildeo De forma secundaacuteria o trabalho tambeacutem tenta trazer a captaccedilatildeo de

chuva como uma fonte para amenizar os problemas hiacutedricos urbanos causados

recentemente pelas chuvas em Brasiacutelia-DF

Para atingir os objetivos mencionados o trabalho foi modelado da

seguinte forma

No capiacutetulo I eacute apresentado o surgimento das cidades sustentaacuteveis em

decorrecircncia da necessidade de fontes alternativas para a degradaccedilatildeo

ambiental e utilizaccedilatildeo de recursos naturais A manifestaccedilatildeo dessa busca por

aperfeiccediloamento das cidades baseia-se em conceitos e inter-relaccedilotildees entre

populaccedilatildeo e governo por meio de poliacuteticas puacuteblicas

No capiacutetulo II eacute exposto um histoacuterico da sustentabilidade e do

desenvolvimento sustentaacutevel com a finalidade de contextualizar o leitor e

facilitar a compreensatildeo quanto agrave evoluccedilatildeo do vieacutes ambiental que encontramos

atualmente tornando o entendimento do leitor mais vasto e consequentemente

informaacute-lo sobre a sua importacircncia englobando questotildees ecoloacutegicas poliacuteticas

econocircmicas soacutecias e culturais

No capiacutetulo III eacute apresentada a viabilidade de implantaccedilatildeo do sistema

de captaccedilatildeo em um preacutedio residencial em Brasiacutelia-DF com os dados

coletados a caracterizaccedilatildeo das aacuteguas pluviais e ldquoaacutegua cinzardquo meacutetodos de

dimensionamento do reservatoacuterio anaacutelise de caso para um preacutedio na SQN 111

e a possiacutevel aplicaccedilatildeo do sistema para uma quadra funcionamento do sistema

de captaccedilatildeo e custo de implantaccedilatildeo desse sistema taxas e valores cobrados

pela CAESB para utilizaccedilatildeo de aacutegua e os caacutelculos de economia e retorno do

investimento

Por fim no capiacutetulo IV apresentam-se as consideraccedilotildees finais e a

conclusatildeo sobre o estudo realizado

1 ndash Cidades sustentaacuteveis e o Ciclo hidroloacutegico

Atualmente os problemas ambientais vecircm sendo o grande destaque do

cenaacuterio global tanto pela accedilatildeo antroacutepica como pelos desastres naturais Tais

problemas preocupam natildeo soacute a geraccedilatildeo atual como as geraccedilotildees futuras

dando assim a iniciativa para criaccedilatildeo de novas tecnologias meacutetodos e

conceitos

A partir de problemas como a extinccedilatildeo de recursos naturais o ser

humano tem dado prioridade a novas fontes para esses recursos tanto em

novas alternativas de obtenccedilatildeo como nas formas de reduzir o gasto

exacerbado Dessa forma as cidades entram como principal ator para criaccedilatildeo

de alternativas de mitigar os problemas ambientais focando no

reaproveitamento de mateacuteria reduccedilatildeo de uso dos combustiacuteveis foacutesseis formas

alternativas de obtenccedilatildeo de energia aproveitamento de aacuteguas pluviais e

possiacuteveis reduccedilotildees nos transtornos urbanos Assim o conceito de cidades

sustentaacuteveis cria um alicerce e torna-se base para que as cidades tomem a

iniciativa de serem o modelo de reduccedilatildeo dos problemas ambientas

Segundo a Organizaccedilatildeo das Naccedilotildees Unidas (ONU) pouco mais da

metade da populaccedilatildeo mundial vive em zonas urbanas desde o ano de 2006

Por isso conclui-se que de fato o mundo eacute urbano

Atualmente o problema urbano de modo geral possui grande

importacircncia para a sociedade e os governos em geral em diversos paiacuteses

Devido a esse crescimento desenfreado do nuacutemero de pessoas vivendo nas

cidades e conseguinte reduccedilatildeo na qualidade de vida deve-se considerar que

as cidades configuram uma das maiores potenciais de utilizaccedilatildeo energeacutetica e

de degradaccedilatildeo do meio ambiente ocasionando a criaccedilatildeo de meacutetodos para o

direcionamento correto do crescimento urbano e monitoramento dessas

alteraccedilotildees ambientais

A urbanizaccedilatildeo trouxe fortes aliados que geram transtornos e devido a

esse aumento de pessoas vivendo em cidades a preocupaccedilatildeo com problemas

urbanos tornou-se destaque para a criaccedilatildeo do conceito de cidades

sustentaacuteveis Mas o que viria a ser ldquocidades sustentaacuteveisrdquo De forma baacutesica e

sem aprofundamento cidades sustentaacuteveis satildeo aquelas que visam meacutetodos e

praacuteticas eficientes para a preservaccedilatildeo do meio ambiente sem deixar de

almejar o desenvolvimento econocircmico e a melhoria na qualidade de vida da

populaccedilatildeo Sendo assim ldquoa sustentabilidade eacute vista como algo bom desejaacutevel

consensual a definiccedilatildeo que vai prevalecer vai construir autoridade para que se

discriminem em seu nome as boas praacuteticas das ruinsrdquo (Acselrad 1999 p 80)

Para melhor esclarecimento o conceito de sustentabilidade associado

ao desenvolvimento das cidades ldquotem origem nas rearticulaccedilotildees poliacuteticas pelas

quais um certo nuacutemero de atores envolvidos na produccedilatildeo do espaccedilo urbano

procuram dar legitimidade as suas perspectivas evidenciando a

compatibilidade delas com os propoacutesitos de dar durabilidade ao

desenvolvimento de acordo com os propoacutesitos da Agenda 21 resultante da

Conferecircncia da ONU sobre Desenvolvimento e Meio Ambienterdquo (Acselrad

1999 p 81) Para tanto o governo deve ter um planejamento para que possa

tomar medidas no sentido de amenizar os transtornos urbanos e ambientais

decorrentes da accedilatildeo antroacutepica Diversas estrateacutegias devem ser implementadas

para que se possa promover o conceito de cidades sustentaacuteveis e priorizar a

qualidade de vida urbana em toda sua abrangecircncia partindo do princiacutepio da

anaacutelise criacutetica da condiccedilatildeo atual de desenvolvimento das cidades pensando no

contexto na qual se encontram

Segundo Magalhatildees (2006 p 2) no inicio a sustentabilidade urbana

sofreu bastante em questotildees poliacuteticas pois o ldquodiscurso mais estabelecido dos

projetos urbanos agrave temaacutetica ambiental estaacute longe de ser o centro das

preocupaccedilotildees Quando muito ela eacute considerada do ponto de vista do

provimento de aacutereas livres dentro dos espaccedilos urbanos mas mesmo essas

satildeo destinadas agrave intensa movimentaccedilatildeo imaginada para as aacutereas

requalificadas ou revitalizadasrdquo

Poreacutem devido a estudos tornou-se possiacutevel ampliar os horizontes e

perceber que a sustentabilidade tem sido aplicada junto aos objetivos da

cidade a partir da Agenda 21 e da noccedilatildeo do que eacute desenvolvimento

sustentaacutevel Contudo esses novos interesses surgiram a partir dos distuacuterbios

causados aos habitantes sendo esses distuacuterbios ambientais ou natildeo Essa

participaccedilatildeo mais ativa da populaccedilatildeo remete a uma das vertentes expostas por

Acselrad (1999) de que a sustentabilidade urbana deve estar associada natildeo

somente agraves poliacuteticas puacuteblicas mas tambeacutem ao modelo ldquocidade-empresardquo no

qual a cidade torna-se atrativo de investimentos para a implementaccedilatildeo de

meacutetodos alternativos de sustentabilidade

Para Magalhatildees (2006 p 5) ldquoa noccedilatildeo de risco tornou-se parte de

diversos aspectos do dia a dia das pessoas fazendo-as corresponsaacuteveis pelos

efeitos de suas accedilotildeesrdquo portanto eacute necessaacuterio que se tenha um controle

governamental a partir de poliacuteticas puacuteblicas das accedilotildees individuais de seus

habitantes com o proposito de reduzir os riscos de agravantes nas cidades

Cabe ressaltar que uma questatildeo importante a ser vista eacute que os

problemas causados nas cidades natildeo refletem apenas nas cidades em si mas

tambeacutem nas aacutereas que a circundam e em outras localidades o que obriga a

rever o pensamento de que cidades sustentaacuteveis englobam apenas a proacutepria

cidade

Segundo Magalhatildees (2006 p 6 apud Satterhwaite 2004 p 134) ldquopara

avanccedilar e alcanccedilar meacutetodos de desenvolvimento sustentaacutevel o desempenho

ambiental das cidades deve melhorar natildeo apenas em termos de qualidade

ambiental dentro dos seus limites mas tambeacutem em termos de reduccedilatildeo da

transferecircncia de custos ambientais para outras pessoas outros ecossistemas

ou para o futurordquo A partir desse pensamento nota-se que o conceito de

cidades sustentaacuteveis vai aleacutem da consolidaccedilatildeo da sustentabilidade urbana

afirmando que cidades sustentaacuteveis satildeo um projeto que necessita de um

extenso processo e natildeo algo preacute-definido visando mais de um objetivo comum

Na visatildeo de Magalhatildees (2006 p 8) ldquotal processo deve envolver questotildees aleacutem

das estritamente ambientais uma melhor definiccedilatildeo de que propostas poderatildeo

contribuir para o seu avanccedilo a criatividade na concepccedilatildeo de bons projetos e a

capacidade de se evitar os falsos atalhosrdquo

Sendo assim para a construccedilatildeo de projetos de cidades sustentaacuteveis eacute

necessaacuterio que se tenha uma visatildeo ampla e com diferentes abordagens desse

processo de urbanizaccedilatildeo Para o projeto de cidades sustentaacuteveis eacute necessaacuterio

que se tenha trecircs abordagens a espacial que vislumbra a anaacutelise das relaccedilotildees

metaboacutelicas operadas pela cidade compreendendo territoacuterios distantes a

temporal uma vez que pleiteia geraccedilotildees futuras e a conceitual que exige um

enfoque transdisciplinar

Magalhatildees (2006 p 9 apud Peter Brand 1999 p 10) faz uma anaacutelise

sobre a implementaccedilatildeo dessas abordagens ldquo uma metaacutefora social como

cidade sustentaacutevel ou desenvolvimento urbano sustentaacutevel nunca pode ser

uma meta objetiva e sim uma gama de possibilidades abertas cujas

prioridades satildeo determinadas pelas urgecircncias do presenterdquo Com essa

ampliaccedilatildeo do conceito de sustentabilidade urbana percebe-se que haacute uma

nova utopia com um ideal diferenciado de cidade tendo como base accedilotildees

voltadas para o meio ambiente e a reduccedilatildeo da desigualdade causada pelos

transtornos ambientais dando prioridade a uma parte relevante de sua mateacuteria

e energia para a organizaccedilatildeo e manutenccedilatildeo interna e depois ao crescimento

da cidade Entatildeo por que seguir algo utoacutepico Coloco em pauta uma frase

destacada por Galeano (1993 p 230) na qual ele expotildee -ldquoA utopia estaacute laacute no

horizonte Me aproximo dois passos ela se afasta dois passos Caminho dez

passos e o horizonte corre dez passos Por mais que eu caminhe jamais

alcanccedilarei Para que serve a utopia Serve para isso para que eu natildeo deixe de

caminharrdquo

Com essas colocaccedilotildees Magalhatildees (2006 p 16) expotildee a criaccedilatildeo de

uma ideia de ldquodesempenho ambiental urbanordquo o qual mostra um conceito

mensuraacutevel e comparaacutevel junto com a ampliaccedilatildeo de niacuteveis de justiccedila ambiental

locacional e de democracia nas cidades que se torna uacutetil para construccedilatildeo de

paracircmetros de atuaccedilatildeo Essa ideia mostra que o urbanismo tem muito a

contribuir

Atualmente haacute muitos estudos cientiacuteficos que satildeo voltados para a crise

ambiental que vivemos que teve como origem a pressatildeo do crescimento

populacional sobre as aacutereas verdes e pelo modo de vida ocidental como a alta

produccedilatildeo e consumo exagerado Nesse contexto retomamos que as cidades

tecircm sido o principal fator e foco gerador dessa crise ambiental e que agora

concentramos as poliacuteticas puacuteblicas voltadas para o desenvolvimento urbano

como grande objetivo

Tanto pesquisadores atraveacutes de estudos quanto a sociedade atraveacutes

da miacutedia que divulga os riscos ambientais decorrentes das novas formas de

produccedilatildeo e seus efeitos alertam a populaccedilatildeo da gravidade causada e assim

provocam uma preocupaccedilatildeo generalizada acerca do problema ambiental

Sendo assim uma reflexatildeo deve ser feita sobre o conceito de cidade

sustentaacutevel uma vez que as cidades concentram a maior fonte de poluiccedilatildeo e

produccedilatildeo de resiacuteduos aleacutem de consumirem parte da energia do planeta

Como foi dito anteriormente cidades sustentaacuteveis devem pensar aleacutem

da proacutepria localidade mas para ter essa abordagem eacute necessaacuterio focar

primeiramente em uma escala local Para Schussel (2004 p 63 apud

Camagni 2001 p 345) ldquoeacute mais eficaz enfrentar um mesmo problema

localmente (em termos tanto de efeito como de autoridades) do que enfrentaacute-

los globalmente (onde as autoridades satildeo frequentemente ausentes os

agentes poluidores longiacutenquos as interdependecircncias das accedilotildees dos diferentes

sujeitos mais elevadas onde tambeacutem a incertitude sobre a grandeza dos

fenocircmenos e seus encadeamentos causais eacute maior)rdquo Com esse ponto de vista

eacute importante que se deva dar uma atenccedilatildeo ao processo de mudanccedila da

aprendizagem coletiva das cidades com uma interaccedilatildeo saudaacutevel entre a

economia tecnologia e meio ambiente

Eacute importante ressaltar que a implantaccedilatildeo de cidades sustentaacuteveis

juntamente com a gestatildeo do meio ambiente urbano possui uma alta

complexidade para a sociedade moderna ao analisar que natildeo devemos

apenas pensar na conservaccedilatildeo dos recursos ambientais mas tambeacutem

devemos nos atentar ao transporte puacuteblico para reduccedilatildeo da emissatildeo de gases

poluentes melhorar a mobilidade urbana diminuindo consideravelmente o

traacutefego de veiacuteculos dar incentivo e propiciar accedilotildees para a utilizaccedilatildeo de

transportes alternativos como bicicletas otimizar a utilizaccedilatildeo do espaccedilo

urbano devemos ainda criar mais espaccedilos verdes voltados para o lazer da

populaccedilatildeo criar programas voltados para a arborizaccedilatildeo dos espaccedilos puacuteblicos

destinar adequadamente o lixo urbano aplicar programas educacionais

voltados para o desenvolvimento sustentaacutevel investir em educaccedilatildeo de

qualidade para uma boa instruccedilatildeo da populaccedilatildeo favorecer a economia local

dinacircmica e sustentaacutevel e criar accedilotildees para a utilizaccedilatildeo racional da aacutegua

juntamente com o aproveitamento de aacuteguas pluviais

A autora Silva (Poliacuteticas Puacuteblicas e Estrateacutegias de Sustentabilidade

Urbana p 1 apud Metzger 1994) cujo inventaacuterio realizado sobre trabalhos de

ecologia urbana e meio ambiente urbano identifica trecircs concepccedilotildees distintas A

primeira trata da natureza na cidade no qual Metzger fez estudos referentes

aos elementos bioloacutegicos do meio urbano no que diz respeito agrave preservaccedilatildeo

dos espaccedilos verdes e dos elementos fiacutesico naturais da cidade A segunda

concepccedilatildeo do meio ambiente urbano estaacute relacionada aos riscos da cidade e

na cidade aos problemas ambientais enfrentados pela populaccedilatildeo e como

esses problemas afetam a qualidade de vida da mesma Por fim a uacuteltima

vertente que visa mensurar o problema de gestatildeo ou administraccedilatildeo da cidade

tratando das poliacuteticas puacuteblicas sob uma visatildeo do uso do solo e a influecircncia que

as questotildees ambientais causam na determinaccedilatildeo das poliacuteticas puacuteblicas

11 - Poliacuteticas Puacuteblicas e a relaccedilatildeo com as cidades sustentaacuteveis

definiccedilotildees aplicaccedilatildeo conceitos

Eacute necessaacuterio que sejam identificados os locais de atuaccedilatildeo das poliacuteticas

puacuteblicas que tecircm como objetivo a sustentabilidade urbana mas analisando

previamente as mudanccedilas que ocorreram no acircmbito das accedilotildees governamentais

que ocasionaram a adoccedilatildeo de determinadas poliacuteticas puacuteblicas como

estrateacutegias e diretrizes da proacutepria accedilatildeo governamental e dos indiviacuteduos

Mas o que satildeo poliacuteticas puacuteblicas e por que as poliacuteticas puacuteblicas satildeo

consideradas tatildeo importantes quando se trata da sustentabilidade urbana

Segundo Silva (Poliacuteticas Puacuteblicas e Estrateacutegias de Sustentabilidade Urbana p

2 apud Bucci 2002 p 241) poliacuteticas puacuteblicas ldquosatildeo programas de accedilatildeo

governamental para um setor da sociedade ou um espaccedilo geograacutefico

buscando a concretizaccedilatildeo de determinados objetivos e metasrdquo e destaca ainda

que ldquosatildeo programas de accedilatildeo governamental visando a coordenar os meios agrave

disposiccedilatildeo do Estado e as atividades privadas para a realizaccedilatildeo de objetivos

socialmente relevantes e politicamente determinadosrdquo

Quando relacionadas agrave cidadania as poliacuteticas puacuteblicas encontram

dificuldade para alcanccedilar a sustentabilidade urbana jaacute que devem assegurar

uma vida harmocircnica entre o habitante e o meio ambiente Isso ocorre devido a

globalizaccedilatildeo dos espaccedilos em que satildeo levantadas novas tecnologias e haacute o

problema da crescente urbanizaccedilatildeo Esse enfoque possui alguns princiacutepios

que devem ser levados em consideraccedilatildeo princiacutepios esses que guiam as

poliacuteticas puacuteblicas no meio ambiente urbano Esses princiacutepios satildeo destacados e

relacionados por Silva (Poliacuteticas Puacuteblicas e Estrateacutegias de Sustentabilidade

Urbana p 5) como o princiacutepio do interesse puacuteblico na proteccedilatildeo do meio

ambiente urbano sobre os interesses privados o princiacutepio da realizaccedilatildeo de

uma avaliaccedilatildeo preacutevia dos impactos ambientais advindos da accedilatildeo antroacutepica ou

natural o princiacutepio de que o Estado deve intervir na defesa e proteccedilatildeo do meio

ambiente e do meio ambiente urbano o princiacutepio da funccedilatildeo da funccedilatildeo

socioambiental da propriedade urbana o princiacutepio da participaccedilatildeo da

sociedade e da gestatildeo democraacutetica da cidade e o princiacutepio da garantia do

direito a cidades sustentaacuteveis

Cabe ressaltar que apesar de existirem tantos princiacutepios que devem ser

vistos como diretriz a realidade foge um pouco do que eacute mostrado na teoria jaacute

que as poliacuteticas puacuteblicas seguem programas finaliacutesticos que satildeo flexiacuteveis e

quando relacionados agraves exigecircncias legais devem ser diferenciados de acordo

com o grau de finalizaccedilatildeo da accedilatildeo e de imperatividade das normas

Quando tratamos do urbano e do meio ambiente as politicas puacuteblicas

devem ser integradas e possuiacuterem uma interaccedilatildeo entre si como por exemplo

ao tratar das poliacuteticas de habitaccedilatildeo natildeo se pode deixar de levar em

consideraccedilatildeo as poliacuteticas de saneamento ambiental ou entatildeo ao tratar de

poliacuteticas de transporte puacuteblico e mobilidade urbana deve-se considerar a

proacutepria poliacutetica ambiental Sendo assim os programas e projetos

governamentais devem contemplar os aspectos ambientais urbanos sociais e

econocircmicos

Para Silva (Poliacuteticas Puacuteblicas e Estrateacutegias de Sustentabilidade Urbana

p 6) ldquose os planos satildeo obrigatoacuterios para o setor puacuteblico para o setor privado

eles satildeo indicativosrdquo Reforccedilando o conceito de poliacuteticas puacuteblicas essas podem

ser definida como ldquoprocesso - ou conjunto de processos - que culmina na

escolha racional e coletiva de propriedades para definiccedilatildeo dos interesses

puacuteblicos reconhecidos pelo direitordquo sendo que quando se diz respeito a

direitos todos tecircm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado

englobando tambeacutem o meio ambiente urbano Portanto quando eacute utilizado o

termo ldquourbanordquo para qualificar o meio ambiente natildeo significa que haacute uma

segregaccedilatildeo classificatoacuteria do meio ambiente o adjetivo ldquourbanordquo vem como

uma proposta de demarcar a problemaacutetica ambiental em um determinado

espaccedilo geograacutefico - no caso as cidades - sem deixar de considerar os fatores

que nelas estatildeo inseridos como os sociais e os ambientais

Assim para empregar poliacuteticas puacuteblicas visando a sustentabilidade

urbana deve-se repensar o modelo de desenvolvimento da cidade juntamente

com o modo de vida da populaccedilatildeo e a conscientizaccedilatildeo da mesma apoiando-se

nas relaccedilotildees sociais e econocircmicas exercidas na cidade sem deixar de

considerar essas interaccedilotildees como propulsoras do direito agrave cidade sustentaacutevel

Para ratificar inciso I do art 2ordm do Estatuto da Cidade - Lei n 10257 de

10 de julho de 2001 reconhece entre as diretrizes de poliacuteticas puacuteblicas

expostas o direito a cidades sustentaacuteveis De acordo com essa lei esse direito

proporciona o direito a terra urbana agrave moradia ao saneamento ambiental agrave

infraestrutura urbana aos serviccedilos puacuteblicos em geral ao trabalho e ao lazer

tanto para as geraccedilotildees atuais como para as futuras

Sendo assim as cidades devem desenvolver-se respeitando a

sustentabilidade por isso o desenvolvimento urbano deve ser feito sem

degradaccedilatildeo possibilitando uma vida urbana digna e igualitaacuteria Contudo as

cidades necessitam de mudanccedilas diversos pontos de vista reformulaccedilatildeo das

poliacuteticas puacuteblicas e criaccedilatildeo de novas e soluccedilotildees sobre como interagir no dia a

dia com o local que vivemos A partir dessa visatildeo destaco o que eacute exposto por

Acselrad (1999 p 86) em que ldquoacredita-se que quando o crescimento urbano

natildeo eacute acompanhado por investimentos em infraestrutura a oferta de serviccedilos

urbanos natildeo acompanha o crescimento da demanda A falta de investimentos

na manutenccedilatildeo dos equipamentos urbanos viraacute por sua vez acentuar o deacuteficit

na oferta de serviccedilos o que se rebateraacute especialmente na forma de

segmentaccedilatildeo socioterritorial entre as populaccedilotildees atendidas e natildeo atendidas

por tais serviccedilosrdquo

Apoacutes tratar de um modo geral cidades sustentaacuteveis e a sustentabilidade

urbana eacute interessante analisar o caso brasileiro Infelizmente a preocupaccedilatildeo

ambiental brasileira foi tardia e a evoluccedilatildeo foi lenta Em questotildees de

urbanizaccedilatildeo houve uma transformaccedilatildeo estrutural de ordem socioeconocircmica

reformulando a ocupaccedilatildeo do territoacuterio nacional ocasionando em impactos

ambientais e no dado de que cerca de 80 da populaccedilatildeo brasileira mora em

aacutereas urbanas Mas ao decorrer do tempo a questatildeo ambiental foi ligada ao

social os pensamentos acerca desse tema tiveram uma nova percepccedilatildeo

Como exemplo temos o caso dos recursos hiacutedricos em que a legislaccedilatildeo teve

o cuidado de considerar aleacutem do aspecto ambiental os aspectos sociais e

econocircmicos

Foi criado o Sistema Nacional de Recursos Hiacutedricos (SNRH) que no

texto de Schussel (2004 p 65) satildeo expostas a valoraccedilatildeo da aacutegua como bem

econocircmico a prioridade do abastecimento puacuteblico em detrimento da produccedilatildeo

de energia e a gestatildeo compartilhada entre usuaacuterios poder puacuteblico e sociedade

civil de bacias hidrograacuteficas por meio da implantaccedilatildeo dos ldquoComitecircs de Baciardquo

Essa questatildeo de integraccedilatildeo do ambiental ao social e econocircmico ocorreu

na deacutecada de 80 em que Silva (Poliacuteticas Puacuteblicas e Estrateacutegias de

Sustentabilidade Urbana p 2 apud Ribeiro 2001 p 134-135) destaca ldquoa

questatildeo urbana eacute integrada agrave questatildeo social e as representaccedilotildees antiurbanas

satildeo substituiacutedas pelo diagnoacutestico orientado por ideais republicanos de justiccedila

social e democracia A tarefa do pensamento e da accedilatildeo dos urbanistas passa a

ser o fazer coincidir a cidade e a cidadaniardquo Apesar do atraso na aplicaccedilatildeo do

pensamento ambiental - no caso o de cidades sustentaacuteveis - atualmente o

Brasil apresenta um niacutevel consideraacutevel de desenvolvimento tecnoloacutegico e social

que podem retardar a degradaccedilatildeo e os malefiacutecios causados nas cidades E por

que natildeo ocorre tal melhoria no setor ambiental urbano O Brasil carece de

poliacuteticas puacuteblicas que sirvam para o propoacutesito ambiental sem contar a falta de

instruccedilatildeo ambiental de uma boa parcela da sociedade Isso eacute confirmado com

as atitudes da populaccedilatildeo no texto de Loureiro e De Gregori (Revista Eletrocircnica

do Curso de Direito ndash UFSM p 459) eacute exposto que ldquoo lixo jogado nas ruas

causa entupimento de bueiros o que dificulta o escoamento da aacutegua da chuva

Aleacutem disso mesmo quando ocorre escoamento a aacutegua leva detritos

diretamente para o curso dos rios coacuterregos mananciais entre outros Em

razatildeo do exposto um meio indireto mas eficiente de se poluir a aacuteguardquo

Desse modo termo ldquosustentabilidaderdquo atrelado agraves necessidades

urbanas merece se conciliado de certa maneira que o ser humano produza

desenvolvimento e tambeacutem conserve o meio ambiente Portanto para o Brasil

os modelos que devem ser desenvolvidos nas cidades precisam ser justos

eacuteticos e sustentaacuteveis abrangendo todas as classes sociais e sendo igualitaacuterio

trazendo assim a concepccedilatildeo de que as transformaccedilotildees natildeo necessariamente

devem partir do governo e sim das accedilotildees que integrem os cidadatildeos

almejando a sustentabilidade Quando se diz ldquoas accedilotildees que integrem os

cidadatildeosrdquo na verdade o que se busca expressar eacute que a atitude deve partir da

populaccedilatildeo e natildeo do governo pois tais accedilotildees promovidas pela populaccedilatildeo as

aproximam das poliacuteticas puacuteblicas gerando melhores oportunidades e formas

alternativas de sistemas igualitaacuterios quando relacionados a exposiccedilatildeo de riscos

ambientais Tudo isso para oferecer um ambiente urbano com um

desenvolvimento em equiliacutebrio ambientalmente sustentaacutevel e socialmente

justo

Retomando o Artigo 2ordm do Estatuto da Cidade Loureiro e De Gregori

(Revista Eletrocircnica do Curso de Direito ndash UFSM p 462) expotildeem que houve

uma mudanccedila de paradigma ao se pensar em ambientes urbanos assim

expondo trecircs objetivos a serem alcanccedilados com as cidades ldquoo primeiro seria

um ambiente destinado agrave moradia de um acuacutemulo de comunidades jaacute em uma

segunda perspectiva seria um ambiente de poliacuteticas a fim de atingir funccedilatildeo

social urbana e por fim a garantia de ambientes urbanos como um meio

sustentaacutevel e sadio de desenvolvimentordquo Eacute importante ressaltar que esse

ponto de vista reflete que soacute seraacute possiacutevel assegurar um ambiente urbano para

a presente geraccedilatildeo e para as futuras partindo da preservaccedilatildeo do meio

ambiente

Portanto diversas iniciativas podem tornar o ambiente urbano em cidade

sustentaacutevel o que procura promover uma estabilidade e um equiliacutebrio agraves

cidades com uma visatildeo a longo prazo O processo de implantaccedilatildeo de cidades

sustentaacuteveis no Brasil deve primeiramente partir de accedilotildees individuais ou

privadas e articulada agraves poliacuteticas puacuteblicas para que haja uma eficiecircncia na

aplicabilidade sem desconsiderar que haacute uma possibilidade de gerar um

sistema insustentaacutevel Por que pode se tornar um sistema insustentaacutevel

Segundo Loureiro e De Gregori (Revista Eletrocircnica do Curso de Direito ndash

UFSM p 465 apud Godard 1990 p40-45) ldquoa insustentabilidade exprime

assim a incapacidade de as poliacuteticas puacuteblicas adaptarem a oferta de serviccedilos

urbanos agrave quantidade e agrave qualidade das demandas sociais provocando um

ldquodesequiliacutebriordquo entre necessidades cotidianas da populaccedilatildeo e os meios de as

satisfazer entre a demanda por serviccedilos urbanos e os investimento em redes e

infraestruturardquo

Jaacute que a realidade brasileira exprime uma grande distorccedilatildeo do que eacute

apresentado nos estudos como conseguir implantar uma cidade sustentaacutevel e

assim suportaacute-la Primeiramente eacute necessaacuterio ampliar o ponto de vista natildeo se

prendendo agraves poliacuteticas puacuteblicas em segundo plano eacute preciso que se tenha uma

accedilatildeo coletiva da populaccedilatildeo atraveacutes da conscientizaccedilatildeo ou de accedilotildees que

promovam a sustentabilidade dentro da cidade

Eacute importante ressaltar que natildeo se pode descartar as poliacuteticas puacuteblicas

mas tambeacutem natildeo se pode esperar que elas resolvam todos os problemas

presentes na cidade Sendo assim para que uma cidade torne-se sustentaacutevel eacute

preciso que as accedilotildees realizadas pela populaccedilatildeo sejam emparelhadas com as

poliacuteticas puacuteblicas aplicadas pelo governo No Brasil haacute cidades que satildeo

consideradas sustentaacuteveis mas essas cidades optaram apenas por um

planejamento urbano voltado para reconstituiccedilatildeo de aacutereas verdes

aprimoramento nas soluccedilotildees urbaniacutesticas e na tecnologia do transporte urbano

Tais accedilotildees natildeo devem ser desconsideras e sim exaltadas pelo funcionamento

adequado e promoccedilatildeo da sustentabilidade urbana Outras questotildees tatildeo

importantes quanto satildeo deixadas de lado pelo governo e nesse caso deve-se

ter uma aplicaccedilatildeo da sociedade para que ganhe uma visatildeo e assim sejam

aplicadas poliacuteticas puacuteblicas voltadas para tais questotildees

Em especiacutefico coloco o problema hiacutedrico que tem assolado vaacuterias

cidades do paiacutes por trazer prejuiacutezos de forma direta e indireta a populaccedilatildeo O

problema hiacutedrico brasileiro natildeo eacute apenas o causado pela estiagem e falta de

aacutegua em algumas localidades ele tambeacutem eacute expresso pelas chuvas

torrenciais Em face disso eacute importante unir o uacutetil ao agradaacutevel Vale expor que

em decorrecircncia do aumento da urbanizaccedilatildeo as aacutereas foram pavimentadas e

cobertas por preacutedios casas monumentos entre outras edificaccedilotildees

ocasionando na impermeabilizaccedilatildeo do solo em aacutereas naturais Devido a esse

fator o ser humano vem demandando novas soluccedilotildees e poliacuteticas puacuteblicas para

o controle e mitigaccedilatildeo de impactos causados pela chuva tais como

alagamentos

Os governos de modo geral vecircm encontrando seacuterias dificuldades

quanto agraves questotildees de gestatildeo dos alagamentos em suas aacutereas puacuteblicas Para

Brasiacutelia e o Governo do Distrito Federal esse problema eacute recente e nem tatildeo

alarmante quando comparado aos das grandes capitais brasileiras como Satildeo

Paulo ou Rio de Janeiro Portanto eacute necessaacuterio que se tenha uma precauccedilatildeo

com o uso das aacuteguas tratadas para que possam ser utilizadas fontes

alternativas Com o objetivo de aproveitamento de aacuteguas pluviais a captaccedilatildeo

de aacutegua advinda das chuvas possui um vieacutes sustentaacutevel do ponto de vista

teacutecnico e econocircmico quando aplicado em sistemas de uso privativo Cabe

ressaltar que esse estudo visa aliar o conceito de cidades sustentaacuteveis a partir

da iniciativa privada agraves necessidades encontradas na cidade de Brasiacutelia no

caso de um projeto de aproveitamento de aacuteguas pluviais que atenda a

demanda de aacutegua natildeo potaacutevel tendo como base a precipitaccedilatildeo de chuva local

sem desconsiderar o ciclo hidroloacutegico para que natildeo ocorra um desequiliacutebrio do

mesmo e ocasione mais desastres ambientais

Tal sistema tem como objetivo gerar uma fonte de aacutegua natildeo potaacutevel

para uso diaacuterio em sistemas prediais como descarga limpeza do preacutedio

irrigaccedilatildeo de jardins disponibilidade para lavagem de automoacuteveis entre outras

possibilidades gerando uma economia da aacutegua utilizada e consequentemente

uma economia monetaacuteria Aleacutem desse objetivo reducionista de gasto e aacutegua

haacute tambeacutem a possibilidade da reduccedilatildeo de transtornos hiacutedricos urbanos

Portanto ao abordar sobre poliacuteticas puacuteblicas eacute de suma importacircncia

compreender que o ldquodesenvolvimento sustentaacutevel eacute um processo de

aprendizagem social de longo prazo que por sua vez eacute direcionado por

poliacuteticas puacuteblicas orientadas por um plano de desenvolvimento nacionalrdquo

(Barbosa 2008 p 6) O conceito de desenvolvimento sustentaacutevel seraacute melhor

apresentado no capiacutetulo seguinte

2 ndash Sustentabilidade desenvolvimento sustentaacutevel e a sua

importacircncia

Inicio esse capiacutetulo com uma frase de Nascimento (2012 p 57) em que

se queremos sugerir uma sustentabilidade para toda a sociedade eacute necessaacuterio

que tenhamos uma ldquolinha transversal a eacutetica solidaacuteria com os excluiacutedos de hoje

para que natildeo haja excluiacutedos amanhatilderdquo

Por que a sustentabilidade eacute algo importante para noacutes Eacute necessaacuterio

que seja de conhecimento geral de que estamos ameaccedilados em todos os

aspectos ligados agrave utilizaccedilatildeo de recursos naturais e aproveitamento dos

mesmos Portanto haacute uma conexatildeo direta ao desenvolvimento sustentaacutevel

Nascimento (2012 p 58) ainda aponta que ldquoateacute meados do seacuteculo XX a

humanidade temia basicamente duas grandes extinccedilotildees ndash uma externa

(choque de um grande meteorito como aparentemente ocorreu haacute 65 milhotildees

de anos extinguindo os dinossauros) e outra interna (o advento de uma

epidemia desconhecida e incontrolaacutevel) Em meados do seacuteculo passado foi

acrescida mais uma ameaccedila provinda dos proacuteprios seres humanos a bomba

atocircmica O seu poder de destruiccedilatildeo ficou evidente com as explosotildees de

Hiroshima e Nagasakirdquo Sendo assim eacute perceptiacutevel que o estilo de vida de alta

produccedilatildeo e consumo vigente nos leva a crer que um desastre eacute cada vez mais

plausiacutevel

ldquoQue a economia estaacute em um conflito com os sistemas naturais do

planeta eacute uma evidecircncia que ressalta das informaccedilotildees cotidianas sobre o

desaparecimento das zonas de pesca reduccedilatildeo das florestas a erosatildeo do

solo e o desaparecimento de espeacuteciesrdquo (Nascimento 2012 p 58 apud

Brown 2003 p14) Portanto a crise ambiental aponta um desgaste das

condiccedilotildees ldquonormaisrdquo de vida no planeta Terra Segundo Nascimento (2012 p

58) ldquo[] eacute possiacutevel caso o cenaacuterio mais pessimista do aquecimento global

venha a se confirmar que uma nova possibilidade de auto extinccedilatildeo seja criada

no final desse seacuteculordquo Desta forma o atual modelo de vida natildeo deteriora

apenas o meio ambiente tambeacutem prejudica a vida humana e para que sejam

reduzidos esses transtornos agrave vida humana eacute preciso que iniciativas e

alternativas sejam criadas por meio de inovaccedilotildees tecnoloacutegicas para que haja

uma saiacuteda

ldquoA crise ambiental assumiu contornos mais graves com a percepccedilatildeo da

responsabilidade antroacutepica do aquecimento global e a dinacircmica de ascensatildeo

de um contingente humano mais significativo no mercado de consumordquo

(Nascimento 2012 p 61) Quando a crise ambiental se tornou algo de suma

importacircncia Quando como e por que a sustentabilidade e o desenvolvimento

sustentaacutevel se tornaram relevantes para o combate agrave crise ambiental Eacute

necessaacuterio compreender que a sustentabilidade possui dois vieses quando

relacionada agrave sua origem Uma de suas origens tem base na biologia mais

precisamente na ecologia a qual atribui o conceito de resiliecircncia ndash capacidade

de recuperaccedilatildeo e reproduccedilatildeo dos ecossistemas ndash perante as degradaccedilotildees

antroacutepicas com o uso exacerbado dos recursos naturais Ainda relacionado agrave

ecologia haacute as causas naturais como terremotos fogo tsunamis pragas

entre outros O outro vieacutes de origem da sustentabilidade adveacutem da economia

como o adjetivo do desenvolvimento diante da visibilidade que ganhou ao

longo do seacuteculo XX referente ao padratildeo de consumo desenvolvido ao redor do

mundo (Nascimento 2012 p 51)

Segundo Nascimento a ideia de sustentabilidade como enfoque

mundial tem origem na deacutecada de 1950 O surgimento e a importacircncia desse

termo ocorrem devido a um risco ambiental global a poluiccedilatildeo nuclear ldquoOs seus

indiacutecios alertaram os seres humanos de que estamos em uma nave comum e

que problemas ambientais natildeo estatildeo restritos a territoacuterios limitadosrdquo

(Nascimento 2012 p 2) Segundo Nascimento (2012 p 52 apud Machado

2005) ldquoA ocorrecircncia de chuvas radiativas a milhares de quilocircmetros dos locais

de realizaccedilatildeo dos testes acendeu um caloroso debate no seio da comunidade

cientiacuteficardquo Na deacutecada de 1960 houve outro fato importante que implicou na

questatildeo da percepccedilatildeo da crise ambiental dando importacircncia a

sustentabilidade devido ao uso de inseticidas e pesticidas quiacutemicos e

transtornos causados por esses apontados por Rachel Carson em seu livro

intitulado de ldquoPrimavera Silenciosardquo ndash Silent Spring

Ainda na deacutecada de 60 as chuvas aacutecidas recorrentes nos paiacuteses

noacuterdicos levaram a Sueacutecia junto ao Conselho Econocircmico e Social das Naccedilotildees

Unidas (ECOSOC) a propor a realizaccedilatildeo de uma conferecircncia para tratar de um

acordo internacional para uma possiacutevel reduccedilatildeo na emissatildeo dos gases

responsaacuteveis por tal transtorno Com isso ocorreu a Conferecircncia de

Estocolmo em 1972 colocando em evidecircncia os paiacuteses subdesenvolvidos e

desenvolvidos da eacutepoca A princiacutepio as preocupaccedilotildees natildeo eram nem um

pouco igualitaacuterias jaacute que os paiacuteses desenvolvidos estavam atentos agrave

degradaccedilatildeo ambiental que afetavam sua qualidade de vida enquanto os

paiacuteses subdesenvolvidos estavam preocupados em natildeo sofrerem sanccedilotildees

comerciais e apresentarem um retardo em seu desenvolvimento uma vez que

naquela eacutepoca os problemas ambientais eram associados ao crescimento

econocircmico dos paiacuteses de terceiro mundo Nessa conferecircncia ficou exposto

que os paiacuteses desenvolvidos defendiam a proteccedilatildeo do meio ambiente como

principal foco e os paiacuteses em desenvolvimento focavam no combate agrave

pobreza

Para melhor esclarecer Nascimento expotildee a partir do documento ldquoOnly

One Earthrdquo (Ward amp Dubos 1973) ldquo[] O problema ambiental como decorrente

de externalidades econocircmicas proacuteprias do excesso de desenvolvimento

(tecnologia agressiva e consumo excessivo) de um lado e de sua falta

(crescimento demograacutefico e baixo PIB per capita) de outro Posta dessa forma

a questatildeo ambiental deixava de ficar restrita ao meio natural e adentrava o

espaccedilo socialrdquo Contemporacircneo a isso temos o relatoacuterio do Clube de Roma ndash

Limits to Growth (Meadows et al 1972) que propunha uma reduccedilatildeo do

desenvolvimento industrial nos paiacuteses desenvolvidos e uma contenccedilatildeo no

crescimento populacional nos paiacuteses subdesenvolvidos juntamente com o

apoio daqueles aos subdesenvolvidos para que pudessem crescer

economicamente A partir desses eventos os governos se conscientizaram e

criaram agecircncias que tratassem das questotildees ambientais para que pudessem

juntar dados ambientais jaacute que na eacutepoca careciam de tais informaccedilotildees

No Brasil foi criada a Secretaria Especial do Meio Ambiente (SEMA) em

1973 enquanto nos EUA jaacute existia a Environmental Protection Agency (EPA)

desde 1970

Dez anos apoacutes a Conferecircncia de Estocolmo uma anaacutelise dos resultados

foi feita pela ONU e mostrou que o resultado estabelecido deixou a desejar e

que os esforccedilos realizados foram inferiores Em decorrecircncia desse mal

desempenho foi formada a Comissatildeo Mundial sobre Meio Ambiente e

Desenvolvimento (CMMAD) presidida por Gro Harlen Brundtland responsaacutevel

pelo relatoacuterio ldquoNosso Futuro Comumrdquo ndash Our Common Future ndash que tinha como

principal proposta a criaccedilatildeo de uma agenda global para focar em uma

mudanccedila consideraacutevel Esse estudo obteve informaccedilotildees durante trecircs anos a

partir de pesquisas e anaacutelises com enfoque na parte social Segundo Barbosa

(2008 p2) as informaccedilotildees colhidas do relatoacuterio com base nas questotildees

sociais referiam-se ldquoao uso da terra sua ocupaccedilatildeo suprimento de aacutegua abrigo

e serviccedilos sociais educativos e sanitaacuterios aleacutem de administraccedilatildeo do

crescimento urbanordquo

Tal relatoacuterio foi responsaacutevel pela criaccedilatildeo do termo ldquoDesenvolvimento

Sustentaacutevelrdquo que ldquoconsistiu o maior esforccedilo entatildeo conhecido para conciliar a

preservaccedilatildeo do meio ambiente com o desenvolvimento econocircmicordquo

(Nascimento 2012 p 54) Uma definiccedilatildeo baacutesica do que eacute DS eacute exposta por

Nascimento (2012 p 58 apud Lenzi 2006) ldquoDesenvolvimento sustentaacutevel eacute o

desenvolvimento que satisfaz as necessidades do presente sem comprometer

a capacidade das geraccedilotildees futuras em satisfazer suas proacuteprias necessidadesrdquo

Estender e Pitta (O Conceito do Desenvolvimento Sustentaacutevel apud Camargo

2003 p 43) tambeacutem fazem citaccedilatildeo agrave outra definiccedilatildeo apontada no relatoacuterio

ldquoEm essecircncia o desenvolvimento sustentaacutevel eacute um

processo de transformaccedilatildeo no qual a exploraccedilatildeo dos

recursos a direccedilatildeo dos investimentos a orientaccedilatildeo

do desenvolvimento tecnoloacutegico e a mudanccedila

institucional se harmonizam e reforccedilam o potencial

presente e futuro a fim de atender agraves necessidades

e aspiraccedilotildees humanasrdquo

Nascimento (2012 p 54) aponta que ldquoA forccedila e a fraqueza dessa

definiccedilatildeo encontram-se justamente nessa foacutermula vaga pois deixam-se em

aberto quais seriam as necessidades humanas atuais e mais ainda as das

geraccedilotildees futurasrdquo

Segundo Barbosa (2008) o relatoacuterio faz consideraccedilotildees agraves questotildees

urbanas no qual as cidades em seu desenvolvimento devem contemplar as

necessidades baacutesicas de toda a populaccedilatildeo e conceder oportunidades de

melhora na qualidade de vida de todos buscando alcanccedilar uma equidade na

sociedade por meio de processos democraacuteticos para que haja um

desenvolvimento urbano adequado Ainda com referecircncia ao relatoacuterio haacute ldquoa

necessidade de descentralizaccedilatildeo das aplicaccedilotildees de recursos financeiros e

humanos e a necessidade do poder poliacutetico favorecer as cidades em sua

escala localrdquo (Barbosa 2008 p 2) Quanto agrave questatildeo do uso de recursos

naturais foi avaliada no relatoacuterio a capacidade de resiliecircncia da biosfera os

efeitos e as possiacuteveis consequecircncias causadas pela accedilatildeo antroacutepica apontando

ainda que a pobreza pode ser considerada como um problema ambiental e que

a tentativa de erradicar a mesma pode ser a base para a busca da

sustentabilidade Com essa contribuiccedilatildeo na mudanccedila do modo de perceber as

necessidades urbanas o relatoacuterio apresentou trecircs princiacutepios baacutesicos ou

aspectos que deveriam ser cumpridos ndash proteccedilatildeo ambiental equidade social e

o desenvolvimento econocircmico ndash e que seratildeo expostos mais adiante

Apesar de todos esses pontos levantados o relatoacuterio Brundtland

recebeu vaacuterias criacuteticas pelo fato de acusar a pobreza e o descontrole do

crescimento populacional nos paiacuteses subdesenvolvidos como a fonte principal

dos problemas ambientais e da insustentabilidade do planeta e de colocar em

segundo plano a poluiccedilatildeo causada ateacute a data de publicaccedilatildeo do relatoacuterio pelos

paiacuteses desenvolvidos

Em 1986 foi realizada a conferecircncia de Ottawa ndash Carta de Ottawa 1986

ndash na qual foram estabelecidas cinco condiccedilotildees para que se tentasse alcanccedilar o

desenvolvimento sustentaacutevel entre elas a manutenccedilatildeo da integraccedilatildeo

ecoloacutegica a satisfaccedilatildeo das necessidades baacutesicas humanas a provisatildeo da

autodeterminaccedilatildeo social e da diversidade cultural a integraccedilatildeo da conservaccedilatildeo

e do desenvolvimento e o alcance de equidade e justiccedila social Para a

CMMAD as condiccedilotildees que procedem do conceito de desenvolvimento

sustentaacutevel estatildeo associadas ao processo de urbanizaccedilatildeo e do crescimento da

cidade e tem como finalidade o uso adequado dos recursos naturais Em face

disto satildeo expostos alguns objetivos mudanccedila de qualidade do crescimento

crescimento renovaacutevel satisfaccedilatildeo das necessidades essenciais por emprego

aacutegua energia alimento e saneamento baacutesico garantia de um niacutevel sustentaacutevel

da populaccedilatildeo conservaccedilatildeo da base de recursos reorientaccedilatildeo da tecnologia e

do gerenciamento de risco e reorientaccedilatildeo das relaccedilotildees econocircmicas

internacionais (CMMAD 1988 1991)

Postumamente foi realizada a Assembleia das Naccedilotildees Unidas a qual

aprovou a Conferecircncia das Naccedilotildees Unidas para o Meio Ambiente e o

Desenvolvimento (CNUMAD) ocorrida em 1992 e ficou conhecida como Rio-

92 A Rio-92 teve maior visibilidade graccedilas agrave criaccedilatildeo da Convenccedilatildeo da

Biodiversidade e das Mudanccedilas Climaacuteticas ndash que posteriormente resultou na

criaccedilatildeo do Protocolo de Kyoto ndash da Agenda 21 e da Declaraccedilatildeo do Rio Essa

uacuteltima segue os mesmos padrotildees expostos na Conferecircncia de Estocolmo

citada anteriormente interligando o desenvolvimento econocircmico com o meio

ambiente atraveacutes de uma gestatildeo consciente dos recursos naturais sem

comprometer o modelo econocircmico vigente

Em decorrecircncia desses acontecimentos tornou-se de faacutecil entendimento

que o desenvolvimento sustentaacutevel eacute composto por trecircs aspectos ambiental

econocircmico e social Outros autores como Ignacy Sachs consideram ainda

outras variaacuteveis relevantes para o entendimento do DS como sustentabilidade

ecoloacutegica e poliacutetica

Figura 1 Tripeacute da Sustentabilidade

Fonte Nicholas Gimenes (2012)

Com base nesses trecircs aspectos apontados chegamos ao conhecido

Triple Bottom Line ndash ldquoTripeacute da Sustentabilidaderdquo No tripeacute da sustentabilidade

satildeo expostos o aspecto ambiental que tem como base a produccedilatildeo e o

consumo de tal forma que possa garantir que os ecossistemas natildeo sofram

problemas quanto a sua capacidade de resiliecircncia o aspecto econocircmico que

assume a denominada ecoeficiecircncia a qual incentiva a inovaccedilatildeo tecnoloacutegica

para tentar mitigar alguns dos problemas ambientais e ampliar a

desmaterializaccedilatildeo da economia e o uacuteltimo aspecto o social o qual supotildee que

a populaccedilatildeo de uma determinada sociedade tenha o miacutenimo necessaacuterio para

uma condiccedilatildeo de vida aceitaacutevel buscando erradicar a desigualdade social

Segundo Nascimento existem diversas definiccedilotildees desses trecircs aspectos mas

essas apontadas satildeo as mais recorrentes e de simples entendimento Natildeo

podemos esquecer que assim como eacute apontado por Ignacy Sachs e outros

autores outros aspectos para a definiccedilatildeo do DS devem ser levados em

consideraccedilatildeo em especial a cultura Apesar de natildeo ser citada como base do

ldquotripeacuterdquo a cultura eacute importante em qualquer sociedade quando relacionada ao

meio ambiente pois eacute ela quem dita o comportamento da populaccedilatildeo O Brasil

sofre com questotildees ambientais muitas das vezes por falta de instruccedilatildeo da

populaccedilatildeo que natildeo tem conhecimento do quatildeo impactante pode ser sua accedilatildeo

Deste modo quando se trata de questotildees ambientais eacute necessaacuterio que se

tenha uma mudanccedila natildeo repentina e sim gradativa nos padrotildees de consumo

no estilo de vida e na educaccedilatildeo ambiental

Retomando os conceitos de DS e sustentabilidade temos uma definiccedilatildeo

de Clovis Cavalcanti em que sustentabilidade ldquosignifica a possibilidade de se

obterem continuamente condiccedilotildees iguais ou superiores de vida para um grupo

de pessoas e seus sucessores em dado ecossistemardquo (Cavalcanti 2003)

Analisando essa definiccedilatildeo proposta por Cavalcanti vemos que se assemelha

do que foi exposto por Gro Harlen Brundtland em seu relatoacuterio Como jaacute foi

mencionado para Sachs o ldquoTriple Bottom Linerdquo ndash Tripeacute da Sustentabilidade ndash

possui cinco vertentes da sustentabilidade que satildeo a ldquosustentabilidade

ecoloacutegica refere-se a fiacutesica do processo de crescimento e tem como objetivo a

manutenccedilatildeo de estoques dos recursos naturais incorporados as atividades

produtivas a sustentabilidade ambiental que refere-se agrave manutenccedilatildeo da

capacidade de sustentaccedilatildeo dos ecossistemas o que implica a capacidade de

absorccedilatildeo e recomposiccedilatildeo dos ecossistemas em face as agressotildees antroacutepicas

sustentabilidade social que refere-se ao desenvolvimento e tem por algum

objetivo a melhoria da qualidade da vida da populaccedilatildeo Para caso de paiacuteses

com problemas de desigualdade e de inclusatildeo social implica a adoccedilatildeo de

poliacuteticas distributivas e a universalizaccedilatildeo de atendimento a questotildees como

sauacutede educaccedilatildeo habilitaccedilatildeo e seguridade social sustentabilidade poliacutetica

refere-se ao processo de construccedilatildeo da cidadania para garantir a incorporaccedilatildeo

plena dos indiviacuteduos ao processo de desenvolvimento e a sustentabilidade

econocircmica que refere-se a uma gestatildeo eficiente dos recursos em geral e

caracteriza-se pela regularidade de fluxos do investimento puacuteblico e privado

Implica a avaliaccedilatildeo da eficiecircncia por processos macro sociaisrdquo (Sachs 1993

Agenda 21 brasileira)

Barbosa (2008 p 4) faz uma citaccedilatildeo em seu trabalho sobre o livro de

Leila Ferreira ndash ldquoA questatildeo ambiental sustentabilidade e poliacuteticas puacuteblicas no

Brasilrdquo ndash referente ao padratildeo de vida da sociedade em que

ldquoO padratildeo de produccedilatildeo e consumo que

caracteriza o atual estilo de

desenvolvimento tende a consolidar-se

no espaccedilo das cidades e estas se

tornam cada vez mais o foco principal

na definiccedilatildeo de estrateacutegias e poliacuteticas

de desenvolvimentordquo

Sendo assim eacute de fundamental importacircncia que formas alternativas

sustentaacuteveis sejam alcanccediladas para que possam influenciar de forma positiva

na qualidade de vida das cidades e no processo de planejamento urbano Para

Acselrad (1999 p 85) a sustentabilidade urbana eacute definida como ldquoa

capacidade das poliacuteticas urbanas se adaptarem agrave oferta de serviccedilos agrave

qualidade e agrave quantidade das demandas sociais buscando o equiliacutebrio entre as

demandas de serviccedilos urbanos e investimentos em estruturardquo Como o

desenvolvimento sustentaacutevel possui muitos conceitos e definiccedilotildees haacute uma em

especial que se destaca pelo fato de estar relacionada agraves cidades juntamente

com o termo ldquosustentabilidaderdquo exposta por Barbosa (2008 p 4 apud

Satterthwaite 2004) em que

ldquoa resposta agraves necessidades humanas

nas cidades como o miacutenimo ou

nenhuma transferecircncia dos custos da

produccedilatildeo consumo ou lixo para outras

pessoas ou ecossistemas hoje e no

futurordquo

Assim a participaccedilatildeo da sociedade e a diversidade dos interesses que

a mesma possui gera um conflito entre as poliacuteticas puacuteblicas e o

desenvolvimento sustentaacutevel mas nada que natildeo possa ser contornado a partir

da conscientizaccedilatildeo individual dos cidadatildeos Como eacute exposto por Barbosa ldquoeacute

imprescindiacutevel para a sustentabilidade urbana o uso racional dos recursos

naturais a boa forma do ambiente urbano baseado na interaccedilatildeo clima e os

recursos naturais aleacutem das respostas agraves necessidades urbanas com o miacutenimo

de transferecircncia de dejetos e rejeitos para outros ecossistemas atuais e

futurosrdquo (Barbosa 2008 p 9) Em detrimento disso ldquoo desenvolvimento

sustentaacutevel natildeo deve ser apresentado como um slogan poliacuteticordquo (Barbosa

2008 p 10) deve ser apresentado como uma possiacutevel soluccedilatildeo para a

mitigaccedilatildeo dos problemas ambientais encontrados atualmente na sociedade

Portanto a sustentabilidade visa emoldurar novos meios alternativos de

produccedilatildeo distribuiccedilatildeo e consumo dos recursos naturais existentes de forma

mais racional ecologicamente viaacutevel e economicamente eficaz

Ao retratar esses problemas de padrotildees vividos pela sociedade

relacionados ao meio ambiente mais especificamente a utilizaccedilatildeo de recursos

naturais Nascimento (2012 p 58) aponta que ldquohaacute uma quase unanimidade

hoje entre os cientistas de que os recursos naturais natildeo seratildeo suficientes para

fornecer um modo de vida similar ao da classe meacutedia mundial a todos os novos

ingressantes no mercado No entanto eles tecircm tanto direito quanto os que jaacute

participam do mercado consumidorrdquo Mas como podemos contornar tais

problemas e a crise ambiental Atraveacutes da criatividade humana muitas formas

alternativas foram criadas e podem ser inventadas quando se tratam dos

recursos finitos utilizados pelo homem Temos como exemplo a aacutegua sobre a

qual poucos satildeo os estudos apresentados relacionando o aproveitamento de

aacuteguas pluviais e cidades sustentaacuteveis Na maioria das vezes os estudos satildeo

feitos com base em outras necessidades como a dessalinizaccedilatildeo das aacuteguas do

mar para consumo humano Natildeo podemos esquecer que atualmente existem

diversos sistemas de captaccedilatildeo de aacuteguas pluviais para diferentes finalidades

sejam elas para aproveitamento de consumo humano ou natildeo

3 ndash A viabilidade de implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo

pluvial em Brasiacutelia ndash DF

31 ndash Apresentaccedilatildeo de dados

Primeiramente seratildeo apresentados dados sobre a populaccedilatildeo e o

consumo de aacutegua presente nas residecircncias de Brasiacutelia e que seratildeo utilizados

como base para a implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo na Asa Norte

Segundo Ferreira C diretor Superintendente de Atendimento Comercial

(CAC) da Companhia de Saneamento Ambiental do Distrito Federal (CAESB)

ldquoEm Brasiacutelia o consumo meacutedio por habitante eacute de 190 litros de aacutegua por dia o

que resulta em um consumo mensal de 6msup3 por habitanterdquo De acordo com a

ONU cada pessoa necessita de 110 litros por dia para atender as

necessidades de consumo e higiene A Companhia de Saneamento Baacutesico do

Estado de Satildeo Paulo (SABESP 2010) afirma que ldquono Brasil o consumo por

pessoa pode chegar a mais de 200 litrosdiardquo A estimativa da SABESP (2010)

eacute de que 54 litros (27) vatildeo para cozinhar e beber 50 litros (25) para tomar

banho e escovar os dentes 66 litros (33) para descarga de banheiro 24 litros

(12) para lavagem de roupa e 6 litros (3) para outras tarefas como lavagem

de carro por exemplo Segundo dados da CAESB Brasiacutelia (Plano Piloto)

consome cerca de 2757890msup3 por mecircs e que o consumo por habitante eacute de

1381msup3mecircs

Devido ao alto consumo de aacutegua em Brasiacutelia os recorrentes transtornos

hiacutedricos urbanos e a ausecircncia de sistemas captaccedilatildeo pluvial este capiacutetulo traz

um estudo da viabilidade teacutecnica e econocircmica da implantaccedilatildeo de um sistema

em um preacutedio residencial do bairro Asa Norte mais especificamente na

Superquadra 111 Norte Natildeo haacute nenhum estudo realizado que comprove a

frequecircncia dos alagamentos nessa regiatildeo portanto tal quadra foi selecionada

em decorrecircncia de mateacuterias e reportagens que mostram a dificuldade que a

populaccedilatildeo sofre quando haacute uma chuva anormal

Primeiramente eacute necessaacuterio que se tenha uma noccedilatildeo do periacuteodo

chuvoso em Brasiacutelia Segundo o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais

(INPE) Brasiacutelia apresenta um regime de precipitaccedilatildeo bem definido sendo que

a estaccedilatildeo chuvosa tem iniacutecio em Outubro e estende-se ateacute Marccedilo e a estaccedilatildeo

seca ocorre no restante do ano (Abril a Setembro) Ainda segundo o INPE ldquoa

estaccedilatildeo chuvosa eacute causada pelo forte aquecimento da atmosfera na Amazocircnia

que favorece o desenvolvimento de um sistema quase estacionaacuterio em altos

niacuteveis a Alta Boliacutevia Como resultado dessa circulaccedilatildeo observa-se nos baixos

niacuteveis uma regiatildeo de baixa pressatildeo e a convergecircncia de ar satildeo os principais

fatores que provocam a precipitaccedilatildeo neste periacuteodo responsaacutevel por 70 do

total meacutedio anualrdquo A partir desses elementos apresentados pelo INPE e com

base nos dados os quais foram obtidos da estaccedilatildeo meteoroloacutegica de Brasiacutelia

localizada na Latitude (ordm) -158 Longitude (ordm)-479 temos a precipitaccedilatildeo de

Brasiacutelia dada mecircs a mecircs Os dados partem de Janeiro de 2006 e vatildeo ateacute

Outubro de 2015 Eacute importante frisar que os dados foram formulados a partir

da precipitaccedilatildeo acumulada para tornar mais faacutecil de calcular a meacutedia

Tabela 01 Dados de Precipitaccedilatildeo

AnoMecircs JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ Meacutedia Mensal

2006 1232 1914 258 1417 351 09 01 528 403 5264 1956 1821 14563

2007 2609 2659 357 501 75 0 0 0 0 535 2249 275 9779

2008 201 2425 2346 2109 0 0 0 27 80 387 271 3226 1337

2009 2028 1347 81 3759 612 93 0 725 505 2958 1991 3078 1492

2010 1211 368 2494 2388 275 0 0 0 0 349 2547 318 1068

2011 1268 1724 2433 696 139 38 0 0 7 2639 3338 4704 1421

2012 2699 1149 1982 1213 444 24 02 0 333 1098 4446 1428 1235

2013 4918 1893 1903 954 222 62 03 0 659 1069 2711 3525 1493

2014 1531 1392 3402 2493 28 10 79 0 162 2014 192 3667 1399

2015 939 1297 3456 2076 499 0 08 0 218 694 SD SD 9187

Meacutedia para cada mecircs

20445 16168 21763 17606 2645 326 093 128 315 17007 2652 30421 12797

Tabela contendo os dados de chuva acumulada mecircs a mecircs em miliacutemetros (mm)

Fonte INPE 2015

Obs 1- SD - satildeo dados que natildeo foram coletados devido pois o trabalho foi realizado antes desses meses

Obs2- Meacutedia calculada com os dados obtidos no caso os meses de novembro e dezembro de 2015 natildeo entram no

caacutelculo pois ainda natildeo existiam os dados

Temos tambeacutem a partir do estudo realizado por Brino (Brasiacutelia

Superquadras Residenciais) os dimensionamentos dos preacutedios e a quantidade

de apartamentos por pavimentos conforme as tabelas a seguir

Tabela 02 Dimensionamento dos Blocos

A SUPERQUADRA AE AT

Aacuterea de Projeccedilatildeo por Bloco

Aacuterea Total = 11760msup2 Nuacutemero total de Blocos = 11

1069msup2 185 136

Aacuterea Construiacuteda por bloco (sem pilotis e

subsolo)

Pavimentos = 6 Aacuterea do Pavimento = 1069msup2

6414msup2 1113 818

Aacuterea Construiacuteda por superquadras (sem pilotis e subsolo)

Preacutedio = 11 Aacuterea por Preacutedio = 64141msup2

70554msup2 8999 1225

AE - Aacuterea Aedificandi e AT - Aacuterea Total

Tabela 03 Dimensionamento da Populaccedilatildeo

A POPULACcedilAtildeO (5 Pessoas

apart)

6 apartamentos por pavimento

36 apartamentos por bloco

396 apartamentos

por superquadra

1980 pessoas por

superquadra

8 apartamentos por pavimento

48 apartamentos por bloco

528 apartamentos

por superquadra

2640 pessoas por

superquadra

10 apartamentos por pavimento

60 apartamentos por bloco

660 apartamentos

por superquadra

3300 pessoas por

superquadra

12 apartamentos por pavimento

72 apartamentos por bloco

792 apartamentos

por superquadra

3960 pessoas por

superquadra

Caacutelculo para as faixas 100 200 e 300 (seis pavimentos) Fonte SUDUR

O estudo apresentado por Brino (Brasiacutelia Superquadras Residenciais)

considera uma famiacutelia composta por cinco pessoas para cada apartamento

nesse caso iremos desconsiderar essa informaccedilatildeo e basearmos nos dados

apresentados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica (IBGE) Nos

dados do IBGE (Censo Demograacutefico 2010) constam que a meacutedia de

moradores em domiciacutelios particulares ocupados eacute de 33 moradores

Partindo dos elementos de precipitaccedilatildeo aacuterea de projeccedilatildeo por bloco

meacutedia de moradores por apartamento total de apartamentos de um preacutedio e

consumo meacutedio de aacuteguadia por habitante podemos dar inicio as formas de

captaccedilatildeo e armazenamento de aacuteguas pluviais

32 ndash Aacuteguas pluviais e aacuteguas cinzas

Mas porque focar em aproveitamento de aacuteguas pluviais Segundo

Rapoport (2004 p 1) ldquoo aumento populacional acompanhado pelas mudanccedilas

climaacuteticas globais vem contribuindo para o aumento na demanda por recursos

hiacutedricosrdquo Ainda expotildee que ldquoembora a aacutegua seja um recurso renovaacutevel ela

tende a se deteriorar em funccedilatildeo do seu uso indiscriminado o que compromete

consequentemente a quantidade de aacutegua com qualidade disponiacutevel para o

consumo nas diversas localidadesrdquo (Rapoport 2004 p 1)

Um fato importante abordado por Rapoport (2004 p1) eacute que ldquoa

quantidade de aacutegua disponiacutevel eacute sempre a mesma jaacute que estaacute sempre sendo

renovada atraveacutes do ciclo hidroloacutegico Entretanto a aacutegua de qualidade para

consumo estaacute se tornando rarardquo A tiacutetulo de esclarecimento ldquosabe-se que o

ciclo hidroloacutegico se constitui basicamente do transporte de massas drsquoaacutegua do

oceano para atmosfera por evaporaccedilatildeo e da atmosfera atraveacutes de

precipitaccedilotildees escoamentos superficiais e subterracircneos para os oceanos

influenciando diretamente a distribuiccedilatildeo e extensatildeo dos corpos drsquoaacutegua

continentaisrdquo (Rapoport 2004 p 1) Sendo assim a interferecircncia humana tem

causado alteraccedilotildees no ciclo hidroloacutegico em diversas regiotildees Esse assunto

seraacute melhor abordado mais adiante pois o uso do sistema de captaccedilatildeo pode

influenciar no ciclo hidroloacutegico negativamente mas utilizado da forma

adequada pode continuar mantendo o ciclo equilibrado

Aleacutem do uso indevido da aacutegua e de sua escassez Lima e Machado

(2008 p 13) apontam que ldquooutro fator importante eacute o aumento de inundaccedilotildees e

enchentes devido ao escoamento superficial da aacutegua de chuva e da

impermeabilizaccedilatildeo do solordquo Portanto a captaccedilatildeo de aacuteguas pluviais pode

contribuir para a reduccedilatildeo dos transtornos hiacutedricos urbanos e ao mesmo tempo

reduzir a demanda por aacutegua potaacutevel da companhia de distribuiccedilatildeo local

Segundo Amorim e Pereira (2008 p 54) ldquouma das soluccedilotildees em estudo

para aumentar a oferta de aacutegua para as edificaccedilotildees eacute o aproveitamento da

aacutegua pluvial Esta apresenta uma boa alternativa visto que aleacutem de reduzir o

consumo de aacutegua potaacutevel ainda surge como uma accedilatildeo no combate agraves

enchentes funcionando como uma medida natildeo-estrutural do sistema de

drenagem urbanardquo Mas o que eacute necessaacuterio para formar um sistema de

captaccedilatildeo adequado e funcional Amorim e Pereira (2008 p 54) apresentam

que ldquoos sistemas de aproveitamento de aacutegua pluvial satildeo formados basicamente

pela aacuterea de captaccedilatildeo (geralmente coberturas) os componentes de transporte

(calhas e condutores verticais) e o reservatoacuteriordquo Cabe ressaltar que para esse

estudo a captaccedilatildeo das aacuteguas pluviais seraacute destinada apenas para a utilizaccedilatildeo

em ldquoaacuteguas cinzasrdquo Neste sentido o reuso das aacuteguas cinzas que satildeo as aacuteguas

provenientes de todas as atividades domeacutesticas com exceccedilatildeo de fontes de

aacuteguas negras tais como sanitaacuterios bidecircs e urinol vem sendo estudadas com

vista ao reuso tanto em irrigaccedilatildeo como em sanitaacuterios (Rapoport 2004 p 8)

Retomando os dados apresentados pela SABESP (2010) temos a

tabela 04 a qual apresenta os dados de consumo domeacutestico e em sequecircncia o

graacutefico 01 que demonstram que se analisarmos as quantidades de aacutegua

utilizada no consumo domeacutestico teremos uma base para o tamanho do

reservatoacuterio E posteriormente a tabela 05 mostra em que situaccedilotildees se podem

reutilizar as aacuteguas pluviais

Tabela 04 Consumo domeacutestico de aacutegua

Litros

Cozinhar e Beber 54

Tomar Banho e Escovar os Dentes 50

Descarga de Banheiro 66

Lavagem de Roupa 24

Outras Tarefas 6

Total = 200

Fonte SABESP (2010)

27

25

33

12

3

Cozinhar e Beber

Tomar Banho e Escovar osDentes

Descarga de Banheiro

Lavagem de Roupa

Outras Tarefas

Descarga de Banheiro

6875

Lavagem de Roupa

25

Outras Tarefas 625

Graacutefico 01 Consumo Domeacutestico de Aacutegua

Tabela 05 Percentual para reutilizaccedilatildeo de aacuteguas pluviais

Graacutefico 02 Percentual para Reutilizaccedilatildeo de Aacuteguas Pluviais

Porcentagem ()

Descarga de Banheiro 66 6875

Lavagem de Roupa 24 25

Outras Tarefas 6 625

Total = 96 100

Fonte SABESP(2010)

33 ndash Meacutetodos de Dimensionamento do Reservatoacuterio

Amorim e Pereira (2008 p 54 Soares et al 2000 apud May 2004)

apresentam que existem quatro grupos principais para o dimensionamento do

reservatoacuterio

(a) Meacutetodos determiniacutesticos os dados referentes agrave precipitaccedilatildeo

pluviomeacutetrica e agrave demanda satildeo analisados pela curva de massa

(b) Meacutetodos aproximados baseados em relaccedilotildees empiacutericas

conhecidas

(c) Meacutetodos de modelaccedilatildeo satildeo tambeacutem conhecidos como meacutetodos

de transiccedilatildeo probabiliacutestica da matriz e

(d) Meacutetodos de anaacutelise de sistemas sendo linear natildeo linear ou

programaccedilatildeo dinacircmica

Dentro desses grupos de dimensionamento temos os diversos meacutetodos

meacutetodo de Rippl que consiste na determinaccedilatildeo do volume com base na aacuterea

de captaccedilatildeo que eacute subdivido em meacutetodo analiacutetico e meacutetodo graacutefico meacutetodo de

consideraccedilatildeo dos periacuteodos de dias consecutivos sem chuva que necessita da

observaccedilatildeo dos registros pluviomeacutetricos para identificar os maiores periacuteodos de

dias consecutivos sem chuvas e sua taxa de repeticcedilatildeo meacutetodo de anaacutelise de

simulaccedilatildeo de um reservatoacuterio com capacidade suposta que consiste

basicamente na fixaccedilatildeo de um volume para o reservatoacuterio e na verificaccedilatildeo do

percentual de consumo que seraacute atendido meacutetodo praacutetico brasileiro meacutetodo

praacutetico alematildeo meacutetodo praacutetico inglecircs e o meacutetodo praacutetico australiano (Amorim

e Pereira 2008 p 55-58)

34 ndash Anaacutelise de caso para um preacutedio da Superquadra 111 Norte

A partir dos dados jaacute apresentados temos que o objeto de estudo eacute um

preacutedio residencial localizado na Superquadra 111 Norte que possui uma aacuterea

de projeccedilatildeo de 1069msup2 com seis (6) pavimentos constituindo uma aacuterea

construiacuteda de 6414msup2 apresentando seis (6) apartamentos por pavimento e

consequentemente trinta e seis (36) apartamentos no total (Brino Brasiacutelia

Superquadras Residenciais) O preacutedio conteacutem 33 habitantes por apartamento

(IBGE 2010) que consomem em meacutedia cerca de 190 litros de aacuteguadia

resultando em um consumo mensal de aproximadamente 6msup3 por pessoa

(CAESB) mas como a aacutegua captada da chuva seraacute utilizada apenas para

suprir a demanda de aacutegua cinza temos 66 litros para descarga de vasos

sanitaacuterios

Temos entatildeo que a demanda por aacutegua por habitante nesse edifiacutecio eacute

dada por

119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119898119900119903119886119889119900119903 = 66119871 = 66119871119863119894119886

119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119886119901119886119903119905119886119898119890119899119905119900 = 33119901 times 66119871 ~ 217 119871119863119894119886

119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119901119903eacute119889119894119900 = (33119901 times 66119871) times 36 ~ 7840119871119863119894119886

119863119890119898119886119899119889119886 119898119890119899119904119886119897 119901119900119903 119901119903eacute119889119894119900 =7840119871

119889119894119886times 30119863119894119886119904 = 235224119871

Legenda L = Litros p = Pessoas

Para facilitar nos caacutelculos ao aplica-los para o reservatoacuterio e para o

sistema de captaccedilatildeo eacute necessaacuterio realizar a conversatildeo de litros para msup3

(metros cuacutebicos) Sendo assim 66L = 0066msup3 217L = 0217msup3 7840L =

7840msup3 e 235224L = 235224msup3

Seraacute utilizado o ano de 2014 para os dados de precipitaccedilatildeo da estaccedilatildeo

meteoroloacutegica de Brasiacutelia localizada na Latitude (ordm) -158 Longitude (ordm)-479

fornecidos pela professora Rafaela Lisboa durante o periacuteodo chuvoso O ano

de 2014 apresenta registros jornaliacutesticos de alagamento nos meses de

Fevereiro com precipitaccedilatildeo de 1392 msup3 Marccedilo com precipitaccedilatildeo de 3402msup3

e Dezembro com precipitaccedilatildeo de 3667msup3 Importante ressaltar que o setor

Noroeste de Brasiacutelia foi construiacutedo em 2011 (site G1) o que aumentou a aacuterea

de solo impermeabilizado e a reduccedilatildeo no escoamento superficial da aacutegua

ocasionando em um aumento nas enchentes e alagamentos na Asa Norte

Segundo Amorim e Pereira (2008 p57) um dos meacutetodos a ser utilizado

para poder saber o volume de aacutegua aproveitaacutevel e consequentemente o

volume de aacutegua do reservatoacuterio Trata-se de um meacutetodo empiacuterico apresentado

na NBR 155272007 O volume de aacutegua do reservatoacuterio V expresso em L eacute

exposto a seguir

119872eacute119905119900119889119900 119875119903aacute119905119894119888119900 119861119903119886119904119894119897119890119894119903119900

119881 = 0042 times 119875 times 119860 times 119879

Em que ldquoVrdquo representa o volume de aacutegua aproveitaacutevel e o volume de

aacutegua do reservatoacuterio (L) ldquoPrdquo a precipitaccedilatildeo meacutedia mensal (mm) ldquoArdquo a aacuterea de

coleta em projeccedilatildeo ldquoTrdquo nuacutemero de meses de pouca chuva ou seca e ldquo0042rdquo eacute

um coeficiente estipulado

Portanto segundo Fontanela (2010 p 25) para estipular o volume do

reservatoacuterio temos que calcular 42 do produto entre o volume de chuva

coletada pelo telhado e o nuacutemero de meses com pouca chuva ou seca

Atribuindo valores do ano de 2014 temos que

119881 = 0042 times 1399119898119898 times 1069 times 5

119881~ 31406119871 119900119906 31406119898sup3

Ressaltando que esse valor obtido eacute uma estimativa do tamanho do

reservatoacuterio e que pode haver um reservatoacuterio de maior capacidade

De forma comparativa eacute de bom senso que se faccedila outro caacutelculo com um

meacutetodo alternativo

Amorim e Pereira (2008 p56) expotildeem que existe um meacutetodo de anaacutelise

de simulaccedilatildeo do reservatoacuterio com capacidade suposta o qual consiste

basicamente na fixaccedilatildeo de um volume para o reservatoacuterio e na verificaccedilatildeo de

consumo que seraacute atendido Sendo assim ldquoo primeiro passo para a aplicaccedilatildeo

desse meacutetodo eacute adotar alguns valores possiacuteveis para o volume com base na

estimativa do consumo mensal de aacutegua natildeo potaacutevelrdquo (Amorim e Pereira 2008

p57) Portanto partindo do ponto que o preacutedio consome cerca de 235000L

devemos calcular uma base que possa ser favoraacutevel economicamente

119872eacute119905119900119889119900 119889119890 119878119894119898119906119897119886ccedilatilde119900 119889119900 119877119890119904119890119903119907119886119905oacute119903119894119900

235224119871 rarr 100

119881 rarr 30

119881 ~ 70000119871 119900119906 70119898sup3

Tambeacutem haacute outra alternativa apresentada por L Pereira (Viabilidade

EconocircmicoAmbiental p 18)

119881119886119888 = 119860119879 times 119875119875119872119860 lowast

119881119886119888 = 1069119898sup2 times 1399119898sup3 = 1495531119898sup3119886119899119900

Equaccedilatildeo a qual ldquoVacrdquo corresponde ao volume de aacutegua captado ldquoATrdquo

aacuterea do telhado e ldquoPPMArdquo eacute a precipitaccedilatildeo pluviomeacutetrica meacutedia mensal

Poreacutem o resultado obtido eacute para os 12 meses do ano e como foi visto no

ano de 2014 temos 7 meses com chuva portanto

119881119886119888 =119879119900119905119886119897

1198983

1198861198991199007 119898119890119904119890119904

lowast

119881119886119888 =1495531119898sup3119886119899119900

7= 21364119898sup3 119900119906 213640119871

dados somente seriam vaacutelidos se a precipitaccedilatildeo fosse uniforme durante os 7 meses de chuva

341 ndash Anaacutelise de caso para a Superquadra 111 Norte

Retomando a tabela 02 temos que a quadra apresenta 11 preacutedios

aproximadamente que variam o nuacutemero de apartamentos por pavimentos e

consequentemente o nuacutemero de moradores mas os edifiacutecios continuam tendo

uma aacuterea de 1069msup2 gerando um uma aacuterea total de 70554msup2 mas teremos

como base os caacutelculos feitos para o preacutedio selecionado no item 34

Realizando um caacutelculo baacutesico tem-se como estimativa de

armazenamento para esta quadra o seguinte

119872eacute119905119900119889119900 119875119903aacute119905119894119888119900 119861119903119886119904119894119897119890119894119903119900

119881~ 31406119871 119900119906 314061198983

11 119875119903eacute119889119894119900119904 times 31406119871 = 345466119871 119900119906 345466119898sup3

119872eacute119905119900119889119900 119889119890 119878119894119898119906119897119886ccedilatilde119900 119889119900 119877119890119904119890119903119907119886119905oacute119903119894119900

119881 ~ 70000119871 119900119906 701198983

11 119875119903eacute119889119894119900119904 times 70000119871 = 770000

119881119900119897119906119898119890 119889119890 aacute119892119906119886 119888119886119901119905119886119889119900 lowast

119881119886119888 = 213641198983119900119906 213640119871

11 119875119903eacute119889119894119900119904 times 213640119871 = 2350040119871 119900119906 235004119898sup3

dados somente seriam vaacutelidos se a precipitaccedilatildeo fosse uniforme durante os 7 meses de chuva

119863119890119898119886119899119889119886 119905119900119905119886119897 119889119886 119902119906119886119889119903119886 119888119900119898 119889119890119904119888119886119903119892119886 119889119890 119887119886119899ℎ119890119894119903119900

11 119875119903eacute119889119894119900119904 times 235224119871 = 2587464119871 119900119906 2587464119898sup3

Segundo Brino (Brasiacutelia Superquadras Residenciais) temos que as

dimensotildees maacuteximas de uma superquadra satildeo de 280x280m resultando numa

aacuterea de 78400msup2 que eacute denominado de Aacuterea Total (AT) A partir disso foi

definido que deveria existir uma faixa externa de 20m denominada de non

aedificandi que foi destinada ao plantio de uma ldquomassa vegetalrdquo de grande

porte e no interior da quadra encontra-se a aacuterea aedificandi a qual possui

240x240m e uma aacuterea de 57600msup2 Realizando uma subtraccedilatildeo da Aacuterea total

pela Aacuterea aedificandi obtecircm-se que a aacuterea non aedificandi eacute de 20800msup2 que

corresponde a 265 da aacuterea total

Com base nessas informaccedilotildees eacute necessaacuterio atentar-se ao detalhe de

que uma parte da precipitaccedilatildeo cai no solo e outra parte nos telhados dos

preacutedios Sendo assim parte da chuva pode ser aproveitada pelo sistema de

captaccedilatildeo enquanto outra parte chega ao solo sem uma interferecircncia direta no

ciclo hidroloacutegico

35 ndash Funcionamento do sistema de captaccedilatildeo

Eacute importante frisar que o sistema de aproveitamento de aacuteguas pluviais eacute

regido pela norma NBR 15527 (Associaccedilatildeo Brasileira de Normas Teacutecnicas

2007) norma a qual faz algumas consideraccedilotildees importantes para implantaccedilatildeo

e correto funcionamento do sistema de captaccedilatildeo Alguns destes satildeo

435 ndash O volume dos reservatoacuterios deve ser dimensionado com

base em criteacuterios teacutecnicos econocircmicos e ambientais levando em

conta as boas praacuteticas da engenharia podendo a criteacuterio do

projetista ser utilizados os meacutetodos contidos no Anexo A ou

outro desde que devidamente justificado

Item 436 ndash Os reservatoacuterios devem ser limpos e desinfetados

com soluccedilatildeo de hipoclorito de soacutedio no miacutenimo uma vez por ano

de acordo com agrave ABNT NBR 5626

Item 442 ndash As tubulaccedilotildees e demais componentes devem ser

claramente diferenciados das tubulaccedilotildees de aacutegua potaacutevel

Item 443 ndash O sistema de distribuiccedilatildeo de chuva deve ser

independente do sistema de aacutegua potaacutevel natildeo permitindo a

conexatildeo cruzada de acordo com agrave ABNT NBR 5626

Item 444 ndash Os pontos de consumo como por exemplo uma

torneira de jardim devem ser de uso restrito e identificados com

placa de advertecircncia com a seguinte inscriccedilatildeo ldquoaacutegua natildeo potaacutevelrdquo

e identificaccedilatildeo graacutefica

Item 445 ndash Os reservatoacuterios de aacutegua de distribuiccedilatildeo de aacutegua

potaacutevel e de aacutegua da chuva devem ser separados

Item 461 ndash Quando necessaacuterio o bombeamento este deve

atender agrave ABNT NBR 12214

Deve-se realizar manutenccedilatildeo em todo o sistema de

aproveitamento de aacutegua de chuva

Para maiores esclarecimentos ldquoo funcionamento de um sistema de

coleta e aproveitamento de aacutegua pluvial consiste de maneira geral na captaccedilatildeo

da aacutegua da chuva que cai sobre os telhados ou lajes da edificaccedilatildeo A aacutegua eacute

conduzida ateacute o local de armazenamento atraveacutes de calhas condutores

horizontais e verticais passando por equipamentos de filtragem e descarte de

impurezas Apoacutes passar pelo filtro a aacutegua eacute armazenada geralmente em

reservatoacuterio enterrado (cisterna) e bombeada a um segundo reservatoacuterio

(elevado) do qual as tubulaccedilotildees especiacuteficas de aacutegua pluvial iratildeo distribuiacute-la

para o consumo natildeo potaacutevelrdquo (Carvalho 2010 p 27 e 28) Conforme ilustra a

imagem a seguir

Figura 02 Funcionamento de um Sistema de Captaccedilatildeo

Fonte Adatildeo D Padini (2013)

De forma mais simplificada podemos ver a representaccedilatildeo no fluxograma

a seguir

Figura 03 Fluxograma do Sistema de Captaccedilatildeo

Fonte Leandro Roncato Pereira

351 ndash Dificuldades para implantaccedilatildeo do sistema

Tal sistema apresenta como dificuldade o local onde seriam instaladas

as cisternas uma vez que geraria um peso sobre o telhado Dessa forma o

sistema seria instalado no jardim cobrando um custo adicional

352 ndash Custo de implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo fechado em um

preacutedio

Na implantaccedilatildeo desse sistema os materiais utilizados teratildeo como base o

meacutetodo praacutetico brasileiro e para aumentar a eficiecircncia do sistema o volume de

31406L seraacute arredondado para 35000L

Os valores de alguns dos materiais apresentados a seguir seguem os

dos apresentados no trabalho de L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental

p 18) apenas o valor da caixa drsquoaacutegua de 10000L foi obtido atraveacutes de

pesquisas em lojas de construccedilatildeo e assim utilizando a de menor valor

Tambeacutem devemos considerar que a bomba consome energia ao bombear aacutegua

para o preacutedio (CEB) portanto os valores seguem conforme a tabela a seguir

Tabela 06 Preccedilo dos Produtos do Sistema de Captaccedilatildeo sem Fluxo

Produto Quantidade Valor unitaacuterio (R$) Valor total (R$)

Cx Daacutegua 10000L 3 496090 1488270

Cx Daacutegua 5000L 1 108000 108000

Boacuteia Eleacutetrica 1 2750 2750

Boacuteia Comum 1 1220 1220

Registro de Gaveta

1 3490 3490

Bomba Anauger 1 23000 23000

Filtro 3P VF1 1 22000 22000

Tubulaccedilotildees 7000 7000

Disjuntor 1 1310 1310

Escavaccedilatildeo Msup3 3666 128310

Matildeo de Obra 1 58574 58574

Energia 054 054

Total 13 727154 1843978

Observaccedilatildeo Pelo fato desse estudo se tratar de um modelo de implantaccedilatildeo

o custo das tubulaccedilotildees vai variar de acordo com a demanda necessitada pelo

preacutedio portanto podendo variar de acordo com o projeto implantado Para este

estudo seraacute adotado o valor de R$ 7000

Observaccedilatildeo Pelo fato desse trabalho tratar-se de um modelo de

implantaccedilatildeo o custo da energia pode variar de acordo com a demanda necessitada

pelo preacutedio portanto podendo variar de acordo com o uso da bomba Para este

estudo seraacute adotado o valor de R$ 054 que eacute o valor do KwH cobrado pela CEB

Segundo Saravy (2010 p 46) haacute tambeacutem um custo para manutenccedilatildeo do

sistema conforme a tabela a seguir

Tabela 07 Preccedilo de Manutenccedilatildeo do Sistema de Captaccedilatildeo

Com esses dados podemos ver o valor total final a ser pago pelo

sistema de captaccedilatildeo que eacute de R$ 1889978

36 ndash Taxas e valores cobrados para utilizaccedilatildeo de aacutegua

Segundo a Companhia de Saneamento Ambiental do Distrito Federal (CAESB)

quando vaacuterias residecircncias satildeo atendidas por uma uacutenica ligaccedilatildeo de aacutegua eacute aplicado o

conceito de consumo ldquoPara exemplificar podemos citar um preacutedio residencial onde

cada apartamento corresponde a uma unidade de consumordquo (CAESB) Contudo o

caacutelculo de gastos seraacute realizado primeiro em um apartamento e posteriormente

multiplicado pelo total de apartamentos do preacutedio uma vez que os preacutedios

residecircncias da Asa Norte pagam a conta de aacutegua atraveacutes do condomiacutenio O preacutedio

Componente Frequecircncia da Manutenccedilatildeo

Custo da Manutenccedilatildeo

Calhas e Condutores

Semestral R$ 13000

Reservatoacuterio Limpeza e

Desinfecccedilatildeo Anual

R$ 20000

desse estudo apresenta um hidrocircmetro que mede o consumo de aacutegua para o todo o

preacutedio

Eacute de suma importacircncia destacar tambeacutem que haacute uma taxa de esgoto que eacute

cobrada pela CAESB consequentemente ldquoo valor da tarifa de esgotos corresponde

a 100 do valor da tarifa de aacutegua exceto quando se tratar de coleta do tipo

condominial que equivale a 60 do valor da tarifa de aacuteguardquo (CAESB)

Deste modo a CAESB utiliza tarifas para diversas categorias de moradia e

comeacutercio e neste estudo seraacute aplicada a tarifa de ldquoresidencial normalrdquo em

concordacircncia com a tabela a seguir

Tabela 08 Valor da Tarifa Cobrado pela CAESB

Para melhor compreensatildeo do caacutelculo que a CAESB faz temos uma conta do

condomiacutenio do preacutedio da Superquadra 111 Norte

Figura 04 Conta Discriminada do Condomiacutenio

Fonte Condomiacutenio do Preacutedio

O caacutelculo feito pela CAESB consiste primeiramente em saber a demanda de

aacutegua gasta em metros cuacutebicos por Unidade de Consumo ndash apartamento ndash para

saber qual faixa ldquomsup3rdquo eacute aplicada Apoacutes saber qual a faixa ldquomsup3rdquo que se enquadra eacute

atribuiacutedo o volume por UC (em msup3) em sequecircncia multiplica-se o volume por UC ou

volume da faixa pelo nuacutemero de UCrsquos correspondente para se obter o volume total

gasto (em msup3) Tendo o volume total gasto basta multiplicar pelo preccedilo corresponde

agrave faixa a qual se encaixa o consumo e assim obtendo o valor total a pagar A partir

do momento que se tem o valor total a pagar eacute necessaacuterio acrescer 100 do valor

para cobrir a tarifa de esgoto conforme a figura

Partindo desses dados podemos calcular por apartamento quanto eacute cobrado

pela CAESB a partir dos dados apresentados no capiacutetulo 34

119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119886119901119886119903119905119886119898119890119899119905119900 = 33119901 times 66119871 ~ 217119871

119863119894119886

119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119886119901119886119903119905119886119898119890119899119905119900 119886119900 119898ecirc119904 = 217119871119889119894119886 times 30119863119894119886119904 = 6510119871 119900119906 65101198983

Com base nesses dados temos que calcular o volume total de descarga em

sanitaacuterios que o preacutedio consome com a seguinte foacutermula

119881119879 = 119881119865 times 119873ordm 119889119890 119880119862prime119904

119881119879 = 10119898sup3 times 36 = 360119898sup3

Em que ldquoVTrdquo corresponde ao volume total do preacutedio ldquoVFrdquo ao volume da faixa

que eacute estipulado pela CAESB e ldquoUCrsquosrdquo satildeo as unidades de consumo que eacute correlato

ao nuacutemero de apartamentos existente

Portanto o total a se pagar em um mecircs eacute calculado da seguinte forma

119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 119881119879 times 119879119886119903119894119891119886 119889119890 aacute119892119906119886 + 119879119886119903119894119891119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900

119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 360119898sup3 times 119877$ 265 + 119879119886119903119894119891119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900

119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 954 + 119877$ 954 = 119877$ 1908

Em 7 meses seriam pagos em descarga

119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 1908 times 7 119872119890119904119890119904 = 119877$ 13356

37 ndash Caacutelculos de economia e retorno de investimento para um sistema

fechado

Conforme exposto por L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental p 15)

ldquopara o caacutelculo da economia da taxa de aacutegua multiplica-se o valor do msup3 (valor

cobrado por msup3 do responsaacutevel pelo fornecimento de aacutegua na cidade []) pelo

volume captado e entatildeo obtecircm-se o valor economizado por ano na taxa de aacuteguardquo

Recapitulando que para esse estudo seraacute utilizado o meacutetodo praacutetico brasieliro

devido aos meses de seca ou pouca chuva

Sendo assim

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119881119886119897119900119903 119889119900 1198983 times 119881119900119897119906119898119890 119888119886119901119905119886119889119900

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 265 times 314061198983

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 8322

Essa economia de R$ 8322 eacute para um mecircs de chuva para o preacutedio todo

sendo assim para os 7 meses de chuva tem-se

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119890 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 8322 times 7 119898119890119904119890119904 = 119877$ 58254

Ainda segundo L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental p 16) para o

caacutelculo da economia referente ao esgoto eacute necessaacuterio multiplicar o valor do msup3 pelo

volume captado e por 08 uma vez que considera-se 20 de perda ou seja para

cada 1 litro de aacutegua que chega na residecircncia eacute cobrado 08 litros para o tratamento

do esgoto

Portanto tem-se

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119881119886119897119900119903 119889119900 1198983 times 119881119900119897119906119898119890 119888119886119901119905119886119889119900 times 08

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900 = 119877$ 265 times 314061198983 times 08

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 6658

Esse valor encontrado de R$ 6658 corresponde a um mecircs de chuva para o

preacutedio sendo assim o total economizado pelo preacutedio em 7 meses eacute de

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119890 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 6658 times 7 119898119890119904119890119904 = 119877$ 46606

ldquoPara o caacutelculo do retorno do investimento divide-se o valor investido pela

economia anual com a implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo e reaproveitamento da

aacutegua pluvialrdquo L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental p 16)

Portanto para 7 meses de chuva tem-se o seguinte

119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 =119881119886119897119900119903 119894119899119907119890119904119905119894119889119900

119864119888119900119899119900119898119894119886 (7119898119890119904119890119904)

119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 = 119877$ 1843924

119877$ 58254 + 119877$ 46606

119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 = 119877$ 1843924

119877$ 9446

119877119890119905119900119903119899119900

119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900= 1952 119886119899119900119904

38 ndash Caacutelculos de dimensionamento para um sistema com fluxo

Os caacutelculos apresentados no subitem anterior satildeo relativos a um sistema

o qual natildeo adota a possibilidade de fluxo dentro do reservatoacuterio Quando se

fala em fluxo temos que considerar que ao mesmo tempo em que o preacutedio

utiliza aacutegua do reservatoacuterio de aacutegua pluvial o mesmo vai enchendo com aacutegua

pluvial Portanto haacute um ciclo no qual o preacutedio demanda aacutegua do reservatoacuterio e

o mesmo vai enchendo conforme chove no local

Sabendo que a meacutedia mensal eacute de 1399msup3 eacute preciso multiplicar isso

por 12 para se obter o quanto choveu em 2014 Sendo assim

119879119900119905119886119897 119886119900 119886119899119900 = 1399119898119898 times 12 119898119890119904119890119904

119879119900119905119886119897 119886119900 119886119899119900 = 16788119898119898

Mas como foi visto o periacuteodo chuvoso eacute de 7 meses entatildeo temos

119875119903119890119888119894119901119894119905119886ccedilatilde119900 119901119886119903119886 7 119898119890119904119890119904 = 16788119898119898 divide 7 = 2398119898119898

Com isso eacute necessaacuterio realizar o caacutelculo da meacutedia de captaccedilatildeo de aacutegua

por mecircs para a aacuterea de 1069msup2

119872119890119889119894119886 119889119890 119862119886119901119905119886ccedilatilde119900 = 2398119898119898 times 1069119898sup2

119872eacute119889119894119886 119889119890 119862119886119901119905119886ccedilatilde119900 = 256346119871 119900119906 256346119898sup3

Ao considerar o valor obtido temos que realizar o quanto seria captado

diariamente

119872eacute119889119894119886 119889119894aacute119903119894119886 = 256346119898sup3 divide 30 119889119894119886119904 = 85119898sup3119889119894119886

A partir desses caacutelculos podemos realizar a seguinte comparaccedilatildeo O

preacutedio consome cerca de 78msup3 ao dia de aacutegua para descarga de vasos sanitaacuterios

enquanto a meacutedia diaacuteria de captaccedilatildeo eacute de 85msup3 por conseguinte temos um fluxo

positivo de aacutegua para o reservatoacuterio de 067msup3dia nos dias chuvosos

Se colocarmos um reservatoacuterio de 35msup3 sem nenhuma aacutegua

armazenada poderemos constatar que o reservatoacuterio iria encher por completo em

cerca de 53 dias conforme o caacutelculo a seguir

351198983 = 0671198983 times 119909 119889119894119886119904

119909 119889119894119886119904 = 35119898sup3 divide 067119898sup3 = 5223 119889119894119886119904

Analisando esses dados temos que a partir do 54ordm dia o reservatoacuterio

estaria completamente cheio e no restante dos 156 dias que teriacuteamos de chuva

esses 067msup3 seriam de certa forma desperdiccedilados uma vez que esse fluxo de

067msup3 ao final dos 7 meses gerariam cerca de 1407msup3 enquanto o reservatoacuterio tem

a capacidade de 35msup3 conforme o caacutelculo a seguir

119875119900119905119890119899119888119894119886119897 = 067119898sup3 times 156 119889119894119886119904 = 1045119898sup3

Se considerarmos esse fluxo positivo de 067msup3dia temos que ao final

dos 210 dias (7meses) seria possiacutevel armazenar 1407 msup3 de aacutegua Com um

reservatoacuterio de 35msup3 1057msup3 estariam sendo escoados para fora do reservatoacuterio

Portanto o ideal seria um reservatoacuterio que se aproxime de 1407msup3 para que ao

final dos 7 meses toda aacutegua possiacutevel fosse armazenada no entanto o reservatoacuterio

deveria ser de 145msup3

Devemos considerar ainda que ao final dos 7 meses o reservatoacuterio

estaria cheio no periacuteodo de seca conseguiria abastecer o preacutedio de acordo com a

demanda do preacutedio sendo assim

119880119905119894119897119894119911119886ccedilatilde119900 119899119886 119904119890119888119886 = 119879119900119905119886119897 119889119900 119903119890119904119890119903119907119886119905oacute119903119894119900 divide 119863119890119898119886119899119889119886 119889119894aacute119903119894119886

119880119905119894119897119894119911119886ccedilatilde119900 119899119886 119904119890119888119886 = 1451198983 divide 781198983119889119894119886

119880119905119894119897119894119911119886ccedilatilde119900 119899119886 119904119890119888119886 = 1858 119889119894119886119904

381 ndash Custo de implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo com fluxo em um

preacutedio

Na implantaccedilatildeo desse sistema os materiais utilizados teratildeo como base

as estimativas que foram apresentadas no subitem anterior e para aumentar a

eficiecircncia do sistema o volume de 1400007L seraacute arredondado para

145000L

Devido ao tamanho do reservatoacuterio eacute de se esperar que o reservatoacuterio

natildeo seja instalado em cima do preacutedio uma vez que a estrutura do preacutedio natildeo

conseguiria suportar o peso que o reservatoacuterio faria sobre o telhado

consequentemente o reservatoacuterio deveraacute ser instalado no jardim do preacutedio que

iraacute gerar um custo a mais por conta da escavaccedilatildeo

Os valores de alguns dos materiais apresentados a seguir seguem os

dos apresentados no trabalho de L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental

p 18) apenas o valor da caixa drsquoaacutegua de 10000L foi obtido atraveacutes de

pesquisas em lojas de construccedilatildeo e assim utilizando a de menor valor

conforme a tabela a seguir Segundo o Saneamento de Goiaacutes SA (SANEAGO)

o custo de escavaccedilatildeo eacute calculado a partir do total de msup3 aleacutem de 3m de

profundidade

Tabela 09 Preccedilo dos Produtos do Sistema de Captaccedilatildeo com Fluxo

Observaccedilatildeo Pelo fato desse estudo se tratar de um modelo de implantaccedilatildeo

o custo das tubulaccedilotildees vai variar de acordo com a demanda necessitada pelo

preacutedio portanto podendo variar de acordo com o projeto implantado Para este

estudo seraacute adotado o valor de R$ 7000

Observaccedilatildeo Pelo fato desse trabalho tratar-se de um modelo de

implantaccedilatildeo o custo da energia pode variar de acordo com a demanda necessitada

pelo preacutedio portanto podendo variar de acordo com o uso da bomba Para este

estudo seraacute adotado o valor de R$ 054 que eacute o valor do KwH cobrado pela CEB

Produto Quantidade Valor unitaacuterio (R$) Valor total (R$)

Cx Daacutegua 10000L 14 496090 6945260

Cx Daacutegua 5000L 1 108000 108000

Boacuteia Eleacutetrica 1 2750 2750

Boacuteia Comum 1 1220 1220

Registro de Gaveta

1 3490 3490

Bomba Anauger 1 23000 23000

Filtro 3P VF1 1 22000 22000

Tubulaccedilotildees 7000 7000

Disjuntor 1 1310 1310

Escavaccedilatildeo Msup3 3666 53157

Matildeo de Obra 1 58574 58574

Energia 054 054

Total 13 727154 7704228

382 ndash Caacutelculos de economia e retorno de investimento para um sistema

com fluxo

Partindo dos dados apresentados podemos calcular por apartamento quanto eacute

cobrado pela CAESB a partir dos dados apresentados no capiacutetulo 34

119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119886119901119886119903119905119886119898119890119899119905119900 = 33119901 times 66119871 ~ 217119871

119863119894119886

119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119886119901119886119903119905119886119898119890119899119905119900 119886119900 119898ecirc119904 = 217119871119889119894119886 times 30119863119894119886119904 = 6510119871 119900119906 65101198983

Em que ldquoVTrdquo corresponde ao volume total do preacutedio ldquoVFrdquo ao volume da faixa

que eacute estipulado pela CAESB e ldquoUCrsquosrdquo satildeo as unidades de consumo que eacute correlato

ao nuacutemero de apartamentos existente

Portanto o total a se pagar em um mecircs eacute calculado da seguinte forma

119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 119881119879 times 119879119886119903119894119891119886 119889119890 aacute119892119906119886 + 119879119886119903119894119891119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900

119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 360119898sup3 times 119877$ 265 + 119879119886119903119894119891119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900

119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 954 + 119877$ 954 = 119877$ 1908

Retomando o caacutelculo exposto por L Pereira (Viabilidade

EconocircmicoAmbiental p 15) no subitem anterior temos que o caacutelculo da CAESB

seria feito da seguinte maneira

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119881119886119897119900119903 119889119900 1198983 times 119881119900119897119906119898119890 119888119886119901119905119886119889119900

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 265 times 1451198983

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 38425

Esse caacutelculo eacute equivalente a um mecircs de captaccedilatildeo para os 7 meses

teremos o seguinte

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119890 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 38425 times 7 119898119890119904119890119904 = 119877$ 268975

Conforme foi visto para o caacutelculo da economia de esgoto eacute necessaacuterio

multiplicar o valor do msup3 pelo volume captado e por 08 uma vez que considera-se

20 de perda ou seja para cada 1 litro de aacutegua que chega na residecircncia eacute cobrado

08 litros para o tratamento do esgoto Portanto para um mecircs segue-se

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119881119886119897119900119903 119889119900 1198983 times 119881119900119897119906119898119890 119888119886119901119905119886119889119900 times 08

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900 = 119877$ 265 times 1451198983 times 08

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 3074

ldquoPara o caacutelculo do retorno do investimento divide-se o valor investido pela

economia anual com a implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo e reaproveitamento da

aacutegua pluvialrdquo L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental p 16)

Portanto para 7 meses de chuva tem-se o seguinte

119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 =119881119886119897119900119903 119894119899119907119890119904119905119894119889119900

119864119888119900119899119900119898119894119886 (7119898119890119904119890119904)

119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 = 119877$ 17704228

119877$ 268975 + 119877$ 21518

119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 = 119877$ 7704228

119877$ 484155

119877119890119905119900119903119899119900

119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900= 1591119886119899119900119904

4 ndash Conclusatildeo e Consideraccedilotildees Finais

De acordo com o que foi exposto temos que a implantaccedilatildeo do sistema de

captaccedilatildeo para o aproveitamento de aacuteguas pluviais eacute uma oacutetima alternativa para

substituiccedilatildeo da ldquoaacutegua cinzardquo possibilitando tambeacutem um destino mais correto do

ponto de vista ambiental para a aacutegua que se tornaria esgoto Como eacute de

conhecimento este tipo de meacutetodo eacute utilizado em diversas regiotildees natildeo somente

aquelas que sofrem com escassez de aacutegua

Mesmo sabendo que o Brasil possui um grande potencial hiacutedrico observamos

que uma parcela da populaccedilatildeo natildeo tem consciecircncia quanto ao gasto de aacutegua

gerando um grande desperdiacutecio de forma desnecessaacuteria Portanto partindo de um

pensamento racional um sistema de captaccedilatildeo seria viaacutevel para o aproveitamento da

aacutegua para fins de consumo domeacutestico mais precisamente ldquoaacutegua cinzardquo

Considerando os caacutelculos apresentados a partir da taxa de precipitaccedilatildeo meacutedia

em Brasiacutelia a criaccedilatildeo de um sistema de captaccedilatildeo pluvial predial traz benefiacutecios

econocircmicos e ambientais O projeto torna-se viaacutevel economicamente pois desde

que se faccedila a manutenccedilatildeo de forma adequada do sistema este teraacute uma vida uacutetil

longa e considerando que se obteacutem o retorno do investimento em aproximadamente

16 anos para um sistema com fluxo apoacutes este periacuteodo o sistema passa a ser

lucrativo para o preacutedio que implanta pois o custo eacute dividido no condomiacutenio dentre os

moradores do preacutedio

Analisando do ponto de vista ambiental o desenvolvimento urbano de Brasiacutelia

ocasionou em superfiacutecies impermeaacuteveis dificultando a absorccedilatildeo de aacuteguas pluviais

pelo solo e juntamente com o sistema de redes pluviais e o sistema de drenagem

ultrapassados os alagamentos e enchentes tecircm se tornado constante quando

ocorrem chuvas anormais Com as estimativas feitas neste trabalho eacute possiacutevel que

tais transtornos hiacutedricos urbanos possam ser amenizados a partir da implantaccedilatildeo do

sistema sem que afete o ciclo hidroloacutegico natural Logicamente essa natildeo eacute a

soluccedilatildeo uma vez que ela deve ser apenas um complemento agrave poliacuteticas publicas

poliacuteticas de incentivo entre outras medidas de cunho sustentaacutevel

Em vista disso a implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo e aproveitamento de

aacuteguas pluviais acarretaria em uma significativa melhora ambiental atraveacutes da

substituiccedilatildeo de uma parcela da aacutegua fornecida pela CAESB e possivelmente

mitigando os transtornos hiacutedricos urbanos se aplicado em larga escala

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ldquoEstamos diante de um momento criacutetico na

histoacuteria da Terra numa eacutepoca em que a

humanidade deve escolher o seu futuro Agrave

medida que o mundo torna-se cada vez mais

interdependente e fraacutegil o futuro enfrenta ao

mesmo tempo grandes perigos e grandes

promessas Para seguir adiante devemos

reconhecer que no meio da uma magniacutefica

diversidade de culturas e formas de vida

somos uma famiacutelia humana e uma

comunidade terrestre com um destino comum

Devemos somar forccedilas para gerar uma

sociedade sustentaacutevel global baseada no

respeito pela natureza nos direitos humanos

universais na justiccedila econocircmica e numa

cultura da paz Para chegar a este propoacutesito

eacute imperativo que noacutes os povos da Terra

declaremos nossa responsabilidade uns para

com os outros com a grande comunidade da

vida e com as futuras geraccedilotildeesrdquo

(Carta da Terra)

RESUMO

O presente trabalho apresenta a viabilidade de implantaccedilatildeo de um

sistema de captaccedilatildeo em Brasiacutelia (DF) mais especificamente na

Superquadra 111 Norte Com essa forma alternativa de utilizaccedilatildeo

de aacuteguas pluviais para fins natildeo potaacuteveis haacute uma maior

conscientizaccedilatildeo em relaccedilatildeo ao uso de aacutegua potaacutevel e

consequentemente uma mudanccedila no pensamento ambiental da

populaccedilatildeo que possa vir a aderir a um sistema de captaccedilatildeo de

aacuteguas pluviais Portanto o sistema eacute feito para captar aacutegua da

chuva e ser redirecionado para o uso de ldquoaacutegua cinzardquo e ver o quatildeo

viaacutevel eacute sua implantaccedilatildeo Os dados apresentados foram calculados

a partir de estimativas envolvendo uma diferenccedila entre o custo total

de implantaccedilatildeo de um sistema de captaccedilatildeo pluvial e a possiacutevel

economia que se pode obter ao decorrer do tempo Com tal sistema

eacute possiacutevel estimar em quanto tempo haacute um retorno a partir de sua

implantaccedilatildeo e a possibilidade de uma reduccedilatildeo de transtornos

hiacutedricos urbanos tais como enchentes e alagamentos que tecircm se

tornado constantes em Brasiacutelia

Palavras chave 1 Ciecircncias Ambientais- 2Desenvolvimento

Sustentaacutevel- 3 Sistema de Captaccedilatildeo- 4 Aacuteguas Pluviais ndash 5

Interdisciplinaridade

ABSTRACT

This paper presents the feasibility of implementing a collection

system in Brasilia (DF) more specifically in Superquadra 111 North

With this alternative form of use of rainwater for non-potable

purposes there is a greater awareness of the use of potable water

and consequently a shift in environmental thinking of the population

that may join a rainwater collection system Therefore the system is

designed to capture rainwater and be redirected to the use of gray

water and see how viable is its implementation The data presented

were calculated from estimations involving a difference between the

total cost of setting a rainwater collection system and possible

savings that can be achieved over the time With such a system it is

possible to estimate how much time there is a return from its

implementation and the possibility of a reduction of urban water

disorders and consequently reduce flooding and overflowing which

have become constant in Brasilia

KEYWORDS 1 Environmental Sciences- 2Development

Sustainable 3-Caption System 4 Rainwater - 5 Interdisciplinary

LISTA DE GRAacuteFICOS

Graacutefico 01 Consumo Domeacutestico de Aacutegua

Graacutefico 02 Percentual para Reutilizaccedilatildeo de Aacuteguas Pluviais

LISTA DE TABELAS

Tabela 01 Dados de Precipitaccedilatildeo

Tabela 02 Dimensionamento dos Blocos

Tabela 03 Dimensionamento da Populaccedilatildeo

Tabela 04 Consumo domeacutestico de aacutegua

Tabela 05 Percentual para Reutilizaccedilatildeo de Aacuteguas Pluviais

Tabela 06 Preccedilo dos Produtos do Sistema de Captaccedilatildeo sem Fluxo

Tabela 07 Preccedilo de Manutenccedilatildeo do Sistema de Captaccedilatildeo

Tabela 08 Valor da Tarifa Cobrado pela CAESB

Tabela 09 Preccedilo dos Produtos do Sistema de Captaccedilatildeo com Fluxo

LISTA DE FIGURAS

Figura 01 Tripeacute da Sustentabilidade

Figura 02 Funcionamento de um Sistema de Captaccedilatildeo

Figura 03 Fluxograma do Sistema de Captaccedilatildeo

Figura 04 Conta Discriminada do Condomiacutenio

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

ABNT Associaccedilatildeo Brasileira de Normas Teacutecnicas

AE Aacuterea Aedificandi

AT Aacuterea Total

CAC Superintendecircncia de Atendimento Comercial

CAESB Companhia de Saneamento Ambiental do Distrito Federal

CEB Companhia Energeacutetica de Brasiacutelia

CMMAD Comissatildeo Mundial Sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento

CNUMAD Conferecircncia das Naccedilotildees Unidas para o Meio Ambiente e o

Desenvolvimento

DF Distrito Federal

DS Desenvolvimento Sustentaacutevel

ECOSOC Economic and Social Council of the United Nations

EPA Environmental Protection Agency

GDF Governo do Distrito Federal

IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica

INPE Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais

KwH Quilo Watts Hora

L Litros

Msup2 Metros Quadrados

Msup3 Metros Cuacutebicos

ONU Organizaccedilatildeo das Naccedilotildees Unidas

SABESP Companhia de Saneamento Baacutesico do Estado de Satildeo Paulo

SEMA Secretaria Especial do Meio Ambiente

SNRH Sistema Nacional de Recursos Hiacutedricos

SQN Superquadra Norte

UCrsquos Unidades de Consumo

UNB Universidade de Brasiacutelia

UNG Universidade de Guarulhos

UFSM Universidade Federal de Santa Maria

UFRGS Universidade Federal do Rio Grande do Sul

Sumaacuterio

INTRODUCcedilAtildeO 14

1 ndash Cidades sustentaacuteveis e o Ciclo hidroloacutegico 16

11 - Poliacuteticas Puacuteblicas e a relaccedilatildeo com as cidades sustentaacuteveis definiccedilotildees

aplicaccedilatildeo conceitos 21

2 ndash Sustentabilidade desenvolvimento sustentaacutevel e a sua importacircncia 29

3 ndash A viabilidade de implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo pluvial em Brasiacutelia ndash DF 39

31 ndash Apresentaccedilatildeo de dados 39

32 ndash Aacuteguas pluviais e aacuteguas cinzas 42

33 ndash Meacutetodos de Dimensionamento do Reservatoacuterio 45

34 ndash Anaacutelise de caso para um preacutedio da Superquadra 111 Norte 45

341 ndash Anaacutelise de caso para a Superquadra 111 Norte 48

35 ndash Funcionamento do sistema de captaccedilatildeo 49

351 ndash Dificuldades para implantaccedilatildeo do sistema 52

Tal sistema apresenta como dificuldade o local onde seriam instaladas as

cisternas uma vez que geraria um peso sobre o telhado Dessa forma o sistema

seria instalado no jardim cobrando um custo adicional 52

352 ndash Custo de implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo fechado em um preacutedio 52

36 ndash Taxas e valores cobrados para utilizaccedilatildeo de aacutegua 53

37 ndash Caacutelculos de economia e retorno de investimento para um sistema fechado 56

38 ndash Caacutelculos de dimensionamento para um sistema com fluxo 58

381 ndash Custo de implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo com fluxo em um preacutedio 59

382 ndash Caacutelculos de economia e retorno de investimento para um sistema com

fluxo 61

4 ndash Conclusatildeo e Consideraccedilotildees Finais 63

REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS 65

INTRODUCcedilAtildeO

O problema ambiental urbano assume atualmente um papel importante

para os governos e para a sociedade em geral em muitos paiacuteses pelo fato de

um crescimento significativo de pessoas vivendo no meio urbano acabou

ocasionando em uma degradaccedilatildeo ambiental e de certa forma uma queda na

qualidade de vida da populaccedilatildeo Por isto eacute de suma importacircncia destacar que

os problemas ambientais urbanos como a poluiccedilatildeo o consumo de energia o

gasto descontrolado de aacutegua potaacutevel entre outros forccedilaram o profissionais

ambientais e de outras aacutereas a buscar novas alternativas para a soluccedilatildeo destes

problemas Surgindo assim as cidades sustentaacuteveis que na atualidade satildeo a

chave para uma convivecircncia mais harmoniosa entre meio urbano e o meio

ambiente

Em decorrecircncia do aumento da urbanizaccedilatildeo as aacutereas foram

pavimentadas e cobertas por preacutedios casas monumentos entre outras

edificaccedilotildees ocasionando na impermeabilizaccedilatildeo do solo em aacutereas naturais

Devido a esse fator o ser humano vem demandando novas soluccedilotildees para o

controle e mitigaccedilatildeo de impactos causados pela chuva tais como alagamentos

Os governos de modo geral vecircm encontrando seacuterias dificuldades quanto agraves

questotildees de gestatildeo dos alagamentos em suas aacutereas puacuteblicas Para Brasiacutelia e o

Governo do Distrito Federal esse problema eacute recente e nem tatildeo alarmante

quando comparado aos das grandes capitais brasileiras como Satildeo Paulo ou

Rio de Janeiro Sendo assim eacute necessaacuterio que se tenha uma precauccedilatildeo com o

uso das aacuteguas tratadas para que natildeo haja desperdiacutecio e que as aacuteguas pluviais

possam ser utilizadas em fontes alternativas Com o objetivo de

aproveitamento de aacuteguas pluviais a captaccedilatildeo de aacutegua advinda das chuvas

possui um vieacutes sustentaacutevel do ponto de vista teacutecnico e econocircmico quando

aplicado em sistemas de uso privativo

Portanto cabe ressaltar que esse estudo baseia-se em estimativas e

que visa um projeto de aproveitamento de aacuteguas pluviais que atenda as

demandas de aacutegua natildeo potaacutevel em um preacutedio residencial substituindo uma

parte da aacutegua fornecida pela companhia de abastecimento e tendo como base

a precipitaccedilatildeo de chuva local sendo assim a quantidade de aacutegua pluvial a ser

aproveitada pelo sistema eacute diretamente proporcional agrave aacuterea que se utiliza para

a captaccedilatildeo De forma secundaacuteria o trabalho tambeacutem tenta trazer a captaccedilatildeo de

chuva como uma fonte para amenizar os problemas hiacutedricos urbanos causados

recentemente pelas chuvas em Brasiacutelia-DF

Para atingir os objetivos mencionados o trabalho foi modelado da

seguinte forma

No capiacutetulo I eacute apresentado o surgimento das cidades sustentaacuteveis em

decorrecircncia da necessidade de fontes alternativas para a degradaccedilatildeo

ambiental e utilizaccedilatildeo de recursos naturais A manifestaccedilatildeo dessa busca por

aperfeiccediloamento das cidades baseia-se em conceitos e inter-relaccedilotildees entre

populaccedilatildeo e governo por meio de poliacuteticas puacuteblicas

No capiacutetulo II eacute exposto um histoacuterico da sustentabilidade e do

desenvolvimento sustentaacutevel com a finalidade de contextualizar o leitor e

facilitar a compreensatildeo quanto agrave evoluccedilatildeo do vieacutes ambiental que encontramos

atualmente tornando o entendimento do leitor mais vasto e consequentemente

informaacute-lo sobre a sua importacircncia englobando questotildees ecoloacutegicas poliacuteticas

econocircmicas soacutecias e culturais

No capiacutetulo III eacute apresentada a viabilidade de implantaccedilatildeo do sistema

de captaccedilatildeo em um preacutedio residencial em Brasiacutelia-DF com os dados

coletados a caracterizaccedilatildeo das aacuteguas pluviais e ldquoaacutegua cinzardquo meacutetodos de

dimensionamento do reservatoacuterio anaacutelise de caso para um preacutedio na SQN 111

e a possiacutevel aplicaccedilatildeo do sistema para uma quadra funcionamento do sistema

de captaccedilatildeo e custo de implantaccedilatildeo desse sistema taxas e valores cobrados

pela CAESB para utilizaccedilatildeo de aacutegua e os caacutelculos de economia e retorno do

investimento

Por fim no capiacutetulo IV apresentam-se as consideraccedilotildees finais e a

conclusatildeo sobre o estudo realizado

1 ndash Cidades sustentaacuteveis e o Ciclo hidroloacutegico

Atualmente os problemas ambientais vecircm sendo o grande destaque do

cenaacuterio global tanto pela accedilatildeo antroacutepica como pelos desastres naturais Tais

problemas preocupam natildeo soacute a geraccedilatildeo atual como as geraccedilotildees futuras

dando assim a iniciativa para criaccedilatildeo de novas tecnologias meacutetodos e

conceitos

A partir de problemas como a extinccedilatildeo de recursos naturais o ser

humano tem dado prioridade a novas fontes para esses recursos tanto em

novas alternativas de obtenccedilatildeo como nas formas de reduzir o gasto

exacerbado Dessa forma as cidades entram como principal ator para criaccedilatildeo

de alternativas de mitigar os problemas ambientais focando no

reaproveitamento de mateacuteria reduccedilatildeo de uso dos combustiacuteveis foacutesseis formas

alternativas de obtenccedilatildeo de energia aproveitamento de aacuteguas pluviais e

possiacuteveis reduccedilotildees nos transtornos urbanos Assim o conceito de cidades

sustentaacuteveis cria um alicerce e torna-se base para que as cidades tomem a

iniciativa de serem o modelo de reduccedilatildeo dos problemas ambientas

Segundo a Organizaccedilatildeo das Naccedilotildees Unidas (ONU) pouco mais da

metade da populaccedilatildeo mundial vive em zonas urbanas desde o ano de 2006

Por isso conclui-se que de fato o mundo eacute urbano

Atualmente o problema urbano de modo geral possui grande

importacircncia para a sociedade e os governos em geral em diversos paiacuteses

Devido a esse crescimento desenfreado do nuacutemero de pessoas vivendo nas

cidades e conseguinte reduccedilatildeo na qualidade de vida deve-se considerar que

as cidades configuram uma das maiores potenciais de utilizaccedilatildeo energeacutetica e

de degradaccedilatildeo do meio ambiente ocasionando a criaccedilatildeo de meacutetodos para o

direcionamento correto do crescimento urbano e monitoramento dessas

alteraccedilotildees ambientais

A urbanizaccedilatildeo trouxe fortes aliados que geram transtornos e devido a

esse aumento de pessoas vivendo em cidades a preocupaccedilatildeo com problemas

urbanos tornou-se destaque para a criaccedilatildeo do conceito de cidades

sustentaacuteveis Mas o que viria a ser ldquocidades sustentaacuteveisrdquo De forma baacutesica e

sem aprofundamento cidades sustentaacuteveis satildeo aquelas que visam meacutetodos e

praacuteticas eficientes para a preservaccedilatildeo do meio ambiente sem deixar de

almejar o desenvolvimento econocircmico e a melhoria na qualidade de vida da

populaccedilatildeo Sendo assim ldquoa sustentabilidade eacute vista como algo bom desejaacutevel

consensual a definiccedilatildeo que vai prevalecer vai construir autoridade para que se

discriminem em seu nome as boas praacuteticas das ruinsrdquo (Acselrad 1999 p 80)

Para melhor esclarecimento o conceito de sustentabilidade associado

ao desenvolvimento das cidades ldquotem origem nas rearticulaccedilotildees poliacuteticas pelas

quais um certo nuacutemero de atores envolvidos na produccedilatildeo do espaccedilo urbano

procuram dar legitimidade as suas perspectivas evidenciando a

compatibilidade delas com os propoacutesitos de dar durabilidade ao

desenvolvimento de acordo com os propoacutesitos da Agenda 21 resultante da

Conferecircncia da ONU sobre Desenvolvimento e Meio Ambienterdquo (Acselrad

1999 p 81) Para tanto o governo deve ter um planejamento para que possa

tomar medidas no sentido de amenizar os transtornos urbanos e ambientais

decorrentes da accedilatildeo antroacutepica Diversas estrateacutegias devem ser implementadas

para que se possa promover o conceito de cidades sustentaacuteveis e priorizar a

qualidade de vida urbana em toda sua abrangecircncia partindo do princiacutepio da

anaacutelise criacutetica da condiccedilatildeo atual de desenvolvimento das cidades pensando no

contexto na qual se encontram

Segundo Magalhatildees (2006 p 2) no inicio a sustentabilidade urbana

sofreu bastante em questotildees poliacuteticas pois o ldquodiscurso mais estabelecido dos

projetos urbanos agrave temaacutetica ambiental estaacute longe de ser o centro das

preocupaccedilotildees Quando muito ela eacute considerada do ponto de vista do

provimento de aacutereas livres dentro dos espaccedilos urbanos mas mesmo essas

satildeo destinadas agrave intensa movimentaccedilatildeo imaginada para as aacutereas

requalificadas ou revitalizadasrdquo

Poreacutem devido a estudos tornou-se possiacutevel ampliar os horizontes e

perceber que a sustentabilidade tem sido aplicada junto aos objetivos da

cidade a partir da Agenda 21 e da noccedilatildeo do que eacute desenvolvimento

sustentaacutevel Contudo esses novos interesses surgiram a partir dos distuacuterbios

causados aos habitantes sendo esses distuacuterbios ambientais ou natildeo Essa

participaccedilatildeo mais ativa da populaccedilatildeo remete a uma das vertentes expostas por

Acselrad (1999) de que a sustentabilidade urbana deve estar associada natildeo

somente agraves poliacuteticas puacuteblicas mas tambeacutem ao modelo ldquocidade-empresardquo no

qual a cidade torna-se atrativo de investimentos para a implementaccedilatildeo de

meacutetodos alternativos de sustentabilidade

Para Magalhatildees (2006 p 5) ldquoa noccedilatildeo de risco tornou-se parte de

diversos aspectos do dia a dia das pessoas fazendo-as corresponsaacuteveis pelos

efeitos de suas accedilotildeesrdquo portanto eacute necessaacuterio que se tenha um controle

governamental a partir de poliacuteticas puacuteblicas das accedilotildees individuais de seus

habitantes com o proposito de reduzir os riscos de agravantes nas cidades

Cabe ressaltar que uma questatildeo importante a ser vista eacute que os

problemas causados nas cidades natildeo refletem apenas nas cidades em si mas

tambeacutem nas aacutereas que a circundam e em outras localidades o que obriga a

rever o pensamento de que cidades sustentaacuteveis englobam apenas a proacutepria

cidade

Segundo Magalhatildees (2006 p 6 apud Satterhwaite 2004 p 134) ldquopara

avanccedilar e alcanccedilar meacutetodos de desenvolvimento sustentaacutevel o desempenho

ambiental das cidades deve melhorar natildeo apenas em termos de qualidade

ambiental dentro dos seus limites mas tambeacutem em termos de reduccedilatildeo da

transferecircncia de custos ambientais para outras pessoas outros ecossistemas

ou para o futurordquo A partir desse pensamento nota-se que o conceito de

cidades sustentaacuteveis vai aleacutem da consolidaccedilatildeo da sustentabilidade urbana

afirmando que cidades sustentaacuteveis satildeo um projeto que necessita de um

extenso processo e natildeo algo preacute-definido visando mais de um objetivo comum

Na visatildeo de Magalhatildees (2006 p 8) ldquotal processo deve envolver questotildees aleacutem

das estritamente ambientais uma melhor definiccedilatildeo de que propostas poderatildeo

contribuir para o seu avanccedilo a criatividade na concepccedilatildeo de bons projetos e a

capacidade de se evitar os falsos atalhosrdquo

Sendo assim para a construccedilatildeo de projetos de cidades sustentaacuteveis eacute

necessaacuterio que se tenha uma visatildeo ampla e com diferentes abordagens desse

processo de urbanizaccedilatildeo Para o projeto de cidades sustentaacuteveis eacute necessaacuterio

que se tenha trecircs abordagens a espacial que vislumbra a anaacutelise das relaccedilotildees

metaboacutelicas operadas pela cidade compreendendo territoacuterios distantes a

temporal uma vez que pleiteia geraccedilotildees futuras e a conceitual que exige um

enfoque transdisciplinar

Magalhatildees (2006 p 9 apud Peter Brand 1999 p 10) faz uma anaacutelise

sobre a implementaccedilatildeo dessas abordagens ldquo uma metaacutefora social como

cidade sustentaacutevel ou desenvolvimento urbano sustentaacutevel nunca pode ser

uma meta objetiva e sim uma gama de possibilidades abertas cujas

prioridades satildeo determinadas pelas urgecircncias do presenterdquo Com essa

ampliaccedilatildeo do conceito de sustentabilidade urbana percebe-se que haacute uma

nova utopia com um ideal diferenciado de cidade tendo como base accedilotildees

voltadas para o meio ambiente e a reduccedilatildeo da desigualdade causada pelos

transtornos ambientais dando prioridade a uma parte relevante de sua mateacuteria

e energia para a organizaccedilatildeo e manutenccedilatildeo interna e depois ao crescimento

da cidade Entatildeo por que seguir algo utoacutepico Coloco em pauta uma frase

destacada por Galeano (1993 p 230) na qual ele expotildee -ldquoA utopia estaacute laacute no

horizonte Me aproximo dois passos ela se afasta dois passos Caminho dez

passos e o horizonte corre dez passos Por mais que eu caminhe jamais

alcanccedilarei Para que serve a utopia Serve para isso para que eu natildeo deixe de

caminharrdquo

Com essas colocaccedilotildees Magalhatildees (2006 p 16) expotildee a criaccedilatildeo de

uma ideia de ldquodesempenho ambiental urbanordquo o qual mostra um conceito

mensuraacutevel e comparaacutevel junto com a ampliaccedilatildeo de niacuteveis de justiccedila ambiental

locacional e de democracia nas cidades que se torna uacutetil para construccedilatildeo de

paracircmetros de atuaccedilatildeo Essa ideia mostra que o urbanismo tem muito a

contribuir

Atualmente haacute muitos estudos cientiacuteficos que satildeo voltados para a crise

ambiental que vivemos que teve como origem a pressatildeo do crescimento

populacional sobre as aacutereas verdes e pelo modo de vida ocidental como a alta

produccedilatildeo e consumo exagerado Nesse contexto retomamos que as cidades

tecircm sido o principal fator e foco gerador dessa crise ambiental e que agora

concentramos as poliacuteticas puacuteblicas voltadas para o desenvolvimento urbano

como grande objetivo

Tanto pesquisadores atraveacutes de estudos quanto a sociedade atraveacutes

da miacutedia que divulga os riscos ambientais decorrentes das novas formas de

produccedilatildeo e seus efeitos alertam a populaccedilatildeo da gravidade causada e assim

provocam uma preocupaccedilatildeo generalizada acerca do problema ambiental

Sendo assim uma reflexatildeo deve ser feita sobre o conceito de cidade

sustentaacutevel uma vez que as cidades concentram a maior fonte de poluiccedilatildeo e

produccedilatildeo de resiacuteduos aleacutem de consumirem parte da energia do planeta

Como foi dito anteriormente cidades sustentaacuteveis devem pensar aleacutem

da proacutepria localidade mas para ter essa abordagem eacute necessaacuterio focar

primeiramente em uma escala local Para Schussel (2004 p 63 apud

Camagni 2001 p 345) ldquoeacute mais eficaz enfrentar um mesmo problema

localmente (em termos tanto de efeito como de autoridades) do que enfrentaacute-

los globalmente (onde as autoridades satildeo frequentemente ausentes os

agentes poluidores longiacutenquos as interdependecircncias das accedilotildees dos diferentes

sujeitos mais elevadas onde tambeacutem a incertitude sobre a grandeza dos

fenocircmenos e seus encadeamentos causais eacute maior)rdquo Com esse ponto de vista

eacute importante que se deva dar uma atenccedilatildeo ao processo de mudanccedila da

aprendizagem coletiva das cidades com uma interaccedilatildeo saudaacutevel entre a

economia tecnologia e meio ambiente

Eacute importante ressaltar que a implantaccedilatildeo de cidades sustentaacuteveis

juntamente com a gestatildeo do meio ambiente urbano possui uma alta

complexidade para a sociedade moderna ao analisar que natildeo devemos

apenas pensar na conservaccedilatildeo dos recursos ambientais mas tambeacutem

devemos nos atentar ao transporte puacuteblico para reduccedilatildeo da emissatildeo de gases

poluentes melhorar a mobilidade urbana diminuindo consideravelmente o

traacutefego de veiacuteculos dar incentivo e propiciar accedilotildees para a utilizaccedilatildeo de

transportes alternativos como bicicletas otimizar a utilizaccedilatildeo do espaccedilo

urbano devemos ainda criar mais espaccedilos verdes voltados para o lazer da

populaccedilatildeo criar programas voltados para a arborizaccedilatildeo dos espaccedilos puacuteblicos

destinar adequadamente o lixo urbano aplicar programas educacionais

voltados para o desenvolvimento sustentaacutevel investir em educaccedilatildeo de

qualidade para uma boa instruccedilatildeo da populaccedilatildeo favorecer a economia local

dinacircmica e sustentaacutevel e criar accedilotildees para a utilizaccedilatildeo racional da aacutegua

juntamente com o aproveitamento de aacuteguas pluviais

A autora Silva (Poliacuteticas Puacuteblicas e Estrateacutegias de Sustentabilidade

Urbana p 1 apud Metzger 1994) cujo inventaacuterio realizado sobre trabalhos de

ecologia urbana e meio ambiente urbano identifica trecircs concepccedilotildees distintas A

primeira trata da natureza na cidade no qual Metzger fez estudos referentes

aos elementos bioloacutegicos do meio urbano no que diz respeito agrave preservaccedilatildeo

dos espaccedilos verdes e dos elementos fiacutesico naturais da cidade A segunda

concepccedilatildeo do meio ambiente urbano estaacute relacionada aos riscos da cidade e

na cidade aos problemas ambientais enfrentados pela populaccedilatildeo e como

esses problemas afetam a qualidade de vida da mesma Por fim a uacuteltima

vertente que visa mensurar o problema de gestatildeo ou administraccedilatildeo da cidade

tratando das poliacuteticas puacuteblicas sob uma visatildeo do uso do solo e a influecircncia que

as questotildees ambientais causam na determinaccedilatildeo das poliacuteticas puacuteblicas

11 - Poliacuteticas Puacuteblicas e a relaccedilatildeo com as cidades sustentaacuteveis

definiccedilotildees aplicaccedilatildeo conceitos

Eacute necessaacuterio que sejam identificados os locais de atuaccedilatildeo das poliacuteticas

puacuteblicas que tecircm como objetivo a sustentabilidade urbana mas analisando

previamente as mudanccedilas que ocorreram no acircmbito das accedilotildees governamentais

que ocasionaram a adoccedilatildeo de determinadas poliacuteticas puacuteblicas como

estrateacutegias e diretrizes da proacutepria accedilatildeo governamental e dos indiviacuteduos

Mas o que satildeo poliacuteticas puacuteblicas e por que as poliacuteticas puacuteblicas satildeo

consideradas tatildeo importantes quando se trata da sustentabilidade urbana

Segundo Silva (Poliacuteticas Puacuteblicas e Estrateacutegias de Sustentabilidade Urbana p

2 apud Bucci 2002 p 241) poliacuteticas puacuteblicas ldquosatildeo programas de accedilatildeo

governamental para um setor da sociedade ou um espaccedilo geograacutefico

buscando a concretizaccedilatildeo de determinados objetivos e metasrdquo e destaca ainda

que ldquosatildeo programas de accedilatildeo governamental visando a coordenar os meios agrave

disposiccedilatildeo do Estado e as atividades privadas para a realizaccedilatildeo de objetivos

socialmente relevantes e politicamente determinadosrdquo

Quando relacionadas agrave cidadania as poliacuteticas puacuteblicas encontram

dificuldade para alcanccedilar a sustentabilidade urbana jaacute que devem assegurar

uma vida harmocircnica entre o habitante e o meio ambiente Isso ocorre devido a

globalizaccedilatildeo dos espaccedilos em que satildeo levantadas novas tecnologias e haacute o

problema da crescente urbanizaccedilatildeo Esse enfoque possui alguns princiacutepios

que devem ser levados em consideraccedilatildeo princiacutepios esses que guiam as

poliacuteticas puacuteblicas no meio ambiente urbano Esses princiacutepios satildeo destacados e

relacionados por Silva (Poliacuteticas Puacuteblicas e Estrateacutegias de Sustentabilidade

Urbana p 5) como o princiacutepio do interesse puacuteblico na proteccedilatildeo do meio

ambiente urbano sobre os interesses privados o princiacutepio da realizaccedilatildeo de

uma avaliaccedilatildeo preacutevia dos impactos ambientais advindos da accedilatildeo antroacutepica ou

natural o princiacutepio de que o Estado deve intervir na defesa e proteccedilatildeo do meio

ambiente e do meio ambiente urbano o princiacutepio da funccedilatildeo da funccedilatildeo

socioambiental da propriedade urbana o princiacutepio da participaccedilatildeo da

sociedade e da gestatildeo democraacutetica da cidade e o princiacutepio da garantia do

direito a cidades sustentaacuteveis

Cabe ressaltar que apesar de existirem tantos princiacutepios que devem ser

vistos como diretriz a realidade foge um pouco do que eacute mostrado na teoria jaacute

que as poliacuteticas puacuteblicas seguem programas finaliacutesticos que satildeo flexiacuteveis e

quando relacionados agraves exigecircncias legais devem ser diferenciados de acordo

com o grau de finalizaccedilatildeo da accedilatildeo e de imperatividade das normas

Quando tratamos do urbano e do meio ambiente as politicas puacuteblicas

devem ser integradas e possuiacuterem uma interaccedilatildeo entre si como por exemplo

ao tratar das poliacuteticas de habitaccedilatildeo natildeo se pode deixar de levar em

consideraccedilatildeo as poliacuteticas de saneamento ambiental ou entatildeo ao tratar de

poliacuteticas de transporte puacuteblico e mobilidade urbana deve-se considerar a

proacutepria poliacutetica ambiental Sendo assim os programas e projetos

governamentais devem contemplar os aspectos ambientais urbanos sociais e

econocircmicos

Para Silva (Poliacuteticas Puacuteblicas e Estrateacutegias de Sustentabilidade Urbana

p 6) ldquose os planos satildeo obrigatoacuterios para o setor puacuteblico para o setor privado

eles satildeo indicativosrdquo Reforccedilando o conceito de poliacuteticas puacuteblicas essas podem

ser definida como ldquoprocesso - ou conjunto de processos - que culmina na

escolha racional e coletiva de propriedades para definiccedilatildeo dos interesses

puacuteblicos reconhecidos pelo direitordquo sendo que quando se diz respeito a

direitos todos tecircm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado

englobando tambeacutem o meio ambiente urbano Portanto quando eacute utilizado o

termo ldquourbanordquo para qualificar o meio ambiente natildeo significa que haacute uma

segregaccedilatildeo classificatoacuteria do meio ambiente o adjetivo ldquourbanordquo vem como

uma proposta de demarcar a problemaacutetica ambiental em um determinado

espaccedilo geograacutefico - no caso as cidades - sem deixar de considerar os fatores

que nelas estatildeo inseridos como os sociais e os ambientais

Assim para empregar poliacuteticas puacuteblicas visando a sustentabilidade

urbana deve-se repensar o modelo de desenvolvimento da cidade juntamente

com o modo de vida da populaccedilatildeo e a conscientizaccedilatildeo da mesma apoiando-se

nas relaccedilotildees sociais e econocircmicas exercidas na cidade sem deixar de

considerar essas interaccedilotildees como propulsoras do direito agrave cidade sustentaacutevel

Para ratificar inciso I do art 2ordm do Estatuto da Cidade - Lei n 10257 de

10 de julho de 2001 reconhece entre as diretrizes de poliacuteticas puacuteblicas

expostas o direito a cidades sustentaacuteveis De acordo com essa lei esse direito

proporciona o direito a terra urbana agrave moradia ao saneamento ambiental agrave

infraestrutura urbana aos serviccedilos puacuteblicos em geral ao trabalho e ao lazer

tanto para as geraccedilotildees atuais como para as futuras

Sendo assim as cidades devem desenvolver-se respeitando a

sustentabilidade por isso o desenvolvimento urbano deve ser feito sem

degradaccedilatildeo possibilitando uma vida urbana digna e igualitaacuteria Contudo as

cidades necessitam de mudanccedilas diversos pontos de vista reformulaccedilatildeo das

poliacuteticas puacuteblicas e criaccedilatildeo de novas e soluccedilotildees sobre como interagir no dia a

dia com o local que vivemos A partir dessa visatildeo destaco o que eacute exposto por

Acselrad (1999 p 86) em que ldquoacredita-se que quando o crescimento urbano

natildeo eacute acompanhado por investimentos em infraestrutura a oferta de serviccedilos

urbanos natildeo acompanha o crescimento da demanda A falta de investimentos

na manutenccedilatildeo dos equipamentos urbanos viraacute por sua vez acentuar o deacuteficit

na oferta de serviccedilos o que se rebateraacute especialmente na forma de

segmentaccedilatildeo socioterritorial entre as populaccedilotildees atendidas e natildeo atendidas

por tais serviccedilosrdquo

Apoacutes tratar de um modo geral cidades sustentaacuteveis e a sustentabilidade

urbana eacute interessante analisar o caso brasileiro Infelizmente a preocupaccedilatildeo

ambiental brasileira foi tardia e a evoluccedilatildeo foi lenta Em questotildees de

urbanizaccedilatildeo houve uma transformaccedilatildeo estrutural de ordem socioeconocircmica

reformulando a ocupaccedilatildeo do territoacuterio nacional ocasionando em impactos

ambientais e no dado de que cerca de 80 da populaccedilatildeo brasileira mora em

aacutereas urbanas Mas ao decorrer do tempo a questatildeo ambiental foi ligada ao

social os pensamentos acerca desse tema tiveram uma nova percepccedilatildeo

Como exemplo temos o caso dos recursos hiacutedricos em que a legislaccedilatildeo teve

o cuidado de considerar aleacutem do aspecto ambiental os aspectos sociais e

econocircmicos

Foi criado o Sistema Nacional de Recursos Hiacutedricos (SNRH) que no

texto de Schussel (2004 p 65) satildeo expostas a valoraccedilatildeo da aacutegua como bem

econocircmico a prioridade do abastecimento puacuteblico em detrimento da produccedilatildeo

de energia e a gestatildeo compartilhada entre usuaacuterios poder puacuteblico e sociedade

civil de bacias hidrograacuteficas por meio da implantaccedilatildeo dos ldquoComitecircs de Baciardquo

Essa questatildeo de integraccedilatildeo do ambiental ao social e econocircmico ocorreu

na deacutecada de 80 em que Silva (Poliacuteticas Puacuteblicas e Estrateacutegias de

Sustentabilidade Urbana p 2 apud Ribeiro 2001 p 134-135) destaca ldquoa

questatildeo urbana eacute integrada agrave questatildeo social e as representaccedilotildees antiurbanas

satildeo substituiacutedas pelo diagnoacutestico orientado por ideais republicanos de justiccedila

social e democracia A tarefa do pensamento e da accedilatildeo dos urbanistas passa a

ser o fazer coincidir a cidade e a cidadaniardquo Apesar do atraso na aplicaccedilatildeo do

pensamento ambiental - no caso o de cidades sustentaacuteveis - atualmente o

Brasil apresenta um niacutevel consideraacutevel de desenvolvimento tecnoloacutegico e social

que podem retardar a degradaccedilatildeo e os malefiacutecios causados nas cidades E por

que natildeo ocorre tal melhoria no setor ambiental urbano O Brasil carece de

poliacuteticas puacuteblicas que sirvam para o propoacutesito ambiental sem contar a falta de

instruccedilatildeo ambiental de uma boa parcela da sociedade Isso eacute confirmado com

as atitudes da populaccedilatildeo no texto de Loureiro e De Gregori (Revista Eletrocircnica

do Curso de Direito ndash UFSM p 459) eacute exposto que ldquoo lixo jogado nas ruas

causa entupimento de bueiros o que dificulta o escoamento da aacutegua da chuva

Aleacutem disso mesmo quando ocorre escoamento a aacutegua leva detritos

diretamente para o curso dos rios coacuterregos mananciais entre outros Em

razatildeo do exposto um meio indireto mas eficiente de se poluir a aacuteguardquo

Desse modo termo ldquosustentabilidaderdquo atrelado agraves necessidades

urbanas merece se conciliado de certa maneira que o ser humano produza

desenvolvimento e tambeacutem conserve o meio ambiente Portanto para o Brasil

os modelos que devem ser desenvolvidos nas cidades precisam ser justos

eacuteticos e sustentaacuteveis abrangendo todas as classes sociais e sendo igualitaacuterio

trazendo assim a concepccedilatildeo de que as transformaccedilotildees natildeo necessariamente

devem partir do governo e sim das accedilotildees que integrem os cidadatildeos

almejando a sustentabilidade Quando se diz ldquoas accedilotildees que integrem os

cidadatildeosrdquo na verdade o que se busca expressar eacute que a atitude deve partir da

populaccedilatildeo e natildeo do governo pois tais accedilotildees promovidas pela populaccedilatildeo as

aproximam das poliacuteticas puacuteblicas gerando melhores oportunidades e formas

alternativas de sistemas igualitaacuterios quando relacionados a exposiccedilatildeo de riscos

ambientais Tudo isso para oferecer um ambiente urbano com um

desenvolvimento em equiliacutebrio ambientalmente sustentaacutevel e socialmente

justo

Retomando o Artigo 2ordm do Estatuto da Cidade Loureiro e De Gregori

(Revista Eletrocircnica do Curso de Direito ndash UFSM p 462) expotildeem que houve

uma mudanccedila de paradigma ao se pensar em ambientes urbanos assim

expondo trecircs objetivos a serem alcanccedilados com as cidades ldquoo primeiro seria

um ambiente destinado agrave moradia de um acuacutemulo de comunidades jaacute em uma

segunda perspectiva seria um ambiente de poliacuteticas a fim de atingir funccedilatildeo

social urbana e por fim a garantia de ambientes urbanos como um meio

sustentaacutevel e sadio de desenvolvimentordquo Eacute importante ressaltar que esse

ponto de vista reflete que soacute seraacute possiacutevel assegurar um ambiente urbano para

a presente geraccedilatildeo e para as futuras partindo da preservaccedilatildeo do meio

ambiente

Portanto diversas iniciativas podem tornar o ambiente urbano em cidade

sustentaacutevel o que procura promover uma estabilidade e um equiliacutebrio agraves

cidades com uma visatildeo a longo prazo O processo de implantaccedilatildeo de cidades

sustentaacuteveis no Brasil deve primeiramente partir de accedilotildees individuais ou

privadas e articulada agraves poliacuteticas puacuteblicas para que haja uma eficiecircncia na

aplicabilidade sem desconsiderar que haacute uma possibilidade de gerar um

sistema insustentaacutevel Por que pode se tornar um sistema insustentaacutevel

Segundo Loureiro e De Gregori (Revista Eletrocircnica do Curso de Direito ndash

UFSM p 465 apud Godard 1990 p40-45) ldquoa insustentabilidade exprime

assim a incapacidade de as poliacuteticas puacuteblicas adaptarem a oferta de serviccedilos

urbanos agrave quantidade e agrave qualidade das demandas sociais provocando um

ldquodesequiliacutebriordquo entre necessidades cotidianas da populaccedilatildeo e os meios de as

satisfazer entre a demanda por serviccedilos urbanos e os investimento em redes e

infraestruturardquo

Jaacute que a realidade brasileira exprime uma grande distorccedilatildeo do que eacute

apresentado nos estudos como conseguir implantar uma cidade sustentaacutevel e

assim suportaacute-la Primeiramente eacute necessaacuterio ampliar o ponto de vista natildeo se

prendendo agraves poliacuteticas puacuteblicas em segundo plano eacute preciso que se tenha uma

accedilatildeo coletiva da populaccedilatildeo atraveacutes da conscientizaccedilatildeo ou de accedilotildees que

promovam a sustentabilidade dentro da cidade

Eacute importante ressaltar que natildeo se pode descartar as poliacuteticas puacuteblicas

mas tambeacutem natildeo se pode esperar que elas resolvam todos os problemas

presentes na cidade Sendo assim para que uma cidade torne-se sustentaacutevel eacute

preciso que as accedilotildees realizadas pela populaccedilatildeo sejam emparelhadas com as

poliacuteticas puacuteblicas aplicadas pelo governo No Brasil haacute cidades que satildeo

consideradas sustentaacuteveis mas essas cidades optaram apenas por um

planejamento urbano voltado para reconstituiccedilatildeo de aacutereas verdes

aprimoramento nas soluccedilotildees urbaniacutesticas e na tecnologia do transporte urbano

Tais accedilotildees natildeo devem ser desconsideras e sim exaltadas pelo funcionamento

adequado e promoccedilatildeo da sustentabilidade urbana Outras questotildees tatildeo

importantes quanto satildeo deixadas de lado pelo governo e nesse caso deve-se

ter uma aplicaccedilatildeo da sociedade para que ganhe uma visatildeo e assim sejam

aplicadas poliacuteticas puacuteblicas voltadas para tais questotildees

Em especiacutefico coloco o problema hiacutedrico que tem assolado vaacuterias

cidades do paiacutes por trazer prejuiacutezos de forma direta e indireta a populaccedilatildeo O

problema hiacutedrico brasileiro natildeo eacute apenas o causado pela estiagem e falta de

aacutegua em algumas localidades ele tambeacutem eacute expresso pelas chuvas

torrenciais Em face disso eacute importante unir o uacutetil ao agradaacutevel Vale expor que

em decorrecircncia do aumento da urbanizaccedilatildeo as aacutereas foram pavimentadas e

cobertas por preacutedios casas monumentos entre outras edificaccedilotildees

ocasionando na impermeabilizaccedilatildeo do solo em aacutereas naturais Devido a esse

fator o ser humano vem demandando novas soluccedilotildees e poliacuteticas puacuteblicas para

o controle e mitigaccedilatildeo de impactos causados pela chuva tais como

alagamentos

Os governos de modo geral vecircm encontrando seacuterias dificuldades

quanto agraves questotildees de gestatildeo dos alagamentos em suas aacutereas puacuteblicas Para

Brasiacutelia e o Governo do Distrito Federal esse problema eacute recente e nem tatildeo

alarmante quando comparado aos das grandes capitais brasileiras como Satildeo

Paulo ou Rio de Janeiro Portanto eacute necessaacuterio que se tenha uma precauccedilatildeo

com o uso das aacuteguas tratadas para que possam ser utilizadas fontes

alternativas Com o objetivo de aproveitamento de aacuteguas pluviais a captaccedilatildeo

de aacutegua advinda das chuvas possui um vieacutes sustentaacutevel do ponto de vista

teacutecnico e econocircmico quando aplicado em sistemas de uso privativo Cabe

ressaltar que esse estudo visa aliar o conceito de cidades sustentaacuteveis a partir

da iniciativa privada agraves necessidades encontradas na cidade de Brasiacutelia no

caso de um projeto de aproveitamento de aacuteguas pluviais que atenda a

demanda de aacutegua natildeo potaacutevel tendo como base a precipitaccedilatildeo de chuva local

sem desconsiderar o ciclo hidroloacutegico para que natildeo ocorra um desequiliacutebrio do

mesmo e ocasione mais desastres ambientais

Tal sistema tem como objetivo gerar uma fonte de aacutegua natildeo potaacutevel

para uso diaacuterio em sistemas prediais como descarga limpeza do preacutedio

irrigaccedilatildeo de jardins disponibilidade para lavagem de automoacuteveis entre outras

possibilidades gerando uma economia da aacutegua utilizada e consequentemente

uma economia monetaacuteria Aleacutem desse objetivo reducionista de gasto e aacutegua

haacute tambeacutem a possibilidade da reduccedilatildeo de transtornos hiacutedricos urbanos

Portanto ao abordar sobre poliacuteticas puacuteblicas eacute de suma importacircncia

compreender que o ldquodesenvolvimento sustentaacutevel eacute um processo de

aprendizagem social de longo prazo que por sua vez eacute direcionado por

poliacuteticas puacuteblicas orientadas por um plano de desenvolvimento nacionalrdquo

(Barbosa 2008 p 6) O conceito de desenvolvimento sustentaacutevel seraacute melhor

apresentado no capiacutetulo seguinte

2 ndash Sustentabilidade desenvolvimento sustentaacutevel e a sua

importacircncia

Inicio esse capiacutetulo com uma frase de Nascimento (2012 p 57) em que

se queremos sugerir uma sustentabilidade para toda a sociedade eacute necessaacuterio

que tenhamos uma ldquolinha transversal a eacutetica solidaacuteria com os excluiacutedos de hoje

para que natildeo haja excluiacutedos amanhatilderdquo

Por que a sustentabilidade eacute algo importante para noacutes Eacute necessaacuterio

que seja de conhecimento geral de que estamos ameaccedilados em todos os

aspectos ligados agrave utilizaccedilatildeo de recursos naturais e aproveitamento dos

mesmos Portanto haacute uma conexatildeo direta ao desenvolvimento sustentaacutevel

Nascimento (2012 p 58) ainda aponta que ldquoateacute meados do seacuteculo XX a

humanidade temia basicamente duas grandes extinccedilotildees ndash uma externa

(choque de um grande meteorito como aparentemente ocorreu haacute 65 milhotildees

de anos extinguindo os dinossauros) e outra interna (o advento de uma

epidemia desconhecida e incontrolaacutevel) Em meados do seacuteculo passado foi

acrescida mais uma ameaccedila provinda dos proacuteprios seres humanos a bomba

atocircmica O seu poder de destruiccedilatildeo ficou evidente com as explosotildees de

Hiroshima e Nagasakirdquo Sendo assim eacute perceptiacutevel que o estilo de vida de alta

produccedilatildeo e consumo vigente nos leva a crer que um desastre eacute cada vez mais

plausiacutevel

ldquoQue a economia estaacute em um conflito com os sistemas naturais do

planeta eacute uma evidecircncia que ressalta das informaccedilotildees cotidianas sobre o

desaparecimento das zonas de pesca reduccedilatildeo das florestas a erosatildeo do

solo e o desaparecimento de espeacuteciesrdquo (Nascimento 2012 p 58 apud

Brown 2003 p14) Portanto a crise ambiental aponta um desgaste das

condiccedilotildees ldquonormaisrdquo de vida no planeta Terra Segundo Nascimento (2012 p

58) ldquo[] eacute possiacutevel caso o cenaacuterio mais pessimista do aquecimento global

venha a se confirmar que uma nova possibilidade de auto extinccedilatildeo seja criada

no final desse seacuteculordquo Desta forma o atual modelo de vida natildeo deteriora

apenas o meio ambiente tambeacutem prejudica a vida humana e para que sejam

reduzidos esses transtornos agrave vida humana eacute preciso que iniciativas e

alternativas sejam criadas por meio de inovaccedilotildees tecnoloacutegicas para que haja

uma saiacuteda

ldquoA crise ambiental assumiu contornos mais graves com a percepccedilatildeo da

responsabilidade antroacutepica do aquecimento global e a dinacircmica de ascensatildeo

de um contingente humano mais significativo no mercado de consumordquo

(Nascimento 2012 p 61) Quando a crise ambiental se tornou algo de suma

importacircncia Quando como e por que a sustentabilidade e o desenvolvimento

sustentaacutevel se tornaram relevantes para o combate agrave crise ambiental Eacute

necessaacuterio compreender que a sustentabilidade possui dois vieses quando

relacionada agrave sua origem Uma de suas origens tem base na biologia mais

precisamente na ecologia a qual atribui o conceito de resiliecircncia ndash capacidade

de recuperaccedilatildeo e reproduccedilatildeo dos ecossistemas ndash perante as degradaccedilotildees

antroacutepicas com o uso exacerbado dos recursos naturais Ainda relacionado agrave

ecologia haacute as causas naturais como terremotos fogo tsunamis pragas

entre outros O outro vieacutes de origem da sustentabilidade adveacutem da economia

como o adjetivo do desenvolvimento diante da visibilidade que ganhou ao

longo do seacuteculo XX referente ao padratildeo de consumo desenvolvido ao redor do

mundo (Nascimento 2012 p 51)

Segundo Nascimento a ideia de sustentabilidade como enfoque

mundial tem origem na deacutecada de 1950 O surgimento e a importacircncia desse

termo ocorrem devido a um risco ambiental global a poluiccedilatildeo nuclear ldquoOs seus

indiacutecios alertaram os seres humanos de que estamos em uma nave comum e

que problemas ambientais natildeo estatildeo restritos a territoacuterios limitadosrdquo

(Nascimento 2012 p 2) Segundo Nascimento (2012 p 52 apud Machado

2005) ldquoA ocorrecircncia de chuvas radiativas a milhares de quilocircmetros dos locais

de realizaccedilatildeo dos testes acendeu um caloroso debate no seio da comunidade

cientiacuteficardquo Na deacutecada de 1960 houve outro fato importante que implicou na

questatildeo da percepccedilatildeo da crise ambiental dando importacircncia a

sustentabilidade devido ao uso de inseticidas e pesticidas quiacutemicos e

transtornos causados por esses apontados por Rachel Carson em seu livro

intitulado de ldquoPrimavera Silenciosardquo ndash Silent Spring

Ainda na deacutecada de 60 as chuvas aacutecidas recorrentes nos paiacuteses

noacuterdicos levaram a Sueacutecia junto ao Conselho Econocircmico e Social das Naccedilotildees

Unidas (ECOSOC) a propor a realizaccedilatildeo de uma conferecircncia para tratar de um

acordo internacional para uma possiacutevel reduccedilatildeo na emissatildeo dos gases

responsaacuteveis por tal transtorno Com isso ocorreu a Conferecircncia de

Estocolmo em 1972 colocando em evidecircncia os paiacuteses subdesenvolvidos e

desenvolvidos da eacutepoca A princiacutepio as preocupaccedilotildees natildeo eram nem um

pouco igualitaacuterias jaacute que os paiacuteses desenvolvidos estavam atentos agrave

degradaccedilatildeo ambiental que afetavam sua qualidade de vida enquanto os

paiacuteses subdesenvolvidos estavam preocupados em natildeo sofrerem sanccedilotildees

comerciais e apresentarem um retardo em seu desenvolvimento uma vez que

naquela eacutepoca os problemas ambientais eram associados ao crescimento

econocircmico dos paiacuteses de terceiro mundo Nessa conferecircncia ficou exposto

que os paiacuteses desenvolvidos defendiam a proteccedilatildeo do meio ambiente como

principal foco e os paiacuteses em desenvolvimento focavam no combate agrave

pobreza

Para melhor esclarecer Nascimento expotildee a partir do documento ldquoOnly

One Earthrdquo (Ward amp Dubos 1973) ldquo[] O problema ambiental como decorrente

de externalidades econocircmicas proacuteprias do excesso de desenvolvimento

(tecnologia agressiva e consumo excessivo) de um lado e de sua falta

(crescimento demograacutefico e baixo PIB per capita) de outro Posta dessa forma

a questatildeo ambiental deixava de ficar restrita ao meio natural e adentrava o

espaccedilo socialrdquo Contemporacircneo a isso temos o relatoacuterio do Clube de Roma ndash

Limits to Growth (Meadows et al 1972) que propunha uma reduccedilatildeo do

desenvolvimento industrial nos paiacuteses desenvolvidos e uma contenccedilatildeo no

crescimento populacional nos paiacuteses subdesenvolvidos juntamente com o

apoio daqueles aos subdesenvolvidos para que pudessem crescer

economicamente A partir desses eventos os governos se conscientizaram e

criaram agecircncias que tratassem das questotildees ambientais para que pudessem

juntar dados ambientais jaacute que na eacutepoca careciam de tais informaccedilotildees

No Brasil foi criada a Secretaria Especial do Meio Ambiente (SEMA) em

1973 enquanto nos EUA jaacute existia a Environmental Protection Agency (EPA)

desde 1970

Dez anos apoacutes a Conferecircncia de Estocolmo uma anaacutelise dos resultados

foi feita pela ONU e mostrou que o resultado estabelecido deixou a desejar e

que os esforccedilos realizados foram inferiores Em decorrecircncia desse mal

desempenho foi formada a Comissatildeo Mundial sobre Meio Ambiente e

Desenvolvimento (CMMAD) presidida por Gro Harlen Brundtland responsaacutevel

pelo relatoacuterio ldquoNosso Futuro Comumrdquo ndash Our Common Future ndash que tinha como

principal proposta a criaccedilatildeo de uma agenda global para focar em uma

mudanccedila consideraacutevel Esse estudo obteve informaccedilotildees durante trecircs anos a

partir de pesquisas e anaacutelises com enfoque na parte social Segundo Barbosa

(2008 p2) as informaccedilotildees colhidas do relatoacuterio com base nas questotildees

sociais referiam-se ldquoao uso da terra sua ocupaccedilatildeo suprimento de aacutegua abrigo

e serviccedilos sociais educativos e sanitaacuterios aleacutem de administraccedilatildeo do

crescimento urbanordquo

Tal relatoacuterio foi responsaacutevel pela criaccedilatildeo do termo ldquoDesenvolvimento

Sustentaacutevelrdquo que ldquoconsistiu o maior esforccedilo entatildeo conhecido para conciliar a

preservaccedilatildeo do meio ambiente com o desenvolvimento econocircmicordquo

(Nascimento 2012 p 54) Uma definiccedilatildeo baacutesica do que eacute DS eacute exposta por

Nascimento (2012 p 58 apud Lenzi 2006) ldquoDesenvolvimento sustentaacutevel eacute o

desenvolvimento que satisfaz as necessidades do presente sem comprometer

a capacidade das geraccedilotildees futuras em satisfazer suas proacuteprias necessidadesrdquo

Estender e Pitta (O Conceito do Desenvolvimento Sustentaacutevel apud Camargo

2003 p 43) tambeacutem fazem citaccedilatildeo agrave outra definiccedilatildeo apontada no relatoacuterio

ldquoEm essecircncia o desenvolvimento sustentaacutevel eacute um

processo de transformaccedilatildeo no qual a exploraccedilatildeo dos

recursos a direccedilatildeo dos investimentos a orientaccedilatildeo

do desenvolvimento tecnoloacutegico e a mudanccedila

institucional se harmonizam e reforccedilam o potencial

presente e futuro a fim de atender agraves necessidades

e aspiraccedilotildees humanasrdquo

Nascimento (2012 p 54) aponta que ldquoA forccedila e a fraqueza dessa

definiccedilatildeo encontram-se justamente nessa foacutermula vaga pois deixam-se em

aberto quais seriam as necessidades humanas atuais e mais ainda as das

geraccedilotildees futurasrdquo

Segundo Barbosa (2008) o relatoacuterio faz consideraccedilotildees agraves questotildees

urbanas no qual as cidades em seu desenvolvimento devem contemplar as

necessidades baacutesicas de toda a populaccedilatildeo e conceder oportunidades de

melhora na qualidade de vida de todos buscando alcanccedilar uma equidade na

sociedade por meio de processos democraacuteticos para que haja um

desenvolvimento urbano adequado Ainda com referecircncia ao relatoacuterio haacute ldquoa

necessidade de descentralizaccedilatildeo das aplicaccedilotildees de recursos financeiros e

humanos e a necessidade do poder poliacutetico favorecer as cidades em sua

escala localrdquo (Barbosa 2008 p 2) Quanto agrave questatildeo do uso de recursos

naturais foi avaliada no relatoacuterio a capacidade de resiliecircncia da biosfera os

efeitos e as possiacuteveis consequecircncias causadas pela accedilatildeo antroacutepica apontando

ainda que a pobreza pode ser considerada como um problema ambiental e que

a tentativa de erradicar a mesma pode ser a base para a busca da

sustentabilidade Com essa contribuiccedilatildeo na mudanccedila do modo de perceber as

necessidades urbanas o relatoacuterio apresentou trecircs princiacutepios baacutesicos ou

aspectos que deveriam ser cumpridos ndash proteccedilatildeo ambiental equidade social e

o desenvolvimento econocircmico ndash e que seratildeo expostos mais adiante

Apesar de todos esses pontos levantados o relatoacuterio Brundtland

recebeu vaacuterias criacuteticas pelo fato de acusar a pobreza e o descontrole do

crescimento populacional nos paiacuteses subdesenvolvidos como a fonte principal

dos problemas ambientais e da insustentabilidade do planeta e de colocar em

segundo plano a poluiccedilatildeo causada ateacute a data de publicaccedilatildeo do relatoacuterio pelos

paiacuteses desenvolvidos

Em 1986 foi realizada a conferecircncia de Ottawa ndash Carta de Ottawa 1986

ndash na qual foram estabelecidas cinco condiccedilotildees para que se tentasse alcanccedilar o

desenvolvimento sustentaacutevel entre elas a manutenccedilatildeo da integraccedilatildeo

ecoloacutegica a satisfaccedilatildeo das necessidades baacutesicas humanas a provisatildeo da

autodeterminaccedilatildeo social e da diversidade cultural a integraccedilatildeo da conservaccedilatildeo

e do desenvolvimento e o alcance de equidade e justiccedila social Para a

CMMAD as condiccedilotildees que procedem do conceito de desenvolvimento

sustentaacutevel estatildeo associadas ao processo de urbanizaccedilatildeo e do crescimento da

cidade e tem como finalidade o uso adequado dos recursos naturais Em face

disto satildeo expostos alguns objetivos mudanccedila de qualidade do crescimento

crescimento renovaacutevel satisfaccedilatildeo das necessidades essenciais por emprego

aacutegua energia alimento e saneamento baacutesico garantia de um niacutevel sustentaacutevel

da populaccedilatildeo conservaccedilatildeo da base de recursos reorientaccedilatildeo da tecnologia e

do gerenciamento de risco e reorientaccedilatildeo das relaccedilotildees econocircmicas

internacionais (CMMAD 1988 1991)

Postumamente foi realizada a Assembleia das Naccedilotildees Unidas a qual

aprovou a Conferecircncia das Naccedilotildees Unidas para o Meio Ambiente e o

Desenvolvimento (CNUMAD) ocorrida em 1992 e ficou conhecida como Rio-

92 A Rio-92 teve maior visibilidade graccedilas agrave criaccedilatildeo da Convenccedilatildeo da

Biodiversidade e das Mudanccedilas Climaacuteticas ndash que posteriormente resultou na

criaccedilatildeo do Protocolo de Kyoto ndash da Agenda 21 e da Declaraccedilatildeo do Rio Essa

uacuteltima segue os mesmos padrotildees expostos na Conferecircncia de Estocolmo

citada anteriormente interligando o desenvolvimento econocircmico com o meio

ambiente atraveacutes de uma gestatildeo consciente dos recursos naturais sem

comprometer o modelo econocircmico vigente

Em decorrecircncia desses acontecimentos tornou-se de faacutecil entendimento

que o desenvolvimento sustentaacutevel eacute composto por trecircs aspectos ambiental

econocircmico e social Outros autores como Ignacy Sachs consideram ainda

outras variaacuteveis relevantes para o entendimento do DS como sustentabilidade

ecoloacutegica e poliacutetica

Figura 1 Tripeacute da Sustentabilidade

Fonte Nicholas Gimenes (2012)

Com base nesses trecircs aspectos apontados chegamos ao conhecido

Triple Bottom Line ndash ldquoTripeacute da Sustentabilidaderdquo No tripeacute da sustentabilidade

satildeo expostos o aspecto ambiental que tem como base a produccedilatildeo e o

consumo de tal forma que possa garantir que os ecossistemas natildeo sofram

problemas quanto a sua capacidade de resiliecircncia o aspecto econocircmico que

assume a denominada ecoeficiecircncia a qual incentiva a inovaccedilatildeo tecnoloacutegica

para tentar mitigar alguns dos problemas ambientais e ampliar a

desmaterializaccedilatildeo da economia e o uacuteltimo aspecto o social o qual supotildee que

a populaccedilatildeo de uma determinada sociedade tenha o miacutenimo necessaacuterio para

uma condiccedilatildeo de vida aceitaacutevel buscando erradicar a desigualdade social

Segundo Nascimento existem diversas definiccedilotildees desses trecircs aspectos mas

essas apontadas satildeo as mais recorrentes e de simples entendimento Natildeo

podemos esquecer que assim como eacute apontado por Ignacy Sachs e outros

autores outros aspectos para a definiccedilatildeo do DS devem ser levados em

consideraccedilatildeo em especial a cultura Apesar de natildeo ser citada como base do

ldquotripeacuterdquo a cultura eacute importante em qualquer sociedade quando relacionada ao

meio ambiente pois eacute ela quem dita o comportamento da populaccedilatildeo O Brasil

sofre com questotildees ambientais muitas das vezes por falta de instruccedilatildeo da

populaccedilatildeo que natildeo tem conhecimento do quatildeo impactante pode ser sua accedilatildeo

Deste modo quando se trata de questotildees ambientais eacute necessaacuterio que se

tenha uma mudanccedila natildeo repentina e sim gradativa nos padrotildees de consumo

no estilo de vida e na educaccedilatildeo ambiental

Retomando os conceitos de DS e sustentabilidade temos uma definiccedilatildeo

de Clovis Cavalcanti em que sustentabilidade ldquosignifica a possibilidade de se

obterem continuamente condiccedilotildees iguais ou superiores de vida para um grupo

de pessoas e seus sucessores em dado ecossistemardquo (Cavalcanti 2003)

Analisando essa definiccedilatildeo proposta por Cavalcanti vemos que se assemelha

do que foi exposto por Gro Harlen Brundtland em seu relatoacuterio Como jaacute foi

mencionado para Sachs o ldquoTriple Bottom Linerdquo ndash Tripeacute da Sustentabilidade ndash

possui cinco vertentes da sustentabilidade que satildeo a ldquosustentabilidade

ecoloacutegica refere-se a fiacutesica do processo de crescimento e tem como objetivo a

manutenccedilatildeo de estoques dos recursos naturais incorporados as atividades

produtivas a sustentabilidade ambiental que refere-se agrave manutenccedilatildeo da

capacidade de sustentaccedilatildeo dos ecossistemas o que implica a capacidade de

absorccedilatildeo e recomposiccedilatildeo dos ecossistemas em face as agressotildees antroacutepicas

sustentabilidade social que refere-se ao desenvolvimento e tem por algum

objetivo a melhoria da qualidade da vida da populaccedilatildeo Para caso de paiacuteses

com problemas de desigualdade e de inclusatildeo social implica a adoccedilatildeo de

poliacuteticas distributivas e a universalizaccedilatildeo de atendimento a questotildees como

sauacutede educaccedilatildeo habilitaccedilatildeo e seguridade social sustentabilidade poliacutetica

refere-se ao processo de construccedilatildeo da cidadania para garantir a incorporaccedilatildeo

plena dos indiviacuteduos ao processo de desenvolvimento e a sustentabilidade

econocircmica que refere-se a uma gestatildeo eficiente dos recursos em geral e

caracteriza-se pela regularidade de fluxos do investimento puacuteblico e privado

Implica a avaliaccedilatildeo da eficiecircncia por processos macro sociaisrdquo (Sachs 1993

Agenda 21 brasileira)

Barbosa (2008 p 4) faz uma citaccedilatildeo em seu trabalho sobre o livro de

Leila Ferreira ndash ldquoA questatildeo ambiental sustentabilidade e poliacuteticas puacuteblicas no

Brasilrdquo ndash referente ao padratildeo de vida da sociedade em que

ldquoO padratildeo de produccedilatildeo e consumo que

caracteriza o atual estilo de

desenvolvimento tende a consolidar-se

no espaccedilo das cidades e estas se

tornam cada vez mais o foco principal

na definiccedilatildeo de estrateacutegias e poliacuteticas

de desenvolvimentordquo

Sendo assim eacute de fundamental importacircncia que formas alternativas

sustentaacuteveis sejam alcanccediladas para que possam influenciar de forma positiva

na qualidade de vida das cidades e no processo de planejamento urbano Para

Acselrad (1999 p 85) a sustentabilidade urbana eacute definida como ldquoa

capacidade das poliacuteticas urbanas se adaptarem agrave oferta de serviccedilos agrave

qualidade e agrave quantidade das demandas sociais buscando o equiliacutebrio entre as

demandas de serviccedilos urbanos e investimentos em estruturardquo Como o

desenvolvimento sustentaacutevel possui muitos conceitos e definiccedilotildees haacute uma em

especial que se destaca pelo fato de estar relacionada agraves cidades juntamente

com o termo ldquosustentabilidaderdquo exposta por Barbosa (2008 p 4 apud

Satterthwaite 2004) em que

ldquoa resposta agraves necessidades humanas

nas cidades como o miacutenimo ou

nenhuma transferecircncia dos custos da

produccedilatildeo consumo ou lixo para outras

pessoas ou ecossistemas hoje e no

futurordquo

Assim a participaccedilatildeo da sociedade e a diversidade dos interesses que

a mesma possui gera um conflito entre as poliacuteticas puacuteblicas e o

desenvolvimento sustentaacutevel mas nada que natildeo possa ser contornado a partir

da conscientizaccedilatildeo individual dos cidadatildeos Como eacute exposto por Barbosa ldquoeacute

imprescindiacutevel para a sustentabilidade urbana o uso racional dos recursos

naturais a boa forma do ambiente urbano baseado na interaccedilatildeo clima e os

recursos naturais aleacutem das respostas agraves necessidades urbanas com o miacutenimo

de transferecircncia de dejetos e rejeitos para outros ecossistemas atuais e

futurosrdquo (Barbosa 2008 p 9) Em detrimento disso ldquoo desenvolvimento

sustentaacutevel natildeo deve ser apresentado como um slogan poliacuteticordquo (Barbosa

2008 p 10) deve ser apresentado como uma possiacutevel soluccedilatildeo para a

mitigaccedilatildeo dos problemas ambientais encontrados atualmente na sociedade

Portanto a sustentabilidade visa emoldurar novos meios alternativos de

produccedilatildeo distribuiccedilatildeo e consumo dos recursos naturais existentes de forma

mais racional ecologicamente viaacutevel e economicamente eficaz

Ao retratar esses problemas de padrotildees vividos pela sociedade

relacionados ao meio ambiente mais especificamente a utilizaccedilatildeo de recursos

naturais Nascimento (2012 p 58) aponta que ldquohaacute uma quase unanimidade

hoje entre os cientistas de que os recursos naturais natildeo seratildeo suficientes para

fornecer um modo de vida similar ao da classe meacutedia mundial a todos os novos

ingressantes no mercado No entanto eles tecircm tanto direito quanto os que jaacute

participam do mercado consumidorrdquo Mas como podemos contornar tais

problemas e a crise ambiental Atraveacutes da criatividade humana muitas formas

alternativas foram criadas e podem ser inventadas quando se tratam dos

recursos finitos utilizados pelo homem Temos como exemplo a aacutegua sobre a

qual poucos satildeo os estudos apresentados relacionando o aproveitamento de

aacuteguas pluviais e cidades sustentaacuteveis Na maioria das vezes os estudos satildeo

feitos com base em outras necessidades como a dessalinizaccedilatildeo das aacuteguas do

mar para consumo humano Natildeo podemos esquecer que atualmente existem

diversos sistemas de captaccedilatildeo de aacuteguas pluviais para diferentes finalidades

sejam elas para aproveitamento de consumo humano ou natildeo

3 ndash A viabilidade de implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo

pluvial em Brasiacutelia ndash DF

31 ndash Apresentaccedilatildeo de dados

Primeiramente seratildeo apresentados dados sobre a populaccedilatildeo e o

consumo de aacutegua presente nas residecircncias de Brasiacutelia e que seratildeo utilizados

como base para a implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo na Asa Norte

Segundo Ferreira C diretor Superintendente de Atendimento Comercial

(CAC) da Companhia de Saneamento Ambiental do Distrito Federal (CAESB)

ldquoEm Brasiacutelia o consumo meacutedio por habitante eacute de 190 litros de aacutegua por dia o

que resulta em um consumo mensal de 6msup3 por habitanterdquo De acordo com a

ONU cada pessoa necessita de 110 litros por dia para atender as

necessidades de consumo e higiene A Companhia de Saneamento Baacutesico do

Estado de Satildeo Paulo (SABESP 2010) afirma que ldquono Brasil o consumo por

pessoa pode chegar a mais de 200 litrosdiardquo A estimativa da SABESP (2010)

eacute de que 54 litros (27) vatildeo para cozinhar e beber 50 litros (25) para tomar

banho e escovar os dentes 66 litros (33) para descarga de banheiro 24 litros

(12) para lavagem de roupa e 6 litros (3) para outras tarefas como lavagem

de carro por exemplo Segundo dados da CAESB Brasiacutelia (Plano Piloto)

consome cerca de 2757890msup3 por mecircs e que o consumo por habitante eacute de

1381msup3mecircs

Devido ao alto consumo de aacutegua em Brasiacutelia os recorrentes transtornos

hiacutedricos urbanos e a ausecircncia de sistemas captaccedilatildeo pluvial este capiacutetulo traz

um estudo da viabilidade teacutecnica e econocircmica da implantaccedilatildeo de um sistema

em um preacutedio residencial do bairro Asa Norte mais especificamente na

Superquadra 111 Norte Natildeo haacute nenhum estudo realizado que comprove a

frequecircncia dos alagamentos nessa regiatildeo portanto tal quadra foi selecionada

em decorrecircncia de mateacuterias e reportagens que mostram a dificuldade que a

populaccedilatildeo sofre quando haacute uma chuva anormal

Primeiramente eacute necessaacuterio que se tenha uma noccedilatildeo do periacuteodo

chuvoso em Brasiacutelia Segundo o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais

(INPE) Brasiacutelia apresenta um regime de precipitaccedilatildeo bem definido sendo que

a estaccedilatildeo chuvosa tem iniacutecio em Outubro e estende-se ateacute Marccedilo e a estaccedilatildeo

seca ocorre no restante do ano (Abril a Setembro) Ainda segundo o INPE ldquoa

estaccedilatildeo chuvosa eacute causada pelo forte aquecimento da atmosfera na Amazocircnia

que favorece o desenvolvimento de um sistema quase estacionaacuterio em altos

niacuteveis a Alta Boliacutevia Como resultado dessa circulaccedilatildeo observa-se nos baixos

niacuteveis uma regiatildeo de baixa pressatildeo e a convergecircncia de ar satildeo os principais

fatores que provocam a precipitaccedilatildeo neste periacuteodo responsaacutevel por 70 do

total meacutedio anualrdquo A partir desses elementos apresentados pelo INPE e com

base nos dados os quais foram obtidos da estaccedilatildeo meteoroloacutegica de Brasiacutelia

localizada na Latitude (ordm) -158 Longitude (ordm)-479 temos a precipitaccedilatildeo de

Brasiacutelia dada mecircs a mecircs Os dados partem de Janeiro de 2006 e vatildeo ateacute

Outubro de 2015 Eacute importante frisar que os dados foram formulados a partir

da precipitaccedilatildeo acumulada para tornar mais faacutecil de calcular a meacutedia

Tabela 01 Dados de Precipitaccedilatildeo

AnoMecircs JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ Meacutedia Mensal

2006 1232 1914 258 1417 351 09 01 528 403 5264 1956 1821 14563

2007 2609 2659 357 501 75 0 0 0 0 535 2249 275 9779

2008 201 2425 2346 2109 0 0 0 27 80 387 271 3226 1337

2009 2028 1347 81 3759 612 93 0 725 505 2958 1991 3078 1492

2010 1211 368 2494 2388 275 0 0 0 0 349 2547 318 1068

2011 1268 1724 2433 696 139 38 0 0 7 2639 3338 4704 1421

2012 2699 1149 1982 1213 444 24 02 0 333 1098 4446 1428 1235

2013 4918 1893 1903 954 222 62 03 0 659 1069 2711 3525 1493

2014 1531 1392 3402 2493 28 10 79 0 162 2014 192 3667 1399

2015 939 1297 3456 2076 499 0 08 0 218 694 SD SD 9187

Meacutedia para cada mecircs

20445 16168 21763 17606 2645 326 093 128 315 17007 2652 30421 12797

Tabela contendo os dados de chuva acumulada mecircs a mecircs em miliacutemetros (mm)

Fonte INPE 2015

Obs 1- SD - satildeo dados que natildeo foram coletados devido pois o trabalho foi realizado antes desses meses

Obs2- Meacutedia calculada com os dados obtidos no caso os meses de novembro e dezembro de 2015 natildeo entram no

caacutelculo pois ainda natildeo existiam os dados

Temos tambeacutem a partir do estudo realizado por Brino (Brasiacutelia

Superquadras Residenciais) os dimensionamentos dos preacutedios e a quantidade

de apartamentos por pavimentos conforme as tabelas a seguir

Tabela 02 Dimensionamento dos Blocos

A SUPERQUADRA AE AT

Aacuterea de Projeccedilatildeo por Bloco

Aacuterea Total = 11760msup2 Nuacutemero total de Blocos = 11

1069msup2 185 136

Aacuterea Construiacuteda por bloco (sem pilotis e

subsolo)

Pavimentos = 6 Aacuterea do Pavimento = 1069msup2

6414msup2 1113 818

Aacuterea Construiacuteda por superquadras (sem pilotis e subsolo)

Preacutedio = 11 Aacuterea por Preacutedio = 64141msup2

70554msup2 8999 1225

AE - Aacuterea Aedificandi e AT - Aacuterea Total

Tabela 03 Dimensionamento da Populaccedilatildeo

A POPULACcedilAtildeO (5 Pessoas

apart)

6 apartamentos por pavimento

36 apartamentos por bloco

396 apartamentos

por superquadra

1980 pessoas por

superquadra

8 apartamentos por pavimento

48 apartamentos por bloco

528 apartamentos

por superquadra

2640 pessoas por

superquadra

10 apartamentos por pavimento

60 apartamentos por bloco

660 apartamentos

por superquadra

3300 pessoas por

superquadra

12 apartamentos por pavimento

72 apartamentos por bloco

792 apartamentos

por superquadra

3960 pessoas por

superquadra

Caacutelculo para as faixas 100 200 e 300 (seis pavimentos) Fonte SUDUR

O estudo apresentado por Brino (Brasiacutelia Superquadras Residenciais)

considera uma famiacutelia composta por cinco pessoas para cada apartamento

nesse caso iremos desconsiderar essa informaccedilatildeo e basearmos nos dados

apresentados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica (IBGE) Nos

dados do IBGE (Censo Demograacutefico 2010) constam que a meacutedia de

moradores em domiciacutelios particulares ocupados eacute de 33 moradores

Partindo dos elementos de precipitaccedilatildeo aacuterea de projeccedilatildeo por bloco

meacutedia de moradores por apartamento total de apartamentos de um preacutedio e

consumo meacutedio de aacuteguadia por habitante podemos dar inicio as formas de

captaccedilatildeo e armazenamento de aacuteguas pluviais

32 ndash Aacuteguas pluviais e aacuteguas cinzas

Mas porque focar em aproveitamento de aacuteguas pluviais Segundo

Rapoport (2004 p 1) ldquoo aumento populacional acompanhado pelas mudanccedilas

climaacuteticas globais vem contribuindo para o aumento na demanda por recursos

hiacutedricosrdquo Ainda expotildee que ldquoembora a aacutegua seja um recurso renovaacutevel ela

tende a se deteriorar em funccedilatildeo do seu uso indiscriminado o que compromete

consequentemente a quantidade de aacutegua com qualidade disponiacutevel para o

consumo nas diversas localidadesrdquo (Rapoport 2004 p 1)

Um fato importante abordado por Rapoport (2004 p1) eacute que ldquoa

quantidade de aacutegua disponiacutevel eacute sempre a mesma jaacute que estaacute sempre sendo

renovada atraveacutes do ciclo hidroloacutegico Entretanto a aacutegua de qualidade para

consumo estaacute se tornando rarardquo A tiacutetulo de esclarecimento ldquosabe-se que o

ciclo hidroloacutegico se constitui basicamente do transporte de massas drsquoaacutegua do

oceano para atmosfera por evaporaccedilatildeo e da atmosfera atraveacutes de

precipitaccedilotildees escoamentos superficiais e subterracircneos para os oceanos

influenciando diretamente a distribuiccedilatildeo e extensatildeo dos corpos drsquoaacutegua

continentaisrdquo (Rapoport 2004 p 1) Sendo assim a interferecircncia humana tem

causado alteraccedilotildees no ciclo hidroloacutegico em diversas regiotildees Esse assunto

seraacute melhor abordado mais adiante pois o uso do sistema de captaccedilatildeo pode

influenciar no ciclo hidroloacutegico negativamente mas utilizado da forma

adequada pode continuar mantendo o ciclo equilibrado

Aleacutem do uso indevido da aacutegua e de sua escassez Lima e Machado

(2008 p 13) apontam que ldquooutro fator importante eacute o aumento de inundaccedilotildees e

enchentes devido ao escoamento superficial da aacutegua de chuva e da

impermeabilizaccedilatildeo do solordquo Portanto a captaccedilatildeo de aacuteguas pluviais pode

contribuir para a reduccedilatildeo dos transtornos hiacutedricos urbanos e ao mesmo tempo

reduzir a demanda por aacutegua potaacutevel da companhia de distribuiccedilatildeo local

Segundo Amorim e Pereira (2008 p 54) ldquouma das soluccedilotildees em estudo

para aumentar a oferta de aacutegua para as edificaccedilotildees eacute o aproveitamento da

aacutegua pluvial Esta apresenta uma boa alternativa visto que aleacutem de reduzir o

consumo de aacutegua potaacutevel ainda surge como uma accedilatildeo no combate agraves

enchentes funcionando como uma medida natildeo-estrutural do sistema de

drenagem urbanardquo Mas o que eacute necessaacuterio para formar um sistema de

captaccedilatildeo adequado e funcional Amorim e Pereira (2008 p 54) apresentam

que ldquoos sistemas de aproveitamento de aacutegua pluvial satildeo formados basicamente

pela aacuterea de captaccedilatildeo (geralmente coberturas) os componentes de transporte

(calhas e condutores verticais) e o reservatoacuteriordquo Cabe ressaltar que para esse

estudo a captaccedilatildeo das aacuteguas pluviais seraacute destinada apenas para a utilizaccedilatildeo

em ldquoaacuteguas cinzasrdquo Neste sentido o reuso das aacuteguas cinzas que satildeo as aacuteguas

provenientes de todas as atividades domeacutesticas com exceccedilatildeo de fontes de

aacuteguas negras tais como sanitaacuterios bidecircs e urinol vem sendo estudadas com

vista ao reuso tanto em irrigaccedilatildeo como em sanitaacuterios (Rapoport 2004 p 8)

Retomando os dados apresentados pela SABESP (2010) temos a

tabela 04 a qual apresenta os dados de consumo domeacutestico e em sequecircncia o

graacutefico 01 que demonstram que se analisarmos as quantidades de aacutegua

utilizada no consumo domeacutestico teremos uma base para o tamanho do

reservatoacuterio E posteriormente a tabela 05 mostra em que situaccedilotildees se podem

reutilizar as aacuteguas pluviais

Tabela 04 Consumo domeacutestico de aacutegua

Litros

Cozinhar e Beber 54

Tomar Banho e Escovar os Dentes 50

Descarga de Banheiro 66

Lavagem de Roupa 24

Outras Tarefas 6

Total = 200

Fonte SABESP (2010)

27

25

33

12

3

Cozinhar e Beber

Tomar Banho e Escovar osDentes

Descarga de Banheiro

Lavagem de Roupa

Outras Tarefas

Descarga de Banheiro

6875

Lavagem de Roupa

25

Outras Tarefas 625

Graacutefico 01 Consumo Domeacutestico de Aacutegua

Tabela 05 Percentual para reutilizaccedilatildeo de aacuteguas pluviais

Graacutefico 02 Percentual para Reutilizaccedilatildeo de Aacuteguas Pluviais

Porcentagem ()

Descarga de Banheiro 66 6875

Lavagem de Roupa 24 25

Outras Tarefas 6 625

Total = 96 100

Fonte SABESP(2010)

33 ndash Meacutetodos de Dimensionamento do Reservatoacuterio

Amorim e Pereira (2008 p 54 Soares et al 2000 apud May 2004)

apresentam que existem quatro grupos principais para o dimensionamento do

reservatoacuterio

(a) Meacutetodos determiniacutesticos os dados referentes agrave precipitaccedilatildeo

pluviomeacutetrica e agrave demanda satildeo analisados pela curva de massa

(b) Meacutetodos aproximados baseados em relaccedilotildees empiacutericas

conhecidas

(c) Meacutetodos de modelaccedilatildeo satildeo tambeacutem conhecidos como meacutetodos

de transiccedilatildeo probabiliacutestica da matriz e

(d) Meacutetodos de anaacutelise de sistemas sendo linear natildeo linear ou

programaccedilatildeo dinacircmica

Dentro desses grupos de dimensionamento temos os diversos meacutetodos

meacutetodo de Rippl que consiste na determinaccedilatildeo do volume com base na aacuterea

de captaccedilatildeo que eacute subdivido em meacutetodo analiacutetico e meacutetodo graacutefico meacutetodo de

consideraccedilatildeo dos periacuteodos de dias consecutivos sem chuva que necessita da

observaccedilatildeo dos registros pluviomeacutetricos para identificar os maiores periacuteodos de

dias consecutivos sem chuvas e sua taxa de repeticcedilatildeo meacutetodo de anaacutelise de

simulaccedilatildeo de um reservatoacuterio com capacidade suposta que consiste

basicamente na fixaccedilatildeo de um volume para o reservatoacuterio e na verificaccedilatildeo do

percentual de consumo que seraacute atendido meacutetodo praacutetico brasileiro meacutetodo

praacutetico alematildeo meacutetodo praacutetico inglecircs e o meacutetodo praacutetico australiano (Amorim

e Pereira 2008 p 55-58)

34 ndash Anaacutelise de caso para um preacutedio da Superquadra 111 Norte

A partir dos dados jaacute apresentados temos que o objeto de estudo eacute um

preacutedio residencial localizado na Superquadra 111 Norte que possui uma aacuterea

de projeccedilatildeo de 1069msup2 com seis (6) pavimentos constituindo uma aacuterea

construiacuteda de 6414msup2 apresentando seis (6) apartamentos por pavimento e

consequentemente trinta e seis (36) apartamentos no total (Brino Brasiacutelia

Superquadras Residenciais) O preacutedio conteacutem 33 habitantes por apartamento

(IBGE 2010) que consomem em meacutedia cerca de 190 litros de aacuteguadia

resultando em um consumo mensal de aproximadamente 6msup3 por pessoa

(CAESB) mas como a aacutegua captada da chuva seraacute utilizada apenas para

suprir a demanda de aacutegua cinza temos 66 litros para descarga de vasos

sanitaacuterios

Temos entatildeo que a demanda por aacutegua por habitante nesse edifiacutecio eacute

dada por

119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119898119900119903119886119889119900119903 = 66119871 = 66119871119863119894119886

119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119886119901119886119903119905119886119898119890119899119905119900 = 33119901 times 66119871 ~ 217 119871119863119894119886

119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119901119903eacute119889119894119900 = (33119901 times 66119871) times 36 ~ 7840119871119863119894119886

119863119890119898119886119899119889119886 119898119890119899119904119886119897 119901119900119903 119901119903eacute119889119894119900 =7840119871

119889119894119886times 30119863119894119886119904 = 235224119871

Legenda L = Litros p = Pessoas

Para facilitar nos caacutelculos ao aplica-los para o reservatoacuterio e para o

sistema de captaccedilatildeo eacute necessaacuterio realizar a conversatildeo de litros para msup3

(metros cuacutebicos) Sendo assim 66L = 0066msup3 217L = 0217msup3 7840L =

7840msup3 e 235224L = 235224msup3

Seraacute utilizado o ano de 2014 para os dados de precipitaccedilatildeo da estaccedilatildeo

meteoroloacutegica de Brasiacutelia localizada na Latitude (ordm) -158 Longitude (ordm)-479

fornecidos pela professora Rafaela Lisboa durante o periacuteodo chuvoso O ano

de 2014 apresenta registros jornaliacutesticos de alagamento nos meses de

Fevereiro com precipitaccedilatildeo de 1392 msup3 Marccedilo com precipitaccedilatildeo de 3402msup3

e Dezembro com precipitaccedilatildeo de 3667msup3 Importante ressaltar que o setor

Noroeste de Brasiacutelia foi construiacutedo em 2011 (site G1) o que aumentou a aacuterea

de solo impermeabilizado e a reduccedilatildeo no escoamento superficial da aacutegua

ocasionando em um aumento nas enchentes e alagamentos na Asa Norte

Segundo Amorim e Pereira (2008 p57) um dos meacutetodos a ser utilizado

para poder saber o volume de aacutegua aproveitaacutevel e consequentemente o

volume de aacutegua do reservatoacuterio Trata-se de um meacutetodo empiacuterico apresentado

na NBR 155272007 O volume de aacutegua do reservatoacuterio V expresso em L eacute

exposto a seguir

119872eacute119905119900119889119900 119875119903aacute119905119894119888119900 119861119903119886119904119894119897119890119894119903119900

119881 = 0042 times 119875 times 119860 times 119879

Em que ldquoVrdquo representa o volume de aacutegua aproveitaacutevel e o volume de

aacutegua do reservatoacuterio (L) ldquoPrdquo a precipitaccedilatildeo meacutedia mensal (mm) ldquoArdquo a aacuterea de

coleta em projeccedilatildeo ldquoTrdquo nuacutemero de meses de pouca chuva ou seca e ldquo0042rdquo eacute

um coeficiente estipulado

Portanto segundo Fontanela (2010 p 25) para estipular o volume do

reservatoacuterio temos que calcular 42 do produto entre o volume de chuva

coletada pelo telhado e o nuacutemero de meses com pouca chuva ou seca

Atribuindo valores do ano de 2014 temos que

119881 = 0042 times 1399119898119898 times 1069 times 5

119881~ 31406119871 119900119906 31406119898sup3

Ressaltando que esse valor obtido eacute uma estimativa do tamanho do

reservatoacuterio e que pode haver um reservatoacuterio de maior capacidade

De forma comparativa eacute de bom senso que se faccedila outro caacutelculo com um

meacutetodo alternativo

Amorim e Pereira (2008 p56) expotildeem que existe um meacutetodo de anaacutelise

de simulaccedilatildeo do reservatoacuterio com capacidade suposta o qual consiste

basicamente na fixaccedilatildeo de um volume para o reservatoacuterio e na verificaccedilatildeo de

consumo que seraacute atendido Sendo assim ldquoo primeiro passo para a aplicaccedilatildeo

desse meacutetodo eacute adotar alguns valores possiacuteveis para o volume com base na

estimativa do consumo mensal de aacutegua natildeo potaacutevelrdquo (Amorim e Pereira 2008

p57) Portanto partindo do ponto que o preacutedio consome cerca de 235000L

devemos calcular uma base que possa ser favoraacutevel economicamente

119872eacute119905119900119889119900 119889119890 119878119894119898119906119897119886ccedilatilde119900 119889119900 119877119890119904119890119903119907119886119905oacute119903119894119900

235224119871 rarr 100

119881 rarr 30

119881 ~ 70000119871 119900119906 70119898sup3

Tambeacutem haacute outra alternativa apresentada por L Pereira (Viabilidade

EconocircmicoAmbiental p 18)

119881119886119888 = 119860119879 times 119875119875119872119860 lowast

119881119886119888 = 1069119898sup2 times 1399119898sup3 = 1495531119898sup3119886119899119900

Equaccedilatildeo a qual ldquoVacrdquo corresponde ao volume de aacutegua captado ldquoATrdquo

aacuterea do telhado e ldquoPPMArdquo eacute a precipitaccedilatildeo pluviomeacutetrica meacutedia mensal

Poreacutem o resultado obtido eacute para os 12 meses do ano e como foi visto no

ano de 2014 temos 7 meses com chuva portanto

119881119886119888 =119879119900119905119886119897

1198983

1198861198991199007 119898119890119904119890119904

lowast

119881119886119888 =1495531119898sup3119886119899119900

7= 21364119898sup3 119900119906 213640119871

dados somente seriam vaacutelidos se a precipitaccedilatildeo fosse uniforme durante os 7 meses de chuva

341 ndash Anaacutelise de caso para a Superquadra 111 Norte

Retomando a tabela 02 temos que a quadra apresenta 11 preacutedios

aproximadamente que variam o nuacutemero de apartamentos por pavimentos e

consequentemente o nuacutemero de moradores mas os edifiacutecios continuam tendo

uma aacuterea de 1069msup2 gerando um uma aacuterea total de 70554msup2 mas teremos

como base os caacutelculos feitos para o preacutedio selecionado no item 34

Realizando um caacutelculo baacutesico tem-se como estimativa de

armazenamento para esta quadra o seguinte

119872eacute119905119900119889119900 119875119903aacute119905119894119888119900 119861119903119886119904119894119897119890119894119903119900

119881~ 31406119871 119900119906 314061198983

11 119875119903eacute119889119894119900119904 times 31406119871 = 345466119871 119900119906 345466119898sup3

119872eacute119905119900119889119900 119889119890 119878119894119898119906119897119886ccedilatilde119900 119889119900 119877119890119904119890119903119907119886119905oacute119903119894119900

119881 ~ 70000119871 119900119906 701198983

11 119875119903eacute119889119894119900119904 times 70000119871 = 770000

119881119900119897119906119898119890 119889119890 aacute119892119906119886 119888119886119901119905119886119889119900 lowast

119881119886119888 = 213641198983119900119906 213640119871

11 119875119903eacute119889119894119900119904 times 213640119871 = 2350040119871 119900119906 235004119898sup3

dados somente seriam vaacutelidos se a precipitaccedilatildeo fosse uniforme durante os 7 meses de chuva

119863119890119898119886119899119889119886 119905119900119905119886119897 119889119886 119902119906119886119889119903119886 119888119900119898 119889119890119904119888119886119903119892119886 119889119890 119887119886119899ℎ119890119894119903119900

11 119875119903eacute119889119894119900119904 times 235224119871 = 2587464119871 119900119906 2587464119898sup3

Segundo Brino (Brasiacutelia Superquadras Residenciais) temos que as

dimensotildees maacuteximas de uma superquadra satildeo de 280x280m resultando numa

aacuterea de 78400msup2 que eacute denominado de Aacuterea Total (AT) A partir disso foi

definido que deveria existir uma faixa externa de 20m denominada de non

aedificandi que foi destinada ao plantio de uma ldquomassa vegetalrdquo de grande

porte e no interior da quadra encontra-se a aacuterea aedificandi a qual possui

240x240m e uma aacuterea de 57600msup2 Realizando uma subtraccedilatildeo da Aacuterea total

pela Aacuterea aedificandi obtecircm-se que a aacuterea non aedificandi eacute de 20800msup2 que

corresponde a 265 da aacuterea total

Com base nessas informaccedilotildees eacute necessaacuterio atentar-se ao detalhe de

que uma parte da precipitaccedilatildeo cai no solo e outra parte nos telhados dos

preacutedios Sendo assim parte da chuva pode ser aproveitada pelo sistema de

captaccedilatildeo enquanto outra parte chega ao solo sem uma interferecircncia direta no

ciclo hidroloacutegico

35 ndash Funcionamento do sistema de captaccedilatildeo

Eacute importante frisar que o sistema de aproveitamento de aacuteguas pluviais eacute

regido pela norma NBR 15527 (Associaccedilatildeo Brasileira de Normas Teacutecnicas

2007) norma a qual faz algumas consideraccedilotildees importantes para implantaccedilatildeo

e correto funcionamento do sistema de captaccedilatildeo Alguns destes satildeo

435 ndash O volume dos reservatoacuterios deve ser dimensionado com

base em criteacuterios teacutecnicos econocircmicos e ambientais levando em

conta as boas praacuteticas da engenharia podendo a criteacuterio do

projetista ser utilizados os meacutetodos contidos no Anexo A ou

outro desde que devidamente justificado

Item 436 ndash Os reservatoacuterios devem ser limpos e desinfetados

com soluccedilatildeo de hipoclorito de soacutedio no miacutenimo uma vez por ano

de acordo com agrave ABNT NBR 5626

Item 442 ndash As tubulaccedilotildees e demais componentes devem ser

claramente diferenciados das tubulaccedilotildees de aacutegua potaacutevel

Item 443 ndash O sistema de distribuiccedilatildeo de chuva deve ser

independente do sistema de aacutegua potaacutevel natildeo permitindo a

conexatildeo cruzada de acordo com agrave ABNT NBR 5626

Item 444 ndash Os pontos de consumo como por exemplo uma

torneira de jardim devem ser de uso restrito e identificados com

placa de advertecircncia com a seguinte inscriccedilatildeo ldquoaacutegua natildeo potaacutevelrdquo

e identificaccedilatildeo graacutefica

Item 445 ndash Os reservatoacuterios de aacutegua de distribuiccedilatildeo de aacutegua

potaacutevel e de aacutegua da chuva devem ser separados

Item 461 ndash Quando necessaacuterio o bombeamento este deve

atender agrave ABNT NBR 12214

Deve-se realizar manutenccedilatildeo em todo o sistema de

aproveitamento de aacutegua de chuva

Para maiores esclarecimentos ldquoo funcionamento de um sistema de

coleta e aproveitamento de aacutegua pluvial consiste de maneira geral na captaccedilatildeo

da aacutegua da chuva que cai sobre os telhados ou lajes da edificaccedilatildeo A aacutegua eacute

conduzida ateacute o local de armazenamento atraveacutes de calhas condutores

horizontais e verticais passando por equipamentos de filtragem e descarte de

impurezas Apoacutes passar pelo filtro a aacutegua eacute armazenada geralmente em

reservatoacuterio enterrado (cisterna) e bombeada a um segundo reservatoacuterio

(elevado) do qual as tubulaccedilotildees especiacuteficas de aacutegua pluvial iratildeo distribuiacute-la

para o consumo natildeo potaacutevelrdquo (Carvalho 2010 p 27 e 28) Conforme ilustra a

imagem a seguir

Figura 02 Funcionamento de um Sistema de Captaccedilatildeo

Fonte Adatildeo D Padini (2013)

De forma mais simplificada podemos ver a representaccedilatildeo no fluxograma

a seguir

Figura 03 Fluxograma do Sistema de Captaccedilatildeo

Fonte Leandro Roncato Pereira

351 ndash Dificuldades para implantaccedilatildeo do sistema

Tal sistema apresenta como dificuldade o local onde seriam instaladas

as cisternas uma vez que geraria um peso sobre o telhado Dessa forma o

sistema seria instalado no jardim cobrando um custo adicional

352 ndash Custo de implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo fechado em um

preacutedio

Na implantaccedilatildeo desse sistema os materiais utilizados teratildeo como base o

meacutetodo praacutetico brasileiro e para aumentar a eficiecircncia do sistema o volume de

31406L seraacute arredondado para 35000L

Os valores de alguns dos materiais apresentados a seguir seguem os

dos apresentados no trabalho de L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental

p 18) apenas o valor da caixa drsquoaacutegua de 10000L foi obtido atraveacutes de

pesquisas em lojas de construccedilatildeo e assim utilizando a de menor valor

Tambeacutem devemos considerar que a bomba consome energia ao bombear aacutegua

para o preacutedio (CEB) portanto os valores seguem conforme a tabela a seguir

Tabela 06 Preccedilo dos Produtos do Sistema de Captaccedilatildeo sem Fluxo

Produto Quantidade Valor unitaacuterio (R$) Valor total (R$)

Cx Daacutegua 10000L 3 496090 1488270

Cx Daacutegua 5000L 1 108000 108000

Boacuteia Eleacutetrica 1 2750 2750

Boacuteia Comum 1 1220 1220

Registro de Gaveta

1 3490 3490

Bomba Anauger 1 23000 23000

Filtro 3P VF1 1 22000 22000

Tubulaccedilotildees 7000 7000

Disjuntor 1 1310 1310

Escavaccedilatildeo Msup3 3666 128310

Matildeo de Obra 1 58574 58574

Energia 054 054

Total 13 727154 1843978

Observaccedilatildeo Pelo fato desse estudo se tratar de um modelo de implantaccedilatildeo

o custo das tubulaccedilotildees vai variar de acordo com a demanda necessitada pelo

preacutedio portanto podendo variar de acordo com o projeto implantado Para este

estudo seraacute adotado o valor de R$ 7000

Observaccedilatildeo Pelo fato desse trabalho tratar-se de um modelo de

implantaccedilatildeo o custo da energia pode variar de acordo com a demanda necessitada

pelo preacutedio portanto podendo variar de acordo com o uso da bomba Para este

estudo seraacute adotado o valor de R$ 054 que eacute o valor do KwH cobrado pela CEB

Segundo Saravy (2010 p 46) haacute tambeacutem um custo para manutenccedilatildeo do

sistema conforme a tabela a seguir

Tabela 07 Preccedilo de Manutenccedilatildeo do Sistema de Captaccedilatildeo

Com esses dados podemos ver o valor total final a ser pago pelo

sistema de captaccedilatildeo que eacute de R$ 1889978

36 ndash Taxas e valores cobrados para utilizaccedilatildeo de aacutegua

Segundo a Companhia de Saneamento Ambiental do Distrito Federal (CAESB)

quando vaacuterias residecircncias satildeo atendidas por uma uacutenica ligaccedilatildeo de aacutegua eacute aplicado o

conceito de consumo ldquoPara exemplificar podemos citar um preacutedio residencial onde

cada apartamento corresponde a uma unidade de consumordquo (CAESB) Contudo o

caacutelculo de gastos seraacute realizado primeiro em um apartamento e posteriormente

multiplicado pelo total de apartamentos do preacutedio uma vez que os preacutedios

residecircncias da Asa Norte pagam a conta de aacutegua atraveacutes do condomiacutenio O preacutedio

Componente Frequecircncia da Manutenccedilatildeo

Custo da Manutenccedilatildeo

Calhas e Condutores

Semestral R$ 13000

Reservatoacuterio Limpeza e

Desinfecccedilatildeo Anual

R$ 20000

desse estudo apresenta um hidrocircmetro que mede o consumo de aacutegua para o todo o

preacutedio

Eacute de suma importacircncia destacar tambeacutem que haacute uma taxa de esgoto que eacute

cobrada pela CAESB consequentemente ldquoo valor da tarifa de esgotos corresponde

a 100 do valor da tarifa de aacutegua exceto quando se tratar de coleta do tipo

condominial que equivale a 60 do valor da tarifa de aacuteguardquo (CAESB)

Deste modo a CAESB utiliza tarifas para diversas categorias de moradia e

comeacutercio e neste estudo seraacute aplicada a tarifa de ldquoresidencial normalrdquo em

concordacircncia com a tabela a seguir

Tabela 08 Valor da Tarifa Cobrado pela CAESB

Para melhor compreensatildeo do caacutelculo que a CAESB faz temos uma conta do

condomiacutenio do preacutedio da Superquadra 111 Norte

Figura 04 Conta Discriminada do Condomiacutenio

Fonte Condomiacutenio do Preacutedio

O caacutelculo feito pela CAESB consiste primeiramente em saber a demanda de

aacutegua gasta em metros cuacutebicos por Unidade de Consumo ndash apartamento ndash para

saber qual faixa ldquomsup3rdquo eacute aplicada Apoacutes saber qual a faixa ldquomsup3rdquo que se enquadra eacute

atribuiacutedo o volume por UC (em msup3) em sequecircncia multiplica-se o volume por UC ou

volume da faixa pelo nuacutemero de UCrsquos correspondente para se obter o volume total

gasto (em msup3) Tendo o volume total gasto basta multiplicar pelo preccedilo corresponde

agrave faixa a qual se encaixa o consumo e assim obtendo o valor total a pagar A partir

do momento que se tem o valor total a pagar eacute necessaacuterio acrescer 100 do valor

para cobrir a tarifa de esgoto conforme a figura

Partindo desses dados podemos calcular por apartamento quanto eacute cobrado

pela CAESB a partir dos dados apresentados no capiacutetulo 34

119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119886119901119886119903119905119886119898119890119899119905119900 = 33119901 times 66119871 ~ 217119871

119863119894119886

119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119886119901119886119903119905119886119898119890119899119905119900 119886119900 119898ecirc119904 = 217119871119889119894119886 times 30119863119894119886119904 = 6510119871 119900119906 65101198983

Com base nesses dados temos que calcular o volume total de descarga em

sanitaacuterios que o preacutedio consome com a seguinte foacutermula

119881119879 = 119881119865 times 119873ordm 119889119890 119880119862prime119904

119881119879 = 10119898sup3 times 36 = 360119898sup3

Em que ldquoVTrdquo corresponde ao volume total do preacutedio ldquoVFrdquo ao volume da faixa

que eacute estipulado pela CAESB e ldquoUCrsquosrdquo satildeo as unidades de consumo que eacute correlato

ao nuacutemero de apartamentos existente

Portanto o total a se pagar em um mecircs eacute calculado da seguinte forma

119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 119881119879 times 119879119886119903119894119891119886 119889119890 aacute119892119906119886 + 119879119886119903119894119891119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900

119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 360119898sup3 times 119877$ 265 + 119879119886119903119894119891119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900

119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 954 + 119877$ 954 = 119877$ 1908

Em 7 meses seriam pagos em descarga

119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 1908 times 7 119872119890119904119890119904 = 119877$ 13356

37 ndash Caacutelculos de economia e retorno de investimento para um sistema

fechado

Conforme exposto por L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental p 15)

ldquopara o caacutelculo da economia da taxa de aacutegua multiplica-se o valor do msup3 (valor

cobrado por msup3 do responsaacutevel pelo fornecimento de aacutegua na cidade []) pelo

volume captado e entatildeo obtecircm-se o valor economizado por ano na taxa de aacuteguardquo

Recapitulando que para esse estudo seraacute utilizado o meacutetodo praacutetico brasieliro

devido aos meses de seca ou pouca chuva

Sendo assim

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119881119886119897119900119903 119889119900 1198983 times 119881119900119897119906119898119890 119888119886119901119905119886119889119900

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 265 times 314061198983

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 8322

Essa economia de R$ 8322 eacute para um mecircs de chuva para o preacutedio todo

sendo assim para os 7 meses de chuva tem-se

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119890 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 8322 times 7 119898119890119904119890119904 = 119877$ 58254

Ainda segundo L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental p 16) para o

caacutelculo da economia referente ao esgoto eacute necessaacuterio multiplicar o valor do msup3 pelo

volume captado e por 08 uma vez que considera-se 20 de perda ou seja para

cada 1 litro de aacutegua que chega na residecircncia eacute cobrado 08 litros para o tratamento

do esgoto

Portanto tem-se

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119881119886119897119900119903 119889119900 1198983 times 119881119900119897119906119898119890 119888119886119901119905119886119889119900 times 08

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900 = 119877$ 265 times 314061198983 times 08

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 6658

Esse valor encontrado de R$ 6658 corresponde a um mecircs de chuva para o

preacutedio sendo assim o total economizado pelo preacutedio em 7 meses eacute de

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119890 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 6658 times 7 119898119890119904119890119904 = 119877$ 46606

ldquoPara o caacutelculo do retorno do investimento divide-se o valor investido pela

economia anual com a implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo e reaproveitamento da

aacutegua pluvialrdquo L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental p 16)

Portanto para 7 meses de chuva tem-se o seguinte

119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 =119881119886119897119900119903 119894119899119907119890119904119905119894119889119900

119864119888119900119899119900119898119894119886 (7119898119890119904119890119904)

119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 = 119877$ 1843924

119877$ 58254 + 119877$ 46606

119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 = 119877$ 1843924

119877$ 9446

119877119890119905119900119903119899119900

119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900= 1952 119886119899119900119904

38 ndash Caacutelculos de dimensionamento para um sistema com fluxo

Os caacutelculos apresentados no subitem anterior satildeo relativos a um sistema

o qual natildeo adota a possibilidade de fluxo dentro do reservatoacuterio Quando se

fala em fluxo temos que considerar que ao mesmo tempo em que o preacutedio

utiliza aacutegua do reservatoacuterio de aacutegua pluvial o mesmo vai enchendo com aacutegua

pluvial Portanto haacute um ciclo no qual o preacutedio demanda aacutegua do reservatoacuterio e

o mesmo vai enchendo conforme chove no local

Sabendo que a meacutedia mensal eacute de 1399msup3 eacute preciso multiplicar isso

por 12 para se obter o quanto choveu em 2014 Sendo assim

119879119900119905119886119897 119886119900 119886119899119900 = 1399119898119898 times 12 119898119890119904119890119904

119879119900119905119886119897 119886119900 119886119899119900 = 16788119898119898

Mas como foi visto o periacuteodo chuvoso eacute de 7 meses entatildeo temos

119875119903119890119888119894119901119894119905119886ccedilatilde119900 119901119886119903119886 7 119898119890119904119890119904 = 16788119898119898 divide 7 = 2398119898119898

Com isso eacute necessaacuterio realizar o caacutelculo da meacutedia de captaccedilatildeo de aacutegua

por mecircs para a aacuterea de 1069msup2

119872119890119889119894119886 119889119890 119862119886119901119905119886ccedilatilde119900 = 2398119898119898 times 1069119898sup2

119872eacute119889119894119886 119889119890 119862119886119901119905119886ccedilatilde119900 = 256346119871 119900119906 256346119898sup3

Ao considerar o valor obtido temos que realizar o quanto seria captado

diariamente

119872eacute119889119894119886 119889119894aacute119903119894119886 = 256346119898sup3 divide 30 119889119894119886119904 = 85119898sup3119889119894119886

A partir desses caacutelculos podemos realizar a seguinte comparaccedilatildeo O

preacutedio consome cerca de 78msup3 ao dia de aacutegua para descarga de vasos sanitaacuterios

enquanto a meacutedia diaacuteria de captaccedilatildeo eacute de 85msup3 por conseguinte temos um fluxo

positivo de aacutegua para o reservatoacuterio de 067msup3dia nos dias chuvosos

Se colocarmos um reservatoacuterio de 35msup3 sem nenhuma aacutegua

armazenada poderemos constatar que o reservatoacuterio iria encher por completo em

cerca de 53 dias conforme o caacutelculo a seguir

351198983 = 0671198983 times 119909 119889119894119886119904

119909 119889119894119886119904 = 35119898sup3 divide 067119898sup3 = 5223 119889119894119886119904

Analisando esses dados temos que a partir do 54ordm dia o reservatoacuterio

estaria completamente cheio e no restante dos 156 dias que teriacuteamos de chuva

esses 067msup3 seriam de certa forma desperdiccedilados uma vez que esse fluxo de

067msup3 ao final dos 7 meses gerariam cerca de 1407msup3 enquanto o reservatoacuterio tem

a capacidade de 35msup3 conforme o caacutelculo a seguir

119875119900119905119890119899119888119894119886119897 = 067119898sup3 times 156 119889119894119886119904 = 1045119898sup3

Se considerarmos esse fluxo positivo de 067msup3dia temos que ao final

dos 210 dias (7meses) seria possiacutevel armazenar 1407 msup3 de aacutegua Com um

reservatoacuterio de 35msup3 1057msup3 estariam sendo escoados para fora do reservatoacuterio

Portanto o ideal seria um reservatoacuterio que se aproxime de 1407msup3 para que ao

final dos 7 meses toda aacutegua possiacutevel fosse armazenada no entanto o reservatoacuterio

deveria ser de 145msup3

Devemos considerar ainda que ao final dos 7 meses o reservatoacuterio

estaria cheio no periacuteodo de seca conseguiria abastecer o preacutedio de acordo com a

demanda do preacutedio sendo assim

119880119905119894119897119894119911119886ccedilatilde119900 119899119886 119904119890119888119886 = 119879119900119905119886119897 119889119900 119903119890119904119890119903119907119886119905oacute119903119894119900 divide 119863119890119898119886119899119889119886 119889119894aacute119903119894119886

119880119905119894119897119894119911119886ccedilatilde119900 119899119886 119904119890119888119886 = 1451198983 divide 781198983119889119894119886

119880119905119894119897119894119911119886ccedilatilde119900 119899119886 119904119890119888119886 = 1858 119889119894119886119904

381 ndash Custo de implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo com fluxo em um

preacutedio

Na implantaccedilatildeo desse sistema os materiais utilizados teratildeo como base

as estimativas que foram apresentadas no subitem anterior e para aumentar a

eficiecircncia do sistema o volume de 1400007L seraacute arredondado para

145000L

Devido ao tamanho do reservatoacuterio eacute de se esperar que o reservatoacuterio

natildeo seja instalado em cima do preacutedio uma vez que a estrutura do preacutedio natildeo

conseguiria suportar o peso que o reservatoacuterio faria sobre o telhado

consequentemente o reservatoacuterio deveraacute ser instalado no jardim do preacutedio que

iraacute gerar um custo a mais por conta da escavaccedilatildeo

Os valores de alguns dos materiais apresentados a seguir seguem os

dos apresentados no trabalho de L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental

p 18) apenas o valor da caixa drsquoaacutegua de 10000L foi obtido atraveacutes de

pesquisas em lojas de construccedilatildeo e assim utilizando a de menor valor

conforme a tabela a seguir Segundo o Saneamento de Goiaacutes SA (SANEAGO)

o custo de escavaccedilatildeo eacute calculado a partir do total de msup3 aleacutem de 3m de

profundidade

Tabela 09 Preccedilo dos Produtos do Sistema de Captaccedilatildeo com Fluxo

Observaccedilatildeo Pelo fato desse estudo se tratar de um modelo de implantaccedilatildeo

o custo das tubulaccedilotildees vai variar de acordo com a demanda necessitada pelo

preacutedio portanto podendo variar de acordo com o projeto implantado Para este

estudo seraacute adotado o valor de R$ 7000

Observaccedilatildeo Pelo fato desse trabalho tratar-se de um modelo de

implantaccedilatildeo o custo da energia pode variar de acordo com a demanda necessitada

pelo preacutedio portanto podendo variar de acordo com o uso da bomba Para este

estudo seraacute adotado o valor de R$ 054 que eacute o valor do KwH cobrado pela CEB

Produto Quantidade Valor unitaacuterio (R$) Valor total (R$)

Cx Daacutegua 10000L 14 496090 6945260

Cx Daacutegua 5000L 1 108000 108000

Boacuteia Eleacutetrica 1 2750 2750

Boacuteia Comum 1 1220 1220

Registro de Gaveta

1 3490 3490

Bomba Anauger 1 23000 23000

Filtro 3P VF1 1 22000 22000

Tubulaccedilotildees 7000 7000

Disjuntor 1 1310 1310

Escavaccedilatildeo Msup3 3666 53157

Matildeo de Obra 1 58574 58574

Energia 054 054

Total 13 727154 7704228

382 ndash Caacutelculos de economia e retorno de investimento para um sistema

com fluxo

Partindo dos dados apresentados podemos calcular por apartamento quanto eacute

cobrado pela CAESB a partir dos dados apresentados no capiacutetulo 34

119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119886119901119886119903119905119886119898119890119899119905119900 = 33119901 times 66119871 ~ 217119871

119863119894119886

119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119886119901119886119903119905119886119898119890119899119905119900 119886119900 119898ecirc119904 = 217119871119889119894119886 times 30119863119894119886119904 = 6510119871 119900119906 65101198983

Em que ldquoVTrdquo corresponde ao volume total do preacutedio ldquoVFrdquo ao volume da faixa

que eacute estipulado pela CAESB e ldquoUCrsquosrdquo satildeo as unidades de consumo que eacute correlato

ao nuacutemero de apartamentos existente

Portanto o total a se pagar em um mecircs eacute calculado da seguinte forma

119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 119881119879 times 119879119886119903119894119891119886 119889119890 aacute119892119906119886 + 119879119886119903119894119891119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900

119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 360119898sup3 times 119877$ 265 + 119879119886119903119894119891119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900

119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 954 + 119877$ 954 = 119877$ 1908

Retomando o caacutelculo exposto por L Pereira (Viabilidade

EconocircmicoAmbiental p 15) no subitem anterior temos que o caacutelculo da CAESB

seria feito da seguinte maneira

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119881119886119897119900119903 119889119900 1198983 times 119881119900119897119906119898119890 119888119886119901119905119886119889119900

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 265 times 1451198983

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 38425

Esse caacutelculo eacute equivalente a um mecircs de captaccedilatildeo para os 7 meses

teremos o seguinte

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119890 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 38425 times 7 119898119890119904119890119904 = 119877$ 268975

Conforme foi visto para o caacutelculo da economia de esgoto eacute necessaacuterio

multiplicar o valor do msup3 pelo volume captado e por 08 uma vez que considera-se

20 de perda ou seja para cada 1 litro de aacutegua que chega na residecircncia eacute cobrado

08 litros para o tratamento do esgoto Portanto para um mecircs segue-se

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119881119886119897119900119903 119889119900 1198983 times 119881119900119897119906119898119890 119888119886119901119905119886119889119900 times 08

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900 = 119877$ 265 times 1451198983 times 08

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 3074

ldquoPara o caacutelculo do retorno do investimento divide-se o valor investido pela

economia anual com a implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo e reaproveitamento da

aacutegua pluvialrdquo L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental p 16)

Portanto para 7 meses de chuva tem-se o seguinte

119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 =119881119886119897119900119903 119894119899119907119890119904119905119894119889119900

119864119888119900119899119900119898119894119886 (7119898119890119904119890119904)

119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 = 119877$ 17704228

119877$ 268975 + 119877$ 21518

119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 = 119877$ 7704228

119877$ 484155

119877119890119905119900119903119899119900

119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900= 1591119886119899119900119904

4 ndash Conclusatildeo e Consideraccedilotildees Finais

De acordo com o que foi exposto temos que a implantaccedilatildeo do sistema de

captaccedilatildeo para o aproveitamento de aacuteguas pluviais eacute uma oacutetima alternativa para

substituiccedilatildeo da ldquoaacutegua cinzardquo possibilitando tambeacutem um destino mais correto do

ponto de vista ambiental para a aacutegua que se tornaria esgoto Como eacute de

conhecimento este tipo de meacutetodo eacute utilizado em diversas regiotildees natildeo somente

aquelas que sofrem com escassez de aacutegua

Mesmo sabendo que o Brasil possui um grande potencial hiacutedrico observamos

que uma parcela da populaccedilatildeo natildeo tem consciecircncia quanto ao gasto de aacutegua

gerando um grande desperdiacutecio de forma desnecessaacuteria Portanto partindo de um

pensamento racional um sistema de captaccedilatildeo seria viaacutevel para o aproveitamento da

aacutegua para fins de consumo domeacutestico mais precisamente ldquoaacutegua cinzardquo

Considerando os caacutelculos apresentados a partir da taxa de precipitaccedilatildeo meacutedia

em Brasiacutelia a criaccedilatildeo de um sistema de captaccedilatildeo pluvial predial traz benefiacutecios

econocircmicos e ambientais O projeto torna-se viaacutevel economicamente pois desde

que se faccedila a manutenccedilatildeo de forma adequada do sistema este teraacute uma vida uacutetil

longa e considerando que se obteacutem o retorno do investimento em aproximadamente

16 anos para um sistema com fluxo apoacutes este periacuteodo o sistema passa a ser

lucrativo para o preacutedio que implanta pois o custo eacute dividido no condomiacutenio dentre os

moradores do preacutedio

Analisando do ponto de vista ambiental o desenvolvimento urbano de Brasiacutelia

ocasionou em superfiacutecies impermeaacuteveis dificultando a absorccedilatildeo de aacuteguas pluviais

pelo solo e juntamente com o sistema de redes pluviais e o sistema de drenagem

ultrapassados os alagamentos e enchentes tecircm se tornado constante quando

ocorrem chuvas anormais Com as estimativas feitas neste trabalho eacute possiacutevel que

tais transtornos hiacutedricos urbanos possam ser amenizados a partir da implantaccedilatildeo do

sistema sem que afete o ciclo hidroloacutegico natural Logicamente essa natildeo eacute a

soluccedilatildeo uma vez que ela deve ser apenas um complemento agrave poliacuteticas publicas

poliacuteticas de incentivo entre outras medidas de cunho sustentaacutevel

Em vista disso a implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo e aproveitamento de

aacuteguas pluviais acarretaria em uma significativa melhora ambiental atraveacutes da

substituiccedilatildeo de uma parcela da aacutegua fornecida pela CAESB e possivelmente

mitigando os transtornos hiacutedricos urbanos se aplicado em larga escala

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RESUMO

O presente trabalho apresenta a viabilidade de implantaccedilatildeo de um

sistema de captaccedilatildeo em Brasiacutelia (DF) mais especificamente na

Superquadra 111 Norte Com essa forma alternativa de utilizaccedilatildeo

de aacuteguas pluviais para fins natildeo potaacuteveis haacute uma maior

conscientizaccedilatildeo em relaccedilatildeo ao uso de aacutegua potaacutevel e

consequentemente uma mudanccedila no pensamento ambiental da

populaccedilatildeo que possa vir a aderir a um sistema de captaccedilatildeo de

aacuteguas pluviais Portanto o sistema eacute feito para captar aacutegua da

chuva e ser redirecionado para o uso de ldquoaacutegua cinzardquo e ver o quatildeo

viaacutevel eacute sua implantaccedilatildeo Os dados apresentados foram calculados

a partir de estimativas envolvendo uma diferenccedila entre o custo total

de implantaccedilatildeo de um sistema de captaccedilatildeo pluvial e a possiacutevel

economia que se pode obter ao decorrer do tempo Com tal sistema

eacute possiacutevel estimar em quanto tempo haacute um retorno a partir de sua

implantaccedilatildeo e a possibilidade de uma reduccedilatildeo de transtornos

hiacutedricos urbanos tais como enchentes e alagamentos que tecircm se

tornado constantes em Brasiacutelia

Palavras chave 1 Ciecircncias Ambientais- 2Desenvolvimento

Sustentaacutevel- 3 Sistema de Captaccedilatildeo- 4 Aacuteguas Pluviais ndash 5

Interdisciplinaridade

ABSTRACT

This paper presents the feasibility of implementing a collection

system in Brasilia (DF) more specifically in Superquadra 111 North

With this alternative form of use of rainwater for non-potable

purposes there is a greater awareness of the use of potable water

and consequently a shift in environmental thinking of the population

that may join a rainwater collection system Therefore the system is

designed to capture rainwater and be redirected to the use of gray

water and see how viable is its implementation The data presented

were calculated from estimations involving a difference between the

total cost of setting a rainwater collection system and possible

savings that can be achieved over the time With such a system it is

possible to estimate how much time there is a return from its

implementation and the possibility of a reduction of urban water

disorders and consequently reduce flooding and overflowing which

have become constant in Brasilia

KEYWORDS 1 Environmental Sciences- 2Development

Sustainable 3-Caption System 4 Rainwater - 5 Interdisciplinary

LISTA DE GRAacuteFICOS

Graacutefico 01 Consumo Domeacutestico de Aacutegua

Graacutefico 02 Percentual para Reutilizaccedilatildeo de Aacuteguas Pluviais

LISTA DE TABELAS

Tabela 01 Dados de Precipitaccedilatildeo

Tabela 02 Dimensionamento dos Blocos

Tabela 03 Dimensionamento da Populaccedilatildeo

Tabela 04 Consumo domeacutestico de aacutegua

Tabela 05 Percentual para Reutilizaccedilatildeo de Aacuteguas Pluviais

Tabela 06 Preccedilo dos Produtos do Sistema de Captaccedilatildeo sem Fluxo

Tabela 07 Preccedilo de Manutenccedilatildeo do Sistema de Captaccedilatildeo

Tabela 08 Valor da Tarifa Cobrado pela CAESB

Tabela 09 Preccedilo dos Produtos do Sistema de Captaccedilatildeo com Fluxo

LISTA DE FIGURAS

Figura 01 Tripeacute da Sustentabilidade

Figura 02 Funcionamento de um Sistema de Captaccedilatildeo

Figura 03 Fluxograma do Sistema de Captaccedilatildeo

Figura 04 Conta Discriminada do Condomiacutenio

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

ABNT Associaccedilatildeo Brasileira de Normas Teacutecnicas

AE Aacuterea Aedificandi

AT Aacuterea Total

CAC Superintendecircncia de Atendimento Comercial

CAESB Companhia de Saneamento Ambiental do Distrito Federal

CEB Companhia Energeacutetica de Brasiacutelia

CMMAD Comissatildeo Mundial Sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento

CNUMAD Conferecircncia das Naccedilotildees Unidas para o Meio Ambiente e o

Desenvolvimento

DF Distrito Federal

DS Desenvolvimento Sustentaacutevel

ECOSOC Economic and Social Council of the United Nations

EPA Environmental Protection Agency

GDF Governo do Distrito Federal

IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica

INPE Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais

KwH Quilo Watts Hora

L Litros

Msup2 Metros Quadrados

Msup3 Metros Cuacutebicos

ONU Organizaccedilatildeo das Naccedilotildees Unidas

SABESP Companhia de Saneamento Baacutesico do Estado de Satildeo Paulo

SEMA Secretaria Especial do Meio Ambiente

SNRH Sistema Nacional de Recursos Hiacutedricos

SQN Superquadra Norte

UCrsquos Unidades de Consumo

UNB Universidade de Brasiacutelia

UNG Universidade de Guarulhos

UFSM Universidade Federal de Santa Maria

UFRGS Universidade Federal do Rio Grande do Sul

Sumaacuterio

INTRODUCcedilAtildeO 14

1 ndash Cidades sustentaacuteveis e o Ciclo hidroloacutegico 16

11 - Poliacuteticas Puacuteblicas e a relaccedilatildeo com as cidades sustentaacuteveis definiccedilotildees

aplicaccedilatildeo conceitos 21

2 ndash Sustentabilidade desenvolvimento sustentaacutevel e a sua importacircncia 29

3 ndash A viabilidade de implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo pluvial em Brasiacutelia ndash DF 39

31 ndash Apresentaccedilatildeo de dados 39

32 ndash Aacuteguas pluviais e aacuteguas cinzas 42

33 ndash Meacutetodos de Dimensionamento do Reservatoacuterio 45

34 ndash Anaacutelise de caso para um preacutedio da Superquadra 111 Norte 45

341 ndash Anaacutelise de caso para a Superquadra 111 Norte 48

35 ndash Funcionamento do sistema de captaccedilatildeo 49

351 ndash Dificuldades para implantaccedilatildeo do sistema 52

Tal sistema apresenta como dificuldade o local onde seriam instaladas as

cisternas uma vez que geraria um peso sobre o telhado Dessa forma o sistema

seria instalado no jardim cobrando um custo adicional 52

352 ndash Custo de implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo fechado em um preacutedio 52

36 ndash Taxas e valores cobrados para utilizaccedilatildeo de aacutegua 53

37 ndash Caacutelculos de economia e retorno de investimento para um sistema fechado 56

38 ndash Caacutelculos de dimensionamento para um sistema com fluxo 58

381 ndash Custo de implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo com fluxo em um preacutedio 59

382 ndash Caacutelculos de economia e retorno de investimento para um sistema com

fluxo 61

4 ndash Conclusatildeo e Consideraccedilotildees Finais 63

REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS 65

INTRODUCcedilAtildeO

O problema ambiental urbano assume atualmente um papel importante

para os governos e para a sociedade em geral em muitos paiacuteses pelo fato de

um crescimento significativo de pessoas vivendo no meio urbano acabou

ocasionando em uma degradaccedilatildeo ambiental e de certa forma uma queda na

qualidade de vida da populaccedilatildeo Por isto eacute de suma importacircncia destacar que

os problemas ambientais urbanos como a poluiccedilatildeo o consumo de energia o

gasto descontrolado de aacutegua potaacutevel entre outros forccedilaram o profissionais

ambientais e de outras aacutereas a buscar novas alternativas para a soluccedilatildeo destes

problemas Surgindo assim as cidades sustentaacuteveis que na atualidade satildeo a

chave para uma convivecircncia mais harmoniosa entre meio urbano e o meio

ambiente

Em decorrecircncia do aumento da urbanizaccedilatildeo as aacutereas foram

pavimentadas e cobertas por preacutedios casas monumentos entre outras

edificaccedilotildees ocasionando na impermeabilizaccedilatildeo do solo em aacutereas naturais

Devido a esse fator o ser humano vem demandando novas soluccedilotildees para o

controle e mitigaccedilatildeo de impactos causados pela chuva tais como alagamentos

Os governos de modo geral vecircm encontrando seacuterias dificuldades quanto agraves

questotildees de gestatildeo dos alagamentos em suas aacutereas puacuteblicas Para Brasiacutelia e o

Governo do Distrito Federal esse problema eacute recente e nem tatildeo alarmante

quando comparado aos das grandes capitais brasileiras como Satildeo Paulo ou

Rio de Janeiro Sendo assim eacute necessaacuterio que se tenha uma precauccedilatildeo com o

uso das aacuteguas tratadas para que natildeo haja desperdiacutecio e que as aacuteguas pluviais

possam ser utilizadas em fontes alternativas Com o objetivo de

aproveitamento de aacuteguas pluviais a captaccedilatildeo de aacutegua advinda das chuvas

possui um vieacutes sustentaacutevel do ponto de vista teacutecnico e econocircmico quando

aplicado em sistemas de uso privativo

Portanto cabe ressaltar que esse estudo baseia-se em estimativas e

que visa um projeto de aproveitamento de aacuteguas pluviais que atenda as

demandas de aacutegua natildeo potaacutevel em um preacutedio residencial substituindo uma

parte da aacutegua fornecida pela companhia de abastecimento e tendo como base

a precipitaccedilatildeo de chuva local sendo assim a quantidade de aacutegua pluvial a ser

aproveitada pelo sistema eacute diretamente proporcional agrave aacuterea que se utiliza para

a captaccedilatildeo De forma secundaacuteria o trabalho tambeacutem tenta trazer a captaccedilatildeo de

chuva como uma fonte para amenizar os problemas hiacutedricos urbanos causados

recentemente pelas chuvas em Brasiacutelia-DF

Para atingir os objetivos mencionados o trabalho foi modelado da

seguinte forma

No capiacutetulo I eacute apresentado o surgimento das cidades sustentaacuteveis em

decorrecircncia da necessidade de fontes alternativas para a degradaccedilatildeo

ambiental e utilizaccedilatildeo de recursos naturais A manifestaccedilatildeo dessa busca por

aperfeiccediloamento das cidades baseia-se em conceitos e inter-relaccedilotildees entre

populaccedilatildeo e governo por meio de poliacuteticas puacuteblicas

No capiacutetulo II eacute exposto um histoacuterico da sustentabilidade e do

desenvolvimento sustentaacutevel com a finalidade de contextualizar o leitor e

facilitar a compreensatildeo quanto agrave evoluccedilatildeo do vieacutes ambiental que encontramos

atualmente tornando o entendimento do leitor mais vasto e consequentemente

informaacute-lo sobre a sua importacircncia englobando questotildees ecoloacutegicas poliacuteticas

econocircmicas soacutecias e culturais

No capiacutetulo III eacute apresentada a viabilidade de implantaccedilatildeo do sistema

de captaccedilatildeo em um preacutedio residencial em Brasiacutelia-DF com os dados

coletados a caracterizaccedilatildeo das aacuteguas pluviais e ldquoaacutegua cinzardquo meacutetodos de

dimensionamento do reservatoacuterio anaacutelise de caso para um preacutedio na SQN 111

e a possiacutevel aplicaccedilatildeo do sistema para uma quadra funcionamento do sistema

de captaccedilatildeo e custo de implantaccedilatildeo desse sistema taxas e valores cobrados

pela CAESB para utilizaccedilatildeo de aacutegua e os caacutelculos de economia e retorno do

investimento

Por fim no capiacutetulo IV apresentam-se as consideraccedilotildees finais e a

conclusatildeo sobre o estudo realizado

1 ndash Cidades sustentaacuteveis e o Ciclo hidroloacutegico

Atualmente os problemas ambientais vecircm sendo o grande destaque do

cenaacuterio global tanto pela accedilatildeo antroacutepica como pelos desastres naturais Tais

problemas preocupam natildeo soacute a geraccedilatildeo atual como as geraccedilotildees futuras

dando assim a iniciativa para criaccedilatildeo de novas tecnologias meacutetodos e

conceitos

A partir de problemas como a extinccedilatildeo de recursos naturais o ser

humano tem dado prioridade a novas fontes para esses recursos tanto em

novas alternativas de obtenccedilatildeo como nas formas de reduzir o gasto

exacerbado Dessa forma as cidades entram como principal ator para criaccedilatildeo

de alternativas de mitigar os problemas ambientais focando no

reaproveitamento de mateacuteria reduccedilatildeo de uso dos combustiacuteveis foacutesseis formas

alternativas de obtenccedilatildeo de energia aproveitamento de aacuteguas pluviais e

possiacuteveis reduccedilotildees nos transtornos urbanos Assim o conceito de cidades

sustentaacuteveis cria um alicerce e torna-se base para que as cidades tomem a

iniciativa de serem o modelo de reduccedilatildeo dos problemas ambientas

Segundo a Organizaccedilatildeo das Naccedilotildees Unidas (ONU) pouco mais da

metade da populaccedilatildeo mundial vive em zonas urbanas desde o ano de 2006

Por isso conclui-se que de fato o mundo eacute urbano

Atualmente o problema urbano de modo geral possui grande

importacircncia para a sociedade e os governos em geral em diversos paiacuteses

Devido a esse crescimento desenfreado do nuacutemero de pessoas vivendo nas

cidades e conseguinte reduccedilatildeo na qualidade de vida deve-se considerar que

as cidades configuram uma das maiores potenciais de utilizaccedilatildeo energeacutetica e

de degradaccedilatildeo do meio ambiente ocasionando a criaccedilatildeo de meacutetodos para o

direcionamento correto do crescimento urbano e monitoramento dessas

alteraccedilotildees ambientais

A urbanizaccedilatildeo trouxe fortes aliados que geram transtornos e devido a

esse aumento de pessoas vivendo em cidades a preocupaccedilatildeo com problemas

urbanos tornou-se destaque para a criaccedilatildeo do conceito de cidades

sustentaacuteveis Mas o que viria a ser ldquocidades sustentaacuteveisrdquo De forma baacutesica e

sem aprofundamento cidades sustentaacuteveis satildeo aquelas que visam meacutetodos e

praacuteticas eficientes para a preservaccedilatildeo do meio ambiente sem deixar de

almejar o desenvolvimento econocircmico e a melhoria na qualidade de vida da

populaccedilatildeo Sendo assim ldquoa sustentabilidade eacute vista como algo bom desejaacutevel

consensual a definiccedilatildeo que vai prevalecer vai construir autoridade para que se

discriminem em seu nome as boas praacuteticas das ruinsrdquo (Acselrad 1999 p 80)

Para melhor esclarecimento o conceito de sustentabilidade associado

ao desenvolvimento das cidades ldquotem origem nas rearticulaccedilotildees poliacuteticas pelas

quais um certo nuacutemero de atores envolvidos na produccedilatildeo do espaccedilo urbano

procuram dar legitimidade as suas perspectivas evidenciando a

compatibilidade delas com os propoacutesitos de dar durabilidade ao

desenvolvimento de acordo com os propoacutesitos da Agenda 21 resultante da

Conferecircncia da ONU sobre Desenvolvimento e Meio Ambienterdquo (Acselrad

1999 p 81) Para tanto o governo deve ter um planejamento para que possa

tomar medidas no sentido de amenizar os transtornos urbanos e ambientais

decorrentes da accedilatildeo antroacutepica Diversas estrateacutegias devem ser implementadas

para que se possa promover o conceito de cidades sustentaacuteveis e priorizar a

qualidade de vida urbana em toda sua abrangecircncia partindo do princiacutepio da

anaacutelise criacutetica da condiccedilatildeo atual de desenvolvimento das cidades pensando no

contexto na qual se encontram

Segundo Magalhatildees (2006 p 2) no inicio a sustentabilidade urbana

sofreu bastante em questotildees poliacuteticas pois o ldquodiscurso mais estabelecido dos

projetos urbanos agrave temaacutetica ambiental estaacute longe de ser o centro das

preocupaccedilotildees Quando muito ela eacute considerada do ponto de vista do

provimento de aacutereas livres dentro dos espaccedilos urbanos mas mesmo essas

satildeo destinadas agrave intensa movimentaccedilatildeo imaginada para as aacutereas

requalificadas ou revitalizadasrdquo

Poreacutem devido a estudos tornou-se possiacutevel ampliar os horizontes e

perceber que a sustentabilidade tem sido aplicada junto aos objetivos da

cidade a partir da Agenda 21 e da noccedilatildeo do que eacute desenvolvimento

sustentaacutevel Contudo esses novos interesses surgiram a partir dos distuacuterbios

causados aos habitantes sendo esses distuacuterbios ambientais ou natildeo Essa

participaccedilatildeo mais ativa da populaccedilatildeo remete a uma das vertentes expostas por

Acselrad (1999) de que a sustentabilidade urbana deve estar associada natildeo

somente agraves poliacuteticas puacuteblicas mas tambeacutem ao modelo ldquocidade-empresardquo no

qual a cidade torna-se atrativo de investimentos para a implementaccedilatildeo de

meacutetodos alternativos de sustentabilidade

Para Magalhatildees (2006 p 5) ldquoa noccedilatildeo de risco tornou-se parte de

diversos aspectos do dia a dia das pessoas fazendo-as corresponsaacuteveis pelos

efeitos de suas accedilotildeesrdquo portanto eacute necessaacuterio que se tenha um controle

governamental a partir de poliacuteticas puacuteblicas das accedilotildees individuais de seus

habitantes com o proposito de reduzir os riscos de agravantes nas cidades

Cabe ressaltar que uma questatildeo importante a ser vista eacute que os

problemas causados nas cidades natildeo refletem apenas nas cidades em si mas

tambeacutem nas aacutereas que a circundam e em outras localidades o que obriga a

rever o pensamento de que cidades sustentaacuteveis englobam apenas a proacutepria

cidade

Segundo Magalhatildees (2006 p 6 apud Satterhwaite 2004 p 134) ldquopara

avanccedilar e alcanccedilar meacutetodos de desenvolvimento sustentaacutevel o desempenho

ambiental das cidades deve melhorar natildeo apenas em termos de qualidade

ambiental dentro dos seus limites mas tambeacutem em termos de reduccedilatildeo da

transferecircncia de custos ambientais para outras pessoas outros ecossistemas

ou para o futurordquo A partir desse pensamento nota-se que o conceito de

cidades sustentaacuteveis vai aleacutem da consolidaccedilatildeo da sustentabilidade urbana

afirmando que cidades sustentaacuteveis satildeo um projeto que necessita de um

extenso processo e natildeo algo preacute-definido visando mais de um objetivo comum

Na visatildeo de Magalhatildees (2006 p 8) ldquotal processo deve envolver questotildees aleacutem

das estritamente ambientais uma melhor definiccedilatildeo de que propostas poderatildeo

contribuir para o seu avanccedilo a criatividade na concepccedilatildeo de bons projetos e a

capacidade de se evitar os falsos atalhosrdquo

Sendo assim para a construccedilatildeo de projetos de cidades sustentaacuteveis eacute

necessaacuterio que se tenha uma visatildeo ampla e com diferentes abordagens desse

processo de urbanizaccedilatildeo Para o projeto de cidades sustentaacuteveis eacute necessaacuterio

que se tenha trecircs abordagens a espacial que vislumbra a anaacutelise das relaccedilotildees

metaboacutelicas operadas pela cidade compreendendo territoacuterios distantes a

temporal uma vez que pleiteia geraccedilotildees futuras e a conceitual que exige um

enfoque transdisciplinar

Magalhatildees (2006 p 9 apud Peter Brand 1999 p 10) faz uma anaacutelise

sobre a implementaccedilatildeo dessas abordagens ldquo uma metaacutefora social como

cidade sustentaacutevel ou desenvolvimento urbano sustentaacutevel nunca pode ser

uma meta objetiva e sim uma gama de possibilidades abertas cujas

prioridades satildeo determinadas pelas urgecircncias do presenterdquo Com essa

ampliaccedilatildeo do conceito de sustentabilidade urbana percebe-se que haacute uma

nova utopia com um ideal diferenciado de cidade tendo como base accedilotildees

voltadas para o meio ambiente e a reduccedilatildeo da desigualdade causada pelos

transtornos ambientais dando prioridade a uma parte relevante de sua mateacuteria

e energia para a organizaccedilatildeo e manutenccedilatildeo interna e depois ao crescimento

da cidade Entatildeo por que seguir algo utoacutepico Coloco em pauta uma frase

destacada por Galeano (1993 p 230) na qual ele expotildee -ldquoA utopia estaacute laacute no

horizonte Me aproximo dois passos ela se afasta dois passos Caminho dez

passos e o horizonte corre dez passos Por mais que eu caminhe jamais

alcanccedilarei Para que serve a utopia Serve para isso para que eu natildeo deixe de

caminharrdquo

Com essas colocaccedilotildees Magalhatildees (2006 p 16) expotildee a criaccedilatildeo de

uma ideia de ldquodesempenho ambiental urbanordquo o qual mostra um conceito

mensuraacutevel e comparaacutevel junto com a ampliaccedilatildeo de niacuteveis de justiccedila ambiental

locacional e de democracia nas cidades que se torna uacutetil para construccedilatildeo de

paracircmetros de atuaccedilatildeo Essa ideia mostra que o urbanismo tem muito a

contribuir

Atualmente haacute muitos estudos cientiacuteficos que satildeo voltados para a crise

ambiental que vivemos que teve como origem a pressatildeo do crescimento

populacional sobre as aacutereas verdes e pelo modo de vida ocidental como a alta

produccedilatildeo e consumo exagerado Nesse contexto retomamos que as cidades

tecircm sido o principal fator e foco gerador dessa crise ambiental e que agora

concentramos as poliacuteticas puacuteblicas voltadas para o desenvolvimento urbano

como grande objetivo

Tanto pesquisadores atraveacutes de estudos quanto a sociedade atraveacutes

da miacutedia que divulga os riscos ambientais decorrentes das novas formas de

produccedilatildeo e seus efeitos alertam a populaccedilatildeo da gravidade causada e assim

provocam uma preocupaccedilatildeo generalizada acerca do problema ambiental

Sendo assim uma reflexatildeo deve ser feita sobre o conceito de cidade

sustentaacutevel uma vez que as cidades concentram a maior fonte de poluiccedilatildeo e

produccedilatildeo de resiacuteduos aleacutem de consumirem parte da energia do planeta

Como foi dito anteriormente cidades sustentaacuteveis devem pensar aleacutem

da proacutepria localidade mas para ter essa abordagem eacute necessaacuterio focar

primeiramente em uma escala local Para Schussel (2004 p 63 apud

Camagni 2001 p 345) ldquoeacute mais eficaz enfrentar um mesmo problema

localmente (em termos tanto de efeito como de autoridades) do que enfrentaacute-

los globalmente (onde as autoridades satildeo frequentemente ausentes os

agentes poluidores longiacutenquos as interdependecircncias das accedilotildees dos diferentes

sujeitos mais elevadas onde tambeacutem a incertitude sobre a grandeza dos

fenocircmenos e seus encadeamentos causais eacute maior)rdquo Com esse ponto de vista

eacute importante que se deva dar uma atenccedilatildeo ao processo de mudanccedila da

aprendizagem coletiva das cidades com uma interaccedilatildeo saudaacutevel entre a

economia tecnologia e meio ambiente

Eacute importante ressaltar que a implantaccedilatildeo de cidades sustentaacuteveis

juntamente com a gestatildeo do meio ambiente urbano possui uma alta

complexidade para a sociedade moderna ao analisar que natildeo devemos

apenas pensar na conservaccedilatildeo dos recursos ambientais mas tambeacutem

devemos nos atentar ao transporte puacuteblico para reduccedilatildeo da emissatildeo de gases

poluentes melhorar a mobilidade urbana diminuindo consideravelmente o

traacutefego de veiacuteculos dar incentivo e propiciar accedilotildees para a utilizaccedilatildeo de

transportes alternativos como bicicletas otimizar a utilizaccedilatildeo do espaccedilo

urbano devemos ainda criar mais espaccedilos verdes voltados para o lazer da

populaccedilatildeo criar programas voltados para a arborizaccedilatildeo dos espaccedilos puacuteblicos

destinar adequadamente o lixo urbano aplicar programas educacionais

voltados para o desenvolvimento sustentaacutevel investir em educaccedilatildeo de

qualidade para uma boa instruccedilatildeo da populaccedilatildeo favorecer a economia local

dinacircmica e sustentaacutevel e criar accedilotildees para a utilizaccedilatildeo racional da aacutegua

juntamente com o aproveitamento de aacuteguas pluviais

A autora Silva (Poliacuteticas Puacuteblicas e Estrateacutegias de Sustentabilidade

Urbana p 1 apud Metzger 1994) cujo inventaacuterio realizado sobre trabalhos de

ecologia urbana e meio ambiente urbano identifica trecircs concepccedilotildees distintas A

primeira trata da natureza na cidade no qual Metzger fez estudos referentes

aos elementos bioloacutegicos do meio urbano no que diz respeito agrave preservaccedilatildeo

dos espaccedilos verdes e dos elementos fiacutesico naturais da cidade A segunda

concepccedilatildeo do meio ambiente urbano estaacute relacionada aos riscos da cidade e

na cidade aos problemas ambientais enfrentados pela populaccedilatildeo e como

esses problemas afetam a qualidade de vida da mesma Por fim a uacuteltima

vertente que visa mensurar o problema de gestatildeo ou administraccedilatildeo da cidade

tratando das poliacuteticas puacuteblicas sob uma visatildeo do uso do solo e a influecircncia que

as questotildees ambientais causam na determinaccedilatildeo das poliacuteticas puacuteblicas

11 - Poliacuteticas Puacuteblicas e a relaccedilatildeo com as cidades sustentaacuteveis

definiccedilotildees aplicaccedilatildeo conceitos

Eacute necessaacuterio que sejam identificados os locais de atuaccedilatildeo das poliacuteticas

puacuteblicas que tecircm como objetivo a sustentabilidade urbana mas analisando

previamente as mudanccedilas que ocorreram no acircmbito das accedilotildees governamentais

que ocasionaram a adoccedilatildeo de determinadas poliacuteticas puacuteblicas como

estrateacutegias e diretrizes da proacutepria accedilatildeo governamental e dos indiviacuteduos

Mas o que satildeo poliacuteticas puacuteblicas e por que as poliacuteticas puacuteblicas satildeo

consideradas tatildeo importantes quando se trata da sustentabilidade urbana

Segundo Silva (Poliacuteticas Puacuteblicas e Estrateacutegias de Sustentabilidade Urbana p

2 apud Bucci 2002 p 241) poliacuteticas puacuteblicas ldquosatildeo programas de accedilatildeo

governamental para um setor da sociedade ou um espaccedilo geograacutefico

buscando a concretizaccedilatildeo de determinados objetivos e metasrdquo e destaca ainda

que ldquosatildeo programas de accedilatildeo governamental visando a coordenar os meios agrave

disposiccedilatildeo do Estado e as atividades privadas para a realizaccedilatildeo de objetivos

socialmente relevantes e politicamente determinadosrdquo

Quando relacionadas agrave cidadania as poliacuteticas puacuteblicas encontram

dificuldade para alcanccedilar a sustentabilidade urbana jaacute que devem assegurar

uma vida harmocircnica entre o habitante e o meio ambiente Isso ocorre devido a

globalizaccedilatildeo dos espaccedilos em que satildeo levantadas novas tecnologias e haacute o

problema da crescente urbanizaccedilatildeo Esse enfoque possui alguns princiacutepios

que devem ser levados em consideraccedilatildeo princiacutepios esses que guiam as

poliacuteticas puacuteblicas no meio ambiente urbano Esses princiacutepios satildeo destacados e

relacionados por Silva (Poliacuteticas Puacuteblicas e Estrateacutegias de Sustentabilidade

Urbana p 5) como o princiacutepio do interesse puacuteblico na proteccedilatildeo do meio

ambiente urbano sobre os interesses privados o princiacutepio da realizaccedilatildeo de

uma avaliaccedilatildeo preacutevia dos impactos ambientais advindos da accedilatildeo antroacutepica ou

natural o princiacutepio de que o Estado deve intervir na defesa e proteccedilatildeo do meio

ambiente e do meio ambiente urbano o princiacutepio da funccedilatildeo da funccedilatildeo

socioambiental da propriedade urbana o princiacutepio da participaccedilatildeo da

sociedade e da gestatildeo democraacutetica da cidade e o princiacutepio da garantia do

direito a cidades sustentaacuteveis

Cabe ressaltar que apesar de existirem tantos princiacutepios que devem ser

vistos como diretriz a realidade foge um pouco do que eacute mostrado na teoria jaacute

que as poliacuteticas puacuteblicas seguem programas finaliacutesticos que satildeo flexiacuteveis e

quando relacionados agraves exigecircncias legais devem ser diferenciados de acordo

com o grau de finalizaccedilatildeo da accedilatildeo e de imperatividade das normas

Quando tratamos do urbano e do meio ambiente as politicas puacuteblicas

devem ser integradas e possuiacuterem uma interaccedilatildeo entre si como por exemplo

ao tratar das poliacuteticas de habitaccedilatildeo natildeo se pode deixar de levar em

consideraccedilatildeo as poliacuteticas de saneamento ambiental ou entatildeo ao tratar de

poliacuteticas de transporte puacuteblico e mobilidade urbana deve-se considerar a

proacutepria poliacutetica ambiental Sendo assim os programas e projetos

governamentais devem contemplar os aspectos ambientais urbanos sociais e

econocircmicos

Para Silva (Poliacuteticas Puacuteblicas e Estrateacutegias de Sustentabilidade Urbana

p 6) ldquose os planos satildeo obrigatoacuterios para o setor puacuteblico para o setor privado

eles satildeo indicativosrdquo Reforccedilando o conceito de poliacuteticas puacuteblicas essas podem

ser definida como ldquoprocesso - ou conjunto de processos - que culmina na

escolha racional e coletiva de propriedades para definiccedilatildeo dos interesses

puacuteblicos reconhecidos pelo direitordquo sendo que quando se diz respeito a

direitos todos tecircm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado

englobando tambeacutem o meio ambiente urbano Portanto quando eacute utilizado o

termo ldquourbanordquo para qualificar o meio ambiente natildeo significa que haacute uma

segregaccedilatildeo classificatoacuteria do meio ambiente o adjetivo ldquourbanordquo vem como

uma proposta de demarcar a problemaacutetica ambiental em um determinado

espaccedilo geograacutefico - no caso as cidades - sem deixar de considerar os fatores

que nelas estatildeo inseridos como os sociais e os ambientais

Assim para empregar poliacuteticas puacuteblicas visando a sustentabilidade

urbana deve-se repensar o modelo de desenvolvimento da cidade juntamente

com o modo de vida da populaccedilatildeo e a conscientizaccedilatildeo da mesma apoiando-se

nas relaccedilotildees sociais e econocircmicas exercidas na cidade sem deixar de

considerar essas interaccedilotildees como propulsoras do direito agrave cidade sustentaacutevel

Para ratificar inciso I do art 2ordm do Estatuto da Cidade - Lei n 10257 de

10 de julho de 2001 reconhece entre as diretrizes de poliacuteticas puacuteblicas

expostas o direito a cidades sustentaacuteveis De acordo com essa lei esse direito

proporciona o direito a terra urbana agrave moradia ao saneamento ambiental agrave

infraestrutura urbana aos serviccedilos puacuteblicos em geral ao trabalho e ao lazer

tanto para as geraccedilotildees atuais como para as futuras

Sendo assim as cidades devem desenvolver-se respeitando a

sustentabilidade por isso o desenvolvimento urbano deve ser feito sem

degradaccedilatildeo possibilitando uma vida urbana digna e igualitaacuteria Contudo as

cidades necessitam de mudanccedilas diversos pontos de vista reformulaccedilatildeo das

poliacuteticas puacuteblicas e criaccedilatildeo de novas e soluccedilotildees sobre como interagir no dia a

dia com o local que vivemos A partir dessa visatildeo destaco o que eacute exposto por

Acselrad (1999 p 86) em que ldquoacredita-se que quando o crescimento urbano

natildeo eacute acompanhado por investimentos em infraestrutura a oferta de serviccedilos

urbanos natildeo acompanha o crescimento da demanda A falta de investimentos

na manutenccedilatildeo dos equipamentos urbanos viraacute por sua vez acentuar o deacuteficit

na oferta de serviccedilos o que se rebateraacute especialmente na forma de

segmentaccedilatildeo socioterritorial entre as populaccedilotildees atendidas e natildeo atendidas

por tais serviccedilosrdquo

Apoacutes tratar de um modo geral cidades sustentaacuteveis e a sustentabilidade

urbana eacute interessante analisar o caso brasileiro Infelizmente a preocupaccedilatildeo

ambiental brasileira foi tardia e a evoluccedilatildeo foi lenta Em questotildees de

urbanizaccedilatildeo houve uma transformaccedilatildeo estrutural de ordem socioeconocircmica

reformulando a ocupaccedilatildeo do territoacuterio nacional ocasionando em impactos

ambientais e no dado de que cerca de 80 da populaccedilatildeo brasileira mora em

aacutereas urbanas Mas ao decorrer do tempo a questatildeo ambiental foi ligada ao

social os pensamentos acerca desse tema tiveram uma nova percepccedilatildeo

Como exemplo temos o caso dos recursos hiacutedricos em que a legislaccedilatildeo teve

o cuidado de considerar aleacutem do aspecto ambiental os aspectos sociais e

econocircmicos

Foi criado o Sistema Nacional de Recursos Hiacutedricos (SNRH) que no

texto de Schussel (2004 p 65) satildeo expostas a valoraccedilatildeo da aacutegua como bem

econocircmico a prioridade do abastecimento puacuteblico em detrimento da produccedilatildeo

de energia e a gestatildeo compartilhada entre usuaacuterios poder puacuteblico e sociedade

civil de bacias hidrograacuteficas por meio da implantaccedilatildeo dos ldquoComitecircs de Baciardquo

Essa questatildeo de integraccedilatildeo do ambiental ao social e econocircmico ocorreu

na deacutecada de 80 em que Silva (Poliacuteticas Puacuteblicas e Estrateacutegias de

Sustentabilidade Urbana p 2 apud Ribeiro 2001 p 134-135) destaca ldquoa

questatildeo urbana eacute integrada agrave questatildeo social e as representaccedilotildees antiurbanas

satildeo substituiacutedas pelo diagnoacutestico orientado por ideais republicanos de justiccedila

social e democracia A tarefa do pensamento e da accedilatildeo dos urbanistas passa a

ser o fazer coincidir a cidade e a cidadaniardquo Apesar do atraso na aplicaccedilatildeo do

pensamento ambiental - no caso o de cidades sustentaacuteveis - atualmente o

Brasil apresenta um niacutevel consideraacutevel de desenvolvimento tecnoloacutegico e social

que podem retardar a degradaccedilatildeo e os malefiacutecios causados nas cidades E por

que natildeo ocorre tal melhoria no setor ambiental urbano O Brasil carece de

poliacuteticas puacuteblicas que sirvam para o propoacutesito ambiental sem contar a falta de

instruccedilatildeo ambiental de uma boa parcela da sociedade Isso eacute confirmado com

as atitudes da populaccedilatildeo no texto de Loureiro e De Gregori (Revista Eletrocircnica

do Curso de Direito ndash UFSM p 459) eacute exposto que ldquoo lixo jogado nas ruas

causa entupimento de bueiros o que dificulta o escoamento da aacutegua da chuva

Aleacutem disso mesmo quando ocorre escoamento a aacutegua leva detritos

diretamente para o curso dos rios coacuterregos mananciais entre outros Em

razatildeo do exposto um meio indireto mas eficiente de se poluir a aacuteguardquo

Desse modo termo ldquosustentabilidaderdquo atrelado agraves necessidades

urbanas merece se conciliado de certa maneira que o ser humano produza

desenvolvimento e tambeacutem conserve o meio ambiente Portanto para o Brasil

os modelos que devem ser desenvolvidos nas cidades precisam ser justos

eacuteticos e sustentaacuteveis abrangendo todas as classes sociais e sendo igualitaacuterio

trazendo assim a concepccedilatildeo de que as transformaccedilotildees natildeo necessariamente

devem partir do governo e sim das accedilotildees que integrem os cidadatildeos

almejando a sustentabilidade Quando se diz ldquoas accedilotildees que integrem os

cidadatildeosrdquo na verdade o que se busca expressar eacute que a atitude deve partir da

populaccedilatildeo e natildeo do governo pois tais accedilotildees promovidas pela populaccedilatildeo as

aproximam das poliacuteticas puacuteblicas gerando melhores oportunidades e formas

alternativas de sistemas igualitaacuterios quando relacionados a exposiccedilatildeo de riscos

ambientais Tudo isso para oferecer um ambiente urbano com um

desenvolvimento em equiliacutebrio ambientalmente sustentaacutevel e socialmente

justo

Retomando o Artigo 2ordm do Estatuto da Cidade Loureiro e De Gregori

(Revista Eletrocircnica do Curso de Direito ndash UFSM p 462) expotildeem que houve

uma mudanccedila de paradigma ao se pensar em ambientes urbanos assim

expondo trecircs objetivos a serem alcanccedilados com as cidades ldquoo primeiro seria

um ambiente destinado agrave moradia de um acuacutemulo de comunidades jaacute em uma

segunda perspectiva seria um ambiente de poliacuteticas a fim de atingir funccedilatildeo

social urbana e por fim a garantia de ambientes urbanos como um meio

sustentaacutevel e sadio de desenvolvimentordquo Eacute importante ressaltar que esse

ponto de vista reflete que soacute seraacute possiacutevel assegurar um ambiente urbano para

a presente geraccedilatildeo e para as futuras partindo da preservaccedilatildeo do meio

ambiente

Portanto diversas iniciativas podem tornar o ambiente urbano em cidade

sustentaacutevel o que procura promover uma estabilidade e um equiliacutebrio agraves

cidades com uma visatildeo a longo prazo O processo de implantaccedilatildeo de cidades

sustentaacuteveis no Brasil deve primeiramente partir de accedilotildees individuais ou

privadas e articulada agraves poliacuteticas puacuteblicas para que haja uma eficiecircncia na

aplicabilidade sem desconsiderar que haacute uma possibilidade de gerar um

sistema insustentaacutevel Por que pode se tornar um sistema insustentaacutevel

Segundo Loureiro e De Gregori (Revista Eletrocircnica do Curso de Direito ndash

UFSM p 465 apud Godard 1990 p40-45) ldquoa insustentabilidade exprime

assim a incapacidade de as poliacuteticas puacuteblicas adaptarem a oferta de serviccedilos

urbanos agrave quantidade e agrave qualidade das demandas sociais provocando um

ldquodesequiliacutebriordquo entre necessidades cotidianas da populaccedilatildeo e os meios de as

satisfazer entre a demanda por serviccedilos urbanos e os investimento em redes e

infraestruturardquo

Jaacute que a realidade brasileira exprime uma grande distorccedilatildeo do que eacute

apresentado nos estudos como conseguir implantar uma cidade sustentaacutevel e

assim suportaacute-la Primeiramente eacute necessaacuterio ampliar o ponto de vista natildeo se

prendendo agraves poliacuteticas puacuteblicas em segundo plano eacute preciso que se tenha uma

accedilatildeo coletiva da populaccedilatildeo atraveacutes da conscientizaccedilatildeo ou de accedilotildees que

promovam a sustentabilidade dentro da cidade

Eacute importante ressaltar que natildeo se pode descartar as poliacuteticas puacuteblicas

mas tambeacutem natildeo se pode esperar que elas resolvam todos os problemas

presentes na cidade Sendo assim para que uma cidade torne-se sustentaacutevel eacute

preciso que as accedilotildees realizadas pela populaccedilatildeo sejam emparelhadas com as

poliacuteticas puacuteblicas aplicadas pelo governo No Brasil haacute cidades que satildeo

consideradas sustentaacuteveis mas essas cidades optaram apenas por um

planejamento urbano voltado para reconstituiccedilatildeo de aacutereas verdes

aprimoramento nas soluccedilotildees urbaniacutesticas e na tecnologia do transporte urbano

Tais accedilotildees natildeo devem ser desconsideras e sim exaltadas pelo funcionamento

adequado e promoccedilatildeo da sustentabilidade urbana Outras questotildees tatildeo

importantes quanto satildeo deixadas de lado pelo governo e nesse caso deve-se

ter uma aplicaccedilatildeo da sociedade para que ganhe uma visatildeo e assim sejam

aplicadas poliacuteticas puacuteblicas voltadas para tais questotildees

Em especiacutefico coloco o problema hiacutedrico que tem assolado vaacuterias

cidades do paiacutes por trazer prejuiacutezos de forma direta e indireta a populaccedilatildeo O

problema hiacutedrico brasileiro natildeo eacute apenas o causado pela estiagem e falta de

aacutegua em algumas localidades ele tambeacutem eacute expresso pelas chuvas

torrenciais Em face disso eacute importante unir o uacutetil ao agradaacutevel Vale expor que

em decorrecircncia do aumento da urbanizaccedilatildeo as aacutereas foram pavimentadas e

cobertas por preacutedios casas monumentos entre outras edificaccedilotildees

ocasionando na impermeabilizaccedilatildeo do solo em aacutereas naturais Devido a esse

fator o ser humano vem demandando novas soluccedilotildees e poliacuteticas puacuteblicas para

o controle e mitigaccedilatildeo de impactos causados pela chuva tais como

alagamentos

Os governos de modo geral vecircm encontrando seacuterias dificuldades

quanto agraves questotildees de gestatildeo dos alagamentos em suas aacutereas puacuteblicas Para

Brasiacutelia e o Governo do Distrito Federal esse problema eacute recente e nem tatildeo

alarmante quando comparado aos das grandes capitais brasileiras como Satildeo

Paulo ou Rio de Janeiro Portanto eacute necessaacuterio que se tenha uma precauccedilatildeo

com o uso das aacuteguas tratadas para que possam ser utilizadas fontes

alternativas Com o objetivo de aproveitamento de aacuteguas pluviais a captaccedilatildeo

de aacutegua advinda das chuvas possui um vieacutes sustentaacutevel do ponto de vista

teacutecnico e econocircmico quando aplicado em sistemas de uso privativo Cabe

ressaltar que esse estudo visa aliar o conceito de cidades sustentaacuteveis a partir

da iniciativa privada agraves necessidades encontradas na cidade de Brasiacutelia no

caso de um projeto de aproveitamento de aacuteguas pluviais que atenda a

demanda de aacutegua natildeo potaacutevel tendo como base a precipitaccedilatildeo de chuva local

sem desconsiderar o ciclo hidroloacutegico para que natildeo ocorra um desequiliacutebrio do

mesmo e ocasione mais desastres ambientais

Tal sistema tem como objetivo gerar uma fonte de aacutegua natildeo potaacutevel

para uso diaacuterio em sistemas prediais como descarga limpeza do preacutedio

irrigaccedilatildeo de jardins disponibilidade para lavagem de automoacuteveis entre outras

possibilidades gerando uma economia da aacutegua utilizada e consequentemente

uma economia monetaacuteria Aleacutem desse objetivo reducionista de gasto e aacutegua

haacute tambeacutem a possibilidade da reduccedilatildeo de transtornos hiacutedricos urbanos

Portanto ao abordar sobre poliacuteticas puacuteblicas eacute de suma importacircncia

compreender que o ldquodesenvolvimento sustentaacutevel eacute um processo de

aprendizagem social de longo prazo que por sua vez eacute direcionado por

poliacuteticas puacuteblicas orientadas por um plano de desenvolvimento nacionalrdquo

(Barbosa 2008 p 6) O conceito de desenvolvimento sustentaacutevel seraacute melhor

apresentado no capiacutetulo seguinte

2 ndash Sustentabilidade desenvolvimento sustentaacutevel e a sua

importacircncia

Inicio esse capiacutetulo com uma frase de Nascimento (2012 p 57) em que

se queremos sugerir uma sustentabilidade para toda a sociedade eacute necessaacuterio

que tenhamos uma ldquolinha transversal a eacutetica solidaacuteria com os excluiacutedos de hoje

para que natildeo haja excluiacutedos amanhatilderdquo

Por que a sustentabilidade eacute algo importante para noacutes Eacute necessaacuterio

que seja de conhecimento geral de que estamos ameaccedilados em todos os

aspectos ligados agrave utilizaccedilatildeo de recursos naturais e aproveitamento dos

mesmos Portanto haacute uma conexatildeo direta ao desenvolvimento sustentaacutevel

Nascimento (2012 p 58) ainda aponta que ldquoateacute meados do seacuteculo XX a

humanidade temia basicamente duas grandes extinccedilotildees ndash uma externa

(choque de um grande meteorito como aparentemente ocorreu haacute 65 milhotildees

de anos extinguindo os dinossauros) e outra interna (o advento de uma

epidemia desconhecida e incontrolaacutevel) Em meados do seacuteculo passado foi

acrescida mais uma ameaccedila provinda dos proacuteprios seres humanos a bomba

atocircmica O seu poder de destruiccedilatildeo ficou evidente com as explosotildees de

Hiroshima e Nagasakirdquo Sendo assim eacute perceptiacutevel que o estilo de vida de alta

produccedilatildeo e consumo vigente nos leva a crer que um desastre eacute cada vez mais

plausiacutevel

ldquoQue a economia estaacute em um conflito com os sistemas naturais do

planeta eacute uma evidecircncia que ressalta das informaccedilotildees cotidianas sobre o

desaparecimento das zonas de pesca reduccedilatildeo das florestas a erosatildeo do

solo e o desaparecimento de espeacuteciesrdquo (Nascimento 2012 p 58 apud

Brown 2003 p14) Portanto a crise ambiental aponta um desgaste das

condiccedilotildees ldquonormaisrdquo de vida no planeta Terra Segundo Nascimento (2012 p

58) ldquo[] eacute possiacutevel caso o cenaacuterio mais pessimista do aquecimento global

venha a se confirmar que uma nova possibilidade de auto extinccedilatildeo seja criada

no final desse seacuteculordquo Desta forma o atual modelo de vida natildeo deteriora

apenas o meio ambiente tambeacutem prejudica a vida humana e para que sejam

reduzidos esses transtornos agrave vida humana eacute preciso que iniciativas e

alternativas sejam criadas por meio de inovaccedilotildees tecnoloacutegicas para que haja

uma saiacuteda

ldquoA crise ambiental assumiu contornos mais graves com a percepccedilatildeo da

responsabilidade antroacutepica do aquecimento global e a dinacircmica de ascensatildeo

de um contingente humano mais significativo no mercado de consumordquo

(Nascimento 2012 p 61) Quando a crise ambiental se tornou algo de suma

importacircncia Quando como e por que a sustentabilidade e o desenvolvimento

sustentaacutevel se tornaram relevantes para o combate agrave crise ambiental Eacute

necessaacuterio compreender que a sustentabilidade possui dois vieses quando

relacionada agrave sua origem Uma de suas origens tem base na biologia mais

precisamente na ecologia a qual atribui o conceito de resiliecircncia ndash capacidade

de recuperaccedilatildeo e reproduccedilatildeo dos ecossistemas ndash perante as degradaccedilotildees

antroacutepicas com o uso exacerbado dos recursos naturais Ainda relacionado agrave

ecologia haacute as causas naturais como terremotos fogo tsunamis pragas

entre outros O outro vieacutes de origem da sustentabilidade adveacutem da economia

como o adjetivo do desenvolvimento diante da visibilidade que ganhou ao

longo do seacuteculo XX referente ao padratildeo de consumo desenvolvido ao redor do

mundo (Nascimento 2012 p 51)

Segundo Nascimento a ideia de sustentabilidade como enfoque

mundial tem origem na deacutecada de 1950 O surgimento e a importacircncia desse

termo ocorrem devido a um risco ambiental global a poluiccedilatildeo nuclear ldquoOs seus

indiacutecios alertaram os seres humanos de que estamos em uma nave comum e

que problemas ambientais natildeo estatildeo restritos a territoacuterios limitadosrdquo

(Nascimento 2012 p 2) Segundo Nascimento (2012 p 52 apud Machado

2005) ldquoA ocorrecircncia de chuvas radiativas a milhares de quilocircmetros dos locais

de realizaccedilatildeo dos testes acendeu um caloroso debate no seio da comunidade

cientiacuteficardquo Na deacutecada de 1960 houve outro fato importante que implicou na

questatildeo da percepccedilatildeo da crise ambiental dando importacircncia a

sustentabilidade devido ao uso de inseticidas e pesticidas quiacutemicos e

transtornos causados por esses apontados por Rachel Carson em seu livro

intitulado de ldquoPrimavera Silenciosardquo ndash Silent Spring

Ainda na deacutecada de 60 as chuvas aacutecidas recorrentes nos paiacuteses

noacuterdicos levaram a Sueacutecia junto ao Conselho Econocircmico e Social das Naccedilotildees

Unidas (ECOSOC) a propor a realizaccedilatildeo de uma conferecircncia para tratar de um

acordo internacional para uma possiacutevel reduccedilatildeo na emissatildeo dos gases

responsaacuteveis por tal transtorno Com isso ocorreu a Conferecircncia de

Estocolmo em 1972 colocando em evidecircncia os paiacuteses subdesenvolvidos e

desenvolvidos da eacutepoca A princiacutepio as preocupaccedilotildees natildeo eram nem um

pouco igualitaacuterias jaacute que os paiacuteses desenvolvidos estavam atentos agrave

degradaccedilatildeo ambiental que afetavam sua qualidade de vida enquanto os

paiacuteses subdesenvolvidos estavam preocupados em natildeo sofrerem sanccedilotildees

comerciais e apresentarem um retardo em seu desenvolvimento uma vez que

naquela eacutepoca os problemas ambientais eram associados ao crescimento

econocircmico dos paiacuteses de terceiro mundo Nessa conferecircncia ficou exposto

que os paiacuteses desenvolvidos defendiam a proteccedilatildeo do meio ambiente como

principal foco e os paiacuteses em desenvolvimento focavam no combate agrave

pobreza

Para melhor esclarecer Nascimento expotildee a partir do documento ldquoOnly

One Earthrdquo (Ward amp Dubos 1973) ldquo[] O problema ambiental como decorrente

de externalidades econocircmicas proacuteprias do excesso de desenvolvimento

(tecnologia agressiva e consumo excessivo) de um lado e de sua falta

(crescimento demograacutefico e baixo PIB per capita) de outro Posta dessa forma

a questatildeo ambiental deixava de ficar restrita ao meio natural e adentrava o

espaccedilo socialrdquo Contemporacircneo a isso temos o relatoacuterio do Clube de Roma ndash

Limits to Growth (Meadows et al 1972) que propunha uma reduccedilatildeo do

desenvolvimento industrial nos paiacuteses desenvolvidos e uma contenccedilatildeo no

crescimento populacional nos paiacuteses subdesenvolvidos juntamente com o

apoio daqueles aos subdesenvolvidos para que pudessem crescer

economicamente A partir desses eventos os governos se conscientizaram e

criaram agecircncias que tratassem das questotildees ambientais para que pudessem

juntar dados ambientais jaacute que na eacutepoca careciam de tais informaccedilotildees

No Brasil foi criada a Secretaria Especial do Meio Ambiente (SEMA) em

1973 enquanto nos EUA jaacute existia a Environmental Protection Agency (EPA)

desde 1970

Dez anos apoacutes a Conferecircncia de Estocolmo uma anaacutelise dos resultados

foi feita pela ONU e mostrou que o resultado estabelecido deixou a desejar e

que os esforccedilos realizados foram inferiores Em decorrecircncia desse mal

desempenho foi formada a Comissatildeo Mundial sobre Meio Ambiente e

Desenvolvimento (CMMAD) presidida por Gro Harlen Brundtland responsaacutevel

pelo relatoacuterio ldquoNosso Futuro Comumrdquo ndash Our Common Future ndash que tinha como

principal proposta a criaccedilatildeo de uma agenda global para focar em uma

mudanccedila consideraacutevel Esse estudo obteve informaccedilotildees durante trecircs anos a

partir de pesquisas e anaacutelises com enfoque na parte social Segundo Barbosa

(2008 p2) as informaccedilotildees colhidas do relatoacuterio com base nas questotildees

sociais referiam-se ldquoao uso da terra sua ocupaccedilatildeo suprimento de aacutegua abrigo

e serviccedilos sociais educativos e sanitaacuterios aleacutem de administraccedilatildeo do

crescimento urbanordquo

Tal relatoacuterio foi responsaacutevel pela criaccedilatildeo do termo ldquoDesenvolvimento

Sustentaacutevelrdquo que ldquoconsistiu o maior esforccedilo entatildeo conhecido para conciliar a

preservaccedilatildeo do meio ambiente com o desenvolvimento econocircmicordquo

(Nascimento 2012 p 54) Uma definiccedilatildeo baacutesica do que eacute DS eacute exposta por

Nascimento (2012 p 58 apud Lenzi 2006) ldquoDesenvolvimento sustentaacutevel eacute o

desenvolvimento que satisfaz as necessidades do presente sem comprometer

a capacidade das geraccedilotildees futuras em satisfazer suas proacuteprias necessidadesrdquo

Estender e Pitta (O Conceito do Desenvolvimento Sustentaacutevel apud Camargo

2003 p 43) tambeacutem fazem citaccedilatildeo agrave outra definiccedilatildeo apontada no relatoacuterio

ldquoEm essecircncia o desenvolvimento sustentaacutevel eacute um

processo de transformaccedilatildeo no qual a exploraccedilatildeo dos

recursos a direccedilatildeo dos investimentos a orientaccedilatildeo

do desenvolvimento tecnoloacutegico e a mudanccedila

institucional se harmonizam e reforccedilam o potencial

presente e futuro a fim de atender agraves necessidades

e aspiraccedilotildees humanasrdquo

Nascimento (2012 p 54) aponta que ldquoA forccedila e a fraqueza dessa

definiccedilatildeo encontram-se justamente nessa foacutermula vaga pois deixam-se em

aberto quais seriam as necessidades humanas atuais e mais ainda as das

geraccedilotildees futurasrdquo

Segundo Barbosa (2008) o relatoacuterio faz consideraccedilotildees agraves questotildees

urbanas no qual as cidades em seu desenvolvimento devem contemplar as

necessidades baacutesicas de toda a populaccedilatildeo e conceder oportunidades de

melhora na qualidade de vida de todos buscando alcanccedilar uma equidade na

sociedade por meio de processos democraacuteticos para que haja um

desenvolvimento urbano adequado Ainda com referecircncia ao relatoacuterio haacute ldquoa

necessidade de descentralizaccedilatildeo das aplicaccedilotildees de recursos financeiros e

humanos e a necessidade do poder poliacutetico favorecer as cidades em sua

escala localrdquo (Barbosa 2008 p 2) Quanto agrave questatildeo do uso de recursos

naturais foi avaliada no relatoacuterio a capacidade de resiliecircncia da biosfera os

efeitos e as possiacuteveis consequecircncias causadas pela accedilatildeo antroacutepica apontando

ainda que a pobreza pode ser considerada como um problema ambiental e que

a tentativa de erradicar a mesma pode ser a base para a busca da

sustentabilidade Com essa contribuiccedilatildeo na mudanccedila do modo de perceber as

necessidades urbanas o relatoacuterio apresentou trecircs princiacutepios baacutesicos ou

aspectos que deveriam ser cumpridos ndash proteccedilatildeo ambiental equidade social e

o desenvolvimento econocircmico ndash e que seratildeo expostos mais adiante

Apesar de todos esses pontos levantados o relatoacuterio Brundtland

recebeu vaacuterias criacuteticas pelo fato de acusar a pobreza e o descontrole do

crescimento populacional nos paiacuteses subdesenvolvidos como a fonte principal

dos problemas ambientais e da insustentabilidade do planeta e de colocar em

segundo plano a poluiccedilatildeo causada ateacute a data de publicaccedilatildeo do relatoacuterio pelos

paiacuteses desenvolvidos

Em 1986 foi realizada a conferecircncia de Ottawa ndash Carta de Ottawa 1986

ndash na qual foram estabelecidas cinco condiccedilotildees para que se tentasse alcanccedilar o

desenvolvimento sustentaacutevel entre elas a manutenccedilatildeo da integraccedilatildeo

ecoloacutegica a satisfaccedilatildeo das necessidades baacutesicas humanas a provisatildeo da

autodeterminaccedilatildeo social e da diversidade cultural a integraccedilatildeo da conservaccedilatildeo

e do desenvolvimento e o alcance de equidade e justiccedila social Para a

CMMAD as condiccedilotildees que procedem do conceito de desenvolvimento

sustentaacutevel estatildeo associadas ao processo de urbanizaccedilatildeo e do crescimento da

cidade e tem como finalidade o uso adequado dos recursos naturais Em face

disto satildeo expostos alguns objetivos mudanccedila de qualidade do crescimento

crescimento renovaacutevel satisfaccedilatildeo das necessidades essenciais por emprego

aacutegua energia alimento e saneamento baacutesico garantia de um niacutevel sustentaacutevel

da populaccedilatildeo conservaccedilatildeo da base de recursos reorientaccedilatildeo da tecnologia e

do gerenciamento de risco e reorientaccedilatildeo das relaccedilotildees econocircmicas

internacionais (CMMAD 1988 1991)

Postumamente foi realizada a Assembleia das Naccedilotildees Unidas a qual

aprovou a Conferecircncia das Naccedilotildees Unidas para o Meio Ambiente e o

Desenvolvimento (CNUMAD) ocorrida em 1992 e ficou conhecida como Rio-

92 A Rio-92 teve maior visibilidade graccedilas agrave criaccedilatildeo da Convenccedilatildeo da

Biodiversidade e das Mudanccedilas Climaacuteticas ndash que posteriormente resultou na

criaccedilatildeo do Protocolo de Kyoto ndash da Agenda 21 e da Declaraccedilatildeo do Rio Essa

uacuteltima segue os mesmos padrotildees expostos na Conferecircncia de Estocolmo

citada anteriormente interligando o desenvolvimento econocircmico com o meio

ambiente atraveacutes de uma gestatildeo consciente dos recursos naturais sem

comprometer o modelo econocircmico vigente

Em decorrecircncia desses acontecimentos tornou-se de faacutecil entendimento

que o desenvolvimento sustentaacutevel eacute composto por trecircs aspectos ambiental

econocircmico e social Outros autores como Ignacy Sachs consideram ainda

outras variaacuteveis relevantes para o entendimento do DS como sustentabilidade

ecoloacutegica e poliacutetica

Figura 1 Tripeacute da Sustentabilidade

Fonte Nicholas Gimenes (2012)

Com base nesses trecircs aspectos apontados chegamos ao conhecido

Triple Bottom Line ndash ldquoTripeacute da Sustentabilidaderdquo No tripeacute da sustentabilidade

satildeo expostos o aspecto ambiental que tem como base a produccedilatildeo e o

consumo de tal forma que possa garantir que os ecossistemas natildeo sofram

problemas quanto a sua capacidade de resiliecircncia o aspecto econocircmico que

assume a denominada ecoeficiecircncia a qual incentiva a inovaccedilatildeo tecnoloacutegica

para tentar mitigar alguns dos problemas ambientais e ampliar a

desmaterializaccedilatildeo da economia e o uacuteltimo aspecto o social o qual supotildee que

a populaccedilatildeo de uma determinada sociedade tenha o miacutenimo necessaacuterio para

uma condiccedilatildeo de vida aceitaacutevel buscando erradicar a desigualdade social

Segundo Nascimento existem diversas definiccedilotildees desses trecircs aspectos mas

essas apontadas satildeo as mais recorrentes e de simples entendimento Natildeo

podemos esquecer que assim como eacute apontado por Ignacy Sachs e outros

autores outros aspectos para a definiccedilatildeo do DS devem ser levados em

consideraccedilatildeo em especial a cultura Apesar de natildeo ser citada como base do

ldquotripeacuterdquo a cultura eacute importante em qualquer sociedade quando relacionada ao

meio ambiente pois eacute ela quem dita o comportamento da populaccedilatildeo O Brasil

sofre com questotildees ambientais muitas das vezes por falta de instruccedilatildeo da

populaccedilatildeo que natildeo tem conhecimento do quatildeo impactante pode ser sua accedilatildeo

Deste modo quando se trata de questotildees ambientais eacute necessaacuterio que se

tenha uma mudanccedila natildeo repentina e sim gradativa nos padrotildees de consumo

no estilo de vida e na educaccedilatildeo ambiental

Retomando os conceitos de DS e sustentabilidade temos uma definiccedilatildeo

de Clovis Cavalcanti em que sustentabilidade ldquosignifica a possibilidade de se

obterem continuamente condiccedilotildees iguais ou superiores de vida para um grupo

de pessoas e seus sucessores em dado ecossistemardquo (Cavalcanti 2003)

Analisando essa definiccedilatildeo proposta por Cavalcanti vemos que se assemelha

do que foi exposto por Gro Harlen Brundtland em seu relatoacuterio Como jaacute foi

mencionado para Sachs o ldquoTriple Bottom Linerdquo ndash Tripeacute da Sustentabilidade ndash

possui cinco vertentes da sustentabilidade que satildeo a ldquosustentabilidade

ecoloacutegica refere-se a fiacutesica do processo de crescimento e tem como objetivo a

manutenccedilatildeo de estoques dos recursos naturais incorporados as atividades

produtivas a sustentabilidade ambiental que refere-se agrave manutenccedilatildeo da

capacidade de sustentaccedilatildeo dos ecossistemas o que implica a capacidade de

absorccedilatildeo e recomposiccedilatildeo dos ecossistemas em face as agressotildees antroacutepicas

sustentabilidade social que refere-se ao desenvolvimento e tem por algum

objetivo a melhoria da qualidade da vida da populaccedilatildeo Para caso de paiacuteses

com problemas de desigualdade e de inclusatildeo social implica a adoccedilatildeo de

poliacuteticas distributivas e a universalizaccedilatildeo de atendimento a questotildees como

sauacutede educaccedilatildeo habilitaccedilatildeo e seguridade social sustentabilidade poliacutetica

refere-se ao processo de construccedilatildeo da cidadania para garantir a incorporaccedilatildeo

plena dos indiviacuteduos ao processo de desenvolvimento e a sustentabilidade

econocircmica que refere-se a uma gestatildeo eficiente dos recursos em geral e

caracteriza-se pela regularidade de fluxos do investimento puacuteblico e privado

Implica a avaliaccedilatildeo da eficiecircncia por processos macro sociaisrdquo (Sachs 1993

Agenda 21 brasileira)

Barbosa (2008 p 4) faz uma citaccedilatildeo em seu trabalho sobre o livro de

Leila Ferreira ndash ldquoA questatildeo ambiental sustentabilidade e poliacuteticas puacuteblicas no

Brasilrdquo ndash referente ao padratildeo de vida da sociedade em que

ldquoO padratildeo de produccedilatildeo e consumo que

caracteriza o atual estilo de

desenvolvimento tende a consolidar-se

no espaccedilo das cidades e estas se

tornam cada vez mais o foco principal

na definiccedilatildeo de estrateacutegias e poliacuteticas

de desenvolvimentordquo

Sendo assim eacute de fundamental importacircncia que formas alternativas

sustentaacuteveis sejam alcanccediladas para que possam influenciar de forma positiva

na qualidade de vida das cidades e no processo de planejamento urbano Para

Acselrad (1999 p 85) a sustentabilidade urbana eacute definida como ldquoa

capacidade das poliacuteticas urbanas se adaptarem agrave oferta de serviccedilos agrave

qualidade e agrave quantidade das demandas sociais buscando o equiliacutebrio entre as

demandas de serviccedilos urbanos e investimentos em estruturardquo Como o

desenvolvimento sustentaacutevel possui muitos conceitos e definiccedilotildees haacute uma em

especial que se destaca pelo fato de estar relacionada agraves cidades juntamente

com o termo ldquosustentabilidaderdquo exposta por Barbosa (2008 p 4 apud

Satterthwaite 2004) em que

ldquoa resposta agraves necessidades humanas

nas cidades como o miacutenimo ou

nenhuma transferecircncia dos custos da

produccedilatildeo consumo ou lixo para outras

pessoas ou ecossistemas hoje e no

futurordquo

Assim a participaccedilatildeo da sociedade e a diversidade dos interesses que

a mesma possui gera um conflito entre as poliacuteticas puacuteblicas e o

desenvolvimento sustentaacutevel mas nada que natildeo possa ser contornado a partir

da conscientizaccedilatildeo individual dos cidadatildeos Como eacute exposto por Barbosa ldquoeacute

imprescindiacutevel para a sustentabilidade urbana o uso racional dos recursos

naturais a boa forma do ambiente urbano baseado na interaccedilatildeo clima e os

recursos naturais aleacutem das respostas agraves necessidades urbanas com o miacutenimo

de transferecircncia de dejetos e rejeitos para outros ecossistemas atuais e

futurosrdquo (Barbosa 2008 p 9) Em detrimento disso ldquoo desenvolvimento

sustentaacutevel natildeo deve ser apresentado como um slogan poliacuteticordquo (Barbosa

2008 p 10) deve ser apresentado como uma possiacutevel soluccedilatildeo para a

mitigaccedilatildeo dos problemas ambientais encontrados atualmente na sociedade

Portanto a sustentabilidade visa emoldurar novos meios alternativos de

produccedilatildeo distribuiccedilatildeo e consumo dos recursos naturais existentes de forma

mais racional ecologicamente viaacutevel e economicamente eficaz

Ao retratar esses problemas de padrotildees vividos pela sociedade

relacionados ao meio ambiente mais especificamente a utilizaccedilatildeo de recursos

naturais Nascimento (2012 p 58) aponta que ldquohaacute uma quase unanimidade

hoje entre os cientistas de que os recursos naturais natildeo seratildeo suficientes para

fornecer um modo de vida similar ao da classe meacutedia mundial a todos os novos

ingressantes no mercado No entanto eles tecircm tanto direito quanto os que jaacute

participam do mercado consumidorrdquo Mas como podemos contornar tais

problemas e a crise ambiental Atraveacutes da criatividade humana muitas formas

alternativas foram criadas e podem ser inventadas quando se tratam dos

recursos finitos utilizados pelo homem Temos como exemplo a aacutegua sobre a

qual poucos satildeo os estudos apresentados relacionando o aproveitamento de

aacuteguas pluviais e cidades sustentaacuteveis Na maioria das vezes os estudos satildeo

feitos com base em outras necessidades como a dessalinizaccedilatildeo das aacuteguas do

mar para consumo humano Natildeo podemos esquecer que atualmente existem

diversos sistemas de captaccedilatildeo de aacuteguas pluviais para diferentes finalidades

sejam elas para aproveitamento de consumo humano ou natildeo

3 ndash A viabilidade de implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo

pluvial em Brasiacutelia ndash DF

31 ndash Apresentaccedilatildeo de dados

Primeiramente seratildeo apresentados dados sobre a populaccedilatildeo e o

consumo de aacutegua presente nas residecircncias de Brasiacutelia e que seratildeo utilizados

como base para a implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo na Asa Norte

Segundo Ferreira C diretor Superintendente de Atendimento Comercial

(CAC) da Companhia de Saneamento Ambiental do Distrito Federal (CAESB)

ldquoEm Brasiacutelia o consumo meacutedio por habitante eacute de 190 litros de aacutegua por dia o

que resulta em um consumo mensal de 6msup3 por habitanterdquo De acordo com a

ONU cada pessoa necessita de 110 litros por dia para atender as

necessidades de consumo e higiene A Companhia de Saneamento Baacutesico do

Estado de Satildeo Paulo (SABESP 2010) afirma que ldquono Brasil o consumo por

pessoa pode chegar a mais de 200 litrosdiardquo A estimativa da SABESP (2010)

eacute de que 54 litros (27) vatildeo para cozinhar e beber 50 litros (25) para tomar

banho e escovar os dentes 66 litros (33) para descarga de banheiro 24 litros

(12) para lavagem de roupa e 6 litros (3) para outras tarefas como lavagem

de carro por exemplo Segundo dados da CAESB Brasiacutelia (Plano Piloto)

consome cerca de 2757890msup3 por mecircs e que o consumo por habitante eacute de

1381msup3mecircs

Devido ao alto consumo de aacutegua em Brasiacutelia os recorrentes transtornos

hiacutedricos urbanos e a ausecircncia de sistemas captaccedilatildeo pluvial este capiacutetulo traz

um estudo da viabilidade teacutecnica e econocircmica da implantaccedilatildeo de um sistema

em um preacutedio residencial do bairro Asa Norte mais especificamente na

Superquadra 111 Norte Natildeo haacute nenhum estudo realizado que comprove a

frequecircncia dos alagamentos nessa regiatildeo portanto tal quadra foi selecionada

em decorrecircncia de mateacuterias e reportagens que mostram a dificuldade que a

populaccedilatildeo sofre quando haacute uma chuva anormal

Primeiramente eacute necessaacuterio que se tenha uma noccedilatildeo do periacuteodo

chuvoso em Brasiacutelia Segundo o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais

(INPE) Brasiacutelia apresenta um regime de precipitaccedilatildeo bem definido sendo que

a estaccedilatildeo chuvosa tem iniacutecio em Outubro e estende-se ateacute Marccedilo e a estaccedilatildeo

seca ocorre no restante do ano (Abril a Setembro) Ainda segundo o INPE ldquoa

estaccedilatildeo chuvosa eacute causada pelo forte aquecimento da atmosfera na Amazocircnia

que favorece o desenvolvimento de um sistema quase estacionaacuterio em altos

niacuteveis a Alta Boliacutevia Como resultado dessa circulaccedilatildeo observa-se nos baixos

niacuteveis uma regiatildeo de baixa pressatildeo e a convergecircncia de ar satildeo os principais

fatores que provocam a precipitaccedilatildeo neste periacuteodo responsaacutevel por 70 do

total meacutedio anualrdquo A partir desses elementos apresentados pelo INPE e com

base nos dados os quais foram obtidos da estaccedilatildeo meteoroloacutegica de Brasiacutelia

localizada na Latitude (ordm) -158 Longitude (ordm)-479 temos a precipitaccedilatildeo de

Brasiacutelia dada mecircs a mecircs Os dados partem de Janeiro de 2006 e vatildeo ateacute

Outubro de 2015 Eacute importante frisar que os dados foram formulados a partir

da precipitaccedilatildeo acumulada para tornar mais faacutecil de calcular a meacutedia

Tabela 01 Dados de Precipitaccedilatildeo

AnoMecircs JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ Meacutedia Mensal

2006 1232 1914 258 1417 351 09 01 528 403 5264 1956 1821 14563

2007 2609 2659 357 501 75 0 0 0 0 535 2249 275 9779

2008 201 2425 2346 2109 0 0 0 27 80 387 271 3226 1337

2009 2028 1347 81 3759 612 93 0 725 505 2958 1991 3078 1492

2010 1211 368 2494 2388 275 0 0 0 0 349 2547 318 1068

2011 1268 1724 2433 696 139 38 0 0 7 2639 3338 4704 1421

2012 2699 1149 1982 1213 444 24 02 0 333 1098 4446 1428 1235

2013 4918 1893 1903 954 222 62 03 0 659 1069 2711 3525 1493

2014 1531 1392 3402 2493 28 10 79 0 162 2014 192 3667 1399

2015 939 1297 3456 2076 499 0 08 0 218 694 SD SD 9187

Meacutedia para cada mecircs

20445 16168 21763 17606 2645 326 093 128 315 17007 2652 30421 12797

Tabela contendo os dados de chuva acumulada mecircs a mecircs em miliacutemetros (mm)

Fonte INPE 2015

Obs 1- SD - satildeo dados que natildeo foram coletados devido pois o trabalho foi realizado antes desses meses

Obs2- Meacutedia calculada com os dados obtidos no caso os meses de novembro e dezembro de 2015 natildeo entram no

caacutelculo pois ainda natildeo existiam os dados

Temos tambeacutem a partir do estudo realizado por Brino (Brasiacutelia

Superquadras Residenciais) os dimensionamentos dos preacutedios e a quantidade

de apartamentos por pavimentos conforme as tabelas a seguir

Tabela 02 Dimensionamento dos Blocos

A SUPERQUADRA AE AT

Aacuterea de Projeccedilatildeo por Bloco

Aacuterea Total = 11760msup2 Nuacutemero total de Blocos = 11

1069msup2 185 136

Aacuterea Construiacuteda por bloco (sem pilotis e

subsolo)

Pavimentos = 6 Aacuterea do Pavimento = 1069msup2

6414msup2 1113 818

Aacuterea Construiacuteda por superquadras (sem pilotis e subsolo)

Preacutedio = 11 Aacuterea por Preacutedio = 64141msup2

70554msup2 8999 1225

AE - Aacuterea Aedificandi e AT - Aacuterea Total

Tabela 03 Dimensionamento da Populaccedilatildeo

A POPULACcedilAtildeO (5 Pessoas

apart)

6 apartamentos por pavimento

36 apartamentos por bloco

396 apartamentos

por superquadra

1980 pessoas por

superquadra

8 apartamentos por pavimento

48 apartamentos por bloco

528 apartamentos

por superquadra

2640 pessoas por

superquadra

10 apartamentos por pavimento

60 apartamentos por bloco

660 apartamentos

por superquadra

3300 pessoas por

superquadra

12 apartamentos por pavimento

72 apartamentos por bloco

792 apartamentos

por superquadra

3960 pessoas por

superquadra

Caacutelculo para as faixas 100 200 e 300 (seis pavimentos) Fonte SUDUR

O estudo apresentado por Brino (Brasiacutelia Superquadras Residenciais)

considera uma famiacutelia composta por cinco pessoas para cada apartamento

nesse caso iremos desconsiderar essa informaccedilatildeo e basearmos nos dados

apresentados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica (IBGE) Nos

dados do IBGE (Censo Demograacutefico 2010) constam que a meacutedia de

moradores em domiciacutelios particulares ocupados eacute de 33 moradores

Partindo dos elementos de precipitaccedilatildeo aacuterea de projeccedilatildeo por bloco

meacutedia de moradores por apartamento total de apartamentos de um preacutedio e

consumo meacutedio de aacuteguadia por habitante podemos dar inicio as formas de

captaccedilatildeo e armazenamento de aacuteguas pluviais

32 ndash Aacuteguas pluviais e aacuteguas cinzas

Mas porque focar em aproveitamento de aacuteguas pluviais Segundo

Rapoport (2004 p 1) ldquoo aumento populacional acompanhado pelas mudanccedilas

climaacuteticas globais vem contribuindo para o aumento na demanda por recursos

hiacutedricosrdquo Ainda expotildee que ldquoembora a aacutegua seja um recurso renovaacutevel ela

tende a se deteriorar em funccedilatildeo do seu uso indiscriminado o que compromete

consequentemente a quantidade de aacutegua com qualidade disponiacutevel para o

consumo nas diversas localidadesrdquo (Rapoport 2004 p 1)

Um fato importante abordado por Rapoport (2004 p1) eacute que ldquoa

quantidade de aacutegua disponiacutevel eacute sempre a mesma jaacute que estaacute sempre sendo

renovada atraveacutes do ciclo hidroloacutegico Entretanto a aacutegua de qualidade para

consumo estaacute se tornando rarardquo A tiacutetulo de esclarecimento ldquosabe-se que o

ciclo hidroloacutegico se constitui basicamente do transporte de massas drsquoaacutegua do

oceano para atmosfera por evaporaccedilatildeo e da atmosfera atraveacutes de

precipitaccedilotildees escoamentos superficiais e subterracircneos para os oceanos

influenciando diretamente a distribuiccedilatildeo e extensatildeo dos corpos drsquoaacutegua

continentaisrdquo (Rapoport 2004 p 1) Sendo assim a interferecircncia humana tem

causado alteraccedilotildees no ciclo hidroloacutegico em diversas regiotildees Esse assunto

seraacute melhor abordado mais adiante pois o uso do sistema de captaccedilatildeo pode

influenciar no ciclo hidroloacutegico negativamente mas utilizado da forma

adequada pode continuar mantendo o ciclo equilibrado

Aleacutem do uso indevido da aacutegua e de sua escassez Lima e Machado

(2008 p 13) apontam que ldquooutro fator importante eacute o aumento de inundaccedilotildees e

enchentes devido ao escoamento superficial da aacutegua de chuva e da

impermeabilizaccedilatildeo do solordquo Portanto a captaccedilatildeo de aacuteguas pluviais pode

contribuir para a reduccedilatildeo dos transtornos hiacutedricos urbanos e ao mesmo tempo

reduzir a demanda por aacutegua potaacutevel da companhia de distribuiccedilatildeo local

Segundo Amorim e Pereira (2008 p 54) ldquouma das soluccedilotildees em estudo

para aumentar a oferta de aacutegua para as edificaccedilotildees eacute o aproveitamento da

aacutegua pluvial Esta apresenta uma boa alternativa visto que aleacutem de reduzir o

consumo de aacutegua potaacutevel ainda surge como uma accedilatildeo no combate agraves

enchentes funcionando como uma medida natildeo-estrutural do sistema de

drenagem urbanardquo Mas o que eacute necessaacuterio para formar um sistema de

captaccedilatildeo adequado e funcional Amorim e Pereira (2008 p 54) apresentam

que ldquoos sistemas de aproveitamento de aacutegua pluvial satildeo formados basicamente

pela aacuterea de captaccedilatildeo (geralmente coberturas) os componentes de transporte

(calhas e condutores verticais) e o reservatoacuteriordquo Cabe ressaltar que para esse

estudo a captaccedilatildeo das aacuteguas pluviais seraacute destinada apenas para a utilizaccedilatildeo

em ldquoaacuteguas cinzasrdquo Neste sentido o reuso das aacuteguas cinzas que satildeo as aacuteguas

provenientes de todas as atividades domeacutesticas com exceccedilatildeo de fontes de

aacuteguas negras tais como sanitaacuterios bidecircs e urinol vem sendo estudadas com

vista ao reuso tanto em irrigaccedilatildeo como em sanitaacuterios (Rapoport 2004 p 8)

Retomando os dados apresentados pela SABESP (2010) temos a

tabela 04 a qual apresenta os dados de consumo domeacutestico e em sequecircncia o

graacutefico 01 que demonstram que se analisarmos as quantidades de aacutegua

utilizada no consumo domeacutestico teremos uma base para o tamanho do

reservatoacuterio E posteriormente a tabela 05 mostra em que situaccedilotildees se podem

reutilizar as aacuteguas pluviais

Tabela 04 Consumo domeacutestico de aacutegua

Litros

Cozinhar e Beber 54

Tomar Banho e Escovar os Dentes 50

Descarga de Banheiro 66

Lavagem de Roupa 24

Outras Tarefas 6

Total = 200

Fonte SABESP (2010)

27

25

33

12

3

Cozinhar e Beber

Tomar Banho e Escovar osDentes

Descarga de Banheiro

Lavagem de Roupa

Outras Tarefas

Descarga de Banheiro

6875

Lavagem de Roupa

25

Outras Tarefas 625

Graacutefico 01 Consumo Domeacutestico de Aacutegua

Tabela 05 Percentual para reutilizaccedilatildeo de aacuteguas pluviais

Graacutefico 02 Percentual para Reutilizaccedilatildeo de Aacuteguas Pluviais

Porcentagem ()

Descarga de Banheiro 66 6875

Lavagem de Roupa 24 25

Outras Tarefas 6 625

Total = 96 100

Fonte SABESP(2010)

33 ndash Meacutetodos de Dimensionamento do Reservatoacuterio

Amorim e Pereira (2008 p 54 Soares et al 2000 apud May 2004)

apresentam que existem quatro grupos principais para o dimensionamento do

reservatoacuterio

(a) Meacutetodos determiniacutesticos os dados referentes agrave precipitaccedilatildeo

pluviomeacutetrica e agrave demanda satildeo analisados pela curva de massa

(b) Meacutetodos aproximados baseados em relaccedilotildees empiacutericas

conhecidas

(c) Meacutetodos de modelaccedilatildeo satildeo tambeacutem conhecidos como meacutetodos

de transiccedilatildeo probabiliacutestica da matriz e

(d) Meacutetodos de anaacutelise de sistemas sendo linear natildeo linear ou

programaccedilatildeo dinacircmica

Dentro desses grupos de dimensionamento temos os diversos meacutetodos

meacutetodo de Rippl que consiste na determinaccedilatildeo do volume com base na aacuterea

de captaccedilatildeo que eacute subdivido em meacutetodo analiacutetico e meacutetodo graacutefico meacutetodo de

consideraccedilatildeo dos periacuteodos de dias consecutivos sem chuva que necessita da

observaccedilatildeo dos registros pluviomeacutetricos para identificar os maiores periacuteodos de

dias consecutivos sem chuvas e sua taxa de repeticcedilatildeo meacutetodo de anaacutelise de

simulaccedilatildeo de um reservatoacuterio com capacidade suposta que consiste

basicamente na fixaccedilatildeo de um volume para o reservatoacuterio e na verificaccedilatildeo do

percentual de consumo que seraacute atendido meacutetodo praacutetico brasileiro meacutetodo

praacutetico alematildeo meacutetodo praacutetico inglecircs e o meacutetodo praacutetico australiano (Amorim

e Pereira 2008 p 55-58)

34 ndash Anaacutelise de caso para um preacutedio da Superquadra 111 Norte

A partir dos dados jaacute apresentados temos que o objeto de estudo eacute um

preacutedio residencial localizado na Superquadra 111 Norte que possui uma aacuterea

de projeccedilatildeo de 1069msup2 com seis (6) pavimentos constituindo uma aacuterea

construiacuteda de 6414msup2 apresentando seis (6) apartamentos por pavimento e

consequentemente trinta e seis (36) apartamentos no total (Brino Brasiacutelia

Superquadras Residenciais) O preacutedio conteacutem 33 habitantes por apartamento

(IBGE 2010) que consomem em meacutedia cerca de 190 litros de aacuteguadia

resultando em um consumo mensal de aproximadamente 6msup3 por pessoa

(CAESB) mas como a aacutegua captada da chuva seraacute utilizada apenas para

suprir a demanda de aacutegua cinza temos 66 litros para descarga de vasos

sanitaacuterios

Temos entatildeo que a demanda por aacutegua por habitante nesse edifiacutecio eacute

dada por

119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119898119900119903119886119889119900119903 = 66119871 = 66119871119863119894119886

119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119886119901119886119903119905119886119898119890119899119905119900 = 33119901 times 66119871 ~ 217 119871119863119894119886

119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119901119903eacute119889119894119900 = (33119901 times 66119871) times 36 ~ 7840119871119863119894119886

119863119890119898119886119899119889119886 119898119890119899119904119886119897 119901119900119903 119901119903eacute119889119894119900 =7840119871

119889119894119886times 30119863119894119886119904 = 235224119871

Legenda L = Litros p = Pessoas

Para facilitar nos caacutelculos ao aplica-los para o reservatoacuterio e para o

sistema de captaccedilatildeo eacute necessaacuterio realizar a conversatildeo de litros para msup3

(metros cuacutebicos) Sendo assim 66L = 0066msup3 217L = 0217msup3 7840L =

7840msup3 e 235224L = 235224msup3

Seraacute utilizado o ano de 2014 para os dados de precipitaccedilatildeo da estaccedilatildeo

meteoroloacutegica de Brasiacutelia localizada na Latitude (ordm) -158 Longitude (ordm)-479

fornecidos pela professora Rafaela Lisboa durante o periacuteodo chuvoso O ano

de 2014 apresenta registros jornaliacutesticos de alagamento nos meses de

Fevereiro com precipitaccedilatildeo de 1392 msup3 Marccedilo com precipitaccedilatildeo de 3402msup3

e Dezembro com precipitaccedilatildeo de 3667msup3 Importante ressaltar que o setor

Noroeste de Brasiacutelia foi construiacutedo em 2011 (site G1) o que aumentou a aacuterea

de solo impermeabilizado e a reduccedilatildeo no escoamento superficial da aacutegua

ocasionando em um aumento nas enchentes e alagamentos na Asa Norte

Segundo Amorim e Pereira (2008 p57) um dos meacutetodos a ser utilizado

para poder saber o volume de aacutegua aproveitaacutevel e consequentemente o

volume de aacutegua do reservatoacuterio Trata-se de um meacutetodo empiacuterico apresentado

na NBR 155272007 O volume de aacutegua do reservatoacuterio V expresso em L eacute

exposto a seguir

119872eacute119905119900119889119900 119875119903aacute119905119894119888119900 119861119903119886119904119894119897119890119894119903119900

119881 = 0042 times 119875 times 119860 times 119879

Em que ldquoVrdquo representa o volume de aacutegua aproveitaacutevel e o volume de

aacutegua do reservatoacuterio (L) ldquoPrdquo a precipitaccedilatildeo meacutedia mensal (mm) ldquoArdquo a aacuterea de

coleta em projeccedilatildeo ldquoTrdquo nuacutemero de meses de pouca chuva ou seca e ldquo0042rdquo eacute

um coeficiente estipulado

Portanto segundo Fontanela (2010 p 25) para estipular o volume do

reservatoacuterio temos que calcular 42 do produto entre o volume de chuva

coletada pelo telhado e o nuacutemero de meses com pouca chuva ou seca

Atribuindo valores do ano de 2014 temos que

119881 = 0042 times 1399119898119898 times 1069 times 5

119881~ 31406119871 119900119906 31406119898sup3

Ressaltando que esse valor obtido eacute uma estimativa do tamanho do

reservatoacuterio e que pode haver um reservatoacuterio de maior capacidade

De forma comparativa eacute de bom senso que se faccedila outro caacutelculo com um

meacutetodo alternativo

Amorim e Pereira (2008 p56) expotildeem que existe um meacutetodo de anaacutelise

de simulaccedilatildeo do reservatoacuterio com capacidade suposta o qual consiste

basicamente na fixaccedilatildeo de um volume para o reservatoacuterio e na verificaccedilatildeo de

consumo que seraacute atendido Sendo assim ldquoo primeiro passo para a aplicaccedilatildeo

desse meacutetodo eacute adotar alguns valores possiacuteveis para o volume com base na

estimativa do consumo mensal de aacutegua natildeo potaacutevelrdquo (Amorim e Pereira 2008

p57) Portanto partindo do ponto que o preacutedio consome cerca de 235000L

devemos calcular uma base que possa ser favoraacutevel economicamente

119872eacute119905119900119889119900 119889119890 119878119894119898119906119897119886ccedilatilde119900 119889119900 119877119890119904119890119903119907119886119905oacute119903119894119900

235224119871 rarr 100

119881 rarr 30

119881 ~ 70000119871 119900119906 70119898sup3

Tambeacutem haacute outra alternativa apresentada por L Pereira (Viabilidade

EconocircmicoAmbiental p 18)

119881119886119888 = 119860119879 times 119875119875119872119860 lowast

119881119886119888 = 1069119898sup2 times 1399119898sup3 = 1495531119898sup3119886119899119900

Equaccedilatildeo a qual ldquoVacrdquo corresponde ao volume de aacutegua captado ldquoATrdquo

aacuterea do telhado e ldquoPPMArdquo eacute a precipitaccedilatildeo pluviomeacutetrica meacutedia mensal

Poreacutem o resultado obtido eacute para os 12 meses do ano e como foi visto no

ano de 2014 temos 7 meses com chuva portanto

119881119886119888 =119879119900119905119886119897

1198983

1198861198991199007 119898119890119904119890119904

lowast

119881119886119888 =1495531119898sup3119886119899119900

7= 21364119898sup3 119900119906 213640119871

dados somente seriam vaacutelidos se a precipitaccedilatildeo fosse uniforme durante os 7 meses de chuva

341 ndash Anaacutelise de caso para a Superquadra 111 Norte

Retomando a tabela 02 temos que a quadra apresenta 11 preacutedios

aproximadamente que variam o nuacutemero de apartamentos por pavimentos e

consequentemente o nuacutemero de moradores mas os edifiacutecios continuam tendo

uma aacuterea de 1069msup2 gerando um uma aacuterea total de 70554msup2 mas teremos

como base os caacutelculos feitos para o preacutedio selecionado no item 34

Realizando um caacutelculo baacutesico tem-se como estimativa de

armazenamento para esta quadra o seguinte

119872eacute119905119900119889119900 119875119903aacute119905119894119888119900 119861119903119886119904119894119897119890119894119903119900

119881~ 31406119871 119900119906 314061198983

11 119875119903eacute119889119894119900119904 times 31406119871 = 345466119871 119900119906 345466119898sup3

119872eacute119905119900119889119900 119889119890 119878119894119898119906119897119886ccedilatilde119900 119889119900 119877119890119904119890119903119907119886119905oacute119903119894119900

119881 ~ 70000119871 119900119906 701198983

11 119875119903eacute119889119894119900119904 times 70000119871 = 770000

119881119900119897119906119898119890 119889119890 aacute119892119906119886 119888119886119901119905119886119889119900 lowast

119881119886119888 = 213641198983119900119906 213640119871

11 119875119903eacute119889119894119900119904 times 213640119871 = 2350040119871 119900119906 235004119898sup3

dados somente seriam vaacutelidos se a precipitaccedilatildeo fosse uniforme durante os 7 meses de chuva

119863119890119898119886119899119889119886 119905119900119905119886119897 119889119886 119902119906119886119889119903119886 119888119900119898 119889119890119904119888119886119903119892119886 119889119890 119887119886119899ℎ119890119894119903119900

11 119875119903eacute119889119894119900119904 times 235224119871 = 2587464119871 119900119906 2587464119898sup3

Segundo Brino (Brasiacutelia Superquadras Residenciais) temos que as

dimensotildees maacuteximas de uma superquadra satildeo de 280x280m resultando numa

aacuterea de 78400msup2 que eacute denominado de Aacuterea Total (AT) A partir disso foi

definido que deveria existir uma faixa externa de 20m denominada de non

aedificandi que foi destinada ao plantio de uma ldquomassa vegetalrdquo de grande

porte e no interior da quadra encontra-se a aacuterea aedificandi a qual possui

240x240m e uma aacuterea de 57600msup2 Realizando uma subtraccedilatildeo da Aacuterea total

pela Aacuterea aedificandi obtecircm-se que a aacuterea non aedificandi eacute de 20800msup2 que

corresponde a 265 da aacuterea total

Com base nessas informaccedilotildees eacute necessaacuterio atentar-se ao detalhe de

que uma parte da precipitaccedilatildeo cai no solo e outra parte nos telhados dos

preacutedios Sendo assim parte da chuva pode ser aproveitada pelo sistema de

captaccedilatildeo enquanto outra parte chega ao solo sem uma interferecircncia direta no

ciclo hidroloacutegico

35 ndash Funcionamento do sistema de captaccedilatildeo

Eacute importante frisar que o sistema de aproveitamento de aacuteguas pluviais eacute

regido pela norma NBR 15527 (Associaccedilatildeo Brasileira de Normas Teacutecnicas

2007) norma a qual faz algumas consideraccedilotildees importantes para implantaccedilatildeo

e correto funcionamento do sistema de captaccedilatildeo Alguns destes satildeo

435 ndash O volume dos reservatoacuterios deve ser dimensionado com

base em criteacuterios teacutecnicos econocircmicos e ambientais levando em

conta as boas praacuteticas da engenharia podendo a criteacuterio do

projetista ser utilizados os meacutetodos contidos no Anexo A ou

outro desde que devidamente justificado

Item 436 ndash Os reservatoacuterios devem ser limpos e desinfetados

com soluccedilatildeo de hipoclorito de soacutedio no miacutenimo uma vez por ano

de acordo com agrave ABNT NBR 5626

Item 442 ndash As tubulaccedilotildees e demais componentes devem ser

claramente diferenciados das tubulaccedilotildees de aacutegua potaacutevel

Item 443 ndash O sistema de distribuiccedilatildeo de chuva deve ser

independente do sistema de aacutegua potaacutevel natildeo permitindo a

conexatildeo cruzada de acordo com agrave ABNT NBR 5626

Item 444 ndash Os pontos de consumo como por exemplo uma

torneira de jardim devem ser de uso restrito e identificados com

placa de advertecircncia com a seguinte inscriccedilatildeo ldquoaacutegua natildeo potaacutevelrdquo

e identificaccedilatildeo graacutefica

Item 445 ndash Os reservatoacuterios de aacutegua de distribuiccedilatildeo de aacutegua

potaacutevel e de aacutegua da chuva devem ser separados

Item 461 ndash Quando necessaacuterio o bombeamento este deve

atender agrave ABNT NBR 12214

Deve-se realizar manutenccedilatildeo em todo o sistema de

aproveitamento de aacutegua de chuva

Para maiores esclarecimentos ldquoo funcionamento de um sistema de

coleta e aproveitamento de aacutegua pluvial consiste de maneira geral na captaccedilatildeo

da aacutegua da chuva que cai sobre os telhados ou lajes da edificaccedilatildeo A aacutegua eacute

conduzida ateacute o local de armazenamento atraveacutes de calhas condutores

horizontais e verticais passando por equipamentos de filtragem e descarte de

impurezas Apoacutes passar pelo filtro a aacutegua eacute armazenada geralmente em

reservatoacuterio enterrado (cisterna) e bombeada a um segundo reservatoacuterio

(elevado) do qual as tubulaccedilotildees especiacuteficas de aacutegua pluvial iratildeo distribuiacute-la

para o consumo natildeo potaacutevelrdquo (Carvalho 2010 p 27 e 28) Conforme ilustra a

imagem a seguir

Figura 02 Funcionamento de um Sistema de Captaccedilatildeo

Fonte Adatildeo D Padini (2013)

De forma mais simplificada podemos ver a representaccedilatildeo no fluxograma

a seguir

Figura 03 Fluxograma do Sistema de Captaccedilatildeo

Fonte Leandro Roncato Pereira

351 ndash Dificuldades para implantaccedilatildeo do sistema

Tal sistema apresenta como dificuldade o local onde seriam instaladas

as cisternas uma vez que geraria um peso sobre o telhado Dessa forma o

sistema seria instalado no jardim cobrando um custo adicional

352 ndash Custo de implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo fechado em um

preacutedio

Na implantaccedilatildeo desse sistema os materiais utilizados teratildeo como base o

meacutetodo praacutetico brasileiro e para aumentar a eficiecircncia do sistema o volume de

31406L seraacute arredondado para 35000L

Os valores de alguns dos materiais apresentados a seguir seguem os

dos apresentados no trabalho de L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental

p 18) apenas o valor da caixa drsquoaacutegua de 10000L foi obtido atraveacutes de

pesquisas em lojas de construccedilatildeo e assim utilizando a de menor valor

Tambeacutem devemos considerar que a bomba consome energia ao bombear aacutegua

para o preacutedio (CEB) portanto os valores seguem conforme a tabela a seguir

Tabela 06 Preccedilo dos Produtos do Sistema de Captaccedilatildeo sem Fluxo

Produto Quantidade Valor unitaacuterio (R$) Valor total (R$)

Cx Daacutegua 10000L 3 496090 1488270

Cx Daacutegua 5000L 1 108000 108000

Boacuteia Eleacutetrica 1 2750 2750

Boacuteia Comum 1 1220 1220

Registro de Gaveta

1 3490 3490

Bomba Anauger 1 23000 23000

Filtro 3P VF1 1 22000 22000

Tubulaccedilotildees 7000 7000

Disjuntor 1 1310 1310

Escavaccedilatildeo Msup3 3666 128310

Matildeo de Obra 1 58574 58574

Energia 054 054

Total 13 727154 1843978

Observaccedilatildeo Pelo fato desse estudo se tratar de um modelo de implantaccedilatildeo

o custo das tubulaccedilotildees vai variar de acordo com a demanda necessitada pelo

preacutedio portanto podendo variar de acordo com o projeto implantado Para este

estudo seraacute adotado o valor de R$ 7000

Observaccedilatildeo Pelo fato desse trabalho tratar-se de um modelo de

implantaccedilatildeo o custo da energia pode variar de acordo com a demanda necessitada

pelo preacutedio portanto podendo variar de acordo com o uso da bomba Para este

estudo seraacute adotado o valor de R$ 054 que eacute o valor do KwH cobrado pela CEB

Segundo Saravy (2010 p 46) haacute tambeacutem um custo para manutenccedilatildeo do

sistema conforme a tabela a seguir

Tabela 07 Preccedilo de Manutenccedilatildeo do Sistema de Captaccedilatildeo

Com esses dados podemos ver o valor total final a ser pago pelo

sistema de captaccedilatildeo que eacute de R$ 1889978

36 ndash Taxas e valores cobrados para utilizaccedilatildeo de aacutegua

Segundo a Companhia de Saneamento Ambiental do Distrito Federal (CAESB)

quando vaacuterias residecircncias satildeo atendidas por uma uacutenica ligaccedilatildeo de aacutegua eacute aplicado o

conceito de consumo ldquoPara exemplificar podemos citar um preacutedio residencial onde

cada apartamento corresponde a uma unidade de consumordquo (CAESB) Contudo o

caacutelculo de gastos seraacute realizado primeiro em um apartamento e posteriormente

multiplicado pelo total de apartamentos do preacutedio uma vez que os preacutedios

residecircncias da Asa Norte pagam a conta de aacutegua atraveacutes do condomiacutenio O preacutedio

Componente Frequecircncia da Manutenccedilatildeo

Custo da Manutenccedilatildeo

Calhas e Condutores

Semestral R$ 13000

Reservatoacuterio Limpeza e

Desinfecccedilatildeo Anual

R$ 20000

desse estudo apresenta um hidrocircmetro que mede o consumo de aacutegua para o todo o

preacutedio

Eacute de suma importacircncia destacar tambeacutem que haacute uma taxa de esgoto que eacute

cobrada pela CAESB consequentemente ldquoo valor da tarifa de esgotos corresponde

a 100 do valor da tarifa de aacutegua exceto quando se tratar de coleta do tipo

condominial que equivale a 60 do valor da tarifa de aacuteguardquo (CAESB)

Deste modo a CAESB utiliza tarifas para diversas categorias de moradia e

comeacutercio e neste estudo seraacute aplicada a tarifa de ldquoresidencial normalrdquo em

concordacircncia com a tabela a seguir

Tabela 08 Valor da Tarifa Cobrado pela CAESB

Para melhor compreensatildeo do caacutelculo que a CAESB faz temos uma conta do

condomiacutenio do preacutedio da Superquadra 111 Norte

Figura 04 Conta Discriminada do Condomiacutenio

Fonte Condomiacutenio do Preacutedio

O caacutelculo feito pela CAESB consiste primeiramente em saber a demanda de

aacutegua gasta em metros cuacutebicos por Unidade de Consumo ndash apartamento ndash para

saber qual faixa ldquomsup3rdquo eacute aplicada Apoacutes saber qual a faixa ldquomsup3rdquo que se enquadra eacute

atribuiacutedo o volume por UC (em msup3) em sequecircncia multiplica-se o volume por UC ou

volume da faixa pelo nuacutemero de UCrsquos correspondente para se obter o volume total

gasto (em msup3) Tendo o volume total gasto basta multiplicar pelo preccedilo corresponde

agrave faixa a qual se encaixa o consumo e assim obtendo o valor total a pagar A partir

do momento que se tem o valor total a pagar eacute necessaacuterio acrescer 100 do valor

para cobrir a tarifa de esgoto conforme a figura

Partindo desses dados podemos calcular por apartamento quanto eacute cobrado

pela CAESB a partir dos dados apresentados no capiacutetulo 34

119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119886119901119886119903119905119886119898119890119899119905119900 = 33119901 times 66119871 ~ 217119871

119863119894119886

119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119886119901119886119903119905119886119898119890119899119905119900 119886119900 119898ecirc119904 = 217119871119889119894119886 times 30119863119894119886119904 = 6510119871 119900119906 65101198983

Com base nesses dados temos que calcular o volume total de descarga em

sanitaacuterios que o preacutedio consome com a seguinte foacutermula

119881119879 = 119881119865 times 119873ordm 119889119890 119880119862prime119904

119881119879 = 10119898sup3 times 36 = 360119898sup3

Em que ldquoVTrdquo corresponde ao volume total do preacutedio ldquoVFrdquo ao volume da faixa

que eacute estipulado pela CAESB e ldquoUCrsquosrdquo satildeo as unidades de consumo que eacute correlato

ao nuacutemero de apartamentos existente

Portanto o total a se pagar em um mecircs eacute calculado da seguinte forma

119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 119881119879 times 119879119886119903119894119891119886 119889119890 aacute119892119906119886 + 119879119886119903119894119891119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900

119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 360119898sup3 times 119877$ 265 + 119879119886119903119894119891119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900

119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 954 + 119877$ 954 = 119877$ 1908

Em 7 meses seriam pagos em descarga

119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 1908 times 7 119872119890119904119890119904 = 119877$ 13356

37 ndash Caacutelculos de economia e retorno de investimento para um sistema

fechado

Conforme exposto por L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental p 15)

ldquopara o caacutelculo da economia da taxa de aacutegua multiplica-se o valor do msup3 (valor

cobrado por msup3 do responsaacutevel pelo fornecimento de aacutegua na cidade []) pelo

volume captado e entatildeo obtecircm-se o valor economizado por ano na taxa de aacuteguardquo

Recapitulando que para esse estudo seraacute utilizado o meacutetodo praacutetico brasieliro

devido aos meses de seca ou pouca chuva

Sendo assim

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119881119886119897119900119903 119889119900 1198983 times 119881119900119897119906119898119890 119888119886119901119905119886119889119900

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 265 times 314061198983

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 8322

Essa economia de R$ 8322 eacute para um mecircs de chuva para o preacutedio todo

sendo assim para os 7 meses de chuva tem-se

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119890 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 8322 times 7 119898119890119904119890119904 = 119877$ 58254

Ainda segundo L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental p 16) para o

caacutelculo da economia referente ao esgoto eacute necessaacuterio multiplicar o valor do msup3 pelo

volume captado e por 08 uma vez que considera-se 20 de perda ou seja para

cada 1 litro de aacutegua que chega na residecircncia eacute cobrado 08 litros para o tratamento

do esgoto

Portanto tem-se

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119881119886119897119900119903 119889119900 1198983 times 119881119900119897119906119898119890 119888119886119901119905119886119889119900 times 08

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900 = 119877$ 265 times 314061198983 times 08

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 6658

Esse valor encontrado de R$ 6658 corresponde a um mecircs de chuva para o

preacutedio sendo assim o total economizado pelo preacutedio em 7 meses eacute de

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119890 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 6658 times 7 119898119890119904119890119904 = 119877$ 46606

ldquoPara o caacutelculo do retorno do investimento divide-se o valor investido pela

economia anual com a implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo e reaproveitamento da

aacutegua pluvialrdquo L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental p 16)

Portanto para 7 meses de chuva tem-se o seguinte

119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 =119881119886119897119900119903 119894119899119907119890119904119905119894119889119900

119864119888119900119899119900119898119894119886 (7119898119890119904119890119904)

119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 = 119877$ 1843924

119877$ 58254 + 119877$ 46606

119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 = 119877$ 1843924

119877$ 9446

119877119890119905119900119903119899119900

119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900= 1952 119886119899119900119904

38 ndash Caacutelculos de dimensionamento para um sistema com fluxo

Os caacutelculos apresentados no subitem anterior satildeo relativos a um sistema

o qual natildeo adota a possibilidade de fluxo dentro do reservatoacuterio Quando se

fala em fluxo temos que considerar que ao mesmo tempo em que o preacutedio

utiliza aacutegua do reservatoacuterio de aacutegua pluvial o mesmo vai enchendo com aacutegua

pluvial Portanto haacute um ciclo no qual o preacutedio demanda aacutegua do reservatoacuterio e

o mesmo vai enchendo conforme chove no local

Sabendo que a meacutedia mensal eacute de 1399msup3 eacute preciso multiplicar isso

por 12 para se obter o quanto choveu em 2014 Sendo assim

119879119900119905119886119897 119886119900 119886119899119900 = 1399119898119898 times 12 119898119890119904119890119904

119879119900119905119886119897 119886119900 119886119899119900 = 16788119898119898

Mas como foi visto o periacuteodo chuvoso eacute de 7 meses entatildeo temos

119875119903119890119888119894119901119894119905119886ccedilatilde119900 119901119886119903119886 7 119898119890119904119890119904 = 16788119898119898 divide 7 = 2398119898119898

Com isso eacute necessaacuterio realizar o caacutelculo da meacutedia de captaccedilatildeo de aacutegua

por mecircs para a aacuterea de 1069msup2

119872119890119889119894119886 119889119890 119862119886119901119905119886ccedilatilde119900 = 2398119898119898 times 1069119898sup2

119872eacute119889119894119886 119889119890 119862119886119901119905119886ccedilatilde119900 = 256346119871 119900119906 256346119898sup3

Ao considerar o valor obtido temos que realizar o quanto seria captado

diariamente

119872eacute119889119894119886 119889119894aacute119903119894119886 = 256346119898sup3 divide 30 119889119894119886119904 = 85119898sup3119889119894119886

A partir desses caacutelculos podemos realizar a seguinte comparaccedilatildeo O

preacutedio consome cerca de 78msup3 ao dia de aacutegua para descarga de vasos sanitaacuterios

enquanto a meacutedia diaacuteria de captaccedilatildeo eacute de 85msup3 por conseguinte temos um fluxo

positivo de aacutegua para o reservatoacuterio de 067msup3dia nos dias chuvosos

Se colocarmos um reservatoacuterio de 35msup3 sem nenhuma aacutegua

armazenada poderemos constatar que o reservatoacuterio iria encher por completo em

cerca de 53 dias conforme o caacutelculo a seguir

351198983 = 0671198983 times 119909 119889119894119886119904

119909 119889119894119886119904 = 35119898sup3 divide 067119898sup3 = 5223 119889119894119886119904

Analisando esses dados temos que a partir do 54ordm dia o reservatoacuterio

estaria completamente cheio e no restante dos 156 dias que teriacuteamos de chuva

esses 067msup3 seriam de certa forma desperdiccedilados uma vez que esse fluxo de

067msup3 ao final dos 7 meses gerariam cerca de 1407msup3 enquanto o reservatoacuterio tem

a capacidade de 35msup3 conforme o caacutelculo a seguir

119875119900119905119890119899119888119894119886119897 = 067119898sup3 times 156 119889119894119886119904 = 1045119898sup3

Se considerarmos esse fluxo positivo de 067msup3dia temos que ao final

dos 210 dias (7meses) seria possiacutevel armazenar 1407 msup3 de aacutegua Com um

reservatoacuterio de 35msup3 1057msup3 estariam sendo escoados para fora do reservatoacuterio

Portanto o ideal seria um reservatoacuterio que se aproxime de 1407msup3 para que ao

final dos 7 meses toda aacutegua possiacutevel fosse armazenada no entanto o reservatoacuterio

deveria ser de 145msup3

Devemos considerar ainda que ao final dos 7 meses o reservatoacuterio

estaria cheio no periacuteodo de seca conseguiria abastecer o preacutedio de acordo com a

demanda do preacutedio sendo assim

119880119905119894119897119894119911119886ccedilatilde119900 119899119886 119904119890119888119886 = 119879119900119905119886119897 119889119900 119903119890119904119890119903119907119886119905oacute119903119894119900 divide 119863119890119898119886119899119889119886 119889119894aacute119903119894119886

119880119905119894119897119894119911119886ccedilatilde119900 119899119886 119904119890119888119886 = 1451198983 divide 781198983119889119894119886

119880119905119894119897119894119911119886ccedilatilde119900 119899119886 119904119890119888119886 = 1858 119889119894119886119904

381 ndash Custo de implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo com fluxo em um

preacutedio

Na implantaccedilatildeo desse sistema os materiais utilizados teratildeo como base

as estimativas que foram apresentadas no subitem anterior e para aumentar a

eficiecircncia do sistema o volume de 1400007L seraacute arredondado para

145000L

Devido ao tamanho do reservatoacuterio eacute de se esperar que o reservatoacuterio

natildeo seja instalado em cima do preacutedio uma vez que a estrutura do preacutedio natildeo

conseguiria suportar o peso que o reservatoacuterio faria sobre o telhado

consequentemente o reservatoacuterio deveraacute ser instalado no jardim do preacutedio que

iraacute gerar um custo a mais por conta da escavaccedilatildeo

Os valores de alguns dos materiais apresentados a seguir seguem os

dos apresentados no trabalho de L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental

p 18) apenas o valor da caixa drsquoaacutegua de 10000L foi obtido atraveacutes de

pesquisas em lojas de construccedilatildeo e assim utilizando a de menor valor

conforme a tabela a seguir Segundo o Saneamento de Goiaacutes SA (SANEAGO)

o custo de escavaccedilatildeo eacute calculado a partir do total de msup3 aleacutem de 3m de

profundidade

Tabela 09 Preccedilo dos Produtos do Sistema de Captaccedilatildeo com Fluxo

Observaccedilatildeo Pelo fato desse estudo se tratar de um modelo de implantaccedilatildeo

o custo das tubulaccedilotildees vai variar de acordo com a demanda necessitada pelo

preacutedio portanto podendo variar de acordo com o projeto implantado Para este

estudo seraacute adotado o valor de R$ 7000

Observaccedilatildeo Pelo fato desse trabalho tratar-se de um modelo de

implantaccedilatildeo o custo da energia pode variar de acordo com a demanda necessitada

pelo preacutedio portanto podendo variar de acordo com o uso da bomba Para este

estudo seraacute adotado o valor de R$ 054 que eacute o valor do KwH cobrado pela CEB

Produto Quantidade Valor unitaacuterio (R$) Valor total (R$)

Cx Daacutegua 10000L 14 496090 6945260

Cx Daacutegua 5000L 1 108000 108000

Boacuteia Eleacutetrica 1 2750 2750

Boacuteia Comum 1 1220 1220

Registro de Gaveta

1 3490 3490

Bomba Anauger 1 23000 23000

Filtro 3P VF1 1 22000 22000

Tubulaccedilotildees 7000 7000

Disjuntor 1 1310 1310

Escavaccedilatildeo Msup3 3666 53157

Matildeo de Obra 1 58574 58574

Energia 054 054

Total 13 727154 7704228

382 ndash Caacutelculos de economia e retorno de investimento para um sistema

com fluxo

Partindo dos dados apresentados podemos calcular por apartamento quanto eacute

cobrado pela CAESB a partir dos dados apresentados no capiacutetulo 34

119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119886119901119886119903119905119886119898119890119899119905119900 = 33119901 times 66119871 ~ 217119871

119863119894119886

119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119886119901119886119903119905119886119898119890119899119905119900 119886119900 119898ecirc119904 = 217119871119889119894119886 times 30119863119894119886119904 = 6510119871 119900119906 65101198983

Em que ldquoVTrdquo corresponde ao volume total do preacutedio ldquoVFrdquo ao volume da faixa

que eacute estipulado pela CAESB e ldquoUCrsquosrdquo satildeo as unidades de consumo que eacute correlato

ao nuacutemero de apartamentos existente

Portanto o total a se pagar em um mecircs eacute calculado da seguinte forma

119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 119881119879 times 119879119886119903119894119891119886 119889119890 aacute119892119906119886 + 119879119886119903119894119891119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900

119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 360119898sup3 times 119877$ 265 + 119879119886119903119894119891119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900

119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 954 + 119877$ 954 = 119877$ 1908

Retomando o caacutelculo exposto por L Pereira (Viabilidade

EconocircmicoAmbiental p 15) no subitem anterior temos que o caacutelculo da CAESB

seria feito da seguinte maneira

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119881119886119897119900119903 119889119900 1198983 times 119881119900119897119906119898119890 119888119886119901119905119886119889119900

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 265 times 1451198983

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 38425

Esse caacutelculo eacute equivalente a um mecircs de captaccedilatildeo para os 7 meses

teremos o seguinte

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119890 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 38425 times 7 119898119890119904119890119904 = 119877$ 268975

Conforme foi visto para o caacutelculo da economia de esgoto eacute necessaacuterio

multiplicar o valor do msup3 pelo volume captado e por 08 uma vez que considera-se

20 de perda ou seja para cada 1 litro de aacutegua que chega na residecircncia eacute cobrado

08 litros para o tratamento do esgoto Portanto para um mecircs segue-se

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119881119886119897119900119903 119889119900 1198983 times 119881119900119897119906119898119890 119888119886119901119905119886119889119900 times 08

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900 = 119877$ 265 times 1451198983 times 08

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 3074

ldquoPara o caacutelculo do retorno do investimento divide-se o valor investido pela

economia anual com a implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo e reaproveitamento da

aacutegua pluvialrdquo L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental p 16)

Portanto para 7 meses de chuva tem-se o seguinte

119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 =119881119886119897119900119903 119894119899119907119890119904119905119894119889119900

119864119888119900119899119900119898119894119886 (7119898119890119904119890119904)

119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 = 119877$ 17704228

119877$ 268975 + 119877$ 21518

119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 = 119877$ 7704228

119877$ 484155

119877119890119905119900119903119899119900

119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900= 1591119886119899119900119904

4 ndash Conclusatildeo e Consideraccedilotildees Finais

De acordo com o que foi exposto temos que a implantaccedilatildeo do sistema de

captaccedilatildeo para o aproveitamento de aacuteguas pluviais eacute uma oacutetima alternativa para

substituiccedilatildeo da ldquoaacutegua cinzardquo possibilitando tambeacutem um destino mais correto do

ponto de vista ambiental para a aacutegua que se tornaria esgoto Como eacute de

conhecimento este tipo de meacutetodo eacute utilizado em diversas regiotildees natildeo somente

aquelas que sofrem com escassez de aacutegua

Mesmo sabendo que o Brasil possui um grande potencial hiacutedrico observamos

que uma parcela da populaccedilatildeo natildeo tem consciecircncia quanto ao gasto de aacutegua

gerando um grande desperdiacutecio de forma desnecessaacuteria Portanto partindo de um

pensamento racional um sistema de captaccedilatildeo seria viaacutevel para o aproveitamento da

aacutegua para fins de consumo domeacutestico mais precisamente ldquoaacutegua cinzardquo

Considerando os caacutelculos apresentados a partir da taxa de precipitaccedilatildeo meacutedia

em Brasiacutelia a criaccedilatildeo de um sistema de captaccedilatildeo pluvial predial traz benefiacutecios

econocircmicos e ambientais O projeto torna-se viaacutevel economicamente pois desde

que se faccedila a manutenccedilatildeo de forma adequada do sistema este teraacute uma vida uacutetil

longa e considerando que se obteacutem o retorno do investimento em aproximadamente

16 anos para um sistema com fluxo apoacutes este periacuteodo o sistema passa a ser

lucrativo para o preacutedio que implanta pois o custo eacute dividido no condomiacutenio dentre os

moradores do preacutedio

Analisando do ponto de vista ambiental o desenvolvimento urbano de Brasiacutelia

ocasionou em superfiacutecies impermeaacuteveis dificultando a absorccedilatildeo de aacuteguas pluviais

pelo solo e juntamente com o sistema de redes pluviais e o sistema de drenagem

ultrapassados os alagamentos e enchentes tecircm se tornado constante quando

ocorrem chuvas anormais Com as estimativas feitas neste trabalho eacute possiacutevel que

tais transtornos hiacutedricos urbanos possam ser amenizados a partir da implantaccedilatildeo do

sistema sem que afete o ciclo hidroloacutegico natural Logicamente essa natildeo eacute a

soluccedilatildeo uma vez que ela deve ser apenas um complemento agrave poliacuteticas publicas

poliacuteticas de incentivo entre outras medidas de cunho sustentaacutevel

Em vista disso a implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo e aproveitamento de

aacuteguas pluviais acarretaria em uma significativa melhora ambiental atraveacutes da

substituiccedilatildeo de uma parcela da aacutegua fornecida pela CAESB e possivelmente

mitigando os transtornos hiacutedricos urbanos se aplicado em larga escala

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ABSTRACT

This paper presents the feasibility of implementing a collection

system in Brasilia (DF) more specifically in Superquadra 111 North

With this alternative form of use of rainwater for non-potable

purposes there is a greater awareness of the use of potable water

and consequently a shift in environmental thinking of the population

that may join a rainwater collection system Therefore the system is

designed to capture rainwater and be redirected to the use of gray

water and see how viable is its implementation The data presented

were calculated from estimations involving a difference between the

total cost of setting a rainwater collection system and possible

savings that can be achieved over the time With such a system it is

possible to estimate how much time there is a return from its

implementation and the possibility of a reduction of urban water

disorders and consequently reduce flooding and overflowing which

have become constant in Brasilia

KEYWORDS 1 Environmental Sciences- 2Development

Sustainable 3-Caption System 4 Rainwater - 5 Interdisciplinary

LISTA DE GRAacuteFICOS

Graacutefico 01 Consumo Domeacutestico de Aacutegua

Graacutefico 02 Percentual para Reutilizaccedilatildeo de Aacuteguas Pluviais

LISTA DE TABELAS

Tabela 01 Dados de Precipitaccedilatildeo

Tabela 02 Dimensionamento dos Blocos

Tabela 03 Dimensionamento da Populaccedilatildeo

Tabela 04 Consumo domeacutestico de aacutegua

Tabela 05 Percentual para Reutilizaccedilatildeo de Aacuteguas Pluviais

Tabela 06 Preccedilo dos Produtos do Sistema de Captaccedilatildeo sem Fluxo

Tabela 07 Preccedilo de Manutenccedilatildeo do Sistema de Captaccedilatildeo

Tabela 08 Valor da Tarifa Cobrado pela CAESB

Tabela 09 Preccedilo dos Produtos do Sistema de Captaccedilatildeo com Fluxo

LISTA DE FIGURAS

Figura 01 Tripeacute da Sustentabilidade

Figura 02 Funcionamento de um Sistema de Captaccedilatildeo

Figura 03 Fluxograma do Sistema de Captaccedilatildeo

Figura 04 Conta Discriminada do Condomiacutenio

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

ABNT Associaccedilatildeo Brasileira de Normas Teacutecnicas

AE Aacuterea Aedificandi

AT Aacuterea Total

CAC Superintendecircncia de Atendimento Comercial

CAESB Companhia de Saneamento Ambiental do Distrito Federal

CEB Companhia Energeacutetica de Brasiacutelia

CMMAD Comissatildeo Mundial Sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento

CNUMAD Conferecircncia das Naccedilotildees Unidas para o Meio Ambiente e o

Desenvolvimento

DF Distrito Federal

DS Desenvolvimento Sustentaacutevel

ECOSOC Economic and Social Council of the United Nations

EPA Environmental Protection Agency

GDF Governo do Distrito Federal

IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica

INPE Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais

KwH Quilo Watts Hora

L Litros

Msup2 Metros Quadrados

Msup3 Metros Cuacutebicos

ONU Organizaccedilatildeo das Naccedilotildees Unidas

SABESP Companhia de Saneamento Baacutesico do Estado de Satildeo Paulo

SEMA Secretaria Especial do Meio Ambiente

SNRH Sistema Nacional de Recursos Hiacutedricos

SQN Superquadra Norte

UCrsquos Unidades de Consumo

UNB Universidade de Brasiacutelia

UNG Universidade de Guarulhos

UFSM Universidade Federal de Santa Maria

UFRGS Universidade Federal do Rio Grande do Sul

Sumaacuterio

INTRODUCcedilAtildeO 14

1 ndash Cidades sustentaacuteveis e o Ciclo hidroloacutegico 16

11 - Poliacuteticas Puacuteblicas e a relaccedilatildeo com as cidades sustentaacuteveis definiccedilotildees

aplicaccedilatildeo conceitos 21

2 ndash Sustentabilidade desenvolvimento sustentaacutevel e a sua importacircncia 29

3 ndash A viabilidade de implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo pluvial em Brasiacutelia ndash DF 39

31 ndash Apresentaccedilatildeo de dados 39

32 ndash Aacuteguas pluviais e aacuteguas cinzas 42

33 ndash Meacutetodos de Dimensionamento do Reservatoacuterio 45

34 ndash Anaacutelise de caso para um preacutedio da Superquadra 111 Norte 45

341 ndash Anaacutelise de caso para a Superquadra 111 Norte 48

35 ndash Funcionamento do sistema de captaccedilatildeo 49

351 ndash Dificuldades para implantaccedilatildeo do sistema 52

Tal sistema apresenta como dificuldade o local onde seriam instaladas as

cisternas uma vez que geraria um peso sobre o telhado Dessa forma o sistema

seria instalado no jardim cobrando um custo adicional 52

352 ndash Custo de implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo fechado em um preacutedio 52

36 ndash Taxas e valores cobrados para utilizaccedilatildeo de aacutegua 53

37 ndash Caacutelculos de economia e retorno de investimento para um sistema fechado 56

38 ndash Caacutelculos de dimensionamento para um sistema com fluxo 58

381 ndash Custo de implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo com fluxo em um preacutedio 59

382 ndash Caacutelculos de economia e retorno de investimento para um sistema com

fluxo 61

4 ndash Conclusatildeo e Consideraccedilotildees Finais 63

REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS 65

INTRODUCcedilAtildeO

O problema ambiental urbano assume atualmente um papel importante

para os governos e para a sociedade em geral em muitos paiacuteses pelo fato de

um crescimento significativo de pessoas vivendo no meio urbano acabou

ocasionando em uma degradaccedilatildeo ambiental e de certa forma uma queda na

qualidade de vida da populaccedilatildeo Por isto eacute de suma importacircncia destacar que

os problemas ambientais urbanos como a poluiccedilatildeo o consumo de energia o

gasto descontrolado de aacutegua potaacutevel entre outros forccedilaram o profissionais

ambientais e de outras aacutereas a buscar novas alternativas para a soluccedilatildeo destes

problemas Surgindo assim as cidades sustentaacuteveis que na atualidade satildeo a

chave para uma convivecircncia mais harmoniosa entre meio urbano e o meio

ambiente

Em decorrecircncia do aumento da urbanizaccedilatildeo as aacutereas foram

pavimentadas e cobertas por preacutedios casas monumentos entre outras

edificaccedilotildees ocasionando na impermeabilizaccedilatildeo do solo em aacutereas naturais

Devido a esse fator o ser humano vem demandando novas soluccedilotildees para o

controle e mitigaccedilatildeo de impactos causados pela chuva tais como alagamentos

Os governos de modo geral vecircm encontrando seacuterias dificuldades quanto agraves

questotildees de gestatildeo dos alagamentos em suas aacutereas puacuteblicas Para Brasiacutelia e o

Governo do Distrito Federal esse problema eacute recente e nem tatildeo alarmante

quando comparado aos das grandes capitais brasileiras como Satildeo Paulo ou

Rio de Janeiro Sendo assim eacute necessaacuterio que se tenha uma precauccedilatildeo com o

uso das aacuteguas tratadas para que natildeo haja desperdiacutecio e que as aacuteguas pluviais

possam ser utilizadas em fontes alternativas Com o objetivo de

aproveitamento de aacuteguas pluviais a captaccedilatildeo de aacutegua advinda das chuvas

possui um vieacutes sustentaacutevel do ponto de vista teacutecnico e econocircmico quando

aplicado em sistemas de uso privativo

Portanto cabe ressaltar que esse estudo baseia-se em estimativas e

que visa um projeto de aproveitamento de aacuteguas pluviais que atenda as

demandas de aacutegua natildeo potaacutevel em um preacutedio residencial substituindo uma

parte da aacutegua fornecida pela companhia de abastecimento e tendo como base

a precipitaccedilatildeo de chuva local sendo assim a quantidade de aacutegua pluvial a ser

aproveitada pelo sistema eacute diretamente proporcional agrave aacuterea que se utiliza para

a captaccedilatildeo De forma secundaacuteria o trabalho tambeacutem tenta trazer a captaccedilatildeo de

chuva como uma fonte para amenizar os problemas hiacutedricos urbanos causados

recentemente pelas chuvas em Brasiacutelia-DF

Para atingir os objetivos mencionados o trabalho foi modelado da

seguinte forma

No capiacutetulo I eacute apresentado o surgimento das cidades sustentaacuteveis em

decorrecircncia da necessidade de fontes alternativas para a degradaccedilatildeo

ambiental e utilizaccedilatildeo de recursos naturais A manifestaccedilatildeo dessa busca por

aperfeiccediloamento das cidades baseia-se em conceitos e inter-relaccedilotildees entre

populaccedilatildeo e governo por meio de poliacuteticas puacuteblicas

No capiacutetulo II eacute exposto um histoacuterico da sustentabilidade e do

desenvolvimento sustentaacutevel com a finalidade de contextualizar o leitor e

facilitar a compreensatildeo quanto agrave evoluccedilatildeo do vieacutes ambiental que encontramos

atualmente tornando o entendimento do leitor mais vasto e consequentemente

informaacute-lo sobre a sua importacircncia englobando questotildees ecoloacutegicas poliacuteticas

econocircmicas soacutecias e culturais

No capiacutetulo III eacute apresentada a viabilidade de implantaccedilatildeo do sistema

de captaccedilatildeo em um preacutedio residencial em Brasiacutelia-DF com os dados

coletados a caracterizaccedilatildeo das aacuteguas pluviais e ldquoaacutegua cinzardquo meacutetodos de

dimensionamento do reservatoacuterio anaacutelise de caso para um preacutedio na SQN 111

e a possiacutevel aplicaccedilatildeo do sistema para uma quadra funcionamento do sistema

de captaccedilatildeo e custo de implantaccedilatildeo desse sistema taxas e valores cobrados

pela CAESB para utilizaccedilatildeo de aacutegua e os caacutelculos de economia e retorno do

investimento

Por fim no capiacutetulo IV apresentam-se as consideraccedilotildees finais e a

conclusatildeo sobre o estudo realizado

1 ndash Cidades sustentaacuteveis e o Ciclo hidroloacutegico

Atualmente os problemas ambientais vecircm sendo o grande destaque do

cenaacuterio global tanto pela accedilatildeo antroacutepica como pelos desastres naturais Tais

problemas preocupam natildeo soacute a geraccedilatildeo atual como as geraccedilotildees futuras

dando assim a iniciativa para criaccedilatildeo de novas tecnologias meacutetodos e

conceitos

A partir de problemas como a extinccedilatildeo de recursos naturais o ser

humano tem dado prioridade a novas fontes para esses recursos tanto em

novas alternativas de obtenccedilatildeo como nas formas de reduzir o gasto

exacerbado Dessa forma as cidades entram como principal ator para criaccedilatildeo

de alternativas de mitigar os problemas ambientais focando no

reaproveitamento de mateacuteria reduccedilatildeo de uso dos combustiacuteveis foacutesseis formas

alternativas de obtenccedilatildeo de energia aproveitamento de aacuteguas pluviais e

possiacuteveis reduccedilotildees nos transtornos urbanos Assim o conceito de cidades

sustentaacuteveis cria um alicerce e torna-se base para que as cidades tomem a

iniciativa de serem o modelo de reduccedilatildeo dos problemas ambientas

Segundo a Organizaccedilatildeo das Naccedilotildees Unidas (ONU) pouco mais da

metade da populaccedilatildeo mundial vive em zonas urbanas desde o ano de 2006

Por isso conclui-se que de fato o mundo eacute urbano

Atualmente o problema urbano de modo geral possui grande

importacircncia para a sociedade e os governos em geral em diversos paiacuteses

Devido a esse crescimento desenfreado do nuacutemero de pessoas vivendo nas

cidades e conseguinte reduccedilatildeo na qualidade de vida deve-se considerar que

as cidades configuram uma das maiores potenciais de utilizaccedilatildeo energeacutetica e

de degradaccedilatildeo do meio ambiente ocasionando a criaccedilatildeo de meacutetodos para o

direcionamento correto do crescimento urbano e monitoramento dessas

alteraccedilotildees ambientais

A urbanizaccedilatildeo trouxe fortes aliados que geram transtornos e devido a

esse aumento de pessoas vivendo em cidades a preocupaccedilatildeo com problemas

urbanos tornou-se destaque para a criaccedilatildeo do conceito de cidades

sustentaacuteveis Mas o que viria a ser ldquocidades sustentaacuteveisrdquo De forma baacutesica e

sem aprofundamento cidades sustentaacuteveis satildeo aquelas que visam meacutetodos e

praacuteticas eficientes para a preservaccedilatildeo do meio ambiente sem deixar de

almejar o desenvolvimento econocircmico e a melhoria na qualidade de vida da

populaccedilatildeo Sendo assim ldquoa sustentabilidade eacute vista como algo bom desejaacutevel

consensual a definiccedilatildeo que vai prevalecer vai construir autoridade para que se

discriminem em seu nome as boas praacuteticas das ruinsrdquo (Acselrad 1999 p 80)

Para melhor esclarecimento o conceito de sustentabilidade associado

ao desenvolvimento das cidades ldquotem origem nas rearticulaccedilotildees poliacuteticas pelas

quais um certo nuacutemero de atores envolvidos na produccedilatildeo do espaccedilo urbano

procuram dar legitimidade as suas perspectivas evidenciando a

compatibilidade delas com os propoacutesitos de dar durabilidade ao

desenvolvimento de acordo com os propoacutesitos da Agenda 21 resultante da

Conferecircncia da ONU sobre Desenvolvimento e Meio Ambienterdquo (Acselrad

1999 p 81) Para tanto o governo deve ter um planejamento para que possa

tomar medidas no sentido de amenizar os transtornos urbanos e ambientais

decorrentes da accedilatildeo antroacutepica Diversas estrateacutegias devem ser implementadas

para que se possa promover o conceito de cidades sustentaacuteveis e priorizar a

qualidade de vida urbana em toda sua abrangecircncia partindo do princiacutepio da

anaacutelise criacutetica da condiccedilatildeo atual de desenvolvimento das cidades pensando no

contexto na qual se encontram

Segundo Magalhatildees (2006 p 2) no inicio a sustentabilidade urbana

sofreu bastante em questotildees poliacuteticas pois o ldquodiscurso mais estabelecido dos

projetos urbanos agrave temaacutetica ambiental estaacute longe de ser o centro das

preocupaccedilotildees Quando muito ela eacute considerada do ponto de vista do

provimento de aacutereas livres dentro dos espaccedilos urbanos mas mesmo essas

satildeo destinadas agrave intensa movimentaccedilatildeo imaginada para as aacutereas

requalificadas ou revitalizadasrdquo

Poreacutem devido a estudos tornou-se possiacutevel ampliar os horizontes e

perceber que a sustentabilidade tem sido aplicada junto aos objetivos da

cidade a partir da Agenda 21 e da noccedilatildeo do que eacute desenvolvimento

sustentaacutevel Contudo esses novos interesses surgiram a partir dos distuacuterbios

causados aos habitantes sendo esses distuacuterbios ambientais ou natildeo Essa

participaccedilatildeo mais ativa da populaccedilatildeo remete a uma das vertentes expostas por

Acselrad (1999) de que a sustentabilidade urbana deve estar associada natildeo

somente agraves poliacuteticas puacuteblicas mas tambeacutem ao modelo ldquocidade-empresardquo no

qual a cidade torna-se atrativo de investimentos para a implementaccedilatildeo de

meacutetodos alternativos de sustentabilidade

Para Magalhatildees (2006 p 5) ldquoa noccedilatildeo de risco tornou-se parte de

diversos aspectos do dia a dia das pessoas fazendo-as corresponsaacuteveis pelos

efeitos de suas accedilotildeesrdquo portanto eacute necessaacuterio que se tenha um controle

governamental a partir de poliacuteticas puacuteblicas das accedilotildees individuais de seus

habitantes com o proposito de reduzir os riscos de agravantes nas cidades

Cabe ressaltar que uma questatildeo importante a ser vista eacute que os

problemas causados nas cidades natildeo refletem apenas nas cidades em si mas

tambeacutem nas aacutereas que a circundam e em outras localidades o que obriga a

rever o pensamento de que cidades sustentaacuteveis englobam apenas a proacutepria

cidade

Segundo Magalhatildees (2006 p 6 apud Satterhwaite 2004 p 134) ldquopara

avanccedilar e alcanccedilar meacutetodos de desenvolvimento sustentaacutevel o desempenho

ambiental das cidades deve melhorar natildeo apenas em termos de qualidade

ambiental dentro dos seus limites mas tambeacutem em termos de reduccedilatildeo da

transferecircncia de custos ambientais para outras pessoas outros ecossistemas

ou para o futurordquo A partir desse pensamento nota-se que o conceito de

cidades sustentaacuteveis vai aleacutem da consolidaccedilatildeo da sustentabilidade urbana

afirmando que cidades sustentaacuteveis satildeo um projeto que necessita de um

extenso processo e natildeo algo preacute-definido visando mais de um objetivo comum

Na visatildeo de Magalhatildees (2006 p 8) ldquotal processo deve envolver questotildees aleacutem

das estritamente ambientais uma melhor definiccedilatildeo de que propostas poderatildeo

contribuir para o seu avanccedilo a criatividade na concepccedilatildeo de bons projetos e a

capacidade de se evitar os falsos atalhosrdquo

Sendo assim para a construccedilatildeo de projetos de cidades sustentaacuteveis eacute

necessaacuterio que se tenha uma visatildeo ampla e com diferentes abordagens desse

processo de urbanizaccedilatildeo Para o projeto de cidades sustentaacuteveis eacute necessaacuterio

que se tenha trecircs abordagens a espacial que vislumbra a anaacutelise das relaccedilotildees

metaboacutelicas operadas pela cidade compreendendo territoacuterios distantes a

temporal uma vez que pleiteia geraccedilotildees futuras e a conceitual que exige um

enfoque transdisciplinar

Magalhatildees (2006 p 9 apud Peter Brand 1999 p 10) faz uma anaacutelise

sobre a implementaccedilatildeo dessas abordagens ldquo uma metaacutefora social como

cidade sustentaacutevel ou desenvolvimento urbano sustentaacutevel nunca pode ser

uma meta objetiva e sim uma gama de possibilidades abertas cujas

prioridades satildeo determinadas pelas urgecircncias do presenterdquo Com essa

ampliaccedilatildeo do conceito de sustentabilidade urbana percebe-se que haacute uma

nova utopia com um ideal diferenciado de cidade tendo como base accedilotildees

voltadas para o meio ambiente e a reduccedilatildeo da desigualdade causada pelos

transtornos ambientais dando prioridade a uma parte relevante de sua mateacuteria

e energia para a organizaccedilatildeo e manutenccedilatildeo interna e depois ao crescimento

da cidade Entatildeo por que seguir algo utoacutepico Coloco em pauta uma frase

destacada por Galeano (1993 p 230) na qual ele expotildee -ldquoA utopia estaacute laacute no

horizonte Me aproximo dois passos ela se afasta dois passos Caminho dez

passos e o horizonte corre dez passos Por mais que eu caminhe jamais

alcanccedilarei Para que serve a utopia Serve para isso para que eu natildeo deixe de

caminharrdquo

Com essas colocaccedilotildees Magalhatildees (2006 p 16) expotildee a criaccedilatildeo de

uma ideia de ldquodesempenho ambiental urbanordquo o qual mostra um conceito

mensuraacutevel e comparaacutevel junto com a ampliaccedilatildeo de niacuteveis de justiccedila ambiental

locacional e de democracia nas cidades que se torna uacutetil para construccedilatildeo de

paracircmetros de atuaccedilatildeo Essa ideia mostra que o urbanismo tem muito a

contribuir

Atualmente haacute muitos estudos cientiacuteficos que satildeo voltados para a crise

ambiental que vivemos que teve como origem a pressatildeo do crescimento

populacional sobre as aacutereas verdes e pelo modo de vida ocidental como a alta

produccedilatildeo e consumo exagerado Nesse contexto retomamos que as cidades

tecircm sido o principal fator e foco gerador dessa crise ambiental e que agora

concentramos as poliacuteticas puacuteblicas voltadas para o desenvolvimento urbano

como grande objetivo

Tanto pesquisadores atraveacutes de estudos quanto a sociedade atraveacutes

da miacutedia que divulga os riscos ambientais decorrentes das novas formas de

produccedilatildeo e seus efeitos alertam a populaccedilatildeo da gravidade causada e assim

provocam uma preocupaccedilatildeo generalizada acerca do problema ambiental

Sendo assim uma reflexatildeo deve ser feita sobre o conceito de cidade

sustentaacutevel uma vez que as cidades concentram a maior fonte de poluiccedilatildeo e

produccedilatildeo de resiacuteduos aleacutem de consumirem parte da energia do planeta

Como foi dito anteriormente cidades sustentaacuteveis devem pensar aleacutem

da proacutepria localidade mas para ter essa abordagem eacute necessaacuterio focar

primeiramente em uma escala local Para Schussel (2004 p 63 apud

Camagni 2001 p 345) ldquoeacute mais eficaz enfrentar um mesmo problema

localmente (em termos tanto de efeito como de autoridades) do que enfrentaacute-

los globalmente (onde as autoridades satildeo frequentemente ausentes os

agentes poluidores longiacutenquos as interdependecircncias das accedilotildees dos diferentes

sujeitos mais elevadas onde tambeacutem a incertitude sobre a grandeza dos

fenocircmenos e seus encadeamentos causais eacute maior)rdquo Com esse ponto de vista

eacute importante que se deva dar uma atenccedilatildeo ao processo de mudanccedila da

aprendizagem coletiva das cidades com uma interaccedilatildeo saudaacutevel entre a

economia tecnologia e meio ambiente

Eacute importante ressaltar que a implantaccedilatildeo de cidades sustentaacuteveis

juntamente com a gestatildeo do meio ambiente urbano possui uma alta

complexidade para a sociedade moderna ao analisar que natildeo devemos

apenas pensar na conservaccedilatildeo dos recursos ambientais mas tambeacutem

devemos nos atentar ao transporte puacuteblico para reduccedilatildeo da emissatildeo de gases

poluentes melhorar a mobilidade urbana diminuindo consideravelmente o

traacutefego de veiacuteculos dar incentivo e propiciar accedilotildees para a utilizaccedilatildeo de

transportes alternativos como bicicletas otimizar a utilizaccedilatildeo do espaccedilo

urbano devemos ainda criar mais espaccedilos verdes voltados para o lazer da

populaccedilatildeo criar programas voltados para a arborizaccedilatildeo dos espaccedilos puacuteblicos

destinar adequadamente o lixo urbano aplicar programas educacionais

voltados para o desenvolvimento sustentaacutevel investir em educaccedilatildeo de

qualidade para uma boa instruccedilatildeo da populaccedilatildeo favorecer a economia local

dinacircmica e sustentaacutevel e criar accedilotildees para a utilizaccedilatildeo racional da aacutegua

juntamente com o aproveitamento de aacuteguas pluviais

A autora Silva (Poliacuteticas Puacuteblicas e Estrateacutegias de Sustentabilidade

Urbana p 1 apud Metzger 1994) cujo inventaacuterio realizado sobre trabalhos de

ecologia urbana e meio ambiente urbano identifica trecircs concepccedilotildees distintas A

primeira trata da natureza na cidade no qual Metzger fez estudos referentes

aos elementos bioloacutegicos do meio urbano no que diz respeito agrave preservaccedilatildeo

dos espaccedilos verdes e dos elementos fiacutesico naturais da cidade A segunda

concepccedilatildeo do meio ambiente urbano estaacute relacionada aos riscos da cidade e

na cidade aos problemas ambientais enfrentados pela populaccedilatildeo e como

esses problemas afetam a qualidade de vida da mesma Por fim a uacuteltima

vertente que visa mensurar o problema de gestatildeo ou administraccedilatildeo da cidade

tratando das poliacuteticas puacuteblicas sob uma visatildeo do uso do solo e a influecircncia que

as questotildees ambientais causam na determinaccedilatildeo das poliacuteticas puacuteblicas

11 - Poliacuteticas Puacuteblicas e a relaccedilatildeo com as cidades sustentaacuteveis

definiccedilotildees aplicaccedilatildeo conceitos

Eacute necessaacuterio que sejam identificados os locais de atuaccedilatildeo das poliacuteticas

puacuteblicas que tecircm como objetivo a sustentabilidade urbana mas analisando

previamente as mudanccedilas que ocorreram no acircmbito das accedilotildees governamentais

que ocasionaram a adoccedilatildeo de determinadas poliacuteticas puacuteblicas como

estrateacutegias e diretrizes da proacutepria accedilatildeo governamental e dos indiviacuteduos

Mas o que satildeo poliacuteticas puacuteblicas e por que as poliacuteticas puacuteblicas satildeo

consideradas tatildeo importantes quando se trata da sustentabilidade urbana

Segundo Silva (Poliacuteticas Puacuteblicas e Estrateacutegias de Sustentabilidade Urbana p

2 apud Bucci 2002 p 241) poliacuteticas puacuteblicas ldquosatildeo programas de accedilatildeo

governamental para um setor da sociedade ou um espaccedilo geograacutefico

buscando a concretizaccedilatildeo de determinados objetivos e metasrdquo e destaca ainda

que ldquosatildeo programas de accedilatildeo governamental visando a coordenar os meios agrave

disposiccedilatildeo do Estado e as atividades privadas para a realizaccedilatildeo de objetivos

socialmente relevantes e politicamente determinadosrdquo

Quando relacionadas agrave cidadania as poliacuteticas puacuteblicas encontram

dificuldade para alcanccedilar a sustentabilidade urbana jaacute que devem assegurar

uma vida harmocircnica entre o habitante e o meio ambiente Isso ocorre devido a

globalizaccedilatildeo dos espaccedilos em que satildeo levantadas novas tecnologias e haacute o

problema da crescente urbanizaccedilatildeo Esse enfoque possui alguns princiacutepios

que devem ser levados em consideraccedilatildeo princiacutepios esses que guiam as

poliacuteticas puacuteblicas no meio ambiente urbano Esses princiacutepios satildeo destacados e

relacionados por Silva (Poliacuteticas Puacuteblicas e Estrateacutegias de Sustentabilidade

Urbana p 5) como o princiacutepio do interesse puacuteblico na proteccedilatildeo do meio

ambiente urbano sobre os interesses privados o princiacutepio da realizaccedilatildeo de

uma avaliaccedilatildeo preacutevia dos impactos ambientais advindos da accedilatildeo antroacutepica ou

natural o princiacutepio de que o Estado deve intervir na defesa e proteccedilatildeo do meio

ambiente e do meio ambiente urbano o princiacutepio da funccedilatildeo da funccedilatildeo

socioambiental da propriedade urbana o princiacutepio da participaccedilatildeo da

sociedade e da gestatildeo democraacutetica da cidade e o princiacutepio da garantia do

direito a cidades sustentaacuteveis

Cabe ressaltar que apesar de existirem tantos princiacutepios que devem ser

vistos como diretriz a realidade foge um pouco do que eacute mostrado na teoria jaacute

que as poliacuteticas puacuteblicas seguem programas finaliacutesticos que satildeo flexiacuteveis e

quando relacionados agraves exigecircncias legais devem ser diferenciados de acordo

com o grau de finalizaccedilatildeo da accedilatildeo e de imperatividade das normas

Quando tratamos do urbano e do meio ambiente as politicas puacuteblicas

devem ser integradas e possuiacuterem uma interaccedilatildeo entre si como por exemplo

ao tratar das poliacuteticas de habitaccedilatildeo natildeo se pode deixar de levar em

consideraccedilatildeo as poliacuteticas de saneamento ambiental ou entatildeo ao tratar de

poliacuteticas de transporte puacuteblico e mobilidade urbana deve-se considerar a

proacutepria poliacutetica ambiental Sendo assim os programas e projetos

governamentais devem contemplar os aspectos ambientais urbanos sociais e

econocircmicos

Para Silva (Poliacuteticas Puacuteblicas e Estrateacutegias de Sustentabilidade Urbana

p 6) ldquose os planos satildeo obrigatoacuterios para o setor puacuteblico para o setor privado

eles satildeo indicativosrdquo Reforccedilando o conceito de poliacuteticas puacuteblicas essas podem

ser definida como ldquoprocesso - ou conjunto de processos - que culmina na

escolha racional e coletiva de propriedades para definiccedilatildeo dos interesses

puacuteblicos reconhecidos pelo direitordquo sendo que quando se diz respeito a

direitos todos tecircm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado

englobando tambeacutem o meio ambiente urbano Portanto quando eacute utilizado o

termo ldquourbanordquo para qualificar o meio ambiente natildeo significa que haacute uma

segregaccedilatildeo classificatoacuteria do meio ambiente o adjetivo ldquourbanordquo vem como

uma proposta de demarcar a problemaacutetica ambiental em um determinado

espaccedilo geograacutefico - no caso as cidades - sem deixar de considerar os fatores

que nelas estatildeo inseridos como os sociais e os ambientais

Assim para empregar poliacuteticas puacuteblicas visando a sustentabilidade

urbana deve-se repensar o modelo de desenvolvimento da cidade juntamente

com o modo de vida da populaccedilatildeo e a conscientizaccedilatildeo da mesma apoiando-se

nas relaccedilotildees sociais e econocircmicas exercidas na cidade sem deixar de

considerar essas interaccedilotildees como propulsoras do direito agrave cidade sustentaacutevel

Para ratificar inciso I do art 2ordm do Estatuto da Cidade - Lei n 10257 de

10 de julho de 2001 reconhece entre as diretrizes de poliacuteticas puacuteblicas

expostas o direito a cidades sustentaacuteveis De acordo com essa lei esse direito

proporciona o direito a terra urbana agrave moradia ao saneamento ambiental agrave

infraestrutura urbana aos serviccedilos puacuteblicos em geral ao trabalho e ao lazer

tanto para as geraccedilotildees atuais como para as futuras

Sendo assim as cidades devem desenvolver-se respeitando a

sustentabilidade por isso o desenvolvimento urbano deve ser feito sem

degradaccedilatildeo possibilitando uma vida urbana digna e igualitaacuteria Contudo as

cidades necessitam de mudanccedilas diversos pontos de vista reformulaccedilatildeo das

poliacuteticas puacuteblicas e criaccedilatildeo de novas e soluccedilotildees sobre como interagir no dia a

dia com o local que vivemos A partir dessa visatildeo destaco o que eacute exposto por

Acselrad (1999 p 86) em que ldquoacredita-se que quando o crescimento urbano

natildeo eacute acompanhado por investimentos em infraestrutura a oferta de serviccedilos

urbanos natildeo acompanha o crescimento da demanda A falta de investimentos

na manutenccedilatildeo dos equipamentos urbanos viraacute por sua vez acentuar o deacuteficit

na oferta de serviccedilos o que se rebateraacute especialmente na forma de

segmentaccedilatildeo socioterritorial entre as populaccedilotildees atendidas e natildeo atendidas

por tais serviccedilosrdquo

Apoacutes tratar de um modo geral cidades sustentaacuteveis e a sustentabilidade

urbana eacute interessante analisar o caso brasileiro Infelizmente a preocupaccedilatildeo

ambiental brasileira foi tardia e a evoluccedilatildeo foi lenta Em questotildees de

urbanizaccedilatildeo houve uma transformaccedilatildeo estrutural de ordem socioeconocircmica

reformulando a ocupaccedilatildeo do territoacuterio nacional ocasionando em impactos

ambientais e no dado de que cerca de 80 da populaccedilatildeo brasileira mora em

aacutereas urbanas Mas ao decorrer do tempo a questatildeo ambiental foi ligada ao

social os pensamentos acerca desse tema tiveram uma nova percepccedilatildeo

Como exemplo temos o caso dos recursos hiacutedricos em que a legislaccedilatildeo teve

o cuidado de considerar aleacutem do aspecto ambiental os aspectos sociais e

econocircmicos

Foi criado o Sistema Nacional de Recursos Hiacutedricos (SNRH) que no

texto de Schussel (2004 p 65) satildeo expostas a valoraccedilatildeo da aacutegua como bem

econocircmico a prioridade do abastecimento puacuteblico em detrimento da produccedilatildeo

de energia e a gestatildeo compartilhada entre usuaacuterios poder puacuteblico e sociedade

civil de bacias hidrograacuteficas por meio da implantaccedilatildeo dos ldquoComitecircs de Baciardquo

Essa questatildeo de integraccedilatildeo do ambiental ao social e econocircmico ocorreu

na deacutecada de 80 em que Silva (Poliacuteticas Puacuteblicas e Estrateacutegias de

Sustentabilidade Urbana p 2 apud Ribeiro 2001 p 134-135) destaca ldquoa

questatildeo urbana eacute integrada agrave questatildeo social e as representaccedilotildees antiurbanas

satildeo substituiacutedas pelo diagnoacutestico orientado por ideais republicanos de justiccedila

social e democracia A tarefa do pensamento e da accedilatildeo dos urbanistas passa a

ser o fazer coincidir a cidade e a cidadaniardquo Apesar do atraso na aplicaccedilatildeo do

pensamento ambiental - no caso o de cidades sustentaacuteveis - atualmente o

Brasil apresenta um niacutevel consideraacutevel de desenvolvimento tecnoloacutegico e social

que podem retardar a degradaccedilatildeo e os malefiacutecios causados nas cidades E por

que natildeo ocorre tal melhoria no setor ambiental urbano O Brasil carece de

poliacuteticas puacuteblicas que sirvam para o propoacutesito ambiental sem contar a falta de

instruccedilatildeo ambiental de uma boa parcela da sociedade Isso eacute confirmado com

as atitudes da populaccedilatildeo no texto de Loureiro e De Gregori (Revista Eletrocircnica

do Curso de Direito ndash UFSM p 459) eacute exposto que ldquoo lixo jogado nas ruas

causa entupimento de bueiros o que dificulta o escoamento da aacutegua da chuva

Aleacutem disso mesmo quando ocorre escoamento a aacutegua leva detritos

diretamente para o curso dos rios coacuterregos mananciais entre outros Em

razatildeo do exposto um meio indireto mas eficiente de se poluir a aacuteguardquo

Desse modo termo ldquosustentabilidaderdquo atrelado agraves necessidades

urbanas merece se conciliado de certa maneira que o ser humano produza

desenvolvimento e tambeacutem conserve o meio ambiente Portanto para o Brasil

os modelos que devem ser desenvolvidos nas cidades precisam ser justos

eacuteticos e sustentaacuteveis abrangendo todas as classes sociais e sendo igualitaacuterio

trazendo assim a concepccedilatildeo de que as transformaccedilotildees natildeo necessariamente

devem partir do governo e sim das accedilotildees que integrem os cidadatildeos

almejando a sustentabilidade Quando se diz ldquoas accedilotildees que integrem os

cidadatildeosrdquo na verdade o que se busca expressar eacute que a atitude deve partir da

populaccedilatildeo e natildeo do governo pois tais accedilotildees promovidas pela populaccedilatildeo as

aproximam das poliacuteticas puacuteblicas gerando melhores oportunidades e formas

alternativas de sistemas igualitaacuterios quando relacionados a exposiccedilatildeo de riscos

ambientais Tudo isso para oferecer um ambiente urbano com um

desenvolvimento em equiliacutebrio ambientalmente sustentaacutevel e socialmente

justo

Retomando o Artigo 2ordm do Estatuto da Cidade Loureiro e De Gregori

(Revista Eletrocircnica do Curso de Direito ndash UFSM p 462) expotildeem que houve

uma mudanccedila de paradigma ao se pensar em ambientes urbanos assim

expondo trecircs objetivos a serem alcanccedilados com as cidades ldquoo primeiro seria

um ambiente destinado agrave moradia de um acuacutemulo de comunidades jaacute em uma

segunda perspectiva seria um ambiente de poliacuteticas a fim de atingir funccedilatildeo

social urbana e por fim a garantia de ambientes urbanos como um meio

sustentaacutevel e sadio de desenvolvimentordquo Eacute importante ressaltar que esse

ponto de vista reflete que soacute seraacute possiacutevel assegurar um ambiente urbano para

a presente geraccedilatildeo e para as futuras partindo da preservaccedilatildeo do meio

ambiente

Portanto diversas iniciativas podem tornar o ambiente urbano em cidade

sustentaacutevel o que procura promover uma estabilidade e um equiliacutebrio agraves

cidades com uma visatildeo a longo prazo O processo de implantaccedilatildeo de cidades

sustentaacuteveis no Brasil deve primeiramente partir de accedilotildees individuais ou

privadas e articulada agraves poliacuteticas puacuteblicas para que haja uma eficiecircncia na

aplicabilidade sem desconsiderar que haacute uma possibilidade de gerar um

sistema insustentaacutevel Por que pode se tornar um sistema insustentaacutevel

Segundo Loureiro e De Gregori (Revista Eletrocircnica do Curso de Direito ndash

UFSM p 465 apud Godard 1990 p40-45) ldquoa insustentabilidade exprime

assim a incapacidade de as poliacuteticas puacuteblicas adaptarem a oferta de serviccedilos

urbanos agrave quantidade e agrave qualidade das demandas sociais provocando um

ldquodesequiliacutebriordquo entre necessidades cotidianas da populaccedilatildeo e os meios de as

satisfazer entre a demanda por serviccedilos urbanos e os investimento em redes e

infraestruturardquo

Jaacute que a realidade brasileira exprime uma grande distorccedilatildeo do que eacute

apresentado nos estudos como conseguir implantar uma cidade sustentaacutevel e

assim suportaacute-la Primeiramente eacute necessaacuterio ampliar o ponto de vista natildeo se

prendendo agraves poliacuteticas puacuteblicas em segundo plano eacute preciso que se tenha uma

accedilatildeo coletiva da populaccedilatildeo atraveacutes da conscientizaccedilatildeo ou de accedilotildees que

promovam a sustentabilidade dentro da cidade

Eacute importante ressaltar que natildeo se pode descartar as poliacuteticas puacuteblicas

mas tambeacutem natildeo se pode esperar que elas resolvam todos os problemas

presentes na cidade Sendo assim para que uma cidade torne-se sustentaacutevel eacute

preciso que as accedilotildees realizadas pela populaccedilatildeo sejam emparelhadas com as

poliacuteticas puacuteblicas aplicadas pelo governo No Brasil haacute cidades que satildeo

consideradas sustentaacuteveis mas essas cidades optaram apenas por um

planejamento urbano voltado para reconstituiccedilatildeo de aacutereas verdes

aprimoramento nas soluccedilotildees urbaniacutesticas e na tecnologia do transporte urbano

Tais accedilotildees natildeo devem ser desconsideras e sim exaltadas pelo funcionamento

adequado e promoccedilatildeo da sustentabilidade urbana Outras questotildees tatildeo

importantes quanto satildeo deixadas de lado pelo governo e nesse caso deve-se

ter uma aplicaccedilatildeo da sociedade para que ganhe uma visatildeo e assim sejam

aplicadas poliacuteticas puacuteblicas voltadas para tais questotildees

Em especiacutefico coloco o problema hiacutedrico que tem assolado vaacuterias

cidades do paiacutes por trazer prejuiacutezos de forma direta e indireta a populaccedilatildeo O

problema hiacutedrico brasileiro natildeo eacute apenas o causado pela estiagem e falta de

aacutegua em algumas localidades ele tambeacutem eacute expresso pelas chuvas

torrenciais Em face disso eacute importante unir o uacutetil ao agradaacutevel Vale expor que

em decorrecircncia do aumento da urbanizaccedilatildeo as aacutereas foram pavimentadas e

cobertas por preacutedios casas monumentos entre outras edificaccedilotildees

ocasionando na impermeabilizaccedilatildeo do solo em aacutereas naturais Devido a esse

fator o ser humano vem demandando novas soluccedilotildees e poliacuteticas puacuteblicas para

o controle e mitigaccedilatildeo de impactos causados pela chuva tais como

alagamentos

Os governos de modo geral vecircm encontrando seacuterias dificuldades

quanto agraves questotildees de gestatildeo dos alagamentos em suas aacutereas puacuteblicas Para

Brasiacutelia e o Governo do Distrito Federal esse problema eacute recente e nem tatildeo

alarmante quando comparado aos das grandes capitais brasileiras como Satildeo

Paulo ou Rio de Janeiro Portanto eacute necessaacuterio que se tenha uma precauccedilatildeo

com o uso das aacuteguas tratadas para que possam ser utilizadas fontes

alternativas Com o objetivo de aproveitamento de aacuteguas pluviais a captaccedilatildeo

de aacutegua advinda das chuvas possui um vieacutes sustentaacutevel do ponto de vista

teacutecnico e econocircmico quando aplicado em sistemas de uso privativo Cabe

ressaltar que esse estudo visa aliar o conceito de cidades sustentaacuteveis a partir

da iniciativa privada agraves necessidades encontradas na cidade de Brasiacutelia no

caso de um projeto de aproveitamento de aacuteguas pluviais que atenda a

demanda de aacutegua natildeo potaacutevel tendo como base a precipitaccedilatildeo de chuva local

sem desconsiderar o ciclo hidroloacutegico para que natildeo ocorra um desequiliacutebrio do

mesmo e ocasione mais desastres ambientais

Tal sistema tem como objetivo gerar uma fonte de aacutegua natildeo potaacutevel

para uso diaacuterio em sistemas prediais como descarga limpeza do preacutedio

irrigaccedilatildeo de jardins disponibilidade para lavagem de automoacuteveis entre outras

possibilidades gerando uma economia da aacutegua utilizada e consequentemente

uma economia monetaacuteria Aleacutem desse objetivo reducionista de gasto e aacutegua

haacute tambeacutem a possibilidade da reduccedilatildeo de transtornos hiacutedricos urbanos

Portanto ao abordar sobre poliacuteticas puacuteblicas eacute de suma importacircncia

compreender que o ldquodesenvolvimento sustentaacutevel eacute um processo de

aprendizagem social de longo prazo que por sua vez eacute direcionado por

poliacuteticas puacuteblicas orientadas por um plano de desenvolvimento nacionalrdquo

(Barbosa 2008 p 6) O conceito de desenvolvimento sustentaacutevel seraacute melhor

apresentado no capiacutetulo seguinte

2 ndash Sustentabilidade desenvolvimento sustentaacutevel e a sua

importacircncia

Inicio esse capiacutetulo com uma frase de Nascimento (2012 p 57) em que

se queremos sugerir uma sustentabilidade para toda a sociedade eacute necessaacuterio

que tenhamos uma ldquolinha transversal a eacutetica solidaacuteria com os excluiacutedos de hoje

para que natildeo haja excluiacutedos amanhatilderdquo

Por que a sustentabilidade eacute algo importante para noacutes Eacute necessaacuterio

que seja de conhecimento geral de que estamos ameaccedilados em todos os

aspectos ligados agrave utilizaccedilatildeo de recursos naturais e aproveitamento dos

mesmos Portanto haacute uma conexatildeo direta ao desenvolvimento sustentaacutevel

Nascimento (2012 p 58) ainda aponta que ldquoateacute meados do seacuteculo XX a

humanidade temia basicamente duas grandes extinccedilotildees ndash uma externa

(choque de um grande meteorito como aparentemente ocorreu haacute 65 milhotildees

de anos extinguindo os dinossauros) e outra interna (o advento de uma

epidemia desconhecida e incontrolaacutevel) Em meados do seacuteculo passado foi

acrescida mais uma ameaccedila provinda dos proacuteprios seres humanos a bomba

atocircmica O seu poder de destruiccedilatildeo ficou evidente com as explosotildees de

Hiroshima e Nagasakirdquo Sendo assim eacute perceptiacutevel que o estilo de vida de alta

produccedilatildeo e consumo vigente nos leva a crer que um desastre eacute cada vez mais

plausiacutevel

ldquoQue a economia estaacute em um conflito com os sistemas naturais do

planeta eacute uma evidecircncia que ressalta das informaccedilotildees cotidianas sobre o

desaparecimento das zonas de pesca reduccedilatildeo das florestas a erosatildeo do

solo e o desaparecimento de espeacuteciesrdquo (Nascimento 2012 p 58 apud

Brown 2003 p14) Portanto a crise ambiental aponta um desgaste das

condiccedilotildees ldquonormaisrdquo de vida no planeta Terra Segundo Nascimento (2012 p

58) ldquo[] eacute possiacutevel caso o cenaacuterio mais pessimista do aquecimento global

venha a se confirmar que uma nova possibilidade de auto extinccedilatildeo seja criada

no final desse seacuteculordquo Desta forma o atual modelo de vida natildeo deteriora

apenas o meio ambiente tambeacutem prejudica a vida humana e para que sejam

reduzidos esses transtornos agrave vida humana eacute preciso que iniciativas e

alternativas sejam criadas por meio de inovaccedilotildees tecnoloacutegicas para que haja

uma saiacuteda

ldquoA crise ambiental assumiu contornos mais graves com a percepccedilatildeo da

responsabilidade antroacutepica do aquecimento global e a dinacircmica de ascensatildeo

de um contingente humano mais significativo no mercado de consumordquo

(Nascimento 2012 p 61) Quando a crise ambiental se tornou algo de suma

importacircncia Quando como e por que a sustentabilidade e o desenvolvimento

sustentaacutevel se tornaram relevantes para o combate agrave crise ambiental Eacute

necessaacuterio compreender que a sustentabilidade possui dois vieses quando

relacionada agrave sua origem Uma de suas origens tem base na biologia mais

precisamente na ecologia a qual atribui o conceito de resiliecircncia ndash capacidade

de recuperaccedilatildeo e reproduccedilatildeo dos ecossistemas ndash perante as degradaccedilotildees

antroacutepicas com o uso exacerbado dos recursos naturais Ainda relacionado agrave

ecologia haacute as causas naturais como terremotos fogo tsunamis pragas

entre outros O outro vieacutes de origem da sustentabilidade adveacutem da economia

como o adjetivo do desenvolvimento diante da visibilidade que ganhou ao

longo do seacuteculo XX referente ao padratildeo de consumo desenvolvido ao redor do

mundo (Nascimento 2012 p 51)

Segundo Nascimento a ideia de sustentabilidade como enfoque

mundial tem origem na deacutecada de 1950 O surgimento e a importacircncia desse

termo ocorrem devido a um risco ambiental global a poluiccedilatildeo nuclear ldquoOs seus

indiacutecios alertaram os seres humanos de que estamos em uma nave comum e

que problemas ambientais natildeo estatildeo restritos a territoacuterios limitadosrdquo

(Nascimento 2012 p 2) Segundo Nascimento (2012 p 52 apud Machado

2005) ldquoA ocorrecircncia de chuvas radiativas a milhares de quilocircmetros dos locais

de realizaccedilatildeo dos testes acendeu um caloroso debate no seio da comunidade

cientiacuteficardquo Na deacutecada de 1960 houve outro fato importante que implicou na

questatildeo da percepccedilatildeo da crise ambiental dando importacircncia a

sustentabilidade devido ao uso de inseticidas e pesticidas quiacutemicos e

transtornos causados por esses apontados por Rachel Carson em seu livro

intitulado de ldquoPrimavera Silenciosardquo ndash Silent Spring

Ainda na deacutecada de 60 as chuvas aacutecidas recorrentes nos paiacuteses

noacuterdicos levaram a Sueacutecia junto ao Conselho Econocircmico e Social das Naccedilotildees

Unidas (ECOSOC) a propor a realizaccedilatildeo de uma conferecircncia para tratar de um

acordo internacional para uma possiacutevel reduccedilatildeo na emissatildeo dos gases

responsaacuteveis por tal transtorno Com isso ocorreu a Conferecircncia de

Estocolmo em 1972 colocando em evidecircncia os paiacuteses subdesenvolvidos e

desenvolvidos da eacutepoca A princiacutepio as preocupaccedilotildees natildeo eram nem um

pouco igualitaacuterias jaacute que os paiacuteses desenvolvidos estavam atentos agrave

degradaccedilatildeo ambiental que afetavam sua qualidade de vida enquanto os

paiacuteses subdesenvolvidos estavam preocupados em natildeo sofrerem sanccedilotildees

comerciais e apresentarem um retardo em seu desenvolvimento uma vez que

naquela eacutepoca os problemas ambientais eram associados ao crescimento

econocircmico dos paiacuteses de terceiro mundo Nessa conferecircncia ficou exposto

que os paiacuteses desenvolvidos defendiam a proteccedilatildeo do meio ambiente como

principal foco e os paiacuteses em desenvolvimento focavam no combate agrave

pobreza

Para melhor esclarecer Nascimento expotildee a partir do documento ldquoOnly

One Earthrdquo (Ward amp Dubos 1973) ldquo[] O problema ambiental como decorrente

de externalidades econocircmicas proacuteprias do excesso de desenvolvimento

(tecnologia agressiva e consumo excessivo) de um lado e de sua falta

(crescimento demograacutefico e baixo PIB per capita) de outro Posta dessa forma

a questatildeo ambiental deixava de ficar restrita ao meio natural e adentrava o

espaccedilo socialrdquo Contemporacircneo a isso temos o relatoacuterio do Clube de Roma ndash

Limits to Growth (Meadows et al 1972) que propunha uma reduccedilatildeo do

desenvolvimento industrial nos paiacuteses desenvolvidos e uma contenccedilatildeo no

crescimento populacional nos paiacuteses subdesenvolvidos juntamente com o

apoio daqueles aos subdesenvolvidos para que pudessem crescer

economicamente A partir desses eventos os governos se conscientizaram e

criaram agecircncias que tratassem das questotildees ambientais para que pudessem

juntar dados ambientais jaacute que na eacutepoca careciam de tais informaccedilotildees

No Brasil foi criada a Secretaria Especial do Meio Ambiente (SEMA) em

1973 enquanto nos EUA jaacute existia a Environmental Protection Agency (EPA)

desde 1970

Dez anos apoacutes a Conferecircncia de Estocolmo uma anaacutelise dos resultados

foi feita pela ONU e mostrou que o resultado estabelecido deixou a desejar e

que os esforccedilos realizados foram inferiores Em decorrecircncia desse mal

desempenho foi formada a Comissatildeo Mundial sobre Meio Ambiente e

Desenvolvimento (CMMAD) presidida por Gro Harlen Brundtland responsaacutevel

pelo relatoacuterio ldquoNosso Futuro Comumrdquo ndash Our Common Future ndash que tinha como

principal proposta a criaccedilatildeo de uma agenda global para focar em uma

mudanccedila consideraacutevel Esse estudo obteve informaccedilotildees durante trecircs anos a

partir de pesquisas e anaacutelises com enfoque na parte social Segundo Barbosa

(2008 p2) as informaccedilotildees colhidas do relatoacuterio com base nas questotildees

sociais referiam-se ldquoao uso da terra sua ocupaccedilatildeo suprimento de aacutegua abrigo

e serviccedilos sociais educativos e sanitaacuterios aleacutem de administraccedilatildeo do

crescimento urbanordquo

Tal relatoacuterio foi responsaacutevel pela criaccedilatildeo do termo ldquoDesenvolvimento

Sustentaacutevelrdquo que ldquoconsistiu o maior esforccedilo entatildeo conhecido para conciliar a

preservaccedilatildeo do meio ambiente com o desenvolvimento econocircmicordquo

(Nascimento 2012 p 54) Uma definiccedilatildeo baacutesica do que eacute DS eacute exposta por

Nascimento (2012 p 58 apud Lenzi 2006) ldquoDesenvolvimento sustentaacutevel eacute o

desenvolvimento que satisfaz as necessidades do presente sem comprometer

a capacidade das geraccedilotildees futuras em satisfazer suas proacuteprias necessidadesrdquo

Estender e Pitta (O Conceito do Desenvolvimento Sustentaacutevel apud Camargo

2003 p 43) tambeacutem fazem citaccedilatildeo agrave outra definiccedilatildeo apontada no relatoacuterio

ldquoEm essecircncia o desenvolvimento sustentaacutevel eacute um

processo de transformaccedilatildeo no qual a exploraccedilatildeo dos

recursos a direccedilatildeo dos investimentos a orientaccedilatildeo

do desenvolvimento tecnoloacutegico e a mudanccedila

institucional se harmonizam e reforccedilam o potencial

presente e futuro a fim de atender agraves necessidades

e aspiraccedilotildees humanasrdquo

Nascimento (2012 p 54) aponta que ldquoA forccedila e a fraqueza dessa

definiccedilatildeo encontram-se justamente nessa foacutermula vaga pois deixam-se em

aberto quais seriam as necessidades humanas atuais e mais ainda as das

geraccedilotildees futurasrdquo

Segundo Barbosa (2008) o relatoacuterio faz consideraccedilotildees agraves questotildees

urbanas no qual as cidades em seu desenvolvimento devem contemplar as

necessidades baacutesicas de toda a populaccedilatildeo e conceder oportunidades de

melhora na qualidade de vida de todos buscando alcanccedilar uma equidade na

sociedade por meio de processos democraacuteticos para que haja um

desenvolvimento urbano adequado Ainda com referecircncia ao relatoacuterio haacute ldquoa

necessidade de descentralizaccedilatildeo das aplicaccedilotildees de recursos financeiros e

humanos e a necessidade do poder poliacutetico favorecer as cidades em sua

escala localrdquo (Barbosa 2008 p 2) Quanto agrave questatildeo do uso de recursos

naturais foi avaliada no relatoacuterio a capacidade de resiliecircncia da biosfera os

efeitos e as possiacuteveis consequecircncias causadas pela accedilatildeo antroacutepica apontando

ainda que a pobreza pode ser considerada como um problema ambiental e que

a tentativa de erradicar a mesma pode ser a base para a busca da

sustentabilidade Com essa contribuiccedilatildeo na mudanccedila do modo de perceber as

necessidades urbanas o relatoacuterio apresentou trecircs princiacutepios baacutesicos ou

aspectos que deveriam ser cumpridos ndash proteccedilatildeo ambiental equidade social e

o desenvolvimento econocircmico ndash e que seratildeo expostos mais adiante

Apesar de todos esses pontos levantados o relatoacuterio Brundtland

recebeu vaacuterias criacuteticas pelo fato de acusar a pobreza e o descontrole do

crescimento populacional nos paiacuteses subdesenvolvidos como a fonte principal

dos problemas ambientais e da insustentabilidade do planeta e de colocar em

segundo plano a poluiccedilatildeo causada ateacute a data de publicaccedilatildeo do relatoacuterio pelos

paiacuteses desenvolvidos

Em 1986 foi realizada a conferecircncia de Ottawa ndash Carta de Ottawa 1986

ndash na qual foram estabelecidas cinco condiccedilotildees para que se tentasse alcanccedilar o

desenvolvimento sustentaacutevel entre elas a manutenccedilatildeo da integraccedilatildeo

ecoloacutegica a satisfaccedilatildeo das necessidades baacutesicas humanas a provisatildeo da

autodeterminaccedilatildeo social e da diversidade cultural a integraccedilatildeo da conservaccedilatildeo

e do desenvolvimento e o alcance de equidade e justiccedila social Para a

CMMAD as condiccedilotildees que procedem do conceito de desenvolvimento

sustentaacutevel estatildeo associadas ao processo de urbanizaccedilatildeo e do crescimento da

cidade e tem como finalidade o uso adequado dos recursos naturais Em face

disto satildeo expostos alguns objetivos mudanccedila de qualidade do crescimento

crescimento renovaacutevel satisfaccedilatildeo das necessidades essenciais por emprego

aacutegua energia alimento e saneamento baacutesico garantia de um niacutevel sustentaacutevel

da populaccedilatildeo conservaccedilatildeo da base de recursos reorientaccedilatildeo da tecnologia e

do gerenciamento de risco e reorientaccedilatildeo das relaccedilotildees econocircmicas

internacionais (CMMAD 1988 1991)

Postumamente foi realizada a Assembleia das Naccedilotildees Unidas a qual

aprovou a Conferecircncia das Naccedilotildees Unidas para o Meio Ambiente e o

Desenvolvimento (CNUMAD) ocorrida em 1992 e ficou conhecida como Rio-

92 A Rio-92 teve maior visibilidade graccedilas agrave criaccedilatildeo da Convenccedilatildeo da

Biodiversidade e das Mudanccedilas Climaacuteticas ndash que posteriormente resultou na

criaccedilatildeo do Protocolo de Kyoto ndash da Agenda 21 e da Declaraccedilatildeo do Rio Essa

uacuteltima segue os mesmos padrotildees expostos na Conferecircncia de Estocolmo

citada anteriormente interligando o desenvolvimento econocircmico com o meio

ambiente atraveacutes de uma gestatildeo consciente dos recursos naturais sem

comprometer o modelo econocircmico vigente

Em decorrecircncia desses acontecimentos tornou-se de faacutecil entendimento

que o desenvolvimento sustentaacutevel eacute composto por trecircs aspectos ambiental

econocircmico e social Outros autores como Ignacy Sachs consideram ainda

outras variaacuteveis relevantes para o entendimento do DS como sustentabilidade

ecoloacutegica e poliacutetica

Figura 1 Tripeacute da Sustentabilidade

Fonte Nicholas Gimenes (2012)

Com base nesses trecircs aspectos apontados chegamos ao conhecido

Triple Bottom Line ndash ldquoTripeacute da Sustentabilidaderdquo No tripeacute da sustentabilidade

satildeo expostos o aspecto ambiental que tem como base a produccedilatildeo e o

consumo de tal forma que possa garantir que os ecossistemas natildeo sofram

problemas quanto a sua capacidade de resiliecircncia o aspecto econocircmico que

assume a denominada ecoeficiecircncia a qual incentiva a inovaccedilatildeo tecnoloacutegica

para tentar mitigar alguns dos problemas ambientais e ampliar a

desmaterializaccedilatildeo da economia e o uacuteltimo aspecto o social o qual supotildee que

a populaccedilatildeo de uma determinada sociedade tenha o miacutenimo necessaacuterio para

uma condiccedilatildeo de vida aceitaacutevel buscando erradicar a desigualdade social

Segundo Nascimento existem diversas definiccedilotildees desses trecircs aspectos mas

essas apontadas satildeo as mais recorrentes e de simples entendimento Natildeo

podemos esquecer que assim como eacute apontado por Ignacy Sachs e outros

autores outros aspectos para a definiccedilatildeo do DS devem ser levados em

consideraccedilatildeo em especial a cultura Apesar de natildeo ser citada como base do

ldquotripeacuterdquo a cultura eacute importante em qualquer sociedade quando relacionada ao

meio ambiente pois eacute ela quem dita o comportamento da populaccedilatildeo O Brasil

sofre com questotildees ambientais muitas das vezes por falta de instruccedilatildeo da

populaccedilatildeo que natildeo tem conhecimento do quatildeo impactante pode ser sua accedilatildeo

Deste modo quando se trata de questotildees ambientais eacute necessaacuterio que se

tenha uma mudanccedila natildeo repentina e sim gradativa nos padrotildees de consumo

no estilo de vida e na educaccedilatildeo ambiental

Retomando os conceitos de DS e sustentabilidade temos uma definiccedilatildeo

de Clovis Cavalcanti em que sustentabilidade ldquosignifica a possibilidade de se

obterem continuamente condiccedilotildees iguais ou superiores de vida para um grupo

de pessoas e seus sucessores em dado ecossistemardquo (Cavalcanti 2003)

Analisando essa definiccedilatildeo proposta por Cavalcanti vemos que se assemelha

do que foi exposto por Gro Harlen Brundtland em seu relatoacuterio Como jaacute foi

mencionado para Sachs o ldquoTriple Bottom Linerdquo ndash Tripeacute da Sustentabilidade ndash

possui cinco vertentes da sustentabilidade que satildeo a ldquosustentabilidade

ecoloacutegica refere-se a fiacutesica do processo de crescimento e tem como objetivo a

manutenccedilatildeo de estoques dos recursos naturais incorporados as atividades

produtivas a sustentabilidade ambiental que refere-se agrave manutenccedilatildeo da

capacidade de sustentaccedilatildeo dos ecossistemas o que implica a capacidade de

absorccedilatildeo e recomposiccedilatildeo dos ecossistemas em face as agressotildees antroacutepicas

sustentabilidade social que refere-se ao desenvolvimento e tem por algum

objetivo a melhoria da qualidade da vida da populaccedilatildeo Para caso de paiacuteses

com problemas de desigualdade e de inclusatildeo social implica a adoccedilatildeo de

poliacuteticas distributivas e a universalizaccedilatildeo de atendimento a questotildees como

sauacutede educaccedilatildeo habilitaccedilatildeo e seguridade social sustentabilidade poliacutetica

refere-se ao processo de construccedilatildeo da cidadania para garantir a incorporaccedilatildeo

plena dos indiviacuteduos ao processo de desenvolvimento e a sustentabilidade

econocircmica que refere-se a uma gestatildeo eficiente dos recursos em geral e

caracteriza-se pela regularidade de fluxos do investimento puacuteblico e privado

Implica a avaliaccedilatildeo da eficiecircncia por processos macro sociaisrdquo (Sachs 1993

Agenda 21 brasileira)

Barbosa (2008 p 4) faz uma citaccedilatildeo em seu trabalho sobre o livro de

Leila Ferreira ndash ldquoA questatildeo ambiental sustentabilidade e poliacuteticas puacuteblicas no

Brasilrdquo ndash referente ao padratildeo de vida da sociedade em que

ldquoO padratildeo de produccedilatildeo e consumo que

caracteriza o atual estilo de

desenvolvimento tende a consolidar-se

no espaccedilo das cidades e estas se

tornam cada vez mais o foco principal

na definiccedilatildeo de estrateacutegias e poliacuteticas

de desenvolvimentordquo

Sendo assim eacute de fundamental importacircncia que formas alternativas

sustentaacuteveis sejam alcanccediladas para que possam influenciar de forma positiva

na qualidade de vida das cidades e no processo de planejamento urbano Para

Acselrad (1999 p 85) a sustentabilidade urbana eacute definida como ldquoa

capacidade das poliacuteticas urbanas se adaptarem agrave oferta de serviccedilos agrave

qualidade e agrave quantidade das demandas sociais buscando o equiliacutebrio entre as

demandas de serviccedilos urbanos e investimentos em estruturardquo Como o

desenvolvimento sustentaacutevel possui muitos conceitos e definiccedilotildees haacute uma em

especial que se destaca pelo fato de estar relacionada agraves cidades juntamente

com o termo ldquosustentabilidaderdquo exposta por Barbosa (2008 p 4 apud

Satterthwaite 2004) em que

ldquoa resposta agraves necessidades humanas

nas cidades como o miacutenimo ou

nenhuma transferecircncia dos custos da

produccedilatildeo consumo ou lixo para outras

pessoas ou ecossistemas hoje e no

futurordquo

Assim a participaccedilatildeo da sociedade e a diversidade dos interesses que

a mesma possui gera um conflito entre as poliacuteticas puacuteblicas e o

desenvolvimento sustentaacutevel mas nada que natildeo possa ser contornado a partir

da conscientizaccedilatildeo individual dos cidadatildeos Como eacute exposto por Barbosa ldquoeacute

imprescindiacutevel para a sustentabilidade urbana o uso racional dos recursos

naturais a boa forma do ambiente urbano baseado na interaccedilatildeo clima e os

recursos naturais aleacutem das respostas agraves necessidades urbanas com o miacutenimo

de transferecircncia de dejetos e rejeitos para outros ecossistemas atuais e

futurosrdquo (Barbosa 2008 p 9) Em detrimento disso ldquoo desenvolvimento

sustentaacutevel natildeo deve ser apresentado como um slogan poliacuteticordquo (Barbosa

2008 p 10) deve ser apresentado como uma possiacutevel soluccedilatildeo para a

mitigaccedilatildeo dos problemas ambientais encontrados atualmente na sociedade

Portanto a sustentabilidade visa emoldurar novos meios alternativos de

produccedilatildeo distribuiccedilatildeo e consumo dos recursos naturais existentes de forma

mais racional ecologicamente viaacutevel e economicamente eficaz

Ao retratar esses problemas de padrotildees vividos pela sociedade

relacionados ao meio ambiente mais especificamente a utilizaccedilatildeo de recursos

naturais Nascimento (2012 p 58) aponta que ldquohaacute uma quase unanimidade

hoje entre os cientistas de que os recursos naturais natildeo seratildeo suficientes para

fornecer um modo de vida similar ao da classe meacutedia mundial a todos os novos

ingressantes no mercado No entanto eles tecircm tanto direito quanto os que jaacute

participam do mercado consumidorrdquo Mas como podemos contornar tais

problemas e a crise ambiental Atraveacutes da criatividade humana muitas formas

alternativas foram criadas e podem ser inventadas quando se tratam dos

recursos finitos utilizados pelo homem Temos como exemplo a aacutegua sobre a

qual poucos satildeo os estudos apresentados relacionando o aproveitamento de

aacuteguas pluviais e cidades sustentaacuteveis Na maioria das vezes os estudos satildeo

feitos com base em outras necessidades como a dessalinizaccedilatildeo das aacuteguas do

mar para consumo humano Natildeo podemos esquecer que atualmente existem

diversos sistemas de captaccedilatildeo de aacuteguas pluviais para diferentes finalidades

sejam elas para aproveitamento de consumo humano ou natildeo

3 ndash A viabilidade de implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo

pluvial em Brasiacutelia ndash DF

31 ndash Apresentaccedilatildeo de dados

Primeiramente seratildeo apresentados dados sobre a populaccedilatildeo e o

consumo de aacutegua presente nas residecircncias de Brasiacutelia e que seratildeo utilizados

como base para a implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo na Asa Norte

Segundo Ferreira C diretor Superintendente de Atendimento Comercial

(CAC) da Companhia de Saneamento Ambiental do Distrito Federal (CAESB)

ldquoEm Brasiacutelia o consumo meacutedio por habitante eacute de 190 litros de aacutegua por dia o

que resulta em um consumo mensal de 6msup3 por habitanterdquo De acordo com a

ONU cada pessoa necessita de 110 litros por dia para atender as

necessidades de consumo e higiene A Companhia de Saneamento Baacutesico do

Estado de Satildeo Paulo (SABESP 2010) afirma que ldquono Brasil o consumo por

pessoa pode chegar a mais de 200 litrosdiardquo A estimativa da SABESP (2010)

eacute de que 54 litros (27) vatildeo para cozinhar e beber 50 litros (25) para tomar

banho e escovar os dentes 66 litros (33) para descarga de banheiro 24 litros

(12) para lavagem de roupa e 6 litros (3) para outras tarefas como lavagem

de carro por exemplo Segundo dados da CAESB Brasiacutelia (Plano Piloto)

consome cerca de 2757890msup3 por mecircs e que o consumo por habitante eacute de

1381msup3mecircs

Devido ao alto consumo de aacutegua em Brasiacutelia os recorrentes transtornos

hiacutedricos urbanos e a ausecircncia de sistemas captaccedilatildeo pluvial este capiacutetulo traz

um estudo da viabilidade teacutecnica e econocircmica da implantaccedilatildeo de um sistema

em um preacutedio residencial do bairro Asa Norte mais especificamente na

Superquadra 111 Norte Natildeo haacute nenhum estudo realizado que comprove a

frequecircncia dos alagamentos nessa regiatildeo portanto tal quadra foi selecionada

em decorrecircncia de mateacuterias e reportagens que mostram a dificuldade que a

populaccedilatildeo sofre quando haacute uma chuva anormal

Primeiramente eacute necessaacuterio que se tenha uma noccedilatildeo do periacuteodo

chuvoso em Brasiacutelia Segundo o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais

(INPE) Brasiacutelia apresenta um regime de precipitaccedilatildeo bem definido sendo que

a estaccedilatildeo chuvosa tem iniacutecio em Outubro e estende-se ateacute Marccedilo e a estaccedilatildeo

seca ocorre no restante do ano (Abril a Setembro) Ainda segundo o INPE ldquoa

estaccedilatildeo chuvosa eacute causada pelo forte aquecimento da atmosfera na Amazocircnia

que favorece o desenvolvimento de um sistema quase estacionaacuterio em altos

niacuteveis a Alta Boliacutevia Como resultado dessa circulaccedilatildeo observa-se nos baixos

niacuteveis uma regiatildeo de baixa pressatildeo e a convergecircncia de ar satildeo os principais

fatores que provocam a precipitaccedilatildeo neste periacuteodo responsaacutevel por 70 do

total meacutedio anualrdquo A partir desses elementos apresentados pelo INPE e com

base nos dados os quais foram obtidos da estaccedilatildeo meteoroloacutegica de Brasiacutelia

localizada na Latitude (ordm) -158 Longitude (ordm)-479 temos a precipitaccedilatildeo de

Brasiacutelia dada mecircs a mecircs Os dados partem de Janeiro de 2006 e vatildeo ateacute

Outubro de 2015 Eacute importante frisar que os dados foram formulados a partir

da precipitaccedilatildeo acumulada para tornar mais faacutecil de calcular a meacutedia

Tabela 01 Dados de Precipitaccedilatildeo

AnoMecircs JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ Meacutedia Mensal

2006 1232 1914 258 1417 351 09 01 528 403 5264 1956 1821 14563

2007 2609 2659 357 501 75 0 0 0 0 535 2249 275 9779

2008 201 2425 2346 2109 0 0 0 27 80 387 271 3226 1337

2009 2028 1347 81 3759 612 93 0 725 505 2958 1991 3078 1492

2010 1211 368 2494 2388 275 0 0 0 0 349 2547 318 1068

2011 1268 1724 2433 696 139 38 0 0 7 2639 3338 4704 1421

2012 2699 1149 1982 1213 444 24 02 0 333 1098 4446 1428 1235

2013 4918 1893 1903 954 222 62 03 0 659 1069 2711 3525 1493

2014 1531 1392 3402 2493 28 10 79 0 162 2014 192 3667 1399

2015 939 1297 3456 2076 499 0 08 0 218 694 SD SD 9187

Meacutedia para cada mecircs

20445 16168 21763 17606 2645 326 093 128 315 17007 2652 30421 12797

Tabela contendo os dados de chuva acumulada mecircs a mecircs em miliacutemetros (mm)

Fonte INPE 2015

Obs 1- SD - satildeo dados que natildeo foram coletados devido pois o trabalho foi realizado antes desses meses

Obs2- Meacutedia calculada com os dados obtidos no caso os meses de novembro e dezembro de 2015 natildeo entram no

caacutelculo pois ainda natildeo existiam os dados

Temos tambeacutem a partir do estudo realizado por Brino (Brasiacutelia

Superquadras Residenciais) os dimensionamentos dos preacutedios e a quantidade

de apartamentos por pavimentos conforme as tabelas a seguir

Tabela 02 Dimensionamento dos Blocos

A SUPERQUADRA AE AT

Aacuterea de Projeccedilatildeo por Bloco

Aacuterea Total = 11760msup2 Nuacutemero total de Blocos = 11

1069msup2 185 136

Aacuterea Construiacuteda por bloco (sem pilotis e

subsolo)

Pavimentos = 6 Aacuterea do Pavimento = 1069msup2

6414msup2 1113 818

Aacuterea Construiacuteda por superquadras (sem pilotis e subsolo)

Preacutedio = 11 Aacuterea por Preacutedio = 64141msup2

70554msup2 8999 1225

AE - Aacuterea Aedificandi e AT - Aacuterea Total

Tabela 03 Dimensionamento da Populaccedilatildeo

A POPULACcedilAtildeO (5 Pessoas

apart)

6 apartamentos por pavimento

36 apartamentos por bloco

396 apartamentos

por superquadra

1980 pessoas por

superquadra

8 apartamentos por pavimento

48 apartamentos por bloco

528 apartamentos

por superquadra

2640 pessoas por

superquadra

10 apartamentos por pavimento

60 apartamentos por bloco

660 apartamentos

por superquadra

3300 pessoas por

superquadra

12 apartamentos por pavimento

72 apartamentos por bloco

792 apartamentos

por superquadra

3960 pessoas por

superquadra

Caacutelculo para as faixas 100 200 e 300 (seis pavimentos) Fonte SUDUR

O estudo apresentado por Brino (Brasiacutelia Superquadras Residenciais)

considera uma famiacutelia composta por cinco pessoas para cada apartamento

nesse caso iremos desconsiderar essa informaccedilatildeo e basearmos nos dados

apresentados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica (IBGE) Nos

dados do IBGE (Censo Demograacutefico 2010) constam que a meacutedia de

moradores em domiciacutelios particulares ocupados eacute de 33 moradores

Partindo dos elementos de precipitaccedilatildeo aacuterea de projeccedilatildeo por bloco

meacutedia de moradores por apartamento total de apartamentos de um preacutedio e

consumo meacutedio de aacuteguadia por habitante podemos dar inicio as formas de

captaccedilatildeo e armazenamento de aacuteguas pluviais

32 ndash Aacuteguas pluviais e aacuteguas cinzas

Mas porque focar em aproveitamento de aacuteguas pluviais Segundo

Rapoport (2004 p 1) ldquoo aumento populacional acompanhado pelas mudanccedilas

climaacuteticas globais vem contribuindo para o aumento na demanda por recursos

hiacutedricosrdquo Ainda expotildee que ldquoembora a aacutegua seja um recurso renovaacutevel ela

tende a se deteriorar em funccedilatildeo do seu uso indiscriminado o que compromete

consequentemente a quantidade de aacutegua com qualidade disponiacutevel para o

consumo nas diversas localidadesrdquo (Rapoport 2004 p 1)

Um fato importante abordado por Rapoport (2004 p1) eacute que ldquoa

quantidade de aacutegua disponiacutevel eacute sempre a mesma jaacute que estaacute sempre sendo

renovada atraveacutes do ciclo hidroloacutegico Entretanto a aacutegua de qualidade para

consumo estaacute se tornando rarardquo A tiacutetulo de esclarecimento ldquosabe-se que o

ciclo hidroloacutegico se constitui basicamente do transporte de massas drsquoaacutegua do

oceano para atmosfera por evaporaccedilatildeo e da atmosfera atraveacutes de

precipitaccedilotildees escoamentos superficiais e subterracircneos para os oceanos

influenciando diretamente a distribuiccedilatildeo e extensatildeo dos corpos drsquoaacutegua

continentaisrdquo (Rapoport 2004 p 1) Sendo assim a interferecircncia humana tem

causado alteraccedilotildees no ciclo hidroloacutegico em diversas regiotildees Esse assunto

seraacute melhor abordado mais adiante pois o uso do sistema de captaccedilatildeo pode

influenciar no ciclo hidroloacutegico negativamente mas utilizado da forma

adequada pode continuar mantendo o ciclo equilibrado

Aleacutem do uso indevido da aacutegua e de sua escassez Lima e Machado

(2008 p 13) apontam que ldquooutro fator importante eacute o aumento de inundaccedilotildees e

enchentes devido ao escoamento superficial da aacutegua de chuva e da

impermeabilizaccedilatildeo do solordquo Portanto a captaccedilatildeo de aacuteguas pluviais pode

contribuir para a reduccedilatildeo dos transtornos hiacutedricos urbanos e ao mesmo tempo

reduzir a demanda por aacutegua potaacutevel da companhia de distribuiccedilatildeo local

Segundo Amorim e Pereira (2008 p 54) ldquouma das soluccedilotildees em estudo

para aumentar a oferta de aacutegua para as edificaccedilotildees eacute o aproveitamento da

aacutegua pluvial Esta apresenta uma boa alternativa visto que aleacutem de reduzir o

consumo de aacutegua potaacutevel ainda surge como uma accedilatildeo no combate agraves

enchentes funcionando como uma medida natildeo-estrutural do sistema de

drenagem urbanardquo Mas o que eacute necessaacuterio para formar um sistema de

captaccedilatildeo adequado e funcional Amorim e Pereira (2008 p 54) apresentam

que ldquoos sistemas de aproveitamento de aacutegua pluvial satildeo formados basicamente

pela aacuterea de captaccedilatildeo (geralmente coberturas) os componentes de transporte

(calhas e condutores verticais) e o reservatoacuteriordquo Cabe ressaltar que para esse

estudo a captaccedilatildeo das aacuteguas pluviais seraacute destinada apenas para a utilizaccedilatildeo

em ldquoaacuteguas cinzasrdquo Neste sentido o reuso das aacuteguas cinzas que satildeo as aacuteguas

provenientes de todas as atividades domeacutesticas com exceccedilatildeo de fontes de

aacuteguas negras tais como sanitaacuterios bidecircs e urinol vem sendo estudadas com

vista ao reuso tanto em irrigaccedilatildeo como em sanitaacuterios (Rapoport 2004 p 8)

Retomando os dados apresentados pela SABESP (2010) temos a

tabela 04 a qual apresenta os dados de consumo domeacutestico e em sequecircncia o

graacutefico 01 que demonstram que se analisarmos as quantidades de aacutegua

utilizada no consumo domeacutestico teremos uma base para o tamanho do

reservatoacuterio E posteriormente a tabela 05 mostra em que situaccedilotildees se podem

reutilizar as aacuteguas pluviais

Tabela 04 Consumo domeacutestico de aacutegua

Litros

Cozinhar e Beber 54

Tomar Banho e Escovar os Dentes 50

Descarga de Banheiro 66

Lavagem de Roupa 24

Outras Tarefas 6

Total = 200

Fonte SABESP (2010)

27

25

33

12

3

Cozinhar e Beber

Tomar Banho e Escovar osDentes

Descarga de Banheiro

Lavagem de Roupa

Outras Tarefas

Descarga de Banheiro

6875

Lavagem de Roupa

25

Outras Tarefas 625

Graacutefico 01 Consumo Domeacutestico de Aacutegua

Tabela 05 Percentual para reutilizaccedilatildeo de aacuteguas pluviais

Graacutefico 02 Percentual para Reutilizaccedilatildeo de Aacuteguas Pluviais

Porcentagem ()

Descarga de Banheiro 66 6875

Lavagem de Roupa 24 25

Outras Tarefas 6 625

Total = 96 100

Fonte SABESP(2010)

33 ndash Meacutetodos de Dimensionamento do Reservatoacuterio

Amorim e Pereira (2008 p 54 Soares et al 2000 apud May 2004)

apresentam que existem quatro grupos principais para o dimensionamento do

reservatoacuterio

(a) Meacutetodos determiniacutesticos os dados referentes agrave precipitaccedilatildeo

pluviomeacutetrica e agrave demanda satildeo analisados pela curva de massa

(b) Meacutetodos aproximados baseados em relaccedilotildees empiacutericas

conhecidas

(c) Meacutetodos de modelaccedilatildeo satildeo tambeacutem conhecidos como meacutetodos

de transiccedilatildeo probabiliacutestica da matriz e

(d) Meacutetodos de anaacutelise de sistemas sendo linear natildeo linear ou

programaccedilatildeo dinacircmica

Dentro desses grupos de dimensionamento temos os diversos meacutetodos

meacutetodo de Rippl que consiste na determinaccedilatildeo do volume com base na aacuterea

de captaccedilatildeo que eacute subdivido em meacutetodo analiacutetico e meacutetodo graacutefico meacutetodo de

consideraccedilatildeo dos periacuteodos de dias consecutivos sem chuva que necessita da

observaccedilatildeo dos registros pluviomeacutetricos para identificar os maiores periacuteodos de

dias consecutivos sem chuvas e sua taxa de repeticcedilatildeo meacutetodo de anaacutelise de

simulaccedilatildeo de um reservatoacuterio com capacidade suposta que consiste

basicamente na fixaccedilatildeo de um volume para o reservatoacuterio e na verificaccedilatildeo do

percentual de consumo que seraacute atendido meacutetodo praacutetico brasileiro meacutetodo

praacutetico alematildeo meacutetodo praacutetico inglecircs e o meacutetodo praacutetico australiano (Amorim

e Pereira 2008 p 55-58)

34 ndash Anaacutelise de caso para um preacutedio da Superquadra 111 Norte

A partir dos dados jaacute apresentados temos que o objeto de estudo eacute um

preacutedio residencial localizado na Superquadra 111 Norte que possui uma aacuterea

de projeccedilatildeo de 1069msup2 com seis (6) pavimentos constituindo uma aacuterea

construiacuteda de 6414msup2 apresentando seis (6) apartamentos por pavimento e

consequentemente trinta e seis (36) apartamentos no total (Brino Brasiacutelia

Superquadras Residenciais) O preacutedio conteacutem 33 habitantes por apartamento

(IBGE 2010) que consomem em meacutedia cerca de 190 litros de aacuteguadia

resultando em um consumo mensal de aproximadamente 6msup3 por pessoa

(CAESB) mas como a aacutegua captada da chuva seraacute utilizada apenas para

suprir a demanda de aacutegua cinza temos 66 litros para descarga de vasos

sanitaacuterios

Temos entatildeo que a demanda por aacutegua por habitante nesse edifiacutecio eacute

dada por

119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119898119900119903119886119889119900119903 = 66119871 = 66119871119863119894119886

119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119886119901119886119903119905119886119898119890119899119905119900 = 33119901 times 66119871 ~ 217 119871119863119894119886

119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119901119903eacute119889119894119900 = (33119901 times 66119871) times 36 ~ 7840119871119863119894119886

119863119890119898119886119899119889119886 119898119890119899119904119886119897 119901119900119903 119901119903eacute119889119894119900 =7840119871

119889119894119886times 30119863119894119886119904 = 235224119871

Legenda L = Litros p = Pessoas

Para facilitar nos caacutelculos ao aplica-los para o reservatoacuterio e para o

sistema de captaccedilatildeo eacute necessaacuterio realizar a conversatildeo de litros para msup3

(metros cuacutebicos) Sendo assim 66L = 0066msup3 217L = 0217msup3 7840L =

7840msup3 e 235224L = 235224msup3

Seraacute utilizado o ano de 2014 para os dados de precipitaccedilatildeo da estaccedilatildeo

meteoroloacutegica de Brasiacutelia localizada na Latitude (ordm) -158 Longitude (ordm)-479

fornecidos pela professora Rafaela Lisboa durante o periacuteodo chuvoso O ano

de 2014 apresenta registros jornaliacutesticos de alagamento nos meses de

Fevereiro com precipitaccedilatildeo de 1392 msup3 Marccedilo com precipitaccedilatildeo de 3402msup3

e Dezembro com precipitaccedilatildeo de 3667msup3 Importante ressaltar que o setor

Noroeste de Brasiacutelia foi construiacutedo em 2011 (site G1) o que aumentou a aacuterea

de solo impermeabilizado e a reduccedilatildeo no escoamento superficial da aacutegua

ocasionando em um aumento nas enchentes e alagamentos na Asa Norte

Segundo Amorim e Pereira (2008 p57) um dos meacutetodos a ser utilizado

para poder saber o volume de aacutegua aproveitaacutevel e consequentemente o

volume de aacutegua do reservatoacuterio Trata-se de um meacutetodo empiacuterico apresentado

na NBR 155272007 O volume de aacutegua do reservatoacuterio V expresso em L eacute

exposto a seguir

119872eacute119905119900119889119900 119875119903aacute119905119894119888119900 119861119903119886119904119894119897119890119894119903119900

119881 = 0042 times 119875 times 119860 times 119879

Em que ldquoVrdquo representa o volume de aacutegua aproveitaacutevel e o volume de

aacutegua do reservatoacuterio (L) ldquoPrdquo a precipitaccedilatildeo meacutedia mensal (mm) ldquoArdquo a aacuterea de

coleta em projeccedilatildeo ldquoTrdquo nuacutemero de meses de pouca chuva ou seca e ldquo0042rdquo eacute

um coeficiente estipulado

Portanto segundo Fontanela (2010 p 25) para estipular o volume do

reservatoacuterio temos que calcular 42 do produto entre o volume de chuva

coletada pelo telhado e o nuacutemero de meses com pouca chuva ou seca

Atribuindo valores do ano de 2014 temos que

119881 = 0042 times 1399119898119898 times 1069 times 5

119881~ 31406119871 119900119906 31406119898sup3

Ressaltando que esse valor obtido eacute uma estimativa do tamanho do

reservatoacuterio e que pode haver um reservatoacuterio de maior capacidade

De forma comparativa eacute de bom senso que se faccedila outro caacutelculo com um

meacutetodo alternativo

Amorim e Pereira (2008 p56) expotildeem que existe um meacutetodo de anaacutelise

de simulaccedilatildeo do reservatoacuterio com capacidade suposta o qual consiste

basicamente na fixaccedilatildeo de um volume para o reservatoacuterio e na verificaccedilatildeo de

consumo que seraacute atendido Sendo assim ldquoo primeiro passo para a aplicaccedilatildeo

desse meacutetodo eacute adotar alguns valores possiacuteveis para o volume com base na

estimativa do consumo mensal de aacutegua natildeo potaacutevelrdquo (Amorim e Pereira 2008

p57) Portanto partindo do ponto que o preacutedio consome cerca de 235000L

devemos calcular uma base que possa ser favoraacutevel economicamente

119872eacute119905119900119889119900 119889119890 119878119894119898119906119897119886ccedilatilde119900 119889119900 119877119890119904119890119903119907119886119905oacute119903119894119900

235224119871 rarr 100

119881 rarr 30

119881 ~ 70000119871 119900119906 70119898sup3

Tambeacutem haacute outra alternativa apresentada por L Pereira (Viabilidade

EconocircmicoAmbiental p 18)

119881119886119888 = 119860119879 times 119875119875119872119860 lowast

119881119886119888 = 1069119898sup2 times 1399119898sup3 = 1495531119898sup3119886119899119900

Equaccedilatildeo a qual ldquoVacrdquo corresponde ao volume de aacutegua captado ldquoATrdquo

aacuterea do telhado e ldquoPPMArdquo eacute a precipitaccedilatildeo pluviomeacutetrica meacutedia mensal

Poreacutem o resultado obtido eacute para os 12 meses do ano e como foi visto no

ano de 2014 temos 7 meses com chuva portanto

119881119886119888 =119879119900119905119886119897

1198983

1198861198991199007 119898119890119904119890119904

lowast

119881119886119888 =1495531119898sup3119886119899119900

7= 21364119898sup3 119900119906 213640119871

dados somente seriam vaacutelidos se a precipitaccedilatildeo fosse uniforme durante os 7 meses de chuva

341 ndash Anaacutelise de caso para a Superquadra 111 Norte

Retomando a tabela 02 temos que a quadra apresenta 11 preacutedios

aproximadamente que variam o nuacutemero de apartamentos por pavimentos e

consequentemente o nuacutemero de moradores mas os edifiacutecios continuam tendo

uma aacuterea de 1069msup2 gerando um uma aacuterea total de 70554msup2 mas teremos

como base os caacutelculos feitos para o preacutedio selecionado no item 34

Realizando um caacutelculo baacutesico tem-se como estimativa de

armazenamento para esta quadra o seguinte

119872eacute119905119900119889119900 119875119903aacute119905119894119888119900 119861119903119886119904119894119897119890119894119903119900

119881~ 31406119871 119900119906 314061198983

11 119875119903eacute119889119894119900119904 times 31406119871 = 345466119871 119900119906 345466119898sup3

119872eacute119905119900119889119900 119889119890 119878119894119898119906119897119886ccedilatilde119900 119889119900 119877119890119904119890119903119907119886119905oacute119903119894119900

119881 ~ 70000119871 119900119906 701198983

11 119875119903eacute119889119894119900119904 times 70000119871 = 770000

119881119900119897119906119898119890 119889119890 aacute119892119906119886 119888119886119901119905119886119889119900 lowast

119881119886119888 = 213641198983119900119906 213640119871

11 119875119903eacute119889119894119900119904 times 213640119871 = 2350040119871 119900119906 235004119898sup3

dados somente seriam vaacutelidos se a precipitaccedilatildeo fosse uniforme durante os 7 meses de chuva

119863119890119898119886119899119889119886 119905119900119905119886119897 119889119886 119902119906119886119889119903119886 119888119900119898 119889119890119904119888119886119903119892119886 119889119890 119887119886119899ℎ119890119894119903119900

11 119875119903eacute119889119894119900119904 times 235224119871 = 2587464119871 119900119906 2587464119898sup3

Segundo Brino (Brasiacutelia Superquadras Residenciais) temos que as

dimensotildees maacuteximas de uma superquadra satildeo de 280x280m resultando numa

aacuterea de 78400msup2 que eacute denominado de Aacuterea Total (AT) A partir disso foi

definido que deveria existir uma faixa externa de 20m denominada de non

aedificandi que foi destinada ao plantio de uma ldquomassa vegetalrdquo de grande

porte e no interior da quadra encontra-se a aacuterea aedificandi a qual possui

240x240m e uma aacuterea de 57600msup2 Realizando uma subtraccedilatildeo da Aacuterea total

pela Aacuterea aedificandi obtecircm-se que a aacuterea non aedificandi eacute de 20800msup2 que

corresponde a 265 da aacuterea total

Com base nessas informaccedilotildees eacute necessaacuterio atentar-se ao detalhe de

que uma parte da precipitaccedilatildeo cai no solo e outra parte nos telhados dos

preacutedios Sendo assim parte da chuva pode ser aproveitada pelo sistema de

captaccedilatildeo enquanto outra parte chega ao solo sem uma interferecircncia direta no

ciclo hidroloacutegico

35 ndash Funcionamento do sistema de captaccedilatildeo

Eacute importante frisar que o sistema de aproveitamento de aacuteguas pluviais eacute

regido pela norma NBR 15527 (Associaccedilatildeo Brasileira de Normas Teacutecnicas

2007) norma a qual faz algumas consideraccedilotildees importantes para implantaccedilatildeo

e correto funcionamento do sistema de captaccedilatildeo Alguns destes satildeo

435 ndash O volume dos reservatoacuterios deve ser dimensionado com

base em criteacuterios teacutecnicos econocircmicos e ambientais levando em

conta as boas praacuteticas da engenharia podendo a criteacuterio do

projetista ser utilizados os meacutetodos contidos no Anexo A ou

outro desde que devidamente justificado

Item 436 ndash Os reservatoacuterios devem ser limpos e desinfetados

com soluccedilatildeo de hipoclorito de soacutedio no miacutenimo uma vez por ano

de acordo com agrave ABNT NBR 5626

Item 442 ndash As tubulaccedilotildees e demais componentes devem ser

claramente diferenciados das tubulaccedilotildees de aacutegua potaacutevel

Item 443 ndash O sistema de distribuiccedilatildeo de chuva deve ser

independente do sistema de aacutegua potaacutevel natildeo permitindo a

conexatildeo cruzada de acordo com agrave ABNT NBR 5626

Item 444 ndash Os pontos de consumo como por exemplo uma

torneira de jardim devem ser de uso restrito e identificados com

placa de advertecircncia com a seguinte inscriccedilatildeo ldquoaacutegua natildeo potaacutevelrdquo

e identificaccedilatildeo graacutefica

Item 445 ndash Os reservatoacuterios de aacutegua de distribuiccedilatildeo de aacutegua

potaacutevel e de aacutegua da chuva devem ser separados

Item 461 ndash Quando necessaacuterio o bombeamento este deve

atender agrave ABNT NBR 12214

Deve-se realizar manutenccedilatildeo em todo o sistema de

aproveitamento de aacutegua de chuva

Para maiores esclarecimentos ldquoo funcionamento de um sistema de

coleta e aproveitamento de aacutegua pluvial consiste de maneira geral na captaccedilatildeo

da aacutegua da chuva que cai sobre os telhados ou lajes da edificaccedilatildeo A aacutegua eacute

conduzida ateacute o local de armazenamento atraveacutes de calhas condutores

horizontais e verticais passando por equipamentos de filtragem e descarte de

impurezas Apoacutes passar pelo filtro a aacutegua eacute armazenada geralmente em

reservatoacuterio enterrado (cisterna) e bombeada a um segundo reservatoacuterio

(elevado) do qual as tubulaccedilotildees especiacuteficas de aacutegua pluvial iratildeo distribuiacute-la

para o consumo natildeo potaacutevelrdquo (Carvalho 2010 p 27 e 28) Conforme ilustra a

imagem a seguir

Figura 02 Funcionamento de um Sistema de Captaccedilatildeo

Fonte Adatildeo D Padini (2013)

De forma mais simplificada podemos ver a representaccedilatildeo no fluxograma

a seguir

Figura 03 Fluxograma do Sistema de Captaccedilatildeo

Fonte Leandro Roncato Pereira

351 ndash Dificuldades para implantaccedilatildeo do sistema

Tal sistema apresenta como dificuldade o local onde seriam instaladas

as cisternas uma vez que geraria um peso sobre o telhado Dessa forma o

sistema seria instalado no jardim cobrando um custo adicional

352 ndash Custo de implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo fechado em um

preacutedio

Na implantaccedilatildeo desse sistema os materiais utilizados teratildeo como base o

meacutetodo praacutetico brasileiro e para aumentar a eficiecircncia do sistema o volume de

31406L seraacute arredondado para 35000L

Os valores de alguns dos materiais apresentados a seguir seguem os

dos apresentados no trabalho de L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental

p 18) apenas o valor da caixa drsquoaacutegua de 10000L foi obtido atraveacutes de

pesquisas em lojas de construccedilatildeo e assim utilizando a de menor valor

Tambeacutem devemos considerar que a bomba consome energia ao bombear aacutegua

para o preacutedio (CEB) portanto os valores seguem conforme a tabela a seguir

Tabela 06 Preccedilo dos Produtos do Sistema de Captaccedilatildeo sem Fluxo

Produto Quantidade Valor unitaacuterio (R$) Valor total (R$)

Cx Daacutegua 10000L 3 496090 1488270

Cx Daacutegua 5000L 1 108000 108000

Boacuteia Eleacutetrica 1 2750 2750

Boacuteia Comum 1 1220 1220

Registro de Gaveta

1 3490 3490

Bomba Anauger 1 23000 23000

Filtro 3P VF1 1 22000 22000

Tubulaccedilotildees 7000 7000

Disjuntor 1 1310 1310

Escavaccedilatildeo Msup3 3666 128310

Matildeo de Obra 1 58574 58574

Energia 054 054

Total 13 727154 1843978

Observaccedilatildeo Pelo fato desse estudo se tratar de um modelo de implantaccedilatildeo

o custo das tubulaccedilotildees vai variar de acordo com a demanda necessitada pelo

preacutedio portanto podendo variar de acordo com o projeto implantado Para este

estudo seraacute adotado o valor de R$ 7000

Observaccedilatildeo Pelo fato desse trabalho tratar-se de um modelo de

implantaccedilatildeo o custo da energia pode variar de acordo com a demanda necessitada

pelo preacutedio portanto podendo variar de acordo com o uso da bomba Para este

estudo seraacute adotado o valor de R$ 054 que eacute o valor do KwH cobrado pela CEB

Segundo Saravy (2010 p 46) haacute tambeacutem um custo para manutenccedilatildeo do

sistema conforme a tabela a seguir

Tabela 07 Preccedilo de Manutenccedilatildeo do Sistema de Captaccedilatildeo

Com esses dados podemos ver o valor total final a ser pago pelo

sistema de captaccedilatildeo que eacute de R$ 1889978

36 ndash Taxas e valores cobrados para utilizaccedilatildeo de aacutegua

Segundo a Companhia de Saneamento Ambiental do Distrito Federal (CAESB)

quando vaacuterias residecircncias satildeo atendidas por uma uacutenica ligaccedilatildeo de aacutegua eacute aplicado o

conceito de consumo ldquoPara exemplificar podemos citar um preacutedio residencial onde

cada apartamento corresponde a uma unidade de consumordquo (CAESB) Contudo o

caacutelculo de gastos seraacute realizado primeiro em um apartamento e posteriormente

multiplicado pelo total de apartamentos do preacutedio uma vez que os preacutedios

residecircncias da Asa Norte pagam a conta de aacutegua atraveacutes do condomiacutenio O preacutedio

Componente Frequecircncia da Manutenccedilatildeo

Custo da Manutenccedilatildeo

Calhas e Condutores

Semestral R$ 13000

Reservatoacuterio Limpeza e

Desinfecccedilatildeo Anual

R$ 20000

desse estudo apresenta um hidrocircmetro que mede o consumo de aacutegua para o todo o

preacutedio

Eacute de suma importacircncia destacar tambeacutem que haacute uma taxa de esgoto que eacute

cobrada pela CAESB consequentemente ldquoo valor da tarifa de esgotos corresponde

a 100 do valor da tarifa de aacutegua exceto quando se tratar de coleta do tipo

condominial que equivale a 60 do valor da tarifa de aacuteguardquo (CAESB)

Deste modo a CAESB utiliza tarifas para diversas categorias de moradia e

comeacutercio e neste estudo seraacute aplicada a tarifa de ldquoresidencial normalrdquo em

concordacircncia com a tabela a seguir

Tabela 08 Valor da Tarifa Cobrado pela CAESB

Para melhor compreensatildeo do caacutelculo que a CAESB faz temos uma conta do

condomiacutenio do preacutedio da Superquadra 111 Norte

Figura 04 Conta Discriminada do Condomiacutenio

Fonte Condomiacutenio do Preacutedio

O caacutelculo feito pela CAESB consiste primeiramente em saber a demanda de

aacutegua gasta em metros cuacutebicos por Unidade de Consumo ndash apartamento ndash para

saber qual faixa ldquomsup3rdquo eacute aplicada Apoacutes saber qual a faixa ldquomsup3rdquo que se enquadra eacute

atribuiacutedo o volume por UC (em msup3) em sequecircncia multiplica-se o volume por UC ou

volume da faixa pelo nuacutemero de UCrsquos correspondente para se obter o volume total

gasto (em msup3) Tendo o volume total gasto basta multiplicar pelo preccedilo corresponde

agrave faixa a qual se encaixa o consumo e assim obtendo o valor total a pagar A partir

do momento que se tem o valor total a pagar eacute necessaacuterio acrescer 100 do valor

para cobrir a tarifa de esgoto conforme a figura

Partindo desses dados podemos calcular por apartamento quanto eacute cobrado

pela CAESB a partir dos dados apresentados no capiacutetulo 34

119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119886119901119886119903119905119886119898119890119899119905119900 = 33119901 times 66119871 ~ 217119871

119863119894119886

119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119886119901119886119903119905119886119898119890119899119905119900 119886119900 119898ecirc119904 = 217119871119889119894119886 times 30119863119894119886119904 = 6510119871 119900119906 65101198983

Com base nesses dados temos que calcular o volume total de descarga em

sanitaacuterios que o preacutedio consome com a seguinte foacutermula

119881119879 = 119881119865 times 119873ordm 119889119890 119880119862prime119904

119881119879 = 10119898sup3 times 36 = 360119898sup3

Em que ldquoVTrdquo corresponde ao volume total do preacutedio ldquoVFrdquo ao volume da faixa

que eacute estipulado pela CAESB e ldquoUCrsquosrdquo satildeo as unidades de consumo que eacute correlato

ao nuacutemero de apartamentos existente

Portanto o total a se pagar em um mecircs eacute calculado da seguinte forma

119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 119881119879 times 119879119886119903119894119891119886 119889119890 aacute119892119906119886 + 119879119886119903119894119891119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900

119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 360119898sup3 times 119877$ 265 + 119879119886119903119894119891119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900

119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 954 + 119877$ 954 = 119877$ 1908

Em 7 meses seriam pagos em descarga

119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 1908 times 7 119872119890119904119890119904 = 119877$ 13356

37 ndash Caacutelculos de economia e retorno de investimento para um sistema

fechado

Conforme exposto por L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental p 15)

ldquopara o caacutelculo da economia da taxa de aacutegua multiplica-se o valor do msup3 (valor

cobrado por msup3 do responsaacutevel pelo fornecimento de aacutegua na cidade []) pelo

volume captado e entatildeo obtecircm-se o valor economizado por ano na taxa de aacuteguardquo

Recapitulando que para esse estudo seraacute utilizado o meacutetodo praacutetico brasieliro

devido aos meses de seca ou pouca chuva

Sendo assim

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119881119886119897119900119903 119889119900 1198983 times 119881119900119897119906119898119890 119888119886119901119905119886119889119900

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 265 times 314061198983

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 8322

Essa economia de R$ 8322 eacute para um mecircs de chuva para o preacutedio todo

sendo assim para os 7 meses de chuva tem-se

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119890 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 8322 times 7 119898119890119904119890119904 = 119877$ 58254

Ainda segundo L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental p 16) para o

caacutelculo da economia referente ao esgoto eacute necessaacuterio multiplicar o valor do msup3 pelo

volume captado e por 08 uma vez que considera-se 20 de perda ou seja para

cada 1 litro de aacutegua que chega na residecircncia eacute cobrado 08 litros para o tratamento

do esgoto

Portanto tem-se

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119881119886119897119900119903 119889119900 1198983 times 119881119900119897119906119898119890 119888119886119901119905119886119889119900 times 08

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900 = 119877$ 265 times 314061198983 times 08

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 6658

Esse valor encontrado de R$ 6658 corresponde a um mecircs de chuva para o

preacutedio sendo assim o total economizado pelo preacutedio em 7 meses eacute de

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119890 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 6658 times 7 119898119890119904119890119904 = 119877$ 46606

ldquoPara o caacutelculo do retorno do investimento divide-se o valor investido pela

economia anual com a implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo e reaproveitamento da

aacutegua pluvialrdquo L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental p 16)

Portanto para 7 meses de chuva tem-se o seguinte

119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 =119881119886119897119900119903 119894119899119907119890119904119905119894119889119900

119864119888119900119899119900119898119894119886 (7119898119890119904119890119904)

119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 = 119877$ 1843924

119877$ 58254 + 119877$ 46606

119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 = 119877$ 1843924

119877$ 9446

119877119890119905119900119903119899119900

119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900= 1952 119886119899119900119904

38 ndash Caacutelculos de dimensionamento para um sistema com fluxo

Os caacutelculos apresentados no subitem anterior satildeo relativos a um sistema

o qual natildeo adota a possibilidade de fluxo dentro do reservatoacuterio Quando se

fala em fluxo temos que considerar que ao mesmo tempo em que o preacutedio

utiliza aacutegua do reservatoacuterio de aacutegua pluvial o mesmo vai enchendo com aacutegua

pluvial Portanto haacute um ciclo no qual o preacutedio demanda aacutegua do reservatoacuterio e

o mesmo vai enchendo conforme chove no local

Sabendo que a meacutedia mensal eacute de 1399msup3 eacute preciso multiplicar isso

por 12 para se obter o quanto choveu em 2014 Sendo assim

119879119900119905119886119897 119886119900 119886119899119900 = 1399119898119898 times 12 119898119890119904119890119904

119879119900119905119886119897 119886119900 119886119899119900 = 16788119898119898

Mas como foi visto o periacuteodo chuvoso eacute de 7 meses entatildeo temos

119875119903119890119888119894119901119894119905119886ccedilatilde119900 119901119886119903119886 7 119898119890119904119890119904 = 16788119898119898 divide 7 = 2398119898119898

Com isso eacute necessaacuterio realizar o caacutelculo da meacutedia de captaccedilatildeo de aacutegua

por mecircs para a aacuterea de 1069msup2

119872119890119889119894119886 119889119890 119862119886119901119905119886ccedilatilde119900 = 2398119898119898 times 1069119898sup2

119872eacute119889119894119886 119889119890 119862119886119901119905119886ccedilatilde119900 = 256346119871 119900119906 256346119898sup3

Ao considerar o valor obtido temos que realizar o quanto seria captado

diariamente

119872eacute119889119894119886 119889119894aacute119903119894119886 = 256346119898sup3 divide 30 119889119894119886119904 = 85119898sup3119889119894119886

A partir desses caacutelculos podemos realizar a seguinte comparaccedilatildeo O

preacutedio consome cerca de 78msup3 ao dia de aacutegua para descarga de vasos sanitaacuterios

enquanto a meacutedia diaacuteria de captaccedilatildeo eacute de 85msup3 por conseguinte temos um fluxo

positivo de aacutegua para o reservatoacuterio de 067msup3dia nos dias chuvosos

Se colocarmos um reservatoacuterio de 35msup3 sem nenhuma aacutegua

armazenada poderemos constatar que o reservatoacuterio iria encher por completo em

cerca de 53 dias conforme o caacutelculo a seguir

351198983 = 0671198983 times 119909 119889119894119886119904

119909 119889119894119886119904 = 35119898sup3 divide 067119898sup3 = 5223 119889119894119886119904

Analisando esses dados temos que a partir do 54ordm dia o reservatoacuterio

estaria completamente cheio e no restante dos 156 dias que teriacuteamos de chuva

esses 067msup3 seriam de certa forma desperdiccedilados uma vez que esse fluxo de

067msup3 ao final dos 7 meses gerariam cerca de 1407msup3 enquanto o reservatoacuterio tem

a capacidade de 35msup3 conforme o caacutelculo a seguir

119875119900119905119890119899119888119894119886119897 = 067119898sup3 times 156 119889119894119886119904 = 1045119898sup3

Se considerarmos esse fluxo positivo de 067msup3dia temos que ao final

dos 210 dias (7meses) seria possiacutevel armazenar 1407 msup3 de aacutegua Com um

reservatoacuterio de 35msup3 1057msup3 estariam sendo escoados para fora do reservatoacuterio

Portanto o ideal seria um reservatoacuterio que se aproxime de 1407msup3 para que ao

final dos 7 meses toda aacutegua possiacutevel fosse armazenada no entanto o reservatoacuterio

deveria ser de 145msup3

Devemos considerar ainda que ao final dos 7 meses o reservatoacuterio

estaria cheio no periacuteodo de seca conseguiria abastecer o preacutedio de acordo com a

demanda do preacutedio sendo assim

119880119905119894119897119894119911119886ccedilatilde119900 119899119886 119904119890119888119886 = 119879119900119905119886119897 119889119900 119903119890119904119890119903119907119886119905oacute119903119894119900 divide 119863119890119898119886119899119889119886 119889119894aacute119903119894119886

119880119905119894119897119894119911119886ccedilatilde119900 119899119886 119904119890119888119886 = 1451198983 divide 781198983119889119894119886

119880119905119894119897119894119911119886ccedilatilde119900 119899119886 119904119890119888119886 = 1858 119889119894119886119904

381 ndash Custo de implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo com fluxo em um

preacutedio

Na implantaccedilatildeo desse sistema os materiais utilizados teratildeo como base

as estimativas que foram apresentadas no subitem anterior e para aumentar a

eficiecircncia do sistema o volume de 1400007L seraacute arredondado para

145000L

Devido ao tamanho do reservatoacuterio eacute de se esperar que o reservatoacuterio

natildeo seja instalado em cima do preacutedio uma vez que a estrutura do preacutedio natildeo

conseguiria suportar o peso que o reservatoacuterio faria sobre o telhado

consequentemente o reservatoacuterio deveraacute ser instalado no jardim do preacutedio que

iraacute gerar um custo a mais por conta da escavaccedilatildeo

Os valores de alguns dos materiais apresentados a seguir seguem os

dos apresentados no trabalho de L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental

p 18) apenas o valor da caixa drsquoaacutegua de 10000L foi obtido atraveacutes de

pesquisas em lojas de construccedilatildeo e assim utilizando a de menor valor

conforme a tabela a seguir Segundo o Saneamento de Goiaacutes SA (SANEAGO)

o custo de escavaccedilatildeo eacute calculado a partir do total de msup3 aleacutem de 3m de

profundidade

Tabela 09 Preccedilo dos Produtos do Sistema de Captaccedilatildeo com Fluxo

Observaccedilatildeo Pelo fato desse estudo se tratar de um modelo de implantaccedilatildeo

o custo das tubulaccedilotildees vai variar de acordo com a demanda necessitada pelo

preacutedio portanto podendo variar de acordo com o projeto implantado Para este

estudo seraacute adotado o valor de R$ 7000

Observaccedilatildeo Pelo fato desse trabalho tratar-se de um modelo de

implantaccedilatildeo o custo da energia pode variar de acordo com a demanda necessitada

pelo preacutedio portanto podendo variar de acordo com o uso da bomba Para este

estudo seraacute adotado o valor de R$ 054 que eacute o valor do KwH cobrado pela CEB

Produto Quantidade Valor unitaacuterio (R$) Valor total (R$)

Cx Daacutegua 10000L 14 496090 6945260

Cx Daacutegua 5000L 1 108000 108000

Boacuteia Eleacutetrica 1 2750 2750

Boacuteia Comum 1 1220 1220

Registro de Gaveta

1 3490 3490

Bomba Anauger 1 23000 23000

Filtro 3P VF1 1 22000 22000

Tubulaccedilotildees 7000 7000

Disjuntor 1 1310 1310

Escavaccedilatildeo Msup3 3666 53157

Matildeo de Obra 1 58574 58574

Energia 054 054

Total 13 727154 7704228

382 ndash Caacutelculos de economia e retorno de investimento para um sistema

com fluxo

Partindo dos dados apresentados podemos calcular por apartamento quanto eacute

cobrado pela CAESB a partir dos dados apresentados no capiacutetulo 34

119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119886119901119886119903119905119886119898119890119899119905119900 = 33119901 times 66119871 ~ 217119871

119863119894119886

119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119886119901119886119903119905119886119898119890119899119905119900 119886119900 119898ecirc119904 = 217119871119889119894119886 times 30119863119894119886119904 = 6510119871 119900119906 65101198983

Em que ldquoVTrdquo corresponde ao volume total do preacutedio ldquoVFrdquo ao volume da faixa

que eacute estipulado pela CAESB e ldquoUCrsquosrdquo satildeo as unidades de consumo que eacute correlato

ao nuacutemero de apartamentos existente

Portanto o total a se pagar em um mecircs eacute calculado da seguinte forma

119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 119881119879 times 119879119886119903119894119891119886 119889119890 aacute119892119906119886 + 119879119886119903119894119891119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900

119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 360119898sup3 times 119877$ 265 + 119879119886119903119894119891119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900

119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 954 + 119877$ 954 = 119877$ 1908

Retomando o caacutelculo exposto por L Pereira (Viabilidade

EconocircmicoAmbiental p 15) no subitem anterior temos que o caacutelculo da CAESB

seria feito da seguinte maneira

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119881119886119897119900119903 119889119900 1198983 times 119881119900119897119906119898119890 119888119886119901119905119886119889119900

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 265 times 1451198983

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 38425

Esse caacutelculo eacute equivalente a um mecircs de captaccedilatildeo para os 7 meses

teremos o seguinte

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119890 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 38425 times 7 119898119890119904119890119904 = 119877$ 268975

Conforme foi visto para o caacutelculo da economia de esgoto eacute necessaacuterio

multiplicar o valor do msup3 pelo volume captado e por 08 uma vez que considera-se

20 de perda ou seja para cada 1 litro de aacutegua que chega na residecircncia eacute cobrado

08 litros para o tratamento do esgoto Portanto para um mecircs segue-se

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119881119886119897119900119903 119889119900 1198983 times 119881119900119897119906119898119890 119888119886119901119905119886119889119900 times 08

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900 = 119877$ 265 times 1451198983 times 08

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 3074

ldquoPara o caacutelculo do retorno do investimento divide-se o valor investido pela

economia anual com a implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo e reaproveitamento da

aacutegua pluvialrdquo L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental p 16)

Portanto para 7 meses de chuva tem-se o seguinte

119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 =119881119886119897119900119903 119894119899119907119890119904119905119894119889119900

119864119888119900119899119900119898119894119886 (7119898119890119904119890119904)

119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 = 119877$ 17704228

119877$ 268975 + 119877$ 21518

119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 = 119877$ 7704228

119877$ 484155

119877119890119905119900119903119899119900

119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900= 1591119886119899119900119904

4 ndash Conclusatildeo e Consideraccedilotildees Finais

De acordo com o que foi exposto temos que a implantaccedilatildeo do sistema de

captaccedilatildeo para o aproveitamento de aacuteguas pluviais eacute uma oacutetima alternativa para

substituiccedilatildeo da ldquoaacutegua cinzardquo possibilitando tambeacutem um destino mais correto do

ponto de vista ambiental para a aacutegua que se tornaria esgoto Como eacute de

conhecimento este tipo de meacutetodo eacute utilizado em diversas regiotildees natildeo somente

aquelas que sofrem com escassez de aacutegua

Mesmo sabendo que o Brasil possui um grande potencial hiacutedrico observamos

que uma parcela da populaccedilatildeo natildeo tem consciecircncia quanto ao gasto de aacutegua

gerando um grande desperdiacutecio de forma desnecessaacuteria Portanto partindo de um

pensamento racional um sistema de captaccedilatildeo seria viaacutevel para o aproveitamento da

aacutegua para fins de consumo domeacutestico mais precisamente ldquoaacutegua cinzardquo

Considerando os caacutelculos apresentados a partir da taxa de precipitaccedilatildeo meacutedia

em Brasiacutelia a criaccedilatildeo de um sistema de captaccedilatildeo pluvial predial traz benefiacutecios

econocircmicos e ambientais O projeto torna-se viaacutevel economicamente pois desde

que se faccedila a manutenccedilatildeo de forma adequada do sistema este teraacute uma vida uacutetil

longa e considerando que se obteacutem o retorno do investimento em aproximadamente

16 anos para um sistema com fluxo apoacutes este periacuteodo o sistema passa a ser

lucrativo para o preacutedio que implanta pois o custo eacute dividido no condomiacutenio dentre os

moradores do preacutedio

Analisando do ponto de vista ambiental o desenvolvimento urbano de Brasiacutelia

ocasionou em superfiacutecies impermeaacuteveis dificultando a absorccedilatildeo de aacuteguas pluviais

pelo solo e juntamente com o sistema de redes pluviais e o sistema de drenagem

ultrapassados os alagamentos e enchentes tecircm se tornado constante quando

ocorrem chuvas anormais Com as estimativas feitas neste trabalho eacute possiacutevel que

tais transtornos hiacutedricos urbanos possam ser amenizados a partir da implantaccedilatildeo do

sistema sem que afete o ciclo hidroloacutegico natural Logicamente essa natildeo eacute a

soluccedilatildeo uma vez que ela deve ser apenas um complemento agrave poliacuteticas publicas

poliacuteticas de incentivo entre outras medidas de cunho sustentaacutevel

Em vista disso a implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo e aproveitamento de

aacuteguas pluviais acarretaria em uma significativa melhora ambiental atraveacutes da

substituiccedilatildeo de uma parcela da aacutegua fornecida pela CAESB e possivelmente

mitigando os transtornos hiacutedricos urbanos se aplicado em larga escala

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Departamento de Geociecircncias Ambiente e ordenamento territoacuterio 2013

Silva Solange Teles da ndash Poliacuteticas puacuteblicas e estrateacutegias de

sustentabilidade urbana p 1-14

lthttpwwwrccgovptSiteCollectionDocumentsSolangeTeles_Politicas-Pub-

Sustentabilidadepdfgt Acesso em 17102015

LISTA DE GRAacuteFICOS

Graacutefico 01 Consumo Domeacutestico de Aacutegua

Graacutefico 02 Percentual para Reutilizaccedilatildeo de Aacuteguas Pluviais

LISTA DE TABELAS

Tabela 01 Dados de Precipitaccedilatildeo

Tabela 02 Dimensionamento dos Blocos

Tabela 03 Dimensionamento da Populaccedilatildeo

Tabela 04 Consumo domeacutestico de aacutegua

Tabela 05 Percentual para Reutilizaccedilatildeo de Aacuteguas Pluviais

Tabela 06 Preccedilo dos Produtos do Sistema de Captaccedilatildeo sem Fluxo

Tabela 07 Preccedilo de Manutenccedilatildeo do Sistema de Captaccedilatildeo

Tabela 08 Valor da Tarifa Cobrado pela CAESB

Tabela 09 Preccedilo dos Produtos do Sistema de Captaccedilatildeo com Fluxo

LISTA DE FIGURAS

Figura 01 Tripeacute da Sustentabilidade

Figura 02 Funcionamento de um Sistema de Captaccedilatildeo

Figura 03 Fluxograma do Sistema de Captaccedilatildeo

Figura 04 Conta Discriminada do Condomiacutenio

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

ABNT Associaccedilatildeo Brasileira de Normas Teacutecnicas

AE Aacuterea Aedificandi

AT Aacuterea Total

CAC Superintendecircncia de Atendimento Comercial

CAESB Companhia de Saneamento Ambiental do Distrito Federal

CEB Companhia Energeacutetica de Brasiacutelia

CMMAD Comissatildeo Mundial Sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento

CNUMAD Conferecircncia das Naccedilotildees Unidas para o Meio Ambiente e o

Desenvolvimento

DF Distrito Federal

DS Desenvolvimento Sustentaacutevel

ECOSOC Economic and Social Council of the United Nations

EPA Environmental Protection Agency

GDF Governo do Distrito Federal

IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica

INPE Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais

KwH Quilo Watts Hora

L Litros

Msup2 Metros Quadrados

Msup3 Metros Cuacutebicos

ONU Organizaccedilatildeo das Naccedilotildees Unidas

SABESP Companhia de Saneamento Baacutesico do Estado de Satildeo Paulo

SEMA Secretaria Especial do Meio Ambiente

SNRH Sistema Nacional de Recursos Hiacutedricos

SQN Superquadra Norte

UCrsquos Unidades de Consumo

UNB Universidade de Brasiacutelia

UNG Universidade de Guarulhos

UFSM Universidade Federal de Santa Maria

UFRGS Universidade Federal do Rio Grande do Sul

Sumaacuterio

INTRODUCcedilAtildeO 14

1 ndash Cidades sustentaacuteveis e o Ciclo hidroloacutegico 16

11 - Poliacuteticas Puacuteblicas e a relaccedilatildeo com as cidades sustentaacuteveis definiccedilotildees

aplicaccedilatildeo conceitos 21

2 ndash Sustentabilidade desenvolvimento sustentaacutevel e a sua importacircncia 29

3 ndash A viabilidade de implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo pluvial em Brasiacutelia ndash DF 39

31 ndash Apresentaccedilatildeo de dados 39

32 ndash Aacuteguas pluviais e aacuteguas cinzas 42

33 ndash Meacutetodos de Dimensionamento do Reservatoacuterio 45

34 ndash Anaacutelise de caso para um preacutedio da Superquadra 111 Norte 45

341 ndash Anaacutelise de caso para a Superquadra 111 Norte 48

35 ndash Funcionamento do sistema de captaccedilatildeo 49

351 ndash Dificuldades para implantaccedilatildeo do sistema 52

Tal sistema apresenta como dificuldade o local onde seriam instaladas as

cisternas uma vez que geraria um peso sobre o telhado Dessa forma o sistema

seria instalado no jardim cobrando um custo adicional 52

352 ndash Custo de implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo fechado em um preacutedio 52

36 ndash Taxas e valores cobrados para utilizaccedilatildeo de aacutegua 53

37 ndash Caacutelculos de economia e retorno de investimento para um sistema fechado 56

38 ndash Caacutelculos de dimensionamento para um sistema com fluxo 58

381 ndash Custo de implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo com fluxo em um preacutedio 59

382 ndash Caacutelculos de economia e retorno de investimento para um sistema com

fluxo 61

4 ndash Conclusatildeo e Consideraccedilotildees Finais 63

REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS 65

INTRODUCcedilAtildeO

O problema ambiental urbano assume atualmente um papel importante

para os governos e para a sociedade em geral em muitos paiacuteses pelo fato de

um crescimento significativo de pessoas vivendo no meio urbano acabou

ocasionando em uma degradaccedilatildeo ambiental e de certa forma uma queda na

qualidade de vida da populaccedilatildeo Por isto eacute de suma importacircncia destacar que

os problemas ambientais urbanos como a poluiccedilatildeo o consumo de energia o

gasto descontrolado de aacutegua potaacutevel entre outros forccedilaram o profissionais

ambientais e de outras aacutereas a buscar novas alternativas para a soluccedilatildeo destes

problemas Surgindo assim as cidades sustentaacuteveis que na atualidade satildeo a

chave para uma convivecircncia mais harmoniosa entre meio urbano e o meio

ambiente

Em decorrecircncia do aumento da urbanizaccedilatildeo as aacutereas foram

pavimentadas e cobertas por preacutedios casas monumentos entre outras

edificaccedilotildees ocasionando na impermeabilizaccedilatildeo do solo em aacutereas naturais

Devido a esse fator o ser humano vem demandando novas soluccedilotildees para o

controle e mitigaccedilatildeo de impactos causados pela chuva tais como alagamentos

Os governos de modo geral vecircm encontrando seacuterias dificuldades quanto agraves

questotildees de gestatildeo dos alagamentos em suas aacutereas puacuteblicas Para Brasiacutelia e o

Governo do Distrito Federal esse problema eacute recente e nem tatildeo alarmante

quando comparado aos das grandes capitais brasileiras como Satildeo Paulo ou

Rio de Janeiro Sendo assim eacute necessaacuterio que se tenha uma precauccedilatildeo com o

uso das aacuteguas tratadas para que natildeo haja desperdiacutecio e que as aacuteguas pluviais

possam ser utilizadas em fontes alternativas Com o objetivo de

aproveitamento de aacuteguas pluviais a captaccedilatildeo de aacutegua advinda das chuvas

possui um vieacutes sustentaacutevel do ponto de vista teacutecnico e econocircmico quando

aplicado em sistemas de uso privativo

Portanto cabe ressaltar que esse estudo baseia-se em estimativas e

que visa um projeto de aproveitamento de aacuteguas pluviais que atenda as

demandas de aacutegua natildeo potaacutevel em um preacutedio residencial substituindo uma

parte da aacutegua fornecida pela companhia de abastecimento e tendo como base

a precipitaccedilatildeo de chuva local sendo assim a quantidade de aacutegua pluvial a ser

aproveitada pelo sistema eacute diretamente proporcional agrave aacuterea que se utiliza para

a captaccedilatildeo De forma secundaacuteria o trabalho tambeacutem tenta trazer a captaccedilatildeo de

chuva como uma fonte para amenizar os problemas hiacutedricos urbanos causados

recentemente pelas chuvas em Brasiacutelia-DF

Para atingir os objetivos mencionados o trabalho foi modelado da

seguinte forma

No capiacutetulo I eacute apresentado o surgimento das cidades sustentaacuteveis em

decorrecircncia da necessidade de fontes alternativas para a degradaccedilatildeo

ambiental e utilizaccedilatildeo de recursos naturais A manifestaccedilatildeo dessa busca por

aperfeiccediloamento das cidades baseia-se em conceitos e inter-relaccedilotildees entre

populaccedilatildeo e governo por meio de poliacuteticas puacuteblicas

No capiacutetulo II eacute exposto um histoacuterico da sustentabilidade e do

desenvolvimento sustentaacutevel com a finalidade de contextualizar o leitor e

facilitar a compreensatildeo quanto agrave evoluccedilatildeo do vieacutes ambiental que encontramos

atualmente tornando o entendimento do leitor mais vasto e consequentemente

informaacute-lo sobre a sua importacircncia englobando questotildees ecoloacutegicas poliacuteticas

econocircmicas soacutecias e culturais

No capiacutetulo III eacute apresentada a viabilidade de implantaccedilatildeo do sistema

de captaccedilatildeo em um preacutedio residencial em Brasiacutelia-DF com os dados

coletados a caracterizaccedilatildeo das aacuteguas pluviais e ldquoaacutegua cinzardquo meacutetodos de

dimensionamento do reservatoacuterio anaacutelise de caso para um preacutedio na SQN 111

e a possiacutevel aplicaccedilatildeo do sistema para uma quadra funcionamento do sistema

de captaccedilatildeo e custo de implantaccedilatildeo desse sistema taxas e valores cobrados

pela CAESB para utilizaccedilatildeo de aacutegua e os caacutelculos de economia e retorno do

investimento

Por fim no capiacutetulo IV apresentam-se as consideraccedilotildees finais e a

conclusatildeo sobre o estudo realizado

1 ndash Cidades sustentaacuteveis e o Ciclo hidroloacutegico

Atualmente os problemas ambientais vecircm sendo o grande destaque do

cenaacuterio global tanto pela accedilatildeo antroacutepica como pelos desastres naturais Tais

problemas preocupam natildeo soacute a geraccedilatildeo atual como as geraccedilotildees futuras

dando assim a iniciativa para criaccedilatildeo de novas tecnologias meacutetodos e

conceitos

A partir de problemas como a extinccedilatildeo de recursos naturais o ser

humano tem dado prioridade a novas fontes para esses recursos tanto em

novas alternativas de obtenccedilatildeo como nas formas de reduzir o gasto

exacerbado Dessa forma as cidades entram como principal ator para criaccedilatildeo

de alternativas de mitigar os problemas ambientais focando no

reaproveitamento de mateacuteria reduccedilatildeo de uso dos combustiacuteveis foacutesseis formas

alternativas de obtenccedilatildeo de energia aproveitamento de aacuteguas pluviais e

possiacuteveis reduccedilotildees nos transtornos urbanos Assim o conceito de cidades

sustentaacuteveis cria um alicerce e torna-se base para que as cidades tomem a

iniciativa de serem o modelo de reduccedilatildeo dos problemas ambientas

Segundo a Organizaccedilatildeo das Naccedilotildees Unidas (ONU) pouco mais da

metade da populaccedilatildeo mundial vive em zonas urbanas desde o ano de 2006

Por isso conclui-se que de fato o mundo eacute urbano

Atualmente o problema urbano de modo geral possui grande

importacircncia para a sociedade e os governos em geral em diversos paiacuteses

Devido a esse crescimento desenfreado do nuacutemero de pessoas vivendo nas

cidades e conseguinte reduccedilatildeo na qualidade de vida deve-se considerar que

as cidades configuram uma das maiores potenciais de utilizaccedilatildeo energeacutetica e

de degradaccedilatildeo do meio ambiente ocasionando a criaccedilatildeo de meacutetodos para o

direcionamento correto do crescimento urbano e monitoramento dessas

alteraccedilotildees ambientais

A urbanizaccedilatildeo trouxe fortes aliados que geram transtornos e devido a

esse aumento de pessoas vivendo em cidades a preocupaccedilatildeo com problemas

urbanos tornou-se destaque para a criaccedilatildeo do conceito de cidades

sustentaacuteveis Mas o que viria a ser ldquocidades sustentaacuteveisrdquo De forma baacutesica e

sem aprofundamento cidades sustentaacuteveis satildeo aquelas que visam meacutetodos e

praacuteticas eficientes para a preservaccedilatildeo do meio ambiente sem deixar de

almejar o desenvolvimento econocircmico e a melhoria na qualidade de vida da

populaccedilatildeo Sendo assim ldquoa sustentabilidade eacute vista como algo bom desejaacutevel

consensual a definiccedilatildeo que vai prevalecer vai construir autoridade para que se

discriminem em seu nome as boas praacuteticas das ruinsrdquo (Acselrad 1999 p 80)

Para melhor esclarecimento o conceito de sustentabilidade associado

ao desenvolvimento das cidades ldquotem origem nas rearticulaccedilotildees poliacuteticas pelas

quais um certo nuacutemero de atores envolvidos na produccedilatildeo do espaccedilo urbano

procuram dar legitimidade as suas perspectivas evidenciando a

compatibilidade delas com os propoacutesitos de dar durabilidade ao

desenvolvimento de acordo com os propoacutesitos da Agenda 21 resultante da

Conferecircncia da ONU sobre Desenvolvimento e Meio Ambienterdquo (Acselrad

1999 p 81) Para tanto o governo deve ter um planejamento para que possa

tomar medidas no sentido de amenizar os transtornos urbanos e ambientais

decorrentes da accedilatildeo antroacutepica Diversas estrateacutegias devem ser implementadas

para que se possa promover o conceito de cidades sustentaacuteveis e priorizar a

qualidade de vida urbana em toda sua abrangecircncia partindo do princiacutepio da

anaacutelise criacutetica da condiccedilatildeo atual de desenvolvimento das cidades pensando no

contexto na qual se encontram

Segundo Magalhatildees (2006 p 2) no inicio a sustentabilidade urbana

sofreu bastante em questotildees poliacuteticas pois o ldquodiscurso mais estabelecido dos

projetos urbanos agrave temaacutetica ambiental estaacute longe de ser o centro das

preocupaccedilotildees Quando muito ela eacute considerada do ponto de vista do

provimento de aacutereas livres dentro dos espaccedilos urbanos mas mesmo essas

satildeo destinadas agrave intensa movimentaccedilatildeo imaginada para as aacutereas

requalificadas ou revitalizadasrdquo

Poreacutem devido a estudos tornou-se possiacutevel ampliar os horizontes e

perceber que a sustentabilidade tem sido aplicada junto aos objetivos da

cidade a partir da Agenda 21 e da noccedilatildeo do que eacute desenvolvimento

sustentaacutevel Contudo esses novos interesses surgiram a partir dos distuacuterbios

causados aos habitantes sendo esses distuacuterbios ambientais ou natildeo Essa

participaccedilatildeo mais ativa da populaccedilatildeo remete a uma das vertentes expostas por

Acselrad (1999) de que a sustentabilidade urbana deve estar associada natildeo

somente agraves poliacuteticas puacuteblicas mas tambeacutem ao modelo ldquocidade-empresardquo no

qual a cidade torna-se atrativo de investimentos para a implementaccedilatildeo de

meacutetodos alternativos de sustentabilidade

Para Magalhatildees (2006 p 5) ldquoa noccedilatildeo de risco tornou-se parte de

diversos aspectos do dia a dia das pessoas fazendo-as corresponsaacuteveis pelos

efeitos de suas accedilotildeesrdquo portanto eacute necessaacuterio que se tenha um controle

governamental a partir de poliacuteticas puacuteblicas das accedilotildees individuais de seus

habitantes com o proposito de reduzir os riscos de agravantes nas cidades

Cabe ressaltar que uma questatildeo importante a ser vista eacute que os

problemas causados nas cidades natildeo refletem apenas nas cidades em si mas

tambeacutem nas aacutereas que a circundam e em outras localidades o que obriga a

rever o pensamento de que cidades sustentaacuteveis englobam apenas a proacutepria

cidade

Segundo Magalhatildees (2006 p 6 apud Satterhwaite 2004 p 134) ldquopara

avanccedilar e alcanccedilar meacutetodos de desenvolvimento sustentaacutevel o desempenho

ambiental das cidades deve melhorar natildeo apenas em termos de qualidade

ambiental dentro dos seus limites mas tambeacutem em termos de reduccedilatildeo da

transferecircncia de custos ambientais para outras pessoas outros ecossistemas

ou para o futurordquo A partir desse pensamento nota-se que o conceito de

cidades sustentaacuteveis vai aleacutem da consolidaccedilatildeo da sustentabilidade urbana

afirmando que cidades sustentaacuteveis satildeo um projeto que necessita de um

extenso processo e natildeo algo preacute-definido visando mais de um objetivo comum

Na visatildeo de Magalhatildees (2006 p 8) ldquotal processo deve envolver questotildees aleacutem

das estritamente ambientais uma melhor definiccedilatildeo de que propostas poderatildeo

contribuir para o seu avanccedilo a criatividade na concepccedilatildeo de bons projetos e a

capacidade de se evitar os falsos atalhosrdquo

Sendo assim para a construccedilatildeo de projetos de cidades sustentaacuteveis eacute

necessaacuterio que se tenha uma visatildeo ampla e com diferentes abordagens desse

processo de urbanizaccedilatildeo Para o projeto de cidades sustentaacuteveis eacute necessaacuterio

que se tenha trecircs abordagens a espacial que vislumbra a anaacutelise das relaccedilotildees

metaboacutelicas operadas pela cidade compreendendo territoacuterios distantes a

temporal uma vez que pleiteia geraccedilotildees futuras e a conceitual que exige um

enfoque transdisciplinar

Magalhatildees (2006 p 9 apud Peter Brand 1999 p 10) faz uma anaacutelise

sobre a implementaccedilatildeo dessas abordagens ldquo uma metaacutefora social como

cidade sustentaacutevel ou desenvolvimento urbano sustentaacutevel nunca pode ser

uma meta objetiva e sim uma gama de possibilidades abertas cujas

prioridades satildeo determinadas pelas urgecircncias do presenterdquo Com essa

ampliaccedilatildeo do conceito de sustentabilidade urbana percebe-se que haacute uma

nova utopia com um ideal diferenciado de cidade tendo como base accedilotildees

voltadas para o meio ambiente e a reduccedilatildeo da desigualdade causada pelos

transtornos ambientais dando prioridade a uma parte relevante de sua mateacuteria

e energia para a organizaccedilatildeo e manutenccedilatildeo interna e depois ao crescimento

da cidade Entatildeo por que seguir algo utoacutepico Coloco em pauta uma frase

destacada por Galeano (1993 p 230) na qual ele expotildee -ldquoA utopia estaacute laacute no

horizonte Me aproximo dois passos ela se afasta dois passos Caminho dez

passos e o horizonte corre dez passos Por mais que eu caminhe jamais

alcanccedilarei Para que serve a utopia Serve para isso para que eu natildeo deixe de

caminharrdquo

Com essas colocaccedilotildees Magalhatildees (2006 p 16) expotildee a criaccedilatildeo de

uma ideia de ldquodesempenho ambiental urbanordquo o qual mostra um conceito

mensuraacutevel e comparaacutevel junto com a ampliaccedilatildeo de niacuteveis de justiccedila ambiental

locacional e de democracia nas cidades que se torna uacutetil para construccedilatildeo de

paracircmetros de atuaccedilatildeo Essa ideia mostra que o urbanismo tem muito a

contribuir

Atualmente haacute muitos estudos cientiacuteficos que satildeo voltados para a crise

ambiental que vivemos que teve como origem a pressatildeo do crescimento

populacional sobre as aacutereas verdes e pelo modo de vida ocidental como a alta

produccedilatildeo e consumo exagerado Nesse contexto retomamos que as cidades

tecircm sido o principal fator e foco gerador dessa crise ambiental e que agora

concentramos as poliacuteticas puacuteblicas voltadas para o desenvolvimento urbano

como grande objetivo

Tanto pesquisadores atraveacutes de estudos quanto a sociedade atraveacutes

da miacutedia que divulga os riscos ambientais decorrentes das novas formas de

produccedilatildeo e seus efeitos alertam a populaccedilatildeo da gravidade causada e assim

provocam uma preocupaccedilatildeo generalizada acerca do problema ambiental

Sendo assim uma reflexatildeo deve ser feita sobre o conceito de cidade

sustentaacutevel uma vez que as cidades concentram a maior fonte de poluiccedilatildeo e

produccedilatildeo de resiacuteduos aleacutem de consumirem parte da energia do planeta

Como foi dito anteriormente cidades sustentaacuteveis devem pensar aleacutem

da proacutepria localidade mas para ter essa abordagem eacute necessaacuterio focar

primeiramente em uma escala local Para Schussel (2004 p 63 apud

Camagni 2001 p 345) ldquoeacute mais eficaz enfrentar um mesmo problema

localmente (em termos tanto de efeito como de autoridades) do que enfrentaacute-

los globalmente (onde as autoridades satildeo frequentemente ausentes os

agentes poluidores longiacutenquos as interdependecircncias das accedilotildees dos diferentes

sujeitos mais elevadas onde tambeacutem a incertitude sobre a grandeza dos

fenocircmenos e seus encadeamentos causais eacute maior)rdquo Com esse ponto de vista

eacute importante que se deva dar uma atenccedilatildeo ao processo de mudanccedila da

aprendizagem coletiva das cidades com uma interaccedilatildeo saudaacutevel entre a

economia tecnologia e meio ambiente

Eacute importante ressaltar que a implantaccedilatildeo de cidades sustentaacuteveis

juntamente com a gestatildeo do meio ambiente urbano possui uma alta

complexidade para a sociedade moderna ao analisar que natildeo devemos

apenas pensar na conservaccedilatildeo dos recursos ambientais mas tambeacutem

devemos nos atentar ao transporte puacuteblico para reduccedilatildeo da emissatildeo de gases

poluentes melhorar a mobilidade urbana diminuindo consideravelmente o

traacutefego de veiacuteculos dar incentivo e propiciar accedilotildees para a utilizaccedilatildeo de

transportes alternativos como bicicletas otimizar a utilizaccedilatildeo do espaccedilo

urbano devemos ainda criar mais espaccedilos verdes voltados para o lazer da

populaccedilatildeo criar programas voltados para a arborizaccedilatildeo dos espaccedilos puacuteblicos

destinar adequadamente o lixo urbano aplicar programas educacionais

voltados para o desenvolvimento sustentaacutevel investir em educaccedilatildeo de

qualidade para uma boa instruccedilatildeo da populaccedilatildeo favorecer a economia local

dinacircmica e sustentaacutevel e criar accedilotildees para a utilizaccedilatildeo racional da aacutegua

juntamente com o aproveitamento de aacuteguas pluviais

A autora Silva (Poliacuteticas Puacuteblicas e Estrateacutegias de Sustentabilidade

Urbana p 1 apud Metzger 1994) cujo inventaacuterio realizado sobre trabalhos de

ecologia urbana e meio ambiente urbano identifica trecircs concepccedilotildees distintas A

primeira trata da natureza na cidade no qual Metzger fez estudos referentes

aos elementos bioloacutegicos do meio urbano no que diz respeito agrave preservaccedilatildeo

dos espaccedilos verdes e dos elementos fiacutesico naturais da cidade A segunda

concepccedilatildeo do meio ambiente urbano estaacute relacionada aos riscos da cidade e

na cidade aos problemas ambientais enfrentados pela populaccedilatildeo e como

esses problemas afetam a qualidade de vida da mesma Por fim a uacuteltima

vertente que visa mensurar o problema de gestatildeo ou administraccedilatildeo da cidade

tratando das poliacuteticas puacuteblicas sob uma visatildeo do uso do solo e a influecircncia que

as questotildees ambientais causam na determinaccedilatildeo das poliacuteticas puacuteblicas

11 - Poliacuteticas Puacuteblicas e a relaccedilatildeo com as cidades sustentaacuteveis

definiccedilotildees aplicaccedilatildeo conceitos

Eacute necessaacuterio que sejam identificados os locais de atuaccedilatildeo das poliacuteticas

puacuteblicas que tecircm como objetivo a sustentabilidade urbana mas analisando

previamente as mudanccedilas que ocorreram no acircmbito das accedilotildees governamentais

que ocasionaram a adoccedilatildeo de determinadas poliacuteticas puacuteblicas como

estrateacutegias e diretrizes da proacutepria accedilatildeo governamental e dos indiviacuteduos

Mas o que satildeo poliacuteticas puacuteblicas e por que as poliacuteticas puacuteblicas satildeo

consideradas tatildeo importantes quando se trata da sustentabilidade urbana

Segundo Silva (Poliacuteticas Puacuteblicas e Estrateacutegias de Sustentabilidade Urbana p

2 apud Bucci 2002 p 241) poliacuteticas puacuteblicas ldquosatildeo programas de accedilatildeo

governamental para um setor da sociedade ou um espaccedilo geograacutefico

buscando a concretizaccedilatildeo de determinados objetivos e metasrdquo e destaca ainda

que ldquosatildeo programas de accedilatildeo governamental visando a coordenar os meios agrave

disposiccedilatildeo do Estado e as atividades privadas para a realizaccedilatildeo de objetivos

socialmente relevantes e politicamente determinadosrdquo

Quando relacionadas agrave cidadania as poliacuteticas puacuteblicas encontram

dificuldade para alcanccedilar a sustentabilidade urbana jaacute que devem assegurar

uma vida harmocircnica entre o habitante e o meio ambiente Isso ocorre devido a

globalizaccedilatildeo dos espaccedilos em que satildeo levantadas novas tecnologias e haacute o

problema da crescente urbanizaccedilatildeo Esse enfoque possui alguns princiacutepios

que devem ser levados em consideraccedilatildeo princiacutepios esses que guiam as

poliacuteticas puacuteblicas no meio ambiente urbano Esses princiacutepios satildeo destacados e

relacionados por Silva (Poliacuteticas Puacuteblicas e Estrateacutegias de Sustentabilidade

Urbana p 5) como o princiacutepio do interesse puacuteblico na proteccedilatildeo do meio

ambiente urbano sobre os interesses privados o princiacutepio da realizaccedilatildeo de

uma avaliaccedilatildeo preacutevia dos impactos ambientais advindos da accedilatildeo antroacutepica ou

natural o princiacutepio de que o Estado deve intervir na defesa e proteccedilatildeo do meio

ambiente e do meio ambiente urbano o princiacutepio da funccedilatildeo da funccedilatildeo

socioambiental da propriedade urbana o princiacutepio da participaccedilatildeo da

sociedade e da gestatildeo democraacutetica da cidade e o princiacutepio da garantia do

direito a cidades sustentaacuteveis

Cabe ressaltar que apesar de existirem tantos princiacutepios que devem ser

vistos como diretriz a realidade foge um pouco do que eacute mostrado na teoria jaacute

que as poliacuteticas puacuteblicas seguem programas finaliacutesticos que satildeo flexiacuteveis e

quando relacionados agraves exigecircncias legais devem ser diferenciados de acordo

com o grau de finalizaccedilatildeo da accedilatildeo e de imperatividade das normas

Quando tratamos do urbano e do meio ambiente as politicas puacuteblicas

devem ser integradas e possuiacuterem uma interaccedilatildeo entre si como por exemplo

ao tratar das poliacuteticas de habitaccedilatildeo natildeo se pode deixar de levar em

consideraccedilatildeo as poliacuteticas de saneamento ambiental ou entatildeo ao tratar de

poliacuteticas de transporte puacuteblico e mobilidade urbana deve-se considerar a

proacutepria poliacutetica ambiental Sendo assim os programas e projetos

governamentais devem contemplar os aspectos ambientais urbanos sociais e

econocircmicos

Para Silva (Poliacuteticas Puacuteblicas e Estrateacutegias de Sustentabilidade Urbana

p 6) ldquose os planos satildeo obrigatoacuterios para o setor puacuteblico para o setor privado

eles satildeo indicativosrdquo Reforccedilando o conceito de poliacuteticas puacuteblicas essas podem

ser definida como ldquoprocesso - ou conjunto de processos - que culmina na

escolha racional e coletiva de propriedades para definiccedilatildeo dos interesses

puacuteblicos reconhecidos pelo direitordquo sendo que quando se diz respeito a

direitos todos tecircm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado

englobando tambeacutem o meio ambiente urbano Portanto quando eacute utilizado o

termo ldquourbanordquo para qualificar o meio ambiente natildeo significa que haacute uma

segregaccedilatildeo classificatoacuteria do meio ambiente o adjetivo ldquourbanordquo vem como

uma proposta de demarcar a problemaacutetica ambiental em um determinado

espaccedilo geograacutefico - no caso as cidades - sem deixar de considerar os fatores

que nelas estatildeo inseridos como os sociais e os ambientais

Assim para empregar poliacuteticas puacuteblicas visando a sustentabilidade

urbana deve-se repensar o modelo de desenvolvimento da cidade juntamente

com o modo de vida da populaccedilatildeo e a conscientizaccedilatildeo da mesma apoiando-se

nas relaccedilotildees sociais e econocircmicas exercidas na cidade sem deixar de

considerar essas interaccedilotildees como propulsoras do direito agrave cidade sustentaacutevel

Para ratificar inciso I do art 2ordm do Estatuto da Cidade - Lei n 10257 de

10 de julho de 2001 reconhece entre as diretrizes de poliacuteticas puacuteblicas

expostas o direito a cidades sustentaacuteveis De acordo com essa lei esse direito

proporciona o direito a terra urbana agrave moradia ao saneamento ambiental agrave

infraestrutura urbana aos serviccedilos puacuteblicos em geral ao trabalho e ao lazer

tanto para as geraccedilotildees atuais como para as futuras

Sendo assim as cidades devem desenvolver-se respeitando a

sustentabilidade por isso o desenvolvimento urbano deve ser feito sem

degradaccedilatildeo possibilitando uma vida urbana digna e igualitaacuteria Contudo as

cidades necessitam de mudanccedilas diversos pontos de vista reformulaccedilatildeo das

poliacuteticas puacuteblicas e criaccedilatildeo de novas e soluccedilotildees sobre como interagir no dia a

dia com o local que vivemos A partir dessa visatildeo destaco o que eacute exposto por

Acselrad (1999 p 86) em que ldquoacredita-se que quando o crescimento urbano

natildeo eacute acompanhado por investimentos em infraestrutura a oferta de serviccedilos

urbanos natildeo acompanha o crescimento da demanda A falta de investimentos

na manutenccedilatildeo dos equipamentos urbanos viraacute por sua vez acentuar o deacuteficit

na oferta de serviccedilos o que se rebateraacute especialmente na forma de

segmentaccedilatildeo socioterritorial entre as populaccedilotildees atendidas e natildeo atendidas

por tais serviccedilosrdquo

Apoacutes tratar de um modo geral cidades sustentaacuteveis e a sustentabilidade

urbana eacute interessante analisar o caso brasileiro Infelizmente a preocupaccedilatildeo

ambiental brasileira foi tardia e a evoluccedilatildeo foi lenta Em questotildees de

urbanizaccedilatildeo houve uma transformaccedilatildeo estrutural de ordem socioeconocircmica

reformulando a ocupaccedilatildeo do territoacuterio nacional ocasionando em impactos

ambientais e no dado de que cerca de 80 da populaccedilatildeo brasileira mora em

aacutereas urbanas Mas ao decorrer do tempo a questatildeo ambiental foi ligada ao

social os pensamentos acerca desse tema tiveram uma nova percepccedilatildeo

Como exemplo temos o caso dos recursos hiacutedricos em que a legislaccedilatildeo teve

o cuidado de considerar aleacutem do aspecto ambiental os aspectos sociais e

econocircmicos

Foi criado o Sistema Nacional de Recursos Hiacutedricos (SNRH) que no

texto de Schussel (2004 p 65) satildeo expostas a valoraccedilatildeo da aacutegua como bem

econocircmico a prioridade do abastecimento puacuteblico em detrimento da produccedilatildeo

de energia e a gestatildeo compartilhada entre usuaacuterios poder puacuteblico e sociedade

civil de bacias hidrograacuteficas por meio da implantaccedilatildeo dos ldquoComitecircs de Baciardquo

Essa questatildeo de integraccedilatildeo do ambiental ao social e econocircmico ocorreu

na deacutecada de 80 em que Silva (Poliacuteticas Puacuteblicas e Estrateacutegias de

Sustentabilidade Urbana p 2 apud Ribeiro 2001 p 134-135) destaca ldquoa

questatildeo urbana eacute integrada agrave questatildeo social e as representaccedilotildees antiurbanas

satildeo substituiacutedas pelo diagnoacutestico orientado por ideais republicanos de justiccedila

social e democracia A tarefa do pensamento e da accedilatildeo dos urbanistas passa a

ser o fazer coincidir a cidade e a cidadaniardquo Apesar do atraso na aplicaccedilatildeo do

pensamento ambiental - no caso o de cidades sustentaacuteveis - atualmente o

Brasil apresenta um niacutevel consideraacutevel de desenvolvimento tecnoloacutegico e social

que podem retardar a degradaccedilatildeo e os malefiacutecios causados nas cidades E por

que natildeo ocorre tal melhoria no setor ambiental urbano O Brasil carece de

poliacuteticas puacuteblicas que sirvam para o propoacutesito ambiental sem contar a falta de

instruccedilatildeo ambiental de uma boa parcela da sociedade Isso eacute confirmado com

as atitudes da populaccedilatildeo no texto de Loureiro e De Gregori (Revista Eletrocircnica

do Curso de Direito ndash UFSM p 459) eacute exposto que ldquoo lixo jogado nas ruas

causa entupimento de bueiros o que dificulta o escoamento da aacutegua da chuva

Aleacutem disso mesmo quando ocorre escoamento a aacutegua leva detritos

diretamente para o curso dos rios coacuterregos mananciais entre outros Em

razatildeo do exposto um meio indireto mas eficiente de se poluir a aacuteguardquo

Desse modo termo ldquosustentabilidaderdquo atrelado agraves necessidades

urbanas merece se conciliado de certa maneira que o ser humano produza

desenvolvimento e tambeacutem conserve o meio ambiente Portanto para o Brasil

os modelos que devem ser desenvolvidos nas cidades precisam ser justos

eacuteticos e sustentaacuteveis abrangendo todas as classes sociais e sendo igualitaacuterio

trazendo assim a concepccedilatildeo de que as transformaccedilotildees natildeo necessariamente

devem partir do governo e sim das accedilotildees que integrem os cidadatildeos

almejando a sustentabilidade Quando se diz ldquoas accedilotildees que integrem os

cidadatildeosrdquo na verdade o que se busca expressar eacute que a atitude deve partir da

populaccedilatildeo e natildeo do governo pois tais accedilotildees promovidas pela populaccedilatildeo as

aproximam das poliacuteticas puacuteblicas gerando melhores oportunidades e formas

alternativas de sistemas igualitaacuterios quando relacionados a exposiccedilatildeo de riscos

ambientais Tudo isso para oferecer um ambiente urbano com um

desenvolvimento em equiliacutebrio ambientalmente sustentaacutevel e socialmente

justo

Retomando o Artigo 2ordm do Estatuto da Cidade Loureiro e De Gregori

(Revista Eletrocircnica do Curso de Direito ndash UFSM p 462) expotildeem que houve

uma mudanccedila de paradigma ao se pensar em ambientes urbanos assim

expondo trecircs objetivos a serem alcanccedilados com as cidades ldquoo primeiro seria

um ambiente destinado agrave moradia de um acuacutemulo de comunidades jaacute em uma

segunda perspectiva seria um ambiente de poliacuteticas a fim de atingir funccedilatildeo

social urbana e por fim a garantia de ambientes urbanos como um meio

sustentaacutevel e sadio de desenvolvimentordquo Eacute importante ressaltar que esse

ponto de vista reflete que soacute seraacute possiacutevel assegurar um ambiente urbano para

a presente geraccedilatildeo e para as futuras partindo da preservaccedilatildeo do meio

ambiente

Portanto diversas iniciativas podem tornar o ambiente urbano em cidade

sustentaacutevel o que procura promover uma estabilidade e um equiliacutebrio agraves

cidades com uma visatildeo a longo prazo O processo de implantaccedilatildeo de cidades

sustentaacuteveis no Brasil deve primeiramente partir de accedilotildees individuais ou

privadas e articulada agraves poliacuteticas puacuteblicas para que haja uma eficiecircncia na

aplicabilidade sem desconsiderar que haacute uma possibilidade de gerar um

sistema insustentaacutevel Por que pode se tornar um sistema insustentaacutevel

Segundo Loureiro e De Gregori (Revista Eletrocircnica do Curso de Direito ndash

UFSM p 465 apud Godard 1990 p40-45) ldquoa insustentabilidade exprime

assim a incapacidade de as poliacuteticas puacuteblicas adaptarem a oferta de serviccedilos

urbanos agrave quantidade e agrave qualidade das demandas sociais provocando um

ldquodesequiliacutebriordquo entre necessidades cotidianas da populaccedilatildeo e os meios de as

satisfazer entre a demanda por serviccedilos urbanos e os investimento em redes e

infraestruturardquo

Jaacute que a realidade brasileira exprime uma grande distorccedilatildeo do que eacute

apresentado nos estudos como conseguir implantar uma cidade sustentaacutevel e

assim suportaacute-la Primeiramente eacute necessaacuterio ampliar o ponto de vista natildeo se

prendendo agraves poliacuteticas puacuteblicas em segundo plano eacute preciso que se tenha uma

accedilatildeo coletiva da populaccedilatildeo atraveacutes da conscientizaccedilatildeo ou de accedilotildees que

promovam a sustentabilidade dentro da cidade

Eacute importante ressaltar que natildeo se pode descartar as poliacuteticas puacuteblicas

mas tambeacutem natildeo se pode esperar que elas resolvam todos os problemas

presentes na cidade Sendo assim para que uma cidade torne-se sustentaacutevel eacute

preciso que as accedilotildees realizadas pela populaccedilatildeo sejam emparelhadas com as

poliacuteticas puacuteblicas aplicadas pelo governo No Brasil haacute cidades que satildeo

consideradas sustentaacuteveis mas essas cidades optaram apenas por um

planejamento urbano voltado para reconstituiccedilatildeo de aacutereas verdes

aprimoramento nas soluccedilotildees urbaniacutesticas e na tecnologia do transporte urbano

Tais accedilotildees natildeo devem ser desconsideras e sim exaltadas pelo funcionamento

adequado e promoccedilatildeo da sustentabilidade urbana Outras questotildees tatildeo

importantes quanto satildeo deixadas de lado pelo governo e nesse caso deve-se

ter uma aplicaccedilatildeo da sociedade para que ganhe uma visatildeo e assim sejam

aplicadas poliacuteticas puacuteblicas voltadas para tais questotildees

Em especiacutefico coloco o problema hiacutedrico que tem assolado vaacuterias

cidades do paiacutes por trazer prejuiacutezos de forma direta e indireta a populaccedilatildeo O

problema hiacutedrico brasileiro natildeo eacute apenas o causado pela estiagem e falta de

aacutegua em algumas localidades ele tambeacutem eacute expresso pelas chuvas

torrenciais Em face disso eacute importante unir o uacutetil ao agradaacutevel Vale expor que

em decorrecircncia do aumento da urbanizaccedilatildeo as aacutereas foram pavimentadas e

cobertas por preacutedios casas monumentos entre outras edificaccedilotildees

ocasionando na impermeabilizaccedilatildeo do solo em aacutereas naturais Devido a esse

fator o ser humano vem demandando novas soluccedilotildees e poliacuteticas puacuteblicas para

o controle e mitigaccedilatildeo de impactos causados pela chuva tais como

alagamentos

Os governos de modo geral vecircm encontrando seacuterias dificuldades

quanto agraves questotildees de gestatildeo dos alagamentos em suas aacutereas puacuteblicas Para

Brasiacutelia e o Governo do Distrito Federal esse problema eacute recente e nem tatildeo

alarmante quando comparado aos das grandes capitais brasileiras como Satildeo

Paulo ou Rio de Janeiro Portanto eacute necessaacuterio que se tenha uma precauccedilatildeo

com o uso das aacuteguas tratadas para que possam ser utilizadas fontes

alternativas Com o objetivo de aproveitamento de aacuteguas pluviais a captaccedilatildeo

de aacutegua advinda das chuvas possui um vieacutes sustentaacutevel do ponto de vista

teacutecnico e econocircmico quando aplicado em sistemas de uso privativo Cabe

ressaltar que esse estudo visa aliar o conceito de cidades sustentaacuteveis a partir

da iniciativa privada agraves necessidades encontradas na cidade de Brasiacutelia no

caso de um projeto de aproveitamento de aacuteguas pluviais que atenda a

demanda de aacutegua natildeo potaacutevel tendo como base a precipitaccedilatildeo de chuva local

sem desconsiderar o ciclo hidroloacutegico para que natildeo ocorra um desequiliacutebrio do

mesmo e ocasione mais desastres ambientais

Tal sistema tem como objetivo gerar uma fonte de aacutegua natildeo potaacutevel

para uso diaacuterio em sistemas prediais como descarga limpeza do preacutedio

irrigaccedilatildeo de jardins disponibilidade para lavagem de automoacuteveis entre outras

possibilidades gerando uma economia da aacutegua utilizada e consequentemente

uma economia monetaacuteria Aleacutem desse objetivo reducionista de gasto e aacutegua

haacute tambeacutem a possibilidade da reduccedilatildeo de transtornos hiacutedricos urbanos

Portanto ao abordar sobre poliacuteticas puacuteblicas eacute de suma importacircncia

compreender que o ldquodesenvolvimento sustentaacutevel eacute um processo de

aprendizagem social de longo prazo que por sua vez eacute direcionado por

poliacuteticas puacuteblicas orientadas por um plano de desenvolvimento nacionalrdquo

(Barbosa 2008 p 6) O conceito de desenvolvimento sustentaacutevel seraacute melhor

apresentado no capiacutetulo seguinte

2 ndash Sustentabilidade desenvolvimento sustentaacutevel e a sua

importacircncia

Inicio esse capiacutetulo com uma frase de Nascimento (2012 p 57) em que

se queremos sugerir uma sustentabilidade para toda a sociedade eacute necessaacuterio

que tenhamos uma ldquolinha transversal a eacutetica solidaacuteria com os excluiacutedos de hoje

para que natildeo haja excluiacutedos amanhatilderdquo

Por que a sustentabilidade eacute algo importante para noacutes Eacute necessaacuterio

que seja de conhecimento geral de que estamos ameaccedilados em todos os

aspectos ligados agrave utilizaccedilatildeo de recursos naturais e aproveitamento dos

mesmos Portanto haacute uma conexatildeo direta ao desenvolvimento sustentaacutevel

Nascimento (2012 p 58) ainda aponta que ldquoateacute meados do seacuteculo XX a

humanidade temia basicamente duas grandes extinccedilotildees ndash uma externa

(choque de um grande meteorito como aparentemente ocorreu haacute 65 milhotildees

de anos extinguindo os dinossauros) e outra interna (o advento de uma

epidemia desconhecida e incontrolaacutevel) Em meados do seacuteculo passado foi

acrescida mais uma ameaccedila provinda dos proacuteprios seres humanos a bomba

atocircmica O seu poder de destruiccedilatildeo ficou evidente com as explosotildees de

Hiroshima e Nagasakirdquo Sendo assim eacute perceptiacutevel que o estilo de vida de alta

produccedilatildeo e consumo vigente nos leva a crer que um desastre eacute cada vez mais

plausiacutevel

ldquoQue a economia estaacute em um conflito com os sistemas naturais do

planeta eacute uma evidecircncia que ressalta das informaccedilotildees cotidianas sobre o

desaparecimento das zonas de pesca reduccedilatildeo das florestas a erosatildeo do

solo e o desaparecimento de espeacuteciesrdquo (Nascimento 2012 p 58 apud

Brown 2003 p14) Portanto a crise ambiental aponta um desgaste das

condiccedilotildees ldquonormaisrdquo de vida no planeta Terra Segundo Nascimento (2012 p

58) ldquo[] eacute possiacutevel caso o cenaacuterio mais pessimista do aquecimento global

venha a se confirmar que uma nova possibilidade de auto extinccedilatildeo seja criada

no final desse seacuteculordquo Desta forma o atual modelo de vida natildeo deteriora

apenas o meio ambiente tambeacutem prejudica a vida humana e para que sejam

reduzidos esses transtornos agrave vida humana eacute preciso que iniciativas e

alternativas sejam criadas por meio de inovaccedilotildees tecnoloacutegicas para que haja

uma saiacuteda

ldquoA crise ambiental assumiu contornos mais graves com a percepccedilatildeo da

responsabilidade antroacutepica do aquecimento global e a dinacircmica de ascensatildeo

de um contingente humano mais significativo no mercado de consumordquo

(Nascimento 2012 p 61) Quando a crise ambiental se tornou algo de suma

importacircncia Quando como e por que a sustentabilidade e o desenvolvimento

sustentaacutevel se tornaram relevantes para o combate agrave crise ambiental Eacute

necessaacuterio compreender que a sustentabilidade possui dois vieses quando

relacionada agrave sua origem Uma de suas origens tem base na biologia mais

precisamente na ecologia a qual atribui o conceito de resiliecircncia ndash capacidade

de recuperaccedilatildeo e reproduccedilatildeo dos ecossistemas ndash perante as degradaccedilotildees

antroacutepicas com o uso exacerbado dos recursos naturais Ainda relacionado agrave

ecologia haacute as causas naturais como terremotos fogo tsunamis pragas

entre outros O outro vieacutes de origem da sustentabilidade adveacutem da economia

como o adjetivo do desenvolvimento diante da visibilidade que ganhou ao

longo do seacuteculo XX referente ao padratildeo de consumo desenvolvido ao redor do

mundo (Nascimento 2012 p 51)

Segundo Nascimento a ideia de sustentabilidade como enfoque

mundial tem origem na deacutecada de 1950 O surgimento e a importacircncia desse

termo ocorrem devido a um risco ambiental global a poluiccedilatildeo nuclear ldquoOs seus

indiacutecios alertaram os seres humanos de que estamos em uma nave comum e

que problemas ambientais natildeo estatildeo restritos a territoacuterios limitadosrdquo

(Nascimento 2012 p 2) Segundo Nascimento (2012 p 52 apud Machado

2005) ldquoA ocorrecircncia de chuvas radiativas a milhares de quilocircmetros dos locais

de realizaccedilatildeo dos testes acendeu um caloroso debate no seio da comunidade

cientiacuteficardquo Na deacutecada de 1960 houve outro fato importante que implicou na

questatildeo da percepccedilatildeo da crise ambiental dando importacircncia a

sustentabilidade devido ao uso de inseticidas e pesticidas quiacutemicos e

transtornos causados por esses apontados por Rachel Carson em seu livro

intitulado de ldquoPrimavera Silenciosardquo ndash Silent Spring

Ainda na deacutecada de 60 as chuvas aacutecidas recorrentes nos paiacuteses

noacuterdicos levaram a Sueacutecia junto ao Conselho Econocircmico e Social das Naccedilotildees

Unidas (ECOSOC) a propor a realizaccedilatildeo de uma conferecircncia para tratar de um

acordo internacional para uma possiacutevel reduccedilatildeo na emissatildeo dos gases

responsaacuteveis por tal transtorno Com isso ocorreu a Conferecircncia de

Estocolmo em 1972 colocando em evidecircncia os paiacuteses subdesenvolvidos e

desenvolvidos da eacutepoca A princiacutepio as preocupaccedilotildees natildeo eram nem um

pouco igualitaacuterias jaacute que os paiacuteses desenvolvidos estavam atentos agrave

degradaccedilatildeo ambiental que afetavam sua qualidade de vida enquanto os

paiacuteses subdesenvolvidos estavam preocupados em natildeo sofrerem sanccedilotildees

comerciais e apresentarem um retardo em seu desenvolvimento uma vez que

naquela eacutepoca os problemas ambientais eram associados ao crescimento

econocircmico dos paiacuteses de terceiro mundo Nessa conferecircncia ficou exposto

que os paiacuteses desenvolvidos defendiam a proteccedilatildeo do meio ambiente como

principal foco e os paiacuteses em desenvolvimento focavam no combate agrave

pobreza

Para melhor esclarecer Nascimento expotildee a partir do documento ldquoOnly

One Earthrdquo (Ward amp Dubos 1973) ldquo[] O problema ambiental como decorrente

de externalidades econocircmicas proacuteprias do excesso de desenvolvimento

(tecnologia agressiva e consumo excessivo) de um lado e de sua falta

(crescimento demograacutefico e baixo PIB per capita) de outro Posta dessa forma

a questatildeo ambiental deixava de ficar restrita ao meio natural e adentrava o

espaccedilo socialrdquo Contemporacircneo a isso temos o relatoacuterio do Clube de Roma ndash

Limits to Growth (Meadows et al 1972) que propunha uma reduccedilatildeo do

desenvolvimento industrial nos paiacuteses desenvolvidos e uma contenccedilatildeo no

crescimento populacional nos paiacuteses subdesenvolvidos juntamente com o

apoio daqueles aos subdesenvolvidos para que pudessem crescer

economicamente A partir desses eventos os governos se conscientizaram e

criaram agecircncias que tratassem das questotildees ambientais para que pudessem

juntar dados ambientais jaacute que na eacutepoca careciam de tais informaccedilotildees

No Brasil foi criada a Secretaria Especial do Meio Ambiente (SEMA) em

1973 enquanto nos EUA jaacute existia a Environmental Protection Agency (EPA)

desde 1970

Dez anos apoacutes a Conferecircncia de Estocolmo uma anaacutelise dos resultados

foi feita pela ONU e mostrou que o resultado estabelecido deixou a desejar e

que os esforccedilos realizados foram inferiores Em decorrecircncia desse mal

desempenho foi formada a Comissatildeo Mundial sobre Meio Ambiente e

Desenvolvimento (CMMAD) presidida por Gro Harlen Brundtland responsaacutevel

pelo relatoacuterio ldquoNosso Futuro Comumrdquo ndash Our Common Future ndash que tinha como

principal proposta a criaccedilatildeo de uma agenda global para focar em uma

mudanccedila consideraacutevel Esse estudo obteve informaccedilotildees durante trecircs anos a

partir de pesquisas e anaacutelises com enfoque na parte social Segundo Barbosa

(2008 p2) as informaccedilotildees colhidas do relatoacuterio com base nas questotildees

sociais referiam-se ldquoao uso da terra sua ocupaccedilatildeo suprimento de aacutegua abrigo

e serviccedilos sociais educativos e sanitaacuterios aleacutem de administraccedilatildeo do

crescimento urbanordquo

Tal relatoacuterio foi responsaacutevel pela criaccedilatildeo do termo ldquoDesenvolvimento

Sustentaacutevelrdquo que ldquoconsistiu o maior esforccedilo entatildeo conhecido para conciliar a

preservaccedilatildeo do meio ambiente com o desenvolvimento econocircmicordquo

(Nascimento 2012 p 54) Uma definiccedilatildeo baacutesica do que eacute DS eacute exposta por

Nascimento (2012 p 58 apud Lenzi 2006) ldquoDesenvolvimento sustentaacutevel eacute o

desenvolvimento que satisfaz as necessidades do presente sem comprometer

a capacidade das geraccedilotildees futuras em satisfazer suas proacuteprias necessidadesrdquo

Estender e Pitta (O Conceito do Desenvolvimento Sustentaacutevel apud Camargo

2003 p 43) tambeacutem fazem citaccedilatildeo agrave outra definiccedilatildeo apontada no relatoacuterio

ldquoEm essecircncia o desenvolvimento sustentaacutevel eacute um

processo de transformaccedilatildeo no qual a exploraccedilatildeo dos

recursos a direccedilatildeo dos investimentos a orientaccedilatildeo

do desenvolvimento tecnoloacutegico e a mudanccedila

institucional se harmonizam e reforccedilam o potencial

presente e futuro a fim de atender agraves necessidades

e aspiraccedilotildees humanasrdquo

Nascimento (2012 p 54) aponta que ldquoA forccedila e a fraqueza dessa

definiccedilatildeo encontram-se justamente nessa foacutermula vaga pois deixam-se em

aberto quais seriam as necessidades humanas atuais e mais ainda as das

geraccedilotildees futurasrdquo

Segundo Barbosa (2008) o relatoacuterio faz consideraccedilotildees agraves questotildees

urbanas no qual as cidades em seu desenvolvimento devem contemplar as

necessidades baacutesicas de toda a populaccedilatildeo e conceder oportunidades de

melhora na qualidade de vida de todos buscando alcanccedilar uma equidade na

sociedade por meio de processos democraacuteticos para que haja um

desenvolvimento urbano adequado Ainda com referecircncia ao relatoacuterio haacute ldquoa

necessidade de descentralizaccedilatildeo das aplicaccedilotildees de recursos financeiros e

humanos e a necessidade do poder poliacutetico favorecer as cidades em sua

escala localrdquo (Barbosa 2008 p 2) Quanto agrave questatildeo do uso de recursos

naturais foi avaliada no relatoacuterio a capacidade de resiliecircncia da biosfera os

efeitos e as possiacuteveis consequecircncias causadas pela accedilatildeo antroacutepica apontando

ainda que a pobreza pode ser considerada como um problema ambiental e que

a tentativa de erradicar a mesma pode ser a base para a busca da

sustentabilidade Com essa contribuiccedilatildeo na mudanccedila do modo de perceber as

necessidades urbanas o relatoacuterio apresentou trecircs princiacutepios baacutesicos ou

aspectos que deveriam ser cumpridos ndash proteccedilatildeo ambiental equidade social e

o desenvolvimento econocircmico ndash e que seratildeo expostos mais adiante

Apesar de todos esses pontos levantados o relatoacuterio Brundtland

recebeu vaacuterias criacuteticas pelo fato de acusar a pobreza e o descontrole do

crescimento populacional nos paiacuteses subdesenvolvidos como a fonte principal

dos problemas ambientais e da insustentabilidade do planeta e de colocar em

segundo plano a poluiccedilatildeo causada ateacute a data de publicaccedilatildeo do relatoacuterio pelos

paiacuteses desenvolvidos

Em 1986 foi realizada a conferecircncia de Ottawa ndash Carta de Ottawa 1986

ndash na qual foram estabelecidas cinco condiccedilotildees para que se tentasse alcanccedilar o

desenvolvimento sustentaacutevel entre elas a manutenccedilatildeo da integraccedilatildeo

ecoloacutegica a satisfaccedilatildeo das necessidades baacutesicas humanas a provisatildeo da

autodeterminaccedilatildeo social e da diversidade cultural a integraccedilatildeo da conservaccedilatildeo

e do desenvolvimento e o alcance de equidade e justiccedila social Para a

CMMAD as condiccedilotildees que procedem do conceito de desenvolvimento

sustentaacutevel estatildeo associadas ao processo de urbanizaccedilatildeo e do crescimento da

cidade e tem como finalidade o uso adequado dos recursos naturais Em face

disto satildeo expostos alguns objetivos mudanccedila de qualidade do crescimento

crescimento renovaacutevel satisfaccedilatildeo das necessidades essenciais por emprego

aacutegua energia alimento e saneamento baacutesico garantia de um niacutevel sustentaacutevel

da populaccedilatildeo conservaccedilatildeo da base de recursos reorientaccedilatildeo da tecnologia e

do gerenciamento de risco e reorientaccedilatildeo das relaccedilotildees econocircmicas

internacionais (CMMAD 1988 1991)

Postumamente foi realizada a Assembleia das Naccedilotildees Unidas a qual

aprovou a Conferecircncia das Naccedilotildees Unidas para o Meio Ambiente e o

Desenvolvimento (CNUMAD) ocorrida em 1992 e ficou conhecida como Rio-

92 A Rio-92 teve maior visibilidade graccedilas agrave criaccedilatildeo da Convenccedilatildeo da

Biodiversidade e das Mudanccedilas Climaacuteticas ndash que posteriormente resultou na

criaccedilatildeo do Protocolo de Kyoto ndash da Agenda 21 e da Declaraccedilatildeo do Rio Essa

uacuteltima segue os mesmos padrotildees expostos na Conferecircncia de Estocolmo

citada anteriormente interligando o desenvolvimento econocircmico com o meio

ambiente atraveacutes de uma gestatildeo consciente dos recursos naturais sem

comprometer o modelo econocircmico vigente

Em decorrecircncia desses acontecimentos tornou-se de faacutecil entendimento

que o desenvolvimento sustentaacutevel eacute composto por trecircs aspectos ambiental

econocircmico e social Outros autores como Ignacy Sachs consideram ainda

outras variaacuteveis relevantes para o entendimento do DS como sustentabilidade

ecoloacutegica e poliacutetica

Figura 1 Tripeacute da Sustentabilidade

Fonte Nicholas Gimenes (2012)

Com base nesses trecircs aspectos apontados chegamos ao conhecido

Triple Bottom Line ndash ldquoTripeacute da Sustentabilidaderdquo No tripeacute da sustentabilidade

satildeo expostos o aspecto ambiental que tem como base a produccedilatildeo e o

consumo de tal forma que possa garantir que os ecossistemas natildeo sofram

problemas quanto a sua capacidade de resiliecircncia o aspecto econocircmico que

assume a denominada ecoeficiecircncia a qual incentiva a inovaccedilatildeo tecnoloacutegica

para tentar mitigar alguns dos problemas ambientais e ampliar a

desmaterializaccedilatildeo da economia e o uacuteltimo aspecto o social o qual supotildee que

a populaccedilatildeo de uma determinada sociedade tenha o miacutenimo necessaacuterio para

uma condiccedilatildeo de vida aceitaacutevel buscando erradicar a desigualdade social

Segundo Nascimento existem diversas definiccedilotildees desses trecircs aspectos mas

essas apontadas satildeo as mais recorrentes e de simples entendimento Natildeo

podemos esquecer que assim como eacute apontado por Ignacy Sachs e outros

autores outros aspectos para a definiccedilatildeo do DS devem ser levados em

consideraccedilatildeo em especial a cultura Apesar de natildeo ser citada como base do

ldquotripeacuterdquo a cultura eacute importante em qualquer sociedade quando relacionada ao

meio ambiente pois eacute ela quem dita o comportamento da populaccedilatildeo O Brasil

sofre com questotildees ambientais muitas das vezes por falta de instruccedilatildeo da

populaccedilatildeo que natildeo tem conhecimento do quatildeo impactante pode ser sua accedilatildeo

Deste modo quando se trata de questotildees ambientais eacute necessaacuterio que se

tenha uma mudanccedila natildeo repentina e sim gradativa nos padrotildees de consumo

no estilo de vida e na educaccedilatildeo ambiental

Retomando os conceitos de DS e sustentabilidade temos uma definiccedilatildeo

de Clovis Cavalcanti em que sustentabilidade ldquosignifica a possibilidade de se

obterem continuamente condiccedilotildees iguais ou superiores de vida para um grupo

de pessoas e seus sucessores em dado ecossistemardquo (Cavalcanti 2003)

Analisando essa definiccedilatildeo proposta por Cavalcanti vemos que se assemelha

do que foi exposto por Gro Harlen Brundtland em seu relatoacuterio Como jaacute foi

mencionado para Sachs o ldquoTriple Bottom Linerdquo ndash Tripeacute da Sustentabilidade ndash

possui cinco vertentes da sustentabilidade que satildeo a ldquosustentabilidade

ecoloacutegica refere-se a fiacutesica do processo de crescimento e tem como objetivo a

manutenccedilatildeo de estoques dos recursos naturais incorporados as atividades

produtivas a sustentabilidade ambiental que refere-se agrave manutenccedilatildeo da

capacidade de sustentaccedilatildeo dos ecossistemas o que implica a capacidade de

absorccedilatildeo e recomposiccedilatildeo dos ecossistemas em face as agressotildees antroacutepicas

sustentabilidade social que refere-se ao desenvolvimento e tem por algum

objetivo a melhoria da qualidade da vida da populaccedilatildeo Para caso de paiacuteses

com problemas de desigualdade e de inclusatildeo social implica a adoccedilatildeo de

poliacuteticas distributivas e a universalizaccedilatildeo de atendimento a questotildees como

sauacutede educaccedilatildeo habilitaccedilatildeo e seguridade social sustentabilidade poliacutetica

refere-se ao processo de construccedilatildeo da cidadania para garantir a incorporaccedilatildeo

plena dos indiviacuteduos ao processo de desenvolvimento e a sustentabilidade

econocircmica que refere-se a uma gestatildeo eficiente dos recursos em geral e

caracteriza-se pela regularidade de fluxos do investimento puacuteblico e privado

Implica a avaliaccedilatildeo da eficiecircncia por processos macro sociaisrdquo (Sachs 1993

Agenda 21 brasileira)

Barbosa (2008 p 4) faz uma citaccedilatildeo em seu trabalho sobre o livro de

Leila Ferreira ndash ldquoA questatildeo ambiental sustentabilidade e poliacuteticas puacuteblicas no

Brasilrdquo ndash referente ao padratildeo de vida da sociedade em que

ldquoO padratildeo de produccedilatildeo e consumo que

caracteriza o atual estilo de

desenvolvimento tende a consolidar-se

no espaccedilo das cidades e estas se

tornam cada vez mais o foco principal

na definiccedilatildeo de estrateacutegias e poliacuteticas

de desenvolvimentordquo

Sendo assim eacute de fundamental importacircncia que formas alternativas

sustentaacuteveis sejam alcanccediladas para que possam influenciar de forma positiva

na qualidade de vida das cidades e no processo de planejamento urbano Para

Acselrad (1999 p 85) a sustentabilidade urbana eacute definida como ldquoa

capacidade das poliacuteticas urbanas se adaptarem agrave oferta de serviccedilos agrave

qualidade e agrave quantidade das demandas sociais buscando o equiliacutebrio entre as

demandas de serviccedilos urbanos e investimentos em estruturardquo Como o

desenvolvimento sustentaacutevel possui muitos conceitos e definiccedilotildees haacute uma em

especial que se destaca pelo fato de estar relacionada agraves cidades juntamente

com o termo ldquosustentabilidaderdquo exposta por Barbosa (2008 p 4 apud

Satterthwaite 2004) em que

ldquoa resposta agraves necessidades humanas

nas cidades como o miacutenimo ou

nenhuma transferecircncia dos custos da

produccedilatildeo consumo ou lixo para outras

pessoas ou ecossistemas hoje e no

futurordquo

Assim a participaccedilatildeo da sociedade e a diversidade dos interesses que

a mesma possui gera um conflito entre as poliacuteticas puacuteblicas e o

desenvolvimento sustentaacutevel mas nada que natildeo possa ser contornado a partir

da conscientizaccedilatildeo individual dos cidadatildeos Como eacute exposto por Barbosa ldquoeacute

imprescindiacutevel para a sustentabilidade urbana o uso racional dos recursos

naturais a boa forma do ambiente urbano baseado na interaccedilatildeo clima e os

recursos naturais aleacutem das respostas agraves necessidades urbanas com o miacutenimo

de transferecircncia de dejetos e rejeitos para outros ecossistemas atuais e

futurosrdquo (Barbosa 2008 p 9) Em detrimento disso ldquoo desenvolvimento

sustentaacutevel natildeo deve ser apresentado como um slogan poliacuteticordquo (Barbosa

2008 p 10) deve ser apresentado como uma possiacutevel soluccedilatildeo para a

mitigaccedilatildeo dos problemas ambientais encontrados atualmente na sociedade

Portanto a sustentabilidade visa emoldurar novos meios alternativos de

produccedilatildeo distribuiccedilatildeo e consumo dos recursos naturais existentes de forma

mais racional ecologicamente viaacutevel e economicamente eficaz

Ao retratar esses problemas de padrotildees vividos pela sociedade

relacionados ao meio ambiente mais especificamente a utilizaccedilatildeo de recursos

naturais Nascimento (2012 p 58) aponta que ldquohaacute uma quase unanimidade

hoje entre os cientistas de que os recursos naturais natildeo seratildeo suficientes para

fornecer um modo de vida similar ao da classe meacutedia mundial a todos os novos

ingressantes no mercado No entanto eles tecircm tanto direito quanto os que jaacute

participam do mercado consumidorrdquo Mas como podemos contornar tais

problemas e a crise ambiental Atraveacutes da criatividade humana muitas formas

alternativas foram criadas e podem ser inventadas quando se tratam dos

recursos finitos utilizados pelo homem Temos como exemplo a aacutegua sobre a

qual poucos satildeo os estudos apresentados relacionando o aproveitamento de

aacuteguas pluviais e cidades sustentaacuteveis Na maioria das vezes os estudos satildeo

feitos com base em outras necessidades como a dessalinizaccedilatildeo das aacuteguas do

mar para consumo humano Natildeo podemos esquecer que atualmente existem

diversos sistemas de captaccedilatildeo de aacuteguas pluviais para diferentes finalidades

sejam elas para aproveitamento de consumo humano ou natildeo

3 ndash A viabilidade de implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo

pluvial em Brasiacutelia ndash DF

31 ndash Apresentaccedilatildeo de dados

Primeiramente seratildeo apresentados dados sobre a populaccedilatildeo e o

consumo de aacutegua presente nas residecircncias de Brasiacutelia e que seratildeo utilizados

como base para a implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo na Asa Norte

Segundo Ferreira C diretor Superintendente de Atendimento Comercial

(CAC) da Companhia de Saneamento Ambiental do Distrito Federal (CAESB)

ldquoEm Brasiacutelia o consumo meacutedio por habitante eacute de 190 litros de aacutegua por dia o

que resulta em um consumo mensal de 6msup3 por habitanterdquo De acordo com a

ONU cada pessoa necessita de 110 litros por dia para atender as

necessidades de consumo e higiene A Companhia de Saneamento Baacutesico do

Estado de Satildeo Paulo (SABESP 2010) afirma que ldquono Brasil o consumo por

pessoa pode chegar a mais de 200 litrosdiardquo A estimativa da SABESP (2010)

eacute de que 54 litros (27) vatildeo para cozinhar e beber 50 litros (25) para tomar

banho e escovar os dentes 66 litros (33) para descarga de banheiro 24 litros

(12) para lavagem de roupa e 6 litros (3) para outras tarefas como lavagem

de carro por exemplo Segundo dados da CAESB Brasiacutelia (Plano Piloto)

consome cerca de 2757890msup3 por mecircs e que o consumo por habitante eacute de

1381msup3mecircs

Devido ao alto consumo de aacutegua em Brasiacutelia os recorrentes transtornos

hiacutedricos urbanos e a ausecircncia de sistemas captaccedilatildeo pluvial este capiacutetulo traz

um estudo da viabilidade teacutecnica e econocircmica da implantaccedilatildeo de um sistema

em um preacutedio residencial do bairro Asa Norte mais especificamente na

Superquadra 111 Norte Natildeo haacute nenhum estudo realizado que comprove a

frequecircncia dos alagamentos nessa regiatildeo portanto tal quadra foi selecionada

em decorrecircncia de mateacuterias e reportagens que mostram a dificuldade que a

populaccedilatildeo sofre quando haacute uma chuva anormal

Primeiramente eacute necessaacuterio que se tenha uma noccedilatildeo do periacuteodo

chuvoso em Brasiacutelia Segundo o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais

(INPE) Brasiacutelia apresenta um regime de precipitaccedilatildeo bem definido sendo que

a estaccedilatildeo chuvosa tem iniacutecio em Outubro e estende-se ateacute Marccedilo e a estaccedilatildeo

seca ocorre no restante do ano (Abril a Setembro) Ainda segundo o INPE ldquoa

estaccedilatildeo chuvosa eacute causada pelo forte aquecimento da atmosfera na Amazocircnia

que favorece o desenvolvimento de um sistema quase estacionaacuterio em altos

niacuteveis a Alta Boliacutevia Como resultado dessa circulaccedilatildeo observa-se nos baixos

niacuteveis uma regiatildeo de baixa pressatildeo e a convergecircncia de ar satildeo os principais

fatores que provocam a precipitaccedilatildeo neste periacuteodo responsaacutevel por 70 do

total meacutedio anualrdquo A partir desses elementos apresentados pelo INPE e com

base nos dados os quais foram obtidos da estaccedilatildeo meteoroloacutegica de Brasiacutelia

localizada na Latitude (ordm) -158 Longitude (ordm)-479 temos a precipitaccedilatildeo de

Brasiacutelia dada mecircs a mecircs Os dados partem de Janeiro de 2006 e vatildeo ateacute

Outubro de 2015 Eacute importante frisar que os dados foram formulados a partir

da precipitaccedilatildeo acumulada para tornar mais faacutecil de calcular a meacutedia

Tabela 01 Dados de Precipitaccedilatildeo

AnoMecircs JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ Meacutedia Mensal

2006 1232 1914 258 1417 351 09 01 528 403 5264 1956 1821 14563

2007 2609 2659 357 501 75 0 0 0 0 535 2249 275 9779

2008 201 2425 2346 2109 0 0 0 27 80 387 271 3226 1337

2009 2028 1347 81 3759 612 93 0 725 505 2958 1991 3078 1492

2010 1211 368 2494 2388 275 0 0 0 0 349 2547 318 1068

2011 1268 1724 2433 696 139 38 0 0 7 2639 3338 4704 1421

2012 2699 1149 1982 1213 444 24 02 0 333 1098 4446 1428 1235

2013 4918 1893 1903 954 222 62 03 0 659 1069 2711 3525 1493

2014 1531 1392 3402 2493 28 10 79 0 162 2014 192 3667 1399

2015 939 1297 3456 2076 499 0 08 0 218 694 SD SD 9187

Meacutedia para cada mecircs

20445 16168 21763 17606 2645 326 093 128 315 17007 2652 30421 12797

Tabela contendo os dados de chuva acumulada mecircs a mecircs em miliacutemetros (mm)

Fonte INPE 2015

Obs 1- SD - satildeo dados que natildeo foram coletados devido pois o trabalho foi realizado antes desses meses

Obs2- Meacutedia calculada com os dados obtidos no caso os meses de novembro e dezembro de 2015 natildeo entram no

caacutelculo pois ainda natildeo existiam os dados

Temos tambeacutem a partir do estudo realizado por Brino (Brasiacutelia

Superquadras Residenciais) os dimensionamentos dos preacutedios e a quantidade

de apartamentos por pavimentos conforme as tabelas a seguir

Tabela 02 Dimensionamento dos Blocos

A SUPERQUADRA AE AT

Aacuterea de Projeccedilatildeo por Bloco

Aacuterea Total = 11760msup2 Nuacutemero total de Blocos = 11

1069msup2 185 136

Aacuterea Construiacuteda por bloco (sem pilotis e

subsolo)

Pavimentos = 6 Aacuterea do Pavimento = 1069msup2

6414msup2 1113 818

Aacuterea Construiacuteda por superquadras (sem pilotis e subsolo)

Preacutedio = 11 Aacuterea por Preacutedio = 64141msup2

70554msup2 8999 1225

AE - Aacuterea Aedificandi e AT - Aacuterea Total

Tabela 03 Dimensionamento da Populaccedilatildeo

A POPULACcedilAtildeO (5 Pessoas

apart)

6 apartamentos por pavimento

36 apartamentos por bloco

396 apartamentos

por superquadra

1980 pessoas por

superquadra

8 apartamentos por pavimento

48 apartamentos por bloco

528 apartamentos

por superquadra

2640 pessoas por

superquadra

10 apartamentos por pavimento

60 apartamentos por bloco

660 apartamentos

por superquadra

3300 pessoas por

superquadra

12 apartamentos por pavimento

72 apartamentos por bloco

792 apartamentos

por superquadra

3960 pessoas por

superquadra

Caacutelculo para as faixas 100 200 e 300 (seis pavimentos) Fonte SUDUR

O estudo apresentado por Brino (Brasiacutelia Superquadras Residenciais)

considera uma famiacutelia composta por cinco pessoas para cada apartamento

nesse caso iremos desconsiderar essa informaccedilatildeo e basearmos nos dados

apresentados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica (IBGE) Nos

dados do IBGE (Censo Demograacutefico 2010) constam que a meacutedia de

moradores em domiciacutelios particulares ocupados eacute de 33 moradores

Partindo dos elementos de precipitaccedilatildeo aacuterea de projeccedilatildeo por bloco

meacutedia de moradores por apartamento total de apartamentos de um preacutedio e

consumo meacutedio de aacuteguadia por habitante podemos dar inicio as formas de

captaccedilatildeo e armazenamento de aacuteguas pluviais

32 ndash Aacuteguas pluviais e aacuteguas cinzas

Mas porque focar em aproveitamento de aacuteguas pluviais Segundo

Rapoport (2004 p 1) ldquoo aumento populacional acompanhado pelas mudanccedilas

climaacuteticas globais vem contribuindo para o aumento na demanda por recursos

hiacutedricosrdquo Ainda expotildee que ldquoembora a aacutegua seja um recurso renovaacutevel ela

tende a se deteriorar em funccedilatildeo do seu uso indiscriminado o que compromete

consequentemente a quantidade de aacutegua com qualidade disponiacutevel para o

consumo nas diversas localidadesrdquo (Rapoport 2004 p 1)

Um fato importante abordado por Rapoport (2004 p1) eacute que ldquoa

quantidade de aacutegua disponiacutevel eacute sempre a mesma jaacute que estaacute sempre sendo

renovada atraveacutes do ciclo hidroloacutegico Entretanto a aacutegua de qualidade para

consumo estaacute se tornando rarardquo A tiacutetulo de esclarecimento ldquosabe-se que o

ciclo hidroloacutegico se constitui basicamente do transporte de massas drsquoaacutegua do

oceano para atmosfera por evaporaccedilatildeo e da atmosfera atraveacutes de

precipitaccedilotildees escoamentos superficiais e subterracircneos para os oceanos

influenciando diretamente a distribuiccedilatildeo e extensatildeo dos corpos drsquoaacutegua

continentaisrdquo (Rapoport 2004 p 1) Sendo assim a interferecircncia humana tem

causado alteraccedilotildees no ciclo hidroloacutegico em diversas regiotildees Esse assunto

seraacute melhor abordado mais adiante pois o uso do sistema de captaccedilatildeo pode

influenciar no ciclo hidroloacutegico negativamente mas utilizado da forma

adequada pode continuar mantendo o ciclo equilibrado

Aleacutem do uso indevido da aacutegua e de sua escassez Lima e Machado

(2008 p 13) apontam que ldquooutro fator importante eacute o aumento de inundaccedilotildees e

enchentes devido ao escoamento superficial da aacutegua de chuva e da

impermeabilizaccedilatildeo do solordquo Portanto a captaccedilatildeo de aacuteguas pluviais pode

contribuir para a reduccedilatildeo dos transtornos hiacutedricos urbanos e ao mesmo tempo

reduzir a demanda por aacutegua potaacutevel da companhia de distribuiccedilatildeo local

Segundo Amorim e Pereira (2008 p 54) ldquouma das soluccedilotildees em estudo

para aumentar a oferta de aacutegua para as edificaccedilotildees eacute o aproveitamento da

aacutegua pluvial Esta apresenta uma boa alternativa visto que aleacutem de reduzir o

consumo de aacutegua potaacutevel ainda surge como uma accedilatildeo no combate agraves

enchentes funcionando como uma medida natildeo-estrutural do sistema de

drenagem urbanardquo Mas o que eacute necessaacuterio para formar um sistema de

captaccedilatildeo adequado e funcional Amorim e Pereira (2008 p 54) apresentam

que ldquoos sistemas de aproveitamento de aacutegua pluvial satildeo formados basicamente

pela aacuterea de captaccedilatildeo (geralmente coberturas) os componentes de transporte

(calhas e condutores verticais) e o reservatoacuteriordquo Cabe ressaltar que para esse

estudo a captaccedilatildeo das aacuteguas pluviais seraacute destinada apenas para a utilizaccedilatildeo

em ldquoaacuteguas cinzasrdquo Neste sentido o reuso das aacuteguas cinzas que satildeo as aacuteguas

provenientes de todas as atividades domeacutesticas com exceccedilatildeo de fontes de

aacuteguas negras tais como sanitaacuterios bidecircs e urinol vem sendo estudadas com

vista ao reuso tanto em irrigaccedilatildeo como em sanitaacuterios (Rapoport 2004 p 8)

Retomando os dados apresentados pela SABESP (2010) temos a

tabela 04 a qual apresenta os dados de consumo domeacutestico e em sequecircncia o

graacutefico 01 que demonstram que se analisarmos as quantidades de aacutegua

utilizada no consumo domeacutestico teremos uma base para o tamanho do

reservatoacuterio E posteriormente a tabela 05 mostra em que situaccedilotildees se podem

reutilizar as aacuteguas pluviais

Tabela 04 Consumo domeacutestico de aacutegua

Litros

Cozinhar e Beber 54

Tomar Banho e Escovar os Dentes 50

Descarga de Banheiro 66

Lavagem de Roupa 24

Outras Tarefas 6

Total = 200

Fonte SABESP (2010)

27

25

33

12

3

Cozinhar e Beber

Tomar Banho e Escovar osDentes

Descarga de Banheiro

Lavagem de Roupa

Outras Tarefas

Descarga de Banheiro

6875

Lavagem de Roupa

25

Outras Tarefas 625

Graacutefico 01 Consumo Domeacutestico de Aacutegua

Tabela 05 Percentual para reutilizaccedilatildeo de aacuteguas pluviais

Graacutefico 02 Percentual para Reutilizaccedilatildeo de Aacuteguas Pluviais

Porcentagem ()

Descarga de Banheiro 66 6875

Lavagem de Roupa 24 25

Outras Tarefas 6 625

Total = 96 100

Fonte SABESP(2010)

33 ndash Meacutetodos de Dimensionamento do Reservatoacuterio

Amorim e Pereira (2008 p 54 Soares et al 2000 apud May 2004)

apresentam que existem quatro grupos principais para o dimensionamento do

reservatoacuterio

(a) Meacutetodos determiniacutesticos os dados referentes agrave precipitaccedilatildeo

pluviomeacutetrica e agrave demanda satildeo analisados pela curva de massa

(b) Meacutetodos aproximados baseados em relaccedilotildees empiacutericas

conhecidas

(c) Meacutetodos de modelaccedilatildeo satildeo tambeacutem conhecidos como meacutetodos

de transiccedilatildeo probabiliacutestica da matriz e

(d) Meacutetodos de anaacutelise de sistemas sendo linear natildeo linear ou

programaccedilatildeo dinacircmica

Dentro desses grupos de dimensionamento temos os diversos meacutetodos

meacutetodo de Rippl que consiste na determinaccedilatildeo do volume com base na aacuterea

de captaccedilatildeo que eacute subdivido em meacutetodo analiacutetico e meacutetodo graacutefico meacutetodo de

consideraccedilatildeo dos periacuteodos de dias consecutivos sem chuva que necessita da

observaccedilatildeo dos registros pluviomeacutetricos para identificar os maiores periacuteodos de

dias consecutivos sem chuvas e sua taxa de repeticcedilatildeo meacutetodo de anaacutelise de

simulaccedilatildeo de um reservatoacuterio com capacidade suposta que consiste

basicamente na fixaccedilatildeo de um volume para o reservatoacuterio e na verificaccedilatildeo do

percentual de consumo que seraacute atendido meacutetodo praacutetico brasileiro meacutetodo

praacutetico alematildeo meacutetodo praacutetico inglecircs e o meacutetodo praacutetico australiano (Amorim

e Pereira 2008 p 55-58)

34 ndash Anaacutelise de caso para um preacutedio da Superquadra 111 Norte

A partir dos dados jaacute apresentados temos que o objeto de estudo eacute um

preacutedio residencial localizado na Superquadra 111 Norte que possui uma aacuterea

de projeccedilatildeo de 1069msup2 com seis (6) pavimentos constituindo uma aacuterea

construiacuteda de 6414msup2 apresentando seis (6) apartamentos por pavimento e

consequentemente trinta e seis (36) apartamentos no total (Brino Brasiacutelia

Superquadras Residenciais) O preacutedio conteacutem 33 habitantes por apartamento

(IBGE 2010) que consomem em meacutedia cerca de 190 litros de aacuteguadia

resultando em um consumo mensal de aproximadamente 6msup3 por pessoa

(CAESB) mas como a aacutegua captada da chuva seraacute utilizada apenas para

suprir a demanda de aacutegua cinza temos 66 litros para descarga de vasos

sanitaacuterios

Temos entatildeo que a demanda por aacutegua por habitante nesse edifiacutecio eacute

dada por

119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119898119900119903119886119889119900119903 = 66119871 = 66119871119863119894119886

119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119886119901119886119903119905119886119898119890119899119905119900 = 33119901 times 66119871 ~ 217 119871119863119894119886

119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119901119903eacute119889119894119900 = (33119901 times 66119871) times 36 ~ 7840119871119863119894119886

119863119890119898119886119899119889119886 119898119890119899119904119886119897 119901119900119903 119901119903eacute119889119894119900 =7840119871

119889119894119886times 30119863119894119886119904 = 235224119871

Legenda L = Litros p = Pessoas

Para facilitar nos caacutelculos ao aplica-los para o reservatoacuterio e para o

sistema de captaccedilatildeo eacute necessaacuterio realizar a conversatildeo de litros para msup3

(metros cuacutebicos) Sendo assim 66L = 0066msup3 217L = 0217msup3 7840L =

7840msup3 e 235224L = 235224msup3

Seraacute utilizado o ano de 2014 para os dados de precipitaccedilatildeo da estaccedilatildeo

meteoroloacutegica de Brasiacutelia localizada na Latitude (ordm) -158 Longitude (ordm)-479

fornecidos pela professora Rafaela Lisboa durante o periacuteodo chuvoso O ano

de 2014 apresenta registros jornaliacutesticos de alagamento nos meses de

Fevereiro com precipitaccedilatildeo de 1392 msup3 Marccedilo com precipitaccedilatildeo de 3402msup3

e Dezembro com precipitaccedilatildeo de 3667msup3 Importante ressaltar que o setor

Noroeste de Brasiacutelia foi construiacutedo em 2011 (site G1) o que aumentou a aacuterea

de solo impermeabilizado e a reduccedilatildeo no escoamento superficial da aacutegua

ocasionando em um aumento nas enchentes e alagamentos na Asa Norte

Segundo Amorim e Pereira (2008 p57) um dos meacutetodos a ser utilizado

para poder saber o volume de aacutegua aproveitaacutevel e consequentemente o

volume de aacutegua do reservatoacuterio Trata-se de um meacutetodo empiacuterico apresentado

na NBR 155272007 O volume de aacutegua do reservatoacuterio V expresso em L eacute

exposto a seguir

119872eacute119905119900119889119900 119875119903aacute119905119894119888119900 119861119903119886119904119894119897119890119894119903119900

119881 = 0042 times 119875 times 119860 times 119879

Em que ldquoVrdquo representa o volume de aacutegua aproveitaacutevel e o volume de

aacutegua do reservatoacuterio (L) ldquoPrdquo a precipitaccedilatildeo meacutedia mensal (mm) ldquoArdquo a aacuterea de

coleta em projeccedilatildeo ldquoTrdquo nuacutemero de meses de pouca chuva ou seca e ldquo0042rdquo eacute

um coeficiente estipulado

Portanto segundo Fontanela (2010 p 25) para estipular o volume do

reservatoacuterio temos que calcular 42 do produto entre o volume de chuva

coletada pelo telhado e o nuacutemero de meses com pouca chuva ou seca

Atribuindo valores do ano de 2014 temos que

119881 = 0042 times 1399119898119898 times 1069 times 5

119881~ 31406119871 119900119906 31406119898sup3

Ressaltando que esse valor obtido eacute uma estimativa do tamanho do

reservatoacuterio e que pode haver um reservatoacuterio de maior capacidade

De forma comparativa eacute de bom senso que se faccedila outro caacutelculo com um

meacutetodo alternativo

Amorim e Pereira (2008 p56) expotildeem que existe um meacutetodo de anaacutelise

de simulaccedilatildeo do reservatoacuterio com capacidade suposta o qual consiste

basicamente na fixaccedilatildeo de um volume para o reservatoacuterio e na verificaccedilatildeo de

consumo que seraacute atendido Sendo assim ldquoo primeiro passo para a aplicaccedilatildeo

desse meacutetodo eacute adotar alguns valores possiacuteveis para o volume com base na

estimativa do consumo mensal de aacutegua natildeo potaacutevelrdquo (Amorim e Pereira 2008

p57) Portanto partindo do ponto que o preacutedio consome cerca de 235000L

devemos calcular uma base que possa ser favoraacutevel economicamente

119872eacute119905119900119889119900 119889119890 119878119894119898119906119897119886ccedilatilde119900 119889119900 119877119890119904119890119903119907119886119905oacute119903119894119900

235224119871 rarr 100

119881 rarr 30

119881 ~ 70000119871 119900119906 70119898sup3

Tambeacutem haacute outra alternativa apresentada por L Pereira (Viabilidade

EconocircmicoAmbiental p 18)

119881119886119888 = 119860119879 times 119875119875119872119860 lowast

119881119886119888 = 1069119898sup2 times 1399119898sup3 = 1495531119898sup3119886119899119900

Equaccedilatildeo a qual ldquoVacrdquo corresponde ao volume de aacutegua captado ldquoATrdquo

aacuterea do telhado e ldquoPPMArdquo eacute a precipitaccedilatildeo pluviomeacutetrica meacutedia mensal

Poreacutem o resultado obtido eacute para os 12 meses do ano e como foi visto no

ano de 2014 temos 7 meses com chuva portanto

119881119886119888 =119879119900119905119886119897

1198983

1198861198991199007 119898119890119904119890119904

lowast

119881119886119888 =1495531119898sup3119886119899119900

7= 21364119898sup3 119900119906 213640119871

dados somente seriam vaacutelidos se a precipitaccedilatildeo fosse uniforme durante os 7 meses de chuva

341 ndash Anaacutelise de caso para a Superquadra 111 Norte

Retomando a tabela 02 temos que a quadra apresenta 11 preacutedios

aproximadamente que variam o nuacutemero de apartamentos por pavimentos e

consequentemente o nuacutemero de moradores mas os edifiacutecios continuam tendo

uma aacuterea de 1069msup2 gerando um uma aacuterea total de 70554msup2 mas teremos

como base os caacutelculos feitos para o preacutedio selecionado no item 34

Realizando um caacutelculo baacutesico tem-se como estimativa de

armazenamento para esta quadra o seguinte

119872eacute119905119900119889119900 119875119903aacute119905119894119888119900 119861119903119886119904119894119897119890119894119903119900

119881~ 31406119871 119900119906 314061198983

11 119875119903eacute119889119894119900119904 times 31406119871 = 345466119871 119900119906 345466119898sup3

119872eacute119905119900119889119900 119889119890 119878119894119898119906119897119886ccedilatilde119900 119889119900 119877119890119904119890119903119907119886119905oacute119903119894119900

119881 ~ 70000119871 119900119906 701198983

11 119875119903eacute119889119894119900119904 times 70000119871 = 770000

119881119900119897119906119898119890 119889119890 aacute119892119906119886 119888119886119901119905119886119889119900 lowast

119881119886119888 = 213641198983119900119906 213640119871

11 119875119903eacute119889119894119900119904 times 213640119871 = 2350040119871 119900119906 235004119898sup3

dados somente seriam vaacutelidos se a precipitaccedilatildeo fosse uniforme durante os 7 meses de chuva

119863119890119898119886119899119889119886 119905119900119905119886119897 119889119886 119902119906119886119889119903119886 119888119900119898 119889119890119904119888119886119903119892119886 119889119890 119887119886119899ℎ119890119894119903119900

11 119875119903eacute119889119894119900119904 times 235224119871 = 2587464119871 119900119906 2587464119898sup3

Segundo Brino (Brasiacutelia Superquadras Residenciais) temos que as

dimensotildees maacuteximas de uma superquadra satildeo de 280x280m resultando numa

aacuterea de 78400msup2 que eacute denominado de Aacuterea Total (AT) A partir disso foi

definido que deveria existir uma faixa externa de 20m denominada de non

aedificandi que foi destinada ao plantio de uma ldquomassa vegetalrdquo de grande

porte e no interior da quadra encontra-se a aacuterea aedificandi a qual possui

240x240m e uma aacuterea de 57600msup2 Realizando uma subtraccedilatildeo da Aacuterea total

pela Aacuterea aedificandi obtecircm-se que a aacuterea non aedificandi eacute de 20800msup2 que

corresponde a 265 da aacuterea total

Com base nessas informaccedilotildees eacute necessaacuterio atentar-se ao detalhe de

que uma parte da precipitaccedilatildeo cai no solo e outra parte nos telhados dos

preacutedios Sendo assim parte da chuva pode ser aproveitada pelo sistema de

captaccedilatildeo enquanto outra parte chega ao solo sem uma interferecircncia direta no

ciclo hidroloacutegico

35 ndash Funcionamento do sistema de captaccedilatildeo

Eacute importante frisar que o sistema de aproveitamento de aacuteguas pluviais eacute

regido pela norma NBR 15527 (Associaccedilatildeo Brasileira de Normas Teacutecnicas

2007) norma a qual faz algumas consideraccedilotildees importantes para implantaccedilatildeo

e correto funcionamento do sistema de captaccedilatildeo Alguns destes satildeo

435 ndash O volume dos reservatoacuterios deve ser dimensionado com

base em criteacuterios teacutecnicos econocircmicos e ambientais levando em

conta as boas praacuteticas da engenharia podendo a criteacuterio do

projetista ser utilizados os meacutetodos contidos no Anexo A ou

outro desde que devidamente justificado

Item 436 ndash Os reservatoacuterios devem ser limpos e desinfetados

com soluccedilatildeo de hipoclorito de soacutedio no miacutenimo uma vez por ano

de acordo com agrave ABNT NBR 5626

Item 442 ndash As tubulaccedilotildees e demais componentes devem ser

claramente diferenciados das tubulaccedilotildees de aacutegua potaacutevel

Item 443 ndash O sistema de distribuiccedilatildeo de chuva deve ser

independente do sistema de aacutegua potaacutevel natildeo permitindo a

conexatildeo cruzada de acordo com agrave ABNT NBR 5626

Item 444 ndash Os pontos de consumo como por exemplo uma

torneira de jardim devem ser de uso restrito e identificados com

placa de advertecircncia com a seguinte inscriccedilatildeo ldquoaacutegua natildeo potaacutevelrdquo

e identificaccedilatildeo graacutefica

Item 445 ndash Os reservatoacuterios de aacutegua de distribuiccedilatildeo de aacutegua

potaacutevel e de aacutegua da chuva devem ser separados

Item 461 ndash Quando necessaacuterio o bombeamento este deve

atender agrave ABNT NBR 12214

Deve-se realizar manutenccedilatildeo em todo o sistema de

aproveitamento de aacutegua de chuva

Para maiores esclarecimentos ldquoo funcionamento de um sistema de

coleta e aproveitamento de aacutegua pluvial consiste de maneira geral na captaccedilatildeo

da aacutegua da chuva que cai sobre os telhados ou lajes da edificaccedilatildeo A aacutegua eacute

conduzida ateacute o local de armazenamento atraveacutes de calhas condutores

horizontais e verticais passando por equipamentos de filtragem e descarte de

impurezas Apoacutes passar pelo filtro a aacutegua eacute armazenada geralmente em

reservatoacuterio enterrado (cisterna) e bombeada a um segundo reservatoacuterio

(elevado) do qual as tubulaccedilotildees especiacuteficas de aacutegua pluvial iratildeo distribuiacute-la

para o consumo natildeo potaacutevelrdquo (Carvalho 2010 p 27 e 28) Conforme ilustra a

imagem a seguir

Figura 02 Funcionamento de um Sistema de Captaccedilatildeo

Fonte Adatildeo D Padini (2013)

De forma mais simplificada podemos ver a representaccedilatildeo no fluxograma

a seguir

Figura 03 Fluxograma do Sistema de Captaccedilatildeo

Fonte Leandro Roncato Pereira

351 ndash Dificuldades para implantaccedilatildeo do sistema

Tal sistema apresenta como dificuldade o local onde seriam instaladas

as cisternas uma vez que geraria um peso sobre o telhado Dessa forma o

sistema seria instalado no jardim cobrando um custo adicional

352 ndash Custo de implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo fechado em um

preacutedio

Na implantaccedilatildeo desse sistema os materiais utilizados teratildeo como base o

meacutetodo praacutetico brasileiro e para aumentar a eficiecircncia do sistema o volume de

31406L seraacute arredondado para 35000L

Os valores de alguns dos materiais apresentados a seguir seguem os

dos apresentados no trabalho de L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental

p 18) apenas o valor da caixa drsquoaacutegua de 10000L foi obtido atraveacutes de

pesquisas em lojas de construccedilatildeo e assim utilizando a de menor valor

Tambeacutem devemos considerar que a bomba consome energia ao bombear aacutegua

para o preacutedio (CEB) portanto os valores seguem conforme a tabela a seguir

Tabela 06 Preccedilo dos Produtos do Sistema de Captaccedilatildeo sem Fluxo

Produto Quantidade Valor unitaacuterio (R$) Valor total (R$)

Cx Daacutegua 10000L 3 496090 1488270

Cx Daacutegua 5000L 1 108000 108000

Boacuteia Eleacutetrica 1 2750 2750

Boacuteia Comum 1 1220 1220

Registro de Gaveta

1 3490 3490

Bomba Anauger 1 23000 23000

Filtro 3P VF1 1 22000 22000

Tubulaccedilotildees 7000 7000

Disjuntor 1 1310 1310

Escavaccedilatildeo Msup3 3666 128310

Matildeo de Obra 1 58574 58574

Energia 054 054

Total 13 727154 1843978

Observaccedilatildeo Pelo fato desse estudo se tratar de um modelo de implantaccedilatildeo

o custo das tubulaccedilotildees vai variar de acordo com a demanda necessitada pelo

preacutedio portanto podendo variar de acordo com o projeto implantado Para este

estudo seraacute adotado o valor de R$ 7000

Observaccedilatildeo Pelo fato desse trabalho tratar-se de um modelo de

implantaccedilatildeo o custo da energia pode variar de acordo com a demanda necessitada

pelo preacutedio portanto podendo variar de acordo com o uso da bomba Para este

estudo seraacute adotado o valor de R$ 054 que eacute o valor do KwH cobrado pela CEB

Segundo Saravy (2010 p 46) haacute tambeacutem um custo para manutenccedilatildeo do

sistema conforme a tabela a seguir

Tabela 07 Preccedilo de Manutenccedilatildeo do Sistema de Captaccedilatildeo

Com esses dados podemos ver o valor total final a ser pago pelo

sistema de captaccedilatildeo que eacute de R$ 1889978

36 ndash Taxas e valores cobrados para utilizaccedilatildeo de aacutegua

Segundo a Companhia de Saneamento Ambiental do Distrito Federal (CAESB)

quando vaacuterias residecircncias satildeo atendidas por uma uacutenica ligaccedilatildeo de aacutegua eacute aplicado o

conceito de consumo ldquoPara exemplificar podemos citar um preacutedio residencial onde

cada apartamento corresponde a uma unidade de consumordquo (CAESB) Contudo o

caacutelculo de gastos seraacute realizado primeiro em um apartamento e posteriormente

multiplicado pelo total de apartamentos do preacutedio uma vez que os preacutedios

residecircncias da Asa Norte pagam a conta de aacutegua atraveacutes do condomiacutenio O preacutedio

Componente Frequecircncia da Manutenccedilatildeo

Custo da Manutenccedilatildeo

Calhas e Condutores

Semestral R$ 13000

Reservatoacuterio Limpeza e

Desinfecccedilatildeo Anual

R$ 20000

desse estudo apresenta um hidrocircmetro que mede o consumo de aacutegua para o todo o

preacutedio

Eacute de suma importacircncia destacar tambeacutem que haacute uma taxa de esgoto que eacute

cobrada pela CAESB consequentemente ldquoo valor da tarifa de esgotos corresponde

a 100 do valor da tarifa de aacutegua exceto quando se tratar de coleta do tipo

condominial que equivale a 60 do valor da tarifa de aacuteguardquo (CAESB)

Deste modo a CAESB utiliza tarifas para diversas categorias de moradia e

comeacutercio e neste estudo seraacute aplicada a tarifa de ldquoresidencial normalrdquo em

concordacircncia com a tabela a seguir

Tabela 08 Valor da Tarifa Cobrado pela CAESB

Para melhor compreensatildeo do caacutelculo que a CAESB faz temos uma conta do

condomiacutenio do preacutedio da Superquadra 111 Norte

Figura 04 Conta Discriminada do Condomiacutenio

Fonte Condomiacutenio do Preacutedio

O caacutelculo feito pela CAESB consiste primeiramente em saber a demanda de

aacutegua gasta em metros cuacutebicos por Unidade de Consumo ndash apartamento ndash para

saber qual faixa ldquomsup3rdquo eacute aplicada Apoacutes saber qual a faixa ldquomsup3rdquo que se enquadra eacute

atribuiacutedo o volume por UC (em msup3) em sequecircncia multiplica-se o volume por UC ou

volume da faixa pelo nuacutemero de UCrsquos correspondente para se obter o volume total

gasto (em msup3) Tendo o volume total gasto basta multiplicar pelo preccedilo corresponde

agrave faixa a qual se encaixa o consumo e assim obtendo o valor total a pagar A partir

do momento que se tem o valor total a pagar eacute necessaacuterio acrescer 100 do valor

para cobrir a tarifa de esgoto conforme a figura

Partindo desses dados podemos calcular por apartamento quanto eacute cobrado

pela CAESB a partir dos dados apresentados no capiacutetulo 34

119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119886119901119886119903119905119886119898119890119899119905119900 = 33119901 times 66119871 ~ 217119871

119863119894119886

119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119886119901119886119903119905119886119898119890119899119905119900 119886119900 119898ecirc119904 = 217119871119889119894119886 times 30119863119894119886119904 = 6510119871 119900119906 65101198983

Com base nesses dados temos que calcular o volume total de descarga em

sanitaacuterios que o preacutedio consome com a seguinte foacutermula

119881119879 = 119881119865 times 119873ordm 119889119890 119880119862prime119904

119881119879 = 10119898sup3 times 36 = 360119898sup3

Em que ldquoVTrdquo corresponde ao volume total do preacutedio ldquoVFrdquo ao volume da faixa

que eacute estipulado pela CAESB e ldquoUCrsquosrdquo satildeo as unidades de consumo que eacute correlato

ao nuacutemero de apartamentos existente

Portanto o total a se pagar em um mecircs eacute calculado da seguinte forma

119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 119881119879 times 119879119886119903119894119891119886 119889119890 aacute119892119906119886 + 119879119886119903119894119891119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900

119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 360119898sup3 times 119877$ 265 + 119879119886119903119894119891119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900

119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 954 + 119877$ 954 = 119877$ 1908

Em 7 meses seriam pagos em descarga

119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 1908 times 7 119872119890119904119890119904 = 119877$ 13356

37 ndash Caacutelculos de economia e retorno de investimento para um sistema

fechado

Conforme exposto por L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental p 15)

ldquopara o caacutelculo da economia da taxa de aacutegua multiplica-se o valor do msup3 (valor

cobrado por msup3 do responsaacutevel pelo fornecimento de aacutegua na cidade []) pelo

volume captado e entatildeo obtecircm-se o valor economizado por ano na taxa de aacuteguardquo

Recapitulando que para esse estudo seraacute utilizado o meacutetodo praacutetico brasieliro

devido aos meses de seca ou pouca chuva

Sendo assim

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119881119886119897119900119903 119889119900 1198983 times 119881119900119897119906119898119890 119888119886119901119905119886119889119900

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 265 times 314061198983

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 8322

Essa economia de R$ 8322 eacute para um mecircs de chuva para o preacutedio todo

sendo assim para os 7 meses de chuva tem-se

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119890 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 8322 times 7 119898119890119904119890119904 = 119877$ 58254

Ainda segundo L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental p 16) para o

caacutelculo da economia referente ao esgoto eacute necessaacuterio multiplicar o valor do msup3 pelo

volume captado e por 08 uma vez que considera-se 20 de perda ou seja para

cada 1 litro de aacutegua que chega na residecircncia eacute cobrado 08 litros para o tratamento

do esgoto

Portanto tem-se

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119881119886119897119900119903 119889119900 1198983 times 119881119900119897119906119898119890 119888119886119901119905119886119889119900 times 08

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900 = 119877$ 265 times 314061198983 times 08

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 6658

Esse valor encontrado de R$ 6658 corresponde a um mecircs de chuva para o

preacutedio sendo assim o total economizado pelo preacutedio em 7 meses eacute de

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119890 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 6658 times 7 119898119890119904119890119904 = 119877$ 46606

ldquoPara o caacutelculo do retorno do investimento divide-se o valor investido pela

economia anual com a implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo e reaproveitamento da

aacutegua pluvialrdquo L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental p 16)

Portanto para 7 meses de chuva tem-se o seguinte

119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 =119881119886119897119900119903 119894119899119907119890119904119905119894119889119900

119864119888119900119899119900119898119894119886 (7119898119890119904119890119904)

119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 = 119877$ 1843924

119877$ 58254 + 119877$ 46606

119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 = 119877$ 1843924

119877$ 9446

119877119890119905119900119903119899119900

119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900= 1952 119886119899119900119904

38 ndash Caacutelculos de dimensionamento para um sistema com fluxo

Os caacutelculos apresentados no subitem anterior satildeo relativos a um sistema

o qual natildeo adota a possibilidade de fluxo dentro do reservatoacuterio Quando se

fala em fluxo temos que considerar que ao mesmo tempo em que o preacutedio

utiliza aacutegua do reservatoacuterio de aacutegua pluvial o mesmo vai enchendo com aacutegua

pluvial Portanto haacute um ciclo no qual o preacutedio demanda aacutegua do reservatoacuterio e

o mesmo vai enchendo conforme chove no local

Sabendo que a meacutedia mensal eacute de 1399msup3 eacute preciso multiplicar isso

por 12 para se obter o quanto choveu em 2014 Sendo assim

119879119900119905119886119897 119886119900 119886119899119900 = 1399119898119898 times 12 119898119890119904119890119904

119879119900119905119886119897 119886119900 119886119899119900 = 16788119898119898

Mas como foi visto o periacuteodo chuvoso eacute de 7 meses entatildeo temos

119875119903119890119888119894119901119894119905119886ccedilatilde119900 119901119886119903119886 7 119898119890119904119890119904 = 16788119898119898 divide 7 = 2398119898119898

Com isso eacute necessaacuterio realizar o caacutelculo da meacutedia de captaccedilatildeo de aacutegua

por mecircs para a aacuterea de 1069msup2

119872119890119889119894119886 119889119890 119862119886119901119905119886ccedilatilde119900 = 2398119898119898 times 1069119898sup2

119872eacute119889119894119886 119889119890 119862119886119901119905119886ccedilatilde119900 = 256346119871 119900119906 256346119898sup3

Ao considerar o valor obtido temos que realizar o quanto seria captado

diariamente

119872eacute119889119894119886 119889119894aacute119903119894119886 = 256346119898sup3 divide 30 119889119894119886119904 = 85119898sup3119889119894119886

A partir desses caacutelculos podemos realizar a seguinte comparaccedilatildeo O

preacutedio consome cerca de 78msup3 ao dia de aacutegua para descarga de vasos sanitaacuterios

enquanto a meacutedia diaacuteria de captaccedilatildeo eacute de 85msup3 por conseguinte temos um fluxo

positivo de aacutegua para o reservatoacuterio de 067msup3dia nos dias chuvosos

Se colocarmos um reservatoacuterio de 35msup3 sem nenhuma aacutegua

armazenada poderemos constatar que o reservatoacuterio iria encher por completo em

cerca de 53 dias conforme o caacutelculo a seguir

351198983 = 0671198983 times 119909 119889119894119886119904

119909 119889119894119886119904 = 35119898sup3 divide 067119898sup3 = 5223 119889119894119886119904

Analisando esses dados temos que a partir do 54ordm dia o reservatoacuterio

estaria completamente cheio e no restante dos 156 dias que teriacuteamos de chuva

esses 067msup3 seriam de certa forma desperdiccedilados uma vez que esse fluxo de

067msup3 ao final dos 7 meses gerariam cerca de 1407msup3 enquanto o reservatoacuterio tem

a capacidade de 35msup3 conforme o caacutelculo a seguir

119875119900119905119890119899119888119894119886119897 = 067119898sup3 times 156 119889119894119886119904 = 1045119898sup3

Se considerarmos esse fluxo positivo de 067msup3dia temos que ao final

dos 210 dias (7meses) seria possiacutevel armazenar 1407 msup3 de aacutegua Com um

reservatoacuterio de 35msup3 1057msup3 estariam sendo escoados para fora do reservatoacuterio

Portanto o ideal seria um reservatoacuterio que se aproxime de 1407msup3 para que ao

final dos 7 meses toda aacutegua possiacutevel fosse armazenada no entanto o reservatoacuterio

deveria ser de 145msup3

Devemos considerar ainda que ao final dos 7 meses o reservatoacuterio

estaria cheio no periacuteodo de seca conseguiria abastecer o preacutedio de acordo com a

demanda do preacutedio sendo assim

119880119905119894119897119894119911119886ccedilatilde119900 119899119886 119904119890119888119886 = 119879119900119905119886119897 119889119900 119903119890119904119890119903119907119886119905oacute119903119894119900 divide 119863119890119898119886119899119889119886 119889119894aacute119903119894119886

119880119905119894119897119894119911119886ccedilatilde119900 119899119886 119904119890119888119886 = 1451198983 divide 781198983119889119894119886

119880119905119894119897119894119911119886ccedilatilde119900 119899119886 119904119890119888119886 = 1858 119889119894119886119904

381 ndash Custo de implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo com fluxo em um

preacutedio

Na implantaccedilatildeo desse sistema os materiais utilizados teratildeo como base

as estimativas que foram apresentadas no subitem anterior e para aumentar a

eficiecircncia do sistema o volume de 1400007L seraacute arredondado para

145000L

Devido ao tamanho do reservatoacuterio eacute de se esperar que o reservatoacuterio

natildeo seja instalado em cima do preacutedio uma vez que a estrutura do preacutedio natildeo

conseguiria suportar o peso que o reservatoacuterio faria sobre o telhado

consequentemente o reservatoacuterio deveraacute ser instalado no jardim do preacutedio que

iraacute gerar um custo a mais por conta da escavaccedilatildeo

Os valores de alguns dos materiais apresentados a seguir seguem os

dos apresentados no trabalho de L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental

p 18) apenas o valor da caixa drsquoaacutegua de 10000L foi obtido atraveacutes de

pesquisas em lojas de construccedilatildeo e assim utilizando a de menor valor

conforme a tabela a seguir Segundo o Saneamento de Goiaacutes SA (SANEAGO)

o custo de escavaccedilatildeo eacute calculado a partir do total de msup3 aleacutem de 3m de

profundidade

Tabela 09 Preccedilo dos Produtos do Sistema de Captaccedilatildeo com Fluxo

Observaccedilatildeo Pelo fato desse estudo se tratar de um modelo de implantaccedilatildeo

o custo das tubulaccedilotildees vai variar de acordo com a demanda necessitada pelo

preacutedio portanto podendo variar de acordo com o projeto implantado Para este

estudo seraacute adotado o valor de R$ 7000

Observaccedilatildeo Pelo fato desse trabalho tratar-se de um modelo de

implantaccedilatildeo o custo da energia pode variar de acordo com a demanda necessitada

pelo preacutedio portanto podendo variar de acordo com o uso da bomba Para este

estudo seraacute adotado o valor de R$ 054 que eacute o valor do KwH cobrado pela CEB

Produto Quantidade Valor unitaacuterio (R$) Valor total (R$)

Cx Daacutegua 10000L 14 496090 6945260

Cx Daacutegua 5000L 1 108000 108000

Boacuteia Eleacutetrica 1 2750 2750

Boacuteia Comum 1 1220 1220

Registro de Gaveta

1 3490 3490

Bomba Anauger 1 23000 23000

Filtro 3P VF1 1 22000 22000

Tubulaccedilotildees 7000 7000

Disjuntor 1 1310 1310

Escavaccedilatildeo Msup3 3666 53157

Matildeo de Obra 1 58574 58574

Energia 054 054

Total 13 727154 7704228

382 ndash Caacutelculos de economia e retorno de investimento para um sistema

com fluxo

Partindo dos dados apresentados podemos calcular por apartamento quanto eacute

cobrado pela CAESB a partir dos dados apresentados no capiacutetulo 34

119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119886119901119886119903119905119886119898119890119899119905119900 = 33119901 times 66119871 ~ 217119871

119863119894119886

119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119886119901119886119903119905119886119898119890119899119905119900 119886119900 119898ecirc119904 = 217119871119889119894119886 times 30119863119894119886119904 = 6510119871 119900119906 65101198983

Em que ldquoVTrdquo corresponde ao volume total do preacutedio ldquoVFrdquo ao volume da faixa

que eacute estipulado pela CAESB e ldquoUCrsquosrdquo satildeo as unidades de consumo que eacute correlato

ao nuacutemero de apartamentos existente

Portanto o total a se pagar em um mecircs eacute calculado da seguinte forma

119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 119881119879 times 119879119886119903119894119891119886 119889119890 aacute119892119906119886 + 119879119886119903119894119891119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900

119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 360119898sup3 times 119877$ 265 + 119879119886119903119894119891119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900

119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 954 + 119877$ 954 = 119877$ 1908

Retomando o caacutelculo exposto por L Pereira (Viabilidade

EconocircmicoAmbiental p 15) no subitem anterior temos que o caacutelculo da CAESB

seria feito da seguinte maneira

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119881119886119897119900119903 119889119900 1198983 times 119881119900119897119906119898119890 119888119886119901119905119886119889119900

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 265 times 1451198983

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 38425

Esse caacutelculo eacute equivalente a um mecircs de captaccedilatildeo para os 7 meses

teremos o seguinte

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119890 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 38425 times 7 119898119890119904119890119904 = 119877$ 268975

Conforme foi visto para o caacutelculo da economia de esgoto eacute necessaacuterio

multiplicar o valor do msup3 pelo volume captado e por 08 uma vez que considera-se

20 de perda ou seja para cada 1 litro de aacutegua que chega na residecircncia eacute cobrado

08 litros para o tratamento do esgoto Portanto para um mecircs segue-se

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119881119886119897119900119903 119889119900 1198983 times 119881119900119897119906119898119890 119888119886119901119905119886119889119900 times 08

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900 = 119877$ 265 times 1451198983 times 08

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 3074

ldquoPara o caacutelculo do retorno do investimento divide-se o valor investido pela

economia anual com a implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo e reaproveitamento da

aacutegua pluvialrdquo L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental p 16)

Portanto para 7 meses de chuva tem-se o seguinte

119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 =119881119886119897119900119903 119894119899119907119890119904119905119894119889119900

119864119888119900119899119900119898119894119886 (7119898119890119904119890119904)

119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 = 119877$ 17704228

119877$ 268975 + 119877$ 21518

119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 = 119877$ 7704228

119877$ 484155

119877119890119905119900119903119899119900

119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900= 1591119886119899119900119904

4 ndash Conclusatildeo e Consideraccedilotildees Finais

De acordo com o que foi exposto temos que a implantaccedilatildeo do sistema de

captaccedilatildeo para o aproveitamento de aacuteguas pluviais eacute uma oacutetima alternativa para

substituiccedilatildeo da ldquoaacutegua cinzardquo possibilitando tambeacutem um destino mais correto do

ponto de vista ambiental para a aacutegua que se tornaria esgoto Como eacute de

conhecimento este tipo de meacutetodo eacute utilizado em diversas regiotildees natildeo somente

aquelas que sofrem com escassez de aacutegua

Mesmo sabendo que o Brasil possui um grande potencial hiacutedrico observamos

que uma parcela da populaccedilatildeo natildeo tem consciecircncia quanto ao gasto de aacutegua

gerando um grande desperdiacutecio de forma desnecessaacuteria Portanto partindo de um

pensamento racional um sistema de captaccedilatildeo seria viaacutevel para o aproveitamento da

aacutegua para fins de consumo domeacutestico mais precisamente ldquoaacutegua cinzardquo

Considerando os caacutelculos apresentados a partir da taxa de precipitaccedilatildeo meacutedia

em Brasiacutelia a criaccedilatildeo de um sistema de captaccedilatildeo pluvial predial traz benefiacutecios

econocircmicos e ambientais O projeto torna-se viaacutevel economicamente pois desde

que se faccedila a manutenccedilatildeo de forma adequada do sistema este teraacute uma vida uacutetil

longa e considerando que se obteacutem o retorno do investimento em aproximadamente

16 anos para um sistema com fluxo apoacutes este periacuteodo o sistema passa a ser

lucrativo para o preacutedio que implanta pois o custo eacute dividido no condomiacutenio dentre os

moradores do preacutedio

Analisando do ponto de vista ambiental o desenvolvimento urbano de Brasiacutelia

ocasionou em superfiacutecies impermeaacuteveis dificultando a absorccedilatildeo de aacuteguas pluviais

pelo solo e juntamente com o sistema de redes pluviais e o sistema de drenagem

ultrapassados os alagamentos e enchentes tecircm se tornado constante quando

ocorrem chuvas anormais Com as estimativas feitas neste trabalho eacute possiacutevel que

tais transtornos hiacutedricos urbanos possam ser amenizados a partir da implantaccedilatildeo do

sistema sem que afete o ciclo hidroloacutegico natural Logicamente essa natildeo eacute a

soluccedilatildeo uma vez que ela deve ser apenas um complemento agrave poliacuteticas publicas

poliacuteticas de incentivo entre outras medidas de cunho sustentaacutevel

Em vista disso a implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo e aproveitamento de

aacuteguas pluviais acarretaria em uma significativa melhora ambiental atraveacutes da

substituiccedilatildeo de uma parcela da aacutegua fornecida pela CAESB e possivelmente

mitigando os transtornos hiacutedricos urbanos se aplicado em larga escala

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CAC Superintendecircncia de Atendimento Comercial

CAESB Companhia de Saneamento Ambiental do Distrito Federal

CEB Companhia Energeacutetica de Brasiacutelia

CMMAD Comissatildeo Mundial Sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento

CNUMAD Conferecircncia das Naccedilotildees Unidas para o Meio Ambiente e o

Desenvolvimento

DF Distrito Federal

DS Desenvolvimento Sustentaacutevel

ECOSOC Economic and Social Council of the United Nations

EPA Environmental Protection Agency

GDF Governo do Distrito Federal

IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica

INPE Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais

KwH Quilo Watts Hora

L Litros

Msup2 Metros Quadrados

Msup3 Metros Cuacutebicos

ONU Organizaccedilatildeo das Naccedilotildees Unidas

SABESP Companhia de Saneamento Baacutesico do Estado de Satildeo Paulo

SEMA Secretaria Especial do Meio Ambiente

SNRH Sistema Nacional de Recursos Hiacutedricos

SQN Superquadra Norte

UCrsquos Unidades de Consumo

UNB Universidade de Brasiacutelia

UNG Universidade de Guarulhos

UFSM Universidade Federal de Santa Maria

UFRGS Universidade Federal do Rio Grande do Sul

Sumaacuterio

INTRODUCcedilAtildeO 14

1 ndash Cidades sustentaacuteveis e o Ciclo hidroloacutegico 16

11 - Poliacuteticas Puacuteblicas e a relaccedilatildeo com as cidades sustentaacuteveis definiccedilotildees

aplicaccedilatildeo conceitos 21

2 ndash Sustentabilidade desenvolvimento sustentaacutevel e a sua importacircncia 29

3 ndash A viabilidade de implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo pluvial em Brasiacutelia ndash DF 39

31 ndash Apresentaccedilatildeo de dados 39

32 ndash Aacuteguas pluviais e aacuteguas cinzas 42

33 ndash Meacutetodos de Dimensionamento do Reservatoacuterio 45

34 ndash Anaacutelise de caso para um preacutedio da Superquadra 111 Norte 45

341 ndash Anaacutelise de caso para a Superquadra 111 Norte 48

35 ndash Funcionamento do sistema de captaccedilatildeo 49

351 ndash Dificuldades para implantaccedilatildeo do sistema 52

Tal sistema apresenta como dificuldade o local onde seriam instaladas as

cisternas uma vez que geraria um peso sobre o telhado Dessa forma o sistema

seria instalado no jardim cobrando um custo adicional 52

352 ndash Custo de implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo fechado em um preacutedio 52

36 ndash Taxas e valores cobrados para utilizaccedilatildeo de aacutegua 53

37 ndash Caacutelculos de economia e retorno de investimento para um sistema fechado 56

38 ndash Caacutelculos de dimensionamento para um sistema com fluxo 58

381 ndash Custo de implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo com fluxo em um preacutedio 59

382 ndash Caacutelculos de economia e retorno de investimento para um sistema com

fluxo 61

4 ndash Conclusatildeo e Consideraccedilotildees Finais 63

REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS 65

INTRODUCcedilAtildeO

O problema ambiental urbano assume atualmente um papel importante

para os governos e para a sociedade em geral em muitos paiacuteses pelo fato de

um crescimento significativo de pessoas vivendo no meio urbano acabou

ocasionando em uma degradaccedilatildeo ambiental e de certa forma uma queda na

qualidade de vida da populaccedilatildeo Por isto eacute de suma importacircncia destacar que

os problemas ambientais urbanos como a poluiccedilatildeo o consumo de energia o

gasto descontrolado de aacutegua potaacutevel entre outros forccedilaram o profissionais

ambientais e de outras aacutereas a buscar novas alternativas para a soluccedilatildeo destes

problemas Surgindo assim as cidades sustentaacuteveis que na atualidade satildeo a

chave para uma convivecircncia mais harmoniosa entre meio urbano e o meio

ambiente

Em decorrecircncia do aumento da urbanizaccedilatildeo as aacutereas foram

pavimentadas e cobertas por preacutedios casas monumentos entre outras

edificaccedilotildees ocasionando na impermeabilizaccedilatildeo do solo em aacutereas naturais

Devido a esse fator o ser humano vem demandando novas soluccedilotildees para o

controle e mitigaccedilatildeo de impactos causados pela chuva tais como alagamentos

Os governos de modo geral vecircm encontrando seacuterias dificuldades quanto agraves

questotildees de gestatildeo dos alagamentos em suas aacutereas puacuteblicas Para Brasiacutelia e o

Governo do Distrito Federal esse problema eacute recente e nem tatildeo alarmante

quando comparado aos das grandes capitais brasileiras como Satildeo Paulo ou

Rio de Janeiro Sendo assim eacute necessaacuterio que se tenha uma precauccedilatildeo com o

uso das aacuteguas tratadas para que natildeo haja desperdiacutecio e que as aacuteguas pluviais

possam ser utilizadas em fontes alternativas Com o objetivo de

aproveitamento de aacuteguas pluviais a captaccedilatildeo de aacutegua advinda das chuvas

possui um vieacutes sustentaacutevel do ponto de vista teacutecnico e econocircmico quando

aplicado em sistemas de uso privativo

Portanto cabe ressaltar que esse estudo baseia-se em estimativas e

que visa um projeto de aproveitamento de aacuteguas pluviais que atenda as

demandas de aacutegua natildeo potaacutevel em um preacutedio residencial substituindo uma

parte da aacutegua fornecida pela companhia de abastecimento e tendo como base

a precipitaccedilatildeo de chuva local sendo assim a quantidade de aacutegua pluvial a ser

aproveitada pelo sistema eacute diretamente proporcional agrave aacuterea que se utiliza para

a captaccedilatildeo De forma secundaacuteria o trabalho tambeacutem tenta trazer a captaccedilatildeo de

chuva como uma fonte para amenizar os problemas hiacutedricos urbanos causados

recentemente pelas chuvas em Brasiacutelia-DF

Para atingir os objetivos mencionados o trabalho foi modelado da

seguinte forma

No capiacutetulo I eacute apresentado o surgimento das cidades sustentaacuteveis em

decorrecircncia da necessidade de fontes alternativas para a degradaccedilatildeo

ambiental e utilizaccedilatildeo de recursos naturais A manifestaccedilatildeo dessa busca por

aperfeiccediloamento das cidades baseia-se em conceitos e inter-relaccedilotildees entre

populaccedilatildeo e governo por meio de poliacuteticas puacuteblicas

No capiacutetulo II eacute exposto um histoacuterico da sustentabilidade e do

desenvolvimento sustentaacutevel com a finalidade de contextualizar o leitor e

facilitar a compreensatildeo quanto agrave evoluccedilatildeo do vieacutes ambiental que encontramos

atualmente tornando o entendimento do leitor mais vasto e consequentemente

informaacute-lo sobre a sua importacircncia englobando questotildees ecoloacutegicas poliacuteticas

econocircmicas soacutecias e culturais

No capiacutetulo III eacute apresentada a viabilidade de implantaccedilatildeo do sistema

de captaccedilatildeo em um preacutedio residencial em Brasiacutelia-DF com os dados

coletados a caracterizaccedilatildeo das aacuteguas pluviais e ldquoaacutegua cinzardquo meacutetodos de

dimensionamento do reservatoacuterio anaacutelise de caso para um preacutedio na SQN 111

e a possiacutevel aplicaccedilatildeo do sistema para uma quadra funcionamento do sistema

de captaccedilatildeo e custo de implantaccedilatildeo desse sistema taxas e valores cobrados

pela CAESB para utilizaccedilatildeo de aacutegua e os caacutelculos de economia e retorno do

investimento

Por fim no capiacutetulo IV apresentam-se as consideraccedilotildees finais e a

conclusatildeo sobre o estudo realizado

1 ndash Cidades sustentaacuteveis e o Ciclo hidroloacutegico

Atualmente os problemas ambientais vecircm sendo o grande destaque do

cenaacuterio global tanto pela accedilatildeo antroacutepica como pelos desastres naturais Tais

problemas preocupam natildeo soacute a geraccedilatildeo atual como as geraccedilotildees futuras

dando assim a iniciativa para criaccedilatildeo de novas tecnologias meacutetodos e

conceitos

A partir de problemas como a extinccedilatildeo de recursos naturais o ser

humano tem dado prioridade a novas fontes para esses recursos tanto em

novas alternativas de obtenccedilatildeo como nas formas de reduzir o gasto

exacerbado Dessa forma as cidades entram como principal ator para criaccedilatildeo

de alternativas de mitigar os problemas ambientais focando no

reaproveitamento de mateacuteria reduccedilatildeo de uso dos combustiacuteveis foacutesseis formas

alternativas de obtenccedilatildeo de energia aproveitamento de aacuteguas pluviais e

possiacuteveis reduccedilotildees nos transtornos urbanos Assim o conceito de cidades

sustentaacuteveis cria um alicerce e torna-se base para que as cidades tomem a

iniciativa de serem o modelo de reduccedilatildeo dos problemas ambientas

Segundo a Organizaccedilatildeo das Naccedilotildees Unidas (ONU) pouco mais da

metade da populaccedilatildeo mundial vive em zonas urbanas desde o ano de 2006

Por isso conclui-se que de fato o mundo eacute urbano

Atualmente o problema urbano de modo geral possui grande

importacircncia para a sociedade e os governos em geral em diversos paiacuteses

Devido a esse crescimento desenfreado do nuacutemero de pessoas vivendo nas

cidades e conseguinte reduccedilatildeo na qualidade de vida deve-se considerar que

as cidades configuram uma das maiores potenciais de utilizaccedilatildeo energeacutetica e

de degradaccedilatildeo do meio ambiente ocasionando a criaccedilatildeo de meacutetodos para o

direcionamento correto do crescimento urbano e monitoramento dessas

alteraccedilotildees ambientais

A urbanizaccedilatildeo trouxe fortes aliados que geram transtornos e devido a

esse aumento de pessoas vivendo em cidades a preocupaccedilatildeo com problemas

urbanos tornou-se destaque para a criaccedilatildeo do conceito de cidades

sustentaacuteveis Mas o que viria a ser ldquocidades sustentaacuteveisrdquo De forma baacutesica e

sem aprofundamento cidades sustentaacuteveis satildeo aquelas que visam meacutetodos e

praacuteticas eficientes para a preservaccedilatildeo do meio ambiente sem deixar de

almejar o desenvolvimento econocircmico e a melhoria na qualidade de vida da

populaccedilatildeo Sendo assim ldquoa sustentabilidade eacute vista como algo bom desejaacutevel

consensual a definiccedilatildeo que vai prevalecer vai construir autoridade para que se

discriminem em seu nome as boas praacuteticas das ruinsrdquo (Acselrad 1999 p 80)

Para melhor esclarecimento o conceito de sustentabilidade associado

ao desenvolvimento das cidades ldquotem origem nas rearticulaccedilotildees poliacuteticas pelas

quais um certo nuacutemero de atores envolvidos na produccedilatildeo do espaccedilo urbano

procuram dar legitimidade as suas perspectivas evidenciando a

compatibilidade delas com os propoacutesitos de dar durabilidade ao

desenvolvimento de acordo com os propoacutesitos da Agenda 21 resultante da

Conferecircncia da ONU sobre Desenvolvimento e Meio Ambienterdquo (Acselrad

1999 p 81) Para tanto o governo deve ter um planejamento para que possa

tomar medidas no sentido de amenizar os transtornos urbanos e ambientais

decorrentes da accedilatildeo antroacutepica Diversas estrateacutegias devem ser implementadas

para que se possa promover o conceito de cidades sustentaacuteveis e priorizar a

qualidade de vida urbana em toda sua abrangecircncia partindo do princiacutepio da

anaacutelise criacutetica da condiccedilatildeo atual de desenvolvimento das cidades pensando no

contexto na qual se encontram

Segundo Magalhatildees (2006 p 2) no inicio a sustentabilidade urbana

sofreu bastante em questotildees poliacuteticas pois o ldquodiscurso mais estabelecido dos

projetos urbanos agrave temaacutetica ambiental estaacute longe de ser o centro das

preocupaccedilotildees Quando muito ela eacute considerada do ponto de vista do

provimento de aacutereas livres dentro dos espaccedilos urbanos mas mesmo essas

satildeo destinadas agrave intensa movimentaccedilatildeo imaginada para as aacutereas

requalificadas ou revitalizadasrdquo

Poreacutem devido a estudos tornou-se possiacutevel ampliar os horizontes e

perceber que a sustentabilidade tem sido aplicada junto aos objetivos da

cidade a partir da Agenda 21 e da noccedilatildeo do que eacute desenvolvimento

sustentaacutevel Contudo esses novos interesses surgiram a partir dos distuacuterbios

causados aos habitantes sendo esses distuacuterbios ambientais ou natildeo Essa

participaccedilatildeo mais ativa da populaccedilatildeo remete a uma das vertentes expostas por

Acselrad (1999) de que a sustentabilidade urbana deve estar associada natildeo

somente agraves poliacuteticas puacuteblicas mas tambeacutem ao modelo ldquocidade-empresardquo no

qual a cidade torna-se atrativo de investimentos para a implementaccedilatildeo de

meacutetodos alternativos de sustentabilidade

Para Magalhatildees (2006 p 5) ldquoa noccedilatildeo de risco tornou-se parte de

diversos aspectos do dia a dia das pessoas fazendo-as corresponsaacuteveis pelos

efeitos de suas accedilotildeesrdquo portanto eacute necessaacuterio que se tenha um controle

governamental a partir de poliacuteticas puacuteblicas das accedilotildees individuais de seus

habitantes com o proposito de reduzir os riscos de agravantes nas cidades

Cabe ressaltar que uma questatildeo importante a ser vista eacute que os

problemas causados nas cidades natildeo refletem apenas nas cidades em si mas

tambeacutem nas aacutereas que a circundam e em outras localidades o que obriga a

rever o pensamento de que cidades sustentaacuteveis englobam apenas a proacutepria

cidade

Segundo Magalhatildees (2006 p 6 apud Satterhwaite 2004 p 134) ldquopara

avanccedilar e alcanccedilar meacutetodos de desenvolvimento sustentaacutevel o desempenho

ambiental das cidades deve melhorar natildeo apenas em termos de qualidade

ambiental dentro dos seus limites mas tambeacutem em termos de reduccedilatildeo da

transferecircncia de custos ambientais para outras pessoas outros ecossistemas

ou para o futurordquo A partir desse pensamento nota-se que o conceito de

cidades sustentaacuteveis vai aleacutem da consolidaccedilatildeo da sustentabilidade urbana

afirmando que cidades sustentaacuteveis satildeo um projeto que necessita de um

extenso processo e natildeo algo preacute-definido visando mais de um objetivo comum

Na visatildeo de Magalhatildees (2006 p 8) ldquotal processo deve envolver questotildees aleacutem

das estritamente ambientais uma melhor definiccedilatildeo de que propostas poderatildeo

contribuir para o seu avanccedilo a criatividade na concepccedilatildeo de bons projetos e a

capacidade de se evitar os falsos atalhosrdquo

Sendo assim para a construccedilatildeo de projetos de cidades sustentaacuteveis eacute

necessaacuterio que se tenha uma visatildeo ampla e com diferentes abordagens desse

processo de urbanizaccedilatildeo Para o projeto de cidades sustentaacuteveis eacute necessaacuterio

que se tenha trecircs abordagens a espacial que vislumbra a anaacutelise das relaccedilotildees

metaboacutelicas operadas pela cidade compreendendo territoacuterios distantes a

temporal uma vez que pleiteia geraccedilotildees futuras e a conceitual que exige um

enfoque transdisciplinar

Magalhatildees (2006 p 9 apud Peter Brand 1999 p 10) faz uma anaacutelise

sobre a implementaccedilatildeo dessas abordagens ldquo uma metaacutefora social como

cidade sustentaacutevel ou desenvolvimento urbano sustentaacutevel nunca pode ser

uma meta objetiva e sim uma gama de possibilidades abertas cujas

prioridades satildeo determinadas pelas urgecircncias do presenterdquo Com essa

ampliaccedilatildeo do conceito de sustentabilidade urbana percebe-se que haacute uma

nova utopia com um ideal diferenciado de cidade tendo como base accedilotildees

voltadas para o meio ambiente e a reduccedilatildeo da desigualdade causada pelos

transtornos ambientais dando prioridade a uma parte relevante de sua mateacuteria

e energia para a organizaccedilatildeo e manutenccedilatildeo interna e depois ao crescimento

da cidade Entatildeo por que seguir algo utoacutepico Coloco em pauta uma frase

destacada por Galeano (1993 p 230) na qual ele expotildee -ldquoA utopia estaacute laacute no

horizonte Me aproximo dois passos ela se afasta dois passos Caminho dez

passos e o horizonte corre dez passos Por mais que eu caminhe jamais

alcanccedilarei Para que serve a utopia Serve para isso para que eu natildeo deixe de

caminharrdquo

Com essas colocaccedilotildees Magalhatildees (2006 p 16) expotildee a criaccedilatildeo de

uma ideia de ldquodesempenho ambiental urbanordquo o qual mostra um conceito

mensuraacutevel e comparaacutevel junto com a ampliaccedilatildeo de niacuteveis de justiccedila ambiental

locacional e de democracia nas cidades que se torna uacutetil para construccedilatildeo de

paracircmetros de atuaccedilatildeo Essa ideia mostra que o urbanismo tem muito a

contribuir

Atualmente haacute muitos estudos cientiacuteficos que satildeo voltados para a crise

ambiental que vivemos que teve como origem a pressatildeo do crescimento

populacional sobre as aacutereas verdes e pelo modo de vida ocidental como a alta

produccedilatildeo e consumo exagerado Nesse contexto retomamos que as cidades

tecircm sido o principal fator e foco gerador dessa crise ambiental e que agora

concentramos as poliacuteticas puacuteblicas voltadas para o desenvolvimento urbano

como grande objetivo

Tanto pesquisadores atraveacutes de estudos quanto a sociedade atraveacutes

da miacutedia que divulga os riscos ambientais decorrentes das novas formas de

produccedilatildeo e seus efeitos alertam a populaccedilatildeo da gravidade causada e assim

provocam uma preocupaccedilatildeo generalizada acerca do problema ambiental

Sendo assim uma reflexatildeo deve ser feita sobre o conceito de cidade

sustentaacutevel uma vez que as cidades concentram a maior fonte de poluiccedilatildeo e

produccedilatildeo de resiacuteduos aleacutem de consumirem parte da energia do planeta

Como foi dito anteriormente cidades sustentaacuteveis devem pensar aleacutem

da proacutepria localidade mas para ter essa abordagem eacute necessaacuterio focar

primeiramente em uma escala local Para Schussel (2004 p 63 apud

Camagni 2001 p 345) ldquoeacute mais eficaz enfrentar um mesmo problema

localmente (em termos tanto de efeito como de autoridades) do que enfrentaacute-

los globalmente (onde as autoridades satildeo frequentemente ausentes os

agentes poluidores longiacutenquos as interdependecircncias das accedilotildees dos diferentes

sujeitos mais elevadas onde tambeacutem a incertitude sobre a grandeza dos

fenocircmenos e seus encadeamentos causais eacute maior)rdquo Com esse ponto de vista

eacute importante que se deva dar uma atenccedilatildeo ao processo de mudanccedila da

aprendizagem coletiva das cidades com uma interaccedilatildeo saudaacutevel entre a

economia tecnologia e meio ambiente

Eacute importante ressaltar que a implantaccedilatildeo de cidades sustentaacuteveis

juntamente com a gestatildeo do meio ambiente urbano possui uma alta

complexidade para a sociedade moderna ao analisar que natildeo devemos

apenas pensar na conservaccedilatildeo dos recursos ambientais mas tambeacutem

devemos nos atentar ao transporte puacuteblico para reduccedilatildeo da emissatildeo de gases

poluentes melhorar a mobilidade urbana diminuindo consideravelmente o

traacutefego de veiacuteculos dar incentivo e propiciar accedilotildees para a utilizaccedilatildeo de

transportes alternativos como bicicletas otimizar a utilizaccedilatildeo do espaccedilo

urbano devemos ainda criar mais espaccedilos verdes voltados para o lazer da

populaccedilatildeo criar programas voltados para a arborizaccedilatildeo dos espaccedilos puacuteblicos

destinar adequadamente o lixo urbano aplicar programas educacionais

voltados para o desenvolvimento sustentaacutevel investir em educaccedilatildeo de

qualidade para uma boa instruccedilatildeo da populaccedilatildeo favorecer a economia local

dinacircmica e sustentaacutevel e criar accedilotildees para a utilizaccedilatildeo racional da aacutegua

juntamente com o aproveitamento de aacuteguas pluviais

A autora Silva (Poliacuteticas Puacuteblicas e Estrateacutegias de Sustentabilidade

Urbana p 1 apud Metzger 1994) cujo inventaacuterio realizado sobre trabalhos de

ecologia urbana e meio ambiente urbano identifica trecircs concepccedilotildees distintas A

primeira trata da natureza na cidade no qual Metzger fez estudos referentes

aos elementos bioloacutegicos do meio urbano no que diz respeito agrave preservaccedilatildeo

dos espaccedilos verdes e dos elementos fiacutesico naturais da cidade A segunda

concepccedilatildeo do meio ambiente urbano estaacute relacionada aos riscos da cidade e

na cidade aos problemas ambientais enfrentados pela populaccedilatildeo e como

esses problemas afetam a qualidade de vida da mesma Por fim a uacuteltima

vertente que visa mensurar o problema de gestatildeo ou administraccedilatildeo da cidade

tratando das poliacuteticas puacuteblicas sob uma visatildeo do uso do solo e a influecircncia que

as questotildees ambientais causam na determinaccedilatildeo das poliacuteticas puacuteblicas

11 - Poliacuteticas Puacuteblicas e a relaccedilatildeo com as cidades sustentaacuteveis

definiccedilotildees aplicaccedilatildeo conceitos

Eacute necessaacuterio que sejam identificados os locais de atuaccedilatildeo das poliacuteticas

puacuteblicas que tecircm como objetivo a sustentabilidade urbana mas analisando

previamente as mudanccedilas que ocorreram no acircmbito das accedilotildees governamentais

que ocasionaram a adoccedilatildeo de determinadas poliacuteticas puacuteblicas como

estrateacutegias e diretrizes da proacutepria accedilatildeo governamental e dos indiviacuteduos

Mas o que satildeo poliacuteticas puacuteblicas e por que as poliacuteticas puacuteblicas satildeo

consideradas tatildeo importantes quando se trata da sustentabilidade urbana

Segundo Silva (Poliacuteticas Puacuteblicas e Estrateacutegias de Sustentabilidade Urbana p

2 apud Bucci 2002 p 241) poliacuteticas puacuteblicas ldquosatildeo programas de accedilatildeo

governamental para um setor da sociedade ou um espaccedilo geograacutefico

buscando a concretizaccedilatildeo de determinados objetivos e metasrdquo e destaca ainda

que ldquosatildeo programas de accedilatildeo governamental visando a coordenar os meios agrave

disposiccedilatildeo do Estado e as atividades privadas para a realizaccedilatildeo de objetivos

socialmente relevantes e politicamente determinadosrdquo

Quando relacionadas agrave cidadania as poliacuteticas puacuteblicas encontram

dificuldade para alcanccedilar a sustentabilidade urbana jaacute que devem assegurar

uma vida harmocircnica entre o habitante e o meio ambiente Isso ocorre devido a

globalizaccedilatildeo dos espaccedilos em que satildeo levantadas novas tecnologias e haacute o

problema da crescente urbanizaccedilatildeo Esse enfoque possui alguns princiacutepios

que devem ser levados em consideraccedilatildeo princiacutepios esses que guiam as

poliacuteticas puacuteblicas no meio ambiente urbano Esses princiacutepios satildeo destacados e

relacionados por Silva (Poliacuteticas Puacuteblicas e Estrateacutegias de Sustentabilidade

Urbana p 5) como o princiacutepio do interesse puacuteblico na proteccedilatildeo do meio

ambiente urbano sobre os interesses privados o princiacutepio da realizaccedilatildeo de

uma avaliaccedilatildeo preacutevia dos impactos ambientais advindos da accedilatildeo antroacutepica ou

natural o princiacutepio de que o Estado deve intervir na defesa e proteccedilatildeo do meio

ambiente e do meio ambiente urbano o princiacutepio da funccedilatildeo da funccedilatildeo

socioambiental da propriedade urbana o princiacutepio da participaccedilatildeo da

sociedade e da gestatildeo democraacutetica da cidade e o princiacutepio da garantia do

direito a cidades sustentaacuteveis

Cabe ressaltar que apesar de existirem tantos princiacutepios que devem ser

vistos como diretriz a realidade foge um pouco do que eacute mostrado na teoria jaacute

que as poliacuteticas puacuteblicas seguem programas finaliacutesticos que satildeo flexiacuteveis e

quando relacionados agraves exigecircncias legais devem ser diferenciados de acordo

com o grau de finalizaccedilatildeo da accedilatildeo e de imperatividade das normas

Quando tratamos do urbano e do meio ambiente as politicas puacuteblicas

devem ser integradas e possuiacuterem uma interaccedilatildeo entre si como por exemplo

ao tratar das poliacuteticas de habitaccedilatildeo natildeo se pode deixar de levar em

consideraccedilatildeo as poliacuteticas de saneamento ambiental ou entatildeo ao tratar de

poliacuteticas de transporte puacuteblico e mobilidade urbana deve-se considerar a

proacutepria poliacutetica ambiental Sendo assim os programas e projetos

governamentais devem contemplar os aspectos ambientais urbanos sociais e

econocircmicos

Para Silva (Poliacuteticas Puacuteblicas e Estrateacutegias de Sustentabilidade Urbana

p 6) ldquose os planos satildeo obrigatoacuterios para o setor puacuteblico para o setor privado

eles satildeo indicativosrdquo Reforccedilando o conceito de poliacuteticas puacuteblicas essas podem

ser definida como ldquoprocesso - ou conjunto de processos - que culmina na

escolha racional e coletiva de propriedades para definiccedilatildeo dos interesses

puacuteblicos reconhecidos pelo direitordquo sendo que quando se diz respeito a

direitos todos tecircm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado

englobando tambeacutem o meio ambiente urbano Portanto quando eacute utilizado o

termo ldquourbanordquo para qualificar o meio ambiente natildeo significa que haacute uma

segregaccedilatildeo classificatoacuteria do meio ambiente o adjetivo ldquourbanordquo vem como

uma proposta de demarcar a problemaacutetica ambiental em um determinado

espaccedilo geograacutefico - no caso as cidades - sem deixar de considerar os fatores

que nelas estatildeo inseridos como os sociais e os ambientais

Assim para empregar poliacuteticas puacuteblicas visando a sustentabilidade

urbana deve-se repensar o modelo de desenvolvimento da cidade juntamente

com o modo de vida da populaccedilatildeo e a conscientizaccedilatildeo da mesma apoiando-se

nas relaccedilotildees sociais e econocircmicas exercidas na cidade sem deixar de

considerar essas interaccedilotildees como propulsoras do direito agrave cidade sustentaacutevel

Para ratificar inciso I do art 2ordm do Estatuto da Cidade - Lei n 10257 de

10 de julho de 2001 reconhece entre as diretrizes de poliacuteticas puacuteblicas

expostas o direito a cidades sustentaacuteveis De acordo com essa lei esse direito

proporciona o direito a terra urbana agrave moradia ao saneamento ambiental agrave

infraestrutura urbana aos serviccedilos puacuteblicos em geral ao trabalho e ao lazer

tanto para as geraccedilotildees atuais como para as futuras

Sendo assim as cidades devem desenvolver-se respeitando a

sustentabilidade por isso o desenvolvimento urbano deve ser feito sem

degradaccedilatildeo possibilitando uma vida urbana digna e igualitaacuteria Contudo as

cidades necessitam de mudanccedilas diversos pontos de vista reformulaccedilatildeo das

poliacuteticas puacuteblicas e criaccedilatildeo de novas e soluccedilotildees sobre como interagir no dia a

dia com o local que vivemos A partir dessa visatildeo destaco o que eacute exposto por

Acselrad (1999 p 86) em que ldquoacredita-se que quando o crescimento urbano

natildeo eacute acompanhado por investimentos em infraestrutura a oferta de serviccedilos

urbanos natildeo acompanha o crescimento da demanda A falta de investimentos

na manutenccedilatildeo dos equipamentos urbanos viraacute por sua vez acentuar o deacuteficit

na oferta de serviccedilos o que se rebateraacute especialmente na forma de

segmentaccedilatildeo socioterritorial entre as populaccedilotildees atendidas e natildeo atendidas

por tais serviccedilosrdquo

Apoacutes tratar de um modo geral cidades sustentaacuteveis e a sustentabilidade

urbana eacute interessante analisar o caso brasileiro Infelizmente a preocupaccedilatildeo

ambiental brasileira foi tardia e a evoluccedilatildeo foi lenta Em questotildees de

urbanizaccedilatildeo houve uma transformaccedilatildeo estrutural de ordem socioeconocircmica

reformulando a ocupaccedilatildeo do territoacuterio nacional ocasionando em impactos

ambientais e no dado de que cerca de 80 da populaccedilatildeo brasileira mora em

aacutereas urbanas Mas ao decorrer do tempo a questatildeo ambiental foi ligada ao

social os pensamentos acerca desse tema tiveram uma nova percepccedilatildeo

Como exemplo temos o caso dos recursos hiacutedricos em que a legislaccedilatildeo teve

o cuidado de considerar aleacutem do aspecto ambiental os aspectos sociais e

econocircmicos

Foi criado o Sistema Nacional de Recursos Hiacutedricos (SNRH) que no

texto de Schussel (2004 p 65) satildeo expostas a valoraccedilatildeo da aacutegua como bem

econocircmico a prioridade do abastecimento puacuteblico em detrimento da produccedilatildeo

de energia e a gestatildeo compartilhada entre usuaacuterios poder puacuteblico e sociedade

civil de bacias hidrograacuteficas por meio da implantaccedilatildeo dos ldquoComitecircs de Baciardquo

Essa questatildeo de integraccedilatildeo do ambiental ao social e econocircmico ocorreu

na deacutecada de 80 em que Silva (Poliacuteticas Puacuteblicas e Estrateacutegias de

Sustentabilidade Urbana p 2 apud Ribeiro 2001 p 134-135) destaca ldquoa

questatildeo urbana eacute integrada agrave questatildeo social e as representaccedilotildees antiurbanas

satildeo substituiacutedas pelo diagnoacutestico orientado por ideais republicanos de justiccedila

social e democracia A tarefa do pensamento e da accedilatildeo dos urbanistas passa a

ser o fazer coincidir a cidade e a cidadaniardquo Apesar do atraso na aplicaccedilatildeo do

pensamento ambiental - no caso o de cidades sustentaacuteveis - atualmente o

Brasil apresenta um niacutevel consideraacutevel de desenvolvimento tecnoloacutegico e social

que podem retardar a degradaccedilatildeo e os malefiacutecios causados nas cidades E por

que natildeo ocorre tal melhoria no setor ambiental urbano O Brasil carece de

poliacuteticas puacuteblicas que sirvam para o propoacutesito ambiental sem contar a falta de

instruccedilatildeo ambiental de uma boa parcela da sociedade Isso eacute confirmado com

as atitudes da populaccedilatildeo no texto de Loureiro e De Gregori (Revista Eletrocircnica

do Curso de Direito ndash UFSM p 459) eacute exposto que ldquoo lixo jogado nas ruas

causa entupimento de bueiros o que dificulta o escoamento da aacutegua da chuva

Aleacutem disso mesmo quando ocorre escoamento a aacutegua leva detritos

diretamente para o curso dos rios coacuterregos mananciais entre outros Em

razatildeo do exposto um meio indireto mas eficiente de se poluir a aacuteguardquo

Desse modo termo ldquosustentabilidaderdquo atrelado agraves necessidades

urbanas merece se conciliado de certa maneira que o ser humano produza

desenvolvimento e tambeacutem conserve o meio ambiente Portanto para o Brasil

os modelos que devem ser desenvolvidos nas cidades precisam ser justos

eacuteticos e sustentaacuteveis abrangendo todas as classes sociais e sendo igualitaacuterio

trazendo assim a concepccedilatildeo de que as transformaccedilotildees natildeo necessariamente

devem partir do governo e sim das accedilotildees que integrem os cidadatildeos

almejando a sustentabilidade Quando se diz ldquoas accedilotildees que integrem os

cidadatildeosrdquo na verdade o que se busca expressar eacute que a atitude deve partir da

populaccedilatildeo e natildeo do governo pois tais accedilotildees promovidas pela populaccedilatildeo as

aproximam das poliacuteticas puacuteblicas gerando melhores oportunidades e formas

alternativas de sistemas igualitaacuterios quando relacionados a exposiccedilatildeo de riscos

ambientais Tudo isso para oferecer um ambiente urbano com um

desenvolvimento em equiliacutebrio ambientalmente sustentaacutevel e socialmente

justo

Retomando o Artigo 2ordm do Estatuto da Cidade Loureiro e De Gregori

(Revista Eletrocircnica do Curso de Direito ndash UFSM p 462) expotildeem que houve

uma mudanccedila de paradigma ao se pensar em ambientes urbanos assim

expondo trecircs objetivos a serem alcanccedilados com as cidades ldquoo primeiro seria

um ambiente destinado agrave moradia de um acuacutemulo de comunidades jaacute em uma

segunda perspectiva seria um ambiente de poliacuteticas a fim de atingir funccedilatildeo

social urbana e por fim a garantia de ambientes urbanos como um meio

sustentaacutevel e sadio de desenvolvimentordquo Eacute importante ressaltar que esse

ponto de vista reflete que soacute seraacute possiacutevel assegurar um ambiente urbano para

a presente geraccedilatildeo e para as futuras partindo da preservaccedilatildeo do meio

ambiente

Portanto diversas iniciativas podem tornar o ambiente urbano em cidade

sustentaacutevel o que procura promover uma estabilidade e um equiliacutebrio agraves

cidades com uma visatildeo a longo prazo O processo de implantaccedilatildeo de cidades

sustentaacuteveis no Brasil deve primeiramente partir de accedilotildees individuais ou

privadas e articulada agraves poliacuteticas puacuteblicas para que haja uma eficiecircncia na

aplicabilidade sem desconsiderar que haacute uma possibilidade de gerar um

sistema insustentaacutevel Por que pode se tornar um sistema insustentaacutevel

Segundo Loureiro e De Gregori (Revista Eletrocircnica do Curso de Direito ndash

UFSM p 465 apud Godard 1990 p40-45) ldquoa insustentabilidade exprime

assim a incapacidade de as poliacuteticas puacuteblicas adaptarem a oferta de serviccedilos

urbanos agrave quantidade e agrave qualidade das demandas sociais provocando um

ldquodesequiliacutebriordquo entre necessidades cotidianas da populaccedilatildeo e os meios de as

satisfazer entre a demanda por serviccedilos urbanos e os investimento em redes e

infraestruturardquo

Jaacute que a realidade brasileira exprime uma grande distorccedilatildeo do que eacute

apresentado nos estudos como conseguir implantar uma cidade sustentaacutevel e

assim suportaacute-la Primeiramente eacute necessaacuterio ampliar o ponto de vista natildeo se

prendendo agraves poliacuteticas puacuteblicas em segundo plano eacute preciso que se tenha uma

accedilatildeo coletiva da populaccedilatildeo atraveacutes da conscientizaccedilatildeo ou de accedilotildees que

promovam a sustentabilidade dentro da cidade

Eacute importante ressaltar que natildeo se pode descartar as poliacuteticas puacuteblicas

mas tambeacutem natildeo se pode esperar que elas resolvam todos os problemas

presentes na cidade Sendo assim para que uma cidade torne-se sustentaacutevel eacute

preciso que as accedilotildees realizadas pela populaccedilatildeo sejam emparelhadas com as

poliacuteticas puacuteblicas aplicadas pelo governo No Brasil haacute cidades que satildeo

consideradas sustentaacuteveis mas essas cidades optaram apenas por um

planejamento urbano voltado para reconstituiccedilatildeo de aacutereas verdes

aprimoramento nas soluccedilotildees urbaniacutesticas e na tecnologia do transporte urbano

Tais accedilotildees natildeo devem ser desconsideras e sim exaltadas pelo funcionamento

adequado e promoccedilatildeo da sustentabilidade urbana Outras questotildees tatildeo

importantes quanto satildeo deixadas de lado pelo governo e nesse caso deve-se

ter uma aplicaccedilatildeo da sociedade para que ganhe uma visatildeo e assim sejam

aplicadas poliacuteticas puacuteblicas voltadas para tais questotildees

Em especiacutefico coloco o problema hiacutedrico que tem assolado vaacuterias

cidades do paiacutes por trazer prejuiacutezos de forma direta e indireta a populaccedilatildeo O

problema hiacutedrico brasileiro natildeo eacute apenas o causado pela estiagem e falta de

aacutegua em algumas localidades ele tambeacutem eacute expresso pelas chuvas

torrenciais Em face disso eacute importante unir o uacutetil ao agradaacutevel Vale expor que

em decorrecircncia do aumento da urbanizaccedilatildeo as aacutereas foram pavimentadas e

cobertas por preacutedios casas monumentos entre outras edificaccedilotildees

ocasionando na impermeabilizaccedilatildeo do solo em aacutereas naturais Devido a esse

fator o ser humano vem demandando novas soluccedilotildees e poliacuteticas puacuteblicas para

o controle e mitigaccedilatildeo de impactos causados pela chuva tais como

alagamentos

Os governos de modo geral vecircm encontrando seacuterias dificuldades

quanto agraves questotildees de gestatildeo dos alagamentos em suas aacutereas puacuteblicas Para

Brasiacutelia e o Governo do Distrito Federal esse problema eacute recente e nem tatildeo

alarmante quando comparado aos das grandes capitais brasileiras como Satildeo

Paulo ou Rio de Janeiro Portanto eacute necessaacuterio que se tenha uma precauccedilatildeo

com o uso das aacuteguas tratadas para que possam ser utilizadas fontes

alternativas Com o objetivo de aproveitamento de aacuteguas pluviais a captaccedilatildeo

de aacutegua advinda das chuvas possui um vieacutes sustentaacutevel do ponto de vista

teacutecnico e econocircmico quando aplicado em sistemas de uso privativo Cabe

ressaltar que esse estudo visa aliar o conceito de cidades sustentaacuteveis a partir

da iniciativa privada agraves necessidades encontradas na cidade de Brasiacutelia no

caso de um projeto de aproveitamento de aacuteguas pluviais que atenda a

demanda de aacutegua natildeo potaacutevel tendo como base a precipitaccedilatildeo de chuva local

sem desconsiderar o ciclo hidroloacutegico para que natildeo ocorra um desequiliacutebrio do

mesmo e ocasione mais desastres ambientais

Tal sistema tem como objetivo gerar uma fonte de aacutegua natildeo potaacutevel

para uso diaacuterio em sistemas prediais como descarga limpeza do preacutedio

irrigaccedilatildeo de jardins disponibilidade para lavagem de automoacuteveis entre outras

possibilidades gerando uma economia da aacutegua utilizada e consequentemente

uma economia monetaacuteria Aleacutem desse objetivo reducionista de gasto e aacutegua

haacute tambeacutem a possibilidade da reduccedilatildeo de transtornos hiacutedricos urbanos

Portanto ao abordar sobre poliacuteticas puacuteblicas eacute de suma importacircncia

compreender que o ldquodesenvolvimento sustentaacutevel eacute um processo de

aprendizagem social de longo prazo que por sua vez eacute direcionado por

poliacuteticas puacuteblicas orientadas por um plano de desenvolvimento nacionalrdquo

(Barbosa 2008 p 6) O conceito de desenvolvimento sustentaacutevel seraacute melhor

apresentado no capiacutetulo seguinte

2 ndash Sustentabilidade desenvolvimento sustentaacutevel e a sua

importacircncia

Inicio esse capiacutetulo com uma frase de Nascimento (2012 p 57) em que

se queremos sugerir uma sustentabilidade para toda a sociedade eacute necessaacuterio

que tenhamos uma ldquolinha transversal a eacutetica solidaacuteria com os excluiacutedos de hoje

para que natildeo haja excluiacutedos amanhatilderdquo

Por que a sustentabilidade eacute algo importante para noacutes Eacute necessaacuterio

que seja de conhecimento geral de que estamos ameaccedilados em todos os

aspectos ligados agrave utilizaccedilatildeo de recursos naturais e aproveitamento dos

mesmos Portanto haacute uma conexatildeo direta ao desenvolvimento sustentaacutevel

Nascimento (2012 p 58) ainda aponta que ldquoateacute meados do seacuteculo XX a

humanidade temia basicamente duas grandes extinccedilotildees ndash uma externa

(choque de um grande meteorito como aparentemente ocorreu haacute 65 milhotildees

de anos extinguindo os dinossauros) e outra interna (o advento de uma

epidemia desconhecida e incontrolaacutevel) Em meados do seacuteculo passado foi

acrescida mais uma ameaccedila provinda dos proacuteprios seres humanos a bomba

atocircmica O seu poder de destruiccedilatildeo ficou evidente com as explosotildees de

Hiroshima e Nagasakirdquo Sendo assim eacute perceptiacutevel que o estilo de vida de alta

produccedilatildeo e consumo vigente nos leva a crer que um desastre eacute cada vez mais

plausiacutevel

ldquoQue a economia estaacute em um conflito com os sistemas naturais do

planeta eacute uma evidecircncia que ressalta das informaccedilotildees cotidianas sobre o

desaparecimento das zonas de pesca reduccedilatildeo das florestas a erosatildeo do

solo e o desaparecimento de espeacuteciesrdquo (Nascimento 2012 p 58 apud

Brown 2003 p14) Portanto a crise ambiental aponta um desgaste das

condiccedilotildees ldquonormaisrdquo de vida no planeta Terra Segundo Nascimento (2012 p

58) ldquo[] eacute possiacutevel caso o cenaacuterio mais pessimista do aquecimento global

venha a se confirmar que uma nova possibilidade de auto extinccedilatildeo seja criada

no final desse seacuteculordquo Desta forma o atual modelo de vida natildeo deteriora

apenas o meio ambiente tambeacutem prejudica a vida humana e para que sejam

reduzidos esses transtornos agrave vida humana eacute preciso que iniciativas e

alternativas sejam criadas por meio de inovaccedilotildees tecnoloacutegicas para que haja

uma saiacuteda

ldquoA crise ambiental assumiu contornos mais graves com a percepccedilatildeo da

responsabilidade antroacutepica do aquecimento global e a dinacircmica de ascensatildeo

de um contingente humano mais significativo no mercado de consumordquo

(Nascimento 2012 p 61) Quando a crise ambiental se tornou algo de suma

importacircncia Quando como e por que a sustentabilidade e o desenvolvimento

sustentaacutevel se tornaram relevantes para o combate agrave crise ambiental Eacute

necessaacuterio compreender que a sustentabilidade possui dois vieses quando

relacionada agrave sua origem Uma de suas origens tem base na biologia mais

precisamente na ecologia a qual atribui o conceito de resiliecircncia ndash capacidade

de recuperaccedilatildeo e reproduccedilatildeo dos ecossistemas ndash perante as degradaccedilotildees

antroacutepicas com o uso exacerbado dos recursos naturais Ainda relacionado agrave

ecologia haacute as causas naturais como terremotos fogo tsunamis pragas

entre outros O outro vieacutes de origem da sustentabilidade adveacutem da economia

como o adjetivo do desenvolvimento diante da visibilidade que ganhou ao

longo do seacuteculo XX referente ao padratildeo de consumo desenvolvido ao redor do

mundo (Nascimento 2012 p 51)

Segundo Nascimento a ideia de sustentabilidade como enfoque

mundial tem origem na deacutecada de 1950 O surgimento e a importacircncia desse

termo ocorrem devido a um risco ambiental global a poluiccedilatildeo nuclear ldquoOs seus

indiacutecios alertaram os seres humanos de que estamos em uma nave comum e

que problemas ambientais natildeo estatildeo restritos a territoacuterios limitadosrdquo

(Nascimento 2012 p 2) Segundo Nascimento (2012 p 52 apud Machado

2005) ldquoA ocorrecircncia de chuvas radiativas a milhares de quilocircmetros dos locais

de realizaccedilatildeo dos testes acendeu um caloroso debate no seio da comunidade

cientiacuteficardquo Na deacutecada de 1960 houve outro fato importante que implicou na

questatildeo da percepccedilatildeo da crise ambiental dando importacircncia a

sustentabilidade devido ao uso de inseticidas e pesticidas quiacutemicos e

transtornos causados por esses apontados por Rachel Carson em seu livro

intitulado de ldquoPrimavera Silenciosardquo ndash Silent Spring

Ainda na deacutecada de 60 as chuvas aacutecidas recorrentes nos paiacuteses

noacuterdicos levaram a Sueacutecia junto ao Conselho Econocircmico e Social das Naccedilotildees

Unidas (ECOSOC) a propor a realizaccedilatildeo de uma conferecircncia para tratar de um

acordo internacional para uma possiacutevel reduccedilatildeo na emissatildeo dos gases

responsaacuteveis por tal transtorno Com isso ocorreu a Conferecircncia de

Estocolmo em 1972 colocando em evidecircncia os paiacuteses subdesenvolvidos e

desenvolvidos da eacutepoca A princiacutepio as preocupaccedilotildees natildeo eram nem um

pouco igualitaacuterias jaacute que os paiacuteses desenvolvidos estavam atentos agrave

degradaccedilatildeo ambiental que afetavam sua qualidade de vida enquanto os

paiacuteses subdesenvolvidos estavam preocupados em natildeo sofrerem sanccedilotildees

comerciais e apresentarem um retardo em seu desenvolvimento uma vez que

naquela eacutepoca os problemas ambientais eram associados ao crescimento

econocircmico dos paiacuteses de terceiro mundo Nessa conferecircncia ficou exposto

que os paiacuteses desenvolvidos defendiam a proteccedilatildeo do meio ambiente como

principal foco e os paiacuteses em desenvolvimento focavam no combate agrave

pobreza

Para melhor esclarecer Nascimento expotildee a partir do documento ldquoOnly

One Earthrdquo (Ward amp Dubos 1973) ldquo[] O problema ambiental como decorrente

de externalidades econocircmicas proacuteprias do excesso de desenvolvimento

(tecnologia agressiva e consumo excessivo) de um lado e de sua falta

(crescimento demograacutefico e baixo PIB per capita) de outro Posta dessa forma

a questatildeo ambiental deixava de ficar restrita ao meio natural e adentrava o

espaccedilo socialrdquo Contemporacircneo a isso temos o relatoacuterio do Clube de Roma ndash

Limits to Growth (Meadows et al 1972) que propunha uma reduccedilatildeo do

desenvolvimento industrial nos paiacuteses desenvolvidos e uma contenccedilatildeo no

crescimento populacional nos paiacuteses subdesenvolvidos juntamente com o

apoio daqueles aos subdesenvolvidos para que pudessem crescer

economicamente A partir desses eventos os governos se conscientizaram e

criaram agecircncias que tratassem das questotildees ambientais para que pudessem

juntar dados ambientais jaacute que na eacutepoca careciam de tais informaccedilotildees

No Brasil foi criada a Secretaria Especial do Meio Ambiente (SEMA) em

1973 enquanto nos EUA jaacute existia a Environmental Protection Agency (EPA)

desde 1970

Dez anos apoacutes a Conferecircncia de Estocolmo uma anaacutelise dos resultados

foi feita pela ONU e mostrou que o resultado estabelecido deixou a desejar e

que os esforccedilos realizados foram inferiores Em decorrecircncia desse mal

desempenho foi formada a Comissatildeo Mundial sobre Meio Ambiente e

Desenvolvimento (CMMAD) presidida por Gro Harlen Brundtland responsaacutevel

pelo relatoacuterio ldquoNosso Futuro Comumrdquo ndash Our Common Future ndash que tinha como

principal proposta a criaccedilatildeo de uma agenda global para focar em uma

mudanccedila consideraacutevel Esse estudo obteve informaccedilotildees durante trecircs anos a

partir de pesquisas e anaacutelises com enfoque na parte social Segundo Barbosa

(2008 p2) as informaccedilotildees colhidas do relatoacuterio com base nas questotildees

sociais referiam-se ldquoao uso da terra sua ocupaccedilatildeo suprimento de aacutegua abrigo

e serviccedilos sociais educativos e sanitaacuterios aleacutem de administraccedilatildeo do

crescimento urbanordquo

Tal relatoacuterio foi responsaacutevel pela criaccedilatildeo do termo ldquoDesenvolvimento

Sustentaacutevelrdquo que ldquoconsistiu o maior esforccedilo entatildeo conhecido para conciliar a

preservaccedilatildeo do meio ambiente com o desenvolvimento econocircmicordquo

(Nascimento 2012 p 54) Uma definiccedilatildeo baacutesica do que eacute DS eacute exposta por

Nascimento (2012 p 58 apud Lenzi 2006) ldquoDesenvolvimento sustentaacutevel eacute o

desenvolvimento que satisfaz as necessidades do presente sem comprometer

a capacidade das geraccedilotildees futuras em satisfazer suas proacuteprias necessidadesrdquo

Estender e Pitta (O Conceito do Desenvolvimento Sustentaacutevel apud Camargo

2003 p 43) tambeacutem fazem citaccedilatildeo agrave outra definiccedilatildeo apontada no relatoacuterio

ldquoEm essecircncia o desenvolvimento sustentaacutevel eacute um

processo de transformaccedilatildeo no qual a exploraccedilatildeo dos

recursos a direccedilatildeo dos investimentos a orientaccedilatildeo

do desenvolvimento tecnoloacutegico e a mudanccedila

institucional se harmonizam e reforccedilam o potencial

presente e futuro a fim de atender agraves necessidades

e aspiraccedilotildees humanasrdquo

Nascimento (2012 p 54) aponta que ldquoA forccedila e a fraqueza dessa

definiccedilatildeo encontram-se justamente nessa foacutermula vaga pois deixam-se em

aberto quais seriam as necessidades humanas atuais e mais ainda as das

geraccedilotildees futurasrdquo

Segundo Barbosa (2008) o relatoacuterio faz consideraccedilotildees agraves questotildees

urbanas no qual as cidades em seu desenvolvimento devem contemplar as

necessidades baacutesicas de toda a populaccedilatildeo e conceder oportunidades de

melhora na qualidade de vida de todos buscando alcanccedilar uma equidade na

sociedade por meio de processos democraacuteticos para que haja um

desenvolvimento urbano adequado Ainda com referecircncia ao relatoacuterio haacute ldquoa

necessidade de descentralizaccedilatildeo das aplicaccedilotildees de recursos financeiros e

humanos e a necessidade do poder poliacutetico favorecer as cidades em sua

escala localrdquo (Barbosa 2008 p 2) Quanto agrave questatildeo do uso de recursos

naturais foi avaliada no relatoacuterio a capacidade de resiliecircncia da biosfera os

efeitos e as possiacuteveis consequecircncias causadas pela accedilatildeo antroacutepica apontando

ainda que a pobreza pode ser considerada como um problema ambiental e que

a tentativa de erradicar a mesma pode ser a base para a busca da

sustentabilidade Com essa contribuiccedilatildeo na mudanccedila do modo de perceber as

necessidades urbanas o relatoacuterio apresentou trecircs princiacutepios baacutesicos ou

aspectos que deveriam ser cumpridos ndash proteccedilatildeo ambiental equidade social e

o desenvolvimento econocircmico ndash e que seratildeo expostos mais adiante

Apesar de todos esses pontos levantados o relatoacuterio Brundtland

recebeu vaacuterias criacuteticas pelo fato de acusar a pobreza e o descontrole do

crescimento populacional nos paiacuteses subdesenvolvidos como a fonte principal

dos problemas ambientais e da insustentabilidade do planeta e de colocar em

segundo plano a poluiccedilatildeo causada ateacute a data de publicaccedilatildeo do relatoacuterio pelos

paiacuteses desenvolvidos

Em 1986 foi realizada a conferecircncia de Ottawa ndash Carta de Ottawa 1986

ndash na qual foram estabelecidas cinco condiccedilotildees para que se tentasse alcanccedilar o

desenvolvimento sustentaacutevel entre elas a manutenccedilatildeo da integraccedilatildeo

ecoloacutegica a satisfaccedilatildeo das necessidades baacutesicas humanas a provisatildeo da

autodeterminaccedilatildeo social e da diversidade cultural a integraccedilatildeo da conservaccedilatildeo

e do desenvolvimento e o alcance de equidade e justiccedila social Para a

CMMAD as condiccedilotildees que procedem do conceito de desenvolvimento

sustentaacutevel estatildeo associadas ao processo de urbanizaccedilatildeo e do crescimento da

cidade e tem como finalidade o uso adequado dos recursos naturais Em face

disto satildeo expostos alguns objetivos mudanccedila de qualidade do crescimento

crescimento renovaacutevel satisfaccedilatildeo das necessidades essenciais por emprego

aacutegua energia alimento e saneamento baacutesico garantia de um niacutevel sustentaacutevel

da populaccedilatildeo conservaccedilatildeo da base de recursos reorientaccedilatildeo da tecnologia e

do gerenciamento de risco e reorientaccedilatildeo das relaccedilotildees econocircmicas

internacionais (CMMAD 1988 1991)

Postumamente foi realizada a Assembleia das Naccedilotildees Unidas a qual

aprovou a Conferecircncia das Naccedilotildees Unidas para o Meio Ambiente e o

Desenvolvimento (CNUMAD) ocorrida em 1992 e ficou conhecida como Rio-

92 A Rio-92 teve maior visibilidade graccedilas agrave criaccedilatildeo da Convenccedilatildeo da

Biodiversidade e das Mudanccedilas Climaacuteticas ndash que posteriormente resultou na

criaccedilatildeo do Protocolo de Kyoto ndash da Agenda 21 e da Declaraccedilatildeo do Rio Essa

uacuteltima segue os mesmos padrotildees expostos na Conferecircncia de Estocolmo

citada anteriormente interligando o desenvolvimento econocircmico com o meio

ambiente atraveacutes de uma gestatildeo consciente dos recursos naturais sem

comprometer o modelo econocircmico vigente

Em decorrecircncia desses acontecimentos tornou-se de faacutecil entendimento

que o desenvolvimento sustentaacutevel eacute composto por trecircs aspectos ambiental

econocircmico e social Outros autores como Ignacy Sachs consideram ainda

outras variaacuteveis relevantes para o entendimento do DS como sustentabilidade

ecoloacutegica e poliacutetica

Figura 1 Tripeacute da Sustentabilidade

Fonte Nicholas Gimenes (2012)

Com base nesses trecircs aspectos apontados chegamos ao conhecido

Triple Bottom Line ndash ldquoTripeacute da Sustentabilidaderdquo No tripeacute da sustentabilidade

satildeo expostos o aspecto ambiental que tem como base a produccedilatildeo e o

consumo de tal forma que possa garantir que os ecossistemas natildeo sofram

problemas quanto a sua capacidade de resiliecircncia o aspecto econocircmico que

assume a denominada ecoeficiecircncia a qual incentiva a inovaccedilatildeo tecnoloacutegica

para tentar mitigar alguns dos problemas ambientais e ampliar a

desmaterializaccedilatildeo da economia e o uacuteltimo aspecto o social o qual supotildee que

a populaccedilatildeo de uma determinada sociedade tenha o miacutenimo necessaacuterio para

uma condiccedilatildeo de vida aceitaacutevel buscando erradicar a desigualdade social

Segundo Nascimento existem diversas definiccedilotildees desses trecircs aspectos mas

essas apontadas satildeo as mais recorrentes e de simples entendimento Natildeo

podemos esquecer que assim como eacute apontado por Ignacy Sachs e outros

autores outros aspectos para a definiccedilatildeo do DS devem ser levados em

consideraccedilatildeo em especial a cultura Apesar de natildeo ser citada como base do

ldquotripeacuterdquo a cultura eacute importante em qualquer sociedade quando relacionada ao

meio ambiente pois eacute ela quem dita o comportamento da populaccedilatildeo O Brasil

sofre com questotildees ambientais muitas das vezes por falta de instruccedilatildeo da

populaccedilatildeo que natildeo tem conhecimento do quatildeo impactante pode ser sua accedilatildeo

Deste modo quando se trata de questotildees ambientais eacute necessaacuterio que se

tenha uma mudanccedila natildeo repentina e sim gradativa nos padrotildees de consumo

no estilo de vida e na educaccedilatildeo ambiental

Retomando os conceitos de DS e sustentabilidade temos uma definiccedilatildeo

de Clovis Cavalcanti em que sustentabilidade ldquosignifica a possibilidade de se

obterem continuamente condiccedilotildees iguais ou superiores de vida para um grupo

de pessoas e seus sucessores em dado ecossistemardquo (Cavalcanti 2003)

Analisando essa definiccedilatildeo proposta por Cavalcanti vemos que se assemelha

do que foi exposto por Gro Harlen Brundtland em seu relatoacuterio Como jaacute foi

mencionado para Sachs o ldquoTriple Bottom Linerdquo ndash Tripeacute da Sustentabilidade ndash

possui cinco vertentes da sustentabilidade que satildeo a ldquosustentabilidade

ecoloacutegica refere-se a fiacutesica do processo de crescimento e tem como objetivo a

manutenccedilatildeo de estoques dos recursos naturais incorporados as atividades

produtivas a sustentabilidade ambiental que refere-se agrave manutenccedilatildeo da

capacidade de sustentaccedilatildeo dos ecossistemas o que implica a capacidade de

absorccedilatildeo e recomposiccedilatildeo dos ecossistemas em face as agressotildees antroacutepicas

sustentabilidade social que refere-se ao desenvolvimento e tem por algum

objetivo a melhoria da qualidade da vida da populaccedilatildeo Para caso de paiacuteses

com problemas de desigualdade e de inclusatildeo social implica a adoccedilatildeo de

poliacuteticas distributivas e a universalizaccedilatildeo de atendimento a questotildees como

sauacutede educaccedilatildeo habilitaccedilatildeo e seguridade social sustentabilidade poliacutetica

refere-se ao processo de construccedilatildeo da cidadania para garantir a incorporaccedilatildeo

plena dos indiviacuteduos ao processo de desenvolvimento e a sustentabilidade

econocircmica que refere-se a uma gestatildeo eficiente dos recursos em geral e

caracteriza-se pela regularidade de fluxos do investimento puacuteblico e privado

Implica a avaliaccedilatildeo da eficiecircncia por processos macro sociaisrdquo (Sachs 1993

Agenda 21 brasileira)

Barbosa (2008 p 4) faz uma citaccedilatildeo em seu trabalho sobre o livro de

Leila Ferreira ndash ldquoA questatildeo ambiental sustentabilidade e poliacuteticas puacuteblicas no

Brasilrdquo ndash referente ao padratildeo de vida da sociedade em que

ldquoO padratildeo de produccedilatildeo e consumo que

caracteriza o atual estilo de

desenvolvimento tende a consolidar-se

no espaccedilo das cidades e estas se

tornam cada vez mais o foco principal

na definiccedilatildeo de estrateacutegias e poliacuteticas

de desenvolvimentordquo

Sendo assim eacute de fundamental importacircncia que formas alternativas

sustentaacuteveis sejam alcanccediladas para que possam influenciar de forma positiva

na qualidade de vida das cidades e no processo de planejamento urbano Para

Acselrad (1999 p 85) a sustentabilidade urbana eacute definida como ldquoa

capacidade das poliacuteticas urbanas se adaptarem agrave oferta de serviccedilos agrave

qualidade e agrave quantidade das demandas sociais buscando o equiliacutebrio entre as

demandas de serviccedilos urbanos e investimentos em estruturardquo Como o

desenvolvimento sustentaacutevel possui muitos conceitos e definiccedilotildees haacute uma em

especial que se destaca pelo fato de estar relacionada agraves cidades juntamente

com o termo ldquosustentabilidaderdquo exposta por Barbosa (2008 p 4 apud

Satterthwaite 2004) em que

ldquoa resposta agraves necessidades humanas

nas cidades como o miacutenimo ou

nenhuma transferecircncia dos custos da

produccedilatildeo consumo ou lixo para outras

pessoas ou ecossistemas hoje e no

futurordquo

Assim a participaccedilatildeo da sociedade e a diversidade dos interesses que

a mesma possui gera um conflito entre as poliacuteticas puacuteblicas e o

desenvolvimento sustentaacutevel mas nada que natildeo possa ser contornado a partir

da conscientizaccedilatildeo individual dos cidadatildeos Como eacute exposto por Barbosa ldquoeacute

imprescindiacutevel para a sustentabilidade urbana o uso racional dos recursos

naturais a boa forma do ambiente urbano baseado na interaccedilatildeo clima e os

recursos naturais aleacutem das respostas agraves necessidades urbanas com o miacutenimo

de transferecircncia de dejetos e rejeitos para outros ecossistemas atuais e

futurosrdquo (Barbosa 2008 p 9) Em detrimento disso ldquoo desenvolvimento

sustentaacutevel natildeo deve ser apresentado como um slogan poliacuteticordquo (Barbosa

2008 p 10) deve ser apresentado como uma possiacutevel soluccedilatildeo para a

mitigaccedilatildeo dos problemas ambientais encontrados atualmente na sociedade

Portanto a sustentabilidade visa emoldurar novos meios alternativos de

produccedilatildeo distribuiccedilatildeo e consumo dos recursos naturais existentes de forma

mais racional ecologicamente viaacutevel e economicamente eficaz

Ao retratar esses problemas de padrotildees vividos pela sociedade

relacionados ao meio ambiente mais especificamente a utilizaccedilatildeo de recursos

naturais Nascimento (2012 p 58) aponta que ldquohaacute uma quase unanimidade

hoje entre os cientistas de que os recursos naturais natildeo seratildeo suficientes para

fornecer um modo de vida similar ao da classe meacutedia mundial a todos os novos

ingressantes no mercado No entanto eles tecircm tanto direito quanto os que jaacute

participam do mercado consumidorrdquo Mas como podemos contornar tais

problemas e a crise ambiental Atraveacutes da criatividade humana muitas formas

alternativas foram criadas e podem ser inventadas quando se tratam dos

recursos finitos utilizados pelo homem Temos como exemplo a aacutegua sobre a

qual poucos satildeo os estudos apresentados relacionando o aproveitamento de

aacuteguas pluviais e cidades sustentaacuteveis Na maioria das vezes os estudos satildeo

feitos com base em outras necessidades como a dessalinizaccedilatildeo das aacuteguas do

mar para consumo humano Natildeo podemos esquecer que atualmente existem

diversos sistemas de captaccedilatildeo de aacuteguas pluviais para diferentes finalidades

sejam elas para aproveitamento de consumo humano ou natildeo

3 ndash A viabilidade de implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo

pluvial em Brasiacutelia ndash DF

31 ndash Apresentaccedilatildeo de dados

Primeiramente seratildeo apresentados dados sobre a populaccedilatildeo e o

consumo de aacutegua presente nas residecircncias de Brasiacutelia e que seratildeo utilizados

como base para a implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo na Asa Norte

Segundo Ferreira C diretor Superintendente de Atendimento Comercial

(CAC) da Companhia de Saneamento Ambiental do Distrito Federal (CAESB)

ldquoEm Brasiacutelia o consumo meacutedio por habitante eacute de 190 litros de aacutegua por dia o

que resulta em um consumo mensal de 6msup3 por habitanterdquo De acordo com a

ONU cada pessoa necessita de 110 litros por dia para atender as

necessidades de consumo e higiene A Companhia de Saneamento Baacutesico do

Estado de Satildeo Paulo (SABESP 2010) afirma que ldquono Brasil o consumo por

pessoa pode chegar a mais de 200 litrosdiardquo A estimativa da SABESP (2010)

eacute de que 54 litros (27) vatildeo para cozinhar e beber 50 litros (25) para tomar

banho e escovar os dentes 66 litros (33) para descarga de banheiro 24 litros

(12) para lavagem de roupa e 6 litros (3) para outras tarefas como lavagem

de carro por exemplo Segundo dados da CAESB Brasiacutelia (Plano Piloto)

consome cerca de 2757890msup3 por mecircs e que o consumo por habitante eacute de

1381msup3mecircs

Devido ao alto consumo de aacutegua em Brasiacutelia os recorrentes transtornos

hiacutedricos urbanos e a ausecircncia de sistemas captaccedilatildeo pluvial este capiacutetulo traz

um estudo da viabilidade teacutecnica e econocircmica da implantaccedilatildeo de um sistema

em um preacutedio residencial do bairro Asa Norte mais especificamente na

Superquadra 111 Norte Natildeo haacute nenhum estudo realizado que comprove a

frequecircncia dos alagamentos nessa regiatildeo portanto tal quadra foi selecionada

em decorrecircncia de mateacuterias e reportagens que mostram a dificuldade que a

populaccedilatildeo sofre quando haacute uma chuva anormal

Primeiramente eacute necessaacuterio que se tenha uma noccedilatildeo do periacuteodo

chuvoso em Brasiacutelia Segundo o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais

(INPE) Brasiacutelia apresenta um regime de precipitaccedilatildeo bem definido sendo que

a estaccedilatildeo chuvosa tem iniacutecio em Outubro e estende-se ateacute Marccedilo e a estaccedilatildeo

seca ocorre no restante do ano (Abril a Setembro) Ainda segundo o INPE ldquoa

estaccedilatildeo chuvosa eacute causada pelo forte aquecimento da atmosfera na Amazocircnia

que favorece o desenvolvimento de um sistema quase estacionaacuterio em altos

niacuteveis a Alta Boliacutevia Como resultado dessa circulaccedilatildeo observa-se nos baixos

niacuteveis uma regiatildeo de baixa pressatildeo e a convergecircncia de ar satildeo os principais

fatores que provocam a precipitaccedilatildeo neste periacuteodo responsaacutevel por 70 do

total meacutedio anualrdquo A partir desses elementos apresentados pelo INPE e com

base nos dados os quais foram obtidos da estaccedilatildeo meteoroloacutegica de Brasiacutelia

localizada na Latitude (ordm) -158 Longitude (ordm)-479 temos a precipitaccedilatildeo de

Brasiacutelia dada mecircs a mecircs Os dados partem de Janeiro de 2006 e vatildeo ateacute

Outubro de 2015 Eacute importante frisar que os dados foram formulados a partir

da precipitaccedilatildeo acumulada para tornar mais faacutecil de calcular a meacutedia

Tabela 01 Dados de Precipitaccedilatildeo

AnoMecircs JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ Meacutedia Mensal

2006 1232 1914 258 1417 351 09 01 528 403 5264 1956 1821 14563

2007 2609 2659 357 501 75 0 0 0 0 535 2249 275 9779

2008 201 2425 2346 2109 0 0 0 27 80 387 271 3226 1337

2009 2028 1347 81 3759 612 93 0 725 505 2958 1991 3078 1492

2010 1211 368 2494 2388 275 0 0 0 0 349 2547 318 1068

2011 1268 1724 2433 696 139 38 0 0 7 2639 3338 4704 1421

2012 2699 1149 1982 1213 444 24 02 0 333 1098 4446 1428 1235

2013 4918 1893 1903 954 222 62 03 0 659 1069 2711 3525 1493

2014 1531 1392 3402 2493 28 10 79 0 162 2014 192 3667 1399

2015 939 1297 3456 2076 499 0 08 0 218 694 SD SD 9187

Meacutedia para cada mecircs

20445 16168 21763 17606 2645 326 093 128 315 17007 2652 30421 12797

Tabela contendo os dados de chuva acumulada mecircs a mecircs em miliacutemetros (mm)

Fonte INPE 2015

Obs 1- SD - satildeo dados que natildeo foram coletados devido pois o trabalho foi realizado antes desses meses

Obs2- Meacutedia calculada com os dados obtidos no caso os meses de novembro e dezembro de 2015 natildeo entram no

caacutelculo pois ainda natildeo existiam os dados

Temos tambeacutem a partir do estudo realizado por Brino (Brasiacutelia

Superquadras Residenciais) os dimensionamentos dos preacutedios e a quantidade

de apartamentos por pavimentos conforme as tabelas a seguir

Tabela 02 Dimensionamento dos Blocos

A SUPERQUADRA AE AT

Aacuterea de Projeccedilatildeo por Bloco

Aacuterea Total = 11760msup2 Nuacutemero total de Blocos = 11

1069msup2 185 136

Aacuterea Construiacuteda por bloco (sem pilotis e

subsolo)

Pavimentos = 6 Aacuterea do Pavimento = 1069msup2

6414msup2 1113 818

Aacuterea Construiacuteda por superquadras (sem pilotis e subsolo)

Preacutedio = 11 Aacuterea por Preacutedio = 64141msup2

70554msup2 8999 1225

AE - Aacuterea Aedificandi e AT - Aacuterea Total

Tabela 03 Dimensionamento da Populaccedilatildeo

A POPULACcedilAtildeO (5 Pessoas

apart)

6 apartamentos por pavimento

36 apartamentos por bloco

396 apartamentos

por superquadra

1980 pessoas por

superquadra

8 apartamentos por pavimento

48 apartamentos por bloco

528 apartamentos

por superquadra

2640 pessoas por

superquadra

10 apartamentos por pavimento

60 apartamentos por bloco

660 apartamentos

por superquadra

3300 pessoas por

superquadra

12 apartamentos por pavimento

72 apartamentos por bloco

792 apartamentos

por superquadra

3960 pessoas por

superquadra

Caacutelculo para as faixas 100 200 e 300 (seis pavimentos) Fonte SUDUR

O estudo apresentado por Brino (Brasiacutelia Superquadras Residenciais)

considera uma famiacutelia composta por cinco pessoas para cada apartamento

nesse caso iremos desconsiderar essa informaccedilatildeo e basearmos nos dados

apresentados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica (IBGE) Nos

dados do IBGE (Censo Demograacutefico 2010) constam que a meacutedia de

moradores em domiciacutelios particulares ocupados eacute de 33 moradores

Partindo dos elementos de precipitaccedilatildeo aacuterea de projeccedilatildeo por bloco

meacutedia de moradores por apartamento total de apartamentos de um preacutedio e

consumo meacutedio de aacuteguadia por habitante podemos dar inicio as formas de

captaccedilatildeo e armazenamento de aacuteguas pluviais

32 ndash Aacuteguas pluviais e aacuteguas cinzas

Mas porque focar em aproveitamento de aacuteguas pluviais Segundo

Rapoport (2004 p 1) ldquoo aumento populacional acompanhado pelas mudanccedilas

climaacuteticas globais vem contribuindo para o aumento na demanda por recursos

hiacutedricosrdquo Ainda expotildee que ldquoembora a aacutegua seja um recurso renovaacutevel ela

tende a se deteriorar em funccedilatildeo do seu uso indiscriminado o que compromete

consequentemente a quantidade de aacutegua com qualidade disponiacutevel para o

consumo nas diversas localidadesrdquo (Rapoport 2004 p 1)

Um fato importante abordado por Rapoport (2004 p1) eacute que ldquoa

quantidade de aacutegua disponiacutevel eacute sempre a mesma jaacute que estaacute sempre sendo

renovada atraveacutes do ciclo hidroloacutegico Entretanto a aacutegua de qualidade para

consumo estaacute se tornando rarardquo A tiacutetulo de esclarecimento ldquosabe-se que o

ciclo hidroloacutegico se constitui basicamente do transporte de massas drsquoaacutegua do

oceano para atmosfera por evaporaccedilatildeo e da atmosfera atraveacutes de

precipitaccedilotildees escoamentos superficiais e subterracircneos para os oceanos

influenciando diretamente a distribuiccedilatildeo e extensatildeo dos corpos drsquoaacutegua

continentaisrdquo (Rapoport 2004 p 1) Sendo assim a interferecircncia humana tem

causado alteraccedilotildees no ciclo hidroloacutegico em diversas regiotildees Esse assunto

seraacute melhor abordado mais adiante pois o uso do sistema de captaccedilatildeo pode

influenciar no ciclo hidroloacutegico negativamente mas utilizado da forma

adequada pode continuar mantendo o ciclo equilibrado

Aleacutem do uso indevido da aacutegua e de sua escassez Lima e Machado

(2008 p 13) apontam que ldquooutro fator importante eacute o aumento de inundaccedilotildees e

enchentes devido ao escoamento superficial da aacutegua de chuva e da

impermeabilizaccedilatildeo do solordquo Portanto a captaccedilatildeo de aacuteguas pluviais pode

contribuir para a reduccedilatildeo dos transtornos hiacutedricos urbanos e ao mesmo tempo

reduzir a demanda por aacutegua potaacutevel da companhia de distribuiccedilatildeo local

Segundo Amorim e Pereira (2008 p 54) ldquouma das soluccedilotildees em estudo

para aumentar a oferta de aacutegua para as edificaccedilotildees eacute o aproveitamento da

aacutegua pluvial Esta apresenta uma boa alternativa visto que aleacutem de reduzir o

consumo de aacutegua potaacutevel ainda surge como uma accedilatildeo no combate agraves

enchentes funcionando como uma medida natildeo-estrutural do sistema de

drenagem urbanardquo Mas o que eacute necessaacuterio para formar um sistema de

captaccedilatildeo adequado e funcional Amorim e Pereira (2008 p 54) apresentam

que ldquoos sistemas de aproveitamento de aacutegua pluvial satildeo formados basicamente

pela aacuterea de captaccedilatildeo (geralmente coberturas) os componentes de transporte

(calhas e condutores verticais) e o reservatoacuteriordquo Cabe ressaltar que para esse

estudo a captaccedilatildeo das aacuteguas pluviais seraacute destinada apenas para a utilizaccedilatildeo

em ldquoaacuteguas cinzasrdquo Neste sentido o reuso das aacuteguas cinzas que satildeo as aacuteguas

provenientes de todas as atividades domeacutesticas com exceccedilatildeo de fontes de

aacuteguas negras tais como sanitaacuterios bidecircs e urinol vem sendo estudadas com

vista ao reuso tanto em irrigaccedilatildeo como em sanitaacuterios (Rapoport 2004 p 8)

Retomando os dados apresentados pela SABESP (2010) temos a

tabela 04 a qual apresenta os dados de consumo domeacutestico e em sequecircncia o

graacutefico 01 que demonstram que se analisarmos as quantidades de aacutegua

utilizada no consumo domeacutestico teremos uma base para o tamanho do

reservatoacuterio E posteriormente a tabela 05 mostra em que situaccedilotildees se podem

reutilizar as aacuteguas pluviais

Tabela 04 Consumo domeacutestico de aacutegua

Litros

Cozinhar e Beber 54

Tomar Banho e Escovar os Dentes 50

Descarga de Banheiro 66

Lavagem de Roupa 24

Outras Tarefas 6

Total = 200

Fonte SABESP (2010)

27

25

33

12

3

Cozinhar e Beber

Tomar Banho e Escovar osDentes

Descarga de Banheiro

Lavagem de Roupa

Outras Tarefas

Descarga de Banheiro

6875

Lavagem de Roupa

25

Outras Tarefas 625

Graacutefico 01 Consumo Domeacutestico de Aacutegua

Tabela 05 Percentual para reutilizaccedilatildeo de aacuteguas pluviais

Graacutefico 02 Percentual para Reutilizaccedilatildeo de Aacuteguas Pluviais

Porcentagem ()

Descarga de Banheiro 66 6875

Lavagem de Roupa 24 25

Outras Tarefas 6 625

Total = 96 100

Fonte SABESP(2010)

33 ndash Meacutetodos de Dimensionamento do Reservatoacuterio

Amorim e Pereira (2008 p 54 Soares et al 2000 apud May 2004)

apresentam que existem quatro grupos principais para o dimensionamento do

reservatoacuterio

(a) Meacutetodos determiniacutesticos os dados referentes agrave precipitaccedilatildeo

pluviomeacutetrica e agrave demanda satildeo analisados pela curva de massa

(b) Meacutetodos aproximados baseados em relaccedilotildees empiacutericas

conhecidas

(c) Meacutetodos de modelaccedilatildeo satildeo tambeacutem conhecidos como meacutetodos

de transiccedilatildeo probabiliacutestica da matriz e

(d) Meacutetodos de anaacutelise de sistemas sendo linear natildeo linear ou

programaccedilatildeo dinacircmica

Dentro desses grupos de dimensionamento temos os diversos meacutetodos

meacutetodo de Rippl que consiste na determinaccedilatildeo do volume com base na aacuterea

de captaccedilatildeo que eacute subdivido em meacutetodo analiacutetico e meacutetodo graacutefico meacutetodo de

consideraccedilatildeo dos periacuteodos de dias consecutivos sem chuva que necessita da

observaccedilatildeo dos registros pluviomeacutetricos para identificar os maiores periacuteodos de

dias consecutivos sem chuvas e sua taxa de repeticcedilatildeo meacutetodo de anaacutelise de

simulaccedilatildeo de um reservatoacuterio com capacidade suposta que consiste

basicamente na fixaccedilatildeo de um volume para o reservatoacuterio e na verificaccedilatildeo do

percentual de consumo que seraacute atendido meacutetodo praacutetico brasileiro meacutetodo

praacutetico alematildeo meacutetodo praacutetico inglecircs e o meacutetodo praacutetico australiano (Amorim

e Pereira 2008 p 55-58)

34 ndash Anaacutelise de caso para um preacutedio da Superquadra 111 Norte

A partir dos dados jaacute apresentados temos que o objeto de estudo eacute um

preacutedio residencial localizado na Superquadra 111 Norte que possui uma aacuterea

de projeccedilatildeo de 1069msup2 com seis (6) pavimentos constituindo uma aacuterea

construiacuteda de 6414msup2 apresentando seis (6) apartamentos por pavimento e

consequentemente trinta e seis (36) apartamentos no total (Brino Brasiacutelia

Superquadras Residenciais) O preacutedio conteacutem 33 habitantes por apartamento

(IBGE 2010) que consomem em meacutedia cerca de 190 litros de aacuteguadia

resultando em um consumo mensal de aproximadamente 6msup3 por pessoa

(CAESB) mas como a aacutegua captada da chuva seraacute utilizada apenas para

suprir a demanda de aacutegua cinza temos 66 litros para descarga de vasos

sanitaacuterios

Temos entatildeo que a demanda por aacutegua por habitante nesse edifiacutecio eacute

dada por

119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119898119900119903119886119889119900119903 = 66119871 = 66119871119863119894119886

119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119886119901119886119903119905119886119898119890119899119905119900 = 33119901 times 66119871 ~ 217 119871119863119894119886

119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119901119903eacute119889119894119900 = (33119901 times 66119871) times 36 ~ 7840119871119863119894119886

119863119890119898119886119899119889119886 119898119890119899119904119886119897 119901119900119903 119901119903eacute119889119894119900 =7840119871

119889119894119886times 30119863119894119886119904 = 235224119871

Legenda L = Litros p = Pessoas

Para facilitar nos caacutelculos ao aplica-los para o reservatoacuterio e para o

sistema de captaccedilatildeo eacute necessaacuterio realizar a conversatildeo de litros para msup3

(metros cuacutebicos) Sendo assim 66L = 0066msup3 217L = 0217msup3 7840L =

7840msup3 e 235224L = 235224msup3

Seraacute utilizado o ano de 2014 para os dados de precipitaccedilatildeo da estaccedilatildeo

meteoroloacutegica de Brasiacutelia localizada na Latitude (ordm) -158 Longitude (ordm)-479

fornecidos pela professora Rafaela Lisboa durante o periacuteodo chuvoso O ano

de 2014 apresenta registros jornaliacutesticos de alagamento nos meses de

Fevereiro com precipitaccedilatildeo de 1392 msup3 Marccedilo com precipitaccedilatildeo de 3402msup3

e Dezembro com precipitaccedilatildeo de 3667msup3 Importante ressaltar que o setor

Noroeste de Brasiacutelia foi construiacutedo em 2011 (site G1) o que aumentou a aacuterea

de solo impermeabilizado e a reduccedilatildeo no escoamento superficial da aacutegua

ocasionando em um aumento nas enchentes e alagamentos na Asa Norte

Segundo Amorim e Pereira (2008 p57) um dos meacutetodos a ser utilizado

para poder saber o volume de aacutegua aproveitaacutevel e consequentemente o

volume de aacutegua do reservatoacuterio Trata-se de um meacutetodo empiacuterico apresentado

na NBR 155272007 O volume de aacutegua do reservatoacuterio V expresso em L eacute

exposto a seguir

119872eacute119905119900119889119900 119875119903aacute119905119894119888119900 119861119903119886119904119894119897119890119894119903119900

119881 = 0042 times 119875 times 119860 times 119879

Em que ldquoVrdquo representa o volume de aacutegua aproveitaacutevel e o volume de

aacutegua do reservatoacuterio (L) ldquoPrdquo a precipitaccedilatildeo meacutedia mensal (mm) ldquoArdquo a aacuterea de

coleta em projeccedilatildeo ldquoTrdquo nuacutemero de meses de pouca chuva ou seca e ldquo0042rdquo eacute

um coeficiente estipulado

Portanto segundo Fontanela (2010 p 25) para estipular o volume do

reservatoacuterio temos que calcular 42 do produto entre o volume de chuva

coletada pelo telhado e o nuacutemero de meses com pouca chuva ou seca

Atribuindo valores do ano de 2014 temos que

119881 = 0042 times 1399119898119898 times 1069 times 5

119881~ 31406119871 119900119906 31406119898sup3

Ressaltando que esse valor obtido eacute uma estimativa do tamanho do

reservatoacuterio e que pode haver um reservatoacuterio de maior capacidade

De forma comparativa eacute de bom senso que se faccedila outro caacutelculo com um

meacutetodo alternativo

Amorim e Pereira (2008 p56) expotildeem que existe um meacutetodo de anaacutelise

de simulaccedilatildeo do reservatoacuterio com capacidade suposta o qual consiste

basicamente na fixaccedilatildeo de um volume para o reservatoacuterio e na verificaccedilatildeo de

consumo que seraacute atendido Sendo assim ldquoo primeiro passo para a aplicaccedilatildeo

desse meacutetodo eacute adotar alguns valores possiacuteveis para o volume com base na

estimativa do consumo mensal de aacutegua natildeo potaacutevelrdquo (Amorim e Pereira 2008

p57) Portanto partindo do ponto que o preacutedio consome cerca de 235000L

devemos calcular uma base que possa ser favoraacutevel economicamente

119872eacute119905119900119889119900 119889119890 119878119894119898119906119897119886ccedilatilde119900 119889119900 119877119890119904119890119903119907119886119905oacute119903119894119900

235224119871 rarr 100

119881 rarr 30

119881 ~ 70000119871 119900119906 70119898sup3

Tambeacutem haacute outra alternativa apresentada por L Pereira (Viabilidade

EconocircmicoAmbiental p 18)

119881119886119888 = 119860119879 times 119875119875119872119860 lowast

119881119886119888 = 1069119898sup2 times 1399119898sup3 = 1495531119898sup3119886119899119900

Equaccedilatildeo a qual ldquoVacrdquo corresponde ao volume de aacutegua captado ldquoATrdquo

aacuterea do telhado e ldquoPPMArdquo eacute a precipitaccedilatildeo pluviomeacutetrica meacutedia mensal

Poreacutem o resultado obtido eacute para os 12 meses do ano e como foi visto no

ano de 2014 temos 7 meses com chuva portanto

119881119886119888 =119879119900119905119886119897

1198983

1198861198991199007 119898119890119904119890119904

lowast

119881119886119888 =1495531119898sup3119886119899119900

7= 21364119898sup3 119900119906 213640119871

dados somente seriam vaacutelidos se a precipitaccedilatildeo fosse uniforme durante os 7 meses de chuva

341 ndash Anaacutelise de caso para a Superquadra 111 Norte

Retomando a tabela 02 temos que a quadra apresenta 11 preacutedios

aproximadamente que variam o nuacutemero de apartamentos por pavimentos e

consequentemente o nuacutemero de moradores mas os edifiacutecios continuam tendo

uma aacuterea de 1069msup2 gerando um uma aacuterea total de 70554msup2 mas teremos

como base os caacutelculos feitos para o preacutedio selecionado no item 34

Realizando um caacutelculo baacutesico tem-se como estimativa de

armazenamento para esta quadra o seguinte

119872eacute119905119900119889119900 119875119903aacute119905119894119888119900 119861119903119886119904119894119897119890119894119903119900

119881~ 31406119871 119900119906 314061198983

11 119875119903eacute119889119894119900119904 times 31406119871 = 345466119871 119900119906 345466119898sup3

119872eacute119905119900119889119900 119889119890 119878119894119898119906119897119886ccedilatilde119900 119889119900 119877119890119904119890119903119907119886119905oacute119903119894119900

119881 ~ 70000119871 119900119906 701198983

11 119875119903eacute119889119894119900119904 times 70000119871 = 770000

119881119900119897119906119898119890 119889119890 aacute119892119906119886 119888119886119901119905119886119889119900 lowast

119881119886119888 = 213641198983119900119906 213640119871

11 119875119903eacute119889119894119900119904 times 213640119871 = 2350040119871 119900119906 235004119898sup3

dados somente seriam vaacutelidos se a precipitaccedilatildeo fosse uniforme durante os 7 meses de chuva

119863119890119898119886119899119889119886 119905119900119905119886119897 119889119886 119902119906119886119889119903119886 119888119900119898 119889119890119904119888119886119903119892119886 119889119890 119887119886119899ℎ119890119894119903119900

11 119875119903eacute119889119894119900119904 times 235224119871 = 2587464119871 119900119906 2587464119898sup3

Segundo Brino (Brasiacutelia Superquadras Residenciais) temos que as

dimensotildees maacuteximas de uma superquadra satildeo de 280x280m resultando numa

aacuterea de 78400msup2 que eacute denominado de Aacuterea Total (AT) A partir disso foi

definido que deveria existir uma faixa externa de 20m denominada de non

aedificandi que foi destinada ao plantio de uma ldquomassa vegetalrdquo de grande

porte e no interior da quadra encontra-se a aacuterea aedificandi a qual possui

240x240m e uma aacuterea de 57600msup2 Realizando uma subtraccedilatildeo da Aacuterea total

pela Aacuterea aedificandi obtecircm-se que a aacuterea non aedificandi eacute de 20800msup2 que

corresponde a 265 da aacuterea total

Com base nessas informaccedilotildees eacute necessaacuterio atentar-se ao detalhe de

que uma parte da precipitaccedilatildeo cai no solo e outra parte nos telhados dos

preacutedios Sendo assim parte da chuva pode ser aproveitada pelo sistema de

captaccedilatildeo enquanto outra parte chega ao solo sem uma interferecircncia direta no

ciclo hidroloacutegico

35 ndash Funcionamento do sistema de captaccedilatildeo

Eacute importante frisar que o sistema de aproveitamento de aacuteguas pluviais eacute

regido pela norma NBR 15527 (Associaccedilatildeo Brasileira de Normas Teacutecnicas

2007) norma a qual faz algumas consideraccedilotildees importantes para implantaccedilatildeo

e correto funcionamento do sistema de captaccedilatildeo Alguns destes satildeo

435 ndash O volume dos reservatoacuterios deve ser dimensionado com

base em criteacuterios teacutecnicos econocircmicos e ambientais levando em

conta as boas praacuteticas da engenharia podendo a criteacuterio do

projetista ser utilizados os meacutetodos contidos no Anexo A ou

outro desde que devidamente justificado

Item 436 ndash Os reservatoacuterios devem ser limpos e desinfetados

com soluccedilatildeo de hipoclorito de soacutedio no miacutenimo uma vez por ano

de acordo com agrave ABNT NBR 5626

Item 442 ndash As tubulaccedilotildees e demais componentes devem ser

claramente diferenciados das tubulaccedilotildees de aacutegua potaacutevel

Item 443 ndash O sistema de distribuiccedilatildeo de chuva deve ser

independente do sistema de aacutegua potaacutevel natildeo permitindo a

conexatildeo cruzada de acordo com agrave ABNT NBR 5626

Item 444 ndash Os pontos de consumo como por exemplo uma

torneira de jardim devem ser de uso restrito e identificados com

placa de advertecircncia com a seguinte inscriccedilatildeo ldquoaacutegua natildeo potaacutevelrdquo

e identificaccedilatildeo graacutefica

Item 445 ndash Os reservatoacuterios de aacutegua de distribuiccedilatildeo de aacutegua

potaacutevel e de aacutegua da chuva devem ser separados

Item 461 ndash Quando necessaacuterio o bombeamento este deve

atender agrave ABNT NBR 12214

Deve-se realizar manutenccedilatildeo em todo o sistema de

aproveitamento de aacutegua de chuva

Para maiores esclarecimentos ldquoo funcionamento de um sistema de

coleta e aproveitamento de aacutegua pluvial consiste de maneira geral na captaccedilatildeo

da aacutegua da chuva que cai sobre os telhados ou lajes da edificaccedilatildeo A aacutegua eacute

conduzida ateacute o local de armazenamento atraveacutes de calhas condutores

horizontais e verticais passando por equipamentos de filtragem e descarte de

impurezas Apoacutes passar pelo filtro a aacutegua eacute armazenada geralmente em

reservatoacuterio enterrado (cisterna) e bombeada a um segundo reservatoacuterio

(elevado) do qual as tubulaccedilotildees especiacuteficas de aacutegua pluvial iratildeo distribuiacute-la

para o consumo natildeo potaacutevelrdquo (Carvalho 2010 p 27 e 28) Conforme ilustra a

imagem a seguir

Figura 02 Funcionamento de um Sistema de Captaccedilatildeo

Fonte Adatildeo D Padini (2013)

De forma mais simplificada podemos ver a representaccedilatildeo no fluxograma

a seguir

Figura 03 Fluxograma do Sistema de Captaccedilatildeo

Fonte Leandro Roncato Pereira

351 ndash Dificuldades para implantaccedilatildeo do sistema

Tal sistema apresenta como dificuldade o local onde seriam instaladas

as cisternas uma vez que geraria um peso sobre o telhado Dessa forma o

sistema seria instalado no jardim cobrando um custo adicional

352 ndash Custo de implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo fechado em um

preacutedio

Na implantaccedilatildeo desse sistema os materiais utilizados teratildeo como base o

meacutetodo praacutetico brasileiro e para aumentar a eficiecircncia do sistema o volume de

31406L seraacute arredondado para 35000L

Os valores de alguns dos materiais apresentados a seguir seguem os

dos apresentados no trabalho de L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental

p 18) apenas o valor da caixa drsquoaacutegua de 10000L foi obtido atraveacutes de

pesquisas em lojas de construccedilatildeo e assim utilizando a de menor valor

Tambeacutem devemos considerar que a bomba consome energia ao bombear aacutegua

para o preacutedio (CEB) portanto os valores seguem conforme a tabela a seguir

Tabela 06 Preccedilo dos Produtos do Sistema de Captaccedilatildeo sem Fluxo

Produto Quantidade Valor unitaacuterio (R$) Valor total (R$)

Cx Daacutegua 10000L 3 496090 1488270

Cx Daacutegua 5000L 1 108000 108000

Boacuteia Eleacutetrica 1 2750 2750

Boacuteia Comum 1 1220 1220

Registro de Gaveta

1 3490 3490

Bomba Anauger 1 23000 23000

Filtro 3P VF1 1 22000 22000

Tubulaccedilotildees 7000 7000

Disjuntor 1 1310 1310

Escavaccedilatildeo Msup3 3666 128310

Matildeo de Obra 1 58574 58574

Energia 054 054

Total 13 727154 1843978

Observaccedilatildeo Pelo fato desse estudo se tratar de um modelo de implantaccedilatildeo

o custo das tubulaccedilotildees vai variar de acordo com a demanda necessitada pelo

preacutedio portanto podendo variar de acordo com o projeto implantado Para este

estudo seraacute adotado o valor de R$ 7000

Observaccedilatildeo Pelo fato desse trabalho tratar-se de um modelo de

implantaccedilatildeo o custo da energia pode variar de acordo com a demanda necessitada

pelo preacutedio portanto podendo variar de acordo com o uso da bomba Para este

estudo seraacute adotado o valor de R$ 054 que eacute o valor do KwH cobrado pela CEB

Segundo Saravy (2010 p 46) haacute tambeacutem um custo para manutenccedilatildeo do

sistema conforme a tabela a seguir

Tabela 07 Preccedilo de Manutenccedilatildeo do Sistema de Captaccedilatildeo

Com esses dados podemos ver o valor total final a ser pago pelo

sistema de captaccedilatildeo que eacute de R$ 1889978

36 ndash Taxas e valores cobrados para utilizaccedilatildeo de aacutegua

Segundo a Companhia de Saneamento Ambiental do Distrito Federal (CAESB)

quando vaacuterias residecircncias satildeo atendidas por uma uacutenica ligaccedilatildeo de aacutegua eacute aplicado o

conceito de consumo ldquoPara exemplificar podemos citar um preacutedio residencial onde

cada apartamento corresponde a uma unidade de consumordquo (CAESB) Contudo o

caacutelculo de gastos seraacute realizado primeiro em um apartamento e posteriormente

multiplicado pelo total de apartamentos do preacutedio uma vez que os preacutedios

residecircncias da Asa Norte pagam a conta de aacutegua atraveacutes do condomiacutenio O preacutedio

Componente Frequecircncia da Manutenccedilatildeo

Custo da Manutenccedilatildeo

Calhas e Condutores

Semestral R$ 13000

Reservatoacuterio Limpeza e

Desinfecccedilatildeo Anual

R$ 20000

desse estudo apresenta um hidrocircmetro que mede o consumo de aacutegua para o todo o

preacutedio

Eacute de suma importacircncia destacar tambeacutem que haacute uma taxa de esgoto que eacute

cobrada pela CAESB consequentemente ldquoo valor da tarifa de esgotos corresponde

a 100 do valor da tarifa de aacutegua exceto quando se tratar de coleta do tipo

condominial que equivale a 60 do valor da tarifa de aacuteguardquo (CAESB)

Deste modo a CAESB utiliza tarifas para diversas categorias de moradia e

comeacutercio e neste estudo seraacute aplicada a tarifa de ldquoresidencial normalrdquo em

concordacircncia com a tabela a seguir

Tabela 08 Valor da Tarifa Cobrado pela CAESB

Para melhor compreensatildeo do caacutelculo que a CAESB faz temos uma conta do

condomiacutenio do preacutedio da Superquadra 111 Norte

Figura 04 Conta Discriminada do Condomiacutenio

Fonte Condomiacutenio do Preacutedio

O caacutelculo feito pela CAESB consiste primeiramente em saber a demanda de

aacutegua gasta em metros cuacutebicos por Unidade de Consumo ndash apartamento ndash para

saber qual faixa ldquomsup3rdquo eacute aplicada Apoacutes saber qual a faixa ldquomsup3rdquo que se enquadra eacute

atribuiacutedo o volume por UC (em msup3) em sequecircncia multiplica-se o volume por UC ou

volume da faixa pelo nuacutemero de UCrsquos correspondente para se obter o volume total

gasto (em msup3) Tendo o volume total gasto basta multiplicar pelo preccedilo corresponde

agrave faixa a qual se encaixa o consumo e assim obtendo o valor total a pagar A partir

do momento que se tem o valor total a pagar eacute necessaacuterio acrescer 100 do valor

para cobrir a tarifa de esgoto conforme a figura

Partindo desses dados podemos calcular por apartamento quanto eacute cobrado

pela CAESB a partir dos dados apresentados no capiacutetulo 34

119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119886119901119886119903119905119886119898119890119899119905119900 = 33119901 times 66119871 ~ 217119871

119863119894119886

119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119886119901119886119903119905119886119898119890119899119905119900 119886119900 119898ecirc119904 = 217119871119889119894119886 times 30119863119894119886119904 = 6510119871 119900119906 65101198983

Com base nesses dados temos que calcular o volume total de descarga em

sanitaacuterios que o preacutedio consome com a seguinte foacutermula

119881119879 = 119881119865 times 119873ordm 119889119890 119880119862prime119904

119881119879 = 10119898sup3 times 36 = 360119898sup3

Em que ldquoVTrdquo corresponde ao volume total do preacutedio ldquoVFrdquo ao volume da faixa

que eacute estipulado pela CAESB e ldquoUCrsquosrdquo satildeo as unidades de consumo que eacute correlato

ao nuacutemero de apartamentos existente

Portanto o total a se pagar em um mecircs eacute calculado da seguinte forma

119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 119881119879 times 119879119886119903119894119891119886 119889119890 aacute119892119906119886 + 119879119886119903119894119891119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900

119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 360119898sup3 times 119877$ 265 + 119879119886119903119894119891119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900

119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 954 + 119877$ 954 = 119877$ 1908

Em 7 meses seriam pagos em descarga

119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 1908 times 7 119872119890119904119890119904 = 119877$ 13356

37 ndash Caacutelculos de economia e retorno de investimento para um sistema

fechado

Conforme exposto por L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental p 15)

ldquopara o caacutelculo da economia da taxa de aacutegua multiplica-se o valor do msup3 (valor

cobrado por msup3 do responsaacutevel pelo fornecimento de aacutegua na cidade []) pelo

volume captado e entatildeo obtecircm-se o valor economizado por ano na taxa de aacuteguardquo

Recapitulando que para esse estudo seraacute utilizado o meacutetodo praacutetico brasieliro

devido aos meses de seca ou pouca chuva

Sendo assim

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119881119886119897119900119903 119889119900 1198983 times 119881119900119897119906119898119890 119888119886119901119905119886119889119900

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 265 times 314061198983

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 8322

Essa economia de R$ 8322 eacute para um mecircs de chuva para o preacutedio todo

sendo assim para os 7 meses de chuva tem-se

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119890 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 8322 times 7 119898119890119904119890119904 = 119877$ 58254

Ainda segundo L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental p 16) para o

caacutelculo da economia referente ao esgoto eacute necessaacuterio multiplicar o valor do msup3 pelo

volume captado e por 08 uma vez que considera-se 20 de perda ou seja para

cada 1 litro de aacutegua que chega na residecircncia eacute cobrado 08 litros para o tratamento

do esgoto

Portanto tem-se

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119881119886119897119900119903 119889119900 1198983 times 119881119900119897119906119898119890 119888119886119901119905119886119889119900 times 08

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900 = 119877$ 265 times 314061198983 times 08

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 6658

Esse valor encontrado de R$ 6658 corresponde a um mecircs de chuva para o

preacutedio sendo assim o total economizado pelo preacutedio em 7 meses eacute de

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119890 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 6658 times 7 119898119890119904119890119904 = 119877$ 46606

ldquoPara o caacutelculo do retorno do investimento divide-se o valor investido pela

economia anual com a implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo e reaproveitamento da

aacutegua pluvialrdquo L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental p 16)

Portanto para 7 meses de chuva tem-se o seguinte

119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 =119881119886119897119900119903 119894119899119907119890119904119905119894119889119900

119864119888119900119899119900119898119894119886 (7119898119890119904119890119904)

119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 = 119877$ 1843924

119877$ 58254 + 119877$ 46606

119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 = 119877$ 1843924

119877$ 9446

119877119890119905119900119903119899119900

119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900= 1952 119886119899119900119904

38 ndash Caacutelculos de dimensionamento para um sistema com fluxo

Os caacutelculos apresentados no subitem anterior satildeo relativos a um sistema

o qual natildeo adota a possibilidade de fluxo dentro do reservatoacuterio Quando se

fala em fluxo temos que considerar que ao mesmo tempo em que o preacutedio

utiliza aacutegua do reservatoacuterio de aacutegua pluvial o mesmo vai enchendo com aacutegua

pluvial Portanto haacute um ciclo no qual o preacutedio demanda aacutegua do reservatoacuterio e

o mesmo vai enchendo conforme chove no local

Sabendo que a meacutedia mensal eacute de 1399msup3 eacute preciso multiplicar isso

por 12 para se obter o quanto choveu em 2014 Sendo assim

119879119900119905119886119897 119886119900 119886119899119900 = 1399119898119898 times 12 119898119890119904119890119904

119879119900119905119886119897 119886119900 119886119899119900 = 16788119898119898

Mas como foi visto o periacuteodo chuvoso eacute de 7 meses entatildeo temos

119875119903119890119888119894119901119894119905119886ccedilatilde119900 119901119886119903119886 7 119898119890119904119890119904 = 16788119898119898 divide 7 = 2398119898119898

Com isso eacute necessaacuterio realizar o caacutelculo da meacutedia de captaccedilatildeo de aacutegua

por mecircs para a aacuterea de 1069msup2

119872119890119889119894119886 119889119890 119862119886119901119905119886ccedilatilde119900 = 2398119898119898 times 1069119898sup2

119872eacute119889119894119886 119889119890 119862119886119901119905119886ccedilatilde119900 = 256346119871 119900119906 256346119898sup3

Ao considerar o valor obtido temos que realizar o quanto seria captado

diariamente

119872eacute119889119894119886 119889119894aacute119903119894119886 = 256346119898sup3 divide 30 119889119894119886119904 = 85119898sup3119889119894119886

A partir desses caacutelculos podemos realizar a seguinte comparaccedilatildeo O

preacutedio consome cerca de 78msup3 ao dia de aacutegua para descarga de vasos sanitaacuterios

enquanto a meacutedia diaacuteria de captaccedilatildeo eacute de 85msup3 por conseguinte temos um fluxo

positivo de aacutegua para o reservatoacuterio de 067msup3dia nos dias chuvosos

Se colocarmos um reservatoacuterio de 35msup3 sem nenhuma aacutegua

armazenada poderemos constatar que o reservatoacuterio iria encher por completo em

cerca de 53 dias conforme o caacutelculo a seguir

351198983 = 0671198983 times 119909 119889119894119886119904

119909 119889119894119886119904 = 35119898sup3 divide 067119898sup3 = 5223 119889119894119886119904

Analisando esses dados temos que a partir do 54ordm dia o reservatoacuterio

estaria completamente cheio e no restante dos 156 dias que teriacuteamos de chuva

esses 067msup3 seriam de certa forma desperdiccedilados uma vez que esse fluxo de

067msup3 ao final dos 7 meses gerariam cerca de 1407msup3 enquanto o reservatoacuterio tem

a capacidade de 35msup3 conforme o caacutelculo a seguir

119875119900119905119890119899119888119894119886119897 = 067119898sup3 times 156 119889119894119886119904 = 1045119898sup3

Se considerarmos esse fluxo positivo de 067msup3dia temos que ao final

dos 210 dias (7meses) seria possiacutevel armazenar 1407 msup3 de aacutegua Com um

reservatoacuterio de 35msup3 1057msup3 estariam sendo escoados para fora do reservatoacuterio

Portanto o ideal seria um reservatoacuterio que se aproxime de 1407msup3 para que ao

final dos 7 meses toda aacutegua possiacutevel fosse armazenada no entanto o reservatoacuterio

deveria ser de 145msup3

Devemos considerar ainda que ao final dos 7 meses o reservatoacuterio

estaria cheio no periacuteodo de seca conseguiria abastecer o preacutedio de acordo com a

demanda do preacutedio sendo assim

119880119905119894119897119894119911119886ccedilatilde119900 119899119886 119904119890119888119886 = 119879119900119905119886119897 119889119900 119903119890119904119890119903119907119886119905oacute119903119894119900 divide 119863119890119898119886119899119889119886 119889119894aacute119903119894119886

119880119905119894119897119894119911119886ccedilatilde119900 119899119886 119904119890119888119886 = 1451198983 divide 781198983119889119894119886

119880119905119894119897119894119911119886ccedilatilde119900 119899119886 119904119890119888119886 = 1858 119889119894119886119904

381 ndash Custo de implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo com fluxo em um

preacutedio

Na implantaccedilatildeo desse sistema os materiais utilizados teratildeo como base

as estimativas que foram apresentadas no subitem anterior e para aumentar a

eficiecircncia do sistema o volume de 1400007L seraacute arredondado para

145000L

Devido ao tamanho do reservatoacuterio eacute de se esperar que o reservatoacuterio

natildeo seja instalado em cima do preacutedio uma vez que a estrutura do preacutedio natildeo

conseguiria suportar o peso que o reservatoacuterio faria sobre o telhado

consequentemente o reservatoacuterio deveraacute ser instalado no jardim do preacutedio que

iraacute gerar um custo a mais por conta da escavaccedilatildeo

Os valores de alguns dos materiais apresentados a seguir seguem os

dos apresentados no trabalho de L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental

p 18) apenas o valor da caixa drsquoaacutegua de 10000L foi obtido atraveacutes de

pesquisas em lojas de construccedilatildeo e assim utilizando a de menor valor

conforme a tabela a seguir Segundo o Saneamento de Goiaacutes SA (SANEAGO)

o custo de escavaccedilatildeo eacute calculado a partir do total de msup3 aleacutem de 3m de

profundidade

Tabela 09 Preccedilo dos Produtos do Sistema de Captaccedilatildeo com Fluxo

Observaccedilatildeo Pelo fato desse estudo se tratar de um modelo de implantaccedilatildeo

o custo das tubulaccedilotildees vai variar de acordo com a demanda necessitada pelo

preacutedio portanto podendo variar de acordo com o projeto implantado Para este

estudo seraacute adotado o valor de R$ 7000

Observaccedilatildeo Pelo fato desse trabalho tratar-se de um modelo de

implantaccedilatildeo o custo da energia pode variar de acordo com a demanda necessitada

pelo preacutedio portanto podendo variar de acordo com o uso da bomba Para este

estudo seraacute adotado o valor de R$ 054 que eacute o valor do KwH cobrado pela CEB

Produto Quantidade Valor unitaacuterio (R$) Valor total (R$)

Cx Daacutegua 10000L 14 496090 6945260

Cx Daacutegua 5000L 1 108000 108000

Boacuteia Eleacutetrica 1 2750 2750

Boacuteia Comum 1 1220 1220

Registro de Gaveta

1 3490 3490

Bomba Anauger 1 23000 23000

Filtro 3P VF1 1 22000 22000

Tubulaccedilotildees 7000 7000

Disjuntor 1 1310 1310

Escavaccedilatildeo Msup3 3666 53157

Matildeo de Obra 1 58574 58574

Energia 054 054

Total 13 727154 7704228

382 ndash Caacutelculos de economia e retorno de investimento para um sistema

com fluxo

Partindo dos dados apresentados podemos calcular por apartamento quanto eacute

cobrado pela CAESB a partir dos dados apresentados no capiacutetulo 34

119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119886119901119886119903119905119886119898119890119899119905119900 = 33119901 times 66119871 ~ 217119871

119863119894119886

119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119886119901119886119903119905119886119898119890119899119905119900 119886119900 119898ecirc119904 = 217119871119889119894119886 times 30119863119894119886119904 = 6510119871 119900119906 65101198983

Em que ldquoVTrdquo corresponde ao volume total do preacutedio ldquoVFrdquo ao volume da faixa

que eacute estipulado pela CAESB e ldquoUCrsquosrdquo satildeo as unidades de consumo que eacute correlato

ao nuacutemero de apartamentos existente

Portanto o total a se pagar em um mecircs eacute calculado da seguinte forma

119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 119881119879 times 119879119886119903119894119891119886 119889119890 aacute119892119906119886 + 119879119886119903119894119891119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900

119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 360119898sup3 times 119877$ 265 + 119879119886119903119894119891119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900

119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 954 + 119877$ 954 = 119877$ 1908

Retomando o caacutelculo exposto por L Pereira (Viabilidade

EconocircmicoAmbiental p 15) no subitem anterior temos que o caacutelculo da CAESB

seria feito da seguinte maneira

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119881119886119897119900119903 119889119900 1198983 times 119881119900119897119906119898119890 119888119886119901119905119886119889119900

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 265 times 1451198983

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 38425

Esse caacutelculo eacute equivalente a um mecircs de captaccedilatildeo para os 7 meses

teremos o seguinte

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119890 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 38425 times 7 119898119890119904119890119904 = 119877$ 268975

Conforme foi visto para o caacutelculo da economia de esgoto eacute necessaacuterio

multiplicar o valor do msup3 pelo volume captado e por 08 uma vez que considera-se

20 de perda ou seja para cada 1 litro de aacutegua que chega na residecircncia eacute cobrado

08 litros para o tratamento do esgoto Portanto para um mecircs segue-se

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119881119886119897119900119903 119889119900 1198983 times 119881119900119897119906119898119890 119888119886119901119905119886119889119900 times 08

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900 = 119877$ 265 times 1451198983 times 08

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 3074

ldquoPara o caacutelculo do retorno do investimento divide-se o valor investido pela

economia anual com a implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo e reaproveitamento da

aacutegua pluvialrdquo L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental p 16)

Portanto para 7 meses de chuva tem-se o seguinte

119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 =119881119886119897119900119903 119894119899119907119890119904119905119894119889119900

119864119888119900119899119900119898119894119886 (7119898119890119904119890119904)

119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 = 119877$ 17704228

119877$ 268975 + 119877$ 21518

119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 = 119877$ 7704228

119877$ 484155

119877119890119905119900119903119899119900

119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900= 1591119886119899119900119904

4 ndash Conclusatildeo e Consideraccedilotildees Finais

De acordo com o que foi exposto temos que a implantaccedilatildeo do sistema de

captaccedilatildeo para o aproveitamento de aacuteguas pluviais eacute uma oacutetima alternativa para

substituiccedilatildeo da ldquoaacutegua cinzardquo possibilitando tambeacutem um destino mais correto do

ponto de vista ambiental para a aacutegua que se tornaria esgoto Como eacute de

conhecimento este tipo de meacutetodo eacute utilizado em diversas regiotildees natildeo somente

aquelas que sofrem com escassez de aacutegua

Mesmo sabendo que o Brasil possui um grande potencial hiacutedrico observamos

que uma parcela da populaccedilatildeo natildeo tem consciecircncia quanto ao gasto de aacutegua

gerando um grande desperdiacutecio de forma desnecessaacuteria Portanto partindo de um

pensamento racional um sistema de captaccedilatildeo seria viaacutevel para o aproveitamento da

aacutegua para fins de consumo domeacutestico mais precisamente ldquoaacutegua cinzardquo

Considerando os caacutelculos apresentados a partir da taxa de precipitaccedilatildeo meacutedia

em Brasiacutelia a criaccedilatildeo de um sistema de captaccedilatildeo pluvial predial traz benefiacutecios

econocircmicos e ambientais O projeto torna-se viaacutevel economicamente pois desde

que se faccedila a manutenccedilatildeo de forma adequada do sistema este teraacute uma vida uacutetil

longa e considerando que se obteacutem o retorno do investimento em aproximadamente

16 anos para um sistema com fluxo apoacutes este periacuteodo o sistema passa a ser

lucrativo para o preacutedio que implanta pois o custo eacute dividido no condomiacutenio dentre os

moradores do preacutedio

Analisando do ponto de vista ambiental o desenvolvimento urbano de Brasiacutelia

ocasionou em superfiacutecies impermeaacuteveis dificultando a absorccedilatildeo de aacuteguas pluviais

pelo solo e juntamente com o sistema de redes pluviais e o sistema de drenagem

ultrapassados os alagamentos e enchentes tecircm se tornado constante quando

ocorrem chuvas anormais Com as estimativas feitas neste trabalho eacute possiacutevel que

tais transtornos hiacutedricos urbanos possam ser amenizados a partir da implantaccedilatildeo do

sistema sem que afete o ciclo hidroloacutegico natural Logicamente essa natildeo eacute a

soluccedilatildeo uma vez que ela deve ser apenas um complemento agrave poliacuteticas publicas

poliacuteticas de incentivo entre outras medidas de cunho sustentaacutevel

Em vista disso a implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo e aproveitamento de

aacuteguas pluviais acarretaria em uma significativa melhora ambiental atraveacutes da

substituiccedilatildeo de uma parcela da aacutegua fornecida pela CAESB e possivelmente

mitigando os transtornos hiacutedricos urbanos se aplicado em larga escala

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UFSM Universidade Federal de Santa Maria

UFRGS Universidade Federal do Rio Grande do Sul

Sumaacuterio

INTRODUCcedilAtildeO 14

1 ndash Cidades sustentaacuteveis e o Ciclo hidroloacutegico 16

11 - Poliacuteticas Puacuteblicas e a relaccedilatildeo com as cidades sustentaacuteveis definiccedilotildees

aplicaccedilatildeo conceitos 21

2 ndash Sustentabilidade desenvolvimento sustentaacutevel e a sua importacircncia 29

3 ndash A viabilidade de implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo pluvial em Brasiacutelia ndash DF 39

31 ndash Apresentaccedilatildeo de dados 39

32 ndash Aacuteguas pluviais e aacuteguas cinzas 42

33 ndash Meacutetodos de Dimensionamento do Reservatoacuterio 45

34 ndash Anaacutelise de caso para um preacutedio da Superquadra 111 Norte 45

341 ndash Anaacutelise de caso para a Superquadra 111 Norte 48

35 ndash Funcionamento do sistema de captaccedilatildeo 49

351 ndash Dificuldades para implantaccedilatildeo do sistema 52

Tal sistema apresenta como dificuldade o local onde seriam instaladas as

cisternas uma vez que geraria um peso sobre o telhado Dessa forma o sistema

seria instalado no jardim cobrando um custo adicional 52

352 ndash Custo de implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo fechado em um preacutedio 52

36 ndash Taxas e valores cobrados para utilizaccedilatildeo de aacutegua 53

37 ndash Caacutelculos de economia e retorno de investimento para um sistema fechado 56

38 ndash Caacutelculos de dimensionamento para um sistema com fluxo 58

381 ndash Custo de implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo com fluxo em um preacutedio 59

382 ndash Caacutelculos de economia e retorno de investimento para um sistema com

fluxo 61

4 ndash Conclusatildeo e Consideraccedilotildees Finais 63

REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS 65

INTRODUCcedilAtildeO

O problema ambiental urbano assume atualmente um papel importante

para os governos e para a sociedade em geral em muitos paiacuteses pelo fato de

um crescimento significativo de pessoas vivendo no meio urbano acabou

ocasionando em uma degradaccedilatildeo ambiental e de certa forma uma queda na

qualidade de vida da populaccedilatildeo Por isto eacute de suma importacircncia destacar que

os problemas ambientais urbanos como a poluiccedilatildeo o consumo de energia o

gasto descontrolado de aacutegua potaacutevel entre outros forccedilaram o profissionais

ambientais e de outras aacutereas a buscar novas alternativas para a soluccedilatildeo destes

problemas Surgindo assim as cidades sustentaacuteveis que na atualidade satildeo a

chave para uma convivecircncia mais harmoniosa entre meio urbano e o meio

ambiente

Em decorrecircncia do aumento da urbanizaccedilatildeo as aacutereas foram

pavimentadas e cobertas por preacutedios casas monumentos entre outras

edificaccedilotildees ocasionando na impermeabilizaccedilatildeo do solo em aacutereas naturais

Devido a esse fator o ser humano vem demandando novas soluccedilotildees para o

controle e mitigaccedilatildeo de impactos causados pela chuva tais como alagamentos

Os governos de modo geral vecircm encontrando seacuterias dificuldades quanto agraves

questotildees de gestatildeo dos alagamentos em suas aacutereas puacuteblicas Para Brasiacutelia e o

Governo do Distrito Federal esse problema eacute recente e nem tatildeo alarmante

quando comparado aos das grandes capitais brasileiras como Satildeo Paulo ou

Rio de Janeiro Sendo assim eacute necessaacuterio que se tenha uma precauccedilatildeo com o

uso das aacuteguas tratadas para que natildeo haja desperdiacutecio e que as aacuteguas pluviais

possam ser utilizadas em fontes alternativas Com o objetivo de

aproveitamento de aacuteguas pluviais a captaccedilatildeo de aacutegua advinda das chuvas

possui um vieacutes sustentaacutevel do ponto de vista teacutecnico e econocircmico quando

aplicado em sistemas de uso privativo

Portanto cabe ressaltar que esse estudo baseia-se em estimativas e

que visa um projeto de aproveitamento de aacuteguas pluviais que atenda as

demandas de aacutegua natildeo potaacutevel em um preacutedio residencial substituindo uma

parte da aacutegua fornecida pela companhia de abastecimento e tendo como base

a precipitaccedilatildeo de chuva local sendo assim a quantidade de aacutegua pluvial a ser

aproveitada pelo sistema eacute diretamente proporcional agrave aacuterea que se utiliza para

a captaccedilatildeo De forma secundaacuteria o trabalho tambeacutem tenta trazer a captaccedilatildeo de

chuva como uma fonte para amenizar os problemas hiacutedricos urbanos causados

recentemente pelas chuvas em Brasiacutelia-DF

Para atingir os objetivos mencionados o trabalho foi modelado da

seguinte forma

No capiacutetulo I eacute apresentado o surgimento das cidades sustentaacuteveis em

decorrecircncia da necessidade de fontes alternativas para a degradaccedilatildeo

ambiental e utilizaccedilatildeo de recursos naturais A manifestaccedilatildeo dessa busca por

aperfeiccediloamento das cidades baseia-se em conceitos e inter-relaccedilotildees entre

populaccedilatildeo e governo por meio de poliacuteticas puacuteblicas

No capiacutetulo II eacute exposto um histoacuterico da sustentabilidade e do

desenvolvimento sustentaacutevel com a finalidade de contextualizar o leitor e

facilitar a compreensatildeo quanto agrave evoluccedilatildeo do vieacutes ambiental que encontramos

atualmente tornando o entendimento do leitor mais vasto e consequentemente

informaacute-lo sobre a sua importacircncia englobando questotildees ecoloacutegicas poliacuteticas

econocircmicas soacutecias e culturais

No capiacutetulo III eacute apresentada a viabilidade de implantaccedilatildeo do sistema

de captaccedilatildeo em um preacutedio residencial em Brasiacutelia-DF com os dados

coletados a caracterizaccedilatildeo das aacuteguas pluviais e ldquoaacutegua cinzardquo meacutetodos de

dimensionamento do reservatoacuterio anaacutelise de caso para um preacutedio na SQN 111

e a possiacutevel aplicaccedilatildeo do sistema para uma quadra funcionamento do sistema

de captaccedilatildeo e custo de implantaccedilatildeo desse sistema taxas e valores cobrados

pela CAESB para utilizaccedilatildeo de aacutegua e os caacutelculos de economia e retorno do

investimento

Por fim no capiacutetulo IV apresentam-se as consideraccedilotildees finais e a

conclusatildeo sobre o estudo realizado

1 ndash Cidades sustentaacuteveis e o Ciclo hidroloacutegico

Atualmente os problemas ambientais vecircm sendo o grande destaque do

cenaacuterio global tanto pela accedilatildeo antroacutepica como pelos desastres naturais Tais

problemas preocupam natildeo soacute a geraccedilatildeo atual como as geraccedilotildees futuras

dando assim a iniciativa para criaccedilatildeo de novas tecnologias meacutetodos e

conceitos

A partir de problemas como a extinccedilatildeo de recursos naturais o ser

humano tem dado prioridade a novas fontes para esses recursos tanto em

novas alternativas de obtenccedilatildeo como nas formas de reduzir o gasto

exacerbado Dessa forma as cidades entram como principal ator para criaccedilatildeo

de alternativas de mitigar os problemas ambientais focando no

reaproveitamento de mateacuteria reduccedilatildeo de uso dos combustiacuteveis foacutesseis formas

alternativas de obtenccedilatildeo de energia aproveitamento de aacuteguas pluviais e

possiacuteveis reduccedilotildees nos transtornos urbanos Assim o conceito de cidades

sustentaacuteveis cria um alicerce e torna-se base para que as cidades tomem a

iniciativa de serem o modelo de reduccedilatildeo dos problemas ambientas

Segundo a Organizaccedilatildeo das Naccedilotildees Unidas (ONU) pouco mais da

metade da populaccedilatildeo mundial vive em zonas urbanas desde o ano de 2006

Por isso conclui-se que de fato o mundo eacute urbano

Atualmente o problema urbano de modo geral possui grande

importacircncia para a sociedade e os governos em geral em diversos paiacuteses

Devido a esse crescimento desenfreado do nuacutemero de pessoas vivendo nas

cidades e conseguinte reduccedilatildeo na qualidade de vida deve-se considerar que

as cidades configuram uma das maiores potenciais de utilizaccedilatildeo energeacutetica e

de degradaccedilatildeo do meio ambiente ocasionando a criaccedilatildeo de meacutetodos para o

direcionamento correto do crescimento urbano e monitoramento dessas

alteraccedilotildees ambientais

A urbanizaccedilatildeo trouxe fortes aliados que geram transtornos e devido a

esse aumento de pessoas vivendo em cidades a preocupaccedilatildeo com problemas

urbanos tornou-se destaque para a criaccedilatildeo do conceito de cidades

sustentaacuteveis Mas o que viria a ser ldquocidades sustentaacuteveisrdquo De forma baacutesica e

sem aprofundamento cidades sustentaacuteveis satildeo aquelas que visam meacutetodos e

praacuteticas eficientes para a preservaccedilatildeo do meio ambiente sem deixar de

almejar o desenvolvimento econocircmico e a melhoria na qualidade de vida da

populaccedilatildeo Sendo assim ldquoa sustentabilidade eacute vista como algo bom desejaacutevel

consensual a definiccedilatildeo que vai prevalecer vai construir autoridade para que se

discriminem em seu nome as boas praacuteticas das ruinsrdquo (Acselrad 1999 p 80)

Para melhor esclarecimento o conceito de sustentabilidade associado

ao desenvolvimento das cidades ldquotem origem nas rearticulaccedilotildees poliacuteticas pelas

quais um certo nuacutemero de atores envolvidos na produccedilatildeo do espaccedilo urbano

procuram dar legitimidade as suas perspectivas evidenciando a

compatibilidade delas com os propoacutesitos de dar durabilidade ao

desenvolvimento de acordo com os propoacutesitos da Agenda 21 resultante da

Conferecircncia da ONU sobre Desenvolvimento e Meio Ambienterdquo (Acselrad

1999 p 81) Para tanto o governo deve ter um planejamento para que possa

tomar medidas no sentido de amenizar os transtornos urbanos e ambientais

decorrentes da accedilatildeo antroacutepica Diversas estrateacutegias devem ser implementadas

para que se possa promover o conceito de cidades sustentaacuteveis e priorizar a

qualidade de vida urbana em toda sua abrangecircncia partindo do princiacutepio da

anaacutelise criacutetica da condiccedilatildeo atual de desenvolvimento das cidades pensando no

contexto na qual se encontram

Segundo Magalhatildees (2006 p 2) no inicio a sustentabilidade urbana

sofreu bastante em questotildees poliacuteticas pois o ldquodiscurso mais estabelecido dos

projetos urbanos agrave temaacutetica ambiental estaacute longe de ser o centro das

preocupaccedilotildees Quando muito ela eacute considerada do ponto de vista do

provimento de aacutereas livres dentro dos espaccedilos urbanos mas mesmo essas

satildeo destinadas agrave intensa movimentaccedilatildeo imaginada para as aacutereas

requalificadas ou revitalizadasrdquo

Poreacutem devido a estudos tornou-se possiacutevel ampliar os horizontes e

perceber que a sustentabilidade tem sido aplicada junto aos objetivos da

cidade a partir da Agenda 21 e da noccedilatildeo do que eacute desenvolvimento

sustentaacutevel Contudo esses novos interesses surgiram a partir dos distuacuterbios

causados aos habitantes sendo esses distuacuterbios ambientais ou natildeo Essa

participaccedilatildeo mais ativa da populaccedilatildeo remete a uma das vertentes expostas por

Acselrad (1999) de que a sustentabilidade urbana deve estar associada natildeo

somente agraves poliacuteticas puacuteblicas mas tambeacutem ao modelo ldquocidade-empresardquo no

qual a cidade torna-se atrativo de investimentos para a implementaccedilatildeo de

meacutetodos alternativos de sustentabilidade

Para Magalhatildees (2006 p 5) ldquoa noccedilatildeo de risco tornou-se parte de

diversos aspectos do dia a dia das pessoas fazendo-as corresponsaacuteveis pelos

efeitos de suas accedilotildeesrdquo portanto eacute necessaacuterio que se tenha um controle

governamental a partir de poliacuteticas puacuteblicas das accedilotildees individuais de seus

habitantes com o proposito de reduzir os riscos de agravantes nas cidades

Cabe ressaltar que uma questatildeo importante a ser vista eacute que os

problemas causados nas cidades natildeo refletem apenas nas cidades em si mas

tambeacutem nas aacutereas que a circundam e em outras localidades o que obriga a

rever o pensamento de que cidades sustentaacuteveis englobam apenas a proacutepria

cidade

Segundo Magalhatildees (2006 p 6 apud Satterhwaite 2004 p 134) ldquopara

avanccedilar e alcanccedilar meacutetodos de desenvolvimento sustentaacutevel o desempenho

ambiental das cidades deve melhorar natildeo apenas em termos de qualidade

ambiental dentro dos seus limites mas tambeacutem em termos de reduccedilatildeo da

transferecircncia de custos ambientais para outras pessoas outros ecossistemas

ou para o futurordquo A partir desse pensamento nota-se que o conceito de

cidades sustentaacuteveis vai aleacutem da consolidaccedilatildeo da sustentabilidade urbana

afirmando que cidades sustentaacuteveis satildeo um projeto que necessita de um

extenso processo e natildeo algo preacute-definido visando mais de um objetivo comum

Na visatildeo de Magalhatildees (2006 p 8) ldquotal processo deve envolver questotildees aleacutem

das estritamente ambientais uma melhor definiccedilatildeo de que propostas poderatildeo

contribuir para o seu avanccedilo a criatividade na concepccedilatildeo de bons projetos e a

capacidade de se evitar os falsos atalhosrdquo

Sendo assim para a construccedilatildeo de projetos de cidades sustentaacuteveis eacute

necessaacuterio que se tenha uma visatildeo ampla e com diferentes abordagens desse

processo de urbanizaccedilatildeo Para o projeto de cidades sustentaacuteveis eacute necessaacuterio

que se tenha trecircs abordagens a espacial que vislumbra a anaacutelise das relaccedilotildees

metaboacutelicas operadas pela cidade compreendendo territoacuterios distantes a

temporal uma vez que pleiteia geraccedilotildees futuras e a conceitual que exige um

enfoque transdisciplinar

Magalhatildees (2006 p 9 apud Peter Brand 1999 p 10) faz uma anaacutelise

sobre a implementaccedilatildeo dessas abordagens ldquo uma metaacutefora social como

cidade sustentaacutevel ou desenvolvimento urbano sustentaacutevel nunca pode ser

uma meta objetiva e sim uma gama de possibilidades abertas cujas

prioridades satildeo determinadas pelas urgecircncias do presenterdquo Com essa

ampliaccedilatildeo do conceito de sustentabilidade urbana percebe-se que haacute uma

nova utopia com um ideal diferenciado de cidade tendo como base accedilotildees

voltadas para o meio ambiente e a reduccedilatildeo da desigualdade causada pelos

transtornos ambientais dando prioridade a uma parte relevante de sua mateacuteria

e energia para a organizaccedilatildeo e manutenccedilatildeo interna e depois ao crescimento

da cidade Entatildeo por que seguir algo utoacutepico Coloco em pauta uma frase

destacada por Galeano (1993 p 230) na qual ele expotildee -ldquoA utopia estaacute laacute no

horizonte Me aproximo dois passos ela se afasta dois passos Caminho dez

passos e o horizonte corre dez passos Por mais que eu caminhe jamais

alcanccedilarei Para que serve a utopia Serve para isso para que eu natildeo deixe de

caminharrdquo

Com essas colocaccedilotildees Magalhatildees (2006 p 16) expotildee a criaccedilatildeo de

uma ideia de ldquodesempenho ambiental urbanordquo o qual mostra um conceito

mensuraacutevel e comparaacutevel junto com a ampliaccedilatildeo de niacuteveis de justiccedila ambiental

locacional e de democracia nas cidades que se torna uacutetil para construccedilatildeo de

paracircmetros de atuaccedilatildeo Essa ideia mostra que o urbanismo tem muito a

contribuir

Atualmente haacute muitos estudos cientiacuteficos que satildeo voltados para a crise

ambiental que vivemos que teve como origem a pressatildeo do crescimento

populacional sobre as aacutereas verdes e pelo modo de vida ocidental como a alta

produccedilatildeo e consumo exagerado Nesse contexto retomamos que as cidades

tecircm sido o principal fator e foco gerador dessa crise ambiental e que agora

concentramos as poliacuteticas puacuteblicas voltadas para o desenvolvimento urbano

como grande objetivo

Tanto pesquisadores atraveacutes de estudos quanto a sociedade atraveacutes

da miacutedia que divulga os riscos ambientais decorrentes das novas formas de

produccedilatildeo e seus efeitos alertam a populaccedilatildeo da gravidade causada e assim

provocam uma preocupaccedilatildeo generalizada acerca do problema ambiental

Sendo assim uma reflexatildeo deve ser feita sobre o conceito de cidade

sustentaacutevel uma vez que as cidades concentram a maior fonte de poluiccedilatildeo e

produccedilatildeo de resiacuteduos aleacutem de consumirem parte da energia do planeta

Como foi dito anteriormente cidades sustentaacuteveis devem pensar aleacutem

da proacutepria localidade mas para ter essa abordagem eacute necessaacuterio focar

primeiramente em uma escala local Para Schussel (2004 p 63 apud

Camagni 2001 p 345) ldquoeacute mais eficaz enfrentar um mesmo problema

localmente (em termos tanto de efeito como de autoridades) do que enfrentaacute-

los globalmente (onde as autoridades satildeo frequentemente ausentes os

agentes poluidores longiacutenquos as interdependecircncias das accedilotildees dos diferentes

sujeitos mais elevadas onde tambeacutem a incertitude sobre a grandeza dos

fenocircmenos e seus encadeamentos causais eacute maior)rdquo Com esse ponto de vista

eacute importante que se deva dar uma atenccedilatildeo ao processo de mudanccedila da

aprendizagem coletiva das cidades com uma interaccedilatildeo saudaacutevel entre a

economia tecnologia e meio ambiente

Eacute importante ressaltar que a implantaccedilatildeo de cidades sustentaacuteveis

juntamente com a gestatildeo do meio ambiente urbano possui uma alta

complexidade para a sociedade moderna ao analisar que natildeo devemos

apenas pensar na conservaccedilatildeo dos recursos ambientais mas tambeacutem

devemos nos atentar ao transporte puacuteblico para reduccedilatildeo da emissatildeo de gases

poluentes melhorar a mobilidade urbana diminuindo consideravelmente o

traacutefego de veiacuteculos dar incentivo e propiciar accedilotildees para a utilizaccedilatildeo de

transportes alternativos como bicicletas otimizar a utilizaccedilatildeo do espaccedilo

urbano devemos ainda criar mais espaccedilos verdes voltados para o lazer da

populaccedilatildeo criar programas voltados para a arborizaccedilatildeo dos espaccedilos puacuteblicos

destinar adequadamente o lixo urbano aplicar programas educacionais

voltados para o desenvolvimento sustentaacutevel investir em educaccedilatildeo de

qualidade para uma boa instruccedilatildeo da populaccedilatildeo favorecer a economia local

dinacircmica e sustentaacutevel e criar accedilotildees para a utilizaccedilatildeo racional da aacutegua

juntamente com o aproveitamento de aacuteguas pluviais

A autora Silva (Poliacuteticas Puacuteblicas e Estrateacutegias de Sustentabilidade

Urbana p 1 apud Metzger 1994) cujo inventaacuterio realizado sobre trabalhos de

ecologia urbana e meio ambiente urbano identifica trecircs concepccedilotildees distintas A

primeira trata da natureza na cidade no qual Metzger fez estudos referentes

aos elementos bioloacutegicos do meio urbano no que diz respeito agrave preservaccedilatildeo

dos espaccedilos verdes e dos elementos fiacutesico naturais da cidade A segunda

concepccedilatildeo do meio ambiente urbano estaacute relacionada aos riscos da cidade e

na cidade aos problemas ambientais enfrentados pela populaccedilatildeo e como

esses problemas afetam a qualidade de vida da mesma Por fim a uacuteltima

vertente que visa mensurar o problema de gestatildeo ou administraccedilatildeo da cidade

tratando das poliacuteticas puacuteblicas sob uma visatildeo do uso do solo e a influecircncia que

as questotildees ambientais causam na determinaccedilatildeo das poliacuteticas puacuteblicas

11 - Poliacuteticas Puacuteblicas e a relaccedilatildeo com as cidades sustentaacuteveis

definiccedilotildees aplicaccedilatildeo conceitos

Eacute necessaacuterio que sejam identificados os locais de atuaccedilatildeo das poliacuteticas

puacuteblicas que tecircm como objetivo a sustentabilidade urbana mas analisando

previamente as mudanccedilas que ocorreram no acircmbito das accedilotildees governamentais

que ocasionaram a adoccedilatildeo de determinadas poliacuteticas puacuteblicas como

estrateacutegias e diretrizes da proacutepria accedilatildeo governamental e dos indiviacuteduos

Mas o que satildeo poliacuteticas puacuteblicas e por que as poliacuteticas puacuteblicas satildeo

consideradas tatildeo importantes quando se trata da sustentabilidade urbana

Segundo Silva (Poliacuteticas Puacuteblicas e Estrateacutegias de Sustentabilidade Urbana p

2 apud Bucci 2002 p 241) poliacuteticas puacuteblicas ldquosatildeo programas de accedilatildeo

governamental para um setor da sociedade ou um espaccedilo geograacutefico

buscando a concretizaccedilatildeo de determinados objetivos e metasrdquo e destaca ainda

que ldquosatildeo programas de accedilatildeo governamental visando a coordenar os meios agrave

disposiccedilatildeo do Estado e as atividades privadas para a realizaccedilatildeo de objetivos

socialmente relevantes e politicamente determinadosrdquo

Quando relacionadas agrave cidadania as poliacuteticas puacuteblicas encontram

dificuldade para alcanccedilar a sustentabilidade urbana jaacute que devem assegurar

uma vida harmocircnica entre o habitante e o meio ambiente Isso ocorre devido a

globalizaccedilatildeo dos espaccedilos em que satildeo levantadas novas tecnologias e haacute o

problema da crescente urbanizaccedilatildeo Esse enfoque possui alguns princiacutepios

que devem ser levados em consideraccedilatildeo princiacutepios esses que guiam as

poliacuteticas puacuteblicas no meio ambiente urbano Esses princiacutepios satildeo destacados e

relacionados por Silva (Poliacuteticas Puacuteblicas e Estrateacutegias de Sustentabilidade

Urbana p 5) como o princiacutepio do interesse puacuteblico na proteccedilatildeo do meio

ambiente urbano sobre os interesses privados o princiacutepio da realizaccedilatildeo de

uma avaliaccedilatildeo preacutevia dos impactos ambientais advindos da accedilatildeo antroacutepica ou

natural o princiacutepio de que o Estado deve intervir na defesa e proteccedilatildeo do meio

ambiente e do meio ambiente urbano o princiacutepio da funccedilatildeo da funccedilatildeo

socioambiental da propriedade urbana o princiacutepio da participaccedilatildeo da

sociedade e da gestatildeo democraacutetica da cidade e o princiacutepio da garantia do

direito a cidades sustentaacuteveis

Cabe ressaltar que apesar de existirem tantos princiacutepios que devem ser

vistos como diretriz a realidade foge um pouco do que eacute mostrado na teoria jaacute

que as poliacuteticas puacuteblicas seguem programas finaliacutesticos que satildeo flexiacuteveis e

quando relacionados agraves exigecircncias legais devem ser diferenciados de acordo

com o grau de finalizaccedilatildeo da accedilatildeo e de imperatividade das normas

Quando tratamos do urbano e do meio ambiente as politicas puacuteblicas

devem ser integradas e possuiacuterem uma interaccedilatildeo entre si como por exemplo

ao tratar das poliacuteticas de habitaccedilatildeo natildeo se pode deixar de levar em

consideraccedilatildeo as poliacuteticas de saneamento ambiental ou entatildeo ao tratar de

poliacuteticas de transporte puacuteblico e mobilidade urbana deve-se considerar a

proacutepria poliacutetica ambiental Sendo assim os programas e projetos

governamentais devem contemplar os aspectos ambientais urbanos sociais e

econocircmicos

Para Silva (Poliacuteticas Puacuteblicas e Estrateacutegias de Sustentabilidade Urbana

p 6) ldquose os planos satildeo obrigatoacuterios para o setor puacuteblico para o setor privado

eles satildeo indicativosrdquo Reforccedilando o conceito de poliacuteticas puacuteblicas essas podem

ser definida como ldquoprocesso - ou conjunto de processos - que culmina na

escolha racional e coletiva de propriedades para definiccedilatildeo dos interesses

puacuteblicos reconhecidos pelo direitordquo sendo que quando se diz respeito a

direitos todos tecircm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado

englobando tambeacutem o meio ambiente urbano Portanto quando eacute utilizado o

termo ldquourbanordquo para qualificar o meio ambiente natildeo significa que haacute uma

segregaccedilatildeo classificatoacuteria do meio ambiente o adjetivo ldquourbanordquo vem como

uma proposta de demarcar a problemaacutetica ambiental em um determinado

espaccedilo geograacutefico - no caso as cidades - sem deixar de considerar os fatores

que nelas estatildeo inseridos como os sociais e os ambientais

Assim para empregar poliacuteticas puacuteblicas visando a sustentabilidade

urbana deve-se repensar o modelo de desenvolvimento da cidade juntamente

com o modo de vida da populaccedilatildeo e a conscientizaccedilatildeo da mesma apoiando-se

nas relaccedilotildees sociais e econocircmicas exercidas na cidade sem deixar de

considerar essas interaccedilotildees como propulsoras do direito agrave cidade sustentaacutevel

Para ratificar inciso I do art 2ordm do Estatuto da Cidade - Lei n 10257 de

10 de julho de 2001 reconhece entre as diretrizes de poliacuteticas puacuteblicas

expostas o direito a cidades sustentaacuteveis De acordo com essa lei esse direito

proporciona o direito a terra urbana agrave moradia ao saneamento ambiental agrave

infraestrutura urbana aos serviccedilos puacuteblicos em geral ao trabalho e ao lazer

tanto para as geraccedilotildees atuais como para as futuras

Sendo assim as cidades devem desenvolver-se respeitando a

sustentabilidade por isso o desenvolvimento urbano deve ser feito sem

degradaccedilatildeo possibilitando uma vida urbana digna e igualitaacuteria Contudo as

cidades necessitam de mudanccedilas diversos pontos de vista reformulaccedilatildeo das

poliacuteticas puacuteblicas e criaccedilatildeo de novas e soluccedilotildees sobre como interagir no dia a

dia com o local que vivemos A partir dessa visatildeo destaco o que eacute exposto por

Acselrad (1999 p 86) em que ldquoacredita-se que quando o crescimento urbano

natildeo eacute acompanhado por investimentos em infraestrutura a oferta de serviccedilos

urbanos natildeo acompanha o crescimento da demanda A falta de investimentos

na manutenccedilatildeo dos equipamentos urbanos viraacute por sua vez acentuar o deacuteficit

na oferta de serviccedilos o que se rebateraacute especialmente na forma de

segmentaccedilatildeo socioterritorial entre as populaccedilotildees atendidas e natildeo atendidas

por tais serviccedilosrdquo

Apoacutes tratar de um modo geral cidades sustentaacuteveis e a sustentabilidade

urbana eacute interessante analisar o caso brasileiro Infelizmente a preocupaccedilatildeo

ambiental brasileira foi tardia e a evoluccedilatildeo foi lenta Em questotildees de

urbanizaccedilatildeo houve uma transformaccedilatildeo estrutural de ordem socioeconocircmica

reformulando a ocupaccedilatildeo do territoacuterio nacional ocasionando em impactos

ambientais e no dado de que cerca de 80 da populaccedilatildeo brasileira mora em

aacutereas urbanas Mas ao decorrer do tempo a questatildeo ambiental foi ligada ao

social os pensamentos acerca desse tema tiveram uma nova percepccedilatildeo

Como exemplo temos o caso dos recursos hiacutedricos em que a legislaccedilatildeo teve

o cuidado de considerar aleacutem do aspecto ambiental os aspectos sociais e

econocircmicos

Foi criado o Sistema Nacional de Recursos Hiacutedricos (SNRH) que no

texto de Schussel (2004 p 65) satildeo expostas a valoraccedilatildeo da aacutegua como bem

econocircmico a prioridade do abastecimento puacuteblico em detrimento da produccedilatildeo

de energia e a gestatildeo compartilhada entre usuaacuterios poder puacuteblico e sociedade

civil de bacias hidrograacuteficas por meio da implantaccedilatildeo dos ldquoComitecircs de Baciardquo

Essa questatildeo de integraccedilatildeo do ambiental ao social e econocircmico ocorreu

na deacutecada de 80 em que Silva (Poliacuteticas Puacuteblicas e Estrateacutegias de

Sustentabilidade Urbana p 2 apud Ribeiro 2001 p 134-135) destaca ldquoa

questatildeo urbana eacute integrada agrave questatildeo social e as representaccedilotildees antiurbanas

satildeo substituiacutedas pelo diagnoacutestico orientado por ideais republicanos de justiccedila

social e democracia A tarefa do pensamento e da accedilatildeo dos urbanistas passa a

ser o fazer coincidir a cidade e a cidadaniardquo Apesar do atraso na aplicaccedilatildeo do

pensamento ambiental - no caso o de cidades sustentaacuteveis - atualmente o

Brasil apresenta um niacutevel consideraacutevel de desenvolvimento tecnoloacutegico e social

que podem retardar a degradaccedilatildeo e os malefiacutecios causados nas cidades E por

que natildeo ocorre tal melhoria no setor ambiental urbano O Brasil carece de

poliacuteticas puacuteblicas que sirvam para o propoacutesito ambiental sem contar a falta de

instruccedilatildeo ambiental de uma boa parcela da sociedade Isso eacute confirmado com

as atitudes da populaccedilatildeo no texto de Loureiro e De Gregori (Revista Eletrocircnica

do Curso de Direito ndash UFSM p 459) eacute exposto que ldquoo lixo jogado nas ruas

causa entupimento de bueiros o que dificulta o escoamento da aacutegua da chuva

Aleacutem disso mesmo quando ocorre escoamento a aacutegua leva detritos

diretamente para o curso dos rios coacuterregos mananciais entre outros Em

razatildeo do exposto um meio indireto mas eficiente de se poluir a aacuteguardquo

Desse modo termo ldquosustentabilidaderdquo atrelado agraves necessidades

urbanas merece se conciliado de certa maneira que o ser humano produza

desenvolvimento e tambeacutem conserve o meio ambiente Portanto para o Brasil

os modelos que devem ser desenvolvidos nas cidades precisam ser justos

eacuteticos e sustentaacuteveis abrangendo todas as classes sociais e sendo igualitaacuterio

trazendo assim a concepccedilatildeo de que as transformaccedilotildees natildeo necessariamente

devem partir do governo e sim das accedilotildees que integrem os cidadatildeos

almejando a sustentabilidade Quando se diz ldquoas accedilotildees que integrem os

cidadatildeosrdquo na verdade o que se busca expressar eacute que a atitude deve partir da

populaccedilatildeo e natildeo do governo pois tais accedilotildees promovidas pela populaccedilatildeo as

aproximam das poliacuteticas puacuteblicas gerando melhores oportunidades e formas

alternativas de sistemas igualitaacuterios quando relacionados a exposiccedilatildeo de riscos

ambientais Tudo isso para oferecer um ambiente urbano com um

desenvolvimento em equiliacutebrio ambientalmente sustentaacutevel e socialmente

justo

Retomando o Artigo 2ordm do Estatuto da Cidade Loureiro e De Gregori

(Revista Eletrocircnica do Curso de Direito ndash UFSM p 462) expotildeem que houve

uma mudanccedila de paradigma ao se pensar em ambientes urbanos assim

expondo trecircs objetivos a serem alcanccedilados com as cidades ldquoo primeiro seria

um ambiente destinado agrave moradia de um acuacutemulo de comunidades jaacute em uma

segunda perspectiva seria um ambiente de poliacuteticas a fim de atingir funccedilatildeo

social urbana e por fim a garantia de ambientes urbanos como um meio

sustentaacutevel e sadio de desenvolvimentordquo Eacute importante ressaltar que esse

ponto de vista reflete que soacute seraacute possiacutevel assegurar um ambiente urbano para

a presente geraccedilatildeo e para as futuras partindo da preservaccedilatildeo do meio

ambiente

Portanto diversas iniciativas podem tornar o ambiente urbano em cidade

sustentaacutevel o que procura promover uma estabilidade e um equiliacutebrio agraves

cidades com uma visatildeo a longo prazo O processo de implantaccedilatildeo de cidades

sustentaacuteveis no Brasil deve primeiramente partir de accedilotildees individuais ou

privadas e articulada agraves poliacuteticas puacuteblicas para que haja uma eficiecircncia na

aplicabilidade sem desconsiderar que haacute uma possibilidade de gerar um

sistema insustentaacutevel Por que pode se tornar um sistema insustentaacutevel

Segundo Loureiro e De Gregori (Revista Eletrocircnica do Curso de Direito ndash

UFSM p 465 apud Godard 1990 p40-45) ldquoa insustentabilidade exprime

assim a incapacidade de as poliacuteticas puacuteblicas adaptarem a oferta de serviccedilos

urbanos agrave quantidade e agrave qualidade das demandas sociais provocando um

ldquodesequiliacutebriordquo entre necessidades cotidianas da populaccedilatildeo e os meios de as

satisfazer entre a demanda por serviccedilos urbanos e os investimento em redes e

infraestruturardquo

Jaacute que a realidade brasileira exprime uma grande distorccedilatildeo do que eacute

apresentado nos estudos como conseguir implantar uma cidade sustentaacutevel e

assim suportaacute-la Primeiramente eacute necessaacuterio ampliar o ponto de vista natildeo se

prendendo agraves poliacuteticas puacuteblicas em segundo plano eacute preciso que se tenha uma

accedilatildeo coletiva da populaccedilatildeo atraveacutes da conscientizaccedilatildeo ou de accedilotildees que

promovam a sustentabilidade dentro da cidade

Eacute importante ressaltar que natildeo se pode descartar as poliacuteticas puacuteblicas

mas tambeacutem natildeo se pode esperar que elas resolvam todos os problemas

presentes na cidade Sendo assim para que uma cidade torne-se sustentaacutevel eacute

preciso que as accedilotildees realizadas pela populaccedilatildeo sejam emparelhadas com as

poliacuteticas puacuteblicas aplicadas pelo governo No Brasil haacute cidades que satildeo

consideradas sustentaacuteveis mas essas cidades optaram apenas por um

planejamento urbano voltado para reconstituiccedilatildeo de aacutereas verdes

aprimoramento nas soluccedilotildees urbaniacutesticas e na tecnologia do transporte urbano

Tais accedilotildees natildeo devem ser desconsideras e sim exaltadas pelo funcionamento

adequado e promoccedilatildeo da sustentabilidade urbana Outras questotildees tatildeo

importantes quanto satildeo deixadas de lado pelo governo e nesse caso deve-se

ter uma aplicaccedilatildeo da sociedade para que ganhe uma visatildeo e assim sejam

aplicadas poliacuteticas puacuteblicas voltadas para tais questotildees

Em especiacutefico coloco o problema hiacutedrico que tem assolado vaacuterias

cidades do paiacutes por trazer prejuiacutezos de forma direta e indireta a populaccedilatildeo O

problema hiacutedrico brasileiro natildeo eacute apenas o causado pela estiagem e falta de

aacutegua em algumas localidades ele tambeacutem eacute expresso pelas chuvas

torrenciais Em face disso eacute importante unir o uacutetil ao agradaacutevel Vale expor que

em decorrecircncia do aumento da urbanizaccedilatildeo as aacutereas foram pavimentadas e

cobertas por preacutedios casas monumentos entre outras edificaccedilotildees

ocasionando na impermeabilizaccedilatildeo do solo em aacutereas naturais Devido a esse

fator o ser humano vem demandando novas soluccedilotildees e poliacuteticas puacuteblicas para

o controle e mitigaccedilatildeo de impactos causados pela chuva tais como

alagamentos

Os governos de modo geral vecircm encontrando seacuterias dificuldades

quanto agraves questotildees de gestatildeo dos alagamentos em suas aacutereas puacuteblicas Para

Brasiacutelia e o Governo do Distrito Federal esse problema eacute recente e nem tatildeo

alarmante quando comparado aos das grandes capitais brasileiras como Satildeo

Paulo ou Rio de Janeiro Portanto eacute necessaacuterio que se tenha uma precauccedilatildeo

com o uso das aacuteguas tratadas para que possam ser utilizadas fontes

alternativas Com o objetivo de aproveitamento de aacuteguas pluviais a captaccedilatildeo

de aacutegua advinda das chuvas possui um vieacutes sustentaacutevel do ponto de vista

teacutecnico e econocircmico quando aplicado em sistemas de uso privativo Cabe

ressaltar que esse estudo visa aliar o conceito de cidades sustentaacuteveis a partir

da iniciativa privada agraves necessidades encontradas na cidade de Brasiacutelia no

caso de um projeto de aproveitamento de aacuteguas pluviais que atenda a

demanda de aacutegua natildeo potaacutevel tendo como base a precipitaccedilatildeo de chuva local

sem desconsiderar o ciclo hidroloacutegico para que natildeo ocorra um desequiliacutebrio do

mesmo e ocasione mais desastres ambientais

Tal sistema tem como objetivo gerar uma fonte de aacutegua natildeo potaacutevel

para uso diaacuterio em sistemas prediais como descarga limpeza do preacutedio

irrigaccedilatildeo de jardins disponibilidade para lavagem de automoacuteveis entre outras

possibilidades gerando uma economia da aacutegua utilizada e consequentemente

uma economia monetaacuteria Aleacutem desse objetivo reducionista de gasto e aacutegua

haacute tambeacutem a possibilidade da reduccedilatildeo de transtornos hiacutedricos urbanos

Portanto ao abordar sobre poliacuteticas puacuteblicas eacute de suma importacircncia

compreender que o ldquodesenvolvimento sustentaacutevel eacute um processo de

aprendizagem social de longo prazo que por sua vez eacute direcionado por

poliacuteticas puacuteblicas orientadas por um plano de desenvolvimento nacionalrdquo

(Barbosa 2008 p 6) O conceito de desenvolvimento sustentaacutevel seraacute melhor

apresentado no capiacutetulo seguinte

2 ndash Sustentabilidade desenvolvimento sustentaacutevel e a sua

importacircncia

Inicio esse capiacutetulo com uma frase de Nascimento (2012 p 57) em que

se queremos sugerir uma sustentabilidade para toda a sociedade eacute necessaacuterio

que tenhamos uma ldquolinha transversal a eacutetica solidaacuteria com os excluiacutedos de hoje

para que natildeo haja excluiacutedos amanhatilderdquo

Por que a sustentabilidade eacute algo importante para noacutes Eacute necessaacuterio

que seja de conhecimento geral de que estamos ameaccedilados em todos os

aspectos ligados agrave utilizaccedilatildeo de recursos naturais e aproveitamento dos

mesmos Portanto haacute uma conexatildeo direta ao desenvolvimento sustentaacutevel

Nascimento (2012 p 58) ainda aponta que ldquoateacute meados do seacuteculo XX a

humanidade temia basicamente duas grandes extinccedilotildees ndash uma externa

(choque de um grande meteorito como aparentemente ocorreu haacute 65 milhotildees

de anos extinguindo os dinossauros) e outra interna (o advento de uma

epidemia desconhecida e incontrolaacutevel) Em meados do seacuteculo passado foi

acrescida mais uma ameaccedila provinda dos proacuteprios seres humanos a bomba

atocircmica O seu poder de destruiccedilatildeo ficou evidente com as explosotildees de

Hiroshima e Nagasakirdquo Sendo assim eacute perceptiacutevel que o estilo de vida de alta

produccedilatildeo e consumo vigente nos leva a crer que um desastre eacute cada vez mais

plausiacutevel

ldquoQue a economia estaacute em um conflito com os sistemas naturais do

planeta eacute uma evidecircncia que ressalta das informaccedilotildees cotidianas sobre o

desaparecimento das zonas de pesca reduccedilatildeo das florestas a erosatildeo do

solo e o desaparecimento de espeacuteciesrdquo (Nascimento 2012 p 58 apud

Brown 2003 p14) Portanto a crise ambiental aponta um desgaste das

condiccedilotildees ldquonormaisrdquo de vida no planeta Terra Segundo Nascimento (2012 p

58) ldquo[] eacute possiacutevel caso o cenaacuterio mais pessimista do aquecimento global

venha a se confirmar que uma nova possibilidade de auto extinccedilatildeo seja criada

no final desse seacuteculordquo Desta forma o atual modelo de vida natildeo deteriora

apenas o meio ambiente tambeacutem prejudica a vida humana e para que sejam

reduzidos esses transtornos agrave vida humana eacute preciso que iniciativas e

alternativas sejam criadas por meio de inovaccedilotildees tecnoloacutegicas para que haja

uma saiacuteda

ldquoA crise ambiental assumiu contornos mais graves com a percepccedilatildeo da

responsabilidade antroacutepica do aquecimento global e a dinacircmica de ascensatildeo

de um contingente humano mais significativo no mercado de consumordquo

(Nascimento 2012 p 61) Quando a crise ambiental se tornou algo de suma

importacircncia Quando como e por que a sustentabilidade e o desenvolvimento

sustentaacutevel se tornaram relevantes para o combate agrave crise ambiental Eacute

necessaacuterio compreender que a sustentabilidade possui dois vieses quando

relacionada agrave sua origem Uma de suas origens tem base na biologia mais

precisamente na ecologia a qual atribui o conceito de resiliecircncia ndash capacidade

de recuperaccedilatildeo e reproduccedilatildeo dos ecossistemas ndash perante as degradaccedilotildees

antroacutepicas com o uso exacerbado dos recursos naturais Ainda relacionado agrave

ecologia haacute as causas naturais como terremotos fogo tsunamis pragas

entre outros O outro vieacutes de origem da sustentabilidade adveacutem da economia

como o adjetivo do desenvolvimento diante da visibilidade que ganhou ao

longo do seacuteculo XX referente ao padratildeo de consumo desenvolvido ao redor do

mundo (Nascimento 2012 p 51)

Segundo Nascimento a ideia de sustentabilidade como enfoque

mundial tem origem na deacutecada de 1950 O surgimento e a importacircncia desse

termo ocorrem devido a um risco ambiental global a poluiccedilatildeo nuclear ldquoOs seus

indiacutecios alertaram os seres humanos de que estamos em uma nave comum e

que problemas ambientais natildeo estatildeo restritos a territoacuterios limitadosrdquo

(Nascimento 2012 p 2) Segundo Nascimento (2012 p 52 apud Machado

2005) ldquoA ocorrecircncia de chuvas radiativas a milhares de quilocircmetros dos locais

de realizaccedilatildeo dos testes acendeu um caloroso debate no seio da comunidade

cientiacuteficardquo Na deacutecada de 1960 houve outro fato importante que implicou na

questatildeo da percepccedilatildeo da crise ambiental dando importacircncia a

sustentabilidade devido ao uso de inseticidas e pesticidas quiacutemicos e

transtornos causados por esses apontados por Rachel Carson em seu livro

intitulado de ldquoPrimavera Silenciosardquo ndash Silent Spring

Ainda na deacutecada de 60 as chuvas aacutecidas recorrentes nos paiacuteses

noacuterdicos levaram a Sueacutecia junto ao Conselho Econocircmico e Social das Naccedilotildees

Unidas (ECOSOC) a propor a realizaccedilatildeo de uma conferecircncia para tratar de um

acordo internacional para uma possiacutevel reduccedilatildeo na emissatildeo dos gases

responsaacuteveis por tal transtorno Com isso ocorreu a Conferecircncia de

Estocolmo em 1972 colocando em evidecircncia os paiacuteses subdesenvolvidos e

desenvolvidos da eacutepoca A princiacutepio as preocupaccedilotildees natildeo eram nem um

pouco igualitaacuterias jaacute que os paiacuteses desenvolvidos estavam atentos agrave

degradaccedilatildeo ambiental que afetavam sua qualidade de vida enquanto os

paiacuteses subdesenvolvidos estavam preocupados em natildeo sofrerem sanccedilotildees

comerciais e apresentarem um retardo em seu desenvolvimento uma vez que

naquela eacutepoca os problemas ambientais eram associados ao crescimento

econocircmico dos paiacuteses de terceiro mundo Nessa conferecircncia ficou exposto

que os paiacuteses desenvolvidos defendiam a proteccedilatildeo do meio ambiente como

principal foco e os paiacuteses em desenvolvimento focavam no combate agrave

pobreza

Para melhor esclarecer Nascimento expotildee a partir do documento ldquoOnly

One Earthrdquo (Ward amp Dubos 1973) ldquo[] O problema ambiental como decorrente

de externalidades econocircmicas proacuteprias do excesso de desenvolvimento

(tecnologia agressiva e consumo excessivo) de um lado e de sua falta

(crescimento demograacutefico e baixo PIB per capita) de outro Posta dessa forma

a questatildeo ambiental deixava de ficar restrita ao meio natural e adentrava o

espaccedilo socialrdquo Contemporacircneo a isso temos o relatoacuterio do Clube de Roma ndash

Limits to Growth (Meadows et al 1972) que propunha uma reduccedilatildeo do

desenvolvimento industrial nos paiacuteses desenvolvidos e uma contenccedilatildeo no

crescimento populacional nos paiacuteses subdesenvolvidos juntamente com o

apoio daqueles aos subdesenvolvidos para que pudessem crescer

economicamente A partir desses eventos os governos se conscientizaram e

criaram agecircncias que tratassem das questotildees ambientais para que pudessem

juntar dados ambientais jaacute que na eacutepoca careciam de tais informaccedilotildees

No Brasil foi criada a Secretaria Especial do Meio Ambiente (SEMA) em

1973 enquanto nos EUA jaacute existia a Environmental Protection Agency (EPA)

desde 1970

Dez anos apoacutes a Conferecircncia de Estocolmo uma anaacutelise dos resultados

foi feita pela ONU e mostrou que o resultado estabelecido deixou a desejar e

que os esforccedilos realizados foram inferiores Em decorrecircncia desse mal

desempenho foi formada a Comissatildeo Mundial sobre Meio Ambiente e

Desenvolvimento (CMMAD) presidida por Gro Harlen Brundtland responsaacutevel

pelo relatoacuterio ldquoNosso Futuro Comumrdquo ndash Our Common Future ndash que tinha como

principal proposta a criaccedilatildeo de uma agenda global para focar em uma

mudanccedila consideraacutevel Esse estudo obteve informaccedilotildees durante trecircs anos a

partir de pesquisas e anaacutelises com enfoque na parte social Segundo Barbosa

(2008 p2) as informaccedilotildees colhidas do relatoacuterio com base nas questotildees

sociais referiam-se ldquoao uso da terra sua ocupaccedilatildeo suprimento de aacutegua abrigo

e serviccedilos sociais educativos e sanitaacuterios aleacutem de administraccedilatildeo do

crescimento urbanordquo

Tal relatoacuterio foi responsaacutevel pela criaccedilatildeo do termo ldquoDesenvolvimento

Sustentaacutevelrdquo que ldquoconsistiu o maior esforccedilo entatildeo conhecido para conciliar a

preservaccedilatildeo do meio ambiente com o desenvolvimento econocircmicordquo

(Nascimento 2012 p 54) Uma definiccedilatildeo baacutesica do que eacute DS eacute exposta por

Nascimento (2012 p 58 apud Lenzi 2006) ldquoDesenvolvimento sustentaacutevel eacute o

desenvolvimento que satisfaz as necessidades do presente sem comprometer

a capacidade das geraccedilotildees futuras em satisfazer suas proacuteprias necessidadesrdquo

Estender e Pitta (O Conceito do Desenvolvimento Sustentaacutevel apud Camargo

2003 p 43) tambeacutem fazem citaccedilatildeo agrave outra definiccedilatildeo apontada no relatoacuterio

ldquoEm essecircncia o desenvolvimento sustentaacutevel eacute um

processo de transformaccedilatildeo no qual a exploraccedilatildeo dos

recursos a direccedilatildeo dos investimentos a orientaccedilatildeo

do desenvolvimento tecnoloacutegico e a mudanccedila

institucional se harmonizam e reforccedilam o potencial

presente e futuro a fim de atender agraves necessidades

e aspiraccedilotildees humanasrdquo

Nascimento (2012 p 54) aponta que ldquoA forccedila e a fraqueza dessa

definiccedilatildeo encontram-se justamente nessa foacutermula vaga pois deixam-se em

aberto quais seriam as necessidades humanas atuais e mais ainda as das

geraccedilotildees futurasrdquo

Segundo Barbosa (2008) o relatoacuterio faz consideraccedilotildees agraves questotildees

urbanas no qual as cidades em seu desenvolvimento devem contemplar as

necessidades baacutesicas de toda a populaccedilatildeo e conceder oportunidades de

melhora na qualidade de vida de todos buscando alcanccedilar uma equidade na

sociedade por meio de processos democraacuteticos para que haja um

desenvolvimento urbano adequado Ainda com referecircncia ao relatoacuterio haacute ldquoa

necessidade de descentralizaccedilatildeo das aplicaccedilotildees de recursos financeiros e

humanos e a necessidade do poder poliacutetico favorecer as cidades em sua

escala localrdquo (Barbosa 2008 p 2) Quanto agrave questatildeo do uso de recursos

naturais foi avaliada no relatoacuterio a capacidade de resiliecircncia da biosfera os

efeitos e as possiacuteveis consequecircncias causadas pela accedilatildeo antroacutepica apontando

ainda que a pobreza pode ser considerada como um problema ambiental e que

a tentativa de erradicar a mesma pode ser a base para a busca da

sustentabilidade Com essa contribuiccedilatildeo na mudanccedila do modo de perceber as

necessidades urbanas o relatoacuterio apresentou trecircs princiacutepios baacutesicos ou

aspectos que deveriam ser cumpridos ndash proteccedilatildeo ambiental equidade social e

o desenvolvimento econocircmico ndash e que seratildeo expostos mais adiante

Apesar de todos esses pontos levantados o relatoacuterio Brundtland

recebeu vaacuterias criacuteticas pelo fato de acusar a pobreza e o descontrole do

crescimento populacional nos paiacuteses subdesenvolvidos como a fonte principal

dos problemas ambientais e da insustentabilidade do planeta e de colocar em

segundo plano a poluiccedilatildeo causada ateacute a data de publicaccedilatildeo do relatoacuterio pelos

paiacuteses desenvolvidos

Em 1986 foi realizada a conferecircncia de Ottawa ndash Carta de Ottawa 1986

ndash na qual foram estabelecidas cinco condiccedilotildees para que se tentasse alcanccedilar o

desenvolvimento sustentaacutevel entre elas a manutenccedilatildeo da integraccedilatildeo

ecoloacutegica a satisfaccedilatildeo das necessidades baacutesicas humanas a provisatildeo da

autodeterminaccedilatildeo social e da diversidade cultural a integraccedilatildeo da conservaccedilatildeo

e do desenvolvimento e o alcance de equidade e justiccedila social Para a

CMMAD as condiccedilotildees que procedem do conceito de desenvolvimento

sustentaacutevel estatildeo associadas ao processo de urbanizaccedilatildeo e do crescimento da

cidade e tem como finalidade o uso adequado dos recursos naturais Em face

disto satildeo expostos alguns objetivos mudanccedila de qualidade do crescimento

crescimento renovaacutevel satisfaccedilatildeo das necessidades essenciais por emprego

aacutegua energia alimento e saneamento baacutesico garantia de um niacutevel sustentaacutevel

da populaccedilatildeo conservaccedilatildeo da base de recursos reorientaccedilatildeo da tecnologia e

do gerenciamento de risco e reorientaccedilatildeo das relaccedilotildees econocircmicas

internacionais (CMMAD 1988 1991)

Postumamente foi realizada a Assembleia das Naccedilotildees Unidas a qual

aprovou a Conferecircncia das Naccedilotildees Unidas para o Meio Ambiente e o

Desenvolvimento (CNUMAD) ocorrida em 1992 e ficou conhecida como Rio-

92 A Rio-92 teve maior visibilidade graccedilas agrave criaccedilatildeo da Convenccedilatildeo da

Biodiversidade e das Mudanccedilas Climaacuteticas ndash que posteriormente resultou na

criaccedilatildeo do Protocolo de Kyoto ndash da Agenda 21 e da Declaraccedilatildeo do Rio Essa

uacuteltima segue os mesmos padrotildees expostos na Conferecircncia de Estocolmo

citada anteriormente interligando o desenvolvimento econocircmico com o meio

ambiente atraveacutes de uma gestatildeo consciente dos recursos naturais sem

comprometer o modelo econocircmico vigente

Em decorrecircncia desses acontecimentos tornou-se de faacutecil entendimento

que o desenvolvimento sustentaacutevel eacute composto por trecircs aspectos ambiental

econocircmico e social Outros autores como Ignacy Sachs consideram ainda

outras variaacuteveis relevantes para o entendimento do DS como sustentabilidade

ecoloacutegica e poliacutetica

Figura 1 Tripeacute da Sustentabilidade

Fonte Nicholas Gimenes (2012)

Com base nesses trecircs aspectos apontados chegamos ao conhecido

Triple Bottom Line ndash ldquoTripeacute da Sustentabilidaderdquo No tripeacute da sustentabilidade

satildeo expostos o aspecto ambiental que tem como base a produccedilatildeo e o

consumo de tal forma que possa garantir que os ecossistemas natildeo sofram

problemas quanto a sua capacidade de resiliecircncia o aspecto econocircmico que

assume a denominada ecoeficiecircncia a qual incentiva a inovaccedilatildeo tecnoloacutegica

para tentar mitigar alguns dos problemas ambientais e ampliar a

desmaterializaccedilatildeo da economia e o uacuteltimo aspecto o social o qual supotildee que

a populaccedilatildeo de uma determinada sociedade tenha o miacutenimo necessaacuterio para

uma condiccedilatildeo de vida aceitaacutevel buscando erradicar a desigualdade social

Segundo Nascimento existem diversas definiccedilotildees desses trecircs aspectos mas

essas apontadas satildeo as mais recorrentes e de simples entendimento Natildeo

podemos esquecer que assim como eacute apontado por Ignacy Sachs e outros

autores outros aspectos para a definiccedilatildeo do DS devem ser levados em

consideraccedilatildeo em especial a cultura Apesar de natildeo ser citada como base do

ldquotripeacuterdquo a cultura eacute importante em qualquer sociedade quando relacionada ao

meio ambiente pois eacute ela quem dita o comportamento da populaccedilatildeo O Brasil

sofre com questotildees ambientais muitas das vezes por falta de instruccedilatildeo da

populaccedilatildeo que natildeo tem conhecimento do quatildeo impactante pode ser sua accedilatildeo

Deste modo quando se trata de questotildees ambientais eacute necessaacuterio que se

tenha uma mudanccedila natildeo repentina e sim gradativa nos padrotildees de consumo

no estilo de vida e na educaccedilatildeo ambiental

Retomando os conceitos de DS e sustentabilidade temos uma definiccedilatildeo

de Clovis Cavalcanti em que sustentabilidade ldquosignifica a possibilidade de se

obterem continuamente condiccedilotildees iguais ou superiores de vida para um grupo

de pessoas e seus sucessores em dado ecossistemardquo (Cavalcanti 2003)

Analisando essa definiccedilatildeo proposta por Cavalcanti vemos que se assemelha

do que foi exposto por Gro Harlen Brundtland em seu relatoacuterio Como jaacute foi

mencionado para Sachs o ldquoTriple Bottom Linerdquo ndash Tripeacute da Sustentabilidade ndash

possui cinco vertentes da sustentabilidade que satildeo a ldquosustentabilidade

ecoloacutegica refere-se a fiacutesica do processo de crescimento e tem como objetivo a

manutenccedilatildeo de estoques dos recursos naturais incorporados as atividades

produtivas a sustentabilidade ambiental que refere-se agrave manutenccedilatildeo da

capacidade de sustentaccedilatildeo dos ecossistemas o que implica a capacidade de

absorccedilatildeo e recomposiccedilatildeo dos ecossistemas em face as agressotildees antroacutepicas

sustentabilidade social que refere-se ao desenvolvimento e tem por algum

objetivo a melhoria da qualidade da vida da populaccedilatildeo Para caso de paiacuteses

com problemas de desigualdade e de inclusatildeo social implica a adoccedilatildeo de

poliacuteticas distributivas e a universalizaccedilatildeo de atendimento a questotildees como

sauacutede educaccedilatildeo habilitaccedilatildeo e seguridade social sustentabilidade poliacutetica

refere-se ao processo de construccedilatildeo da cidadania para garantir a incorporaccedilatildeo

plena dos indiviacuteduos ao processo de desenvolvimento e a sustentabilidade

econocircmica que refere-se a uma gestatildeo eficiente dos recursos em geral e

caracteriza-se pela regularidade de fluxos do investimento puacuteblico e privado

Implica a avaliaccedilatildeo da eficiecircncia por processos macro sociaisrdquo (Sachs 1993

Agenda 21 brasileira)

Barbosa (2008 p 4) faz uma citaccedilatildeo em seu trabalho sobre o livro de

Leila Ferreira ndash ldquoA questatildeo ambiental sustentabilidade e poliacuteticas puacuteblicas no

Brasilrdquo ndash referente ao padratildeo de vida da sociedade em que

ldquoO padratildeo de produccedilatildeo e consumo que

caracteriza o atual estilo de

desenvolvimento tende a consolidar-se

no espaccedilo das cidades e estas se

tornam cada vez mais o foco principal

na definiccedilatildeo de estrateacutegias e poliacuteticas

de desenvolvimentordquo

Sendo assim eacute de fundamental importacircncia que formas alternativas

sustentaacuteveis sejam alcanccediladas para que possam influenciar de forma positiva

na qualidade de vida das cidades e no processo de planejamento urbano Para

Acselrad (1999 p 85) a sustentabilidade urbana eacute definida como ldquoa

capacidade das poliacuteticas urbanas se adaptarem agrave oferta de serviccedilos agrave

qualidade e agrave quantidade das demandas sociais buscando o equiliacutebrio entre as

demandas de serviccedilos urbanos e investimentos em estruturardquo Como o

desenvolvimento sustentaacutevel possui muitos conceitos e definiccedilotildees haacute uma em

especial que se destaca pelo fato de estar relacionada agraves cidades juntamente

com o termo ldquosustentabilidaderdquo exposta por Barbosa (2008 p 4 apud

Satterthwaite 2004) em que

ldquoa resposta agraves necessidades humanas

nas cidades como o miacutenimo ou

nenhuma transferecircncia dos custos da

produccedilatildeo consumo ou lixo para outras

pessoas ou ecossistemas hoje e no

futurordquo

Assim a participaccedilatildeo da sociedade e a diversidade dos interesses que

a mesma possui gera um conflito entre as poliacuteticas puacuteblicas e o

desenvolvimento sustentaacutevel mas nada que natildeo possa ser contornado a partir

da conscientizaccedilatildeo individual dos cidadatildeos Como eacute exposto por Barbosa ldquoeacute

imprescindiacutevel para a sustentabilidade urbana o uso racional dos recursos

naturais a boa forma do ambiente urbano baseado na interaccedilatildeo clima e os

recursos naturais aleacutem das respostas agraves necessidades urbanas com o miacutenimo

de transferecircncia de dejetos e rejeitos para outros ecossistemas atuais e

futurosrdquo (Barbosa 2008 p 9) Em detrimento disso ldquoo desenvolvimento

sustentaacutevel natildeo deve ser apresentado como um slogan poliacuteticordquo (Barbosa

2008 p 10) deve ser apresentado como uma possiacutevel soluccedilatildeo para a

mitigaccedilatildeo dos problemas ambientais encontrados atualmente na sociedade

Portanto a sustentabilidade visa emoldurar novos meios alternativos de

produccedilatildeo distribuiccedilatildeo e consumo dos recursos naturais existentes de forma

mais racional ecologicamente viaacutevel e economicamente eficaz

Ao retratar esses problemas de padrotildees vividos pela sociedade

relacionados ao meio ambiente mais especificamente a utilizaccedilatildeo de recursos

naturais Nascimento (2012 p 58) aponta que ldquohaacute uma quase unanimidade

hoje entre os cientistas de que os recursos naturais natildeo seratildeo suficientes para

fornecer um modo de vida similar ao da classe meacutedia mundial a todos os novos

ingressantes no mercado No entanto eles tecircm tanto direito quanto os que jaacute

participam do mercado consumidorrdquo Mas como podemos contornar tais

problemas e a crise ambiental Atraveacutes da criatividade humana muitas formas

alternativas foram criadas e podem ser inventadas quando se tratam dos

recursos finitos utilizados pelo homem Temos como exemplo a aacutegua sobre a

qual poucos satildeo os estudos apresentados relacionando o aproveitamento de

aacuteguas pluviais e cidades sustentaacuteveis Na maioria das vezes os estudos satildeo

feitos com base em outras necessidades como a dessalinizaccedilatildeo das aacuteguas do

mar para consumo humano Natildeo podemos esquecer que atualmente existem

diversos sistemas de captaccedilatildeo de aacuteguas pluviais para diferentes finalidades

sejam elas para aproveitamento de consumo humano ou natildeo

3 ndash A viabilidade de implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo

pluvial em Brasiacutelia ndash DF

31 ndash Apresentaccedilatildeo de dados

Primeiramente seratildeo apresentados dados sobre a populaccedilatildeo e o

consumo de aacutegua presente nas residecircncias de Brasiacutelia e que seratildeo utilizados

como base para a implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo na Asa Norte

Segundo Ferreira C diretor Superintendente de Atendimento Comercial

(CAC) da Companhia de Saneamento Ambiental do Distrito Federal (CAESB)

ldquoEm Brasiacutelia o consumo meacutedio por habitante eacute de 190 litros de aacutegua por dia o

que resulta em um consumo mensal de 6msup3 por habitanterdquo De acordo com a

ONU cada pessoa necessita de 110 litros por dia para atender as

necessidades de consumo e higiene A Companhia de Saneamento Baacutesico do

Estado de Satildeo Paulo (SABESP 2010) afirma que ldquono Brasil o consumo por

pessoa pode chegar a mais de 200 litrosdiardquo A estimativa da SABESP (2010)

eacute de que 54 litros (27) vatildeo para cozinhar e beber 50 litros (25) para tomar

banho e escovar os dentes 66 litros (33) para descarga de banheiro 24 litros

(12) para lavagem de roupa e 6 litros (3) para outras tarefas como lavagem

de carro por exemplo Segundo dados da CAESB Brasiacutelia (Plano Piloto)

consome cerca de 2757890msup3 por mecircs e que o consumo por habitante eacute de

1381msup3mecircs

Devido ao alto consumo de aacutegua em Brasiacutelia os recorrentes transtornos

hiacutedricos urbanos e a ausecircncia de sistemas captaccedilatildeo pluvial este capiacutetulo traz

um estudo da viabilidade teacutecnica e econocircmica da implantaccedilatildeo de um sistema

em um preacutedio residencial do bairro Asa Norte mais especificamente na

Superquadra 111 Norte Natildeo haacute nenhum estudo realizado que comprove a

frequecircncia dos alagamentos nessa regiatildeo portanto tal quadra foi selecionada

em decorrecircncia de mateacuterias e reportagens que mostram a dificuldade que a

populaccedilatildeo sofre quando haacute uma chuva anormal

Primeiramente eacute necessaacuterio que se tenha uma noccedilatildeo do periacuteodo

chuvoso em Brasiacutelia Segundo o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais

(INPE) Brasiacutelia apresenta um regime de precipitaccedilatildeo bem definido sendo que

a estaccedilatildeo chuvosa tem iniacutecio em Outubro e estende-se ateacute Marccedilo e a estaccedilatildeo

seca ocorre no restante do ano (Abril a Setembro) Ainda segundo o INPE ldquoa

estaccedilatildeo chuvosa eacute causada pelo forte aquecimento da atmosfera na Amazocircnia

que favorece o desenvolvimento de um sistema quase estacionaacuterio em altos

niacuteveis a Alta Boliacutevia Como resultado dessa circulaccedilatildeo observa-se nos baixos

niacuteveis uma regiatildeo de baixa pressatildeo e a convergecircncia de ar satildeo os principais

fatores que provocam a precipitaccedilatildeo neste periacuteodo responsaacutevel por 70 do

total meacutedio anualrdquo A partir desses elementos apresentados pelo INPE e com

base nos dados os quais foram obtidos da estaccedilatildeo meteoroloacutegica de Brasiacutelia

localizada na Latitude (ordm) -158 Longitude (ordm)-479 temos a precipitaccedilatildeo de

Brasiacutelia dada mecircs a mecircs Os dados partem de Janeiro de 2006 e vatildeo ateacute

Outubro de 2015 Eacute importante frisar que os dados foram formulados a partir

da precipitaccedilatildeo acumulada para tornar mais faacutecil de calcular a meacutedia

Tabela 01 Dados de Precipitaccedilatildeo

AnoMecircs JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ Meacutedia Mensal

2006 1232 1914 258 1417 351 09 01 528 403 5264 1956 1821 14563

2007 2609 2659 357 501 75 0 0 0 0 535 2249 275 9779

2008 201 2425 2346 2109 0 0 0 27 80 387 271 3226 1337

2009 2028 1347 81 3759 612 93 0 725 505 2958 1991 3078 1492

2010 1211 368 2494 2388 275 0 0 0 0 349 2547 318 1068

2011 1268 1724 2433 696 139 38 0 0 7 2639 3338 4704 1421

2012 2699 1149 1982 1213 444 24 02 0 333 1098 4446 1428 1235

2013 4918 1893 1903 954 222 62 03 0 659 1069 2711 3525 1493

2014 1531 1392 3402 2493 28 10 79 0 162 2014 192 3667 1399

2015 939 1297 3456 2076 499 0 08 0 218 694 SD SD 9187

Meacutedia para cada mecircs

20445 16168 21763 17606 2645 326 093 128 315 17007 2652 30421 12797

Tabela contendo os dados de chuva acumulada mecircs a mecircs em miliacutemetros (mm)

Fonte INPE 2015

Obs 1- SD - satildeo dados que natildeo foram coletados devido pois o trabalho foi realizado antes desses meses

Obs2- Meacutedia calculada com os dados obtidos no caso os meses de novembro e dezembro de 2015 natildeo entram no

caacutelculo pois ainda natildeo existiam os dados

Temos tambeacutem a partir do estudo realizado por Brino (Brasiacutelia

Superquadras Residenciais) os dimensionamentos dos preacutedios e a quantidade

de apartamentos por pavimentos conforme as tabelas a seguir

Tabela 02 Dimensionamento dos Blocos

A SUPERQUADRA AE AT

Aacuterea de Projeccedilatildeo por Bloco

Aacuterea Total = 11760msup2 Nuacutemero total de Blocos = 11

1069msup2 185 136

Aacuterea Construiacuteda por bloco (sem pilotis e

subsolo)

Pavimentos = 6 Aacuterea do Pavimento = 1069msup2

6414msup2 1113 818

Aacuterea Construiacuteda por superquadras (sem pilotis e subsolo)

Preacutedio = 11 Aacuterea por Preacutedio = 64141msup2

70554msup2 8999 1225

AE - Aacuterea Aedificandi e AT - Aacuterea Total

Tabela 03 Dimensionamento da Populaccedilatildeo

A POPULACcedilAtildeO (5 Pessoas

apart)

6 apartamentos por pavimento

36 apartamentos por bloco

396 apartamentos

por superquadra

1980 pessoas por

superquadra

8 apartamentos por pavimento

48 apartamentos por bloco

528 apartamentos

por superquadra

2640 pessoas por

superquadra

10 apartamentos por pavimento

60 apartamentos por bloco

660 apartamentos

por superquadra

3300 pessoas por

superquadra

12 apartamentos por pavimento

72 apartamentos por bloco

792 apartamentos

por superquadra

3960 pessoas por

superquadra

Caacutelculo para as faixas 100 200 e 300 (seis pavimentos) Fonte SUDUR

O estudo apresentado por Brino (Brasiacutelia Superquadras Residenciais)

considera uma famiacutelia composta por cinco pessoas para cada apartamento

nesse caso iremos desconsiderar essa informaccedilatildeo e basearmos nos dados

apresentados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica (IBGE) Nos

dados do IBGE (Censo Demograacutefico 2010) constam que a meacutedia de

moradores em domiciacutelios particulares ocupados eacute de 33 moradores

Partindo dos elementos de precipitaccedilatildeo aacuterea de projeccedilatildeo por bloco

meacutedia de moradores por apartamento total de apartamentos de um preacutedio e

consumo meacutedio de aacuteguadia por habitante podemos dar inicio as formas de

captaccedilatildeo e armazenamento de aacuteguas pluviais

32 ndash Aacuteguas pluviais e aacuteguas cinzas

Mas porque focar em aproveitamento de aacuteguas pluviais Segundo

Rapoport (2004 p 1) ldquoo aumento populacional acompanhado pelas mudanccedilas

climaacuteticas globais vem contribuindo para o aumento na demanda por recursos

hiacutedricosrdquo Ainda expotildee que ldquoembora a aacutegua seja um recurso renovaacutevel ela

tende a se deteriorar em funccedilatildeo do seu uso indiscriminado o que compromete

consequentemente a quantidade de aacutegua com qualidade disponiacutevel para o

consumo nas diversas localidadesrdquo (Rapoport 2004 p 1)

Um fato importante abordado por Rapoport (2004 p1) eacute que ldquoa

quantidade de aacutegua disponiacutevel eacute sempre a mesma jaacute que estaacute sempre sendo

renovada atraveacutes do ciclo hidroloacutegico Entretanto a aacutegua de qualidade para

consumo estaacute se tornando rarardquo A tiacutetulo de esclarecimento ldquosabe-se que o

ciclo hidroloacutegico se constitui basicamente do transporte de massas drsquoaacutegua do

oceano para atmosfera por evaporaccedilatildeo e da atmosfera atraveacutes de

precipitaccedilotildees escoamentos superficiais e subterracircneos para os oceanos

influenciando diretamente a distribuiccedilatildeo e extensatildeo dos corpos drsquoaacutegua

continentaisrdquo (Rapoport 2004 p 1) Sendo assim a interferecircncia humana tem

causado alteraccedilotildees no ciclo hidroloacutegico em diversas regiotildees Esse assunto

seraacute melhor abordado mais adiante pois o uso do sistema de captaccedilatildeo pode

influenciar no ciclo hidroloacutegico negativamente mas utilizado da forma

adequada pode continuar mantendo o ciclo equilibrado

Aleacutem do uso indevido da aacutegua e de sua escassez Lima e Machado

(2008 p 13) apontam que ldquooutro fator importante eacute o aumento de inundaccedilotildees e

enchentes devido ao escoamento superficial da aacutegua de chuva e da

impermeabilizaccedilatildeo do solordquo Portanto a captaccedilatildeo de aacuteguas pluviais pode

contribuir para a reduccedilatildeo dos transtornos hiacutedricos urbanos e ao mesmo tempo

reduzir a demanda por aacutegua potaacutevel da companhia de distribuiccedilatildeo local

Segundo Amorim e Pereira (2008 p 54) ldquouma das soluccedilotildees em estudo

para aumentar a oferta de aacutegua para as edificaccedilotildees eacute o aproveitamento da

aacutegua pluvial Esta apresenta uma boa alternativa visto que aleacutem de reduzir o

consumo de aacutegua potaacutevel ainda surge como uma accedilatildeo no combate agraves

enchentes funcionando como uma medida natildeo-estrutural do sistema de

drenagem urbanardquo Mas o que eacute necessaacuterio para formar um sistema de

captaccedilatildeo adequado e funcional Amorim e Pereira (2008 p 54) apresentam

que ldquoos sistemas de aproveitamento de aacutegua pluvial satildeo formados basicamente

pela aacuterea de captaccedilatildeo (geralmente coberturas) os componentes de transporte

(calhas e condutores verticais) e o reservatoacuteriordquo Cabe ressaltar que para esse

estudo a captaccedilatildeo das aacuteguas pluviais seraacute destinada apenas para a utilizaccedilatildeo

em ldquoaacuteguas cinzasrdquo Neste sentido o reuso das aacuteguas cinzas que satildeo as aacuteguas

provenientes de todas as atividades domeacutesticas com exceccedilatildeo de fontes de

aacuteguas negras tais como sanitaacuterios bidecircs e urinol vem sendo estudadas com

vista ao reuso tanto em irrigaccedilatildeo como em sanitaacuterios (Rapoport 2004 p 8)

Retomando os dados apresentados pela SABESP (2010) temos a

tabela 04 a qual apresenta os dados de consumo domeacutestico e em sequecircncia o

graacutefico 01 que demonstram que se analisarmos as quantidades de aacutegua

utilizada no consumo domeacutestico teremos uma base para o tamanho do

reservatoacuterio E posteriormente a tabela 05 mostra em que situaccedilotildees se podem

reutilizar as aacuteguas pluviais

Tabela 04 Consumo domeacutestico de aacutegua

Litros

Cozinhar e Beber 54

Tomar Banho e Escovar os Dentes 50

Descarga de Banheiro 66

Lavagem de Roupa 24

Outras Tarefas 6

Total = 200

Fonte SABESP (2010)

27

25

33

12

3

Cozinhar e Beber

Tomar Banho e Escovar osDentes

Descarga de Banheiro

Lavagem de Roupa

Outras Tarefas

Descarga de Banheiro

6875

Lavagem de Roupa

25

Outras Tarefas 625

Graacutefico 01 Consumo Domeacutestico de Aacutegua

Tabela 05 Percentual para reutilizaccedilatildeo de aacuteguas pluviais

Graacutefico 02 Percentual para Reutilizaccedilatildeo de Aacuteguas Pluviais

Porcentagem ()

Descarga de Banheiro 66 6875

Lavagem de Roupa 24 25

Outras Tarefas 6 625

Total = 96 100

Fonte SABESP(2010)

33 ndash Meacutetodos de Dimensionamento do Reservatoacuterio

Amorim e Pereira (2008 p 54 Soares et al 2000 apud May 2004)

apresentam que existem quatro grupos principais para o dimensionamento do

reservatoacuterio

(a) Meacutetodos determiniacutesticos os dados referentes agrave precipitaccedilatildeo

pluviomeacutetrica e agrave demanda satildeo analisados pela curva de massa

(b) Meacutetodos aproximados baseados em relaccedilotildees empiacutericas

conhecidas

(c) Meacutetodos de modelaccedilatildeo satildeo tambeacutem conhecidos como meacutetodos

de transiccedilatildeo probabiliacutestica da matriz e

(d) Meacutetodos de anaacutelise de sistemas sendo linear natildeo linear ou

programaccedilatildeo dinacircmica

Dentro desses grupos de dimensionamento temos os diversos meacutetodos

meacutetodo de Rippl que consiste na determinaccedilatildeo do volume com base na aacuterea

de captaccedilatildeo que eacute subdivido em meacutetodo analiacutetico e meacutetodo graacutefico meacutetodo de

consideraccedilatildeo dos periacuteodos de dias consecutivos sem chuva que necessita da

observaccedilatildeo dos registros pluviomeacutetricos para identificar os maiores periacuteodos de

dias consecutivos sem chuvas e sua taxa de repeticcedilatildeo meacutetodo de anaacutelise de

simulaccedilatildeo de um reservatoacuterio com capacidade suposta que consiste

basicamente na fixaccedilatildeo de um volume para o reservatoacuterio e na verificaccedilatildeo do

percentual de consumo que seraacute atendido meacutetodo praacutetico brasileiro meacutetodo

praacutetico alematildeo meacutetodo praacutetico inglecircs e o meacutetodo praacutetico australiano (Amorim

e Pereira 2008 p 55-58)

34 ndash Anaacutelise de caso para um preacutedio da Superquadra 111 Norte

A partir dos dados jaacute apresentados temos que o objeto de estudo eacute um

preacutedio residencial localizado na Superquadra 111 Norte que possui uma aacuterea

de projeccedilatildeo de 1069msup2 com seis (6) pavimentos constituindo uma aacuterea

construiacuteda de 6414msup2 apresentando seis (6) apartamentos por pavimento e

consequentemente trinta e seis (36) apartamentos no total (Brino Brasiacutelia

Superquadras Residenciais) O preacutedio conteacutem 33 habitantes por apartamento

(IBGE 2010) que consomem em meacutedia cerca de 190 litros de aacuteguadia

resultando em um consumo mensal de aproximadamente 6msup3 por pessoa

(CAESB) mas como a aacutegua captada da chuva seraacute utilizada apenas para

suprir a demanda de aacutegua cinza temos 66 litros para descarga de vasos

sanitaacuterios

Temos entatildeo que a demanda por aacutegua por habitante nesse edifiacutecio eacute

dada por

119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119898119900119903119886119889119900119903 = 66119871 = 66119871119863119894119886

119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119886119901119886119903119905119886119898119890119899119905119900 = 33119901 times 66119871 ~ 217 119871119863119894119886

119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119901119903eacute119889119894119900 = (33119901 times 66119871) times 36 ~ 7840119871119863119894119886

119863119890119898119886119899119889119886 119898119890119899119904119886119897 119901119900119903 119901119903eacute119889119894119900 =7840119871

119889119894119886times 30119863119894119886119904 = 235224119871

Legenda L = Litros p = Pessoas

Para facilitar nos caacutelculos ao aplica-los para o reservatoacuterio e para o

sistema de captaccedilatildeo eacute necessaacuterio realizar a conversatildeo de litros para msup3

(metros cuacutebicos) Sendo assim 66L = 0066msup3 217L = 0217msup3 7840L =

7840msup3 e 235224L = 235224msup3

Seraacute utilizado o ano de 2014 para os dados de precipitaccedilatildeo da estaccedilatildeo

meteoroloacutegica de Brasiacutelia localizada na Latitude (ordm) -158 Longitude (ordm)-479

fornecidos pela professora Rafaela Lisboa durante o periacuteodo chuvoso O ano

de 2014 apresenta registros jornaliacutesticos de alagamento nos meses de

Fevereiro com precipitaccedilatildeo de 1392 msup3 Marccedilo com precipitaccedilatildeo de 3402msup3

e Dezembro com precipitaccedilatildeo de 3667msup3 Importante ressaltar que o setor

Noroeste de Brasiacutelia foi construiacutedo em 2011 (site G1) o que aumentou a aacuterea

de solo impermeabilizado e a reduccedilatildeo no escoamento superficial da aacutegua

ocasionando em um aumento nas enchentes e alagamentos na Asa Norte

Segundo Amorim e Pereira (2008 p57) um dos meacutetodos a ser utilizado

para poder saber o volume de aacutegua aproveitaacutevel e consequentemente o

volume de aacutegua do reservatoacuterio Trata-se de um meacutetodo empiacuterico apresentado

na NBR 155272007 O volume de aacutegua do reservatoacuterio V expresso em L eacute

exposto a seguir

119872eacute119905119900119889119900 119875119903aacute119905119894119888119900 119861119903119886119904119894119897119890119894119903119900

119881 = 0042 times 119875 times 119860 times 119879

Em que ldquoVrdquo representa o volume de aacutegua aproveitaacutevel e o volume de

aacutegua do reservatoacuterio (L) ldquoPrdquo a precipitaccedilatildeo meacutedia mensal (mm) ldquoArdquo a aacuterea de

coleta em projeccedilatildeo ldquoTrdquo nuacutemero de meses de pouca chuva ou seca e ldquo0042rdquo eacute

um coeficiente estipulado

Portanto segundo Fontanela (2010 p 25) para estipular o volume do

reservatoacuterio temos que calcular 42 do produto entre o volume de chuva

coletada pelo telhado e o nuacutemero de meses com pouca chuva ou seca

Atribuindo valores do ano de 2014 temos que

119881 = 0042 times 1399119898119898 times 1069 times 5

119881~ 31406119871 119900119906 31406119898sup3

Ressaltando que esse valor obtido eacute uma estimativa do tamanho do

reservatoacuterio e que pode haver um reservatoacuterio de maior capacidade

De forma comparativa eacute de bom senso que se faccedila outro caacutelculo com um

meacutetodo alternativo

Amorim e Pereira (2008 p56) expotildeem que existe um meacutetodo de anaacutelise

de simulaccedilatildeo do reservatoacuterio com capacidade suposta o qual consiste

basicamente na fixaccedilatildeo de um volume para o reservatoacuterio e na verificaccedilatildeo de

consumo que seraacute atendido Sendo assim ldquoo primeiro passo para a aplicaccedilatildeo

desse meacutetodo eacute adotar alguns valores possiacuteveis para o volume com base na

estimativa do consumo mensal de aacutegua natildeo potaacutevelrdquo (Amorim e Pereira 2008

p57) Portanto partindo do ponto que o preacutedio consome cerca de 235000L

devemos calcular uma base que possa ser favoraacutevel economicamente

119872eacute119905119900119889119900 119889119890 119878119894119898119906119897119886ccedilatilde119900 119889119900 119877119890119904119890119903119907119886119905oacute119903119894119900

235224119871 rarr 100

119881 rarr 30

119881 ~ 70000119871 119900119906 70119898sup3

Tambeacutem haacute outra alternativa apresentada por L Pereira (Viabilidade

EconocircmicoAmbiental p 18)

119881119886119888 = 119860119879 times 119875119875119872119860 lowast

119881119886119888 = 1069119898sup2 times 1399119898sup3 = 1495531119898sup3119886119899119900

Equaccedilatildeo a qual ldquoVacrdquo corresponde ao volume de aacutegua captado ldquoATrdquo

aacuterea do telhado e ldquoPPMArdquo eacute a precipitaccedilatildeo pluviomeacutetrica meacutedia mensal

Poreacutem o resultado obtido eacute para os 12 meses do ano e como foi visto no

ano de 2014 temos 7 meses com chuva portanto

119881119886119888 =119879119900119905119886119897

1198983

1198861198991199007 119898119890119904119890119904

lowast

119881119886119888 =1495531119898sup3119886119899119900

7= 21364119898sup3 119900119906 213640119871

dados somente seriam vaacutelidos se a precipitaccedilatildeo fosse uniforme durante os 7 meses de chuva

341 ndash Anaacutelise de caso para a Superquadra 111 Norte

Retomando a tabela 02 temos que a quadra apresenta 11 preacutedios

aproximadamente que variam o nuacutemero de apartamentos por pavimentos e

consequentemente o nuacutemero de moradores mas os edifiacutecios continuam tendo

uma aacuterea de 1069msup2 gerando um uma aacuterea total de 70554msup2 mas teremos

como base os caacutelculos feitos para o preacutedio selecionado no item 34

Realizando um caacutelculo baacutesico tem-se como estimativa de

armazenamento para esta quadra o seguinte

119872eacute119905119900119889119900 119875119903aacute119905119894119888119900 119861119903119886119904119894119897119890119894119903119900

119881~ 31406119871 119900119906 314061198983

11 119875119903eacute119889119894119900119904 times 31406119871 = 345466119871 119900119906 345466119898sup3

119872eacute119905119900119889119900 119889119890 119878119894119898119906119897119886ccedilatilde119900 119889119900 119877119890119904119890119903119907119886119905oacute119903119894119900

119881 ~ 70000119871 119900119906 701198983

11 119875119903eacute119889119894119900119904 times 70000119871 = 770000

119881119900119897119906119898119890 119889119890 aacute119892119906119886 119888119886119901119905119886119889119900 lowast

119881119886119888 = 213641198983119900119906 213640119871

11 119875119903eacute119889119894119900119904 times 213640119871 = 2350040119871 119900119906 235004119898sup3

dados somente seriam vaacutelidos se a precipitaccedilatildeo fosse uniforme durante os 7 meses de chuva

119863119890119898119886119899119889119886 119905119900119905119886119897 119889119886 119902119906119886119889119903119886 119888119900119898 119889119890119904119888119886119903119892119886 119889119890 119887119886119899ℎ119890119894119903119900

11 119875119903eacute119889119894119900119904 times 235224119871 = 2587464119871 119900119906 2587464119898sup3

Segundo Brino (Brasiacutelia Superquadras Residenciais) temos que as

dimensotildees maacuteximas de uma superquadra satildeo de 280x280m resultando numa

aacuterea de 78400msup2 que eacute denominado de Aacuterea Total (AT) A partir disso foi

definido que deveria existir uma faixa externa de 20m denominada de non

aedificandi que foi destinada ao plantio de uma ldquomassa vegetalrdquo de grande

porte e no interior da quadra encontra-se a aacuterea aedificandi a qual possui

240x240m e uma aacuterea de 57600msup2 Realizando uma subtraccedilatildeo da Aacuterea total

pela Aacuterea aedificandi obtecircm-se que a aacuterea non aedificandi eacute de 20800msup2 que

corresponde a 265 da aacuterea total

Com base nessas informaccedilotildees eacute necessaacuterio atentar-se ao detalhe de

que uma parte da precipitaccedilatildeo cai no solo e outra parte nos telhados dos

preacutedios Sendo assim parte da chuva pode ser aproveitada pelo sistema de

captaccedilatildeo enquanto outra parte chega ao solo sem uma interferecircncia direta no

ciclo hidroloacutegico

35 ndash Funcionamento do sistema de captaccedilatildeo

Eacute importante frisar que o sistema de aproveitamento de aacuteguas pluviais eacute

regido pela norma NBR 15527 (Associaccedilatildeo Brasileira de Normas Teacutecnicas

2007) norma a qual faz algumas consideraccedilotildees importantes para implantaccedilatildeo

e correto funcionamento do sistema de captaccedilatildeo Alguns destes satildeo

435 ndash O volume dos reservatoacuterios deve ser dimensionado com

base em criteacuterios teacutecnicos econocircmicos e ambientais levando em

conta as boas praacuteticas da engenharia podendo a criteacuterio do

projetista ser utilizados os meacutetodos contidos no Anexo A ou

outro desde que devidamente justificado

Item 436 ndash Os reservatoacuterios devem ser limpos e desinfetados

com soluccedilatildeo de hipoclorito de soacutedio no miacutenimo uma vez por ano

de acordo com agrave ABNT NBR 5626

Item 442 ndash As tubulaccedilotildees e demais componentes devem ser

claramente diferenciados das tubulaccedilotildees de aacutegua potaacutevel

Item 443 ndash O sistema de distribuiccedilatildeo de chuva deve ser

independente do sistema de aacutegua potaacutevel natildeo permitindo a

conexatildeo cruzada de acordo com agrave ABNT NBR 5626

Item 444 ndash Os pontos de consumo como por exemplo uma

torneira de jardim devem ser de uso restrito e identificados com

placa de advertecircncia com a seguinte inscriccedilatildeo ldquoaacutegua natildeo potaacutevelrdquo

e identificaccedilatildeo graacutefica

Item 445 ndash Os reservatoacuterios de aacutegua de distribuiccedilatildeo de aacutegua

potaacutevel e de aacutegua da chuva devem ser separados

Item 461 ndash Quando necessaacuterio o bombeamento este deve

atender agrave ABNT NBR 12214

Deve-se realizar manutenccedilatildeo em todo o sistema de

aproveitamento de aacutegua de chuva

Para maiores esclarecimentos ldquoo funcionamento de um sistema de

coleta e aproveitamento de aacutegua pluvial consiste de maneira geral na captaccedilatildeo

da aacutegua da chuva que cai sobre os telhados ou lajes da edificaccedilatildeo A aacutegua eacute

conduzida ateacute o local de armazenamento atraveacutes de calhas condutores

horizontais e verticais passando por equipamentos de filtragem e descarte de

impurezas Apoacutes passar pelo filtro a aacutegua eacute armazenada geralmente em

reservatoacuterio enterrado (cisterna) e bombeada a um segundo reservatoacuterio

(elevado) do qual as tubulaccedilotildees especiacuteficas de aacutegua pluvial iratildeo distribuiacute-la

para o consumo natildeo potaacutevelrdquo (Carvalho 2010 p 27 e 28) Conforme ilustra a

imagem a seguir

Figura 02 Funcionamento de um Sistema de Captaccedilatildeo

Fonte Adatildeo D Padini (2013)

De forma mais simplificada podemos ver a representaccedilatildeo no fluxograma

a seguir

Figura 03 Fluxograma do Sistema de Captaccedilatildeo

Fonte Leandro Roncato Pereira

351 ndash Dificuldades para implantaccedilatildeo do sistema

Tal sistema apresenta como dificuldade o local onde seriam instaladas

as cisternas uma vez que geraria um peso sobre o telhado Dessa forma o

sistema seria instalado no jardim cobrando um custo adicional

352 ndash Custo de implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo fechado em um

preacutedio

Na implantaccedilatildeo desse sistema os materiais utilizados teratildeo como base o

meacutetodo praacutetico brasileiro e para aumentar a eficiecircncia do sistema o volume de

31406L seraacute arredondado para 35000L

Os valores de alguns dos materiais apresentados a seguir seguem os

dos apresentados no trabalho de L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental

p 18) apenas o valor da caixa drsquoaacutegua de 10000L foi obtido atraveacutes de

pesquisas em lojas de construccedilatildeo e assim utilizando a de menor valor

Tambeacutem devemos considerar que a bomba consome energia ao bombear aacutegua

para o preacutedio (CEB) portanto os valores seguem conforme a tabela a seguir

Tabela 06 Preccedilo dos Produtos do Sistema de Captaccedilatildeo sem Fluxo

Produto Quantidade Valor unitaacuterio (R$) Valor total (R$)

Cx Daacutegua 10000L 3 496090 1488270

Cx Daacutegua 5000L 1 108000 108000

Boacuteia Eleacutetrica 1 2750 2750

Boacuteia Comum 1 1220 1220

Registro de Gaveta

1 3490 3490

Bomba Anauger 1 23000 23000

Filtro 3P VF1 1 22000 22000

Tubulaccedilotildees 7000 7000

Disjuntor 1 1310 1310

Escavaccedilatildeo Msup3 3666 128310

Matildeo de Obra 1 58574 58574

Energia 054 054

Total 13 727154 1843978

Observaccedilatildeo Pelo fato desse estudo se tratar de um modelo de implantaccedilatildeo

o custo das tubulaccedilotildees vai variar de acordo com a demanda necessitada pelo

preacutedio portanto podendo variar de acordo com o projeto implantado Para este

estudo seraacute adotado o valor de R$ 7000

Observaccedilatildeo Pelo fato desse trabalho tratar-se de um modelo de

implantaccedilatildeo o custo da energia pode variar de acordo com a demanda necessitada

pelo preacutedio portanto podendo variar de acordo com o uso da bomba Para este

estudo seraacute adotado o valor de R$ 054 que eacute o valor do KwH cobrado pela CEB

Segundo Saravy (2010 p 46) haacute tambeacutem um custo para manutenccedilatildeo do

sistema conforme a tabela a seguir

Tabela 07 Preccedilo de Manutenccedilatildeo do Sistema de Captaccedilatildeo

Com esses dados podemos ver o valor total final a ser pago pelo

sistema de captaccedilatildeo que eacute de R$ 1889978

36 ndash Taxas e valores cobrados para utilizaccedilatildeo de aacutegua

Segundo a Companhia de Saneamento Ambiental do Distrito Federal (CAESB)

quando vaacuterias residecircncias satildeo atendidas por uma uacutenica ligaccedilatildeo de aacutegua eacute aplicado o

conceito de consumo ldquoPara exemplificar podemos citar um preacutedio residencial onde

cada apartamento corresponde a uma unidade de consumordquo (CAESB) Contudo o

caacutelculo de gastos seraacute realizado primeiro em um apartamento e posteriormente

multiplicado pelo total de apartamentos do preacutedio uma vez que os preacutedios

residecircncias da Asa Norte pagam a conta de aacutegua atraveacutes do condomiacutenio O preacutedio

Componente Frequecircncia da Manutenccedilatildeo

Custo da Manutenccedilatildeo

Calhas e Condutores

Semestral R$ 13000

Reservatoacuterio Limpeza e

Desinfecccedilatildeo Anual

R$ 20000

desse estudo apresenta um hidrocircmetro que mede o consumo de aacutegua para o todo o

preacutedio

Eacute de suma importacircncia destacar tambeacutem que haacute uma taxa de esgoto que eacute

cobrada pela CAESB consequentemente ldquoo valor da tarifa de esgotos corresponde

a 100 do valor da tarifa de aacutegua exceto quando se tratar de coleta do tipo

condominial que equivale a 60 do valor da tarifa de aacuteguardquo (CAESB)

Deste modo a CAESB utiliza tarifas para diversas categorias de moradia e

comeacutercio e neste estudo seraacute aplicada a tarifa de ldquoresidencial normalrdquo em

concordacircncia com a tabela a seguir

Tabela 08 Valor da Tarifa Cobrado pela CAESB

Para melhor compreensatildeo do caacutelculo que a CAESB faz temos uma conta do

condomiacutenio do preacutedio da Superquadra 111 Norte

Figura 04 Conta Discriminada do Condomiacutenio

Fonte Condomiacutenio do Preacutedio

O caacutelculo feito pela CAESB consiste primeiramente em saber a demanda de

aacutegua gasta em metros cuacutebicos por Unidade de Consumo ndash apartamento ndash para

saber qual faixa ldquomsup3rdquo eacute aplicada Apoacutes saber qual a faixa ldquomsup3rdquo que se enquadra eacute

atribuiacutedo o volume por UC (em msup3) em sequecircncia multiplica-se o volume por UC ou

volume da faixa pelo nuacutemero de UCrsquos correspondente para se obter o volume total

gasto (em msup3) Tendo o volume total gasto basta multiplicar pelo preccedilo corresponde

agrave faixa a qual se encaixa o consumo e assim obtendo o valor total a pagar A partir

do momento que se tem o valor total a pagar eacute necessaacuterio acrescer 100 do valor

para cobrir a tarifa de esgoto conforme a figura

Partindo desses dados podemos calcular por apartamento quanto eacute cobrado

pela CAESB a partir dos dados apresentados no capiacutetulo 34

119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119886119901119886119903119905119886119898119890119899119905119900 = 33119901 times 66119871 ~ 217119871

119863119894119886

119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119886119901119886119903119905119886119898119890119899119905119900 119886119900 119898ecirc119904 = 217119871119889119894119886 times 30119863119894119886119904 = 6510119871 119900119906 65101198983

Com base nesses dados temos que calcular o volume total de descarga em

sanitaacuterios que o preacutedio consome com a seguinte foacutermula

119881119879 = 119881119865 times 119873ordm 119889119890 119880119862prime119904

119881119879 = 10119898sup3 times 36 = 360119898sup3

Em que ldquoVTrdquo corresponde ao volume total do preacutedio ldquoVFrdquo ao volume da faixa

que eacute estipulado pela CAESB e ldquoUCrsquosrdquo satildeo as unidades de consumo que eacute correlato

ao nuacutemero de apartamentos existente

Portanto o total a se pagar em um mecircs eacute calculado da seguinte forma

119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 119881119879 times 119879119886119903119894119891119886 119889119890 aacute119892119906119886 + 119879119886119903119894119891119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900

119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 360119898sup3 times 119877$ 265 + 119879119886119903119894119891119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900

119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 954 + 119877$ 954 = 119877$ 1908

Em 7 meses seriam pagos em descarga

119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 1908 times 7 119872119890119904119890119904 = 119877$ 13356

37 ndash Caacutelculos de economia e retorno de investimento para um sistema

fechado

Conforme exposto por L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental p 15)

ldquopara o caacutelculo da economia da taxa de aacutegua multiplica-se o valor do msup3 (valor

cobrado por msup3 do responsaacutevel pelo fornecimento de aacutegua na cidade []) pelo

volume captado e entatildeo obtecircm-se o valor economizado por ano na taxa de aacuteguardquo

Recapitulando que para esse estudo seraacute utilizado o meacutetodo praacutetico brasieliro

devido aos meses de seca ou pouca chuva

Sendo assim

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119881119886119897119900119903 119889119900 1198983 times 119881119900119897119906119898119890 119888119886119901119905119886119889119900

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 265 times 314061198983

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 8322

Essa economia de R$ 8322 eacute para um mecircs de chuva para o preacutedio todo

sendo assim para os 7 meses de chuva tem-se

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119890 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 8322 times 7 119898119890119904119890119904 = 119877$ 58254

Ainda segundo L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental p 16) para o

caacutelculo da economia referente ao esgoto eacute necessaacuterio multiplicar o valor do msup3 pelo

volume captado e por 08 uma vez que considera-se 20 de perda ou seja para

cada 1 litro de aacutegua que chega na residecircncia eacute cobrado 08 litros para o tratamento

do esgoto

Portanto tem-se

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119881119886119897119900119903 119889119900 1198983 times 119881119900119897119906119898119890 119888119886119901119905119886119889119900 times 08

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900 = 119877$ 265 times 314061198983 times 08

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 6658

Esse valor encontrado de R$ 6658 corresponde a um mecircs de chuva para o

preacutedio sendo assim o total economizado pelo preacutedio em 7 meses eacute de

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119890 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 6658 times 7 119898119890119904119890119904 = 119877$ 46606

ldquoPara o caacutelculo do retorno do investimento divide-se o valor investido pela

economia anual com a implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo e reaproveitamento da

aacutegua pluvialrdquo L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental p 16)

Portanto para 7 meses de chuva tem-se o seguinte

119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 =119881119886119897119900119903 119894119899119907119890119904119905119894119889119900

119864119888119900119899119900119898119894119886 (7119898119890119904119890119904)

119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 = 119877$ 1843924

119877$ 58254 + 119877$ 46606

119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 = 119877$ 1843924

119877$ 9446

119877119890119905119900119903119899119900

119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900= 1952 119886119899119900119904

38 ndash Caacutelculos de dimensionamento para um sistema com fluxo

Os caacutelculos apresentados no subitem anterior satildeo relativos a um sistema

o qual natildeo adota a possibilidade de fluxo dentro do reservatoacuterio Quando se

fala em fluxo temos que considerar que ao mesmo tempo em que o preacutedio

utiliza aacutegua do reservatoacuterio de aacutegua pluvial o mesmo vai enchendo com aacutegua

pluvial Portanto haacute um ciclo no qual o preacutedio demanda aacutegua do reservatoacuterio e

o mesmo vai enchendo conforme chove no local

Sabendo que a meacutedia mensal eacute de 1399msup3 eacute preciso multiplicar isso

por 12 para se obter o quanto choveu em 2014 Sendo assim

119879119900119905119886119897 119886119900 119886119899119900 = 1399119898119898 times 12 119898119890119904119890119904

119879119900119905119886119897 119886119900 119886119899119900 = 16788119898119898

Mas como foi visto o periacuteodo chuvoso eacute de 7 meses entatildeo temos

119875119903119890119888119894119901119894119905119886ccedilatilde119900 119901119886119903119886 7 119898119890119904119890119904 = 16788119898119898 divide 7 = 2398119898119898

Com isso eacute necessaacuterio realizar o caacutelculo da meacutedia de captaccedilatildeo de aacutegua

por mecircs para a aacuterea de 1069msup2

119872119890119889119894119886 119889119890 119862119886119901119905119886ccedilatilde119900 = 2398119898119898 times 1069119898sup2

119872eacute119889119894119886 119889119890 119862119886119901119905119886ccedilatilde119900 = 256346119871 119900119906 256346119898sup3

Ao considerar o valor obtido temos que realizar o quanto seria captado

diariamente

119872eacute119889119894119886 119889119894aacute119903119894119886 = 256346119898sup3 divide 30 119889119894119886119904 = 85119898sup3119889119894119886

A partir desses caacutelculos podemos realizar a seguinte comparaccedilatildeo O

preacutedio consome cerca de 78msup3 ao dia de aacutegua para descarga de vasos sanitaacuterios

enquanto a meacutedia diaacuteria de captaccedilatildeo eacute de 85msup3 por conseguinte temos um fluxo

positivo de aacutegua para o reservatoacuterio de 067msup3dia nos dias chuvosos

Se colocarmos um reservatoacuterio de 35msup3 sem nenhuma aacutegua

armazenada poderemos constatar que o reservatoacuterio iria encher por completo em

cerca de 53 dias conforme o caacutelculo a seguir

351198983 = 0671198983 times 119909 119889119894119886119904

119909 119889119894119886119904 = 35119898sup3 divide 067119898sup3 = 5223 119889119894119886119904

Analisando esses dados temos que a partir do 54ordm dia o reservatoacuterio

estaria completamente cheio e no restante dos 156 dias que teriacuteamos de chuva

esses 067msup3 seriam de certa forma desperdiccedilados uma vez que esse fluxo de

067msup3 ao final dos 7 meses gerariam cerca de 1407msup3 enquanto o reservatoacuterio tem

a capacidade de 35msup3 conforme o caacutelculo a seguir

119875119900119905119890119899119888119894119886119897 = 067119898sup3 times 156 119889119894119886119904 = 1045119898sup3

Se considerarmos esse fluxo positivo de 067msup3dia temos que ao final

dos 210 dias (7meses) seria possiacutevel armazenar 1407 msup3 de aacutegua Com um

reservatoacuterio de 35msup3 1057msup3 estariam sendo escoados para fora do reservatoacuterio

Portanto o ideal seria um reservatoacuterio que se aproxime de 1407msup3 para que ao

final dos 7 meses toda aacutegua possiacutevel fosse armazenada no entanto o reservatoacuterio

deveria ser de 145msup3

Devemos considerar ainda que ao final dos 7 meses o reservatoacuterio

estaria cheio no periacuteodo de seca conseguiria abastecer o preacutedio de acordo com a

demanda do preacutedio sendo assim

119880119905119894119897119894119911119886ccedilatilde119900 119899119886 119904119890119888119886 = 119879119900119905119886119897 119889119900 119903119890119904119890119903119907119886119905oacute119903119894119900 divide 119863119890119898119886119899119889119886 119889119894aacute119903119894119886

119880119905119894119897119894119911119886ccedilatilde119900 119899119886 119904119890119888119886 = 1451198983 divide 781198983119889119894119886

119880119905119894119897119894119911119886ccedilatilde119900 119899119886 119904119890119888119886 = 1858 119889119894119886119904

381 ndash Custo de implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo com fluxo em um

preacutedio

Na implantaccedilatildeo desse sistema os materiais utilizados teratildeo como base

as estimativas que foram apresentadas no subitem anterior e para aumentar a

eficiecircncia do sistema o volume de 1400007L seraacute arredondado para

145000L

Devido ao tamanho do reservatoacuterio eacute de se esperar que o reservatoacuterio

natildeo seja instalado em cima do preacutedio uma vez que a estrutura do preacutedio natildeo

conseguiria suportar o peso que o reservatoacuterio faria sobre o telhado

consequentemente o reservatoacuterio deveraacute ser instalado no jardim do preacutedio que

iraacute gerar um custo a mais por conta da escavaccedilatildeo

Os valores de alguns dos materiais apresentados a seguir seguem os

dos apresentados no trabalho de L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental

p 18) apenas o valor da caixa drsquoaacutegua de 10000L foi obtido atraveacutes de

pesquisas em lojas de construccedilatildeo e assim utilizando a de menor valor

conforme a tabela a seguir Segundo o Saneamento de Goiaacutes SA (SANEAGO)

o custo de escavaccedilatildeo eacute calculado a partir do total de msup3 aleacutem de 3m de

profundidade

Tabela 09 Preccedilo dos Produtos do Sistema de Captaccedilatildeo com Fluxo

Observaccedilatildeo Pelo fato desse estudo se tratar de um modelo de implantaccedilatildeo

o custo das tubulaccedilotildees vai variar de acordo com a demanda necessitada pelo

preacutedio portanto podendo variar de acordo com o projeto implantado Para este

estudo seraacute adotado o valor de R$ 7000

Observaccedilatildeo Pelo fato desse trabalho tratar-se de um modelo de

implantaccedilatildeo o custo da energia pode variar de acordo com a demanda necessitada

pelo preacutedio portanto podendo variar de acordo com o uso da bomba Para este

estudo seraacute adotado o valor de R$ 054 que eacute o valor do KwH cobrado pela CEB

Produto Quantidade Valor unitaacuterio (R$) Valor total (R$)

Cx Daacutegua 10000L 14 496090 6945260

Cx Daacutegua 5000L 1 108000 108000

Boacuteia Eleacutetrica 1 2750 2750

Boacuteia Comum 1 1220 1220

Registro de Gaveta

1 3490 3490

Bomba Anauger 1 23000 23000

Filtro 3P VF1 1 22000 22000

Tubulaccedilotildees 7000 7000

Disjuntor 1 1310 1310

Escavaccedilatildeo Msup3 3666 53157

Matildeo de Obra 1 58574 58574

Energia 054 054

Total 13 727154 7704228

382 ndash Caacutelculos de economia e retorno de investimento para um sistema

com fluxo

Partindo dos dados apresentados podemos calcular por apartamento quanto eacute

cobrado pela CAESB a partir dos dados apresentados no capiacutetulo 34

119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119886119901119886119903119905119886119898119890119899119905119900 = 33119901 times 66119871 ~ 217119871

119863119894119886

119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119886119901119886119903119905119886119898119890119899119905119900 119886119900 119898ecirc119904 = 217119871119889119894119886 times 30119863119894119886119904 = 6510119871 119900119906 65101198983

Em que ldquoVTrdquo corresponde ao volume total do preacutedio ldquoVFrdquo ao volume da faixa

que eacute estipulado pela CAESB e ldquoUCrsquosrdquo satildeo as unidades de consumo que eacute correlato

ao nuacutemero de apartamentos existente

Portanto o total a se pagar em um mecircs eacute calculado da seguinte forma

119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 119881119879 times 119879119886119903119894119891119886 119889119890 aacute119892119906119886 + 119879119886119903119894119891119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900

119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 360119898sup3 times 119877$ 265 + 119879119886119903119894119891119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900

119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 954 + 119877$ 954 = 119877$ 1908

Retomando o caacutelculo exposto por L Pereira (Viabilidade

EconocircmicoAmbiental p 15) no subitem anterior temos que o caacutelculo da CAESB

seria feito da seguinte maneira

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119881119886119897119900119903 119889119900 1198983 times 119881119900119897119906119898119890 119888119886119901119905119886119889119900

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 265 times 1451198983

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 38425

Esse caacutelculo eacute equivalente a um mecircs de captaccedilatildeo para os 7 meses

teremos o seguinte

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119890 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 38425 times 7 119898119890119904119890119904 = 119877$ 268975

Conforme foi visto para o caacutelculo da economia de esgoto eacute necessaacuterio

multiplicar o valor do msup3 pelo volume captado e por 08 uma vez que considera-se

20 de perda ou seja para cada 1 litro de aacutegua que chega na residecircncia eacute cobrado

08 litros para o tratamento do esgoto Portanto para um mecircs segue-se

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119881119886119897119900119903 119889119900 1198983 times 119881119900119897119906119898119890 119888119886119901119905119886119889119900 times 08

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900 = 119877$ 265 times 1451198983 times 08

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 3074

ldquoPara o caacutelculo do retorno do investimento divide-se o valor investido pela

economia anual com a implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo e reaproveitamento da

aacutegua pluvialrdquo L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental p 16)

Portanto para 7 meses de chuva tem-se o seguinte

119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 =119881119886119897119900119903 119894119899119907119890119904119905119894119889119900

119864119888119900119899119900119898119894119886 (7119898119890119904119890119904)

119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 = 119877$ 17704228

119877$ 268975 + 119877$ 21518

119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 = 119877$ 7704228

119877$ 484155

119877119890119905119900119903119899119900

119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900= 1591119886119899119900119904

4 ndash Conclusatildeo e Consideraccedilotildees Finais

De acordo com o que foi exposto temos que a implantaccedilatildeo do sistema de

captaccedilatildeo para o aproveitamento de aacuteguas pluviais eacute uma oacutetima alternativa para

substituiccedilatildeo da ldquoaacutegua cinzardquo possibilitando tambeacutem um destino mais correto do

ponto de vista ambiental para a aacutegua que se tornaria esgoto Como eacute de

conhecimento este tipo de meacutetodo eacute utilizado em diversas regiotildees natildeo somente

aquelas que sofrem com escassez de aacutegua

Mesmo sabendo que o Brasil possui um grande potencial hiacutedrico observamos

que uma parcela da populaccedilatildeo natildeo tem consciecircncia quanto ao gasto de aacutegua

gerando um grande desperdiacutecio de forma desnecessaacuteria Portanto partindo de um

pensamento racional um sistema de captaccedilatildeo seria viaacutevel para o aproveitamento da

aacutegua para fins de consumo domeacutestico mais precisamente ldquoaacutegua cinzardquo

Considerando os caacutelculos apresentados a partir da taxa de precipitaccedilatildeo meacutedia

em Brasiacutelia a criaccedilatildeo de um sistema de captaccedilatildeo pluvial predial traz benefiacutecios

econocircmicos e ambientais O projeto torna-se viaacutevel economicamente pois desde

que se faccedila a manutenccedilatildeo de forma adequada do sistema este teraacute uma vida uacutetil

longa e considerando que se obteacutem o retorno do investimento em aproximadamente

16 anos para um sistema com fluxo apoacutes este periacuteodo o sistema passa a ser

lucrativo para o preacutedio que implanta pois o custo eacute dividido no condomiacutenio dentre os

moradores do preacutedio

Analisando do ponto de vista ambiental o desenvolvimento urbano de Brasiacutelia

ocasionou em superfiacutecies impermeaacuteveis dificultando a absorccedilatildeo de aacuteguas pluviais

pelo solo e juntamente com o sistema de redes pluviais e o sistema de drenagem

ultrapassados os alagamentos e enchentes tecircm se tornado constante quando

ocorrem chuvas anormais Com as estimativas feitas neste trabalho eacute possiacutevel que

tais transtornos hiacutedricos urbanos possam ser amenizados a partir da implantaccedilatildeo do

sistema sem que afete o ciclo hidroloacutegico natural Logicamente essa natildeo eacute a

soluccedilatildeo uma vez que ela deve ser apenas um complemento agrave poliacuteticas publicas

poliacuteticas de incentivo entre outras medidas de cunho sustentaacutevel

Em vista disso a implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo e aproveitamento de

aacuteguas pluviais acarretaria em uma significativa melhora ambiental atraveacutes da

substituiccedilatildeo de uma parcela da aacutegua fornecida pela CAESB e possivelmente

mitigando os transtornos hiacutedricos urbanos se aplicado em larga escala

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Sumaacuterio

INTRODUCcedilAtildeO 14

1 ndash Cidades sustentaacuteveis e o Ciclo hidroloacutegico 16

11 - Poliacuteticas Puacuteblicas e a relaccedilatildeo com as cidades sustentaacuteveis definiccedilotildees

aplicaccedilatildeo conceitos 21

2 ndash Sustentabilidade desenvolvimento sustentaacutevel e a sua importacircncia 29

3 ndash A viabilidade de implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo pluvial em Brasiacutelia ndash DF 39

31 ndash Apresentaccedilatildeo de dados 39

32 ndash Aacuteguas pluviais e aacuteguas cinzas 42

33 ndash Meacutetodos de Dimensionamento do Reservatoacuterio 45

34 ndash Anaacutelise de caso para um preacutedio da Superquadra 111 Norte 45

341 ndash Anaacutelise de caso para a Superquadra 111 Norte 48

35 ndash Funcionamento do sistema de captaccedilatildeo 49

351 ndash Dificuldades para implantaccedilatildeo do sistema 52

Tal sistema apresenta como dificuldade o local onde seriam instaladas as

cisternas uma vez que geraria um peso sobre o telhado Dessa forma o sistema

seria instalado no jardim cobrando um custo adicional 52

352 ndash Custo de implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo fechado em um preacutedio 52

36 ndash Taxas e valores cobrados para utilizaccedilatildeo de aacutegua 53

37 ndash Caacutelculos de economia e retorno de investimento para um sistema fechado 56

38 ndash Caacutelculos de dimensionamento para um sistema com fluxo 58

381 ndash Custo de implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo com fluxo em um preacutedio 59

382 ndash Caacutelculos de economia e retorno de investimento para um sistema com

fluxo 61

4 ndash Conclusatildeo e Consideraccedilotildees Finais 63

REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS 65

INTRODUCcedilAtildeO

O problema ambiental urbano assume atualmente um papel importante

para os governos e para a sociedade em geral em muitos paiacuteses pelo fato de

um crescimento significativo de pessoas vivendo no meio urbano acabou

ocasionando em uma degradaccedilatildeo ambiental e de certa forma uma queda na

qualidade de vida da populaccedilatildeo Por isto eacute de suma importacircncia destacar que

os problemas ambientais urbanos como a poluiccedilatildeo o consumo de energia o

gasto descontrolado de aacutegua potaacutevel entre outros forccedilaram o profissionais

ambientais e de outras aacutereas a buscar novas alternativas para a soluccedilatildeo destes

problemas Surgindo assim as cidades sustentaacuteveis que na atualidade satildeo a

chave para uma convivecircncia mais harmoniosa entre meio urbano e o meio

ambiente

Em decorrecircncia do aumento da urbanizaccedilatildeo as aacutereas foram

pavimentadas e cobertas por preacutedios casas monumentos entre outras

edificaccedilotildees ocasionando na impermeabilizaccedilatildeo do solo em aacutereas naturais

Devido a esse fator o ser humano vem demandando novas soluccedilotildees para o

controle e mitigaccedilatildeo de impactos causados pela chuva tais como alagamentos

Os governos de modo geral vecircm encontrando seacuterias dificuldades quanto agraves

questotildees de gestatildeo dos alagamentos em suas aacutereas puacuteblicas Para Brasiacutelia e o

Governo do Distrito Federal esse problema eacute recente e nem tatildeo alarmante

quando comparado aos das grandes capitais brasileiras como Satildeo Paulo ou

Rio de Janeiro Sendo assim eacute necessaacuterio que se tenha uma precauccedilatildeo com o

uso das aacuteguas tratadas para que natildeo haja desperdiacutecio e que as aacuteguas pluviais

possam ser utilizadas em fontes alternativas Com o objetivo de

aproveitamento de aacuteguas pluviais a captaccedilatildeo de aacutegua advinda das chuvas

possui um vieacutes sustentaacutevel do ponto de vista teacutecnico e econocircmico quando

aplicado em sistemas de uso privativo

Portanto cabe ressaltar que esse estudo baseia-se em estimativas e

que visa um projeto de aproveitamento de aacuteguas pluviais que atenda as

demandas de aacutegua natildeo potaacutevel em um preacutedio residencial substituindo uma

parte da aacutegua fornecida pela companhia de abastecimento e tendo como base

a precipitaccedilatildeo de chuva local sendo assim a quantidade de aacutegua pluvial a ser

aproveitada pelo sistema eacute diretamente proporcional agrave aacuterea que se utiliza para

a captaccedilatildeo De forma secundaacuteria o trabalho tambeacutem tenta trazer a captaccedilatildeo de

chuva como uma fonte para amenizar os problemas hiacutedricos urbanos causados

recentemente pelas chuvas em Brasiacutelia-DF

Para atingir os objetivos mencionados o trabalho foi modelado da

seguinte forma

No capiacutetulo I eacute apresentado o surgimento das cidades sustentaacuteveis em

decorrecircncia da necessidade de fontes alternativas para a degradaccedilatildeo

ambiental e utilizaccedilatildeo de recursos naturais A manifestaccedilatildeo dessa busca por

aperfeiccediloamento das cidades baseia-se em conceitos e inter-relaccedilotildees entre

populaccedilatildeo e governo por meio de poliacuteticas puacuteblicas

No capiacutetulo II eacute exposto um histoacuterico da sustentabilidade e do

desenvolvimento sustentaacutevel com a finalidade de contextualizar o leitor e

facilitar a compreensatildeo quanto agrave evoluccedilatildeo do vieacutes ambiental que encontramos

atualmente tornando o entendimento do leitor mais vasto e consequentemente

informaacute-lo sobre a sua importacircncia englobando questotildees ecoloacutegicas poliacuteticas

econocircmicas soacutecias e culturais

No capiacutetulo III eacute apresentada a viabilidade de implantaccedilatildeo do sistema

de captaccedilatildeo em um preacutedio residencial em Brasiacutelia-DF com os dados

coletados a caracterizaccedilatildeo das aacuteguas pluviais e ldquoaacutegua cinzardquo meacutetodos de

dimensionamento do reservatoacuterio anaacutelise de caso para um preacutedio na SQN 111

e a possiacutevel aplicaccedilatildeo do sistema para uma quadra funcionamento do sistema

de captaccedilatildeo e custo de implantaccedilatildeo desse sistema taxas e valores cobrados

pela CAESB para utilizaccedilatildeo de aacutegua e os caacutelculos de economia e retorno do

investimento

Por fim no capiacutetulo IV apresentam-se as consideraccedilotildees finais e a

conclusatildeo sobre o estudo realizado

1 ndash Cidades sustentaacuteveis e o Ciclo hidroloacutegico

Atualmente os problemas ambientais vecircm sendo o grande destaque do

cenaacuterio global tanto pela accedilatildeo antroacutepica como pelos desastres naturais Tais

problemas preocupam natildeo soacute a geraccedilatildeo atual como as geraccedilotildees futuras

dando assim a iniciativa para criaccedilatildeo de novas tecnologias meacutetodos e

conceitos

A partir de problemas como a extinccedilatildeo de recursos naturais o ser

humano tem dado prioridade a novas fontes para esses recursos tanto em

novas alternativas de obtenccedilatildeo como nas formas de reduzir o gasto

exacerbado Dessa forma as cidades entram como principal ator para criaccedilatildeo

de alternativas de mitigar os problemas ambientais focando no

reaproveitamento de mateacuteria reduccedilatildeo de uso dos combustiacuteveis foacutesseis formas

alternativas de obtenccedilatildeo de energia aproveitamento de aacuteguas pluviais e

possiacuteveis reduccedilotildees nos transtornos urbanos Assim o conceito de cidades

sustentaacuteveis cria um alicerce e torna-se base para que as cidades tomem a

iniciativa de serem o modelo de reduccedilatildeo dos problemas ambientas

Segundo a Organizaccedilatildeo das Naccedilotildees Unidas (ONU) pouco mais da

metade da populaccedilatildeo mundial vive em zonas urbanas desde o ano de 2006

Por isso conclui-se que de fato o mundo eacute urbano

Atualmente o problema urbano de modo geral possui grande

importacircncia para a sociedade e os governos em geral em diversos paiacuteses

Devido a esse crescimento desenfreado do nuacutemero de pessoas vivendo nas

cidades e conseguinte reduccedilatildeo na qualidade de vida deve-se considerar que

as cidades configuram uma das maiores potenciais de utilizaccedilatildeo energeacutetica e

de degradaccedilatildeo do meio ambiente ocasionando a criaccedilatildeo de meacutetodos para o

direcionamento correto do crescimento urbano e monitoramento dessas

alteraccedilotildees ambientais

A urbanizaccedilatildeo trouxe fortes aliados que geram transtornos e devido a

esse aumento de pessoas vivendo em cidades a preocupaccedilatildeo com problemas

urbanos tornou-se destaque para a criaccedilatildeo do conceito de cidades

sustentaacuteveis Mas o que viria a ser ldquocidades sustentaacuteveisrdquo De forma baacutesica e

sem aprofundamento cidades sustentaacuteveis satildeo aquelas que visam meacutetodos e

praacuteticas eficientes para a preservaccedilatildeo do meio ambiente sem deixar de

almejar o desenvolvimento econocircmico e a melhoria na qualidade de vida da

populaccedilatildeo Sendo assim ldquoa sustentabilidade eacute vista como algo bom desejaacutevel

consensual a definiccedilatildeo que vai prevalecer vai construir autoridade para que se

discriminem em seu nome as boas praacuteticas das ruinsrdquo (Acselrad 1999 p 80)

Para melhor esclarecimento o conceito de sustentabilidade associado

ao desenvolvimento das cidades ldquotem origem nas rearticulaccedilotildees poliacuteticas pelas

quais um certo nuacutemero de atores envolvidos na produccedilatildeo do espaccedilo urbano

procuram dar legitimidade as suas perspectivas evidenciando a

compatibilidade delas com os propoacutesitos de dar durabilidade ao

desenvolvimento de acordo com os propoacutesitos da Agenda 21 resultante da

Conferecircncia da ONU sobre Desenvolvimento e Meio Ambienterdquo (Acselrad

1999 p 81) Para tanto o governo deve ter um planejamento para que possa

tomar medidas no sentido de amenizar os transtornos urbanos e ambientais

decorrentes da accedilatildeo antroacutepica Diversas estrateacutegias devem ser implementadas

para que se possa promover o conceito de cidades sustentaacuteveis e priorizar a

qualidade de vida urbana em toda sua abrangecircncia partindo do princiacutepio da

anaacutelise criacutetica da condiccedilatildeo atual de desenvolvimento das cidades pensando no

contexto na qual se encontram

Segundo Magalhatildees (2006 p 2) no inicio a sustentabilidade urbana

sofreu bastante em questotildees poliacuteticas pois o ldquodiscurso mais estabelecido dos

projetos urbanos agrave temaacutetica ambiental estaacute longe de ser o centro das

preocupaccedilotildees Quando muito ela eacute considerada do ponto de vista do

provimento de aacutereas livres dentro dos espaccedilos urbanos mas mesmo essas

satildeo destinadas agrave intensa movimentaccedilatildeo imaginada para as aacutereas

requalificadas ou revitalizadasrdquo

Poreacutem devido a estudos tornou-se possiacutevel ampliar os horizontes e

perceber que a sustentabilidade tem sido aplicada junto aos objetivos da

cidade a partir da Agenda 21 e da noccedilatildeo do que eacute desenvolvimento

sustentaacutevel Contudo esses novos interesses surgiram a partir dos distuacuterbios

causados aos habitantes sendo esses distuacuterbios ambientais ou natildeo Essa

participaccedilatildeo mais ativa da populaccedilatildeo remete a uma das vertentes expostas por

Acselrad (1999) de que a sustentabilidade urbana deve estar associada natildeo

somente agraves poliacuteticas puacuteblicas mas tambeacutem ao modelo ldquocidade-empresardquo no

qual a cidade torna-se atrativo de investimentos para a implementaccedilatildeo de

meacutetodos alternativos de sustentabilidade

Para Magalhatildees (2006 p 5) ldquoa noccedilatildeo de risco tornou-se parte de

diversos aspectos do dia a dia das pessoas fazendo-as corresponsaacuteveis pelos

efeitos de suas accedilotildeesrdquo portanto eacute necessaacuterio que se tenha um controle

governamental a partir de poliacuteticas puacuteblicas das accedilotildees individuais de seus

habitantes com o proposito de reduzir os riscos de agravantes nas cidades

Cabe ressaltar que uma questatildeo importante a ser vista eacute que os

problemas causados nas cidades natildeo refletem apenas nas cidades em si mas

tambeacutem nas aacutereas que a circundam e em outras localidades o que obriga a

rever o pensamento de que cidades sustentaacuteveis englobam apenas a proacutepria

cidade

Segundo Magalhatildees (2006 p 6 apud Satterhwaite 2004 p 134) ldquopara

avanccedilar e alcanccedilar meacutetodos de desenvolvimento sustentaacutevel o desempenho

ambiental das cidades deve melhorar natildeo apenas em termos de qualidade

ambiental dentro dos seus limites mas tambeacutem em termos de reduccedilatildeo da

transferecircncia de custos ambientais para outras pessoas outros ecossistemas

ou para o futurordquo A partir desse pensamento nota-se que o conceito de

cidades sustentaacuteveis vai aleacutem da consolidaccedilatildeo da sustentabilidade urbana

afirmando que cidades sustentaacuteveis satildeo um projeto que necessita de um

extenso processo e natildeo algo preacute-definido visando mais de um objetivo comum

Na visatildeo de Magalhatildees (2006 p 8) ldquotal processo deve envolver questotildees aleacutem

das estritamente ambientais uma melhor definiccedilatildeo de que propostas poderatildeo

contribuir para o seu avanccedilo a criatividade na concepccedilatildeo de bons projetos e a

capacidade de se evitar os falsos atalhosrdquo

Sendo assim para a construccedilatildeo de projetos de cidades sustentaacuteveis eacute

necessaacuterio que se tenha uma visatildeo ampla e com diferentes abordagens desse

processo de urbanizaccedilatildeo Para o projeto de cidades sustentaacuteveis eacute necessaacuterio

que se tenha trecircs abordagens a espacial que vislumbra a anaacutelise das relaccedilotildees

metaboacutelicas operadas pela cidade compreendendo territoacuterios distantes a

temporal uma vez que pleiteia geraccedilotildees futuras e a conceitual que exige um

enfoque transdisciplinar

Magalhatildees (2006 p 9 apud Peter Brand 1999 p 10) faz uma anaacutelise

sobre a implementaccedilatildeo dessas abordagens ldquo uma metaacutefora social como

cidade sustentaacutevel ou desenvolvimento urbano sustentaacutevel nunca pode ser

uma meta objetiva e sim uma gama de possibilidades abertas cujas

prioridades satildeo determinadas pelas urgecircncias do presenterdquo Com essa

ampliaccedilatildeo do conceito de sustentabilidade urbana percebe-se que haacute uma

nova utopia com um ideal diferenciado de cidade tendo como base accedilotildees

voltadas para o meio ambiente e a reduccedilatildeo da desigualdade causada pelos

transtornos ambientais dando prioridade a uma parte relevante de sua mateacuteria

e energia para a organizaccedilatildeo e manutenccedilatildeo interna e depois ao crescimento

da cidade Entatildeo por que seguir algo utoacutepico Coloco em pauta uma frase

destacada por Galeano (1993 p 230) na qual ele expotildee -ldquoA utopia estaacute laacute no

horizonte Me aproximo dois passos ela se afasta dois passos Caminho dez

passos e o horizonte corre dez passos Por mais que eu caminhe jamais

alcanccedilarei Para que serve a utopia Serve para isso para que eu natildeo deixe de

caminharrdquo

Com essas colocaccedilotildees Magalhatildees (2006 p 16) expotildee a criaccedilatildeo de

uma ideia de ldquodesempenho ambiental urbanordquo o qual mostra um conceito

mensuraacutevel e comparaacutevel junto com a ampliaccedilatildeo de niacuteveis de justiccedila ambiental

locacional e de democracia nas cidades que se torna uacutetil para construccedilatildeo de

paracircmetros de atuaccedilatildeo Essa ideia mostra que o urbanismo tem muito a

contribuir

Atualmente haacute muitos estudos cientiacuteficos que satildeo voltados para a crise

ambiental que vivemos que teve como origem a pressatildeo do crescimento

populacional sobre as aacutereas verdes e pelo modo de vida ocidental como a alta

produccedilatildeo e consumo exagerado Nesse contexto retomamos que as cidades

tecircm sido o principal fator e foco gerador dessa crise ambiental e que agora

concentramos as poliacuteticas puacuteblicas voltadas para o desenvolvimento urbano

como grande objetivo

Tanto pesquisadores atraveacutes de estudos quanto a sociedade atraveacutes

da miacutedia que divulga os riscos ambientais decorrentes das novas formas de

produccedilatildeo e seus efeitos alertam a populaccedilatildeo da gravidade causada e assim

provocam uma preocupaccedilatildeo generalizada acerca do problema ambiental

Sendo assim uma reflexatildeo deve ser feita sobre o conceito de cidade

sustentaacutevel uma vez que as cidades concentram a maior fonte de poluiccedilatildeo e

produccedilatildeo de resiacuteduos aleacutem de consumirem parte da energia do planeta

Como foi dito anteriormente cidades sustentaacuteveis devem pensar aleacutem

da proacutepria localidade mas para ter essa abordagem eacute necessaacuterio focar

primeiramente em uma escala local Para Schussel (2004 p 63 apud

Camagni 2001 p 345) ldquoeacute mais eficaz enfrentar um mesmo problema

localmente (em termos tanto de efeito como de autoridades) do que enfrentaacute-

los globalmente (onde as autoridades satildeo frequentemente ausentes os

agentes poluidores longiacutenquos as interdependecircncias das accedilotildees dos diferentes

sujeitos mais elevadas onde tambeacutem a incertitude sobre a grandeza dos

fenocircmenos e seus encadeamentos causais eacute maior)rdquo Com esse ponto de vista

eacute importante que se deva dar uma atenccedilatildeo ao processo de mudanccedila da

aprendizagem coletiva das cidades com uma interaccedilatildeo saudaacutevel entre a

economia tecnologia e meio ambiente

Eacute importante ressaltar que a implantaccedilatildeo de cidades sustentaacuteveis

juntamente com a gestatildeo do meio ambiente urbano possui uma alta

complexidade para a sociedade moderna ao analisar que natildeo devemos

apenas pensar na conservaccedilatildeo dos recursos ambientais mas tambeacutem

devemos nos atentar ao transporte puacuteblico para reduccedilatildeo da emissatildeo de gases

poluentes melhorar a mobilidade urbana diminuindo consideravelmente o

traacutefego de veiacuteculos dar incentivo e propiciar accedilotildees para a utilizaccedilatildeo de

transportes alternativos como bicicletas otimizar a utilizaccedilatildeo do espaccedilo

urbano devemos ainda criar mais espaccedilos verdes voltados para o lazer da

populaccedilatildeo criar programas voltados para a arborizaccedilatildeo dos espaccedilos puacuteblicos

destinar adequadamente o lixo urbano aplicar programas educacionais

voltados para o desenvolvimento sustentaacutevel investir em educaccedilatildeo de

qualidade para uma boa instruccedilatildeo da populaccedilatildeo favorecer a economia local

dinacircmica e sustentaacutevel e criar accedilotildees para a utilizaccedilatildeo racional da aacutegua

juntamente com o aproveitamento de aacuteguas pluviais

A autora Silva (Poliacuteticas Puacuteblicas e Estrateacutegias de Sustentabilidade

Urbana p 1 apud Metzger 1994) cujo inventaacuterio realizado sobre trabalhos de

ecologia urbana e meio ambiente urbano identifica trecircs concepccedilotildees distintas A

primeira trata da natureza na cidade no qual Metzger fez estudos referentes

aos elementos bioloacutegicos do meio urbano no que diz respeito agrave preservaccedilatildeo

dos espaccedilos verdes e dos elementos fiacutesico naturais da cidade A segunda

concepccedilatildeo do meio ambiente urbano estaacute relacionada aos riscos da cidade e

na cidade aos problemas ambientais enfrentados pela populaccedilatildeo e como

esses problemas afetam a qualidade de vida da mesma Por fim a uacuteltima

vertente que visa mensurar o problema de gestatildeo ou administraccedilatildeo da cidade

tratando das poliacuteticas puacuteblicas sob uma visatildeo do uso do solo e a influecircncia que

as questotildees ambientais causam na determinaccedilatildeo das poliacuteticas puacuteblicas

11 - Poliacuteticas Puacuteblicas e a relaccedilatildeo com as cidades sustentaacuteveis

definiccedilotildees aplicaccedilatildeo conceitos

Eacute necessaacuterio que sejam identificados os locais de atuaccedilatildeo das poliacuteticas

puacuteblicas que tecircm como objetivo a sustentabilidade urbana mas analisando

previamente as mudanccedilas que ocorreram no acircmbito das accedilotildees governamentais

que ocasionaram a adoccedilatildeo de determinadas poliacuteticas puacuteblicas como

estrateacutegias e diretrizes da proacutepria accedilatildeo governamental e dos indiviacuteduos

Mas o que satildeo poliacuteticas puacuteblicas e por que as poliacuteticas puacuteblicas satildeo

consideradas tatildeo importantes quando se trata da sustentabilidade urbana

Segundo Silva (Poliacuteticas Puacuteblicas e Estrateacutegias de Sustentabilidade Urbana p

2 apud Bucci 2002 p 241) poliacuteticas puacuteblicas ldquosatildeo programas de accedilatildeo

governamental para um setor da sociedade ou um espaccedilo geograacutefico

buscando a concretizaccedilatildeo de determinados objetivos e metasrdquo e destaca ainda

que ldquosatildeo programas de accedilatildeo governamental visando a coordenar os meios agrave

disposiccedilatildeo do Estado e as atividades privadas para a realizaccedilatildeo de objetivos

socialmente relevantes e politicamente determinadosrdquo

Quando relacionadas agrave cidadania as poliacuteticas puacuteblicas encontram

dificuldade para alcanccedilar a sustentabilidade urbana jaacute que devem assegurar

uma vida harmocircnica entre o habitante e o meio ambiente Isso ocorre devido a

globalizaccedilatildeo dos espaccedilos em que satildeo levantadas novas tecnologias e haacute o

problema da crescente urbanizaccedilatildeo Esse enfoque possui alguns princiacutepios

que devem ser levados em consideraccedilatildeo princiacutepios esses que guiam as

poliacuteticas puacuteblicas no meio ambiente urbano Esses princiacutepios satildeo destacados e

relacionados por Silva (Poliacuteticas Puacuteblicas e Estrateacutegias de Sustentabilidade

Urbana p 5) como o princiacutepio do interesse puacuteblico na proteccedilatildeo do meio

ambiente urbano sobre os interesses privados o princiacutepio da realizaccedilatildeo de

uma avaliaccedilatildeo preacutevia dos impactos ambientais advindos da accedilatildeo antroacutepica ou

natural o princiacutepio de que o Estado deve intervir na defesa e proteccedilatildeo do meio

ambiente e do meio ambiente urbano o princiacutepio da funccedilatildeo da funccedilatildeo

socioambiental da propriedade urbana o princiacutepio da participaccedilatildeo da

sociedade e da gestatildeo democraacutetica da cidade e o princiacutepio da garantia do

direito a cidades sustentaacuteveis

Cabe ressaltar que apesar de existirem tantos princiacutepios que devem ser

vistos como diretriz a realidade foge um pouco do que eacute mostrado na teoria jaacute

que as poliacuteticas puacuteblicas seguem programas finaliacutesticos que satildeo flexiacuteveis e

quando relacionados agraves exigecircncias legais devem ser diferenciados de acordo

com o grau de finalizaccedilatildeo da accedilatildeo e de imperatividade das normas

Quando tratamos do urbano e do meio ambiente as politicas puacuteblicas

devem ser integradas e possuiacuterem uma interaccedilatildeo entre si como por exemplo

ao tratar das poliacuteticas de habitaccedilatildeo natildeo se pode deixar de levar em

consideraccedilatildeo as poliacuteticas de saneamento ambiental ou entatildeo ao tratar de

poliacuteticas de transporte puacuteblico e mobilidade urbana deve-se considerar a

proacutepria poliacutetica ambiental Sendo assim os programas e projetos

governamentais devem contemplar os aspectos ambientais urbanos sociais e

econocircmicos

Para Silva (Poliacuteticas Puacuteblicas e Estrateacutegias de Sustentabilidade Urbana

p 6) ldquose os planos satildeo obrigatoacuterios para o setor puacuteblico para o setor privado

eles satildeo indicativosrdquo Reforccedilando o conceito de poliacuteticas puacuteblicas essas podem

ser definida como ldquoprocesso - ou conjunto de processos - que culmina na

escolha racional e coletiva de propriedades para definiccedilatildeo dos interesses

puacuteblicos reconhecidos pelo direitordquo sendo que quando se diz respeito a

direitos todos tecircm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado

englobando tambeacutem o meio ambiente urbano Portanto quando eacute utilizado o

termo ldquourbanordquo para qualificar o meio ambiente natildeo significa que haacute uma

segregaccedilatildeo classificatoacuteria do meio ambiente o adjetivo ldquourbanordquo vem como

uma proposta de demarcar a problemaacutetica ambiental em um determinado

espaccedilo geograacutefico - no caso as cidades - sem deixar de considerar os fatores

que nelas estatildeo inseridos como os sociais e os ambientais

Assim para empregar poliacuteticas puacuteblicas visando a sustentabilidade

urbana deve-se repensar o modelo de desenvolvimento da cidade juntamente

com o modo de vida da populaccedilatildeo e a conscientizaccedilatildeo da mesma apoiando-se

nas relaccedilotildees sociais e econocircmicas exercidas na cidade sem deixar de

considerar essas interaccedilotildees como propulsoras do direito agrave cidade sustentaacutevel

Para ratificar inciso I do art 2ordm do Estatuto da Cidade - Lei n 10257 de

10 de julho de 2001 reconhece entre as diretrizes de poliacuteticas puacuteblicas

expostas o direito a cidades sustentaacuteveis De acordo com essa lei esse direito

proporciona o direito a terra urbana agrave moradia ao saneamento ambiental agrave

infraestrutura urbana aos serviccedilos puacuteblicos em geral ao trabalho e ao lazer

tanto para as geraccedilotildees atuais como para as futuras

Sendo assim as cidades devem desenvolver-se respeitando a

sustentabilidade por isso o desenvolvimento urbano deve ser feito sem

degradaccedilatildeo possibilitando uma vida urbana digna e igualitaacuteria Contudo as

cidades necessitam de mudanccedilas diversos pontos de vista reformulaccedilatildeo das

poliacuteticas puacuteblicas e criaccedilatildeo de novas e soluccedilotildees sobre como interagir no dia a

dia com o local que vivemos A partir dessa visatildeo destaco o que eacute exposto por

Acselrad (1999 p 86) em que ldquoacredita-se que quando o crescimento urbano

natildeo eacute acompanhado por investimentos em infraestrutura a oferta de serviccedilos

urbanos natildeo acompanha o crescimento da demanda A falta de investimentos

na manutenccedilatildeo dos equipamentos urbanos viraacute por sua vez acentuar o deacuteficit

na oferta de serviccedilos o que se rebateraacute especialmente na forma de

segmentaccedilatildeo socioterritorial entre as populaccedilotildees atendidas e natildeo atendidas

por tais serviccedilosrdquo

Apoacutes tratar de um modo geral cidades sustentaacuteveis e a sustentabilidade

urbana eacute interessante analisar o caso brasileiro Infelizmente a preocupaccedilatildeo

ambiental brasileira foi tardia e a evoluccedilatildeo foi lenta Em questotildees de

urbanizaccedilatildeo houve uma transformaccedilatildeo estrutural de ordem socioeconocircmica

reformulando a ocupaccedilatildeo do territoacuterio nacional ocasionando em impactos

ambientais e no dado de que cerca de 80 da populaccedilatildeo brasileira mora em

aacutereas urbanas Mas ao decorrer do tempo a questatildeo ambiental foi ligada ao

social os pensamentos acerca desse tema tiveram uma nova percepccedilatildeo

Como exemplo temos o caso dos recursos hiacutedricos em que a legislaccedilatildeo teve

o cuidado de considerar aleacutem do aspecto ambiental os aspectos sociais e

econocircmicos

Foi criado o Sistema Nacional de Recursos Hiacutedricos (SNRH) que no

texto de Schussel (2004 p 65) satildeo expostas a valoraccedilatildeo da aacutegua como bem

econocircmico a prioridade do abastecimento puacuteblico em detrimento da produccedilatildeo

de energia e a gestatildeo compartilhada entre usuaacuterios poder puacuteblico e sociedade

civil de bacias hidrograacuteficas por meio da implantaccedilatildeo dos ldquoComitecircs de Baciardquo

Essa questatildeo de integraccedilatildeo do ambiental ao social e econocircmico ocorreu

na deacutecada de 80 em que Silva (Poliacuteticas Puacuteblicas e Estrateacutegias de

Sustentabilidade Urbana p 2 apud Ribeiro 2001 p 134-135) destaca ldquoa

questatildeo urbana eacute integrada agrave questatildeo social e as representaccedilotildees antiurbanas

satildeo substituiacutedas pelo diagnoacutestico orientado por ideais republicanos de justiccedila

social e democracia A tarefa do pensamento e da accedilatildeo dos urbanistas passa a

ser o fazer coincidir a cidade e a cidadaniardquo Apesar do atraso na aplicaccedilatildeo do

pensamento ambiental - no caso o de cidades sustentaacuteveis - atualmente o

Brasil apresenta um niacutevel consideraacutevel de desenvolvimento tecnoloacutegico e social

que podem retardar a degradaccedilatildeo e os malefiacutecios causados nas cidades E por

que natildeo ocorre tal melhoria no setor ambiental urbano O Brasil carece de

poliacuteticas puacuteblicas que sirvam para o propoacutesito ambiental sem contar a falta de

instruccedilatildeo ambiental de uma boa parcela da sociedade Isso eacute confirmado com

as atitudes da populaccedilatildeo no texto de Loureiro e De Gregori (Revista Eletrocircnica

do Curso de Direito ndash UFSM p 459) eacute exposto que ldquoo lixo jogado nas ruas

causa entupimento de bueiros o que dificulta o escoamento da aacutegua da chuva

Aleacutem disso mesmo quando ocorre escoamento a aacutegua leva detritos

diretamente para o curso dos rios coacuterregos mananciais entre outros Em

razatildeo do exposto um meio indireto mas eficiente de se poluir a aacuteguardquo

Desse modo termo ldquosustentabilidaderdquo atrelado agraves necessidades

urbanas merece se conciliado de certa maneira que o ser humano produza

desenvolvimento e tambeacutem conserve o meio ambiente Portanto para o Brasil

os modelos que devem ser desenvolvidos nas cidades precisam ser justos

eacuteticos e sustentaacuteveis abrangendo todas as classes sociais e sendo igualitaacuterio

trazendo assim a concepccedilatildeo de que as transformaccedilotildees natildeo necessariamente

devem partir do governo e sim das accedilotildees que integrem os cidadatildeos

almejando a sustentabilidade Quando se diz ldquoas accedilotildees que integrem os

cidadatildeosrdquo na verdade o que se busca expressar eacute que a atitude deve partir da

populaccedilatildeo e natildeo do governo pois tais accedilotildees promovidas pela populaccedilatildeo as

aproximam das poliacuteticas puacuteblicas gerando melhores oportunidades e formas

alternativas de sistemas igualitaacuterios quando relacionados a exposiccedilatildeo de riscos

ambientais Tudo isso para oferecer um ambiente urbano com um

desenvolvimento em equiliacutebrio ambientalmente sustentaacutevel e socialmente

justo

Retomando o Artigo 2ordm do Estatuto da Cidade Loureiro e De Gregori

(Revista Eletrocircnica do Curso de Direito ndash UFSM p 462) expotildeem que houve

uma mudanccedila de paradigma ao se pensar em ambientes urbanos assim

expondo trecircs objetivos a serem alcanccedilados com as cidades ldquoo primeiro seria

um ambiente destinado agrave moradia de um acuacutemulo de comunidades jaacute em uma

segunda perspectiva seria um ambiente de poliacuteticas a fim de atingir funccedilatildeo

social urbana e por fim a garantia de ambientes urbanos como um meio

sustentaacutevel e sadio de desenvolvimentordquo Eacute importante ressaltar que esse

ponto de vista reflete que soacute seraacute possiacutevel assegurar um ambiente urbano para

a presente geraccedilatildeo e para as futuras partindo da preservaccedilatildeo do meio

ambiente

Portanto diversas iniciativas podem tornar o ambiente urbano em cidade

sustentaacutevel o que procura promover uma estabilidade e um equiliacutebrio agraves

cidades com uma visatildeo a longo prazo O processo de implantaccedilatildeo de cidades

sustentaacuteveis no Brasil deve primeiramente partir de accedilotildees individuais ou

privadas e articulada agraves poliacuteticas puacuteblicas para que haja uma eficiecircncia na

aplicabilidade sem desconsiderar que haacute uma possibilidade de gerar um

sistema insustentaacutevel Por que pode se tornar um sistema insustentaacutevel

Segundo Loureiro e De Gregori (Revista Eletrocircnica do Curso de Direito ndash

UFSM p 465 apud Godard 1990 p40-45) ldquoa insustentabilidade exprime

assim a incapacidade de as poliacuteticas puacuteblicas adaptarem a oferta de serviccedilos

urbanos agrave quantidade e agrave qualidade das demandas sociais provocando um

ldquodesequiliacutebriordquo entre necessidades cotidianas da populaccedilatildeo e os meios de as

satisfazer entre a demanda por serviccedilos urbanos e os investimento em redes e

infraestruturardquo

Jaacute que a realidade brasileira exprime uma grande distorccedilatildeo do que eacute

apresentado nos estudos como conseguir implantar uma cidade sustentaacutevel e

assim suportaacute-la Primeiramente eacute necessaacuterio ampliar o ponto de vista natildeo se

prendendo agraves poliacuteticas puacuteblicas em segundo plano eacute preciso que se tenha uma

accedilatildeo coletiva da populaccedilatildeo atraveacutes da conscientizaccedilatildeo ou de accedilotildees que

promovam a sustentabilidade dentro da cidade

Eacute importante ressaltar que natildeo se pode descartar as poliacuteticas puacuteblicas

mas tambeacutem natildeo se pode esperar que elas resolvam todos os problemas

presentes na cidade Sendo assim para que uma cidade torne-se sustentaacutevel eacute

preciso que as accedilotildees realizadas pela populaccedilatildeo sejam emparelhadas com as

poliacuteticas puacuteblicas aplicadas pelo governo No Brasil haacute cidades que satildeo

consideradas sustentaacuteveis mas essas cidades optaram apenas por um

planejamento urbano voltado para reconstituiccedilatildeo de aacutereas verdes

aprimoramento nas soluccedilotildees urbaniacutesticas e na tecnologia do transporte urbano

Tais accedilotildees natildeo devem ser desconsideras e sim exaltadas pelo funcionamento

adequado e promoccedilatildeo da sustentabilidade urbana Outras questotildees tatildeo

importantes quanto satildeo deixadas de lado pelo governo e nesse caso deve-se

ter uma aplicaccedilatildeo da sociedade para que ganhe uma visatildeo e assim sejam

aplicadas poliacuteticas puacuteblicas voltadas para tais questotildees

Em especiacutefico coloco o problema hiacutedrico que tem assolado vaacuterias

cidades do paiacutes por trazer prejuiacutezos de forma direta e indireta a populaccedilatildeo O

problema hiacutedrico brasileiro natildeo eacute apenas o causado pela estiagem e falta de

aacutegua em algumas localidades ele tambeacutem eacute expresso pelas chuvas

torrenciais Em face disso eacute importante unir o uacutetil ao agradaacutevel Vale expor que

em decorrecircncia do aumento da urbanizaccedilatildeo as aacutereas foram pavimentadas e

cobertas por preacutedios casas monumentos entre outras edificaccedilotildees

ocasionando na impermeabilizaccedilatildeo do solo em aacutereas naturais Devido a esse

fator o ser humano vem demandando novas soluccedilotildees e poliacuteticas puacuteblicas para

o controle e mitigaccedilatildeo de impactos causados pela chuva tais como

alagamentos

Os governos de modo geral vecircm encontrando seacuterias dificuldades

quanto agraves questotildees de gestatildeo dos alagamentos em suas aacutereas puacuteblicas Para

Brasiacutelia e o Governo do Distrito Federal esse problema eacute recente e nem tatildeo

alarmante quando comparado aos das grandes capitais brasileiras como Satildeo

Paulo ou Rio de Janeiro Portanto eacute necessaacuterio que se tenha uma precauccedilatildeo

com o uso das aacuteguas tratadas para que possam ser utilizadas fontes

alternativas Com o objetivo de aproveitamento de aacuteguas pluviais a captaccedilatildeo

de aacutegua advinda das chuvas possui um vieacutes sustentaacutevel do ponto de vista

teacutecnico e econocircmico quando aplicado em sistemas de uso privativo Cabe

ressaltar que esse estudo visa aliar o conceito de cidades sustentaacuteveis a partir

da iniciativa privada agraves necessidades encontradas na cidade de Brasiacutelia no

caso de um projeto de aproveitamento de aacuteguas pluviais que atenda a

demanda de aacutegua natildeo potaacutevel tendo como base a precipitaccedilatildeo de chuva local

sem desconsiderar o ciclo hidroloacutegico para que natildeo ocorra um desequiliacutebrio do

mesmo e ocasione mais desastres ambientais

Tal sistema tem como objetivo gerar uma fonte de aacutegua natildeo potaacutevel

para uso diaacuterio em sistemas prediais como descarga limpeza do preacutedio

irrigaccedilatildeo de jardins disponibilidade para lavagem de automoacuteveis entre outras

possibilidades gerando uma economia da aacutegua utilizada e consequentemente

uma economia monetaacuteria Aleacutem desse objetivo reducionista de gasto e aacutegua

haacute tambeacutem a possibilidade da reduccedilatildeo de transtornos hiacutedricos urbanos

Portanto ao abordar sobre poliacuteticas puacuteblicas eacute de suma importacircncia

compreender que o ldquodesenvolvimento sustentaacutevel eacute um processo de

aprendizagem social de longo prazo que por sua vez eacute direcionado por

poliacuteticas puacuteblicas orientadas por um plano de desenvolvimento nacionalrdquo

(Barbosa 2008 p 6) O conceito de desenvolvimento sustentaacutevel seraacute melhor

apresentado no capiacutetulo seguinte

2 ndash Sustentabilidade desenvolvimento sustentaacutevel e a sua

importacircncia

Inicio esse capiacutetulo com uma frase de Nascimento (2012 p 57) em que

se queremos sugerir uma sustentabilidade para toda a sociedade eacute necessaacuterio

que tenhamos uma ldquolinha transversal a eacutetica solidaacuteria com os excluiacutedos de hoje

para que natildeo haja excluiacutedos amanhatilderdquo

Por que a sustentabilidade eacute algo importante para noacutes Eacute necessaacuterio

que seja de conhecimento geral de que estamos ameaccedilados em todos os

aspectos ligados agrave utilizaccedilatildeo de recursos naturais e aproveitamento dos

mesmos Portanto haacute uma conexatildeo direta ao desenvolvimento sustentaacutevel

Nascimento (2012 p 58) ainda aponta que ldquoateacute meados do seacuteculo XX a

humanidade temia basicamente duas grandes extinccedilotildees ndash uma externa

(choque de um grande meteorito como aparentemente ocorreu haacute 65 milhotildees

de anos extinguindo os dinossauros) e outra interna (o advento de uma

epidemia desconhecida e incontrolaacutevel) Em meados do seacuteculo passado foi

acrescida mais uma ameaccedila provinda dos proacuteprios seres humanos a bomba

atocircmica O seu poder de destruiccedilatildeo ficou evidente com as explosotildees de

Hiroshima e Nagasakirdquo Sendo assim eacute perceptiacutevel que o estilo de vida de alta

produccedilatildeo e consumo vigente nos leva a crer que um desastre eacute cada vez mais

plausiacutevel

ldquoQue a economia estaacute em um conflito com os sistemas naturais do

planeta eacute uma evidecircncia que ressalta das informaccedilotildees cotidianas sobre o

desaparecimento das zonas de pesca reduccedilatildeo das florestas a erosatildeo do

solo e o desaparecimento de espeacuteciesrdquo (Nascimento 2012 p 58 apud

Brown 2003 p14) Portanto a crise ambiental aponta um desgaste das

condiccedilotildees ldquonormaisrdquo de vida no planeta Terra Segundo Nascimento (2012 p

58) ldquo[] eacute possiacutevel caso o cenaacuterio mais pessimista do aquecimento global

venha a se confirmar que uma nova possibilidade de auto extinccedilatildeo seja criada

no final desse seacuteculordquo Desta forma o atual modelo de vida natildeo deteriora

apenas o meio ambiente tambeacutem prejudica a vida humana e para que sejam

reduzidos esses transtornos agrave vida humana eacute preciso que iniciativas e

alternativas sejam criadas por meio de inovaccedilotildees tecnoloacutegicas para que haja

uma saiacuteda

ldquoA crise ambiental assumiu contornos mais graves com a percepccedilatildeo da

responsabilidade antroacutepica do aquecimento global e a dinacircmica de ascensatildeo

de um contingente humano mais significativo no mercado de consumordquo

(Nascimento 2012 p 61) Quando a crise ambiental se tornou algo de suma

importacircncia Quando como e por que a sustentabilidade e o desenvolvimento

sustentaacutevel se tornaram relevantes para o combate agrave crise ambiental Eacute

necessaacuterio compreender que a sustentabilidade possui dois vieses quando

relacionada agrave sua origem Uma de suas origens tem base na biologia mais

precisamente na ecologia a qual atribui o conceito de resiliecircncia ndash capacidade

de recuperaccedilatildeo e reproduccedilatildeo dos ecossistemas ndash perante as degradaccedilotildees

antroacutepicas com o uso exacerbado dos recursos naturais Ainda relacionado agrave

ecologia haacute as causas naturais como terremotos fogo tsunamis pragas

entre outros O outro vieacutes de origem da sustentabilidade adveacutem da economia

como o adjetivo do desenvolvimento diante da visibilidade que ganhou ao

longo do seacuteculo XX referente ao padratildeo de consumo desenvolvido ao redor do

mundo (Nascimento 2012 p 51)

Segundo Nascimento a ideia de sustentabilidade como enfoque

mundial tem origem na deacutecada de 1950 O surgimento e a importacircncia desse

termo ocorrem devido a um risco ambiental global a poluiccedilatildeo nuclear ldquoOs seus

indiacutecios alertaram os seres humanos de que estamos em uma nave comum e

que problemas ambientais natildeo estatildeo restritos a territoacuterios limitadosrdquo

(Nascimento 2012 p 2) Segundo Nascimento (2012 p 52 apud Machado

2005) ldquoA ocorrecircncia de chuvas radiativas a milhares de quilocircmetros dos locais

de realizaccedilatildeo dos testes acendeu um caloroso debate no seio da comunidade

cientiacuteficardquo Na deacutecada de 1960 houve outro fato importante que implicou na

questatildeo da percepccedilatildeo da crise ambiental dando importacircncia a

sustentabilidade devido ao uso de inseticidas e pesticidas quiacutemicos e

transtornos causados por esses apontados por Rachel Carson em seu livro

intitulado de ldquoPrimavera Silenciosardquo ndash Silent Spring

Ainda na deacutecada de 60 as chuvas aacutecidas recorrentes nos paiacuteses

noacuterdicos levaram a Sueacutecia junto ao Conselho Econocircmico e Social das Naccedilotildees

Unidas (ECOSOC) a propor a realizaccedilatildeo de uma conferecircncia para tratar de um

acordo internacional para uma possiacutevel reduccedilatildeo na emissatildeo dos gases

responsaacuteveis por tal transtorno Com isso ocorreu a Conferecircncia de

Estocolmo em 1972 colocando em evidecircncia os paiacuteses subdesenvolvidos e

desenvolvidos da eacutepoca A princiacutepio as preocupaccedilotildees natildeo eram nem um

pouco igualitaacuterias jaacute que os paiacuteses desenvolvidos estavam atentos agrave

degradaccedilatildeo ambiental que afetavam sua qualidade de vida enquanto os

paiacuteses subdesenvolvidos estavam preocupados em natildeo sofrerem sanccedilotildees

comerciais e apresentarem um retardo em seu desenvolvimento uma vez que

naquela eacutepoca os problemas ambientais eram associados ao crescimento

econocircmico dos paiacuteses de terceiro mundo Nessa conferecircncia ficou exposto

que os paiacuteses desenvolvidos defendiam a proteccedilatildeo do meio ambiente como

principal foco e os paiacuteses em desenvolvimento focavam no combate agrave

pobreza

Para melhor esclarecer Nascimento expotildee a partir do documento ldquoOnly

One Earthrdquo (Ward amp Dubos 1973) ldquo[] O problema ambiental como decorrente

de externalidades econocircmicas proacuteprias do excesso de desenvolvimento

(tecnologia agressiva e consumo excessivo) de um lado e de sua falta

(crescimento demograacutefico e baixo PIB per capita) de outro Posta dessa forma

a questatildeo ambiental deixava de ficar restrita ao meio natural e adentrava o

espaccedilo socialrdquo Contemporacircneo a isso temos o relatoacuterio do Clube de Roma ndash

Limits to Growth (Meadows et al 1972) que propunha uma reduccedilatildeo do

desenvolvimento industrial nos paiacuteses desenvolvidos e uma contenccedilatildeo no

crescimento populacional nos paiacuteses subdesenvolvidos juntamente com o

apoio daqueles aos subdesenvolvidos para que pudessem crescer

economicamente A partir desses eventos os governos se conscientizaram e

criaram agecircncias que tratassem das questotildees ambientais para que pudessem

juntar dados ambientais jaacute que na eacutepoca careciam de tais informaccedilotildees

No Brasil foi criada a Secretaria Especial do Meio Ambiente (SEMA) em

1973 enquanto nos EUA jaacute existia a Environmental Protection Agency (EPA)

desde 1970

Dez anos apoacutes a Conferecircncia de Estocolmo uma anaacutelise dos resultados

foi feita pela ONU e mostrou que o resultado estabelecido deixou a desejar e

que os esforccedilos realizados foram inferiores Em decorrecircncia desse mal

desempenho foi formada a Comissatildeo Mundial sobre Meio Ambiente e

Desenvolvimento (CMMAD) presidida por Gro Harlen Brundtland responsaacutevel

pelo relatoacuterio ldquoNosso Futuro Comumrdquo ndash Our Common Future ndash que tinha como

principal proposta a criaccedilatildeo de uma agenda global para focar em uma

mudanccedila consideraacutevel Esse estudo obteve informaccedilotildees durante trecircs anos a

partir de pesquisas e anaacutelises com enfoque na parte social Segundo Barbosa

(2008 p2) as informaccedilotildees colhidas do relatoacuterio com base nas questotildees

sociais referiam-se ldquoao uso da terra sua ocupaccedilatildeo suprimento de aacutegua abrigo

e serviccedilos sociais educativos e sanitaacuterios aleacutem de administraccedilatildeo do

crescimento urbanordquo

Tal relatoacuterio foi responsaacutevel pela criaccedilatildeo do termo ldquoDesenvolvimento

Sustentaacutevelrdquo que ldquoconsistiu o maior esforccedilo entatildeo conhecido para conciliar a

preservaccedilatildeo do meio ambiente com o desenvolvimento econocircmicordquo

(Nascimento 2012 p 54) Uma definiccedilatildeo baacutesica do que eacute DS eacute exposta por

Nascimento (2012 p 58 apud Lenzi 2006) ldquoDesenvolvimento sustentaacutevel eacute o

desenvolvimento que satisfaz as necessidades do presente sem comprometer

a capacidade das geraccedilotildees futuras em satisfazer suas proacuteprias necessidadesrdquo

Estender e Pitta (O Conceito do Desenvolvimento Sustentaacutevel apud Camargo

2003 p 43) tambeacutem fazem citaccedilatildeo agrave outra definiccedilatildeo apontada no relatoacuterio

ldquoEm essecircncia o desenvolvimento sustentaacutevel eacute um

processo de transformaccedilatildeo no qual a exploraccedilatildeo dos

recursos a direccedilatildeo dos investimentos a orientaccedilatildeo

do desenvolvimento tecnoloacutegico e a mudanccedila

institucional se harmonizam e reforccedilam o potencial

presente e futuro a fim de atender agraves necessidades

e aspiraccedilotildees humanasrdquo

Nascimento (2012 p 54) aponta que ldquoA forccedila e a fraqueza dessa

definiccedilatildeo encontram-se justamente nessa foacutermula vaga pois deixam-se em

aberto quais seriam as necessidades humanas atuais e mais ainda as das

geraccedilotildees futurasrdquo

Segundo Barbosa (2008) o relatoacuterio faz consideraccedilotildees agraves questotildees

urbanas no qual as cidades em seu desenvolvimento devem contemplar as

necessidades baacutesicas de toda a populaccedilatildeo e conceder oportunidades de

melhora na qualidade de vida de todos buscando alcanccedilar uma equidade na

sociedade por meio de processos democraacuteticos para que haja um

desenvolvimento urbano adequado Ainda com referecircncia ao relatoacuterio haacute ldquoa

necessidade de descentralizaccedilatildeo das aplicaccedilotildees de recursos financeiros e

humanos e a necessidade do poder poliacutetico favorecer as cidades em sua

escala localrdquo (Barbosa 2008 p 2) Quanto agrave questatildeo do uso de recursos

naturais foi avaliada no relatoacuterio a capacidade de resiliecircncia da biosfera os

efeitos e as possiacuteveis consequecircncias causadas pela accedilatildeo antroacutepica apontando

ainda que a pobreza pode ser considerada como um problema ambiental e que

a tentativa de erradicar a mesma pode ser a base para a busca da

sustentabilidade Com essa contribuiccedilatildeo na mudanccedila do modo de perceber as

necessidades urbanas o relatoacuterio apresentou trecircs princiacutepios baacutesicos ou

aspectos que deveriam ser cumpridos ndash proteccedilatildeo ambiental equidade social e

o desenvolvimento econocircmico ndash e que seratildeo expostos mais adiante

Apesar de todos esses pontos levantados o relatoacuterio Brundtland

recebeu vaacuterias criacuteticas pelo fato de acusar a pobreza e o descontrole do

crescimento populacional nos paiacuteses subdesenvolvidos como a fonte principal

dos problemas ambientais e da insustentabilidade do planeta e de colocar em

segundo plano a poluiccedilatildeo causada ateacute a data de publicaccedilatildeo do relatoacuterio pelos

paiacuteses desenvolvidos

Em 1986 foi realizada a conferecircncia de Ottawa ndash Carta de Ottawa 1986

ndash na qual foram estabelecidas cinco condiccedilotildees para que se tentasse alcanccedilar o

desenvolvimento sustentaacutevel entre elas a manutenccedilatildeo da integraccedilatildeo

ecoloacutegica a satisfaccedilatildeo das necessidades baacutesicas humanas a provisatildeo da

autodeterminaccedilatildeo social e da diversidade cultural a integraccedilatildeo da conservaccedilatildeo

e do desenvolvimento e o alcance de equidade e justiccedila social Para a

CMMAD as condiccedilotildees que procedem do conceito de desenvolvimento

sustentaacutevel estatildeo associadas ao processo de urbanizaccedilatildeo e do crescimento da

cidade e tem como finalidade o uso adequado dos recursos naturais Em face

disto satildeo expostos alguns objetivos mudanccedila de qualidade do crescimento

crescimento renovaacutevel satisfaccedilatildeo das necessidades essenciais por emprego

aacutegua energia alimento e saneamento baacutesico garantia de um niacutevel sustentaacutevel

da populaccedilatildeo conservaccedilatildeo da base de recursos reorientaccedilatildeo da tecnologia e

do gerenciamento de risco e reorientaccedilatildeo das relaccedilotildees econocircmicas

internacionais (CMMAD 1988 1991)

Postumamente foi realizada a Assembleia das Naccedilotildees Unidas a qual

aprovou a Conferecircncia das Naccedilotildees Unidas para o Meio Ambiente e o

Desenvolvimento (CNUMAD) ocorrida em 1992 e ficou conhecida como Rio-

92 A Rio-92 teve maior visibilidade graccedilas agrave criaccedilatildeo da Convenccedilatildeo da

Biodiversidade e das Mudanccedilas Climaacuteticas ndash que posteriormente resultou na

criaccedilatildeo do Protocolo de Kyoto ndash da Agenda 21 e da Declaraccedilatildeo do Rio Essa

uacuteltima segue os mesmos padrotildees expostos na Conferecircncia de Estocolmo

citada anteriormente interligando o desenvolvimento econocircmico com o meio

ambiente atraveacutes de uma gestatildeo consciente dos recursos naturais sem

comprometer o modelo econocircmico vigente

Em decorrecircncia desses acontecimentos tornou-se de faacutecil entendimento

que o desenvolvimento sustentaacutevel eacute composto por trecircs aspectos ambiental

econocircmico e social Outros autores como Ignacy Sachs consideram ainda

outras variaacuteveis relevantes para o entendimento do DS como sustentabilidade

ecoloacutegica e poliacutetica

Figura 1 Tripeacute da Sustentabilidade

Fonte Nicholas Gimenes (2012)

Com base nesses trecircs aspectos apontados chegamos ao conhecido

Triple Bottom Line ndash ldquoTripeacute da Sustentabilidaderdquo No tripeacute da sustentabilidade

satildeo expostos o aspecto ambiental que tem como base a produccedilatildeo e o

consumo de tal forma que possa garantir que os ecossistemas natildeo sofram

problemas quanto a sua capacidade de resiliecircncia o aspecto econocircmico que

assume a denominada ecoeficiecircncia a qual incentiva a inovaccedilatildeo tecnoloacutegica

para tentar mitigar alguns dos problemas ambientais e ampliar a

desmaterializaccedilatildeo da economia e o uacuteltimo aspecto o social o qual supotildee que

a populaccedilatildeo de uma determinada sociedade tenha o miacutenimo necessaacuterio para

uma condiccedilatildeo de vida aceitaacutevel buscando erradicar a desigualdade social

Segundo Nascimento existem diversas definiccedilotildees desses trecircs aspectos mas

essas apontadas satildeo as mais recorrentes e de simples entendimento Natildeo

podemos esquecer que assim como eacute apontado por Ignacy Sachs e outros

autores outros aspectos para a definiccedilatildeo do DS devem ser levados em

consideraccedilatildeo em especial a cultura Apesar de natildeo ser citada como base do

ldquotripeacuterdquo a cultura eacute importante em qualquer sociedade quando relacionada ao

meio ambiente pois eacute ela quem dita o comportamento da populaccedilatildeo O Brasil

sofre com questotildees ambientais muitas das vezes por falta de instruccedilatildeo da

populaccedilatildeo que natildeo tem conhecimento do quatildeo impactante pode ser sua accedilatildeo

Deste modo quando se trata de questotildees ambientais eacute necessaacuterio que se

tenha uma mudanccedila natildeo repentina e sim gradativa nos padrotildees de consumo

no estilo de vida e na educaccedilatildeo ambiental

Retomando os conceitos de DS e sustentabilidade temos uma definiccedilatildeo

de Clovis Cavalcanti em que sustentabilidade ldquosignifica a possibilidade de se

obterem continuamente condiccedilotildees iguais ou superiores de vida para um grupo

de pessoas e seus sucessores em dado ecossistemardquo (Cavalcanti 2003)

Analisando essa definiccedilatildeo proposta por Cavalcanti vemos que se assemelha

do que foi exposto por Gro Harlen Brundtland em seu relatoacuterio Como jaacute foi

mencionado para Sachs o ldquoTriple Bottom Linerdquo ndash Tripeacute da Sustentabilidade ndash

possui cinco vertentes da sustentabilidade que satildeo a ldquosustentabilidade

ecoloacutegica refere-se a fiacutesica do processo de crescimento e tem como objetivo a

manutenccedilatildeo de estoques dos recursos naturais incorporados as atividades

produtivas a sustentabilidade ambiental que refere-se agrave manutenccedilatildeo da

capacidade de sustentaccedilatildeo dos ecossistemas o que implica a capacidade de

absorccedilatildeo e recomposiccedilatildeo dos ecossistemas em face as agressotildees antroacutepicas

sustentabilidade social que refere-se ao desenvolvimento e tem por algum

objetivo a melhoria da qualidade da vida da populaccedilatildeo Para caso de paiacuteses

com problemas de desigualdade e de inclusatildeo social implica a adoccedilatildeo de

poliacuteticas distributivas e a universalizaccedilatildeo de atendimento a questotildees como

sauacutede educaccedilatildeo habilitaccedilatildeo e seguridade social sustentabilidade poliacutetica

refere-se ao processo de construccedilatildeo da cidadania para garantir a incorporaccedilatildeo

plena dos indiviacuteduos ao processo de desenvolvimento e a sustentabilidade

econocircmica que refere-se a uma gestatildeo eficiente dos recursos em geral e

caracteriza-se pela regularidade de fluxos do investimento puacuteblico e privado

Implica a avaliaccedilatildeo da eficiecircncia por processos macro sociaisrdquo (Sachs 1993

Agenda 21 brasileira)

Barbosa (2008 p 4) faz uma citaccedilatildeo em seu trabalho sobre o livro de

Leila Ferreira ndash ldquoA questatildeo ambiental sustentabilidade e poliacuteticas puacuteblicas no

Brasilrdquo ndash referente ao padratildeo de vida da sociedade em que

ldquoO padratildeo de produccedilatildeo e consumo que

caracteriza o atual estilo de

desenvolvimento tende a consolidar-se

no espaccedilo das cidades e estas se

tornam cada vez mais o foco principal

na definiccedilatildeo de estrateacutegias e poliacuteticas

de desenvolvimentordquo

Sendo assim eacute de fundamental importacircncia que formas alternativas

sustentaacuteveis sejam alcanccediladas para que possam influenciar de forma positiva

na qualidade de vida das cidades e no processo de planejamento urbano Para

Acselrad (1999 p 85) a sustentabilidade urbana eacute definida como ldquoa

capacidade das poliacuteticas urbanas se adaptarem agrave oferta de serviccedilos agrave

qualidade e agrave quantidade das demandas sociais buscando o equiliacutebrio entre as

demandas de serviccedilos urbanos e investimentos em estruturardquo Como o

desenvolvimento sustentaacutevel possui muitos conceitos e definiccedilotildees haacute uma em

especial que se destaca pelo fato de estar relacionada agraves cidades juntamente

com o termo ldquosustentabilidaderdquo exposta por Barbosa (2008 p 4 apud

Satterthwaite 2004) em que

ldquoa resposta agraves necessidades humanas

nas cidades como o miacutenimo ou

nenhuma transferecircncia dos custos da

produccedilatildeo consumo ou lixo para outras

pessoas ou ecossistemas hoje e no

futurordquo

Assim a participaccedilatildeo da sociedade e a diversidade dos interesses que

a mesma possui gera um conflito entre as poliacuteticas puacuteblicas e o

desenvolvimento sustentaacutevel mas nada que natildeo possa ser contornado a partir

da conscientizaccedilatildeo individual dos cidadatildeos Como eacute exposto por Barbosa ldquoeacute

imprescindiacutevel para a sustentabilidade urbana o uso racional dos recursos

naturais a boa forma do ambiente urbano baseado na interaccedilatildeo clima e os

recursos naturais aleacutem das respostas agraves necessidades urbanas com o miacutenimo

de transferecircncia de dejetos e rejeitos para outros ecossistemas atuais e

futurosrdquo (Barbosa 2008 p 9) Em detrimento disso ldquoo desenvolvimento

sustentaacutevel natildeo deve ser apresentado como um slogan poliacuteticordquo (Barbosa

2008 p 10) deve ser apresentado como uma possiacutevel soluccedilatildeo para a

mitigaccedilatildeo dos problemas ambientais encontrados atualmente na sociedade

Portanto a sustentabilidade visa emoldurar novos meios alternativos de

produccedilatildeo distribuiccedilatildeo e consumo dos recursos naturais existentes de forma

mais racional ecologicamente viaacutevel e economicamente eficaz

Ao retratar esses problemas de padrotildees vividos pela sociedade

relacionados ao meio ambiente mais especificamente a utilizaccedilatildeo de recursos

naturais Nascimento (2012 p 58) aponta que ldquohaacute uma quase unanimidade

hoje entre os cientistas de que os recursos naturais natildeo seratildeo suficientes para

fornecer um modo de vida similar ao da classe meacutedia mundial a todos os novos

ingressantes no mercado No entanto eles tecircm tanto direito quanto os que jaacute

participam do mercado consumidorrdquo Mas como podemos contornar tais

problemas e a crise ambiental Atraveacutes da criatividade humana muitas formas

alternativas foram criadas e podem ser inventadas quando se tratam dos

recursos finitos utilizados pelo homem Temos como exemplo a aacutegua sobre a

qual poucos satildeo os estudos apresentados relacionando o aproveitamento de

aacuteguas pluviais e cidades sustentaacuteveis Na maioria das vezes os estudos satildeo

feitos com base em outras necessidades como a dessalinizaccedilatildeo das aacuteguas do

mar para consumo humano Natildeo podemos esquecer que atualmente existem

diversos sistemas de captaccedilatildeo de aacuteguas pluviais para diferentes finalidades

sejam elas para aproveitamento de consumo humano ou natildeo

3 ndash A viabilidade de implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo

pluvial em Brasiacutelia ndash DF

31 ndash Apresentaccedilatildeo de dados

Primeiramente seratildeo apresentados dados sobre a populaccedilatildeo e o

consumo de aacutegua presente nas residecircncias de Brasiacutelia e que seratildeo utilizados

como base para a implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo na Asa Norte

Segundo Ferreira C diretor Superintendente de Atendimento Comercial

(CAC) da Companhia de Saneamento Ambiental do Distrito Federal (CAESB)

ldquoEm Brasiacutelia o consumo meacutedio por habitante eacute de 190 litros de aacutegua por dia o

que resulta em um consumo mensal de 6msup3 por habitanterdquo De acordo com a

ONU cada pessoa necessita de 110 litros por dia para atender as

necessidades de consumo e higiene A Companhia de Saneamento Baacutesico do

Estado de Satildeo Paulo (SABESP 2010) afirma que ldquono Brasil o consumo por

pessoa pode chegar a mais de 200 litrosdiardquo A estimativa da SABESP (2010)

eacute de que 54 litros (27) vatildeo para cozinhar e beber 50 litros (25) para tomar

banho e escovar os dentes 66 litros (33) para descarga de banheiro 24 litros

(12) para lavagem de roupa e 6 litros (3) para outras tarefas como lavagem

de carro por exemplo Segundo dados da CAESB Brasiacutelia (Plano Piloto)

consome cerca de 2757890msup3 por mecircs e que o consumo por habitante eacute de

1381msup3mecircs

Devido ao alto consumo de aacutegua em Brasiacutelia os recorrentes transtornos

hiacutedricos urbanos e a ausecircncia de sistemas captaccedilatildeo pluvial este capiacutetulo traz

um estudo da viabilidade teacutecnica e econocircmica da implantaccedilatildeo de um sistema

em um preacutedio residencial do bairro Asa Norte mais especificamente na

Superquadra 111 Norte Natildeo haacute nenhum estudo realizado que comprove a

frequecircncia dos alagamentos nessa regiatildeo portanto tal quadra foi selecionada

em decorrecircncia de mateacuterias e reportagens que mostram a dificuldade que a

populaccedilatildeo sofre quando haacute uma chuva anormal

Primeiramente eacute necessaacuterio que se tenha uma noccedilatildeo do periacuteodo

chuvoso em Brasiacutelia Segundo o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais

(INPE) Brasiacutelia apresenta um regime de precipitaccedilatildeo bem definido sendo que

a estaccedilatildeo chuvosa tem iniacutecio em Outubro e estende-se ateacute Marccedilo e a estaccedilatildeo

seca ocorre no restante do ano (Abril a Setembro) Ainda segundo o INPE ldquoa

estaccedilatildeo chuvosa eacute causada pelo forte aquecimento da atmosfera na Amazocircnia

que favorece o desenvolvimento de um sistema quase estacionaacuterio em altos

niacuteveis a Alta Boliacutevia Como resultado dessa circulaccedilatildeo observa-se nos baixos

niacuteveis uma regiatildeo de baixa pressatildeo e a convergecircncia de ar satildeo os principais

fatores que provocam a precipitaccedilatildeo neste periacuteodo responsaacutevel por 70 do

total meacutedio anualrdquo A partir desses elementos apresentados pelo INPE e com

base nos dados os quais foram obtidos da estaccedilatildeo meteoroloacutegica de Brasiacutelia

localizada na Latitude (ordm) -158 Longitude (ordm)-479 temos a precipitaccedilatildeo de

Brasiacutelia dada mecircs a mecircs Os dados partem de Janeiro de 2006 e vatildeo ateacute

Outubro de 2015 Eacute importante frisar que os dados foram formulados a partir

da precipitaccedilatildeo acumulada para tornar mais faacutecil de calcular a meacutedia

Tabela 01 Dados de Precipitaccedilatildeo

AnoMecircs JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ Meacutedia Mensal

2006 1232 1914 258 1417 351 09 01 528 403 5264 1956 1821 14563

2007 2609 2659 357 501 75 0 0 0 0 535 2249 275 9779

2008 201 2425 2346 2109 0 0 0 27 80 387 271 3226 1337

2009 2028 1347 81 3759 612 93 0 725 505 2958 1991 3078 1492

2010 1211 368 2494 2388 275 0 0 0 0 349 2547 318 1068

2011 1268 1724 2433 696 139 38 0 0 7 2639 3338 4704 1421

2012 2699 1149 1982 1213 444 24 02 0 333 1098 4446 1428 1235

2013 4918 1893 1903 954 222 62 03 0 659 1069 2711 3525 1493

2014 1531 1392 3402 2493 28 10 79 0 162 2014 192 3667 1399

2015 939 1297 3456 2076 499 0 08 0 218 694 SD SD 9187

Meacutedia para cada mecircs

20445 16168 21763 17606 2645 326 093 128 315 17007 2652 30421 12797

Tabela contendo os dados de chuva acumulada mecircs a mecircs em miliacutemetros (mm)

Fonte INPE 2015

Obs 1- SD - satildeo dados que natildeo foram coletados devido pois o trabalho foi realizado antes desses meses

Obs2- Meacutedia calculada com os dados obtidos no caso os meses de novembro e dezembro de 2015 natildeo entram no

caacutelculo pois ainda natildeo existiam os dados

Temos tambeacutem a partir do estudo realizado por Brino (Brasiacutelia

Superquadras Residenciais) os dimensionamentos dos preacutedios e a quantidade

de apartamentos por pavimentos conforme as tabelas a seguir

Tabela 02 Dimensionamento dos Blocos

A SUPERQUADRA AE AT

Aacuterea de Projeccedilatildeo por Bloco

Aacuterea Total = 11760msup2 Nuacutemero total de Blocos = 11

1069msup2 185 136

Aacuterea Construiacuteda por bloco (sem pilotis e

subsolo)

Pavimentos = 6 Aacuterea do Pavimento = 1069msup2

6414msup2 1113 818

Aacuterea Construiacuteda por superquadras (sem pilotis e subsolo)

Preacutedio = 11 Aacuterea por Preacutedio = 64141msup2

70554msup2 8999 1225

AE - Aacuterea Aedificandi e AT - Aacuterea Total

Tabela 03 Dimensionamento da Populaccedilatildeo

A POPULACcedilAtildeO (5 Pessoas

apart)

6 apartamentos por pavimento

36 apartamentos por bloco

396 apartamentos

por superquadra

1980 pessoas por

superquadra

8 apartamentos por pavimento

48 apartamentos por bloco

528 apartamentos

por superquadra

2640 pessoas por

superquadra

10 apartamentos por pavimento

60 apartamentos por bloco

660 apartamentos

por superquadra

3300 pessoas por

superquadra

12 apartamentos por pavimento

72 apartamentos por bloco

792 apartamentos

por superquadra

3960 pessoas por

superquadra

Caacutelculo para as faixas 100 200 e 300 (seis pavimentos) Fonte SUDUR

O estudo apresentado por Brino (Brasiacutelia Superquadras Residenciais)

considera uma famiacutelia composta por cinco pessoas para cada apartamento

nesse caso iremos desconsiderar essa informaccedilatildeo e basearmos nos dados

apresentados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica (IBGE) Nos

dados do IBGE (Censo Demograacutefico 2010) constam que a meacutedia de

moradores em domiciacutelios particulares ocupados eacute de 33 moradores

Partindo dos elementos de precipitaccedilatildeo aacuterea de projeccedilatildeo por bloco

meacutedia de moradores por apartamento total de apartamentos de um preacutedio e

consumo meacutedio de aacuteguadia por habitante podemos dar inicio as formas de

captaccedilatildeo e armazenamento de aacuteguas pluviais

32 ndash Aacuteguas pluviais e aacuteguas cinzas

Mas porque focar em aproveitamento de aacuteguas pluviais Segundo

Rapoport (2004 p 1) ldquoo aumento populacional acompanhado pelas mudanccedilas

climaacuteticas globais vem contribuindo para o aumento na demanda por recursos

hiacutedricosrdquo Ainda expotildee que ldquoembora a aacutegua seja um recurso renovaacutevel ela

tende a se deteriorar em funccedilatildeo do seu uso indiscriminado o que compromete

consequentemente a quantidade de aacutegua com qualidade disponiacutevel para o

consumo nas diversas localidadesrdquo (Rapoport 2004 p 1)

Um fato importante abordado por Rapoport (2004 p1) eacute que ldquoa

quantidade de aacutegua disponiacutevel eacute sempre a mesma jaacute que estaacute sempre sendo

renovada atraveacutes do ciclo hidroloacutegico Entretanto a aacutegua de qualidade para

consumo estaacute se tornando rarardquo A tiacutetulo de esclarecimento ldquosabe-se que o

ciclo hidroloacutegico se constitui basicamente do transporte de massas drsquoaacutegua do

oceano para atmosfera por evaporaccedilatildeo e da atmosfera atraveacutes de

precipitaccedilotildees escoamentos superficiais e subterracircneos para os oceanos

influenciando diretamente a distribuiccedilatildeo e extensatildeo dos corpos drsquoaacutegua

continentaisrdquo (Rapoport 2004 p 1) Sendo assim a interferecircncia humana tem

causado alteraccedilotildees no ciclo hidroloacutegico em diversas regiotildees Esse assunto

seraacute melhor abordado mais adiante pois o uso do sistema de captaccedilatildeo pode

influenciar no ciclo hidroloacutegico negativamente mas utilizado da forma

adequada pode continuar mantendo o ciclo equilibrado

Aleacutem do uso indevido da aacutegua e de sua escassez Lima e Machado

(2008 p 13) apontam que ldquooutro fator importante eacute o aumento de inundaccedilotildees e

enchentes devido ao escoamento superficial da aacutegua de chuva e da

impermeabilizaccedilatildeo do solordquo Portanto a captaccedilatildeo de aacuteguas pluviais pode

contribuir para a reduccedilatildeo dos transtornos hiacutedricos urbanos e ao mesmo tempo

reduzir a demanda por aacutegua potaacutevel da companhia de distribuiccedilatildeo local

Segundo Amorim e Pereira (2008 p 54) ldquouma das soluccedilotildees em estudo

para aumentar a oferta de aacutegua para as edificaccedilotildees eacute o aproveitamento da

aacutegua pluvial Esta apresenta uma boa alternativa visto que aleacutem de reduzir o

consumo de aacutegua potaacutevel ainda surge como uma accedilatildeo no combate agraves

enchentes funcionando como uma medida natildeo-estrutural do sistema de

drenagem urbanardquo Mas o que eacute necessaacuterio para formar um sistema de

captaccedilatildeo adequado e funcional Amorim e Pereira (2008 p 54) apresentam

que ldquoos sistemas de aproveitamento de aacutegua pluvial satildeo formados basicamente

pela aacuterea de captaccedilatildeo (geralmente coberturas) os componentes de transporte

(calhas e condutores verticais) e o reservatoacuteriordquo Cabe ressaltar que para esse

estudo a captaccedilatildeo das aacuteguas pluviais seraacute destinada apenas para a utilizaccedilatildeo

em ldquoaacuteguas cinzasrdquo Neste sentido o reuso das aacuteguas cinzas que satildeo as aacuteguas

provenientes de todas as atividades domeacutesticas com exceccedilatildeo de fontes de

aacuteguas negras tais como sanitaacuterios bidecircs e urinol vem sendo estudadas com

vista ao reuso tanto em irrigaccedilatildeo como em sanitaacuterios (Rapoport 2004 p 8)

Retomando os dados apresentados pela SABESP (2010) temos a

tabela 04 a qual apresenta os dados de consumo domeacutestico e em sequecircncia o

graacutefico 01 que demonstram que se analisarmos as quantidades de aacutegua

utilizada no consumo domeacutestico teremos uma base para o tamanho do

reservatoacuterio E posteriormente a tabela 05 mostra em que situaccedilotildees se podem

reutilizar as aacuteguas pluviais

Tabela 04 Consumo domeacutestico de aacutegua

Litros

Cozinhar e Beber 54

Tomar Banho e Escovar os Dentes 50

Descarga de Banheiro 66

Lavagem de Roupa 24

Outras Tarefas 6

Total = 200

Fonte SABESP (2010)

27

25

33

12

3

Cozinhar e Beber

Tomar Banho e Escovar osDentes

Descarga de Banheiro

Lavagem de Roupa

Outras Tarefas

Descarga de Banheiro

6875

Lavagem de Roupa

25

Outras Tarefas 625

Graacutefico 01 Consumo Domeacutestico de Aacutegua

Tabela 05 Percentual para reutilizaccedilatildeo de aacuteguas pluviais

Graacutefico 02 Percentual para Reutilizaccedilatildeo de Aacuteguas Pluviais

Porcentagem ()

Descarga de Banheiro 66 6875

Lavagem de Roupa 24 25

Outras Tarefas 6 625

Total = 96 100

Fonte SABESP(2010)

33 ndash Meacutetodos de Dimensionamento do Reservatoacuterio

Amorim e Pereira (2008 p 54 Soares et al 2000 apud May 2004)

apresentam que existem quatro grupos principais para o dimensionamento do

reservatoacuterio

(a) Meacutetodos determiniacutesticos os dados referentes agrave precipitaccedilatildeo

pluviomeacutetrica e agrave demanda satildeo analisados pela curva de massa

(b) Meacutetodos aproximados baseados em relaccedilotildees empiacutericas

conhecidas

(c) Meacutetodos de modelaccedilatildeo satildeo tambeacutem conhecidos como meacutetodos

de transiccedilatildeo probabiliacutestica da matriz e

(d) Meacutetodos de anaacutelise de sistemas sendo linear natildeo linear ou

programaccedilatildeo dinacircmica

Dentro desses grupos de dimensionamento temos os diversos meacutetodos

meacutetodo de Rippl que consiste na determinaccedilatildeo do volume com base na aacuterea

de captaccedilatildeo que eacute subdivido em meacutetodo analiacutetico e meacutetodo graacutefico meacutetodo de

consideraccedilatildeo dos periacuteodos de dias consecutivos sem chuva que necessita da

observaccedilatildeo dos registros pluviomeacutetricos para identificar os maiores periacuteodos de

dias consecutivos sem chuvas e sua taxa de repeticcedilatildeo meacutetodo de anaacutelise de

simulaccedilatildeo de um reservatoacuterio com capacidade suposta que consiste

basicamente na fixaccedilatildeo de um volume para o reservatoacuterio e na verificaccedilatildeo do

percentual de consumo que seraacute atendido meacutetodo praacutetico brasileiro meacutetodo

praacutetico alematildeo meacutetodo praacutetico inglecircs e o meacutetodo praacutetico australiano (Amorim

e Pereira 2008 p 55-58)

34 ndash Anaacutelise de caso para um preacutedio da Superquadra 111 Norte

A partir dos dados jaacute apresentados temos que o objeto de estudo eacute um

preacutedio residencial localizado na Superquadra 111 Norte que possui uma aacuterea

de projeccedilatildeo de 1069msup2 com seis (6) pavimentos constituindo uma aacuterea

construiacuteda de 6414msup2 apresentando seis (6) apartamentos por pavimento e

consequentemente trinta e seis (36) apartamentos no total (Brino Brasiacutelia

Superquadras Residenciais) O preacutedio conteacutem 33 habitantes por apartamento

(IBGE 2010) que consomem em meacutedia cerca de 190 litros de aacuteguadia

resultando em um consumo mensal de aproximadamente 6msup3 por pessoa

(CAESB) mas como a aacutegua captada da chuva seraacute utilizada apenas para

suprir a demanda de aacutegua cinza temos 66 litros para descarga de vasos

sanitaacuterios

Temos entatildeo que a demanda por aacutegua por habitante nesse edifiacutecio eacute

dada por

119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119898119900119903119886119889119900119903 = 66119871 = 66119871119863119894119886

119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119886119901119886119903119905119886119898119890119899119905119900 = 33119901 times 66119871 ~ 217 119871119863119894119886

119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119901119903eacute119889119894119900 = (33119901 times 66119871) times 36 ~ 7840119871119863119894119886

119863119890119898119886119899119889119886 119898119890119899119904119886119897 119901119900119903 119901119903eacute119889119894119900 =7840119871

119889119894119886times 30119863119894119886119904 = 235224119871

Legenda L = Litros p = Pessoas

Para facilitar nos caacutelculos ao aplica-los para o reservatoacuterio e para o

sistema de captaccedilatildeo eacute necessaacuterio realizar a conversatildeo de litros para msup3

(metros cuacutebicos) Sendo assim 66L = 0066msup3 217L = 0217msup3 7840L =

7840msup3 e 235224L = 235224msup3

Seraacute utilizado o ano de 2014 para os dados de precipitaccedilatildeo da estaccedilatildeo

meteoroloacutegica de Brasiacutelia localizada na Latitude (ordm) -158 Longitude (ordm)-479

fornecidos pela professora Rafaela Lisboa durante o periacuteodo chuvoso O ano

de 2014 apresenta registros jornaliacutesticos de alagamento nos meses de

Fevereiro com precipitaccedilatildeo de 1392 msup3 Marccedilo com precipitaccedilatildeo de 3402msup3

e Dezembro com precipitaccedilatildeo de 3667msup3 Importante ressaltar que o setor

Noroeste de Brasiacutelia foi construiacutedo em 2011 (site G1) o que aumentou a aacuterea

de solo impermeabilizado e a reduccedilatildeo no escoamento superficial da aacutegua

ocasionando em um aumento nas enchentes e alagamentos na Asa Norte

Segundo Amorim e Pereira (2008 p57) um dos meacutetodos a ser utilizado

para poder saber o volume de aacutegua aproveitaacutevel e consequentemente o

volume de aacutegua do reservatoacuterio Trata-se de um meacutetodo empiacuterico apresentado

na NBR 155272007 O volume de aacutegua do reservatoacuterio V expresso em L eacute

exposto a seguir

119872eacute119905119900119889119900 119875119903aacute119905119894119888119900 119861119903119886119904119894119897119890119894119903119900

119881 = 0042 times 119875 times 119860 times 119879

Em que ldquoVrdquo representa o volume de aacutegua aproveitaacutevel e o volume de

aacutegua do reservatoacuterio (L) ldquoPrdquo a precipitaccedilatildeo meacutedia mensal (mm) ldquoArdquo a aacuterea de

coleta em projeccedilatildeo ldquoTrdquo nuacutemero de meses de pouca chuva ou seca e ldquo0042rdquo eacute

um coeficiente estipulado

Portanto segundo Fontanela (2010 p 25) para estipular o volume do

reservatoacuterio temos que calcular 42 do produto entre o volume de chuva

coletada pelo telhado e o nuacutemero de meses com pouca chuva ou seca

Atribuindo valores do ano de 2014 temos que

119881 = 0042 times 1399119898119898 times 1069 times 5

119881~ 31406119871 119900119906 31406119898sup3

Ressaltando que esse valor obtido eacute uma estimativa do tamanho do

reservatoacuterio e que pode haver um reservatoacuterio de maior capacidade

De forma comparativa eacute de bom senso que se faccedila outro caacutelculo com um

meacutetodo alternativo

Amorim e Pereira (2008 p56) expotildeem que existe um meacutetodo de anaacutelise

de simulaccedilatildeo do reservatoacuterio com capacidade suposta o qual consiste

basicamente na fixaccedilatildeo de um volume para o reservatoacuterio e na verificaccedilatildeo de

consumo que seraacute atendido Sendo assim ldquoo primeiro passo para a aplicaccedilatildeo

desse meacutetodo eacute adotar alguns valores possiacuteveis para o volume com base na

estimativa do consumo mensal de aacutegua natildeo potaacutevelrdquo (Amorim e Pereira 2008

p57) Portanto partindo do ponto que o preacutedio consome cerca de 235000L

devemos calcular uma base que possa ser favoraacutevel economicamente

119872eacute119905119900119889119900 119889119890 119878119894119898119906119897119886ccedilatilde119900 119889119900 119877119890119904119890119903119907119886119905oacute119903119894119900

235224119871 rarr 100

119881 rarr 30

119881 ~ 70000119871 119900119906 70119898sup3

Tambeacutem haacute outra alternativa apresentada por L Pereira (Viabilidade

EconocircmicoAmbiental p 18)

119881119886119888 = 119860119879 times 119875119875119872119860 lowast

119881119886119888 = 1069119898sup2 times 1399119898sup3 = 1495531119898sup3119886119899119900

Equaccedilatildeo a qual ldquoVacrdquo corresponde ao volume de aacutegua captado ldquoATrdquo

aacuterea do telhado e ldquoPPMArdquo eacute a precipitaccedilatildeo pluviomeacutetrica meacutedia mensal

Poreacutem o resultado obtido eacute para os 12 meses do ano e como foi visto no

ano de 2014 temos 7 meses com chuva portanto

119881119886119888 =119879119900119905119886119897

1198983

1198861198991199007 119898119890119904119890119904

lowast

119881119886119888 =1495531119898sup3119886119899119900

7= 21364119898sup3 119900119906 213640119871

dados somente seriam vaacutelidos se a precipitaccedilatildeo fosse uniforme durante os 7 meses de chuva

341 ndash Anaacutelise de caso para a Superquadra 111 Norte

Retomando a tabela 02 temos que a quadra apresenta 11 preacutedios

aproximadamente que variam o nuacutemero de apartamentos por pavimentos e

consequentemente o nuacutemero de moradores mas os edifiacutecios continuam tendo

uma aacuterea de 1069msup2 gerando um uma aacuterea total de 70554msup2 mas teremos

como base os caacutelculos feitos para o preacutedio selecionado no item 34

Realizando um caacutelculo baacutesico tem-se como estimativa de

armazenamento para esta quadra o seguinte

119872eacute119905119900119889119900 119875119903aacute119905119894119888119900 119861119903119886119904119894119897119890119894119903119900

119881~ 31406119871 119900119906 314061198983

11 119875119903eacute119889119894119900119904 times 31406119871 = 345466119871 119900119906 345466119898sup3

119872eacute119905119900119889119900 119889119890 119878119894119898119906119897119886ccedilatilde119900 119889119900 119877119890119904119890119903119907119886119905oacute119903119894119900

119881 ~ 70000119871 119900119906 701198983

11 119875119903eacute119889119894119900119904 times 70000119871 = 770000

119881119900119897119906119898119890 119889119890 aacute119892119906119886 119888119886119901119905119886119889119900 lowast

119881119886119888 = 213641198983119900119906 213640119871

11 119875119903eacute119889119894119900119904 times 213640119871 = 2350040119871 119900119906 235004119898sup3

dados somente seriam vaacutelidos se a precipitaccedilatildeo fosse uniforme durante os 7 meses de chuva

119863119890119898119886119899119889119886 119905119900119905119886119897 119889119886 119902119906119886119889119903119886 119888119900119898 119889119890119904119888119886119903119892119886 119889119890 119887119886119899ℎ119890119894119903119900

11 119875119903eacute119889119894119900119904 times 235224119871 = 2587464119871 119900119906 2587464119898sup3

Segundo Brino (Brasiacutelia Superquadras Residenciais) temos que as

dimensotildees maacuteximas de uma superquadra satildeo de 280x280m resultando numa

aacuterea de 78400msup2 que eacute denominado de Aacuterea Total (AT) A partir disso foi

definido que deveria existir uma faixa externa de 20m denominada de non

aedificandi que foi destinada ao plantio de uma ldquomassa vegetalrdquo de grande

porte e no interior da quadra encontra-se a aacuterea aedificandi a qual possui

240x240m e uma aacuterea de 57600msup2 Realizando uma subtraccedilatildeo da Aacuterea total

pela Aacuterea aedificandi obtecircm-se que a aacuterea non aedificandi eacute de 20800msup2 que

corresponde a 265 da aacuterea total

Com base nessas informaccedilotildees eacute necessaacuterio atentar-se ao detalhe de

que uma parte da precipitaccedilatildeo cai no solo e outra parte nos telhados dos

preacutedios Sendo assim parte da chuva pode ser aproveitada pelo sistema de

captaccedilatildeo enquanto outra parte chega ao solo sem uma interferecircncia direta no

ciclo hidroloacutegico

35 ndash Funcionamento do sistema de captaccedilatildeo

Eacute importante frisar que o sistema de aproveitamento de aacuteguas pluviais eacute

regido pela norma NBR 15527 (Associaccedilatildeo Brasileira de Normas Teacutecnicas

2007) norma a qual faz algumas consideraccedilotildees importantes para implantaccedilatildeo

e correto funcionamento do sistema de captaccedilatildeo Alguns destes satildeo

435 ndash O volume dos reservatoacuterios deve ser dimensionado com

base em criteacuterios teacutecnicos econocircmicos e ambientais levando em

conta as boas praacuteticas da engenharia podendo a criteacuterio do

projetista ser utilizados os meacutetodos contidos no Anexo A ou

outro desde que devidamente justificado

Item 436 ndash Os reservatoacuterios devem ser limpos e desinfetados

com soluccedilatildeo de hipoclorito de soacutedio no miacutenimo uma vez por ano

de acordo com agrave ABNT NBR 5626

Item 442 ndash As tubulaccedilotildees e demais componentes devem ser

claramente diferenciados das tubulaccedilotildees de aacutegua potaacutevel

Item 443 ndash O sistema de distribuiccedilatildeo de chuva deve ser

independente do sistema de aacutegua potaacutevel natildeo permitindo a

conexatildeo cruzada de acordo com agrave ABNT NBR 5626

Item 444 ndash Os pontos de consumo como por exemplo uma

torneira de jardim devem ser de uso restrito e identificados com

placa de advertecircncia com a seguinte inscriccedilatildeo ldquoaacutegua natildeo potaacutevelrdquo

e identificaccedilatildeo graacutefica

Item 445 ndash Os reservatoacuterios de aacutegua de distribuiccedilatildeo de aacutegua

potaacutevel e de aacutegua da chuva devem ser separados

Item 461 ndash Quando necessaacuterio o bombeamento este deve

atender agrave ABNT NBR 12214

Deve-se realizar manutenccedilatildeo em todo o sistema de

aproveitamento de aacutegua de chuva

Para maiores esclarecimentos ldquoo funcionamento de um sistema de

coleta e aproveitamento de aacutegua pluvial consiste de maneira geral na captaccedilatildeo

da aacutegua da chuva que cai sobre os telhados ou lajes da edificaccedilatildeo A aacutegua eacute

conduzida ateacute o local de armazenamento atraveacutes de calhas condutores

horizontais e verticais passando por equipamentos de filtragem e descarte de

impurezas Apoacutes passar pelo filtro a aacutegua eacute armazenada geralmente em

reservatoacuterio enterrado (cisterna) e bombeada a um segundo reservatoacuterio

(elevado) do qual as tubulaccedilotildees especiacuteficas de aacutegua pluvial iratildeo distribuiacute-la

para o consumo natildeo potaacutevelrdquo (Carvalho 2010 p 27 e 28) Conforme ilustra a

imagem a seguir

Figura 02 Funcionamento de um Sistema de Captaccedilatildeo

Fonte Adatildeo D Padini (2013)

De forma mais simplificada podemos ver a representaccedilatildeo no fluxograma

a seguir

Figura 03 Fluxograma do Sistema de Captaccedilatildeo

Fonte Leandro Roncato Pereira

351 ndash Dificuldades para implantaccedilatildeo do sistema

Tal sistema apresenta como dificuldade o local onde seriam instaladas

as cisternas uma vez que geraria um peso sobre o telhado Dessa forma o

sistema seria instalado no jardim cobrando um custo adicional

352 ndash Custo de implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo fechado em um

preacutedio

Na implantaccedilatildeo desse sistema os materiais utilizados teratildeo como base o

meacutetodo praacutetico brasileiro e para aumentar a eficiecircncia do sistema o volume de

31406L seraacute arredondado para 35000L

Os valores de alguns dos materiais apresentados a seguir seguem os

dos apresentados no trabalho de L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental

p 18) apenas o valor da caixa drsquoaacutegua de 10000L foi obtido atraveacutes de

pesquisas em lojas de construccedilatildeo e assim utilizando a de menor valor

Tambeacutem devemos considerar que a bomba consome energia ao bombear aacutegua

para o preacutedio (CEB) portanto os valores seguem conforme a tabela a seguir

Tabela 06 Preccedilo dos Produtos do Sistema de Captaccedilatildeo sem Fluxo

Produto Quantidade Valor unitaacuterio (R$) Valor total (R$)

Cx Daacutegua 10000L 3 496090 1488270

Cx Daacutegua 5000L 1 108000 108000

Boacuteia Eleacutetrica 1 2750 2750

Boacuteia Comum 1 1220 1220

Registro de Gaveta

1 3490 3490

Bomba Anauger 1 23000 23000

Filtro 3P VF1 1 22000 22000

Tubulaccedilotildees 7000 7000

Disjuntor 1 1310 1310

Escavaccedilatildeo Msup3 3666 128310

Matildeo de Obra 1 58574 58574

Energia 054 054

Total 13 727154 1843978

Observaccedilatildeo Pelo fato desse estudo se tratar de um modelo de implantaccedilatildeo

o custo das tubulaccedilotildees vai variar de acordo com a demanda necessitada pelo

preacutedio portanto podendo variar de acordo com o projeto implantado Para este

estudo seraacute adotado o valor de R$ 7000

Observaccedilatildeo Pelo fato desse trabalho tratar-se de um modelo de

implantaccedilatildeo o custo da energia pode variar de acordo com a demanda necessitada

pelo preacutedio portanto podendo variar de acordo com o uso da bomba Para este

estudo seraacute adotado o valor de R$ 054 que eacute o valor do KwH cobrado pela CEB

Segundo Saravy (2010 p 46) haacute tambeacutem um custo para manutenccedilatildeo do

sistema conforme a tabela a seguir

Tabela 07 Preccedilo de Manutenccedilatildeo do Sistema de Captaccedilatildeo

Com esses dados podemos ver o valor total final a ser pago pelo

sistema de captaccedilatildeo que eacute de R$ 1889978

36 ndash Taxas e valores cobrados para utilizaccedilatildeo de aacutegua

Segundo a Companhia de Saneamento Ambiental do Distrito Federal (CAESB)

quando vaacuterias residecircncias satildeo atendidas por uma uacutenica ligaccedilatildeo de aacutegua eacute aplicado o

conceito de consumo ldquoPara exemplificar podemos citar um preacutedio residencial onde

cada apartamento corresponde a uma unidade de consumordquo (CAESB) Contudo o

caacutelculo de gastos seraacute realizado primeiro em um apartamento e posteriormente

multiplicado pelo total de apartamentos do preacutedio uma vez que os preacutedios

residecircncias da Asa Norte pagam a conta de aacutegua atraveacutes do condomiacutenio O preacutedio

Componente Frequecircncia da Manutenccedilatildeo

Custo da Manutenccedilatildeo

Calhas e Condutores

Semestral R$ 13000

Reservatoacuterio Limpeza e

Desinfecccedilatildeo Anual

R$ 20000

desse estudo apresenta um hidrocircmetro que mede o consumo de aacutegua para o todo o

preacutedio

Eacute de suma importacircncia destacar tambeacutem que haacute uma taxa de esgoto que eacute

cobrada pela CAESB consequentemente ldquoo valor da tarifa de esgotos corresponde

a 100 do valor da tarifa de aacutegua exceto quando se tratar de coleta do tipo

condominial que equivale a 60 do valor da tarifa de aacuteguardquo (CAESB)

Deste modo a CAESB utiliza tarifas para diversas categorias de moradia e

comeacutercio e neste estudo seraacute aplicada a tarifa de ldquoresidencial normalrdquo em

concordacircncia com a tabela a seguir

Tabela 08 Valor da Tarifa Cobrado pela CAESB

Para melhor compreensatildeo do caacutelculo que a CAESB faz temos uma conta do

condomiacutenio do preacutedio da Superquadra 111 Norte

Figura 04 Conta Discriminada do Condomiacutenio

Fonte Condomiacutenio do Preacutedio

O caacutelculo feito pela CAESB consiste primeiramente em saber a demanda de

aacutegua gasta em metros cuacutebicos por Unidade de Consumo ndash apartamento ndash para

saber qual faixa ldquomsup3rdquo eacute aplicada Apoacutes saber qual a faixa ldquomsup3rdquo que se enquadra eacute

atribuiacutedo o volume por UC (em msup3) em sequecircncia multiplica-se o volume por UC ou

volume da faixa pelo nuacutemero de UCrsquos correspondente para se obter o volume total

gasto (em msup3) Tendo o volume total gasto basta multiplicar pelo preccedilo corresponde

agrave faixa a qual se encaixa o consumo e assim obtendo o valor total a pagar A partir

do momento que se tem o valor total a pagar eacute necessaacuterio acrescer 100 do valor

para cobrir a tarifa de esgoto conforme a figura

Partindo desses dados podemos calcular por apartamento quanto eacute cobrado

pela CAESB a partir dos dados apresentados no capiacutetulo 34

119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119886119901119886119903119905119886119898119890119899119905119900 = 33119901 times 66119871 ~ 217119871

119863119894119886

119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119886119901119886119903119905119886119898119890119899119905119900 119886119900 119898ecirc119904 = 217119871119889119894119886 times 30119863119894119886119904 = 6510119871 119900119906 65101198983

Com base nesses dados temos que calcular o volume total de descarga em

sanitaacuterios que o preacutedio consome com a seguinte foacutermula

119881119879 = 119881119865 times 119873ordm 119889119890 119880119862prime119904

119881119879 = 10119898sup3 times 36 = 360119898sup3

Em que ldquoVTrdquo corresponde ao volume total do preacutedio ldquoVFrdquo ao volume da faixa

que eacute estipulado pela CAESB e ldquoUCrsquosrdquo satildeo as unidades de consumo que eacute correlato

ao nuacutemero de apartamentos existente

Portanto o total a se pagar em um mecircs eacute calculado da seguinte forma

119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 119881119879 times 119879119886119903119894119891119886 119889119890 aacute119892119906119886 + 119879119886119903119894119891119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900

119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 360119898sup3 times 119877$ 265 + 119879119886119903119894119891119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900

119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 954 + 119877$ 954 = 119877$ 1908

Em 7 meses seriam pagos em descarga

119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 1908 times 7 119872119890119904119890119904 = 119877$ 13356

37 ndash Caacutelculos de economia e retorno de investimento para um sistema

fechado

Conforme exposto por L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental p 15)

ldquopara o caacutelculo da economia da taxa de aacutegua multiplica-se o valor do msup3 (valor

cobrado por msup3 do responsaacutevel pelo fornecimento de aacutegua na cidade []) pelo

volume captado e entatildeo obtecircm-se o valor economizado por ano na taxa de aacuteguardquo

Recapitulando que para esse estudo seraacute utilizado o meacutetodo praacutetico brasieliro

devido aos meses de seca ou pouca chuva

Sendo assim

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119881119886119897119900119903 119889119900 1198983 times 119881119900119897119906119898119890 119888119886119901119905119886119889119900

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 265 times 314061198983

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 8322

Essa economia de R$ 8322 eacute para um mecircs de chuva para o preacutedio todo

sendo assim para os 7 meses de chuva tem-se

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119890 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 8322 times 7 119898119890119904119890119904 = 119877$ 58254

Ainda segundo L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental p 16) para o

caacutelculo da economia referente ao esgoto eacute necessaacuterio multiplicar o valor do msup3 pelo

volume captado e por 08 uma vez que considera-se 20 de perda ou seja para

cada 1 litro de aacutegua que chega na residecircncia eacute cobrado 08 litros para o tratamento

do esgoto

Portanto tem-se

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119881119886119897119900119903 119889119900 1198983 times 119881119900119897119906119898119890 119888119886119901119905119886119889119900 times 08

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900 = 119877$ 265 times 314061198983 times 08

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 6658

Esse valor encontrado de R$ 6658 corresponde a um mecircs de chuva para o

preacutedio sendo assim o total economizado pelo preacutedio em 7 meses eacute de

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119890 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 6658 times 7 119898119890119904119890119904 = 119877$ 46606

ldquoPara o caacutelculo do retorno do investimento divide-se o valor investido pela

economia anual com a implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo e reaproveitamento da

aacutegua pluvialrdquo L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental p 16)

Portanto para 7 meses de chuva tem-se o seguinte

119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 =119881119886119897119900119903 119894119899119907119890119904119905119894119889119900

119864119888119900119899119900119898119894119886 (7119898119890119904119890119904)

119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 = 119877$ 1843924

119877$ 58254 + 119877$ 46606

119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 = 119877$ 1843924

119877$ 9446

119877119890119905119900119903119899119900

119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900= 1952 119886119899119900119904

38 ndash Caacutelculos de dimensionamento para um sistema com fluxo

Os caacutelculos apresentados no subitem anterior satildeo relativos a um sistema

o qual natildeo adota a possibilidade de fluxo dentro do reservatoacuterio Quando se

fala em fluxo temos que considerar que ao mesmo tempo em que o preacutedio

utiliza aacutegua do reservatoacuterio de aacutegua pluvial o mesmo vai enchendo com aacutegua

pluvial Portanto haacute um ciclo no qual o preacutedio demanda aacutegua do reservatoacuterio e

o mesmo vai enchendo conforme chove no local

Sabendo que a meacutedia mensal eacute de 1399msup3 eacute preciso multiplicar isso

por 12 para se obter o quanto choveu em 2014 Sendo assim

119879119900119905119886119897 119886119900 119886119899119900 = 1399119898119898 times 12 119898119890119904119890119904

119879119900119905119886119897 119886119900 119886119899119900 = 16788119898119898

Mas como foi visto o periacuteodo chuvoso eacute de 7 meses entatildeo temos

119875119903119890119888119894119901119894119905119886ccedilatilde119900 119901119886119903119886 7 119898119890119904119890119904 = 16788119898119898 divide 7 = 2398119898119898

Com isso eacute necessaacuterio realizar o caacutelculo da meacutedia de captaccedilatildeo de aacutegua

por mecircs para a aacuterea de 1069msup2

119872119890119889119894119886 119889119890 119862119886119901119905119886ccedilatilde119900 = 2398119898119898 times 1069119898sup2

119872eacute119889119894119886 119889119890 119862119886119901119905119886ccedilatilde119900 = 256346119871 119900119906 256346119898sup3

Ao considerar o valor obtido temos que realizar o quanto seria captado

diariamente

119872eacute119889119894119886 119889119894aacute119903119894119886 = 256346119898sup3 divide 30 119889119894119886119904 = 85119898sup3119889119894119886

A partir desses caacutelculos podemos realizar a seguinte comparaccedilatildeo O

preacutedio consome cerca de 78msup3 ao dia de aacutegua para descarga de vasos sanitaacuterios

enquanto a meacutedia diaacuteria de captaccedilatildeo eacute de 85msup3 por conseguinte temos um fluxo

positivo de aacutegua para o reservatoacuterio de 067msup3dia nos dias chuvosos

Se colocarmos um reservatoacuterio de 35msup3 sem nenhuma aacutegua

armazenada poderemos constatar que o reservatoacuterio iria encher por completo em

cerca de 53 dias conforme o caacutelculo a seguir

351198983 = 0671198983 times 119909 119889119894119886119904

119909 119889119894119886119904 = 35119898sup3 divide 067119898sup3 = 5223 119889119894119886119904

Analisando esses dados temos que a partir do 54ordm dia o reservatoacuterio

estaria completamente cheio e no restante dos 156 dias que teriacuteamos de chuva

esses 067msup3 seriam de certa forma desperdiccedilados uma vez que esse fluxo de

067msup3 ao final dos 7 meses gerariam cerca de 1407msup3 enquanto o reservatoacuterio tem

a capacidade de 35msup3 conforme o caacutelculo a seguir

119875119900119905119890119899119888119894119886119897 = 067119898sup3 times 156 119889119894119886119904 = 1045119898sup3

Se considerarmos esse fluxo positivo de 067msup3dia temos que ao final

dos 210 dias (7meses) seria possiacutevel armazenar 1407 msup3 de aacutegua Com um

reservatoacuterio de 35msup3 1057msup3 estariam sendo escoados para fora do reservatoacuterio

Portanto o ideal seria um reservatoacuterio que se aproxime de 1407msup3 para que ao

final dos 7 meses toda aacutegua possiacutevel fosse armazenada no entanto o reservatoacuterio

deveria ser de 145msup3

Devemos considerar ainda que ao final dos 7 meses o reservatoacuterio

estaria cheio no periacuteodo de seca conseguiria abastecer o preacutedio de acordo com a

demanda do preacutedio sendo assim

119880119905119894119897119894119911119886ccedilatilde119900 119899119886 119904119890119888119886 = 119879119900119905119886119897 119889119900 119903119890119904119890119903119907119886119905oacute119903119894119900 divide 119863119890119898119886119899119889119886 119889119894aacute119903119894119886

119880119905119894119897119894119911119886ccedilatilde119900 119899119886 119904119890119888119886 = 1451198983 divide 781198983119889119894119886

119880119905119894119897119894119911119886ccedilatilde119900 119899119886 119904119890119888119886 = 1858 119889119894119886119904

381 ndash Custo de implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo com fluxo em um

preacutedio

Na implantaccedilatildeo desse sistema os materiais utilizados teratildeo como base

as estimativas que foram apresentadas no subitem anterior e para aumentar a

eficiecircncia do sistema o volume de 1400007L seraacute arredondado para

145000L

Devido ao tamanho do reservatoacuterio eacute de se esperar que o reservatoacuterio

natildeo seja instalado em cima do preacutedio uma vez que a estrutura do preacutedio natildeo

conseguiria suportar o peso que o reservatoacuterio faria sobre o telhado

consequentemente o reservatoacuterio deveraacute ser instalado no jardim do preacutedio que

iraacute gerar um custo a mais por conta da escavaccedilatildeo

Os valores de alguns dos materiais apresentados a seguir seguem os

dos apresentados no trabalho de L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental

p 18) apenas o valor da caixa drsquoaacutegua de 10000L foi obtido atraveacutes de

pesquisas em lojas de construccedilatildeo e assim utilizando a de menor valor

conforme a tabela a seguir Segundo o Saneamento de Goiaacutes SA (SANEAGO)

o custo de escavaccedilatildeo eacute calculado a partir do total de msup3 aleacutem de 3m de

profundidade

Tabela 09 Preccedilo dos Produtos do Sistema de Captaccedilatildeo com Fluxo

Observaccedilatildeo Pelo fato desse estudo se tratar de um modelo de implantaccedilatildeo

o custo das tubulaccedilotildees vai variar de acordo com a demanda necessitada pelo

preacutedio portanto podendo variar de acordo com o projeto implantado Para este

estudo seraacute adotado o valor de R$ 7000

Observaccedilatildeo Pelo fato desse trabalho tratar-se de um modelo de

implantaccedilatildeo o custo da energia pode variar de acordo com a demanda necessitada

pelo preacutedio portanto podendo variar de acordo com o uso da bomba Para este

estudo seraacute adotado o valor de R$ 054 que eacute o valor do KwH cobrado pela CEB

Produto Quantidade Valor unitaacuterio (R$) Valor total (R$)

Cx Daacutegua 10000L 14 496090 6945260

Cx Daacutegua 5000L 1 108000 108000

Boacuteia Eleacutetrica 1 2750 2750

Boacuteia Comum 1 1220 1220

Registro de Gaveta

1 3490 3490

Bomba Anauger 1 23000 23000

Filtro 3P VF1 1 22000 22000

Tubulaccedilotildees 7000 7000

Disjuntor 1 1310 1310

Escavaccedilatildeo Msup3 3666 53157

Matildeo de Obra 1 58574 58574

Energia 054 054

Total 13 727154 7704228

382 ndash Caacutelculos de economia e retorno de investimento para um sistema

com fluxo

Partindo dos dados apresentados podemos calcular por apartamento quanto eacute

cobrado pela CAESB a partir dos dados apresentados no capiacutetulo 34

119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119886119901119886119903119905119886119898119890119899119905119900 = 33119901 times 66119871 ~ 217119871

119863119894119886

119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119886119901119886119903119905119886119898119890119899119905119900 119886119900 119898ecirc119904 = 217119871119889119894119886 times 30119863119894119886119904 = 6510119871 119900119906 65101198983

Em que ldquoVTrdquo corresponde ao volume total do preacutedio ldquoVFrdquo ao volume da faixa

que eacute estipulado pela CAESB e ldquoUCrsquosrdquo satildeo as unidades de consumo que eacute correlato

ao nuacutemero de apartamentos existente

Portanto o total a se pagar em um mecircs eacute calculado da seguinte forma

119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 119881119879 times 119879119886119903119894119891119886 119889119890 aacute119892119906119886 + 119879119886119903119894119891119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900

119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 360119898sup3 times 119877$ 265 + 119879119886119903119894119891119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900

119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 954 + 119877$ 954 = 119877$ 1908

Retomando o caacutelculo exposto por L Pereira (Viabilidade

EconocircmicoAmbiental p 15) no subitem anterior temos que o caacutelculo da CAESB

seria feito da seguinte maneira

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119881119886119897119900119903 119889119900 1198983 times 119881119900119897119906119898119890 119888119886119901119905119886119889119900

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 265 times 1451198983

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 38425

Esse caacutelculo eacute equivalente a um mecircs de captaccedilatildeo para os 7 meses

teremos o seguinte

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119890 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 38425 times 7 119898119890119904119890119904 = 119877$ 268975

Conforme foi visto para o caacutelculo da economia de esgoto eacute necessaacuterio

multiplicar o valor do msup3 pelo volume captado e por 08 uma vez que considera-se

20 de perda ou seja para cada 1 litro de aacutegua que chega na residecircncia eacute cobrado

08 litros para o tratamento do esgoto Portanto para um mecircs segue-se

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119881119886119897119900119903 119889119900 1198983 times 119881119900119897119906119898119890 119888119886119901119905119886119889119900 times 08

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900 = 119877$ 265 times 1451198983 times 08

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 3074

ldquoPara o caacutelculo do retorno do investimento divide-se o valor investido pela

economia anual com a implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo e reaproveitamento da

aacutegua pluvialrdquo L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental p 16)

Portanto para 7 meses de chuva tem-se o seguinte

119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 =119881119886119897119900119903 119894119899119907119890119904119905119894119889119900

119864119888119900119899119900119898119894119886 (7119898119890119904119890119904)

119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 = 119877$ 17704228

119877$ 268975 + 119877$ 21518

119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 = 119877$ 7704228

119877$ 484155

119877119890119905119900119903119899119900

119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900= 1591119886119899119900119904

4 ndash Conclusatildeo e Consideraccedilotildees Finais

De acordo com o que foi exposto temos que a implantaccedilatildeo do sistema de

captaccedilatildeo para o aproveitamento de aacuteguas pluviais eacute uma oacutetima alternativa para

substituiccedilatildeo da ldquoaacutegua cinzardquo possibilitando tambeacutem um destino mais correto do

ponto de vista ambiental para a aacutegua que se tornaria esgoto Como eacute de

conhecimento este tipo de meacutetodo eacute utilizado em diversas regiotildees natildeo somente

aquelas que sofrem com escassez de aacutegua

Mesmo sabendo que o Brasil possui um grande potencial hiacutedrico observamos

que uma parcela da populaccedilatildeo natildeo tem consciecircncia quanto ao gasto de aacutegua

gerando um grande desperdiacutecio de forma desnecessaacuteria Portanto partindo de um

pensamento racional um sistema de captaccedilatildeo seria viaacutevel para o aproveitamento da

aacutegua para fins de consumo domeacutestico mais precisamente ldquoaacutegua cinzardquo

Considerando os caacutelculos apresentados a partir da taxa de precipitaccedilatildeo meacutedia

em Brasiacutelia a criaccedilatildeo de um sistema de captaccedilatildeo pluvial predial traz benefiacutecios

econocircmicos e ambientais O projeto torna-se viaacutevel economicamente pois desde

que se faccedila a manutenccedilatildeo de forma adequada do sistema este teraacute uma vida uacutetil

longa e considerando que se obteacutem o retorno do investimento em aproximadamente

16 anos para um sistema com fluxo apoacutes este periacuteodo o sistema passa a ser

lucrativo para o preacutedio que implanta pois o custo eacute dividido no condomiacutenio dentre os

moradores do preacutedio

Analisando do ponto de vista ambiental o desenvolvimento urbano de Brasiacutelia

ocasionou em superfiacutecies impermeaacuteveis dificultando a absorccedilatildeo de aacuteguas pluviais

pelo solo e juntamente com o sistema de redes pluviais e o sistema de drenagem

ultrapassados os alagamentos e enchentes tecircm se tornado constante quando

ocorrem chuvas anormais Com as estimativas feitas neste trabalho eacute possiacutevel que

tais transtornos hiacutedricos urbanos possam ser amenizados a partir da implantaccedilatildeo do

sistema sem que afete o ciclo hidroloacutegico natural Logicamente essa natildeo eacute a

soluccedilatildeo uma vez que ela deve ser apenas um complemento agrave poliacuteticas publicas

poliacuteticas de incentivo entre outras medidas de cunho sustentaacutevel

Em vista disso a implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo e aproveitamento de

aacuteguas pluviais acarretaria em uma significativa melhora ambiental atraveacutes da

substituiccedilatildeo de uma parcela da aacutegua fornecida pela CAESB e possivelmente

mitigando os transtornos hiacutedricos urbanos se aplicado em larga escala

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INTRODUCcedilAtildeO

O problema ambiental urbano assume atualmente um papel importante

para os governos e para a sociedade em geral em muitos paiacuteses pelo fato de

um crescimento significativo de pessoas vivendo no meio urbano acabou

ocasionando em uma degradaccedilatildeo ambiental e de certa forma uma queda na

qualidade de vida da populaccedilatildeo Por isto eacute de suma importacircncia destacar que

os problemas ambientais urbanos como a poluiccedilatildeo o consumo de energia o

gasto descontrolado de aacutegua potaacutevel entre outros forccedilaram o profissionais

ambientais e de outras aacutereas a buscar novas alternativas para a soluccedilatildeo destes

problemas Surgindo assim as cidades sustentaacuteveis que na atualidade satildeo a

chave para uma convivecircncia mais harmoniosa entre meio urbano e o meio

ambiente

Em decorrecircncia do aumento da urbanizaccedilatildeo as aacutereas foram

pavimentadas e cobertas por preacutedios casas monumentos entre outras

edificaccedilotildees ocasionando na impermeabilizaccedilatildeo do solo em aacutereas naturais

Devido a esse fator o ser humano vem demandando novas soluccedilotildees para o

controle e mitigaccedilatildeo de impactos causados pela chuva tais como alagamentos

Os governos de modo geral vecircm encontrando seacuterias dificuldades quanto agraves

questotildees de gestatildeo dos alagamentos em suas aacutereas puacuteblicas Para Brasiacutelia e o

Governo do Distrito Federal esse problema eacute recente e nem tatildeo alarmante

quando comparado aos das grandes capitais brasileiras como Satildeo Paulo ou

Rio de Janeiro Sendo assim eacute necessaacuterio que se tenha uma precauccedilatildeo com o

uso das aacuteguas tratadas para que natildeo haja desperdiacutecio e que as aacuteguas pluviais

possam ser utilizadas em fontes alternativas Com o objetivo de

aproveitamento de aacuteguas pluviais a captaccedilatildeo de aacutegua advinda das chuvas

possui um vieacutes sustentaacutevel do ponto de vista teacutecnico e econocircmico quando

aplicado em sistemas de uso privativo

Portanto cabe ressaltar que esse estudo baseia-se em estimativas e

que visa um projeto de aproveitamento de aacuteguas pluviais que atenda as

demandas de aacutegua natildeo potaacutevel em um preacutedio residencial substituindo uma

parte da aacutegua fornecida pela companhia de abastecimento e tendo como base

a precipitaccedilatildeo de chuva local sendo assim a quantidade de aacutegua pluvial a ser

aproveitada pelo sistema eacute diretamente proporcional agrave aacuterea que se utiliza para

a captaccedilatildeo De forma secundaacuteria o trabalho tambeacutem tenta trazer a captaccedilatildeo de

chuva como uma fonte para amenizar os problemas hiacutedricos urbanos causados

recentemente pelas chuvas em Brasiacutelia-DF

Para atingir os objetivos mencionados o trabalho foi modelado da

seguinte forma

No capiacutetulo I eacute apresentado o surgimento das cidades sustentaacuteveis em

decorrecircncia da necessidade de fontes alternativas para a degradaccedilatildeo

ambiental e utilizaccedilatildeo de recursos naturais A manifestaccedilatildeo dessa busca por

aperfeiccediloamento das cidades baseia-se em conceitos e inter-relaccedilotildees entre

populaccedilatildeo e governo por meio de poliacuteticas puacuteblicas

No capiacutetulo II eacute exposto um histoacuterico da sustentabilidade e do

desenvolvimento sustentaacutevel com a finalidade de contextualizar o leitor e

facilitar a compreensatildeo quanto agrave evoluccedilatildeo do vieacutes ambiental que encontramos

atualmente tornando o entendimento do leitor mais vasto e consequentemente

informaacute-lo sobre a sua importacircncia englobando questotildees ecoloacutegicas poliacuteticas

econocircmicas soacutecias e culturais

No capiacutetulo III eacute apresentada a viabilidade de implantaccedilatildeo do sistema

de captaccedilatildeo em um preacutedio residencial em Brasiacutelia-DF com os dados

coletados a caracterizaccedilatildeo das aacuteguas pluviais e ldquoaacutegua cinzardquo meacutetodos de

dimensionamento do reservatoacuterio anaacutelise de caso para um preacutedio na SQN 111

e a possiacutevel aplicaccedilatildeo do sistema para uma quadra funcionamento do sistema

de captaccedilatildeo e custo de implantaccedilatildeo desse sistema taxas e valores cobrados

pela CAESB para utilizaccedilatildeo de aacutegua e os caacutelculos de economia e retorno do

investimento

Por fim no capiacutetulo IV apresentam-se as consideraccedilotildees finais e a

conclusatildeo sobre o estudo realizado

1 ndash Cidades sustentaacuteveis e o Ciclo hidroloacutegico

Atualmente os problemas ambientais vecircm sendo o grande destaque do

cenaacuterio global tanto pela accedilatildeo antroacutepica como pelos desastres naturais Tais

problemas preocupam natildeo soacute a geraccedilatildeo atual como as geraccedilotildees futuras

dando assim a iniciativa para criaccedilatildeo de novas tecnologias meacutetodos e

conceitos

A partir de problemas como a extinccedilatildeo de recursos naturais o ser

humano tem dado prioridade a novas fontes para esses recursos tanto em

novas alternativas de obtenccedilatildeo como nas formas de reduzir o gasto

exacerbado Dessa forma as cidades entram como principal ator para criaccedilatildeo

de alternativas de mitigar os problemas ambientais focando no

reaproveitamento de mateacuteria reduccedilatildeo de uso dos combustiacuteveis foacutesseis formas

alternativas de obtenccedilatildeo de energia aproveitamento de aacuteguas pluviais e

possiacuteveis reduccedilotildees nos transtornos urbanos Assim o conceito de cidades

sustentaacuteveis cria um alicerce e torna-se base para que as cidades tomem a

iniciativa de serem o modelo de reduccedilatildeo dos problemas ambientas

Segundo a Organizaccedilatildeo das Naccedilotildees Unidas (ONU) pouco mais da

metade da populaccedilatildeo mundial vive em zonas urbanas desde o ano de 2006

Por isso conclui-se que de fato o mundo eacute urbano

Atualmente o problema urbano de modo geral possui grande

importacircncia para a sociedade e os governos em geral em diversos paiacuteses

Devido a esse crescimento desenfreado do nuacutemero de pessoas vivendo nas

cidades e conseguinte reduccedilatildeo na qualidade de vida deve-se considerar que

as cidades configuram uma das maiores potenciais de utilizaccedilatildeo energeacutetica e

de degradaccedilatildeo do meio ambiente ocasionando a criaccedilatildeo de meacutetodos para o

direcionamento correto do crescimento urbano e monitoramento dessas

alteraccedilotildees ambientais

A urbanizaccedilatildeo trouxe fortes aliados que geram transtornos e devido a

esse aumento de pessoas vivendo em cidades a preocupaccedilatildeo com problemas

urbanos tornou-se destaque para a criaccedilatildeo do conceito de cidades

sustentaacuteveis Mas o que viria a ser ldquocidades sustentaacuteveisrdquo De forma baacutesica e

sem aprofundamento cidades sustentaacuteveis satildeo aquelas que visam meacutetodos e

praacuteticas eficientes para a preservaccedilatildeo do meio ambiente sem deixar de

almejar o desenvolvimento econocircmico e a melhoria na qualidade de vida da

populaccedilatildeo Sendo assim ldquoa sustentabilidade eacute vista como algo bom desejaacutevel

consensual a definiccedilatildeo que vai prevalecer vai construir autoridade para que se

discriminem em seu nome as boas praacuteticas das ruinsrdquo (Acselrad 1999 p 80)

Para melhor esclarecimento o conceito de sustentabilidade associado

ao desenvolvimento das cidades ldquotem origem nas rearticulaccedilotildees poliacuteticas pelas

quais um certo nuacutemero de atores envolvidos na produccedilatildeo do espaccedilo urbano

procuram dar legitimidade as suas perspectivas evidenciando a

compatibilidade delas com os propoacutesitos de dar durabilidade ao

desenvolvimento de acordo com os propoacutesitos da Agenda 21 resultante da

Conferecircncia da ONU sobre Desenvolvimento e Meio Ambienterdquo (Acselrad

1999 p 81) Para tanto o governo deve ter um planejamento para que possa

tomar medidas no sentido de amenizar os transtornos urbanos e ambientais

decorrentes da accedilatildeo antroacutepica Diversas estrateacutegias devem ser implementadas

para que se possa promover o conceito de cidades sustentaacuteveis e priorizar a

qualidade de vida urbana em toda sua abrangecircncia partindo do princiacutepio da

anaacutelise criacutetica da condiccedilatildeo atual de desenvolvimento das cidades pensando no

contexto na qual se encontram

Segundo Magalhatildees (2006 p 2) no inicio a sustentabilidade urbana

sofreu bastante em questotildees poliacuteticas pois o ldquodiscurso mais estabelecido dos

projetos urbanos agrave temaacutetica ambiental estaacute longe de ser o centro das

preocupaccedilotildees Quando muito ela eacute considerada do ponto de vista do

provimento de aacutereas livres dentro dos espaccedilos urbanos mas mesmo essas

satildeo destinadas agrave intensa movimentaccedilatildeo imaginada para as aacutereas

requalificadas ou revitalizadasrdquo

Poreacutem devido a estudos tornou-se possiacutevel ampliar os horizontes e

perceber que a sustentabilidade tem sido aplicada junto aos objetivos da

cidade a partir da Agenda 21 e da noccedilatildeo do que eacute desenvolvimento

sustentaacutevel Contudo esses novos interesses surgiram a partir dos distuacuterbios

causados aos habitantes sendo esses distuacuterbios ambientais ou natildeo Essa

participaccedilatildeo mais ativa da populaccedilatildeo remete a uma das vertentes expostas por

Acselrad (1999) de que a sustentabilidade urbana deve estar associada natildeo

somente agraves poliacuteticas puacuteblicas mas tambeacutem ao modelo ldquocidade-empresardquo no

qual a cidade torna-se atrativo de investimentos para a implementaccedilatildeo de

meacutetodos alternativos de sustentabilidade

Para Magalhatildees (2006 p 5) ldquoa noccedilatildeo de risco tornou-se parte de

diversos aspectos do dia a dia das pessoas fazendo-as corresponsaacuteveis pelos

efeitos de suas accedilotildeesrdquo portanto eacute necessaacuterio que se tenha um controle

governamental a partir de poliacuteticas puacuteblicas das accedilotildees individuais de seus

habitantes com o proposito de reduzir os riscos de agravantes nas cidades

Cabe ressaltar que uma questatildeo importante a ser vista eacute que os

problemas causados nas cidades natildeo refletem apenas nas cidades em si mas

tambeacutem nas aacutereas que a circundam e em outras localidades o que obriga a

rever o pensamento de que cidades sustentaacuteveis englobam apenas a proacutepria

cidade

Segundo Magalhatildees (2006 p 6 apud Satterhwaite 2004 p 134) ldquopara

avanccedilar e alcanccedilar meacutetodos de desenvolvimento sustentaacutevel o desempenho

ambiental das cidades deve melhorar natildeo apenas em termos de qualidade

ambiental dentro dos seus limites mas tambeacutem em termos de reduccedilatildeo da

transferecircncia de custos ambientais para outras pessoas outros ecossistemas

ou para o futurordquo A partir desse pensamento nota-se que o conceito de

cidades sustentaacuteveis vai aleacutem da consolidaccedilatildeo da sustentabilidade urbana

afirmando que cidades sustentaacuteveis satildeo um projeto que necessita de um

extenso processo e natildeo algo preacute-definido visando mais de um objetivo comum

Na visatildeo de Magalhatildees (2006 p 8) ldquotal processo deve envolver questotildees aleacutem

das estritamente ambientais uma melhor definiccedilatildeo de que propostas poderatildeo

contribuir para o seu avanccedilo a criatividade na concepccedilatildeo de bons projetos e a

capacidade de se evitar os falsos atalhosrdquo

Sendo assim para a construccedilatildeo de projetos de cidades sustentaacuteveis eacute

necessaacuterio que se tenha uma visatildeo ampla e com diferentes abordagens desse

processo de urbanizaccedilatildeo Para o projeto de cidades sustentaacuteveis eacute necessaacuterio

que se tenha trecircs abordagens a espacial que vislumbra a anaacutelise das relaccedilotildees

metaboacutelicas operadas pela cidade compreendendo territoacuterios distantes a

temporal uma vez que pleiteia geraccedilotildees futuras e a conceitual que exige um

enfoque transdisciplinar

Magalhatildees (2006 p 9 apud Peter Brand 1999 p 10) faz uma anaacutelise

sobre a implementaccedilatildeo dessas abordagens ldquo uma metaacutefora social como

cidade sustentaacutevel ou desenvolvimento urbano sustentaacutevel nunca pode ser

uma meta objetiva e sim uma gama de possibilidades abertas cujas

prioridades satildeo determinadas pelas urgecircncias do presenterdquo Com essa

ampliaccedilatildeo do conceito de sustentabilidade urbana percebe-se que haacute uma

nova utopia com um ideal diferenciado de cidade tendo como base accedilotildees

voltadas para o meio ambiente e a reduccedilatildeo da desigualdade causada pelos

transtornos ambientais dando prioridade a uma parte relevante de sua mateacuteria

e energia para a organizaccedilatildeo e manutenccedilatildeo interna e depois ao crescimento

da cidade Entatildeo por que seguir algo utoacutepico Coloco em pauta uma frase

destacada por Galeano (1993 p 230) na qual ele expotildee -ldquoA utopia estaacute laacute no

horizonte Me aproximo dois passos ela se afasta dois passos Caminho dez

passos e o horizonte corre dez passos Por mais que eu caminhe jamais

alcanccedilarei Para que serve a utopia Serve para isso para que eu natildeo deixe de

caminharrdquo

Com essas colocaccedilotildees Magalhatildees (2006 p 16) expotildee a criaccedilatildeo de

uma ideia de ldquodesempenho ambiental urbanordquo o qual mostra um conceito

mensuraacutevel e comparaacutevel junto com a ampliaccedilatildeo de niacuteveis de justiccedila ambiental

locacional e de democracia nas cidades que se torna uacutetil para construccedilatildeo de

paracircmetros de atuaccedilatildeo Essa ideia mostra que o urbanismo tem muito a

contribuir

Atualmente haacute muitos estudos cientiacuteficos que satildeo voltados para a crise

ambiental que vivemos que teve como origem a pressatildeo do crescimento

populacional sobre as aacutereas verdes e pelo modo de vida ocidental como a alta

produccedilatildeo e consumo exagerado Nesse contexto retomamos que as cidades

tecircm sido o principal fator e foco gerador dessa crise ambiental e que agora

concentramos as poliacuteticas puacuteblicas voltadas para o desenvolvimento urbano

como grande objetivo

Tanto pesquisadores atraveacutes de estudos quanto a sociedade atraveacutes

da miacutedia que divulga os riscos ambientais decorrentes das novas formas de

produccedilatildeo e seus efeitos alertam a populaccedilatildeo da gravidade causada e assim

provocam uma preocupaccedilatildeo generalizada acerca do problema ambiental

Sendo assim uma reflexatildeo deve ser feita sobre o conceito de cidade

sustentaacutevel uma vez que as cidades concentram a maior fonte de poluiccedilatildeo e

produccedilatildeo de resiacuteduos aleacutem de consumirem parte da energia do planeta

Como foi dito anteriormente cidades sustentaacuteveis devem pensar aleacutem

da proacutepria localidade mas para ter essa abordagem eacute necessaacuterio focar

primeiramente em uma escala local Para Schussel (2004 p 63 apud

Camagni 2001 p 345) ldquoeacute mais eficaz enfrentar um mesmo problema

localmente (em termos tanto de efeito como de autoridades) do que enfrentaacute-

los globalmente (onde as autoridades satildeo frequentemente ausentes os

agentes poluidores longiacutenquos as interdependecircncias das accedilotildees dos diferentes

sujeitos mais elevadas onde tambeacutem a incertitude sobre a grandeza dos

fenocircmenos e seus encadeamentos causais eacute maior)rdquo Com esse ponto de vista

eacute importante que se deva dar uma atenccedilatildeo ao processo de mudanccedila da

aprendizagem coletiva das cidades com uma interaccedilatildeo saudaacutevel entre a

economia tecnologia e meio ambiente

Eacute importante ressaltar que a implantaccedilatildeo de cidades sustentaacuteveis

juntamente com a gestatildeo do meio ambiente urbano possui uma alta

complexidade para a sociedade moderna ao analisar que natildeo devemos

apenas pensar na conservaccedilatildeo dos recursos ambientais mas tambeacutem

devemos nos atentar ao transporte puacuteblico para reduccedilatildeo da emissatildeo de gases

poluentes melhorar a mobilidade urbana diminuindo consideravelmente o

traacutefego de veiacuteculos dar incentivo e propiciar accedilotildees para a utilizaccedilatildeo de

transportes alternativos como bicicletas otimizar a utilizaccedilatildeo do espaccedilo

urbano devemos ainda criar mais espaccedilos verdes voltados para o lazer da

populaccedilatildeo criar programas voltados para a arborizaccedilatildeo dos espaccedilos puacuteblicos

destinar adequadamente o lixo urbano aplicar programas educacionais

voltados para o desenvolvimento sustentaacutevel investir em educaccedilatildeo de

qualidade para uma boa instruccedilatildeo da populaccedilatildeo favorecer a economia local

dinacircmica e sustentaacutevel e criar accedilotildees para a utilizaccedilatildeo racional da aacutegua

juntamente com o aproveitamento de aacuteguas pluviais

A autora Silva (Poliacuteticas Puacuteblicas e Estrateacutegias de Sustentabilidade

Urbana p 1 apud Metzger 1994) cujo inventaacuterio realizado sobre trabalhos de

ecologia urbana e meio ambiente urbano identifica trecircs concepccedilotildees distintas A

primeira trata da natureza na cidade no qual Metzger fez estudos referentes

aos elementos bioloacutegicos do meio urbano no que diz respeito agrave preservaccedilatildeo

dos espaccedilos verdes e dos elementos fiacutesico naturais da cidade A segunda

concepccedilatildeo do meio ambiente urbano estaacute relacionada aos riscos da cidade e

na cidade aos problemas ambientais enfrentados pela populaccedilatildeo e como

esses problemas afetam a qualidade de vida da mesma Por fim a uacuteltima

vertente que visa mensurar o problema de gestatildeo ou administraccedilatildeo da cidade

tratando das poliacuteticas puacuteblicas sob uma visatildeo do uso do solo e a influecircncia que

as questotildees ambientais causam na determinaccedilatildeo das poliacuteticas puacuteblicas

11 - Poliacuteticas Puacuteblicas e a relaccedilatildeo com as cidades sustentaacuteveis

definiccedilotildees aplicaccedilatildeo conceitos

Eacute necessaacuterio que sejam identificados os locais de atuaccedilatildeo das poliacuteticas

puacuteblicas que tecircm como objetivo a sustentabilidade urbana mas analisando

previamente as mudanccedilas que ocorreram no acircmbito das accedilotildees governamentais

que ocasionaram a adoccedilatildeo de determinadas poliacuteticas puacuteblicas como

estrateacutegias e diretrizes da proacutepria accedilatildeo governamental e dos indiviacuteduos

Mas o que satildeo poliacuteticas puacuteblicas e por que as poliacuteticas puacuteblicas satildeo

consideradas tatildeo importantes quando se trata da sustentabilidade urbana

Segundo Silva (Poliacuteticas Puacuteblicas e Estrateacutegias de Sustentabilidade Urbana p

2 apud Bucci 2002 p 241) poliacuteticas puacuteblicas ldquosatildeo programas de accedilatildeo

governamental para um setor da sociedade ou um espaccedilo geograacutefico

buscando a concretizaccedilatildeo de determinados objetivos e metasrdquo e destaca ainda

que ldquosatildeo programas de accedilatildeo governamental visando a coordenar os meios agrave

disposiccedilatildeo do Estado e as atividades privadas para a realizaccedilatildeo de objetivos

socialmente relevantes e politicamente determinadosrdquo

Quando relacionadas agrave cidadania as poliacuteticas puacuteblicas encontram

dificuldade para alcanccedilar a sustentabilidade urbana jaacute que devem assegurar

uma vida harmocircnica entre o habitante e o meio ambiente Isso ocorre devido a

globalizaccedilatildeo dos espaccedilos em que satildeo levantadas novas tecnologias e haacute o

problema da crescente urbanizaccedilatildeo Esse enfoque possui alguns princiacutepios

que devem ser levados em consideraccedilatildeo princiacutepios esses que guiam as

poliacuteticas puacuteblicas no meio ambiente urbano Esses princiacutepios satildeo destacados e

relacionados por Silva (Poliacuteticas Puacuteblicas e Estrateacutegias de Sustentabilidade

Urbana p 5) como o princiacutepio do interesse puacuteblico na proteccedilatildeo do meio

ambiente urbano sobre os interesses privados o princiacutepio da realizaccedilatildeo de

uma avaliaccedilatildeo preacutevia dos impactos ambientais advindos da accedilatildeo antroacutepica ou

natural o princiacutepio de que o Estado deve intervir na defesa e proteccedilatildeo do meio

ambiente e do meio ambiente urbano o princiacutepio da funccedilatildeo da funccedilatildeo

socioambiental da propriedade urbana o princiacutepio da participaccedilatildeo da

sociedade e da gestatildeo democraacutetica da cidade e o princiacutepio da garantia do

direito a cidades sustentaacuteveis

Cabe ressaltar que apesar de existirem tantos princiacutepios que devem ser

vistos como diretriz a realidade foge um pouco do que eacute mostrado na teoria jaacute

que as poliacuteticas puacuteblicas seguem programas finaliacutesticos que satildeo flexiacuteveis e

quando relacionados agraves exigecircncias legais devem ser diferenciados de acordo

com o grau de finalizaccedilatildeo da accedilatildeo e de imperatividade das normas

Quando tratamos do urbano e do meio ambiente as politicas puacuteblicas

devem ser integradas e possuiacuterem uma interaccedilatildeo entre si como por exemplo

ao tratar das poliacuteticas de habitaccedilatildeo natildeo se pode deixar de levar em

consideraccedilatildeo as poliacuteticas de saneamento ambiental ou entatildeo ao tratar de

poliacuteticas de transporte puacuteblico e mobilidade urbana deve-se considerar a

proacutepria poliacutetica ambiental Sendo assim os programas e projetos

governamentais devem contemplar os aspectos ambientais urbanos sociais e

econocircmicos

Para Silva (Poliacuteticas Puacuteblicas e Estrateacutegias de Sustentabilidade Urbana

p 6) ldquose os planos satildeo obrigatoacuterios para o setor puacuteblico para o setor privado

eles satildeo indicativosrdquo Reforccedilando o conceito de poliacuteticas puacuteblicas essas podem

ser definida como ldquoprocesso - ou conjunto de processos - que culmina na

escolha racional e coletiva de propriedades para definiccedilatildeo dos interesses

puacuteblicos reconhecidos pelo direitordquo sendo que quando se diz respeito a

direitos todos tecircm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado

englobando tambeacutem o meio ambiente urbano Portanto quando eacute utilizado o

termo ldquourbanordquo para qualificar o meio ambiente natildeo significa que haacute uma

segregaccedilatildeo classificatoacuteria do meio ambiente o adjetivo ldquourbanordquo vem como

uma proposta de demarcar a problemaacutetica ambiental em um determinado

espaccedilo geograacutefico - no caso as cidades - sem deixar de considerar os fatores

que nelas estatildeo inseridos como os sociais e os ambientais

Assim para empregar poliacuteticas puacuteblicas visando a sustentabilidade

urbana deve-se repensar o modelo de desenvolvimento da cidade juntamente

com o modo de vida da populaccedilatildeo e a conscientizaccedilatildeo da mesma apoiando-se

nas relaccedilotildees sociais e econocircmicas exercidas na cidade sem deixar de

considerar essas interaccedilotildees como propulsoras do direito agrave cidade sustentaacutevel

Para ratificar inciso I do art 2ordm do Estatuto da Cidade - Lei n 10257 de

10 de julho de 2001 reconhece entre as diretrizes de poliacuteticas puacuteblicas

expostas o direito a cidades sustentaacuteveis De acordo com essa lei esse direito

proporciona o direito a terra urbana agrave moradia ao saneamento ambiental agrave

infraestrutura urbana aos serviccedilos puacuteblicos em geral ao trabalho e ao lazer

tanto para as geraccedilotildees atuais como para as futuras

Sendo assim as cidades devem desenvolver-se respeitando a

sustentabilidade por isso o desenvolvimento urbano deve ser feito sem

degradaccedilatildeo possibilitando uma vida urbana digna e igualitaacuteria Contudo as

cidades necessitam de mudanccedilas diversos pontos de vista reformulaccedilatildeo das

poliacuteticas puacuteblicas e criaccedilatildeo de novas e soluccedilotildees sobre como interagir no dia a

dia com o local que vivemos A partir dessa visatildeo destaco o que eacute exposto por

Acselrad (1999 p 86) em que ldquoacredita-se que quando o crescimento urbano

natildeo eacute acompanhado por investimentos em infraestrutura a oferta de serviccedilos

urbanos natildeo acompanha o crescimento da demanda A falta de investimentos

na manutenccedilatildeo dos equipamentos urbanos viraacute por sua vez acentuar o deacuteficit

na oferta de serviccedilos o que se rebateraacute especialmente na forma de

segmentaccedilatildeo socioterritorial entre as populaccedilotildees atendidas e natildeo atendidas

por tais serviccedilosrdquo

Apoacutes tratar de um modo geral cidades sustentaacuteveis e a sustentabilidade

urbana eacute interessante analisar o caso brasileiro Infelizmente a preocupaccedilatildeo

ambiental brasileira foi tardia e a evoluccedilatildeo foi lenta Em questotildees de

urbanizaccedilatildeo houve uma transformaccedilatildeo estrutural de ordem socioeconocircmica

reformulando a ocupaccedilatildeo do territoacuterio nacional ocasionando em impactos

ambientais e no dado de que cerca de 80 da populaccedilatildeo brasileira mora em

aacutereas urbanas Mas ao decorrer do tempo a questatildeo ambiental foi ligada ao

social os pensamentos acerca desse tema tiveram uma nova percepccedilatildeo

Como exemplo temos o caso dos recursos hiacutedricos em que a legislaccedilatildeo teve

o cuidado de considerar aleacutem do aspecto ambiental os aspectos sociais e

econocircmicos

Foi criado o Sistema Nacional de Recursos Hiacutedricos (SNRH) que no

texto de Schussel (2004 p 65) satildeo expostas a valoraccedilatildeo da aacutegua como bem

econocircmico a prioridade do abastecimento puacuteblico em detrimento da produccedilatildeo

de energia e a gestatildeo compartilhada entre usuaacuterios poder puacuteblico e sociedade

civil de bacias hidrograacuteficas por meio da implantaccedilatildeo dos ldquoComitecircs de Baciardquo

Essa questatildeo de integraccedilatildeo do ambiental ao social e econocircmico ocorreu

na deacutecada de 80 em que Silva (Poliacuteticas Puacuteblicas e Estrateacutegias de

Sustentabilidade Urbana p 2 apud Ribeiro 2001 p 134-135) destaca ldquoa

questatildeo urbana eacute integrada agrave questatildeo social e as representaccedilotildees antiurbanas

satildeo substituiacutedas pelo diagnoacutestico orientado por ideais republicanos de justiccedila

social e democracia A tarefa do pensamento e da accedilatildeo dos urbanistas passa a

ser o fazer coincidir a cidade e a cidadaniardquo Apesar do atraso na aplicaccedilatildeo do

pensamento ambiental - no caso o de cidades sustentaacuteveis - atualmente o

Brasil apresenta um niacutevel consideraacutevel de desenvolvimento tecnoloacutegico e social

que podem retardar a degradaccedilatildeo e os malefiacutecios causados nas cidades E por

que natildeo ocorre tal melhoria no setor ambiental urbano O Brasil carece de

poliacuteticas puacuteblicas que sirvam para o propoacutesito ambiental sem contar a falta de

instruccedilatildeo ambiental de uma boa parcela da sociedade Isso eacute confirmado com

as atitudes da populaccedilatildeo no texto de Loureiro e De Gregori (Revista Eletrocircnica

do Curso de Direito ndash UFSM p 459) eacute exposto que ldquoo lixo jogado nas ruas

causa entupimento de bueiros o que dificulta o escoamento da aacutegua da chuva

Aleacutem disso mesmo quando ocorre escoamento a aacutegua leva detritos

diretamente para o curso dos rios coacuterregos mananciais entre outros Em

razatildeo do exposto um meio indireto mas eficiente de se poluir a aacuteguardquo

Desse modo termo ldquosustentabilidaderdquo atrelado agraves necessidades

urbanas merece se conciliado de certa maneira que o ser humano produza

desenvolvimento e tambeacutem conserve o meio ambiente Portanto para o Brasil

os modelos que devem ser desenvolvidos nas cidades precisam ser justos

eacuteticos e sustentaacuteveis abrangendo todas as classes sociais e sendo igualitaacuterio

trazendo assim a concepccedilatildeo de que as transformaccedilotildees natildeo necessariamente

devem partir do governo e sim das accedilotildees que integrem os cidadatildeos

almejando a sustentabilidade Quando se diz ldquoas accedilotildees que integrem os

cidadatildeosrdquo na verdade o que se busca expressar eacute que a atitude deve partir da

populaccedilatildeo e natildeo do governo pois tais accedilotildees promovidas pela populaccedilatildeo as

aproximam das poliacuteticas puacuteblicas gerando melhores oportunidades e formas

alternativas de sistemas igualitaacuterios quando relacionados a exposiccedilatildeo de riscos

ambientais Tudo isso para oferecer um ambiente urbano com um

desenvolvimento em equiliacutebrio ambientalmente sustentaacutevel e socialmente

justo

Retomando o Artigo 2ordm do Estatuto da Cidade Loureiro e De Gregori

(Revista Eletrocircnica do Curso de Direito ndash UFSM p 462) expotildeem que houve

uma mudanccedila de paradigma ao se pensar em ambientes urbanos assim

expondo trecircs objetivos a serem alcanccedilados com as cidades ldquoo primeiro seria

um ambiente destinado agrave moradia de um acuacutemulo de comunidades jaacute em uma

segunda perspectiva seria um ambiente de poliacuteticas a fim de atingir funccedilatildeo

social urbana e por fim a garantia de ambientes urbanos como um meio

sustentaacutevel e sadio de desenvolvimentordquo Eacute importante ressaltar que esse

ponto de vista reflete que soacute seraacute possiacutevel assegurar um ambiente urbano para

a presente geraccedilatildeo e para as futuras partindo da preservaccedilatildeo do meio

ambiente

Portanto diversas iniciativas podem tornar o ambiente urbano em cidade

sustentaacutevel o que procura promover uma estabilidade e um equiliacutebrio agraves

cidades com uma visatildeo a longo prazo O processo de implantaccedilatildeo de cidades

sustentaacuteveis no Brasil deve primeiramente partir de accedilotildees individuais ou

privadas e articulada agraves poliacuteticas puacuteblicas para que haja uma eficiecircncia na

aplicabilidade sem desconsiderar que haacute uma possibilidade de gerar um

sistema insustentaacutevel Por que pode se tornar um sistema insustentaacutevel

Segundo Loureiro e De Gregori (Revista Eletrocircnica do Curso de Direito ndash

UFSM p 465 apud Godard 1990 p40-45) ldquoa insustentabilidade exprime

assim a incapacidade de as poliacuteticas puacuteblicas adaptarem a oferta de serviccedilos

urbanos agrave quantidade e agrave qualidade das demandas sociais provocando um

ldquodesequiliacutebriordquo entre necessidades cotidianas da populaccedilatildeo e os meios de as

satisfazer entre a demanda por serviccedilos urbanos e os investimento em redes e

infraestruturardquo

Jaacute que a realidade brasileira exprime uma grande distorccedilatildeo do que eacute

apresentado nos estudos como conseguir implantar uma cidade sustentaacutevel e

assim suportaacute-la Primeiramente eacute necessaacuterio ampliar o ponto de vista natildeo se

prendendo agraves poliacuteticas puacuteblicas em segundo plano eacute preciso que se tenha uma

accedilatildeo coletiva da populaccedilatildeo atraveacutes da conscientizaccedilatildeo ou de accedilotildees que

promovam a sustentabilidade dentro da cidade

Eacute importante ressaltar que natildeo se pode descartar as poliacuteticas puacuteblicas

mas tambeacutem natildeo se pode esperar que elas resolvam todos os problemas

presentes na cidade Sendo assim para que uma cidade torne-se sustentaacutevel eacute

preciso que as accedilotildees realizadas pela populaccedilatildeo sejam emparelhadas com as

poliacuteticas puacuteblicas aplicadas pelo governo No Brasil haacute cidades que satildeo

consideradas sustentaacuteveis mas essas cidades optaram apenas por um

planejamento urbano voltado para reconstituiccedilatildeo de aacutereas verdes

aprimoramento nas soluccedilotildees urbaniacutesticas e na tecnologia do transporte urbano

Tais accedilotildees natildeo devem ser desconsideras e sim exaltadas pelo funcionamento

adequado e promoccedilatildeo da sustentabilidade urbana Outras questotildees tatildeo

importantes quanto satildeo deixadas de lado pelo governo e nesse caso deve-se

ter uma aplicaccedilatildeo da sociedade para que ganhe uma visatildeo e assim sejam

aplicadas poliacuteticas puacuteblicas voltadas para tais questotildees

Em especiacutefico coloco o problema hiacutedrico que tem assolado vaacuterias

cidades do paiacutes por trazer prejuiacutezos de forma direta e indireta a populaccedilatildeo O

problema hiacutedrico brasileiro natildeo eacute apenas o causado pela estiagem e falta de

aacutegua em algumas localidades ele tambeacutem eacute expresso pelas chuvas

torrenciais Em face disso eacute importante unir o uacutetil ao agradaacutevel Vale expor que

em decorrecircncia do aumento da urbanizaccedilatildeo as aacutereas foram pavimentadas e

cobertas por preacutedios casas monumentos entre outras edificaccedilotildees

ocasionando na impermeabilizaccedilatildeo do solo em aacutereas naturais Devido a esse

fator o ser humano vem demandando novas soluccedilotildees e poliacuteticas puacuteblicas para

o controle e mitigaccedilatildeo de impactos causados pela chuva tais como

alagamentos

Os governos de modo geral vecircm encontrando seacuterias dificuldades

quanto agraves questotildees de gestatildeo dos alagamentos em suas aacutereas puacuteblicas Para

Brasiacutelia e o Governo do Distrito Federal esse problema eacute recente e nem tatildeo

alarmante quando comparado aos das grandes capitais brasileiras como Satildeo

Paulo ou Rio de Janeiro Portanto eacute necessaacuterio que se tenha uma precauccedilatildeo

com o uso das aacuteguas tratadas para que possam ser utilizadas fontes

alternativas Com o objetivo de aproveitamento de aacuteguas pluviais a captaccedilatildeo

de aacutegua advinda das chuvas possui um vieacutes sustentaacutevel do ponto de vista

teacutecnico e econocircmico quando aplicado em sistemas de uso privativo Cabe

ressaltar que esse estudo visa aliar o conceito de cidades sustentaacuteveis a partir

da iniciativa privada agraves necessidades encontradas na cidade de Brasiacutelia no

caso de um projeto de aproveitamento de aacuteguas pluviais que atenda a

demanda de aacutegua natildeo potaacutevel tendo como base a precipitaccedilatildeo de chuva local

sem desconsiderar o ciclo hidroloacutegico para que natildeo ocorra um desequiliacutebrio do

mesmo e ocasione mais desastres ambientais

Tal sistema tem como objetivo gerar uma fonte de aacutegua natildeo potaacutevel

para uso diaacuterio em sistemas prediais como descarga limpeza do preacutedio

irrigaccedilatildeo de jardins disponibilidade para lavagem de automoacuteveis entre outras

possibilidades gerando uma economia da aacutegua utilizada e consequentemente

uma economia monetaacuteria Aleacutem desse objetivo reducionista de gasto e aacutegua

haacute tambeacutem a possibilidade da reduccedilatildeo de transtornos hiacutedricos urbanos

Portanto ao abordar sobre poliacuteticas puacuteblicas eacute de suma importacircncia

compreender que o ldquodesenvolvimento sustentaacutevel eacute um processo de

aprendizagem social de longo prazo que por sua vez eacute direcionado por

poliacuteticas puacuteblicas orientadas por um plano de desenvolvimento nacionalrdquo

(Barbosa 2008 p 6) O conceito de desenvolvimento sustentaacutevel seraacute melhor

apresentado no capiacutetulo seguinte

2 ndash Sustentabilidade desenvolvimento sustentaacutevel e a sua

importacircncia

Inicio esse capiacutetulo com uma frase de Nascimento (2012 p 57) em que

se queremos sugerir uma sustentabilidade para toda a sociedade eacute necessaacuterio

que tenhamos uma ldquolinha transversal a eacutetica solidaacuteria com os excluiacutedos de hoje

para que natildeo haja excluiacutedos amanhatilderdquo

Por que a sustentabilidade eacute algo importante para noacutes Eacute necessaacuterio

que seja de conhecimento geral de que estamos ameaccedilados em todos os

aspectos ligados agrave utilizaccedilatildeo de recursos naturais e aproveitamento dos

mesmos Portanto haacute uma conexatildeo direta ao desenvolvimento sustentaacutevel

Nascimento (2012 p 58) ainda aponta que ldquoateacute meados do seacuteculo XX a

humanidade temia basicamente duas grandes extinccedilotildees ndash uma externa

(choque de um grande meteorito como aparentemente ocorreu haacute 65 milhotildees

de anos extinguindo os dinossauros) e outra interna (o advento de uma

epidemia desconhecida e incontrolaacutevel) Em meados do seacuteculo passado foi

acrescida mais uma ameaccedila provinda dos proacuteprios seres humanos a bomba

atocircmica O seu poder de destruiccedilatildeo ficou evidente com as explosotildees de

Hiroshima e Nagasakirdquo Sendo assim eacute perceptiacutevel que o estilo de vida de alta

produccedilatildeo e consumo vigente nos leva a crer que um desastre eacute cada vez mais

plausiacutevel

ldquoQue a economia estaacute em um conflito com os sistemas naturais do

planeta eacute uma evidecircncia que ressalta das informaccedilotildees cotidianas sobre o

desaparecimento das zonas de pesca reduccedilatildeo das florestas a erosatildeo do

solo e o desaparecimento de espeacuteciesrdquo (Nascimento 2012 p 58 apud

Brown 2003 p14) Portanto a crise ambiental aponta um desgaste das

condiccedilotildees ldquonormaisrdquo de vida no planeta Terra Segundo Nascimento (2012 p

58) ldquo[] eacute possiacutevel caso o cenaacuterio mais pessimista do aquecimento global

venha a se confirmar que uma nova possibilidade de auto extinccedilatildeo seja criada

no final desse seacuteculordquo Desta forma o atual modelo de vida natildeo deteriora

apenas o meio ambiente tambeacutem prejudica a vida humana e para que sejam

reduzidos esses transtornos agrave vida humana eacute preciso que iniciativas e

alternativas sejam criadas por meio de inovaccedilotildees tecnoloacutegicas para que haja

uma saiacuteda

ldquoA crise ambiental assumiu contornos mais graves com a percepccedilatildeo da

responsabilidade antroacutepica do aquecimento global e a dinacircmica de ascensatildeo

de um contingente humano mais significativo no mercado de consumordquo

(Nascimento 2012 p 61) Quando a crise ambiental se tornou algo de suma

importacircncia Quando como e por que a sustentabilidade e o desenvolvimento

sustentaacutevel se tornaram relevantes para o combate agrave crise ambiental Eacute

necessaacuterio compreender que a sustentabilidade possui dois vieses quando

relacionada agrave sua origem Uma de suas origens tem base na biologia mais

precisamente na ecologia a qual atribui o conceito de resiliecircncia ndash capacidade

de recuperaccedilatildeo e reproduccedilatildeo dos ecossistemas ndash perante as degradaccedilotildees

antroacutepicas com o uso exacerbado dos recursos naturais Ainda relacionado agrave

ecologia haacute as causas naturais como terremotos fogo tsunamis pragas

entre outros O outro vieacutes de origem da sustentabilidade adveacutem da economia

como o adjetivo do desenvolvimento diante da visibilidade que ganhou ao

longo do seacuteculo XX referente ao padratildeo de consumo desenvolvido ao redor do

mundo (Nascimento 2012 p 51)

Segundo Nascimento a ideia de sustentabilidade como enfoque

mundial tem origem na deacutecada de 1950 O surgimento e a importacircncia desse

termo ocorrem devido a um risco ambiental global a poluiccedilatildeo nuclear ldquoOs seus

indiacutecios alertaram os seres humanos de que estamos em uma nave comum e

que problemas ambientais natildeo estatildeo restritos a territoacuterios limitadosrdquo

(Nascimento 2012 p 2) Segundo Nascimento (2012 p 52 apud Machado

2005) ldquoA ocorrecircncia de chuvas radiativas a milhares de quilocircmetros dos locais

de realizaccedilatildeo dos testes acendeu um caloroso debate no seio da comunidade

cientiacuteficardquo Na deacutecada de 1960 houve outro fato importante que implicou na

questatildeo da percepccedilatildeo da crise ambiental dando importacircncia a

sustentabilidade devido ao uso de inseticidas e pesticidas quiacutemicos e

transtornos causados por esses apontados por Rachel Carson em seu livro

intitulado de ldquoPrimavera Silenciosardquo ndash Silent Spring

Ainda na deacutecada de 60 as chuvas aacutecidas recorrentes nos paiacuteses

noacuterdicos levaram a Sueacutecia junto ao Conselho Econocircmico e Social das Naccedilotildees

Unidas (ECOSOC) a propor a realizaccedilatildeo de uma conferecircncia para tratar de um

acordo internacional para uma possiacutevel reduccedilatildeo na emissatildeo dos gases

responsaacuteveis por tal transtorno Com isso ocorreu a Conferecircncia de

Estocolmo em 1972 colocando em evidecircncia os paiacuteses subdesenvolvidos e

desenvolvidos da eacutepoca A princiacutepio as preocupaccedilotildees natildeo eram nem um

pouco igualitaacuterias jaacute que os paiacuteses desenvolvidos estavam atentos agrave

degradaccedilatildeo ambiental que afetavam sua qualidade de vida enquanto os

paiacuteses subdesenvolvidos estavam preocupados em natildeo sofrerem sanccedilotildees

comerciais e apresentarem um retardo em seu desenvolvimento uma vez que

naquela eacutepoca os problemas ambientais eram associados ao crescimento

econocircmico dos paiacuteses de terceiro mundo Nessa conferecircncia ficou exposto

que os paiacuteses desenvolvidos defendiam a proteccedilatildeo do meio ambiente como

principal foco e os paiacuteses em desenvolvimento focavam no combate agrave

pobreza

Para melhor esclarecer Nascimento expotildee a partir do documento ldquoOnly

One Earthrdquo (Ward amp Dubos 1973) ldquo[] O problema ambiental como decorrente

de externalidades econocircmicas proacuteprias do excesso de desenvolvimento

(tecnologia agressiva e consumo excessivo) de um lado e de sua falta

(crescimento demograacutefico e baixo PIB per capita) de outro Posta dessa forma

a questatildeo ambiental deixava de ficar restrita ao meio natural e adentrava o

espaccedilo socialrdquo Contemporacircneo a isso temos o relatoacuterio do Clube de Roma ndash

Limits to Growth (Meadows et al 1972) que propunha uma reduccedilatildeo do

desenvolvimento industrial nos paiacuteses desenvolvidos e uma contenccedilatildeo no

crescimento populacional nos paiacuteses subdesenvolvidos juntamente com o

apoio daqueles aos subdesenvolvidos para que pudessem crescer

economicamente A partir desses eventos os governos se conscientizaram e

criaram agecircncias que tratassem das questotildees ambientais para que pudessem

juntar dados ambientais jaacute que na eacutepoca careciam de tais informaccedilotildees

No Brasil foi criada a Secretaria Especial do Meio Ambiente (SEMA) em

1973 enquanto nos EUA jaacute existia a Environmental Protection Agency (EPA)

desde 1970

Dez anos apoacutes a Conferecircncia de Estocolmo uma anaacutelise dos resultados

foi feita pela ONU e mostrou que o resultado estabelecido deixou a desejar e

que os esforccedilos realizados foram inferiores Em decorrecircncia desse mal

desempenho foi formada a Comissatildeo Mundial sobre Meio Ambiente e

Desenvolvimento (CMMAD) presidida por Gro Harlen Brundtland responsaacutevel

pelo relatoacuterio ldquoNosso Futuro Comumrdquo ndash Our Common Future ndash que tinha como

principal proposta a criaccedilatildeo de uma agenda global para focar em uma

mudanccedila consideraacutevel Esse estudo obteve informaccedilotildees durante trecircs anos a

partir de pesquisas e anaacutelises com enfoque na parte social Segundo Barbosa

(2008 p2) as informaccedilotildees colhidas do relatoacuterio com base nas questotildees

sociais referiam-se ldquoao uso da terra sua ocupaccedilatildeo suprimento de aacutegua abrigo

e serviccedilos sociais educativos e sanitaacuterios aleacutem de administraccedilatildeo do

crescimento urbanordquo

Tal relatoacuterio foi responsaacutevel pela criaccedilatildeo do termo ldquoDesenvolvimento

Sustentaacutevelrdquo que ldquoconsistiu o maior esforccedilo entatildeo conhecido para conciliar a

preservaccedilatildeo do meio ambiente com o desenvolvimento econocircmicordquo

(Nascimento 2012 p 54) Uma definiccedilatildeo baacutesica do que eacute DS eacute exposta por

Nascimento (2012 p 58 apud Lenzi 2006) ldquoDesenvolvimento sustentaacutevel eacute o

desenvolvimento que satisfaz as necessidades do presente sem comprometer

a capacidade das geraccedilotildees futuras em satisfazer suas proacuteprias necessidadesrdquo

Estender e Pitta (O Conceito do Desenvolvimento Sustentaacutevel apud Camargo

2003 p 43) tambeacutem fazem citaccedilatildeo agrave outra definiccedilatildeo apontada no relatoacuterio

ldquoEm essecircncia o desenvolvimento sustentaacutevel eacute um

processo de transformaccedilatildeo no qual a exploraccedilatildeo dos

recursos a direccedilatildeo dos investimentos a orientaccedilatildeo

do desenvolvimento tecnoloacutegico e a mudanccedila

institucional se harmonizam e reforccedilam o potencial

presente e futuro a fim de atender agraves necessidades

e aspiraccedilotildees humanasrdquo

Nascimento (2012 p 54) aponta que ldquoA forccedila e a fraqueza dessa

definiccedilatildeo encontram-se justamente nessa foacutermula vaga pois deixam-se em

aberto quais seriam as necessidades humanas atuais e mais ainda as das

geraccedilotildees futurasrdquo

Segundo Barbosa (2008) o relatoacuterio faz consideraccedilotildees agraves questotildees

urbanas no qual as cidades em seu desenvolvimento devem contemplar as

necessidades baacutesicas de toda a populaccedilatildeo e conceder oportunidades de

melhora na qualidade de vida de todos buscando alcanccedilar uma equidade na

sociedade por meio de processos democraacuteticos para que haja um

desenvolvimento urbano adequado Ainda com referecircncia ao relatoacuterio haacute ldquoa

necessidade de descentralizaccedilatildeo das aplicaccedilotildees de recursos financeiros e

humanos e a necessidade do poder poliacutetico favorecer as cidades em sua

escala localrdquo (Barbosa 2008 p 2) Quanto agrave questatildeo do uso de recursos

naturais foi avaliada no relatoacuterio a capacidade de resiliecircncia da biosfera os

efeitos e as possiacuteveis consequecircncias causadas pela accedilatildeo antroacutepica apontando

ainda que a pobreza pode ser considerada como um problema ambiental e que

a tentativa de erradicar a mesma pode ser a base para a busca da

sustentabilidade Com essa contribuiccedilatildeo na mudanccedila do modo de perceber as

necessidades urbanas o relatoacuterio apresentou trecircs princiacutepios baacutesicos ou

aspectos que deveriam ser cumpridos ndash proteccedilatildeo ambiental equidade social e

o desenvolvimento econocircmico ndash e que seratildeo expostos mais adiante

Apesar de todos esses pontos levantados o relatoacuterio Brundtland

recebeu vaacuterias criacuteticas pelo fato de acusar a pobreza e o descontrole do

crescimento populacional nos paiacuteses subdesenvolvidos como a fonte principal

dos problemas ambientais e da insustentabilidade do planeta e de colocar em

segundo plano a poluiccedilatildeo causada ateacute a data de publicaccedilatildeo do relatoacuterio pelos

paiacuteses desenvolvidos

Em 1986 foi realizada a conferecircncia de Ottawa ndash Carta de Ottawa 1986

ndash na qual foram estabelecidas cinco condiccedilotildees para que se tentasse alcanccedilar o

desenvolvimento sustentaacutevel entre elas a manutenccedilatildeo da integraccedilatildeo

ecoloacutegica a satisfaccedilatildeo das necessidades baacutesicas humanas a provisatildeo da

autodeterminaccedilatildeo social e da diversidade cultural a integraccedilatildeo da conservaccedilatildeo

e do desenvolvimento e o alcance de equidade e justiccedila social Para a

CMMAD as condiccedilotildees que procedem do conceito de desenvolvimento

sustentaacutevel estatildeo associadas ao processo de urbanizaccedilatildeo e do crescimento da

cidade e tem como finalidade o uso adequado dos recursos naturais Em face

disto satildeo expostos alguns objetivos mudanccedila de qualidade do crescimento

crescimento renovaacutevel satisfaccedilatildeo das necessidades essenciais por emprego

aacutegua energia alimento e saneamento baacutesico garantia de um niacutevel sustentaacutevel

da populaccedilatildeo conservaccedilatildeo da base de recursos reorientaccedilatildeo da tecnologia e

do gerenciamento de risco e reorientaccedilatildeo das relaccedilotildees econocircmicas

internacionais (CMMAD 1988 1991)

Postumamente foi realizada a Assembleia das Naccedilotildees Unidas a qual

aprovou a Conferecircncia das Naccedilotildees Unidas para o Meio Ambiente e o

Desenvolvimento (CNUMAD) ocorrida em 1992 e ficou conhecida como Rio-

92 A Rio-92 teve maior visibilidade graccedilas agrave criaccedilatildeo da Convenccedilatildeo da

Biodiversidade e das Mudanccedilas Climaacuteticas ndash que posteriormente resultou na

criaccedilatildeo do Protocolo de Kyoto ndash da Agenda 21 e da Declaraccedilatildeo do Rio Essa

uacuteltima segue os mesmos padrotildees expostos na Conferecircncia de Estocolmo

citada anteriormente interligando o desenvolvimento econocircmico com o meio

ambiente atraveacutes de uma gestatildeo consciente dos recursos naturais sem

comprometer o modelo econocircmico vigente

Em decorrecircncia desses acontecimentos tornou-se de faacutecil entendimento

que o desenvolvimento sustentaacutevel eacute composto por trecircs aspectos ambiental

econocircmico e social Outros autores como Ignacy Sachs consideram ainda

outras variaacuteveis relevantes para o entendimento do DS como sustentabilidade

ecoloacutegica e poliacutetica

Figura 1 Tripeacute da Sustentabilidade

Fonte Nicholas Gimenes (2012)

Com base nesses trecircs aspectos apontados chegamos ao conhecido

Triple Bottom Line ndash ldquoTripeacute da Sustentabilidaderdquo No tripeacute da sustentabilidade

satildeo expostos o aspecto ambiental que tem como base a produccedilatildeo e o

consumo de tal forma que possa garantir que os ecossistemas natildeo sofram

problemas quanto a sua capacidade de resiliecircncia o aspecto econocircmico que

assume a denominada ecoeficiecircncia a qual incentiva a inovaccedilatildeo tecnoloacutegica

para tentar mitigar alguns dos problemas ambientais e ampliar a

desmaterializaccedilatildeo da economia e o uacuteltimo aspecto o social o qual supotildee que

a populaccedilatildeo de uma determinada sociedade tenha o miacutenimo necessaacuterio para

uma condiccedilatildeo de vida aceitaacutevel buscando erradicar a desigualdade social

Segundo Nascimento existem diversas definiccedilotildees desses trecircs aspectos mas

essas apontadas satildeo as mais recorrentes e de simples entendimento Natildeo

podemos esquecer que assim como eacute apontado por Ignacy Sachs e outros

autores outros aspectos para a definiccedilatildeo do DS devem ser levados em

consideraccedilatildeo em especial a cultura Apesar de natildeo ser citada como base do

ldquotripeacuterdquo a cultura eacute importante em qualquer sociedade quando relacionada ao

meio ambiente pois eacute ela quem dita o comportamento da populaccedilatildeo O Brasil

sofre com questotildees ambientais muitas das vezes por falta de instruccedilatildeo da

populaccedilatildeo que natildeo tem conhecimento do quatildeo impactante pode ser sua accedilatildeo

Deste modo quando se trata de questotildees ambientais eacute necessaacuterio que se

tenha uma mudanccedila natildeo repentina e sim gradativa nos padrotildees de consumo

no estilo de vida e na educaccedilatildeo ambiental

Retomando os conceitos de DS e sustentabilidade temos uma definiccedilatildeo

de Clovis Cavalcanti em que sustentabilidade ldquosignifica a possibilidade de se

obterem continuamente condiccedilotildees iguais ou superiores de vida para um grupo

de pessoas e seus sucessores em dado ecossistemardquo (Cavalcanti 2003)

Analisando essa definiccedilatildeo proposta por Cavalcanti vemos que se assemelha

do que foi exposto por Gro Harlen Brundtland em seu relatoacuterio Como jaacute foi

mencionado para Sachs o ldquoTriple Bottom Linerdquo ndash Tripeacute da Sustentabilidade ndash

possui cinco vertentes da sustentabilidade que satildeo a ldquosustentabilidade

ecoloacutegica refere-se a fiacutesica do processo de crescimento e tem como objetivo a

manutenccedilatildeo de estoques dos recursos naturais incorporados as atividades

produtivas a sustentabilidade ambiental que refere-se agrave manutenccedilatildeo da

capacidade de sustentaccedilatildeo dos ecossistemas o que implica a capacidade de

absorccedilatildeo e recomposiccedilatildeo dos ecossistemas em face as agressotildees antroacutepicas

sustentabilidade social que refere-se ao desenvolvimento e tem por algum

objetivo a melhoria da qualidade da vida da populaccedilatildeo Para caso de paiacuteses

com problemas de desigualdade e de inclusatildeo social implica a adoccedilatildeo de

poliacuteticas distributivas e a universalizaccedilatildeo de atendimento a questotildees como

sauacutede educaccedilatildeo habilitaccedilatildeo e seguridade social sustentabilidade poliacutetica

refere-se ao processo de construccedilatildeo da cidadania para garantir a incorporaccedilatildeo

plena dos indiviacuteduos ao processo de desenvolvimento e a sustentabilidade

econocircmica que refere-se a uma gestatildeo eficiente dos recursos em geral e

caracteriza-se pela regularidade de fluxos do investimento puacuteblico e privado

Implica a avaliaccedilatildeo da eficiecircncia por processos macro sociaisrdquo (Sachs 1993

Agenda 21 brasileira)

Barbosa (2008 p 4) faz uma citaccedilatildeo em seu trabalho sobre o livro de

Leila Ferreira ndash ldquoA questatildeo ambiental sustentabilidade e poliacuteticas puacuteblicas no

Brasilrdquo ndash referente ao padratildeo de vida da sociedade em que

ldquoO padratildeo de produccedilatildeo e consumo que

caracteriza o atual estilo de

desenvolvimento tende a consolidar-se

no espaccedilo das cidades e estas se

tornam cada vez mais o foco principal

na definiccedilatildeo de estrateacutegias e poliacuteticas

de desenvolvimentordquo

Sendo assim eacute de fundamental importacircncia que formas alternativas

sustentaacuteveis sejam alcanccediladas para que possam influenciar de forma positiva

na qualidade de vida das cidades e no processo de planejamento urbano Para

Acselrad (1999 p 85) a sustentabilidade urbana eacute definida como ldquoa

capacidade das poliacuteticas urbanas se adaptarem agrave oferta de serviccedilos agrave

qualidade e agrave quantidade das demandas sociais buscando o equiliacutebrio entre as

demandas de serviccedilos urbanos e investimentos em estruturardquo Como o

desenvolvimento sustentaacutevel possui muitos conceitos e definiccedilotildees haacute uma em

especial que se destaca pelo fato de estar relacionada agraves cidades juntamente

com o termo ldquosustentabilidaderdquo exposta por Barbosa (2008 p 4 apud

Satterthwaite 2004) em que

ldquoa resposta agraves necessidades humanas

nas cidades como o miacutenimo ou

nenhuma transferecircncia dos custos da

produccedilatildeo consumo ou lixo para outras

pessoas ou ecossistemas hoje e no

futurordquo

Assim a participaccedilatildeo da sociedade e a diversidade dos interesses que

a mesma possui gera um conflito entre as poliacuteticas puacuteblicas e o

desenvolvimento sustentaacutevel mas nada que natildeo possa ser contornado a partir

da conscientizaccedilatildeo individual dos cidadatildeos Como eacute exposto por Barbosa ldquoeacute

imprescindiacutevel para a sustentabilidade urbana o uso racional dos recursos

naturais a boa forma do ambiente urbano baseado na interaccedilatildeo clima e os

recursos naturais aleacutem das respostas agraves necessidades urbanas com o miacutenimo

de transferecircncia de dejetos e rejeitos para outros ecossistemas atuais e

futurosrdquo (Barbosa 2008 p 9) Em detrimento disso ldquoo desenvolvimento

sustentaacutevel natildeo deve ser apresentado como um slogan poliacuteticordquo (Barbosa

2008 p 10) deve ser apresentado como uma possiacutevel soluccedilatildeo para a

mitigaccedilatildeo dos problemas ambientais encontrados atualmente na sociedade

Portanto a sustentabilidade visa emoldurar novos meios alternativos de

produccedilatildeo distribuiccedilatildeo e consumo dos recursos naturais existentes de forma

mais racional ecologicamente viaacutevel e economicamente eficaz

Ao retratar esses problemas de padrotildees vividos pela sociedade

relacionados ao meio ambiente mais especificamente a utilizaccedilatildeo de recursos

naturais Nascimento (2012 p 58) aponta que ldquohaacute uma quase unanimidade

hoje entre os cientistas de que os recursos naturais natildeo seratildeo suficientes para

fornecer um modo de vida similar ao da classe meacutedia mundial a todos os novos

ingressantes no mercado No entanto eles tecircm tanto direito quanto os que jaacute

participam do mercado consumidorrdquo Mas como podemos contornar tais

problemas e a crise ambiental Atraveacutes da criatividade humana muitas formas

alternativas foram criadas e podem ser inventadas quando se tratam dos

recursos finitos utilizados pelo homem Temos como exemplo a aacutegua sobre a

qual poucos satildeo os estudos apresentados relacionando o aproveitamento de

aacuteguas pluviais e cidades sustentaacuteveis Na maioria das vezes os estudos satildeo

feitos com base em outras necessidades como a dessalinizaccedilatildeo das aacuteguas do

mar para consumo humano Natildeo podemos esquecer que atualmente existem

diversos sistemas de captaccedilatildeo de aacuteguas pluviais para diferentes finalidades

sejam elas para aproveitamento de consumo humano ou natildeo

3 ndash A viabilidade de implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo

pluvial em Brasiacutelia ndash DF

31 ndash Apresentaccedilatildeo de dados

Primeiramente seratildeo apresentados dados sobre a populaccedilatildeo e o

consumo de aacutegua presente nas residecircncias de Brasiacutelia e que seratildeo utilizados

como base para a implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo na Asa Norte

Segundo Ferreira C diretor Superintendente de Atendimento Comercial

(CAC) da Companhia de Saneamento Ambiental do Distrito Federal (CAESB)

ldquoEm Brasiacutelia o consumo meacutedio por habitante eacute de 190 litros de aacutegua por dia o

que resulta em um consumo mensal de 6msup3 por habitanterdquo De acordo com a

ONU cada pessoa necessita de 110 litros por dia para atender as

necessidades de consumo e higiene A Companhia de Saneamento Baacutesico do

Estado de Satildeo Paulo (SABESP 2010) afirma que ldquono Brasil o consumo por

pessoa pode chegar a mais de 200 litrosdiardquo A estimativa da SABESP (2010)

eacute de que 54 litros (27) vatildeo para cozinhar e beber 50 litros (25) para tomar

banho e escovar os dentes 66 litros (33) para descarga de banheiro 24 litros

(12) para lavagem de roupa e 6 litros (3) para outras tarefas como lavagem

de carro por exemplo Segundo dados da CAESB Brasiacutelia (Plano Piloto)

consome cerca de 2757890msup3 por mecircs e que o consumo por habitante eacute de

1381msup3mecircs

Devido ao alto consumo de aacutegua em Brasiacutelia os recorrentes transtornos

hiacutedricos urbanos e a ausecircncia de sistemas captaccedilatildeo pluvial este capiacutetulo traz

um estudo da viabilidade teacutecnica e econocircmica da implantaccedilatildeo de um sistema

em um preacutedio residencial do bairro Asa Norte mais especificamente na

Superquadra 111 Norte Natildeo haacute nenhum estudo realizado que comprove a

frequecircncia dos alagamentos nessa regiatildeo portanto tal quadra foi selecionada

em decorrecircncia de mateacuterias e reportagens que mostram a dificuldade que a

populaccedilatildeo sofre quando haacute uma chuva anormal

Primeiramente eacute necessaacuterio que se tenha uma noccedilatildeo do periacuteodo

chuvoso em Brasiacutelia Segundo o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais

(INPE) Brasiacutelia apresenta um regime de precipitaccedilatildeo bem definido sendo que

a estaccedilatildeo chuvosa tem iniacutecio em Outubro e estende-se ateacute Marccedilo e a estaccedilatildeo

seca ocorre no restante do ano (Abril a Setembro) Ainda segundo o INPE ldquoa

estaccedilatildeo chuvosa eacute causada pelo forte aquecimento da atmosfera na Amazocircnia

que favorece o desenvolvimento de um sistema quase estacionaacuterio em altos

niacuteveis a Alta Boliacutevia Como resultado dessa circulaccedilatildeo observa-se nos baixos

niacuteveis uma regiatildeo de baixa pressatildeo e a convergecircncia de ar satildeo os principais

fatores que provocam a precipitaccedilatildeo neste periacuteodo responsaacutevel por 70 do

total meacutedio anualrdquo A partir desses elementos apresentados pelo INPE e com

base nos dados os quais foram obtidos da estaccedilatildeo meteoroloacutegica de Brasiacutelia

localizada na Latitude (ordm) -158 Longitude (ordm)-479 temos a precipitaccedilatildeo de

Brasiacutelia dada mecircs a mecircs Os dados partem de Janeiro de 2006 e vatildeo ateacute

Outubro de 2015 Eacute importante frisar que os dados foram formulados a partir

da precipitaccedilatildeo acumulada para tornar mais faacutecil de calcular a meacutedia

Tabela 01 Dados de Precipitaccedilatildeo

AnoMecircs JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ Meacutedia Mensal

2006 1232 1914 258 1417 351 09 01 528 403 5264 1956 1821 14563

2007 2609 2659 357 501 75 0 0 0 0 535 2249 275 9779

2008 201 2425 2346 2109 0 0 0 27 80 387 271 3226 1337

2009 2028 1347 81 3759 612 93 0 725 505 2958 1991 3078 1492

2010 1211 368 2494 2388 275 0 0 0 0 349 2547 318 1068

2011 1268 1724 2433 696 139 38 0 0 7 2639 3338 4704 1421

2012 2699 1149 1982 1213 444 24 02 0 333 1098 4446 1428 1235

2013 4918 1893 1903 954 222 62 03 0 659 1069 2711 3525 1493

2014 1531 1392 3402 2493 28 10 79 0 162 2014 192 3667 1399

2015 939 1297 3456 2076 499 0 08 0 218 694 SD SD 9187

Meacutedia para cada mecircs

20445 16168 21763 17606 2645 326 093 128 315 17007 2652 30421 12797

Tabela contendo os dados de chuva acumulada mecircs a mecircs em miliacutemetros (mm)

Fonte INPE 2015

Obs 1- SD - satildeo dados que natildeo foram coletados devido pois o trabalho foi realizado antes desses meses

Obs2- Meacutedia calculada com os dados obtidos no caso os meses de novembro e dezembro de 2015 natildeo entram no

caacutelculo pois ainda natildeo existiam os dados

Temos tambeacutem a partir do estudo realizado por Brino (Brasiacutelia

Superquadras Residenciais) os dimensionamentos dos preacutedios e a quantidade

de apartamentos por pavimentos conforme as tabelas a seguir

Tabela 02 Dimensionamento dos Blocos

A SUPERQUADRA AE AT

Aacuterea de Projeccedilatildeo por Bloco

Aacuterea Total = 11760msup2 Nuacutemero total de Blocos = 11

1069msup2 185 136

Aacuterea Construiacuteda por bloco (sem pilotis e

subsolo)

Pavimentos = 6 Aacuterea do Pavimento = 1069msup2

6414msup2 1113 818

Aacuterea Construiacuteda por superquadras (sem pilotis e subsolo)

Preacutedio = 11 Aacuterea por Preacutedio = 64141msup2

70554msup2 8999 1225

AE - Aacuterea Aedificandi e AT - Aacuterea Total

Tabela 03 Dimensionamento da Populaccedilatildeo

A POPULACcedilAtildeO (5 Pessoas

apart)

6 apartamentos por pavimento

36 apartamentos por bloco

396 apartamentos

por superquadra

1980 pessoas por

superquadra

8 apartamentos por pavimento

48 apartamentos por bloco

528 apartamentos

por superquadra

2640 pessoas por

superquadra

10 apartamentos por pavimento

60 apartamentos por bloco

660 apartamentos

por superquadra

3300 pessoas por

superquadra

12 apartamentos por pavimento

72 apartamentos por bloco

792 apartamentos

por superquadra

3960 pessoas por

superquadra

Caacutelculo para as faixas 100 200 e 300 (seis pavimentos) Fonte SUDUR

O estudo apresentado por Brino (Brasiacutelia Superquadras Residenciais)

considera uma famiacutelia composta por cinco pessoas para cada apartamento

nesse caso iremos desconsiderar essa informaccedilatildeo e basearmos nos dados

apresentados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica (IBGE) Nos

dados do IBGE (Censo Demograacutefico 2010) constam que a meacutedia de

moradores em domiciacutelios particulares ocupados eacute de 33 moradores

Partindo dos elementos de precipitaccedilatildeo aacuterea de projeccedilatildeo por bloco

meacutedia de moradores por apartamento total de apartamentos de um preacutedio e

consumo meacutedio de aacuteguadia por habitante podemos dar inicio as formas de

captaccedilatildeo e armazenamento de aacuteguas pluviais

32 ndash Aacuteguas pluviais e aacuteguas cinzas

Mas porque focar em aproveitamento de aacuteguas pluviais Segundo

Rapoport (2004 p 1) ldquoo aumento populacional acompanhado pelas mudanccedilas

climaacuteticas globais vem contribuindo para o aumento na demanda por recursos

hiacutedricosrdquo Ainda expotildee que ldquoembora a aacutegua seja um recurso renovaacutevel ela

tende a se deteriorar em funccedilatildeo do seu uso indiscriminado o que compromete

consequentemente a quantidade de aacutegua com qualidade disponiacutevel para o

consumo nas diversas localidadesrdquo (Rapoport 2004 p 1)

Um fato importante abordado por Rapoport (2004 p1) eacute que ldquoa

quantidade de aacutegua disponiacutevel eacute sempre a mesma jaacute que estaacute sempre sendo

renovada atraveacutes do ciclo hidroloacutegico Entretanto a aacutegua de qualidade para

consumo estaacute se tornando rarardquo A tiacutetulo de esclarecimento ldquosabe-se que o

ciclo hidroloacutegico se constitui basicamente do transporte de massas drsquoaacutegua do

oceano para atmosfera por evaporaccedilatildeo e da atmosfera atraveacutes de

precipitaccedilotildees escoamentos superficiais e subterracircneos para os oceanos

influenciando diretamente a distribuiccedilatildeo e extensatildeo dos corpos drsquoaacutegua

continentaisrdquo (Rapoport 2004 p 1) Sendo assim a interferecircncia humana tem

causado alteraccedilotildees no ciclo hidroloacutegico em diversas regiotildees Esse assunto

seraacute melhor abordado mais adiante pois o uso do sistema de captaccedilatildeo pode

influenciar no ciclo hidroloacutegico negativamente mas utilizado da forma

adequada pode continuar mantendo o ciclo equilibrado

Aleacutem do uso indevido da aacutegua e de sua escassez Lima e Machado

(2008 p 13) apontam que ldquooutro fator importante eacute o aumento de inundaccedilotildees e

enchentes devido ao escoamento superficial da aacutegua de chuva e da

impermeabilizaccedilatildeo do solordquo Portanto a captaccedilatildeo de aacuteguas pluviais pode

contribuir para a reduccedilatildeo dos transtornos hiacutedricos urbanos e ao mesmo tempo

reduzir a demanda por aacutegua potaacutevel da companhia de distribuiccedilatildeo local

Segundo Amorim e Pereira (2008 p 54) ldquouma das soluccedilotildees em estudo

para aumentar a oferta de aacutegua para as edificaccedilotildees eacute o aproveitamento da

aacutegua pluvial Esta apresenta uma boa alternativa visto que aleacutem de reduzir o

consumo de aacutegua potaacutevel ainda surge como uma accedilatildeo no combate agraves

enchentes funcionando como uma medida natildeo-estrutural do sistema de

drenagem urbanardquo Mas o que eacute necessaacuterio para formar um sistema de

captaccedilatildeo adequado e funcional Amorim e Pereira (2008 p 54) apresentam

que ldquoos sistemas de aproveitamento de aacutegua pluvial satildeo formados basicamente

pela aacuterea de captaccedilatildeo (geralmente coberturas) os componentes de transporte

(calhas e condutores verticais) e o reservatoacuteriordquo Cabe ressaltar que para esse

estudo a captaccedilatildeo das aacuteguas pluviais seraacute destinada apenas para a utilizaccedilatildeo

em ldquoaacuteguas cinzasrdquo Neste sentido o reuso das aacuteguas cinzas que satildeo as aacuteguas

provenientes de todas as atividades domeacutesticas com exceccedilatildeo de fontes de

aacuteguas negras tais como sanitaacuterios bidecircs e urinol vem sendo estudadas com

vista ao reuso tanto em irrigaccedilatildeo como em sanitaacuterios (Rapoport 2004 p 8)

Retomando os dados apresentados pela SABESP (2010) temos a

tabela 04 a qual apresenta os dados de consumo domeacutestico e em sequecircncia o

graacutefico 01 que demonstram que se analisarmos as quantidades de aacutegua

utilizada no consumo domeacutestico teremos uma base para o tamanho do

reservatoacuterio E posteriormente a tabela 05 mostra em que situaccedilotildees se podem

reutilizar as aacuteguas pluviais

Tabela 04 Consumo domeacutestico de aacutegua

Litros

Cozinhar e Beber 54

Tomar Banho e Escovar os Dentes 50

Descarga de Banheiro 66

Lavagem de Roupa 24

Outras Tarefas 6

Total = 200

Fonte SABESP (2010)

27

25

33

12

3

Cozinhar e Beber

Tomar Banho e Escovar osDentes

Descarga de Banheiro

Lavagem de Roupa

Outras Tarefas

Descarga de Banheiro

6875

Lavagem de Roupa

25

Outras Tarefas 625

Graacutefico 01 Consumo Domeacutestico de Aacutegua

Tabela 05 Percentual para reutilizaccedilatildeo de aacuteguas pluviais

Graacutefico 02 Percentual para Reutilizaccedilatildeo de Aacuteguas Pluviais

Porcentagem ()

Descarga de Banheiro 66 6875

Lavagem de Roupa 24 25

Outras Tarefas 6 625

Total = 96 100

Fonte SABESP(2010)

33 ndash Meacutetodos de Dimensionamento do Reservatoacuterio

Amorim e Pereira (2008 p 54 Soares et al 2000 apud May 2004)

apresentam que existem quatro grupos principais para o dimensionamento do

reservatoacuterio

(a) Meacutetodos determiniacutesticos os dados referentes agrave precipitaccedilatildeo

pluviomeacutetrica e agrave demanda satildeo analisados pela curva de massa

(b) Meacutetodos aproximados baseados em relaccedilotildees empiacutericas

conhecidas

(c) Meacutetodos de modelaccedilatildeo satildeo tambeacutem conhecidos como meacutetodos

de transiccedilatildeo probabiliacutestica da matriz e

(d) Meacutetodos de anaacutelise de sistemas sendo linear natildeo linear ou

programaccedilatildeo dinacircmica

Dentro desses grupos de dimensionamento temos os diversos meacutetodos

meacutetodo de Rippl que consiste na determinaccedilatildeo do volume com base na aacuterea

de captaccedilatildeo que eacute subdivido em meacutetodo analiacutetico e meacutetodo graacutefico meacutetodo de

consideraccedilatildeo dos periacuteodos de dias consecutivos sem chuva que necessita da

observaccedilatildeo dos registros pluviomeacutetricos para identificar os maiores periacuteodos de

dias consecutivos sem chuvas e sua taxa de repeticcedilatildeo meacutetodo de anaacutelise de

simulaccedilatildeo de um reservatoacuterio com capacidade suposta que consiste

basicamente na fixaccedilatildeo de um volume para o reservatoacuterio e na verificaccedilatildeo do

percentual de consumo que seraacute atendido meacutetodo praacutetico brasileiro meacutetodo

praacutetico alematildeo meacutetodo praacutetico inglecircs e o meacutetodo praacutetico australiano (Amorim

e Pereira 2008 p 55-58)

34 ndash Anaacutelise de caso para um preacutedio da Superquadra 111 Norte

A partir dos dados jaacute apresentados temos que o objeto de estudo eacute um

preacutedio residencial localizado na Superquadra 111 Norte que possui uma aacuterea

de projeccedilatildeo de 1069msup2 com seis (6) pavimentos constituindo uma aacuterea

construiacuteda de 6414msup2 apresentando seis (6) apartamentos por pavimento e

consequentemente trinta e seis (36) apartamentos no total (Brino Brasiacutelia

Superquadras Residenciais) O preacutedio conteacutem 33 habitantes por apartamento

(IBGE 2010) que consomem em meacutedia cerca de 190 litros de aacuteguadia

resultando em um consumo mensal de aproximadamente 6msup3 por pessoa

(CAESB) mas como a aacutegua captada da chuva seraacute utilizada apenas para

suprir a demanda de aacutegua cinza temos 66 litros para descarga de vasos

sanitaacuterios

Temos entatildeo que a demanda por aacutegua por habitante nesse edifiacutecio eacute

dada por

119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119898119900119903119886119889119900119903 = 66119871 = 66119871119863119894119886

119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119886119901119886119903119905119886119898119890119899119905119900 = 33119901 times 66119871 ~ 217 119871119863119894119886

119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119901119903eacute119889119894119900 = (33119901 times 66119871) times 36 ~ 7840119871119863119894119886

119863119890119898119886119899119889119886 119898119890119899119904119886119897 119901119900119903 119901119903eacute119889119894119900 =7840119871

119889119894119886times 30119863119894119886119904 = 235224119871

Legenda L = Litros p = Pessoas

Para facilitar nos caacutelculos ao aplica-los para o reservatoacuterio e para o

sistema de captaccedilatildeo eacute necessaacuterio realizar a conversatildeo de litros para msup3

(metros cuacutebicos) Sendo assim 66L = 0066msup3 217L = 0217msup3 7840L =

7840msup3 e 235224L = 235224msup3

Seraacute utilizado o ano de 2014 para os dados de precipitaccedilatildeo da estaccedilatildeo

meteoroloacutegica de Brasiacutelia localizada na Latitude (ordm) -158 Longitude (ordm)-479

fornecidos pela professora Rafaela Lisboa durante o periacuteodo chuvoso O ano

de 2014 apresenta registros jornaliacutesticos de alagamento nos meses de

Fevereiro com precipitaccedilatildeo de 1392 msup3 Marccedilo com precipitaccedilatildeo de 3402msup3

e Dezembro com precipitaccedilatildeo de 3667msup3 Importante ressaltar que o setor

Noroeste de Brasiacutelia foi construiacutedo em 2011 (site G1) o que aumentou a aacuterea

de solo impermeabilizado e a reduccedilatildeo no escoamento superficial da aacutegua

ocasionando em um aumento nas enchentes e alagamentos na Asa Norte

Segundo Amorim e Pereira (2008 p57) um dos meacutetodos a ser utilizado

para poder saber o volume de aacutegua aproveitaacutevel e consequentemente o

volume de aacutegua do reservatoacuterio Trata-se de um meacutetodo empiacuterico apresentado

na NBR 155272007 O volume de aacutegua do reservatoacuterio V expresso em L eacute

exposto a seguir

119872eacute119905119900119889119900 119875119903aacute119905119894119888119900 119861119903119886119904119894119897119890119894119903119900

119881 = 0042 times 119875 times 119860 times 119879

Em que ldquoVrdquo representa o volume de aacutegua aproveitaacutevel e o volume de

aacutegua do reservatoacuterio (L) ldquoPrdquo a precipitaccedilatildeo meacutedia mensal (mm) ldquoArdquo a aacuterea de

coleta em projeccedilatildeo ldquoTrdquo nuacutemero de meses de pouca chuva ou seca e ldquo0042rdquo eacute

um coeficiente estipulado

Portanto segundo Fontanela (2010 p 25) para estipular o volume do

reservatoacuterio temos que calcular 42 do produto entre o volume de chuva

coletada pelo telhado e o nuacutemero de meses com pouca chuva ou seca

Atribuindo valores do ano de 2014 temos que

119881 = 0042 times 1399119898119898 times 1069 times 5

119881~ 31406119871 119900119906 31406119898sup3

Ressaltando que esse valor obtido eacute uma estimativa do tamanho do

reservatoacuterio e que pode haver um reservatoacuterio de maior capacidade

De forma comparativa eacute de bom senso que se faccedila outro caacutelculo com um

meacutetodo alternativo

Amorim e Pereira (2008 p56) expotildeem que existe um meacutetodo de anaacutelise

de simulaccedilatildeo do reservatoacuterio com capacidade suposta o qual consiste

basicamente na fixaccedilatildeo de um volume para o reservatoacuterio e na verificaccedilatildeo de

consumo que seraacute atendido Sendo assim ldquoo primeiro passo para a aplicaccedilatildeo

desse meacutetodo eacute adotar alguns valores possiacuteveis para o volume com base na

estimativa do consumo mensal de aacutegua natildeo potaacutevelrdquo (Amorim e Pereira 2008

p57) Portanto partindo do ponto que o preacutedio consome cerca de 235000L

devemos calcular uma base que possa ser favoraacutevel economicamente

119872eacute119905119900119889119900 119889119890 119878119894119898119906119897119886ccedilatilde119900 119889119900 119877119890119904119890119903119907119886119905oacute119903119894119900

235224119871 rarr 100

119881 rarr 30

119881 ~ 70000119871 119900119906 70119898sup3

Tambeacutem haacute outra alternativa apresentada por L Pereira (Viabilidade

EconocircmicoAmbiental p 18)

119881119886119888 = 119860119879 times 119875119875119872119860 lowast

119881119886119888 = 1069119898sup2 times 1399119898sup3 = 1495531119898sup3119886119899119900

Equaccedilatildeo a qual ldquoVacrdquo corresponde ao volume de aacutegua captado ldquoATrdquo

aacuterea do telhado e ldquoPPMArdquo eacute a precipitaccedilatildeo pluviomeacutetrica meacutedia mensal

Poreacutem o resultado obtido eacute para os 12 meses do ano e como foi visto no

ano de 2014 temos 7 meses com chuva portanto

119881119886119888 =119879119900119905119886119897

1198983

1198861198991199007 119898119890119904119890119904

lowast

119881119886119888 =1495531119898sup3119886119899119900

7= 21364119898sup3 119900119906 213640119871

dados somente seriam vaacutelidos se a precipitaccedilatildeo fosse uniforme durante os 7 meses de chuva

341 ndash Anaacutelise de caso para a Superquadra 111 Norte

Retomando a tabela 02 temos que a quadra apresenta 11 preacutedios

aproximadamente que variam o nuacutemero de apartamentos por pavimentos e

consequentemente o nuacutemero de moradores mas os edifiacutecios continuam tendo

uma aacuterea de 1069msup2 gerando um uma aacuterea total de 70554msup2 mas teremos

como base os caacutelculos feitos para o preacutedio selecionado no item 34

Realizando um caacutelculo baacutesico tem-se como estimativa de

armazenamento para esta quadra o seguinte

119872eacute119905119900119889119900 119875119903aacute119905119894119888119900 119861119903119886119904119894119897119890119894119903119900

119881~ 31406119871 119900119906 314061198983

11 119875119903eacute119889119894119900119904 times 31406119871 = 345466119871 119900119906 345466119898sup3

119872eacute119905119900119889119900 119889119890 119878119894119898119906119897119886ccedilatilde119900 119889119900 119877119890119904119890119903119907119886119905oacute119903119894119900

119881 ~ 70000119871 119900119906 701198983

11 119875119903eacute119889119894119900119904 times 70000119871 = 770000

119881119900119897119906119898119890 119889119890 aacute119892119906119886 119888119886119901119905119886119889119900 lowast

119881119886119888 = 213641198983119900119906 213640119871

11 119875119903eacute119889119894119900119904 times 213640119871 = 2350040119871 119900119906 235004119898sup3

dados somente seriam vaacutelidos se a precipitaccedilatildeo fosse uniforme durante os 7 meses de chuva

119863119890119898119886119899119889119886 119905119900119905119886119897 119889119886 119902119906119886119889119903119886 119888119900119898 119889119890119904119888119886119903119892119886 119889119890 119887119886119899ℎ119890119894119903119900

11 119875119903eacute119889119894119900119904 times 235224119871 = 2587464119871 119900119906 2587464119898sup3

Segundo Brino (Brasiacutelia Superquadras Residenciais) temos que as

dimensotildees maacuteximas de uma superquadra satildeo de 280x280m resultando numa

aacuterea de 78400msup2 que eacute denominado de Aacuterea Total (AT) A partir disso foi

definido que deveria existir uma faixa externa de 20m denominada de non

aedificandi que foi destinada ao plantio de uma ldquomassa vegetalrdquo de grande

porte e no interior da quadra encontra-se a aacuterea aedificandi a qual possui

240x240m e uma aacuterea de 57600msup2 Realizando uma subtraccedilatildeo da Aacuterea total

pela Aacuterea aedificandi obtecircm-se que a aacuterea non aedificandi eacute de 20800msup2 que

corresponde a 265 da aacuterea total

Com base nessas informaccedilotildees eacute necessaacuterio atentar-se ao detalhe de

que uma parte da precipitaccedilatildeo cai no solo e outra parte nos telhados dos

preacutedios Sendo assim parte da chuva pode ser aproveitada pelo sistema de

captaccedilatildeo enquanto outra parte chega ao solo sem uma interferecircncia direta no

ciclo hidroloacutegico

35 ndash Funcionamento do sistema de captaccedilatildeo

Eacute importante frisar que o sistema de aproveitamento de aacuteguas pluviais eacute

regido pela norma NBR 15527 (Associaccedilatildeo Brasileira de Normas Teacutecnicas

2007) norma a qual faz algumas consideraccedilotildees importantes para implantaccedilatildeo

e correto funcionamento do sistema de captaccedilatildeo Alguns destes satildeo

435 ndash O volume dos reservatoacuterios deve ser dimensionado com

base em criteacuterios teacutecnicos econocircmicos e ambientais levando em

conta as boas praacuteticas da engenharia podendo a criteacuterio do

projetista ser utilizados os meacutetodos contidos no Anexo A ou

outro desde que devidamente justificado

Item 436 ndash Os reservatoacuterios devem ser limpos e desinfetados

com soluccedilatildeo de hipoclorito de soacutedio no miacutenimo uma vez por ano

de acordo com agrave ABNT NBR 5626

Item 442 ndash As tubulaccedilotildees e demais componentes devem ser

claramente diferenciados das tubulaccedilotildees de aacutegua potaacutevel

Item 443 ndash O sistema de distribuiccedilatildeo de chuva deve ser

independente do sistema de aacutegua potaacutevel natildeo permitindo a

conexatildeo cruzada de acordo com agrave ABNT NBR 5626

Item 444 ndash Os pontos de consumo como por exemplo uma

torneira de jardim devem ser de uso restrito e identificados com

placa de advertecircncia com a seguinte inscriccedilatildeo ldquoaacutegua natildeo potaacutevelrdquo

e identificaccedilatildeo graacutefica

Item 445 ndash Os reservatoacuterios de aacutegua de distribuiccedilatildeo de aacutegua

potaacutevel e de aacutegua da chuva devem ser separados

Item 461 ndash Quando necessaacuterio o bombeamento este deve

atender agrave ABNT NBR 12214

Deve-se realizar manutenccedilatildeo em todo o sistema de

aproveitamento de aacutegua de chuva

Para maiores esclarecimentos ldquoo funcionamento de um sistema de

coleta e aproveitamento de aacutegua pluvial consiste de maneira geral na captaccedilatildeo

da aacutegua da chuva que cai sobre os telhados ou lajes da edificaccedilatildeo A aacutegua eacute

conduzida ateacute o local de armazenamento atraveacutes de calhas condutores

horizontais e verticais passando por equipamentos de filtragem e descarte de

impurezas Apoacutes passar pelo filtro a aacutegua eacute armazenada geralmente em

reservatoacuterio enterrado (cisterna) e bombeada a um segundo reservatoacuterio

(elevado) do qual as tubulaccedilotildees especiacuteficas de aacutegua pluvial iratildeo distribuiacute-la

para o consumo natildeo potaacutevelrdquo (Carvalho 2010 p 27 e 28) Conforme ilustra a

imagem a seguir

Figura 02 Funcionamento de um Sistema de Captaccedilatildeo

Fonte Adatildeo D Padini (2013)

De forma mais simplificada podemos ver a representaccedilatildeo no fluxograma

a seguir

Figura 03 Fluxograma do Sistema de Captaccedilatildeo

Fonte Leandro Roncato Pereira

351 ndash Dificuldades para implantaccedilatildeo do sistema

Tal sistema apresenta como dificuldade o local onde seriam instaladas

as cisternas uma vez que geraria um peso sobre o telhado Dessa forma o

sistema seria instalado no jardim cobrando um custo adicional

352 ndash Custo de implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo fechado em um

preacutedio

Na implantaccedilatildeo desse sistema os materiais utilizados teratildeo como base o

meacutetodo praacutetico brasileiro e para aumentar a eficiecircncia do sistema o volume de

31406L seraacute arredondado para 35000L

Os valores de alguns dos materiais apresentados a seguir seguem os

dos apresentados no trabalho de L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental

p 18) apenas o valor da caixa drsquoaacutegua de 10000L foi obtido atraveacutes de

pesquisas em lojas de construccedilatildeo e assim utilizando a de menor valor

Tambeacutem devemos considerar que a bomba consome energia ao bombear aacutegua

para o preacutedio (CEB) portanto os valores seguem conforme a tabela a seguir

Tabela 06 Preccedilo dos Produtos do Sistema de Captaccedilatildeo sem Fluxo

Produto Quantidade Valor unitaacuterio (R$) Valor total (R$)

Cx Daacutegua 10000L 3 496090 1488270

Cx Daacutegua 5000L 1 108000 108000

Boacuteia Eleacutetrica 1 2750 2750

Boacuteia Comum 1 1220 1220

Registro de Gaveta

1 3490 3490

Bomba Anauger 1 23000 23000

Filtro 3P VF1 1 22000 22000

Tubulaccedilotildees 7000 7000

Disjuntor 1 1310 1310

Escavaccedilatildeo Msup3 3666 128310

Matildeo de Obra 1 58574 58574

Energia 054 054

Total 13 727154 1843978

Observaccedilatildeo Pelo fato desse estudo se tratar de um modelo de implantaccedilatildeo

o custo das tubulaccedilotildees vai variar de acordo com a demanda necessitada pelo

preacutedio portanto podendo variar de acordo com o projeto implantado Para este

estudo seraacute adotado o valor de R$ 7000

Observaccedilatildeo Pelo fato desse trabalho tratar-se de um modelo de

implantaccedilatildeo o custo da energia pode variar de acordo com a demanda necessitada

pelo preacutedio portanto podendo variar de acordo com o uso da bomba Para este

estudo seraacute adotado o valor de R$ 054 que eacute o valor do KwH cobrado pela CEB

Segundo Saravy (2010 p 46) haacute tambeacutem um custo para manutenccedilatildeo do

sistema conforme a tabela a seguir

Tabela 07 Preccedilo de Manutenccedilatildeo do Sistema de Captaccedilatildeo

Com esses dados podemos ver o valor total final a ser pago pelo

sistema de captaccedilatildeo que eacute de R$ 1889978

36 ndash Taxas e valores cobrados para utilizaccedilatildeo de aacutegua

Segundo a Companhia de Saneamento Ambiental do Distrito Federal (CAESB)

quando vaacuterias residecircncias satildeo atendidas por uma uacutenica ligaccedilatildeo de aacutegua eacute aplicado o

conceito de consumo ldquoPara exemplificar podemos citar um preacutedio residencial onde

cada apartamento corresponde a uma unidade de consumordquo (CAESB) Contudo o

caacutelculo de gastos seraacute realizado primeiro em um apartamento e posteriormente

multiplicado pelo total de apartamentos do preacutedio uma vez que os preacutedios

residecircncias da Asa Norte pagam a conta de aacutegua atraveacutes do condomiacutenio O preacutedio

Componente Frequecircncia da Manutenccedilatildeo

Custo da Manutenccedilatildeo

Calhas e Condutores

Semestral R$ 13000

Reservatoacuterio Limpeza e

Desinfecccedilatildeo Anual

R$ 20000

desse estudo apresenta um hidrocircmetro que mede o consumo de aacutegua para o todo o

preacutedio

Eacute de suma importacircncia destacar tambeacutem que haacute uma taxa de esgoto que eacute

cobrada pela CAESB consequentemente ldquoo valor da tarifa de esgotos corresponde

a 100 do valor da tarifa de aacutegua exceto quando se tratar de coleta do tipo

condominial que equivale a 60 do valor da tarifa de aacuteguardquo (CAESB)

Deste modo a CAESB utiliza tarifas para diversas categorias de moradia e

comeacutercio e neste estudo seraacute aplicada a tarifa de ldquoresidencial normalrdquo em

concordacircncia com a tabela a seguir

Tabela 08 Valor da Tarifa Cobrado pela CAESB

Para melhor compreensatildeo do caacutelculo que a CAESB faz temos uma conta do

condomiacutenio do preacutedio da Superquadra 111 Norte

Figura 04 Conta Discriminada do Condomiacutenio

Fonte Condomiacutenio do Preacutedio

O caacutelculo feito pela CAESB consiste primeiramente em saber a demanda de

aacutegua gasta em metros cuacutebicos por Unidade de Consumo ndash apartamento ndash para

saber qual faixa ldquomsup3rdquo eacute aplicada Apoacutes saber qual a faixa ldquomsup3rdquo que se enquadra eacute

atribuiacutedo o volume por UC (em msup3) em sequecircncia multiplica-se o volume por UC ou

volume da faixa pelo nuacutemero de UCrsquos correspondente para se obter o volume total

gasto (em msup3) Tendo o volume total gasto basta multiplicar pelo preccedilo corresponde

agrave faixa a qual se encaixa o consumo e assim obtendo o valor total a pagar A partir

do momento que se tem o valor total a pagar eacute necessaacuterio acrescer 100 do valor

para cobrir a tarifa de esgoto conforme a figura

Partindo desses dados podemos calcular por apartamento quanto eacute cobrado

pela CAESB a partir dos dados apresentados no capiacutetulo 34

119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119886119901119886119903119905119886119898119890119899119905119900 = 33119901 times 66119871 ~ 217119871

119863119894119886

119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119886119901119886119903119905119886119898119890119899119905119900 119886119900 119898ecirc119904 = 217119871119889119894119886 times 30119863119894119886119904 = 6510119871 119900119906 65101198983

Com base nesses dados temos que calcular o volume total de descarga em

sanitaacuterios que o preacutedio consome com a seguinte foacutermula

119881119879 = 119881119865 times 119873ordm 119889119890 119880119862prime119904

119881119879 = 10119898sup3 times 36 = 360119898sup3

Em que ldquoVTrdquo corresponde ao volume total do preacutedio ldquoVFrdquo ao volume da faixa

que eacute estipulado pela CAESB e ldquoUCrsquosrdquo satildeo as unidades de consumo que eacute correlato

ao nuacutemero de apartamentos existente

Portanto o total a se pagar em um mecircs eacute calculado da seguinte forma

119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 119881119879 times 119879119886119903119894119891119886 119889119890 aacute119892119906119886 + 119879119886119903119894119891119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900

119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 360119898sup3 times 119877$ 265 + 119879119886119903119894119891119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900

119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 954 + 119877$ 954 = 119877$ 1908

Em 7 meses seriam pagos em descarga

119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 1908 times 7 119872119890119904119890119904 = 119877$ 13356

37 ndash Caacutelculos de economia e retorno de investimento para um sistema

fechado

Conforme exposto por L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental p 15)

ldquopara o caacutelculo da economia da taxa de aacutegua multiplica-se o valor do msup3 (valor

cobrado por msup3 do responsaacutevel pelo fornecimento de aacutegua na cidade []) pelo

volume captado e entatildeo obtecircm-se o valor economizado por ano na taxa de aacuteguardquo

Recapitulando que para esse estudo seraacute utilizado o meacutetodo praacutetico brasieliro

devido aos meses de seca ou pouca chuva

Sendo assim

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119881119886119897119900119903 119889119900 1198983 times 119881119900119897119906119898119890 119888119886119901119905119886119889119900

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 265 times 314061198983

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 8322

Essa economia de R$ 8322 eacute para um mecircs de chuva para o preacutedio todo

sendo assim para os 7 meses de chuva tem-se

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119890 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 8322 times 7 119898119890119904119890119904 = 119877$ 58254

Ainda segundo L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental p 16) para o

caacutelculo da economia referente ao esgoto eacute necessaacuterio multiplicar o valor do msup3 pelo

volume captado e por 08 uma vez que considera-se 20 de perda ou seja para

cada 1 litro de aacutegua que chega na residecircncia eacute cobrado 08 litros para o tratamento

do esgoto

Portanto tem-se

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119881119886119897119900119903 119889119900 1198983 times 119881119900119897119906119898119890 119888119886119901119905119886119889119900 times 08

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900 = 119877$ 265 times 314061198983 times 08

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 6658

Esse valor encontrado de R$ 6658 corresponde a um mecircs de chuva para o

preacutedio sendo assim o total economizado pelo preacutedio em 7 meses eacute de

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119890 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 6658 times 7 119898119890119904119890119904 = 119877$ 46606

ldquoPara o caacutelculo do retorno do investimento divide-se o valor investido pela

economia anual com a implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo e reaproveitamento da

aacutegua pluvialrdquo L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental p 16)

Portanto para 7 meses de chuva tem-se o seguinte

119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 =119881119886119897119900119903 119894119899119907119890119904119905119894119889119900

119864119888119900119899119900119898119894119886 (7119898119890119904119890119904)

119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 = 119877$ 1843924

119877$ 58254 + 119877$ 46606

119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 = 119877$ 1843924

119877$ 9446

119877119890119905119900119903119899119900

119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900= 1952 119886119899119900119904

38 ndash Caacutelculos de dimensionamento para um sistema com fluxo

Os caacutelculos apresentados no subitem anterior satildeo relativos a um sistema

o qual natildeo adota a possibilidade de fluxo dentro do reservatoacuterio Quando se

fala em fluxo temos que considerar que ao mesmo tempo em que o preacutedio

utiliza aacutegua do reservatoacuterio de aacutegua pluvial o mesmo vai enchendo com aacutegua

pluvial Portanto haacute um ciclo no qual o preacutedio demanda aacutegua do reservatoacuterio e

o mesmo vai enchendo conforme chove no local

Sabendo que a meacutedia mensal eacute de 1399msup3 eacute preciso multiplicar isso

por 12 para se obter o quanto choveu em 2014 Sendo assim

119879119900119905119886119897 119886119900 119886119899119900 = 1399119898119898 times 12 119898119890119904119890119904

119879119900119905119886119897 119886119900 119886119899119900 = 16788119898119898

Mas como foi visto o periacuteodo chuvoso eacute de 7 meses entatildeo temos

119875119903119890119888119894119901119894119905119886ccedilatilde119900 119901119886119903119886 7 119898119890119904119890119904 = 16788119898119898 divide 7 = 2398119898119898

Com isso eacute necessaacuterio realizar o caacutelculo da meacutedia de captaccedilatildeo de aacutegua

por mecircs para a aacuterea de 1069msup2

119872119890119889119894119886 119889119890 119862119886119901119905119886ccedilatilde119900 = 2398119898119898 times 1069119898sup2

119872eacute119889119894119886 119889119890 119862119886119901119905119886ccedilatilde119900 = 256346119871 119900119906 256346119898sup3

Ao considerar o valor obtido temos que realizar o quanto seria captado

diariamente

119872eacute119889119894119886 119889119894aacute119903119894119886 = 256346119898sup3 divide 30 119889119894119886119904 = 85119898sup3119889119894119886

A partir desses caacutelculos podemos realizar a seguinte comparaccedilatildeo O

preacutedio consome cerca de 78msup3 ao dia de aacutegua para descarga de vasos sanitaacuterios

enquanto a meacutedia diaacuteria de captaccedilatildeo eacute de 85msup3 por conseguinte temos um fluxo

positivo de aacutegua para o reservatoacuterio de 067msup3dia nos dias chuvosos

Se colocarmos um reservatoacuterio de 35msup3 sem nenhuma aacutegua

armazenada poderemos constatar que o reservatoacuterio iria encher por completo em

cerca de 53 dias conforme o caacutelculo a seguir

351198983 = 0671198983 times 119909 119889119894119886119904

119909 119889119894119886119904 = 35119898sup3 divide 067119898sup3 = 5223 119889119894119886119904

Analisando esses dados temos que a partir do 54ordm dia o reservatoacuterio

estaria completamente cheio e no restante dos 156 dias que teriacuteamos de chuva

esses 067msup3 seriam de certa forma desperdiccedilados uma vez que esse fluxo de

067msup3 ao final dos 7 meses gerariam cerca de 1407msup3 enquanto o reservatoacuterio tem

a capacidade de 35msup3 conforme o caacutelculo a seguir

119875119900119905119890119899119888119894119886119897 = 067119898sup3 times 156 119889119894119886119904 = 1045119898sup3

Se considerarmos esse fluxo positivo de 067msup3dia temos que ao final

dos 210 dias (7meses) seria possiacutevel armazenar 1407 msup3 de aacutegua Com um

reservatoacuterio de 35msup3 1057msup3 estariam sendo escoados para fora do reservatoacuterio

Portanto o ideal seria um reservatoacuterio que se aproxime de 1407msup3 para que ao

final dos 7 meses toda aacutegua possiacutevel fosse armazenada no entanto o reservatoacuterio

deveria ser de 145msup3

Devemos considerar ainda que ao final dos 7 meses o reservatoacuterio

estaria cheio no periacuteodo de seca conseguiria abastecer o preacutedio de acordo com a

demanda do preacutedio sendo assim

119880119905119894119897119894119911119886ccedilatilde119900 119899119886 119904119890119888119886 = 119879119900119905119886119897 119889119900 119903119890119904119890119903119907119886119905oacute119903119894119900 divide 119863119890119898119886119899119889119886 119889119894aacute119903119894119886

119880119905119894119897119894119911119886ccedilatilde119900 119899119886 119904119890119888119886 = 1451198983 divide 781198983119889119894119886

119880119905119894119897119894119911119886ccedilatilde119900 119899119886 119904119890119888119886 = 1858 119889119894119886119904

381 ndash Custo de implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo com fluxo em um

preacutedio

Na implantaccedilatildeo desse sistema os materiais utilizados teratildeo como base

as estimativas que foram apresentadas no subitem anterior e para aumentar a

eficiecircncia do sistema o volume de 1400007L seraacute arredondado para

145000L

Devido ao tamanho do reservatoacuterio eacute de se esperar que o reservatoacuterio

natildeo seja instalado em cima do preacutedio uma vez que a estrutura do preacutedio natildeo

conseguiria suportar o peso que o reservatoacuterio faria sobre o telhado

consequentemente o reservatoacuterio deveraacute ser instalado no jardim do preacutedio que

iraacute gerar um custo a mais por conta da escavaccedilatildeo

Os valores de alguns dos materiais apresentados a seguir seguem os

dos apresentados no trabalho de L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental

p 18) apenas o valor da caixa drsquoaacutegua de 10000L foi obtido atraveacutes de

pesquisas em lojas de construccedilatildeo e assim utilizando a de menor valor

conforme a tabela a seguir Segundo o Saneamento de Goiaacutes SA (SANEAGO)

o custo de escavaccedilatildeo eacute calculado a partir do total de msup3 aleacutem de 3m de

profundidade

Tabela 09 Preccedilo dos Produtos do Sistema de Captaccedilatildeo com Fluxo

Observaccedilatildeo Pelo fato desse estudo se tratar de um modelo de implantaccedilatildeo

o custo das tubulaccedilotildees vai variar de acordo com a demanda necessitada pelo

preacutedio portanto podendo variar de acordo com o projeto implantado Para este

estudo seraacute adotado o valor de R$ 7000

Observaccedilatildeo Pelo fato desse trabalho tratar-se de um modelo de

implantaccedilatildeo o custo da energia pode variar de acordo com a demanda necessitada

pelo preacutedio portanto podendo variar de acordo com o uso da bomba Para este

estudo seraacute adotado o valor de R$ 054 que eacute o valor do KwH cobrado pela CEB

Produto Quantidade Valor unitaacuterio (R$) Valor total (R$)

Cx Daacutegua 10000L 14 496090 6945260

Cx Daacutegua 5000L 1 108000 108000

Boacuteia Eleacutetrica 1 2750 2750

Boacuteia Comum 1 1220 1220

Registro de Gaveta

1 3490 3490

Bomba Anauger 1 23000 23000

Filtro 3P VF1 1 22000 22000

Tubulaccedilotildees 7000 7000

Disjuntor 1 1310 1310

Escavaccedilatildeo Msup3 3666 53157

Matildeo de Obra 1 58574 58574

Energia 054 054

Total 13 727154 7704228

382 ndash Caacutelculos de economia e retorno de investimento para um sistema

com fluxo

Partindo dos dados apresentados podemos calcular por apartamento quanto eacute

cobrado pela CAESB a partir dos dados apresentados no capiacutetulo 34

119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119886119901119886119903119905119886119898119890119899119905119900 = 33119901 times 66119871 ~ 217119871

119863119894119886

119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119886119901119886119903119905119886119898119890119899119905119900 119886119900 119898ecirc119904 = 217119871119889119894119886 times 30119863119894119886119904 = 6510119871 119900119906 65101198983

Em que ldquoVTrdquo corresponde ao volume total do preacutedio ldquoVFrdquo ao volume da faixa

que eacute estipulado pela CAESB e ldquoUCrsquosrdquo satildeo as unidades de consumo que eacute correlato

ao nuacutemero de apartamentos existente

Portanto o total a se pagar em um mecircs eacute calculado da seguinte forma

119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 119881119879 times 119879119886119903119894119891119886 119889119890 aacute119892119906119886 + 119879119886119903119894119891119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900

119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 360119898sup3 times 119877$ 265 + 119879119886119903119894119891119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900

119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 954 + 119877$ 954 = 119877$ 1908

Retomando o caacutelculo exposto por L Pereira (Viabilidade

EconocircmicoAmbiental p 15) no subitem anterior temos que o caacutelculo da CAESB

seria feito da seguinte maneira

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119881119886119897119900119903 119889119900 1198983 times 119881119900119897119906119898119890 119888119886119901119905119886119889119900

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 265 times 1451198983

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 38425

Esse caacutelculo eacute equivalente a um mecircs de captaccedilatildeo para os 7 meses

teremos o seguinte

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119890 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 38425 times 7 119898119890119904119890119904 = 119877$ 268975

Conforme foi visto para o caacutelculo da economia de esgoto eacute necessaacuterio

multiplicar o valor do msup3 pelo volume captado e por 08 uma vez que considera-se

20 de perda ou seja para cada 1 litro de aacutegua que chega na residecircncia eacute cobrado

08 litros para o tratamento do esgoto Portanto para um mecircs segue-se

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119881119886119897119900119903 119889119900 1198983 times 119881119900119897119906119898119890 119888119886119901119905119886119889119900 times 08

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900 = 119877$ 265 times 1451198983 times 08

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 3074

ldquoPara o caacutelculo do retorno do investimento divide-se o valor investido pela

economia anual com a implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo e reaproveitamento da

aacutegua pluvialrdquo L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental p 16)

Portanto para 7 meses de chuva tem-se o seguinte

119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 =119881119886119897119900119903 119894119899119907119890119904119905119894119889119900

119864119888119900119899119900119898119894119886 (7119898119890119904119890119904)

119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 = 119877$ 17704228

119877$ 268975 + 119877$ 21518

119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 = 119877$ 7704228

119877$ 484155

119877119890119905119900119903119899119900

119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900= 1591119886119899119900119904

4 ndash Conclusatildeo e Consideraccedilotildees Finais

De acordo com o que foi exposto temos que a implantaccedilatildeo do sistema de

captaccedilatildeo para o aproveitamento de aacuteguas pluviais eacute uma oacutetima alternativa para

substituiccedilatildeo da ldquoaacutegua cinzardquo possibilitando tambeacutem um destino mais correto do

ponto de vista ambiental para a aacutegua que se tornaria esgoto Como eacute de

conhecimento este tipo de meacutetodo eacute utilizado em diversas regiotildees natildeo somente

aquelas que sofrem com escassez de aacutegua

Mesmo sabendo que o Brasil possui um grande potencial hiacutedrico observamos

que uma parcela da populaccedilatildeo natildeo tem consciecircncia quanto ao gasto de aacutegua

gerando um grande desperdiacutecio de forma desnecessaacuteria Portanto partindo de um

pensamento racional um sistema de captaccedilatildeo seria viaacutevel para o aproveitamento da

aacutegua para fins de consumo domeacutestico mais precisamente ldquoaacutegua cinzardquo

Considerando os caacutelculos apresentados a partir da taxa de precipitaccedilatildeo meacutedia

em Brasiacutelia a criaccedilatildeo de um sistema de captaccedilatildeo pluvial predial traz benefiacutecios

econocircmicos e ambientais O projeto torna-se viaacutevel economicamente pois desde

que se faccedila a manutenccedilatildeo de forma adequada do sistema este teraacute uma vida uacutetil

longa e considerando que se obteacutem o retorno do investimento em aproximadamente

16 anos para um sistema com fluxo apoacutes este periacuteodo o sistema passa a ser

lucrativo para o preacutedio que implanta pois o custo eacute dividido no condomiacutenio dentre os

moradores do preacutedio

Analisando do ponto de vista ambiental o desenvolvimento urbano de Brasiacutelia

ocasionou em superfiacutecies impermeaacuteveis dificultando a absorccedilatildeo de aacuteguas pluviais

pelo solo e juntamente com o sistema de redes pluviais e o sistema de drenagem

ultrapassados os alagamentos e enchentes tecircm se tornado constante quando

ocorrem chuvas anormais Com as estimativas feitas neste trabalho eacute possiacutevel que

tais transtornos hiacutedricos urbanos possam ser amenizados a partir da implantaccedilatildeo do

sistema sem que afete o ciclo hidroloacutegico natural Logicamente essa natildeo eacute a

soluccedilatildeo uma vez que ela deve ser apenas um complemento agrave poliacuteticas publicas

poliacuteticas de incentivo entre outras medidas de cunho sustentaacutevel

Em vista disso a implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo e aproveitamento de

aacuteguas pluviais acarretaria em uma significativa melhora ambiental atraveacutes da

substituiccedilatildeo de uma parcela da aacutegua fornecida pela CAESB e possivelmente

mitigando os transtornos hiacutedricos urbanos se aplicado em larga escala

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Departamento de Geociecircncias Ambiente e ordenamento territoacuterio 2013

Silva Solange Teles da ndash Poliacuteticas puacuteblicas e estrateacutegias de

sustentabilidade urbana p 1-14

lthttpwwwrccgovptSiteCollectionDocumentsSolangeTeles_Politicas-Pub-

Sustentabilidadepdfgt Acesso em 17102015

a precipitaccedilatildeo de chuva local sendo assim a quantidade de aacutegua pluvial a ser

aproveitada pelo sistema eacute diretamente proporcional agrave aacuterea que se utiliza para

a captaccedilatildeo De forma secundaacuteria o trabalho tambeacutem tenta trazer a captaccedilatildeo de

chuva como uma fonte para amenizar os problemas hiacutedricos urbanos causados

recentemente pelas chuvas em Brasiacutelia-DF

Para atingir os objetivos mencionados o trabalho foi modelado da

seguinte forma

No capiacutetulo I eacute apresentado o surgimento das cidades sustentaacuteveis em

decorrecircncia da necessidade de fontes alternativas para a degradaccedilatildeo

ambiental e utilizaccedilatildeo de recursos naturais A manifestaccedilatildeo dessa busca por

aperfeiccediloamento das cidades baseia-se em conceitos e inter-relaccedilotildees entre

populaccedilatildeo e governo por meio de poliacuteticas puacuteblicas

No capiacutetulo II eacute exposto um histoacuterico da sustentabilidade e do

desenvolvimento sustentaacutevel com a finalidade de contextualizar o leitor e

facilitar a compreensatildeo quanto agrave evoluccedilatildeo do vieacutes ambiental que encontramos

atualmente tornando o entendimento do leitor mais vasto e consequentemente

informaacute-lo sobre a sua importacircncia englobando questotildees ecoloacutegicas poliacuteticas

econocircmicas soacutecias e culturais

No capiacutetulo III eacute apresentada a viabilidade de implantaccedilatildeo do sistema

de captaccedilatildeo em um preacutedio residencial em Brasiacutelia-DF com os dados

coletados a caracterizaccedilatildeo das aacuteguas pluviais e ldquoaacutegua cinzardquo meacutetodos de

dimensionamento do reservatoacuterio anaacutelise de caso para um preacutedio na SQN 111

e a possiacutevel aplicaccedilatildeo do sistema para uma quadra funcionamento do sistema

de captaccedilatildeo e custo de implantaccedilatildeo desse sistema taxas e valores cobrados

pela CAESB para utilizaccedilatildeo de aacutegua e os caacutelculos de economia e retorno do

investimento

Por fim no capiacutetulo IV apresentam-se as consideraccedilotildees finais e a

conclusatildeo sobre o estudo realizado

1 ndash Cidades sustentaacuteveis e o Ciclo hidroloacutegico

Atualmente os problemas ambientais vecircm sendo o grande destaque do

cenaacuterio global tanto pela accedilatildeo antroacutepica como pelos desastres naturais Tais

problemas preocupam natildeo soacute a geraccedilatildeo atual como as geraccedilotildees futuras

dando assim a iniciativa para criaccedilatildeo de novas tecnologias meacutetodos e

conceitos

A partir de problemas como a extinccedilatildeo de recursos naturais o ser

humano tem dado prioridade a novas fontes para esses recursos tanto em

novas alternativas de obtenccedilatildeo como nas formas de reduzir o gasto

exacerbado Dessa forma as cidades entram como principal ator para criaccedilatildeo

de alternativas de mitigar os problemas ambientais focando no

reaproveitamento de mateacuteria reduccedilatildeo de uso dos combustiacuteveis foacutesseis formas

alternativas de obtenccedilatildeo de energia aproveitamento de aacuteguas pluviais e

possiacuteveis reduccedilotildees nos transtornos urbanos Assim o conceito de cidades

sustentaacuteveis cria um alicerce e torna-se base para que as cidades tomem a

iniciativa de serem o modelo de reduccedilatildeo dos problemas ambientas

Segundo a Organizaccedilatildeo das Naccedilotildees Unidas (ONU) pouco mais da

metade da populaccedilatildeo mundial vive em zonas urbanas desde o ano de 2006

Por isso conclui-se que de fato o mundo eacute urbano

Atualmente o problema urbano de modo geral possui grande

importacircncia para a sociedade e os governos em geral em diversos paiacuteses

Devido a esse crescimento desenfreado do nuacutemero de pessoas vivendo nas

cidades e conseguinte reduccedilatildeo na qualidade de vida deve-se considerar que

as cidades configuram uma das maiores potenciais de utilizaccedilatildeo energeacutetica e

de degradaccedilatildeo do meio ambiente ocasionando a criaccedilatildeo de meacutetodos para o

direcionamento correto do crescimento urbano e monitoramento dessas

alteraccedilotildees ambientais

A urbanizaccedilatildeo trouxe fortes aliados que geram transtornos e devido a

esse aumento de pessoas vivendo em cidades a preocupaccedilatildeo com problemas

urbanos tornou-se destaque para a criaccedilatildeo do conceito de cidades

sustentaacuteveis Mas o que viria a ser ldquocidades sustentaacuteveisrdquo De forma baacutesica e

sem aprofundamento cidades sustentaacuteveis satildeo aquelas que visam meacutetodos e

praacuteticas eficientes para a preservaccedilatildeo do meio ambiente sem deixar de

almejar o desenvolvimento econocircmico e a melhoria na qualidade de vida da

populaccedilatildeo Sendo assim ldquoa sustentabilidade eacute vista como algo bom desejaacutevel

consensual a definiccedilatildeo que vai prevalecer vai construir autoridade para que se

discriminem em seu nome as boas praacuteticas das ruinsrdquo (Acselrad 1999 p 80)

Para melhor esclarecimento o conceito de sustentabilidade associado

ao desenvolvimento das cidades ldquotem origem nas rearticulaccedilotildees poliacuteticas pelas

quais um certo nuacutemero de atores envolvidos na produccedilatildeo do espaccedilo urbano

procuram dar legitimidade as suas perspectivas evidenciando a

compatibilidade delas com os propoacutesitos de dar durabilidade ao

desenvolvimento de acordo com os propoacutesitos da Agenda 21 resultante da

Conferecircncia da ONU sobre Desenvolvimento e Meio Ambienterdquo (Acselrad

1999 p 81) Para tanto o governo deve ter um planejamento para que possa

tomar medidas no sentido de amenizar os transtornos urbanos e ambientais

decorrentes da accedilatildeo antroacutepica Diversas estrateacutegias devem ser implementadas

para que se possa promover o conceito de cidades sustentaacuteveis e priorizar a

qualidade de vida urbana em toda sua abrangecircncia partindo do princiacutepio da

anaacutelise criacutetica da condiccedilatildeo atual de desenvolvimento das cidades pensando no

contexto na qual se encontram

Segundo Magalhatildees (2006 p 2) no inicio a sustentabilidade urbana

sofreu bastante em questotildees poliacuteticas pois o ldquodiscurso mais estabelecido dos

projetos urbanos agrave temaacutetica ambiental estaacute longe de ser o centro das

preocupaccedilotildees Quando muito ela eacute considerada do ponto de vista do

provimento de aacutereas livres dentro dos espaccedilos urbanos mas mesmo essas

satildeo destinadas agrave intensa movimentaccedilatildeo imaginada para as aacutereas

requalificadas ou revitalizadasrdquo

Poreacutem devido a estudos tornou-se possiacutevel ampliar os horizontes e

perceber que a sustentabilidade tem sido aplicada junto aos objetivos da

cidade a partir da Agenda 21 e da noccedilatildeo do que eacute desenvolvimento

sustentaacutevel Contudo esses novos interesses surgiram a partir dos distuacuterbios

causados aos habitantes sendo esses distuacuterbios ambientais ou natildeo Essa

participaccedilatildeo mais ativa da populaccedilatildeo remete a uma das vertentes expostas por

Acselrad (1999) de que a sustentabilidade urbana deve estar associada natildeo

somente agraves poliacuteticas puacuteblicas mas tambeacutem ao modelo ldquocidade-empresardquo no

qual a cidade torna-se atrativo de investimentos para a implementaccedilatildeo de

meacutetodos alternativos de sustentabilidade

Para Magalhatildees (2006 p 5) ldquoa noccedilatildeo de risco tornou-se parte de

diversos aspectos do dia a dia das pessoas fazendo-as corresponsaacuteveis pelos

efeitos de suas accedilotildeesrdquo portanto eacute necessaacuterio que se tenha um controle

governamental a partir de poliacuteticas puacuteblicas das accedilotildees individuais de seus

habitantes com o proposito de reduzir os riscos de agravantes nas cidades

Cabe ressaltar que uma questatildeo importante a ser vista eacute que os

problemas causados nas cidades natildeo refletem apenas nas cidades em si mas

tambeacutem nas aacutereas que a circundam e em outras localidades o que obriga a

rever o pensamento de que cidades sustentaacuteveis englobam apenas a proacutepria

cidade

Segundo Magalhatildees (2006 p 6 apud Satterhwaite 2004 p 134) ldquopara

avanccedilar e alcanccedilar meacutetodos de desenvolvimento sustentaacutevel o desempenho

ambiental das cidades deve melhorar natildeo apenas em termos de qualidade

ambiental dentro dos seus limites mas tambeacutem em termos de reduccedilatildeo da

transferecircncia de custos ambientais para outras pessoas outros ecossistemas

ou para o futurordquo A partir desse pensamento nota-se que o conceito de

cidades sustentaacuteveis vai aleacutem da consolidaccedilatildeo da sustentabilidade urbana

afirmando que cidades sustentaacuteveis satildeo um projeto que necessita de um

extenso processo e natildeo algo preacute-definido visando mais de um objetivo comum

Na visatildeo de Magalhatildees (2006 p 8) ldquotal processo deve envolver questotildees aleacutem

das estritamente ambientais uma melhor definiccedilatildeo de que propostas poderatildeo

contribuir para o seu avanccedilo a criatividade na concepccedilatildeo de bons projetos e a

capacidade de se evitar os falsos atalhosrdquo

Sendo assim para a construccedilatildeo de projetos de cidades sustentaacuteveis eacute

necessaacuterio que se tenha uma visatildeo ampla e com diferentes abordagens desse

processo de urbanizaccedilatildeo Para o projeto de cidades sustentaacuteveis eacute necessaacuterio

que se tenha trecircs abordagens a espacial que vislumbra a anaacutelise das relaccedilotildees

metaboacutelicas operadas pela cidade compreendendo territoacuterios distantes a

temporal uma vez que pleiteia geraccedilotildees futuras e a conceitual que exige um

enfoque transdisciplinar

Magalhatildees (2006 p 9 apud Peter Brand 1999 p 10) faz uma anaacutelise

sobre a implementaccedilatildeo dessas abordagens ldquo uma metaacutefora social como

cidade sustentaacutevel ou desenvolvimento urbano sustentaacutevel nunca pode ser

uma meta objetiva e sim uma gama de possibilidades abertas cujas

prioridades satildeo determinadas pelas urgecircncias do presenterdquo Com essa

ampliaccedilatildeo do conceito de sustentabilidade urbana percebe-se que haacute uma

nova utopia com um ideal diferenciado de cidade tendo como base accedilotildees

voltadas para o meio ambiente e a reduccedilatildeo da desigualdade causada pelos

transtornos ambientais dando prioridade a uma parte relevante de sua mateacuteria

e energia para a organizaccedilatildeo e manutenccedilatildeo interna e depois ao crescimento

da cidade Entatildeo por que seguir algo utoacutepico Coloco em pauta uma frase

destacada por Galeano (1993 p 230) na qual ele expotildee -ldquoA utopia estaacute laacute no

horizonte Me aproximo dois passos ela se afasta dois passos Caminho dez

passos e o horizonte corre dez passos Por mais que eu caminhe jamais

alcanccedilarei Para que serve a utopia Serve para isso para que eu natildeo deixe de

caminharrdquo

Com essas colocaccedilotildees Magalhatildees (2006 p 16) expotildee a criaccedilatildeo de

uma ideia de ldquodesempenho ambiental urbanordquo o qual mostra um conceito

mensuraacutevel e comparaacutevel junto com a ampliaccedilatildeo de niacuteveis de justiccedila ambiental

locacional e de democracia nas cidades que se torna uacutetil para construccedilatildeo de

paracircmetros de atuaccedilatildeo Essa ideia mostra que o urbanismo tem muito a

contribuir

Atualmente haacute muitos estudos cientiacuteficos que satildeo voltados para a crise

ambiental que vivemos que teve como origem a pressatildeo do crescimento

populacional sobre as aacutereas verdes e pelo modo de vida ocidental como a alta

produccedilatildeo e consumo exagerado Nesse contexto retomamos que as cidades

tecircm sido o principal fator e foco gerador dessa crise ambiental e que agora

concentramos as poliacuteticas puacuteblicas voltadas para o desenvolvimento urbano

como grande objetivo

Tanto pesquisadores atraveacutes de estudos quanto a sociedade atraveacutes

da miacutedia que divulga os riscos ambientais decorrentes das novas formas de

produccedilatildeo e seus efeitos alertam a populaccedilatildeo da gravidade causada e assim

provocam uma preocupaccedilatildeo generalizada acerca do problema ambiental

Sendo assim uma reflexatildeo deve ser feita sobre o conceito de cidade

sustentaacutevel uma vez que as cidades concentram a maior fonte de poluiccedilatildeo e

produccedilatildeo de resiacuteduos aleacutem de consumirem parte da energia do planeta

Como foi dito anteriormente cidades sustentaacuteveis devem pensar aleacutem

da proacutepria localidade mas para ter essa abordagem eacute necessaacuterio focar

primeiramente em uma escala local Para Schussel (2004 p 63 apud

Camagni 2001 p 345) ldquoeacute mais eficaz enfrentar um mesmo problema

localmente (em termos tanto de efeito como de autoridades) do que enfrentaacute-

los globalmente (onde as autoridades satildeo frequentemente ausentes os

agentes poluidores longiacutenquos as interdependecircncias das accedilotildees dos diferentes

sujeitos mais elevadas onde tambeacutem a incertitude sobre a grandeza dos

fenocircmenos e seus encadeamentos causais eacute maior)rdquo Com esse ponto de vista

eacute importante que se deva dar uma atenccedilatildeo ao processo de mudanccedila da

aprendizagem coletiva das cidades com uma interaccedilatildeo saudaacutevel entre a

economia tecnologia e meio ambiente

Eacute importante ressaltar que a implantaccedilatildeo de cidades sustentaacuteveis

juntamente com a gestatildeo do meio ambiente urbano possui uma alta

complexidade para a sociedade moderna ao analisar que natildeo devemos

apenas pensar na conservaccedilatildeo dos recursos ambientais mas tambeacutem

devemos nos atentar ao transporte puacuteblico para reduccedilatildeo da emissatildeo de gases

poluentes melhorar a mobilidade urbana diminuindo consideravelmente o

traacutefego de veiacuteculos dar incentivo e propiciar accedilotildees para a utilizaccedilatildeo de

transportes alternativos como bicicletas otimizar a utilizaccedilatildeo do espaccedilo

urbano devemos ainda criar mais espaccedilos verdes voltados para o lazer da

populaccedilatildeo criar programas voltados para a arborizaccedilatildeo dos espaccedilos puacuteblicos

destinar adequadamente o lixo urbano aplicar programas educacionais

voltados para o desenvolvimento sustentaacutevel investir em educaccedilatildeo de

qualidade para uma boa instruccedilatildeo da populaccedilatildeo favorecer a economia local

dinacircmica e sustentaacutevel e criar accedilotildees para a utilizaccedilatildeo racional da aacutegua

juntamente com o aproveitamento de aacuteguas pluviais

A autora Silva (Poliacuteticas Puacuteblicas e Estrateacutegias de Sustentabilidade

Urbana p 1 apud Metzger 1994) cujo inventaacuterio realizado sobre trabalhos de

ecologia urbana e meio ambiente urbano identifica trecircs concepccedilotildees distintas A

primeira trata da natureza na cidade no qual Metzger fez estudos referentes

aos elementos bioloacutegicos do meio urbano no que diz respeito agrave preservaccedilatildeo

dos espaccedilos verdes e dos elementos fiacutesico naturais da cidade A segunda

concepccedilatildeo do meio ambiente urbano estaacute relacionada aos riscos da cidade e

na cidade aos problemas ambientais enfrentados pela populaccedilatildeo e como

esses problemas afetam a qualidade de vida da mesma Por fim a uacuteltima

vertente que visa mensurar o problema de gestatildeo ou administraccedilatildeo da cidade

tratando das poliacuteticas puacuteblicas sob uma visatildeo do uso do solo e a influecircncia que

as questotildees ambientais causam na determinaccedilatildeo das poliacuteticas puacuteblicas

11 - Poliacuteticas Puacuteblicas e a relaccedilatildeo com as cidades sustentaacuteveis

definiccedilotildees aplicaccedilatildeo conceitos

Eacute necessaacuterio que sejam identificados os locais de atuaccedilatildeo das poliacuteticas

puacuteblicas que tecircm como objetivo a sustentabilidade urbana mas analisando

previamente as mudanccedilas que ocorreram no acircmbito das accedilotildees governamentais

que ocasionaram a adoccedilatildeo de determinadas poliacuteticas puacuteblicas como

estrateacutegias e diretrizes da proacutepria accedilatildeo governamental e dos indiviacuteduos

Mas o que satildeo poliacuteticas puacuteblicas e por que as poliacuteticas puacuteblicas satildeo

consideradas tatildeo importantes quando se trata da sustentabilidade urbana

Segundo Silva (Poliacuteticas Puacuteblicas e Estrateacutegias de Sustentabilidade Urbana p

2 apud Bucci 2002 p 241) poliacuteticas puacuteblicas ldquosatildeo programas de accedilatildeo

governamental para um setor da sociedade ou um espaccedilo geograacutefico

buscando a concretizaccedilatildeo de determinados objetivos e metasrdquo e destaca ainda

que ldquosatildeo programas de accedilatildeo governamental visando a coordenar os meios agrave

disposiccedilatildeo do Estado e as atividades privadas para a realizaccedilatildeo de objetivos

socialmente relevantes e politicamente determinadosrdquo

Quando relacionadas agrave cidadania as poliacuteticas puacuteblicas encontram

dificuldade para alcanccedilar a sustentabilidade urbana jaacute que devem assegurar

uma vida harmocircnica entre o habitante e o meio ambiente Isso ocorre devido a

globalizaccedilatildeo dos espaccedilos em que satildeo levantadas novas tecnologias e haacute o

problema da crescente urbanizaccedilatildeo Esse enfoque possui alguns princiacutepios

que devem ser levados em consideraccedilatildeo princiacutepios esses que guiam as

poliacuteticas puacuteblicas no meio ambiente urbano Esses princiacutepios satildeo destacados e

relacionados por Silva (Poliacuteticas Puacuteblicas e Estrateacutegias de Sustentabilidade

Urbana p 5) como o princiacutepio do interesse puacuteblico na proteccedilatildeo do meio

ambiente urbano sobre os interesses privados o princiacutepio da realizaccedilatildeo de

uma avaliaccedilatildeo preacutevia dos impactos ambientais advindos da accedilatildeo antroacutepica ou

natural o princiacutepio de que o Estado deve intervir na defesa e proteccedilatildeo do meio

ambiente e do meio ambiente urbano o princiacutepio da funccedilatildeo da funccedilatildeo

socioambiental da propriedade urbana o princiacutepio da participaccedilatildeo da

sociedade e da gestatildeo democraacutetica da cidade e o princiacutepio da garantia do

direito a cidades sustentaacuteveis

Cabe ressaltar que apesar de existirem tantos princiacutepios que devem ser

vistos como diretriz a realidade foge um pouco do que eacute mostrado na teoria jaacute

que as poliacuteticas puacuteblicas seguem programas finaliacutesticos que satildeo flexiacuteveis e

quando relacionados agraves exigecircncias legais devem ser diferenciados de acordo

com o grau de finalizaccedilatildeo da accedilatildeo e de imperatividade das normas

Quando tratamos do urbano e do meio ambiente as politicas puacuteblicas

devem ser integradas e possuiacuterem uma interaccedilatildeo entre si como por exemplo

ao tratar das poliacuteticas de habitaccedilatildeo natildeo se pode deixar de levar em

consideraccedilatildeo as poliacuteticas de saneamento ambiental ou entatildeo ao tratar de

poliacuteticas de transporte puacuteblico e mobilidade urbana deve-se considerar a

proacutepria poliacutetica ambiental Sendo assim os programas e projetos

governamentais devem contemplar os aspectos ambientais urbanos sociais e

econocircmicos

Para Silva (Poliacuteticas Puacuteblicas e Estrateacutegias de Sustentabilidade Urbana

p 6) ldquose os planos satildeo obrigatoacuterios para o setor puacuteblico para o setor privado

eles satildeo indicativosrdquo Reforccedilando o conceito de poliacuteticas puacuteblicas essas podem

ser definida como ldquoprocesso - ou conjunto de processos - que culmina na

escolha racional e coletiva de propriedades para definiccedilatildeo dos interesses

puacuteblicos reconhecidos pelo direitordquo sendo que quando se diz respeito a

direitos todos tecircm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado

englobando tambeacutem o meio ambiente urbano Portanto quando eacute utilizado o

termo ldquourbanordquo para qualificar o meio ambiente natildeo significa que haacute uma

segregaccedilatildeo classificatoacuteria do meio ambiente o adjetivo ldquourbanordquo vem como

uma proposta de demarcar a problemaacutetica ambiental em um determinado

espaccedilo geograacutefico - no caso as cidades - sem deixar de considerar os fatores

que nelas estatildeo inseridos como os sociais e os ambientais

Assim para empregar poliacuteticas puacuteblicas visando a sustentabilidade

urbana deve-se repensar o modelo de desenvolvimento da cidade juntamente

com o modo de vida da populaccedilatildeo e a conscientizaccedilatildeo da mesma apoiando-se

nas relaccedilotildees sociais e econocircmicas exercidas na cidade sem deixar de

considerar essas interaccedilotildees como propulsoras do direito agrave cidade sustentaacutevel

Para ratificar inciso I do art 2ordm do Estatuto da Cidade - Lei n 10257 de

10 de julho de 2001 reconhece entre as diretrizes de poliacuteticas puacuteblicas

expostas o direito a cidades sustentaacuteveis De acordo com essa lei esse direito

proporciona o direito a terra urbana agrave moradia ao saneamento ambiental agrave

infraestrutura urbana aos serviccedilos puacuteblicos em geral ao trabalho e ao lazer

tanto para as geraccedilotildees atuais como para as futuras

Sendo assim as cidades devem desenvolver-se respeitando a

sustentabilidade por isso o desenvolvimento urbano deve ser feito sem

degradaccedilatildeo possibilitando uma vida urbana digna e igualitaacuteria Contudo as

cidades necessitam de mudanccedilas diversos pontos de vista reformulaccedilatildeo das

poliacuteticas puacuteblicas e criaccedilatildeo de novas e soluccedilotildees sobre como interagir no dia a

dia com o local que vivemos A partir dessa visatildeo destaco o que eacute exposto por

Acselrad (1999 p 86) em que ldquoacredita-se que quando o crescimento urbano

natildeo eacute acompanhado por investimentos em infraestrutura a oferta de serviccedilos

urbanos natildeo acompanha o crescimento da demanda A falta de investimentos

na manutenccedilatildeo dos equipamentos urbanos viraacute por sua vez acentuar o deacuteficit

na oferta de serviccedilos o que se rebateraacute especialmente na forma de

segmentaccedilatildeo socioterritorial entre as populaccedilotildees atendidas e natildeo atendidas

por tais serviccedilosrdquo

Apoacutes tratar de um modo geral cidades sustentaacuteveis e a sustentabilidade

urbana eacute interessante analisar o caso brasileiro Infelizmente a preocupaccedilatildeo

ambiental brasileira foi tardia e a evoluccedilatildeo foi lenta Em questotildees de

urbanizaccedilatildeo houve uma transformaccedilatildeo estrutural de ordem socioeconocircmica

reformulando a ocupaccedilatildeo do territoacuterio nacional ocasionando em impactos

ambientais e no dado de que cerca de 80 da populaccedilatildeo brasileira mora em

aacutereas urbanas Mas ao decorrer do tempo a questatildeo ambiental foi ligada ao

social os pensamentos acerca desse tema tiveram uma nova percepccedilatildeo

Como exemplo temos o caso dos recursos hiacutedricos em que a legislaccedilatildeo teve

o cuidado de considerar aleacutem do aspecto ambiental os aspectos sociais e

econocircmicos

Foi criado o Sistema Nacional de Recursos Hiacutedricos (SNRH) que no

texto de Schussel (2004 p 65) satildeo expostas a valoraccedilatildeo da aacutegua como bem

econocircmico a prioridade do abastecimento puacuteblico em detrimento da produccedilatildeo

de energia e a gestatildeo compartilhada entre usuaacuterios poder puacuteblico e sociedade

civil de bacias hidrograacuteficas por meio da implantaccedilatildeo dos ldquoComitecircs de Baciardquo

Essa questatildeo de integraccedilatildeo do ambiental ao social e econocircmico ocorreu

na deacutecada de 80 em que Silva (Poliacuteticas Puacuteblicas e Estrateacutegias de

Sustentabilidade Urbana p 2 apud Ribeiro 2001 p 134-135) destaca ldquoa

questatildeo urbana eacute integrada agrave questatildeo social e as representaccedilotildees antiurbanas

satildeo substituiacutedas pelo diagnoacutestico orientado por ideais republicanos de justiccedila

social e democracia A tarefa do pensamento e da accedilatildeo dos urbanistas passa a

ser o fazer coincidir a cidade e a cidadaniardquo Apesar do atraso na aplicaccedilatildeo do

pensamento ambiental - no caso o de cidades sustentaacuteveis - atualmente o

Brasil apresenta um niacutevel consideraacutevel de desenvolvimento tecnoloacutegico e social

que podem retardar a degradaccedilatildeo e os malefiacutecios causados nas cidades E por

que natildeo ocorre tal melhoria no setor ambiental urbano O Brasil carece de

poliacuteticas puacuteblicas que sirvam para o propoacutesito ambiental sem contar a falta de

instruccedilatildeo ambiental de uma boa parcela da sociedade Isso eacute confirmado com

as atitudes da populaccedilatildeo no texto de Loureiro e De Gregori (Revista Eletrocircnica

do Curso de Direito ndash UFSM p 459) eacute exposto que ldquoo lixo jogado nas ruas

causa entupimento de bueiros o que dificulta o escoamento da aacutegua da chuva

Aleacutem disso mesmo quando ocorre escoamento a aacutegua leva detritos

diretamente para o curso dos rios coacuterregos mananciais entre outros Em

razatildeo do exposto um meio indireto mas eficiente de se poluir a aacuteguardquo

Desse modo termo ldquosustentabilidaderdquo atrelado agraves necessidades

urbanas merece se conciliado de certa maneira que o ser humano produza

desenvolvimento e tambeacutem conserve o meio ambiente Portanto para o Brasil

os modelos que devem ser desenvolvidos nas cidades precisam ser justos

eacuteticos e sustentaacuteveis abrangendo todas as classes sociais e sendo igualitaacuterio

trazendo assim a concepccedilatildeo de que as transformaccedilotildees natildeo necessariamente

devem partir do governo e sim das accedilotildees que integrem os cidadatildeos

almejando a sustentabilidade Quando se diz ldquoas accedilotildees que integrem os

cidadatildeosrdquo na verdade o que se busca expressar eacute que a atitude deve partir da

populaccedilatildeo e natildeo do governo pois tais accedilotildees promovidas pela populaccedilatildeo as

aproximam das poliacuteticas puacuteblicas gerando melhores oportunidades e formas

alternativas de sistemas igualitaacuterios quando relacionados a exposiccedilatildeo de riscos

ambientais Tudo isso para oferecer um ambiente urbano com um

desenvolvimento em equiliacutebrio ambientalmente sustentaacutevel e socialmente

justo

Retomando o Artigo 2ordm do Estatuto da Cidade Loureiro e De Gregori

(Revista Eletrocircnica do Curso de Direito ndash UFSM p 462) expotildeem que houve

uma mudanccedila de paradigma ao se pensar em ambientes urbanos assim

expondo trecircs objetivos a serem alcanccedilados com as cidades ldquoo primeiro seria

um ambiente destinado agrave moradia de um acuacutemulo de comunidades jaacute em uma

segunda perspectiva seria um ambiente de poliacuteticas a fim de atingir funccedilatildeo

social urbana e por fim a garantia de ambientes urbanos como um meio

sustentaacutevel e sadio de desenvolvimentordquo Eacute importante ressaltar que esse

ponto de vista reflete que soacute seraacute possiacutevel assegurar um ambiente urbano para

a presente geraccedilatildeo e para as futuras partindo da preservaccedilatildeo do meio

ambiente

Portanto diversas iniciativas podem tornar o ambiente urbano em cidade

sustentaacutevel o que procura promover uma estabilidade e um equiliacutebrio agraves

cidades com uma visatildeo a longo prazo O processo de implantaccedilatildeo de cidades

sustentaacuteveis no Brasil deve primeiramente partir de accedilotildees individuais ou

privadas e articulada agraves poliacuteticas puacuteblicas para que haja uma eficiecircncia na

aplicabilidade sem desconsiderar que haacute uma possibilidade de gerar um

sistema insustentaacutevel Por que pode se tornar um sistema insustentaacutevel

Segundo Loureiro e De Gregori (Revista Eletrocircnica do Curso de Direito ndash

UFSM p 465 apud Godard 1990 p40-45) ldquoa insustentabilidade exprime

assim a incapacidade de as poliacuteticas puacuteblicas adaptarem a oferta de serviccedilos

urbanos agrave quantidade e agrave qualidade das demandas sociais provocando um

ldquodesequiliacutebriordquo entre necessidades cotidianas da populaccedilatildeo e os meios de as

satisfazer entre a demanda por serviccedilos urbanos e os investimento em redes e

infraestruturardquo

Jaacute que a realidade brasileira exprime uma grande distorccedilatildeo do que eacute

apresentado nos estudos como conseguir implantar uma cidade sustentaacutevel e

assim suportaacute-la Primeiramente eacute necessaacuterio ampliar o ponto de vista natildeo se

prendendo agraves poliacuteticas puacuteblicas em segundo plano eacute preciso que se tenha uma

accedilatildeo coletiva da populaccedilatildeo atraveacutes da conscientizaccedilatildeo ou de accedilotildees que

promovam a sustentabilidade dentro da cidade

Eacute importante ressaltar que natildeo se pode descartar as poliacuteticas puacuteblicas

mas tambeacutem natildeo se pode esperar que elas resolvam todos os problemas

presentes na cidade Sendo assim para que uma cidade torne-se sustentaacutevel eacute

preciso que as accedilotildees realizadas pela populaccedilatildeo sejam emparelhadas com as

poliacuteticas puacuteblicas aplicadas pelo governo No Brasil haacute cidades que satildeo

consideradas sustentaacuteveis mas essas cidades optaram apenas por um

planejamento urbano voltado para reconstituiccedilatildeo de aacutereas verdes

aprimoramento nas soluccedilotildees urbaniacutesticas e na tecnologia do transporte urbano

Tais accedilotildees natildeo devem ser desconsideras e sim exaltadas pelo funcionamento

adequado e promoccedilatildeo da sustentabilidade urbana Outras questotildees tatildeo

importantes quanto satildeo deixadas de lado pelo governo e nesse caso deve-se

ter uma aplicaccedilatildeo da sociedade para que ganhe uma visatildeo e assim sejam

aplicadas poliacuteticas puacuteblicas voltadas para tais questotildees

Em especiacutefico coloco o problema hiacutedrico que tem assolado vaacuterias

cidades do paiacutes por trazer prejuiacutezos de forma direta e indireta a populaccedilatildeo O

problema hiacutedrico brasileiro natildeo eacute apenas o causado pela estiagem e falta de

aacutegua em algumas localidades ele tambeacutem eacute expresso pelas chuvas

torrenciais Em face disso eacute importante unir o uacutetil ao agradaacutevel Vale expor que

em decorrecircncia do aumento da urbanizaccedilatildeo as aacutereas foram pavimentadas e

cobertas por preacutedios casas monumentos entre outras edificaccedilotildees

ocasionando na impermeabilizaccedilatildeo do solo em aacutereas naturais Devido a esse

fator o ser humano vem demandando novas soluccedilotildees e poliacuteticas puacuteblicas para

o controle e mitigaccedilatildeo de impactos causados pela chuva tais como

alagamentos

Os governos de modo geral vecircm encontrando seacuterias dificuldades

quanto agraves questotildees de gestatildeo dos alagamentos em suas aacutereas puacuteblicas Para

Brasiacutelia e o Governo do Distrito Federal esse problema eacute recente e nem tatildeo

alarmante quando comparado aos das grandes capitais brasileiras como Satildeo

Paulo ou Rio de Janeiro Portanto eacute necessaacuterio que se tenha uma precauccedilatildeo

com o uso das aacuteguas tratadas para que possam ser utilizadas fontes

alternativas Com o objetivo de aproveitamento de aacuteguas pluviais a captaccedilatildeo

de aacutegua advinda das chuvas possui um vieacutes sustentaacutevel do ponto de vista

teacutecnico e econocircmico quando aplicado em sistemas de uso privativo Cabe

ressaltar que esse estudo visa aliar o conceito de cidades sustentaacuteveis a partir

da iniciativa privada agraves necessidades encontradas na cidade de Brasiacutelia no

caso de um projeto de aproveitamento de aacuteguas pluviais que atenda a

demanda de aacutegua natildeo potaacutevel tendo como base a precipitaccedilatildeo de chuva local

sem desconsiderar o ciclo hidroloacutegico para que natildeo ocorra um desequiliacutebrio do

mesmo e ocasione mais desastres ambientais

Tal sistema tem como objetivo gerar uma fonte de aacutegua natildeo potaacutevel

para uso diaacuterio em sistemas prediais como descarga limpeza do preacutedio

irrigaccedilatildeo de jardins disponibilidade para lavagem de automoacuteveis entre outras

possibilidades gerando uma economia da aacutegua utilizada e consequentemente

uma economia monetaacuteria Aleacutem desse objetivo reducionista de gasto e aacutegua

haacute tambeacutem a possibilidade da reduccedilatildeo de transtornos hiacutedricos urbanos

Portanto ao abordar sobre poliacuteticas puacuteblicas eacute de suma importacircncia

compreender que o ldquodesenvolvimento sustentaacutevel eacute um processo de

aprendizagem social de longo prazo que por sua vez eacute direcionado por

poliacuteticas puacuteblicas orientadas por um plano de desenvolvimento nacionalrdquo

(Barbosa 2008 p 6) O conceito de desenvolvimento sustentaacutevel seraacute melhor

apresentado no capiacutetulo seguinte

2 ndash Sustentabilidade desenvolvimento sustentaacutevel e a sua

importacircncia

Inicio esse capiacutetulo com uma frase de Nascimento (2012 p 57) em que

se queremos sugerir uma sustentabilidade para toda a sociedade eacute necessaacuterio

que tenhamos uma ldquolinha transversal a eacutetica solidaacuteria com os excluiacutedos de hoje

para que natildeo haja excluiacutedos amanhatilderdquo

Por que a sustentabilidade eacute algo importante para noacutes Eacute necessaacuterio

que seja de conhecimento geral de que estamos ameaccedilados em todos os

aspectos ligados agrave utilizaccedilatildeo de recursos naturais e aproveitamento dos

mesmos Portanto haacute uma conexatildeo direta ao desenvolvimento sustentaacutevel

Nascimento (2012 p 58) ainda aponta que ldquoateacute meados do seacuteculo XX a

humanidade temia basicamente duas grandes extinccedilotildees ndash uma externa

(choque de um grande meteorito como aparentemente ocorreu haacute 65 milhotildees

de anos extinguindo os dinossauros) e outra interna (o advento de uma

epidemia desconhecida e incontrolaacutevel) Em meados do seacuteculo passado foi

acrescida mais uma ameaccedila provinda dos proacuteprios seres humanos a bomba

atocircmica O seu poder de destruiccedilatildeo ficou evidente com as explosotildees de

Hiroshima e Nagasakirdquo Sendo assim eacute perceptiacutevel que o estilo de vida de alta

produccedilatildeo e consumo vigente nos leva a crer que um desastre eacute cada vez mais

plausiacutevel

ldquoQue a economia estaacute em um conflito com os sistemas naturais do

planeta eacute uma evidecircncia que ressalta das informaccedilotildees cotidianas sobre o

desaparecimento das zonas de pesca reduccedilatildeo das florestas a erosatildeo do

solo e o desaparecimento de espeacuteciesrdquo (Nascimento 2012 p 58 apud

Brown 2003 p14) Portanto a crise ambiental aponta um desgaste das

condiccedilotildees ldquonormaisrdquo de vida no planeta Terra Segundo Nascimento (2012 p

58) ldquo[] eacute possiacutevel caso o cenaacuterio mais pessimista do aquecimento global

venha a se confirmar que uma nova possibilidade de auto extinccedilatildeo seja criada

no final desse seacuteculordquo Desta forma o atual modelo de vida natildeo deteriora

apenas o meio ambiente tambeacutem prejudica a vida humana e para que sejam

reduzidos esses transtornos agrave vida humana eacute preciso que iniciativas e

alternativas sejam criadas por meio de inovaccedilotildees tecnoloacutegicas para que haja

uma saiacuteda

ldquoA crise ambiental assumiu contornos mais graves com a percepccedilatildeo da

responsabilidade antroacutepica do aquecimento global e a dinacircmica de ascensatildeo

de um contingente humano mais significativo no mercado de consumordquo

(Nascimento 2012 p 61) Quando a crise ambiental se tornou algo de suma

importacircncia Quando como e por que a sustentabilidade e o desenvolvimento

sustentaacutevel se tornaram relevantes para o combate agrave crise ambiental Eacute

necessaacuterio compreender que a sustentabilidade possui dois vieses quando

relacionada agrave sua origem Uma de suas origens tem base na biologia mais

precisamente na ecologia a qual atribui o conceito de resiliecircncia ndash capacidade

de recuperaccedilatildeo e reproduccedilatildeo dos ecossistemas ndash perante as degradaccedilotildees

antroacutepicas com o uso exacerbado dos recursos naturais Ainda relacionado agrave

ecologia haacute as causas naturais como terremotos fogo tsunamis pragas

entre outros O outro vieacutes de origem da sustentabilidade adveacutem da economia

como o adjetivo do desenvolvimento diante da visibilidade que ganhou ao

longo do seacuteculo XX referente ao padratildeo de consumo desenvolvido ao redor do

mundo (Nascimento 2012 p 51)

Segundo Nascimento a ideia de sustentabilidade como enfoque

mundial tem origem na deacutecada de 1950 O surgimento e a importacircncia desse

termo ocorrem devido a um risco ambiental global a poluiccedilatildeo nuclear ldquoOs seus

indiacutecios alertaram os seres humanos de que estamos em uma nave comum e

que problemas ambientais natildeo estatildeo restritos a territoacuterios limitadosrdquo

(Nascimento 2012 p 2) Segundo Nascimento (2012 p 52 apud Machado

2005) ldquoA ocorrecircncia de chuvas radiativas a milhares de quilocircmetros dos locais

de realizaccedilatildeo dos testes acendeu um caloroso debate no seio da comunidade

cientiacuteficardquo Na deacutecada de 1960 houve outro fato importante que implicou na

questatildeo da percepccedilatildeo da crise ambiental dando importacircncia a

sustentabilidade devido ao uso de inseticidas e pesticidas quiacutemicos e

transtornos causados por esses apontados por Rachel Carson em seu livro

intitulado de ldquoPrimavera Silenciosardquo ndash Silent Spring

Ainda na deacutecada de 60 as chuvas aacutecidas recorrentes nos paiacuteses

noacuterdicos levaram a Sueacutecia junto ao Conselho Econocircmico e Social das Naccedilotildees

Unidas (ECOSOC) a propor a realizaccedilatildeo de uma conferecircncia para tratar de um

acordo internacional para uma possiacutevel reduccedilatildeo na emissatildeo dos gases

responsaacuteveis por tal transtorno Com isso ocorreu a Conferecircncia de

Estocolmo em 1972 colocando em evidecircncia os paiacuteses subdesenvolvidos e

desenvolvidos da eacutepoca A princiacutepio as preocupaccedilotildees natildeo eram nem um

pouco igualitaacuterias jaacute que os paiacuteses desenvolvidos estavam atentos agrave

degradaccedilatildeo ambiental que afetavam sua qualidade de vida enquanto os

paiacuteses subdesenvolvidos estavam preocupados em natildeo sofrerem sanccedilotildees

comerciais e apresentarem um retardo em seu desenvolvimento uma vez que

naquela eacutepoca os problemas ambientais eram associados ao crescimento

econocircmico dos paiacuteses de terceiro mundo Nessa conferecircncia ficou exposto

que os paiacuteses desenvolvidos defendiam a proteccedilatildeo do meio ambiente como

principal foco e os paiacuteses em desenvolvimento focavam no combate agrave

pobreza

Para melhor esclarecer Nascimento expotildee a partir do documento ldquoOnly

One Earthrdquo (Ward amp Dubos 1973) ldquo[] O problema ambiental como decorrente

de externalidades econocircmicas proacuteprias do excesso de desenvolvimento

(tecnologia agressiva e consumo excessivo) de um lado e de sua falta

(crescimento demograacutefico e baixo PIB per capita) de outro Posta dessa forma

a questatildeo ambiental deixava de ficar restrita ao meio natural e adentrava o

espaccedilo socialrdquo Contemporacircneo a isso temos o relatoacuterio do Clube de Roma ndash

Limits to Growth (Meadows et al 1972) que propunha uma reduccedilatildeo do

desenvolvimento industrial nos paiacuteses desenvolvidos e uma contenccedilatildeo no

crescimento populacional nos paiacuteses subdesenvolvidos juntamente com o

apoio daqueles aos subdesenvolvidos para que pudessem crescer

economicamente A partir desses eventos os governos se conscientizaram e

criaram agecircncias que tratassem das questotildees ambientais para que pudessem

juntar dados ambientais jaacute que na eacutepoca careciam de tais informaccedilotildees

No Brasil foi criada a Secretaria Especial do Meio Ambiente (SEMA) em

1973 enquanto nos EUA jaacute existia a Environmental Protection Agency (EPA)

desde 1970

Dez anos apoacutes a Conferecircncia de Estocolmo uma anaacutelise dos resultados

foi feita pela ONU e mostrou que o resultado estabelecido deixou a desejar e

que os esforccedilos realizados foram inferiores Em decorrecircncia desse mal

desempenho foi formada a Comissatildeo Mundial sobre Meio Ambiente e

Desenvolvimento (CMMAD) presidida por Gro Harlen Brundtland responsaacutevel

pelo relatoacuterio ldquoNosso Futuro Comumrdquo ndash Our Common Future ndash que tinha como

principal proposta a criaccedilatildeo de uma agenda global para focar em uma

mudanccedila consideraacutevel Esse estudo obteve informaccedilotildees durante trecircs anos a

partir de pesquisas e anaacutelises com enfoque na parte social Segundo Barbosa

(2008 p2) as informaccedilotildees colhidas do relatoacuterio com base nas questotildees

sociais referiam-se ldquoao uso da terra sua ocupaccedilatildeo suprimento de aacutegua abrigo

e serviccedilos sociais educativos e sanitaacuterios aleacutem de administraccedilatildeo do

crescimento urbanordquo

Tal relatoacuterio foi responsaacutevel pela criaccedilatildeo do termo ldquoDesenvolvimento

Sustentaacutevelrdquo que ldquoconsistiu o maior esforccedilo entatildeo conhecido para conciliar a

preservaccedilatildeo do meio ambiente com o desenvolvimento econocircmicordquo

(Nascimento 2012 p 54) Uma definiccedilatildeo baacutesica do que eacute DS eacute exposta por

Nascimento (2012 p 58 apud Lenzi 2006) ldquoDesenvolvimento sustentaacutevel eacute o

desenvolvimento que satisfaz as necessidades do presente sem comprometer

a capacidade das geraccedilotildees futuras em satisfazer suas proacuteprias necessidadesrdquo

Estender e Pitta (O Conceito do Desenvolvimento Sustentaacutevel apud Camargo

2003 p 43) tambeacutem fazem citaccedilatildeo agrave outra definiccedilatildeo apontada no relatoacuterio

ldquoEm essecircncia o desenvolvimento sustentaacutevel eacute um

processo de transformaccedilatildeo no qual a exploraccedilatildeo dos

recursos a direccedilatildeo dos investimentos a orientaccedilatildeo

do desenvolvimento tecnoloacutegico e a mudanccedila

institucional se harmonizam e reforccedilam o potencial

presente e futuro a fim de atender agraves necessidades

e aspiraccedilotildees humanasrdquo

Nascimento (2012 p 54) aponta que ldquoA forccedila e a fraqueza dessa

definiccedilatildeo encontram-se justamente nessa foacutermula vaga pois deixam-se em

aberto quais seriam as necessidades humanas atuais e mais ainda as das

geraccedilotildees futurasrdquo

Segundo Barbosa (2008) o relatoacuterio faz consideraccedilotildees agraves questotildees

urbanas no qual as cidades em seu desenvolvimento devem contemplar as

necessidades baacutesicas de toda a populaccedilatildeo e conceder oportunidades de

melhora na qualidade de vida de todos buscando alcanccedilar uma equidade na

sociedade por meio de processos democraacuteticos para que haja um

desenvolvimento urbano adequado Ainda com referecircncia ao relatoacuterio haacute ldquoa

necessidade de descentralizaccedilatildeo das aplicaccedilotildees de recursos financeiros e

humanos e a necessidade do poder poliacutetico favorecer as cidades em sua

escala localrdquo (Barbosa 2008 p 2) Quanto agrave questatildeo do uso de recursos

naturais foi avaliada no relatoacuterio a capacidade de resiliecircncia da biosfera os

efeitos e as possiacuteveis consequecircncias causadas pela accedilatildeo antroacutepica apontando

ainda que a pobreza pode ser considerada como um problema ambiental e que

a tentativa de erradicar a mesma pode ser a base para a busca da

sustentabilidade Com essa contribuiccedilatildeo na mudanccedila do modo de perceber as

necessidades urbanas o relatoacuterio apresentou trecircs princiacutepios baacutesicos ou

aspectos que deveriam ser cumpridos ndash proteccedilatildeo ambiental equidade social e

o desenvolvimento econocircmico ndash e que seratildeo expostos mais adiante

Apesar de todos esses pontos levantados o relatoacuterio Brundtland

recebeu vaacuterias criacuteticas pelo fato de acusar a pobreza e o descontrole do

crescimento populacional nos paiacuteses subdesenvolvidos como a fonte principal

dos problemas ambientais e da insustentabilidade do planeta e de colocar em

segundo plano a poluiccedilatildeo causada ateacute a data de publicaccedilatildeo do relatoacuterio pelos

paiacuteses desenvolvidos

Em 1986 foi realizada a conferecircncia de Ottawa ndash Carta de Ottawa 1986

ndash na qual foram estabelecidas cinco condiccedilotildees para que se tentasse alcanccedilar o

desenvolvimento sustentaacutevel entre elas a manutenccedilatildeo da integraccedilatildeo

ecoloacutegica a satisfaccedilatildeo das necessidades baacutesicas humanas a provisatildeo da

autodeterminaccedilatildeo social e da diversidade cultural a integraccedilatildeo da conservaccedilatildeo

e do desenvolvimento e o alcance de equidade e justiccedila social Para a

CMMAD as condiccedilotildees que procedem do conceito de desenvolvimento

sustentaacutevel estatildeo associadas ao processo de urbanizaccedilatildeo e do crescimento da

cidade e tem como finalidade o uso adequado dos recursos naturais Em face

disto satildeo expostos alguns objetivos mudanccedila de qualidade do crescimento

crescimento renovaacutevel satisfaccedilatildeo das necessidades essenciais por emprego

aacutegua energia alimento e saneamento baacutesico garantia de um niacutevel sustentaacutevel

da populaccedilatildeo conservaccedilatildeo da base de recursos reorientaccedilatildeo da tecnologia e

do gerenciamento de risco e reorientaccedilatildeo das relaccedilotildees econocircmicas

internacionais (CMMAD 1988 1991)

Postumamente foi realizada a Assembleia das Naccedilotildees Unidas a qual

aprovou a Conferecircncia das Naccedilotildees Unidas para o Meio Ambiente e o

Desenvolvimento (CNUMAD) ocorrida em 1992 e ficou conhecida como Rio-

92 A Rio-92 teve maior visibilidade graccedilas agrave criaccedilatildeo da Convenccedilatildeo da

Biodiversidade e das Mudanccedilas Climaacuteticas ndash que posteriormente resultou na

criaccedilatildeo do Protocolo de Kyoto ndash da Agenda 21 e da Declaraccedilatildeo do Rio Essa

uacuteltima segue os mesmos padrotildees expostos na Conferecircncia de Estocolmo

citada anteriormente interligando o desenvolvimento econocircmico com o meio

ambiente atraveacutes de uma gestatildeo consciente dos recursos naturais sem

comprometer o modelo econocircmico vigente

Em decorrecircncia desses acontecimentos tornou-se de faacutecil entendimento

que o desenvolvimento sustentaacutevel eacute composto por trecircs aspectos ambiental

econocircmico e social Outros autores como Ignacy Sachs consideram ainda

outras variaacuteveis relevantes para o entendimento do DS como sustentabilidade

ecoloacutegica e poliacutetica

Figura 1 Tripeacute da Sustentabilidade

Fonte Nicholas Gimenes (2012)

Com base nesses trecircs aspectos apontados chegamos ao conhecido

Triple Bottom Line ndash ldquoTripeacute da Sustentabilidaderdquo No tripeacute da sustentabilidade

satildeo expostos o aspecto ambiental que tem como base a produccedilatildeo e o

consumo de tal forma que possa garantir que os ecossistemas natildeo sofram

problemas quanto a sua capacidade de resiliecircncia o aspecto econocircmico que

assume a denominada ecoeficiecircncia a qual incentiva a inovaccedilatildeo tecnoloacutegica

para tentar mitigar alguns dos problemas ambientais e ampliar a

desmaterializaccedilatildeo da economia e o uacuteltimo aspecto o social o qual supotildee que

a populaccedilatildeo de uma determinada sociedade tenha o miacutenimo necessaacuterio para

uma condiccedilatildeo de vida aceitaacutevel buscando erradicar a desigualdade social

Segundo Nascimento existem diversas definiccedilotildees desses trecircs aspectos mas

essas apontadas satildeo as mais recorrentes e de simples entendimento Natildeo

podemos esquecer que assim como eacute apontado por Ignacy Sachs e outros

autores outros aspectos para a definiccedilatildeo do DS devem ser levados em

consideraccedilatildeo em especial a cultura Apesar de natildeo ser citada como base do

ldquotripeacuterdquo a cultura eacute importante em qualquer sociedade quando relacionada ao

meio ambiente pois eacute ela quem dita o comportamento da populaccedilatildeo O Brasil

sofre com questotildees ambientais muitas das vezes por falta de instruccedilatildeo da

populaccedilatildeo que natildeo tem conhecimento do quatildeo impactante pode ser sua accedilatildeo

Deste modo quando se trata de questotildees ambientais eacute necessaacuterio que se

tenha uma mudanccedila natildeo repentina e sim gradativa nos padrotildees de consumo

no estilo de vida e na educaccedilatildeo ambiental

Retomando os conceitos de DS e sustentabilidade temos uma definiccedilatildeo

de Clovis Cavalcanti em que sustentabilidade ldquosignifica a possibilidade de se

obterem continuamente condiccedilotildees iguais ou superiores de vida para um grupo

de pessoas e seus sucessores em dado ecossistemardquo (Cavalcanti 2003)

Analisando essa definiccedilatildeo proposta por Cavalcanti vemos que se assemelha

do que foi exposto por Gro Harlen Brundtland em seu relatoacuterio Como jaacute foi

mencionado para Sachs o ldquoTriple Bottom Linerdquo ndash Tripeacute da Sustentabilidade ndash

possui cinco vertentes da sustentabilidade que satildeo a ldquosustentabilidade

ecoloacutegica refere-se a fiacutesica do processo de crescimento e tem como objetivo a

manutenccedilatildeo de estoques dos recursos naturais incorporados as atividades

produtivas a sustentabilidade ambiental que refere-se agrave manutenccedilatildeo da

capacidade de sustentaccedilatildeo dos ecossistemas o que implica a capacidade de

absorccedilatildeo e recomposiccedilatildeo dos ecossistemas em face as agressotildees antroacutepicas

sustentabilidade social que refere-se ao desenvolvimento e tem por algum

objetivo a melhoria da qualidade da vida da populaccedilatildeo Para caso de paiacuteses

com problemas de desigualdade e de inclusatildeo social implica a adoccedilatildeo de

poliacuteticas distributivas e a universalizaccedilatildeo de atendimento a questotildees como

sauacutede educaccedilatildeo habilitaccedilatildeo e seguridade social sustentabilidade poliacutetica

refere-se ao processo de construccedilatildeo da cidadania para garantir a incorporaccedilatildeo

plena dos indiviacuteduos ao processo de desenvolvimento e a sustentabilidade

econocircmica que refere-se a uma gestatildeo eficiente dos recursos em geral e

caracteriza-se pela regularidade de fluxos do investimento puacuteblico e privado

Implica a avaliaccedilatildeo da eficiecircncia por processos macro sociaisrdquo (Sachs 1993

Agenda 21 brasileira)

Barbosa (2008 p 4) faz uma citaccedilatildeo em seu trabalho sobre o livro de

Leila Ferreira ndash ldquoA questatildeo ambiental sustentabilidade e poliacuteticas puacuteblicas no

Brasilrdquo ndash referente ao padratildeo de vida da sociedade em que

ldquoO padratildeo de produccedilatildeo e consumo que

caracteriza o atual estilo de

desenvolvimento tende a consolidar-se

no espaccedilo das cidades e estas se

tornam cada vez mais o foco principal

na definiccedilatildeo de estrateacutegias e poliacuteticas

de desenvolvimentordquo

Sendo assim eacute de fundamental importacircncia que formas alternativas

sustentaacuteveis sejam alcanccediladas para que possam influenciar de forma positiva

na qualidade de vida das cidades e no processo de planejamento urbano Para

Acselrad (1999 p 85) a sustentabilidade urbana eacute definida como ldquoa

capacidade das poliacuteticas urbanas se adaptarem agrave oferta de serviccedilos agrave

qualidade e agrave quantidade das demandas sociais buscando o equiliacutebrio entre as

demandas de serviccedilos urbanos e investimentos em estruturardquo Como o

desenvolvimento sustentaacutevel possui muitos conceitos e definiccedilotildees haacute uma em

especial que se destaca pelo fato de estar relacionada agraves cidades juntamente

com o termo ldquosustentabilidaderdquo exposta por Barbosa (2008 p 4 apud

Satterthwaite 2004) em que

ldquoa resposta agraves necessidades humanas

nas cidades como o miacutenimo ou

nenhuma transferecircncia dos custos da

produccedilatildeo consumo ou lixo para outras

pessoas ou ecossistemas hoje e no

futurordquo

Assim a participaccedilatildeo da sociedade e a diversidade dos interesses que

a mesma possui gera um conflito entre as poliacuteticas puacuteblicas e o

desenvolvimento sustentaacutevel mas nada que natildeo possa ser contornado a partir

da conscientizaccedilatildeo individual dos cidadatildeos Como eacute exposto por Barbosa ldquoeacute

imprescindiacutevel para a sustentabilidade urbana o uso racional dos recursos

naturais a boa forma do ambiente urbano baseado na interaccedilatildeo clima e os

recursos naturais aleacutem das respostas agraves necessidades urbanas com o miacutenimo

de transferecircncia de dejetos e rejeitos para outros ecossistemas atuais e

futurosrdquo (Barbosa 2008 p 9) Em detrimento disso ldquoo desenvolvimento

sustentaacutevel natildeo deve ser apresentado como um slogan poliacuteticordquo (Barbosa

2008 p 10) deve ser apresentado como uma possiacutevel soluccedilatildeo para a

mitigaccedilatildeo dos problemas ambientais encontrados atualmente na sociedade

Portanto a sustentabilidade visa emoldurar novos meios alternativos de

produccedilatildeo distribuiccedilatildeo e consumo dos recursos naturais existentes de forma

mais racional ecologicamente viaacutevel e economicamente eficaz

Ao retratar esses problemas de padrotildees vividos pela sociedade

relacionados ao meio ambiente mais especificamente a utilizaccedilatildeo de recursos

naturais Nascimento (2012 p 58) aponta que ldquohaacute uma quase unanimidade

hoje entre os cientistas de que os recursos naturais natildeo seratildeo suficientes para

fornecer um modo de vida similar ao da classe meacutedia mundial a todos os novos

ingressantes no mercado No entanto eles tecircm tanto direito quanto os que jaacute

participam do mercado consumidorrdquo Mas como podemos contornar tais

problemas e a crise ambiental Atraveacutes da criatividade humana muitas formas

alternativas foram criadas e podem ser inventadas quando se tratam dos

recursos finitos utilizados pelo homem Temos como exemplo a aacutegua sobre a

qual poucos satildeo os estudos apresentados relacionando o aproveitamento de

aacuteguas pluviais e cidades sustentaacuteveis Na maioria das vezes os estudos satildeo

feitos com base em outras necessidades como a dessalinizaccedilatildeo das aacuteguas do

mar para consumo humano Natildeo podemos esquecer que atualmente existem

diversos sistemas de captaccedilatildeo de aacuteguas pluviais para diferentes finalidades

sejam elas para aproveitamento de consumo humano ou natildeo

3 ndash A viabilidade de implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo

pluvial em Brasiacutelia ndash DF

31 ndash Apresentaccedilatildeo de dados

Primeiramente seratildeo apresentados dados sobre a populaccedilatildeo e o

consumo de aacutegua presente nas residecircncias de Brasiacutelia e que seratildeo utilizados

como base para a implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo na Asa Norte

Segundo Ferreira C diretor Superintendente de Atendimento Comercial

(CAC) da Companhia de Saneamento Ambiental do Distrito Federal (CAESB)

ldquoEm Brasiacutelia o consumo meacutedio por habitante eacute de 190 litros de aacutegua por dia o

que resulta em um consumo mensal de 6msup3 por habitanterdquo De acordo com a

ONU cada pessoa necessita de 110 litros por dia para atender as

necessidades de consumo e higiene A Companhia de Saneamento Baacutesico do

Estado de Satildeo Paulo (SABESP 2010) afirma que ldquono Brasil o consumo por

pessoa pode chegar a mais de 200 litrosdiardquo A estimativa da SABESP (2010)

eacute de que 54 litros (27) vatildeo para cozinhar e beber 50 litros (25) para tomar

banho e escovar os dentes 66 litros (33) para descarga de banheiro 24 litros

(12) para lavagem de roupa e 6 litros (3) para outras tarefas como lavagem

de carro por exemplo Segundo dados da CAESB Brasiacutelia (Plano Piloto)

consome cerca de 2757890msup3 por mecircs e que o consumo por habitante eacute de

1381msup3mecircs

Devido ao alto consumo de aacutegua em Brasiacutelia os recorrentes transtornos

hiacutedricos urbanos e a ausecircncia de sistemas captaccedilatildeo pluvial este capiacutetulo traz

um estudo da viabilidade teacutecnica e econocircmica da implantaccedilatildeo de um sistema

em um preacutedio residencial do bairro Asa Norte mais especificamente na

Superquadra 111 Norte Natildeo haacute nenhum estudo realizado que comprove a

frequecircncia dos alagamentos nessa regiatildeo portanto tal quadra foi selecionada

em decorrecircncia de mateacuterias e reportagens que mostram a dificuldade que a

populaccedilatildeo sofre quando haacute uma chuva anormal

Primeiramente eacute necessaacuterio que se tenha uma noccedilatildeo do periacuteodo

chuvoso em Brasiacutelia Segundo o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais

(INPE) Brasiacutelia apresenta um regime de precipitaccedilatildeo bem definido sendo que

a estaccedilatildeo chuvosa tem iniacutecio em Outubro e estende-se ateacute Marccedilo e a estaccedilatildeo

seca ocorre no restante do ano (Abril a Setembro) Ainda segundo o INPE ldquoa

estaccedilatildeo chuvosa eacute causada pelo forte aquecimento da atmosfera na Amazocircnia

que favorece o desenvolvimento de um sistema quase estacionaacuterio em altos

niacuteveis a Alta Boliacutevia Como resultado dessa circulaccedilatildeo observa-se nos baixos

niacuteveis uma regiatildeo de baixa pressatildeo e a convergecircncia de ar satildeo os principais

fatores que provocam a precipitaccedilatildeo neste periacuteodo responsaacutevel por 70 do

total meacutedio anualrdquo A partir desses elementos apresentados pelo INPE e com

base nos dados os quais foram obtidos da estaccedilatildeo meteoroloacutegica de Brasiacutelia

localizada na Latitude (ordm) -158 Longitude (ordm)-479 temos a precipitaccedilatildeo de

Brasiacutelia dada mecircs a mecircs Os dados partem de Janeiro de 2006 e vatildeo ateacute

Outubro de 2015 Eacute importante frisar que os dados foram formulados a partir

da precipitaccedilatildeo acumulada para tornar mais faacutecil de calcular a meacutedia

Tabela 01 Dados de Precipitaccedilatildeo

AnoMecircs JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ Meacutedia Mensal

2006 1232 1914 258 1417 351 09 01 528 403 5264 1956 1821 14563

2007 2609 2659 357 501 75 0 0 0 0 535 2249 275 9779

2008 201 2425 2346 2109 0 0 0 27 80 387 271 3226 1337

2009 2028 1347 81 3759 612 93 0 725 505 2958 1991 3078 1492

2010 1211 368 2494 2388 275 0 0 0 0 349 2547 318 1068

2011 1268 1724 2433 696 139 38 0 0 7 2639 3338 4704 1421

2012 2699 1149 1982 1213 444 24 02 0 333 1098 4446 1428 1235

2013 4918 1893 1903 954 222 62 03 0 659 1069 2711 3525 1493

2014 1531 1392 3402 2493 28 10 79 0 162 2014 192 3667 1399

2015 939 1297 3456 2076 499 0 08 0 218 694 SD SD 9187

Meacutedia para cada mecircs

20445 16168 21763 17606 2645 326 093 128 315 17007 2652 30421 12797

Tabela contendo os dados de chuva acumulada mecircs a mecircs em miliacutemetros (mm)

Fonte INPE 2015

Obs 1- SD - satildeo dados que natildeo foram coletados devido pois o trabalho foi realizado antes desses meses

Obs2- Meacutedia calculada com os dados obtidos no caso os meses de novembro e dezembro de 2015 natildeo entram no

caacutelculo pois ainda natildeo existiam os dados

Temos tambeacutem a partir do estudo realizado por Brino (Brasiacutelia

Superquadras Residenciais) os dimensionamentos dos preacutedios e a quantidade

de apartamentos por pavimentos conforme as tabelas a seguir

Tabela 02 Dimensionamento dos Blocos

A SUPERQUADRA AE AT

Aacuterea de Projeccedilatildeo por Bloco

Aacuterea Total = 11760msup2 Nuacutemero total de Blocos = 11

1069msup2 185 136

Aacuterea Construiacuteda por bloco (sem pilotis e

subsolo)

Pavimentos = 6 Aacuterea do Pavimento = 1069msup2

6414msup2 1113 818

Aacuterea Construiacuteda por superquadras (sem pilotis e subsolo)

Preacutedio = 11 Aacuterea por Preacutedio = 64141msup2

70554msup2 8999 1225

AE - Aacuterea Aedificandi e AT - Aacuterea Total

Tabela 03 Dimensionamento da Populaccedilatildeo

A POPULACcedilAtildeO (5 Pessoas

apart)

6 apartamentos por pavimento

36 apartamentos por bloco

396 apartamentos

por superquadra

1980 pessoas por

superquadra

8 apartamentos por pavimento

48 apartamentos por bloco

528 apartamentos

por superquadra

2640 pessoas por

superquadra

10 apartamentos por pavimento

60 apartamentos por bloco

660 apartamentos

por superquadra

3300 pessoas por

superquadra

12 apartamentos por pavimento

72 apartamentos por bloco

792 apartamentos

por superquadra

3960 pessoas por

superquadra

Caacutelculo para as faixas 100 200 e 300 (seis pavimentos) Fonte SUDUR

O estudo apresentado por Brino (Brasiacutelia Superquadras Residenciais)

considera uma famiacutelia composta por cinco pessoas para cada apartamento

nesse caso iremos desconsiderar essa informaccedilatildeo e basearmos nos dados

apresentados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica (IBGE) Nos

dados do IBGE (Censo Demograacutefico 2010) constam que a meacutedia de

moradores em domiciacutelios particulares ocupados eacute de 33 moradores

Partindo dos elementos de precipitaccedilatildeo aacuterea de projeccedilatildeo por bloco

meacutedia de moradores por apartamento total de apartamentos de um preacutedio e

consumo meacutedio de aacuteguadia por habitante podemos dar inicio as formas de

captaccedilatildeo e armazenamento de aacuteguas pluviais

32 ndash Aacuteguas pluviais e aacuteguas cinzas

Mas porque focar em aproveitamento de aacuteguas pluviais Segundo

Rapoport (2004 p 1) ldquoo aumento populacional acompanhado pelas mudanccedilas

climaacuteticas globais vem contribuindo para o aumento na demanda por recursos

hiacutedricosrdquo Ainda expotildee que ldquoembora a aacutegua seja um recurso renovaacutevel ela

tende a se deteriorar em funccedilatildeo do seu uso indiscriminado o que compromete

consequentemente a quantidade de aacutegua com qualidade disponiacutevel para o

consumo nas diversas localidadesrdquo (Rapoport 2004 p 1)

Um fato importante abordado por Rapoport (2004 p1) eacute que ldquoa

quantidade de aacutegua disponiacutevel eacute sempre a mesma jaacute que estaacute sempre sendo

renovada atraveacutes do ciclo hidroloacutegico Entretanto a aacutegua de qualidade para

consumo estaacute se tornando rarardquo A tiacutetulo de esclarecimento ldquosabe-se que o

ciclo hidroloacutegico se constitui basicamente do transporte de massas drsquoaacutegua do

oceano para atmosfera por evaporaccedilatildeo e da atmosfera atraveacutes de

precipitaccedilotildees escoamentos superficiais e subterracircneos para os oceanos

influenciando diretamente a distribuiccedilatildeo e extensatildeo dos corpos drsquoaacutegua

continentaisrdquo (Rapoport 2004 p 1) Sendo assim a interferecircncia humana tem

causado alteraccedilotildees no ciclo hidroloacutegico em diversas regiotildees Esse assunto

seraacute melhor abordado mais adiante pois o uso do sistema de captaccedilatildeo pode

influenciar no ciclo hidroloacutegico negativamente mas utilizado da forma

adequada pode continuar mantendo o ciclo equilibrado

Aleacutem do uso indevido da aacutegua e de sua escassez Lima e Machado

(2008 p 13) apontam que ldquooutro fator importante eacute o aumento de inundaccedilotildees e

enchentes devido ao escoamento superficial da aacutegua de chuva e da

impermeabilizaccedilatildeo do solordquo Portanto a captaccedilatildeo de aacuteguas pluviais pode

contribuir para a reduccedilatildeo dos transtornos hiacutedricos urbanos e ao mesmo tempo

reduzir a demanda por aacutegua potaacutevel da companhia de distribuiccedilatildeo local

Segundo Amorim e Pereira (2008 p 54) ldquouma das soluccedilotildees em estudo

para aumentar a oferta de aacutegua para as edificaccedilotildees eacute o aproveitamento da

aacutegua pluvial Esta apresenta uma boa alternativa visto que aleacutem de reduzir o

consumo de aacutegua potaacutevel ainda surge como uma accedilatildeo no combate agraves

enchentes funcionando como uma medida natildeo-estrutural do sistema de

drenagem urbanardquo Mas o que eacute necessaacuterio para formar um sistema de

captaccedilatildeo adequado e funcional Amorim e Pereira (2008 p 54) apresentam

que ldquoos sistemas de aproveitamento de aacutegua pluvial satildeo formados basicamente

pela aacuterea de captaccedilatildeo (geralmente coberturas) os componentes de transporte

(calhas e condutores verticais) e o reservatoacuteriordquo Cabe ressaltar que para esse

estudo a captaccedilatildeo das aacuteguas pluviais seraacute destinada apenas para a utilizaccedilatildeo

em ldquoaacuteguas cinzasrdquo Neste sentido o reuso das aacuteguas cinzas que satildeo as aacuteguas

provenientes de todas as atividades domeacutesticas com exceccedilatildeo de fontes de

aacuteguas negras tais como sanitaacuterios bidecircs e urinol vem sendo estudadas com

vista ao reuso tanto em irrigaccedilatildeo como em sanitaacuterios (Rapoport 2004 p 8)

Retomando os dados apresentados pela SABESP (2010) temos a

tabela 04 a qual apresenta os dados de consumo domeacutestico e em sequecircncia o

graacutefico 01 que demonstram que se analisarmos as quantidades de aacutegua

utilizada no consumo domeacutestico teremos uma base para o tamanho do

reservatoacuterio E posteriormente a tabela 05 mostra em que situaccedilotildees se podem

reutilizar as aacuteguas pluviais

Tabela 04 Consumo domeacutestico de aacutegua

Litros

Cozinhar e Beber 54

Tomar Banho e Escovar os Dentes 50

Descarga de Banheiro 66

Lavagem de Roupa 24

Outras Tarefas 6

Total = 200

Fonte SABESP (2010)

27

25

33

12

3

Cozinhar e Beber

Tomar Banho e Escovar osDentes

Descarga de Banheiro

Lavagem de Roupa

Outras Tarefas

Descarga de Banheiro

6875

Lavagem de Roupa

25

Outras Tarefas 625

Graacutefico 01 Consumo Domeacutestico de Aacutegua

Tabela 05 Percentual para reutilizaccedilatildeo de aacuteguas pluviais

Graacutefico 02 Percentual para Reutilizaccedilatildeo de Aacuteguas Pluviais

Porcentagem ()

Descarga de Banheiro 66 6875

Lavagem de Roupa 24 25

Outras Tarefas 6 625

Total = 96 100

Fonte SABESP(2010)

33 ndash Meacutetodos de Dimensionamento do Reservatoacuterio

Amorim e Pereira (2008 p 54 Soares et al 2000 apud May 2004)

apresentam que existem quatro grupos principais para o dimensionamento do

reservatoacuterio

(a) Meacutetodos determiniacutesticos os dados referentes agrave precipitaccedilatildeo

pluviomeacutetrica e agrave demanda satildeo analisados pela curva de massa

(b) Meacutetodos aproximados baseados em relaccedilotildees empiacutericas

conhecidas

(c) Meacutetodos de modelaccedilatildeo satildeo tambeacutem conhecidos como meacutetodos

de transiccedilatildeo probabiliacutestica da matriz e

(d) Meacutetodos de anaacutelise de sistemas sendo linear natildeo linear ou

programaccedilatildeo dinacircmica

Dentro desses grupos de dimensionamento temos os diversos meacutetodos

meacutetodo de Rippl que consiste na determinaccedilatildeo do volume com base na aacuterea

de captaccedilatildeo que eacute subdivido em meacutetodo analiacutetico e meacutetodo graacutefico meacutetodo de

consideraccedilatildeo dos periacuteodos de dias consecutivos sem chuva que necessita da

observaccedilatildeo dos registros pluviomeacutetricos para identificar os maiores periacuteodos de

dias consecutivos sem chuvas e sua taxa de repeticcedilatildeo meacutetodo de anaacutelise de

simulaccedilatildeo de um reservatoacuterio com capacidade suposta que consiste

basicamente na fixaccedilatildeo de um volume para o reservatoacuterio e na verificaccedilatildeo do

percentual de consumo que seraacute atendido meacutetodo praacutetico brasileiro meacutetodo

praacutetico alematildeo meacutetodo praacutetico inglecircs e o meacutetodo praacutetico australiano (Amorim

e Pereira 2008 p 55-58)

34 ndash Anaacutelise de caso para um preacutedio da Superquadra 111 Norte

A partir dos dados jaacute apresentados temos que o objeto de estudo eacute um

preacutedio residencial localizado na Superquadra 111 Norte que possui uma aacuterea

de projeccedilatildeo de 1069msup2 com seis (6) pavimentos constituindo uma aacuterea

construiacuteda de 6414msup2 apresentando seis (6) apartamentos por pavimento e

consequentemente trinta e seis (36) apartamentos no total (Brino Brasiacutelia

Superquadras Residenciais) O preacutedio conteacutem 33 habitantes por apartamento

(IBGE 2010) que consomem em meacutedia cerca de 190 litros de aacuteguadia

resultando em um consumo mensal de aproximadamente 6msup3 por pessoa

(CAESB) mas como a aacutegua captada da chuva seraacute utilizada apenas para

suprir a demanda de aacutegua cinza temos 66 litros para descarga de vasos

sanitaacuterios

Temos entatildeo que a demanda por aacutegua por habitante nesse edifiacutecio eacute

dada por

119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119898119900119903119886119889119900119903 = 66119871 = 66119871119863119894119886

119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119886119901119886119903119905119886119898119890119899119905119900 = 33119901 times 66119871 ~ 217 119871119863119894119886

119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119901119903eacute119889119894119900 = (33119901 times 66119871) times 36 ~ 7840119871119863119894119886

119863119890119898119886119899119889119886 119898119890119899119904119886119897 119901119900119903 119901119903eacute119889119894119900 =7840119871

119889119894119886times 30119863119894119886119904 = 235224119871

Legenda L = Litros p = Pessoas

Para facilitar nos caacutelculos ao aplica-los para o reservatoacuterio e para o

sistema de captaccedilatildeo eacute necessaacuterio realizar a conversatildeo de litros para msup3

(metros cuacutebicos) Sendo assim 66L = 0066msup3 217L = 0217msup3 7840L =

7840msup3 e 235224L = 235224msup3

Seraacute utilizado o ano de 2014 para os dados de precipitaccedilatildeo da estaccedilatildeo

meteoroloacutegica de Brasiacutelia localizada na Latitude (ordm) -158 Longitude (ordm)-479

fornecidos pela professora Rafaela Lisboa durante o periacuteodo chuvoso O ano

de 2014 apresenta registros jornaliacutesticos de alagamento nos meses de

Fevereiro com precipitaccedilatildeo de 1392 msup3 Marccedilo com precipitaccedilatildeo de 3402msup3

e Dezembro com precipitaccedilatildeo de 3667msup3 Importante ressaltar que o setor

Noroeste de Brasiacutelia foi construiacutedo em 2011 (site G1) o que aumentou a aacuterea

de solo impermeabilizado e a reduccedilatildeo no escoamento superficial da aacutegua

ocasionando em um aumento nas enchentes e alagamentos na Asa Norte

Segundo Amorim e Pereira (2008 p57) um dos meacutetodos a ser utilizado

para poder saber o volume de aacutegua aproveitaacutevel e consequentemente o

volume de aacutegua do reservatoacuterio Trata-se de um meacutetodo empiacuterico apresentado

na NBR 155272007 O volume de aacutegua do reservatoacuterio V expresso em L eacute

exposto a seguir

119872eacute119905119900119889119900 119875119903aacute119905119894119888119900 119861119903119886119904119894119897119890119894119903119900

119881 = 0042 times 119875 times 119860 times 119879

Em que ldquoVrdquo representa o volume de aacutegua aproveitaacutevel e o volume de

aacutegua do reservatoacuterio (L) ldquoPrdquo a precipitaccedilatildeo meacutedia mensal (mm) ldquoArdquo a aacuterea de

coleta em projeccedilatildeo ldquoTrdquo nuacutemero de meses de pouca chuva ou seca e ldquo0042rdquo eacute

um coeficiente estipulado

Portanto segundo Fontanela (2010 p 25) para estipular o volume do

reservatoacuterio temos que calcular 42 do produto entre o volume de chuva

coletada pelo telhado e o nuacutemero de meses com pouca chuva ou seca

Atribuindo valores do ano de 2014 temos que

119881 = 0042 times 1399119898119898 times 1069 times 5

119881~ 31406119871 119900119906 31406119898sup3

Ressaltando que esse valor obtido eacute uma estimativa do tamanho do

reservatoacuterio e que pode haver um reservatoacuterio de maior capacidade

De forma comparativa eacute de bom senso que se faccedila outro caacutelculo com um

meacutetodo alternativo

Amorim e Pereira (2008 p56) expotildeem que existe um meacutetodo de anaacutelise

de simulaccedilatildeo do reservatoacuterio com capacidade suposta o qual consiste

basicamente na fixaccedilatildeo de um volume para o reservatoacuterio e na verificaccedilatildeo de

consumo que seraacute atendido Sendo assim ldquoo primeiro passo para a aplicaccedilatildeo

desse meacutetodo eacute adotar alguns valores possiacuteveis para o volume com base na

estimativa do consumo mensal de aacutegua natildeo potaacutevelrdquo (Amorim e Pereira 2008

p57) Portanto partindo do ponto que o preacutedio consome cerca de 235000L

devemos calcular uma base que possa ser favoraacutevel economicamente

119872eacute119905119900119889119900 119889119890 119878119894119898119906119897119886ccedilatilde119900 119889119900 119877119890119904119890119903119907119886119905oacute119903119894119900

235224119871 rarr 100

119881 rarr 30

119881 ~ 70000119871 119900119906 70119898sup3

Tambeacutem haacute outra alternativa apresentada por L Pereira (Viabilidade

EconocircmicoAmbiental p 18)

119881119886119888 = 119860119879 times 119875119875119872119860 lowast

119881119886119888 = 1069119898sup2 times 1399119898sup3 = 1495531119898sup3119886119899119900

Equaccedilatildeo a qual ldquoVacrdquo corresponde ao volume de aacutegua captado ldquoATrdquo

aacuterea do telhado e ldquoPPMArdquo eacute a precipitaccedilatildeo pluviomeacutetrica meacutedia mensal

Poreacutem o resultado obtido eacute para os 12 meses do ano e como foi visto no

ano de 2014 temos 7 meses com chuva portanto

119881119886119888 =119879119900119905119886119897

1198983

1198861198991199007 119898119890119904119890119904

lowast

119881119886119888 =1495531119898sup3119886119899119900

7= 21364119898sup3 119900119906 213640119871

dados somente seriam vaacutelidos se a precipitaccedilatildeo fosse uniforme durante os 7 meses de chuva

341 ndash Anaacutelise de caso para a Superquadra 111 Norte

Retomando a tabela 02 temos que a quadra apresenta 11 preacutedios

aproximadamente que variam o nuacutemero de apartamentos por pavimentos e

consequentemente o nuacutemero de moradores mas os edifiacutecios continuam tendo

uma aacuterea de 1069msup2 gerando um uma aacuterea total de 70554msup2 mas teremos

como base os caacutelculos feitos para o preacutedio selecionado no item 34

Realizando um caacutelculo baacutesico tem-se como estimativa de

armazenamento para esta quadra o seguinte

119872eacute119905119900119889119900 119875119903aacute119905119894119888119900 119861119903119886119904119894119897119890119894119903119900

119881~ 31406119871 119900119906 314061198983

11 119875119903eacute119889119894119900119904 times 31406119871 = 345466119871 119900119906 345466119898sup3

119872eacute119905119900119889119900 119889119890 119878119894119898119906119897119886ccedilatilde119900 119889119900 119877119890119904119890119903119907119886119905oacute119903119894119900

119881 ~ 70000119871 119900119906 701198983

11 119875119903eacute119889119894119900119904 times 70000119871 = 770000

119881119900119897119906119898119890 119889119890 aacute119892119906119886 119888119886119901119905119886119889119900 lowast

119881119886119888 = 213641198983119900119906 213640119871

11 119875119903eacute119889119894119900119904 times 213640119871 = 2350040119871 119900119906 235004119898sup3

dados somente seriam vaacutelidos se a precipitaccedilatildeo fosse uniforme durante os 7 meses de chuva

119863119890119898119886119899119889119886 119905119900119905119886119897 119889119886 119902119906119886119889119903119886 119888119900119898 119889119890119904119888119886119903119892119886 119889119890 119887119886119899ℎ119890119894119903119900

11 119875119903eacute119889119894119900119904 times 235224119871 = 2587464119871 119900119906 2587464119898sup3

Segundo Brino (Brasiacutelia Superquadras Residenciais) temos que as

dimensotildees maacuteximas de uma superquadra satildeo de 280x280m resultando numa

aacuterea de 78400msup2 que eacute denominado de Aacuterea Total (AT) A partir disso foi

definido que deveria existir uma faixa externa de 20m denominada de non

aedificandi que foi destinada ao plantio de uma ldquomassa vegetalrdquo de grande

porte e no interior da quadra encontra-se a aacuterea aedificandi a qual possui

240x240m e uma aacuterea de 57600msup2 Realizando uma subtraccedilatildeo da Aacuterea total

pela Aacuterea aedificandi obtecircm-se que a aacuterea non aedificandi eacute de 20800msup2 que

corresponde a 265 da aacuterea total

Com base nessas informaccedilotildees eacute necessaacuterio atentar-se ao detalhe de

que uma parte da precipitaccedilatildeo cai no solo e outra parte nos telhados dos

preacutedios Sendo assim parte da chuva pode ser aproveitada pelo sistema de

captaccedilatildeo enquanto outra parte chega ao solo sem uma interferecircncia direta no

ciclo hidroloacutegico

35 ndash Funcionamento do sistema de captaccedilatildeo

Eacute importante frisar que o sistema de aproveitamento de aacuteguas pluviais eacute

regido pela norma NBR 15527 (Associaccedilatildeo Brasileira de Normas Teacutecnicas

2007) norma a qual faz algumas consideraccedilotildees importantes para implantaccedilatildeo

e correto funcionamento do sistema de captaccedilatildeo Alguns destes satildeo

435 ndash O volume dos reservatoacuterios deve ser dimensionado com

base em criteacuterios teacutecnicos econocircmicos e ambientais levando em

conta as boas praacuteticas da engenharia podendo a criteacuterio do

projetista ser utilizados os meacutetodos contidos no Anexo A ou

outro desde que devidamente justificado

Item 436 ndash Os reservatoacuterios devem ser limpos e desinfetados

com soluccedilatildeo de hipoclorito de soacutedio no miacutenimo uma vez por ano

de acordo com agrave ABNT NBR 5626

Item 442 ndash As tubulaccedilotildees e demais componentes devem ser

claramente diferenciados das tubulaccedilotildees de aacutegua potaacutevel

Item 443 ndash O sistema de distribuiccedilatildeo de chuva deve ser

independente do sistema de aacutegua potaacutevel natildeo permitindo a

conexatildeo cruzada de acordo com agrave ABNT NBR 5626

Item 444 ndash Os pontos de consumo como por exemplo uma

torneira de jardim devem ser de uso restrito e identificados com

placa de advertecircncia com a seguinte inscriccedilatildeo ldquoaacutegua natildeo potaacutevelrdquo

e identificaccedilatildeo graacutefica

Item 445 ndash Os reservatoacuterios de aacutegua de distribuiccedilatildeo de aacutegua

potaacutevel e de aacutegua da chuva devem ser separados

Item 461 ndash Quando necessaacuterio o bombeamento este deve

atender agrave ABNT NBR 12214

Deve-se realizar manutenccedilatildeo em todo o sistema de

aproveitamento de aacutegua de chuva

Para maiores esclarecimentos ldquoo funcionamento de um sistema de

coleta e aproveitamento de aacutegua pluvial consiste de maneira geral na captaccedilatildeo

da aacutegua da chuva que cai sobre os telhados ou lajes da edificaccedilatildeo A aacutegua eacute

conduzida ateacute o local de armazenamento atraveacutes de calhas condutores

horizontais e verticais passando por equipamentos de filtragem e descarte de

impurezas Apoacutes passar pelo filtro a aacutegua eacute armazenada geralmente em

reservatoacuterio enterrado (cisterna) e bombeada a um segundo reservatoacuterio

(elevado) do qual as tubulaccedilotildees especiacuteficas de aacutegua pluvial iratildeo distribuiacute-la

para o consumo natildeo potaacutevelrdquo (Carvalho 2010 p 27 e 28) Conforme ilustra a

imagem a seguir

Figura 02 Funcionamento de um Sistema de Captaccedilatildeo

Fonte Adatildeo D Padini (2013)

De forma mais simplificada podemos ver a representaccedilatildeo no fluxograma

a seguir

Figura 03 Fluxograma do Sistema de Captaccedilatildeo

Fonte Leandro Roncato Pereira

351 ndash Dificuldades para implantaccedilatildeo do sistema

Tal sistema apresenta como dificuldade o local onde seriam instaladas

as cisternas uma vez que geraria um peso sobre o telhado Dessa forma o

sistema seria instalado no jardim cobrando um custo adicional

352 ndash Custo de implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo fechado em um

preacutedio

Na implantaccedilatildeo desse sistema os materiais utilizados teratildeo como base o

meacutetodo praacutetico brasileiro e para aumentar a eficiecircncia do sistema o volume de

31406L seraacute arredondado para 35000L

Os valores de alguns dos materiais apresentados a seguir seguem os

dos apresentados no trabalho de L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental

p 18) apenas o valor da caixa drsquoaacutegua de 10000L foi obtido atraveacutes de

pesquisas em lojas de construccedilatildeo e assim utilizando a de menor valor

Tambeacutem devemos considerar que a bomba consome energia ao bombear aacutegua

para o preacutedio (CEB) portanto os valores seguem conforme a tabela a seguir

Tabela 06 Preccedilo dos Produtos do Sistema de Captaccedilatildeo sem Fluxo

Produto Quantidade Valor unitaacuterio (R$) Valor total (R$)

Cx Daacutegua 10000L 3 496090 1488270

Cx Daacutegua 5000L 1 108000 108000

Boacuteia Eleacutetrica 1 2750 2750

Boacuteia Comum 1 1220 1220

Registro de Gaveta

1 3490 3490

Bomba Anauger 1 23000 23000

Filtro 3P VF1 1 22000 22000

Tubulaccedilotildees 7000 7000

Disjuntor 1 1310 1310

Escavaccedilatildeo Msup3 3666 128310

Matildeo de Obra 1 58574 58574

Energia 054 054

Total 13 727154 1843978

Observaccedilatildeo Pelo fato desse estudo se tratar de um modelo de implantaccedilatildeo

o custo das tubulaccedilotildees vai variar de acordo com a demanda necessitada pelo

preacutedio portanto podendo variar de acordo com o projeto implantado Para este

estudo seraacute adotado o valor de R$ 7000

Observaccedilatildeo Pelo fato desse trabalho tratar-se de um modelo de

implantaccedilatildeo o custo da energia pode variar de acordo com a demanda necessitada

pelo preacutedio portanto podendo variar de acordo com o uso da bomba Para este

estudo seraacute adotado o valor de R$ 054 que eacute o valor do KwH cobrado pela CEB

Segundo Saravy (2010 p 46) haacute tambeacutem um custo para manutenccedilatildeo do

sistema conforme a tabela a seguir

Tabela 07 Preccedilo de Manutenccedilatildeo do Sistema de Captaccedilatildeo

Com esses dados podemos ver o valor total final a ser pago pelo

sistema de captaccedilatildeo que eacute de R$ 1889978

36 ndash Taxas e valores cobrados para utilizaccedilatildeo de aacutegua

Segundo a Companhia de Saneamento Ambiental do Distrito Federal (CAESB)

quando vaacuterias residecircncias satildeo atendidas por uma uacutenica ligaccedilatildeo de aacutegua eacute aplicado o

conceito de consumo ldquoPara exemplificar podemos citar um preacutedio residencial onde

cada apartamento corresponde a uma unidade de consumordquo (CAESB) Contudo o

caacutelculo de gastos seraacute realizado primeiro em um apartamento e posteriormente

multiplicado pelo total de apartamentos do preacutedio uma vez que os preacutedios

residecircncias da Asa Norte pagam a conta de aacutegua atraveacutes do condomiacutenio O preacutedio

Componente Frequecircncia da Manutenccedilatildeo

Custo da Manutenccedilatildeo

Calhas e Condutores

Semestral R$ 13000

Reservatoacuterio Limpeza e

Desinfecccedilatildeo Anual

R$ 20000

desse estudo apresenta um hidrocircmetro que mede o consumo de aacutegua para o todo o

preacutedio

Eacute de suma importacircncia destacar tambeacutem que haacute uma taxa de esgoto que eacute

cobrada pela CAESB consequentemente ldquoo valor da tarifa de esgotos corresponde

a 100 do valor da tarifa de aacutegua exceto quando se tratar de coleta do tipo

condominial que equivale a 60 do valor da tarifa de aacuteguardquo (CAESB)

Deste modo a CAESB utiliza tarifas para diversas categorias de moradia e

comeacutercio e neste estudo seraacute aplicada a tarifa de ldquoresidencial normalrdquo em

concordacircncia com a tabela a seguir

Tabela 08 Valor da Tarifa Cobrado pela CAESB

Para melhor compreensatildeo do caacutelculo que a CAESB faz temos uma conta do

condomiacutenio do preacutedio da Superquadra 111 Norte

Figura 04 Conta Discriminada do Condomiacutenio

Fonte Condomiacutenio do Preacutedio

O caacutelculo feito pela CAESB consiste primeiramente em saber a demanda de

aacutegua gasta em metros cuacutebicos por Unidade de Consumo ndash apartamento ndash para

saber qual faixa ldquomsup3rdquo eacute aplicada Apoacutes saber qual a faixa ldquomsup3rdquo que se enquadra eacute

atribuiacutedo o volume por UC (em msup3) em sequecircncia multiplica-se o volume por UC ou

volume da faixa pelo nuacutemero de UCrsquos correspondente para se obter o volume total

gasto (em msup3) Tendo o volume total gasto basta multiplicar pelo preccedilo corresponde

agrave faixa a qual se encaixa o consumo e assim obtendo o valor total a pagar A partir

do momento que se tem o valor total a pagar eacute necessaacuterio acrescer 100 do valor

para cobrir a tarifa de esgoto conforme a figura

Partindo desses dados podemos calcular por apartamento quanto eacute cobrado

pela CAESB a partir dos dados apresentados no capiacutetulo 34

119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119886119901119886119903119905119886119898119890119899119905119900 = 33119901 times 66119871 ~ 217119871

119863119894119886

119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119886119901119886119903119905119886119898119890119899119905119900 119886119900 119898ecirc119904 = 217119871119889119894119886 times 30119863119894119886119904 = 6510119871 119900119906 65101198983

Com base nesses dados temos que calcular o volume total de descarga em

sanitaacuterios que o preacutedio consome com a seguinte foacutermula

119881119879 = 119881119865 times 119873ordm 119889119890 119880119862prime119904

119881119879 = 10119898sup3 times 36 = 360119898sup3

Em que ldquoVTrdquo corresponde ao volume total do preacutedio ldquoVFrdquo ao volume da faixa

que eacute estipulado pela CAESB e ldquoUCrsquosrdquo satildeo as unidades de consumo que eacute correlato

ao nuacutemero de apartamentos existente

Portanto o total a se pagar em um mecircs eacute calculado da seguinte forma

119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 119881119879 times 119879119886119903119894119891119886 119889119890 aacute119892119906119886 + 119879119886119903119894119891119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900

119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 360119898sup3 times 119877$ 265 + 119879119886119903119894119891119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900

119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 954 + 119877$ 954 = 119877$ 1908

Em 7 meses seriam pagos em descarga

119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 1908 times 7 119872119890119904119890119904 = 119877$ 13356

37 ndash Caacutelculos de economia e retorno de investimento para um sistema

fechado

Conforme exposto por L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental p 15)

ldquopara o caacutelculo da economia da taxa de aacutegua multiplica-se o valor do msup3 (valor

cobrado por msup3 do responsaacutevel pelo fornecimento de aacutegua na cidade []) pelo

volume captado e entatildeo obtecircm-se o valor economizado por ano na taxa de aacuteguardquo

Recapitulando que para esse estudo seraacute utilizado o meacutetodo praacutetico brasieliro

devido aos meses de seca ou pouca chuva

Sendo assim

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119881119886119897119900119903 119889119900 1198983 times 119881119900119897119906119898119890 119888119886119901119905119886119889119900

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 265 times 314061198983

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 8322

Essa economia de R$ 8322 eacute para um mecircs de chuva para o preacutedio todo

sendo assim para os 7 meses de chuva tem-se

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119890 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 8322 times 7 119898119890119904119890119904 = 119877$ 58254

Ainda segundo L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental p 16) para o

caacutelculo da economia referente ao esgoto eacute necessaacuterio multiplicar o valor do msup3 pelo

volume captado e por 08 uma vez que considera-se 20 de perda ou seja para

cada 1 litro de aacutegua que chega na residecircncia eacute cobrado 08 litros para o tratamento

do esgoto

Portanto tem-se

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119881119886119897119900119903 119889119900 1198983 times 119881119900119897119906119898119890 119888119886119901119905119886119889119900 times 08

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900 = 119877$ 265 times 314061198983 times 08

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 6658

Esse valor encontrado de R$ 6658 corresponde a um mecircs de chuva para o

preacutedio sendo assim o total economizado pelo preacutedio em 7 meses eacute de

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119890 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 6658 times 7 119898119890119904119890119904 = 119877$ 46606

ldquoPara o caacutelculo do retorno do investimento divide-se o valor investido pela

economia anual com a implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo e reaproveitamento da

aacutegua pluvialrdquo L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental p 16)

Portanto para 7 meses de chuva tem-se o seguinte

119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 =119881119886119897119900119903 119894119899119907119890119904119905119894119889119900

119864119888119900119899119900119898119894119886 (7119898119890119904119890119904)

119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 = 119877$ 1843924

119877$ 58254 + 119877$ 46606

119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 = 119877$ 1843924

119877$ 9446

119877119890119905119900119903119899119900

119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900= 1952 119886119899119900119904

38 ndash Caacutelculos de dimensionamento para um sistema com fluxo

Os caacutelculos apresentados no subitem anterior satildeo relativos a um sistema

o qual natildeo adota a possibilidade de fluxo dentro do reservatoacuterio Quando se

fala em fluxo temos que considerar que ao mesmo tempo em que o preacutedio

utiliza aacutegua do reservatoacuterio de aacutegua pluvial o mesmo vai enchendo com aacutegua

pluvial Portanto haacute um ciclo no qual o preacutedio demanda aacutegua do reservatoacuterio e

o mesmo vai enchendo conforme chove no local

Sabendo que a meacutedia mensal eacute de 1399msup3 eacute preciso multiplicar isso

por 12 para se obter o quanto choveu em 2014 Sendo assim

119879119900119905119886119897 119886119900 119886119899119900 = 1399119898119898 times 12 119898119890119904119890119904

119879119900119905119886119897 119886119900 119886119899119900 = 16788119898119898

Mas como foi visto o periacuteodo chuvoso eacute de 7 meses entatildeo temos

119875119903119890119888119894119901119894119905119886ccedilatilde119900 119901119886119903119886 7 119898119890119904119890119904 = 16788119898119898 divide 7 = 2398119898119898

Com isso eacute necessaacuterio realizar o caacutelculo da meacutedia de captaccedilatildeo de aacutegua

por mecircs para a aacuterea de 1069msup2

119872119890119889119894119886 119889119890 119862119886119901119905119886ccedilatilde119900 = 2398119898119898 times 1069119898sup2

119872eacute119889119894119886 119889119890 119862119886119901119905119886ccedilatilde119900 = 256346119871 119900119906 256346119898sup3

Ao considerar o valor obtido temos que realizar o quanto seria captado

diariamente

119872eacute119889119894119886 119889119894aacute119903119894119886 = 256346119898sup3 divide 30 119889119894119886119904 = 85119898sup3119889119894119886

A partir desses caacutelculos podemos realizar a seguinte comparaccedilatildeo O

preacutedio consome cerca de 78msup3 ao dia de aacutegua para descarga de vasos sanitaacuterios

enquanto a meacutedia diaacuteria de captaccedilatildeo eacute de 85msup3 por conseguinte temos um fluxo

positivo de aacutegua para o reservatoacuterio de 067msup3dia nos dias chuvosos

Se colocarmos um reservatoacuterio de 35msup3 sem nenhuma aacutegua

armazenada poderemos constatar que o reservatoacuterio iria encher por completo em

cerca de 53 dias conforme o caacutelculo a seguir

351198983 = 0671198983 times 119909 119889119894119886119904

119909 119889119894119886119904 = 35119898sup3 divide 067119898sup3 = 5223 119889119894119886119904

Analisando esses dados temos que a partir do 54ordm dia o reservatoacuterio

estaria completamente cheio e no restante dos 156 dias que teriacuteamos de chuva

esses 067msup3 seriam de certa forma desperdiccedilados uma vez que esse fluxo de

067msup3 ao final dos 7 meses gerariam cerca de 1407msup3 enquanto o reservatoacuterio tem

a capacidade de 35msup3 conforme o caacutelculo a seguir

119875119900119905119890119899119888119894119886119897 = 067119898sup3 times 156 119889119894119886119904 = 1045119898sup3

Se considerarmos esse fluxo positivo de 067msup3dia temos que ao final

dos 210 dias (7meses) seria possiacutevel armazenar 1407 msup3 de aacutegua Com um

reservatoacuterio de 35msup3 1057msup3 estariam sendo escoados para fora do reservatoacuterio

Portanto o ideal seria um reservatoacuterio que se aproxime de 1407msup3 para que ao

final dos 7 meses toda aacutegua possiacutevel fosse armazenada no entanto o reservatoacuterio

deveria ser de 145msup3

Devemos considerar ainda que ao final dos 7 meses o reservatoacuterio

estaria cheio no periacuteodo de seca conseguiria abastecer o preacutedio de acordo com a

demanda do preacutedio sendo assim

119880119905119894119897119894119911119886ccedilatilde119900 119899119886 119904119890119888119886 = 119879119900119905119886119897 119889119900 119903119890119904119890119903119907119886119905oacute119903119894119900 divide 119863119890119898119886119899119889119886 119889119894aacute119903119894119886

119880119905119894119897119894119911119886ccedilatilde119900 119899119886 119904119890119888119886 = 1451198983 divide 781198983119889119894119886

119880119905119894119897119894119911119886ccedilatilde119900 119899119886 119904119890119888119886 = 1858 119889119894119886119904

381 ndash Custo de implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo com fluxo em um

preacutedio

Na implantaccedilatildeo desse sistema os materiais utilizados teratildeo como base

as estimativas que foram apresentadas no subitem anterior e para aumentar a

eficiecircncia do sistema o volume de 1400007L seraacute arredondado para

145000L

Devido ao tamanho do reservatoacuterio eacute de se esperar que o reservatoacuterio

natildeo seja instalado em cima do preacutedio uma vez que a estrutura do preacutedio natildeo

conseguiria suportar o peso que o reservatoacuterio faria sobre o telhado

consequentemente o reservatoacuterio deveraacute ser instalado no jardim do preacutedio que

iraacute gerar um custo a mais por conta da escavaccedilatildeo

Os valores de alguns dos materiais apresentados a seguir seguem os

dos apresentados no trabalho de L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental

p 18) apenas o valor da caixa drsquoaacutegua de 10000L foi obtido atraveacutes de

pesquisas em lojas de construccedilatildeo e assim utilizando a de menor valor

conforme a tabela a seguir Segundo o Saneamento de Goiaacutes SA (SANEAGO)

o custo de escavaccedilatildeo eacute calculado a partir do total de msup3 aleacutem de 3m de

profundidade

Tabela 09 Preccedilo dos Produtos do Sistema de Captaccedilatildeo com Fluxo

Observaccedilatildeo Pelo fato desse estudo se tratar de um modelo de implantaccedilatildeo

o custo das tubulaccedilotildees vai variar de acordo com a demanda necessitada pelo

preacutedio portanto podendo variar de acordo com o projeto implantado Para este

estudo seraacute adotado o valor de R$ 7000

Observaccedilatildeo Pelo fato desse trabalho tratar-se de um modelo de

implantaccedilatildeo o custo da energia pode variar de acordo com a demanda necessitada

pelo preacutedio portanto podendo variar de acordo com o uso da bomba Para este

estudo seraacute adotado o valor de R$ 054 que eacute o valor do KwH cobrado pela CEB

Produto Quantidade Valor unitaacuterio (R$) Valor total (R$)

Cx Daacutegua 10000L 14 496090 6945260

Cx Daacutegua 5000L 1 108000 108000

Boacuteia Eleacutetrica 1 2750 2750

Boacuteia Comum 1 1220 1220

Registro de Gaveta

1 3490 3490

Bomba Anauger 1 23000 23000

Filtro 3P VF1 1 22000 22000

Tubulaccedilotildees 7000 7000

Disjuntor 1 1310 1310

Escavaccedilatildeo Msup3 3666 53157

Matildeo de Obra 1 58574 58574

Energia 054 054

Total 13 727154 7704228

382 ndash Caacutelculos de economia e retorno de investimento para um sistema

com fluxo

Partindo dos dados apresentados podemos calcular por apartamento quanto eacute

cobrado pela CAESB a partir dos dados apresentados no capiacutetulo 34

119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119886119901119886119903119905119886119898119890119899119905119900 = 33119901 times 66119871 ~ 217119871

119863119894119886

119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119886119901119886119903119905119886119898119890119899119905119900 119886119900 119898ecirc119904 = 217119871119889119894119886 times 30119863119894119886119904 = 6510119871 119900119906 65101198983

Em que ldquoVTrdquo corresponde ao volume total do preacutedio ldquoVFrdquo ao volume da faixa

que eacute estipulado pela CAESB e ldquoUCrsquosrdquo satildeo as unidades de consumo que eacute correlato

ao nuacutemero de apartamentos existente

Portanto o total a se pagar em um mecircs eacute calculado da seguinte forma

119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 119881119879 times 119879119886119903119894119891119886 119889119890 aacute119892119906119886 + 119879119886119903119894119891119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900

119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 360119898sup3 times 119877$ 265 + 119879119886119903119894119891119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900

119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 954 + 119877$ 954 = 119877$ 1908

Retomando o caacutelculo exposto por L Pereira (Viabilidade

EconocircmicoAmbiental p 15) no subitem anterior temos que o caacutelculo da CAESB

seria feito da seguinte maneira

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119881119886119897119900119903 119889119900 1198983 times 119881119900119897119906119898119890 119888119886119901119905119886119889119900

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 265 times 1451198983

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 38425

Esse caacutelculo eacute equivalente a um mecircs de captaccedilatildeo para os 7 meses

teremos o seguinte

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119890 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 38425 times 7 119898119890119904119890119904 = 119877$ 268975

Conforme foi visto para o caacutelculo da economia de esgoto eacute necessaacuterio

multiplicar o valor do msup3 pelo volume captado e por 08 uma vez que considera-se

20 de perda ou seja para cada 1 litro de aacutegua que chega na residecircncia eacute cobrado

08 litros para o tratamento do esgoto Portanto para um mecircs segue-se

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119881119886119897119900119903 119889119900 1198983 times 119881119900119897119906119898119890 119888119886119901119905119886119889119900 times 08

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900 = 119877$ 265 times 1451198983 times 08

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 3074

ldquoPara o caacutelculo do retorno do investimento divide-se o valor investido pela

economia anual com a implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo e reaproveitamento da

aacutegua pluvialrdquo L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental p 16)

Portanto para 7 meses de chuva tem-se o seguinte

119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 =119881119886119897119900119903 119894119899119907119890119904119905119894119889119900

119864119888119900119899119900119898119894119886 (7119898119890119904119890119904)

119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 = 119877$ 17704228

119877$ 268975 + 119877$ 21518

119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 = 119877$ 7704228

119877$ 484155

119877119890119905119900119903119899119900

119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900= 1591119886119899119900119904

4 ndash Conclusatildeo e Consideraccedilotildees Finais

De acordo com o que foi exposto temos que a implantaccedilatildeo do sistema de

captaccedilatildeo para o aproveitamento de aacuteguas pluviais eacute uma oacutetima alternativa para

substituiccedilatildeo da ldquoaacutegua cinzardquo possibilitando tambeacutem um destino mais correto do

ponto de vista ambiental para a aacutegua que se tornaria esgoto Como eacute de

conhecimento este tipo de meacutetodo eacute utilizado em diversas regiotildees natildeo somente

aquelas que sofrem com escassez de aacutegua

Mesmo sabendo que o Brasil possui um grande potencial hiacutedrico observamos

que uma parcela da populaccedilatildeo natildeo tem consciecircncia quanto ao gasto de aacutegua

gerando um grande desperdiacutecio de forma desnecessaacuteria Portanto partindo de um

pensamento racional um sistema de captaccedilatildeo seria viaacutevel para o aproveitamento da

aacutegua para fins de consumo domeacutestico mais precisamente ldquoaacutegua cinzardquo

Considerando os caacutelculos apresentados a partir da taxa de precipitaccedilatildeo meacutedia

em Brasiacutelia a criaccedilatildeo de um sistema de captaccedilatildeo pluvial predial traz benefiacutecios

econocircmicos e ambientais O projeto torna-se viaacutevel economicamente pois desde

que se faccedila a manutenccedilatildeo de forma adequada do sistema este teraacute uma vida uacutetil

longa e considerando que se obteacutem o retorno do investimento em aproximadamente

16 anos para um sistema com fluxo apoacutes este periacuteodo o sistema passa a ser

lucrativo para o preacutedio que implanta pois o custo eacute dividido no condomiacutenio dentre os

moradores do preacutedio

Analisando do ponto de vista ambiental o desenvolvimento urbano de Brasiacutelia

ocasionou em superfiacutecies impermeaacuteveis dificultando a absorccedilatildeo de aacuteguas pluviais

pelo solo e juntamente com o sistema de redes pluviais e o sistema de drenagem

ultrapassados os alagamentos e enchentes tecircm se tornado constante quando

ocorrem chuvas anormais Com as estimativas feitas neste trabalho eacute possiacutevel que

tais transtornos hiacutedricos urbanos possam ser amenizados a partir da implantaccedilatildeo do

sistema sem que afete o ciclo hidroloacutegico natural Logicamente essa natildeo eacute a

soluccedilatildeo uma vez que ela deve ser apenas um complemento agrave poliacuteticas publicas

poliacuteticas de incentivo entre outras medidas de cunho sustentaacutevel

Em vista disso a implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo e aproveitamento de

aacuteguas pluviais acarretaria em uma significativa melhora ambiental atraveacutes da

substituiccedilatildeo de uma parcela da aacutegua fornecida pela CAESB e possivelmente

mitigando os transtornos hiacutedricos urbanos se aplicado em larga escala

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1 ndash Cidades sustentaacuteveis e o Ciclo hidroloacutegico

Atualmente os problemas ambientais vecircm sendo o grande destaque do

cenaacuterio global tanto pela accedilatildeo antroacutepica como pelos desastres naturais Tais

problemas preocupam natildeo soacute a geraccedilatildeo atual como as geraccedilotildees futuras

dando assim a iniciativa para criaccedilatildeo de novas tecnologias meacutetodos e

conceitos

A partir de problemas como a extinccedilatildeo de recursos naturais o ser

humano tem dado prioridade a novas fontes para esses recursos tanto em

novas alternativas de obtenccedilatildeo como nas formas de reduzir o gasto

exacerbado Dessa forma as cidades entram como principal ator para criaccedilatildeo

de alternativas de mitigar os problemas ambientais focando no

reaproveitamento de mateacuteria reduccedilatildeo de uso dos combustiacuteveis foacutesseis formas

alternativas de obtenccedilatildeo de energia aproveitamento de aacuteguas pluviais e

possiacuteveis reduccedilotildees nos transtornos urbanos Assim o conceito de cidades

sustentaacuteveis cria um alicerce e torna-se base para que as cidades tomem a

iniciativa de serem o modelo de reduccedilatildeo dos problemas ambientas

Segundo a Organizaccedilatildeo das Naccedilotildees Unidas (ONU) pouco mais da

metade da populaccedilatildeo mundial vive em zonas urbanas desde o ano de 2006

Por isso conclui-se que de fato o mundo eacute urbano

Atualmente o problema urbano de modo geral possui grande

importacircncia para a sociedade e os governos em geral em diversos paiacuteses

Devido a esse crescimento desenfreado do nuacutemero de pessoas vivendo nas

cidades e conseguinte reduccedilatildeo na qualidade de vida deve-se considerar que

as cidades configuram uma das maiores potenciais de utilizaccedilatildeo energeacutetica e

de degradaccedilatildeo do meio ambiente ocasionando a criaccedilatildeo de meacutetodos para o

direcionamento correto do crescimento urbano e monitoramento dessas

alteraccedilotildees ambientais

A urbanizaccedilatildeo trouxe fortes aliados que geram transtornos e devido a

esse aumento de pessoas vivendo em cidades a preocupaccedilatildeo com problemas

urbanos tornou-se destaque para a criaccedilatildeo do conceito de cidades

sustentaacuteveis Mas o que viria a ser ldquocidades sustentaacuteveisrdquo De forma baacutesica e

sem aprofundamento cidades sustentaacuteveis satildeo aquelas que visam meacutetodos e

praacuteticas eficientes para a preservaccedilatildeo do meio ambiente sem deixar de

almejar o desenvolvimento econocircmico e a melhoria na qualidade de vida da

populaccedilatildeo Sendo assim ldquoa sustentabilidade eacute vista como algo bom desejaacutevel

consensual a definiccedilatildeo que vai prevalecer vai construir autoridade para que se

discriminem em seu nome as boas praacuteticas das ruinsrdquo (Acselrad 1999 p 80)

Para melhor esclarecimento o conceito de sustentabilidade associado

ao desenvolvimento das cidades ldquotem origem nas rearticulaccedilotildees poliacuteticas pelas

quais um certo nuacutemero de atores envolvidos na produccedilatildeo do espaccedilo urbano

procuram dar legitimidade as suas perspectivas evidenciando a

compatibilidade delas com os propoacutesitos de dar durabilidade ao

desenvolvimento de acordo com os propoacutesitos da Agenda 21 resultante da

Conferecircncia da ONU sobre Desenvolvimento e Meio Ambienterdquo (Acselrad

1999 p 81) Para tanto o governo deve ter um planejamento para que possa

tomar medidas no sentido de amenizar os transtornos urbanos e ambientais

decorrentes da accedilatildeo antroacutepica Diversas estrateacutegias devem ser implementadas

para que se possa promover o conceito de cidades sustentaacuteveis e priorizar a

qualidade de vida urbana em toda sua abrangecircncia partindo do princiacutepio da

anaacutelise criacutetica da condiccedilatildeo atual de desenvolvimento das cidades pensando no

contexto na qual se encontram

Segundo Magalhatildees (2006 p 2) no inicio a sustentabilidade urbana

sofreu bastante em questotildees poliacuteticas pois o ldquodiscurso mais estabelecido dos

projetos urbanos agrave temaacutetica ambiental estaacute longe de ser o centro das

preocupaccedilotildees Quando muito ela eacute considerada do ponto de vista do

provimento de aacutereas livres dentro dos espaccedilos urbanos mas mesmo essas

satildeo destinadas agrave intensa movimentaccedilatildeo imaginada para as aacutereas

requalificadas ou revitalizadasrdquo

Poreacutem devido a estudos tornou-se possiacutevel ampliar os horizontes e

perceber que a sustentabilidade tem sido aplicada junto aos objetivos da

cidade a partir da Agenda 21 e da noccedilatildeo do que eacute desenvolvimento

sustentaacutevel Contudo esses novos interesses surgiram a partir dos distuacuterbios

causados aos habitantes sendo esses distuacuterbios ambientais ou natildeo Essa

participaccedilatildeo mais ativa da populaccedilatildeo remete a uma das vertentes expostas por

Acselrad (1999) de que a sustentabilidade urbana deve estar associada natildeo

somente agraves poliacuteticas puacuteblicas mas tambeacutem ao modelo ldquocidade-empresardquo no

qual a cidade torna-se atrativo de investimentos para a implementaccedilatildeo de

meacutetodos alternativos de sustentabilidade

Para Magalhatildees (2006 p 5) ldquoa noccedilatildeo de risco tornou-se parte de

diversos aspectos do dia a dia das pessoas fazendo-as corresponsaacuteveis pelos

efeitos de suas accedilotildeesrdquo portanto eacute necessaacuterio que se tenha um controle

governamental a partir de poliacuteticas puacuteblicas das accedilotildees individuais de seus

habitantes com o proposito de reduzir os riscos de agravantes nas cidades

Cabe ressaltar que uma questatildeo importante a ser vista eacute que os

problemas causados nas cidades natildeo refletem apenas nas cidades em si mas

tambeacutem nas aacutereas que a circundam e em outras localidades o que obriga a

rever o pensamento de que cidades sustentaacuteveis englobam apenas a proacutepria

cidade

Segundo Magalhatildees (2006 p 6 apud Satterhwaite 2004 p 134) ldquopara

avanccedilar e alcanccedilar meacutetodos de desenvolvimento sustentaacutevel o desempenho

ambiental das cidades deve melhorar natildeo apenas em termos de qualidade

ambiental dentro dos seus limites mas tambeacutem em termos de reduccedilatildeo da

transferecircncia de custos ambientais para outras pessoas outros ecossistemas

ou para o futurordquo A partir desse pensamento nota-se que o conceito de

cidades sustentaacuteveis vai aleacutem da consolidaccedilatildeo da sustentabilidade urbana

afirmando que cidades sustentaacuteveis satildeo um projeto que necessita de um

extenso processo e natildeo algo preacute-definido visando mais de um objetivo comum

Na visatildeo de Magalhatildees (2006 p 8) ldquotal processo deve envolver questotildees aleacutem

das estritamente ambientais uma melhor definiccedilatildeo de que propostas poderatildeo

contribuir para o seu avanccedilo a criatividade na concepccedilatildeo de bons projetos e a

capacidade de se evitar os falsos atalhosrdquo

Sendo assim para a construccedilatildeo de projetos de cidades sustentaacuteveis eacute

necessaacuterio que se tenha uma visatildeo ampla e com diferentes abordagens desse

processo de urbanizaccedilatildeo Para o projeto de cidades sustentaacuteveis eacute necessaacuterio

que se tenha trecircs abordagens a espacial que vislumbra a anaacutelise das relaccedilotildees

metaboacutelicas operadas pela cidade compreendendo territoacuterios distantes a

temporal uma vez que pleiteia geraccedilotildees futuras e a conceitual que exige um

enfoque transdisciplinar

Magalhatildees (2006 p 9 apud Peter Brand 1999 p 10) faz uma anaacutelise

sobre a implementaccedilatildeo dessas abordagens ldquo uma metaacutefora social como

cidade sustentaacutevel ou desenvolvimento urbano sustentaacutevel nunca pode ser

uma meta objetiva e sim uma gama de possibilidades abertas cujas

prioridades satildeo determinadas pelas urgecircncias do presenterdquo Com essa

ampliaccedilatildeo do conceito de sustentabilidade urbana percebe-se que haacute uma

nova utopia com um ideal diferenciado de cidade tendo como base accedilotildees

voltadas para o meio ambiente e a reduccedilatildeo da desigualdade causada pelos

transtornos ambientais dando prioridade a uma parte relevante de sua mateacuteria

e energia para a organizaccedilatildeo e manutenccedilatildeo interna e depois ao crescimento

da cidade Entatildeo por que seguir algo utoacutepico Coloco em pauta uma frase

destacada por Galeano (1993 p 230) na qual ele expotildee -ldquoA utopia estaacute laacute no

horizonte Me aproximo dois passos ela se afasta dois passos Caminho dez

passos e o horizonte corre dez passos Por mais que eu caminhe jamais

alcanccedilarei Para que serve a utopia Serve para isso para que eu natildeo deixe de

caminharrdquo

Com essas colocaccedilotildees Magalhatildees (2006 p 16) expotildee a criaccedilatildeo de

uma ideia de ldquodesempenho ambiental urbanordquo o qual mostra um conceito

mensuraacutevel e comparaacutevel junto com a ampliaccedilatildeo de niacuteveis de justiccedila ambiental

locacional e de democracia nas cidades que se torna uacutetil para construccedilatildeo de

paracircmetros de atuaccedilatildeo Essa ideia mostra que o urbanismo tem muito a

contribuir

Atualmente haacute muitos estudos cientiacuteficos que satildeo voltados para a crise

ambiental que vivemos que teve como origem a pressatildeo do crescimento

populacional sobre as aacutereas verdes e pelo modo de vida ocidental como a alta

produccedilatildeo e consumo exagerado Nesse contexto retomamos que as cidades

tecircm sido o principal fator e foco gerador dessa crise ambiental e que agora

concentramos as poliacuteticas puacuteblicas voltadas para o desenvolvimento urbano

como grande objetivo

Tanto pesquisadores atraveacutes de estudos quanto a sociedade atraveacutes

da miacutedia que divulga os riscos ambientais decorrentes das novas formas de

produccedilatildeo e seus efeitos alertam a populaccedilatildeo da gravidade causada e assim

provocam uma preocupaccedilatildeo generalizada acerca do problema ambiental

Sendo assim uma reflexatildeo deve ser feita sobre o conceito de cidade

sustentaacutevel uma vez que as cidades concentram a maior fonte de poluiccedilatildeo e

produccedilatildeo de resiacuteduos aleacutem de consumirem parte da energia do planeta

Como foi dito anteriormente cidades sustentaacuteveis devem pensar aleacutem

da proacutepria localidade mas para ter essa abordagem eacute necessaacuterio focar

primeiramente em uma escala local Para Schussel (2004 p 63 apud

Camagni 2001 p 345) ldquoeacute mais eficaz enfrentar um mesmo problema

localmente (em termos tanto de efeito como de autoridades) do que enfrentaacute-

los globalmente (onde as autoridades satildeo frequentemente ausentes os

agentes poluidores longiacutenquos as interdependecircncias das accedilotildees dos diferentes

sujeitos mais elevadas onde tambeacutem a incertitude sobre a grandeza dos

fenocircmenos e seus encadeamentos causais eacute maior)rdquo Com esse ponto de vista

eacute importante que se deva dar uma atenccedilatildeo ao processo de mudanccedila da

aprendizagem coletiva das cidades com uma interaccedilatildeo saudaacutevel entre a

economia tecnologia e meio ambiente

Eacute importante ressaltar que a implantaccedilatildeo de cidades sustentaacuteveis

juntamente com a gestatildeo do meio ambiente urbano possui uma alta

complexidade para a sociedade moderna ao analisar que natildeo devemos

apenas pensar na conservaccedilatildeo dos recursos ambientais mas tambeacutem

devemos nos atentar ao transporte puacuteblico para reduccedilatildeo da emissatildeo de gases

poluentes melhorar a mobilidade urbana diminuindo consideravelmente o

traacutefego de veiacuteculos dar incentivo e propiciar accedilotildees para a utilizaccedilatildeo de

transportes alternativos como bicicletas otimizar a utilizaccedilatildeo do espaccedilo

urbano devemos ainda criar mais espaccedilos verdes voltados para o lazer da

populaccedilatildeo criar programas voltados para a arborizaccedilatildeo dos espaccedilos puacuteblicos

destinar adequadamente o lixo urbano aplicar programas educacionais

voltados para o desenvolvimento sustentaacutevel investir em educaccedilatildeo de

qualidade para uma boa instruccedilatildeo da populaccedilatildeo favorecer a economia local

dinacircmica e sustentaacutevel e criar accedilotildees para a utilizaccedilatildeo racional da aacutegua

juntamente com o aproveitamento de aacuteguas pluviais

A autora Silva (Poliacuteticas Puacuteblicas e Estrateacutegias de Sustentabilidade

Urbana p 1 apud Metzger 1994) cujo inventaacuterio realizado sobre trabalhos de

ecologia urbana e meio ambiente urbano identifica trecircs concepccedilotildees distintas A

primeira trata da natureza na cidade no qual Metzger fez estudos referentes

aos elementos bioloacutegicos do meio urbano no que diz respeito agrave preservaccedilatildeo

dos espaccedilos verdes e dos elementos fiacutesico naturais da cidade A segunda

concepccedilatildeo do meio ambiente urbano estaacute relacionada aos riscos da cidade e

na cidade aos problemas ambientais enfrentados pela populaccedilatildeo e como

esses problemas afetam a qualidade de vida da mesma Por fim a uacuteltima

vertente que visa mensurar o problema de gestatildeo ou administraccedilatildeo da cidade

tratando das poliacuteticas puacuteblicas sob uma visatildeo do uso do solo e a influecircncia que

as questotildees ambientais causam na determinaccedilatildeo das poliacuteticas puacuteblicas

11 - Poliacuteticas Puacuteblicas e a relaccedilatildeo com as cidades sustentaacuteveis

definiccedilotildees aplicaccedilatildeo conceitos

Eacute necessaacuterio que sejam identificados os locais de atuaccedilatildeo das poliacuteticas

puacuteblicas que tecircm como objetivo a sustentabilidade urbana mas analisando

previamente as mudanccedilas que ocorreram no acircmbito das accedilotildees governamentais

que ocasionaram a adoccedilatildeo de determinadas poliacuteticas puacuteblicas como

estrateacutegias e diretrizes da proacutepria accedilatildeo governamental e dos indiviacuteduos

Mas o que satildeo poliacuteticas puacuteblicas e por que as poliacuteticas puacuteblicas satildeo

consideradas tatildeo importantes quando se trata da sustentabilidade urbana

Segundo Silva (Poliacuteticas Puacuteblicas e Estrateacutegias de Sustentabilidade Urbana p

2 apud Bucci 2002 p 241) poliacuteticas puacuteblicas ldquosatildeo programas de accedilatildeo

governamental para um setor da sociedade ou um espaccedilo geograacutefico

buscando a concretizaccedilatildeo de determinados objetivos e metasrdquo e destaca ainda

que ldquosatildeo programas de accedilatildeo governamental visando a coordenar os meios agrave

disposiccedilatildeo do Estado e as atividades privadas para a realizaccedilatildeo de objetivos

socialmente relevantes e politicamente determinadosrdquo

Quando relacionadas agrave cidadania as poliacuteticas puacuteblicas encontram

dificuldade para alcanccedilar a sustentabilidade urbana jaacute que devem assegurar

uma vida harmocircnica entre o habitante e o meio ambiente Isso ocorre devido a

globalizaccedilatildeo dos espaccedilos em que satildeo levantadas novas tecnologias e haacute o

problema da crescente urbanizaccedilatildeo Esse enfoque possui alguns princiacutepios

que devem ser levados em consideraccedilatildeo princiacutepios esses que guiam as

poliacuteticas puacuteblicas no meio ambiente urbano Esses princiacutepios satildeo destacados e

relacionados por Silva (Poliacuteticas Puacuteblicas e Estrateacutegias de Sustentabilidade

Urbana p 5) como o princiacutepio do interesse puacuteblico na proteccedilatildeo do meio

ambiente urbano sobre os interesses privados o princiacutepio da realizaccedilatildeo de

uma avaliaccedilatildeo preacutevia dos impactos ambientais advindos da accedilatildeo antroacutepica ou

natural o princiacutepio de que o Estado deve intervir na defesa e proteccedilatildeo do meio

ambiente e do meio ambiente urbano o princiacutepio da funccedilatildeo da funccedilatildeo

socioambiental da propriedade urbana o princiacutepio da participaccedilatildeo da

sociedade e da gestatildeo democraacutetica da cidade e o princiacutepio da garantia do

direito a cidades sustentaacuteveis

Cabe ressaltar que apesar de existirem tantos princiacutepios que devem ser

vistos como diretriz a realidade foge um pouco do que eacute mostrado na teoria jaacute

que as poliacuteticas puacuteblicas seguem programas finaliacutesticos que satildeo flexiacuteveis e

quando relacionados agraves exigecircncias legais devem ser diferenciados de acordo

com o grau de finalizaccedilatildeo da accedilatildeo e de imperatividade das normas

Quando tratamos do urbano e do meio ambiente as politicas puacuteblicas

devem ser integradas e possuiacuterem uma interaccedilatildeo entre si como por exemplo

ao tratar das poliacuteticas de habitaccedilatildeo natildeo se pode deixar de levar em

consideraccedilatildeo as poliacuteticas de saneamento ambiental ou entatildeo ao tratar de

poliacuteticas de transporte puacuteblico e mobilidade urbana deve-se considerar a

proacutepria poliacutetica ambiental Sendo assim os programas e projetos

governamentais devem contemplar os aspectos ambientais urbanos sociais e

econocircmicos

Para Silva (Poliacuteticas Puacuteblicas e Estrateacutegias de Sustentabilidade Urbana

p 6) ldquose os planos satildeo obrigatoacuterios para o setor puacuteblico para o setor privado

eles satildeo indicativosrdquo Reforccedilando o conceito de poliacuteticas puacuteblicas essas podem

ser definida como ldquoprocesso - ou conjunto de processos - que culmina na

escolha racional e coletiva de propriedades para definiccedilatildeo dos interesses

puacuteblicos reconhecidos pelo direitordquo sendo que quando se diz respeito a

direitos todos tecircm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado

englobando tambeacutem o meio ambiente urbano Portanto quando eacute utilizado o

termo ldquourbanordquo para qualificar o meio ambiente natildeo significa que haacute uma

segregaccedilatildeo classificatoacuteria do meio ambiente o adjetivo ldquourbanordquo vem como

uma proposta de demarcar a problemaacutetica ambiental em um determinado

espaccedilo geograacutefico - no caso as cidades - sem deixar de considerar os fatores

que nelas estatildeo inseridos como os sociais e os ambientais

Assim para empregar poliacuteticas puacuteblicas visando a sustentabilidade

urbana deve-se repensar o modelo de desenvolvimento da cidade juntamente

com o modo de vida da populaccedilatildeo e a conscientizaccedilatildeo da mesma apoiando-se

nas relaccedilotildees sociais e econocircmicas exercidas na cidade sem deixar de

considerar essas interaccedilotildees como propulsoras do direito agrave cidade sustentaacutevel

Para ratificar inciso I do art 2ordm do Estatuto da Cidade - Lei n 10257 de

10 de julho de 2001 reconhece entre as diretrizes de poliacuteticas puacuteblicas

expostas o direito a cidades sustentaacuteveis De acordo com essa lei esse direito

proporciona o direito a terra urbana agrave moradia ao saneamento ambiental agrave

infraestrutura urbana aos serviccedilos puacuteblicos em geral ao trabalho e ao lazer

tanto para as geraccedilotildees atuais como para as futuras

Sendo assim as cidades devem desenvolver-se respeitando a

sustentabilidade por isso o desenvolvimento urbano deve ser feito sem

degradaccedilatildeo possibilitando uma vida urbana digna e igualitaacuteria Contudo as

cidades necessitam de mudanccedilas diversos pontos de vista reformulaccedilatildeo das

poliacuteticas puacuteblicas e criaccedilatildeo de novas e soluccedilotildees sobre como interagir no dia a

dia com o local que vivemos A partir dessa visatildeo destaco o que eacute exposto por

Acselrad (1999 p 86) em que ldquoacredita-se que quando o crescimento urbano

natildeo eacute acompanhado por investimentos em infraestrutura a oferta de serviccedilos

urbanos natildeo acompanha o crescimento da demanda A falta de investimentos

na manutenccedilatildeo dos equipamentos urbanos viraacute por sua vez acentuar o deacuteficit

na oferta de serviccedilos o que se rebateraacute especialmente na forma de

segmentaccedilatildeo socioterritorial entre as populaccedilotildees atendidas e natildeo atendidas

por tais serviccedilosrdquo

Apoacutes tratar de um modo geral cidades sustentaacuteveis e a sustentabilidade

urbana eacute interessante analisar o caso brasileiro Infelizmente a preocupaccedilatildeo

ambiental brasileira foi tardia e a evoluccedilatildeo foi lenta Em questotildees de

urbanizaccedilatildeo houve uma transformaccedilatildeo estrutural de ordem socioeconocircmica

reformulando a ocupaccedilatildeo do territoacuterio nacional ocasionando em impactos

ambientais e no dado de que cerca de 80 da populaccedilatildeo brasileira mora em

aacutereas urbanas Mas ao decorrer do tempo a questatildeo ambiental foi ligada ao

social os pensamentos acerca desse tema tiveram uma nova percepccedilatildeo

Como exemplo temos o caso dos recursos hiacutedricos em que a legislaccedilatildeo teve

o cuidado de considerar aleacutem do aspecto ambiental os aspectos sociais e

econocircmicos

Foi criado o Sistema Nacional de Recursos Hiacutedricos (SNRH) que no

texto de Schussel (2004 p 65) satildeo expostas a valoraccedilatildeo da aacutegua como bem

econocircmico a prioridade do abastecimento puacuteblico em detrimento da produccedilatildeo

de energia e a gestatildeo compartilhada entre usuaacuterios poder puacuteblico e sociedade

civil de bacias hidrograacuteficas por meio da implantaccedilatildeo dos ldquoComitecircs de Baciardquo

Essa questatildeo de integraccedilatildeo do ambiental ao social e econocircmico ocorreu

na deacutecada de 80 em que Silva (Poliacuteticas Puacuteblicas e Estrateacutegias de

Sustentabilidade Urbana p 2 apud Ribeiro 2001 p 134-135) destaca ldquoa

questatildeo urbana eacute integrada agrave questatildeo social e as representaccedilotildees antiurbanas

satildeo substituiacutedas pelo diagnoacutestico orientado por ideais republicanos de justiccedila

social e democracia A tarefa do pensamento e da accedilatildeo dos urbanistas passa a

ser o fazer coincidir a cidade e a cidadaniardquo Apesar do atraso na aplicaccedilatildeo do

pensamento ambiental - no caso o de cidades sustentaacuteveis - atualmente o

Brasil apresenta um niacutevel consideraacutevel de desenvolvimento tecnoloacutegico e social

que podem retardar a degradaccedilatildeo e os malefiacutecios causados nas cidades E por

que natildeo ocorre tal melhoria no setor ambiental urbano O Brasil carece de

poliacuteticas puacuteblicas que sirvam para o propoacutesito ambiental sem contar a falta de

instruccedilatildeo ambiental de uma boa parcela da sociedade Isso eacute confirmado com

as atitudes da populaccedilatildeo no texto de Loureiro e De Gregori (Revista Eletrocircnica

do Curso de Direito ndash UFSM p 459) eacute exposto que ldquoo lixo jogado nas ruas

causa entupimento de bueiros o que dificulta o escoamento da aacutegua da chuva

Aleacutem disso mesmo quando ocorre escoamento a aacutegua leva detritos

diretamente para o curso dos rios coacuterregos mananciais entre outros Em

razatildeo do exposto um meio indireto mas eficiente de se poluir a aacuteguardquo

Desse modo termo ldquosustentabilidaderdquo atrelado agraves necessidades

urbanas merece se conciliado de certa maneira que o ser humano produza

desenvolvimento e tambeacutem conserve o meio ambiente Portanto para o Brasil

os modelos que devem ser desenvolvidos nas cidades precisam ser justos

eacuteticos e sustentaacuteveis abrangendo todas as classes sociais e sendo igualitaacuterio

trazendo assim a concepccedilatildeo de que as transformaccedilotildees natildeo necessariamente

devem partir do governo e sim das accedilotildees que integrem os cidadatildeos

almejando a sustentabilidade Quando se diz ldquoas accedilotildees que integrem os

cidadatildeosrdquo na verdade o que se busca expressar eacute que a atitude deve partir da

populaccedilatildeo e natildeo do governo pois tais accedilotildees promovidas pela populaccedilatildeo as

aproximam das poliacuteticas puacuteblicas gerando melhores oportunidades e formas

alternativas de sistemas igualitaacuterios quando relacionados a exposiccedilatildeo de riscos

ambientais Tudo isso para oferecer um ambiente urbano com um

desenvolvimento em equiliacutebrio ambientalmente sustentaacutevel e socialmente

justo

Retomando o Artigo 2ordm do Estatuto da Cidade Loureiro e De Gregori

(Revista Eletrocircnica do Curso de Direito ndash UFSM p 462) expotildeem que houve

uma mudanccedila de paradigma ao se pensar em ambientes urbanos assim

expondo trecircs objetivos a serem alcanccedilados com as cidades ldquoo primeiro seria

um ambiente destinado agrave moradia de um acuacutemulo de comunidades jaacute em uma

segunda perspectiva seria um ambiente de poliacuteticas a fim de atingir funccedilatildeo

social urbana e por fim a garantia de ambientes urbanos como um meio

sustentaacutevel e sadio de desenvolvimentordquo Eacute importante ressaltar que esse

ponto de vista reflete que soacute seraacute possiacutevel assegurar um ambiente urbano para

a presente geraccedilatildeo e para as futuras partindo da preservaccedilatildeo do meio

ambiente

Portanto diversas iniciativas podem tornar o ambiente urbano em cidade

sustentaacutevel o que procura promover uma estabilidade e um equiliacutebrio agraves

cidades com uma visatildeo a longo prazo O processo de implantaccedilatildeo de cidades

sustentaacuteveis no Brasil deve primeiramente partir de accedilotildees individuais ou

privadas e articulada agraves poliacuteticas puacuteblicas para que haja uma eficiecircncia na

aplicabilidade sem desconsiderar que haacute uma possibilidade de gerar um

sistema insustentaacutevel Por que pode se tornar um sistema insustentaacutevel

Segundo Loureiro e De Gregori (Revista Eletrocircnica do Curso de Direito ndash

UFSM p 465 apud Godard 1990 p40-45) ldquoa insustentabilidade exprime

assim a incapacidade de as poliacuteticas puacuteblicas adaptarem a oferta de serviccedilos

urbanos agrave quantidade e agrave qualidade das demandas sociais provocando um

ldquodesequiliacutebriordquo entre necessidades cotidianas da populaccedilatildeo e os meios de as

satisfazer entre a demanda por serviccedilos urbanos e os investimento em redes e

infraestruturardquo

Jaacute que a realidade brasileira exprime uma grande distorccedilatildeo do que eacute

apresentado nos estudos como conseguir implantar uma cidade sustentaacutevel e

assim suportaacute-la Primeiramente eacute necessaacuterio ampliar o ponto de vista natildeo se

prendendo agraves poliacuteticas puacuteblicas em segundo plano eacute preciso que se tenha uma

accedilatildeo coletiva da populaccedilatildeo atraveacutes da conscientizaccedilatildeo ou de accedilotildees que

promovam a sustentabilidade dentro da cidade

Eacute importante ressaltar que natildeo se pode descartar as poliacuteticas puacuteblicas

mas tambeacutem natildeo se pode esperar que elas resolvam todos os problemas

presentes na cidade Sendo assim para que uma cidade torne-se sustentaacutevel eacute

preciso que as accedilotildees realizadas pela populaccedilatildeo sejam emparelhadas com as

poliacuteticas puacuteblicas aplicadas pelo governo No Brasil haacute cidades que satildeo

consideradas sustentaacuteveis mas essas cidades optaram apenas por um

planejamento urbano voltado para reconstituiccedilatildeo de aacutereas verdes

aprimoramento nas soluccedilotildees urbaniacutesticas e na tecnologia do transporte urbano

Tais accedilotildees natildeo devem ser desconsideras e sim exaltadas pelo funcionamento

adequado e promoccedilatildeo da sustentabilidade urbana Outras questotildees tatildeo

importantes quanto satildeo deixadas de lado pelo governo e nesse caso deve-se

ter uma aplicaccedilatildeo da sociedade para que ganhe uma visatildeo e assim sejam

aplicadas poliacuteticas puacuteblicas voltadas para tais questotildees

Em especiacutefico coloco o problema hiacutedrico que tem assolado vaacuterias

cidades do paiacutes por trazer prejuiacutezos de forma direta e indireta a populaccedilatildeo O

problema hiacutedrico brasileiro natildeo eacute apenas o causado pela estiagem e falta de

aacutegua em algumas localidades ele tambeacutem eacute expresso pelas chuvas

torrenciais Em face disso eacute importante unir o uacutetil ao agradaacutevel Vale expor que

em decorrecircncia do aumento da urbanizaccedilatildeo as aacutereas foram pavimentadas e

cobertas por preacutedios casas monumentos entre outras edificaccedilotildees

ocasionando na impermeabilizaccedilatildeo do solo em aacutereas naturais Devido a esse

fator o ser humano vem demandando novas soluccedilotildees e poliacuteticas puacuteblicas para

o controle e mitigaccedilatildeo de impactos causados pela chuva tais como

alagamentos

Os governos de modo geral vecircm encontrando seacuterias dificuldades

quanto agraves questotildees de gestatildeo dos alagamentos em suas aacutereas puacuteblicas Para

Brasiacutelia e o Governo do Distrito Federal esse problema eacute recente e nem tatildeo

alarmante quando comparado aos das grandes capitais brasileiras como Satildeo

Paulo ou Rio de Janeiro Portanto eacute necessaacuterio que se tenha uma precauccedilatildeo

com o uso das aacuteguas tratadas para que possam ser utilizadas fontes

alternativas Com o objetivo de aproveitamento de aacuteguas pluviais a captaccedilatildeo

de aacutegua advinda das chuvas possui um vieacutes sustentaacutevel do ponto de vista

teacutecnico e econocircmico quando aplicado em sistemas de uso privativo Cabe

ressaltar que esse estudo visa aliar o conceito de cidades sustentaacuteveis a partir

da iniciativa privada agraves necessidades encontradas na cidade de Brasiacutelia no

caso de um projeto de aproveitamento de aacuteguas pluviais que atenda a

demanda de aacutegua natildeo potaacutevel tendo como base a precipitaccedilatildeo de chuva local

sem desconsiderar o ciclo hidroloacutegico para que natildeo ocorra um desequiliacutebrio do

mesmo e ocasione mais desastres ambientais

Tal sistema tem como objetivo gerar uma fonte de aacutegua natildeo potaacutevel

para uso diaacuterio em sistemas prediais como descarga limpeza do preacutedio

irrigaccedilatildeo de jardins disponibilidade para lavagem de automoacuteveis entre outras

possibilidades gerando uma economia da aacutegua utilizada e consequentemente

uma economia monetaacuteria Aleacutem desse objetivo reducionista de gasto e aacutegua

haacute tambeacutem a possibilidade da reduccedilatildeo de transtornos hiacutedricos urbanos

Portanto ao abordar sobre poliacuteticas puacuteblicas eacute de suma importacircncia

compreender que o ldquodesenvolvimento sustentaacutevel eacute um processo de

aprendizagem social de longo prazo que por sua vez eacute direcionado por

poliacuteticas puacuteblicas orientadas por um plano de desenvolvimento nacionalrdquo

(Barbosa 2008 p 6) O conceito de desenvolvimento sustentaacutevel seraacute melhor

apresentado no capiacutetulo seguinte

2 ndash Sustentabilidade desenvolvimento sustentaacutevel e a sua

importacircncia

Inicio esse capiacutetulo com uma frase de Nascimento (2012 p 57) em que

se queremos sugerir uma sustentabilidade para toda a sociedade eacute necessaacuterio

que tenhamos uma ldquolinha transversal a eacutetica solidaacuteria com os excluiacutedos de hoje

para que natildeo haja excluiacutedos amanhatilderdquo

Por que a sustentabilidade eacute algo importante para noacutes Eacute necessaacuterio

que seja de conhecimento geral de que estamos ameaccedilados em todos os

aspectos ligados agrave utilizaccedilatildeo de recursos naturais e aproveitamento dos

mesmos Portanto haacute uma conexatildeo direta ao desenvolvimento sustentaacutevel

Nascimento (2012 p 58) ainda aponta que ldquoateacute meados do seacuteculo XX a

humanidade temia basicamente duas grandes extinccedilotildees ndash uma externa

(choque de um grande meteorito como aparentemente ocorreu haacute 65 milhotildees

de anos extinguindo os dinossauros) e outra interna (o advento de uma

epidemia desconhecida e incontrolaacutevel) Em meados do seacuteculo passado foi

acrescida mais uma ameaccedila provinda dos proacuteprios seres humanos a bomba

atocircmica O seu poder de destruiccedilatildeo ficou evidente com as explosotildees de

Hiroshima e Nagasakirdquo Sendo assim eacute perceptiacutevel que o estilo de vida de alta

produccedilatildeo e consumo vigente nos leva a crer que um desastre eacute cada vez mais

plausiacutevel

ldquoQue a economia estaacute em um conflito com os sistemas naturais do

planeta eacute uma evidecircncia que ressalta das informaccedilotildees cotidianas sobre o

desaparecimento das zonas de pesca reduccedilatildeo das florestas a erosatildeo do

solo e o desaparecimento de espeacuteciesrdquo (Nascimento 2012 p 58 apud

Brown 2003 p14) Portanto a crise ambiental aponta um desgaste das

condiccedilotildees ldquonormaisrdquo de vida no planeta Terra Segundo Nascimento (2012 p

58) ldquo[] eacute possiacutevel caso o cenaacuterio mais pessimista do aquecimento global

venha a se confirmar que uma nova possibilidade de auto extinccedilatildeo seja criada

no final desse seacuteculordquo Desta forma o atual modelo de vida natildeo deteriora

apenas o meio ambiente tambeacutem prejudica a vida humana e para que sejam

reduzidos esses transtornos agrave vida humana eacute preciso que iniciativas e

alternativas sejam criadas por meio de inovaccedilotildees tecnoloacutegicas para que haja

uma saiacuteda

ldquoA crise ambiental assumiu contornos mais graves com a percepccedilatildeo da

responsabilidade antroacutepica do aquecimento global e a dinacircmica de ascensatildeo

de um contingente humano mais significativo no mercado de consumordquo

(Nascimento 2012 p 61) Quando a crise ambiental se tornou algo de suma

importacircncia Quando como e por que a sustentabilidade e o desenvolvimento

sustentaacutevel se tornaram relevantes para o combate agrave crise ambiental Eacute

necessaacuterio compreender que a sustentabilidade possui dois vieses quando

relacionada agrave sua origem Uma de suas origens tem base na biologia mais

precisamente na ecologia a qual atribui o conceito de resiliecircncia ndash capacidade

de recuperaccedilatildeo e reproduccedilatildeo dos ecossistemas ndash perante as degradaccedilotildees

antroacutepicas com o uso exacerbado dos recursos naturais Ainda relacionado agrave

ecologia haacute as causas naturais como terremotos fogo tsunamis pragas

entre outros O outro vieacutes de origem da sustentabilidade adveacutem da economia

como o adjetivo do desenvolvimento diante da visibilidade que ganhou ao

longo do seacuteculo XX referente ao padratildeo de consumo desenvolvido ao redor do

mundo (Nascimento 2012 p 51)

Segundo Nascimento a ideia de sustentabilidade como enfoque

mundial tem origem na deacutecada de 1950 O surgimento e a importacircncia desse

termo ocorrem devido a um risco ambiental global a poluiccedilatildeo nuclear ldquoOs seus

indiacutecios alertaram os seres humanos de que estamos em uma nave comum e

que problemas ambientais natildeo estatildeo restritos a territoacuterios limitadosrdquo

(Nascimento 2012 p 2) Segundo Nascimento (2012 p 52 apud Machado

2005) ldquoA ocorrecircncia de chuvas radiativas a milhares de quilocircmetros dos locais

de realizaccedilatildeo dos testes acendeu um caloroso debate no seio da comunidade

cientiacuteficardquo Na deacutecada de 1960 houve outro fato importante que implicou na

questatildeo da percepccedilatildeo da crise ambiental dando importacircncia a

sustentabilidade devido ao uso de inseticidas e pesticidas quiacutemicos e

transtornos causados por esses apontados por Rachel Carson em seu livro

intitulado de ldquoPrimavera Silenciosardquo ndash Silent Spring

Ainda na deacutecada de 60 as chuvas aacutecidas recorrentes nos paiacuteses

noacuterdicos levaram a Sueacutecia junto ao Conselho Econocircmico e Social das Naccedilotildees

Unidas (ECOSOC) a propor a realizaccedilatildeo de uma conferecircncia para tratar de um

acordo internacional para uma possiacutevel reduccedilatildeo na emissatildeo dos gases

responsaacuteveis por tal transtorno Com isso ocorreu a Conferecircncia de

Estocolmo em 1972 colocando em evidecircncia os paiacuteses subdesenvolvidos e

desenvolvidos da eacutepoca A princiacutepio as preocupaccedilotildees natildeo eram nem um

pouco igualitaacuterias jaacute que os paiacuteses desenvolvidos estavam atentos agrave

degradaccedilatildeo ambiental que afetavam sua qualidade de vida enquanto os

paiacuteses subdesenvolvidos estavam preocupados em natildeo sofrerem sanccedilotildees

comerciais e apresentarem um retardo em seu desenvolvimento uma vez que

naquela eacutepoca os problemas ambientais eram associados ao crescimento

econocircmico dos paiacuteses de terceiro mundo Nessa conferecircncia ficou exposto

que os paiacuteses desenvolvidos defendiam a proteccedilatildeo do meio ambiente como

principal foco e os paiacuteses em desenvolvimento focavam no combate agrave

pobreza

Para melhor esclarecer Nascimento expotildee a partir do documento ldquoOnly

One Earthrdquo (Ward amp Dubos 1973) ldquo[] O problema ambiental como decorrente

de externalidades econocircmicas proacuteprias do excesso de desenvolvimento

(tecnologia agressiva e consumo excessivo) de um lado e de sua falta

(crescimento demograacutefico e baixo PIB per capita) de outro Posta dessa forma

a questatildeo ambiental deixava de ficar restrita ao meio natural e adentrava o

espaccedilo socialrdquo Contemporacircneo a isso temos o relatoacuterio do Clube de Roma ndash

Limits to Growth (Meadows et al 1972) que propunha uma reduccedilatildeo do

desenvolvimento industrial nos paiacuteses desenvolvidos e uma contenccedilatildeo no

crescimento populacional nos paiacuteses subdesenvolvidos juntamente com o

apoio daqueles aos subdesenvolvidos para que pudessem crescer

economicamente A partir desses eventos os governos se conscientizaram e

criaram agecircncias que tratassem das questotildees ambientais para que pudessem

juntar dados ambientais jaacute que na eacutepoca careciam de tais informaccedilotildees

No Brasil foi criada a Secretaria Especial do Meio Ambiente (SEMA) em

1973 enquanto nos EUA jaacute existia a Environmental Protection Agency (EPA)

desde 1970

Dez anos apoacutes a Conferecircncia de Estocolmo uma anaacutelise dos resultados

foi feita pela ONU e mostrou que o resultado estabelecido deixou a desejar e

que os esforccedilos realizados foram inferiores Em decorrecircncia desse mal

desempenho foi formada a Comissatildeo Mundial sobre Meio Ambiente e

Desenvolvimento (CMMAD) presidida por Gro Harlen Brundtland responsaacutevel

pelo relatoacuterio ldquoNosso Futuro Comumrdquo ndash Our Common Future ndash que tinha como

principal proposta a criaccedilatildeo de uma agenda global para focar em uma

mudanccedila consideraacutevel Esse estudo obteve informaccedilotildees durante trecircs anos a

partir de pesquisas e anaacutelises com enfoque na parte social Segundo Barbosa

(2008 p2) as informaccedilotildees colhidas do relatoacuterio com base nas questotildees

sociais referiam-se ldquoao uso da terra sua ocupaccedilatildeo suprimento de aacutegua abrigo

e serviccedilos sociais educativos e sanitaacuterios aleacutem de administraccedilatildeo do

crescimento urbanordquo

Tal relatoacuterio foi responsaacutevel pela criaccedilatildeo do termo ldquoDesenvolvimento

Sustentaacutevelrdquo que ldquoconsistiu o maior esforccedilo entatildeo conhecido para conciliar a

preservaccedilatildeo do meio ambiente com o desenvolvimento econocircmicordquo

(Nascimento 2012 p 54) Uma definiccedilatildeo baacutesica do que eacute DS eacute exposta por

Nascimento (2012 p 58 apud Lenzi 2006) ldquoDesenvolvimento sustentaacutevel eacute o

desenvolvimento que satisfaz as necessidades do presente sem comprometer

a capacidade das geraccedilotildees futuras em satisfazer suas proacuteprias necessidadesrdquo

Estender e Pitta (O Conceito do Desenvolvimento Sustentaacutevel apud Camargo

2003 p 43) tambeacutem fazem citaccedilatildeo agrave outra definiccedilatildeo apontada no relatoacuterio

ldquoEm essecircncia o desenvolvimento sustentaacutevel eacute um

processo de transformaccedilatildeo no qual a exploraccedilatildeo dos

recursos a direccedilatildeo dos investimentos a orientaccedilatildeo

do desenvolvimento tecnoloacutegico e a mudanccedila

institucional se harmonizam e reforccedilam o potencial

presente e futuro a fim de atender agraves necessidades

e aspiraccedilotildees humanasrdquo

Nascimento (2012 p 54) aponta que ldquoA forccedila e a fraqueza dessa

definiccedilatildeo encontram-se justamente nessa foacutermula vaga pois deixam-se em

aberto quais seriam as necessidades humanas atuais e mais ainda as das

geraccedilotildees futurasrdquo

Segundo Barbosa (2008) o relatoacuterio faz consideraccedilotildees agraves questotildees

urbanas no qual as cidades em seu desenvolvimento devem contemplar as

necessidades baacutesicas de toda a populaccedilatildeo e conceder oportunidades de

melhora na qualidade de vida de todos buscando alcanccedilar uma equidade na

sociedade por meio de processos democraacuteticos para que haja um

desenvolvimento urbano adequado Ainda com referecircncia ao relatoacuterio haacute ldquoa

necessidade de descentralizaccedilatildeo das aplicaccedilotildees de recursos financeiros e

humanos e a necessidade do poder poliacutetico favorecer as cidades em sua

escala localrdquo (Barbosa 2008 p 2) Quanto agrave questatildeo do uso de recursos

naturais foi avaliada no relatoacuterio a capacidade de resiliecircncia da biosfera os

efeitos e as possiacuteveis consequecircncias causadas pela accedilatildeo antroacutepica apontando

ainda que a pobreza pode ser considerada como um problema ambiental e que

a tentativa de erradicar a mesma pode ser a base para a busca da

sustentabilidade Com essa contribuiccedilatildeo na mudanccedila do modo de perceber as

necessidades urbanas o relatoacuterio apresentou trecircs princiacutepios baacutesicos ou

aspectos que deveriam ser cumpridos ndash proteccedilatildeo ambiental equidade social e

o desenvolvimento econocircmico ndash e que seratildeo expostos mais adiante

Apesar de todos esses pontos levantados o relatoacuterio Brundtland

recebeu vaacuterias criacuteticas pelo fato de acusar a pobreza e o descontrole do

crescimento populacional nos paiacuteses subdesenvolvidos como a fonte principal

dos problemas ambientais e da insustentabilidade do planeta e de colocar em

segundo plano a poluiccedilatildeo causada ateacute a data de publicaccedilatildeo do relatoacuterio pelos

paiacuteses desenvolvidos

Em 1986 foi realizada a conferecircncia de Ottawa ndash Carta de Ottawa 1986

ndash na qual foram estabelecidas cinco condiccedilotildees para que se tentasse alcanccedilar o

desenvolvimento sustentaacutevel entre elas a manutenccedilatildeo da integraccedilatildeo

ecoloacutegica a satisfaccedilatildeo das necessidades baacutesicas humanas a provisatildeo da

autodeterminaccedilatildeo social e da diversidade cultural a integraccedilatildeo da conservaccedilatildeo

e do desenvolvimento e o alcance de equidade e justiccedila social Para a

CMMAD as condiccedilotildees que procedem do conceito de desenvolvimento

sustentaacutevel estatildeo associadas ao processo de urbanizaccedilatildeo e do crescimento da

cidade e tem como finalidade o uso adequado dos recursos naturais Em face

disto satildeo expostos alguns objetivos mudanccedila de qualidade do crescimento

crescimento renovaacutevel satisfaccedilatildeo das necessidades essenciais por emprego

aacutegua energia alimento e saneamento baacutesico garantia de um niacutevel sustentaacutevel

da populaccedilatildeo conservaccedilatildeo da base de recursos reorientaccedilatildeo da tecnologia e

do gerenciamento de risco e reorientaccedilatildeo das relaccedilotildees econocircmicas

internacionais (CMMAD 1988 1991)

Postumamente foi realizada a Assembleia das Naccedilotildees Unidas a qual

aprovou a Conferecircncia das Naccedilotildees Unidas para o Meio Ambiente e o

Desenvolvimento (CNUMAD) ocorrida em 1992 e ficou conhecida como Rio-

92 A Rio-92 teve maior visibilidade graccedilas agrave criaccedilatildeo da Convenccedilatildeo da

Biodiversidade e das Mudanccedilas Climaacuteticas ndash que posteriormente resultou na

criaccedilatildeo do Protocolo de Kyoto ndash da Agenda 21 e da Declaraccedilatildeo do Rio Essa

uacuteltima segue os mesmos padrotildees expostos na Conferecircncia de Estocolmo

citada anteriormente interligando o desenvolvimento econocircmico com o meio

ambiente atraveacutes de uma gestatildeo consciente dos recursos naturais sem

comprometer o modelo econocircmico vigente

Em decorrecircncia desses acontecimentos tornou-se de faacutecil entendimento

que o desenvolvimento sustentaacutevel eacute composto por trecircs aspectos ambiental

econocircmico e social Outros autores como Ignacy Sachs consideram ainda

outras variaacuteveis relevantes para o entendimento do DS como sustentabilidade

ecoloacutegica e poliacutetica

Figura 1 Tripeacute da Sustentabilidade

Fonte Nicholas Gimenes (2012)

Com base nesses trecircs aspectos apontados chegamos ao conhecido

Triple Bottom Line ndash ldquoTripeacute da Sustentabilidaderdquo No tripeacute da sustentabilidade

satildeo expostos o aspecto ambiental que tem como base a produccedilatildeo e o

consumo de tal forma que possa garantir que os ecossistemas natildeo sofram

problemas quanto a sua capacidade de resiliecircncia o aspecto econocircmico que

assume a denominada ecoeficiecircncia a qual incentiva a inovaccedilatildeo tecnoloacutegica

para tentar mitigar alguns dos problemas ambientais e ampliar a

desmaterializaccedilatildeo da economia e o uacuteltimo aspecto o social o qual supotildee que

a populaccedilatildeo de uma determinada sociedade tenha o miacutenimo necessaacuterio para

uma condiccedilatildeo de vida aceitaacutevel buscando erradicar a desigualdade social

Segundo Nascimento existem diversas definiccedilotildees desses trecircs aspectos mas

essas apontadas satildeo as mais recorrentes e de simples entendimento Natildeo

podemos esquecer que assim como eacute apontado por Ignacy Sachs e outros

autores outros aspectos para a definiccedilatildeo do DS devem ser levados em

consideraccedilatildeo em especial a cultura Apesar de natildeo ser citada como base do

ldquotripeacuterdquo a cultura eacute importante em qualquer sociedade quando relacionada ao

meio ambiente pois eacute ela quem dita o comportamento da populaccedilatildeo O Brasil

sofre com questotildees ambientais muitas das vezes por falta de instruccedilatildeo da

populaccedilatildeo que natildeo tem conhecimento do quatildeo impactante pode ser sua accedilatildeo

Deste modo quando se trata de questotildees ambientais eacute necessaacuterio que se

tenha uma mudanccedila natildeo repentina e sim gradativa nos padrotildees de consumo

no estilo de vida e na educaccedilatildeo ambiental

Retomando os conceitos de DS e sustentabilidade temos uma definiccedilatildeo

de Clovis Cavalcanti em que sustentabilidade ldquosignifica a possibilidade de se

obterem continuamente condiccedilotildees iguais ou superiores de vida para um grupo

de pessoas e seus sucessores em dado ecossistemardquo (Cavalcanti 2003)

Analisando essa definiccedilatildeo proposta por Cavalcanti vemos que se assemelha

do que foi exposto por Gro Harlen Brundtland em seu relatoacuterio Como jaacute foi

mencionado para Sachs o ldquoTriple Bottom Linerdquo ndash Tripeacute da Sustentabilidade ndash

possui cinco vertentes da sustentabilidade que satildeo a ldquosustentabilidade

ecoloacutegica refere-se a fiacutesica do processo de crescimento e tem como objetivo a

manutenccedilatildeo de estoques dos recursos naturais incorporados as atividades

produtivas a sustentabilidade ambiental que refere-se agrave manutenccedilatildeo da

capacidade de sustentaccedilatildeo dos ecossistemas o que implica a capacidade de

absorccedilatildeo e recomposiccedilatildeo dos ecossistemas em face as agressotildees antroacutepicas

sustentabilidade social que refere-se ao desenvolvimento e tem por algum

objetivo a melhoria da qualidade da vida da populaccedilatildeo Para caso de paiacuteses

com problemas de desigualdade e de inclusatildeo social implica a adoccedilatildeo de

poliacuteticas distributivas e a universalizaccedilatildeo de atendimento a questotildees como

sauacutede educaccedilatildeo habilitaccedilatildeo e seguridade social sustentabilidade poliacutetica

refere-se ao processo de construccedilatildeo da cidadania para garantir a incorporaccedilatildeo

plena dos indiviacuteduos ao processo de desenvolvimento e a sustentabilidade

econocircmica que refere-se a uma gestatildeo eficiente dos recursos em geral e

caracteriza-se pela regularidade de fluxos do investimento puacuteblico e privado

Implica a avaliaccedilatildeo da eficiecircncia por processos macro sociaisrdquo (Sachs 1993

Agenda 21 brasileira)

Barbosa (2008 p 4) faz uma citaccedilatildeo em seu trabalho sobre o livro de

Leila Ferreira ndash ldquoA questatildeo ambiental sustentabilidade e poliacuteticas puacuteblicas no

Brasilrdquo ndash referente ao padratildeo de vida da sociedade em que

ldquoO padratildeo de produccedilatildeo e consumo que

caracteriza o atual estilo de

desenvolvimento tende a consolidar-se

no espaccedilo das cidades e estas se

tornam cada vez mais o foco principal

na definiccedilatildeo de estrateacutegias e poliacuteticas

de desenvolvimentordquo

Sendo assim eacute de fundamental importacircncia que formas alternativas

sustentaacuteveis sejam alcanccediladas para que possam influenciar de forma positiva

na qualidade de vida das cidades e no processo de planejamento urbano Para

Acselrad (1999 p 85) a sustentabilidade urbana eacute definida como ldquoa

capacidade das poliacuteticas urbanas se adaptarem agrave oferta de serviccedilos agrave

qualidade e agrave quantidade das demandas sociais buscando o equiliacutebrio entre as

demandas de serviccedilos urbanos e investimentos em estruturardquo Como o

desenvolvimento sustentaacutevel possui muitos conceitos e definiccedilotildees haacute uma em

especial que se destaca pelo fato de estar relacionada agraves cidades juntamente

com o termo ldquosustentabilidaderdquo exposta por Barbosa (2008 p 4 apud

Satterthwaite 2004) em que

ldquoa resposta agraves necessidades humanas

nas cidades como o miacutenimo ou

nenhuma transferecircncia dos custos da

produccedilatildeo consumo ou lixo para outras

pessoas ou ecossistemas hoje e no

futurordquo

Assim a participaccedilatildeo da sociedade e a diversidade dos interesses que

a mesma possui gera um conflito entre as poliacuteticas puacuteblicas e o

desenvolvimento sustentaacutevel mas nada que natildeo possa ser contornado a partir

da conscientizaccedilatildeo individual dos cidadatildeos Como eacute exposto por Barbosa ldquoeacute

imprescindiacutevel para a sustentabilidade urbana o uso racional dos recursos

naturais a boa forma do ambiente urbano baseado na interaccedilatildeo clima e os

recursos naturais aleacutem das respostas agraves necessidades urbanas com o miacutenimo

de transferecircncia de dejetos e rejeitos para outros ecossistemas atuais e

futurosrdquo (Barbosa 2008 p 9) Em detrimento disso ldquoo desenvolvimento

sustentaacutevel natildeo deve ser apresentado como um slogan poliacuteticordquo (Barbosa

2008 p 10) deve ser apresentado como uma possiacutevel soluccedilatildeo para a

mitigaccedilatildeo dos problemas ambientais encontrados atualmente na sociedade

Portanto a sustentabilidade visa emoldurar novos meios alternativos de

produccedilatildeo distribuiccedilatildeo e consumo dos recursos naturais existentes de forma

mais racional ecologicamente viaacutevel e economicamente eficaz

Ao retratar esses problemas de padrotildees vividos pela sociedade

relacionados ao meio ambiente mais especificamente a utilizaccedilatildeo de recursos

naturais Nascimento (2012 p 58) aponta que ldquohaacute uma quase unanimidade

hoje entre os cientistas de que os recursos naturais natildeo seratildeo suficientes para

fornecer um modo de vida similar ao da classe meacutedia mundial a todos os novos

ingressantes no mercado No entanto eles tecircm tanto direito quanto os que jaacute

participam do mercado consumidorrdquo Mas como podemos contornar tais

problemas e a crise ambiental Atraveacutes da criatividade humana muitas formas

alternativas foram criadas e podem ser inventadas quando se tratam dos

recursos finitos utilizados pelo homem Temos como exemplo a aacutegua sobre a

qual poucos satildeo os estudos apresentados relacionando o aproveitamento de

aacuteguas pluviais e cidades sustentaacuteveis Na maioria das vezes os estudos satildeo

feitos com base em outras necessidades como a dessalinizaccedilatildeo das aacuteguas do

mar para consumo humano Natildeo podemos esquecer que atualmente existem

diversos sistemas de captaccedilatildeo de aacuteguas pluviais para diferentes finalidades

sejam elas para aproveitamento de consumo humano ou natildeo

3 ndash A viabilidade de implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo

pluvial em Brasiacutelia ndash DF

31 ndash Apresentaccedilatildeo de dados

Primeiramente seratildeo apresentados dados sobre a populaccedilatildeo e o

consumo de aacutegua presente nas residecircncias de Brasiacutelia e que seratildeo utilizados

como base para a implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo na Asa Norte

Segundo Ferreira C diretor Superintendente de Atendimento Comercial

(CAC) da Companhia de Saneamento Ambiental do Distrito Federal (CAESB)

ldquoEm Brasiacutelia o consumo meacutedio por habitante eacute de 190 litros de aacutegua por dia o

que resulta em um consumo mensal de 6msup3 por habitanterdquo De acordo com a

ONU cada pessoa necessita de 110 litros por dia para atender as

necessidades de consumo e higiene A Companhia de Saneamento Baacutesico do

Estado de Satildeo Paulo (SABESP 2010) afirma que ldquono Brasil o consumo por

pessoa pode chegar a mais de 200 litrosdiardquo A estimativa da SABESP (2010)

eacute de que 54 litros (27) vatildeo para cozinhar e beber 50 litros (25) para tomar

banho e escovar os dentes 66 litros (33) para descarga de banheiro 24 litros

(12) para lavagem de roupa e 6 litros (3) para outras tarefas como lavagem

de carro por exemplo Segundo dados da CAESB Brasiacutelia (Plano Piloto)

consome cerca de 2757890msup3 por mecircs e que o consumo por habitante eacute de

1381msup3mecircs

Devido ao alto consumo de aacutegua em Brasiacutelia os recorrentes transtornos

hiacutedricos urbanos e a ausecircncia de sistemas captaccedilatildeo pluvial este capiacutetulo traz

um estudo da viabilidade teacutecnica e econocircmica da implantaccedilatildeo de um sistema

em um preacutedio residencial do bairro Asa Norte mais especificamente na

Superquadra 111 Norte Natildeo haacute nenhum estudo realizado que comprove a

frequecircncia dos alagamentos nessa regiatildeo portanto tal quadra foi selecionada

em decorrecircncia de mateacuterias e reportagens que mostram a dificuldade que a

populaccedilatildeo sofre quando haacute uma chuva anormal

Primeiramente eacute necessaacuterio que se tenha uma noccedilatildeo do periacuteodo

chuvoso em Brasiacutelia Segundo o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais

(INPE) Brasiacutelia apresenta um regime de precipitaccedilatildeo bem definido sendo que

a estaccedilatildeo chuvosa tem iniacutecio em Outubro e estende-se ateacute Marccedilo e a estaccedilatildeo

seca ocorre no restante do ano (Abril a Setembro) Ainda segundo o INPE ldquoa

estaccedilatildeo chuvosa eacute causada pelo forte aquecimento da atmosfera na Amazocircnia

que favorece o desenvolvimento de um sistema quase estacionaacuterio em altos

niacuteveis a Alta Boliacutevia Como resultado dessa circulaccedilatildeo observa-se nos baixos

niacuteveis uma regiatildeo de baixa pressatildeo e a convergecircncia de ar satildeo os principais

fatores que provocam a precipitaccedilatildeo neste periacuteodo responsaacutevel por 70 do

total meacutedio anualrdquo A partir desses elementos apresentados pelo INPE e com

base nos dados os quais foram obtidos da estaccedilatildeo meteoroloacutegica de Brasiacutelia

localizada na Latitude (ordm) -158 Longitude (ordm)-479 temos a precipitaccedilatildeo de

Brasiacutelia dada mecircs a mecircs Os dados partem de Janeiro de 2006 e vatildeo ateacute

Outubro de 2015 Eacute importante frisar que os dados foram formulados a partir

da precipitaccedilatildeo acumulada para tornar mais faacutecil de calcular a meacutedia

Tabela 01 Dados de Precipitaccedilatildeo

AnoMecircs JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ Meacutedia Mensal

2006 1232 1914 258 1417 351 09 01 528 403 5264 1956 1821 14563

2007 2609 2659 357 501 75 0 0 0 0 535 2249 275 9779

2008 201 2425 2346 2109 0 0 0 27 80 387 271 3226 1337

2009 2028 1347 81 3759 612 93 0 725 505 2958 1991 3078 1492

2010 1211 368 2494 2388 275 0 0 0 0 349 2547 318 1068

2011 1268 1724 2433 696 139 38 0 0 7 2639 3338 4704 1421

2012 2699 1149 1982 1213 444 24 02 0 333 1098 4446 1428 1235

2013 4918 1893 1903 954 222 62 03 0 659 1069 2711 3525 1493

2014 1531 1392 3402 2493 28 10 79 0 162 2014 192 3667 1399

2015 939 1297 3456 2076 499 0 08 0 218 694 SD SD 9187

Meacutedia para cada mecircs

20445 16168 21763 17606 2645 326 093 128 315 17007 2652 30421 12797

Tabela contendo os dados de chuva acumulada mecircs a mecircs em miliacutemetros (mm)

Fonte INPE 2015

Obs 1- SD - satildeo dados que natildeo foram coletados devido pois o trabalho foi realizado antes desses meses

Obs2- Meacutedia calculada com os dados obtidos no caso os meses de novembro e dezembro de 2015 natildeo entram no

caacutelculo pois ainda natildeo existiam os dados

Temos tambeacutem a partir do estudo realizado por Brino (Brasiacutelia

Superquadras Residenciais) os dimensionamentos dos preacutedios e a quantidade

de apartamentos por pavimentos conforme as tabelas a seguir

Tabela 02 Dimensionamento dos Blocos

A SUPERQUADRA AE AT

Aacuterea de Projeccedilatildeo por Bloco

Aacuterea Total = 11760msup2 Nuacutemero total de Blocos = 11

1069msup2 185 136

Aacuterea Construiacuteda por bloco (sem pilotis e

subsolo)

Pavimentos = 6 Aacuterea do Pavimento = 1069msup2

6414msup2 1113 818

Aacuterea Construiacuteda por superquadras (sem pilotis e subsolo)

Preacutedio = 11 Aacuterea por Preacutedio = 64141msup2

70554msup2 8999 1225

AE - Aacuterea Aedificandi e AT - Aacuterea Total

Tabela 03 Dimensionamento da Populaccedilatildeo

A POPULACcedilAtildeO (5 Pessoas

apart)

6 apartamentos por pavimento

36 apartamentos por bloco

396 apartamentos

por superquadra

1980 pessoas por

superquadra

8 apartamentos por pavimento

48 apartamentos por bloco

528 apartamentos

por superquadra

2640 pessoas por

superquadra

10 apartamentos por pavimento

60 apartamentos por bloco

660 apartamentos

por superquadra

3300 pessoas por

superquadra

12 apartamentos por pavimento

72 apartamentos por bloco

792 apartamentos

por superquadra

3960 pessoas por

superquadra

Caacutelculo para as faixas 100 200 e 300 (seis pavimentos) Fonte SUDUR

O estudo apresentado por Brino (Brasiacutelia Superquadras Residenciais)

considera uma famiacutelia composta por cinco pessoas para cada apartamento

nesse caso iremos desconsiderar essa informaccedilatildeo e basearmos nos dados

apresentados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica (IBGE) Nos

dados do IBGE (Censo Demograacutefico 2010) constam que a meacutedia de

moradores em domiciacutelios particulares ocupados eacute de 33 moradores

Partindo dos elementos de precipitaccedilatildeo aacuterea de projeccedilatildeo por bloco

meacutedia de moradores por apartamento total de apartamentos de um preacutedio e

consumo meacutedio de aacuteguadia por habitante podemos dar inicio as formas de

captaccedilatildeo e armazenamento de aacuteguas pluviais

32 ndash Aacuteguas pluviais e aacuteguas cinzas

Mas porque focar em aproveitamento de aacuteguas pluviais Segundo

Rapoport (2004 p 1) ldquoo aumento populacional acompanhado pelas mudanccedilas

climaacuteticas globais vem contribuindo para o aumento na demanda por recursos

hiacutedricosrdquo Ainda expotildee que ldquoembora a aacutegua seja um recurso renovaacutevel ela

tende a se deteriorar em funccedilatildeo do seu uso indiscriminado o que compromete

consequentemente a quantidade de aacutegua com qualidade disponiacutevel para o

consumo nas diversas localidadesrdquo (Rapoport 2004 p 1)

Um fato importante abordado por Rapoport (2004 p1) eacute que ldquoa

quantidade de aacutegua disponiacutevel eacute sempre a mesma jaacute que estaacute sempre sendo

renovada atraveacutes do ciclo hidroloacutegico Entretanto a aacutegua de qualidade para

consumo estaacute se tornando rarardquo A tiacutetulo de esclarecimento ldquosabe-se que o

ciclo hidroloacutegico se constitui basicamente do transporte de massas drsquoaacutegua do

oceano para atmosfera por evaporaccedilatildeo e da atmosfera atraveacutes de

precipitaccedilotildees escoamentos superficiais e subterracircneos para os oceanos

influenciando diretamente a distribuiccedilatildeo e extensatildeo dos corpos drsquoaacutegua

continentaisrdquo (Rapoport 2004 p 1) Sendo assim a interferecircncia humana tem

causado alteraccedilotildees no ciclo hidroloacutegico em diversas regiotildees Esse assunto

seraacute melhor abordado mais adiante pois o uso do sistema de captaccedilatildeo pode

influenciar no ciclo hidroloacutegico negativamente mas utilizado da forma

adequada pode continuar mantendo o ciclo equilibrado

Aleacutem do uso indevido da aacutegua e de sua escassez Lima e Machado

(2008 p 13) apontam que ldquooutro fator importante eacute o aumento de inundaccedilotildees e

enchentes devido ao escoamento superficial da aacutegua de chuva e da

impermeabilizaccedilatildeo do solordquo Portanto a captaccedilatildeo de aacuteguas pluviais pode

contribuir para a reduccedilatildeo dos transtornos hiacutedricos urbanos e ao mesmo tempo

reduzir a demanda por aacutegua potaacutevel da companhia de distribuiccedilatildeo local

Segundo Amorim e Pereira (2008 p 54) ldquouma das soluccedilotildees em estudo

para aumentar a oferta de aacutegua para as edificaccedilotildees eacute o aproveitamento da

aacutegua pluvial Esta apresenta uma boa alternativa visto que aleacutem de reduzir o

consumo de aacutegua potaacutevel ainda surge como uma accedilatildeo no combate agraves

enchentes funcionando como uma medida natildeo-estrutural do sistema de

drenagem urbanardquo Mas o que eacute necessaacuterio para formar um sistema de

captaccedilatildeo adequado e funcional Amorim e Pereira (2008 p 54) apresentam

que ldquoos sistemas de aproveitamento de aacutegua pluvial satildeo formados basicamente

pela aacuterea de captaccedilatildeo (geralmente coberturas) os componentes de transporte

(calhas e condutores verticais) e o reservatoacuteriordquo Cabe ressaltar que para esse

estudo a captaccedilatildeo das aacuteguas pluviais seraacute destinada apenas para a utilizaccedilatildeo

em ldquoaacuteguas cinzasrdquo Neste sentido o reuso das aacuteguas cinzas que satildeo as aacuteguas

provenientes de todas as atividades domeacutesticas com exceccedilatildeo de fontes de

aacuteguas negras tais como sanitaacuterios bidecircs e urinol vem sendo estudadas com

vista ao reuso tanto em irrigaccedilatildeo como em sanitaacuterios (Rapoport 2004 p 8)

Retomando os dados apresentados pela SABESP (2010) temos a

tabela 04 a qual apresenta os dados de consumo domeacutestico e em sequecircncia o

graacutefico 01 que demonstram que se analisarmos as quantidades de aacutegua

utilizada no consumo domeacutestico teremos uma base para o tamanho do

reservatoacuterio E posteriormente a tabela 05 mostra em que situaccedilotildees se podem

reutilizar as aacuteguas pluviais

Tabela 04 Consumo domeacutestico de aacutegua

Litros

Cozinhar e Beber 54

Tomar Banho e Escovar os Dentes 50

Descarga de Banheiro 66

Lavagem de Roupa 24

Outras Tarefas 6

Total = 200

Fonte SABESP (2010)

27

25

33

12

3

Cozinhar e Beber

Tomar Banho e Escovar osDentes

Descarga de Banheiro

Lavagem de Roupa

Outras Tarefas

Descarga de Banheiro

6875

Lavagem de Roupa

25

Outras Tarefas 625

Graacutefico 01 Consumo Domeacutestico de Aacutegua

Tabela 05 Percentual para reutilizaccedilatildeo de aacuteguas pluviais

Graacutefico 02 Percentual para Reutilizaccedilatildeo de Aacuteguas Pluviais

Porcentagem ()

Descarga de Banheiro 66 6875

Lavagem de Roupa 24 25

Outras Tarefas 6 625

Total = 96 100

Fonte SABESP(2010)

33 ndash Meacutetodos de Dimensionamento do Reservatoacuterio

Amorim e Pereira (2008 p 54 Soares et al 2000 apud May 2004)

apresentam que existem quatro grupos principais para o dimensionamento do

reservatoacuterio

(a) Meacutetodos determiniacutesticos os dados referentes agrave precipitaccedilatildeo

pluviomeacutetrica e agrave demanda satildeo analisados pela curva de massa

(b) Meacutetodos aproximados baseados em relaccedilotildees empiacutericas

conhecidas

(c) Meacutetodos de modelaccedilatildeo satildeo tambeacutem conhecidos como meacutetodos

de transiccedilatildeo probabiliacutestica da matriz e

(d) Meacutetodos de anaacutelise de sistemas sendo linear natildeo linear ou

programaccedilatildeo dinacircmica

Dentro desses grupos de dimensionamento temos os diversos meacutetodos

meacutetodo de Rippl que consiste na determinaccedilatildeo do volume com base na aacuterea

de captaccedilatildeo que eacute subdivido em meacutetodo analiacutetico e meacutetodo graacutefico meacutetodo de

consideraccedilatildeo dos periacuteodos de dias consecutivos sem chuva que necessita da

observaccedilatildeo dos registros pluviomeacutetricos para identificar os maiores periacuteodos de

dias consecutivos sem chuvas e sua taxa de repeticcedilatildeo meacutetodo de anaacutelise de

simulaccedilatildeo de um reservatoacuterio com capacidade suposta que consiste

basicamente na fixaccedilatildeo de um volume para o reservatoacuterio e na verificaccedilatildeo do

percentual de consumo que seraacute atendido meacutetodo praacutetico brasileiro meacutetodo

praacutetico alematildeo meacutetodo praacutetico inglecircs e o meacutetodo praacutetico australiano (Amorim

e Pereira 2008 p 55-58)

34 ndash Anaacutelise de caso para um preacutedio da Superquadra 111 Norte

A partir dos dados jaacute apresentados temos que o objeto de estudo eacute um

preacutedio residencial localizado na Superquadra 111 Norte que possui uma aacuterea

de projeccedilatildeo de 1069msup2 com seis (6) pavimentos constituindo uma aacuterea

construiacuteda de 6414msup2 apresentando seis (6) apartamentos por pavimento e

consequentemente trinta e seis (36) apartamentos no total (Brino Brasiacutelia

Superquadras Residenciais) O preacutedio conteacutem 33 habitantes por apartamento

(IBGE 2010) que consomem em meacutedia cerca de 190 litros de aacuteguadia

resultando em um consumo mensal de aproximadamente 6msup3 por pessoa

(CAESB) mas como a aacutegua captada da chuva seraacute utilizada apenas para

suprir a demanda de aacutegua cinza temos 66 litros para descarga de vasos

sanitaacuterios

Temos entatildeo que a demanda por aacutegua por habitante nesse edifiacutecio eacute

dada por

119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119898119900119903119886119889119900119903 = 66119871 = 66119871119863119894119886

119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119886119901119886119903119905119886119898119890119899119905119900 = 33119901 times 66119871 ~ 217 119871119863119894119886

119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119901119903eacute119889119894119900 = (33119901 times 66119871) times 36 ~ 7840119871119863119894119886

119863119890119898119886119899119889119886 119898119890119899119904119886119897 119901119900119903 119901119903eacute119889119894119900 =7840119871

119889119894119886times 30119863119894119886119904 = 235224119871

Legenda L = Litros p = Pessoas

Para facilitar nos caacutelculos ao aplica-los para o reservatoacuterio e para o

sistema de captaccedilatildeo eacute necessaacuterio realizar a conversatildeo de litros para msup3

(metros cuacutebicos) Sendo assim 66L = 0066msup3 217L = 0217msup3 7840L =

7840msup3 e 235224L = 235224msup3

Seraacute utilizado o ano de 2014 para os dados de precipitaccedilatildeo da estaccedilatildeo

meteoroloacutegica de Brasiacutelia localizada na Latitude (ordm) -158 Longitude (ordm)-479

fornecidos pela professora Rafaela Lisboa durante o periacuteodo chuvoso O ano

de 2014 apresenta registros jornaliacutesticos de alagamento nos meses de

Fevereiro com precipitaccedilatildeo de 1392 msup3 Marccedilo com precipitaccedilatildeo de 3402msup3

e Dezembro com precipitaccedilatildeo de 3667msup3 Importante ressaltar que o setor

Noroeste de Brasiacutelia foi construiacutedo em 2011 (site G1) o que aumentou a aacuterea

de solo impermeabilizado e a reduccedilatildeo no escoamento superficial da aacutegua

ocasionando em um aumento nas enchentes e alagamentos na Asa Norte

Segundo Amorim e Pereira (2008 p57) um dos meacutetodos a ser utilizado

para poder saber o volume de aacutegua aproveitaacutevel e consequentemente o

volume de aacutegua do reservatoacuterio Trata-se de um meacutetodo empiacuterico apresentado

na NBR 155272007 O volume de aacutegua do reservatoacuterio V expresso em L eacute

exposto a seguir

119872eacute119905119900119889119900 119875119903aacute119905119894119888119900 119861119903119886119904119894119897119890119894119903119900

119881 = 0042 times 119875 times 119860 times 119879

Em que ldquoVrdquo representa o volume de aacutegua aproveitaacutevel e o volume de

aacutegua do reservatoacuterio (L) ldquoPrdquo a precipitaccedilatildeo meacutedia mensal (mm) ldquoArdquo a aacuterea de

coleta em projeccedilatildeo ldquoTrdquo nuacutemero de meses de pouca chuva ou seca e ldquo0042rdquo eacute

um coeficiente estipulado

Portanto segundo Fontanela (2010 p 25) para estipular o volume do

reservatoacuterio temos que calcular 42 do produto entre o volume de chuva

coletada pelo telhado e o nuacutemero de meses com pouca chuva ou seca

Atribuindo valores do ano de 2014 temos que

119881 = 0042 times 1399119898119898 times 1069 times 5

119881~ 31406119871 119900119906 31406119898sup3

Ressaltando que esse valor obtido eacute uma estimativa do tamanho do

reservatoacuterio e que pode haver um reservatoacuterio de maior capacidade

De forma comparativa eacute de bom senso que se faccedila outro caacutelculo com um

meacutetodo alternativo

Amorim e Pereira (2008 p56) expotildeem que existe um meacutetodo de anaacutelise

de simulaccedilatildeo do reservatoacuterio com capacidade suposta o qual consiste

basicamente na fixaccedilatildeo de um volume para o reservatoacuterio e na verificaccedilatildeo de

consumo que seraacute atendido Sendo assim ldquoo primeiro passo para a aplicaccedilatildeo

desse meacutetodo eacute adotar alguns valores possiacuteveis para o volume com base na

estimativa do consumo mensal de aacutegua natildeo potaacutevelrdquo (Amorim e Pereira 2008

p57) Portanto partindo do ponto que o preacutedio consome cerca de 235000L

devemos calcular uma base que possa ser favoraacutevel economicamente

119872eacute119905119900119889119900 119889119890 119878119894119898119906119897119886ccedilatilde119900 119889119900 119877119890119904119890119903119907119886119905oacute119903119894119900

235224119871 rarr 100

119881 rarr 30

119881 ~ 70000119871 119900119906 70119898sup3

Tambeacutem haacute outra alternativa apresentada por L Pereira (Viabilidade

EconocircmicoAmbiental p 18)

119881119886119888 = 119860119879 times 119875119875119872119860 lowast

119881119886119888 = 1069119898sup2 times 1399119898sup3 = 1495531119898sup3119886119899119900

Equaccedilatildeo a qual ldquoVacrdquo corresponde ao volume de aacutegua captado ldquoATrdquo

aacuterea do telhado e ldquoPPMArdquo eacute a precipitaccedilatildeo pluviomeacutetrica meacutedia mensal

Poreacutem o resultado obtido eacute para os 12 meses do ano e como foi visto no

ano de 2014 temos 7 meses com chuva portanto

119881119886119888 =119879119900119905119886119897

1198983

1198861198991199007 119898119890119904119890119904

lowast

119881119886119888 =1495531119898sup3119886119899119900

7= 21364119898sup3 119900119906 213640119871

dados somente seriam vaacutelidos se a precipitaccedilatildeo fosse uniforme durante os 7 meses de chuva

341 ndash Anaacutelise de caso para a Superquadra 111 Norte

Retomando a tabela 02 temos que a quadra apresenta 11 preacutedios

aproximadamente que variam o nuacutemero de apartamentos por pavimentos e

consequentemente o nuacutemero de moradores mas os edifiacutecios continuam tendo

uma aacuterea de 1069msup2 gerando um uma aacuterea total de 70554msup2 mas teremos

como base os caacutelculos feitos para o preacutedio selecionado no item 34

Realizando um caacutelculo baacutesico tem-se como estimativa de

armazenamento para esta quadra o seguinte

119872eacute119905119900119889119900 119875119903aacute119905119894119888119900 119861119903119886119904119894119897119890119894119903119900

119881~ 31406119871 119900119906 314061198983

11 119875119903eacute119889119894119900119904 times 31406119871 = 345466119871 119900119906 345466119898sup3

119872eacute119905119900119889119900 119889119890 119878119894119898119906119897119886ccedilatilde119900 119889119900 119877119890119904119890119903119907119886119905oacute119903119894119900

119881 ~ 70000119871 119900119906 701198983

11 119875119903eacute119889119894119900119904 times 70000119871 = 770000

119881119900119897119906119898119890 119889119890 aacute119892119906119886 119888119886119901119905119886119889119900 lowast

119881119886119888 = 213641198983119900119906 213640119871

11 119875119903eacute119889119894119900119904 times 213640119871 = 2350040119871 119900119906 235004119898sup3

dados somente seriam vaacutelidos se a precipitaccedilatildeo fosse uniforme durante os 7 meses de chuva

119863119890119898119886119899119889119886 119905119900119905119886119897 119889119886 119902119906119886119889119903119886 119888119900119898 119889119890119904119888119886119903119892119886 119889119890 119887119886119899ℎ119890119894119903119900

11 119875119903eacute119889119894119900119904 times 235224119871 = 2587464119871 119900119906 2587464119898sup3

Segundo Brino (Brasiacutelia Superquadras Residenciais) temos que as

dimensotildees maacuteximas de uma superquadra satildeo de 280x280m resultando numa

aacuterea de 78400msup2 que eacute denominado de Aacuterea Total (AT) A partir disso foi

definido que deveria existir uma faixa externa de 20m denominada de non

aedificandi que foi destinada ao plantio de uma ldquomassa vegetalrdquo de grande

porte e no interior da quadra encontra-se a aacuterea aedificandi a qual possui

240x240m e uma aacuterea de 57600msup2 Realizando uma subtraccedilatildeo da Aacuterea total

pela Aacuterea aedificandi obtecircm-se que a aacuterea non aedificandi eacute de 20800msup2 que

corresponde a 265 da aacuterea total

Com base nessas informaccedilotildees eacute necessaacuterio atentar-se ao detalhe de

que uma parte da precipitaccedilatildeo cai no solo e outra parte nos telhados dos

preacutedios Sendo assim parte da chuva pode ser aproveitada pelo sistema de

captaccedilatildeo enquanto outra parte chega ao solo sem uma interferecircncia direta no

ciclo hidroloacutegico

35 ndash Funcionamento do sistema de captaccedilatildeo

Eacute importante frisar que o sistema de aproveitamento de aacuteguas pluviais eacute

regido pela norma NBR 15527 (Associaccedilatildeo Brasileira de Normas Teacutecnicas

2007) norma a qual faz algumas consideraccedilotildees importantes para implantaccedilatildeo

e correto funcionamento do sistema de captaccedilatildeo Alguns destes satildeo

435 ndash O volume dos reservatoacuterios deve ser dimensionado com

base em criteacuterios teacutecnicos econocircmicos e ambientais levando em

conta as boas praacuteticas da engenharia podendo a criteacuterio do

projetista ser utilizados os meacutetodos contidos no Anexo A ou

outro desde que devidamente justificado

Item 436 ndash Os reservatoacuterios devem ser limpos e desinfetados

com soluccedilatildeo de hipoclorito de soacutedio no miacutenimo uma vez por ano

de acordo com agrave ABNT NBR 5626

Item 442 ndash As tubulaccedilotildees e demais componentes devem ser

claramente diferenciados das tubulaccedilotildees de aacutegua potaacutevel

Item 443 ndash O sistema de distribuiccedilatildeo de chuva deve ser

independente do sistema de aacutegua potaacutevel natildeo permitindo a

conexatildeo cruzada de acordo com agrave ABNT NBR 5626

Item 444 ndash Os pontos de consumo como por exemplo uma

torneira de jardim devem ser de uso restrito e identificados com

placa de advertecircncia com a seguinte inscriccedilatildeo ldquoaacutegua natildeo potaacutevelrdquo

e identificaccedilatildeo graacutefica

Item 445 ndash Os reservatoacuterios de aacutegua de distribuiccedilatildeo de aacutegua

potaacutevel e de aacutegua da chuva devem ser separados

Item 461 ndash Quando necessaacuterio o bombeamento este deve

atender agrave ABNT NBR 12214

Deve-se realizar manutenccedilatildeo em todo o sistema de

aproveitamento de aacutegua de chuva

Para maiores esclarecimentos ldquoo funcionamento de um sistema de

coleta e aproveitamento de aacutegua pluvial consiste de maneira geral na captaccedilatildeo

da aacutegua da chuva que cai sobre os telhados ou lajes da edificaccedilatildeo A aacutegua eacute

conduzida ateacute o local de armazenamento atraveacutes de calhas condutores

horizontais e verticais passando por equipamentos de filtragem e descarte de

impurezas Apoacutes passar pelo filtro a aacutegua eacute armazenada geralmente em

reservatoacuterio enterrado (cisterna) e bombeada a um segundo reservatoacuterio

(elevado) do qual as tubulaccedilotildees especiacuteficas de aacutegua pluvial iratildeo distribuiacute-la

para o consumo natildeo potaacutevelrdquo (Carvalho 2010 p 27 e 28) Conforme ilustra a

imagem a seguir

Figura 02 Funcionamento de um Sistema de Captaccedilatildeo

Fonte Adatildeo D Padini (2013)

De forma mais simplificada podemos ver a representaccedilatildeo no fluxograma

a seguir

Figura 03 Fluxograma do Sistema de Captaccedilatildeo

Fonte Leandro Roncato Pereira

351 ndash Dificuldades para implantaccedilatildeo do sistema

Tal sistema apresenta como dificuldade o local onde seriam instaladas

as cisternas uma vez que geraria um peso sobre o telhado Dessa forma o

sistema seria instalado no jardim cobrando um custo adicional

352 ndash Custo de implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo fechado em um

preacutedio

Na implantaccedilatildeo desse sistema os materiais utilizados teratildeo como base o

meacutetodo praacutetico brasileiro e para aumentar a eficiecircncia do sistema o volume de

31406L seraacute arredondado para 35000L

Os valores de alguns dos materiais apresentados a seguir seguem os

dos apresentados no trabalho de L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental

p 18) apenas o valor da caixa drsquoaacutegua de 10000L foi obtido atraveacutes de

pesquisas em lojas de construccedilatildeo e assim utilizando a de menor valor

Tambeacutem devemos considerar que a bomba consome energia ao bombear aacutegua

para o preacutedio (CEB) portanto os valores seguem conforme a tabela a seguir

Tabela 06 Preccedilo dos Produtos do Sistema de Captaccedilatildeo sem Fluxo

Produto Quantidade Valor unitaacuterio (R$) Valor total (R$)

Cx Daacutegua 10000L 3 496090 1488270

Cx Daacutegua 5000L 1 108000 108000

Boacuteia Eleacutetrica 1 2750 2750

Boacuteia Comum 1 1220 1220

Registro de Gaveta

1 3490 3490

Bomba Anauger 1 23000 23000

Filtro 3P VF1 1 22000 22000

Tubulaccedilotildees 7000 7000

Disjuntor 1 1310 1310

Escavaccedilatildeo Msup3 3666 128310

Matildeo de Obra 1 58574 58574

Energia 054 054

Total 13 727154 1843978

Observaccedilatildeo Pelo fato desse estudo se tratar de um modelo de implantaccedilatildeo

o custo das tubulaccedilotildees vai variar de acordo com a demanda necessitada pelo

preacutedio portanto podendo variar de acordo com o projeto implantado Para este

estudo seraacute adotado o valor de R$ 7000

Observaccedilatildeo Pelo fato desse trabalho tratar-se de um modelo de

implantaccedilatildeo o custo da energia pode variar de acordo com a demanda necessitada

pelo preacutedio portanto podendo variar de acordo com o uso da bomba Para este

estudo seraacute adotado o valor de R$ 054 que eacute o valor do KwH cobrado pela CEB

Segundo Saravy (2010 p 46) haacute tambeacutem um custo para manutenccedilatildeo do

sistema conforme a tabela a seguir

Tabela 07 Preccedilo de Manutenccedilatildeo do Sistema de Captaccedilatildeo

Com esses dados podemos ver o valor total final a ser pago pelo

sistema de captaccedilatildeo que eacute de R$ 1889978

36 ndash Taxas e valores cobrados para utilizaccedilatildeo de aacutegua

Segundo a Companhia de Saneamento Ambiental do Distrito Federal (CAESB)

quando vaacuterias residecircncias satildeo atendidas por uma uacutenica ligaccedilatildeo de aacutegua eacute aplicado o

conceito de consumo ldquoPara exemplificar podemos citar um preacutedio residencial onde

cada apartamento corresponde a uma unidade de consumordquo (CAESB) Contudo o

caacutelculo de gastos seraacute realizado primeiro em um apartamento e posteriormente

multiplicado pelo total de apartamentos do preacutedio uma vez que os preacutedios

residecircncias da Asa Norte pagam a conta de aacutegua atraveacutes do condomiacutenio O preacutedio

Componente Frequecircncia da Manutenccedilatildeo

Custo da Manutenccedilatildeo

Calhas e Condutores

Semestral R$ 13000

Reservatoacuterio Limpeza e

Desinfecccedilatildeo Anual

R$ 20000

desse estudo apresenta um hidrocircmetro que mede o consumo de aacutegua para o todo o

preacutedio

Eacute de suma importacircncia destacar tambeacutem que haacute uma taxa de esgoto que eacute

cobrada pela CAESB consequentemente ldquoo valor da tarifa de esgotos corresponde

a 100 do valor da tarifa de aacutegua exceto quando se tratar de coleta do tipo

condominial que equivale a 60 do valor da tarifa de aacuteguardquo (CAESB)

Deste modo a CAESB utiliza tarifas para diversas categorias de moradia e

comeacutercio e neste estudo seraacute aplicada a tarifa de ldquoresidencial normalrdquo em

concordacircncia com a tabela a seguir

Tabela 08 Valor da Tarifa Cobrado pela CAESB

Para melhor compreensatildeo do caacutelculo que a CAESB faz temos uma conta do

condomiacutenio do preacutedio da Superquadra 111 Norte

Figura 04 Conta Discriminada do Condomiacutenio

Fonte Condomiacutenio do Preacutedio

O caacutelculo feito pela CAESB consiste primeiramente em saber a demanda de

aacutegua gasta em metros cuacutebicos por Unidade de Consumo ndash apartamento ndash para

saber qual faixa ldquomsup3rdquo eacute aplicada Apoacutes saber qual a faixa ldquomsup3rdquo que se enquadra eacute

atribuiacutedo o volume por UC (em msup3) em sequecircncia multiplica-se o volume por UC ou

volume da faixa pelo nuacutemero de UCrsquos correspondente para se obter o volume total

gasto (em msup3) Tendo o volume total gasto basta multiplicar pelo preccedilo corresponde

agrave faixa a qual se encaixa o consumo e assim obtendo o valor total a pagar A partir

do momento que se tem o valor total a pagar eacute necessaacuterio acrescer 100 do valor

para cobrir a tarifa de esgoto conforme a figura

Partindo desses dados podemos calcular por apartamento quanto eacute cobrado

pela CAESB a partir dos dados apresentados no capiacutetulo 34

119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119886119901119886119903119905119886119898119890119899119905119900 = 33119901 times 66119871 ~ 217119871

119863119894119886

119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119886119901119886119903119905119886119898119890119899119905119900 119886119900 119898ecirc119904 = 217119871119889119894119886 times 30119863119894119886119904 = 6510119871 119900119906 65101198983

Com base nesses dados temos que calcular o volume total de descarga em

sanitaacuterios que o preacutedio consome com a seguinte foacutermula

119881119879 = 119881119865 times 119873ordm 119889119890 119880119862prime119904

119881119879 = 10119898sup3 times 36 = 360119898sup3

Em que ldquoVTrdquo corresponde ao volume total do preacutedio ldquoVFrdquo ao volume da faixa

que eacute estipulado pela CAESB e ldquoUCrsquosrdquo satildeo as unidades de consumo que eacute correlato

ao nuacutemero de apartamentos existente

Portanto o total a se pagar em um mecircs eacute calculado da seguinte forma

119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 119881119879 times 119879119886119903119894119891119886 119889119890 aacute119892119906119886 + 119879119886119903119894119891119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900

119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 360119898sup3 times 119877$ 265 + 119879119886119903119894119891119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900

119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 954 + 119877$ 954 = 119877$ 1908

Em 7 meses seriam pagos em descarga

119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 1908 times 7 119872119890119904119890119904 = 119877$ 13356

37 ndash Caacutelculos de economia e retorno de investimento para um sistema

fechado

Conforme exposto por L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental p 15)

ldquopara o caacutelculo da economia da taxa de aacutegua multiplica-se o valor do msup3 (valor

cobrado por msup3 do responsaacutevel pelo fornecimento de aacutegua na cidade []) pelo

volume captado e entatildeo obtecircm-se o valor economizado por ano na taxa de aacuteguardquo

Recapitulando que para esse estudo seraacute utilizado o meacutetodo praacutetico brasieliro

devido aos meses de seca ou pouca chuva

Sendo assim

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119881119886119897119900119903 119889119900 1198983 times 119881119900119897119906119898119890 119888119886119901119905119886119889119900

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 265 times 314061198983

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 8322

Essa economia de R$ 8322 eacute para um mecircs de chuva para o preacutedio todo

sendo assim para os 7 meses de chuva tem-se

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119890 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 8322 times 7 119898119890119904119890119904 = 119877$ 58254

Ainda segundo L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental p 16) para o

caacutelculo da economia referente ao esgoto eacute necessaacuterio multiplicar o valor do msup3 pelo

volume captado e por 08 uma vez que considera-se 20 de perda ou seja para

cada 1 litro de aacutegua que chega na residecircncia eacute cobrado 08 litros para o tratamento

do esgoto

Portanto tem-se

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119881119886119897119900119903 119889119900 1198983 times 119881119900119897119906119898119890 119888119886119901119905119886119889119900 times 08

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900 = 119877$ 265 times 314061198983 times 08

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 6658

Esse valor encontrado de R$ 6658 corresponde a um mecircs de chuva para o

preacutedio sendo assim o total economizado pelo preacutedio em 7 meses eacute de

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119890 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 6658 times 7 119898119890119904119890119904 = 119877$ 46606

ldquoPara o caacutelculo do retorno do investimento divide-se o valor investido pela

economia anual com a implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo e reaproveitamento da

aacutegua pluvialrdquo L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental p 16)

Portanto para 7 meses de chuva tem-se o seguinte

119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 =119881119886119897119900119903 119894119899119907119890119904119905119894119889119900

119864119888119900119899119900119898119894119886 (7119898119890119904119890119904)

119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 = 119877$ 1843924

119877$ 58254 + 119877$ 46606

119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 = 119877$ 1843924

119877$ 9446

119877119890119905119900119903119899119900

119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900= 1952 119886119899119900119904

38 ndash Caacutelculos de dimensionamento para um sistema com fluxo

Os caacutelculos apresentados no subitem anterior satildeo relativos a um sistema

o qual natildeo adota a possibilidade de fluxo dentro do reservatoacuterio Quando se

fala em fluxo temos que considerar que ao mesmo tempo em que o preacutedio

utiliza aacutegua do reservatoacuterio de aacutegua pluvial o mesmo vai enchendo com aacutegua

pluvial Portanto haacute um ciclo no qual o preacutedio demanda aacutegua do reservatoacuterio e

o mesmo vai enchendo conforme chove no local

Sabendo que a meacutedia mensal eacute de 1399msup3 eacute preciso multiplicar isso

por 12 para se obter o quanto choveu em 2014 Sendo assim

119879119900119905119886119897 119886119900 119886119899119900 = 1399119898119898 times 12 119898119890119904119890119904

119879119900119905119886119897 119886119900 119886119899119900 = 16788119898119898

Mas como foi visto o periacuteodo chuvoso eacute de 7 meses entatildeo temos

119875119903119890119888119894119901119894119905119886ccedilatilde119900 119901119886119903119886 7 119898119890119904119890119904 = 16788119898119898 divide 7 = 2398119898119898

Com isso eacute necessaacuterio realizar o caacutelculo da meacutedia de captaccedilatildeo de aacutegua

por mecircs para a aacuterea de 1069msup2

119872119890119889119894119886 119889119890 119862119886119901119905119886ccedilatilde119900 = 2398119898119898 times 1069119898sup2

119872eacute119889119894119886 119889119890 119862119886119901119905119886ccedilatilde119900 = 256346119871 119900119906 256346119898sup3

Ao considerar o valor obtido temos que realizar o quanto seria captado

diariamente

119872eacute119889119894119886 119889119894aacute119903119894119886 = 256346119898sup3 divide 30 119889119894119886119904 = 85119898sup3119889119894119886

A partir desses caacutelculos podemos realizar a seguinte comparaccedilatildeo O

preacutedio consome cerca de 78msup3 ao dia de aacutegua para descarga de vasos sanitaacuterios

enquanto a meacutedia diaacuteria de captaccedilatildeo eacute de 85msup3 por conseguinte temos um fluxo

positivo de aacutegua para o reservatoacuterio de 067msup3dia nos dias chuvosos

Se colocarmos um reservatoacuterio de 35msup3 sem nenhuma aacutegua

armazenada poderemos constatar que o reservatoacuterio iria encher por completo em

cerca de 53 dias conforme o caacutelculo a seguir

351198983 = 0671198983 times 119909 119889119894119886119904

119909 119889119894119886119904 = 35119898sup3 divide 067119898sup3 = 5223 119889119894119886119904

Analisando esses dados temos que a partir do 54ordm dia o reservatoacuterio

estaria completamente cheio e no restante dos 156 dias que teriacuteamos de chuva

esses 067msup3 seriam de certa forma desperdiccedilados uma vez que esse fluxo de

067msup3 ao final dos 7 meses gerariam cerca de 1407msup3 enquanto o reservatoacuterio tem

a capacidade de 35msup3 conforme o caacutelculo a seguir

119875119900119905119890119899119888119894119886119897 = 067119898sup3 times 156 119889119894119886119904 = 1045119898sup3

Se considerarmos esse fluxo positivo de 067msup3dia temos que ao final

dos 210 dias (7meses) seria possiacutevel armazenar 1407 msup3 de aacutegua Com um

reservatoacuterio de 35msup3 1057msup3 estariam sendo escoados para fora do reservatoacuterio

Portanto o ideal seria um reservatoacuterio que se aproxime de 1407msup3 para que ao

final dos 7 meses toda aacutegua possiacutevel fosse armazenada no entanto o reservatoacuterio

deveria ser de 145msup3

Devemos considerar ainda que ao final dos 7 meses o reservatoacuterio

estaria cheio no periacuteodo de seca conseguiria abastecer o preacutedio de acordo com a

demanda do preacutedio sendo assim

119880119905119894119897119894119911119886ccedilatilde119900 119899119886 119904119890119888119886 = 119879119900119905119886119897 119889119900 119903119890119904119890119903119907119886119905oacute119903119894119900 divide 119863119890119898119886119899119889119886 119889119894aacute119903119894119886

119880119905119894119897119894119911119886ccedilatilde119900 119899119886 119904119890119888119886 = 1451198983 divide 781198983119889119894119886

119880119905119894119897119894119911119886ccedilatilde119900 119899119886 119904119890119888119886 = 1858 119889119894119886119904

381 ndash Custo de implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo com fluxo em um

preacutedio

Na implantaccedilatildeo desse sistema os materiais utilizados teratildeo como base

as estimativas que foram apresentadas no subitem anterior e para aumentar a

eficiecircncia do sistema o volume de 1400007L seraacute arredondado para

145000L

Devido ao tamanho do reservatoacuterio eacute de se esperar que o reservatoacuterio

natildeo seja instalado em cima do preacutedio uma vez que a estrutura do preacutedio natildeo

conseguiria suportar o peso que o reservatoacuterio faria sobre o telhado

consequentemente o reservatoacuterio deveraacute ser instalado no jardim do preacutedio que

iraacute gerar um custo a mais por conta da escavaccedilatildeo

Os valores de alguns dos materiais apresentados a seguir seguem os

dos apresentados no trabalho de L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental

p 18) apenas o valor da caixa drsquoaacutegua de 10000L foi obtido atraveacutes de

pesquisas em lojas de construccedilatildeo e assim utilizando a de menor valor

conforme a tabela a seguir Segundo o Saneamento de Goiaacutes SA (SANEAGO)

o custo de escavaccedilatildeo eacute calculado a partir do total de msup3 aleacutem de 3m de

profundidade

Tabela 09 Preccedilo dos Produtos do Sistema de Captaccedilatildeo com Fluxo

Observaccedilatildeo Pelo fato desse estudo se tratar de um modelo de implantaccedilatildeo

o custo das tubulaccedilotildees vai variar de acordo com a demanda necessitada pelo

preacutedio portanto podendo variar de acordo com o projeto implantado Para este

estudo seraacute adotado o valor de R$ 7000

Observaccedilatildeo Pelo fato desse trabalho tratar-se de um modelo de

implantaccedilatildeo o custo da energia pode variar de acordo com a demanda necessitada

pelo preacutedio portanto podendo variar de acordo com o uso da bomba Para este

estudo seraacute adotado o valor de R$ 054 que eacute o valor do KwH cobrado pela CEB

Produto Quantidade Valor unitaacuterio (R$) Valor total (R$)

Cx Daacutegua 10000L 14 496090 6945260

Cx Daacutegua 5000L 1 108000 108000

Boacuteia Eleacutetrica 1 2750 2750

Boacuteia Comum 1 1220 1220

Registro de Gaveta

1 3490 3490

Bomba Anauger 1 23000 23000

Filtro 3P VF1 1 22000 22000

Tubulaccedilotildees 7000 7000

Disjuntor 1 1310 1310

Escavaccedilatildeo Msup3 3666 53157

Matildeo de Obra 1 58574 58574

Energia 054 054

Total 13 727154 7704228

382 ndash Caacutelculos de economia e retorno de investimento para um sistema

com fluxo

Partindo dos dados apresentados podemos calcular por apartamento quanto eacute

cobrado pela CAESB a partir dos dados apresentados no capiacutetulo 34

119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119886119901119886119903119905119886119898119890119899119905119900 = 33119901 times 66119871 ~ 217119871

119863119894119886

119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119886119901119886119903119905119886119898119890119899119905119900 119886119900 119898ecirc119904 = 217119871119889119894119886 times 30119863119894119886119904 = 6510119871 119900119906 65101198983

Em que ldquoVTrdquo corresponde ao volume total do preacutedio ldquoVFrdquo ao volume da faixa

que eacute estipulado pela CAESB e ldquoUCrsquosrdquo satildeo as unidades de consumo que eacute correlato

ao nuacutemero de apartamentos existente

Portanto o total a se pagar em um mecircs eacute calculado da seguinte forma

119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 119881119879 times 119879119886119903119894119891119886 119889119890 aacute119892119906119886 + 119879119886119903119894119891119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900

119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 360119898sup3 times 119877$ 265 + 119879119886119903119894119891119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900

119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 954 + 119877$ 954 = 119877$ 1908

Retomando o caacutelculo exposto por L Pereira (Viabilidade

EconocircmicoAmbiental p 15) no subitem anterior temos que o caacutelculo da CAESB

seria feito da seguinte maneira

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119881119886119897119900119903 119889119900 1198983 times 119881119900119897119906119898119890 119888119886119901119905119886119889119900

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 265 times 1451198983

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 38425

Esse caacutelculo eacute equivalente a um mecircs de captaccedilatildeo para os 7 meses

teremos o seguinte

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119890 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 38425 times 7 119898119890119904119890119904 = 119877$ 268975

Conforme foi visto para o caacutelculo da economia de esgoto eacute necessaacuterio

multiplicar o valor do msup3 pelo volume captado e por 08 uma vez que considera-se

20 de perda ou seja para cada 1 litro de aacutegua que chega na residecircncia eacute cobrado

08 litros para o tratamento do esgoto Portanto para um mecircs segue-se

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119881119886119897119900119903 119889119900 1198983 times 119881119900119897119906119898119890 119888119886119901119905119886119889119900 times 08

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900 = 119877$ 265 times 1451198983 times 08

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 3074

ldquoPara o caacutelculo do retorno do investimento divide-se o valor investido pela

economia anual com a implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo e reaproveitamento da

aacutegua pluvialrdquo L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental p 16)

Portanto para 7 meses de chuva tem-se o seguinte

119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 =119881119886119897119900119903 119894119899119907119890119904119905119894119889119900

119864119888119900119899119900119898119894119886 (7119898119890119904119890119904)

119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 = 119877$ 17704228

119877$ 268975 + 119877$ 21518

119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 = 119877$ 7704228

119877$ 484155

119877119890119905119900119903119899119900

119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900= 1591119886119899119900119904

4 ndash Conclusatildeo e Consideraccedilotildees Finais

De acordo com o que foi exposto temos que a implantaccedilatildeo do sistema de

captaccedilatildeo para o aproveitamento de aacuteguas pluviais eacute uma oacutetima alternativa para

substituiccedilatildeo da ldquoaacutegua cinzardquo possibilitando tambeacutem um destino mais correto do

ponto de vista ambiental para a aacutegua que se tornaria esgoto Como eacute de

conhecimento este tipo de meacutetodo eacute utilizado em diversas regiotildees natildeo somente

aquelas que sofrem com escassez de aacutegua

Mesmo sabendo que o Brasil possui um grande potencial hiacutedrico observamos

que uma parcela da populaccedilatildeo natildeo tem consciecircncia quanto ao gasto de aacutegua

gerando um grande desperdiacutecio de forma desnecessaacuteria Portanto partindo de um

pensamento racional um sistema de captaccedilatildeo seria viaacutevel para o aproveitamento da

aacutegua para fins de consumo domeacutestico mais precisamente ldquoaacutegua cinzardquo

Considerando os caacutelculos apresentados a partir da taxa de precipitaccedilatildeo meacutedia

em Brasiacutelia a criaccedilatildeo de um sistema de captaccedilatildeo pluvial predial traz benefiacutecios

econocircmicos e ambientais O projeto torna-se viaacutevel economicamente pois desde

que se faccedila a manutenccedilatildeo de forma adequada do sistema este teraacute uma vida uacutetil

longa e considerando que se obteacutem o retorno do investimento em aproximadamente

16 anos para um sistema com fluxo apoacutes este periacuteodo o sistema passa a ser

lucrativo para o preacutedio que implanta pois o custo eacute dividido no condomiacutenio dentre os

moradores do preacutedio

Analisando do ponto de vista ambiental o desenvolvimento urbano de Brasiacutelia

ocasionou em superfiacutecies impermeaacuteveis dificultando a absorccedilatildeo de aacuteguas pluviais

pelo solo e juntamente com o sistema de redes pluviais e o sistema de drenagem

ultrapassados os alagamentos e enchentes tecircm se tornado constante quando

ocorrem chuvas anormais Com as estimativas feitas neste trabalho eacute possiacutevel que

tais transtornos hiacutedricos urbanos possam ser amenizados a partir da implantaccedilatildeo do

sistema sem que afete o ciclo hidroloacutegico natural Logicamente essa natildeo eacute a

soluccedilatildeo uma vez que ela deve ser apenas um complemento agrave poliacuteticas publicas

poliacuteticas de incentivo entre outras medidas de cunho sustentaacutevel

Em vista disso a implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo e aproveitamento de

aacuteguas pluviais acarretaria em uma significativa melhora ambiental atraveacutes da

substituiccedilatildeo de uma parcela da aacutegua fornecida pela CAESB e possivelmente

mitigando os transtornos hiacutedricos urbanos se aplicado em larga escala

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sem aprofundamento cidades sustentaacuteveis satildeo aquelas que visam meacutetodos e

praacuteticas eficientes para a preservaccedilatildeo do meio ambiente sem deixar de

almejar o desenvolvimento econocircmico e a melhoria na qualidade de vida da

populaccedilatildeo Sendo assim ldquoa sustentabilidade eacute vista como algo bom desejaacutevel

consensual a definiccedilatildeo que vai prevalecer vai construir autoridade para que se

discriminem em seu nome as boas praacuteticas das ruinsrdquo (Acselrad 1999 p 80)

Para melhor esclarecimento o conceito de sustentabilidade associado

ao desenvolvimento das cidades ldquotem origem nas rearticulaccedilotildees poliacuteticas pelas

quais um certo nuacutemero de atores envolvidos na produccedilatildeo do espaccedilo urbano

procuram dar legitimidade as suas perspectivas evidenciando a

compatibilidade delas com os propoacutesitos de dar durabilidade ao

desenvolvimento de acordo com os propoacutesitos da Agenda 21 resultante da

Conferecircncia da ONU sobre Desenvolvimento e Meio Ambienterdquo (Acselrad

1999 p 81) Para tanto o governo deve ter um planejamento para que possa

tomar medidas no sentido de amenizar os transtornos urbanos e ambientais

decorrentes da accedilatildeo antroacutepica Diversas estrateacutegias devem ser implementadas

para que se possa promover o conceito de cidades sustentaacuteveis e priorizar a

qualidade de vida urbana em toda sua abrangecircncia partindo do princiacutepio da

anaacutelise criacutetica da condiccedilatildeo atual de desenvolvimento das cidades pensando no

contexto na qual se encontram

Segundo Magalhatildees (2006 p 2) no inicio a sustentabilidade urbana

sofreu bastante em questotildees poliacuteticas pois o ldquodiscurso mais estabelecido dos

projetos urbanos agrave temaacutetica ambiental estaacute longe de ser o centro das

preocupaccedilotildees Quando muito ela eacute considerada do ponto de vista do

provimento de aacutereas livres dentro dos espaccedilos urbanos mas mesmo essas

satildeo destinadas agrave intensa movimentaccedilatildeo imaginada para as aacutereas

requalificadas ou revitalizadasrdquo

Poreacutem devido a estudos tornou-se possiacutevel ampliar os horizontes e

perceber que a sustentabilidade tem sido aplicada junto aos objetivos da

cidade a partir da Agenda 21 e da noccedilatildeo do que eacute desenvolvimento

sustentaacutevel Contudo esses novos interesses surgiram a partir dos distuacuterbios

causados aos habitantes sendo esses distuacuterbios ambientais ou natildeo Essa

participaccedilatildeo mais ativa da populaccedilatildeo remete a uma das vertentes expostas por

Acselrad (1999) de que a sustentabilidade urbana deve estar associada natildeo

somente agraves poliacuteticas puacuteblicas mas tambeacutem ao modelo ldquocidade-empresardquo no

qual a cidade torna-se atrativo de investimentos para a implementaccedilatildeo de

meacutetodos alternativos de sustentabilidade

Para Magalhatildees (2006 p 5) ldquoa noccedilatildeo de risco tornou-se parte de

diversos aspectos do dia a dia das pessoas fazendo-as corresponsaacuteveis pelos

efeitos de suas accedilotildeesrdquo portanto eacute necessaacuterio que se tenha um controle

governamental a partir de poliacuteticas puacuteblicas das accedilotildees individuais de seus

habitantes com o proposito de reduzir os riscos de agravantes nas cidades

Cabe ressaltar que uma questatildeo importante a ser vista eacute que os

problemas causados nas cidades natildeo refletem apenas nas cidades em si mas

tambeacutem nas aacutereas que a circundam e em outras localidades o que obriga a

rever o pensamento de que cidades sustentaacuteveis englobam apenas a proacutepria

cidade

Segundo Magalhatildees (2006 p 6 apud Satterhwaite 2004 p 134) ldquopara

avanccedilar e alcanccedilar meacutetodos de desenvolvimento sustentaacutevel o desempenho

ambiental das cidades deve melhorar natildeo apenas em termos de qualidade

ambiental dentro dos seus limites mas tambeacutem em termos de reduccedilatildeo da

transferecircncia de custos ambientais para outras pessoas outros ecossistemas

ou para o futurordquo A partir desse pensamento nota-se que o conceito de

cidades sustentaacuteveis vai aleacutem da consolidaccedilatildeo da sustentabilidade urbana

afirmando que cidades sustentaacuteveis satildeo um projeto que necessita de um

extenso processo e natildeo algo preacute-definido visando mais de um objetivo comum

Na visatildeo de Magalhatildees (2006 p 8) ldquotal processo deve envolver questotildees aleacutem

das estritamente ambientais uma melhor definiccedilatildeo de que propostas poderatildeo

contribuir para o seu avanccedilo a criatividade na concepccedilatildeo de bons projetos e a

capacidade de se evitar os falsos atalhosrdquo

Sendo assim para a construccedilatildeo de projetos de cidades sustentaacuteveis eacute

necessaacuterio que se tenha uma visatildeo ampla e com diferentes abordagens desse

processo de urbanizaccedilatildeo Para o projeto de cidades sustentaacuteveis eacute necessaacuterio

que se tenha trecircs abordagens a espacial que vislumbra a anaacutelise das relaccedilotildees

metaboacutelicas operadas pela cidade compreendendo territoacuterios distantes a

temporal uma vez que pleiteia geraccedilotildees futuras e a conceitual que exige um

enfoque transdisciplinar

Magalhatildees (2006 p 9 apud Peter Brand 1999 p 10) faz uma anaacutelise

sobre a implementaccedilatildeo dessas abordagens ldquo uma metaacutefora social como

cidade sustentaacutevel ou desenvolvimento urbano sustentaacutevel nunca pode ser

uma meta objetiva e sim uma gama de possibilidades abertas cujas

prioridades satildeo determinadas pelas urgecircncias do presenterdquo Com essa

ampliaccedilatildeo do conceito de sustentabilidade urbana percebe-se que haacute uma

nova utopia com um ideal diferenciado de cidade tendo como base accedilotildees

voltadas para o meio ambiente e a reduccedilatildeo da desigualdade causada pelos

transtornos ambientais dando prioridade a uma parte relevante de sua mateacuteria

e energia para a organizaccedilatildeo e manutenccedilatildeo interna e depois ao crescimento

da cidade Entatildeo por que seguir algo utoacutepico Coloco em pauta uma frase

destacada por Galeano (1993 p 230) na qual ele expotildee -ldquoA utopia estaacute laacute no

horizonte Me aproximo dois passos ela se afasta dois passos Caminho dez

passos e o horizonte corre dez passos Por mais que eu caminhe jamais

alcanccedilarei Para que serve a utopia Serve para isso para que eu natildeo deixe de

caminharrdquo

Com essas colocaccedilotildees Magalhatildees (2006 p 16) expotildee a criaccedilatildeo de

uma ideia de ldquodesempenho ambiental urbanordquo o qual mostra um conceito

mensuraacutevel e comparaacutevel junto com a ampliaccedilatildeo de niacuteveis de justiccedila ambiental

locacional e de democracia nas cidades que se torna uacutetil para construccedilatildeo de

paracircmetros de atuaccedilatildeo Essa ideia mostra que o urbanismo tem muito a

contribuir

Atualmente haacute muitos estudos cientiacuteficos que satildeo voltados para a crise

ambiental que vivemos que teve como origem a pressatildeo do crescimento

populacional sobre as aacutereas verdes e pelo modo de vida ocidental como a alta

produccedilatildeo e consumo exagerado Nesse contexto retomamos que as cidades

tecircm sido o principal fator e foco gerador dessa crise ambiental e que agora

concentramos as poliacuteticas puacuteblicas voltadas para o desenvolvimento urbano

como grande objetivo

Tanto pesquisadores atraveacutes de estudos quanto a sociedade atraveacutes

da miacutedia que divulga os riscos ambientais decorrentes das novas formas de

produccedilatildeo e seus efeitos alertam a populaccedilatildeo da gravidade causada e assim

provocam uma preocupaccedilatildeo generalizada acerca do problema ambiental

Sendo assim uma reflexatildeo deve ser feita sobre o conceito de cidade

sustentaacutevel uma vez que as cidades concentram a maior fonte de poluiccedilatildeo e

produccedilatildeo de resiacuteduos aleacutem de consumirem parte da energia do planeta

Como foi dito anteriormente cidades sustentaacuteveis devem pensar aleacutem

da proacutepria localidade mas para ter essa abordagem eacute necessaacuterio focar

primeiramente em uma escala local Para Schussel (2004 p 63 apud

Camagni 2001 p 345) ldquoeacute mais eficaz enfrentar um mesmo problema

localmente (em termos tanto de efeito como de autoridades) do que enfrentaacute-

los globalmente (onde as autoridades satildeo frequentemente ausentes os

agentes poluidores longiacutenquos as interdependecircncias das accedilotildees dos diferentes

sujeitos mais elevadas onde tambeacutem a incertitude sobre a grandeza dos

fenocircmenos e seus encadeamentos causais eacute maior)rdquo Com esse ponto de vista

eacute importante que se deva dar uma atenccedilatildeo ao processo de mudanccedila da

aprendizagem coletiva das cidades com uma interaccedilatildeo saudaacutevel entre a

economia tecnologia e meio ambiente

Eacute importante ressaltar que a implantaccedilatildeo de cidades sustentaacuteveis

juntamente com a gestatildeo do meio ambiente urbano possui uma alta

complexidade para a sociedade moderna ao analisar que natildeo devemos

apenas pensar na conservaccedilatildeo dos recursos ambientais mas tambeacutem

devemos nos atentar ao transporte puacuteblico para reduccedilatildeo da emissatildeo de gases

poluentes melhorar a mobilidade urbana diminuindo consideravelmente o

traacutefego de veiacuteculos dar incentivo e propiciar accedilotildees para a utilizaccedilatildeo de

transportes alternativos como bicicletas otimizar a utilizaccedilatildeo do espaccedilo

urbano devemos ainda criar mais espaccedilos verdes voltados para o lazer da

populaccedilatildeo criar programas voltados para a arborizaccedilatildeo dos espaccedilos puacuteblicos

destinar adequadamente o lixo urbano aplicar programas educacionais

voltados para o desenvolvimento sustentaacutevel investir em educaccedilatildeo de

qualidade para uma boa instruccedilatildeo da populaccedilatildeo favorecer a economia local

dinacircmica e sustentaacutevel e criar accedilotildees para a utilizaccedilatildeo racional da aacutegua

juntamente com o aproveitamento de aacuteguas pluviais

A autora Silva (Poliacuteticas Puacuteblicas e Estrateacutegias de Sustentabilidade

Urbana p 1 apud Metzger 1994) cujo inventaacuterio realizado sobre trabalhos de

ecologia urbana e meio ambiente urbano identifica trecircs concepccedilotildees distintas A

primeira trata da natureza na cidade no qual Metzger fez estudos referentes

aos elementos bioloacutegicos do meio urbano no que diz respeito agrave preservaccedilatildeo

dos espaccedilos verdes e dos elementos fiacutesico naturais da cidade A segunda

concepccedilatildeo do meio ambiente urbano estaacute relacionada aos riscos da cidade e

na cidade aos problemas ambientais enfrentados pela populaccedilatildeo e como

esses problemas afetam a qualidade de vida da mesma Por fim a uacuteltima

vertente que visa mensurar o problema de gestatildeo ou administraccedilatildeo da cidade

tratando das poliacuteticas puacuteblicas sob uma visatildeo do uso do solo e a influecircncia que

as questotildees ambientais causam na determinaccedilatildeo das poliacuteticas puacuteblicas

11 - Poliacuteticas Puacuteblicas e a relaccedilatildeo com as cidades sustentaacuteveis

definiccedilotildees aplicaccedilatildeo conceitos

Eacute necessaacuterio que sejam identificados os locais de atuaccedilatildeo das poliacuteticas

puacuteblicas que tecircm como objetivo a sustentabilidade urbana mas analisando

previamente as mudanccedilas que ocorreram no acircmbito das accedilotildees governamentais

que ocasionaram a adoccedilatildeo de determinadas poliacuteticas puacuteblicas como

estrateacutegias e diretrizes da proacutepria accedilatildeo governamental e dos indiviacuteduos

Mas o que satildeo poliacuteticas puacuteblicas e por que as poliacuteticas puacuteblicas satildeo

consideradas tatildeo importantes quando se trata da sustentabilidade urbana

Segundo Silva (Poliacuteticas Puacuteblicas e Estrateacutegias de Sustentabilidade Urbana p

2 apud Bucci 2002 p 241) poliacuteticas puacuteblicas ldquosatildeo programas de accedilatildeo

governamental para um setor da sociedade ou um espaccedilo geograacutefico

buscando a concretizaccedilatildeo de determinados objetivos e metasrdquo e destaca ainda

que ldquosatildeo programas de accedilatildeo governamental visando a coordenar os meios agrave

disposiccedilatildeo do Estado e as atividades privadas para a realizaccedilatildeo de objetivos

socialmente relevantes e politicamente determinadosrdquo

Quando relacionadas agrave cidadania as poliacuteticas puacuteblicas encontram

dificuldade para alcanccedilar a sustentabilidade urbana jaacute que devem assegurar

uma vida harmocircnica entre o habitante e o meio ambiente Isso ocorre devido a

globalizaccedilatildeo dos espaccedilos em que satildeo levantadas novas tecnologias e haacute o

problema da crescente urbanizaccedilatildeo Esse enfoque possui alguns princiacutepios

que devem ser levados em consideraccedilatildeo princiacutepios esses que guiam as

poliacuteticas puacuteblicas no meio ambiente urbano Esses princiacutepios satildeo destacados e

relacionados por Silva (Poliacuteticas Puacuteblicas e Estrateacutegias de Sustentabilidade

Urbana p 5) como o princiacutepio do interesse puacuteblico na proteccedilatildeo do meio

ambiente urbano sobre os interesses privados o princiacutepio da realizaccedilatildeo de

uma avaliaccedilatildeo preacutevia dos impactos ambientais advindos da accedilatildeo antroacutepica ou

natural o princiacutepio de que o Estado deve intervir na defesa e proteccedilatildeo do meio

ambiente e do meio ambiente urbano o princiacutepio da funccedilatildeo da funccedilatildeo

socioambiental da propriedade urbana o princiacutepio da participaccedilatildeo da

sociedade e da gestatildeo democraacutetica da cidade e o princiacutepio da garantia do

direito a cidades sustentaacuteveis

Cabe ressaltar que apesar de existirem tantos princiacutepios que devem ser

vistos como diretriz a realidade foge um pouco do que eacute mostrado na teoria jaacute

que as poliacuteticas puacuteblicas seguem programas finaliacutesticos que satildeo flexiacuteveis e

quando relacionados agraves exigecircncias legais devem ser diferenciados de acordo

com o grau de finalizaccedilatildeo da accedilatildeo e de imperatividade das normas

Quando tratamos do urbano e do meio ambiente as politicas puacuteblicas

devem ser integradas e possuiacuterem uma interaccedilatildeo entre si como por exemplo

ao tratar das poliacuteticas de habitaccedilatildeo natildeo se pode deixar de levar em

consideraccedilatildeo as poliacuteticas de saneamento ambiental ou entatildeo ao tratar de

poliacuteticas de transporte puacuteblico e mobilidade urbana deve-se considerar a

proacutepria poliacutetica ambiental Sendo assim os programas e projetos

governamentais devem contemplar os aspectos ambientais urbanos sociais e

econocircmicos

Para Silva (Poliacuteticas Puacuteblicas e Estrateacutegias de Sustentabilidade Urbana

p 6) ldquose os planos satildeo obrigatoacuterios para o setor puacuteblico para o setor privado

eles satildeo indicativosrdquo Reforccedilando o conceito de poliacuteticas puacuteblicas essas podem

ser definida como ldquoprocesso - ou conjunto de processos - que culmina na

escolha racional e coletiva de propriedades para definiccedilatildeo dos interesses

puacuteblicos reconhecidos pelo direitordquo sendo que quando se diz respeito a

direitos todos tecircm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado

englobando tambeacutem o meio ambiente urbano Portanto quando eacute utilizado o

termo ldquourbanordquo para qualificar o meio ambiente natildeo significa que haacute uma

segregaccedilatildeo classificatoacuteria do meio ambiente o adjetivo ldquourbanordquo vem como

uma proposta de demarcar a problemaacutetica ambiental em um determinado

espaccedilo geograacutefico - no caso as cidades - sem deixar de considerar os fatores

que nelas estatildeo inseridos como os sociais e os ambientais

Assim para empregar poliacuteticas puacuteblicas visando a sustentabilidade

urbana deve-se repensar o modelo de desenvolvimento da cidade juntamente

com o modo de vida da populaccedilatildeo e a conscientizaccedilatildeo da mesma apoiando-se

nas relaccedilotildees sociais e econocircmicas exercidas na cidade sem deixar de

considerar essas interaccedilotildees como propulsoras do direito agrave cidade sustentaacutevel

Para ratificar inciso I do art 2ordm do Estatuto da Cidade - Lei n 10257 de

10 de julho de 2001 reconhece entre as diretrizes de poliacuteticas puacuteblicas

expostas o direito a cidades sustentaacuteveis De acordo com essa lei esse direito

proporciona o direito a terra urbana agrave moradia ao saneamento ambiental agrave

infraestrutura urbana aos serviccedilos puacuteblicos em geral ao trabalho e ao lazer

tanto para as geraccedilotildees atuais como para as futuras

Sendo assim as cidades devem desenvolver-se respeitando a

sustentabilidade por isso o desenvolvimento urbano deve ser feito sem

degradaccedilatildeo possibilitando uma vida urbana digna e igualitaacuteria Contudo as

cidades necessitam de mudanccedilas diversos pontos de vista reformulaccedilatildeo das

poliacuteticas puacuteblicas e criaccedilatildeo de novas e soluccedilotildees sobre como interagir no dia a

dia com o local que vivemos A partir dessa visatildeo destaco o que eacute exposto por

Acselrad (1999 p 86) em que ldquoacredita-se que quando o crescimento urbano

natildeo eacute acompanhado por investimentos em infraestrutura a oferta de serviccedilos

urbanos natildeo acompanha o crescimento da demanda A falta de investimentos

na manutenccedilatildeo dos equipamentos urbanos viraacute por sua vez acentuar o deacuteficit

na oferta de serviccedilos o que se rebateraacute especialmente na forma de

segmentaccedilatildeo socioterritorial entre as populaccedilotildees atendidas e natildeo atendidas

por tais serviccedilosrdquo

Apoacutes tratar de um modo geral cidades sustentaacuteveis e a sustentabilidade

urbana eacute interessante analisar o caso brasileiro Infelizmente a preocupaccedilatildeo

ambiental brasileira foi tardia e a evoluccedilatildeo foi lenta Em questotildees de

urbanizaccedilatildeo houve uma transformaccedilatildeo estrutural de ordem socioeconocircmica

reformulando a ocupaccedilatildeo do territoacuterio nacional ocasionando em impactos

ambientais e no dado de que cerca de 80 da populaccedilatildeo brasileira mora em

aacutereas urbanas Mas ao decorrer do tempo a questatildeo ambiental foi ligada ao

social os pensamentos acerca desse tema tiveram uma nova percepccedilatildeo

Como exemplo temos o caso dos recursos hiacutedricos em que a legislaccedilatildeo teve

o cuidado de considerar aleacutem do aspecto ambiental os aspectos sociais e

econocircmicos

Foi criado o Sistema Nacional de Recursos Hiacutedricos (SNRH) que no

texto de Schussel (2004 p 65) satildeo expostas a valoraccedilatildeo da aacutegua como bem

econocircmico a prioridade do abastecimento puacuteblico em detrimento da produccedilatildeo

de energia e a gestatildeo compartilhada entre usuaacuterios poder puacuteblico e sociedade

civil de bacias hidrograacuteficas por meio da implantaccedilatildeo dos ldquoComitecircs de Baciardquo

Essa questatildeo de integraccedilatildeo do ambiental ao social e econocircmico ocorreu

na deacutecada de 80 em que Silva (Poliacuteticas Puacuteblicas e Estrateacutegias de

Sustentabilidade Urbana p 2 apud Ribeiro 2001 p 134-135) destaca ldquoa

questatildeo urbana eacute integrada agrave questatildeo social e as representaccedilotildees antiurbanas

satildeo substituiacutedas pelo diagnoacutestico orientado por ideais republicanos de justiccedila

social e democracia A tarefa do pensamento e da accedilatildeo dos urbanistas passa a

ser o fazer coincidir a cidade e a cidadaniardquo Apesar do atraso na aplicaccedilatildeo do

pensamento ambiental - no caso o de cidades sustentaacuteveis - atualmente o

Brasil apresenta um niacutevel consideraacutevel de desenvolvimento tecnoloacutegico e social

que podem retardar a degradaccedilatildeo e os malefiacutecios causados nas cidades E por

que natildeo ocorre tal melhoria no setor ambiental urbano O Brasil carece de

poliacuteticas puacuteblicas que sirvam para o propoacutesito ambiental sem contar a falta de

instruccedilatildeo ambiental de uma boa parcela da sociedade Isso eacute confirmado com

as atitudes da populaccedilatildeo no texto de Loureiro e De Gregori (Revista Eletrocircnica

do Curso de Direito ndash UFSM p 459) eacute exposto que ldquoo lixo jogado nas ruas

causa entupimento de bueiros o que dificulta o escoamento da aacutegua da chuva

Aleacutem disso mesmo quando ocorre escoamento a aacutegua leva detritos

diretamente para o curso dos rios coacuterregos mananciais entre outros Em

razatildeo do exposto um meio indireto mas eficiente de se poluir a aacuteguardquo

Desse modo termo ldquosustentabilidaderdquo atrelado agraves necessidades

urbanas merece se conciliado de certa maneira que o ser humano produza

desenvolvimento e tambeacutem conserve o meio ambiente Portanto para o Brasil

os modelos que devem ser desenvolvidos nas cidades precisam ser justos

eacuteticos e sustentaacuteveis abrangendo todas as classes sociais e sendo igualitaacuterio

trazendo assim a concepccedilatildeo de que as transformaccedilotildees natildeo necessariamente

devem partir do governo e sim das accedilotildees que integrem os cidadatildeos

almejando a sustentabilidade Quando se diz ldquoas accedilotildees que integrem os

cidadatildeosrdquo na verdade o que se busca expressar eacute que a atitude deve partir da

populaccedilatildeo e natildeo do governo pois tais accedilotildees promovidas pela populaccedilatildeo as

aproximam das poliacuteticas puacuteblicas gerando melhores oportunidades e formas

alternativas de sistemas igualitaacuterios quando relacionados a exposiccedilatildeo de riscos

ambientais Tudo isso para oferecer um ambiente urbano com um

desenvolvimento em equiliacutebrio ambientalmente sustentaacutevel e socialmente

justo

Retomando o Artigo 2ordm do Estatuto da Cidade Loureiro e De Gregori

(Revista Eletrocircnica do Curso de Direito ndash UFSM p 462) expotildeem que houve

uma mudanccedila de paradigma ao se pensar em ambientes urbanos assim

expondo trecircs objetivos a serem alcanccedilados com as cidades ldquoo primeiro seria

um ambiente destinado agrave moradia de um acuacutemulo de comunidades jaacute em uma

segunda perspectiva seria um ambiente de poliacuteticas a fim de atingir funccedilatildeo

social urbana e por fim a garantia de ambientes urbanos como um meio

sustentaacutevel e sadio de desenvolvimentordquo Eacute importante ressaltar que esse

ponto de vista reflete que soacute seraacute possiacutevel assegurar um ambiente urbano para

a presente geraccedilatildeo e para as futuras partindo da preservaccedilatildeo do meio

ambiente

Portanto diversas iniciativas podem tornar o ambiente urbano em cidade

sustentaacutevel o que procura promover uma estabilidade e um equiliacutebrio agraves

cidades com uma visatildeo a longo prazo O processo de implantaccedilatildeo de cidades

sustentaacuteveis no Brasil deve primeiramente partir de accedilotildees individuais ou

privadas e articulada agraves poliacuteticas puacuteblicas para que haja uma eficiecircncia na

aplicabilidade sem desconsiderar que haacute uma possibilidade de gerar um

sistema insustentaacutevel Por que pode se tornar um sistema insustentaacutevel

Segundo Loureiro e De Gregori (Revista Eletrocircnica do Curso de Direito ndash

UFSM p 465 apud Godard 1990 p40-45) ldquoa insustentabilidade exprime

assim a incapacidade de as poliacuteticas puacuteblicas adaptarem a oferta de serviccedilos

urbanos agrave quantidade e agrave qualidade das demandas sociais provocando um

ldquodesequiliacutebriordquo entre necessidades cotidianas da populaccedilatildeo e os meios de as

satisfazer entre a demanda por serviccedilos urbanos e os investimento em redes e

infraestruturardquo

Jaacute que a realidade brasileira exprime uma grande distorccedilatildeo do que eacute

apresentado nos estudos como conseguir implantar uma cidade sustentaacutevel e

assim suportaacute-la Primeiramente eacute necessaacuterio ampliar o ponto de vista natildeo se

prendendo agraves poliacuteticas puacuteblicas em segundo plano eacute preciso que se tenha uma

accedilatildeo coletiva da populaccedilatildeo atraveacutes da conscientizaccedilatildeo ou de accedilotildees que

promovam a sustentabilidade dentro da cidade

Eacute importante ressaltar que natildeo se pode descartar as poliacuteticas puacuteblicas

mas tambeacutem natildeo se pode esperar que elas resolvam todos os problemas

presentes na cidade Sendo assim para que uma cidade torne-se sustentaacutevel eacute

preciso que as accedilotildees realizadas pela populaccedilatildeo sejam emparelhadas com as

poliacuteticas puacuteblicas aplicadas pelo governo No Brasil haacute cidades que satildeo

consideradas sustentaacuteveis mas essas cidades optaram apenas por um

planejamento urbano voltado para reconstituiccedilatildeo de aacutereas verdes

aprimoramento nas soluccedilotildees urbaniacutesticas e na tecnologia do transporte urbano

Tais accedilotildees natildeo devem ser desconsideras e sim exaltadas pelo funcionamento

adequado e promoccedilatildeo da sustentabilidade urbana Outras questotildees tatildeo

importantes quanto satildeo deixadas de lado pelo governo e nesse caso deve-se

ter uma aplicaccedilatildeo da sociedade para que ganhe uma visatildeo e assim sejam

aplicadas poliacuteticas puacuteblicas voltadas para tais questotildees

Em especiacutefico coloco o problema hiacutedrico que tem assolado vaacuterias

cidades do paiacutes por trazer prejuiacutezos de forma direta e indireta a populaccedilatildeo O

problema hiacutedrico brasileiro natildeo eacute apenas o causado pela estiagem e falta de

aacutegua em algumas localidades ele tambeacutem eacute expresso pelas chuvas

torrenciais Em face disso eacute importante unir o uacutetil ao agradaacutevel Vale expor que

em decorrecircncia do aumento da urbanizaccedilatildeo as aacutereas foram pavimentadas e

cobertas por preacutedios casas monumentos entre outras edificaccedilotildees

ocasionando na impermeabilizaccedilatildeo do solo em aacutereas naturais Devido a esse

fator o ser humano vem demandando novas soluccedilotildees e poliacuteticas puacuteblicas para

o controle e mitigaccedilatildeo de impactos causados pela chuva tais como

alagamentos

Os governos de modo geral vecircm encontrando seacuterias dificuldades

quanto agraves questotildees de gestatildeo dos alagamentos em suas aacutereas puacuteblicas Para

Brasiacutelia e o Governo do Distrito Federal esse problema eacute recente e nem tatildeo

alarmante quando comparado aos das grandes capitais brasileiras como Satildeo

Paulo ou Rio de Janeiro Portanto eacute necessaacuterio que se tenha uma precauccedilatildeo

com o uso das aacuteguas tratadas para que possam ser utilizadas fontes

alternativas Com o objetivo de aproveitamento de aacuteguas pluviais a captaccedilatildeo

de aacutegua advinda das chuvas possui um vieacutes sustentaacutevel do ponto de vista

teacutecnico e econocircmico quando aplicado em sistemas de uso privativo Cabe

ressaltar que esse estudo visa aliar o conceito de cidades sustentaacuteveis a partir

da iniciativa privada agraves necessidades encontradas na cidade de Brasiacutelia no

caso de um projeto de aproveitamento de aacuteguas pluviais que atenda a

demanda de aacutegua natildeo potaacutevel tendo como base a precipitaccedilatildeo de chuva local

sem desconsiderar o ciclo hidroloacutegico para que natildeo ocorra um desequiliacutebrio do

mesmo e ocasione mais desastres ambientais

Tal sistema tem como objetivo gerar uma fonte de aacutegua natildeo potaacutevel

para uso diaacuterio em sistemas prediais como descarga limpeza do preacutedio

irrigaccedilatildeo de jardins disponibilidade para lavagem de automoacuteveis entre outras

possibilidades gerando uma economia da aacutegua utilizada e consequentemente

uma economia monetaacuteria Aleacutem desse objetivo reducionista de gasto e aacutegua

haacute tambeacutem a possibilidade da reduccedilatildeo de transtornos hiacutedricos urbanos

Portanto ao abordar sobre poliacuteticas puacuteblicas eacute de suma importacircncia

compreender que o ldquodesenvolvimento sustentaacutevel eacute um processo de

aprendizagem social de longo prazo que por sua vez eacute direcionado por

poliacuteticas puacuteblicas orientadas por um plano de desenvolvimento nacionalrdquo

(Barbosa 2008 p 6) O conceito de desenvolvimento sustentaacutevel seraacute melhor

apresentado no capiacutetulo seguinte

2 ndash Sustentabilidade desenvolvimento sustentaacutevel e a sua

importacircncia

Inicio esse capiacutetulo com uma frase de Nascimento (2012 p 57) em que

se queremos sugerir uma sustentabilidade para toda a sociedade eacute necessaacuterio

que tenhamos uma ldquolinha transversal a eacutetica solidaacuteria com os excluiacutedos de hoje

para que natildeo haja excluiacutedos amanhatilderdquo

Por que a sustentabilidade eacute algo importante para noacutes Eacute necessaacuterio

que seja de conhecimento geral de que estamos ameaccedilados em todos os

aspectos ligados agrave utilizaccedilatildeo de recursos naturais e aproveitamento dos

mesmos Portanto haacute uma conexatildeo direta ao desenvolvimento sustentaacutevel

Nascimento (2012 p 58) ainda aponta que ldquoateacute meados do seacuteculo XX a

humanidade temia basicamente duas grandes extinccedilotildees ndash uma externa

(choque de um grande meteorito como aparentemente ocorreu haacute 65 milhotildees

de anos extinguindo os dinossauros) e outra interna (o advento de uma

epidemia desconhecida e incontrolaacutevel) Em meados do seacuteculo passado foi

acrescida mais uma ameaccedila provinda dos proacuteprios seres humanos a bomba

atocircmica O seu poder de destruiccedilatildeo ficou evidente com as explosotildees de

Hiroshima e Nagasakirdquo Sendo assim eacute perceptiacutevel que o estilo de vida de alta

produccedilatildeo e consumo vigente nos leva a crer que um desastre eacute cada vez mais

plausiacutevel

ldquoQue a economia estaacute em um conflito com os sistemas naturais do

planeta eacute uma evidecircncia que ressalta das informaccedilotildees cotidianas sobre o

desaparecimento das zonas de pesca reduccedilatildeo das florestas a erosatildeo do

solo e o desaparecimento de espeacuteciesrdquo (Nascimento 2012 p 58 apud

Brown 2003 p14) Portanto a crise ambiental aponta um desgaste das

condiccedilotildees ldquonormaisrdquo de vida no planeta Terra Segundo Nascimento (2012 p

58) ldquo[] eacute possiacutevel caso o cenaacuterio mais pessimista do aquecimento global

venha a se confirmar que uma nova possibilidade de auto extinccedilatildeo seja criada

no final desse seacuteculordquo Desta forma o atual modelo de vida natildeo deteriora

apenas o meio ambiente tambeacutem prejudica a vida humana e para que sejam

reduzidos esses transtornos agrave vida humana eacute preciso que iniciativas e

alternativas sejam criadas por meio de inovaccedilotildees tecnoloacutegicas para que haja

uma saiacuteda

ldquoA crise ambiental assumiu contornos mais graves com a percepccedilatildeo da

responsabilidade antroacutepica do aquecimento global e a dinacircmica de ascensatildeo

de um contingente humano mais significativo no mercado de consumordquo

(Nascimento 2012 p 61) Quando a crise ambiental se tornou algo de suma

importacircncia Quando como e por que a sustentabilidade e o desenvolvimento

sustentaacutevel se tornaram relevantes para o combate agrave crise ambiental Eacute

necessaacuterio compreender que a sustentabilidade possui dois vieses quando

relacionada agrave sua origem Uma de suas origens tem base na biologia mais

precisamente na ecologia a qual atribui o conceito de resiliecircncia ndash capacidade

de recuperaccedilatildeo e reproduccedilatildeo dos ecossistemas ndash perante as degradaccedilotildees

antroacutepicas com o uso exacerbado dos recursos naturais Ainda relacionado agrave

ecologia haacute as causas naturais como terremotos fogo tsunamis pragas

entre outros O outro vieacutes de origem da sustentabilidade adveacutem da economia

como o adjetivo do desenvolvimento diante da visibilidade que ganhou ao

longo do seacuteculo XX referente ao padratildeo de consumo desenvolvido ao redor do

mundo (Nascimento 2012 p 51)

Segundo Nascimento a ideia de sustentabilidade como enfoque

mundial tem origem na deacutecada de 1950 O surgimento e a importacircncia desse

termo ocorrem devido a um risco ambiental global a poluiccedilatildeo nuclear ldquoOs seus

indiacutecios alertaram os seres humanos de que estamos em uma nave comum e

que problemas ambientais natildeo estatildeo restritos a territoacuterios limitadosrdquo

(Nascimento 2012 p 2) Segundo Nascimento (2012 p 52 apud Machado

2005) ldquoA ocorrecircncia de chuvas radiativas a milhares de quilocircmetros dos locais

de realizaccedilatildeo dos testes acendeu um caloroso debate no seio da comunidade

cientiacuteficardquo Na deacutecada de 1960 houve outro fato importante que implicou na

questatildeo da percepccedilatildeo da crise ambiental dando importacircncia a

sustentabilidade devido ao uso de inseticidas e pesticidas quiacutemicos e

transtornos causados por esses apontados por Rachel Carson em seu livro

intitulado de ldquoPrimavera Silenciosardquo ndash Silent Spring

Ainda na deacutecada de 60 as chuvas aacutecidas recorrentes nos paiacuteses

noacuterdicos levaram a Sueacutecia junto ao Conselho Econocircmico e Social das Naccedilotildees

Unidas (ECOSOC) a propor a realizaccedilatildeo de uma conferecircncia para tratar de um

acordo internacional para uma possiacutevel reduccedilatildeo na emissatildeo dos gases

responsaacuteveis por tal transtorno Com isso ocorreu a Conferecircncia de

Estocolmo em 1972 colocando em evidecircncia os paiacuteses subdesenvolvidos e

desenvolvidos da eacutepoca A princiacutepio as preocupaccedilotildees natildeo eram nem um

pouco igualitaacuterias jaacute que os paiacuteses desenvolvidos estavam atentos agrave

degradaccedilatildeo ambiental que afetavam sua qualidade de vida enquanto os

paiacuteses subdesenvolvidos estavam preocupados em natildeo sofrerem sanccedilotildees

comerciais e apresentarem um retardo em seu desenvolvimento uma vez que

naquela eacutepoca os problemas ambientais eram associados ao crescimento

econocircmico dos paiacuteses de terceiro mundo Nessa conferecircncia ficou exposto

que os paiacuteses desenvolvidos defendiam a proteccedilatildeo do meio ambiente como

principal foco e os paiacuteses em desenvolvimento focavam no combate agrave

pobreza

Para melhor esclarecer Nascimento expotildee a partir do documento ldquoOnly

One Earthrdquo (Ward amp Dubos 1973) ldquo[] O problema ambiental como decorrente

de externalidades econocircmicas proacuteprias do excesso de desenvolvimento

(tecnologia agressiva e consumo excessivo) de um lado e de sua falta

(crescimento demograacutefico e baixo PIB per capita) de outro Posta dessa forma

a questatildeo ambiental deixava de ficar restrita ao meio natural e adentrava o

espaccedilo socialrdquo Contemporacircneo a isso temos o relatoacuterio do Clube de Roma ndash

Limits to Growth (Meadows et al 1972) que propunha uma reduccedilatildeo do

desenvolvimento industrial nos paiacuteses desenvolvidos e uma contenccedilatildeo no

crescimento populacional nos paiacuteses subdesenvolvidos juntamente com o

apoio daqueles aos subdesenvolvidos para que pudessem crescer

economicamente A partir desses eventos os governos se conscientizaram e

criaram agecircncias que tratassem das questotildees ambientais para que pudessem

juntar dados ambientais jaacute que na eacutepoca careciam de tais informaccedilotildees

No Brasil foi criada a Secretaria Especial do Meio Ambiente (SEMA) em

1973 enquanto nos EUA jaacute existia a Environmental Protection Agency (EPA)

desde 1970

Dez anos apoacutes a Conferecircncia de Estocolmo uma anaacutelise dos resultados

foi feita pela ONU e mostrou que o resultado estabelecido deixou a desejar e

que os esforccedilos realizados foram inferiores Em decorrecircncia desse mal

desempenho foi formada a Comissatildeo Mundial sobre Meio Ambiente e

Desenvolvimento (CMMAD) presidida por Gro Harlen Brundtland responsaacutevel

pelo relatoacuterio ldquoNosso Futuro Comumrdquo ndash Our Common Future ndash que tinha como

principal proposta a criaccedilatildeo de uma agenda global para focar em uma

mudanccedila consideraacutevel Esse estudo obteve informaccedilotildees durante trecircs anos a

partir de pesquisas e anaacutelises com enfoque na parte social Segundo Barbosa

(2008 p2) as informaccedilotildees colhidas do relatoacuterio com base nas questotildees

sociais referiam-se ldquoao uso da terra sua ocupaccedilatildeo suprimento de aacutegua abrigo

e serviccedilos sociais educativos e sanitaacuterios aleacutem de administraccedilatildeo do

crescimento urbanordquo

Tal relatoacuterio foi responsaacutevel pela criaccedilatildeo do termo ldquoDesenvolvimento

Sustentaacutevelrdquo que ldquoconsistiu o maior esforccedilo entatildeo conhecido para conciliar a

preservaccedilatildeo do meio ambiente com o desenvolvimento econocircmicordquo

(Nascimento 2012 p 54) Uma definiccedilatildeo baacutesica do que eacute DS eacute exposta por

Nascimento (2012 p 58 apud Lenzi 2006) ldquoDesenvolvimento sustentaacutevel eacute o

desenvolvimento que satisfaz as necessidades do presente sem comprometer

a capacidade das geraccedilotildees futuras em satisfazer suas proacuteprias necessidadesrdquo

Estender e Pitta (O Conceito do Desenvolvimento Sustentaacutevel apud Camargo

2003 p 43) tambeacutem fazem citaccedilatildeo agrave outra definiccedilatildeo apontada no relatoacuterio

ldquoEm essecircncia o desenvolvimento sustentaacutevel eacute um

processo de transformaccedilatildeo no qual a exploraccedilatildeo dos

recursos a direccedilatildeo dos investimentos a orientaccedilatildeo

do desenvolvimento tecnoloacutegico e a mudanccedila

institucional se harmonizam e reforccedilam o potencial

presente e futuro a fim de atender agraves necessidades

e aspiraccedilotildees humanasrdquo

Nascimento (2012 p 54) aponta que ldquoA forccedila e a fraqueza dessa

definiccedilatildeo encontram-se justamente nessa foacutermula vaga pois deixam-se em

aberto quais seriam as necessidades humanas atuais e mais ainda as das

geraccedilotildees futurasrdquo

Segundo Barbosa (2008) o relatoacuterio faz consideraccedilotildees agraves questotildees

urbanas no qual as cidades em seu desenvolvimento devem contemplar as

necessidades baacutesicas de toda a populaccedilatildeo e conceder oportunidades de

melhora na qualidade de vida de todos buscando alcanccedilar uma equidade na

sociedade por meio de processos democraacuteticos para que haja um

desenvolvimento urbano adequado Ainda com referecircncia ao relatoacuterio haacute ldquoa

necessidade de descentralizaccedilatildeo das aplicaccedilotildees de recursos financeiros e

humanos e a necessidade do poder poliacutetico favorecer as cidades em sua

escala localrdquo (Barbosa 2008 p 2) Quanto agrave questatildeo do uso de recursos

naturais foi avaliada no relatoacuterio a capacidade de resiliecircncia da biosfera os

efeitos e as possiacuteveis consequecircncias causadas pela accedilatildeo antroacutepica apontando

ainda que a pobreza pode ser considerada como um problema ambiental e que

a tentativa de erradicar a mesma pode ser a base para a busca da

sustentabilidade Com essa contribuiccedilatildeo na mudanccedila do modo de perceber as

necessidades urbanas o relatoacuterio apresentou trecircs princiacutepios baacutesicos ou

aspectos que deveriam ser cumpridos ndash proteccedilatildeo ambiental equidade social e

o desenvolvimento econocircmico ndash e que seratildeo expostos mais adiante

Apesar de todos esses pontos levantados o relatoacuterio Brundtland

recebeu vaacuterias criacuteticas pelo fato de acusar a pobreza e o descontrole do

crescimento populacional nos paiacuteses subdesenvolvidos como a fonte principal

dos problemas ambientais e da insustentabilidade do planeta e de colocar em

segundo plano a poluiccedilatildeo causada ateacute a data de publicaccedilatildeo do relatoacuterio pelos

paiacuteses desenvolvidos

Em 1986 foi realizada a conferecircncia de Ottawa ndash Carta de Ottawa 1986

ndash na qual foram estabelecidas cinco condiccedilotildees para que se tentasse alcanccedilar o

desenvolvimento sustentaacutevel entre elas a manutenccedilatildeo da integraccedilatildeo

ecoloacutegica a satisfaccedilatildeo das necessidades baacutesicas humanas a provisatildeo da

autodeterminaccedilatildeo social e da diversidade cultural a integraccedilatildeo da conservaccedilatildeo

e do desenvolvimento e o alcance de equidade e justiccedila social Para a

CMMAD as condiccedilotildees que procedem do conceito de desenvolvimento

sustentaacutevel estatildeo associadas ao processo de urbanizaccedilatildeo e do crescimento da

cidade e tem como finalidade o uso adequado dos recursos naturais Em face

disto satildeo expostos alguns objetivos mudanccedila de qualidade do crescimento

crescimento renovaacutevel satisfaccedilatildeo das necessidades essenciais por emprego

aacutegua energia alimento e saneamento baacutesico garantia de um niacutevel sustentaacutevel

da populaccedilatildeo conservaccedilatildeo da base de recursos reorientaccedilatildeo da tecnologia e

do gerenciamento de risco e reorientaccedilatildeo das relaccedilotildees econocircmicas

internacionais (CMMAD 1988 1991)

Postumamente foi realizada a Assembleia das Naccedilotildees Unidas a qual

aprovou a Conferecircncia das Naccedilotildees Unidas para o Meio Ambiente e o

Desenvolvimento (CNUMAD) ocorrida em 1992 e ficou conhecida como Rio-

92 A Rio-92 teve maior visibilidade graccedilas agrave criaccedilatildeo da Convenccedilatildeo da

Biodiversidade e das Mudanccedilas Climaacuteticas ndash que posteriormente resultou na

criaccedilatildeo do Protocolo de Kyoto ndash da Agenda 21 e da Declaraccedilatildeo do Rio Essa

uacuteltima segue os mesmos padrotildees expostos na Conferecircncia de Estocolmo

citada anteriormente interligando o desenvolvimento econocircmico com o meio

ambiente atraveacutes de uma gestatildeo consciente dos recursos naturais sem

comprometer o modelo econocircmico vigente

Em decorrecircncia desses acontecimentos tornou-se de faacutecil entendimento

que o desenvolvimento sustentaacutevel eacute composto por trecircs aspectos ambiental

econocircmico e social Outros autores como Ignacy Sachs consideram ainda

outras variaacuteveis relevantes para o entendimento do DS como sustentabilidade

ecoloacutegica e poliacutetica

Figura 1 Tripeacute da Sustentabilidade

Fonte Nicholas Gimenes (2012)

Com base nesses trecircs aspectos apontados chegamos ao conhecido

Triple Bottom Line ndash ldquoTripeacute da Sustentabilidaderdquo No tripeacute da sustentabilidade

satildeo expostos o aspecto ambiental que tem como base a produccedilatildeo e o

consumo de tal forma que possa garantir que os ecossistemas natildeo sofram

problemas quanto a sua capacidade de resiliecircncia o aspecto econocircmico que

assume a denominada ecoeficiecircncia a qual incentiva a inovaccedilatildeo tecnoloacutegica

para tentar mitigar alguns dos problemas ambientais e ampliar a

desmaterializaccedilatildeo da economia e o uacuteltimo aspecto o social o qual supotildee que

a populaccedilatildeo de uma determinada sociedade tenha o miacutenimo necessaacuterio para

uma condiccedilatildeo de vida aceitaacutevel buscando erradicar a desigualdade social

Segundo Nascimento existem diversas definiccedilotildees desses trecircs aspectos mas

essas apontadas satildeo as mais recorrentes e de simples entendimento Natildeo

podemos esquecer que assim como eacute apontado por Ignacy Sachs e outros

autores outros aspectos para a definiccedilatildeo do DS devem ser levados em

consideraccedilatildeo em especial a cultura Apesar de natildeo ser citada como base do

ldquotripeacuterdquo a cultura eacute importante em qualquer sociedade quando relacionada ao

meio ambiente pois eacute ela quem dita o comportamento da populaccedilatildeo O Brasil

sofre com questotildees ambientais muitas das vezes por falta de instruccedilatildeo da

populaccedilatildeo que natildeo tem conhecimento do quatildeo impactante pode ser sua accedilatildeo

Deste modo quando se trata de questotildees ambientais eacute necessaacuterio que se

tenha uma mudanccedila natildeo repentina e sim gradativa nos padrotildees de consumo

no estilo de vida e na educaccedilatildeo ambiental

Retomando os conceitos de DS e sustentabilidade temos uma definiccedilatildeo

de Clovis Cavalcanti em que sustentabilidade ldquosignifica a possibilidade de se

obterem continuamente condiccedilotildees iguais ou superiores de vida para um grupo

de pessoas e seus sucessores em dado ecossistemardquo (Cavalcanti 2003)

Analisando essa definiccedilatildeo proposta por Cavalcanti vemos que se assemelha

do que foi exposto por Gro Harlen Brundtland em seu relatoacuterio Como jaacute foi

mencionado para Sachs o ldquoTriple Bottom Linerdquo ndash Tripeacute da Sustentabilidade ndash

possui cinco vertentes da sustentabilidade que satildeo a ldquosustentabilidade

ecoloacutegica refere-se a fiacutesica do processo de crescimento e tem como objetivo a

manutenccedilatildeo de estoques dos recursos naturais incorporados as atividades

produtivas a sustentabilidade ambiental que refere-se agrave manutenccedilatildeo da

capacidade de sustentaccedilatildeo dos ecossistemas o que implica a capacidade de

absorccedilatildeo e recomposiccedilatildeo dos ecossistemas em face as agressotildees antroacutepicas

sustentabilidade social que refere-se ao desenvolvimento e tem por algum

objetivo a melhoria da qualidade da vida da populaccedilatildeo Para caso de paiacuteses

com problemas de desigualdade e de inclusatildeo social implica a adoccedilatildeo de

poliacuteticas distributivas e a universalizaccedilatildeo de atendimento a questotildees como

sauacutede educaccedilatildeo habilitaccedilatildeo e seguridade social sustentabilidade poliacutetica

refere-se ao processo de construccedilatildeo da cidadania para garantir a incorporaccedilatildeo

plena dos indiviacuteduos ao processo de desenvolvimento e a sustentabilidade

econocircmica que refere-se a uma gestatildeo eficiente dos recursos em geral e

caracteriza-se pela regularidade de fluxos do investimento puacuteblico e privado

Implica a avaliaccedilatildeo da eficiecircncia por processos macro sociaisrdquo (Sachs 1993

Agenda 21 brasileira)

Barbosa (2008 p 4) faz uma citaccedilatildeo em seu trabalho sobre o livro de

Leila Ferreira ndash ldquoA questatildeo ambiental sustentabilidade e poliacuteticas puacuteblicas no

Brasilrdquo ndash referente ao padratildeo de vida da sociedade em que

ldquoO padratildeo de produccedilatildeo e consumo que

caracteriza o atual estilo de

desenvolvimento tende a consolidar-se

no espaccedilo das cidades e estas se

tornam cada vez mais o foco principal

na definiccedilatildeo de estrateacutegias e poliacuteticas

de desenvolvimentordquo

Sendo assim eacute de fundamental importacircncia que formas alternativas

sustentaacuteveis sejam alcanccediladas para que possam influenciar de forma positiva

na qualidade de vida das cidades e no processo de planejamento urbano Para

Acselrad (1999 p 85) a sustentabilidade urbana eacute definida como ldquoa

capacidade das poliacuteticas urbanas se adaptarem agrave oferta de serviccedilos agrave

qualidade e agrave quantidade das demandas sociais buscando o equiliacutebrio entre as

demandas de serviccedilos urbanos e investimentos em estruturardquo Como o

desenvolvimento sustentaacutevel possui muitos conceitos e definiccedilotildees haacute uma em

especial que se destaca pelo fato de estar relacionada agraves cidades juntamente

com o termo ldquosustentabilidaderdquo exposta por Barbosa (2008 p 4 apud

Satterthwaite 2004) em que

ldquoa resposta agraves necessidades humanas

nas cidades como o miacutenimo ou

nenhuma transferecircncia dos custos da

produccedilatildeo consumo ou lixo para outras

pessoas ou ecossistemas hoje e no

futurordquo

Assim a participaccedilatildeo da sociedade e a diversidade dos interesses que

a mesma possui gera um conflito entre as poliacuteticas puacuteblicas e o

desenvolvimento sustentaacutevel mas nada que natildeo possa ser contornado a partir

da conscientizaccedilatildeo individual dos cidadatildeos Como eacute exposto por Barbosa ldquoeacute

imprescindiacutevel para a sustentabilidade urbana o uso racional dos recursos

naturais a boa forma do ambiente urbano baseado na interaccedilatildeo clima e os

recursos naturais aleacutem das respostas agraves necessidades urbanas com o miacutenimo

de transferecircncia de dejetos e rejeitos para outros ecossistemas atuais e

futurosrdquo (Barbosa 2008 p 9) Em detrimento disso ldquoo desenvolvimento

sustentaacutevel natildeo deve ser apresentado como um slogan poliacuteticordquo (Barbosa

2008 p 10) deve ser apresentado como uma possiacutevel soluccedilatildeo para a

mitigaccedilatildeo dos problemas ambientais encontrados atualmente na sociedade

Portanto a sustentabilidade visa emoldurar novos meios alternativos de

produccedilatildeo distribuiccedilatildeo e consumo dos recursos naturais existentes de forma

mais racional ecologicamente viaacutevel e economicamente eficaz

Ao retratar esses problemas de padrotildees vividos pela sociedade

relacionados ao meio ambiente mais especificamente a utilizaccedilatildeo de recursos

naturais Nascimento (2012 p 58) aponta que ldquohaacute uma quase unanimidade

hoje entre os cientistas de que os recursos naturais natildeo seratildeo suficientes para

fornecer um modo de vida similar ao da classe meacutedia mundial a todos os novos

ingressantes no mercado No entanto eles tecircm tanto direito quanto os que jaacute

participam do mercado consumidorrdquo Mas como podemos contornar tais

problemas e a crise ambiental Atraveacutes da criatividade humana muitas formas

alternativas foram criadas e podem ser inventadas quando se tratam dos

recursos finitos utilizados pelo homem Temos como exemplo a aacutegua sobre a

qual poucos satildeo os estudos apresentados relacionando o aproveitamento de

aacuteguas pluviais e cidades sustentaacuteveis Na maioria das vezes os estudos satildeo

feitos com base em outras necessidades como a dessalinizaccedilatildeo das aacuteguas do

mar para consumo humano Natildeo podemos esquecer que atualmente existem

diversos sistemas de captaccedilatildeo de aacuteguas pluviais para diferentes finalidades

sejam elas para aproveitamento de consumo humano ou natildeo

3 ndash A viabilidade de implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo

pluvial em Brasiacutelia ndash DF

31 ndash Apresentaccedilatildeo de dados

Primeiramente seratildeo apresentados dados sobre a populaccedilatildeo e o

consumo de aacutegua presente nas residecircncias de Brasiacutelia e que seratildeo utilizados

como base para a implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo na Asa Norte

Segundo Ferreira C diretor Superintendente de Atendimento Comercial

(CAC) da Companhia de Saneamento Ambiental do Distrito Federal (CAESB)

ldquoEm Brasiacutelia o consumo meacutedio por habitante eacute de 190 litros de aacutegua por dia o

que resulta em um consumo mensal de 6msup3 por habitanterdquo De acordo com a

ONU cada pessoa necessita de 110 litros por dia para atender as

necessidades de consumo e higiene A Companhia de Saneamento Baacutesico do

Estado de Satildeo Paulo (SABESP 2010) afirma que ldquono Brasil o consumo por

pessoa pode chegar a mais de 200 litrosdiardquo A estimativa da SABESP (2010)

eacute de que 54 litros (27) vatildeo para cozinhar e beber 50 litros (25) para tomar

banho e escovar os dentes 66 litros (33) para descarga de banheiro 24 litros

(12) para lavagem de roupa e 6 litros (3) para outras tarefas como lavagem

de carro por exemplo Segundo dados da CAESB Brasiacutelia (Plano Piloto)

consome cerca de 2757890msup3 por mecircs e que o consumo por habitante eacute de

1381msup3mecircs

Devido ao alto consumo de aacutegua em Brasiacutelia os recorrentes transtornos

hiacutedricos urbanos e a ausecircncia de sistemas captaccedilatildeo pluvial este capiacutetulo traz

um estudo da viabilidade teacutecnica e econocircmica da implantaccedilatildeo de um sistema

em um preacutedio residencial do bairro Asa Norte mais especificamente na

Superquadra 111 Norte Natildeo haacute nenhum estudo realizado que comprove a

frequecircncia dos alagamentos nessa regiatildeo portanto tal quadra foi selecionada

em decorrecircncia de mateacuterias e reportagens que mostram a dificuldade que a

populaccedilatildeo sofre quando haacute uma chuva anormal

Primeiramente eacute necessaacuterio que se tenha uma noccedilatildeo do periacuteodo

chuvoso em Brasiacutelia Segundo o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais

(INPE) Brasiacutelia apresenta um regime de precipitaccedilatildeo bem definido sendo que

a estaccedilatildeo chuvosa tem iniacutecio em Outubro e estende-se ateacute Marccedilo e a estaccedilatildeo

seca ocorre no restante do ano (Abril a Setembro) Ainda segundo o INPE ldquoa

estaccedilatildeo chuvosa eacute causada pelo forte aquecimento da atmosfera na Amazocircnia

que favorece o desenvolvimento de um sistema quase estacionaacuterio em altos

niacuteveis a Alta Boliacutevia Como resultado dessa circulaccedilatildeo observa-se nos baixos

niacuteveis uma regiatildeo de baixa pressatildeo e a convergecircncia de ar satildeo os principais

fatores que provocam a precipitaccedilatildeo neste periacuteodo responsaacutevel por 70 do

total meacutedio anualrdquo A partir desses elementos apresentados pelo INPE e com

base nos dados os quais foram obtidos da estaccedilatildeo meteoroloacutegica de Brasiacutelia

localizada na Latitude (ordm) -158 Longitude (ordm)-479 temos a precipitaccedilatildeo de

Brasiacutelia dada mecircs a mecircs Os dados partem de Janeiro de 2006 e vatildeo ateacute

Outubro de 2015 Eacute importante frisar que os dados foram formulados a partir

da precipitaccedilatildeo acumulada para tornar mais faacutecil de calcular a meacutedia

Tabela 01 Dados de Precipitaccedilatildeo

AnoMecircs JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ Meacutedia Mensal

2006 1232 1914 258 1417 351 09 01 528 403 5264 1956 1821 14563

2007 2609 2659 357 501 75 0 0 0 0 535 2249 275 9779

2008 201 2425 2346 2109 0 0 0 27 80 387 271 3226 1337

2009 2028 1347 81 3759 612 93 0 725 505 2958 1991 3078 1492

2010 1211 368 2494 2388 275 0 0 0 0 349 2547 318 1068

2011 1268 1724 2433 696 139 38 0 0 7 2639 3338 4704 1421

2012 2699 1149 1982 1213 444 24 02 0 333 1098 4446 1428 1235

2013 4918 1893 1903 954 222 62 03 0 659 1069 2711 3525 1493

2014 1531 1392 3402 2493 28 10 79 0 162 2014 192 3667 1399

2015 939 1297 3456 2076 499 0 08 0 218 694 SD SD 9187

Meacutedia para cada mecircs

20445 16168 21763 17606 2645 326 093 128 315 17007 2652 30421 12797

Tabela contendo os dados de chuva acumulada mecircs a mecircs em miliacutemetros (mm)

Fonte INPE 2015

Obs 1- SD - satildeo dados que natildeo foram coletados devido pois o trabalho foi realizado antes desses meses

Obs2- Meacutedia calculada com os dados obtidos no caso os meses de novembro e dezembro de 2015 natildeo entram no

caacutelculo pois ainda natildeo existiam os dados

Temos tambeacutem a partir do estudo realizado por Brino (Brasiacutelia

Superquadras Residenciais) os dimensionamentos dos preacutedios e a quantidade

de apartamentos por pavimentos conforme as tabelas a seguir

Tabela 02 Dimensionamento dos Blocos

A SUPERQUADRA AE AT

Aacuterea de Projeccedilatildeo por Bloco

Aacuterea Total = 11760msup2 Nuacutemero total de Blocos = 11

1069msup2 185 136

Aacuterea Construiacuteda por bloco (sem pilotis e

subsolo)

Pavimentos = 6 Aacuterea do Pavimento = 1069msup2

6414msup2 1113 818

Aacuterea Construiacuteda por superquadras (sem pilotis e subsolo)

Preacutedio = 11 Aacuterea por Preacutedio = 64141msup2

70554msup2 8999 1225

AE - Aacuterea Aedificandi e AT - Aacuterea Total

Tabela 03 Dimensionamento da Populaccedilatildeo

A POPULACcedilAtildeO (5 Pessoas

apart)

6 apartamentos por pavimento

36 apartamentos por bloco

396 apartamentos

por superquadra

1980 pessoas por

superquadra

8 apartamentos por pavimento

48 apartamentos por bloco

528 apartamentos

por superquadra

2640 pessoas por

superquadra

10 apartamentos por pavimento

60 apartamentos por bloco

660 apartamentos

por superquadra

3300 pessoas por

superquadra

12 apartamentos por pavimento

72 apartamentos por bloco

792 apartamentos

por superquadra

3960 pessoas por

superquadra

Caacutelculo para as faixas 100 200 e 300 (seis pavimentos) Fonte SUDUR

O estudo apresentado por Brino (Brasiacutelia Superquadras Residenciais)

considera uma famiacutelia composta por cinco pessoas para cada apartamento

nesse caso iremos desconsiderar essa informaccedilatildeo e basearmos nos dados

apresentados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica (IBGE) Nos

dados do IBGE (Censo Demograacutefico 2010) constam que a meacutedia de

moradores em domiciacutelios particulares ocupados eacute de 33 moradores

Partindo dos elementos de precipitaccedilatildeo aacuterea de projeccedilatildeo por bloco

meacutedia de moradores por apartamento total de apartamentos de um preacutedio e

consumo meacutedio de aacuteguadia por habitante podemos dar inicio as formas de

captaccedilatildeo e armazenamento de aacuteguas pluviais

32 ndash Aacuteguas pluviais e aacuteguas cinzas

Mas porque focar em aproveitamento de aacuteguas pluviais Segundo

Rapoport (2004 p 1) ldquoo aumento populacional acompanhado pelas mudanccedilas

climaacuteticas globais vem contribuindo para o aumento na demanda por recursos

hiacutedricosrdquo Ainda expotildee que ldquoembora a aacutegua seja um recurso renovaacutevel ela

tende a se deteriorar em funccedilatildeo do seu uso indiscriminado o que compromete

consequentemente a quantidade de aacutegua com qualidade disponiacutevel para o

consumo nas diversas localidadesrdquo (Rapoport 2004 p 1)

Um fato importante abordado por Rapoport (2004 p1) eacute que ldquoa

quantidade de aacutegua disponiacutevel eacute sempre a mesma jaacute que estaacute sempre sendo

renovada atraveacutes do ciclo hidroloacutegico Entretanto a aacutegua de qualidade para

consumo estaacute se tornando rarardquo A tiacutetulo de esclarecimento ldquosabe-se que o

ciclo hidroloacutegico se constitui basicamente do transporte de massas drsquoaacutegua do

oceano para atmosfera por evaporaccedilatildeo e da atmosfera atraveacutes de

precipitaccedilotildees escoamentos superficiais e subterracircneos para os oceanos

influenciando diretamente a distribuiccedilatildeo e extensatildeo dos corpos drsquoaacutegua

continentaisrdquo (Rapoport 2004 p 1) Sendo assim a interferecircncia humana tem

causado alteraccedilotildees no ciclo hidroloacutegico em diversas regiotildees Esse assunto

seraacute melhor abordado mais adiante pois o uso do sistema de captaccedilatildeo pode

influenciar no ciclo hidroloacutegico negativamente mas utilizado da forma

adequada pode continuar mantendo o ciclo equilibrado

Aleacutem do uso indevido da aacutegua e de sua escassez Lima e Machado

(2008 p 13) apontam que ldquooutro fator importante eacute o aumento de inundaccedilotildees e

enchentes devido ao escoamento superficial da aacutegua de chuva e da

impermeabilizaccedilatildeo do solordquo Portanto a captaccedilatildeo de aacuteguas pluviais pode

contribuir para a reduccedilatildeo dos transtornos hiacutedricos urbanos e ao mesmo tempo

reduzir a demanda por aacutegua potaacutevel da companhia de distribuiccedilatildeo local

Segundo Amorim e Pereira (2008 p 54) ldquouma das soluccedilotildees em estudo

para aumentar a oferta de aacutegua para as edificaccedilotildees eacute o aproveitamento da

aacutegua pluvial Esta apresenta uma boa alternativa visto que aleacutem de reduzir o

consumo de aacutegua potaacutevel ainda surge como uma accedilatildeo no combate agraves

enchentes funcionando como uma medida natildeo-estrutural do sistema de

drenagem urbanardquo Mas o que eacute necessaacuterio para formar um sistema de

captaccedilatildeo adequado e funcional Amorim e Pereira (2008 p 54) apresentam

que ldquoos sistemas de aproveitamento de aacutegua pluvial satildeo formados basicamente

pela aacuterea de captaccedilatildeo (geralmente coberturas) os componentes de transporte

(calhas e condutores verticais) e o reservatoacuteriordquo Cabe ressaltar que para esse

estudo a captaccedilatildeo das aacuteguas pluviais seraacute destinada apenas para a utilizaccedilatildeo

em ldquoaacuteguas cinzasrdquo Neste sentido o reuso das aacuteguas cinzas que satildeo as aacuteguas

provenientes de todas as atividades domeacutesticas com exceccedilatildeo de fontes de

aacuteguas negras tais como sanitaacuterios bidecircs e urinol vem sendo estudadas com

vista ao reuso tanto em irrigaccedilatildeo como em sanitaacuterios (Rapoport 2004 p 8)

Retomando os dados apresentados pela SABESP (2010) temos a

tabela 04 a qual apresenta os dados de consumo domeacutestico e em sequecircncia o

graacutefico 01 que demonstram que se analisarmos as quantidades de aacutegua

utilizada no consumo domeacutestico teremos uma base para o tamanho do

reservatoacuterio E posteriormente a tabela 05 mostra em que situaccedilotildees se podem

reutilizar as aacuteguas pluviais

Tabela 04 Consumo domeacutestico de aacutegua

Litros

Cozinhar e Beber 54

Tomar Banho e Escovar os Dentes 50

Descarga de Banheiro 66

Lavagem de Roupa 24

Outras Tarefas 6

Total = 200

Fonte SABESP (2010)

27

25

33

12

3

Cozinhar e Beber

Tomar Banho e Escovar osDentes

Descarga de Banheiro

Lavagem de Roupa

Outras Tarefas

Descarga de Banheiro

6875

Lavagem de Roupa

25

Outras Tarefas 625

Graacutefico 01 Consumo Domeacutestico de Aacutegua

Tabela 05 Percentual para reutilizaccedilatildeo de aacuteguas pluviais

Graacutefico 02 Percentual para Reutilizaccedilatildeo de Aacuteguas Pluviais

Porcentagem ()

Descarga de Banheiro 66 6875

Lavagem de Roupa 24 25

Outras Tarefas 6 625

Total = 96 100

Fonte SABESP(2010)

33 ndash Meacutetodos de Dimensionamento do Reservatoacuterio

Amorim e Pereira (2008 p 54 Soares et al 2000 apud May 2004)

apresentam que existem quatro grupos principais para o dimensionamento do

reservatoacuterio

(a) Meacutetodos determiniacutesticos os dados referentes agrave precipitaccedilatildeo

pluviomeacutetrica e agrave demanda satildeo analisados pela curva de massa

(b) Meacutetodos aproximados baseados em relaccedilotildees empiacutericas

conhecidas

(c) Meacutetodos de modelaccedilatildeo satildeo tambeacutem conhecidos como meacutetodos

de transiccedilatildeo probabiliacutestica da matriz e

(d) Meacutetodos de anaacutelise de sistemas sendo linear natildeo linear ou

programaccedilatildeo dinacircmica

Dentro desses grupos de dimensionamento temos os diversos meacutetodos

meacutetodo de Rippl que consiste na determinaccedilatildeo do volume com base na aacuterea

de captaccedilatildeo que eacute subdivido em meacutetodo analiacutetico e meacutetodo graacutefico meacutetodo de

consideraccedilatildeo dos periacuteodos de dias consecutivos sem chuva que necessita da

observaccedilatildeo dos registros pluviomeacutetricos para identificar os maiores periacuteodos de

dias consecutivos sem chuvas e sua taxa de repeticcedilatildeo meacutetodo de anaacutelise de

simulaccedilatildeo de um reservatoacuterio com capacidade suposta que consiste

basicamente na fixaccedilatildeo de um volume para o reservatoacuterio e na verificaccedilatildeo do

percentual de consumo que seraacute atendido meacutetodo praacutetico brasileiro meacutetodo

praacutetico alematildeo meacutetodo praacutetico inglecircs e o meacutetodo praacutetico australiano (Amorim

e Pereira 2008 p 55-58)

34 ndash Anaacutelise de caso para um preacutedio da Superquadra 111 Norte

A partir dos dados jaacute apresentados temos que o objeto de estudo eacute um

preacutedio residencial localizado na Superquadra 111 Norte que possui uma aacuterea

de projeccedilatildeo de 1069msup2 com seis (6) pavimentos constituindo uma aacuterea

construiacuteda de 6414msup2 apresentando seis (6) apartamentos por pavimento e

consequentemente trinta e seis (36) apartamentos no total (Brino Brasiacutelia

Superquadras Residenciais) O preacutedio conteacutem 33 habitantes por apartamento

(IBGE 2010) que consomem em meacutedia cerca de 190 litros de aacuteguadia

resultando em um consumo mensal de aproximadamente 6msup3 por pessoa

(CAESB) mas como a aacutegua captada da chuva seraacute utilizada apenas para

suprir a demanda de aacutegua cinza temos 66 litros para descarga de vasos

sanitaacuterios

Temos entatildeo que a demanda por aacutegua por habitante nesse edifiacutecio eacute

dada por

119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119898119900119903119886119889119900119903 = 66119871 = 66119871119863119894119886

119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119886119901119886119903119905119886119898119890119899119905119900 = 33119901 times 66119871 ~ 217 119871119863119894119886

119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119901119903eacute119889119894119900 = (33119901 times 66119871) times 36 ~ 7840119871119863119894119886

119863119890119898119886119899119889119886 119898119890119899119904119886119897 119901119900119903 119901119903eacute119889119894119900 =7840119871

119889119894119886times 30119863119894119886119904 = 235224119871

Legenda L = Litros p = Pessoas

Para facilitar nos caacutelculos ao aplica-los para o reservatoacuterio e para o

sistema de captaccedilatildeo eacute necessaacuterio realizar a conversatildeo de litros para msup3

(metros cuacutebicos) Sendo assim 66L = 0066msup3 217L = 0217msup3 7840L =

7840msup3 e 235224L = 235224msup3

Seraacute utilizado o ano de 2014 para os dados de precipitaccedilatildeo da estaccedilatildeo

meteoroloacutegica de Brasiacutelia localizada na Latitude (ordm) -158 Longitude (ordm)-479

fornecidos pela professora Rafaela Lisboa durante o periacuteodo chuvoso O ano

de 2014 apresenta registros jornaliacutesticos de alagamento nos meses de

Fevereiro com precipitaccedilatildeo de 1392 msup3 Marccedilo com precipitaccedilatildeo de 3402msup3

e Dezembro com precipitaccedilatildeo de 3667msup3 Importante ressaltar que o setor

Noroeste de Brasiacutelia foi construiacutedo em 2011 (site G1) o que aumentou a aacuterea

de solo impermeabilizado e a reduccedilatildeo no escoamento superficial da aacutegua

ocasionando em um aumento nas enchentes e alagamentos na Asa Norte

Segundo Amorim e Pereira (2008 p57) um dos meacutetodos a ser utilizado

para poder saber o volume de aacutegua aproveitaacutevel e consequentemente o

volume de aacutegua do reservatoacuterio Trata-se de um meacutetodo empiacuterico apresentado

na NBR 155272007 O volume de aacutegua do reservatoacuterio V expresso em L eacute

exposto a seguir

119872eacute119905119900119889119900 119875119903aacute119905119894119888119900 119861119903119886119904119894119897119890119894119903119900

119881 = 0042 times 119875 times 119860 times 119879

Em que ldquoVrdquo representa o volume de aacutegua aproveitaacutevel e o volume de

aacutegua do reservatoacuterio (L) ldquoPrdquo a precipitaccedilatildeo meacutedia mensal (mm) ldquoArdquo a aacuterea de

coleta em projeccedilatildeo ldquoTrdquo nuacutemero de meses de pouca chuva ou seca e ldquo0042rdquo eacute

um coeficiente estipulado

Portanto segundo Fontanela (2010 p 25) para estipular o volume do

reservatoacuterio temos que calcular 42 do produto entre o volume de chuva

coletada pelo telhado e o nuacutemero de meses com pouca chuva ou seca

Atribuindo valores do ano de 2014 temos que

119881 = 0042 times 1399119898119898 times 1069 times 5

119881~ 31406119871 119900119906 31406119898sup3

Ressaltando que esse valor obtido eacute uma estimativa do tamanho do

reservatoacuterio e que pode haver um reservatoacuterio de maior capacidade

De forma comparativa eacute de bom senso que se faccedila outro caacutelculo com um

meacutetodo alternativo

Amorim e Pereira (2008 p56) expotildeem que existe um meacutetodo de anaacutelise

de simulaccedilatildeo do reservatoacuterio com capacidade suposta o qual consiste

basicamente na fixaccedilatildeo de um volume para o reservatoacuterio e na verificaccedilatildeo de

consumo que seraacute atendido Sendo assim ldquoo primeiro passo para a aplicaccedilatildeo

desse meacutetodo eacute adotar alguns valores possiacuteveis para o volume com base na

estimativa do consumo mensal de aacutegua natildeo potaacutevelrdquo (Amorim e Pereira 2008

p57) Portanto partindo do ponto que o preacutedio consome cerca de 235000L

devemos calcular uma base que possa ser favoraacutevel economicamente

119872eacute119905119900119889119900 119889119890 119878119894119898119906119897119886ccedilatilde119900 119889119900 119877119890119904119890119903119907119886119905oacute119903119894119900

235224119871 rarr 100

119881 rarr 30

119881 ~ 70000119871 119900119906 70119898sup3

Tambeacutem haacute outra alternativa apresentada por L Pereira (Viabilidade

EconocircmicoAmbiental p 18)

119881119886119888 = 119860119879 times 119875119875119872119860 lowast

119881119886119888 = 1069119898sup2 times 1399119898sup3 = 1495531119898sup3119886119899119900

Equaccedilatildeo a qual ldquoVacrdquo corresponde ao volume de aacutegua captado ldquoATrdquo

aacuterea do telhado e ldquoPPMArdquo eacute a precipitaccedilatildeo pluviomeacutetrica meacutedia mensal

Poreacutem o resultado obtido eacute para os 12 meses do ano e como foi visto no

ano de 2014 temos 7 meses com chuva portanto

119881119886119888 =119879119900119905119886119897

1198983

1198861198991199007 119898119890119904119890119904

lowast

119881119886119888 =1495531119898sup3119886119899119900

7= 21364119898sup3 119900119906 213640119871

dados somente seriam vaacutelidos se a precipitaccedilatildeo fosse uniforme durante os 7 meses de chuva

341 ndash Anaacutelise de caso para a Superquadra 111 Norte

Retomando a tabela 02 temos que a quadra apresenta 11 preacutedios

aproximadamente que variam o nuacutemero de apartamentos por pavimentos e

consequentemente o nuacutemero de moradores mas os edifiacutecios continuam tendo

uma aacuterea de 1069msup2 gerando um uma aacuterea total de 70554msup2 mas teremos

como base os caacutelculos feitos para o preacutedio selecionado no item 34

Realizando um caacutelculo baacutesico tem-se como estimativa de

armazenamento para esta quadra o seguinte

119872eacute119905119900119889119900 119875119903aacute119905119894119888119900 119861119903119886119904119894119897119890119894119903119900

119881~ 31406119871 119900119906 314061198983

11 119875119903eacute119889119894119900119904 times 31406119871 = 345466119871 119900119906 345466119898sup3

119872eacute119905119900119889119900 119889119890 119878119894119898119906119897119886ccedilatilde119900 119889119900 119877119890119904119890119903119907119886119905oacute119903119894119900

119881 ~ 70000119871 119900119906 701198983

11 119875119903eacute119889119894119900119904 times 70000119871 = 770000

119881119900119897119906119898119890 119889119890 aacute119892119906119886 119888119886119901119905119886119889119900 lowast

119881119886119888 = 213641198983119900119906 213640119871

11 119875119903eacute119889119894119900119904 times 213640119871 = 2350040119871 119900119906 235004119898sup3

dados somente seriam vaacutelidos se a precipitaccedilatildeo fosse uniforme durante os 7 meses de chuva

119863119890119898119886119899119889119886 119905119900119905119886119897 119889119886 119902119906119886119889119903119886 119888119900119898 119889119890119904119888119886119903119892119886 119889119890 119887119886119899ℎ119890119894119903119900

11 119875119903eacute119889119894119900119904 times 235224119871 = 2587464119871 119900119906 2587464119898sup3

Segundo Brino (Brasiacutelia Superquadras Residenciais) temos que as

dimensotildees maacuteximas de uma superquadra satildeo de 280x280m resultando numa

aacuterea de 78400msup2 que eacute denominado de Aacuterea Total (AT) A partir disso foi

definido que deveria existir uma faixa externa de 20m denominada de non

aedificandi que foi destinada ao plantio de uma ldquomassa vegetalrdquo de grande

porte e no interior da quadra encontra-se a aacuterea aedificandi a qual possui

240x240m e uma aacuterea de 57600msup2 Realizando uma subtraccedilatildeo da Aacuterea total

pela Aacuterea aedificandi obtecircm-se que a aacuterea non aedificandi eacute de 20800msup2 que

corresponde a 265 da aacuterea total

Com base nessas informaccedilotildees eacute necessaacuterio atentar-se ao detalhe de

que uma parte da precipitaccedilatildeo cai no solo e outra parte nos telhados dos

preacutedios Sendo assim parte da chuva pode ser aproveitada pelo sistema de

captaccedilatildeo enquanto outra parte chega ao solo sem uma interferecircncia direta no

ciclo hidroloacutegico

35 ndash Funcionamento do sistema de captaccedilatildeo

Eacute importante frisar que o sistema de aproveitamento de aacuteguas pluviais eacute

regido pela norma NBR 15527 (Associaccedilatildeo Brasileira de Normas Teacutecnicas

2007) norma a qual faz algumas consideraccedilotildees importantes para implantaccedilatildeo

e correto funcionamento do sistema de captaccedilatildeo Alguns destes satildeo

435 ndash O volume dos reservatoacuterios deve ser dimensionado com

base em criteacuterios teacutecnicos econocircmicos e ambientais levando em

conta as boas praacuteticas da engenharia podendo a criteacuterio do

projetista ser utilizados os meacutetodos contidos no Anexo A ou

outro desde que devidamente justificado

Item 436 ndash Os reservatoacuterios devem ser limpos e desinfetados

com soluccedilatildeo de hipoclorito de soacutedio no miacutenimo uma vez por ano

de acordo com agrave ABNT NBR 5626

Item 442 ndash As tubulaccedilotildees e demais componentes devem ser

claramente diferenciados das tubulaccedilotildees de aacutegua potaacutevel

Item 443 ndash O sistema de distribuiccedilatildeo de chuva deve ser

independente do sistema de aacutegua potaacutevel natildeo permitindo a

conexatildeo cruzada de acordo com agrave ABNT NBR 5626

Item 444 ndash Os pontos de consumo como por exemplo uma

torneira de jardim devem ser de uso restrito e identificados com

placa de advertecircncia com a seguinte inscriccedilatildeo ldquoaacutegua natildeo potaacutevelrdquo

e identificaccedilatildeo graacutefica

Item 445 ndash Os reservatoacuterios de aacutegua de distribuiccedilatildeo de aacutegua

potaacutevel e de aacutegua da chuva devem ser separados

Item 461 ndash Quando necessaacuterio o bombeamento este deve

atender agrave ABNT NBR 12214

Deve-se realizar manutenccedilatildeo em todo o sistema de

aproveitamento de aacutegua de chuva

Para maiores esclarecimentos ldquoo funcionamento de um sistema de

coleta e aproveitamento de aacutegua pluvial consiste de maneira geral na captaccedilatildeo

da aacutegua da chuva que cai sobre os telhados ou lajes da edificaccedilatildeo A aacutegua eacute

conduzida ateacute o local de armazenamento atraveacutes de calhas condutores

horizontais e verticais passando por equipamentos de filtragem e descarte de

impurezas Apoacutes passar pelo filtro a aacutegua eacute armazenada geralmente em

reservatoacuterio enterrado (cisterna) e bombeada a um segundo reservatoacuterio

(elevado) do qual as tubulaccedilotildees especiacuteficas de aacutegua pluvial iratildeo distribuiacute-la

para o consumo natildeo potaacutevelrdquo (Carvalho 2010 p 27 e 28) Conforme ilustra a

imagem a seguir

Figura 02 Funcionamento de um Sistema de Captaccedilatildeo

Fonte Adatildeo D Padini (2013)

De forma mais simplificada podemos ver a representaccedilatildeo no fluxograma

a seguir

Figura 03 Fluxograma do Sistema de Captaccedilatildeo

Fonte Leandro Roncato Pereira

351 ndash Dificuldades para implantaccedilatildeo do sistema

Tal sistema apresenta como dificuldade o local onde seriam instaladas

as cisternas uma vez que geraria um peso sobre o telhado Dessa forma o

sistema seria instalado no jardim cobrando um custo adicional

352 ndash Custo de implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo fechado em um

preacutedio

Na implantaccedilatildeo desse sistema os materiais utilizados teratildeo como base o

meacutetodo praacutetico brasileiro e para aumentar a eficiecircncia do sistema o volume de

31406L seraacute arredondado para 35000L

Os valores de alguns dos materiais apresentados a seguir seguem os

dos apresentados no trabalho de L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental

p 18) apenas o valor da caixa drsquoaacutegua de 10000L foi obtido atraveacutes de

pesquisas em lojas de construccedilatildeo e assim utilizando a de menor valor

Tambeacutem devemos considerar que a bomba consome energia ao bombear aacutegua

para o preacutedio (CEB) portanto os valores seguem conforme a tabela a seguir

Tabela 06 Preccedilo dos Produtos do Sistema de Captaccedilatildeo sem Fluxo

Produto Quantidade Valor unitaacuterio (R$) Valor total (R$)

Cx Daacutegua 10000L 3 496090 1488270

Cx Daacutegua 5000L 1 108000 108000

Boacuteia Eleacutetrica 1 2750 2750

Boacuteia Comum 1 1220 1220

Registro de Gaveta

1 3490 3490

Bomba Anauger 1 23000 23000

Filtro 3P VF1 1 22000 22000

Tubulaccedilotildees 7000 7000

Disjuntor 1 1310 1310

Escavaccedilatildeo Msup3 3666 128310

Matildeo de Obra 1 58574 58574

Energia 054 054

Total 13 727154 1843978

Observaccedilatildeo Pelo fato desse estudo se tratar de um modelo de implantaccedilatildeo

o custo das tubulaccedilotildees vai variar de acordo com a demanda necessitada pelo

preacutedio portanto podendo variar de acordo com o projeto implantado Para este

estudo seraacute adotado o valor de R$ 7000

Observaccedilatildeo Pelo fato desse trabalho tratar-se de um modelo de

implantaccedilatildeo o custo da energia pode variar de acordo com a demanda necessitada

pelo preacutedio portanto podendo variar de acordo com o uso da bomba Para este

estudo seraacute adotado o valor de R$ 054 que eacute o valor do KwH cobrado pela CEB

Segundo Saravy (2010 p 46) haacute tambeacutem um custo para manutenccedilatildeo do

sistema conforme a tabela a seguir

Tabela 07 Preccedilo de Manutenccedilatildeo do Sistema de Captaccedilatildeo

Com esses dados podemos ver o valor total final a ser pago pelo

sistema de captaccedilatildeo que eacute de R$ 1889978

36 ndash Taxas e valores cobrados para utilizaccedilatildeo de aacutegua

Segundo a Companhia de Saneamento Ambiental do Distrito Federal (CAESB)

quando vaacuterias residecircncias satildeo atendidas por uma uacutenica ligaccedilatildeo de aacutegua eacute aplicado o

conceito de consumo ldquoPara exemplificar podemos citar um preacutedio residencial onde

cada apartamento corresponde a uma unidade de consumordquo (CAESB) Contudo o

caacutelculo de gastos seraacute realizado primeiro em um apartamento e posteriormente

multiplicado pelo total de apartamentos do preacutedio uma vez que os preacutedios

residecircncias da Asa Norte pagam a conta de aacutegua atraveacutes do condomiacutenio O preacutedio

Componente Frequecircncia da Manutenccedilatildeo

Custo da Manutenccedilatildeo

Calhas e Condutores

Semestral R$ 13000

Reservatoacuterio Limpeza e

Desinfecccedilatildeo Anual

R$ 20000

desse estudo apresenta um hidrocircmetro que mede o consumo de aacutegua para o todo o

preacutedio

Eacute de suma importacircncia destacar tambeacutem que haacute uma taxa de esgoto que eacute

cobrada pela CAESB consequentemente ldquoo valor da tarifa de esgotos corresponde

a 100 do valor da tarifa de aacutegua exceto quando se tratar de coleta do tipo

condominial que equivale a 60 do valor da tarifa de aacuteguardquo (CAESB)

Deste modo a CAESB utiliza tarifas para diversas categorias de moradia e

comeacutercio e neste estudo seraacute aplicada a tarifa de ldquoresidencial normalrdquo em

concordacircncia com a tabela a seguir

Tabela 08 Valor da Tarifa Cobrado pela CAESB

Para melhor compreensatildeo do caacutelculo que a CAESB faz temos uma conta do

condomiacutenio do preacutedio da Superquadra 111 Norte

Figura 04 Conta Discriminada do Condomiacutenio

Fonte Condomiacutenio do Preacutedio

O caacutelculo feito pela CAESB consiste primeiramente em saber a demanda de

aacutegua gasta em metros cuacutebicos por Unidade de Consumo ndash apartamento ndash para

saber qual faixa ldquomsup3rdquo eacute aplicada Apoacutes saber qual a faixa ldquomsup3rdquo que se enquadra eacute

atribuiacutedo o volume por UC (em msup3) em sequecircncia multiplica-se o volume por UC ou

volume da faixa pelo nuacutemero de UCrsquos correspondente para se obter o volume total

gasto (em msup3) Tendo o volume total gasto basta multiplicar pelo preccedilo corresponde

agrave faixa a qual se encaixa o consumo e assim obtendo o valor total a pagar A partir

do momento que se tem o valor total a pagar eacute necessaacuterio acrescer 100 do valor

para cobrir a tarifa de esgoto conforme a figura

Partindo desses dados podemos calcular por apartamento quanto eacute cobrado

pela CAESB a partir dos dados apresentados no capiacutetulo 34

119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119886119901119886119903119905119886119898119890119899119905119900 = 33119901 times 66119871 ~ 217119871

119863119894119886

119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119886119901119886119903119905119886119898119890119899119905119900 119886119900 119898ecirc119904 = 217119871119889119894119886 times 30119863119894119886119904 = 6510119871 119900119906 65101198983

Com base nesses dados temos que calcular o volume total de descarga em

sanitaacuterios que o preacutedio consome com a seguinte foacutermula

119881119879 = 119881119865 times 119873ordm 119889119890 119880119862prime119904

119881119879 = 10119898sup3 times 36 = 360119898sup3

Em que ldquoVTrdquo corresponde ao volume total do preacutedio ldquoVFrdquo ao volume da faixa

que eacute estipulado pela CAESB e ldquoUCrsquosrdquo satildeo as unidades de consumo que eacute correlato

ao nuacutemero de apartamentos existente

Portanto o total a se pagar em um mecircs eacute calculado da seguinte forma

119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 119881119879 times 119879119886119903119894119891119886 119889119890 aacute119892119906119886 + 119879119886119903119894119891119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900

119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 360119898sup3 times 119877$ 265 + 119879119886119903119894119891119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900

119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 954 + 119877$ 954 = 119877$ 1908

Em 7 meses seriam pagos em descarga

119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 1908 times 7 119872119890119904119890119904 = 119877$ 13356

37 ndash Caacutelculos de economia e retorno de investimento para um sistema

fechado

Conforme exposto por L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental p 15)

ldquopara o caacutelculo da economia da taxa de aacutegua multiplica-se o valor do msup3 (valor

cobrado por msup3 do responsaacutevel pelo fornecimento de aacutegua na cidade []) pelo

volume captado e entatildeo obtecircm-se o valor economizado por ano na taxa de aacuteguardquo

Recapitulando que para esse estudo seraacute utilizado o meacutetodo praacutetico brasieliro

devido aos meses de seca ou pouca chuva

Sendo assim

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119881119886119897119900119903 119889119900 1198983 times 119881119900119897119906119898119890 119888119886119901119905119886119889119900

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 265 times 314061198983

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 8322

Essa economia de R$ 8322 eacute para um mecircs de chuva para o preacutedio todo

sendo assim para os 7 meses de chuva tem-se

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119890 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 8322 times 7 119898119890119904119890119904 = 119877$ 58254

Ainda segundo L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental p 16) para o

caacutelculo da economia referente ao esgoto eacute necessaacuterio multiplicar o valor do msup3 pelo

volume captado e por 08 uma vez que considera-se 20 de perda ou seja para

cada 1 litro de aacutegua que chega na residecircncia eacute cobrado 08 litros para o tratamento

do esgoto

Portanto tem-se

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119881119886119897119900119903 119889119900 1198983 times 119881119900119897119906119898119890 119888119886119901119905119886119889119900 times 08

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900 = 119877$ 265 times 314061198983 times 08

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 6658

Esse valor encontrado de R$ 6658 corresponde a um mecircs de chuva para o

preacutedio sendo assim o total economizado pelo preacutedio em 7 meses eacute de

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119890 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 6658 times 7 119898119890119904119890119904 = 119877$ 46606

ldquoPara o caacutelculo do retorno do investimento divide-se o valor investido pela

economia anual com a implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo e reaproveitamento da

aacutegua pluvialrdquo L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental p 16)

Portanto para 7 meses de chuva tem-se o seguinte

119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 =119881119886119897119900119903 119894119899119907119890119904119905119894119889119900

119864119888119900119899119900119898119894119886 (7119898119890119904119890119904)

119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 = 119877$ 1843924

119877$ 58254 + 119877$ 46606

119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 = 119877$ 1843924

119877$ 9446

119877119890119905119900119903119899119900

119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900= 1952 119886119899119900119904

38 ndash Caacutelculos de dimensionamento para um sistema com fluxo

Os caacutelculos apresentados no subitem anterior satildeo relativos a um sistema

o qual natildeo adota a possibilidade de fluxo dentro do reservatoacuterio Quando se

fala em fluxo temos que considerar que ao mesmo tempo em que o preacutedio

utiliza aacutegua do reservatoacuterio de aacutegua pluvial o mesmo vai enchendo com aacutegua

pluvial Portanto haacute um ciclo no qual o preacutedio demanda aacutegua do reservatoacuterio e

o mesmo vai enchendo conforme chove no local

Sabendo que a meacutedia mensal eacute de 1399msup3 eacute preciso multiplicar isso

por 12 para se obter o quanto choveu em 2014 Sendo assim

119879119900119905119886119897 119886119900 119886119899119900 = 1399119898119898 times 12 119898119890119904119890119904

119879119900119905119886119897 119886119900 119886119899119900 = 16788119898119898

Mas como foi visto o periacuteodo chuvoso eacute de 7 meses entatildeo temos

119875119903119890119888119894119901119894119905119886ccedilatilde119900 119901119886119903119886 7 119898119890119904119890119904 = 16788119898119898 divide 7 = 2398119898119898

Com isso eacute necessaacuterio realizar o caacutelculo da meacutedia de captaccedilatildeo de aacutegua

por mecircs para a aacuterea de 1069msup2

119872119890119889119894119886 119889119890 119862119886119901119905119886ccedilatilde119900 = 2398119898119898 times 1069119898sup2

119872eacute119889119894119886 119889119890 119862119886119901119905119886ccedilatilde119900 = 256346119871 119900119906 256346119898sup3

Ao considerar o valor obtido temos que realizar o quanto seria captado

diariamente

119872eacute119889119894119886 119889119894aacute119903119894119886 = 256346119898sup3 divide 30 119889119894119886119904 = 85119898sup3119889119894119886

A partir desses caacutelculos podemos realizar a seguinte comparaccedilatildeo O

preacutedio consome cerca de 78msup3 ao dia de aacutegua para descarga de vasos sanitaacuterios

enquanto a meacutedia diaacuteria de captaccedilatildeo eacute de 85msup3 por conseguinte temos um fluxo

positivo de aacutegua para o reservatoacuterio de 067msup3dia nos dias chuvosos

Se colocarmos um reservatoacuterio de 35msup3 sem nenhuma aacutegua

armazenada poderemos constatar que o reservatoacuterio iria encher por completo em

cerca de 53 dias conforme o caacutelculo a seguir

351198983 = 0671198983 times 119909 119889119894119886119904

119909 119889119894119886119904 = 35119898sup3 divide 067119898sup3 = 5223 119889119894119886119904

Analisando esses dados temos que a partir do 54ordm dia o reservatoacuterio

estaria completamente cheio e no restante dos 156 dias que teriacuteamos de chuva

esses 067msup3 seriam de certa forma desperdiccedilados uma vez que esse fluxo de

067msup3 ao final dos 7 meses gerariam cerca de 1407msup3 enquanto o reservatoacuterio tem

a capacidade de 35msup3 conforme o caacutelculo a seguir

119875119900119905119890119899119888119894119886119897 = 067119898sup3 times 156 119889119894119886119904 = 1045119898sup3

Se considerarmos esse fluxo positivo de 067msup3dia temos que ao final

dos 210 dias (7meses) seria possiacutevel armazenar 1407 msup3 de aacutegua Com um

reservatoacuterio de 35msup3 1057msup3 estariam sendo escoados para fora do reservatoacuterio

Portanto o ideal seria um reservatoacuterio que se aproxime de 1407msup3 para que ao

final dos 7 meses toda aacutegua possiacutevel fosse armazenada no entanto o reservatoacuterio

deveria ser de 145msup3

Devemos considerar ainda que ao final dos 7 meses o reservatoacuterio

estaria cheio no periacuteodo de seca conseguiria abastecer o preacutedio de acordo com a

demanda do preacutedio sendo assim

119880119905119894119897119894119911119886ccedilatilde119900 119899119886 119904119890119888119886 = 119879119900119905119886119897 119889119900 119903119890119904119890119903119907119886119905oacute119903119894119900 divide 119863119890119898119886119899119889119886 119889119894aacute119903119894119886

119880119905119894119897119894119911119886ccedilatilde119900 119899119886 119904119890119888119886 = 1451198983 divide 781198983119889119894119886

119880119905119894119897119894119911119886ccedilatilde119900 119899119886 119904119890119888119886 = 1858 119889119894119886119904

381 ndash Custo de implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo com fluxo em um

preacutedio

Na implantaccedilatildeo desse sistema os materiais utilizados teratildeo como base

as estimativas que foram apresentadas no subitem anterior e para aumentar a

eficiecircncia do sistema o volume de 1400007L seraacute arredondado para

145000L

Devido ao tamanho do reservatoacuterio eacute de se esperar que o reservatoacuterio

natildeo seja instalado em cima do preacutedio uma vez que a estrutura do preacutedio natildeo

conseguiria suportar o peso que o reservatoacuterio faria sobre o telhado

consequentemente o reservatoacuterio deveraacute ser instalado no jardim do preacutedio que

iraacute gerar um custo a mais por conta da escavaccedilatildeo

Os valores de alguns dos materiais apresentados a seguir seguem os

dos apresentados no trabalho de L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental

p 18) apenas o valor da caixa drsquoaacutegua de 10000L foi obtido atraveacutes de

pesquisas em lojas de construccedilatildeo e assim utilizando a de menor valor

conforme a tabela a seguir Segundo o Saneamento de Goiaacutes SA (SANEAGO)

o custo de escavaccedilatildeo eacute calculado a partir do total de msup3 aleacutem de 3m de

profundidade

Tabela 09 Preccedilo dos Produtos do Sistema de Captaccedilatildeo com Fluxo

Observaccedilatildeo Pelo fato desse estudo se tratar de um modelo de implantaccedilatildeo

o custo das tubulaccedilotildees vai variar de acordo com a demanda necessitada pelo

preacutedio portanto podendo variar de acordo com o projeto implantado Para este

estudo seraacute adotado o valor de R$ 7000

Observaccedilatildeo Pelo fato desse trabalho tratar-se de um modelo de

implantaccedilatildeo o custo da energia pode variar de acordo com a demanda necessitada

pelo preacutedio portanto podendo variar de acordo com o uso da bomba Para este

estudo seraacute adotado o valor de R$ 054 que eacute o valor do KwH cobrado pela CEB

Produto Quantidade Valor unitaacuterio (R$) Valor total (R$)

Cx Daacutegua 10000L 14 496090 6945260

Cx Daacutegua 5000L 1 108000 108000

Boacuteia Eleacutetrica 1 2750 2750

Boacuteia Comum 1 1220 1220

Registro de Gaveta

1 3490 3490

Bomba Anauger 1 23000 23000

Filtro 3P VF1 1 22000 22000

Tubulaccedilotildees 7000 7000

Disjuntor 1 1310 1310

Escavaccedilatildeo Msup3 3666 53157

Matildeo de Obra 1 58574 58574

Energia 054 054

Total 13 727154 7704228

382 ndash Caacutelculos de economia e retorno de investimento para um sistema

com fluxo

Partindo dos dados apresentados podemos calcular por apartamento quanto eacute

cobrado pela CAESB a partir dos dados apresentados no capiacutetulo 34

119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119886119901119886119903119905119886119898119890119899119905119900 = 33119901 times 66119871 ~ 217119871

119863119894119886

119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119886119901119886119903119905119886119898119890119899119905119900 119886119900 119898ecirc119904 = 217119871119889119894119886 times 30119863119894119886119904 = 6510119871 119900119906 65101198983

Em que ldquoVTrdquo corresponde ao volume total do preacutedio ldquoVFrdquo ao volume da faixa

que eacute estipulado pela CAESB e ldquoUCrsquosrdquo satildeo as unidades de consumo que eacute correlato

ao nuacutemero de apartamentos existente

Portanto o total a se pagar em um mecircs eacute calculado da seguinte forma

119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 119881119879 times 119879119886119903119894119891119886 119889119890 aacute119892119906119886 + 119879119886119903119894119891119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900

119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 360119898sup3 times 119877$ 265 + 119879119886119903119894119891119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900

119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 954 + 119877$ 954 = 119877$ 1908

Retomando o caacutelculo exposto por L Pereira (Viabilidade

EconocircmicoAmbiental p 15) no subitem anterior temos que o caacutelculo da CAESB

seria feito da seguinte maneira

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119881119886119897119900119903 119889119900 1198983 times 119881119900119897119906119898119890 119888119886119901119905119886119889119900

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 265 times 1451198983

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 38425

Esse caacutelculo eacute equivalente a um mecircs de captaccedilatildeo para os 7 meses

teremos o seguinte

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119890 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 38425 times 7 119898119890119904119890119904 = 119877$ 268975

Conforme foi visto para o caacutelculo da economia de esgoto eacute necessaacuterio

multiplicar o valor do msup3 pelo volume captado e por 08 uma vez que considera-se

20 de perda ou seja para cada 1 litro de aacutegua que chega na residecircncia eacute cobrado

08 litros para o tratamento do esgoto Portanto para um mecircs segue-se

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119881119886119897119900119903 119889119900 1198983 times 119881119900119897119906119898119890 119888119886119901119905119886119889119900 times 08

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900 = 119877$ 265 times 1451198983 times 08

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 3074

ldquoPara o caacutelculo do retorno do investimento divide-se o valor investido pela

economia anual com a implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo e reaproveitamento da

aacutegua pluvialrdquo L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental p 16)

Portanto para 7 meses de chuva tem-se o seguinte

119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 =119881119886119897119900119903 119894119899119907119890119904119905119894119889119900

119864119888119900119899119900119898119894119886 (7119898119890119904119890119904)

119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 = 119877$ 17704228

119877$ 268975 + 119877$ 21518

119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 = 119877$ 7704228

119877$ 484155

119877119890119905119900119903119899119900

119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900= 1591119886119899119900119904

4 ndash Conclusatildeo e Consideraccedilotildees Finais

De acordo com o que foi exposto temos que a implantaccedilatildeo do sistema de

captaccedilatildeo para o aproveitamento de aacuteguas pluviais eacute uma oacutetima alternativa para

substituiccedilatildeo da ldquoaacutegua cinzardquo possibilitando tambeacutem um destino mais correto do

ponto de vista ambiental para a aacutegua que se tornaria esgoto Como eacute de

conhecimento este tipo de meacutetodo eacute utilizado em diversas regiotildees natildeo somente

aquelas que sofrem com escassez de aacutegua

Mesmo sabendo que o Brasil possui um grande potencial hiacutedrico observamos

que uma parcela da populaccedilatildeo natildeo tem consciecircncia quanto ao gasto de aacutegua

gerando um grande desperdiacutecio de forma desnecessaacuteria Portanto partindo de um

pensamento racional um sistema de captaccedilatildeo seria viaacutevel para o aproveitamento da

aacutegua para fins de consumo domeacutestico mais precisamente ldquoaacutegua cinzardquo

Considerando os caacutelculos apresentados a partir da taxa de precipitaccedilatildeo meacutedia

em Brasiacutelia a criaccedilatildeo de um sistema de captaccedilatildeo pluvial predial traz benefiacutecios

econocircmicos e ambientais O projeto torna-se viaacutevel economicamente pois desde

que se faccedila a manutenccedilatildeo de forma adequada do sistema este teraacute uma vida uacutetil

longa e considerando que se obteacutem o retorno do investimento em aproximadamente

16 anos para um sistema com fluxo apoacutes este periacuteodo o sistema passa a ser

lucrativo para o preacutedio que implanta pois o custo eacute dividido no condomiacutenio dentre os

moradores do preacutedio

Analisando do ponto de vista ambiental o desenvolvimento urbano de Brasiacutelia

ocasionou em superfiacutecies impermeaacuteveis dificultando a absorccedilatildeo de aacuteguas pluviais

pelo solo e juntamente com o sistema de redes pluviais e o sistema de drenagem

ultrapassados os alagamentos e enchentes tecircm se tornado constante quando

ocorrem chuvas anormais Com as estimativas feitas neste trabalho eacute possiacutevel que

tais transtornos hiacutedricos urbanos possam ser amenizados a partir da implantaccedilatildeo do

sistema sem que afete o ciclo hidroloacutegico natural Logicamente essa natildeo eacute a

soluccedilatildeo uma vez que ela deve ser apenas um complemento agrave poliacuteticas publicas

poliacuteticas de incentivo entre outras medidas de cunho sustentaacutevel

Em vista disso a implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo e aproveitamento de

aacuteguas pluviais acarretaria em uma significativa melhora ambiental atraveacutes da

substituiccedilatildeo de uma parcela da aacutegua fornecida pela CAESB e possivelmente

mitigando os transtornos hiacutedricos urbanos se aplicado em larga escala

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participaccedilatildeo mais ativa da populaccedilatildeo remete a uma das vertentes expostas por

Acselrad (1999) de que a sustentabilidade urbana deve estar associada natildeo

somente agraves poliacuteticas puacuteblicas mas tambeacutem ao modelo ldquocidade-empresardquo no

qual a cidade torna-se atrativo de investimentos para a implementaccedilatildeo de

meacutetodos alternativos de sustentabilidade

Para Magalhatildees (2006 p 5) ldquoa noccedilatildeo de risco tornou-se parte de

diversos aspectos do dia a dia das pessoas fazendo-as corresponsaacuteveis pelos

efeitos de suas accedilotildeesrdquo portanto eacute necessaacuterio que se tenha um controle

governamental a partir de poliacuteticas puacuteblicas das accedilotildees individuais de seus

habitantes com o proposito de reduzir os riscos de agravantes nas cidades

Cabe ressaltar que uma questatildeo importante a ser vista eacute que os

problemas causados nas cidades natildeo refletem apenas nas cidades em si mas

tambeacutem nas aacutereas que a circundam e em outras localidades o que obriga a

rever o pensamento de que cidades sustentaacuteveis englobam apenas a proacutepria

cidade

Segundo Magalhatildees (2006 p 6 apud Satterhwaite 2004 p 134) ldquopara

avanccedilar e alcanccedilar meacutetodos de desenvolvimento sustentaacutevel o desempenho

ambiental das cidades deve melhorar natildeo apenas em termos de qualidade

ambiental dentro dos seus limites mas tambeacutem em termos de reduccedilatildeo da

transferecircncia de custos ambientais para outras pessoas outros ecossistemas

ou para o futurordquo A partir desse pensamento nota-se que o conceito de

cidades sustentaacuteveis vai aleacutem da consolidaccedilatildeo da sustentabilidade urbana

afirmando que cidades sustentaacuteveis satildeo um projeto que necessita de um

extenso processo e natildeo algo preacute-definido visando mais de um objetivo comum

Na visatildeo de Magalhatildees (2006 p 8) ldquotal processo deve envolver questotildees aleacutem

das estritamente ambientais uma melhor definiccedilatildeo de que propostas poderatildeo

contribuir para o seu avanccedilo a criatividade na concepccedilatildeo de bons projetos e a

capacidade de se evitar os falsos atalhosrdquo

Sendo assim para a construccedilatildeo de projetos de cidades sustentaacuteveis eacute

necessaacuterio que se tenha uma visatildeo ampla e com diferentes abordagens desse

processo de urbanizaccedilatildeo Para o projeto de cidades sustentaacuteveis eacute necessaacuterio

que se tenha trecircs abordagens a espacial que vislumbra a anaacutelise das relaccedilotildees

metaboacutelicas operadas pela cidade compreendendo territoacuterios distantes a

temporal uma vez que pleiteia geraccedilotildees futuras e a conceitual que exige um

enfoque transdisciplinar

Magalhatildees (2006 p 9 apud Peter Brand 1999 p 10) faz uma anaacutelise

sobre a implementaccedilatildeo dessas abordagens ldquo uma metaacutefora social como

cidade sustentaacutevel ou desenvolvimento urbano sustentaacutevel nunca pode ser

uma meta objetiva e sim uma gama de possibilidades abertas cujas

prioridades satildeo determinadas pelas urgecircncias do presenterdquo Com essa

ampliaccedilatildeo do conceito de sustentabilidade urbana percebe-se que haacute uma

nova utopia com um ideal diferenciado de cidade tendo como base accedilotildees

voltadas para o meio ambiente e a reduccedilatildeo da desigualdade causada pelos

transtornos ambientais dando prioridade a uma parte relevante de sua mateacuteria

e energia para a organizaccedilatildeo e manutenccedilatildeo interna e depois ao crescimento

da cidade Entatildeo por que seguir algo utoacutepico Coloco em pauta uma frase

destacada por Galeano (1993 p 230) na qual ele expotildee -ldquoA utopia estaacute laacute no

horizonte Me aproximo dois passos ela se afasta dois passos Caminho dez

passos e o horizonte corre dez passos Por mais que eu caminhe jamais

alcanccedilarei Para que serve a utopia Serve para isso para que eu natildeo deixe de

caminharrdquo

Com essas colocaccedilotildees Magalhatildees (2006 p 16) expotildee a criaccedilatildeo de

uma ideia de ldquodesempenho ambiental urbanordquo o qual mostra um conceito

mensuraacutevel e comparaacutevel junto com a ampliaccedilatildeo de niacuteveis de justiccedila ambiental

locacional e de democracia nas cidades que se torna uacutetil para construccedilatildeo de

paracircmetros de atuaccedilatildeo Essa ideia mostra que o urbanismo tem muito a

contribuir

Atualmente haacute muitos estudos cientiacuteficos que satildeo voltados para a crise

ambiental que vivemos que teve como origem a pressatildeo do crescimento

populacional sobre as aacutereas verdes e pelo modo de vida ocidental como a alta

produccedilatildeo e consumo exagerado Nesse contexto retomamos que as cidades

tecircm sido o principal fator e foco gerador dessa crise ambiental e que agora

concentramos as poliacuteticas puacuteblicas voltadas para o desenvolvimento urbano

como grande objetivo

Tanto pesquisadores atraveacutes de estudos quanto a sociedade atraveacutes

da miacutedia que divulga os riscos ambientais decorrentes das novas formas de

produccedilatildeo e seus efeitos alertam a populaccedilatildeo da gravidade causada e assim

provocam uma preocupaccedilatildeo generalizada acerca do problema ambiental

Sendo assim uma reflexatildeo deve ser feita sobre o conceito de cidade

sustentaacutevel uma vez que as cidades concentram a maior fonte de poluiccedilatildeo e

produccedilatildeo de resiacuteduos aleacutem de consumirem parte da energia do planeta

Como foi dito anteriormente cidades sustentaacuteveis devem pensar aleacutem

da proacutepria localidade mas para ter essa abordagem eacute necessaacuterio focar

primeiramente em uma escala local Para Schussel (2004 p 63 apud

Camagni 2001 p 345) ldquoeacute mais eficaz enfrentar um mesmo problema

localmente (em termos tanto de efeito como de autoridades) do que enfrentaacute-

los globalmente (onde as autoridades satildeo frequentemente ausentes os

agentes poluidores longiacutenquos as interdependecircncias das accedilotildees dos diferentes

sujeitos mais elevadas onde tambeacutem a incertitude sobre a grandeza dos

fenocircmenos e seus encadeamentos causais eacute maior)rdquo Com esse ponto de vista

eacute importante que se deva dar uma atenccedilatildeo ao processo de mudanccedila da

aprendizagem coletiva das cidades com uma interaccedilatildeo saudaacutevel entre a

economia tecnologia e meio ambiente

Eacute importante ressaltar que a implantaccedilatildeo de cidades sustentaacuteveis

juntamente com a gestatildeo do meio ambiente urbano possui uma alta

complexidade para a sociedade moderna ao analisar que natildeo devemos

apenas pensar na conservaccedilatildeo dos recursos ambientais mas tambeacutem

devemos nos atentar ao transporte puacuteblico para reduccedilatildeo da emissatildeo de gases

poluentes melhorar a mobilidade urbana diminuindo consideravelmente o

traacutefego de veiacuteculos dar incentivo e propiciar accedilotildees para a utilizaccedilatildeo de

transportes alternativos como bicicletas otimizar a utilizaccedilatildeo do espaccedilo

urbano devemos ainda criar mais espaccedilos verdes voltados para o lazer da

populaccedilatildeo criar programas voltados para a arborizaccedilatildeo dos espaccedilos puacuteblicos

destinar adequadamente o lixo urbano aplicar programas educacionais

voltados para o desenvolvimento sustentaacutevel investir em educaccedilatildeo de

qualidade para uma boa instruccedilatildeo da populaccedilatildeo favorecer a economia local

dinacircmica e sustentaacutevel e criar accedilotildees para a utilizaccedilatildeo racional da aacutegua

juntamente com o aproveitamento de aacuteguas pluviais

A autora Silva (Poliacuteticas Puacuteblicas e Estrateacutegias de Sustentabilidade

Urbana p 1 apud Metzger 1994) cujo inventaacuterio realizado sobre trabalhos de

ecologia urbana e meio ambiente urbano identifica trecircs concepccedilotildees distintas A

primeira trata da natureza na cidade no qual Metzger fez estudos referentes

aos elementos bioloacutegicos do meio urbano no que diz respeito agrave preservaccedilatildeo

dos espaccedilos verdes e dos elementos fiacutesico naturais da cidade A segunda

concepccedilatildeo do meio ambiente urbano estaacute relacionada aos riscos da cidade e

na cidade aos problemas ambientais enfrentados pela populaccedilatildeo e como

esses problemas afetam a qualidade de vida da mesma Por fim a uacuteltima

vertente que visa mensurar o problema de gestatildeo ou administraccedilatildeo da cidade

tratando das poliacuteticas puacuteblicas sob uma visatildeo do uso do solo e a influecircncia que

as questotildees ambientais causam na determinaccedilatildeo das poliacuteticas puacuteblicas

11 - Poliacuteticas Puacuteblicas e a relaccedilatildeo com as cidades sustentaacuteveis

definiccedilotildees aplicaccedilatildeo conceitos

Eacute necessaacuterio que sejam identificados os locais de atuaccedilatildeo das poliacuteticas

puacuteblicas que tecircm como objetivo a sustentabilidade urbana mas analisando

previamente as mudanccedilas que ocorreram no acircmbito das accedilotildees governamentais

que ocasionaram a adoccedilatildeo de determinadas poliacuteticas puacuteblicas como

estrateacutegias e diretrizes da proacutepria accedilatildeo governamental e dos indiviacuteduos

Mas o que satildeo poliacuteticas puacuteblicas e por que as poliacuteticas puacuteblicas satildeo

consideradas tatildeo importantes quando se trata da sustentabilidade urbana

Segundo Silva (Poliacuteticas Puacuteblicas e Estrateacutegias de Sustentabilidade Urbana p

2 apud Bucci 2002 p 241) poliacuteticas puacuteblicas ldquosatildeo programas de accedilatildeo

governamental para um setor da sociedade ou um espaccedilo geograacutefico

buscando a concretizaccedilatildeo de determinados objetivos e metasrdquo e destaca ainda

que ldquosatildeo programas de accedilatildeo governamental visando a coordenar os meios agrave

disposiccedilatildeo do Estado e as atividades privadas para a realizaccedilatildeo de objetivos

socialmente relevantes e politicamente determinadosrdquo

Quando relacionadas agrave cidadania as poliacuteticas puacuteblicas encontram

dificuldade para alcanccedilar a sustentabilidade urbana jaacute que devem assegurar

uma vida harmocircnica entre o habitante e o meio ambiente Isso ocorre devido a

globalizaccedilatildeo dos espaccedilos em que satildeo levantadas novas tecnologias e haacute o

problema da crescente urbanizaccedilatildeo Esse enfoque possui alguns princiacutepios

que devem ser levados em consideraccedilatildeo princiacutepios esses que guiam as

poliacuteticas puacuteblicas no meio ambiente urbano Esses princiacutepios satildeo destacados e

relacionados por Silva (Poliacuteticas Puacuteblicas e Estrateacutegias de Sustentabilidade

Urbana p 5) como o princiacutepio do interesse puacuteblico na proteccedilatildeo do meio

ambiente urbano sobre os interesses privados o princiacutepio da realizaccedilatildeo de

uma avaliaccedilatildeo preacutevia dos impactos ambientais advindos da accedilatildeo antroacutepica ou

natural o princiacutepio de que o Estado deve intervir na defesa e proteccedilatildeo do meio

ambiente e do meio ambiente urbano o princiacutepio da funccedilatildeo da funccedilatildeo

socioambiental da propriedade urbana o princiacutepio da participaccedilatildeo da

sociedade e da gestatildeo democraacutetica da cidade e o princiacutepio da garantia do

direito a cidades sustentaacuteveis

Cabe ressaltar que apesar de existirem tantos princiacutepios que devem ser

vistos como diretriz a realidade foge um pouco do que eacute mostrado na teoria jaacute

que as poliacuteticas puacuteblicas seguem programas finaliacutesticos que satildeo flexiacuteveis e

quando relacionados agraves exigecircncias legais devem ser diferenciados de acordo

com o grau de finalizaccedilatildeo da accedilatildeo e de imperatividade das normas

Quando tratamos do urbano e do meio ambiente as politicas puacuteblicas

devem ser integradas e possuiacuterem uma interaccedilatildeo entre si como por exemplo

ao tratar das poliacuteticas de habitaccedilatildeo natildeo se pode deixar de levar em

consideraccedilatildeo as poliacuteticas de saneamento ambiental ou entatildeo ao tratar de

poliacuteticas de transporte puacuteblico e mobilidade urbana deve-se considerar a

proacutepria poliacutetica ambiental Sendo assim os programas e projetos

governamentais devem contemplar os aspectos ambientais urbanos sociais e

econocircmicos

Para Silva (Poliacuteticas Puacuteblicas e Estrateacutegias de Sustentabilidade Urbana

p 6) ldquose os planos satildeo obrigatoacuterios para o setor puacuteblico para o setor privado

eles satildeo indicativosrdquo Reforccedilando o conceito de poliacuteticas puacuteblicas essas podem

ser definida como ldquoprocesso - ou conjunto de processos - que culmina na

escolha racional e coletiva de propriedades para definiccedilatildeo dos interesses

puacuteblicos reconhecidos pelo direitordquo sendo que quando se diz respeito a

direitos todos tecircm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado

englobando tambeacutem o meio ambiente urbano Portanto quando eacute utilizado o

termo ldquourbanordquo para qualificar o meio ambiente natildeo significa que haacute uma

segregaccedilatildeo classificatoacuteria do meio ambiente o adjetivo ldquourbanordquo vem como

uma proposta de demarcar a problemaacutetica ambiental em um determinado

espaccedilo geograacutefico - no caso as cidades - sem deixar de considerar os fatores

que nelas estatildeo inseridos como os sociais e os ambientais

Assim para empregar poliacuteticas puacuteblicas visando a sustentabilidade

urbana deve-se repensar o modelo de desenvolvimento da cidade juntamente

com o modo de vida da populaccedilatildeo e a conscientizaccedilatildeo da mesma apoiando-se

nas relaccedilotildees sociais e econocircmicas exercidas na cidade sem deixar de

considerar essas interaccedilotildees como propulsoras do direito agrave cidade sustentaacutevel

Para ratificar inciso I do art 2ordm do Estatuto da Cidade - Lei n 10257 de

10 de julho de 2001 reconhece entre as diretrizes de poliacuteticas puacuteblicas

expostas o direito a cidades sustentaacuteveis De acordo com essa lei esse direito

proporciona o direito a terra urbana agrave moradia ao saneamento ambiental agrave

infraestrutura urbana aos serviccedilos puacuteblicos em geral ao trabalho e ao lazer

tanto para as geraccedilotildees atuais como para as futuras

Sendo assim as cidades devem desenvolver-se respeitando a

sustentabilidade por isso o desenvolvimento urbano deve ser feito sem

degradaccedilatildeo possibilitando uma vida urbana digna e igualitaacuteria Contudo as

cidades necessitam de mudanccedilas diversos pontos de vista reformulaccedilatildeo das

poliacuteticas puacuteblicas e criaccedilatildeo de novas e soluccedilotildees sobre como interagir no dia a

dia com o local que vivemos A partir dessa visatildeo destaco o que eacute exposto por

Acselrad (1999 p 86) em que ldquoacredita-se que quando o crescimento urbano

natildeo eacute acompanhado por investimentos em infraestrutura a oferta de serviccedilos

urbanos natildeo acompanha o crescimento da demanda A falta de investimentos

na manutenccedilatildeo dos equipamentos urbanos viraacute por sua vez acentuar o deacuteficit

na oferta de serviccedilos o que se rebateraacute especialmente na forma de

segmentaccedilatildeo socioterritorial entre as populaccedilotildees atendidas e natildeo atendidas

por tais serviccedilosrdquo

Apoacutes tratar de um modo geral cidades sustentaacuteveis e a sustentabilidade

urbana eacute interessante analisar o caso brasileiro Infelizmente a preocupaccedilatildeo

ambiental brasileira foi tardia e a evoluccedilatildeo foi lenta Em questotildees de

urbanizaccedilatildeo houve uma transformaccedilatildeo estrutural de ordem socioeconocircmica

reformulando a ocupaccedilatildeo do territoacuterio nacional ocasionando em impactos

ambientais e no dado de que cerca de 80 da populaccedilatildeo brasileira mora em

aacutereas urbanas Mas ao decorrer do tempo a questatildeo ambiental foi ligada ao

social os pensamentos acerca desse tema tiveram uma nova percepccedilatildeo

Como exemplo temos o caso dos recursos hiacutedricos em que a legislaccedilatildeo teve

o cuidado de considerar aleacutem do aspecto ambiental os aspectos sociais e

econocircmicos

Foi criado o Sistema Nacional de Recursos Hiacutedricos (SNRH) que no

texto de Schussel (2004 p 65) satildeo expostas a valoraccedilatildeo da aacutegua como bem

econocircmico a prioridade do abastecimento puacuteblico em detrimento da produccedilatildeo

de energia e a gestatildeo compartilhada entre usuaacuterios poder puacuteblico e sociedade

civil de bacias hidrograacuteficas por meio da implantaccedilatildeo dos ldquoComitecircs de Baciardquo

Essa questatildeo de integraccedilatildeo do ambiental ao social e econocircmico ocorreu

na deacutecada de 80 em que Silva (Poliacuteticas Puacuteblicas e Estrateacutegias de

Sustentabilidade Urbana p 2 apud Ribeiro 2001 p 134-135) destaca ldquoa

questatildeo urbana eacute integrada agrave questatildeo social e as representaccedilotildees antiurbanas

satildeo substituiacutedas pelo diagnoacutestico orientado por ideais republicanos de justiccedila

social e democracia A tarefa do pensamento e da accedilatildeo dos urbanistas passa a

ser o fazer coincidir a cidade e a cidadaniardquo Apesar do atraso na aplicaccedilatildeo do

pensamento ambiental - no caso o de cidades sustentaacuteveis - atualmente o

Brasil apresenta um niacutevel consideraacutevel de desenvolvimento tecnoloacutegico e social

que podem retardar a degradaccedilatildeo e os malefiacutecios causados nas cidades E por

que natildeo ocorre tal melhoria no setor ambiental urbano O Brasil carece de

poliacuteticas puacuteblicas que sirvam para o propoacutesito ambiental sem contar a falta de

instruccedilatildeo ambiental de uma boa parcela da sociedade Isso eacute confirmado com

as atitudes da populaccedilatildeo no texto de Loureiro e De Gregori (Revista Eletrocircnica

do Curso de Direito ndash UFSM p 459) eacute exposto que ldquoo lixo jogado nas ruas

causa entupimento de bueiros o que dificulta o escoamento da aacutegua da chuva

Aleacutem disso mesmo quando ocorre escoamento a aacutegua leva detritos

diretamente para o curso dos rios coacuterregos mananciais entre outros Em

razatildeo do exposto um meio indireto mas eficiente de se poluir a aacuteguardquo

Desse modo termo ldquosustentabilidaderdquo atrelado agraves necessidades

urbanas merece se conciliado de certa maneira que o ser humano produza

desenvolvimento e tambeacutem conserve o meio ambiente Portanto para o Brasil

os modelos que devem ser desenvolvidos nas cidades precisam ser justos

eacuteticos e sustentaacuteveis abrangendo todas as classes sociais e sendo igualitaacuterio

trazendo assim a concepccedilatildeo de que as transformaccedilotildees natildeo necessariamente

devem partir do governo e sim das accedilotildees que integrem os cidadatildeos

almejando a sustentabilidade Quando se diz ldquoas accedilotildees que integrem os

cidadatildeosrdquo na verdade o que se busca expressar eacute que a atitude deve partir da

populaccedilatildeo e natildeo do governo pois tais accedilotildees promovidas pela populaccedilatildeo as

aproximam das poliacuteticas puacuteblicas gerando melhores oportunidades e formas

alternativas de sistemas igualitaacuterios quando relacionados a exposiccedilatildeo de riscos

ambientais Tudo isso para oferecer um ambiente urbano com um

desenvolvimento em equiliacutebrio ambientalmente sustentaacutevel e socialmente

justo

Retomando o Artigo 2ordm do Estatuto da Cidade Loureiro e De Gregori

(Revista Eletrocircnica do Curso de Direito ndash UFSM p 462) expotildeem que houve

uma mudanccedila de paradigma ao se pensar em ambientes urbanos assim

expondo trecircs objetivos a serem alcanccedilados com as cidades ldquoo primeiro seria

um ambiente destinado agrave moradia de um acuacutemulo de comunidades jaacute em uma

segunda perspectiva seria um ambiente de poliacuteticas a fim de atingir funccedilatildeo

social urbana e por fim a garantia de ambientes urbanos como um meio

sustentaacutevel e sadio de desenvolvimentordquo Eacute importante ressaltar que esse

ponto de vista reflete que soacute seraacute possiacutevel assegurar um ambiente urbano para

a presente geraccedilatildeo e para as futuras partindo da preservaccedilatildeo do meio

ambiente

Portanto diversas iniciativas podem tornar o ambiente urbano em cidade

sustentaacutevel o que procura promover uma estabilidade e um equiliacutebrio agraves

cidades com uma visatildeo a longo prazo O processo de implantaccedilatildeo de cidades

sustentaacuteveis no Brasil deve primeiramente partir de accedilotildees individuais ou

privadas e articulada agraves poliacuteticas puacuteblicas para que haja uma eficiecircncia na

aplicabilidade sem desconsiderar que haacute uma possibilidade de gerar um

sistema insustentaacutevel Por que pode se tornar um sistema insustentaacutevel

Segundo Loureiro e De Gregori (Revista Eletrocircnica do Curso de Direito ndash

UFSM p 465 apud Godard 1990 p40-45) ldquoa insustentabilidade exprime

assim a incapacidade de as poliacuteticas puacuteblicas adaptarem a oferta de serviccedilos

urbanos agrave quantidade e agrave qualidade das demandas sociais provocando um

ldquodesequiliacutebriordquo entre necessidades cotidianas da populaccedilatildeo e os meios de as

satisfazer entre a demanda por serviccedilos urbanos e os investimento em redes e

infraestruturardquo

Jaacute que a realidade brasileira exprime uma grande distorccedilatildeo do que eacute

apresentado nos estudos como conseguir implantar uma cidade sustentaacutevel e

assim suportaacute-la Primeiramente eacute necessaacuterio ampliar o ponto de vista natildeo se

prendendo agraves poliacuteticas puacuteblicas em segundo plano eacute preciso que se tenha uma

accedilatildeo coletiva da populaccedilatildeo atraveacutes da conscientizaccedilatildeo ou de accedilotildees que

promovam a sustentabilidade dentro da cidade

Eacute importante ressaltar que natildeo se pode descartar as poliacuteticas puacuteblicas

mas tambeacutem natildeo se pode esperar que elas resolvam todos os problemas

presentes na cidade Sendo assim para que uma cidade torne-se sustentaacutevel eacute

preciso que as accedilotildees realizadas pela populaccedilatildeo sejam emparelhadas com as

poliacuteticas puacuteblicas aplicadas pelo governo No Brasil haacute cidades que satildeo

consideradas sustentaacuteveis mas essas cidades optaram apenas por um

planejamento urbano voltado para reconstituiccedilatildeo de aacutereas verdes

aprimoramento nas soluccedilotildees urbaniacutesticas e na tecnologia do transporte urbano

Tais accedilotildees natildeo devem ser desconsideras e sim exaltadas pelo funcionamento

adequado e promoccedilatildeo da sustentabilidade urbana Outras questotildees tatildeo

importantes quanto satildeo deixadas de lado pelo governo e nesse caso deve-se

ter uma aplicaccedilatildeo da sociedade para que ganhe uma visatildeo e assim sejam

aplicadas poliacuteticas puacuteblicas voltadas para tais questotildees

Em especiacutefico coloco o problema hiacutedrico que tem assolado vaacuterias

cidades do paiacutes por trazer prejuiacutezos de forma direta e indireta a populaccedilatildeo O

problema hiacutedrico brasileiro natildeo eacute apenas o causado pela estiagem e falta de

aacutegua em algumas localidades ele tambeacutem eacute expresso pelas chuvas

torrenciais Em face disso eacute importante unir o uacutetil ao agradaacutevel Vale expor que

em decorrecircncia do aumento da urbanizaccedilatildeo as aacutereas foram pavimentadas e

cobertas por preacutedios casas monumentos entre outras edificaccedilotildees

ocasionando na impermeabilizaccedilatildeo do solo em aacutereas naturais Devido a esse

fator o ser humano vem demandando novas soluccedilotildees e poliacuteticas puacuteblicas para

o controle e mitigaccedilatildeo de impactos causados pela chuva tais como

alagamentos

Os governos de modo geral vecircm encontrando seacuterias dificuldades

quanto agraves questotildees de gestatildeo dos alagamentos em suas aacutereas puacuteblicas Para

Brasiacutelia e o Governo do Distrito Federal esse problema eacute recente e nem tatildeo

alarmante quando comparado aos das grandes capitais brasileiras como Satildeo

Paulo ou Rio de Janeiro Portanto eacute necessaacuterio que se tenha uma precauccedilatildeo

com o uso das aacuteguas tratadas para que possam ser utilizadas fontes

alternativas Com o objetivo de aproveitamento de aacuteguas pluviais a captaccedilatildeo

de aacutegua advinda das chuvas possui um vieacutes sustentaacutevel do ponto de vista

teacutecnico e econocircmico quando aplicado em sistemas de uso privativo Cabe

ressaltar que esse estudo visa aliar o conceito de cidades sustentaacuteveis a partir

da iniciativa privada agraves necessidades encontradas na cidade de Brasiacutelia no

caso de um projeto de aproveitamento de aacuteguas pluviais que atenda a

demanda de aacutegua natildeo potaacutevel tendo como base a precipitaccedilatildeo de chuva local

sem desconsiderar o ciclo hidroloacutegico para que natildeo ocorra um desequiliacutebrio do

mesmo e ocasione mais desastres ambientais

Tal sistema tem como objetivo gerar uma fonte de aacutegua natildeo potaacutevel

para uso diaacuterio em sistemas prediais como descarga limpeza do preacutedio

irrigaccedilatildeo de jardins disponibilidade para lavagem de automoacuteveis entre outras

possibilidades gerando uma economia da aacutegua utilizada e consequentemente

uma economia monetaacuteria Aleacutem desse objetivo reducionista de gasto e aacutegua

haacute tambeacutem a possibilidade da reduccedilatildeo de transtornos hiacutedricos urbanos

Portanto ao abordar sobre poliacuteticas puacuteblicas eacute de suma importacircncia

compreender que o ldquodesenvolvimento sustentaacutevel eacute um processo de

aprendizagem social de longo prazo que por sua vez eacute direcionado por

poliacuteticas puacuteblicas orientadas por um plano de desenvolvimento nacionalrdquo

(Barbosa 2008 p 6) O conceito de desenvolvimento sustentaacutevel seraacute melhor

apresentado no capiacutetulo seguinte

2 ndash Sustentabilidade desenvolvimento sustentaacutevel e a sua

importacircncia

Inicio esse capiacutetulo com uma frase de Nascimento (2012 p 57) em que

se queremos sugerir uma sustentabilidade para toda a sociedade eacute necessaacuterio

que tenhamos uma ldquolinha transversal a eacutetica solidaacuteria com os excluiacutedos de hoje

para que natildeo haja excluiacutedos amanhatilderdquo

Por que a sustentabilidade eacute algo importante para noacutes Eacute necessaacuterio

que seja de conhecimento geral de que estamos ameaccedilados em todos os

aspectos ligados agrave utilizaccedilatildeo de recursos naturais e aproveitamento dos

mesmos Portanto haacute uma conexatildeo direta ao desenvolvimento sustentaacutevel

Nascimento (2012 p 58) ainda aponta que ldquoateacute meados do seacuteculo XX a

humanidade temia basicamente duas grandes extinccedilotildees ndash uma externa

(choque de um grande meteorito como aparentemente ocorreu haacute 65 milhotildees

de anos extinguindo os dinossauros) e outra interna (o advento de uma

epidemia desconhecida e incontrolaacutevel) Em meados do seacuteculo passado foi

acrescida mais uma ameaccedila provinda dos proacuteprios seres humanos a bomba

atocircmica O seu poder de destruiccedilatildeo ficou evidente com as explosotildees de

Hiroshima e Nagasakirdquo Sendo assim eacute perceptiacutevel que o estilo de vida de alta

produccedilatildeo e consumo vigente nos leva a crer que um desastre eacute cada vez mais

plausiacutevel

ldquoQue a economia estaacute em um conflito com os sistemas naturais do

planeta eacute uma evidecircncia que ressalta das informaccedilotildees cotidianas sobre o

desaparecimento das zonas de pesca reduccedilatildeo das florestas a erosatildeo do

solo e o desaparecimento de espeacuteciesrdquo (Nascimento 2012 p 58 apud

Brown 2003 p14) Portanto a crise ambiental aponta um desgaste das

condiccedilotildees ldquonormaisrdquo de vida no planeta Terra Segundo Nascimento (2012 p

58) ldquo[] eacute possiacutevel caso o cenaacuterio mais pessimista do aquecimento global

venha a se confirmar que uma nova possibilidade de auto extinccedilatildeo seja criada

no final desse seacuteculordquo Desta forma o atual modelo de vida natildeo deteriora

apenas o meio ambiente tambeacutem prejudica a vida humana e para que sejam

reduzidos esses transtornos agrave vida humana eacute preciso que iniciativas e

alternativas sejam criadas por meio de inovaccedilotildees tecnoloacutegicas para que haja

uma saiacuteda

ldquoA crise ambiental assumiu contornos mais graves com a percepccedilatildeo da

responsabilidade antroacutepica do aquecimento global e a dinacircmica de ascensatildeo

de um contingente humano mais significativo no mercado de consumordquo

(Nascimento 2012 p 61) Quando a crise ambiental se tornou algo de suma

importacircncia Quando como e por que a sustentabilidade e o desenvolvimento

sustentaacutevel se tornaram relevantes para o combate agrave crise ambiental Eacute

necessaacuterio compreender que a sustentabilidade possui dois vieses quando

relacionada agrave sua origem Uma de suas origens tem base na biologia mais

precisamente na ecologia a qual atribui o conceito de resiliecircncia ndash capacidade

de recuperaccedilatildeo e reproduccedilatildeo dos ecossistemas ndash perante as degradaccedilotildees

antroacutepicas com o uso exacerbado dos recursos naturais Ainda relacionado agrave

ecologia haacute as causas naturais como terremotos fogo tsunamis pragas

entre outros O outro vieacutes de origem da sustentabilidade adveacutem da economia

como o adjetivo do desenvolvimento diante da visibilidade que ganhou ao

longo do seacuteculo XX referente ao padratildeo de consumo desenvolvido ao redor do

mundo (Nascimento 2012 p 51)

Segundo Nascimento a ideia de sustentabilidade como enfoque

mundial tem origem na deacutecada de 1950 O surgimento e a importacircncia desse

termo ocorrem devido a um risco ambiental global a poluiccedilatildeo nuclear ldquoOs seus

indiacutecios alertaram os seres humanos de que estamos em uma nave comum e

que problemas ambientais natildeo estatildeo restritos a territoacuterios limitadosrdquo

(Nascimento 2012 p 2) Segundo Nascimento (2012 p 52 apud Machado

2005) ldquoA ocorrecircncia de chuvas radiativas a milhares de quilocircmetros dos locais

de realizaccedilatildeo dos testes acendeu um caloroso debate no seio da comunidade

cientiacuteficardquo Na deacutecada de 1960 houve outro fato importante que implicou na

questatildeo da percepccedilatildeo da crise ambiental dando importacircncia a

sustentabilidade devido ao uso de inseticidas e pesticidas quiacutemicos e

transtornos causados por esses apontados por Rachel Carson em seu livro

intitulado de ldquoPrimavera Silenciosardquo ndash Silent Spring

Ainda na deacutecada de 60 as chuvas aacutecidas recorrentes nos paiacuteses

noacuterdicos levaram a Sueacutecia junto ao Conselho Econocircmico e Social das Naccedilotildees

Unidas (ECOSOC) a propor a realizaccedilatildeo de uma conferecircncia para tratar de um

acordo internacional para uma possiacutevel reduccedilatildeo na emissatildeo dos gases

responsaacuteveis por tal transtorno Com isso ocorreu a Conferecircncia de

Estocolmo em 1972 colocando em evidecircncia os paiacuteses subdesenvolvidos e

desenvolvidos da eacutepoca A princiacutepio as preocupaccedilotildees natildeo eram nem um

pouco igualitaacuterias jaacute que os paiacuteses desenvolvidos estavam atentos agrave

degradaccedilatildeo ambiental que afetavam sua qualidade de vida enquanto os

paiacuteses subdesenvolvidos estavam preocupados em natildeo sofrerem sanccedilotildees

comerciais e apresentarem um retardo em seu desenvolvimento uma vez que

naquela eacutepoca os problemas ambientais eram associados ao crescimento

econocircmico dos paiacuteses de terceiro mundo Nessa conferecircncia ficou exposto

que os paiacuteses desenvolvidos defendiam a proteccedilatildeo do meio ambiente como

principal foco e os paiacuteses em desenvolvimento focavam no combate agrave

pobreza

Para melhor esclarecer Nascimento expotildee a partir do documento ldquoOnly

One Earthrdquo (Ward amp Dubos 1973) ldquo[] O problema ambiental como decorrente

de externalidades econocircmicas proacuteprias do excesso de desenvolvimento

(tecnologia agressiva e consumo excessivo) de um lado e de sua falta

(crescimento demograacutefico e baixo PIB per capita) de outro Posta dessa forma

a questatildeo ambiental deixava de ficar restrita ao meio natural e adentrava o

espaccedilo socialrdquo Contemporacircneo a isso temos o relatoacuterio do Clube de Roma ndash

Limits to Growth (Meadows et al 1972) que propunha uma reduccedilatildeo do

desenvolvimento industrial nos paiacuteses desenvolvidos e uma contenccedilatildeo no

crescimento populacional nos paiacuteses subdesenvolvidos juntamente com o

apoio daqueles aos subdesenvolvidos para que pudessem crescer

economicamente A partir desses eventos os governos se conscientizaram e

criaram agecircncias que tratassem das questotildees ambientais para que pudessem

juntar dados ambientais jaacute que na eacutepoca careciam de tais informaccedilotildees

No Brasil foi criada a Secretaria Especial do Meio Ambiente (SEMA) em

1973 enquanto nos EUA jaacute existia a Environmental Protection Agency (EPA)

desde 1970

Dez anos apoacutes a Conferecircncia de Estocolmo uma anaacutelise dos resultados

foi feita pela ONU e mostrou que o resultado estabelecido deixou a desejar e

que os esforccedilos realizados foram inferiores Em decorrecircncia desse mal

desempenho foi formada a Comissatildeo Mundial sobre Meio Ambiente e

Desenvolvimento (CMMAD) presidida por Gro Harlen Brundtland responsaacutevel

pelo relatoacuterio ldquoNosso Futuro Comumrdquo ndash Our Common Future ndash que tinha como

principal proposta a criaccedilatildeo de uma agenda global para focar em uma

mudanccedila consideraacutevel Esse estudo obteve informaccedilotildees durante trecircs anos a

partir de pesquisas e anaacutelises com enfoque na parte social Segundo Barbosa

(2008 p2) as informaccedilotildees colhidas do relatoacuterio com base nas questotildees

sociais referiam-se ldquoao uso da terra sua ocupaccedilatildeo suprimento de aacutegua abrigo

e serviccedilos sociais educativos e sanitaacuterios aleacutem de administraccedilatildeo do

crescimento urbanordquo

Tal relatoacuterio foi responsaacutevel pela criaccedilatildeo do termo ldquoDesenvolvimento

Sustentaacutevelrdquo que ldquoconsistiu o maior esforccedilo entatildeo conhecido para conciliar a

preservaccedilatildeo do meio ambiente com o desenvolvimento econocircmicordquo

(Nascimento 2012 p 54) Uma definiccedilatildeo baacutesica do que eacute DS eacute exposta por

Nascimento (2012 p 58 apud Lenzi 2006) ldquoDesenvolvimento sustentaacutevel eacute o

desenvolvimento que satisfaz as necessidades do presente sem comprometer

a capacidade das geraccedilotildees futuras em satisfazer suas proacuteprias necessidadesrdquo

Estender e Pitta (O Conceito do Desenvolvimento Sustentaacutevel apud Camargo

2003 p 43) tambeacutem fazem citaccedilatildeo agrave outra definiccedilatildeo apontada no relatoacuterio

ldquoEm essecircncia o desenvolvimento sustentaacutevel eacute um

processo de transformaccedilatildeo no qual a exploraccedilatildeo dos

recursos a direccedilatildeo dos investimentos a orientaccedilatildeo

do desenvolvimento tecnoloacutegico e a mudanccedila

institucional se harmonizam e reforccedilam o potencial

presente e futuro a fim de atender agraves necessidades

e aspiraccedilotildees humanasrdquo

Nascimento (2012 p 54) aponta que ldquoA forccedila e a fraqueza dessa

definiccedilatildeo encontram-se justamente nessa foacutermula vaga pois deixam-se em

aberto quais seriam as necessidades humanas atuais e mais ainda as das

geraccedilotildees futurasrdquo

Segundo Barbosa (2008) o relatoacuterio faz consideraccedilotildees agraves questotildees

urbanas no qual as cidades em seu desenvolvimento devem contemplar as

necessidades baacutesicas de toda a populaccedilatildeo e conceder oportunidades de

melhora na qualidade de vida de todos buscando alcanccedilar uma equidade na

sociedade por meio de processos democraacuteticos para que haja um

desenvolvimento urbano adequado Ainda com referecircncia ao relatoacuterio haacute ldquoa

necessidade de descentralizaccedilatildeo das aplicaccedilotildees de recursos financeiros e

humanos e a necessidade do poder poliacutetico favorecer as cidades em sua

escala localrdquo (Barbosa 2008 p 2) Quanto agrave questatildeo do uso de recursos

naturais foi avaliada no relatoacuterio a capacidade de resiliecircncia da biosfera os

efeitos e as possiacuteveis consequecircncias causadas pela accedilatildeo antroacutepica apontando

ainda que a pobreza pode ser considerada como um problema ambiental e que

a tentativa de erradicar a mesma pode ser a base para a busca da

sustentabilidade Com essa contribuiccedilatildeo na mudanccedila do modo de perceber as

necessidades urbanas o relatoacuterio apresentou trecircs princiacutepios baacutesicos ou

aspectos que deveriam ser cumpridos ndash proteccedilatildeo ambiental equidade social e

o desenvolvimento econocircmico ndash e que seratildeo expostos mais adiante

Apesar de todos esses pontos levantados o relatoacuterio Brundtland

recebeu vaacuterias criacuteticas pelo fato de acusar a pobreza e o descontrole do

crescimento populacional nos paiacuteses subdesenvolvidos como a fonte principal

dos problemas ambientais e da insustentabilidade do planeta e de colocar em

segundo plano a poluiccedilatildeo causada ateacute a data de publicaccedilatildeo do relatoacuterio pelos

paiacuteses desenvolvidos

Em 1986 foi realizada a conferecircncia de Ottawa ndash Carta de Ottawa 1986

ndash na qual foram estabelecidas cinco condiccedilotildees para que se tentasse alcanccedilar o

desenvolvimento sustentaacutevel entre elas a manutenccedilatildeo da integraccedilatildeo

ecoloacutegica a satisfaccedilatildeo das necessidades baacutesicas humanas a provisatildeo da

autodeterminaccedilatildeo social e da diversidade cultural a integraccedilatildeo da conservaccedilatildeo

e do desenvolvimento e o alcance de equidade e justiccedila social Para a

CMMAD as condiccedilotildees que procedem do conceito de desenvolvimento

sustentaacutevel estatildeo associadas ao processo de urbanizaccedilatildeo e do crescimento da

cidade e tem como finalidade o uso adequado dos recursos naturais Em face

disto satildeo expostos alguns objetivos mudanccedila de qualidade do crescimento

crescimento renovaacutevel satisfaccedilatildeo das necessidades essenciais por emprego

aacutegua energia alimento e saneamento baacutesico garantia de um niacutevel sustentaacutevel

da populaccedilatildeo conservaccedilatildeo da base de recursos reorientaccedilatildeo da tecnologia e

do gerenciamento de risco e reorientaccedilatildeo das relaccedilotildees econocircmicas

internacionais (CMMAD 1988 1991)

Postumamente foi realizada a Assembleia das Naccedilotildees Unidas a qual

aprovou a Conferecircncia das Naccedilotildees Unidas para o Meio Ambiente e o

Desenvolvimento (CNUMAD) ocorrida em 1992 e ficou conhecida como Rio-

92 A Rio-92 teve maior visibilidade graccedilas agrave criaccedilatildeo da Convenccedilatildeo da

Biodiversidade e das Mudanccedilas Climaacuteticas ndash que posteriormente resultou na

criaccedilatildeo do Protocolo de Kyoto ndash da Agenda 21 e da Declaraccedilatildeo do Rio Essa

uacuteltima segue os mesmos padrotildees expostos na Conferecircncia de Estocolmo

citada anteriormente interligando o desenvolvimento econocircmico com o meio

ambiente atraveacutes de uma gestatildeo consciente dos recursos naturais sem

comprometer o modelo econocircmico vigente

Em decorrecircncia desses acontecimentos tornou-se de faacutecil entendimento

que o desenvolvimento sustentaacutevel eacute composto por trecircs aspectos ambiental

econocircmico e social Outros autores como Ignacy Sachs consideram ainda

outras variaacuteveis relevantes para o entendimento do DS como sustentabilidade

ecoloacutegica e poliacutetica

Figura 1 Tripeacute da Sustentabilidade

Fonte Nicholas Gimenes (2012)

Com base nesses trecircs aspectos apontados chegamos ao conhecido

Triple Bottom Line ndash ldquoTripeacute da Sustentabilidaderdquo No tripeacute da sustentabilidade

satildeo expostos o aspecto ambiental que tem como base a produccedilatildeo e o

consumo de tal forma que possa garantir que os ecossistemas natildeo sofram

problemas quanto a sua capacidade de resiliecircncia o aspecto econocircmico que

assume a denominada ecoeficiecircncia a qual incentiva a inovaccedilatildeo tecnoloacutegica

para tentar mitigar alguns dos problemas ambientais e ampliar a

desmaterializaccedilatildeo da economia e o uacuteltimo aspecto o social o qual supotildee que

a populaccedilatildeo de uma determinada sociedade tenha o miacutenimo necessaacuterio para

uma condiccedilatildeo de vida aceitaacutevel buscando erradicar a desigualdade social

Segundo Nascimento existem diversas definiccedilotildees desses trecircs aspectos mas

essas apontadas satildeo as mais recorrentes e de simples entendimento Natildeo

podemos esquecer que assim como eacute apontado por Ignacy Sachs e outros

autores outros aspectos para a definiccedilatildeo do DS devem ser levados em

consideraccedilatildeo em especial a cultura Apesar de natildeo ser citada como base do

ldquotripeacuterdquo a cultura eacute importante em qualquer sociedade quando relacionada ao

meio ambiente pois eacute ela quem dita o comportamento da populaccedilatildeo O Brasil

sofre com questotildees ambientais muitas das vezes por falta de instruccedilatildeo da

populaccedilatildeo que natildeo tem conhecimento do quatildeo impactante pode ser sua accedilatildeo

Deste modo quando se trata de questotildees ambientais eacute necessaacuterio que se

tenha uma mudanccedila natildeo repentina e sim gradativa nos padrotildees de consumo

no estilo de vida e na educaccedilatildeo ambiental

Retomando os conceitos de DS e sustentabilidade temos uma definiccedilatildeo

de Clovis Cavalcanti em que sustentabilidade ldquosignifica a possibilidade de se

obterem continuamente condiccedilotildees iguais ou superiores de vida para um grupo

de pessoas e seus sucessores em dado ecossistemardquo (Cavalcanti 2003)

Analisando essa definiccedilatildeo proposta por Cavalcanti vemos que se assemelha

do que foi exposto por Gro Harlen Brundtland em seu relatoacuterio Como jaacute foi

mencionado para Sachs o ldquoTriple Bottom Linerdquo ndash Tripeacute da Sustentabilidade ndash

possui cinco vertentes da sustentabilidade que satildeo a ldquosustentabilidade

ecoloacutegica refere-se a fiacutesica do processo de crescimento e tem como objetivo a

manutenccedilatildeo de estoques dos recursos naturais incorporados as atividades

produtivas a sustentabilidade ambiental que refere-se agrave manutenccedilatildeo da

capacidade de sustentaccedilatildeo dos ecossistemas o que implica a capacidade de

absorccedilatildeo e recomposiccedilatildeo dos ecossistemas em face as agressotildees antroacutepicas

sustentabilidade social que refere-se ao desenvolvimento e tem por algum

objetivo a melhoria da qualidade da vida da populaccedilatildeo Para caso de paiacuteses

com problemas de desigualdade e de inclusatildeo social implica a adoccedilatildeo de

poliacuteticas distributivas e a universalizaccedilatildeo de atendimento a questotildees como

sauacutede educaccedilatildeo habilitaccedilatildeo e seguridade social sustentabilidade poliacutetica

refere-se ao processo de construccedilatildeo da cidadania para garantir a incorporaccedilatildeo

plena dos indiviacuteduos ao processo de desenvolvimento e a sustentabilidade

econocircmica que refere-se a uma gestatildeo eficiente dos recursos em geral e

caracteriza-se pela regularidade de fluxos do investimento puacuteblico e privado

Implica a avaliaccedilatildeo da eficiecircncia por processos macro sociaisrdquo (Sachs 1993

Agenda 21 brasileira)

Barbosa (2008 p 4) faz uma citaccedilatildeo em seu trabalho sobre o livro de

Leila Ferreira ndash ldquoA questatildeo ambiental sustentabilidade e poliacuteticas puacuteblicas no

Brasilrdquo ndash referente ao padratildeo de vida da sociedade em que

ldquoO padratildeo de produccedilatildeo e consumo que

caracteriza o atual estilo de

desenvolvimento tende a consolidar-se

no espaccedilo das cidades e estas se

tornam cada vez mais o foco principal

na definiccedilatildeo de estrateacutegias e poliacuteticas

de desenvolvimentordquo

Sendo assim eacute de fundamental importacircncia que formas alternativas

sustentaacuteveis sejam alcanccediladas para que possam influenciar de forma positiva

na qualidade de vida das cidades e no processo de planejamento urbano Para

Acselrad (1999 p 85) a sustentabilidade urbana eacute definida como ldquoa

capacidade das poliacuteticas urbanas se adaptarem agrave oferta de serviccedilos agrave

qualidade e agrave quantidade das demandas sociais buscando o equiliacutebrio entre as

demandas de serviccedilos urbanos e investimentos em estruturardquo Como o

desenvolvimento sustentaacutevel possui muitos conceitos e definiccedilotildees haacute uma em

especial que se destaca pelo fato de estar relacionada agraves cidades juntamente

com o termo ldquosustentabilidaderdquo exposta por Barbosa (2008 p 4 apud

Satterthwaite 2004) em que

ldquoa resposta agraves necessidades humanas

nas cidades como o miacutenimo ou

nenhuma transferecircncia dos custos da

produccedilatildeo consumo ou lixo para outras

pessoas ou ecossistemas hoje e no

futurordquo

Assim a participaccedilatildeo da sociedade e a diversidade dos interesses que

a mesma possui gera um conflito entre as poliacuteticas puacuteblicas e o

desenvolvimento sustentaacutevel mas nada que natildeo possa ser contornado a partir

da conscientizaccedilatildeo individual dos cidadatildeos Como eacute exposto por Barbosa ldquoeacute

imprescindiacutevel para a sustentabilidade urbana o uso racional dos recursos

naturais a boa forma do ambiente urbano baseado na interaccedilatildeo clima e os

recursos naturais aleacutem das respostas agraves necessidades urbanas com o miacutenimo

de transferecircncia de dejetos e rejeitos para outros ecossistemas atuais e

futurosrdquo (Barbosa 2008 p 9) Em detrimento disso ldquoo desenvolvimento

sustentaacutevel natildeo deve ser apresentado como um slogan poliacuteticordquo (Barbosa

2008 p 10) deve ser apresentado como uma possiacutevel soluccedilatildeo para a

mitigaccedilatildeo dos problemas ambientais encontrados atualmente na sociedade

Portanto a sustentabilidade visa emoldurar novos meios alternativos de

produccedilatildeo distribuiccedilatildeo e consumo dos recursos naturais existentes de forma

mais racional ecologicamente viaacutevel e economicamente eficaz

Ao retratar esses problemas de padrotildees vividos pela sociedade

relacionados ao meio ambiente mais especificamente a utilizaccedilatildeo de recursos

naturais Nascimento (2012 p 58) aponta que ldquohaacute uma quase unanimidade

hoje entre os cientistas de que os recursos naturais natildeo seratildeo suficientes para

fornecer um modo de vida similar ao da classe meacutedia mundial a todos os novos

ingressantes no mercado No entanto eles tecircm tanto direito quanto os que jaacute

participam do mercado consumidorrdquo Mas como podemos contornar tais

problemas e a crise ambiental Atraveacutes da criatividade humana muitas formas

alternativas foram criadas e podem ser inventadas quando se tratam dos

recursos finitos utilizados pelo homem Temos como exemplo a aacutegua sobre a

qual poucos satildeo os estudos apresentados relacionando o aproveitamento de

aacuteguas pluviais e cidades sustentaacuteveis Na maioria das vezes os estudos satildeo

feitos com base em outras necessidades como a dessalinizaccedilatildeo das aacuteguas do

mar para consumo humano Natildeo podemos esquecer que atualmente existem

diversos sistemas de captaccedilatildeo de aacuteguas pluviais para diferentes finalidades

sejam elas para aproveitamento de consumo humano ou natildeo

3 ndash A viabilidade de implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo

pluvial em Brasiacutelia ndash DF

31 ndash Apresentaccedilatildeo de dados

Primeiramente seratildeo apresentados dados sobre a populaccedilatildeo e o

consumo de aacutegua presente nas residecircncias de Brasiacutelia e que seratildeo utilizados

como base para a implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo na Asa Norte

Segundo Ferreira C diretor Superintendente de Atendimento Comercial

(CAC) da Companhia de Saneamento Ambiental do Distrito Federal (CAESB)

ldquoEm Brasiacutelia o consumo meacutedio por habitante eacute de 190 litros de aacutegua por dia o

que resulta em um consumo mensal de 6msup3 por habitanterdquo De acordo com a

ONU cada pessoa necessita de 110 litros por dia para atender as

necessidades de consumo e higiene A Companhia de Saneamento Baacutesico do

Estado de Satildeo Paulo (SABESP 2010) afirma que ldquono Brasil o consumo por

pessoa pode chegar a mais de 200 litrosdiardquo A estimativa da SABESP (2010)

eacute de que 54 litros (27) vatildeo para cozinhar e beber 50 litros (25) para tomar

banho e escovar os dentes 66 litros (33) para descarga de banheiro 24 litros

(12) para lavagem de roupa e 6 litros (3) para outras tarefas como lavagem

de carro por exemplo Segundo dados da CAESB Brasiacutelia (Plano Piloto)

consome cerca de 2757890msup3 por mecircs e que o consumo por habitante eacute de

1381msup3mecircs

Devido ao alto consumo de aacutegua em Brasiacutelia os recorrentes transtornos

hiacutedricos urbanos e a ausecircncia de sistemas captaccedilatildeo pluvial este capiacutetulo traz

um estudo da viabilidade teacutecnica e econocircmica da implantaccedilatildeo de um sistema

em um preacutedio residencial do bairro Asa Norte mais especificamente na

Superquadra 111 Norte Natildeo haacute nenhum estudo realizado que comprove a

frequecircncia dos alagamentos nessa regiatildeo portanto tal quadra foi selecionada

em decorrecircncia de mateacuterias e reportagens que mostram a dificuldade que a

populaccedilatildeo sofre quando haacute uma chuva anormal

Primeiramente eacute necessaacuterio que se tenha uma noccedilatildeo do periacuteodo

chuvoso em Brasiacutelia Segundo o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais

(INPE) Brasiacutelia apresenta um regime de precipitaccedilatildeo bem definido sendo que

a estaccedilatildeo chuvosa tem iniacutecio em Outubro e estende-se ateacute Marccedilo e a estaccedilatildeo

seca ocorre no restante do ano (Abril a Setembro) Ainda segundo o INPE ldquoa

estaccedilatildeo chuvosa eacute causada pelo forte aquecimento da atmosfera na Amazocircnia

que favorece o desenvolvimento de um sistema quase estacionaacuterio em altos

niacuteveis a Alta Boliacutevia Como resultado dessa circulaccedilatildeo observa-se nos baixos

niacuteveis uma regiatildeo de baixa pressatildeo e a convergecircncia de ar satildeo os principais

fatores que provocam a precipitaccedilatildeo neste periacuteodo responsaacutevel por 70 do

total meacutedio anualrdquo A partir desses elementos apresentados pelo INPE e com

base nos dados os quais foram obtidos da estaccedilatildeo meteoroloacutegica de Brasiacutelia

localizada na Latitude (ordm) -158 Longitude (ordm)-479 temos a precipitaccedilatildeo de

Brasiacutelia dada mecircs a mecircs Os dados partem de Janeiro de 2006 e vatildeo ateacute

Outubro de 2015 Eacute importante frisar que os dados foram formulados a partir

da precipitaccedilatildeo acumulada para tornar mais faacutecil de calcular a meacutedia

Tabela 01 Dados de Precipitaccedilatildeo

AnoMecircs JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ Meacutedia Mensal

2006 1232 1914 258 1417 351 09 01 528 403 5264 1956 1821 14563

2007 2609 2659 357 501 75 0 0 0 0 535 2249 275 9779

2008 201 2425 2346 2109 0 0 0 27 80 387 271 3226 1337

2009 2028 1347 81 3759 612 93 0 725 505 2958 1991 3078 1492

2010 1211 368 2494 2388 275 0 0 0 0 349 2547 318 1068

2011 1268 1724 2433 696 139 38 0 0 7 2639 3338 4704 1421

2012 2699 1149 1982 1213 444 24 02 0 333 1098 4446 1428 1235

2013 4918 1893 1903 954 222 62 03 0 659 1069 2711 3525 1493

2014 1531 1392 3402 2493 28 10 79 0 162 2014 192 3667 1399

2015 939 1297 3456 2076 499 0 08 0 218 694 SD SD 9187

Meacutedia para cada mecircs

20445 16168 21763 17606 2645 326 093 128 315 17007 2652 30421 12797

Tabela contendo os dados de chuva acumulada mecircs a mecircs em miliacutemetros (mm)

Fonte INPE 2015

Obs 1- SD - satildeo dados que natildeo foram coletados devido pois o trabalho foi realizado antes desses meses

Obs2- Meacutedia calculada com os dados obtidos no caso os meses de novembro e dezembro de 2015 natildeo entram no

caacutelculo pois ainda natildeo existiam os dados

Temos tambeacutem a partir do estudo realizado por Brino (Brasiacutelia

Superquadras Residenciais) os dimensionamentos dos preacutedios e a quantidade

de apartamentos por pavimentos conforme as tabelas a seguir

Tabela 02 Dimensionamento dos Blocos

A SUPERQUADRA AE AT

Aacuterea de Projeccedilatildeo por Bloco

Aacuterea Total = 11760msup2 Nuacutemero total de Blocos = 11

1069msup2 185 136

Aacuterea Construiacuteda por bloco (sem pilotis e

subsolo)

Pavimentos = 6 Aacuterea do Pavimento = 1069msup2

6414msup2 1113 818

Aacuterea Construiacuteda por superquadras (sem pilotis e subsolo)

Preacutedio = 11 Aacuterea por Preacutedio = 64141msup2

70554msup2 8999 1225

AE - Aacuterea Aedificandi e AT - Aacuterea Total

Tabela 03 Dimensionamento da Populaccedilatildeo

A POPULACcedilAtildeO (5 Pessoas

apart)

6 apartamentos por pavimento

36 apartamentos por bloco

396 apartamentos

por superquadra

1980 pessoas por

superquadra

8 apartamentos por pavimento

48 apartamentos por bloco

528 apartamentos

por superquadra

2640 pessoas por

superquadra

10 apartamentos por pavimento

60 apartamentos por bloco

660 apartamentos

por superquadra

3300 pessoas por

superquadra

12 apartamentos por pavimento

72 apartamentos por bloco

792 apartamentos

por superquadra

3960 pessoas por

superquadra

Caacutelculo para as faixas 100 200 e 300 (seis pavimentos) Fonte SUDUR

O estudo apresentado por Brino (Brasiacutelia Superquadras Residenciais)

considera uma famiacutelia composta por cinco pessoas para cada apartamento

nesse caso iremos desconsiderar essa informaccedilatildeo e basearmos nos dados

apresentados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica (IBGE) Nos

dados do IBGE (Censo Demograacutefico 2010) constam que a meacutedia de

moradores em domiciacutelios particulares ocupados eacute de 33 moradores

Partindo dos elementos de precipitaccedilatildeo aacuterea de projeccedilatildeo por bloco

meacutedia de moradores por apartamento total de apartamentos de um preacutedio e

consumo meacutedio de aacuteguadia por habitante podemos dar inicio as formas de

captaccedilatildeo e armazenamento de aacuteguas pluviais

32 ndash Aacuteguas pluviais e aacuteguas cinzas

Mas porque focar em aproveitamento de aacuteguas pluviais Segundo

Rapoport (2004 p 1) ldquoo aumento populacional acompanhado pelas mudanccedilas

climaacuteticas globais vem contribuindo para o aumento na demanda por recursos

hiacutedricosrdquo Ainda expotildee que ldquoembora a aacutegua seja um recurso renovaacutevel ela

tende a se deteriorar em funccedilatildeo do seu uso indiscriminado o que compromete

consequentemente a quantidade de aacutegua com qualidade disponiacutevel para o

consumo nas diversas localidadesrdquo (Rapoport 2004 p 1)

Um fato importante abordado por Rapoport (2004 p1) eacute que ldquoa

quantidade de aacutegua disponiacutevel eacute sempre a mesma jaacute que estaacute sempre sendo

renovada atraveacutes do ciclo hidroloacutegico Entretanto a aacutegua de qualidade para

consumo estaacute se tornando rarardquo A tiacutetulo de esclarecimento ldquosabe-se que o

ciclo hidroloacutegico se constitui basicamente do transporte de massas drsquoaacutegua do

oceano para atmosfera por evaporaccedilatildeo e da atmosfera atraveacutes de

precipitaccedilotildees escoamentos superficiais e subterracircneos para os oceanos

influenciando diretamente a distribuiccedilatildeo e extensatildeo dos corpos drsquoaacutegua

continentaisrdquo (Rapoport 2004 p 1) Sendo assim a interferecircncia humana tem

causado alteraccedilotildees no ciclo hidroloacutegico em diversas regiotildees Esse assunto

seraacute melhor abordado mais adiante pois o uso do sistema de captaccedilatildeo pode

influenciar no ciclo hidroloacutegico negativamente mas utilizado da forma

adequada pode continuar mantendo o ciclo equilibrado

Aleacutem do uso indevido da aacutegua e de sua escassez Lima e Machado

(2008 p 13) apontam que ldquooutro fator importante eacute o aumento de inundaccedilotildees e

enchentes devido ao escoamento superficial da aacutegua de chuva e da

impermeabilizaccedilatildeo do solordquo Portanto a captaccedilatildeo de aacuteguas pluviais pode

contribuir para a reduccedilatildeo dos transtornos hiacutedricos urbanos e ao mesmo tempo

reduzir a demanda por aacutegua potaacutevel da companhia de distribuiccedilatildeo local

Segundo Amorim e Pereira (2008 p 54) ldquouma das soluccedilotildees em estudo

para aumentar a oferta de aacutegua para as edificaccedilotildees eacute o aproveitamento da

aacutegua pluvial Esta apresenta uma boa alternativa visto que aleacutem de reduzir o

consumo de aacutegua potaacutevel ainda surge como uma accedilatildeo no combate agraves

enchentes funcionando como uma medida natildeo-estrutural do sistema de

drenagem urbanardquo Mas o que eacute necessaacuterio para formar um sistema de

captaccedilatildeo adequado e funcional Amorim e Pereira (2008 p 54) apresentam

que ldquoos sistemas de aproveitamento de aacutegua pluvial satildeo formados basicamente

pela aacuterea de captaccedilatildeo (geralmente coberturas) os componentes de transporte

(calhas e condutores verticais) e o reservatoacuteriordquo Cabe ressaltar que para esse

estudo a captaccedilatildeo das aacuteguas pluviais seraacute destinada apenas para a utilizaccedilatildeo

em ldquoaacuteguas cinzasrdquo Neste sentido o reuso das aacuteguas cinzas que satildeo as aacuteguas

provenientes de todas as atividades domeacutesticas com exceccedilatildeo de fontes de

aacuteguas negras tais como sanitaacuterios bidecircs e urinol vem sendo estudadas com

vista ao reuso tanto em irrigaccedilatildeo como em sanitaacuterios (Rapoport 2004 p 8)

Retomando os dados apresentados pela SABESP (2010) temos a

tabela 04 a qual apresenta os dados de consumo domeacutestico e em sequecircncia o

graacutefico 01 que demonstram que se analisarmos as quantidades de aacutegua

utilizada no consumo domeacutestico teremos uma base para o tamanho do

reservatoacuterio E posteriormente a tabela 05 mostra em que situaccedilotildees se podem

reutilizar as aacuteguas pluviais

Tabela 04 Consumo domeacutestico de aacutegua

Litros

Cozinhar e Beber 54

Tomar Banho e Escovar os Dentes 50

Descarga de Banheiro 66

Lavagem de Roupa 24

Outras Tarefas 6

Total = 200

Fonte SABESP (2010)

27

25

33

12

3

Cozinhar e Beber

Tomar Banho e Escovar osDentes

Descarga de Banheiro

Lavagem de Roupa

Outras Tarefas

Descarga de Banheiro

6875

Lavagem de Roupa

25

Outras Tarefas 625

Graacutefico 01 Consumo Domeacutestico de Aacutegua

Tabela 05 Percentual para reutilizaccedilatildeo de aacuteguas pluviais

Graacutefico 02 Percentual para Reutilizaccedilatildeo de Aacuteguas Pluviais

Porcentagem ()

Descarga de Banheiro 66 6875

Lavagem de Roupa 24 25

Outras Tarefas 6 625

Total = 96 100

Fonte SABESP(2010)

33 ndash Meacutetodos de Dimensionamento do Reservatoacuterio

Amorim e Pereira (2008 p 54 Soares et al 2000 apud May 2004)

apresentam que existem quatro grupos principais para o dimensionamento do

reservatoacuterio

(a) Meacutetodos determiniacutesticos os dados referentes agrave precipitaccedilatildeo

pluviomeacutetrica e agrave demanda satildeo analisados pela curva de massa

(b) Meacutetodos aproximados baseados em relaccedilotildees empiacutericas

conhecidas

(c) Meacutetodos de modelaccedilatildeo satildeo tambeacutem conhecidos como meacutetodos

de transiccedilatildeo probabiliacutestica da matriz e

(d) Meacutetodos de anaacutelise de sistemas sendo linear natildeo linear ou

programaccedilatildeo dinacircmica

Dentro desses grupos de dimensionamento temos os diversos meacutetodos

meacutetodo de Rippl que consiste na determinaccedilatildeo do volume com base na aacuterea

de captaccedilatildeo que eacute subdivido em meacutetodo analiacutetico e meacutetodo graacutefico meacutetodo de

consideraccedilatildeo dos periacuteodos de dias consecutivos sem chuva que necessita da

observaccedilatildeo dos registros pluviomeacutetricos para identificar os maiores periacuteodos de

dias consecutivos sem chuvas e sua taxa de repeticcedilatildeo meacutetodo de anaacutelise de

simulaccedilatildeo de um reservatoacuterio com capacidade suposta que consiste

basicamente na fixaccedilatildeo de um volume para o reservatoacuterio e na verificaccedilatildeo do

percentual de consumo que seraacute atendido meacutetodo praacutetico brasileiro meacutetodo

praacutetico alematildeo meacutetodo praacutetico inglecircs e o meacutetodo praacutetico australiano (Amorim

e Pereira 2008 p 55-58)

34 ndash Anaacutelise de caso para um preacutedio da Superquadra 111 Norte

A partir dos dados jaacute apresentados temos que o objeto de estudo eacute um

preacutedio residencial localizado na Superquadra 111 Norte que possui uma aacuterea

de projeccedilatildeo de 1069msup2 com seis (6) pavimentos constituindo uma aacuterea

construiacuteda de 6414msup2 apresentando seis (6) apartamentos por pavimento e

consequentemente trinta e seis (36) apartamentos no total (Brino Brasiacutelia

Superquadras Residenciais) O preacutedio conteacutem 33 habitantes por apartamento

(IBGE 2010) que consomem em meacutedia cerca de 190 litros de aacuteguadia

resultando em um consumo mensal de aproximadamente 6msup3 por pessoa

(CAESB) mas como a aacutegua captada da chuva seraacute utilizada apenas para

suprir a demanda de aacutegua cinza temos 66 litros para descarga de vasos

sanitaacuterios

Temos entatildeo que a demanda por aacutegua por habitante nesse edifiacutecio eacute

dada por

119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119898119900119903119886119889119900119903 = 66119871 = 66119871119863119894119886

119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119886119901119886119903119905119886119898119890119899119905119900 = 33119901 times 66119871 ~ 217 119871119863119894119886

119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119901119903eacute119889119894119900 = (33119901 times 66119871) times 36 ~ 7840119871119863119894119886

119863119890119898119886119899119889119886 119898119890119899119904119886119897 119901119900119903 119901119903eacute119889119894119900 =7840119871

119889119894119886times 30119863119894119886119904 = 235224119871

Legenda L = Litros p = Pessoas

Para facilitar nos caacutelculos ao aplica-los para o reservatoacuterio e para o

sistema de captaccedilatildeo eacute necessaacuterio realizar a conversatildeo de litros para msup3

(metros cuacutebicos) Sendo assim 66L = 0066msup3 217L = 0217msup3 7840L =

7840msup3 e 235224L = 235224msup3

Seraacute utilizado o ano de 2014 para os dados de precipitaccedilatildeo da estaccedilatildeo

meteoroloacutegica de Brasiacutelia localizada na Latitude (ordm) -158 Longitude (ordm)-479

fornecidos pela professora Rafaela Lisboa durante o periacuteodo chuvoso O ano

de 2014 apresenta registros jornaliacutesticos de alagamento nos meses de

Fevereiro com precipitaccedilatildeo de 1392 msup3 Marccedilo com precipitaccedilatildeo de 3402msup3

e Dezembro com precipitaccedilatildeo de 3667msup3 Importante ressaltar que o setor

Noroeste de Brasiacutelia foi construiacutedo em 2011 (site G1) o que aumentou a aacuterea

de solo impermeabilizado e a reduccedilatildeo no escoamento superficial da aacutegua

ocasionando em um aumento nas enchentes e alagamentos na Asa Norte

Segundo Amorim e Pereira (2008 p57) um dos meacutetodos a ser utilizado

para poder saber o volume de aacutegua aproveitaacutevel e consequentemente o

volume de aacutegua do reservatoacuterio Trata-se de um meacutetodo empiacuterico apresentado

na NBR 155272007 O volume de aacutegua do reservatoacuterio V expresso em L eacute

exposto a seguir

119872eacute119905119900119889119900 119875119903aacute119905119894119888119900 119861119903119886119904119894119897119890119894119903119900

119881 = 0042 times 119875 times 119860 times 119879

Em que ldquoVrdquo representa o volume de aacutegua aproveitaacutevel e o volume de

aacutegua do reservatoacuterio (L) ldquoPrdquo a precipitaccedilatildeo meacutedia mensal (mm) ldquoArdquo a aacuterea de

coleta em projeccedilatildeo ldquoTrdquo nuacutemero de meses de pouca chuva ou seca e ldquo0042rdquo eacute

um coeficiente estipulado

Portanto segundo Fontanela (2010 p 25) para estipular o volume do

reservatoacuterio temos que calcular 42 do produto entre o volume de chuva

coletada pelo telhado e o nuacutemero de meses com pouca chuva ou seca

Atribuindo valores do ano de 2014 temos que

119881 = 0042 times 1399119898119898 times 1069 times 5

119881~ 31406119871 119900119906 31406119898sup3

Ressaltando que esse valor obtido eacute uma estimativa do tamanho do

reservatoacuterio e que pode haver um reservatoacuterio de maior capacidade

De forma comparativa eacute de bom senso que se faccedila outro caacutelculo com um

meacutetodo alternativo

Amorim e Pereira (2008 p56) expotildeem que existe um meacutetodo de anaacutelise

de simulaccedilatildeo do reservatoacuterio com capacidade suposta o qual consiste

basicamente na fixaccedilatildeo de um volume para o reservatoacuterio e na verificaccedilatildeo de

consumo que seraacute atendido Sendo assim ldquoo primeiro passo para a aplicaccedilatildeo

desse meacutetodo eacute adotar alguns valores possiacuteveis para o volume com base na

estimativa do consumo mensal de aacutegua natildeo potaacutevelrdquo (Amorim e Pereira 2008

p57) Portanto partindo do ponto que o preacutedio consome cerca de 235000L

devemos calcular uma base que possa ser favoraacutevel economicamente

119872eacute119905119900119889119900 119889119890 119878119894119898119906119897119886ccedilatilde119900 119889119900 119877119890119904119890119903119907119886119905oacute119903119894119900

235224119871 rarr 100

119881 rarr 30

119881 ~ 70000119871 119900119906 70119898sup3

Tambeacutem haacute outra alternativa apresentada por L Pereira (Viabilidade

EconocircmicoAmbiental p 18)

119881119886119888 = 119860119879 times 119875119875119872119860 lowast

119881119886119888 = 1069119898sup2 times 1399119898sup3 = 1495531119898sup3119886119899119900

Equaccedilatildeo a qual ldquoVacrdquo corresponde ao volume de aacutegua captado ldquoATrdquo

aacuterea do telhado e ldquoPPMArdquo eacute a precipitaccedilatildeo pluviomeacutetrica meacutedia mensal

Poreacutem o resultado obtido eacute para os 12 meses do ano e como foi visto no

ano de 2014 temos 7 meses com chuva portanto

119881119886119888 =119879119900119905119886119897

1198983

1198861198991199007 119898119890119904119890119904

lowast

119881119886119888 =1495531119898sup3119886119899119900

7= 21364119898sup3 119900119906 213640119871

dados somente seriam vaacutelidos se a precipitaccedilatildeo fosse uniforme durante os 7 meses de chuva

341 ndash Anaacutelise de caso para a Superquadra 111 Norte

Retomando a tabela 02 temos que a quadra apresenta 11 preacutedios

aproximadamente que variam o nuacutemero de apartamentos por pavimentos e

consequentemente o nuacutemero de moradores mas os edifiacutecios continuam tendo

uma aacuterea de 1069msup2 gerando um uma aacuterea total de 70554msup2 mas teremos

como base os caacutelculos feitos para o preacutedio selecionado no item 34

Realizando um caacutelculo baacutesico tem-se como estimativa de

armazenamento para esta quadra o seguinte

119872eacute119905119900119889119900 119875119903aacute119905119894119888119900 119861119903119886119904119894119897119890119894119903119900

119881~ 31406119871 119900119906 314061198983

11 119875119903eacute119889119894119900119904 times 31406119871 = 345466119871 119900119906 345466119898sup3

119872eacute119905119900119889119900 119889119890 119878119894119898119906119897119886ccedilatilde119900 119889119900 119877119890119904119890119903119907119886119905oacute119903119894119900

119881 ~ 70000119871 119900119906 701198983

11 119875119903eacute119889119894119900119904 times 70000119871 = 770000

119881119900119897119906119898119890 119889119890 aacute119892119906119886 119888119886119901119905119886119889119900 lowast

119881119886119888 = 213641198983119900119906 213640119871

11 119875119903eacute119889119894119900119904 times 213640119871 = 2350040119871 119900119906 235004119898sup3

dados somente seriam vaacutelidos se a precipitaccedilatildeo fosse uniforme durante os 7 meses de chuva

119863119890119898119886119899119889119886 119905119900119905119886119897 119889119886 119902119906119886119889119903119886 119888119900119898 119889119890119904119888119886119903119892119886 119889119890 119887119886119899ℎ119890119894119903119900

11 119875119903eacute119889119894119900119904 times 235224119871 = 2587464119871 119900119906 2587464119898sup3

Segundo Brino (Brasiacutelia Superquadras Residenciais) temos que as

dimensotildees maacuteximas de uma superquadra satildeo de 280x280m resultando numa

aacuterea de 78400msup2 que eacute denominado de Aacuterea Total (AT) A partir disso foi

definido que deveria existir uma faixa externa de 20m denominada de non

aedificandi que foi destinada ao plantio de uma ldquomassa vegetalrdquo de grande

porte e no interior da quadra encontra-se a aacuterea aedificandi a qual possui

240x240m e uma aacuterea de 57600msup2 Realizando uma subtraccedilatildeo da Aacuterea total

pela Aacuterea aedificandi obtecircm-se que a aacuterea non aedificandi eacute de 20800msup2 que

corresponde a 265 da aacuterea total

Com base nessas informaccedilotildees eacute necessaacuterio atentar-se ao detalhe de

que uma parte da precipitaccedilatildeo cai no solo e outra parte nos telhados dos

preacutedios Sendo assim parte da chuva pode ser aproveitada pelo sistema de

captaccedilatildeo enquanto outra parte chega ao solo sem uma interferecircncia direta no

ciclo hidroloacutegico

35 ndash Funcionamento do sistema de captaccedilatildeo

Eacute importante frisar que o sistema de aproveitamento de aacuteguas pluviais eacute

regido pela norma NBR 15527 (Associaccedilatildeo Brasileira de Normas Teacutecnicas

2007) norma a qual faz algumas consideraccedilotildees importantes para implantaccedilatildeo

e correto funcionamento do sistema de captaccedilatildeo Alguns destes satildeo

435 ndash O volume dos reservatoacuterios deve ser dimensionado com

base em criteacuterios teacutecnicos econocircmicos e ambientais levando em

conta as boas praacuteticas da engenharia podendo a criteacuterio do

projetista ser utilizados os meacutetodos contidos no Anexo A ou

outro desde que devidamente justificado

Item 436 ndash Os reservatoacuterios devem ser limpos e desinfetados

com soluccedilatildeo de hipoclorito de soacutedio no miacutenimo uma vez por ano

de acordo com agrave ABNT NBR 5626

Item 442 ndash As tubulaccedilotildees e demais componentes devem ser

claramente diferenciados das tubulaccedilotildees de aacutegua potaacutevel

Item 443 ndash O sistema de distribuiccedilatildeo de chuva deve ser

independente do sistema de aacutegua potaacutevel natildeo permitindo a

conexatildeo cruzada de acordo com agrave ABNT NBR 5626

Item 444 ndash Os pontos de consumo como por exemplo uma

torneira de jardim devem ser de uso restrito e identificados com

placa de advertecircncia com a seguinte inscriccedilatildeo ldquoaacutegua natildeo potaacutevelrdquo

e identificaccedilatildeo graacutefica

Item 445 ndash Os reservatoacuterios de aacutegua de distribuiccedilatildeo de aacutegua

potaacutevel e de aacutegua da chuva devem ser separados

Item 461 ndash Quando necessaacuterio o bombeamento este deve

atender agrave ABNT NBR 12214

Deve-se realizar manutenccedilatildeo em todo o sistema de

aproveitamento de aacutegua de chuva

Para maiores esclarecimentos ldquoo funcionamento de um sistema de

coleta e aproveitamento de aacutegua pluvial consiste de maneira geral na captaccedilatildeo

da aacutegua da chuva que cai sobre os telhados ou lajes da edificaccedilatildeo A aacutegua eacute

conduzida ateacute o local de armazenamento atraveacutes de calhas condutores

horizontais e verticais passando por equipamentos de filtragem e descarte de

impurezas Apoacutes passar pelo filtro a aacutegua eacute armazenada geralmente em

reservatoacuterio enterrado (cisterna) e bombeada a um segundo reservatoacuterio

(elevado) do qual as tubulaccedilotildees especiacuteficas de aacutegua pluvial iratildeo distribuiacute-la

para o consumo natildeo potaacutevelrdquo (Carvalho 2010 p 27 e 28) Conforme ilustra a

imagem a seguir

Figura 02 Funcionamento de um Sistema de Captaccedilatildeo

Fonte Adatildeo D Padini (2013)

De forma mais simplificada podemos ver a representaccedilatildeo no fluxograma

a seguir

Figura 03 Fluxograma do Sistema de Captaccedilatildeo

Fonte Leandro Roncato Pereira

351 ndash Dificuldades para implantaccedilatildeo do sistema

Tal sistema apresenta como dificuldade o local onde seriam instaladas

as cisternas uma vez que geraria um peso sobre o telhado Dessa forma o

sistema seria instalado no jardim cobrando um custo adicional

352 ndash Custo de implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo fechado em um

preacutedio

Na implantaccedilatildeo desse sistema os materiais utilizados teratildeo como base o

meacutetodo praacutetico brasileiro e para aumentar a eficiecircncia do sistema o volume de

31406L seraacute arredondado para 35000L

Os valores de alguns dos materiais apresentados a seguir seguem os

dos apresentados no trabalho de L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental

p 18) apenas o valor da caixa drsquoaacutegua de 10000L foi obtido atraveacutes de

pesquisas em lojas de construccedilatildeo e assim utilizando a de menor valor

Tambeacutem devemos considerar que a bomba consome energia ao bombear aacutegua

para o preacutedio (CEB) portanto os valores seguem conforme a tabela a seguir

Tabela 06 Preccedilo dos Produtos do Sistema de Captaccedilatildeo sem Fluxo

Produto Quantidade Valor unitaacuterio (R$) Valor total (R$)

Cx Daacutegua 10000L 3 496090 1488270

Cx Daacutegua 5000L 1 108000 108000

Boacuteia Eleacutetrica 1 2750 2750

Boacuteia Comum 1 1220 1220

Registro de Gaveta

1 3490 3490

Bomba Anauger 1 23000 23000

Filtro 3P VF1 1 22000 22000

Tubulaccedilotildees 7000 7000

Disjuntor 1 1310 1310

Escavaccedilatildeo Msup3 3666 128310

Matildeo de Obra 1 58574 58574

Energia 054 054

Total 13 727154 1843978

Observaccedilatildeo Pelo fato desse estudo se tratar de um modelo de implantaccedilatildeo

o custo das tubulaccedilotildees vai variar de acordo com a demanda necessitada pelo

preacutedio portanto podendo variar de acordo com o projeto implantado Para este

estudo seraacute adotado o valor de R$ 7000

Observaccedilatildeo Pelo fato desse trabalho tratar-se de um modelo de

implantaccedilatildeo o custo da energia pode variar de acordo com a demanda necessitada

pelo preacutedio portanto podendo variar de acordo com o uso da bomba Para este

estudo seraacute adotado o valor de R$ 054 que eacute o valor do KwH cobrado pela CEB

Segundo Saravy (2010 p 46) haacute tambeacutem um custo para manutenccedilatildeo do

sistema conforme a tabela a seguir

Tabela 07 Preccedilo de Manutenccedilatildeo do Sistema de Captaccedilatildeo

Com esses dados podemos ver o valor total final a ser pago pelo

sistema de captaccedilatildeo que eacute de R$ 1889978

36 ndash Taxas e valores cobrados para utilizaccedilatildeo de aacutegua

Segundo a Companhia de Saneamento Ambiental do Distrito Federal (CAESB)

quando vaacuterias residecircncias satildeo atendidas por uma uacutenica ligaccedilatildeo de aacutegua eacute aplicado o

conceito de consumo ldquoPara exemplificar podemos citar um preacutedio residencial onde

cada apartamento corresponde a uma unidade de consumordquo (CAESB) Contudo o

caacutelculo de gastos seraacute realizado primeiro em um apartamento e posteriormente

multiplicado pelo total de apartamentos do preacutedio uma vez que os preacutedios

residecircncias da Asa Norte pagam a conta de aacutegua atraveacutes do condomiacutenio O preacutedio

Componente Frequecircncia da Manutenccedilatildeo

Custo da Manutenccedilatildeo

Calhas e Condutores

Semestral R$ 13000

Reservatoacuterio Limpeza e

Desinfecccedilatildeo Anual

R$ 20000

desse estudo apresenta um hidrocircmetro que mede o consumo de aacutegua para o todo o

preacutedio

Eacute de suma importacircncia destacar tambeacutem que haacute uma taxa de esgoto que eacute

cobrada pela CAESB consequentemente ldquoo valor da tarifa de esgotos corresponde

a 100 do valor da tarifa de aacutegua exceto quando se tratar de coleta do tipo

condominial que equivale a 60 do valor da tarifa de aacuteguardquo (CAESB)

Deste modo a CAESB utiliza tarifas para diversas categorias de moradia e

comeacutercio e neste estudo seraacute aplicada a tarifa de ldquoresidencial normalrdquo em

concordacircncia com a tabela a seguir

Tabela 08 Valor da Tarifa Cobrado pela CAESB

Para melhor compreensatildeo do caacutelculo que a CAESB faz temos uma conta do

condomiacutenio do preacutedio da Superquadra 111 Norte

Figura 04 Conta Discriminada do Condomiacutenio

Fonte Condomiacutenio do Preacutedio

O caacutelculo feito pela CAESB consiste primeiramente em saber a demanda de

aacutegua gasta em metros cuacutebicos por Unidade de Consumo ndash apartamento ndash para

saber qual faixa ldquomsup3rdquo eacute aplicada Apoacutes saber qual a faixa ldquomsup3rdquo que se enquadra eacute

atribuiacutedo o volume por UC (em msup3) em sequecircncia multiplica-se o volume por UC ou

volume da faixa pelo nuacutemero de UCrsquos correspondente para se obter o volume total

gasto (em msup3) Tendo o volume total gasto basta multiplicar pelo preccedilo corresponde

agrave faixa a qual se encaixa o consumo e assim obtendo o valor total a pagar A partir

do momento que se tem o valor total a pagar eacute necessaacuterio acrescer 100 do valor

para cobrir a tarifa de esgoto conforme a figura

Partindo desses dados podemos calcular por apartamento quanto eacute cobrado

pela CAESB a partir dos dados apresentados no capiacutetulo 34

119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119886119901119886119903119905119886119898119890119899119905119900 = 33119901 times 66119871 ~ 217119871

119863119894119886

119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119886119901119886119903119905119886119898119890119899119905119900 119886119900 119898ecirc119904 = 217119871119889119894119886 times 30119863119894119886119904 = 6510119871 119900119906 65101198983

Com base nesses dados temos que calcular o volume total de descarga em

sanitaacuterios que o preacutedio consome com a seguinte foacutermula

119881119879 = 119881119865 times 119873ordm 119889119890 119880119862prime119904

119881119879 = 10119898sup3 times 36 = 360119898sup3

Em que ldquoVTrdquo corresponde ao volume total do preacutedio ldquoVFrdquo ao volume da faixa

que eacute estipulado pela CAESB e ldquoUCrsquosrdquo satildeo as unidades de consumo que eacute correlato

ao nuacutemero de apartamentos existente

Portanto o total a se pagar em um mecircs eacute calculado da seguinte forma

119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 119881119879 times 119879119886119903119894119891119886 119889119890 aacute119892119906119886 + 119879119886119903119894119891119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900

119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 360119898sup3 times 119877$ 265 + 119879119886119903119894119891119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900

119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 954 + 119877$ 954 = 119877$ 1908

Em 7 meses seriam pagos em descarga

119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 1908 times 7 119872119890119904119890119904 = 119877$ 13356

37 ndash Caacutelculos de economia e retorno de investimento para um sistema

fechado

Conforme exposto por L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental p 15)

ldquopara o caacutelculo da economia da taxa de aacutegua multiplica-se o valor do msup3 (valor

cobrado por msup3 do responsaacutevel pelo fornecimento de aacutegua na cidade []) pelo

volume captado e entatildeo obtecircm-se o valor economizado por ano na taxa de aacuteguardquo

Recapitulando que para esse estudo seraacute utilizado o meacutetodo praacutetico brasieliro

devido aos meses de seca ou pouca chuva

Sendo assim

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119881119886119897119900119903 119889119900 1198983 times 119881119900119897119906119898119890 119888119886119901119905119886119889119900

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 265 times 314061198983

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 8322

Essa economia de R$ 8322 eacute para um mecircs de chuva para o preacutedio todo

sendo assim para os 7 meses de chuva tem-se

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119890 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 8322 times 7 119898119890119904119890119904 = 119877$ 58254

Ainda segundo L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental p 16) para o

caacutelculo da economia referente ao esgoto eacute necessaacuterio multiplicar o valor do msup3 pelo

volume captado e por 08 uma vez que considera-se 20 de perda ou seja para

cada 1 litro de aacutegua que chega na residecircncia eacute cobrado 08 litros para o tratamento

do esgoto

Portanto tem-se

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119881119886119897119900119903 119889119900 1198983 times 119881119900119897119906119898119890 119888119886119901119905119886119889119900 times 08

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900 = 119877$ 265 times 314061198983 times 08

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 6658

Esse valor encontrado de R$ 6658 corresponde a um mecircs de chuva para o

preacutedio sendo assim o total economizado pelo preacutedio em 7 meses eacute de

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119890 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 6658 times 7 119898119890119904119890119904 = 119877$ 46606

ldquoPara o caacutelculo do retorno do investimento divide-se o valor investido pela

economia anual com a implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo e reaproveitamento da

aacutegua pluvialrdquo L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental p 16)

Portanto para 7 meses de chuva tem-se o seguinte

119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 =119881119886119897119900119903 119894119899119907119890119904119905119894119889119900

119864119888119900119899119900119898119894119886 (7119898119890119904119890119904)

119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 = 119877$ 1843924

119877$ 58254 + 119877$ 46606

119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 = 119877$ 1843924

119877$ 9446

119877119890119905119900119903119899119900

119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900= 1952 119886119899119900119904

38 ndash Caacutelculos de dimensionamento para um sistema com fluxo

Os caacutelculos apresentados no subitem anterior satildeo relativos a um sistema

o qual natildeo adota a possibilidade de fluxo dentro do reservatoacuterio Quando se

fala em fluxo temos que considerar que ao mesmo tempo em que o preacutedio

utiliza aacutegua do reservatoacuterio de aacutegua pluvial o mesmo vai enchendo com aacutegua

pluvial Portanto haacute um ciclo no qual o preacutedio demanda aacutegua do reservatoacuterio e

o mesmo vai enchendo conforme chove no local

Sabendo que a meacutedia mensal eacute de 1399msup3 eacute preciso multiplicar isso

por 12 para se obter o quanto choveu em 2014 Sendo assim

119879119900119905119886119897 119886119900 119886119899119900 = 1399119898119898 times 12 119898119890119904119890119904

119879119900119905119886119897 119886119900 119886119899119900 = 16788119898119898

Mas como foi visto o periacuteodo chuvoso eacute de 7 meses entatildeo temos

119875119903119890119888119894119901119894119905119886ccedilatilde119900 119901119886119903119886 7 119898119890119904119890119904 = 16788119898119898 divide 7 = 2398119898119898

Com isso eacute necessaacuterio realizar o caacutelculo da meacutedia de captaccedilatildeo de aacutegua

por mecircs para a aacuterea de 1069msup2

119872119890119889119894119886 119889119890 119862119886119901119905119886ccedilatilde119900 = 2398119898119898 times 1069119898sup2

119872eacute119889119894119886 119889119890 119862119886119901119905119886ccedilatilde119900 = 256346119871 119900119906 256346119898sup3

Ao considerar o valor obtido temos que realizar o quanto seria captado

diariamente

119872eacute119889119894119886 119889119894aacute119903119894119886 = 256346119898sup3 divide 30 119889119894119886119904 = 85119898sup3119889119894119886

A partir desses caacutelculos podemos realizar a seguinte comparaccedilatildeo O

preacutedio consome cerca de 78msup3 ao dia de aacutegua para descarga de vasos sanitaacuterios

enquanto a meacutedia diaacuteria de captaccedilatildeo eacute de 85msup3 por conseguinte temos um fluxo

positivo de aacutegua para o reservatoacuterio de 067msup3dia nos dias chuvosos

Se colocarmos um reservatoacuterio de 35msup3 sem nenhuma aacutegua

armazenada poderemos constatar que o reservatoacuterio iria encher por completo em

cerca de 53 dias conforme o caacutelculo a seguir

351198983 = 0671198983 times 119909 119889119894119886119904

119909 119889119894119886119904 = 35119898sup3 divide 067119898sup3 = 5223 119889119894119886119904

Analisando esses dados temos que a partir do 54ordm dia o reservatoacuterio

estaria completamente cheio e no restante dos 156 dias que teriacuteamos de chuva

esses 067msup3 seriam de certa forma desperdiccedilados uma vez que esse fluxo de

067msup3 ao final dos 7 meses gerariam cerca de 1407msup3 enquanto o reservatoacuterio tem

a capacidade de 35msup3 conforme o caacutelculo a seguir

119875119900119905119890119899119888119894119886119897 = 067119898sup3 times 156 119889119894119886119904 = 1045119898sup3

Se considerarmos esse fluxo positivo de 067msup3dia temos que ao final

dos 210 dias (7meses) seria possiacutevel armazenar 1407 msup3 de aacutegua Com um

reservatoacuterio de 35msup3 1057msup3 estariam sendo escoados para fora do reservatoacuterio

Portanto o ideal seria um reservatoacuterio que se aproxime de 1407msup3 para que ao

final dos 7 meses toda aacutegua possiacutevel fosse armazenada no entanto o reservatoacuterio

deveria ser de 145msup3

Devemos considerar ainda que ao final dos 7 meses o reservatoacuterio

estaria cheio no periacuteodo de seca conseguiria abastecer o preacutedio de acordo com a

demanda do preacutedio sendo assim

119880119905119894119897119894119911119886ccedilatilde119900 119899119886 119904119890119888119886 = 119879119900119905119886119897 119889119900 119903119890119904119890119903119907119886119905oacute119903119894119900 divide 119863119890119898119886119899119889119886 119889119894aacute119903119894119886

119880119905119894119897119894119911119886ccedilatilde119900 119899119886 119904119890119888119886 = 1451198983 divide 781198983119889119894119886

119880119905119894119897119894119911119886ccedilatilde119900 119899119886 119904119890119888119886 = 1858 119889119894119886119904

381 ndash Custo de implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo com fluxo em um

preacutedio

Na implantaccedilatildeo desse sistema os materiais utilizados teratildeo como base

as estimativas que foram apresentadas no subitem anterior e para aumentar a

eficiecircncia do sistema o volume de 1400007L seraacute arredondado para

145000L

Devido ao tamanho do reservatoacuterio eacute de se esperar que o reservatoacuterio

natildeo seja instalado em cima do preacutedio uma vez que a estrutura do preacutedio natildeo

conseguiria suportar o peso que o reservatoacuterio faria sobre o telhado

consequentemente o reservatoacuterio deveraacute ser instalado no jardim do preacutedio que

iraacute gerar um custo a mais por conta da escavaccedilatildeo

Os valores de alguns dos materiais apresentados a seguir seguem os

dos apresentados no trabalho de L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental

p 18) apenas o valor da caixa drsquoaacutegua de 10000L foi obtido atraveacutes de

pesquisas em lojas de construccedilatildeo e assim utilizando a de menor valor

conforme a tabela a seguir Segundo o Saneamento de Goiaacutes SA (SANEAGO)

o custo de escavaccedilatildeo eacute calculado a partir do total de msup3 aleacutem de 3m de

profundidade

Tabela 09 Preccedilo dos Produtos do Sistema de Captaccedilatildeo com Fluxo

Observaccedilatildeo Pelo fato desse estudo se tratar de um modelo de implantaccedilatildeo

o custo das tubulaccedilotildees vai variar de acordo com a demanda necessitada pelo

preacutedio portanto podendo variar de acordo com o projeto implantado Para este

estudo seraacute adotado o valor de R$ 7000

Observaccedilatildeo Pelo fato desse trabalho tratar-se de um modelo de

implantaccedilatildeo o custo da energia pode variar de acordo com a demanda necessitada

pelo preacutedio portanto podendo variar de acordo com o uso da bomba Para este

estudo seraacute adotado o valor de R$ 054 que eacute o valor do KwH cobrado pela CEB

Produto Quantidade Valor unitaacuterio (R$) Valor total (R$)

Cx Daacutegua 10000L 14 496090 6945260

Cx Daacutegua 5000L 1 108000 108000

Boacuteia Eleacutetrica 1 2750 2750

Boacuteia Comum 1 1220 1220

Registro de Gaveta

1 3490 3490

Bomba Anauger 1 23000 23000

Filtro 3P VF1 1 22000 22000

Tubulaccedilotildees 7000 7000

Disjuntor 1 1310 1310

Escavaccedilatildeo Msup3 3666 53157

Matildeo de Obra 1 58574 58574

Energia 054 054

Total 13 727154 7704228

382 ndash Caacutelculos de economia e retorno de investimento para um sistema

com fluxo

Partindo dos dados apresentados podemos calcular por apartamento quanto eacute

cobrado pela CAESB a partir dos dados apresentados no capiacutetulo 34

119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119886119901119886119903119905119886119898119890119899119905119900 = 33119901 times 66119871 ~ 217119871

119863119894119886

119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119886119901119886119903119905119886119898119890119899119905119900 119886119900 119898ecirc119904 = 217119871119889119894119886 times 30119863119894119886119904 = 6510119871 119900119906 65101198983

Em que ldquoVTrdquo corresponde ao volume total do preacutedio ldquoVFrdquo ao volume da faixa

que eacute estipulado pela CAESB e ldquoUCrsquosrdquo satildeo as unidades de consumo que eacute correlato

ao nuacutemero de apartamentos existente

Portanto o total a se pagar em um mecircs eacute calculado da seguinte forma

119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 119881119879 times 119879119886119903119894119891119886 119889119890 aacute119892119906119886 + 119879119886119903119894119891119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900

119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 360119898sup3 times 119877$ 265 + 119879119886119903119894119891119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900

119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 954 + 119877$ 954 = 119877$ 1908

Retomando o caacutelculo exposto por L Pereira (Viabilidade

EconocircmicoAmbiental p 15) no subitem anterior temos que o caacutelculo da CAESB

seria feito da seguinte maneira

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119881119886119897119900119903 119889119900 1198983 times 119881119900119897119906119898119890 119888119886119901119905119886119889119900

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 265 times 1451198983

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 38425

Esse caacutelculo eacute equivalente a um mecircs de captaccedilatildeo para os 7 meses

teremos o seguinte

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119890 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 38425 times 7 119898119890119904119890119904 = 119877$ 268975

Conforme foi visto para o caacutelculo da economia de esgoto eacute necessaacuterio

multiplicar o valor do msup3 pelo volume captado e por 08 uma vez que considera-se

20 de perda ou seja para cada 1 litro de aacutegua que chega na residecircncia eacute cobrado

08 litros para o tratamento do esgoto Portanto para um mecircs segue-se

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119881119886119897119900119903 119889119900 1198983 times 119881119900119897119906119898119890 119888119886119901119905119886119889119900 times 08

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900 = 119877$ 265 times 1451198983 times 08

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 3074

ldquoPara o caacutelculo do retorno do investimento divide-se o valor investido pela

economia anual com a implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo e reaproveitamento da

aacutegua pluvialrdquo L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental p 16)

Portanto para 7 meses de chuva tem-se o seguinte

119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 =119881119886119897119900119903 119894119899119907119890119904119905119894119889119900

119864119888119900119899119900119898119894119886 (7119898119890119904119890119904)

119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 = 119877$ 17704228

119877$ 268975 + 119877$ 21518

119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 = 119877$ 7704228

119877$ 484155

119877119890119905119900119903119899119900

119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900= 1591119886119899119900119904

4 ndash Conclusatildeo e Consideraccedilotildees Finais

De acordo com o que foi exposto temos que a implantaccedilatildeo do sistema de

captaccedilatildeo para o aproveitamento de aacuteguas pluviais eacute uma oacutetima alternativa para

substituiccedilatildeo da ldquoaacutegua cinzardquo possibilitando tambeacutem um destino mais correto do

ponto de vista ambiental para a aacutegua que se tornaria esgoto Como eacute de

conhecimento este tipo de meacutetodo eacute utilizado em diversas regiotildees natildeo somente

aquelas que sofrem com escassez de aacutegua

Mesmo sabendo que o Brasil possui um grande potencial hiacutedrico observamos

que uma parcela da populaccedilatildeo natildeo tem consciecircncia quanto ao gasto de aacutegua

gerando um grande desperdiacutecio de forma desnecessaacuteria Portanto partindo de um

pensamento racional um sistema de captaccedilatildeo seria viaacutevel para o aproveitamento da

aacutegua para fins de consumo domeacutestico mais precisamente ldquoaacutegua cinzardquo

Considerando os caacutelculos apresentados a partir da taxa de precipitaccedilatildeo meacutedia

em Brasiacutelia a criaccedilatildeo de um sistema de captaccedilatildeo pluvial predial traz benefiacutecios

econocircmicos e ambientais O projeto torna-se viaacutevel economicamente pois desde

que se faccedila a manutenccedilatildeo de forma adequada do sistema este teraacute uma vida uacutetil

longa e considerando que se obteacutem o retorno do investimento em aproximadamente

16 anos para um sistema com fluxo apoacutes este periacuteodo o sistema passa a ser

lucrativo para o preacutedio que implanta pois o custo eacute dividido no condomiacutenio dentre os

moradores do preacutedio

Analisando do ponto de vista ambiental o desenvolvimento urbano de Brasiacutelia

ocasionou em superfiacutecies impermeaacuteveis dificultando a absorccedilatildeo de aacuteguas pluviais

pelo solo e juntamente com o sistema de redes pluviais e o sistema de drenagem

ultrapassados os alagamentos e enchentes tecircm se tornado constante quando

ocorrem chuvas anormais Com as estimativas feitas neste trabalho eacute possiacutevel que

tais transtornos hiacutedricos urbanos possam ser amenizados a partir da implantaccedilatildeo do

sistema sem que afete o ciclo hidroloacutegico natural Logicamente essa natildeo eacute a

soluccedilatildeo uma vez que ela deve ser apenas um complemento agrave poliacuteticas publicas

poliacuteticas de incentivo entre outras medidas de cunho sustentaacutevel

Em vista disso a implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo e aproveitamento de

aacuteguas pluviais acarretaria em uma significativa melhora ambiental atraveacutes da

substituiccedilatildeo de uma parcela da aacutegua fornecida pela CAESB e possivelmente

mitigando os transtornos hiacutedricos urbanos se aplicado em larga escala

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metaboacutelicas operadas pela cidade compreendendo territoacuterios distantes a

temporal uma vez que pleiteia geraccedilotildees futuras e a conceitual que exige um

enfoque transdisciplinar

Magalhatildees (2006 p 9 apud Peter Brand 1999 p 10) faz uma anaacutelise

sobre a implementaccedilatildeo dessas abordagens ldquo uma metaacutefora social como

cidade sustentaacutevel ou desenvolvimento urbano sustentaacutevel nunca pode ser

uma meta objetiva e sim uma gama de possibilidades abertas cujas

prioridades satildeo determinadas pelas urgecircncias do presenterdquo Com essa

ampliaccedilatildeo do conceito de sustentabilidade urbana percebe-se que haacute uma

nova utopia com um ideal diferenciado de cidade tendo como base accedilotildees

voltadas para o meio ambiente e a reduccedilatildeo da desigualdade causada pelos

transtornos ambientais dando prioridade a uma parte relevante de sua mateacuteria

e energia para a organizaccedilatildeo e manutenccedilatildeo interna e depois ao crescimento

da cidade Entatildeo por que seguir algo utoacutepico Coloco em pauta uma frase

destacada por Galeano (1993 p 230) na qual ele expotildee -ldquoA utopia estaacute laacute no

horizonte Me aproximo dois passos ela se afasta dois passos Caminho dez

passos e o horizonte corre dez passos Por mais que eu caminhe jamais

alcanccedilarei Para que serve a utopia Serve para isso para que eu natildeo deixe de

caminharrdquo

Com essas colocaccedilotildees Magalhatildees (2006 p 16) expotildee a criaccedilatildeo de

uma ideia de ldquodesempenho ambiental urbanordquo o qual mostra um conceito

mensuraacutevel e comparaacutevel junto com a ampliaccedilatildeo de niacuteveis de justiccedila ambiental

locacional e de democracia nas cidades que se torna uacutetil para construccedilatildeo de

paracircmetros de atuaccedilatildeo Essa ideia mostra que o urbanismo tem muito a

contribuir

Atualmente haacute muitos estudos cientiacuteficos que satildeo voltados para a crise

ambiental que vivemos que teve como origem a pressatildeo do crescimento

populacional sobre as aacutereas verdes e pelo modo de vida ocidental como a alta

produccedilatildeo e consumo exagerado Nesse contexto retomamos que as cidades

tecircm sido o principal fator e foco gerador dessa crise ambiental e que agora

concentramos as poliacuteticas puacuteblicas voltadas para o desenvolvimento urbano

como grande objetivo

Tanto pesquisadores atraveacutes de estudos quanto a sociedade atraveacutes

da miacutedia que divulga os riscos ambientais decorrentes das novas formas de

produccedilatildeo e seus efeitos alertam a populaccedilatildeo da gravidade causada e assim

provocam uma preocupaccedilatildeo generalizada acerca do problema ambiental

Sendo assim uma reflexatildeo deve ser feita sobre o conceito de cidade

sustentaacutevel uma vez que as cidades concentram a maior fonte de poluiccedilatildeo e

produccedilatildeo de resiacuteduos aleacutem de consumirem parte da energia do planeta

Como foi dito anteriormente cidades sustentaacuteveis devem pensar aleacutem

da proacutepria localidade mas para ter essa abordagem eacute necessaacuterio focar

primeiramente em uma escala local Para Schussel (2004 p 63 apud

Camagni 2001 p 345) ldquoeacute mais eficaz enfrentar um mesmo problema

localmente (em termos tanto de efeito como de autoridades) do que enfrentaacute-

los globalmente (onde as autoridades satildeo frequentemente ausentes os

agentes poluidores longiacutenquos as interdependecircncias das accedilotildees dos diferentes

sujeitos mais elevadas onde tambeacutem a incertitude sobre a grandeza dos

fenocircmenos e seus encadeamentos causais eacute maior)rdquo Com esse ponto de vista

eacute importante que se deva dar uma atenccedilatildeo ao processo de mudanccedila da

aprendizagem coletiva das cidades com uma interaccedilatildeo saudaacutevel entre a

economia tecnologia e meio ambiente

Eacute importante ressaltar que a implantaccedilatildeo de cidades sustentaacuteveis

juntamente com a gestatildeo do meio ambiente urbano possui uma alta

complexidade para a sociedade moderna ao analisar que natildeo devemos

apenas pensar na conservaccedilatildeo dos recursos ambientais mas tambeacutem

devemos nos atentar ao transporte puacuteblico para reduccedilatildeo da emissatildeo de gases

poluentes melhorar a mobilidade urbana diminuindo consideravelmente o

traacutefego de veiacuteculos dar incentivo e propiciar accedilotildees para a utilizaccedilatildeo de

transportes alternativos como bicicletas otimizar a utilizaccedilatildeo do espaccedilo

urbano devemos ainda criar mais espaccedilos verdes voltados para o lazer da

populaccedilatildeo criar programas voltados para a arborizaccedilatildeo dos espaccedilos puacuteblicos

destinar adequadamente o lixo urbano aplicar programas educacionais

voltados para o desenvolvimento sustentaacutevel investir em educaccedilatildeo de

qualidade para uma boa instruccedilatildeo da populaccedilatildeo favorecer a economia local

dinacircmica e sustentaacutevel e criar accedilotildees para a utilizaccedilatildeo racional da aacutegua

juntamente com o aproveitamento de aacuteguas pluviais

A autora Silva (Poliacuteticas Puacuteblicas e Estrateacutegias de Sustentabilidade

Urbana p 1 apud Metzger 1994) cujo inventaacuterio realizado sobre trabalhos de

ecologia urbana e meio ambiente urbano identifica trecircs concepccedilotildees distintas A

primeira trata da natureza na cidade no qual Metzger fez estudos referentes

aos elementos bioloacutegicos do meio urbano no que diz respeito agrave preservaccedilatildeo

dos espaccedilos verdes e dos elementos fiacutesico naturais da cidade A segunda

concepccedilatildeo do meio ambiente urbano estaacute relacionada aos riscos da cidade e

na cidade aos problemas ambientais enfrentados pela populaccedilatildeo e como

esses problemas afetam a qualidade de vida da mesma Por fim a uacuteltima

vertente que visa mensurar o problema de gestatildeo ou administraccedilatildeo da cidade

tratando das poliacuteticas puacuteblicas sob uma visatildeo do uso do solo e a influecircncia que

as questotildees ambientais causam na determinaccedilatildeo das poliacuteticas puacuteblicas

11 - Poliacuteticas Puacuteblicas e a relaccedilatildeo com as cidades sustentaacuteveis

definiccedilotildees aplicaccedilatildeo conceitos

Eacute necessaacuterio que sejam identificados os locais de atuaccedilatildeo das poliacuteticas

puacuteblicas que tecircm como objetivo a sustentabilidade urbana mas analisando

previamente as mudanccedilas que ocorreram no acircmbito das accedilotildees governamentais

que ocasionaram a adoccedilatildeo de determinadas poliacuteticas puacuteblicas como

estrateacutegias e diretrizes da proacutepria accedilatildeo governamental e dos indiviacuteduos

Mas o que satildeo poliacuteticas puacuteblicas e por que as poliacuteticas puacuteblicas satildeo

consideradas tatildeo importantes quando se trata da sustentabilidade urbana

Segundo Silva (Poliacuteticas Puacuteblicas e Estrateacutegias de Sustentabilidade Urbana p

2 apud Bucci 2002 p 241) poliacuteticas puacuteblicas ldquosatildeo programas de accedilatildeo

governamental para um setor da sociedade ou um espaccedilo geograacutefico

buscando a concretizaccedilatildeo de determinados objetivos e metasrdquo e destaca ainda

que ldquosatildeo programas de accedilatildeo governamental visando a coordenar os meios agrave

disposiccedilatildeo do Estado e as atividades privadas para a realizaccedilatildeo de objetivos

socialmente relevantes e politicamente determinadosrdquo

Quando relacionadas agrave cidadania as poliacuteticas puacuteblicas encontram

dificuldade para alcanccedilar a sustentabilidade urbana jaacute que devem assegurar

uma vida harmocircnica entre o habitante e o meio ambiente Isso ocorre devido a

globalizaccedilatildeo dos espaccedilos em que satildeo levantadas novas tecnologias e haacute o

problema da crescente urbanizaccedilatildeo Esse enfoque possui alguns princiacutepios

que devem ser levados em consideraccedilatildeo princiacutepios esses que guiam as

poliacuteticas puacuteblicas no meio ambiente urbano Esses princiacutepios satildeo destacados e

relacionados por Silva (Poliacuteticas Puacuteblicas e Estrateacutegias de Sustentabilidade

Urbana p 5) como o princiacutepio do interesse puacuteblico na proteccedilatildeo do meio

ambiente urbano sobre os interesses privados o princiacutepio da realizaccedilatildeo de

uma avaliaccedilatildeo preacutevia dos impactos ambientais advindos da accedilatildeo antroacutepica ou

natural o princiacutepio de que o Estado deve intervir na defesa e proteccedilatildeo do meio

ambiente e do meio ambiente urbano o princiacutepio da funccedilatildeo da funccedilatildeo

socioambiental da propriedade urbana o princiacutepio da participaccedilatildeo da

sociedade e da gestatildeo democraacutetica da cidade e o princiacutepio da garantia do

direito a cidades sustentaacuteveis

Cabe ressaltar que apesar de existirem tantos princiacutepios que devem ser

vistos como diretriz a realidade foge um pouco do que eacute mostrado na teoria jaacute

que as poliacuteticas puacuteblicas seguem programas finaliacutesticos que satildeo flexiacuteveis e

quando relacionados agraves exigecircncias legais devem ser diferenciados de acordo

com o grau de finalizaccedilatildeo da accedilatildeo e de imperatividade das normas

Quando tratamos do urbano e do meio ambiente as politicas puacuteblicas

devem ser integradas e possuiacuterem uma interaccedilatildeo entre si como por exemplo

ao tratar das poliacuteticas de habitaccedilatildeo natildeo se pode deixar de levar em

consideraccedilatildeo as poliacuteticas de saneamento ambiental ou entatildeo ao tratar de

poliacuteticas de transporte puacuteblico e mobilidade urbana deve-se considerar a

proacutepria poliacutetica ambiental Sendo assim os programas e projetos

governamentais devem contemplar os aspectos ambientais urbanos sociais e

econocircmicos

Para Silva (Poliacuteticas Puacuteblicas e Estrateacutegias de Sustentabilidade Urbana

p 6) ldquose os planos satildeo obrigatoacuterios para o setor puacuteblico para o setor privado

eles satildeo indicativosrdquo Reforccedilando o conceito de poliacuteticas puacuteblicas essas podem

ser definida como ldquoprocesso - ou conjunto de processos - que culmina na

escolha racional e coletiva de propriedades para definiccedilatildeo dos interesses

puacuteblicos reconhecidos pelo direitordquo sendo que quando se diz respeito a

direitos todos tecircm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado

englobando tambeacutem o meio ambiente urbano Portanto quando eacute utilizado o

termo ldquourbanordquo para qualificar o meio ambiente natildeo significa que haacute uma

segregaccedilatildeo classificatoacuteria do meio ambiente o adjetivo ldquourbanordquo vem como

uma proposta de demarcar a problemaacutetica ambiental em um determinado

espaccedilo geograacutefico - no caso as cidades - sem deixar de considerar os fatores

que nelas estatildeo inseridos como os sociais e os ambientais

Assim para empregar poliacuteticas puacuteblicas visando a sustentabilidade

urbana deve-se repensar o modelo de desenvolvimento da cidade juntamente

com o modo de vida da populaccedilatildeo e a conscientizaccedilatildeo da mesma apoiando-se

nas relaccedilotildees sociais e econocircmicas exercidas na cidade sem deixar de

considerar essas interaccedilotildees como propulsoras do direito agrave cidade sustentaacutevel

Para ratificar inciso I do art 2ordm do Estatuto da Cidade - Lei n 10257 de

10 de julho de 2001 reconhece entre as diretrizes de poliacuteticas puacuteblicas

expostas o direito a cidades sustentaacuteveis De acordo com essa lei esse direito

proporciona o direito a terra urbana agrave moradia ao saneamento ambiental agrave

infraestrutura urbana aos serviccedilos puacuteblicos em geral ao trabalho e ao lazer

tanto para as geraccedilotildees atuais como para as futuras

Sendo assim as cidades devem desenvolver-se respeitando a

sustentabilidade por isso o desenvolvimento urbano deve ser feito sem

degradaccedilatildeo possibilitando uma vida urbana digna e igualitaacuteria Contudo as

cidades necessitam de mudanccedilas diversos pontos de vista reformulaccedilatildeo das

poliacuteticas puacuteblicas e criaccedilatildeo de novas e soluccedilotildees sobre como interagir no dia a

dia com o local que vivemos A partir dessa visatildeo destaco o que eacute exposto por

Acselrad (1999 p 86) em que ldquoacredita-se que quando o crescimento urbano

natildeo eacute acompanhado por investimentos em infraestrutura a oferta de serviccedilos

urbanos natildeo acompanha o crescimento da demanda A falta de investimentos

na manutenccedilatildeo dos equipamentos urbanos viraacute por sua vez acentuar o deacuteficit

na oferta de serviccedilos o que se rebateraacute especialmente na forma de

segmentaccedilatildeo socioterritorial entre as populaccedilotildees atendidas e natildeo atendidas

por tais serviccedilosrdquo

Apoacutes tratar de um modo geral cidades sustentaacuteveis e a sustentabilidade

urbana eacute interessante analisar o caso brasileiro Infelizmente a preocupaccedilatildeo

ambiental brasileira foi tardia e a evoluccedilatildeo foi lenta Em questotildees de

urbanizaccedilatildeo houve uma transformaccedilatildeo estrutural de ordem socioeconocircmica

reformulando a ocupaccedilatildeo do territoacuterio nacional ocasionando em impactos

ambientais e no dado de que cerca de 80 da populaccedilatildeo brasileira mora em

aacutereas urbanas Mas ao decorrer do tempo a questatildeo ambiental foi ligada ao

social os pensamentos acerca desse tema tiveram uma nova percepccedilatildeo

Como exemplo temos o caso dos recursos hiacutedricos em que a legislaccedilatildeo teve

o cuidado de considerar aleacutem do aspecto ambiental os aspectos sociais e

econocircmicos

Foi criado o Sistema Nacional de Recursos Hiacutedricos (SNRH) que no

texto de Schussel (2004 p 65) satildeo expostas a valoraccedilatildeo da aacutegua como bem

econocircmico a prioridade do abastecimento puacuteblico em detrimento da produccedilatildeo

de energia e a gestatildeo compartilhada entre usuaacuterios poder puacuteblico e sociedade

civil de bacias hidrograacuteficas por meio da implantaccedilatildeo dos ldquoComitecircs de Baciardquo

Essa questatildeo de integraccedilatildeo do ambiental ao social e econocircmico ocorreu

na deacutecada de 80 em que Silva (Poliacuteticas Puacuteblicas e Estrateacutegias de

Sustentabilidade Urbana p 2 apud Ribeiro 2001 p 134-135) destaca ldquoa

questatildeo urbana eacute integrada agrave questatildeo social e as representaccedilotildees antiurbanas

satildeo substituiacutedas pelo diagnoacutestico orientado por ideais republicanos de justiccedila

social e democracia A tarefa do pensamento e da accedilatildeo dos urbanistas passa a

ser o fazer coincidir a cidade e a cidadaniardquo Apesar do atraso na aplicaccedilatildeo do

pensamento ambiental - no caso o de cidades sustentaacuteveis - atualmente o

Brasil apresenta um niacutevel consideraacutevel de desenvolvimento tecnoloacutegico e social

que podem retardar a degradaccedilatildeo e os malefiacutecios causados nas cidades E por

que natildeo ocorre tal melhoria no setor ambiental urbano O Brasil carece de

poliacuteticas puacuteblicas que sirvam para o propoacutesito ambiental sem contar a falta de

instruccedilatildeo ambiental de uma boa parcela da sociedade Isso eacute confirmado com

as atitudes da populaccedilatildeo no texto de Loureiro e De Gregori (Revista Eletrocircnica

do Curso de Direito ndash UFSM p 459) eacute exposto que ldquoo lixo jogado nas ruas

causa entupimento de bueiros o que dificulta o escoamento da aacutegua da chuva

Aleacutem disso mesmo quando ocorre escoamento a aacutegua leva detritos

diretamente para o curso dos rios coacuterregos mananciais entre outros Em

razatildeo do exposto um meio indireto mas eficiente de se poluir a aacuteguardquo

Desse modo termo ldquosustentabilidaderdquo atrelado agraves necessidades

urbanas merece se conciliado de certa maneira que o ser humano produza

desenvolvimento e tambeacutem conserve o meio ambiente Portanto para o Brasil

os modelos que devem ser desenvolvidos nas cidades precisam ser justos

eacuteticos e sustentaacuteveis abrangendo todas as classes sociais e sendo igualitaacuterio

trazendo assim a concepccedilatildeo de que as transformaccedilotildees natildeo necessariamente

devem partir do governo e sim das accedilotildees que integrem os cidadatildeos

almejando a sustentabilidade Quando se diz ldquoas accedilotildees que integrem os

cidadatildeosrdquo na verdade o que se busca expressar eacute que a atitude deve partir da

populaccedilatildeo e natildeo do governo pois tais accedilotildees promovidas pela populaccedilatildeo as

aproximam das poliacuteticas puacuteblicas gerando melhores oportunidades e formas

alternativas de sistemas igualitaacuterios quando relacionados a exposiccedilatildeo de riscos

ambientais Tudo isso para oferecer um ambiente urbano com um

desenvolvimento em equiliacutebrio ambientalmente sustentaacutevel e socialmente

justo

Retomando o Artigo 2ordm do Estatuto da Cidade Loureiro e De Gregori

(Revista Eletrocircnica do Curso de Direito ndash UFSM p 462) expotildeem que houve

uma mudanccedila de paradigma ao se pensar em ambientes urbanos assim

expondo trecircs objetivos a serem alcanccedilados com as cidades ldquoo primeiro seria

um ambiente destinado agrave moradia de um acuacutemulo de comunidades jaacute em uma

segunda perspectiva seria um ambiente de poliacuteticas a fim de atingir funccedilatildeo

social urbana e por fim a garantia de ambientes urbanos como um meio

sustentaacutevel e sadio de desenvolvimentordquo Eacute importante ressaltar que esse

ponto de vista reflete que soacute seraacute possiacutevel assegurar um ambiente urbano para

a presente geraccedilatildeo e para as futuras partindo da preservaccedilatildeo do meio

ambiente

Portanto diversas iniciativas podem tornar o ambiente urbano em cidade

sustentaacutevel o que procura promover uma estabilidade e um equiliacutebrio agraves

cidades com uma visatildeo a longo prazo O processo de implantaccedilatildeo de cidades

sustentaacuteveis no Brasil deve primeiramente partir de accedilotildees individuais ou

privadas e articulada agraves poliacuteticas puacuteblicas para que haja uma eficiecircncia na

aplicabilidade sem desconsiderar que haacute uma possibilidade de gerar um

sistema insustentaacutevel Por que pode se tornar um sistema insustentaacutevel

Segundo Loureiro e De Gregori (Revista Eletrocircnica do Curso de Direito ndash

UFSM p 465 apud Godard 1990 p40-45) ldquoa insustentabilidade exprime

assim a incapacidade de as poliacuteticas puacuteblicas adaptarem a oferta de serviccedilos

urbanos agrave quantidade e agrave qualidade das demandas sociais provocando um

ldquodesequiliacutebriordquo entre necessidades cotidianas da populaccedilatildeo e os meios de as

satisfazer entre a demanda por serviccedilos urbanos e os investimento em redes e

infraestruturardquo

Jaacute que a realidade brasileira exprime uma grande distorccedilatildeo do que eacute

apresentado nos estudos como conseguir implantar uma cidade sustentaacutevel e

assim suportaacute-la Primeiramente eacute necessaacuterio ampliar o ponto de vista natildeo se

prendendo agraves poliacuteticas puacuteblicas em segundo plano eacute preciso que se tenha uma

accedilatildeo coletiva da populaccedilatildeo atraveacutes da conscientizaccedilatildeo ou de accedilotildees que

promovam a sustentabilidade dentro da cidade

Eacute importante ressaltar que natildeo se pode descartar as poliacuteticas puacuteblicas

mas tambeacutem natildeo se pode esperar que elas resolvam todos os problemas

presentes na cidade Sendo assim para que uma cidade torne-se sustentaacutevel eacute

preciso que as accedilotildees realizadas pela populaccedilatildeo sejam emparelhadas com as

poliacuteticas puacuteblicas aplicadas pelo governo No Brasil haacute cidades que satildeo

consideradas sustentaacuteveis mas essas cidades optaram apenas por um

planejamento urbano voltado para reconstituiccedilatildeo de aacutereas verdes

aprimoramento nas soluccedilotildees urbaniacutesticas e na tecnologia do transporte urbano

Tais accedilotildees natildeo devem ser desconsideras e sim exaltadas pelo funcionamento

adequado e promoccedilatildeo da sustentabilidade urbana Outras questotildees tatildeo

importantes quanto satildeo deixadas de lado pelo governo e nesse caso deve-se

ter uma aplicaccedilatildeo da sociedade para que ganhe uma visatildeo e assim sejam

aplicadas poliacuteticas puacuteblicas voltadas para tais questotildees

Em especiacutefico coloco o problema hiacutedrico que tem assolado vaacuterias

cidades do paiacutes por trazer prejuiacutezos de forma direta e indireta a populaccedilatildeo O

problema hiacutedrico brasileiro natildeo eacute apenas o causado pela estiagem e falta de

aacutegua em algumas localidades ele tambeacutem eacute expresso pelas chuvas

torrenciais Em face disso eacute importante unir o uacutetil ao agradaacutevel Vale expor que

em decorrecircncia do aumento da urbanizaccedilatildeo as aacutereas foram pavimentadas e

cobertas por preacutedios casas monumentos entre outras edificaccedilotildees

ocasionando na impermeabilizaccedilatildeo do solo em aacutereas naturais Devido a esse

fator o ser humano vem demandando novas soluccedilotildees e poliacuteticas puacuteblicas para

o controle e mitigaccedilatildeo de impactos causados pela chuva tais como

alagamentos

Os governos de modo geral vecircm encontrando seacuterias dificuldades

quanto agraves questotildees de gestatildeo dos alagamentos em suas aacutereas puacuteblicas Para

Brasiacutelia e o Governo do Distrito Federal esse problema eacute recente e nem tatildeo

alarmante quando comparado aos das grandes capitais brasileiras como Satildeo

Paulo ou Rio de Janeiro Portanto eacute necessaacuterio que se tenha uma precauccedilatildeo

com o uso das aacuteguas tratadas para que possam ser utilizadas fontes

alternativas Com o objetivo de aproveitamento de aacuteguas pluviais a captaccedilatildeo

de aacutegua advinda das chuvas possui um vieacutes sustentaacutevel do ponto de vista

teacutecnico e econocircmico quando aplicado em sistemas de uso privativo Cabe

ressaltar que esse estudo visa aliar o conceito de cidades sustentaacuteveis a partir

da iniciativa privada agraves necessidades encontradas na cidade de Brasiacutelia no

caso de um projeto de aproveitamento de aacuteguas pluviais que atenda a

demanda de aacutegua natildeo potaacutevel tendo como base a precipitaccedilatildeo de chuva local

sem desconsiderar o ciclo hidroloacutegico para que natildeo ocorra um desequiliacutebrio do

mesmo e ocasione mais desastres ambientais

Tal sistema tem como objetivo gerar uma fonte de aacutegua natildeo potaacutevel

para uso diaacuterio em sistemas prediais como descarga limpeza do preacutedio

irrigaccedilatildeo de jardins disponibilidade para lavagem de automoacuteveis entre outras

possibilidades gerando uma economia da aacutegua utilizada e consequentemente

uma economia monetaacuteria Aleacutem desse objetivo reducionista de gasto e aacutegua

haacute tambeacutem a possibilidade da reduccedilatildeo de transtornos hiacutedricos urbanos

Portanto ao abordar sobre poliacuteticas puacuteblicas eacute de suma importacircncia

compreender que o ldquodesenvolvimento sustentaacutevel eacute um processo de

aprendizagem social de longo prazo que por sua vez eacute direcionado por

poliacuteticas puacuteblicas orientadas por um plano de desenvolvimento nacionalrdquo

(Barbosa 2008 p 6) O conceito de desenvolvimento sustentaacutevel seraacute melhor

apresentado no capiacutetulo seguinte

2 ndash Sustentabilidade desenvolvimento sustentaacutevel e a sua

importacircncia

Inicio esse capiacutetulo com uma frase de Nascimento (2012 p 57) em que

se queremos sugerir uma sustentabilidade para toda a sociedade eacute necessaacuterio

que tenhamos uma ldquolinha transversal a eacutetica solidaacuteria com os excluiacutedos de hoje

para que natildeo haja excluiacutedos amanhatilderdquo

Por que a sustentabilidade eacute algo importante para noacutes Eacute necessaacuterio

que seja de conhecimento geral de que estamos ameaccedilados em todos os

aspectos ligados agrave utilizaccedilatildeo de recursos naturais e aproveitamento dos

mesmos Portanto haacute uma conexatildeo direta ao desenvolvimento sustentaacutevel

Nascimento (2012 p 58) ainda aponta que ldquoateacute meados do seacuteculo XX a

humanidade temia basicamente duas grandes extinccedilotildees ndash uma externa

(choque de um grande meteorito como aparentemente ocorreu haacute 65 milhotildees

de anos extinguindo os dinossauros) e outra interna (o advento de uma

epidemia desconhecida e incontrolaacutevel) Em meados do seacuteculo passado foi

acrescida mais uma ameaccedila provinda dos proacuteprios seres humanos a bomba

atocircmica O seu poder de destruiccedilatildeo ficou evidente com as explosotildees de

Hiroshima e Nagasakirdquo Sendo assim eacute perceptiacutevel que o estilo de vida de alta

produccedilatildeo e consumo vigente nos leva a crer que um desastre eacute cada vez mais

plausiacutevel

ldquoQue a economia estaacute em um conflito com os sistemas naturais do

planeta eacute uma evidecircncia que ressalta das informaccedilotildees cotidianas sobre o

desaparecimento das zonas de pesca reduccedilatildeo das florestas a erosatildeo do

solo e o desaparecimento de espeacuteciesrdquo (Nascimento 2012 p 58 apud

Brown 2003 p14) Portanto a crise ambiental aponta um desgaste das

condiccedilotildees ldquonormaisrdquo de vida no planeta Terra Segundo Nascimento (2012 p

58) ldquo[] eacute possiacutevel caso o cenaacuterio mais pessimista do aquecimento global

venha a se confirmar que uma nova possibilidade de auto extinccedilatildeo seja criada

no final desse seacuteculordquo Desta forma o atual modelo de vida natildeo deteriora

apenas o meio ambiente tambeacutem prejudica a vida humana e para que sejam

reduzidos esses transtornos agrave vida humana eacute preciso que iniciativas e

alternativas sejam criadas por meio de inovaccedilotildees tecnoloacutegicas para que haja

uma saiacuteda

ldquoA crise ambiental assumiu contornos mais graves com a percepccedilatildeo da

responsabilidade antroacutepica do aquecimento global e a dinacircmica de ascensatildeo

de um contingente humano mais significativo no mercado de consumordquo

(Nascimento 2012 p 61) Quando a crise ambiental se tornou algo de suma

importacircncia Quando como e por que a sustentabilidade e o desenvolvimento

sustentaacutevel se tornaram relevantes para o combate agrave crise ambiental Eacute

necessaacuterio compreender que a sustentabilidade possui dois vieses quando

relacionada agrave sua origem Uma de suas origens tem base na biologia mais

precisamente na ecologia a qual atribui o conceito de resiliecircncia ndash capacidade

de recuperaccedilatildeo e reproduccedilatildeo dos ecossistemas ndash perante as degradaccedilotildees

antroacutepicas com o uso exacerbado dos recursos naturais Ainda relacionado agrave

ecologia haacute as causas naturais como terremotos fogo tsunamis pragas

entre outros O outro vieacutes de origem da sustentabilidade adveacutem da economia

como o adjetivo do desenvolvimento diante da visibilidade que ganhou ao

longo do seacuteculo XX referente ao padratildeo de consumo desenvolvido ao redor do

mundo (Nascimento 2012 p 51)

Segundo Nascimento a ideia de sustentabilidade como enfoque

mundial tem origem na deacutecada de 1950 O surgimento e a importacircncia desse

termo ocorrem devido a um risco ambiental global a poluiccedilatildeo nuclear ldquoOs seus

indiacutecios alertaram os seres humanos de que estamos em uma nave comum e

que problemas ambientais natildeo estatildeo restritos a territoacuterios limitadosrdquo

(Nascimento 2012 p 2) Segundo Nascimento (2012 p 52 apud Machado

2005) ldquoA ocorrecircncia de chuvas radiativas a milhares de quilocircmetros dos locais

de realizaccedilatildeo dos testes acendeu um caloroso debate no seio da comunidade

cientiacuteficardquo Na deacutecada de 1960 houve outro fato importante que implicou na

questatildeo da percepccedilatildeo da crise ambiental dando importacircncia a

sustentabilidade devido ao uso de inseticidas e pesticidas quiacutemicos e

transtornos causados por esses apontados por Rachel Carson em seu livro

intitulado de ldquoPrimavera Silenciosardquo ndash Silent Spring

Ainda na deacutecada de 60 as chuvas aacutecidas recorrentes nos paiacuteses

noacuterdicos levaram a Sueacutecia junto ao Conselho Econocircmico e Social das Naccedilotildees

Unidas (ECOSOC) a propor a realizaccedilatildeo de uma conferecircncia para tratar de um

acordo internacional para uma possiacutevel reduccedilatildeo na emissatildeo dos gases

responsaacuteveis por tal transtorno Com isso ocorreu a Conferecircncia de

Estocolmo em 1972 colocando em evidecircncia os paiacuteses subdesenvolvidos e

desenvolvidos da eacutepoca A princiacutepio as preocupaccedilotildees natildeo eram nem um

pouco igualitaacuterias jaacute que os paiacuteses desenvolvidos estavam atentos agrave

degradaccedilatildeo ambiental que afetavam sua qualidade de vida enquanto os

paiacuteses subdesenvolvidos estavam preocupados em natildeo sofrerem sanccedilotildees

comerciais e apresentarem um retardo em seu desenvolvimento uma vez que

naquela eacutepoca os problemas ambientais eram associados ao crescimento

econocircmico dos paiacuteses de terceiro mundo Nessa conferecircncia ficou exposto

que os paiacuteses desenvolvidos defendiam a proteccedilatildeo do meio ambiente como

principal foco e os paiacuteses em desenvolvimento focavam no combate agrave

pobreza

Para melhor esclarecer Nascimento expotildee a partir do documento ldquoOnly

One Earthrdquo (Ward amp Dubos 1973) ldquo[] O problema ambiental como decorrente

de externalidades econocircmicas proacuteprias do excesso de desenvolvimento

(tecnologia agressiva e consumo excessivo) de um lado e de sua falta

(crescimento demograacutefico e baixo PIB per capita) de outro Posta dessa forma

a questatildeo ambiental deixava de ficar restrita ao meio natural e adentrava o

espaccedilo socialrdquo Contemporacircneo a isso temos o relatoacuterio do Clube de Roma ndash

Limits to Growth (Meadows et al 1972) que propunha uma reduccedilatildeo do

desenvolvimento industrial nos paiacuteses desenvolvidos e uma contenccedilatildeo no

crescimento populacional nos paiacuteses subdesenvolvidos juntamente com o

apoio daqueles aos subdesenvolvidos para que pudessem crescer

economicamente A partir desses eventos os governos se conscientizaram e

criaram agecircncias que tratassem das questotildees ambientais para que pudessem

juntar dados ambientais jaacute que na eacutepoca careciam de tais informaccedilotildees

No Brasil foi criada a Secretaria Especial do Meio Ambiente (SEMA) em

1973 enquanto nos EUA jaacute existia a Environmental Protection Agency (EPA)

desde 1970

Dez anos apoacutes a Conferecircncia de Estocolmo uma anaacutelise dos resultados

foi feita pela ONU e mostrou que o resultado estabelecido deixou a desejar e

que os esforccedilos realizados foram inferiores Em decorrecircncia desse mal

desempenho foi formada a Comissatildeo Mundial sobre Meio Ambiente e

Desenvolvimento (CMMAD) presidida por Gro Harlen Brundtland responsaacutevel

pelo relatoacuterio ldquoNosso Futuro Comumrdquo ndash Our Common Future ndash que tinha como

principal proposta a criaccedilatildeo de uma agenda global para focar em uma

mudanccedila consideraacutevel Esse estudo obteve informaccedilotildees durante trecircs anos a

partir de pesquisas e anaacutelises com enfoque na parte social Segundo Barbosa

(2008 p2) as informaccedilotildees colhidas do relatoacuterio com base nas questotildees

sociais referiam-se ldquoao uso da terra sua ocupaccedilatildeo suprimento de aacutegua abrigo

e serviccedilos sociais educativos e sanitaacuterios aleacutem de administraccedilatildeo do

crescimento urbanordquo

Tal relatoacuterio foi responsaacutevel pela criaccedilatildeo do termo ldquoDesenvolvimento

Sustentaacutevelrdquo que ldquoconsistiu o maior esforccedilo entatildeo conhecido para conciliar a

preservaccedilatildeo do meio ambiente com o desenvolvimento econocircmicordquo

(Nascimento 2012 p 54) Uma definiccedilatildeo baacutesica do que eacute DS eacute exposta por

Nascimento (2012 p 58 apud Lenzi 2006) ldquoDesenvolvimento sustentaacutevel eacute o

desenvolvimento que satisfaz as necessidades do presente sem comprometer

a capacidade das geraccedilotildees futuras em satisfazer suas proacuteprias necessidadesrdquo

Estender e Pitta (O Conceito do Desenvolvimento Sustentaacutevel apud Camargo

2003 p 43) tambeacutem fazem citaccedilatildeo agrave outra definiccedilatildeo apontada no relatoacuterio

ldquoEm essecircncia o desenvolvimento sustentaacutevel eacute um

processo de transformaccedilatildeo no qual a exploraccedilatildeo dos

recursos a direccedilatildeo dos investimentos a orientaccedilatildeo

do desenvolvimento tecnoloacutegico e a mudanccedila

institucional se harmonizam e reforccedilam o potencial

presente e futuro a fim de atender agraves necessidades

e aspiraccedilotildees humanasrdquo

Nascimento (2012 p 54) aponta que ldquoA forccedila e a fraqueza dessa

definiccedilatildeo encontram-se justamente nessa foacutermula vaga pois deixam-se em

aberto quais seriam as necessidades humanas atuais e mais ainda as das

geraccedilotildees futurasrdquo

Segundo Barbosa (2008) o relatoacuterio faz consideraccedilotildees agraves questotildees

urbanas no qual as cidades em seu desenvolvimento devem contemplar as

necessidades baacutesicas de toda a populaccedilatildeo e conceder oportunidades de

melhora na qualidade de vida de todos buscando alcanccedilar uma equidade na

sociedade por meio de processos democraacuteticos para que haja um

desenvolvimento urbano adequado Ainda com referecircncia ao relatoacuterio haacute ldquoa

necessidade de descentralizaccedilatildeo das aplicaccedilotildees de recursos financeiros e

humanos e a necessidade do poder poliacutetico favorecer as cidades em sua

escala localrdquo (Barbosa 2008 p 2) Quanto agrave questatildeo do uso de recursos

naturais foi avaliada no relatoacuterio a capacidade de resiliecircncia da biosfera os

efeitos e as possiacuteveis consequecircncias causadas pela accedilatildeo antroacutepica apontando

ainda que a pobreza pode ser considerada como um problema ambiental e que

a tentativa de erradicar a mesma pode ser a base para a busca da

sustentabilidade Com essa contribuiccedilatildeo na mudanccedila do modo de perceber as

necessidades urbanas o relatoacuterio apresentou trecircs princiacutepios baacutesicos ou

aspectos que deveriam ser cumpridos ndash proteccedilatildeo ambiental equidade social e

o desenvolvimento econocircmico ndash e que seratildeo expostos mais adiante

Apesar de todos esses pontos levantados o relatoacuterio Brundtland

recebeu vaacuterias criacuteticas pelo fato de acusar a pobreza e o descontrole do

crescimento populacional nos paiacuteses subdesenvolvidos como a fonte principal

dos problemas ambientais e da insustentabilidade do planeta e de colocar em

segundo plano a poluiccedilatildeo causada ateacute a data de publicaccedilatildeo do relatoacuterio pelos

paiacuteses desenvolvidos

Em 1986 foi realizada a conferecircncia de Ottawa ndash Carta de Ottawa 1986

ndash na qual foram estabelecidas cinco condiccedilotildees para que se tentasse alcanccedilar o

desenvolvimento sustentaacutevel entre elas a manutenccedilatildeo da integraccedilatildeo

ecoloacutegica a satisfaccedilatildeo das necessidades baacutesicas humanas a provisatildeo da

autodeterminaccedilatildeo social e da diversidade cultural a integraccedilatildeo da conservaccedilatildeo

e do desenvolvimento e o alcance de equidade e justiccedila social Para a

CMMAD as condiccedilotildees que procedem do conceito de desenvolvimento

sustentaacutevel estatildeo associadas ao processo de urbanizaccedilatildeo e do crescimento da

cidade e tem como finalidade o uso adequado dos recursos naturais Em face

disto satildeo expostos alguns objetivos mudanccedila de qualidade do crescimento

crescimento renovaacutevel satisfaccedilatildeo das necessidades essenciais por emprego

aacutegua energia alimento e saneamento baacutesico garantia de um niacutevel sustentaacutevel

da populaccedilatildeo conservaccedilatildeo da base de recursos reorientaccedilatildeo da tecnologia e

do gerenciamento de risco e reorientaccedilatildeo das relaccedilotildees econocircmicas

internacionais (CMMAD 1988 1991)

Postumamente foi realizada a Assembleia das Naccedilotildees Unidas a qual

aprovou a Conferecircncia das Naccedilotildees Unidas para o Meio Ambiente e o

Desenvolvimento (CNUMAD) ocorrida em 1992 e ficou conhecida como Rio-

92 A Rio-92 teve maior visibilidade graccedilas agrave criaccedilatildeo da Convenccedilatildeo da

Biodiversidade e das Mudanccedilas Climaacuteticas ndash que posteriormente resultou na

criaccedilatildeo do Protocolo de Kyoto ndash da Agenda 21 e da Declaraccedilatildeo do Rio Essa

uacuteltima segue os mesmos padrotildees expostos na Conferecircncia de Estocolmo

citada anteriormente interligando o desenvolvimento econocircmico com o meio

ambiente atraveacutes de uma gestatildeo consciente dos recursos naturais sem

comprometer o modelo econocircmico vigente

Em decorrecircncia desses acontecimentos tornou-se de faacutecil entendimento

que o desenvolvimento sustentaacutevel eacute composto por trecircs aspectos ambiental

econocircmico e social Outros autores como Ignacy Sachs consideram ainda

outras variaacuteveis relevantes para o entendimento do DS como sustentabilidade

ecoloacutegica e poliacutetica

Figura 1 Tripeacute da Sustentabilidade

Fonte Nicholas Gimenes (2012)

Com base nesses trecircs aspectos apontados chegamos ao conhecido

Triple Bottom Line ndash ldquoTripeacute da Sustentabilidaderdquo No tripeacute da sustentabilidade

satildeo expostos o aspecto ambiental que tem como base a produccedilatildeo e o

consumo de tal forma que possa garantir que os ecossistemas natildeo sofram

problemas quanto a sua capacidade de resiliecircncia o aspecto econocircmico que

assume a denominada ecoeficiecircncia a qual incentiva a inovaccedilatildeo tecnoloacutegica

para tentar mitigar alguns dos problemas ambientais e ampliar a

desmaterializaccedilatildeo da economia e o uacuteltimo aspecto o social o qual supotildee que

a populaccedilatildeo de uma determinada sociedade tenha o miacutenimo necessaacuterio para

uma condiccedilatildeo de vida aceitaacutevel buscando erradicar a desigualdade social

Segundo Nascimento existem diversas definiccedilotildees desses trecircs aspectos mas

essas apontadas satildeo as mais recorrentes e de simples entendimento Natildeo

podemos esquecer que assim como eacute apontado por Ignacy Sachs e outros

autores outros aspectos para a definiccedilatildeo do DS devem ser levados em

consideraccedilatildeo em especial a cultura Apesar de natildeo ser citada como base do

ldquotripeacuterdquo a cultura eacute importante em qualquer sociedade quando relacionada ao

meio ambiente pois eacute ela quem dita o comportamento da populaccedilatildeo O Brasil

sofre com questotildees ambientais muitas das vezes por falta de instruccedilatildeo da

populaccedilatildeo que natildeo tem conhecimento do quatildeo impactante pode ser sua accedilatildeo

Deste modo quando se trata de questotildees ambientais eacute necessaacuterio que se

tenha uma mudanccedila natildeo repentina e sim gradativa nos padrotildees de consumo

no estilo de vida e na educaccedilatildeo ambiental

Retomando os conceitos de DS e sustentabilidade temos uma definiccedilatildeo

de Clovis Cavalcanti em que sustentabilidade ldquosignifica a possibilidade de se

obterem continuamente condiccedilotildees iguais ou superiores de vida para um grupo

de pessoas e seus sucessores em dado ecossistemardquo (Cavalcanti 2003)

Analisando essa definiccedilatildeo proposta por Cavalcanti vemos que se assemelha

do que foi exposto por Gro Harlen Brundtland em seu relatoacuterio Como jaacute foi

mencionado para Sachs o ldquoTriple Bottom Linerdquo ndash Tripeacute da Sustentabilidade ndash

possui cinco vertentes da sustentabilidade que satildeo a ldquosustentabilidade

ecoloacutegica refere-se a fiacutesica do processo de crescimento e tem como objetivo a

manutenccedilatildeo de estoques dos recursos naturais incorporados as atividades

produtivas a sustentabilidade ambiental que refere-se agrave manutenccedilatildeo da

capacidade de sustentaccedilatildeo dos ecossistemas o que implica a capacidade de

absorccedilatildeo e recomposiccedilatildeo dos ecossistemas em face as agressotildees antroacutepicas

sustentabilidade social que refere-se ao desenvolvimento e tem por algum

objetivo a melhoria da qualidade da vida da populaccedilatildeo Para caso de paiacuteses

com problemas de desigualdade e de inclusatildeo social implica a adoccedilatildeo de

poliacuteticas distributivas e a universalizaccedilatildeo de atendimento a questotildees como

sauacutede educaccedilatildeo habilitaccedilatildeo e seguridade social sustentabilidade poliacutetica

refere-se ao processo de construccedilatildeo da cidadania para garantir a incorporaccedilatildeo

plena dos indiviacuteduos ao processo de desenvolvimento e a sustentabilidade

econocircmica que refere-se a uma gestatildeo eficiente dos recursos em geral e

caracteriza-se pela regularidade de fluxos do investimento puacuteblico e privado

Implica a avaliaccedilatildeo da eficiecircncia por processos macro sociaisrdquo (Sachs 1993

Agenda 21 brasileira)

Barbosa (2008 p 4) faz uma citaccedilatildeo em seu trabalho sobre o livro de

Leila Ferreira ndash ldquoA questatildeo ambiental sustentabilidade e poliacuteticas puacuteblicas no

Brasilrdquo ndash referente ao padratildeo de vida da sociedade em que

ldquoO padratildeo de produccedilatildeo e consumo que

caracteriza o atual estilo de

desenvolvimento tende a consolidar-se

no espaccedilo das cidades e estas se

tornam cada vez mais o foco principal

na definiccedilatildeo de estrateacutegias e poliacuteticas

de desenvolvimentordquo

Sendo assim eacute de fundamental importacircncia que formas alternativas

sustentaacuteveis sejam alcanccediladas para que possam influenciar de forma positiva

na qualidade de vida das cidades e no processo de planejamento urbano Para

Acselrad (1999 p 85) a sustentabilidade urbana eacute definida como ldquoa

capacidade das poliacuteticas urbanas se adaptarem agrave oferta de serviccedilos agrave

qualidade e agrave quantidade das demandas sociais buscando o equiliacutebrio entre as

demandas de serviccedilos urbanos e investimentos em estruturardquo Como o

desenvolvimento sustentaacutevel possui muitos conceitos e definiccedilotildees haacute uma em

especial que se destaca pelo fato de estar relacionada agraves cidades juntamente

com o termo ldquosustentabilidaderdquo exposta por Barbosa (2008 p 4 apud

Satterthwaite 2004) em que

ldquoa resposta agraves necessidades humanas

nas cidades como o miacutenimo ou

nenhuma transferecircncia dos custos da

produccedilatildeo consumo ou lixo para outras

pessoas ou ecossistemas hoje e no

futurordquo

Assim a participaccedilatildeo da sociedade e a diversidade dos interesses que

a mesma possui gera um conflito entre as poliacuteticas puacuteblicas e o

desenvolvimento sustentaacutevel mas nada que natildeo possa ser contornado a partir

da conscientizaccedilatildeo individual dos cidadatildeos Como eacute exposto por Barbosa ldquoeacute

imprescindiacutevel para a sustentabilidade urbana o uso racional dos recursos

naturais a boa forma do ambiente urbano baseado na interaccedilatildeo clima e os

recursos naturais aleacutem das respostas agraves necessidades urbanas com o miacutenimo

de transferecircncia de dejetos e rejeitos para outros ecossistemas atuais e

futurosrdquo (Barbosa 2008 p 9) Em detrimento disso ldquoo desenvolvimento

sustentaacutevel natildeo deve ser apresentado como um slogan poliacuteticordquo (Barbosa

2008 p 10) deve ser apresentado como uma possiacutevel soluccedilatildeo para a

mitigaccedilatildeo dos problemas ambientais encontrados atualmente na sociedade

Portanto a sustentabilidade visa emoldurar novos meios alternativos de

produccedilatildeo distribuiccedilatildeo e consumo dos recursos naturais existentes de forma

mais racional ecologicamente viaacutevel e economicamente eficaz

Ao retratar esses problemas de padrotildees vividos pela sociedade

relacionados ao meio ambiente mais especificamente a utilizaccedilatildeo de recursos

naturais Nascimento (2012 p 58) aponta que ldquohaacute uma quase unanimidade

hoje entre os cientistas de que os recursos naturais natildeo seratildeo suficientes para

fornecer um modo de vida similar ao da classe meacutedia mundial a todos os novos

ingressantes no mercado No entanto eles tecircm tanto direito quanto os que jaacute

participam do mercado consumidorrdquo Mas como podemos contornar tais

problemas e a crise ambiental Atraveacutes da criatividade humana muitas formas

alternativas foram criadas e podem ser inventadas quando se tratam dos

recursos finitos utilizados pelo homem Temos como exemplo a aacutegua sobre a

qual poucos satildeo os estudos apresentados relacionando o aproveitamento de

aacuteguas pluviais e cidades sustentaacuteveis Na maioria das vezes os estudos satildeo

feitos com base em outras necessidades como a dessalinizaccedilatildeo das aacuteguas do

mar para consumo humano Natildeo podemos esquecer que atualmente existem

diversos sistemas de captaccedilatildeo de aacuteguas pluviais para diferentes finalidades

sejam elas para aproveitamento de consumo humano ou natildeo

3 ndash A viabilidade de implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo

pluvial em Brasiacutelia ndash DF

31 ndash Apresentaccedilatildeo de dados

Primeiramente seratildeo apresentados dados sobre a populaccedilatildeo e o

consumo de aacutegua presente nas residecircncias de Brasiacutelia e que seratildeo utilizados

como base para a implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo na Asa Norte

Segundo Ferreira C diretor Superintendente de Atendimento Comercial

(CAC) da Companhia de Saneamento Ambiental do Distrito Federal (CAESB)

ldquoEm Brasiacutelia o consumo meacutedio por habitante eacute de 190 litros de aacutegua por dia o

que resulta em um consumo mensal de 6msup3 por habitanterdquo De acordo com a

ONU cada pessoa necessita de 110 litros por dia para atender as

necessidades de consumo e higiene A Companhia de Saneamento Baacutesico do

Estado de Satildeo Paulo (SABESP 2010) afirma que ldquono Brasil o consumo por

pessoa pode chegar a mais de 200 litrosdiardquo A estimativa da SABESP (2010)

eacute de que 54 litros (27) vatildeo para cozinhar e beber 50 litros (25) para tomar

banho e escovar os dentes 66 litros (33) para descarga de banheiro 24 litros

(12) para lavagem de roupa e 6 litros (3) para outras tarefas como lavagem

de carro por exemplo Segundo dados da CAESB Brasiacutelia (Plano Piloto)

consome cerca de 2757890msup3 por mecircs e que o consumo por habitante eacute de

1381msup3mecircs

Devido ao alto consumo de aacutegua em Brasiacutelia os recorrentes transtornos

hiacutedricos urbanos e a ausecircncia de sistemas captaccedilatildeo pluvial este capiacutetulo traz

um estudo da viabilidade teacutecnica e econocircmica da implantaccedilatildeo de um sistema

em um preacutedio residencial do bairro Asa Norte mais especificamente na

Superquadra 111 Norte Natildeo haacute nenhum estudo realizado que comprove a

frequecircncia dos alagamentos nessa regiatildeo portanto tal quadra foi selecionada

em decorrecircncia de mateacuterias e reportagens que mostram a dificuldade que a

populaccedilatildeo sofre quando haacute uma chuva anormal

Primeiramente eacute necessaacuterio que se tenha uma noccedilatildeo do periacuteodo

chuvoso em Brasiacutelia Segundo o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais

(INPE) Brasiacutelia apresenta um regime de precipitaccedilatildeo bem definido sendo que

a estaccedilatildeo chuvosa tem iniacutecio em Outubro e estende-se ateacute Marccedilo e a estaccedilatildeo

seca ocorre no restante do ano (Abril a Setembro) Ainda segundo o INPE ldquoa

estaccedilatildeo chuvosa eacute causada pelo forte aquecimento da atmosfera na Amazocircnia

que favorece o desenvolvimento de um sistema quase estacionaacuterio em altos

niacuteveis a Alta Boliacutevia Como resultado dessa circulaccedilatildeo observa-se nos baixos

niacuteveis uma regiatildeo de baixa pressatildeo e a convergecircncia de ar satildeo os principais

fatores que provocam a precipitaccedilatildeo neste periacuteodo responsaacutevel por 70 do

total meacutedio anualrdquo A partir desses elementos apresentados pelo INPE e com

base nos dados os quais foram obtidos da estaccedilatildeo meteoroloacutegica de Brasiacutelia

localizada na Latitude (ordm) -158 Longitude (ordm)-479 temos a precipitaccedilatildeo de

Brasiacutelia dada mecircs a mecircs Os dados partem de Janeiro de 2006 e vatildeo ateacute

Outubro de 2015 Eacute importante frisar que os dados foram formulados a partir

da precipitaccedilatildeo acumulada para tornar mais faacutecil de calcular a meacutedia

Tabela 01 Dados de Precipitaccedilatildeo

AnoMecircs JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ Meacutedia Mensal

2006 1232 1914 258 1417 351 09 01 528 403 5264 1956 1821 14563

2007 2609 2659 357 501 75 0 0 0 0 535 2249 275 9779

2008 201 2425 2346 2109 0 0 0 27 80 387 271 3226 1337

2009 2028 1347 81 3759 612 93 0 725 505 2958 1991 3078 1492

2010 1211 368 2494 2388 275 0 0 0 0 349 2547 318 1068

2011 1268 1724 2433 696 139 38 0 0 7 2639 3338 4704 1421

2012 2699 1149 1982 1213 444 24 02 0 333 1098 4446 1428 1235

2013 4918 1893 1903 954 222 62 03 0 659 1069 2711 3525 1493

2014 1531 1392 3402 2493 28 10 79 0 162 2014 192 3667 1399

2015 939 1297 3456 2076 499 0 08 0 218 694 SD SD 9187

Meacutedia para cada mecircs

20445 16168 21763 17606 2645 326 093 128 315 17007 2652 30421 12797

Tabela contendo os dados de chuva acumulada mecircs a mecircs em miliacutemetros (mm)

Fonte INPE 2015

Obs 1- SD - satildeo dados que natildeo foram coletados devido pois o trabalho foi realizado antes desses meses

Obs2- Meacutedia calculada com os dados obtidos no caso os meses de novembro e dezembro de 2015 natildeo entram no

caacutelculo pois ainda natildeo existiam os dados

Temos tambeacutem a partir do estudo realizado por Brino (Brasiacutelia

Superquadras Residenciais) os dimensionamentos dos preacutedios e a quantidade

de apartamentos por pavimentos conforme as tabelas a seguir

Tabela 02 Dimensionamento dos Blocos

A SUPERQUADRA AE AT

Aacuterea de Projeccedilatildeo por Bloco

Aacuterea Total = 11760msup2 Nuacutemero total de Blocos = 11

1069msup2 185 136

Aacuterea Construiacuteda por bloco (sem pilotis e

subsolo)

Pavimentos = 6 Aacuterea do Pavimento = 1069msup2

6414msup2 1113 818

Aacuterea Construiacuteda por superquadras (sem pilotis e subsolo)

Preacutedio = 11 Aacuterea por Preacutedio = 64141msup2

70554msup2 8999 1225

AE - Aacuterea Aedificandi e AT - Aacuterea Total

Tabela 03 Dimensionamento da Populaccedilatildeo

A POPULACcedilAtildeO (5 Pessoas

apart)

6 apartamentos por pavimento

36 apartamentos por bloco

396 apartamentos

por superquadra

1980 pessoas por

superquadra

8 apartamentos por pavimento

48 apartamentos por bloco

528 apartamentos

por superquadra

2640 pessoas por

superquadra

10 apartamentos por pavimento

60 apartamentos por bloco

660 apartamentos

por superquadra

3300 pessoas por

superquadra

12 apartamentos por pavimento

72 apartamentos por bloco

792 apartamentos

por superquadra

3960 pessoas por

superquadra

Caacutelculo para as faixas 100 200 e 300 (seis pavimentos) Fonte SUDUR

O estudo apresentado por Brino (Brasiacutelia Superquadras Residenciais)

considera uma famiacutelia composta por cinco pessoas para cada apartamento

nesse caso iremos desconsiderar essa informaccedilatildeo e basearmos nos dados

apresentados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica (IBGE) Nos

dados do IBGE (Censo Demograacutefico 2010) constam que a meacutedia de

moradores em domiciacutelios particulares ocupados eacute de 33 moradores

Partindo dos elementos de precipitaccedilatildeo aacuterea de projeccedilatildeo por bloco

meacutedia de moradores por apartamento total de apartamentos de um preacutedio e

consumo meacutedio de aacuteguadia por habitante podemos dar inicio as formas de

captaccedilatildeo e armazenamento de aacuteguas pluviais

32 ndash Aacuteguas pluviais e aacuteguas cinzas

Mas porque focar em aproveitamento de aacuteguas pluviais Segundo

Rapoport (2004 p 1) ldquoo aumento populacional acompanhado pelas mudanccedilas

climaacuteticas globais vem contribuindo para o aumento na demanda por recursos

hiacutedricosrdquo Ainda expotildee que ldquoembora a aacutegua seja um recurso renovaacutevel ela

tende a se deteriorar em funccedilatildeo do seu uso indiscriminado o que compromete

consequentemente a quantidade de aacutegua com qualidade disponiacutevel para o

consumo nas diversas localidadesrdquo (Rapoport 2004 p 1)

Um fato importante abordado por Rapoport (2004 p1) eacute que ldquoa

quantidade de aacutegua disponiacutevel eacute sempre a mesma jaacute que estaacute sempre sendo

renovada atraveacutes do ciclo hidroloacutegico Entretanto a aacutegua de qualidade para

consumo estaacute se tornando rarardquo A tiacutetulo de esclarecimento ldquosabe-se que o

ciclo hidroloacutegico se constitui basicamente do transporte de massas drsquoaacutegua do

oceano para atmosfera por evaporaccedilatildeo e da atmosfera atraveacutes de

precipitaccedilotildees escoamentos superficiais e subterracircneos para os oceanos

influenciando diretamente a distribuiccedilatildeo e extensatildeo dos corpos drsquoaacutegua

continentaisrdquo (Rapoport 2004 p 1) Sendo assim a interferecircncia humana tem

causado alteraccedilotildees no ciclo hidroloacutegico em diversas regiotildees Esse assunto

seraacute melhor abordado mais adiante pois o uso do sistema de captaccedilatildeo pode

influenciar no ciclo hidroloacutegico negativamente mas utilizado da forma

adequada pode continuar mantendo o ciclo equilibrado

Aleacutem do uso indevido da aacutegua e de sua escassez Lima e Machado

(2008 p 13) apontam que ldquooutro fator importante eacute o aumento de inundaccedilotildees e

enchentes devido ao escoamento superficial da aacutegua de chuva e da

impermeabilizaccedilatildeo do solordquo Portanto a captaccedilatildeo de aacuteguas pluviais pode

contribuir para a reduccedilatildeo dos transtornos hiacutedricos urbanos e ao mesmo tempo

reduzir a demanda por aacutegua potaacutevel da companhia de distribuiccedilatildeo local

Segundo Amorim e Pereira (2008 p 54) ldquouma das soluccedilotildees em estudo

para aumentar a oferta de aacutegua para as edificaccedilotildees eacute o aproveitamento da

aacutegua pluvial Esta apresenta uma boa alternativa visto que aleacutem de reduzir o

consumo de aacutegua potaacutevel ainda surge como uma accedilatildeo no combate agraves

enchentes funcionando como uma medida natildeo-estrutural do sistema de

drenagem urbanardquo Mas o que eacute necessaacuterio para formar um sistema de

captaccedilatildeo adequado e funcional Amorim e Pereira (2008 p 54) apresentam

que ldquoos sistemas de aproveitamento de aacutegua pluvial satildeo formados basicamente

pela aacuterea de captaccedilatildeo (geralmente coberturas) os componentes de transporte

(calhas e condutores verticais) e o reservatoacuteriordquo Cabe ressaltar que para esse

estudo a captaccedilatildeo das aacuteguas pluviais seraacute destinada apenas para a utilizaccedilatildeo

em ldquoaacuteguas cinzasrdquo Neste sentido o reuso das aacuteguas cinzas que satildeo as aacuteguas

provenientes de todas as atividades domeacutesticas com exceccedilatildeo de fontes de

aacuteguas negras tais como sanitaacuterios bidecircs e urinol vem sendo estudadas com

vista ao reuso tanto em irrigaccedilatildeo como em sanitaacuterios (Rapoport 2004 p 8)

Retomando os dados apresentados pela SABESP (2010) temos a

tabela 04 a qual apresenta os dados de consumo domeacutestico e em sequecircncia o

graacutefico 01 que demonstram que se analisarmos as quantidades de aacutegua

utilizada no consumo domeacutestico teremos uma base para o tamanho do

reservatoacuterio E posteriormente a tabela 05 mostra em que situaccedilotildees se podem

reutilizar as aacuteguas pluviais

Tabela 04 Consumo domeacutestico de aacutegua

Litros

Cozinhar e Beber 54

Tomar Banho e Escovar os Dentes 50

Descarga de Banheiro 66

Lavagem de Roupa 24

Outras Tarefas 6

Total = 200

Fonte SABESP (2010)

27

25

33

12

3

Cozinhar e Beber

Tomar Banho e Escovar osDentes

Descarga de Banheiro

Lavagem de Roupa

Outras Tarefas

Descarga de Banheiro

6875

Lavagem de Roupa

25

Outras Tarefas 625

Graacutefico 01 Consumo Domeacutestico de Aacutegua

Tabela 05 Percentual para reutilizaccedilatildeo de aacuteguas pluviais

Graacutefico 02 Percentual para Reutilizaccedilatildeo de Aacuteguas Pluviais

Porcentagem ()

Descarga de Banheiro 66 6875

Lavagem de Roupa 24 25

Outras Tarefas 6 625

Total = 96 100

Fonte SABESP(2010)

33 ndash Meacutetodos de Dimensionamento do Reservatoacuterio

Amorim e Pereira (2008 p 54 Soares et al 2000 apud May 2004)

apresentam que existem quatro grupos principais para o dimensionamento do

reservatoacuterio

(a) Meacutetodos determiniacutesticos os dados referentes agrave precipitaccedilatildeo

pluviomeacutetrica e agrave demanda satildeo analisados pela curva de massa

(b) Meacutetodos aproximados baseados em relaccedilotildees empiacutericas

conhecidas

(c) Meacutetodos de modelaccedilatildeo satildeo tambeacutem conhecidos como meacutetodos

de transiccedilatildeo probabiliacutestica da matriz e

(d) Meacutetodos de anaacutelise de sistemas sendo linear natildeo linear ou

programaccedilatildeo dinacircmica

Dentro desses grupos de dimensionamento temos os diversos meacutetodos

meacutetodo de Rippl que consiste na determinaccedilatildeo do volume com base na aacuterea

de captaccedilatildeo que eacute subdivido em meacutetodo analiacutetico e meacutetodo graacutefico meacutetodo de

consideraccedilatildeo dos periacuteodos de dias consecutivos sem chuva que necessita da

observaccedilatildeo dos registros pluviomeacutetricos para identificar os maiores periacuteodos de

dias consecutivos sem chuvas e sua taxa de repeticcedilatildeo meacutetodo de anaacutelise de

simulaccedilatildeo de um reservatoacuterio com capacidade suposta que consiste

basicamente na fixaccedilatildeo de um volume para o reservatoacuterio e na verificaccedilatildeo do

percentual de consumo que seraacute atendido meacutetodo praacutetico brasileiro meacutetodo

praacutetico alematildeo meacutetodo praacutetico inglecircs e o meacutetodo praacutetico australiano (Amorim

e Pereira 2008 p 55-58)

34 ndash Anaacutelise de caso para um preacutedio da Superquadra 111 Norte

A partir dos dados jaacute apresentados temos que o objeto de estudo eacute um

preacutedio residencial localizado na Superquadra 111 Norte que possui uma aacuterea

de projeccedilatildeo de 1069msup2 com seis (6) pavimentos constituindo uma aacuterea

construiacuteda de 6414msup2 apresentando seis (6) apartamentos por pavimento e

consequentemente trinta e seis (36) apartamentos no total (Brino Brasiacutelia

Superquadras Residenciais) O preacutedio conteacutem 33 habitantes por apartamento

(IBGE 2010) que consomem em meacutedia cerca de 190 litros de aacuteguadia

resultando em um consumo mensal de aproximadamente 6msup3 por pessoa

(CAESB) mas como a aacutegua captada da chuva seraacute utilizada apenas para

suprir a demanda de aacutegua cinza temos 66 litros para descarga de vasos

sanitaacuterios

Temos entatildeo que a demanda por aacutegua por habitante nesse edifiacutecio eacute

dada por

119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119898119900119903119886119889119900119903 = 66119871 = 66119871119863119894119886

119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119886119901119886119903119905119886119898119890119899119905119900 = 33119901 times 66119871 ~ 217 119871119863119894119886

119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119901119903eacute119889119894119900 = (33119901 times 66119871) times 36 ~ 7840119871119863119894119886

119863119890119898119886119899119889119886 119898119890119899119904119886119897 119901119900119903 119901119903eacute119889119894119900 =7840119871

119889119894119886times 30119863119894119886119904 = 235224119871

Legenda L = Litros p = Pessoas

Para facilitar nos caacutelculos ao aplica-los para o reservatoacuterio e para o

sistema de captaccedilatildeo eacute necessaacuterio realizar a conversatildeo de litros para msup3

(metros cuacutebicos) Sendo assim 66L = 0066msup3 217L = 0217msup3 7840L =

7840msup3 e 235224L = 235224msup3

Seraacute utilizado o ano de 2014 para os dados de precipitaccedilatildeo da estaccedilatildeo

meteoroloacutegica de Brasiacutelia localizada na Latitude (ordm) -158 Longitude (ordm)-479

fornecidos pela professora Rafaela Lisboa durante o periacuteodo chuvoso O ano

de 2014 apresenta registros jornaliacutesticos de alagamento nos meses de

Fevereiro com precipitaccedilatildeo de 1392 msup3 Marccedilo com precipitaccedilatildeo de 3402msup3

e Dezembro com precipitaccedilatildeo de 3667msup3 Importante ressaltar que o setor

Noroeste de Brasiacutelia foi construiacutedo em 2011 (site G1) o que aumentou a aacuterea

de solo impermeabilizado e a reduccedilatildeo no escoamento superficial da aacutegua

ocasionando em um aumento nas enchentes e alagamentos na Asa Norte

Segundo Amorim e Pereira (2008 p57) um dos meacutetodos a ser utilizado

para poder saber o volume de aacutegua aproveitaacutevel e consequentemente o

volume de aacutegua do reservatoacuterio Trata-se de um meacutetodo empiacuterico apresentado

na NBR 155272007 O volume de aacutegua do reservatoacuterio V expresso em L eacute

exposto a seguir

119872eacute119905119900119889119900 119875119903aacute119905119894119888119900 119861119903119886119904119894119897119890119894119903119900

119881 = 0042 times 119875 times 119860 times 119879

Em que ldquoVrdquo representa o volume de aacutegua aproveitaacutevel e o volume de

aacutegua do reservatoacuterio (L) ldquoPrdquo a precipitaccedilatildeo meacutedia mensal (mm) ldquoArdquo a aacuterea de

coleta em projeccedilatildeo ldquoTrdquo nuacutemero de meses de pouca chuva ou seca e ldquo0042rdquo eacute

um coeficiente estipulado

Portanto segundo Fontanela (2010 p 25) para estipular o volume do

reservatoacuterio temos que calcular 42 do produto entre o volume de chuva

coletada pelo telhado e o nuacutemero de meses com pouca chuva ou seca

Atribuindo valores do ano de 2014 temos que

119881 = 0042 times 1399119898119898 times 1069 times 5

119881~ 31406119871 119900119906 31406119898sup3

Ressaltando que esse valor obtido eacute uma estimativa do tamanho do

reservatoacuterio e que pode haver um reservatoacuterio de maior capacidade

De forma comparativa eacute de bom senso que se faccedila outro caacutelculo com um

meacutetodo alternativo

Amorim e Pereira (2008 p56) expotildeem que existe um meacutetodo de anaacutelise

de simulaccedilatildeo do reservatoacuterio com capacidade suposta o qual consiste

basicamente na fixaccedilatildeo de um volume para o reservatoacuterio e na verificaccedilatildeo de

consumo que seraacute atendido Sendo assim ldquoo primeiro passo para a aplicaccedilatildeo

desse meacutetodo eacute adotar alguns valores possiacuteveis para o volume com base na

estimativa do consumo mensal de aacutegua natildeo potaacutevelrdquo (Amorim e Pereira 2008

p57) Portanto partindo do ponto que o preacutedio consome cerca de 235000L

devemos calcular uma base que possa ser favoraacutevel economicamente

119872eacute119905119900119889119900 119889119890 119878119894119898119906119897119886ccedilatilde119900 119889119900 119877119890119904119890119903119907119886119905oacute119903119894119900

235224119871 rarr 100

119881 rarr 30

119881 ~ 70000119871 119900119906 70119898sup3

Tambeacutem haacute outra alternativa apresentada por L Pereira (Viabilidade

EconocircmicoAmbiental p 18)

119881119886119888 = 119860119879 times 119875119875119872119860 lowast

119881119886119888 = 1069119898sup2 times 1399119898sup3 = 1495531119898sup3119886119899119900

Equaccedilatildeo a qual ldquoVacrdquo corresponde ao volume de aacutegua captado ldquoATrdquo

aacuterea do telhado e ldquoPPMArdquo eacute a precipitaccedilatildeo pluviomeacutetrica meacutedia mensal

Poreacutem o resultado obtido eacute para os 12 meses do ano e como foi visto no

ano de 2014 temos 7 meses com chuva portanto

119881119886119888 =119879119900119905119886119897

1198983

1198861198991199007 119898119890119904119890119904

lowast

119881119886119888 =1495531119898sup3119886119899119900

7= 21364119898sup3 119900119906 213640119871

dados somente seriam vaacutelidos se a precipitaccedilatildeo fosse uniforme durante os 7 meses de chuva

341 ndash Anaacutelise de caso para a Superquadra 111 Norte

Retomando a tabela 02 temos que a quadra apresenta 11 preacutedios

aproximadamente que variam o nuacutemero de apartamentos por pavimentos e

consequentemente o nuacutemero de moradores mas os edifiacutecios continuam tendo

uma aacuterea de 1069msup2 gerando um uma aacuterea total de 70554msup2 mas teremos

como base os caacutelculos feitos para o preacutedio selecionado no item 34

Realizando um caacutelculo baacutesico tem-se como estimativa de

armazenamento para esta quadra o seguinte

119872eacute119905119900119889119900 119875119903aacute119905119894119888119900 119861119903119886119904119894119897119890119894119903119900

119881~ 31406119871 119900119906 314061198983

11 119875119903eacute119889119894119900119904 times 31406119871 = 345466119871 119900119906 345466119898sup3

119872eacute119905119900119889119900 119889119890 119878119894119898119906119897119886ccedilatilde119900 119889119900 119877119890119904119890119903119907119886119905oacute119903119894119900

119881 ~ 70000119871 119900119906 701198983

11 119875119903eacute119889119894119900119904 times 70000119871 = 770000

119881119900119897119906119898119890 119889119890 aacute119892119906119886 119888119886119901119905119886119889119900 lowast

119881119886119888 = 213641198983119900119906 213640119871

11 119875119903eacute119889119894119900119904 times 213640119871 = 2350040119871 119900119906 235004119898sup3

dados somente seriam vaacutelidos se a precipitaccedilatildeo fosse uniforme durante os 7 meses de chuva

119863119890119898119886119899119889119886 119905119900119905119886119897 119889119886 119902119906119886119889119903119886 119888119900119898 119889119890119904119888119886119903119892119886 119889119890 119887119886119899ℎ119890119894119903119900

11 119875119903eacute119889119894119900119904 times 235224119871 = 2587464119871 119900119906 2587464119898sup3

Segundo Brino (Brasiacutelia Superquadras Residenciais) temos que as

dimensotildees maacuteximas de uma superquadra satildeo de 280x280m resultando numa

aacuterea de 78400msup2 que eacute denominado de Aacuterea Total (AT) A partir disso foi

definido que deveria existir uma faixa externa de 20m denominada de non

aedificandi que foi destinada ao plantio de uma ldquomassa vegetalrdquo de grande

porte e no interior da quadra encontra-se a aacuterea aedificandi a qual possui

240x240m e uma aacuterea de 57600msup2 Realizando uma subtraccedilatildeo da Aacuterea total

pela Aacuterea aedificandi obtecircm-se que a aacuterea non aedificandi eacute de 20800msup2 que

corresponde a 265 da aacuterea total

Com base nessas informaccedilotildees eacute necessaacuterio atentar-se ao detalhe de

que uma parte da precipitaccedilatildeo cai no solo e outra parte nos telhados dos

preacutedios Sendo assim parte da chuva pode ser aproveitada pelo sistema de

captaccedilatildeo enquanto outra parte chega ao solo sem uma interferecircncia direta no

ciclo hidroloacutegico

35 ndash Funcionamento do sistema de captaccedilatildeo

Eacute importante frisar que o sistema de aproveitamento de aacuteguas pluviais eacute

regido pela norma NBR 15527 (Associaccedilatildeo Brasileira de Normas Teacutecnicas

2007) norma a qual faz algumas consideraccedilotildees importantes para implantaccedilatildeo

e correto funcionamento do sistema de captaccedilatildeo Alguns destes satildeo

435 ndash O volume dos reservatoacuterios deve ser dimensionado com

base em criteacuterios teacutecnicos econocircmicos e ambientais levando em

conta as boas praacuteticas da engenharia podendo a criteacuterio do

projetista ser utilizados os meacutetodos contidos no Anexo A ou

outro desde que devidamente justificado

Item 436 ndash Os reservatoacuterios devem ser limpos e desinfetados

com soluccedilatildeo de hipoclorito de soacutedio no miacutenimo uma vez por ano

de acordo com agrave ABNT NBR 5626

Item 442 ndash As tubulaccedilotildees e demais componentes devem ser

claramente diferenciados das tubulaccedilotildees de aacutegua potaacutevel

Item 443 ndash O sistema de distribuiccedilatildeo de chuva deve ser

independente do sistema de aacutegua potaacutevel natildeo permitindo a

conexatildeo cruzada de acordo com agrave ABNT NBR 5626

Item 444 ndash Os pontos de consumo como por exemplo uma

torneira de jardim devem ser de uso restrito e identificados com

placa de advertecircncia com a seguinte inscriccedilatildeo ldquoaacutegua natildeo potaacutevelrdquo

e identificaccedilatildeo graacutefica

Item 445 ndash Os reservatoacuterios de aacutegua de distribuiccedilatildeo de aacutegua

potaacutevel e de aacutegua da chuva devem ser separados

Item 461 ndash Quando necessaacuterio o bombeamento este deve

atender agrave ABNT NBR 12214

Deve-se realizar manutenccedilatildeo em todo o sistema de

aproveitamento de aacutegua de chuva

Para maiores esclarecimentos ldquoo funcionamento de um sistema de

coleta e aproveitamento de aacutegua pluvial consiste de maneira geral na captaccedilatildeo

da aacutegua da chuva que cai sobre os telhados ou lajes da edificaccedilatildeo A aacutegua eacute

conduzida ateacute o local de armazenamento atraveacutes de calhas condutores

horizontais e verticais passando por equipamentos de filtragem e descarte de

impurezas Apoacutes passar pelo filtro a aacutegua eacute armazenada geralmente em

reservatoacuterio enterrado (cisterna) e bombeada a um segundo reservatoacuterio

(elevado) do qual as tubulaccedilotildees especiacuteficas de aacutegua pluvial iratildeo distribuiacute-la

para o consumo natildeo potaacutevelrdquo (Carvalho 2010 p 27 e 28) Conforme ilustra a

imagem a seguir

Figura 02 Funcionamento de um Sistema de Captaccedilatildeo

Fonte Adatildeo D Padini (2013)

De forma mais simplificada podemos ver a representaccedilatildeo no fluxograma

a seguir

Figura 03 Fluxograma do Sistema de Captaccedilatildeo

Fonte Leandro Roncato Pereira

351 ndash Dificuldades para implantaccedilatildeo do sistema

Tal sistema apresenta como dificuldade o local onde seriam instaladas

as cisternas uma vez que geraria um peso sobre o telhado Dessa forma o

sistema seria instalado no jardim cobrando um custo adicional

352 ndash Custo de implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo fechado em um

preacutedio

Na implantaccedilatildeo desse sistema os materiais utilizados teratildeo como base o

meacutetodo praacutetico brasileiro e para aumentar a eficiecircncia do sistema o volume de

31406L seraacute arredondado para 35000L

Os valores de alguns dos materiais apresentados a seguir seguem os

dos apresentados no trabalho de L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental

p 18) apenas o valor da caixa drsquoaacutegua de 10000L foi obtido atraveacutes de

pesquisas em lojas de construccedilatildeo e assim utilizando a de menor valor

Tambeacutem devemos considerar que a bomba consome energia ao bombear aacutegua

para o preacutedio (CEB) portanto os valores seguem conforme a tabela a seguir

Tabela 06 Preccedilo dos Produtos do Sistema de Captaccedilatildeo sem Fluxo

Produto Quantidade Valor unitaacuterio (R$) Valor total (R$)

Cx Daacutegua 10000L 3 496090 1488270

Cx Daacutegua 5000L 1 108000 108000

Boacuteia Eleacutetrica 1 2750 2750

Boacuteia Comum 1 1220 1220

Registro de Gaveta

1 3490 3490

Bomba Anauger 1 23000 23000

Filtro 3P VF1 1 22000 22000

Tubulaccedilotildees 7000 7000

Disjuntor 1 1310 1310

Escavaccedilatildeo Msup3 3666 128310

Matildeo de Obra 1 58574 58574

Energia 054 054

Total 13 727154 1843978

Observaccedilatildeo Pelo fato desse estudo se tratar de um modelo de implantaccedilatildeo

o custo das tubulaccedilotildees vai variar de acordo com a demanda necessitada pelo

preacutedio portanto podendo variar de acordo com o projeto implantado Para este

estudo seraacute adotado o valor de R$ 7000

Observaccedilatildeo Pelo fato desse trabalho tratar-se de um modelo de

implantaccedilatildeo o custo da energia pode variar de acordo com a demanda necessitada

pelo preacutedio portanto podendo variar de acordo com o uso da bomba Para este

estudo seraacute adotado o valor de R$ 054 que eacute o valor do KwH cobrado pela CEB

Segundo Saravy (2010 p 46) haacute tambeacutem um custo para manutenccedilatildeo do

sistema conforme a tabela a seguir

Tabela 07 Preccedilo de Manutenccedilatildeo do Sistema de Captaccedilatildeo

Com esses dados podemos ver o valor total final a ser pago pelo

sistema de captaccedilatildeo que eacute de R$ 1889978

36 ndash Taxas e valores cobrados para utilizaccedilatildeo de aacutegua

Segundo a Companhia de Saneamento Ambiental do Distrito Federal (CAESB)

quando vaacuterias residecircncias satildeo atendidas por uma uacutenica ligaccedilatildeo de aacutegua eacute aplicado o

conceito de consumo ldquoPara exemplificar podemos citar um preacutedio residencial onde

cada apartamento corresponde a uma unidade de consumordquo (CAESB) Contudo o

caacutelculo de gastos seraacute realizado primeiro em um apartamento e posteriormente

multiplicado pelo total de apartamentos do preacutedio uma vez que os preacutedios

residecircncias da Asa Norte pagam a conta de aacutegua atraveacutes do condomiacutenio O preacutedio

Componente Frequecircncia da Manutenccedilatildeo

Custo da Manutenccedilatildeo

Calhas e Condutores

Semestral R$ 13000

Reservatoacuterio Limpeza e

Desinfecccedilatildeo Anual

R$ 20000

desse estudo apresenta um hidrocircmetro que mede o consumo de aacutegua para o todo o

preacutedio

Eacute de suma importacircncia destacar tambeacutem que haacute uma taxa de esgoto que eacute

cobrada pela CAESB consequentemente ldquoo valor da tarifa de esgotos corresponde

a 100 do valor da tarifa de aacutegua exceto quando se tratar de coleta do tipo

condominial que equivale a 60 do valor da tarifa de aacuteguardquo (CAESB)

Deste modo a CAESB utiliza tarifas para diversas categorias de moradia e

comeacutercio e neste estudo seraacute aplicada a tarifa de ldquoresidencial normalrdquo em

concordacircncia com a tabela a seguir

Tabela 08 Valor da Tarifa Cobrado pela CAESB

Para melhor compreensatildeo do caacutelculo que a CAESB faz temos uma conta do

condomiacutenio do preacutedio da Superquadra 111 Norte

Figura 04 Conta Discriminada do Condomiacutenio

Fonte Condomiacutenio do Preacutedio

O caacutelculo feito pela CAESB consiste primeiramente em saber a demanda de

aacutegua gasta em metros cuacutebicos por Unidade de Consumo ndash apartamento ndash para

saber qual faixa ldquomsup3rdquo eacute aplicada Apoacutes saber qual a faixa ldquomsup3rdquo que se enquadra eacute

atribuiacutedo o volume por UC (em msup3) em sequecircncia multiplica-se o volume por UC ou

volume da faixa pelo nuacutemero de UCrsquos correspondente para se obter o volume total

gasto (em msup3) Tendo o volume total gasto basta multiplicar pelo preccedilo corresponde

agrave faixa a qual se encaixa o consumo e assim obtendo o valor total a pagar A partir

do momento que se tem o valor total a pagar eacute necessaacuterio acrescer 100 do valor

para cobrir a tarifa de esgoto conforme a figura

Partindo desses dados podemos calcular por apartamento quanto eacute cobrado

pela CAESB a partir dos dados apresentados no capiacutetulo 34

119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119886119901119886119903119905119886119898119890119899119905119900 = 33119901 times 66119871 ~ 217119871

119863119894119886

119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119886119901119886119903119905119886119898119890119899119905119900 119886119900 119898ecirc119904 = 217119871119889119894119886 times 30119863119894119886119904 = 6510119871 119900119906 65101198983

Com base nesses dados temos que calcular o volume total de descarga em

sanitaacuterios que o preacutedio consome com a seguinte foacutermula

119881119879 = 119881119865 times 119873ordm 119889119890 119880119862prime119904

119881119879 = 10119898sup3 times 36 = 360119898sup3

Em que ldquoVTrdquo corresponde ao volume total do preacutedio ldquoVFrdquo ao volume da faixa

que eacute estipulado pela CAESB e ldquoUCrsquosrdquo satildeo as unidades de consumo que eacute correlato

ao nuacutemero de apartamentos existente

Portanto o total a se pagar em um mecircs eacute calculado da seguinte forma

119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 119881119879 times 119879119886119903119894119891119886 119889119890 aacute119892119906119886 + 119879119886119903119894119891119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900

119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 360119898sup3 times 119877$ 265 + 119879119886119903119894119891119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900

119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 954 + 119877$ 954 = 119877$ 1908

Em 7 meses seriam pagos em descarga

119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 1908 times 7 119872119890119904119890119904 = 119877$ 13356

37 ndash Caacutelculos de economia e retorno de investimento para um sistema

fechado

Conforme exposto por L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental p 15)

ldquopara o caacutelculo da economia da taxa de aacutegua multiplica-se o valor do msup3 (valor

cobrado por msup3 do responsaacutevel pelo fornecimento de aacutegua na cidade []) pelo

volume captado e entatildeo obtecircm-se o valor economizado por ano na taxa de aacuteguardquo

Recapitulando que para esse estudo seraacute utilizado o meacutetodo praacutetico brasieliro

devido aos meses de seca ou pouca chuva

Sendo assim

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119881119886119897119900119903 119889119900 1198983 times 119881119900119897119906119898119890 119888119886119901119905119886119889119900

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 265 times 314061198983

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 8322

Essa economia de R$ 8322 eacute para um mecircs de chuva para o preacutedio todo

sendo assim para os 7 meses de chuva tem-se

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119890 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 8322 times 7 119898119890119904119890119904 = 119877$ 58254

Ainda segundo L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental p 16) para o

caacutelculo da economia referente ao esgoto eacute necessaacuterio multiplicar o valor do msup3 pelo

volume captado e por 08 uma vez que considera-se 20 de perda ou seja para

cada 1 litro de aacutegua que chega na residecircncia eacute cobrado 08 litros para o tratamento

do esgoto

Portanto tem-se

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119881119886119897119900119903 119889119900 1198983 times 119881119900119897119906119898119890 119888119886119901119905119886119889119900 times 08

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900 = 119877$ 265 times 314061198983 times 08

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 6658

Esse valor encontrado de R$ 6658 corresponde a um mecircs de chuva para o

preacutedio sendo assim o total economizado pelo preacutedio em 7 meses eacute de

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119890 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 6658 times 7 119898119890119904119890119904 = 119877$ 46606

ldquoPara o caacutelculo do retorno do investimento divide-se o valor investido pela

economia anual com a implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo e reaproveitamento da

aacutegua pluvialrdquo L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental p 16)

Portanto para 7 meses de chuva tem-se o seguinte

119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 =119881119886119897119900119903 119894119899119907119890119904119905119894119889119900

119864119888119900119899119900119898119894119886 (7119898119890119904119890119904)

119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 = 119877$ 1843924

119877$ 58254 + 119877$ 46606

119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 = 119877$ 1843924

119877$ 9446

119877119890119905119900119903119899119900

119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900= 1952 119886119899119900119904

38 ndash Caacutelculos de dimensionamento para um sistema com fluxo

Os caacutelculos apresentados no subitem anterior satildeo relativos a um sistema

o qual natildeo adota a possibilidade de fluxo dentro do reservatoacuterio Quando se

fala em fluxo temos que considerar que ao mesmo tempo em que o preacutedio

utiliza aacutegua do reservatoacuterio de aacutegua pluvial o mesmo vai enchendo com aacutegua

pluvial Portanto haacute um ciclo no qual o preacutedio demanda aacutegua do reservatoacuterio e

o mesmo vai enchendo conforme chove no local

Sabendo que a meacutedia mensal eacute de 1399msup3 eacute preciso multiplicar isso

por 12 para se obter o quanto choveu em 2014 Sendo assim

119879119900119905119886119897 119886119900 119886119899119900 = 1399119898119898 times 12 119898119890119904119890119904

119879119900119905119886119897 119886119900 119886119899119900 = 16788119898119898

Mas como foi visto o periacuteodo chuvoso eacute de 7 meses entatildeo temos

119875119903119890119888119894119901119894119905119886ccedilatilde119900 119901119886119903119886 7 119898119890119904119890119904 = 16788119898119898 divide 7 = 2398119898119898

Com isso eacute necessaacuterio realizar o caacutelculo da meacutedia de captaccedilatildeo de aacutegua

por mecircs para a aacuterea de 1069msup2

119872119890119889119894119886 119889119890 119862119886119901119905119886ccedilatilde119900 = 2398119898119898 times 1069119898sup2

119872eacute119889119894119886 119889119890 119862119886119901119905119886ccedilatilde119900 = 256346119871 119900119906 256346119898sup3

Ao considerar o valor obtido temos que realizar o quanto seria captado

diariamente

119872eacute119889119894119886 119889119894aacute119903119894119886 = 256346119898sup3 divide 30 119889119894119886119904 = 85119898sup3119889119894119886

A partir desses caacutelculos podemos realizar a seguinte comparaccedilatildeo O

preacutedio consome cerca de 78msup3 ao dia de aacutegua para descarga de vasos sanitaacuterios

enquanto a meacutedia diaacuteria de captaccedilatildeo eacute de 85msup3 por conseguinte temos um fluxo

positivo de aacutegua para o reservatoacuterio de 067msup3dia nos dias chuvosos

Se colocarmos um reservatoacuterio de 35msup3 sem nenhuma aacutegua

armazenada poderemos constatar que o reservatoacuterio iria encher por completo em

cerca de 53 dias conforme o caacutelculo a seguir

351198983 = 0671198983 times 119909 119889119894119886119904

119909 119889119894119886119904 = 35119898sup3 divide 067119898sup3 = 5223 119889119894119886119904

Analisando esses dados temos que a partir do 54ordm dia o reservatoacuterio

estaria completamente cheio e no restante dos 156 dias que teriacuteamos de chuva

esses 067msup3 seriam de certa forma desperdiccedilados uma vez que esse fluxo de

067msup3 ao final dos 7 meses gerariam cerca de 1407msup3 enquanto o reservatoacuterio tem

a capacidade de 35msup3 conforme o caacutelculo a seguir

119875119900119905119890119899119888119894119886119897 = 067119898sup3 times 156 119889119894119886119904 = 1045119898sup3

Se considerarmos esse fluxo positivo de 067msup3dia temos que ao final

dos 210 dias (7meses) seria possiacutevel armazenar 1407 msup3 de aacutegua Com um

reservatoacuterio de 35msup3 1057msup3 estariam sendo escoados para fora do reservatoacuterio

Portanto o ideal seria um reservatoacuterio que se aproxime de 1407msup3 para que ao

final dos 7 meses toda aacutegua possiacutevel fosse armazenada no entanto o reservatoacuterio

deveria ser de 145msup3

Devemos considerar ainda que ao final dos 7 meses o reservatoacuterio

estaria cheio no periacuteodo de seca conseguiria abastecer o preacutedio de acordo com a

demanda do preacutedio sendo assim

119880119905119894119897119894119911119886ccedilatilde119900 119899119886 119904119890119888119886 = 119879119900119905119886119897 119889119900 119903119890119904119890119903119907119886119905oacute119903119894119900 divide 119863119890119898119886119899119889119886 119889119894aacute119903119894119886

119880119905119894119897119894119911119886ccedilatilde119900 119899119886 119904119890119888119886 = 1451198983 divide 781198983119889119894119886

119880119905119894119897119894119911119886ccedilatilde119900 119899119886 119904119890119888119886 = 1858 119889119894119886119904

381 ndash Custo de implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo com fluxo em um

preacutedio

Na implantaccedilatildeo desse sistema os materiais utilizados teratildeo como base

as estimativas que foram apresentadas no subitem anterior e para aumentar a

eficiecircncia do sistema o volume de 1400007L seraacute arredondado para

145000L

Devido ao tamanho do reservatoacuterio eacute de se esperar que o reservatoacuterio

natildeo seja instalado em cima do preacutedio uma vez que a estrutura do preacutedio natildeo

conseguiria suportar o peso que o reservatoacuterio faria sobre o telhado

consequentemente o reservatoacuterio deveraacute ser instalado no jardim do preacutedio que

iraacute gerar um custo a mais por conta da escavaccedilatildeo

Os valores de alguns dos materiais apresentados a seguir seguem os

dos apresentados no trabalho de L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental

p 18) apenas o valor da caixa drsquoaacutegua de 10000L foi obtido atraveacutes de

pesquisas em lojas de construccedilatildeo e assim utilizando a de menor valor

conforme a tabela a seguir Segundo o Saneamento de Goiaacutes SA (SANEAGO)

o custo de escavaccedilatildeo eacute calculado a partir do total de msup3 aleacutem de 3m de

profundidade

Tabela 09 Preccedilo dos Produtos do Sistema de Captaccedilatildeo com Fluxo

Observaccedilatildeo Pelo fato desse estudo se tratar de um modelo de implantaccedilatildeo

o custo das tubulaccedilotildees vai variar de acordo com a demanda necessitada pelo

preacutedio portanto podendo variar de acordo com o projeto implantado Para este

estudo seraacute adotado o valor de R$ 7000

Observaccedilatildeo Pelo fato desse trabalho tratar-se de um modelo de

implantaccedilatildeo o custo da energia pode variar de acordo com a demanda necessitada

pelo preacutedio portanto podendo variar de acordo com o uso da bomba Para este

estudo seraacute adotado o valor de R$ 054 que eacute o valor do KwH cobrado pela CEB

Produto Quantidade Valor unitaacuterio (R$) Valor total (R$)

Cx Daacutegua 10000L 14 496090 6945260

Cx Daacutegua 5000L 1 108000 108000

Boacuteia Eleacutetrica 1 2750 2750

Boacuteia Comum 1 1220 1220

Registro de Gaveta

1 3490 3490

Bomba Anauger 1 23000 23000

Filtro 3P VF1 1 22000 22000

Tubulaccedilotildees 7000 7000

Disjuntor 1 1310 1310

Escavaccedilatildeo Msup3 3666 53157

Matildeo de Obra 1 58574 58574

Energia 054 054

Total 13 727154 7704228

382 ndash Caacutelculos de economia e retorno de investimento para um sistema

com fluxo

Partindo dos dados apresentados podemos calcular por apartamento quanto eacute

cobrado pela CAESB a partir dos dados apresentados no capiacutetulo 34

119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119886119901119886119903119905119886119898119890119899119905119900 = 33119901 times 66119871 ~ 217119871

119863119894119886

119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119886119901119886119903119905119886119898119890119899119905119900 119886119900 119898ecirc119904 = 217119871119889119894119886 times 30119863119894119886119904 = 6510119871 119900119906 65101198983

Em que ldquoVTrdquo corresponde ao volume total do preacutedio ldquoVFrdquo ao volume da faixa

que eacute estipulado pela CAESB e ldquoUCrsquosrdquo satildeo as unidades de consumo que eacute correlato

ao nuacutemero de apartamentos existente

Portanto o total a se pagar em um mecircs eacute calculado da seguinte forma

119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 119881119879 times 119879119886119903119894119891119886 119889119890 aacute119892119906119886 + 119879119886119903119894119891119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900

119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 360119898sup3 times 119877$ 265 + 119879119886119903119894119891119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900

119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 954 + 119877$ 954 = 119877$ 1908

Retomando o caacutelculo exposto por L Pereira (Viabilidade

EconocircmicoAmbiental p 15) no subitem anterior temos que o caacutelculo da CAESB

seria feito da seguinte maneira

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119881119886119897119900119903 119889119900 1198983 times 119881119900119897119906119898119890 119888119886119901119905119886119889119900

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 265 times 1451198983

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 38425

Esse caacutelculo eacute equivalente a um mecircs de captaccedilatildeo para os 7 meses

teremos o seguinte

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119890 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 38425 times 7 119898119890119904119890119904 = 119877$ 268975

Conforme foi visto para o caacutelculo da economia de esgoto eacute necessaacuterio

multiplicar o valor do msup3 pelo volume captado e por 08 uma vez que considera-se

20 de perda ou seja para cada 1 litro de aacutegua que chega na residecircncia eacute cobrado

08 litros para o tratamento do esgoto Portanto para um mecircs segue-se

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119881119886119897119900119903 119889119900 1198983 times 119881119900119897119906119898119890 119888119886119901119905119886119889119900 times 08

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900 = 119877$ 265 times 1451198983 times 08

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 3074

ldquoPara o caacutelculo do retorno do investimento divide-se o valor investido pela

economia anual com a implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo e reaproveitamento da

aacutegua pluvialrdquo L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental p 16)

Portanto para 7 meses de chuva tem-se o seguinte

119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 =119881119886119897119900119903 119894119899119907119890119904119905119894119889119900

119864119888119900119899119900119898119894119886 (7119898119890119904119890119904)

119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 = 119877$ 17704228

119877$ 268975 + 119877$ 21518

119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 = 119877$ 7704228

119877$ 484155

119877119890119905119900119903119899119900

119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900= 1591119886119899119900119904

4 ndash Conclusatildeo e Consideraccedilotildees Finais

De acordo com o que foi exposto temos que a implantaccedilatildeo do sistema de

captaccedilatildeo para o aproveitamento de aacuteguas pluviais eacute uma oacutetima alternativa para

substituiccedilatildeo da ldquoaacutegua cinzardquo possibilitando tambeacutem um destino mais correto do

ponto de vista ambiental para a aacutegua que se tornaria esgoto Como eacute de

conhecimento este tipo de meacutetodo eacute utilizado em diversas regiotildees natildeo somente

aquelas que sofrem com escassez de aacutegua

Mesmo sabendo que o Brasil possui um grande potencial hiacutedrico observamos

que uma parcela da populaccedilatildeo natildeo tem consciecircncia quanto ao gasto de aacutegua

gerando um grande desperdiacutecio de forma desnecessaacuteria Portanto partindo de um

pensamento racional um sistema de captaccedilatildeo seria viaacutevel para o aproveitamento da

aacutegua para fins de consumo domeacutestico mais precisamente ldquoaacutegua cinzardquo

Considerando os caacutelculos apresentados a partir da taxa de precipitaccedilatildeo meacutedia

em Brasiacutelia a criaccedilatildeo de um sistema de captaccedilatildeo pluvial predial traz benefiacutecios

econocircmicos e ambientais O projeto torna-se viaacutevel economicamente pois desde

que se faccedila a manutenccedilatildeo de forma adequada do sistema este teraacute uma vida uacutetil

longa e considerando que se obteacutem o retorno do investimento em aproximadamente

16 anos para um sistema com fluxo apoacutes este periacuteodo o sistema passa a ser

lucrativo para o preacutedio que implanta pois o custo eacute dividido no condomiacutenio dentre os

moradores do preacutedio

Analisando do ponto de vista ambiental o desenvolvimento urbano de Brasiacutelia

ocasionou em superfiacutecies impermeaacuteveis dificultando a absorccedilatildeo de aacuteguas pluviais

pelo solo e juntamente com o sistema de redes pluviais e o sistema de drenagem

ultrapassados os alagamentos e enchentes tecircm se tornado constante quando

ocorrem chuvas anormais Com as estimativas feitas neste trabalho eacute possiacutevel que

tais transtornos hiacutedricos urbanos possam ser amenizados a partir da implantaccedilatildeo do

sistema sem que afete o ciclo hidroloacutegico natural Logicamente essa natildeo eacute a

soluccedilatildeo uma vez que ela deve ser apenas um complemento agrave poliacuteticas publicas

poliacuteticas de incentivo entre outras medidas de cunho sustentaacutevel

Em vista disso a implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo e aproveitamento de

aacuteguas pluviais acarretaria em uma significativa melhora ambiental atraveacutes da

substituiccedilatildeo de uma parcela da aacutegua fornecida pela CAESB e possivelmente

mitigando os transtornos hiacutedricos urbanos se aplicado em larga escala

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Tanto pesquisadores atraveacutes de estudos quanto a sociedade atraveacutes

da miacutedia que divulga os riscos ambientais decorrentes das novas formas de

produccedilatildeo e seus efeitos alertam a populaccedilatildeo da gravidade causada e assim

provocam uma preocupaccedilatildeo generalizada acerca do problema ambiental

Sendo assim uma reflexatildeo deve ser feita sobre o conceito de cidade

sustentaacutevel uma vez que as cidades concentram a maior fonte de poluiccedilatildeo e

produccedilatildeo de resiacuteduos aleacutem de consumirem parte da energia do planeta

Como foi dito anteriormente cidades sustentaacuteveis devem pensar aleacutem

da proacutepria localidade mas para ter essa abordagem eacute necessaacuterio focar

primeiramente em uma escala local Para Schussel (2004 p 63 apud

Camagni 2001 p 345) ldquoeacute mais eficaz enfrentar um mesmo problema

localmente (em termos tanto de efeito como de autoridades) do que enfrentaacute-

los globalmente (onde as autoridades satildeo frequentemente ausentes os

agentes poluidores longiacutenquos as interdependecircncias das accedilotildees dos diferentes

sujeitos mais elevadas onde tambeacutem a incertitude sobre a grandeza dos

fenocircmenos e seus encadeamentos causais eacute maior)rdquo Com esse ponto de vista

eacute importante que se deva dar uma atenccedilatildeo ao processo de mudanccedila da

aprendizagem coletiva das cidades com uma interaccedilatildeo saudaacutevel entre a

economia tecnologia e meio ambiente

Eacute importante ressaltar que a implantaccedilatildeo de cidades sustentaacuteveis

juntamente com a gestatildeo do meio ambiente urbano possui uma alta

complexidade para a sociedade moderna ao analisar que natildeo devemos

apenas pensar na conservaccedilatildeo dos recursos ambientais mas tambeacutem

devemos nos atentar ao transporte puacuteblico para reduccedilatildeo da emissatildeo de gases

poluentes melhorar a mobilidade urbana diminuindo consideravelmente o

traacutefego de veiacuteculos dar incentivo e propiciar accedilotildees para a utilizaccedilatildeo de

transportes alternativos como bicicletas otimizar a utilizaccedilatildeo do espaccedilo

urbano devemos ainda criar mais espaccedilos verdes voltados para o lazer da

populaccedilatildeo criar programas voltados para a arborizaccedilatildeo dos espaccedilos puacuteblicos

destinar adequadamente o lixo urbano aplicar programas educacionais

voltados para o desenvolvimento sustentaacutevel investir em educaccedilatildeo de

qualidade para uma boa instruccedilatildeo da populaccedilatildeo favorecer a economia local

dinacircmica e sustentaacutevel e criar accedilotildees para a utilizaccedilatildeo racional da aacutegua

juntamente com o aproveitamento de aacuteguas pluviais

A autora Silva (Poliacuteticas Puacuteblicas e Estrateacutegias de Sustentabilidade

Urbana p 1 apud Metzger 1994) cujo inventaacuterio realizado sobre trabalhos de

ecologia urbana e meio ambiente urbano identifica trecircs concepccedilotildees distintas A

primeira trata da natureza na cidade no qual Metzger fez estudos referentes

aos elementos bioloacutegicos do meio urbano no que diz respeito agrave preservaccedilatildeo

dos espaccedilos verdes e dos elementos fiacutesico naturais da cidade A segunda

concepccedilatildeo do meio ambiente urbano estaacute relacionada aos riscos da cidade e

na cidade aos problemas ambientais enfrentados pela populaccedilatildeo e como

esses problemas afetam a qualidade de vida da mesma Por fim a uacuteltima

vertente que visa mensurar o problema de gestatildeo ou administraccedilatildeo da cidade

tratando das poliacuteticas puacuteblicas sob uma visatildeo do uso do solo e a influecircncia que

as questotildees ambientais causam na determinaccedilatildeo das poliacuteticas puacuteblicas

11 - Poliacuteticas Puacuteblicas e a relaccedilatildeo com as cidades sustentaacuteveis

definiccedilotildees aplicaccedilatildeo conceitos

Eacute necessaacuterio que sejam identificados os locais de atuaccedilatildeo das poliacuteticas

puacuteblicas que tecircm como objetivo a sustentabilidade urbana mas analisando

previamente as mudanccedilas que ocorreram no acircmbito das accedilotildees governamentais

que ocasionaram a adoccedilatildeo de determinadas poliacuteticas puacuteblicas como

estrateacutegias e diretrizes da proacutepria accedilatildeo governamental e dos indiviacuteduos

Mas o que satildeo poliacuteticas puacuteblicas e por que as poliacuteticas puacuteblicas satildeo

consideradas tatildeo importantes quando se trata da sustentabilidade urbana

Segundo Silva (Poliacuteticas Puacuteblicas e Estrateacutegias de Sustentabilidade Urbana p

2 apud Bucci 2002 p 241) poliacuteticas puacuteblicas ldquosatildeo programas de accedilatildeo

governamental para um setor da sociedade ou um espaccedilo geograacutefico

buscando a concretizaccedilatildeo de determinados objetivos e metasrdquo e destaca ainda

que ldquosatildeo programas de accedilatildeo governamental visando a coordenar os meios agrave

disposiccedilatildeo do Estado e as atividades privadas para a realizaccedilatildeo de objetivos

socialmente relevantes e politicamente determinadosrdquo

Quando relacionadas agrave cidadania as poliacuteticas puacuteblicas encontram

dificuldade para alcanccedilar a sustentabilidade urbana jaacute que devem assegurar

uma vida harmocircnica entre o habitante e o meio ambiente Isso ocorre devido a

globalizaccedilatildeo dos espaccedilos em que satildeo levantadas novas tecnologias e haacute o

problema da crescente urbanizaccedilatildeo Esse enfoque possui alguns princiacutepios

que devem ser levados em consideraccedilatildeo princiacutepios esses que guiam as

poliacuteticas puacuteblicas no meio ambiente urbano Esses princiacutepios satildeo destacados e

relacionados por Silva (Poliacuteticas Puacuteblicas e Estrateacutegias de Sustentabilidade

Urbana p 5) como o princiacutepio do interesse puacuteblico na proteccedilatildeo do meio

ambiente urbano sobre os interesses privados o princiacutepio da realizaccedilatildeo de

uma avaliaccedilatildeo preacutevia dos impactos ambientais advindos da accedilatildeo antroacutepica ou

natural o princiacutepio de que o Estado deve intervir na defesa e proteccedilatildeo do meio

ambiente e do meio ambiente urbano o princiacutepio da funccedilatildeo da funccedilatildeo

socioambiental da propriedade urbana o princiacutepio da participaccedilatildeo da

sociedade e da gestatildeo democraacutetica da cidade e o princiacutepio da garantia do

direito a cidades sustentaacuteveis

Cabe ressaltar que apesar de existirem tantos princiacutepios que devem ser

vistos como diretriz a realidade foge um pouco do que eacute mostrado na teoria jaacute

que as poliacuteticas puacuteblicas seguem programas finaliacutesticos que satildeo flexiacuteveis e

quando relacionados agraves exigecircncias legais devem ser diferenciados de acordo

com o grau de finalizaccedilatildeo da accedilatildeo e de imperatividade das normas

Quando tratamos do urbano e do meio ambiente as politicas puacuteblicas

devem ser integradas e possuiacuterem uma interaccedilatildeo entre si como por exemplo

ao tratar das poliacuteticas de habitaccedilatildeo natildeo se pode deixar de levar em

consideraccedilatildeo as poliacuteticas de saneamento ambiental ou entatildeo ao tratar de

poliacuteticas de transporte puacuteblico e mobilidade urbana deve-se considerar a

proacutepria poliacutetica ambiental Sendo assim os programas e projetos

governamentais devem contemplar os aspectos ambientais urbanos sociais e

econocircmicos

Para Silva (Poliacuteticas Puacuteblicas e Estrateacutegias de Sustentabilidade Urbana

p 6) ldquose os planos satildeo obrigatoacuterios para o setor puacuteblico para o setor privado

eles satildeo indicativosrdquo Reforccedilando o conceito de poliacuteticas puacuteblicas essas podem

ser definida como ldquoprocesso - ou conjunto de processos - que culmina na

escolha racional e coletiva de propriedades para definiccedilatildeo dos interesses

puacuteblicos reconhecidos pelo direitordquo sendo que quando se diz respeito a

direitos todos tecircm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado

englobando tambeacutem o meio ambiente urbano Portanto quando eacute utilizado o

termo ldquourbanordquo para qualificar o meio ambiente natildeo significa que haacute uma

segregaccedilatildeo classificatoacuteria do meio ambiente o adjetivo ldquourbanordquo vem como

uma proposta de demarcar a problemaacutetica ambiental em um determinado

espaccedilo geograacutefico - no caso as cidades - sem deixar de considerar os fatores

que nelas estatildeo inseridos como os sociais e os ambientais

Assim para empregar poliacuteticas puacuteblicas visando a sustentabilidade

urbana deve-se repensar o modelo de desenvolvimento da cidade juntamente

com o modo de vida da populaccedilatildeo e a conscientizaccedilatildeo da mesma apoiando-se

nas relaccedilotildees sociais e econocircmicas exercidas na cidade sem deixar de

considerar essas interaccedilotildees como propulsoras do direito agrave cidade sustentaacutevel

Para ratificar inciso I do art 2ordm do Estatuto da Cidade - Lei n 10257 de

10 de julho de 2001 reconhece entre as diretrizes de poliacuteticas puacuteblicas

expostas o direito a cidades sustentaacuteveis De acordo com essa lei esse direito

proporciona o direito a terra urbana agrave moradia ao saneamento ambiental agrave

infraestrutura urbana aos serviccedilos puacuteblicos em geral ao trabalho e ao lazer

tanto para as geraccedilotildees atuais como para as futuras

Sendo assim as cidades devem desenvolver-se respeitando a

sustentabilidade por isso o desenvolvimento urbano deve ser feito sem

degradaccedilatildeo possibilitando uma vida urbana digna e igualitaacuteria Contudo as

cidades necessitam de mudanccedilas diversos pontos de vista reformulaccedilatildeo das

poliacuteticas puacuteblicas e criaccedilatildeo de novas e soluccedilotildees sobre como interagir no dia a

dia com o local que vivemos A partir dessa visatildeo destaco o que eacute exposto por

Acselrad (1999 p 86) em que ldquoacredita-se que quando o crescimento urbano

natildeo eacute acompanhado por investimentos em infraestrutura a oferta de serviccedilos

urbanos natildeo acompanha o crescimento da demanda A falta de investimentos

na manutenccedilatildeo dos equipamentos urbanos viraacute por sua vez acentuar o deacuteficit

na oferta de serviccedilos o que se rebateraacute especialmente na forma de

segmentaccedilatildeo socioterritorial entre as populaccedilotildees atendidas e natildeo atendidas

por tais serviccedilosrdquo

Apoacutes tratar de um modo geral cidades sustentaacuteveis e a sustentabilidade

urbana eacute interessante analisar o caso brasileiro Infelizmente a preocupaccedilatildeo

ambiental brasileira foi tardia e a evoluccedilatildeo foi lenta Em questotildees de

urbanizaccedilatildeo houve uma transformaccedilatildeo estrutural de ordem socioeconocircmica

reformulando a ocupaccedilatildeo do territoacuterio nacional ocasionando em impactos

ambientais e no dado de que cerca de 80 da populaccedilatildeo brasileira mora em

aacutereas urbanas Mas ao decorrer do tempo a questatildeo ambiental foi ligada ao

social os pensamentos acerca desse tema tiveram uma nova percepccedilatildeo

Como exemplo temos o caso dos recursos hiacutedricos em que a legislaccedilatildeo teve

o cuidado de considerar aleacutem do aspecto ambiental os aspectos sociais e

econocircmicos

Foi criado o Sistema Nacional de Recursos Hiacutedricos (SNRH) que no

texto de Schussel (2004 p 65) satildeo expostas a valoraccedilatildeo da aacutegua como bem

econocircmico a prioridade do abastecimento puacuteblico em detrimento da produccedilatildeo

de energia e a gestatildeo compartilhada entre usuaacuterios poder puacuteblico e sociedade

civil de bacias hidrograacuteficas por meio da implantaccedilatildeo dos ldquoComitecircs de Baciardquo

Essa questatildeo de integraccedilatildeo do ambiental ao social e econocircmico ocorreu

na deacutecada de 80 em que Silva (Poliacuteticas Puacuteblicas e Estrateacutegias de

Sustentabilidade Urbana p 2 apud Ribeiro 2001 p 134-135) destaca ldquoa

questatildeo urbana eacute integrada agrave questatildeo social e as representaccedilotildees antiurbanas

satildeo substituiacutedas pelo diagnoacutestico orientado por ideais republicanos de justiccedila

social e democracia A tarefa do pensamento e da accedilatildeo dos urbanistas passa a

ser o fazer coincidir a cidade e a cidadaniardquo Apesar do atraso na aplicaccedilatildeo do

pensamento ambiental - no caso o de cidades sustentaacuteveis - atualmente o

Brasil apresenta um niacutevel consideraacutevel de desenvolvimento tecnoloacutegico e social

que podem retardar a degradaccedilatildeo e os malefiacutecios causados nas cidades E por

que natildeo ocorre tal melhoria no setor ambiental urbano O Brasil carece de

poliacuteticas puacuteblicas que sirvam para o propoacutesito ambiental sem contar a falta de

instruccedilatildeo ambiental de uma boa parcela da sociedade Isso eacute confirmado com

as atitudes da populaccedilatildeo no texto de Loureiro e De Gregori (Revista Eletrocircnica

do Curso de Direito ndash UFSM p 459) eacute exposto que ldquoo lixo jogado nas ruas

causa entupimento de bueiros o que dificulta o escoamento da aacutegua da chuva

Aleacutem disso mesmo quando ocorre escoamento a aacutegua leva detritos

diretamente para o curso dos rios coacuterregos mananciais entre outros Em

razatildeo do exposto um meio indireto mas eficiente de se poluir a aacuteguardquo

Desse modo termo ldquosustentabilidaderdquo atrelado agraves necessidades

urbanas merece se conciliado de certa maneira que o ser humano produza

desenvolvimento e tambeacutem conserve o meio ambiente Portanto para o Brasil

os modelos que devem ser desenvolvidos nas cidades precisam ser justos

eacuteticos e sustentaacuteveis abrangendo todas as classes sociais e sendo igualitaacuterio

trazendo assim a concepccedilatildeo de que as transformaccedilotildees natildeo necessariamente

devem partir do governo e sim das accedilotildees que integrem os cidadatildeos

almejando a sustentabilidade Quando se diz ldquoas accedilotildees que integrem os

cidadatildeosrdquo na verdade o que se busca expressar eacute que a atitude deve partir da

populaccedilatildeo e natildeo do governo pois tais accedilotildees promovidas pela populaccedilatildeo as

aproximam das poliacuteticas puacuteblicas gerando melhores oportunidades e formas

alternativas de sistemas igualitaacuterios quando relacionados a exposiccedilatildeo de riscos

ambientais Tudo isso para oferecer um ambiente urbano com um

desenvolvimento em equiliacutebrio ambientalmente sustentaacutevel e socialmente

justo

Retomando o Artigo 2ordm do Estatuto da Cidade Loureiro e De Gregori

(Revista Eletrocircnica do Curso de Direito ndash UFSM p 462) expotildeem que houve

uma mudanccedila de paradigma ao se pensar em ambientes urbanos assim

expondo trecircs objetivos a serem alcanccedilados com as cidades ldquoo primeiro seria

um ambiente destinado agrave moradia de um acuacutemulo de comunidades jaacute em uma

segunda perspectiva seria um ambiente de poliacuteticas a fim de atingir funccedilatildeo

social urbana e por fim a garantia de ambientes urbanos como um meio

sustentaacutevel e sadio de desenvolvimentordquo Eacute importante ressaltar que esse

ponto de vista reflete que soacute seraacute possiacutevel assegurar um ambiente urbano para

a presente geraccedilatildeo e para as futuras partindo da preservaccedilatildeo do meio

ambiente

Portanto diversas iniciativas podem tornar o ambiente urbano em cidade

sustentaacutevel o que procura promover uma estabilidade e um equiliacutebrio agraves

cidades com uma visatildeo a longo prazo O processo de implantaccedilatildeo de cidades

sustentaacuteveis no Brasil deve primeiramente partir de accedilotildees individuais ou

privadas e articulada agraves poliacuteticas puacuteblicas para que haja uma eficiecircncia na

aplicabilidade sem desconsiderar que haacute uma possibilidade de gerar um

sistema insustentaacutevel Por que pode se tornar um sistema insustentaacutevel

Segundo Loureiro e De Gregori (Revista Eletrocircnica do Curso de Direito ndash

UFSM p 465 apud Godard 1990 p40-45) ldquoa insustentabilidade exprime

assim a incapacidade de as poliacuteticas puacuteblicas adaptarem a oferta de serviccedilos

urbanos agrave quantidade e agrave qualidade das demandas sociais provocando um

ldquodesequiliacutebriordquo entre necessidades cotidianas da populaccedilatildeo e os meios de as

satisfazer entre a demanda por serviccedilos urbanos e os investimento em redes e

infraestruturardquo

Jaacute que a realidade brasileira exprime uma grande distorccedilatildeo do que eacute

apresentado nos estudos como conseguir implantar uma cidade sustentaacutevel e

assim suportaacute-la Primeiramente eacute necessaacuterio ampliar o ponto de vista natildeo se

prendendo agraves poliacuteticas puacuteblicas em segundo plano eacute preciso que se tenha uma

accedilatildeo coletiva da populaccedilatildeo atraveacutes da conscientizaccedilatildeo ou de accedilotildees que

promovam a sustentabilidade dentro da cidade

Eacute importante ressaltar que natildeo se pode descartar as poliacuteticas puacuteblicas

mas tambeacutem natildeo se pode esperar que elas resolvam todos os problemas

presentes na cidade Sendo assim para que uma cidade torne-se sustentaacutevel eacute

preciso que as accedilotildees realizadas pela populaccedilatildeo sejam emparelhadas com as

poliacuteticas puacuteblicas aplicadas pelo governo No Brasil haacute cidades que satildeo

consideradas sustentaacuteveis mas essas cidades optaram apenas por um

planejamento urbano voltado para reconstituiccedilatildeo de aacutereas verdes

aprimoramento nas soluccedilotildees urbaniacutesticas e na tecnologia do transporte urbano

Tais accedilotildees natildeo devem ser desconsideras e sim exaltadas pelo funcionamento

adequado e promoccedilatildeo da sustentabilidade urbana Outras questotildees tatildeo

importantes quanto satildeo deixadas de lado pelo governo e nesse caso deve-se

ter uma aplicaccedilatildeo da sociedade para que ganhe uma visatildeo e assim sejam

aplicadas poliacuteticas puacuteblicas voltadas para tais questotildees

Em especiacutefico coloco o problema hiacutedrico que tem assolado vaacuterias

cidades do paiacutes por trazer prejuiacutezos de forma direta e indireta a populaccedilatildeo O

problema hiacutedrico brasileiro natildeo eacute apenas o causado pela estiagem e falta de

aacutegua em algumas localidades ele tambeacutem eacute expresso pelas chuvas

torrenciais Em face disso eacute importante unir o uacutetil ao agradaacutevel Vale expor que

em decorrecircncia do aumento da urbanizaccedilatildeo as aacutereas foram pavimentadas e

cobertas por preacutedios casas monumentos entre outras edificaccedilotildees

ocasionando na impermeabilizaccedilatildeo do solo em aacutereas naturais Devido a esse

fator o ser humano vem demandando novas soluccedilotildees e poliacuteticas puacuteblicas para

o controle e mitigaccedilatildeo de impactos causados pela chuva tais como

alagamentos

Os governos de modo geral vecircm encontrando seacuterias dificuldades

quanto agraves questotildees de gestatildeo dos alagamentos em suas aacutereas puacuteblicas Para

Brasiacutelia e o Governo do Distrito Federal esse problema eacute recente e nem tatildeo

alarmante quando comparado aos das grandes capitais brasileiras como Satildeo

Paulo ou Rio de Janeiro Portanto eacute necessaacuterio que se tenha uma precauccedilatildeo

com o uso das aacuteguas tratadas para que possam ser utilizadas fontes

alternativas Com o objetivo de aproveitamento de aacuteguas pluviais a captaccedilatildeo

de aacutegua advinda das chuvas possui um vieacutes sustentaacutevel do ponto de vista

teacutecnico e econocircmico quando aplicado em sistemas de uso privativo Cabe

ressaltar que esse estudo visa aliar o conceito de cidades sustentaacuteveis a partir

da iniciativa privada agraves necessidades encontradas na cidade de Brasiacutelia no

caso de um projeto de aproveitamento de aacuteguas pluviais que atenda a

demanda de aacutegua natildeo potaacutevel tendo como base a precipitaccedilatildeo de chuva local

sem desconsiderar o ciclo hidroloacutegico para que natildeo ocorra um desequiliacutebrio do

mesmo e ocasione mais desastres ambientais

Tal sistema tem como objetivo gerar uma fonte de aacutegua natildeo potaacutevel

para uso diaacuterio em sistemas prediais como descarga limpeza do preacutedio

irrigaccedilatildeo de jardins disponibilidade para lavagem de automoacuteveis entre outras

possibilidades gerando uma economia da aacutegua utilizada e consequentemente

uma economia monetaacuteria Aleacutem desse objetivo reducionista de gasto e aacutegua

haacute tambeacutem a possibilidade da reduccedilatildeo de transtornos hiacutedricos urbanos

Portanto ao abordar sobre poliacuteticas puacuteblicas eacute de suma importacircncia

compreender que o ldquodesenvolvimento sustentaacutevel eacute um processo de

aprendizagem social de longo prazo que por sua vez eacute direcionado por

poliacuteticas puacuteblicas orientadas por um plano de desenvolvimento nacionalrdquo

(Barbosa 2008 p 6) O conceito de desenvolvimento sustentaacutevel seraacute melhor

apresentado no capiacutetulo seguinte

2 ndash Sustentabilidade desenvolvimento sustentaacutevel e a sua

importacircncia

Inicio esse capiacutetulo com uma frase de Nascimento (2012 p 57) em que

se queremos sugerir uma sustentabilidade para toda a sociedade eacute necessaacuterio

que tenhamos uma ldquolinha transversal a eacutetica solidaacuteria com os excluiacutedos de hoje

para que natildeo haja excluiacutedos amanhatilderdquo

Por que a sustentabilidade eacute algo importante para noacutes Eacute necessaacuterio

que seja de conhecimento geral de que estamos ameaccedilados em todos os

aspectos ligados agrave utilizaccedilatildeo de recursos naturais e aproveitamento dos

mesmos Portanto haacute uma conexatildeo direta ao desenvolvimento sustentaacutevel

Nascimento (2012 p 58) ainda aponta que ldquoateacute meados do seacuteculo XX a

humanidade temia basicamente duas grandes extinccedilotildees ndash uma externa

(choque de um grande meteorito como aparentemente ocorreu haacute 65 milhotildees

de anos extinguindo os dinossauros) e outra interna (o advento de uma

epidemia desconhecida e incontrolaacutevel) Em meados do seacuteculo passado foi

acrescida mais uma ameaccedila provinda dos proacuteprios seres humanos a bomba

atocircmica O seu poder de destruiccedilatildeo ficou evidente com as explosotildees de

Hiroshima e Nagasakirdquo Sendo assim eacute perceptiacutevel que o estilo de vida de alta

produccedilatildeo e consumo vigente nos leva a crer que um desastre eacute cada vez mais

plausiacutevel

ldquoQue a economia estaacute em um conflito com os sistemas naturais do

planeta eacute uma evidecircncia que ressalta das informaccedilotildees cotidianas sobre o

desaparecimento das zonas de pesca reduccedilatildeo das florestas a erosatildeo do

solo e o desaparecimento de espeacuteciesrdquo (Nascimento 2012 p 58 apud

Brown 2003 p14) Portanto a crise ambiental aponta um desgaste das

condiccedilotildees ldquonormaisrdquo de vida no planeta Terra Segundo Nascimento (2012 p

58) ldquo[] eacute possiacutevel caso o cenaacuterio mais pessimista do aquecimento global

venha a se confirmar que uma nova possibilidade de auto extinccedilatildeo seja criada

no final desse seacuteculordquo Desta forma o atual modelo de vida natildeo deteriora

apenas o meio ambiente tambeacutem prejudica a vida humana e para que sejam

reduzidos esses transtornos agrave vida humana eacute preciso que iniciativas e

alternativas sejam criadas por meio de inovaccedilotildees tecnoloacutegicas para que haja

uma saiacuteda

ldquoA crise ambiental assumiu contornos mais graves com a percepccedilatildeo da

responsabilidade antroacutepica do aquecimento global e a dinacircmica de ascensatildeo

de um contingente humano mais significativo no mercado de consumordquo

(Nascimento 2012 p 61) Quando a crise ambiental se tornou algo de suma

importacircncia Quando como e por que a sustentabilidade e o desenvolvimento

sustentaacutevel se tornaram relevantes para o combate agrave crise ambiental Eacute

necessaacuterio compreender que a sustentabilidade possui dois vieses quando

relacionada agrave sua origem Uma de suas origens tem base na biologia mais

precisamente na ecologia a qual atribui o conceito de resiliecircncia ndash capacidade

de recuperaccedilatildeo e reproduccedilatildeo dos ecossistemas ndash perante as degradaccedilotildees

antroacutepicas com o uso exacerbado dos recursos naturais Ainda relacionado agrave

ecologia haacute as causas naturais como terremotos fogo tsunamis pragas

entre outros O outro vieacutes de origem da sustentabilidade adveacutem da economia

como o adjetivo do desenvolvimento diante da visibilidade que ganhou ao

longo do seacuteculo XX referente ao padratildeo de consumo desenvolvido ao redor do

mundo (Nascimento 2012 p 51)

Segundo Nascimento a ideia de sustentabilidade como enfoque

mundial tem origem na deacutecada de 1950 O surgimento e a importacircncia desse

termo ocorrem devido a um risco ambiental global a poluiccedilatildeo nuclear ldquoOs seus

indiacutecios alertaram os seres humanos de que estamos em uma nave comum e

que problemas ambientais natildeo estatildeo restritos a territoacuterios limitadosrdquo

(Nascimento 2012 p 2) Segundo Nascimento (2012 p 52 apud Machado

2005) ldquoA ocorrecircncia de chuvas radiativas a milhares de quilocircmetros dos locais

de realizaccedilatildeo dos testes acendeu um caloroso debate no seio da comunidade

cientiacuteficardquo Na deacutecada de 1960 houve outro fato importante que implicou na

questatildeo da percepccedilatildeo da crise ambiental dando importacircncia a

sustentabilidade devido ao uso de inseticidas e pesticidas quiacutemicos e

transtornos causados por esses apontados por Rachel Carson em seu livro

intitulado de ldquoPrimavera Silenciosardquo ndash Silent Spring

Ainda na deacutecada de 60 as chuvas aacutecidas recorrentes nos paiacuteses

noacuterdicos levaram a Sueacutecia junto ao Conselho Econocircmico e Social das Naccedilotildees

Unidas (ECOSOC) a propor a realizaccedilatildeo de uma conferecircncia para tratar de um

acordo internacional para uma possiacutevel reduccedilatildeo na emissatildeo dos gases

responsaacuteveis por tal transtorno Com isso ocorreu a Conferecircncia de

Estocolmo em 1972 colocando em evidecircncia os paiacuteses subdesenvolvidos e

desenvolvidos da eacutepoca A princiacutepio as preocupaccedilotildees natildeo eram nem um

pouco igualitaacuterias jaacute que os paiacuteses desenvolvidos estavam atentos agrave

degradaccedilatildeo ambiental que afetavam sua qualidade de vida enquanto os

paiacuteses subdesenvolvidos estavam preocupados em natildeo sofrerem sanccedilotildees

comerciais e apresentarem um retardo em seu desenvolvimento uma vez que

naquela eacutepoca os problemas ambientais eram associados ao crescimento

econocircmico dos paiacuteses de terceiro mundo Nessa conferecircncia ficou exposto

que os paiacuteses desenvolvidos defendiam a proteccedilatildeo do meio ambiente como

principal foco e os paiacuteses em desenvolvimento focavam no combate agrave

pobreza

Para melhor esclarecer Nascimento expotildee a partir do documento ldquoOnly

One Earthrdquo (Ward amp Dubos 1973) ldquo[] O problema ambiental como decorrente

de externalidades econocircmicas proacuteprias do excesso de desenvolvimento

(tecnologia agressiva e consumo excessivo) de um lado e de sua falta

(crescimento demograacutefico e baixo PIB per capita) de outro Posta dessa forma

a questatildeo ambiental deixava de ficar restrita ao meio natural e adentrava o

espaccedilo socialrdquo Contemporacircneo a isso temos o relatoacuterio do Clube de Roma ndash

Limits to Growth (Meadows et al 1972) que propunha uma reduccedilatildeo do

desenvolvimento industrial nos paiacuteses desenvolvidos e uma contenccedilatildeo no

crescimento populacional nos paiacuteses subdesenvolvidos juntamente com o

apoio daqueles aos subdesenvolvidos para que pudessem crescer

economicamente A partir desses eventos os governos se conscientizaram e

criaram agecircncias que tratassem das questotildees ambientais para que pudessem

juntar dados ambientais jaacute que na eacutepoca careciam de tais informaccedilotildees

No Brasil foi criada a Secretaria Especial do Meio Ambiente (SEMA) em

1973 enquanto nos EUA jaacute existia a Environmental Protection Agency (EPA)

desde 1970

Dez anos apoacutes a Conferecircncia de Estocolmo uma anaacutelise dos resultados

foi feita pela ONU e mostrou que o resultado estabelecido deixou a desejar e

que os esforccedilos realizados foram inferiores Em decorrecircncia desse mal

desempenho foi formada a Comissatildeo Mundial sobre Meio Ambiente e

Desenvolvimento (CMMAD) presidida por Gro Harlen Brundtland responsaacutevel

pelo relatoacuterio ldquoNosso Futuro Comumrdquo ndash Our Common Future ndash que tinha como

principal proposta a criaccedilatildeo de uma agenda global para focar em uma

mudanccedila consideraacutevel Esse estudo obteve informaccedilotildees durante trecircs anos a

partir de pesquisas e anaacutelises com enfoque na parte social Segundo Barbosa

(2008 p2) as informaccedilotildees colhidas do relatoacuterio com base nas questotildees

sociais referiam-se ldquoao uso da terra sua ocupaccedilatildeo suprimento de aacutegua abrigo

e serviccedilos sociais educativos e sanitaacuterios aleacutem de administraccedilatildeo do

crescimento urbanordquo

Tal relatoacuterio foi responsaacutevel pela criaccedilatildeo do termo ldquoDesenvolvimento

Sustentaacutevelrdquo que ldquoconsistiu o maior esforccedilo entatildeo conhecido para conciliar a

preservaccedilatildeo do meio ambiente com o desenvolvimento econocircmicordquo

(Nascimento 2012 p 54) Uma definiccedilatildeo baacutesica do que eacute DS eacute exposta por

Nascimento (2012 p 58 apud Lenzi 2006) ldquoDesenvolvimento sustentaacutevel eacute o

desenvolvimento que satisfaz as necessidades do presente sem comprometer

a capacidade das geraccedilotildees futuras em satisfazer suas proacuteprias necessidadesrdquo

Estender e Pitta (O Conceito do Desenvolvimento Sustentaacutevel apud Camargo

2003 p 43) tambeacutem fazem citaccedilatildeo agrave outra definiccedilatildeo apontada no relatoacuterio

ldquoEm essecircncia o desenvolvimento sustentaacutevel eacute um

processo de transformaccedilatildeo no qual a exploraccedilatildeo dos

recursos a direccedilatildeo dos investimentos a orientaccedilatildeo

do desenvolvimento tecnoloacutegico e a mudanccedila

institucional se harmonizam e reforccedilam o potencial

presente e futuro a fim de atender agraves necessidades

e aspiraccedilotildees humanasrdquo

Nascimento (2012 p 54) aponta que ldquoA forccedila e a fraqueza dessa

definiccedilatildeo encontram-se justamente nessa foacutermula vaga pois deixam-se em

aberto quais seriam as necessidades humanas atuais e mais ainda as das

geraccedilotildees futurasrdquo

Segundo Barbosa (2008) o relatoacuterio faz consideraccedilotildees agraves questotildees

urbanas no qual as cidades em seu desenvolvimento devem contemplar as

necessidades baacutesicas de toda a populaccedilatildeo e conceder oportunidades de

melhora na qualidade de vida de todos buscando alcanccedilar uma equidade na

sociedade por meio de processos democraacuteticos para que haja um

desenvolvimento urbano adequado Ainda com referecircncia ao relatoacuterio haacute ldquoa

necessidade de descentralizaccedilatildeo das aplicaccedilotildees de recursos financeiros e

humanos e a necessidade do poder poliacutetico favorecer as cidades em sua

escala localrdquo (Barbosa 2008 p 2) Quanto agrave questatildeo do uso de recursos

naturais foi avaliada no relatoacuterio a capacidade de resiliecircncia da biosfera os

efeitos e as possiacuteveis consequecircncias causadas pela accedilatildeo antroacutepica apontando

ainda que a pobreza pode ser considerada como um problema ambiental e que

a tentativa de erradicar a mesma pode ser a base para a busca da

sustentabilidade Com essa contribuiccedilatildeo na mudanccedila do modo de perceber as

necessidades urbanas o relatoacuterio apresentou trecircs princiacutepios baacutesicos ou

aspectos que deveriam ser cumpridos ndash proteccedilatildeo ambiental equidade social e

o desenvolvimento econocircmico ndash e que seratildeo expostos mais adiante

Apesar de todos esses pontos levantados o relatoacuterio Brundtland

recebeu vaacuterias criacuteticas pelo fato de acusar a pobreza e o descontrole do

crescimento populacional nos paiacuteses subdesenvolvidos como a fonte principal

dos problemas ambientais e da insustentabilidade do planeta e de colocar em

segundo plano a poluiccedilatildeo causada ateacute a data de publicaccedilatildeo do relatoacuterio pelos

paiacuteses desenvolvidos

Em 1986 foi realizada a conferecircncia de Ottawa ndash Carta de Ottawa 1986

ndash na qual foram estabelecidas cinco condiccedilotildees para que se tentasse alcanccedilar o

desenvolvimento sustentaacutevel entre elas a manutenccedilatildeo da integraccedilatildeo

ecoloacutegica a satisfaccedilatildeo das necessidades baacutesicas humanas a provisatildeo da

autodeterminaccedilatildeo social e da diversidade cultural a integraccedilatildeo da conservaccedilatildeo

e do desenvolvimento e o alcance de equidade e justiccedila social Para a

CMMAD as condiccedilotildees que procedem do conceito de desenvolvimento

sustentaacutevel estatildeo associadas ao processo de urbanizaccedilatildeo e do crescimento da

cidade e tem como finalidade o uso adequado dos recursos naturais Em face

disto satildeo expostos alguns objetivos mudanccedila de qualidade do crescimento

crescimento renovaacutevel satisfaccedilatildeo das necessidades essenciais por emprego

aacutegua energia alimento e saneamento baacutesico garantia de um niacutevel sustentaacutevel

da populaccedilatildeo conservaccedilatildeo da base de recursos reorientaccedilatildeo da tecnologia e

do gerenciamento de risco e reorientaccedilatildeo das relaccedilotildees econocircmicas

internacionais (CMMAD 1988 1991)

Postumamente foi realizada a Assembleia das Naccedilotildees Unidas a qual

aprovou a Conferecircncia das Naccedilotildees Unidas para o Meio Ambiente e o

Desenvolvimento (CNUMAD) ocorrida em 1992 e ficou conhecida como Rio-

92 A Rio-92 teve maior visibilidade graccedilas agrave criaccedilatildeo da Convenccedilatildeo da

Biodiversidade e das Mudanccedilas Climaacuteticas ndash que posteriormente resultou na

criaccedilatildeo do Protocolo de Kyoto ndash da Agenda 21 e da Declaraccedilatildeo do Rio Essa

uacuteltima segue os mesmos padrotildees expostos na Conferecircncia de Estocolmo

citada anteriormente interligando o desenvolvimento econocircmico com o meio

ambiente atraveacutes de uma gestatildeo consciente dos recursos naturais sem

comprometer o modelo econocircmico vigente

Em decorrecircncia desses acontecimentos tornou-se de faacutecil entendimento

que o desenvolvimento sustentaacutevel eacute composto por trecircs aspectos ambiental

econocircmico e social Outros autores como Ignacy Sachs consideram ainda

outras variaacuteveis relevantes para o entendimento do DS como sustentabilidade

ecoloacutegica e poliacutetica

Figura 1 Tripeacute da Sustentabilidade

Fonte Nicholas Gimenes (2012)

Com base nesses trecircs aspectos apontados chegamos ao conhecido

Triple Bottom Line ndash ldquoTripeacute da Sustentabilidaderdquo No tripeacute da sustentabilidade

satildeo expostos o aspecto ambiental que tem como base a produccedilatildeo e o

consumo de tal forma que possa garantir que os ecossistemas natildeo sofram

problemas quanto a sua capacidade de resiliecircncia o aspecto econocircmico que

assume a denominada ecoeficiecircncia a qual incentiva a inovaccedilatildeo tecnoloacutegica

para tentar mitigar alguns dos problemas ambientais e ampliar a

desmaterializaccedilatildeo da economia e o uacuteltimo aspecto o social o qual supotildee que

a populaccedilatildeo de uma determinada sociedade tenha o miacutenimo necessaacuterio para

uma condiccedilatildeo de vida aceitaacutevel buscando erradicar a desigualdade social

Segundo Nascimento existem diversas definiccedilotildees desses trecircs aspectos mas

essas apontadas satildeo as mais recorrentes e de simples entendimento Natildeo

podemos esquecer que assim como eacute apontado por Ignacy Sachs e outros

autores outros aspectos para a definiccedilatildeo do DS devem ser levados em

consideraccedilatildeo em especial a cultura Apesar de natildeo ser citada como base do

ldquotripeacuterdquo a cultura eacute importante em qualquer sociedade quando relacionada ao

meio ambiente pois eacute ela quem dita o comportamento da populaccedilatildeo O Brasil

sofre com questotildees ambientais muitas das vezes por falta de instruccedilatildeo da

populaccedilatildeo que natildeo tem conhecimento do quatildeo impactante pode ser sua accedilatildeo

Deste modo quando se trata de questotildees ambientais eacute necessaacuterio que se

tenha uma mudanccedila natildeo repentina e sim gradativa nos padrotildees de consumo

no estilo de vida e na educaccedilatildeo ambiental

Retomando os conceitos de DS e sustentabilidade temos uma definiccedilatildeo

de Clovis Cavalcanti em que sustentabilidade ldquosignifica a possibilidade de se

obterem continuamente condiccedilotildees iguais ou superiores de vida para um grupo

de pessoas e seus sucessores em dado ecossistemardquo (Cavalcanti 2003)

Analisando essa definiccedilatildeo proposta por Cavalcanti vemos que se assemelha

do que foi exposto por Gro Harlen Brundtland em seu relatoacuterio Como jaacute foi

mencionado para Sachs o ldquoTriple Bottom Linerdquo ndash Tripeacute da Sustentabilidade ndash

possui cinco vertentes da sustentabilidade que satildeo a ldquosustentabilidade

ecoloacutegica refere-se a fiacutesica do processo de crescimento e tem como objetivo a

manutenccedilatildeo de estoques dos recursos naturais incorporados as atividades

produtivas a sustentabilidade ambiental que refere-se agrave manutenccedilatildeo da

capacidade de sustentaccedilatildeo dos ecossistemas o que implica a capacidade de

absorccedilatildeo e recomposiccedilatildeo dos ecossistemas em face as agressotildees antroacutepicas

sustentabilidade social que refere-se ao desenvolvimento e tem por algum

objetivo a melhoria da qualidade da vida da populaccedilatildeo Para caso de paiacuteses

com problemas de desigualdade e de inclusatildeo social implica a adoccedilatildeo de

poliacuteticas distributivas e a universalizaccedilatildeo de atendimento a questotildees como

sauacutede educaccedilatildeo habilitaccedilatildeo e seguridade social sustentabilidade poliacutetica

refere-se ao processo de construccedilatildeo da cidadania para garantir a incorporaccedilatildeo

plena dos indiviacuteduos ao processo de desenvolvimento e a sustentabilidade

econocircmica que refere-se a uma gestatildeo eficiente dos recursos em geral e

caracteriza-se pela regularidade de fluxos do investimento puacuteblico e privado

Implica a avaliaccedilatildeo da eficiecircncia por processos macro sociaisrdquo (Sachs 1993

Agenda 21 brasileira)

Barbosa (2008 p 4) faz uma citaccedilatildeo em seu trabalho sobre o livro de

Leila Ferreira ndash ldquoA questatildeo ambiental sustentabilidade e poliacuteticas puacuteblicas no

Brasilrdquo ndash referente ao padratildeo de vida da sociedade em que

ldquoO padratildeo de produccedilatildeo e consumo que

caracteriza o atual estilo de

desenvolvimento tende a consolidar-se

no espaccedilo das cidades e estas se

tornam cada vez mais o foco principal

na definiccedilatildeo de estrateacutegias e poliacuteticas

de desenvolvimentordquo

Sendo assim eacute de fundamental importacircncia que formas alternativas

sustentaacuteveis sejam alcanccediladas para que possam influenciar de forma positiva

na qualidade de vida das cidades e no processo de planejamento urbano Para

Acselrad (1999 p 85) a sustentabilidade urbana eacute definida como ldquoa

capacidade das poliacuteticas urbanas se adaptarem agrave oferta de serviccedilos agrave

qualidade e agrave quantidade das demandas sociais buscando o equiliacutebrio entre as

demandas de serviccedilos urbanos e investimentos em estruturardquo Como o

desenvolvimento sustentaacutevel possui muitos conceitos e definiccedilotildees haacute uma em

especial que se destaca pelo fato de estar relacionada agraves cidades juntamente

com o termo ldquosustentabilidaderdquo exposta por Barbosa (2008 p 4 apud

Satterthwaite 2004) em que

ldquoa resposta agraves necessidades humanas

nas cidades como o miacutenimo ou

nenhuma transferecircncia dos custos da

produccedilatildeo consumo ou lixo para outras

pessoas ou ecossistemas hoje e no

futurordquo

Assim a participaccedilatildeo da sociedade e a diversidade dos interesses que

a mesma possui gera um conflito entre as poliacuteticas puacuteblicas e o

desenvolvimento sustentaacutevel mas nada que natildeo possa ser contornado a partir

da conscientizaccedilatildeo individual dos cidadatildeos Como eacute exposto por Barbosa ldquoeacute

imprescindiacutevel para a sustentabilidade urbana o uso racional dos recursos

naturais a boa forma do ambiente urbano baseado na interaccedilatildeo clima e os

recursos naturais aleacutem das respostas agraves necessidades urbanas com o miacutenimo

de transferecircncia de dejetos e rejeitos para outros ecossistemas atuais e

futurosrdquo (Barbosa 2008 p 9) Em detrimento disso ldquoo desenvolvimento

sustentaacutevel natildeo deve ser apresentado como um slogan poliacuteticordquo (Barbosa

2008 p 10) deve ser apresentado como uma possiacutevel soluccedilatildeo para a

mitigaccedilatildeo dos problemas ambientais encontrados atualmente na sociedade

Portanto a sustentabilidade visa emoldurar novos meios alternativos de

produccedilatildeo distribuiccedilatildeo e consumo dos recursos naturais existentes de forma

mais racional ecologicamente viaacutevel e economicamente eficaz

Ao retratar esses problemas de padrotildees vividos pela sociedade

relacionados ao meio ambiente mais especificamente a utilizaccedilatildeo de recursos

naturais Nascimento (2012 p 58) aponta que ldquohaacute uma quase unanimidade

hoje entre os cientistas de que os recursos naturais natildeo seratildeo suficientes para

fornecer um modo de vida similar ao da classe meacutedia mundial a todos os novos

ingressantes no mercado No entanto eles tecircm tanto direito quanto os que jaacute

participam do mercado consumidorrdquo Mas como podemos contornar tais

problemas e a crise ambiental Atraveacutes da criatividade humana muitas formas

alternativas foram criadas e podem ser inventadas quando se tratam dos

recursos finitos utilizados pelo homem Temos como exemplo a aacutegua sobre a

qual poucos satildeo os estudos apresentados relacionando o aproveitamento de

aacuteguas pluviais e cidades sustentaacuteveis Na maioria das vezes os estudos satildeo

feitos com base em outras necessidades como a dessalinizaccedilatildeo das aacuteguas do

mar para consumo humano Natildeo podemos esquecer que atualmente existem

diversos sistemas de captaccedilatildeo de aacuteguas pluviais para diferentes finalidades

sejam elas para aproveitamento de consumo humano ou natildeo

3 ndash A viabilidade de implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo

pluvial em Brasiacutelia ndash DF

31 ndash Apresentaccedilatildeo de dados

Primeiramente seratildeo apresentados dados sobre a populaccedilatildeo e o

consumo de aacutegua presente nas residecircncias de Brasiacutelia e que seratildeo utilizados

como base para a implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo na Asa Norte

Segundo Ferreira C diretor Superintendente de Atendimento Comercial

(CAC) da Companhia de Saneamento Ambiental do Distrito Federal (CAESB)

ldquoEm Brasiacutelia o consumo meacutedio por habitante eacute de 190 litros de aacutegua por dia o

que resulta em um consumo mensal de 6msup3 por habitanterdquo De acordo com a

ONU cada pessoa necessita de 110 litros por dia para atender as

necessidades de consumo e higiene A Companhia de Saneamento Baacutesico do

Estado de Satildeo Paulo (SABESP 2010) afirma que ldquono Brasil o consumo por

pessoa pode chegar a mais de 200 litrosdiardquo A estimativa da SABESP (2010)

eacute de que 54 litros (27) vatildeo para cozinhar e beber 50 litros (25) para tomar

banho e escovar os dentes 66 litros (33) para descarga de banheiro 24 litros

(12) para lavagem de roupa e 6 litros (3) para outras tarefas como lavagem

de carro por exemplo Segundo dados da CAESB Brasiacutelia (Plano Piloto)

consome cerca de 2757890msup3 por mecircs e que o consumo por habitante eacute de

1381msup3mecircs

Devido ao alto consumo de aacutegua em Brasiacutelia os recorrentes transtornos

hiacutedricos urbanos e a ausecircncia de sistemas captaccedilatildeo pluvial este capiacutetulo traz

um estudo da viabilidade teacutecnica e econocircmica da implantaccedilatildeo de um sistema

em um preacutedio residencial do bairro Asa Norte mais especificamente na

Superquadra 111 Norte Natildeo haacute nenhum estudo realizado que comprove a

frequecircncia dos alagamentos nessa regiatildeo portanto tal quadra foi selecionada

em decorrecircncia de mateacuterias e reportagens que mostram a dificuldade que a

populaccedilatildeo sofre quando haacute uma chuva anormal

Primeiramente eacute necessaacuterio que se tenha uma noccedilatildeo do periacuteodo

chuvoso em Brasiacutelia Segundo o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais

(INPE) Brasiacutelia apresenta um regime de precipitaccedilatildeo bem definido sendo que

a estaccedilatildeo chuvosa tem iniacutecio em Outubro e estende-se ateacute Marccedilo e a estaccedilatildeo

seca ocorre no restante do ano (Abril a Setembro) Ainda segundo o INPE ldquoa

estaccedilatildeo chuvosa eacute causada pelo forte aquecimento da atmosfera na Amazocircnia

que favorece o desenvolvimento de um sistema quase estacionaacuterio em altos

niacuteveis a Alta Boliacutevia Como resultado dessa circulaccedilatildeo observa-se nos baixos

niacuteveis uma regiatildeo de baixa pressatildeo e a convergecircncia de ar satildeo os principais

fatores que provocam a precipitaccedilatildeo neste periacuteodo responsaacutevel por 70 do

total meacutedio anualrdquo A partir desses elementos apresentados pelo INPE e com

base nos dados os quais foram obtidos da estaccedilatildeo meteoroloacutegica de Brasiacutelia

localizada na Latitude (ordm) -158 Longitude (ordm)-479 temos a precipitaccedilatildeo de

Brasiacutelia dada mecircs a mecircs Os dados partem de Janeiro de 2006 e vatildeo ateacute

Outubro de 2015 Eacute importante frisar que os dados foram formulados a partir

da precipitaccedilatildeo acumulada para tornar mais faacutecil de calcular a meacutedia

Tabela 01 Dados de Precipitaccedilatildeo

AnoMecircs JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ Meacutedia Mensal

2006 1232 1914 258 1417 351 09 01 528 403 5264 1956 1821 14563

2007 2609 2659 357 501 75 0 0 0 0 535 2249 275 9779

2008 201 2425 2346 2109 0 0 0 27 80 387 271 3226 1337

2009 2028 1347 81 3759 612 93 0 725 505 2958 1991 3078 1492

2010 1211 368 2494 2388 275 0 0 0 0 349 2547 318 1068

2011 1268 1724 2433 696 139 38 0 0 7 2639 3338 4704 1421

2012 2699 1149 1982 1213 444 24 02 0 333 1098 4446 1428 1235

2013 4918 1893 1903 954 222 62 03 0 659 1069 2711 3525 1493

2014 1531 1392 3402 2493 28 10 79 0 162 2014 192 3667 1399

2015 939 1297 3456 2076 499 0 08 0 218 694 SD SD 9187

Meacutedia para cada mecircs

20445 16168 21763 17606 2645 326 093 128 315 17007 2652 30421 12797

Tabela contendo os dados de chuva acumulada mecircs a mecircs em miliacutemetros (mm)

Fonte INPE 2015

Obs 1- SD - satildeo dados que natildeo foram coletados devido pois o trabalho foi realizado antes desses meses

Obs2- Meacutedia calculada com os dados obtidos no caso os meses de novembro e dezembro de 2015 natildeo entram no

caacutelculo pois ainda natildeo existiam os dados

Temos tambeacutem a partir do estudo realizado por Brino (Brasiacutelia

Superquadras Residenciais) os dimensionamentos dos preacutedios e a quantidade

de apartamentos por pavimentos conforme as tabelas a seguir

Tabela 02 Dimensionamento dos Blocos

A SUPERQUADRA AE AT

Aacuterea de Projeccedilatildeo por Bloco

Aacuterea Total = 11760msup2 Nuacutemero total de Blocos = 11

1069msup2 185 136

Aacuterea Construiacuteda por bloco (sem pilotis e

subsolo)

Pavimentos = 6 Aacuterea do Pavimento = 1069msup2

6414msup2 1113 818

Aacuterea Construiacuteda por superquadras (sem pilotis e subsolo)

Preacutedio = 11 Aacuterea por Preacutedio = 64141msup2

70554msup2 8999 1225

AE - Aacuterea Aedificandi e AT - Aacuterea Total

Tabela 03 Dimensionamento da Populaccedilatildeo

A POPULACcedilAtildeO (5 Pessoas

apart)

6 apartamentos por pavimento

36 apartamentos por bloco

396 apartamentos

por superquadra

1980 pessoas por

superquadra

8 apartamentos por pavimento

48 apartamentos por bloco

528 apartamentos

por superquadra

2640 pessoas por

superquadra

10 apartamentos por pavimento

60 apartamentos por bloco

660 apartamentos

por superquadra

3300 pessoas por

superquadra

12 apartamentos por pavimento

72 apartamentos por bloco

792 apartamentos

por superquadra

3960 pessoas por

superquadra

Caacutelculo para as faixas 100 200 e 300 (seis pavimentos) Fonte SUDUR

O estudo apresentado por Brino (Brasiacutelia Superquadras Residenciais)

considera uma famiacutelia composta por cinco pessoas para cada apartamento

nesse caso iremos desconsiderar essa informaccedilatildeo e basearmos nos dados

apresentados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica (IBGE) Nos

dados do IBGE (Censo Demograacutefico 2010) constam que a meacutedia de

moradores em domiciacutelios particulares ocupados eacute de 33 moradores

Partindo dos elementos de precipitaccedilatildeo aacuterea de projeccedilatildeo por bloco

meacutedia de moradores por apartamento total de apartamentos de um preacutedio e

consumo meacutedio de aacuteguadia por habitante podemos dar inicio as formas de

captaccedilatildeo e armazenamento de aacuteguas pluviais

32 ndash Aacuteguas pluviais e aacuteguas cinzas

Mas porque focar em aproveitamento de aacuteguas pluviais Segundo

Rapoport (2004 p 1) ldquoo aumento populacional acompanhado pelas mudanccedilas

climaacuteticas globais vem contribuindo para o aumento na demanda por recursos

hiacutedricosrdquo Ainda expotildee que ldquoembora a aacutegua seja um recurso renovaacutevel ela

tende a se deteriorar em funccedilatildeo do seu uso indiscriminado o que compromete

consequentemente a quantidade de aacutegua com qualidade disponiacutevel para o

consumo nas diversas localidadesrdquo (Rapoport 2004 p 1)

Um fato importante abordado por Rapoport (2004 p1) eacute que ldquoa

quantidade de aacutegua disponiacutevel eacute sempre a mesma jaacute que estaacute sempre sendo

renovada atraveacutes do ciclo hidroloacutegico Entretanto a aacutegua de qualidade para

consumo estaacute se tornando rarardquo A tiacutetulo de esclarecimento ldquosabe-se que o

ciclo hidroloacutegico se constitui basicamente do transporte de massas drsquoaacutegua do

oceano para atmosfera por evaporaccedilatildeo e da atmosfera atraveacutes de

precipitaccedilotildees escoamentos superficiais e subterracircneos para os oceanos

influenciando diretamente a distribuiccedilatildeo e extensatildeo dos corpos drsquoaacutegua

continentaisrdquo (Rapoport 2004 p 1) Sendo assim a interferecircncia humana tem

causado alteraccedilotildees no ciclo hidroloacutegico em diversas regiotildees Esse assunto

seraacute melhor abordado mais adiante pois o uso do sistema de captaccedilatildeo pode

influenciar no ciclo hidroloacutegico negativamente mas utilizado da forma

adequada pode continuar mantendo o ciclo equilibrado

Aleacutem do uso indevido da aacutegua e de sua escassez Lima e Machado

(2008 p 13) apontam que ldquooutro fator importante eacute o aumento de inundaccedilotildees e

enchentes devido ao escoamento superficial da aacutegua de chuva e da

impermeabilizaccedilatildeo do solordquo Portanto a captaccedilatildeo de aacuteguas pluviais pode

contribuir para a reduccedilatildeo dos transtornos hiacutedricos urbanos e ao mesmo tempo

reduzir a demanda por aacutegua potaacutevel da companhia de distribuiccedilatildeo local

Segundo Amorim e Pereira (2008 p 54) ldquouma das soluccedilotildees em estudo

para aumentar a oferta de aacutegua para as edificaccedilotildees eacute o aproveitamento da

aacutegua pluvial Esta apresenta uma boa alternativa visto que aleacutem de reduzir o

consumo de aacutegua potaacutevel ainda surge como uma accedilatildeo no combate agraves

enchentes funcionando como uma medida natildeo-estrutural do sistema de

drenagem urbanardquo Mas o que eacute necessaacuterio para formar um sistema de

captaccedilatildeo adequado e funcional Amorim e Pereira (2008 p 54) apresentam

que ldquoos sistemas de aproveitamento de aacutegua pluvial satildeo formados basicamente

pela aacuterea de captaccedilatildeo (geralmente coberturas) os componentes de transporte

(calhas e condutores verticais) e o reservatoacuteriordquo Cabe ressaltar que para esse

estudo a captaccedilatildeo das aacuteguas pluviais seraacute destinada apenas para a utilizaccedilatildeo

em ldquoaacuteguas cinzasrdquo Neste sentido o reuso das aacuteguas cinzas que satildeo as aacuteguas

provenientes de todas as atividades domeacutesticas com exceccedilatildeo de fontes de

aacuteguas negras tais como sanitaacuterios bidecircs e urinol vem sendo estudadas com

vista ao reuso tanto em irrigaccedilatildeo como em sanitaacuterios (Rapoport 2004 p 8)

Retomando os dados apresentados pela SABESP (2010) temos a

tabela 04 a qual apresenta os dados de consumo domeacutestico e em sequecircncia o

graacutefico 01 que demonstram que se analisarmos as quantidades de aacutegua

utilizada no consumo domeacutestico teremos uma base para o tamanho do

reservatoacuterio E posteriormente a tabela 05 mostra em que situaccedilotildees se podem

reutilizar as aacuteguas pluviais

Tabela 04 Consumo domeacutestico de aacutegua

Litros

Cozinhar e Beber 54

Tomar Banho e Escovar os Dentes 50

Descarga de Banheiro 66

Lavagem de Roupa 24

Outras Tarefas 6

Total = 200

Fonte SABESP (2010)

27

25

33

12

3

Cozinhar e Beber

Tomar Banho e Escovar osDentes

Descarga de Banheiro

Lavagem de Roupa

Outras Tarefas

Descarga de Banheiro

6875

Lavagem de Roupa

25

Outras Tarefas 625

Graacutefico 01 Consumo Domeacutestico de Aacutegua

Tabela 05 Percentual para reutilizaccedilatildeo de aacuteguas pluviais

Graacutefico 02 Percentual para Reutilizaccedilatildeo de Aacuteguas Pluviais

Porcentagem ()

Descarga de Banheiro 66 6875

Lavagem de Roupa 24 25

Outras Tarefas 6 625

Total = 96 100

Fonte SABESP(2010)

33 ndash Meacutetodos de Dimensionamento do Reservatoacuterio

Amorim e Pereira (2008 p 54 Soares et al 2000 apud May 2004)

apresentam que existem quatro grupos principais para o dimensionamento do

reservatoacuterio

(a) Meacutetodos determiniacutesticos os dados referentes agrave precipitaccedilatildeo

pluviomeacutetrica e agrave demanda satildeo analisados pela curva de massa

(b) Meacutetodos aproximados baseados em relaccedilotildees empiacutericas

conhecidas

(c) Meacutetodos de modelaccedilatildeo satildeo tambeacutem conhecidos como meacutetodos

de transiccedilatildeo probabiliacutestica da matriz e

(d) Meacutetodos de anaacutelise de sistemas sendo linear natildeo linear ou

programaccedilatildeo dinacircmica

Dentro desses grupos de dimensionamento temos os diversos meacutetodos

meacutetodo de Rippl que consiste na determinaccedilatildeo do volume com base na aacuterea

de captaccedilatildeo que eacute subdivido em meacutetodo analiacutetico e meacutetodo graacutefico meacutetodo de

consideraccedilatildeo dos periacuteodos de dias consecutivos sem chuva que necessita da

observaccedilatildeo dos registros pluviomeacutetricos para identificar os maiores periacuteodos de

dias consecutivos sem chuvas e sua taxa de repeticcedilatildeo meacutetodo de anaacutelise de

simulaccedilatildeo de um reservatoacuterio com capacidade suposta que consiste

basicamente na fixaccedilatildeo de um volume para o reservatoacuterio e na verificaccedilatildeo do

percentual de consumo que seraacute atendido meacutetodo praacutetico brasileiro meacutetodo

praacutetico alematildeo meacutetodo praacutetico inglecircs e o meacutetodo praacutetico australiano (Amorim

e Pereira 2008 p 55-58)

34 ndash Anaacutelise de caso para um preacutedio da Superquadra 111 Norte

A partir dos dados jaacute apresentados temos que o objeto de estudo eacute um

preacutedio residencial localizado na Superquadra 111 Norte que possui uma aacuterea

de projeccedilatildeo de 1069msup2 com seis (6) pavimentos constituindo uma aacuterea

construiacuteda de 6414msup2 apresentando seis (6) apartamentos por pavimento e

consequentemente trinta e seis (36) apartamentos no total (Brino Brasiacutelia

Superquadras Residenciais) O preacutedio conteacutem 33 habitantes por apartamento

(IBGE 2010) que consomem em meacutedia cerca de 190 litros de aacuteguadia

resultando em um consumo mensal de aproximadamente 6msup3 por pessoa

(CAESB) mas como a aacutegua captada da chuva seraacute utilizada apenas para

suprir a demanda de aacutegua cinza temos 66 litros para descarga de vasos

sanitaacuterios

Temos entatildeo que a demanda por aacutegua por habitante nesse edifiacutecio eacute

dada por

119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119898119900119903119886119889119900119903 = 66119871 = 66119871119863119894119886

119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119886119901119886119903119905119886119898119890119899119905119900 = 33119901 times 66119871 ~ 217 119871119863119894119886

119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119901119903eacute119889119894119900 = (33119901 times 66119871) times 36 ~ 7840119871119863119894119886

119863119890119898119886119899119889119886 119898119890119899119904119886119897 119901119900119903 119901119903eacute119889119894119900 =7840119871

119889119894119886times 30119863119894119886119904 = 235224119871

Legenda L = Litros p = Pessoas

Para facilitar nos caacutelculos ao aplica-los para o reservatoacuterio e para o

sistema de captaccedilatildeo eacute necessaacuterio realizar a conversatildeo de litros para msup3

(metros cuacutebicos) Sendo assim 66L = 0066msup3 217L = 0217msup3 7840L =

7840msup3 e 235224L = 235224msup3

Seraacute utilizado o ano de 2014 para os dados de precipitaccedilatildeo da estaccedilatildeo

meteoroloacutegica de Brasiacutelia localizada na Latitude (ordm) -158 Longitude (ordm)-479

fornecidos pela professora Rafaela Lisboa durante o periacuteodo chuvoso O ano

de 2014 apresenta registros jornaliacutesticos de alagamento nos meses de

Fevereiro com precipitaccedilatildeo de 1392 msup3 Marccedilo com precipitaccedilatildeo de 3402msup3

e Dezembro com precipitaccedilatildeo de 3667msup3 Importante ressaltar que o setor

Noroeste de Brasiacutelia foi construiacutedo em 2011 (site G1) o que aumentou a aacuterea

de solo impermeabilizado e a reduccedilatildeo no escoamento superficial da aacutegua

ocasionando em um aumento nas enchentes e alagamentos na Asa Norte

Segundo Amorim e Pereira (2008 p57) um dos meacutetodos a ser utilizado

para poder saber o volume de aacutegua aproveitaacutevel e consequentemente o

volume de aacutegua do reservatoacuterio Trata-se de um meacutetodo empiacuterico apresentado

na NBR 155272007 O volume de aacutegua do reservatoacuterio V expresso em L eacute

exposto a seguir

119872eacute119905119900119889119900 119875119903aacute119905119894119888119900 119861119903119886119904119894119897119890119894119903119900

119881 = 0042 times 119875 times 119860 times 119879

Em que ldquoVrdquo representa o volume de aacutegua aproveitaacutevel e o volume de

aacutegua do reservatoacuterio (L) ldquoPrdquo a precipitaccedilatildeo meacutedia mensal (mm) ldquoArdquo a aacuterea de

coleta em projeccedilatildeo ldquoTrdquo nuacutemero de meses de pouca chuva ou seca e ldquo0042rdquo eacute

um coeficiente estipulado

Portanto segundo Fontanela (2010 p 25) para estipular o volume do

reservatoacuterio temos que calcular 42 do produto entre o volume de chuva

coletada pelo telhado e o nuacutemero de meses com pouca chuva ou seca

Atribuindo valores do ano de 2014 temos que

119881 = 0042 times 1399119898119898 times 1069 times 5

119881~ 31406119871 119900119906 31406119898sup3

Ressaltando que esse valor obtido eacute uma estimativa do tamanho do

reservatoacuterio e que pode haver um reservatoacuterio de maior capacidade

De forma comparativa eacute de bom senso que se faccedila outro caacutelculo com um

meacutetodo alternativo

Amorim e Pereira (2008 p56) expotildeem que existe um meacutetodo de anaacutelise

de simulaccedilatildeo do reservatoacuterio com capacidade suposta o qual consiste

basicamente na fixaccedilatildeo de um volume para o reservatoacuterio e na verificaccedilatildeo de

consumo que seraacute atendido Sendo assim ldquoo primeiro passo para a aplicaccedilatildeo

desse meacutetodo eacute adotar alguns valores possiacuteveis para o volume com base na

estimativa do consumo mensal de aacutegua natildeo potaacutevelrdquo (Amorim e Pereira 2008

p57) Portanto partindo do ponto que o preacutedio consome cerca de 235000L

devemos calcular uma base que possa ser favoraacutevel economicamente

119872eacute119905119900119889119900 119889119890 119878119894119898119906119897119886ccedilatilde119900 119889119900 119877119890119904119890119903119907119886119905oacute119903119894119900

235224119871 rarr 100

119881 rarr 30

119881 ~ 70000119871 119900119906 70119898sup3

Tambeacutem haacute outra alternativa apresentada por L Pereira (Viabilidade

EconocircmicoAmbiental p 18)

119881119886119888 = 119860119879 times 119875119875119872119860 lowast

119881119886119888 = 1069119898sup2 times 1399119898sup3 = 1495531119898sup3119886119899119900

Equaccedilatildeo a qual ldquoVacrdquo corresponde ao volume de aacutegua captado ldquoATrdquo

aacuterea do telhado e ldquoPPMArdquo eacute a precipitaccedilatildeo pluviomeacutetrica meacutedia mensal

Poreacutem o resultado obtido eacute para os 12 meses do ano e como foi visto no

ano de 2014 temos 7 meses com chuva portanto

119881119886119888 =119879119900119905119886119897

1198983

1198861198991199007 119898119890119904119890119904

lowast

119881119886119888 =1495531119898sup3119886119899119900

7= 21364119898sup3 119900119906 213640119871

dados somente seriam vaacutelidos se a precipitaccedilatildeo fosse uniforme durante os 7 meses de chuva

341 ndash Anaacutelise de caso para a Superquadra 111 Norte

Retomando a tabela 02 temos que a quadra apresenta 11 preacutedios

aproximadamente que variam o nuacutemero de apartamentos por pavimentos e

consequentemente o nuacutemero de moradores mas os edifiacutecios continuam tendo

uma aacuterea de 1069msup2 gerando um uma aacuterea total de 70554msup2 mas teremos

como base os caacutelculos feitos para o preacutedio selecionado no item 34

Realizando um caacutelculo baacutesico tem-se como estimativa de

armazenamento para esta quadra o seguinte

119872eacute119905119900119889119900 119875119903aacute119905119894119888119900 119861119903119886119904119894119897119890119894119903119900

119881~ 31406119871 119900119906 314061198983

11 119875119903eacute119889119894119900119904 times 31406119871 = 345466119871 119900119906 345466119898sup3

119872eacute119905119900119889119900 119889119890 119878119894119898119906119897119886ccedilatilde119900 119889119900 119877119890119904119890119903119907119886119905oacute119903119894119900

119881 ~ 70000119871 119900119906 701198983

11 119875119903eacute119889119894119900119904 times 70000119871 = 770000

119881119900119897119906119898119890 119889119890 aacute119892119906119886 119888119886119901119905119886119889119900 lowast

119881119886119888 = 213641198983119900119906 213640119871

11 119875119903eacute119889119894119900119904 times 213640119871 = 2350040119871 119900119906 235004119898sup3

dados somente seriam vaacutelidos se a precipitaccedilatildeo fosse uniforme durante os 7 meses de chuva

119863119890119898119886119899119889119886 119905119900119905119886119897 119889119886 119902119906119886119889119903119886 119888119900119898 119889119890119904119888119886119903119892119886 119889119890 119887119886119899ℎ119890119894119903119900

11 119875119903eacute119889119894119900119904 times 235224119871 = 2587464119871 119900119906 2587464119898sup3

Segundo Brino (Brasiacutelia Superquadras Residenciais) temos que as

dimensotildees maacuteximas de uma superquadra satildeo de 280x280m resultando numa

aacuterea de 78400msup2 que eacute denominado de Aacuterea Total (AT) A partir disso foi

definido que deveria existir uma faixa externa de 20m denominada de non

aedificandi que foi destinada ao plantio de uma ldquomassa vegetalrdquo de grande

porte e no interior da quadra encontra-se a aacuterea aedificandi a qual possui

240x240m e uma aacuterea de 57600msup2 Realizando uma subtraccedilatildeo da Aacuterea total

pela Aacuterea aedificandi obtecircm-se que a aacuterea non aedificandi eacute de 20800msup2 que

corresponde a 265 da aacuterea total

Com base nessas informaccedilotildees eacute necessaacuterio atentar-se ao detalhe de

que uma parte da precipitaccedilatildeo cai no solo e outra parte nos telhados dos

preacutedios Sendo assim parte da chuva pode ser aproveitada pelo sistema de

captaccedilatildeo enquanto outra parte chega ao solo sem uma interferecircncia direta no

ciclo hidroloacutegico

35 ndash Funcionamento do sistema de captaccedilatildeo

Eacute importante frisar que o sistema de aproveitamento de aacuteguas pluviais eacute

regido pela norma NBR 15527 (Associaccedilatildeo Brasileira de Normas Teacutecnicas

2007) norma a qual faz algumas consideraccedilotildees importantes para implantaccedilatildeo

e correto funcionamento do sistema de captaccedilatildeo Alguns destes satildeo

435 ndash O volume dos reservatoacuterios deve ser dimensionado com

base em criteacuterios teacutecnicos econocircmicos e ambientais levando em

conta as boas praacuteticas da engenharia podendo a criteacuterio do

projetista ser utilizados os meacutetodos contidos no Anexo A ou

outro desde que devidamente justificado

Item 436 ndash Os reservatoacuterios devem ser limpos e desinfetados

com soluccedilatildeo de hipoclorito de soacutedio no miacutenimo uma vez por ano

de acordo com agrave ABNT NBR 5626

Item 442 ndash As tubulaccedilotildees e demais componentes devem ser

claramente diferenciados das tubulaccedilotildees de aacutegua potaacutevel

Item 443 ndash O sistema de distribuiccedilatildeo de chuva deve ser

independente do sistema de aacutegua potaacutevel natildeo permitindo a

conexatildeo cruzada de acordo com agrave ABNT NBR 5626

Item 444 ndash Os pontos de consumo como por exemplo uma

torneira de jardim devem ser de uso restrito e identificados com

placa de advertecircncia com a seguinte inscriccedilatildeo ldquoaacutegua natildeo potaacutevelrdquo

e identificaccedilatildeo graacutefica

Item 445 ndash Os reservatoacuterios de aacutegua de distribuiccedilatildeo de aacutegua

potaacutevel e de aacutegua da chuva devem ser separados

Item 461 ndash Quando necessaacuterio o bombeamento este deve

atender agrave ABNT NBR 12214

Deve-se realizar manutenccedilatildeo em todo o sistema de

aproveitamento de aacutegua de chuva

Para maiores esclarecimentos ldquoo funcionamento de um sistema de

coleta e aproveitamento de aacutegua pluvial consiste de maneira geral na captaccedilatildeo

da aacutegua da chuva que cai sobre os telhados ou lajes da edificaccedilatildeo A aacutegua eacute

conduzida ateacute o local de armazenamento atraveacutes de calhas condutores

horizontais e verticais passando por equipamentos de filtragem e descarte de

impurezas Apoacutes passar pelo filtro a aacutegua eacute armazenada geralmente em

reservatoacuterio enterrado (cisterna) e bombeada a um segundo reservatoacuterio

(elevado) do qual as tubulaccedilotildees especiacuteficas de aacutegua pluvial iratildeo distribuiacute-la

para o consumo natildeo potaacutevelrdquo (Carvalho 2010 p 27 e 28) Conforme ilustra a

imagem a seguir

Figura 02 Funcionamento de um Sistema de Captaccedilatildeo

Fonte Adatildeo D Padini (2013)

De forma mais simplificada podemos ver a representaccedilatildeo no fluxograma

a seguir

Figura 03 Fluxograma do Sistema de Captaccedilatildeo

Fonte Leandro Roncato Pereira

351 ndash Dificuldades para implantaccedilatildeo do sistema

Tal sistema apresenta como dificuldade o local onde seriam instaladas

as cisternas uma vez que geraria um peso sobre o telhado Dessa forma o

sistema seria instalado no jardim cobrando um custo adicional

352 ndash Custo de implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo fechado em um

preacutedio

Na implantaccedilatildeo desse sistema os materiais utilizados teratildeo como base o

meacutetodo praacutetico brasileiro e para aumentar a eficiecircncia do sistema o volume de

31406L seraacute arredondado para 35000L

Os valores de alguns dos materiais apresentados a seguir seguem os

dos apresentados no trabalho de L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental

p 18) apenas o valor da caixa drsquoaacutegua de 10000L foi obtido atraveacutes de

pesquisas em lojas de construccedilatildeo e assim utilizando a de menor valor

Tambeacutem devemos considerar que a bomba consome energia ao bombear aacutegua

para o preacutedio (CEB) portanto os valores seguem conforme a tabela a seguir

Tabela 06 Preccedilo dos Produtos do Sistema de Captaccedilatildeo sem Fluxo

Produto Quantidade Valor unitaacuterio (R$) Valor total (R$)

Cx Daacutegua 10000L 3 496090 1488270

Cx Daacutegua 5000L 1 108000 108000

Boacuteia Eleacutetrica 1 2750 2750

Boacuteia Comum 1 1220 1220

Registro de Gaveta

1 3490 3490

Bomba Anauger 1 23000 23000

Filtro 3P VF1 1 22000 22000

Tubulaccedilotildees 7000 7000

Disjuntor 1 1310 1310

Escavaccedilatildeo Msup3 3666 128310

Matildeo de Obra 1 58574 58574

Energia 054 054

Total 13 727154 1843978

Observaccedilatildeo Pelo fato desse estudo se tratar de um modelo de implantaccedilatildeo

o custo das tubulaccedilotildees vai variar de acordo com a demanda necessitada pelo

preacutedio portanto podendo variar de acordo com o projeto implantado Para este

estudo seraacute adotado o valor de R$ 7000

Observaccedilatildeo Pelo fato desse trabalho tratar-se de um modelo de

implantaccedilatildeo o custo da energia pode variar de acordo com a demanda necessitada

pelo preacutedio portanto podendo variar de acordo com o uso da bomba Para este

estudo seraacute adotado o valor de R$ 054 que eacute o valor do KwH cobrado pela CEB

Segundo Saravy (2010 p 46) haacute tambeacutem um custo para manutenccedilatildeo do

sistema conforme a tabela a seguir

Tabela 07 Preccedilo de Manutenccedilatildeo do Sistema de Captaccedilatildeo

Com esses dados podemos ver o valor total final a ser pago pelo

sistema de captaccedilatildeo que eacute de R$ 1889978

36 ndash Taxas e valores cobrados para utilizaccedilatildeo de aacutegua

Segundo a Companhia de Saneamento Ambiental do Distrito Federal (CAESB)

quando vaacuterias residecircncias satildeo atendidas por uma uacutenica ligaccedilatildeo de aacutegua eacute aplicado o

conceito de consumo ldquoPara exemplificar podemos citar um preacutedio residencial onde

cada apartamento corresponde a uma unidade de consumordquo (CAESB) Contudo o

caacutelculo de gastos seraacute realizado primeiro em um apartamento e posteriormente

multiplicado pelo total de apartamentos do preacutedio uma vez que os preacutedios

residecircncias da Asa Norte pagam a conta de aacutegua atraveacutes do condomiacutenio O preacutedio

Componente Frequecircncia da Manutenccedilatildeo

Custo da Manutenccedilatildeo

Calhas e Condutores

Semestral R$ 13000

Reservatoacuterio Limpeza e

Desinfecccedilatildeo Anual

R$ 20000

desse estudo apresenta um hidrocircmetro que mede o consumo de aacutegua para o todo o

preacutedio

Eacute de suma importacircncia destacar tambeacutem que haacute uma taxa de esgoto que eacute

cobrada pela CAESB consequentemente ldquoo valor da tarifa de esgotos corresponde

a 100 do valor da tarifa de aacutegua exceto quando se tratar de coleta do tipo

condominial que equivale a 60 do valor da tarifa de aacuteguardquo (CAESB)

Deste modo a CAESB utiliza tarifas para diversas categorias de moradia e

comeacutercio e neste estudo seraacute aplicada a tarifa de ldquoresidencial normalrdquo em

concordacircncia com a tabela a seguir

Tabela 08 Valor da Tarifa Cobrado pela CAESB

Para melhor compreensatildeo do caacutelculo que a CAESB faz temos uma conta do

condomiacutenio do preacutedio da Superquadra 111 Norte

Figura 04 Conta Discriminada do Condomiacutenio

Fonte Condomiacutenio do Preacutedio

O caacutelculo feito pela CAESB consiste primeiramente em saber a demanda de

aacutegua gasta em metros cuacutebicos por Unidade de Consumo ndash apartamento ndash para

saber qual faixa ldquomsup3rdquo eacute aplicada Apoacutes saber qual a faixa ldquomsup3rdquo que se enquadra eacute

atribuiacutedo o volume por UC (em msup3) em sequecircncia multiplica-se o volume por UC ou

volume da faixa pelo nuacutemero de UCrsquos correspondente para se obter o volume total

gasto (em msup3) Tendo o volume total gasto basta multiplicar pelo preccedilo corresponde

agrave faixa a qual se encaixa o consumo e assim obtendo o valor total a pagar A partir

do momento que se tem o valor total a pagar eacute necessaacuterio acrescer 100 do valor

para cobrir a tarifa de esgoto conforme a figura

Partindo desses dados podemos calcular por apartamento quanto eacute cobrado

pela CAESB a partir dos dados apresentados no capiacutetulo 34

119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119886119901119886119903119905119886119898119890119899119905119900 = 33119901 times 66119871 ~ 217119871

119863119894119886

119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119886119901119886119903119905119886119898119890119899119905119900 119886119900 119898ecirc119904 = 217119871119889119894119886 times 30119863119894119886119904 = 6510119871 119900119906 65101198983

Com base nesses dados temos que calcular o volume total de descarga em

sanitaacuterios que o preacutedio consome com a seguinte foacutermula

119881119879 = 119881119865 times 119873ordm 119889119890 119880119862prime119904

119881119879 = 10119898sup3 times 36 = 360119898sup3

Em que ldquoVTrdquo corresponde ao volume total do preacutedio ldquoVFrdquo ao volume da faixa

que eacute estipulado pela CAESB e ldquoUCrsquosrdquo satildeo as unidades de consumo que eacute correlato

ao nuacutemero de apartamentos existente

Portanto o total a se pagar em um mecircs eacute calculado da seguinte forma

119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 119881119879 times 119879119886119903119894119891119886 119889119890 aacute119892119906119886 + 119879119886119903119894119891119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900

119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 360119898sup3 times 119877$ 265 + 119879119886119903119894119891119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900

119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 954 + 119877$ 954 = 119877$ 1908

Em 7 meses seriam pagos em descarga

119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 1908 times 7 119872119890119904119890119904 = 119877$ 13356

37 ndash Caacutelculos de economia e retorno de investimento para um sistema

fechado

Conforme exposto por L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental p 15)

ldquopara o caacutelculo da economia da taxa de aacutegua multiplica-se o valor do msup3 (valor

cobrado por msup3 do responsaacutevel pelo fornecimento de aacutegua na cidade []) pelo

volume captado e entatildeo obtecircm-se o valor economizado por ano na taxa de aacuteguardquo

Recapitulando que para esse estudo seraacute utilizado o meacutetodo praacutetico brasieliro

devido aos meses de seca ou pouca chuva

Sendo assim

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119881119886119897119900119903 119889119900 1198983 times 119881119900119897119906119898119890 119888119886119901119905119886119889119900

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 265 times 314061198983

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 8322

Essa economia de R$ 8322 eacute para um mecircs de chuva para o preacutedio todo

sendo assim para os 7 meses de chuva tem-se

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119890 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 8322 times 7 119898119890119904119890119904 = 119877$ 58254

Ainda segundo L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental p 16) para o

caacutelculo da economia referente ao esgoto eacute necessaacuterio multiplicar o valor do msup3 pelo

volume captado e por 08 uma vez que considera-se 20 de perda ou seja para

cada 1 litro de aacutegua que chega na residecircncia eacute cobrado 08 litros para o tratamento

do esgoto

Portanto tem-se

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119881119886119897119900119903 119889119900 1198983 times 119881119900119897119906119898119890 119888119886119901119905119886119889119900 times 08

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900 = 119877$ 265 times 314061198983 times 08

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 6658

Esse valor encontrado de R$ 6658 corresponde a um mecircs de chuva para o

preacutedio sendo assim o total economizado pelo preacutedio em 7 meses eacute de

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119890 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 6658 times 7 119898119890119904119890119904 = 119877$ 46606

ldquoPara o caacutelculo do retorno do investimento divide-se o valor investido pela

economia anual com a implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo e reaproveitamento da

aacutegua pluvialrdquo L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental p 16)

Portanto para 7 meses de chuva tem-se o seguinte

119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 =119881119886119897119900119903 119894119899119907119890119904119905119894119889119900

119864119888119900119899119900119898119894119886 (7119898119890119904119890119904)

119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 = 119877$ 1843924

119877$ 58254 + 119877$ 46606

119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 = 119877$ 1843924

119877$ 9446

119877119890119905119900119903119899119900

119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900= 1952 119886119899119900119904

38 ndash Caacutelculos de dimensionamento para um sistema com fluxo

Os caacutelculos apresentados no subitem anterior satildeo relativos a um sistema

o qual natildeo adota a possibilidade de fluxo dentro do reservatoacuterio Quando se

fala em fluxo temos que considerar que ao mesmo tempo em que o preacutedio

utiliza aacutegua do reservatoacuterio de aacutegua pluvial o mesmo vai enchendo com aacutegua

pluvial Portanto haacute um ciclo no qual o preacutedio demanda aacutegua do reservatoacuterio e

o mesmo vai enchendo conforme chove no local

Sabendo que a meacutedia mensal eacute de 1399msup3 eacute preciso multiplicar isso

por 12 para se obter o quanto choveu em 2014 Sendo assim

119879119900119905119886119897 119886119900 119886119899119900 = 1399119898119898 times 12 119898119890119904119890119904

119879119900119905119886119897 119886119900 119886119899119900 = 16788119898119898

Mas como foi visto o periacuteodo chuvoso eacute de 7 meses entatildeo temos

119875119903119890119888119894119901119894119905119886ccedilatilde119900 119901119886119903119886 7 119898119890119904119890119904 = 16788119898119898 divide 7 = 2398119898119898

Com isso eacute necessaacuterio realizar o caacutelculo da meacutedia de captaccedilatildeo de aacutegua

por mecircs para a aacuterea de 1069msup2

119872119890119889119894119886 119889119890 119862119886119901119905119886ccedilatilde119900 = 2398119898119898 times 1069119898sup2

119872eacute119889119894119886 119889119890 119862119886119901119905119886ccedilatilde119900 = 256346119871 119900119906 256346119898sup3

Ao considerar o valor obtido temos que realizar o quanto seria captado

diariamente

119872eacute119889119894119886 119889119894aacute119903119894119886 = 256346119898sup3 divide 30 119889119894119886119904 = 85119898sup3119889119894119886

A partir desses caacutelculos podemos realizar a seguinte comparaccedilatildeo O

preacutedio consome cerca de 78msup3 ao dia de aacutegua para descarga de vasos sanitaacuterios

enquanto a meacutedia diaacuteria de captaccedilatildeo eacute de 85msup3 por conseguinte temos um fluxo

positivo de aacutegua para o reservatoacuterio de 067msup3dia nos dias chuvosos

Se colocarmos um reservatoacuterio de 35msup3 sem nenhuma aacutegua

armazenada poderemos constatar que o reservatoacuterio iria encher por completo em

cerca de 53 dias conforme o caacutelculo a seguir

351198983 = 0671198983 times 119909 119889119894119886119904

119909 119889119894119886119904 = 35119898sup3 divide 067119898sup3 = 5223 119889119894119886119904

Analisando esses dados temos que a partir do 54ordm dia o reservatoacuterio

estaria completamente cheio e no restante dos 156 dias que teriacuteamos de chuva

esses 067msup3 seriam de certa forma desperdiccedilados uma vez que esse fluxo de

067msup3 ao final dos 7 meses gerariam cerca de 1407msup3 enquanto o reservatoacuterio tem

a capacidade de 35msup3 conforme o caacutelculo a seguir

119875119900119905119890119899119888119894119886119897 = 067119898sup3 times 156 119889119894119886119904 = 1045119898sup3

Se considerarmos esse fluxo positivo de 067msup3dia temos que ao final

dos 210 dias (7meses) seria possiacutevel armazenar 1407 msup3 de aacutegua Com um

reservatoacuterio de 35msup3 1057msup3 estariam sendo escoados para fora do reservatoacuterio

Portanto o ideal seria um reservatoacuterio que se aproxime de 1407msup3 para que ao

final dos 7 meses toda aacutegua possiacutevel fosse armazenada no entanto o reservatoacuterio

deveria ser de 145msup3

Devemos considerar ainda que ao final dos 7 meses o reservatoacuterio

estaria cheio no periacuteodo de seca conseguiria abastecer o preacutedio de acordo com a

demanda do preacutedio sendo assim

119880119905119894119897119894119911119886ccedilatilde119900 119899119886 119904119890119888119886 = 119879119900119905119886119897 119889119900 119903119890119904119890119903119907119886119905oacute119903119894119900 divide 119863119890119898119886119899119889119886 119889119894aacute119903119894119886

119880119905119894119897119894119911119886ccedilatilde119900 119899119886 119904119890119888119886 = 1451198983 divide 781198983119889119894119886

119880119905119894119897119894119911119886ccedilatilde119900 119899119886 119904119890119888119886 = 1858 119889119894119886119904

381 ndash Custo de implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo com fluxo em um

preacutedio

Na implantaccedilatildeo desse sistema os materiais utilizados teratildeo como base

as estimativas que foram apresentadas no subitem anterior e para aumentar a

eficiecircncia do sistema o volume de 1400007L seraacute arredondado para

145000L

Devido ao tamanho do reservatoacuterio eacute de se esperar que o reservatoacuterio

natildeo seja instalado em cima do preacutedio uma vez que a estrutura do preacutedio natildeo

conseguiria suportar o peso que o reservatoacuterio faria sobre o telhado

consequentemente o reservatoacuterio deveraacute ser instalado no jardim do preacutedio que

iraacute gerar um custo a mais por conta da escavaccedilatildeo

Os valores de alguns dos materiais apresentados a seguir seguem os

dos apresentados no trabalho de L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental

p 18) apenas o valor da caixa drsquoaacutegua de 10000L foi obtido atraveacutes de

pesquisas em lojas de construccedilatildeo e assim utilizando a de menor valor

conforme a tabela a seguir Segundo o Saneamento de Goiaacutes SA (SANEAGO)

o custo de escavaccedilatildeo eacute calculado a partir do total de msup3 aleacutem de 3m de

profundidade

Tabela 09 Preccedilo dos Produtos do Sistema de Captaccedilatildeo com Fluxo

Observaccedilatildeo Pelo fato desse estudo se tratar de um modelo de implantaccedilatildeo

o custo das tubulaccedilotildees vai variar de acordo com a demanda necessitada pelo

preacutedio portanto podendo variar de acordo com o projeto implantado Para este

estudo seraacute adotado o valor de R$ 7000

Observaccedilatildeo Pelo fato desse trabalho tratar-se de um modelo de

implantaccedilatildeo o custo da energia pode variar de acordo com a demanda necessitada

pelo preacutedio portanto podendo variar de acordo com o uso da bomba Para este

estudo seraacute adotado o valor de R$ 054 que eacute o valor do KwH cobrado pela CEB

Produto Quantidade Valor unitaacuterio (R$) Valor total (R$)

Cx Daacutegua 10000L 14 496090 6945260

Cx Daacutegua 5000L 1 108000 108000

Boacuteia Eleacutetrica 1 2750 2750

Boacuteia Comum 1 1220 1220

Registro de Gaveta

1 3490 3490

Bomba Anauger 1 23000 23000

Filtro 3P VF1 1 22000 22000

Tubulaccedilotildees 7000 7000

Disjuntor 1 1310 1310

Escavaccedilatildeo Msup3 3666 53157

Matildeo de Obra 1 58574 58574

Energia 054 054

Total 13 727154 7704228

382 ndash Caacutelculos de economia e retorno de investimento para um sistema

com fluxo

Partindo dos dados apresentados podemos calcular por apartamento quanto eacute

cobrado pela CAESB a partir dos dados apresentados no capiacutetulo 34

119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119886119901119886119903119905119886119898119890119899119905119900 = 33119901 times 66119871 ~ 217119871

119863119894119886

119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119886119901119886119903119905119886119898119890119899119905119900 119886119900 119898ecirc119904 = 217119871119889119894119886 times 30119863119894119886119904 = 6510119871 119900119906 65101198983

Em que ldquoVTrdquo corresponde ao volume total do preacutedio ldquoVFrdquo ao volume da faixa

que eacute estipulado pela CAESB e ldquoUCrsquosrdquo satildeo as unidades de consumo que eacute correlato

ao nuacutemero de apartamentos existente

Portanto o total a se pagar em um mecircs eacute calculado da seguinte forma

119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 119881119879 times 119879119886119903119894119891119886 119889119890 aacute119892119906119886 + 119879119886119903119894119891119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900

119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 360119898sup3 times 119877$ 265 + 119879119886119903119894119891119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900

119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 954 + 119877$ 954 = 119877$ 1908

Retomando o caacutelculo exposto por L Pereira (Viabilidade

EconocircmicoAmbiental p 15) no subitem anterior temos que o caacutelculo da CAESB

seria feito da seguinte maneira

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119881119886119897119900119903 119889119900 1198983 times 119881119900119897119906119898119890 119888119886119901119905119886119889119900

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 265 times 1451198983

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 38425

Esse caacutelculo eacute equivalente a um mecircs de captaccedilatildeo para os 7 meses

teremos o seguinte

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119890 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 38425 times 7 119898119890119904119890119904 = 119877$ 268975

Conforme foi visto para o caacutelculo da economia de esgoto eacute necessaacuterio

multiplicar o valor do msup3 pelo volume captado e por 08 uma vez que considera-se

20 de perda ou seja para cada 1 litro de aacutegua que chega na residecircncia eacute cobrado

08 litros para o tratamento do esgoto Portanto para um mecircs segue-se

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119881119886119897119900119903 119889119900 1198983 times 119881119900119897119906119898119890 119888119886119901119905119886119889119900 times 08

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900 = 119877$ 265 times 1451198983 times 08

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 3074

ldquoPara o caacutelculo do retorno do investimento divide-se o valor investido pela

economia anual com a implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo e reaproveitamento da

aacutegua pluvialrdquo L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental p 16)

Portanto para 7 meses de chuva tem-se o seguinte

119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 =119881119886119897119900119903 119894119899119907119890119904119905119894119889119900

119864119888119900119899119900119898119894119886 (7119898119890119904119890119904)

119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 = 119877$ 17704228

119877$ 268975 + 119877$ 21518

119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 = 119877$ 7704228

119877$ 484155

119877119890119905119900119903119899119900

119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900= 1591119886119899119900119904

4 ndash Conclusatildeo e Consideraccedilotildees Finais

De acordo com o que foi exposto temos que a implantaccedilatildeo do sistema de

captaccedilatildeo para o aproveitamento de aacuteguas pluviais eacute uma oacutetima alternativa para

substituiccedilatildeo da ldquoaacutegua cinzardquo possibilitando tambeacutem um destino mais correto do

ponto de vista ambiental para a aacutegua que se tornaria esgoto Como eacute de

conhecimento este tipo de meacutetodo eacute utilizado em diversas regiotildees natildeo somente

aquelas que sofrem com escassez de aacutegua

Mesmo sabendo que o Brasil possui um grande potencial hiacutedrico observamos

que uma parcela da populaccedilatildeo natildeo tem consciecircncia quanto ao gasto de aacutegua

gerando um grande desperdiacutecio de forma desnecessaacuteria Portanto partindo de um

pensamento racional um sistema de captaccedilatildeo seria viaacutevel para o aproveitamento da

aacutegua para fins de consumo domeacutestico mais precisamente ldquoaacutegua cinzardquo

Considerando os caacutelculos apresentados a partir da taxa de precipitaccedilatildeo meacutedia

em Brasiacutelia a criaccedilatildeo de um sistema de captaccedilatildeo pluvial predial traz benefiacutecios

econocircmicos e ambientais O projeto torna-se viaacutevel economicamente pois desde

que se faccedila a manutenccedilatildeo de forma adequada do sistema este teraacute uma vida uacutetil

longa e considerando que se obteacutem o retorno do investimento em aproximadamente

16 anos para um sistema com fluxo apoacutes este periacuteodo o sistema passa a ser

lucrativo para o preacutedio que implanta pois o custo eacute dividido no condomiacutenio dentre os

moradores do preacutedio

Analisando do ponto de vista ambiental o desenvolvimento urbano de Brasiacutelia

ocasionou em superfiacutecies impermeaacuteveis dificultando a absorccedilatildeo de aacuteguas pluviais

pelo solo e juntamente com o sistema de redes pluviais e o sistema de drenagem

ultrapassados os alagamentos e enchentes tecircm se tornado constante quando

ocorrem chuvas anormais Com as estimativas feitas neste trabalho eacute possiacutevel que

tais transtornos hiacutedricos urbanos possam ser amenizados a partir da implantaccedilatildeo do

sistema sem que afete o ciclo hidroloacutegico natural Logicamente essa natildeo eacute a

soluccedilatildeo uma vez que ela deve ser apenas um complemento agrave poliacuteticas publicas

poliacuteticas de incentivo entre outras medidas de cunho sustentaacutevel

Em vista disso a implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo e aproveitamento de

aacuteguas pluviais acarretaria em uma significativa melhora ambiental atraveacutes da

substituiccedilatildeo de uma parcela da aacutegua fornecida pela CAESB e possivelmente

mitigando os transtornos hiacutedricos urbanos se aplicado em larga escala

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dinacircmica e sustentaacutevel e criar accedilotildees para a utilizaccedilatildeo racional da aacutegua

juntamente com o aproveitamento de aacuteguas pluviais

A autora Silva (Poliacuteticas Puacuteblicas e Estrateacutegias de Sustentabilidade

Urbana p 1 apud Metzger 1994) cujo inventaacuterio realizado sobre trabalhos de

ecologia urbana e meio ambiente urbano identifica trecircs concepccedilotildees distintas A

primeira trata da natureza na cidade no qual Metzger fez estudos referentes

aos elementos bioloacutegicos do meio urbano no que diz respeito agrave preservaccedilatildeo

dos espaccedilos verdes e dos elementos fiacutesico naturais da cidade A segunda

concepccedilatildeo do meio ambiente urbano estaacute relacionada aos riscos da cidade e

na cidade aos problemas ambientais enfrentados pela populaccedilatildeo e como

esses problemas afetam a qualidade de vida da mesma Por fim a uacuteltima

vertente que visa mensurar o problema de gestatildeo ou administraccedilatildeo da cidade

tratando das poliacuteticas puacuteblicas sob uma visatildeo do uso do solo e a influecircncia que

as questotildees ambientais causam na determinaccedilatildeo das poliacuteticas puacuteblicas

11 - Poliacuteticas Puacuteblicas e a relaccedilatildeo com as cidades sustentaacuteveis

definiccedilotildees aplicaccedilatildeo conceitos

Eacute necessaacuterio que sejam identificados os locais de atuaccedilatildeo das poliacuteticas

puacuteblicas que tecircm como objetivo a sustentabilidade urbana mas analisando

previamente as mudanccedilas que ocorreram no acircmbito das accedilotildees governamentais

que ocasionaram a adoccedilatildeo de determinadas poliacuteticas puacuteblicas como

estrateacutegias e diretrizes da proacutepria accedilatildeo governamental e dos indiviacuteduos

Mas o que satildeo poliacuteticas puacuteblicas e por que as poliacuteticas puacuteblicas satildeo

consideradas tatildeo importantes quando se trata da sustentabilidade urbana

Segundo Silva (Poliacuteticas Puacuteblicas e Estrateacutegias de Sustentabilidade Urbana p

2 apud Bucci 2002 p 241) poliacuteticas puacuteblicas ldquosatildeo programas de accedilatildeo

governamental para um setor da sociedade ou um espaccedilo geograacutefico

buscando a concretizaccedilatildeo de determinados objetivos e metasrdquo e destaca ainda

que ldquosatildeo programas de accedilatildeo governamental visando a coordenar os meios agrave

disposiccedilatildeo do Estado e as atividades privadas para a realizaccedilatildeo de objetivos

socialmente relevantes e politicamente determinadosrdquo

Quando relacionadas agrave cidadania as poliacuteticas puacuteblicas encontram

dificuldade para alcanccedilar a sustentabilidade urbana jaacute que devem assegurar

uma vida harmocircnica entre o habitante e o meio ambiente Isso ocorre devido a

globalizaccedilatildeo dos espaccedilos em que satildeo levantadas novas tecnologias e haacute o

problema da crescente urbanizaccedilatildeo Esse enfoque possui alguns princiacutepios

que devem ser levados em consideraccedilatildeo princiacutepios esses que guiam as

poliacuteticas puacuteblicas no meio ambiente urbano Esses princiacutepios satildeo destacados e

relacionados por Silva (Poliacuteticas Puacuteblicas e Estrateacutegias de Sustentabilidade

Urbana p 5) como o princiacutepio do interesse puacuteblico na proteccedilatildeo do meio

ambiente urbano sobre os interesses privados o princiacutepio da realizaccedilatildeo de

uma avaliaccedilatildeo preacutevia dos impactos ambientais advindos da accedilatildeo antroacutepica ou

natural o princiacutepio de que o Estado deve intervir na defesa e proteccedilatildeo do meio

ambiente e do meio ambiente urbano o princiacutepio da funccedilatildeo da funccedilatildeo

socioambiental da propriedade urbana o princiacutepio da participaccedilatildeo da

sociedade e da gestatildeo democraacutetica da cidade e o princiacutepio da garantia do

direito a cidades sustentaacuteveis

Cabe ressaltar que apesar de existirem tantos princiacutepios que devem ser

vistos como diretriz a realidade foge um pouco do que eacute mostrado na teoria jaacute

que as poliacuteticas puacuteblicas seguem programas finaliacutesticos que satildeo flexiacuteveis e

quando relacionados agraves exigecircncias legais devem ser diferenciados de acordo

com o grau de finalizaccedilatildeo da accedilatildeo e de imperatividade das normas

Quando tratamos do urbano e do meio ambiente as politicas puacuteblicas

devem ser integradas e possuiacuterem uma interaccedilatildeo entre si como por exemplo

ao tratar das poliacuteticas de habitaccedilatildeo natildeo se pode deixar de levar em

consideraccedilatildeo as poliacuteticas de saneamento ambiental ou entatildeo ao tratar de

poliacuteticas de transporte puacuteblico e mobilidade urbana deve-se considerar a

proacutepria poliacutetica ambiental Sendo assim os programas e projetos

governamentais devem contemplar os aspectos ambientais urbanos sociais e

econocircmicos

Para Silva (Poliacuteticas Puacuteblicas e Estrateacutegias de Sustentabilidade Urbana

p 6) ldquose os planos satildeo obrigatoacuterios para o setor puacuteblico para o setor privado

eles satildeo indicativosrdquo Reforccedilando o conceito de poliacuteticas puacuteblicas essas podem

ser definida como ldquoprocesso - ou conjunto de processos - que culmina na

escolha racional e coletiva de propriedades para definiccedilatildeo dos interesses

puacuteblicos reconhecidos pelo direitordquo sendo que quando se diz respeito a

direitos todos tecircm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado

englobando tambeacutem o meio ambiente urbano Portanto quando eacute utilizado o

termo ldquourbanordquo para qualificar o meio ambiente natildeo significa que haacute uma

segregaccedilatildeo classificatoacuteria do meio ambiente o adjetivo ldquourbanordquo vem como

uma proposta de demarcar a problemaacutetica ambiental em um determinado

espaccedilo geograacutefico - no caso as cidades - sem deixar de considerar os fatores

que nelas estatildeo inseridos como os sociais e os ambientais

Assim para empregar poliacuteticas puacuteblicas visando a sustentabilidade

urbana deve-se repensar o modelo de desenvolvimento da cidade juntamente

com o modo de vida da populaccedilatildeo e a conscientizaccedilatildeo da mesma apoiando-se

nas relaccedilotildees sociais e econocircmicas exercidas na cidade sem deixar de

considerar essas interaccedilotildees como propulsoras do direito agrave cidade sustentaacutevel

Para ratificar inciso I do art 2ordm do Estatuto da Cidade - Lei n 10257 de

10 de julho de 2001 reconhece entre as diretrizes de poliacuteticas puacuteblicas

expostas o direito a cidades sustentaacuteveis De acordo com essa lei esse direito

proporciona o direito a terra urbana agrave moradia ao saneamento ambiental agrave

infraestrutura urbana aos serviccedilos puacuteblicos em geral ao trabalho e ao lazer

tanto para as geraccedilotildees atuais como para as futuras

Sendo assim as cidades devem desenvolver-se respeitando a

sustentabilidade por isso o desenvolvimento urbano deve ser feito sem

degradaccedilatildeo possibilitando uma vida urbana digna e igualitaacuteria Contudo as

cidades necessitam de mudanccedilas diversos pontos de vista reformulaccedilatildeo das

poliacuteticas puacuteblicas e criaccedilatildeo de novas e soluccedilotildees sobre como interagir no dia a

dia com o local que vivemos A partir dessa visatildeo destaco o que eacute exposto por

Acselrad (1999 p 86) em que ldquoacredita-se que quando o crescimento urbano

natildeo eacute acompanhado por investimentos em infraestrutura a oferta de serviccedilos

urbanos natildeo acompanha o crescimento da demanda A falta de investimentos

na manutenccedilatildeo dos equipamentos urbanos viraacute por sua vez acentuar o deacuteficit

na oferta de serviccedilos o que se rebateraacute especialmente na forma de

segmentaccedilatildeo socioterritorial entre as populaccedilotildees atendidas e natildeo atendidas

por tais serviccedilosrdquo

Apoacutes tratar de um modo geral cidades sustentaacuteveis e a sustentabilidade

urbana eacute interessante analisar o caso brasileiro Infelizmente a preocupaccedilatildeo

ambiental brasileira foi tardia e a evoluccedilatildeo foi lenta Em questotildees de

urbanizaccedilatildeo houve uma transformaccedilatildeo estrutural de ordem socioeconocircmica

reformulando a ocupaccedilatildeo do territoacuterio nacional ocasionando em impactos

ambientais e no dado de que cerca de 80 da populaccedilatildeo brasileira mora em

aacutereas urbanas Mas ao decorrer do tempo a questatildeo ambiental foi ligada ao

social os pensamentos acerca desse tema tiveram uma nova percepccedilatildeo

Como exemplo temos o caso dos recursos hiacutedricos em que a legislaccedilatildeo teve

o cuidado de considerar aleacutem do aspecto ambiental os aspectos sociais e

econocircmicos

Foi criado o Sistema Nacional de Recursos Hiacutedricos (SNRH) que no

texto de Schussel (2004 p 65) satildeo expostas a valoraccedilatildeo da aacutegua como bem

econocircmico a prioridade do abastecimento puacuteblico em detrimento da produccedilatildeo

de energia e a gestatildeo compartilhada entre usuaacuterios poder puacuteblico e sociedade

civil de bacias hidrograacuteficas por meio da implantaccedilatildeo dos ldquoComitecircs de Baciardquo

Essa questatildeo de integraccedilatildeo do ambiental ao social e econocircmico ocorreu

na deacutecada de 80 em que Silva (Poliacuteticas Puacuteblicas e Estrateacutegias de

Sustentabilidade Urbana p 2 apud Ribeiro 2001 p 134-135) destaca ldquoa

questatildeo urbana eacute integrada agrave questatildeo social e as representaccedilotildees antiurbanas

satildeo substituiacutedas pelo diagnoacutestico orientado por ideais republicanos de justiccedila

social e democracia A tarefa do pensamento e da accedilatildeo dos urbanistas passa a

ser o fazer coincidir a cidade e a cidadaniardquo Apesar do atraso na aplicaccedilatildeo do

pensamento ambiental - no caso o de cidades sustentaacuteveis - atualmente o

Brasil apresenta um niacutevel consideraacutevel de desenvolvimento tecnoloacutegico e social

que podem retardar a degradaccedilatildeo e os malefiacutecios causados nas cidades E por

que natildeo ocorre tal melhoria no setor ambiental urbano O Brasil carece de

poliacuteticas puacuteblicas que sirvam para o propoacutesito ambiental sem contar a falta de

instruccedilatildeo ambiental de uma boa parcela da sociedade Isso eacute confirmado com

as atitudes da populaccedilatildeo no texto de Loureiro e De Gregori (Revista Eletrocircnica

do Curso de Direito ndash UFSM p 459) eacute exposto que ldquoo lixo jogado nas ruas

causa entupimento de bueiros o que dificulta o escoamento da aacutegua da chuva

Aleacutem disso mesmo quando ocorre escoamento a aacutegua leva detritos

diretamente para o curso dos rios coacuterregos mananciais entre outros Em

razatildeo do exposto um meio indireto mas eficiente de se poluir a aacuteguardquo

Desse modo termo ldquosustentabilidaderdquo atrelado agraves necessidades

urbanas merece se conciliado de certa maneira que o ser humano produza

desenvolvimento e tambeacutem conserve o meio ambiente Portanto para o Brasil

os modelos que devem ser desenvolvidos nas cidades precisam ser justos

eacuteticos e sustentaacuteveis abrangendo todas as classes sociais e sendo igualitaacuterio

trazendo assim a concepccedilatildeo de que as transformaccedilotildees natildeo necessariamente

devem partir do governo e sim das accedilotildees que integrem os cidadatildeos

almejando a sustentabilidade Quando se diz ldquoas accedilotildees que integrem os

cidadatildeosrdquo na verdade o que se busca expressar eacute que a atitude deve partir da

populaccedilatildeo e natildeo do governo pois tais accedilotildees promovidas pela populaccedilatildeo as

aproximam das poliacuteticas puacuteblicas gerando melhores oportunidades e formas

alternativas de sistemas igualitaacuterios quando relacionados a exposiccedilatildeo de riscos

ambientais Tudo isso para oferecer um ambiente urbano com um

desenvolvimento em equiliacutebrio ambientalmente sustentaacutevel e socialmente

justo

Retomando o Artigo 2ordm do Estatuto da Cidade Loureiro e De Gregori

(Revista Eletrocircnica do Curso de Direito ndash UFSM p 462) expotildeem que houve

uma mudanccedila de paradigma ao se pensar em ambientes urbanos assim

expondo trecircs objetivos a serem alcanccedilados com as cidades ldquoo primeiro seria

um ambiente destinado agrave moradia de um acuacutemulo de comunidades jaacute em uma

segunda perspectiva seria um ambiente de poliacuteticas a fim de atingir funccedilatildeo

social urbana e por fim a garantia de ambientes urbanos como um meio

sustentaacutevel e sadio de desenvolvimentordquo Eacute importante ressaltar que esse

ponto de vista reflete que soacute seraacute possiacutevel assegurar um ambiente urbano para

a presente geraccedilatildeo e para as futuras partindo da preservaccedilatildeo do meio

ambiente

Portanto diversas iniciativas podem tornar o ambiente urbano em cidade

sustentaacutevel o que procura promover uma estabilidade e um equiliacutebrio agraves

cidades com uma visatildeo a longo prazo O processo de implantaccedilatildeo de cidades

sustentaacuteveis no Brasil deve primeiramente partir de accedilotildees individuais ou

privadas e articulada agraves poliacuteticas puacuteblicas para que haja uma eficiecircncia na

aplicabilidade sem desconsiderar que haacute uma possibilidade de gerar um

sistema insustentaacutevel Por que pode se tornar um sistema insustentaacutevel

Segundo Loureiro e De Gregori (Revista Eletrocircnica do Curso de Direito ndash

UFSM p 465 apud Godard 1990 p40-45) ldquoa insustentabilidade exprime

assim a incapacidade de as poliacuteticas puacuteblicas adaptarem a oferta de serviccedilos

urbanos agrave quantidade e agrave qualidade das demandas sociais provocando um

ldquodesequiliacutebriordquo entre necessidades cotidianas da populaccedilatildeo e os meios de as

satisfazer entre a demanda por serviccedilos urbanos e os investimento em redes e

infraestruturardquo

Jaacute que a realidade brasileira exprime uma grande distorccedilatildeo do que eacute

apresentado nos estudos como conseguir implantar uma cidade sustentaacutevel e

assim suportaacute-la Primeiramente eacute necessaacuterio ampliar o ponto de vista natildeo se

prendendo agraves poliacuteticas puacuteblicas em segundo plano eacute preciso que se tenha uma

accedilatildeo coletiva da populaccedilatildeo atraveacutes da conscientizaccedilatildeo ou de accedilotildees que

promovam a sustentabilidade dentro da cidade

Eacute importante ressaltar que natildeo se pode descartar as poliacuteticas puacuteblicas

mas tambeacutem natildeo se pode esperar que elas resolvam todos os problemas

presentes na cidade Sendo assim para que uma cidade torne-se sustentaacutevel eacute

preciso que as accedilotildees realizadas pela populaccedilatildeo sejam emparelhadas com as

poliacuteticas puacuteblicas aplicadas pelo governo No Brasil haacute cidades que satildeo

consideradas sustentaacuteveis mas essas cidades optaram apenas por um

planejamento urbano voltado para reconstituiccedilatildeo de aacutereas verdes

aprimoramento nas soluccedilotildees urbaniacutesticas e na tecnologia do transporte urbano

Tais accedilotildees natildeo devem ser desconsideras e sim exaltadas pelo funcionamento

adequado e promoccedilatildeo da sustentabilidade urbana Outras questotildees tatildeo

importantes quanto satildeo deixadas de lado pelo governo e nesse caso deve-se

ter uma aplicaccedilatildeo da sociedade para que ganhe uma visatildeo e assim sejam

aplicadas poliacuteticas puacuteblicas voltadas para tais questotildees

Em especiacutefico coloco o problema hiacutedrico que tem assolado vaacuterias

cidades do paiacutes por trazer prejuiacutezos de forma direta e indireta a populaccedilatildeo O

problema hiacutedrico brasileiro natildeo eacute apenas o causado pela estiagem e falta de

aacutegua em algumas localidades ele tambeacutem eacute expresso pelas chuvas

torrenciais Em face disso eacute importante unir o uacutetil ao agradaacutevel Vale expor que

em decorrecircncia do aumento da urbanizaccedilatildeo as aacutereas foram pavimentadas e

cobertas por preacutedios casas monumentos entre outras edificaccedilotildees

ocasionando na impermeabilizaccedilatildeo do solo em aacutereas naturais Devido a esse

fator o ser humano vem demandando novas soluccedilotildees e poliacuteticas puacuteblicas para

o controle e mitigaccedilatildeo de impactos causados pela chuva tais como

alagamentos

Os governos de modo geral vecircm encontrando seacuterias dificuldades

quanto agraves questotildees de gestatildeo dos alagamentos em suas aacutereas puacuteblicas Para

Brasiacutelia e o Governo do Distrito Federal esse problema eacute recente e nem tatildeo

alarmante quando comparado aos das grandes capitais brasileiras como Satildeo

Paulo ou Rio de Janeiro Portanto eacute necessaacuterio que se tenha uma precauccedilatildeo

com o uso das aacuteguas tratadas para que possam ser utilizadas fontes

alternativas Com o objetivo de aproveitamento de aacuteguas pluviais a captaccedilatildeo

de aacutegua advinda das chuvas possui um vieacutes sustentaacutevel do ponto de vista

teacutecnico e econocircmico quando aplicado em sistemas de uso privativo Cabe

ressaltar que esse estudo visa aliar o conceito de cidades sustentaacuteveis a partir

da iniciativa privada agraves necessidades encontradas na cidade de Brasiacutelia no

caso de um projeto de aproveitamento de aacuteguas pluviais que atenda a

demanda de aacutegua natildeo potaacutevel tendo como base a precipitaccedilatildeo de chuva local

sem desconsiderar o ciclo hidroloacutegico para que natildeo ocorra um desequiliacutebrio do

mesmo e ocasione mais desastres ambientais

Tal sistema tem como objetivo gerar uma fonte de aacutegua natildeo potaacutevel

para uso diaacuterio em sistemas prediais como descarga limpeza do preacutedio

irrigaccedilatildeo de jardins disponibilidade para lavagem de automoacuteveis entre outras

possibilidades gerando uma economia da aacutegua utilizada e consequentemente

uma economia monetaacuteria Aleacutem desse objetivo reducionista de gasto e aacutegua

haacute tambeacutem a possibilidade da reduccedilatildeo de transtornos hiacutedricos urbanos

Portanto ao abordar sobre poliacuteticas puacuteblicas eacute de suma importacircncia

compreender que o ldquodesenvolvimento sustentaacutevel eacute um processo de

aprendizagem social de longo prazo que por sua vez eacute direcionado por

poliacuteticas puacuteblicas orientadas por um plano de desenvolvimento nacionalrdquo

(Barbosa 2008 p 6) O conceito de desenvolvimento sustentaacutevel seraacute melhor

apresentado no capiacutetulo seguinte

2 ndash Sustentabilidade desenvolvimento sustentaacutevel e a sua

importacircncia

Inicio esse capiacutetulo com uma frase de Nascimento (2012 p 57) em que

se queremos sugerir uma sustentabilidade para toda a sociedade eacute necessaacuterio

que tenhamos uma ldquolinha transversal a eacutetica solidaacuteria com os excluiacutedos de hoje

para que natildeo haja excluiacutedos amanhatilderdquo

Por que a sustentabilidade eacute algo importante para noacutes Eacute necessaacuterio

que seja de conhecimento geral de que estamos ameaccedilados em todos os

aspectos ligados agrave utilizaccedilatildeo de recursos naturais e aproveitamento dos

mesmos Portanto haacute uma conexatildeo direta ao desenvolvimento sustentaacutevel

Nascimento (2012 p 58) ainda aponta que ldquoateacute meados do seacuteculo XX a

humanidade temia basicamente duas grandes extinccedilotildees ndash uma externa

(choque de um grande meteorito como aparentemente ocorreu haacute 65 milhotildees

de anos extinguindo os dinossauros) e outra interna (o advento de uma

epidemia desconhecida e incontrolaacutevel) Em meados do seacuteculo passado foi

acrescida mais uma ameaccedila provinda dos proacuteprios seres humanos a bomba

atocircmica O seu poder de destruiccedilatildeo ficou evidente com as explosotildees de

Hiroshima e Nagasakirdquo Sendo assim eacute perceptiacutevel que o estilo de vida de alta

produccedilatildeo e consumo vigente nos leva a crer que um desastre eacute cada vez mais

plausiacutevel

ldquoQue a economia estaacute em um conflito com os sistemas naturais do

planeta eacute uma evidecircncia que ressalta das informaccedilotildees cotidianas sobre o

desaparecimento das zonas de pesca reduccedilatildeo das florestas a erosatildeo do

solo e o desaparecimento de espeacuteciesrdquo (Nascimento 2012 p 58 apud

Brown 2003 p14) Portanto a crise ambiental aponta um desgaste das

condiccedilotildees ldquonormaisrdquo de vida no planeta Terra Segundo Nascimento (2012 p

58) ldquo[] eacute possiacutevel caso o cenaacuterio mais pessimista do aquecimento global

venha a se confirmar que uma nova possibilidade de auto extinccedilatildeo seja criada

no final desse seacuteculordquo Desta forma o atual modelo de vida natildeo deteriora

apenas o meio ambiente tambeacutem prejudica a vida humana e para que sejam

reduzidos esses transtornos agrave vida humana eacute preciso que iniciativas e

alternativas sejam criadas por meio de inovaccedilotildees tecnoloacutegicas para que haja

uma saiacuteda

ldquoA crise ambiental assumiu contornos mais graves com a percepccedilatildeo da

responsabilidade antroacutepica do aquecimento global e a dinacircmica de ascensatildeo

de um contingente humano mais significativo no mercado de consumordquo

(Nascimento 2012 p 61) Quando a crise ambiental se tornou algo de suma

importacircncia Quando como e por que a sustentabilidade e o desenvolvimento

sustentaacutevel se tornaram relevantes para o combate agrave crise ambiental Eacute

necessaacuterio compreender que a sustentabilidade possui dois vieses quando

relacionada agrave sua origem Uma de suas origens tem base na biologia mais

precisamente na ecologia a qual atribui o conceito de resiliecircncia ndash capacidade

de recuperaccedilatildeo e reproduccedilatildeo dos ecossistemas ndash perante as degradaccedilotildees

antroacutepicas com o uso exacerbado dos recursos naturais Ainda relacionado agrave

ecologia haacute as causas naturais como terremotos fogo tsunamis pragas

entre outros O outro vieacutes de origem da sustentabilidade adveacutem da economia

como o adjetivo do desenvolvimento diante da visibilidade que ganhou ao

longo do seacuteculo XX referente ao padratildeo de consumo desenvolvido ao redor do

mundo (Nascimento 2012 p 51)

Segundo Nascimento a ideia de sustentabilidade como enfoque

mundial tem origem na deacutecada de 1950 O surgimento e a importacircncia desse

termo ocorrem devido a um risco ambiental global a poluiccedilatildeo nuclear ldquoOs seus

indiacutecios alertaram os seres humanos de que estamos em uma nave comum e

que problemas ambientais natildeo estatildeo restritos a territoacuterios limitadosrdquo

(Nascimento 2012 p 2) Segundo Nascimento (2012 p 52 apud Machado

2005) ldquoA ocorrecircncia de chuvas radiativas a milhares de quilocircmetros dos locais

de realizaccedilatildeo dos testes acendeu um caloroso debate no seio da comunidade

cientiacuteficardquo Na deacutecada de 1960 houve outro fato importante que implicou na

questatildeo da percepccedilatildeo da crise ambiental dando importacircncia a

sustentabilidade devido ao uso de inseticidas e pesticidas quiacutemicos e

transtornos causados por esses apontados por Rachel Carson em seu livro

intitulado de ldquoPrimavera Silenciosardquo ndash Silent Spring

Ainda na deacutecada de 60 as chuvas aacutecidas recorrentes nos paiacuteses

noacuterdicos levaram a Sueacutecia junto ao Conselho Econocircmico e Social das Naccedilotildees

Unidas (ECOSOC) a propor a realizaccedilatildeo de uma conferecircncia para tratar de um

acordo internacional para uma possiacutevel reduccedilatildeo na emissatildeo dos gases

responsaacuteveis por tal transtorno Com isso ocorreu a Conferecircncia de

Estocolmo em 1972 colocando em evidecircncia os paiacuteses subdesenvolvidos e

desenvolvidos da eacutepoca A princiacutepio as preocupaccedilotildees natildeo eram nem um

pouco igualitaacuterias jaacute que os paiacuteses desenvolvidos estavam atentos agrave

degradaccedilatildeo ambiental que afetavam sua qualidade de vida enquanto os

paiacuteses subdesenvolvidos estavam preocupados em natildeo sofrerem sanccedilotildees

comerciais e apresentarem um retardo em seu desenvolvimento uma vez que

naquela eacutepoca os problemas ambientais eram associados ao crescimento

econocircmico dos paiacuteses de terceiro mundo Nessa conferecircncia ficou exposto

que os paiacuteses desenvolvidos defendiam a proteccedilatildeo do meio ambiente como

principal foco e os paiacuteses em desenvolvimento focavam no combate agrave

pobreza

Para melhor esclarecer Nascimento expotildee a partir do documento ldquoOnly

One Earthrdquo (Ward amp Dubos 1973) ldquo[] O problema ambiental como decorrente

de externalidades econocircmicas proacuteprias do excesso de desenvolvimento

(tecnologia agressiva e consumo excessivo) de um lado e de sua falta

(crescimento demograacutefico e baixo PIB per capita) de outro Posta dessa forma

a questatildeo ambiental deixava de ficar restrita ao meio natural e adentrava o

espaccedilo socialrdquo Contemporacircneo a isso temos o relatoacuterio do Clube de Roma ndash

Limits to Growth (Meadows et al 1972) que propunha uma reduccedilatildeo do

desenvolvimento industrial nos paiacuteses desenvolvidos e uma contenccedilatildeo no

crescimento populacional nos paiacuteses subdesenvolvidos juntamente com o

apoio daqueles aos subdesenvolvidos para que pudessem crescer

economicamente A partir desses eventos os governos se conscientizaram e

criaram agecircncias que tratassem das questotildees ambientais para que pudessem

juntar dados ambientais jaacute que na eacutepoca careciam de tais informaccedilotildees

No Brasil foi criada a Secretaria Especial do Meio Ambiente (SEMA) em

1973 enquanto nos EUA jaacute existia a Environmental Protection Agency (EPA)

desde 1970

Dez anos apoacutes a Conferecircncia de Estocolmo uma anaacutelise dos resultados

foi feita pela ONU e mostrou que o resultado estabelecido deixou a desejar e

que os esforccedilos realizados foram inferiores Em decorrecircncia desse mal

desempenho foi formada a Comissatildeo Mundial sobre Meio Ambiente e

Desenvolvimento (CMMAD) presidida por Gro Harlen Brundtland responsaacutevel

pelo relatoacuterio ldquoNosso Futuro Comumrdquo ndash Our Common Future ndash que tinha como

principal proposta a criaccedilatildeo de uma agenda global para focar em uma

mudanccedila consideraacutevel Esse estudo obteve informaccedilotildees durante trecircs anos a

partir de pesquisas e anaacutelises com enfoque na parte social Segundo Barbosa

(2008 p2) as informaccedilotildees colhidas do relatoacuterio com base nas questotildees

sociais referiam-se ldquoao uso da terra sua ocupaccedilatildeo suprimento de aacutegua abrigo

e serviccedilos sociais educativos e sanitaacuterios aleacutem de administraccedilatildeo do

crescimento urbanordquo

Tal relatoacuterio foi responsaacutevel pela criaccedilatildeo do termo ldquoDesenvolvimento

Sustentaacutevelrdquo que ldquoconsistiu o maior esforccedilo entatildeo conhecido para conciliar a

preservaccedilatildeo do meio ambiente com o desenvolvimento econocircmicordquo

(Nascimento 2012 p 54) Uma definiccedilatildeo baacutesica do que eacute DS eacute exposta por

Nascimento (2012 p 58 apud Lenzi 2006) ldquoDesenvolvimento sustentaacutevel eacute o

desenvolvimento que satisfaz as necessidades do presente sem comprometer

a capacidade das geraccedilotildees futuras em satisfazer suas proacuteprias necessidadesrdquo

Estender e Pitta (O Conceito do Desenvolvimento Sustentaacutevel apud Camargo

2003 p 43) tambeacutem fazem citaccedilatildeo agrave outra definiccedilatildeo apontada no relatoacuterio

ldquoEm essecircncia o desenvolvimento sustentaacutevel eacute um

processo de transformaccedilatildeo no qual a exploraccedilatildeo dos

recursos a direccedilatildeo dos investimentos a orientaccedilatildeo

do desenvolvimento tecnoloacutegico e a mudanccedila

institucional se harmonizam e reforccedilam o potencial

presente e futuro a fim de atender agraves necessidades

e aspiraccedilotildees humanasrdquo

Nascimento (2012 p 54) aponta que ldquoA forccedila e a fraqueza dessa

definiccedilatildeo encontram-se justamente nessa foacutermula vaga pois deixam-se em

aberto quais seriam as necessidades humanas atuais e mais ainda as das

geraccedilotildees futurasrdquo

Segundo Barbosa (2008) o relatoacuterio faz consideraccedilotildees agraves questotildees

urbanas no qual as cidades em seu desenvolvimento devem contemplar as

necessidades baacutesicas de toda a populaccedilatildeo e conceder oportunidades de

melhora na qualidade de vida de todos buscando alcanccedilar uma equidade na

sociedade por meio de processos democraacuteticos para que haja um

desenvolvimento urbano adequado Ainda com referecircncia ao relatoacuterio haacute ldquoa

necessidade de descentralizaccedilatildeo das aplicaccedilotildees de recursos financeiros e

humanos e a necessidade do poder poliacutetico favorecer as cidades em sua

escala localrdquo (Barbosa 2008 p 2) Quanto agrave questatildeo do uso de recursos

naturais foi avaliada no relatoacuterio a capacidade de resiliecircncia da biosfera os

efeitos e as possiacuteveis consequecircncias causadas pela accedilatildeo antroacutepica apontando

ainda que a pobreza pode ser considerada como um problema ambiental e que

a tentativa de erradicar a mesma pode ser a base para a busca da

sustentabilidade Com essa contribuiccedilatildeo na mudanccedila do modo de perceber as

necessidades urbanas o relatoacuterio apresentou trecircs princiacutepios baacutesicos ou

aspectos que deveriam ser cumpridos ndash proteccedilatildeo ambiental equidade social e

o desenvolvimento econocircmico ndash e que seratildeo expostos mais adiante

Apesar de todos esses pontos levantados o relatoacuterio Brundtland

recebeu vaacuterias criacuteticas pelo fato de acusar a pobreza e o descontrole do

crescimento populacional nos paiacuteses subdesenvolvidos como a fonte principal

dos problemas ambientais e da insustentabilidade do planeta e de colocar em

segundo plano a poluiccedilatildeo causada ateacute a data de publicaccedilatildeo do relatoacuterio pelos

paiacuteses desenvolvidos

Em 1986 foi realizada a conferecircncia de Ottawa ndash Carta de Ottawa 1986

ndash na qual foram estabelecidas cinco condiccedilotildees para que se tentasse alcanccedilar o

desenvolvimento sustentaacutevel entre elas a manutenccedilatildeo da integraccedilatildeo

ecoloacutegica a satisfaccedilatildeo das necessidades baacutesicas humanas a provisatildeo da

autodeterminaccedilatildeo social e da diversidade cultural a integraccedilatildeo da conservaccedilatildeo

e do desenvolvimento e o alcance de equidade e justiccedila social Para a

CMMAD as condiccedilotildees que procedem do conceito de desenvolvimento

sustentaacutevel estatildeo associadas ao processo de urbanizaccedilatildeo e do crescimento da

cidade e tem como finalidade o uso adequado dos recursos naturais Em face

disto satildeo expostos alguns objetivos mudanccedila de qualidade do crescimento

crescimento renovaacutevel satisfaccedilatildeo das necessidades essenciais por emprego

aacutegua energia alimento e saneamento baacutesico garantia de um niacutevel sustentaacutevel

da populaccedilatildeo conservaccedilatildeo da base de recursos reorientaccedilatildeo da tecnologia e

do gerenciamento de risco e reorientaccedilatildeo das relaccedilotildees econocircmicas

internacionais (CMMAD 1988 1991)

Postumamente foi realizada a Assembleia das Naccedilotildees Unidas a qual

aprovou a Conferecircncia das Naccedilotildees Unidas para o Meio Ambiente e o

Desenvolvimento (CNUMAD) ocorrida em 1992 e ficou conhecida como Rio-

92 A Rio-92 teve maior visibilidade graccedilas agrave criaccedilatildeo da Convenccedilatildeo da

Biodiversidade e das Mudanccedilas Climaacuteticas ndash que posteriormente resultou na

criaccedilatildeo do Protocolo de Kyoto ndash da Agenda 21 e da Declaraccedilatildeo do Rio Essa

uacuteltima segue os mesmos padrotildees expostos na Conferecircncia de Estocolmo

citada anteriormente interligando o desenvolvimento econocircmico com o meio

ambiente atraveacutes de uma gestatildeo consciente dos recursos naturais sem

comprometer o modelo econocircmico vigente

Em decorrecircncia desses acontecimentos tornou-se de faacutecil entendimento

que o desenvolvimento sustentaacutevel eacute composto por trecircs aspectos ambiental

econocircmico e social Outros autores como Ignacy Sachs consideram ainda

outras variaacuteveis relevantes para o entendimento do DS como sustentabilidade

ecoloacutegica e poliacutetica

Figura 1 Tripeacute da Sustentabilidade

Fonte Nicholas Gimenes (2012)

Com base nesses trecircs aspectos apontados chegamos ao conhecido

Triple Bottom Line ndash ldquoTripeacute da Sustentabilidaderdquo No tripeacute da sustentabilidade

satildeo expostos o aspecto ambiental que tem como base a produccedilatildeo e o

consumo de tal forma que possa garantir que os ecossistemas natildeo sofram

problemas quanto a sua capacidade de resiliecircncia o aspecto econocircmico que

assume a denominada ecoeficiecircncia a qual incentiva a inovaccedilatildeo tecnoloacutegica

para tentar mitigar alguns dos problemas ambientais e ampliar a

desmaterializaccedilatildeo da economia e o uacuteltimo aspecto o social o qual supotildee que

a populaccedilatildeo de uma determinada sociedade tenha o miacutenimo necessaacuterio para

uma condiccedilatildeo de vida aceitaacutevel buscando erradicar a desigualdade social

Segundo Nascimento existem diversas definiccedilotildees desses trecircs aspectos mas

essas apontadas satildeo as mais recorrentes e de simples entendimento Natildeo

podemos esquecer que assim como eacute apontado por Ignacy Sachs e outros

autores outros aspectos para a definiccedilatildeo do DS devem ser levados em

consideraccedilatildeo em especial a cultura Apesar de natildeo ser citada como base do

ldquotripeacuterdquo a cultura eacute importante em qualquer sociedade quando relacionada ao

meio ambiente pois eacute ela quem dita o comportamento da populaccedilatildeo O Brasil

sofre com questotildees ambientais muitas das vezes por falta de instruccedilatildeo da

populaccedilatildeo que natildeo tem conhecimento do quatildeo impactante pode ser sua accedilatildeo

Deste modo quando se trata de questotildees ambientais eacute necessaacuterio que se

tenha uma mudanccedila natildeo repentina e sim gradativa nos padrotildees de consumo

no estilo de vida e na educaccedilatildeo ambiental

Retomando os conceitos de DS e sustentabilidade temos uma definiccedilatildeo

de Clovis Cavalcanti em que sustentabilidade ldquosignifica a possibilidade de se

obterem continuamente condiccedilotildees iguais ou superiores de vida para um grupo

de pessoas e seus sucessores em dado ecossistemardquo (Cavalcanti 2003)

Analisando essa definiccedilatildeo proposta por Cavalcanti vemos que se assemelha

do que foi exposto por Gro Harlen Brundtland em seu relatoacuterio Como jaacute foi

mencionado para Sachs o ldquoTriple Bottom Linerdquo ndash Tripeacute da Sustentabilidade ndash

possui cinco vertentes da sustentabilidade que satildeo a ldquosustentabilidade

ecoloacutegica refere-se a fiacutesica do processo de crescimento e tem como objetivo a

manutenccedilatildeo de estoques dos recursos naturais incorporados as atividades

produtivas a sustentabilidade ambiental que refere-se agrave manutenccedilatildeo da

capacidade de sustentaccedilatildeo dos ecossistemas o que implica a capacidade de

absorccedilatildeo e recomposiccedilatildeo dos ecossistemas em face as agressotildees antroacutepicas

sustentabilidade social que refere-se ao desenvolvimento e tem por algum

objetivo a melhoria da qualidade da vida da populaccedilatildeo Para caso de paiacuteses

com problemas de desigualdade e de inclusatildeo social implica a adoccedilatildeo de

poliacuteticas distributivas e a universalizaccedilatildeo de atendimento a questotildees como

sauacutede educaccedilatildeo habilitaccedilatildeo e seguridade social sustentabilidade poliacutetica

refere-se ao processo de construccedilatildeo da cidadania para garantir a incorporaccedilatildeo

plena dos indiviacuteduos ao processo de desenvolvimento e a sustentabilidade

econocircmica que refere-se a uma gestatildeo eficiente dos recursos em geral e

caracteriza-se pela regularidade de fluxos do investimento puacuteblico e privado

Implica a avaliaccedilatildeo da eficiecircncia por processos macro sociaisrdquo (Sachs 1993

Agenda 21 brasileira)

Barbosa (2008 p 4) faz uma citaccedilatildeo em seu trabalho sobre o livro de

Leila Ferreira ndash ldquoA questatildeo ambiental sustentabilidade e poliacuteticas puacuteblicas no

Brasilrdquo ndash referente ao padratildeo de vida da sociedade em que

ldquoO padratildeo de produccedilatildeo e consumo que

caracteriza o atual estilo de

desenvolvimento tende a consolidar-se

no espaccedilo das cidades e estas se

tornam cada vez mais o foco principal

na definiccedilatildeo de estrateacutegias e poliacuteticas

de desenvolvimentordquo

Sendo assim eacute de fundamental importacircncia que formas alternativas

sustentaacuteveis sejam alcanccediladas para que possam influenciar de forma positiva

na qualidade de vida das cidades e no processo de planejamento urbano Para

Acselrad (1999 p 85) a sustentabilidade urbana eacute definida como ldquoa

capacidade das poliacuteticas urbanas se adaptarem agrave oferta de serviccedilos agrave

qualidade e agrave quantidade das demandas sociais buscando o equiliacutebrio entre as

demandas de serviccedilos urbanos e investimentos em estruturardquo Como o

desenvolvimento sustentaacutevel possui muitos conceitos e definiccedilotildees haacute uma em

especial que se destaca pelo fato de estar relacionada agraves cidades juntamente

com o termo ldquosustentabilidaderdquo exposta por Barbosa (2008 p 4 apud

Satterthwaite 2004) em que

ldquoa resposta agraves necessidades humanas

nas cidades como o miacutenimo ou

nenhuma transferecircncia dos custos da

produccedilatildeo consumo ou lixo para outras

pessoas ou ecossistemas hoje e no

futurordquo

Assim a participaccedilatildeo da sociedade e a diversidade dos interesses que

a mesma possui gera um conflito entre as poliacuteticas puacuteblicas e o

desenvolvimento sustentaacutevel mas nada que natildeo possa ser contornado a partir

da conscientizaccedilatildeo individual dos cidadatildeos Como eacute exposto por Barbosa ldquoeacute

imprescindiacutevel para a sustentabilidade urbana o uso racional dos recursos

naturais a boa forma do ambiente urbano baseado na interaccedilatildeo clima e os

recursos naturais aleacutem das respostas agraves necessidades urbanas com o miacutenimo

de transferecircncia de dejetos e rejeitos para outros ecossistemas atuais e

futurosrdquo (Barbosa 2008 p 9) Em detrimento disso ldquoo desenvolvimento

sustentaacutevel natildeo deve ser apresentado como um slogan poliacuteticordquo (Barbosa

2008 p 10) deve ser apresentado como uma possiacutevel soluccedilatildeo para a

mitigaccedilatildeo dos problemas ambientais encontrados atualmente na sociedade

Portanto a sustentabilidade visa emoldurar novos meios alternativos de

produccedilatildeo distribuiccedilatildeo e consumo dos recursos naturais existentes de forma

mais racional ecologicamente viaacutevel e economicamente eficaz

Ao retratar esses problemas de padrotildees vividos pela sociedade

relacionados ao meio ambiente mais especificamente a utilizaccedilatildeo de recursos

naturais Nascimento (2012 p 58) aponta que ldquohaacute uma quase unanimidade

hoje entre os cientistas de que os recursos naturais natildeo seratildeo suficientes para

fornecer um modo de vida similar ao da classe meacutedia mundial a todos os novos

ingressantes no mercado No entanto eles tecircm tanto direito quanto os que jaacute

participam do mercado consumidorrdquo Mas como podemos contornar tais

problemas e a crise ambiental Atraveacutes da criatividade humana muitas formas

alternativas foram criadas e podem ser inventadas quando se tratam dos

recursos finitos utilizados pelo homem Temos como exemplo a aacutegua sobre a

qual poucos satildeo os estudos apresentados relacionando o aproveitamento de

aacuteguas pluviais e cidades sustentaacuteveis Na maioria das vezes os estudos satildeo

feitos com base em outras necessidades como a dessalinizaccedilatildeo das aacuteguas do

mar para consumo humano Natildeo podemos esquecer que atualmente existem

diversos sistemas de captaccedilatildeo de aacuteguas pluviais para diferentes finalidades

sejam elas para aproveitamento de consumo humano ou natildeo

3 ndash A viabilidade de implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo

pluvial em Brasiacutelia ndash DF

31 ndash Apresentaccedilatildeo de dados

Primeiramente seratildeo apresentados dados sobre a populaccedilatildeo e o

consumo de aacutegua presente nas residecircncias de Brasiacutelia e que seratildeo utilizados

como base para a implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo na Asa Norte

Segundo Ferreira C diretor Superintendente de Atendimento Comercial

(CAC) da Companhia de Saneamento Ambiental do Distrito Federal (CAESB)

ldquoEm Brasiacutelia o consumo meacutedio por habitante eacute de 190 litros de aacutegua por dia o

que resulta em um consumo mensal de 6msup3 por habitanterdquo De acordo com a

ONU cada pessoa necessita de 110 litros por dia para atender as

necessidades de consumo e higiene A Companhia de Saneamento Baacutesico do

Estado de Satildeo Paulo (SABESP 2010) afirma que ldquono Brasil o consumo por

pessoa pode chegar a mais de 200 litrosdiardquo A estimativa da SABESP (2010)

eacute de que 54 litros (27) vatildeo para cozinhar e beber 50 litros (25) para tomar

banho e escovar os dentes 66 litros (33) para descarga de banheiro 24 litros

(12) para lavagem de roupa e 6 litros (3) para outras tarefas como lavagem

de carro por exemplo Segundo dados da CAESB Brasiacutelia (Plano Piloto)

consome cerca de 2757890msup3 por mecircs e que o consumo por habitante eacute de

1381msup3mecircs

Devido ao alto consumo de aacutegua em Brasiacutelia os recorrentes transtornos

hiacutedricos urbanos e a ausecircncia de sistemas captaccedilatildeo pluvial este capiacutetulo traz

um estudo da viabilidade teacutecnica e econocircmica da implantaccedilatildeo de um sistema

em um preacutedio residencial do bairro Asa Norte mais especificamente na

Superquadra 111 Norte Natildeo haacute nenhum estudo realizado que comprove a

frequecircncia dos alagamentos nessa regiatildeo portanto tal quadra foi selecionada

em decorrecircncia de mateacuterias e reportagens que mostram a dificuldade que a

populaccedilatildeo sofre quando haacute uma chuva anormal

Primeiramente eacute necessaacuterio que se tenha uma noccedilatildeo do periacuteodo

chuvoso em Brasiacutelia Segundo o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais

(INPE) Brasiacutelia apresenta um regime de precipitaccedilatildeo bem definido sendo que

a estaccedilatildeo chuvosa tem iniacutecio em Outubro e estende-se ateacute Marccedilo e a estaccedilatildeo

seca ocorre no restante do ano (Abril a Setembro) Ainda segundo o INPE ldquoa

estaccedilatildeo chuvosa eacute causada pelo forte aquecimento da atmosfera na Amazocircnia

que favorece o desenvolvimento de um sistema quase estacionaacuterio em altos

niacuteveis a Alta Boliacutevia Como resultado dessa circulaccedilatildeo observa-se nos baixos

niacuteveis uma regiatildeo de baixa pressatildeo e a convergecircncia de ar satildeo os principais

fatores que provocam a precipitaccedilatildeo neste periacuteodo responsaacutevel por 70 do

total meacutedio anualrdquo A partir desses elementos apresentados pelo INPE e com

base nos dados os quais foram obtidos da estaccedilatildeo meteoroloacutegica de Brasiacutelia

localizada na Latitude (ordm) -158 Longitude (ordm)-479 temos a precipitaccedilatildeo de

Brasiacutelia dada mecircs a mecircs Os dados partem de Janeiro de 2006 e vatildeo ateacute

Outubro de 2015 Eacute importante frisar que os dados foram formulados a partir

da precipitaccedilatildeo acumulada para tornar mais faacutecil de calcular a meacutedia

Tabela 01 Dados de Precipitaccedilatildeo

AnoMecircs JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ Meacutedia Mensal

2006 1232 1914 258 1417 351 09 01 528 403 5264 1956 1821 14563

2007 2609 2659 357 501 75 0 0 0 0 535 2249 275 9779

2008 201 2425 2346 2109 0 0 0 27 80 387 271 3226 1337

2009 2028 1347 81 3759 612 93 0 725 505 2958 1991 3078 1492

2010 1211 368 2494 2388 275 0 0 0 0 349 2547 318 1068

2011 1268 1724 2433 696 139 38 0 0 7 2639 3338 4704 1421

2012 2699 1149 1982 1213 444 24 02 0 333 1098 4446 1428 1235

2013 4918 1893 1903 954 222 62 03 0 659 1069 2711 3525 1493

2014 1531 1392 3402 2493 28 10 79 0 162 2014 192 3667 1399

2015 939 1297 3456 2076 499 0 08 0 218 694 SD SD 9187

Meacutedia para cada mecircs

20445 16168 21763 17606 2645 326 093 128 315 17007 2652 30421 12797

Tabela contendo os dados de chuva acumulada mecircs a mecircs em miliacutemetros (mm)

Fonte INPE 2015

Obs 1- SD - satildeo dados que natildeo foram coletados devido pois o trabalho foi realizado antes desses meses

Obs2- Meacutedia calculada com os dados obtidos no caso os meses de novembro e dezembro de 2015 natildeo entram no

caacutelculo pois ainda natildeo existiam os dados

Temos tambeacutem a partir do estudo realizado por Brino (Brasiacutelia

Superquadras Residenciais) os dimensionamentos dos preacutedios e a quantidade

de apartamentos por pavimentos conforme as tabelas a seguir

Tabela 02 Dimensionamento dos Blocos

A SUPERQUADRA AE AT

Aacuterea de Projeccedilatildeo por Bloco

Aacuterea Total = 11760msup2 Nuacutemero total de Blocos = 11

1069msup2 185 136

Aacuterea Construiacuteda por bloco (sem pilotis e

subsolo)

Pavimentos = 6 Aacuterea do Pavimento = 1069msup2

6414msup2 1113 818

Aacuterea Construiacuteda por superquadras (sem pilotis e subsolo)

Preacutedio = 11 Aacuterea por Preacutedio = 64141msup2

70554msup2 8999 1225

AE - Aacuterea Aedificandi e AT - Aacuterea Total

Tabela 03 Dimensionamento da Populaccedilatildeo

A POPULACcedilAtildeO (5 Pessoas

apart)

6 apartamentos por pavimento

36 apartamentos por bloco

396 apartamentos

por superquadra

1980 pessoas por

superquadra

8 apartamentos por pavimento

48 apartamentos por bloco

528 apartamentos

por superquadra

2640 pessoas por

superquadra

10 apartamentos por pavimento

60 apartamentos por bloco

660 apartamentos

por superquadra

3300 pessoas por

superquadra

12 apartamentos por pavimento

72 apartamentos por bloco

792 apartamentos

por superquadra

3960 pessoas por

superquadra

Caacutelculo para as faixas 100 200 e 300 (seis pavimentos) Fonte SUDUR

O estudo apresentado por Brino (Brasiacutelia Superquadras Residenciais)

considera uma famiacutelia composta por cinco pessoas para cada apartamento

nesse caso iremos desconsiderar essa informaccedilatildeo e basearmos nos dados

apresentados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica (IBGE) Nos

dados do IBGE (Censo Demograacutefico 2010) constam que a meacutedia de

moradores em domiciacutelios particulares ocupados eacute de 33 moradores

Partindo dos elementos de precipitaccedilatildeo aacuterea de projeccedilatildeo por bloco

meacutedia de moradores por apartamento total de apartamentos de um preacutedio e

consumo meacutedio de aacuteguadia por habitante podemos dar inicio as formas de

captaccedilatildeo e armazenamento de aacuteguas pluviais

32 ndash Aacuteguas pluviais e aacuteguas cinzas

Mas porque focar em aproveitamento de aacuteguas pluviais Segundo

Rapoport (2004 p 1) ldquoo aumento populacional acompanhado pelas mudanccedilas

climaacuteticas globais vem contribuindo para o aumento na demanda por recursos

hiacutedricosrdquo Ainda expotildee que ldquoembora a aacutegua seja um recurso renovaacutevel ela

tende a se deteriorar em funccedilatildeo do seu uso indiscriminado o que compromete

consequentemente a quantidade de aacutegua com qualidade disponiacutevel para o

consumo nas diversas localidadesrdquo (Rapoport 2004 p 1)

Um fato importante abordado por Rapoport (2004 p1) eacute que ldquoa

quantidade de aacutegua disponiacutevel eacute sempre a mesma jaacute que estaacute sempre sendo

renovada atraveacutes do ciclo hidroloacutegico Entretanto a aacutegua de qualidade para

consumo estaacute se tornando rarardquo A tiacutetulo de esclarecimento ldquosabe-se que o

ciclo hidroloacutegico se constitui basicamente do transporte de massas drsquoaacutegua do

oceano para atmosfera por evaporaccedilatildeo e da atmosfera atraveacutes de

precipitaccedilotildees escoamentos superficiais e subterracircneos para os oceanos

influenciando diretamente a distribuiccedilatildeo e extensatildeo dos corpos drsquoaacutegua

continentaisrdquo (Rapoport 2004 p 1) Sendo assim a interferecircncia humana tem

causado alteraccedilotildees no ciclo hidroloacutegico em diversas regiotildees Esse assunto

seraacute melhor abordado mais adiante pois o uso do sistema de captaccedilatildeo pode

influenciar no ciclo hidroloacutegico negativamente mas utilizado da forma

adequada pode continuar mantendo o ciclo equilibrado

Aleacutem do uso indevido da aacutegua e de sua escassez Lima e Machado

(2008 p 13) apontam que ldquooutro fator importante eacute o aumento de inundaccedilotildees e

enchentes devido ao escoamento superficial da aacutegua de chuva e da

impermeabilizaccedilatildeo do solordquo Portanto a captaccedilatildeo de aacuteguas pluviais pode

contribuir para a reduccedilatildeo dos transtornos hiacutedricos urbanos e ao mesmo tempo

reduzir a demanda por aacutegua potaacutevel da companhia de distribuiccedilatildeo local

Segundo Amorim e Pereira (2008 p 54) ldquouma das soluccedilotildees em estudo

para aumentar a oferta de aacutegua para as edificaccedilotildees eacute o aproveitamento da

aacutegua pluvial Esta apresenta uma boa alternativa visto que aleacutem de reduzir o

consumo de aacutegua potaacutevel ainda surge como uma accedilatildeo no combate agraves

enchentes funcionando como uma medida natildeo-estrutural do sistema de

drenagem urbanardquo Mas o que eacute necessaacuterio para formar um sistema de

captaccedilatildeo adequado e funcional Amorim e Pereira (2008 p 54) apresentam

que ldquoos sistemas de aproveitamento de aacutegua pluvial satildeo formados basicamente

pela aacuterea de captaccedilatildeo (geralmente coberturas) os componentes de transporte

(calhas e condutores verticais) e o reservatoacuteriordquo Cabe ressaltar que para esse

estudo a captaccedilatildeo das aacuteguas pluviais seraacute destinada apenas para a utilizaccedilatildeo

em ldquoaacuteguas cinzasrdquo Neste sentido o reuso das aacuteguas cinzas que satildeo as aacuteguas

provenientes de todas as atividades domeacutesticas com exceccedilatildeo de fontes de

aacuteguas negras tais como sanitaacuterios bidecircs e urinol vem sendo estudadas com

vista ao reuso tanto em irrigaccedilatildeo como em sanitaacuterios (Rapoport 2004 p 8)

Retomando os dados apresentados pela SABESP (2010) temos a

tabela 04 a qual apresenta os dados de consumo domeacutestico e em sequecircncia o

graacutefico 01 que demonstram que se analisarmos as quantidades de aacutegua

utilizada no consumo domeacutestico teremos uma base para o tamanho do

reservatoacuterio E posteriormente a tabela 05 mostra em que situaccedilotildees se podem

reutilizar as aacuteguas pluviais

Tabela 04 Consumo domeacutestico de aacutegua

Litros

Cozinhar e Beber 54

Tomar Banho e Escovar os Dentes 50

Descarga de Banheiro 66

Lavagem de Roupa 24

Outras Tarefas 6

Total = 200

Fonte SABESP (2010)

27

25

33

12

3

Cozinhar e Beber

Tomar Banho e Escovar osDentes

Descarga de Banheiro

Lavagem de Roupa

Outras Tarefas

Descarga de Banheiro

6875

Lavagem de Roupa

25

Outras Tarefas 625

Graacutefico 01 Consumo Domeacutestico de Aacutegua

Tabela 05 Percentual para reutilizaccedilatildeo de aacuteguas pluviais

Graacutefico 02 Percentual para Reutilizaccedilatildeo de Aacuteguas Pluviais

Porcentagem ()

Descarga de Banheiro 66 6875

Lavagem de Roupa 24 25

Outras Tarefas 6 625

Total = 96 100

Fonte SABESP(2010)

33 ndash Meacutetodos de Dimensionamento do Reservatoacuterio

Amorim e Pereira (2008 p 54 Soares et al 2000 apud May 2004)

apresentam que existem quatro grupos principais para o dimensionamento do

reservatoacuterio

(a) Meacutetodos determiniacutesticos os dados referentes agrave precipitaccedilatildeo

pluviomeacutetrica e agrave demanda satildeo analisados pela curva de massa

(b) Meacutetodos aproximados baseados em relaccedilotildees empiacutericas

conhecidas

(c) Meacutetodos de modelaccedilatildeo satildeo tambeacutem conhecidos como meacutetodos

de transiccedilatildeo probabiliacutestica da matriz e

(d) Meacutetodos de anaacutelise de sistemas sendo linear natildeo linear ou

programaccedilatildeo dinacircmica

Dentro desses grupos de dimensionamento temos os diversos meacutetodos

meacutetodo de Rippl que consiste na determinaccedilatildeo do volume com base na aacuterea

de captaccedilatildeo que eacute subdivido em meacutetodo analiacutetico e meacutetodo graacutefico meacutetodo de

consideraccedilatildeo dos periacuteodos de dias consecutivos sem chuva que necessita da

observaccedilatildeo dos registros pluviomeacutetricos para identificar os maiores periacuteodos de

dias consecutivos sem chuvas e sua taxa de repeticcedilatildeo meacutetodo de anaacutelise de

simulaccedilatildeo de um reservatoacuterio com capacidade suposta que consiste

basicamente na fixaccedilatildeo de um volume para o reservatoacuterio e na verificaccedilatildeo do

percentual de consumo que seraacute atendido meacutetodo praacutetico brasileiro meacutetodo

praacutetico alematildeo meacutetodo praacutetico inglecircs e o meacutetodo praacutetico australiano (Amorim

e Pereira 2008 p 55-58)

34 ndash Anaacutelise de caso para um preacutedio da Superquadra 111 Norte

A partir dos dados jaacute apresentados temos que o objeto de estudo eacute um

preacutedio residencial localizado na Superquadra 111 Norte que possui uma aacuterea

de projeccedilatildeo de 1069msup2 com seis (6) pavimentos constituindo uma aacuterea

construiacuteda de 6414msup2 apresentando seis (6) apartamentos por pavimento e

consequentemente trinta e seis (36) apartamentos no total (Brino Brasiacutelia

Superquadras Residenciais) O preacutedio conteacutem 33 habitantes por apartamento

(IBGE 2010) que consomem em meacutedia cerca de 190 litros de aacuteguadia

resultando em um consumo mensal de aproximadamente 6msup3 por pessoa

(CAESB) mas como a aacutegua captada da chuva seraacute utilizada apenas para

suprir a demanda de aacutegua cinza temos 66 litros para descarga de vasos

sanitaacuterios

Temos entatildeo que a demanda por aacutegua por habitante nesse edifiacutecio eacute

dada por

119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119898119900119903119886119889119900119903 = 66119871 = 66119871119863119894119886

119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119886119901119886119903119905119886119898119890119899119905119900 = 33119901 times 66119871 ~ 217 119871119863119894119886

119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119901119903eacute119889119894119900 = (33119901 times 66119871) times 36 ~ 7840119871119863119894119886

119863119890119898119886119899119889119886 119898119890119899119904119886119897 119901119900119903 119901119903eacute119889119894119900 =7840119871

119889119894119886times 30119863119894119886119904 = 235224119871

Legenda L = Litros p = Pessoas

Para facilitar nos caacutelculos ao aplica-los para o reservatoacuterio e para o

sistema de captaccedilatildeo eacute necessaacuterio realizar a conversatildeo de litros para msup3

(metros cuacutebicos) Sendo assim 66L = 0066msup3 217L = 0217msup3 7840L =

7840msup3 e 235224L = 235224msup3

Seraacute utilizado o ano de 2014 para os dados de precipitaccedilatildeo da estaccedilatildeo

meteoroloacutegica de Brasiacutelia localizada na Latitude (ordm) -158 Longitude (ordm)-479

fornecidos pela professora Rafaela Lisboa durante o periacuteodo chuvoso O ano

de 2014 apresenta registros jornaliacutesticos de alagamento nos meses de

Fevereiro com precipitaccedilatildeo de 1392 msup3 Marccedilo com precipitaccedilatildeo de 3402msup3

e Dezembro com precipitaccedilatildeo de 3667msup3 Importante ressaltar que o setor

Noroeste de Brasiacutelia foi construiacutedo em 2011 (site G1) o que aumentou a aacuterea

de solo impermeabilizado e a reduccedilatildeo no escoamento superficial da aacutegua

ocasionando em um aumento nas enchentes e alagamentos na Asa Norte

Segundo Amorim e Pereira (2008 p57) um dos meacutetodos a ser utilizado

para poder saber o volume de aacutegua aproveitaacutevel e consequentemente o

volume de aacutegua do reservatoacuterio Trata-se de um meacutetodo empiacuterico apresentado

na NBR 155272007 O volume de aacutegua do reservatoacuterio V expresso em L eacute

exposto a seguir

119872eacute119905119900119889119900 119875119903aacute119905119894119888119900 119861119903119886119904119894119897119890119894119903119900

119881 = 0042 times 119875 times 119860 times 119879

Em que ldquoVrdquo representa o volume de aacutegua aproveitaacutevel e o volume de

aacutegua do reservatoacuterio (L) ldquoPrdquo a precipitaccedilatildeo meacutedia mensal (mm) ldquoArdquo a aacuterea de

coleta em projeccedilatildeo ldquoTrdquo nuacutemero de meses de pouca chuva ou seca e ldquo0042rdquo eacute

um coeficiente estipulado

Portanto segundo Fontanela (2010 p 25) para estipular o volume do

reservatoacuterio temos que calcular 42 do produto entre o volume de chuva

coletada pelo telhado e o nuacutemero de meses com pouca chuva ou seca

Atribuindo valores do ano de 2014 temos que

119881 = 0042 times 1399119898119898 times 1069 times 5

119881~ 31406119871 119900119906 31406119898sup3

Ressaltando que esse valor obtido eacute uma estimativa do tamanho do

reservatoacuterio e que pode haver um reservatoacuterio de maior capacidade

De forma comparativa eacute de bom senso que se faccedila outro caacutelculo com um

meacutetodo alternativo

Amorim e Pereira (2008 p56) expotildeem que existe um meacutetodo de anaacutelise

de simulaccedilatildeo do reservatoacuterio com capacidade suposta o qual consiste

basicamente na fixaccedilatildeo de um volume para o reservatoacuterio e na verificaccedilatildeo de

consumo que seraacute atendido Sendo assim ldquoo primeiro passo para a aplicaccedilatildeo

desse meacutetodo eacute adotar alguns valores possiacuteveis para o volume com base na

estimativa do consumo mensal de aacutegua natildeo potaacutevelrdquo (Amorim e Pereira 2008

p57) Portanto partindo do ponto que o preacutedio consome cerca de 235000L

devemos calcular uma base que possa ser favoraacutevel economicamente

119872eacute119905119900119889119900 119889119890 119878119894119898119906119897119886ccedilatilde119900 119889119900 119877119890119904119890119903119907119886119905oacute119903119894119900

235224119871 rarr 100

119881 rarr 30

119881 ~ 70000119871 119900119906 70119898sup3

Tambeacutem haacute outra alternativa apresentada por L Pereira (Viabilidade

EconocircmicoAmbiental p 18)

119881119886119888 = 119860119879 times 119875119875119872119860 lowast

119881119886119888 = 1069119898sup2 times 1399119898sup3 = 1495531119898sup3119886119899119900

Equaccedilatildeo a qual ldquoVacrdquo corresponde ao volume de aacutegua captado ldquoATrdquo

aacuterea do telhado e ldquoPPMArdquo eacute a precipitaccedilatildeo pluviomeacutetrica meacutedia mensal

Poreacutem o resultado obtido eacute para os 12 meses do ano e como foi visto no

ano de 2014 temos 7 meses com chuva portanto

119881119886119888 =119879119900119905119886119897

1198983

1198861198991199007 119898119890119904119890119904

lowast

119881119886119888 =1495531119898sup3119886119899119900

7= 21364119898sup3 119900119906 213640119871

dados somente seriam vaacutelidos se a precipitaccedilatildeo fosse uniforme durante os 7 meses de chuva

341 ndash Anaacutelise de caso para a Superquadra 111 Norte

Retomando a tabela 02 temos que a quadra apresenta 11 preacutedios

aproximadamente que variam o nuacutemero de apartamentos por pavimentos e

consequentemente o nuacutemero de moradores mas os edifiacutecios continuam tendo

uma aacuterea de 1069msup2 gerando um uma aacuterea total de 70554msup2 mas teremos

como base os caacutelculos feitos para o preacutedio selecionado no item 34

Realizando um caacutelculo baacutesico tem-se como estimativa de

armazenamento para esta quadra o seguinte

119872eacute119905119900119889119900 119875119903aacute119905119894119888119900 119861119903119886119904119894119897119890119894119903119900

119881~ 31406119871 119900119906 314061198983

11 119875119903eacute119889119894119900119904 times 31406119871 = 345466119871 119900119906 345466119898sup3

119872eacute119905119900119889119900 119889119890 119878119894119898119906119897119886ccedilatilde119900 119889119900 119877119890119904119890119903119907119886119905oacute119903119894119900

119881 ~ 70000119871 119900119906 701198983

11 119875119903eacute119889119894119900119904 times 70000119871 = 770000

119881119900119897119906119898119890 119889119890 aacute119892119906119886 119888119886119901119905119886119889119900 lowast

119881119886119888 = 213641198983119900119906 213640119871

11 119875119903eacute119889119894119900119904 times 213640119871 = 2350040119871 119900119906 235004119898sup3

dados somente seriam vaacutelidos se a precipitaccedilatildeo fosse uniforme durante os 7 meses de chuva

119863119890119898119886119899119889119886 119905119900119905119886119897 119889119886 119902119906119886119889119903119886 119888119900119898 119889119890119904119888119886119903119892119886 119889119890 119887119886119899ℎ119890119894119903119900

11 119875119903eacute119889119894119900119904 times 235224119871 = 2587464119871 119900119906 2587464119898sup3

Segundo Brino (Brasiacutelia Superquadras Residenciais) temos que as

dimensotildees maacuteximas de uma superquadra satildeo de 280x280m resultando numa

aacuterea de 78400msup2 que eacute denominado de Aacuterea Total (AT) A partir disso foi

definido que deveria existir uma faixa externa de 20m denominada de non

aedificandi que foi destinada ao plantio de uma ldquomassa vegetalrdquo de grande

porte e no interior da quadra encontra-se a aacuterea aedificandi a qual possui

240x240m e uma aacuterea de 57600msup2 Realizando uma subtraccedilatildeo da Aacuterea total

pela Aacuterea aedificandi obtecircm-se que a aacuterea non aedificandi eacute de 20800msup2 que

corresponde a 265 da aacuterea total

Com base nessas informaccedilotildees eacute necessaacuterio atentar-se ao detalhe de

que uma parte da precipitaccedilatildeo cai no solo e outra parte nos telhados dos

preacutedios Sendo assim parte da chuva pode ser aproveitada pelo sistema de

captaccedilatildeo enquanto outra parte chega ao solo sem uma interferecircncia direta no

ciclo hidroloacutegico

35 ndash Funcionamento do sistema de captaccedilatildeo

Eacute importante frisar que o sistema de aproveitamento de aacuteguas pluviais eacute

regido pela norma NBR 15527 (Associaccedilatildeo Brasileira de Normas Teacutecnicas

2007) norma a qual faz algumas consideraccedilotildees importantes para implantaccedilatildeo

e correto funcionamento do sistema de captaccedilatildeo Alguns destes satildeo

435 ndash O volume dos reservatoacuterios deve ser dimensionado com

base em criteacuterios teacutecnicos econocircmicos e ambientais levando em

conta as boas praacuteticas da engenharia podendo a criteacuterio do

projetista ser utilizados os meacutetodos contidos no Anexo A ou

outro desde que devidamente justificado

Item 436 ndash Os reservatoacuterios devem ser limpos e desinfetados

com soluccedilatildeo de hipoclorito de soacutedio no miacutenimo uma vez por ano

de acordo com agrave ABNT NBR 5626

Item 442 ndash As tubulaccedilotildees e demais componentes devem ser

claramente diferenciados das tubulaccedilotildees de aacutegua potaacutevel

Item 443 ndash O sistema de distribuiccedilatildeo de chuva deve ser

independente do sistema de aacutegua potaacutevel natildeo permitindo a

conexatildeo cruzada de acordo com agrave ABNT NBR 5626

Item 444 ndash Os pontos de consumo como por exemplo uma

torneira de jardim devem ser de uso restrito e identificados com

placa de advertecircncia com a seguinte inscriccedilatildeo ldquoaacutegua natildeo potaacutevelrdquo

e identificaccedilatildeo graacutefica

Item 445 ndash Os reservatoacuterios de aacutegua de distribuiccedilatildeo de aacutegua

potaacutevel e de aacutegua da chuva devem ser separados

Item 461 ndash Quando necessaacuterio o bombeamento este deve

atender agrave ABNT NBR 12214

Deve-se realizar manutenccedilatildeo em todo o sistema de

aproveitamento de aacutegua de chuva

Para maiores esclarecimentos ldquoo funcionamento de um sistema de

coleta e aproveitamento de aacutegua pluvial consiste de maneira geral na captaccedilatildeo

da aacutegua da chuva que cai sobre os telhados ou lajes da edificaccedilatildeo A aacutegua eacute

conduzida ateacute o local de armazenamento atraveacutes de calhas condutores

horizontais e verticais passando por equipamentos de filtragem e descarte de

impurezas Apoacutes passar pelo filtro a aacutegua eacute armazenada geralmente em

reservatoacuterio enterrado (cisterna) e bombeada a um segundo reservatoacuterio

(elevado) do qual as tubulaccedilotildees especiacuteficas de aacutegua pluvial iratildeo distribuiacute-la

para o consumo natildeo potaacutevelrdquo (Carvalho 2010 p 27 e 28) Conforme ilustra a

imagem a seguir

Figura 02 Funcionamento de um Sistema de Captaccedilatildeo

Fonte Adatildeo D Padini (2013)

De forma mais simplificada podemos ver a representaccedilatildeo no fluxograma

a seguir

Figura 03 Fluxograma do Sistema de Captaccedilatildeo

Fonte Leandro Roncato Pereira

351 ndash Dificuldades para implantaccedilatildeo do sistema

Tal sistema apresenta como dificuldade o local onde seriam instaladas

as cisternas uma vez que geraria um peso sobre o telhado Dessa forma o

sistema seria instalado no jardim cobrando um custo adicional

352 ndash Custo de implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo fechado em um

preacutedio

Na implantaccedilatildeo desse sistema os materiais utilizados teratildeo como base o

meacutetodo praacutetico brasileiro e para aumentar a eficiecircncia do sistema o volume de

31406L seraacute arredondado para 35000L

Os valores de alguns dos materiais apresentados a seguir seguem os

dos apresentados no trabalho de L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental

p 18) apenas o valor da caixa drsquoaacutegua de 10000L foi obtido atraveacutes de

pesquisas em lojas de construccedilatildeo e assim utilizando a de menor valor

Tambeacutem devemos considerar que a bomba consome energia ao bombear aacutegua

para o preacutedio (CEB) portanto os valores seguem conforme a tabela a seguir

Tabela 06 Preccedilo dos Produtos do Sistema de Captaccedilatildeo sem Fluxo

Produto Quantidade Valor unitaacuterio (R$) Valor total (R$)

Cx Daacutegua 10000L 3 496090 1488270

Cx Daacutegua 5000L 1 108000 108000

Boacuteia Eleacutetrica 1 2750 2750

Boacuteia Comum 1 1220 1220

Registro de Gaveta

1 3490 3490

Bomba Anauger 1 23000 23000

Filtro 3P VF1 1 22000 22000

Tubulaccedilotildees 7000 7000

Disjuntor 1 1310 1310

Escavaccedilatildeo Msup3 3666 128310

Matildeo de Obra 1 58574 58574

Energia 054 054

Total 13 727154 1843978

Observaccedilatildeo Pelo fato desse estudo se tratar de um modelo de implantaccedilatildeo

o custo das tubulaccedilotildees vai variar de acordo com a demanda necessitada pelo

preacutedio portanto podendo variar de acordo com o projeto implantado Para este

estudo seraacute adotado o valor de R$ 7000

Observaccedilatildeo Pelo fato desse trabalho tratar-se de um modelo de

implantaccedilatildeo o custo da energia pode variar de acordo com a demanda necessitada

pelo preacutedio portanto podendo variar de acordo com o uso da bomba Para este

estudo seraacute adotado o valor de R$ 054 que eacute o valor do KwH cobrado pela CEB

Segundo Saravy (2010 p 46) haacute tambeacutem um custo para manutenccedilatildeo do

sistema conforme a tabela a seguir

Tabela 07 Preccedilo de Manutenccedilatildeo do Sistema de Captaccedilatildeo

Com esses dados podemos ver o valor total final a ser pago pelo

sistema de captaccedilatildeo que eacute de R$ 1889978

36 ndash Taxas e valores cobrados para utilizaccedilatildeo de aacutegua

Segundo a Companhia de Saneamento Ambiental do Distrito Federal (CAESB)

quando vaacuterias residecircncias satildeo atendidas por uma uacutenica ligaccedilatildeo de aacutegua eacute aplicado o

conceito de consumo ldquoPara exemplificar podemos citar um preacutedio residencial onde

cada apartamento corresponde a uma unidade de consumordquo (CAESB) Contudo o

caacutelculo de gastos seraacute realizado primeiro em um apartamento e posteriormente

multiplicado pelo total de apartamentos do preacutedio uma vez que os preacutedios

residecircncias da Asa Norte pagam a conta de aacutegua atraveacutes do condomiacutenio O preacutedio

Componente Frequecircncia da Manutenccedilatildeo

Custo da Manutenccedilatildeo

Calhas e Condutores

Semestral R$ 13000

Reservatoacuterio Limpeza e

Desinfecccedilatildeo Anual

R$ 20000

desse estudo apresenta um hidrocircmetro que mede o consumo de aacutegua para o todo o

preacutedio

Eacute de suma importacircncia destacar tambeacutem que haacute uma taxa de esgoto que eacute

cobrada pela CAESB consequentemente ldquoo valor da tarifa de esgotos corresponde

a 100 do valor da tarifa de aacutegua exceto quando se tratar de coleta do tipo

condominial que equivale a 60 do valor da tarifa de aacuteguardquo (CAESB)

Deste modo a CAESB utiliza tarifas para diversas categorias de moradia e

comeacutercio e neste estudo seraacute aplicada a tarifa de ldquoresidencial normalrdquo em

concordacircncia com a tabela a seguir

Tabela 08 Valor da Tarifa Cobrado pela CAESB

Para melhor compreensatildeo do caacutelculo que a CAESB faz temos uma conta do

condomiacutenio do preacutedio da Superquadra 111 Norte

Figura 04 Conta Discriminada do Condomiacutenio

Fonte Condomiacutenio do Preacutedio

O caacutelculo feito pela CAESB consiste primeiramente em saber a demanda de

aacutegua gasta em metros cuacutebicos por Unidade de Consumo ndash apartamento ndash para

saber qual faixa ldquomsup3rdquo eacute aplicada Apoacutes saber qual a faixa ldquomsup3rdquo que se enquadra eacute

atribuiacutedo o volume por UC (em msup3) em sequecircncia multiplica-se o volume por UC ou

volume da faixa pelo nuacutemero de UCrsquos correspondente para se obter o volume total

gasto (em msup3) Tendo o volume total gasto basta multiplicar pelo preccedilo corresponde

agrave faixa a qual se encaixa o consumo e assim obtendo o valor total a pagar A partir

do momento que se tem o valor total a pagar eacute necessaacuterio acrescer 100 do valor

para cobrir a tarifa de esgoto conforme a figura

Partindo desses dados podemos calcular por apartamento quanto eacute cobrado

pela CAESB a partir dos dados apresentados no capiacutetulo 34

119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119886119901119886119903119905119886119898119890119899119905119900 = 33119901 times 66119871 ~ 217119871

119863119894119886

119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119886119901119886119903119905119886119898119890119899119905119900 119886119900 119898ecirc119904 = 217119871119889119894119886 times 30119863119894119886119904 = 6510119871 119900119906 65101198983

Com base nesses dados temos que calcular o volume total de descarga em

sanitaacuterios que o preacutedio consome com a seguinte foacutermula

119881119879 = 119881119865 times 119873ordm 119889119890 119880119862prime119904

119881119879 = 10119898sup3 times 36 = 360119898sup3

Em que ldquoVTrdquo corresponde ao volume total do preacutedio ldquoVFrdquo ao volume da faixa

que eacute estipulado pela CAESB e ldquoUCrsquosrdquo satildeo as unidades de consumo que eacute correlato

ao nuacutemero de apartamentos existente

Portanto o total a se pagar em um mecircs eacute calculado da seguinte forma

119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 119881119879 times 119879119886119903119894119891119886 119889119890 aacute119892119906119886 + 119879119886119903119894119891119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900

119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 360119898sup3 times 119877$ 265 + 119879119886119903119894119891119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900

119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 954 + 119877$ 954 = 119877$ 1908

Em 7 meses seriam pagos em descarga

119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 1908 times 7 119872119890119904119890119904 = 119877$ 13356

37 ndash Caacutelculos de economia e retorno de investimento para um sistema

fechado

Conforme exposto por L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental p 15)

ldquopara o caacutelculo da economia da taxa de aacutegua multiplica-se o valor do msup3 (valor

cobrado por msup3 do responsaacutevel pelo fornecimento de aacutegua na cidade []) pelo

volume captado e entatildeo obtecircm-se o valor economizado por ano na taxa de aacuteguardquo

Recapitulando que para esse estudo seraacute utilizado o meacutetodo praacutetico brasieliro

devido aos meses de seca ou pouca chuva

Sendo assim

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119881119886119897119900119903 119889119900 1198983 times 119881119900119897119906119898119890 119888119886119901119905119886119889119900

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 265 times 314061198983

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 8322

Essa economia de R$ 8322 eacute para um mecircs de chuva para o preacutedio todo

sendo assim para os 7 meses de chuva tem-se

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119890 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 8322 times 7 119898119890119904119890119904 = 119877$ 58254

Ainda segundo L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental p 16) para o

caacutelculo da economia referente ao esgoto eacute necessaacuterio multiplicar o valor do msup3 pelo

volume captado e por 08 uma vez que considera-se 20 de perda ou seja para

cada 1 litro de aacutegua que chega na residecircncia eacute cobrado 08 litros para o tratamento

do esgoto

Portanto tem-se

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119881119886119897119900119903 119889119900 1198983 times 119881119900119897119906119898119890 119888119886119901119905119886119889119900 times 08

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900 = 119877$ 265 times 314061198983 times 08

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 6658

Esse valor encontrado de R$ 6658 corresponde a um mecircs de chuva para o

preacutedio sendo assim o total economizado pelo preacutedio em 7 meses eacute de

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119890 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 6658 times 7 119898119890119904119890119904 = 119877$ 46606

ldquoPara o caacutelculo do retorno do investimento divide-se o valor investido pela

economia anual com a implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo e reaproveitamento da

aacutegua pluvialrdquo L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental p 16)

Portanto para 7 meses de chuva tem-se o seguinte

119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 =119881119886119897119900119903 119894119899119907119890119904119905119894119889119900

119864119888119900119899119900119898119894119886 (7119898119890119904119890119904)

119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 = 119877$ 1843924

119877$ 58254 + 119877$ 46606

119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 = 119877$ 1843924

119877$ 9446

119877119890119905119900119903119899119900

119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900= 1952 119886119899119900119904

38 ndash Caacutelculos de dimensionamento para um sistema com fluxo

Os caacutelculos apresentados no subitem anterior satildeo relativos a um sistema

o qual natildeo adota a possibilidade de fluxo dentro do reservatoacuterio Quando se

fala em fluxo temos que considerar que ao mesmo tempo em que o preacutedio

utiliza aacutegua do reservatoacuterio de aacutegua pluvial o mesmo vai enchendo com aacutegua

pluvial Portanto haacute um ciclo no qual o preacutedio demanda aacutegua do reservatoacuterio e

o mesmo vai enchendo conforme chove no local

Sabendo que a meacutedia mensal eacute de 1399msup3 eacute preciso multiplicar isso

por 12 para se obter o quanto choveu em 2014 Sendo assim

119879119900119905119886119897 119886119900 119886119899119900 = 1399119898119898 times 12 119898119890119904119890119904

119879119900119905119886119897 119886119900 119886119899119900 = 16788119898119898

Mas como foi visto o periacuteodo chuvoso eacute de 7 meses entatildeo temos

119875119903119890119888119894119901119894119905119886ccedilatilde119900 119901119886119903119886 7 119898119890119904119890119904 = 16788119898119898 divide 7 = 2398119898119898

Com isso eacute necessaacuterio realizar o caacutelculo da meacutedia de captaccedilatildeo de aacutegua

por mecircs para a aacuterea de 1069msup2

119872119890119889119894119886 119889119890 119862119886119901119905119886ccedilatilde119900 = 2398119898119898 times 1069119898sup2

119872eacute119889119894119886 119889119890 119862119886119901119905119886ccedilatilde119900 = 256346119871 119900119906 256346119898sup3

Ao considerar o valor obtido temos que realizar o quanto seria captado

diariamente

119872eacute119889119894119886 119889119894aacute119903119894119886 = 256346119898sup3 divide 30 119889119894119886119904 = 85119898sup3119889119894119886

A partir desses caacutelculos podemos realizar a seguinte comparaccedilatildeo O

preacutedio consome cerca de 78msup3 ao dia de aacutegua para descarga de vasos sanitaacuterios

enquanto a meacutedia diaacuteria de captaccedilatildeo eacute de 85msup3 por conseguinte temos um fluxo

positivo de aacutegua para o reservatoacuterio de 067msup3dia nos dias chuvosos

Se colocarmos um reservatoacuterio de 35msup3 sem nenhuma aacutegua

armazenada poderemos constatar que o reservatoacuterio iria encher por completo em

cerca de 53 dias conforme o caacutelculo a seguir

351198983 = 0671198983 times 119909 119889119894119886119904

119909 119889119894119886119904 = 35119898sup3 divide 067119898sup3 = 5223 119889119894119886119904

Analisando esses dados temos que a partir do 54ordm dia o reservatoacuterio

estaria completamente cheio e no restante dos 156 dias que teriacuteamos de chuva

esses 067msup3 seriam de certa forma desperdiccedilados uma vez que esse fluxo de

067msup3 ao final dos 7 meses gerariam cerca de 1407msup3 enquanto o reservatoacuterio tem

a capacidade de 35msup3 conforme o caacutelculo a seguir

119875119900119905119890119899119888119894119886119897 = 067119898sup3 times 156 119889119894119886119904 = 1045119898sup3

Se considerarmos esse fluxo positivo de 067msup3dia temos que ao final

dos 210 dias (7meses) seria possiacutevel armazenar 1407 msup3 de aacutegua Com um

reservatoacuterio de 35msup3 1057msup3 estariam sendo escoados para fora do reservatoacuterio

Portanto o ideal seria um reservatoacuterio que se aproxime de 1407msup3 para que ao

final dos 7 meses toda aacutegua possiacutevel fosse armazenada no entanto o reservatoacuterio

deveria ser de 145msup3

Devemos considerar ainda que ao final dos 7 meses o reservatoacuterio

estaria cheio no periacuteodo de seca conseguiria abastecer o preacutedio de acordo com a

demanda do preacutedio sendo assim

119880119905119894119897119894119911119886ccedilatilde119900 119899119886 119904119890119888119886 = 119879119900119905119886119897 119889119900 119903119890119904119890119903119907119886119905oacute119903119894119900 divide 119863119890119898119886119899119889119886 119889119894aacute119903119894119886

119880119905119894119897119894119911119886ccedilatilde119900 119899119886 119904119890119888119886 = 1451198983 divide 781198983119889119894119886

119880119905119894119897119894119911119886ccedilatilde119900 119899119886 119904119890119888119886 = 1858 119889119894119886119904

381 ndash Custo de implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo com fluxo em um

preacutedio

Na implantaccedilatildeo desse sistema os materiais utilizados teratildeo como base

as estimativas que foram apresentadas no subitem anterior e para aumentar a

eficiecircncia do sistema o volume de 1400007L seraacute arredondado para

145000L

Devido ao tamanho do reservatoacuterio eacute de se esperar que o reservatoacuterio

natildeo seja instalado em cima do preacutedio uma vez que a estrutura do preacutedio natildeo

conseguiria suportar o peso que o reservatoacuterio faria sobre o telhado

consequentemente o reservatoacuterio deveraacute ser instalado no jardim do preacutedio que

iraacute gerar um custo a mais por conta da escavaccedilatildeo

Os valores de alguns dos materiais apresentados a seguir seguem os

dos apresentados no trabalho de L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental

p 18) apenas o valor da caixa drsquoaacutegua de 10000L foi obtido atraveacutes de

pesquisas em lojas de construccedilatildeo e assim utilizando a de menor valor

conforme a tabela a seguir Segundo o Saneamento de Goiaacutes SA (SANEAGO)

o custo de escavaccedilatildeo eacute calculado a partir do total de msup3 aleacutem de 3m de

profundidade

Tabela 09 Preccedilo dos Produtos do Sistema de Captaccedilatildeo com Fluxo

Observaccedilatildeo Pelo fato desse estudo se tratar de um modelo de implantaccedilatildeo

o custo das tubulaccedilotildees vai variar de acordo com a demanda necessitada pelo

preacutedio portanto podendo variar de acordo com o projeto implantado Para este

estudo seraacute adotado o valor de R$ 7000

Observaccedilatildeo Pelo fato desse trabalho tratar-se de um modelo de

implantaccedilatildeo o custo da energia pode variar de acordo com a demanda necessitada

pelo preacutedio portanto podendo variar de acordo com o uso da bomba Para este

estudo seraacute adotado o valor de R$ 054 que eacute o valor do KwH cobrado pela CEB

Produto Quantidade Valor unitaacuterio (R$) Valor total (R$)

Cx Daacutegua 10000L 14 496090 6945260

Cx Daacutegua 5000L 1 108000 108000

Boacuteia Eleacutetrica 1 2750 2750

Boacuteia Comum 1 1220 1220

Registro de Gaveta

1 3490 3490

Bomba Anauger 1 23000 23000

Filtro 3P VF1 1 22000 22000

Tubulaccedilotildees 7000 7000

Disjuntor 1 1310 1310

Escavaccedilatildeo Msup3 3666 53157

Matildeo de Obra 1 58574 58574

Energia 054 054

Total 13 727154 7704228

382 ndash Caacutelculos de economia e retorno de investimento para um sistema

com fluxo

Partindo dos dados apresentados podemos calcular por apartamento quanto eacute

cobrado pela CAESB a partir dos dados apresentados no capiacutetulo 34

119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119886119901119886119903119905119886119898119890119899119905119900 = 33119901 times 66119871 ~ 217119871

119863119894119886

119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119886119901119886119903119905119886119898119890119899119905119900 119886119900 119898ecirc119904 = 217119871119889119894119886 times 30119863119894119886119904 = 6510119871 119900119906 65101198983

Em que ldquoVTrdquo corresponde ao volume total do preacutedio ldquoVFrdquo ao volume da faixa

que eacute estipulado pela CAESB e ldquoUCrsquosrdquo satildeo as unidades de consumo que eacute correlato

ao nuacutemero de apartamentos existente

Portanto o total a se pagar em um mecircs eacute calculado da seguinte forma

119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 119881119879 times 119879119886119903119894119891119886 119889119890 aacute119892119906119886 + 119879119886119903119894119891119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900

119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 360119898sup3 times 119877$ 265 + 119879119886119903119894119891119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900

119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 954 + 119877$ 954 = 119877$ 1908

Retomando o caacutelculo exposto por L Pereira (Viabilidade

EconocircmicoAmbiental p 15) no subitem anterior temos que o caacutelculo da CAESB

seria feito da seguinte maneira

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119881119886119897119900119903 119889119900 1198983 times 119881119900119897119906119898119890 119888119886119901119905119886119889119900

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 265 times 1451198983

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 38425

Esse caacutelculo eacute equivalente a um mecircs de captaccedilatildeo para os 7 meses

teremos o seguinte

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119890 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 38425 times 7 119898119890119904119890119904 = 119877$ 268975

Conforme foi visto para o caacutelculo da economia de esgoto eacute necessaacuterio

multiplicar o valor do msup3 pelo volume captado e por 08 uma vez que considera-se

20 de perda ou seja para cada 1 litro de aacutegua que chega na residecircncia eacute cobrado

08 litros para o tratamento do esgoto Portanto para um mecircs segue-se

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119881119886119897119900119903 119889119900 1198983 times 119881119900119897119906119898119890 119888119886119901119905119886119889119900 times 08

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900 = 119877$ 265 times 1451198983 times 08

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 3074

ldquoPara o caacutelculo do retorno do investimento divide-se o valor investido pela

economia anual com a implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo e reaproveitamento da

aacutegua pluvialrdquo L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental p 16)

Portanto para 7 meses de chuva tem-se o seguinte

119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 =119881119886119897119900119903 119894119899119907119890119904119905119894119889119900

119864119888119900119899119900119898119894119886 (7119898119890119904119890119904)

119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 = 119877$ 17704228

119877$ 268975 + 119877$ 21518

119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 = 119877$ 7704228

119877$ 484155

119877119890119905119900119903119899119900

119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900= 1591119886119899119900119904

4 ndash Conclusatildeo e Consideraccedilotildees Finais

De acordo com o que foi exposto temos que a implantaccedilatildeo do sistema de

captaccedilatildeo para o aproveitamento de aacuteguas pluviais eacute uma oacutetima alternativa para

substituiccedilatildeo da ldquoaacutegua cinzardquo possibilitando tambeacutem um destino mais correto do

ponto de vista ambiental para a aacutegua que se tornaria esgoto Como eacute de

conhecimento este tipo de meacutetodo eacute utilizado em diversas regiotildees natildeo somente

aquelas que sofrem com escassez de aacutegua

Mesmo sabendo que o Brasil possui um grande potencial hiacutedrico observamos

que uma parcela da populaccedilatildeo natildeo tem consciecircncia quanto ao gasto de aacutegua

gerando um grande desperdiacutecio de forma desnecessaacuteria Portanto partindo de um

pensamento racional um sistema de captaccedilatildeo seria viaacutevel para o aproveitamento da

aacutegua para fins de consumo domeacutestico mais precisamente ldquoaacutegua cinzardquo

Considerando os caacutelculos apresentados a partir da taxa de precipitaccedilatildeo meacutedia

em Brasiacutelia a criaccedilatildeo de um sistema de captaccedilatildeo pluvial predial traz benefiacutecios

econocircmicos e ambientais O projeto torna-se viaacutevel economicamente pois desde

que se faccedila a manutenccedilatildeo de forma adequada do sistema este teraacute uma vida uacutetil

longa e considerando que se obteacutem o retorno do investimento em aproximadamente

16 anos para um sistema com fluxo apoacutes este periacuteodo o sistema passa a ser

lucrativo para o preacutedio que implanta pois o custo eacute dividido no condomiacutenio dentre os

moradores do preacutedio

Analisando do ponto de vista ambiental o desenvolvimento urbano de Brasiacutelia

ocasionou em superfiacutecies impermeaacuteveis dificultando a absorccedilatildeo de aacuteguas pluviais

pelo solo e juntamente com o sistema de redes pluviais e o sistema de drenagem

ultrapassados os alagamentos e enchentes tecircm se tornado constante quando

ocorrem chuvas anormais Com as estimativas feitas neste trabalho eacute possiacutevel que

tais transtornos hiacutedricos urbanos possam ser amenizados a partir da implantaccedilatildeo do

sistema sem que afete o ciclo hidroloacutegico natural Logicamente essa natildeo eacute a

soluccedilatildeo uma vez que ela deve ser apenas um complemento agrave poliacuteticas publicas

poliacuteticas de incentivo entre outras medidas de cunho sustentaacutevel

Em vista disso a implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo e aproveitamento de

aacuteguas pluviais acarretaria em uma significativa melhora ambiental atraveacutes da

substituiccedilatildeo de uma parcela da aacutegua fornecida pela CAESB e possivelmente

mitigando os transtornos hiacutedricos urbanos se aplicado em larga escala

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uma vida harmocircnica entre o habitante e o meio ambiente Isso ocorre devido a

globalizaccedilatildeo dos espaccedilos em que satildeo levantadas novas tecnologias e haacute o

problema da crescente urbanizaccedilatildeo Esse enfoque possui alguns princiacutepios

que devem ser levados em consideraccedilatildeo princiacutepios esses que guiam as

poliacuteticas puacuteblicas no meio ambiente urbano Esses princiacutepios satildeo destacados e

relacionados por Silva (Poliacuteticas Puacuteblicas e Estrateacutegias de Sustentabilidade

Urbana p 5) como o princiacutepio do interesse puacuteblico na proteccedilatildeo do meio

ambiente urbano sobre os interesses privados o princiacutepio da realizaccedilatildeo de

uma avaliaccedilatildeo preacutevia dos impactos ambientais advindos da accedilatildeo antroacutepica ou

natural o princiacutepio de que o Estado deve intervir na defesa e proteccedilatildeo do meio

ambiente e do meio ambiente urbano o princiacutepio da funccedilatildeo da funccedilatildeo

socioambiental da propriedade urbana o princiacutepio da participaccedilatildeo da

sociedade e da gestatildeo democraacutetica da cidade e o princiacutepio da garantia do

direito a cidades sustentaacuteveis

Cabe ressaltar que apesar de existirem tantos princiacutepios que devem ser

vistos como diretriz a realidade foge um pouco do que eacute mostrado na teoria jaacute

que as poliacuteticas puacuteblicas seguem programas finaliacutesticos que satildeo flexiacuteveis e

quando relacionados agraves exigecircncias legais devem ser diferenciados de acordo

com o grau de finalizaccedilatildeo da accedilatildeo e de imperatividade das normas

Quando tratamos do urbano e do meio ambiente as politicas puacuteblicas

devem ser integradas e possuiacuterem uma interaccedilatildeo entre si como por exemplo

ao tratar das poliacuteticas de habitaccedilatildeo natildeo se pode deixar de levar em

consideraccedilatildeo as poliacuteticas de saneamento ambiental ou entatildeo ao tratar de

poliacuteticas de transporte puacuteblico e mobilidade urbana deve-se considerar a

proacutepria poliacutetica ambiental Sendo assim os programas e projetos

governamentais devem contemplar os aspectos ambientais urbanos sociais e

econocircmicos

Para Silva (Poliacuteticas Puacuteblicas e Estrateacutegias de Sustentabilidade Urbana

p 6) ldquose os planos satildeo obrigatoacuterios para o setor puacuteblico para o setor privado

eles satildeo indicativosrdquo Reforccedilando o conceito de poliacuteticas puacuteblicas essas podem

ser definida como ldquoprocesso - ou conjunto de processos - que culmina na

escolha racional e coletiva de propriedades para definiccedilatildeo dos interesses

puacuteblicos reconhecidos pelo direitordquo sendo que quando se diz respeito a

direitos todos tecircm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado

englobando tambeacutem o meio ambiente urbano Portanto quando eacute utilizado o

termo ldquourbanordquo para qualificar o meio ambiente natildeo significa que haacute uma

segregaccedilatildeo classificatoacuteria do meio ambiente o adjetivo ldquourbanordquo vem como

uma proposta de demarcar a problemaacutetica ambiental em um determinado

espaccedilo geograacutefico - no caso as cidades - sem deixar de considerar os fatores

que nelas estatildeo inseridos como os sociais e os ambientais

Assim para empregar poliacuteticas puacuteblicas visando a sustentabilidade

urbana deve-se repensar o modelo de desenvolvimento da cidade juntamente

com o modo de vida da populaccedilatildeo e a conscientizaccedilatildeo da mesma apoiando-se

nas relaccedilotildees sociais e econocircmicas exercidas na cidade sem deixar de

considerar essas interaccedilotildees como propulsoras do direito agrave cidade sustentaacutevel

Para ratificar inciso I do art 2ordm do Estatuto da Cidade - Lei n 10257 de

10 de julho de 2001 reconhece entre as diretrizes de poliacuteticas puacuteblicas

expostas o direito a cidades sustentaacuteveis De acordo com essa lei esse direito

proporciona o direito a terra urbana agrave moradia ao saneamento ambiental agrave

infraestrutura urbana aos serviccedilos puacuteblicos em geral ao trabalho e ao lazer

tanto para as geraccedilotildees atuais como para as futuras

Sendo assim as cidades devem desenvolver-se respeitando a

sustentabilidade por isso o desenvolvimento urbano deve ser feito sem

degradaccedilatildeo possibilitando uma vida urbana digna e igualitaacuteria Contudo as

cidades necessitam de mudanccedilas diversos pontos de vista reformulaccedilatildeo das

poliacuteticas puacuteblicas e criaccedilatildeo de novas e soluccedilotildees sobre como interagir no dia a

dia com o local que vivemos A partir dessa visatildeo destaco o que eacute exposto por

Acselrad (1999 p 86) em que ldquoacredita-se que quando o crescimento urbano

natildeo eacute acompanhado por investimentos em infraestrutura a oferta de serviccedilos

urbanos natildeo acompanha o crescimento da demanda A falta de investimentos

na manutenccedilatildeo dos equipamentos urbanos viraacute por sua vez acentuar o deacuteficit

na oferta de serviccedilos o que se rebateraacute especialmente na forma de

segmentaccedilatildeo socioterritorial entre as populaccedilotildees atendidas e natildeo atendidas

por tais serviccedilosrdquo

Apoacutes tratar de um modo geral cidades sustentaacuteveis e a sustentabilidade

urbana eacute interessante analisar o caso brasileiro Infelizmente a preocupaccedilatildeo

ambiental brasileira foi tardia e a evoluccedilatildeo foi lenta Em questotildees de

urbanizaccedilatildeo houve uma transformaccedilatildeo estrutural de ordem socioeconocircmica

reformulando a ocupaccedilatildeo do territoacuterio nacional ocasionando em impactos

ambientais e no dado de que cerca de 80 da populaccedilatildeo brasileira mora em

aacutereas urbanas Mas ao decorrer do tempo a questatildeo ambiental foi ligada ao

social os pensamentos acerca desse tema tiveram uma nova percepccedilatildeo

Como exemplo temos o caso dos recursos hiacutedricos em que a legislaccedilatildeo teve

o cuidado de considerar aleacutem do aspecto ambiental os aspectos sociais e

econocircmicos

Foi criado o Sistema Nacional de Recursos Hiacutedricos (SNRH) que no

texto de Schussel (2004 p 65) satildeo expostas a valoraccedilatildeo da aacutegua como bem

econocircmico a prioridade do abastecimento puacuteblico em detrimento da produccedilatildeo

de energia e a gestatildeo compartilhada entre usuaacuterios poder puacuteblico e sociedade

civil de bacias hidrograacuteficas por meio da implantaccedilatildeo dos ldquoComitecircs de Baciardquo

Essa questatildeo de integraccedilatildeo do ambiental ao social e econocircmico ocorreu

na deacutecada de 80 em que Silva (Poliacuteticas Puacuteblicas e Estrateacutegias de

Sustentabilidade Urbana p 2 apud Ribeiro 2001 p 134-135) destaca ldquoa

questatildeo urbana eacute integrada agrave questatildeo social e as representaccedilotildees antiurbanas

satildeo substituiacutedas pelo diagnoacutestico orientado por ideais republicanos de justiccedila

social e democracia A tarefa do pensamento e da accedilatildeo dos urbanistas passa a

ser o fazer coincidir a cidade e a cidadaniardquo Apesar do atraso na aplicaccedilatildeo do

pensamento ambiental - no caso o de cidades sustentaacuteveis - atualmente o

Brasil apresenta um niacutevel consideraacutevel de desenvolvimento tecnoloacutegico e social

que podem retardar a degradaccedilatildeo e os malefiacutecios causados nas cidades E por

que natildeo ocorre tal melhoria no setor ambiental urbano O Brasil carece de

poliacuteticas puacuteblicas que sirvam para o propoacutesito ambiental sem contar a falta de

instruccedilatildeo ambiental de uma boa parcela da sociedade Isso eacute confirmado com

as atitudes da populaccedilatildeo no texto de Loureiro e De Gregori (Revista Eletrocircnica

do Curso de Direito ndash UFSM p 459) eacute exposto que ldquoo lixo jogado nas ruas

causa entupimento de bueiros o que dificulta o escoamento da aacutegua da chuva

Aleacutem disso mesmo quando ocorre escoamento a aacutegua leva detritos

diretamente para o curso dos rios coacuterregos mananciais entre outros Em

razatildeo do exposto um meio indireto mas eficiente de se poluir a aacuteguardquo

Desse modo termo ldquosustentabilidaderdquo atrelado agraves necessidades

urbanas merece se conciliado de certa maneira que o ser humano produza

desenvolvimento e tambeacutem conserve o meio ambiente Portanto para o Brasil

os modelos que devem ser desenvolvidos nas cidades precisam ser justos

eacuteticos e sustentaacuteveis abrangendo todas as classes sociais e sendo igualitaacuterio

trazendo assim a concepccedilatildeo de que as transformaccedilotildees natildeo necessariamente

devem partir do governo e sim das accedilotildees que integrem os cidadatildeos

almejando a sustentabilidade Quando se diz ldquoas accedilotildees que integrem os

cidadatildeosrdquo na verdade o que se busca expressar eacute que a atitude deve partir da

populaccedilatildeo e natildeo do governo pois tais accedilotildees promovidas pela populaccedilatildeo as

aproximam das poliacuteticas puacuteblicas gerando melhores oportunidades e formas

alternativas de sistemas igualitaacuterios quando relacionados a exposiccedilatildeo de riscos

ambientais Tudo isso para oferecer um ambiente urbano com um

desenvolvimento em equiliacutebrio ambientalmente sustentaacutevel e socialmente

justo

Retomando o Artigo 2ordm do Estatuto da Cidade Loureiro e De Gregori

(Revista Eletrocircnica do Curso de Direito ndash UFSM p 462) expotildeem que houve

uma mudanccedila de paradigma ao se pensar em ambientes urbanos assim

expondo trecircs objetivos a serem alcanccedilados com as cidades ldquoo primeiro seria

um ambiente destinado agrave moradia de um acuacutemulo de comunidades jaacute em uma

segunda perspectiva seria um ambiente de poliacuteticas a fim de atingir funccedilatildeo

social urbana e por fim a garantia de ambientes urbanos como um meio

sustentaacutevel e sadio de desenvolvimentordquo Eacute importante ressaltar que esse

ponto de vista reflete que soacute seraacute possiacutevel assegurar um ambiente urbano para

a presente geraccedilatildeo e para as futuras partindo da preservaccedilatildeo do meio

ambiente

Portanto diversas iniciativas podem tornar o ambiente urbano em cidade

sustentaacutevel o que procura promover uma estabilidade e um equiliacutebrio agraves

cidades com uma visatildeo a longo prazo O processo de implantaccedilatildeo de cidades

sustentaacuteveis no Brasil deve primeiramente partir de accedilotildees individuais ou

privadas e articulada agraves poliacuteticas puacuteblicas para que haja uma eficiecircncia na

aplicabilidade sem desconsiderar que haacute uma possibilidade de gerar um

sistema insustentaacutevel Por que pode se tornar um sistema insustentaacutevel

Segundo Loureiro e De Gregori (Revista Eletrocircnica do Curso de Direito ndash

UFSM p 465 apud Godard 1990 p40-45) ldquoa insustentabilidade exprime

assim a incapacidade de as poliacuteticas puacuteblicas adaptarem a oferta de serviccedilos

urbanos agrave quantidade e agrave qualidade das demandas sociais provocando um

ldquodesequiliacutebriordquo entre necessidades cotidianas da populaccedilatildeo e os meios de as

satisfazer entre a demanda por serviccedilos urbanos e os investimento em redes e

infraestruturardquo

Jaacute que a realidade brasileira exprime uma grande distorccedilatildeo do que eacute

apresentado nos estudos como conseguir implantar uma cidade sustentaacutevel e

assim suportaacute-la Primeiramente eacute necessaacuterio ampliar o ponto de vista natildeo se

prendendo agraves poliacuteticas puacuteblicas em segundo plano eacute preciso que se tenha uma

accedilatildeo coletiva da populaccedilatildeo atraveacutes da conscientizaccedilatildeo ou de accedilotildees que

promovam a sustentabilidade dentro da cidade

Eacute importante ressaltar que natildeo se pode descartar as poliacuteticas puacuteblicas

mas tambeacutem natildeo se pode esperar que elas resolvam todos os problemas

presentes na cidade Sendo assim para que uma cidade torne-se sustentaacutevel eacute

preciso que as accedilotildees realizadas pela populaccedilatildeo sejam emparelhadas com as

poliacuteticas puacuteblicas aplicadas pelo governo No Brasil haacute cidades que satildeo

consideradas sustentaacuteveis mas essas cidades optaram apenas por um

planejamento urbano voltado para reconstituiccedilatildeo de aacutereas verdes

aprimoramento nas soluccedilotildees urbaniacutesticas e na tecnologia do transporte urbano

Tais accedilotildees natildeo devem ser desconsideras e sim exaltadas pelo funcionamento

adequado e promoccedilatildeo da sustentabilidade urbana Outras questotildees tatildeo

importantes quanto satildeo deixadas de lado pelo governo e nesse caso deve-se

ter uma aplicaccedilatildeo da sociedade para que ganhe uma visatildeo e assim sejam

aplicadas poliacuteticas puacuteblicas voltadas para tais questotildees

Em especiacutefico coloco o problema hiacutedrico que tem assolado vaacuterias

cidades do paiacutes por trazer prejuiacutezos de forma direta e indireta a populaccedilatildeo O

problema hiacutedrico brasileiro natildeo eacute apenas o causado pela estiagem e falta de

aacutegua em algumas localidades ele tambeacutem eacute expresso pelas chuvas

torrenciais Em face disso eacute importante unir o uacutetil ao agradaacutevel Vale expor que

em decorrecircncia do aumento da urbanizaccedilatildeo as aacutereas foram pavimentadas e

cobertas por preacutedios casas monumentos entre outras edificaccedilotildees

ocasionando na impermeabilizaccedilatildeo do solo em aacutereas naturais Devido a esse

fator o ser humano vem demandando novas soluccedilotildees e poliacuteticas puacuteblicas para

o controle e mitigaccedilatildeo de impactos causados pela chuva tais como

alagamentos

Os governos de modo geral vecircm encontrando seacuterias dificuldades

quanto agraves questotildees de gestatildeo dos alagamentos em suas aacutereas puacuteblicas Para

Brasiacutelia e o Governo do Distrito Federal esse problema eacute recente e nem tatildeo

alarmante quando comparado aos das grandes capitais brasileiras como Satildeo

Paulo ou Rio de Janeiro Portanto eacute necessaacuterio que se tenha uma precauccedilatildeo

com o uso das aacuteguas tratadas para que possam ser utilizadas fontes

alternativas Com o objetivo de aproveitamento de aacuteguas pluviais a captaccedilatildeo

de aacutegua advinda das chuvas possui um vieacutes sustentaacutevel do ponto de vista

teacutecnico e econocircmico quando aplicado em sistemas de uso privativo Cabe

ressaltar que esse estudo visa aliar o conceito de cidades sustentaacuteveis a partir

da iniciativa privada agraves necessidades encontradas na cidade de Brasiacutelia no

caso de um projeto de aproveitamento de aacuteguas pluviais que atenda a

demanda de aacutegua natildeo potaacutevel tendo como base a precipitaccedilatildeo de chuva local

sem desconsiderar o ciclo hidroloacutegico para que natildeo ocorra um desequiliacutebrio do

mesmo e ocasione mais desastres ambientais

Tal sistema tem como objetivo gerar uma fonte de aacutegua natildeo potaacutevel

para uso diaacuterio em sistemas prediais como descarga limpeza do preacutedio

irrigaccedilatildeo de jardins disponibilidade para lavagem de automoacuteveis entre outras

possibilidades gerando uma economia da aacutegua utilizada e consequentemente

uma economia monetaacuteria Aleacutem desse objetivo reducionista de gasto e aacutegua

haacute tambeacutem a possibilidade da reduccedilatildeo de transtornos hiacutedricos urbanos

Portanto ao abordar sobre poliacuteticas puacuteblicas eacute de suma importacircncia

compreender que o ldquodesenvolvimento sustentaacutevel eacute um processo de

aprendizagem social de longo prazo que por sua vez eacute direcionado por

poliacuteticas puacuteblicas orientadas por um plano de desenvolvimento nacionalrdquo

(Barbosa 2008 p 6) O conceito de desenvolvimento sustentaacutevel seraacute melhor

apresentado no capiacutetulo seguinte

2 ndash Sustentabilidade desenvolvimento sustentaacutevel e a sua

importacircncia

Inicio esse capiacutetulo com uma frase de Nascimento (2012 p 57) em que

se queremos sugerir uma sustentabilidade para toda a sociedade eacute necessaacuterio

que tenhamos uma ldquolinha transversal a eacutetica solidaacuteria com os excluiacutedos de hoje

para que natildeo haja excluiacutedos amanhatilderdquo

Por que a sustentabilidade eacute algo importante para noacutes Eacute necessaacuterio

que seja de conhecimento geral de que estamos ameaccedilados em todos os

aspectos ligados agrave utilizaccedilatildeo de recursos naturais e aproveitamento dos

mesmos Portanto haacute uma conexatildeo direta ao desenvolvimento sustentaacutevel

Nascimento (2012 p 58) ainda aponta que ldquoateacute meados do seacuteculo XX a

humanidade temia basicamente duas grandes extinccedilotildees ndash uma externa

(choque de um grande meteorito como aparentemente ocorreu haacute 65 milhotildees

de anos extinguindo os dinossauros) e outra interna (o advento de uma

epidemia desconhecida e incontrolaacutevel) Em meados do seacuteculo passado foi

acrescida mais uma ameaccedila provinda dos proacuteprios seres humanos a bomba

atocircmica O seu poder de destruiccedilatildeo ficou evidente com as explosotildees de

Hiroshima e Nagasakirdquo Sendo assim eacute perceptiacutevel que o estilo de vida de alta

produccedilatildeo e consumo vigente nos leva a crer que um desastre eacute cada vez mais

plausiacutevel

ldquoQue a economia estaacute em um conflito com os sistemas naturais do

planeta eacute uma evidecircncia que ressalta das informaccedilotildees cotidianas sobre o

desaparecimento das zonas de pesca reduccedilatildeo das florestas a erosatildeo do

solo e o desaparecimento de espeacuteciesrdquo (Nascimento 2012 p 58 apud

Brown 2003 p14) Portanto a crise ambiental aponta um desgaste das

condiccedilotildees ldquonormaisrdquo de vida no planeta Terra Segundo Nascimento (2012 p

58) ldquo[] eacute possiacutevel caso o cenaacuterio mais pessimista do aquecimento global

venha a se confirmar que uma nova possibilidade de auto extinccedilatildeo seja criada

no final desse seacuteculordquo Desta forma o atual modelo de vida natildeo deteriora

apenas o meio ambiente tambeacutem prejudica a vida humana e para que sejam

reduzidos esses transtornos agrave vida humana eacute preciso que iniciativas e

alternativas sejam criadas por meio de inovaccedilotildees tecnoloacutegicas para que haja

uma saiacuteda

ldquoA crise ambiental assumiu contornos mais graves com a percepccedilatildeo da

responsabilidade antroacutepica do aquecimento global e a dinacircmica de ascensatildeo

de um contingente humano mais significativo no mercado de consumordquo

(Nascimento 2012 p 61) Quando a crise ambiental se tornou algo de suma

importacircncia Quando como e por que a sustentabilidade e o desenvolvimento

sustentaacutevel se tornaram relevantes para o combate agrave crise ambiental Eacute

necessaacuterio compreender que a sustentabilidade possui dois vieses quando

relacionada agrave sua origem Uma de suas origens tem base na biologia mais

precisamente na ecologia a qual atribui o conceito de resiliecircncia ndash capacidade

de recuperaccedilatildeo e reproduccedilatildeo dos ecossistemas ndash perante as degradaccedilotildees

antroacutepicas com o uso exacerbado dos recursos naturais Ainda relacionado agrave

ecologia haacute as causas naturais como terremotos fogo tsunamis pragas

entre outros O outro vieacutes de origem da sustentabilidade adveacutem da economia

como o adjetivo do desenvolvimento diante da visibilidade que ganhou ao

longo do seacuteculo XX referente ao padratildeo de consumo desenvolvido ao redor do

mundo (Nascimento 2012 p 51)

Segundo Nascimento a ideia de sustentabilidade como enfoque

mundial tem origem na deacutecada de 1950 O surgimento e a importacircncia desse

termo ocorrem devido a um risco ambiental global a poluiccedilatildeo nuclear ldquoOs seus

indiacutecios alertaram os seres humanos de que estamos em uma nave comum e

que problemas ambientais natildeo estatildeo restritos a territoacuterios limitadosrdquo

(Nascimento 2012 p 2) Segundo Nascimento (2012 p 52 apud Machado

2005) ldquoA ocorrecircncia de chuvas radiativas a milhares de quilocircmetros dos locais

de realizaccedilatildeo dos testes acendeu um caloroso debate no seio da comunidade

cientiacuteficardquo Na deacutecada de 1960 houve outro fato importante que implicou na

questatildeo da percepccedilatildeo da crise ambiental dando importacircncia a

sustentabilidade devido ao uso de inseticidas e pesticidas quiacutemicos e

transtornos causados por esses apontados por Rachel Carson em seu livro

intitulado de ldquoPrimavera Silenciosardquo ndash Silent Spring

Ainda na deacutecada de 60 as chuvas aacutecidas recorrentes nos paiacuteses

noacuterdicos levaram a Sueacutecia junto ao Conselho Econocircmico e Social das Naccedilotildees

Unidas (ECOSOC) a propor a realizaccedilatildeo de uma conferecircncia para tratar de um

acordo internacional para uma possiacutevel reduccedilatildeo na emissatildeo dos gases

responsaacuteveis por tal transtorno Com isso ocorreu a Conferecircncia de

Estocolmo em 1972 colocando em evidecircncia os paiacuteses subdesenvolvidos e

desenvolvidos da eacutepoca A princiacutepio as preocupaccedilotildees natildeo eram nem um

pouco igualitaacuterias jaacute que os paiacuteses desenvolvidos estavam atentos agrave

degradaccedilatildeo ambiental que afetavam sua qualidade de vida enquanto os

paiacuteses subdesenvolvidos estavam preocupados em natildeo sofrerem sanccedilotildees

comerciais e apresentarem um retardo em seu desenvolvimento uma vez que

naquela eacutepoca os problemas ambientais eram associados ao crescimento

econocircmico dos paiacuteses de terceiro mundo Nessa conferecircncia ficou exposto

que os paiacuteses desenvolvidos defendiam a proteccedilatildeo do meio ambiente como

principal foco e os paiacuteses em desenvolvimento focavam no combate agrave

pobreza

Para melhor esclarecer Nascimento expotildee a partir do documento ldquoOnly

One Earthrdquo (Ward amp Dubos 1973) ldquo[] O problema ambiental como decorrente

de externalidades econocircmicas proacuteprias do excesso de desenvolvimento

(tecnologia agressiva e consumo excessivo) de um lado e de sua falta

(crescimento demograacutefico e baixo PIB per capita) de outro Posta dessa forma

a questatildeo ambiental deixava de ficar restrita ao meio natural e adentrava o

espaccedilo socialrdquo Contemporacircneo a isso temos o relatoacuterio do Clube de Roma ndash

Limits to Growth (Meadows et al 1972) que propunha uma reduccedilatildeo do

desenvolvimento industrial nos paiacuteses desenvolvidos e uma contenccedilatildeo no

crescimento populacional nos paiacuteses subdesenvolvidos juntamente com o

apoio daqueles aos subdesenvolvidos para que pudessem crescer

economicamente A partir desses eventos os governos se conscientizaram e

criaram agecircncias que tratassem das questotildees ambientais para que pudessem

juntar dados ambientais jaacute que na eacutepoca careciam de tais informaccedilotildees

No Brasil foi criada a Secretaria Especial do Meio Ambiente (SEMA) em

1973 enquanto nos EUA jaacute existia a Environmental Protection Agency (EPA)

desde 1970

Dez anos apoacutes a Conferecircncia de Estocolmo uma anaacutelise dos resultados

foi feita pela ONU e mostrou que o resultado estabelecido deixou a desejar e

que os esforccedilos realizados foram inferiores Em decorrecircncia desse mal

desempenho foi formada a Comissatildeo Mundial sobre Meio Ambiente e

Desenvolvimento (CMMAD) presidida por Gro Harlen Brundtland responsaacutevel

pelo relatoacuterio ldquoNosso Futuro Comumrdquo ndash Our Common Future ndash que tinha como

principal proposta a criaccedilatildeo de uma agenda global para focar em uma

mudanccedila consideraacutevel Esse estudo obteve informaccedilotildees durante trecircs anos a

partir de pesquisas e anaacutelises com enfoque na parte social Segundo Barbosa

(2008 p2) as informaccedilotildees colhidas do relatoacuterio com base nas questotildees

sociais referiam-se ldquoao uso da terra sua ocupaccedilatildeo suprimento de aacutegua abrigo

e serviccedilos sociais educativos e sanitaacuterios aleacutem de administraccedilatildeo do

crescimento urbanordquo

Tal relatoacuterio foi responsaacutevel pela criaccedilatildeo do termo ldquoDesenvolvimento

Sustentaacutevelrdquo que ldquoconsistiu o maior esforccedilo entatildeo conhecido para conciliar a

preservaccedilatildeo do meio ambiente com o desenvolvimento econocircmicordquo

(Nascimento 2012 p 54) Uma definiccedilatildeo baacutesica do que eacute DS eacute exposta por

Nascimento (2012 p 58 apud Lenzi 2006) ldquoDesenvolvimento sustentaacutevel eacute o

desenvolvimento que satisfaz as necessidades do presente sem comprometer

a capacidade das geraccedilotildees futuras em satisfazer suas proacuteprias necessidadesrdquo

Estender e Pitta (O Conceito do Desenvolvimento Sustentaacutevel apud Camargo

2003 p 43) tambeacutem fazem citaccedilatildeo agrave outra definiccedilatildeo apontada no relatoacuterio

ldquoEm essecircncia o desenvolvimento sustentaacutevel eacute um

processo de transformaccedilatildeo no qual a exploraccedilatildeo dos

recursos a direccedilatildeo dos investimentos a orientaccedilatildeo

do desenvolvimento tecnoloacutegico e a mudanccedila

institucional se harmonizam e reforccedilam o potencial

presente e futuro a fim de atender agraves necessidades

e aspiraccedilotildees humanasrdquo

Nascimento (2012 p 54) aponta que ldquoA forccedila e a fraqueza dessa

definiccedilatildeo encontram-se justamente nessa foacutermula vaga pois deixam-se em

aberto quais seriam as necessidades humanas atuais e mais ainda as das

geraccedilotildees futurasrdquo

Segundo Barbosa (2008) o relatoacuterio faz consideraccedilotildees agraves questotildees

urbanas no qual as cidades em seu desenvolvimento devem contemplar as

necessidades baacutesicas de toda a populaccedilatildeo e conceder oportunidades de

melhora na qualidade de vida de todos buscando alcanccedilar uma equidade na

sociedade por meio de processos democraacuteticos para que haja um

desenvolvimento urbano adequado Ainda com referecircncia ao relatoacuterio haacute ldquoa

necessidade de descentralizaccedilatildeo das aplicaccedilotildees de recursos financeiros e

humanos e a necessidade do poder poliacutetico favorecer as cidades em sua

escala localrdquo (Barbosa 2008 p 2) Quanto agrave questatildeo do uso de recursos

naturais foi avaliada no relatoacuterio a capacidade de resiliecircncia da biosfera os

efeitos e as possiacuteveis consequecircncias causadas pela accedilatildeo antroacutepica apontando

ainda que a pobreza pode ser considerada como um problema ambiental e que

a tentativa de erradicar a mesma pode ser a base para a busca da

sustentabilidade Com essa contribuiccedilatildeo na mudanccedila do modo de perceber as

necessidades urbanas o relatoacuterio apresentou trecircs princiacutepios baacutesicos ou

aspectos que deveriam ser cumpridos ndash proteccedilatildeo ambiental equidade social e

o desenvolvimento econocircmico ndash e que seratildeo expostos mais adiante

Apesar de todos esses pontos levantados o relatoacuterio Brundtland

recebeu vaacuterias criacuteticas pelo fato de acusar a pobreza e o descontrole do

crescimento populacional nos paiacuteses subdesenvolvidos como a fonte principal

dos problemas ambientais e da insustentabilidade do planeta e de colocar em

segundo plano a poluiccedilatildeo causada ateacute a data de publicaccedilatildeo do relatoacuterio pelos

paiacuteses desenvolvidos

Em 1986 foi realizada a conferecircncia de Ottawa ndash Carta de Ottawa 1986

ndash na qual foram estabelecidas cinco condiccedilotildees para que se tentasse alcanccedilar o

desenvolvimento sustentaacutevel entre elas a manutenccedilatildeo da integraccedilatildeo

ecoloacutegica a satisfaccedilatildeo das necessidades baacutesicas humanas a provisatildeo da

autodeterminaccedilatildeo social e da diversidade cultural a integraccedilatildeo da conservaccedilatildeo

e do desenvolvimento e o alcance de equidade e justiccedila social Para a

CMMAD as condiccedilotildees que procedem do conceito de desenvolvimento

sustentaacutevel estatildeo associadas ao processo de urbanizaccedilatildeo e do crescimento da

cidade e tem como finalidade o uso adequado dos recursos naturais Em face

disto satildeo expostos alguns objetivos mudanccedila de qualidade do crescimento

crescimento renovaacutevel satisfaccedilatildeo das necessidades essenciais por emprego

aacutegua energia alimento e saneamento baacutesico garantia de um niacutevel sustentaacutevel

da populaccedilatildeo conservaccedilatildeo da base de recursos reorientaccedilatildeo da tecnologia e

do gerenciamento de risco e reorientaccedilatildeo das relaccedilotildees econocircmicas

internacionais (CMMAD 1988 1991)

Postumamente foi realizada a Assembleia das Naccedilotildees Unidas a qual

aprovou a Conferecircncia das Naccedilotildees Unidas para o Meio Ambiente e o

Desenvolvimento (CNUMAD) ocorrida em 1992 e ficou conhecida como Rio-

92 A Rio-92 teve maior visibilidade graccedilas agrave criaccedilatildeo da Convenccedilatildeo da

Biodiversidade e das Mudanccedilas Climaacuteticas ndash que posteriormente resultou na

criaccedilatildeo do Protocolo de Kyoto ndash da Agenda 21 e da Declaraccedilatildeo do Rio Essa

uacuteltima segue os mesmos padrotildees expostos na Conferecircncia de Estocolmo

citada anteriormente interligando o desenvolvimento econocircmico com o meio

ambiente atraveacutes de uma gestatildeo consciente dos recursos naturais sem

comprometer o modelo econocircmico vigente

Em decorrecircncia desses acontecimentos tornou-se de faacutecil entendimento

que o desenvolvimento sustentaacutevel eacute composto por trecircs aspectos ambiental

econocircmico e social Outros autores como Ignacy Sachs consideram ainda

outras variaacuteveis relevantes para o entendimento do DS como sustentabilidade

ecoloacutegica e poliacutetica

Figura 1 Tripeacute da Sustentabilidade

Fonte Nicholas Gimenes (2012)

Com base nesses trecircs aspectos apontados chegamos ao conhecido

Triple Bottom Line ndash ldquoTripeacute da Sustentabilidaderdquo No tripeacute da sustentabilidade

satildeo expostos o aspecto ambiental que tem como base a produccedilatildeo e o

consumo de tal forma que possa garantir que os ecossistemas natildeo sofram

problemas quanto a sua capacidade de resiliecircncia o aspecto econocircmico que

assume a denominada ecoeficiecircncia a qual incentiva a inovaccedilatildeo tecnoloacutegica

para tentar mitigar alguns dos problemas ambientais e ampliar a

desmaterializaccedilatildeo da economia e o uacuteltimo aspecto o social o qual supotildee que

a populaccedilatildeo de uma determinada sociedade tenha o miacutenimo necessaacuterio para

uma condiccedilatildeo de vida aceitaacutevel buscando erradicar a desigualdade social

Segundo Nascimento existem diversas definiccedilotildees desses trecircs aspectos mas

essas apontadas satildeo as mais recorrentes e de simples entendimento Natildeo

podemos esquecer que assim como eacute apontado por Ignacy Sachs e outros

autores outros aspectos para a definiccedilatildeo do DS devem ser levados em

consideraccedilatildeo em especial a cultura Apesar de natildeo ser citada como base do

ldquotripeacuterdquo a cultura eacute importante em qualquer sociedade quando relacionada ao

meio ambiente pois eacute ela quem dita o comportamento da populaccedilatildeo O Brasil

sofre com questotildees ambientais muitas das vezes por falta de instruccedilatildeo da

populaccedilatildeo que natildeo tem conhecimento do quatildeo impactante pode ser sua accedilatildeo

Deste modo quando se trata de questotildees ambientais eacute necessaacuterio que se

tenha uma mudanccedila natildeo repentina e sim gradativa nos padrotildees de consumo

no estilo de vida e na educaccedilatildeo ambiental

Retomando os conceitos de DS e sustentabilidade temos uma definiccedilatildeo

de Clovis Cavalcanti em que sustentabilidade ldquosignifica a possibilidade de se

obterem continuamente condiccedilotildees iguais ou superiores de vida para um grupo

de pessoas e seus sucessores em dado ecossistemardquo (Cavalcanti 2003)

Analisando essa definiccedilatildeo proposta por Cavalcanti vemos que se assemelha

do que foi exposto por Gro Harlen Brundtland em seu relatoacuterio Como jaacute foi

mencionado para Sachs o ldquoTriple Bottom Linerdquo ndash Tripeacute da Sustentabilidade ndash

possui cinco vertentes da sustentabilidade que satildeo a ldquosustentabilidade

ecoloacutegica refere-se a fiacutesica do processo de crescimento e tem como objetivo a

manutenccedilatildeo de estoques dos recursos naturais incorporados as atividades

produtivas a sustentabilidade ambiental que refere-se agrave manutenccedilatildeo da

capacidade de sustentaccedilatildeo dos ecossistemas o que implica a capacidade de

absorccedilatildeo e recomposiccedilatildeo dos ecossistemas em face as agressotildees antroacutepicas

sustentabilidade social que refere-se ao desenvolvimento e tem por algum

objetivo a melhoria da qualidade da vida da populaccedilatildeo Para caso de paiacuteses

com problemas de desigualdade e de inclusatildeo social implica a adoccedilatildeo de

poliacuteticas distributivas e a universalizaccedilatildeo de atendimento a questotildees como

sauacutede educaccedilatildeo habilitaccedilatildeo e seguridade social sustentabilidade poliacutetica

refere-se ao processo de construccedilatildeo da cidadania para garantir a incorporaccedilatildeo

plena dos indiviacuteduos ao processo de desenvolvimento e a sustentabilidade

econocircmica que refere-se a uma gestatildeo eficiente dos recursos em geral e

caracteriza-se pela regularidade de fluxos do investimento puacuteblico e privado

Implica a avaliaccedilatildeo da eficiecircncia por processos macro sociaisrdquo (Sachs 1993

Agenda 21 brasileira)

Barbosa (2008 p 4) faz uma citaccedilatildeo em seu trabalho sobre o livro de

Leila Ferreira ndash ldquoA questatildeo ambiental sustentabilidade e poliacuteticas puacuteblicas no

Brasilrdquo ndash referente ao padratildeo de vida da sociedade em que

ldquoO padratildeo de produccedilatildeo e consumo que

caracteriza o atual estilo de

desenvolvimento tende a consolidar-se

no espaccedilo das cidades e estas se

tornam cada vez mais o foco principal

na definiccedilatildeo de estrateacutegias e poliacuteticas

de desenvolvimentordquo

Sendo assim eacute de fundamental importacircncia que formas alternativas

sustentaacuteveis sejam alcanccediladas para que possam influenciar de forma positiva

na qualidade de vida das cidades e no processo de planejamento urbano Para

Acselrad (1999 p 85) a sustentabilidade urbana eacute definida como ldquoa

capacidade das poliacuteticas urbanas se adaptarem agrave oferta de serviccedilos agrave

qualidade e agrave quantidade das demandas sociais buscando o equiliacutebrio entre as

demandas de serviccedilos urbanos e investimentos em estruturardquo Como o

desenvolvimento sustentaacutevel possui muitos conceitos e definiccedilotildees haacute uma em

especial que se destaca pelo fato de estar relacionada agraves cidades juntamente

com o termo ldquosustentabilidaderdquo exposta por Barbosa (2008 p 4 apud

Satterthwaite 2004) em que

ldquoa resposta agraves necessidades humanas

nas cidades como o miacutenimo ou

nenhuma transferecircncia dos custos da

produccedilatildeo consumo ou lixo para outras

pessoas ou ecossistemas hoje e no

futurordquo

Assim a participaccedilatildeo da sociedade e a diversidade dos interesses que

a mesma possui gera um conflito entre as poliacuteticas puacuteblicas e o

desenvolvimento sustentaacutevel mas nada que natildeo possa ser contornado a partir

da conscientizaccedilatildeo individual dos cidadatildeos Como eacute exposto por Barbosa ldquoeacute

imprescindiacutevel para a sustentabilidade urbana o uso racional dos recursos

naturais a boa forma do ambiente urbano baseado na interaccedilatildeo clima e os

recursos naturais aleacutem das respostas agraves necessidades urbanas com o miacutenimo

de transferecircncia de dejetos e rejeitos para outros ecossistemas atuais e

futurosrdquo (Barbosa 2008 p 9) Em detrimento disso ldquoo desenvolvimento

sustentaacutevel natildeo deve ser apresentado como um slogan poliacuteticordquo (Barbosa

2008 p 10) deve ser apresentado como uma possiacutevel soluccedilatildeo para a

mitigaccedilatildeo dos problemas ambientais encontrados atualmente na sociedade

Portanto a sustentabilidade visa emoldurar novos meios alternativos de

produccedilatildeo distribuiccedilatildeo e consumo dos recursos naturais existentes de forma

mais racional ecologicamente viaacutevel e economicamente eficaz

Ao retratar esses problemas de padrotildees vividos pela sociedade

relacionados ao meio ambiente mais especificamente a utilizaccedilatildeo de recursos

naturais Nascimento (2012 p 58) aponta que ldquohaacute uma quase unanimidade

hoje entre os cientistas de que os recursos naturais natildeo seratildeo suficientes para

fornecer um modo de vida similar ao da classe meacutedia mundial a todos os novos

ingressantes no mercado No entanto eles tecircm tanto direito quanto os que jaacute

participam do mercado consumidorrdquo Mas como podemos contornar tais

problemas e a crise ambiental Atraveacutes da criatividade humana muitas formas

alternativas foram criadas e podem ser inventadas quando se tratam dos

recursos finitos utilizados pelo homem Temos como exemplo a aacutegua sobre a

qual poucos satildeo os estudos apresentados relacionando o aproveitamento de

aacuteguas pluviais e cidades sustentaacuteveis Na maioria das vezes os estudos satildeo

feitos com base em outras necessidades como a dessalinizaccedilatildeo das aacuteguas do

mar para consumo humano Natildeo podemos esquecer que atualmente existem

diversos sistemas de captaccedilatildeo de aacuteguas pluviais para diferentes finalidades

sejam elas para aproveitamento de consumo humano ou natildeo

3 ndash A viabilidade de implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo

pluvial em Brasiacutelia ndash DF

31 ndash Apresentaccedilatildeo de dados

Primeiramente seratildeo apresentados dados sobre a populaccedilatildeo e o

consumo de aacutegua presente nas residecircncias de Brasiacutelia e que seratildeo utilizados

como base para a implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo na Asa Norte

Segundo Ferreira C diretor Superintendente de Atendimento Comercial

(CAC) da Companhia de Saneamento Ambiental do Distrito Federal (CAESB)

ldquoEm Brasiacutelia o consumo meacutedio por habitante eacute de 190 litros de aacutegua por dia o

que resulta em um consumo mensal de 6msup3 por habitanterdquo De acordo com a

ONU cada pessoa necessita de 110 litros por dia para atender as

necessidades de consumo e higiene A Companhia de Saneamento Baacutesico do

Estado de Satildeo Paulo (SABESP 2010) afirma que ldquono Brasil o consumo por

pessoa pode chegar a mais de 200 litrosdiardquo A estimativa da SABESP (2010)

eacute de que 54 litros (27) vatildeo para cozinhar e beber 50 litros (25) para tomar

banho e escovar os dentes 66 litros (33) para descarga de banheiro 24 litros

(12) para lavagem de roupa e 6 litros (3) para outras tarefas como lavagem

de carro por exemplo Segundo dados da CAESB Brasiacutelia (Plano Piloto)

consome cerca de 2757890msup3 por mecircs e que o consumo por habitante eacute de

1381msup3mecircs

Devido ao alto consumo de aacutegua em Brasiacutelia os recorrentes transtornos

hiacutedricos urbanos e a ausecircncia de sistemas captaccedilatildeo pluvial este capiacutetulo traz

um estudo da viabilidade teacutecnica e econocircmica da implantaccedilatildeo de um sistema

em um preacutedio residencial do bairro Asa Norte mais especificamente na

Superquadra 111 Norte Natildeo haacute nenhum estudo realizado que comprove a

frequecircncia dos alagamentos nessa regiatildeo portanto tal quadra foi selecionada

em decorrecircncia de mateacuterias e reportagens que mostram a dificuldade que a

populaccedilatildeo sofre quando haacute uma chuva anormal

Primeiramente eacute necessaacuterio que se tenha uma noccedilatildeo do periacuteodo

chuvoso em Brasiacutelia Segundo o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais

(INPE) Brasiacutelia apresenta um regime de precipitaccedilatildeo bem definido sendo que

a estaccedilatildeo chuvosa tem iniacutecio em Outubro e estende-se ateacute Marccedilo e a estaccedilatildeo

seca ocorre no restante do ano (Abril a Setembro) Ainda segundo o INPE ldquoa

estaccedilatildeo chuvosa eacute causada pelo forte aquecimento da atmosfera na Amazocircnia

que favorece o desenvolvimento de um sistema quase estacionaacuterio em altos

niacuteveis a Alta Boliacutevia Como resultado dessa circulaccedilatildeo observa-se nos baixos

niacuteveis uma regiatildeo de baixa pressatildeo e a convergecircncia de ar satildeo os principais

fatores que provocam a precipitaccedilatildeo neste periacuteodo responsaacutevel por 70 do

total meacutedio anualrdquo A partir desses elementos apresentados pelo INPE e com

base nos dados os quais foram obtidos da estaccedilatildeo meteoroloacutegica de Brasiacutelia

localizada na Latitude (ordm) -158 Longitude (ordm)-479 temos a precipitaccedilatildeo de

Brasiacutelia dada mecircs a mecircs Os dados partem de Janeiro de 2006 e vatildeo ateacute

Outubro de 2015 Eacute importante frisar que os dados foram formulados a partir

da precipitaccedilatildeo acumulada para tornar mais faacutecil de calcular a meacutedia

Tabela 01 Dados de Precipitaccedilatildeo

AnoMecircs JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ Meacutedia Mensal

2006 1232 1914 258 1417 351 09 01 528 403 5264 1956 1821 14563

2007 2609 2659 357 501 75 0 0 0 0 535 2249 275 9779

2008 201 2425 2346 2109 0 0 0 27 80 387 271 3226 1337

2009 2028 1347 81 3759 612 93 0 725 505 2958 1991 3078 1492

2010 1211 368 2494 2388 275 0 0 0 0 349 2547 318 1068

2011 1268 1724 2433 696 139 38 0 0 7 2639 3338 4704 1421

2012 2699 1149 1982 1213 444 24 02 0 333 1098 4446 1428 1235

2013 4918 1893 1903 954 222 62 03 0 659 1069 2711 3525 1493

2014 1531 1392 3402 2493 28 10 79 0 162 2014 192 3667 1399

2015 939 1297 3456 2076 499 0 08 0 218 694 SD SD 9187

Meacutedia para cada mecircs

20445 16168 21763 17606 2645 326 093 128 315 17007 2652 30421 12797

Tabela contendo os dados de chuva acumulada mecircs a mecircs em miliacutemetros (mm)

Fonte INPE 2015

Obs 1- SD - satildeo dados que natildeo foram coletados devido pois o trabalho foi realizado antes desses meses

Obs2- Meacutedia calculada com os dados obtidos no caso os meses de novembro e dezembro de 2015 natildeo entram no

caacutelculo pois ainda natildeo existiam os dados

Temos tambeacutem a partir do estudo realizado por Brino (Brasiacutelia

Superquadras Residenciais) os dimensionamentos dos preacutedios e a quantidade

de apartamentos por pavimentos conforme as tabelas a seguir

Tabela 02 Dimensionamento dos Blocos

A SUPERQUADRA AE AT

Aacuterea de Projeccedilatildeo por Bloco

Aacuterea Total = 11760msup2 Nuacutemero total de Blocos = 11

1069msup2 185 136

Aacuterea Construiacuteda por bloco (sem pilotis e

subsolo)

Pavimentos = 6 Aacuterea do Pavimento = 1069msup2

6414msup2 1113 818

Aacuterea Construiacuteda por superquadras (sem pilotis e subsolo)

Preacutedio = 11 Aacuterea por Preacutedio = 64141msup2

70554msup2 8999 1225

AE - Aacuterea Aedificandi e AT - Aacuterea Total

Tabela 03 Dimensionamento da Populaccedilatildeo

A POPULACcedilAtildeO (5 Pessoas

apart)

6 apartamentos por pavimento

36 apartamentos por bloco

396 apartamentos

por superquadra

1980 pessoas por

superquadra

8 apartamentos por pavimento

48 apartamentos por bloco

528 apartamentos

por superquadra

2640 pessoas por

superquadra

10 apartamentos por pavimento

60 apartamentos por bloco

660 apartamentos

por superquadra

3300 pessoas por

superquadra

12 apartamentos por pavimento

72 apartamentos por bloco

792 apartamentos

por superquadra

3960 pessoas por

superquadra

Caacutelculo para as faixas 100 200 e 300 (seis pavimentos) Fonte SUDUR

O estudo apresentado por Brino (Brasiacutelia Superquadras Residenciais)

considera uma famiacutelia composta por cinco pessoas para cada apartamento

nesse caso iremos desconsiderar essa informaccedilatildeo e basearmos nos dados

apresentados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica (IBGE) Nos

dados do IBGE (Censo Demograacutefico 2010) constam que a meacutedia de

moradores em domiciacutelios particulares ocupados eacute de 33 moradores

Partindo dos elementos de precipitaccedilatildeo aacuterea de projeccedilatildeo por bloco

meacutedia de moradores por apartamento total de apartamentos de um preacutedio e

consumo meacutedio de aacuteguadia por habitante podemos dar inicio as formas de

captaccedilatildeo e armazenamento de aacuteguas pluviais

32 ndash Aacuteguas pluviais e aacuteguas cinzas

Mas porque focar em aproveitamento de aacuteguas pluviais Segundo

Rapoport (2004 p 1) ldquoo aumento populacional acompanhado pelas mudanccedilas

climaacuteticas globais vem contribuindo para o aumento na demanda por recursos

hiacutedricosrdquo Ainda expotildee que ldquoembora a aacutegua seja um recurso renovaacutevel ela

tende a se deteriorar em funccedilatildeo do seu uso indiscriminado o que compromete

consequentemente a quantidade de aacutegua com qualidade disponiacutevel para o

consumo nas diversas localidadesrdquo (Rapoport 2004 p 1)

Um fato importante abordado por Rapoport (2004 p1) eacute que ldquoa

quantidade de aacutegua disponiacutevel eacute sempre a mesma jaacute que estaacute sempre sendo

renovada atraveacutes do ciclo hidroloacutegico Entretanto a aacutegua de qualidade para

consumo estaacute se tornando rarardquo A tiacutetulo de esclarecimento ldquosabe-se que o

ciclo hidroloacutegico se constitui basicamente do transporte de massas drsquoaacutegua do

oceano para atmosfera por evaporaccedilatildeo e da atmosfera atraveacutes de

precipitaccedilotildees escoamentos superficiais e subterracircneos para os oceanos

influenciando diretamente a distribuiccedilatildeo e extensatildeo dos corpos drsquoaacutegua

continentaisrdquo (Rapoport 2004 p 1) Sendo assim a interferecircncia humana tem

causado alteraccedilotildees no ciclo hidroloacutegico em diversas regiotildees Esse assunto

seraacute melhor abordado mais adiante pois o uso do sistema de captaccedilatildeo pode

influenciar no ciclo hidroloacutegico negativamente mas utilizado da forma

adequada pode continuar mantendo o ciclo equilibrado

Aleacutem do uso indevido da aacutegua e de sua escassez Lima e Machado

(2008 p 13) apontam que ldquooutro fator importante eacute o aumento de inundaccedilotildees e

enchentes devido ao escoamento superficial da aacutegua de chuva e da

impermeabilizaccedilatildeo do solordquo Portanto a captaccedilatildeo de aacuteguas pluviais pode

contribuir para a reduccedilatildeo dos transtornos hiacutedricos urbanos e ao mesmo tempo

reduzir a demanda por aacutegua potaacutevel da companhia de distribuiccedilatildeo local

Segundo Amorim e Pereira (2008 p 54) ldquouma das soluccedilotildees em estudo

para aumentar a oferta de aacutegua para as edificaccedilotildees eacute o aproveitamento da

aacutegua pluvial Esta apresenta uma boa alternativa visto que aleacutem de reduzir o

consumo de aacutegua potaacutevel ainda surge como uma accedilatildeo no combate agraves

enchentes funcionando como uma medida natildeo-estrutural do sistema de

drenagem urbanardquo Mas o que eacute necessaacuterio para formar um sistema de

captaccedilatildeo adequado e funcional Amorim e Pereira (2008 p 54) apresentam

que ldquoos sistemas de aproveitamento de aacutegua pluvial satildeo formados basicamente

pela aacuterea de captaccedilatildeo (geralmente coberturas) os componentes de transporte

(calhas e condutores verticais) e o reservatoacuteriordquo Cabe ressaltar que para esse

estudo a captaccedilatildeo das aacuteguas pluviais seraacute destinada apenas para a utilizaccedilatildeo

em ldquoaacuteguas cinzasrdquo Neste sentido o reuso das aacuteguas cinzas que satildeo as aacuteguas

provenientes de todas as atividades domeacutesticas com exceccedilatildeo de fontes de

aacuteguas negras tais como sanitaacuterios bidecircs e urinol vem sendo estudadas com

vista ao reuso tanto em irrigaccedilatildeo como em sanitaacuterios (Rapoport 2004 p 8)

Retomando os dados apresentados pela SABESP (2010) temos a

tabela 04 a qual apresenta os dados de consumo domeacutestico e em sequecircncia o

graacutefico 01 que demonstram que se analisarmos as quantidades de aacutegua

utilizada no consumo domeacutestico teremos uma base para o tamanho do

reservatoacuterio E posteriormente a tabela 05 mostra em que situaccedilotildees se podem

reutilizar as aacuteguas pluviais

Tabela 04 Consumo domeacutestico de aacutegua

Litros

Cozinhar e Beber 54

Tomar Banho e Escovar os Dentes 50

Descarga de Banheiro 66

Lavagem de Roupa 24

Outras Tarefas 6

Total = 200

Fonte SABESP (2010)

27

25

33

12

3

Cozinhar e Beber

Tomar Banho e Escovar osDentes

Descarga de Banheiro

Lavagem de Roupa

Outras Tarefas

Descarga de Banheiro

6875

Lavagem de Roupa

25

Outras Tarefas 625

Graacutefico 01 Consumo Domeacutestico de Aacutegua

Tabela 05 Percentual para reutilizaccedilatildeo de aacuteguas pluviais

Graacutefico 02 Percentual para Reutilizaccedilatildeo de Aacuteguas Pluviais

Porcentagem ()

Descarga de Banheiro 66 6875

Lavagem de Roupa 24 25

Outras Tarefas 6 625

Total = 96 100

Fonte SABESP(2010)

33 ndash Meacutetodos de Dimensionamento do Reservatoacuterio

Amorim e Pereira (2008 p 54 Soares et al 2000 apud May 2004)

apresentam que existem quatro grupos principais para o dimensionamento do

reservatoacuterio

(a) Meacutetodos determiniacutesticos os dados referentes agrave precipitaccedilatildeo

pluviomeacutetrica e agrave demanda satildeo analisados pela curva de massa

(b) Meacutetodos aproximados baseados em relaccedilotildees empiacutericas

conhecidas

(c) Meacutetodos de modelaccedilatildeo satildeo tambeacutem conhecidos como meacutetodos

de transiccedilatildeo probabiliacutestica da matriz e

(d) Meacutetodos de anaacutelise de sistemas sendo linear natildeo linear ou

programaccedilatildeo dinacircmica

Dentro desses grupos de dimensionamento temos os diversos meacutetodos

meacutetodo de Rippl que consiste na determinaccedilatildeo do volume com base na aacuterea

de captaccedilatildeo que eacute subdivido em meacutetodo analiacutetico e meacutetodo graacutefico meacutetodo de

consideraccedilatildeo dos periacuteodos de dias consecutivos sem chuva que necessita da

observaccedilatildeo dos registros pluviomeacutetricos para identificar os maiores periacuteodos de

dias consecutivos sem chuvas e sua taxa de repeticcedilatildeo meacutetodo de anaacutelise de

simulaccedilatildeo de um reservatoacuterio com capacidade suposta que consiste

basicamente na fixaccedilatildeo de um volume para o reservatoacuterio e na verificaccedilatildeo do

percentual de consumo que seraacute atendido meacutetodo praacutetico brasileiro meacutetodo

praacutetico alematildeo meacutetodo praacutetico inglecircs e o meacutetodo praacutetico australiano (Amorim

e Pereira 2008 p 55-58)

34 ndash Anaacutelise de caso para um preacutedio da Superquadra 111 Norte

A partir dos dados jaacute apresentados temos que o objeto de estudo eacute um

preacutedio residencial localizado na Superquadra 111 Norte que possui uma aacuterea

de projeccedilatildeo de 1069msup2 com seis (6) pavimentos constituindo uma aacuterea

construiacuteda de 6414msup2 apresentando seis (6) apartamentos por pavimento e

consequentemente trinta e seis (36) apartamentos no total (Brino Brasiacutelia

Superquadras Residenciais) O preacutedio conteacutem 33 habitantes por apartamento

(IBGE 2010) que consomem em meacutedia cerca de 190 litros de aacuteguadia

resultando em um consumo mensal de aproximadamente 6msup3 por pessoa

(CAESB) mas como a aacutegua captada da chuva seraacute utilizada apenas para

suprir a demanda de aacutegua cinza temos 66 litros para descarga de vasos

sanitaacuterios

Temos entatildeo que a demanda por aacutegua por habitante nesse edifiacutecio eacute

dada por

119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119898119900119903119886119889119900119903 = 66119871 = 66119871119863119894119886

119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119886119901119886119903119905119886119898119890119899119905119900 = 33119901 times 66119871 ~ 217 119871119863119894119886

119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119901119903eacute119889119894119900 = (33119901 times 66119871) times 36 ~ 7840119871119863119894119886

119863119890119898119886119899119889119886 119898119890119899119904119886119897 119901119900119903 119901119903eacute119889119894119900 =7840119871

119889119894119886times 30119863119894119886119904 = 235224119871

Legenda L = Litros p = Pessoas

Para facilitar nos caacutelculos ao aplica-los para o reservatoacuterio e para o

sistema de captaccedilatildeo eacute necessaacuterio realizar a conversatildeo de litros para msup3

(metros cuacutebicos) Sendo assim 66L = 0066msup3 217L = 0217msup3 7840L =

7840msup3 e 235224L = 235224msup3

Seraacute utilizado o ano de 2014 para os dados de precipitaccedilatildeo da estaccedilatildeo

meteoroloacutegica de Brasiacutelia localizada na Latitude (ordm) -158 Longitude (ordm)-479

fornecidos pela professora Rafaela Lisboa durante o periacuteodo chuvoso O ano

de 2014 apresenta registros jornaliacutesticos de alagamento nos meses de

Fevereiro com precipitaccedilatildeo de 1392 msup3 Marccedilo com precipitaccedilatildeo de 3402msup3

e Dezembro com precipitaccedilatildeo de 3667msup3 Importante ressaltar que o setor

Noroeste de Brasiacutelia foi construiacutedo em 2011 (site G1) o que aumentou a aacuterea

de solo impermeabilizado e a reduccedilatildeo no escoamento superficial da aacutegua

ocasionando em um aumento nas enchentes e alagamentos na Asa Norte

Segundo Amorim e Pereira (2008 p57) um dos meacutetodos a ser utilizado

para poder saber o volume de aacutegua aproveitaacutevel e consequentemente o

volume de aacutegua do reservatoacuterio Trata-se de um meacutetodo empiacuterico apresentado

na NBR 155272007 O volume de aacutegua do reservatoacuterio V expresso em L eacute

exposto a seguir

119872eacute119905119900119889119900 119875119903aacute119905119894119888119900 119861119903119886119904119894119897119890119894119903119900

119881 = 0042 times 119875 times 119860 times 119879

Em que ldquoVrdquo representa o volume de aacutegua aproveitaacutevel e o volume de

aacutegua do reservatoacuterio (L) ldquoPrdquo a precipitaccedilatildeo meacutedia mensal (mm) ldquoArdquo a aacuterea de

coleta em projeccedilatildeo ldquoTrdquo nuacutemero de meses de pouca chuva ou seca e ldquo0042rdquo eacute

um coeficiente estipulado

Portanto segundo Fontanela (2010 p 25) para estipular o volume do

reservatoacuterio temos que calcular 42 do produto entre o volume de chuva

coletada pelo telhado e o nuacutemero de meses com pouca chuva ou seca

Atribuindo valores do ano de 2014 temos que

119881 = 0042 times 1399119898119898 times 1069 times 5

119881~ 31406119871 119900119906 31406119898sup3

Ressaltando que esse valor obtido eacute uma estimativa do tamanho do

reservatoacuterio e que pode haver um reservatoacuterio de maior capacidade

De forma comparativa eacute de bom senso que se faccedila outro caacutelculo com um

meacutetodo alternativo

Amorim e Pereira (2008 p56) expotildeem que existe um meacutetodo de anaacutelise

de simulaccedilatildeo do reservatoacuterio com capacidade suposta o qual consiste

basicamente na fixaccedilatildeo de um volume para o reservatoacuterio e na verificaccedilatildeo de

consumo que seraacute atendido Sendo assim ldquoo primeiro passo para a aplicaccedilatildeo

desse meacutetodo eacute adotar alguns valores possiacuteveis para o volume com base na

estimativa do consumo mensal de aacutegua natildeo potaacutevelrdquo (Amorim e Pereira 2008

p57) Portanto partindo do ponto que o preacutedio consome cerca de 235000L

devemos calcular uma base que possa ser favoraacutevel economicamente

119872eacute119905119900119889119900 119889119890 119878119894119898119906119897119886ccedilatilde119900 119889119900 119877119890119904119890119903119907119886119905oacute119903119894119900

235224119871 rarr 100

119881 rarr 30

119881 ~ 70000119871 119900119906 70119898sup3

Tambeacutem haacute outra alternativa apresentada por L Pereira (Viabilidade

EconocircmicoAmbiental p 18)

119881119886119888 = 119860119879 times 119875119875119872119860 lowast

119881119886119888 = 1069119898sup2 times 1399119898sup3 = 1495531119898sup3119886119899119900

Equaccedilatildeo a qual ldquoVacrdquo corresponde ao volume de aacutegua captado ldquoATrdquo

aacuterea do telhado e ldquoPPMArdquo eacute a precipitaccedilatildeo pluviomeacutetrica meacutedia mensal

Poreacutem o resultado obtido eacute para os 12 meses do ano e como foi visto no

ano de 2014 temos 7 meses com chuva portanto

119881119886119888 =119879119900119905119886119897

1198983

1198861198991199007 119898119890119904119890119904

lowast

119881119886119888 =1495531119898sup3119886119899119900

7= 21364119898sup3 119900119906 213640119871

dados somente seriam vaacutelidos se a precipitaccedilatildeo fosse uniforme durante os 7 meses de chuva

341 ndash Anaacutelise de caso para a Superquadra 111 Norte

Retomando a tabela 02 temos que a quadra apresenta 11 preacutedios

aproximadamente que variam o nuacutemero de apartamentos por pavimentos e

consequentemente o nuacutemero de moradores mas os edifiacutecios continuam tendo

uma aacuterea de 1069msup2 gerando um uma aacuterea total de 70554msup2 mas teremos

como base os caacutelculos feitos para o preacutedio selecionado no item 34

Realizando um caacutelculo baacutesico tem-se como estimativa de

armazenamento para esta quadra o seguinte

119872eacute119905119900119889119900 119875119903aacute119905119894119888119900 119861119903119886119904119894119897119890119894119903119900

119881~ 31406119871 119900119906 314061198983

11 119875119903eacute119889119894119900119904 times 31406119871 = 345466119871 119900119906 345466119898sup3

119872eacute119905119900119889119900 119889119890 119878119894119898119906119897119886ccedilatilde119900 119889119900 119877119890119904119890119903119907119886119905oacute119903119894119900

119881 ~ 70000119871 119900119906 701198983

11 119875119903eacute119889119894119900119904 times 70000119871 = 770000

119881119900119897119906119898119890 119889119890 aacute119892119906119886 119888119886119901119905119886119889119900 lowast

119881119886119888 = 213641198983119900119906 213640119871

11 119875119903eacute119889119894119900119904 times 213640119871 = 2350040119871 119900119906 235004119898sup3

dados somente seriam vaacutelidos se a precipitaccedilatildeo fosse uniforme durante os 7 meses de chuva

119863119890119898119886119899119889119886 119905119900119905119886119897 119889119886 119902119906119886119889119903119886 119888119900119898 119889119890119904119888119886119903119892119886 119889119890 119887119886119899ℎ119890119894119903119900

11 119875119903eacute119889119894119900119904 times 235224119871 = 2587464119871 119900119906 2587464119898sup3

Segundo Brino (Brasiacutelia Superquadras Residenciais) temos que as

dimensotildees maacuteximas de uma superquadra satildeo de 280x280m resultando numa

aacuterea de 78400msup2 que eacute denominado de Aacuterea Total (AT) A partir disso foi

definido que deveria existir uma faixa externa de 20m denominada de non

aedificandi que foi destinada ao plantio de uma ldquomassa vegetalrdquo de grande

porte e no interior da quadra encontra-se a aacuterea aedificandi a qual possui

240x240m e uma aacuterea de 57600msup2 Realizando uma subtraccedilatildeo da Aacuterea total

pela Aacuterea aedificandi obtecircm-se que a aacuterea non aedificandi eacute de 20800msup2 que

corresponde a 265 da aacuterea total

Com base nessas informaccedilotildees eacute necessaacuterio atentar-se ao detalhe de

que uma parte da precipitaccedilatildeo cai no solo e outra parte nos telhados dos

preacutedios Sendo assim parte da chuva pode ser aproveitada pelo sistema de

captaccedilatildeo enquanto outra parte chega ao solo sem uma interferecircncia direta no

ciclo hidroloacutegico

35 ndash Funcionamento do sistema de captaccedilatildeo

Eacute importante frisar que o sistema de aproveitamento de aacuteguas pluviais eacute

regido pela norma NBR 15527 (Associaccedilatildeo Brasileira de Normas Teacutecnicas

2007) norma a qual faz algumas consideraccedilotildees importantes para implantaccedilatildeo

e correto funcionamento do sistema de captaccedilatildeo Alguns destes satildeo

435 ndash O volume dos reservatoacuterios deve ser dimensionado com

base em criteacuterios teacutecnicos econocircmicos e ambientais levando em

conta as boas praacuteticas da engenharia podendo a criteacuterio do

projetista ser utilizados os meacutetodos contidos no Anexo A ou

outro desde que devidamente justificado

Item 436 ndash Os reservatoacuterios devem ser limpos e desinfetados

com soluccedilatildeo de hipoclorito de soacutedio no miacutenimo uma vez por ano

de acordo com agrave ABNT NBR 5626

Item 442 ndash As tubulaccedilotildees e demais componentes devem ser

claramente diferenciados das tubulaccedilotildees de aacutegua potaacutevel

Item 443 ndash O sistema de distribuiccedilatildeo de chuva deve ser

independente do sistema de aacutegua potaacutevel natildeo permitindo a

conexatildeo cruzada de acordo com agrave ABNT NBR 5626

Item 444 ndash Os pontos de consumo como por exemplo uma

torneira de jardim devem ser de uso restrito e identificados com

placa de advertecircncia com a seguinte inscriccedilatildeo ldquoaacutegua natildeo potaacutevelrdquo

e identificaccedilatildeo graacutefica

Item 445 ndash Os reservatoacuterios de aacutegua de distribuiccedilatildeo de aacutegua

potaacutevel e de aacutegua da chuva devem ser separados

Item 461 ndash Quando necessaacuterio o bombeamento este deve

atender agrave ABNT NBR 12214

Deve-se realizar manutenccedilatildeo em todo o sistema de

aproveitamento de aacutegua de chuva

Para maiores esclarecimentos ldquoo funcionamento de um sistema de

coleta e aproveitamento de aacutegua pluvial consiste de maneira geral na captaccedilatildeo

da aacutegua da chuva que cai sobre os telhados ou lajes da edificaccedilatildeo A aacutegua eacute

conduzida ateacute o local de armazenamento atraveacutes de calhas condutores

horizontais e verticais passando por equipamentos de filtragem e descarte de

impurezas Apoacutes passar pelo filtro a aacutegua eacute armazenada geralmente em

reservatoacuterio enterrado (cisterna) e bombeada a um segundo reservatoacuterio

(elevado) do qual as tubulaccedilotildees especiacuteficas de aacutegua pluvial iratildeo distribuiacute-la

para o consumo natildeo potaacutevelrdquo (Carvalho 2010 p 27 e 28) Conforme ilustra a

imagem a seguir

Figura 02 Funcionamento de um Sistema de Captaccedilatildeo

Fonte Adatildeo D Padini (2013)

De forma mais simplificada podemos ver a representaccedilatildeo no fluxograma

a seguir

Figura 03 Fluxograma do Sistema de Captaccedilatildeo

Fonte Leandro Roncato Pereira

351 ndash Dificuldades para implantaccedilatildeo do sistema

Tal sistema apresenta como dificuldade o local onde seriam instaladas

as cisternas uma vez que geraria um peso sobre o telhado Dessa forma o

sistema seria instalado no jardim cobrando um custo adicional

352 ndash Custo de implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo fechado em um

preacutedio

Na implantaccedilatildeo desse sistema os materiais utilizados teratildeo como base o

meacutetodo praacutetico brasileiro e para aumentar a eficiecircncia do sistema o volume de

31406L seraacute arredondado para 35000L

Os valores de alguns dos materiais apresentados a seguir seguem os

dos apresentados no trabalho de L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental

p 18) apenas o valor da caixa drsquoaacutegua de 10000L foi obtido atraveacutes de

pesquisas em lojas de construccedilatildeo e assim utilizando a de menor valor

Tambeacutem devemos considerar que a bomba consome energia ao bombear aacutegua

para o preacutedio (CEB) portanto os valores seguem conforme a tabela a seguir

Tabela 06 Preccedilo dos Produtos do Sistema de Captaccedilatildeo sem Fluxo

Produto Quantidade Valor unitaacuterio (R$) Valor total (R$)

Cx Daacutegua 10000L 3 496090 1488270

Cx Daacutegua 5000L 1 108000 108000

Boacuteia Eleacutetrica 1 2750 2750

Boacuteia Comum 1 1220 1220

Registro de Gaveta

1 3490 3490

Bomba Anauger 1 23000 23000

Filtro 3P VF1 1 22000 22000

Tubulaccedilotildees 7000 7000

Disjuntor 1 1310 1310

Escavaccedilatildeo Msup3 3666 128310

Matildeo de Obra 1 58574 58574

Energia 054 054

Total 13 727154 1843978

Observaccedilatildeo Pelo fato desse estudo se tratar de um modelo de implantaccedilatildeo

o custo das tubulaccedilotildees vai variar de acordo com a demanda necessitada pelo

preacutedio portanto podendo variar de acordo com o projeto implantado Para este

estudo seraacute adotado o valor de R$ 7000

Observaccedilatildeo Pelo fato desse trabalho tratar-se de um modelo de

implantaccedilatildeo o custo da energia pode variar de acordo com a demanda necessitada

pelo preacutedio portanto podendo variar de acordo com o uso da bomba Para este

estudo seraacute adotado o valor de R$ 054 que eacute o valor do KwH cobrado pela CEB

Segundo Saravy (2010 p 46) haacute tambeacutem um custo para manutenccedilatildeo do

sistema conforme a tabela a seguir

Tabela 07 Preccedilo de Manutenccedilatildeo do Sistema de Captaccedilatildeo

Com esses dados podemos ver o valor total final a ser pago pelo

sistema de captaccedilatildeo que eacute de R$ 1889978

36 ndash Taxas e valores cobrados para utilizaccedilatildeo de aacutegua

Segundo a Companhia de Saneamento Ambiental do Distrito Federal (CAESB)

quando vaacuterias residecircncias satildeo atendidas por uma uacutenica ligaccedilatildeo de aacutegua eacute aplicado o

conceito de consumo ldquoPara exemplificar podemos citar um preacutedio residencial onde

cada apartamento corresponde a uma unidade de consumordquo (CAESB) Contudo o

caacutelculo de gastos seraacute realizado primeiro em um apartamento e posteriormente

multiplicado pelo total de apartamentos do preacutedio uma vez que os preacutedios

residecircncias da Asa Norte pagam a conta de aacutegua atraveacutes do condomiacutenio O preacutedio

Componente Frequecircncia da Manutenccedilatildeo

Custo da Manutenccedilatildeo

Calhas e Condutores

Semestral R$ 13000

Reservatoacuterio Limpeza e

Desinfecccedilatildeo Anual

R$ 20000

desse estudo apresenta um hidrocircmetro que mede o consumo de aacutegua para o todo o

preacutedio

Eacute de suma importacircncia destacar tambeacutem que haacute uma taxa de esgoto que eacute

cobrada pela CAESB consequentemente ldquoo valor da tarifa de esgotos corresponde

a 100 do valor da tarifa de aacutegua exceto quando se tratar de coleta do tipo

condominial que equivale a 60 do valor da tarifa de aacuteguardquo (CAESB)

Deste modo a CAESB utiliza tarifas para diversas categorias de moradia e

comeacutercio e neste estudo seraacute aplicada a tarifa de ldquoresidencial normalrdquo em

concordacircncia com a tabela a seguir

Tabela 08 Valor da Tarifa Cobrado pela CAESB

Para melhor compreensatildeo do caacutelculo que a CAESB faz temos uma conta do

condomiacutenio do preacutedio da Superquadra 111 Norte

Figura 04 Conta Discriminada do Condomiacutenio

Fonte Condomiacutenio do Preacutedio

O caacutelculo feito pela CAESB consiste primeiramente em saber a demanda de

aacutegua gasta em metros cuacutebicos por Unidade de Consumo ndash apartamento ndash para

saber qual faixa ldquomsup3rdquo eacute aplicada Apoacutes saber qual a faixa ldquomsup3rdquo que se enquadra eacute

atribuiacutedo o volume por UC (em msup3) em sequecircncia multiplica-se o volume por UC ou

volume da faixa pelo nuacutemero de UCrsquos correspondente para se obter o volume total

gasto (em msup3) Tendo o volume total gasto basta multiplicar pelo preccedilo corresponde

agrave faixa a qual se encaixa o consumo e assim obtendo o valor total a pagar A partir

do momento que se tem o valor total a pagar eacute necessaacuterio acrescer 100 do valor

para cobrir a tarifa de esgoto conforme a figura

Partindo desses dados podemos calcular por apartamento quanto eacute cobrado

pela CAESB a partir dos dados apresentados no capiacutetulo 34

119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119886119901119886119903119905119886119898119890119899119905119900 = 33119901 times 66119871 ~ 217119871

119863119894119886

119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119886119901119886119903119905119886119898119890119899119905119900 119886119900 119898ecirc119904 = 217119871119889119894119886 times 30119863119894119886119904 = 6510119871 119900119906 65101198983

Com base nesses dados temos que calcular o volume total de descarga em

sanitaacuterios que o preacutedio consome com a seguinte foacutermula

119881119879 = 119881119865 times 119873ordm 119889119890 119880119862prime119904

119881119879 = 10119898sup3 times 36 = 360119898sup3

Em que ldquoVTrdquo corresponde ao volume total do preacutedio ldquoVFrdquo ao volume da faixa

que eacute estipulado pela CAESB e ldquoUCrsquosrdquo satildeo as unidades de consumo que eacute correlato

ao nuacutemero de apartamentos existente

Portanto o total a se pagar em um mecircs eacute calculado da seguinte forma

119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 119881119879 times 119879119886119903119894119891119886 119889119890 aacute119892119906119886 + 119879119886119903119894119891119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900

119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 360119898sup3 times 119877$ 265 + 119879119886119903119894119891119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900

119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 954 + 119877$ 954 = 119877$ 1908

Em 7 meses seriam pagos em descarga

119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 1908 times 7 119872119890119904119890119904 = 119877$ 13356

37 ndash Caacutelculos de economia e retorno de investimento para um sistema

fechado

Conforme exposto por L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental p 15)

ldquopara o caacutelculo da economia da taxa de aacutegua multiplica-se o valor do msup3 (valor

cobrado por msup3 do responsaacutevel pelo fornecimento de aacutegua na cidade []) pelo

volume captado e entatildeo obtecircm-se o valor economizado por ano na taxa de aacuteguardquo

Recapitulando que para esse estudo seraacute utilizado o meacutetodo praacutetico brasieliro

devido aos meses de seca ou pouca chuva

Sendo assim

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119881119886119897119900119903 119889119900 1198983 times 119881119900119897119906119898119890 119888119886119901119905119886119889119900

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 265 times 314061198983

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 8322

Essa economia de R$ 8322 eacute para um mecircs de chuva para o preacutedio todo

sendo assim para os 7 meses de chuva tem-se

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119890 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 8322 times 7 119898119890119904119890119904 = 119877$ 58254

Ainda segundo L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental p 16) para o

caacutelculo da economia referente ao esgoto eacute necessaacuterio multiplicar o valor do msup3 pelo

volume captado e por 08 uma vez que considera-se 20 de perda ou seja para

cada 1 litro de aacutegua que chega na residecircncia eacute cobrado 08 litros para o tratamento

do esgoto

Portanto tem-se

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119881119886119897119900119903 119889119900 1198983 times 119881119900119897119906119898119890 119888119886119901119905119886119889119900 times 08

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900 = 119877$ 265 times 314061198983 times 08

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 6658

Esse valor encontrado de R$ 6658 corresponde a um mecircs de chuva para o

preacutedio sendo assim o total economizado pelo preacutedio em 7 meses eacute de

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119890 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 6658 times 7 119898119890119904119890119904 = 119877$ 46606

ldquoPara o caacutelculo do retorno do investimento divide-se o valor investido pela

economia anual com a implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo e reaproveitamento da

aacutegua pluvialrdquo L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental p 16)

Portanto para 7 meses de chuva tem-se o seguinte

119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 =119881119886119897119900119903 119894119899119907119890119904119905119894119889119900

119864119888119900119899119900119898119894119886 (7119898119890119904119890119904)

119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 = 119877$ 1843924

119877$ 58254 + 119877$ 46606

119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 = 119877$ 1843924

119877$ 9446

119877119890119905119900119903119899119900

119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900= 1952 119886119899119900119904

38 ndash Caacutelculos de dimensionamento para um sistema com fluxo

Os caacutelculos apresentados no subitem anterior satildeo relativos a um sistema

o qual natildeo adota a possibilidade de fluxo dentro do reservatoacuterio Quando se

fala em fluxo temos que considerar que ao mesmo tempo em que o preacutedio

utiliza aacutegua do reservatoacuterio de aacutegua pluvial o mesmo vai enchendo com aacutegua

pluvial Portanto haacute um ciclo no qual o preacutedio demanda aacutegua do reservatoacuterio e

o mesmo vai enchendo conforme chove no local

Sabendo que a meacutedia mensal eacute de 1399msup3 eacute preciso multiplicar isso

por 12 para se obter o quanto choveu em 2014 Sendo assim

119879119900119905119886119897 119886119900 119886119899119900 = 1399119898119898 times 12 119898119890119904119890119904

119879119900119905119886119897 119886119900 119886119899119900 = 16788119898119898

Mas como foi visto o periacuteodo chuvoso eacute de 7 meses entatildeo temos

119875119903119890119888119894119901119894119905119886ccedilatilde119900 119901119886119903119886 7 119898119890119904119890119904 = 16788119898119898 divide 7 = 2398119898119898

Com isso eacute necessaacuterio realizar o caacutelculo da meacutedia de captaccedilatildeo de aacutegua

por mecircs para a aacuterea de 1069msup2

119872119890119889119894119886 119889119890 119862119886119901119905119886ccedilatilde119900 = 2398119898119898 times 1069119898sup2

119872eacute119889119894119886 119889119890 119862119886119901119905119886ccedilatilde119900 = 256346119871 119900119906 256346119898sup3

Ao considerar o valor obtido temos que realizar o quanto seria captado

diariamente

119872eacute119889119894119886 119889119894aacute119903119894119886 = 256346119898sup3 divide 30 119889119894119886119904 = 85119898sup3119889119894119886

A partir desses caacutelculos podemos realizar a seguinte comparaccedilatildeo O

preacutedio consome cerca de 78msup3 ao dia de aacutegua para descarga de vasos sanitaacuterios

enquanto a meacutedia diaacuteria de captaccedilatildeo eacute de 85msup3 por conseguinte temos um fluxo

positivo de aacutegua para o reservatoacuterio de 067msup3dia nos dias chuvosos

Se colocarmos um reservatoacuterio de 35msup3 sem nenhuma aacutegua

armazenada poderemos constatar que o reservatoacuterio iria encher por completo em

cerca de 53 dias conforme o caacutelculo a seguir

351198983 = 0671198983 times 119909 119889119894119886119904

119909 119889119894119886119904 = 35119898sup3 divide 067119898sup3 = 5223 119889119894119886119904

Analisando esses dados temos que a partir do 54ordm dia o reservatoacuterio

estaria completamente cheio e no restante dos 156 dias que teriacuteamos de chuva

esses 067msup3 seriam de certa forma desperdiccedilados uma vez que esse fluxo de

067msup3 ao final dos 7 meses gerariam cerca de 1407msup3 enquanto o reservatoacuterio tem

a capacidade de 35msup3 conforme o caacutelculo a seguir

119875119900119905119890119899119888119894119886119897 = 067119898sup3 times 156 119889119894119886119904 = 1045119898sup3

Se considerarmos esse fluxo positivo de 067msup3dia temos que ao final

dos 210 dias (7meses) seria possiacutevel armazenar 1407 msup3 de aacutegua Com um

reservatoacuterio de 35msup3 1057msup3 estariam sendo escoados para fora do reservatoacuterio

Portanto o ideal seria um reservatoacuterio que se aproxime de 1407msup3 para que ao

final dos 7 meses toda aacutegua possiacutevel fosse armazenada no entanto o reservatoacuterio

deveria ser de 145msup3

Devemos considerar ainda que ao final dos 7 meses o reservatoacuterio

estaria cheio no periacuteodo de seca conseguiria abastecer o preacutedio de acordo com a

demanda do preacutedio sendo assim

119880119905119894119897119894119911119886ccedilatilde119900 119899119886 119904119890119888119886 = 119879119900119905119886119897 119889119900 119903119890119904119890119903119907119886119905oacute119903119894119900 divide 119863119890119898119886119899119889119886 119889119894aacute119903119894119886

119880119905119894119897119894119911119886ccedilatilde119900 119899119886 119904119890119888119886 = 1451198983 divide 781198983119889119894119886

119880119905119894119897119894119911119886ccedilatilde119900 119899119886 119904119890119888119886 = 1858 119889119894119886119904

381 ndash Custo de implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo com fluxo em um

preacutedio

Na implantaccedilatildeo desse sistema os materiais utilizados teratildeo como base

as estimativas que foram apresentadas no subitem anterior e para aumentar a

eficiecircncia do sistema o volume de 1400007L seraacute arredondado para

145000L

Devido ao tamanho do reservatoacuterio eacute de se esperar que o reservatoacuterio

natildeo seja instalado em cima do preacutedio uma vez que a estrutura do preacutedio natildeo

conseguiria suportar o peso que o reservatoacuterio faria sobre o telhado

consequentemente o reservatoacuterio deveraacute ser instalado no jardim do preacutedio que

iraacute gerar um custo a mais por conta da escavaccedilatildeo

Os valores de alguns dos materiais apresentados a seguir seguem os

dos apresentados no trabalho de L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental

p 18) apenas o valor da caixa drsquoaacutegua de 10000L foi obtido atraveacutes de

pesquisas em lojas de construccedilatildeo e assim utilizando a de menor valor

conforme a tabela a seguir Segundo o Saneamento de Goiaacutes SA (SANEAGO)

o custo de escavaccedilatildeo eacute calculado a partir do total de msup3 aleacutem de 3m de

profundidade

Tabela 09 Preccedilo dos Produtos do Sistema de Captaccedilatildeo com Fluxo

Observaccedilatildeo Pelo fato desse estudo se tratar de um modelo de implantaccedilatildeo

o custo das tubulaccedilotildees vai variar de acordo com a demanda necessitada pelo

preacutedio portanto podendo variar de acordo com o projeto implantado Para este

estudo seraacute adotado o valor de R$ 7000

Observaccedilatildeo Pelo fato desse trabalho tratar-se de um modelo de

implantaccedilatildeo o custo da energia pode variar de acordo com a demanda necessitada

pelo preacutedio portanto podendo variar de acordo com o uso da bomba Para este

estudo seraacute adotado o valor de R$ 054 que eacute o valor do KwH cobrado pela CEB

Produto Quantidade Valor unitaacuterio (R$) Valor total (R$)

Cx Daacutegua 10000L 14 496090 6945260

Cx Daacutegua 5000L 1 108000 108000

Boacuteia Eleacutetrica 1 2750 2750

Boacuteia Comum 1 1220 1220

Registro de Gaveta

1 3490 3490

Bomba Anauger 1 23000 23000

Filtro 3P VF1 1 22000 22000

Tubulaccedilotildees 7000 7000

Disjuntor 1 1310 1310

Escavaccedilatildeo Msup3 3666 53157

Matildeo de Obra 1 58574 58574

Energia 054 054

Total 13 727154 7704228

382 ndash Caacutelculos de economia e retorno de investimento para um sistema

com fluxo

Partindo dos dados apresentados podemos calcular por apartamento quanto eacute

cobrado pela CAESB a partir dos dados apresentados no capiacutetulo 34

119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119886119901119886119903119905119886119898119890119899119905119900 = 33119901 times 66119871 ~ 217119871

119863119894119886

119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119886119901119886119903119905119886119898119890119899119905119900 119886119900 119898ecirc119904 = 217119871119889119894119886 times 30119863119894119886119904 = 6510119871 119900119906 65101198983

Em que ldquoVTrdquo corresponde ao volume total do preacutedio ldquoVFrdquo ao volume da faixa

que eacute estipulado pela CAESB e ldquoUCrsquosrdquo satildeo as unidades de consumo que eacute correlato

ao nuacutemero de apartamentos existente

Portanto o total a se pagar em um mecircs eacute calculado da seguinte forma

119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 119881119879 times 119879119886119903119894119891119886 119889119890 aacute119892119906119886 + 119879119886119903119894119891119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900

119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 360119898sup3 times 119877$ 265 + 119879119886119903119894119891119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900

119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 954 + 119877$ 954 = 119877$ 1908

Retomando o caacutelculo exposto por L Pereira (Viabilidade

EconocircmicoAmbiental p 15) no subitem anterior temos que o caacutelculo da CAESB

seria feito da seguinte maneira

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119881119886119897119900119903 119889119900 1198983 times 119881119900119897119906119898119890 119888119886119901119905119886119889119900

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 265 times 1451198983

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 38425

Esse caacutelculo eacute equivalente a um mecircs de captaccedilatildeo para os 7 meses

teremos o seguinte

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119890 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 38425 times 7 119898119890119904119890119904 = 119877$ 268975

Conforme foi visto para o caacutelculo da economia de esgoto eacute necessaacuterio

multiplicar o valor do msup3 pelo volume captado e por 08 uma vez que considera-se

20 de perda ou seja para cada 1 litro de aacutegua que chega na residecircncia eacute cobrado

08 litros para o tratamento do esgoto Portanto para um mecircs segue-se

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119881119886119897119900119903 119889119900 1198983 times 119881119900119897119906119898119890 119888119886119901119905119886119889119900 times 08

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900 = 119877$ 265 times 1451198983 times 08

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 3074

ldquoPara o caacutelculo do retorno do investimento divide-se o valor investido pela

economia anual com a implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo e reaproveitamento da

aacutegua pluvialrdquo L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental p 16)

Portanto para 7 meses de chuva tem-se o seguinte

119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 =119881119886119897119900119903 119894119899119907119890119904119905119894119889119900

119864119888119900119899119900119898119894119886 (7119898119890119904119890119904)

119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 = 119877$ 17704228

119877$ 268975 + 119877$ 21518

119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 = 119877$ 7704228

119877$ 484155

119877119890119905119900119903119899119900

119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900= 1591119886119899119900119904

4 ndash Conclusatildeo e Consideraccedilotildees Finais

De acordo com o que foi exposto temos que a implantaccedilatildeo do sistema de

captaccedilatildeo para o aproveitamento de aacuteguas pluviais eacute uma oacutetima alternativa para

substituiccedilatildeo da ldquoaacutegua cinzardquo possibilitando tambeacutem um destino mais correto do

ponto de vista ambiental para a aacutegua que se tornaria esgoto Como eacute de

conhecimento este tipo de meacutetodo eacute utilizado em diversas regiotildees natildeo somente

aquelas que sofrem com escassez de aacutegua

Mesmo sabendo que o Brasil possui um grande potencial hiacutedrico observamos

que uma parcela da populaccedilatildeo natildeo tem consciecircncia quanto ao gasto de aacutegua

gerando um grande desperdiacutecio de forma desnecessaacuteria Portanto partindo de um

pensamento racional um sistema de captaccedilatildeo seria viaacutevel para o aproveitamento da

aacutegua para fins de consumo domeacutestico mais precisamente ldquoaacutegua cinzardquo

Considerando os caacutelculos apresentados a partir da taxa de precipitaccedilatildeo meacutedia

em Brasiacutelia a criaccedilatildeo de um sistema de captaccedilatildeo pluvial predial traz benefiacutecios

econocircmicos e ambientais O projeto torna-se viaacutevel economicamente pois desde

que se faccedila a manutenccedilatildeo de forma adequada do sistema este teraacute uma vida uacutetil

longa e considerando que se obteacutem o retorno do investimento em aproximadamente

16 anos para um sistema com fluxo apoacutes este periacuteodo o sistema passa a ser

lucrativo para o preacutedio que implanta pois o custo eacute dividido no condomiacutenio dentre os

moradores do preacutedio

Analisando do ponto de vista ambiental o desenvolvimento urbano de Brasiacutelia

ocasionou em superfiacutecies impermeaacuteveis dificultando a absorccedilatildeo de aacuteguas pluviais

pelo solo e juntamente com o sistema de redes pluviais e o sistema de drenagem

ultrapassados os alagamentos e enchentes tecircm se tornado constante quando

ocorrem chuvas anormais Com as estimativas feitas neste trabalho eacute possiacutevel que

tais transtornos hiacutedricos urbanos possam ser amenizados a partir da implantaccedilatildeo do

sistema sem que afete o ciclo hidroloacutegico natural Logicamente essa natildeo eacute a

soluccedilatildeo uma vez que ela deve ser apenas um complemento agrave poliacuteticas publicas

poliacuteticas de incentivo entre outras medidas de cunho sustentaacutevel

Em vista disso a implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo e aproveitamento de

aacuteguas pluviais acarretaria em uma significativa melhora ambiental atraveacutes da

substituiccedilatildeo de uma parcela da aacutegua fornecida pela CAESB e possivelmente

mitigando os transtornos hiacutedricos urbanos se aplicado em larga escala

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puacuteblicos reconhecidos pelo direitordquo sendo que quando se diz respeito a

direitos todos tecircm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado

englobando tambeacutem o meio ambiente urbano Portanto quando eacute utilizado o

termo ldquourbanordquo para qualificar o meio ambiente natildeo significa que haacute uma

segregaccedilatildeo classificatoacuteria do meio ambiente o adjetivo ldquourbanordquo vem como

uma proposta de demarcar a problemaacutetica ambiental em um determinado

espaccedilo geograacutefico - no caso as cidades - sem deixar de considerar os fatores

que nelas estatildeo inseridos como os sociais e os ambientais

Assim para empregar poliacuteticas puacuteblicas visando a sustentabilidade

urbana deve-se repensar o modelo de desenvolvimento da cidade juntamente

com o modo de vida da populaccedilatildeo e a conscientizaccedilatildeo da mesma apoiando-se

nas relaccedilotildees sociais e econocircmicas exercidas na cidade sem deixar de

considerar essas interaccedilotildees como propulsoras do direito agrave cidade sustentaacutevel

Para ratificar inciso I do art 2ordm do Estatuto da Cidade - Lei n 10257 de

10 de julho de 2001 reconhece entre as diretrizes de poliacuteticas puacuteblicas

expostas o direito a cidades sustentaacuteveis De acordo com essa lei esse direito

proporciona o direito a terra urbana agrave moradia ao saneamento ambiental agrave

infraestrutura urbana aos serviccedilos puacuteblicos em geral ao trabalho e ao lazer

tanto para as geraccedilotildees atuais como para as futuras

Sendo assim as cidades devem desenvolver-se respeitando a

sustentabilidade por isso o desenvolvimento urbano deve ser feito sem

degradaccedilatildeo possibilitando uma vida urbana digna e igualitaacuteria Contudo as

cidades necessitam de mudanccedilas diversos pontos de vista reformulaccedilatildeo das

poliacuteticas puacuteblicas e criaccedilatildeo de novas e soluccedilotildees sobre como interagir no dia a

dia com o local que vivemos A partir dessa visatildeo destaco o que eacute exposto por

Acselrad (1999 p 86) em que ldquoacredita-se que quando o crescimento urbano

natildeo eacute acompanhado por investimentos em infraestrutura a oferta de serviccedilos

urbanos natildeo acompanha o crescimento da demanda A falta de investimentos

na manutenccedilatildeo dos equipamentos urbanos viraacute por sua vez acentuar o deacuteficit

na oferta de serviccedilos o que se rebateraacute especialmente na forma de

segmentaccedilatildeo socioterritorial entre as populaccedilotildees atendidas e natildeo atendidas

por tais serviccedilosrdquo

Apoacutes tratar de um modo geral cidades sustentaacuteveis e a sustentabilidade

urbana eacute interessante analisar o caso brasileiro Infelizmente a preocupaccedilatildeo

ambiental brasileira foi tardia e a evoluccedilatildeo foi lenta Em questotildees de

urbanizaccedilatildeo houve uma transformaccedilatildeo estrutural de ordem socioeconocircmica

reformulando a ocupaccedilatildeo do territoacuterio nacional ocasionando em impactos

ambientais e no dado de que cerca de 80 da populaccedilatildeo brasileira mora em

aacutereas urbanas Mas ao decorrer do tempo a questatildeo ambiental foi ligada ao

social os pensamentos acerca desse tema tiveram uma nova percepccedilatildeo

Como exemplo temos o caso dos recursos hiacutedricos em que a legislaccedilatildeo teve

o cuidado de considerar aleacutem do aspecto ambiental os aspectos sociais e

econocircmicos

Foi criado o Sistema Nacional de Recursos Hiacutedricos (SNRH) que no

texto de Schussel (2004 p 65) satildeo expostas a valoraccedilatildeo da aacutegua como bem

econocircmico a prioridade do abastecimento puacuteblico em detrimento da produccedilatildeo

de energia e a gestatildeo compartilhada entre usuaacuterios poder puacuteblico e sociedade

civil de bacias hidrograacuteficas por meio da implantaccedilatildeo dos ldquoComitecircs de Baciardquo

Essa questatildeo de integraccedilatildeo do ambiental ao social e econocircmico ocorreu

na deacutecada de 80 em que Silva (Poliacuteticas Puacuteblicas e Estrateacutegias de

Sustentabilidade Urbana p 2 apud Ribeiro 2001 p 134-135) destaca ldquoa

questatildeo urbana eacute integrada agrave questatildeo social e as representaccedilotildees antiurbanas

satildeo substituiacutedas pelo diagnoacutestico orientado por ideais republicanos de justiccedila

social e democracia A tarefa do pensamento e da accedilatildeo dos urbanistas passa a

ser o fazer coincidir a cidade e a cidadaniardquo Apesar do atraso na aplicaccedilatildeo do

pensamento ambiental - no caso o de cidades sustentaacuteveis - atualmente o

Brasil apresenta um niacutevel consideraacutevel de desenvolvimento tecnoloacutegico e social

que podem retardar a degradaccedilatildeo e os malefiacutecios causados nas cidades E por

que natildeo ocorre tal melhoria no setor ambiental urbano O Brasil carece de

poliacuteticas puacuteblicas que sirvam para o propoacutesito ambiental sem contar a falta de

instruccedilatildeo ambiental de uma boa parcela da sociedade Isso eacute confirmado com

as atitudes da populaccedilatildeo no texto de Loureiro e De Gregori (Revista Eletrocircnica

do Curso de Direito ndash UFSM p 459) eacute exposto que ldquoo lixo jogado nas ruas

causa entupimento de bueiros o que dificulta o escoamento da aacutegua da chuva

Aleacutem disso mesmo quando ocorre escoamento a aacutegua leva detritos

diretamente para o curso dos rios coacuterregos mananciais entre outros Em

razatildeo do exposto um meio indireto mas eficiente de se poluir a aacuteguardquo

Desse modo termo ldquosustentabilidaderdquo atrelado agraves necessidades

urbanas merece se conciliado de certa maneira que o ser humano produza

desenvolvimento e tambeacutem conserve o meio ambiente Portanto para o Brasil

os modelos que devem ser desenvolvidos nas cidades precisam ser justos

eacuteticos e sustentaacuteveis abrangendo todas as classes sociais e sendo igualitaacuterio

trazendo assim a concepccedilatildeo de que as transformaccedilotildees natildeo necessariamente

devem partir do governo e sim das accedilotildees que integrem os cidadatildeos

almejando a sustentabilidade Quando se diz ldquoas accedilotildees que integrem os

cidadatildeosrdquo na verdade o que se busca expressar eacute que a atitude deve partir da

populaccedilatildeo e natildeo do governo pois tais accedilotildees promovidas pela populaccedilatildeo as

aproximam das poliacuteticas puacuteblicas gerando melhores oportunidades e formas

alternativas de sistemas igualitaacuterios quando relacionados a exposiccedilatildeo de riscos

ambientais Tudo isso para oferecer um ambiente urbano com um

desenvolvimento em equiliacutebrio ambientalmente sustentaacutevel e socialmente

justo

Retomando o Artigo 2ordm do Estatuto da Cidade Loureiro e De Gregori

(Revista Eletrocircnica do Curso de Direito ndash UFSM p 462) expotildeem que houve

uma mudanccedila de paradigma ao se pensar em ambientes urbanos assim

expondo trecircs objetivos a serem alcanccedilados com as cidades ldquoo primeiro seria

um ambiente destinado agrave moradia de um acuacutemulo de comunidades jaacute em uma

segunda perspectiva seria um ambiente de poliacuteticas a fim de atingir funccedilatildeo

social urbana e por fim a garantia de ambientes urbanos como um meio

sustentaacutevel e sadio de desenvolvimentordquo Eacute importante ressaltar que esse

ponto de vista reflete que soacute seraacute possiacutevel assegurar um ambiente urbano para

a presente geraccedilatildeo e para as futuras partindo da preservaccedilatildeo do meio

ambiente

Portanto diversas iniciativas podem tornar o ambiente urbano em cidade

sustentaacutevel o que procura promover uma estabilidade e um equiliacutebrio agraves

cidades com uma visatildeo a longo prazo O processo de implantaccedilatildeo de cidades

sustentaacuteveis no Brasil deve primeiramente partir de accedilotildees individuais ou

privadas e articulada agraves poliacuteticas puacuteblicas para que haja uma eficiecircncia na

aplicabilidade sem desconsiderar que haacute uma possibilidade de gerar um

sistema insustentaacutevel Por que pode se tornar um sistema insustentaacutevel

Segundo Loureiro e De Gregori (Revista Eletrocircnica do Curso de Direito ndash

UFSM p 465 apud Godard 1990 p40-45) ldquoa insustentabilidade exprime

assim a incapacidade de as poliacuteticas puacuteblicas adaptarem a oferta de serviccedilos

urbanos agrave quantidade e agrave qualidade das demandas sociais provocando um

ldquodesequiliacutebriordquo entre necessidades cotidianas da populaccedilatildeo e os meios de as

satisfazer entre a demanda por serviccedilos urbanos e os investimento em redes e

infraestruturardquo

Jaacute que a realidade brasileira exprime uma grande distorccedilatildeo do que eacute

apresentado nos estudos como conseguir implantar uma cidade sustentaacutevel e

assim suportaacute-la Primeiramente eacute necessaacuterio ampliar o ponto de vista natildeo se

prendendo agraves poliacuteticas puacuteblicas em segundo plano eacute preciso que se tenha uma

accedilatildeo coletiva da populaccedilatildeo atraveacutes da conscientizaccedilatildeo ou de accedilotildees que

promovam a sustentabilidade dentro da cidade

Eacute importante ressaltar que natildeo se pode descartar as poliacuteticas puacuteblicas

mas tambeacutem natildeo se pode esperar que elas resolvam todos os problemas

presentes na cidade Sendo assim para que uma cidade torne-se sustentaacutevel eacute

preciso que as accedilotildees realizadas pela populaccedilatildeo sejam emparelhadas com as

poliacuteticas puacuteblicas aplicadas pelo governo No Brasil haacute cidades que satildeo

consideradas sustentaacuteveis mas essas cidades optaram apenas por um

planejamento urbano voltado para reconstituiccedilatildeo de aacutereas verdes

aprimoramento nas soluccedilotildees urbaniacutesticas e na tecnologia do transporte urbano

Tais accedilotildees natildeo devem ser desconsideras e sim exaltadas pelo funcionamento

adequado e promoccedilatildeo da sustentabilidade urbana Outras questotildees tatildeo

importantes quanto satildeo deixadas de lado pelo governo e nesse caso deve-se

ter uma aplicaccedilatildeo da sociedade para que ganhe uma visatildeo e assim sejam

aplicadas poliacuteticas puacuteblicas voltadas para tais questotildees

Em especiacutefico coloco o problema hiacutedrico que tem assolado vaacuterias

cidades do paiacutes por trazer prejuiacutezos de forma direta e indireta a populaccedilatildeo O

problema hiacutedrico brasileiro natildeo eacute apenas o causado pela estiagem e falta de

aacutegua em algumas localidades ele tambeacutem eacute expresso pelas chuvas

torrenciais Em face disso eacute importante unir o uacutetil ao agradaacutevel Vale expor que

em decorrecircncia do aumento da urbanizaccedilatildeo as aacutereas foram pavimentadas e

cobertas por preacutedios casas monumentos entre outras edificaccedilotildees

ocasionando na impermeabilizaccedilatildeo do solo em aacutereas naturais Devido a esse

fator o ser humano vem demandando novas soluccedilotildees e poliacuteticas puacuteblicas para

o controle e mitigaccedilatildeo de impactos causados pela chuva tais como

alagamentos

Os governos de modo geral vecircm encontrando seacuterias dificuldades

quanto agraves questotildees de gestatildeo dos alagamentos em suas aacutereas puacuteblicas Para

Brasiacutelia e o Governo do Distrito Federal esse problema eacute recente e nem tatildeo

alarmante quando comparado aos das grandes capitais brasileiras como Satildeo

Paulo ou Rio de Janeiro Portanto eacute necessaacuterio que se tenha uma precauccedilatildeo

com o uso das aacuteguas tratadas para que possam ser utilizadas fontes

alternativas Com o objetivo de aproveitamento de aacuteguas pluviais a captaccedilatildeo

de aacutegua advinda das chuvas possui um vieacutes sustentaacutevel do ponto de vista

teacutecnico e econocircmico quando aplicado em sistemas de uso privativo Cabe

ressaltar que esse estudo visa aliar o conceito de cidades sustentaacuteveis a partir

da iniciativa privada agraves necessidades encontradas na cidade de Brasiacutelia no

caso de um projeto de aproveitamento de aacuteguas pluviais que atenda a

demanda de aacutegua natildeo potaacutevel tendo como base a precipitaccedilatildeo de chuva local

sem desconsiderar o ciclo hidroloacutegico para que natildeo ocorra um desequiliacutebrio do

mesmo e ocasione mais desastres ambientais

Tal sistema tem como objetivo gerar uma fonte de aacutegua natildeo potaacutevel

para uso diaacuterio em sistemas prediais como descarga limpeza do preacutedio

irrigaccedilatildeo de jardins disponibilidade para lavagem de automoacuteveis entre outras

possibilidades gerando uma economia da aacutegua utilizada e consequentemente

uma economia monetaacuteria Aleacutem desse objetivo reducionista de gasto e aacutegua

haacute tambeacutem a possibilidade da reduccedilatildeo de transtornos hiacutedricos urbanos

Portanto ao abordar sobre poliacuteticas puacuteblicas eacute de suma importacircncia

compreender que o ldquodesenvolvimento sustentaacutevel eacute um processo de

aprendizagem social de longo prazo que por sua vez eacute direcionado por

poliacuteticas puacuteblicas orientadas por um plano de desenvolvimento nacionalrdquo

(Barbosa 2008 p 6) O conceito de desenvolvimento sustentaacutevel seraacute melhor

apresentado no capiacutetulo seguinte

2 ndash Sustentabilidade desenvolvimento sustentaacutevel e a sua

importacircncia

Inicio esse capiacutetulo com uma frase de Nascimento (2012 p 57) em que

se queremos sugerir uma sustentabilidade para toda a sociedade eacute necessaacuterio

que tenhamos uma ldquolinha transversal a eacutetica solidaacuteria com os excluiacutedos de hoje

para que natildeo haja excluiacutedos amanhatilderdquo

Por que a sustentabilidade eacute algo importante para noacutes Eacute necessaacuterio

que seja de conhecimento geral de que estamos ameaccedilados em todos os

aspectos ligados agrave utilizaccedilatildeo de recursos naturais e aproveitamento dos

mesmos Portanto haacute uma conexatildeo direta ao desenvolvimento sustentaacutevel

Nascimento (2012 p 58) ainda aponta que ldquoateacute meados do seacuteculo XX a

humanidade temia basicamente duas grandes extinccedilotildees ndash uma externa

(choque de um grande meteorito como aparentemente ocorreu haacute 65 milhotildees

de anos extinguindo os dinossauros) e outra interna (o advento de uma

epidemia desconhecida e incontrolaacutevel) Em meados do seacuteculo passado foi

acrescida mais uma ameaccedila provinda dos proacuteprios seres humanos a bomba

atocircmica O seu poder de destruiccedilatildeo ficou evidente com as explosotildees de

Hiroshima e Nagasakirdquo Sendo assim eacute perceptiacutevel que o estilo de vida de alta

produccedilatildeo e consumo vigente nos leva a crer que um desastre eacute cada vez mais

plausiacutevel

ldquoQue a economia estaacute em um conflito com os sistemas naturais do

planeta eacute uma evidecircncia que ressalta das informaccedilotildees cotidianas sobre o

desaparecimento das zonas de pesca reduccedilatildeo das florestas a erosatildeo do

solo e o desaparecimento de espeacuteciesrdquo (Nascimento 2012 p 58 apud

Brown 2003 p14) Portanto a crise ambiental aponta um desgaste das

condiccedilotildees ldquonormaisrdquo de vida no planeta Terra Segundo Nascimento (2012 p

58) ldquo[] eacute possiacutevel caso o cenaacuterio mais pessimista do aquecimento global

venha a se confirmar que uma nova possibilidade de auto extinccedilatildeo seja criada

no final desse seacuteculordquo Desta forma o atual modelo de vida natildeo deteriora

apenas o meio ambiente tambeacutem prejudica a vida humana e para que sejam

reduzidos esses transtornos agrave vida humana eacute preciso que iniciativas e

alternativas sejam criadas por meio de inovaccedilotildees tecnoloacutegicas para que haja

uma saiacuteda

ldquoA crise ambiental assumiu contornos mais graves com a percepccedilatildeo da

responsabilidade antroacutepica do aquecimento global e a dinacircmica de ascensatildeo

de um contingente humano mais significativo no mercado de consumordquo

(Nascimento 2012 p 61) Quando a crise ambiental se tornou algo de suma

importacircncia Quando como e por que a sustentabilidade e o desenvolvimento

sustentaacutevel se tornaram relevantes para o combate agrave crise ambiental Eacute

necessaacuterio compreender que a sustentabilidade possui dois vieses quando

relacionada agrave sua origem Uma de suas origens tem base na biologia mais

precisamente na ecologia a qual atribui o conceito de resiliecircncia ndash capacidade

de recuperaccedilatildeo e reproduccedilatildeo dos ecossistemas ndash perante as degradaccedilotildees

antroacutepicas com o uso exacerbado dos recursos naturais Ainda relacionado agrave

ecologia haacute as causas naturais como terremotos fogo tsunamis pragas

entre outros O outro vieacutes de origem da sustentabilidade adveacutem da economia

como o adjetivo do desenvolvimento diante da visibilidade que ganhou ao

longo do seacuteculo XX referente ao padratildeo de consumo desenvolvido ao redor do

mundo (Nascimento 2012 p 51)

Segundo Nascimento a ideia de sustentabilidade como enfoque

mundial tem origem na deacutecada de 1950 O surgimento e a importacircncia desse

termo ocorrem devido a um risco ambiental global a poluiccedilatildeo nuclear ldquoOs seus

indiacutecios alertaram os seres humanos de que estamos em uma nave comum e

que problemas ambientais natildeo estatildeo restritos a territoacuterios limitadosrdquo

(Nascimento 2012 p 2) Segundo Nascimento (2012 p 52 apud Machado

2005) ldquoA ocorrecircncia de chuvas radiativas a milhares de quilocircmetros dos locais

de realizaccedilatildeo dos testes acendeu um caloroso debate no seio da comunidade

cientiacuteficardquo Na deacutecada de 1960 houve outro fato importante que implicou na

questatildeo da percepccedilatildeo da crise ambiental dando importacircncia a

sustentabilidade devido ao uso de inseticidas e pesticidas quiacutemicos e

transtornos causados por esses apontados por Rachel Carson em seu livro

intitulado de ldquoPrimavera Silenciosardquo ndash Silent Spring

Ainda na deacutecada de 60 as chuvas aacutecidas recorrentes nos paiacuteses

noacuterdicos levaram a Sueacutecia junto ao Conselho Econocircmico e Social das Naccedilotildees

Unidas (ECOSOC) a propor a realizaccedilatildeo de uma conferecircncia para tratar de um

acordo internacional para uma possiacutevel reduccedilatildeo na emissatildeo dos gases

responsaacuteveis por tal transtorno Com isso ocorreu a Conferecircncia de

Estocolmo em 1972 colocando em evidecircncia os paiacuteses subdesenvolvidos e

desenvolvidos da eacutepoca A princiacutepio as preocupaccedilotildees natildeo eram nem um

pouco igualitaacuterias jaacute que os paiacuteses desenvolvidos estavam atentos agrave

degradaccedilatildeo ambiental que afetavam sua qualidade de vida enquanto os

paiacuteses subdesenvolvidos estavam preocupados em natildeo sofrerem sanccedilotildees

comerciais e apresentarem um retardo em seu desenvolvimento uma vez que

naquela eacutepoca os problemas ambientais eram associados ao crescimento

econocircmico dos paiacuteses de terceiro mundo Nessa conferecircncia ficou exposto

que os paiacuteses desenvolvidos defendiam a proteccedilatildeo do meio ambiente como

principal foco e os paiacuteses em desenvolvimento focavam no combate agrave

pobreza

Para melhor esclarecer Nascimento expotildee a partir do documento ldquoOnly

One Earthrdquo (Ward amp Dubos 1973) ldquo[] O problema ambiental como decorrente

de externalidades econocircmicas proacuteprias do excesso de desenvolvimento

(tecnologia agressiva e consumo excessivo) de um lado e de sua falta

(crescimento demograacutefico e baixo PIB per capita) de outro Posta dessa forma

a questatildeo ambiental deixava de ficar restrita ao meio natural e adentrava o

espaccedilo socialrdquo Contemporacircneo a isso temos o relatoacuterio do Clube de Roma ndash

Limits to Growth (Meadows et al 1972) que propunha uma reduccedilatildeo do

desenvolvimento industrial nos paiacuteses desenvolvidos e uma contenccedilatildeo no

crescimento populacional nos paiacuteses subdesenvolvidos juntamente com o

apoio daqueles aos subdesenvolvidos para que pudessem crescer

economicamente A partir desses eventos os governos se conscientizaram e

criaram agecircncias que tratassem das questotildees ambientais para que pudessem

juntar dados ambientais jaacute que na eacutepoca careciam de tais informaccedilotildees

No Brasil foi criada a Secretaria Especial do Meio Ambiente (SEMA) em

1973 enquanto nos EUA jaacute existia a Environmental Protection Agency (EPA)

desde 1970

Dez anos apoacutes a Conferecircncia de Estocolmo uma anaacutelise dos resultados

foi feita pela ONU e mostrou que o resultado estabelecido deixou a desejar e

que os esforccedilos realizados foram inferiores Em decorrecircncia desse mal

desempenho foi formada a Comissatildeo Mundial sobre Meio Ambiente e

Desenvolvimento (CMMAD) presidida por Gro Harlen Brundtland responsaacutevel

pelo relatoacuterio ldquoNosso Futuro Comumrdquo ndash Our Common Future ndash que tinha como

principal proposta a criaccedilatildeo de uma agenda global para focar em uma

mudanccedila consideraacutevel Esse estudo obteve informaccedilotildees durante trecircs anos a

partir de pesquisas e anaacutelises com enfoque na parte social Segundo Barbosa

(2008 p2) as informaccedilotildees colhidas do relatoacuterio com base nas questotildees

sociais referiam-se ldquoao uso da terra sua ocupaccedilatildeo suprimento de aacutegua abrigo

e serviccedilos sociais educativos e sanitaacuterios aleacutem de administraccedilatildeo do

crescimento urbanordquo

Tal relatoacuterio foi responsaacutevel pela criaccedilatildeo do termo ldquoDesenvolvimento

Sustentaacutevelrdquo que ldquoconsistiu o maior esforccedilo entatildeo conhecido para conciliar a

preservaccedilatildeo do meio ambiente com o desenvolvimento econocircmicordquo

(Nascimento 2012 p 54) Uma definiccedilatildeo baacutesica do que eacute DS eacute exposta por

Nascimento (2012 p 58 apud Lenzi 2006) ldquoDesenvolvimento sustentaacutevel eacute o

desenvolvimento que satisfaz as necessidades do presente sem comprometer

a capacidade das geraccedilotildees futuras em satisfazer suas proacuteprias necessidadesrdquo

Estender e Pitta (O Conceito do Desenvolvimento Sustentaacutevel apud Camargo

2003 p 43) tambeacutem fazem citaccedilatildeo agrave outra definiccedilatildeo apontada no relatoacuterio

ldquoEm essecircncia o desenvolvimento sustentaacutevel eacute um

processo de transformaccedilatildeo no qual a exploraccedilatildeo dos

recursos a direccedilatildeo dos investimentos a orientaccedilatildeo

do desenvolvimento tecnoloacutegico e a mudanccedila

institucional se harmonizam e reforccedilam o potencial

presente e futuro a fim de atender agraves necessidades

e aspiraccedilotildees humanasrdquo

Nascimento (2012 p 54) aponta que ldquoA forccedila e a fraqueza dessa

definiccedilatildeo encontram-se justamente nessa foacutermula vaga pois deixam-se em

aberto quais seriam as necessidades humanas atuais e mais ainda as das

geraccedilotildees futurasrdquo

Segundo Barbosa (2008) o relatoacuterio faz consideraccedilotildees agraves questotildees

urbanas no qual as cidades em seu desenvolvimento devem contemplar as

necessidades baacutesicas de toda a populaccedilatildeo e conceder oportunidades de

melhora na qualidade de vida de todos buscando alcanccedilar uma equidade na

sociedade por meio de processos democraacuteticos para que haja um

desenvolvimento urbano adequado Ainda com referecircncia ao relatoacuterio haacute ldquoa

necessidade de descentralizaccedilatildeo das aplicaccedilotildees de recursos financeiros e

humanos e a necessidade do poder poliacutetico favorecer as cidades em sua

escala localrdquo (Barbosa 2008 p 2) Quanto agrave questatildeo do uso de recursos

naturais foi avaliada no relatoacuterio a capacidade de resiliecircncia da biosfera os

efeitos e as possiacuteveis consequecircncias causadas pela accedilatildeo antroacutepica apontando

ainda que a pobreza pode ser considerada como um problema ambiental e que

a tentativa de erradicar a mesma pode ser a base para a busca da

sustentabilidade Com essa contribuiccedilatildeo na mudanccedila do modo de perceber as

necessidades urbanas o relatoacuterio apresentou trecircs princiacutepios baacutesicos ou

aspectos que deveriam ser cumpridos ndash proteccedilatildeo ambiental equidade social e

o desenvolvimento econocircmico ndash e que seratildeo expostos mais adiante

Apesar de todos esses pontos levantados o relatoacuterio Brundtland

recebeu vaacuterias criacuteticas pelo fato de acusar a pobreza e o descontrole do

crescimento populacional nos paiacuteses subdesenvolvidos como a fonte principal

dos problemas ambientais e da insustentabilidade do planeta e de colocar em

segundo plano a poluiccedilatildeo causada ateacute a data de publicaccedilatildeo do relatoacuterio pelos

paiacuteses desenvolvidos

Em 1986 foi realizada a conferecircncia de Ottawa ndash Carta de Ottawa 1986

ndash na qual foram estabelecidas cinco condiccedilotildees para que se tentasse alcanccedilar o

desenvolvimento sustentaacutevel entre elas a manutenccedilatildeo da integraccedilatildeo

ecoloacutegica a satisfaccedilatildeo das necessidades baacutesicas humanas a provisatildeo da

autodeterminaccedilatildeo social e da diversidade cultural a integraccedilatildeo da conservaccedilatildeo

e do desenvolvimento e o alcance de equidade e justiccedila social Para a

CMMAD as condiccedilotildees que procedem do conceito de desenvolvimento

sustentaacutevel estatildeo associadas ao processo de urbanizaccedilatildeo e do crescimento da

cidade e tem como finalidade o uso adequado dos recursos naturais Em face

disto satildeo expostos alguns objetivos mudanccedila de qualidade do crescimento

crescimento renovaacutevel satisfaccedilatildeo das necessidades essenciais por emprego

aacutegua energia alimento e saneamento baacutesico garantia de um niacutevel sustentaacutevel

da populaccedilatildeo conservaccedilatildeo da base de recursos reorientaccedilatildeo da tecnologia e

do gerenciamento de risco e reorientaccedilatildeo das relaccedilotildees econocircmicas

internacionais (CMMAD 1988 1991)

Postumamente foi realizada a Assembleia das Naccedilotildees Unidas a qual

aprovou a Conferecircncia das Naccedilotildees Unidas para o Meio Ambiente e o

Desenvolvimento (CNUMAD) ocorrida em 1992 e ficou conhecida como Rio-

92 A Rio-92 teve maior visibilidade graccedilas agrave criaccedilatildeo da Convenccedilatildeo da

Biodiversidade e das Mudanccedilas Climaacuteticas ndash que posteriormente resultou na

criaccedilatildeo do Protocolo de Kyoto ndash da Agenda 21 e da Declaraccedilatildeo do Rio Essa

uacuteltima segue os mesmos padrotildees expostos na Conferecircncia de Estocolmo

citada anteriormente interligando o desenvolvimento econocircmico com o meio

ambiente atraveacutes de uma gestatildeo consciente dos recursos naturais sem

comprometer o modelo econocircmico vigente

Em decorrecircncia desses acontecimentos tornou-se de faacutecil entendimento

que o desenvolvimento sustentaacutevel eacute composto por trecircs aspectos ambiental

econocircmico e social Outros autores como Ignacy Sachs consideram ainda

outras variaacuteveis relevantes para o entendimento do DS como sustentabilidade

ecoloacutegica e poliacutetica

Figura 1 Tripeacute da Sustentabilidade

Fonte Nicholas Gimenes (2012)

Com base nesses trecircs aspectos apontados chegamos ao conhecido

Triple Bottom Line ndash ldquoTripeacute da Sustentabilidaderdquo No tripeacute da sustentabilidade

satildeo expostos o aspecto ambiental que tem como base a produccedilatildeo e o

consumo de tal forma que possa garantir que os ecossistemas natildeo sofram

problemas quanto a sua capacidade de resiliecircncia o aspecto econocircmico que

assume a denominada ecoeficiecircncia a qual incentiva a inovaccedilatildeo tecnoloacutegica

para tentar mitigar alguns dos problemas ambientais e ampliar a

desmaterializaccedilatildeo da economia e o uacuteltimo aspecto o social o qual supotildee que

a populaccedilatildeo de uma determinada sociedade tenha o miacutenimo necessaacuterio para

uma condiccedilatildeo de vida aceitaacutevel buscando erradicar a desigualdade social

Segundo Nascimento existem diversas definiccedilotildees desses trecircs aspectos mas

essas apontadas satildeo as mais recorrentes e de simples entendimento Natildeo

podemos esquecer que assim como eacute apontado por Ignacy Sachs e outros

autores outros aspectos para a definiccedilatildeo do DS devem ser levados em

consideraccedilatildeo em especial a cultura Apesar de natildeo ser citada como base do

ldquotripeacuterdquo a cultura eacute importante em qualquer sociedade quando relacionada ao

meio ambiente pois eacute ela quem dita o comportamento da populaccedilatildeo O Brasil

sofre com questotildees ambientais muitas das vezes por falta de instruccedilatildeo da

populaccedilatildeo que natildeo tem conhecimento do quatildeo impactante pode ser sua accedilatildeo

Deste modo quando se trata de questotildees ambientais eacute necessaacuterio que se

tenha uma mudanccedila natildeo repentina e sim gradativa nos padrotildees de consumo

no estilo de vida e na educaccedilatildeo ambiental

Retomando os conceitos de DS e sustentabilidade temos uma definiccedilatildeo

de Clovis Cavalcanti em que sustentabilidade ldquosignifica a possibilidade de se

obterem continuamente condiccedilotildees iguais ou superiores de vida para um grupo

de pessoas e seus sucessores em dado ecossistemardquo (Cavalcanti 2003)

Analisando essa definiccedilatildeo proposta por Cavalcanti vemos que se assemelha

do que foi exposto por Gro Harlen Brundtland em seu relatoacuterio Como jaacute foi

mencionado para Sachs o ldquoTriple Bottom Linerdquo ndash Tripeacute da Sustentabilidade ndash

possui cinco vertentes da sustentabilidade que satildeo a ldquosustentabilidade

ecoloacutegica refere-se a fiacutesica do processo de crescimento e tem como objetivo a

manutenccedilatildeo de estoques dos recursos naturais incorporados as atividades

produtivas a sustentabilidade ambiental que refere-se agrave manutenccedilatildeo da

capacidade de sustentaccedilatildeo dos ecossistemas o que implica a capacidade de

absorccedilatildeo e recomposiccedilatildeo dos ecossistemas em face as agressotildees antroacutepicas

sustentabilidade social que refere-se ao desenvolvimento e tem por algum

objetivo a melhoria da qualidade da vida da populaccedilatildeo Para caso de paiacuteses

com problemas de desigualdade e de inclusatildeo social implica a adoccedilatildeo de

poliacuteticas distributivas e a universalizaccedilatildeo de atendimento a questotildees como

sauacutede educaccedilatildeo habilitaccedilatildeo e seguridade social sustentabilidade poliacutetica

refere-se ao processo de construccedilatildeo da cidadania para garantir a incorporaccedilatildeo

plena dos indiviacuteduos ao processo de desenvolvimento e a sustentabilidade

econocircmica que refere-se a uma gestatildeo eficiente dos recursos em geral e

caracteriza-se pela regularidade de fluxos do investimento puacuteblico e privado

Implica a avaliaccedilatildeo da eficiecircncia por processos macro sociaisrdquo (Sachs 1993

Agenda 21 brasileira)

Barbosa (2008 p 4) faz uma citaccedilatildeo em seu trabalho sobre o livro de

Leila Ferreira ndash ldquoA questatildeo ambiental sustentabilidade e poliacuteticas puacuteblicas no

Brasilrdquo ndash referente ao padratildeo de vida da sociedade em que

ldquoO padratildeo de produccedilatildeo e consumo que

caracteriza o atual estilo de

desenvolvimento tende a consolidar-se

no espaccedilo das cidades e estas se

tornam cada vez mais o foco principal

na definiccedilatildeo de estrateacutegias e poliacuteticas

de desenvolvimentordquo

Sendo assim eacute de fundamental importacircncia que formas alternativas

sustentaacuteveis sejam alcanccediladas para que possam influenciar de forma positiva

na qualidade de vida das cidades e no processo de planejamento urbano Para

Acselrad (1999 p 85) a sustentabilidade urbana eacute definida como ldquoa

capacidade das poliacuteticas urbanas se adaptarem agrave oferta de serviccedilos agrave

qualidade e agrave quantidade das demandas sociais buscando o equiliacutebrio entre as

demandas de serviccedilos urbanos e investimentos em estruturardquo Como o

desenvolvimento sustentaacutevel possui muitos conceitos e definiccedilotildees haacute uma em

especial que se destaca pelo fato de estar relacionada agraves cidades juntamente

com o termo ldquosustentabilidaderdquo exposta por Barbosa (2008 p 4 apud

Satterthwaite 2004) em que

ldquoa resposta agraves necessidades humanas

nas cidades como o miacutenimo ou

nenhuma transferecircncia dos custos da

produccedilatildeo consumo ou lixo para outras

pessoas ou ecossistemas hoje e no

futurordquo

Assim a participaccedilatildeo da sociedade e a diversidade dos interesses que

a mesma possui gera um conflito entre as poliacuteticas puacuteblicas e o

desenvolvimento sustentaacutevel mas nada que natildeo possa ser contornado a partir

da conscientizaccedilatildeo individual dos cidadatildeos Como eacute exposto por Barbosa ldquoeacute

imprescindiacutevel para a sustentabilidade urbana o uso racional dos recursos

naturais a boa forma do ambiente urbano baseado na interaccedilatildeo clima e os

recursos naturais aleacutem das respostas agraves necessidades urbanas com o miacutenimo

de transferecircncia de dejetos e rejeitos para outros ecossistemas atuais e

futurosrdquo (Barbosa 2008 p 9) Em detrimento disso ldquoo desenvolvimento

sustentaacutevel natildeo deve ser apresentado como um slogan poliacuteticordquo (Barbosa

2008 p 10) deve ser apresentado como uma possiacutevel soluccedilatildeo para a

mitigaccedilatildeo dos problemas ambientais encontrados atualmente na sociedade

Portanto a sustentabilidade visa emoldurar novos meios alternativos de

produccedilatildeo distribuiccedilatildeo e consumo dos recursos naturais existentes de forma

mais racional ecologicamente viaacutevel e economicamente eficaz

Ao retratar esses problemas de padrotildees vividos pela sociedade

relacionados ao meio ambiente mais especificamente a utilizaccedilatildeo de recursos

naturais Nascimento (2012 p 58) aponta que ldquohaacute uma quase unanimidade

hoje entre os cientistas de que os recursos naturais natildeo seratildeo suficientes para

fornecer um modo de vida similar ao da classe meacutedia mundial a todos os novos

ingressantes no mercado No entanto eles tecircm tanto direito quanto os que jaacute

participam do mercado consumidorrdquo Mas como podemos contornar tais

problemas e a crise ambiental Atraveacutes da criatividade humana muitas formas

alternativas foram criadas e podem ser inventadas quando se tratam dos

recursos finitos utilizados pelo homem Temos como exemplo a aacutegua sobre a

qual poucos satildeo os estudos apresentados relacionando o aproveitamento de

aacuteguas pluviais e cidades sustentaacuteveis Na maioria das vezes os estudos satildeo

feitos com base em outras necessidades como a dessalinizaccedilatildeo das aacuteguas do

mar para consumo humano Natildeo podemos esquecer que atualmente existem

diversos sistemas de captaccedilatildeo de aacuteguas pluviais para diferentes finalidades

sejam elas para aproveitamento de consumo humano ou natildeo

3 ndash A viabilidade de implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo

pluvial em Brasiacutelia ndash DF

31 ndash Apresentaccedilatildeo de dados

Primeiramente seratildeo apresentados dados sobre a populaccedilatildeo e o

consumo de aacutegua presente nas residecircncias de Brasiacutelia e que seratildeo utilizados

como base para a implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo na Asa Norte

Segundo Ferreira C diretor Superintendente de Atendimento Comercial

(CAC) da Companhia de Saneamento Ambiental do Distrito Federal (CAESB)

ldquoEm Brasiacutelia o consumo meacutedio por habitante eacute de 190 litros de aacutegua por dia o

que resulta em um consumo mensal de 6msup3 por habitanterdquo De acordo com a

ONU cada pessoa necessita de 110 litros por dia para atender as

necessidades de consumo e higiene A Companhia de Saneamento Baacutesico do

Estado de Satildeo Paulo (SABESP 2010) afirma que ldquono Brasil o consumo por

pessoa pode chegar a mais de 200 litrosdiardquo A estimativa da SABESP (2010)

eacute de que 54 litros (27) vatildeo para cozinhar e beber 50 litros (25) para tomar

banho e escovar os dentes 66 litros (33) para descarga de banheiro 24 litros

(12) para lavagem de roupa e 6 litros (3) para outras tarefas como lavagem

de carro por exemplo Segundo dados da CAESB Brasiacutelia (Plano Piloto)

consome cerca de 2757890msup3 por mecircs e que o consumo por habitante eacute de

1381msup3mecircs

Devido ao alto consumo de aacutegua em Brasiacutelia os recorrentes transtornos

hiacutedricos urbanos e a ausecircncia de sistemas captaccedilatildeo pluvial este capiacutetulo traz

um estudo da viabilidade teacutecnica e econocircmica da implantaccedilatildeo de um sistema

em um preacutedio residencial do bairro Asa Norte mais especificamente na

Superquadra 111 Norte Natildeo haacute nenhum estudo realizado que comprove a

frequecircncia dos alagamentos nessa regiatildeo portanto tal quadra foi selecionada

em decorrecircncia de mateacuterias e reportagens que mostram a dificuldade que a

populaccedilatildeo sofre quando haacute uma chuva anormal

Primeiramente eacute necessaacuterio que se tenha uma noccedilatildeo do periacuteodo

chuvoso em Brasiacutelia Segundo o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais

(INPE) Brasiacutelia apresenta um regime de precipitaccedilatildeo bem definido sendo que

a estaccedilatildeo chuvosa tem iniacutecio em Outubro e estende-se ateacute Marccedilo e a estaccedilatildeo

seca ocorre no restante do ano (Abril a Setembro) Ainda segundo o INPE ldquoa

estaccedilatildeo chuvosa eacute causada pelo forte aquecimento da atmosfera na Amazocircnia

que favorece o desenvolvimento de um sistema quase estacionaacuterio em altos

niacuteveis a Alta Boliacutevia Como resultado dessa circulaccedilatildeo observa-se nos baixos

niacuteveis uma regiatildeo de baixa pressatildeo e a convergecircncia de ar satildeo os principais

fatores que provocam a precipitaccedilatildeo neste periacuteodo responsaacutevel por 70 do

total meacutedio anualrdquo A partir desses elementos apresentados pelo INPE e com

base nos dados os quais foram obtidos da estaccedilatildeo meteoroloacutegica de Brasiacutelia

localizada na Latitude (ordm) -158 Longitude (ordm)-479 temos a precipitaccedilatildeo de

Brasiacutelia dada mecircs a mecircs Os dados partem de Janeiro de 2006 e vatildeo ateacute

Outubro de 2015 Eacute importante frisar que os dados foram formulados a partir

da precipitaccedilatildeo acumulada para tornar mais faacutecil de calcular a meacutedia

Tabela 01 Dados de Precipitaccedilatildeo

AnoMecircs JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ Meacutedia Mensal

2006 1232 1914 258 1417 351 09 01 528 403 5264 1956 1821 14563

2007 2609 2659 357 501 75 0 0 0 0 535 2249 275 9779

2008 201 2425 2346 2109 0 0 0 27 80 387 271 3226 1337

2009 2028 1347 81 3759 612 93 0 725 505 2958 1991 3078 1492

2010 1211 368 2494 2388 275 0 0 0 0 349 2547 318 1068

2011 1268 1724 2433 696 139 38 0 0 7 2639 3338 4704 1421

2012 2699 1149 1982 1213 444 24 02 0 333 1098 4446 1428 1235

2013 4918 1893 1903 954 222 62 03 0 659 1069 2711 3525 1493

2014 1531 1392 3402 2493 28 10 79 0 162 2014 192 3667 1399

2015 939 1297 3456 2076 499 0 08 0 218 694 SD SD 9187

Meacutedia para cada mecircs

20445 16168 21763 17606 2645 326 093 128 315 17007 2652 30421 12797

Tabela contendo os dados de chuva acumulada mecircs a mecircs em miliacutemetros (mm)

Fonte INPE 2015

Obs 1- SD - satildeo dados que natildeo foram coletados devido pois o trabalho foi realizado antes desses meses

Obs2- Meacutedia calculada com os dados obtidos no caso os meses de novembro e dezembro de 2015 natildeo entram no

caacutelculo pois ainda natildeo existiam os dados

Temos tambeacutem a partir do estudo realizado por Brino (Brasiacutelia

Superquadras Residenciais) os dimensionamentos dos preacutedios e a quantidade

de apartamentos por pavimentos conforme as tabelas a seguir

Tabela 02 Dimensionamento dos Blocos

A SUPERQUADRA AE AT

Aacuterea de Projeccedilatildeo por Bloco

Aacuterea Total = 11760msup2 Nuacutemero total de Blocos = 11

1069msup2 185 136

Aacuterea Construiacuteda por bloco (sem pilotis e

subsolo)

Pavimentos = 6 Aacuterea do Pavimento = 1069msup2

6414msup2 1113 818

Aacuterea Construiacuteda por superquadras (sem pilotis e subsolo)

Preacutedio = 11 Aacuterea por Preacutedio = 64141msup2

70554msup2 8999 1225

AE - Aacuterea Aedificandi e AT - Aacuterea Total

Tabela 03 Dimensionamento da Populaccedilatildeo

A POPULACcedilAtildeO (5 Pessoas

apart)

6 apartamentos por pavimento

36 apartamentos por bloco

396 apartamentos

por superquadra

1980 pessoas por

superquadra

8 apartamentos por pavimento

48 apartamentos por bloco

528 apartamentos

por superquadra

2640 pessoas por

superquadra

10 apartamentos por pavimento

60 apartamentos por bloco

660 apartamentos

por superquadra

3300 pessoas por

superquadra

12 apartamentos por pavimento

72 apartamentos por bloco

792 apartamentos

por superquadra

3960 pessoas por

superquadra

Caacutelculo para as faixas 100 200 e 300 (seis pavimentos) Fonte SUDUR

O estudo apresentado por Brino (Brasiacutelia Superquadras Residenciais)

considera uma famiacutelia composta por cinco pessoas para cada apartamento

nesse caso iremos desconsiderar essa informaccedilatildeo e basearmos nos dados

apresentados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica (IBGE) Nos

dados do IBGE (Censo Demograacutefico 2010) constam que a meacutedia de

moradores em domiciacutelios particulares ocupados eacute de 33 moradores

Partindo dos elementos de precipitaccedilatildeo aacuterea de projeccedilatildeo por bloco

meacutedia de moradores por apartamento total de apartamentos de um preacutedio e

consumo meacutedio de aacuteguadia por habitante podemos dar inicio as formas de

captaccedilatildeo e armazenamento de aacuteguas pluviais

32 ndash Aacuteguas pluviais e aacuteguas cinzas

Mas porque focar em aproveitamento de aacuteguas pluviais Segundo

Rapoport (2004 p 1) ldquoo aumento populacional acompanhado pelas mudanccedilas

climaacuteticas globais vem contribuindo para o aumento na demanda por recursos

hiacutedricosrdquo Ainda expotildee que ldquoembora a aacutegua seja um recurso renovaacutevel ela

tende a se deteriorar em funccedilatildeo do seu uso indiscriminado o que compromete

consequentemente a quantidade de aacutegua com qualidade disponiacutevel para o

consumo nas diversas localidadesrdquo (Rapoport 2004 p 1)

Um fato importante abordado por Rapoport (2004 p1) eacute que ldquoa

quantidade de aacutegua disponiacutevel eacute sempre a mesma jaacute que estaacute sempre sendo

renovada atraveacutes do ciclo hidroloacutegico Entretanto a aacutegua de qualidade para

consumo estaacute se tornando rarardquo A tiacutetulo de esclarecimento ldquosabe-se que o

ciclo hidroloacutegico se constitui basicamente do transporte de massas drsquoaacutegua do

oceano para atmosfera por evaporaccedilatildeo e da atmosfera atraveacutes de

precipitaccedilotildees escoamentos superficiais e subterracircneos para os oceanos

influenciando diretamente a distribuiccedilatildeo e extensatildeo dos corpos drsquoaacutegua

continentaisrdquo (Rapoport 2004 p 1) Sendo assim a interferecircncia humana tem

causado alteraccedilotildees no ciclo hidroloacutegico em diversas regiotildees Esse assunto

seraacute melhor abordado mais adiante pois o uso do sistema de captaccedilatildeo pode

influenciar no ciclo hidroloacutegico negativamente mas utilizado da forma

adequada pode continuar mantendo o ciclo equilibrado

Aleacutem do uso indevido da aacutegua e de sua escassez Lima e Machado

(2008 p 13) apontam que ldquooutro fator importante eacute o aumento de inundaccedilotildees e

enchentes devido ao escoamento superficial da aacutegua de chuva e da

impermeabilizaccedilatildeo do solordquo Portanto a captaccedilatildeo de aacuteguas pluviais pode

contribuir para a reduccedilatildeo dos transtornos hiacutedricos urbanos e ao mesmo tempo

reduzir a demanda por aacutegua potaacutevel da companhia de distribuiccedilatildeo local

Segundo Amorim e Pereira (2008 p 54) ldquouma das soluccedilotildees em estudo

para aumentar a oferta de aacutegua para as edificaccedilotildees eacute o aproveitamento da

aacutegua pluvial Esta apresenta uma boa alternativa visto que aleacutem de reduzir o

consumo de aacutegua potaacutevel ainda surge como uma accedilatildeo no combate agraves

enchentes funcionando como uma medida natildeo-estrutural do sistema de

drenagem urbanardquo Mas o que eacute necessaacuterio para formar um sistema de

captaccedilatildeo adequado e funcional Amorim e Pereira (2008 p 54) apresentam

que ldquoos sistemas de aproveitamento de aacutegua pluvial satildeo formados basicamente

pela aacuterea de captaccedilatildeo (geralmente coberturas) os componentes de transporte

(calhas e condutores verticais) e o reservatoacuteriordquo Cabe ressaltar que para esse

estudo a captaccedilatildeo das aacuteguas pluviais seraacute destinada apenas para a utilizaccedilatildeo

em ldquoaacuteguas cinzasrdquo Neste sentido o reuso das aacuteguas cinzas que satildeo as aacuteguas

provenientes de todas as atividades domeacutesticas com exceccedilatildeo de fontes de

aacuteguas negras tais como sanitaacuterios bidecircs e urinol vem sendo estudadas com

vista ao reuso tanto em irrigaccedilatildeo como em sanitaacuterios (Rapoport 2004 p 8)

Retomando os dados apresentados pela SABESP (2010) temos a

tabela 04 a qual apresenta os dados de consumo domeacutestico e em sequecircncia o

graacutefico 01 que demonstram que se analisarmos as quantidades de aacutegua

utilizada no consumo domeacutestico teremos uma base para o tamanho do

reservatoacuterio E posteriormente a tabela 05 mostra em que situaccedilotildees se podem

reutilizar as aacuteguas pluviais

Tabela 04 Consumo domeacutestico de aacutegua

Litros

Cozinhar e Beber 54

Tomar Banho e Escovar os Dentes 50

Descarga de Banheiro 66

Lavagem de Roupa 24

Outras Tarefas 6

Total = 200

Fonte SABESP (2010)

27

25

33

12

3

Cozinhar e Beber

Tomar Banho e Escovar osDentes

Descarga de Banheiro

Lavagem de Roupa

Outras Tarefas

Descarga de Banheiro

6875

Lavagem de Roupa

25

Outras Tarefas 625

Graacutefico 01 Consumo Domeacutestico de Aacutegua

Tabela 05 Percentual para reutilizaccedilatildeo de aacuteguas pluviais

Graacutefico 02 Percentual para Reutilizaccedilatildeo de Aacuteguas Pluviais

Porcentagem ()

Descarga de Banheiro 66 6875

Lavagem de Roupa 24 25

Outras Tarefas 6 625

Total = 96 100

Fonte SABESP(2010)

33 ndash Meacutetodos de Dimensionamento do Reservatoacuterio

Amorim e Pereira (2008 p 54 Soares et al 2000 apud May 2004)

apresentam que existem quatro grupos principais para o dimensionamento do

reservatoacuterio

(a) Meacutetodos determiniacutesticos os dados referentes agrave precipitaccedilatildeo

pluviomeacutetrica e agrave demanda satildeo analisados pela curva de massa

(b) Meacutetodos aproximados baseados em relaccedilotildees empiacutericas

conhecidas

(c) Meacutetodos de modelaccedilatildeo satildeo tambeacutem conhecidos como meacutetodos

de transiccedilatildeo probabiliacutestica da matriz e

(d) Meacutetodos de anaacutelise de sistemas sendo linear natildeo linear ou

programaccedilatildeo dinacircmica

Dentro desses grupos de dimensionamento temos os diversos meacutetodos

meacutetodo de Rippl que consiste na determinaccedilatildeo do volume com base na aacuterea

de captaccedilatildeo que eacute subdivido em meacutetodo analiacutetico e meacutetodo graacutefico meacutetodo de

consideraccedilatildeo dos periacuteodos de dias consecutivos sem chuva que necessita da

observaccedilatildeo dos registros pluviomeacutetricos para identificar os maiores periacuteodos de

dias consecutivos sem chuvas e sua taxa de repeticcedilatildeo meacutetodo de anaacutelise de

simulaccedilatildeo de um reservatoacuterio com capacidade suposta que consiste

basicamente na fixaccedilatildeo de um volume para o reservatoacuterio e na verificaccedilatildeo do

percentual de consumo que seraacute atendido meacutetodo praacutetico brasileiro meacutetodo

praacutetico alematildeo meacutetodo praacutetico inglecircs e o meacutetodo praacutetico australiano (Amorim

e Pereira 2008 p 55-58)

34 ndash Anaacutelise de caso para um preacutedio da Superquadra 111 Norte

A partir dos dados jaacute apresentados temos que o objeto de estudo eacute um

preacutedio residencial localizado na Superquadra 111 Norte que possui uma aacuterea

de projeccedilatildeo de 1069msup2 com seis (6) pavimentos constituindo uma aacuterea

construiacuteda de 6414msup2 apresentando seis (6) apartamentos por pavimento e

consequentemente trinta e seis (36) apartamentos no total (Brino Brasiacutelia

Superquadras Residenciais) O preacutedio conteacutem 33 habitantes por apartamento

(IBGE 2010) que consomem em meacutedia cerca de 190 litros de aacuteguadia

resultando em um consumo mensal de aproximadamente 6msup3 por pessoa

(CAESB) mas como a aacutegua captada da chuva seraacute utilizada apenas para

suprir a demanda de aacutegua cinza temos 66 litros para descarga de vasos

sanitaacuterios

Temos entatildeo que a demanda por aacutegua por habitante nesse edifiacutecio eacute

dada por

119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119898119900119903119886119889119900119903 = 66119871 = 66119871119863119894119886

119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119886119901119886119903119905119886119898119890119899119905119900 = 33119901 times 66119871 ~ 217 119871119863119894119886

119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119901119903eacute119889119894119900 = (33119901 times 66119871) times 36 ~ 7840119871119863119894119886

119863119890119898119886119899119889119886 119898119890119899119904119886119897 119901119900119903 119901119903eacute119889119894119900 =7840119871

119889119894119886times 30119863119894119886119904 = 235224119871

Legenda L = Litros p = Pessoas

Para facilitar nos caacutelculos ao aplica-los para o reservatoacuterio e para o

sistema de captaccedilatildeo eacute necessaacuterio realizar a conversatildeo de litros para msup3

(metros cuacutebicos) Sendo assim 66L = 0066msup3 217L = 0217msup3 7840L =

7840msup3 e 235224L = 235224msup3

Seraacute utilizado o ano de 2014 para os dados de precipitaccedilatildeo da estaccedilatildeo

meteoroloacutegica de Brasiacutelia localizada na Latitude (ordm) -158 Longitude (ordm)-479

fornecidos pela professora Rafaela Lisboa durante o periacuteodo chuvoso O ano

de 2014 apresenta registros jornaliacutesticos de alagamento nos meses de

Fevereiro com precipitaccedilatildeo de 1392 msup3 Marccedilo com precipitaccedilatildeo de 3402msup3

e Dezembro com precipitaccedilatildeo de 3667msup3 Importante ressaltar que o setor

Noroeste de Brasiacutelia foi construiacutedo em 2011 (site G1) o que aumentou a aacuterea

de solo impermeabilizado e a reduccedilatildeo no escoamento superficial da aacutegua

ocasionando em um aumento nas enchentes e alagamentos na Asa Norte

Segundo Amorim e Pereira (2008 p57) um dos meacutetodos a ser utilizado

para poder saber o volume de aacutegua aproveitaacutevel e consequentemente o

volume de aacutegua do reservatoacuterio Trata-se de um meacutetodo empiacuterico apresentado

na NBR 155272007 O volume de aacutegua do reservatoacuterio V expresso em L eacute

exposto a seguir

119872eacute119905119900119889119900 119875119903aacute119905119894119888119900 119861119903119886119904119894119897119890119894119903119900

119881 = 0042 times 119875 times 119860 times 119879

Em que ldquoVrdquo representa o volume de aacutegua aproveitaacutevel e o volume de

aacutegua do reservatoacuterio (L) ldquoPrdquo a precipitaccedilatildeo meacutedia mensal (mm) ldquoArdquo a aacuterea de

coleta em projeccedilatildeo ldquoTrdquo nuacutemero de meses de pouca chuva ou seca e ldquo0042rdquo eacute

um coeficiente estipulado

Portanto segundo Fontanela (2010 p 25) para estipular o volume do

reservatoacuterio temos que calcular 42 do produto entre o volume de chuva

coletada pelo telhado e o nuacutemero de meses com pouca chuva ou seca

Atribuindo valores do ano de 2014 temos que

119881 = 0042 times 1399119898119898 times 1069 times 5

119881~ 31406119871 119900119906 31406119898sup3

Ressaltando que esse valor obtido eacute uma estimativa do tamanho do

reservatoacuterio e que pode haver um reservatoacuterio de maior capacidade

De forma comparativa eacute de bom senso que se faccedila outro caacutelculo com um

meacutetodo alternativo

Amorim e Pereira (2008 p56) expotildeem que existe um meacutetodo de anaacutelise

de simulaccedilatildeo do reservatoacuterio com capacidade suposta o qual consiste

basicamente na fixaccedilatildeo de um volume para o reservatoacuterio e na verificaccedilatildeo de

consumo que seraacute atendido Sendo assim ldquoo primeiro passo para a aplicaccedilatildeo

desse meacutetodo eacute adotar alguns valores possiacuteveis para o volume com base na

estimativa do consumo mensal de aacutegua natildeo potaacutevelrdquo (Amorim e Pereira 2008

p57) Portanto partindo do ponto que o preacutedio consome cerca de 235000L

devemos calcular uma base que possa ser favoraacutevel economicamente

119872eacute119905119900119889119900 119889119890 119878119894119898119906119897119886ccedilatilde119900 119889119900 119877119890119904119890119903119907119886119905oacute119903119894119900

235224119871 rarr 100

119881 rarr 30

119881 ~ 70000119871 119900119906 70119898sup3

Tambeacutem haacute outra alternativa apresentada por L Pereira (Viabilidade

EconocircmicoAmbiental p 18)

119881119886119888 = 119860119879 times 119875119875119872119860 lowast

119881119886119888 = 1069119898sup2 times 1399119898sup3 = 1495531119898sup3119886119899119900

Equaccedilatildeo a qual ldquoVacrdquo corresponde ao volume de aacutegua captado ldquoATrdquo

aacuterea do telhado e ldquoPPMArdquo eacute a precipitaccedilatildeo pluviomeacutetrica meacutedia mensal

Poreacutem o resultado obtido eacute para os 12 meses do ano e como foi visto no

ano de 2014 temos 7 meses com chuva portanto

119881119886119888 =119879119900119905119886119897

1198983

1198861198991199007 119898119890119904119890119904

lowast

119881119886119888 =1495531119898sup3119886119899119900

7= 21364119898sup3 119900119906 213640119871

dados somente seriam vaacutelidos se a precipitaccedilatildeo fosse uniforme durante os 7 meses de chuva

341 ndash Anaacutelise de caso para a Superquadra 111 Norte

Retomando a tabela 02 temos que a quadra apresenta 11 preacutedios

aproximadamente que variam o nuacutemero de apartamentos por pavimentos e

consequentemente o nuacutemero de moradores mas os edifiacutecios continuam tendo

uma aacuterea de 1069msup2 gerando um uma aacuterea total de 70554msup2 mas teremos

como base os caacutelculos feitos para o preacutedio selecionado no item 34

Realizando um caacutelculo baacutesico tem-se como estimativa de

armazenamento para esta quadra o seguinte

119872eacute119905119900119889119900 119875119903aacute119905119894119888119900 119861119903119886119904119894119897119890119894119903119900

119881~ 31406119871 119900119906 314061198983

11 119875119903eacute119889119894119900119904 times 31406119871 = 345466119871 119900119906 345466119898sup3

119872eacute119905119900119889119900 119889119890 119878119894119898119906119897119886ccedilatilde119900 119889119900 119877119890119904119890119903119907119886119905oacute119903119894119900

119881 ~ 70000119871 119900119906 701198983

11 119875119903eacute119889119894119900119904 times 70000119871 = 770000

119881119900119897119906119898119890 119889119890 aacute119892119906119886 119888119886119901119905119886119889119900 lowast

119881119886119888 = 213641198983119900119906 213640119871

11 119875119903eacute119889119894119900119904 times 213640119871 = 2350040119871 119900119906 235004119898sup3

dados somente seriam vaacutelidos se a precipitaccedilatildeo fosse uniforme durante os 7 meses de chuva

119863119890119898119886119899119889119886 119905119900119905119886119897 119889119886 119902119906119886119889119903119886 119888119900119898 119889119890119904119888119886119903119892119886 119889119890 119887119886119899ℎ119890119894119903119900

11 119875119903eacute119889119894119900119904 times 235224119871 = 2587464119871 119900119906 2587464119898sup3

Segundo Brino (Brasiacutelia Superquadras Residenciais) temos que as

dimensotildees maacuteximas de uma superquadra satildeo de 280x280m resultando numa

aacuterea de 78400msup2 que eacute denominado de Aacuterea Total (AT) A partir disso foi

definido que deveria existir uma faixa externa de 20m denominada de non

aedificandi que foi destinada ao plantio de uma ldquomassa vegetalrdquo de grande

porte e no interior da quadra encontra-se a aacuterea aedificandi a qual possui

240x240m e uma aacuterea de 57600msup2 Realizando uma subtraccedilatildeo da Aacuterea total

pela Aacuterea aedificandi obtecircm-se que a aacuterea non aedificandi eacute de 20800msup2 que

corresponde a 265 da aacuterea total

Com base nessas informaccedilotildees eacute necessaacuterio atentar-se ao detalhe de

que uma parte da precipitaccedilatildeo cai no solo e outra parte nos telhados dos

preacutedios Sendo assim parte da chuva pode ser aproveitada pelo sistema de

captaccedilatildeo enquanto outra parte chega ao solo sem uma interferecircncia direta no

ciclo hidroloacutegico

35 ndash Funcionamento do sistema de captaccedilatildeo

Eacute importante frisar que o sistema de aproveitamento de aacuteguas pluviais eacute

regido pela norma NBR 15527 (Associaccedilatildeo Brasileira de Normas Teacutecnicas

2007) norma a qual faz algumas consideraccedilotildees importantes para implantaccedilatildeo

e correto funcionamento do sistema de captaccedilatildeo Alguns destes satildeo

435 ndash O volume dos reservatoacuterios deve ser dimensionado com

base em criteacuterios teacutecnicos econocircmicos e ambientais levando em

conta as boas praacuteticas da engenharia podendo a criteacuterio do

projetista ser utilizados os meacutetodos contidos no Anexo A ou

outro desde que devidamente justificado

Item 436 ndash Os reservatoacuterios devem ser limpos e desinfetados

com soluccedilatildeo de hipoclorito de soacutedio no miacutenimo uma vez por ano

de acordo com agrave ABNT NBR 5626

Item 442 ndash As tubulaccedilotildees e demais componentes devem ser

claramente diferenciados das tubulaccedilotildees de aacutegua potaacutevel

Item 443 ndash O sistema de distribuiccedilatildeo de chuva deve ser

independente do sistema de aacutegua potaacutevel natildeo permitindo a

conexatildeo cruzada de acordo com agrave ABNT NBR 5626

Item 444 ndash Os pontos de consumo como por exemplo uma

torneira de jardim devem ser de uso restrito e identificados com

placa de advertecircncia com a seguinte inscriccedilatildeo ldquoaacutegua natildeo potaacutevelrdquo

e identificaccedilatildeo graacutefica

Item 445 ndash Os reservatoacuterios de aacutegua de distribuiccedilatildeo de aacutegua

potaacutevel e de aacutegua da chuva devem ser separados

Item 461 ndash Quando necessaacuterio o bombeamento este deve

atender agrave ABNT NBR 12214

Deve-se realizar manutenccedilatildeo em todo o sistema de

aproveitamento de aacutegua de chuva

Para maiores esclarecimentos ldquoo funcionamento de um sistema de

coleta e aproveitamento de aacutegua pluvial consiste de maneira geral na captaccedilatildeo

da aacutegua da chuva que cai sobre os telhados ou lajes da edificaccedilatildeo A aacutegua eacute

conduzida ateacute o local de armazenamento atraveacutes de calhas condutores

horizontais e verticais passando por equipamentos de filtragem e descarte de

impurezas Apoacutes passar pelo filtro a aacutegua eacute armazenada geralmente em

reservatoacuterio enterrado (cisterna) e bombeada a um segundo reservatoacuterio

(elevado) do qual as tubulaccedilotildees especiacuteficas de aacutegua pluvial iratildeo distribuiacute-la

para o consumo natildeo potaacutevelrdquo (Carvalho 2010 p 27 e 28) Conforme ilustra a

imagem a seguir

Figura 02 Funcionamento de um Sistema de Captaccedilatildeo

Fonte Adatildeo D Padini (2013)

De forma mais simplificada podemos ver a representaccedilatildeo no fluxograma

a seguir

Figura 03 Fluxograma do Sistema de Captaccedilatildeo

Fonte Leandro Roncato Pereira

351 ndash Dificuldades para implantaccedilatildeo do sistema

Tal sistema apresenta como dificuldade o local onde seriam instaladas

as cisternas uma vez que geraria um peso sobre o telhado Dessa forma o

sistema seria instalado no jardim cobrando um custo adicional

352 ndash Custo de implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo fechado em um

preacutedio

Na implantaccedilatildeo desse sistema os materiais utilizados teratildeo como base o

meacutetodo praacutetico brasileiro e para aumentar a eficiecircncia do sistema o volume de

31406L seraacute arredondado para 35000L

Os valores de alguns dos materiais apresentados a seguir seguem os

dos apresentados no trabalho de L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental

p 18) apenas o valor da caixa drsquoaacutegua de 10000L foi obtido atraveacutes de

pesquisas em lojas de construccedilatildeo e assim utilizando a de menor valor

Tambeacutem devemos considerar que a bomba consome energia ao bombear aacutegua

para o preacutedio (CEB) portanto os valores seguem conforme a tabela a seguir

Tabela 06 Preccedilo dos Produtos do Sistema de Captaccedilatildeo sem Fluxo

Produto Quantidade Valor unitaacuterio (R$) Valor total (R$)

Cx Daacutegua 10000L 3 496090 1488270

Cx Daacutegua 5000L 1 108000 108000

Boacuteia Eleacutetrica 1 2750 2750

Boacuteia Comum 1 1220 1220

Registro de Gaveta

1 3490 3490

Bomba Anauger 1 23000 23000

Filtro 3P VF1 1 22000 22000

Tubulaccedilotildees 7000 7000

Disjuntor 1 1310 1310

Escavaccedilatildeo Msup3 3666 128310

Matildeo de Obra 1 58574 58574

Energia 054 054

Total 13 727154 1843978

Observaccedilatildeo Pelo fato desse estudo se tratar de um modelo de implantaccedilatildeo

o custo das tubulaccedilotildees vai variar de acordo com a demanda necessitada pelo

preacutedio portanto podendo variar de acordo com o projeto implantado Para este

estudo seraacute adotado o valor de R$ 7000

Observaccedilatildeo Pelo fato desse trabalho tratar-se de um modelo de

implantaccedilatildeo o custo da energia pode variar de acordo com a demanda necessitada

pelo preacutedio portanto podendo variar de acordo com o uso da bomba Para este

estudo seraacute adotado o valor de R$ 054 que eacute o valor do KwH cobrado pela CEB

Segundo Saravy (2010 p 46) haacute tambeacutem um custo para manutenccedilatildeo do

sistema conforme a tabela a seguir

Tabela 07 Preccedilo de Manutenccedilatildeo do Sistema de Captaccedilatildeo

Com esses dados podemos ver o valor total final a ser pago pelo

sistema de captaccedilatildeo que eacute de R$ 1889978

36 ndash Taxas e valores cobrados para utilizaccedilatildeo de aacutegua

Segundo a Companhia de Saneamento Ambiental do Distrito Federal (CAESB)

quando vaacuterias residecircncias satildeo atendidas por uma uacutenica ligaccedilatildeo de aacutegua eacute aplicado o

conceito de consumo ldquoPara exemplificar podemos citar um preacutedio residencial onde

cada apartamento corresponde a uma unidade de consumordquo (CAESB) Contudo o

caacutelculo de gastos seraacute realizado primeiro em um apartamento e posteriormente

multiplicado pelo total de apartamentos do preacutedio uma vez que os preacutedios

residecircncias da Asa Norte pagam a conta de aacutegua atraveacutes do condomiacutenio O preacutedio

Componente Frequecircncia da Manutenccedilatildeo

Custo da Manutenccedilatildeo

Calhas e Condutores

Semestral R$ 13000

Reservatoacuterio Limpeza e

Desinfecccedilatildeo Anual

R$ 20000

desse estudo apresenta um hidrocircmetro que mede o consumo de aacutegua para o todo o

preacutedio

Eacute de suma importacircncia destacar tambeacutem que haacute uma taxa de esgoto que eacute

cobrada pela CAESB consequentemente ldquoo valor da tarifa de esgotos corresponde

a 100 do valor da tarifa de aacutegua exceto quando se tratar de coleta do tipo

condominial que equivale a 60 do valor da tarifa de aacuteguardquo (CAESB)

Deste modo a CAESB utiliza tarifas para diversas categorias de moradia e

comeacutercio e neste estudo seraacute aplicada a tarifa de ldquoresidencial normalrdquo em

concordacircncia com a tabela a seguir

Tabela 08 Valor da Tarifa Cobrado pela CAESB

Para melhor compreensatildeo do caacutelculo que a CAESB faz temos uma conta do

condomiacutenio do preacutedio da Superquadra 111 Norte

Figura 04 Conta Discriminada do Condomiacutenio

Fonte Condomiacutenio do Preacutedio

O caacutelculo feito pela CAESB consiste primeiramente em saber a demanda de

aacutegua gasta em metros cuacutebicos por Unidade de Consumo ndash apartamento ndash para

saber qual faixa ldquomsup3rdquo eacute aplicada Apoacutes saber qual a faixa ldquomsup3rdquo que se enquadra eacute

atribuiacutedo o volume por UC (em msup3) em sequecircncia multiplica-se o volume por UC ou

volume da faixa pelo nuacutemero de UCrsquos correspondente para se obter o volume total

gasto (em msup3) Tendo o volume total gasto basta multiplicar pelo preccedilo corresponde

agrave faixa a qual se encaixa o consumo e assim obtendo o valor total a pagar A partir

do momento que se tem o valor total a pagar eacute necessaacuterio acrescer 100 do valor

para cobrir a tarifa de esgoto conforme a figura

Partindo desses dados podemos calcular por apartamento quanto eacute cobrado

pela CAESB a partir dos dados apresentados no capiacutetulo 34

119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119886119901119886119903119905119886119898119890119899119905119900 = 33119901 times 66119871 ~ 217119871

119863119894119886

119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119886119901119886119903119905119886119898119890119899119905119900 119886119900 119898ecirc119904 = 217119871119889119894119886 times 30119863119894119886119904 = 6510119871 119900119906 65101198983

Com base nesses dados temos que calcular o volume total de descarga em

sanitaacuterios que o preacutedio consome com a seguinte foacutermula

119881119879 = 119881119865 times 119873ordm 119889119890 119880119862prime119904

119881119879 = 10119898sup3 times 36 = 360119898sup3

Em que ldquoVTrdquo corresponde ao volume total do preacutedio ldquoVFrdquo ao volume da faixa

que eacute estipulado pela CAESB e ldquoUCrsquosrdquo satildeo as unidades de consumo que eacute correlato

ao nuacutemero de apartamentos existente

Portanto o total a se pagar em um mecircs eacute calculado da seguinte forma

119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 119881119879 times 119879119886119903119894119891119886 119889119890 aacute119892119906119886 + 119879119886119903119894119891119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900

119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 360119898sup3 times 119877$ 265 + 119879119886119903119894119891119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900

119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 954 + 119877$ 954 = 119877$ 1908

Em 7 meses seriam pagos em descarga

119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 1908 times 7 119872119890119904119890119904 = 119877$ 13356

37 ndash Caacutelculos de economia e retorno de investimento para um sistema

fechado

Conforme exposto por L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental p 15)

ldquopara o caacutelculo da economia da taxa de aacutegua multiplica-se o valor do msup3 (valor

cobrado por msup3 do responsaacutevel pelo fornecimento de aacutegua na cidade []) pelo

volume captado e entatildeo obtecircm-se o valor economizado por ano na taxa de aacuteguardquo

Recapitulando que para esse estudo seraacute utilizado o meacutetodo praacutetico brasieliro

devido aos meses de seca ou pouca chuva

Sendo assim

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119881119886119897119900119903 119889119900 1198983 times 119881119900119897119906119898119890 119888119886119901119905119886119889119900

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 265 times 314061198983

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 8322

Essa economia de R$ 8322 eacute para um mecircs de chuva para o preacutedio todo

sendo assim para os 7 meses de chuva tem-se

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119890 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 8322 times 7 119898119890119904119890119904 = 119877$ 58254

Ainda segundo L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental p 16) para o

caacutelculo da economia referente ao esgoto eacute necessaacuterio multiplicar o valor do msup3 pelo

volume captado e por 08 uma vez que considera-se 20 de perda ou seja para

cada 1 litro de aacutegua que chega na residecircncia eacute cobrado 08 litros para o tratamento

do esgoto

Portanto tem-se

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119881119886119897119900119903 119889119900 1198983 times 119881119900119897119906119898119890 119888119886119901119905119886119889119900 times 08

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900 = 119877$ 265 times 314061198983 times 08

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 6658

Esse valor encontrado de R$ 6658 corresponde a um mecircs de chuva para o

preacutedio sendo assim o total economizado pelo preacutedio em 7 meses eacute de

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119890 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 6658 times 7 119898119890119904119890119904 = 119877$ 46606

ldquoPara o caacutelculo do retorno do investimento divide-se o valor investido pela

economia anual com a implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo e reaproveitamento da

aacutegua pluvialrdquo L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental p 16)

Portanto para 7 meses de chuva tem-se o seguinte

119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 =119881119886119897119900119903 119894119899119907119890119904119905119894119889119900

119864119888119900119899119900119898119894119886 (7119898119890119904119890119904)

119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 = 119877$ 1843924

119877$ 58254 + 119877$ 46606

119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 = 119877$ 1843924

119877$ 9446

119877119890119905119900119903119899119900

119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900= 1952 119886119899119900119904

38 ndash Caacutelculos de dimensionamento para um sistema com fluxo

Os caacutelculos apresentados no subitem anterior satildeo relativos a um sistema

o qual natildeo adota a possibilidade de fluxo dentro do reservatoacuterio Quando se

fala em fluxo temos que considerar que ao mesmo tempo em que o preacutedio

utiliza aacutegua do reservatoacuterio de aacutegua pluvial o mesmo vai enchendo com aacutegua

pluvial Portanto haacute um ciclo no qual o preacutedio demanda aacutegua do reservatoacuterio e

o mesmo vai enchendo conforme chove no local

Sabendo que a meacutedia mensal eacute de 1399msup3 eacute preciso multiplicar isso

por 12 para se obter o quanto choveu em 2014 Sendo assim

119879119900119905119886119897 119886119900 119886119899119900 = 1399119898119898 times 12 119898119890119904119890119904

119879119900119905119886119897 119886119900 119886119899119900 = 16788119898119898

Mas como foi visto o periacuteodo chuvoso eacute de 7 meses entatildeo temos

119875119903119890119888119894119901119894119905119886ccedilatilde119900 119901119886119903119886 7 119898119890119904119890119904 = 16788119898119898 divide 7 = 2398119898119898

Com isso eacute necessaacuterio realizar o caacutelculo da meacutedia de captaccedilatildeo de aacutegua

por mecircs para a aacuterea de 1069msup2

119872119890119889119894119886 119889119890 119862119886119901119905119886ccedilatilde119900 = 2398119898119898 times 1069119898sup2

119872eacute119889119894119886 119889119890 119862119886119901119905119886ccedilatilde119900 = 256346119871 119900119906 256346119898sup3

Ao considerar o valor obtido temos que realizar o quanto seria captado

diariamente

119872eacute119889119894119886 119889119894aacute119903119894119886 = 256346119898sup3 divide 30 119889119894119886119904 = 85119898sup3119889119894119886

A partir desses caacutelculos podemos realizar a seguinte comparaccedilatildeo O

preacutedio consome cerca de 78msup3 ao dia de aacutegua para descarga de vasos sanitaacuterios

enquanto a meacutedia diaacuteria de captaccedilatildeo eacute de 85msup3 por conseguinte temos um fluxo

positivo de aacutegua para o reservatoacuterio de 067msup3dia nos dias chuvosos

Se colocarmos um reservatoacuterio de 35msup3 sem nenhuma aacutegua

armazenada poderemos constatar que o reservatoacuterio iria encher por completo em

cerca de 53 dias conforme o caacutelculo a seguir

351198983 = 0671198983 times 119909 119889119894119886119904

119909 119889119894119886119904 = 35119898sup3 divide 067119898sup3 = 5223 119889119894119886119904

Analisando esses dados temos que a partir do 54ordm dia o reservatoacuterio

estaria completamente cheio e no restante dos 156 dias que teriacuteamos de chuva

esses 067msup3 seriam de certa forma desperdiccedilados uma vez que esse fluxo de

067msup3 ao final dos 7 meses gerariam cerca de 1407msup3 enquanto o reservatoacuterio tem

a capacidade de 35msup3 conforme o caacutelculo a seguir

119875119900119905119890119899119888119894119886119897 = 067119898sup3 times 156 119889119894119886119904 = 1045119898sup3

Se considerarmos esse fluxo positivo de 067msup3dia temos que ao final

dos 210 dias (7meses) seria possiacutevel armazenar 1407 msup3 de aacutegua Com um

reservatoacuterio de 35msup3 1057msup3 estariam sendo escoados para fora do reservatoacuterio

Portanto o ideal seria um reservatoacuterio que se aproxime de 1407msup3 para que ao

final dos 7 meses toda aacutegua possiacutevel fosse armazenada no entanto o reservatoacuterio

deveria ser de 145msup3

Devemos considerar ainda que ao final dos 7 meses o reservatoacuterio

estaria cheio no periacuteodo de seca conseguiria abastecer o preacutedio de acordo com a

demanda do preacutedio sendo assim

119880119905119894119897119894119911119886ccedilatilde119900 119899119886 119904119890119888119886 = 119879119900119905119886119897 119889119900 119903119890119904119890119903119907119886119905oacute119903119894119900 divide 119863119890119898119886119899119889119886 119889119894aacute119903119894119886

119880119905119894119897119894119911119886ccedilatilde119900 119899119886 119904119890119888119886 = 1451198983 divide 781198983119889119894119886

119880119905119894119897119894119911119886ccedilatilde119900 119899119886 119904119890119888119886 = 1858 119889119894119886119904

381 ndash Custo de implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo com fluxo em um

preacutedio

Na implantaccedilatildeo desse sistema os materiais utilizados teratildeo como base

as estimativas que foram apresentadas no subitem anterior e para aumentar a

eficiecircncia do sistema o volume de 1400007L seraacute arredondado para

145000L

Devido ao tamanho do reservatoacuterio eacute de se esperar que o reservatoacuterio

natildeo seja instalado em cima do preacutedio uma vez que a estrutura do preacutedio natildeo

conseguiria suportar o peso que o reservatoacuterio faria sobre o telhado

consequentemente o reservatoacuterio deveraacute ser instalado no jardim do preacutedio que

iraacute gerar um custo a mais por conta da escavaccedilatildeo

Os valores de alguns dos materiais apresentados a seguir seguem os

dos apresentados no trabalho de L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental

p 18) apenas o valor da caixa drsquoaacutegua de 10000L foi obtido atraveacutes de

pesquisas em lojas de construccedilatildeo e assim utilizando a de menor valor

conforme a tabela a seguir Segundo o Saneamento de Goiaacutes SA (SANEAGO)

o custo de escavaccedilatildeo eacute calculado a partir do total de msup3 aleacutem de 3m de

profundidade

Tabela 09 Preccedilo dos Produtos do Sistema de Captaccedilatildeo com Fluxo

Observaccedilatildeo Pelo fato desse estudo se tratar de um modelo de implantaccedilatildeo

o custo das tubulaccedilotildees vai variar de acordo com a demanda necessitada pelo

preacutedio portanto podendo variar de acordo com o projeto implantado Para este

estudo seraacute adotado o valor de R$ 7000

Observaccedilatildeo Pelo fato desse trabalho tratar-se de um modelo de

implantaccedilatildeo o custo da energia pode variar de acordo com a demanda necessitada

pelo preacutedio portanto podendo variar de acordo com o uso da bomba Para este

estudo seraacute adotado o valor de R$ 054 que eacute o valor do KwH cobrado pela CEB

Produto Quantidade Valor unitaacuterio (R$) Valor total (R$)

Cx Daacutegua 10000L 14 496090 6945260

Cx Daacutegua 5000L 1 108000 108000

Boacuteia Eleacutetrica 1 2750 2750

Boacuteia Comum 1 1220 1220

Registro de Gaveta

1 3490 3490

Bomba Anauger 1 23000 23000

Filtro 3P VF1 1 22000 22000

Tubulaccedilotildees 7000 7000

Disjuntor 1 1310 1310

Escavaccedilatildeo Msup3 3666 53157

Matildeo de Obra 1 58574 58574

Energia 054 054

Total 13 727154 7704228

382 ndash Caacutelculos de economia e retorno de investimento para um sistema

com fluxo

Partindo dos dados apresentados podemos calcular por apartamento quanto eacute

cobrado pela CAESB a partir dos dados apresentados no capiacutetulo 34

119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119886119901119886119903119905119886119898119890119899119905119900 = 33119901 times 66119871 ~ 217119871

119863119894119886

119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119886119901119886119903119905119886119898119890119899119905119900 119886119900 119898ecirc119904 = 217119871119889119894119886 times 30119863119894119886119904 = 6510119871 119900119906 65101198983

Em que ldquoVTrdquo corresponde ao volume total do preacutedio ldquoVFrdquo ao volume da faixa

que eacute estipulado pela CAESB e ldquoUCrsquosrdquo satildeo as unidades de consumo que eacute correlato

ao nuacutemero de apartamentos existente

Portanto o total a se pagar em um mecircs eacute calculado da seguinte forma

119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 119881119879 times 119879119886119903119894119891119886 119889119890 aacute119892119906119886 + 119879119886119903119894119891119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900

119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 360119898sup3 times 119877$ 265 + 119879119886119903119894119891119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900

119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 954 + 119877$ 954 = 119877$ 1908

Retomando o caacutelculo exposto por L Pereira (Viabilidade

EconocircmicoAmbiental p 15) no subitem anterior temos que o caacutelculo da CAESB

seria feito da seguinte maneira

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119881119886119897119900119903 119889119900 1198983 times 119881119900119897119906119898119890 119888119886119901119905119886119889119900

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 265 times 1451198983

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 38425

Esse caacutelculo eacute equivalente a um mecircs de captaccedilatildeo para os 7 meses

teremos o seguinte

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119890 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 38425 times 7 119898119890119904119890119904 = 119877$ 268975

Conforme foi visto para o caacutelculo da economia de esgoto eacute necessaacuterio

multiplicar o valor do msup3 pelo volume captado e por 08 uma vez que considera-se

20 de perda ou seja para cada 1 litro de aacutegua que chega na residecircncia eacute cobrado

08 litros para o tratamento do esgoto Portanto para um mecircs segue-se

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119881119886119897119900119903 119889119900 1198983 times 119881119900119897119906119898119890 119888119886119901119905119886119889119900 times 08

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900 = 119877$ 265 times 1451198983 times 08

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 3074

ldquoPara o caacutelculo do retorno do investimento divide-se o valor investido pela

economia anual com a implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo e reaproveitamento da

aacutegua pluvialrdquo L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental p 16)

Portanto para 7 meses de chuva tem-se o seguinte

119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 =119881119886119897119900119903 119894119899119907119890119904119905119894119889119900

119864119888119900119899119900119898119894119886 (7119898119890119904119890119904)

119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 = 119877$ 17704228

119877$ 268975 + 119877$ 21518

119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 = 119877$ 7704228

119877$ 484155

119877119890119905119900119903119899119900

119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900= 1591119886119899119900119904

4 ndash Conclusatildeo e Consideraccedilotildees Finais

De acordo com o que foi exposto temos que a implantaccedilatildeo do sistema de

captaccedilatildeo para o aproveitamento de aacuteguas pluviais eacute uma oacutetima alternativa para

substituiccedilatildeo da ldquoaacutegua cinzardquo possibilitando tambeacutem um destino mais correto do

ponto de vista ambiental para a aacutegua que se tornaria esgoto Como eacute de

conhecimento este tipo de meacutetodo eacute utilizado em diversas regiotildees natildeo somente

aquelas que sofrem com escassez de aacutegua

Mesmo sabendo que o Brasil possui um grande potencial hiacutedrico observamos

que uma parcela da populaccedilatildeo natildeo tem consciecircncia quanto ao gasto de aacutegua

gerando um grande desperdiacutecio de forma desnecessaacuteria Portanto partindo de um

pensamento racional um sistema de captaccedilatildeo seria viaacutevel para o aproveitamento da

aacutegua para fins de consumo domeacutestico mais precisamente ldquoaacutegua cinzardquo

Considerando os caacutelculos apresentados a partir da taxa de precipitaccedilatildeo meacutedia

em Brasiacutelia a criaccedilatildeo de um sistema de captaccedilatildeo pluvial predial traz benefiacutecios

econocircmicos e ambientais O projeto torna-se viaacutevel economicamente pois desde

que se faccedila a manutenccedilatildeo de forma adequada do sistema este teraacute uma vida uacutetil

longa e considerando que se obteacutem o retorno do investimento em aproximadamente

16 anos para um sistema com fluxo apoacutes este periacuteodo o sistema passa a ser

lucrativo para o preacutedio que implanta pois o custo eacute dividido no condomiacutenio dentre os

moradores do preacutedio

Analisando do ponto de vista ambiental o desenvolvimento urbano de Brasiacutelia

ocasionou em superfiacutecies impermeaacuteveis dificultando a absorccedilatildeo de aacuteguas pluviais

pelo solo e juntamente com o sistema de redes pluviais e o sistema de drenagem

ultrapassados os alagamentos e enchentes tecircm se tornado constante quando

ocorrem chuvas anormais Com as estimativas feitas neste trabalho eacute possiacutevel que

tais transtornos hiacutedricos urbanos possam ser amenizados a partir da implantaccedilatildeo do

sistema sem que afete o ciclo hidroloacutegico natural Logicamente essa natildeo eacute a

soluccedilatildeo uma vez que ela deve ser apenas um complemento agrave poliacuteticas publicas

poliacuteticas de incentivo entre outras medidas de cunho sustentaacutevel

Em vista disso a implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo e aproveitamento de

aacuteguas pluviais acarretaria em uma significativa melhora ambiental atraveacutes da

substituiccedilatildeo de uma parcela da aacutegua fornecida pela CAESB e possivelmente

mitigando os transtornos hiacutedricos urbanos se aplicado em larga escala

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Apoacutes tratar de um modo geral cidades sustentaacuteveis e a sustentabilidade

urbana eacute interessante analisar o caso brasileiro Infelizmente a preocupaccedilatildeo

ambiental brasileira foi tardia e a evoluccedilatildeo foi lenta Em questotildees de

urbanizaccedilatildeo houve uma transformaccedilatildeo estrutural de ordem socioeconocircmica

reformulando a ocupaccedilatildeo do territoacuterio nacional ocasionando em impactos

ambientais e no dado de que cerca de 80 da populaccedilatildeo brasileira mora em

aacutereas urbanas Mas ao decorrer do tempo a questatildeo ambiental foi ligada ao

social os pensamentos acerca desse tema tiveram uma nova percepccedilatildeo

Como exemplo temos o caso dos recursos hiacutedricos em que a legislaccedilatildeo teve

o cuidado de considerar aleacutem do aspecto ambiental os aspectos sociais e

econocircmicos

Foi criado o Sistema Nacional de Recursos Hiacutedricos (SNRH) que no

texto de Schussel (2004 p 65) satildeo expostas a valoraccedilatildeo da aacutegua como bem

econocircmico a prioridade do abastecimento puacuteblico em detrimento da produccedilatildeo

de energia e a gestatildeo compartilhada entre usuaacuterios poder puacuteblico e sociedade

civil de bacias hidrograacuteficas por meio da implantaccedilatildeo dos ldquoComitecircs de Baciardquo

Essa questatildeo de integraccedilatildeo do ambiental ao social e econocircmico ocorreu

na deacutecada de 80 em que Silva (Poliacuteticas Puacuteblicas e Estrateacutegias de

Sustentabilidade Urbana p 2 apud Ribeiro 2001 p 134-135) destaca ldquoa

questatildeo urbana eacute integrada agrave questatildeo social e as representaccedilotildees antiurbanas

satildeo substituiacutedas pelo diagnoacutestico orientado por ideais republicanos de justiccedila

social e democracia A tarefa do pensamento e da accedilatildeo dos urbanistas passa a

ser o fazer coincidir a cidade e a cidadaniardquo Apesar do atraso na aplicaccedilatildeo do

pensamento ambiental - no caso o de cidades sustentaacuteveis - atualmente o

Brasil apresenta um niacutevel consideraacutevel de desenvolvimento tecnoloacutegico e social

que podem retardar a degradaccedilatildeo e os malefiacutecios causados nas cidades E por

que natildeo ocorre tal melhoria no setor ambiental urbano O Brasil carece de

poliacuteticas puacuteblicas que sirvam para o propoacutesito ambiental sem contar a falta de

instruccedilatildeo ambiental de uma boa parcela da sociedade Isso eacute confirmado com

as atitudes da populaccedilatildeo no texto de Loureiro e De Gregori (Revista Eletrocircnica

do Curso de Direito ndash UFSM p 459) eacute exposto que ldquoo lixo jogado nas ruas

causa entupimento de bueiros o que dificulta o escoamento da aacutegua da chuva

Aleacutem disso mesmo quando ocorre escoamento a aacutegua leva detritos

diretamente para o curso dos rios coacuterregos mananciais entre outros Em

razatildeo do exposto um meio indireto mas eficiente de se poluir a aacuteguardquo

Desse modo termo ldquosustentabilidaderdquo atrelado agraves necessidades

urbanas merece se conciliado de certa maneira que o ser humano produza

desenvolvimento e tambeacutem conserve o meio ambiente Portanto para o Brasil

os modelos que devem ser desenvolvidos nas cidades precisam ser justos

eacuteticos e sustentaacuteveis abrangendo todas as classes sociais e sendo igualitaacuterio

trazendo assim a concepccedilatildeo de que as transformaccedilotildees natildeo necessariamente

devem partir do governo e sim das accedilotildees que integrem os cidadatildeos

almejando a sustentabilidade Quando se diz ldquoas accedilotildees que integrem os

cidadatildeosrdquo na verdade o que se busca expressar eacute que a atitude deve partir da

populaccedilatildeo e natildeo do governo pois tais accedilotildees promovidas pela populaccedilatildeo as

aproximam das poliacuteticas puacuteblicas gerando melhores oportunidades e formas

alternativas de sistemas igualitaacuterios quando relacionados a exposiccedilatildeo de riscos

ambientais Tudo isso para oferecer um ambiente urbano com um

desenvolvimento em equiliacutebrio ambientalmente sustentaacutevel e socialmente

justo

Retomando o Artigo 2ordm do Estatuto da Cidade Loureiro e De Gregori

(Revista Eletrocircnica do Curso de Direito ndash UFSM p 462) expotildeem que houve

uma mudanccedila de paradigma ao se pensar em ambientes urbanos assim

expondo trecircs objetivos a serem alcanccedilados com as cidades ldquoo primeiro seria

um ambiente destinado agrave moradia de um acuacutemulo de comunidades jaacute em uma

segunda perspectiva seria um ambiente de poliacuteticas a fim de atingir funccedilatildeo

social urbana e por fim a garantia de ambientes urbanos como um meio

sustentaacutevel e sadio de desenvolvimentordquo Eacute importante ressaltar que esse

ponto de vista reflete que soacute seraacute possiacutevel assegurar um ambiente urbano para

a presente geraccedilatildeo e para as futuras partindo da preservaccedilatildeo do meio

ambiente

Portanto diversas iniciativas podem tornar o ambiente urbano em cidade

sustentaacutevel o que procura promover uma estabilidade e um equiliacutebrio agraves

cidades com uma visatildeo a longo prazo O processo de implantaccedilatildeo de cidades

sustentaacuteveis no Brasil deve primeiramente partir de accedilotildees individuais ou

privadas e articulada agraves poliacuteticas puacuteblicas para que haja uma eficiecircncia na

aplicabilidade sem desconsiderar que haacute uma possibilidade de gerar um

sistema insustentaacutevel Por que pode se tornar um sistema insustentaacutevel

Segundo Loureiro e De Gregori (Revista Eletrocircnica do Curso de Direito ndash

UFSM p 465 apud Godard 1990 p40-45) ldquoa insustentabilidade exprime

assim a incapacidade de as poliacuteticas puacuteblicas adaptarem a oferta de serviccedilos

urbanos agrave quantidade e agrave qualidade das demandas sociais provocando um

ldquodesequiliacutebriordquo entre necessidades cotidianas da populaccedilatildeo e os meios de as

satisfazer entre a demanda por serviccedilos urbanos e os investimento em redes e

infraestruturardquo

Jaacute que a realidade brasileira exprime uma grande distorccedilatildeo do que eacute

apresentado nos estudos como conseguir implantar uma cidade sustentaacutevel e

assim suportaacute-la Primeiramente eacute necessaacuterio ampliar o ponto de vista natildeo se

prendendo agraves poliacuteticas puacuteblicas em segundo plano eacute preciso que se tenha uma

accedilatildeo coletiva da populaccedilatildeo atraveacutes da conscientizaccedilatildeo ou de accedilotildees que

promovam a sustentabilidade dentro da cidade

Eacute importante ressaltar que natildeo se pode descartar as poliacuteticas puacuteblicas

mas tambeacutem natildeo se pode esperar que elas resolvam todos os problemas

presentes na cidade Sendo assim para que uma cidade torne-se sustentaacutevel eacute

preciso que as accedilotildees realizadas pela populaccedilatildeo sejam emparelhadas com as

poliacuteticas puacuteblicas aplicadas pelo governo No Brasil haacute cidades que satildeo

consideradas sustentaacuteveis mas essas cidades optaram apenas por um

planejamento urbano voltado para reconstituiccedilatildeo de aacutereas verdes

aprimoramento nas soluccedilotildees urbaniacutesticas e na tecnologia do transporte urbano

Tais accedilotildees natildeo devem ser desconsideras e sim exaltadas pelo funcionamento

adequado e promoccedilatildeo da sustentabilidade urbana Outras questotildees tatildeo

importantes quanto satildeo deixadas de lado pelo governo e nesse caso deve-se

ter uma aplicaccedilatildeo da sociedade para que ganhe uma visatildeo e assim sejam

aplicadas poliacuteticas puacuteblicas voltadas para tais questotildees

Em especiacutefico coloco o problema hiacutedrico que tem assolado vaacuterias

cidades do paiacutes por trazer prejuiacutezos de forma direta e indireta a populaccedilatildeo O

problema hiacutedrico brasileiro natildeo eacute apenas o causado pela estiagem e falta de

aacutegua em algumas localidades ele tambeacutem eacute expresso pelas chuvas

torrenciais Em face disso eacute importante unir o uacutetil ao agradaacutevel Vale expor que

em decorrecircncia do aumento da urbanizaccedilatildeo as aacutereas foram pavimentadas e

cobertas por preacutedios casas monumentos entre outras edificaccedilotildees

ocasionando na impermeabilizaccedilatildeo do solo em aacutereas naturais Devido a esse

fator o ser humano vem demandando novas soluccedilotildees e poliacuteticas puacuteblicas para

o controle e mitigaccedilatildeo de impactos causados pela chuva tais como

alagamentos

Os governos de modo geral vecircm encontrando seacuterias dificuldades

quanto agraves questotildees de gestatildeo dos alagamentos em suas aacutereas puacuteblicas Para

Brasiacutelia e o Governo do Distrito Federal esse problema eacute recente e nem tatildeo

alarmante quando comparado aos das grandes capitais brasileiras como Satildeo

Paulo ou Rio de Janeiro Portanto eacute necessaacuterio que se tenha uma precauccedilatildeo

com o uso das aacuteguas tratadas para que possam ser utilizadas fontes

alternativas Com o objetivo de aproveitamento de aacuteguas pluviais a captaccedilatildeo

de aacutegua advinda das chuvas possui um vieacutes sustentaacutevel do ponto de vista

teacutecnico e econocircmico quando aplicado em sistemas de uso privativo Cabe

ressaltar que esse estudo visa aliar o conceito de cidades sustentaacuteveis a partir

da iniciativa privada agraves necessidades encontradas na cidade de Brasiacutelia no

caso de um projeto de aproveitamento de aacuteguas pluviais que atenda a

demanda de aacutegua natildeo potaacutevel tendo como base a precipitaccedilatildeo de chuva local

sem desconsiderar o ciclo hidroloacutegico para que natildeo ocorra um desequiliacutebrio do

mesmo e ocasione mais desastres ambientais

Tal sistema tem como objetivo gerar uma fonte de aacutegua natildeo potaacutevel

para uso diaacuterio em sistemas prediais como descarga limpeza do preacutedio

irrigaccedilatildeo de jardins disponibilidade para lavagem de automoacuteveis entre outras

possibilidades gerando uma economia da aacutegua utilizada e consequentemente

uma economia monetaacuteria Aleacutem desse objetivo reducionista de gasto e aacutegua

haacute tambeacutem a possibilidade da reduccedilatildeo de transtornos hiacutedricos urbanos

Portanto ao abordar sobre poliacuteticas puacuteblicas eacute de suma importacircncia

compreender que o ldquodesenvolvimento sustentaacutevel eacute um processo de

aprendizagem social de longo prazo que por sua vez eacute direcionado por

poliacuteticas puacuteblicas orientadas por um plano de desenvolvimento nacionalrdquo

(Barbosa 2008 p 6) O conceito de desenvolvimento sustentaacutevel seraacute melhor

apresentado no capiacutetulo seguinte

2 ndash Sustentabilidade desenvolvimento sustentaacutevel e a sua

importacircncia

Inicio esse capiacutetulo com uma frase de Nascimento (2012 p 57) em que

se queremos sugerir uma sustentabilidade para toda a sociedade eacute necessaacuterio

que tenhamos uma ldquolinha transversal a eacutetica solidaacuteria com os excluiacutedos de hoje

para que natildeo haja excluiacutedos amanhatilderdquo

Por que a sustentabilidade eacute algo importante para noacutes Eacute necessaacuterio

que seja de conhecimento geral de que estamos ameaccedilados em todos os

aspectos ligados agrave utilizaccedilatildeo de recursos naturais e aproveitamento dos

mesmos Portanto haacute uma conexatildeo direta ao desenvolvimento sustentaacutevel

Nascimento (2012 p 58) ainda aponta que ldquoateacute meados do seacuteculo XX a

humanidade temia basicamente duas grandes extinccedilotildees ndash uma externa

(choque de um grande meteorito como aparentemente ocorreu haacute 65 milhotildees

de anos extinguindo os dinossauros) e outra interna (o advento de uma

epidemia desconhecida e incontrolaacutevel) Em meados do seacuteculo passado foi

acrescida mais uma ameaccedila provinda dos proacuteprios seres humanos a bomba

atocircmica O seu poder de destruiccedilatildeo ficou evidente com as explosotildees de

Hiroshima e Nagasakirdquo Sendo assim eacute perceptiacutevel que o estilo de vida de alta

produccedilatildeo e consumo vigente nos leva a crer que um desastre eacute cada vez mais

plausiacutevel

ldquoQue a economia estaacute em um conflito com os sistemas naturais do

planeta eacute uma evidecircncia que ressalta das informaccedilotildees cotidianas sobre o

desaparecimento das zonas de pesca reduccedilatildeo das florestas a erosatildeo do

solo e o desaparecimento de espeacuteciesrdquo (Nascimento 2012 p 58 apud

Brown 2003 p14) Portanto a crise ambiental aponta um desgaste das

condiccedilotildees ldquonormaisrdquo de vida no planeta Terra Segundo Nascimento (2012 p

58) ldquo[] eacute possiacutevel caso o cenaacuterio mais pessimista do aquecimento global

venha a se confirmar que uma nova possibilidade de auto extinccedilatildeo seja criada

no final desse seacuteculordquo Desta forma o atual modelo de vida natildeo deteriora

apenas o meio ambiente tambeacutem prejudica a vida humana e para que sejam

reduzidos esses transtornos agrave vida humana eacute preciso que iniciativas e

alternativas sejam criadas por meio de inovaccedilotildees tecnoloacutegicas para que haja

uma saiacuteda

ldquoA crise ambiental assumiu contornos mais graves com a percepccedilatildeo da

responsabilidade antroacutepica do aquecimento global e a dinacircmica de ascensatildeo

de um contingente humano mais significativo no mercado de consumordquo

(Nascimento 2012 p 61) Quando a crise ambiental se tornou algo de suma

importacircncia Quando como e por que a sustentabilidade e o desenvolvimento

sustentaacutevel se tornaram relevantes para o combate agrave crise ambiental Eacute

necessaacuterio compreender que a sustentabilidade possui dois vieses quando

relacionada agrave sua origem Uma de suas origens tem base na biologia mais

precisamente na ecologia a qual atribui o conceito de resiliecircncia ndash capacidade

de recuperaccedilatildeo e reproduccedilatildeo dos ecossistemas ndash perante as degradaccedilotildees

antroacutepicas com o uso exacerbado dos recursos naturais Ainda relacionado agrave

ecologia haacute as causas naturais como terremotos fogo tsunamis pragas

entre outros O outro vieacutes de origem da sustentabilidade adveacutem da economia

como o adjetivo do desenvolvimento diante da visibilidade que ganhou ao

longo do seacuteculo XX referente ao padratildeo de consumo desenvolvido ao redor do

mundo (Nascimento 2012 p 51)

Segundo Nascimento a ideia de sustentabilidade como enfoque

mundial tem origem na deacutecada de 1950 O surgimento e a importacircncia desse

termo ocorrem devido a um risco ambiental global a poluiccedilatildeo nuclear ldquoOs seus

indiacutecios alertaram os seres humanos de que estamos em uma nave comum e

que problemas ambientais natildeo estatildeo restritos a territoacuterios limitadosrdquo

(Nascimento 2012 p 2) Segundo Nascimento (2012 p 52 apud Machado

2005) ldquoA ocorrecircncia de chuvas radiativas a milhares de quilocircmetros dos locais

de realizaccedilatildeo dos testes acendeu um caloroso debate no seio da comunidade

cientiacuteficardquo Na deacutecada de 1960 houve outro fato importante que implicou na

questatildeo da percepccedilatildeo da crise ambiental dando importacircncia a

sustentabilidade devido ao uso de inseticidas e pesticidas quiacutemicos e

transtornos causados por esses apontados por Rachel Carson em seu livro

intitulado de ldquoPrimavera Silenciosardquo ndash Silent Spring

Ainda na deacutecada de 60 as chuvas aacutecidas recorrentes nos paiacuteses

noacuterdicos levaram a Sueacutecia junto ao Conselho Econocircmico e Social das Naccedilotildees

Unidas (ECOSOC) a propor a realizaccedilatildeo de uma conferecircncia para tratar de um

acordo internacional para uma possiacutevel reduccedilatildeo na emissatildeo dos gases

responsaacuteveis por tal transtorno Com isso ocorreu a Conferecircncia de

Estocolmo em 1972 colocando em evidecircncia os paiacuteses subdesenvolvidos e

desenvolvidos da eacutepoca A princiacutepio as preocupaccedilotildees natildeo eram nem um

pouco igualitaacuterias jaacute que os paiacuteses desenvolvidos estavam atentos agrave

degradaccedilatildeo ambiental que afetavam sua qualidade de vida enquanto os

paiacuteses subdesenvolvidos estavam preocupados em natildeo sofrerem sanccedilotildees

comerciais e apresentarem um retardo em seu desenvolvimento uma vez que

naquela eacutepoca os problemas ambientais eram associados ao crescimento

econocircmico dos paiacuteses de terceiro mundo Nessa conferecircncia ficou exposto

que os paiacuteses desenvolvidos defendiam a proteccedilatildeo do meio ambiente como

principal foco e os paiacuteses em desenvolvimento focavam no combate agrave

pobreza

Para melhor esclarecer Nascimento expotildee a partir do documento ldquoOnly

One Earthrdquo (Ward amp Dubos 1973) ldquo[] O problema ambiental como decorrente

de externalidades econocircmicas proacuteprias do excesso de desenvolvimento

(tecnologia agressiva e consumo excessivo) de um lado e de sua falta

(crescimento demograacutefico e baixo PIB per capita) de outro Posta dessa forma

a questatildeo ambiental deixava de ficar restrita ao meio natural e adentrava o

espaccedilo socialrdquo Contemporacircneo a isso temos o relatoacuterio do Clube de Roma ndash

Limits to Growth (Meadows et al 1972) que propunha uma reduccedilatildeo do

desenvolvimento industrial nos paiacuteses desenvolvidos e uma contenccedilatildeo no

crescimento populacional nos paiacuteses subdesenvolvidos juntamente com o

apoio daqueles aos subdesenvolvidos para que pudessem crescer

economicamente A partir desses eventos os governos se conscientizaram e

criaram agecircncias que tratassem das questotildees ambientais para que pudessem

juntar dados ambientais jaacute que na eacutepoca careciam de tais informaccedilotildees

No Brasil foi criada a Secretaria Especial do Meio Ambiente (SEMA) em

1973 enquanto nos EUA jaacute existia a Environmental Protection Agency (EPA)

desde 1970

Dez anos apoacutes a Conferecircncia de Estocolmo uma anaacutelise dos resultados

foi feita pela ONU e mostrou que o resultado estabelecido deixou a desejar e

que os esforccedilos realizados foram inferiores Em decorrecircncia desse mal

desempenho foi formada a Comissatildeo Mundial sobre Meio Ambiente e

Desenvolvimento (CMMAD) presidida por Gro Harlen Brundtland responsaacutevel

pelo relatoacuterio ldquoNosso Futuro Comumrdquo ndash Our Common Future ndash que tinha como

principal proposta a criaccedilatildeo de uma agenda global para focar em uma

mudanccedila consideraacutevel Esse estudo obteve informaccedilotildees durante trecircs anos a

partir de pesquisas e anaacutelises com enfoque na parte social Segundo Barbosa

(2008 p2) as informaccedilotildees colhidas do relatoacuterio com base nas questotildees

sociais referiam-se ldquoao uso da terra sua ocupaccedilatildeo suprimento de aacutegua abrigo

e serviccedilos sociais educativos e sanitaacuterios aleacutem de administraccedilatildeo do

crescimento urbanordquo

Tal relatoacuterio foi responsaacutevel pela criaccedilatildeo do termo ldquoDesenvolvimento

Sustentaacutevelrdquo que ldquoconsistiu o maior esforccedilo entatildeo conhecido para conciliar a

preservaccedilatildeo do meio ambiente com o desenvolvimento econocircmicordquo

(Nascimento 2012 p 54) Uma definiccedilatildeo baacutesica do que eacute DS eacute exposta por

Nascimento (2012 p 58 apud Lenzi 2006) ldquoDesenvolvimento sustentaacutevel eacute o

desenvolvimento que satisfaz as necessidades do presente sem comprometer

a capacidade das geraccedilotildees futuras em satisfazer suas proacuteprias necessidadesrdquo

Estender e Pitta (O Conceito do Desenvolvimento Sustentaacutevel apud Camargo

2003 p 43) tambeacutem fazem citaccedilatildeo agrave outra definiccedilatildeo apontada no relatoacuterio

ldquoEm essecircncia o desenvolvimento sustentaacutevel eacute um

processo de transformaccedilatildeo no qual a exploraccedilatildeo dos

recursos a direccedilatildeo dos investimentos a orientaccedilatildeo

do desenvolvimento tecnoloacutegico e a mudanccedila

institucional se harmonizam e reforccedilam o potencial

presente e futuro a fim de atender agraves necessidades

e aspiraccedilotildees humanasrdquo

Nascimento (2012 p 54) aponta que ldquoA forccedila e a fraqueza dessa

definiccedilatildeo encontram-se justamente nessa foacutermula vaga pois deixam-se em

aberto quais seriam as necessidades humanas atuais e mais ainda as das

geraccedilotildees futurasrdquo

Segundo Barbosa (2008) o relatoacuterio faz consideraccedilotildees agraves questotildees

urbanas no qual as cidades em seu desenvolvimento devem contemplar as

necessidades baacutesicas de toda a populaccedilatildeo e conceder oportunidades de

melhora na qualidade de vida de todos buscando alcanccedilar uma equidade na

sociedade por meio de processos democraacuteticos para que haja um

desenvolvimento urbano adequado Ainda com referecircncia ao relatoacuterio haacute ldquoa

necessidade de descentralizaccedilatildeo das aplicaccedilotildees de recursos financeiros e

humanos e a necessidade do poder poliacutetico favorecer as cidades em sua

escala localrdquo (Barbosa 2008 p 2) Quanto agrave questatildeo do uso de recursos

naturais foi avaliada no relatoacuterio a capacidade de resiliecircncia da biosfera os

efeitos e as possiacuteveis consequecircncias causadas pela accedilatildeo antroacutepica apontando

ainda que a pobreza pode ser considerada como um problema ambiental e que

a tentativa de erradicar a mesma pode ser a base para a busca da

sustentabilidade Com essa contribuiccedilatildeo na mudanccedila do modo de perceber as

necessidades urbanas o relatoacuterio apresentou trecircs princiacutepios baacutesicos ou

aspectos que deveriam ser cumpridos ndash proteccedilatildeo ambiental equidade social e

o desenvolvimento econocircmico ndash e que seratildeo expostos mais adiante

Apesar de todos esses pontos levantados o relatoacuterio Brundtland

recebeu vaacuterias criacuteticas pelo fato de acusar a pobreza e o descontrole do

crescimento populacional nos paiacuteses subdesenvolvidos como a fonte principal

dos problemas ambientais e da insustentabilidade do planeta e de colocar em

segundo plano a poluiccedilatildeo causada ateacute a data de publicaccedilatildeo do relatoacuterio pelos

paiacuteses desenvolvidos

Em 1986 foi realizada a conferecircncia de Ottawa ndash Carta de Ottawa 1986

ndash na qual foram estabelecidas cinco condiccedilotildees para que se tentasse alcanccedilar o

desenvolvimento sustentaacutevel entre elas a manutenccedilatildeo da integraccedilatildeo

ecoloacutegica a satisfaccedilatildeo das necessidades baacutesicas humanas a provisatildeo da

autodeterminaccedilatildeo social e da diversidade cultural a integraccedilatildeo da conservaccedilatildeo

e do desenvolvimento e o alcance de equidade e justiccedila social Para a

CMMAD as condiccedilotildees que procedem do conceito de desenvolvimento

sustentaacutevel estatildeo associadas ao processo de urbanizaccedilatildeo e do crescimento da

cidade e tem como finalidade o uso adequado dos recursos naturais Em face

disto satildeo expostos alguns objetivos mudanccedila de qualidade do crescimento

crescimento renovaacutevel satisfaccedilatildeo das necessidades essenciais por emprego

aacutegua energia alimento e saneamento baacutesico garantia de um niacutevel sustentaacutevel

da populaccedilatildeo conservaccedilatildeo da base de recursos reorientaccedilatildeo da tecnologia e

do gerenciamento de risco e reorientaccedilatildeo das relaccedilotildees econocircmicas

internacionais (CMMAD 1988 1991)

Postumamente foi realizada a Assembleia das Naccedilotildees Unidas a qual

aprovou a Conferecircncia das Naccedilotildees Unidas para o Meio Ambiente e o

Desenvolvimento (CNUMAD) ocorrida em 1992 e ficou conhecida como Rio-

92 A Rio-92 teve maior visibilidade graccedilas agrave criaccedilatildeo da Convenccedilatildeo da

Biodiversidade e das Mudanccedilas Climaacuteticas ndash que posteriormente resultou na

criaccedilatildeo do Protocolo de Kyoto ndash da Agenda 21 e da Declaraccedilatildeo do Rio Essa

uacuteltima segue os mesmos padrotildees expostos na Conferecircncia de Estocolmo

citada anteriormente interligando o desenvolvimento econocircmico com o meio

ambiente atraveacutes de uma gestatildeo consciente dos recursos naturais sem

comprometer o modelo econocircmico vigente

Em decorrecircncia desses acontecimentos tornou-se de faacutecil entendimento

que o desenvolvimento sustentaacutevel eacute composto por trecircs aspectos ambiental

econocircmico e social Outros autores como Ignacy Sachs consideram ainda

outras variaacuteveis relevantes para o entendimento do DS como sustentabilidade

ecoloacutegica e poliacutetica

Figura 1 Tripeacute da Sustentabilidade

Fonte Nicholas Gimenes (2012)

Com base nesses trecircs aspectos apontados chegamos ao conhecido

Triple Bottom Line ndash ldquoTripeacute da Sustentabilidaderdquo No tripeacute da sustentabilidade

satildeo expostos o aspecto ambiental que tem como base a produccedilatildeo e o

consumo de tal forma que possa garantir que os ecossistemas natildeo sofram

problemas quanto a sua capacidade de resiliecircncia o aspecto econocircmico que

assume a denominada ecoeficiecircncia a qual incentiva a inovaccedilatildeo tecnoloacutegica

para tentar mitigar alguns dos problemas ambientais e ampliar a

desmaterializaccedilatildeo da economia e o uacuteltimo aspecto o social o qual supotildee que

a populaccedilatildeo de uma determinada sociedade tenha o miacutenimo necessaacuterio para

uma condiccedilatildeo de vida aceitaacutevel buscando erradicar a desigualdade social

Segundo Nascimento existem diversas definiccedilotildees desses trecircs aspectos mas

essas apontadas satildeo as mais recorrentes e de simples entendimento Natildeo

podemos esquecer que assim como eacute apontado por Ignacy Sachs e outros

autores outros aspectos para a definiccedilatildeo do DS devem ser levados em

consideraccedilatildeo em especial a cultura Apesar de natildeo ser citada como base do

ldquotripeacuterdquo a cultura eacute importante em qualquer sociedade quando relacionada ao

meio ambiente pois eacute ela quem dita o comportamento da populaccedilatildeo O Brasil

sofre com questotildees ambientais muitas das vezes por falta de instruccedilatildeo da

populaccedilatildeo que natildeo tem conhecimento do quatildeo impactante pode ser sua accedilatildeo

Deste modo quando se trata de questotildees ambientais eacute necessaacuterio que se

tenha uma mudanccedila natildeo repentina e sim gradativa nos padrotildees de consumo

no estilo de vida e na educaccedilatildeo ambiental

Retomando os conceitos de DS e sustentabilidade temos uma definiccedilatildeo

de Clovis Cavalcanti em que sustentabilidade ldquosignifica a possibilidade de se

obterem continuamente condiccedilotildees iguais ou superiores de vida para um grupo

de pessoas e seus sucessores em dado ecossistemardquo (Cavalcanti 2003)

Analisando essa definiccedilatildeo proposta por Cavalcanti vemos que se assemelha

do que foi exposto por Gro Harlen Brundtland em seu relatoacuterio Como jaacute foi

mencionado para Sachs o ldquoTriple Bottom Linerdquo ndash Tripeacute da Sustentabilidade ndash

possui cinco vertentes da sustentabilidade que satildeo a ldquosustentabilidade

ecoloacutegica refere-se a fiacutesica do processo de crescimento e tem como objetivo a

manutenccedilatildeo de estoques dos recursos naturais incorporados as atividades

produtivas a sustentabilidade ambiental que refere-se agrave manutenccedilatildeo da

capacidade de sustentaccedilatildeo dos ecossistemas o que implica a capacidade de

absorccedilatildeo e recomposiccedilatildeo dos ecossistemas em face as agressotildees antroacutepicas

sustentabilidade social que refere-se ao desenvolvimento e tem por algum

objetivo a melhoria da qualidade da vida da populaccedilatildeo Para caso de paiacuteses

com problemas de desigualdade e de inclusatildeo social implica a adoccedilatildeo de

poliacuteticas distributivas e a universalizaccedilatildeo de atendimento a questotildees como

sauacutede educaccedilatildeo habilitaccedilatildeo e seguridade social sustentabilidade poliacutetica

refere-se ao processo de construccedilatildeo da cidadania para garantir a incorporaccedilatildeo

plena dos indiviacuteduos ao processo de desenvolvimento e a sustentabilidade

econocircmica que refere-se a uma gestatildeo eficiente dos recursos em geral e

caracteriza-se pela regularidade de fluxos do investimento puacuteblico e privado

Implica a avaliaccedilatildeo da eficiecircncia por processos macro sociaisrdquo (Sachs 1993

Agenda 21 brasileira)

Barbosa (2008 p 4) faz uma citaccedilatildeo em seu trabalho sobre o livro de

Leila Ferreira ndash ldquoA questatildeo ambiental sustentabilidade e poliacuteticas puacuteblicas no

Brasilrdquo ndash referente ao padratildeo de vida da sociedade em que

ldquoO padratildeo de produccedilatildeo e consumo que

caracteriza o atual estilo de

desenvolvimento tende a consolidar-se

no espaccedilo das cidades e estas se

tornam cada vez mais o foco principal

na definiccedilatildeo de estrateacutegias e poliacuteticas

de desenvolvimentordquo

Sendo assim eacute de fundamental importacircncia que formas alternativas

sustentaacuteveis sejam alcanccediladas para que possam influenciar de forma positiva

na qualidade de vida das cidades e no processo de planejamento urbano Para

Acselrad (1999 p 85) a sustentabilidade urbana eacute definida como ldquoa

capacidade das poliacuteticas urbanas se adaptarem agrave oferta de serviccedilos agrave

qualidade e agrave quantidade das demandas sociais buscando o equiliacutebrio entre as

demandas de serviccedilos urbanos e investimentos em estruturardquo Como o

desenvolvimento sustentaacutevel possui muitos conceitos e definiccedilotildees haacute uma em

especial que se destaca pelo fato de estar relacionada agraves cidades juntamente

com o termo ldquosustentabilidaderdquo exposta por Barbosa (2008 p 4 apud

Satterthwaite 2004) em que

ldquoa resposta agraves necessidades humanas

nas cidades como o miacutenimo ou

nenhuma transferecircncia dos custos da

produccedilatildeo consumo ou lixo para outras

pessoas ou ecossistemas hoje e no

futurordquo

Assim a participaccedilatildeo da sociedade e a diversidade dos interesses que

a mesma possui gera um conflito entre as poliacuteticas puacuteblicas e o

desenvolvimento sustentaacutevel mas nada que natildeo possa ser contornado a partir

da conscientizaccedilatildeo individual dos cidadatildeos Como eacute exposto por Barbosa ldquoeacute

imprescindiacutevel para a sustentabilidade urbana o uso racional dos recursos

naturais a boa forma do ambiente urbano baseado na interaccedilatildeo clima e os

recursos naturais aleacutem das respostas agraves necessidades urbanas com o miacutenimo

de transferecircncia de dejetos e rejeitos para outros ecossistemas atuais e

futurosrdquo (Barbosa 2008 p 9) Em detrimento disso ldquoo desenvolvimento

sustentaacutevel natildeo deve ser apresentado como um slogan poliacuteticordquo (Barbosa

2008 p 10) deve ser apresentado como uma possiacutevel soluccedilatildeo para a

mitigaccedilatildeo dos problemas ambientais encontrados atualmente na sociedade

Portanto a sustentabilidade visa emoldurar novos meios alternativos de

produccedilatildeo distribuiccedilatildeo e consumo dos recursos naturais existentes de forma

mais racional ecologicamente viaacutevel e economicamente eficaz

Ao retratar esses problemas de padrotildees vividos pela sociedade

relacionados ao meio ambiente mais especificamente a utilizaccedilatildeo de recursos

naturais Nascimento (2012 p 58) aponta que ldquohaacute uma quase unanimidade

hoje entre os cientistas de que os recursos naturais natildeo seratildeo suficientes para

fornecer um modo de vida similar ao da classe meacutedia mundial a todos os novos

ingressantes no mercado No entanto eles tecircm tanto direito quanto os que jaacute

participam do mercado consumidorrdquo Mas como podemos contornar tais

problemas e a crise ambiental Atraveacutes da criatividade humana muitas formas

alternativas foram criadas e podem ser inventadas quando se tratam dos

recursos finitos utilizados pelo homem Temos como exemplo a aacutegua sobre a

qual poucos satildeo os estudos apresentados relacionando o aproveitamento de

aacuteguas pluviais e cidades sustentaacuteveis Na maioria das vezes os estudos satildeo

feitos com base em outras necessidades como a dessalinizaccedilatildeo das aacuteguas do

mar para consumo humano Natildeo podemos esquecer que atualmente existem

diversos sistemas de captaccedilatildeo de aacuteguas pluviais para diferentes finalidades

sejam elas para aproveitamento de consumo humano ou natildeo

3 ndash A viabilidade de implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo

pluvial em Brasiacutelia ndash DF

31 ndash Apresentaccedilatildeo de dados

Primeiramente seratildeo apresentados dados sobre a populaccedilatildeo e o

consumo de aacutegua presente nas residecircncias de Brasiacutelia e que seratildeo utilizados

como base para a implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo na Asa Norte

Segundo Ferreira C diretor Superintendente de Atendimento Comercial

(CAC) da Companhia de Saneamento Ambiental do Distrito Federal (CAESB)

ldquoEm Brasiacutelia o consumo meacutedio por habitante eacute de 190 litros de aacutegua por dia o

que resulta em um consumo mensal de 6msup3 por habitanterdquo De acordo com a

ONU cada pessoa necessita de 110 litros por dia para atender as

necessidades de consumo e higiene A Companhia de Saneamento Baacutesico do

Estado de Satildeo Paulo (SABESP 2010) afirma que ldquono Brasil o consumo por

pessoa pode chegar a mais de 200 litrosdiardquo A estimativa da SABESP (2010)

eacute de que 54 litros (27) vatildeo para cozinhar e beber 50 litros (25) para tomar

banho e escovar os dentes 66 litros (33) para descarga de banheiro 24 litros

(12) para lavagem de roupa e 6 litros (3) para outras tarefas como lavagem

de carro por exemplo Segundo dados da CAESB Brasiacutelia (Plano Piloto)

consome cerca de 2757890msup3 por mecircs e que o consumo por habitante eacute de

1381msup3mecircs

Devido ao alto consumo de aacutegua em Brasiacutelia os recorrentes transtornos

hiacutedricos urbanos e a ausecircncia de sistemas captaccedilatildeo pluvial este capiacutetulo traz

um estudo da viabilidade teacutecnica e econocircmica da implantaccedilatildeo de um sistema

em um preacutedio residencial do bairro Asa Norte mais especificamente na

Superquadra 111 Norte Natildeo haacute nenhum estudo realizado que comprove a

frequecircncia dos alagamentos nessa regiatildeo portanto tal quadra foi selecionada

em decorrecircncia de mateacuterias e reportagens que mostram a dificuldade que a

populaccedilatildeo sofre quando haacute uma chuva anormal

Primeiramente eacute necessaacuterio que se tenha uma noccedilatildeo do periacuteodo

chuvoso em Brasiacutelia Segundo o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais

(INPE) Brasiacutelia apresenta um regime de precipitaccedilatildeo bem definido sendo que

a estaccedilatildeo chuvosa tem iniacutecio em Outubro e estende-se ateacute Marccedilo e a estaccedilatildeo

seca ocorre no restante do ano (Abril a Setembro) Ainda segundo o INPE ldquoa

estaccedilatildeo chuvosa eacute causada pelo forte aquecimento da atmosfera na Amazocircnia

que favorece o desenvolvimento de um sistema quase estacionaacuterio em altos

niacuteveis a Alta Boliacutevia Como resultado dessa circulaccedilatildeo observa-se nos baixos

niacuteveis uma regiatildeo de baixa pressatildeo e a convergecircncia de ar satildeo os principais

fatores que provocam a precipitaccedilatildeo neste periacuteodo responsaacutevel por 70 do

total meacutedio anualrdquo A partir desses elementos apresentados pelo INPE e com

base nos dados os quais foram obtidos da estaccedilatildeo meteoroloacutegica de Brasiacutelia

localizada na Latitude (ordm) -158 Longitude (ordm)-479 temos a precipitaccedilatildeo de

Brasiacutelia dada mecircs a mecircs Os dados partem de Janeiro de 2006 e vatildeo ateacute

Outubro de 2015 Eacute importante frisar que os dados foram formulados a partir

da precipitaccedilatildeo acumulada para tornar mais faacutecil de calcular a meacutedia

Tabela 01 Dados de Precipitaccedilatildeo

AnoMecircs JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ Meacutedia Mensal

2006 1232 1914 258 1417 351 09 01 528 403 5264 1956 1821 14563

2007 2609 2659 357 501 75 0 0 0 0 535 2249 275 9779

2008 201 2425 2346 2109 0 0 0 27 80 387 271 3226 1337

2009 2028 1347 81 3759 612 93 0 725 505 2958 1991 3078 1492

2010 1211 368 2494 2388 275 0 0 0 0 349 2547 318 1068

2011 1268 1724 2433 696 139 38 0 0 7 2639 3338 4704 1421

2012 2699 1149 1982 1213 444 24 02 0 333 1098 4446 1428 1235

2013 4918 1893 1903 954 222 62 03 0 659 1069 2711 3525 1493

2014 1531 1392 3402 2493 28 10 79 0 162 2014 192 3667 1399

2015 939 1297 3456 2076 499 0 08 0 218 694 SD SD 9187

Meacutedia para cada mecircs

20445 16168 21763 17606 2645 326 093 128 315 17007 2652 30421 12797

Tabela contendo os dados de chuva acumulada mecircs a mecircs em miliacutemetros (mm)

Fonte INPE 2015

Obs 1- SD - satildeo dados que natildeo foram coletados devido pois o trabalho foi realizado antes desses meses

Obs2- Meacutedia calculada com os dados obtidos no caso os meses de novembro e dezembro de 2015 natildeo entram no

caacutelculo pois ainda natildeo existiam os dados

Temos tambeacutem a partir do estudo realizado por Brino (Brasiacutelia

Superquadras Residenciais) os dimensionamentos dos preacutedios e a quantidade

de apartamentos por pavimentos conforme as tabelas a seguir

Tabela 02 Dimensionamento dos Blocos

A SUPERQUADRA AE AT

Aacuterea de Projeccedilatildeo por Bloco

Aacuterea Total = 11760msup2 Nuacutemero total de Blocos = 11

1069msup2 185 136

Aacuterea Construiacuteda por bloco (sem pilotis e

subsolo)

Pavimentos = 6 Aacuterea do Pavimento = 1069msup2

6414msup2 1113 818

Aacuterea Construiacuteda por superquadras (sem pilotis e subsolo)

Preacutedio = 11 Aacuterea por Preacutedio = 64141msup2

70554msup2 8999 1225

AE - Aacuterea Aedificandi e AT - Aacuterea Total

Tabela 03 Dimensionamento da Populaccedilatildeo

A POPULACcedilAtildeO (5 Pessoas

apart)

6 apartamentos por pavimento

36 apartamentos por bloco

396 apartamentos

por superquadra

1980 pessoas por

superquadra

8 apartamentos por pavimento

48 apartamentos por bloco

528 apartamentos

por superquadra

2640 pessoas por

superquadra

10 apartamentos por pavimento

60 apartamentos por bloco

660 apartamentos

por superquadra

3300 pessoas por

superquadra

12 apartamentos por pavimento

72 apartamentos por bloco

792 apartamentos

por superquadra

3960 pessoas por

superquadra

Caacutelculo para as faixas 100 200 e 300 (seis pavimentos) Fonte SUDUR

O estudo apresentado por Brino (Brasiacutelia Superquadras Residenciais)

considera uma famiacutelia composta por cinco pessoas para cada apartamento

nesse caso iremos desconsiderar essa informaccedilatildeo e basearmos nos dados

apresentados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica (IBGE) Nos

dados do IBGE (Censo Demograacutefico 2010) constam que a meacutedia de

moradores em domiciacutelios particulares ocupados eacute de 33 moradores

Partindo dos elementos de precipitaccedilatildeo aacuterea de projeccedilatildeo por bloco

meacutedia de moradores por apartamento total de apartamentos de um preacutedio e

consumo meacutedio de aacuteguadia por habitante podemos dar inicio as formas de

captaccedilatildeo e armazenamento de aacuteguas pluviais

32 ndash Aacuteguas pluviais e aacuteguas cinzas

Mas porque focar em aproveitamento de aacuteguas pluviais Segundo

Rapoport (2004 p 1) ldquoo aumento populacional acompanhado pelas mudanccedilas

climaacuteticas globais vem contribuindo para o aumento na demanda por recursos

hiacutedricosrdquo Ainda expotildee que ldquoembora a aacutegua seja um recurso renovaacutevel ela

tende a se deteriorar em funccedilatildeo do seu uso indiscriminado o que compromete

consequentemente a quantidade de aacutegua com qualidade disponiacutevel para o

consumo nas diversas localidadesrdquo (Rapoport 2004 p 1)

Um fato importante abordado por Rapoport (2004 p1) eacute que ldquoa

quantidade de aacutegua disponiacutevel eacute sempre a mesma jaacute que estaacute sempre sendo

renovada atraveacutes do ciclo hidroloacutegico Entretanto a aacutegua de qualidade para

consumo estaacute se tornando rarardquo A tiacutetulo de esclarecimento ldquosabe-se que o

ciclo hidroloacutegico se constitui basicamente do transporte de massas drsquoaacutegua do

oceano para atmosfera por evaporaccedilatildeo e da atmosfera atraveacutes de

precipitaccedilotildees escoamentos superficiais e subterracircneos para os oceanos

influenciando diretamente a distribuiccedilatildeo e extensatildeo dos corpos drsquoaacutegua

continentaisrdquo (Rapoport 2004 p 1) Sendo assim a interferecircncia humana tem

causado alteraccedilotildees no ciclo hidroloacutegico em diversas regiotildees Esse assunto

seraacute melhor abordado mais adiante pois o uso do sistema de captaccedilatildeo pode

influenciar no ciclo hidroloacutegico negativamente mas utilizado da forma

adequada pode continuar mantendo o ciclo equilibrado

Aleacutem do uso indevido da aacutegua e de sua escassez Lima e Machado

(2008 p 13) apontam que ldquooutro fator importante eacute o aumento de inundaccedilotildees e

enchentes devido ao escoamento superficial da aacutegua de chuva e da

impermeabilizaccedilatildeo do solordquo Portanto a captaccedilatildeo de aacuteguas pluviais pode

contribuir para a reduccedilatildeo dos transtornos hiacutedricos urbanos e ao mesmo tempo

reduzir a demanda por aacutegua potaacutevel da companhia de distribuiccedilatildeo local

Segundo Amorim e Pereira (2008 p 54) ldquouma das soluccedilotildees em estudo

para aumentar a oferta de aacutegua para as edificaccedilotildees eacute o aproveitamento da

aacutegua pluvial Esta apresenta uma boa alternativa visto que aleacutem de reduzir o

consumo de aacutegua potaacutevel ainda surge como uma accedilatildeo no combate agraves

enchentes funcionando como uma medida natildeo-estrutural do sistema de

drenagem urbanardquo Mas o que eacute necessaacuterio para formar um sistema de

captaccedilatildeo adequado e funcional Amorim e Pereira (2008 p 54) apresentam

que ldquoos sistemas de aproveitamento de aacutegua pluvial satildeo formados basicamente

pela aacuterea de captaccedilatildeo (geralmente coberturas) os componentes de transporte

(calhas e condutores verticais) e o reservatoacuteriordquo Cabe ressaltar que para esse

estudo a captaccedilatildeo das aacuteguas pluviais seraacute destinada apenas para a utilizaccedilatildeo

em ldquoaacuteguas cinzasrdquo Neste sentido o reuso das aacuteguas cinzas que satildeo as aacuteguas

provenientes de todas as atividades domeacutesticas com exceccedilatildeo de fontes de

aacuteguas negras tais como sanitaacuterios bidecircs e urinol vem sendo estudadas com

vista ao reuso tanto em irrigaccedilatildeo como em sanitaacuterios (Rapoport 2004 p 8)

Retomando os dados apresentados pela SABESP (2010) temos a

tabela 04 a qual apresenta os dados de consumo domeacutestico e em sequecircncia o

graacutefico 01 que demonstram que se analisarmos as quantidades de aacutegua

utilizada no consumo domeacutestico teremos uma base para o tamanho do

reservatoacuterio E posteriormente a tabela 05 mostra em que situaccedilotildees se podem

reutilizar as aacuteguas pluviais

Tabela 04 Consumo domeacutestico de aacutegua

Litros

Cozinhar e Beber 54

Tomar Banho e Escovar os Dentes 50

Descarga de Banheiro 66

Lavagem de Roupa 24

Outras Tarefas 6

Total = 200

Fonte SABESP (2010)

27

25

33

12

3

Cozinhar e Beber

Tomar Banho e Escovar osDentes

Descarga de Banheiro

Lavagem de Roupa

Outras Tarefas

Descarga de Banheiro

6875

Lavagem de Roupa

25

Outras Tarefas 625

Graacutefico 01 Consumo Domeacutestico de Aacutegua

Tabela 05 Percentual para reutilizaccedilatildeo de aacuteguas pluviais

Graacutefico 02 Percentual para Reutilizaccedilatildeo de Aacuteguas Pluviais

Porcentagem ()

Descarga de Banheiro 66 6875

Lavagem de Roupa 24 25

Outras Tarefas 6 625

Total = 96 100

Fonte SABESP(2010)

33 ndash Meacutetodos de Dimensionamento do Reservatoacuterio

Amorim e Pereira (2008 p 54 Soares et al 2000 apud May 2004)

apresentam que existem quatro grupos principais para o dimensionamento do

reservatoacuterio

(a) Meacutetodos determiniacutesticos os dados referentes agrave precipitaccedilatildeo

pluviomeacutetrica e agrave demanda satildeo analisados pela curva de massa

(b) Meacutetodos aproximados baseados em relaccedilotildees empiacutericas

conhecidas

(c) Meacutetodos de modelaccedilatildeo satildeo tambeacutem conhecidos como meacutetodos

de transiccedilatildeo probabiliacutestica da matriz e

(d) Meacutetodos de anaacutelise de sistemas sendo linear natildeo linear ou

programaccedilatildeo dinacircmica

Dentro desses grupos de dimensionamento temos os diversos meacutetodos

meacutetodo de Rippl que consiste na determinaccedilatildeo do volume com base na aacuterea

de captaccedilatildeo que eacute subdivido em meacutetodo analiacutetico e meacutetodo graacutefico meacutetodo de

consideraccedilatildeo dos periacuteodos de dias consecutivos sem chuva que necessita da

observaccedilatildeo dos registros pluviomeacutetricos para identificar os maiores periacuteodos de

dias consecutivos sem chuvas e sua taxa de repeticcedilatildeo meacutetodo de anaacutelise de

simulaccedilatildeo de um reservatoacuterio com capacidade suposta que consiste

basicamente na fixaccedilatildeo de um volume para o reservatoacuterio e na verificaccedilatildeo do

percentual de consumo que seraacute atendido meacutetodo praacutetico brasileiro meacutetodo

praacutetico alematildeo meacutetodo praacutetico inglecircs e o meacutetodo praacutetico australiano (Amorim

e Pereira 2008 p 55-58)

34 ndash Anaacutelise de caso para um preacutedio da Superquadra 111 Norte

A partir dos dados jaacute apresentados temos que o objeto de estudo eacute um

preacutedio residencial localizado na Superquadra 111 Norte que possui uma aacuterea

de projeccedilatildeo de 1069msup2 com seis (6) pavimentos constituindo uma aacuterea

construiacuteda de 6414msup2 apresentando seis (6) apartamentos por pavimento e

consequentemente trinta e seis (36) apartamentos no total (Brino Brasiacutelia

Superquadras Residenciais) O preacutedio conteacutem 33 habitantes por apartamento

(IBGE 2010) que consomem em meacutedia cerca de 190 litros de aacuteguadia

resultando em um consumo mensal de aproximadamente 6msup3 por pessoa

(CAESB) mas como a aacutegua captada da chuva seraacute utilizada apenas para

suprir a demanda de aacutegua cinza temos 66 litros para descarga de vasos

sanitaacuterios

Temos entatildeo que a demanda por aacutegua por habitante nesse edifiacutecio eacute

dada por

119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119898119900119903119886119889119900119903 = 66119871 = 66119871119863119894119886

119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119886119901119886119903119905119886119898119890119899119905119900 = 33119901 times 66119871 ~ 217 119871119863119894119886

119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119901119903eacute119889119894119900 = (33119901 times 66119871) times 36 ~ 7840119871119863119894119886

119863119890119898119886119899119889119886 119898119890119899119904119886119897 119901119900119903 119901119903eacute119889119894119900 =7840119871

119889119894119886times 30119863119894119886119904 = 235224119871

Legenda L = Litros p = Pessoas

Para facilitar nos caacutelculos ao aplica-los para o reservatoacuterio e para o

sistema de captaccedilatildeo eacute necessaacuterio realizar a conversatildeo de litros para msup3

(metros cuacutebicos) Sendo assim 66L = 0066msup3 217L = 0217msup3 7840L =

7840msup3 e 235224L = 235224msup3

Seraacute utilizado o ano de 2014 para os dados de precipitaccedilatildeo da estaccedilatildeo

meteoroloacutegica de Brasiacutelia localizada na Latitude (ordm) -158 Longitude (ordm)-479

fornecidos pela professora Rafaela Lisboa durante o periacuteodo chuvoso O ano

de 2014 apresenta registros jornaliacutesticos de alagamento nos meses de

Fevereiro com precipitaccedilatildeo de 1392 msup3 Marccedilo com precipitaccedilatildeo de 3402msup3

e Dezembro com precipitaccedilatildeo de 3667msup3 Importante ressaltar que o setor

Noroeste de Brasiacutelia foi construiacutedo em 2011 (site G1) o que aumentou a aacuterea

de solo impermeabilizado e a reduccedilatildeo no escoamento superficial da aacutegua

ocasionando em um aumento nas enchentes e alagamentos na Asa Norte

Segundo Amorim e Pereira (2008 p57) um dos meacutetodos a ser utilizado

para poder saber o volume de aacutegua aproveitaacutevel e consequentemente o

volume de aacutegua do reservatoacuterio Trata-se de um meacutetodo empiacuterico apresentado

na NBR 155272007 O volume de aacutegua do reservatoacuterio V expresso em L eacute

exposto a seguir

119872eacute119905119900119889119900 119875119903aacute119905119894119888119900 119861119903119886119904119894119897119890119894119903119900

119881 = 0042 times 119875 times 119860 times 119879

Em que ldquoVrdquo representa o volume de aacutegua aproveitaacutevel e o volume de

aacutegua do reservatoacuterio (L) ldquoPrdquo a precipitaccedilatildeo meacutedia mensal (mm) ldquoArdquo a aacuterea de

coleta em projeccedilatildeo ldquoTrdquo nuacutemero de meses de pouca chuva ou seca e ldquo0042rdquo eacute

um coeficiente estipulado

Portanto segundo Fontanela (2010 p 25) para estipular o volume do

reservatoacuterio temos que calcular 42 do produto entre o volume de chuva

coletada pelo telhado e o nuacutemero de meses com pouca chuva ou seca

Atribuindo valores do ano de 2014 temos que

119881 = 0042 times 1399119898119898 times 1069 times 5

119881~ 31406119871 119900119906 31406119898sup3

Ressaltando que esse valor obtido eacute uma estimativa do tamanho do

reservatoacuterio e que pode haver um reservatoacuterio de maior capacidade

De forma comparativa eacute de bom senso que se faccedila outro caacutelculo com um

meacutetodo alternativo

Amorim e Pereira (2008 p56) expotildeem que existe um meacutetodo de anaacutelise

de simulaccedilatildeo do reservatoacuterio com capacidade suposta o qual consiste

basicamente na fixaccedilatildeo de um volume para o reservatoacuterio e na verificaccedilatildeo de

consumo que seraacute atendido Sendo assim ldquoo primeiro passo para a aplicaccedilatildeo

desse meacutetodo eacute adotar alguns valores possiacuteveis para o volume com base na

estimativa do consumo mensal de aacutegua natildeo potaacutevelrdquo (Amorim e Pereira 2008

p57) Portanto partindo do ponto que o preacutedio consome cerca de 235000L

devemos calcular uma base que possa ser favoraacutevel economicamente

119872eacute119905119900119889119900 119889119890 119878119894119898119906119897119886ccedilatilde119900 119889119900 119877119890119904119890119903119907119886119905oacute119903119894119900

235224119871 rarr 100

119881 rarr 30

119881 ~ 70000119871 119900119906 70119898sup3

Tambeacutem haacute outra alternativa apresentada por L Pereira (Viabilidade

EconocircmicoAmbiental p 18)

119881119886119888 = 119860119879 times 119875119875119872119860 lowast

119881119886119888 = 1069119898sup2 times 1399119898sup3 = 1495531119898sup3119886119899119900

Equaccedilatildeo a qual ldquoVacrdquo corresponde ao volume de aacutegua captado ldquoATrdquo

aacuterea do telhado e ldquoPPMArdquo eacute a precipitaccedilatildeo pluviomeacutetrica meacutedia mensal

Poreacutem o resultado obtido eacute para os 12 meses do ano e como foi visto no

ano de 2014 temos 7 meses com chuva portanto

119881119886119888 =119879119900119905119886119897

1198983

1198861198991199007 119898119890119904119890119904

lowast

119881119886119888 =1495531119898sup3119886119899119900

7= 21364119898sup3 119900119906 213640119871

dados somente seriam vaacutelidos se a precipitaccedilatildeo fosse uniforme durante os 7 meses de chuva

341 ndash Anaacutelise de caso para a Superquadra 111 Norte

Retomando a tabela 02 temos que a quadra apresenta 11 preacutedios

aproximadamente que variam o nuacutemero de apartamentos por pavimentos e

consequentemente o nuacutemero de moradores mas os edifiacutecios continuam tendo

uma aacuterea de 1069msup2 gerando um uma aacuterea total de 70554msup2 mas teremos

como base os caacutelculos feitos para o preacutedio selecionado no item 34

Realizando um caacutelculo baacutesico tem-se como estimativa de

armazenamento para esta quadra o seguinte

119872eacute119905119900119889119900 119875119903aacute119905119894119888119900 119861119903119886119904119894119897119890119894119903119900

119881~ 31406119871 119900119906 314061198983

11 119875119903eacute119889119894119900119904 times 31406119871 = 345466119871 119900119906 345466119898sup3

119872eacute119905119900119889119900 119889119890 119878119894119898119906119897119886ccedilatilde119900 119889119900 119877119890119904119890119903119907119886119905oacute119903119894119900

119881 ~ 70000119871 119900119906 701198983

11 119875119903eacute119889119894119900119904 times 70000119871 = 770000

119881119900119897119906119898119890 119889119890 aacute119892119906119886 119888119886119901119905119886119889119900 lowast

119881119886119888 = 213641198983119900119906 213640119871

11 119875119903eacute119889119894119900119904 times 213640119871 = 2350040119871 119900119906 235004119898sup3

dados somente seriam vaacutelidos se a precipitaccedilatildeo fosse uniforme durante os 7 meses de chuva

119863119890119898119886119899119889119886 119905119900119905119886119897 119889119886 119902119906119886119889119903119886 119888119900119898 119889119890119904119888119886119903119892119886 119889119890 119887119886119899ℎ119890119894119903119900

11 119875119903eacute119889119894119900119904 times 235224119871 = 2587464119871 119900119906 2587464119898sup3

Segundo Brino (Brasiacutelia Superquadras Residenciais) temos que as

dimensotildees maacuteximas de uma superquadra satildeo de 280x280m resultando numa

aacuterea de 78400msup2 que eacute denominado de Aacuterea Total (AT) A partir disso foi

definido que deveria existir uma faixa externa de 20m denominada de non

aedificandi que foi destinada ao plantio de uma ldquomassa vegetalrdquo de grande

porte e no interior da quadra encontra-se a aacuterea aedificandi a qual possui

240x240m e uma aacuterea de 57600msup2 Realizando uma subtraccedilatildeo da Aacuterea total

pela Aacuterea aedificandi obtecircm-se que a aacuterea non aedificandi eacute de 20800msup2 que

corresponde a 265 da aacuterea total

Com base nessas informaccedilotildees eacute necessaacuterio atentar-se ao detalhe de

que uma parte da precipitaccedilatildeo cai no solo e outra parte nos telhados dos

preacutedios Sendo assim parte da chuva pode ser aproveitada pelo sistema de

captaccedilatildeo enquanto outra parte chega ao solo sem uma interferecircncia direta no

ciclo hidroloacutegico

35 ndash Funcionamento do sistema de captaccedilatildeo

Eacute importante frisar que o sistema de aproveitamento de aacuteguas pluviais eacute

regido pela norma NBR 15527 (Associaccedilatildeo Brasileira de Normas Teacutecnicas

2007) norma a qual faz algumas consideraccedilotildees importantes para implantaccedilatildeo

e correto funcionamento do sistema de captaccedilatildeo Alguns destes satildeo

435 ndash O volume dos reservatoacuterios deve ser dimensionado com

base em criteacuterios teacutecnicos econocircmicos e ambientais levando em

conta as boas praacuteticas da engenharia podendo a criteacuterio do

projetista ser utilizados os meacutetodos contidos no Anexo A ou

outro desde que devidamente justificado

Item 436 ndash Os reservatoacuterios devem ser limpos e desinfetados

com soluccedilatildeo de hipoclorito de soacutedio no miacutenimo uma vez por ano

de acordo com agrave ABNT NBR 5626

Item 442 ndash As tubulaccedilotildees e demais componentes devem ser

claramente diferenciados das tubulaccedilotildees de aacutegua potaacutevel

Item 443 ndash O sistema de distribuiccedilatildeo de chuva deve ser

independente do sistema de aacutegua potaacutevel natildeo permitindo a

conexatildeo cruzada de acordo com agrave ABNT NBR 5626

Item 444 ndash Os pontos de consumo como por exemplo uma

torneira de jardim devem ser de uso restrito e identificados com

placa de advertecircncia com a seguinte inscriccedilatildeo ldquoaacutegua natildeo potaacutevelrdquo

e identificaccedilatildeo graacutefica

Item 445 ndash Os reservatoacuterios de aacutegua de distribuiccedilatildeo de aacutegua

potaacutevel e de aacutegua da chuva devem ser separados

Item 461 ndash Quando necessaacuterio o bombeamento este deve

atender agrave ABNT NBR 12214

Deve-se realizar manutenccedilatildeo em todo o sistema de

aproveitamento de aacutegua de chuva

Para maiores esclarecimentos ldquoo funcionamento de um sistema de

coleta e aproveitamento de aacutegua pluvial consiste de maneira geral na captaccedilatildeo

da aacutegua da chuva que cai sobre os telhados ou lajes da edificaccedilatildeo A aacutegua eacute

conduzida ateacute o local de armazenamento atraveacutes de calhas condutores

horizontais e verticais passando por equipamentos de filtragem e descarte de

impurezas Apoacutes passar pelo filtro a aacutegua eacute armazenada geralmente em

reservatoacuterio enterrado (cisterna) e bombeada a um segundo reservatoacuterio

(elevado) do qual as tubulaccedilotildees especiacuteficas de aacutegua pluvial iratildeo distribuiacute-la

para o consumo natildeo potaacutevelrdquo (Carvalho 2010 p 27 e 28) Conforme ilustra a

imagem a seguir

Figura 02 Funcionamento de um Sistema de Captaccedilatildeo

Fonte Adatildeo D Padini (2013)

De forma mais simplificada podemos ver a representaccedilatildeo no fluxograma

a seguir

Figura 03 Fluxograma do Sistema de Captaccedilatildeo

Fonte Leandro Roncato Pereira

351 ndash Dificuldades para implantaccedilatildeo do sistema

Tal sistema apresenta como dificuldade o local onde seriam instaladas

as cisternas uma vez que geraria um peso sobre o telhado Dessa forma o

sistema seria instalado no jardim cobrando um custo adicional

352 ndash Custo de implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo fechado em um

preacutedio

Na implantaccedilatildeo desse sistema os materiais utilizados teratildeo como base o

meacutetodo praacutetico brasileiro e para aumentar a eficiecircncia do sistema o volume de

31406L seraacute arredondado para 35000L

Os valores de alguns dos materiais apresentados a seguir seguem os

dos apresentados no trabalho de L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental

p 18) apenas o valor da caixa drsquoaacutegua de 10000L foi obtido atraveacutes de

pesquisas em lojas de construccedilatildeo e assim utilizando a de menor valor

Tambeacutem devemos considerar que a bomba consome energia ao bombear aacutegua

para o preacutedio (CEB) portanto os valores seguem conforme a tabela a seguir

Tabela 06 Preccedilo dos Produtos do Sistema de Captaccedilatildeo sem Fluxo

Produto Quantidade Valor unitaacuterio (R$) Valor total (R$)

Cx Daacutegua 10000L 3 496090 1488270

Cx Daacutegua 5000L 1 108000 108000

Boacuteia Eleacutetrica 1 2750 2750

Boacuteia Comum 1 1220 1220

Registro de Gaveta

1 3490 3490

Bomba Anauger 1 23000 23000

Filtro 3P VF1 1 22000 22000

Tubulaccedilotildees 7000 7000

Disjuntor 1 1310 1310

Escavaccedilatildeo Msup3 3666 128310

Matildeo de Obra 1 58574 58574

Energia 054 054

Total 13 727154 1843978

Observaccedilatildeo Pelo fato desse estudo se tratar de um modelo de implantaccedilatildeo

o custo das tubulaccedilotildees vai variar de acordo com a demanda necessitada pelo

preacutedio portanto podendo variar de acordo com o projeto implantado Para este

estudo seraacute adotado o valor de R$ 7000

Observaccedilatildeo Pelo fato desse trabalho tratar-se de um modelo de

implantaccedilatildeo o custo da energia pode variar de acordo com a demanda necessitada

pelo preacutedio portanto podendo variar de acordo com o uso da bomba Para este

estudo seraacute adotado o valor de R$ 054 que eacute o valor do KwH cobrado pela CEB

Segundo Saravy (2010 p 46) haacute tambeacutem um custo para manutenccedilatildeo do

sistema conforme a tabela a seguir

Tabela 07 Preccedilo de Manutenccedilatildeo do Sistema de Captaccedilatildeo

Com esses dados podemos ver o valor total final a ser pago pelo

sistema de captaccedilatildeo que eacute de R$ 1889978

36 ndash Taxas e valores cobrados para utilizaccedilatildeo de aacutegua

Segundo a Companhia de Saneamento Ambiental do Distrito Federal (CAESB)

quando vaacuterias residecircncias satildeo atendidas por uma uacutenica ligaccedilatildeo de aacutegua eacute aplicado o

conceito de consumo ldquoPara exemplificar podemos citar um preacutedio residencial onde

cada apartamento corresponde a uma unidade de consumordquo (CAESB) Contudo o

caacutelculo de gastos seraacute realizado primeiro em um apartamento e posteriormente

multiplicado pelo total de apartamentos do preacutedio uma vez que os preacutedios

residecircncias da Asa Norte pagam a conta de aacutegua atraveacutes do condomiacutenio O preacutedio

Componente Frequecircncia da Manutenccedilatildeo

Custo da Manutenccedilatildeo

Calhas e Condutores

Semestral R$ 13000

Reservatoacuterio Limpeza e

Desinfecccedilatildeo Anual

R$ 20000

desse estudo apresenta um hidrocircmetro que mede o consumo de aacutegua para o todo o

preacutedio

Eacute de suma importacircncia destacar tambeacutem que haacute uma taxa de esgoto que eacute

cobrada pela CAESB consequentemente ldquoo valor da tarifa de esgotos corresponde

a 100 do valor da tarifa de aacutegua exceto quando se tratar de coleta do tipo

condominial que equivale a 60 do valor da tarifa de aacuteguardquo (CAESB)

Deste modo a CAESB utiliza tarifas para diversas categorias de moradia e

comeacutercio e neste estudo seraacute aplicada a tarifa de ldquoresidencial normalrdquo em

concordacircncia com a tabela a seguir

Tabela 08 Valor da Tarifa Cobrado pela CAESB

Para melhor compreensatildeo do caacutelculo que a CAESB faz temos uma conta do

condomiacutenio do preacutedio da Superquadra 111 Norte

Figura 04 Conta Discriminada do Condomiacutenio

Fonte Condomiacutenio do Preacutedio

O caacutelculo feito pela CAESB consiste primeiramente em saber a demanda de

aacutegua gasta em metros cuacutebicos por Unidade de Consumo ndash apartamento ndash para

saber qual faixa ldquomsup3rdquo eacute aplicada Apoacutes saber qual a faixa ldquomsup3rdquo que se enquadra eacute

atribuiacutedo o volume por UC (em msup3) em sequecircncia multiplica-se o volume por UC ou

volume da faixa pelo nuacutemero de UCrsquos correspondente para se obter o volume total

gasto (em msup3) Tendo o volume total gasto basta multiplicar pelo preccedilo corresponde

agrave faixa a qual se encaixa o consumo e assim obtendo o valor total a pagar A partir

do momento que se tem o valor total a pagar eacute necessaacuterio acrescer 100 do valor

para cobrir a tarifa de esgoto conforme a figura

Partindo desses dados podemos calcular por apartamento quanto eacute cobrado

pela CAESB a partir dos dados apresentados no capiacutetulo 34

119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119886119901119886119903119905119886119898119890119899119905119900 = 33119901 times 66119871 ~ 217119871

119863119894119886

119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119886119901119886119903119905119886119898119890119899119905119900 119886119900 119898ecirc119904 = 217119871119889119894119886 times 30119863119894119886119904 = 6510119871 119900119906 65101198983

Com base nesses dados temos que calcular o volume total de descarga em

sanitaacuterios que o preacutedio consome com a seguinte foacutermula

119881119879 = 119881119865 times 119873ordm 119889119890 119880119862prime119904

119881119879 = 10119898sup3 times 36 = 360119898sup3

Em que ldquoVTrdquo corresponde ao volume total do preacutedio ldquoVFrdquo ao volume da faixa

que eacute estipulado pela CAESB e ldquoUCrsquosrdquo satildeo as unidades de consumo que eacute correlato

ao nuacutemero de apartamentos existente

Portanto o total a se pagar em um mecircs eacute calculado da seguinte forma

119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 119881119879 times 119879119886119903119894119891119886 119889119890 aacute119892119906119886 + 119879119886119903119894119891119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900

119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 360119898sup3 times 119877$ 265 + 119879119886119903119894119891119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900

119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 954 + 119877$ 954 = 119877$ 1908

Em 7 meses seriam pagos em descarga

119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 1908 times 7 119872119890119904119890119904 = 119877$ 13356

37 ndash Caacutelculos de economia e retorno de investimento para um sistema

fechado

Conforme exposto por L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental p 15)

ldquopara o caacutelculo da economia da taxa de aacutegua multiplica-se o valor do msup3 (valor

cobrado por msup3 do responsaacutevel pelo fornecimento de aacutegua na cidade []) pelo

volume captado e entatildeo obtecircm-se o valor economizado por ano na taxa de aacuteguardquo

Recapitulando que para esse estudo seraacute utilizado o meacutetodo praacutetico brasieliro

devido aos meses de seca ou pouca chuva

Sendo assim

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119881119886119897119900119903 119889119900 1198983 times 119881119900119897119906119898119890 119888119886119901119905119886119889119900

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 265 times 314061198983

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 8322

Essa economia de R$ 8322 eacute para um mecircs de chuva para o preacutedio todo

sendo assim para os 7 meses de chuva tem-se

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119890 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 8322 times 7 119898119890119904119890119904 = 119877$ 58254

Ainda segundo L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental p 16) para o

caacutelculo da economia referente ao esgoto eacute necessaacuterio multiplicar o valor do msup3 pelo

volume captado e por 08 uma vez que considera-se 20 de perda ou seja para

cada 1 litro de aacutegua que chega na residecircncia eacute cobrado 08 litros para o tratamento

do esgoto

Portanto tem-se

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119881119886119897119900119903 119889119900 1198983 times 119881119900119897119906119898119890 119888119886119901119905119886119889119900 times 08

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900 = 119877$ 265 times 314061198983 times 08

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 6658

Esse valor encontrado de R$ 6658 corresponde a um mecircs de chuva para o

preacutedio sendo assim o total economizado pelo preacutedio em 7 meses eacute de

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119890 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 6658 times 7 119898119890119904119890119904 = 119877$ 46606

ldquoPara o caacutelculo do retorno do investimento divide-se o valor investido pela

economia anual com a implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo e reaproveitamento da

aacutegua pluvialrdquo L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental p 16)

Portanto para 7 meses de chuva tem-se o seguinte

119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 =119881119886119897119900119903 119894119899119907119890119904119905119894119889119900

119864119888119900119899119900119898119894119886 (7119898119890119904119890119904)

119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 = 119877$ 1843924

119877$ 58254 + 119877$ 46606

119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 = 119877$ 1843924

119877$ 9446

119877119890119905119900119903119899119900

119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900= 1952 119886119899119900119904

38 ndash Caacutelculos de dimensionamento para um sistema com fluxo

Os caacutelculos apresentados no subitem anterior satildeo relativos a um sistema

o qual natildeo adota a possibilidade de fluxo dentro do reservatoacuterio Quando se

fala em fluxo temos que considerar que ao mesmo tempo em que o preacutedio

utiliza aacutegua do reservatoacuterio de aacutegua pluvial o mesmo vai enchendo com aacutegua

pluvial Portanto haacute um ciclo no qual o preacutedio demanda aacutegua do reservatoacuterio e

o mesmo vai enchendo conforme chove no local

Sabendo que a meacutedia mensal eacute de 1399msup3 eacute preciso multiplicar isso

por 12 para se obter o quanto choveu em 2014 Sendo assim

119879119900119905119886119897 119886119900 119886119899119900 = 1399119898119898 times 12 119898119890119904119890119904

119879119900119905119886119897 119886119900 119886119899119900 = 16788119898119898

Mas como foi visto o periacuteodo chuvoso eacute de 7 meses entatildeo temos

119875119903119890119888119894119901119894119905119886ccedilatilde119900 119901119886119903119886 7 119898119890119904119890119904 = 16788119898119898 divide 7 = 2398119898119898

Com isso eacute necessaacuterio realizar o caacutelculo da meacutedia de captaccedilatildeo de aacutegua

por mecircs para a aacuterea de 1069msup2

119872119890119889119894119886 119889119890 119862119886119901119905119886ccedilatilde119900 = 2398119898119898 times 1069119898sup2

119872eacute119889119894119886 119889119890 119862119886119901119905119886ccedilatilde119900 = 256346119871 119900119906 256346119898sup3

Ao considerar o valor obtido temos que realizar o quanto seria captado

diariamente

119872eacute119889119894119886 119889119894aacute119903119894119886 = 256346119898sup3 divide 30 119889119894119886119904 = 85119898sup3119889119894119886

A partir desses caacutelculos podemos realizar a seguinte comparaccedilatildeo O

preacutedio consome cerca de 78msup3 ao dia de aacutegua para descarga de vasos sanitaacuterios

enquanto a meacutedia diaacuteria de captaccedilatildeo eacute de 85msup3 por conseguinte temos um fluxo

positivo de aacutegua para o reservatoacuterio de 067msup3dia nos dias chuvosos

Se colocarmos um reservatoacuterio de 35msup3 sem nenhuma aacutegua

armazenada poderemos constatar que o reservatoacuterio iria encher por completo em

cerca de 53 dias conforme o caacutelculo a seguir

351198983 = 0671198983 times 119909 119889119894119886119904

119909 119889119894119886119904 = 35119898sup3 divide 067119898sup3 = 5223 119889119894119886119904

Analisando esses dados temos que a partir do 54ordm dia o reservatoacuterio

estaria completamente cheio e no restante dos 156 dias que teriacuteamos de chuva

esses 067msup3 seriam de certa forma desperdiccedilados uma vez que esse fluxo de

067msup3 ao final dos 7 meses gerariam cerca de 1407msup3 enquanto o reservatoacuterio tem

a capacidade de 35msup3 conforme o caacutelculo a seguir

119875119900119905119890119899119888119894119886119897 = 067119898sup3 times 156 119889119894119886119904 = 1045119898sup3

Se considerarmos esse fluxo positivo de 067msup3dia temos que ao final

dos 210 dias (7meses) seria possiacutevel armazenar 1407 msup3 de aacutegua Com um

reservatoacuterio de 35msup3 1057msup3 estariam sendo escoados para fora do reservatoacuterio

Portanto o ideal seria um reservatoacuterio que se aproxime de 1407msup3 para que ao

final dos 7 meses toda aacutegua possiacutevel fosse armazenada no entanto o reservatoacuterio

deveria ser de 145msup3

Devemos considerar ainda que ao final dos 7 meses o reservatoacuterio

estaria cheio no periacuteodo de seca conseguiria abastecer o preacutedio de acordo com a

demanda do preacutedio sendo assim

119880119905119894119897119894119911119886ccedilatilde119900 119899119886 119904119890119888119886 = 119879119900119905119886119897 119889119900 119903119890119904119890119903119907119886119905oacute119903119894119900 divide 119863119890119898119886119899119889119886 119889119894aacute119903119894119886

119880119905119894119897119894119911119886ccedilatilde119900 119899119886 119904119890119888119886 = 1451198983 divide 781198983119889119894119886

119880119905119894119897119894119911119886ccedilatilde119900 119899119886 119904119890119888119886 = 1858 119889119894119886119904

381 ndash Custo de implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo com fluxo em um

preacutedio

Na implantaccedilatildeo desse sistema os materiais utilizados teratildeo como base

as estimativas que foram apresentadas no subitem anterior e para aumentar a

eficiecircncia do sistema o volume de 1400007L seraacute arredondado para

145000L

Devido ao tamanho do reservatoacuterio eacute de se esperar que o reservatoacuterio

natildeo seja instalado em cima do preacutedio uma vez que a estrutura do preacutedio natildeo

conseguiria suportar o peso que o reservatoacuterio faria sobre o telhado

consequentemente o reservatoacuterio deveraacute ser instalado no jardim do preacutedio que

iraacute gerar um custo a mais por conta da escavaccedilatildeo

Os valores de alguns dos materiais apresentados a seguir seguem os

dos apresentados no trabalho de L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental

p 18) apenas o valor da caixa drsquoaacutegua de 10000L foi obtido atraveacutes de

pesquisas em lojas de construccedilatildeo e assim utilizando a de menor valor

conforme a tabela a seguir Segundo o Saneamento de Goiaacutes SA (SANEAGO)

o custo de escavaccedilatildeo eacute calculado a partir do total de msup3 aleacutem de 3m de

profundidade

Tabela 09 Preccedilo dos Produtos do Sistema de Captaccedilatildeo com Fluxo

Observaccedilatildeo Pelo fato desse estudo se tratar de um modelo de implantaccedilatildeo

o custo das tubulaccedilotildees vai variar de acordo com a demanda necessitada pelo

preacutedio portanto podendo variar de acordo com o projeto implantado Para este

estudo seraacute adotado o valor de R$ 7000

Observaccedilatildeo Pelo fato desse trabalho tratar-se de um modelo de

implantaccedilatildeo o custo da energia pode variar de acordo com a demanda necessitada

pelo preacutedio portanto podendo variar de acordo com o uso da bomba Para este

estudo seraacute adotado o valor de R$ 054 que eacute o valor do KwH cobrado pela CEB

Produto Quantidade Valor unitaacuterio (R$) Valor total (R$)

Cx Daacutegua 10000L 14 496090 6945260

Cx Daacutegua 5000L 1 108000 108000

Boacuteia Eleacutetrica 1 2750 2750

Boacuteia Comum 1 1220 1220

Registro de Gaveta

1 3490 3490

Bomba Anauger 1 23000 23000

Filtro 3P VF1 1 22000 22000

Tubulaccedilotildees 7000 7000

Disjuntor 1 1310 1310

Escavaccedilatildeo Msup3 3666 53157

Matildeo de Obra 1 58574 58574

Energia 054 054

Total 13 727154 7704228

382 ndash Caacutelculos de economia e retorno de investimento para um sistema

com fluxo

Partindo dos dados apresentados podemos calcular por apartamento quanto eacute

cobrado pela CAESB a partir dos dados apresentados no capiacutetulo 34

119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119886119901119886119903119905119886119898119890119899119905119900 = 33119901 times 66119871 ~ 217119871

119863119894119886

119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119886119901119886119903119905119886119898119890119899119905119900 119886119900 119898ecirc119904 = 217119871119889119894119886 times 30119863119894119886119904 = 6510119871 119900119906 65101198983

Em que ldquoVTrdquo corresponde ao volume total do preacutedio ldquoVFrdquo ao volume da faixa

que eacute estipulado pela CAESB e ldquoUCrsquosrdquo satildeo as unidades de consumo que eacute correlato

ao nuacutemero de apartamentos existente

Portanto o total a se pagar em um mecircs eacute calculado da seguinte forma

119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 119881119879 times 119879119886119903119894119891119886 119889119890 aacute119892119906119886 + 119879119886119903119894119891119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900

119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 360119898sup3 times 119877$ 265 + 119879119886119903119894119891119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900

119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 954 + 119877$ 954 = 119877$ 1908

Retomando o caacutelculo exposto por L Pereira (Viabilidade

EconocircmicoAmbiental p 15) no subitem anterior temos que o caacutelculo da CAESB

seria feito da seguinte maneira

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119881119886119897119900119903 119889119900 1198983 times 119881119900119897119906119898119890 119888119886119901119905119886119889119900

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 265 times 1451198983

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 38425

Esse caacutelculo eacute equivalente a um mecircs de captaccedilatildeo para os 7 meses

teremos o seguinte

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119890 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 38425 times 7 119898119890119904119890119904 = 119877$ 268975

Conforme foi visto para o caacutelculo da economia de esgoto eacute necessaacuterio

multiplicar o valor do msup3 pelo volume captado e por 08 uma vez que considera-se

20 de perda ou seja para cada 1 litro de aacutegua que chega na residecircncia eacute cobrado

08 litros para o tratamento do esgoto Portanto para um mecircs segue-se

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119881119886119897119900119903 119889119900 1198983 times 119881119900119897119906119898119890 119888119886119901119905119886119889119900 times 08

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900 = 119877$ 265 times 1451198983 times 08

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 3074

ldquoPara o caacutelculo do retorno do investimento divide-se o valor investido pela

economia anual com a implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo e reaproveitamento da

aacutegua pluvialrdquo L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental p 16)

Portanto para 7 meses de chuva tem-se o seguinte

119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 =119881119886119897119900119903 119894119899119907119890119904119905119894119889119900

119864119888119900119899119900119898119894119886 (7119898119890119904119890119904)

119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 = 119877$ 17704228

119877$ 268975 + 119877$ 21518

119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 = 119877$ 7704228

119877$ 484155

119877119890119905119900119903119899119900

119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900= 1591119886119899119900119904

4 ndash Conclusatildeo e Consideraccedilotildees Finais

De acordo com o que foi exposto temos que a implantaccedilatildeo do sistema de

captaccedilatildeo para o aproveitamento de aacuteguas pluviais eacute uma oacutetima alternativa para

substituiccedilatildeo da ldquoaacutegua cinzardquo possibilitando tambeacutem um destino mais correto do

ponto de vista ambiental para a aacutegua que se tornaria esgoto Como eacute de

conhecimento este tipo de meacutetodo eacute utilizado em diversas regiotildees natildeo somente

aquelas que sofrem com escassez de aacutegua

Mesmo sabendo que o Brasil possui um grande potencial hiacutedrico observamos

que uma parcela da populaccedilatildeo natildeo tem consciecircncia quanto ao gasto de aacutegua

gerando um grande desperdiacutecio de forma desnecessaacuteria Portanto partindo de um

pensamento racional um sistema de captaccedilatildeo seria viaacutevel para o aproveitamento da

aacutegua para fins de consumo domeacutestico mais precisamente ldquoaacutegua cinzardquo

Considerando os caacutelculos apresentados a partir da taxa de precipitaccedilatildeo meacutedia

em Brasiacutelia a criaccedilatildeo de um sistema de captaccedilatildeo pluvial predial traz benefiacutecios

econocircmicos e ambientais O projeto torna-se viaacutevel economicamente pois desde

que se faccedila a manutenccedilatildeo de forma adequada do sistema este teraacute uma vida uacutetil

longa e considerando que se obteacutem o retorno do investimento em aproximadamente

16 anos para um sistema com fluxo apoacutes este periacuteodo o sistema passa a ser

lucrativo para o preacutedio que implanta pois o custo eacute dividido no condomiacutenio dentre os

moradores do preacutedio

Analisando do ponto de vista ambiental o desenvolvimento urbano de Brasiacutelia

ocasionou em superfiacutecies impermeaacuteveis dificultando a absorccedilatildeo de aacuteguas pluviais

pelo solo e juntamente com o sistema de redes pluviais e o sistema de drenagem

ultrapassados os alagamentos e enchentes tecircm se tornado constante quando

ocorrem chuvas anormais Com as estimativas feitas neste trabalho eacute possiacutevel que

tais transtornos hiacutedricos urbanos possam ser amenizados a partir da implantaccedilatildeo do

sistema sem que afete o ciclo hidroloacutegico natural Logicamente essa natildeo eacute a

soluccedilatildeo uma vez que ela deve ser apenas um complemento agrave poliacuteticas publicas

poliacuteticas de incentivo entre outras medidas de cunho sustentaacutevel

Em vista disso a implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo e aproveitamento de

aacuteguas pluviais acarretaria em uma significativa melhora ambiental atraveacutes da

substituiccedilatildeo de uma parcela da aacutegua fornecida pela CAESB e possivelmente

mitigando os transtornos hiacutedricos urbanos se aplicado em larga escala

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diretamente para o curso dos rios coacuterregos mananciais entre outros Em

razatildeo do exposto um meio indireto mas eficiente de se poluir a aacuteguardquo

Desse modo termo ldquosustentabilidaderdquo atrelado agraves necessidades

urbanas merece se conciliado de certa maneira que o ser humano produza

desenvolvimento e tambeacutem conserve o meio ambiente Portanto para o Brasil

os modelos que devem ser desenvolvidos nas cidades precisam ser justos

eacuteticos e sustentaacuteveis abrangendo todas as classes sociais e sendo igualitaacuterio

trazendo assim a concepccedilatildeo de que as transformaccedilotildees natildeo necessariamente

devem partir do governo e sim das accedilotildees que integrem os cidadatildeos

almejando a sustentabilidade Quando se diz ldquoas accedilotildees que integrem os

cidadatildeosrdquo na verdade o que se busca expressar eacute que a atitude deve partir da

populaccedilatildeo e natildeo do governo pois tais accedilotildees promovidas pela populaccedilatildeo as

aproximam das poliacuteticas puacuteblicas gerando melhores oportunidades e formas

alternativas de sistemas igualitaacuterios quando relacionados a exposiccedilatildeo de riscos

ambientais Tudo isso para oferecer um ambiente urbano com um

desenvolvimento em equiliacutebrio ambientalmente sustentaacutevel e socialmente

justo

Retomando o Artigo 2ordm do Estatuto da Cidade Loureiro e De Gregori

(Revista Eletrocircnica do Curso de Direito ndash UFSM p 462) expotildeem que houve

uma mudanccedila de paradigma ao se pensar em ambientes urbanos assim

expondo trecircs objetivos a serem alcanccedilados com as cidades ldquoo primeiro seria

um ambiente destinado agrave moradia de um acuacutemulo de comunidades jaacute em uma

segunda perspectiva seria um ambiente de poliacuteticas a fim de atingir funccedilatildeo

social urbana e por fim a garantia de ambientes urbanos como um meio

sustentaacutevel e sadio de desenvolvimentordquo Eacute importante ressaltar que esse

ponto de vista reflete que soacute seraacute possiacutevel assegurar um ambiente urbano para

a presente geraccedilatildeo e para as futuras partindo da preservaccedilatildeo do meio

ambiente

Portanto diversas iniciativas podem tornar o ambiente urbano em cidade

sustentaacutevel o que procura promover uma estabilidade e um equiliacutebrio agraves

cidades com uma visatildeo a longo prazo O processo de implantaccedilatildeo de cidades

sustentaacuteveis no Brasil deve primeiramente partir de accedilotildees individuais ou

privadas e articulada agraves poliacuteticas puacuteblicas para que haja uma eficiecircncia na

aplicabilidade sem desconsiderar que haacute uma possibilidade de gerar um

sistema insustentaacutevel Por que pode se tornar um sistema insustentaacutevel

Segundo Loureiro e De Gregori (Revista Eletrocircnica do Curso de Direito ndash

UFSM p 465 apud Godard 1990 p40-45) ldquoa insustentabilidade exprime

assim a incapacidade de as poliacuteticas puacuteblicas adaptarem a oferta de serviccedilos

urbanos agrave quantidade e agrave qualidade das demandas sociais provocando um

ldquodesequiliacutebriordquo entre necessidades cotidianas da populaccedilatildeo e os meios de as

satisfazer entre a demanda por serviccedilos urbanos e os investimento em redes e

infraestruturardquo

Jaacute que a realidade brasileira exprime uma grande distorccedilatildeo do que eacute

apresentado nos estudos como conseguir implantar uma cidade sustentaacutevel e

assim suportaacute-la Primeiramente eacute necessaacuterio ampliar o ponto de vista natildeo se

prendendo agraves poliacuteticas puacuteblicas em segundo plano eacute preciso que se tenha uma

accedilatildeo coletiva da populaccedilatildeo atraveacutes da conscientizaccedilatildeo ou de accedilotildees que

promovam a sustentabilidade dentro da cidade

Eacute importante ressaltar que natildeo se pode descartar as poliacuteticas puacuteblicas

mas tambeacutem natildeo se pode esperar que elas resolvam todos os problemas

presentes na cidade Sendo assim para que uma cidade torne-se sustentaacutevel eacute

preciso que as accedilotildees realizadas pela populaccedilatildeo sejam emparelhadas com as

poliacuteticas puacuteblicas aplicadas pelo governo No Brasil haacute cidades que satildeo

consideradas sustentaacuteveis mas essas cidades optaram apenas por um

planejamento urbano voltado para reconstituiccedilatildeo de aacutereas verdes

aprimoramento nas soluccedilotildees urbaniacutesticas e na tecnologia do transporte urbano

Tais accedilotildees natildeo devem ser desconsideras e sim exaltadas pelo funcionamento

adequado e promoccedilatildeo da sustentabilidade urbana Outras questotildees tatildeo

importantes quanto satildeo deixadas de lado pelo governo e nesse caso deve-se

ter uma aplicaccedilatildeo da sociedade para que ganhe uma visatildeo e assim sejam

aplicadas poliacuteticas puacuteblicas voltadas para tais questotildees

Em especiacutefico coloco o problema hiacutedrico que tem assolado vaacuterias

cidades do paiacutes por trazer prejuiacutezos de forma direta e indireta a populaccedilatildeo O

problema hiacutedrico brasileiro natildeo eacute apenas o causado pela estiagem e falta de

aacutegua em algumas localidades ele tambeacutem eacute expresso pelas chuvas

torrenciais Em face disso eacute importante unir o uacutetil ao agradaacutevel Vale expor que

em decorrecircncia do aumento da urbanizaccedilatildeo as aacutereas foram pavimentadas e

cobertas por preacutedios casas monumentos entre outras edificaccedilotildees

ocasionando na impermeabilizaccedilatildeo do solo em aacutereas naturais Devido a esse

fator o ser humano vem demandando novas soluccedilotildees e poliacuteticas puacuteblicas para

o controle e mitigaccedilatildeo de impactos causados pela chuva tais como

alagamentos

Os governos de modo geral vecircm encontrando seacuterias dificuldades

quanto agraves questotildees de gestatildeo dos alagamentos em suas aacutereas puacuteblicas Para

Brasiacutelia e o Governo do Distrito Federal esse problema eacute recente e nem tatildeo

alarmante quando comparado aos das grandes capitais brasileiras como Satildeo

Paulo ou Rio de Janeiro Portanto eacute necessaacuterio que se tenha uma precauccedilatildeo

com o uso das aacuteguas tratadas para que possam ser utilizadas fontes

alternativas Com o objetivo de aproveitamento de aacuteguas pluviais a captaccedilatildeo

de aacutegua advinda das chuvas possui um vieacutes sustentaacutevel do ponto de vista

teacutecnico e econocircmico quando aplicado em sistemas de uso privativo Cabe

ressaltar que esse estudo visa aliar o conceito de cidades sustentaacuteveis a partir

da iniciativa privada agraves necessidades encontradas na cidade de Brasiacutelia no

caso de um projeto de aproveitamento de aacuteguas pluviais que atenda a

demanda de aacutegua natildeo potaacutevel tendo como base a precipitaccedilatildeo de chuva local

sem desconsiderar o ciclo hidroloacutegico para que natildeo ocorra um desequiliacutebrio do

mesmo e ocasione mais desastres ambientais

Tal sistema tem como objetivo gerar uma fonte de aacutegua natildeo potaacutevel

para uso diaacuterio em sistemas prediais como descarga limpeza do preacutedio

irrigaccedilatildeo de jardins disponibilidade para lavagem de automoacuteveis entre outras

possibilidades gerando uma economia da aacutegua utilizada e consequentemente

uma economia monetaacuteria Aleacutem desse objetivo reducionista de gasto e aacutegua

haacute tambeacutem a possibilidade da reduccedilatildeo de transtornos hiacutedricos urbanos

Portanto ao abordar sobre poliacuteticas puacuteblicas eacute de suma importacircncia

compreender que o ldquodesenvolvimento sustentaacutevel eacute um processo de

aprendizagem social de longo prazo que por sua vez eacute direcionado por

poliacuteticas puacuteblicas orientadas por um plano de desenvolvimento nacionalrdquo

(Barbosa 2008 p 6) O conceito de desenvolvimento sustentaacutevel seraacute melhor

apresentado no capiacutetulo seguinte

2 ndash Sustentabilidade desenvolvimento sustentaacutevel e a sua

importacircncia

Inicio esse capiacutetulo com uma frase de Nascimento (2012 p 57) em que

se queremos sugerir uma sustentabilidade para toda a sociedade eacute necessaacuterio

que tenhamos uma ldquolinha transversal a eacutetica solidaacuteria com os excluiacutedos de hoje

para que natildeo haja excluiacutedos amanhatilderdquo

Por que a sustentabilidade eacute algo importante para noacutes Eacute necessaacuterio

que seja de conhecimento geral de que estamos ameaccedilados em todos os

aspectos ligados agrave utilizaccedilatildeo de recursos naturais e aproveitamento dos

mesmos Portanto haacute uma conexatildeo direta ao desenvolvimento sustentaacutevel

Nascimento (2012 p 58) ainda aponta que ldquoateacute meados do seacuteculo XX a

humanidade temia basicamente duas grandes extinccedilotildees ndash uma externa

(choque de um grande meteorito como aparentemente ocorreu haacute 65 milhotildees

de anos extinguindo os dinossauros) e outra interna (o advento de uma

epidemia desconhecida e incontrolaacutevel) Em meados do seacuteculo passado foi

acrescida mais uma ameaccedila provinda dos proacuteprios seres humanos a bomba

atocircmica O seu poder de destruiccedilatildeo ficou evidente com as explosotildees de

Hiroshima e Nagasakirdquo Sendo assim eacute perceptiacutevel que o estilo de vida de alta

produccedilatildeo e consumo vigente nos leva a crer que um desastre eacute cada vez mais

plausiacutevel

ldquoQue a economia estaacute em um conflito com os sistemas naturais do

planeta eacute uma evidecircncia que ressalta das informaccedilotildees cotidianas sobre o

desaparecimento das zonas de pesca reduccedilatildeo das florestas a erosatildeo do

solo e o desaparecimento de espeacuteciesrdquo (Nascimento 2012 p 58 apud

Brown 2003 p14) Portanto a crise ambiental aponta um desgaste das

condiccedilotildees ldquonormaisrdquo de vida no planeta Terra Segundo Nascimento (2012 p

58) ldquo[] eacute possiacutevel caso o cenaacuterio mais pessimista do aquecimento global

venha a se confirmar que uma nova possibilidade de auto extinccedilatildeo seja criada

no final desse seacuteculordquo Desta forma o atual modelo de vida natildeo deteriora

apenas o meio ambiente tambeacutem prejudica a vida humana e para que sejam

reduzidos esses transtornos agrave vida humana eacute preciso que iniciativas e

alternativas sejam criadas por meio de inovaccedilotildees tecnoloacutegicas para que haja

uma saiacuteda

ldquoA crise ambiental assumiu contornos mais graves com a percepccedilatildeo da

responsabilidade antroacutepica do aquecimento global e a dinacircmica de ascensatildeo

de um contingente humano mais significativo no mercado de consumordquo

(Nascimento 2012 p 61) Quando a crise ambiental se tornou algo de suma

importacircncia Quando como e por que a sustentabilidade e o desenvolvimento

sustentaacutevel se tornaram relevantes para o combate agrave crise ambiental Eacute

necessaacuterio compreender que a sustentabilidade possui dois vieses quando

relacionada agrave sua origem Uma de suas origens tem base na biologia mais

precisamente na ecologia a qual atribui o conceito de resiliecircncia ndash capacidade

de recuperaccedilatildeo e reproduccedilatildeo dos ecossistemas ndash perante as degradaccedilotildees

antroacutepicas com o uso exacerbado dos recursos naturais Ainda relacionado agrave

ecologia haacute as causas naturais como terremotos fogo tsunamis pragas

entre outros O outro vieacutes de origem da sustentabilidade adveacutem da economia

como o adjetivo do desenvolvimento diante da visibilidade que ganhou ao

longo do seacuteculo XX referente ao padratildeo de consumo desenvolvido ao redor do

mundo (Nascimento 2012 p 51)

Segundo Nascimento a ideia de sustentabilidade como enfoque

mundial tem origem na deacutecada de 1950 O surgimento e a importacircncia desse

termo ocorrem devido a um risco ambiental global a poluiccedilatildeo nuclear ldquoOs seus

indiacutecios alertaram os seres humanos de que estamos em uma nave comum e

que problemas ambientais natildeo estatildeo restritos a territoacuterios limitadosrdquo

(Nascimento 2012 p 2) Segundo Nascimento (2012 p 52 apud Machado

2005) ldquoA ocorrecircncia de chuvas radiativas a milhares de quilocircmetros dos locais

de realizaccedilatildeo dos testes acendeu um caloroso debate no seio da comunidade

cientiacuteficardquo Na deacutecada de 1960 houve outro fato importante que implicou na

questatildeo da percepccedilatildeo da crise ambiental dando importacircncia a

sustentabilidade devido ao uso de inseticidas e pesticidas quiacutemicos e

transtornos causados por esses apontados por Rachel Carson em seu livro

intitulado de ldquoPrimavera Silenciosardquo ndash Silent Spring

Ainda na deacutecada de 60 as chuvas aacutecidas recorrentes nos paiacuteses

noacuterdicos levaram a Sueacutecia junto ao Conselho Econocircmico e Social das Naccedilotildees

Unidas (ECOSOC) a propor a realizaccedilatildeo de uma conferecircncia para tratar de um

acordo internacional para uma possiacutevel reduccedilatildeo na emissatildeo dos gases

responsaacuteveis por tal transtorno Com isso ocorreu a Conferecircncia de

Estocolmo em 1972 colocando em evidecircncia os paiacuteses subdesenvolvidos e

desenvolvidos da eacutepoca A princiacutepio as preocupaccedilotildees natildeo eram nem um

pouco igualitaacuterias jaacute que os paiacuteses desenvolvidos estavam atentos agrave

degradaccedilatildeo ambiental que afetavam sua qualidade de vida enquanto os

paiacuteses subdesenvolvidos estavam preocupados em natildeo sofrerem sanccedilotildees

comerciais e apresentarem um retardo em seu desenvolvimento uma vez que

naquela eacutepoca os problemas ambientais eram associados ao crescimento

econocircmico dos paiacuteses de terceiro mundo Nessa conferecircncia ficou exposto

que os paiacuteses desenvolvidos defendiam a proteccedilatildeo do meio ambiente como

principal foco e os paiacuteses em desenvolvimento focavam no combate agrave

pobreza

Para melhor esclarecer Nascimento expotildee a partir do documento ldquoOnly

One Earthrdquo (Ward amp Dubos 1973) ldquo[] O problema ambiental como decorrente

de externalidades econocircmicas proacuteprias do excesso de desenvolvimento

(tecnologia agressiva e consumo excessivo) de um lado e de sua falta

(crescimento demograacutefico e baixo PIB per capita) de outro Posta dessa forma

a questatildeo ambiental deixava de ficar restrita ao meio natural e adentrava o

espaccedilo socialrdquo Contemporacircneo a isso temos o relatoacuterio do Clube de Roma ndash

Limits to Growth (Meadows et al 1972) que propunha uma reduccedilatildeo do

desenvolvimento industrial nos paiacuteses desenvolvidos e uma contenccedilatildeo no

crescimento populacional nos paiacuteses subdesenvolvidos juntamente com o

apoio daqueles aos subdesenvolvidos para que pudessem crescer

economicamente A partir desses eventos os governos se conscientizaram e

criaram agecircncias que tratassem das questotildees ambientais para que pudessem

juntar dados ambientais jaacute que na eacutepoca careciam de tais informaccedilotildees

No Brasil foi criada a Secretaria Especial do Meio Ambiente (SEMA) em

1973 enquanto nos EUA jaacute existia a Environmental Protection Agency (EPA)

desde 1970

Dez anos apoacutes a Conferecircncia de Estocolmo uma anaacutelise dos resultados

foi feita pela ONU e mostrou que o resultado estabelecido deixou a desejar e

que os esforccedilos realizados foram inferiores Em decorrecircncia desse mal

desempenho foi formada a Comissatildeo Mundial sobre Meio Ambiente e

Desenvolvimento (CMMAD) presidida por Gro Harlen Brundtland responsaacutevel

pelo relatoacuterio ldquoNosso Futuro Comumrdquo ndash Our Common Future ndash que tinha como

principal proposta a criaccedilatildeo de uma agenda global para focar em uma

mudanccedila consideraacutevel Esse estudo obteve informaccedilotildees durante trecircs anos a

partir de pesquisas e anaacutelises com enfoque na parte social Segundo Barbosa

(2008 p2) as informaccedilotildees colhidas do relatoacuterio com base nas questotildees

sociais referiam-se ldquoao uso da terra sua ocupaccedilatildeo suprimento de aacutegua abrigo

e serviccedilos sociais educativos e sanitaacuterios aleacutem de administraccedilatildeo do

crescimento urbanordquo

Tal relatoacuterio foi responsaacutevel pela criaccedilatildeo do termo ldquoDesenvolvimento

Sustentaacutevelrdquo que ldquoconsistiu o maior esforccedilo entatildeo conhecido para conciliar a

preservaccedilatildeo do meio ambiente com o desenvolvimento econocircmicordquo

(Nascimento 2012 p 54) Uma definiccedilatildeo baacutesica do que eacute DS eacute exposta por

Nascimento (2012 p 58 apud Lenzi 2006) ldquoDesenvolvimento sustentaacutevel eacute o

desenvolvimento que satisfaz as necessidades do presente sem comprometer

a capacidade das geraccedilotildees futuras em satisfazer suas proacuteprias necessidadesrdquo

Estender e Pitta (O Conceito do Desenvolvimento Sustentaacutevel apud Camargo

2003 p 43) tambeacutem fazem citaccedilatildeo agrave outra definiccedilatildeo apontada no relatoacuterio

ldquoEm essecircncia o desenvolvimento sustentaacutevel eacute um

processo de transformaccedilatildeo no qual a exploraccedilatildeo dos

recursos a direccedilatildeo dos investimentos a orientaccedilatildeo

do desenvolvimento tecnoloacutegico e a mudanccedila

institucional se harmonizam e reforccedilam o potencial

presente e futuro a fim de atender agraves necessidades

e aspiraccedilotildees humanasrdquo

Nascimento (2012 p 54) aponta que ldquoA forccedila e a fraqueza dessa

definiccedilatildeo encontram-se justamente nessa foacutermula vaga pois deixam-se em

aberto quais seriam as necessidades humanas atuais e mais ainda as das

geraccedilotildees futurasrdquo

Segundo Barbosa (2008) o relatoacuterio faz consideraccedilotildees agraves questotildees

urbanas no qual as cidades em seu desenvolvimento devem contemplar as

necessidades baacutesicas de toda a populaccedilatildeo e conceder oportunidades de

melhora na qualidade de vida de todos buscando alcanccedilar uma equidade na

sociedade por meio de processos democraacuteticos para que haja um

desenvolvimento urbano adequado Ainda com referecircncia ao relatoacuterio haacute ldquoa

necessidade de descentralizaccedilatildeo das aplicaccedilotildees de recursos financeiros e

humanos e a necessidade do poder poliacutetico favorecer as cidades em sua

escala localrdquo (Barbosa 2008 p 2) Quanto agrave questatildeo do uso de recursos

naturais foi avaliada no relatoacuterio a capacidade de resiliecircncia da biosfera os

efeitos e as possiacuteveis consequecircncias causadas pela accedilatildeo antroacutepica apontando

ainda que a pobreza pode ser considerada como um problema ambiental e que

a tentativa de erradicar a mesma pode ser a base para a busca da

sustentabilidade Com essa contribuiccedilatildeo na mudanccedila do modo de perceber as

necessidades urbanas o relatoacuterio apresentou trecircs princiacutepios baacutesicos ou

aspectos que deveriam ser cumpridos ndash proteccedilatildeo ambiental equidade social e

o desenvolvimento econocircmico ndash e que seratildeo expostos mais adiante

Apesar de todos esses pontos levantados o relatoacuterio Brundtland

recebeu vaacuterias criacuteticas pelo fato de acusar a pobreza e o descontrole do

crescimento populacional nos paiacuteses subdesenvolvidos como a fonte principal

dos problemas ambientais e da insustentabilidade do planeta e de colocar em

segundo plano a poluiccedilatildeo causada ateacute a data de publicaccedilatildeo do relatoacuterio pelos

paiacuteses desenvolvidos

Em 1986 foi realizada a conferecircncia de Ottawa ndash Carta de Ottawa 1986

ndash na qual foram estabelecidas cinco condiccedilotildees para que se tentasse alcanccedilar o

desenvolvimento sustentaacutevel entre elas a manutenccedilatildeo da integraccedilatildeo

ecoloacutegica a satisfaccedilatildeo das necessidades baacutesicas humanas a provisatildeo da

autodeterminaccedilatildeo social e da diversidade cultural a integraccedilatildeo da conservaccedilatildeo

e do desenvolvimento e o alcance de equidade e justiccedila social Para a

CMMAD as condiccedilotildees que procedem do conceito de desenvolvimento

sustentaacutevel estatildeo associadas ao processo de urbanizaccedilatildeo e do crescimento da

cidade e tem como finalidade o uso adequado dos recursos naturais Em face

disto satildeo expostos alguns objetivos mudanccedila de qualidade do crescimento

crescimento renovaacutevel satisfaccedilatildeo das necessidades essenciais por emprego

aacutegua energia alimento e saneamento baacutesico garantia de um niacutevel sustentaacutevel

da populaccedilatildeo conservaccedilatildeo da base de recursos reorientaccedilatildeo da tecnologia e

do gerenciamento de risco e reorientaccedilatildeo das relaccedilotildees econocircmicas

internacionais (CMMAD 1988 1991)

Postumamente foi realizada a Assembleia das Naccedilotildees Unidas a qual

aprovou a Conferecircncia das Naccedilotildees Unidas para o Meio Ambiente e o

Desenvolvimento (CNUMAD) ocorrida em 1992 e ficou conhecida como Rio-

92 A Rio-92 teve maior visibilidade graccedilas agrave criaccedilatildeo da Convenccedilatildeo da

Biodiversidade e das Mudanccedilas Climaacuteticas ndash que posteriormente resultou na

criaccedilatildeo do Protocolo de Kyoto ndash da Agenda 21 e da Declaraccedilatildeo do Rio Essa

uacuteltima segue os mesmos padrotildees expostos na Conferecircncia de Estocolmo

citada anteriormente interligando o desenvolvimento econocircmico com o meio

ambiente atraveacutes de uma gestatildeo consciente dos recursos naturais sem

comprometer o modelo econocircmico vigente

Em decorrecircncia desses acontecimentos tornou-se de faacutecil entendimento

que o desenvolvimento sustentaacutevel eacute composto por trecircs aspectos ambiental

econocircmico e social Outros autores como Ignacy Sachs consideram ainda

outras variaacuteveis relevantes para o entendimento do DS como sustentabilidade

ecoloacutegica e poliacutetica

Figura 1 Tripeacute da Sustentabilidade

Fonte Nicholas Gimenes (2012)

Com base nesses trecircs aspectos apontados chegamos ao conhecido

Triple Bottom Line ndash ldquoTripeacute da Sustentabilidaderdquo No tripeacute da sustentabilidade

satildeo expostos o aspecto ambiental que tem como base a produccedilatildeo e o

consumo de tal forma que possa garantir que os ecossistemas natildeo sofram

problemas quanto a sua capacidade de resiliecircncia o aspecto econocircmico que

assume a denominada ecoeficiecircncia a qual incentiva a inovaccedilatildeo tecnoloacutegica

para tentar mitigar alguns dos problemas ambientais e ampliar a

desmaterializaccedilatildeo da economia e o uacuteltimo aspecto o social o qual supotildee que

a populaccedilatildeo de uma determinada sociedade tenha o miacutenimo necessaacuterio para

uma condiccedilatildeo de vida aceitaacutevel buscando erradicar a desigualdade social

Segundo Nascimento existem diversas definiccedilotildees desses trecircs aspectos mas

essas apontadas satildeo as mais recorrentes e de simples entendimento Natildeo

podemos esquecer que assim como eacute apontado por Ignacy Sachs e outros

autores outros aspectos para a definiccedilatildeo do DS devem ser levados em

consideraccedilatildeo em especial a cultura Apesar de natildeo ser citada como base do

ldquotripeacuterdquo a cultura eacute importante em qualquer sociedade quando relacionada ao

meio ambiente pois eacute ela quem dita o comportamento da populaccedilatildeo O Brasil

sofre com questotildees ambientais muitas das vezes por falta de instruccedilatildeo da

populaccedilatildeo que natildeo tem conhecimento do quatildeo impactante pode ser sua accedilatildeo

Deste modo quando se trata de questotildees ambientais eacute necessaacuterio que se

tenha uma mudanccedila natildeo repentina e sim gradativa nos padrotildees de consumo

no estilo de vida e na educaccedilatildeo ambiental

Retomando os conceitos de DS e sustentabilidade temos uma definiccedilatildeo

de Clovis Cavalcanti em que sustentabilidade ldquosignifica a possibilidade de se

obterem continuamente condiccedilotildees iguais ou superiores de vida para um grupo

de pessoas e seus sucessores em dado ecossistemardquo (Cavalcanti 2003)

Analisando essa definiccedilatildeo proposta por Cavalcanti vemos que se assemelha

do que foi exposto por Gro Harlen Brundtland em seu relatoacuterio Como jaacute foi

mencionado para Sachs o ldquoTriple Bottom Linerdquo ndash Tripeacute da Sustentabilidade ndash

possui cinco vertentes da sustentabilidade que satildeo a ldquosustentabilidade

ecoloacutegica refere-se a fiacutesica do processo de crescimento e tem como objetivo a

manutenccedilatildeo de estoques dos recursos naturais incorporados as atividades

produtivas a sustentabilidade ambiental que refere-se agrave manutenccedilatildeo da

capacidade de sustentaccedilatildeo dos ecossistemas o que implica a capacidade de

absorccedilatildeo e recomposiccedilatildeo dos ecossistemas em face as agressotildees antroacutepicas

sustentabilidade social que refere-se ao desenvolvimento e tem por algum

objetivo a melhoria da qualidade da vida da populaccedilatildeo Para caso de paiacuteses

com problemas de desigualdade e de inclusatildeo social implica a adoccedilatildeo de

poliacuteticas distributivas e a universalizaccedilatildeo de atendimento a questotildees como

sauacutede educaccedilatildeo habilitaccedilatildeo e seguridade social sustentabilidade poliacutetica

refere-se ao processo de construccedilatildeo da cidadania para garantir a incorporaccedilatildeo

plena dos indiviacuteduos ao processo de desenvolvimento e a sustentabilidade

econocircmica que refere-se a uma gestatildeo eficiente dos recursos em geral e

caracteriza-se pela regularidade de fluxos do investimento puacuteblico e privado

Implica a avaliaccedilatildeo da eficiecircncia por processos macro sociaisrdquo (Sachs 1993

Agenda 21 brasileira)

Barbosa (2008 p 4) faz uma citaccedilatildeo em seu trabalho sobre o livro de

Leila Ferreira ndash ldquoA questatildeo ambiental sustentabilidade e poliacuteticas puacuteblicas no

Brasilrdquo ndash referente ao padratildeo de vida da sociedade em que

ldquoO padratildeo de produccedilatildeo e consumo que

caracteriza o atual estilo de

desenvolvimento tende a consolidar-se

no espaccedilo das cidades e estas se

tornam cada vez mais o foco principal

na definiccedilatildeo de estrateacutegias e poliacuteticas

de desenvolvimentordquo

Sendo assim eacute de fundamental importacircncia que formas alternativas

sustentaacuteveis sejam alcanccediladas para que possam influenciar de forma positiva

na qualidade de vida das cidades e no processo de planejamento urbano Para

Acselrad (1999 p 85) a sustentabilidade urbana eacute definida como ldquoa

capacidade das poliacuteticas urbanas se adaptarem agrave oferta de serviccedilos agrave

qualidade e agrave quantidade das demandas sociais buscando o equiliacutebrio entre as

demandas de serviccedilos urbanos e investimentos em estruturardquo Como o

desenvolvimento sustentaacutevel possui muitos conceitos e definiccedilotildees haacute uma em

especial que se destaca pelo fato de estar relacionada agraves cidades juntamente

com o termo ldquosustentabilidaderdquo exposta por Barbosa (2008 p 4 apud

Satterthwaite 2004) em que

ldquoa resposta agraves necessidades humanas

nas cidades como o miacutenimo ou

nenhuma transferecircncia dos custos da

produccedilatildeo consumo ou lixo para outras

pessoas ou ecossistemas hoje e no

futurordquo

Assim a participaccedilatildeo da sociedade e a diversidade dos interesses que

a mesma possui gera um conflito entre as poliacuteticas puacuteblicas e o

desenvolvimento sustentaacutevel mas nada que natildeo possa ser contornado a partir

da conscientizaccedilatildeo individual dos cidadatildeos Como eacute exposto por Barbosa ldquoeacute

imprescindiacutevel para a sustentabilidade urbana o uso racional dos recursos

naturais a boa forma do ambiente urbano baseado na interaccedilatildeo clima e os

recursos naturais aleacutem das respostas agraves necessidades urbanas com o miacutenimo

de transferecircncia de dejetos e rejeitos para outros ecossistemas atuais e

futurosrdquo (Barbosa 2008 p 9) Em detrimento disso ldquoo desenvolvimento

sustentaacutevel natildeo deve ser apresentado como um slogan poliacuteticordquo (Barbosa

2008 p 10) deve ser apresentado como uma possiacutevel soluccedilatildeo para a

mitigaccedilatildeo dos problemas ambientais encontrados atualmente na sociedade

Portanto a sustentabilidade visa emoldurar novos meios alternativos de

produccedilatildeo distribuiccedilatildeo e consumo dos recursos naturais existentes de forma

mais racional ecologicamente viaacutevel e economicamente eficaz

Ao retratar esses problemas de padrotildees vividos pela sociedade

relacionados ao meio ambiente mais especificamente a utilizaccedilatildeo de recursos

naturais Nascimento (2012 p 58) aponta que ldquohaacute uma quase unanimidade

hoje entre os cientistas de que os recursos naturais natildeo seratildeo suficientes para

fornecer um modo de vida similar ao da classe meacutedia mundial a todos os novos

ingressantes no mercado No entanto eles tecircm tanto direito quanto os que jaacute

participam do mercado consumidorrdquo Mas como podemos contornar tais

problemas e a crise ambiental Atraveacutes da criatividade humana muitas formas

alternativas foram criadas e podem ser inventadas quando se tratam dos

recursos finitos utilizados pelo homem Temos como exemplo a aacutegua sobre a

qual poucos satildeo os estudos apresentados relacionando o aproveitamento de

aacuteguas pluviais e cidades sustentaacuteveis Na maioria das vezes os estudos satildeo

feitos com base em outras necessidades como a dessalinizaccedilatildeo das aacuteguas do

mar para consumo humano Natildeo podemos esquecer que atualmente existem

diversos sistemas de captaccedilatildeo de aacuteguas pluviais para diferentes finalidades

sejam elas para aproveitamento de consumo humano ou natildeo

3 ndash A viabilidade de implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo

pluvial em Brasiacutelia ndash DF

31 ndash Apresentaccedilatildeo de dados

Primeiramente seratildeo apresentados dados sobre a populaccedilatildeo e o

consumo de aacutegua presente nas residecircncias de Brasiacutelia e que seratildeo utilizados

como base para a implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo na Asa Norte

Segundo Ferreira C diretor Superintendente de Atendimento Comercial

(CAC) da Companhia de Saneamento Ambiental do Distrito Federal (CAESB)

ldquoEm Brasiacutelia o consumo meacutedio por habitante eacute de 190 litros de aacutegua por dia o

que resulta em um consumo mensal de 6msup3 por habitanterdquo De acordo com a

ONU cada pessoa necessita de 110 litros por dia para atender as

necessidades de consumo e higiene A Companhia de Saneamento Baacutesico do

Estado de Satildeo Paulo (SABESP 2010) afirma que ldquono Brasil o consumo por

pessoa pode chegar a mais de 200 litrosdiardquo A estimativa da SABESP (2010)

eacute de que 54 litros (27) vatildeo para cozinhar e beber 50 litros (25) para tomar

banho e escovar os dentes 66 litros (33) para descarga de banheiro 24 litros

(12) para lavagem de roupa e 6 litros (3) para outras tarefas como lavagem

de carro por exemplo Segundo dados da CAESB Brasiacutelia (Plano Piloto)

consome cerca de 2757890msup3 por mecircs e que o consumo por habitante eacute de

1381msup3mecircs

Devido ao alto consumo de aacutegua em Brasiacutelia os recorrentes transtornos

hiacutedricos urbanos e a ausecircncia de sistemas captaccedilatildeo pluvial este capiacutetulo traz

um estudo da viabilidade teacutecnica e econocircmica da implantaccedilatildeo de um sistema

em um preacutedio residencial do bairro Asa Norte mais especificamente na

Superquadra 111 Norte Natildeo haacute nenhum estudo realizado que comprove a

frequecircncia dos alagamentos nessa regiatildeo portanto tal quadra foi selecionada

em decorrecircncia de mateacuterias e reportagens que mostram a dificuldade que a

populaccedilatildeo sofre quando haacute uma chuva anormal

Primeiramente eacute necessaacuterio que se tenha uma noccedilatildeo do periacuteodo

chuvoso em Brasiacutelia Segundo o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais

(INPE) Brasiacutelia apresenta um regime de precipitaccedilatildeo bem definido sendo que

a estaccedilatildeo chuvosa tem iniacutecio em Outubro e estende-se ateacute Marccedilo e a estaccedilatildeo

seca ocorre no restante do ano (Abril a Setembro) Ainda segundo o INPE ldquoa

estaccedilatildeo chuvosa eacute causada pelo forte aquecimento da atmosfera na Amazocircnia

que favorece o desenvolvimento de um sistema quase estacionaacuterio em altos

niacuteveis a Alta Boliacutevia Como resultado dessa circulaccedilatildeo observa-se nos baixos

niacuteveis uma regiatildeo de baixa pressatildeo e a convergecircncia de ar satildeo os principais

fatores que provocam a precipitaccedilatildeo neste periacuteodo responsaacutevel por 70 do

total meacutedio anualrdquo A partir desses elementos apresentados pelo INPE e com

base nos dados os quais foram obtidos da estaccedilatildeo meteoroloacutegica de Brasiacutelia

localizada na Latitude (ordm) -158 Longitude (ordm)-479 temos a precipitaccedilatildeo de

Brasiacutelia dada mecircs a mecircs Os dados partem de Janeiro de 2006 e vatildeo ateacute

Outubro de 2015 Eacute importante frisar que os dados foram formulados a partir

da precipitaccedilatildeo acumulada para tornar mais faacutecil de calcular a meacutedia

Tabela 01 Dados de Precipitaccedilatildeo

AnoMecircs JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ Meacutedia Mensal

2006 1232 1914 258 1417 351 09 01 528 403 5264 1956 1821 14563

2007 2609 2659 357 501 75 0 0 0 0 535 2249 275 9779

2008 201 2425 2346 2109 0 0 0 27 80 387 271 3226 1337

2009 2028 1347 81 3759 612 93 0 725 505 2958 1991 3078 1492

2010 1211 368 2494 2388 275 0 0 0 0 349 2547 318 1068

2011 1268 1724 2433 696 139 38 0 0 7 2639 3338 4704 1421

2012 2699 1149 1982 1213 444 24 02 0 333 1098 4446 1428 1235

2013 4918 1893 1903 954 222 62 03 0 659 1069 2711 3525 1493

2014 1531 1392 3402 2493 28 10 79 0 162 2014 192 3667 1399

2015 939 1297 3456 2076 499 0 08 0 218 694 SD SD 9187

Meacutedia para cada mecircs

20445 16168 21763 17606 2645 326 093 128 315 17007 2652 30421 12797

Tabela contendo os dados de chuva acumulada mecircs a mecircs em miliacutemetros (mm)

Fonte INPE 2015

Obs 1- SD - satildeo dados que natildeo foram coletados devido pois o trabalho foi realizado antes desses meses

Obs2- Meacutedia calculada com os dados obtidos no caso os meses de novembro e dezembro de 2015 natildeo entram no

caacutelculo pois ainda natildeo existiam os dados

Temos tambeacutem a partir do estudo realizado por Brino (Brasiacutelia

Superquadras Residenciais) os dimensionamentos dos preacutedios e a quantidade

de apartamentos por pavimentos conforme as tabelas a seguir

Tabela 02 Dimensionamento dos Blocos

A SUPERQUADRA AE AT

Aacuterea de Projeccedilatildeo por Bloco

Aacuterea Total = 11760msup2 Nuacutemero total de Blocos = 11

1069msup2 185 136

Aacuterea Construiacuteda por bloco (sem pilotis e

subsolo)

Pavimentos = 6 Aacuterea do Pavimento = 1069msup2

6414msup2 1113 818

Aacuterea Construiacuteda por superquadras (sem pilotis e subsolo)

Preacutedio = 11 Aacuterea por Preacutedio = 64141msup2

70554msup2 8999 1225

AE - Aacuterea Aedificandi e AT - Aacuterea Total

Tabela 03 Dimensionamento da Populaccedilatildeo

A POPULACcedilAtildeO (5 Pessoas

apart)

6 apartamentos por pavimento

36 apartamentos por bloco

396 apartamentos

por superquadra

1980 pessoas por

superquadra

8 apartamentos por pavimento

48 apartamentos por bloco

528 apartamentos

por superquadra

2640 pessoas por

superquadra

10 apartamentos por pavimento

60 apartamentos por bloco

660 apartamentos

por superquadra

3300 pessoas por

superquadra

12 apartamentos por pavimento

72 apartamentos por bloco

792 apartamentos

por superquadra

3960 pessoas por

superquadra

Caacutelculo para as faixas 100 200 e 300 (seis pavimentos) Fonte SUDUR

O estudo apresentado por Brino (Brasiacutelia Superquadras Residenciais)

considera uma famiacutelia composta por cinco pessoas para cada apartamento

nesse caso iremos desconsiderar essa informaccedilatildeo e basearmos nos dados

apresentados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica (IBGE) Nos

dados do IBGE (Censo Demograacutefico 2010) constam que a meacutedia de

moradores em domiciacutelios particulares ocupados eacute de 33 moradores

Partindo dos elementos de precipitaccedilatildeo aacuterea de projeccedilatildeo por bloco

meacutedia de moradores por apartamento total de apartamentos de um preacutedio e

consumo meacutedio de aacuteguadia por habitante podemos dar inicio as formas de

captaccedilatildeo e armazenamento de aacuteguas pluviais

32 ndash Aacuteguas pluviais e aacuteguas cinzas

Mas porque focar em aproveitamento de aacuteguas pluviais Segundo

Rapoport (2004 p 1) ldquoo aumento populacional acompanhado pelas mudanccedilas

climaacuteticas globais vem contribuindo para o aumento na demanda por recursos

hiacutedricosrdquo Ainda expotildee que ldquoembora a aacutegua seja um recurso renovaacutevel ela

tende a se deteriorar em funccedilatildeo do seu uso indiscriminado o que compromete

consequentemente a quantidade de aacutegua com qualidade disponiacutevel para o

consumo nas diversas localidadesrdquo (Rapoport 2004 p 1)

Um fato importante abordado por Rapoport (2004 p1) eacute que ldquoa

quantidade de aacutegua disponiacutevel eacute sempre a mesma jaacute que estaacute sempre sendo

renovada atraveacutes do ciclo hidroloacutegico Entretanto a aacutegua de qualidade para

consumo estaacute se tornando rarardquo A tiacutetulo de esclarecimento ldquosabe-se que o

ciclo hidroloacutegico se constitui basicamente do transporte de massas drsquoaacutegua do

oceano para atmosfera por evaporaccedilatildeo e da atmosfera atraveacutes de

precipitaccedilotildees escoamentos superficiais e subterracircneos para os oceanos

influenciando diretamente a distribuiccedilatildeo e extensatildeo dos corpos drsquoaacutegua

continentaisrdquo (Rapoport 2004 p 1) Sendo assim a interferecircncia humana tem

causado alteraccedilotildees no ciclo hidroloacutegico em diversas regiotildees Esse assunto

seraacute melhor abordado mais adiante pois o uso do sistema de captaccedilatildeo pode

influenciar no ciclo hidroloacutegico negativamente mas utilizado da forma

adequada pode continuar mantendo o ciclo equilibrado

Aleacutem do uso indevido da aacutegua e de sua escassez Lima e Machado

(2008 p 13) apontam que ldquooutro fator importante eacute o aumento de inundaccedilotildees e

enchentes devido ao escoamento superficial da aacutegua de chuva e da

impermeabilizaccedilatildeo do solordquo Portanto a captaccedilatildeo de aacuteguas pluviais pode

contribuir para a reduccedilatildeo dos transtornos hiacutedricos urbanos e ao mesmo tempo

reduzir a demanda por aacutegua potaacutevel da companhia de distribuiccedilatildeo local

Segundo Amorim e Pereira (2008 p 54) ldquouma das soluccedilotildees em estudo

para aumentar a oferta de aacutegua para as edificaccedilotildees eacute o aproveitamento da

aacutegua pluvial Esta apresenta uma boa alternativa visto que aleacutem de reduzir o

consumo de aacutegua potaacutevel ainda surge como uma accedilatildeo no combate agraves

enchentes funcionando como uma medida natildeo-estrutural do sistema de

drenagem urbanardquo Mas o que eacute necessaacuterio para formar um sistema de

captaccedilatildeo adequado e funcional Amorim e Pereira (2008 p 54) apresentam

que ldquoos sistemas de aproveitamento de aacutegua pluvial satildeo formados basicamente

pela aacuterea de captaccedilatildeo (geralmente coberturas) os componentes de transporte

(calhas e condutores verticais) e o reservatoacuteriordquo Cabe ressaltar que para esse

estudo a captaccedilatildeo das aacuteguas pluviais seraacute destinada apenas para a utilizaccedilatildeo

em ldquoaacuteguas cinzasrdquo Neste sentido o reuso das aacuteguas cinzas que satildeo as aacuteguas

provenientes de todas as atividades domeacutesticas com exceccedilatildeo de fontes de

aacuteguas negras tais como sanitaacuterios bidecircs e urinol vem sendo estudadas com

vista ao reuso tanto em irrigaccedilatildeo como em sanitaacuterios (Rapoport 2004 p 8)

Retomando os dados apresentados pela SABESP (2010) temos a

tabela 04 a qual apresenta os dados de consumo domeacutestico e em sequecircncia o

graacutefico 01 que demonstram que se analisarmos as quantidades de aacutegua

utilizada no consumo domeacutestico teremos uma base para o tamanho do

reservatoacuterio E posteriormente a tabela 05 mostra em que situaccedilotildees se podem

reutilizar as aacuteguas pluviais

Tabela 04 Consumo domeacutestico de aacutegua

Litros

Cozinhar e Beber 54

Tomar Banho e Escovar os Dentes 50

Descarga de Banheiro 66

Lavagem de Roupa 24

Outras Tarefas 6

Total = 200

Fonte SABESP (2010)

27

25

33

12

3

Cozinhar e Beber

Tomar Banho e Escovar osDentes

Descarga de Banheiro

Lavagem de Roupa

Outras Tarefas

Descarga de Banheiro

6875

Lavagem de Roupa

25

Outras Tarefas 625

Graacutefico 01 Consumo Domeacutestico de Aacutegua

Tabela 05 Percentual para reutilizaccedilatildeo de aacuteguas pluviais

Graacutefico 02 Percentual para Reutilizaccedilatildeo de Aacuteguas Pluviais

Porcentagem ()

Descarga de Banheiro 66 6875

Lavagem de Roupa 24 25

Outras Tarefas 6 625

Total = 96 100

Fonte SABESP(2010)

33 ndash Meacutetodos de Dimensionamento do Reservatoacuterio

Amorim e Pereira (2008 p 54 Soares et al 2000 apud May 2004)

apresentam que existem quatro grupos principais para o dimensionamento do

reservatoacuterio

(a) Meacutetodos determiniacutesticos os dados referentes agrave precipitaccedilatildeo

pluviomeacutetrica e agrave demanda satildeo analisados pela curva de massa

(b) Meacutetodos aproximados baseados em relaccedilotildees empiacutericas

conhecidas

(c) Meacutetodos de modelaccedilatildeo satildeo tambeacutem conhecidos como meacutetodos

de transiccedilatildeo probabiliacutestica da matriz e

(d) Meacutetodos de anaacutelise de sistemas sendo linear natildeo linear ou

programaccedilatildeo dinacircmica

Dentro desses grupos de dimensionamento temos os diversos meacutetodos

meacutetodo de Rippl que consiste na determinaccedilatildeo do volume com base na aacuterea

de captaccedilatildeo que eacute subdivido em meacutetodo analiacutetico e meacutetodo graacutefico meacutetodo de

consideraccedilatildeo dos periacuteodos de dias consecutivos sem chuva que necessita da

observaccedilatildeo dos registros pluviomeacutetricos para identificar os maiores periacuteodos de

dias consecutivos sem chuvas e sua taxa de repeticcedilatildeo meacutetodo de anaacutelise de

simulaccedilatildeo de um reservatoacuterio com capacidade suposta que consiste

basicamente na fixaccedilatildeo de um volume para o reservatoacuterio e na verificaccedilatildeo do

percentual de consumo que seraacute atendido meacutetodo praacutetico brasileiro meacutetodo

praacutetico alematildeo meacutetodo praacutetico inglecircs e o meacutetodo praacutetico australiano (Amorim

e Pereira 2008 p 55-58)

34 ndash Anaacutelise de caso para um preacutedio da Superquadra 111 Norte

A partir dos dados jaacute apresentados temos que o objeto de estudo eacute um

preacutedio residencial localizado na Superquadra 111 Norte que possui uma aacuterea

de projeccedilatildeo de 1069msup2 com seis (6) pavimentos constituindo uma aacuterea

construiacuteda de 6414msup2 apresentando seis (6) apartamentos por pavimento e

consequentemente trinta e seis (36) apartamentos no total (Brino Brasiacutelia

Superquadras Residenciais) O preacutedio conteacutem 33 habitantes por apartamento

(IBGE 2010) que consomem em meacutedia cerca de 190 litros de aacuteguadia

resultando em um consumo mensal de aproximadamente 6msup3 por pessoa

(CAESB) mas como a aacutegua captada da chuva seraacute utilizada apenas para

suprir a demanda de aacutegua cinza temos 66 litros para descarga de vasos

sanitaacuterios

Temos entatildeo que a demanda por aacutegua por habitante nesse edifiacutecio eacute

dada por

119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119898119900119903119886119889119900119903 = 66119871 = 66119871119863119894119886

119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119886119901119886119903119905119886119898119890119899119905119900 = 33119901 times 66119871 ~ 217 119871119863119894119886

119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119901119903eacute119889119894119900 = (33119901 times 66119871) times 36 ~ 7840119871119863119894119886

119863119890119898119886119899119889119886 119898119890119899119904119886119897 119901119900119903 119901119903eacute119889119894119900 =7840119871

119889119894119886times 30119863119894119886119904 = 235224119871

Legenda L = Litros p = Pessoas

Para facilitar nos caacutelculos ao aplica-los para o reservatoacuterio e para o

sistema de captaccedilatildeo eacute necessaacuterio realizar a conversatildeo de litros para msup3

(metros cuacutebicos) Sendo assim 66L = 0066msup3 217L = 0217msup3 7840L =

7840msup3 e 235224L = 235224msup3

Seraacute utilizado o ano de 2014 para os dados de precipitaccedilatildeo da estaccedilatildeo

meteoroloacutegica de Brasiacutelia localizada na Latitude (ordm) -158 Longitude (ordm)-479

fornecidos pela professora Rafaela Lisboa durante o periacuteodo chuvoso O ano

de 2014 apresenta registros jornaliacutesticos de alagamento nos meses de

Fevereiro com precipitaccedilatildeo de 1392 msup3 Marccedilo com precipitaccedilatildeo de 3402msup3

e Dezembro com precipitaccedilatildeo de 3667msup3 Importante ressaltar que o setor

Noroeste de Brasiacutelia foi construiacutedo em 2011 (site G1) o que aumentou a aacuterea

de solo impermeabilizado e a reduccedilatildeo no escoamento superficial da aacutegua

ocasionando em um aumento nas enchentes e alagamentos na Asa Norte

Segundo Amorim e Pereira (2008 p57) um dos meacutetodos a ser utilizado

para poder saber o volume de aacutegua aproveitaacutevel e consequentemente o

volume de aacutegua do reservatoacuterio Trata-se de um meacutetodo empiacuterico apresentado

na NBR 155272007 O volume de aacutegua do reservatoacuterio V expresso em L eacute

exposto a seguir

119872eacute119905119900119889119900 119875119903aacute119905119894119888119900 119861119903119886119904119894119897119890119894119903119900

119881 = 0042 times 119875 times 119860 times 119879

Em que ldquoVrdquo representa o volume de aacutegua aproveitaacutevel e o volume de

aacutegua do reservatoacuterio (L) ldquoPrdquo a precipitaccedilatildeo meacutedia mensal (mm) ldquoArdquo a aacuterea de

coleta em projeccedilatildeo ldquoTrdquo nuacutemero de meses de pouca chuva ou seca e ldquo0042rdquo eacute

um coeficiente estipulado

Portanto segundo Fontanela (2010 p 25) para estipular o volume do

reservatoacuterio temos que calcular 42 do produto entre o volume de chuva

coletada pelo telhado e o nuacutemero de meses com pouca chuva ou seca

Atribuindo valores do ano de 2014 temos que

119881 = 0042 times 1399119898119898 times 1069 times 5

119881~ 31406119871 119900119906 31406119898sup3

Ressaltando que esse valor obtido eacute uma estimativa do tamanho do

reservatoacuterio e que pode haver um reservatoacuterio de maior capacidade

De forma comparativa eacute de bom senso que se faccedila outro caacutelculo com um

meacutetodo alternativo

Amorim e Pereira (2008 p56) expotildeem que existe um meacutetodo de anaacutelise

de simulaccedilatildeo do reservatoacuterio com capacidade suposta o qual consiste

basicamente na fixaccedilatildeo de um volume para o reservatoacuterio e na verificaccedilatildeo de

consumo que seraacute atendido Sendo assim ldquoo primeiro passo para a aplicaccedilatildeo

desse meacutetodo eacute adotar alguns valores possiacuteveis para o volume com base na

estimativa do consumo mensal de aacutegua natildeo potaacutevelrdquo (Amorim e Pereira 2008

p57) Portanto partindo do ponto que o preacutedio consome cerca de 235000L

devemos calcular uma base que possa ser favoraacutevel economicamente

119872eacute119905119900119889119900 119889119890 119878119894119898119906119897119886ccedilatilde119900 119889119900 119877119890119904119890119903119907119886119905oacute119903119894119900

235224119871 rarr 100

119881 rarr 30

119881 ~ 70000119871 119900119906 70119898sup3

Tambeacutem haacute outra alternativa apresentada por L Pereira (Viabilidade

EconocircmicoAmbiental p 18)

119881119886119888 = 119860119879 times 119875119875119872119860 lowast

119881119886119888 = 1069119898sup2 times 1399119898sup3 = 1495531119898sup3119886119899119900

Equaccedilatildeo a qual ldquoVacrdquo corresponde ao volume de aacutegua captado ldquoATrdquo

aacuterea do telhado e ldquoPPMArdquo eacute a precipitaccedilatildeo pluviomeacutetrica meacutedia mensal

Poreacutem o resultado obtido eacute para os 12 meses do ano e como foi visto no

ano de 2014 temos 7 meses com chuva portanto

119881119886119888 =119879119900119905119886119897

1198983

1198861198991199007 119898119890119904119890119904

lowast

119881119886119888 =1495531119898sup3119886119899119900

7= 21364119898sup3 119900119906 213640119871

dados somente seriam vaacutelidos se a precipitaccedilatildeo fosse uniforme durante os 7 meses de chuva

341 ndash Anaacutelise de caso para a Superquadra 111 Norte

Retomando a tabela 02 temos que a quadra apresenta 11 preacutedios

aproximadamente que variam o nuacutemero de apartamentos por pavimentos e

consequentemente o nuacutemero de moradores mas os edifiacutecios continuam tendo

uma aacuterea de 1069msup2 gerando um uma aacuterea total de 70554msup2 mas teremos

como base os caacutelculos feitos para o preacutedio selecionado no item 34

Realizando um caacutelculo baacutesico tem-se como estimativa de

armazenamento para esta quadra o seguinte

119872eacute119905119900119889119900 119875119903aacute119905119894119888119900 119861119903119886119904119894119897119890119894119903119900

119881~ 31406119871 119900119906 314061198983

11 119875119903eacute119889119894119900119904 times 31406119871 = 345466119871 119900119906 345466119898sup3

119872eacute119905119900119889119900 119889119890 119878119894119898119906119897119886ccedilatilde119900 119889119900 119877119890119904119890119903119907119886119905oacute119903119894119900

119881 ~ 70000119871 119900119906 701198983

11 119875119903eacute119889119894119900119904 times 70000119871 = 770000

119881119900119897119906119898119890 119889119890 aacute119892119906119886 119888119886119901119905119886119889119900 lowast

119881119886119888 = 213641198983119900119906 213640119871

11 119875119903eacute119889119894119900119904 times 213640119871 = 2350040119871 119900119906 235004119898sup3

dados somente seriam vaacutelidos se a precipitaccedilatildeo fosse uniforme durante os 7 meses de chuva

119863119890119898119886119899119889119886 119905119900119905119886119897 119889119886 119902119906119886119889119903119886 119888119900119898 119889119890119904119888119886119903119892119886 119889119890 119887119886119899ℎ119890119894119903119900

11 119875119903eacute119889119894119900119904 times 235224119871 = 2587464119871 119900119906 2587464119898sup3

Segundo Brino (Brasiacutelia Superquadras Residenciais) temos que as

dimensotildees maacuteximas de uma superquadra satildeo de 280x280m resultando numa

aacuterea de 78400msup2 que eacute denominado de Aacuterea Total (AT) A partir disso foi

definido que deveria existir uma faixa externa de 20m denominada de non

aedificandi que foi destinada ao plantio de uma ldquomassa vegetalrdquo de grande

porte e no interior da quadra encontra-se a aacuterea aedificandi a qual possui

240x240m e uma aacuterea de 57600msup2 Realizando uma subtraccedilatildeo da Aacuterea total

pela Aacuterea aedificandi obtecircm-se que a aacuterea non aedificandi eacute de 20800msup2 que

corresponde a 265 da aacuterea total

Com base nessas informaccedilotildees eacute necessaacuterio atentar-se ao detalhe de

que uma parte da precipitaccedilatildeo cai no solo e outra parte nos telhados dos

preacutedios Sendo assim parte da chuva pode ser aproveitada pelo sistema de

captaccedilatildeo enquanto outra parte chega ao solo sem uma interferecircncia direta no

ciclo hidroloacutegico

35 ndash Funcionamento do sistema de captaccedilatildeo

Eacute importante frisar que o sistema de aproveitamento de aacuteguas pluviais eacute

regido pela norma NBR 15527 (Associaccedilatildeo Brasileira de Normas Teacutecnicas

2007) norma a qual faz algumas consideraccedilotildees importantes para implantaccedilatildeo

e correto funcionamento do sistema de captaccedilatildeo Alguns destes satildeo

435 ndash O volume dos reservatoacuterios deve ser dimensionado com

base em criteacuterios teacutecnicos econocircmicos e ambientais levando em

conta as boas praacuteticas da engenharia podendo a criteacuterio do

projetista ser utilizados os meacutetodos contidos no Anexo A ou

outro desde que devidamente justificado

Item 436 ndash Os reservatoacuterios devem ser limpos e desinfetados

com soluccedilatildeo de hipoclorito de soacutedio no miacutenimo uma vez por ano

de acordo com agrave ABNT NBR 5626

Item 442 ndash As tubulaccedilotildees e demais componentes devem ser

claramente diferenciados das tubulaccedilotildees de aacutegua potaacutevel

Item 443 ndash O sistema de distribuiccedilatildeo de chuva deve ser

independente do sistema de aacutegua potaacutevel natildeo permitindo a

conexatildeo cruzada de acordo com agrave ABNT NBR 5626

Item 444 ndash Os pontos de consumo como por exemplo uma

torneira de jardim devem ser de uso restrito e identificados com

placa de advertecircncia com a seguinte inscriccedilatildeo ldquoaacutegua natildeo potaacutevelrdquo

e identificaccedilatildeo graacutefica

Item 445 ndash Os reservatoacuterios de aacutegua de distribuiccedilatildeo de aacutegua

potaacutevel e de aacutegua da chuva devem ser separados

Item 461 ndash Quando necessaacuterio o bombeamento este deve

atender agrave ABNT NBR 12214

Deve-se realizar manutenccedilatildeo em todo o sistema de

aproveitamento de aacutegua de chuva

Para maiores esclarecimentos ldquoo funcionamento de um sistema de

coleta e aproveitamento de aacutegua pluvial consiste de maneira geral na captaccedilatildeo

da aacutegua da chuva que cai sobre os telhados ou lajes da edificaccedilatildeo A aacutegua eacute

conduzida ateacute o local de armazenamento atraveacutes de calhas condutores

horizontais e verticais passando por equipamentos de filtragem e descarte de

impurezas Apoacutes passar pelo filtro a aacutegua eacute armazenada geralmente em

reservatoacuterio enterrado (cisterna) e bombeada a um segundo reservatoacuterio

(elevado) do qual as tubulaccedilotildees especiacuteficas de aacutegua pluvial iratildeo distribuiacute-la

para o consumo natildeo potaacutevelrdquo (Carvalho 2010 p 27 e 28) Conforme ilustra a

imagem a seguir

Figura 02 Funcionamento de um Sistema de Captaccedilatildeo

Fonte Adatildeo D Padini (2013)

De forma mais simplificada podemos ver a representaccedilatildeo no fluxograma

a seguir

Figura 03 Fluxograma do Sistema de Captaccedilatildeo

Fonte Leandro Roncato Pereira

351 ndash Dificuldades para implantaccedilatildeo do sistema

Tal sistema apresenta como dificuldade o local onde seriam instaladas

as cisternas uma vez que geraria um peso sobre o telhado Dessa forma o

sistema seria instalado no jardim cobrando um custo adicional

352 ndash Custo de implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo fechado em um

preacutedio

Na implantaccedilatildeo desse sistema os materiais utilizados teratildeo como base o

meacutetodo praacutetico brasileiro e para aumentar a eficiecircncia do sistema o volume de

31406L seraacute arredondado para 35000L

Os valores de alguns dos materiais apresentados a seguir seguem os

dos apresentados no trabalho de L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental

p 18) apenas o valor da caixa drsquoaacutegua de 10000L foi obtido atraveacutes de

pesquisas em lojas de construccedilatildeo e assim utilizando a de menor valor

Tambeacutem devemos considerar que a bomba consome energia ao bombear aacutegua

para o preacutedio (CEB) portanto os valores seguem conforme a tabela a seguir

Tabela 06 Preccedilo dos Produtos do Sistema de Captaccedilatildeo sem Fluxo

Produto Quantidade Valor unitaacuterio (R$) Valor total (R$)

Cx Daacutegua 10000L 3 496090 1488270

Cx Daacutegua 5000L 1 108000 108000

Boacuteia Eleacutetrica 1 2750 2750

Boacuteia Comum 1 1220 1220

Registro de Gaveta

1 3490 3490

Bomba Anauger 1 23000 23000

Filtro 3P VF1 1 22000 22000

Tubulaccedilotildees 7000 7000

Disjuntor 1 1310 1310

Escavaccedilatildeo Msup3 3666 128310

Matildeo de Obra 1 58574 58574

Energia 054 054

Total 13 727154 1843978

Observaccedilatildeo Pelo fato desse estudo se tratar de um modelo de implantaccedilatildeo

o custo das tubulaccedilotildees vai variar de acordo com a demanda necessitada pelo

preacutedio portanto podendo variar de acordo com o projeto implantado Para este

estudo seraacute adotado o valor de R$ 7000

Observaccedilatildeo Pelo fato desse trabalho tratar-se de um modelo de

implantaccedilatildeo o custo da energia pode variar de acordo com a demanda necessitada

pelo preacutedio portanto podendo variar de acordo com o uso da bomba Para este

estudo seraacute adotado o valor de R$ 054 que eacute o valor do KwH cobrado pela CEB

Segundo Saravy (2010 p 46) haacute tambeacutem um custo para manutenccedilatildeo do

sistema conforme a tabela a seguir

Tabela 07 Preccedilo de Manutenccedilatildeo do Sistema de Captaccedilatildeo

Com esses dados podemos ver o valor total final a ser pago pelo

sistema de captaccedilatildeo que eacute de R$ 1889978

36 ndash Taxas e valores cobrados para utilizaccedilatildeo de aacutegua

Segundo a Companhia de Saneamento Ambiental do Distrito Federal (CAESB)

quando vaacuterias residecircncias satildeo atendidas por uma uacutenica ligaccedilatildeo de aacutegua eacute aplicado o

conceito de consumo ldquoPara exemplificar podemos citar um preacutedio residencial onde

cada apartamento corresponde a uma unidade de consumordquo (CAESB) Contudo o

caacutelculo de gastos seraacute realizado primeiro em um apartamento e posteriormente

multiplicado pelo total de apartamentos do preacutedio uma vez que os preacutedios

residecircncias da Asa Norte pagam a conta de aacutegua atraveacutes do condomiacutenio O preacutedio

Componente Frequecircncia da Manutenccedilatildeo

Custo da Manutenccedilatildeo

Calhas e Condutores

Semestral R$ 13000

Reservatoacuterio Limpeza e

Desinfecccedilatildeo Anual

R$ 20000

desse estudo apresenta um hidrocircmetro que mede o consumo de aacutegua para o todo o

preacutedio

Eacute de suma importacircncia destacar tambeacutem que haacute uma taxa de esgoto que eacute

cobrada pela CAESB consequentemente ldquoo valor da tarifa de esgotos corresponde

a 100 do valor da tarifa de aacutegua exceto quando se tratar de coleta do tipo

condominial que equivale a 60 do valor da tarifa de aacuteguardquo (CAESB)

Deste modo a CAESB utiliza tarifas para diversas categorias de moradia e

comeacutercio e neste estudo seraacute aplicada a tarifa de ldquoresidencial normalrdquo em

concordacircncia com a tabela a seguir

Tabela 08 Valor da Tarifa Cobrado pela CAESB

Para melhor compreensatildeo do caacutelculo que a CAESB faz temos uma conta do

condomiacutenio do preacutedio da Superquadra 111 Norte

Figura 04 Conta Discriminada do Condomiacutenio

Fonte Condomiacutenio do Preacutedio

O caacutelculo feito pela CAESB consiste primeiramente em saber a demanda de

aacutegua gasta em metros cuacutebicos por Unidade de Consumo ndash apartamento ndash para

saber qual faixa ldquomsup3rdquo eacute aplicada Apoacutes saber qual a faixa ldquomsup3rdquo que se enquadra eacute

atribuiacutedo o volume por UC (em msup3) em sequecircncia multiplica-se o volume por UC ou

volume da faixa pelo nuacutemero de UCrsquos correspondente para se obter o volume total

gasto (em msup3) Tendo o volume total gasto basta multiplicar pelo preccedilo corresponde

agrave faixa a qual se encaixa o consumo e assim obtendo o valor total a pagar A partir

do momento que se tem o valor total a pagar eacute necessaacuterio acrescer 100 do valor

para cobrir a tarifa de esgoto conforme a figura

Partindo desses dados podemos calcular por apartamento quanto eacute cobrado

pela CAESB a partir dos dados apresentados no capiacutetulo 34

119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119886119901119886119903119905119886119898119890119899119905119900 = 33119901 times 66119871 ~ 217119871

119863119894119886

119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119886119901119886119903119905119886119898119890119899119905119900 119886119900 119898ecirc119904 = 217119871119889119894119886 times 30119863119894119886119904 = 6510119871 119900119906 65101198983

Com base nesses dados temos que calcular o volume total de descarga em

sanitaacuterios que o preacutedio consome com a seguinte foacutermula

119881119879 = 119881119865 times 119873ordm 119889119890 119880119862prime119904

119881119879 = 10119898sup3 times 36 = 360119898sup3

Em que ldquoVTrdquo corresponde ao volume total do preacutedio ldquoVFrdquo ao volume da faixa

que eacute estipulado pela CAESB e ldquoUCrsquosrdquo satildeo as unidades de consumo que eacute correlato

ao nuacutemero de apartamentos existente

Portanto o total a se pagar em um mecircs eacute calculado da seguinte forma

119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 119881119879 times 119879119886119903119894119891119886 119889119890 aacute119892119906119886 + 119879119886119903119894119891119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900

119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 360119898sup3 times 119877$ 265 + 119879119886119903119894119891119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900

119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 954 + 119877$ 954 = 119877$ 1908

Em 7 meses seriam pagos em descarga

119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 1908 times 7 119872119890119904119890119904 = 119877$ 13356

37 ndash Caacutelculos de economia e retorno de investimento para um sistema

fechado

Conforme exposto por L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental p 15)

ldquopara o caacutelculo da economia da taxa de aacutegua multiplica-se o valor do msup3 (valor

cobrado por msup3 do responsaacutevel pelo fornecimento de aacutegua na cidade []) pelo

volume captado e entatildeo obtecircm-se o valor economizado por ano na taxa de aacuteguardquo

Recapitulando que para esse estudo seraacute utilizado o meacutetodo praacutetico brasieliro

devido aos meses de seca ou pouca chuva

Sendo assim

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119881119886119897119900119903 119889119900 1198983 times 119881119900119897119906119898119890 119888119886119901119905119886119889119900

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 265 times 314061198983

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 8322

Essa economia de R$ 8322 eacute para um mecircs de chuva para o preacutedio todo

sendo assim para os 7 meses de chuva tem-se

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119890 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 8322 times 7 119898119890119904119890119904 = 119877$ 58254

Ainda segundo L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental p 16) para o

caacutelculo da economia referente ao esgoto eacute necessaacuterio multiplicar o valor do msup3 pelo

volume captado e por 08 uma vez que considera-se 20 de perda ou seja para

cada 1 litro de aacutegua que chega na residecircncia eacute cobrado 08 litros para o tratamento

do esgoto

Portanto tem-se

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119881119886119897119900119903 119889119900 1198983 times 119881119900119897119906119898119890 119888119886119901119905119886119889119900 times 08

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900 = 119877$ 265 times 314061198983 times 08

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 6658

Esse valor encontrado de R$ 6658 corresponde a um mecircs de chuva para o

preacutedio sendo assim o total economizado pelo preacutedio em 7 meses eacute de

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119890 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 6658 times 7 119898119890119904119890119904 = 119877$ 46606

ldquoPara o caacutelculo do retorno do investimento divide-se o valor investido pela

economia anual com a implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo e reaproveitamento da

aacutegua pluvialrdquo L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental p 16)

Portanto para 7 meses de chuva tem-se o seguinte

119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 =119881119886119897119900119903 119894119899119907119890119904119905119894119889119900

119864119888119900119899119900119898119894119886 (7119898119890119904119890119904)

119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 = 119877$ 1843924

119877$ 58254 + 119877$ 46606

119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 = 119877$ 1843924

119877$ 9446

119877119890119905119900119903119899119900

119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900= 1952 119886119899119900119904

38 ndash Caacutelculos de dimensionamento para um sistema com fluxo

Os caacutelculos apresentados no subitem anterior satildeo relativos a um sistema

o qual natildeo adota a possibilidade de fluxo dentro do reservatoacuterio Quando se

fala em fluxo temos que considerar que ao mesmo tempo em que o preacutedio

utiliza aacutegua do reservatoacuterio de aacutegua pluvial o mesmo vai enchendo com aacutegua

pluvial Portanto haacute um ciclo no qual o preacutedio demanda aacutegua do reservatoacuterio e

o mesmo vai enchendo conforme chove no local

Sabendo que a meacutedia mensal eacute de 1399msup3 eacute preciso multiplicar isso

por 12 para se obter o quanto choveu em 2014 Sendo assim

119879119900119905119886119897 119886119900 119886119899119900 = 1399119898119898 times 12 119898119890119904119890119904

119879119900119905119886119897 119886119900 119886119899119900 = 16788119898119898

Mas como foi visto o periacuteodo chuvoso eacute de 7 meses entatildeo temos

119875119903119890119888119894119901119894119905119886ccedilatilde119900 119901119886119903119886 7 119898119890119904119890119904 = 16788119898119898 divide 7 = 2398119898119898

Com isso eacute necessaacuterio realizar o caacutelculo da meacutedia de captaccedilatildeo de aacutegua

por mecircs para a aacuterea de 1069msup2

119872119890119889119894119886 119889119890 119862119886119901119905119886ccedilatilde119900 = 2398119898119898 times 1069119898sup2

119872eacute119889119894119886 119889119890 119862119886119901119905119886ccedilatilde119900 = 256346119871 119900119906 256346119898sup3

Ao considerar o valor obtido temos que realizar o quanto seria captado

diariamente

119872eacute119889119894119886 119889119894aacute119903119894119886 = 256346119898sup3 divide 30 119889119894119886119904 = 85119898sup3119889119894119886

A partir desses caacutelculos podemos realizar a seguinte comparaccedilatildeo O

preacutedio consome cerca de 78msup3 ao dia de aacutegua para descarga de vasos sanitaacuterios

enquanto a meacutedia diaacuteria de captaccedilatildeo eacute de 85msup3 por conseguinte temos um fluxo

positivo de aacutegua para o reservatoacuterio de 067msup3dia nos dias chuvosos

Se colocarmos um reservatoacuterio de 35msup3 sem nenhuma aacutegua

armazenada poderemos constatar que o reservatoacuterio iria encher por completo em

cerca de 53 dias conforme o caacutelculo a seguir

351198983 = 0671198983 times 119909 119889119894119886119904

119909 119889119894119886119904 = 35119898sup3 divide 067119898sup3 = 5223 119889119894119886119904

Analisando esses dados temos que a partir do 54ordm dia o reservatoacuterio

estaria completamente cheio e no restante dos 156 dias que teriacuteamos de chuva

esses 067msup3 seriam de certa forma desperdiccedilados uma vez que esse fluxo de

067msup3 ao final dos 7 meses gerariam cerca de 1407msup3 enquanto o reservatoacuterio tem

a capacidade de 35msup3 conforme o caacutelculo a seguir

119875119900119905119890119899119888119894119886119897 = 067119898sup3 times 156 119889119894119886119904 = 1045119898sup3

Se considerarmos esse fluxo positivo de 067msup3dia temos que ao final

dos 210 dias (7meses) seria possiacutevel armazenar 1407 msup3 de aacutegua Com um

reservatoacuterio de 35msup3 1057msup3 estariam sendo escoados para fora do reservatoacuterio

Portanto o ideal seria um reservatoacuterio que se aproxime de 1407msup3 para que ao

final dos 7 meses toda aacutegua possiacutevel fosse armazenada no entanto o reservatoacuterio

deveria ser de 145msup3

Devemos considerar ainda que ao final dos 7 meses o reservatoacuterio

estaria cheio no periacuteodo de seca conseguiria abastecer o preacutedio de acordo com a

demanda do preacutedio sendo assim

119880119905119894119897119894119911119886ccedilatilde119900 119899119886 119904119890119888119886 = 119879119900119905119886119897 119889119900 119903119890119904119890119903119907119886119905oacute119903119894119900 divide 119863119890119898119886119899119889119886 119889119894aacute119903119894119886

119880119905119894119897119894119911119886ccedilatilde119900 119899119886 119904119890119888119886 = 1451198983 divide 781198983119889119894119886

119880119905119894119897119894119911119886ccedilatilde119900 119899119886 119904119890119888119886 = 1858 119889119894119886119904

381 ndash Custo de implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo com fluxo em um

preacutedio

Na implantaccedilatildeo desse sistema os materiais utilizados teratildeo como base

as estimativas que foram apresentadas no subitem anterior e para aumentar a

eficiecircncia do sistema o volume de 1400007L seraacute arredondado para

145000L

Devido ao tamanho do reservatoacuterio eacute de se esperar que o reservatoacuterio

natildeo seja instalado em cima do preacutedio uma vez que a estrutura do preacutedio natildeo

conseguiria suportar o peso que o reservatoacuterio faria sobre o telhado

consequentemente o reservatoacuterio deveraacute ser instalado no jardim do preacutedio que

iraacute gerar um custo a mais por conta da escavaccedilatildeo

Os valores de alguns dos materiais apresentados a seguir seguem os

dos apresentados no trabalho de L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental

p 18) apenas o valor da caixa drsquoaacutegua de 10000L foi obtido atraveacutes de

pesquisas em lojas de construccedilatildeo e assim utilizando a de menor valor

conforme a tabela a seguir Segundo o Saneamento de Goiaacutes SA (SANEAGO)

o custo de escavaccedilatildeo eacute calculado a partir do total de msup3 aleacutem de 3m de

profundidade

Tabela 09 Preccedilo dos Produtos do Sistema de Captaccedilatildeo com Fluxo

Observaccedilatildeo Pelo fato desse estudo se tratar de um modelo de implantaccedilatildeo

o custo das tubulaccedilotildees vai variar de acordo com a demanda necessitada pelo

preacutedio portanto podendo variar de acordo com o projeto implantado Para este

estudo seraacute adotado o valor de R$ 7000

Observaccedilatildeo Pelo fato desse trabalho tratar-se de um modelo de

implantaccedilatildeo o custo da energia pode variar de acordo com a demanda necessitada

pelo preacutedio portanto podendo variar de acordo com o uso da bomba Para este

estudo seraacute adotado o valor de R$ 054 que eacute o valor do KwH cobrado pela CEB

Produto Quantidade Valor unitaacuterio (R$) Valor total (R$)

Cx Daacutegua 10000L 14 496090 6945260

Cx Daacutegua 5000L 1 108000 108000

Boacuteia Eleacutetrica 1 2750 2750

Boacuteia Comum 1 1220 1220

Registro de Gaveta

1 3490 3490

Bomba Anauger 1 23000 23000

Filtro 3P VF1 1 22000 22000

Tubulaccedilotildees 7000 7000

Disjuntor 1 1310 1310

Escavaccedilatildeo Msup3 3666 53157

Matildeo de Obra 1 58574 58574

Energia 054 054

Total 13 727154 7704228

382 ndash Caacutelculos de economia e retorno de investimento para um sistema

com fluxo

Partindo dos dados apresentados podemos calcular por apartamento quanto eacute

cobrado pela CAESB a partir dos dados apresentados no capiacutetulo 34

119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119886119901119886119903119905119886119898119890119899119905119900 = 33119901 times 66119871 ~ 217119871

119863119894119886

119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119886119901119886119903119905119886119898119890119899119905119900 119886119900 119898ecirc119904 = 217119871119889119894119886 times 30119863119894119886119904 = 6510119871 119900119906 65101198983

Em que ldquoVTrdquo corresponde ao volume total do preacutedio ldquoVFrdquo ao volume da faixa

que eacute estipulado pela CAESB e ldquoUCrsquosrdquo satildeo as unidades de consumo que eacute correlato

ao nuacutemero de apartamentos existente

Portanto o total a se pagar em um mecircs eacute calculado da seguinte forma

119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 119881119879 times 119879119886119903119894119891119886 119889119890 aacute119892119906119886 + 119879119886119903119894119891119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900

119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 360119898sup3 times 119877$ 265 + 119879119886119903119894119891119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900

119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 954 + 119877$ 954 = 119877$ 1908

Retomando o caacutelculo exposto por L Pereira (Viabilidade

EconocircmicoAmbiental p 15) no subitem anterior temos que o caacutelculo da CAESB

seria feito da seguinte maneira

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119881119886119897119900119903 119889119900 1198983 times 119881119900119897119906119898119890 119888119886119901119905119886119889119900

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 265 times 1451198983

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 38425

Esse caacutelculo eacute equivalente a um mecircs de captaccedilatildeo para os 7 meses

teremos o seguinte

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119890 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 38425 times 7 119898119890119904119890119904 = 119877$ 268975

Conforme foi visto para o caacutelculo da economia de esgoto eacute necessaacuterio

multiplicar o valor do msup3 pelo volume captado e por 08 uma vez que considera-se

20 de perda ou seja para cada 1 litro de aacutegua que chega na residecircncia eacute cobrado

08 litros para o tratamento do esgoto Portanto para um mecircs segue-se

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119881119886119897119900119903 119889119900 1198983 times 119881119900119897119906119898119890 119888119886119901119905119886119889119900 times 08

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900 = 119877$ 265 times 1451198983 times 08

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 3074

ldquoPara o caacutelculo do retorno do investimento divide-se o valor investido pela

economia anual com a implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo e reaproveitamento da

aacutegua pluvialrdquo L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental p 16)

Portanto para 7 meses de chuva tem-se o seguinte

119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 =119881119886119897119900119903 119894119899119907119890119904119905119894119889119900

119864119888119900119899119900119898119894119886 (7119898119890119904119890119904)

119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 = 119877$ 17704228

119877$ 268975 + 119877$ 21518

119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 = 119877$ 7704228

119877$ 484155

119877119890119905119900119903119899119900

119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900= 1591119886119899119900119904

4 ndash Conclusatildeo e Consideraccedilotildees Finais

De acordo com o que foi exposto temos que a implantaccedilatildeo do sistema de

captaccedilatildeo para o aproveitamento de aacuteguas pluviais eacute uma oacutetima alternativa para

substituiccedilatildeo da ldquoaacutegua cinzardquo possibilitando tambeacutem um destino mais correto do

ponto de vista ambiental para a aacutegua que se tornaria esgoto Como eacute de

conhecimento este tipo de meacutetodo eacute utilizado em diversas regiotildees natildeo somente

aquelas que sofrem com escassez de aacutegua

Mesmo sabendo que o Brasil possui um grande potencial hiacutedrico observamos

que uma parcela da populaccedilatildeo natildeo tem consciecircncia quanto ao gasto de aacutegua

gerando um grande desperdiacutecio de forma desnecessaacuteria Portanto partindo de um

pensamento racional um sistema de captaccedilatildeo seria viaacutevel para o aproveitamento da

aacutegua para fins de consumo domeacutestico mais precisamente ldquoaacutegua cinzardquo

Considerando os caacutelculos apresentados a partir da taxa de precipitaccedilatildeo meacutedia

em Brasiacutelia a criaccedilatildeo de um sistema de captaccedilatildeo pluvial predial traz benefiacutecios

econocircmicos e ambientais O projeto torna-se viaacutevel economicamente pois desde

que se faccedila a manutenccedilatildeo de forma adequada do sistema este teraacute uma vida uacutetil

longa e considerando que se obteacutem o retorno do investimento em aproximadamente

16 anos para um sistema com fluxo apoacutes este periacuteodo o sistema passa a ser

lucrativo para o preacutedio que implanta pois o custo eacute dividido no condomiacutenio dentre os

moradores do preacutedio

Analisando do ponto de vista ambiental o desenvolvimento urbano de Brasiacutelia

ocasionou em superfiacutecies impermeaacuteveis dificultando a absorccedilatildeo de aacuteguas pluviais

pelo solo e juntamente com o sistema de redes pluviais e o sistema de drenagem

ultrapassados os alagamentos e enchentes tecircm se tornado constante quando

ocorrem chuvas anormais Com as estimativas feitas neste trabalho eacute possiacutevel que

tais transtornos hiacutedricos urbanos possam ser amenizados a partir da implantaccedilatildeo do

sistema sem que afete o ciclo hidroloacutegico natural Logicamente essa natildeo eacute a

soluccedilatildeo uma vez que ela deve ser apenas um complemento agrave poliacuteticas publicas

poliacuteticas de incentivo entre outras medidas de cunho sustentaacutevel

Em vista disso a implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo e aproveitamento de

aacuteguas pluviais acarretaria em uma significativa melhora ambiental atraveacutes da

substituiccedilatildeo de uma parcela da aacutegua fornecida pela CAESB e possivelmente

mitigando os transtornos hiacutedricos urbanos se aplicado em larga escala

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privadas e articulada agraves poliacuteticas puacuteblicas para que haja uma eficiecircncia na

aplicabilidade sem desconsiderar que haacute uma possibilidade de gerar um

sistema insustentaacutevel Por que pode se tornar um sistema insustentaacutevel

Segundo Loureiro e De Gregori (Revista Eletrocircnica do Curso de Direito ndash

UFSM p 465 apud Godard 1990 p40-45) ldquoa insustentabilidade exprime

assim a incapacidade de as poliacuteticas puacuteblicas adaptarem a oferta de serviccedilos

urbanos agrave quantidade e agrave qualidade das demandas sociais provocando um

ldquodesequiliacutebriordquo entre necessidades cotidianas da populaccedilatildeo e os meios de as

satisfazer entre a demanda por serviccedilos urbanos e os investimento em redes e

infraestruturardquo

Jaacute que a realidade brasileira exprime uma grande distorccedilatildeo do que eacute

apresentado nos estudos como conseguir implantar uma cidade sustentaacutevel e

assim suportaacute-la Primeiramente eacute necessaacuterio ampliar o ponto de vista natildeo se

prendendo agraves poliacuteticas puacuteblicas em segundo plano eacute preciso que se tenha uma

accedilatildeo coletiva da populaccedilatildeo atraveacutes da conscientizaccedilatildeo ou de accedilotildees que

promovam a sustentabilidade dentro da cidade

Eacute importante ressaltar que natildeo se pode descartar as poliacuteticas puacuteblicas

mas tambeacutem natildeo se pode esperar que elas resolvam todos os problemas

presentes na cidade Sendo assim para que uma cidade torne-se sustentaacutevel eacute

preciso que as accedilotildees realizadas pela populaccedilatildeo sejam emparelhadas com as

poliacuteticas puacuteblicas aplicadas pelo governo No Brasil haacute cidades que satildeo

consideradas sustentaacuteveis mas essas cidades optaram apenas por um

planejamento urbano voltado para reconstituiccedilatildeo de aacutereas verdes

aprimoramento nas soluccedilotildees urbaniacutesticas e na tecnologia do transporte urbano

Tais accedilotildees natildeo devem ser desconsideras e sim exaltadas pelo funcionamento

adequado e promoccedilatildeo da sustentabilidade urbana Outras questotildees tatildeo

importantes quanto satildeo deixadas de lado pelo governo e nesse caso deve-se

ter uma aplicaccedilatildeo da sociedade para que ganhe uma visatildeo e assim sejam

aplicadas poliacuteticas puacuteblicas voltadas para tais questotildees

Em especiacutefico coloco o problema hiacutedrico que tem assolado vaacuterias

cidades do paiacutes por trazer prejuiacutezos de forma direta e indireta a populaccedilatildeo O

problema hiacutedrico brasileiro natildeo eacute apenas o causado pela estiagem e falta de

aacutegua em algumas localidades ele tambeacutem eacute expresso pelas chuvas

torrenciais Em face disso eacute importante unir o uacutetil ao agradaacutevel Vale expor que

em decorrecircncia do aumento da urbanizaccedilatildeo as aacutereas foram pavimentadas e

cobertas por preacutedios casas monumentos entre outras edificaccedilotildees

ocasionando na impermeabilizaccedilatildeo do solo em aacutereas naturais Devido a esse

fator o ser humano vem demandando novas soluccedilotildees e poliacuteticas puacuteblicas para

o controle e mitigaccedilatildeo de impactos causados pela chuva tais como

alagamentos

Os governos de modo geral vecircm encontrando seacuterias dificuldades

quanto agraves questotildees de gestatildeo dos alagamentos em suas aacutereas puacuteblicas Para

Brasiacutelia e o Governo do Distrito Federal esse problema eacute recente e nem tatildeo

alarmante quando comparado aos das grandes capitais brasileiras como Satildeo

Paulo ou Rio de Janeiro Portanto eacute necessaacuterio que se tenha uma precauccedilatildeo

com o uso das aacuteguas tratadas para que possam ser utilizadas fontes

alternativas Com o objetivo de aproveitamento de aacuteguas pluviais a captaccedilatildeo

de aacutegua advinda das chuvas possui um vieacutes sustentaacutevel do ponto de vista

teacutecnico e econocircmico quando aplicado em sistemas de uso privativo Cabe

ressaltar que esse estudo visa aliar o conceito de cidades sustentaacuteveis a partir

da iniciativa privada agraves necessidades encontradas na cidade de Brasiacutelia no

caso de um projeto de aproveitamento de aacuteguas pluviais que atenda a

demanda de aacutegua natildeo potaacutevel tendo como base a precipitaccedilatildeo de chuva local

sem desconsiderar o ciclo hidroloacutegico para que natildeo ocorra um desequiliacutebrio do

mesmo e ocasione mais desastres ambientais

Tal sistema tem como objetivo gerar uma fonte de aacutegua natildeo potaacutevel

para uso diaacuterio em sistemas prediais como descarga limpeza do preacutedio

irrigaccedilatildeo de jardins disponibilidade para lavagem de automoacuteveis entre outras

possibilidades gerando uma economia da aacutegua utilizada e consequentemente

uma economia monetaacuteria Aleacutem desse objetivo reducionista de gasto e aacutegua

haacute tambeacutem a possibilidade da reduccedilatildeo de transtornos hiacutedricos urbanos

Portanto ao abordar sobre poliacuteticas puacuteblicas eacute de suma importacircncia

compreender que o ldquodesenvolvimento sustentaacutevel eacute um processo de

aprendizagem social de longo prazo que por sua vez eacute direcionado por

poliacuteticas puacuteblicas orientadas por um plano de desenvolvimento nacionalrdquo

(Barbosa 2008 p 6) O conceito de desenvolvimento sustentaacutevel seraacute melhor

apresentado no capiacutetulo seguinte

2 ndash Sustentabilidade desenvolvimento sustentaacutevel e a sua

importacircncia

Inicio esse capiacutetulo com uma frase de Nascimento (2012 p 57) em que

se queremos sugerir uma sustentabilidade para toda a sociedade eacute necessaacuterio

que tenhamos uma ldquolinha transversal a eacutetica solidaacuteria com os excluiacutedos de hoje

para que natildeo haja excluiacutedos amanhatilderdquo

Por que a sustentabilidade eacute algo importante para noacutes Eacute necessaacuterio

que seja de conhecimento geral de que estamos ameaccedilados em todos os

aspectos ligados agrave utilizaccedilatildeo de recursos naturais e aproveitamento dos

mesmos Portanto haacute uma conexatildeo direta ao desenvolvimento sustentaacutevel

Nascimento (2012 p 58) ainda aponta que ldquoateacute meados do seacuteculo XX a

humanidade temia basicamente duas grandes extinccedilotildees ndash uma externa

(choque de um grande meteorito como aparentemente ocorreu haacute 65 milhotildees

de anos extinguindo os dinossauros) e outra interna (o advento de uma

epidemia desconhecida e incontrolaacutevel) Em meados do seacuteculo passado foi

acrescida mais uma ameaccedila provinda dos proacuteprios seres humanos a bomba

atocircmica O seu poder de destruiccedilatildeo ficou evidente com as explosotildees de

Hiroshima e Nagasakirdquo Sendo assim eacute perceptiacutevel que o estilo de vida de alta

produccedilatildeo e consumo vigente nos leva a crer que um desastre eacute cada vez mais

plausiacutevel

ldquoQue a economia estaacute em um conflito com os sistemas naturais do

planeta eacute uma evidecircncia que ressalta das informaccedilotildees cotidianas sobre o

desaparecimento das zonas de pesca reduccedilatildeo das florestas a erosatildeo do

solo e o desaparecimento de espeacuteciesrdquo (Nascimento 2012 p 58 apud

Brown 2003 p14) Portanto a crise ambiental aponta um desgaste das

condiccedilotildees ldquonormaisrdquo de vida no planeta Terra Segundo Nascimento (2012 p

58) ldquo[] eacute possiacutevel caso o cenaacuterio mais pessimista do aquecimento global

venha a se confirmar que uma nova possibilidade de auto extinccedilatildeo seja criada

no final desse seacuteculordquo Desta forma o atual modelo de vida natildeo deteriora

apenas o meio ambiente tambeacutem prejudica a vida humana e para que sejam

reduzidos esses transtornos agrave vida humana eacute preciso que iniciativas e

alternativas sejam criadas por meio de inovaccedilotildees tecnoloacutegicas para que haja

uma saiacuteda

ldquoA crise ambiental assumiu contornos mais graves com a percepccedilatildeo da

responsabilidade antroacutepica do aquecimento global e a dinacircmica de ascensatildeo

de um contingente humano mais significativo no mercado de consumordquo

(Nascimento 2012 p 61) Quando a crise ambiental se tornou algo de suma

importacircncia Quando como e por que a sustentabilidade e o desenvolvimento

sustentaacutevel se tornaram relevantes para o combate agrave crise ambiental Eacute

necessaacuterio compreender que a sustentabilidade possui dois vieses quando

relacionada agrave sua origem Uma de suas origens tem base na biologia mais

precisamente na ecologia a qual atribui o conceito de resiliecircncia ndash capacidade

de recuperaccedilatildeo e reproduccedilatildeo dos ecossistemas ndash perante as degradaccedilotildees

antroacutepicas com o uso exacerbado dos recursos naturais Ainda relacionado agrave

ecologia haacute as causas naturais como terremotos fogo tsunamis pragas

entre outros O outro vieacutes de origem da sustentabilidade adveacutem da economia

como o adjetivo do desenvolvimento diante da visibilidade que ganhou ao

longo do seacuteculo XX referente ao padratildeo de consumo desenvolvido ao redor do

mundo (Nascimento 2012 p 51)

Segundo Nascimento a ideia de sustentabilidade como enfoque

mundial tem origem na deacutecada de 1950 O surgimento e a importacircncia desse

termo ocorrem devido a um risco ambiental global a poluiccedilatildeo nuclear ldquoOs seus

indiacutecios alertaram os seres humanos de que estamos em uma nave comum e

que problemas ambientais natildeo estatildeo restritos a territoacuterios limitadosrdquo

(Nascimento 2012 p 2) Segundo Nascimento (2012 p 52 apud Machado

2005) ldquoA ocorrecircncia de chuvas radiativas a milhares de quilocircmetros dos locais

de realizaccedilatildeo dos testes acendeu um caloroso debate no seio da comunidade

cientiacuteficardquo Na deacutecada de 1960 houve outro fato importante que implicou na

questatildeo da percepccedilatildeo da crise ambiental dando importacircncia a

sustentabilidade devido ao uso de inseticidas e pesticidas quiacutemicos e

transtornos causados por esses apontados por Rachel Carson em seu livro

intitulado de ldquoPrimavera Silenciosardquo ndash Silent Spring

Ainda na deacutecada de 60 as chuvas aacutecidas recorrentes nos paiacuteses

noacuterdicos levaram a Sueacutecia junto ao Conselho Econocircmico e Social das Naccedilotildees

Unidas (ECOSOC) a propor a realizaccedilatildeo de uma conferecircncia para tratar de um

acordo internacional para uma possiacutevel reduccedilatildeo na emissatildeo dos gases

responsaacuteveis por tal transtorno Com isso ocorreu a Conferecircncia de

Estocolmo em 1972 colocando em evidecircncia os paiacuteses subdesenvolvidos e

desenvolvidos da eacutepoca A princiacutepio as preocupaccedilotildees natildeo eram nem um

pouco igualitaacuterias jaacute que os paiacuteses desenvolvidos estavam atentos agrave

degradaccedilatildeo ambiental que afetavam sua qualidade de vida enquanto os

paiacuteses subdesenvolvidos estavam preocupados em natildeo sofrerem sanccedilotildees

comerciais e apresentarem um retardo em seu desenvolvimento uma vez que

naquela eacutepoca os problemas ambientais eram associados ao crescimento

econocircmico dos paiacuteses de terceiro mundo Nessa conferecircncia ficou exposto

que os paiacuteses desenvolvidos defendiam a proteccedilatildeo do meio ambiente como

principal foco e os paiacuteses em desenvolvimento focavam no combate agrave

pobreza

Para melhor esclarecer Nascimento expotildee a partir do documento ldquoOnly

One Earthrdquo (Ward amp Dubos 1973) ldquo[] O problema ambiental como decorrente

de externalidades econocircmicas proacuteprias do excesso de desenvolvimento

(tecnologia agressiva e consumo excessivo) de um lado e de sua falta

(crescimento demograacutefico e baixo PIB per capita) de outro Posta dessa forma

a questatildeo ambiental deixava de ficar restrita ao meio natural e adentrava o

espaccedilo socialrdquo Contemporacircneo a isso temos o relatoacuterio do Clube de Roma ndash

Limits to Growth (Meadows et al 1972) que propunha uma reduccedilatildeo do

desenvolvimento industrial nos paiacuteses desenvolvidos e uma contenccedilatildeo no

crescimento populacional nos paiacuteses subdesenvolvidos juntamente com o

apoio daqueles aos subdesenvolvidos para que pudessem crescer

economicamente A partir desses eventos os governos se conscientizaram e

criaram agecircncias que tratassem das questotildees ambientais para que pudessem

juntar dados ambientais jaacute que na eacutepoca careciam de tais informaccedilotildees

No Brasil foi criada a Secretaria Especial do Meio Ambiente (SEMA) em

1973 enquanto nos EUA jaacute existia a Environmental Protection Agency (EPA)

desde 1970

Dez anos apoacutes a Conferecircncia de Estocolmo uma anaacutelise dos resultados

foi feita pela ONU e mostrou que o resultado estabelecido deixou a desejar e

que os esforccedilos realizados foram inferiores Em decorrecircncia desse mal

desempenho foi formada a Comissatildeo Mundial sobre Meio Ambiente e

Desenvolvimento (CMMAD) presidida por Gro Harlen Brundtland responsaacutevel

pelo relatoacuterio ldquoNosso Futuro Comumrdquo ndash Our Common Future ndash que tinha como

principal proposta a criaccedilatildeo de uma agenda global para focar em uma

mudanccedila consideraacutevel Esse estudo obteve informaccedilotildees durante trecircs anos a

partir de pesquisas e anaacutelises com enfoque na parte social Segundo Barbosa

(2008 p2) as informaccedilotildees colhidas do relatoacuterio com base nas questotildees

sociais referiam-se ldquoao uso da terra sua ocupaccedilatildeo suprimento de aacutegua abrigo

e serviccedilos sociais educativos e sanitaacuterios aleacutem de administraccedilatildeo do

crescimento urbanordquo

Tal relatoacuterio foi responsaacutevel pela criaccedilatildeo do termo ldquoDesenvolvimento

Sustentaacutevelrdquo que ldquoconsistiu o maior esforccedilo entatildeo conhecido para conciliar a

preservaccedilatildeo do meio ambiente com o desenvolvimento econocircmicordquo

(Nascimento 2012 p 54) Uma definiccedilatildeo baacutesica do que eacute DS eacute exposta por

Nascimento (2012 p 58 apud Lenzi 2006) ldquoDesenvolvimento sustentaacutevel eacute o

desenvolvimento que satisfaz as necessidades do presente sem comprometer

a capacidade das geraccedilotildees futuras em satisfazer suas proacuteprias necessidadesrdquo

Estender e Pitta (O Conceito do Desenvolvimento Sustentaacutevel apud Camargo

2003 p 43) tambeacutem fazem citaccedilatildeo agrave outra definiccedilatildeo apontada no relatoacuterio

ldquoEm essecircncia o desenvolvimento sustentaacutevel eacute um

processo de transformaccedilatildeo no qual a exploraccedilatildeo dos

recursos a direccedilatildeo dos investimentos a orientaccedilatildeo

do desenvolvimento tecnoloacutegico e a mudanccedila

institucional se harmonizam e reforccedilam o potencial

presente e futuro a fim de atender agraves necessidades

e aspiraccedilotildees humanasrdquo

Nascimento (2012 p 54) aponta que ldquoA forccedila e a fraqueza dessa

definiccedilatildeo encontram-se justamente nessa foacutermula vaga pois deixam-se em

aberto quais seriam as necessidades humanas atuais e mais ainda as das

geraccedilotildees futurasrdquo

Segundo Barbosa (2008) o relatoacuterio faz consideraccedilotildees agraves questotildees

urbanas no qual as cidades em seu desenvolvimento devem contemplar as

necessidades baacutesicas de toda a populaccedilatildeo e conceder oportunidades de

melhora na qualidade de vida de todos buscando alcanccedilar uma equidade na

sociedade por meio de processos democraacuteticos para que haja um

desenvolvimento urbano adequado Ainda com referecircncia ao relatoacuterio haacute ldquoa

necessidade de descentralizaccedilatildeo das aplicaccedilotildees de recursos financeiros e

humanos e a necessidade do poder poliacutetico favorecer as cidades em sua

escala localrdquo (Barbosa 2008 p 2) Quanto agrave questatildeo do uso de recursos

naturais foi avaliada no relatoacuterio a capacidade de resiliecircncia da biosfera os

efeitos e as possiacuteveis consequecircncias causadas pela accedilatildeo antroacutepica apontando

ainda que a pobreza pode ser considerada como um problema ambiental e que

a tentativa de erradicar a mesma pode ser a base para a busca da

sustentabilidade Com essa contribuiccedilatildeo na mudanccedila do modo de perceber as

necessidades urbanas o relatoacuterio apresentou trecircs princiacutepios baacutesicos ou

aspectos que deveriam ser cumpridos ndash proteccedilatildeo ambiental equidade social e

o desenvolvimento econocircmico ndash e que seratildeo expostos mais adiante

Apesar de todos esses pontos levantados o relatoacuterio Brundtland

recebeu vaacuterias criacuteticas pelo fato de acusar a pobreza e o descontrole do

crescimento populacional nos paiacuteses subdesenvolvidos como a fonte principal

dos problemas ambientais e da insustentabilidade do planeta e de colocar em

segundo plano a poluiccedilatildeo causada ateacute a data de publicaccedilatildeo do relatoacuterio pelos

paiacuteses desenvolvidos

Em 1986 foi realizada a conferecircncia de Ottawa ndash Carta de Ottawa 1986

ndash na qual foram estabelecidas cinco condiccedilotildees para que se tentasse alcanccedilar o

desenvolvimento sustentaacutevel entre elas a manutenccedilatildeo da integraccedilatildeo

ecoloacutegica a satisfaccedilatildeo das necessidades baacutesicas humanas a provisatildeo da

autodeterminaccedilatildeo social e da diversidade cultural a integraccedilatildeo da conservaccedilatildeo

e do desenvolvimento e o alcance de equidade e justiccedila social Para a

CMMAD as condiccedilotildees que procedem do conceito de desenvolvimento

sustentaacutevel estatildeo associadas ao processo de urbanizaccedilatildeo e do crescimento da

cidade e tem como finalidade o uso adequado dos recursos naturais Em face

disto satildeo expostos alguns objetivos mudanccedila de qualidade do crescimento

crescimento renovaacutevel satisfaccedilatildeo das necessidades essenciais por emprego

aacutegua energia alimento e saneamento baacutesico garantia de um niacutevel sustentaacutevel

da populaccedilatildeo conservaccedilatildeo da base de recursos reorientaccedilatildeo da tecnologia e

do gerenciamento de risco e reorientaccedilatildeo das relaccedilotildees econocircmicas

internacionais (CMMAD 1988 1991)

Postumamente foi realizada a Assembleia das Naccedilotildees Unidas a qual

aprovou a Conferecircncia das Naccedilotildees Unidas para o Meio Ambiente e o

Desenvolvimento (CNUMAD) ocorrida em 1992 e ficou conhecida como Rio-

92 A Rio-92 teve maior visibilidade graccedilas agrave criaccedilatildeo da Convenccedilatildeo da

Biodiversidade e das Mudanccedilas Climaacuteticas ndash que posteriormente resultou na

criaccedilatildeo do Protocolo de Kyoto ndash da Agenda 21 e da Declaraccedilatildeo do Rio Essa

uacuteltima segue os mesmos padrotildees expostos na Conferecircncia de Estocolmo

citada anteriormente interligando o desenvolvimento econocircmico com o meio

ambiente atraveacutes de uma gestatildeo consciente dos recursos naturais sem

comprometer o modelo econocircmico vigente

Em decorrecircncia desses acontecimentos tornou-se de faacutecil entendimento

que o desenvolvimento sustentaacutevel eacute composto por trecircs aspectos ambiental

econocircmico e social Outros autores como Ignacy Sachs consideram ainda

outras variaacuteveis relevantes para o entendimento do DS como sustentabilidade

ecoloacutegica e poliacutetica

Figura 1 Tripeacute da Sustentabilidade

Fonte Nicholas Gimenes (2012)

Com base nesses trecircs aspectos apontados chegamos ao conhecido

Triple Bottom Line ndash ldquoTripeacute da Sustentabilidaderdquo No tripeacute da sustentabilidade

satildeo expostos o aspecto ambiental que tem como base a produccedilatildeo e o

consumo de tal forma que possa garantir que os ecossistemas natildeo sofram

problemas quanto a sua capacidade de resiliecircncia o aspecto econocircmico que

assume a denominada ecoeficiecircncia a qual incentiva a inovaccedilatildeo tecnoloacutegica

para tentar mitigar alguns dos problemas ambientais e ampliar a

desmaterializaccedilatildeo da economia e o uacuteltimo aspecto o social o qual supotildee que

a populaccedilatildeo de uma determinada sociedade tenha o miacutenimo necessaacuterio para

uma condiccedilatildeo de vida aceitaacutevel buscando erradicar a desigualdade social

Segundo Nascimento existem diversas definiccedilotildees desses trecircs aspectos mas

essas apontadas satildeo as mais recorrentes e de simples entendimento Natildeo

podemos esquecer que assim como eacute apontado por Ignacy Sachs e outros

autores outros aspectos para a definiccedilatildeo do DS devem ser levados em

consideraccedilatildeo em especial a cultura Apesar de natildeo ser citada como base do

ldquotripeacuterdquo a cultura eacute importante em qualquer sociedade quando relacionada ao

meio ambiente pois eacute ela quem dita o comportamento da populaccedilatildeo O Brasil

sofre com questotildees ambientais muitas das vezes por falta de instruccedilatildeo da

populaccedilatildeo que natildeo tem conhecimento do quatildeo impactante pode ser sua accedilatildeo

Deste modo quando se trata de questotildees ambientais eacute necessaacuterio que se

tenha uma mudanccedila natildeo repentina e sim gradativa nos padrotildees de consumo

no estilo de vida e na educaccedilatildeo ambiental

Retomando os conceitos de DS e sustentabilidade temos uma definiccedilatildeo

de Clovis Cavalcanti em que sustentabilidade ldquosignifica a possibilidade de se

obterem continuamente condiccedilotildees iguais ou superiores de vida para um grupo

de pessoas e seus sucessores em dado ecossistemardquo (Cavalcanti 2003)

Analisando essa definiccedilatildeo proposta por Cavalcanti vemos que se assemelha

do que foi exposto por Gro Harlen Brundtland em seu relatoacuterio Como jaacute foi

mencionado para Sachs o ldquoTriple Bottom Linerdquo ndash Tripeacute da Sustentabilidade ndash

possui cinco vertentes da sustentabilidade que satildeo a ldquosustentabilidade

ecoloacutegica refere-se a fiacutesica do processo de crescimento e tem como objetivo a

manutenccedilatildeo de estoques dos recursos naturais incorporados as atividades

produtivas a sustentabilidade ambiental que refere-se agrave manutenccedilatildeo da

capacidade de sustentaccedilatildeo dos ecossistemas o que implica a capacidade de

absorccedilatildeo e recomposiccedilatildeo dos ecossistemas em face as agressotildees antroacutepicas

sustentabilidade social que refere-se ao desenvolvimento e tem por algum

objetivo a melhoria da qualidade da vida da populaccedilatildeo Para caso de paiacuteses

com problemas de desigualdade e de inclusatildeo social implica a adoccedilatildeo de

poliacuteticas distributivas e a universalizaccedilatildeo de atendimento a questotildees como

sauacutede educaccedilatildeo habilitaccedilatildeo e seguridade social sustentabilidade poliacutetica

refere-se ao processo de construccedilatildeo da cidadania para garantir a incorporaccedilatildeo

plena dos indiviacuteduos ao processo de desenvolvimento e a sustentabilidade

econocircmica que refere-se a uma gestatildeo eficiente dos recursos em geral e

caracteriza-se pela regularidade de fluxos do investimento puacuteblico e privado

Implica a avaliaccedilatildeo da eficiecircncia por processos macro sociaisrdquo (Sachs 1993

Agenda 21 brasileira)

Barbosa (2008 p 4) faz uma citaccedilatildeo em seu trabalho sobre o livro de

Leila Ferreira ndash ldquoA questatildeo ambiental sustentabilidade e poliacuteticas puacuteblicas no

Brasilrdquo ndash referente ao padratildeo de vida da sociedade em que

ldquoO padratildeo de produccedilatildeo e consumo que

caracteriza o atual estilo de

desenvolvimento tende a consolidar-se

no espaccedilo das cidades e estas se

tornam cada vez mais o foco principal

na definiccedilatildeo de estrateacutegias e poliacuteticas

de desenvolvimentordquo

Sendo assim eacute de fundamental importacircncia que formas alternativas

sustentaacuteveis sejam alcanccediladas para que possam influenciar de forma positiva

na qualidade de vida das cidades e no processo de planejamento urbano Para

Acselrad (1999 p 85) a sustentabilidade urbana eacute definida como ldquoa

capacidade das poliacuteticas urbanas se adaptarem agrave oferta de serviccedilos agrave

qualidade e agrave quantidade das demandas sociais buscando o equiliacutebrio entre as

demandas de serviccedilos urbanos e investimentos em estruturardquo Como o

desenvolvimento sustentaacutevel possui muitos conceitos e definiccedilotildees haacute uma em

especial que se destaca pelo fato de estar relacionada agraves cidades juntamente

com o termo ldquosustentabilidaderdquo exposta por Barbosa (2008 p 4 apud

Satterthwaite 2004) em que

ldquoa resposta agraves necessidades humanas

nas cidades como o miacutenimo ou

nenhuma transferecircncia dos custos da

produccedilatildeo consumo ou lixo para outras

pessoas ou ecossistemas hoje e no

futurordquo

Assim a participaccedilatildeo da sociedade e a diversidade dos interesses que

a mesma possui gera um conflito entre as poliacuteticas puacuteblicas e o

desenvolvimento sustentaacutevel mas nada que natildeo possa ser contornado a partir

da conscientizaccedilatildeo individual dos cidadatildeos Como eacute exposto por Barbosa ldquoeacute

imprescindiacutevel para a sustentabilidade urbana o uso racional dos recursos

naturais a boa forma do ambiente urbano baseado na interaccedilatildeo clima e os

recursos naturais aleacutem das respostas agraves necessidades urbanas com o miacutenimo

de transferecircncia de dejetos e rejeitos para outros ecossistemas atuais e

futurosrdquo (Barbosa 2008 p 9) Em detrimento disso ldquoo desenvolvimento

sustentaacutevel natildeo deve ser apresentado como um slogan poliacuteticordquo (Barbosa

2008 p 10) deve ser apresentado como uma possiacutevel soluccedilatildeo para a

mitigaccedilatildeo dos problemas ambientais encontrados atualmente na sociedade

Portanto a sustentabilidade visa emoldurar novos meios alternativos de

produccedilatildeo distribuiccedilatildeo e consumo dos recursos naturais existentes de forma

mais racional ecologicamente viaacutevel e economicamente eficaz

Ao retratar esses problemas de padrotildees vividos pela sociedade

relacionados ao meio ambiente mais especificamente a utilizaccedilatildeo de recursos

naturais Nascimento (2012 p 58) aponta que ldquohaacute uma quase unanimidade

hoje entre os cientistas de que os recursos naturais natildeo seratildeo suficientes para

fornecer um modo de vida similar ao da classe meacutedia mundial a todos os novos

ingressantes no mercado No entanto eles tecircm tanto direito quanto os que jaacute

participam do mercado consumidorrdquo Mas como podemos contornar tais

problemas e a crise ambiental Atraveacutes da criatividade humana muitas formas

alternativas foram criadas e podem ser inventadas quando se tratam dos

recursos finitos utilizados pelo homem Temos como exemplo a aacutegua sobre a

qual poucos satildeo os estudos apresentados relacionando o aproveitamento de

aacuteguas pluviais e cidades sustentaacuteveis Na maioria das vezes os estudos satildeo

feitos com base em outras necessidades como a dessalinizaccedilatildeo das aacuteguas do

mar para consumo humano Natildeo podemos esquecer que atualmente existem

diversos sistemas de captaccedilatildeo de aacuteguas pluviais para diferentes finalidades

sejam elas para aproveitamento de consumo humano ou natildeo

3 ndash A viabilidade de implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo

pluvial em Brasiacutelia ndash DF

31 ndash Apresentaccedilatildeo de dados

Primeiramente seratildeo apresentados dados sobre a populaccedilatildeo e o

consumo de aacutegua presente nas residecircncias de Brasiacutelia e que seratildeo utilizados

como base para a implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo na Asa Norte

Segundo Ferreira C diretor Superintendente de Atendimento Comercial

(CAC) da Companhia de Saneamento Ambiental do Distrito Federal (CAESB)

ldquoEm Brasiacutelia o consumo meacutedio por habitante eacute de 190 litros de aacutegua por dia o

que resulta em um consumo mensal de 6msup3 por habitanterdquo De acordo com a

ONU cada pessoa necessita de 110 litros por dia para atender as

necessidades de consumo e higiene A Companhia de Saneamento Baacutesico do

Estado de Satildeo Paulo (SABESP 2010) afirma que ldquono Brasil o consumo por

pessoa pode chegar a mais de 200 litrosdiardquo A estimativa da SABESP (2010)

eacute de que 54 litros (27) vatildeo para cozinhar e beber 50 litros (25) para tomar

banho e escovar os dentes 66 litros (33) para descarga de banheiro 24 litros

(12) para lavagem de roupa e 6 litros (3) para outras tarefas como lavagem

de carro por exemplo Segundo dados da CAESB Brasiacutelia (Plano Piloto)

consome cerca de 2757890msup3 por mecircs e que o consumo por habitante eacute de

1381msup3mecircs

Devido ao alto consumo de aacutegua em Brasiacutelia os recorrentes transtornos

hiacutedricos urbanos e a ausecircncia de sistemas captaccedilatildeo pluvial este capiacutetulo traz

um estudo da viabilidade teacutecnica e econocircmica da implantaccedilatildeo de um sistema

em um preacutedio residencial do bairro Asa Norte mais especificamente na

Superquadra 111 Norte Natildeo haacute nenhum estudo realizado que comprove a

frequecircncia dos alagamentos nessa regiatildeo portanto tal quadra foi selecionada

em decorrecircncia de mateacuterias e reportagens que mostram a dificuldade que a

populaccedilatildeo sofre quando haacute uma chuva anormal

Primeiramente eacute necessaacuterio que se tenha uma noccedilatildeo do periacuteodo

chuvoso em Brasiacutelia Segundo o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais

(INPE) Brasiacutelia apresenta um regime de precipitaccedilatildeo bem definido sendo que

a estaccedilatildeo chuvosa tem iniacutecio em Outubro e estende-se ateacute Marccedilo e a estaccedilatildeo

seca ocorre no restante do ano (Abril a Setembro) Ainda segundo o INPE ldquoa

estaccedilatildeo chuvosa eacute causada pelo forte aquecimento da atmosfera na Amazocircnia

que favorece o desenvolvimento de um sistema quase estacionaacuterio em altos

niacuteveis a Alta Boliacutevia Como resultado dessa circulaccedilatildeo observa-se nos baixos

niacuteveis uma regiatildeo de baixa pressatildeo e a convergecircncia de ar satildeo os principais

fatores que provocam a precipitaccedilatildeo neste periacuteodo responsaacutevel por 70 do

total meacutedio anualrdquo A partir desses elementos apresentados pelo INPE e com

base nos dados os quais foram obtidos da estaccedilatildeo meteoroloacutegica de Brasiacutelia

localizada na Latitude (ordm) -158 Longitude (ordm)-479 temos a precipitaccedilatildeo de

Brasiacutelia dada mecircs a mecircs Os dados partem de Janeiro de 2006 e vatildeo ateacute

Outubro de 2015 Eacute importante frisar que os dados foram formulados a partir

da precipitaccedilatildeo acumulada para tornar mais faacutecil de calcular a meacutedia

Tabela 01 Dados de Precipitaccedilatildeo

AnoMecircs JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ Meacutedia Mensal

2006 1232 1914 258 1417 351 09 01 528 403 5264 1956 1821 14563

2007 2609 2659 357 501 75 0 0 0 0 535 2249 275 9779

2008 201 2425 2346 2109 0 0 0 27 80 387 271 3226 1337

2009 2028 1347 81 3759 612 93 0 725 505 2958 1991 3078 1492

2010 1211 368 2494 2388 275 0 0 0 0 349 2547 318 1068

2011 1268 1724 2433 696 139 38 0 0 7 2639 3338 4704 1421

2012 2699 1149 1982 1213 444 24 02 0 333 1098 4446 1428 1235

2013 4918 1893 1903 954 222 62 03 0 659 1069 2711 3525 1493

2014 1531 1392 3402 2493 28 10 79 0 162 2014 192 3667 1399

2015 939 1297 3456 2076 499 0 08 0 218 694 SD SD 9187

Meacutedia para cada mecircs

20445 16168 21763 17606 2645 326 093 128 315 17007 2652 30421 12797

Tabela contendo os dados de chuva acumulada mecircs a mecircs em miliacutemetros (mm)

Fonte INPE 2015

Obs 1- SD - satildeo dados que natildeo foram coletados devido pois o trabalho foi realizado antes desses meses

Obs2- Meacutedia calculada com os dados obtidos no caso os meses de novembro e dezembro de 2015 natildeo entram no

caacutelculo pois ainda natildeo existiam os dados

Temos tambeacutem a partir do estudo realizado por Brino (Brasiacutelia

Superquadras Residenciais) os dimensionamentos dos preacutedios e a quantidade

de apartamentos por pavimentos conforme as tabelas a seguir

Tabela 02 Dimensionamento dos Blocos

A SUPERQUADRA AE AT

Aacuterea de Projeccedilatildeo por Bloco

Aacuterea Total = 11760msup2 Nuacutemero total de Blocos = 11

1069msup2 185 136

Aacuterea Construiacuteda por bloco (sem pilotis e

subsolo)

Pavimentos = 6 Aacuterea do Pavimento = 1069msup2

6414msup2 1113 818

Aacuterea Construiacuteda por superquadras (sem pilotis e subsolo)

Preacutedio = 11 Aacuterea por Preacutedio = 64141msup2

70554msup2 8999 1225

AE - Aacuterea Aedificandi e AT - Aacuterea Total

Tabela 03 Dimensionamento da Populaccedilatildeo

A POPULACcedilAtildeO (5 Pessoas

apart)

6 apartamentos por pavimento

36 apartamentos por bloco

396 apartamentos

por superquadra

1980 pessoas por

superquadra

8 apartamentos por pavimento

48 apartamentos por bloco

528 apartamentos

por superquadra

2640 pessoas por

superquadra

10 apartamentos por pavimento

60 apartamentos por bloco

660 apartamentos

por superquadra

3300 pessoas por

superquadra

12 apartamentos por pavimento

72 apartamentos por bloco

792 apartamentos

por superquadra

3960 pessoas por

superquadra

Caacutelculo para as faixas 100 200 e 300 (seis pavimentos) Fonte SUDUR

O estudo apresentado por Brino (Brasiacutelia Superquadras Residenciais)

considera uma famiacutelia composta por cinco pessoas para cada apartamento

nesse caso iremos desconsiderar essa informaccedilatildeo e basearmos nos dados

apresentados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica (IBGE) Nos

dados do IBGE (Censo Demograacutefico 2010) constam que a meacutedia de

moradores em domiciacutelios particulares ocupados eacute de 33 moradores

Partindo dos elementos de precipitaccedilatildeo aacuterea de projeccedilatildeo por bloco

meacutedia de moradores por apartamento total de apartamentos de um preacutedio e

consumo meacutedio de aacuteguadia por habitante podemos dar inicio as formas de

captaccedilatildeo e armazenamento de aacuteguas pluviais

32 ndash Aacuteguas pluviais e aacuteguas cinzas

Mas porque focar em aproveitamento de aacuteguas pluviais Segundo

Rapoport (2004 p 1) ldquoo aumento populacional acompanhado pelas mudanccedilas

climaacuteticas globais vem contribuindo para o aumento na demanda por recursos

hiacutedricosrdquo Ainda expotildee que ldquoembora a aacutegua seja um recurso renovaacutevel ela

tende a se deteriorar em funccedilatildeo do seu uso indiscriminado o que compromete

consequentemente a quantidade de aacutegua com qualidade disponiacutevel para o

consumo nas diversas localidadesrdquo (Rapoport 2004 p 1)

Um fato importante abordado por Rapoport (2004 p1) eacute que ldquoa

quantidade de aacutegua disponiacutevel eacute sempre a mesma jaacute que estaacute sempre sendo

renovada atraveacutes do ciclo hidroloacutegico Entretanto a aacutegua de qualidade para

consumo estaacute se tornando rarardquo A tiacutetulo de esclarecimento ldquosabe-se que o

ciclo hidroloacutegico se constitui basicamente do transporte de massas drsquoaacutegua do

oceano para atmosfera por evaporaccedilatildeo e da atmosfera atraveacutes de

precipitaccedilotildees escoamentos superficiais e subterracircneos para os oceanos

influenciando diretamente a distribuiccedilatildeo e extensatildeo dos corpos drsquoaacutegua

continentaisrdquo (Rapoport 2004 p 1) Sendo assim a interferecircncia humana tem

causado alteraccedilotildees no ciclo hidroloacutegico em diversas regiotildees Esse assunto

seraacute melhor abordado mais adiante pois o uso do sistema de captaccedilatildeo pode

influenciar no ciclo hidroloacutegico negativamente mas utilizado da forma

adequada pode continuar mantendo o ciclo equilibrado

Aleacutem do uso indevido da aacutegua e de sua escassez Lima e Machado

(2008 p 13) apontam que ldquooutro fator importante eacute o aumento de inundaccedilotildees e

enchentes devido ao escoamento superficial da aacutegua de chuva e da

impermeabilizaccedilatildeo do solordquo Portanto a captaccedilatildeo de aacuteguas pluviais pode

contribuir para a reduccedilatildeo dos transtornos hiacutedricos urbanos e ao mesmo tempo

reduzir a demanda por aacutegua potaacutevel da companhia de distribuiccedilatildeo local

Segundo Amorim e Pereira (2008 p 54) ldquouma das soluccedilotildees em estudo

para aumentar a oferta de aacutegua para as edificaccedilotildees eacute o aproveitamento da

aacutegua pluvial Esta apresenta uma boa alternativa visto que aleacutem de reduzir o

consumo de aacutegua potaacutevel ainda surge como uma accedilatildeo no combate agraves

enchentes funcionando como uma medida natildeo-estrutural do sistema de

drenagem urbanardquo Mas o que eacute necessaacuterio para formar um sistema de

captaccedilatildeo adequado e funcional Amorim e Pereira (2008 p 54) apresentam

que ldquoos sistemas de aproveitamento de aacutegua pluvial satildeo formados basicamente

pela aacuterea de captaccedilatildeo (geralmente coberturas) os componentes de transporte

(calhas e condutores verticais) e o reservatoacuteriordquo Cabe ressaltar que para esse

estudo a captaccedilatildeo das aacuteguas pluviais seraacute destinada apenas para a utilizaccedilatildeo

em ldquoaacuteguas cinzasrdquo Neste sentido o reuso das aacuteguas cinzas que satildeo as aacuteguas

provenientes de todas as atividades domeacutesticas com exceccedilatildeo de fontes de

aacuteguas negras tais como sanitaacuterios bidecircs e urinol vem sendo estudadas com

vista ao reuso tanto em irrigaccedilatildeo como em sanitaacuterios (Rapoport 2004 p 8)

Retomando os dados apresentados pela SABESP (2010) temos a

tabela 04 a qual apresenta os dados de consumo domeacutestico e em sequecircncia o

graacutefico 01 que demonstram que se analisarmos as quantidades de aacutegua

utilizada no consumo domeacutestico teremos uma base para o tamanho do

reservatoacuterio E posteriormente a tabela 05 mostra em que situaccedilotildees se podem

reutilizar as aacuteguas pluviais

Tabela 04 Consumo domeacutestico de aacutegua

Litros

Cozinhar e Beber 54

Tomar Banho e Escovar os Dentes 50

Descarga de Banheiro 66

Lavagem de Roupa 24

Outras Tarefas 6

Total = 200

Fonte SABESP (2010)

27

25

33

12

3

Cozinhar e Beber

Tomar Banho e Escovar osDentes

Descarga de Banheiro

Lavagem de Roupa

Outras Tarefas

Descarga de Banheiro

6875

Lavagem de Roupa

25

Outras Tarefas 625

Graacutefico 01 Consumo Domeacutestico de Aacutegua

Tabela 05 Percentual para reutilizaccedilatildeo de aacuteguas pluviais

Graacutefico 02 Percentual para Reutilizaccedilatildeo de Aacuteguas Pluviais

Porcentagem ()

Descarga de Banheiro 66 6875

Lavagem de Roupa 24 25

Outras Tarefas 6 625

Total = 96 100

Fonte SABESP(2010)

33 ndash Meacutetodos de Dimensionamento do Reservatoacuterio

Amorim e Pereira (2008 p 54 Soares et al 2000 apud May 2004)

apresentam que existem quatro grupos principais para o dimensionamento do

reservatoacuterio

(a) Meacutetodos determiniacutesticos os dados referentes agrave precipitaccedilatildeo

pluviomeacutetrica e agrave demanda satildeo analisados pela curva de massa

(b) Meacutetodos aproximados baseados em relaccedilotildees empiacutericas

conhecidas

(c) Meacutetodos de modelaccedilatildeo satildeo tambeacutem conhecidos como meacutetodos

de transiccedilatildeo probabiliacutestica da matriz e

(d) Meacutetodos de anaacutelise de sistemas sendo linear natildeo linear ou

programaccedilatildeo dinacircmica

Dentro desses grupos de dimensionamento temos os diversos meacutetodos

meacutetodo de Rippl que consiste na determinaccedilatildeo do volume com base na aacuterea

de captaccedilatildeo que eacute subdivido em meacutetodo analiacutetico e meacutetodo graacutefico meacutetodo de

consideraccedilatildeo dos periacuteodos de dias consecutivos sem chuva que necessita da

observaccedilatildeo dos registros pluviomeacutetricos para identificar os maiores periacuteodos de

dias consecutivos sem chuvas e sua taxa de repeticcedilatildeo meacutetodo de anaacutelise de

simulaccedilatildeo de um reservatoacuterio com capacidade suposta que consiste

basicamente na fixaccedilatildeo de um volume para o reservatoacuterio e na verificaccedilatildeo do

percentual de consumo que seraacute atendido meacutetodo praacutetico brasileiro meacutetodo

praacutetico alematildeo meacutetodo praacutetico inglecircs e o meacutetodo praacutetico australiano (Amorim

e Pereira 2008 p 55-58)

34 ndash Anaacutelise de caso para um preacutedio da Superquadra 111 Norte

A partir dos dados jaacute apresentados temos que o objeto de estudo eacute um

preacutedio residencial localizado na Superquadra 111 Norte que possui uma aacuterea

de projeccedilatildeo de 1069msup2 com seis (6) pavimentos constituindo uma aacuterea

construiacuteda de 6414msup2 apresentando seis (6) apartamentos por pavimento e

consequentemente trinta e seis (36) apartamentos no total (Brino Brasiacutelia

Superquadras Residenciais) O preacutedio conteacutem 33 habitantes por apartamento

(IBGE 2010) que consomem em meacutedia cerca de 190 litros de aacuteguadia

resultando em um consumo mensal de aproximadamente 6msup3 por pessoa

(CAESB) mas como a aacutegua captada da chuva seraacute utilizada apenas para

suprir a demanda de aacutegua cinza temos 66 litros para descarga de vasos

sanitaacuterios

Temos entatildeo que a demanda por aacutegua por habitante nesse edifiacutecio eacute

dada por

119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119898119900119903119886119889119900119903 = 66119871 = 66119871119863119894119886

119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119886119901119886119903119905119886119898119890119899119905119900 = 33119901 times 66119871 ~ 217 119871119863119894119886

119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119901119903eacute119889119894119900 = (33119901 times 66119871) times 36 ~ 7840119871119863119894119886

119863119890119898119886119899119889119886 119898119890119899119904119886119897 119901119900119903 119901119903eacute119889119894119900 =7840119871

119889119894119886times 30119863119894119886119904 = 235224119871

Legenda L = Litros p = Pessoas

Para facilitar nos caacutelculos ao aplica-los para o reservatoacuterio e para o

sistema de captaccedilatildeo eacute necessaacuterio realizar a conversatildeo de litros para msup3

(metros cuacutebicos) Sendo assim 66L = 0066msup3 217L = 0217msup3 7840L =

7840msup3 e 235224L = 235224msup3

Seraacute utilizado o ano de 2014 para os dados de precipitaccedilatildeo da estaccedilatildeo

meteoroloacutegica de Brasiacutelia localizada na Latitude (ordm) -158 Longitude (ordm)-479

fornecidos pela professora Rafaela Lisboa durante o periacuteodo chuvoso O ano

de 2014 apresenta registros jornaliacutesticos de alagamento nos meses de

Fevereiro com precipitaccedilatildeo de 1392 msup3 Marccedilo com precipitaccedilatildeo de 3402msup3

e Dezembro com precipitaccedilatildeo de 3667msup3 Importante ressaltar que o setor

Noroeste de Brasiacutelia foi construiacutedo em 2011 (site G1) o que aumentou a aacuterea

de solo impermeabilizado e a reduccedilatildeo no escoamento superficial da aacutegua

ocasionando em um aumento nas enchentes e alagamentos na Asa Norte

Segundo Amorim e Pereira (2008 p57) um dos meacutetodos a ser utilizado

para poder saber o volume de aacutegua aproveitaacutevel e consequentemente o

volume de aacutegua do reservatoacuterio Trata-se de um meacutetodo empiacuterico apresentado

na NBR 155272007 O volume de aacutegua do reservatoacuterio V expresso em L eacute

exposto a seguir

119872eacute119905119900119889119900 119875119903aacute119905119894119888119900 119861119903119886119904119894119897119890119894119903119900

119881 = 0042 times 119875 times 119860 times 119879

Em que ldquoVrdquo representa o volume de aacutegua aproveitaacutevel e o volume de

aacutegua do reservatoacuterio (L) ldquoPrdquo a precipitaccedilatildeo meacutedia mensal (mm) ldquoArdquo a aacuterea de

coleta em projeccedilatildeo ldquoTrdquo nuacutemero de meses de pouca chuva ou seca e ldquo0042rdquo eacute

um coeficiente estipulado

Portanto segundo Fontanela (2010 p 25) para estipular o volume do

reservatoacuterio temos que calcular 42 do produto entre o volume de chuva

coletada pelo telhado e o nuacutemero de meses com pouca chuva ou seca

Atribuindo valores do ano de 2014 temos que

119881 = 0042 times 1399119898119898 times 1069 times 5

119881~ 31406119871 119900119906 31406119898sup3

Ressaltando que esse valor obtido eacute uma estimativa do tamanho do

reservatoacuterio e que pode haver um reservatoacuterio de maior capacidade

De forma comparativa eacute de bom senso que se faccedila outro caacutelculo com um

meacutetodo alternativo

Amorim e Pereira (2008 p56) expotildeem que existe um meacutetodo de anaacutelise

de simulaccedilatildeo do reservatoacuterio com capacidade suposta o qual consiste

basicamente na fixaccedilatildeo de um volume para o reservatoacuterio e na verificaccedilatildeo de

consumo que seraacute atendido Sendo assim ldquoo primeiro passo para a aplicaccedilatildeo

desse meacutetodo eacute adotar alguns valores possiacuteveis para o volume com base na

estimativa do consumo mensal de aacutegua natildeo potaacutevelrdquo (Amorim e Pereira 2008

p57) Portanto partindo do ponto que o preacutedio consome cerca de 235000L

devemos calcular uma base que possa ser favoraacutevel economicamente

119872eacute119905119900119889119900 119889119890 119878119894119898119906119897119886ccedilatilde119900 119889119900 119877119890119904119890119903119907119886119905oacute119903119894119900

235224119871 rarr 100

119881 rarr 30

119881 ~ 70000119871 119900119906 70119898sup3

Tambeacutem haacute outra alternativa apresentada por L Pereira (Viabilidade

EconocircmicoAmbiental p 18)

119881119886119888 = 119860119879 times 119875119875119872119860 lowast

119881119886119888 = 1069119898sup2 times 1399119898sup3 = 1495531119898sup3119886119899119900

Equaccedilatildeo a qual ldquoVacrdquo corresponde ao volume de aacutegua captado ldquoATrdquo

aacuterea do telhado e ldquoPPMArdquo eacute a precipitaccedilatildeo pluviomeacutetrica meacutedia mensal

Poreacutem o resultado obtido eacute para os 12 meses do ano e como foi visto no

ano de 2014 temos 7 meses com chuva portanto

119881119886119888 =119879119900119905119886119897

1198983

1198861198991199007 119898119890119904119890119904

lowast

119881119886119888 =1495531119898sup3119886119899119900

7= 21364119898sup3 119900119906 213640119871

dados somente seriam vaacutelidos se a precipitaccedilatildeo fosse uniforme durante os 7 meses de chuva

341 ndash Anaacutelise de caso para a Superquadra 111 Norte

Retomando a tabela 02 temos que a quadra apresenta 11 preacutedios

aproximadamente que variam o nuacutemero de apartamentos por pavimentos e

consequentemente o nuacutemero de moradores mas os edifiacutecios continuam tendo

uma aacuterea de 1069msup2 gerando um uma aacuterea total de 70554msup2 mas teremos

como base os caacutelculos feitos para o preacutedio selecionado no item 34

Realizando um caacutelculo baacutesico tem-se como estimativa de

armazenamento para esta quadra o seguinte

119872eacute119905119900119889119900 119875119903aacute119905119894119888119900 119861119903119886119904119894119897119890119894119903119900

119881~ 31406119871 119900119906 314061198983

11 119875119903eacute119889119894119900119904 times 31406119871 = 345466119871 119900119906 345466119898sup3

119872eacute119905119900119889119900 119889119890 119878119894119898119906119897119886ccedilatilde119900 119889119900 119877119890119904119890119903119907119886119905oacute119903119894119900

119881 ~ 70000119871 119900119906 701198983

11 119875119903eacute119889119894119900119904 times 70000119871 = 770000

119881119900119897119906119898119890 119889119890 aacute119892119906119886 119888119886119901119905119886119889119900 lowast

119881119886119888 = 213641198983119900119906 213640119871

11 119875119903eacute119889119894119900119904 times 213640119871 = 2350040119871 119900119906 235004119898sup3

dados somente seriam vaacutelidos se a precipitaccedilatildeo fosse uniforme durante os 7 meses de chuva

119863119890119898119886119899119889119886 119905119900119905119886119897 119889119886 119902119906119886119889119903119886 119888119900119898 119889119890119904119888119886119903119892119886 119889119890 119887119886119899ℎ119890119894119903119900

11 119875119903eacute119889119894119900119904 times 235224119871 = 2587464119871 119900119906 2587464119898sup3

Segundo Brino (Brasiacutelia Superquadras Residenciais) temos que as

dimensotildees maacuteximas de uma superquadra satildeo de 280x280m resultando numa

aacuterea de 78400msup2 que eacute denominado de Aacuterea Total (AT) A partir disso foi

definido que deveria existir uma faixa externa de 20m denominada de non

aedificandi que foi destinada ao plantio de uma ldquomassa vegetalrdquo de grande

porte e no interior da quadra encontra-se a aacuterea aedificandi a qual possui

240x240m e uma aacuterea de 57600msup2 Realizando uma subtraccedilatildeo da Aacuterea total

pela Aacuterea aedificandi obtecircm-se que a aacuterea non aedificandi eacute de 20800msup2 que

corresponde a 265 da aacuterea total

Com base nessas informaccedilotildees eacute necessaacuterio atentar-se ao detalhe de

que uma parte da precipitaccedilatildeo cai no solo e outra parte nos telhados dos

preacutedios Sendo assim parte da chuva pode ser aproveitada pelo sistema de

captaccedilatildeo enquanto outra parte chega ao solo sem uma interferecircncia direta no

ciclo hidroloacutegico

35 ndash Funcionamento do sistema de captaccedilatildeo

Eacute importante frisar que o sistema de aproveitamento de aacuteguas pluviais eacute

regido pela norma NBR 15527 (Associaccedilatildeo Brasileira de Normas Teacutecnicas

2007) norma a qual faz algumas consideraccedilotildees importantes para implantaccedilatildeo

e correto funcionamento do sistema de captaccedilatildeo Alguns destes satildeo

435 ndash O volume dos reservatoacuterios deve ser dimensionado com

base em criteacuterios teacutecnicos econocircmicos e ambientais levando em

conta as boas praacuteticas da engenharia podendo a criteacuterio do

projetista ser utilizados os meacutetodos contidos no Anexo A ou

outro desde que devidamente justificado

Item 436 ndash Os reservatoacuterios devem ser limpos e desinfetados

com soluccedilatildeo de hipoclorito de soacutedio no miacutenimo uma vez por ano

de acordo com agrave ABNT NBR 5626

Item 442 ndash As tubulaccedilotildees e demais componentes devem ser

claramente diferenciados das tubulaccedilotildees de aacutegua potaacutevel

Item 443 ndash O sistema de distribuiccedilatildeo de chuva deve ser

independente do sistema de aacutegua potaacutevel natildeo permitindo a

conexatildeo cruzada de acordo com agrave ABNT NBR 5626

Item 444 ndash Os pontos de consumo como por exemplo uma

torneira de jardim devem ser de uso restrito e identificados com

placa de advertecircncia com a seguinte inscriccedilatildeo ldquoaacutegua natildeo potaacutevelrdquo

e identificaccedilatildeo graacutefica

Item 445 ndash Os reservatoacuterios de aacutegua de distribuiccedilatildeo de aacutegua

potaacutevel e de aacutegua da chuva devem ser separados

Item 461 ndash Quando necessaacuterio o bombeamento este deve

atender agrave ABNT NBR 12214

Deve-se realizar manutenccedilatildeo em todo o sistema de

aproveitamento de aacutegua de chuva

Para maiores esclarecimentos ldquoo funcionamento de um sistema de

coleta e aproveitamento de aacutegua pluvial consiste de maneira geral na captaccedilatildeo

da aacutegua da chuva que cai sobre os telhados ou lajes da edificaccedilatildeo A aacutegua eacute

conduzida ateacute o local de armazenamento atraveacutes de calhas condutores

horizontais e verticais passando por equipamentos de filtragem e descarte de

impurezas Apoacutes passar pelo filtro a aacutegua eacute armazenada geralmente em

reservatoacuterio enterrado (cisterna) e bombeada a um segundo reservatoacuterio

(elevado) do qual as tubulaccedilotildees especiacuteficas de aacutegua pluvial iratildeo distribuiacute-la

para o consumo natildeo potaacutevelrdquo (Carvalho 2010 p 27 e 28) Conforme ilustra a

imagem a seguir

Figura 02 Funcionamento de um Sistema de Captaccedilatildeo

Fonte Adatildeo D Padini (2013)

De forma mais simplificada podemos ver a representaccedilatildeo no fluxograma

a seguir

Figura 03 Fluxograma do Sistema de Captaccedilatildeo

Fonte Leandro Roncato Pereira

351 ndash Dificuldades para implantaccedilatildeo do sistema

Tal sistema apresenta como dificuldade o local onde seriam instaladas

as cisternas uma vez que geraria um peso sobre o telhado Dessa forma o

sistema seria instalado no jardim cobrando um custo adicional

352 ndash Custo de implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo fechado em um

preacutedio

Na implantaccedilatildeo desse sistema os materiais utilizados teratildeo como base o

meacutetodo praacutetico brasileiro e para aumentar a eficiecircncia do sistema o volume de

31406L seraacute arredondado para 35000L

Os valores de alguns dos materiais apresentados a seguir seguem os

dos apresentados no trabalho de L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental

p 18) apenas o valor da caixa drsquoaacutegua de 10000L foi obtido atraveacutes de

pesquisas em lojas de construccedilatildeo e assim utilizando a de menor valor

Tambeacutem devemos considerar que a bomba consome energia ao bombear aacutegua

para o preacutedio (CEB) portanto os valores seguem conforme a tabela a seguir

Tabela 06 Preccedilo dos Produtos do Sistema de Captaccedilatildeo sem Fluxo

Produto Quantidade Valor unitaacuterio (R$) Valor total (R$)

Cx Daacutegua 10000L 3 496090 1488270

Cx Daacutegua 5000L 1 108000 108000

Boacuteia Eleacutetrica 1 2750 2750

Boacuteia Comum 1 1220 1220

Registro de Gaveta

1 3490 3490

Bomba Anauger 1 23000 23000

Filtro 3P VF1 1 22000 22000

Tubulaccedilotildees 7000 7000

Disjuntor 1 1310 1310

Escavaccedilatildeo Msup3 3666 128310

Matildeo de Obra 1 58574 58574

Energia 054 054

Total 13 727154 1843978

Observaccedilatildeo Pelo fato desse estudo se tratar de um modelo de implantaccedilatildeo

o custo das tubulaccedilotildees vai variar de acordo com a demanda necessitada pelo

preacutedio portanto podendo variar de acordo com o projeto implantado Para este

estudo seraacute adotado o valor de R$ 7000

Observaccedilatildeo Pelo fato desse trabalho tratar-se de um modelo de

implantaccedilatildeo o custo da energia pode variar de acordo com a demanda necessitada

pelo preacutedio portanto podendo variar de acordo com o uso da bomba Para este

estudo seraacute adotado o valor de R$ 054 que eacute o valor do KwH cobrado pela CEB

Segundo Saravy (2010 p 46) haacute tambeacutem um custo para manutenccedilatildeo do

sistema conforme a tabela a seguir

Tabela 07 Preccedilo de Manutenccedilatildeo do Sistema de Captaccedilatildeo

Com esses dados podemos ver o valor total final a ser pago pelo

sistema de captaccedilatildeo que eacute de R$ 1889978

36 ndash Taxas e valores cobrados para utilizaccedilatildeo de aacutegua

Segundo a Companhia de Saneamento Ambiental do Distrito Federal (CAESB)

quando vaacuterias residecircncias satildeo atendidas por uma uacutenica ligaccedilatildeo de aacutegua eacute aplicado o

conceito de consumo ldquoPara exemplificar podemos citar um preacutedio residencial onde

cada apartamento corresponde a uma unidade de consumordquo (CAESB) Contudo o

caacutelculo de gastos seraacute realizado primeiro em um apartamento e posteriormente

multiplicado pelo total de apartamentos do preacutedio uma vez que os preacutedios

residecircncias da Asa Norte pagam a conta de aacutegua atraveacutes do condomiacutenio O preacutedio

Componente Frequecircncia da Manutenccedilatildeo

Custo da Manutenccedilatildeo

Calhas e Condutores

Semestral R$ 13000

Reservatoacuterio Limpeza e

Desinfecccedilatildeo Anual

R$ 20000

desse estudo apresenta um hidrocircmetro que mede o consumo de aacutegua para o todo o

preacutedio

Eacute de suma importacircncia destacar tambeacutem que haacute uma taxa de esgoto que eacute

cobrada pela CAESB consequentemente ldquoo valor da tarifa de esgotos corresponde

a 100 do valor da tarifa de aacutegua exceto quando se tratar de coleta do tipo

condominial que equivale a 60 do valor da tarifa de aacuteguardquo (CAESB)

Deste modo a CAESB utiliza tarifas para diversas categorias de moradia e

comeacutercio e neste estudo seraacute aplicada a tarifa de ldquoresidencial normalrdquo em

concordacircncia com a tabela a seguir

Tabela 08 Valor da Tarifa Cobrado pela CAESB

Para melhor compreensatildeo do caacutelculo que a CAESB faz temos uma conta do

condomiacutenio do preacutedio da Superquadra 111 Norte

Figura 04 Conta Discriminada do Condomiacutenio

Fonte Condomiacutenio do Preacutedio

O caacutelculo feito pela CAESB consiste primeiramente em saber a demanda de

aacutegua gasta em metros cuacutebicos por Unidade de Consumo ndash apartamento ndash para

saber qual faixa ldquomsup3rdquo eacute aplicada Apoacutes saber qual a faixa ldquomsup3rdquo que se enquadra eacute

atribuiacutedo o volume por UC (em msup3) em sequecircncia multiplica-se o volume por UC ou

volume da faixa pelo nuacutemero de UCrsquos correspondente para se obter o volume total

gasto (em msup3) Tendo o volume total gasto basta multiplicar pelo preccedilo corresponde

agrave faixa a qual se encaixa o consumo e assim obtendo o valor total a pagar A partir

do momento que se tem o valor total a pagar eacute necessaacuterio acrescer 100 do valor

para cobrir a tarifa de esgoto conforme a figura

Partindo desses dados podemos calcular por apartamento quanto eacute cobrado

pela CAESB a partir dos dados apresentados no capiacutetulo 34

119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119886119901119886119903119905119886119898119890119899119905119900 = 33119901 times 66119871 ~ 217119871

119863119894119886

119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119886119901119886119903119905119886119898119890119899119905119900 119886119900 119898ecirc119904 = 217119871119889119894119886 times 30119863119894119886119904 = 6510119871 119900119906 65101198983

Com base nesses dados temos que calcular o volume total de descarga em

sanitaacuterios que o preacutedio consome com a seguinte foacutermula

119881119879 = 119881119865 times 119873ordm 119889119890 119880119862prime119904

119881119879 = 10119898sup3 times 36 = 360119898sup3

Em que ldquoVTrdquo corresponde ao volume total do preacutedio ldquoVFrdquo ao volume da faixa

que eacute estipulado pela CAESB e ldquoUCrsquosrdquo satildeo as unidades de consumo que eacute correlato

ao nuacutemero de apartamentos existente

Portanto o total a se pagar em um mecircs eacute calculado da seguinte forma

119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 119881119879 times 119879119886119903119894119891119886 119889119890 aacute119892119906119886 + 119879119886119903119894119891119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900

119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 360119898sup3 times 119877$ 265 + 119879119886119903119894119891119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900

119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 954 + 119877$ 954 = 119877$ 1908

Em 7 meses seriam pagos em descarga

119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 1908 times 7 119872119890119904119890119904 = 119877$ 13356

37 ndash Caacutelculos de economia e retorno de investimento para um sistema

fechado

Conforme exposto por L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental p 15)

ldquopara o caacutelculo da economia da taxa de aacutegua multiplica-se o valor do msup3 (valor

cobrado por msup3 do responsaacutevel pelo fornecimento de aacutegua na cidade []) pelo

volume captado e entatildeo obtecircm-se o valor economizado por ano na taxa de aacuteguardquo

Recapitulando que para esse estudo seraacute utilizado o meacutetodo praacutetico brasieliro

devido aos meses de seca ou pouca chuva

Sendo assim

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119881119886119897119900119903 119889119900 1198983 times 119881119900119897119906119898119890 119888119886119901119905119886119889119900

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 265 times 314061198983

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 8322

Essa economia de R$ 8322 eacute para um mecircs de chuva para o preacutedio todo

sendo assim para os 7 meses de chuva tem-se

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119890 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 8322 times 7 119898119890119904119890119904 = 119877$ 58254

Ainda segundo L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental p 16) para o

caacutelculo da economia referente ao esgoto eacute necessaacuterio multiplicar o valor do msup3 pelo

volume captado e por 08 uma vez que considera-se 20 de perda ou seja para

cada 1 litro de aacutegua que chega na residecircncia eacute cobrado 08 litros para o tratamento

do esgoto

Portanto tem-se

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119881119886119897119900119903 119889119900 1198983 times 119881119900119897119906119898119890 119888119886119901119905119886119889119900 times 08

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900 = 119877$ 265 times 314061198983 times 08

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 6658

Esse valor encontrado de R$ 6658 corresponde a um mecircs de chuva para o

preacutedio sendo assim o total economizado pelo preacutedio em 7 meses eacute de

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119890 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 6658 times 7 119898119890119904119890119904 = 119877$ 46606

ldquoPara o caacutelculo do retorno do investimento divide-se o valor investido pela

economia anual com a implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo e reaproveitamento da

aacutegua pluvialrdquo L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental p 16)

Portanto para 7 meses de chuva tem-se o seguinte

119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 =119881119886119897119900119903 119894119899119907119890119904119905119894119889119900

119864119888119900119899119900119898119894119886 (7119898119890119904119890119904)

119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 = 119877$ 1843924

119877$ 58254 + 119877$ 46606

119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 = 119877$ 1843924

119877$ 9446

119877119890119905119900119903119899119900

119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900= 1952 119886119899119900119904

38 ndash Caacutelculos de dimensionamento para um sistema com fluxo

Os caacutelculos apresentados no subitem anterior satildeo relativos a um sistema

o qual natildeo adota a possibilidade de fluxo dentro do reservatoacuterio Quando se

fala em fluxo temos que considerar que ao mesmo tempo em que o preacutedio

utiliza aacutegua do reservatoacuterio de aacutegua pluvial o mesmo vai enchendo com aacutegua

pluvial Portanto haacute um ciclo no qual o preacutedio demanda aacutegua do reservatoacuterio e

o mesmo vai enchendo conforme chove no local

Sabendo que a meacutedia mensal eacute de 1399msup3 eacute preciso multiplicar isso

por 12 para se obter o quanto choveu em 2014 Sendo assim

119879119900119905119886119897 119886119900 119886119899119900 = 1399119898119898 times 12 119898119890119904119890119904

119879119900119905119886119897 119886119900 119886119899119900 = 16788119898119898

Mas como foi visto o periacuteodo chuvoso eacute de 7 meses entatildeo temos

119875119903119890119888119894119901119894119905119886ccedilatilde119900 119901119886119903119886 7 119898119890119904119890119904 = 16788119898119898 divide 7 = 2398119898119898

Com isso eacute necessaacuterio realizar o caacutelculo da meacutedia de captaccedilatildeo de aacutegua

por mecircs para a aacuterea de 1069msup2

119872119890119889119894119886 119889119890 119862119886119901119905119886ccedilatilde119900 = 2398119898119898 times 1069119898sup2

119872eacute119889119894119886 119889119890 119862119886119901119905119886ccedilatilde119900 = 256346119871 119900119906 256346119898sup3

Ao considerar o valor obtido temos que realizar o quanto seria captado

diariamente

119872eacute119889119894119886 119889119894aacute119903119894119886 = 256346119898sup3 divide 30 119889119894119886119904 = 85119898sup3119889119894119886

A partir desses caacutelculos podemos realizar a seguinte comparaccedilatildeo O

preacutedio consome cerca de 78msup3 ao dia de aacutegua para descarga de vasos sanitaacuterios

enquanto a meacutedia diaacuteria de captaccedilatildeo eacute de 85msup3 por conseguinte temos um fluxo

positivo de aacutegua para o reservatoacuterio de 067msup3dia nos dias chuvosos

Se colocarmos um reservatoacuterio de 35msup3 sem nenhuma aacutegua

armazenada poderemos constatar que o reservatoacuterio iria encher por completo em

cerca de 53 dias conforme o caacutelculo a seguir

351198983 = 0671198983 times 119909 119889119894119886119904

119909 119889119894119886119904 = 35119898sup3 divide 067119898sup3 = 5223 119889119894119886119904

Analisando esses dados temos que a partir do 54ordm dia o reservatoacuterio

estaria completamente cheio e no restante dos 156 dias que teriacuteamos de chuva

esses 067msup3 seriam de certa forma desperdiccedilados uma vez que esse fluxo de

067msup3 ao final dos 7 meses gerariam cerca de 1407msup3 enquanto o reservatoacuterio tem

a capacidade de 35msup3 conforme o caacutelculo a seguir

119875119900119905119890119899119888119894119886119897 = 067119898sup3 times 156 119889119894119886119904 = 1045119898sup3

Se considerarmos esse fluxo positivo de 067msup3dia temos que ao final

dos 210 dias (7meses) seria possiacutevel armazenar 1407 msup3 de aacutegua Com um

reservatoacuterio de 35msup3 1057msup3 estariam sendo escoados para fora do reservatoacuterio

Portanto o ideal seria um reservatoacuterio que se aproxime de 1407msup3 para que ao

final dos 7 meses toda aacutegua possiacutevel fosse armazenada no entanto o reservatoacuterio

deveria ser de 145msup3

Devemos considerar ainda que ao final dos 7 meses o reservatoacuterio

estaria cheio no periacuteodo de seca conseguiria abastecer o preacutedio de acordo com a

demanda do preacutedio sendo assim

119880119905119894119897119894119911119886ccedilatilde119900 119899119886 119904119890119888119886 = 119879119900119905119886119897 119889119900 119903119890119904119890119903119907119886119905oacute119903119894119900 divide 119863119890119898119886119899119889119886 119889119894aacute119903119894119886

119880119905119894119897119894119911119886ccedilatilde119900 119899119886 119904119890119888119886 = 1451198983 divide 781198983119889119894119886

119880119905119894119897119894119911119886ccedilatilde119900 119899119886 119904119890119888119886 = 1858 119889119894119886119904

381 ndash Custo de implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo com fluxo em um

preacutedio

Na implantaccedilatildeo desse sistema os materiais utilizados teratildeo como base

as estimativas que foram apresentadas no subitem anterior e para aumentar a

eficiecircncia do sistema o volume de 1400007L seraacute arredondado para

145000L

Devido ao tamanho do reservatoacuterio eacute de se esperar que o reservatoacuterio

natildeo seja instalado em cima do preacutedio uma vez que a estrutura do preacutedio natildeo

conseguiria suportar o peso que o reservatoacuterio faria sobre o telhado

consequentemente o reservatoacuterio deveraacute ser instalado no jardim do preacutedio que

iraacute gerar um custo a mais por conta da escavaccedilatildeo

Os valores de alguns dos materiais apresentados a seguir seguem os

dos apresentados no trabalho de L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental

p 18) apenas o valor da caixa drsquoaacutegua de 10000L foi obtido atraveacutes de

pesquisas em lojas de construccedilatildeo e assim utilizando a de menor valor

conforme a tabela a seguir Segundo o Saneamento de Goiaacutes SA (SANEAGO)

o custo de escavaccedilatildeo eacute calculado a partir do total de msup3 aleacutem de 3m de

profundidade

Tabela 09 Preccedilo dos Produtos do Sistema de Captaccedilatildeo com Fluxo

Observaccedilatildeo Pelo fato desse estudo se tratar de um modelo de implantaccedilatildeo

o custo das tubulaccedilotildees vai variar de acordo com a demanda necessitada pelo

preacutedio portanto podendo variar de acordo com o projeto implantado Para este

estudo seraacute adotado o valor de R$ 7000

Observaccedilatildeo Pelo fato desse trabalho tratar-se de um modelo de

implantaccedilatildeo o custo da energia pode variar de acordo com a demanda necessitada

pelo preacutedio portanto podendo variar de acordo com o uso da bomba Para este

estudo seraacute adotado o valor de R$ 054 que eacute o valor do KwH cobrado pela CEB

Produto Quantidade Valor unitaacuterio (R$) Valor total (R$)

Cx Daacutegua 10000L 14 496090 6945260

Cx Daacutegua 5000L 1 108000 108000

Boacuteia Eleacutetrica 1 2750 2750

Boacuteia Comum 1 1220 1220

Registro de Gaveta

1 3490 3490

Bomba Anauger 1 23000 23000

Filtro 3P VF1 1 22000 22000

Tubulaccedilotildees 7000 7000

Disjuntor 1 1310 1310

Escavaccedilatildeo Msup3 3666 53157

Matildeo de Obra 1 58574 58574

Energia 054 054

Total 13 727154 7704228

382 ndash Caacutelculos de economia e retorno de investimento para um sistema

com fluxo

Partindo dos dados apresentados podemos calcular por apartamento quanto eacute

cobrado pela CAESB a partir dos dados apresentados no capiacutetulo 34

119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119886119901119886119903119905119886119898119890119899119905119900 = 33119901 times 66119871 ~ 217119871

119863119894119886

119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119886119901119886119903119905119886119898119890119899119905119900 119886119900 119898ecirc119904 = 217119871119889119894119886 times 30119863119894119886119904 = 6510119871 119900119906 65101198983

Em que ldquoVTrdquo corresponde ao volume total do preacutedio ldquoVFrdquo ao volume da faixa

que eacute estipulado pela CAESB e ldquoUCrsquosrdquo satildeo as unidades de consumo que eacute correlato

ao nuacutemero de apartamentos existente

Portanto o total a se pagar em um mecircs eacute calculado da seguinte forma

119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 119881119879 times 119879119886119903119894119891119886 119889119890 aacute119892119906119886 + 119879119886119903119894119891119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900

119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 360119898sup3 times 119877$ 265 + 119879119886119903119894119891119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900

119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 954 + 119877$ 954 = 119877$ 1908

Retomando o caacutelculo exposto por L Pereira (Viabilidade

EconocircmicoAmbiental p 15) no subitem anterior temos que o caacutelculo da CAESB

seria feito da seguinte maneira

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119881119886119897119900119903 119889119900 1198983 times 119881119900119897119906119898119890 119888119886119901119905119886119889119900

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 265 times 1451198983

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 38425

Esse caacutelculo eacute equivalente a um mecircs de captaccedilatildeo para os 7 meses

teremos o seguinte

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119890 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 38425 times 7 119898119890119904119890119904 = 119877$ 268975

Conforme foi visto para o caacutelculo da economia de esgoto eacute necessaacuterio

multiplicar o valor do msup3 pelo volume captado e por 08 uma vez que considera-se

20 de perda ou seja para cada 1 litro de aacutegua que chega na residecircncia eacute cobrado

08 litros para o tratamento do esgoto Portanto para um mecircs segue-se

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119881119886119897119900119903 119889119900 1198983 times 119881119900119897119906119898119890 119888119886119901119905119886119889119900 times 08

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900 = 119877$ 265 times 1451198983 times 08

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 3074

ldquoPara o caacutelculo do retorno do investimento divide-se o valor investido pela

economia anual com a implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo e reaproveitamento da

aacutegua pluvialrdquo L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental p 16)

Portanto para 7 meses de chuva tem-se o seguinte

119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 =119881119886119897119900119903 119894119899119907119890119904119905119894119889119900

119864119888119900119899119900119898119894119886 (7119898119890119904119890119904)

119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 = 119877$ 17704228

119877$ 268975 + 119877$ 21518

119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 = 119877$ 7704228

119877$ 484155

119877119890119905119900119903119899119900

119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900= 1591119886119899119900119904

4 ndash Conclusatildeo e Consideraccedilotildees Finais

De acordo com o que foi exposto temos que a implantaccedilatildeo do sistema de

captaccedilatildeo para o aproveitamento de aacuteguas pluviais eacute uma oacutetima alternativa para

substituiccedilatildeo da ldquoaacutegua cinzardquo possibilitando tambeacutem um destino mais correto do

ponto de vista ambiental para a aacutegua que se tornaria esgoto Como eacute de

conhecimento este tipo de meacutetodo eacute utilizado em diversas regiotildees natildeo somente

aquelas que sofrem com escassez de aacutegua

Mesmo sabendo que o Brasil possui um grande potencial hiacutedrico observamos

que uma parcela da populaccedilatildeo natildeo tem consciecircncia quanto ao gasto de aacutegua

gerando um grande desperdiacutecio de forma desnecessaacuteria Portanto partindo de um

pensamento racional um sistema de captaccedilatildeo seria viaacutevel para o aproveitamento da

aacutegua para fins de consumo domeacutestico mais precisamente ldquoaacutegua cinzardquo

Considerando os caacutelculos apresentados a partir da taxa de precipitaccedilatildeo meacutedia

em Brasiacutelia a criaccedilatildeo de um sistema de captaccedilatildeo pluvial predial traz benefiacutecios

econocircmicos e ambientais O projeto torna-se viaacutevel economicamente pois desde

que se faccedila a manutenccedilatildeo de forma adequada do sistema este teraacute uma vida uacutetil

longa e considerando que se obteacutem o retorno do investimento em aproximadamente

16 anos para um sistema com fluxo apoacutes este periacuteodo o sistema passa a ser

lucrativo para o preacutedio que implanta pois o custo eacute dividido no condomiacutenio dentre os

moradores do preacutedio

Analisando do ponto de vista ambiental o desenvolvimento urbano de Brasiacutelia

ocasionou em superfiacutecies impermeaacuteveis dificultando a absorccedilatildeo de aacuteguas pluviais

pelo solo e juntamente com o sistema de redes pluviais e o sistema de drenagem

ultrapassados os alagamentos e enchentes tecircm se tornado constante quando

ocorrem chuvas anormais Com as estimativas feitas neste trabalho eacute possiacutevel que

tais transtornos hiacutedricos urbanos possam ser amenizados a partir da implantaccedilatildeo do

sistema sem que afete o ciclo hidroloacutegico natural Logicamente essa natildeo eacute a

soluccedilatildeo uma vez que ela deve ser apenas um complemento agrave poliacuteticas publicas

poliacuteticas de incentivo entre outras medidas de cunho sustentaacutevel

Em vista disso a implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo e aproveitamento de

aacuteguas pluviais acarretaria em uma significativa melhora ambiental atraveacutes da

substituiccedilatildeo de uma parcela da aacutegua fornecida pela CAESB e possivelmente

mitigando os transtornos hiacutedricos urbanos se aplicado em larga escala

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aacutegua em algumas localidades ele tambeacutem eacute expresso pelas chuvas

torrenciais Em face disso eacute importante unir o uacutetil ao agradaacutevel Vale expor que

em decorrecircncia do aumento da urbanizaccedilatildeo as aacutereas foram pavimentadas e

cobertas por preacutedios casas monumentos entre outras edificaccedilotildees

ocasionando na impermeabilizaccedilatildeo do solo em aacutereas naturais Devido a esse

fator o ser humano vem demandando novas soluccedilotildees e poliacuteticas puacuteblicas para

o controle e mitigaccedilatildeo de impactos causados pela chuva tais como

alagamentos

Os governos de modo geral vecircm encontrando seacuterias dificuldades

quanto agraves questotildees de gestatildeo dos alagamentos em suas aacutereas puacuteblicas Para

Brasiacutelia e o Governo do Distrito Federal esse problema eacute recente e nem tatildeo

alarmante quando comparado aos das grandes capitais brasileiras como Satildeo

Paulo ou Rio de Janeiro Portanto eacute necessaacuterio que se tenha uma precauccedilatildeo

com o uso das aacuteguas tratadas para que possam ser utilizadas fontes

alternativas Com o objetivo de aproveitamento de aacuteguas pluviais a captaccedilatildeo

de aacutegua advinda das chuvas possui um vieacutes sustentaacutevel do ponto de vista

teacutecnico e econocircmico quando aplicado em sistemas de uso privativo Cabe

ressaltar que esse estudo visa aliar o conceito de cidades sustentaacuteveis a partir

da iniciativa privada agraves necessidades encontradas na cidade de Brasiacutelia no

caso de um projeto de aproveitamento de aacuteguas pluviais que atenda a

demanda de aacutegua natildeo potaacutevel tendo como base a precipitaccedilatildeo de chuva local

sem desconsiderar o ciclo hidroloacutegico para que natildeo ocorra um desequiliacutebrio do

mesmo e ocasione mais desastres ambientais

Tal sistema tem como objetivo gerar uma fonte de aacutegua natildeo potaacutevel

para uso diaacuterio em sistemas prediais como descarga limpeza do preacutedio

irrigaccedilatildeo de jardins disponibilidade para lavagem de automoacuteveis entre outras

possibilidades gerando uma economia da aacutegua utilizada e consequentemente

uma economia monetaacuteria Aleacutem desse objetivo reducionista de gasto e aacutegua

haacute tambeacutem a possibilidade da reduccedilatildeo de transtornos hiacutedricos urbanos

Portanto ao abordar sobre poliacuteticas puacuteblicas eacute de suma importacircncia

compreender que o ldquodesenvolvimento sustentaacutevel eacute um processo de

aprendizagem social de longo prazo que por sua vez eacute direcionado por

poliacuteticas puacuteblicas orientadas por um plano de desenvolvimento nacionalrdquo

(Barbosa 2008 p 6) O conceito de desenvolvimento sustentaacutevel seraacute melhor

apresentado no capiacutetulo seguinte

2 ndash Sustentabilidade desenvolvimento sustentaacutevel e a sua

importacircncia

Inicio esse capiacutetulo com uma frase de Nascimento (2012 p 57) em que

se queremos sugerir uma sustentabilidade para toda a sociedade eacute necessaacuterio

que tenhamos uma ldquolinha transversal a eacutetica solidaacuteria com os excluiacutedos de hoje

para que natildeo haja excluiacutedos amanhatilderdquo

Por que a sustentabilidade eacute algo importante para noacutes Eacute necessaacuterio

que seja de conhecimento geral de que estamos ameaccedilados em todos os

aspectos ligados agrave utilizaccedilatildeo de recursos naturais e aproveitamento dos

mesmos Portanto haacute uma conexatildeo direta ao desenvolvimento sustentaacutevel

Nascimento (2012 p 58) ainda aponta que ldquoateacute meados do seacuteculo XX a

humanidade temia basicamente duas grandes extinccedilotildees ndash uma externa

(choque de um grande meteorito como aparentemente ocorreu haacute 65 milhotildees

de anos extinguindo os dinossauros) e outra interna (o advento de uma

epidemia desconhecida e incontrolaacutevel) Em meados do seacuteculo passado foi

acrescida mais uma ameaccedila provinda dos proacuteprios seres humanos a bomba

atocircmica O seu poder de destruiccedilatildeo ficou evidente com as explosotildees de

Hiroshima e Nagasakirdquo Sendo assim eacute perceptiacutevel que o estilo de vida de alta

produccedilatildeo e consumo vigente nos leva a crer que um desastre eacute cada vez mais

plausiacutevel

ldquoQue a economia estaacute em um conflito com os sistemas naturais do

planeta eacute uma evidecircncia que ressalta das informaccedilotildees cotidianas sobre o

desaparecimento das zonas de pesca reduccedilatildeo das florestas a erosatildeo do

solo e o desaparecimento de espeacuteciesrdquo (Nascimento 2012 p 58 apud

Brown 2003 p14) Portanto a crise ambiental aponta um desgaste das

condiccedilotildees ldquonormaisrdquo de vida no planeta Terra Segundo Nascimento (2012 p

58) ldquo[] eacute possiacutevel caso o cenaacuterio mais pessimista do aquecimento global

venha a se confirmar que uma nova possibilidade de auto extinccedilatildeo seja criada

no final desse seacuteculordquo Desta forma o atual modelo de vida natildeo deteriora

apenas o meio ambiente tambeacutem prejudica a vida humana e para que sejam

reduzidos esses transtornos agrave vida humana eacute preciso que iniciativas e

alternativas sejam criadas por meio de inovaccedilotildees tecnoloacutegicas para que haja

uma saiacuteda

ldquoA crise ambiental assumiu contornos mais graves com a percepccedilatildeo da

responsabilidade antroacutepica do aquecimento global e a dinacircmica de ascensatildeo

de um contingente humano mais significativo no mercado de consumordquo

(Nascimento 2012 p 61) Quando a crise ambiental se tornou algo de suma

importacircncia Quando como e por que a sustentabilidade e o desenvolvimento

sustentaacutevel se tornaram relevantes para o combate agrave crise ambiental Eacute

necessaacuterio compreender que a sustentabilidade possui dois vieses quando

relacionada agrave sua origem Uma de suas origens tem base na biologia mais

precisamente na ecologia a qual atribui o conceito de resiliecircncia ndash capacidade

de recuperaccedilatildeo e reproduccedilatildeo dos ecossistemas ndash perante as degradaccedilotildees

antroacutepicas com o uso exacerbado dos recursos naturais Ainda relacionado agrave

ecologia haacute as causas naturais como terremotos fogo tsunamis pragas

entre outros O outro vieacutes de origem da sustentabilidade adveacutem da economia

como o adjetivo do desenvolvimento diante da visibilidade que ganhou ao

longo do seacuteculo XX referente ao padratildeo de consumo desenvolvido ao redor do

mundo (Nascimento 2012 p 51)

Segundo Nascimento a ideia de sustentabilidade como enfoque

mundial tem origem na deacutecada de 1950 O surgimento e a importacircncia desse

termo ocorrem devido a um risco ambiental global a poluiccedilatildeo nuclear ldquoOs seus

indiacutecios alertaram os seres humanos de que estamos em uma nave comum e

que problemas ambientais natildeo estatildeo restritos a territoacuterios limitadosrdquo

(Nascimento 2012 p 2) Segundo Nascimento (2012 p 52 apud Machado

2005) ldquoA ocorrecircncia de chuvas radiativas a milhares de quilocircmetros dos locais

de realizaccedilatildeo dos testes acendeu um caloroso debate no seio da comunidade

cientiacuteficardquo Na deacutecada de 1960 houve outro fato importante que implicou na

questatildeo da percepccedilatildeo da crise ambiental dando importacircncia a

sustentabilidade devido ao uso de inseticidas e pesticidas quiacutemicos e

transtornos causados por esses apontados por Rachel Carson em seu livro

intitulado de ldquoPrimavera Silenciosardquo ndash Silent Spring

Ainda na deacutecada de 60 as chuvas aacutecidas recorrentes nos paiacuteses

noacuterdicos levaram a Sueacutecia junto ao Conselho Econocircmico e Social das Naccedilotildees

Unidas (ECOSOC) a propor a realizaccedilatildeo de uma conferecircncia para tratar de um

acordo internacional para uma possiacutevel reduccedilatildeo na emissatildeo dos gases

responsaacuteveis por tal transtorno Com isso ocorreu a Conferecircncia de

Estocolmo em 1972 colocando em evidecircncia os paiacuteses subdesenvolvidos e

desenvolvidos da eacutepoca A princiacutepio as preocupaccedilotildees natildeo eram nem um

pouco igualitaacuterias jaacute que os paiacuteses desenvolvidos estavam atentos agrave

degradaccedilatildeo ambiental que afetavam sua qualidade de vida enquanto os

paiacuteses subdesenvolvidos estavam preocupados em natildeo sofrerem sanccedilotildees

comerciais e apresentarem um retardo em seu desenvolvimento uma vez que

naquela eacutepoca os problemas ambientais eram associados ao crescimento

econocircmico dos paiacuteses de terceiro mundo Nessa conferecircncia ficou exposto

que os paiacuteses desenvolvidos defendiam a proteccedilatildeo do meio ambiente como

principal foco e os paiacuteses em desenvolvimento focavam no combate agrave

pobreza

Para melhor esclarecer Nascimento expotildee a partir do documento ldquoOnly

One Earthrdquo (Ward amp Dubos 1973) ldquo[] O problema ambiental como decorrente

de externalidades econocircmicas proacuteprias do excesso de desenvolvimento

(tecnologia agressiva e consumo excessivo) de um lado e de sua falta

(crescimento demograacutefico e baixo PIB per capita) de outro Posta dessa forma

a questatildeo ambiental deixava de ficar restrita ao meio natural e adentrava o

espaccedilo socialrdquo Contemporacircneo a isso temos o relatoacuterio do Clube de Roma ndash

Limits to Growth (Meadows et al 1972) que propunha uma reduccedilatildeo do

desenvolvimento industrial nos paiacuteses desenvolvidos e uma contenccedilatildeo no

crescimento populacional nos paiacuteses subdesenvolvidos juntamente com o

apoio daqueles aos subdesenvolvidos para que pudessem crescer

economicamente A partir desses eventos os governos se conscientizaram e

criaram agecircncias que tratassem das questotildees ambientais para que pudessem

juntar dados ambientais jaacute que na eacutepoca careciam de tais informaccedilotildees

No Brasil foi criada a Secretaria Especial do Meio Ambiente (SEMA) em

1973 enquanto nos EUA jaacute existia a Environmental Protection Agency (EPA)

desde 1970

Dez anos apoacutes a Conferecircncia de Estocolmo uma anaacutelise dos resultados

foi feita pela ONU e mostrou que o resultado estabelecido deixou a desejar e

que os esforccedilos realizados foram inferiores Em decorrecircncia desse mal

desempenho foi formada a Comissatildeo Mundial sobre Meio Ambiente e

Desenvolvimento (CMMAD) presidida por Gro Harlen Brundtland responsaacutevel

pelo relatoacuterio ldquoNosso Futuro Comumrdquo ndash Our Common Future ndash que tinha como

principal proposta a criaccedilatildeo de uma agenda global para focar em uma

mudanccedila consideraacutevel Esse estudo obteve informaccedilotildees durante trecircs anos a

partir de pesquisas e anaacutelises com enfoque na parte social Segundo Barbosa

(2008 p2) as informaccedilotildees colhidas do relatoacuterio com base nas questotildees

sociais referiam-se ldquoao uso da terra sua ocupaccedilatildeo suprimento de aacutegua abrigo

e serviccedilos sociais educativos e sanitaacuterios aleacutem de administraccedilatildeo do

crescimento urbanordquo

Tal relatoacuterio foi responsaacutevel pela criaccedilatildeo do termo ldquoDesenvolvimento

Sustentaacutevelrdquo que ldquoconsistiu o maior esforccedilo entatildeo conhecido para conciliar a

preservaccedilatildeo do meio ambiente com o desenvolvimento econocircmicordquo

(Nascimento 2012 p 54) Uma definiccedilatildeo baacutesica do que eacute DS eacute exposta por

Nascimento (2012 p 58 apud Lenzi 2006) ldquoDesenvolvimento sustentaacutevel eacute o

desenvolvimento que satisfaz as necessidades do presente sem comprometer

a capacidade das geraccedilotildees futuras em satisfazer suas proacuteprias necessidadesrdquo

Estender e Pitta (O Conceito do Desenvolvimento Sustentaacutevel apud Camargo

2003 p 43) tambeacutem fazem citaccedilatildeo agrave outra definiccedilatildeo apontada no relatoacuterio

ldquoEm essecircncia o desenvolvimento sustentaacutevel eacute um

processo de transformaccedilatildeo no qual a exploraccedilatildeo dos

recursos a direccedilatildeo dos investimentos a orientaccedilatildeo

do desenvolvimento tecnoloacutegico e a mudanccedila

institucional se harmonizam e reforccedilam o potencial

presente e futuro a fim de atender agraves necessidades

e aspiraccedilotildees humanasrdquo

Nascimento (2012 p 54) aponta que ldquoA forccedila e a fraqueza dessa

definiccedilatildeo encontram-se justamente nessa foacutermula vaga pois deixam-se em

aberto quais seriam as necessidades humanas atuais e mais ainda as das

geraccedilotildees futurasrdquo

Segundo Barbosa (2008) o relatoacuterio faz consideraccedilotildees agraves questotildees

urbanas no qual as cidades em seu desenvolvimento devem contemplar as

necessidades baacutesicas de toda a populaccedilatildeo e conceder oportunidades de

melhora na qualidade de vida de todos buscando alcanccedilar uma equidade na

sociedade por meio de processos democraacuteticos para que haja um

desenvolvimento urbano adequado Ainda com referecircncia ao relatoacuterio haacute ldquoa

necessidade de descentralizaccedilatildeo das aplicaccedilotildees de recursos financeiros e

humanos e a necessidade do poder poliacutetico favorecer as cidades em sua

escala localrdquo (Barbosa 2008 p 2) Quanto agrave questatildeo do uso de recursos

naturais foi avaliada no relatoacuterio a capacidade de resiliecircncia da biosfera os

efeitos e as possiacuteveis consequecircncias causadas pela accedilatildeo antroacutepica apontando

ainda que a pobreza pode ser considerada como um problema ambiental e que

a tentativa de erradicar a mesma pode ser a base para a busca da

sustentabilidade Com essa contribuiccedilatildeo na mudanccedila do modo de perceber as

necessidades urbanas o relatoacuterio apresentou trecircs princiacutepios baacutesicos ou

aspectos que deveriam ser cumpridos ndash proteccedilatildeo ambiental equidade social e

o desenvolvimento econocircmico ndash e que seratildeo expostos mais adiante

Apesar de todos esses pontos levantados o relatoacuterio Brundtland

recebeu vaacuterias criacuteticas pelo fato de acusar a pobreza e o descontrole do

crescimento populacional nos paiacuteses subdesenvolvidos como a fonte principal

dos problemas ambientais e da insustentabilidade do planeta e de colocar em

segundo plano a poluiccedilatildeo causada ateacute a data de publicaccedilatildeo do relatoacuterio pelos

paiacuteses desenvolvidos

Em 1986 foi realizada a conferecircncia de Ottawa ndash Carta de Ottawa 1986

ndash na qual foram estabelecidas cinco condiccedilotildees para que se tentasse alcanccedilar o

desenvolvimento sustentaacutevel entre elas a manutenccedilatildeo da integraccedilatildeo

ecoloacutegica a satisfaccedilatildeo das necessidades baacutesicas humanas a provisatildeo da

autodeterminaccedilatildeo social e da diversidade cultural a integraccedilatildeo da conservaccedilatildeo

e do desenvolvimento e o alcance de equidade e justiccedila social Para a

CMMAD as condiccedilotildees que procedem do conceito de desenvolvimento

sustentaacutevel estatildeo associadas ao processo de urbanizaccedilatildeo e do crescimento da

cidade e tem como finalidade o uso adequado dos recursos naturais Em face

disto satildeo expostos alguns objetivos mudanccedila de qualidade do crescimento

crescimento renovaacutevel satisfaccedilatildeo das necessidades essenciais por emprego

aacutegua energia alimento e saneamento baacutesico garantia de um niacutevel sustentaacutevel

da populaccedilatildeo conservaccedilatildeo da base de recursos reorientaccedilatildeo da tecnologia e

do gerenciamento de risco e reorientaccedilatildeo das relaccedilotildees econocircmicas

internacionais (CMMAD 1988 1991)

Postumamente foi realizada a Assembleia das Naccedilotildees Unidas a qual

aprovou a Conferecircncia das Naccedilotildees Unidas para o Meio Ambiente e o

Desenvolvimento (CNUMAD) ocorrida em 1992 e ficou conhecida como Rio-

92 A Rio-92 teve maior visibilidade graccedilas agrave criaccedilatildeo da Convenccedilatildeo da

Biodiversidade e das Mudanccedilas Climaacuteticas ndash que posteriormente resultou na

criaccedilatildeo do Protocolo de Kyoto ndash da Agenda 21 e da Declaraccedilatildeo do Rio Essa

uacuteltima segue os mesmos padrotildees expostos na Conferecircncia de Estocolmo

citada anteriormente interligando o desenvolvimento econocircmico com o meio

ambiente atraveacutes de uma gestatildeo consciente dos recursos naturais sem

comprometer o modelo econocircmico vigente

Em decorrecircncia desses acontecimentos tornou-se de faacutecil entendimento

que o desenvolvimento sustentaacutevel eacute composto por trecircs aspectos ambiental

econocircmico e social Outros autores como Ignacy Sachs consideram ainda

outras variaacuteveis relevantes para o entendimento do DS como sustentabilidade

ecoloacutegica e poliacutetica

Figura 1 Tripeacute da Sustentabilidade

Fonte Nicholas Gimenes (2012)

Com base nesses trecircs aspectos apontados chegamos ao conhecido

Triple Bottom Line ndash ldquoTripeacute da Sustentabilidaderdquo No tripeacute da sustentabilidade

satildeo expostos o aspecto ambiental que tem como base a produccedilatildeo e o

consumo de tal forma que possa garantir que os ecossistemas natildeo sofram

problemas quanto a sua capacidade de resiliecircncia o aspecto econocircmico que

assume a denominada ecoeficiecircncia a qual incentiva a inovaccedilatildeo tecnoloacutegica

para tentar mitigar alguns dos problemas ambientais e ampliar a

desmaterializaccedilatildeo da economia e o uacuteltimo aspecto o social o qual supotildee que

a populaccedilatildeo de uma determinada sociedade tenha o miacutenimo necessaacuterio para

uma condiccedilatildeo de vida aceitaacutevel buscando erradicar a desigualdade social

Segundo Nascimento existem diversas definiccedilotildees desses trecircs aspectos mas

essas apontadas satildeo as mais recorrentes e de simples entendimento Natildeo

podemos esquecer que assim como eacute apontado por Ignacy Sachs e outros

autores outros aspectos para a definiccedilatildeo do DS devem ser levados em

consideraccedilatildeo em especial a cultura Apesar de natildeo ser citada como base do

ldquotripeacuterdquo a cultura eacute importante em qualquer sociedade quando relacionada ao

meio ambiente pois eacute ela quem dita o comportamento da populaccedilatildeo O Brasil

sofre com questotildees ambientais muitas das vezes por falta de instruccedilatildeo da

populaccedilatildeo que natildeo tem conhecimento do quatildeo impactante pode ser sua accedilatildeo

Deste modo quando se trata de questotildees ambientais eacute necessaacuterio que se

tenha uma mudanccedila natildeo repentina e sim gradativa nos padrotildees de consumo

no estilo de vida e na educaccedilatildeo ambiental

Retomando os conceitos de DS e sustentabilidade temos uma definiccedilatildeo

de Clovis Cavalcanti em que sustentabilidade ldquosignifica a possibilidade de se

obterem continuamente condiccedilotildees iguais ou superiores de vida para um grupo

de pessoas e seus sucessores em dado ecossistemardquo (Cavalcanti 2003)

Analisando essa definiccedilatildeo proposta por Cavalcanti vemos que se assemelha

do que foi exposto por Gro Harlen Brundtland em seu relatoacuterio Como jaacute foi

mencionado para Sachs o ldquoTriple Bottom Linerdquo ndash Tripeacute da Sustentabilidade ndash

possui cinco vertentes da sustentabilidade que satildeo a ldquosustentabilidade

ecoloacutegica refere-se a fiacutesica do processo de crescimento e tem como objetivo a

manutenccedilatildeo de estoques dos recursos naturais incorporados as atividades

produtivas a sustentabilidade ambiental que refere-se agrave manutenccedilatildeo da

capacidade de sustentaccedilatildeo dos ecossistemas o que implica a capacidade de

absorccedilatildeo e recomposiccedilatildeo dos ecossistemas em face as agressotildees antroacutepicas

sustentabilidade social que refere-se ao desenvolvimento e tem por algum

objetivo a melhoria da qualidade da vida da populaccedilatildeo Para caso de paiacuteses

com problemas de desigualdade e de inclusatildeo social implica a adoccedilatildeo de

poliacuteticas distributivas e a universalizaccedilatildeo de atendimento a questotildees como

sauacutede educaccedilatildeo habilitaccedilatildeo e seguridade social sustentabilidade poliacutetica

refere-se ao processo de construccedilatildeo da cidadania para garantir a incorporaccedilatildeo

plena dos indiviacuteduos ao processo de desenvolvimento e a sustentabilidade

econocircmica que refere-se a uma gestatildeo eficiente dos recursos em geral e

caracteriza-se pela regularidade de fluxos do investimento puacuteblico e privado

Implica a avaliaccedilatildeo da eficiecircncia por processos macro sociaisrdquo (Sachs 1993

Agenda 21 brasileira)

Barbosa (2008 p 4) faz uma citaccedilatildeo em seu trabalho sobre o livro de

Leila Ferreira ndash ldquoA questatildeo ambiental sustentabilidade e poliacuteticas puacuteblicas no

Brasilrdquo ndash referente ao padratildeo de vida da sociedade em que

ldquoO padratildeo de produccedilatildeo e consumo que

caracteriza o atual estilo de

desenvolvimento tende a consolidar-se

no espaccedilo das cidades e estas se

tornam cada vez mais o foco principal

na definiccedilatildeo de estrateacutegias e poliacuteticas

de desenvolvimentordquo

Sendo assim eacute de fundamental importacircncia que formas alternativas

sustentaacuteveis sejam alcanccediladas para que possam influenciar de forma positiva

na qualidade de vida das cidades e no processo de planejamento urbano Para

Acselrad (1999 p 85) a sustentabilidade urbana eacute definida como ldquoa

capacidade das poliacuteticas urbanas se adaptarem agrave oferta de serviccedilos agrave

qualidade e agrave quantidade das demandas sociais buscando o equiliacutebrio entre as

demandas de serviccedilos urbanos e investimentos em estruturardquo Como o

desenvolvimento sustentaacutevel possui muitos conceitos e definiccedilotildees haacute uma em

especial que se destaca pelo fato de estar relacionada agraves cidades juntamente

com o termo ldquosustentabilidaderdquo exposta por Barbosa (2008 p 4 apud

Satterthwaite 2004) em que

ldquoa resposta agraves necessidades humanas

nas cidades como o miacutenimo ou

nenhuma transferecircncia dos custos da

produccedilatildeo consumo ou lixo para outras

pessoas ou ecossistemas hoje e no

futurordquo

Assim a participaccedilatildeo da sociedade e a diversidade dos interesses que

a mesma possui gera um conflito entre as poliacuteticas puacuteblicas e o

desenvolvimento sustentaacutevel mas nada que natildeo possa ser contornado a partir

da conscientizaccedilatildeo individual dos cidadatildeos Como eacute exposto por Barbosa ldquoeacute

imprescindiacutevel para a sustentabilidade urbana o uso racional dos recursos

naturais a boa forma do ambiente urbano baseado na interaccedilatildeo clima e os

recursos naturais aleacutem das respostas agraves necessidades urbanas com o miacutenimo

de transferecircncia de dejetos e rejeitos para outros ecossistemas atuais e

futurosrdquo (Barbosa 2008 p 9) Em detrimento disso ldquoo desenvolvimento

sustentaacutevel natildeo deve ser apresentado como um slogan poliacuteticordquo (Barbosa

2008 p 10) deve ser apresentado como uma possiacutevel soluccedilatildeo para a

mitigaccedilatildeo dos problemas ambientais encontrados atualmente na sociedade

Portanto a sustentabilidade visa emoldurar novos meios alternativos de

produccedilatildeo distribuiccedilatildeo e consumo dos recursos naturais existentes de forma

mais racional ecologicamente viaacutevel e economicamente eficaz

Ao retratar esses problemas de padrotildees vividos pela sociedade

relacionados ao meio ambiente mais especificamente a utilizaccedilatildeo de recursos

naturais Nascimento (2012 p 58) aponta que ldquohaacute uma quase unanimidade

hoje entre os cientistas de que os recursos naturais natildeo seratildeo suficientes para

fornecer um modo de vida similar ao da classe meacutedia mundial a todos os novos

ingressantes no mercado No entanto eles tecircm tanto direito quanto os que jaacute

participam do mercado consumidorrdquo Mas como podemos contornar tais

problemas e a crise ambiental Atraveacutes da criatividade humana muitas formas

alternativas foram criadas e podem ser inventadas quando se tratam dos

recursos finitos utilizados pelo homem Temos como exemplo a aacutegua sobre a

qual poucos satildeo os estudos apresentados relacionando o aproveitamento de

aacuteguas pluviais e cidades sustentaacuteveis Na maioria das vezes os estudos satildeo

feitos com base em outras necessidades como a dessalinizaccedilatildeo das aacuteguas do

mar para consumo humano Natildeo podemos esquecer que atualmente existem

diversos sistemas de captaccedilatildeo de aacuteguas pluviais para diferentes finalidades

sejam elas para aproveitamento de consumo humano ou natildeo

3 ndash A viabilidade de implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo

pluvial em Brasiacutelia ndash DF

31 ndash Apresentaccedilatildeo de dados

Primeiramente seratildeo apresentados dados sobre a populaccedilatildeo e o

consumo de aacutegua presente nas residecircncias de Brasiacutelia e que seratildeo utilizados

como base para a implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo na Asa Norte

Segundo Ferreira C diretor Superintendente de Atendimento Comercial

(CAC) da Companhia de Saneamento Ambiental do Distrito Federal (CAESB)

ldquoEm Brasiacutelia o consumo meacutedio por habitante eacute de 190 litros de aacutegua por dia o

que resulta em um consumo mensal de 6msup3 por habitanterdquo De acordo com a

ONU cada pessoa necessita de 110 litros por dia para atender as

necessidades de consumo e higiene A Companhia de Saneamento Baacutesico do

Estado de Satildeo Paulo (SABESP 2010) afirma que ldquono Brasil o consumo por

pessoa pode chegar a mais de 200 litrosdiardquo A estimativa da SABESP (2010)

eacute de que 54 litros (27) vatildeo para cozinhar e beber 50 litros (25) para tomar

banho e escovar os dentes 66 litros (33) para descarga de banheiro 24 litros

(12) para lavagem de roupa e 6 litros (3) para outras tarefas como lavagem

de carro por exemplo Segundo dados da CAESB Brasiacutelia (Plano Piloto)

consome cerca de 2757890msup3 por mecircs e que o consumo por habitante eacute de

1381msup3mecircs

Devido ao alto consumo de aacutegua em Brasiacutelia os recorrentes transtornos

hiacutedricos urbanos e a ausecircncia de sistemas captaccedilatildeo pluvial este capiacutetulo traz

um estudo da viabilidade teacutecnica e econocircmica da implantaccedilatildeo de um sistema

em um preacutedio residencial do bairro Asa Norte mais especificamente na

Superquadra 111 Norte Natildeo haacute nenhum estudo realizado que comprove a

frequecircncia dos alagamentos nessa regiatildeo portanto tal quadra foi selecionada

em decorrecircncia de mateacuterias e reportagens que mostram a dificuldade que a

populaccedilatildeo sofre quando haacute uma chuva anormal

Primeiramente eacute necessaacuterio que se tenha uma noccedilatildeo do periacuteodo

chuvoso em Brasiacutelia Segundo o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais

(INPE) Brasiacutelia apresenta um regime de precipitaccedilatildeo bem definido sendo que

a estaccedilatildeo chuvosa tem iniacutecio em Outubro e estende-se ateacute Marccedilo e a estaccedilatildeo

seca ocorre no restante do ano (Abril a Setembro) Ainda segundo o INPE ldquoa

estaccedilatildeo chuvosa eacute causada pelo forte aquecimento da atmosfera na Amazocircnia

que favorece o desenvolvimento de um sistema quase estacionaacuterio em altos

niacuteveis a Alta Boliacutevia Como resultado dessa circulaccedilatildeo observa-se nos baixos

niacuteveis uma regiatildeo de baixa pressatildeo e a convergecircncia de ar satildeo os principais

fatores que provocam a precipitaccedilatildeo neste periacuteodo responsaacutevel por 70 do

total meacutedio anualrdquo A partir desses elementos apresentados pelo INPE e com

base nos dados os quais foram obtidos da estaccedilatildeo meteoroloacutegica de Brasiacutelia

localizada na Latitude (ordm) -158 Longitude (ordm)-479 temos a precipitaccedilatildeo de

Brasiacutelia dada mecircs a mecircs Os dados partem de Janeiro de 2006 e vatildeo ateacute

Outubro de 2015 Eacute importante frisar que os dados foram formulados a partir

da precipitaccedilatildeo acumulada para tornar mais faacutecil de calcular a meacutedia

Tabela 01 Dados de Precipitaccedilatildeo

AnoMecircs JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ Meacutedia Mensal

2006 1232 1914 258 1417 351 09 01 528 403 5264 1956 1821 14563

2007 2609 2659 357 501 75 0 0 0 0 535 2249 275 9779

2008 201 2425 2346 2109 0 0 0 27 80 387 271 3226 1337

2009 2028 1347 81 3759 612 93 0 725 505 2958 1991 3078 1492

2010 1211 368 2494 2388 275 0 0 0 0 349 2547 318 1068

2011 1268 1724 2433 696 139 38 0 0 7 2639 3338 4704 1421

2012 2699 1149 1982 1213 444 24 02 0 333 1098 4446 1428 1235

2013 4918 1893 1903 954 222 62 03 0 659 1069 2711 3525 1493

2014 1531 1392 3402 2493 28 10 79 0 162 2014 192 3667 1399

2015 939 1297 3456 2076 499 0 08 0 218 694 SD SD 9187

Meacutedia para cada mecircs

20445 16168 21763 17606 2645 326 093 128 315 17007 2652 30421 12797

Tabela contendo os dados de chuva acumulada mecircs a mecircs em miliacutemetros (mm)

Fonte INPE 2015

Obs 1- SD - satildeo dados que natildeo foram coletados devido pois o trabalho foi realizado antes desses meses

Obs2- Meacutedia calculada com os dados obtidos no caso os meses de novembro e dezembro de 2015 natildeo entram no

caacutelculo pois ainda natildeo existiam os dados

Temos tambeacutem a partir do estudo realizado por Brino (Brasiacutelia

Superquadras Residenciais) os dimensionamentos dos preacutedios e a quantidade

de apartamentos por pavimentos conforme as tabelas a seguir

Tabela 02 Dimensionamento dos Blocos

A SUPERQUADRA AE AT

Aacuterea de Projeccedilatildeo por Bloco

Aacuterea Total = 11760msup2 Nuacutemero total de Blocos = 11

1069msup2 185 136

Aacuterea Construiacuteda por bloco (sem pilotis e

subsolo)

Pavimentos = 6 Aacuterea do Pavimento = 1069msup2

6414msup2 1113 818

Aacuterea Construiacuteda por superquadras (sem pilotis e subsolo)

Preacutedio = 11 Aacuterea por Preacutedio = 64141msup2

70554msup2 8999 1225

AE - Aacuterea Aedificandi e AT - Aacuterea Total

Tabela 03 Dimensionamento da Populaccedilatildeo

A POPULACcedilAtildeO (5 Pessoas

apart)

6 apartamentos por pavimento

36 apartamentos por bloco

396 apartamentos

por superquadra

1980 pessoas por

superquadra

8 apartamentos por pavimento

48 apartamentos por bloco

528 apartamentos

por superquadra

2640 pessoas por

superquadra

10 apartamentos por pavimento

60 apartamentos por bloco

660 apartamentos

por superquadra

3300 pessoas por

superquadra

12 apartamentos por pavimento

72 apartamentos por bloco

792 apartamentos

por superquadra

3960 pessoas por

superquadra

Caacutelculo para as faixas 100 200 e 300 (seis pavimentos) Fonte SUDUR

O estudo apresentado por Brino (Brasiacutelia Superquadras Residenciais)

considera uma famiacutelia composta por cinco pessoas para cada apartamento

nesse caso iremos desconsiderar essa informaccedilatildeo e basearmos nos dados

apresentados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica (IBGE) Nos

dados do IBGE (Censo Demograacutefico 2010) constam que a meacutedia de

moradores em domiciacutelios particulares ocupados eacute de 33 moradores

Partindo dos elementos de precipitaccedilatildeo aacuterea de projeccedilatildeo por bloco

meacutedia de moradores por apartamento total de apartamentos de um preacutedio e

consumo meacutedio de aacuteguadia por habitante podemos dar inicio as formas de

captaccedilatildeo e armazenamento de aacuteguas pluviais

32 ndash Aacuteguas pluviais e aacuteguas cinzas

Mas porque focar em aproveitamento de aacuteguas pluviais Segundo

Rapoport (2004 p 1) ldquoo aumento populacional acompanhado pelas mudanccedilas

climaacuteticas globais vem contribuindo para o aumento na demanda por recursos

hiacutedricosrdquo Ainda expotildee que ldquoembora a aacutegua seja um recurso renovaacutevel ela

tende a se deteriorar em funccedilatildeo do seu uso indiscriminado o que compromete

consequentemente a quantidade de aacutegua com qualidade disponiacutevel para o

consumo nas diversas localidadesrdquo (Rapoport 2004 p 1)

Um fato importante abordado por Rapoport (2004 p1) eacute que ldquoa

quantidade de aacutegua disponiacutevel eacute sempre a mesma jaacute que estaacute sempre sendo

renovada atraveacutes do ciclo hidroloacutegico Entretanto a aacutegua de qualidade para

consumo estaacute se tornando rarardquo A tiacutetulo de esclarecimento ldquosabe-se que o

ciclo hidroloacutegico se constitui basicamente do transporte de massas drsquoaacutegua do

oceano para atmosfera por evaporaccedilatildeo e da atmosfera atraveacutes de

precipitaccedilotildees escoamentos superficiais e subterracircneos para os oceanos

influenciando diretamente a distribuiccedilatildeo e extensatildeo dos corpos drsquoaacutegua

continentaisrdquo (Rapoport 2004 p 1) Sendo assim a interferecircncia humana tem

causado alteraccedilotildees no ciclo hidroloacutegico em diversas regiotildees Esse assunto

seraacute melhor abordado mais adiante pois o uso do sistema de captaccedilatildeo pode

influenciar no ciclo hidroloacutegico negativamente mas utilizado da forma

adequada pode continuar mantendo o ciclo equilibrado

Aleacutem do uso indevido da aacutegua e de sua escassez Lima e Machado

(2008 p 13) apontam que ldquooutro fator importante eacute o aumento de inundaccedilotildees e

enchentes devido ao escoamento superficial da aacutegua de chuva e da

impermeabilizaccedilatildeo do solordquo Portanto a captaccedilatildeo de aacuteguas pluviais pode

contribuir para a reduccedilatildeo dos transtornos hiacutedricos urbanos e ao mesmo tempo

reduzir a demanda por aacutegua potaacutevel da companhia de distribuiccedilatildeo local

Segundo Amorim e Pereira (2008 p 54) ldquouma das soluccedilotildees em estudo

para aumentar a oferta de aacutegua para as edificaccedilotildees eacute o aproveitamento da

aacutegua pluvial Esta apresenta uma boa alternativa visto que aleacutem de reduzir o

consumo de aacutegua potaacutevel ainda surge como uma accedilatildeo no combate agraves

enchentes funcionando como uma medida natildeo-estrutural do sistema de

drenagem urbanardquo Mas o que eacute necessaacuterio para formar um sistema de

captaccedilatildeo adequado e funcional Amorim e Pereira (2008 p 54) apresentam

que ldquoos sistemas de aproveitamento de aacutegua pluvial satildeo formados basicamente

pela aacuterea de captaccedilatildeo (geralmente coberturas) os componentes de transporte

(calhas e condutores verticais) e o reservatoacuteriordquo Cabe ressaltar que para esse

estudo a captaccedilatildeo das aacuteguas pluviais seraacute destinada apenas para a utilizaccedilatildeo

em ldquoaacuteguas cinzasrdquo Neste sentido o reuso das aacuteguas cinzas que satildeo as aacuteguas

provenientes de todas as atividades domeacutesticas com exceccedilatildeo de fontes de

aacuteguas negras tais como sanitaacuterios bidecircs e urinol vem sendo estudadas com

vista ao reuso tanto em irrigaccedilatildeo como em sanitaacuterios (Rapoport 2004 p 8)

Retomando os dados apresentados pela SABESP (2010) temos a

tabela 04 a qual apresenta os dados de consumo domeacutestico e em sequecircncia o

graacutefico 01 que demonstram que se analisarmos as quantidades de aacutegua

utilizada no consumo domeacutestico teremos uma base para o tamanho do

reservatoacuterio E posteriormente a tabela 05 mostra em que situaccedilotildees se podem

reutilizar as aacuteguas pluviais

Tabela 04 Consumo domeacutestico de aacutegua

Litros

Cozinhar e Beber 54

Tomar Banho e Escovar os Dentes 50

Descarga de Banheiro 66

Lavagem de Roupa 24

Outras Tarefas 6

Total = 200

Fonte SABESP (2010)

27

25

33

12

3

Cozinhar e Beber

Tomar Banho e Escovar osDentes

Descarga de Banheiro

Lavagem de Roupa

Outras Tarefas

Descarga de Banheiro

6875

Lavagem de Roupa

25

Outras Tarefas 625

Graacutefico 01 Consumo Domeacutestico de Aacutegua

Tabela 05 Percentual para reutilizaccedilatildeo de aacuteguas pluviais

Graacutefico 02 Percentual para Reutilizaccedilatildeo de Aacuteguas Pluviais

Porcentagem ()

Descarga de Banheiro 66 6875

Lavagem de Roupa 24 25

Outras Tarefas 6 625

Total = 96 100

Fonte SABESP(2010)

33 ndash Meacutetodos de Dimensionamento do Reservatoacuterio

Amorim e Pereira (2008 p 54 Soares et al 2000 apud May 2004)

apresentam que existem quatro grupos principais para o dimensionamento do

reservatoacuterio

(a) Meacutetodos determiniacutesticos os dados referentes agrave precipitaccedilatildeo

pluviomeacutetrica e agrave demanda satildeo analisados pela curva de massa

(b) Meacutetodos aproximados baseados em relaccedilotildees empiacutericas

conhecidas

(c) Meacutetodos de modelaccedilatildeo satildeo tambeacutem conhecidos como meacutetodos

de transiccedilatildeo probabiliacutestica da matriz e

(d) Meacutetodos de anaacutelise de sistemas sendo linear natildeo linear ou

programaccedilatildeo dinacircmica

Dentro desses grupos de dimensionamento temos os diversos meacutetodos

meacutetodo de Rippl que consiste na determinaccedilatildeo do volume com base na aacuterea

de captaccedilatildeo que eacute subdivido em meacutetodo analiacutetico e meacutetodo graacutefico meacutetodo de

consideraccedilatildeo dos periacuteodos de dias consecutivos sem chuva que necessita da

observaccedilatildeo dos registros pluviomeacutetricos para identificar os maiores periacuteodos de

dias consecutivos sem chuvas e sua taxa de repeticcedilatildeo meacutetodo de anaacutelise de

simulaccedilatildeo de um reservatoacuterio com capacidade suposta que consiste

basicamente na fixaccedilatildeo de um volume para o reservatoacuterio e na verificaccedilatildeo do

percentual de consumo que seraacute atendido meacutetodo praacutetico brasileiro meacutetodo

praacutetico alematildeo meacutetodo praacutetico inglecircs e o meacutetodo praacutetico australiano (Amorim

e Pereira 2008 p 55-58)

34 ndash Anaacutelise de caso para um preacutedio da Superquadra 111 Norte

A partir dos dados jaacute apresentados temos que o objeto de estudo eacute um

preacutedio residencial localizado na Superquadra 111 Norte que possui uma aacuterea

de projeccedilatildeo de 1069msup2 com seis (6) pavimentos constituindo uma aacuterea

construiacuteda de 6414msup2 apresentando seis (6) apartamentos por pavimento e

consequentemente trinta e seis (36) apartamentos no total (Brino Brasiacutelia

Superquadras Residenciais) O preacutedio conteacutem 33 habitantes por apartamento

(IBGE 2010) que consomem em meacutedia cerca de 190 litros de aacuteguadia

resultando em um consumo mensal de aproximadamente 6msup3 por pessoa

(CAESB) mas como a aacutegua captada da chuva seraacute utilizada apenas para

suprir a demanda de aacutegua cinza temos 66 litros para descarga de vasos

sanitaacuterios

Temos entatildeo que a demanda por aacutegua por habitante nesse edifiacutecio eacute

dada por

119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119898119900119903119886119889119900119903 = 66119871 = 66119871119863119894119886

119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119886119901119886119903119905119886119898119890119899119905119900 = 33119901 times 66119871 ~ 217 119871119863119894119886

119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119901119903eacute119889119894119900 = (33119901 times 66119871) times 36 ~ 7840119871119863119894119886

119863119890119898119886119899119889119886 119898119890119899119904119886119897 119901119900119903 119901119903eacute119889119894119900 =7840119871

119889119894119886times 30119863119894119886119904 = 235224119871

Legenda L = Litros p = Pessoas

Para facilitar nos caacutelculos ao aplica-los para o reservatoacuterio e para o

sistema de captaccedilatildeo eacute necessaacuterio realizar a conversatildeo de litros para msup3

(metros cuacutebicos) Sendo assim 66L = 0066msup3 217L = 0217msup3 7840L =

7840msup3 e 235224L = 235224msup3

Seraacute utilizado o ano de 2014 para os dados de precipitaccedilatildeo da estaccedilatildeo

meteoroloacutegica de Brasiacutelia localizada na Latitude (ordm) -158 Longitude (ordm)-479

fornecidos pela professora Rafaela Lisboa durante o periacuteodo chuvoso O ano

de 2014 apresenta registros jornaliacutesticos de alagamento nos meses de

Fevereiro com precipitaccedilatildeo de 1392 msup3 Marccedilo com precipitaccedilatildeo de 3402msup3

e Dezembro com precipitaccedilatildeo de 3667msup3 Importante ressaltar que o setor

Noroeste de Brasiacutelia foi construiacutedo em 2011 (site G1) o que aumentou a aacuterea

de solo impermeabilizado e a reduccedilatildeo no escoamento superficial da aacutegua

ocasionando em um aumento nas enchentes e alagamentos na Asa Norte

Segundo Amorim e Pereira (2008 p57) um dos meacutetodos a ser utilizado

para poder saber o volume de aacutegua aproveitaacutevel e consequentemente o

volume de aacutegua do reservatoacuterio Trata-se de um meacutetodo empiacuterico apresentado

na NBR 155272007 O volume de aacutegua do reservatoacuterio V expresso em L eacute

exposto a seguir

119872eacute119905119900119889119900 119875119903aacute119905119894119888119900 119861119903119886119904119894119897119890119894119903119900

119881 = 0042 times 119875 times 119860 times 119879

Em que ldquoVrdquo representa o volume de aacutegua aproveitaacutevel e o volume de

aacutegua do reservatoacuterio (L) ldquoPrdquo a precipitaccedilatildeo meacutedia mensal (mm) ldquoArdquo a aacuterea de

coleta em projeccedilatildeo ldquoTrdquo nuacutemero de meses de pouca chuva ou seca e ldquo0042rdquo eacute

um coeficiente estipulado

Portanto segundo Fontanela (2010 p 25) para estipular o volume do

reservatoacuterio temos que calcular 42 do produto entre o volume de chuva

coletada pelo telhado e o nuacutemero de meses com pouca chuva ou seca

Atribuindo valores do ano de 2014 temos que

119881 = 0042 times 1399119898119898 times 1069 times 5

119881~ 31406119871 119900119906 31406119898sup3

Ressaltando que esse valor obtido eacute uma estimativa do tamanho do

reservatoacuterio e que pode haver um reservatoacuterio de maior capacidade

De forma comparativa eacute de bom senso que se faccedila outro caacutelculo com um

meacutetodo alternativo

Amorim e Pereira (2008 p56) expotildeem que existe um meacutetodo de anaacutelise

de simulaccedilatildeo do reservatoacuterio com capacidade suposta o qual consiste

basicamente na fixaccedilatildeo de um volume para o reservatoacuterio e na verificaccedilatildeo de

consumo que seraacute atendido Sendo assim ldquoo primeiro passo para a aplicaccedilatildeo

desse meacutetodo eacute adotar alguns valores possiacuteveis para o volume com base na

estimativa do consumo mensal de aacutegua natildeo potaacutevelrdquo (Amorim e Pereira 2008

p57) Portanto partindo do ponto que o preacutedio consome cerca de 235000L

devemos calcular uma base que possa ser favoraacutevel economicamente

119872eacute119905119900119889119900 119889119890 119878119894119898119906119897119886ccedilatilde119900 119889119900 119877119890119904119890119903119907119886119905oacute119903119894119900

235224119871 rarr 100

119881 rarr 30

119881 ~ 70000119871 119900119906 70119898sup3

Tambeacutem haacute outra alternativa apresentada por L Pereira (Viabilidade

EconocircmicoAmbiental p 18)

119881119886119888 = 119860119879 times 119875119875119872119860 lowast

119881119886119888 = 1069119898sup2 times 1399119898sup3 = 1495531119898sup3119886119899119900

Equaccedilatildeo a qual ldquoVacrdquo corresponde ao volume de aacutegua captado ldquoATrdquo

aacuterea do telhado e ldquoPPMArdquo eacute a precipitaccedilatildeo pluviomeacutetrica meacutedia mensal

Poreacutem o resultado obtido eacute para os 12 meses do ano e como foi visto no

ano de 2014 temos 7 meses com chuva portanto

119881119886119888 =119879119900119905119886119897

1198983

1198861198991199007 119898119890119904119890119904

lowast

119881119886119888 =1495531119898sup3119886119899119900

7= 21364119898sup3 119900119906 213640119871

dados somente seriam vaacutelidos se a precipitaccedilatildeo fosse uniforme durante os 7 meses de chuva

341 ndash Anaacutelise de caso para a Superquadra 111 Norte

Retomando a tabela 02 temos que a quadra apresenta 11 preacutedios

aproximadamente que variam o nuacutemero de apartamentos por pavimentos e

consequentemente o nuacutemero de moradores mas os edifiacutecios continuam tendo

uma aacuterea de 1069msup2 gerando um uma aacuterea total de 70554msup2 mas teremos

como base os caacutelculos feitos para o preacutedio selecionado no item 34

Realizando um caacutelculo baacutesico tem-se como estimativa de

armazenamento para esta quadra o seguinte

119872eacute119905119900119889119900 119875119903aacute119905119894119888119900 119861119903119886119904119894119897119890119894119903119900

119881~ 31406119871 119900119906 314061198983

11 119875119903eacute119889119894119900119904 times 31406119871 = 345466119871 119900119906 345466119898sup3

119872eacute119905119900119889119900 119889119890 119878119894119898119906119897119886ccedilatilde119900 119889119900 119877119890119904119890119903119907119886119905oacute119903119894119900

119881 ~ 70000119871 119900119906 701198983

11 119875119903eacute119889119894119900119904 times 70000119871 = 770000

119881119900119897119906119898119890 119889119890 aacute119892119906119886 119888119886119901119905119886119889119900 lowast

119881119886119888 = 213641198983119900119906 213640119871

11 119875119903eacute119889119894119900119904 times 213640119871 = 2350040119871 119900119906 235004119898sup3

dados somente seriam vaacutelidos se a precipitaccedilatildeo fosse uniforme durante os 7 meses de chuva

119863119890119898119886119899119889119886 119905119900119905119886119897 119889119886 119902119906119886119889119903119886 119888119900119898 119889119890119904119888119886119903119892119886 119889119890 119887119886119899ℎ119890119894119903119900

11 119875119903eacute119889119894119900119904 times 235224119871 = 2587464119871 119900119906 2587464119898sup3

Segundo Brino (Brasiacutelia Superquadras Residenciais) temos que as

dimensotildees maacuteximas de uma superquadra satildeo de 280x280m resultando numa

aacuterea de 78400msup2 que eacute denominado de Aacuterea Total (AT) A partir disso foi

definido que deveria existir uma faixa externa de 20m denominada de non

aedificandi que foi destinada ao plantio de uma ldquomassa vegetalrdquo de grande

porte e no interior da quadra encontra-se a aacuterea aedificandi a qual possui

240x240m e uma aacuterea de 57600msup2 Realizando uma subtraccedilatildeo da Aacuterea total

pela Aacuterea aedificandi obtecircm-se que a aacuterea non aedificandi eacute de 20800msup2 que

corresponde a 265 da aacuterea total

Com base nessas informaccedilotildees eacute necessaacuterio atentar-se ao detalhe de

que uma parte da precipitaccedilatildeo cai no solo e outra parte nos telhados dos

preacutedios Sendo assim parte da chuva pode ser aproveitada pelo sistema de

captaccedilatildeo enquanto outra parte chega ao solo sem uma interferecircncia direta no

ciclo hidroloacutegico

35 ndash Funcionamento do sistema de captaccedilatildeo

Eacute importante frisar que o sistema de aproveitamento de aacuteguas pluviais eacute

regido pela norma NBR 15527 (Associaccedilatildeo Brasileira de Normas Teacutecnicas

2007) norma a qual faz algumas consideraccedilotildees importantes para implantaccedilatildeo

e correto funcionamento do sistema de captaccedilatildeo Alguns destes satildeo

435 ndash O volume dos reservatoacuterios deve ser dimensionado com

base em criteacuterios teacutecnicos econocircmicos e ambientais levando em

conta as boas praacuteticas da engenharia podendo a criteacuterio do

projetista ser utilizados os meacutetodos contidos no Anexo A ou

outro desde que devidamente justificado

Item 436 ndash Os reservatoacuterios devem ser limpos e desinfetados

com soluccedilatildeo de hipoclorito de soacutedio no miacutenimo uma vez por ano

de acordo com agrave ABNT NBR 5626

Item 442 ndash As tubulaccedilotildees e demais componentes devem ser

claramente diferenciados das tubulaccedilotildees de aacutegua potaacutevel

Item 443 ndash O sistema de distribuiccedilatildeo de chuva deve ser

independente do sistema de aacutegua potaacutevel natildeo permitindo a

conexatildeo cruzada de acordo com agrave ABNT NBR 5626

Item 444 ndash Os pontos de consumo como por exemplo uma

torneira de jardim devem ser de uso restrito e identificados com

placa de advertecircncia com a seguinte inscriccedilatildeo ldquoaacutegua natildeo potaacutevelrdquo

e identificaccedilatildeo graacutefica

Item 445 ndash Os reservatoacuterios de aacutegua de distribuiccedilatildeo de aacutegua

potaacutevel e de aacutegua da chuva devem ser separados

Item 461 ndash Quando necessaacuterio o bombeamento este deve

atender agrave ABNT NBR 12214

Deve-se realizar manutenccedilatildeo em todo o sistema de

aproveitamento de aacutegua de chuva

Para maiores esclarecimentos ldquoo funcionamento de um sistema de

coleta e aproveitamento de aacutegua pluvial consiste de maneira geral na captaccedilatildeo

da aacutegua da chuva que cai sobre os telhados ou lajes da edificaccedilatildeo A aacutegua eacute

conduzida ateacute o local de armazenamento atraveacutes de calhas condutores

horizontais e verticais passando por equipamentos de filtragem e descarte de

impurezas Apoacutes passar pelo filtro a aacutegua eacute armazenada geralmente em

reservatoacuterio enterrado (cisterna) e bombeada a um segundo reservatoacuterio

(elevado) do qual as tubulaccedilotildees especiacuteficas de aacutegua pluvial iratildeo distribuiacute-la

para o consumo natildeo potaacutevelrdquo (Carvalho 2010 p 27 e 28) Conforme ilustra a

imagem a seguir

Figura 02 Funcionamento de um Sistema de Captaccedilatildeo

Fonte Adatildeo D Padini (2013)

De forma mais simplificada podemos ver a representaccedilatildeo no fluxograma

a seguir

Figura 03 Fluxograma do Sistema de Captaccedilatildeo

Fonte Leandro Roncato Pereira

351 ndash Dificuldades para implantaccedilatildeo do sistema

Tal sistema apresenta como dificuldade o local onde seriam instaladas

as cisternas uma vez que geraria um peso sobre o telhado Dessa forma o

sistema seria instalado no jardim cobrando um custo adicional

352 ndash Custo de implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo fechado em um

preacutedio

Na implantaccedilatildeo desse sistema os materiais utilizados teratildeo como base o

meacutetodo praacutetico brasileiro e para aumentar a eficiecircncia do sistema o volume de

31406L seraacute arredondado para 35000L

Os valores de alguns dos materiais apresentados a seguir seguem os

dos apresentados no trabalho de L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental

p 18) apenas o valor da caixa drsquoaacutegua de 10000L foi obtido atraveacutes de

pesquisas em lojas de construccedilatildeo e assim utilizando a de menor valor

Tambeacutem devemos considerar que a bomba consome energia ao bombear aacutegua

para o preacutedio (CEB) portanto os valores seguem conforme a tabela a seguir

Tabela 06 Preccedilo dos Produtos do Sistema de Captaccedilatildeo sem Fluxo

Produto Quantidade Valor unitaacuterio (R$) Valor total (R$)

Cx Daacutegua 10000L 3 496090 1488270

Cx Daacutegua 5000L 1 108000 108000

Boacuteia Eleacutetrica 1 2750 2750

Boacuteia Comum 1 1220 1220

Registro de Gaveta

1 3490 3490

Bomba Anauger 1 23000 23000

Filtro 3P VF1 1 22000 22000

Tubulaccedilotildees 7000 7000

Disjuntor 1 1310 1310

Escavaccedilatildeo Msup3 3666 128310

Matildeo de Obra 1 58574 58574

Energia 054 054

Total 13 727154 1843978

Observaccedilatildeo Pelo fato desse estudo se tratar de um modelo de implantaccedilatildeo

o custo das tubulaccedilotildees vai variar de acordo com a demanda necessitada pelo

preacutedio portanto podendo variar de acordo com o projeto implantado Para este

estudo seraacute adotado o valor de R$ 7000

Observaccedilatildeo Pelo fato desse trabalho tratar-se de um modelo de

implantaccedilatildeo o custo da energia pode variar de acordo com a demanda necessitada

pelo preacutedio portanto podendo variar de acordo com o uso da bomba Para este

estudo seraacute adotado o valor de R$ 054 que eacute o valor do KwH cobrado pela CEB

Segundo Saravy (2010 p 46) haacute tambeacutem um custo para manutenccedilatildeo do

sistema conforme a tabela a seguir

Tabela 07 Preccedilo de Manutenccedilatildeo do Sistema de Captaccedilatildeo

Com esses dados podemos ver o valor total final a ser pago pelo

sistema de captaccedilatildeo que eacute de R$ 1889978

36 ndash Taxas e valores cobrados para utilizaccedilatildeo de aacutegua

Segundo a Companhia de Saneamento Ambiental do Distrito Federal (CAESB)

quando vaacuterias residecircncias satildeo atendidas por uma uacutenica ligaccedilatildeo de aacutegua eacute aplicado o

conceito de consumo ldquoPara exemplificar podemos citar um preacutedio residencial onde

cada apartamento corresponde a uma unidade de consumordquo (CAESB) Contudo o

caacutelculo de gastos seraacute realizado primeiro em um apartamento e posteriormente

multiplicado pelo total de apartamentos do preacutedio uma vez que os preacutedios

residecircncias da Asa Norte pagam a conta de aacutegua atraveacutes do condomiacutenio O preacutedio

Componente Frequecircncia da Manutenccedilatildeo

Custo da Manutenccedilatildeo

Calhas e Condutores

Semestral R$ 13000

Reservatoacuterio Limpeza e

Desinfecccedilatildeo Anual

R$ 20000

desse estudo apresenta um hidrocircmetro que mede o consumo de aacutegua para o todo o

preacutedio

Eacute de suma importacircncia destacar tambeacutem que haacute uma taxa de esgoto que eacute

cobrada pela CAESB consequentemente ldquoo valor da tarifa de esgotos corresponde

a 100 do valor da tarifa de aacutegua exceto quando se tratar de coleta do tipo

condominial que equivale a 60 do valor da tarifa de aacuteguardquo (CAESB)

Deste modo a CAESB utiliza tarifas para diversas categorias de moradia e

comeacutercio e neste estudo seraacute aplicada a tarifa de ldquoresidencial normalrdquo em

concordacircncia com a tabela a seguir

Tabela 08 Valor da Tarifa Cobrado pela CAESB

Para melhor compreensatildeo do caacutelculo que a CAESB faz temos uma conta do

condomiacutenio do preacutedio da Superquadra 111 Norte

Figura 04 Conta Discriminada do Condomiacutenio

Fonte Condomiacutenio do Preacutedio

O caacutelculo feito pela CAESB consiste primeiramente em saber a demanda de

aacutegua gasta em metros cuacutebicos por Unidade de Consumo ndash apartamento ndash para

saber qual faixa ldquomsup3rdquo eacute aplicada Apoacutes saber qual a faixa ldquomsup3rdquo que se enquadra eacute

atribuiacutedo o volume por UC (em msup3) em sequecircncia multiplica-se o volume por UC ou

volume da faixa pelo nuacutemero de UCrsquos correspondente para se obter o volume total

gasto (em msup3) Tendo o volume total gasto basta multiplicar pelo preccedilo corresponde

agrave faixa a qual se encaixa o consumo e assim obtendo o valor total a pagar A partir

do momento que se tem o valor total a pagar eacute necessaacuterio acrescer 100 do valor

para cobrir a tarifa de esgoto conforme a figura

Partindo desses dados podemos calcular por apartamento quanto eacute cobrado

pela CAESB a partir dos dados apresentados no capiacutetulo 34

119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119886119901119886119903119905119886119898119890119899119905119900 = 33119901 times 66119871 ~ 217119871

119863119894119886

119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119886119901119886119903119905119886119898119890119899119905119900 119886119900 119898ecirc119904 = 217119871119889119894119886 times 30119863119894119886119904 = 6510119871 119900119906 65101198983

Com base nesses dados temos que calcular o volume total de descarga em

sanitaacuterios que o preacutedio consome com a seguinte foacutermula

119881119879 = 119881119865 times 119873ordm 119889119890 119880119862prime119904

119881119879 = 10119898sup3 times 36 = 360119898sup3

Em que ldquoVTrdquo corresponde ao volume total do preacutedio ldquoVFrdquo ao volume da faixa

que eacute estipulado pela CAESB e ldquoUCrsquosrdquo satildeo as unidades de consumo que eacute correlato

ao nuacutemero de apartamentos existente

Portanto o total a se pagar em um mecircs eacute calculado da seguinte forma

119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 119881119879 times 119879119886119903119894119891119886 119889119890 aacute119892119906119886 + 119879119886119903119894119891119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900

119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 360119898sup3 times 119877$ 265 + 119879119886119903119894119891119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900

119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 954 + 119877$ 954 = 119877$ 1908

Em 7 meses seriam pagos em descarga

119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 1908 times 7 119872119890119904119890119904 = 119877$ 13356

37 ndash Caacutelculos de economia e retorno de investimento para um sistema

fechado

Conforme exposto por L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental p 15)

ldquopara o caacutelculo da economia da taxa de aacutegua multiplica-se o valor do msup3 (valor

cobrado por msup3 do responsaacutevel pelo fornecimento de aacutegua na cidade []) pelo

volume captado e entatildeo obtecircm-se o valor economizado por ano na taxa de aacuteguardquo

Recapitulando que para esse estudo seraacute utilizado o meacutetodo praacutetico brasieliro

devido aos meses de seca ou pouca chuva

Sendo assim

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119881119886119897119900119903 119889119900 1198983 times 119881119900119897119906119898119890 119888119886119901119905119886119889119900

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 265 times 314061198983

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 8322

Essa economia de R$ 8322 eacute para um mecircs de chuva para o preacutedio todo

sendo assim para os 7 meses de chuva tem-se

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119890 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 8322 times 7 119898119890119904119890119904 = 119877$ 58254

Ainda segundo L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental p 16) para o

caacutelculo da economia referente ao esgoto eacute necessaacuterio multiplicar o valor do msup3 pelo

volume captado e por 08 uma vez que considera-se 20 de perda ou seja para

cada 1 litro de aacutegua que chega na residecircncia eacute cobrado 08 litros para o tratamento

do esgoto

Portanto tem-se

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119881119886119897119900119903 119889119900 1198983 times 119881119900119897119906119898119890 119888119886119901119905119886119889119900 times 08

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900 = 119877$ 265 times 314061198983 times 08

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 6658

Esse valor encontrado de R$ 6658 corresponde a um mecircs de chuva para o

preacutedio sendo assim o total economizado pelo preacutedio em 7 meses eacute de

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119890 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 6658 times 7 119898119890119904119890119904 = 119877$ 46606

ldquoPara o caacutelculo do retorno do investimento divide-se o valor investido pela

economia anual com a implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo e reaproveitamento da

aacutegua pluvialrdquo L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental p 16)

Portanto para 7 meses de chuva tem-se o seguinte

119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 =119881119886119897119900119903 119894119899119907119890119904119905119894119889119900

119864119888119900119899119900119898119894119886 (7119898119890119904119890119904)

119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 = 119877$ 1843924

119877$ 58254 + 119877$ 46606

119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 = 119877$ 1843924

119877$ 9446

119877119890119905119900119903119899119900

119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900= 1952 119886119899119900119904

38 ndash Caacutelculos de dimensionamento para um sistema com fluxo

Os caacutelculos apresentados no subitem anterior satildeo relativos a um sistema

o qual natildeo adota a possibilidade de fluxo dentro do reservatoacuterio Quando se

fala em fluxo temos que considerar que ao mesmo tempo em que o preacutedio

utiliza aacutegua do reservatoacuterio de aacutegua pluvial o mesmo vai enchendo com aacutegua

pluvial Portanto haacute um ciclo no qual o preacutedio demanda aacutegua do reservatoacuterio e

o mesmo vai enchendo conforme chove no local

Sabendo que a meacutedia mensal eacute de 1399msup3 eacute preciso multiplicar isso

por 12 para se obter o quanto choveu em 2014 Sendo assim

119879119900119905119886119897 119886119900 119886119899119900 = 1399119898119898 times 12 119898119890119904119890119904

119879119900119905119886119897 119886119900 119886119899119900 = 16788119898119898

Mas como foi visto o periacuteodo chuvoso eacute de 7 meses entatildeo temos

119875119903119890119888119894119901119894119905119886ccedilatilde119900 119901119886119903119886 7 119898119890119904119890119904 = 16788119898119898 divide 7 = 2398119898119898

Com isso eacute necessaacuterio realizar o caacutelculo da meacutedia de captaccedilatildeo de aacutegua

por mecircs para a aacuterea de 1069msup2

119872119890119889119894119886 119889119890 119862119886119901119905119886ccedilatilde119900 = 2398119898119898 times 1069119898sup2

119872eacute119889119894119886 119889119890 119862119886119901119905119886ccedilatilde119900 = 256346119871 119900119906 256346119898sup3

Ao considerar o valor obtido temos que realizar o quanto seria captado

diariamente

119872eacute119889119894119886 119889119894aacute119903119894119886 = 256346119898sup3 divide 30 119889119894119886119904 = 85119898sup3119889119894119886

A partir desses caacutelculos podemos realizar a seguinte comparaccedilatildeo O

preacutedio consome cerca de 78msup3 ao dia de aacutegua para descarga de vasos sanitaacuterios

enquanto a meacutedia diaacuteria de captaccedilatildeo eacute de 85msup3 por conseguinte temos um fluxo

positivo de aacutegua para o reservatoacuterio de 067msup3dia nos dias chuvosos

Se colocarmos um reservatoacuterio de 35msup3 sem nenhuma aacutegua

armazenada poderemos constatar que o reservatoacuterio iria encher por completo em

cerca de 53 dias conforme o caacutelculo a seguir

351198983 = 0671198983 times 119909 119889119894119886119904

119909 119889119894119886119904 = 35119898sup3 divide 067119898sup3 = 5223 119889119894119886119904

Analisando esses dados temos que a partir do 54ordm dia o reservatoacuterio

estaria completamente cheio e no restante dos 156 dias que teriacuteamos de chuva

esses 067msup3 seriam de certa forma desperdiccedilados uma vez que esse fluxo de

067msup3 ao final dos 7 meses gerariam cerca de 1407msup3 enquanto o reservatoacuterio tem

a capacidade de 35msup3 conforme o caacutelculo a seguir

119875119900119905119890119899119888119894119886119897 = 067119898sup3 times 156 119889119894119886119904 = 1045119898sup3

Se considerarmos esse fluxo positivo de 067msup3dia temos que ao final

dos 210 dias (7meses) seria possiacutevel armazenar 1407 msup3 de aacutegua Com um

reservatoacuterio de 35msup3 1057msup3 estariam sendo escoados para fora do reservatoacuterio

Portanto o ideal seria um reservatoacuterio que se aproxime de 1407msup3 para que ao

final dos 7 meses toda aacutegua possiacutevel fosse armazenada no entanto o reservatoacuterio

deveria ser de 145msup3

Devemos considerar ainda que ao final dos 7 meses o reservatoacuterio

estaria cheio no periacuteodo de seca conseguiria abastecer o preacutedio de acordo com a

demanda do preacutedio sendo assim

119880119905119894119897119894119911119886ccedilatilde119900 119899119886 119904119890119888119886 = 119879119900119905119886119897 119889119900 119903119890119904119890119903119907119886119905oacute119903119894119900 divide 119863119890119898119886119899119889119886 119889119894aacute119903119894119886

119880119905119894119897119894119911119886ccedilatilde119900 119899119886 119904119890119888119886 = 1451198983 divide 781198983119889119894119886

119880119905119894119897119894119911119886ccedilatilde119900 119899119886 119904119890119888119886 = 1858 119889119894119886119904

381 ndash Custo de implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo com fluxo em um

preacutedio

Na implantaccedilatildeo desse sistema os materiais utilizados teratildeo como base

as estimativas que foram apresentadas no subitem anterior e para aumentar a

eficiecircncia do sistema o volume de 1400007L seraacute arredondado para

145000L

Devido ao tamanho do reservatoacuterio eacute de se esperar que o reservatoacuterio

natildeo seja instalado em cima do preacutedio uma vez que a estrutura do preacutedio natildeo

conseguiria suportar o peso que o reservatoacuterio faria sobre o telhado

consequentemente o reservatoacuterio deveraacute ser instalado no jardim do preacutedio que

iraacute gerar um custo a mais por conta da escavaccedilatildeo

Os valores de alguns dos materiais apresentados a seguir seguem os

dos apresentados no trabalho de L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental

p 18) apenas o valor da caixa drsquoaacutegua de 10000L foi obtido atraveacutes de

pesquisas em lojas de construccedilatildeo e assim utilizando a de menor valor

conforme a tabela a seguir Segundo o Saneamento de Goiaacutes SA (SANEAGO)

o custo de escavaccedilatildeo eacute calculado a partir do total de msup3 aleacutem de 3m de

profundidade

Tabela 09 Preccedilo dos Produtos do Sistema de Captaccedilatildeo com Fluxo

Observaccedilatildeo Pelo fato desse estudo se tratar de um modelo de implantaccedilatildeo

o custo das tubulaccedilotildees vai variar de acordo com a demanda necessitada pelo

preacutedio portanto podendo variar de acordo com o projeto implantado Para este

estudo seraacute adotado o valor de R$ 7000

Observaccedilatildeo Pelo fato desse trabalho tratar-se de um modelo de

implantaccedilatildeo o custo da energia pode variar de acordo com a demanda necessitada

pelo preacutedio portanto podendo variar de acordo com o uso da bomba Para este

estudo seraacute adotado o valor de R$ 054 que eacute o valor do KwH cobrado pela CEB

Produto Quantidade Valor unitaacuterio (R$) Valor total (R$)

Cx Daacutegua 10000L 14 496090 6945260

Cx Daacutegua 5000L 1 108000 108000

Boacuteia Eleacutetrica 1 2750 2750

Boacuteia Comum 1 1220 1220

Registro de Gaveta

1 3490 3490

Bomba Anauger 1 23000 23000

Filtro 3P VF1 1 22000 22000

Tubulaccedilotildees 7000 7000

Disjuntor 1 1310 1310

Escavaccedilatildeo Msup3 3666 53157

Matildeo de Obra 1 58574 58574

Energia 054 054

Total 13 727154 7704228

382 ndash Caacutelculos de economia e retorno de investimento para um sistema

com fluxo

Partindo dos dados apresentados podemos calcular por apartamento quanto eacute

cobrado pela CAESB a partir dos dados apresentados no capiacutetulo 34

119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119886119901119886119903119905119886119898119890119899119905119900 = 33119901 times 66119871 ~ 217119871

119863119894119886

119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119886119901119886119903119905119886119898119890119899119905119900 119886119900 119898ecirc119904 = 217119871119889119894119886 times 30119863119894119886119904 = 6510119871 119900119906 65101198983

Em que ldquoVTrdquo corresponde ao volume total do preacutedio ldquoVFrdquo ao volume da faixa

que eacute estipulado pela CAESB e ldquoUCrsquosrdquo satildeo as unidades de consumo que eacute correlato

ao nuacutemero de apartamentos existente

Portanto o total a se pagar em um mecircs eacute calculado da seguinte forma

119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 119881119879 times 119879119886119903119894119891119886 119889119890 aacute119892119906119886 + 119879119886119903119894119891119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900

119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 360119898sup3 times 119877$ 265 + 119879119886119903119894119891119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900

119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 954 + 119877$ 954 = 119877$ 1908

Retomando o caacutelculo exposto por L Pereira (Viabilidade

EconocircmicoAmbiental p 15) no subitem anterior temos que o caacutelculo da CAESB

seria feito da seguinte maneira

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119881119886119897119900119903 119889119900 1198983 times 119881119900119897119906119898119890 119888119886119901119905119886119889119900

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 265 times 1451198983

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 38425

Esse caacutelculo eacute equivalente a um mecircs de captaccedilatildeo para os 7 meses

teremos o seguinte

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119890 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 38425 times 7 119898119890119904119890119904 = 119877$ 268975

Conforme foi visto para o caacutelculo da economia de esgoto eacute necessaacuterio

multiplicar o valor do msup3 pelo volume captado e por 08 uma vez que considera-se

20 de perda ou seja para cada 1 litro de aacutegua que chega na residecircncia eacute cobrado

08 litros para o tratamento do esgoto Portanto para um mecircs segue-se

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119881119886119897119900119903 119889119900 1198983 times 119881119900119897119906119898119890 119888119886119901119905119886119889119900 times 08

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900 = 119877$ 265 times 1451198983 times 08

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 3074

ldquoPara o caacutelculo do retorno do investimento divide-se o valor investido pela

economia anual com a implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo e reaproveitamento da

aacutegua pluvialrdquo L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental p 16)

Portanto para 7 meses de chuva tem-se o seguinte

119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 =119881119886119897119900119903 119894119899119907119890119904119905119894119889119900

119864119888119900119899119900119898119894119886 (7119898119890119904119890119904)

119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 = 119877$ 17704228

119877$ 268975 + 119877$ 21518

119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 = 119877$ 7704228

119877$ 484155

119877119890119905119900119903119899119900

119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900= 1591119886119899119900119904

4 ndash Conclusatildeo e Consideraccedilotildees Finais

De acordo com o que foi exposto temos que a implantaccedilatildeo do sistema de

captaccedilatildeo para o aproveitamento de aacuteguas pluviais eacute uma oacutetima alternativa para

substituiccedilatildeo da ldquoaacutegua cinzardquo possibilitando tambeacutem um destino mais correto do

ponto de vista ambiental para a aacutegua que se tornaria esgoto Como eacute de

conhecimento este tipo de meacutetodo eacute utilizado em diversas regiotildees natildeo somente

aquelas que sofrem com escassez de aacutegua

Mesmo sabendo que o Brasil possui um grande potencial hiacutedrico observamos

que uma parcela da populaccedilatildeo natildeo tem consciecircncia quanto ao gasto de aacutegua

gerando um grande desperdiacutecio de forma desnecessaacuteria Portanto partindo de um

pensamento racional um sistema de captaccedilatildeo seria viaacutevel para o aproveitamento da

aacutegua para fins de consumo domeacutestico mais precisamente ldquoaacutegua cinzardquo

Considerando os caacutelculos apresentados a partir da taxa de precipitaccedilatildeo meacutedia

em Brasiacutelia a criaccedilatildeo de um sistema de captaccedilatildeo pluvial predial traz benefiacutecios

econocircmicos e ambientais O projeto torna-se viaacutevel economicamente pois desde

que se faccedila a manutenccedilatildeo de forma adequada do sistema este teraacute uma vida uacutetil

longa e considerando que se obteacutem o retorno do investimento em aproximadamente

16 anos para um sistema com fluxo apoacutes este periacuteodo o sistema passa a ser

lucrativo para o preacutedio que implanta pois o custo eacute dividido no condomiacutenio dentre os

moradores do preacutedio

Analisando do ponto de vista ambiental o desenvolvimento urbano de Brasiacutelia

ocasionou em superfiacutecies impermeaacuteveis dificultando a absorccedilatildeo de aacuteguas pluviais

pelo solo e juntamente com o sistema de redes pluviais e o sistema de drenagem

ultrapassados os alagamentos e enchentes tecircm se tornado constante quando

ocorrem chuvas anormais Com as estimativas feitas neste trabalho eacute possiacutevel que

tais transtornos hiacutedricos urbanos possam ser amenizados a partir da implantaccedilatildeo do

sistema sem que afete o ciclo hidroloacutegico natural Logicamente essa natildeo eacute a

soluccedilatildeo uma vez que ela deve ser apenas um complemento agrave poliacuteticas publicas

poliacuteticas de incentivo entre outras medidas de cunho sustentaacutevel

Em vista disso a implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo e aproveitamento de

aacuteguas pluviais acarretaria em uma significativa melhora ambiental atraveacutes da

substituiccedilatildeo de uma parcela da aacutegua fornecida pela CAESB e possivelmente

mitigando os transtornos hiacutedricos urbanos se aplicado em larga escala

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poliacuteticas puacuteblicas orientadas por um plano de desenvolvimento nacionalrdquo

(Barbosa 2008 p 6) O conceito de desenvolvimento sustentaacutevel seraacute melhor

apresentado no capiacutetulo seguinte

2 ndash Sustentabilidade desenvolvimento sustentaacutevel e a sua

importacircncia

Inicio esse capiacutetulo com uma frase de Nascimento (2012 p 57) em que

se queremos sugerir uma sustentabilidade para toda a sociedade eacute necessaacuterio

que tenhamos uma ldquolinha transversal a eacutetica solidaacuteria com os excluiacutedos de hoje

para que natildeo haja excluiacutedos amanhatilderdquo

Por que a sustentabilidade eacute algo importante para noacutes Eacute necessaacuterio

que seja de conhecimento geral de que estamos ameaccedilados em todos os

aspectos ligados agrave utilizaccedilatildeo de recursos naturais e aproveitamento dos

mesmos Portanto haacute uma conexatildeo direta ao desenvolvimento sustentaacutevel

Nascimento (2012 p 58) ainda aponta que ldquoateacute meados do seacuteculo XX a

humanidade temia basicamente duas grandes extinccedilotildees ndash uma externa

(choque de um grande meteorito como aparentemente ocorreu haacute 65 milhotildees

de anos extinguindo os dinossauros) e outra interna (o advento de uma

epidemia desconhecida e incontrolaacutevel) Em meados do seacuteculo passado foi

acrescida mais uma ameaccedila provinda dos proacuteprios seres humanos a bomba

atocircmica O seu poder de destruiccedilatildeo ficou evidente com as explosotildees de

Hiroshima e Nagasakirdquo Sendo assim eacute perceptiacutevel que o estilo de vida de alta

produccedilatildeo e consumo vigente nos leva a crer que um desastre eacute cada vez mais

plausiacutevel

ldquoQue a economia estaacute em um conflito com os sistemas naturais do

planeta eacute uma evidecircncia que ressalta das informaccedilotildees cotidianas sobre o

desaparecimento das zonas de pesca reduccedilatildeo das florestas a erosatildeo do

solo e o desaparecimento de espeacuteciesrdquo (Nascimento 2012 p 58 apud

Brown 2003 p14) Portanto a crise ambiental aponta um desgaste das

condiccedilotildees ldquonormaisrdquo de vida no planeta Terra Segundo Nascimento (2012 p

58) ldquo[] eacute possiacutevel caso o cenaacuterio mais pessimista do aquecimento global

venha a se confirmar que uma nova possibilidade de auto extinccedilatildeo seja criada

no final desse seacuteculordquo Desta forma o atual modelo de vida natildeo deteriora

apenas o meio ambiente tambeacutem prejudica a vida humana e para que sejam

reduzidos esses transtornos agrave vida humana eacute preciso que iniciativas e

alternativas sejam criadas por meio de inovaccedilotildees tecnoloacutegicas para que haja

uma saiacuteda

ldquoA crise ambiental assumiu contornos mais graves com a percepccedilatildeo da

responsabilidade antroacutepica do aquecimento global e a dinacircmica de ascensatildeo

de um contingente humano mais significativo no mercado de consumordquo

(Nascimento 2012 p 61) Quando a crise ambiental se tornou algo de suma

importacircncia Quando como e por que a sustentabilidade e o desenvolvimento

sustentaacutevel se tornaram relevantes para o combate agrave crise ambiental Eacute

necessaacuterio compreender que a sustentabilidade possui dois vieses quando

relacionada agrave sua origem Uma de suas origens tem base na biologia mais

precisamente na ecologia a qual atribui o conceito de resiliecircncia ndash capacidade

de recuperaccedilatildeo e reproduccedilatildeo dos ecossistemas ndash perante as degradaccedilotildees

antroacutepicas com o uso exacerbado dos recursos naturais Ainda relacionado agrave

ecologia haacute as causas naturais como terremotos fogo tsunamis pragas

entre outros O outro vieacutes de origem da sustentabilidade adveacutem da economia

como o adjetivo do desenvolvimento diante da visibilidade que ganhou ao

longo do seacuteculo XX referente ao padratildeo de consumo desenvolvido ao redor do

mundo (Nascimento 2012 p 51)

Segundo Nascimento a ideia de sustentabilidade como enfoque

mundial tem origem na deacutecada de 1950 O surgimento e a importacircncia desse

termo ocorrem devido a um risco ambiental global a poluiccedilatildeo nuclear ldquoOs seus

indiacutecios alertaram os seres humanos de que estamos em uma nave comum e

que problemas ambientais natildeo estatildeo restritos a territoacuterios limitadosrdquo

(Nascimento 2012 p 2) Segundo Nascimento (2012 p 52 apud Machado

2005) ldquoA ocorrecircncia de chuvas radiativas a milhares de quilocircmetros dos locais

de realizaccedilatildeo dos testes acendeu um caloroso debate no seio da comunidade

cientiacuteficardquo Na deacutecada de 1960 houve outro fato importante que implicou na

questatildeo da percepccedilatildeo da crise ambiental dando importacircncia a

sustentabilidade devido ao uso de inseticidas e pesticidas quiacutemicos e

transtornos causados por esses apontados por Rachel Carson em seu livro

intitulado de ldquoPrimavera Silenciosardquo ndash Silent Spring

Ainda na deacutecada de 60 as chuvas aacutecidas recorrentes nos paiacuteses

noacuterdicos levaram a Sueacutecia junto ao Conselho Econocircmico e Social das Naccedilotildees

Unidas (ECOSOC) a propor a realizaccedilatildeo de uma conferecircncia para tratar de um

acordo internacional para uma possiacutevel reduccedilatildeo na emissatildeo dos gases

responsaacuteveis por tal transtorno Com isso ocorreu a Conferecircncia de

Estocolmo em 1972 colocando em evidecircncia os paiacuteses subdesenvolvidos e

desenvolvidos da eacutepoca A princiacutepio as preocupaccedilotildees natildeo eram nem um

pouco igualitaacuterias jaacute que os paiacuteses desenvolvidos estavam atentos agrave

degradaccedilatildeo ambiental que afetavam sua qualidade de vida enquanto os

paiacuteses subdesenvolvidos estavam preocupados em natildeo sofrerem sanccedilotildees

comerciais e apresentarem um retardo em seu desenvolvimento uma vez que

naquela eacutepoca os problemas ambientais eram associados ao crescimento

econocircmico dos paiacuteses de terceiro mundo Nessa conferecircncia ficou exposto

que os paiacuteses desenvolvidos defendiam a proteccedilatildeo do meio ambiente como

principal foco e os paiacuteses em desenvolvimento focavam no combate agrave

pobreza

Para melhor esclarecer Nascimento expotildee a partir do documento ldquoOnly

One Earthrdquo (Ward amp Dubos 1973) ldquo[] O problema ambiental como decorrente

de externalidades econocircmicas proacuteprias do excesso de desenvolvimento

(tecnologia agressiva e consumo excessivo) de um lado e de sua falta

(crescimento demograacutefico e baixo PIB per capita) de outro Posta dessa forma

a questatildeo ambiental deixava de ficar restrita ao meio natural e adentrava o

espaccedilo socialrdquo Contemporacircneo a isso temos o relatoacuterio do Clube de Roma ndash

Limits to Growth (Meadows et al 1972) que propunha uma reduccedilatildeo do

desenvolvimento industrial nos paiacuteses desenvolvidos e uma contenccedilatildeo no

crescimento populacional nos paiacuteses subdesenvolvidos juntamente com o

apoio daqueles aos subdesenvolvidos para que pudessem crescer

economicamente A partir desses eventos os governos se conscientizaram e

criaram agecircncias que tratassem das questotildees ambientais para que pudessem

juntar dados ambientais jaacute que na eacutepoca careciam de tais informaccedilotildees

No Brasil foi criada a Secretaria Especial do Meio Ambiente (SEMA) em

1973 enquanto nos EUA jaacute existia a Environmental Protection Agency (EPA)

desde 1970

Dez anos apoacutes a Conferecircncia de Estocolmo uma anaacutelise dos resultados

foi feita pela ONU e mostrou que o resultado estabelecido deixou a desejar e

que os esforccedilos realizados foram inferiores Em decorrecircncia desse mal

desempenho foi formada a Comissatildeo Mundial sobre Meio Ambiente e

Desenvolvimento (CMMAD) presidida por Gro Harlen Brundtland responsaacutevel

pelo relatoacuterio ldquoNosso Futuro Comumrdquo ndash Our Common Future ndash que tinha como

principal proposta a criaccedilatildeo de uma agenda global para focar em uma

mudanccedila consideraacutevel Esse estudo obteve informaccedilotildees durante trecircs anos a

partir de pesquisas e anaacutelises com enfoque na parte social Segundo Barbosa

(2008 p2) as informaccedilotildees colhidas do relatoacuterio com base nas questotildees

sociais referiam-se ldquoao uso da terra sua ocupaccedilatildeo suprimento de aacutegua abrigo

e serviccedilos sociais educativos e sanitaacuterios aleacutem de administraccedilatildeo do

crescimento urbanordquo

Tal relatoacuterio foi responsaacutevel pela criaccedilatildeo do termo ldquoDesenvolvimento

Sustentaacutevelrdquo que ldquoconsistiu o maior esforccedilo entatildeo conhecido para conciliar a

preservaccedilatildeo do meio ambiente com o desenvolvimento econocircmicordquo

(Nascimento 2012 p 54) Uma definiccedilatildeo baacutesica do que eacute DS eacute exposta por

Nascimento (2012 p 58 apud Lenzi 2006) ldquoDesenvolvimento sustentaacutevel eacute o

desenvolvimento que satisfaz as necessidades do presente sem comprometer

a capacidade das geraccedilotildees futuras em satisfazer suas proacuteprias necessidadesrdquo

Estender e Pitta (O Conceito do Desenvolvimento Sustentaacutevel apud Camargo

2003 p 43) tambeacutem fazem citaccedilatildeo agrave outra definiccedilatildeo apontada no relatoacuterio

ldquoEm essecircncia o desenvolvimento sustentaacutevel eacute um

processo de transformaccedilatildeo no qual a exploraccedilatildeo dos

recursos a direccedilatildeo dos investimentos a orientaccedilatildeo

do desenvolvimento tecnoloacutegico e a mudanccedila

institucional se harmonizam e reforccedilam o potencial

presente e futuro a fim de atender agraves necessidades

e aspiraccedilotildees humanasrdquo

Nascimento (2012 p 54) aponta que ldquoA forccedila e a fraqueza dessa

definiccedilatildeo encontram-se justamente nessa foacutermula vaga pois deixam-se em

aberto quais seriam as necessidades humanas atuais e mais ainda as das

geraccedilotildees futurasrdquo

Segundo Barbosa (2008) o relatoacuterio faz consideraccedilotildees agraves questotildees

urbanas no qual as cidades em seu desenvolvimento devem contemplar as

necessidades baacutesicas de toda a populaccedilatildeo e conceder oportunidades de

melhora na qualidade de vida de todos buscando alcanccedilar uma equidade na

sociedade por meio de processos democraacuteticos para que haja um

desenvolvimento urbano adequado Ainda com referecircncia ao relatoacuterio haacute ldquoa

necessidade de descentralizaccedilatildeo das aplicaccedilotildees de recursos financeiros e

humanos e a necessidade do poder poliacutetico favorecer as cidades em sua

escala localrdquo (Barbosa 2008 p 2) Quanto agrave questatildeo do uso de recursos

naturais foi avaliada no relatoacuterio a capacidade de resiliecircncia da biosfera os

efeitos e as possiacuteveis consequecircncias causadas pela accedilatildeo antroacutepica apontando

ainda que a pobreza pode ser considerada como um problema ambiental e que

a tentativa de erradicar a mesma pode ser a base para a busca da

sustentabilidade Com essa contribuiccedilatildeo na mudanccedila do modo de perceber as

necessidades urbanas o relatoacuterio apresentou trecircs princiacutepios baacutesicos ou

aspectos que deveriam ser cumpridos ndash proteccedilatildeo ambiental equidade social e

o desenvolvimento econocircmico ndash e que seratildeo expostos mais adiante

Apesar de todos esses pontos levantados o relatoacuterio Brundtland

recebeu vaacuterias criacuteticas pelo fato de acusar a pobreza e o descontrole do

crescimento populacional nos paiacuteses subdesenvolvidos como a fonte principal

dos problemas ambientais e da insustentabilidade do planeta e de colocar em

segundo plano a poluiccedilatildeo causada ateacute a data de publicaccedilatildeo do relatoacuterio pelos

paiacuteses desenvolvidos

Em 1986 foi realizada a conferecircncia de Ottawa ndash Carta de Ottawa 1986

ndash na qual foram estabelecidas cinco condiccedilotildees para que se tentasse alcanccedilar o

desenvolvimento sustentaacutevel entre elas a manutenccedilatildeo da integraccedilatildeo

ecoloacutegica a satisfaccedilatildeo das necessidades baacutesicas humanas a provisatildeo da

autodeterminaccedilatildeo social e da diversidade cultural a integraccedilatildeo da conservaccedilatildeo

e do desenvolvimento e o alcance de equidade e justiccedila social Para a

CMMAD as condiccedilotildees que procedem do conceito de desenvolvimento

sustentaacutevel estatildeo associadas ao processo de urbanizaccedilatildeo e do crescimento da

cidade e tem como finalidade o uso adequado dos recursos naturais Em face

disto satildeo expostos alguns objetivos mudanccedila de qualidade do crescimento

crescimento renovaacutevel satisfaccedilatildeo das necessidades essenciais por emprego

aacutegua energia alimento e saneamento baacutesico garantia de um niacutevel sustentaacutevel

da populaccedilatildeo conservaccedilatildeo da base de recursos reorientaccedilatildeo da tecnologia e

do gerenciamento de risco e reorientaccedilatildeo das relaccedilotildees econocircmicas

internacionais (CMMAD 1988 1991)

Postumamente foi realizada a Assembleia das Naccedilotildees Unidas a qual

aprovou a Conferecircncia das Naccedilotildees Unidas para o Meio Ambiente e o

Desenvolvimento (CNUMAD) ocorrida em 1992 e ficou conhecida como Rio-

92 A Rio-92 teve maior visibilidade graccedilas agrave criaccedilatildeo da Convenccedilatildeo da

Biodiversidade e das Mudanccedilas Climaacuteticas ndash que posteriormente resultou na

criaccedilatildeo do Protocolo de Kyoto ndash da Agenda 21 e da Declaraccedilatildeo do Rio Essa

uacuteltima segue os mesmos padrotildees expostos na Conferecircncia de Estocolmo

citada anteriormente interligando o desenvolvimento econocircmico com o meio

ambiente atraveacutes de uma gestatildeo consciente dos recursos naturais sem

comprometer o modelo econocircmico vigente

Em decorrecircncia desses acontecimentos tornou-se de faacutecil entendimento

que o desenvolvimento sustentaacutevel eacute composto por trecircs aspectos ambiental

econocircmico e social Outros autores como Ignacy Sachs consideram ainda

outras variaacuteveis relevantes para o entendimento do DS como sustentabilidade

ecoloacutegica e poliacutetica

Figura 1 Tripeacute da Sustentabilidade

Fonte Nicholas Gimenes (2012)

Com base nesses trecircs aspectos apontados chegamos ao conhecido

Triple Bottom Line ndash ldquoTripeacute da Sustentabilidaderdquo No tripeacute da sustentabilidade

satildeo expostos o aspecto ambiental que tem como base a produccedilatildeo e o

consumo de tal forma que possa garantir que os ecossistemas natildeo sofram

problemas quanto a sua capacidade de resiliecircncia o aspecto econocircmico que

assume a denominada ecoeficiecircncia a qual incentiva a inovaccedilatildeo tecnoloacutegica

para tentar mitigar alguns dos problemas ambientais e ampliar a

desmaterializaccedilatildeo da economia e o uacuteltimo aspecto o social o qual supotildee que

a populaccedilatildeo de uma determinada sociedade tenha o miacutenimo necessaacuterio para

uma condiccedilatildeo de vida aceitaacutevel buscando erradicar a desigualdade social

Segundo Nascimento existem diversas definiccedilotildees desses trecircs aspectos mas

essas apontadas satildeo as mais recorrentes e de simples entendimento Natildeo

podemos esquecer que assim como eacute apontado por Ignacy Sachs e outros

autores outros aspectos para a definiccedilatildeo do DS devem ser levados em

consideraccedilatildeo em especial a cultura Apesar de natildeo ser citada como base do

ldquotripeacuterdquo a cultura eacute importante em qualquer sociedade quando relacionada ao

meio ambiente pois eacute ela quem dita o comportamento da populaccedilatildeo O Brasil

sofre com questotildees ambientais muitas das vezes por falta de instruccedilatildeo da

populaccedilatildeo que natildeo tem conhecimento do quatildeo impactante pode ser sua accedilatildeo

Deste modo quando se trata de questotildees ambientais eacute necessaacuterio que se

tenha uma mudanccedila natildeo repentina e sim gradativa nos padrotildees de consumo

no estilo de vida e na educaccedilatildeo ambiental

Retomando os conceitos de DS e sustentabilidade temos uma definiccedilatildeo

de Clovis Cavalcanti em que sustentabilidade ldquosignifica a possibilidade de se

obterem continuamente condiccedilotildees iguais ou superiores de vida para um grupo

de pessoas e seus sucessores em dado ecossistemardquo (Cavalcanti 2003)

Analisando essa definiccedilatildeo proposta por Cavalcanti vemos que se assemelha

do que foi exposto por Gro Harlen Brundtland em seu relatoacuterio Como jaacute foi

mencionado para Sachs o ldquoTriple Bottom Linerdquo ndash Tripeacute da Sustentabilidade ndash

possui cinco vertentes da sustentabilidade que satildeo a ldquosustentabilidade

ecoloacutegica refere-se a fiacutesica do processo de crescimento e tem como objetivo a

manutenccedilatildeo de estoques dos recursos naturais incorporados as atividades

produtivas a sustentabilidade ambiental que refere-se agrave manutenccedilatildeo da

capacidade de sustentaccedilatildeo dos ecossistemas o que implica a capacidade de

absorccedilatildeo e recomposiccedilatildeo dos ecossistemas em face as agressotildees antroacutepicas

sustentabilidade social que refere-se ao desenvolvimento e tem por algum

objetivo a melhoria da qualidade da vida da populaccedilatildeo Para caso de paiacuteses

com problemas de desigualdade e de inclusatildeo social implica a adoccedilatildeo de

poliacuteticas distributivas e a universalizaccedilatildeo de atendimento a questotildees como

sauacutede educaccedilatildeo habilitaccedilatildeo e seguridade social sustentabilidade poliacutetica

refere-se ao processo de construccedilatildeo da cidadania para garantir a incorporaccedilatildeo

plena dos indiviacuteduos ao processo de desenvolvimento e a sustentabilidade

econocircmica que refere-se a uma gestatildeo eficiente dos recursos em geral e

caracteriza-se pela regularidade de fluxos do investimento puacuteblico e privado

Implica a avaliaccedilatildeo da eficiecircncia por processos macro sociaisrdquo (Sachs 1993

Agenda 21 brasileira)

Barbosa (2008 p 4) faz uma citaccedilatildeo em seu trabalho sobre o livro de

Leila Ferreira ndash ldquoA questatildeo ambiental sustentabilidade e poliacuteticas puacuteblicas no

Brasilrdquo ndash referente ao padratildeo de vida da sociedade em que

ldquoO padratildeo de produccedilatildeo e consumo que

caracteriza o atual estilo de

desenvolvimento tende a consolidar-se

no espaccedilo das cidades e estas se

tornam cada vez mais o foco principal

na definiccedilatildeo de estrateacutegias e poliacuteticas

de desenvolvimentordquo

Sendo assim eacute de fundamental importacircncia que formas alternativas

sustentaacuteveis sejam alcanccediladas para que possam influenciar de forma positiva

na qualidade de vida das cidades e no processo de planejamento urbano Para

Acselrad (1999 p 85) a sustentabilidade urbana eacute definida como ldquoa

capacidade das poliacuteticas urbanas se adaptarem agrave oferta de serviccedilos agrave

qualidade e agrave quantidade das demandas sociais buscando o equiliacutebrio entre as

demandas de serviccedilos urbanos e investimentos em estruturardquo Como o

desenvolvimento sustentaacutevel possui muitos conceitos e definiccedilotildees haacute uma em

especial que se destaca pelo fato de estar relacionada agraves cidades juntamente

com o termo ldquosustentabilidaderdquo exposta por Barbosa (2008 p 4 apud

Satterthwaite 2004) em que

ldquoa resposta agraves necessidades humanas

nas cidades como o miacutenimo ou

nenhuma transferecircncia dos custos da

produccedilatildeo consumo ou lixo para outras

pessoas ou ecossistemas hoje e no

futurordquo

Assim a participaccedilatildeo da sociedade e a diversidade dos interesses que

a mesma possui gera um conflito entre as poliacuteticas puacuteblicas e o

desenvolvimento sustentaacutevel mas nada que natildeo possa ser contornado a partir

da conscientizaccedilatildeo individual dos cidadatildeos Como eacute exposto por Barbosa ldquoeacute

imprescindiacutevel para a sustentabilidade urbana o uso racional dos recursos

naturais a boa forma do ambiente urbano baseado na interaccedilatildeo clima e os

recursos naturais aleacutem das respostas agraves necessidades urbanas com o miacutenimo

de transferecircncia de dejetos e rejeitos para outros ecossistemas atuais e

futurosrdquo (Barbosa 2008 p 9) Em detrimento disso ldquoo desenvolvimento

sustentaacutevel natildeo deve ser apresentado como um slogan poliacuteticordquo (Barbosa

2008 p 10) deve ser apresentado como uma possiacutevel soluccedilatildeo para a

mitigaccedilatildeo dos problemas ambientais encontrados atualmente na sociedade

Portanto a sustentabilidade visa emoldurar novos meios alternativos de

produccedilatildeo distribuiccedilatildeo e consumo dos recursos naturais existentes de forma

mais racional ecologicamente viaacutevel e economicamente eficaz

Ao retratar esses problemas de padrotildees vividos pela sociedade

relacionados ao meio ambiente mais especificamente a utilizaccedilatildeo de recursos

naturais Nascimento (2012 p 58) aponta que ldquohaacute uma quase unanimidade

hoje entre os cientistas de que os recursos naturais natildeo seratildeo suficientes para

fornecer um modo de vida similar ao da classe meacutedia mundial a todos os novos

ingressantes no mercado No entanto eles tecircm tanto direito quanto os que jaacute

participam do mercado consumidorrdquo Mas como podemos contornar tais

problemas e a crise ambiental Atraveacutes da criatividade humana muitas formas

alternativas foram criadas e podem ser inventadas quando se tratam dos

recursos finitos utilizados pelo homem Temos como exemplo a aacutegua sobre a

qual poucos satildeo os estudos apresentados relacionando o aproveitamento de

aacuteguas pluviais e cidades sustentaacuteveis Na maioria das vezes os estudos satildeo

feitos com base em outras necessidades como a dessalinizaccedilatildeo das aacuteguas do

mar para consumo humano Natildeo podemos esquecer que atualmente existem

diversos sistemas de captaccedilatildeo de aacuteguas pluviais para diferentes finalidades

sejam elas para aproveitamento de consumo humano ou natildeo

3 ndash A viabilidade de implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo

pluvial em Brasiacutelia ndash DF

31 ndash Apresentaccedilatildeo de dados

Primeiramente seratildeo apresentados dados sobre a populaccedilatildeo e o

consumo de aacutegua presente nas residecircncias de Brasiacutelia e que seratildeo utilizados

como base para a implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo na Asa Norte

Segundo Ferreira C diretor Superintendente de Atendimento Comercial

(CAC) da Companhia de Saneamento Ambiental do Distrito Federal (CAESB)

ldquoEm Brasiacutelia o consumo meacutedio por habitante eacute de 190 litros de aacutegua por dia o

que resulta em um consumo mensal de 6msup3 por habitanterdquo De acordo com a

ONU cada pessoa necessita de 110 litros por dia para atender as

necessidades de consumo e higiene A Companhia de Saneamento Baacutesico do

Estado de Satildeo Paulo (SABESP 2010) afirma que ldquono Brasil o consumo por

pessoa pode chegar a mais de 200 litrosdiardquo A estimativa da SABESP (2010)

eacute de que 54 litros (27) vatildeo para cozinhar e beber 50 litros (25) para tomar

banho e escovar os dentes 66 litros (33) para descarga de banheiro 24 litros

(12) para lavagem de roupa e 6 litros (3) para outras tarefas como lavagem

de carro por exemplo Segundo dados da CAESB Brasiacutelia (Plano Piloto)

consome cerca de 2757890msup3 por mecircs e que o consumo por habitante eacute de

1381msup3mecircs

Devido ao alto consumo de aacutegua em Brasiacutelia os recorrentes transtornos

hiacutedricos urbanos e a ausecircncia de sistemas captaccedilatildeo pluvial este capiacutetulo traz

um estudo da viabilidade teacutecnica e econocircmica da implantaccedilatildeo de um sistema

em um preacutedio residencial do bairro Asa Norte mais especificamente na

Superquadra 111 Norte Natildeo haacute nenhum estudo realizado que comprove a

frequecircncia dos alagamentos nessa regiatildeo portanto tal quadra foi selecionada

em decorrecircncia de mateacuterias e reportagens que mostram a dificuldade que a

populaccedilatildeo sofre quando haacute uma chuva anormal

Primeiramente eacute necessaacuterio que se tenha uma noccedilatildeo do periacuteodo

chuvoso em Brasiacutelia Segundo o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais

(INPE) Brasiacutelia apresenta um regime de precipitaccedilatildeo bem definido sendo que

a estaccedilatildeo chuvosa tem iniacutecio em Outubro e estende-se ateacute Marccedilo e a estaccedilatildeo

seca ocorre no restante do ano (Abril a Setembro) Ainda segundo o INPE ldquoa

estaccedilatildeo chuvosa eacute causada pelo forte aquecimento da atmosfera na Amazocircnia

que favorece o desenvolvimento de um sistema quase estacionaacuterio em altos

niacuteveis a Alta Boliacutevia Como resultado dessa circulaccedilatildeo observa-se nos baixos

niacuteveis uma regiatildeo de baixa pressatildeo e a convergecircncia de ar satildeo os principais

fatores que provocam a precipitaccedilatildeo neste periacuteodo responsaacutevel por 70 do

total meacutedio anualrdquo A partir desses elementos apresentados pelo INPE e com

base nos dados os quais foram obtidos da estaccedilatildeo meteoroloacutegica de Brasiacutelia

localizada na Latitude (ordm) -158 Longitude (ordm)-479 temos a precipitaccedilatildeo de

Brasiacutelia dada mecircs a mecircs Os dados partem de Janeiro de 2006 e vatildeo ateacute

Outubro de 2015 Eacute importante frisar que os dados foram formulados a partir

da precipitaccedilatildeo acumulada para tornar mais faacutecil de calcular a meacutedia

Tabela 01 Dados de Precipitaccedilatildeo

AnoMecircs JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ Meacutedia Mensal

2006 1232 1914 258 1417 351 09 01 528 403 5264 1956 1821 14563

2007 2609 2659 357 501 75 0 0 0 0 535 2249 275 9779

2008 201 2425 2346 2109 0 0 0 27 80 387 271 3226 1337

2009 2028 1347 81 3759 612 93 0 725 505 2958 1991 3078 1492

2010 1211 368 2494 2388 275 0 0 0 0 349 2547 318 1068

2011 1268 1724 2433 696 139 38 0 0 7 2639 3338 4704 1421

2012 2699 1149 1982 1213 444 24 02 0 333 1098 4446 1428 1235

2013 4918 1893 1903 954 222 62 03 0 659 1069 2711 3525 1493

2014 1531 1392 3402 2493 28 10 79 0 162 2014 192 3667 1399

2015 939 1297 3456 2076 499 0 08 0 218 694 SD SD 9187

Meacutedia para cada mecircs

20445 16168 21763 17606 2645 326 093 128 315 17007 2652 30421 12797

Tabela contendo os dados de chuva acumulada mecircs a mecircs em miliacutemetros (mm)

Fonte INPE 2015

Obs 1- SD - satildeo dados que natildeo foram coletados devido pois o trabalho foi realizado antes desses meses

Obs2- Meacutedia calculada com os dados obtidos no caso os meses de novembro e dezembro de 2015 natildeo entram no

caacutelculo pois ainda natildeo existiam os dados

Temos tambeacutem a partir do estudo realizado por Brino (Brasiacutelia

Superquadras Residenciais) os dimensionamentos dos preacutedios e a quantidade

de apartamentos por pavimentos conforme as tabelas a seguir

Tabela 02 Dimensionamento dos Blocos

A SUPERQUADRA AE AT

Aacuterea de Projeccedilatildeo por Bloco

Aacuterea Total = 11760msup2 Nuacutemero total de Blocos = 11

1069msup2 185 136

Aacuterea Construiacuteda por bloco (sem pilotis e

subsolo)

Pavimentos = 6 Aacuterea do Pavimento = 1069msup2

6414msup2 1113 818

Aacuterea Construiacuteda por superquadras (sem pilotis e subsolo)

Preacutedio = 11 Aacuterea por Preacutedio = 64141msup2

70554msup2 8999 1225

AE - Aacuterea Aedificandi e AT - Aacuterea Total

Tabela 03 Dimensionamento da Populaccedilatildeo

A POPULACcedilAtildeO (5 Pessoas

apart)

6 apartamentos por pavimento

36 apartamentos por bloco

396 apartamentos

por superquadra

1980 pessoas por

superquadra

8 apartamentos por pavimento

48 apartamentos por bloco

528 apartamentos

por superquadra

2640 pessoas por

superquadra

10 apartamentos por pavimento

60 apartamentos por bloco

660 apartamentos

por superquadra

3300 pessoas por

superquadra

12 apartamentos por pavimento

72 apartamentos por bloco

792 apartamentos

por superquadra

3960 pessoas por

superquadra

Caacutelculo para as faixas 100 200 e 300 (seis pavimentos) Fonte SUDUR

O estudo apresentado por Brino (Brasiacutelia Superquadras Residenciais)

considera uma famiacutelia composta por cinco pessoas para cada apartamento

nesse caso iremos desconsiderar essa informaccedilatildeo e basearmos nos dados

apresentados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica (IBGE) Nos

dados do IBGE (Censo Demograacutefico 2010) constam que a meacutedia de

moradores em domiciacutelios particulares ocupados eacute de 33 moradores

Partindo dos elementos de precipitaccedilatildeo aacuterea de projeccedilatildeo por bloco

meacutedia de moradores por apartamento total de apartamentos de um preacutedio e

consumo meacutedio de aacuteguadia por habitante podemos dar inicio as formas de

captaccedilatildeo e armazenamento de aacuteguas pluviais

32 ndash Aacuteguas pluviais e aacuteguas cinzas

Mas porque focar em aproveitamento de aacuteguas pluviais Segundo

Rapoport (2004 p 1) ldquoo aumento populacional acompanhado pelas mudanccedilas

climaacuteticas globais vem contribuindo para o aumento na demanda por recursos

hiacutedricosrdquo Ainda expotildee que ldquoembora a aacutegua seja um recurso renovaacutevel ela

tende a se deteriorar em funccedilatildeo do seu uso indiscriminado o que compromete

consequentemente a quantidade de aacutegua com qualidade disponiacutevel para o

consumo nas diversas localidadesrdquo (Rapoport 2004 p 1)

Um fato importante abordado por Rapoport (2004 p1) eacute que ldquoa

quantidade de aacutegua disponiacutevel eacute sempre a mesma jaacute que estaacute sempre sendo

renovada atraveacutes do ciclo hidroloacutegico Entretanto a aacutegua de qualidade para

consumo estaacute se tornando rarardquo A tiacutetulo de esclarecimento ldquosabe-se que o

ciclo hidroloacutegico se constitui basicamente do transporte de massas drsquoaacutegua do

oceano para atmosfera por evaporaccedilatildeo e da atmosfera atraveacutes de

precipitaccedilotildees escoamentos superficiais e subterracircneos para os oceanos

influenciando diretamente a distribuiccedilatildeo e extensatildeo dos corpos drsquoaacutegua

continentaisrdquo (Rapoport 2004 p 1) Sendo assim a interferecircncia humana tem

causado alteraccedilotildees no ciclo hidroloacutegico em diversas regiotildees Esse assunto

seraacute melhor abordado mais adiante pois o uso do sistema de captaccedilatildeo pode

influenciar no ciclo hidroloacutegico negativamente mas utilizado da forma

adequada pode continuar mantendo o ciclo equilibrado

Aleacutem do uso indevido da aacutegua e de sua escassez Lima e Machado

(2008 p 13) apontam que ldquooutro fator importante eacute o aumento de inundaccedilotildees e

enchentes devido ao escoamento superficial da aacutegua de chuva e da

impermeabilizaccedilatildeo do solordquo Portanto a captaccedilatildeo de aacuteguas pluviais pode

contribuir para a reduccedilatildeo dos transtornos hiacutedricos urbanos e ao mesmo tempo

reduzir a demanda por aacutegua potaacutevel da companhia de distribuiccedilatildeo local

Segundo Amorim e Pereira (2008 p 54) ldquouma das soluccedilotildees em estudo

para aumentar a oferta de aacutegua para as edificaccedilotildees eacute o aproveitamento da

aacutegua pluvial Esta apresenta uma boa alternativa visto que aleacutem de reduzir o

consumo de aacutegua potaacutevel ainda surge como uma accedilatildeo no combate agraves

enchentes funcionando como uma medida natildeo-estrutural do sistema de

drenagem urbanardquo Mas o que eacute necessaacuterio para formar um sistema de

captaccedilatildeo adequado e funcional Amorim e Pereira (2008 p 54) apresentam

que ldquoos sistemas de aproveitamento de aacutegua pluvial satildeo formados basicamente

pela aacuterea de captaccedilatildeo (geralmente coberturas) os componentes de transporte

(calhas e condutores verticais) e o reservatoacuteriordquo Cabe ressaltar que para esse

estudo a captaccedilatildeo das aacuteguas pluviais seraacute destinada apenas para a utilizaccedilatildeo

em ldquoaacuteguas cinzasrdquo Neste sentido o reuso das aacuteguas cinzas que satildeo as aacuteguas

provenientes de todas as atividades domeacutesticas com exceccedilatildeo de fontes de

aacuteguas negras tais como sanitaacuterios bidecircs e urinol vem sendo estudadas com

vista ao reuso tanto em irrigaccedilatildeo como em sanitaacuterios (Rapoport 2004 p 8)

Retomando os dados apresentados pela SABESP (2010) temos a

tabela 04 a qual apresenta os dados de consumo domeacutestico e em sequecircncia o

graacutefico 01 que demonstram que se analisarmos as quantidades de aacutegua

utilizada no consumo domeacutestico teremos uma base para o tamanho do

reservatoacuterio E posteriormente a tabela 05 mostra em que situaccedilotildees se podem

reutilizar as aacuteguas pluviais

Tabela 04 Consumo domeacutestico de aacutegua

Litros

Cozinhar e Beber 54

Tomar Banho e Escovar os Dentes 50

Descarga de Banheiro 66

Lavagem de Roupa 24

Outras Tarefas 6

Total = 200

Fonte SABESP (2010)

27

25

33

12

3

Cozinhar e Beber

Tomar Banho e Escovar osDentes

Descarga de Banheiro

Lavagem de Roupa

Outras Tarefas

Descarga de Banheiro

6875

Lavagem de Roupa

25

Outras Tarefas 625

Graacutefico 01 Consumo Domeacutestico de Aacutegua

Tabela 05 Percentual para reutilizaccedilatildeo de aacuteguas pluviais

Graacutefico 02 Percentual para Reutilizaccedilatildeo de Aacuteguas Pluviais

Porcentagem ()

Descarga de Banheiro 66 6875

Lavagem de Roupa 24 25

Outras Tarefas 6 625

Total = 96 100

Fonte SABESP(2010)

33 ndash Meacutetodos de Dimensionamento do Reservatoacuterio

Amorim e Pereira (2008 p 54 Soares et al 2000 apud May 2004)

apresentam que existem quatro grupos principais para o dimensionamento do

reservatoacuterio

(a) Meacutetodos determiniacutesticos os dados referentes agrave precipitaccedilatildeo

pluviomeacutetrica e agrave demanda satildeo analisados pela curva de massa

(b) Meacutetodos aproximados baseados em relaccedilotildees empiacutericas

conhecidas

(c) Meacutetodos de modelaccedilatildeo satildeo tambeacutem conhecidos como meacutetodos

de transiccedilatildeo probabiliacutestica da matriz e

(d) Meacutetodos de anaacutelise de sistemas sendo linear natildeo linear ou

programaccedilatildeo dinacircmica

Dentro desses grupos de dimensionamento temos os diversos meacutetodos

meacutetodo de Rippl que consiste na determinaccedilatildeo do volume com base na aacuterea

de captaccedilatildeo que eacute subdivido em meacutetodo analiacutetico e meacutetodo graacutefico meacutetodo de

consideraccedilatildeo dos periacuteodos de dias consecutivos sem chuva que necessita da

observaccedilatildeo dos registros pluviomeacutetricos para identificar os maiores periacuteodos de

dias consecutivos sem chuvas e sua taxa de repeticcedilatildeo meacutetodo de anaacutelise de

simulaccedilatildeo de um reservatoacuterio com capacidade suposta que consiste

basicamente na fixaccedilatildeo de um volume para o reservatoacuterio e na verificaccedilatildeo do

percentual de consumo que seraacute atendido meacutetodo praacutetico brasileiro meacutetodo

praacutetico alematildeo meacutetodo praacutetico inglecircs e o meacutetodo praacutetico australiano (Amorim

e Pereira 2008 p 55-58)

34 ndash Anaacutelise de caso para um preacutedio da Superquadra 111 Norte

A partir dos dados jaacute apresentados temos que o objeto de estudo eacute um

preacutedio residencial localizado na Superquadra 111 Norte que possui uma aacuterea

de projeccedilatildeo de 1069msup2 com seis (6) pavimentos constituindo uma aacuterea

construiacuteda de 6414msup2 apresentando seis (6) apartamentos por pavimento e

consequentemente trinta e seis (36) apartamentos no total (Brino Brasiacutelia

Superquadras Residenciais) O preacutedio conteacutem 33 habitantes por apartamento

(IBGE 2010) que consomem em meacutedia cerca de 190 litros de aacuteguadia

resultando em um consumo mensal de aproximadamente 6msup3 por pessoa

(CAESB) mas como a aacutegua captada da chuva seraacute utilizada apenas para

suprir a demanda de aacutegua cinza temos 66 litros para descarga de vasos

sanitaacuterios

Temos entatildeo que a demanda por aacutegua por habitante nesse edifiacutecio eacute

dada por

119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119898119900119903119886119889119900119903 = 66119871 = 66119871119863119894119886

119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119886119901119886119903119905119886119898119890119899119905119900 = 33119901 times 66119871 ~ 217 119871119863119894119886

119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119901119903eacute119889119894119900 = (33119901 times 66119871) times 36 ~ 7840119871119863119894119886

119863119890119898119886119899119889119886 119898119890119899119904119886119897 119901119900119903 119901119903eacute119889119894119900 =7840119871

119889119894119886times 30119863119894119886119904 = 235224119871

Legenda L = Litros p = Pessoas

Para facilitar nos caacutelculos ao aplica-los para o reservatoacuterio e para o

sistema de captaccedilatildeo eacute necessaacuterio realizar a conversatildeo de litros para msup3

(metros cuacutebicos) Sendo assim 66L = 0066msup3 217L = 0217msup3 7840L =

7840msup3 e 235224L = 235224msup3

Seraacute utilizado o ano de 2014 para os dados de precipitaccedilatildeo da estaccedilatildeo

meteoroloacutegica de Brasiacutelia localizada na Latitude (ordm) -158 Longitude (ordm)-479

fornecidos pela professora Rafaela Lisboa durante o periacuteodo chuvoso O ano

de 2014 apresenta registros jornaliacutesticos de alagamento nos meses de

Fevereiro com precipitaccedilatildeo de 1392 msup3 Marccedilo com precipitaccedilatildeo de 3402msup3

e Dezembro com precipitaccedilatildeo de 3667msup3 Importante ressaltar que o setor

Noroeste de Brasiacutelia foi construiacutedo em 2011 (site G1) o que aumentou a aacuterea

de solo impermeabilizado e a reduccedilatildeo no escoamento superficial da aacutegua

ocasionando em um aumento nas enchentes e alagamentos na Asa Norte

Segundo Amorim e Pereira (2008 p57) um dos meacutetodos a ser utilizado

para poder saber o volume de aacutegua aproveitaacutevel e consequentemente o

volume de aacutegua do reservatoacuterio Trata-se de um meacutetodo empiacuterico apresentado

na NBR 155272007 O volume de aacutegua do reservatoacuterio V expresso em L eacute

exposto a seguir

119872eacute119905119900119889119900 119875119903aacute119905119894119888119900 119861119903119886119904119894119897119890119894119903119900

119881 = 0042 times 119875 times 119860 times 119879

Em que ldquoVrdquo representa o volume de aacutegua aproveitaacutevel e o volume de

aacutegua do reservatoacuterio (L) ldquoPrdquo a precipitaccedilatildeo meacutedia mensal (mm) ldquoArdquo a aacuterea de

coleta em projeccedilatildeo ldquoTrdquo nuacutemero de meses de pouca chuva ou seca e ldquo0042rdquo eacute

um coeficiente estipulado

Portanto segundo Fontanela (2010 p 25) para estipular o volume do

reservatoacuterio temos que calcular 42 do produto entre o volume de chuva

coletada pelo telhado e o nuacutemero de meses com pouca chuva ou seca

Atribuindo valores do ano de 2014 temos que

119881 = 0042 times 1399119898119898 times 1069 times 5

119881~ 31406119871 119900119906 31406119898sup3

Ressaltando que esse valor obtido eacute uma estimativa do tamanho do

reservatoacuterio e que pode haver um reservatoacuterio de maior capacidade

De forma comparativa eacute de bom senso que se faccedila outro caacutelculo com um

meacutetodo alternativo

Amorim e Pereira (2008 p56) expotildeem que existe um meacutetodo de anaacutelise

de simulaccedilatildeo do reservatoacuterio com capacidade suposta o qual consiste

basicamente na fixaccedilatildeo de um volume para o reservatoacuterio e na verificaccedilatildeo de

consumo que seraacute atendido Sendo assim ldquoo primeiro passo para a aplicaccedilatildeo

desse meacutetodo eacute adotar alguns valores possiacuteveis para o volume com base na

estimativa do consumo mensal de aacutegua natildeo potaacutevelrdquo (Amorim e Pereira 2008

p57) Portanto partindo do ponto que o preacutedio consome cerca de 235000L

devemos calcular uma base que possa ser favoraacutevel economicamente

119872eacute119905119900119889119900 119889119890 119878119894119898119906119897119886ccedilatilde119900 119889119900 119877119890119904119890119903119907119886119905oacute119903119894119900

235224119871 rarr 100

119881 rarr 30

119881 ~ 70000119871 119900119906 70119898sup3

Tambeacutem haacute outra alternativa apresentada por L Pereira (Viabilidade

EconocircmicoAmbiental p 18)

119881119886119888 = 119860119879 times 119875119875119872119860 lowast

119881119886119888 = 1069119898sup2 times 1399119898sup3 = 1495531119898sup3119886119899119900

Equaccedilatildeo a qual ldquoVacrdquo corresponde ao volume de aacutegua captado ldquoATrdquo

aacuterea do telhado e ldquoPPMArdquo eacute a precipitaccedilatildeo pluviomeacutetrica meacutedia mensal

Poreacutem o resultado obtido eacute para os 12 meses do ano e como foi visto no

ano de 2014 temos 7 meses com chuva portanto

119881119886119888 =119879119900119905119886119897

1198983

1198861198991199007 119898119890119904119890119904

lowast

119881119886119888 =1495531119898sup3119886119899119900

7= 21364119898sup3 119900119906 213640119871

dados somente seriam vaacutelidos se a precipitaccedilatildeo fosse uniforme durante os 7 meses de chuva

341 ndash Anaacutelise de caso para a Superquadra 111 Norte

Retomando a tabela 02 temos que a quadra apresenta 11 preacutedios

aproximadamente que variam o nuacutemero de apartamentos por pavimentos e

consequentemente o nuacutemero de moradores mas os edifiacutecios continuam tendo

uma aacuterea de 1069msup2 gerando um uma aacuterea total de 70554msup2 mas teremos

como base os caacutelculos feitos para o preacutedio selecionado no item 34

Realizando um caacutelculo baacutesico tem-se como estimativa de

armazenamento para esta quadra o seguinte

119872eacute119905119900119889119900 119875119903aacute119905119894119888119900 119861119903119886119904119894119897119890119894119903119900

119881~ 31406119871 119900119906 314061198983

11 119875119903eacute119889119894119900119904 times 31406119871 = 345466119871 119900119906 345466119898sup3

119872eacute119905119900119889119900 119889119890 119878119894119898119906119897119886ccedilatilde119900 119889119900 119877119890119904119890119903119907119886119905oacute119903119894119900

119881 ~ 70000119871 119900119906 701198983

11 119875119903eacute119889119894119900119904 times 70000119871 = 770000

119881119900119897119906119898119890 119889119890 aacute119892119906119886 119888119886119901119905119886119889119900 lowast

119881119886119888 = 213641198983119900119906 213640119871

11 119875119903eacute119889119894119900119904 times 213640119871 = 2350040119871 119900119906 235004119898sup3

dados somente seriam vaacutelidos se a precipitaccedilatildeo fosse uniforme durante os 7 meses de chuva

119863119890119898119886119899119889119886 119905119900119905119886119897 119889119886 119902119906119886119889119903119886 119888119900119898 119889119890119904119888119886119903119892119886 119889119890 119887119886119899ℎ119890119894119903119900

11 119875119903eacute119889119894119900119904 times 235224119871 = 2587464119871 119900119906 2587464119898sup3

Segundo Brino (Brasiacutelia Superquadras Residenciais) temos que as

dimensotildees maacuteximas de uma superquadra satildeo de 280x280m resultando numa

aacuterea de 78400msup2 que eacute denominado de Aacuterea Total (AT) A partir disso foi

definido que deveria existir uma faixa externa de 20m denominada de non

aedificandi que foi destinada ao plantio de uma ldquomassa vegetalrdquo de grande

porte e no interior da quadra encontra-se a aacuterea aedificandi a qual possui

240x240m e uma aacuterea de 57600msup2 Realizando uma subtraccedilatildeo da Aacuterea total

pela Aacuterea aedificandi obtecircm-se que a aacuterea non aedificandi eacute de 20800msup2 que

corresponde a 265 da aacuterea total

Com base nessas informaccedilotildees eacute necessaacuterio atentar-se ao detalhe de

que uma parte da precipitaccedilatildeo cai no solo e outra parte nos telhados dos

preacutedios Sendo assim parte da chuva pode ser aproveitada pelo sistema de

captaccedilatildeo enquanto outra parte chega ao solo sem uma interferecircncia direta no

ciclo hidroloacutegico

35 ndash Funcionamento do sistema de captaccedilatildeo

Eacute importante frisar que o sistema de aproveitamento de aacuteguas pluviais eacute

regido pela norma NBR 15527 (Associaccedilatildeo Brasileira de Normas Teacutecnicas

2007) norma a qual faz algumas consideraccedilotildees importantes para implantaccedilatildeo

e correto funcionamento do sistema de captaccedilatildeo Alguns destes satildeo

435 ndash O volume dos reservatoacuterios deve ser dimensionado com

base em criteacuterios teacutecnicos econocircmicos e ambientais levando em

conta as boas praacuteticas da engenharia podendo a criteacuterio do

projetista ser utilizados os meacutetodos contidos no Anexo A ou

outro desde que devidamente justificado

Item 436 ndash Os reservatoacuterios devem ser limpos e desinfetados

com soluccedilatildeo de hipoclorito de soacutedio no miacutenimo uma vez por ano

de acordo com agrave ABNT NBR 5626

Item 442 ndash As tubulaccedilotildees e demais componentes devem ser

claramente diferenciados das tubulaccedilotildees de aacutegua potaacutevel

Item 443 ndash O sistema de distribuiccedilatildeo de chuva deve ser

independente do sistema de aacutegua potaacutevel natildeo permitindo a

conexatildeo cruzada de acordo com agrave ABNT NBR 5626

Item 444 ndash Os pontos de consumo como por exemplo uma

torneira de jardim devem ser de uso restrito e identificados com

placa de advertecircncia com a seguinte inscriccedilatildeo ldquoaacutegua natildeo potaacutevelrdquo

e identificaccedilatildeo graacutefica

Item 445 ndash Os reservatoacuterios de aacutegua de distribuiccedilatildeo de aacutegua

potaacutevel e de aacutegua da chuva devem ser separados

Item 461 ndash Quando necessaacuterio o bombeamento este deve

atender agrave ABNT NBR 12214

Deve-se realizar manutenccedilatildeo em todo o sistema de

aproveitamento de aacutegua de chuva

Para maiores esclarecimentos ldquoo funcionamento de um sistema de

coleta e aproveitamento de aacutegua pluvial consiste de maneira geral na captaccedilatildeo

da aacutegua da chuva que cai sobre os telhados ou lajes da edificaccedilatildeo A aacutegua eacute

conduzida ateacute o local de armazenamento atraveacutes de calhas condutores

horizontais e verticais passando por equipamentos de filtragem e descarte de

impurezas Apoacutes passar pelo filtro a aacutegua eacute armazenada geralmente em

reservatoacuterio enterrado (cisterna) e bombeada a um segundo reservatoacuterio

(elevado) do qual as tubulaccedilotildees especiacuteficas de aacutegua pluvial iratildeo distribuiacute-la

para o consumo natildeo potaacutevelrdquo (Carvalho 2010 p 27 e 28) Conforme ilustra a

imagem a seguir

Figura 02 Funcionamento de um Sistema de Captaccedilatildeo

Fonte Adatildeo D Padini (2013)

De forma mais simplificada podemos ver a representaccedilatildeo no fluxograma

a seguir

Figura 03 Fluxograma do Sistema de Captaccedilatildeo

Fonte Leandro Roncato Pereira

351 ndash Dificuldades para implantaccedilatildeo do sistema

Tal sistema apresenta como dificuldade o local onde seriam instaladas

as cisternas uma vez que geraria um peso sobre o telhado Dessa forma o

sistema seria instalado no jardim cobrando um custo adicional

352 ndash Custo de implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo fechado em um

preacutedio

Na implantaccedilatildeo desse sistema os materiais utilizados teratildeo como base o

meacutetodo praacutetico brasileiro e para aumentar a eficiecircncia do sistema o volume de

31406L seraacute arredondado para 35000L

Os valores de alguns dos materiais apresentados a seguir seguem os

dos apresentados no trabalho de L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental

p 18) apenas o valor da caixa drsquoaacutegua de 10000L foi obtido atraveacutes de

pesquisas em lojas de construccedilatildeo e assim utilizando a de menor valor

Tambeacutem devemos considerar que a bomba consome energia ao bombear aacutegua

para o preacutedio (CEB) portanto os valores seguem conforme a tabela a seguir

Tabela 06 Preccedilo dos Produtos do Sistema de Captaccedilatildeo sem Fluxo

Produto Quantidade Valor unitaacuterio (R$) Valor total (R$)

Cx Daacutegua 10000L 3 496090 1488270

Cx Daacutegua 5000L 1 108000 108000

Boacuteia Eleacutetrica 1 2750 2750

Boacuteia Comum 1 1220 1220

Registro de Gaveta

1 3490 3490

Bomba Anauger 1 23000 23000

Filtro 3P VF1 1 22000 22000

Tubulaccedilotildees 7000 7000

Disjuntor 1 1310 1310

Escavaccedilatildeo Msup3 3666 128310

Matildeo de Obra 1 58574 58574

Energia 054 054

Total 13 727154 1843978

Observaccedilatildeo Pelo fato desse estudo se tratar de um modelo de implantaccedilatildeo

o custo das tubulaccedilotildees vai variar de acordo com a demanda necessitada pelo

preacutedio portanto podendo variar de acordo com o projeto implantado Para este

estudo seraacute adotado o valor de R$ 7000

Observaccedilatildeo Pelo fato desse trabalho tratar-se de um modelo de

implantaccedilatildeo o custo da energia pode variar de acordo com a demanda necessitada

pelo preacutedio portanto podendo variar de acordo com o uso da bomba Para este

estudo seraacute adotado o valor de R$ 054 que eacute o valor do KwH cobrado pela CEB

Segundo Saravy (2010 p 46) haacute tambeacutem um custo para manutenccedilatildeo do

sistema conforme a tabela a seguir

Tabela 07 Preccedilo de Manutenccedilatildeo do Sistema de Captaccedilatildeo

Com esses dados podemos ver o valor total final a ser pago pelo

sistema de captaccedilatildeo que eacute de R$ 1889978

36 ndash Taxas e valores cobrados para utilizaccedilatildeo de aacutegua

Segundo a Companhia de Saneamento Ambiental do Distrito Federal (CAESB)

quando vaacuterias residecircncias satildeo atendidas por uma uacutenica ligaccedilatildeo de aacutegua eacute aplicado o

conceito de consumo ldquoPara exemplificar podemos citar um preacutedio residencial onde

cada apartamento corresponde a uma unidade de consumordquo (CAESB) Contudo o

caacutelculo de gastos seraacute realizado primeiro em um apartamento e posteriormente

multiplicado pelo total de apartamentos do preacutedio uma vez que os preacutedios

residecircncias da Asa Norte pagam a conta de aacutegua atraveacutes do condomiacutenio O preacutedio

Componente Frequecircncia da Manutenccedilatildeo

Custo da Manutenccedilatildeo

Calhas e Condutores

Semestral R$ 13000

Reservatoacuterio Limpeza e

Desinfecccedilatildeo Anual

R$ 20000

desse estudo apresenta um hidrocircmetro que mede o consumo de aacutegua para o todo o

preacutedio

Eacute de suma importacircncia destacar tambeacutem que haacute uma taxa de esgoto que eacute

cobrada pela CAESB consequentemente ldquoo valor da tarifa de esgotos corresponde

a 100 do valor da tarifa de aacutegua exceto quando se tratar de coleta do tipo

condominial que equivale a 60 do valor da tarifa de aacuteguardquo (CAESB)

Deste modo a CAESB utiliza tarifas para diversas categorias de moradia e

comeacutercio e neste estudo seraacute aplicada a tarifa de ldquoresidencial normalrdquo em

concordacircncia com a tabela a seguir

Tabela 08 Valor da Tarifa Cobrado pela CAESB

Para melhor compreensatildeo do caacutelculo que a CAESB faz temos uma conta do

condomiacutenio do preacutedio da Superquadra 111 Norte

Figura 04 Conta Discriminada do Condomiacutenio

Fonte Condomiacutenio do Preacutedio

O caacutelculo feito pela CAESB consiste primeiramente em saber a demanda de

aacutegua gasta em metros cuacutebicos por Unidade de Consumo ndash apartamento ndash para

saber qual faixa ldquomsup3rdquo eacute aplicada Apoacutes saber qual a faixa ldquomsup3rdquo que se enquadra eacute

atribuiacutedo o volume por UC (em msup3) em sequecircncia multiplica-se o volume por UC ou

volume da faixa pelo nuacutemero de UCrsquos correspondente para se obter o volume total

gasto (em msup3) Tendo o volume total gasto basta multiplicar pelo preccedilo corresponde

agrave faixa a qual se encaixa o consumo e assim obtendo o valor total a pagar A partir

do momento que se tem o valor total a pagar eacute necessaacuterio acrescer 100 do valor

para cobrir a tarifa de esgoto conforme a figura

Partindo desses dados podemos calcular por apartamento quanto eacute cobrado

pela CAESB a partir dos dados apresentados no capiacutetulo 34

119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119886119901119886119903119905119886119898119890119899119905119900 = 33119901 times 66119871 ~ 217119871

119863119894119886

119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119886119901119886119903119905119886119898119890119899119905119900 119886119900 119898ecirc119904 = 217119871119889119894119886 times 30119863119894119886119904 = 6510119871 119900119906 65101198983

Com base nesses dados temos que calcular o volume total de descarga em

sanitaacuterios que o preacutedio consome com a seguinte foacutermula

119881119879 = 119881119865 times 119873ordm 119889119890 119880119862prime119904

119881119879 = 10119898sup3 times 36 = 360119898sup3

Em que ldquoVTrdquo corresponde ao volume total do preacutedio ldquoVFrdquo ao volume da faixa

que eacute estipulado pela CAESB e ldquoUCrsquosrdquo satildeo as unidades de consumo que eacute correlato

ao nuacutemero de apartamentos existente

Portanto o total a se pagar em um mecircs eacute calculado da seguinte forma

119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 119881119879 times 119879119886119903119894119891119886 119889119890 aacute119892119906119886 + 119879119886119903119894119891119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900

119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 360119898sup3 times 119877$ 265 + 119879119886119903119894119891119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900

119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 954 + 119877$ 954 = 119877$ 1908

Em 7 meses seriam pagos em descarga

119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 1908 times 7 119872119890119904119890119904 = 119877$ 13356

37 ndash Caacutelculos de economia e retorno de investimento para um sistema

fechado

Conforme exposto por L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental p 15)

ldquopara o caacutelculo da economia da taxa de aacutegua multiplica-se o valor do msup3 (valor

cobrado por msup3 do responsaacutevel pelo fornecimento de aacutegua na cidade []) pelo

volume captado e entatildeo obtecircm-se o valor economizado por ano na taxa de aacuteguardquo

Recapitulando que para esse estudo seraacute utilizado o meacutetodo praacutetico brasieliro

devido aos meses de seca ou pouca chuva

Sendo assim

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119881119886119897119900119903 119889119900 1198983 times 119881119900119897119906119898119890 119888119886119901119905119886119889119900

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 265 times 314061198983

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 8322

Essa economia de R$ 8322 eacute para um mecircs de chuva para o preacutedio todo

sendo assim para os 7 meses de chuva tem-se

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119890 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 8322 times 7 119898119890119904119890119904 = 119877$ 58254

Ainda segundo L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental p 16) para o

caacutelculo da economia referente ao esgoto eacute necessaacuterio multiplicar o valor do msup3 pelo

volume captado e por 08 uma vez que considera-se 20 de perda ou seja para

cada 1 litro de aacutegua que chega na residecircncia eacute cobrado 08 litros para o tratamento

do esgoto

Portanto tem-se

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119881119886119897119900119903 119889119900 1198983 times 119881119900119897119906119898119890 119888119886119901119905119886119889119900 times 08

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900 = 119877$ 265 times 314061198983 times 08

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 6658

Esse valor encontrado de R$ 6658 corresponde a um mecircs de chuva para o

preacutedio sendo assim o total economizado pelo preacutedio em 7 meses eacute de

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119890 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 6658 times 7 119898119890119904119890119904 = 119877$ 46606

ldquoPara o caacutelculo do retorno do investimento divide-se o valor investido pela

economia anual com a implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo e reaproveitamento da

aacutegua pluvialrdquo L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental p 16)

Portanto para 7 meses de chuva tem-se o seguinte

119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 =119881119886119897119900119903 119894119899119907119890119904119905119894119889119900

119864119888119900119899119900119898119894119886 (7119898119890119904119890119904)

119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 = 119877$ 1843924

119877$ 58254 + 119877$ 46606

119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 = 119877$ 1843924

119877$ 9446

119877119890119905119900119903119899119900

119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900= 1952 119886119899119900119904

38 ndash Caacutelculos de dimensionamento para um sistema com fluxo

Os caacutelculos apresentados no subitem anterior satildeo relativos a um sistema

o qual natildeo adota a possibilidade de fluxo dentro do reservatoacuterio Quando se

fala em fluxo temos que considerar que ao mesmo tempo em que o preacutedio

utiliza aacutegua do reservatoacuterio de aacutegua pluvial o mesmo vai enchendo com aacutegua

pluvial Portanto haacute um ciclo no qual o preacutedio demanda aacutegua do reservatoacuterio e

o mesmo vai enchendo conforme chove no local

Sabendo que a meacutedia mensal eacute de 1399msup3 eacute preciso multiplicar isso

por 12 para se obter o quanto choveu em 2014 Sendo assim

119879119900119905119886119897 119886119900 119886119899119900 = 1399119898119898 times 12 119898119890119904119890119904

119879119900119905119886119897 119886119900 119886119899119900 = 16788119898119898

Mas como foi visto o periacuteodo chuvoso eacute de 7 meses entatildeo temos

119875119903119890119888119894119901119894119905119886ccedilatilde119900 119901119886119903119886 7 119898119890119904119890119904 = 16788119898119898 divide 7 = 2398119898119898

Com isso eacute necessaacuterio realizar o caacutelculo da meacutedia de captaccedilatildeo de aacutegua

por mecircs para a aacuterea de 1069msup2

119872119890119889119894119886 119889119890 119862119886119901119905119886ccedilatilde119900 = 2398119898119898 times 1069119898sup2

119872eacute119889119894119886 119889119890 119862119886119901119905119886ccedilatilde119900 = 256346119871 119900119906 256346119898sup3

Ao considerar o valor obtido temos que realizar o quanto seria captado

diariamente

119872eacute119889119894119886 119889119894aacute119903119894119886 = 256346119898sup3 divide 30 119889119894119886119904 = 85119898sup3119889119894119886

A partir desses caacutelculos podemos realizar a seguinte comparaccedilatildeo O

preacutedio consome cerca de 78msup3 ao dia de aacutegua para descarga de vasos sanitaacuterios

enquanto a meacutedia diaacuteria de captaccedilatildeo eacute de 85msup3 por conseguinte temos um fluxo

positivo de aacutegua para o reservatoacuterio de 067msup3dia nos dias chuvosos

Se colocarmos um reservatoacuterio de 35msup3 sem nenhuma aacutegua

armazenada poderemos constatar que o reservatoacuterio iria encher por completo em

cerca de 53 dias conforme o caacutelculo a seguir

351198983 = 0671198983 times 119909 119889119894119886119904

119909 119889119894119886119904 = 35119898sup3 divide 067119898sup3 = 5223 119889119894119886119904

Analisando esses dados temos que a partir do 54ordm dia o reservatoacuterio

estaria completamente cheio e no restante dos 156 dias que teriacuteamos de chuva

esses 067msup3 seriam de certa forma desperdiccedilados uma vez que esse fluxo de

067msup3 ao final dos 7 meses gerariam cerca de 1407msup3 enquanto o reservatoacuterio tem

a capacidade de 35msup3 conforme o caacutelculo a seguir

119875119900119905119890119899119888119894119886119897 = 067119898sup3 times 156 119889119894119886119904 = 1045119898sup3

Se considerarmos esse fluxo positivo de 067msup3dia temos que ao final

dos 210 dias (7meses) seria possiacutevel armazenar 1407 msup3 de aacutegua Com um

reservatoacuterio de 35msup3 1057msup3 estariam sendo escoados para fora do reservatoacuterio

Portanto o ideal seria um reservatoacuterio que se aproxime de 1407msup3 para que ao

final dos 7 meses toda aacutegua possiacutevel fosse armazenada no entanto o reservatoacuterio

deveria ser de 145msup3

Devemos considerar ainda que ao final dos 7 meses o reservatoacuterio

estaria cheio no periacuteodo de seca conseguiria abastecer o preacutedio de acordo com a

demanda do preacutedio sendo assim

119880119905119894119897119894119911119886ccedilatilde119900 119899119886 119904119890119888119886 = 119879119900119905119886119897 119889119900 119903119890119904119890119903119907119886119905oacute119903119894119900 divide 119863119890119898119886119899119889119886 119889119894aacute119903119894119886

119880119905119894119897119894119911119886ccedilatilde119900 119899119886 119904119890119888119886 = 1451198983 divide 781198983119889119894119886

119880119905119894119897119894119911119886ccedilatilde119900 119899119886 119904119890119888119886 = 1858 119889119894119886119904

381 ndash Custo de implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo com fluxo em um

preacutedio

Na implantaccedilatildeo desse sistema os materiais utilizados teratildeo como base

as estimativas que foram apresentadas no subitem anterior e para aumentar a

eficiecircncia do sistema o volume de 1400007L seraacute arredondado para

145000L

Devido ao tamanho do reservatoacuterio eacute de se esperar que o reservatoacuterio

natildeo seja instalado em cima do preacutedio uma vez que a estrutura do preacutedio natildeo

conseguiria suportar o peso que o reservatoacuterio faria sobre o telhado

consequentemente o reservatoacuterio deveraacute ser instalado no jardim do preacutedio que

iraacute gerar um custo a mais por conta da escavaccedilatildeo

Os valores de alguns dos materiais apresentados a seguir seguem os

dos apresentados no trabalho de L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental

p 18) apenas o valor da caixa drsquoaacutegua de 10000L foi obtido atraveacutes de

pesquisas em lojas de construccedilatildeo e assim utilizando a de menor valor

conforme a tabela a seguir Segundo o Saneamento de Goiaacutes SA (SANEAGO)

o custo de escavaccedilatildeo eacute calculado a partir do total de msup3 aleacutem de 3m de

profundidade

Tabela 09 Preccedilo dos Produtos do Sistema de Captaccedilatildeo com Fluxo

Observaccedilatildeo Pelo fato desse estudo se tratar de um modelo de implantaccedilatildeo

o custo das tubulaccedilotildees vai variar de acordo com a demanda necessitada pelo

preacutedio portanto podendo variar de acordo com o projeto implantado Para este

estudo seraacute adotado o valor de R$ 7000

Observaccedilatildeo Pelo fato desse trabalho tratar-se de um modelo de

implantaccedilatildeo o custo da energia pode variar de acordo com a demanda necessitada

pelo preacutedio portanto podendo variar de acordo com o uso da bomba Para este

estudo seraacute adotado o valor de R$ 054 que eacute o valor do KwH cobrado pela CEB

Produto Quantidade Valor unitaacuterio (R$) Valor total (R$)

Cx Daacutegua 10000L 14 496090 6945260

Cx Daacutegua 5000L 1 108000 108000

Boacuteia Eleacutetrica 1 2750 2750

Boacuteia Comum 1 1220 1220

Registro de Gaveta

1 3490 3490

Bomba Anauger 1 23000 23000

Filtro 3P VF1 1 22000 22000

Tubulaccedilotildees 7000 7000

Disjuntor 1 1310 1310

Escavaccedilatildeo Msup3 3666 53157

Matildeo de Obra 1 58574 58574

Energia 054 054

Total 13 727154 7704228

382 ndash Caacutelculos de economia e retorno de investimento para um sistema

com fluxo

Partindo dos dados apresentados podemos calcular por apartamento quanto eacute

cobrado pela CAESB a partir dos dados apresentados no capiacutetulo 34

119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119886119901119886119903119905119886119898119890119899119905119900 = 33119901 times 66119871 ~ 217119871

119863119894119886

119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119886119901119886119903119905119886119898119890119899119905119900 119886119900 119898ecirc119904 = 217119871119889119894119886 times 30119863119894119886119904 = 6510119871 119900119906 65101198983

Em que ldquoVTrdquo corresponde ao volume total do preacutedio ldquoVFrdquo ao volume da faixa

que eacute estipulado pela CAESB e ldquoUCrsquosrdquo satildeo as unidades de consumo que eacute correlato

ao nuacutemero de apartamentos existente

Portanto o total a se pagar em um mecircs eacute calculado da seguinte forma

119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 119881119879 times 119879119886119903119894119891119886 119889119890 aacute119892119906119886 + 119879119886119903119894119891119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900

119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 360119898sup3 times 119877$ 265 + 119879119886119903119894119891119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900

119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 954 + 119877$ 954 = 119877$ 1908

Retomando o caacutelculo exposto por L Pereira (Viabilidade

EconocircmicoAmbiental p 15) no subitem anterior temos que o caacutelculo da CAESB

seria feito da seguinte maneira

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119881119886119897119900119903 119889119900 1198983 times 119881119900119897119906119898119890 119888119886119901119905119886119889119900

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 265 times 1451198983

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 38425

Esse caacutelculo eacute equivalente a um mecircs de captaccedilatildeo para os 7 meses

teremos o seguinte

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119890 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 38425 times 7 119898119890119904119890119904 = 119877$ 268975

Conforme foi visto para o caacutelculo da economia de esgoto eacute necessaacuterio

multiplicar o valor do msup3 pelo volume captado e por 08 uma vez que considera-se

20 de perda ou seja para cada 1 litro de aacutegua que chega na residecircncia eacute cobrado

08 litros para o tratamento do esgoto Portanto para um mecircs segue-se

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119881119886119897119900119903 119889119900 1198983 times 119881119900119897119906119898119890 119888119886119901119905119886119889119900 times 08

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900 = 119877$ 265 times 1451198983 times 08

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 3074

ldquoPara o caacutelculo do retorno do investimento divide-se o valor investido pela

economia anual com a implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo e reaproveitamento da

aacutegua pluvialrdquo L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental p 16)

Portanto para 7 meses de chuva tem-se o seguinte

119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 =119881119886119897119900119903 119894119899119907119890119904119905119894119889119900

119864119888119900119899119900119898119894119886 (7119898119890119904119890119904)

119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 = 119877$ 17704228

119877$ 268975 + 119877$ 21518

119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 = 119877$ 7704228

119877$ 484155

119877119890119905119900119903119899119900

119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900= 1591119886119899119900119904

4 ndash Conclusatildeo e Consideraccedilotildees Finais

De acordo com o que foi exposto temos que a implantaccedilatildeo do sistema de

captaccedilatildeo para o aproveitamento de aacuteguas pluviais eacute uma oacutetima alternativa para

substituiccedilatildeo da ldquoaacutegua cinzardquo possibilitando tambeacutem um destino mais correto do

ponto de vista ambiental para a aacutegua que se tornaria esgoto Como eacute de

conhecimento este tipo de meacutetodo eacute utilizado em diversas regiotildees natildeo somente

aquelas que sofrem com escassez de aacutegua

Mesmo sabendo que o Brasil possui um grande potencial hiacutedrico observamos

que uma parcela da populaccedilatildeo natildeo tem consciecircncia quanto ao gasto de aacutegua

gerando um grande desperdiacutecio de forma desnecessaacuteria Portanto partindo de um

pensamento racional um sistema de captaccedilatildeo seria viaacutevel para o aproveitamento da

aacutegua para fins de consumo domeacutestico mais precisamente ldquoaacutegua cinzardquo

Considerando os caacutelculos apresentados a partir da taxa de precipitaccedilatildeo meacutedia

em Brasiacutelia a criaccedilatildeo de um sistema de captaccedilatildeo pluvial predial traz benefiacutecios

econocircmicos e ambientais O projeto torna-se viaacutevel economicamente pois desde

que se faccedila a manutenccedilatildeo de forma adequada do sistema este teraacute uma vida uacutetil

longa e considerando que se obteacutem o retorno do investimento em aproximadamente

16 anos para um sistema com fluxo apoacutes este periacuteodo o sistema passa a ser

lucrativo para o preacutedio que implanta pois o custo eacute dividido no condomiacutenio dentre os

moradores do preacutedio

Analisando do ponto de vista ambiental o desenvolvimento urbano de Brasiacutelia

ocasionou em superfiacutecies impermeaacuteveis dificultando a absorccedilatildeo de aacuteguas pluviais

pelo solo e juntamente com o sistema de redes pluviais e o sistema de drenagem

ultrapassados os alagamentos e enchentes tecircm se tornado constante quando

ocorrem chuvas anormais Com as estimativas feitas neste trabalho eacute possiacutevel que

tais transtornos hiacutedricos urbanos possam ser amenizados a partir da implantaccedilatildeo do

sistema sem que afete o ciclo hidroloacutegico natural Logicamente essa natildeo eacute a

soluccedilatildeo uma vez que ela deve ser apenas um complemento agrave poliacuteticas publicas

poliacuteticas de incentivo entre outras medidas de cunho sustentaacutevel

Em vista disso a implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo e aproveitamento de

aacuteguas pluviais acarretaria em uma significativa melhora ambiental atraveacutes da

substituiccedilatildeo de uma parcela da aacutegua fornecida pela CAESB e possivelmente

mitigando os transtornos hiacutedricos urbanos se aplicado em larga escala

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2 ndash Sustentabilidade desenvolvimento sustentaacutevel e a sua

importacircncia

Inicio esse capiacutetulo com uma frase de Nascimento (2012 p 57) em que

se queremos sugerir uma sustentabilidade para toda a sociedade eacute necessaacuterio

que tenhamos uma ldquolinha transversal a eacutetica solidaacuteria com os excluiacutedos de hoje

para que natildeo haja excluiacutedos amanhatilderdquo

Por que a sustentabilidade eacute algo importante para noacutes Eacute necessaacuterio

que seja de conhecimento geral de que estamos ameaccedilados em todos os

aspectos ligados agrave utilizaccedilatildeo de recursos naturais e aproveitamento dos

mesmos Portanto haacute uma conexatildeo direta ao desenvolvimento sustentaacutevel

Nascimento (2012 p 58) ainda aponta que ldquoateacute meados do seacuteculo XX a

humanidade temia basicamente duas grandes extinccedilotildees ndash uma externa

(choque de um grande meteorito como aparentemente ocorreu haacute 65 milhotildees

de anos extinguindo os dinossauros) e outra interna (o advento de uma

epidemia desconhecida e incontrolaacutevel) Em meados do seacuteculo passado foi

acrescida mais uma ameaccedila provinda dos proacuteprios seres humanos a bomba

atocircmica O seu poder de destruiccedilatildeo ficou evidente com as explosotildees de

Hiroshima e Nagasakirdquo Sendo assim eacute perceptiacutevel que o estilo de vida de alta

produccedilatildeo e consumo vigente nos leva a crer que um desastre eacute cada vez mais

plausiacutevel

ldquoQue a economia estaacute em um conflito com os sistemas naturais do

planeta eacute uma evidecircncia que ressalta das informaccedilotildees cotidianas sobre o

desaparecimento das zonas de pesca reduccedilatildeo das florestas a erosatildeo do

solo e o desaparecimento de espeacuteciesrdquo (Nascimento 2012 p 58 apud

Brown 2003 p14) Portanto a crise ambiental aponta um desgaste das

condiccedilotildees ldquonormaisrdquo de vida no planeta Terra Segundo Nascimento (2012 p

58) ldquo[] eacute possiacutevel caso o cenaacuterio mais pessimista do aquecimento global

venha a se confirmar que uma nova possibilidade de auto extinccedilatildeo seja criada

no final desse seacuteculordquo Desta forma o atual modelo de vida natildeo deteriora

apenas o meio ambiente tambeacutem prejudica a vida humana e para que sejam

reduzidos esses transtornos agrave vida humana eacute preciso que iniciativas e

alternativas sejam criadas por meio de inovaccedilotildees tecnoloacutegicas para que haja

uma saiacuteda

ldquoA crise ambiental assumiu contornos mais graves com a percepccedilatildeo da

responsabilidade antroacutepica do aquecimento global e a dinacircmica de ascensatildeo

de um contingente humano mais significativo no mercado de consumordquo

(Nascimento 2012 p 61) Quando a crise ambiental se tornou algo de suma

importacircncia Quando como e por que a sustentabilidade e o desenvolvimento

sustentaacutevel se tornaram relevantes para o combate agrave crise ambiental Eacute

necessaacuterio compreender que a sustentabilidade possui dois vieses quando

relacionada agrave sua origem Uma de suas origens tem base na biologia mais

precisamente na ecologia a qual atribui o conceito de resiliecircncia ndash capacidade

de recuperaccedilatildeo e reproduccedilatildeo dos ecossistemas ndash perante as degradaccedilotildees

antroacutepicas com o uso exacerbado dos recursos naturais Ainda relacionado agrave

ecologia haacute as causas naturais como terremotos fogo tsunamis pragas

entre outros O outro vieacutes de origem da sustentabilidade adveacutem da economia

como o adjetivo do desenvolvimento diante da visibilidade que ganhou ao

longo do seacuteculo XX referente ao padratildeo de consumo desenvolvido ao redor do

mundo (Nascimento 2012 p 51)

Segundo Nascimento a ideia de sustentabilidade como enfoque

mundial tem origem na deacutecada de 1950 O surgimento e a importacircncia desse

termo ocorrem devido a um risco ambiental global a poluiccedilatildeo nuclear ldquoOs seus

indiacutecios alertaram os seres humanos de que estamos em uma nave comum e

que problemas ambientais natildeo estatildeo restritos a territoacuterios limitadosrdquo

(Nascimento 2012 p 2) Segundo Nascimento (2012 p 52 apud Machado

2005) ldquoA ocorrecircncia de chuvas radiativas a milhares de quilocircmetros dos locais

de realizaccedilatildeo dos testes acendeu um caloroso debate no seio da comunidade

cientiacuteficardquo Na deacutecada de 1960 houve outro fato importante que implicou na

questatildeo da percepccedilatildeo da crise ambiental dando importacircncia a

sustentabilidade devido ao uso de inseticidas e pesticidas quiacutemicos e

transtornos causados por esses apontados por Rachel Carson em seu livro

intitulado de ldquoPrimavera Silenciosardquo ndash Silent Spring

Ainda na deacutecada de 60 as chuvas aacutecidas recorrentes nos paiacuteses

noacuterdicos levaram a Sueacutecia junto ao Conselho Econocircmico e Social das Naccedilotildees

Unidas (ECOSOC) a propor a realizaccedilatildeo de uma conferecircncia para tratar de um

acordo internacional para uma possiacutevel reduccedilatildeo na emissatildeo dos gases

responsaacuteveis por tal transtorno Com isso ocorreu a Conferecircncia de

Estocolmo em 1972 colocando em evidecircncia os paiacuteses subdesenvolvidos e

desenvolvidos da eacutepoca A princiacutepio as preocupaccedilotildees natildeo eram nem um

pouco igualitaacuterias jaacute que os paiacuteses desenvolvidos estavam atentos agrave

degradaccedilatildeo ambiental que afetavam sua qualidade de vida enquanto os

paiacuteses subdesenvolvidos estavam preocupados em natildeo sofrerem sanccedilotildees

comerciais e apresentarem um retardo em seu desenvolvimento uma vez que

naquela eacutepoca os problemas ambientais eram associados ao crescimento

econocircmico dos paiacuteses de terceiro mundo Nessa conferecircncia ficou exposto

que os paiacuteses desenvolvidos defendiam a proteccedilatildeo do meio ambiente como

principal foco e os paiacuteses em desenvolvimento focavam no combate agrave

pobreza

Para melhor esclarecer Nascimento expotildee a partir do documento ldquoOnly

One Earthrdquo (Ward amp Dubos 1973) ldquo[] O problema ambiental como decorrente

de externalidades econocircmicas proacuteprias do excesso de desenvolvimento

(tecnologia agressiva e consumo excessivo) de um lado e de sua falta

(crescimento demograacutefico e baixo PIB per capita) de outro Posta dessa forma

a questatildeo ambiental deixava de ficar restrita ao meio natural e adentrava o

espaccedilo socialrdquo Contemporacircneo a isso temos o relatoacuterio do Clube de Roma ndash

Limits to Growth (Meadows et al 1972) que propunha uma reduccedilatildeo do

desenvolvimento industrial nos paiacuteses desenvolvidos e uma contenccedilatildeo no

crescimento populacional nos paiacuteses subdesenvolvidos juntamente com o

apoio daqueles aos subdesenvolvidos para que pudessem crescer

economicamente A partir desses eventos os governos se conscientizaram e

criaram agecircncias que tratassem das questotildees ambientais para que pudessem

juntar dados ambientais jaacute que na eacutepoca careciam de tais informaccedilotildees

No Brasil foi criada a Secretaria Especial do Meio Ambiente (SEMA) em

1973 enquanto nos EUA jaacute existia a Environmental Protection Agency (EPA)

desde 1970

Dez anos apoacutes a Conferecircncia de Estocolmo uma anaacutelise dos resultados

foi feita pela ONU e mostrou que o resultado estabelecido deixou a desejar e

que os esforccedilos realizados foram inferiores Em decorrecircncia desse mal

desempenho foi formada a Comissatildeo Mundial sobre Meio Ambiente e

Desenvolvimento (CMMAD) presidida por Gro Harlen Brundtland responsaacutevel

pelo relatoacuterio ldquoNosso Futuro Comumrdquo ndash Our Common Future ndash que tinha como

principal proposta a criaccedilatildeo de uma agenda global para focar em uma

mudanccedila consideraacutevel Esse estudo obteve informaccedilotildees durante trecircs anos a

partir de pesquisas e anaacutelises com enfoque na parte social Segundo Barbosa

(2008 p2) as informaccedilotildees colhidas do relatoacuterio com base nas questotildees

sociais referiam-se ldquoao uso da terra sua ocupaccedilatildeo suprimento de aacutegua abrigo

e serviccedilos sociais educativos e sanitaacuterios aleacutem de administraccedilatildeo do

crescimento urbanordquo

Tal relatoacuterio foi responsaacutevel pela criaccedilatildeo do termo ldquoDesenvolvimento

Sustentaacutevelrdquo que ldquoconsistiu o maior esforccedilo entatildeo conhecido para conciliar a

preservaccedilatildeo do meio ambiente com o desenvolvimento econocircmicordquo

(Nascimento 2012 p 54) Uma definiccedilatildeo baacutesica do que eacute DS eacute exposta por

Nascimento (2012 p 58 apud Lenzi 2006) ldquoDesenvolvimento sustentaacutevel eacute o

desenvolvimento que satisfaz as necessidades do presente sem comprometer

a capacidade das geraccedilotildees futuras em satisfazer suas proacuteprias necessidadesrdquo

Estender e Pitta (O Conceito do Desenvolvimento Sustentaacutevel apud Camargo

2003 p 43) tambeacutem fazem citaccedilatildeo agrave outra definiccedilatildeo apontada no relatoacuterio

ldquoEm essecircncia o desenvolvimento sustentaacutevel eacute um

processo de transformaccedilatildeo no qual a exploraccedilatildeo dos

recursos a direccedilatildeo dos investimentos a orientaccedilatildeo

do desenvolvimento tecnoloacutegico e a mudanccedila

institucional se harmonizam e reforccedilam o potencial

presente e futuro a fim de atender agraves necessidades

e aspiraccedilotildees humanasrdquo

Nascimento (2012 p 54) aponta que ldquoA forccedila e a fraqueza dessa

definiccedilatildeo encontram-se justamente nessa foacutermula vaga pois deixam-se em

aberto quais seriam as necessidades humanas atuais e mais ainda as das

geraccedilotildees futurasrdquo

Segundo Barbosa (2008) o relatoacuterio faz consideraccedilotildees agraves questotildees

urbanas no qual as cidades em seu desenvolvimento devem contemplar as

necessidades baacutesicas de toda a populaccedilatildeo e conceder oportunidades de

melhora na qualidade de vida de todos buscando alcanccedilar uma equidade na

sociedade por meio de processos democraacuteticos para que haja um

desenvolvimento urbano adequado Ainda com referecircncia ao relatoacuterio haacute ldquoa

necessidade de descentralizaccedilatildeo das aplicaccedilotildees de recursos financeiros e

humanos e a necessidade do poder poliacutetico favorecer as cidades em sua

escala localrdquo (Barbosa 2008 p 2) Quanto agrave questatildeo do uso de recursos

naturais foi avaliada no relatoacuterio a capacidade de resiliecircncia da biosfera os

efeitos e as possiacuteveis consequecircncias causadas pela accedilatildeo antroacutepica apontando

ainda que a pobreza pode ser considerada como um problema ambiental e que

a tentativa de erradicar a mesma pode ser a base para a busca da

sustentabilidade Com essa contribuiccedilatildeo na mudanccedila do modo de perceber as

necessidades urbanas o relatoacuterio apresentou trecircs princiacutepios baacutesicos ou

aspectos que deveriam ser cumpridos ndash proteccedilatildeo ambiental equidade social e

o desenvolvimento econocircmico ndash e que seratildeo expostos mais adiante

Apesar de todos esses pontos levantados o relatoacuterio Brundtland

recebeu vaacuterias criacuteticas pelo fato de acusar a pobreza e o descontrole do

crescimento populacional nos paiacuteses subdesenvolvidos como a fonte principal

dos problemas ambientais e da insustentabilidade do planeta e de colocar em

segundo plano a poluiccedilatildeo causada ateacute a data de publicaccedilatildeo do relatoacuterio pelos

paiacuteses desenvolvidos

Em 1986 foi realizada a conferecircncia de Ottawa ndash Carta de Ottawa 1986

ndash na qual foram estabelecidas cinco condiccedilotildees para que se tentasse alcanccedilar o

desenvolvimento sustentaacutevel entre elas a manutenccedilatildeo da integraccedilatildeo

ecoloacutegica a satisfaccedilatildeo das necessidades baacutesicas humanas a provisatildeo da

autodeterminaccedilatildeo social e da diversidade cultural a integraccedilatildeo da conservaccedilatildeo

e do desenvolvimento e o alcance de equidade e justiccedila social Para a

CMMAD as condiccedilotildees que procedem do conceito de desenvolvimento

sustentaacutevel estatildeo associadas ao processo de urbanizaccedilatildeo e do crescimento da

cidade e tem como finalidade o uso adequado dos recursos naturais Em face

disto satildeo expostos alguns objetivos mudanccedila de qualidade do crescimento

crescimento renovaacutevel satisfaccedilatildeo das necessidades essenciais por emprego

aacutegua energia alimento e saneamento baacutesico garantia de um niacutevel sustentaacutevel

da populaccedilatildeo conservaccedilatildeo da base de recursos reorientaccedilatildeo da tecnologia e

do gerenciamento de risco e reorientaccedilatildeo das relaccedilotildees econocircmicas

internacionais (CMMAD 1988 1991)

Postumamente foi realizada a Assembleia das Naccedilotildees Unidas a qual

aprovou a Conferecircncia das Naccedilotildees Unidas para o Meio Ambiente e o

Desenvolvimento (CNUMAD) ocorrida em 1992 e ficou conhecida como Rio-

92 A Rio-92 teve maior visibilidade graccedilas agrave criaccedilatildeo da Convenccedilatildeo da

Biodiversidade e das Mudanccedilas Climaacuteticas ndash que posteriormente resultou na

criaccedilatildeo do Protocolo de Kyoto ndash da Agenda 21 e da Declaraccedilatildeo do Rio Essa

uacuteltima segue os mesmos padrotildees expostos na Conferecircncia de Estocolmo

citada anteriormente interligando o desenvolvimento econocircmico com o meio

ambiente atraveacutes de uma gestatildeo consciente dos recursos naturais sem

comprometer o modelo econocircmico vigente

Em decorrecircncia desses acontecimentos tornou-se de faacutecil entendimento

que o desenvolvimento sustentaacutevel eacute composto por trecircs aspectos ambiental

econocircmico e social Outros autores como Ignacy Sachs consideram ainda

outras variaacuteveis relevantes para o entendimento do DS como sustentabilidade

ecoloacutegica e poliacutetica

Figura 1 Tripeacute da Sustentabilidade

Fonte Nicholas Gimenes (2012)

Com base nesses trecircs aspectos apontados chegamos ao conhecido

Triple Bottom Line ndash ldquoTripeacute da Sustentabilidaderdquo No tripeacute da sustentabilidade

satildeo expostos o aspecto ambiental que tem como base a produccedilatildeo e o

consumo de tal forma que possa garantir que os ecossistemas natildeo sofram

problemas quanto a sua capacidade de resiliecircncia o aspecto econocircmico que

assume a denominada ecoeficiecircncia a qual incentiva a inovaccedilatildeo tecnoloacutegica

para tentar mitigar alguns dos problemas ambientais e ampliar a

desmaterializaccedilatildeo da economia e o uacuteltimo aspecto o social o qual supotildee que

a populaccedilatildeo de uma determinada sociedade tenha o miacutenimo necessaacuterio para

uma condiccedilatildeo de vida aceitaacutevel buscando erradicar a desigualdade social

Segundo Nascimento existem diversas definiccedilotildees desses trecircs aspectos mas

essas apontadas satildeo as mais recorrentes e de simples entendimento Natildeo

podemos esquecer que assim como eacute apontado por Ignacy Sachs e outros

autores outros aspectos para a definiccedilatildeo do DS devem ser levados em

consideraccedilatildeo em especial a cultura Apesar de natildeo ser citada como base do

ldquotripeacuterdquo a cultura eacute importante em qualquer sociedade quando relacionada ao

meio ambiente pois eacute ela quem dita o comportamento da populaccedilatildeo O Brasil

sofre com questotildees ambientais muitas das vezes por falta de instruccedilatildeo da

populaccedilatildeo que natildeo tem conhecimento do quatildeo impactante pode ser sua accedilatildeo

Deste modo quando se trata de questotildees ambientais eacute necessaacuterio que se

tenha uma mudanccedila natildeo repentina e sim gradativa nos padrotildees de consumo

no estilo de vida e na educaccedilatildeo ambiental

Retomando os conceitos de DS e sustentabilidade temos uma definiccedilatildeo

de Clovis Cavalcanti em que sustentabilidade ldquosignifica a possibilidade de se

obterem continuamente condiccedilotildees iguais ou superiores de vida para um grupo

de pessoas e seus sucessores em dado ecossistemardquo (Cavalcanti 2003)

Analisando essa definiccedilatildeo proposta por Cavalcanti vemos que se assemelha

do que foi exposto por Gro Harlen Brundtland em seu relatoacuterio Como jaacute foi

mencionado para Sachs o ldquoTriple Bottom Linerdquo ndash Tripeacute da Sustentabilidade ndash

possui cinco vertentes da sustentabilidade que satildeo a ldquosustentabilidade

ecoloacutegica refere-se a fiacutesica do processo de crescimento e tem como objetivo a

manutenccedilatildeo de estoques dos recursos naturais incorporados as atividades

produtivas a sustentabilidade ambiental que refere-se agrave manutenccedilatildeo da

capacidade de sustentaccedilatildeo dos ecossistemas o que implica a capacidade de

absorccedilatildeo e recomposiccedilatildeo dos ecossistemas em face as agressotildees antroacutepicas

sustentabilidade social que refere-se ao desenvolvimento e tem por algum

objetivo a melhoria da qualidade da vida da populaccedilatildeo Para caso de paiacuteses

com problemas de desigualdade e de inclusatildeo social implica a adoccedilatildeo de

poliacuteticas distributivas e a universalizaccedilatildeo de atendimento a questotildees como

sauacutede educaccedilatildeo habilitaccedilatildeo e seguridade social sustentabilidade poliacutetica

refere-se ao processo de construccedilatildeo da cidadania para garantir a incorporaccedilatildeo

plena dos indiviacuteduos ao processo de desenvolvimento e a sustentabilidade

econocircmica que refere-se a uma gestatildeo eficiente dos recursos em geral e

caracteriza-se pela regularidade de fluxos do investimento puacuteblico e privado

Implica a avaliaccedilatildeo da eficiecircncia por processos macro sociaisrdquo (Sachs 1993

Agenda 21 brasileira)

Barbosa (2008 p 4) faz uma citaccedilatildeo em seu trabalho sobre o livro de

Leila Ferreira ndash ldquoA questatildeo ambiental sustentabilidade e poliacuteticas puacuteblicas no

Brasilrdquo ndash referente ao padratildeo de vida da sociedade em que

ldquoO padratildeo de produccedilatildeo e consumo que

caracteriza o atual estilo de

desenvolvimento tende a consolidar-se

no espaccedilo das cidades e estas se

tornam cada vez mais o foco principal

na definiccedilatildeo de estrateacutegias e poliacuteticas

de desenvolvimentordquo

Sendo assim eacute de fundamental importacircncia que formas alternativas

sustentaacuteveis sejam alcanccediladas para que possam influenciar de forma positiva

na qualidade de vida das cidades e no processo de planejamento urbano Para

Acselrad (1999 p 85) a sustentabilidade urbana eacute definida como ldquoa

capacidade das poliacuteticas urbanas se adaptarem agrave oferta de serviccedilos agrave

qualidade e agrave quantidade das demandas sociais buscando o equiliacutebrio entre as

demandas de serviccedilos urbanos e investimentos em estruturardquo Como o

desenvolvimento sustentaacutevel possui muitos conceitos e definiccedilotildees haacute uma em

especial que se destaca pelo fato de estar relacionada agraves cidades juntamente

com o termo ldquosustentabilidaderdquo exposta por Barbosa (2008 p 4 apud

Satterthwaite 2004) em que

ldquoa resposta agraves necessidades humanas

nas cidades como o miacutenimo ou

nenhuma transferecircncia dos custos da

produccedilatildeo consumo ou lixo para outras

pessoas ou ecossistemas hoje e no

futurordquo

Assim a participaccedilatildeo da sociedade e a diversidade dos interesses que

a mesma possui gera um conflito entre as poliacuteticas puacuteblicas e o

desenvolvimento sustentaacutevel mas nada que natildeo possa ser contornado a partir

da conscientizaccedilatildeo individual dos cidadatildeos Como eacute exposto por Barbosa ldquoeacute

imprescindiacutevel para a sustentabilidade urbana o uso racional dos recursos

naturais a boa forma do ambiente urbano baseado na interaccedilatildeo clima e os

recursos naturais aleacutem das respostas agraves necessidades urbanas com o miacutenimo

de transferecircncia de dejetos e rejeitos para outros ecossistemas atuais e

futurosrdquo (Barbosa 2008 p 9) Em detrimento disso ldquoo desenvolvimento

sustentaacutevel natildeo deve ser apresentado como um slogan poliacuteticordquo (Barbosa

2008 p 10) deve ser apresentado como uma possiacutevel soluccedilatildeo para a

mitigaccedilatildeo dos problemas ambientais encontrados atualmente na sociedade

Portanto a sustentabilidade visa emoldurar novos meios alternativos de

produccedilatildeo distribuiccedilatildeo e consumo dos recursos naturais existentes de forma

mais racional ecologicamente viaacutevel e economicamente eficaz

Ao retratar esses problemas de padrotildees vividos pela sociedade

relacionados ao meio ambiente mais especificamente a utilizaccedilatildeo de recursos

naturais Nascimento (2012 p 58) aponta que ldquohaacute uma quase unanimidade

hoje entre os cientistas de que os recursos naturais natildeo seratildeo suficientes para

fornecer um modo de vida similar ao da classe meacutedia mundial a todos os novos

ingressantes no mercado No entanto eles tecircm tanto direito quanto os que jaacute

participam do mercado consumidorrdquo Mas como podemos contornar tais

problemas e a crise ambiental Atraveacutes da criatividade humana muitas formas

alternativas foram criadas e podem ser inventadas quando se tratam dos

recursos finitos utilizados pelo homem Temos como exemplo a aacutegua sobre a

qual poucos satildeo os estudos apresentados relacionando o aproveitamento de

aacuteguas pluviais e cidades sustentaacuteveis Na maioria das vezes os estudos satildeo

feitos com base em outras necessidades como a dessalinizaccedilatildeo das aacuteguas do

mar para consumo humano Natildeo podemos esquecer que atualmente existem

diversos sistemas de captaccedilatildeo de aacuteguas pluviais para diferentes finalidades

sejam elas para aproveitamento de consumo humano ou natildeo

3 ndash A viabilidade de implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo

pluvial em Brasiacutelia ndash DF

31 ndash Apresentaccedilatildeo de dados

Primeiramente seratildeo apresentados dados sobre a populaccedilatildeo e o

consumo de aacutegua presente nas residecircncias de Brasiacutelia e que seratildeo utilizados

como base para a implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo na Asa Norte

Segundo Ferreira C diretor Superintendente de Atendimento Comercial

(CAC) da Companhia de Saneamento Ambiental do Distrito Federal (CAESB)

ldquoEm Brasiacutelia o consumo meacutedio por habitante eacute de 190 litros de aacutegua por dia o

que resulta em um consumo mensal de 6msup3 por habitanterdquo De acordo com a

ONU cada pessoa necessita de 110 litros por dia para atender as

necessidades de consumo e higiene A Companhia de Saneamento Baacutesico do

Estado de Satildeo Paulo (SABESP 2010) afirma que ldquono Brasil o consumo por

pessoa pode chegar a mais de 200 litrosdiardquo A estimativa da SABESP (2010)

eacute de que 54 litros (27) vatildeo para cozinhar e beber 50 litros (25) para tomar

banho e escovar os dentes 66 litros (33) para descarga de banheiro 24 litros

(12) para lavagem de roupa e 6 litros (3) para outras tarefas como lavagem

de carro por exemplo Segundo dados da CAESB Brasiacutelia (Plano Piloto)

consome cerca de 2757890msup3 por mecircs e que o consumo por habitante eacute de

1381msup3mecircs

Devido ao alto consumo de aacutegua em Brasiacutelia os recorrentes transtornos

hiacutedricos urbanos e a ausecircncia de sistemas captaccedilatildeo pluvial este capiacutetulo traz

um estudo da viabilidade teacutecnica e econocircmica da implantaccedilatildeo de um sistema

em um preacutedio residencial do bairro Asa Norte mais especificamente na

Superquadra 111 Norte Natildeo haacute nenhum estudo realizado que comprove a

frequecircncia dos alagamentos nessa regiatildeo portanto tal quadra foi selecionada

em decorrecircncia de mateacuterias e reportagens que mostram a dificuldade que a

populaccedilatildeo sofre quando haacute uma chuva anormal

Primeiramente eacute necessaacuterio que se tenha uma noccedilatildeo do periacuteodo

chuvoso em Brasiacutelia Segundo o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais

(INPE) Brasiacutelia apresenta um regime de precipitaccedilatildeo bem definido sendo que

a estaccedilatildeo chuvosa tem iniacutecio em Outubro e estende-se ateacute Marccedilo e a estaccedilatildeo

seca ocorre no restante do ano (Abril a Setembro) Ainda segundo o INPE ldquoa

estaccedilatildeo chuvosa eacute causada pelo forte aquecimento da atmosfera na Amazocircnia

que favorece o desenvolvimento de um sistema quase estacionaacuterio em altos

niacuteveis a Alta Boliacutevia Como resultado dessa circulaccedilatildeo observa-se nos baixos

niacuteveis uma regiatildeo de baixa pressatildeo e a convergecircncia de ar satildeo os principais

fatores que provocam a precipitaccedilatildeo neste periacuteodo responsaacutevel por 70 do

total meacutedio anualrdquo A partir desses elementos apresentados pelo INPE e com

base nos dados os quais foram obtidos da estaccedilatildeo meteoroloacutegica de Brasiacutelia

localizada na Latitude (ordm) -158 Longitude (ordm)-479 temos a precipitaccedilatildeo de

Brasiacutelia dada mecircs a mecircs Os dados partem de Janeiro de 2006 e vatildeo ateacute

Outubro de 2015 Eacute importante frisar que os dados foram formulados a partir

da precipitaccedilatildeo acumulada para tornar mais faacutecil de calcular a meacutedia

Tabela 01 Dados de Precipitaccedilatildeo

AnoMecircs JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ Meacutedia Mensal

2006 1232 1914 258 1417 351 09 01 528 403 5264 1956 1821 14563

2007 2609 2659 357 501 75 0 0 0 0 535 2249 275 9779

2008 201 2425 2346 2109 0 0 0 27 80 387 271 3226 1337

2009 2028 1347 81 3759 612 93 0 725 505 2958 1991 3078 1492

2010 1211 368 2494 2388 275 0 0 0 0 349 2547 318 1068

2011 1268 1724 2433 696 139 38 0 0 7 2639 3338 4704 1421

2012 2699 1149 1982 1213 444 24 02 0 333 1098 4446 1428 1235

2013 4918 1893 1903 954 222 62 03 0 659 1069 2711 3525 1493

2014 1531 1392 3402 2493 28 10 79 0 162 2014 192 3667 1399

2015 939 1297 3456 2076 499 0 08 0 218 694 SD SD 9187

Meacutedia para cada mecircs

20445 16168 21763 17606 2645 326 093 128 315 17007 2652 30421 12797

Tabela contendo os dados de chuva acumulada mecircs a mecircs em miliacutemetros (mm)

Fonte INPE 2015

Obs 1- SD - satildeo dados que natildeo foram coletados devido pois o trabalho foi realizado antes desses meses

Obs2- Meacutedia calculada com os dados obtidos no caso os meses de novembro e dezembro de 2015 natildeo entram no

caacutelculo pois ainda natildeo existiam os dados

Temos tambeacutem a partir do estudo realizado por Brino (Brasiacutelia

Superquadras Residenciais) os dimensionamentos dos preacutedios e a quantidade

de apartamentos por pavimentos conforme as tabelas a seguir

Tabela 02 Dimensionamento dos Blocos

A SUPERQUADRA AE AT

Aacuterea de Projeccedilatildeo por Bloco

Aacuterea Total = 11760msup2 Nuacutemero total de Blocos = 11

1069msup2 185 136

Aacuterea Construiacuteda por bloco (sem pilotis e

subsolo)

Pavimentos = 6 Aacuterea do Pavimento = 1069msup2

6414msup2 1113 818

Aacuterea Construiacuteda por superquadras (sem pilotis e subsolo)

Preacutedio = 11 Aacuterea por Preacutedio = 64141msup2

70554msup2 8999 1225

AE - Aacuterea Aedificandi e AT - Aacuterea Total

Tabela 03 Dimensionamento da Populaccedilatildeo

A POPULACcedilAtildeO (5 Pessoas

apart)

6 apartamentos por pavimento

36 apartamentos por bloco

396 apartamentos

por superquadra

1980 pessoas por

superquadra

8 apartamentos por pavimento

48 apartamentos por bloco

528 apartamentos

por superquadra

2640 pessoas por

superquadra

10 apartamentos por pavimento

60 apartamentos por bloco

660 apartamentos

por superquadra

3300 pessoas por

superquadra

12 apartamentos por pavimento

72 apartamentos por bloco

792 apartamentos

por superquadra

3960 pessoas por

superquadra

Caacutelculo para as faixas 100 200 e 300 (seis pavimentos) Fonte SUDUR

O estudo apresentado por Brino (Brasiacutelia Superquadras Residenciais)

considera uma famiacutelia composta por cinco pessoas para cada apartamento

nesse caso iremos desconsiderar essa informaccedilatildeo e basearmos nos dados

apresentados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica (IBGE) Nos

dados do IBGE (Censo Demograacutefico 2010) constam que a meacutedia de

moradores em domiciacutelios particulares ocupados eacute de 33 moradores

Partindo dos elementos de precipitaccedilatildeo aacuterea de projeccedilatildeo por bloco

meacutedia de moradores por apartamento total de apartamentos de um preacutedio e

consumo meacutedio de aacuteguadia por habitante podemos dar inicio as formas de

captaccedilatildeo e armazenamento de aacuteguas pluviais

32 ndash Aacuteguas pluviais e aacuteguas cinzas

Mas porque focar em aproveitamento de aacuteguas pluviais Segundo

Rapoport (2004 p 1) ldquoo aumento populacional acompanhado pelas mudanccedilas

climaacuteticas globais vem contribuindo para o aumento na demanda por recursos

hiacutedricosrdquo Ainda expotildee que ldquoembora a aacutegua seja um recurso renovaacutevel ela

tende a se deteriorar em funccedilatildeo do seu uso indiscriminado o que compromete

consequentemente a quantidade de aacutegua com qualidade disponiacutevel para o

consumo nas diversas localidadesrdquo (Rapoport 2004 p 1)

Um fato importante abordado por Rapoport (2004 p1) eacute que ldquoa

quantidade de aacutegua disponiacutevel eacute sempre a mesma jaacute que estaacute sempre sendo

renovada atraveacutes do ciclo hidroloacutegico Entretanto a aacutegua de qualidade para

consumo estaacute se tornando rarardquo A tiacutetulo de esclarecimento ldquosabe-se que o

ciclo hidroloacutegico se constitui basicamente do transporte de massas drsquoaacutegua do

oceano para atmosfera por evaporaccedilatildeo e da atmosfera atraveacutes de

precipitaccedilotildees escoamentos superficiais e subterracircneos para os oceanos

influenciando diretamente a distribuiccedilatildeo e extensatildeo dos corpos drsquoaacutegua

continentaisrdquo (Rapoport 2004 p 1) Sendo assim a interferecircncia humana tem

causado alteraccedilotildees no ciclo hidroloacutegico em diversas regiotildees Esse assunto

seraacute melhor abordado mais adiante pois o uso do sistema de captaccedilatildeo pode

influenciar no ciclo hidroloacutegico negativamente mas utilizado da forma

adequada pode continuar mantendo o ciclo equilibrado

Aleacutem do uso indevido da aacutegua e de sua escassez Lima e Machado

(2008 p 13) apontam que ldquooutro fator importante eacute o aumento de inundaccedilotildees e

enchentes devido ao escoamento superficial da aacutegua de chuva e da

impermeabilizaccedilatildeo do solordquo Portanto a captaccedilatildeo de aacuteguas pluviais pode

contribuir para a reduccedilatildeo dos transtornos hiacutedricos urbanos e ao mesmo tempo

reduzir a demanda por aacutegua potaacutevel da companhia de distribuiccedilatildeo local

Segundo Amorim e Pereira (2008 p 54) ldquouma das soluccedilotildees em estudo

para aumentar a oferta de aacutegua para as edificaccedilotildees eacute o aproveitamento da

aacutegua pluvial Esta apresenta uma boa alternativa visto que aleacutem de reduzir o

consumo de aacutegua potaacutevel ainda surge como uma accedilatildeo no combate agraves

enchentes funcionando como uma medida natildeo-estrutural do sistema de

drenagem urbanardquo Mas o que eacute necessaacuterio para formar um sistema de

captaccedilatildeo adequado e funcional Amorim e Pereira (2008 p 54) apresentam

que ldquoos sistemas de aproveitamento de aacutegua pluvial satildeo formados basicamente

pela aacuterea de captaccedilatildeo (geralmente coberturas) os componentes de transporte

(calhas e condutores verticais) e o reservatoacuteriordquo Cabe ressaltar que para esse

estudo a captaccedilatildeo das aacuteguas pluviais seraacute destinada apenas para a utilizaccedilatildeo

em ldquoaacuteguas cinzasrdquo Neste sentido o reuso das aacuteguas cinzas que satildeo as aacuteguas

provenientes de todas as atividades domeacutesticas com exceccedilatildeo de fontes de

aacuteguas negras tais como sanitaacuterios bidecircs e urinol vem sendo estudadas com

vista ao reuso tanto em irrigaccedilatildeo como em sanitaacuterios (Rapoport 2004 p 8)

Retomando os dados apresentados pela SABESP (2010) temos a

tabela 04 a qual apresenta os dados de consumo domeacutestico e em sequecircncia o

graacutefico 01 que demonstram que se analisarmos as quantidades de aacutegua

utilizada no consumo domeacutestico teremos uma base para o tamanho do

reservatoacuterio E posteriormente a tabela 05 mostra em que situaccedilotildees se podem

reutilizar as aacuteguas pluviais

Tabela 04 Consumo domeacutestico de aacutegua

Litros

Cozinhar e Beber 54

Tomar Banho e Escovar os Dentes 50

Descarga de Banheiro 66

Lavagem de Roupa 24

Outras Tarefas 6

Total = 200

Fonte SABESP (2010)

27

25

33

12

3

Cozinhar e Beber

Tomar Banho e Escovar osDentes

Descarga de Banheiro

Lavagem de Roupa

Outras Tarefas

Descarga de Banheiro

6875

Lavagem de Roupa

25

Outras Tarefas 625

Graacutefico 01 Consumo Domeacutestico de Aacutegua

Tabela 05 Percentual para reutilizaccedilatildeo de aacuteguas pluviais

Graacutefico 02 Percentual para Reutilizaccedilatildeo de Aacuteguas Pluviais

Porcentagem ()

Descarga de Banheiro 66 6875

Lavagem de Roupa 24 25

Outras Tarefas 6 625

Total = 96 100

Fonte SABESP(2010)

33 ndash Meacutetodos de Dimensionamento do Reservatoacuterio

Amorim e Pereira (2008 p 54 Soares et al 2000 apud May 2004)

apresentam que existem quatro grupos principais para o dimensionamento do

reservatoacuterio

(a) Meacutetodos determiniacutesticos os dados referentes agrave precipitaccedilatildeo

pluviomeacutetrica e agrave demanda satildeo analisados pela curva de massa

(b) Meacutetodos aproximados baseados em relaccedilotildees empiacutericas

conhecidas

(c) Meacutetodos de modelaccedilatildeo satildeo tambeacutem conhecidos como meacutetodos

de transiccedilatildeo probabiliacutestica da matriz e

(d) Meacutetodos de anaacutelise de sistemas sendo linear natildeo linear ou

programaccedilatildeo dinacircmica

Dentro desses grupos de dimensionamento temos os diversos meacutetodos

meacutetodo de Rippl que consiste na determinaccedilatildeo do volume com base na aacuterea

de captaccedilatildeo que eacute subdivido em meacutetodo analiacutetico e meacutetodo graacutefico meacutetodo de

consideraccedilatildeo dos periacuteodos de dias consecutivos sem chuva que necessita da

observaccedilatildeo dos registros pluviomeacutetricos para identificar os maiores periacuteodos de

dias consecutivos sem chuvas e sua taxa de repeticcedilatildeo meacutetodo de anaacutelise de

simulaccedilatildeo de um reservatoacuterio com capacidade suposta que consiste

basicamente na fixaccedilatildeo de um volume para o reservatoacuterio e na verificaccedilatildeo do

percentual de consumo que seraacute atendido meacutetodo praacutetico brasileiro meacutetodo

praacutetico alematildeo meacutetodo praacutetico inglecircs e o meacutetodo praacutetico australiano (Amorim

e Pereira 2008 p 55-58)

34 ndash Anaacutelise de caso para um preacutedio da Superquadra 111 Norte

A partir dos dados jaacute apresentados temos que o objeto de estudo eacute um

preacutedio residencial localizado na Superquadra 111 Norte que possui uma aacuterea

de projeccedilatildeo de 1069msup2 com seis (6) pavimentos constituindo uma aacuterea

construiacuteda de 6414msup2 apresentando seis (6) apartamentos por pavimento e

consequentemente trinta e seis (36) apartamentos no total (Brino Brasiacutelia

Superquadras Residenciais) O preacutedio conteacutem 33 habitantes por apartamento

(IBGE 2010) que consomem em meacutedia cerca de 190 litros de aacuteguadia

resultando em um consumo mensal de aproximadamente 6msup3 por pessoa

(CAESB) mas como a aacutegua captada da chuva seraacute utilizada apenas para

suprir a demanda de aacutegua cinza temos 66 litros para descarga de vasos

sanitaacuterios

Temos entatildeo que a demanda por aacutegua por habitante nesse edifiacutecio eacute

dada por

119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119898119900119903119886119889119900119903 = 66119871 = 66119871119863119894119886

119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119886119901119886119903119905119886119898119890119899119905119900 = 33119901 times 66119871 ~ 217 119871119863119894119886

119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119901119903eacute119889119894119900 = (33119901 times 66119871) times 36 ~ 7840119871119863119894119886

119863119890119898119886119899119889119886 119898119890119899119904119886119897 119901119900119903 119901119903eacute119889119894119900 =7840119871

119889119894119886times 30119863119894119886119904 = 235224119871

Legenda L = Litros p = Pessoas

Para facilitar nos caacutelculos ao aplica-los para o reservatoacuterio e para o

sistema de captaccedilatildeo eacute necessaacuterio realizar a conversatildeo de litros para msup3

(metros cuacutebicos) Sendo assim 66L = 0066msup3 217L = 0217msup3 7840L =

7840msup3 e 235224L = 235224msup3

Seraacute utilizado o ano de 2014 para os dados de precipitaccedilatildeo da estaccedilatildeo

meteoroloacutegica de Brasiacutelia localizada na Latitude (ordm) -158 Longitude (ordm)-479

fornecidos pela professora Rafaela Lisboa durante o periacuteodo chuvoso O ano

de 2014 apresenta registros jornaliacutesticos de alagamento nos meses de

Fevereiro com precipitaccedilatildeo de 1392 msup3 Marccedilo com precipitaccedilatildeo de 3402msup3

e Dezembro com precipitaccedilatildeo de 3667msup3 Importante ressaltar que o setor

Noroeste de Brasiacutelia foi construiacutedo em 2011 (site G1) o que aumentou a aacuterea

de solo impermeabilizado e a reduccedilatildeo no escoamento superficial da aacutegua

ocasionando em um aumento nas enchentes e alagamentos na Asa Norte

Segundo Amorim e Pereira (2008 p57) um dos meacutetodos a ser utilizado

para poder saber o volume de aacutegua aproveitaacutevel e consequentemente o

volume de aacutegua do reservatoacuterio Trata-se de um meacutetodo empiacuterico apresentado

na NBR 155272007 O volume de aacutegua do reservatoacuterio V expresso em L eacute

exposto a seguir

119872eacute119905119900119889119900 119875119903aacute119905119894119888119900 119861119903119886119904119894119897119890119894119903119900

119881 = 0042 times 119875 times 119860 times 119879

Em que ldquoVrdquo representa o volume de aacutegua aproveitaacutevel e o volume de

aacutegua do reservatoacuterio (L) ldquoPrdquo a precipitaccedilatildeo meacutedia mensal (mm) ldquoArdquo a aacuterea de

coleta em projeccedilatildeo ldquoTrdquo nuacutemero de meses de pouca chuva ou seca e ldquo0042rdquo eacute

um coeficiente estipulado

Portanto segundo Fontanela (2010 p 25) para estipular o volume do

reservatoacuterio temos que calcular 42 do produto entre o volume de chuva

coletada pelo telhado e o nuacutemero de meses com pouca chuva ou seca

Atribuindo valores do ano de 2014 temos que

119881 = 0042 times 1399119898119898 times 1069 times 5

119881~ 31406119871 119900119906 31406119898sup3

Ressaltando que esse valor obtido eacute uma estimativa do tamanho do

reservatoacuterio e que pode haver um reservatoacuterio de maior capacidade

De forma comparativa eacute de bom senso que se faccedila outro caacutelculo com um

meacutetodo alternativo

Amorim e Pereira (2008 p56) expotildeem que existe um meacutetodo de anaacutelise

de simulaccedilatildeo do reservatoacuterio com capacidade suposta o qual consiste

basicamente na fixaccedilatildeo de um volume para o reservatoacuterio e na verificaccedilatildeo de

consumo que seraacute atendido Sendo assim ldquoo primeiro passo para a aplicaccedilatildeo

desse meacutetodo eacute adotar alguns valores possiacuteveis para o volume com base na

estimativa do consumo mensal de aacutegua natildeo potaacutevelrdquo (Amorim e Pereira 2008

p57) Portanto partindo do ponto que o preacutedio consome cerca de 235000L

devemos calcular uma base que possa ser favoraacutevel economicamente

119872eacute119905119900119889119900 119889119890 119878119894119898119906119897119886ccedilatilde119900 119889119900 119877119890119904119890119903119907119886119905oacute119903119894119900

235224119871 rarr 100

119881 rarr 30

119881 ~ 70000119871 119900119906 70119898sup3

Tambeacutem haacute outra alternativa apresentada por L Pereira (Viabilidade

EconocircmicoAmbiental p 18)

119881119886119888 = 119860119879 times 119875119875119872119860 lowast

119881119886119888 = 1069119898sup2 times 1399119898sup3 = 1495531119898sup3119886119899119900

Equaccedilatildeo a qual ldquoVacrdquo corresponde ao volume de aacutegua captado ldquoATrdquo

aacuterea do telhado e ldquoPPMArdquo eacute a precipitaccedilatildeo pluviomeacutetrica meacutedia mensal

Poreacutem o resultado obtido eacute para os 12 meses do ano e como foi visto no

ano de 2014 temos 7 meses com chuva portanto

119881119886119888 =119879119900119905119886119897

1198983

1198861198991199007 119898119890119904119890119904

lowast

119881119886119888 =1495531119898sup3119886119899119900

7= 21364119898sup3 119900119906 213640119871

dados somente seriam vaacutelidos se a precipitaccedilatildeo fosse uniforme durante os 7 meses de chuva

341 ndash Anaacutelise de caso para a Superquadra 111 Norte

Retomando a tabela 02 temos que a quadra apresenta 11 preacutedios

aproximadamente que variam o nuacutemero de apartamentos por pavimentos e

consequentemente o nuacutemero de moradores mas os edifiacutecios continuam tendo

uma aacuterea de 1069msup2 gerando um uma aacuterea total de 70554msup2 mas teremos

como base os caacutelculos feitos para o preacutedio selecionado no item 34

Realizando um caacutelculo baacutesico tem-se como estimativa de

armazenamento para esta quadra o seguinte

119872eacute119905119900119889119900 119875119903aacute119905119894119888119900 119861119903119886119904119894119897119890119894119903119900

119881~ 31406119871 119900119906 314061198983

11 119875119903eacute119889119894119900119904 times 31406119871 = 345466119871 119900119906 345466119898sup3

119872eacute119905119900119889119900 119889119890 119878119894119898119906119897119886ccedilatilde119900 119889119900 119877119890119904119890119903119907119886119905oacute119903119894119900

119881 ~ 70000119871 119900119906 701198983

11 119875119903eacute119889119894119900119904 times 70000119871 = 770000

119881119900119897119906119898119890 119889119890 aacute119892119906119886 119888119886119901119905119886119889119900 lowast

119881119886119888 = 213641198983119900119906 213640119871

11 119875119903eacute119889119894119900119904 times 213640119871 = 2350040119871 119900119906 235004119898sup3

dados somente seriam vaacutelidos se a precipitaccedilatildeo fosse uniforme durante os 7 meses de chuva

119863119890119898119886119899119889119886 119905119900119905119886119897 119889119886 119902119906119886119889119903119886 119888119900119898 119889119890119904119888119886119903119892119886 119889119890 119887119886119899ℎ119890119894119903119900

11 119875119903eacute119889119894119900119904 times 235224119871 = 2587464119871 119900119906 2587464119898sup3

Segundo Brino (Brasiacutelia Superquadras Residenciais) temos que as

dimensotildees maacuteximas de uma superquadra satildeo de 280x280m resultando numa

aacuterea de 78400msup2 que eacute denominado de Aacuterea Total (AT) A partir disso foi

definido que deveria existir uma faixa externa de 20m denominada de non

aedificandi que foi destinada ao plantio de uma ldquomassa vegetalrdquo de grande

porte e no interior da quadra encontra-se a aacuterea aedificandi a qual possui

240x240m e uma aacuterea de 57600msup2 Realizando uma subtraccedilatildeo da Aacuterea total

pela Aacuterea aedificandi obtecircm-se que a aacuterea non aedificandi eacute de 20800msup2 que

corresponde a 265 da aacuterea total

Com base nessas informaccedilotildees eacute necessaacuterio atentar-se ao detalhe de

que uma parte da precipitaccedilatildeo cai no solo e outra parte nos telhados dos

preacutedios Sendo assim parte da chuva pode ser aproveitada pelo sistema de

captaccedilatildeo enquanto outra parte chega ao solo sem uma interferecircncia direta no

ciclo hidroloacutegico

35 ndash Funcionamento do sistema de captaccedilatildeo

Eacute importante frisar que o sistema de aproveitamento de aacuteguas pluviais eacute

regido pela norma NBR 15527 (Associaccedilatildeo Brasileira de Normas Teacutecnicas

2007) norma a qual faz algumas consideraccedilotildees importantes para implantaccedilatildeo

e correto funcionamento do sistema de captaccedilatildeo Alguns destes satildeo

435 ndash O volume dos reservatoacuterios deve ser dimensionado com

base em criteacuterios teacutecnicos econocircmicos e ambientais levando em

conta as boas praacuteticas da engenharia podendo a criteacuterio do

projetista ser utilizados os meacutetodos contidos no Anexo A ou

outro desde que devidamente justificado

Item 436 ndash Os reservatoacuterios devem ser limpos e desinfetados

com soluccedilatildeo de hipoclorito de soacutedio no miacutenimo uma vez por ano

de acordo com agrave ABNT NBR 5626

Item 442 ndash As tubulaccedilotildees e demais componentes devem ser

claramente diferenciados das tubulaccedilotildees de aacutegua potaacutevel

Item 443 ndash O sistema de distribuiccedilatildeo de chuva deve ser

independente do sistema de aacutegua potaacutevel natildeo permitindo a

conexatildeo cruzada de acordo com agrave ABNT NBR 5626

Item 444 ndash Os pontos de consumo como por exemplo uma

torneira de jardim devem ser de uso restrito e identificados com

placa de advertecircncia com a seguinte inscriccedilatildeo ldquoaacutegua natildeo potaacutevelrdquo

e identificaccedilatildeo graacutefica

Item 445 ndash Os reservatoacuterios de aacutegua de distribuiccedilatildeo de aacutegua

potaacutevel e de aacutegua da chuva devem ser separados

Item 461 ndash Quando necessaacuterio o bombeamento este deve

atender agrave ABNT NBR 12214

Deve-se realizar manutenccedilatildeo em todo o sistema de

aproveitamento de aacutegua de chuva

Para maiores esclarecimentos ldquoo funcionamento de um sistema de

coleta e aproveitamento de aacutegua pluvial consiste de maneira geral na captaccedilatildeo

da aacutegua da chuva que cai sobre os telhados ou lajes da edificaccedilatildeo A aacutegua eacute

conduzida ateacute o local de armazenamento atraveacutes de calhas condutores

horizontais e verticais passando por equipamentos de filtragem e descarte de

impurezas Apoacutes passar pelo filtro a aacutegua eacute armazenada geralmente em

reservatoacuterio enterrado (cisterna) e bombeada a um segundo reservatoacuterio

(elevado) do qual as tubulaccedilotildees especiacuteficas de aacutegua pluvial iratildeo distribuiacute-la

para o consumo natildeo potaacutevelrdquo (Carvalho 2010 p 27 e 28) Conforme ilustra a

imagem a seguir

Figura 02 Funcionamento de um Sistema de Captaccedilatildeo

Fonte Adatildeo D Padini (2013)

De forma mais simplificada podemos ver a representaccedilatildeo no fluxograma

a seguir

Figura 03 Fluxograma do Sistema de Captaccedilatildeo

Fonte Leandro Roncato Pereira

351 ndash Dificuldades para implantaccedilatildeo do sistema

Tal sistema apresenta como dificuldade o local onde seriam instaladas

as cisternas uma vez que geraria um peso sobre o telhado Dessa forma o

sistema seria instalado no jardim cobrando um custo adicional

352 ndash Custo de implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo fechado em um

preacutedio

Na implantaccedilatildeo desse sistema os materiais utilizados teratildeo como base o

meacutetodo praacutetico brasileiro e para aumentar a eficiecircncia do sistema o volume de

31406L seraacute arredondado para 35000L

Os valores de alguns dos materiais apresentados a seguir seguem os

dos apresentados no trabalho de L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental

p 18) apenas o valor da caixa drsquoaacutegua de 10000L foi obtido atraveacutes de

pesquisas em lojas de construccedilatildeo e assim utilizando a de menor valor

Tambeacutem devemos considerar que a bomba consome energia ao bombear aacutegua

para o preacutedio (CEB) portanto os valores seguem conforme a tabela a seguir

Tabela 06 Preccedilo dos Produtos do Sistema de Captaccedilatildeo sem Fluxo

Produto Quantidade Valor unitaacuterio (R$) Valor total (R$)

Cx Daacutegua 10000L 3 496090 1488270

Cx Daacutegua 5000L 1 108000 108000

Boacuteia Eleacutetrica 1 2750 2750

Boacuteia Comum 1 1220 1220

Registro de Gaveta

1 3490 3490

Bomba Anauger 1 23000 23000

Filtro 3P VF1 1 22000 22000

Tubulaccedilotildees 7000 7000

Disjuntor 1 1310 1310

Escavaccedilatildeo Msup3 3666 128310

Matildeo de Obra 1 58574 58574

Energia 054 054

Total 13 727154 1843978

Observaccedilatildeo Pelo fato desse estudo se tratar de um modelo de implantaccedilatildeo

o custo das tubulaccedilotildees vai variar de acordo com a demanda necessitada pelo

preacutedio portanto podendo variar de acordo com o projeto implantado Para este

estudo seraacute adotado o valor de R$ 7000

Observaccedilatildeo Pelo fato desse trabalho tratar-se de um modelo de

implantaccedilatildeo o custo da energia pode variar de acordo com a demanda necessitada

pelo preacutedio portanto podendo variar de acordo com o uso da bomba Para este

estudo seraacute adotado o valor de R$ 054 que eacute o valor do KwH cobrado pela CEB

Segundo Saravy (2010 p 46) haacute tambeacutem um custo para manutenccedilatildeo do

sistema conforme a tabela a seguir

Tabela 07 Preccedilo de Manutenccedilatildeo do Sistema de Captaccedilatildeo

Com esses dados podemos ver o valor total final a ser pago pelo

sistema de captaccedilatildeo que eacute de R$ 1889978

36 ndash Taxas e valores cobrados para utilizaccedilatildeo de aacutegua

Segundo a Companhia de Saneamento Ambiental do Distrito Federal (CAESB)

quando vaacuterias residecircncias satildeo atendidas por uma uacutenica ligaccedilatildeo de aacutegua eacute aplicado o

conceito de consumo ldquoPara exemplificar podemos citar um preacutedio residencial onde

cada apartamento corresponde a uma unidade de consumordquo (CAESB) Contudo o

caacutelculo de gastos seraacute realizado primeiro em um apartamento e posteriormente

multiplicado pelo total de apartamentos do preacutedio uma vez que os preacutedios

residecircncias da Asa Norte pagam a conta de aacutegua atraveacutes do condomiacutenio O preacutedio

Componente Frequecircncia da Manutenccedilatildeo

Custo da Manutenccedilatildeo

Calhas e Condutores

Semestral R$ 13000

Reservatoacuterio Limpeza e

Desinfecccedilatildeo Anual

R$ 20000

desse estudo apresenta um hidrocircmetro que mede o consumo de aacutegua para o todo o

preacutedio

Eacute de suma importacircncia destacar tambeacutem que haacute uma taxa de esgoto que eacute

cobrada pela CAESB consequentemente ldquoo valor da tarifa de esgotos corresponde

a 100 do valor da tarifa de aacutegua exceto quando se tratar de coleta do tipo

condominial que equivale a 60 do valor da tarifa de aacuteguardquo (CAESB)

Deste modo a CAESB utiliza tarifas para diversas categorias de moradia e

comeacutercio e neste estudo seraacute aplicada a tarifa de ldquoresidencial normalrdquo em

concordacircncia com a tabela a seguir

Tabela 08 Valor da Tarifa Cobrado pela CAESB

Para melhor compreensatildeo do caacutelculo que a CAESB faz temos uma conta do

condomiacutenio do preacutedio da Superquadra 111 Norte

Figura 04 Conta Discriminada do Condomiacutenio

Fonte Condomiacutenio do Preacutedio

O caacutelculo feito pela CAESB consiste primeiramente em saber a demanda de

aacutegua gasta em metros cuacutebicos por Unidade de Consumo ndash apartamento ndash para

saber qual faixa ldquomsup3rdquo eacute aplicada Apoacutes saber qual a faixa ldquomsup3rdquo que se enquadra eacute

atribuiacutedo o volume por UC (em msup3) em sequecircncia multiplica-se o volume por UC ou

volume da faixa pelo nuacutemero de UCrsquos correspondente para se obter o volume total

gasto (em msup3) Tendo o volume total gasto basta multiplicar pelo preccedilo corresponde

agrave faixa a qual se encaixa o consumo e assim obtendo o valor total a pagar A partir

do momento que se tem o valor total a pagar eacute necessaacuterio acrescer 100 do valor

para cobrir a tarifa de esgoto conforme a figura

Partindo desses dados podemos calcular por apartamento quanto eacute cobrado

pela CAESB a partir dos dados apresentados no capiacutetulo 34

119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119886119901119886119903119905119886119898119890119899119905119900 = 33119901 times 66119871 ~ 217119871

119863119894119886

119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119886119901119886119903119905119886119898119890119899119905119900 119886119900 119898ecirc119904 = 217119871119889119894119886 times 30119863119894119886119904 = 6510119871 119900119906 65101198983

Com base nesses dados temos que calcular o volume total de descarga em

sanitaacuterios que o preacutedio consome com a seguinte foacutermula

119881119879 = 119881119865 times 119873ordm 119889119890 119880119862prime119904

119881119879 = 10119898sup3 times 36 = 360119898sup3

Em que ldquoVTrdquo corresponde ao volume total do preacutedio ldquoVFrdquo ao volume da faixa

que eacute estipulado pela CAESB e ldquoUCrsquosrdquo satildeo as unidades de consumo que eacute correlato

ao nuacutemero de apartamentos existente

Portanto o total a se pagar em um mecircs eacute calculado da seguinte forma

119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 119881119879 times 119879119886119903119894119891119886 119889119890 aacute119892119906119886 + 119879119886119903119894119891119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900

119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 360119898sup3 times 119877$ 265 + 119879119886119903119894119891119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900

119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 954 + 119877$ 954 = 119877$ 1908

Em 7 meses seriam pagos em descarga

119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 1908 times 7 119872119890119904119890119904 = 119877$ 13356

37 ndash Caacutelculos de economia e retorno de investimento para um sistema

fechado

Conforme exposto por L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental p 15)

ldquopara o caacutelculo da economia da taxa de aacutegua multiplica-se o valor do msup3 (valor

cobrado por msup3 do responsaacutevel pelo fornecimento de aacutegua na cidade []) pelo

volume captado e entatildeo obtecircm-se o valor economizado por ano na taxa de aacuteguardquo

Recapitulando que para esse estudo seraacute utilizado o meacutetodo praacutetico brasieliro

devido aos meses de seca ou pouca chuva

Sendo assim

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119881119886119897119900119903 119889119900 1198983 times 119881119900119897119906119898119890 119888119886119901119905119886119889119900

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 265 times 314061198983

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 8322

Essa economia de R$ 8322 eacute para um mecircs de chuva para o preacutedio todo

sendo assim para os 7 meses de chuva tem-se

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119890 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 8322 times 7 119898119890119904119890119904 = 119877$ 58254

Ainda segundo L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental p 16) para o

caacutelculo da economia referente ao esgoto eacute necessaacuterio multiplicar o valor do msup3 pelo

volume captado e por 08 uma vez que considera-se 20 de perda ou seja para

cada 1 litro de aacutegua que chega na residecircncia eacute cobrado 08 litros para o tratamento

do esgoto

Portanto tem-se

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119881119886119897119900119903 119889119900 1198983 times 119881119900119897119906119898119890 119888119886119901119905119886119889119900 times 08

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900 = 119877$ 265 times 314061198983 times 08

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 6658

Esse valor encontrado de R$ 6658 corresponde a um mecircs de chuva para o

preacutedio sendo assim o total economizado pelo preacutedio em 7 meses eacute de

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119890 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 6658 times 7 119898119890119904119890119904 = 119877$ 46606

ldquoPara o caacutelculo do retorno do investimento divide-se o valor investido pela

economia anual com a implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo e reaproveitamento da

aacutegua pluvialrdquo L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental p 16)

Portanto para 7 meses de chuva tem-se o seguinte

119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 =119881119886119897119900119903 119894119899119907119890119904119905119894119889119900

119864119888119900119899119900119898119894119886 (7119898119890119904119890119904)

119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 = 119877$ 1843924

119877$ 58254 + 119877$ 46606

119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 = 119877$ 1843924

119877$ 9446

119877119890119905119900119903119899119900

119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900= 1952 119886119899119900119904

38 ndash Caacutelculos de dimensionamento para um sistema com fluxo

Os caacutelculos apresentados no subitem anterior satildeo relativos a um sistema

o qual natildeo adota a possibilidade de fluxo dentro do reservatoacuterio Quando se

fala em fluxo temos que considerar que ao mesmo tempo em que o preacutedio

utiliza aacutegua do reservatoacuterio de aacutegua pluvial o mesmo vai enchendo com aacutegua

pluvial Portanto haacute um ciclo no qual o preacutedio demanda aacutegua do reservatoacuterio e

o mesmo vai enchendo conforme chove no local

Sabendo que a meacutedia mensal eacute de 1399msup3 eacute preciso multiplicar isso

por 12 para se obter o quanto choveu em 2014 Sendo assim

119879119900119905119886119897 119886119900 119886119899119900 = 1399119898119898 times 12 119898119890119904119890119904

119879119900119905119886119897 119886119900 119886119899119900 = 16788119898119898

Mas como foi visto o periacuteodo chuvoso eacute de 7 meses entatildeo temos

119875119903119890119888119894119901119894119905119886ccedilatilde119900 119901119886119903119886 7 119898119890119904119890119904 = 16788119898119898 divide 7 = 2398119898119898

Com isso eacute necessaacuterio realizar o caacutelculo da meacutedia de captaccedilatildeo de aacutegua

por mecircs para a aacuterea de 1069msup2

119872119890119889119894119886 119889119890 119862119886119901119905119886ccedilatilde119900 = 2398119898119898 times 1069119898sup2

119872eacute119889119894119886 119889119890 119862119886119901119905119886ccedilatilde119900 = 256346119871 119900119906 256346119898sup3

Ao considerar o valor obtido temos que realizar o quanto seria captado

diariamente

119872eacute119889119894119886 119889119894aacute119903119894119886 = 256346119898sup3 divide 30 119889119894119886119904 = 85119898sup3119889119894119886

A partir desses caacutelculos podemos realizar a seguinte comparaccedilatildeo O

preacutedio consome cerca de 78msup3 ao dia de aacutegua para descarga de vasos sanitaacuterios

enquanto a meacutedia diaacuteria de captaccedilatildeo eacute de 85msup3 por conseguinte temos um fluxo

positivo de aacutegua para o reservatoacuterio de 067msup3dia nos dias chuvosos

Se colocarmos um reservatoacuterio de 35msup3 sem nenhuma aacutegua

armazenada poderemos constatar que o reservatoacuterio iria encher por completo em

cerca de 53 dias conforme o caacutelculo a seguir

351198983 = 0671198983 times 119909 119889119894119886119904

119909 119889119894119886119904 = 35119898sup3 divide 067119898sup3 = 5223 119889119894119886119904

Analisando esses dados temos que a partir do 54ordm dia o reservatoacuterio

estaria completamente cheio e no restante dos 156 dias que teriacuteamos de chuva

esses 067msup3 seriam de certa forma desperdiccedilados uma vez que esse fluxo de

067msup3 ao final dos 7 meses gerariam cerca de 1407msup3 enquanto o reservatoacuterio tem

a capacidade de 35msup3 conforme o caacutelculo a seguir

119875119900119905119890119899119888119894119886119897 = 067119898sup3 times 156 119889119894119886119904 = 1045119898sup3

Se considerarmos esse fluxo positivo de 067msup3dia temos que ao final

dos 210 dias (7meses) seria possiacutevel armazenar 1407 msup3 de aacutegua Com um

reservatoacuterio de 35msup3 1057msup3 estariam sendo escoados para fora do reservatoacuterio

Portanto o ideal seria um reservatoacuterio que se aproxime de 1407msup3 para que ao

final dos 7 meses toda aacutegua possiacutevel fosse armazenada no entanto o reservatoacuterio

deveria ser de 145msup3

Devemos considerar ainda que ao final dos 7 meses o reservatoacuterio

estaria cheio no periacuteodo de seca conseguiria abastecer o preacutedio de acordo com a

demanda do preacutedio sendo assim

119880119905119894119897119894119911119886ccedilatilde119900 119899119886 119904119890119888119886 = 119879119900119905119886119897 119889119900 119903119890119904119890119903119907119886119905oacute119903119894119900 divide 119863119890119898119886119899119889119886 119889119894aacute119903119894119886

119880119905119894119897119894119911119886ccedilatilde119900 119899119886 119904119890119888119886 = 1451198983 divide 781198983119889119894119886

119880119905119894119897119894119911119886ccedilatilde119900 119899119886 119904119890119888119886 = 1858 119889119894119886119904

381 ndash Custo de implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo com fluxo em um

preacutedio

Na implantaccedilatildeo desse sistema os materiais utilizados teratildeo como base

as estimativas que foram apresentadas no subitem anterior e para aumentar a

eficiecircncia do sistema o volume de 1400007L seraacute arredondado para

145000L

Devido ao tamanho do reservatoacuterio eacute de se esperar que o reservatoacuterio

natildeo seja instalado em cima do preacutedio uma vez que a estrutura do preacutedio natildeo

conseguiria suportar o peso que o reservatoacuterio faria sobre o telhado

consequentemente o reservatoacuterio deveraacute ser instalado no jardim do preacutedio que

iraacute gerar um custo a mais por conta da escavaccedilatildeo

Os valores de alguns dos materiais apresentados a seguir seguem os

dos apresentados no trabalho de L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental

p 18) apenas o valor da caixa drsquoaacutegua de 10000L foi obtido atraveacutes de

pesquisas em lojas de construccedilatildeo e assim utilizando a de menor valor

conforme a tabela a seguir Segundo o Saneamento de Goiaacutes SA (SANEAGO)

o custo de escavaccedilatildeo eacute calculado a partir do total de msup3 aleacutem de 3m de

profundidade

Tabela 09 Preccedilo dos Produtos do Sistema de Captaccedilatildeo com Fluxo

Observaccedilatildeo Pelo fato desse estudo se tratar de um modelo de implantaccedilatildeo

o custo das tubulaccedilotildees vai variar de acordo com a demanda necessitada pelo

preacutedio portanto podendo variar de acordo com o projeto implantado Para este

estudo seraacute adotado o valor de R$ 7000

Observaccedilatildeo Pelo fato desse trabalho tratar-se de um modelo de

implantaccedilatildeo o custo da energia pode variar de acordo com a demanda necessitada

pelo preacutedio portanto podendo variar de acordo com o uso da bomba Para este

estudo seraacute adotado o valor de R$ 054 que eacute o valor do KwH cobrado pela CEB

Produto Quantidade Valor unitaacuterio (R$) Valor total (R$)

Cx Daacutegua 10000L 14 496090 6945260

Cx Daacutegua 5000L 1 108000 108000

Boacuteia Eleacutetrica 1 2750 2750

Boacuteia Comum 1 1220 1220

Registro de Gaveta

1 3490 3490

Bomba Anauger 1 23000 23000

Filtro 3P VF1 1 22000 22000

Tubulaccedilotildees 7000 7000

Disjuntor 1 1310 1310

Escavaccedilatildeo Msup3 3666 53157

Matildeo de Obra 1 58574 58574

Energia 054 054

Total 13 727154 7704228

382 ndash Caacutelculos de economia e retorno de investimento para um sistema

com fluxo

Partindo dos dados apresentados podemos calcular por apartamento quanto eacute

cobrado pela CAESB a partir dos dados apresentados no capiacutetulo 34

119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119886119901119886119903119905119886119898119890119899119905119900 = 33119901 times 66119871 ~ 217119871

119863119894119886

119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119886119901119886119903119905119886119898119890119899119905119900 119886119900 119898ecirc119904 = 217119871119889119894119886 times 30119863119894119886119904 = 6510119871 119900119906 65101198983

Em que ldquoVTrdquo corresponde ao volume total do preacutedio ldquoVFrdquo ao volume da faixa

que eacute estipulado pela CAESB e ldquoUCrsquosrdquo satildeo as unidades de consumo que eacute correlato

ao nuacutemero de apartamentos existente

Portanto o total a se pagar em um mecircs eacute calculado da seguinte forma

119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 119881119879 times 119879119886119903119894119891119886 119889119890 aacute119892119906119886 + 119879119886119903119894119891119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900

119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 360119898sup3 times 119877$ 265 + 119879119886119903119894119891119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900

119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 954 + 119877$ 954 = 119877$ 1908

Retomando o caacutelculo exposto por L Pereira (Viabilidade

EconocircmicoAmbiental p 15) no subitem anterior temos que o caacutelculo da CAESB

seria feito da seguinte maneira

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119881119886119897119900119903 119889119900 1198983 times 119881119900119897119906119898119890 119888119886119901119905119886119889119900

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 265 times 1451198983

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 38425

Esse caacutelculo eacute equivalente a um mecircs de captaccedilatildeo para os 7 meses

teremos o seguinte

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119890 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 38425 times 7 119898119890119904119890119904 = 119877$ 268975

Conforme foi visto para o caacutelculo da economia de esgoto eacute necessaacuterio

multiplicar o valor do msup3 pelo volume captado e por 08 uma vez que considera-se

20 de perda ou seja para cada 1 litro de aacutegua que chega na residecircncia eacute cobrado

08 litros para o tratamento do esgoto Portanto para um mecircs segue-se

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119881119886119897119900119903 119889119900 1198983 times 119881119900119897119906119898119890 119888119886119901119905119886119889119900 times 08

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900 = 119877$ 265 times 1451198983 times 08

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 3074

ldquoPara o caacutelculo do retorno do investimento divide-se o valor investido pela

economia anual com a implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo e reaproveitamento da

aacutegua pluvialrdquo L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental p 16)

Portanto para 7 meses de chuva tem-se o seguinte

119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 =119881119886119897119900119903 119894119899119907119890119904119905119894119889119900

119864119888119900119899119900119898119894119886 (7119898119890119904119890119904)

119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 = 119877$ 17704228

119877$ 268975 + 119877$ 21518

119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 = 119877$ 7704228

119877$ 484155

119877119890119905119900119903119899119900

119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900= 1591119886119899119900119904

4 ndash Conclusatildeo e Consideraccedilotildees Finais

De acordo com o que foi exposto temos que a implantaccedilatildeo do sistema de

captaccedilatildeo para o aproveitamento de aacuteguas pluviais eacute uma oacutetima alternativa para

substituiccedilatildeo da ldquoaacutegua cinzardquo possibilitando tambeacutem um destino mais correto do

ponto de vista ambiental para a aacutegua que se tornaria esgoto Como eacute de

conhecimento este tipo de meacutetodo eacute utilizado em diversas regiotildees natildeo somente

aquelas que sofrem com escassez de aacutegua

Mesmo sabendo que o Brasil possui um grande potencial hiacutedrico observamos

que uma parcela da populaccedilatildeo natildeo tem consciecircncia quanto ao gasto de aacutegua

gerando um grande desperdiacutecio de forma desnecessaacuteria Portanto partindo de um

pensamento racional um sistema de captaccedilatildeo seria viaacutevel para o aproveitamento da

aacutegua para fins de consumo domeacutestico mais precisamente ldquoaacutegua cinzardquo

Considerando os caacutelculos apresentados a partir da taxa de precipitaccedilatildeo meacutedia

em Brasiacutelia a criaccedilatildeo de um sistema de captaccedilatildeo pluvial predial traz benefiacutecios

econocircmicos e ambientais O projeto torna-se viaacutevel economicamente pois desde

que se faccedila a manutenccedilatildeo de forma adequada do sistema este teraacute uma vida uacutetil

longa e considerando que se obteacutem o retorno do investimento em aproximadamente

16 anos para um sistema com fluxo apoacutes este periacuteodo o sistema passa a ser

lucrativo para o preacutedio que implanta pois o custo eacute dividido no condomiacutenio dentre os

moradores do preacutedio

Analisando do ponto de vista ambiental o desenvolvimento urbano de Brasiacutelia

ocasionou em superfiacutecies impermeaacuteveis dificultando a absorccedilatildeo de aacuteguas pluviais

pelo solo e juntamente com o sistema de redes pluviais e o sistema de drenagem

ultrapassados os alagamentos e enchentes tecircm se tornado constante quando

ocorrem chuvas anormais Com as estimativas feitas neste trabalho eacute possiacutevel que

tais transtornos hiacutedricos urbanos possam ser amenizados a partir da implantaccedilatildeo do

sistema sem que afete o ciclo hidroloacutegico natural Logicamente essa natildeo eacute a

soluccedilatildeo uma vez que ela deve ser apenas um complemento agrave poliacuteticas publicas

poliacuteticas de incentivo entre outras medidas de cunho sustentaacutevel

Em vista disso a implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo e aproveitamento de

aacuteguas pluviais acarretaria em uma significativa melhora ambiental atraveacutes da

substituiccedilatildeo de uma parcela da aacutegua fornecida pela CAESB e possivelmente

mitigando os transtornos hiacutedricos urbanos se aplicado em larga escala

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alternativas sejam criadas por meio de inovaccedilotildees tecnoloacutegicas para que haja

uma saiacuteda

ldquoA crise ambiental assumiu contornos mais graves com a percepccedilatildeo da

responsabilidade antroacutepica do aquecimento global e a dinacircmica de ascensatildeo

de um contingente humano mais significativo no mercado de consumordquo

(Nascimento 2012 p 61) Quando a crise ambiental se tornou algo de suma

importacircncia Quando como e por que a sustentabilidade e o desenvolvimento

sustentaacutevel se tornaram relevantes para o combate agrave crise ambiental Eacute

necessaacuterio compreender que a sustentabilidade possui dois vieses quando

relacionada agrave sua origem Uma de suas origens tem base na biologia mais

precisamente na ecologia a qual atribui o conceito de resiliecircncia ndash capacidade

de recuperaccedilatildeo e reproduccedilatildeo dos ecossistemas ndash perante as degradaccedilotildees

antroacutepicas com o uso exacerbado dos recursos naturais Ainda relacionado agrave

ecologia haacute as causas naturais como terremotos fogo tsunamis pragas

entre outros O outro vieacutes de origem da sustentabilidade adveacutem da economia

como o adjetivo do desenvolvimento diante da visibilidade que ganhou ao

longo do seacuteculo XX referente ao padratildeo de consumo desenvolvido ao redor do

mundo (Nascimento 2012 p 51)

Segundo Nascimento a ideia de sustentabilidade como enfoque

mundial tem origem na deacutecada de 1950 O surgimento e a importacircncia desse

termo ocorrem devido a um risco ambiental global a poluiccedilatildeo nuclear ldquoOs seus

indiacutecios alertaram os seres humanos de que estamos em uma nave comum e

que problemas ambientais natildeo estatildeo restritos a territoacuterios limitadosrdquo

(Nascimento 2012 p 2) Segundo Nascimento (2012 p 52 apud Machado

2005) ldquoA ocorrecircncia de chuvas radiativas a milhares de quilocircmetros dos locais

de realizaccedilatildeo dos testes acendeu um caloroso debate no seio da comunidade

cientiacuteficardquo Na deacutecada de 1960 houve outro fato importante que implicou na

questatildeo da percepccedilatildeo da crise ambiental dando importacircncia a

sustentabilidade devido ao uso de inseticidas e pesticidas quiacutemicos e

transtornos causados por esses apontados por Rachel Carson em seu livro

intitulado de ldquoPrimavera Silenciosardquo ndash Silent Spring

Ainda na deacutecada de 60 as chuvas aacutecidas recorrentes nos paiacuteses

noacuterdicos levaram a Sueacutecia junto ao Conselho Econocircmico e Social das Naccedilotildees

Unidas (ECOSOC) a propor a realizaccedilatildeo de uma conferecircncia para tratar de um

acordo internacional para uma possiacutevel reduccedilatildeo na emissatildeo dos gases

responsaacuteveis por tal transtorno Com isso ocorreu a Conferecircncia de

Estocolmo em 1972 colocando em evidecircncia os paiacuteses subdesenvolvidos e

desenvolvidos da eacutepoca A princiacutepio as preocupaccedilotildees natildeo eram nem um

pouco igualitaacuterias jaacute que os paiacuteses desenvolvidos estavam atentos agrave

degradaccedilatildeo ambiental que afetavam sua qualidade de vida enquanto os

paiacuteses subdesenvolvidos estavam preocupados em natildeo sofrerem sanccedilotildees

comerciais e apresentarem um retardo em seu desenvolvimento uma vez que

naquela eacutepoca os problemas ambientais eram associados ao crescimento

econocircmico dos paiacuteses de terceiro mundo Nessa conferecircncia ficou exposto

que os paiacuteses desenvolvidos defendiam a proteccedilatildeo do meio ambiente como

principal foco e os paiacuteses em desenvolvimento focavam no combate agrave

pobreza

Para melhor esclarecer Nascimento expotildee a partir do documento ldquoOnly

One Earthrdquo (Ward amp Dubos 1973) ldquo[] O problema ambiental como decorrente

de externalidades econocircmicas proacuteprias do excesso de desenvolvimento

(tecnologia agressiva e consumo excessivo) de um lado e de sua falta

(crescimento demograacutefico e baixo PIB per capita) de outro Posta dessa forma

a questatildeo ambiental deixava de ficar restrita ao meio natural e adentrava o

espaccedilo socialrdquo Contemporacircneo a isso temos o relatoacuterio do Clube de Roma ndash

Limits to Growth (Meadows et al 1972) que propunha uma reduccedilatildeo do

desenvolvimento industrial nos paiacuteses desenvolvidos e uma contenccedilatildeo no

crescimento populacional nos paiacuteses subdesenvolvidos juntamente com o

apoio daqueles aos subdesenvolvidos para que pudessem crescer

economicamente A partir desses eventos os governos se conscientizaram e

criaram agecircncias que tratassem das questotildees ambientais para que pudessem

juntar dados ambientais jaacute que na eacutepoca careciam de tais informaccedilotildees

No Brasil foi criada a Secretaria Especial do Meio Ambiente (SEMA) em

1973 enquanto nos EUA jaacute existia a Environmental Protection Agency (EPA)

desde 1970

Dez anos apoacutes a Conferecircncia de Estocolmo uma anaacutelise dos resultados

foi feita pela ONU e mostrou que o resultado estabelecido deixou a desejar e

que os esforccedilos realizados foram inferiores Em decorrecircncia desse mal

desempenho foi formada a Comissatildeo Mundial sobre Meio Ambiente e

Desenvolvimento (CMMAD) presidida por Gro Harlen Brundtland responsaacutevel

pelo relatoacuterio ldquoNosso Futuro Comumrdquo ndash Our Common Future ndash que tinha como

principal proposta a criaccedilatildeo de uma agenda global para focar em uma

mudanccedila consideraacutevel Esse estudo obteve informaccedilotildees durante trecircs anos a

partir de pesquisas e anaacutelises com enfoque na parte social Segundo Barbosa

(2008 p2) as informaccedilotildees colhidas do relatoacuterio com base nas questotildees

sociais referiam-se ldquoao uso da terra sua ocupaccedilatildeo suprimento de aacutegua abrigo

e serviccedilos sociais educativos e sanitaacuterios aleacutem de administraccedilatildeo do

crescimento urbanordquo

Tal relatoacuterio foi responsaacutevel pela criaccedilatildeo do termo ldquoDesenvolvimento

Sustentaacutevelrdquo que ldquoconsistiu o maior esforccedilo entatildeo conhecido para conciliar a

preservaccedilatildeo do meio ambiente com o desenvolvimento econocircmicordquo

(Nascimento 2012 p 54) Uma definiccedilatildeo baacutesica do que eacute DS eacute exposta por

Nascimento (2012 p 58 apud Lenzi 2006) ldquoDesenvolvimento sustentaacutevel eacute o

desenvolvimento que satisfaz as necessidades do presente sem comprometer

a capacidade das geraccedilotildees futuras em satisfazer suas proacuteprias necessidadesrdquo

Estender e Pitta (O Conceito do Desenvolvimento Sustentaacutevel apud Camargo

2003 p 43) tambeacutem fazem citaccedilatildeo agrave outra definiccedilatildeo apontada no relatoacuterio

ldquoEm essecircncia o desenvolvimento sustentaacutevel eacute um

processo de transformaccedilatildeo no qual a exploraccedilatildeo dos

recursos a direccedilatildeo dos investimentos a orientaccedilatildeo

do desenvolvimento tecnoloacutegico e a mudanccedila

institucional se harmonizam e reforccedilam o potencial

presente e futuro a fim de atender agraves necessidades

e aspiraccedilotildees humanasrdquo

Nascimento (2012 p 54) aponta que ldquoA forccedila e a fraqueza dessa

definiccedilatildeo encontram-se justamente nessa foacutermula vaga pois deixam-se em

aberto quais seriam as necessidades humanas atuais e mais ainda as das

geraccedilotildees futurasrdquo

Segundo Barbosa (2008) o relatoacuterio faz consideraccedilotildees agraves questotildees

urbanas no qual as cidades em seu desenvolvimento devem contemplar as

necessidades baacutesicas de toda a populaccedilatildeo e conceder oportunidades de

melhora na qualidade de vida de todos buscando alcanccedilar uma equidade na

sociedade por meio de processos democraacuteticos para que haja um

desenvolvimento urbano adequado Ainda com referecircncia ao relatoacuterio haacute ldquoa

necessidade de descentralizaccedilatildeo das aplicaccedilotildees de recursos financeiros e

humanos e a necessidade do poder poliacutetico favorecer as cidades em sua

escala localrdquo (Barbosa 2008 p 2) Quanto agrave questatildeo do uso de recursos

naturais foi avaliada no relatoacuterio a capacidade de resiliecircncia da biosfera os

efeitos e as possiacuteveis consequecircncias causadas pela accedilatildeo antroacutepica apontando

ainda que a pobreza pode ser considerada como um problema ambiental e que

a tentativa de erradicar a mesma pode ser a base para a busca da

sustentabilidade Com essa contribuiccedilatildeo na mudanccedila do modo de perceber as

necessidades urbanas o relatoacuterio apresentou trecircs princiacutepios baacutesicos ou

aspectos que deveriam ser cumpridos ndash proteccedilatildeo ambiental equidade social e

o desenvolvimento econocircmico ndash e que seratildeo expostos mais adiante

Apesar de todos esses pontos levantados o relatoacuterio Brundtland

recebeu vaacuterias criacuteticas pelo fato de acusar a pobreza e o descontrole do

crescimento populacional nos paiacuteses subdesenvolvidos como a fonte principal

dos problemas ambientais e da insustentabilidade do planeta e de colocar em

segundo plano a poluiccedilatildeo causada ateacute a data de publicaccedilatildeo do relatoacuterio pelos

paiacuteses desenvolvidos

Em 1986 foi realizada a conferecircncia de Ottawa ndash Carta de Ottawa 1986

ndash na qual foram estabelecidas cinco condiccedilotildees para que se tentasse alcanccedilar o

desenvolvimento sustentaacutevel entre elas a manutenccedilatildeo da integraccedilatildeo

ecoloacutegica a satisfaccedilatildeo das necessidades baacutesicas humanas a provisatildeo da

autodeterminaccedilatildeo social e da diversidade cultural a integraccedilatildeo da conservaccedilatildeo

e do desenvolvimento e o alcance de equidade e justiccedila social Para a

CMMAD as condiccedilotildees que procedem do conceito de desenvolvimento

sustentaacutevel estatildeo associadas ao processo de urbanizaccedilatildeo e do crescimento da

cidade e tem como finalidade o uso adequado dos recursos naturais Em face

disto satildeo expostos alguns objetivos mudanccedila de qualidade do crescimento

crescimento renovaacutevel satisfaccedilatildeo das necessidades essenciais por emprego

aacutegua energia alimento e saneamento baacutesico garantia de um niacutevel sustentaacutevel

da populaccedilatildeo conservaccedilatildeo da base de recursos reorientaccedilatildeo da tecnologia e

do gerenciamento de risco e reorientaccedilatildeo das relaccedilotildees econocircmicas

internacionais (CMMAD 1988 1991)

Postumamente foi realizada a Assembleia das Naccedilotildees Unidas a qual

aprovou a Conferecircncia das Naccedilotildees Unidas para o Meio Ambiente e o

Desenvolvimento (CNUMAD) ocorrida em 1992 e ficou conhecida como Rio-

92 A Rio-92 teve maior visibilidade graccedilas agrave criaccedilatildeo da Convenccedilatildeo da

Biodiversidade e das Mudanccedilas Climaacuteticas ndash que posteriormente resultou na

criaccedilatildeo do Protocolo de Kyoto ndash da Agenda 21 e da Declaraccedilatildeo do Rio Essa

uacuteltima segue os mesmos padrotildees expostos na Conferecircncia de Estocolmo

citada anteriormente interligando o desenvolvimento econocircmico com o meio

ambiente atraveacutes de uma gestatildeo consciente dos recursos naturais sem

comprometer o modelo econocircmico vigente

Em decorrecircncia desses acontecimentos tornou-se de faacutecil entendimento

que o desenvolvimento sustentaacutevel eacute composto por trecircs aspectos ambiental

econocircmico e social Outros autores como Ignacy Sachs consideram ainda

outras variaacuteveis relevantes para o entendimento do DS como sustentabilidade

ecoloacutegica e poliacutetica

Figura 1 Tripeacute da Sustentabilidade

Fonte Nicholas Gimenes (2012)

Com base nesses trecircs aspectos apontados chegamos ao conhecido

Triple Bottom Line ndash ldquoTripeacute da Sustentabilidaderdquo No tripeacute da sustentabilidade

satildeo expostos o aspecto ambiental que tem como base a produccedilatildeo e o

consumo de tal forma que possa garantir que os ecossistemas natildeo sofram

problemas quanto a sua capacidade de resiliecircncia o aspecto econocircmico que

assume a denominada ecoeficiecircncia a qual incentiva a inovaccedilatildeo tecnoloacutegica

para tentar mitigar alguns dos problemas ambientais e ampliar a

desmaterializaccedilatildeo da economia e o uacuteltimo aspecto o social o qual supotildee que

a populaccedilatildeo de uma determinada sociedade tenha o miacutenimo necessaacuterio para

uma condiccedilatildeo de vida aceitaacutevel buscando erradicar a desigualdade social

Segundo Nascimento existem diversas definiccedilotildees desses trecircs aspectos mas

essas apontadas satildeo as mais recorrentes e de simples entendimento Natildeo

podemos esquecer que assim como eacute apontado por Ignacy Sachs e outros

autores outros aspectos para a definiccedilatildeo do DS devem ser levados em

consideraccedilatildeo em especial a cultura Apesar de natildeo ser citada como base do

ldquotripeacuterdquo a cultura eacute importante em qualquer sociedade quando relacionada ao

meio ambiente pois eacute ela quem dita o comportamento da populaccedilatildeo O Brasil

sofre com questotildees ambientais muitas das vezes por falta de instruccedilatildeo da

populaccedilatildeo que natildeo tem conhecimento do quatildeo impactante pode ser sua accedilatildeo

Deste modo quando se trata de questotildees ambientais eacute necessaacuterio que se

tenha uma mudanccedila natildeo repentina e sim gradativa nos padrotildees de consumo

no estilo de vida e na educaccedilatildeo ambiental

Retomando os conceitos de DS e sustentabilidade temos uma definiccedilatildeo

de Clovis Cavalcanti em que sustentabilidade ldquosignifica a possibilidade de se

obterem continuamente condiccedilotildees iguais ou superiores de vida para um grupo

de pessoas e seus sucessores em dado ecossistemardquo (Cavalcanti 2003)

Analisando essa definiccedilatildeo proposta por Cavalcanti vemos que se assemelha

do que foi exposto por Gro Harlen Brundtland em seu relatoacuterio Como jaacute foi

mencionado para Sachs o ldquoTriple Bottom Linerdquo ndash Tripeacute da Sustentabilidade ndash

possui cinco vertentes da sustentabilidade que satildeo a ldquosustentabilidade

ecoloacutegica refere-se a fiacutesica do processo de crescimento e tem como objetivo a

manutenccedilatildeo de estoques dos recursos naturais incorporados as atividades

produtivas a sustentabilidade ambiental que refere-se agrave manutenccedilatildeo da

capacidade de sustentaccedilatildeo dos ecossistemas o que implica a capacidade de

absorccedilatildeo e recomposiccedilatildeo dos ecossistemas em face as agressotildees antroacutepicas

sustentabilidade social que refere-se ao desenvolvimento e tem por algum

objetivo a melhoria da qualidade da vida da populaccedilatildeo Para caso de paiacuteses

com problemas de desigualdade e de inclusatildeo social implica a adoccedilatildeo de

poliacuteticas distributivas e a universalizaccedilatildeo de atendimento a questotildees como

sauacutede educaccedilatildeo habilitaccedilatildeo e seguridade social sustentabilidade poliacutetica

refere-se ao processo de construccedilatildeo da cidadania para garantir a incorporaccedilatildeo

plena dos indiviacuteduos ao processo de desenvolvimento e a sustentabilidade

econocircmica que refere-se a uma gestatildeo eficiente dos recursos em geral e

caracteriza-se pela regularidade de fluxos do investimento puacuteblico e privado

Implica a avaliaccedilatildeo da eficiecircncia por processos macro sociaisrdquo (Sachs 1993

Agenda 21 brasileira)

Barbosa (2008 p 4) faz uma citaccedilatildeo em seu trabalho sobre o livro de

Leila Ferreira ndash ldquoA questatildeo ambiental sustentabilidade e poliacuteticas puacuteblicas no

Brasilrdquo ndash referente ao padratildeo de vida da sociedade em que

ldquoO padratildeo de produccedilatildeo e consumo que

caracteriza o atual estilo de

desenvolvimento tende a consolidar-se

no espaccedilo das cidades e estas se

tornam cada vez mais o foco principal

na definiccedilatildeo de estrateacutegias e poliacuteticas

de desenvolvimentordquo

Sendo assim eacute de fundamental importacircncia que formas alternativas

sustentaacuteveis sejam alcanccediladas para que possam influenciar de forma positiva

na qualidade de vida das cidades e no processo de planejamento urbano Para

Acselrad (1999 p 85) a sustentabilidade urbana eacute definida como ldquoa

capacidade das poliacuteticas urbanas se adaptarem agrave oferta de serviccedilos agrave

qualidade e agrave quantidade das demandas sociais buscando o equiliacutebrio entre as

demandas de serviccedilos urbanos e investimentos em estruturardquo Como o

desenvolvimento sustentaacutevel possui muitos conceitos e definiccedilotildees haacute uma em

especial que se destaca pelo fato de estar relacionada agraves cidades juntamente

com o termo ldquosustentabilidaderdquo exposta por Barbosa (2008 p 4 apud

Satterthwaite 2004) em que

ldquoa resposta agraves necessidades humanas

nas cidades como o miacutenimo ou

nenhuma transferecircncia dos custos da

produccedilatildeo consumo ou lixo para outras

pessoas ou ecossistemas hoje e no

futurordquo

Assim a participaccedilatildeo da sociedade e a diversidade dos interesses que

a mesma possui gera um conflito entre as poliacuteticas puacuteblicas e o

desenvolvimento sustentaacutevel mas nada que natildeo possa ser contornado a partir

da conscientizaccedilatildeo individual dos cidadatildeos Como eacute exposto por Barbosa ldquoeacute

imprescindiacutevel para a sustentabilidade urbana o uso racional dos recursos

naturais a boa forma do ambiente urbano baseado na interaccedilatildeo clima e os

recursos naturais aleacutem das respostas agraves necessidades urbanas com o miacutenimo

de transferecircncia de dejetos e rejeitos para outros ecossistemas atuais e

futurosrdquo (Barbosa 2008 p 9) Em detrimento disso ldquoo desenvolvimento

sustentaacutevel natildeo deve ser apresentado como um slogan poliacuteticordquo (Barbosa

2008 p 10) deve ser apresentado como uma possiacutevel soluccedilatildeo para a

mitigaccedilatildeo dos problemas ambientais encontrados atualmente na sociedade

Portanto a sustentabilidade visa emoldurar novos meios alternativos de

produccedilatildeo distribuiccedilatildeo e consumo dos recursos naturais existentes de forma

mais racional ecologicamente viaacutevel e economicamente eficaz

Ao retratar esses problemas de padrotildees vividos pela sociedade

relacionados ao meio ambiente mais especificamente a utilizaccedilatildeo de recursos

naturais Nascimento (2012 p 58) aponta que ldquohaacute uma quase unanimidade

hoje entre os cientistas de que os recursos naturais natildeo seratildeo suficientes para

fornecer um modo de vida similar ao da classe meacutedia mundial a todos os novos

ingressantes no mercado No entanto eles tecircm tanto direito quanto os que jaacute

participam do mercado consumidorrdquo Mas como podemos contornar tais

problemas e a crise ambiental Atraveacutes da criatividade humana muitas formas

alternativas foram criadas e podem ser inventadas quando se tratam dos

recursos finitos utilizados pelo homem Temos como exemplo a aacutegua sobre a

qual poucos satildeo os estudos apresentados relacionando o aproveitamento de

aacuteguas pluviais e cidades sustentaacuteveis Na maioria das vezes os estudos satildeo

feitos com base em outras necessidades como a dessalinizaccedilatildeo das aacuteguas do

mar para consumo humano Natildeo podemos esquecer que atualmente existem

diversos sistemas de captaccedilatildeo de aacuteguas pluviais para diferentes finalidades

sejam elas para aproveitamento de consumo humano ou natildeo

3 ndash A viabilidade de implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo

pluvial em Brasiacutelia ndash DF

31 ndash Apresentaccedilatildeo de dados

Primeiramente seratildeo apresentados dados sobre a populaccedilatildeo e o

consumo de aacutegua presente nas residecircncias de Brasiacutelia e que seratildeo utilizados

como base para a implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo na Asa Norte

Segundo Ferreira C diretor Superintendente de Atendimento Comercial

(CAC) da Companhia de Saneamento Ambiental do Distrito Federal (CAESB)

ldquoEm Brasiacutelia o consumo meacutedio por habitante eacute de 190 litros de aacutegua por dia o

que resulta em um consumo mensal de 6msup3 por habitanterdquo De acordo com a

ONU cada pessoa necessita de 110 litros por dia para atender as

necessidades de consumo e higiene A Companhia de Saneamento Baacutesico do

Estado de Satildeo Paulo (SABESP 2010) afirma que ldquono Brasil o consumo por

pessoa pode chegar a mais de 200 litrosdiardquo A estimativa da SABESP (2010)

eacute de que 54 litros (27) vatildeo para cozinhar e beber 50 litros (25) para tomar

banho e escovar os dentes 66 litros (33) para descarga de banheiro 24 litros

(12) para lavagem de roupa e 6 litros (3) para outras tarefas como lavagem

de carro por exemplo Segundo dados da CAESB Brasiacutelia (Plano Piloto)

consome cerca de 2757890msup3 por mecircs e que o consumo por habitante eacute de

1381msup3mecircs

Devido ao alto consumo de aacutegua em Brasiacutelia os recorrentes transtornos

hiacutedricos urbanos e a ausecircncia de sistemas captaccedilatildeo pluvial este capiacutetulo traz

um estudo da viabilidade teacutecnica e econocircmica da implantaccedilatildeo de um sistema

em um preacutedio residencial do bairro Asa Norte mais especificamente na

Superquadra 111 Norte Natildeo haacute nenhum estudo realizado que comprove a

frequecircncia dos alagamentos nessa regiatildeo portanto tal quadra foi selecionada

em decorrecircncia de mateacuterias e reportagens que mostram a dificuldade que a

populaccedilatildeo sofre quando haacute uma chuva anormal

Primeiramente eacute necessaacuterio que se tenha uma noccedilatildeo do periacuteodo

chuvoso em Brasiacutelia Segundo o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais

(INPE) Brasiacutelia apresenta um regime de precipitaccedilatildeo bem definido sendo que

a estaccedilatildeo chuvosa tem iniacutecio em Outubro e estende-se ateacute Marccedilo e a estaccedilatildeo

seca ocorre no restante do ano (Abril a Setembro) Ainda segundo o INPE ldquoa

estaccedilatildeo chuvosa eacute causada pelo forte aquecimento da atmosfera na Amazocircnia

que favorece o desenvolvimento de um sistema quase estacionaacuterio em altos

niacuteveis a Alta Boliacutevia Como resultado dessa circulaccedilatildeo observa-se nos baixos

niacuteveis uma regiatildeo de baixa pressatildeo e a convergecircncia de ar satildeo os principais

fatores que provocam a precipitaccedilatildeo neste periacuteodo responsaacutevel por 70 do

total meacutedio anualrdquo A partir desses elementos apresentados pelo INPE e com

base nos dados os quais foram obtidos da estaccedilatildeo meteoroloacutegica de Brasiacutelia

localizada na Latitude (ordm) -158 Longitude (ordm)-479 temos a precipitaccedilatildeo de

Brasiacutelia dada mecircs a mecircs Os dados partem de Janeiro de 2006 e vatildeo ateacute

Outubro de 2015 Eacute importante frisar que os dados foram formulados a partir

da precipitaccedilatildeo acumulada para tornar mais faacutecil de calcular a meacutedia

Tabela 01 Dados de Precipitaccedilatildeo

AnoMecircs JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ Meacutedia Mensal

2006 1232 1914 258 1417 351 09 01 528 403 5264 1956 1821 14563

2007 2609 2659 357 501 75 0 0 0 0 535 2249 275 9779

2008 201 2425 2346 2109 0 0 0 27 80 387 271 3226 1337

2009 2028 1347 81 3759 612 93 0 725 505 2958 1991 3078 1492

2010 1211 368 2494 2388 275 0 0 0 0 349 2547 318 1068

2011 1268 1724 2433 696 139 38 0 0 7 2639 3338 4704 1421

2012 2699 1149 1982 1213 444 24 02 0 333 1098 4446 1428 1235

2013 4918 1893 1903 954 222 62 03 0 659 1069 2711 3525 1493

2014 1531 1392 3402 2493 28 10 79 0 162 2014 192 3667 1399

2015 939 1297 3456 2076 499 0 08 0 218 694 SD SD 9187

Meacutedia para cada mecircs

20445 16168 21763 17606 2645 326 093 128 315 17007 2652 30421 12797

Tabela contendo os dados de chuva acumulada mecircs a mecircs em miliacutemetros (mm)

Fonte INPE 2015

Obs 1- SD - satildeo dados que natildeo foram coletados devido pois o trabalho foi realizado antes desses meses

Obs2- Meacutedia calculada com os dados obtidos no caso os meses de novembro e dezembro de 2015 natildeo entram no

caacutelculo pois ainda natildeo existiam os dados

Temos tambeacutem a partir do estudo realizado por Brino (Brasiacutelia

Superquadras Residenciais) os dimensionamentos dos preacutedios e a quantidade

de apartamentos por pavimentos conforme as tabelas a seguir

Tabela 02 Dimensionamento dos Blocos

A SUPERQUADRA AE AT

Aacuterea de Projeccedilatildeo por Bloco

Aacuterea Total = 11760msup2 Nuacutemero total de Blocos = 11

1069msup2 185 136

Aacuterea Construiacuteda por bloco (sem pilotis e

subsolo)

Pavimentos = 6 Aacuterea do Pavimento = 1069msup2

6414msup2 1113 818

Aacuterea Construiacuteda por superquadras (sem pilotis e subsolo)

Preacutedio = 11 Aacuterea por Preacutedio = 64141msup2

70554msup2 8999 1225

AE - Aacuterea Aedificandi e AT - Aacuterea Total

Tabela 03 Dimensionamento da Populaccedilatildeo

A POPULACcedilAtildeO (5 Pessoas

apart)

6 apartamentos por pavimento

36 apartamentos por bloco

396 apartamentos

por superquadra

1980 pessoas por

superquadra

8 apartamentos por pavimento

48 apartamentos por bloco

528 apartamentos

por superquadra

2640 pessoas por

superquadra

10 apartamentos por pavimento

60 apartamentos por bloco

660 apartamentos

por superquadra

3300 pessoas por

superquadra

12 apartamentos por pavimento

72 apartamentos por bloco

792 apartamentos

por superquadra

3960 pessoas por

superquadra

Caacutelculo para as faixas 100 200 e 300 (seis pavimentos) Fonte SUDUR

O estudo apresentado por Brino (Brasiacutelia Superquadras Residenciais)

considera uma famiacutelia composta por cinco pessoas para cada apartamento

nesse caso iremos desconsiderar essa informaccedilatildeo e basearmos nos dados

apresentados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica (IBGE) Nos

dados do IBGE (Censo Demograacutefico 2010) constam que a meacutedia de

moradores em domiciacutelios particulares ocupados eacute de 33 moradores

Partindo dos elementos de precipitaccedilatildeo aacuterea de projeccedilatildeo por bloco

meacutedia de moradores por apartamento total de apartamentos de um preacutedio e

consumo meacutedio de aacuteguadia por habitante podemos dar inicio as formas de

captaccedilatildeo e armazenamento de aacuteguas pluviais

32 ndash Aacuteguas pluviais e aacuteguas cinzas

Mas porque focar em aproveitamento de aacuteguas pluviais Segundo

Rapoport (2004 p 1) ldquoo aumento populacional acompanhado pelas mudanccedilas

climaacuteticas globais vem contribuindo para o aumento na demanda por recursos

hiacutedricosrdquo Ainda expotildee que ldquoembora a aacutegua seja um recurso renovaacutevel ela

tende a se deteriorar em funccedilatildeo do seu uso indiscriminado o que compromete

consequentemente a quantidade de aacutegua com qualidade disponiacutevel para o

consumo nas diversas localidadesrdquo (Rapoport 2004 p 1)

Um fato importante abordado por Rapoport (2004 p1) eacute que ldquoa

quantidade de aacutegua disponiacutevel eacute sempre a mesma jaacute que estaacute sempre sendo

renovada atraveacutes do ciclo hidroloacutegico Entretanto a aacutegua de qualidade para

consumo estaacute se tornando rarardquo A tiacutetulo de esclarecimento ldquosabe-se que o

ciclo hidroloacutegico se constitui basicamente do transporte de massas drsquoaacutegua do

oceano para atmosfera por evaporaccedilatildeo e da atmosfera atraveacutes de

precipitaccedilotildees escoamentos superficiais e subterracircneos para os oceanos

influenciando diretamente a distribuiccedilatildeo e extensatildeo dos corpos drsquoaacutegua

continentaisrdquo (Rapoport 2004 p 1) Sendo assim a interferecircncia humana tem

causado alteraccedilotildees no ciclo hidroloacutegico em diversas regiotildees Esse assunto

seraacute melhor abordado mais adiante pois o uso do sistema de captaccedilatildeo pode

influenciar no ciclo hidroloacutegico negativamente mas utilizado da forma

adequada pode continuar mantendo o ciclo equilibrado

Aleacutem do uso indevido da aacutegua e de sua escassez Lima e Machado

(2008 p 13) apontam que ldquooutro fator importante eacute o aumento de inundaccedilotildees e

enchentes devido ao escoamento superficial da aacutegua de chuva e da

impermeabilizaccedilatildeo do solordquo Portanto a captaccedilatildeo de aacuteguas pluviais pode

contribuir para a reduccedilatildeo dos transtornos hiacutedricos urbanos e ao mesmo tempo

reduzir a demanda por aacutegua potaacutevel da companhia de distribuiccedilatildeo local

Segundo Amorim e Pereira (2008 p 54) ldquouma das soluccedilotildees em estudo

para aumentar a oferta de aacutegua para as edificaccedilotildees eacute o aproveitamento da

aacutegua pluvial Esta apresenta uma boa alternativa visto que aleacutem de reduzir o

consumo de aacutegua potaacutevel ainda surge como uma accedilatildeo no combate agraves

enchentes funcionando como uma medida natildeo-estrutural do sistema de

drenagem urbanardquo Mas o que eacute necessaacuterio para formar um sistema de

captaccedilatildeo adequado e funcional Amorim e Pereira (2008 p 54) apresentam

que ldquoos sistemas de aproveitamento de aacutegua pluvial satildeo formados basicamente

pela aacuterea de captaccedilatildeo (geralmente coberturas) os componentes de transporte

(calhas e condutores verticais) e o reservatoacuteriordquo Cabe ressaltar que para esse

estudo a captaccedilatildeo das aacuteguas pluviais seraacute destinada apenas para a utilizaccedilatildeo

em ldquoaacuteguas cinzasrdquo Neste sentido o reuso das aacuteguas cinzas que satildeo as aacuteguas

provenientes de todas as atividades domeacutesticas com exceccedilatildeo de fontes de

aacuteguas negras tais como sanitaacuterios bidecircs e urinol vem sendo estudadas com

vista ao reuso tanto em irrigaccedilatildeo como em sanitaacuterios (Rapoport 2004 p 8)

Retomando os dados apresentados pela SABESP (2010) temos a

tabela 04 a qual apresenta os dados de consumo domeacutestico e em sequecircncia o

graacutefico 01 que demonstram que se analisarmos as quantidades de aacutegua

utilizada no consumo domeacutestico teremos uma base para o tamanho do

reservatoacuterio E posteriormente a tabela 05 mostra em que situaccedilotildees se podem

reutilizar as aacuteguas pluviais

Tabela 04 Consumo domeacutestico de aacutegua

Litros

Cozinhar e Beber 54

Tomar Banho e Escovar os Dentes 50

Descarga de Banheiro 66

Lavagem de Roupa 24

Outras Tarefas 6

Total = 200

Fonte SABESP (2010)

27

25

33

12

3

Cozinhar e Beber

Tomar Banho e Escovar osDentes

Descarga de Banheiro

Lavagem de Roupa

Outras Tarefas

Descarga de Banheiro

6875

Lavagem de Roupa

25

Outras Tarefas 625

Graacutefico 01 Consumo Domeacutestico de Aacutegua

Tabela 05 Percentual para reutilizaccedilatildeo de aacuteguas pluviais

Graacutefico 02 Percentual para Reutilizaccedilatildeo de Aacuteguas Pluviais

Porcentagem ()

Descarga de Banheiro 66 6875

Lavagem de Roupa 24 25

Outras Tarefas 6 625

Total = 96 100

Fonte SABESP(2010)

33 ndash Meacutetodos de Dimensionamento do Reservatoacuterio

Amorim e Pereira (2008 p 54 Soares et al 2000 apud May 2004)

apresentam que existem quatro grupos principais para o dimensionamento do

reservatoacuterio

(a) Meacutetodos determiniacutesticos os dados referentes agrave precipitaccedilatildeo

pluviomeacutetrica e agrave demanda satildeo analisados pela curva de massa

(b) Meacutetodos aproximados baseados em relaccedilotildees empiacutericas

conhecidas

(c) Meacutetodos de modelaccedilatildeo satildeo tambeacutem conhecidos como meacutetodos

de transiccedilatildeo probabiliacutestica da matriz e

(d) Meacutetodos de anaacutelise de sistemas sendo linear natildeo linear ou

programaccedilatildeo dinacircmica

Dentro desses grupos de dimensionamento temos os diversos meacutetodos

meacutetodo de Rippl que consiste na determinaccedilatildeo do volume com base na aacuterea

de captaccedilatildeo que eacute subdivido em meacutetodo analiacutetico e meacutetodo graacutefico meacutetodo de

consideraccedilatildeo dos periacuteodos de dias consecutivos sem chuva que necessita da

observaccedilatildeo dos registros pluviomeacutetricos para identificar os maiores periacuteodos de

dias consecutivos sem chuvas e sua taxa de repeticcedilatildeo meacutetodo de anaacutelise de

simulaccedilatildeo de um reservatoacuterio com capacidade suposta que consiste

basicamente na fixaccedilatildeo de um volume para o reservatoacuterio e na verificaccedilatildeo do

percentual de consumo que seraacute atendido meacutetodo praacutetico brasileiro meacutetodo

praacutetico alematildeo meacutetodo praacutetico inglecircs e o meacutetodo praacutetico australiano (Amorim

e Pereira 2008 p 55-58)

34 ndash Anaacutelise de caso para um preacutedio da Superquadra 111 Norte

A partir dos dados jaacute apresentados temos que o objeto de estudo eacute um

preacutedio residencial localizado na Superquadra 111 Norte que possui uma aacuterea

de projeccedilatildeo de 1069msup2 com seis (6) pavimentos constituindo uma aacuterea

construiacuteda de 6414msup2 apresentando seis (6) apartamentos por pavimento e

consequentemente trinta e seis (36) apartamentos no total (Brino Brasiacutelia

Superquadras Residenciais) O preacutedio conteacutem 33 habitantes por apartamento

(IBGE 2010) que consomem em meacutedia cerca de 190 litros de aacuteguadia

resultando em um consumo mensal de aproximadamente 6msup3 por pessoa

(CAESB) mas como a aacutegua captada da chuva seraacute utilizada apenas para

suprir a demanda de aacutegua cinza temos 66 litros para descarga de vasos

sanitaacuterios

Temos entatildeo que a demanda por aacutegua por habitante nesse edifiacutecio eacute

dada por

119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119898119900119903119886119889119900119903 = 66119871 = 66119871119863119894119886

119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119886119901119886119903119905119886119898119890119899119905119900 = 33119901 times 66119871 ~ 217 119871119863119894119886

119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119901119903eacute119889119894119900 = (33119901 times 66119871) times 36 ~ 7840119871119863119894119886

119863119890119898119886119899119889119886 119898119890119899119904119886119897 119901119900119903 119901119903eacute119889119894119900 =7840119871

119889119894119886times 30119863119894119886119904 = 235224119871

Legenda L = Litros p = Pessoas

Para facilitar nos caacutelculos ao aplica-los para o reservatoacuterio e para o

sistema de captaccedilatildeo eacute necessaacuterio realizar a conversatildeo de litros para msup3

(metros cuacutebicos) Sendo assim 66L = 0066msup3 217L = 0217msup3 7840L =

7840msup3 e 235224L = 235224msup3

Seraacute utilizado o ano de 2014 para os dados de precipitaccedilatildeo da estaccedilatildeo

meteoroloacutegica de Brasiacutelia localizada na Latitude (ordm) -158 Longitude (ordm)-479

fornecidos pela professora Rafaela Lisboa durante o periacuteodo chuvoso O ano

de 2014 apresenta registros jornaliacutesticos de alagamento nos meses de

Fevereiro com precipitaccedilatildeo de 1392 msup3 Marccedilo com precipitaccedilatildeo de 3402msup3

e Dezembro com precipitaccedilatildeo de 3667msup3 Importante ressaltar que o setor

Noroeste de Brasiacutelia foi construiacutedo em 2011 (site G1) o que aumentou a aacuterea

de solo impermeabilizado e a reduccedilatildeo no escoamento superficial da aacutegua

ocasionando em um aumento nas enchentes e alagamentos na Asa Norte

Segundo Amorim e Pereira (2008 p57) um dos meacutetodos a ser utilizado

para poder saber o volume de aacutegua aproveitaacutevel e consequentemente o

volume de aacutegua do reservatoacuterio Trata-se de um meacutetodo empiacuterico apresentado

na NBR 155272007 O volume de aacutegua do reservatoacuterio V expresso em L eacute

exposto a seguir

119872eacute119905119900119889119900 119875119903aacute119905119894119888119900 119861119903119886119904119894119897119890119894119903119900

119881 = 0042 times 119875 times 119860 times 119879

Em que ldquoVrdquo representa o volume de aacutegua aproveitaacutevel e o volume de

aacutegua do reservatoacuterio (L) ldquoPrdquo a precipitaccedilatildeo meacutedia mensal (mm) ldquoArdquo a aacuterea de

coleta em projeccedilatildeo ldquoTrdquo nuacutemero de meses de pouca chuva ou seca e ldquo0042rdquo eacute

um coeficiente estipulado

Portanto segundo Fontanela (2010 p 25) para estipular o volume do

reservatoacuterio temos que calcular 42 do produto entre o volume de chuva

coletada pelo telhado e o nuacutemero de meses com pouca chuva ou seca

Atribuindo valores do ano de 2014 temos que

119881 = 0042 times 1399119898119898 times 1069 times 5

119881~ 31406119871 119900119906 31406119898sup3

Ressaltando que esse valor obtido eacute uma estimativa do tamanho do

reservatoacuterio e que pode haver um reservatoacuterio de maior capacidade

De forma comparativa eacute de bom senso que se faccedila outro caacutelculo com um

meacutetodo alternativo

Amorim e Pereira (2008 p56) expotildeem que existe um meacutetodo de anaacutelise

de simulaccedilatildeo do reservatoacuterio com capacidade suposta o qual consiste

basicamente na fixaccedilatildeo de um volume para o reservatoacuterio e na verificaccedilatildeo de

consumo que seraacute atendido Sendo assim ldquoo primeiro passo para a aplicaccedilatildeo

desse meacutetodo eacute adotar alguns valores possiacuteveis para o volume com base na

estimativa do consumo mensal de aacutegua natildeo potaacutevelrdquo (Amorim e Pereira 2008

p57) Portanto partindo do ponto que o preacutedio consome cerca de 235000L

devemos calcular uma base que possa ser favoraacutevel economicamente

119872eacute119905119900119889119900 119889119890 119878119894119898119906119897119886ccedilatilde119900 119889119900 119877119890119904119890119903119907119886119905oacute119903119894119900

235224119871 rarr 100

119881 rarr 30

119881 ~ 70000119871 119900119906 70119898sup3

Tambeacutem haacute outra alternativa apresentada por L Pereira (Viabilidade

EconocircmicoAmbiental p 18)

119881119886119888 = 119860119879 times 119875119875119872119860 lowast

119881119886119888 = 1069119898sup2 times 1399119898sup3 = 1495531119898sup3119886119899119900

Equaccedilatildeo a qual ldquoVacrdquo corresponde ao volume de aacutegua captado ldquoATrdquo

aacuterea do telhado e ldquoPPMArdquo eacute a precipitaccedilatildeo pluviomeacutetrica meacutedia mensal

Poreacutem o resultado obtido eacute para os 12 meses do ano e como foi visto no

ano de 2014 temos 7 meses com chuva portanto

119881119886119888 =119879119900119905119886119897

1198983

1198861198991199007 119898119890119904119890119904

lowast

119881119886119888 =1495531119898sup3119886119899119900

7= 21364119898sup3 119900119906 213640119871

dados somente seriam vaacutelidos se a precipitaccedilatildeo fosse uniforme durante os 7 meses de chuva

341 ndash Anaacutelise de caso para a Superquadra 111 Norte

Retomando a tabela 02 temos que a quadra apresenta 11 preacutedios

aproximadamente que variam o nuacutemero de apartamentos por pavimentos e

consequentemente o nuacutemero de moradores mas os edifiacutecios continuam tendo

uma aacuterea de 1069msup2 gerando um uma aacuterea total de 70554msup2 mas teremos

como base os caacutelculos feitos para o preacutedio selecionado no item 34

Realizando um caacutelculo baacutesico tem-se como estimativa de

armazenamento para esta quadra o seguinte

119872eacute119905119900119889119900 119875119903aacute119905119894119888119900 119861119903119886119904119894119897119890119894119903119900

119881~ 31406119871 119900119906 314061198983

11 119875119903eacute119889119894119900119904 times 31406119871 = 345466119871 119900119906 345466119898sup3

119872eacute119905119900119889119900 119889119890 119878119894119898119906119897119886ccedilatilde119900 119889119900 119877119890119904119890119903119907119886119905oacute119903119894119900

119881 ~ 70000119871 119900119906 701198983

11 119875119903eacute119889119894119900119904 times 70000119871 = 770000

119881119900119897119906119898119890 119889119890 aacute119892119906119886 119888119886119901119905119886119889119900 lowast

119881119886119888 = 213641198983119900119906 213640119871

11 119875119903eacute119889119894119900119904 times 213640119871 = 2350040119871 119900119906 235004119898sup3

dados somente seriam vaacutelidos se a precipitaccedilatildeo fosse uniforme durante os 7 meses de chuva

119863119890119898119886119899119889119886 119905119900119905119886119897 119889119886 119902119906119886119889119903119886 119888119900119898 119889119890119904119888119886119903119892119886 119889119890 119887119886119899ℎ119890119894119903119900

11 119875119903eacute119889119894119900119904 times 235224119871 = 2587464119871 119900119906 2587464119898sup3

Segundo Brino (Brasiacutelia Superquadras Residenciais) temos que as

dimensotildees maacuteximas de uma superquadra satildeo de 280x280m resultando numa

aacuterea de 78400msup2 que eacute denominado de Aacuterea Total (AT) A partir disso foi

definido que deveria existir uma faixa externa de 20m denominada de non

aedificandi que foi destinada ao plantio de uma ldquomassa vegetalrdquo de grande

porte e no interior da quadra encontra-se a aacuterea aedificandi a qual possui

240x240m e uma aacuterea de 57600msup2 Realizando uma subtraccedilatildeo da Aacuterea total

pela Aacuterea aedificandi obtecircm-se que a aacuterea non aedificandi eacute de 20800msup2 que

corresponde a 265 da aacuterea total

Com base nessas informaccedilotildees eacute necessaacuterio atentar-se ao detalhe de

que uma parte da precipitaccedilatildeo cai no solo e outra parte nos telhados dos

preacutedios Sendo assim parte da chuva pode ser aproveitada pelo sistema de

captaccedilatildeo enquanto outra parte chega ao solo sem uma interferecircncia direta no

ciclo hidroloacutegico

35 ndash Funcionamento do sistema de captaccedilatildeo

Eacute importante frisar que o sistema de aproveitamento de aacuteguas pluviais eacute

regido pela norma NBR 15527 (Associaccedilatildeo Brasileira de Normas Teacutecnicas

2007) norma a qual faz algumas consideraccedilotildees importantes para implantaccedilatildeo

e correto funcionamento do sistema de captaccedilatildeo Alguns destes satildeo

435 ndash O volume dos reservatoacuterios deve ser dimensionado com

base em criteacuterios teacutecnicos econocircmicos e ambientais levando em

conta as boas praacuteticas da engenharia podendo a criteacuterio do

projetista ser utilizados os meacutetodos contidos no Anexo A ou

outro desde que devidamente justificado

Item 436 ndash Os reservatoacuterios devem ser limpos e desinfetados

com soluccedilatildeo de hipoclorito de soacutedio no miacutenimo uma vez por ano

de acordo com agrave ABNT NBR 5626

Item 442 ndash As tubulaccedilotildees e demais componentes devem ser

claramente diferenciados das tubulaccedilotildees de aacutegua potaacutevel

Item 443 ndash O sistema de distribuiccedilatildeo de chuva deve ser

independente do sistema de aacutegua potaacutevel natildeo permitindo a

conexatildeo cruzada de acordo com agrave ABNT NBR 5626

Item 444 ndash Os pontos de consumo como por exemplo uma

torneira de jardim devem ser de uso restrito e identificados com

placa de advertecircncia com a seguinte inscriccedilatildeo ldquoaacutegua natildeo potaacutevelrdquo

e identificaccedilatildeo graacutefica

Item 445 ndash Os reservatoacuterios de aacutegua de distribuiccedilatildeo de aacutegua

potaacutevel e de aacutegua da chuva devem ser separados

Item 461 ndash Quando necessaacuterio o bombeamento este deve

atender agrave ABNT NBR 12214

Deve-se realizar manutenccedilatildeo em todo o sistema de

aproveitamento de aacutegua de chuva

Para maiores esclarecimentos ldquoo funcionamento de um sistema de

coleta e aproveitamento de aacutegua pluvial consiste de maneira geral na captaccedilatildeo

da aacutegua da chuva que cai sobre os telhados ou lajes da edificaccedilatildeo A aacutegua eacute

conduzida ateacute o local de armazenamento atraveacutes de calhas condutores

horizontais e verticais passando por equipamentos de filtragem e descarte de

impurezas Apoacutes passar pelo filtro a aacutegua eacute armazenada geralmente em

reservatoacuterio enterrado (cisterna) e bombeada a um segundo reservatoacuterio

(elevado) do qual as tubulaccedilotildees especiacuteficas de aacutegua pluvial iratildeo distribuiacute-la

para o consumo natildeo potaacutevelrdquo (Carvalho 2010 p 27 e 28) Conforme ilustra a

imagem a seguir

Figura 02 Funcionamento de um Sistema de Captaccedilatildeo

Fonte Adatildeo D Padini (2013)

De forma mais simplificada podemos ver a representaccedilatildeo no fluxograma

a seguir

Figura 03 Fluxograma do Sistema de Captaccedilatildeo

Fonte Leandro Roncato Pereira

351 ndash Dificuldades para implantaccedilatildeo do sistema

Tal sistema apresenta como dificuldade o local onde seriam instaladas

as cisternas uma vez que geraria um peso sobre o telhado Dessa forma o

sistema seria instalado no jardim cobrando um custo adicional

352 ndash Custo de implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo fechado em um

preacutedio

Na implantaccedilatildeo desse sistema os materiais utilizados teratildeo como base o

meacutetodo praacutetico brasileiro e para aumentar a eficiecircncia do sistema o volume de

31406L seraacute arredondado para 35000L

Os valores de alguns dos materiais apresentados a seguir seguem os

dos apresentados no trabalho de L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental

p 18) apenas o valor da caixa drsquoaacutegua de 10000L foi obtido atraveacutes de

pesquisas em lojas de construccedilatildeo e assim utilizando a de menor valor

Tambeacutem devemos considerar que a bomba consome energia ao bombear aacutegua

para o preacutedio (CEB) portanto os valores seguem conforme a tabela a seguir

Tabela 06 Preccedilo dos Produtos do Sistema de Captaccedilatildeo sem Fluxo

Produto Quantidade Valor unitaacuterio (R$) Valor total (R$)

Cx Daacutegua 10000L 3 496090 1488270

Cx Daacutegua 5000L 1 108000 108000

Boacuteia Eleacutetrica 1 2750 2750

Boacuteia Comum 1 1220 1220

Registro de Gaveta

1 3490 3490

Bomba Anauger 1 23000 23000

Filtro 3P VF1 1 22000 22000

Tubulaccedilotildees 7000 7000

Disjuntor 1 1310 1310

Escavaccedilatildeo Msup3 3666 128310

Matildeo de Obra 1 58574 58574

Energia 054 054

Total 13 727154 1843978

Observaccedilatildeo Pelo fato desse estudo se tratar de um modelo de implantaccedilatildeo

o custo das tubulaccedilotildees vai variar de acordo com a demanda necessitada pelo

preacutedio portanto podendo variar de acordo com o projeto implantado Para este

estudo seraacute adotado o valor de R$ 7000

Observaccedilatildeo Pelo fato desse trabalho tratar-se de um modelo de

implantaccedilatildeo o custo da energia pode variar de acordo com a demanda necessitada

pelo preacutedio portanto podendo variar de acordo com o uso da bomba Para este

estudo seraacute adotado o valor de R$ 054 que eacute o valor do KwH cobrado pela CEB

Segundo Saravy (2010 p 46) haacute tambeacutem um custo para manutenccedilatildeo do

sistema conforme a tabela a seguir

Tabela 07 Preccedilo de Manutenccedilatildeo do Sistema de Captaccedilatildeo

Com esses dados podemos ver o valor total final a ser pago pelo

sistema de captaccedilatildeo que eacute de R$ 1889978

36 ndash Taxas e valores cobrados para utilizaccedilatildeo de aacutegua

Segundo a Companhia de Saneamento Ambiental do Distrito Federal (CAESB)

quando vaacuterias residecircncias satildeo atendidas por uma uacutenica ligaccedilatildeo de aacutegua eacute aplicado o

conceito de consumo ldquoPara exemplificar podemos citar um preacutedio residencial onde

cada apartamento corresponde a uma unidade de consumordquo (CAESB) Contudo o

caacutelculo de gastos seraacute realizado primeiro em um apartamento e posteriormente

multiplicado pelo total de apartamentos do preacutedio uma vez que os preacutedios

residecircncias da Asa Norte pagam a conta de aacutegua atraveacutes do condomiacutenio O preacutedio

Componente Frequecircncia da Manutenccedilatildeo

Custo da Manutenccedilatildeo

Calhas e Condutores

Semestral R$ 13000

Reservatoacuterio Limpeza e

Desinfecccedilatildeo Anual

R$ 20000

desse estudo apresenta um hidrocircmetro que mede o consumo de aacutegua para o todo o

preacutedio

Eacute de suma importacircncia destacar tambeacutem que haacute uma taxa de esgoto que eacute

cobrada pela CAESB consequentemente ldquoo valor da tarifa de esgotos corresponde

a 100 do valor da tarifa de aacutegua exceto quando se tratar de coleta do tipo

condominial que equivale a 60 do valor da tarifa de aacuteguardquo (CAESB)

Deste modo a CAESB utiliza tarifas para diversas categorias de moradia e

comeacutercio e neste estudo seraacute aplicada a tarifa de ldquoresidencial normalrdquo em

concordacircncia com a tabela a seguir

Tabela 08 Valor da Tarifa Cobrado pela CAESB

Para melhor compreensatildeo do caacutelculo que a CAESB faz temos uma conta do

condomiacutenio do preacutedio da Superquadra 111 Norte

Figura 04 Conta Discriminada do Condomiacutenio

Fonte Condomiacutenio do Preacutedio

O caacutelculo feito pela CAESB consiste primeiramente em saber a demanda de

aacutegua gasta em metros cuacutebicos por Unidade de Consumo ndash apartamento ndash para

saber qual faixa ldquomsup3rdquo eacute aplicada Apoacutes saber qual a faixa ldquomsup3rdquo que se enquadra eacute

atribuiacutedo o volume por UC (em msup3) em sequecircncia multiplica-se o volume por UC ou

volume da faixa pelo nuacutemero de UCrsquos correspondente para se obter o volume total

gasto (em msup3) Tendo o volume total gasto basta multiplicar pelo preccedilo corresponde

agrave faixa a qual se encaixa o consumo e assim obtendo o valor total a pagar A partir

do momento que se tem o valor total a pagar eacute necessaacuterio acrescer 100 do valor

para cobrir a tarifa de esgoto conforme a figura

Partindo desses dados podemos calcular por apartamento quanto eacute cobrado

pela CAESB a partir dos dados apresentados no capiacutetulo 34

119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119886119901119886119903119905119886119898119890119899119905119900 = 33119901 times 66119871 ~ 217119871

119863119894119886

119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119886119901119886119903119905119886119898119890119899119905119900 119886119900 119898ecirc119904 = 217119871119889119894119886 times 30119863119894119886119904 = 6510119871 119900119906 65101198983

Com base nesses dados temos que calcular o volume total de descarga em

sanitaacuterios que o preacutedio consome com a seguinte foacutermula

119881119879 = 119881119865 times 119873ordm 119889119890 119880119862prime119904

119881119879 = 10119898sup3 times 36 = 360119898sup3

Em que ldquoVTrdquo corresponde ao volume total do preacutedio ldquoVFrdquo ao volume da faixa

que eacute estipulado pela CAESB e ldquoUCrsquosrdquo satildeo as unidades de consumo que eacute correlato

ao nuacutemero de apartamentos existente

Portanto o total a se pagar em um mecircs eacute calculado da seguinte forma

119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 119881119879 times 119879119886119903119894119891119886 119889119890 aacute119892119906119886 + 119879119886119903119894119891119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900

119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 360119898sup3 times 119877$ 265 + 119879119886119903119894119891119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900

119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 954 + 119877$ 954 = 119877$ 1908

Em 7 meses seriam pagos em descarga

119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 1908 times 7 119872119890119904119890119904 = 119877$ 13356

37 ndash Caacutelculos de economia e retorno de investimento para um sistema

fechado

Conforme exposto por L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental p 15)

ldquopara o caacutelculo da economia da taxa de aacutegua multiplica-se o valor do msup3 (valor

cobrado por msup3 do responsaacutevel pelo fornecimento de aacutegua na cidade []) pelo

volume captado e entatildeo obtecircm-se o valor economizado por ano na taxa de aacuteguardquo

Recapitulando que para esse estudo seraacute utilizado o meacutetodo praacutetico brasieliro

devido aos meses de seca ou pouca chuva

Sendo assim

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119881119886119897119900119903 119889119900 1198983 times 119881119900119897119906119898119890 119888119886119901119905119886119889119900

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 265 times 314061198983

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 8322

Essa economia de R$ 8322 eacute para um mecircs de chuva para o preacutedio todo

sendo assim para os 7 meses de chuva tem-se

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119890 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 8322 times 7 119898119890119904119890119904 = 119877$ 58254

Ainda segundo L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental p 16) para o

caacutelculo da economia referente ao esgoto eacute necessaacuterio multiplicar o valor do msup3 pelo

volume captado e por 08 uma vez que considera-se 20 de perda ou seja para

cada 1 litro de aacutegua que chega na residecircncia eacute cobrado 08 litros para o tratamento

do esgoto

Portanto tem-se

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119881119886119897119900119903 119889119900 1198983 times 119881119900119897119906119898119890 119888119886119901119905119886119889119900 times 08

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900 = 119877$ 265 times 314061198983 times 08

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 6658

Esse valor encontrado de R$ 6658 corresponde a um mecircs de chuva para o

preacutedio sendo assim o total economizado pelo preacutedio em 7 meses eacute de

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119890 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 6658 times 7 119898119890119904119890119904 = 119877$ 46606

ldquoPara o caacutelculo do retorno do investimento divide-se o valor investido pela

economia anual com a implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo e reaproveitamento da

aacutegua pluvialrdquo L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental p 16)

Portanto para 7 meses de chuva tem-se o seguinte

119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 =119881119886119897119900119903 119894119899119907119890119904119905119894119889119900

119864119888119900119899119900119898119894119886 (7119898119890119904119890119904)

119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 = 119877$ 1843924

119877$ 58254 + 119877$ 46606

119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 = 119877$ 1843924

119877$ 9446

119877119890119905119900119903119899119900

119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900= 1952 119886119899119900119904

38 ndash Caacutelculos de dimensionamento para um sistema com fluxo

Os caacutelculos apresentados no subitem anterior satildeo relativos a um sistema

o qual natildeo adota a possibilidade de fluxo dentro do reservatoacuterio Quando se

fala em fluxo temos que considerar que ao mesmo tempo em que o preacutedio

utiliza aacutegua do reservatoacuterio de aacutegua pluvial o mesmo vai enchendo com aacutegua

pluvial Portanto haacute um ciclo no qual o preacutedio demanda aacutegua do reservatoacuterio e

o mesmo vai enchendo conforme chove no local

Sabendo que a meacutedia mensal eacute de 1399msup3 eacute preciso multiplicar isso

por 12 para se obter o quanto choveu em 2014 Sendo assim

119879119900119905119886119897 119886119900 119886119899119900 = 1399119898119898 times 12 119898119890119904119890119904

119879119900119905119886119897 119886119900 119886119899119900 = 16788119898119898

Mas como foi visto o periacuteodo chuvoso eacute de 7 meses entatildeo temos

119875119903119890119888119894119901119894119905119886ccedilatilde119900 119901119886119903119886 7 119898119890119904119890119904 = 16788119898119898 divide 7 = 2398119898119898

Com isso eacute necessaacuterio realizar o caacutelculo da meacutedia de captaccedilatildeo de aacutegua

por mecircs para a aacuterea de 1069msup2

119872119890119889119894119886 119889119890 119862119886119901119905119886ccedilatilde119900 = 2398119898119898 times 1069119898sup2

119872eacute119889119894119886 119889119890 119862119886119901119905119886ccedilatilde119900 = 256346119871 119900119906 256346119898sup3

Ao considerar o valor obtido temos que realizar o quanto seria captado

diariamente

119872eacute119889119894119886 119889119894aacute119903119894119886 = 256346119898sup3 divide 30 119889119894119886119904 = 85119898sup3119889119894119886

A partir desses caacutelculos podemos realizar a seguinte comparaccedilatildeo O

preacutedio consome cerca de 78msup3 ao dia de aacutegua para descarga de vasos sanitaacuterios

enquanto a meacutedia diaacuteria de captaccedilatildeo eacute de 85msup3 por conseguinte temos um fluxo

positivo de aacutegua para o reservatoacuterio de 067msup3dia nos dias chuvosos

Se colocarmos um reservatoacuterio de 35msup3 sem nenhuma aacutegua

armazenada poderemos constatar que o reservatoacuterio iria encher por completo em

cerca de 53 dias conforme o caacutelculo a seguir

351198983 = 0671198983 times 119909 119889119894119886119904

119909 119889119894119886119904 = 35119898sup3 divide 067119898sup3 = 5223 119889119894119886119904

Analisando esses dados temos que a partir do 54ordm dia o reservatoacuterio

estaria completamente cheio e no restante dos 156 dias que teriacuteamos de chuva

esses 067msup3 seriam de certa forma desperdiccedilados uma vez que esse fluxo de

067msup3 ao final dos 7 meses gerariam cerca de 1407msup3 enquanto o reservatoacuterio tem

a capacidade de 35msup3 conforme o caacutelculo a seguir

119875119900119905119890119899119888119894119886119897 = 067119898sup3 times 156 119889119894119886119904 = 1045119898sup3

Se considerarmos esse fluxo positivo de 067msup3dia temos que ao final

dos 210 dias (7meses) seria possiacutevel armazenar 1407 msup3 de aacutegua Com um

reservatoacuterio de 35msup3 1057msup3 estariam sendo escoados para fora do reservatoacuterio

Portanto o ideal seria um reservatoacuterio que se aproxime de 1407msup3 para que ao

final dos 7 meses toda aacutegua possiacutevel fosse armazenada no entanto o reservatoacuterio

deveria ser de 145msup3

Devemos considerar ainda que ao final dos 7 meses o reservatoacuterio

estaria cheio no periacuteodo de seca conseguiria abastecer o preacutedio de acordo com a

demanda do preacutedio sendo assim

119880119905119894119897119894119911119886ccedilatilde119900 119899119886 119904119890119888119886 = 119879119900119905119886119897 119889119900 119903119890119904119890119903119907119886119905oacute119903119894119900 divide 119863119890119898119886119899119889119886 119889119894aacute119903119894119886

119880119905119894119897119894119911119886ccedilatilde119900 119899119886 119904119890119888119886 = 1451198983 divide 781198983119889119894119886

119880119905119894119897119894119911119886ccedilatilde119900 119899119886 119904119890119888119886 = 1858 119889119894119886119904

381 ndash Custo de implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo com fluxo em um

preacutedio

Na implantaccedilatildeo desse sistema os materiais utilizados teratildeo como base

as estimativas que foram apresentadas no subitem anterior e para aumentar a

eficiecircncia do sistema o volume de 1400007L seraacute arredondado para

145000L

Devido ao tamanho do reservatoacuterio eacute de se esperar que o reservatoacuterio

natildeo seja instalado em cima do preacutedio uma vez que a estrutura do preacutedio natildeo

conseguiria suportar o peso que o reservatoacuterio faria sobre o telhado

consequentemente o reservatoacuterio deveraacute ser instalado no jardim do preacutedio que

iraacute gerar um custo a mais por conta da escavaccedilatildeo

Os valores de alguns dos materiais apresentados a seguir seguem os

dos apresentados no trabalho de L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental

p 18) apenas o valor da caixa drsquoaacutegua de 10000L foi obtido atraveacutes de

pesquisas em lojas de construccedilatildeo e assim utilizando a de menor valor

conforme a tabela a seguir Segundo o Saneamento de Goiaacutes SA (SANEAGO)

o custo de escavaccedilatildeo eacute calculado a partir do total de msup3 aleacutem de 3m de

profundidade

Tabela 09 Preccedilo dos Produtos do Sistema de Captaccedilatildeo com Fluxo

Observaccedilatildeo Pelo fato desse estudo se tratar de um modelo de implantaccedilatildeo

o custo das tubulaccedilotildees vai variar de acordo com a demanda necessitada pelo

preacutedio portanto podendo variar de acordo com o projeto implantado Para este

estudo seraacute adotado o valor de R$ 7000

Observaccedilatildeo Pelo fato desse trabalho tratar-se de um modelo de

implantaccedilatildeo o custo da energia pode variar de acordo com a demanda necessitada

pelo preacutedio portanto podendo variar de acordo com o uso da bomba Para este

estudo seraacute adotado o valor de R$ 054 que eacute o valor do KwH cobrado pela CEB

Produto Quantidade Valor unitaacuterio (R$) Valor total (R$)

Cx Daacutegua 10000L 14 496090 6945260

Cx Daacutegua 5000L 1 108000 108000

Boacuteia Eleacutetrica 1 2750 2750

Boacuteia Comum 1 1220 1220

Registro de Gaveta

1 3490 3490

Bomba Anauger 1 23000 23000

Filtro 3P VF1 1 22000 22000

Tubulaccedilotildees 7000 7000

Disjuntor 1 1310 1310

Escavaccedilatildeo Msup3 3666 53157

Matildeo de Obra 1 58574 58574

Energia 054 054

Total 13 727154 7704228

382 ndash Caacutelculos de economia e retorno de investimento para um sistema

com fluxo

Partindo dos dados apresentados podemos calcular por apartamento quanto eacute

cobrado pela CAESB a partir dos dados apresentados no capiacutetulo 34

119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119886119901119886119903119905119886119898119890119899119905119900 = 33119901 times 66119871 ~ 217119871

119863119894119886

119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119886119901119886119903119905119886119898119890119899119905119900 119886119900 119898ecirc119904 = 217119871119889119894119886 times 30119863119894119886119904 = 6510119871 119900119906 65101198983

Em que ldquoVTrdquo corresponde ao volume total do preacutedio ldquoVFrdquo ao volume da faixa

que eacute estipulado pela CAESB e ldquoUCrsquosrdquo satildeo as unidades de consumo que eacute correlato

ao nuacutemero de apartamentos existente

Portanto o total a se pagar em um mecircs eacute calculado da seguinte forma

119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 119881119879 times 119879119886119903119894119891119886 119889119890 aacute119892119906119886 + 119879119886119903119894119891119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900

119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 360119898sup3 times 119877$ 265 + 119879119886119903119894119891119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900

119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 954 + 119877$ 954 = 119877$ 1908

Retomando o caacutelculo exposto por L Pereira (Viabilidade

EconocircmicoAmbiental p 15) no subitem anterior temos que o caacutelculo da CAESB

seria feito da seguinte maneira

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119881119886119897119900119903 119889119900 1198983 times 119881119900119897119906119898119890 119888119886119901119905119886119889119900

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 265 times 1451198983

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 38425

Esse caacutelculo eacute equivalente a um mecircs de captaccedilatildeo para os 7 meses

teremos o seguinte

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119890 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 38425 times 7 119898119890119904119890119904 = 119877$ 268975

Conforme foi visto para o caacutelculo da economia de esgoto eacute necessaacuterio

multiplicar o valor do msup3 pelo volume captado e por 08 uma vez que considera-se

20 de perda ou seja para cada 1 litro de aacutegua que chega na residecircncia eacute cobrado

08 litros para o tratamento do esgoto Portanto para um mecircs segue-se

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119881119886119897119900119903 119889119900 1198983 times 119881119900119897119906119898119890 119888119886119901119905119886119889119900 times 08

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900 = 119877$ 265 times 1451198983 times 08

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 3074

ldquoPara o caacutelculo do retorno do investimento divide-se o valor investido pela

economia anual com a implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo e reaproveitamento da

aacutegua pluvialrdquo L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental p 16)

Portanto para 7 meses de chuva tem-se o seguinte

119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 =119881119886119897119900119903 119894119899119907119890119904119905119894119889119900

119864119888119900119899119900119898119894119886 (7119898119890119904119890119904)

119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 = 119877$ 17704228

119877$ 268975 + 119877$ 21518

119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 = 119877$ 7704228

119877$ 484155

119877119890119905119900119903119899119900

119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900= 1591119886119899119900119904

4 ndash Conclusatildeo e Consideraccedilotildees Finais

De acordo com o que foi exposto temos que a implantaccedilatildeo do sistema de

captaccedilatildeo para o aproveitamento de aacuteguas pluviais eacute uma oacutetima alternativa para

substituiccedilatildeo da ldquoaacutegua cinzardquo possibilitando tambeacutem um destino mais correto do

ponto de vista ambiental para a aacutegua que se tornaria esgoto Como eacute de

conhecimento este tipo de meacutetodo eacute utilizado em diversas regiotildees natildeo somente

aquelas que sofrem com escassez de aacutegua

Mesmo sabendo que o Brasil possui um grande potencial hiacutedrico observamos

que uma parcela da populaccedilatildeo natildeo tem consciecircncia quanto ao gasto de aacutegua

gerando um grande desperdiacutecio de forma desnecessaacuteria Portanto partindo de um

pensamento racional um sistema de captaccedilatildeo seria viaacutevel para o aproveitamento da

aacutegua para fins de consumo domeacutestico mais precisamente ldquoaacutegua cinzardquo

Considerando os caacutelculos apresentados a partir da taxa de precipitaccedilatildeo meacutedia

em Brasiacutelia a criaccedilatildeo de um sistema de captaccedilatildeo pluvial predial traz benefiacutecios

econocircmicos e ambientais O projeto torna-se viaacutevel economicamente pois desde

que se faccedila a manutenccedilatildeo de forma adequada do sistema este teraacute uma vida uacutetil

longa e considerando que se obteacutem o retorno do investimento em aproximadamente

16 anos para um sistema com fluxo apoacutes este periacuteodo o sistema passa a ser

lucrativo para o preacutedio que implanta pois o custo eacute dividido no condomiacutenio dentre os

moradores do preacutedio

Analisando do ponto de vista ambiental o desenvolvimento urbano de Brasiacutelia

ocasionou em superfiacutecies impermeaacuteveis dificultando a absorccedilatildeo de aacuteguas pluviais

pelo solo e juntamente com o sistema de redes pluviais e o sistema de drenagem

ultrapassados os alagamentos e enchentes tecircm se tornado constante quando

ocorrem chuvas anormais Com as estimativas feitas neste trabalho eacute possiacutevel que

tais transtornos hiacutedricos urbanos possam ser amenizados a partir da implantaccedilatildeo do

sistema sem que afete o ciclo hidroloacutegico natural Logicamente essa natildeo eacute a

soluccedilatildeo uma vez que ela deve ser apenas um complemento agrave poliacuteticas publicas

poliacuteticas de incentivo entre outras medidas de cunho sustentaacutevel

Em vista disso a implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo e aproveitamento de

aacuteguas pluviais acarretaria em uma significativa melhora ambiental atraveacutes da

substituiccedilatildeo de uma parcela da aacutegua fornecida pela CAESB e possivelmente

mitigando os transtornos hiacutedricos urbanos se aplicado em larga escala

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Ainda na deacutecada de 60 as chuvas aacutecidas recorrentes nos paiacuteses

noacuterdicos levaram a Sueacutecia junto ao Conselho Econocircmico e Social das Naccedilotildees

Unidas (ECOSOC) a propor a realizaccedilatildeo de uma conferecircncia para tratar de um

acordo internacional para uma possiacutevel reduccedilatildeo na emissatildeo dos gases

responsaacuteveis por tal transtorno Com isso ocorreu a Conferecircncia de

Estocolmo em 1972 colocando em evidecircncia os paiacuteses subdesenvolvidos e

desenvolvidos da eacutepoca A princiacutepio as preocupaccedilotildees natildeo eram nem um

pouco igualitaacuterias jaacute que os paiacuteses desenvolvidos estavam atentos agrave

degradaccedilatildeo ambiental que afetavam sua qualidade de vida enquanto os

paiacuteses subdesenvolvidos estavam preocupados em natildeo sofrerem sanccedilotildees

comerciais e apresentarem um retardo em seu desenvolvimento uma vez que

naquela eacutepoca os problemas ambientais eram associados ao crescimento

econocircmico dos paiacuteses de terceiro mundo Nessa conferecircncia ficou exposto

que os paiacuteses desenvolvidos defendiam a proteccedilatildeo do meio ambiente como

principal foco e os paiacuteses em desenvolvimento focavam no combate agrave

pobreza

Para melhor esclarecer Nascimento expotildee a partir do documento ldquoOnly

One Earthrdquo (Ward amp Dubos 1973) ldquo[] O problema ambiental como decorrente

de externalidades econocircmicas proacuteprias do excesso de desenvolvimento

(tecnologia agressiva e consumo excessivo) de um lado e de sua falta

(crescimento demograacutefico e baixo PIB per capita) de outro Posta dessa forma

a questatildeo ambiental deixava de ficar restrita ao meio natural e adentrava o

espaccedilo socialrdquo Contemporacircneo a isso temos o relatoacuterio do Clube de Roma ndash

Limits to Growth (Meadows et al 1972) que propunha uma reduccedilatildeo do

desenvolvimento industrial nos paiacuteses desenvolvidos e uma contenccedilatildeo no

crescimento populacional nos paiacuteses subdesenvolvidos juntamente com o

apoio daqueles aos subdesenvolvidos para que pudessem crescer

economicamente A partir desses eventos os governos se conscientizaram e

criaram agecircncias que tratassem das questotildees ambientais para que pudessem

juntar dados ambientais jaacute que na eacutepoca careciam de tais informaccedilotildees

No Brasil foi criada a Secretaria Especial do Meio Ambiente (SEMA) em

1973 enquanto nos EUA jaacute existia a Environmental Protection Agency (EPA)

desde 1970

Dez anos apoacutes a Conferecircncia de Estocolmo uma anaacutelise dos resultados

foi feita pela ONU e mostrou que o resultado estabelecido deixou a desejar e

que os esforccedilos realizados foram inferiores Em decorrecircncia desse mal

desempenho foi formada a Comissatildeo Mundial sobre Meio Ambiente e

Desenvolvimento (CMMAD) presidida por Gro Harlen Brundtland responsaacutevel

pelo relatoacuterio ldquoNosso Futuro Comumrdquo ndash Our Common Future ndash que tinha como

principal proposta a criaccedilatildeo de uma agenda global para focar em uma

mudanccedila consideraacutevel Esse estudo obteve informaccedilotildees durante trecircs anos a

partir de pesquisas e anaacutelises com enfoque na parte social Segundo Barbosa

(2008 p2) as informaccedilotildees colhidas do relatoacuterio com base nas questotildees

sociais referiam-se ldquoao uso da terra sua ocupaccedilatildeo suprimento de aacutegua abrigo

e serviccedilos sociais educativos e sanitaacuterios aleacutem de administraccedilatildeo do

crescimento urbanordquo

Tal relatoacuterio foi responsaacutevel pela criaccedilatildeo do termo ldquoDesenvolvimento

Sustentaacutevelrdquo que ldquoconsistiu o maior esforccedilo entatildeo conhecido para conciliar a

preservaccedilatildeo do meio ambiente com o desenvolvimento econocircmicordquo

(Nascimento 2012 p 54) Uma definiccedilatildeo baacutesica do que eacute DS eacute exposta por

Nascimento (2012 p 58 apud Lenzi 2006) ldquoDesenvolvimento sustentaacutevel eacute o

desenvolvimento que satisfaz as necessidades do presente sem comprometer

a capacidade das geraccedilotildees futuras em satisfazer suas proacuteprias necessidadesrdquo

Estender e Pitta (O Conceito do Desenvolvimento Sustentaacutevel apud Camargo

2003 p 43) tambeacutem fazem citaccedilatildeo agrave outra definiccedilatildeo apontada no relatoacuterio

ldquoEm essecircncia o desenvolvimento sustentaacutevel eacute um

processo de transformaccedilatildeo no qual a exploraccedilatildeo dos

recursos a direccedilatildeo dos investimentos a orientaccedilatildeo

do desenvolvimento tecnoloacutegico e a mudanccedila

institucional se harmonizam e reforccedilam o potencial

presente e futuro a fim de atender agraves necessidades

e aspiraccedilotildees humanasrdquo

Nascimento (2012 p 54) aponta que ldquoA forccedila e a fraqueza dessa

definiccedilatildeo encontram-se justamente nessa foacutermula vaga pois deixam-se em

aberto quais seriam as necessidades humanas atuais e mais ainda as das

geraccedilotildees futurasrdquo

Segundo Barbosa (2008) o relatoacuterio faz consideraccedilotildees agraves questotildees

urbanas no qual as cidades em seu desenvolvimento devem contemplar as

necessidades baacutesicas de toda a populaccedilatildeo e conceder oportunidades de

melhora na qualidade de vida de todos buscando alcanccedilar uma equidade na

sociedade por meio de processos democraacuteticos para que haja um

desenvolvimento urbano adequado Ainda com referecircncia ao relatoacuterio haacute ldquoa

necessidade de descentralizaccedilatildeo das aplicaccedilotildees de recursos financeiros e

humanos e a necessidade do poder poliacutetico favorecer as cidades em sua

escala localrdquo (Barbosa 2008 p 2) Quanto agrave questatildeo do uso de recursos

naturais foi avaliada no relatoacuterio a capacidade de resiliecircncia da biosfera os

efeitos e as possiacuteveis consequecircncias causadas pela accedilatildeo antroacutepica apontando

ainda que a pobreza pode ser considerada como um problema ambiental e que

a tentativa de erradicar a mesma pode ser a base para a busca da

sustentabilidade Com essa contribuiccedilatildeo na mudanccedila do modo de perceber as

necessidades urbanas o relatoacuterio apresentou trecircs princiacutepios baacutesicos ou

aspectos que deveriam ser cumpridos ndash proteccedilatildeo ambiental equidade social e

o desenvolvimento econocircmico ndash e que seratildeo expostos mais adiante

Apesar de todos esses pontos levantados o relatoacuterio Brundtland

recebeu vaacuterias criacuteticas pelo fato de acusar a pobreza e o descontrole do

crescimento populacional nos paiacuteses subdesenvolvidos como a fonte principal

dos problemas ambientais e da insustentabilidade do planeta e de colocar em

segundo plano a poluiccedilatildeo causada ateacute a data de publicaccedilatildeo do relatoacuterio pelos

paiacuteses desenvolvidos

Em 1986 foi realizada a conferecircncia de Ottawa ndash Carta de Ottawa 1986

ndash na qual foram estabelecidas cinco condiccedilotildees para que se tentasse alcanccedilar o

desenvolvimento sustentaacutevel entre elas a manutenccedilatildeo da integraccedilatildeo

ecoloacutegica a satisfaccedilatildeo das necessidades baacutesicas humanas a provisatildeo da

autodeterminaccedilatildeo social e da diversidade cultural a integraccedilatildeo da conservaccedilatildeo

e do desenvolvimento e o alcance de equidade e justiccedila social Para a

CMMAD as condiccedilotildees que procedem do conceito de desenvolvimento

sustentaacutevel estatildeo associadas ao processo de urbanizaccedilatildeo e do crescimento da

cidade e tem como finalidade o uso adequado dos recursos naturais Em face

disto satildeo expostos alguns objetivos mudanccedila de qualidade do crescimento

crescimento renovaacutevel satisfaccedilatildeo das necessidades essenciais por emprego

aacutegua energia alimento e saneamento baacutesico garantia de um niacutevel sustentaacutevel

da populaccedilatildeo conservaccedilatildeo da base de recursos reorientaccedilatildeo da tecnologia e

do gerenciamento de risco e reorientaccedilatildeo das relaccedilotildees econocircmicas

internacionais (CMMAD 1988 1991)

Postumamente foi realizada a Assembleia das Naccedilotildees Unidas a qual

aprovou a Conferecircncia das Naccedilotildees Unidas para o Meio Ambiente e o

Desenvolvimento (CNUMAD) ocorrida em 1992 e ficou conhecida como Rio-

92 A Rio-92 teve maior visibilidade graccedilas agrave criaccedilatildeo da Convenccedilatildeo da

Biodiversidade e das Mudanccedilas Climaacuteticas ndash que posteriormente resultou na

criaccedilatildeo do Protocolo de Kyoto ndash da Agenda 21 e da Declaraccedilatildeo do Rio Essa

uacuteltima segue os mesmos padrotildees expostos na Conferecircncia de Estocolmo

citada anteriormente interligando o desenvolvimento econocircmico com o meio

ambiente atraveacutes de uma gestatildeo consciente dos recursos naturais sem

comprometer o modelo econocircmico vigente

Em decorrecircncia desses acontecimentos tornou-se de faacutecil entendimento

que o desenvolvimento sustentaacutevel eacute composto por trecircs aspectos ambiental

econocircmico e social Outros autores como Ignacy Sachs consideram ainda

outras variaacuteveis relevantes para o entendimento do DS como sustentabilidade

ecoloacutegica e poliacutetica

Figura 1 Tripeacute da Sustentabilidade

Fonte Nicholas Gimenes (2012)

Com base nesses trecircs aspectos apontados chegamos ao conhecido

Triple Bottom Line ndash ldquoTripeacute da Sustentabilidaderdquo No tripeacute da sustentabilidade

satildeo expostos o aspecto ambiental que tem como base a produccedilatildeo e o

consumo de tal forma que possa garantir que os ecossistemas natildeo sofram

problemas quanto a sua capacidade de resiliecircncia o aspecto econocircmico que

assume a denominada ecoeficiecircncia a qual incentiva a inovaccedilatildeo tecnoloacutegica

para tentar mitigar alguns dos problemas ambientais e ampliar a

desmaterializaccedilatildeo da economia e o uacuteltimo aspecto o social o qual supotildee que

a populaccedilatildeo de uma determinada sociedade tenha o miacutenimo necessaacuterio para

uma condiccedilatildeo de vida aceitaacutevel buscando erradicar a desigualdade social

Segundo Nascimento existem diversas definiccedilotildees desses trecircs aspectos mas

essas apontadas satildeo as mais recorrentes e de simples entendimento Natildeo

podemos esquecer que assim como eacute apontado por Ignacy Sachs e outros

autores outros aspectos para a definiccedilatildeo do DS devem ser levados em

consideraccedilatildeo em especial a cultura Apesar de natildeo ser citada como base do

ldquotripeacuterdquo a cultura eacute importante em qualquer sociedade quando relacionada ao

meio ambiente pois eacute ela quem dita o comportamento da populaccedilatildeo O Brasil

sofre com questotildees ambientais muitas das vezes por falta de instruccedilatildeo da

populaccedilatildeo que natildeo tem conhecimento do quatildeo impactante pode ser sua accedilatildeo

Deste modo quando se trata de questotildees ambientais eacute necessaacuterio que se

tenha uma mudanccedila natildeo repentina e sim gradativa nos padrotildees de consumo

no estilo de vida e na educaccedilatildeo ambiental

Retomando os conceitos de DS e sustentabilidade temos uma definiccedilatildeo

de Clovis Cavalcanti em que sustentabilidade ldquosignifica a possibilidade de se

obterem continuamente condiccedilotildees iguais ou superiores de vida para um grupo

de pessoas e seus sucessores em dado ecossistemardquo (Cavalcanti 2003)

Analisando essa definiccedilatildeo proposta por Cavalcanti vemos que se assemelha

do que foi exposto por Gro Harlen Brundtland em seu relatoacuterio Como jaacute foi

mencionado para Sachs o ldquoTriple Bottom Linerdquo ndash Tripeacute da Sustentabilidade ndash

possui cinco vertentes da sustentabilidade que satildeo a ldquosustentabilidade

ecoloacutegica refere-se a fiacutesica do processo de crescimento e tem como objetivo a

manutenccedilatildeo de estoques dos recursos naturais incorporados as atividades

produtivas a sustentabilidade ambiental que refere-se agrave manutenccedilatildeo da

capacidade de sustentaccedilatildeo dos ecossistemas o que implica a capacidade de

absorccedilatildeo e recomposiccedilatildeo dos ecossistemas em face as agressotildees antroacutepicas

sustentabilidade social que refere-se ao desenvolvimento e tem por algum

objetivo a melhoria da qualidade da vida da populaccedilatildeo Para caso de paiacuteses

com problemas de desigualdade e de inclusatildeo social implica a adoccedilatildeo de

poliacuteticas distributivas e a universalizaccedilatildeo de atendimento a questotildees como

sauacutede educaccedilatildeo habilitaccedilatildeo e seguridade social sustentabilidade poliacutetica

refere-se ao processo de construccedilatildeo da cidadania para garantir a incorporaccedilatildeo

plena dos indiviacuteduos ao processo de desenvolvimento e a sustentabilidade

econocircmica que refere-se a uma gestatildeo eficiente dos recursos em geral e

caracteriza-se pela regularidade de fluxos do investimento puacuteblico e privado

Implica a avaliaccedilatildeo da eficiecircncia por processos macro sociaisrdquo (Sachs 1993

Agenda 21 brasileira)

Barbosa (2008 p 4) faz uma citaccedilatildeo em seu trabalho sobre o livro de

Leila Ferreira ndash ldquoA questatildeo ambiental sustentabilidade e poliacuteticas puacuteblicas no

Brasilrdquo ndash referente ao padratildeo de vida da sociedade em que

ldquoO padratildeo de produccedilatildeo e consumo que

caracteriza o atual estilo de

desenvolvimento tende a consolidar-se

no espaccedilo das cidades e estas se

tornam cada vez mais o foco principal

na definiccedilatildeo de estrateacutegias e poliacuteticas

de desenvolvimentordquo

Sendo assim eacute de fundamental importacircncia que formas alternativas

sustentaacuteveis sejam alcanccediladas para que possam influenciar de forma positiva

na qualidade de vida das cidades e no processo de planejamento urbano Para

Acselrad (1999 p 85) a sustentabilidade urbana eacute definida como ldquoa

capacidade das poliacuteticas urbanas se adaptarem agrave oferta de serviccedilos agrave

qualidade e agrave quantidade das demandas sociais buscando o equiliacutebrio entre as

demandas de serviccedilos urbanos e investimentos em estruturardquo Como o

desenvolvimento sustentaacutevel possui muitos conceitos e definiccedilotildees haacute uma em

especial que se destaca pelo fato de estar relacionada agraves cidades juntamente

com o termo ldquosustentabilidaderdquo exposta por Barbosa (2008 p 4 apud

Satterthwaite 2004) em que

ldquoa resposta agraves necessidades humanas

nas cidades como o miacutenimo ou

nenhuma transferecircncia dos custos da

produccedilatildeo consumo ou lixo para outras

pessoas ou ecossistemas hoje e no

futurordquo

Assim a participaccedilatildeo da sociedade e a diversidade dos interesses que

a mesma possui gera um conflito entre as poliacuteticas puacuteblicas e o

desenvolvimento sustentaacutevel mas nada que natildeo possa ser contornado a partir

da conscientizaccedilatildeo individual dos cidadatildeos Como eacute exposto por Barbosa ldquoeacute

imprescindiacutevel para a sustentabilidade urbana o uso racional dos recursos

naturais a boa forma do ambiente urbano baseado na interaccedilatildeo clima e os

recursos naturais aleacutem das respostas agraves necessidades urbanas com o miacutenimo

de transferecircncia de dejetos e rejeitos para outros ecossistemas atuais e

futurosrdquo (Barbosa 2008 p 9) Em detrimento disso ldquoo desenvolvimento

sustentaacutevel natildeo deve ser apresentado como um slogan poliacuteticordquo (Barbosa

2008 p 10) deve ser apresentado como uma possiacutevel soluccedilatildeo para a

mitigaccedilatildeo dos problemas ambientais encontrados atualmente na sociedade

Portanto a sustentabilidade visa emoldurar novos meios alternativos de

produccedilatildeo distribuiccedilatildeo e consumo dos recursos naturais existentes de forma

mais racional ecologicamente viaacutevel e economicamente eficaz

Ao retratar esses problemas de padrotildees vividos pela sociedade

relacionados ao meio ambiente mais especificamente a utilizaccedilatildeo de recursos

naturais Nascimento (2012 p 58) aponta que ldquohaacute uma quase unanimidade

hoje entre os cientistas de que os recursos naturais natildeo seratildeo suficientes para

fornecer um modo de vida similar ao da classe meacutedia mundial a todos os novos

ingressantes no mercado No entanto eles tecircm tanto direito quanto os que jaacute

participam do mercado consumidorrdquo Mas como podemos contornar tais

problemas e a crise ambiental Atraveacutes da criatividade humana muitas formas

alternativas foram criadas e podem ser inventadas quando se tratam dos

recursos finitos utilizados pelo homem Temos como exemplo a aacutegua sobre a

qual poucos satildeo os estudos apresentados relacionando o aproveitamento de

aacuteguas pluviais e cidades sustentaacuteveis Na maioria das vezes os estudos satildeo

feitos com base em outras necessidades como a dessalinizaccedilatildeo das aacuteguas do

mar para consumo humano Natildeo podemos esquecer que atualmente existem

diversos sistemas de captaccedilatildeo de aacuteguas pluviais para diferentes finalidades

sejam elas para aproveitamento de consumo humano ou natildeo

3 ndash A viabilidade de implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo

pluvial em Brasiacutelia ndash DF

31 ndash Apresentaccedilatildeo de dados

Primeiramente seratildeo apresentados dados sobre a populaccedilatildeo e o

consumo de aacutegua presente nas residecircncias de Brasiacutelia e que seratildeo utilizados

como base para a implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo na Asa Norte

Segundo Ferreira C diretor Superintendente de Atendimento Comercial

(CAC) da Companhia de Saneamento Ambiental do Distrito Federal (CAESB)

ldquoEm Brasiacutelia o consumo meacutedio por habitante eacute de 190 litros de aacutegua por dia o

que resulta em um consumo mensal de 6msup3 por habitanterdquo De acordo com a

ONU cada pessoa necessita de 110 litros por dia para atender as

necessidades de consumo e higiene A Companhia de Saneamento Baacutesico do

Estado de Satildeo Paulo (SABESP 2010) afirma que ldquono Brasil o consumo por

pessoa pode chegar a mais de 200 litrosdiardquo A estimativa da SABESP (2010)

eacute de que 54 litros (27) vatildeo para cozinhar e beber 50 litros (25) para tomar

banho e escovar os dentes 66 litros (33) para descarga de banheiro 24 litros

(12) para lavagem de roupa e 6 litros (3) para outras tarefas como lavagem

de carro por exemplo Segundo dados da CAESB Brasiacutelia (Plano Piloto)

consome cerca de 2757890msup3 por mecircs e que o consumo por habitante eacute de

1381msup3mecircs

Devido ao alto consumo de aacutegua em Brasiacutelia os recorrentes transtornos

hiacutedricos urbanos e a ausecircncia de sistemas captaccedilatildeo pluvial este capiacutetulo traz

um estudo da viabilidade teacutecnica e econocircmica da implantaccedilatildeo de um sistema

em um preacutedio residencial do bairro Asa Norte mais especificamente na

Superquadra 111 Norte Natildeo haacute nenhum estudo realizado que comprove a

frequecircncia dos alagamentos nessa regiatildeo portanto tal quadra foi selecionada

em decorrecircncia de mateacuterias e reportagens que mostram a dificuldade que a

populaccedilatildeo sofre quando haacute uma chuva anormal

Primeiramente eacute necessaacuterio que se tenha uma noccedilatildeo do periacuteodo

chuvoso em Brasiacutelia Segundo o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais

(INPE) Brasiacutelia apresenta um regime de precipitaccedilatildeo bem definido sendo que

a estaccedilatildeo chuvosa tem iniacutecio em Outubro e estende-se ateacute Marccedilo e a estaccedilatildeo

seca ocorre no restante do ano (Abril a Setembro) Ainda segundo o INPE ldquoa

estaccedilatildeo chuvosa eacute causada pelo forte aquecimento da atmosfera na Amazocircnia

que favorece o desenvolvimento de um sistema quase estacionaacuterio em altos

niacuteveis a Alta Boliacutevia Como resultado dessa circulaccedilatildeo observa-se nos baixos

niacuteveis uma regiatildeo de baixa pressatildeo e a convergecircncia de ar satildeo os principais

fatores que provocam a precipitaccedilatildeo neste periacuteodo responsaacutevel por 70 do

total meacutedio anualrdquo A partir desses elementos apresentados pelo INPE e com

base nos dados os quais foram obtidos da estaccedilatildeo meteoroloacutegica de Brasiacutelia

localizada na Latitude (ordm) -158 Longitude (ordm)-479 temos a precipitaccedilatildeo de

Brasiacutelia dada mecircs a mecircs Os dados partem de Janeiro de 2006 e vatildeo ateacute

Outubro de 2015 Eacute importante frisar que os dados foram formulados a partir

da precipitaccedilatildeo acumulada para tornar mais faacutecil de calcular a meacutedia

Tabela 01 Dados de Precipitaccedilatildeo

AnoMecircs JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ Meacutedia Mensal

2006 1232 1914 258 1417 351 09 01 528 403 5264 1956 1821 14563

2007 2609 2659 357 501 75 0 0 0 0 535 2249 275 9779

2008 201 2425 2346 2109 0 0 0 27 80 387 271 3226 1337

2009 2028 1347 81 3759 612 93 0 725 505 2958 1991 3078 1492

2010 1211 368 2494 2388 275 0 0 0 0 349 2547 318 1068

2011 1268 1724 2433 696 139 38 0 0 7 2639 3338 4704 1421

2012 2699 1149 1982 1213 444 24 02 0 333 1098 4446 1428 1235

2013 4918 1893 1903 954 222 62 03 0 659 1069 2711 3525 1493

2014 1531 1392 3402 2493 28 10 79 0 162 2014 192 3667 1399

2015 939 1297 3456 2076 499 0 08 0 218 694 SD SD 9187

Meacutedia para cada mecircs

20445 16168 21763 17606 2645 326 093 128 315 17007 2652 30421 12797

Tabela contendo os dados de chuva acumulada mecircs a mecircs em miliacutemetros (mm)

Fonte INPE 2015

Obs 1- SD - satildeo dados que natildeo foram coletados devido pois o trabalho foi realizado antes desses meses

Obs2- Meacutedia calculada com os dados obtidos no caso os meses de novembro e dezembro de 2015 natildeo entram no

caacutelculo pois ainda natildeo existiam os dados

Temos tambeacutem a partir do estudo realizado por Brino (Brasiacutelia

Superquadras Residenciais) os dimensionamentos dos preacutedios e a quantidade

de apartamentos por pavimentos conforme as tabelas a seguir

Tabela 02 Dimensionamento dos Blocos

A SUPERQUADRA AE AT

Aacuterea de Projeccedilatildeo por Bloco

Aacuterea Total = 11760msup2 Nuacutemero total de Blocos = 11

1069msup2 185 136

Aacuterea Construiacuteda por bloco (sem pilotis e

subsolo)

Pavimentos = 6 Aacuterea do Pavimento = 1069msup2

6414msup2 1113 818

Aacuterea Construiacuteda por superquadras (sem pilotis e subsolo)

Preacutedio = 11 Aacuterea por Preacutedio = 64141msup2

70554msup2 8999 1225

AE - Aacuterea Aedificandi e AT - Aacuterea Total

Tabela 03 Dimensionamento da Populaccedilatildeo

A POPULACcedilAtildeO (5 Pessoas

apart)

6 apartamentos por pavimento

36 apartamentos por bloco

396 apartamentos

por superquadra

1980 pessoas por

superquadra

8 apartamentos por pavimento

48 apartamentos por bloco

528 apartamentos

por superquadra

2640 pessoas por

superquadra

10 apartamentos por pavimento

60 apartamentos por bloco

660 apartamentos

por superquadra

3300 pessoas por

superquadra

12 apartamentos por pavimento

72 apartamentos por bloco

792 apartamentos

por superquadra

3960 pessoas por

superquadra

Caacutelculo para as faixas 100 200 e 300 (seis pavimentos) Fonte SUDUR

O estudo apresentado por Brino (Brasiacutelia Superquadras Residenciais)

considera uma famiacutelia composta por cinco pessoas para cada apartamento

nesse caso iremos desconsiderar essa informaccedilatildeo e basearmos nos dados

apresentados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica (IBGE) Nos

dados do IBGE (Censo Demograacutefico 2010) constam que a meacutedia de

moradores em domiciacutelios particulares ocupados eacute de 33 moradores

Partindo dos elementos de precipitaccedilatildeo aacuterea de projeccedilatildeo por bloco

meacutedia de moradores por apartamento total de apartamentos de um preacutedio e

consumo meacutedio de aacuteguadia por habitante podemos dar inicio as formas de

captaccedilatildeo e armazenamento de aacuteguas pluviais

32 ndash Aacuteguas pluviais e aacuteguas cinzas

Mas porque focar em aproveitamento de aacuteguas pluviais Segundo

Rapoport (2004 p 1) ldquoo aumento populacional acompanhado pelas mudanccedilas

climaacuteticas globais vem contribuindo para o aumento na demanda por recursos

hiacutedricosrdquo Ainda expotildee que ldquoembora a aacutegua seja um recurso renovaacutevel ela

tende a se deteriorar em funccedilatildeo do seu uso indiscriminado o que compromete

consequentemente a quantidade de aacutegua com qualidade disponiacutevel para o

consumo nas diversas localidadesrdquo (Rapoport 2004 p 1)

Um fato importante abordado por Rapoport (2004 p1) eacute que ldquoa

quantidade de aacutegua disponiacutevel eacute sempre a mesma jaacute que estaacute sempre sendo

renovada atraveacutes do ciclo hidroloacutegico Entretanto a aacutegua de qualidade para

consumo estaacute se tornando rarardquo A tiacutetulo de esclarecimento ldquosabe-se que o

ciclo hidroloacutegico se constitui basicamente do transporte de massas drsquoaacutegua do

oceano para atmosfera por evaporaccedilatildeo e da atmosfera atraveacutes de

precipitaccedilotildees escoamentos superficiais e subterracircneos para os oceanos

influenciando diretamente a distribuiccedilatildeo e extensatildeo dos corpos drsquoaacutegua

continentaisrdquo (Rapoport 2004 p 1) Sendo assim a interferecircncia humana tem

causado alteraccedilotildees no ciclo hidroloacutegico em diversas regiotildees Esse assunto

seraacute melhor abordado mais adiante pois o uso do sistema de captaccedilatildeo pode

influenciar no ciclo hidroloacutegico negativamente mas utilizado da forma

adequada pode continuar mantendo o ciclo equilibrado

Aleacutem do uso indevido da aacutegua e de sua escassez Lima e Machado

(2008 p 13) apontam que ldquooutro fator importante eacute o aumento de inundaccedilotildees e

enchentes devido ao escoamento superficial da aacutegua de chuva e da

impermeabilizaccedilatildeo do solordquo Portanto a captaccedilatildeo de aacuteguas pluviais pode

contribuir para a reduccedilatildeo dos transtornos hiacutedricos urbanos e ao mesmo tempo

reduzir a demanda por aacutegua potaacutevel da companhia de distribuiccedilatildeo local

Segundo Amorim e Pereira (2008 p 54) ldquouma das soluccedilotildees em estudo

para aumentar a oferta de aacutegua para as edificaccedilotildees eacute o aproveitamento da

aacutegua pluvial Esta apresenta uma boa alternativa visto que aleacutem de reduzir o

consumo de aacutegua potaacutevel ainda surge como uma accedilatildeo no combate agraves

enchentes funcionando como uma medida natildeo-estrutural do sistema de

drenagem urbanardquo Mas o que eacute necessaacuterio para formar um sistema de

captaccedilatildeo adequado e funcional Amorim e Pereira (2008 p 54) apresentam

que ldquoos sistemas de aproveitamento de aacutegua pluvial satildeo formados basicamente

pela aacuterea de captaccedilatildeo (geralmente coberturas) os componentes de transporte

(calhas e condutores verticais) e o reservatoacuteriordquo Cabe ressaltar que para esse

estudo a captaccedilatildeo das aacuteguas pluviais seraacute destinada apenas para a utilizaccedilatildeo

em ldquoaacuteguas cinzasrdquo Neste sentido o reuso das aacuteguas cinzas que satildeo as aacuteguas

provenientes de todas as atividades domeacutesticas com exceccedilatildeo de fontes de

aacuteguas negras tais como sanitaacuterios bidecircs e urinol vem sendo estudadas com

vista ao reuso tanto em irrigaccedilatildeo como em sanitaacuterios (Rapoport 2004 p 8)

Retomando os dados apresentados pela SABESP (2010) temos a

tabela 04 a qual apresenta os dados de consumo domeacutestico e em sequecircncia o

graacutefico 01 que demonstram que se analisarmos as quantidades de aacutegua

utilizada no consumo domeacutestico teremos uma base para o tamanho do

reservatoacuterio E posteriormente a tabela 05 mostra em que situaccedilotildees se podem

reutilizar as aacuteguas pluviais

Tabela 04 Consumo domeacutestico de aacutegua

Litros

Cozinhar e Beber 54

Tomar Banho e Escovar os Dentes 50

Descarga de Banheiro 66

Lavagem de Roupa 24

Outras Tarefas 6

Total = 200

Fonte SABESP (2010)

27

25

33

12

3

Cozinhar e Beber

Tomar Banho e Escovar osDentes

Descarga de Banheiro

Lavagem de Roupa

Outras Tarefas

Descarga de Banheiro

6875

Lavagem de Roupa

25

Outras Tarefas 625

Graacutefico 01 Consumo Domeacutestico de Aacutegua

Tabela 05 Percentual para reutilizaccedilatildeo de aacuteguas pluviais

Graacutefico 02 Percentual para Reutilizaccedilatildeo de Aacuteguas Pluviais

Porcentagem ()

Descarga de Banheiro 66 6875

Lavagem de Roupa 24 25

Outras Tarefas 6 625

Total = 96 100

Fonte SABESP(2010)

33 ndash Meacutetodos de Dimensionamento do Reservatoacuterio

Amorim e Pereira (2008 p 54 Soares et al 2000 apud May 2004)

apresentam que existem quatro grupos principais para o dimensionamento do

reservatoacuterio

(a) Meacutetodos determiniacutesticos os dados referentes agrave precipitaccedilatildeo

pluviomeacutetrica e agrave demanda satildeo analisados pela curva de massa

(b) Meacutetodos aproximados baseados em relaccedilotildees empiacutericas

conhecidas

(c) Meacutetodos de modelaccedilatildeo satildeo tambeacutem conhecidos como meacutetodos

de transiccedilatildeo probabiliacutestica da matriz e

(d) Meacutetodos de anaacutelise de sistemas sendo linear natildeo linear ou

programaccedilatildeo dinacircmica

Dentro desses grupos de dimensionamento temos os diversos meacutetodos

meacutetodo de Rippl que consiste na determinaccedilatildeo do volume com base na aacuterea

de captaccedilatildeo que eacute subdivido em meacutetodo analiacutetico e meacutetodo graacutefico meacutetodo de

consideraccedilatildeo dos periacuteodos de dias consecutivos sem chuva que necessita da

observaccedilatildeo dos registros pluviomeacutetricos para identificar os maiores periacuteodos de

dias consecutivos sem chuvas e sua taxa de repeticcedilatildeo meacutetodo de anaacutelise de

simulaccedilatildeo de um reservatoacuterio com capacidade suposta que consiste

basicamente na fixaccedilatildeo de um volume para o reservatoacuterio e na verificaccedilatildeo do

percentual de consumo que seraacute atendido meacutetodo praacutetico brasileiro meacutetodo

praacutetico alematildeo meacutetodo praacutetico inglecircs e o meacutetodo praacutetico australiano (Amorim

e Pereira 2008 p 55-58)

34 ndash Anaacutelise de caso para um preacutedio da Superquadra 111 Norte

A partir dos dados jaacute apresentados temos que o objeto de estudo eacute um

preacutedio residencial localizado na Superquadra 111 Norte que possui uma aacuterea

de projeccedilatildeo de 1069msup2 com seis (6) pavimentos constituindo uma aacuterea

construiacuteda de 6414msup2 apresentando seis (6) apartamentos por pavimento e

consequentemente trinta e seis (36) apartamentos no total (Brino Brasiacutelia

Superquadras Residenciais) O preacutedio conteacutem 33 habitantes por apartamento

(IBGE 2010) que consomem em meacutedia cerca de 190 litros de aacuteguadia

resultando em um consumo mensal de aproximadamente 6msup3 por pessoa

(CAESB) mas como a aacutegua captada da chuva seraacute utilizada apenas para

suprir a demanda de aacutegua cinza temos 66 litros para descarga de vasos

sanitaacuterios

Temos entatildeo que a demanda por aacutegua por habitante nesse edifiacutecio eacute

dada por

119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119898119900119903119886119889119900119903 = 66119871 = 66119871119863119894119886

119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119886119901119886119903119905119886119898119890119899119905119900 = 33119901 times 66119871 ~ 217 119871119863119894119886

119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119901119903eacute119889119894119900 = (33119901 times 66119871) times 36 ~ 7840119871119863119894119886

119863119890119898119886119899119889119886 119898119890119899119904119886119897 119901119900119903 119901119903eacute119889119894119900 =7840119871

119889119894119886times 30119863119894119886119904 = 235224119871

Legenda L = Litros p = Pessoas

Para facilitar nos caacutelculos ao aplica-los para o reservatoacuterio e para o

sistema de captaccedilatildeo eacute necessaacuterio realizar a conversatildeo de litros para msup3

(metros cuacutebicos) Sendo assim 66L = 0066msup3 217L = 0217msup3 7840L =

7840msup3 e 235224L = 235224msup3

Seraacute utilizado o ano de 2014 para os dados de precipitaccedilatildeo da estaccedilatildeo

meteoroloacutegica de Brasiacutelia localizada na Latitude (ordm) -158 Longitude (ordm)-479

fornecidos pela professora Rafaela Lisboa durante o periacuteodo chuvoso O ano

de 2014 apresenta registros jornaliacutesticos de alagamento nos meses de

Fevereiro com precipitaccedilatildeo de 1392 msup3 Marccedilo com precipitaccedilatildeo de 3402msup3

e Dezembro com precipitaccedilatildeo de 3667msup3 Importante ressaltar que o setor

Noroeste de Brasiacutelia foi construiacutedo em 2011 (site G1) o que aumentou a aacuterea

de solo impermeabilizado e a reduccedilatildeo no escoamento superficial da aacutegua

ocasionando em um aumento nas enchentes e alagamentos na Asa Norte

Segundo Amorim e Pereira (2008 p57) um dos meacutetodos a ser utilizado

para poder saber o volume de aacutegua aproveitaacutevel e consequentemente o

volume de aacutegua do reservatoacuterio Trata-se de um meacutetodo empiacuterico apresentado

na NBR 155272007 O volume de aacutegua do reservatoacuterio V expresso em L eacute

exposto a seguir

119872eacute119905119900119889119900 119875119903aacute119905119894119888119900 119861119903119886119904119894119897119890119894119903119900

119881 = 0042 times 119875 times 119860 times 119879

Em que ldquoVrdquo representa o volume de aacutegua aproveitaacutevel e o volume de

aacutegua do reservatoacuterio (L) ldquoPrdquo a precipitaccedilatildeo meacutedia mensal (mm) ldquoArdquo a aacuterea de

coleta em projeccedilatildeo ldquoTrdquo nuacutemero de meses de pouca chuva ou seca e ldquo0042rdquo eacute

um coeficiente estipulado

Portanto segundo Fontanela (2010 p 25) para estipular o volume do

reservatoacuterio temos que calcular 42 do produto entre o volume de chuva

coletada pelo telhado e o nuacutemero de meses com pouca chuva ou seca

Atribuindo valores do ano de 2014 temos que

119881 = 0042 times 1399119898119898 times 1069 times 5

119881~ 31406119871 119900119906 31406119898sup3

Ressaltando que esse valor obtido eacute uma estimativa do tamanho do

reservatoacuterio e que pode haver um reservatoacuterio de maior capacidade

De forma comparativa eacute de bom senso que se faccedila outro caacutelculo com um

meacutetodo alternativo

Amorim e Pereira (2008 p56) expotildeem que existe um meacutetodo de anaacutelise

de simulaccedilatildeo do reservatoacuterio com capacidade suposta o qual consiste

basicamente na fixaccedilatildeo de um volume para o reservatoacuterio e na verificaccedilatildeo de

consumo que seraacute atendido Sendo assim ldquoo primeiro passo para a aplicaccedilatildeo

desse meacutetodo eacute adotar alguns valores possiacuteveis para o volume com base na

estimativa do consumo mensal de aacutegua natildeo potaacutevelrdquo (Amorim e Pereira 2008

p57) Portanto partindo do ponto que o preacutedio consome cerca de 235000L

devemos calcular uma base que possa ser favoraacutevel economicamente

119872eacute119905119900119889119900 119889119890 119878119894119898119906119897119886ccedilatilde119900 119889119900 119877119890119904119890119903119907119886119905oacute119903119894119900

235224119871 rarr 100

119881 rarr 30

119881 ~ 70000119871 119900119906 70119898sup3

Tambeacutem haacute outra alternativa apresentada por L Pereira (Viabilidade

EconocircmicoAmbiental p 18)

119881119886119888 = 119860119879 times 119875119875119872119860 lowast

119881119886119888 = 1069119898sup2 times 1399119898sup3 = 1495531119898sup3119886119899119900

Equaccedilatildeo a qual ldquoVacrdquo corresponde ao volume de aacutegua captado ldquoATrdquo

aacuterea do telhado e ldquoPPMArdquo eacute a precipitaccedilatildeo pluviomeacutetrica meacutedia mensal

Poreacutem o resultado obtido eacute para os 12 meses do ano e como foi visto no

ano de 2014 temos 7 meses com chuva portanto

119881119886119888 =119879119900119905119886119897

1198983

1198861198991199007 119898119890119904119890119904

lowast

119881119886119888 =1495531119898sup3119886119899119900

7= 21364119898sup3 119900119906 213640119871

dados somente seriam vaacutelidos se a precipitaccedilatildeo fosse uniforme durante os 7 meses de chuva

341 ndash Anaacutelise de caso para a Superquadra 111 Norte

Retomando a tabela 02 temos que a quadra apresenta 11 preacutedios

aproximadamente que variam o nuacutemero de apartamentos por pavimentos e

consequentemente o nuacutemero de moradores mas os edifiacutecios continuam tendo

uma aacuterea de 1069msup2 gerando um uma aacuterea total de 70554msup2 mas teremos

como base os caacutelculos feitos para o preacutedio selecionado no item 34

Realizando um caacutelculo baacutesico tem-se como estimativa de

armazenamento para esta quadra o seguinte

119872eacute119905119900119889119900 119875119903aacute119905119894119888119900 119861119903119886119904119894119897119890119894119903119900

119881~ 31406119871 119900119906 314061198983

11 119875119903eacute119889119894119900119904 times 31406119871 = 345466119871 119900119906 345466119898sup3

119872eacute119905119900119889119900 119889119890 119878119894119898119906119897119886ccedilatilde119900 119889119900 119877119890119904119890119903119907119886119905oacute119903119894119900

119881 ~ 70000119871 119900119906 701198983

11 119875119903eacute119889119894119900119904 times 70000119871 = 770000

119881119900119897119906119898119890 119889119890 aacute119892119906119886 119888119886119901119905119886119889119900 lowast

119881119886119888 = 213641198983119900119906 213640119871

11 119875119903eacute119889119894119900119904 times 213640119871 = 2350040119871 119900119906 235004119898sup3

dados somente seriam vaacutelidos se a precipitaccedilatildeo fosse uniforme durante os 7 meses de chuva

119863119890119898119886119899119889119886 119905119900119905119886119897 119889119886 119902119906119886119889119903119886 119888119900119898 119889119890119904119888119886119903119892119886 119889119890 119887119886119899ℎ119890119894119903119900

11 119875119903eacute119889119894119900119904 times 235224119871 = 2587464119871 119900119906 2587464119898sup3

Segundo Brino (Brasiacutelia Superquadras Residenciais) temos que as

dimensotildees maacuteximas de uma superquadra satildeo de 280x280m resultando numa

aacuterea de 78400msup2 que eacute denominado de Aacuterea Total (AT) A partir disso foi

definido que deveria existir uma faixa externa de 20m denominada de non

aedificandi que foi destinada ao plantio de uma ldquomassa vegetalrdquo de grande

porte e no interior da quadra encontra-se a aacuterea aedificandi a qual possui

240x240m e uma aacuterea de 57600msup2 Realizando uma subtraccedilatildeo da Aacuterea total

pela Aacuterea aedificandi obtecircm-se que a aacuterea non aedificandi eacute de 20800msup2 que

corresponde a 265 da aacuterea total

Com base nessas informaccedilotildees eacute necessaacuterio atentar-se ao detalhe de

que uma parte da precipitaccedilatildeo cai no solo e outra parte nos telhados dos

preacutedios Sendo assim parte da chuva pode ser aproveitada pelo sistema de

captaccedilatildeo enquanto outra parte chega ao solo sem uma interferecircncia direta no

ciclo hidroloacutegico

35 ndash Funcionamento do sistema de captaccedilatildeo

Eacute importante frisar que o sistema de aproveitamento de aacuteguas pluviais eacute

regido pela norma NBR 15527 (Associaccedilatildeo Brasileira de Normas Teacutecnicas

2007) norma a qual faz algumas consideraccedilotildees importantes para implantaccedilatildeo

e correto funcionamento do sistema de captaccedilatildeo Alguns destes satildeo

435 ndash O volume dos reservatoacuterios deve ser dimensionado com

base em criteacuterios teacutecnicos econocircmicos e ambientais levando em

conta as boas praacuteticas da engenharia podendo a criteacuterio do

projetista ser utilizados os meacutetodos contidos no Anexo A ou

outro desde que devidamente justificado

Item 436 ndash Os reservatoacuterios devem ser limpos e desinfetados

com soluccedilatildeo de hipoclorito de soacutedio no miacutenimo uma vez por ano

de acordo com agrave ABNT NBR 5626

Item 442 ndash As tubulaccedilotildees e demais componentes devem ser

claramente diferenciados das tubulaccedilotildees de aacutegua potaacutevel

Item 443 ndash O sistema de distribuiccedilatildeo de chuva deve ser

independente do sistema de aacutegua potaacutevel natildeo permitindo a

conexatildeo cruzada de acordo com agrave ABNT NBR 5626

Item 444 ndash Os pontos de consumo como por exemplo uma

torneira de jardim devem ser de uso restrito e identificados com

placa de advertecircncia com a seguinte inscriccedilatildeo ldquoaacutegua natildeo potaacutevelrdquo

e identificaccedilatildeo graacutefica

Item 445 ndash Os reservatoacuterios de aacutegua de distribuiccedilatildeo de aacutegua

potaacutevel e de aacutegua da chuva devem ser separados

Item 461 ndash Quando necessaacuterio o bombeamento este deve

atender agrave ABNT NBR 12214

Deve-se realizar manutenccedilatildeo em todo o sistema de

aproveitamento de aacutegua de chuva

Para maiores esclarecimentos ldquoo funcionamento de um sistema de

coleta e aproveitamento de aacutegua pluvial consiste de maneira geral na captaccedilatildeo

da aacutegua da chuva que cai sobre os telhados ou lajes da edificaccedilatildeo A aacutegua eacute

conduzida ateacute o local de armazenamento atraveacutes de calhas condutores

horizontais e verticais passando por equipamentos de filtragem e descarte de

impurezas Apoacutes passar pelo filtro a aacutegua eacute armazenada geralmente em

reservatoacuterio enterrado (cisterna) e bombeada a um segundo reservatoacuterio

(elevado) do qual as tubulaccedilotildees especiacuteficas de aacutegua pluvial iratildeo distribuiacute-la

para o consumo natildeo potaacutevelrdquo (Carvalho 2010 p 27 e 28) Conforme ilustra a

imagem a seguir

Figura 02 Funcionamento de um Sistema de Captaccedilatildeo

Fonte Adatildeo D Padini (2013)

De forma mais simplificada podemos ver a representaccedilatildeo no fluxograma

a seguir

Figura 03 Fluxograma do Sistema de Captaccedilatildeo

Fonte Leandro Roncato Pereira

351 ndash Dificuldades para implantaccedilatildeo do sistema

Tal sistema apresenta como dificuldade o local onde seriam instaladas

as cisternas uma vez que geraria um peso sobre o telhado Dessa forma o

sistema seria instalado no jardim cobrando um custo adicional

352 ndash Custo de implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo fechado em um

preacutedio

Na implantaccedilatildeo desse sistema os materiais utilizados teratildeo como base o

meacutetodo praacutetico brasileiro e para aumentar a eficiecircncia do sistema o volume de

31406L seraacute arredondado para 35000L

Os valores de alguns dos materiais apresentados a seguir seguem os

dos apresentados no trabalho de L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental

p 18) apenas o valor da caixa drsquoaacutegua de 10000L foi obtido atraveacutes de

pesquisas em lojas de construccedilatildeo e assim utilizando a de menor valor

Tambeacutem devemos considerar que a bomba consome energia ao bombear aacutegua

para o preacutedio (CEB) portanto os valores seguem conforme a tabela a seguir

Tabela 06 Preccedilo dos Produtos do Sistema de Captaccedilatildeo sem Fluxo

Produto Quantidade Valor unitaacuterio (R$) Valor total (R$)

Cx Daacutegua 10000L 3 496090 1488270

Cx Daacutegua 5000L 1 108000 108000

Boacuteia Eleacutetrica 1 2750 2750

Boacuteia Comum 1 1220 1220

Registro de Gaveta

1 3490 3490

Bomba Anauger 1 23000 23000

Filtro 3P VF1 1 22000 22000

Tubulaccedilotildees 7000 7000

Disjuntor 1 1310 1310

Escavaccedilatildeo Msup3 3666 128310

Matildeo de Obra 1 58574 58574

Energia 054 054

Total 13 727154 1843978

Observaccedilatildeo Pelo fato desse estudo se tratar de um modelo de implantaccedilatildeo

o custo das tubulaccedilotildees vai variar de acordo com a demanda necessitada pelo

preacutedio portanto podendo variar de acordo com o projeto implantado Para este

estudo seraacute adotado o valor de R$ 7000

Observaccedilatildeo Pelo fato desse trabalho tratar-se de um modelo de

implantaccedilatildeo o custo da energia pode variar de acordo com a demanda necessitada

pelo preacutedio portanto podendo variar de acordo com o uso da bomba Para este

estudo seraacute adotado o valor de R$ 054 que eacute o valor do KwH cobrado pela CEB

Segundo Saravy (2010 p 46) haacute tambeacutem um custo para manutenccedilatildeo do

sistema conforme a tabela a seguir

Tabela 07 Preccedilo de Manutenccedilatildeo do Sistema de Captaccedilatildeo

Com esses dados podemos ver o valor total final a ser pago pelo

sistema de captaccedilatildeo que eacute de R$ 1889978

36 ndash Taxas e valores cobrados para utilizaccedilatildeo de aacutegua

Segundo a Companhia de Saneamento Ambiental do Distrito Federal (CAESB)

quando vaacuterias residecircncias satildeo atendidas por uma uacutenica ligaccedilatildeo de aacutegua eacute aplicado o

conceito de consumo ldquoPara exemplificar podemos citar um preacutedio residencial onde

cada apartamento corresponde a uma unidade de consumordquo (CAESB) Contudo o

caacutelculo de gastos seraacute realizado primeiro em um apartamento e posteriormente

multiplicado pelo total de apartamentos do preacutedio uma vez que os preacutedios

residecircncias da Asa Norte pagam a conta de aacutegua atraveacutes do condomiacutenio O preacutedio

Componente Frequecircncia da Manutenccedilatildeo

Custo da Manutenccedilatildeo

Calhas e Condutores

Semestral R$ 13000

Reservatoacuterio Limpeza e

Desinfecccedilatildeo Anual

R$ 20000

desse estudo apresenta um hidrocircmetro que mede o consumo de aacutegua para o todo o

preacutedio

Eacute de suma importacircncia destacar tambeacutem que haacute uma taxa de esgoto que eacute

cobrada pela CAESB consequentemente ldquoo valor da tarifa de esgotos corresponde

a 100 do valor da tarifa de aacutegua exceto quando se tratar de coleta do tipo

condominial que equivale a 60 do valor da tarifa de aacuteguardquo (CAESB)

Deste modo a CAESB utiliza tarifas para diversas categorias de moradia e

comeacutercio e neste estudo seraacute aplicada a tarifa de ldquoresidencial normalrdquo em

concordacircncia com a tabela a seguir

Tabela 08 Valor da Tarifa Cobrado pela CAESB

Para melhor compreensatildeo do caacutelculo que a CAESB faz temos uma conta do

condomiacutenio do preacutedio da Superquadra 111 Norte

Figura 04 Conta Discriminada do Condomiacutenio

Fonte Condomiacutenio do Preacutedio

O caacutelculo feito pela CAESB consiste primeiramente em saber a demanda de

aacutegua gasta em metros cuacutebicos por Unidade de Consumo ndash apartamento ndash para

saber qual faixa ldquomsup3rdquo eacute aplicada Apoacutes saber qual a faixa ldquomsup3rdquo que se enquadra eacute

atribuiacutedo o volume por UC (em msup3) em sequecircncia multiplica-se o volume por UC ou

volume da faixa pelo nuacutemero de UCrsquos correspondente para se obter o volume total

gasto (em msup3) Tendo o volume total gasto basta multiplicar pelo preccedilo corresponde

agrave faixa a qual se encaixa o consumo e assim obtendo o valor total a pagar A partir

do momento que se tem o valor total a pagar eacute necessaacuterio acrescer 100 do valor

para cobrir a tarifa de esgoto conforme a figura

Partindo desses dados podemos calcular por apartamento quanto eacute cobrado

pela CAESB a partir dos dados apresentados no capiacutetulo 34

119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119886119901119886119903119905119886119898119890119899119905119900 = 33119901 times 66119871 ~ 217119871

119863119894119886

119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119886119901119886119903119905119886119898119890119899119905119900 119886119900 119898ecirc119904 = 217119871119889119894119886 times 30119863119894119886119904 = 6510119871 119900119906 65101198983

Com base nesses dados temos que calcular o volume total de descarga em

sanitaacuterios que o preacutedio consome com a seguinte foacutermula

119881119879 = 119881119865 times 119873ordm 119889119890 119880119862prime119904

119881119879 = 10119898sup3 times 36 = 360119898sup3

Em que ldquoVTrdquo corresponde ao volume total do preacutedio ldquoVFrdquo ao volume da faixa

que eacute estipulado pela CAESB e ldquoUCrsquosrdquo satildeo as unidades de consumo que eacute correlato

ao nuacutemero de apartamentos existente

Portanto o total a se pagar em um mecircs eacute calculado da seguinte forma

119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 119881119879 times 119879119886119903119894119891119886 119889119890 aacute119892119906119886 + 119879119886119903119894119891119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900

119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 360119898sup3 times 119877$ 265 + 119879119886119903119894119891119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900

119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 954 + 119877$ 954 = 119877$ 1908

Em 7 meses seriam pagos em descarga

119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 1908 times 7 119872119890119904119890119904 = 119877$ 13356

37 ndash Caacutelculos de economia e retorno de investimento para um sistema

fechado

Conforme exposto por L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental p 15)

ldquopara o caacutelculo da economia da taxa de aacutegua multiplica-se o valor do msup3 (valor

cobrado por msup3 do responsaacutevel pelo fornecimento de aacutegua na cidade []) pelo

volume captado e entatildeo obtecircm-se o valor economizado por ano na taxa de aacuteguardquo

Recapitulando que para esse estudo seraacute utilizado o meacutetodo praacutetico brasieliro

devido aos meses de seca ou pouca chuva

Sendo assim

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119881119886119897119900119903 119889119900 1198983 times 119881119900119897119906119898119890 119888119886119901119905119886119889119900

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 265 times 314061198983

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 8322

Essa economia de R$ 8322 eacute para um mecircs de chuva para o preacutedio todo

sendo assim para os 7 meses de chuva tem-se

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119890 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 8322 times 7 119898119890119904119890119904 = 119877$ 58254

Ainda segundo L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental p 16) para o

caacutelculo da economia referente ao esgoto eacute necessaacuterio multiplicar o valor do msup3 pelo

volume captado e por 08 uma vez que considera-se 20 de perda ou seja para

cada 1 litro de aacutegua que chega na residecircncia eacute cobrado 08 litros para o tratamento

do esgoto

Portanto tem-se

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119881119886119897119900119903 119889119900 1198983 times 119881119900119897119906119898119890 119888119886119901119905119886119889119900 times 08

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900 = 119877$ 265 times 314061198983 times 08

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 6658

Esse valor encontrado de R$ 6658 corresponde a um mecircs de chuva para o

preacutedio sendo assim o total economizado pelo preacutedio em 7 meses eacute de

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119890 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 6658 times 7 119898119890119904119890119904 = 119877$ 46606

ldquoPara o caacutelculo do retorno do investimento divide-se o valor investido pela

economia anual com a implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo e reaproveitamento da

aacutegua pluvialrdquo L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental p 16)

Portanto para 7 meses de chuva tem-se o seguinte

119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 =119881119886119897119900119903 119894119899119907119890119904119905119894119889119900

119864119888119900119899119900119898119894119886 (7119898119890119904119890119904)

119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 = 119877$ 1843924

119877$ 58254 + 119877$ 46606

119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 = 119877$ 1843924

119877$ 9446

119877119890119905119900119903119899119900

119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900= 1952 119886119899119900119904

38 ndash Caacutelculos de dimensionamento para um sistema com fluxo

Os caacutelculos apresentados no subitem anterior satildeo relativos a um sistema

o qual natildeo adota a possibilidade de fluxo dentro do reservatoacuterio Quando se

fala em fluxo temos que considerar que ao mesmo tempo em que o preacutedio

utiliza aacutegua do reservatoacuterio de aacutegua pluvial o mesmo vai enchendo com aacutegua

pluvial Portanto haacute um ciclo no qual o preacutedio demanda aacutegua do reservatoacuterio e

o mesmo vai enchendo conforme chove no local

Sabendo que a meacutedia mensal eacute de 1399msup3 eacute preciso multiplicar isso

por 12 para se obter o quanto choveu em 2014 Sendo assim

119879119900119905119886119897 119886119900 119886119899119900 = 1399119898119898 times 12 119898119890119904119890119904

119879119900119905119886119897 119886119900 119886119899119900 = 16788119898119898

Mas como foi visto o periacuteodo chuvoso eacute de 7 meses entatildeo temos

119875119903119890119888119894119901119894119905119886ccedilatilde119900 119901119886119903119886 7 119898119890119904119890119904 = 16788119898119898 divide 7 = 2398119898119898

Com isso eacute necessaacuterio realizar o caacutelculo da meacutedia de captaccedilatildeo de aacutegua

por mecircs para a aacuterea de 1069msup2

119872119890119889119894119886 119889119890 119862119886119901119905119886ccedilatilde119900 = 2398119898119898 times 1069119898sup2

119872eacute119889119894119886 119889119890 119862119886119901119905119886ccedilatilde119900 = 256346119871 119900119906 256346119898sup3

Ao considerar o valor obtido temos que realizar o quanto seria captado

diariamente

119872eacute119889119894119886 119889119894aacute119903119894119886 = 256346119898sup3 divide 30 119889119894119886119904 = 85119898sup3119889119894119886

A partir desses caacutelculos podemos realizar a seguinte comparaccedilatildeo O

preacutedio consome cerca de 78msup3 ao dia de aacutegua para descarga de vasos sanitaacuterios

enquanto a meacutedia diaacuteria de captaccedilatildeo eacute de 85msup3 por conseguinte temos um fluxo

positivo de aacutegua para o reservatoacuterio de 067msup3dia nos dias chuvosos

Se colocarmos um reservatoacuterio de 35msup3 sem nenhuma aacutegua

armazenada poderemos constatar que o reservatoacuterio iria encher por completo em

cerca de 53 dias conforme o caacutelculo a seguir

351198983 = 0671198983 times 119909 119889119894119886119904

119909 119889119894119886119904 = 35119898sup3 divide 067119898sup3 = 5223 119889119894119886119904

Analisando esses dados temos que a partir do 54ordm dia o reservatoacuterio

estaria completamente cheio e no restante dos 156 dias que teriacuteamos de chuva

esses 067msup3 seriam de certa forma desperdiccedilados uma vez que esse fluxo de

067msup3 ao final dos 7 meses gerariam cerca de 1407msup3 enquanto o reservatoacuterio tem

a capacidade de 35msup3 conforme o caacutelculo a seguir

119875119900119905119890119899119888119894119886119897 = 067119898sup3 times 156 119889119894119886119904 = 1045119898sup3

Se considerarmos esse fluxo positivo de 067msup3dia temos que ao final

dos 210 dias (7meses) seria possiacutevel armazenar 1407 msup3 de aacutegua Com um

reservatoacuterio de 35msup3 1057msup3 estariam sendo escoados para fora do reservatoacuterio

Portanto o ideal seria um reservatoacuterio que se aproxime de 1407msup3 para que ao

final dos 7 meses toda aacutegua possiacutevel fosse armazenada no entanto o reservatoacuterio

deveria ser de 145msup3

Devemos considerar ainda que ao final dos 7 meses o reservatoacuterio

estaria cheio no periacuteodo de seca conseguiria abastecer o preacutedio de acordo com a

demanda do preacutedio sendo assim

119880119905119894119897119894119911119886ccedilatilde119900 119899119886 119904119890119888119886 = 119879119900119905119886119897 119889119900 119903119890119904119890119903119907119886119905oacute119903119894119900 divide 119863119890119898119886119899119889119886 119889119894aacute119903119894119886

119880119905119894119897119894119911119886ccedilatilde119900 119899119886 119904119890119888119886 = 1451198983 divide 781198983119889119894119886

119880119905119894119897119894119911119886ccedilatilde119900 119899119886 119904119890119888119886 = 1858 119889119894119886119904

381 ndash Custo de implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo com fluxo em um

preacutedio

Na implantaccedilatildeo desse sistema os materiais utilizados teratildeo como base

as estimativas que foram apresentadas no subitem anterior e para aumentar a

eficiecircncia do sistema o volume de 1400007L seraacute arredondado para

145000L

Devido ao tamanho do reservatoacuterio eacute de se esperar que o reservatoacuterio

natildeo seja instalado em cima do preacutedio uma vez que a estrutura do preacutedio natildeo

conseguiria suportar o peso que o reservatoacuterio faria sobre o telhado

consequentemente o reservatoacuterio deveraacute ser instalado no jardim do preacutedio que

iraacute gerar um custo a mais por conta da escavaccedilatildeo

Os valores de alguns dos materiais apresentados a seguir seguem os

dos apresentados no trabalho de L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental

p 18) apenas o valor da caixa drsquoaacutegua de 10000L foi obtido atraveacutes de

pesquisas em lojas de construccedilatildeo e assim utilizando a de menor valor

conforme a tabela a seguir Segundo o Saneamento de Goiaacutes SA (SANEAGO)

o custo de escavaccedilatildeo eacute calculado a partir do total de msup3 aleacutem de 3m de

profundidade

Tabela 09 Preccedilo dos Produtos do Sistema de Captaccedilatildeo com Fluxo

Observaccedilatildeo Pelo fato desse estudo se tratar de um modelo de implantaccedilatildeo

o custo das tubulaccedilotildees vai variar de acordo com a demanda necessitada pelo

preacutedio portanto podendo variar de acordo com o projeto implantado Para este

estudo seraacute adotado o valor de R$ 7000

Observaccedilatildeo Pelo fato desse trabalho tratar-se de um modelo de

implantaccedilatildeo o custo da energia pode variar de acordo com a demanda necessitada

pelo preacutedio portanto podendo variar de acordo com o uso da bomba Para este

estudo seraacute adotado o valor de R$ 054 que eacute o valor do KwH cobrado pela CEB

Produto Quantidade Valor unitaacuterio (R$) Valor total (R$)

Cx Daacutegua 10000L 14 496090 6945260

Cx Daacutegua 5000L 1 108000 108000

Boacuteia Eleacutetrica 1 2750 2750

Boacuteia Comum 1 1220 1220

Registro de Gaveta

1 3490 3490

Bomba Anauger 1 23000 23000

Filtro 3P VF1 1 22000 22000

Tubulaccedilotildees 7000 7000

Disjuntor 1 1310 1310

Escavaccedilatildeo Msup3 3666 53157

Matildeo de Obra 1 58574 58574

Energia 054 054

Total 13 727154 7704228

382 ndash Caacutelculos de economia e retorno de investimento para um sistema

com fluxo

Partindo dos dados apresentados podemos calcular por apartamento quanto eacute

cobrado pela CAESB a partir dos dados apresentados no capiacutetulo 34

119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119886119901119886119903119905119886119898119890119899119905119900 = 33119901 times 66119871 ~ 217119871

119863119894119886

119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119886119901119886119903119905119886119898119890119899119905119900 119886119900 119898ecirc119904 = 217119871119889119894119886 times 30119863119894119886119904 = 6510119871 119900119906 65101198983

Em que ldquoVTrdquo corresponde ao volume total do preacutedio ldquoVFrdquo ao volume da faixa

que eacute estipulado pela CAESB e ldquoUCrsquosrdquo satildeo as unidades de consumo que eacute correlato

ao nuacutemero de apartamentos existente

Portanto o total a se pagar em um mecircs eacute calculado da seguinte forma

119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 119881119879 times 119879119886119903119894119891119886 119889119890 aacute119892119906119886 + 119879119886119903119894119891119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900

119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 360119898sup3 times 119877$ 265 + 119879119886119903119894119891119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900

119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 954 + 119877$ 954 = 119877$ 1908

Retomando o caacutelculo exposto por L Pereira (Viabilidade

EconocircmicoAmbiental p 15) no subitem anterior temos que o caacutelculo da CAESB

seria feito da seguinte maneira

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119881119886119897119900119903 119889119900 1198983 times 119881119900119897119906119898119890 119888119886119901119905119886119889119900

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 265 times 1451198983

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 38425

Esse caacutelculo eacute equivalente a um mecircs de captaccedilatildeo para os 7 meses

teremos o seguinte

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119890 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 38425 times 7 119898119890119904119890119904 = 119877$ 268975

Conforme foi visto para o caacutelculo da economia de esgoto eacute necessaacuterio

multiplicar o valor do msup3 pelo volume captado e por 08 uma vez que considera-se

20 de perda ou seja para cada 1 litro de aacutegua que chega na residecircncia eacute cobrado

08 litros para o tratamento do esgoto Portanto para um mecircs segue-se

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119881119886119897119900119903 119889119900 1198983 times 119881119900119897119906119898119890 119888119886119901119905119886119889119900 times 08

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900 = 119877$ 265 times 1451198983 times 08

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 3074

ldquoPara o caacutelculo do retorno do investimento divide-se o valor investido pela

economia anual com a implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo e reaproveitamento da

aacutegua pluvialrdquo L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental p 16)

Portanto para 7 meses de chuva tem-se o seguinte

119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 =119881119886119897119900119903 119894119899119907119890119904119905119894119889119900

119864119888119900119899119900119898119894119886 (7119898119890119904119890119904)

119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 = 119877$ 17704228

119877$ 268975 + 119877$ 21518

119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 = 119877$ 7704228

119877$ 484155

119877119890119905119900119903119899119900

119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900= 1591119886119899119900119904

4 ndash Conclusatildeo e Consideraccedilotildees Finais

De acordo com o que foi exposto temos que a implantaccedilatildeo do sistema de

captaccedilatildeo para o aproveitamento de aacuteguas pluviais eacute uma oacutetima alternativa para

substituiccedilatildeo da ldquoaacutegua cinzardquo possibilitando tambeacutem um destino mais correto do

ponto de vista ambiental para a aacutegua que se tornaria esgoto Como eacute de

conhecimento este tipo de meacutetodo eacute utilizado em diversas regiotildees natildeo somente

aquelas que sofrem com escassez de aacutegua

Mesmo sabendo que o Brasil possui um grande potencial hiacutedrico observamos

que uma parcela da populaccedilatildeo natildeo tem consciecircncia quanto ao gasto de aacutegua

gerando um grande desperdiacutecio de forma desnecessaacuteria Portanto partindo de um

pensamento racional um sistema de captaccedilatildeo seria viaacutevel para o aproveitamento da

aacutegua para fins de consumo domeacutestico mais precisamente ldquoaacutegua cinzardquo

Considerando os caacutelculos apresentados a partir da taxa de precipitaccedilatildeo meacutedia

em Brasiacutelia a criaccedilatildeo de um sistema de captaccedilatildeo pluvial predial traz benefiacutecios

econocircmicos e ambientais O projeto torna-se viaacutevel economicamente pois desde

que se faccedila a manutenccedilatildeo de forma adequada do sistema este teraacute uma vida uacutetil

longa e considerando que se obteacutem o retorno do investimento em aproximadamente

16 anos para um sistema com fluxo apoacutes este periacuteodo o sistema passa a ser

lucrativo para o preacutedio que implanta pois o custo eacute dividido no condomiacutenio dentre os

moradores do preacutedio

Analisando do ponto de vista ambiental o desenvolvimento urbano de Brasiacutelia

ocasionou em superfiacutecies impermeaacuteveis dificultando a absorccedilatildeo de aacuteguas pluviais

pelo solo e juntamente com o sistema de redes pluviais e o sistema de drenagem

ultrapassados os alagamentos e enchentes tecircm se tornado constante quando

ocorrem chuvas anormais Com as estimativas feitas neste trabalho eacute possiacutevel que

tais transtornos hiacutedricos urbanos possam ser amenizados a partir da implantaccedilatildeo do

sistema sem que afete o ciclo hidroloacutegico natural Logicamente essa natildeo eacute a

soluccedilatildeo uma vez que ela deve ser apenas um complemento agrave poliacuteticas publicas

poliacuteticas de incentivo entre outras medidas de cunho sustentaacutevel

Em vista disso a implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo e aproveitamento de

aacuteguas pluviais acarretaria em uma significativa melhora ambiental atraveacutes da

substituiccedilatildeo de uma parcela da aacutegua fornecida pela CAESB e possivelmente

mitigando os transtornos hiacutedricos urbanos se aplicado em larga escala

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20de20C381guapdfgt Acesso em 15112015

Rapoport Beatriz ndash Aacuteguas Cinzas Caracterizaccedilatildeo Avaliaccedilatildeo Financeira e

Tratamento Para Reuso Domiciliar e Condominial p 1-72 Rio de Janeiro

marccedilo 2004

Segundo o Saneamento de Goiaacutes SA ndash SANEAGO 2012

lthttpwwwsaneagocombrsupretabelapreco2012pdfgt Acessado em

05112015

Schussel Zulma ndash O desenvolvimento urbano sustentaacutevel ndash uma utopia

possiacutevel Desenvolvimento e Meio Ambiente n 9 p 57-67 janjul 2004

Editora UFPR

Silva Pedro ndash Aproveitamento de aacuteguas pluviais ndash Implementaccedilatildeo de um

sistema na FCUP Mestrado em ciecircncias e tecnologia do ambiente

Departamento de Geociecircncias Ambiente e ordenamento territoacuterio 2013

Silva Solange Teles da ndash Poliacuteticas puacuteblicas e estrateacutegias de

sustentabilidade urbana p 1-14

lthttpwwwrccgovptSiteCollectionDocumentsSolangeTeles_Politicas-Pub-

Sustentabilidadepdfgt Acesso em 17102015

Dez anos apoacutes a Conferecircncia de Estocolmo uma anaacutelise dos resultados

foi feita pela ONU e mostrou que o resultado estabelecido deixou a desejar e

que os esforccedilos realizados foram inferiores Em decorrecircncia desse mal

desempenho foi formada a Comissatildeo Mundial sobre Meio Ambiente e

Desenvolvimento (CMMAD) presidida por Gro Harlen Brundtland responsaacutevel

pelo relatoacuterio ldquoNosso Futuro Comumrdquo ndash Our Common Future ndash que tinha como

principal proposta a criaccedilatildeo de uma agenda global para focar em uma

mudanccedila consideraacutevel Esse estudo obteve informaccedilotildees durante trecircs anos a

partir de pesquisas e anaacutelises com enfoque na parte social Segundo Barbosa

(2008 p2) as informaccedilotildees colhidas do relatoacuterio com base nas questotildees

sociais referiam-se ldquoao uso da terra sua ocupaccedilatildeo suprimento de aacutegua abrigo

e serviccedilos sociais educativos e sanitaacuterios aleacutem de administraccedilatildeo do

crescimento urbanordquo

Tal relatoacuterio foi responsaacutevel pela criaccedilatildeo do termo ldquoDesenvolvimento

Sustentaacutevelrdquo que ldquoconsistiu o maior esforccedilo entatildeo conhecido para conciliar a

preservaccedilatildeo do meio ambiente com o desenvolvimento econocircmicordquo

(Nascimento 2012 p 54) Uma definiccedilatildeo baacutesica do que eacute DS eacute exposta por

Nascimento (2012 p 58 apud Lenzi 2006) ldquoDesenvolvimento sustentaacutevel eacute o

desenvolvimento que satisfaz as necessidades do presente sem comprometer

a capacidade das geraccedilotildees futuras em satisfazer suas proacuteprias necessidadesrdquo

Estender e Pitta (O Conceito do Desenvolvimento Sustentaacutevel apud Camargo

2003 p 43) tambeacutem fazem citaccedilatildeo agrave outra definiccedilatildeo apontada no relatoacuterio

ldquoEm essecircncia o desenvolvimento sustentaacutevel eacute um

processo de transformaccedilatildeo no qual a exploraccedilatildeo dos

recursos a direccedilatildeo dos investimentos a orientaccedilatildeo

do desenvolvimento tecnoloacutegico e a mudanccedila

institucional se harmonizam e reforccedilam o potencial

presente e futuro a fim de atender agraves necessidades

e aspiraccedilotildees humanasrdquo

Nascimento (2012 p 54) aponta que ldquoA forccedila e a fraqueza dessa

definiccedilatildeo encontram-se justamente nessa foacutermula vaga pois deixam-se em

aberto quais seriam as necessidades humanas atuais e mais ainda as das

geraccedilotildees futurasrdquo

Segundo Barbosa (2008) o relatoacuterio faz consideraccedilotildees agraves questotildees

urbanas no qual as cidades em seu desenvolvimento devem contemplar as

necessidades baacutesicas de toda a populaccedilatildeo e conceder oportunidades de

melhora na qualidade de vida de todos buscando alcanccedilar uma equidade na

sociedade por meio de processos democraacuteticos para que haja um

desenvolvimento urbano adequado Ainda com referecircncia ao relatoacuterio haacute ldquoa

necessidade de descentralizaccedilatildeo das aplicaccedilotildees de recursos financeiros e

humanos e a necessidade do poder poliacutetico favorecer as cidades em sua

escala localrdquo (Barbosa 2008 p 2) Quanto agrave questatildeo do uso de recursos

naturais foi avaliada no relatoacuterio a capacidade de resiliecircncia da biosfera os

efeitos e as possiacuteveis consequecircncias causadas pela accedilatildeo antroacutepica apontando

ainda que a pobreza pode ser considerada como um problema ambiental e que

a tentativa de erradicar a mesma pode ser a base para a busca da

sustentabilidade Com essa contribuiccedilatildeo na mudanccedila do modo de perceber as

necessidades urbanas o relatoacuterio apresentou trecircs princiacutepios baacutesicos ou

aspectos que deveriam ser cumpridos ndash proteccedilatildeo ambiental equidade social e

o desenvolvimento econocircmico ndash e que seratildeo expostos mais adiante

Apesar de todos esses pontos levantados o relatoacuterio Brundtland

recebeu vaacuterias criacuteticas pelo fato de acusar a pobreza e o descontrole do

crescimento populacional nos paiacuteses subdesenvolvidos como a fonte principal

dos problemas ambientais e da insustentabilidade do planeta e de colocar em

segundo plano a poluiccedilatildeo causada ateacute a data de publicaccedilatildeo do relatoacuterio pelos

paiacuteses desenvolvidos

Em 1986 foi realizada a conferecircncia de Ottawa ndash Carta de Ottawa 1986

ndash na qual foram estabelecidas cinco condiccedilotildees para que se tentasse alcanccedilar o

desenvolvimento sustentaacutevel entre elas a manutenccedilatildeo da integraccedilatildeo

ecoloacutegica a satisfaccedilatildeo das necessidades baacutesicas humanas a provisatildeo da

autodeterminaccedilatildeo social e da diversidade cultural a integraccedilatildeo da conservaccedilatildeo

e do desenvolvimento e o alcance de equidade e justiccedila social Para a

CMMAD as condiccedilotildees que procedem do conceito de desenvolvimento

sustentaacutevel estatildeo associadas ao processo de urbanizaccedilatildeo e do crescimento da

cidade e tem como finalidade o uso adequado dos recursos naturais Em face

disto satildeo expostos alguns objetivos mudanccedila de qualidade do crescimento

crescimento renovaacutevel satisfaccedilatildeo das necessidades essenciais por emprego

aacutegua energia alimento e saneamento baacutesico garantia de um niacutevel sustentaacutevel

da populaccedilatildeo conservaccedilatildeo da base de recursos reorientaccedilatildeo da tecnologia e

do gerenciamento de risco e reorientaccedilatildeo das relaccedilotildees econocircmicas

internacionais (CMMAD 1988 1991)

Postumamente foi realizada a Assembleia das Naccedilotildees Unidas a qual

aprovou a Conferecircncia das Naccedilotildees Unidas para o Meio Ambiente e o

Desenvolvimento (CNUMAD) ocorrida em 1992 e ficou conhecida como Rio-

92 A Rio-92 teve maior visibilidade graccedilas agrave criaccedilatildeo da Convenccedilatildeo da

Biodiversidade e das Mudanccedilas Climaacuteticas ndash que posteriormente resultou na

criaccedilatildeo do Protocolo de Kyoto ndash da Agenda 21 e da Declaraccedilatildeo do Rio Essa

uacuteltima segue os mesmos padrotildees expostos na Conferecircncia de Estocolmo

citada anteriormente interligando o desenvolvimento econocircmico com o meio

ambiente atraveacutes de uma gestatildeo consciente dos recursos naturais sem

comprometer o modelo econocircmico vigente

Em decorrecircncia desses acontecimentos tornou-se de faacutecil entendimento

que o desenvolvimento sustentaacutevel eacute composto por trecircs aspectos ambiental

econocircmico e social Outros autores como Ignacy Sachs consideram ainda

outras variaacuteveis relevantes para o entendimento do DS como sustentabilidade

ecoloacutegica e poliacutetica

Figura 1 Tripeacute da Sustentabilidade

Fonte Nicholas Gimenes (2012)

Com base nesses trecircs aspectos apontados chegamos ao conhecido

Triple Bottom Line ndash ldquoTripeacute da Sustentabilidaderdquo No tripeacute da sustentabilidade

satildeo expostos o aspecto ambiental que tem como base a produccedilatildeo e o

consumo de tal forma que possa garantir que os ecossistemas natildeo sofram

problemas quanto a sua capacidade de resiliecircncia o aspecto econocircmico que

assume a denominada ecoeficiecircncia a qual incentiva a inovaccedilatildeo tecnoloacutegica

para tentar mitigar alguns dos problemas ambientais e ampliar a

desmaterializaccedilatildeo da economia e o uacuteltimo aspecto o social o qual supotildee que

a populaccedilatildeo de uma determinada sociedade tenha o miacutenimo necessaacuterio para

uma condiccedilatildeo de vida aceitaacutevel buscando erradicar a desigualdade social

Segundo Nascimento existem diversas definiccedilotildees desses trecircs aspectos mas

essas apontadas satildeo as mais recorrentes e de simples entendimento Natildeo

podemos esquecer que assim como eacute apontado por Ignacy Sachs e outros

autores outros aspectos para a definiccedilatildeo do DS devem ser levados em

consideraccedilatildeo em especial a cultura Apesar de natildeo ser citada como base do

ldquotripeacuterdquo a cultura eacute importante em qualquer sociedade quando relacionada ao

meio ambiente pois eacute ela quem dita o comportamento da populaccedilatildeo O Brasil

sofre com questotildees ambientais muitas das vezes por falta de instruccedilatildeo da

populaccedilatildeo que natildeo tem conhecimento do quatildeo impactante pode ser sua accedilatildeo

Deste modo quando se trata de questotildees ambientais eacute necessaacuterio que se

tenha uma mudanccedila natildeo repentina e sim gradativa nos padrotildees de consumo

no estilo de vida e na educaccedilatildeo ambiental

Retomando os conceitos de DS e sustentabilidade temos uma definiccedilatildeo

de Clovis Cavalcanti em que sustentabilidade ldquosignifica a possibilidade de se

obterem continuamente condiccedilotildees iguais ou superiores de vida para um grupo

de pessoas e seus sucessores em dado ecossistemardquo (Cavalcanti 2003)

Analisando essa definiccedilatildeo proposta por Cavalcanti vemos que se assemelha

do que foi exposto por Gro Harlen Brundtland em seu relatoacuterio Como jaacute foi

mencionado para Sachs o ldquoTriple Bottom Linerdquo ndash Tripeacute da Sustentabilidade ndash

possui cinco vertentes da sustentabilidade que satildeo a ldquosustentabilidade

ecoloacutegica refere-se a fiacutesica do processo de crescimento e tem como objetivo a

manutenccedilatildeo de estoques dos recursos naturais incorporados as atividades

produtivas a sustentabilidade ambiental que refere-se agrave manutenccedilatildeo da

capacidade de sustentaccedilatildeo dos ecossistemas o que implica a capacidade de

absorccedilatildeo e recomposiccedilatildeo dos ecossistemas em face as agressotildees antroacutepicas

sustentabilidade social que refere-se ao desenvolvimento e tem por algum

objetivo a melhoria da qualidade da vida da populaccedilatildeo Para caso de paiacuteses

com problemas de desigualdade e de inclusatildeo social implica a adoccedilatildeo de

poliacuteticas distributivas e a universalizaccedilatildeo de atendimento a questotildees como

sauacutede educaccedilatildeo habilitaccedilatildeo e seguridade social sustentabilidade poliacutetica

refere-se ao processo de construccedilatildeo da cidadania para garantir a incorporaccedilatildeo

plena dos indiviacuteduos ao processo de desenvolvimento e a sustentabilidade

econocircmica que refere-se a uma gestatildeo eficiente dos recursos em geral e

caracteriza-se pela regularidade de fluxos do investimento puacuteblico e privado

Implica a avaliaccedilatildeo da eficiecircncia por processos macro sociaisrdquo (Sachs 1993

Agenda 21 brasileira)

Barbosa (2008 p 4) faz uma citaccedilatildeo em seu trabalho sobre o livro de

Leila Ferreira ndash ldquoA questatildeo ambiental sustentabilidade e poliacuteticas puacuteblicas no

Brasilrdquo ndash referente ao padratildeo de vida da sociedade em que

ldquoO padratildeo de produccedilatildeo e consumo que

caracteriza o atual estilo de

desenvolvimento tende a consolidar-se

no espaccedilo das cidades e estas se

tornam cada vez mais o foco principal

na definiccedilatildeo de estrateacutegias e poliacuteticas

de desenvolvimentordquo

Sendo assim eacute de fundamental importacircncia que formas alternativas

sustentaacuteveis sejam alcanccediladas para que possam influenciar de forma positiva

na qualidade de vida das cidades e no processo de planejamento urbano Para

Acselrad (1999 p 85) a sustentabilidade urbana eacute definida como ldquoa

capacidade das poliacuteticas urbanas se adaptarem agrave oferta de serviccedilos agrave

qualidade e agrave quantidade das demandas sociais buscando o equiliacutebrio entre as

demandas de serviccedilos urbanos e investimentos em estruturardquo Como o

desenvolvimento sustentaacutevel possui muitos conceitos e definiccedilotildees haacute uma em

especial que se destaca pelo fato de estar relacionada agraves cidades juntamente

com o termo ldquosustentabilidaderdquo exposta por Barbosa (2008 p 4 apud

Satterthwaite 2004) em que

ldquoa resposta agraves necessidades humanas

nas cidades como o miacutenimo ou

nenhuma transferecircncia dos custos da

produccedilatildeo consumo ou lixo para outras

pessoas ou ecossistemas hoje e no

futurordquo

Assim a participaccedilatildeo da sociedade e a diversidade dos interesses que

a mesma possui gera um conflito entre as poliacuteticas puacuteblicas e o

desenvolvimento sustentaacutevel mas nada que natildeo possa ser contornado a partir

da conscientizaccedilatildeo individual dos cidadatildeos Como eacute exposto por Barbosa ldquoeacute

imprescindiacutevel para a sustentabilidade urbana o uso racional dos recursos

naturais a boa forma do ambiente urbano baseado na interaccedilatildeo clima e os

recursos naturais aleacutem das respostas agraves necessidades urbanas com o miacutenimo

de transferecircncia de dejetos e rejeitos para outros ecossistemas atuais e

futurosrdquo (Barbosa 2008 p 9) Em detrimento disso ldquoo desenvolvimento

sustentaacutevel natildeo deve ser apresentado como um slogan poliacuteticordquo (Barbosa

2008 p 10) deve ser apresentado como uma possiacutevel soluccedilatildeo para a

mitigaccedilatildeo dos problemas ambientais encontrados atualmente na sociedade

Portanto a sustentabilidade visa emoldurar novos meios alternativos de

produccedilatildeo distribuiccedilatildeo e consumo dos recursos naturais existentes de forma

mais racional ecologicamente viaacutevel e economicamente eficaz

Ao retratar esses problemas de padrotildees vividos pela sociedade

relacionados ao meio ambiente mais especificamente a utilizaccedilatildeo de recursos

naturais Nascimento (2012 p 58) aponta que ldquohaacute uma quase unanimidade

hoje entre os cientistas de que os recursos naturais natildeo seratildeo suficientes para

fornecer um modo de vida similar ao da classe meacutedia mundial a todos os novos

ingressantes no mercado No entanto eles tecircm tanto direito quanto os que jaacute

participam do mercado consumidorrdquo Mas como podemos contornar tais

problemas e a crise ambiental Atraveacutes da criatividade humana muitas formas

alternativas foram criadas e podem ser inventadas quando se tratam dos

recursos finitos utilizados pelo homem Temos como exemplo a aacutegua sobre a

qual poucos satildeo os estudos apresentados relacionando o aproveitamento de

aacuteguas pluviais e cidades sustentaacuteveis Na maioria das vezes os estudos satildeo

feitos com base em outras necessidades como a dessalinizaccedilatildeo das aacuteguas do

mar para consumo humano Natildeo podemos esquecer que atualmente existem

diversos sistemas de captaccedilatildeo de aacuteguas pluviais para diferentes finalidades

sejam elas para aproveitamento de consumo humano ou natildeo

3 ndash A viabilidade de implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo

pluvial em Brasiacutelia ndash DF

31 ndash Apresentaccedilatildeo de dados

Primeiramente seratildeo apresentados dados sobre a populaccedilatildeo e o

consumo de aacutegua presente nas residecircncias de Brasiacutelia e que seratildeo utilizados

como base para a implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo na Asa Norte

Segundo Ferreira C diretor Superintendente de Atendimento Comercial

(CAC) da Companhia de Saneamento Ambiental do Distrito Federal (CAESB)

ldquoEm Brasiacutelia o consumo meacutedio por habitante eacute de 190 litros de aacutegua por dia o

que resulta em um consumo mensal de 6msup3 por habitanterdquo De acordo com a

ONU cada pessoa necessita de 110 litros por dia para atender as

necessidades de consumo e higiene A Companhia de Saneamento Baacutesico do

Estado de Satildeo Paulo (SABESP 2010) afirma que ldquono Brasil o consumo por

pessoa pode chegar a mais de 200 litrosdiardquo A estimativa da SABESP (2010)

eacute de que 54 litros (27) vatildeo para cozinhar e beber 50 litros (25) para tomar

banho e escovar os dentes 66 litros (33) para descarga de banheiro 24 litros

(12) para lavagem de roupa e 6 litros (3) para outras tarefas como lavagem

de carro por exemplo Segundo dados da CAESB Brasiacutelia (Plano Piloto)

consome cerca de 2757890msup3 por mecircs e que o consumo por habitante eacute de

1381msup3mecircs

Devido ao alto consumo de aacutegua em Brasiacutelia os recorrentes transtornos

hiacutedricos urbanos e a ausecircncia de sistemas captaccedilatildeo pluvial este capiacutetulo traz

um estudo da viabilidade teacutecnica e econocircmica da implantaccedilatildeo de um sistema

em um preacutedio residencial do bairro Asa Norte mais especificamente na

Superquadra 111 Norte Natildeo haacute nenhum estudo realizado que comprove a

frequecircncia dos alagamentos nessa regiatildeo portanto tal quadra foi selecionada

em decorrecircncia de mateacuterias e reportagens que mostram a dificuldade que a

populaccedilatildeo sofre quando haacute uma chuva anormal

Primeiramente eacute necessaacuterio que se tenha uma noccedilatildeo do periacuteodo

chuvoso em Brasiacutelia Segundo o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais

(INPE) Brasiacutelia apresenta um regime de precipitaccedilatildeo bem definido sendo que

a estaccedilatildeo chuvosa tem iniacutecio em Outubro e estende-se ateacute Marccedilo e a estaccedilatildeo

seca ocorre no restante do ano (Abril a Setembro) Ainda segundo o INPE ldquoa

estaccedilatildeo chuvosa eacute causada pelo forte aquecimento da atmosfera na Amazocircnia

que favorece o desenvolvimento de um sistema quase estacionaacuterio em altos

niacuteveis a Alta Boliacutevia Como resultado dessa circulaccedilatildeo observa-se nos baixos

niacuteveis uma regiatildeo de baixa pressatildeo e a convergecircncia de ar satildeo os principais

fatores que provocam a precipitaccedilatildeo neste periacuteodo responsaacutevel por 70 do

total meacutedio anualrdquo A partir desses elementos apresentados pelo INPE e com

base nos dados os quais foram obtidos da estaccedilatildeo meteoroloacutegica de Brasiacutelia

localizada na Latitude (ordm) -158 Longitude (ordm)-479 temos a precipitaccedilatildeo de

Brasiacutelia dada mecircs a mecircs Os dados partem de Janeiro de 2006 e vatildeo ateacute

Outubro de 2015 Eacute importante frisar que os dados foram formulados a partir

da precipitaccedilatildeo acumulada para tornar mais faacutecil de calcular a meacutedia

Tabela 01 Dados de Precipitaccedilatildeo

AnoMecircs JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ Meacutedia Mensal

2006 1232 1914 258 1417 351 09 01 528 403 5264 1956 1821 14563

2007 2609 2659 357 501 75 0 0 0 0 535 2249 275 9779

2008 201 2425 2346 2109 0 0 0 27 80 387 271 3226 1337

2009 2028 1347 81 3759 612 93 0 725 505 2958 1991 3078 1492

2010 1211 368 2494 2388 275 0 0 0 0 349 2547 318 1068

2011 1268 1724 2433 696 139 38 0 0 7 2639 3338 4704 1421

2012 2699 1149 1982 1213 444 24 02 0 333 1098 4446 1428 1235

2013 4918 1893 1903 954 222 62 03 0 659 1069 2711 3525 1493

2014 1531 1392 3402 2493 28 10 79 0 162 2014 192 3667 1399

2015 939 1297 3456 2076 499 0 08 0 218 694 SD SD 9187

Meacutedia para cada mecircs

20445 16168 21763 17606 2645 326 093 128 315 17007 2652 30421 12797

Tabela contendo os dados de chuva acumulada mecircs a mecircs em miliacutemetros (mm)

Fonte INPE 2015

Obs 1- SD - satildeo dados que natildeo foram coletados devido pois o trabalho foi realizado antes desses meses

Obs2- Meacutedia calculada com os dados obtidos no caso os meses de novembro e dezembro de 2015 natildeo entram no

caacutelculo pois ainda natildeo existiam os dados

Temos tambeacutem a partir do estudo realizado por Brino (Brasiacutelia

Superquadras Residenciais) os dimensionamentos dos preacutedios e a quantidade

de apartamentos por pavimentos conforme as tabelas a seguir

Tabela 02 Dimensionamento dos Blocos

A SUPERQUADRA AE AT

Aacuterea de Projeccedilatildeo por Bloco

Aacuterea Total = 11760msup2 Nuacutemero total de Blocos = 11

1069msup2 185 136

Aacuterea Construiacuteda por bloco (sem pilotis e

subsolo)

Pavimentos = 6 Aacuterea do Pavimento = 1069msup2

6414msup2 1113 818

Aacuterea Construiacuteda por superquadras (sem pilotis e subsolo)

Preacutedio = 11 Aacuterea por Preacutedio = 64141msup2

70554msup2 8999 1225

AE - Aacuterea Aedificandi e AT - Aacuterea Total

Tabela 03 Dimensionamento da Populaccedilatildeo

A POPULACcedilAtildeO (5 Pessoas

apart)

6 apartamentos por pavimento

36 apartamentos por bloco

396 apartamentos

por superquadra

1980 pessoas por

superquadra

8 apartamentos por pavimento

48 apartamentos por bloco

528 apartamentos

por superquadra

2640 pessoas por

superquadra

10 apartamentos por pavimento

60 apartamentos por bloco

660 apartamentos

por superquadra

3300 pessoas por

superquadra

12 apartamentos por pavimento

72 apartamentos por bloco

792 apartamentos

por superquadra

3960 pessoas por

superquadra

Caacutelculo para as faixas 100 200 e 300 (seis pavimentos) Fonte SUDUR

O estudo apresentado por Brino (Brasiacutelia Superquadras Residenciais)

considera uma famiacutelia composta por cinco pessoas para cada apartamento

nesse caso iremos desconsiderar essa informaccedilatildeo e basearmos nos dados

apresentados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica (IBGE) Nos

dados do IBGE (Censo Demograacutefico 2010) constam que a meacutedia de

moradores em domiciacutelios particulares ocupados eacute de 33 moradores

Partindo dos elementos de precipitaccedilatildeo aacuterea de projeccedilatildeo por bloco

meacutedia de moradores por apartamento total de apartamentos de um preacutedio e

consumo meacutedio de aacuteguadia por habitante podemos dar inicio as formas de

captaccedilatildeo e armazenamento de aacuteguas pluviais

32 ndash Aacuteguas pluviais e aacuteguas cinzas

Mas porque focar em aproveitamento de aacuteguas pluviais Segundo

Rapoport (2004 p 1) ldquoo aumento populacional acompanhado pelas mudanccedilas

climaacuteticas globais vem contribuindo para o aumento na demanda por recursos

hiacutedricosrdquo Ainda expotildee que ldquoembora a aacutegua seja um recurso renovaacutevel ela

tende a se deteriorar em funccedilatildeo do seu uso indiscriminado o que compromete

consequentemente a quantidade de aacutegua com qualidade disponiacutevel para o

consumo nas diversas localidadesrdquo (Rapoport 2004 p 1)

Um fato importante abordado por Rapoport (2004 p1) eacute que ldquoa

quantidade de aacutegua disponiacutevel eacute sempre a mesma jaacute que estaacute sempre sendo

renovada atraveacutes do ciclo hidroloacutegico Entretanto a aacutegua de qualidade para

consumo estaacute se tornando rarardquo A tiacutetulo de esclarecimento ldquosabe-se que o

ciclo hidroloacutegico se constitui basicamente do transporte de massas drsquoaacutegua do

oceano para atmosfera por evaporaccedilatildeo e da atmosfera atraveacutes de

precipitaccedilotildees escoamentos superficiais e subterracircneos para os oceanos

influenciando diretamente a distribuiccedilatildeo e extensatildeo dos corpos drsquoaacutegua

continentaisrdquo (Rapoport 2004 p 1) Sendo assim a interferecircncia humana tem

causado alteraccedilotildees no ciclo hidroloacutegico em diversas regiotildees Esse assunto

seraacute melhor abordado mais adiante pois o uso do sistema de captaccedilatildeo pode

influenciar no ciclo hidroloacutegico negativamente mas utilizado da forma

adequada pode continuar mantendo o ciclo equilibrado

Aleacutem do uso indevido da aacutegua e de sua escassez Lima e Machado

(2008 p 13) apontam que ldquooutro fator importante eacute o aumento de inundaccedilotildees e

enchentes devido ao escoamento superficial da aacutegua de chuva e da

impermeabilizaccedilatildeo do solordquo Portanto a captaccedilatildeo de aacuteguas pluviais pode

contribuir para a reduccedilatildeo dos transtornos hiacutedricos urbanos e ao mesmo tempo

reduzir a demanda por aacutegua potaacutevel da companhia de distribuiccedilatildeo local

Segundo Amorim e Pereira (2008 p 54) ldquouma das soluccedilotildees em estudo

para aumentar a oferta de aacutegua para as edificaccedilotildees eacute o aproveitamento da

aacutegua pluvial Esta apresenta uma boa alternativa visto que aleacutem de reduzir o

consumo de aacutegua potaacutevel ainda surge como uma accedilatildeo no combate agraves

enchentes funcionando como uma medida natildeo-estrutural do sistema de

drenagem urbanardquo Mas o que eacute necessaacuterio para formar um sistema de

captaccedilatildeo adequado e funcional Amorim e Pereira (2008 p 54) apresentam

que ldquoos sistemas de aproveitamento de aacutegua pluvial satildeo formados basicamente

pela aacuterea de captaccedilatildeo (geralmente coberturas) os componentes de transporte

(calhas e condutores verticais) e o reservatoacuteriordquo Cabe ressaltar que para esse

estudo a captaccedilatildeo das aacuteguas pluviais seraacute destinada apenas para a utilizaccedilatildeo

em ldquoaacuteguas cinzasrdquo Neste sentido o reuso das aacuteguas cinzas que satildeo as aacuteguas

provenientes de todas as atividades domeacutesticas com exceccedilatildeo de fontes de

aacuteguas negras tais como sanitaacuterios bidecircs e urinol vem sendo estudadas com

vista ao reuso tanto em irrigaccedilatildeo como em sanitaacuterios (Rapoport 2004 p 8)

Retomando os dados apresentados pela SABESP (2010) temos a

tabela 04 a qual apresenta os dados de consumo domeacutestico e em sequecircncia o

graacutefico 01 que demonstram que se analisarmos as quantidades de aacutegua

utilizada no consumo domeacutestico teremos uma base para o tamanho do

reservatoacuterio E posteriormente a tabela 05 mostra em que situaccedilotildees se podem

reutilizar as aacuteguas pluviais

Tabela 04 Consumo domeacutestico de aacutegua

Litros

Cozinhar e Beber 54

Tomar Banho e Escovar os Dentes 50

Descarga de Banheiro 66

Lavagem de Roupa 24

Outras Tarefas 6

Total = 200

Fonte SABESP (2010)

27

25

33

12

3

Cozinhar e Beber

Tomar Banho e Escovar osDentes

Descarga de Banheiro

Lavagem de Roupa

Outras Tarefas

Descarga de Banheiro

6875

Lavagem de Roupa

25

Outras Tarefas 625

Graacutefico 01 Consumo Domeacutestico de Aacutegua

Tabela 05 Percentual para reutilizaccedilatildeo de aacuteguas pluviais

Graacutefico 02 Percentual para Reutilizaccedilatildeo de Aacuteguas Pluviais

Porcentagem ()

Descarga de Banheiro 66 6875

Lavagem de Roupa 24 25

Outras Tarefas 6 625

Total = 96 100

Fonte SABESP(2010)

33 ndash Meacutetodos de Dimensionamento do Reservatoacuterio

Amorim e Pereira (2008 p 54 Soares et al 2000 apud May 2004)

apresentam que existem quatro grupos principais para o dimensionamento do

reservatoacuterio

(a) Meacutetodos determiniacutesticos os dados referentes agrave precipitaccedilatildeo

pluviomeacutetrica e agrave demanda satildeo analisados pela curva de massa

(b) Meacutetodos aproximados baseados em relaccedilotildees empiacutericas

conhecidas

(c) Meacutetodos de modelaccedilatildeo satildeo tambeacutem conhecidos como meacutetodos

de transiccedilatildeo probabiliacutestica da matriz e

(d) Meacutetodos de anaacutelise de sistemas sendo linear natildeo linear ou

programaccedilatildeo dinacircmica

Dentro desses grupos de dimensionamento temos os diversos meacutetodos

meacutetodo de Rippl que consiste na determinaccedilatildeo do volume com base na aacuterea

de captaccedilatildeo que eacute subdivido em meacutetodo analiacutetico e meacutetodo graacutefico meacutetodo de

consideraccedilatildeo dos periacuteodos de dias consecutivos sem chuva que necessita da

observaccedilatildeo dos registros pluviomeacutetricos para identificar os maiores periacuteodos de

dias consecutivos sem chuvas e sua taxa de repeticcedilatildeo meacutetodo de anaacutelise de

simulaccedilatildeo de um reservatoacuterio com capacidade suposta que consiste

basicamente na fixaccedilatildeo de um volume para o reservatoacuterio e na verificaccedilatildeo do

percentual de consumo que seraacute atendido meacutetodo praacutetico brasileiro meacutetodo

praacutetico alematildeo meacutetodo praacutetico inglecircs e o meacutetodo praacutetico australiano (Amorim

e Pereira 2008 p 55-58)

34 ndash Anaacutelise de caso para um preacutedio da Superquadra 111 Norte

A partir dos dados jaacute apresentados temos que o objeto de estudo eacute um

preacutedio residencial localizado na Superquadra 111 Norte que possui uma aacuterea

de projeccedilatildeo de 1069msup2 com seis (6) pavimentos constituindo uma aacuterea

construiacuteda de 6414msup2 apresentando seis (6) apartamentos por pavimento e

consequentemente trinta e seis (36) apartamentos no total (Brino Brasiacutelia

Superquadras Residenciais) O preacutedio conteacutem 33 habitantes por apartamento

(IBGE 2010) que consomem em meacutedia cerca de 190 litros de aacuteguadia

resultando em um consumo mensal de aproximadamente 6msup3 por pessoa

(CAESB) mas como a aacutegua captada da chuva seraacute utilizada apenas para

suprir a demanda de aacutegua cinza temos 66 litros para descarga de vasos

sanitaacuterios

Temos entatildeo que a demanda por aacutegua por habitante nesse edifiacutecio eacute

dada por

119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119898119900119903119886119889119900119903 = 66119871 = 66119871119863119894119886

119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119886119901119886119903119905119886119898119890119899119905119900 = 33119901 times 66119871 ~ 217 119871119863119894119886

119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119901119903eacute119889119894119900 = (33119901 times 66119871) times 36 ~ 7840119871119863119894119886

119863119890119898119886119899119889119886 119898119890119899119904119886119897 119901119900119903 119901119903eacute119889119894119900 =7840119871

119889119894119886times 30119863119894119886119904 = 235224119871

Legenda L = Litros p = Pessoas

Para facilitar nos caacutelculos ao aplica-los para o reservatoacuterio e para o

sistema de captaccedilatildeo eacute necessaacuterio realizar a conversatildeo de litros para msup3

(metros cuacutebicos) Sendo assim 66L = 0066msup3 217L = 0217msup3 7840L =

7840msup3 e 235224L = 235224msup3

Seraacute utilizado o ano de 2014 para os dados de precipitaccedilatildeo da estaccedilatildeo

meteoroloacutegica de Brasiacutelia localizada na Latitude (ordm) -158 Longitude (ordm)-479

fornecidos pela professora Rafaela Lisboa durante o periacuteodo chuvoso O ano

de 2014 apresenta registros jornaliacutesticos de alagamento nos meses de

Fevereiro com precipitaccedilatildeo de 1392 msup3 Marccedilo com precipitaccedilatildeo de 3402msup3

e Dezembro com precipitaccedilatildeo de 3667msup3 Importante ressaltar que o setor

Noroeste de Brasiacutelia foi construiacutedo em 2011 (site G1) o que aumentou a aacuterea

de solo impermeabilizado e a reduccedilatildeo no escoamento superficial da aacutegua

ocasionando em um aumento nas enchentes e alagamentos na Asa Norte

Segundo Amorim e Pereira (2008 p57) um dos meacutetodos a ser utilizado

para poder saber o volume de aacutegua aproveitaacutevel e consequentemente o

volume de aacutegua do reservatoacuterio Trata-se de um meacutetodo empiacuterico apresentado

na NBR 155272007 O volume de aacutegua do reservatoacuterio V expresso em L eacute

exposto a seguir

119872eacute119905119900119889119900 119875119903aacute119905119894119888119900 119861119903119886119904119894119897119890119894119903119900

119881 = 0042 times 119875 times 119860 times 119879

Em que ldquoVrdquo representa o volume de aacutegua aproveitaacutevel e o volume de

aacutegua do reservatoacuterio (L) ldquoPrdquo a precipitaccedilatildeo meacutedia mensal (mm) ldquoArdquo a aacuterea de

coleta em projeccedilatildeo ldquoTrdquo nuacutemero de meses de pouca chuva ou seca e ldquo0042rdquo eacute

um coeficiente estipulado

Portanto segundo Fontanela (2010 p 25) para estipular o volume do

reservatoacuterio temos que calcular 42 do produto entre o volume de chuva

coletada pelo telhado e o nuacutemero de meses com pouca chuva ou seca

Atribuindo valores do ano de 2014 temos que

119881 = 0042 times 1399119898119898 times 1069 times 5

119881~ 31406119871 119900119906 31406119898sup3

Ressaltando que esse valor obtido eacute uma estimativa do tamanho do

reservatoacuterio e que pode haver um reservatoacuterio de maior capacidade

De forma comparativa eacute de bom senso que se faccedila outro caacutelculo com um

meacutetodo alternativo

Amorim e Pereira (2008 p56) expotildeem que existe um meacutetodo de anaacutelise

de simulaccedilatildeo do reservatoacuterio com capacidade suposta o qual consiste

basicamente na fixaccedilatildeo de um volume para o reservatoacuterio e na verificaccedilatildeo de

consumo que seraacute atendido Sendo assim ldquoo primeiro passo para a aplicaccedilatildeo

desse meacutetodo eacute adotar alguns valores possiacuteveis para o volume com base na

estimativa do consumo mensal de aacutegua natildeo potaacutevelrdquo (Amorim e Pereira 2008

p57) Portanto partindo do ponto que o preacutedio consome cerca de 235000L

devemos calcular uma base que possa ser favoraacutevel economicamente

119872eacute119905119900119889119900 119889119890 119878119894119898119906119897119886ccedilatilde119900 119889119900 119877119890119904119890119903119907119886119905oacute119903119894119900

235224119871 rarr 100

119881 rarr 30

119881 ~ 70000119871 119900119906 70119898sup3

Tambeacutem haacute outra alternativa apresentada por L Pereira (Viabilidade

EconocircmicoAmbiental p 18)

119881119886119888 = 119860119879 times 119875119875119872119860 lowast

119881119886119888 = 1069119898sup2 times 1399119898sup3 = 1495531119898sup3119886119899119900

Equaccedilatildeo a qual ldquoVacrdquo corresponde ao volume de aacutegua captado ldquoATrdquo

aacuterea do telhado e ldquoPPMArdquo eacute a precipitaccedilatildeo pluviomeacutetrica meacutedia mensal

Poreacutem o resultado obtido eacute para os 12 meses do ano e como foi visto no

ano de 2014 temos 7 meses com chuva portanto

119881119886119888 =119879119900119905119886119897

1198983

1198861198991199007 119898119890119904119890119904

lowast

119881119886119888 =1495531119898sup3119886119899119900

7= 21364119898sup3 119900119906 213640119871

dados somente seriam vaacutelidos se a precipitaccedilatildeo fosse uniforme durante os 7 meses de chuva

341 ndash Anaacutelise de caso para a Superquadra 111 Norte

Retomando a tabela 02 temos que a quadra apresenta 11 preacutedios

aproximadamente que variam o nuacutemero de apartamentos por pavimentos e

consequentemente o nuacutemero de moradores mas os edifiacutecios continuam tendo

uma aacuterea de 1069msup2 gerando um uma aacuterea total de 70554msup2 mas teremos

como base os caacutelculos feitos para o preacutedio selecionado no item 34

Realizando um caacutelculo baacutesico tem-se como estimativa de

armazenamento para esta quadra o seguinte

119872eacute119905119900119889119900 119875119903aacute119905119894119888119900 119861119903119886119904119894119897119890119894119903119900

119881~ 31406119871 119900119906 314061198983

11 119875119903eacute119889119894119900119904 times 31406119871 = 345466119871 119900119906 345466119898sup3

119872eacute119905119900119889119900 119889119890 119878119894119898119906119897119886ccedilatilde119900 119889119900 119877119890119904119890119903119907119886119905oacute119903119894119900

119881 ~ 70000119871 119900119906 701198983

11 119875119903eacute119889119894119900119904 times 70000119871 = 770000

119881119900119897119906119898119890 119889119890 aacute119892119906119886 119888119886119901119905119886119889119900 lowast

119881119886119888 = 213641198983119900119906 213640119871

11 119875119903eacute119889119894119900119904 times 213640119871 = 2350040119871 119900119906 235004119898sup3

dados somente seriam vaacutelidos se a precipitaccedilatildeo fosse uniforme durante os 7 meses de chuva

119863119890119898119886119899119889119886 119905119900119905119886119897 119889119886 119902119906119886119889119903119886 119888119900119898 119889119890119904119888119886119903119892119886 119889119890 119887119886119899ℎ119890119894119903119900

11 119875119903eacute119889119894119900119904 times 235224119871 = 2587464119871 119900119906 2587464119898sup3

Segundo Brino (Brasiacutelia Superquadras Residenciais) temos que as

dimensotildees maacuteximas de uma superquadra satildeo de 280x280m resultando numa

aacuterea de 78400msup2 que eacute denominado de Aacuterea Total (AT) A partir disso foi

definido que deveria existir uma faixa externa de 20m denominada de non

aedificandi que foi destinada ao plantio de uma ldquomassa vegetalrdquo de grande

porte e no interior da quadra encontra-se a aacuterea aedificandi a qual possui

240x240m e uma aacuterea de 57600msup2 Realizando uma subtraccedilatildeo da Aacuterea total

pela Aacuterea aedificandi obtecircm-se que a aacuterea non aedificandi eacute de 20800msup2 que

corresponde a 265 da aacuterea total

Com base nessas informaccedilotildees eacute necessaacuterio atentar-se ao detalhe de

que uma parte da precipitaccedilatildeo cai no solo e outra parte nos telhados dos

preacutedios Sendo assim parte da chuva pode ser aproveitada pelo sistema de

captaccedilatildeo enquanto outra parte chega ao solo sem uma interferecircncia direta no

ciclo hidroloacutegico

35 ndash Funcionamento do sistema de captaccedilatildeo

Eacute importante frisar que o sistema de aproveitamento de aacuteguas pluviais eacute

regido pela norma NBR 15527 (Associaccedilatildeo Brasileira de Normas Teacutecnicas

2007) norma a qual faz algumas consideraccedilotildees importantes para implantaccedilatildeo

e correto funcionamento do sistema de captaccedilatildeo Alguns destes satildeo

435 ndash O volume dos reservatoacuterios deve ser dimensionado com

base em criteacuterios teacutecnicos econocircmicos e ambientais levando em

conta as boas praacuteticas da engenharia podendo a criteacuterio do

projetista ser utilizados os meacutetodos contidos no Anexo A ou

outro desde que devidamente justificado

Item 436 ndash Os reservatoacuterios devem ser limpos e desinfetados

com soluccedilatildeo de hipoclorito de soacutedio no miacutenimo uma vez por ano

de acordo com agrave ABNT NBR 5626

Item 442 ndash As tubulaccedilotildees e demais componentes devem ser

claramente diferenciados das tubulaccedilotildees de aacutegua potaacutevel

Item 443 ndash O sistema de distribuiccedilatildeo de chuva deve ser

independente do sistema de aacutegua potaacutevel natildeo permitindo a

conexatildeo cruzada de acordo com agrave ABNT NBR 5626

Item 444 ndash Os pontos de consumo como por exemplo uma

torneira de jardim devem ser de uso restrito e identificados com

placa de advertecircncia com a seguinte inscriccedilatildeo ldquoaacutegua natildeo potaacutevelrdquo

e identificaccedilatildeo graacutefica

Item 445 ndash Os reservatoacuterios de aacutegua de distribuiccedilatildeo de aacutegua

potaacutevel e de aacutegua da chuva devem ser separados

Item 461 ndash Quando necessaacuterio o bombeamento este deve

atender agrave ABNT NBR 12214

Deve-se realizar manutenccedilatildeo em todo o sistema de

aproveitamento de aacutegua de chuva

Para maiores esclarecimentos ldquoo funcionamento de um sistema de

coleta e aproveitamento de aacutegua pluvial consiste de maneira geral na captaccedilatildeo

da aacutegua da chuva que cai sobre os telhados ou lajes da edificaccedilatildeo A aacutegua eacute

conduzida ateacute o local de armazenamento atraveacutes de calhas condutores

horizontais e verticais passando por equipamentos de filtragem e descarte de

impurezas Apoacutes passar pelo filtro a aacutegua eacute armazenada geralmente em

reservatoacuterio enterrado (cisterna) e bombeada a um segundo reservatoacuterio

(elevado) do qual as tubulaccedilotildees especiacuteficas de aacutegua pluvial iratildeo distribuiacute-la

para o consumo natildeo potaacutevelrdquo (Carvalho 2010 p 27 e 28) Conforme ilustra a

imagem a seguir

Figura 02 Funcionamento de um Sistema de Captaccedilatildeo

Fonte Adatildeo D Padini (2013)

De forma mais simplificada podemos ver a representaccedilatildeo no fluxograma

a seguir

Figura 03 Fluxograma do Sistema de Captaccedilatildeo

Fonte Leandro Roncato Pereira

351 ndash Dificuldades para implantaccedilatildeo do sistema

Tal sistema apresenta como dificuldade o local onde seriam instaladas

as cisternas uma vez que geraria um peso sobre o telhado Dessa forma o

sistema seria instalado no jardim cobrando um custo adicional

352 ndash Custo de implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo fechado em um

preacutedio

Na implantaccedilatildeo desse sistema os materiais utilizados teratildeo como base o

meacutetodo praacutetico brasileiro e para aumentar a eficiecircncia do sistema o volume de

31406L seraacute arredondado para 35000L

Os valores de alguns dos materiais apresentados a seguir seguem os

dos apresentados no trabalho de L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental

p 18) apenas o valor da caixa drsquoaacutegua de 10000L foi obtido atraveacutes de

pesquisas em lojas de construccedilatildeo e assim utilizando a de menor valor

Tambeacutem devemos considerar que a bomba consome energia ao bombear aacutegua

para o preacutedio (CEB) portanto os valores seguem conforme a tabela a seguir

Tabela 06 Preccedilo dos Produtos do Sistema de Captaccedilatildeo sem Fluxo

Produto Quantidade Valor unitaacuterio (R$) Valor total (R$)

Cx Daacutegua 10000L 3 496090 1488270

Cx Daacutegua 5000L 1 108000 108000

Boacuteia Eleacutetrica 1 2750 2750

Boacuteia Comum 1 1220 1220

Registro de Gaveta

1 3490 3490

Bomba Anauger 1 23000 23000

Filtro 3P VF1 1 22000 22000

Tubulaccedilotildees 7000 7000

Disjuntor 1 1310 1310

Escavaccedilatildeo Msup3 3666 128310

Matildeo de Obra 1 58574 58574

Energia 054 054

Total 13 727154 1843978

Observaccedilatildeo Pelo fato desse estudo se tratar de um modelo de implantaccedilatildeo

o custo das tubulaccedilotildees vai variar de acordo com a demanda necessitada pelo

preacutedio portanto podendo variar de acordo com o projeto implantado Para este

estudo seraacute adotado o valor de R$ 7000

Observaccedilatildeo Pelo fato desse trabalho tratar-se de um modelo de

implantaccedilatildeo o custo da energia pode variar de acordo com a demanda necessitada

pelo preacutedio portanto podendo variar de acordo com o uso da bomba Para este

estudo seraacute adotado o valor de R$ 054 que eacute o valor do KwH cobrado pela CEB

Segundo Saravy (2010 p 46) haacute tambeacutem um custo para manutenccedilatildeo do

sistema conforme a tabela a seguir

Tabela 07 Preccedilo de Manutenccedilatildeo do Sistema de Captaccedilatildeo

Com esses dados podemos ver o valor total final a ser pago pelo

sistema de captaccedilatildeo que eacute de R$ 1889978

36 ndash Taxas e valores cobrados para utilizaccedilatildeo de aacutegua

Segundo a Companhia de Saneamento Ambiental do Distrito Federal (CAESB)

quando vaacuterias residecircncias satildeo atendidas por uma uacutenica ligaccedilatildeo de aacutegua eacute aplicado o

conceito de consumo ldquoPara exemplificar podemos citar um preacutedio residencial onde

cada apartamento corresponde a uma unidade de consumordquo (CAESB) Contudo o

caacutelculo de gastos seraacute realizado primeiro em um apartamento e posteriormente

multiplicado pelo total de apartamentos do preacutedio uma vez que os preacutedios

residecircncias da Asa Norte pagam a conta de aacutegua atraveacutes do condomiacutenio O preacutedio

Componente Frequecircncia da Manutenccedilatildeo

Custo da Manutenccedilatildeo

Calhas e Condutores

Semestral R$ 13000

Reservatoacuterio Limpeza e

Desinfecccedilatildeo Anual

R$ 20000

desse estudo apresenta um hidrocircmetro que mede o consumo de aacutegua para o todo o

preacutedio

Eacute de suma importacircncia destacar tambeacutem que haacute uma taxa de esgoto que eacute

cobrada pela CAESB consequentemente ldquoo valor da tarifa de esgotos corresponde

a 100 do valor da tarifa de aacutegua exceto quando se tratar de coleta do tipo

condominial que equivale a 60 do valor da tarifa de aacuteguardquo (CAESB)

Deste modo a CAESB utiliza tarifas para diversas categorias de moradia e

comeacutercio e neste estudo seraacute aplicada a tarifa de ldquoresidencial normalrdquo em

concordacircncia com a tabela a seguir

Tabela 08 Valor da Tarifa Cobrado pela CAESB

Para melhor compreensatildeo do caacutelculo que a CAESB faz temos uma conta do

condomiacutenio do preacutedio da Superquadra 111 Norte

Figura 04 Conta Discriminada do Condomiacutenio

Fonte Condomiacutenio do Preacutedio

O caacutelculo feito pela CAESB consiste primeiramente em saber a demanda de

aacutegua gasta em metros cuacutebicos por Unidade de Consumo ndash apartamento ndash para

saber qual faixa ldquomsup3rdquo eacute aplicada Apoacutes saber qual a faixa ldquomsup3rdquo que se enquadra eacute

atribuiacutedo o volume por UC (em msup3) em sequecircncia multiplica-se o volume por UC ou

volume da faixa pelo nuacutemero de UCrsquos correspondente para se obter o volume total

gasto (em msup3) Tendo o volume total gasto basta multiplicar pelo preccedilo corresponde

agrave faixa a qual se encaixa o consumo e assim obtendo o valor total a pagar A partir

do momento que se tem o valor total a pagar eacute necessaacuterio acrescer 100 do valor

para cobrir a tarifa de esgoto conforme a figura

Partindo desses dados podemos calcular por apartamento quanto eacute cobrado

pela CAESB a partir dos dados apresentados no capiacutetulo 34

119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119886119901119886119903119905119886119898119890119899119905119900 = 33119901 times 66119871 ~ 217119871

119863119894119886

119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119886119901119886119903119905119886119898119890119899119905119900 119886119900 119898ecirc119904 = 217119871119889119894119886 times 30119863119894119886119904 = 6510119871 119900119906 65101198983

Com base nesses dados temos que calcular o volume total de descarga em

sanitaacuterios que o preacutedio consome com a seguinte foacutermula

119881119879 = 119881119865 times 119873ordm 119889119890 119880119862prime119904

119881119879 = 10119898sup3 times 36 = 360119898sup3

Em que ldquoVTrdquo corresponde ao volume total do preacutedio ldquoVFrdquo ao volume da faixa

que eacute estipulado pela CAESB e ldquoUCrsquosrdquo satildeo as unidades de consumo que eacute correlato

ao nuacutemero de apartamentos existente

Portanto o total a se pagar em um mecircs eacute calculado da seguinte forma

119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 119881119879 times 119879119886119903119894119891119886 119889119890 aacute119892119906119886 + 119879119886119903119894119891119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900

119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 360119898sup3 times 119877$ 265 + 119879119886119903119894119891119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900

119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 954 + 119877$ 954 = 119877$ 1908

Em 7 meses seriam pagos em descarga

119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 1908 times 7 119872119890119904119890119904 = 119877$ 13356

37 ndash Caacutelculos de economia e retorno de investimento para um sistema

fechado

Conforme exposto por L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental p 15)

ldquopara o caacutelculo da economia da taxa de aacutegua multiplica-se o valor do msup3 (valor

cobrado por msup3 do responsaacutevel pelo fornecimento de aacutegua na cidade []) pelo

volume captado e entatildeo obtecircm-se o valor economizado por ano na taxa de aacuteguardquo

Recapitulando que para esse estudo seraacute utilizado o meacutetodo praacutetico brasieliro

devido aos meses de seca ou pouca chuva

Sendo assim

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119881119886119897119900119903 119889119900 1198983 times 119881119900119897119906119898119890 119888119886119901119905119886119889119900

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 265 times 314061198983

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 8322

Essa economia de R$ 8322 eacute para um mecircs de chuva para o preacutedio todo

sendo assim para os 7 meses de chuva tem-se

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119890 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 8322 times 7 119898119890119904119890119904 = 119877$ 58254

Ainda segundo L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental p 16) para o

caacutelculo da economia referente ao esgoto eacute necessaacuterio multiplicar o valor do msup3 pelo

volume captado e por 08 uma vez que considera-se 20 de perda ou seja para

cada 1 litro de aacutegua que chega na residecircncia eacute cobrado 08 litros para o tratamento

do esgoto

Portanto tem-se

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119881119886119897119900119903 119889119900 1198983 times 119881119900119897119906119898119890 119888119886119901119905119886119889119900 times 08

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900 = 119877$ 265 times 314061198983 times 08

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 6658

Esse valor encontrado de R$ 6658 corresponde a um mecircs de chuva para o

preacutedio sendo assim o total economizado pelo preacutedio em 7 meses eacute de

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119890 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 6658 times 7 119898119890119904119890119904 = 119877$ 46606

ldquoPara o caacutelculo do retorno do investimento divide-se o valor investido pela

economia anual com a implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo e reaproveitamento da

aacutegua pluvialrdquo L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental p 16)

Portanto para 7 meses de chuva tem-se o seguinte

119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 =119881119886119897119900119903 119894119899119907119890119904119905119894119889119900

119864119888119900119899119900119898119894119886 (7119898119890119904119890119904)

119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 = 119877$ 1843924

119877$ 58254 + 119877$ 46606

119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 = 119877$ 1843924

119877$ 9446

119877119890119905119900119903119899119900

119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900= 1952 119886119899119900119904

38 ndash Caacutelculos de dimensionamento para um sistema com fluxo

Os caacutelculos apresentados no subitem anterior satildeo relativos a um sistema

o qual natildeo adota a possibilidade de fluxo dentro do reservatoacuterio Quando se

fala em fluxo temos que considerar que ao mesmo tempo em que o preacutedio

utiliza aacutegua do reservatoacuterio de aacutegua pluvial o mesmo vai enchendo com aacutegua

pluvial Portanto haacute um ciclo no qual o preacutedio demanda aacutegua do reservatoacuterio e

o mesmo vai enchendo conforme chove no local

Sabendo que a meacutedia mensal eacute de 1399msup3 eacute preciso multiplicar isso

por 12 para se obter o quanto choveu em 2014 Sendo assim

119879119900119905119886119897 119886119900 119886119899119900 = 1399119898119898 times 12 119898119890119904119890119904

119879119900119905119886119897 119886119900 119886119899119900 = 16788119898119898

Mas como foi visto o periacuteodo chuvoso eacute de 7 meses entatildeo temos

119875119903119890119888119894119901119894119905119886ccedilatilde119900 119901119886119903119886 7 119898119890119904119890119904 = 16788119898119898 divide 7 = 2398119898119898

Com isso eacute necessaacuterio realizar o caacutelculo da meacutedia de captaccedilatildeo de aacutegua

por mecircs para a aacuterea de 1069msup2

119872119890119889119894119886 119889119890 119862119886119901119905119886ccedilatilde119900 = 2398119898119898 times 1069119898sup2

119872eacute119889119894119886 119889119890 119862119886119901119905119886ccedilatilde119900 = 256346119871 119900119906 256346119898sup3

Ao considerar o valor obtido temos que realizar o quanto seria captado

diariamente

119872eacute119889119894119886 119889119894aacute119903119894119886 = 256346119898sup3 divide 30 119889119894119886119904 = 85119898sup3119889119894119886

A partir desses caacutelculos podemos realizar a seguinte comparaccedilatildeo O

preacutedio consome cerca de 78msup3 ao dia de aacutegua para descarga de vasos sanitaacuterios

enquanto a meacutedia diaacuteria de captaccedilatildeo eacute de 85msup3 por conseguinte temos um fluxo

positivo de aacutegua para o reservatoacuterio de 067msup3dia nos dias chuvosos

Se colocarmos um reservatoacuterio de 35msup3 sem nenhuma aacutegua

armazenada poderemos constatar que o reservatoacuterio iria encher por completo em

cerca de 53 dias conforme o caacutelculo a seguir

351198983 = 0671198983 times 119909 119889119894119886119904

119909 119889119894119886119904 = 35119898sup3 divide 067119898sup3 = 5223 119889119894119886119904

Analisando esses dados temos que a partir do 54ordm dia o reservatoacuterio

estaria completamente cheio e no restante dos 156 dias que teriacuteamos de chuva

esses 067msup3 seriam de certa forma desperdiccedilados uma vez que esse fluxo de

067msup3 ao final dos 7 meses gerariam cerca de 1407msup3 enquanto o reservatoacuterio tem

a capacidade de 35msup3 conforme o caacutelculo a seguir

119875119900119905119890119899119888119894119886119897 = 067119898sup3 times 156 119889119894119886119904 = 1045119898sup3

Se considerarmos esse fluxo positivo de 067msup3dia temos que ao final

dos 210 dias (7meses) seria possiacutevel armazenar 1407 msup3 de aacutegua Com um

reservatoacuterio de 35msup3 1057msup3 estariam sendo escoados para fora do reservatoacuterio

Portanto o ideal seria um reservatoacuterio que se aproxime de 1407msup3 para que ao

final dos 7 meses toda aacutegua possiacutevel fosse armazenada no entanto o reservatoacuterio

deveria ser de 145msup3

Devemos considerar ainda que ao final dos 7 meses o reservatoacuterio

estaria cheio no periacuteodo de seca conseguiria abastecer o preacutedio de acordo com a

demanda do preacutedio sendo assim

119880119905119894119897119894119911119886ccedilatilde119900 119899119886 119904119890119888119886 = 119879119900119905119886119897 119889119900 119903119890119904119890119903119907119886119905oacute119903119894119900 divide 119863119890119898119886119899119889119886 119889119894aacute119903119894119886

119880119905119894119897119894119911119886ccedilatilde119900 119899119886 119904119890119888119886 = 1451198983 divide 781198983119889119894119886

119880119905119894119897119894119911119886ccedilatilde119900 119899119886 119904119890119888119886 = 1858 119889119894119886119904

381 ndash Custo de implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo com fluxo em um

preacutedio

Na implantaccedilatildeo desse sistema os materiais utilizados teratildeo como base

as estimativas que foram apresentadas no subitem anterior e para aumentar a

eficiecircncia do sistema o volume de 1400007L seraacute arredondado para

145000L

Devido ao tamanho do reservatoacuterio eacute de se esperar que o reservatoacuterio

natildeo seja instalado em cima do preacutedio uma vez que a estrutura do preacutedio natildeo

conseguiria suportar o peso que o reservatoacuterio faria sobre o telhado

consequentemente o reservatoacuterio deveraacute ser instalado no jardim do preacutedio que

iraacute gerar um custo a mais por conta da escavaccedilatildeo

Os valores de alguns dos materiais apresentados a seguir seguem os

dos apresentados no trabalho de L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental

p 18) apenas o valor da caixa drsquoaacutegua de 10000L foi obtido atraveacutes de

pesquisas em lojas de construccedilatildeo e assim utilizando a de menor valor

conforme a tabela a seguir Segundo o Saneamento de Goiaacutes SA (SANEAGO)

o custo de escavaccedilatildeo eacute calculado a partir do total de msup3 aleacutem de 3m de

profundidade

Tabela 09 Preccedilo dos Produtos do Sistema de Captaccedilatildeo com Fluxo

Observaccedilatildeo Pelo fato desse estudo se tratar de um modelo de implantaccedilatildeo

o custo das tubulaccedilotildees vai variar de acordo com a demanda necessitada pelo

preacutedio portanto podendo variar de acordo com o projeto implantado Para este

estudo seraacute adotado o valor de R$ 7000

Observaccedilatildeo Pelo fato desse trabalho tratar-se de um modelo de

implantaccedilatildeo o custo da energia pode variar de acordo com a demanda necessitada

pelo preacutedio portanto podendo variar de acordo com o uso da bomba Para este

estudo seraacute adotado o valor de R$ 054 que eacute o valor do KwH cobrado pela CEB

Produto Quantidade Valor unitaacuterio (R$) Valor total (R$)

Cx Daacutegua 10000L 14 496090 6945260

Cx Daacutegua 5000L 1 108000 108000

Boacuteia Eleacutetrica 1 2750 2750

Boacuteia Comum 1 1220 1220

Registro de Gaveta

1 3490 3490

Bomba Anauger 1 23000 23000

Filtro 3P VF1 1 22000 22000

Tubulaccedilotildees 7000 7000

Disjuntor 1 1310 1310

Escavaccedilatildeo Msup3 3666 53157

Matildeo de Obra 1 58574 58574

Energia 054 054

Total 13 727154 7704228

382 ndash Caacutelculos de economia e retorno de investimento para um sistema

com fluxo

Partindo dos dados apresentados podemos calcular por apartamento quanto eacute

cobrado pela CAESB a partir dos dados apresentados no capiacutetulo 34

119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119886119901119886119903119905119886119898119890119899119905119900 = 33119901 times 66119871 ~ 217119871

119863119894119886

119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119886119901119886119903119905119886119898119890119899119905119900 119886119900 119898ecirc119904 = 217119871119889119894119886 times 30119863119894119886119904 = 6510119871 119900119906 65101198983

Em que ldquoVTrdquo corresponde ao volume total do preacutedio ldquoVFrdquo ao volume da faixa

que eacute estipulado pela CAESB e ldquoUCrsquosrdquo satildeo as unidades de consumo que eacute correlato

ao nuacutemero de apartamentos existente

Portanto o total a se pagar em um mecircs eacute calculado da seguinte forma

119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 119881119879 times 119879119886119903119894119891119886 119889119890 aacute119892119906119886 + 119879119886119903119894119891119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900

119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 360119898sup3 times 119877$ 265 + 119879119886119903119894119891119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900

119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 954 + 119877$ 954 = 119877$ 1908

Retomando o caacutelculo exposto por L Pereira (Viabilidade

EconocircmicoAmbiental p 15) no subitem anterior temos que o caacutelculo da CAESB

seria feito da seguinte maneira

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119881119886119897119900119903 119889119900 1198983 times 119881119900119897119906119898119890 119888119886119901119905119886119889119900

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 265 times 1451198983

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 38425

Esse caacutelculo eacute equivalente a um mecircs de captaccedilatildeo para os 7 meses

teremos o seguinte

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119890 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 38425 times 7 119898119890119904119890119904 = 119877$ 268975

Conforme foi visto para o caacutelculo da economia de esgoto eacute necessaacuterio

multiplicar o valor do msup3 pelo volume captado e por 08 uma vez que considera-se

20 de perda ou seja para cada 1 litro de aacutegua que chega na residecircncia eacute cobrado

08 litros para o tratamento do esgoto Portanto para um mecircs segue-se

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119881119886119897119900119903 119889119900 1198983 times 119881119900119897119906119898119890 119888119886119901119905119886119889119900 times 08

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900 = 119877$ 265 times 1451198983 times 08

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 3074

ldquoPara o caacutelculo do retorno do investimento divide-se o valor investido pela

economia anual com a implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo e reaproveitamento da

aacutegua pluvialrdquo L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental p 16)

Portanto para 7 meses de chuva tem-se o seguinte

119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 =119881119886119897119900119903 119894119899119907119890119904119905119894119889119900

119864119888119900119899119900119898119894119886 (7119898119890119904119890119904)

119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 = 119877$ 17704228

119877$ 268975 + 119877$ 21518

119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 = 119877$ 7704228

119877$ 484155

119877119890119905119900119903119899119900

119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900= 1591119886119899119900119904

4 ndash Conclusatildeo e Consideraccedilotildees Finais

De acordo com o que foi exposto temos que a implantaccedilatildeo do sistema de

captaccedilatildeo para o aproveitamento de aacuteguas pluviais eacute uma oacutetima alternativa para

substituiccedilatildeo da ldquoaacutegua cinzardquo possibilitando tambeacutem um destino mais correto do

ponto de vista ambiental para a aacutegua que se tornaria esgoto Como eacute de

conhecimento este tipo de meacutetodo eacute utilizado em diversas regiotildees natildeo somente

aquelas que sofrem com escassez de aacutegua

Mesmo sabendo que o Brasil possui um grande potencial hiacutedrico observamos

que uma parcela da populaccedilatildeo natildeo tem consciecircncia quanto ao gasto de aacutegua

gerando um grande desperdiacutecio de forma desnecessaacuteria Portanto partindo de um

pensamento racional um sistema de captaccedilatildeo seria viaacutevel para o aproveitamento da

aacutegua para fins de consumo domeacutestico mais precisamente ldquoaacutegua cinzardquo

Considerando os caacutelculos apresentados a partir da taxa de precipitaccedilatildeo meacutedia

em Brasiacutelia a criaccedilatildeo de um sistema de captaccedilatildeo pluvial predial traz benefiacutecios

econocircmicos e ambientais O projeto torna-se viaacutevel economicamente pois desde

que se faccedila a manutenccedilatildeo de forma adequada do sistema este teraacute uma vida uacutetil

longa e considerando que se obteacutem o retorno do investimento em aproximadamente

16 anos para um sistema com fluxo apoacutes este periacuteodo o sistema passa a ser

lucrativo para o preacutedio que implanta pois o custo eacute dividido no condomiacutenio dentre os

moradores do preacutedio

Analisando do ponto de vista ambiental o desenvolvimento urbano de Brasiacutelia

ocasionou em superfiacutecies impermeaacuteveis dificultando a absorccedilatildeo de aacuteguas pluviais

pelo solo e juntamente com o sistema de redes pluviais e o sistema de drenagem

ultrapassados os alagamentos e enchentes tecircm se tornado constante quando

ocorrem chuvas anormais Com as estimativas feitas neste trabalho eacute possiacutevel que

tais transtornos hiacutedricos urbanos possam ser amenizados a partir da implantaccedilatildeo do

sistema sem que afete o ciclo hidroloacutegico natural Logicamente essa natildeo eacute a

soluccedilatildeo uma vez que ela deve ser apenas um complemento agrave poliacuteticas publicas

poliacuteticas de incentivo entre outras medidas de cunho sustentaacutevel

Em vista disso a implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo e aproveitamento de

aacuteguas pluviais acarretaria em uma significativa melhora ambiental atraveacutes da

substituiccedilatildeo de uma parcela da aacutegua fornecida pela CAESB e possivelmente

mitigando os transtornos hiacutedricos urbanos se aplicado em larga escala

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aberto quais seriam as necessidades humanas atuais e mais ainda as das

geraccedilotildees futurasrdquo

Segundo Barbosa (2008) o relatoacuterio faz consideraccedilotildees agraves questotildees

urbanas no qual as cidades em seu desenvolvimento devem contemplar as

necessidades baacutesicas de toda a populaccedilatildeo e conceder oportunidades de

melhora na qualidade de vida de todos buscando alcanccedilar uma equidade na

sociedade por meio de processos democraacuteticos para que haja um

desenvolvimento urbano adequado Ainda com referecircncia ao relatoacuterio haacute ldquoa

necessidade de descentralizaccedilatildeo das aplicaccedilotildees de recursos financeiros e

humanos e a necessidade do poder poliacutetico favorecer as cidades em sua

escala localrdquo (Barbosa 2008 p 2) Quanto agrave questatildeo do uso de recursos

naturais foi avaliada no relatoacuterio a capacidade de resiliecircncia da biosfera os

efeitos e as possiacuteveis consequecircncias causadas pela accedilatildeo antroacutepica apontando

ainda que a pobreza pode ser considerada como um problema ambiental e que

a tentativa de erradicar a mesma pode ser a base para a busca da

sustentabilidade Com essa contribuiccedilatildeo na mudanccedila do modo de perceber as

necessidades urbanas o relatoacuterio apresentou trecircs princiacutepios baacutesicos ou

aspectos que deveriam ser cumpridos ndash proteccedilatildeo ambiental equidade social e

o desenvolvimento econocircmico ndash e que seratildeo expostos mais adiante

Apesar de todos esses pontos levantados o relatoacuterio Brundtland

recebeu vaacuterias criacuteticas pelo fato de acusar a pobreza e o descontrole do

crescimento populacional nos paiacuteses subdesenvolvidos como a fonte principal

dos problemas ambientais e da insustentabilidade do planeta e de colocar em

segundo plano a poluiccedilatildeo causada ateacute a data de publicaccedilatildeo do relatoacuterio pelos

paiacuteses desenvolvidos

Em 1986 foi realizada a conferecircncia de Ottawa ndash Carta de Ottawa 1986

ndash na qual foram estabelecidas cinco condiccedilotildees para que se tentasse alcanccedilar o

desenvolvimento sustentaacutevel entre elas a manutenccedilatildeo da integraccedilatildeo

ecoloacutegica a satisfaccedilatildeo das necessidades baacutesicas humanas a provisatildeo da

autodeterminaccedilatildeo social e da diversidade cultural a integraccedilatildeo da conservaccedilatildeo

e do desenvolvimento e o alcance de equidade e justiccedila social Para a

CMMAD as condiccedilotildees que procedem do conceito de desenvolvimento

sustentaacutevel estatildeo associadas ao processo de urbanizaccedilatildeo e do crescimento da

cidade e tem como finalidade o uso adequado dos recursos naturais Em face

disto satildeo expostos alguns objetivos mudanccedila de qualidade do crescimento

crescimento renovaacutevel satisfaccedilatildeo das necessidades essenciais por emprego

aacutegua energia alimento e saneamento baacutesico garantia de um niacutevel sustentaacutevel

da populaccedilatildeo conservaccedilatildeo da base de recursos reorientaccedilatildeo da tecnologia e

do gerenciamento de risco e reorientaccedilatildeo das relaccedilotildees econocircmicas

internacionais (CMMAD 1988 1991)

Postumamente foi realizada a Assembleia das Naccedilotildees Unidas a qual

aprovou a Conferecircncia das Naccedilotildees Unidas para o Meio Ambiente e o

Desenvolvimento (CNUMAD) ocorrida em 1992 e ficou conhecida como Rio-

92 A Rio-92 teve maior visibilidade graccedilas agrave criaccedilatildeo da Convenccedilatildeo da

Biodiversidade e das Mudanccedilas Climaacuteticas ndash que posteriormente resultou na

criaccedilatildeo do Protocolo de Kyoto ndash da Agenda 21 e da Declaraccedilatildeo do Rio Essa

uacuteltima segue os mesmos padrotildees expostos na Conferecircncia de Estocolmo

citada anteriormente interligando o desenvolvimento econocircmico com o meio

ambiente atraveacutes de uma gestatildeo consciente dos recursos naturais sem

comprometer o modelo econocircmico vigente

Em decorrecircncia desses acontecimentos tornou-se de faacutecil entendimento

que o desenvolvimento sustentaacutevel eacute composto por trecircs aspectos ambiental

econocircmico e social Outros autores como Ignacy Sachs consideram ainda

outras variaacuteveis relevantes para o entendimento do DS como sustentabilidade

ecoloacutegica e poliacutetica

Figura 1 Tripeacute da Sustentabilidade

Fonte Nicholas Gimenes (2012)

Com base nesses trecircs aspectos apontados chegamos ao conhecido

Triple Bottom Line ndash ldquoTripeacute da Sustentabilidaderdquo No tripeacute da sustentabilidade

satildeo expostos o aspecto ambiental que tem como base a produccedilatildeo e o

consumo de tal forma que possa garantir que os ecossistemas natildeo sofram

problemas quanto a sua capacidade de resiliecircncia o aspecto econocircmico que

assume a denominada ecoeficiecircncia a qual incentiva a inovaccedilatildeo tecnoloacutegica

para tentar mitigar alguns dos problemas ambientais e ampliar a

desmaterializaccedilatildeo da economia e o uacuteltimo aspecto o social o qual supotildee que

a populaccedilatildeo de uma determinada sociedade tenha o miacutenimo necessaacuterio para

uma condiccedilatildeo de vida aceitaacutevel buscando erradicar a desigualdade social

Segundo Nascimento existem diversas definiccedilotildees desses trecircs aspectos mas

essas apontadas satildeo as mais recorrentes e de simples entendimento Natildeo

podemos esquecer que assim como eacute apontado por Ignacy Sachs e outros

autores outros aspectos para a definiccedilatildeo do DS devem ser levados em

consideraccedilatildeo em especial a cultura Apesar de natildeo ser citada como base do

ldquotripeacuterdquo a cultura eacute importante em qualquer sociedade quando relacionada ao

meio ambiente pois eacute ela quem dita o comportamento da populaccedilatildeo O Brasil

sofre com questotildees ambientais muitas das vezes por falta de instruccedilatildeo da

populaccedilatildeo que natildeo tem conhecimento do quatildeo impactante pode ser sua accedilatildeo

Deste modo quando se trata de questotildees ambientais eacute necessaacuterio que se

tenha uma mudanccedila natildeo repentina e sim gradativa nos padrotildees de consumo

no estilo de vida e na educaccedilatildeo ambiental

Retomando os conceitos de DS e sustentabilidade temos uma definiccedilatildeo

de Clovis Cavalcanti em que sustentabilidade ldquosignifica a possibilidade de se

obterem continuamente condiccedilotildees iguais ou superiores de vida para um grupo

de pessoas e seus sucessores em dado ecossistemardquo (Cavalcanti 2003)

Analisando essa definiccedilatildeo proposta por Cavalcanti vemos que se assemelha

do que foi exposto por Gro Harlen Brundtland em seu relatoacuterio Como jaacute foi

mencionado para Sachs o ldquoTriple Bottom Linerdquo ndash Tripeacute da Sustentabilidade ndash

possui cinco vertentes da sustentabilidade que satildeo a ldquosustentabilidade

ecoloacutegica refere-se a fiacutesica do processo de crescimento e tem como objetivo a

manutenccedilatildeo de estoques dos recursos naturais incorporados as atividades

produtivas a sustentabilidade ambiental que refere-se agrave manutenccedilatildeo da

capacidade de sustentaccedilatildeo dos ecossistemas o que implica a capacidade de

absorccedilatildeo e recomposiccedilatildeo dos ecossistemas em face as agressotildees antroacutepicas

sustentabilidade social que refere-se ao desenvolvimento e tem por algum

objetivo a melhoria da qualidade da vida da populaccedilatildeo Para caso de paiacuteses

com problemas de desigualdade e de inclusatildeo social implica a adoccedilatildeo de

poliacuteticas distributivas e a universalizaccedilatildeo de atendimento a questotildees como

sauacutede educaccedilatildeo habilitaccedilatildeo e seguridade social sustentabilidade poliacutetica

refere-se ao processo de construccedilatildeo da cidadania para garantir a incorporaccedilatildeo

plena dos indiviacuteduos ao processo de desenvolvimento e a sustentabilidade

econocircmica que refere-se a uma gestatildeo eficiente dos recursos em geral e

caracteriza-se pela regularidade de fluxos do investimento puacuteblico e privado

Implica a avaliaccedilatildeo da eficiecircncia por processos macro sociaisrdquo (Sachs 1993

Agenda 21 brasileira)

Barbosa (2008 p 4) faz uma citaccedilatildeo em seu trabalho sobre o livro de

Leila Ferreira ndash ldquoA questatildeo ambiental sustentabilidade e poliacuteticas puacuteblicas no

Brasilrdquo ndash referente ao padratildeo de vida da sociedade em que

ldquoO padratildeo de produccedilatildeo e consumo que

caracteriza o atual estilo de

desenvolvimento tende a consolidar-se

no espaccedilo das cidades e estas se

tornam cada vez mais o foco principal

na definiccedilatildeo de estrateacutegias e poliacuteticas

de desenvolvimentordquo

Sendo assim eacute de fundamental importacircncia que formas alternativas

sustentaacuteveis sejam alcanccediladas para que possam influenciar de forma positiva

na qualidade de vida das cidades e no processo de planejamento urbano Para

Acselrad (1999 p 85) a sustentabilidade urbana eacute definida como ldquoa

capacidade das poliacuteticas urbanas se adaptarem agrave oferta de serviccedilos agrave

qualidade e agrave quantidade das demandas sociais buscando o equiliacutebrio entre as

demandas de serviccedilos urbanos e investimentos em estruturardquo Como o

desenvolvimento sustentaacutevel possui muitos conceitos e definiccedilotildees haacute uma em

especial que se destaca pelo fato de estar relacionada agraves cidades juntamente

com o termo ldquosustentabilidaderdquo exposta por Barbosa (2008 p 4 apud

Satterthwaite 2004) em que

ldquoa resposta agraves necessidades humanas

nas cidades como o miacutenimo ou

nenhuma transferecircncia dos custos da

produccedilatildeo consumo ou lixo para outras

pessoas ou ecossistemas hoje e no

futurordquo

Assim a participaccedilatildeo da sociedade e a diversidade dos interesses que

a mesma possui gera um conflito entre as poliacuteticas puacuteblicas e o

desenvolvimento sustentaacutevel mas nada que natildeo possa ser contornado a partir

da conscientizaccedilatildeo individual dos cidadatildeos Como eacute exposto por Barbosa ldquoeacute

imprescindiacutevel para a sustentabilidade urbana o uso racional dos recursos

naturais a boa forma do ambiente urbano baseado na interaccedilatildeo clima e os

recursos naturais aleacutem das respostas agraves necessidades urbanas com o miacutenimo

de transferecircncia de dejetos e rejeitos para outros ecossistemas atuais e

futurosrdquo (Barbosa 2008 p 9) Em detrimento disso ldquoo desenvolvimento

sustentaacutevel natildeo deve ser apresentado como um slogan poliacuteticordquo (Barbosa

2008 p 10) deve ser apresentado como uma possiacutevel soluccedilatildeo para a

mitigaccedilatildeo dos problemas ambientais encontrados atualmente na sociedade

Portanto a sustentabilidade visa emoldurar novos meios alternativos de

produccedilatildeo distribuiccedilatildeo e consumo dos recursos naturais existentes de forma

mais racional ecologicamente viaacutevel e economicamente eficaz

Ao retratar esses problemas de padrotildees vividos pela sociedade

relacionados ao meio ambiente mais especificamente a utilizaccedilatildeo de recursos

naturais Nascimento (2012 p 58) aponta que ldquohaacute uma quase unanimidade

hoje entre os cientistas de que os recursos naturais natildeo seratildeo suficientes para

fornecer um modo de vida similar ao da classe meacutedia mundial a todos os novos

ingressantes no mercado No entanto eles tecircm tanto direito quanto os que jaacute

participam do mercado consumidorrdquo Mas como podemos contornar tais

problemas e a crise ambiental Atraveacutes da criatividade humana muitas formas

alternativas foram criadas e podem ser inventadas quando se tratam dos

recursos finitos utilizados pelo homem Temos como exemplo a aacutegua sobre a

qual poucos satildeo os estudos apresentados relacionando o aproveitamento de

aacuteguas pluviais e cidades sustentaacuteveis Na maioria das vezes os estudos satildeo

feitos com base em outras necessidades como a dessalinizaccedilatildeo das aacuteguas do

mar para consumo humano Natildeo podemos esquecer que atualmente existem

diversos sistemas de captaccedilatildeo de aacuteguas pluviais para diferentes finalidades

sejam elas para aproveitamento de consumo humano ou natildeo

3 ndash A viabilidade de implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo

pluvial em Brasiacutelia ndash DF

31 ndash Apresentaccedilatildeo de dados

Primeiramente seratildeo apresentados dados sobre a populaccedilatildeo e o

consumo de aacutegua presente nas residecircncias de Brasiacutelia e que seratildeo utilizados

como base para a implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo na Asa Norte

Segundo Ferreira C diretor Superintendente de Atendimento Comercial

(CAC) da Companhia de Saneamento Ambiental do Distrito Federal (CAESB)

ldquoEm Brasiacutelia o consumo meacutedio por habitante eacute de 190 litros de aacutegua por dia o

que resulta em um consumo mensal de 6msup3 por habitanterdquo De acordo com a

ONU cada pessoa necessita de 110 litros por dia para atender as

necessidades de consumo e higiene A Companhia de Saneamento Baacutesico do

Estado de Satildeo Paulo (SABESP 2010) afirma que ldquono Brasil o consumo por

pessoa pode chegar a mais de 200 litrosdiardquo A estimativa da SABESP (2010)

eacute de que 54 litros (27) vatildeo para cozinhar e beber 50 litros (25) para tomar

banho e escovar os dentes 66 litros (33) para descarga de banheiro 24 litros

(12) para lavagem de roupa e 6 litros (3) para outras tarefas como lavagem

de carro por exemplo Segundo dados da CAESB Brasiacutelia (Plano Piloto)

consome cerca de 2757890msup3 por mecircs e que o consumo por habitante eacute de

1381msup3mecircs

Devido ao alto consumo de aacutegua em Brasiacutelia os recorrentes transtornos

hiacutedricos urbanos e a ausecircncia de sistemas captaccedilatildeo pluvial este capiacutetulo traz

um estudo da viabilidade teacutecnica e econocircmica da implantaccedilatildeo de um sistema

em um preacutedio residencial do bairro Asa Norte mais especificamente na

Superquadra 111 Norte Natildeo haacute nenhum estudo realizado que comprove a

frequecircncia dos alagamentos nessa regiatildeo portanto tal quadra foi selecionada

em decorrecircncia de mateacuterias e reportagens que mostram a dificuldade que a

populaccedilatildeo sofre quando haacute uma chuva anormal

Primeiramente eacute necessaacuterio que se tenha uma noccedilatildeo do periacuteodo

chuvoso em Brasiacutelia Segundo o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais

(INPE) Brasiacutelia apresenta um regime de precipitaccedilatildeo bem definido sendo que

a estaccedilatildeo chuvosa tem iniacutecio em Outubro e estende-se ateacute Marccedilo e a estaccedilatildeo

seca ocorre no restante do ano (Abril a Setembro) Ainda segundo o INPE ldquoa

estaccedilatildeo chuvosa eacute causada pelo forte aquecimento da atmosfera na Amazocircnia

que favorece o desenvolvimento de um sistema quase estacionaacuterio em altos

niacuteveis a Alta Boliacutevia Como resultado dessa circulaccedilatildeo observa-se nos baixos

niacuteveis uma regiatildeo de baixa pressatildeo e a convergecircncia de ar satildeo os principais

fatores que provocam a precipitaccedilatildeo neste periacuteodo responsaacutevel por 70 do

total meacutedio anualrdquo A partir desses elementos apresentados pelo INPE e com

base nos dados os quais foram obtidos da estaccedilatildeo meteoroloacutegica de Brasiacutelia

localizada na Latitude (ordm) -158 Longitude (ordm)-479 temos a precipitaccedilatildeo de

Brasiacutelia dada mecircs a mecircs Os dados partem de Janeiro de 2006 e vatildeo ateacute

Outubro de 2015 Eacute importante frisar que os dados foram formulados a partir

da precipitaccedilatildeo acumulada para tornar mais faacutecil de calcular a meacutedia

Tabela 01 Dados de Precipitaccedilatildeo

AnoMecircs JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ Meacutedia Mensal

2006 1232 1914 258 1417 351 09 01 528 403 5264 1956 1821 14563

2007 2609 2659 357 501 75 0 0 0 0 535 2249 275 9779

2008 201 2425 2346 2109 0 0 0 27 80 387 271 3226 1337

2009 2028 1347 81 3759 612 93 0 725 505 2958 1991 3078 1492

2010 1211 368 2494 2388 275 0 0 0 0 349 2547 318 1068

2011 1268 1724 2433 696 139 38 0 0 7 2639 3338 4704 1421

2012 2699 1149 1982 1213 444 24 02 0 333 1098 4446 1428 1235

2013 4918 1893 1903 954 222 62 03 0 659 1069 2711 3525 1493

2014 1531 1392 3402 2493 28 10 79 0 162 2014 192 3667 1399

2015 939 1297 3456 2076 499 0 08 0 218 694 SD SD 9187

Meacutedia para cada mecircs

20445 16168 21763 17606 2645 326 093 128 315 17007 2652 30421 12797

Tabela contendo os dados de chuva acumulada mecircs a mecircs em miliacutemetros (mm)

Fonte INPE 2015

Obs 1- SD - satildeo dados que natildeo foram coletados devido pois o trabalho foi realizado antes desses meses

Obs2- Meacutedia calculada com os dados obtidos no caso os meses de novembro e dezembro de 2015 natildeo entram no

caacutelculo pois ainda natildeo existiam os dados

Temos tambeacutem a partir do estudo realizado por Brino (Brasiacutelia

Superquadras Residenciais) os dimensionamentos dos preacutedios e a quantidade

de apartamentos por pavimentos conforme as tabelas a seguir

Tabela 02 Dimensionamento dos Blocos

A SUPERQUADRA AE AT

Aacuterea de Projeccedilatildeo por Bloco

Aacuterea Total = 11760msup2 Nuacutemero total de Blocos = 11

1069msup2 185 136

Aacuterea Construiacuteda por bloco (sem pilotis e

subsolo)

Pavimentos = 6 Aacuterea do Pavimento = 1069msup2

6414msup2 1113 818

Aacuterea Construiacuteda por superquadras (sem pilotis e subsolo)

Preacutedio = 11 Aacuterea por Preacutedio = 64141msup2

70554msup2 8999 1225

AE - Aacuterea Aedificandi e AT - Aacuterea Total

Tabela 03 Dimensionamento da Populaccedilatildeo

A POPULACcedilAtildeO (5 Pessoas

apart)

6 apartamentos por pavimento

36 apartamentos por bloco

396 apartamentos

por superquadra

1980 pessoas por

superquadra

8 apartamentos por pavimento

48 apartamentos por bloco

528 apartamentos

por superquadra

2640 pessoas por

superquadra

10 apartamentos por pavimento

60 apartamentos por bloco

660 apartamentos

por superquadra

3300 pessoas por

superquadra

12 apartamentos por pavimento

72 apartamentos por bloco

792 apartamentos

por superquadra

3960 pessoas por

superquadra

Caacutelculo para as faixas 100 200 e 300 (seis pavimentos) Fonte SUDUR

O estudo apresentado por Brino (Brasiacutelia Superquadras Residenciais)

considera uma famiacutelia composta por cinco pessoas para cada apartamento

nesse caso iremos desconsiderar essa informaccedilatildeo e basearmos nos dados

apresentados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica (IBGE) Nos

dados do IBGE (Censo Demograacutefico 2010) constam que a meacutedia de

moradores em domiciacutelios particulares ocupados eacute de 33 moradores

Partindo dos elementos de precipitaccedilatildeo aacuterea de projeccedilatildeo por bloco

meacutedia de moradores por apartamento total de apartamentos de um preacutedio e

consumo meacutedio de aacuteguadia por habitante podemos dar inicio as formas de

captaccedilatildeo e armazenamento de aacuteguas pluviais

32 ndash Aacuteguas pluviais e aacuteguas cinzas

Mas porque focar em aproveitamento de aacuteguas pluviais Segundo

Rapoport (2004 p 1) ldquoo aumento populacional acompanhado pelas mudanccedilas

climaacuteticas globais vem contribuindo para o aumento na demanda por recursos

hiacutedricosrdquo Ainda expotildee que ldquoembora a aacutegua seja um recurso renovaacutevel ela

tende a se deteriorar em funccedilatildeo do seu uso indiscriminado o que compromete

consequentemente a quantidade de aacutegua com qualidade disponiacutevel para o

consumo nas diversas localidadesrdquo (Rapoport 2004 p 1)

Um fato importante abordado por Rapoport (2004 p1) eacute que ldquoa

quantidade de aacutegua disponiacutevel eacute sempre a mesma jaacute que estaacute sempre sendo

renovada atraveacutes do ciclo hidroloacutegico Entretanto a aacutegua de qualidade para

consumo estaacute se tornando rarardquo A tiacutetulo de esclarecimento ldquosabe-se que o

ciclo hidroloacutegico se constitui basicamente do transporte de massas drsquoaacutegua do

oceano para atmosfera por evaporaccedilatildeo e da atmosfera atraveacutes de

precipitaccedilotildees escoamentos superficiais e subterracircneos para os oceanos

influenciando diretamente a distribuiccedilatildeo e extensatildeo dos corpos drsquoaacutegua

continentaisrdquo (Rapoport 2004 p 1) Sendo assim a interferecircncia humana tem

causado alteraccedilotildees no ciclo hidroloacutegico em diversas regiotildees Esse assunto

seraacute melhor abordado mais adiante pois o uso do sistema de captaccedilatildeo pode

influenciar no ciclo hidroloacutegico negativamente mas utilizado da forma

adequada pode continuar mantendo o ciclo equilibrado

Aleacutem do uso indevido da aacutegua e de sua escassez Lima e Machado

(2008 p 13) apontam que ldquooutro fator importante eacute o aumento de inundaccedilotildees e

enchentes devido ao escoamento superficial da aacutegua de chuva e da

impermeabilizaccedilatildeo do solordquo Portanto a captaccedilatildeo de aacuteguas pluviais pode

contribuir para a reduccedilatildeo dos transtornos hiacutedricos urbanos e ao mesmo tempo

reduzir a demanda por aacutegua potaacutevel da companhia de distribuiccedilatildeo local

Segundo Amorim e Pereira (2008 p 54) ldquouma das soluccedilotildees em estudo

para aumentar a oferta de aacutegua para as edificaccedilotildees eacute o aproveitamento da

aacutegua pluvial Esta apresenta uma boa alternativa visto que aleacutem de reduzir o

consumo de aacutegua potaacutevel ainda surge como uma accedilatildeo no combate agraves

enchentes funcionando como uma medida natildeo-estrutural do sistema de

drenagem urbanardquo Mas o que eacute necessaacuterio para formar um sistema de

captaccedilatildeo adequado e funcional Amorim e Pereira (2008 p 54) apresentam

que ldquoos sistemas de aproveitamento de aacutegua pluvial satildeo formados basicamente

pela aacuterea de captaccedilatildeo (geralmente coberturas) os componentes de transporte

(calhas e condutores verticais) e o reservatoacuteriordquo Cabe ressaltar que para esse

estudo a captaccedilatildeo das aacuteguas pluviais seraacute destinada apenas para a utilizaccedilatildeo

em ldquoaacuteguas cinzasrdquo Neste sentido o reuso das aacuteguas cinzas que satildeo as aacuteguas

provenientes de todas as atividades domeacutesticas com exceccedilatildeo de fontes de

aacuteguas negras tais como sanitaacuterios bidecircs e urinol vem sendo estudadas com

vista ao reuso tanto em irrigaccedilatildeo como em sanitaacuterios (Rapoport 2004 p 8)

Retomando os dados apresentados pela SABESP (2010) temos a

tabela 04 a qual apresenta os dados de consumo domeacutestico e em sequecircncia o

graacutefico 01 que demonstram que se analisarmos as quantidades de aacutegua

utilizada no consumo domeacutestico teremos uma base para o tamanho do

reservatoacuterio E posteriormente a tabela 05 mostra em que situaccedilotildees se podem

reutilizar as aacuteguas pluviais

Tabela 04 Consumo domeacutestico de aacutegua

Litros

Cozinhar e Beber 54

Tomar Banho e Escovar os Dentes 50

Descarga de Banheiro 66

Lavagem de Roupa 24

Outras Tarefas 6

Total = 200

Fonte SABESP (2010)

27

25

33

12

3

Cozinhar e Beber

Tomar Banho e Escovar osDentes

Descarga de Banheiro

Lavagem de Roupa

Outras Tarefas

Descarga de Banheiro

6875

Lavagem de Roupa

25

Outras Tarefas 625

Graacutefico 01 Consumo Domeacutestico de Aacutegua

Tabela 05 Percentual para reutilizaccedilatildeo de aacuteguas pluviais

Graacutefico 02 Percentual para Reutilizaccedilatildeo de Aacuteguas Pluviais

Porcentagem ()

Descarga de Banheiro 66 6875

Lavagem de Roupa 24 25

Outras Tarefas 6 625

Total = 96 100

Fonte SABESP(2010)

33 ndash Meacutetodos de Dimensionamento do Reservatoacuterio

Amorim e Pereira (2008 p 54 Soares et al 2000 apud May 2004)

apresentam que existem quatro grupos principais para o dimensionamento do

reservatoacuterio

(a) Meacutetodos determiniacutesticos os dados referentes agrave precipitaccedilatildeo

pluviomeacutetrica e agrave demanda satildeo analisados pela curva de massa

(b) Meacutetodos aproximados baseados em relaccedilotildees empiacutericas

conhecidas

(c) Meacutetodos de modelaccedilatildeo satildeo tambeacutem conhecidos como meacutetodos

de transiccedilatildeo probabiliacutestica da matriz e

(d) Meacutetodos de anaacutelise de sistemas sendo linear natildeo linear ou

programaccedilatildeo dinacircmica

Dentro desses grupos de dimensionamento temos os diversos meacutetodos

meacutetodo de Rippl que consiste na determinaccedilatildeo do volume com base na aacuterea

de captaccedilatildeo que eacute subdivido em meacutetodo analiacutetico e meacutetodo graacutefico meacutetodo de

consideraccedilatildeo dos periacuteodos de dias consecutivos sem chuva que necessita da

observaccedilatildeo dos registros pluviomeacutetricos para identificar os maiores periacuteodos de

dias consecutivos sem chuvas e sua taxa de repeticcedilatildeo meacutetodo de anaacutelise de

simulaccedilatildeo de um reservatoacuterio com capacidade suposta que consiste

basicamente na fixaccedilatildeo de um volume para o reservatoacuterio e na verificaccedilatildeo do

percentual de consumo que seraacute atendido meacutetodo praacutetico brasileiro meacutetodo

praacutetico alematildeo meacutetodo praacutetico inglecircs e o meacutetodo praacutetico australiano (Amorim

e Pereira 2008 p 55-58)

34 ndash Anaacutelise de caso para um preacutedio da Superquadra 111 Norte

A partir dos dados jaacute apresentados temos que o objeto de estudo eacute um

preacutedio residencial localizado na Superquadra 111 Norte que possui uma aacuterea

de projeccedilatildeo de 1069msup2 com seis (6) pavimentos constituindo uma aacuterea

construiacuteda de 6414msup2 apresentando seis (6) apartamentos por pavimento e

consequentemente trinta e seis (36) apartamentos no total (Brino Brasiacutelia

Superquadras Residenciais) O preacutedio conteacutem 33 habitantes por apartamento

(IBGE 2010) que consomem em meacutedia cerca de 190 litros de aacuteguadia

resultando em um consumo mensal de aproximadamente 6msup3 por pessoa

(CAESB) mas como a aacutegua captada da chuva seraacute utilizada apenas para

suprir a demanda de aacutegua cinza temos 66 litros para descarga de vasos

sanitaacuterios

Temos entatildeo que a demanda por aacutegua por habitante nesse edifiacutecio eacute

dada por

119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119898119900119903119886119889119900119903 = 66119871 = 66119871119863119894119886

119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119886119901119886119903119905119886119898119890119899119905119900 = 33119901 times 66119871 ~ 217 119871119863119894119886

119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119901119903eacute119889119894119900 = (33119901 times 66119871) times 36 ~ 7840119871119863119894119886

119863119890119898119886119899119889119886 119898119890119899119904119886119897 119901119900119903 119901119903eacute119889119894119900 =7840119871

119889119894119886times 30119863119894119886119904 = 235224119871

Legenda L = Litros p = Pessoas

Para facilitar nos caacutelculos ao aplica-los para o reservatoacuterio e para o

sistema de captaccedilatildeo eacute necessaacuterio realizar a conversatildeo de litros para msup3

(metros cuacutebicos) Sendo assim 66L = 0066msup3 217L = 0217msup3 7840L =

7840msup3 e 235224L = 235224msup3

Seraacute utilizado o ano de 2014 para os dados de precipitaccedilatildeo da estaccedilatildeo

meteoroloacutegica de Brasiacutelia localizada na Latitude (ordm) -158 Longitude (ordm)-479

fornecidos pela professora Rafaela Lisboa durante o periacuteodo chuvoso O ano

de 2014 apresenta registros jornaliacutesticos de alagamento nos meses de

Fevereiro com precipitaccedilatildeo de 1392 msup3 Marccedilo com precipitaccedilatildeo de 3402msup3

e Dezembro com precipitaccedilatildeo de 3667msup3 Importante ressaltar que o setor

Noroeste de Brasiacutelia foi construiacutedo em 2011 (site G1) o que aumentou a aacuterea

de solo impermeabilizado e a reduccedilatildeo no escoamento superficial da aacutegua

ocasionando em um aumento nas enchentes e alagamentos na Asa Norte

Segundo Amorim e Pereira (2008 p57) um dos meacutetodos a ser utilizado

para poder saber o volume de aacutegua aproveitaacutevel e consequentemente o

volume de aacutegua do reservatoacuterio Trata-se de um meacutetodo empiacuterico apresentado

na NBR 155272007 O volume de aacutegua do reservatoacuterio V expresso em L eacute

exposto a seguir

119872eacute119905119900119889119900 119875119903aacute119905119894119888119900 119861119903119886119904119894119897119890119894119903119900

119881 = 0042 times 119875 times 119860 times 119879

Em que ldquoVrdquo representa o volume de aacutegua aproveitaacutevel e o volume de

aacutegua do reservatoacuterio (L) ldquoPrdquo a precipitaccedilatildeo meacutedia mensal (mm) ldquoArdquo a aacuterea de

coleta em projeccedilatildeo ldquoTrdquo nuacutemero de meses de pouca chuva ou seca e ldquo0042rdquo eacute

um coeficiente estipulado

Portanto segundo Fontanela (2010 p 25) para estipular o volume do

reservatoacuterio temos que calcular 42 do produto entre o volume de chuva

coletada pelo telhado e o nuacutemero de meses com pouca chuva ou seca

Atribuindo valores do ano de 2014 temos que

119881 = 0042 times 1399119898119898 times 1069 times 5

119881~ 31406119871 119900119906 31406119898sup3

Ressaltando que esse valor obtido eacute uma estimativa do tamanho do

reservatoacuterio e que pode haver um reservatoacuterio de maior capacidade

De forma comparativa eacute de bom senso que se faccedila outro caacutelculo com um

meacutetodo alternativo

Amorim e Pereira (2008 p56) expotildeem que existe um meacutetodo de anaacutelise

de simulaccedilatildeo do reservatoacuterio com capacidade suposta o qual consiste

basicamente na fixaccedilatildeo de um volume para o reservatoacuterio e na verificaccedilatildeo de

consumo que seraacute atendido Sendo assim ldquoo primeiro passo para a aplicaccedilatildeo

desse meacutetodo eacute adotar alguns valores possiacuteveis para o volume com base na

estimativa do consumo mensal de aacutegua natildeo potaacutevelrdquo (Amorim e Pereira 2008

p57) Portanto partindo do ponto que o preacutedio consome cerca de 235000L

devemos calcular uma base que possa ser favoraacutevel economicamente

119872eacute119905119900119889119900 119889119890 119878119894119898119906119897119886ccedilatilde119900 119889119900 119877119890119904119890119903119907119886119905oacute119903119894119900

235224119871 rarr 100

119881 rarr 30

119881 ~ 70000119871 119900119906 70119898sup3

Tambeacutem haacute outra alternativa apresentada por L Pereira (Viabilidade

EconocircmicoAmbiental p 18)

119881119886119888 = 119860119879 times 119875119875119872119860 lowast

119881119886119888 = 1069119898sup2 times 1399119898sup3 = 1495531119898sup3119886119899119900

Equaccedilatildeo a qual ldquoVacrdquo corresponde ao volume de aacutegua captado ldquoATrdquo

aacuterea do telhado e ldquoPPMArdquo eacute a precipitaccedilatildeo pluviomeacutetrica meacutedia mensal

Poreacutem o resultado obtido eacute para os 12 meses do ano e como foi visto no

ano de 2014 temos 7 meses com chuva portanto

119881119886119888 =119879119900119905119886119897

1198983

1198861198991199007 119898119890119904119890119904

lowast

119881119886119888 =1495531119898sup3119886119899119900

7= 21364119898sup3 119900119906 213640119871

dados somente seriam vaacutelidos se a precipitaccedilatildeo fosse uniforme durante os 7 meses de chuva

341 ndash Anaacutelise de caso para a Superquadra 111 Norte

Retomando a tabela 02 temos que a quadra apresenta 11 preacutedios

aproximadamente que variam o nuacutemero de apartamentos por pavimentos e

consequentemente o nuacutemero de moradores mas os edifiacutecios continuam tendo

uma aacuterea de 1069msup2 gerando um uma aacuterea total de 70554msup2 mas teremos

como base os caacutelculos feitos para o preacutedio selecionado no item 34

Realizando um caacutelculo baacutesico tem-se como estimativa de

armazenamento para esta quadra o seguinte

119872eacute119905119900119889119900 119875119903aacute119905119894119888119900 119861119903119886119904119894119897119890119894119903119900

119881~ 31406119871 119900119906 314061198983

11 119875119903eacute119889119894119900119904 times 31406119871 = 345466119871 119900119906 345466119898sup3

119872eacute119905119900119889119900 119889119890 119878119894119898119906119897119886ccedilatilde119900 119889119900 119877119890119904119890119903119907119886119905oacute119903119894119900

119881 ~ 70000119871 119900119906 701198983

11 119875119903eacute119889119894119900119904 times 70000119871 = 770000

119881119900119897119906119898119890 119889119890 aacute119892119906119886 119888119886119901119905119886119889119900 lowast

119881119886119888 = 213641198983119900119906 213640119871

11 119875119903eacute119889119894119900119904 times 213640119871 = 2350040119871 119900119906 235004119898sup3

dados somente seriam vaacutelidos se a precipitaccedilatildeo fosse uniforme durante os 7 meses de chuva

119863119890119898119886119899119889119886 119905119900119905119886119897 119889119886 119902119906119886119889119903119886 119888119900119898 119889119890119904119888119886119903119892119886 119889119890 119887119886119899ℎ119890119894119903119900

11 119875119903eacute119889119894119900119904 times 235224119871 = 2587464119871 119900119906 2587464119898sup3

Segundo Brino (Brasiacutelia Superquadras Residenciais) temos que as

dimensotildees maacuteximas de uma superquadra satildeo de 280x280m resultando numa

aacuterea de 78400msup2 que eacute denominado de Aacuterea Total (AT) A partir disso foi

definido que deveria existir uma faixa externa de 20m denominada de non

aedificandi que foi destinada ao plantio de uma ldquomassa vegetalrdquo de grande

porte e no interior da quadra encontra-se a aacuterea aedificandi a qual possui

240x240m e uma aacuterea de 57600msup2 Realizando uma subtraccedilatildeo da Aacuterea total

pela Aacuterea aedificandi obtecircm-se que a aacuterea non aedificandi eacute de 20800msup2 que

corresponde a 265 da aacuterea total

Com base nessas informaccedilotildees eacute necessaacuterio atentar-se ao detalhe de

que uma parte da precipitaccedilatildeo cai no solo e outra parte nos telhados dos

preacutedios Sendo assim parte da chuva pode ser aproveitada pelo sistema de

captaccedilatildeo enquanto outra parte chega ao solo sem uma interferecircncia direta no

ciclo hidroloacutegico

35 ndash Funcionamento do sistema de captaccedilatildeo

Eacute importante frisar que o sistema de aproveitamento de aacuteguas pluviais eacute

regido pela norma NBR 15527 (Associaccedilatildeo Brasileira de Normas Teacutecnicas

2007) norma a qual faz algumas consideraccedilotildees importantes para implantaccedilatildeo

e correto funcionamento do sistema de captaccedilatildeo Alguns destes satildeo

435 ndash O volume dos reservatoacuterios deve ser dimensionado com

base em criteacuterios teacutecnicos econocircmicos e ambientais levando em

conta as boas praacuteticas da engenharia podendo a criteacuterio do

projetista ser utilizados os meacutetodos contidos no Anexo A ou

outro desde que devidamente justificado

Item 436 ndash Os reservatoacuterios devem ser limpos e desinfetados

com soluccedilatildeo de hipoclorito de soacutedio no miacutenimo uma vez por ano

de acordo com agrave ABNT NBR 5626

Item 442 ndash As tubulaccedilotildees e demais componentes devem ser

claramente diferenciados das tubulaccedilotildees de aacutegua potaacutevel

Item 443 ndash O sistema de distribuiccedilatildeo de chuva deve ser

independente do sistema de aacutegua potaacutevel natildeo permitindo a

conexatildeo cruzada de acordo com agrave ABNT NBR 5626

Item 444 ndash Os pontos de consumo como por exemplo uma

torneira de jardim devem ser de uso restrito e identificados com

placa de advertecircncia com a seguinte inscriccedilatildeo ldquoaacutegua natildeo potaacutevelrdquo

e identificaccedilatildeo graacutefica

Item 445 ndash Os reservatoacuterios de aacutegua de distribuiccedilatildeo de aacutegua

potaacutevel e de aacutegua da chuva devem ser separados

Item 461 ndash Quando necessaacuterio o bombeamento este deve

atender agrave ABNT NBR 12214

Deve-se realizar manutenccedilatildeo em todo o sistema de

aproveitamento de aacutegua de chuva

Para maiores esclarecimentos ldquoo funcionamento de um sistema de

coleta e aproveitamento de aacutegua pluvial consiste de maneira geral na captaccedilatildeo

da aacutegua da chuva que cai sobre os telhados ou lajes da edificaccedilatildeo A aacutegua eacute

conduzida ateacute o local de armazenamento atraveacutes de calhas condutores

horizontais e verticais passando por equipamentos de filtragem e descarte de

impurezas Apoacutes passar pelo filtro a aacutegua eacute armazenada geralmente em

reservatoacuterio enterrado (cisterna) e bombeada a um segundo reservatoacuterio

(elevado) do qual as tubulaccedilotildees especiacuteficas de aacutegua pluvial iratildeo distribuiacute-la

para o consumo natildeo potaacutevelrdquo (Carvalho 2010 p 27 e 28) Conforme ilustra a

imagem a seguir

Figura 02 Funcionamento de um Sistema de Captaccedilatildeo

Fonte Adatildeo D Padini (2013)

De forma mais simplificada podemos ver a representaccedilatildeo no fluxograma

a seguir

Figura 03 Fluxograma do Sistema de Captaccedilatildeo

Fonte Leandro Roncato Pereira

351 ndash Dificuldades para implantaccedilatildeo do sistema

Tal sistema apresenta como dificuldade o local onde seriam instaladas

as cisternas uma vez que geraria um peso sobre o telhado Dessa forma o

sistema seria instalado no jardim cobrando um custo adicional

352 ndash Custo de implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo fechado em um

preacutedio

Na implantaccedilatildeo desse sistema os materiais utilizados teratildeo como base o

meacutetodo praacutetico brasileiro e para aumentar a eficiecircncia do sistema o volume de

31406L seraacute arredondado para 35000L

Os valores de alguns dos materiais apresentados a seguir seguem os

dos apresentados no trabalho de L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental

p 18) apenas o valor da caixa drsquoaacutegua de 10000L foi obtido atraveacutes de

pesquisas em lojas de construccedilatildeo e assim utilizando a de menor valor

Tambeacutem devemos considerar que a bomba consome energia ao bombear aacutegua

para o preacutedio (CEB) portanto os valores seguem conforme a tabela a seguir

Tabela 06 Preccedilo dos Produtos do Sistema de Captaccedilatildeo sem Fluxo

Produto Quantidade Valor unitaacuterio (R$) Valor total (R$)

Cx Daacutegua 10000L 3 496090 1488270

Cx Daacutegua 5000L 1 108000 108000

Boacuteia Eleacutetrica 1 2750 2750

Boacuteia Comum 1 1220 1220

Registro de Gaveta

1 3490 3490

Bomba Anauger 1 23000 23000

Filtro 3P VF1 1 22000 22000

Tubulaccedilotildees 7000 7000

Disjuntor 1 1310 1310

Escavaccedilatildeo Msup3 3666 128310

Matildeo de Obra 1 58574 58574

Energia 054 054

Total 13 727154 1843978

Observaccedilatildeo Pelo fato desse estudo se tratar de um modelo de implantaccedilatildeo

o custo das tubulaccedilotildees vai variar de acordo com a demanda necessitada pelo

preacutedio portanto podendo variar de acordo com o projeto implantado Para este

estudo seraacute adotado o valor de R$ 7000

Observaccedilatildeo Pelo fato desse trabalho tratar-se de um modelo de

implantaccedilatildeo o custo da energia pode variar de acordo com a demanda necessitada

pelo preacutedio portanto podendo variar de acordo com o uso da bomba Para este

estudo seraacute adotado o valor de R$ 054 que eacute o valor do KwH cobrado pela CEB

Segundo Saravy (2010 p 46) haacute tambeacutem um custo para manutenccedilatildeo do

sistema conforme a tabela a seguir

Tabela 07 Preccedilo de Manutenccedilatildeo do Sistema de Captaccedilatildeo

Com esses dados podemos ver o valor total final a ser pago pelo

sistema de captaccedilatildeo que eacute de R$ 1889978

36 ndash Taxas e valores cobrados para utilizaccedilatildeo de aacutegua

Segundo a Companhia de Saneamento Ambiental do Distrito Federal (CAESB)

quando vaacuterias residecircncias satildeo atendidas por uma uacutenica ligaccedilatildeo de aacutegua eacute aplicado o

conceito de consumo ldquoPara exemplificar podemos citar um preacutedio residencial onde

cada apartamento corresponde a uma unidade de consumordquo (CAESB) Contudo o

caacutelculo de gastos seraacute realizado primeiro em um apartamento e posteriormente

multiplicado pelo total de apartamentos do preacutedio uma vez que os preacutedios

residecircncias da Asa Norte pagam a conta de aacutegua atraveacutes do condomiacutenio O preacutedio

Componente Frequecircncia da Manutenccedilatildeo

Custo da Manutenccedilatildeo

Calhas e Condutores

Semestral R$ 13000

Reservatoacuterio Limpeza e

Desinfecccedilatildeo Anual

R$ 20000

desse estudo apresenta um hidrocircmetro que mede o consumo de aacutegua para o todo o

preacutedio

Eacute de suma importacircncia destacar tambeacutem que haacute uma taxa de esgoto que eacute

cobrada pela CAESB consequentemente ldquoo valor da tarifa de esgotos corresponde

a 100 do valor da tarifa de aacutegua exceto quando se tratar de coleta do tipo

condominial que equivale a 60 do valor da tarifa de aacuteguardquo (CAESB)

Deste modo a CAESB utiliza tarifas para diversas categorias de moradia e

comeacutercio e neste estudo seraacute aplicada a tarifa de ldquoresidencial normalrdquo em

concordacircncia com a tabela a seguir

Tabela 08 Valor da Tarifa Cobrado pela CAESB

Para melhor compreensatildeo do caacutelculo que a CAESB faz temos uma conta do

condomiacutenio do preacutedio da Superquadra 111 Norte

Figura 04 Conta Discriminada do Condomiacutenio

Fonte Condomiacutenio do Preacutedio

O caacutelculo feito pela CAESB consiste primeiramente em saber a demanda de

aacutegua gasta em metros cuacutebicos por Unidade de Consumo ndash apartamento ndash para

saber qual faixa ldquomsup3rdquo eacute aplicada Apoacutes saber qual a faixa ldquomsup3rdquo que se enquadra eacute

atribuiacutedo o volume por UC (em msup3) em sequecircncia multiplica-se o volume por UC ou

volume da faixa pelo nuacutemero de UCrsquos correspondente para se obter o volume total

gasto (em msup3) Tendo o volume total gasto basta multiplicar pelo preccedilo corresponde

agrave faixa a qual se encaixa o consumo e assim obtendo o valor total a pagar A partir

do momento que se tem o valor total a pagar eacute necessaacuterio acrescer 100 do valor

para cobrir a tarifa de esgoto conforme a figura

Partindo desses dados podemos calcular por apartamento quanto eacute cobrado

pela CAESB a partir dos dados apresentados no capiacutetulo 34

119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119886119901119886119903119905119886119898119890119899119905119900 = 33119901 times 66119871 ~ 217119871

119863119894119886

119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119886119901119886119903119905119886119898119890119899119905119900 119886119900 119898ecirc119904 = 217119871119889119894119886 times 30119863119894119886119904 = 6510119871 119900119906 65101198983

Com base nesses dados temos que calcular o volume total de descarga em

sanitaacuterios que o preacutedio consome com a seguinte foacutermula

119881119879 = 119881119865 times 119873ordm 119889119890 119880119862prime119904

119881119879 = 10119898sup3 times 36 = 360119898sup3

Em que ldquoVTrdquo corresponde ao volume total do preacutedio ldquoVFrdquo ao volume da faixa

que eacute estipulado pela CAESB e ldquoUCrsquosrdquo satildeo as unidades de consumo que eacute correlato

ao nuacutemero de apartamentos existente

Portanto o total a se pagar em um mecircs eacute calculado da seguinte forma

119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 119881119879 times 119879119886119903119894119891119886 119889119890 aacute119892119906119886 + 119879119886119903119894119891119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900

119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 360119898sup3 times 119877$ 265 + 119879119886119903119894119891119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900

119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 954 + 119877$ 954 = 119877$ 1908

Em 7 meses seriam pagos em descarga

119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 1908 times 7 119872119890119904119890119904 = 119877$ 13356

37 ndash Caacutelculos de economia e retorno de investimento para um sistema

fechado

Conforme exposto por L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental p 15)

ldquopara o caacutelculo da economia da taxa de aacutegua multiplica-se o valor do msup3 (valor

cobrado por msup3 do responsaacutevel pelo fornecimento de aacutegua na cidade []) pelo

volume captado e entatildeo obtecircm-se o valor economizado por ano na taxa de aacuteguardquo

Recapitulando que para esse estudo seraacute utilizado o meacutetodo praacutetico brasieliro

devido aos meses de seca ou pouca chuva

Sendo assim

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119881119886119897119900119903 119889119900 1198983 times 119881119900119897119906119898119890 119888119886119901119905119886119889119900

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 265 times 314061198983

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 8322

Essa economia de R$ 8322 eacute para um mecircs de chuva para o preacutedio todo

sendo assim para os 7 meses de chuva tem-se

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119890 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 8322 times 7 119898119890119904119890119904 = 119877$ 58254

Ainda segundo L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental p 16) para o

caacutelculo da economia referente ao esgoto eacute necessaacuterio multiplicar o valor do msup3 pelo

volume captado e por 08 uma vez que considera-se 20 de perda ou seja para

cada 1 litro de aacutegua que chega na residecircncia eacute cobrado 08 litros para o tratamento

do esgoto

Portanto tem-se

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119881119886119897119900119903 119889119900 1198983 times 119881119900119897119906119898119890 119888119886119901119905119886119889119900 times 08

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900 = 119877$ 265 times 314061198983 times 08

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 6658

Esse valor encontrado de R$ 6658 corresponde a um mecircs de chuva para o

preacutedio sendo assim o total economizado pelo preacutedio em 7 meses eacute de

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119890 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 6658 times 7 119898119890119904119890119904 = 119877$ 46606

ldquoPara o caacutelculo do retorno do investimento divide-se o valor investido pela

economia anual com a implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo e reaproveitamento da

aacutegua pluvialrdquo L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental p 16)

Portanto para 7 meses de chuva tem-se o seguinte

119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 =119881119886119897119900119903 119894119899119907119890119904119905119894119889119900

119864119888119900119899119900119898119894119886 (7119898119890119904119890119904)

119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 = 119877$ 1843924

119877$ 58254 + 119877$ 46606

119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 = 119877$ 1843924

119877$ 9446

119877119890119905119900119903119899119900

119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900= 1952 119886119899119900119904

38 ndash Caacutelculos de dimensionamento para um sistema com fluxo

Os caacutelculos apresentados no subitem anterior satildeo relativos a um sistema

o qual natildeo adota a possibilidade de fluxo dentro do reservatoacuterio Quando se

fala em fluxo temos que considerar que ao mesmo tempo em que o preacutedio

utiliza aacutegua do reservatoacuterio de aacutegua pluvial o mesmo vai enchendo com aacutegua

pluvial Portanto haacute um ciclo no qual o preacutedio demanda aacutegua do reservatoacuterio e

o mesmo vai enchendo conforme chove no local

Sabendo que a meacutedia mensal eacute de 1399msup3 eacute preciso multiplicar isso

por 12 para se obter o quanto choveu em 2014 Sendo assim

119879119900119905119886119897 119886119900 119886119899119900 = 1399119898119898 times 12 119898119890119904119890119904

119879119900119905119886119897 119886119900 119886119899119900 = 16788119898119898

Mas como foi visto o periacuteodo chuvoso eacute de 7 meses entatildeo temos

119875119903119890119888119894119901119894119905119886ccedilatilde119900 119901119886119903119886 7 119898119890119904119890119904 = 16788119898119898 divide 7 = 2398119898119898

Com isso eacute necessaacuterio realizar o caacutelculo da meacutedia de captaccedilatildeo de aacutegua

por mecircs para a aacuterea de 1069msup2

119872119890119889119894119886 119889119890 119862119886119901119905119886ccedilatilde119900 = 2398119898119898 times 1069119898sup2

119872eacute119889119894119886 119889119890 119862119886119901119905119886ccedilatilde119900 = 256346119871 119900119906 256346119898sup3

Ao considerar o valor obtido temos que realizar o quanto seria captado

diariamente

119872eacute119889119894119886 119889119894aacute119903119894119886 = 256346119898sup3 divide 30 119889119894119886119904 = 85119898sup3119889119894119886

A partir desses caacutelculos podemos realizar a seguinte comparaccedilatildeo O

preacutedio consome cerca de 78msup3 ao dia de aacutegua para descarga de vasos sanitaacuterios

enquanto a meacutedia diaacuteria de captaccedilatildeo eacute de 85msup3 por conseguinte temos um fluxo

positivo de aacutegua para o reservatoacuterio de 067msup3dia nos dias chuvosos

Se colocarmos um reservatoacuterio de 35msup3 sem nenhuma aacutegua

armazenada poderemos constatar que o reservatoacuterio iria encher por completo em

cerca de 53 dias conforme o caacutelculo a seguir

351198983 = 0671198983 times 119909 119889119894119886119904

119909 119889119894119886119904 = 35119898sup3 divide 067119898sup3 = 5223 119889119894119886119904

Analisando esses dados temos que a partir do 54ordm dia o reservatoacuterio

estaria completamente cheio e no restante dos 156 dias que teriacuteamos de chuva

esses 067msup3 seriam de certa forma desperdiccedilados uma vez que esse fluxo de

067msup3 ao final dos 7 meses gerariam cerca de 1407msup3 enquanto o reservatoacuterio tem

a capacidade de 35msup3 conforme o caacutelculo a seguir

119875119900119905119890119899119888119894119886119897 = 067119898sup3 times 156 119889119894119886119904 = 1045119898sup3

Se considerarmos esse fluxo positivo de 067msup3dia temos que ao final

dos 210 dias (7meses) seria possiacutevel armazenar 1407 msup3 de aacutegua Com um

reservatoacuterio de 35msup3 1057msup3 estariam sendo escoados para fora do reservatoacuterio

Portanto o ideal seria um reservatoacuterio que se aproxime de 1407msup3 para que ao

final dos 7 meses toda aacutegua possiacutevel fosse armazenada no entanto o reservatoacuterio

deveria ser de 145msup3

Devemos considerar ainda que ao final dos 7 meses o reservatoacuterio

estaria cheio no periacuteodo de seca conseguiria abastecer o preacutedio de acordo com a

demanda do preacutedio sendo assim

119880119905119894119897119894119911119886ccedilatilde119900 119899119886 119904119890119888119886 = 119879119900119905119886119897 119889119900 119903119890119904119890119903119907119886119905oacute119903119894119900 divide 119863119890119898119886119899119889119886 119889119894aacute119903119894119886

119880119905119894119897119894119911119886ccedilatilde119900 119899119886 119904119890119888119886 = 1451198983 divide 781198983119889119894119886

119880119905119894119897119894119911119886ccedilatilde119900 119899119886 119904119890119888119886 = 1858 119889119894119886119904

381 ndash Custo de implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo com fluxo em um

preacutedio

Na implantaccedilatildeo desse sistema os materiais utilizados teratildeo como base

as estimativas que foram apresentadas no subitem anterior e para aumentar a

eficiecircncia do sistema o volume de 1400007L seraacute arredondado para

145000L

Devido ao tamanho do reservatoacuterio eacute de se esperar que o reservatoacuterio

natildeo seja instalado em cima do preacutedio uma vez que a estrutura do preacutedio natildeo

conseguiria suportar o peso que o reservatoacuterio faria sobre o telhado

consequentemente o reservatoacuterio deveraacute ser instalado no jardim do preacutedio que

iraacute gerar um custo a mais por conta da escavaccedilatildeo

Os valores de alguns dos materiais apresentados a seguir seguem os

dos apresentados no trabalho de L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental

p 18) apenas o valor da caixa drsquoaacutegua de 10000L foi obtido atraveacutes de

pesquisas em lojas de construccedilatildeo e assim utilizando a de menor valor

conforme a tabela a seguir Segundo o Saneamento de Goiaacutes SA (SANEAGO)

o custo de escavaccedilatildeo eacute calculado a partir do total de msup3 aleacutem de 3m de

profundidade

Tabela 09 Preccedilo dos Produtos do Sistema de Captaccedilatildeo com Fluxo

Observaccedilatildeo Pelo fato desse estudo se tratar de um modelo de implantaccedilatildeo

o custo das tubulaccedilotildees vai variar de acordo com a demanda necessitada pelo

preacutedio portanto podendo variar de acordo com o projeto implantado Para este

estudo seraacute adotado o valor de R$ 7000

Observaccedilatildeo Pelo fato desse trabalho tratar-se de um modelo de

implantaccedilatildeo o custo da energia pode variar de acordo com a demanda necessitada

pelo preacutedio portanto podendo variar de acordo com o uso da bomba Para este

estudo seraacute adotado o valor de R$ 054 que eacute o valor do KwH cobrado pela CEB

Produto Quantidade Valor unitaacuterio (R$) Valor total (R$)

Cx Daacutegua 10000L 14 496090 6945260

Cx Daacutegua 5000L 1 108000 108000

Boacuteia Eleacutetrica 1 2750 2750

Boacuteia Comum 1 1220 1220

Registro de Gaveta

1 3490 3490

Bomba Anauger 1 23000 23000

Filtro 3P VF1 1 22000 22000

Tubulaccedilotildees 7000 7000

Disjuntor 1 1310 1310

Escavaccedilatildeo Msup3 3666 53157

Matildeo de Obra 1 58574 58574

Energia 054 054

Total 13 727154 7704228

382 ndash Caacutelculos de economia e retorno de investimento para um sistema

com fluxo

Partindo dos dados apresentados podemos calcular por apartamento quanto eacute

cobrado pela CAESB a partir dos dados apresentados no capiacutetulo 34

119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119886119901119886119903119905119886119898119890119899119905119900 = 33119901 times 66119871 ~ 217119871

119863119894119886

119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119886119901119886119903119905119886119898119890119899119905119900 119886119900 119898ecirc119904 = 217119871119889119894119886 times 30119863119894119886119904 = 6510119871 119900119906 65101198983

Em que ldquoVTrdquo corresponde ao volume total do preacutedio ldquoVFrdquo ao volume da faixa

que eacute estipulado pela CAESB e ldquoUCrsquosrdquo satildeo as unidades de consumo que eacute correlato

ao nuacutemero de apartamentos existente

Portanto o total a se pagar em um mecircs eacute calculado da seguinte forma

119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 119881119879 times 119879119886119903119894119891119886 119889119890 aacute119892119906119886 + 119879119886119903119894119891119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900

119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 360119898sup3 times 119877$ 265 + 119879119886119903119894119891119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900

119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 954 + 119877$ 954 = 119877$ 1908

Retomando o caacutelculo exposto por L Pereira (Viabilidade

EconocircmicoAmbiental p 15) no subitem anterior temos que o caacutelculo da CAESB

seria feito da seguinte maneira

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119881119886119897119900119903 119889119900 1198983 times 119881119900119897119906119898119890 119888119886119901119905119886119889119900

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 265 times 1451198983

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 38425

Esse caacutelculo eacute equivalente a um mecircs de captaccedilatildeo para os 7 meses

teremos o seguinte

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119890 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 38425 times 7 119898119890119904119890119904 = 119877$ 268975

Conforme foi visto para o caacutelculo da economia de esgoto eacute necessaacuterio

multiplicar o valor do msup3 pelo volume captado e por 08 uma vez que considera-se

20 de perda ou seja para cada 1 litro de aacutegua que chega na residecircncia eacute cobrado

08 litros para o tratamento do esgoto Portanto para um mecircs segue-se

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119881119886119897119900119903 119889119900 1198983 times 119881119900119897119906119898119890 119888119886119901119905119886119889119900 times 08

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900 = 119877$ 265 times 1451198983 times 08

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 3074

ldquoPara o caacutelculo do retorno do investimento divide-se o valor investido pela

economia anual com a implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo e reaproveitamento da

aacutegua pluvialrdquo L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental p 16)

Portanto para 7 meses de chuva tem-se o seguinte

119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 =119881119886119897119900119903 119894119899119907119890119904119905119894119889119900

119864119888119900119899119900119898119894119886 (7119898119890119904119890119904)

119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 = 119877$ 17704228

119877$ 268975 + 119877$ 21518

119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 = 119877$ 7704228

119877$ 484155

119877119890119905119900119903119899119900

119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900= 1591119886119899119900119904

4 ndash Conclusatildeo e Consideraccedilotildees Finais

De acordo com o que foi exposto temos que a implantaccedilatildeo do sistema de

captaccedilatildeo para o aproveitamento de aacuteguas pluviais eacute uma oacutetima alternativa para

substituiccedilatildeo da ldquoaacutegua cinzardquo possibilitando tambeacutem um destino mais correto do

ponto de vista ambiental para a aacutegua que se tornaria esgoto Como eacute de

conhecimento este tipo de meacutetodo eacute utilizado em diversas regiotildees natildeo somente

aquelas que sofrem com escassez de aacutegua

Mesmo sabendo que o Brasil possui um grande potencial hiacutedrico observamos

que uma parcela da populaccedilatildeo natildeo tem consciecircncia quanto ao gasto de aacutegua

gerando um grande desperdiacutecio de forma desnecessaacuteria Portanto partindo de um

pensamento racional um sistema de captaccedilatildeo seria viaacutevel para o aproveitamento da

aacutegua para fins de consumo domeacutestico mais precisamente ldquoaacutegua cinzardquo

Considerando os caacutelculos apresentados a partir da taxa de precipitaccedilatildeo meacutedia

em Brasiacutelia a criaccedilatildeo de um sistema de captaccedilatildeo pluvial predial traz benefiacutecios

econocircmicos e ambientais O projeto torna-se viaacutevel economicamente pois desde

que se faccedila a manutenccedilatildeo de forma adequada do sistema este teraacute uma vida uacutetil

longa e considerando que se obteacutem o retorno do investimento em aproximadamente

16 anos para um sistema com fluxo apoacutes este periacuteodo o sistema passa a ser

lucrativo para o preacutedio que implanta pois o custo eacute dividido no condomiacutenio dentre os

moradores do preacutedio

Analisando do ponto de vista ambiental o desenvolvimento urbano de Brasiacutelia

ocasionou em superfiacutecies impermeaacuteveis dificultando a absorccedilatildeo de aacuteguas pluviais

pelo solo e juntamente com o sistema de redes pluviais e o sistema de drenagem

ultrapassados os alagamentos e enchentes tecircm se tornado constante quando

ocorrem chuvas anormais Com as estimativas feitas neste trabalho eacute possiacutevel que

tais transtornos hiacutedricos urbanos possam ser amenizados a partir da implantaccedilatildeo do

sistema sem que afete o ciclo hidroloacutegico natural Logicamente essa natildeo eacute a

soluccedilatildeo uma vez que ela deve ser apenas um complemento agrave poliacuteticas publicas

poliacuteticas de incentivo entre outras medidas de cunho sustentaacutevel

Em vista disso a implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo e aproveitamento de

aacuteguas pluviais acarretaria em uma significativa melhora ambiental atraveacutes da

substituiccedilatildeo de uma parcela da aacutegua fornecida pela CAESB e possivelmente

mitigando os transtornos hiacutedricos urbanos se aplicado em larga escala

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sustentaacutevel estatildeo associadas ao processo de urbanizaccedilatildeo e do crescimento da

cidade e tem como finalidade o uso adequado dos recursos naturais Em face

disto satildeo expostos alguns objetivos mudanccedila de qualidade do crescimento

crescimento renovaacutevel satisfaccedilatildeo das necessidades essenciais por emprego

aacutegua energia alimento e saneamento baacutesico garantia de um niacutevel sustentaacutevel

da populaccedilatildeo conservaccedilatildeo da base de recursos reorientaccedilatildeo da tecnologia e

do gerenciamento de risco e reorientaccedilatildeo das relaccedilotildees econocircmicas

internacionais (CMMAD 1988 1991)

Postumamente foi realizada a Assembleia das Naccedilotildees Unidas a qual

aprovou a Conferecircncia das Naccedilotildees Unidas para o Meio Ambiente e o

Desenvolvimento (CNUMAD) ocorrida em 1992 e ficou conhecida como Rio-

92 A Rio-92 teve maior visibilidade graccedilas agrave criaccedilatildeo da Convenccedilatildeo da

Biodiversidade e das Mudanccedilas Climaacuteticas ndash que posteriormente resultou na

criaccedilatildeo do Protocolo de Kyoto ndash da Agenda 21 e da Declaraccedilatildeo do Rio Essa

uacuteltima segue os mesmos padrotildees expostos na Conferecircncia de Estocolmo

citada anteriormente interligando o desenvolvimento econocircmico com o meio

ambiente atraveacutes de uma gestatildeo consciente dos recursos naturais sem

comprometer o modelo econocircmico vigente

Em decorrecircncia desses acontecimentos tornou-se de faacutecil entendimento

que o desenvolvimento sustentaacutevel eacute composto por trecircs aspectos ambiental

econocircmico e social Outros autores como Ignacy Sachs consideram ainda

outras variaacuteveis relevantes para o entendimento do DS como sustentabilidade

ecoloacutegica e poliacutetica

Figura 1 Tripeacute da Sustentabilidade

Fonte Nicholas Gimenes (2012)

Com base nesses trecircs aspectos apontados chegamos ao conhecido

Triple Bottom Line ndash ldquoTripeacute da Sustentabilidaderdquo No tripeacute da sustentabilidade

satildeo expostos o aspecto ambiental que tem como base a produccedilatildeo e o

consumo de tal forma que possa garantir que os ecossistemas natildeo sofram

problemas quanto a sua capacidade de resiliecircncia o aspecto econocircmico que

assume a denominada ecoeficiecircncia a qual incentiva a inovaccedilatildeo tecnoloacutegica

para tentar mitigar alguns dos problemas ambientais e ampliar a

desmaterializaccedilatildeo da economia e o uacuteltimo aspecto o social o qual supotildee que

a populaccedilatildeo de uma determinada sociedade tenha o miacutenimo necessaacuterio para

uma condiccedilatildeo de vida aceitaacutevel buscando erradicar a desigualdade social

Segundo Nascimento existem diversas definiccedilotildees desses trecircs aspectos mas

essas apontadas satildeo as mais recorrentes e de simples entendimento Natildeo

podemos esquecer que assim como eacute apontado por Ignacy Sachs e outros

autores outros aspectos para a definiccedilatildeo do DS devem ser levados em

consideraccedilatildeo em especial a cultura Apesar de natildeo ser citada como base do

ldquotripeacuterdquo a cultura eacute importante em qualquer sociedade quando relacionada ao

meio ambiente pois eacute ela quem dita o comportamento da populaccedilatildeo O Brasil

sofre com questotildees ambientais muitas das vezes por falta de instruccedilatildeo da

populaccedilatildeo que natildeo tem conhecimento do quatildeo impactante pode ser sua accedilatildeo

Deste modo quando se trata de questotildees ambientais eacute necessaacuterio que se

tenha uma mudanccedila natildeo repentina e sim gradativa nos padrotildees de consumo

no estilo de vida e na educaccedilatildeo ambiental

Retomando os conceitos de DS e sustentabilidade temos uma definiccedilatildeo

de Clovis Cavalcanti em que sustentabilidade ldquosignifica a possibilidade de se

obterem continuamente condiccedilotildees iguais ou superiores de vida para um grupo

de pessoas e seus sucessores em dado ecossistemardquo (Cavalcanti 2003)

Analisando essa definiccedilatildeo proposta por Cavalcanti vemos que se assemelha

do que foi exposto por Gro Harlen Brundtland em seu relatoacuterio Como jaacute foi

mencionado para Sachs o ldquoTriple Bottom Linerdquo ndash Tripeacute da Sustentabilidade ndash

possui cinco vertentes da sustentabilidade que satildeo a ldquosustentabilidade

ecoloacutegica refere-se a fiacutesica do processo de crescimento e tem como objetivo a

manutenccedilatildeo de estoques dos recursos naturais incorporados as atividades

produtivas a sustentabilidade ambiental que refere-se agrave manutenccedilatildeo da

capacidade de sustentaccedilatildeo dos ecossistemas o que implica a capacidade de

absorccedilatildeo e recomposiccedilatildeo dos ecossistemas em face as agressotildees antroacutepicas

sustentabilidade social que refere-se ao desenvolvimento e tem por algum

objetivo a melhoria da qualidade da vida da populaccedilatildeo Para caso de paiacuteses

com problemas de desigualdade e de inclusatildeo social implica a adoccedilatildeo de

poliacuteticas distributivas e a universalizaccedilatildeo de atendimento a questotildees como

sauacutede educaccedilatildeo habilitaccedilatildeo e seguridade social sustentabilidade poliacutetica

refere-se ao processo de construccedilatildeo da cidadania para garantir a incorporaccedilatildeo

plena dos indiviacuteduos ao processo de desenvolvimento e a sustentabilidade

econocircmica que refere-se a uma gestatildeo eficiente dos recursos em geral e

caracteriza-se pela regularidade de fluxos do investimento puacuteblico e privado

Implica a avaliaccedilatildeo da eficiecircncia por processos macro sociaisrdquo (Sachs 1993

Agenda 21 brasileira)

Barbosa (2008 p 4) faz uma citaccedilatildeo em seu trabalho sobre o livro de

Leila Ferreira ndash ldquoA questatildeo ambiental sustentabilidade e poliacuteticas puacuteblicas no

Brasilrdquo ndash referente ao padratildeo de vida da sociedade em que

ldquoO padratildeo de produccedilatildeo e consumo que

caracteriza o atual estilo de

desenvolvimento tende a consolidar-se

no espaccedilo das cidades e estas se

tornam cada vez mais o foco principal

na definiccedilatildeo de estrateacutegias e poliacuteticas

de desenvolvimentordquo

Sendo assim eacute de fundamental importacircncia que formas alternativas

sustentaacuteveis sejam alcanccediladas para que possam influenciar de forma positiva

na qualidade de vida das cidades e no processo de planejamento urbano Para

Acselrad (1999 p 85) a sustentabilidade urbana eacute definida como ldquoa

capacidade das poliacuteticas urbanas se adaptarem agrave oferta de serviccedilos agrave

qualidade e agrave quantidade das demandas sociais buscando o equiliacutebrio entre as

demandas de serviccedilos urbanos e investimentos em estruturardquo Como o

desenvolvimento sustentaacutevel possui muitos conceitos e definiccedilotildees haacute uma em

especial que se destaca pelo fato de estar relacionada agraves cidades juntamente

com o termo ldquosustentabilidaderdquo exposta por Barbosa (2008 p 4 apud

Satterthwaite 2004) em que

ldquoa resposta agraves necessidades humanas

nas cidades como o miacutenimo ou

nenhuma transferecircncia dos custos da

produccedilatildeo consumo ou lixo para outras

pessoas ou ecossistemas hoje e no

futurordquo

Assim a participaccedilatildeo da sociedade e a diversidade dos interesses que

a mesma possui gera um conflito entre as poliacuteticas puacuteblicas e o

desenvolvimento sustentaacutevel mas nada que natildeo possa ser contornado a partir

da conscientizaccedilatildeo individual dos cidadatildeos Como eacute exposto por Barbosa ldquoeacute

imprescindiacutevel para a sustentabilidade urbana o uso racional dos recursos

naturais a boa forma do ambiente urbano baseado na interaccedilatildeo clima e os

recursos naturais aleacutem das respostas agraves necessidades urbanas com o miacutenimo

de transferecircncia de dejetos e rejeitos para outros ecossistemas atuais e

futurosrdquo (Barbosa 2008 p 9) Em detrimento disso ldquoo desenvolvimento

sustentaacutevel natildeo deve ser apresentado como um slogan poliacuteticordquo (Barbosa

2008 p 10) deve ser apresentado como uma possiacutevel soluccedilatildeo para a

mitigaccedilatildeo dos problemas ambientais encontrados atualmente na sociedade

Portanto a sustentabilidade visa emoldurar novos meios alternativos de

produccedilatildeo distribuiccedilatildeo e consumo dos recursos naturais existentes de forma

mais racional ecologicamente viaacutevel e economicamente eficaz

Ao retratar esses problemas de padrotildees vividos pela sociedade

relacionados ao meio ambiente mais especificamente a utilizaccedilatildeo de recursos

naturais Nascimento (2012 p 58) aponta que ldquohaacute uma quase unanimidade

hoje entre os cientistas de que os recursos naturais natildeo seratildeo suficientes para

fornecer um modo de vida similar ao da classe meacutedia mundial a todos os novos

ingressantes no mercado No entanto eles tecircm tanto direito quanto os que jaacute

participam do mercado consumidorrdquo Mas como podemos contornar tais

problemas e a crise ambiental Atraveacutes da criatividade humana muitas formas

alternativas foram criadas e podem ser inventadas quando se tratam dos

recursos finitos utilizados pelo homem Temos como exemplo a aacutegua sobre a

qual poucos satildeo os estudos apresentados relacionando o aproveitamento de

aacuteguas pluviais e cidades sustentaacuteveis Na maioria das vezes os estudos satildeo

feitos com base em outras necessidades como a dessalinizaccedilatildeo das aacuteguas do

mar para consumo humano Natildeo podemos esquecer que atualmente existem

diversos sistemas de captaccedilatildeo de aacuteguas pluviais para diferentes finalidades

sejam elas para aproveitamento de consumo humano ou natildeo

3 ndash A viabilidade de implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo

pluvial em Brasiacutelia ndash DF

31 ndash Apresentaccedilatildeo de dados

Primeiramente seratildeo apresentados dados sobre a populaccedilatildeo e o

consumo de aacutegua presente nas residecircncias de Brasiacutelia e que seratildeo utilizados

como base para a implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo na Asa Norte

Segundo Ferreira C diretor Superintendente de Atendimento Comercial

(CAC) da Companhia de Saneamento Ambiental do Distrito Federal (CAESB)

ldquoEm Brasiacutelia o consumo meacutedio por habitante eacute de 190 litros de aacutegua por dia o

que resulta em um consumo mensal de 6msup3 por habitanterdquo De acordo com a

ONU cada pessoa necessita de 110 litros por dia para atender as

necessidades de consumo e higiene A Companhia de Saneamento Baacutesico do

Estado de Satildeo Paulo (SABESP 2010) afirma que ldquono Brasil o consumo por

pessoa pode chegar a mais de 200 litrosdiardquo A estimativa da SABESP (2010)

eacute de que 54 litros (27) vatildeo para cozinhar e beber 50 litros (25) para tomar

banho e escovar os dentes 66 litros (33) para descarga de banheiro 24 litros

(12) para lavagem de roupa e 6 litros (3) para outras tarefas como lavagem

de carro por exemplo Segundo dados da CAESB Brasiacutelia (Plano Piloto)

consome cerca de 2757890msup3 por mecircs e que o consumo por habitante eacute de

1381msup3mecircs

Devido ao alto consumo de aacutegua em Brasiacutelia os recorrentes transtornos

hiacutedricos urbanos e a ausecircncia de sistemas captaccedilatildeo pluvial este capiacutetulo traz

um estudo da viabilidade teacutecnica e econocircmica da implantaccedilatildeo de um sistema

em um preacutedio residencial do bairro Asa Norte mais especificamente na

Superquadra 111 Norte Natildeo haacute nenhum estudo realizado que comprove a

frequecircncia dos alagamentos nessa regiatildeo portanto tal quadra foi selecionada

em decorrecircncia de mateacuterias e reportagens que mostram a dificuldade que a

populaccedilatildeo sofre quando haacute uma chuva anormal

Primeiramente eacute necessaacuterio que se tenha uma noccedilatildeo do periacuteodo

chuvoso em Brasiacutelia Segundo o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais

(INPE) Brasiacutelia apresenta um regime de precipitaccedilatildeo bem definido sendo que

a estaccedilatildeo chuvosa tem iniacutecio em Outubro e estende-se ateacute Marccedilo e a estaccedilatildeo

seca ocorre no restante do ano (Abril a Setembro) Ainda segundo o INPE ldquoa

estaccedilatildeo chuvosa eacute causada pelo forte aquecimento da atmosfera na Amazocircnia

que favorece o desenvolvimento de um sistema quase estacionaacuterio em altos

niacuteveis a Alta Boliacutevia Como resultado dessa circulaccedilatildeo observa-se nos baixos

niacuteveis uma regiatildeo de baixa pressatildeo e a convergecircncia de ar satildeo os principais

fatores que provocam a precipitaccedilatildeo neste periacuteodo responsaacutevel por 70 do

total meacutedio anualrdquo A partir desses elementos apresentados pelo INPE e com

base nos dados os quais foram obtidos da estaccedilatildeo meteoroloacutegica de Brasiacutelia

localizada na Latitude (ordm) -158 Longitude (ordm)-479 temos a precipitaccedilatildeo de

Brasiacutelia dada mecircs a mecircs Os dados partem de Janeiro de 2006 e vatildeo ateacute

Outubro de 2015 Eacute importante frisar que os dados foram formulados a partir

da precipitaccedilatildeo acumulada para tornar mais faacutecil de calcular a meacutedia

Tabela 01 Dados de Precipitaccedilatildeo

AnoMecircs JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ Meacutedia Mensal

2006 1232 1914 258 1417 351 09 01 528 403 5264 1956 1821 14563

2007 2609 2659 357 501 75 0 0 0 0 535 2249 275 9779

2008 201 2425 2346 2109 0 0 0 27 80 387 271 3226 1337

2009 2028 1347 81 3759 612 93 0 725 505 2958 1991 3078 1492

2010 1211 368 2494 2388 275 0 0 0 0 349 2547 318 1068

2011 1268 1724 2433 696 139 38 0 0 7 2639 3338 4704 1421

2012 2699 1149 1982 1213 444 24 02 0 333 1098 4446 1428 1235

2013 4918 1893 1903 954 222 62 03 0 659 1069 2711 3525 1493

2014 1531 1392 3402 2493 28 10 79 0 162 2014 192 3667 1399

2015 939 1297 3456 2076 499 0 08 0 218 694 SD SD 9187

Meacutedia para cada mecircs

20445 16168 21763 17606 2645 326 093 128 315 17007 2652 30421 12797

Tabela contendo os dados de chuva acumulada mecircs a mecircs em miliacutemetros (mm)

Fonte INPE 2015

Obs 1- SD - satildeo dados que natildeo foram coletados devido pois o trabalho foi realizado antes desses meses

Obs2- Meacutedia calculada com os dados obtidos no caso os meses de novembro e dezembro de 2015 natildeo entram no

caacutelculo pois ainda natildeo existiam os dados

Temos tambeacutem a partir do estudo realizado por Brino (Brasiacutelia

Superquadras Residenciais) os dimensionamentos dos preacutedios e a quantidade

de apartamentos por pavimentos conforme as tabelas a seguir

Tabela 02 Dimensionamento dos Blocos

A SUPERQUADRA AE AT

Aacuterea de Projeccedilatildeo por Bloco

Aacuterea Total = 11760msup2 Nuacutemero total de Blocos = 11

1069msup2 185 136

Aacuterea Construiacuteda por bloco (sem pilotis e

subsolo)

Pavimentos = 6 Aacuterea do Pavimento = 1069msup2

6414msup2 1113 818

Aacuterea Construiacuteda por superquadras (sem pilotis e subsolo)

Preacutedio = 11 Aacuterea por Preacutedio = 64141msup2

70554msup2 8999 1225

AE - Aacuterea Aedificandi e AT - Aacuterea Total

Tabela 03 Dimensionamento da Populaccedilatildeo

A POPULACcedilAtildeO (5 Pessoas

apart)

6 apartamentos por pavimento

36 apartamentos por bloco

396 apartamentos

por superquadra

1980 pessoas por

superquadra

8 apartamentos por pavimento

48 apartamentos por bloco

528 apartamentos

por superquadra

2640 pessoas por

superquadra

10 apartamentos por pavimento

60 apartamentos por bloco

660 apartamentos

por superquadra

3300 pessoas por

superquadra

12 apartamentos por pavimento

72 apartamentos por bloco

792 apartamentos

por superquadra

3960 pessoas por

superquadra

Caacutelculo para as faixas 100 200 e 300 (seis pavimentos) Fonte SUDUR

O estudo apresentado por Brino (Brasiacutelia Superquadras Residenciais)

considera uma famiacutelia composta por cinco pessoas para cada apartamento

nesse caso iremos desconsiderar essa informaccedilatildeo e basearmos nos dados

apresentados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica (IBGE) Nos

dados do IBGE (Censo Demograacutefico 2010) constam que a meacutedia de

moradores em domiciacutelios particulares ocupados eacute de 33 moradores

Partindo dos elementos de precipitaccedilatildeo aacuterea de projeccedilatildeo por bloco

meacutedia de moradores por apartamento total de apartamentos de um preacutedio e

consumo meacutedio de aacuteguadia por habitante podemos dar inicio as formas de

captaccedilatildeo e armazenamento de aacuteguas pluviais

32 ndash Aacuteguas pluviais e aacuteguas cinzas

Mas porque focar em aproveitamento de aacuteguas pluviais Segundo

Rapoport (2004 p 1) ldquoo aumento populacional acompanhado pelas mudanccedilas

climaacuteticas globais vem contribuindo para o aumento na demanda por recursos

hiacutedricosrdquo Ainda expotildee que ldquoembora a aacutegua seja um recurso renovaacutevel ela

tende a se deteriorar em funccedilatildeo do seu uso indiscriminado o que compromete

consequentemente a quantidade de aacutegua com qualidade disponiacutevel para o

consumo nas diversas localidadesrdquo (Rapoport 2004 p 1)

Um fato importante abordado por Rapoport (2004 p1) eacute que ldquoa

quantidade de aacutegua disponiacutevel eacute sempre a mesma jaacute que estaacute sempre sendo

renovada atraveacutes do ciclo hidroloacutegico Entretanto a aacutegua de qualidade para

consumo estaacute se tornando rarardquo A tiacutetulo de esclarecimento ldquosabe-se que o

ciclo hidroloacutegico se constitui basicamente do transporte de massas drsquoaacutegua do

oceano para atmosfera por evaporaccedilatildeo e da atmosfera atraveacutes de

precipitaccedilotildees escoamentos superficiais e subterracircneos para os oceanos

influenciando diretamente a distribuiccedilatildeo e extensatildeo dos corpos drsquoaacutegua

continentaisrdquo (Rapoport 2004 p 1) Sendo assim a interferecircncia humana tem

causado alteraccedilotildees no ciclo hidroloacutegico em diversas regiotildees Esse assunto

seraacute melhor abordado mais adiante pois o uso do sistema de captaccedilatildeo pode

influenciar no ciclo hidroloacutegico negativamente mas utilizado da forma

adequada pode continuar mantendo o ciclo equilibrado

Aleacutem do uso indevido da aacutegua e de sua escassez Lima e Machado

(2008 p 13) apontam que ldquooutro fator importante eacute o aumento de inundaccedilotildees e

enchentes devido ao escoamento superficial da aacutegua de chuva e da

impermeabilizaccedilatildeo do solordquo Portanto a captaccedilatildeo de aacuteguas pluviais pode

contribuir para a reduccedilatildeo dos transtornos hiacutedricos urbanos e ao mesmo tempo

reduzir a demanda por aacutegua potaacutevel da companhia de distribuiccedilatildeo local

Segundo Amorim e Pereira (2008 p 54) ldquouma das soluccedilotildees em estudo

para aumentar a oferta de aacutegua para as edificaccedilotildees eacute o aproveitamento da

aacutegua pluvial Esta apresenta uma boa alternativa visto que aleacutem de reduzir o

consumo de aacutegua potaacutevel ainda surge como uma accedilatildeo no combate agraves

enchentes funcionando como uma medida natildeo-estrutural do sistema de

drenagem urbanardquo Mas o que eacute necessaacuterio para formar um sistema de

captaccedilatildeo adequado e funcional Amorim e Pereira (2008 p 54) apresentam

que ldquoos sistemas de aproveitamento de aacutegua pluvial satildeo formados basicamente

pela aacuterea de captaccedilatildeo (geralmente coberturas) os componentes de transporte

(calhas e condutores verticais) e o reservatoacuteriordquo Cabe ressaltar que para esse

estudo a captaccedilatildeo das aacuteguas pluviais seraacute destinada apenas para a utilizaccedilatildeo

em ldquoaacuteguas cinzasrdquo Neste sentido o reuso das aacuteguas cinzas que satildeo as aacuteguas

provenientes de todas as atividades domeacutesticas com exceccedilatildeo de fontes de

aacuteguas negras tais como sanitaacuterios bidecircs e urinol vem sendo estudadas com

vista ao reuso tanto em irrigaccedilatildeo como em sanitaacuterios (Rapoport 2004 p 8)

Retomando os dados apresentados pela SABESP (2010) temos a

tabela 04 a qual apresenta os dados de consumo domeacutestico e em sequecircncia o

graacutefico 01 que demonstram que se analisarmos as quantidades de aacutegua

utilizada no consumo domeacutestico teremos uma base para o tamanho do

reservatoacuterio E posteriormente a tabela 05 mostra em que situaccedilotildees se podem

reutilizar as aacuteguas pluviais

Tabela 04 Consumo domeacutestico de aacutegua

Litros

Cozinhar e Beber 54

Tomar Banho e Escovar os Dentes 50

Descarga de Banheiro 66

Lavagem de Roupa 24

Outras Tarefas 6

Total = 200

Fonte SABESP (2010)

27

25

33

12

3

Cozinhar e Beber

Tomar Banho e Escovar osDentes

Descarga de Banheiro

Lavagem de Roupa

Outras Tarefas

Descarga de Banheiro

6875

Lavagem de Roupa

25

Outras Tarefas 625

Graacutefico 01 Consumo Domeacutestico de Aacutegua

Tabela 05 Percentual para reutilizaccedilatildeo de aacuteguas pluviais

Graacutefico 02 Percentual para Reutilizaccedilatildeo de Aacuteguas Pluviais

Porcentagem ()

Descarga de Banheiro 66 6875

Lavagem de Roupa 24 25

Outras Tarefas 6 625

Total = 96 100

Fonte SABESP(2010)

33 ndash Meacutetodos de Dimensionamento do Reservatoacuterio

Amorim e Pereira (2008 p 54 Soares et al 2000 apud May 2004)

apresentam que existem quatro grupos principais para o dimensionamento do

reservatoacuterio

(a) Meacutetodos determiniacutesticos os dados referentes agrave precipitaccedilatildeo

pluviomeacutetrica e agrave demanda satildeo analisados pela curva de massa

(b) Meacutetodos aproximados baseados em relaccedilotildees empiacutericas

conhecidas

(c) Meacutetodos de modelaccedilatildeo satildeo tambeacutem conhecidos como meacutetodos

de transiccedilatildeo probabiliacutestica da matriz e

(d) Meacutetodos de anaacutelise de sistemas sendo linear natildeo linear ou

programaccedilatildeo dinacircmica

Dentro desses grupos de dimensionamento temos os diversos meacutetodos

meacutetodo de Rippl que consiste na determinaccedilatildeo do volume com base na aacuterea

de captaccedilatildeo que eacute subdivido em meacutetodo analiacutetico e meacutetodo graacutefico meacutetodo de

consideraccedilatildeo dos periacuteodos de dias consecutivos sem chuva que necessita da

observaccedilatildeo dos registros pluviomeacutetricos para identificar os maiores periacuteodos de

dias consecutivos sem chuvas e sua taxa de repeticcedilatildeo meacutetodo de anaacutelise de

simulaccedilatildeo de um reservatoacuterio com capacidade suposta que consiste

basicamente na fixaccedilatildeo de um volume para o reservatoacuterio e na verificaccedilatildeo do

percentual de consumo que seraacute atendido meacutetodo praacutetico brasileiro meacutetodo

praacutetico alematildeo meacutetodo praacutetico inglecircs e o meacutetodo praacutetico australiano (Amorim

e Pereira 2008 p 55-58)

34 ndash Anaacutelise de caso para um preacutedio da Superquadra 111 Norte

A partir dos dados jaacute apresentados temos que o objeto de estudo eacute um

preacutedio residencial localizado na Superquadra 111 Norte que possui uma aacuterea

de projeccedilatildeo de 1069msup2 com seis (6) pavimentos constituindo uma aacuterea

construiacuteda de 6414msup2 apresentando seis (6) apartamentos por pavimento e

consequentemente trinta e seis (36) apartamentos no total (Brino Brasiacutelia

Superquadras Residenciais) O preacutedio conteacutem 33 habitantes por apartamento

(IBGE 2010) que consomem em meacutedia cerca de 190 litros de aacuteguadia

resultando em um consumo mensal de aproximadamente 6msup3 por pessoa

(CAESB) mas como a aacutegua captada da chuva seraacute utilizada apenas para

suprir a demanda de aacutegua cinza temos 66 litros para descarga de vasos

sanitaacuterios

Temos entatildeo que a demanda por aacutegua por habitante nesse edifiacutecio eacute

dada por

119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119898119900119903119886119889119900119903 = 66119871 = 66119871119863119894119886

119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119886119901119886119903119905119886119898119890119899119905119900 = 33119901 times 66119871 ~ 217 119871119863119894119886

119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119901119903eacute119889119894119900 = (33119901 times 66119871) times 36 ~ 7840119871119863119894119886

119863119890119898119886119899119889119886 119898119890119899119904119886119897 119901119900119903 119901119903eacute119889119894119900 =7840119871

119889119894119886times 30119863119894119886119904 = 235224119871

Legenda L = Litros p = Pessoas

Para facilitar nos caacutelculos ao aplica-los para o reservatoacuterio e para o

sistema de captaccedilatildeo eacute necessaacuterio realizar a conversatildeo de litros para msup3

(metros cuacutebicos) Sendo assim 66L = 0066msup3 217L = 0217msup3 7840L =

7840msup3 e 235224L = 235224msup3

Seraacute utilizado o ano de 2014 para os dados de precipitaccedilatildeo da estaccedilatildeo

meteoroloacutegica de Brasiacutelia localizada na Latitude (ordm) -158 Longitude (ordm)-479

fornecidos pela professora Rafaela Lisboa durante o periacuteodo chuvoso O ano

de 2014 apresenta registros jornaliacutesticos de alagamento nos meses de

Fevereiro com precipitaccedilatildeo de 1392 msup3 Marccedilo com precipitaccedilatildeo de 3402msup3

e Dezembro com precipitaccedilatildeo de 3667msup3 Importante ressaltar que o setor

Noroeste de Brasiacutelia foi construiacutedo em 2011 (site G1) o que aumentou a aacuterea

de solo impermeabilizado e a reduccedilatildeo no escoamento superficial da aacutegua

ocasionando em um aumento nas enchentes e alagamentos na Asa Norte

Segundo Amorim e Pereira (2008 p57) um dos meacutetodos a ser utilizado

para poder saber o volume de aacutegua aproveitaacutevel e consequentemente o

volume de aacutegua do reservatoacuterio Trata-se de um meacutetodo empiacuterico apresentado

na NBR 155272007 O volume de aacutegua do reservatoacuterio V expresso em L eacute

exposto a seguir

119872eacute119905119900119889119900 119875119903aacute119905119894119888119900 119861119903119886119904119894119897119890119894119903119900

119881 = 0042 times 119875 times 119860 times 119879

Em que ldquoVrdquo representa o volume de aacutegua aproveitaacutevel e o volume de

aacutegua do reservatoacuterio (L) ldquoPrdquo a precipitaccedilatildeo meacutedia mensal (mm) ldquoArdquo a aacuterea de

coleta em projeccedilatildeo ldquoTrdquo nuacutemero de meses de pouca chuva ou seca e ldquo0042rdquo eacute

um coeficiente estipulado

Portanto segundo Fontanela (2010 p 25) para estipular o volume do

reservatoacuterio temos que calcular 42 do produto entre o volume de chuva

coletada pelo telhado e o nuacutemero de meses com pouca chuva ou seca

Atribuindo valores do ano de 2014 temos que

119881 = 0042 times 1399119898119898 times 1069 times 5

119881~ 31406119871 119900119906 31406119898sup3

Ressaltando que esse valor obtido eacute uma estimativa do tamanho do

reservatoacuterio e que pode haver um reservatoacuterio de maior capacidade

De forma comparativa eacute de bom senso que se faccedila outro caacutelculo com um

meacutetodo alternativo

Amorim e Pereira (2008 p56) expotildeem que existe um meacutetodo de anaacutelise

de simulaccedilatildeo do reservatoacuterio com capacidade suposta o qual consiste

basicamente na fixaccedilatildeo de um volume para o reservatoacuterio e na verificaccedilatildeo de

consumo que seraacute atendido Sendo assim ldquoo primeiro passo para a aplicaccedilatildeo

desse meacutetodo eacute adotar alguns valores possiacuteveis para o volume com base na

estimativa do consumo mensal de aacutegua natildeo potaacutevelrdquo (Amorim e Pereira 2008

p57) Portanto partindo do ponto que o preacutedio consome cerca de 235000L

devemos calcular uma base que possa ser favoraacutevel economicamente

119872eacute119905119900119889119900 119889119890 119878119894119898119906119897119886ccedilatilde119900 119889119900 119877119890119904119890119903119907119886119905oacute119903119894119900

235224119871 rarr 100

119881 rarr 30

119881 ~ 70000119871 119900119906 70119898sup3

Tambeacutem haacute outra alternativa apresentada por L Pereira (Viabilidade

EconocircmicoAmbiental p 18)

119881119886119888 = 119860119879 times 119875119875119872119860 lowast

119881119886119888 = 1069119898sup2 times 1399119898sup3 = 1495531119898sup3119886119899119900

Equaccedilatildeo a qual ldquoVacrdquo corresponde ao volume de aacutegua captado ldquoATrdquo

aacuterea do telhado e ldquoPPMArdquo eacute a precipitaccedilatildeo pluviomeacutetrica meacutedia mensal

Poreacutem o resultado obtido eacute para os 12 meses do ano e como foi visto no

ano de 2014 temos 7 meses com chuva portanto

119881119886119888 =119879119900119905119886119897

1198983

1198861198991199007 119898119890119904119890119904

lowast

119881119886119888 =1495531119898sup3119886119899119900

7= 21364119898sup3 119900119906 213640119871

dados somente seriam vaacutelidos se a precipitaccedilatildeo fosse uniforme durante os 7 meses de chuva

341 ndash Anaacutelise de caso para a Superquadra 111 Norte

Retomando a tabela 02 temos que a quadra apresenta 11 preacutedios

aproximadamente que variam o nuacutemero de apartamentos por pavimentos e

consequentemente o nuacutemero de moradores mas os edifiacutecios continuam tendo

uma aacuterea de 1069msup2 gerando um uma aacuterea total de 70554msup2 mas teremos

como base os caacutelculos feitos para o preacutedio selecionado no item 34

Realizando um caacutelculo baacutesico tem-se como estimativa de

armazenamento para esta quadra o seguinte

119872eacute119905119900119889119900 119875119903aacute119905119894119888119900 119861119903119886119904119894119897119890119894119903119900

119881~ 31406119871 119900119906 314061198983

11 119875119903eacute119889119894119900119904 times 31406119871 = 345466119871 119900119906 345466119898sup3

119872eacute119905119900119889119900 119889119890 119878119894119898119906119897119886ccedilatilde119900 119889119900 119877119890119904119890119903119907119886119905oacute119903119894119900

119881 ~ 70000119871 119900119906 701198983

11 119875119903eacute119889119894119900119904 times 70000119871 = 770000

119881119900119897119906119898119890 119889119890 aacute119892119906119886 119888119886119901119905119886119889119900 lowast

119881119886119888 = 213641198983119900119906 213640119871

11 119875119903eacute119889119894119900119904 times 213640119871 = 2350040119871 119900119906 235004119898sup3

dados somente seriam vaacutelidos se a precipitaccedilatildeo fosse uniforme durante os 7 meses de chuva

119863119890119898119886119899119889119886 119905119900119905119886119897 119889119886 119902119906119886119889119903119886 119888119900119898 119889119890119904119888119886119903119892119886 119889119890 119887119886119899ℎ119890119894119903119900

11 119875119903eacute119889119894119900119904 times 235224119871 = 2587464119871 119900119906 2587464119898sup3

Segundo Brino (Brasiacutelia Superquadras Residenciais) temos que as

dimensotildees maacuteximas de uma superquadra satildeo de 280x280m resultando numa

aacuterea de 78400msup2 que eacute denominado de Aacuterea Total (AT) A partir disso foi

definido que deveria existir uma faixa externa de 20m denominada de non

aedificandi que foi destinada ao plantio de uma ldquomassa vegetalrdquo de grande

porte e no interior da quadra encontra-se a aacuterea aedificandi a qual possui

240x240m e uma aacuterea de 57600msup2 Realizando uma subtraccedilatildeo da Aacuterea total

pela Aacuterea aedificandi obtecircm-se que a aacuterea non aedificandi eacute de 20800msup2 que

corresponde a 265 da aacuterea total

Com base nessas informaccedilotildees eacute necessaacuterio atentar-se ao detalhe de

que uma parte da precipitaccedilatildeo cai no solo e outra parte nos telhados dos

preacutedios Sendo assim parte da chuva pode ser aproveitada pelo sistema de

captaccedilatildeo enquanto outra parte chega ao solo sem uma interferecircncia direta no

ciclo hidroloacutegico

35 ndash Funcionamento do sistema de captaccedilatildeo

Eacute importante frisar que o sistema de aproveitamento de aacuteguas pluviais eacute

regido pela norma NBR 15527 (Associaccedilatildeo Brasileira de Normas Teacutecnicas

2007) norma a qual faz algumas consideraccedilotildees importantes para implantaccedilatildeo

e correto funcionamento do sistema de captaccedilatildeo Alguns destes satildeo

435 ndash O volume dos reservatoacuterios deve ser dimensionado com

base em criteacuterios teacutecnicos econocircmicos e ambientais levando em

conta as boas praacuteticas da engenharia podendo a criteacuterio do

projetista ser utilizados os meacutetodos contidos no Anexo A ou

outro desde que devidamente justificado

Item 436 ndash Os reservatoacuterios devem ser limpos e desinfetados

com soluccedilatildeo de hipoclorito de soacutedio no miacutenimo uma vez por ano

de acordo com agrave ABNT NBR 5626

Item 442 ndash As tubulaccedilotildees e demais componentes devem ser

claramente diferenciados das tubulaccedilotildees de aacutegua potaacutevel

Item 443 ndash O sistema de distribuiccedilatildeo de chuva deve ser

independente do sistema de aacutegua potaacutevel natildeo permitindo a

conexatildeo cruzada de acordo com agrave ABNT NBR 5626

Item 444 ndash Os pontos de consumo como por exemplo uma

torneira de jardim devem ser de uso restrito e identificados com

placa de advertecircncia com a seguinte inscriccedilatildeo ldquoaacutegua natildeo potaacutevelrdquo

e identificaccedilatildeo graacutefica

Item 445 ndash Os reservatoacuterios de aacutegua de distribuiccedilatildeo de aacutegua

potaacutevel e de aacutegua da chuva devem ser separados

Item 461 ndash Quando necessaacuterio o bombeamento este deve

atender agrave ABNT NBR 12214

Deve-se realizar manutenccedilatildeo em todo o sistema de

aproveitamento de aacutegua de chuva

Para maiores esclarecimentos ldquoo funcionamento de um sistema de

coleta e aproveitamento de aacutegua pluvial consiste de maneira geral na captaccedilatildeo

da aacutegua da chuva que cai sobre os telhados ou lajes da edificaccedilatildeo A aacutegua eacute

conduzida ateacute o local de armazenamento atraveacutes de calhas condutores

horizontais e verticais passando por equipamentos de filtragem e descarte de

impurezas Apoacutes passar pelo filtro a aacutegua eacute armazenada geralmente em

reservatoacuterio enterrado (cisterna) e bombeada a um segundo reservatoacuterio

(elevado) do qual as tubulaccedilotildees especiacuteficas de aacutegua pluvial iratildeo distribuiacute-la

para o consumo natildeo potaacutevelrdquo (Carvalho 2010 p 27 e 28) Conforme ilustra a

imagem a seguir

Figura 02 Funcionamento de um Sistema de Captaccedilatildeo

Fonte Adatildeo D Padini (2013)

De forma mais simplificada podemos ver a representaccedilatildeo no fluxograma

a seguir

Figura 03 Fluxograma do Sistema de Captaccedilatildeo

Fonte Leandro Roncato Pereira

351 ndash Dificuldades para implantaccedilatildeo do sistema

Tal sistema apresenta como dificuldade o local onde seriam instaladas

as cisternas uma vez que geraria um peso sobre o telhado Dessa forma o

sistema seria instalado no jardim cobrando um custo adicional

352 ndash Custo de implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo fechado em um

preacutedio

Na implantaccedilatildeo desse sistema os materiais utilizados teratildeo como base o

meacutetodo praacutetico brasileiro e para aumentar a eficiecircncia do sistema o volume de

31406L seraacute arredondado para 35000L

Os valores de alguns dos materiais apresentados a seguir seguem os

dos apresentados no trabalho de L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental

p 18) apenas o valor da caixa drsquoaacutegua de 10000L foi obtido atraveacutes de

pesquisas em lojas de construccedilatildeo e assim utilizando a de menor valor

Tambeacutem devemos considerar que a bomba consome energia ao bombear aacutegua

para o preacutedio (CEB) portanto os valores seguem conforme a tabela a seguir

Tabela 06 Preccedilo dos Produtos do Sistema de Captaccedilatildeo sem Fluxo

Produto Quantidade Valor unitaacuterio (R$) Valor total (R$)

Cx Daacutegua 10000L 3 496090 1488270

Cx Daacutegua 5000L 1 108000 108000

Boacuteia Eleacutetrica 1 2750 2750

Boacuteia Comum 1 1220 1220

Registro de Gaveta

1 3490 3490

Bomba Anauger 1 23000 23000

Filtro 3P VF1 1 22000 22000

Tubulaccedilotildees 7000 7000

Disjuntor 1 1310 1310

Escavaccedilatildeo Msup3 3666 128310

Matildeo de Obra 1 58574 58574

Energia 054 054

Total 13 727154 1843978

Observaccedilatildeo Pelo fato desse estudo se tratar de um modelo de implantaccedilatildeo

o custo das tubulaccedilotildees vai variar de acordo com a demanda necessitada pelo

preacutedio portanto podendo variar de acordo com o projeto implantado Para este

estudo seraacute adotado o valor de R$ 7000

Observaccedilatildeo Pelo fato desse trabalho tratar-se de um modelo de

implantaccedilatildeo o custo da energia pode variar de acordo com a demanda necessitada

pelo preacutedio portanto podendo variar de acordo com o uso da bomba Para este

estudo seraacute adotado o valor de R$ 054 que eacute o valor do KwH cobrado pela CEB

Segundo Saravy (2010 p 46) haacute tambeacutem um custo para manutenccedilatildeo do

sistema conforme a tabela a seguir

Tabela 07 Preccedilo de Manutenccedilatildeo do Sistema de Captaccedilatildeo

Com esses dados podemos ver o valor total final a ser pago pelo

sistema de captaccedilatildeo que eacute de R$ 1889978

36 ndash Taxas e valores cobrados para utilizaccedilatildeo de aacutegua

Segundo a Companhia de Saneamento Ambiental do Distrito Federal (CAESB)

quando vaacuterias residecircncias satildeo atendidas por uma uacutenica ligaccedilatildeo de aacutegua eacute aplicado o

conceito de consumo ldquoPara exemplificar podemos citar um preacutedio residencial onde

cada apartamento corresponde a uma unidade de consumordquo (CAESB) Contudo o

caacutelculo de gastos seraacute realizado primeiro em um apartamento e posteriormente

multiplicado pelo total de apartamentos do preacutedio uma vez que os preacutedios

residecircncias da Asa Norte pagam a conta de aacutegua atraveacutes do condomiacutenio O preacutedio

Componente Frequecircncia da Manutenccedilatildeo

Custo da Manutenccedilatildeo

Calhas e Condutores

Semestral R$ 13000

Reservatoacuterio Limpeza e

Desinfecccedilatildeo Anual

R$ 20000

desse estudo apresenta um hidrocircmetro que mede o consumo de aacutegua para o todo o

preacutedio

Eacute de suma importacircncia destacar tambeacutem que haacute uma taxa de esgoto que eacute

cobrada pela CAESB consequentemente ldquoo valor da tarifa de esgotos corresponde

a 100 do valor da tarifa de aacutegua exceto quando se tratar de coleta do tipo

condominial que equivale a 60 do valor da tarifa de aacuteguardquo (CAESB)

Deste modo a CAESB utiliza tarifas para diversas categorias de moradia e

comeacutercio e neste estudo seraacute aplicada a tarifa de ldquoresidencial normalrdquo em

concordacircncia com a tabela a seguir

Tabela 08 Valor da Tarifa Cobrado pela CAESB

Para melhor compreensatildeo do caacutelculo que a CAESB faz temos uma conta do

condomiacutenio do preacutedio da Superquadra 111 Norte

Figura 04 Conta Discriminada do Condomiacutenio

Fonte Condomiacutenio do Preacutedio

O caacutelculo feito pela CAESB consiste primeiramente em saber a demanda de

aacutegua gasta em metros cuacutebicos por Unidade de Consumo ndash apartamento ndash para

saber qual faixa ldquomsup3rdquo eacute aplicada Apoacutes saber qual a faixa ldquomsup3rdquo que se enquadra eacute

atribuiacutedo o volume por UC (em msup3) em sequecircncia multiplica-se o volume por UC ou

volume da faixa pelo nuacutemero de UCrsquos correspondente para se obter o volume total

gasto (em msup3) Tendo o volume total gasto basta multiplicar pelo preccedilo corresponde

agrave faixa a qual se encaixa o consumo e assim obtendo o valor total a pagar A partir

do momento que se tem o valor total a pagar eacute necessaacuterio acrescer 100 do valor

para cobrir a tarifa de esgoto conforme a figura

Partindo desses dados podemos calcular por apartamento quanto eacute cobrado

pela CAESB a partir dos dados apresentados no capiacutetulo 34

119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119886119901119886119903119905119886119898119890119899119905119900 = 33119901 times 66119871 ~ 217119871

119863119894119886

119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119886119901119886119903119905119886119898119890119899119905119900 119886119900 119898ecirc119904 = 217119871119889119894119886 times 30119863119894119886119904 = 6510119871 119900119906 65101198983

Com base nesses dados temos que calcular o volume total de descarga em

sanitaacuterios que o preacutedio consome com a seguinte foacutermula

119881119879 = 119881119865 times 119873ordm 119889119890 119880119862prime119904

119881119879 = 10119898sup3 times 36 = 360119898sup3

Em que ldquoVTrdquo corresponde ao volume total do preacutedio ldquoVFrdquo ao volume da faixa

que eacute estipulado pela CAESB e ldquoUCrsquosrdquo satildeo as unidades de consumo que eacute correlato

ao nuacutemero de apartamentos existente

Portanto o total a se pagar em um mecircs eacute calculado da seguinte forma

119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 119881119879 times 119879119886119903119894119891119886 119889119890 aacute119892119906119886 + 119879119886119903119894119891119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900

119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 360119898sup3 times 119877$ 265 + 119879119886119903119894119891119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900

119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 954 + 119877$ 954 = 119877$ 1908

Em 7 meses seriam pagos em descarga

119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 1908 times 7 119872119890119904119890119904 = 119877$ 13356

37 ndash Caacutelculos de economia e retorno de investimento para um sistema

fechado

Conforme exposto por L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental p 15)

ldquopara o caacutelculo da economia da taxa de aacutegua multiplica-se o valor do msup3 (valor

cobrado por msup3 do responsaacutevel pelo fornecimento de aacutegua na cidade []) pelo

volume captado e entatildeo obtecircm-se o valor economizado por ano na taxa de aacuteguardquo

Recapitulando que para esse estudo seraacute utilizado o meacutetodo praacutetico brasieliro

devido aos meses de seca ou pouca chuva

Sendo assim

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119881119886119897119900119903 119889119900 1198983 times 119881119900119897119906119898119890 119888119886119901119905119886119889119900

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 265 times 314061198983

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 8322

Essa economia de R$ 8322 eacute para um mecircs de chuva para o preacutedio todo

sendo assim para os 7 meses de chuva tem-se

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119890 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 8322 times 7 119898119890119904119890119904 = 119877$ 58254

Ainda segundo L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental p 16) para o

caacutelculo da economia referente ao esgoto eacute necessaacuterio multiplicar o valor do msup3 pelo

volume captado e por 08 uma vez que considera-se 20 de perda ou seja para

cada 1 litro de aacutegua que chega na residecircncia eacute cobrado 08 litros para o tratamento

do esgoto

Portanto tem-se

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119881119886119897119900119903 119889119900 1198983 times 119881119900119897119906119898119890 119888119886119901119905119886119889119900 times 08

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900 = 119877$ 265 times 314061198983 times 08

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 6658

Esse valor encontrado de R$ 6658 corresponde a um mecircs de chuva para o

preacutedio sendo assim o total economizado pelo preacutedio em 7 meses eacute de

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119890 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 6658 times 7 119898119890119904119890119904 = 119877$ 46606

ldquoPara o caacutelculo do retorno do investimento divide-se o valor investido pela

economia anual com a implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo e reaproveitamento da

aacutegua pluvialrdquo L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental p 16)

Portanto para 7 meses de chuva tem-se o seguinte

119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 =119881119886119897119900119903 119894119899119907119890119904119905119894119889119900

119864119888119900119899119900119898119894119886 (7119898119890119904119890119904)

119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 = 119877$ 1843924

119877$ 58254 + 119877$ 46606

119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 = 119877$ 1843924

119877$ 9446

119877119890119905119900119903119899119900

119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900= 1952 119886119899119900119904

38 ndash Caacutelculos de dimensionamento para um sistema com fluxo

Os caacutelculos apresentados no subitem anterior satildeo relativos a um sistema

o qual natildeo adota a possibilidade de fluxo dentro do reservatoacuterio Quando se

fala em fluxo temos que considerar que ao mesmo tempo em que o preacutedio

utiliza aacutegua do reservatoacuterio de aacutegua pluvial o mesmo vai enchendo com aacutegua

pluvial Portanto haacute um ciclo no qual o preacutedio demanda aacutegua do reservatoacuterio e

o mesmo vai enchendo conforme chove no local

Sabendo que a meacutedia mensal eacute de 1399msup3 eacute preciso multiplicar isso

por 12 para se obter o quanto choveu em 2014 Sendo assim

119879119900119905119886119897 119886119900 119886119899119900 = 1399119898119898 times 12 119898119890119904119890119904

119879119900119905119886119897 119886119900 119886119899119900 = 16788119898119898

Mas como foi visto o periacuteodo chuvoso eacute de 7 meses entatildeo temos

119875119903119890119888119894119901119894119905119886ccedilatilde119900 119901119886119903119886 7 119898119890119904119890119904 = 16788119898119898 divide 7 = 2398119898119898

Com isso eacute necessaacuterio realizar o caacutelculo da meacutedia de captaccedilatildeo de aacutegua

por mecircs para a aacuterea de 1069msup2

119872119890119889119894119886 119889119890 119862119886119901119905119886ccedilatilde119900 = 2398119898119898 times 1069119898sup2

119872eacute119889119894119886 119889119890 119862119886119901119905119886ccedilatilde119900 = 256346119871 119900119906 256346119898sup3

Ao considerar o valor obtido temos que realizar o quanto seria captado

diariamente

119872eacute119889119894119886 119889119894aacute119903119894119886 = 256346119898sup3 divide 30 119889119894119886119904 = 85119898sup3119889119894119886

A partir desses caacutelculos podemos realizar a seguinte comparaccedilatildeo O

preacutedio consome cerca de 78msup3 ao dia de aacutegua para descarga de vasos sanitaacuterios

enquanto a meacutedia diaacuteria de captaccedilatildeo eacute de 85msup3 por conseguinte temos um fluxo

positivo de aacutegua para o reservatoacuterio de 067msup3dia nos dias chuvosos

Se colocarmos um reservatoacuterio de 35msup3 sem nenhuma aacutegua

armazenada poderemos constatar que o reservatoacuterio iria encher por completo em

cerca de 53 dias conforme o caacutelculo a seguir

351198983 = 0671198983 times 119909 119889119894119886119904

119909 119889119894119886119904 = 35119898sup3 divide 067119898sup3 = 5223 119889119894119886119904

Analisando esses dados temos que a partir do 54ordm dia o reservatoacuterio

estaria completamente cheio e no restante dos 156 dias que teriacuteamos de chuva

esses 067msup3 seriam de certa forma desperdiccedilados uma vez que esse fluxo de

067msup3 ao final dos 7 meses gerariam cerca de 1407msup3 enquanto o reservatoacuterio tem

a capacidade de 35msup3 conforme o caacutelculo a seguir

119875119900119905119890119899119888119894119886119897 = 067119898sup3 times 156 119889119894119886119904 = 1045119898sup3

Se considerarmos esse fluxo positivo de 067msup3dia temos que ao final

dos 210 dias (7meses) seria possiacutevel armazenar 1407 msup3 de aacutegua Com um

reservatoacuterio de 35msup3 1057msup3 estariam sendo escoados para fora do reservatoacuterio

Portanto o ideal seria um reservatoacuterio que se aproxime de 1407msup3 para que ao

final dos 7 meses toda aacutegua possiacutevel fosse armazenada no entanto o reservatoacuterio

deveria ser de 145msup3

Devemos considerar ainda que ao final dos 7 meses o reservatoacuterio

estaria cheio no periacuteodo de seca conseguiria abastecer o preacutedio de acordo com a

demanda do preacutedio sendo assim

119880119905119894119897119894119911119886ccedilatilde119900 119899119886 119904119890119888119886 = 119879119900119905119886119897 119889119900 119903119890119904119890119903119907119886119905oacute119903119894119900 divide 119863119890119898119886119899119889119886 119889119894aacute119903119894119886

119880119905119894119897119894119911119886ccedilatilde119900 119899119886 119904119890119888119886 = 1451198983 divide 781198983119889119894119886

119880119905119894119897119894119911119886ccedilatilde119900 119899119886 119904119890119888119886 = 1858 119889119894119886119904

381 ndash Custo de implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo com fluxo em um

preacutedio

Na implantaccedilatildeo desse sistema os materiais utilizados teratildeo como base

as estimativas que foram apresentadas no subitem anterior e para aumentar a

eficiecircncia do sistema o volume de 1400007L seraacute arredondado para

145000L

Devido ao tamanho do reservatoacuterio eacute de se esperar que o reservatoacuterio

natildeo seja instalado em cima do preacutedio uma vez que a estrutura do preacutedio natildeo

conseguiria suportar o peso que o reservatoacuterio faria sobre o telhado

consequentemente o reservatoacuterio deveraacute ser instalado no jardim do preacutedio que

iraacute gerar um custo a mais por conta da escavaccedilatildeo

Os valores de alguns dos materiais apresentados a seguir seguem os

dos apresentados no trabalho de L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental

p 18) apenas o valor da caixa drsquoaacutegua de 10000L foi obtido atraveacutes de

pesquisas em lojas de construccedilatildeo e assim utilizando a de menor valor

conforme a tabela a seguir Segundo o Saneamento de Goiaacutes SA (SANEAGO)

o custo de escavaccedilatildeo eacute calculado a partir do total de msup3 aleacutem de 3m de

profundidade

Tabela 09 Preccedilo dos Produtos do Sistema de Captaccedilatildeo com Fluxo

Observaccedilatildeo Pelo fato desse estudo se tratar de um modelo de implantaccedilatildeo

o custo das tubulaccedilotildees vai variar de acordo com a demanda necessitada pelo

preacutedio portanto podendo variar de acordo com o projeto implantado Para este

estudo seraacute adotado o valor de R$ 7000

Observaccedilatildeo Pelo fato desse trabalho tratar-se de um modelo de

implantaccedilatildeo o custo da energia pode variar de acordo com a demanda necessitada

pelo preacutedio portanto podendo variar de acordo com o uso da bomba Para este

estudo seraacute adotado o valor de R$ 054 que eacute o valor do KwH cobrado pela CEB

Produto Quantidade Valor unitaacuterio (R$) Valor total (R$)

Cx Daacutegua 10000L 14 496090 6945260

Cx Daacutegua 5000L 1 108000 108000

Boacuteia Eleacutetrica 1 2750 2750

Boacuteia Comum 1 1220 1220

Registro de Gaveta

1 3490 3490

Bomba Anauger 1 23000 23000

Filtro 3P VF1 1 22000 22000

Tubulaccedilotildees 7000 7000

Disjuntor 1 1310 1310

Escavaccedilatildeo Msup3 3666 53157

Matildeo de Obra 1 58574 58574

Energia 054 054

Total 13 727154 7704228

382 ndash Caacutelculos de economia e retorno de investimento para um sistema

com fluxo

Partindo dos dados apresentados podemos calcular por apartamento quanto eacute

cobrado pela CAESB a partir dos dados apresentados no capiacutetulo 34

119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119886119901119886119903119905119886119898119890119899119905119900 = 33119901 times 66119871 ~ 217119871

119863119894119886

119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119886119901119886119903119905119886119898119890119899119905119900 119886119900 119898ecirc119904 = 217119871119889119894119886 times 30119863119894119886119904 = 6510119871 119900119906 65101198983

Em que ldquoVTrdquo corresponde ao volume total do preacutedio ldquoVFrdquo ao volume da faixa

que eacute estipulado pela CAESB e ldquoUCrsquosrdquo satildeo as unidades de consumo que eacute correlato

ao nuacutemero de apartamentos existente

Portanto o total a se pagar em um mecircs eacute calculado da seguinte forma

119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 119881119879 times 119879119886119903119894119891119886 119889119890 aacute119892119906119886 + 119879119886119903119894119891119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900

119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 360119898sup3 times 119877$ 265 + 119879119886119903119894119891119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900

119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 954 + 119877$ 954 = 119877$ 1908

Retomando o caacutelculo exposto por L Pereira (Viabilidade

EconocircmicoAmbiental p 15) no subitem anterior temos que o caacutelculo da CAESB

seria feito da seguinte maneira

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119881119886119897119900119903 119889119900 1198983 times 119881119900119897119906119898119890 119888119886119901119905119886119889119900

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 265 times 1451198983

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 38425

Esse caacutelculo eacute equivalente a um mecircs de captaccedilatildeo para os 7 meses

teremos o seguinte

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119890 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 38425 times 7 119898119890119904119890119904 = 119877$ 268975

Conforme foi visto para o caacutelculo da economia de esgoto eacute necessaacuterio

multiplicar o valor do msup3 pelo volume captado e por 08 uma vez que considera-se

20 de perda ou seja para cada 1 litro de aacutegua que chega na residecircncia eacute cobrado

08 litros para o tratamento do esgoto Portanto para um mecircs segue-se

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119881119886119897119900119903 119889119900 1198983 times 119881119900119897119906119898119890 119888119886119901119905119886119889119900 times 08

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900 = 119877$ 265 times 1451198983 times 08

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 3074

ldquoPara o caacutelculo do retorno do investimento divide-se o valor investido pela

economia anual com a implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo e reaproveitamento da

aacutegua pluvialrdquo L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental p 16)

Portanto para 7 meses de chuva tem-se o seguinte

119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 =119881119886119897119900119903 119894119899119907119890119904119905119894119889119900

119864119888119900119899119900119898119894119886 (7119898119890119904119890119904)

119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 = 119877$ 17704228

119877$ 268975 + 119877$ 21518

119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 = 119877$ 7704228

119877$ 484155

119877119890119905119900119903119899119900

119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900= 1591119886119899119900119904

4 ndash Conclusatildeo e Consideraccedilotildees Finais

De acordo com o que foi exposto temos que a implantaccedilatildeo do sistema de

captaccedilatildeo para o aproveitamento de aacuteguas pluviais eacute uma oacutetima alternativa para

substituiccedilatildeo da ldquoaacutegua cinzardquo possibilitando tambeacutem um destino mais correto do

ponto de vista ambiental para a aacutegua que se tornaria esgoto Como eacute de

conhecimento este tipo de meacutetodo eacute utilizado em diversas regiotildees natildeo somente

aquelas que sofrem com escassez de aacutegua

Mesmo sabendo que o Brasil possui um grande potencial hiacutedrico observamos

que uma parcela da populaccedilatildeo natildeo tem consciecircncia quanto ao gasto de aacutegua

gerando um grande desperdiacutecio de forma desnecessaacuteria Portanto partindo de um

pensamento racional um sistema de captaccedilatildeo seria viaacutevel para o aproveitamento da

aacutegua para fins de consumo domeacutestico mais precisamente ldquoaacutegua cinzardquo

Considerando os caacutelculos apresentados a partir da taxa de precipitaccedilatildeo meacutedia

em Brasiacutelia a criaccedilatildeo de um sistema de captaccedilatildeo pluvial predial traz benefiacutecios

econocircmicos e ambientais O projeto torna-se viaacutevel economicamente pois desde

que se faccedila a manutenccedilatildeo de forma adequada do sistema este teraacute uma vida uacutetil

longa e considerando que se obteacutem o retorno do investimento em aproximadamente

16 anos para um sistema com fluxo apoacutes este periacuteodo o sistema passa a ser

lucrativo para o preacutedio que implanta pois o custo eacute dividido no condomiacutenio dentre os

moradores do preacutedio

Analisando do ponto de vista ambiental o desenvolvimento urbano de Brasiacutelia

ocasionou em superfiacutecies impermeaacuteveis dificultando a absorccedilatildeo de aacuteguas pluviais

pelo solo e juntamente com o sistema de redes pluviais e o sistema de drenagem

ultrapassados os alagamentos e enchentes tecircm se tornado constante quando

ocorrem chuvas anormais Com as estimativas feitas neste trabalho eacute possiacutevel que

tais transtornos hiacutedricos urbanos possam ser amenizados a partir da implantaccedilatildeo do

sistema sem que afete o ciclo hidroloacutegico natural Logicamente essa natildeo eacute a

soluccedilatildeo uma vez que ela deve ser apenas um complemento agrave poliacuteticas publicas

poliacuteticas de incentivo entre outras medidas de cunho sustentaacutevel

Em vista disso a implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo e aproveitamento de

aacuteguas pluviais acarretaria em uma significativa melhora ambiental atraveacutes da

substituiccedilatildeo de uma parcela da aacutegua fornecida pela CAESB e possivelmente

mitigando os transtornos hiacutedricos urbanos se aplicado em larga escala

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Figura 1 Tripeacute da Sustentabilidade

Fonte Nicholas Gimenes (2012)

Com base nesses trecircs aspectos apontados chegamos ao conhecido

Triple Bottom Line ndash ldquoTripeacute da Sustentabilidaderdquo No tripeacute da sustentabilidade

satildeo expostos o aspecto ambiental que tem como base a produccedilatildeo e o

consumo de tal forma que possa garantir que os ecossistemas natildeo sofram

problemas quanto a sua capacidade de resiliecircncia o aspecto econocircmico que

assume a denominada ecoeficiecircncia a qual incentiva a inovaccedilatildeo tecnoloacutegica

para tentar mitigar alguns dos problemas ambientais e ampliar a

desmaterializaccedilatildeo da economia e o uacuteltimo aspecto o social o qual supotildee que

a populaccedilatildeo de uma determinada sociedade tenha o miacutenimo necessaacuterio para

uma condiccedilatildeo de vida aceitaacutevel buscando erradicar a desigualdade social

Segundo Nascimento existem diversas definiccedilotildees desses trecircs aspectos mas

essas apontadas satildeo as mais recorrentes e de simples entendimento Natildeo

podemos esquecer que assim como eacute apontado por Ignacy Sachs e outros

autores outros aspectos para a definiccedilatildeo do DS devem ser levados em

consideraccedilatildeo em especial a cultura Apesar de natildeo ser citada como base do

ldquotripeacuterdquo a cultura eacute importante em qualquer sociedade quando relacionada ao

meio ambiente pois eacute ela quem dita o comportamento da populaccedilatildeo O Brasil

sofre com questotildees ambientais muitas das vezes por falta de instruccedilatildeo da

populaccedilatildeo que natildeo tem conhecimento do quatildeo impactante pode ser sua accedilatildeo

Deste modo quando se trata de questotildees ambientais eacute necessaacuterio que se

tenha uma mudanccedila natildeo repentina e sim gradativa nos padrotildees de consumo

no estilo de vida e na educaccedilatildeo ambiental

Retomando os conceitos de DS e sustentabilidade temos uma definiccedilatildeo

de Clovis Cavalcanti em que sustentabilidade ldquosignifica a possibilidade de se

obterem continuamente condiccedilotildees iguais ou superiores de vida para um grupo

de pessoas e seus sucessores em dado ecossistemardquo (Cavalcanti 2003)

Analisando essa definiccedilatildeo proposta por Cavalcanti vemos que se assemelha

do que foi exposto por Gro Harlen Brundtland em seu relatoacuterio Como jaacute foi

mencionado para Sachs o ldquoTriple Bottom Linerdquo ndash Tripeacute da Sustentabilidade ndash

possui cinco vertentes da sustentabilidade que satildeo a ldquosustentabilidade

ecoloacutegica refere-se a fiacutesica do processo de crescimento e tem como objetivo a

manutenccedilatildeo de estoques dos recursos naturais incorporados as atividades

produtivas a sustentabilidade ambiental que refere-se agrave manutenccedilatildeo da

capacidade de sustentaccedilatildeo dos ecossistemas o que implica a capacidade de

absorccedilatildeo e recomposiccedilatildeo dos ecossistemas em face as agressotildees antroacutepicas

sustentabilidade social que refere-se ao desenvolvimento e tem por algum

objetivo a melhoria da qualidade da vida da populaccedilatildeo Para caso de paiacuteses

com problemas de desigualdade e de inclusatildeo social implica a adoccedilatildeo de

poliacuteticas distributivas e a universalizaccedilatildeo de atendimento a questotildees como

sauacutede educaccedilatildeo habilitaccedilatildeo e seguridade social sustentabilidade poliacutetica

refere-se ao processo de construccedilatildeo da cidadania para garantir a incorporaccedilatildeo

plena dos indiviacuteduos ao processo de desenvolvimento e a sustentabilidade

econocircmica que refere-se a uma gestatildeo eficiente dos recursos em geral e

caracteriza-se pela regularidade de fluxos do investimento puacuteblico e privado

Implica a avaliaccedilatildeo da eficiecircncia por processos macro sociaisrdquo (Sachs 1993

Agenda 21 brasileira)

Barbosa (2008 p 4) faz uma citaccedilatildeo em seu trabalho sobre o livro de

Leila Ferreira ndash ldquoA questatildeo ambiental sustentabilidade e poliacuteticas puacuteblicas no

Brasilrdquo ndash referente ao padratildeo de vida da sociedade em que

ldquoO padratildeo de produccedilatildeo e consumo que

caracteriza o atual estilo de

desenvolvimento tende a consolidar-se

no espaccedilo das cidades e estas se

tornam cada vez mais o foco principal

na definiccedilatildeo de estrateacutegias e poliacuteticas

de desenvolvimentordquo

Sendo assim eacute de fundamental importacircncia que formas alternativas

sustentaacuteveis sejam alcanccediladas para que possam influenciar de forma positiva

na qualidade de vida das cidades e no processo de planejamento urbano Para

Acselrad (1999 p 85) a sustentabilidade urbana eacute definida como ldquoa

capacidade das poliacuteticas urbanas se adaptarem agrave oferta de serviccedilos agrave

qualidade e agrave quantidade das demandas sociais buscando o equiliacutebrio entre as

demandas de serviccedilos urbanos e investimentos em estruturardquo Como o

desenvolvimento sustentaacutevel possui muitos conceitos e definiccedilotildees haacute uma em

especial que se destaca pelo fato de estar relacionada agraves cidades juntamente

com o termo ldquosustentabilidaderdquo exposta por Barbosa (2008 p 4 apud

Satterthwaite 2004) em que

ldquoa resposta agraves necessidades humanas

nas cidades como o miacutenimo ou

nenhuma transferecircncia dos custos da

produccedilatildeo consumo ou lixo para outras

pessoas ou ecossistemas hoje e no

futurordquo

Assim a participaccedilatildeo da sociedade e a diversidade dos interesses que

a mesma possui gera um conflito entre as poliacuteticas puacuteblicas e o

desenvolvimento sustentaacutevel mas nada que natildeo possa ser contornado a partir

da conscientizaccedilatildeo individual dos cidadatildeos Como eacute exposto por Barbosa ldquoeacute

imprescindiacutevel para a sustentabilidade urbana o uso racional dos recursos

naturais a boa forma do ambiente urbano baseado na interaccedilatildeo clima e os

recursos naturais aleacutem das respostas agraves necessidades urbanas com o miacutenimo

de transferecircncia de dejetos e rejeitos para outros ecossistemas atuais e

futurosrdquo (Barbosa 2008 p 9) Em detrimento disso ldquoo desenvolvimento

sustentaacutevel natildeo deve ser apresentado como um slogan poliacuteticordquo (Barbosa

2008 p 10) deve ser apresentado como uma possiacutevel soluccedilatildeo para a

mitigaccedilatildeo dos problemas ambientais encontrados atualmente na sociedade

Portanto a sustentabilidade visa emoldurar novos meios alternativos de

produccedilatildeo distribuiccedilatildeo e consumo dos recursos naturais existentes de forma

mais racional ecologicamente viaacutevel e economicamente eficaz

Ao retratar esses problemas de padrotildees vividos pela sociedade

relacionados ao meio ambiente mais especificamente a utilizaccedilatildeo de recursos

naturais Nascimento (2012 p 58) aponta que ldquohaacute uma quase unanimidade

hoje entre os cientistas de que os recursos naturais natildeo seratildeo suficientes para

fornecer um modo de vida similar ao da classe meacutedia mundial a todos os novos

ingressantes no mercado No entanto eles tecircm tanto direito quanto os que jaacute

participam do mercado consumidorrdquo Mas como podemos contornar tais

problemas e a crise ambiental Atraveacutes da criatividade humana muitas formas

alternativas foram criadas e podem ser inventadas quando se tratam dos

recursos finitos utilizados pelo homem Temos como exemplo a aacutegua sobre a

qual poucos satildeo os estudos apresentados relacionando o aproveitamento de

aacuteguas pluviais e cidades sustentaacuteveis Na maioria das vezes os estudos satildeo

feitos com base em outras necessidades como a dessalinizaccedilatildeo das aacuteguas do

mar para consumo humano Natildeo podemos esquecer que atualmente existem

diversos sistemas de captaccedilatildeo de aacuteguas pluviais para diferentes finalidades

sejam elas para aproveitamento de consumo humano ou natildeo

3 ndash A viabilidade de implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo

pluvial em Brasiacutelia ndash DF

31 ndash Apresentaccedilatildeo de dados

Primeiramente seratildeo apresentados dados sobre a populaccedilatildeo e o

consumo de aacutegua presente nas residecircncias de Brasiacutelia e que seratildeo utilizados

como base para a implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo na Asa Norte

Segundo Ferreira C diretor Superintendente de Atendimento Comercial

(CAC) da Companhia de Saneamento Ambiental do Distrito Federal (CAESB)

ldquoEm Brasiacutelia o consumo meacutedio por habitante eacute de 190 litros de aacutegua por dia o

que resulta em um consumo mensal de 6msup3 por habitanterdquo De acordo com a

ONU cada pessoa necessita de 110 litros por dia para atender as

necessidades de consumo e higiene A Companhia de Saneamento Baacutesico do

Estado de Satildeo Paulo (SABESP 2010) afirma que ldquono Brasil o consumo por

pessoa pode chegar a mais de 200 litrosdiardquo A estimativa da SABESP (2010)

eacute de que 54 litros (27) vatildeo para cozinhar e beber 50 litros (25) para tomar

banho e escovar os dentes 66 litros (33) para descarga de banheiro 24 litros

(12) para lavagem de roupa e 6 litros (3) para outras tarefas como lavagem

de carro por exemplo Segundo dados da CAESB Brasiacutelia (Plano Piloto)

consome cerca de 2757890msup3 por mecircs e que o consumo por habitante eacute de

1381msup3mecircs

Devido ao alto consumo de aacutegua em Brasiacutelia os recorrentes transtornos

hiacutedricos urbanos e a ausecircncia de sistemas captaccedilatildeo pluvial este capiacutetulo traz

um estudo da viabilidade teacutecnica e econocircmica da implantaccedilatildeo de um sistema

em um preacutedio residencial do bairro Asa Norte mais especificamente na

Superquadra 111 Norte Natildeo haacute nenhum estudo realizado que comprove a

frequecircncia dos alagamentos nessa regiatildeo portanto tal quadra foi selecionada

em decorrecircncia de mateacuterias e reportagens que mostram a dificuldade que a

populaccedilatildeo sofre quando haacute uma chuva anormal

Primeiramente eacute necessaacuterio que se tenha uma noccedilatildeo do periacuteodo

chuvoso em Brasiacutelia Segundo o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais

(INPE) Brasiacutelia apresenta um regime de precipitaccedilatildeo bem definido sendo que

a estaccedilatildeo chuvosa tem iniacutecio em Outubro e estende-se ateacute Marccedilo e a estaccedilatildeo

seca ocorre no restante do ano (Abril a Setembro) Ainda segundo o INPE ldquoa

estaccedilatildeo chuvosa eacute causada pelo forte aquecimento da atmosfera na Amazocircnia

que favorece o desenvolvimento de um sistema quase estacionaacuterio em altos

niacuteveis a Alta Boliacutevia Como resultado dessa circulaccedilatildeo observa-se nos baixos

niacuteveis uma regiatildeo de baixa pressatildeo e a convergecircncia de ar satildeo os principais

fatores que provocam a precipitaccedilatildeo neste periacuteodo responsaacutevel por 70 do

total meacutedio anualrdquo A partir desses elementos apresentados pelo INPE e com

base nos dados os quais foram obtidos da estaccedilatildeo meteoroloacutegica de Brasiacutelia

localizada na Latitude (ordm) -158 Longitude (ordm)-479 temos a precipitaccedilatildeo de

Brasiacutelia dada mecircs a mecircs Os dados partem de Janeiro de 2006 e vatildeo ateacute

Outubro de 2015 Eacute importante frisar que os dados foram formulados a partir

da precipitaccedilatildeo acumulada para tornar mais faacutecil de calcular a meacutedia

Tabela 01 Dados de Precipitaccedilatildeo

AnoMecircs JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ Meacutedia Mensal

2006 1232 1914 258 1417 351 09 01 528 403 5264 1956 1821 14563

2007 2609 2659 357 501 75 0 0 0 0 535 2249 275 9779

2008 201 2425 2346 2109 0 0 0 27 80 387 271 3226 1337

2009 2028 1347 81 3759 612 93 0 725 505 2958 1991 3078 1492

2010 1211 368 2494 2388 275 0 0 0 0 349 2547 318 1068

2011 1268 1724 2433 696 139 38 0 0 7 2639 3338 4704 1421

2012 2699 1149 1982 1213 444 24 02 0 333 1098 4446 1428 1235

2013 4918 1893 1903 954 222 62 03 0 659 1069 2711 3525 1493

2014 1531 1392 3402 2493 28 10 79 0 162 2014 192 3667 1399

2015 939 1297 3456 2076 499 0 08 0 218 694 SD SD 9187

Meacutedia para cada mecircs

20445 16168 21763 17606 2645 326 093 128 315 17007 2652 30421 12797

Tabela contendo os dados de chuva acumulada mecircs a mecircs em miliacutemetros (mm)

Fonte INPE 2015

Obs 1- SD - satildeo dados que natildeo foram coletados devido pois o trabalho foi realizado antes desses meses

Obs2- Meacutedia calculada com os dados obtidos no caso os meses de novembro e dezembro de 2015 natildeo entram no

caacutelculo pois ainda natildeo existiam os dados

Temos tambeacutem a partir do estudo realizado por Brino (Brasiacutelia

Superquadras Residenciais) os dimensionamentos dos preacutedios e a quantidade

de apartamentos por pavimentos conforme as tabelas a seguir

Tabela 02 Dimensionamento dos Blocos

A SUPERQUADRA AE AT

Aacuterea de Projeccedilatildeo por Bloco

Aacuterea Total = 11760msup2 Nuacutemero total de Blocos = 11

1069msup2 185 136

Aacuterea Construiacuteda por bloco (sem pilotis e

subsolo)

Pavimentos = 6 Aacuterea do Pavimento = 1069msup2

6414msup2 1113 818

Aacuterea Construiacuteda por superquadras (sem pilotis e subsolo)

Preacutedio = 11 Aacuterea por Preacutedio = 64141msup2

70554msup2 8999 1225

AE - Aacuterea Aedificandi e AT - Aacuterea Total

Tabela 03 Dimensionamento da Populaccedilatildeo

A POPULACcedilAtildeO (5 Pessoas

apart)

6 apartamentos por pavimento

36 apartamentos por bloco

396 apartamentos

por superquadra

1980 pessoas por

superquadra

8 apartamentos por pavimento

48 apartamentos por bloco

528 apartamentos

por superquadra

2640 pessoas por

superquadra

10 apartamentos por pavimento

60 apartamentos por bloco

660 apartamentos

por superquadra

3300 pessoas por

superquadra

12 apartamentos por pavimento

72 apartamentos por bloco

792 apartamentos

por superquadra

3960 pessoas por

superquadra

Caacutelculo para as faixas 100 200 e 300 (seis pavimentos) Fonte SUDUR

O estudo apresentado por Brino (Brasiacutelia Superquadras Residenciais)

considera uma famiacutelia composta por cinco pessoas para cada apartamento

nesse caso iremos desconsiderar essa informaccedilatildeo e basearmos nos dados

apresentados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica (IBGE) Nos

dados do IBGE (Censo Demograacutefico 2010) constam que a meacutedia de

moradores em domiciacutelios particulares ocupados eacute de 33 moradores

Partindo dos elementos de precipitaccedilatildeo aacuterea de projeccedilatildeo por bloco

meacutedia de moradores por apartamento total de apartamentos de um preacutedio e

consumo meacutedio de aacuteguadia por habitante podemos dar inicio as formas de

captaccedilatildeo e armazenamento de aacuteguas pluviais

32 ndash Aacuteguas pluviais e aacuteguas cinzas

Mas porque focar em aproveitamento de aacuteguas pluviais Segundo

Rapoport (2004 p 1) ldquoo aumento populacional acompanhado pelas mudanccedilas

climaacuteticas globais vem contribuindo para o aumento na demanda por recursos

hiacutedricosrdquo Ainda expotildee que ldquoembora a aacutegua seja um recurso renovaacutevel ela

tende a se deteriorar em funccedilatildeo do seu uso indiscriminado o que compromete

consequentemente a quantidade de aacutegua com qualidade disponiacutevel para o

consumo nas diversas localidadesrdquo (Rapoport 2004 p 1)

Um fato importante abordado por Rapoport (2004 p1) eacute que ldquoa

quantidade de aacutegua disponiacutevel eacute sempre a mesma jaacute que estaacute sempre sendo

renovada atraveacutes do ciclo hidroloacutegico Entretanto a aacutegua de qualidade para

consumo estaacute se tornando rarardquo A tiacutetulo de esclarecimento ldquosabe-se que o

ciclo hidroloacutegico se constitui basicamente do transporte de massas drsquoaacutegua do

oceano para atmosfera por evaporaccedilatildeo e da atmosfera atraveacutes de

precipitaccedilotildees escoamentos superficiais e subterracircneos para os oceanos

influenciando diretamente a distribuiccedilatildeo e extensatildeo dos corpos drsquoaacutegua

continentaisrdquo (Rapoport 2004 p 1) Sendo assim a interferecircncia humana tem

causado alteraccedilotildees no ciclo hidroloacutegico em diversas regiotildees Esse assunto

seraacute melhor abordado mais adiante pois o uso do sistema de captaccedilatildeo pode

influenciar no ciclo hidroloacutegico negativamente mas utilizado da forma

adequada pode continuar mantendo o ciclo equilibrado

Aleacutem do uso indevido da aacutegua e de sua escassez Lima e Machado

(2008 p 13) apontam que ldquooutro fator importante eacute o aumento de inundaccedilotildees e

enchentes devido ao escoamento superficial da aacutegua de chuva e da

impermeabilizaccedilatildeo do solordquo Portanto a captaccedilatildeo de aacuteguas pluviais pode

contribuir para a reduccedilatildeo dos transtornos hiacutedricos urbanos e ao mesmo tempo

reduzir a demanda por aacutegua potaacutevel da companhia de distribuiccedilatildeo local

Segundo Amorim e Pereira (2008 p 54) ldquouma das soluccedilotildees em estudo

para aumentar a oferta de aacutegua para as edificaccedilotildees eacute o aproveitamento da

aacutegua pluvial Esta apresenta uma boa alternativa visto que aleacutem de reduzir o

consumo de aacutegua potaacutevel ainda surge como uma accedilatildeo no combate agraves

enchentes funcionando como uma medida natildeo-estrutural do sistema de

drenagem urbanardquo Mas o que eacute necessaacuterio para formar um sistema de

captaccedilatildeo adequado e funcional Amorim e Pereira (2008 p 54) apresentam

que ldquoos sistemas de aproveitamento de aacutegua pluvial satildeo formados basicamente

pela aacuterea de captaccedilatildeo (geralmente coberturas) os componentes de transporte

(calhas e condutores verticais) e o reservatoacuteriordquo Cabe ressaltar que para esse

estudo a captaccedilatildeo das aacuteguas pluviais seraacute destinada apenas para a utilizaccedilatildeo

em ldquoaacuteguas cinzasrdquo Neste sentido o reuso das aacuteguas cinzas que satildeo as aacuteguas

provenientes de todas as atividades domeacutesticas com exceccedilatildeo de fontes de

aacuteguas negras tais como sanitaacuterios bidecircs e urinol vem sendo estudadas com

vista ao reuso tanto em irrigaccedilatildeo como em sanitaacuterios (Rapoport 2004 p 8)

Retomando os dados apresentados pela SABESP (2010) temos a

tabela 04 a qual apresenta os dados de consumo domeacutestico e em sequecircncia o

graacutefico 01 que demonstram que se analisarmos as quantidades de aacutegua

utilizada no consumo domeacutestico teremos uma base para o tamanho do

reservatoacuterio E posteriormente a tabela 05 mostra em que situaccedilotildees se podem

reutilizar as aacuteguas pluviais

Tabela 04 Consumo domeacutestico de aacutegua

Litros

Cozinhar e Beber 54

Tomar Banho e Escovar os Dentes 50

Descarga de Banheiro 66

Lavagem de Roupa 24

Outras Tarefas 6

Total = 200

Fonte SABESP (2010)

27

25

33

12

3

Cozinhar e Beber

Tomar Banho e Escovar osDentes

Descarga de Banheiro

Lavagem de Roupa

Outras Tarefas

Descarga de Banheiro

6875

Lavagem de Roupa

25

Outras Tarefas 625

Graacutefico 01 Consumo Domeacutestico de Aacutegua

Tabela 05 Percentual para reutilizaccedilatildeo de aacuteguas pluviais

Graacutefico 02 Percentual para Reutilizaccedilatildeo de Aacuteguas Pluviais

Porcentagem ()

Descarga de Banheiro 66 6875

Lavagem de Roupa 24 25

Outras Tarefas 6 625

Total = 96 100

Fonte SABESP(2010)

33 ndash Meacutetodos de Dimensionamento do Reservatoacuterio

Amorim e Pereira (2008 p 54 Soares et al 2000 apud May 2004)

apresentam que existem quatro grupos principais para o dimensionamento do

reservatoacuterio

(a) Meacutetodos determiniacutesticos os dados referentes agrave precipitaccedilatildeo

pluviomeacutetrica e agrave demanda satildeo analisados pela curva de massa

(b) Meacutetodos aproximados baseados em relaccedilotildees empiacutericas

conhecidas

(c) Meacutetodos de modelaccedilatildeo satildeo tambeacutem conhecidos como meacutetodos

de transiccedilatildeo probabiliacutestica da matriz e

(d) Meacutetodos de anaacutelise de sistemas sendo linear natildeo linear ou

programaccedilatildeo dinacircmica

Dentro desses grupos de dimensionamento temos os diversos meacutetodos

meacutetodo de Rippl que consiste na determinaccedilatildeo do volume com base na aacuterea

de captaccedilatildeo que eacute subdivido em meacutetodo analiacutetico e meacutetodo graacutefico meacutetodo de

consideraccedilatildeo dos periacuteodos de dias consecutivos sem chuva que necessita da

observaccedilatildeo dos registros pluviomeacutetricos para identificar os maiores periacuteodos de

dias consecutivos sem chuvas e sua taxa de repeticcedilatildeo meacutetodo de anaacutelise de

simulaccedilatildeo de um reservatoacuterio com capacidade suposta que consiste

basicamente na fixaccedilatildeo de um volume para o reservatoacuterio e na verificaccedilatildeo do

percentual de consumo que seraacute atendido meacutetodo praacutetico brasileiro meacutetodo

praacutetico alematildeo meacutetodo praacutetico inglecircs e o meacutetodo praacutetico australiano (Amorim

e Pereira 2008 p 55-58)

34 ndash Anaacutelise de caso para um preacutedio da Superquadra 111 Norte

A partir dos dados jaacute apresentados temos que o objeto de estudo eacute um

preacutedio residencial localizado na Superquadra 111 Norte que possui uma aacuterea

de projeccedilatildeo de 1069msup2 com seis (6) pavimentos constituindo uma aacuterea

construiacuteda de 6414msup2 apresentando seis (6) apartamentos por pavimento e

consequentemente trinta e seis (36) apartamentos no total (Brino Brasiacutelia

Superquadras Residenciais) O preacutedio conteacutem 33 habitantes por apartamento

(IBGE 2010) que consomem em meacutedia cerca de 190 litros de aacuteguadia

resultando em um consumo mensal de aproximadamente 6msup3 por pessoa

(CAESB) mas como a aacutegua captada da chuva seraacute utilizada apenas para

suprir a demanda de aacutegua cinza temos 66 litros para descarga de vasos

sanitaacuterios

Temos entatildeo que a demanda por aacutegua por habitante nesse edifiacutecio eacute

dada por

119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119898119900119903119886119889119900119903 = 66119871 = 66119871119863119894119886

119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119886119901119886119903119905119886119898119890119899119905119900 = 33119901 times 66119871 ~ 217 119871119863119894119886

119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119901119903eacute119889119894119900 = (33119901 times 66119871) times 36 ~ 7840119871119863119894119886

119863119890119898119886119899119889119886 119898119890119899119904119886119897 119901119900119903 119901119903eacute119889119894119900 =7840119871

119889119894119886times 30119863119894119886119904 = 235224119871

Legenda L = Litros p = Pessoas

Para facilitar nos caacutelculos ao aplica-los para o reservatoacuterio e para o

sistema de captaccedilatildeo eacute necessaacuterio realizar a conversatildeo de litros para msup3

(metros cuacutebicos) Sendo assim 66L = 0066msup3 217L = 0217msup3 7840L =

7840msup3 e 235224L = 235224msup3

Seraacute utilizado o ano de 2014 para os dados de precipitaccedilatildeo da estaccedilatildeo

meteoroloacutegica de Brasiacutelia localizada na Latitude (ordm) -158 Longitude (ordm)-479

fornecidos pela professora Rafaela Lisboa durante o periacuteodo chuvoso O ano

de 2014 apresenta registros jornaliacutesticos de alagamento nos meses de

Fevereiro com precipitaccedilatildeo de 1392 msup3 Marccedilo com precipitaccedilatildeo de 3402msup3

e Dezembro com precipitaccedilatildeo de 3667msup3 Importante ressaltar que o setor

Noroeste de Brasiacutelia foi construiacutedo em 2011 (site G1) o que aumentou a aacuterea

de solo impermeabilizado e a reduccedilatildeo no escoamento superficial da aacutegua

ocasionando em um aumento nas enchentes e alagamentos na Asa Norte

Segundo Amorim e Pereira (2008 p57) um dos meacutetodos a ser utilizado

para poder saber o volume de aacutegua aproveitaacutevel e consequentemente o

volume de aacutegua do reservatoacuterio Trata-se de um meacutetodo empiacuterico apresentado

na NBR 155272007 O volume de aacutegua do reservatoacuterio V expresso em L eacute

exposto a seguir

119872eacute119905119900119889119900 119875119903aacute119905119894119888119900 119861119903119886119904119894119897119890119894119903119900

119881 = 0042 times 119875 times 119860 times 119879

Em que ldquoVrdquo representa o volume de aacutegua aproveitaacutevel e o volume de

aacutegua do reservatoacuterio (L) ldquoPrdquo a precipitaccedilatildeo meacutedia mensal (mm) ldquoArdquo a aacuterea de

coleta em projeccedilatildeo ldquoTrdquo nuacutemero de meses de pouca chuva ou seca e ldquo0042rdquo eacute

um coeficiente estipulado

Portanto segundo Fontanela (2010 p 25) para estipular o volume do

reservatoacuterio temos que calcular 42 do produto entre o volume de chuva

coletada pelo telhado e o nuacutemero de meses com pouca chuva ou seca

Atribuindo valores do ano de 2014 temos que

119881 = 0042 times 1399119898119898 times 1069 times 5

119881~ 31406119871 119900119906 31406119898sup3

Ressaltando que esse valor obtido eacute uma estimativa do tamanho do

reservatoacuterio e que pode haver um reservatoacuterio de maior capacidade

De forma comparativa eacute de bom senso que se faccedila outro caacutelculo com um

meacutetodo alternativo

Amorim e Pereira (2008 p56) expotildeem que existe um meacutetodo de anaacutelise

de simulaccedilatildeo do reservatoacuterio com capacidade suposta o qual consiste

basicamente na fixaccedilatildeo de um volume para o reservatoacuterio e na verificaccedilatildeo de

consumo que seraacute atendido Sendo assim ldquoo primeiro passo para a aplicaccedilatildeo

desse meacutetodo eacute adotar alguns valores possiacuteveis para o volume com base na

estimativa do consumo mensal de aacutegua natildeo potaacutevelrdquo (Amorim e Pereira 2008

p57) Portanto partindo do ponto que o preacutedio consome cerca de 235000L

devemos calcular uma base que possa ser favoraacutevel economicamente

119872eacute119905119900119889119900 119889119890 119878119894119898119906119897119886ccedilatilde119900 119889119900 119877119890119904119890119903119907119886119905oacute119903119894119900

235224119871 rarr 100

119881 rarr 30

119881 ~ 70000119871 119900119906 70119898sup3

Tambeacutem haacute outra alternativa apresentada por L Pereira (Viabilidade

EconocircmicoAmbiental p 18)

119881119886119888 = 119860119879 times 119875119875119872119860 lowast

119881119886119888 = 1069119898sup2 times 1399119898sup3 = 1495531119898sup3119886119899119900

Equaccedilatildeo a qual ldquoVacrdquo corresponde ao volume de aacutegua captado ldquoATrdquo

aacuterea do telhado e ldquoPPMArdquo eacute a precipitaccedilatildeo pluviomeacutetrica meacutedia mensal

Poreacutem o resultado obtido eacute para os 12 meses do ano e como foi visto no

ano de 2014 temos 7 meses com chuva portanto

119881119886119888 =119879119900119905119886119897

1198983

1198861198991199007 119898119890119904119890119904

lowast

119881119886119888 =1495531119898sup3119886119899119900

7= 21364119898sup3 119900119906 213640119871

dados somente seriam vaacutelidos se a precipitaccedilatildeo fosse uniforme durante os 7 meses de chuva

341 ndash Anaacutelise de caso para a Superquadra 111 Norte

Retomando a tabela 02 temos que a quadra apresenta 11 preacutedios

aproximadamente que variam o nuacutemero de apartamentos por pavimentos e

consequentemente o nuacutemero de moradores mas os edifiacutecios continuam tendo

uma aacuterea de 1069msup2 gerando um uma aacuterea total de 70554msup2 mas teremos

como base os caacutelculos feitos para o preacutedio selecionado no item 34

Realizando um caacutelculo baacutesico tem-se como estimativa de

armazenamento para esta quadra o seguinte

119872eacute119905119900119889119900 119875119903aacute119905119894119888119900 119861119903119886119904119894119897119890119894119903119900

119881~ 31406119871 119900119906 314061198983

11 119875119903eacute119889119894119900119904 times 31406119871 = 345466119871 119900119906 345466119898sup3

119872eacute119905119900119889119900 119889119890 119878119894119898119906119897119886ccedilatilde119900 119889119900 119877119890119904119890119903119907119886119905oacute119903119894119900

119881 ~ 70000119871 119900119906 701198983

11 119875119903eacute119889119894119900119904 times 70000119871 = 770000

119881119900119897119906119898119890 119889119890 aacute119892119906119886 119888119886119901119905119886119889119900 lowast

119881119886119888 = 213641198983119900119906 213640119871

11 119875119903eacute119889119894119900119904 times 213640119871 = 2350040119871 119900119906 235004119898sup3

dados somente seriam vaacutelidos se a precipitaccedilatildeo fosse uniforme durante os 7 meses de chuva

119863119890119898119886119899119889119886 119905119900119905119886119897 119889119886 119902119906119886119889119903119886 119888119900119898 119889119890119904119888119886119903119892119886 119889119890 119887119886119899ℎ119890119894119903119900

11 119875119903eacute119889119894119900119904 times 235224119871 = 2587464119871 119900119906 2587464119898sup3

Segundo Brino (Brasiacutelia Superquadras Residenciais) temos que as

dimensotildees maacuteximas de uma superquadra satildeo de 280x280m resultando numa

aacuterea de 78400msup2 que eacute denominado de Aacuterea Total (AT) A partir disso foi

definido que deveria existir uma faixa externa de 20m denominada de non

aedificandi que foi destinada ao plantio de uma ldquomassa vegetalrdquo de grande

porte e no interior da quadra encontra-se a aacuterea aedificandi a qual possui

240x240m e uma aacuterea de 57600msup2 Realizando uma subtraccedilatildeo da Aacuterea total

pela Aacuterea aedificandi obtecircm-se que a aacuterea non aedificandi eacute de 20800msup2 que

corresponde a 265 da aacuterea total

Com base nessas informaccedilotildees eacute necessaacuterio atentar-se ao detalhe de

que uma parte da precipitaccedilatildeo cai no solo e outra parte nos telhados dos

preacutedios Sendo assim parte da chuva pode ser aproveitada pelo sistema de

captaccedilatildeo enquanto outra parte chega ao solo sem uma interferecircncia direta no

ciclo hidroloacutegico

35 ndash Funcionamento do sistema de captaccedilatildeo

Eacute importante frisar que o sistema de aproveitamento de aacuteguas pluviais eacute

regido pela norma NBR 15527 (Associaccedilatildeo Brasileira de Normas Teacutecnicas

2007) norma a qual faz algumas consideraccedilotildees importantes para implantaccedilatildeo

e correto funcionamento do sistema de captaccedilatildeo Alguns destes satildeo

435 ndash O volume dos reservatoacuterios deve ser dimensionado com

base em criteacuterios teacutecnicos econocircmicos e ambientais levando em

conta as boas praacuteticas da engenharia podendo a criteacuterio do

projetista ser utilizados os meacutetodos contidos no Anexo A ou

outro desde que devidamente justificado

Item 436 ndash Os reservatoacuterios devem ser limpos e desinfetados

com soluccedilatildeo de hipoclorito de soacutedio no miacutenimo uma vez por ano

de acordo com agrave ABNT NBR 5626

Item 442 ndash As tubulaccedilotildees e demais componentes devem ser

claramente diferenciados das tubulaccedilotildees de aacutegua potaacutevel

Item 443 ndash O sistema de distribuiccedilatildeo de chuva deve ser

independente do sistema de aacutegua potaacutevel natildeo permitindo a

conexatildeo cruzada de acordo com agrave ABNT NBR 5626

Item 444 ndash Os pontos de consumo como por exemplo uma

torneira de jardim devem ser de uso restrito e identificados com

placa de advertecircncia com a seguinte inscriccedilatildeo ldquoaacutegua natildeo potaacutevelrdquo

e identificaccedilatildeo graacutefica

Item 445 ndash Os reservatoacuterios de aacutegua de distribuiccedilatildeo de aacutegua

potaacutevel e de aacutegua da chuva devem ser separados

Item 461 ndash Quando necessaacuterio o bombeamento este deve

atender agrave ABNT NBR 12214

Deve-se realizar manutenccedilatildeo em todo o sistema de

aproveitamento de aacutegua de chuva

Para maiores esclarecimentos ldquoo funcionamento de um sistema de

coleta e aproveitamento de aacutegua pluvial consiste de maneira geral na captaccedilatildeo

da aacutegua da chuva que cai sobre os telhados ou lajes da edificaccedilatildeo A aacutegua eacute

conduzida ateacute o local de armazenamento atraveacutes de calhas condutores

horizontais e verticais passando por equipamentos de filtragem e descarte de

impurezas Apoacutes passar pelo filtro a aacutegua eacute armazenada geralmente em

reservatoacuterio enterrado (cisterna) e bombeada a um segundo reservatoacuterio

(elevado) do qual as tubulaccedilotildees especiacuteficas de aacutegua pluvial iratildeo distribuiacute-la

para o consumo natildeo potaacutevelrdquo (Carvalho 2010 p 27 e 28) Conforme ilustra a

imagem a seguir

Figura 02 Funcionamento de um Sistema de Captaccedilatildeo

Fonte Adatildeo D Padini (2013)

De forma mais simplificada podemos ver a representaccedilatildeo no fluxograma

a seguir

Figura 03 Fluxograma do Sistema de Captaccedilatildeo

Fonte Leandro Roncato Pereira

351 ndash Dificuldades para implantaccedilatildeo do sistema

Tal sistema apresenta como dificuldade o local onde seriam instaladas

as cisternas uma vez que geraria um peso sobre o telhado Dessa forma o

sistema seria instalado no jardim cobrando um custo adicional

352 ndash Custo de implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo fechado em um

preacutedio

Na implantaccedilatildeo desse sistema os materiais utilizados teratildeo como base o

meacutetodo praacutetico brasileiro e para aumentar a eficiecircncia do sistema o volume de

31406L seraacute arredondado para 35000L

Os valores de alguns dos materiais apresentados a seguir seguem os

dos apresentados no trabalho de L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental

p 18) apenas o valor da caixa drsquoaacutegua de 10000L foi obtido atraveacutes de

pesquisas em lojas de construccedilatildeo e assim utilizando a de menor valor

Tambeacutem devemos considerar que a bomba consome energia ao bombear aacutegua

para o preacutedio (CEB) portanto os valores seguem conforme a tabela a seguir

Tabela 06 Preccedilo dos Produtos do Sistema de Captaccedilatildeo sem Fluxo

Produto Quantidade Valor unitaacuterio (R$) Valor total (R$)

Cx Daacutegua 10000L 3 496090 1488270

Cx Daacutegua 5000L 1 108000 108000

Boacuteia Eleacutetrica 1 2750 2750

Boacuteia Comum 1 1220 1220

Registro de Gaveta

1 3490 3490

Bomba Anauger 1 23000 23000

Filtro 3P VF1 1 22000 22000

Tubulaccedilotildees 7000 7000

Disjuntor 1 1310 1310

Escavaccedilatildeo Msup3 3666 128310

Matildeo de Obra 1 58574 58574

Energia 054 054

Total 13 727154 1843978

Observaccedilatildeo Pelo fato desse estudo se tratar de um modelo de implantaccedilatildeo

o custo das tubulaccedilotildees vai variar de acordo com a demanda necessitada pelo

preacutedio portanto podendo variar de acordo com o projeto implantado Para este

estudo seraacute adotado o valor de R$ 7000

Observaccedilatildeo Pelo fato desse trabalho tratar-se de um modelo de

implantaccedilatildeo o custo da energia pode variar de acordo com a demanda necessitada

pelo preacutedio portanto podendo variar de acordo com o uso da bomba Para este

estudo seraacute adotado o valor de R$ 054 que eacute o valor do KwH cobrado pela CEB

Segundo Saravy (2010 p 46) haacute tambeacutem um custo para manutenccedilatildeo do

sistema conforme a tabela a seguir

Tabela 07 Preccedilo de Manutenccedilatildeo do Sistema de Captaccedilatildeo

Com esses dados podemos ver o valor total final a ser pago pelo

sistema de captaccedilatildeo que eacute de R$ 1889978

36 ndash Taxas e valores cobrados para utilizaccedilatildeo de aacutegua

Segundo a Companhia de Saneamento Ambiental do Distrito Federal (CAESB)

quando vaacuterias residecircncias satildeo atendidas por uma uacutenica ligaccedilatildeo de aacutegua eacute aplicado o

conceito de consumo ldquoPara exemplificar podemos citar um preacutedio residencial onde

cada apartamento corresponde a uma unidade de consumordquo (CAESB) Contudo o

caacutelculo de gastos seraacute realizado primeiro em um apartamento e posteriormente

multiplicado pelo total de apartamentos do preacutedio uma vez que os preacutedios

residecircncias da Asa Norte pagam a conta de aacutegua atraveacutes do condomiacutenio O preacutedio

Componente Frequecircncia da Manutenccedilatildeo

Custo da Manutenccedilatildeo

Calhas e Condutores

Semestral R$ 13000

Reservatoacuterio Limpeza e

Desinfecccedilatildeo Anual

R$ 20000

desse estudo apresenta um hidrocircmetro que mede o consumo de aacutegua para o todo o

preacutedio

Eacute de suma importacircncia destacar tambeacutem que haacute uma taxa de esgoto que eacute

cobrada pela CAESB consequentemente ldquoo valor da tarifa de esgotos corresponde

a 100 do valor da tarifa de aacutegua exceto quando se tratar de coleta do tipo

condominial que equivale a 60 do valor da tarifa de aacuteguardquo (CAESB)

Deste modo a CAESB utiliza tarifas para diversas categorias de moradia e

comeacutercio e neste estudo seraacute aplicada a tarifa de ldquoresidencial normalrdquo em

concordacircncia com a tabela a seguir

Tabela 08 Valor da Tarifa Cobrado pela CAESB

Para melhor compreensatildeo do caacutelculo que a CAESB faz temos uma conta do

condomiacutenio do preacutedio da Superquadra 111 Norte

Figura 04 Conta Discriminada do Condomiacutenio

Fonte Condomiacutenio do Preacutedio

O caacutelculo feito pela CAESB consiste primeiramente em saber a demanda de

aacutegua gasta em metros cuacutebicos por Unidade de Consumo ndash apartamento ndash para

saber qual faixa ldquomsup3rdquo eacute aplicada Apoacutes saber qual a faixa ldquomsup3rdquo que se enquadra eacute

atribuiacutedo o volume por UC (em msup3) em sequecircncia multiplica-se o volume por UC ou

volume da faixa pelo nuacutemero de UCrsquos correspondente para se obter o volume total

gasto (em msup3) Tendo o volume total gasto basta multiplicar pelo preccedilo corresponde

agrave faixa a qual se encaixa o consumo e assim obtendo o valor total a pagar A partir

do momento que se tem o valor total a pagar eacute necessaacuterio acrescer 100 do valor

para cobrir a tarifa de esgoto conforme a figura

Partindo desses dados podemos calcular por apartamento quanto eacute cobrado

pela CAESB a partir dos dados apresentados no capiacutetulo 34

119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119886119901119886119903119905119886119898119890119899119905119900 = 33119901 times 66119871 ~ 217119871

119863119894119886

119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119886119901119886119903119905119886119898119890119899119905119900 119886119900 119898ecirc119904 = 217119871119889119894119886 times 30119863119894119886119904 = 6510119871 119900119906 65101198983

Com base nesses dados temos que calcular o volume total de descarga em

sanitaacuterios que o preacutedio consome com a seguinte foacutermula

119881119879 = 119881119865 times 119873ordm 119889119890 119880119862prime119904

119881119879 = 10119898sup3 times 36 = 360119898sup3

Em que ldquoVTrdquo corresponde ao volume total do preacutedio ldquoVFrdquo ao volume da faixa

que eacute estipulado pela CAESB e ldquoUCrsquosrdquo satildeo as unidades de consumo que eacute correlato

ao nuacutemero de apartamentos existente

Portanto o total a se pagar em um mecircs eacute calculado da seguinte forma

119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 119881119879 times 119879119886119903119894119891119886 119889119890 aacute119892119906119886 + 119879119886119903119894119891119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900

119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 360119898sup3 times 119877$ 265 + 119879119886119903119894119891119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900

119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 954 + 119877$ 954 = 119877$ 1908

Em 7 meses seriam pagos em descarga

119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 1908 times 7 119872119890119904119890119904 = 119877$ 13356

37 ndash Caacutelculos de economia e retorno de investimento para um sistema

fechado

Conforme exposto por L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental p 15)

ldquopara o caacutelculo da economia da taxa de aacutegua multiplica-se o valor do msup3 (valor

cobrado por msup3 do responsaacutevel pelo fornecimento de aacutegua na cidade []) pelo

volume captado e entatildeo obtecircm-se o valor economizado por ano na taxa de aacuteguardquo

Recapitulando que para esse estudo seraacute utilizado o meacutetodo praacutetico brasieliro

devido aos meses de seca ou pouca chuva

Sendo assim

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119881119886119897119900119903 119889119900 1198983 times 119881119900119897119906119898119890 119888119886119901119905119886119889119900

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 265 times 314061198983

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 8322

Essa economia de R$ 8322 eacute para um mecircs de chuva para o preacutedio todo

sendo assim para os 7 meses de chuva tem-se

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119890 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 8322 times 7 119898119890119904119890119904 = 119877$ 58254

Ainda segundo L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental p 16) para o

caacutelculo da economia referente ao esgoto eacute necessaacuterio multiplicar o valor do msup3 pelo

volume captado e por 08 uma vez que considera-se 20 de perda ou seja para

cada 1 litro de aacutegua que chega na residecircncia eacute cobrado 08 litros para o tratamento

do esgoto

Portanto tem-se

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119881119886119897119900119903 119889119900 1198983 times 119881119900119897119906119898119890 119888119886119901119905119886119889119900 times 08

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900 = 119877$ 265 times 314061198983 times 08

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 6658

Esse valor encontrado de R$ 6658 corresponde a um mecircs de chuva para o

preacutedio sendo assim o total economizado pelo preacutedio em 7 meses eacute de

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119890 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 6658 times 7 119898119890119904119890119904 = 119877$ 46606

ldquoPara o caacutelculo do retorno do investimento divide-se o valor investido pela

economia anual com a implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo e reaproveitamento da

aacutegua pluvialrdquo L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental p 16)

Portanto para 7 meses de chuva tem-se o seguinte

119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 =119881119886119897119900119903 119894119899119907119890119904119905119894119889119900

119864119888119900119899119900119898119894119886 (7119898119890119904119890119904)

119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 = 119877$ 1843924

119877$ 58254 + 119877$ 46606

119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 = 119877$ 1843924

119877$ 9446

119877119890119905119900119903119899119900

119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900= 1952 119886119899119900119904

38 ndash Caacutelculos de dimensionamento para um sistema com fluxo

Os caacutelculos apresentados no subitem anterior satildeo relativos a um sistema

o qual natildeo adota a possibilidade de fluxo dentro do reservatoacuterio Quando se

fala em fluxo temos que considerar que ao mesmo tempo em que o preacutedio

utiliza aacutegua do reservatoacuterio de aacutegua pluvial o mesmo vai enchendo com aacutegua

pluvial Portanto haacute um ciclo no qual o preacutedio demanda aacutegua do reservatoacuterio e

o mesmo vai enchendo conforme chove no local

Sabendo que a meacutedia mensal eacute de 1399msup3 eacute preciso multiplicar isso

por 12 para se obter o quanto choveu em 2014 Sendo assim

119879119900119905119886119897 119886119900 119886119899119900 = 1399119898119898 times 12 119898119890119904119890119904

119879119900119905119886119897 119886119900 119886119899119900 = 16788119898119898

Mas como foi visto o periacuteodo chuvoso eacute de 7 meses entatildeo temos

119875119903119890119888119894119901119894119905119886ccedilatilde119900 119901119886119903119886 7 119898119890119904119890119904 = 16788119898119898 divide 7 = 2398119898119898

Com isso eacute necessaacuterio realizar o caacutelculo da meacutedia de captaccedilatildeo de aacutegua

por mecircs para a aacuterea de 1069msup2

119872119890119889119894119886 119889119890 119862119886119901119905119886ccedilatilde119900 = 2398119898119898 times 1069119898sup2

119872eacute119889119894119886 119889119890 119862119886119901119905119886ccedilatilde119900 = 256346119871 119900119906 256346119898sup3

Ao considerar o valor obtido temos que realizar o quanto seria captado

diariamente

119872eacute119889119894119886 119889119894aacute119903119894119886 = 256346119898sup3 divide 30 119889119894119886119904 = 85119898sup3119889119894119886

A partir desses caacutelculos podemos realizar a seguinte comparaccedilatildeo O

preacutedio consome cerca de 78msup3 ao dia de aacutegua para descarga de vasos sanitaacuterios

enquanto a meacutedia diaacuteria de captaccedilatildeo eacute de 85msup3 por conseguinte temos um fluxo

positivo de aacutegua para o reservatoacuterio de 067msup3dia nos dias chuvosos

Se colocarmos um reservatoacuterio de 35msup3 sem nenhuma aacutegua

armazenada poderemos constatar que o reservatoacuterio iria encher por completo em

cerca de 53 dias conforme o caacutelculo a seguir

351198983 = 0671198983 times 119909 119889119894119886119904

119909 119889119894119886119904 = 35119898sup3 divide 067119898sup3 = 5223 119889119894119886119904

Analisando esses dados temos que a partir do 54ordm dia o reservatoacuterio

estaria completamente cheio e no restante dos 156 dias que teriacuteamos de chuva

esses 067msup3 seriam de certa forma desperdiccedilados uma vez que esse fluxo de

067msup3 ao final dos 7 meses gerariam cerca de 1407msup3 enquanto o reservatoacuterio tem

a capacidade de 35msup3 conforme o caacutelculo a seguir

119875119900119905119890119899119888119894119886119897 = 067119898sup3 times 156 119889119894119886119904 = 1045119898sup3

Se considerarmos esse fluxo positivo de 067msup3dia temos que ao final

dos 210 dias (7meses) seria possiacutevel armazenar 1407 msup3 de aacutegua Com um

reservatoacuterio de 35msup3 1057msup3 estariam sendo escoados para fora do reservatoacuterio

Portanto o ideal seria um reservatoacuterio que se aproxime de 1407msup3 para que ao

final dos 7 meses toda aacutegua possiacutevel fosse armazenada no entanto o reservatoacuterio

deveria ser de 145msup3

Devemos considerar ainda que ao final dos 7 meses o reservatoacuterio

estaria cheio no periacuteodo de seca conseguiria abastecer o preacutedio de acordo com a

demanda do preacutedio sendo assim

119880119905119894119897119894119911119886ccedilatilde119900 119899119886 119904119890119888119886 = 119879119900119905119886119897 119889119900 119903119890119904119890119903119907119886119905oacute119903119894119900 divide 119863119890119898119886119899119889119886 119889119894aacute119903119894119886

119880119905119894119897119894119911119886ccedilatilde119900 119899119886 119904119890119888119886 = 1451198983 divide 781198983119889119894119886

119880119905119894119897119894119911119886ccedilatilde119900 119899119886 119904119890119888119886 = 1858 119889119894119886119904

381 ndash Custo de implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo com fluxo em um

preacutedio

Na implantaccedilatildeo desse sistema os materiais utilizados teratildeo como base

as estimativas que foram apresentadas no subitem anterior e para aumentar a

eficiecircncia do sistema o volume de 1400007L seraacute arredondado para

145000L

Devido ao tamanho do reservatoacuterio eacute de se esperar que o reservatoacuterio

natildeo seja instalado em cima do preacutedio uma vez que a estrutura do preacutedio natildeo

conseguiria suportar o peso que o reservatoacuterio faria sobre o telhado

consequentemente o reservatoacuterio deveraacute ser instalado no jardim do preacutedio que

iraacute gerar um custo a mais por conta da escavaccedilatildeo

Os valores de alguns dos materiais apresentados a seguir seguem os

dos apresentados no trabalho de L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental

p 18) apenas o valor da caixa drsquoaacutegua de 10000L foi obtido atraveacutes de

pesquisas em lojas de construccedilatildeo e assim utilizando a de menor valor

conforme a tabela a seguir Segundo o Saneamento de Goiaacutes SA (SANEAGO)

o custo de escavaccedilatildeo eacute calculado a partir do total de msup3 aleacutem de 3m de

profundidade

Tabela 09 Preccedilo dos Produtos do Sistema de Captaccedilatildeo com Fluxo

Observaccedilatildeo Pelo fato desse estudo se tratar de um modelo de implantaccedilatildeo

o custo das tubulaccedilotildees vai variar de acordo com a demanda necessitada pelo

preacutedio portanto podendo variar de acordo com o projeto implantado Para este

estudo seraacute adotado o valor de R$ 7000

Observaccedilatildeo Pelo fato desse trabalho tratar-se de um modelo de

implantaccedilatildeo o custo da energia pode variar de acordo com a demanda necessitada

pelo preacutedio portanto podendo variar de acordo com o uso da bomba Para este

estudo seraacute adotado o valor de R$ 054 que eacute o valor do KwH cobrado pela CEB

Produto Quantidade Valor unitaacuterio (R$) Valor total (R$)

Cx Daacutegua 10000L 14 496090 6945260

Cx Daacutegua 5000L 1 108000 108000

Boacuteia Eleacutetrica 1 2750 2750

Boacuteia Comum 1 1220 1220

Registro de Gaveta

1 3490 3490

Bomba Anauger 1 23000 23000

Filtro 3P VF1 1 22000 22000

Tubulaccedilotildees 7000 7000

Disjuntor 1 1310 1310

Escavaccedilatildeo Msup3 3666 53157

Matildeo de Obra 1 58574 58574

Energia 054 054

Total 13 727154 7704228

382 ndash Caacutelculos de economia e retorno de investimento para um sistema

com fluxo

Partindo dos dados apresentados podemos calcular por apartamento quanto eacute

cobrado pela CAESB a partir dos dados apresentados no capiacutetulo 34

119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119886119901119886119903119905119886119898119890119899119905119900 = 33119901 times 66119871 ~ 217119871

119863119894119886

119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119886119901119886119903119905119886119898119890119899119905119900 119886119900 119898ecirc119904 = 217119871119889119894119886 times 30119863119894119886119904 = 6510119871 119900119906 65101198983

Em que ldquoVTrdquo corresponde ao volume total do preacutedio ldquoVFrdquo ao volume da faixa

que eacute estipulado pela CAESB e ldquoUCrsquosrdquo satildeo as unidades de consumo que eacute correlato

ao nuacutemero de apartamentos existente

Portanto o total a se pagar em um mecircs eacute calculado da seguinte forma

119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 119881119879 times 119879119886119903119894119891119886 119889119890 aacute119892119906119886 + 119879119886119903119894119891119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900

119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 360119898sup3 times 119877$ 265 + 119879119886119903119894119891119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900

119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 954 + 119877$ 954 = 119877$ 1908

Retomando o caacutelculo exposto por L Pereira (Viabilidade

EconocircmicoAmbiental p 15) no subitem anterior temos que o caacutelculo da CAESB

seria feito da seguinte maneira

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119881119886119897119900119903 119889119900 1198983 times 119881119900119897119906119898119890 119888119886119901119905119886119889119900

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 265 times 1451198983

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 38425

Esse caacutelculo eacute equivalente a um mecircs de captaccedilatildeo para os 7 meses

teremos o seguinte

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119890 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 38425 times 7 119898119890119904119890119904 = 119877$ 268975

Conforme foi visto para o caacutelculo da economia de esgoto eacute necessaacuterio

multiplicar o valor do msup3 pelo volume captado e por 08 uma vez que considera-se

20 de perda ou seja para cada 1 litro de aacutegua que chega na residecircncia eacute cobrado

08 litros para o tratamento do esgoto Portanto para um mecircs segue-se

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119881119886119897119900119903 119889119900 1198983 times 119881119900119897119906119898119890 119888119886119901119905119886119889119900 times 08

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900 = 119877$ 265 times 1451198983 times 08

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 3074

ldquoPara o caacutelculo do retorno do investimento divide-se o valor investido pela

economia anual com a implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo e reaproveitamento da

aacutegua pluvialrdquo L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental p 16)

Portanto para 7 meses de chuva tem-se o seguinte

119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 =119881119886119897119900119903 119894119899119907119890119904119905119894119889119900

119864119888119900119899119900119898119894119886 (7119898119890119904119890119904)

119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 = 119877$ 17704228

119877$ 268975 + 119877$ 21518

119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 = 119877$ 7704228

119877$ 484155

119877119890119905119900119903119899119900

119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900= 1591119886119899119900119904

4 ndash Conclusatildeo e Consideraccedilotildees Finais

De acordo com o que foi exposto temos que a implantaccedilatildeo do sistema de

captaccedilatildeo para o aproveitamento de aacuteguas pluviais eacute uma oacutetima alternativa para

substituiccedilatildeo da ldquoaacutegua cinzardquo possibilitando tambeacutem um destino mais correto do

ponto de vista ambiental para a aacutegua que se tornaria esgoto Como eacute de

conhecimento este tipo de meacutetodo eacute utilizado em diversas regiotildees natildeo somente

aquelas que sofrem com escassez de aacutegua

Mesmo sabendo que o Brasil possui um grande potencial hiacutedrico observamos

que uma parcela da populaccedilatildeo natildeo tem consciecircncia quanto ao gasto de aacutegua

gerando um grande desperdiacutecio de forma desnecessaacuteria Portanto partindo de um

pensamento racional um sistema de captaccedilatildeo seria viaacutevel para o aproveitamento da

aacutegua para fins de consumo domeacutestico mais precisamente ldquoaacutegua cinzardquo

Considerando os caacutelculos apresentados a partir da taxa de precipitaccedilatildeo meacutedia

em Brasiacutelia a criaccedilatildeo de um sistema de captaccedilatildeo pluvial predial traz benefiacutecios

econocircmicos e ambientais O projeto torna-se viaacutevel economicamente pois desde

que se faccedila a manutenccedilatildeo de forma adequada do sistema este teraacute uma vida uacutetil

longa e considerando que se obteacutem o retorno do investimento em aproximadamente

16 anos para um sistema com fluxo apoacutes este periacuteodo o sistema passa a ser

lucrativo para o preacutedio que implanta pois o custo eacute dividido no condomiacutenio dentre os

moradores do preacutedio

Analisando do ponto de vista ambiental o desenvolvimento urbano de Brasiacutelia

ocasionou em superfiacutecies impermeaacuteveis dificultando a absorccedilatildeo de aacuteguas pluviais

pelo solo e juntamente com o sistema de redes pluviais e o sistema de drenagem

ultrapassados os alagamentos e enchentes tecircm se tornado constante quando

ocorrem chuvas anormais Com as estimativas feitas neste trabalho eacute possiacutevel que

tais transtornos hiacutedricos urbanos possam ser amenizados a partir da implantaccedilatildeo do

sistema sem que afete o ciclo hidroloacutegico natural Logicamente essa natildeo eacute a

soluccedilatildeo uma vez que ela deve ser apenas um complemento agrave poliacuteticas publicas

poliacuteticas de incentivo entre outras medidas de cunho sustentaacutevel

Em vista disso a implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo e aproveitamento de

aacuteguas pluviais acarretaria em uma significativa melhora ambiental atraveacutes da

substituiccedilatildeo de uma parcela da aacutegua fornecida pela CAESB e possivelmente

mitigando os transtornos hiacutedricos urbanos se aplicado em larga escala

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sofre com questotildees ambientais muitas das vezes por falta de instruccedilatildeo da

populaccedilatildeo que natildeo tem conhecimento do quatildeo impactante pode ser sua accedilatildeo

Deste modo quando se trata de questotildees ambientais eacute necessaacuterio que se

tenha uma mudanccedila natildeo repentina e sim gradativa nos padrotildees de consumo

no estilo de vida e na educaccedilatildeo ambiental

Retomando os conceitos de DS e sustentabilidade temos uma definiccedilatildeo

de Clovis Cavalcanti em que sustentabilidade ldquosignifica a possibilidade de se

obterem continuamente condiccedilotildees iguais ou superiores de vida para um grupo

de pessoas e seus sucessores em dado ecossistemardquo (Cavalcanti 2003)

Analisando essa definiccedilatildeo proposta por Cavalcanti vemos que se assemelha

do que foi exposto por Gro Harlen Brundtland em seu relatoacuterio Como jaacute foi

mencionado para Sachs o ldquoTriple Bottom Linerdquo ndash Tripeacute da Sustentabilidade ndash

possui cinco vertentes da sustentabilidade que satildeo a ldquosustentabilidade

ecoloacutegica refere-se a fiacutesica do processo de crescimento e tem como objetivo a

manutenccedilatildeo de estoques dos recursos naturais incorporados as atividades

produtivas a sustentabilidade ambiental que refere-se agrave manutenccedilatildeo da

capacidade de sustentaccedilatildeo dos ecossistemas o que implica a capacidade de

absorccedilatildeo e recomposiccedilatildeo dos ecossistemas em face as agressotildees antroacutepicas

sustentabilidade social que refere-se ao desenvolvimento e tem por algum

objetivo a melhoria da qualidade da vida da populaccedilatildeo Para caso de paiacuteses

com problemas de desigualdade e de inclusatildeo social implica a adoccedilatildeo de

poliacuteticas distributivas e a universalizaccedilatildeo de atendimento a questotildees como

sauacutede educaccedilatildeo habilitaccedilatildeo e seguridade social sustentabilidade poliacutetica

refere-se ao processo de construccedilatildeo da cidadania para garantir a incorporaccedilatildeo

plena dos indiviacuteduos ao processo de desenvolvimento e a sustentabilidade

econocircmica que refere-se a uma gestatildeo eficiente dos recursos em geral e

caracteriza-se pela regularidade de fluxos do investimento puacuteblico e privado

Implica a avaliaccedilatildeo da eficiecircncia por processos macro sociaisrdquo (Sachs 1993

Agenda 21 brasileira)

Barbosa (2008 p 4) faz uma citaccedilatildeo em seu trabalho sobre o livro de

Leila Ferreira ndash ldquoA questatildeo ambiental sustentabilidade e poliacuteticas puacuteblicas no

Brasilrdquo ndash referente ao padratildeo de vida da sociedade em que

ldquoO padratildeo de produccedilatildeo e consumo que

caracteriza o atual estilo de

desenvolvimento tende a consolidar-se

no espaccedilo das cidades e estas se

tornam cada vez mais o foco principal

na definiccedilatildeo de estrateacutegias e poliacuteticas

de desenvolvimentordquo

Sendo assim eacute de fundamental importacircncia que formas alternativas

sustentaacuteveis sejam alcanccediladas para que possam influenciar de forma positiva

na qualidade de vida das cidades e no processo de planejamento urbano Para

Acselrad (1999 p 85) a sustentabilidade urbana eacute definida como ldquoa

capacidade das poliacuteticas urbanas se adaptarem agrave oferta de serviccedilos agrave

qualidade e agrave quantidade das demandas sociais buscando o equiliacutebrio entre as

demandas de serviccedilos urbanos e investimentos em estruturardquo Como o

desenvolvimento sustentaacutevel possui muitos conceitos e definiccedilotildees haacute uma em

especial que se destaca pelo fato de estar relacionada agraves cidades juntamente

com o termo ldquosustentabilidaderdquo exposta por Barbosa (2008 p 4 apud

Satterthwaite 2004) em que

ldquoa resposta agraves necessidades humanas

nas cidades como o miacutenimo ou

nenhuma transferecircncia dos custos da

produccedilatildeo consumo ou lixo para outras

pessoas ou ecossistemas hoje e no

futurordquo

Assim a participaccedilatildeo da sociedade e a diversidade dos interesses que

a mesma possui gera um conflito entre as poliacuteticas puacuteblicas e o

desenvolvimento sustentaacutevel mas nada que natildeo possa ser contornado a partir

da conscientizaccedilatildeo individual dos cidadatildeos Como eacute exposto por Barbosa ldquoeacute

imprescindiacutevel para a sustentabilidade urbana o uso racional dos recursos

naturais a boa forma do ambiente urbano baseado na interaccedilatildeo clima e os

recursos naturais aleacutem das respostas agraves necessidades urbanas com o miacutenimo

de transferecircncia de dejetos e rejeitos para outros ecossistemas atuais e

futurosrdquo (Barbosa 2008 p 9) Em detrimento disso ldquoo desenvolvimento

sustentaacutevel natildeo deve ser apresentado como um slogan poliacuteticordquo (Barbosa

2008 p 10) deve ser apresentado como uma possiacutevel soluccedilatildeo para a

mitigaccedilatildeo dos problemas ambientais encontrados atualmente na sociedade

Portanto a sustentabilidade visa emoldurar novos meios alternativos de

produccedilatildeo distribuiccedilatildeo e consumo dos recursos naturais existentes de forma

mais racional ecologicamente viaacutevel e economicamente eficaz

Ao retratar esses problemas de padrotildees vividos pela sociedade

relacionados ao meio ambiente mais especificamente a utilizaccedilatildeo de recursos

naturais Nascimento (2012 p 58) aponta que ldquohaacute uma quase unanimidade

hoje entre os cientistas de que os recursos naturais natildeo seratildeo suficientes para

fornecer um modo de vida similar ao da classe meacutedia mundial a todos os novos

ingressantes no mercado No entanto eles tecircm tanto direito quanto os que jaacute

participam do mercado consumidorrdquo Mas como podemos contornar tais

problemas e a crise ambiental Atraveacutes da criatividade humana muitas formas

alternativas foram criadas e podem ser inventadas quando se tratam dos

recursos finitos utilizados pelo homem Temos como exemplo a aacutegua sobre a

qual poucos satildeo os estudos apresentados relacionando o aproveitamento de

aacuteguas pluviais e cidades sustentaacuteveis Na maioria das vezes os estudos satildeo

feitos com base em outras necessidades como a dessalinizaccedilatildeo das aacuteguas do

mar para consumo humano Natildeo podemos esquecer que atualmente existem

diversos sistemas de captaccedilatildeo de aacuteguas pluviais para diferentes finalidades

sejam elas para aproveitamento de consumo humano ou natildeo

3 ndash A viabilidade de implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo

pluvial em Brasiacutelia ndash DF

31 ndash Apresentaccedilatildeo de dados

Primeiramente seratildeo apresentados dados sobre a populaccedilatildeo e o

consumo de aacutegua presente nas residecircncias de Brasiacutelia e que seratildeo utilizados

como base para a implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo na Asa Norte

Segundo Ferreira C diretor Superintendente de Atendimento Comercial

(CAC) da Companhia de Saneamento Ambiental do Distrito Federal (CAESB)

ldquoEm Brasiacutelia o consumo meacutedio por habitante eacute de 190 litros de aacutegua por dia o

que resulta em um consumo mensal de 6msup3 por habitanterdquo De acordo com a

ONU cada pessoa necessita de 110 litros por dia para atender as

necessidades de consumo e higiene A Companhia de Saneamento Baacutesico do

Estado de Satildeo Paulo (SABESP 2010) afirma que ldquono Brasil o consumo por

pessoa pode chegar a mais de 200 litrosdiardquo A estimativa da SABESP (2010)

eacute de que 54 litros (27) vatildeo para cozinhar e beber 50 litros (25) para tomar

banho e escovar os dentes 66 litros (33) para descarga de banheiro 24 litros

(12) para lavagem de roupa e 6 litros (3) para outras tarefas como lavagem

de carro por exemplo Segundo dados da CAESB Brasiacutelia (Plano Piloto)

consome cerca de 2757890msup3 por mecircs e que o consumo por habitante eacute de

1381msup3mecircs

Devido ao alto consumo de aacutegua em Brasiacutelia os recorrentes transtornos

hiacutedricos urbanos e a ausecircncia de sistemas captaccedilatildeo pluvial este capiacutetulo traz

um estudo da viabilidade teacutecnica e econocircmica da implantaccedilatildeo de um sistema

em um preacutedio residencial do bairro Asa Norte mais especificamente na

Superquadra 111 Norte Natildeo haacute nenhum estudo realizado que comprove a

frequecircncia dos alagamentos nessa regiatildeo portanto tal quadra foi selecionada

em decorrecircncia de mateacuterias e reportagens que mostram a dificuldade que a

populaccedilatildeo sofre quando haacute uma chuva anormal

Primeiramente eacute necessaacuterio que se tenha uma noccedilatildeo do periacuteodo

chuvoso em Brasiacutelia Segundo o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais

(INPE) Brasiacutelia apresenta um regime de precipitaccedilatildeo bem definido sendo que

a estaccedilatildeo chuvosa tem iniacutecio em Outubro e estende-se ateacute Marccedilo e a estaccedilatildeo

seca ocorre no restante do ano (Abril a Setembro) Ainda segundo o INPE ldquoa

estaccedilatildeo chuvosa eacute causada pelo forte aquecimento da atmosfera na Amazocircnia

que favorece o desenvolvimento de um sistema quase estacionaacuterio em altos

niacuteveis a Alta Boliacutevia Como resultado dessa circulaccedilatildeo observa-se nos baixos

niacuteveis uma regiatildeo de baixa pressatildeo e a convergecircncia de ar satildeo os principais

fatores que provocam a precipitaccedilatildeo neste periacuteodo responsaacutevel por 70 do

total meacutedio anualrdquo A partir desses elementos apresentados pelo INPE e com

base nos dados os quais foram obtidos da estaccedilatildeo meteoroloacutegica de Brasiacutelia

localizada na Latitude (ordm) -158 Longitude (ordm)-479 temos a precipitaccedilatildeo de

Brasiacutelia dada mecircs a mecircs Os dados partem de Janeiro de 2006 e vatildeo ateacute

Outubro de 2015 Eacute importante frisar que os dados foram formulados a partir

da precipitaccedilatildeo acumulada para tornar mais faacutecil de calcular a meacutedia

Tabela 01 Dados de Precipitaccedilatildeo

AnoMecircs JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ Meacutedia Mensal

2006 1232 1914 258 1417 351 09 01 528 403 5264 1956 1821 14563

2007 2609 2659 357 501 75 0 0 0 0 535 2249 275 9779

2008 201 2425 2346 2109 0 0 0 27 80 387 271 3226 1337

2009 2028 1347 81 3759 612 93 0 725 505 2958 1991 3078 1492

2010 1211 368 2494 2388 275 0 0 0 0 349 2547 318 1068

2011 1268 1724 2433 696 139 38 0 0 7 2639 3338 4704 1421

2012 2699 1149 1982 1213 444 24 02 0 333 1098 4446 1428 1235

2013 4918 1893 1903 954 222 62 03 0 659 1069 2711 3525 1493

2014 1531 1392 3402 2493 28 10 79 0 162 2014 192 3667 1399

2015 939 1297 3456 2076 499 0 08 0 218 694 SD SD 9187

Meacutedia para cada mecircs

20445 16168 21763 17606 2645 326 093 128 315 17007 2652 30421 12797

Tabela contendo os dados de chuva acumulada mecircs a mecircs em miliacutemetros (mm)

Fonte INPE 2015

Obs 1- SD - satildeo dados que natildeo foram coletados devido pois o trabalho foi realizado antes desses meses

Obs2- Meacutedia calculada com os dados obtidos no caso os meses de novembro e dezembro de 2015 natildeo entram no

caacutelculo pois ainda natildeo existiam os dados

Temos tambeacutem a partir do estudo realizado por Brino (Brasiacutelia

Superquadras Residenciais) os dimensionamentos dos preacutedios e a quantidade

de apartamentos por pavimentos conforme as tabelas a seguir

Tabela 02 Dimensionamento dos Blocos

A SUPERQUADRA AE AT

Aacuterea de Projeccedilatildeo por Bloco

Aacuterea Total = 11760msup2 Nuacutemero total de Blocos = 11

1069msup2 185 136

Aacuterea Construiacuteda por bloco (sem pilotis e

subsolo)

Pavimentos = 6 Aacuterea do Pavimento = 1069msup2

6414msup2 1113 818

Aacuterea Construiacuteda por superquadras (sem pilotis e subsolo)

Preacutedio = 11 Aacuterea por Preacutedio = 64141msup2

70554msup2 8999 1225

AE - Aacuterea Aedificandi e AT - Aacuterea Total

Tabela 03 Dimensionamento da Populaccedilatildeo

A POPULACcedilAtildeO (5 Pessoas

apart)

6 apartamentos por pavimento

36 apartamentos por bloco

396 apartamentos

por superquadra

1980 pessoas por

superquadra

8 apartamentos por pavimento

48 apartamentos por bloco

528 apartamentos

por superquadra

2640 pessoas por

superquadra

10 apartamentos por pavimento

60 apartamentos por bloco

660 apartamentos

por superquadra

3300 pessoas por

superquadra

12 apartamentos por pavimento

72 apartamentos por bloco

792 apartamentos

por superquadra

3960 pessoas por

superquadra

Caacutelculo para as faixas 100 200 e 300 (seis pavimentos) Fonte SUDUR

O estudo apresentado por Brino (Brasiacutelia Superquadras Residenciais)

considera uma famiacutelia composta por cinco pessoas para cada apartamento

nesse caso iremos desconsiderar essa informaccedilatildeo e basearmos nos dados

apresentados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica (IBGE) Nos

dados do IBGE (Censo Demograacutefico 2010) constam que a meacutedia de

moradores em domiciacutelios particulares ocupados eacute de 33 moradores

Partindo dos elementos de precipitaccedilatildeo aacuterea de projeccedilatildeo por bloco

meacutedia de moradores por apartamento total de apartamentos de um preacutedio e

consumo meacutedio de aacuteguadia por habitante podemos dar inicio as formas de

captaccedilatildeo e armazenamento de aacuteguas pluviais

32 ndash Aacuteguas pluviais e aacuteguas cinzas

Mas porque focar em aproveitamento de aacuteguas pluviais Segundo

Rapoport (2004 p 1) ldquoo aumento populacional acompanhado pelas mudanccedilas

climaacuteticas globais vem contribuindo para o aumento na demanda por recursos

hiacutedricosrdquo Ainda expotildee que ldquoembora a aacutegua seja um recurso renovaacutevel ela

tende a se deteriorar em funccedilatildeo do seu uso indiscriminado o que compromete

consequentemente a quantidade de aacutegua com qualidade disponiacutevel para o

consumo nas diversas localidadesrdquo (Rapoport 2004 p 1)

Um fato importante abordado por Rapoport (2004 p1) eacute que ldquoa

quantidade de aacutegua disponiacutevel eacute sempre a mesma jaacute que estaacute sempre sendo

renovada atraveacutes do ciclo hidroloacutegico Entretanto a aacutegua de qualidade para

consumo estaacute se tornando rarardquo A tiacutetulo de esclarecimento ldquosabe-se que o

ciclo hidroloacutegico se constitui basicamente do transporte de massas drsquoaacutegua do

oceano para atmosfera por evaporaccedilatildeo e da atmosfera atraveacutes de

precipitaccedilotildees escoamentos superficiais e subterracircneos para os oceanos

influenciando diretamente a distribuiccedilatildeo e extensatildeo dos corpos drsquoaacutegua

continentaisrdquo (Rapoport 2004 p 1) Sendo assim a interferecircncia humana tem

causado alteraccedilotildees no ciclo hidroloacutegico em diversas regiotildees Esse assunto

seraacute melhor abordado mais adiante pois o uso do sistema de captaccedilatildeo pode

influenciar no ciclo hidroloacutegico negativamente mas utilizado da forma

adequada pode continuar mantendo o ciclo equilibrado

Aleacutem do uso indevido da aacutegua e de sua escassez Lima e Machado

(2008 p 13) apontam que ldquooutro fator importante eacute o aumento de inundaccedilotildees e

enchentes devido ao escoamento superficial da aacutegua de chuva e da

impermeabilizaccedilatildeo do solordquo Portanto a captaccedilatildeo de aacuteguas pluviais pode

contribuir para a reduccedilatildeo dos transtornos hiacutedricos urbanos e ao mesmo tempo

reduzir a demanda por aacutegua potaacutevel da companhia de distribuiccedilatildeo local

Segundo Amorim e Pereira (2008 p 54) ldquouma das soluccedilotildees em estudo

para aumentar a oferta de aacutegua para as edificaccedilotildees eacute o aproveitamento da

aacutegua pluvial Esta apresenta uma boa alternativa visto que aleacutem de reduzir o

consumo de aacutegua potaacutevel ainda surge como uma accedilatildeo no combate agraves

enchentes funcionando como uma medida natildeo-estrutural do sistema de

drenagem urbanardquo Mas o que eacute necessaacuterio para formar um sistema de

captaccedilatildeo adequado e funcional Amorim e Pereira (2008 p 54) apresentam

que ldquoos sistemas de aproveitamento de aacutegua pluvial satildeo formados basicamente

pela aacuterea de captaccedilatildeo (geralmente coberturas) os componentes de transporte

(calhas e condutores verticais) e o reservatoacuteriordquo Cabe ressaltar que para esse

estudo a captaccedilatildeo das aacuteguas pluviais seraacute destinada apenas para a utilizaccedilatildeo

em ldquoaacuteguas cinzasrdquo Neste sentido o reuso das aacuteguas cinzas que satildeo as aacuteguas

provenientes de todas as atividades domeacutesticas com exceccedilatildeo de fontes de

aacuteguas negras tais como sanitaacuterios bidecircs e urinol vem sendo estudadas com

vista ao reuso tanto em irrigaccedilatildeo como em sanitaacuterios (Rapoport 2004 p 8)

Retomando os dados apresentados pela SABESP (2010) temos a

tabela 04 a qual apresenta os dados de consumo domeacutestico e em sequecircncia o

graacutefico 01 que demonstram que se analisarmos as quantidades de aacutegua

utilizada no consumo domeacutestico teremos uma base para o tamanho do

reservatoacuterio E posteriormente a tabela 05 mostra em que situaccedilotildees se podem

reutilizar as aacuteguas pluviais

Tabela 04 Consumo domeacutestico de aacutegua

Litros

Cozinhar e Beber 54

Tomar Banho e Escovar os Dentes 50

Descarga de Banheiro 66

Lavagem de Roupa 24

Outras Tarefas 6

Total = 200

Fonte SABESP (2010)

27

25

33

12

3

Cozinhar e Beber

Tomar Banho e Escovar osDentes

Descarga de Banheiro

Lavagem de Roupa

Outras Tarefas

Descarga de Banheiro

6875

Lavagem de Roupa

25

Outras Tarefas 625

Graacutefico 01 Consumo Domeacutestico de Aacutegua

Tabela 05 Percentual para reutilizaccedilatildeo de aacuteguas pluviais

Graacutefico 02 Percentual para Reutilizaccedilatildeo de Aacuteguas Pluviais

Porcentagem ()

Descarga de Banheiro 66 6875

Lavagem de Roupa 24 25

Outras Tarefas 6 625

Total = 96 100

Fonte SABESP(2010)

33 ndash Meacutetodos de Dimensionamento do Reservatoacuterio

Amorim e Pereira (2008 p 54 Soares et al 2000 apud May 2004)

apresentam que existem quatro grupos principais para o dimensionamento do

reservatoacuterio

(a) Meacutetodos determiniacutesticos os dados referentes agrave precipitaccedilatildeo

pluviomeacutetrica e agrave demanda satildeo analisados pela curva de massa

(b) Meacutetodos aproximados baseados em relaccedilotildees empiacutericas

conhecidas

(c) Meacutetodos de modelaccedilatildeo satildeo tambeacutem conhecidos como meacutetodos

de transiccedilatildeo probabiliacutestica da matriz e

(d) Meacutetodos de anaacutelise de sistemas sendo linear natildeo linear ou

programaccedilatildeo dinacircmica

Dentro desses grupos de dimensionamento temos os diversos meacutetodos

meacutetodo de Rippl que consiste na determinaccedilatildeo do volume com base na aacuterea

de captaccedilatildeo que eacute subdivido em meacutetodo analiacutetico e meacutetodo graacutefico meacutetodo de

consideraccedilatildeo dos periacuteodos de dias consecutivos sem chuva que necessita da

observaccedilatildeo dos registros pluviomeacutetricos para identificar os maiores periacuteodos de

dias consecutivos sem chuvas e sua taxa de repeticcedilatildeo meacutetodo de anaacutelise de

simulaccedilatildeo de um reservatoacuterio com capacidade suposta que consiste

basicamente na fixaccedilatildeo de um volume para o reservatoacuterio e na verificaccedilatildeo do

percentual de consumo que seraacute atendido meacutetodo praacutetico brasileiro meacutetodo

praacutetico alematildeo meacutetodo praacutetico inglecircs e o meacutetodo praacutetico australiano (Amorim

e Pereira 2008 p 55-58)

34 ndash Anaacutelise de caso para um preacutedio da Superquadra 111 Norte

A partir dos dados jaacute apresentados temos que o objeto de estudo eacute um

preacutedio residencial localizado na Superquadra 111 Norte que possui uma aacuterea

de projeccedilatildeo de 1069msup2 com seis (6) pavimentos constituindo uma aacuterea

construiacuteda de 6414msup2 apresentando seis (6) apartamentos por pavimento e

consequentemente trinta e seis (36) apartamentos no total (Brino Brasiacutelia

Superquadras Residenciais) O preacutedio conteacutem 33 habitantes por apartamento

(IBGE 2010) que consomem em meacutedia cerca de 190 litros de aacuteguadia

resultando em um consumo mensal de aproximadamente 6msup3 por pessoa

(CAESB) mas como a aacutegua captada da chuva seraacute utilizada apenas para

suprir a demanda de aacutegua cinza temos 66 litros para descarga de vasos

sanitaacuterios

Temos entatildeo que a demanda por aacutegua por habitante nesse edifiacutecio eacute

dada por

119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119898119900119903119886119889119900119903 = 66119871 = 66119871119863119894119886

119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119886119901119886119903119905119886119898119890119899119905119900 = 33119901 times 66119871 ~ 217 119871119863119894119886

119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119901119903eacute119889119894119900 = (33119901 times 66119871) times 36 ~ 7840119871119863119894119886

119863119890119898119886119899119889119886 119898119890119899119904119886119897 119901119900119903 119901119903eacute119889119894119900 =7840119871

119889119894119886times 30119863119894119886119904 = 235224119871

Legenda L = Litros p = Pessoas

Para facilitar nos caacutelculos ao aplica-los para o reservatoacuterio e para o

sistema de captaccedilatildeo eacute necessaacuterio realizar a conversatildeo de litros para msup3

(metros cuacutebicos) Sendo assim 66L = 0066msup3 217L = 0217msup3 7840L =

7840msup3 e 235224L = 235224msup3

Seraacute utilizado o ano de 2014 para os dados de precipitaccedilatildeo da estaccedilatildeo

meteoroloacutegica de Brasiacutelia localizada na Latitude (ordm) -158 Longitude (ordm)-479

fornecidos pela professora Rafaela Lisboa durante o periacuteodo chuvoso O ano

de 2014 apresenta registros jornaliacutesticos de alagamento nos meses de

Fevereiro com precipitaccedilatildeo de 1392 msup3 Marccedilo com precipitaccedilatildeo de 3402msup3

e Dezembro com precipitaccedilatildeo de 3667msup3 Importante ressaltar que o setor

Noroeste de Brasiacutelia foi construiacutedo em 2011 (site G1) o que aumentou a aacuterea

de solo impermeabilizado e a reduccedilatildeo no escoamento superficial da aacutegua

ocasionando em um aumento nas enchentes e alagamentos na Asa Norte

Segundo Amorim e Pereira (2008 p57) um dos meacutetodos a ser utilizado

para poder saber o volume de aacutegua aproveitaacutevel e consequentemente o

volume de aacutegua do reservatoacuterio Trata-se de um meacutetodo empiacuterico apresentado

na NBR 155272007 O volume de aacutegua do reservatoacuterio V expresso em L eacute

exposto a seguir

119872eacute119905119900119889119900 119875119903aacute119905119894119888119900 119861119903119886119904119894119897119890119894119903119900

119881 = 0042 times 119875 times 119860 times 119879

Em que ldquoVrdquo representa o volume de aacutegua aproveitaacutevel e o volume de

aacutegua do reservatoacuterio (L) ldquoPrdquo a precipitaccedilatildeo meacutedia mensal (mm) ldquoArdquo a aacuterea de

coleta em projeccedilatildeo ldquoTrdquo nuacutemero de meses de pouca chuva ou seca e ldquo0042rdquo eacute

um coeficiente estipulado

Portanto segundo Fontanela (2010 p 25) para estipular o volume do

reservatoacuterio temos que calcular 42 do produto entre o volume de chuva

coletada pelo telhado e o nuacutemero de meses com pouca chuva ou seca

Atribuindo valores do ano de 2014 temos que

119881 = 0042 times 1399119898119898 times 1069 times 5

119881~ 31406119871 119900119906 31406119898sup3

Ressaltando que esse valor obtido eacute uma estimativa do tamanho do

reservatoacuterio e que pode haver um reservatoacuterio de maior capacidade

De forma comparativa eacute de bom senso que se faccedila outro caacutelculo com um

meacutetodo alternativo

Amorim e Pereira (2008 p56) expotildeem que existe um meacutetodo de anaacutelise

de simulaccedilatildeo do reservatoacuterio com capacidade suposta o qual consiste

basicamente na fixaccedilatildeo de um volume para o reservatoacuterio e na verificaccedilatildeo de

consumo que seraacute atendido Sendo assim ldquoo primeiro passo para a aplicaccedilatildeo

desse meacutetodo eacute adotar alguns valores possiacuteveis para o volume com base na

estimativa do consumo mensal de aacutegua natildeo potaacutevelrdquo (Amorim e Pereira 2008

p57) Portanto partindo do ponto que o preacutedio consome cerca de 235000L

devemos calcular uma base que possa ser favoraacutevel economicamente

119872eacute119905119900119889119900 119889119890 119878119894119898119906119897119886ccedilatilde119900 119889119900 119877119890119904119890119903119907119886119905oacute119903119894119900

235224119871 rarr 100

119881 rarr 30

119881 ~ 70000119871 119900119906 70119898sup3

Tambeacutem haacute outra alternativa apresentada por L Pereira (Viabilidade

EconocircmicoAmbiental p 18)

119881119886119888 = 119860119879 times 119875119875119872119860 lowast

119881119886119888 = 1069119898sup2 times 1399119898sup3 = 1495531119898sup3119886119899119900

Equaccedilatildeo a qual ldquoVacrdquo corresponde ao volume de aacutegua captado ldquoATrdquo

aacuterea do telhado e ldquoPPMArdquo eacute a precipitaccedilatildeo pluviomeacutetrica meacutedia mensal

Poreacutem o resultado obtido eacute para os 12 meses do ano e como foi visto no

ano de 2014 temos 7 meses com chuva portanto

119881119886119888 =119879119900119905119886119897

1198983

1198861198991199007 119898119890119904119890119904

lowast

119881119886119888 =1495531119898sup3119886119899119900

7= 21364119898sup3 119900119906 213640119871

dados somente seriam vaacutelidos se a precipitaccedilatildeo fosse uniforme durante os 7 meses de chuva

341 ndash Anaacutelise de caso para a Superquadra 111 Norte

Retomando a tabela 02 temos que a quadra apresenta 11 preacutedios

aproximadamente que variam o nuacutemero de apartamentos por pavimentos e

consequentemente o nuacutemero de moradores mas os edifiacutecios continuam tendo

uma aacuterea de 1069msup2 gerando um uma aacuterea total de 70554msup2 mas teremos

como base os caacutelculos feitos para o preacutedio selecionado no item 34

Realizando um caacutelculo baacutesico tem-se como estimativa de

armazenamento para esta quadra o seguinte

119872eacute119905119900119889119900 119875119903aacute119905119894119888119900 119861119903119886119904119894119897119890119894119903119900

119881~ 31406119871 119900119906 314061198983

11 119875119903eacute119889119894119900119904 times 31406119871 = 345466119871 119900119906 345466119898sup3

119872eacute119905119900119889119900 119889119890 119878119894119898119906119897119886ccedilatilde119900 119889119900 119877119890119904119890119903119907119886119905oacute119903119894119900

119881 ~ 70000119871 119900119906 701198983

11 119875119903eacute119889119894119900119904 times 70000119871 = 770000

119881119900119897119906119898119890 119889119890 aacute119892119906119886 119888119886119901119905119886119889119900 lowast

119881119886119888 = 213641198983119900119906 213640119871

11 119875119903eacute119889119894119900119904 times 213640119871 = 2350040119871 119900119906 235004119898sup3

dados somente seriam vaacutelidos se a precipitaccedilatildeo fosse uniforme durante os 7 meses de chuva

119863119890119898119886119899119889119886 119905119900119905119886119897 119889119886 119902119906119886119889119903119886 119888119900119898 119889119890119904119888119886119903119892119886 119889119890 119887119886119899ℎ119890119894119903119900

11 119875119903eacute119889119894119900119904 times 235224119871 = 2587464119871 119900119906 2587464119898sup3

Segundo Brino (Brasiacutelia Superquadras Residenciais) temos que as

dimensotildees maacuteximas de uma superquadra satildeo de 280x280m resultando numa

aacuterea de 78400msup2 que eacute denominado de Aacuterea Total (AT) A partir disso foi

definido que deveria existir uma faixa externa de 20m denominada de non

aedificandi que foi destinada ao plantio de uma ldquomassa vegetalrdquo de grande

porte e no interior da quadra encontra-se a aacuterea aedificandi a qual possui

240x240m e uma aacuterea de 57600msup2 Realizando uma subtraccedilatildeo da Aacuterea total

pela Aacuterea aedificandi obtecircm-se que a aacuterea non aedificandi eacute de 20800msup2 que

corresponde a 265 da aacuterea total

Com base nessas informaccedilotildees eacute necessaacuterio atentar-se ao detalhe de

que uma parte da precipitaccedilatildeo cai no solo e outra parte nos telhados dos

preacutedios Sendo assim parte da chuva pode ser aproveitada pelo sistema de

captaccedilatildeo enquanto outra parte chega ao solo sem uma interferecircncia direta no

ciclo hidroloacutegico

35 ndash Funcionamento do sistema de captaccedilatildeo

Eacute importante frisar que o sistema de aproveitamento de aacuteguas pluviais eacute

regido pela norma NBR 15527 (Associaccedilatildeo Brasileira de Normas Teacutecnicas

2007) norma a qual faz algumas consideraccedilotildees importantes para implantaccedilatildeo

e correto funcionamento do sistema de captaccedilatildeo Alguns destes satildeo

435 ndash O volume dos reservatoacuterios deve ser dimensionado com

base em criteacuterios teacutecnicos econocircmicos e ambientais levando em

conta as boas praacuteticas da engenharia podendo a criteacuterio do

projetista ser utilizados os meacutetodos contidos no Anexo A ou

outro desde que devidamente justificado

Item 436 ndash Os reservatoacuterios devem ser limpos e desinfetados

com soluccedilatildeo de hipoclorito de soacutedio no miacutenimo uma vez por ano

de acordo com agrave ABNT NBR 5626

Item 442 ndash As tubulaccedilotildees e demais componentes devem ser

claramente diferenciados das tubulaccedilotildees de aacutegua potaacutevel

Item 443 ndash O sistema de distribuiccedilatildeo de chuva deve ser

independente do sistema de aacutegua potaacutevel natildeo permitindo a

conexatildeo cruzada de acordo com agrave ABNT NBR 5626

Item 444 ndash Os pontos de consumo como por exemplo uma

torneira de jardim devem ser de uso restrito e identificados com

placa de advertecircncia com a seguinte inscriccedilatildeo ldquoaacutegua natildeo potaacutevelrdquo

e identificaccedilatildeo graacutefica

Item 445 ndash Os reservatoacuterios de aacutegua de distribuiccedilatildeo de aacutegua

potaacutevel e de aacutegua da chuva devem ser separados

Item 461 ndash Quando necessaacuterio o bombeamento este deve

atender agrave ABNT NBR 12214

Deve-se realizar manutenccedilatildeo em todo o sistema de

aproveitamento de aacutegua de chuva

Para maiores esclarecimentos ldquoo funcionamento de um sistema de

coleta e aproveitamento de aacutegua pluvial consiste de maneira geral na captaccedilatildeo

da aacutegua da chuva que cai sobre os telhados ou lajes da edificaccedilatildeo A aacutegua eacute

conduzida ateacute o local de armazenamento atraveacutes de calhas condutores

horizontais e verticais passando por equipamentos de filtragem e descarte de

impurezas Apoacutes passar pelo filtro a aacutegua eacute armazenada geralmente em

reservatoacuterio enterrado (cisterna) e bombeada a um segundo reservatoacuterio

(elevado) do qual as tubulaccedilotildees especiacuteficas de aacutegua pluvial iratildeo distribuiacute-la

para o consumo natildeo potaacutevelrdquo (Carvalho 2010 p 27 e 28) Conforme ilustra a

imagem a seguir

Figura 02 Funcionamento de um Sistema de Captaccedilatildeo

Fonte Adatildeo D Padini (2013)

De forma mais simplificada podemos ver a representaccedilatildeo no fluxograma

a seguir

Figura 03 Fluxograma do Sistema de Captaccedilatildeo

Fonte Leandro Roncato Pereira

351 ndash Dificuldades para implantaccedilatildeo do sistema

Tal sistema apresenta como dificuldade o local onde seriam instaladas

as cisternas uma vez que geraria um peso sobre o telhado Dessa forma o

sistema seria instalado no jardim cobrando um custo adicional

352 ndash Custo de implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo fechado em um

preacutedio

Na implantaccedilatildeo desse sistema os materiais utilizados teratildeo como base o

meacutetodo praacutetico brasileiro e para aumentar a eficiecircncia do sistema o volume de

31406L seraacute arredondado para 35000L

Os valores de alguns dos materiais apresentados a seguir seguem os

dos apresentados no trabalho de L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental

p 18) apenas o valor da caixa drsquoaacutegua de 10000L foi obtido atraveacutes de

pesquisas em lojas de construccedilatildeo e assim utilizando a de menor valor

Tambeacutem devemos considerar que a bomba consome energia ao bombear aacutegua

para o preacutedio (CEB) portanto os valores seguem conforme a tabela a seguir

Tabela 06 Preccedilo dos Produtos do Sistema de Captaccedilatildeo sem Fluxo

Produto Quantidade Valor unitaacuterio (R$) Valor total (R$)

Cx Daacutegua 10000L 3 496090 1488270

Cx Daacutegua 5000L 1 108000 108000

Boacuteia Eleacutetrica 1 2750 2750

Boacuteia Comum 1 1220 1220

Registro de Gaveta

1 3490 3490

Bomba Anauger 1 23000 23000

Filtro 3P VF1 1 22000 22000

Tubulaccedilotildees 7000 7000

Disjuntor 1 1310 1310

Escavaccedilatildeo Msup3 3666 128310

Matildeo de Obra 1 58574 58574

Energia 054 054

Total 13 727154 1843978

Observaccedilatildeo Pelo fato desse estudo se tratar de um modelo de implantaccedilatildeo

o custo das tubulaccedilotildees vai variar de acordo com a demanda necessitada pelo

preacutedio portanto podendo variar de acordo com o projeto implantado Para este

estudo seraacute adotado o valor de R$ 7000

Observaccedilatildeo Pelo fato desse trabalho tratar-se de um modelo de

implantaccedilatildeo o custo da energia pode variar de acordo com a demanda necessitada

pelo preacutedio portanto podendo variar de acordo com o uso da bomba Para este

estudo seraacute adotado o valor de R$ 054 que eacute o valor do KwH cobrado pela CEB

Segundo Saravy (2010 p 46) haacute tambeacutem um custo para manutenccedilatildeo do

sistema conforme a tabela a seguir

Tabela 07 Preccedilo de Manutenccedilatildeo do Sistema de Captaccedilatildeo

Com esses dados podemos ver o valor total final a ser pago pelo

sistema de captaccedilatildeo que eacute de R$ 1889978

36 ndash Taxas e valores cobrados para utilizaccedilatildeo de aacutegua

Segundo a Companhia de Saneamento Ambiental do Distrito Federal (CAESB)

quando vaacuterias residecircncias satildeo atendidas por uma uacutenica ligaccedilatildeo de aacutegua eacute aplicado o

conceito de consumo ldquoPara exemplificar podemos citar um preacutedio residencial onde

cada apartamento corresponde a uma unidade de consumordquo (CAESB) Contudo o

caacutelculo de gastos seraacute realizado primeiro em um apartamento e posteriormente

multiplicado pelo total de apartamentos do preacutedio uma vez que os preacutedios

residecircncias da Asa Norte pagam a conta de aacutegua atraveacutes do condomiacutenio O preacutedio

Componente Frequecircncia da Manutenccedilatildeo

Custo da Manutenccedilatildeo

Calhas e Condutores

Semestral R$ 13000

Reservatoacuterio Limpeza e

Desinfecccedilatildeo Anual

R$ 20000

desse estudo apresenta um hidrocircmetro que mede o consumo de aacutegua para o todo o

preacutedio

Eacute de suma importacircncia destacar tambeacutem que haacute uma taxa de esgoto que eacute

cobrada pela CAESB consequentemente ldquoo valor da tarifa de esgotos corresponde

a 100 do valor da tarifa de aacutegua exceto quando se tratar de coleta do tipo

condominial que equivale a 60 do valor da tarifa de aacuteguardquo (CAESB)

Deste modo a CAESB utiliza tarifas para diversas categorias de moradia e

comeacutercio e neste estudo seraacute aplicada a tarifa de ldquoresidencial normalrdquo em

concordacircncia com a tabela a seguir

Tabela 08 Valor da Tarifa Cobrado pela CAESB

Para melhor compreensatildeo do caacutelculo que a CAESB faz temos uma conta do

condomiacutenio do preacutedio da Superquadra 111 Norte

Figura 04 Conta Discriminada do Condomiacutenio

Fonte Condomiacutenio do Preacutedio

O caacutelculo feito pela CAESB consiste primeiramente em saber a demanda de

aacutegua gasta em metros cuacutebicos por Unidade de Consumo ndash apartamento ndash para

saber qual faixa ldquomsup3rdquo eacute aplicada Apoacutes saber qual a faixa ldquomsup3rdquo que se enquadra eacute

atribuiacutedo o volume por UC (em msup3) em sequecircncia multiplica-se o volume por UC ou

volume da faixa pelo nuacutemero de UCrsquos correspondente para se obter o volume total

gasto (em msup3) Tendo o volume total gasto basta multiplicar pelo preccedilo corresponde

agrave faixa a qual se encaixa o consumo e assim obtendo o valor total a pagar A partir

do momento que se tem o valor total a pagar eacute necessaacuterio acrescer 100 do valor

para cobrir a tarifa de esgoto conforme a figura

Partindo desses dados podemos calcular por apartamento quanto eacute cobrado

pela CAESB a partir dos dados apresentados no capiacutetulo 34

119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119886119901119886119903119905119886119898119890119899119905119900 = 33119901 times 66119871 ~ 217119871

119863119894119886

119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119886119901119886119903119905119886119898119890119899119905119900 119886119900 119898ecirc119904 = 217119871119889119894119886 times 30119863119894119886119904 = 6510119871 119900119906 65101198983

Com base nesses dados temos que calcular o volume total de descarga em

sanitaacuterios que o preacutedio consome com a seguinte foacutermula

119881119879 = 119881119865 times 119873ordm 119889119890 119880119862prime119904

119881119879 = 10119898sup3 times 36 = 360119898sup3

Em que ldquoVTrdquo corresponde ao volume total do preacutedio ldquoVFrdquo ao volume da faixa

que eacute estipulado pela CAESB e ldquoUCrsquosrdquo satildeo as unidades de consumo que eacute correlato

ao nuacutemero de apartamentos existente

Portanto o total a se pagar em um mecircs eacute calculado da seguinte forma

119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 119881119879 times 119879119886119903119894119891119886 119889119890 aacute119892119906119886 + 119879119886119903119894119891119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900

119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 360119898sup3 times 119877$ 265 + 119879119886119903119894119891119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900

119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 954 + 119877$ 954 = 119877$ 1908

Em 7 meses seriam pagos em descarga

119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 1908 times 7 119872119890119904119890119904 = 119877$ 13356

37 ndash Caacutelculos de economia e retorno de investimento para um sistema

fechado

Conforme exposto por L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental p 15)

ldquopara o caacutelculo da economia da taxa de aacutegua multiplica-se o valor do msup3 (valor

cobrado por msup3 do responsaacutevel pelo fornecimento de aacutegua na cidade []) pelo

volume captado e entatildeo obtecircm-se o valor economizado por ano na taxa de aacuteguardquo

Recapitulando que para esse estudo seraacute utilizado o meacutetodo praacutetico brasieliro

devido aos meses de seca ou pouca chuva

Sendo assim

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119881119886119897119900119903 119889119900 1198983 times 119881119900119897119906119898119890 119888119886119901119905119886119889119900

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 265 times 314061198983

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 8322

Essa economia de R$ 8322 eacute para um mecircs de chuva para o preacutedio todo

sendo assim para os 7 meses de chuva tem-se

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119890 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 8322 times 7 119898119890119904119890119904 = 119877$ 58254

Ainda segundo L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental p 16) para o

caacutelculo da economia referente ao esgoto eacute necessaacuterio multiplicar o valor do msup3 pelo

volume captado e por 08 uma vez que considera-se 20 de perda ou seja para

cada 1 litro de aacutegua que chega na residecircncia eacute cobrado 08 litros para o tratamento

do esgoto

Portanto tem-se

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119881119886119897119900119903 119889119900 1198983 times 119881119900119897119906119898119890 119888119886119901119905119886119889119900 times 08

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900 = 119877$ 265 times 314061198983 times 08

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 6658

Esse valor encontrado de R$ 6658 corresponde a um mecircs de chuva para o

preacutedio sendo assim o total economizado pelo preacutedio em 7 meses eacute de

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119890 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 6658 times 7 119898119890119904119890119904 = 119877$ 46606

ldquoPara o caacutelculo do retorno do investimento divide-se o valor investido pela

economia anual com a implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo e reaproveitamento da

aacutegua pluvialrdquo L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental p 16)

Portanto para 7 meses de chuva tem-se o seguinte

119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 =119881119886119897119900119903 119894119899119907119890119904119905119894119889119900

119864119888119900119899119900119898119894119886 (7119898119890119904119890119904)

119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 = 119877$ 1843924

119877$ 58254 + 119877$ 46606

119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 = 119877$ 1843924

119877$ 9446

119877119890119905119900119903119899119900

119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900= 1952 119886119899119900119904

38 ndash Caacutelculos de dimensionamento para um sistema com fluxo

Os caacutelculos apresentados no subitem anterior satildeo relativos a um sistema

o qual natildeo adota a possibilidade de fluxo dentro do reservatoacuterio Quando se

fala em fluxo temos que considerar que ao mesmo tempo em que o preacutedio

utiliza aacutegua do reservatoacuterio de aacutegua pluvial o mesmo vai enchendo com aacutegua

pluvial Portanto haacute um ciclo no qual o preacutedio demanda aacutegua do reservatoacuterio e

o mesmo vai enchendo conforme chove no local

Sabendo que a meacutedia mensal eacute de 1399msup3 eacute preciso multiplicar isso

por 12 para se obter o quanto choveu em 2014 Sendo assim

119879119900119905119886119897 119886119900 119886119899119900 = 1399119898119898 times 12 119898119890119904119890119904

119879119900119905119886119897 119886119900 119886119899119900 = 16788119898119898

Mas como foi visto o periacuteodo chuvoso eacute de 7 meses entatildeo temos

119875119903119890119888119894119901119894119905119886ccedilatilde119900 119901119886119903119886 7 119898119890119904119890119904 = 16788119898119898 divide 7 = 2398119898119898

Com isso eacute necessaacuterio realizar o caacutelculo da meacutedia de captaccedilatildeo de aacutegua

por mecircs para a aacuterea de 1069msup2

119872119890119889119894119886 119889119890 119862119886119901119905119886ccedilatilde119900 = 2398119898119898 times 1069119898sup2

119872eacute119889119894119886 119889119890 119862119886119901119905119886ccedilatilde119900 = 256346119871 119900119906 256346119898sup3

Ao considerar o valor obtido temos que realizar o quanto seria captado

diariamente

119872eacute119889119894119886 119889119894aacute119903119894119886 = 256346119898sup3 divide 30 119889119894119886119904 = 85119898sup3119889119894119886

A partir desses caacutelculos podemos realizar a seguinte comparaccedilatildeo O

preacutedio consome cerca de 78msup3 ao dia de aacutegua para descarga de vasos sanitaacuterios

enquanto a meacutedia diaacuteria de captaccedilatildeo eacute de 85msup3 por conseguinte temos um fluxo

positivo de aacutegua para o reservatoacuterio de 067msup3dia nos dias chuvosos

Se colocarmos um reservatoacuterio de 35msup3 sem nenhuma aacutegua

armazenada poderemos constatar que o reservatoacuterio iria encher por completo em

cerca de 53 dias conforme o caacutelculo a seguir

351198983 = 0671198983 times 119909 119889119894119886119904

119909 119889119894119886119904 = 35119898sup3 divide 067119898sup3 = 5223 119889119894119886119904

Analisando esses dados temos que a partir do 54ordm dia o reservatoacuterio

estaria completamente cheio e no restante dos 156 dias que teriacuteamos de chuva

esses 067msup3 seriam de certa forma desperdiccedilados uma vez que esse fluxo de

067msup3 ao final dos 7 meses gerariam cerca de 1407msup3 enquanto o reservatoacuterio tem

a capacidade de 35msup3 conforme o caacutelculo a seguir

119875119900119905119890119899119888119894119886119897 = 067119898sup3 times 156 119889119894119886119904 = 1045119898sup3

Se considerarmos esse fluxo positivo de 067msup3dia temos que ao final

dos 210 dias (7meses) seria possiacutevel armazenar 1407 msup3 de aacutegua Com um

reservatoacuterio de 35msup3 1057msup3 estariam sendo escoados para fora do reservatoacuterio

Portanto o ideal seria um reservatoacuterio que se aproxime de 1407msup3 para que ao

final dos 7 meses toda aacutegua possiacutevel fosse armazenada no entanto o reservatoacuterio

deveria ser de 145msup3

Devemos considerar ainda que ao final dos 7 meses o reservatoacuterio

estaria cheio no periacuteodo de seca conseguiria abastecer o preacutedio de acordo com a

demanda do preacutedio sendo assim

119880119905119894119897119894119911119886ccedilatilde119900 119899119886 119904119890119888119886 = 119879119900119905119886119897 119889119900 119903119890119904119890119903119907119886119905oacute119903119894119900 divide 119863119890119898119886119899119889119886 119889119894aacute119903119894119886

119880119905119894119897119894119911119886ccedilatilde119900 119899119886 119904119890119888119886 = 1451198983 divide 781198983119889119894119886

119880119905119894119897119894119911119886ccedilatilde119900 119899119886 119904119890119888119886 = 1858 119889119894119886119904

381 ndash Custo de implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo com fluxo em um

preacutedio

Na implantaccedilatildeo desse sistema os materiais utilizados teratildeo como base

as estimativas que foram apresentadas no subitem anterior e para aumentar a

eficiecircncia do sistema o volume de 1400007L seraacute arredondado para

145000L

Devido ao tamanho do reservatoacuterio eacute de se esperar que o reservatoacuterio

natildeo seja instalado em cima do preacutedio uma vez que a estrutura do preacutedio natildeo

conseguiria suportar o peso que o reservatoacuterio faria sobre o telhado

consequentemente o reservatoacuterio deveraacute ser instalado no jardim do preacutedio que

iraacute gerar um custo a mais por conta da escavaccedilatildeo

Os valores de alguns dos materiais apresentados a seguir seguem os

dos apresentados no trabalho de L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental

p 18) apenas o valor da caixa drsquoaacutegua de 10000L foi obtido atraveacutes de

pesquisas em lojas de construccedilatildeo e assim utilizando a de menor valor

conforme a tabela a seguir Segundo o Saneamento de Goiaacutes SA (SANEAGO)

o custo de escavaccedilatildeo eacute calculado a partir do total de msup3 aleacutem de 3m de

profundidade

Tabela 09 Preccedilo dos Produtos do Sistema de Captaccedilatildeo com Fluxo

Observaccedilatildeo Pelo fato desse estudo se tratar de um modelo de implantaccedilatildeo

o custo das tubulaccedilotildees vai variar de acordo com a demanda necessitada pelo

preacutedio portanto podendo variar de acordo com o projeto implantado Para este

estudo seraacute adotado o valor de R$ 7000

Observaccedilatildeo Pelo fato desse trabalho tratar-se de um modelo de

implantaccedilatildeo o custo da energia pode variar de acordo com a demanda necessitada

pelo preacutedio portanto podendo variar de acordo com o uso da bomba Para este

estudo seraacute adotado o valor de R$ 054 que eacute o valor do KwH cobrado pela CEB

Produto Quantidade Valor unitaacuterio (R$) Valor total (R$)

Cx Daacutegua 10000L 14 496090 6945260

Cx Daacutegua 5000L 1 108000 108000

Boacuteia Eleacutetrica 1 2750 2750

Boacuteia Comum 1 1220 1220

Registro de Gaveta

1 3490 3490

Bomba Anauger 1 23000 23000

Filtro 3P VF1 1 22000 22000

Tubulaccedilotildees 7000 7000

Disjuntor 1 1310 1310

Escavaccedilatildeo Msup3 3666 53157

Matildeo de Obra 1 58574 58574

Energia 054 054

Total 13 727154 7704228

382 ndash Caacutelculos de economia e retorno de investimento para um sistema

com fluxo

Partindo dos dados apresentados podemos calcular por apartamento quanto eacute

cobrado pela CAESB a partir dos dados apresentados no capiacutetulo 34

119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119886119901119886119903119905119886119898119890119899119905119900 = 33119901 times 66119871 ~ 217119871

119863119894119886

119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119886119901119886119903119905119886119898119890119899119905119900 119886119900 119898ecirc119904 = 217119871119889119894119886 times 30119863119894119886119904 = 6510119871 119900119906 65101198983

Em que ldquoVTrdquo corresponde ao volume total do preacutedio ldquoVFrdquo ao volume da faixa

que eacute estipulado pela CAESB e ldquoUCrsquosrdquo satildeo as unidades de consumo que eacute correlato

ao nuacutemero de apartamentos existente

Portanto o total a se pagar em um mecircs eacute calculado da seguinte forma

119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 119881119879 times 119879119886119903119894119891119886 119889119890 aacute119892119906119886 + 119879119886119903119894119891119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900

119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 360119898sup3 times 119877$ 265 + 119879119886119903119894119891119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900

119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 954 + 119877$ 954 = 119877$ 1908

Retomando o caacutelculo exposto por L Pereira (Viabilidade

EconocircmicoAmbiental p 15) no subitem anterior temos que o caacutelculo da CAESB

seria feito da seguinte maneira

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119881119886119897119900119903 119889119900 1198983 times 119881119900119897119906119898119890 119888119886119901119905119886119889119900

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 265 times 1451198983

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 38425

Esse caacutelculo eacute equivalente a um mecircs de captaccedilatildeo para os 7 meses

teremos o seguinte

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119890 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 38425 times 7 119898119890119904119890119904 = 119877$ 268975

Conforme foi visto para o caacutelculo da economia de esgoto eacute necessaacuterio

multiplicar o valor do msup3 pelo volume captado e por 08 uma vez que considera-se

20 de perda ou seja para cada 1 litro de aacutegua que chega na residecircncia eacute cobrado

08 litros para o tratamento do esgoto Portanto para um mecircs segue-se

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119881119886119897119900119903 119889119900 1198983 times 119881119900119897119906119898119890 119888119886119901119905119886119889119900 times 08

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900 = 119877$ 265 times 1451198983 times 08

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 3074

ldquoPara o caacutelculo do retorno do investimento divide-se o valor investido pela

economia anual com a implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo e reaproveitamento da

aacutegua pluvialrdquo L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental p 16)

Portanto para 7 meses de chuva tem-se o seguinte

119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 =119881119886119897119900119903 119894119899119907119890119904119905119894119889119900

119864119888119900119899119900119898119894119886 (7119898119890119904119890119904)

119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 = 119877$ 17704228

119877$ 268975 + 119877$ 21518

119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 = 119877$ 7704228

119877$ 484155

119877119890119905119900119903119899119900

119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900= 1591119886119899119900119904

4 ndash Conclusatildeo e Consideraccedilotildees Finais

De acordo com o que foi exposto temos que a implantaccedilatildeo do sistema de

captaccedilatildeo para o aproveitamento de aacuteguas pluviais eacute uma oacutetima alternativa para

substituiccedilatildeo da ldquoaacutegua cinzardquo possibilitando tambeacutem um destino mais correto do

ponto de vista ambiental para a aacutegua que se tornaria esgoto Como eacute de

conhecimento este tipo de meacutetodo eacute utilizado em diversas regiotildees natildeo somente

aquelas que sofrem com escassez de aacutegua

Mesmo sabendo que o Brasil possui um grande potencial hiacutedrico observamos

que uma parcela da populaccedilatildeo natildeo tem consciecircncia quanto ao gasto de aacutegua

gerando um grande desperdiacutecio de forma desnecessaacuteria Portanto partindo de um

pensamento racional um sistema de captaccedilatildeo seria viaacutevel para o aproveitamento da

aacutegua para fins de consumo domeacutestico mais precisamente ldquoaacutegua cinzardquo

Considerando os caacutelculos apresentados a partir da taxa de precipitaccedilatildeo meacutedia

em Brasiacutelia a criaccedilatildeo de um sistema de captaccedilatildeo pluvial predial traz benefiacutecios

econocircmicos e ambientais O projeto torna-se viaacutevel economicamente pois desde

que se faccedila a manutenccedilatildeo de forma adequada do sistema este teraacute uma vida uacutetil

longa e considerando que se obteacutem o retorno do investimento em aproximadamente

16 anos para um sistema com fluxo apoacutes este periacuteodo o sistema passa a ser

lucrativo para o preacutedio que implanta pois o custo eacute dividido no condomiacutenio dentre os

moradores do preacutedio

Analisando do ponto de vista ambiental o desenvolvimento urbano de Brasiacutelia

ocasionou em superfiacutecies impermeaacuteveis dificultando a absorccedilatildeo de aacuteguas pluviais

pelo solo e juntamente com o sistema de redes pluviais e o sistema de drenagem

ultrapassados os alagamentos e enchentes tecircm se tornado constante quando

ocorrem chuvas anormais Com as estimativas feitas neste trabalho eacute possiacutevel que

tais transtornos hiacutedricos urbanos possam ser amenizados a partir da implantaccedilatildeo do

sistema sem que afete o ciclo hidroloacutegico natural Logicamente essa natildeo eacute a

soluccedilatildeo uma vez que ela deve ser apenas um complemento agrave poliacuteticas publicas

poliacuteticas de incentivo entre outras medidas de cunho sustentaacutevel

Em vista disso a implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo e aproveitamento de

aacuteguas pluviais acarretaria em uma significativa melhora ambiental atraveacutes da

substituiccedilatildeo de uma parcela da aacutegua fornecida pela CAESB e possivelmente

mitigando os transtornos hiacutedricos urbanos se aplicado em larga escala

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ldquoO padratildeo de produccedilatildeo e consumo que

caracteriza o atual estilo de

desenvolvimento tende a consolidar-se

no espaccedilo das cidades e estas se

tornam cada vez mais o foco principal

na definiccedilatildeo de estrateacutegias e poliacuteticas

de desenvolvimentordquo

Sendo assim eacute de fundamental importacircncia que formas alternativas

sustentaacuteveis sejam alcanccediladas para que possam influenciar de forma positiva

na qualidade de vida das cidades e no processo de planejamento urbano Para

Acselrad (1999 p 85) a sustentabilidade urbana eacute definida como ldquoa

capacidade das poliacuteticas urbanas se adaptarem agrave oferta de serviccedilos agrave

qualidade e agrave quantidade das demandas sociais buscando o equiliacutebrio entre as

demandas de serviccedilos urbanos e investimentos em estruturardquo Como o

desenvolvimento sustentaacutevel possui muitos conceitos e definiccedilotildees haacute uma em

especial que se destaca pelo fato de estar relacionada agraves cidades juntamente

com o termo ldquosustentabilidaderdquo exposta por Barbosa (2008 p 4 apud

Satterthwaite 2004) em que

ldquoa resposta agraves necessidades humanas

nas cidades como o miacutenimo ou

nenhuma transferecircncia dos custos da

produccedilatildeo consumo ou lixo para outras

pessoas ou ecossistemas hoje e no

futurordquo

Assim a participaccedilatildeo da sociedade e a diversidade dos interesses que

a mesma possui gera um conflito entre as poliacuteticas puacuteblicas e o

desenvolvimento sustentaacutevel mas nada que natildeo possa ser contornado a partir

da conscientizaccedilatildeo individual dos cidadatildeos Como eacute exposto por Barbosa ldquoeacute

imprescindiacutevel para a sustentabilidade urbana o uso racional dos recursos

naturais a boa forma do ambiente urbano baseado na interaccedilatildeo clima e os

recursos naturais aleacutem das respostas agraves necessidades urbanas com o miacutenimo

de transferecircncia de dejetos e rejeitos para outros ecossistemas atuais e

futurosrdquo (Barbosa 2008 p 9) Em detrimento disso ldquoo desenvolvimento

sustentaacutevel natildeo deve ser apresentado como um slogan poliacuteticordquo (Barbosa

2008 p 10) deve ser apresentado como uma possiacutevel soluccedilatildeo para a

mitigaccedilatildeo dos problemas ambientais encontrados atualmente na sociedade

Portanto a sustentabilidade visa emoldurar novos meios alternativos de

produccedilatildeo distribuiccedilatildeo e consumo dos recursos naturais existentes de forma

mais racional ecologicamente viaacutevel e economicamente eficaz

Ao retratar esses problemas de padrotildees vividos pela sociedade

relacionados ao meio ambiente mais especificamente a utilizaccedilatildeo de recursos

naturais Nascimento (2012 p 58) aponta que ldquohaacute uma quase unanimidade

hoje entre os cientistas de que os recursos naturais natildeo seratildeo suficientes para

fornecer um modo de vida similar ao da classe meacutedia mundial a todos os novos

ingressantes no mercado No entanto eles tecircm tanto direito quanto os que jaacute

participam do mercado consumidorrdquo Mas como podemos contornar tais

problemas e a crise ambiental Atraveacutes da criatividade humana muitas formas

alternativas foram criadas e podem ser inventadas quando se tratam dos

recursos finitos utilizados pelo homem Temos como exemplo a aacutegua sobre a

qual poucos satildeo os estudos apresentados relacionando o aproveitamento de

aacuteguas pluviais e cidades sustentaacuteveis Na maioria das vezes os estudos satildeo

feitos com base em outras necessidades como a dessalinizaccedilatildeo das aacuteguas do

mar para consumo humano Natildeo podemos esquecer que atualmente existem

diversos sistemas de captaccedilatildeo de aacuteguas pluviais para diferentes finalidades

sejam elas para aproveitamento de consumo humano ou natildeo

3 ndash A viabilidade de implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo

pluvial em Brasiacutelia ndash DF

31 ndash Apresentaccedilatildeo de dados

Primeiramente seratildeo apresentados dados sobre a populaccedilatildeo e o

consumo de aacutegua presente nas residecircncias de Brasiacutelia e que seratildeo utilizados

como base para a implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo na Asa Norte

Segundo Ferreira C diretor Superintendente de Atendimento Comercial

(CAC) da Companhia de Saneamento Ambiental do Distrito Federal (CAESB)

ldquoEm Brasiacutelia o consumo meacutedio por habitante eacute de 190 litros de aacutegua por dia o

que resulta em um consumo mensal de 6msup3 por habitanterdquo De acordo com a

ONU cada pessoa necessita de 110 litros por dia para atender as

necessidades de consumo e higiene A Companhia de Saneamento Baacutesico do

Estado de Satildeo Paulo (SABESP 2010) afirma que ldquono Brasil o consumo por

pessoa pode chegar a mais de 200 litrosdiardquo A estimativa da SABESP (2010)

eacute de que 54 litros (27) vatildeo para cozinhar e beber 50 litros (25) para tomar

banho e escovar os dentes 66 litros (33) para descarga de banheiro 24 litros

(12) para lavagem de roupa e 6 litros (3) para outras tarefas como lavagem

de carro por exemplo Segundo dados da CAESB Brasiacutelia (Plano Piloto)

consome cerca de 2757890msup3 por mecircs e que o consumo por habitante eacute de

1381msup3mecircs

Devido ao alto consumo de aacutegua em Brasiacutelia os recorrentes transtornos

hiacutedricos urbanos e a ausecircncia de sistemas captaccedilatildeo pluvial este capiacutetulo traz

um estudo da viabilidade teacutecnica e econocircmica da implantaccedilatildeo de um sistema

em um preacutedio residencial do bairro Asa Norte mais especificamente na

Superquadra 111 Norte Natildeo haacute nenhum estudo realizado que comprove a

frequecircncia dos alagamentos nessa regiatildeo portanto tal quadra foi selecionada

em decorrecircncia de mateacuterias e reportagens que mostram a dificuldade que a

populaccedilatildeo sofre quando haacute uma chuva anormal

Primeiramente eacute necessaacuterio que se tenha uma noccedilatildeo do periacuteodo

chuvoso em Brasiacutelia Segundo o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais

(INPE) Brasiacutelia apresenta um regime de precipitaccedilatildeo bem definido sendo que

a estaccedilatildeo chuvosa tem iniacutecio em Outubro e estende-se ateacute Marccedilo e a estaccedilatildeo

seca ocorre no restante do ano (Abril a Setembro) Ainda segundo o INPE ldquoa

estaccedilatildeo chuvosa eacute causada pelo forte aquecimento da atmosfera na Amazocircnia

que favorece o desenvolvimento de um sistema quase estacionaacuterio em altos

niacuteveis a Alta Boliacutevia Como resultado dessa circulaccedilatildeo observa-se nos baixos

niacuteveis uma regiatildeo de baixa pressatildeo e a convergecircncia de ar satildeo os principais

fatores que provocam a precipitaccedilatildeo neste periacuteodo responsaacutevel por 70 do

total meacutedio anualrdquo A partir desses elementos apresentados pelo INPE e com

base nos dados os quais foram obtidos da estaccedilatildeo meteoroloacutegica de Brasiacutelia

localizada na Latitude (ordm) -158 Longitude (ordm)-479 temos a precipitaccedilatildeo de

Brasiacutelia dada mecircs a mecircs Os dados partem de Janeiro de 2006 e vatildeo ateacute

Outubro de 2015 Eacute importante frisar que os dados foram formulados a partir

da precipitaccedilatildeo acumulada para tornar mais faacutecil de calcular a meacutedia

Tabela 01 Dados de Precipitaccedilatildeo

AnoMecircs JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ Meacutedia Mensal

2006 1232 1914 258 1417 351 09 01 528 403 5264 1956 1821 14563

2007 2609 2659 357 501 75 0 0 0 0 535 2249 275 9779

2008 201 2425 2346 2109 0 0 0 27 80 387 271 3226 1337

2009 2028 1347 81 3759 612 93 0 725 505 2958 1991 3078 1492

2010 1211 368 2494 2388 275 0 0 0 0 349 2547 318 1068

2011 1268 1724 2433 696 139 38 0 0 7 2639 3338 4704 1421

2012 2699 1149 1982 1213 444 24 02 0 333 1098 4446 1428 1235

2013 4918 1893 1903 954 222 62 03 0 659 1069 2711 3525 1493

2014 1531 1392 3402 2493 28 10 79 0 162 2014 192 3667 1399

2015 939 1297 3456 2076 499 0 08 0 218 694 SD SD 9187

Meacutedia para cada mecircs

20445 16168 21763 17606 2645 326 093 128 315 17007 2652 30421 12797

Tabela contendo os dados de chuva acumulada mecircs a mecircs em miliacutemetros (mm)

Fonte INPE 2015

Obs 1- SD - satildeo dados que natildeo foram coletados devido pois o trabalho foi realizado antes desses meses

Obs2- Meacutedia calculada com os dados obtidos no caso os meses de novembro e dezembro de 2015 natildeo entram no

caacutelculo pois ainda natildeo existiam os dados

Temos tambeacutem a partir do estudo realizado por Brino (Brasiacutelia

Superquadras Residenciais) os dimensionamentos dos preacutedios e a quantidade

de apartamentos por pavimentos conforme as tabelas a seguir

Tabela 02 Dimensionamento dos Blocos

A SUPERQUADRA AE AT

Aacuterea de Projeccedilatildeo por Bloco

Aacuterea Total = 11760msup2 Nuacutemero total de Blocos = 11

1069msup2 185 136

Aacuterea Construiacuteda por bloco (sem pilotis e

subsolo)

Pavimentos = 6 Aacuterea do Pavimento = 1069msup2

6414msup2 1113 818

Aacuterea Construiacuteda por superquadras (sem pilotis e subsolo)

Preacutedio = 11 Aacuterea por Preacutedio = 64141msup2

70554msup2 8999 1225

AE - Aacuterea Aedificandi e AT - Aacuterea Total

Tabela 03 Dimensionamento da Populaccedilatildeo

A POPULACcedilAtildeO (5 Pessoas

apart)

6 apartamentos por pavimento

36 apartamentos por bloco

396 apartamentos

por superquadra

1980 pessoas por

superquadra

8 apartamentos por pavimento

48 apartamentos por bloco

528 apartamentos

por superquadra

2640 pessoas por

superquadra

10 apartamentos por pavimento

60 apartamentos por bloco

660 apartamentos

por superquadra

3300 pessoas por

superquadra

12 apartamentos por pavimento

72 apartamentos por bloco

792 apartamentos

por superquadra

3960 pessoas por

superquadra

Caacutelculo para as faixas 100 200 e 300 (seis pavimentos) Fonte SUDUR

O estudo apresentado por Brino (Brasiacutelia Superquadras Residenciais)

considera uma famiacutelia composta por cinco pessoas para cada apartamento

nesse caso iremos desconsiderar essa informaccedilatildeo e basearmos nos dados

apresentados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica (IBGE) Nos

dados do IBGE (Censo Demograacutefico 2010) constam que a meacutedia de

moradores em domiciacutelios particulares ocupados eacute de 33 moradores

Partindo dos elementos de precipitaccedilatildeo aacuterea de projeccedilatildeo por bloco

meacutedia de moradores por apartamento total de apartamentos de um preacutedio e

consumo meacutedio de aacuteguadia por habitante podemos dar inicio as formas de

captaccedilatildeo e armazenamento de aacuteguas pluviais

32 ndash Aacuteguas pluviais e aacuteguas cinzas

Mas porque focar em aproveitamento de aacuteguas pluviais Segundo

Rapoport (2004 p 1) ldquoo aumento populacional acompanhado pelas mudanccedilas

climaacuteticas globais vem contribuindo para o aumento na demanda por recursos

hiacutedricosrdquo Ainda expotildee que ldquoembora a aacutegua seja um recurso renovaacutevel ela

tende a se deteriorar em funccedilatildeo do seu uso indiscriminado o que compromete

consequentemente a quantidade de aacutegua com qualidade disponiacutevel para o

consumo nas diversas localidadesrdquo (Rapoport 2004 p 1)

Um fato importante abordado por Rapoport (2004 p1) eacute que ldquoa

quantidade de aacutegua disponiacutevel eacute sempre a mesma jaacute que estaacute sempre sendo

renovada atraveacutes do ciclo hidroloacutegico Entretanto a aacutegua de qualidade para

consumo estaacute se tornando rarardquo A tiacutetulo de esclarecimento ldquosabe-se que o

ciclo hidroloacutegico se constitui basicamente do transporte de massas drsquoaacutegua do

oceano para atmosfera por evaporaccedilatildeo e da atmosfera atraveacutes de

precipitaccedilotildees escoamentos superficiais e subterracircneos para os oceanos

influenciando diretamente a distribuiccedilatildeo e extensatildeo dos corpos drsquoaacutegua

continentaisrdquo (Rapoport 2004 p 1) Sendo assim a interferecircncia humana tem

causado alteraccedilotildees no ciclo hidroloacutegico em diversas regiotildees Esse assunto

seraacute melhor abordado mais adiante pois o uso do sistema de captaccedilatildeo pode

influenciar no ciclo hidroloacutegico negativamente mas utilizado da forma

adequada pode continuar mantendo o ciclo equilibrado

Aleacutem do uso indevido da aacutegua e de sua escassez Lima e Machado

(2008 p 13) apontam que ldquooutro fator importante eacute o aumento de inundaccedilotildees e

enchentes devido ao escoamento superficial da aacutegua de chuva e da

impermeabilizaccedilatildeo do solordquo Portanto a captaccedilatildeo de aacuteguas pluviais pode

contribuir para a reduccedilatildeo dos transtornos hiacutedricos urbanos e ao mesmo tempo

reduzir a demanda por aacutegua potaacutevel da companhia de distribuiccedilatildeo local

Segundo Amorim e Pereira (2008 p 54) ldquouma das soluccedilotildees em estudo

para aumentar a oferta de aacutegua para as edificaccedilotildees eacute o aproveitamento da

aacutegua pluvial Esta apresenta uma boa alternativa visto que aleacutem de reduzir o

consumo de aacutegua potaacutevel ainda surge como uma accedilatildeo no combate agraves

enchentes funcionando como uma medida natildeo-estrutural do sistema de

drenagem urbanardquo Mas o que eacute necessaacuterio para formar um sistema de

captaccedilatildeo adequado e funcional Amorim e Pereira (2008 p 54) apresentam

que ldquoos sistemas de aproveitamento de aacutegua pluvial satildeo formados basicamente

pela aacuterea de captaccedilatildeo (geralmente coberturas) os componentes de transporte

(calhas e condutores verticais) e o reservatoacuteriordquo Cabe ressaltar que para esse

estudo a captaccedilatildeo das aacuteguas pluviais seraacute destinada apenas para a utilizaccedilatildeo

em ldquoaacuteguas cinzasrdquo Neste sentido o reuso das aacuteguas cinzas que satildeo as aacuteguas

provenientes de todas as atividades domeacutesticas com exceccedilatildeo de fontes de

aacuteguas negras tais como sanitaacuterios bidecircs e urinol vem sendo estudadas com

vista ao reuso tanto em irrigaccedilatildeo como em sanitaacuterios (Rapoport 2004 p 8)

Retomando os dados apresentados pela SABESP (2010) temos a

tabela 04 a qual apresenta os dados de consumo domeacutestico e em sequecircncia o

graacutefico 01 que demonstram que se analisarmos as quantidades de aacutegua

utilizada no consumo domeacutestico teremos uma base para o tamanho do

reservatoacuterio E posteriormente a tabela 05 mostra em que situaccedilotildees se podem

reutilizar as aacuteguas pluviais

Tabela 04 Consumo domeacutestico de aacutegua

Litros

Cozinhar e Beber 54

Tomar Banho e Escovar os Dentes 50

Descarga de Banheiro 66

Lavagem de Roupa 24

Outras Tarefas 6

Total = 200

Fonte SABESP (2010)

27

25

33

12

3

Cozinhar e Beber

Tomar Banho e Escovar osDentes

Descarga de Banheiro

Lavagem de Roupa

Outras Tarefas

Descarga de Banheiro

6875

Lavagem de Roupa

25

Outras Tarefas 625

Graacutefico 01 Consumo Domeacutestico de Aacutegua

Tabela 05 Percentual para reutilizaccedilatildeo de aacuteguas pluviais

Graacutefico 02 Percentual para Reutilizaccedilatildeo de Aacuteguas Pluviais

Porcentagem ()

Descarga de Banheiro 66 6875

Lavagem de Roupa 24 25

Outras Tarefas 6 625

Total = 96 100

Fonte SABESP(2010)

33 ndash Meacutetodos de Dimensionamento do Reservatoacuterio

Amorim e Pereira (2008 p 54 Soares et al 2000 apud May 2004)

apresentam que existem quatro grupos principais para o dimensionamento do

reservatoacuterio

(a) Meacutetodos determiniacutesticos os dados referentes agrave precipitaccedilatildeo

pluviomeacutetrica e agrave demanda satildeo analisados pela curva de massa

(b) Meacutetodos aproximados baseados em relaccedilotildees empiacutericas

conhecidas

(c) Meacutetodos de modelaccedilatildeo satildeo tambeacutem conhecidos como meacutetodos

de transiccedilatildeo probabiliacutestica da matriz e

(d) Meacutetodos de anaacutelise de sistemas sendo linear natildeo linear ou

programaccedilatildeo dinacircmica

Dentro desses grupos de dimensionamento temos os diversos meacutetodos

meacutetodo de Rippl que consiste na determinaccedilatildeo do volume com base na aacuterea

de captaccedilatildeo que eacute subdivido em meacutetodo analiacutetico e meacutetodo graacutefico meacutetodo de

consideraccedilatildeo dos periacuteodos de dias consecutivos sem chuva que necessita da

observaccedilatildeo dos registros pluviomeacutetricos para identificar os maiores periacuteodos de

dias consecutivos sem chuvas e sua taxa de repeticcedilatildeo meacutetodo de anaacutelise de

simulaccedilatildeo de um reservatoacuterio com capacidade suposta que consiste

basicamente na fixaccedilatildeo de um volume para o reservatoacuterio e na verificaccedilatildeo do

percentual de consumo que seraacute atendido meacutetodo praacutetico brasileiro meacutetodo

praacutetico alematildeo meacutetodo praacutetico inglecircs e o meacutetodo praacutetico australiano (Amorim

e Pereira 2008 p 55-58)

34 ndash Anaacutelise de caso para um preacutedio da Superquadra 111 Norte

A partir dos dados jaacute apresentados temos que o objeto de estudo eacute um

preacutedio residencial localizado na Superquadra 111 Norte que possui uma aacuterea

de projeccedilatildeo de 1069msup2 com seis (6) pavimentos constituindo uma aacuterea

construiacuteda de 6414msup2 apresentando seis (6) apartamentos por pavimento e

consequentemente trinta e seis (36) apartamentos no total (Brino Brasiacutelia

Superquadras Residenciais) O preacutedio conteacutem 33 habitantes por apartamento

(IBGE 2010) que consomem em meacutedia cerca de 190 litros de aacuteguadia

resultando em um consumo mensal de aproximadamente 6msup3 por pessoa

(CAESB) mas como a aacutegua captada da chuva seraacute utilizada apenas para

suprir a demanda de aacutegua cinza temos 66 litros para descarga de vasos

sanitaacuterios

Temos entatildeo que a demanda por aacutegua por habitante nesse edifiacutecio eacute

dada por

119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119898119900119903119886119889119900119903 = 66119871 = 66119871119863119894119886

119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119886119901119886119903119905119886119898119890119899119905119900 = 33119901 times 66119871 ~ 217 119871119863119894119886

119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119901119903eacute119889119894119900 = (33119901 times 66119871) times 36 ~ 7840119871119863119894119886

119863119890119898119886119899119889119886 119898119890119899119904119886119897 119901119900119903 119901119903eacute119889119894119900 =7840119871

119889119894119886times 30119863119894119886119904 = 235224119871

Legenda L = Litros p = Pessoas

Para facilitar nos caacutelculos ao aplica-los para o reservatoacuterio e para o

sistema de captaccedilatildeo eacute necessaacuterio realizar a conversatildeo de litros para msup3

(metros cuacutebicos) Sendo assim 66L = 0066msup3 217L = 0217msup3 7840L =

7840msup3 e 235224L = 235224msup3

Seraacute utilizado o ano de 2014 para os dados de precipitaccedilatildeo da estaccedilatildeo

meteoroloacutegica de Brasiacutelia localizada na Latitude (ordm) -158 Longitude (ordm)-479

fornecidos pela professora Rafaela Lisboa durante o periacuteodo chuvoso O ano

de 2014 apresenta registros jornaliacutesticos de alagamento nos meses de

Fevereiro com precipitaccedilatildeo de 1392 msup3 Marccedilo com precipitaccedilatildeo de 3402msup3

e Dezembro com precipitaccedilatildeo de 3667msup3 Importante ressaltar que o setor

Noroeste de Brasiacutelia foi construiacutedo em 2011 (site G1) o que aumentou a aacuterea

de solo impermeabilizado e a reduccedilatildeo no escoamento superficial da aacutegua

ocasionando em um aumento nas enchentes e alagamentos na Asa Norte

Segundo Amorim e Pereira (2008 p57) um dos meacutetodos a ser utilizado

para poder saber o volume de aacutegua aproveitaacutevel e consequentemente o

volume de aacutegua do reservatoacuterio Trata-se de um meacutetodo empiacuterico apresentado

na NBR 155272007 O volume de aacutegua do reservatoacuterio V expresso em L eacute

exposto a seguir

119872eacute119905119900119889119900 119875119903aacute119905119894119888119900 119861119903119886119904119894119897119890119894119903119900

119881 = 0042 times 119875 times 119860 times 119879

Em que ldquoVrdquo representa o volume de aacutegua aproveitaacutevel e o volume de

aacutegua do reservatoacuterio (L) ldquoPrdquo a precipitaccedilatildeo meacutedia mensal (mm) ldquoArdquo a aacuterea de

coleta em projeccedilatildeo ldquoTrdquo nuacutemero de meses de pouca chuva ou seca e ldquo0042rdquo eacute

um coeficiente estipulado

Portanto segundo Fontanela (2010 p 25) para estipular o volume do

reservatoacuterio temos que calcular 42 do produto entre o volume de chuva

coletada pelo telhado e o nuacutemero de meses com pouca chuva ou seca

Atribuindo valores do ano de 2014 temos que

119881 = 0042 times 1399119898119898 times 1069 times 5

119881~ 31406119871 119900119906 31406119898sup3

Ressaltando que esse valor obtido eacute uma estimativa do tamanho do

reservatoacuterio e que pode haver um reservatoacuterio de maior capacidade

De forma comparativa eacute de bom senso que se faccedila outro caacutelculo com um

meacutetodo alternativo

Amorim e Pereira (2008 p56) expotildeem que existe um meacutetodo de anaacutelise

de simulaccedilatildeo do reservatoacuterio com capacidade suposta o qual consiste

basicamente na fixaccedilatildeo de um volume para o reservatoacuterio e na verificaccedilatildeo de

consumo que seraacute atendido Sendo assim ldquoo primeiro passo para a aplicaccedilatildeo

desse meacutetodo eacute adotar alguns valores possiacuteveis para o volume com base na

estimativa do consumo mensal de aacutegua natildeo potaacutevelrdquo (Amorim e Pereira 2008

p57) Portanto partindo do ponto que o preacutedio consome cerca de 235000L

devemos calcular uma base que possa ser favoraacutevel economicamente

119872eacute119905119900119889119900 119889119890 119878119894119898119906119897119886ccedilatilde119900 119889119900 119877119890119904119890119903119907119886119905oacute119903119894119900

235224119871 rarr 100

119881 rarr 30

119881 ~ 70000119871 119900119906 70119898sup3

Tambeacutem haacute outra alternativa apresentada por L Pereira (Viabilidade

EconocircmicoAmbiental p 18)

119881119886119888 = 119860119879 times 119875119875119872119860 lowast

119881119886119888 = 1069119898sup2 times 1399119898sup3 = 1495531119898sup3119886119899119900

Equaccedilatildeo a qual ldquoVacrdquo corresponde ao volume de aacutegua captado ldquoATrdquo

aacuterea do telhado e ldquoPPMArdquo eacute a precipitaccedilatildeo pluviomeacutetrica meacutedia mensal

Poreacutem o resultado obtido eacute para os 12 meses do ano e como foi visto no

ano de 2014 temos 7 meses com chuva portanto

119881119886119888 =119879119900119905119886119897

1198983

1198861198991199007 119898119890119904119890119904

lowast

119881119886119888 =1495531119898sup3119886119899119900

7= 21364119898sup3 119900119906 213640119871

dados somente seriam vaacutelidos se a precipitaccedilatildeo fosse uniforme durante os 7 meses de chuva

341 ndash Anaacutelise de caso para a Superquadra 111 Norte

Retomando a tabela 02 temos que a quadra apresenta 11 preacutedios

aproximadamente que variam o nuacutemero de apartamentos por pavimentos e

consequentemente o nuacutemero de moradores mas os edifiacutecios continuam tendo

uma aacuterea de 1069msup2 gerando um uma aacuterea total de 70554msup2 mas teremos

como base os caacutelculos feitos para o preacutedio selecionado no item 34

Realizando um caacutelculo baacutesico tem-se como estimativa de

armazenamento para esta quadra o seguinte

119872eacute119905119900119889119900 119875119903aacute119905119894119888119900 119861119903119886119904119894119897119890119894119903119900

119881~ 31406119871 119900119906 314061198983

11 119875119903eacute119889119894119900119904 times 31406119871 = 345466119871 119900119906 345466119898sup3

119872eacute119905119900119889119900 119889119890 119878119894119898119906119897119886ccedilatilde119900 119889119900 119877119890119904119890119903119907119886119905oacute119903119894119900

119881 ~ 70000119871 119900119906 701198983

11 119875119903eacute119889119894119900119904 times 70000119871 = 770000

119881119900119897119906119898119890 119889119890 aacute119892119906119886 119888119886119901119905119886119889119900 lowast

119881119886119888 = 213641198983119900119906 213640119871

11 119875119903eacute119889119894119900119904 times 213640119871 = 2350040119871 119900119906 235004119898sup3

dados somente seriam vaacutelidos se a precipitaccedilatildeo fosse uniforme durante os 7 meses de chuva

119863119890119898119886119899119889119886 119905119900119905119886119897 119889119886 119902119906119886119889119903119886 119888119900119898 119889119890119904119888119886119903119892119886 119889119890 119887119886119899ℎ119890119894119903119900

11 119875119903eacute119889119894119900119904 times 235224119871 = 2587464119871 119900119906 2587464119898sup3

Segundo Brino (Brasiacutelia Superquadras Residenciais) temos que as

dimensotildees maacuteximas de uma superquadra satildeo de 280x280m resultando numa

aacuterea de 78400msup2 que eacute denominado de Aacuterea Total (AT) A partir disso foi

definido que deveria existir uma faixa externa de 20m denominada de non

aedificandi que foi destinada ao plantio de uma ldquomassa vegetalrdquo de grande

porte e no interior da quadra encontra-se a aacuterea aedificandi a qual possui

240x240m e uma aacuterea de 57600msup2 Realizando uma subtraccedilatildeo da Aacuterea total

pela Aacuterea aedificandi obtecircm-se que a aacuterea non aedificandi eacute de 20800msup2 que

corresponde a 265 da aacuterea total

Com base nessas informaccedilotildees eacute necessaacuterio atentar-se ao detalhe de

que uma parte da precipitaccedilatildeo cai no solo e outra parte nos telhados dos

preacutedios Sendo assim parte da chuva pode ser aproveitada pelo sistema de

captaccedilatildeo enquanto outra parte chega ao solo sem uma interferecircncia direta no

ciclo hidroloacutegico

35 ndash Funcionamento do sistema de captaccedilatildeo

Eacute importante frisar que o sistema de aproveitamento de aacuteguas pluviais eacute

regido pela norma NBR 15527 (Associaccedilatildeo Brasileira de Normas Teacutecnicas

2007) norma a qual faz algumas consideraccedilotildees importantes para implantaccedilatildeo

e correto funcionamento do sistema de captaccedilatildeo Alguns destes satildeo

435 ndash O volume dos reservatoacuterios deve ser dimensionado com

base em criteacuterios teacutecnicos econocircmicos e ambientais levando em

conta as boas praacuteticas da engenharia podendo a criteacuterio do

projetista ser utilizados os meacutetodos contidos no Anexo A ou

outro desde que devidamente justificado

Item 436 ndash Os reservatoacuterios devem ser limpos e desinfetados

com soluccedilatildeo de hipoclorito de soacutedio no miacutenimo uma vez por ano

de acordo com agrave ABNT NBR 5626

Item 442 ndash As tubulaccedilotildees e demais componentes devem ser

claramente diferenciados das tubulaccedilotildees de aacutegua potaacutevel

Item 443 ndash O sistema de distribuiccedilatildeo de chuva deve ser

independente do sistema de aacutegua potaacutevel natildeo permitindo a

conexatildeo cruzada de acordo com agrave ABNT NBR 5626

Item 444 ndash Os pontos de consumo como por exemplo uma

torneira de jardim devem ser de uso restrito e identificados com

placa de advertecircncia com a seguinte inscriccedilatildeo ldquoaacutegua natildeo potaacutevelrdquo

e identificaccedilatildeo graacutefica

Item 445 ndash Os reservatoacuterios de aacutegua de distribuiccedilatildeo de aacutegua

potaacutevel e de aacutegua da chuva devem ser separados

Item 461 ndash Quando necessaacuterio o bombeamento este deve

atender agrave ABNT NBR 12214

Deve-se realizar manutenccedilatildeo em todo o sistema de

aproveitamento de aacutegua de chuva

Para maiores esclarecimentos ldquoo funcionamento de um sistema de

coleta e aproveitamento de aacutegua pluvial consiste de maneira geral na captaccedilatildeo

da aacutegua da chuva que cai sobre os telhados ou lajes da edificaccedilatildeo A aacutegua eacute

conduzida ateacute o local de armazenamento atraveacutes de calhas condutores

horizontais e verticais passando por equipamentos de filtragem e descarte de

impurezas Apoacutes passar pelo filtro a aacutegua eacute armazenada geralmente em

reservatoacuterio enterrado (cisterna) e bombeada a um segundo reservatoacuterio

(elevado) do qual as tubulaccedilotildees especiacuteficas de aacutegua pluvial iratildeo distribuiacute-la

para o consumo natildeo potaacutevelrdquo (Carvalho 2010 p 27 e 28) Conforme ilustra a

imagem a seguir

Figura 02 Funcionamento de um Sistema de Captaccedilatildeo

Fonte Adatildeo D Padini (2013)

De forma mais simplificada podemos ver a representaccedilatildeo no fluxograma

a seguir

Figura 03 Fluxograma do Sistema de Captaccedilatildeo

Fonte Leandro Roncato Pereira

351 ndash Dificuldades para implantaccedilatildeo do sistema

Tal sistema apresenta como dificuldade o local onde seriam instaladas

as cisternas uma vez que geraria um peso sobre o telhado Dessa forma o

sistema seria instalado no jardim cobrando um custo adicional

352 ndash Custo de implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo fechado em um

preacutedio

Na implantaccedilatildeo desse sistema os materiais utilizados teratildeo como base o

meacutetodo praacutetico brasileiro e para aumentar a eficiecircncia do sistema o volume de

31406L seraacute arredondado para 35000L

Os valores de alguns dos materiais apresentados a seguir seguem os

dos apresentados no trabalho de L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental

p 18) apenas o valor da caixa drsquoaacutegua de 10000L foi obtido atraveacutes de

pesquisas em lojas de construccedilatildeo e assim utilizando a de menor valor

Tambeacutem devemos considerar que a bomba consome energia ao bombear aacutegua

para o preacutedio (CEB) portanto os valores seguem conforme a tabela a seguir

Tabela 06 Preccedilo dos Produtos do Sistema de Captaccedilatildeo sem Fluxo

Produto Quantidade Valor unitaacuterio (R$) Valor total (R$)

Cx Daacutegua 10000L 3 496090 1488270

Cx Daacutegua 5000L 1 108000 108000

Boacuteia Eleacutetrica 1 2750 2750

Boacuteia Comum 1 1220 1220

Registro de Gaveta

1 3490 3490

Bomba Anauger 1 23000 23000

Filtro 3P VF1 1 22000 22000

Tubulaccedilotildees 7000 7000

Disjuntor 1 1310 1310

Escavaccedilatildeo Msup3 3666 128310

Matildeo de Obra 1 58574 58574

Energia 054 054

Total 13 727154 1843978

Observaccedilatildeo Pelo fato desse estudo se tratar de um modelo de implantaccedilatildeo

o custo das tubulaccedilotildees vai variar de acordo com a demanda necessitada pelo

preacutedio portanto podendo variar de acordo com o projeto implantado Para este

estudo seraacute adotado o valor de R$ 7000

Observaccedilatildeo Pelo fato desse trabalho tratar-se de um modelo de

implantaccedilatildeo o custo da energia pode variar de acordo com a demanda necessitada

pelo preacutedio portanto podendo variar de acordo com o uso da bomba Para este

estudo seraacute adotado o valor de R$ 054 que eacute o valor do KwH cobrado pela CEB

Segundo Saravy (2010 p 46) haacute tambeacutem um custo para manutenccedilatildeo do

sistema conforme a tabela a seguir

Tabela 07 Preccedilo de Manutenccedilatildeo do Sistema de Captaccedilatildeo

Com esses dados podemos ver o valor total final a ser pago pelo

sistema de captaccedilatildeo que eacute de R$ 1889978

36 ndash Taxas e valores cobrados para utilizaccedilatildeo de aacutegua

Segundo a Companhia de Saneamento Ambiental do Distrito Federal (CAESB)

quando vaacuterias residecircncias satildeo atendidas por uma uacutenica ligaccedilatildeo de aacutegua eacute aplicado o

conceito de consumo ldquoPara exemplificar podemos citar um preacutedio residencial onde

cada apartamento corresponde a uma unidade de consumordquo (CAESB) Contudo o

caacutelculo de gastos seraacute realizado primeiro em um apartamento e posteriormente

multiplicado pelo total de apartamentos do preacutedio uma vez que os preacutedios

residecircncias da Asa Norte pagam a conta de aacutegua atraveacutes do condomiacutenio O preacutedio

Componente Frequecircncia da Manutenccedilatildeo

Custo da Manutenccedilatildeo

Calhas e Condutores

Semestral R$ 13000

Reservatoacuterio Limpeza e

Desinfecccedilatildeo Anual

R$ 20000

desse estudo apresenta um hidrocircmetro que mede o consumo de aacutegua para o todo o

preacutedio

Eacute de suma importacircncia destacar tambeacutem que haacute uma taxa de esgoto que eacute

cobrada pela CAESB consequentemente ldquoo valor da tarifa de esgotos corresponde

a 100 do valor da tarifa de aacutegua exceto quando se tratar de coleta do tipo

condominial que equivale a 60 do valor da tarifa de aacuteguardquo (CAESB)

Deste modo a CAESB utiliza tarifas para diversas categorias de moradia e

comeacutercio e neste estudo seraacute aplicada a tarifa de ldquoresidencial normalrdquo em

concordacircncia com a tabela a seguir

Tabela 08 Valor da Tarifa Cobrado pela CAESB

Para melhor compreensatildeo do caacutelculo que a CAESB faz temos uma conta do

condomiacutenio do preacutedio da Superquadra 111 Norte

Figura 04 Conta Discriminada do Condomiacutenio

Fonte Condomiacutenio do Preacutedio

O caacutelculo feito pela CAESB consiste primeiramente em saber a demanda de

aacutegua gasta em metros cuacutebicos por Unidade de Consumo ndash apartamento ndash para

saber qual faixa ldquomsup3rdquo eacute aplicada Apoacutes saber qual a faixa ldquomsup3rdquo que se enquadra eacute

atribuiacutedo o volume por UC (em msup3) em sequecircncia multiplica-se o volume por UC ou

volume da faixa pelo nuacutemero de UCrsquos correspondente para se obter o volume total

gasto (em msup3) Tendo o volume total gasto basta multiplicar pelo preccedilo corresponde

agrave faixa a qual se encaixa o consumo e assim obtendo o valor total a pagar A partir

do momento que se tem o valor total a pagar eacute necessaacuterio acrescer 100 do valor

para cobrir a tarifa de esgoto conforme a figura

Partindo desses dados podemos calcular por apartamento quanto eacute cobrado

pela CAESB a partir dos dados apresentados no capiacutetulo 34

119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119886119901119886119903119905119886119898119890119899119905119900 = 33119901 times 66119871 ~ 217119871

119863119894119886

119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119886119901119886119903119905119886119898119890119899119905119900 119886119900 119898ecirc119904 = 217119871119889119894119886 times 30119863119894119886119904 = 6510119871 119900119906 65101198983

Com base nesses dados temos que calcular o volume total de descarga em

sanitaacuterios que o preacutedio consome com a seguinte foacutermula

119881119879 = 119881119865 times 119873ordm 119889119890 119880119862prime119904

119881119879 = 10119898sup3 times 36 = 360119898sup3

Em que ldquoVTrdquo corresponde ao volume total do preacutedio ldquoVFrdquo ao volume da faixa

que eacute estipulado pela CAESB e ldquoUCrsquosrdquo satildeo as unidades de consumo que eacute correlato

ao nuacutemero de apartamentos existente

Portanto o total a se pagar em um mecircs eacute calculado da seguinte forma

119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 119881119879 times 119879119886119903119894119891119886 119889119890 aacute119892119906119886 + 119879119886119903119894119891119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900

119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 360119898sup3 times 119877$ 265 + 119879119886119903119894119891119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900

119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 954 + 119877$ 954 = 119877$ 1908

Em 7 meses seriam pagos em descarga

119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 1908 times 7 119872119890119904119890119904 = 119877$ 13356

37 ndash Caacutelculos de economia e retorno de investimento para um sistema

fechado

Conforme exposto por L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental p 15)

ldquopara o caacutelculo da economia da taxa de aacutegua multiplica-se o valor do msup3 (valor

cobrado por msup3 do responsaacutevel pelo fornecimento de aacutegua na cidade []) pelo

volume captado e entatildeo obtecircm-se o valor economizado por ano na taxa de aacuteguardquo

Recapitulando que para esse estudo seraacute utilizado o meacutetodo praacutetico brasieliro

devido aos meses de seca ou pouca chuva

Sendo assim

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119881119886119897119900119903 119889119900 1198983 times 119881119900119897119906119898119890 119888119886119901119905119886119889119900

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 265 times 314061198983

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 8322

Essa economia de R$ 8322 eacute para um mecircs de chuva para o preacutedio todo

sendo assim para os 7 meses de chuva tem-se

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119890 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 8322 times 7 119898119890119904119890119904 = 119877$ 58254

Ainda segundo L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental p 16) para o

caacutelculo da economia referente ao esgoto eacute necessaacuterio multiplicar o valor do msup3 pelo

volume captado e por 08 uma vez que considera-se 20 de perda ou seja para

cada 1 litro de aacutegua que chega na residecircncia eacute cobrado 08 litros para o tratamento

do esgoto

Portanto tem-se

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119881119886119897119900119903 119889119900 1198983 times 119881119900119897119906119898119890 119888119886119901119905119886119889119900 times 08

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900 = 119877$ 265 times 314061198983 times 08

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 6658

Esse valor encontrado de R$ 6658 corresponde a um mecircs de chuva para o

preacutedio sendo assim o total economizado pelo preacutedio em 7 meses eacute de

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119890 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 6658 times 7 119898119890119904119890119904 = 119877$ 46606

ldquoPara o caacutelculo do retorno do investimento divide-se o valor investido pela

economia anual com a implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo e reaproveitamento da

aacutegua pluvialrdquo L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental p 16)

Portanto para 7 meses de chuva tem-se o seguinte

119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 =119881119886119897119900119903 119894119899119907119890119904119905119894119889119900

119864119888119900119899119900119898119894119886 (7119898119890119904119890119904)

119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 = 119877$ 1843924

119877$ 58254 + 119877$ 46606

119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 = 119877$ 1843924

119877$ 9446

119877119890119905119900119903119899119900

119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900= 1952 119886119899119900119904

38 ndash Caacutelculos de dimensionamento para um sistema com fluxo

Os caacutelculos apresentados no subitem anterior satildeo relativos a um sistema

o qual natildeo adota a possibilidade de fluxo dentro do reservatoacuterio Quando se

fala em fluxo temos que considerar que ao mesmo tempo em que o preacutedio

utiliza aacutegua do reservatoacuterio de aacutegua pluvial o mesmo vai enchendo com aacutegua

pluvial Portanto haacute um ciclo no qual o preacutedio demanda aacutegua do reservatoacuterio e

o mesmo vai enchendo conforme chove no local

Sabendo que a meacutedia mensal eacute de 1399msup3 eacute preciso multiplicar isso

por 12 para se obter o quanto choveu em 2014 Sendo assim

119879119900119905119886119897 119886119900 119886119899119900 = 1399119898119898 times 12 119898119890119904119890119904

119879119900119905119886119897 119886119900 119886119899119900 = 16788119898119898

Mas como foi visto o periacuteodo chuvoso eacute de 7 meses entatildeo temos

119875119903119890119888119894119901119894119905119886ccedilatilde119900 119901119886119903119886 7 119898119890119904119890119904 = 16788119898119898 divide 7 = 2398119898119898

Com isso eacute necessaacuterio realizar o caacutelculo da meacutedia de captaccedilatildeo de aacutegua

por mecircs para a aacuterea de 1069msup2

119872119890119889119894119886 119889119890 119862119886119901119905119886ccedilatilde119900 = 2398119898119898 times 1069119898sup2

119872eacute119889119894119886 119889119890 119862119886119901119905119886ccedilatilde119900 = 256346119871 119900119906 256346119898sup3

Ao considerar o valor obtido temos que realizar o quanto seria captado

diariamente

119872eacute119889119894119886 119889119894aacute119903119894119886 = 256346119898sup3 divide 30 119889119894119886119904 = 85119898sup3119889119894119886

A partir desses caacutelculos podemos realizar a seguinte comparaccedilatildeo O

preacutedio consome cerca de 78msup3 ao dia de aacutegua para descarga de vasos sanitaacuterios

enquanto a meacutedia diaacuteria de captaccedilatildeo eacute de 85msup3 por conseguinte temos um fluxo

positivo de aacutegua para o reservatoacuterio de 067msup3dia nos dias chuvosos

Se colocarmos um reservatoacuterio de 35msup3 sem nenhuma aacutegua

armazenada poderemos constatar que o reservatoacuterio iria encher por completo em

cerca de 53 dias conforme o caacutelculo a seguir

351198983 = 0671198983 times 119909 119889119894119886119904

119909 119889119894119886119904 = 35119898sup3 divide 067119898sup3 = 5223 119889119894119886119904

Analisando esses dados temos que a partir do 54ordm dia o reservatoacuterio

estaria completamente cheio e no restante dos 156 dias que teriacuteamos de chuva

esses 067msup3 seriam de certa forma desperdiccedilados uma vez que esse fluxo de

067msup3 ao final dos 7 meses gerariam cerca de 1407msup3 enquanto o reservatoacuterio tem

a capacidade de 35msup3 conforme o caacutelculo a seguir

119875119900119905119890119899119888119894119886119897 = 067119898sup3 times 156 119889119894119886119904 = 1045119898sup3

Se considerarmos esse fluxo positivo de 067msup3dia temos que ao final

dos 210 dias (7meses) seria possiacutevel armazenar 1407 msup3 de aacutegua Com um

reservatoacuterio de 35msup3 1057msup3 estariam sendo escoados para fora do reservatoacuterio

Portanto o ideal seria um reservatoacuterio que se aproxime de 1407msup3 para que ao

final dos 7 meses toda aacutegua possiacutevel fosse armazenada no entanto o reservatoacuterio

deveria ser de 145msup3

Devemos considerar ainda que ao final dos 7 meses o reservatoacuterio

estaria cheio no periacuteodo de seca conseguiria abastecer o preacutedio de acordo com a

demanda do preacutedio sendo assim

119880119905119894119897119894119911119886ccedilatilde119900 119899119886 119904119890119888119886 = 119879119900119905119886119897 119889119900 119903119890119904119890119903119907119886119905oacute119903119894119900 divide 119863119890119898119886119899119889119886 119889119894aacute119903119894119886

119880119905119894119897119894119911119886ccedilatilde119900 119899119886 119904119890119888119886 = 1451198983 divide 781198983119889119894119886

119880119905119894119897119894119911119886ccedilatilde119900 119899119886 119904119890119888119886 = 1858 119889119894119886119904

381 ndash Custo de implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo com fluxo em um

preacutedio

Na implantaccedilatildeo desse sistema os materiais utilizados teratildeo como base

as estimativas que foram apresentadas no subitem anterior e para aumentar a

eficiecircncia do sistema o volume de 1400007L seraacute arredondado para

145000L

Devido ao tamanho do reservatoacuterio eacute de se esperar que o reservatoacuterio

natildeo seja instalado em cima do preacutedio uma vez que a estrutura do preacutedio natildeo

conseguiria suportar o peso que o reservatoacuterio faria sobre o telhado

consequentemente o reservatoacuterio deveraacute ser instalado no jardim do preacutedio que

iraacute gerar um custo a mais por conta da escavaccedilatildeo

Os valores de alguns dos materiais apresentados a seguir seguem os

dos apresentados no trabalho de L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental

p 18) apenas o valor da caixa drsquoaacutegua de 10000L foi obtido atraveacutes de

pesquisas em lojas de construccedilatildeo e assim utilizando a de menor valor

conforme a tabela a seguir Segundo o Saneamento de Goiaacutes SA (SANEAGO)

o custo de escavaccedilatildeo eacute calculado a partir do total de msup3 aleacutem de 3m de

profundidade

Tabela 09 Preccedilo dos Produtos do Sistema de Captaccedilatildeo com Fluxo

Observaccedilatildeo Pelo fato desse estudo se tratar de um modelo de implantaccedilatildeo

o custo das tubulaccedilotildees vai variar de acordo com a demanda necessitada pelo

preacutedio portanto podendo variar de acordo com o projeto implantado Para este

estudo seraacute adotado o valor de R$ 7000

Observaccedilatildeo Pelo fato desse trabalho tratar-se de um modelo de

implantaccedilatildeo o custo da energia pode variar de acordo com a demanda necessitada

pelo preacutedio portanto podendo variar de acordo com o uso da bomba Para este

estudo seraacute adotado o valor de R$ 054 que eacute o valor do KwH cobrado pela CEB

Produto Quantidade Valor unitaacuterio (R$) Valor total (R$)

Cx Daacutegua 10000L 14 496090 6945260

Cx Daacutegua 5000L 1 108000 108000

Boacuteia Eleacutetrica 1 2750 2750

Boacuteia Comum 1 1220 1220

Registro de Gaveta

1 3490 3490

Bomba Anauger 1 23000 23000

Filtro 3P VF1 1 22000 22000

Tubulaccedilotildees 7000 7000

Disjuntor 1 1310 1310

Escavaccedilatildeo Msup3 3666 53157

Matildeo de Obra 1 58574 58574

Energia 054 054

Total 13 727154 7704228

382 ndash Caacutelculos de economia e retorno de investimento para um sistema

com fluxo

Partindo dos dados apresentados podemos calcular por apartamento quanto eacute

cobrado pela CAESB a partir dos dados apresentados no capiacutetulo 34

119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119886119901119886119903119905119886119898119890119899119905119900 = 33119901 times 66119871 ~ 217119871

119863119894119886

119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119886119901119886119903119905119886119898119890119899119905119900 119886119900 119898ecirc119904 = 217119871119889119894119886 times 30119863119894119886119904 = 6510119871 119900119906 65101198983

Em que ldquoVTrdquo corresponde ao volume total do preacutedio ldquoVFrdquo ao volume da faixa

que eacute estipulado pela CAESB e ldquoUCrsquosrdquo satildeo as unidades de consumo que eacute correlato

ao nuacutemero de apartamentos existente

Portanto o total a se pagar em um mecircs eacute calculado da seguinte forma

119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 119881119879 times 119879119886119903119894119891119886 119889119890 aacute119892119906119886 + 119879119886119903119894119891119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900

119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 360119898sup3 times 119877$ 265 + 119879119886119903119894119891119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900

119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 954 + 119877$ 954 = 119877$ 1908

Retomando o caacutelculo exposto por L Pereira (Viabilidade

EconocircmicoAmbiental p 15) no subitem anterior temos que o caacutelculo da CAESB

seria feito da seguinte maneira

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119881119886119897119900119903 119889119900 1198983 times 119881119900119897119906119898119890 119888119886119901119905119886119889119900

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 265 times 1451198983

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 38425

Esse caacutelculo eacute equivalente a um mecircs de captaccedilatildeo para os 7 meses

teremos o seguinte

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119890 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 38425 times 7 119898119890119904119890119904 = 119877$ 268975

Conforme foi visto para o caacutelculo da economia de esgoto eacute necessaacuterio

multiplicar o valor do msup3 pelo volume captado e por 08 uma vez que considera-se

20 de perda ou seja para cada 1 litro de aacutegua que chega na residecircncia eacute cobrado

08 litros para o tratamento do esgoto Portanto para um mecircs segue-se

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119881119886119897119900119903 119889119900 1198983 times 119881119900119897119906119898119890 119888119886119901119905119886119889119900 times 08

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900 = 119877$ 265 times 1451198983 times 08

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 3074

ldquoPara o caacutelculo do retorno do investimento divide-se o valor investido pela

economia anual com a implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo e reaproveitamento da

aacutegua pluvialrdquo L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental p 16)

Portanto para 7 meses de chuva tem-se o seguinte

119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 =119881119886119897119900119903 119894119899119907119890119904119905119894119889119900

119864119888119900119899119900119898119894119886 (7119898119890119904119890119904)

119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 = 119877$ 17704228

119877$ 268975 + 119877$ 21518

119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 = 119877$ 7704228

119877$ 484155

119877119890119905119900119903119899119900

119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900= 1591119886119899119900119904

4 ndash Conclusatildeo e Consideraccedilotildees Finais

De acordo com o que foi exposto temos que a implantaccedilatildeo do sistema de

captaccedilatildeo para o aproveitamento de aacuteguas pluviais eacute uma oacutetima alternativa para

substituiccedilatildeo da ldquoaacutegua cinzardquo possibilitando tambeacutem um destino mais correto do

ponto de vista ambiental para a aacutegua que se tornaria esgoto Como eacute de

conhecimento este tipo de meacutetodo eacute utilizado em diversas regiotildees natildeo somente

aquelas que sofrem com escassez de aacutegua

Mesmo sabendo que o Brasil possui um grande potencial hiacutedrico observamos

que uma parcela da populaccedilatildeo natildeo tem consciecircncia quanto ao gasto de aacutegua

gerando um grande desperdiacutecio de forma desnecessaacuteria Portanto partindo de um

pensamento racional um sistema de captaccedilatildeo seria viaacutevel para o aproveitamento da

aacutegua para fins de consumo domeacutestico mais precisamente ldquoaacutegua cinzardquo

Considerando os caacutelculos apresentados a partir da taxa de precipitaccedilatildeo meacutedia

em Brasiacutelia a criaccedilatildeo de um sistema de captaccedilatildeo pluvial predial traz benefiacutecios

econocircmicos e ambientais O projeto torna-se viaacutevel economicamente pois desde

que se faccedila a manutenccedilatildeo de forma adequada do sistema este teraacute uma vida uacutetil

longa e considerando que se obteacutem o retorno do investimento em aproximadamente

16 anos para um sistema com fluxo apoacutes este periacuteodo o sistema passa a ser

lucrativo para o preacutedio que implanta pois o custo eacute dividido no condomiacutenio dentre os

moradores do preacutedio

Analisando do ponto de vista ambiental o desenvolvimento urbano de Brasiacutelia

ocasionou em superfiacutecies impermeaacuteveis dificultando a absorccedilatildeo de aacuteguas pluviais

pelo solo e juntamente com o sistema de redes pluviais e o sistema de drenagem

ultrapassados os alagamentos e enchentes tecircm se tornado constante quando

ocorrem chuvas anormais Com as estimativas feitas neste trabalho eacute possiacutevel que

tais transtornos hiacutedricos urbanos possam ser amenizados a partir da implantaccedilatildeo do

sistema sem que afete o ciclo hidroloacutegico natural Logicamente essa natildeo eacute a

soluccedilatildeo uma vez que ela deve ser apenas um complemento agrave poliacuteticas publicas

poliacuteticas de incentivo entre outras medidas de cunho sustentaacutevel

Em vista disso a implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo e aproveitamento de

aacuteguas pluviais acarretaria em uma significativa melhora ambiental atraveacutes da

substituiccedilatildeo de uma parcela da aacutegua fornecida pela CAESB e possivelmente

mitigando os transtornos hiacutedricos urbanos se aplicado em larga escala

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futurosrdquo (Barbosa 2008 p 9) Em detrimento disso ldquoo desenvolvimento

sustentaacutevel natildeo deve ser apresentado como um slogan poliacuteticordquo (Barbosa

2008 p 10) deve ser apresentado como uma possiacutevel soluccedilatildeo para a

mitigaccedilatildeo dos problemas ambientais encontrados atualmente na sociedade

Portanto a sustentabilidade visa emoldurar novos meios alternativos de

produccedilatildeo distribuiccedilatildeo e consumo dos recursos naturais existentes de forma

mais racional ecologicamente viaacutevel e economicamente eficaz

Ao retratar esses problemas de padrotildees vividos pela sociedade

relacionados ao meio ambiente mais especificamente a utilizaccedilatildeo de recursos

naturais Nascimento (2012 p 58) aponta que ldquohaacute uma quase unanimidade

hoje entre os cientistas de que os recursos naturais natildeo seratildeo suficientes para

fornecer um modo de vida similar ao da classe meacutedia mundial a todos os novos

ingressantes no mercado No entanto eles tecircm tanto direito quanto os que jaacute

participam do mercado consumidorrdquo Mas como podemos contornar tais

problemas e a crise ambiental Atraveacutes da criatividade humana muitas formas

alternativas foram criadas e podem ser inventadas quando se tratam dos

recursos finitos utilizados pelo homem Temos como exemplo a aacutegua sobre a

qual poucos satildeo os estudos apresentados relacionando o aproveitamento de

aacuteguas pluviais e cidades sustentaacuteveis Na maioria das vezes os estudos satildeo

feitos com base em outras necessidades como a dessalinizaccedilatildeo das aacuteguas do

mar para consumo humano Natildeo podemos esquecer que atualmente existem

diversos sistemas de captaccedilatildeo de aacuteguas pluviais para diferentes finalidades

sejam elas para aproveitamento de consumo humano ou natildeo

3 ndash A viabilidade de implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo

pluvial em Brasiacutelia ndash DF

31 ndash Apresentaccedilatildeo de dados

Primeiramente seratildeo apresentados dados sobre a populaccedilatildeo e o

consumo de aacutegua presente nas residecircncias de Brasiacutelia e que seratildeo utilizados

como base para a implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo na Asa Norte

Segundo Ferreira C diretor Superintendente de Atendimento Comercial

(CAC) da Companhia de Saneamento Ambiental do Distrito Federal (CAESB)

ldquoEm Brasiacutelia o consumo meacutedio por habitante eacute de 190 litros de aacutegua por dia o

que resulta em um consumo mensal de 6msup3 por habitanterdquo De acordo com a

ONU cada pessoa necessita de 110 litros por dia para atender as

necessidades de consumo e higiene A Companhia de Saneamento Baacutesico do

Estado de Satildeo Paulo (SABESP 2010) afirma que ldquono Brasil o consumo por

pessoa pode chegar a mais de 200 litrosdiardquo A estimativa da SABESP (2010)

eacute de que 54 litros (27) vatildeo para cozinhar e beber 50 litros (25) para tomar

banho e escovar os dentes 66 litros (33) para descarga de banheiro 24 litros

(12) para lavagem de roupa e 6 litros (3) para outras tarefas como lavagem

de carro por exemplo Segundo dados da CAESB Brasiacutelia (Plano Piloto)

consome cerca de 2757890msup3 por mecircs e que o consumo por habitante eacute de

1381msup3mecircs

Devido ao alto consumo de aacutegua em Brasiacutelia os recorrentes transtornos

hiacutedricos urbanos e a ausecircncia de sistemas captaccedilatildeo pluvial este capiacutetulo traz

um estudo da viabilidade teacutecnica e econocircmica da implantaccedilatildeo de um sistema

em um preacutedio residencial do bairro Asa Norte mais especificamente na

Superquadra 111 Norte Natildeo haacute nenhum estudo realizado que comprove a

frequecircncia dos alagamentos nessa regiatildeo portanto tal quadra foi selecionada

em decorrecircncia de mateacuterias e reportagens que mostram a dificuldade que a

populaccedilatildeo sofre quando haacute uma chuva anormal

Primeiramente eacute necessaacuterio que se tenha uma noccedilatildeo do periacuteodo

chuvoso em Brasiacutelia Segundo o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais

(INPE) Brasiacutelia apresenta um regime de precipitaccedilatildeo bem definido sendo que

a estaccedilatildeo chuvosa tem iniacutecio em Outubro e estende-se ateacute Marccedilo e a estaccedilatildeo

seca ocorre no restante do ano (Abril a Setembro) Ainda segundo o INPE ldquoa

estaccedilatildeo chuvosa eacute causada pelo forte aquecimento da atmosfera na Amazocircnia

que favorece o desenvolvimento de um sistema quase estacionaacuterio em altos

niacuteveis a Alta Boliacutevia Como resultado dessa circulaccedilatildeo observa-se nos baixos

niacuteveis uma regiatildeo de baixa pressatildeo e a convergecircncia de ar satildeo os principais

fatores que provocam a precipitaccedilatildeo neste periacuteodo responsaacutevel por 70 do

total meacutedio anualrdquo A partir desses elementos apresentados pelo INPE e com

base nos dados os quais foram obtidos da estaccedilatildeo meteoroloacutegica de Brasiacutelia

localizada na Latitude (ordm) -158 Longitude (ordm)-479 temos a precipitaccedilatildeo de

Brasiacutelia dada mecircs a mecircs Os dados partem de Janeiro de 2006 e vatildeo ateacute

Outubro de 2015 Eacute importante frisar que os dados foram formulados a partir

da precipitaccedilatildeo acumulada para tornar mais faacutecil de calcular a meacutedia

Tabela 01 Dados de Precipitaccedilatildeo

AnoMecircs JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ Meacutedia Mensal

2006 1232 1914 258 1417 351 09 01 528 403 5264 1956 1821 14563

2007 2609 2659 357 501 75 0 0 0 0 535 2249 275 9779

2008 201 2425 2346 2109 0 0 0 27 80 387 271 3226 1337

2009 2028 1347 81 3759 612 93 0 725 505 2958 1991 3078 1492

2010 1211 368 2494 2388 275 0 0 0 0 349 2547 318 1068

2011 1268 1724 2433 696 139 38 0 0 7 2639 3338 4704 1421

2012 2699 1149 1982 1213 444 24 02 0 333 1098 4446 1428 1235

2013 4918 1893 1903 954 222 62 03 0 659 1069 2711 3525 1493

2014 1531 1392 3402 2493 28 10 79 0 162 2014 192 3667 1399

2015 939 1297 3456 2076 499 0 08 0 218 694 SD SD 9187

Meacutedia para cada mecircs

20445 16168 21763 17606 2645 326 093 128 315 17007 2652 30421 12797

Tabela contendo os dados de chuva acumulada mecircs a mecircs em miliacutemetros (mm)

Fonte INPE 2015

Obs 1- SD - satildeo dados que natildeo foram coletados devido pois o trabalho foi realizado antes desses meses

Obs2- Meacutedia calculada com os dados obtidos no caso os meses de novembro e dezembro de 2015 natildeo entram no

caacutelculo pois ainda natildeo existiam os dados

Temos tambeacutem a partir do estudo realizado por Brino (Brasiacutelia

Superquadras Residenciais) os dimensionamentos dos preacutedios e a quantidade

de apartamentos por pavimentos conforme as tabelas a seguir

Tabela 02 Dimensionamento dos Blocos

A SUPERQUADRA AE AT

Aacuterea de Projeccedilatildeo por Bloco

Aacuterea Total = 11760msup2 Nuacutemero total de Blocos = 11

1069msup2 185 136

Aacuterea Construiacuteda por bloco (sem pilotis e

subsolo)

Pavimentos = 6 Aacuterea do Pavimento = 1069msup2

6414msup2 1113 818

Aacuterea Construiacuteda por superquadras (sem pilotis e subsolo)

Preacutedio = 11 Aacuterea por Preacutedio = 64141msup2

70554msup2 8999 1225

AE - Aacuterea Aedificandi e AT - Aacuterea Total

Tabela 03 Dimensionamento da Populaccedilatildeo

A POPULACcedilAtildeO (5 Pessoas

apart)

6 apartamentos por pavimento

36 apartamentos por bloco

396 apartamentos

por superquadra

1980 pessoas por

superquadra

8 apartamentos por pavimento

48 apartamentos por bloco

528 apartamentos

por superquadra

2640 pessoas por

superquadra

10 apartamentos por pavimento

60 apartamentos por bloco

660 apartamentos

por superquadra

3300 pessoas por

superquadra

12 apartamentos por pavimento

72 apartamentos por bloco

792 apartamentos

por superquadra

3960 pessoas por

superquadra

Caacutelculo para as faixas 100 200 e 300 (seis pavimentos) Fonte SUDUR

O estudo apresentado por Brino (Brasiacutelia Superquadras Residenciais)

considera uma famiacutelia composta por cinco pessoas para cada apartamento

nesse caso iremos desconsiderar essa informaccedilatildeo e basearmos nos dados

apresentados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica (IBGE) Nos

dados do IBGE (Censo Demograacutefico 2010) constam que a meacutedia de

moradores em domiciacutelios particulares ocupados eacute de 33 moradores

Partindo dos elementos de precipitaccedilatildeo aacuterea de projeccedilatildeo por bloco

meacutedia de moradores por apartamento total de apartamentos de um preacutedio e

consumo meacutedio de aacuteguadia por habitante podemos dar inicio as formas de

captaccedilatildeo e armazenamento de aacuteguas pluviais

32 ndash Aacuteguas pluviais e aacuteguas cinzas

Mas porque focar em aproveitamento de aacuteguas pluviais Segundo

Rapoport (2004 p 1) ldquoo aumento populacional acompanhado pelas mudanccedilas

climaacuteticas globais vem contribuindo para o aumento na demanda por recursos

hiacutedricosrdquo Ainda expotildee que ldquoembora a aacutegua seja um recurso renovaacutevel ela

tende a se deteriorar em funccedilatildeo do seu uso indiscriminado o que compromete

consequentemente a quantidade de aacutegua com qualidade disponiacutevel para o

consumo nas diversas localidadesrdquo (Rapoport 2004 p 1)

Um fato importante abordado por Rapoport (2004 p1) eacute que ldquoa

quantidade de aacutegua disponiacutevel eacute sempre a mesma jaacute que estaacute sempre sendo

renovada atraveacutes do ciclo hidroloacutegico Entretanto a aacutegua de qualidade para

consumo estaacute se tornando rarardquo A tiacutetulo de esclarecimento ldquosabe-se que o

ciclo hidroloacutegico se constitui basicamente do transporte de massas drsquoaacutegua do

oceano para atmosfera por evaporaccedilatildeo e da atmosfera atraveacutes de

precipitaccedilotildees escoamentos superficiais e subterracircneos para os oceanos

influenciando diretamente a distribuiccedilatildeo e extensatildeo dos corpos drsquoaacutegua

continentaisrdquo (Rapoport 2004 p 1) Sendo assim a interferecircncia humana tem

causado alteraccedilotildees no ciclo hidroloacutegico em diversas regiotildees Esse assunto

seraacute melhor abordado mais adiante pois o uso do sistema de captaccedilatildeo pode

influenciar no ciclo hidroloacutegico negativamente mas utilizado da forma

adequada pode continuar mantendo o ciclo equilibrado

Aleacutem do uso indevido da aacutegua e de sua escassez Lima e Machado

(2008 p 13) apontam que ldquooutro fator importante eacute o aumento de inundaccedilotildees e

enchentes devido ao escoamento superficial da aacutegua de chuva e da

impermeabilizaccedilatildeo do solordquo Portanto a captaccedilatildeo de aacuteguas pluviais pode

contribuir para a reduccedilatildeo dos transtornos hiacutedricos urbanos e ao mesmo tempo

reduzir a demanda por aacutegua potaacutevel da companhia de distribuiccedilatildeo local

Segundo Amorim e Pereira (2008 p 54) ldquouma das soluccedilotildees em estudo

para aumentar a oferta de aacutegua para as edificaccedilotildees eacute o aproveitamento da

aacutegua pluvial Esta apresenta uma boa alternativa visto que aleacutem de reduzir o

consumo de aacutegua potaacutevel ainda surge como uma accedilatildeo no combate agraves

enchentes funcionando como uma medida natildeo-estrutural do sistema de

drenagem urbanardquo Mas o que eacute necessaacuterio para formar um sistema de

captaccedilatildeo adequado e funcional Amorim e Pereira (2008 p 54) apresentam

que ldquoos sistemas de aproveitamento de aacutegua pluvial satildeo formados basicamente

pela aacuterea de captaccedilatildeo (geralmente coberturas) os componentes de transporte

(calhas e condutores verticais) e o reservatoacuteriordquo Cabe ressaltar que para esse

estudo a captaccedilatildeo das aacuteguas pluviais seraacute destinada apenas para a utilizaccedilatildeo

em ldquoaacuteguas cinzasrdquo Neste sentido o reuso das aacuteguas cinzas que satildeo as aacuteguas

provenientes de todas as atividades domeacutesticas com exceccedilatildeo de fontes de

aacuteguas negras tais como sanitaacuterios bidecircs e urinol vem sendo estudadas com

vista ao reuso tanto em irrigaccedilatildeo como em sanitaacuterios (Rapoport 2004 p 8)

Retomando os dados apresentados pela SABESP (2010) temos a

tabela 04 a qual apresenta os dados de consumo domeacutestico e em sequecircncia o

graacutefico 01 que demonstram que se analisarmos as quantidades de aacutegua

utilizada no consumo domeacutestico teremos uma base para o tamanho do

reservatoacuterio E posteriormente a tabela 05 mostra em que situaccedilotildees se podem

reutilizar as aacuteguas pluviais

Tabela 04 Consumo domeacutestico de aacutegua

Litros

Cozinhar e Beber 54

Tomar Banho e Escovar os Dentes 50

Descarga de Banheiro 66

Lavagem de Roupa 24

Outras Tarefas 6

Total = 200

Fonte SABESP (2010)

27

25

33

12

3

Cozinhar e Beber

Tomar Banho e Escovar osDentes

Descarga de Banheiro

Lavagem de Roupa

Outras Tarefas

Descarga de Banheiro

6875

Lavagem de Roupa

25

Outras Tarefas 625

Graacutefico 01 Consumo Domeacutestico de Aacutegua

Tabela 05 Percentual para reutilizaccedilatildeo de aacuteguas pluviais

Graacutefico 02 Percentual para Reutilizaccedilatildeo de Aacuteguas Pluviais

Porcentagem ()

Descarga de Banheiro 66 6875

Lavagem de Roupa 24 25

Outras Tarefas 6 625

Total = 96 100

Fonte SABESP(2010)

33 ndash Meacutetodos de Dimensionamento do Reservatoacuterio

Amorim e Pereira (2008 p 54 Soares et al 2000 apud May 2004)

apresentam que existem quatro grupos principais para o dimensionamento do

reservatoacuterio

(a) Meacutetodos determiniacutesticos os dados referentes agrave precipitaccedilatildeo

pluviomeacutetrica e agrave demanda satildeo analisados pela curva de massa

(b) Meacutetodos aproximados baseados em relaccedilotildees empiacutericas

conhecidas

(c) Meacutetodos de modelaccedilatildeo satildeo tambeacutem conhecidos como meacutetodos

de transiccedilatildeo probabiliacutestica da matriz e

(d) Meacutetodos de anaacutelise de sistemas sendo linear natildeo linear ou

programaccedilatildeo dinacircmica

Dentro desses grupos de dimensionamento temos os diversos meacutetodos

meacutetodo de Rippl que consiste na determinaccedilatildeo do volume com base na aacuterea

de captaccedilatildeo que eacute subdivido em meacutetodo analiacutetico e meacutetodo graacutefico meacutetodo de

consideraccedilatildeo dos periacuteodos de dias consecutivos sem chuva que necessita da

observaccedilatildeo dos registros pluviomeacutetricos para identificar os maiores periacuteodos de

dias consecutivos sem chuvas e sua taxa de repeticcedilatildeo meacutetodo de anaacutelise de

simulaccedilatildeo de um reservatoacuterio com capacidade suposta que consiste

basicamente na fixaccedilatildeo de um volume para o reservatoacuterio e na verificaccedilatildeo do

percentual de consumo que seraacute atendido meacutetodo praacutetico brasileiro meacutetodo

praacutetico alematildeo meacutetodo praacutetico inglecircs e o meacutetodo praacutetico australiano (Amorim

e Pereira 2008 p 55-58)

34 ndash Anaacutelise de caso para um preacutedio da Superquadra 111 Norte

A partir dos dados jaacute apresentados temos que o objeto de estudo eacute um

preacutedio residencial localizado na Superquadra 111 Norte que possui uma aacuterea

de projeccedilatildeo de 1069msup2 com seis (6) pavimentos constituindo uma aacuterea

construiacuteda de 6414msup2 apresentando seis (6) apartamentos por pavimento e

consequentemente trinta e seis (36) apartamentos no total (Brino Brasiacutelia

Superquadras Residenciais) O preacutedio conteacutem 33 habitantes por apartamento

(IBGE 2010) que consomem em meacutedia cerca de 190 litros de aacuteguadia

resultando em um consumo mensal de aproximadamente 6msup3 por pessoa

(CAESB) mas como a aacutegua captada da chuva seraacute utilizada apenas para

suprir a demanda de aacutegua cinza temos 66 litros para descarga de vasos

sanitaacuterios

Temos entatildeo que a demanda por aacutegua por habitante nesse edifiacutecio eacute

dada por

119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119898119900119903119886119889119900119903 = 66119871 = 66119871119863119894119886

119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119886119901119886119903119905119886119898119890119899119905119900 = 33119901 times 66119871 ~ 217 119871119863119894119886

119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119901119903eacute119889119894119900 = (33119901 times 66119871) times 36 ~ 7840119871119863119894119886

119863119890119898119886119899119889119886 119898119890119899119904119886119897 119901119900119903 119901119903eacute119889119894119900 =7840119871

119889119894119886times 30119863119894119886119904 = 235224119871

Legenda L = Litros p = Pessoas

Para facilitar nos caacutelculos ao aplica-los para o reservatoacuterio e para o

sistema de captaccedilatildeo eacute necessaacuterio realizar a conversatildeo de litros para msup3

(metros cuacutebicos) Sendo assim 66L = 0066msup3 217L = 0217msup3 7840L =

7840msup3 e 235224L = 235224msup3

Seraacute utilizado o ano de 2014 para os dados de precipitaccedilatildeo da estaccedilatildeo

meteoroloacutegica de Brasiacutelia localizada na Latitude (ordm) -158 Longitude (ordm)-479

fornecidos pela professora Rafaela Lisboa durante o periacuteodo chuvoso O ano

de 2014 apresenta registros jornaliacutesticos de alagamento nos meses de

Fevereiro com precipitaccedilatildeo de 1392 msup3 Marccedilo com precipitaccedilatildeo de 3402msup3

e Dezembro com precipitaccedilatildeo de 3667msup3 Importante ressaltar que o setor

Noroeste de Brasiacutelia foi construiacutedo em 2011 (site G1) o que aumentou a aacuterea

de solo impermeabilizado e a reduccedilatildeo no escoamento superficial da aacutegua

ocasionando em um aumento nas enchentes e alagamentos na Asa Norte

Segundo Amorim e Pereira (2008 p57) um dos meacutetodos a ser utilizado

para poder saber o volume de aacutegua aproveitaacutevel e consequentemente o

volume de aacutegua do reservatoacuterio Trata-se de um meacutetodo empiacuterico apresentado

na NBR 155272007 O volume de aacutegua do reservatoacuterio V expresso em L eacute

exposto a seguir

119872eacute119905119900119889119900 119875119903aacute119905119894119888119900 119861119903119886119904119894119897119890119894119903119900

119881 = 0042 times 119875 times 119860 times 119879

Em que ldquoVrdquo representa o volume de aacutegua aproveitaacutevel e o volume de

aacutegua do reservatoacuterio (L) ldquoPrdquo a precipitaccedilatildeo meacutedia mensal (mm) ldquoArdquo a aacuterea de

coleta em projeccedilatildeo ldquoTrdquo nuacutemero de meses de pouca chuva ou seca e ldquo0042rdquo eacute

um coeficiente estipulado

Portanto segundo Fontanela (2010 p 25) para estipular o volume do

reservatoacuterio temos que calcular 42 do produto entre o volume de chuva

coletada pelo telhado e o nuacutemero de meses com pouca chuva ou seca

Atribuindo valores do ano de 2014 temos que

119881 = 0042 times 1399119898119898 times 1069 times 5

119881~ 31406119871 119900119906 31406119898sup3

Ressaltando que esse valor obtido eacute uma estimativa do tamanho do

reservatoacuterio e que pode haver um reservatoacuterio de maior capacidade

De forma comparativa eacute de bom senso que se faccedila outro caacutelculo com um

meacutetodo alternativo

Amorim e Pereira (2008 p56) expotildeem que existe um meacutetodo de anaacutelise

de simulaccedilatildeo do reservatoacuterio com capacidade suposta o qual consiste

basicamente na fixaccedilatildeo de um volume para o reservatoacuterio e na verificaccedilatildeo de

consumo que seraacute atendido Sendo assim ldquoo primeiro passo para a aplicaccedilatildeo

desse meacutetodo eacute adotar alguns valores possiacuteveis para o volume com base na

estimativa do consumo mensal de aacutegua natildeo potaacutevelrdquo (Amorim e Pereira 2008

p57) Portanto partindo do ponto que o preacutedio consome cerca de 235000L

devemos calcular uma base que possa ser favoraacutevel economicamente

119872eacute119905119900119889119900 119889119890 119878119894119898119906119897119886ccedilatilde119900 119889119900 119877119890119904119890119903119907119886119905oacute119903119894119900

235224119871 rarr 100

119881 rarr 30

119881 ~ 70000119871 119900119906 70119898sup3

Tambeacutem haacute outra alternativa apresentada por L Pereira (Viabilidade

EconocircmicoAmbiental p 18)

119881119886119888 = 119860119879 times 119875119875119872119860 lowast

119881119886119888 = 1069119898sup2 times 1399119898sup3 = 1495531119898sup3119886119899119900

Equaccedilatildeo a qual ldquoVacrdquo corresponde ao volume de aacutegua captado ldquoATrdquo

aacuterea do telhado e ldquoPPMArdquo eacute a precipitaccedilatildeo pluviomeacutetrica meacutedia mensal

Poreacutem o resultado obtido eacute para os 12 meses do ano e como foi visto no

ano de 2014 temos 7 meses com chuva portanto

119881119886119888 =119879119900119905119886119897

1198983

1198861198991199007 119898119890119904119890119904

lowast

119881119886119888 =1495531119898sup3119886119899119900

7= 21364119898sup3 119900119906 213640119871

dados somente seriam vaacutelidos se a precipitaccedilatildeo fosse uniforme durante os 7 meses de chuva

341 ndash Anaacutelise de caso para a Superquadra 111 Norte

Retomando a tabela 02 temos que a quadra apresenta 11 preacutedios

aproximadamente que variam o nuacutemero de apartamentos por pavimentos e

consequentemente o nuacutemero de moradores mas os edifiacutecios continuam tendo

uma aacuterea de 1069msup2 gerando um uma aacuterea total de 70554msup2 mas teremos

como base os caacutelculos feitos para o preacutedio selecionado no item 34

Realizando um caacutelculo baacutesico tem-se como estimativa de

armazenamento para esta quadra o seguinte

119872eacute119905119900119889119900 119875119903aacute119905119894119888119900 119861119903119886119904119894119897119890119894119903119900

119881~ 31406119871 119900119906 314061198983

11 119875119903eacute119889119894119900119904 times 31406119871 = 345466119871 119900119906 345466119898sup3

119872eacute119905119900119889119900 119889119890 119878119894119898119906119897119886ccedilatilde119900 119889119900 119877119890119904119890119903119907119886119905oacute119903119894119900

119881 ~ 70000119871 119900119906 701198983

11 119875119903eacute119889119894119900119904 times 70000119871 = 770000

119881119900119897119906119898119890 119889119890 aacute119892119906119886 119888119886119901119905119886119889119900 lowast

119881119886119888 = 213641198983119900119906 213640119871

11 119875119903eacute119889119894119900119904 times 213640119871 = 2350040119871 119900119906 235004119898sup3

dados somente seriam vaacutelidos se a precipitaccedilatildeo fosse uniforme durante os 7 meses de chuva

119863119890119898119886119899119889119886 119905119900119905119886119897 119889119886 119902119906119886119889119903119886 119888119900119898 119889119890119904119888119886119903119892119886 119889119890 119887119886119899ℎ119890119894119903119900

11 119875119903eacute119889119894119900119904 times 235224119871 = 2587464119871 119900119906 2587464119898sup3

Segundo Brino (Brasiacutelia Superquadras Residenciais) temos que as

dimensotildees maacuteximas de uma superquadra satildeo de 280x280m resultando numa

aacuterea de 78400msup2 que eacute denominado de Aacuterea Total (AT) A partir disso foi

definido que deveria existir uma faixa externa de 20m denominada de non

aedificandi que foi destinada ao plantio de uma ldquomassa vegetalrdquo de grande

porte e no interior da quadra encontra-se a aacuterea aedificandi a qual possui

240x240m e uma aacuterea de 57600msup2 Realizando uma subtraccedilatildeo da Aacuterea total

pela Aacuterea aedificandi obtecircm-se que a aacuterea non aedificandi eacute de 20800msup2 que

corresponde a 265 da aacuterea total

Com base nessas informaccedilotildees eacute necessaacuterio atentar-se ao detalhe de

que uma parte da precipitaccedilatildeo cai no solo e outra parte nos telhados dos

preacutedios Sendo assim parte da chuva pode ser aproveitada pelo sistema de

captaccedilatildeo enquanto outra parte chega ao solo sem uma interferecircncia direta no

ciclo hidroloacutegico

35 ndash Funcionamento do sistema de captaccedilatildeo

Eacute importante frisar que o sistema de aproveitamento de aacuteguas pluviais eacute

regido pela norma NBR 15527 (Associaccedilatildeo Brasileira de Normas Teacutecnicas

2007) norma a qual faz algumas consideraccedilotildees importantes para implantaccedilatildeo

e correto funcionamento do sistema de captaccedilatildeo Alguns destes satildeo

435 ndash O volume dos reservatoacuterios deve ser dimensionado com

base em criteacuterios teacutecnicos econocircmicos e ambientais levando em

conta as boas praacuteticas da engenharia podendo a criteacuterio do

projetista ser utilizados os meacutetodos contidos no Anexo A ou

outro desde que devidamente justificado

Item 436 ndash Os reservatoacuterios devem ser limpos e desinfetados

com soluccedilatildeo de hipoclorito de soacutedio no miacutenimo uma vez por ano

de acordo com agrave ABNT NBR 5626

Item 442 ndash As tubulaccedilotildees e demais componentes devem ser

claramente diferenciados das tubulaccedilotildees de aacutegua potaacutevel

Item 443 ndash O sistema de distribuiccedilatildeo de chuva deve ser

independente do sistema de aacutegua potaacutevel natildeo permitindo a

conexatildeo cruzada de acordo com agrave ABNT NBR 5626

Item 444 ndash Os pontos de consumo como por exemplo uma

torneira de jardim devem ser de uso restrito e identificados com

placa de advertecircncia com a seguinte inscriccedilatildeo ldquoaacutegua natildeo potaacutevelrdquo

e identificaccedilatildeo graacutefica

Item 445 ndash Os reservatoacuterios de aacutegua de distribuiccedilatildeo de aacutegua

potaacutevel e de aacutegua da chuva devem ser separados

Item 461 ndash Quando necessaacuterio o bombeamento este deve

atender agrave ABNT NBR 12214

Deve-se realizar manutenccedilatildeo em todo o sistema de

aproveitamento de aacutegua de chuva

Para maiores esclarecimentos ldquoo funcionamento de um sistema de

coleta e aproveitamento de aacutegua pluvial consiste de maneira geral na captaccedilatildeo

da aacutegua da chuva que cai sobre os telhados ou lajes da edificaccedilatildeo A aacutegua eacute

conduzida ateacute o local de armazenamento atraveacutes de calhas condutores

horizontais e verticais passando por equipamentos de filtragem e descarte de

impurezas Apoacutes passar pelo filtro a aacutegua eacute armazenada geralmente em

reservatoacuterio enterrado (cisterna) e bombeada a um segundo reservatoacuterio

(elevado) do qual as tubulaccedilotildees especiacuteficas de aacutegua pluvial iratildeo distribuiacute-la

para o consumo natildeo potaacutevelrdquo (Carvalho 2010 p 27 e 28) Conforme ilustra a

imagem a seguir

Figura 02 Funcionamento de um Sistema de Captaccedilatildeo

Fonte Adatildeo D Padini (2013)

De forma mais simplificada podemos ver a representaccedilatildeo no fluxograma

a seguir

Figura 03 Fluxograma do Sistema de Captaccedilatildeo

Fonte Leandro Roncato Pereira

351 ndash Dificuldades para implantaccedilatildeo do sistema

Tal sistema apresenta como dificuldade o local onde seriam instaladas

as cisternas uma vez que geraria um peso sobre o telhado Dessa forma o

sistema seria instalado no jardim cobrando um custo adicional

352 ndash Custo de implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo fechado em um

preacutedio

Na implantaccedilatildeo desse sistema os materiais utilizados teratildeo como base o

meacutetodo praacutetico brasileiro e para aumentar a eficiecircncia do sistema o volume de

31406L seraacute arredondado para 35000L

Os valores de alguns dos materiais apresentados a seguir seguem os

dos apresentados no trabalho de L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental

p 18) apenas o valor da caixa drsquoaacutegua de 10000L foi obtido atraveacutes de

pesquisas em lojas de construccedilatildeo e assim utilizando a de menor valor

Tambeacutem devemos considerar que a bomba consome energia ao bombear aacutegua

para o preacutedio (CEB) portanto os valores seguem conforme a tabela a seguir

Tabela 06 Preccedilo dos Produtos do Sistema de Captaccedilatildeo sem Fluxo

Produto Quantidade Valor unitaacuterio (R$) Valor total (R$)

Cx Daacutegua 10000L 3 496090 1488270

Cx Daacutegua 5000L 1 108000 108000

Boacuteia Eleacutetrica 1 2750 2750

Boacuteia Comum 1 1220 1220

Registro de Gaveta

1 3490 3490

Bomba Anauger 1 23000 23000

Filtro 3P VF1 1 22000 22000

Tubulaccedilotildees 7000 7000

Disjuntor 1 1310 1310

Escavaccedilatildeo Msup3 3666 128310

Matildeo de Obra 1 58574 58574

Energia 054 054

Total 13 727154 1843978

Observaccedilatildeo Pelo fato desse estudo se tratar de um modelo de implantaccedilatildeo

o custo das tubulaccedilotildees vai variar de acordo com a demanda necessitada pelo

preacutedio portanto podendo variar de acordo com o projeto implantado Para este

estudo seraacute adotado o valor de R$ 7000

Observaccedilatildeo Pelo fato desse trabalho tratar-se de um modelo de

implantaccedilatildeo o custo da energia pode variar de acordo com a demanda necessitada

pelo preacutedio portanto podendo variar de acordo com o uso da bomba Para este

estudo seraacute adotado o valor de R$ 054 que eacute o valor do KwH cobrado pela CEB

Segundo Saravy (2010 p 46) haacute tambeacutem um custo para manutenccedilatildeo do

sistema conforme a tabela a seguir

Tabela 07 Preccedilo de Manutenccedilatildeo do Sistema de Captaccedilatildeo

Com esses dados podemos ver o valor total final a ser pago pelo

sistema de captaccedilatildeo que eacute de R$ 1889978

36 ndash Taxas e valores cobrados para utilizaccedilatildeo de aacutegua

Segundo a Companhia de Saneamento Ambiental do Distrito Federal (CAESB)

quando vaacuterias residecircncias satildeo atendidas por uma uacutenica ligaccedilatildeo de aacutegua eacute aplicado o

conceito de consumo ldquoPara exemplificar podemos citar um preacutedio residencial onde

cada apartamento corresponde a uma unidade de consumordquo (CAESB) Contudo o

caacutelculo de gastos seraacute realizado primeiro em um apartamento e posteriormente

multiplicado pelo total de apartamentos do preacutedio uma vez que os preacutedios

residecircncias da Asa Norte pagam a conta de aacutegua atraveacutes do condomiacutenio O preacutedio

Componente Frequecircncia da Manutenccedilatildeo

Custo da Manutenccedilatildeo

Calhas e Condutores

Semestral R$ 13000

Reservatoacuterio Limpeza e

Desinfecccedilatildeo Anual

R$ 20000

desse estudo apresenta um hidrocircmetro que mede o consumo de aacutegua para o todo o

preacutedio

Eacute de suma importacircncia destacar tambeacutem que haacute uma taxa de esgoto que eacute

cobrada pela CAESB consequentemente ldquoo valor da tarifa de esgotos corresponde

a 100 do valor da tarifa de aacutegua exceto quando se tratar de coleta do tipo

condominial que equivale a 60 do valor da tarifa de aacuteguardquo (CAESB)

Deste modo a CAESB utiliza tarifas para diversas categorias de moradia e

comeacutercio e neste estudo seraacute aplicada a tarifa de ldquoresidencial normalrdquo em

concordacircncia com a tabela a seguir

Tabela 08 Valor da Tarifa Cobrado pela CAESB

Para melhor compreensatildeo do caacutelculo que a CAESB faz temos uma conta do

condomiacutenio do preacutedio da Superquadra 111 Norte

Figura 04 Conta Discriminada do Condomiacutenio

Fonte Condomiacutenio do Preacutedio

O caacutelculo feito pela CAESB consiste primeiramente em saber a demanda de

aacutegua gasta em metros cuacutebicos por Unidade de Consumo ndash apartamento ndash para

saber qual faixa ldquomsup3rdquo eacute aplicada Apoacutes saber qual a faixa ldquomsup3rdquo que se enquadra eacute

atribuiacutedo o volume por UC (em msup3) em sequecircncia multiplica-se o volume por UC ou

volume da faixa pelo nuacutemero de UCrsquos correspondente para se obter o volume total

gasto (em msup3) Tendo o volume total gasto basta multiplicar pelo preccedilo corresponde

agrave faixa a qual se encaixa o consumo e assim obtendo o valor total a pagar A partir

do momento que se tem o valor total a pagar eacute necessaacuterio acrescer 100 do valor

para cobrir a tarifa de esgoto conforme a figura

Partindo desses dados podemos calcular por apartamento quanto eacute cobrado

pela CAESB a partir dos dados apresentados no capiacutetulo 34

119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119886119901119886119903119905119886119898119890119899119905119900 = 33119901 times 66119871 ~ 217119871

119863119894119886

119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119886119901119886119903119905119886119898119890119899119905119900 119886119900 119898ecirc119904 = 217119871119889119894119886 times 30119863119894119886119904 = 6510119871 119900119906 65101198983

Com base nesses dados temos que calcular o volume total de descarga em

sanitaacuterios que o preacutedio consome com a seguinte foacutermula

119881119879 = 119881119865 times 119873ordm 119889119890 119880119862prime119904

119881119879 = 10119898sup3 times 36 = 360119898sup3

Em que ldquoVTrdquo corresponde ao volume total do preacutedio ldquoVFrdquo ao volume da faixa

que eacute estipulado pela CAESB e ldquoUCrsquosrdquo satildeo as unidades de consumo que eacute correlato

ao nuacutemero de apartamentos existente

Portanto o total a se pagar em um mecircs eacute calculado da seguinte forma

119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 119881119879 times 119879119886119903119894119891119886 119889119890 aacute119892119906119886 + 119879119886119903119894119891119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900

119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 360119898sup3 times 119877$ 265 + 119879119886119903119894119891119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900

119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 954 + 119877$ 954 = 119877$ 1908

Em 7 meses seriam pagos em descarga

119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 1908 times 7 119872119890119904119890119904 = 119877$ 13356

37 ndash Caacutelculos de economia e retorno de investimento para um sistema

fechado

Conforme exposto por L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental p 15)

ldquopara o caacutelculo da economia da taxa de aacutegua multiplica-se o valor do msup3 (valor

cobrado por msup3 do responsaacutevel pelo fornecimento de aacutegua na cidade []) pelo

volume captado e entatildeo obtecircm-se o valor economizado por ano na taxa de aacuteguardquo

Recapitulando que para esse estudo seraacute utilizado o meacutetodo praacutetico brasieliro

devido aos meses de seca ou pouca chuva

Sendo assim

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119881119886119897119900119903 119889119900 1198983 times 119881119900119897119906119898119890 119888119886119901119905119886119889119900

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 265 times 314061198983

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 8322

Essa economia de R$ 8322 eacute para um mecircs de chuva para o preacutedio todo

sendo assim para os 7 meses de chuva tem-se

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119890 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 8322 times 7 119898119890119904119890119904 = 119877$ 58254

Ainda segundo L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental p 16) para o

caacutelculo da economia referente ao esgoto eacute necessaacuterio multiplicar o valor do msup3 pelo

volume captado e por 08 uma vez que considera-se 20 de perda ou seja para

cada 1 litro de aacutegua que chega na residecircncia eacute cobrado 08 litros para o tratamento

do esgoto

Portanto tem-se

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119881119886119897119900119903 119889119900 1198983 times 119881119900119897119906119898119890 119888119886119901119905119886119889119900 times 08

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900 = 119877$ 265 times 314061198983 times 08

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 6658

Esse valor encontrado de R$ 6658 corresponde a um mecircs de chuva para o

preacutedio sendo assim o total economizado pelo preacutedio em 7 meses eacute de

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119890 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 6658 times 7 119898119890119904119890119904 = 119877$ 46606

ldquoPara o caacutelculo do retorno do investimento divide-se o valor investido pela

economia anual com a implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo e reaproveitamento da

aacutegua pluvialrdquo L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental p 16)

Portanto para 7 meses de chuva tem-se o seguinte

119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 =119881119886119897119900119903 119894119899119907119890119904119905119894119889119900

119864119888119900119899119900119898119894119886 (7119898119890119904119890119904)

119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 = 119877$ 1843924

119877$ 58254 + 119877$ 46606

119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 = 119877$ 1843924

119877$ 9446

119877119890119905119900119903119899119900

119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900= 1952 119886119899119900119904

38 ndash Caacutelculos de dimensionamento para um sistema com fluxo

Os caacutelculos apresentados no subitem anterior satildeo relativos a um sistema

o qual natildeo adota a possibilidade de fluxo dentro do reservatoacuterio Quando se

fala em fluxo temos que considerar que ao mesmo tempo em que o preacutedio

utiliza aacutegua do reservatoacuterio de aacutegua pluvial o mesmo vai enchendo com aacutegua

pluvial Portanto haacute um ciclo no qual o preacutedio demanda aacutegua do reservatoacuterio e

o mesmo vai enchendo conforme chove no local

Sabendo que a meacutedia mensal eacute de 1399msup3 eacute preciso multiplicar isso

por 12 para se obter o quanto choveu em 2014 Sendo assim

119879119900119905119886119897 119886119900 119886119899119900 = 1399119898119898 times 12 119898119890119904119890119904

119879119900119905119886119897 119886119900 119886119899119900 = 16788119898119898

Mas como foi visto o periacuteodo chuvoso eacute de 7 meses entatildeo temos

119875119903119890119888119894119901119894119905119886ccedilatilde119900 119901119886119903119886 7 119898119890119904119890119904 = 16788119898119898 divide 7 = 2398119898119898

Com isso eacute necessaacuterio realizar o caacutelculo da meacutedia de captaccedilatildeo de aacutegua

por mecircs para a aacuterea de 1069msup2

119872119890119889119894119886 119889119890 119862119886119901119905119886ccedilatilde119900 = 2398119898119898 times 1069119898sup2

119872eacute119889119894119886 119889119890 119862119886119901119905119886ccedilatilde119900 = 256346119871 119900119906 256346119898sup3

Ao considerar o valor obtido temos que realizar o quanto seria captado

diariamente

119872eacute119889119894119886 119889119894aacute119903119894119886 = 256346119898sup3 divide 30 119889119894119886119904 = 85119898sup3119889119894119886

A partir desses caacutelculos podemos realizar a seguinte comparaccedilatildeo O

preacutedio consome cerca de 78msup3 ao dia de aacutegua para descarga de vasos sanitaacuterios

enquanto a meacutedia diaacuteria de captaccedilatildeo eacute de 85msup3 por conseguinte temos um fluxo

positivo de aacutegua para o reservatoacuterio de 067msup3dia nos dias chuvosos

Se colocarmos um reservatoacuterio de 35msup3 sem nenhuma aacutegua

armazenada poderemos constatar que o reservatoacuterio iria encher por completo em

cerca de 53 dias conforme o caacutelculo a seguir

351198983 = 0671198983 times 119909 119889119894119886119904

119909 119889119894119886119904 = 35119898sup3 divide 067119898sup3 = 5223 119889119894119886119904

Analisando esses dados temos que a partir do 54ordm dia o reservatoacuterio

estaria completamente cheio e no restante dos 156 dias que teriacuteamos de chuva

esses 067msup3 seriam de certa forma desperdiccedilados uma vez que esse fluxo de

067msup3 ao final dos 7 meses gerariam cerca de 1407msup3 enquanto o reservatoacuterio tem

a capacidade de 35msup3 conforme o caacutelculo a seguir

119875119900119905119890119899119888119894119886119897 = 067119898sup3 times 156 119889119894119886119904 = 1045119898sup3

Se considerarmos esse fluxo positivo de 067msup3dia temos que ao final

dos 210 dias (7meses) seria possiacutevel armazenar 1407 msup3 de aacutegua Com um

reservatoacuterio de 35msup3 1057msup3 estariam sendo escoados para fora do reservatoacuterio

Portanto o ideal seria um reservatoacuterio que se aproxime de 1407msup3 para que ao

final dos 7 meses toda aacutegua possiacutevel fosse armazenada no entanto o reservatoacuterio

deveria ser de 145msup3

Devemos considerar ainda que ao final dos 7 meses o reservatoacuterio

estaria cheio no periacuteodo de seca conseguiria abastecer o preacutedio de acordo com a

demanda do preacutedio sendo assim

119880119905119894119897119894119911119886ccedilatilde119900 119899119886 119904119890119888119886 = 119879119900119905119886119897 119889119900 119903119890119904119890119903119907119886119905oacute119903119894119900 divide 119863119890119898119886119899119889119886 119889119894aacute119903119894119886

119880119905119894119897119894119911119886ccedilatilde119900 119899119886 119904119890119888119886 = 1451198983 divide 781198983119889119894119886

119880119905119894119897119894119911119886ccedilatilde119900 119899119886 119904119890119888119886 = 1858 119889119894119886119904

381 ndash Custo de implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo com fluxo em um

preacutedio

Na implantaccedilatildeo desse sistema os materiais utilizados teratildeo como base

as estimativas que foram apresentadas no subitem anterior e para aumentar a

eficiecircncia do sistema o volume de 1400007L seraacute arredondado para

145000L

Devido ao tamanho do reservatoacuterio eacute de se esperar que o reservatoacuterio

natildeo seja instalado em cima do preacutedio uma vez que a estrutura do preacutedio natildeo

conseguiria suportar o peso que o reservatoacuterio faria sobre o telhado

consequentemente o reservatoacuterio deveraacute ser instalado no jardim do preacutedio que

iraacute gerar um custo a mais por conta da escavaccedilatildeo

Os valores de alguns dos materiais apresentados a seguir seguem os

dos apresentados no trabalho de L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental

p 18) apenas o valor da caixa drsquoaacutegua de 10000L foi obtido atraveacutes de

pesquisas em lojas de construccedilatildeo e assim utilizando a de menor valor

conforme a tabela a seguir Segundo o Saneamento de Goiaacutes SA (SANEAGO)

o custo de escavaccedilatildeo eacute calculado a partir do total de msup3 aleacutem de 3m de

profundidade

Tabela 09 Preccedilo dos Produtos do Sistema de Captaccedilatildeo com Fluxo

Observaccedilatildeo Pelo fato desse estudo se tratar de um modelo de implantaccedilatildeo

o custo das tubulaccedilotildees vai variar de acordo com a demanda necessitada pelo

preacutedio portanto podendo variar de acordo com o projeto implantado Para este

estudo seraacute adotado o valor de R$ 7000

Observaccedilatildeo Pelo fato desse trabalho tratar-se de um modelo de

implantaccedilatildeo o custo da energia pode variar de acordo com a demanda necessitada

pelo preacutedio portanto podendo variar de acordo com o uso da bomba Para este

estudo seraacute adotado o valor de R$ 054 que eacute o valor do KwH cobrado pela CEB

Produto Quantidade Valor unitaacuterio (R$) Valor total (R$)

Cx Daacutegua 10000L 14 496090 6945260

Cx Daacutegua 5000L 1 108000 108000

Boacuteia Eleacutetrica 1 2750 2750

Boacuteia Comum 1 1220 1220

Registro de Gaveta

1 3490 3490

Bomba Anauger 1 23000 23000

Filtro 3P VF1 1 22000 22000

Tubulaccedilotildees 7000 7000

Disjuntor 1 1310 1310

Escavaccedilatildeo Msup3 3666 53157

Matildeo de Obra 1 58574 58574

Energia 054 054

Total 13 727154 7704228

382 ndash Caacutelculos de economia e retorno de investimento para um sistema

com fluxo

Partindo dos dados apresentados podemos calcular por apartamento quanto eacute

cobrado pela CAESB a partir dos dados apresentados no capiacutetulo 34

119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119886119901119886119903119905119886119898119890119899119905119900 = 33119901 times 66119871 ~ 217119871

119863119894119886

119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119886119901119886119903119905119886119898119890119899119905119900 119886119900 119898ecirc119904 = 217119871119889119894119886 times 30119863119894119886119904 = 6510119871 119900119906 65101198983

Em que ldquoVTrdquo corresponde ao volume total do preacutedio ldquoVFrdquo ao volume da faixa

que eacute estipulado pela CAESB e ldquoUCrsquosrdquo satildeo as unidades de consumo que eacute correlato

ao nuacutemero de apartamentos existente

Portanto o total a se pagar em um mecircs eacute calculado da seguinte forma

119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 119881119879 times 119879119886119903119894119891119886 119889119890 aacute119892119906119886 + 119879119886119903119894119891119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900

119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 360119898sup3 times 119877$ 265 + 119879119886119903119894119891119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900

119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 954 + 119877$ 954 = 119877$ 1908

Retomando o caacutelculo exposto por L Pereira (Viabilidade

EconocircmicoAmbiental p 15) no subitem anterior temos que o caacutelculo da CAESB

seria feito da seguinte maneira

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119881119886119897119900119903 119889119900 1198983 times 119881119900119897119906119898119890 119888119886119901119905119886119889119900

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 265 times 1451198983

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 38425

Esse caacutelculo eacute equivalente a um mecircs de captaccedilatildeo para os 7 meses

teremos o seguinte

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119890 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 38425 times 7 119898119890119904119890119904 = 119877$ 268975

Conforme foi visto para o caacutelculo da economia de esgoto eacute necessaacuterio

multiplicar o valor do msup3 pelo volume captado e por 08 uma vez que considera-se

20 de perda ou seja para cada 1 litro de aacutegua que chega na residecircncia eacute cobrado

08 litros para o tratamento do esgoto Portanto para um mecircs segue-se

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119881119886119897119900119903 119889119900 1198983 times 119881119900119897119906119898119890 119888119886119901119905119886119889119900 times 08

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900 = 119877$ 265 times 1451198983 times 08

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 3074

ldquoPara o caacutelculo do retorno do investimento divide-se o valor investido pela

economia anual com a implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo e reaproveitamento da

aacutegua pluvialrdquo L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental p 16)

Portanto para 7 meses de chuva tem-se o seguinte

119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 =119881119886119897119900119903 119894119899119907119890119904119905119894119889119900

119864119888119900119899119900119898119894119886 (7119898119890119904119890119904)

119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 = 119877$ 17704228

119877$ 268975 + 119877$ 21518

119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 = 119877$ 7704228

119877$ 484155

119877119890119905119900119903119899119900

119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900= 1591119886119899119900119904

4 ndash Conclusatildeo e Consideraccedilotildees Finais

De acordo com o que foi exposto temos que a implantaccedilatildeo do sistema de

captaccedilatildeo para o aproveitamento de aacuteguas pluviais eacute uma oacutetima alternativa para

substituiccedilatildeo da ldquoaacutegua cinzardquo possibilitando tambeacutem um destino mais correto do

ponto de vista ambiental para a aacutegua que se tornaria esgoto Como eacute de

conhecimento este tipo de meacutetodo eacute utilizado em diversas regiotildees natildeo somente

aquelas que sofrem com escassez de aacutegua

Mesmo sabendo que o Brasil possui um grande potencial hiacutedrico observamos

que uma parcela da populaccedilatildeo natildeo tem consciecircncia quanto ao gasto de aacutegua

gerando um grande desperdiacutecio de forma desnecessaacuteria Portanto partindo de um

pensamento racional um sistema de captaccedilatildeo seria viaacutevel para o aproveitamento da

aacutegua para fins de consumo domeacutestico mais precisamente ldquoaacutegua cinzardquo

Considerando os caacutelculos apresentados a partir da taxa de precipitaccedilatildeo meacutedia

em Brasiacutelia a criaccedilatildeo de um sistema de captaccedilatildeo pluvial predial traz benefiacutecios

econocircmicos e ambientais O projeto torna-se viaacutevel economicamente pois desde

que se faccedila a manutenccedilatildeo de forma adequada do sistema este teraacute uma vida uacutetil

longa e considerando que se obteacutem o retorno do investimento em aproximadamente

16 anos para um sistema com fluxo apoacutes este periacuteodo o sistema passa a ser

lucrativo para o preacutedio que implanta pois o custo eacute dividido no condomiacutenio dentre os

moradores do preacutedio

Analisando do ponto de vista ambiental o desenvolvimento urbano de Brasiacutelia

ocasionou em superfiacutecies impermeaacuteveis dificultando a absorccedilatildeo de aacuteguas pluviais

pelo solo e juntamente com o sistema de redes pluviais e o sistema de drenagem

ultrapassados os alagamentos e enchentes tecircm se tornado constante quando

ocorrem chuvas anormais Com as estimativas feitas neste trabalho eacute possiacutevel que

tais transtornos hiacutedricos urbanos possam ser amenizados a partir da implantaccedilatildeo do

sistema sem que afete o ciclo hidroloacutegico natural Logicamente essa natildeo eacute a

soluccedilatildeo uma vez que ela deve ser apenas um complemento agrave poliacuteticas publicas

poliacuteticas de incentivo entre outras medidas de cunho sustentaacutevel

Em vista disso a implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo e aproveitamento de

aacuteguas pluviais acarretaria em uma significativa melhora ambiental atraveacutes da

substituiccedilatildeo de uma parcela da aacutegua fornecida pela CAESB e possivelmente

mitigando os transtornos hiacutedricos urbanos se aplicado em larga escala

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3 ndash A viabilidade de implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo

pluvial em Brasiacutelia ndash DF

31 ndash Apresentaccedilatildeo de dados

Primeiramente seratildeo apresentados dados sobre a populaccedilatildeo e o

consumo de aacutegua presente nas residecircncias de Brasiacutelia e que seratildeo utilizados

como base para a implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo na Asa Norte

Segundo Ferreira C diretor Superintendente de Atendimento Comercial

(CAC) da Companhia de Saneamento Ambiental do Distrito Federal (CAESB)

ldquoEm Brasiacutelia o consumo meacutedio por habitante eacute de 190 litros de aacutegua por dia o

que resulta em um consumo mensal de 6msup3 por habitanterdquo De acordo com a

ONU cada pessoa necessita de 110 litros por dia para atender as

necessidades de consumo e higiene A Companhia de Saneamento Baacutesico do

Estado de Satildeo Paulo (SABESP 2010) afirma que ldquono Brasil o consumo por

pessoa pode chegar a mais de 200 litrosdiardquo A estimativa da SABESP (2010)

eacute de que 54 litros (27) vatildeo para cozinhar e beber 50 litros (25) para tomar

banho e escovar os dentes 66 litros (33) para descarga de banheiro 24 litros

(12) para lavagem de roupa e 6 litros (3) para outras tarefas como lavagem

de carro por exemplo Segundo dados da CAESB Brasiacutelia (Plano Piloto)

consome cerca de 2757890msup3 por mecircs e que o consumo por habitante eacute de

1381msup3mecircs

Devido ao alto consumo de aacutegua em Brasiacutelia os recorrentes transtornos

hiacutedricos urbanos e a ausecircncia de sistemas captaccedilatildeo pluvial este capiacutetulo traz

um estudo da viabilidade teacutecnica e econocircmica da implantaccedilatildeo de um sistema

em um preacutedio residencial do bairro Asa Norte mais especificamente na

Superquadra 111 Norte Natildeo haacute nenhum estudo realizado que comprove a

frequecircncia dos alagamentos nessa regiatildeo portanto tal quadra foi selecionada

em decorrecircncia de mateacuterias e reportagens que mostram a dificuldade que a

populaccedilatildeo sofre quando haacute uma chuva anormal

Primeiramente eacute necessaacuterio que se tenha uma noccedilatildeo do periacuteodo

chuvoso em Brasiacutelia Segundo o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais

(INPE) Brasiacutelia apresenta um regime de precipitaccedilatildeo bem definido sendo que

a estaccedilatildeo chuvosa tem iniacutecio em Outubro e estende-se ateacute Marccedilo e a estaccedilatildeo

seca ocorre no restante do ano (Abril a Setembro) Ainda segundo o INPE ldquoa

estaccedilatildeo chuvosa eacute causada pelo forte aquecimento da atmosfera na Amazocircnia

que favorece o desenvolvimento de um sistema quase estacionaacuterio em altos

niacuteveis a Alta Boliacutevia Como resultado dessa circulaccedilatildeo observa-se nos baixos

niacuteveis uma regiatildeo de baixa pressatildeo e a convergecircncia de ar satildeo os principais

fatores que provocam a precipitaccedilatildeo neste periacuteodo responsaacutevel por 70 do

total meacutedio anualrdquo A partir desses elementos apresentados pelo INPE e com

base nos dados os quais foram obtidos da estaccedilatildeo meteoroloacutegica de Brasiacutelia

localizada na Latitude (ordm) -158 Longitude (ordm)-479 temos a precipitaccedilatildeo de

Brasiacutelia dada mecircs a mecircs Os dados partem de Janeiro de 2006 e vatildeo ateacute

Outubro de 2015 Eacute importante frisar que os dados foram formulados a partir

da precipitaccedilatildeo acumulada para tornar mais faacutecil de calcular a meacutedia

Tabela 01 Dados de Precipitaccedilatildeo

AnoMecircs JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ Meacutedia Mensal

2006 1232 1914 258 1417 351 09 01 528 403 5264 1956 1821 14563

2007 2609 2659 357 501 75 0 0 0 0 535 2249 275 9779

2008 201 2425 2346 2109 0 0 0 27 80 387 271 3226 1337

2009 2028 1347 81 3759 612 93 0 725 505 2958 1991 3078 1492

2010 1211 368 2494 2388 275 0 0 0 0 349 2547 318 1068

2011 1268 1724 2433 696 139 38 0 0 7 2639 3338 4704 1421

2012 2699 1149 1982 1213 444 24 02 0 333 1098 4446 1428 1235

2013 4918 1893 1903 954 222 62 03 0 659 1069 2711 3525 1493

2014 1531 1392 3402 2493 28 10 79 0 162 2014 192 3667 1399

2015 939 1297 3456 2076 499 0 08 0 218 694 SD SD 9187

Meacutedia para cada mecircs

20445 16168 21763 17606 2645 326 093 128 315 17007 2652 30421 12797

Tabela contendo os dados de chuva acumulada mecircs a mecircs em miliacutemetros (mm)

Fonte INPE 2015

Obs 1- SD - satildeo dados que natildeo foram coletados devido pois o trabalho foi realizado antes desses meses

Obs2- Meacutedia calculada com os dados obtidos no caso os meses de novembro e dezembro de 2015 natildeo entram no

caacutelculo pois ainda natildeo existiam os dados

Temos tambeacutem a partir do estudo realizado por Brino (Brasiacutelia

Superquadras Residenciais) os dimensionamentos dos preacutedios e a quantidade

de apartamentos por pavimentos conforme as tabelas a seguir

Tabela 02 Dimensionamento dos Blocos

A SUPERQUADRA AE AT

Aacuterea de Projeccedilatildeo por Bloco

Aacuterea Total = 11760msup2 Nuacutemero total de Blocos = 11

1069msup2 185 136

Aacuterea Construiacuteda por bloco (sem pilotis e

subsolo)

Pavimentos = 6 Aacuterea do Pavimento = 1069msup2

6414msup2 1113 818

Aacuterea Construiacuteda por superquadras (sem pilotis e subsolo)

Preacutedio = 11 Aacuterea por Preacutedio = 64141msup2

70554msup2 8999 1225

AE - Aacuterea Aedificandi e AT - Aacuterea Total

Tabela 03 Dimensionamento da Populaccedilatildeo

A POPULACcedilAtildeO (5 Pessoas

apart)

6 apartamentos por pavimento

36 apartamentos por bloco

396 apartamentos

por superquadra

1980 pessoas por

superquadra

8 apartamentos por pavimento

48 apartamentos por bloco

528 apartamentos

por superquadra

2640 pessoas por

superquadra

10 apartamentos por pavimento

60 apartamentos por bloco

660 apartamentos

por superquadra

3300 pessoas por

superquadra

12 apartamentos por pavimento

72 apartamentos por bloco

792 apartamentos

por superquadra

3960 pessoas por

superquadra

Caacutelculo para as faixas 100 200 e 300 (seis pavimentos) Fonte SUDUR

O estudo apresentado por Brino (Brasiacutelia Superquadras Residenciais)

considera uma famiacutelia composta por cinco pessoas para cada apartamento

nesse caso iremos desconsiderar essa informaccedilatildeo e basearmos nos dados

apresentados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica (IBGE) Nos

dados do IBGE (Censo Demograacutefico 2010) constam que a meacutedia de

moradores em domiciacutelios particulares ocupados eacute de 33 moradores

Partindo dos elementos de precipitaccedilatildeo aacuterea de projeccedilatildeo por bloco

meacutedia de moradores por apartamento total de apartamentos de um preacutedio e

consumo meacutedio de aacuteguadia por habitante podemos dar inicio as formas de

captaccedilatildeo e armazenamento de aacuteguas pluviais

32 ndash Aacuteguas pluviais e aacuteguas cinzas

Mas porque focar em aproveitamento de aacuteguas pluviais Segundo

Rapoport (2004 p 1) ldquoo aumento populacional acompanhado pelas mudanccedilas

climaacuteticas globais vem contribuindo para o aumento na demanda por recursos

hiacutedricosrdquo Ainda expotildee que ldquoembora a aacutegua seja um recurso renovaacutevel ela

tende a se deteriorar em funccedilatildeo do seu uso indiscriminado o que compromete

consequentemente a quantidade de aacutegua com qualidade disponiacutevel para o

consumo nas diversas localidadesrdquo (Rapoport 2004 p 1)

Um fato importante abordado por Rapoport (2004 p1) eacute que ldquoa

quantidade de aacutegua disponiacutevel eacute sempre a mesma jaacute que estaacute sempre sendo

renovada atraveacutes do ciclo hidroloacutegico Entretanto a aacutegua de qualidade para

consumo estaacute se tornando rarardquo A tiacutetulo de esclarecimento ldquosabe-se que o

ciclo hidroloacutegico se constitui basicamente do transporte de massas drsquoaacutegua do

oceano para atmosfera por evaporaccedilatildeo e da atmosfera atraveacutes de

precipitaccedilotildees escoamentos superficiais e subterracircneos para os oceanos

influenciando diretamente a distribuiccedilatildeo e extensatildeo dos corpos drsquoaacutegua

continentaisrdquo (Rapoport 2004 p 1) Sendo assim a interferecircncia humana tem

causado alteraccedilotildees no ciclo hidroloacutegico em diversas regiotildees Esse assunto

seraacute melhor abordado mais adiante pois o uso do sistema de captaccedilatildeo pode

influenciar no ciclo hidroloacutegico negativamente mas utilizado da forma

adequada pode continuar mantendo o ciclo equilibrado

Aleacutem do uso indevido da aacutegua e de sua escassez Lima e Machado

(2008 p 13) apontam que ldquooutro fator importante eacute o aumento de inundaccedilotildees e

enchentes devido ao escoamento superficial da aacutegua de chuva e da

impermeabilizaccedilatildeo do solordquo Portanto a captaccedilatildeo de aacuteguas pluviais pode

contribuir para a reduccedilatildeo dos transtornos hiacutedricos urbanos e ao mesmo tempo

reduzir a demanda por aacutegua potaacutevel da companhia de distribuiccedilatildeo local

Segundo Amorim e Pereira (2008 p 54) ldquouma das soluccedilotildees em estudo

para aumentar a oferta de aacutegua para as edificaccedilotildees eacute o aproveitamento da

aacutegua pluvial Esta apresenta uma boa alternativa visto que aleacutem de reduzir o

consumo de aacutegua potaacutevel ainda surge como uma accedilatildeo no combate agraves

enchentes funcionando como uma medida natildeo-estrutural do sistema de

drenagem urbanardquo Mas o que eacute necessaacuterio para formar um sistema de

captaccedilatildeo adequado e funcional Amorim e Pereira (2008 p 54) apresentam

que ldquoos sistemas de aproveitamento de aacutegua pluvial satildeo formados basicamente

pela aacuterea de captaccedilatildeo (geralmente coberturas) os componentes de transporte

(calhas e condutores verticais) e o reservatoacuteriordquo Cabe ressaltar que para esse

estudo a captaccedilatildeo das aacuteguas pluviais seraacute destinada apenas para a utilizaccedilatildeo

em ldquoaacuteguas cinzasrdquo Neste sentido o reuso das aacuteguas cinzas que satildeo as aacuteguas

provenientes de todas as atividades domeacutesticas com exceccedilatildeo de fontes de

aacuteguas negras tais como sanitaacuterios bidecircs e urinol vem sendo estudadas com

vista ao reuso tanto em irrigaccedilatildeo como em sanitaacuterios (Rapoport 2004 p 8)

Retomando os dados apresentados pela SABESP (2010) temos a

tabela 04 a qual apresenta os dados de consumo domeacutestico e em sequecircncia o

graacutefico 01 que demonstram que se analisarmos as quantidades de aacutegua

utilizada no consumo domeacutestico teremos uma base para o tamanho do

reservatoacuterio E posteriormente a tabela 05 mostra em que situaccedilotildees se podem

reutilizar as aacuteguas pluviais

Tabela 04 Consumo domeacutestico de aacutegua

Litros

Cozinhar e Beber 54

Tomar Banho e Escovar os Dentes 50

Descarga de Banheiro 66

Lavagem de Roupa 24

Outras Tarefas 6

Total = 200

Fonte SABESP (2010)

27

25

33

12

3

Cozinhar e Beber

Tomar Banho e Escovar osDentes

Descarga de Banheiro

Lavagem de Roupa

Outras Tarefas

Descarga de Banheiro

6875

Lavagem de Roupa

25

Outras Tarefas 625

Graacutefico 01 Consumo Domeacutestico de Aacutegua

Tabela 05 Percentual para reutilizaccedilatildeo de aacuteguas pluviais

Graacutefico 02 Percentual para Reutilizaccedilatildeo de Aacuteguas Pluviais

Porcentagem ()

Descarga de Banheiro 66 6875

Lavagem de Roupa 24 25

Outras Tarefas 6 625

Total = 96 100

Fonte SABESP(2010)

33 ndash Meacutetodos de Dimensionamento do Reservatoacuterio

Amorim e Pereira (2008 p 54 Soares et al 2000 apud May 2004)

apresentam que existem quatro grupos principais para o dimensionamento do

reservatoacuterio

(a) Meacutetodos determiniacutesticos os dados referentes agrave precipitaccedilatildeo

pluviomeacutetrica e agrave demanda satildeo analisados pela curva de massa

(b) Meacutetodos aproximados baseados em relaccedilotildees empiacutericas

conhecidas

(c) Meacutetodos de modelaccedilatildeo satildeo tambeacutem conhecidos como meacutetodos

de transiccedilatildeo probabiliacutestica da matriz e

(d) Meacutetodos de anaacutelise de sistemas sendo linear natildeo linear ou

programaccedilatildeo dinacircmica

Dentro desses grupos de dimensionamento temos os diversos meacutetodos

meacutetodo de Rippl que consiste na determinaccedilatildeo do volume com base na aacuterea

de captaccedilatildeo que eacute subdivido em meacutetodo analiacutetico e meacutetodo graacutefico meacutetodo de

consideraccedilatildeo dos periacuteodos de dias consecutivos sem chuva que necessita da

observaccedilatildeo dos registros pluviomeacutetricos para identificar os maiores periacuteodos de

dias consecutivos sem chuvas e sua taxa de repeticcedilatildeo meacutetodo de anaacutelise de

simulaccedilatildeo de um reservatoacuterio com capacidade suposta que consiste

basicamente na fixaccedilatildeo de um volume para o reservatoacuterio e na verificaccedilatildeo do

percentual de consumo que seraacute atendido meacutetodo praacutetico brasileiro meacutetodo

praacutetico alematildeo meacutetodo praacutetico inglecircs e o meacutetodo praacutetico australiano (Amorim

e Pereira 2008 p 55-58)

34 ndash Anaacutelise de caso para um preacutedio da Superquadra 111 Norte

A partir dos dados jaacute apresentados temos que o objeto de estudo eacute um

preacutedio residencial localizado na Superquadra 111 Norte que possui uma aacuterea

de projeccedilatildeo de 1069msup2 com seis (6) pavimentos constituindo uma aacuterea

construiacuteda de 6414msup2 apresentando seis (6) apartamentos por pavimento e

consequentemente trinta e seis (36) apartamentos no total (Brino Brasiacutelia

Superquadras Residenciais) O preacutedio conteacutem 33 habitantes por apartamento

(IBGE 2010) que consomem em meacutedia cerca de 190 litros de aacuteguadia

resultando em um consumo mensal de aproximadamente 6msup3 por pessoa

(CAESB) mas como a aacutegua captada da chuva seraacute utilizada apenas para

suprir a demanda de aacutegua cinza temos 66 litros para descarga de vasos

sanitaacuterios

Temos entatildeo que a demanda por aacutegua por habitante nesse edifiacutecio eacute

dada por

119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119898119900119903119886119889119900119903 = 66119871 = 66119871119863119894119886

119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119886119901119886119903119905119886119898119890119899119905119900 = 33119901 times 66119871 ~ 217 119871119863119894119886

119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119901119903eacute119889119894119900 = (33119901 times 66119871) times 36 ~ 7840119871119863119894119886

119863119890119898119886119899119889119886 119898119890119899119904119886119897 119901119900119903 119901119903eacute119889119894119900 =7840119871

119889119894119886times 30119863119894119886119904 = 235224119871

Legenda L = Litros p = Pessoas

Para facilitar nos caacutelculos ao aplica-los para o reservatoacuterio e para o

sistema de captaccedilatildeo eacute necessaacuterio realizar a conversatildeo de litros para msup3

(metros cuacutebicos) Sendo assim 66L = 0066msup3 217L = 0217msup3 7840L =

7840msup3 e 235224L = 235224msup3

Seraacute utilizado o ano de 2014 para os dados de precipitaccedilatildeo da estaccedilatildeo

meteoroloacutegica de Brasiacutelia localizada na Latitude (ordm) -158 Longitude (ordm)-479

fornecidos pela professora Rafaela Lisboa durante o periacuteodo chuvoso O ano

de 2014 apresenta registros jornaliacutesticos de alagamento nos meses de

Fevereiro com precipitaccedilatildeo de 1392 msup3 Marccedilo com precipitaccedilatildeo de 3402msup3

e Dezembro com precipitaccedilatildeo de 3667msup3 Importante ressaltar que o setor

Noroeste de Brasiacutelia foi construiacutedo em 2011 (site G1) o que aumentou a aacuterea

de solo impermeabilizado e a reduccedilatildeo no escoamento superficial da aacutegua

ocasionando em um aumento nas enchentes e alagamentos na Asa Norte

Segundo Amorim e Pereira (2008 p57) um dos meacutetodos a ser utilizado

para poder saber o volume de aacutegua aproveitaacutevel e consequentemente o

volume de aacutegua do reservatoacuterio Trata-se de um meacutetodo empiacuterico apresentado

na NBR 155272007 O volume de aacutegua do reservatoacuterio V expresso em L eacute

exposto a seguir

119872eacute119905119900119889119900 119875119903aacute119905119894119888119900 119861119903119886119904119894119897119890119894119903119900

119881 = 0042 times 119875 times 119860 times 119879

Em que ldquoVrdquo representa o volume de aacutegua aproveitaacutevel e o volume de

aacutegua do reservatoacuterio (L) ldquoPrdquo a precipitaccedilatildeo meacutedia mensal (mm) ldquoArdquo a aacuterea de

coleta em projeccedilatildeo ldquoTrdquo nuacutemero de meses de pouca chuva ou seca e ldquo0042rdquo eacute

um coeficiente estipulado

Portanto segundo Fontanela (2010 p 25) para estipular o volume do

reservatoacuterio temos que calcular 42 do produto entre o volume de chuva

coletada pelo telhado e o nuacutemero de meses com pouca chuva ou seca

Atribuindo valores do ano de 2014 temos que

119881 = 0042 times 1399119898119898 times 1069 times 5

119881~ 31406119871 119900119906 31406119898sup3

Ressaltando que esse valor obtido eacute uma estimativa do tamanho do

reservatoacuterio e que pode haver um reservatoacuterio de maior capacidade

De forma comparativa eacute de bom senso que se faccedila outro caacutelculo com um

meacutetodo alternativo

Amorim e Pereira (2008 p56) expotildeem que existe um meacutetodo de anaacutelise

de simulaccedilatildeo do reservatoacuterio com capacidade suposta o qual consiste

basicamente na fixaccedilatildeo de um volume para o reservatoacuterio e na verificaccedilatildeo de

consumo que seraacute atendido Sendo assim ldquoo primeiro passo para a aplicaccedilatildeo

desse meacutetodo eacute adotar alguns valores possiacuteveis para o volume com base na

estimativa do consumo mensal de aacutegua natildeo potaacutevelrdquo (Amorim e Pereira 2008

p57) Portanto partindo do ponto que o preacutedio consome cerca de 235000L

devemos calcular uma base que possa ser favoraacutevel economicamente

119872eacute119905119900119889119900 119889119890 119878119894119898119906119897119886ccedilatilde119900 119889119900 119877119890119904119890119903119907119886119905oacute119903119894119900

235224119871 rarr 100

119881 rarr 30

119881 ~ 70000119871 119900119906 70119898sup3

Tambeacutem haacute outra alternativa apresentada por L Pereira (Viabilidade

EconocircmicoAmbiental p 18)

119881119886119888 = 119860119879 times 119875119875119872119860 lowast

119881119886119888 = 1069119898sup2 times 1399119898sup3 = 1495531119898sup3119886119899119900

Equaccedilatildeo a qual ldquoVacrdquo corresponde ao volume de aacutegua captado ldquoATrdquo

aacuterea do telhado e ldquoPPMArdquo eacute a precipitaccedilatildeo pluviomeacutetrica meacutedia mensal

Poreacutem o resultado obtido eacute para os 12 meses do ano e como foi visto no

ano de 2014 temos 7 meses com chuva portanto

119881119886119888 =119879119900119905119886119897

1198983

1198861198991199007 119898119890119904119890119904

lowast

119881119886119888 =1495531119898sup3119886119899119900

7= 21364119898sup3 119900119906 213640119871

dados somente seriam vaacutelidos se a precipitaccedilatildeo fosse uniforme durante os 7 meses de chuva

341 ndash Anaacutelise de caso para a Superquadra 111 Norte

Retomando a tabela 02 temos que a quadra apresenta 11 preacutedios

aproximadamente que variam o nuacutemero de apartamentos por pavimentos e

consequentemente o nuacutemero de moradores mas os edifiacutecios continuam tendo

uma aacuterea de 1069msup2 gerando um uma aacuterea total de 70554msup2 mas teremos

como base os caacutelculos feitos para o preacutedio selecionado no item 34

Realizando um caacutelculo baacutesico tem-se como estimativa de

armazenamento para esta quadra o seguinte

119872eacute119905119900119889119900 119875119903aacute119905119894119888119900 119861119903119886119904119894119897119890119894119903119900

119881~ 31406119871 119900119906 314061198983

11 119875119903eacute119889119894119900119904 times 31406119871 = 345466119871 119900119906 345466119898sup3

119872eacute119905119900119889119900 119889119890 119878119894119898119906119897119886ccedilatilde119900 119889119900 119877119890119904119890119903119907119886119905oacute119903119894119900

119881 ~ 70000119871 119900119906 701198983

11 119875119903eacute119889119894119900119904 times 70000119871 = 770000

119881119900119897119906119898119890 119889119890 aacute119892119906119886 119888119886119901119905119886119889119900 lowast

119881119886119888 = 213641198983119900119906 213640119871

11 119875119903eacute119889119894119900119904 times 213640119871 = 2350040119871 119900119906 235004119898sup3

dados somente seriam vaacutelidos se a precipitaccedilatildeo fosse uniforme durante os 7 meses de chuva

119863119890119898119886119899119889119886 119905119900119905119886119897 119889119886 119902119906119886119889119903119886 119888119900119898 119889119890119904119888119886119903119892119886 119889119890 119887119886119899ℎ119890119894119903119900

11 119875119903eacute119889119894119900119904 times 235224119871 = 2587464119871 119900119906 2587464119898sup3

Segundo Brino (Brasiacutelia Superquadras Residenciais) temos que as

dimensotildees maacuteximas de uma superquadra satildeo de 280x280m resultando numa

aacuterea de 78400msup2 que eacute denominado de Aacuterea Total (AT) A partir disso foi

definido que deveria existir uma faixa externa de 20m denominada de non

aedificandi que foi destinada ao plantio de uma ldquomassa vegetalrdquo de grande

porte e no interior da quadra encontra-se a aacuterea aedificandi a qual possui

240x240m e uma aacuterea de 57600msup2 Realizando uma subtraccedilatildeo da Aacuterea total

pela Aacuterea aedificandi obtecircm-se que a aacuterea non aedificandi eacute de 20800msup2 que

corresponde a 265 da aacuterea total

Com base nessas informaccedilotildees eacute necessaacuterio atentar-se ao detalhe de

que uma parte da precipitaccedilatildeo cai no solo e outra parte nos telhados dos

preacutedios Sendo assim parte da chuva pode ser aproveitada pelo sistema de

captaccedilatildeo enquanto outra parte chega ao solo sem uma interferecircncia direta no

ciclo hidroloacutegico

35 ndash Funcionamento do sistema de captaccedilatildeo

Eacute importante frisar que o sistema de aproveitamento de aacuteguas pluviais eacute

regido pela norma NBR 15527 (Associaccedilatildeo Brasileira de Normas Teacutecnicas

2007) norma a qual faz algumas consideraccedilotildees importantes para implantaccedilatildeo

e correto funcionamento do sistema de captaccedilatildeo Alguns destes satildeo

435 ndash O volume dos reservatoacuterios deve ser dimensionado com

base em criteacuterios teacutecnicos econocircmicos e ambientais levando em

conta as boas praacuteticas da engenharia podendo a criteacuterio do

projetista ser utilizados os meacutetodos contidos no Anexo A ou

outro desde que devidamente justificado

Item 436 ndash Os reservatoacuterios devem ser limpos e desinfetados

com soluccedilatildeo de hipoclorito de soacutedio no miacutenimo uma vez por ano

de acordo com agrave ABNT NBR 5626

Item 442 ndash As tubulaccedilotildees e demais componentes devem ser

claramente diferenciados das tubulaccedilotildees de aacutegua potaacutevel

Item 443 ndash O sistema de distribuiccedilatildeo de chuva deve ser

independente do sistema de aacutegua potaacutevel natildeo permitindo a

conexatildeo cruzada de acordo com agrave ABNT NBR 5626

Item 444 ndash Os pontos de consumo como por exemplo uma

torneira de jardim devem ser de uso restrito e identificados com

placa de advertecircncia com a seguinte inscriccedilatildeo ldquoaacutegua natildeo potaacutevelrdquo

e identificaccedilatildeo graacutefica

Item 445 ndash Os reservatoacuterios de aacutegua de distribuiccedilatildeo de aacutegua

potaacutevel e de aacutegua da chuva devem ser separados

Item 461 ndash Quando necessaacuterio o bombeamento este deve

atender agrave ABNT NBR 12214

Deve-se realizar manutenccedilatildeo em todo o sistema de

aproveitamento de aacutegua de chuva

Para maiores esclarecimentos ldquoo funcionamento de um sistema de

coleta e aproveitamento de aacutegua pluvial consiste de maneira geral na captaccedilatildeo

da aacutegua da chuva que cai sobre os telhados ou lajes da edificaccedilatildeo A aacutegua eacute

conduzida ateacute o local de armazenamento atraveacutes de calhas condutores

horizontais e verticais passando por equipamentos de filtragem e descarte de

impurezas Apoacutes passar pelo filtro a aacutegua eacute armazenada geralmente em

reservatoacuterio enterrado (cisterna) e bombeada a um segundo reservatoacuterio

(elevado) do qual as tubulaccedilotildees especiacuteficas de aacutegua pluvial iratildeo distribuiacute-la

para o consumo natildeo potaacutevelrdquo (Carvalho 2010 p 27 e 28) Conforme ilustra a

imagem a seguir

Figura 02 Funcionamento de um Sistema de Captaccedilatildeo

Fonte Adatildeo D Padini (2013)

De forma mais simplificada podemos ver a representaccedilatildeo no fluxograma

a seguir

Figura 03 Fluxograma do Sistema de Captaccedilatildeo

Fonte Leandro Roncato Pereira

351 ndash Dificuldades para implantaccedilatildeo do sistema

Tal sistema apresenta como dificuldade o local onde seriam instaladas

as cisternas uma vez que geraria um peso sobre o telhado Dessa forma o

sistema seria instalado no jardim cobrando um custo adicional

352 ndash Custo de implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo fechado em um

preacutedio

Na implantaccedilatildeo desse sistema os materiais utilizados teratildeo como base o

meacutetodo praacutetico brasileiro e para aumentar a eficiecircncia do sistema o volume de

31406L seraacute arredondado para 35000L

Os valores de alguns dos materiais apresentados a seguir seguem os

dos apresentados no trabalho de L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental

p 18) apenas o valor da caixa drsquoaacutegua de 10000L foi obtido atraveacutes de

pesquisas em lojas de construccedilatildeo e assim utilizando a de menor valor

Tambeacutem devemos considerar que a bomba consome energia ao bombear aacutegua

para o preacutedio (CEB) portanto os valores seguem conforme a tabela a seguir

Tabela 06 Preccedilo dos Produtos do Sistema de Captaccedilatildeo sem Fluxo

Produto Quantidade Valor unitaacuterio (R$) Valor total (R$)

Cx Daacutegua 10000L 3 496090 1488270

Cx Daacutegua 5000L 1 108000 108000

Boacuteia Eleacutetrica 1 2750 2750

Boacuteia Comum 1 1220 1220

Registro de Gaveta

1 3490 3490

Bomba Anauger 1 23000 23000

Filtro 3P VF1 1 22000 22000

Tubulaccedilotildees 7000 7000

Disjuntor 1 1310 1310

Escavaccedilatildeo Msup3 3666 128310

Matildeo de Obra 1 58574 58574

Energia 054 054

Total 13 727154 1843978

Observaccedilatildeo Pelo fato desse estudo se tratar de um modelo de implantaccedilatildeo

o custo das tubulaccedilotildees vai variar de acordo com a demanda necessitada pelo

preacutedio portanto podendo variar de acordo com o projeto implantado Para este

estudo seraacute adotado o valor de R$ 7000

Observaccedilatildeo Pelo fato desse trabalho tratar-se de um modelo de

implantaccedilatildeo o custo da energia pode variar de acordo com a demanda necessitada

pelo preacutedio portanto podendo variar de acordo com o uso da bomba Para este

estudo seraacute adotado o valor de R$ 054 que eacute o valor do KwH cobrado pela CEB

Segundo Saravy (2010 p 46) haacute tambeacutem um custo para manutenccedilatildeo do

sistema conforme a tabela a seguir

Tabela 07 Preccedilo de Manutenccedilatildeo do Sistema de Captaccedilatildeo

Com esses dados podemos ver o valor total final a ser pago pelo

sistema de captaccedilatildeo que eacute de R$ 1889978

36 ndash Taxas e valores cobrados para utilizaccedilatildeo de aacutegua

Segundo a Companhia de Saneamento Ambiental do Distrito Federal (CAESB)

quando vaacuterias residecircncias satildeo atendidas por uma uacutenica ligaccedilatildeo de aacutegua eacute aplicado o

conceito de consumo ldquoPara exemplificar podemos citar um preacutedio residencial onde

cada apartamento corresponde a uma unidade de consumordquo (CAESB) Contudo o

caacutelculo de gastos seraacute realizado primeiro em um apartamento e posteriormente

multiplicado pelo total de apartamentos do preacutedio uma vez que os preacutedios

residecircncias da Asa Norte pagam a conta de aacutegua atraveacutes do condomiacutenio O preacutedio

Componente Frequecircncia da Manutenccedilatildeo

Custo da Manutenccedilatildeo

Calhas e Condutores

Semestral R$ 13000

Reservatoacuterio Limpeza e

Desinfecccedilatildeo Anual

R$ 20000

desse estudo apresenta um hidrocircmetro que mede o consumo de aacutegua para o todo o

preacutedio

Eacute de suma importacircncia destacar tambeacutem que haacute uma taxa de esgoto que eacute

cobrada pela CAESB consequentemente ldquoo valor da tarifa de esgotos corresponde

a 100 do valor da tarifa de aacutegua exceto quando se tratar de coleta do tipo

condominial que equivale a 60 do valor da tarifa de aacuteguardquo (CAESB)

Deste modo a CAESB utiliza tarifas para diversas categorias de moradia e

comeacutercio e neste estudo seraacute aplicada a tarifa de ldquoresidencial normalrdquo em

concordacircncia com a tabela a seguir

Tabela 08 Valor da Tarifa Cobrado pela CAESB

Para melhor compreensatildeo do caacutelculo que a CAESB faz temos uma conta do

condomiacutenio do preacutedio da Superquadra 111 Norte

Figura 04 Conta Discriminada do Condomiacutenio

Fonte Condomiacutenio do Preacutedio

O caacutelculo feito pela CAESB consiste primeiramente em saber a demanda de

aacutegua gasta em metros cuacutebicos por Unidade de Consumo ndash apartamento ndash para

saber qual faixa ldquomsup3rdquo eacute aplicada Apoacutes saber qual a faixa ldquomsup3rdquo que se enquadra eacute

atribuiacutedo o volume por UC (em msup3) em sequecircncia multiplica-se o volume por UC ou

volume da faixa pelo nuacutemero de UCrsquos correspondente para se obter o volume total

gasto (em msup3) Tendo o volume total gasto basta multiplicar pelo preccedilo corresponde

agrave faixa a qual se encaixa o consumo e assim obtendo o valor total a pagar A partir

do momento que se tem o valor total a pagar eacute necessaacuterio acrescer 100 do valor

para cobrir a tarifa de esgoto conforme a figura

Partindo desses dados podemos calcular por apartamento quanto eacute cobrado

pela CAESB a partir dos dados apresentados no capiacutetulo 34

119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119886119901119886119903119905119886119898119890119899119905119900 = 33119901 times 66119871 ~ 217119871

119863119894119886

119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119886119901119886119903119905119886119898119890119899119905119900 119886119900 119898ecirc119904 = 217119871119889119894119886 times 30119863119894119886119904 = 6510119871 119900119906 65101198983

Com base nesses dados temos que calcular o volume total de descarga em

sanitaacuterios que o preacutedio consome com a seguinte foacutermula

119881119879 = 119881119865 times 119873ordm 119889119890 119880119862prime119904

119881119879 = 10119898sup3 times 36 = 360119898sup3

Em que ldquoVTrdquo corresponde ao volume total do preacutedio ldquoVFrdquo ao volume da faixa

que eacute estipulado pela CAESB e ldquoUCrsquosrdquo satildeo as unidades de consumo que eacute correlato

ao nuacutemero de apartamentos existente

Portanto o total a se pagar em um mecircs eacute calculado da seguinte forma

119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 119881119879 times 119879119886119903119894119891119886 119889119890 aacute119892119906119886 + 119879119886119903119894119891119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900

119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 360119898sup3 times 119877$ 265 + 119879119886119903119894119891119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900

119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 954 + 119877$ 954 = 119877$ 1908

Em 7 meses seriam pagos em descarga

119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 1908 times 7 119872119890119904119890119904 = 119877$ 13356

37 ndash Caacutelculos de economia e retorno de investimento para um sistema

fechado

Conforme exposto por L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental p 15)

ldquopara o caacutelculo da economia da taxa de aacutegua multiplica-se o valor do msup3 (valor

cobrado por msup3 do responsaacutevel pelo fornecimento de aacutegua na cidade []) pelo

volume captado e entatildeo obtecircm-se o valor economizado por ano na taxa de aacuteguardquo

Recapitulando que para esse estudo seraacute utilizado o meacutetodo praacutetico brasieliro

devido aos meses de seca ou pouca chuva

Sendo assim

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119881119886119897119900119903 119889119900 1198983 times 119881119900119897119906119898119890 119888119886119901119905119886119889119900

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 265 times 314061198983

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 8322

Essa economia de R$ 8322 eacute para um mecircs de chuva para o preacutedio todo

sendo assim para os 7 meses de chuva tem-se

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119890 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 8322 times 7 119898119890119904119890119904 = 119877$ 58254

Ainda segundo L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental p 16) para o

caacutelculo da economia referente ao esgoto eacute necessaacuterio multiplicar o valor do msup3 pelo

volume captado e por 08 uma vez que considera-se 20 de perda ou seja para

cada 1 litro de aacutegua que chega na residecircncia eacute cobrado 08 litros para o tratamento

do esgoto

Portanto tem-se

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119881119886119897119900119903 119889119900 1198983 times 119881119900119897119906119898119890 119888119886119901119905119886119889119900 times 08

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900 = 119877$ 265 times 314061198983 times 08

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 6658

Esse valor encontrado de R$ 6658 corresponde a um mecircs de chuva para o

preacutedio sendo assim o total economizado pelo preacutedio em 7 meses eacute de

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119890 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 6658 times 7 119898119890119904119890119904 = 119877$ 46606

ldquoPara o caacutelculo do retorno do investimento divide-se o valor investido pela

economia anual com a implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo e reaproveitamento da

aacutegua pluvialrdquo L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental p 16)

Portanto para 7 meses de chuva tem-se o seguinte

119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 =119881119886119897119900119903 119894119899119907119890119904119905119894119889119900

119864119888119900119899119900119898119894119886 (7119898119890119904119890119904)

119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 = 119877$ 1843924

119877$ 58254 + 119877$ 46606

119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 = 119877$ 1843924

119877$ 9446

119877119890119905119900119903119899119900

119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900= 1952 119886119899119900119904

38 ndash Caacutelculos de dimensionamento para um sistema com fluxo

Os caacutelculos apresentados no subitem anterior satildeo relativos a um sistema

o qual natildeo adota a possibilidade de fluxo dentro do reservatoacuterio Quando se

fala em fluxo temos que considerar que ao mesmo tempo em que o preacutedio

utiliza aacutegua do reservatoacuterio de aacutegua pluvial o mesmo vai enchendo com aacutegua

pluvial Portanto haacute um ciclo no qual o preacutedio demanda aacutegua do reservatoacuterio e

o mesmo vai enchendo conforme chove no local

Sabendo que a meacutedia mensal eacute de 1399msup3 eacute preciso multiplicar isso

por 12 para se obter o quanto choveu em 2014 Sendo assim

119879119900119905119886119897 119886119900 119886119899119900 = 1399119898119898 times 12 119898119890119904119890119904

119879119900119905119886119897 119886119900 119886119899119900 = 16788119898119898

Mas como foi visto o periacuteodo chuvoso eacute de 7 meses entatildeo temos

119875119903119890119888119894119901119894119905119886ccedilatilde119900 119901119886119903119886 7 119898119890119904119890119904 = 16788119898119898 divide 7 = 2398119898119898

Com isso eacute necessaacuterio realizar o caacutelculo da meacutedia de captaccedilatildeo de aacutegua

por mecircs para a aacuterea de 1069msup2

119872119890119889119894119886 119889119890 119862119886119901119905119886ccedilatilde119900 = 2398119898119898 times 1069119898sup2

119872eacute119889119894119886 119889119890 119862119886119901119905119886ccedilatilde119900 = 256346119871 119900119906 256346119898sup3

Ao considerar o valor obtido temos que realizar o quanto seria captado

diariamente

119872eacute119889119894119886 119889119894aacute119903119894119886 = 256346119898sup3 divide 30 119889119894119886119904 = 85119898sup3119889119894119886

A partir desses caacutelculos podemos realizar a seguinte comparaccedilatildeo O

preacutedio consome cerca de 78msup3 ao dia de aacutegua para descarga de vasos sanitaacuterios

enquanto a meacutedia diaacuteria de captaccedilatildeo eacute de 85msup3 por conseguinte temos um fluxo

positivo de aacutegua para o reservatoacuterio de 067msup3dia nos dias chuvosos

Se colocarmos um reservatoacuterio de 35msup3 sem nenhuma aacutegua

armazenada poderemos constatar que o reservatoacuterio iria encher por completo em

cerca de 53 dias conforme o caacutelculo a seguir

351198983 = 0671198983 times 119909 119889119894119886119904

119909 119889119894119886119904 = 35119898sup3 divide 067119898sup3 = 5223 119889119894119886119904

Analisando esses dados temos que a partir do 54ordm dia o reservatoacuterio

estaria completamente cheio e no restante dos 156 dias que teriacuteamos de chuva

esses 067msup3 seriam de certa forma desperdiccedilados uma vez que esse fluxo de

067msup3 ao final dos 7 meses gerariam cerca de 1407msup3 enquanto o reservatoacuterio tem

a capacidade de 35msup3 conforme o caacutelculo a seguir

119875119900119905119890119899119888119894119886119897 = 067119898sup3 times 156 119889119894119886119904 = 1045119898sup3

Se considerarmos esse fluxo positivo de 067msup3dia temos que ao final

dos 210 dias (7meses) seria possiacutevel armazenar 1407 msup3 de aacutegua Com um

reservatoacuterio de 35msup3 1057msup3 estariam sendo escoados para fora do reservatoacuterio

Portanto o ideal seria um reservatoacuterio que se aproxime de 1407msup3 para que ao

final dos 7 meses toda aacutegua possiacutevel fosse armazenada no entanto o reservatoacuterio

deveria ser de 145msup3

Devemos considerar ainda que ao final dos 7 meses o reservatoacuterio

estaria cheio no periacuteodo de seca conseguiria abastecer o preacutedio de acordo com a

demanda do preacutedio sendo assim

119880119905119894119897119894119911119886ccedilatilde119900 119899119886 119904119890119888119886 = 119879119900119905119886119897 119889119900 119903119890119904119890119903119907119886119905oacute119903119894119900 divide 119863119890119898119886119899119889119886 119889119894aacute119903119894119886

119880119905119894119897119894119911119886ccedilatilde119900 119899119886 119904119890119888119886 = 1451198983 divide 781198983119889119894119886

119880119905119894119897119894119911119886ccedilatilde119900 119899119886 119904119890119888119886 = 1858 119889119894119886119904

381 ndash Custo de implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo com fluxo em um

preacutedio

Na implantaccedilatildeo desse sistema os materiais utilizados teratildeo como base

as estimativas que foram apresentadas no subitem anterior e para aumentar a

eficiecircncia do sistema o volume de 1400007L seraacute arredondado para

145000L

Devido ao tamanho do reservatoacuterio eacute de se esperar que o reservatoacuterio

natildeo seja instalado em cima do preacutedio uma vez que a estrutura do preacutedio natildeo

conseguiria suportar o peso que o reservatoacuterio faria sobre o telhado

consequentemente o reservatoacuterio deveraacute ser instalado no jardim do preacutedio que

iraacute gerar um custo a mais por conta da escavaccedilatildeo

Os valores de alguns dos materiais apresentados a seguir seguem os

dos apresentados no trabalho de L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental

p 18) apenas o valor da caixa drsquoaacutegua de 10000L foi obtido atraveacutes de

pesquisas em lojas de construccedilatildeo e assim utilizando a de menor valor

conforme a tabela a seguir Segundo o Saneamento de Goiaacutes SA (SANEAGO)

o custo de escavaccedilatildeo eacute calculado a partir do total de msup3 aleacutem de 3m de

profundidade

Tabela 09 Preccedilo dos Produtos do Sistema de Captaccedilatildeo com Fluxo

Observaccedilatildeo Pelo fato desse estudo se tratar de um modelo de implantaccedilatildeo

o custo das tubulaccedilotildees vai variar de acordo com a demanda necessitada pelo

preacutedio portanto podendo variar de acordo com o projeto implantado Para este

estudo seraacute adotado o valor de R$ 7000

Observaccedilatildeo Pelo fato desse trabalho tratar-se de um modelo de

implantaccedilatildeo o custo da energia pode variar de acordo com a demanda necessitada

pelo preacutedio portanto podendo variar de acordo com o uso da bomba Para este

estudo seraacute adotado o valor de R$ 054 que eacute o valor do KwH cobrado pela CEB

Produto Quantidade Valor unitaacuterio (R$) Valor total (R$)

Cx Daacutegua 10000L 14 496090 6945260

Cx Daacutegua 5000L 1 108000 108000

Boacuteia Eleacutetrica 1 2750 2750

Boacuteia Comum 1 1220 1220

Registro de Gaveta

1 3490 3490

Bomba Anauger 1 23000 23000

Filtro 3P VF1 1 22000 22000

Tubulaccedilotildees 7000 7000

Disjuntor 1 1310 1310

Escavaccedilatildeo Msup3 3666 53157

Matildeo de Obra 1 58574 58574

Energia 054 054

Total 13 727154 7704228

382 ndash Caacutelculos de economia e retorno de investimento para um sistema

com fluxo

Partindo dos dados apresentados podemos calcular por apartamento quanto eacute

cobrado pela CAESB a partir dos dados apresentados no capiacutetulo 34

119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119886119901119886119903119905119886119898119890119899119905119900 = 33119901 times 66119871 ~ 217119871

119863119894119886

119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119886119901119886119903119905119886119898119890119899119905119900 119886119900 119898ecirc119904 = 217119871119889119894119886 times 30119863119894119886119904 = 6510119871 119900119906 65101198983

Em que ldquoVTrdquo corresponde ao volume total do preacutedio ldquoVFrdquo ao volume da faixa

que eacute estipulado pela CAESB e ldquoUCrsquosrdquo satildeo as unidades de consumo que eacute correlato

ao nuacutemero de apartamentos existente

Portanto o total a se pagar em um mecircs eacute calculado da seguinte forma

119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 119881119879 times 119879119886119903119894119891119886 119889119890 aacute119892119906119886 + 119879119886119903119894119891119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900

119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 360119898sup3 times 119877$ 265 + 119879119886119903119894119891119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900

119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 954 + 119877$ 954 = 119877$ 1908

Retomando o caacutelculo exposto por L Pereira (Viabilidade

EconocircmicoAmbiental p 15) no subitem anterior temos que o caacutelculo da CAESB

seria feito da seguinte maneira

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119881119886119897119900119903 119889119900 1198983 times 119881119900119897119906119898119890 119888119886119901119905119886119889119900

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 265 times 1451198983

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 38425

Esse caacutelculo eacute equivalente a um mecircs de captaccedilatildeo para os 7 meses

teremos o seguinte

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119890 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 38425 times 7 119898119890119904119890119904 = 119877$ 268975

Conforme foi visto para o caacutelculo da economia de esgoto eacute necessaacuterio

multiplicar o valor do msup3 pelo volume captado e por 08 uma vez que considera-se

20 de perda ou seja para cada 1 litro de aacutegua que chega na residecircncia eacute cobrado

08 litros para o tratamento do esgoto Portanto para um mecircs segue-se

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119881119886119897119900119903 119889119900 1198983 times 119881119900119897119906119898119890 119888119886119901119905119886119889119900 times 08

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900 = 119877$ 265 times 1451198983 times 08

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 3074

ldquoPara o caacutelculo do retorno do investimento divide-se o valor investido pela

economia anual com a implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo e reaproveitamento da

aacutegua pluvialrdquo L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental p 16)

Portanto para 7 meses de chuva tem-se o seguinte

119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 =119881119886119897119900119903 119894119899119907119890119904119905119894119889119900

119864119888119900119899119900119898119894119886 (7119898119890119904119890119904)

119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 = 119877$ 17704228

119877$ 268975 + 119877$ 21518

119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 = 119877$ 7704228

119877$ 484155

119877119890119905119900119903119899119900

119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900= 1591119886119899119900119904

4 ndash Conclusatildeo e Consideraccedilotildees Finais

De acordo com o que foi exposto temos que a implantaccedilatildeo do sistema de

captaccedilatildeo para o aproveitamento de aacuteguas pluviais eacute uma oacutetima alternativa para

substituiccedilatildeo da ldquoaacutegua cinzardquo possibilitando tambeacutem um destino mais correto do

ponto de vista ambiental para a aacutegua que se tornaria esgoto Como eacute de

conhecimento este tipo de meacutetodo eacute utilizado em diversas regiotildees natildeo somente

aquelas que sofrem com escassez de aacutegua

Mesmo sabendo que o Brasil possui um grande potencial hiacutedrico observamos

que uma parcela da populaccedilatildeo natildeo tem consciecircncia quanto ao gasto de aacutegua

gerando um grande desperdiacutecio de forma desnecessaacuteria Portanto partindo de um

pensamento racional um sistema de captaccedilatildeo seria viaacutevel para o aproveitamento da

aacutegua para fins de consumo domeacutestico mais precisamente ldquoaacutegua cinzardquo

Considerando os caacutelculos apresentados a partir da taxa de precipitaccedilatildeo meacutedia

em Brasiacutelia a criaccedilatildeo de um sistema de captaccedilatildeo pluvial predial traz benefiacutecios

econocircmicos e ambientais O projeto torna-se viaacutevel economicamente pois desde

que se faccedila a manutenccedilatildeo de forma adequada do sistema este teraacute uma vida uacutetil

longa e considerando que se obteacutem o retorno do investimento em aproximadamente

16 anos para um sistema com fluxo apoacutes este periacuteodo o sistema passa a ser

lucrativo para o preacutedio que implanta pois o custo eacute dividido no condomiacutenio dentre os

moradores do preacutedio

Analisando do ponto de vista ambiental o desenvolvimento urbano de Brasiacutelia

ocasionou em superfiacutecies impermeaacuteveis dificultando a absorccedilatildeo de aacuteguas pluviais

pelo solo e juntamente com o sistema de redes pluviais e o sistema de drenagem

ultrapassados os alagamentos e enchentes tecircm se tornado constante quando

ocorrem chuvas anormais Com as estimativas feitas neste trabalho eacute possiacutevel que

tais transtornos hiacutedricos urbanos possam ser amenizados a partir da implantaccedilatildeo do

sistema sem que afete o ciclo hidroloacutegico natural Logicamente essa natildeo eacute a

soluccedilatildeo uma vez que ela deve ser apenas um complemento agrave poliacuteticas publicas

poliacuteticas de incentivo entre outras medidas de cunho sustentaacutevel

Em vista disso a implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo e aproveitamento de

aacuteguas pluviais acarretaria em uma significativa melhora ambiental atraveacutes da

substituiccedilatildeo de uma parcela da aacutegua fornecida pela CAESB e possivelmente

mitigando os transtornos hiacutedricos urbanos se aplicado em larga escala

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seca ocorre no restante do ano (Abril a Setembro) Ainda segundo o INPE ldquoa

estaccedilatildeo chuvosa eacute causada pelo forte aquecimento da atmosfera na Amazocircnia

que favorece o desenvolvimento de um sistema quase estacionaacuterio em altos

niacuteveis a Alta Boliacutevia Como resultado dessa circulaccedilatildeo observa-se nos baixos

niacuteveis uma regiatildeo de baixa pressatildeo e a convergecircncia de ar satildeo os principais

fatores que provocam a precipitaccedilatildeo neste periacuteodo responsaacutevel por 70 do

total meacutedio anualrdquo A partir desses elementos apresentados pelo INPE e com

base nos dados os quais foram obtidos da estaccedilatildeo meteoroloacutegica de Brasiacutelia

localizada na Latitude (ordm) -158 Longitude (ordm)-479 temos a precipitaccedilatildeo de

Brasiacutelia dada mecircs a mecircs Os dados partem de Janeiro de 2006 e vatildeo ateacute

Outubro de 2015 Eacute importante frisar que os dados foram formulados a partir

da precipitaccedilatildeo acumulada para tornar mais faacutecil de calcular a meacutedia

Tabela 01 Dados de Precipitaccedilatildeo

AnoMecircs JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ Meacutedia Mensal

2006 1232 1914 258 1417 351 09 01 528 403 5264 1956 1821 14563

2007 2609 2659 357 501 75 0 0 0 0 535 2249 275 9779

2008 201 2425 2346 2109 0 0 0 27 80 387 271 3226 1337

2009 2028 1347 81 3759 612 93 0 725 505 2958 1991 3078 1492

2010 1211 368 2494 2388 275 0 0 0 0 349 2547 318 1068

2011 1268 1724 2433 696 139 38 0 0 7 2639 3338 4704 1421

2012 2699 1149 1982 1213 444 24 02 0 333 1098 4446 1428 1235

2013 4918 1893 1903 954 222 62 03 0 659 1069 2711 3525 1493

2014 1531 1392 3402 2493 28 10 79 0 162 2014 192 3667 1399

2015 939 1297 3456 2076 499 0 08 0 218 694 SD SD 9187

Meacutedia para cada mecircs

20445 16168 21763 17606 2645 326 093 128 315 17007 2652 30421 12797

Tabela contendo os dados de chuva acumulada mecircs a mecircs em miliacutemetros (mm)

Fonte INPE 2015

Obs 1- SD - satildeo dados que natildeo foram coletados devido pois o trabalho foi realizado antes desses meses

Obs2- Meacutedia calculada com os dados obtidos no caso os meses de novembro e dezembro de 2015 natildeo entram no

caacutelculo pois ainda natildeo existiam os dados

Temos tambeacutem a partir do estudo realizado por Brino (Brasiacutelia

Superquadras Residenciais) os dimensionamentos dos preacutedios e a quantidade

de apartamentos por pavimentos conforme as tabelas a seguir

Tabela 02 Dimensionamento dos Blocos

A SUPERQUADRA AE AT

Aacuterea de Projeccedilatildeo por Bloco

Aacuterea Total = 11760msup2 Nuacutemero total de Blocos = 11

1069msup2 185 136

Aacuterea Construiacuteda por bloco (sem pilotis e

subsolo)

Pavimentos = 6 Aacuterea do Pavimento = 1069msup2

6414msup2 1113 818

Aacuterea Construiacuteda por superquadras (sem pilotis e subsolo)

Preacutedio = 11 Aacuterea por Preacutedio = 64141msup2

70554msup2 8999 1225

AE - Aacuterea Aedificandi e AT - Aacuterea Total

Tabela 03 Dimensionamento da Populaccedilatildeo

A POPULACcedilAtildeO (5 Pessoas

apart)

6 apartamentos por pavimento

36 apartamentos por bloco

396 apartamentos

por superquadra

1980 pessoas por

superquadra

8 apartamentos por pavimento

48 apartamentos por bloco

528 apartamentos

por superquadra

2640 pessoas por

superquadra

10 apartamentos por pavimento

60 apartamentos por bloco

660 apartamentos

por superquadra

3300 pessoas por

superquadra

12 apartamentos por pavimento

72 apartamentos por bloco

792 apartamentos

por superquadra

3960 pessoas por

superquadra

Caacutelculo para as faixas 100 200 e 300 (seis pavimentos) Fonte SUDUR

O estudo apresentado por Brino (Brasiacutelia Superquadras Residenciais)

considera uma famiacutelia composta por cinco pessoas para cada apartamento

nesse caso iremos desconsiderar essa informaccedilatildeo e basearmos nos dados

apresentados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica (IBGE) Nos

dados do IBGE (Censo Demograacutefico 2010) constam que a meacutedia de

moradores em domiciacutelios particulares ocupados eacute de 33 moradores

Partindo dos elementos de precipitaccedilatildeo aacuterea de projeccedilatildeo por bloco

meacutedia de moradores por apartamento total de apartamentos de um preacutedio e

consumo meacutedio de aacuteguadia por habitante podemos dar inicio as formas de

captaccedilatildeo e armazenamento de aacuteguas pluviais

32 ndash Aacuteguas pluviais e aacuteguas cinzas

Mas porque focar em aproveitamento de aacuteguas pluviais Segundo

Rapoport (2004 p 1) ldquoo aumento populacional acompanhado pelas mudanccedilas

climaacuteticas globais vem contribuindo para o aumento na demanda por recursos

hiacutedricosrdquo Ainda expotildee que ldquoembora a aacutegua seja um recurso renovaacutevel ela

tende a se deteriorar em funccedilatildeo do seu uso indiscriminado o que compromete

consequentemente a quantidade de aacutegua com qualidade disponiacutevel para o

consumo nas diversas localidadesrdquo (Rapoport 2004 p 1)

Um fato importante abordado por Rapoport (2004 p1) eacute que ldquoa

quantidade de aacutegua disponiacutevel eacute sempre a mesma jaacute que estaacute sempre sendo

renovada atraveacutes do ciclo hidroloacutegico Entretanto a aacutegua de qualidade para

consumo estaacute se tornando rarardquo A tiacutetulo de esclarecimento ldquosabe-se que o

ciclo hidroloacutegico se constitui basicamente do transporte de massas drsquoaacutegua do

oceano para atmosfera por evaporaccedilatildeo e da atmosfera atraveacutes de

precipitaccedilotildees escoamentos superficiais e subterracircneos para os oceanos

influenciando diretamente a distribuiccedilatildeo e extensatildeo dos corpos drsquoaacutegua

continentaisrdquo (Rapoport 2004 p 1) Sendo assim a interferecircncia humana tem

causado alteraccedilotildees no ciclo hidroloacutegico em diversas regiotildees Esse assunto

seraacute melhor abordado mais adiante pois o uso do sistema de captaccedilatildeo pode

influenciar no ciclo hidroloacutegico negativamente mas utilizado da forma

adequada pode continuar mantendo o ciclo equilibrado

Aleacutem do uso indevido da aacutegua e de sua escassez Lima e Machado

(2008 p 13) apontam que ldquooutro fator importante eacute o aumento de inundaccedilotildees e

enchentes devido ao escoamento superficial da aacutegua de chuva e da

impermeabilizaccedilatildeo do solordquo Portanto a captaccedilatildeo de aacuteguas pluviais pode

contribuir para a reduccedilatildeo dos transtornos hiacutedricos urbanos e ao mesmo tempo

reduzir a demanda por aacutegua potaacutevel da companhia de distribuiccedilatildeo local

Segundo Amorim e Pereira (2008 p 54) ldquouma das soluccedilotildees em estudo

para aumentar a oferta de aacutegua para as edificaccedilotildees eacute o aproveitamento da

aacutegua pluvial Esta apresenta uma boa alternativa visto que aleacutem de reduzir o

consumo de aacutegua potaacutevel ainda surge como uma accedilatildeo no combate agraves

enchentes funcionando como uma medida natildeo-estrutural do sistema de

drenagem urbanardquo Mas o que eacute necessaacuterio para formar um sistema de

captaccedilatildeo adequado e funcional Amorim e Pereira (2008 p 54) apresentam

que ldquoos sistemas de aproveitamento de aacutegua pluvial satildeo formados basicamente

pela aacuterea de captaccedilatildeo (geralmente coberturas) os componentes de transporte

(calhas e condutores verticais) e o reservatoacuteriordquo Cabe ressaltar que para esse

estudo a captaccedilatildeo das aacuteguas pluviais seraacute destinada apenas para a utilizaccedilatildeo

em ldquoaacuteguas cinzasrdquo Neste sentido o reuso das aacuteguas cinzas que satildeo as aacuteguas

provenientes de todas as atividades domeacutesticas com exceccedilatildeo de fontes de

aacuteguas negras tais como sanitaacuterios bidecircs e urinol vem sendo estudadas com

vista ao reuso tanto em irrigaccedilatildeo como em sanitaacuterios (Rapoport 2004 p 8)

Retomando os dados apresentados pela SABESP (2010) temos a

tabela 04 a qual apresenta os dados de consumo domeacutestico e em sequecircncia o

graacutefico 01 que demonstram que se analisarmos as quantidades de aacutegua

utilizada no consumo domeacutestico teremos uma base para o tamanho do

reservatoacuterio E posteriormente a tabela 05 mostra em que situaccedilotildees se podem

reutilizar as aacuteguas pluviais

Tabela 04 Consumo domeacutestico de aacutegua

Litros

Cozinhar e Beber 54

Tomar Banho e Escovar os Dentes 50

Descarga de Banheiro 66

Lavagem de Roupa 24

Outras Tarefas 6

Total = 200

Fonte SABESP (2010)

27

25

33

12

3

Cozinhar e Beber

Tomar Banho e Escovar osDentes

Descarga de Banheiro

Lavagem de Roupa

Outras Tarefas

Descarga de Banheiro

6875

Lavagem de Roupa

25

Outras Tarefas 625

Graacutefico 01 Consumo Domeacutestico de Aacutegua

Tabela 05 Percentual para reutilizaccedilatildeo de aacuteguas pluviais

Graacutefico 02 Percentual para Reutilizaccedilatildeo de Aacuteguas Pluviais

Porcentagem ()

Descarga de Banheiro 66 6875

Lavagem de Roupa 24 25

Outras Tarefas 6 625

Total = 96 100

Fonte SABESP(2010)

33 ndash Meacutetodos de Dimensionamento do Reservatoacuterio

Amorim e Pereira (2008 p 54 Soares et al 2000 apud May 2004)

apresentam que existem quatro grupos principais para o dimensionamento do

reservatoacuterio

(a) Meacutetodos determiniacutesticos os dados referentes agrave precipitaccedilatildeo

pluviomeacutetrica e agrave demanda satildeo analisados pela curva de massa

(b) Meacutetodos aproximados baseados em relaccedilotildees empiacutericas

conhecidas

(c) Meacutetodos de modelaccedilatildeo satildeo tambeacutem conhecidos como meacutetodos

de transiccedilatildeo probabiliacutestica da matriz e

(d) Meacutetodos de anaacutelise de sistemas sendo linear natildeo linear ou

programaccedilatildeo dinacircmica

Dentro desses grupos de dimensionamento temos os diversos meacutetodos

meacutetodo de Rippl que consiste na determinaccedilatildeo do volume com base na aacuterea

de captaccedilatildeo que eacute subdivido em meacutetodo analiacutetico e meacutetodo graacutefico meacutetodo de

consideraccedilatildeo dos periacuteodos de dias consecutivos sem chuva que necessita da

observaccedilatildeo dos registros pluviomeacutetricos para identificar os maiores periacuteodos de

dias consecutivos sem chuvas e sua taxa de repeticcedilatildeo meacutetodo de anaacutelise de

simulaccedilatildeo de um reservatoacuterio com capacidade suposta que consiste

basicamente na fixaccedilatildeo de um volume para o reservatoacuterio e na verificaccedilatildeo do

percentual de consumo que seraacute atendido meacutetodo praacutetico brasileiro meacutetodo

praacutetico alematildeo meacutetodo praacutetico inglecircs e o meacutetodo praacutetico australiano (Amorim

e Pereira 2008 p 55-58)

34 ndash Anaacutelise de caso para um preacutedio da Superquadra 111 Norte

A partir dos dados jaacute apresentados temos que o objeto de estudo eacute um

preacutedio residencial localizado na Superquadra 111 Norte que possui uma aacuterea

de projeccedilatildeo de 1069msup2 com seis (6) pavimentos constituindo uma aacuterea

construiacuteda de 6414msup2 apresentando seis (6) apartamentos por pavimento e

consequentemente trinta e seis (36) apartamentos no total (Brino Brasiacutelia

Superquadras Residenciais) O preacutedio conteacutem 33 habitantes por apartamento

(IBGE 2010) que consomem em meacutedia cerca de 190 litros de aacuteguadia

resultando em um consumo mensal de aproximadamente 6msup3 por pessoa

(CAESB) mas como a aacutegua captada da chuva seraacute utilizada apenas para

suprir a demanda de aacutegua cinza temos 66 litros para descarga de vasos

sanitaacuterios

Temos entatildeo que a demanda por aacutegua por habitante nesse edifiacutecio eacute

dada por

119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119898119900119903119886119889119900119903 = 66119871 = 66119871119863119894119886

119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119886119901119886119903119905119886119898119890119899119905119900 = 33119901 times 66119871 ~ 217 119871119863119894119886

119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119901119903eacute119889119894119900 = (33119901 times 66119871) times 36 ~ 7840119871119863119894119886

119863119890119898119886119899119889119886 119898119890119899119904119886119897 119901119900119903 119901119903eacute119889119894119900 =7840119871

119889119894119886times 30119863119894119886119904 = 235224119871

Legenda L = Litros p = Pessoas

Para facilitar nos caacutelculos ao aplica-los para o reservatoacuterio e para o

sistema de captaccedilatildeo eacute necessaacuterio realizar a conversatildeo de litros para msup3

(metros cuacutebicos) Sendo assim 66L = 0066msup3 217L = 0217msup3 7840L =

7840msup3 e 235224L = 235224msup3

Seraacute utilizado o ano de 2014 para os dados de precipitaccedilatildeo da estaccedilatildeo

meteoroloacutegica de Brasiacutelia localizada na Latitude (ordm) -158 Longitude (ordm)-479

fornecidos pela professora Rafaela Lisboa durante o periacuteodo chuvoso O ano

de 2014 apresenta registros jornaliacutesticos de alagamento nos meses de

Fevereiro com precipitaccedilatildeo de 1392 msup3 Marccedilo com precipitaccedilatildeo de 3402msup3

e Dezembro com precipitaccedilatildeo de 3667msup3 Importante ressaltar que o setor

Noroeste de Brasiacutelia foi construiacutedo em 2011 (site G1) o que aumentou a aacuterea

de solo impermeabilizado e a reduccedilatildeo no escoamento superficial da aacutegua

ocasionando em um aumento nas enchentes e alagamentos na Asa Norte

Segundo Amorim e Pereira (2008 p57) um dos meacutetodos a ser utilizado

para poder saber o volume de aacutegua aproveitaacutevel e consequentemente o

volume de aacutegua do reservatoacuterio Trata-se de um meacutetodo empiacuterico apresentado

na NBR 155272007 O volume de aacutegua do reservatoacuterio V expresso em L eacute

exposto a seguir

119872eacute119905119900119889119900 119875119903aacute119905119894119888119900 119861119903119886119904119894119897119890119894119903119900

119881 = 0042 times 119875 times 119860 times 119879

Em que ldquoVrdquo representa o volume de aacutegua aproveitaacutevel e o volume de

aacutegua do reservatoacuterio (L) ldquoPrdquo a precipitaccedilatildeo meacutedia mensal (mm) ldquoArdquo a aacuterea de

coleta em projeccedilatildeo ldquoTrdquo nuacutemero de meses de pouca chuva ou seca e ldquo0042rdquo eacute

um coeficiente estipulado

Portanto segundo Fontanela (2010 p 25) para estipular o volume do

reservatoacuterio temos que calcular 42 do produto entre o volume de chuva

coletada pelo telhado e o nuacutemero de meses com pouca chuva ou seca

Atribuindo valores do ano de 2014 temos que

119881 = 0042 times 1399119898119898 times 1069 times 5

119881~ 31406119871 119900119906 31406119898sup3

Ressaltando que esse valor obtido eacute uma estimativa do tamanho do

reservatoacuterio e que pode haver um reservatoacuterio de maior capacidade

De forma comparativa eacute de bom senso que se faccedila outro caacutelculo com um

meacutetodo alternativo

Amorim e Pereira (2008 p56) expotildeem que existe um meacutetodo de anaacutelise

de simulaccedilatildeo do reservatoacuterio com capacidade suposta o qual consiste

basicamente na fixaccedilatildeo de um volume para o reservatoacuterio e na verificaccedilatildeo de

consumo que seraacute atendido Sendo assim ldquoo primeiro passo para a aplicaccedilatildeo

desse meacutetodo eacute adotar alguns valores possiacuteveis para o volume com base na

estimativa do consumo mensal de aacutegua natildeo potaacutevelrdquo (Amorim e Pereira 2008

p57) Portanto partindo do ponto que o preacutedio consome cerca de 235000L

devemos calcular uma base que possa ser favoraacutevel economicamente

119872eacute119905119900119889119900 119889119890 119878119894119898119906119897119886ccedilatilde119900 119889119900 119877119890119904119890119903119907119886119905oacute119903119894119900

235224119871 rarr 100

119881 rarr 30

119881 ~ 70000119871 119900119906 70119898sup3

Tambeacutem haacute outra alternativa apresentada por L Pereira (Viabilidade

EconocircmicoAmbiental p 18)

119881119886119888 = 119860119879 times 119875119875119872119860 lowast

119881119886119888 = 1069119898sup2 times 1399119898sup3 = 1495531119898sup3119886119899119900

Equaccedilatildeo a qual ldquoVacrdquo corresponde ao volume de aacutegua captado ldquoATrdquo

aacuterea do telhado e ldquoPPMArdquo eacute a precipitaccedilatildeo pluviomeacutetrica meacutedia mensal

Poreacutem o resultado obtido eacute para os 12 meses do ano e como foi visto no

ano de 2014 temos 7 meses com chuva portanto

119881119886119888 =119879119900119905119886119897

1198983

1198861198991199007 119898119890119904119890119904

lowast

119881119886119888 =1495531119898sup3119886119899119900

7= 21364119898sup3 119900119906 213640119871

dados somente seriam vaacutelidos se a precipitaccedilatildeo fosse uniforme durante os 7 meses de chuva

341 ndash Anaacutelise de caso para a Superquadra 111 Norte

Retomando a tabela 02 temos que a quadra apresenta 11 preacutedios

aproximadamente que variam o nuacutemero de apartamentos por pavimentos e

consequentemente o nuacutemero de moradores mas os edifiacutecios continuam tendo

uma aacuterea de 1069msup2 gerando um uma aacuterea total de 70554msup2 mas teremos

como base os caacutelculos feitos para o preacutedio selecionado no item 34

Realizando um caacutelculo baacutesico tem-se como estimativa de

armazenamento para esta quadra o seguinte

119872eacute119905119900119889119900 119875119903aacute119905119894119888119900 119861119903119886119904119894119897119890119894119903119900

119881~ 31406119871 119900119906 314061198983

11 119875119903eacute119889119894119900119904 times 31406119871 = 345466119871 119900119906 345466119898sup3

119872eacute119905119900119889119900 119889119890 119878119894119898119906119897119886ccedilatilde119900 119889119900 119877119890119904119890119903119907119886119905oacute119903119894119900

119881 ~ 70000119871 119900119906 701198983

11 119875119903eacute119889119894119900119904 times 70000119871 = 770000

119881119900119897119906119898119890 119889119890 aacute119892119906119886 119888119886119901119905119886119889119900 lowast

119881119886119888 = 213641198983119900119906 213640119871

11 119875119903eacute119889119894119900119904 times 213640119871 = 2350040119871 119900119906 235004119898sup3

dados somente seriam vaacutelidos se a precipitaccedilatildeo fosse uniforme durante os 7 meses de chuva

119863119890119898119886119899119889119886 119905119900119905119886119897 119889119886 119902119906119886119889119903119886 119888119900119898 119889119890119904119888119886119903119892119886 119889119890 119887119886119899ℎ119890119894119903119900

11 119875119903eacute119889119894119900119904 times 235224119871 = 2587464119871 119900119906 2587464119898sup3

Segundo Brino (Brasiacutelia Superquadras Residenciais) temos que as

dimensotildees maacuteximas de uma superquadra satildeo de 280x280m resultando numa

aacuterea de 78400msup2 que eacute denominado de Aacuterea Total (AT) A partir disso foi

definido que deveria existir uma faixa externa de 20m denominada de non

aedificandi que foi destinada ao plantio de uma ldquomassa vegetalrdquo de grande

porte e no interior da quadra encontra-se a aacuterea aedificandi a qual possui

240x240m e uma aacuterea de 57600msup2 Realizando uma subtraccedilatildeo da Aacuterea total

pela Aacuterea aedificandi obtecircm-se que a aacuterea non aedificandi eacute de 20800msup2 que

corresponde a 265 da aacuterea total

Com base nessas informaccedilotildees eacute necessaacuterio atentar-se ao detalhe de

que uma parte da precipitaccedilatildeo cai no solo e outra parte nos telhados dos

preacutedios Sendo assim parte da chuva pode ser aproveitada pelo sistema de

captaccedilatildeo enquanto outra parte chega ao solo sem uma interferecircncia direta no

ciclo hidroloacutegico

35 ndash Funcionamento do sistema de captaccedilatildeo

Eacute importante frisar que o sistema de aproveitamento de aacuteguas pluviais eacute

regido pela norma NBR 15527 (Associaccedilatildeo Brasileira de Normas Teacutecnicas

2007) norma a qual faz algumas consideraccedilotildees importantes para implantaccedilatildeo

e correto funcionamento do sistema de captaccedilatildeo Alguns destes satildeo

435 ndash O volume dos reservatoacuterios deve ser dimensionado com

base em criteacuterios teacutecnicos econocircmicos e ambientais levando em

conta as boas praacuteticas da engenharia podendo a criteacuterio do

projetista ser utilizados os meacutetodos contidos no Anexo A ou

outro desde que devidamente justificado

Item 436 ndash Os reservatoacuterios devem ser limpos e desinfetados

com soluccedilatildeo de hipoclorito de soacutedio no miacutenimo uma vez por ano

de acordo com agrave ABNT NBR 5626

Item 442 ndash As tubulaccedilotildees e demais componentes devem ser

claramente diferenciados das tubulaccedilotildees de aacutegua potaacutevel

Item 443 ndash O sistema de distribuiccedilatildeo de chuva deve ser

independente do sistema de aacutegua potaacutevel natildeo permitindo a

conexatildeo cruzada de acordo com agrave ABNT NBR 5626

Item 444 ndash Os pontos de consumo como por exemplo uma

torneira de jardim devem ser de uso restrito e identificados com

placa de advertecircncia com a seguinte inscriccedilatildeo ldquoaacutegua natildeo potaacutevelrdquo

e identificaccedilatildeo graacutefica

Item 445 ndash Os reservatoacuterios de aacutegua de distribuiccedilatildeo de aacutegua

potaacutevel e de aacutegua da chuva devem ser separados

Item 461 ndash Quando necessaacuterio o bombeamento este deve

atender agrave ABNT NBR 12214

Deve-se realizar manutenccedilatildeo em todo o sistema de

aproveitamento de aacutegua de chuva

Para maiores esclarecimentos ldquoo funcionamento de um sistema de

coleta e aproveitamento de aacutegua pluvial consiste de maneira geral na captaccedilatildeo

da aacutegua da chuva que cai sobre os telhados ou lajes da edificaccedilatildeo A aacutegua eacute

conduzida ateacute o local de armazenamento atraveacutes de calhas condutores

horizontais e verticais passando por equipamentos de filtragem e descarte de

impurezas Apoacutes passar pelo filtro a aacutegua eacute armazenada geralmente em

reservatoacuterio enterrado (cisterna) e bombeada a um segundo reservatoacuterio

(elevado) do qual as tubulaccedilotildees especiacuteficas de aacutegua pluvial iratildeo distribuiacute-la

para o consumo natildeo potaacutevelrdquo (Carvalho 2010 p 27 e 28) Conforme ilustra a

imagem a seguir

Figura 02 Funcionamento de um Sistema de Captaccedilatildeo

Fonte Adatildeo D Padini (2013)

De forma mais simplificada podemos ver a representaccedilatildeo no fluxograma

a seguir

Figura 03 Fluxograma do Sistema de Captaccedilatildeo

Fonte Leandro Roncato Pereira

351 ndash Dificuldades para implantaccedilatildeo do sistema

Tal sistema apresenta como dificuldade o local onde seriam instaladas

as cisternas uma vez que geraria um peso sobre o telhado Dessa forma o

sistema seria instalado no jardim cobrando um custo adicional

352 ndash Custo de implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo fechado em um

preacutedio

Na implantaccedilatildeo desse sistema os materiais utilizados teratildeo como base o

meacutetodo praacutetico brasileiro e para aumentar a eficiecircncia do sistema o volume de

31406L seraacute arredondado para 35000L

Os valores de alguns dos materiais apresentados a seguir seguem os

dos apresentados no trabalho de L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental

p 18) apenas o valor da caixa drsquoaacutegua de 10000L foi obtido atraveacutes de

pesquisas em lojas de construccedilatildeo e assim utilizando a de menor valor

Tambeacutem devemos considerar que a bomba consome energia ao bombear aacutegua

para o preacutedio (CEB) portanto os valores seguem conforme a tabela a seguir

Tabela 06 Preccedilo dos Produtos do Sistema de Captaccedilatildeo sem Fluxo

Produto Quantidade Valor unitaacuterio (R$) Valor total (R$)

Cx Daacutegua 10000L 3 496090 1488270

Cx Daacutegua 5000L 1 108000 108000

Boacuteia Eleacutetrica 1 2750 2750

Boacuteia Comum 1 1220 1220

Registro de Gaveta

1 3490 3490

Bomba Anauger 1 23000 23000

Filtro 3P VF1 1 22000 22000

Tubulaccedilotildees 7000 7000

Disjuntor 1 1310 1310

Escavaccedilatildeo Msup3 3666 128310

Matildeo de Obra 1 58574 58574

Energia 054 054

Total 13 727154 1843978

Observaccedilatildeo Pelo fato desse estudo se tratar de um modelo de implantaccedilatildeo

o custo das tubulaccedilotildees vai variar de acordo com a demanda necessitada pelo

preacutedio portanto podendo variar de acordo com o projeto implantado Para este

estudo seraacute adotado o valor de R$ 7000

Observaccedilatildeo Pelo fato desse trabalho tratar-se de um modelo de

implantaccedilatildeo o custo da energia pode variar de acordo com a demanda necessitada

pelo preacutedio portanto podendo variar de acordo com o uso da bomba Para este

estudo seraacute adotado o valor de R$ 054 que eacute o valor do KwH cobrado pela CEB

Segundo Saravy (2010 p 46) haacute tambeacutem um custo para manutenccedilatildeo do

sistema conforme a tabela a seguir

Tabela 07 Preccedilo de Manutenccedilatildeo do Sistema de Captaccedilatildeo

Com esses dados podemos ver o valor total final a ser pago pelo

sistema de captaccedilatildeo que eacute de R$ 1889978

36 ndash Taxas e valores cobrados para utilizaccedilatildeo de aacutegua

Segundo a Companhia de Saneamento Ambiental do Distrito Federal (CAESB)

quando vaacuterias residecircncias satildeo atendidas por uma uacutenica ligaccedilatildeo de aacutegua eacute aplicado o

conceito de consumo ldquoPara exemplificar podemos citar um preacutedio residencial onde

cada apartamento corresponde a uma unidade de consumordquo (CAESB) Contudo o

caacutelculo de gastos seraacute realizado primeiro em um apartamento e posteriormente

multiplicado pelo total de apartamentos do preacutedio uma vez que os preacutedios

residecircncias da Asa Norte pagam a conta de aacutegua atraveacutes do condomiacutenio O preacutedio

Componente Frequecircncia da Manutenccedilatildeo

Custo da Manutenccedilatildeo

Calhas e Condutores

Semestral R$ 13000

Reservatoacuterio Limpeza e

Desinfecccedilatildeo Anual

R$ 20000

desse estudo apresenta um hidrocircmetro que mede o consumo de aacutegua para o todo o

preacutedio

Eacute de suma importacircncia destacar tambeacutem que haacute uma taxa de esgoto que eacute

cobrada pela CAESB consequentemente ldquoo valor da tarifa de esgotos corresponde

a 100 do valor da tarifa de aacutegua exceto quando se tratar de coleta do tipo

condominial que equivale a 60 do valor da tarifa de aacuteguardquo (CAESB)

Deste modo a CAESB utiliza tarifas para diversas categorias de moradia e

comeacutercio e neste estudo seraacute aplicada a tarifa de ldquoresidencial normalrdquo em

concordacircncia com a tabela a seguir

Tabela 08 Valor da Tarifa Cobrado pela CAESB

Para melhor compreensatildeo do caacutelculo que a CAESB faz temos uma conta do

condomiacutenio do preacutedio da Superquadra 111 Norte

Figura 04 Conta Discriminada do Condomiacutenio

Fonte Condomiacutenio do Preacutedio

O caacutelculo feito pela CAESB consiste primeiramente em saber a demanda de

aacutegua gasta em metros cuacutebicos por Unidade de Consumo ndash apartamento ndash para

saber qual faixa ldquomsup3rdquo eacute aplicada Apoacutes saber qual a faixa ldquomsup3rdquo que se enquadra eacute

atribuiacutedo o volume por UC (em msup3) em sequecircncia multiplica-se o volume por UC ou

volume da faixa pelo nuacutemero de UCrsquos correspondente para se obter o volume total

gasto (em msup3) Tendo o volume total gasto basta multiplicar pelo preccedilo corresponde

agrave faixa a qual se encaixa o consumo e assim obtendo o valor total a pagar A partir

do momento que se tem o valor total a pagar eacute necessaacuterio acrescer 100 do valor

para cobrir a tarifa de esgoto conforme a figura

Partindo desses dados podemos calcular por apartamento quanto eacute cobrado

pela CAESB a partir dos dados apresentados no capiacutetulo 34

119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119886119901119886119903119905119886119898119890119899119905119900 = 33119901 times 66119871 ~ 217119871

119863119894119886

119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119886119901119886119903119905119886119898119890119899119905119900 119886119900 119898ecirc119904 = 217119871119889119894119886 times 30119863119894119886119904 = 6510119871 119900119906 65101198983

Com base nesses dados temos que calcular o volume total de descarga em

sanitaacuterios que o preacutedio consome com a seguinte foacutermula

119881119879 = 119881119865 times 119873ordm 119889119890 119880119862prime119904

119881119879 = 10119898sup3 times 36 = 360119898sup3

Em que ldquoVTrdquo corresponde ao volume total do preacutedio ldquoVFrdquo ao volume da faixa

que eacute estipulado pela CAESB e ldquoUCrsquosrdquo satildeo as unidades de consumo que eacute correlato

ao nuacutemero de apartamentos existente

Portanto o total a se pagar em um mecircs eacute calculado da seguinte forma

119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 119881119879 times 119879119886119903119894119891119886 119889119890 aacute119892119906119886 + 119879119886119903119894119891119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900

119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 360119898sup3 times 119877$ 265 + 119879119886119903119894119891119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900

119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 954 + 119877$ 954 = 119877$ 1908

Em 7 meses seriam pagos em descarga

119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 1908 times 7 119872119890119904119890119904 = 119877$ 13356

37 ndash Caacutelculos de economia e retorno de investimento para um sistema

fechado

Conforme exposto por L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental p 15)

ldquopara o caacutelculo da economia da taxa de aacutegua multiplica-se o valor do msup3 (valor

cobrado por msup3 do responsaacutevel pelo fornecimento de aacutegua na cidade []) pelo

volume captado e entatildeo obtecircm-se o valor economizado por ano na taxa de aacuteguardquo

Recapitulando que para esse estudo seraacute utilizado o meacutetodo praacutetico brasieliro

devido aos meses de seca ou pouca chuva

Sendo assim

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119881119886119897119900119903 119889119900 1198983 times 119881119900119897119906119898119890 119888119886119901119905119886119889119900

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 265 times 314061198983

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 8322

Essa economia de R$ 8322 eacute para um mecircs de chuva para o preacutedio todo

sendo assim para os 7 meses de chuva tem-se

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119890 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 8322 times 7 119898119890119904119890119904 = 119877$ 58254

Ainda segundo L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental p 16) para o

caacutelculo da economia referente ao esgoto eacute necessaacuterio multiplicar o valor do msup3 pelo

volume captado e por 08 uma vez que considera-se 20 de perda ou seja para

cada 1 litro de aacutegua que chega na residecircncia eacute cobrado 08 litros para o tratamento

do esgoto

Portanto tem-se

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119881119886119897119900119903 119889119900 1198983 times 119881119900119897119906119898119890 119888119886119901119905119886119889119900 times 08

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900 = 119877$ 265 times 314061198983 times 08

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 6658

Esse valor encontrado de R$ 6658 corresponde a um mecircs de chuva para o

preacutedio sendo assim o total economizado pelo preacutedio em 7 meses eacute de

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119890 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 6658 times 7 119898119890119904119890119904 = 119877$ 46606

ldquoPara o caacutelculo do retorno do investimento divide-se o valor investido pela

economia anual com a implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo e reaproveitamento da

aacutegua pluvialrdquo L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental p 16)

Portanto para 7 meses de chuva tem-se o seguinte

119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 =119881119886119897119900119903 119894119899119907119890119904119905119894119889119900

119864119888119900119899119900119898119894119886 (7119898119890119904119890119904)

119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 = 119877$ 1843924

119877$ 58254 + 119877$ 46606

119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 = 119877$ 1843924

119877$ 9446

119877119890119905119900119903119899119900

119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900= 1952 119886119899119900119904

38 ndash Caacutelculos de dimensionamento para um sistema com fluxo

Os caacutelculos apresentados no subitem anterior satildeo relativos a um sistema

o qual natildeo adota a possibilidade de fluxo dentro do reservatoacuterio Quando se

fala em fluxo temos que considerar que ao mesmo tempo em que o preacutedio

utiliza aacutegua do reservatoacuterio de aacutegua pluvial o mesmo vai enchendo com aacutegua

pluvial Portanto haacute um ciclo no qual o preacutedio demanda aacutegua do reservatoacuterio e

o mesmo vai enchendo conforme chove no local

Sabendo que a meacutedia mensal eacute de 1399msup3 eacute preciso multiplicar isso

por 12 para se obter o quanto choveu em 2014 Sendo assim

119879119900119905119886119897 119886119900 119886119899119900 = 1399119898119898 times 12 119898119890119904119890119904

119879119900119905119886119897 119886119900 119886119899119900 = 16788119898119898

Mas como foi visto o periacuteodo chuvoso eacute de 7 meses entatildeo temos

119875119903119890119888119894119901119894119905119886ccedilatilde119900 119901119886119903119886 7 119898119890119904119890119904 = 16788119898119898 divide 7 = 2398119898119898

Com isso eacute necessaacuterio realizar o caacutelculo da meacutedia de captaccedilatildeo de aacutegua

por mecircs para a aacuterea de 1069msup2

119872119890119889119894119886 119889119890 119862119886119901119905119886ccedilatilde119900 = 2398119898119898 times 1069119898sup2

119872eacute119889119894119886 119889119890 119862119886119901119905119886ccedilatilde119900 = 256346119871 119900119906 256346119898sup3

Ao considerar o valor obtido temos que realizar o quanto seria captado

diariamente

119872eacute119889119894119886 119889119894aacute119903119894119886 = 256346119898sup3 divide 30 119889119894119886119904 = 85119898sup3119889119894119886

A partir desses caacutelculos podemos realizar a seguinte comparaccedilatildeo O

preacutedio consome cerca de 78msup3 ao dia de aacutegua para descarga de vasos sanitaacuterios

enquanto a meacutedia diaacuteria de captaccedilatildeo eacute de 85msup3 por conseguinte temos um fluxo

positivo de aacutegua para o reservatoacuterio de 067msup3dia nos dias chuvosos

Se colocarmos um reservatoacuterio de 35msup3 sem nenhuma aacutegua

armazenada poderemos constatar que o reservatoacuterio iria encher por completo em

cerca de 53 dias conforme o caacutelculo a seguir

351198983 = 0671198983 times 119909 119889119894119886119904

119909 119889119894119886119904 = 35119898sup3 divide 067119898sup3 = 5223 119889119894119886119904

Analisando esses dados temos que a partir do 54ordm dia o reservatoacuterio

estaria completamente cheio e no restante dos 156 dias que teriacuteamos de chuva

esses 067msup3 seriam de certa forma desperdiccedilados uma vez que esse fluxo de

067msup3 ao final dos 7 meses gerariam cerca de 1407msup3 enquanto o reservatoacuterio tem

a capacidade de 35msup3 conforme o caacutelculo a seguir

119875119900119905119890119899119888119894119886119897 = 067119898sup3 times 156 119889119894119886119904 = 1045119898sup3

Se considerarmos esse fluxo positivo de 067msup3dia temos que ao final

dos 210 dias (7meses) seria possiacutevel armazenar 1407 msup3 de aacutegua Com um

reservatoacuterio de 35msup3 1057msup3 estariam sendo escoados para fora do reservatoacuterio

Portanto o ideal seria um reservatoacuterio que se aproxime de 1407msup3 para que ao

final dos 7 meses toda aacutegua possiacutevel fosse armazenada no entanto o reservatoacuterio

deveria ser de 145msup3

Devemos considerar ainda que ao final dos 7 meses o reservatoacuterio

estaria cheio no periacuteodo de seca conseguiria abastecer o preacutedio de acordo com a

demanda do preacutedio sendo assim

119880119905119894119897119894119911119886ccedilatilde119900 119899119886 119904119890119888119886 = 119879119900119905119886119897 119889119900 119903119890119904119890119903119907119886119905oacute119903119894119900 divide 119863119890119898119886119899119889119886 119889119894aacute119903119894119886

119880119905119894119897119894119911119886ccedilatilde119900 119899119886 119904119890119888119886 = 1451198983 divide 781198983119889119894119886

119880119905119894119897119894119911119886ccedilatilde119900 119899119886 119904119890119888119886 = 1858 119889119894119886119904

381 ndash Custo de implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo com fluxo em um

preacutedio

Na implantaccedilatildeo desse sistema os materiais utilizados teratildeo como base

as estimativas que foram apresentadas no subitem anterior e para aumentar a

eficiecircncia do sistema o volume de 1400007L seraacute arredondado para

145000L

Devido ao tamanho do reservatoacuterio eacute de se esperar que o reservatoacuterio

natildeo seja instalado em cima do preacutedio uma vez que a estrutura do preacutedio natildeo

conseguiria suportar o peso que o reservatoacuterio faria sobre o telhado

consequentemente o reservatoacuterio deveraacute ser instalado no jardim do preacutedio que

iraacute gerar um custo a mais por conta da escavaccedilatildeo

Os valores de alguns dos materiais apresentados a seguir seguem os

dos apresentados no trabalho de L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental

p 18) apenas o valor da caixa drsquoaacutegua de 10000L foi obtido atraveacutes de

pesquisas em lojas de construccedilatildeo e assim utilizando a de menor valor

conforme a tabela a seguir Segundo o Saneamento de Goiaacutes SA (SANEAGO)

o custo de escavaccedilatildeo eacute calculado a partir do total de msup3 aleacutem de 3m de

profundidade

Tabela 09 Preccedilo dos Produtos do Sistema de Captaccedilatildeo com Fluxo

Observaccedilatildeo Pelo fato desse estudo se tratar de um modelo de implantaccedilatildeo

o custo das tubulaccedilotildees vai variar de acordo com a demanda necessitada pelo

preacutedio portanto podendo variar de acordo com o projeto implantado Para este

estudo seraacute adotado o valor de R$ 7000

Observaccedilatildeo Pelo fato desse trabalho tratar-se de um modelo de

implantaccedilatildeo o custo da energia pode variar de acordo com a demanda necessitada

pelo preacutedio portanto podendo variar de acordo com o uso da bomba Para este

estudo seraacute adotado o valor de R$ 054 que eacute o valor do KwH cobrado pela CEB

Produto Quantidade Valor unitaacuterio (R$) Valor total (R$)

Cx Daacutegua 10000L 14 496090 6945260

Cx Daacutegua 5000L 1 108000 108000

Boacuteia Eleacutetrica 1 2750 2750

Boacuteia Comum 1 1220 1220

Registro de Gaveta

1 3490 3490

Bomba Anauger 1 23000 23000

Filtro 3P VF1 1 22000 22000

Tubulaccedilotildees 7000 7000

Disjuntor 1 1310 1310

Escavaccedilatildeo Msup3 3666 53157

Matildeo de Obra 1 58574 58574

Energia 054 054

Total 13 727154 7704228

382 ndash Caacutelculos de economia e retorno de investimento para um sistema

com fluxo

Partindo dos dados apresentados podemos calcular por apartamento quanto eacute

cobrado pela CAESB a partir dos dados apresentados no capiacutetulo 34

119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119886119901119886119903119905119886119898119890119899119905119900 = 33119901 times 66119871 ~ 217119871

119863119894119886

119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119886119901119886119903119905119886119898119890119899119905119900 119886119900 119898ecirc119904 = 217119871119889119894119886 times 30119863119894119886119904 = 6510119871 119900119906 65101198983

Em que ldquoVTrdquo corresponde ao volume total do preacutedio ldquoVFrdquo ao volume da faixa

que eacute estipulado pela CAESB e ldquoUCrsquosrdquo satildeo as unidades de consumo que eacute correlato

ao nuacutemero de apartamentos existente

Portanto o total a se pagar em um mecircs eacute calculado da seguinte forma

119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 119881119879 times 119879119886119903119894119891119886 119889119890 aacute119892119906119886 + 119879119886119903119894119891119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900

119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 360119898sup3 times 119877$ 265 + 119879119886119903119894119891119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900

119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 954 + 119877$ 954 = 119877$ 1908

Retomando o caacutelculo exposto por L Pereira (Viabilidade

EconocircmicoAmbiental p 15) no subitem anterior temos que o caacutelculo da CAESB

seria feito da seguinte maneira

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119881119886119897119900119903 119889119900 1198983 times 119881119900119897119906119898119890 119888119886119901119905119886119889119900

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 265 times 1451198983

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 38425

Esse caacutelculo eacute equivalente a um mecircs de captaccedilatildeo para os 7 meses

teremos o seguinte

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119890 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 38425 times 7 119898119890119904119890119904 = 119877$ 268975

Conforme foi visto para o caacutelculo da economia de esgoto eacute necessaacuterio

multiplicar o valor do msup3 pelo volume captado e por 08 uma vez que considera-se

20 de perda ou seja para cada 1 litro de aacutegua que chega na residecircncia eacute cobrado

08 litros para o tratamento do esgoto Portanto para um mecircs segue-se

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119881119886119897119900119903 119889119900 1198983 times 119881119900119897119906119898119890 119888119886119901119905119886119889119900 times 08

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900 = 119877$ 265 times 1451198983 times 08

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 3074

ldquoPara o caacutelculo do retorno do investimento divide-se o valor investido pela

economia anual com a implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo e reaproveitamento da

aacutegua pluvialrdquo L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental p 16)

Portanto para 7 meses de chuva tem-se o seguinte

119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 =119881119886119897119900119903 119894119899119907119890119904119905119894119889119900

119864119888119900119899119900119898119894119886 (7119898119890119904119890119904)

119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 = 119877$ 17704228

119877$ 268975 + 119877$ 21518

119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 = 119877$ 7704228

119877$ 484155

119877119890119905119900119903119899119900

119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900= 1591119886119899119900119904

4 ndash Conclusatildeo e Consideraccedilotildees Finais

De acordo com o que foi exposto temos que a implantaccedilatildeo do sistema de

captaccedilatildeo para o aproveitamento de aacuteguas pluviais eacute uma oacutetima alternativa para

substituiccedilatildeo da ldquoaacutegua cinzardquo possibilitando tambeacutem um destino mais correto do

ponto de vista ambiental para a aacutegua que se tornaria esgoto Como eacute de

conhecimento este tipo de meacutetodo eacute utilizado em diversas regiotildees natildeo somente

aquelas que sofrem com escassez de aacutegua

Mesmo sabendo que o Brasil possui um grande potencial hiacutedrico observamos

que uma parcela da populaccedilatildeo natildeo tem consciecircncia quanto ao gasto de aacutegua

gerando um grande desperdiacutecio de forma desnecessaacuteria Portanto partindo de um

pensamento racional um sistema de captaccedilatildeo seria viaacutevel para o aproveitamento da

aacutegua para fins de consumo domeacutestico mais precisamente ldquoaacutegua cinzardquo

Considerando os caacutelculos apresentados a partir da taxa de precipitaccedilatildeo meacutedia

em Brasiacutelia a criaccedilatildeo de um sistema de captaccedilatildeo pluvial predial traz benefiacutecios

econocircmicos e ambientais O projeto torna-se viaacutevel economicamente pois desde

que se faccedila a manutenccedilatildeo de forma adequada do sistema este teraacute uma vida uacutetil

longa e considerando que se obteacutem o retorno do investimento em aproximadamente

16 anos para um sistema com fluxo apoacutes este periacuteodo o sistema passa a ser

lucrativo para o preacutedio que implanta pois o custo eacute dividido no condomiacutenio dentre os

moradores do preacutedio

Analisando do ponto de vista ambiental o desenvolvimento urbano de Brasiacutelia

ocasionou em superfiacutecies impermeaacuteveis dificultando a absorccedilatildeo de aacuteguas pluviais

pelo solo e juntamente com o sistema de redes pluviais e o sistema de drenagem

ultrapassados os alagamentos e enchentes tecircm se tornado constante quando

ocorrem chuvas anormais Com as estimativas feitas neste trabalho eacute possiacutevel que

tais transtornos hiacutedricos urbanos possam ser amenizados a partir da implantaccedilatildeo do

sistema sem que afete o ciclo hidroloacutegico natural Logicamente essa natildeo eacute a

soluccedilatildeo uma vez que ela deve ser apenas um complemento agrave poliacuteticas publicas

poliacuteticas de incentivo entre outras medidas de cunho sustentaacutevel

Em vista disso a implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo e aproveitamento de

aacuteguas pluviais acarretaria em uma significativa melhora ambiental atraveacutes da

substituiccedilatildeo de uma parcela da aacutegua fornecida pela CAESB e possivelmente

mitigando os transtornos hiacutedricos urbanos se aplicado em larga escala

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Tabela 02 Dimensionamento dos Blocos

A SUPERQUADRA AE AT

Aacuterea de Projeccedilatildeo por Bloco

Aacuterea Total = 11760msup2 Nuacutemero total de Blocos = 11

1069msup2 185 136

Aacuterea Construiacuteda por bloco (sem pilotis e

subsolo)

Pavimentos = 6 Aacuterea do Pavimento = 1069msup2

6414msup2 1113 818

Aacuterea Construiacuteda por superquadras (sem pilotis e subsolo)

Preacutedio = 11 Aacuterea por Preacutedio = 64141msup2

70554msup2 8999 1225

AE - Aacuterea Aedificandi e AT - Aacuterea Total

Tabela 03 Dimensionamento da Populaccedilatildeo

A POPULACcedilAtildeO (5 Pessoas

apart)

6 apartamentos por pavimento

36 apartamentos por bloco

396 apartamentos

por superquadra

1980 pessoas por

superquadra

8 apartamentos por pavimento

48 apartamentos por bloco

528 apartamentos

por superquadra

2640 pessoas por

superquadra

10 apartamentos por pavimento

60 apartamentos por bloco

660 apartamentos

por superquadra

3300 pessoas por

superquadra

12 apartamentos por pavimento

72 apartamentos por bloco

792 apartamentos

por superquadra

3960 pessoas por

superquadra

Caacutelculo para as faixas 100 200 e 300 (seis pavimentos) Fonte SUDUR

O estudo apresentado por Brino (Brasiacutelia Superquadras Residenciais)

considera uma famiacutelia composta por cinco pessoas para cada apartamento

nesse caso iremos desconsiderar essa informaccedilatildeo e basearmos nos dados

apresentados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica (IBGE) Nos

dados do IBGE (Censo Demograacutefico 2010) constam que a meacutedia de

moradores em domiciacutelios particulares ocupados eacute de 33 moradores

Partindo dos elementos de precipitaccedilatildeo aacuterea de projeccedilatildeo por bloco

meacutedia de moradores por apartamento total de apartamentos de um preacutedio e

consumo meacutedio de aacuteguadia por habitante podemos dar inicio as formas de

captaccedilatildeo e armazenamento de aacuteguas pluviais

32 ndash Aacuteguas pluviais e aacuteguas cinzas

Mas porque focar em aproveitamento de aacuteguas pluviais Segundo

Rapoport (2004 p 1) ldquoo aumento populacional acompanhado pelas mudanccedilas

climaacuteticas globais vem contribuindo para o aumento na demanda por recursos

hiacutedricosrdquo Ainda expotildee que ldquoembora a aacutegua seja um recurso renovaacutevel ela

tende a se deteriorar em funccedilatildeo do seu uso indiscriminado o que compromete

consequentemente a quantidade de aacutegua com qualidade disponiacutevel para o

consumo nas diversas localidadesrdquo (Rapoport 2004 p 1)

Um fato importante abordado por Rapoport (2004 p1) eacute que ldquoa

quantidade de aacutegua disponiacutevel eacute sempre a mesma jaacute que estaacute sempre sendo

renovada atraveacutes do ciclo hidroloacutegico Entretanto a aacutegua de qualidade para

consumo estaacute se tornando rarardquo A tiacutetulo de esclarecimento ldquosabe-se que o

ciclo hidroloacutegico se constitui basicamente do transporte de massas drsquoaacutegua do

oceano para atmosfera por evaporaccedilatildeo e da atmosfera atraveacutes de

precipitaccedilotildees escoamentos superficiais e subterracircneos para os oceanos

influenciando diretamente a distribuiccedilatildeo e extensatildeo dos corpos drsquoaacutegua

continentaisrdquo (Rapoport 2004 p 1) Sendo assim a interferecircncia humana tem

causado alteraccedilotildees no ciclo hidroloacutegico em diversas regiotildees Esse assunto

seraacute melhor abordado mais adiante pois o uso do sistema de captaccedilatildeo pode

influenciar no ciclo hidroloacutegico negativamente mas utilizado da forma

adequada pode continuar mantendo o ciclo equilibrado

Aleacutem do uso indevido da aacutegua e de sua escassez Lima e Machado

(2008 p 13) apontam que ldquooutro fator importante eacute o aumento de inundaccedilotildees e

enchentes devido ao escoamento superficial da aacutegua de chuva e da

impermeabilizaccedilatildeo do solordquo Portanto a captaccedilatildeo de aacuteguas pluviais pode

contribuir para a reduccedilatildeo dos transtornos hiacutedricos urbanos e ao mesmo tempo

reduzir a demanda por aacutegua potaacutevel da companhia de distribuiccedilatildeo local

Segundo Amorim e Pereira (2008 p 54) ldquouma das soluccedilotildees em estudo

para aumentar a oferta de aacutegua para as edificaccedilotildees eacute o aproveitamento da

aacutegua pluvial Esta apresenta uma boa alternativa visto que aleacutem de reduzir o

consumo de aacutegua potaacutevel ainda surge como uma accedilatildeo no combate agraves

enchentes funcionando como uma medida natildeo-estrutural do sistema de

drenagem urbanardquo Mas o que eacute necessaacuterio para formar um sistema de

captaccedilatildeo adequado e funcional Amorim e Pereira (2008 p 54) apresentam

que ldquoos sistemas de aproveitamento de aacutegua pluvial satildeo formados basicamente

pela aacuterea de captaccedilatildeo (geralmente coberturas) os componentes de transporte

(calhas e condutores verticais) e o reservatoacuteriordquo Cabe ressaltar que para esse

estudo a captaccedilatildeo das aacuteguas pluviais seraacute destinada apenas para a utilizaccedilatildeo

em ldquoaacuteguas cinzasrdquo Neste sentido o reuso das aacuteguas cinzas que satildeo as aacuteguas

provenientes de todas as atividades domeacutesticas com exceccedilatildeo de fontes de

aacuteguas negras tais como sanitaacuterios bidecircs e urinol vem sendo estudadas com

vista ao reuso tanto em irrigaccedilatildeo como em sanitaacuterios (Rapoport 2004 p 8)

Retomando os dados apresentados pela SABESP (2010) temos a

tabela 04 a qual apresenta os dados de consumo domeacutestico e em sequecircncia o

graacutefico 01 que demonstram que se analisarmos as quantidades de aacutegua

utilizada no consumo domeacutestico teremos uma base para o tamanho do

reservatoacuterio E posteriormente a tabela 05 mostra em que situaccedilotildees se podem

reutilizar as aacuteguas pluviais

Tabela 04 Consumo domeacutestico de aacutegua

Litros

Cozinhar e Beber 54

Tomar Banho e Escovar os Dentes 50

Descarga de Banheiro 66

Lavagem de Roupa 24

Outras Tarefas 6

Total = 200

Fonte SABESP (2010)

27

25

33

12

3

Cozinhar e Beber

Tomar Banho e Escovar osDentes

Descarga de Banheiro

Lavagem de Roupa

Outras Tarefas

Descarga de Banheiro

6875

Lavagem de Roupa

25

Outras Tarefas 625

Graacutefico 01 Consumo Domeacutestico de Aacutegua

Tabela 05 Percentual para reutilizaccedilatildeo de aacuteguas pluviais

Graacutefico 02 Percentual para Reutilizaccedilatildeo de Aacuteguas Pluviais

Porcentagem ()

Descarga de Banheiro 66 6875

Lavagem de Roupa 24 25

Outras Tarefas 6 625

Total = 96 100

Fonte SABESP(2010)

33 ndash Meacutetodos de Dimensionamento do Reservatoacuterio

Amorim e Pereira (2008 p 54 Soares et al 2000 apud May 2004)

apresentam que existem quatro grupos principais para o dimensionamento do

reservatoacuterio

(a) Meacutetodos determiniacutesticos os dados referentes agrave precipitaccedilatildeo

pluviomeacutetrica e agrave demanda satildeo analisados pela curva de massa

(b) Meacutetodos aproximados baseados em relaccedilotildees empiacutericas

conhecidas

(c) Meacutetodos de modelaccedilatildeo satildeo tambeacutem conhecidos como meacutetodos

de transiccedilatildeo probabiliacutestica da matriz e

(d) Meacutetodos de anaacutelise de sistemas sendo linear natildeo linear ou

programaccedilatildeo dinacircmica

Dentro desses grupos de dimensionamento temos os diversos meacutetodos

meacutetodo de Rippl que consiste na determinaccedilatildeo do volume com base na aacuterea

de captaccedilatildeo que eacute subdivido em meacutetodo analiacutetico e meacutetodo graacutefico meacutetodo de

consideraccedilatildeo dos periacuteodos de dias consecutivos sem chuva que necessita da

observaccedilatildeo dos registros pluviomeacutetricos para identificar os maiores periacuteodos de

dias consecutivos sem chuvas e sua taxa de repeticcedilatildeo meacutetodo de anaacutelise de

simulaccedilatildeo de um reservatoacuterio com capacidade suposta que consiste

basicamente na fixaccedilatildeo de um volume para o reservatoacuterio e na verificaccedilatildeo do

percentual de consumo que seraacute atendido meacutetodo praacutetico brasileiro meacutetodo

praacutetico alematildeo meacutetodo praacutetico inglecircs e o meacutetodo praacutetico australiano (Amorim

e Pereira 2008 p 55-58)

34 ndash Anaacutelise de caso para um preacutedio da Superquadra 111 Norte

A partir dos dados jaacute apresentados temos que o objeto de estudo eacute um

preacutedio residencial localizado na Superquadra 111 Norte que possui uma aacuterea

de projeccedilatildeo de 1069msup2 com seis (6) pavimentos constituindo uma aacuterea

construiacuteda de 6414msup2 apresentando seis (6) apartamentos por pavimento e

consequentemente trinta e seis (36) apartamentos no total (Brino Brasiacutelia

Superquadras Residenciais) O preacutedio conteacutem 33 habitantes por apartamento

(IBGE 2010) que consomem em meacutedia cerca de 190 litros de aacuteguadia

resultando em um consumo mensal de aproximadamente 6msup3 por pessoa

(CAESB) mas como a aacutegua captada da chuva seraacute utilizada apenas para

suprir a demanda de aacutegua cinza temos 66 litros para descarga de vasos

sanitaacuterios

Temos entatildeo que a demanda por aacutegua por habitante nesse edifiacutecio eacute

dada por

119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119898119900119903119886119889119900119903 = 66119871 = 66119871119863119894119886

119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119886119901119886119903119905119886119898119890119899119905119900 = 33119901 times 66119871 ~ 217 119871119863119894119886

119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119901119903eacute119889119894119900 = (33119901 times 66119871) times 36 ~ 7840119871119863119894119886

119863119890119898119886119899119889119886 119898119890119899119904119886119897 119901119900119903 119901119903eacute119889119894119900 =7840119871

119889119894119886times 30119863119894119886119904 = 235224119871

Legenda L = Litros p = Pessoas

Para facilitar nos caacutelculos ao aplica-los para o reservatoacuterio e para o

sistema de captaccedilatildeo eacute necessaacuterio realizar a conversatildeo de litros para msup3

(metros cuacutebicos) Sendo assim 66L = 0066msup3 217L = 0217msup3 7840L =

7840msup3 e 235224L = 235224msup3

Seraacute utilizado o ano de 2014 para os dados de precipitaccedilatildeo da estaccedilatildeo

meteoroloacutegica de Brasiacutelia localizada na Latitude (ordm) -158 Longitude (ordm)-479

fornecidos pela professora Rafaela Lisboa durante o periacuteodo chuvoso O ano

de 2014 apresenta registros jornaliacutesticos de alagamento nos meses de

Fevereiro com precipitaccedilatildeo de 1392 msup3 Marccedilo com precipitaccedilatildeo de 3402msup3

e Dezembro com precipitaccedilatildeo de 3667msup3 Importante ressaltar que o setor

Noroeste de Brasiacutelia foi construiacutedo em 2011 (site G1) o que aumentou a aacuterea

de solo impermeabilizado e a reduccedilatildeo no escoamento superficial da aacutegua

ocasionando em um aumento nas enchentes e alagamentos na Asa Norte

Segundo Amorim e Pereira (2008 p57) um dos meacutetodos a ser utilizado

para poder saber o volume de aacutegua aproveitaacutevel e consequentemente o

volume de aacutegua do reservatoacuterio Trata-se de um meacutetodo empiacuterico apresentado

na NBR 155272007 O volume de aacutegua do reservatoacuterio V expresso em L eacute

exposto a seguir

119872eacute119905119900119889119900 119875119903aacute119905119894119888119900 119861119903119886119904119894119897119890119894119903119900

119881 = 0042 times 119875 times 119860 times 119879

Em que ldquoVrdquo representa o volume de aacutegua aproveitaacutevel e o volume de

aacutegua do reservatoacuterio (L) ldquoPrdquo a precipitaccedilatildeo meacutedia mensal (mm) ldquoArdquo a aacuterea de

coleta em projeccedilatildeo ldquoTrdquo nuacutemero de meses de pouca chuva ou seca e ldquo0042rdquo eacute

um coeficiente estipulado

Portanto segundo Fontanela (2010 p 25) para estipular o volume do

reservatoacuterio temos que calcular 42 do produto entre o volume de chuva

coletada pelo telhado e o nuacutemero de meses com pouca chuva ou seca

Atribuindo valores do ano de 2014 temos que

119881 = 0042 times 1399119898119898 times 1069 times 5

119881~ 31406119871 119900119906 31406119898sup3

Ressaltando que esse valor obtido eacute uma estimativa do tamanho do

reservatoacuterio e que pode haver um reservatoacuterio de maior capacidade

De forma comparativa eacute de bom senso que se faccedila outro caacutelculo com um

meacutetodo alternativo

Amorim e Pereira (2008 p56) expotildeem que existe um meacutetodo de anaacutelise

de simulaccedilatildeo do reservatoacuterio com capacidade suposta o qual consiste

basicamente na fixaccedilatildeo de um volume para o reservatoacuterio e na verificaccedilatildeo de

consumo que seraacute atendido Sendo assim ldquoo primeiro passo para a aplicaccedilatildeo

desse meacutetodo eacute adotar alguns valores possiacuteveis para o volume com base na

estimativa do consumo mensal de aacutegua natildeo potaacutevelrdquo (Amorim e Pereira 2008

p57) Portanto partindo do ponto que o preacutedio consome cerca de 235000L

devemos calcular uma base que possa ser favoraacutevel economicamente

119872eacute119905119900119889119900 119889119890 119878119894119898119906119897119886ccedilatilde119900 119889119900 119877119890119904119890119903119907119886119905oacute119903119894119900

235224119871 rarr 100

119881 rarr 30

119881 ~ 70000119871 119900119906 70119898sup3

Tambeacutem haacute outra alternativa apresentada por L Pereira (Viabilidade

EconocircmicoAmbiental p 18)

119881119886119888 = 119860119879 times 119875119875119872119860 lowast

119881119886119888 = 1069119898sup2 times 1399119898sup3 = 1495531119898sup3119886119899119900

Equaccedilatildeo a qual ldquoVacrdquo corresponde ao volume de aacutegua captado ldquoATrdquo

aacuterea do telhado e ldquoPPMArdquo eacute a precipitaccedilatildeo pluviomeacutetrica meacutedia mensal

Poreacutem o resultado obtido eacute para os 12 meses do ano e como foi visto no

ano de 2014 temos 7 meses com chuva portanto

119881119886119888 =119879119900119905119886119897

1198983

1198861198991199007 119898119890119904119890119904

lowast

119881119886119888 =1495531119898sup3119886119899119900

7= 21364119898sup3 119900119906 213640119871

dados somente seriam vaacutelidos se a precipitaccedilatildeo fosse uniforme durante os 7 meses de chuva

341 ndash Anaacutelise de caso para a Superquadra 111 Norte

Retomando a tabela 02 temos que a quadra apresenta 11 preacutedios

aproximadamente que variam o nuacutemero de apartamentos por pavimentos e

consequentemente o nuacutemero de moradores mas os edifiacutecios continuam tendo

uma aacuterea de 1069msup2 gerando um uma aacuterea total de 70554msup2 mas teremos

como base os caacutelculos feitos para o preacutedio selecionado no item 34

Realizando um caacutelculo baacutesico tem-se como estimativa de

armazenamento para esta quadra o seguinte

119872eacute119905119900119889119900 119875119903aacute119905119894119888119900 119861119903119886119904119894119897119890119894119903119900

119881~ 31406119871 119900119906 314061198983

11 119875119903eacute119889119894119900119904 times 31406119871 = 345466119871 119900119906 345466119898sup3

119872eacute119905119900119889119900 119889119890 119878119894119898119906119897119886ccedilatilde119900 119889119900 119877119890119904119890119903119907119886119905oacute119903119894119900

119881 ~ 70000119871 119900119906 701198983

11 119875119903eacute119889119894119900119904 times 70000119871 = 770000

119881119900119897119906119898119890 119889119890 aacute119892119906119886 119888119886119901119905119886119889119900 lowast

119881119886119888 = 213641198983119900119906 213640119871

11 119875119903eacute119889119894119900119904 times 213640119871 = 2350040119871 119900119906 235004119898sup3

dados somente seriam vaacutelidos se a precipitaccedilatildeo fosse uniforme durante os 7 meses de chuva

119863119890119898119886119899119889119886 119905119900119905119886119897 119889119886 119902119906119886119889119903119886 119888119900119898 119889119890119904119888119886119903119892119886 119889119890 119887119886119899ℎ119890119894119903119900

11 119875119903eacute119889119894119900119904 times 235224119871 = 2587464119871 119900119906 2587464119898sup3

Segundo Brino (Brasiacutelia Superquadras Residenciais) temos que as

dimensotildees maacuteximas de uma superquadra satildeo de 280x280m resultando numa

aacuterea de 78400msup2 que eacute denominado de Aacuterea Total (AT) A partir disso foi

definido que deveria existir uma faixa externa de 20m denominada de non

aedificandi que foi destinada ao plantio de uma ldquomassa vegetalrdquo de grande

porte e no interior da quadra encontra-se a aacuterea aedificandi a qual possui

240x240m e uma aacuterea de 57600msup2 Realizando uma subtraccedilatildeo da Aacuterea total

pela Aacuterea aedificandi obtecircm-se que a aacuterea non aedificandi eacute de 20800msup2 que

corresponde a 265 da aacuterea total

Com base nessas informaccedilotildees eacute necessaacuterio atentar-se ao detalhe de

que uma parte da precipitaccedilatildeo cai no solo e outra parte nos telhados dos

preacutedios Sendo assim parte da chuva pode ser aproveitada pelo sistema de

captaccedilatildeo enquanto outra parte chega ao solo sem uma interferecircncia direta no

ciclo hidroloacutegico

35 ndash Funcionamento do sistema de captaccedilatildeo

Eacute importante frisar que o sistema de aproveitamento de aacuteguas pluviais eacute

regido pela norma NBR 15527 (Associaccedilatildeo Brasileira de Normas Teacutecnicas

2007) norma a qual faz algumas consideraccedilotildees importantes para implantaccedilatildeo

e correto funcionamento do sistema de captaccedilatildeo Alguns destes satildeo

435 ndash O volume dos reservatoacuterios deve ser dimensionado com

base em criteacuterios teacutecnicos econocircmicos e ambientais levando em

conta as boas praacuteticas da engenharia podendo a criteacuterio do

projetista ser utilizados os meacutetodos contidos no Anexo A ou

outro desde que devidamente justificado

Item 436 ndash Os reservatoacuterios devem ser limpos e desinfetados

com soluccedilatildeo de hipoclorito de soacutedio no miacutenimo uma vez por ano

de acordo com agrave ABNT NBR 5626

Item 442 ndash As tubulaccedilotildees e demais componentes devem ser

claramente diferenciados das tubulaccedilotildees de aacutegua potaacutevel

Item 443 ndash O sistema de distribuiccedilatildeo de chuva deve ser

independente do sistema de aacutegua potaacutevel natildeo permitindo a

conexatildeo cruzada de acordo com agrave ABNT NBR 5626

Item 444 ndash Os pontos de consumo como por exemplo uma

torneira de jardim devem ser de uso restrito e identificados com

placa de advertecircncia com a seguinte inscriccedilatildeo ldquoaacutegua natildeo potaacutevelrdquo

e identificaccedilatildeo graacutefica

Item 445 ndash Os reservatoacuterios de aacutegua de distribuiccedilatildeo de aacutegua

potaacutevel e de aacutegua da chuva devem ser separados

Item 461 ndash Quando necessaacuterio o bombeamento este deve

atender agrave ABNT NBR 12214

Deve-se realizar manutenccedilatildeo em todo o sistema de

aproveitamento de aacutegua de chuva

Para maiores esclarecimentos ldquoo funcionamento de um sistema de

coleta e aproveitamento de aacutegua pluvial consiste de maneira geral na captaccedilatildeo

da aacutegua da chuva que cai sobre os telhados ou lajes da edificaccedilatildeo A aacutegua eacute

conduzida ateacute o local de armazenamento atraveacutes de calhas condutores

horizontais e verticais passando por equipamentos de filtragem e descarte de

impurezas Apoacutes passar pelo filtro a aacutegua eacute armazenada geralmente em

reservatoacuterio enterrado (cisterna) e bombeada a um segundo reservatoacuterio

(elevado) do qual as tubulaccedilotildees especiacuteficas de aacutegua pluvial iratildeo distribuiacute-la

para o consumo natildeo potaacutevelrdquo (Carvalho 2010 p 27 e 28) Conforme ilustra a

imagem a seguir

Figura 02 Funcionamento de um Sistema de Captaccedilatildeo

Fonte Adatildeo D Padini (2013)

De forma mais simplificada podemos ver a representaccedilatildeo no fluxograma

a seguir

Figura 03 Fluxograma do Sistema de Captaccedilatildeo

Fonte Leandro Roncato Pereira

351 ndash Dificuldades para implantaccedilatildeo do sistema

Tal sistema apresenta como dificuldade o local onde seriam instaladas

as cisternas uma vez que geraria um peso sobre o telhado Dessa forma o

sistema seria instalado no jardim cobrando um custo adicional

352 ndash Custo de implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo fechado em um

preacutedio

Na implantaccedilatildeo desse sistema os materiais utilizados teratildeo como base o

meacutetodo praacutetico brasileiro e para aumentar a eficiecircncia do sistema o volume de

31406L seraacute arredondado para 35000L

Os valores de alguns dos materiais apresentados a seguir seguem os

dos apresentados no trabalho de L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental

p 18) apenas o valor da caixa drsquoaacutegua de 10000L foi obtido atraveacutes de

pesquisas em lojas de construccedilatildeo e assim utilizando a de menor valor

Tambeacutem devemos considerar que a bomba consome energia ao bombear aacutegua

para o preacutedio (CEB) portanto os valores seguem conforme a tabela a seguir

Tabela 06 Preccedilo dos Produtos do Sistema de Captaccedilatildeo sem Fluxo

Produto Quantidade Valor unitaacuterio (R$) Valor total (R$)

Cx Daacutegua 10000L 3 496090 1488270

Cx Daacutegua 5000L 1 108000 108000

Boacuteia Eleacutetrica 1 2750 2750

Boacuteia Comum 1 1220 1220

Registro de Gaveta

1 3490 3490

Bomba Anauger 1 23000 23000

Filtro 3P VF1 1 22000 22000

Tubulaccedilotildees 7000 7000

Disjuntor 1 1310 1310

Escavaccedilatildeo Msup3 3666 128310

Matildeo de Obra 1 58574 58574

Energia 054 054

Total 13 727154 1843978

Observaccedilatildeo Pelo fato desse estudo se tratar de um modelo de implantaccedilatildeo

o custo das tubulaccedilotildees vai variar de acordo com a demanda necessitada pelo

preacutedio portanto podendo variar de acordo com o projeto implantado Para este

estudo seraacute adotado o valor de R$ 7000

Observaccedilatildeo Pelo fato desse trabalho tratar-se de um modelo de

implantaccedilatildeo o custo da energia pode variar de acordo com a demanda necessitada

pelo preacutedio portanto podendo variar de acordo com o uso da bomba Para este

estudo seraacute adotado o valor de R$ 054 que eacute o valor do KwH cobrado pela CEB

Segundo Saravy (2010 p 46) haacute tambeacutem um custo para manutenccedilatildeo do

sistema conforme a tabela a seguir

Tabela 07 Preccedilo de Manutenccedilatildeo do Sistema de Captaccedilatildeo

Com esses dados podemos ver o valor total final a ser pago pelo

sistema de captaccedilatildeo que eacute de R$ 1889978

36 ndash Taxas e valores cobrados para utilizaccedilatildeo de aacutegua

Segundo a Companhia de Saneamento Ambiental do Distrito Federal (CAESB)

quando vaacuterias residecircncias satildeo atendidas por uma uacutenica ligaccedilatildeo de aacutegua eacute aplicado o

conceito de consumo ldquoPara exemplificar podemos citar um preacutedio residencial onde

cada apartamento corresponde a uma unidade de consumordquo (CAESB) Contudo o

caacutelculo de gastos seraacute realizado primeiro em um apartamento e posteriormente

multiplicado pelo total de apartamentos do preacutedio uma vez que os preacutedios

residecircncias da Asa Norte pagam a conta de aacutegua atraveacutes do condomiacutenio O preacutedio

Componente Frequecircncia da Manutenccedilatildeo

Custo da Manutenccedilatildeo

Calhas e Condutores

Semestral R$ 13000

Reservatoacuterio Limpeza e

Desinfecccedilatildeo Anual

R$ 20000

desse estudo apresenta um hidrocircmetro que mede o consumo de aacutegua para o todo o

preacutedio

Eacute de suma importacircncia destacar tambeacutem que haacute uma taxa de esgoto que eacute

cobrada pela CAESB consequentemente ldquoo valor da tarifa de esgotos corresponde

a 100 do valor da tarifa de aacutegua exceto quando se tratar de coleta do tipo

condominial que equivale a 60 do valor da tarifa de aacuteguardquo (CAESB)

Deste modo a CAESB utiliza tarifas para diversas categorias de moradia e

comeacutercio e neste estudo seraacute aplicada a tarifa de ldquoresidencial normalrdquo em

concordacircncia com a tabela a seguir

Tabela 08 Valor da Tarifa Cobrado pela CAESB

Para melhor compreensatildeo do caacutelculo que a CAESB faz temos uma conta do

condomiacutenio do preacutedio da Superquadra 111 Norte

Figura 04 Conta Discriminada do Condomiacutenio

Fonte Condomiacutenio do Preacutedio

O caacutelculo feito pela CAESB consiste primeiramente em saber a demanda de

aacutegua gasta em metros cuacutebicos por Unidade de Consumo ndash apartamento ndash para

saber qual faixa ldquomsup3rdquo eacute aplicada Apoacutes saber qual a faixa ldquomsup3rdquo que se enquadra eacute

atribuiacutedo o volume por UC (em msup3) em sequecircncia multiplica-se o volume por UC ou

volume da faixa pelo nuacutemero de UCrsquos correspondente para se obter o volume total

gasto (em msup3) Tendo o volume total gasto basta multiplicar pelo preccedilo corresponde

agrave faixa a qual se encaixa o consumo e assim obtendo o valor total a pagar A partir

do momento que se tem o valor total a pagar eacute necessaacuterio acrescer 100 do valor

para cobrir a tarifa de esgoto conforme a figura

Partindo desses dados podemos calcular por apartamento quanto eacute cobrado

pela CAESB a partir dos dados apresentados no capiacutetulo 34

119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119886119901119886119903119905119886119898119890119899119905119900 = 33119901 times 66119871 ~ 217119871

119863119894119886

119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119886119901119886119903119905119886119898119890119899119905119900 119886119900 119898ecirc119904 = 217119871119889119894119886 times 30119863119894119886119904 = 6510119871 119900119906 65101198983

Com base nesses dados temos que calcular o volume total de descarga em

sanitaacuterios que o preacutedio consome com a seguinte foacutermula

119881119879 = 119881119865 times 119873ordm 119889119890 119880119862prime119904

119881119879 = 10119898sup3 times 36 = 360119898sup3

Em que ldquoVTrdquo corresponde ao volume total do preacutedio ldquoVFrdquo ao volume da faixa

que eacute estipulado pela CAESB e ldquoUCrsquosrdquo satildeo as unidades de consumo que eacute correlato

ao nuacutemero de apartamentos existente

Portanto o total a se pagar em um mecircs eacute calculado da seguinte forma

119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 119881119879 times 119879119886119903119894119891119886 119889119890 aacute119892119906119886 + 119879119886119903119894119891119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900

119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 360119898sup3 times 119877$ 265 + 119879119886119903119894119891119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900

119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 954 + 119877$ 954 = 119877$ 1908

Em 7 meses seriam pagos em descarga

119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 1908 times 7 119872119890119904119890119904 = 119877$ 13356

37 ndash Caacutelculos de economia e retorno de investimento para um sistema

fechado

Conforme exposto por L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental p 15)

ldquopara o caacutelculo da economia da taxa de aacutegua multiplica-se o valor do msup3 (valor

cobrado por msup3 do responsaacutevel pelo fornecimento de aacutegua na cidade []) pelo

volume captado e entatildeo obtecircm-se o valor economizado por ano na taxa de aacuteguardquo

Recapitulando que para esse estudo seraacute utilizado o meacutetodo praacutetico brasieliro

devido aos meses de seca ou pouca chuva

Sendo assim

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119881119886119897119900119903 119889119900 1198983 times 119881119900119897119906119898119890 119888119886119901119905119886119889119900

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 265 times 314061198983

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 8322

Essa economia de R$ 8322 eacute para um mecircs de chuva para o preacutedio todo

sendo assim para os 7 meses de chuva tem-se

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119890 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 8322 times 7 119898119890119904119890119904 = 119877$ 58254

Ainda segundo L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental p 16) para o

caacutelculo da economia referente ao esgoto eacute necessaacuterio multiplicar o valor do msup3 pelo

volume captado e por 08 uma vez que considera-se 20 de perda ou seja para

cada 1 litro de aacutegua que chega na residecircncia eacute cobrado 08 litros para o tratamento

do esgoto

Portanto tem-se

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119881119886119897119900119903 119889119900 1198983 times 119881119900119897119906119898119890 119888119886119901119905119886119889119900 times 08

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900 = 119877$ 265 times 314061198983 times 08

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 6658

Esse valor encontrado de R$ 6658 corresponde a um mecircs de chuva para o

preacutedio sendo assim o total economizado pelo preacutedio em 7 meses eacute de

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119890 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 6658 times 7 119898119890119904119890119904 = 119877$ 46606

ldquoPara o caacutelculo do retorno do investimento divide-se o valor investido pela

economia anual com a implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo e reaproveitamento da

aacutegua pluvialrdquo L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental p 16)

Portanto para 7 meses de chuva tem-se o seguinte

119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 =119881119886119897119900119903 119894119899119907119890119904119905119894119889119900

119864119888119900119899119900119898119894119886 (7119898119890119904119890119904)

119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 = 119877$ 1843924

119877$ 58254 + 119877$ 46606

119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 = 119877$ 1843924

119877$ 9446

119877119890119905119900119903119899119900

119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900= 1952 119886119899119900119904

38 ndash Caacutelculos de dimensionamento para um sistema com fluxo

Os caacutelculos apresentados no subitem anterior satildeo relativos a um sistema

o qual natildeo adota a possibilidade de fluxo dentro do reservatoacuterio Quando se

fala em fluxo temos que considerar que ao mesmo tempo em que o preacutedio

utiliza aacutegua do reservatoacuterio de aacutegua pluvial o mesmo vai enchendo com aacutegua

pluvial Portanto haacute um ciclo no qual o preacutedio demanda aacutegua do reservatoacuterio e

o mesmo vai enchendo conforme chove no local

Sabendo que a meacutedia mensal eacute de 1399msup3 eacute preciso multiplicar isso

por 12 para se obter o quanto choveu em 2014 Sendo assim

119879119900119905119886119897 119886119900 119886119899119900 = 1399119898119898 times 12 119898119890119904119890119904

119879119900119905119886119897 119886119900 119886119899119900 = 16788119898119898

Mas como foi visto o periacuteodo chuvoso eacute de 7 meses entatildeo temos

119875119903119890119888119894119901119894119905119886ccedilatilde119900 119901119886119903119886 7 119898119890119904119890119904 = 16788119898119898 divide 7 = 2398119898119898

Com isso eacute necessaacuterio realizar o caacutelculo da meacutedia de captaccedilatildeo de aacutegua

por mecircs para a aacuterea de 1069msup2

119872119890119889119894119886 119889119890 119862119886119901119905119886ccedilatilde119900 = 2398119898119898 times 1069119898sup2

119872eacute119889119894119886 119889119890 119862119886119901119905119886ccedilatilde119900 = 256346119871 119900119906 256346119898sup3

Ao considerar o valor obtido temos que realizar o quanto seria captado

diariamente

119872eacute119889119894119886 119889119894aacute119903119894119886 = 256346119898sup3 divide 30 119889119894119886119904 = 85119898sup3119889119894119886

A partir desses caacutelculos podemos realizar a seguinte comparaccedilatildeo O

preacutedio consome cerca de 78msup3 ao dia de aacutegua para descarga de vasos sanitaacuterios

enquanto a meacutedia diaacuteria de captaccedilatildeo eacute de 85msup3 por conseguinte temos um fluxo

positivo de aacutegua para o reservatoacuterio de 067msup3dia nos dias chuvosos

Se colocarmos um reservatoacuterio de 35msup3 sem nenhuma aacutegua

armazenada poderemos constatar que o reservatoacuterio iria encher por completo em

cerca de 53 dias conforme o caacutelculo a seguir

351198983 = 0671198983 times 119909 119889119894119886119904

119909 119889119894119886119904 = 35119898sup3 divide 067119898sup3 = 5223 119889119894119886119904

Analisando esses dados temos que a partir do 54ordm dia o reservatoacuterio

estaria completamente cheio e no restante dos 156 dias que teriacuteamos de chuva

esses 067msup3 seriam de certa forma desperdiccedilados uma vez que esse fluxo de

067msup3 ao final dos 7 meses gerariam cerca de 1407msup3 enquanto o reservatoacuterio tem

a capacidade de 35msup3 conforme o caacutelculo a seguir

119875119900119905119890119899119888119894119886119897 = 067119898sup3 times 156 119889119894119886119904 = 1045119898sup3

Se considerarmos esse fluxo positivo de 067msup3dia temos que ao final

dos 210 dias (7meses) seria possiacutevel armazenar 1407 msup3 de aacutegua Com um

reservatoacuterio de 35msup3 1057msup3 estariam sendo escoados para fora do reservatoacuterio

Portanto o ideal seria um reservatoacuterio que se aproxime de 1407msup3 para que ao

final dos 7 meses toda aacutegua possiacutevel fosse armazenada no entanto o reservatoacuterio

deveria ser de 145msup3

Devemos considerar ainda que ao final dos 7 meses o reservatoacuterio

estaria cheio no periacuteodo de seca conseguiria abastecer o preacutedio de acordo com a

demanda do preacutedio sendo assim

119880119905119894119897119894119911119886ccedilatilde119900 119899119886 119904119890119888119886 = 119879119900119905119886119897 119889119900 119903119890119904119890119903119907119886119905oacute119903119894119900 divide 119863119890119898119886119899119889119886 119889119894aacute119903119894119886

119880119905119894119897119894119911119886ccedilatilde119900 119899119886 119904119890119888119886 = 1451198983 divide 781198983119889119894119886

119880119905119894119897119894119911119886ccedilatilde119900 119899119886 119904119890119888119886 = 1858 119889119894119886119904

381 ndash Custo de implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo com fluxo em um

preacutedio

Na implantaccedilatildeo desse sistema os materiais utilizados teratildeo como base

as estimativas que foram apresentadas no subitem anterior e para aumentar a

eficiecircncia do sistema o volume de 1400007L seraacute arredondado para

145000L

Devido ao tamanho do reservatoacuterio eacute de se esperar que o reservatoacuterio

natildeo seja instalado em cima do preacutedio uma vez que a estrutura do preacutedio natildeo

conseguiria suportar o peso que o reservatoacuterio faria sobre o telhado

consequentemente o reservatoacuterio deveraacute ser instalado no jardim do preacutedio que

iraacute gerar um custo a mais por conta da escavaccedilatildeo

Os valores de alguns dos materiais apresentados a seguir seguem os

dos apresentados no trabalho de L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental

p 18) apenas o valor da caixa drsquoaacutegua de 10000L foi obtido atraveacutes de

pesquisas em lojas de construccedilatildeo e assim utilizando a de menor valor

conforme a tabela a seguir Segundo o Saneamento de Goiaacutes SA (SANEAGO)

o custo de escavaccedilatildeo eacute calculado a partir do total de msup3 aleacutem de 3m de

profundidade

Tabela 09 Preccedilo dos Produtos do Sistema de Captaccedilatildeo com Fluxo

Observaccedilatildeo Pelo fato desse estudo se tratar de um modelo de implantaccedilatildeo

o custo das tubulaccedilotildees vai variar de acordo com a demanda necessitada pelo

preacutedio portanto podendo variar de acordo com o projeto implantado Para este

estudo seraacute adotado o valor de R$ 7000

Observaccedilatildeo Pelo fato desse trabalho tratar-se de um modelo de

implantaccedilatildeo o custo da energia pode variar de acordo com a demanda necessitada

pelo preacutedio portanto podendo variar de acordo com o uso da bomba Para este

estudo seraacute adotado o valor de R$ 054 que eacute o valor do KwH cobrado pela CEB

Produto Quantidade Valor unitaacuterio (R$) Valor total (R$)

Cx Daacutegua 10000L 14 496090 6945260

Cx Daacutegua 5000L 1 108000 108000

Boacuteia Eleacutetrica 1 2750 2750

Boacuteia Comum 1 1220 1220

Registro de Gaveta

1 3490 3490

Bomba Anauger 1 23000 23000

Filtro 3P VF1 1 22000 22000

Tubulaccedilotildees 7000 7000

Disjuntor 1 1310 1310

Escavaccedilatildeo Msup3 3666 53157

Matildeo de Obra 1 58574 58574

Energia 054 054

Total 13 727154 7704228

382 ndash Caacutelculos de economia e retorno de investimento para um sistema

com fluxo

Partindo dos dados apresentados podemos calcular por apartamento quanto eacute

cobrado pela CAESB a partir dos dados apresentados no capiacutetulo 34

119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119886119901119886119903119905119886119898119890119899119905119900 = 33119901 times 66119871 ~ 217119871

119863119894119886

119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119886119901119886119903119905119886119898119890119899119905119900 119886119900 119898ecirc119904 = 217119871119889119894119886 times 30119863119894119886119904 = 6510119871 119900119906 65101198983

Em que ldquoVTrdquo corresponde ao volume total do preacutedio ldquoVFrdquo ao volume da faixa

que eacute estipulado pela CAESB e ldquoUCrsquosrdquo satildeo as unidades de consumo que eacute correlato

ao nuacutemero de apartamentos existente

Portanto o total a se pagar em um mecircs eacute calculado da seguinte forma

119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 119881119879 times 119879119886119903119894119891119886 119889119890 aacute119892119906119886 + 119879119886119903119894119891119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900

119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 360119898sup3 times 119877$ 265 + 119879119886119903119894119891119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900

119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 954 + 119877$ 954 = 119877$ 1908

Retomando o caacutelculo exposto por L Pereira (Viabilidade

EconocircmicoAmbiental p 15) no subitem anterior temos que o caacutelculo da CAESB

seria feito da seguinte maneira

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119881119886119897119900119903 119889119900 1198983 times 119881119900119897119906119898119890 119888119886119901119905119886119889119900

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 265 times 1451198983

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 38425

Esse caacutelculo eacute equivalente a um mecircs de captaccedilatildeo para os 7 meses

teremos o seguinte

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119890 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 38425 times 7 119898119890119904119890119904 = 119877$ 268975

Conforme foi visto para o caacutelculo da economia de esgoto eacute necessaacuterio

multiplicar o valor do msup3 pelo volume captado e por 08 uma vez que considera-se

20 de perda ou seja para cada 1 litro de aacutegua que chega na residecircncia eacute cobrado

08 litros para o tratamento do esgoto Portanto para um mecircs segue-se

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119881119886119897119900119903 119889119900 1198983 times 119881119900119897119906119898119890 119888119886119901119905119886119889119900 times 08

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900 = 119877$ 265 times 1451198983 times 08

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 3074

ldquoPara o caacutelculo do retorno do investimento divide-se o valor investido pela

economia anual com a implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo e reaproveitamento da

aacutegua pluvialrdquo L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental p 16)

Portanto para 7 meses de chuva tem-se o seguinte

119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 =119881119886119897119900119903 119894119899119907119890119904119905119894119889119900

119864119888119900119899119900119898119894119886 (7119898119890119904119890119904)

119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 = 119877$ 17704228

119877$ 268975 + 119877$ 21518

119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 = 119877$ 7704228

119877$ 484155

119877119890119905119900119903119899119900

119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900= 1591119886119899119900119904

4 ndash Conclusatildeo e Consideraccedilotildees Finais

De acordo com o que foi exposto temos que a implantaccedilatildeo do sistema de

captaccedilatildeo para o aproveitamento de aacuteguas pluviais eacute uma oacutetima alternativa para

substituiccedilatildeo da ldquoaacutegua cinzardquo possibilitando tambeacutem um destino mais correto do

ponto de vista ambiental para a aacutegua que se tornaria esgoto Como eacute de

conhecimento este tipo de meacutetodo eacute utilizado em diversas regiotildees natildeo somente

aquelas que sofrem com escassez de aacutegua

Mesmo sabendo que o Brasil possui um grande potencial hiacutedrico observamos

que uma parcela da populaccedilatildeo natildeo tem consciecircncia quanto ao gasto de aacutegua

gerando um grande desperdiacutecio de forma desnecessaacuteria Portanto partindo de um

pensamento racional um sistema de captaccedilatildeo seria viaacutevel para o aproveitamento da

aacutegua para fins de consumo domeacutestico mais precisamente ldquoaacutegua cinzardquo

Considerando os caacutelculos apresentados a partir da taxa de precipitaccedilatildeo meacutedia

em Brasiacutelia a criaccedilatildeo de um sistema de captaccedilatildeo pluvial predial traz benefiacutecios

econocircmicos e ambientais O projeto torna-se viaacutevel economicamente pois desde

que se faccedila a manutenccedilatildeo de forma adequada do sistema este teraacute uma vida uacutetil

longa e considerando que se obteacutem o retorno do investimento em aproximadamente

16 anos para um sistema com fluxo apoacutes este periacuteodo o sistema passa a ser

lucrativo para o preacutedio que implanta pois o custo eacute dividido no condomiacutenio dentre os

moradores do preacutedio

Analisando do ponto de vista ambiental o desenvolvimento urbano de Brasiacutelia

ocasionou em superfiacutecies impermeaacuteveis dificultando a absorccedilatildeo de aacuteguas pluviais

pelo solo e juntamente com o sistema de redes pluviais e o sistema de drenagem

ultrapassados os alagamentos e enchentes tecircm se tornado constante quando

ocorrem chuvas anormais Com as estimativas feitas neste trabalho eacute possiacutevel que

tais transtornos hiacutedricos urbanos possam ser amenizados a partir da implantaccedilatildeo do

sistema sem que afete o ciclo hidroloacutegico natural Logicamente essa natildeo eacute a

soluccedilatildeo uma vez que ela deve ser apenas um complemento agrave poliacuteticas publicas

poliacuteticas de incentivo entre outras medidas de cunho sustentaacutevel

Em vista disso a implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo e aproveitamento de

aacuteguas pluviais acarretaria em uma significativa melhora ambiental atraveacutes da

substituiccedilatildeo de uma parcela da aacutegua fornecida pela CAESB e possivelmente

mitigando os transtornos hiacutedricos urbanos se aplicado em larga escala

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consumo meacutedio de aacuteguadia por habitante podemos dar inicio as formas de

captaccedilatildeo e armazenamento de aacuteguas pluviais

32 ndash Aacuteguas pluviais e aacuteguas cinzas

Mas porque focar em aproveitamento de aacuteguas pluviais Segundo

Rapoport (2004 p 1) ldquoo aumento populacional acompanhado pelas mudanccedilas

climaacuteticas globais vem contribuindo para o aumento na demanda por recursos

hiacutedricosrdquo Ainda expotildee que ldquoembora a aacutegua seja um recurso renovaacutevel ela

tende a se deteriorar em funccedilatildeo do seu uso indiscriminado o que compromete

consequentemente a quantidade de aacutegua com qualidade disponiacutevel para o

consumo nas diversas localidadesrdquo (Rapoport 2004 p 1)

Um fato importante abordado por Rapoport (2004 p1) eacute que ldquoa

quantidade de aacutegua disponiacutevel eacute sempre a mesma jaacute que estaacute sempre sendo

renovada atraveacutes do ciclo hidroloacutegico Entretanto a aacutegua de qualidade para

consumo estaacute se tornando rarardquo A tiacutetulo de esclarecimento ldquosabe-se que o

ciclo hidroloacutegico se constitui basicamente do transporte de massas drsquoaacutegua do

oceano para atmosfera por evaporaccedilatildeo e da atmosfera atraveacutes de

precipitaccedilotildees escoamentos superficiais e subterracircneos para os oceanos

influenciando diretamente a distribuiccedilatildeo e extensatildeo dos corpos drsquoaacutegua

continentaisrdquo (Rapoport 2004 p 1) Sendo assim a interferecircncia humana tem

causado alteraccedilotildees no ciclo hidroloacutegico em diversas regiotildees Esse assunto

seraacute melhor abordado mais adiante pois o uso do sistema de captaccedilatildeo pode

influenciar no ciclo hidroloacutegico negativamente mas utilizado da forma

adequada pode continuar mantendo o ciclo equilibrado

Aleacutem do uso indevido da aacutegua e de sua escassez Lima e Machado

(2008 p 13) apontam que ldquooutro fator importante eacute o aumento de inundaccedilotildees e

enchentes devido ao escoamento superficial da aacutegua de chuva e da

impermeabilizaccedilatildeo do solordquo Portanto a captaccedilatildeo de aacuteguas pluviais pode

contribuir para a reduccedilatildeo dos transtornos hiacutedricos urbanos e ao mesmo tempo

reduzir a demanda por aacutegua potaacutevel da companhia de distribuiccedilatildeo local

Segundo Amorim e Pereira (2008 p 54) ldquouma das soluccedilotildees em estudo

para aumentar a oferta de aacutegua para as edificaccedilotildees eacute o aproveitamento da

aacutegua pluvial Esta apresenta uma boa alternativa visto que aleacutem de reduzir o

consumo de aacutegua potaacutevel ainda surge como uma accedilatildeo no combate agraves

enchentes funcionando como uma medida natildeo-estrutural do sistema de

drenagem urbanardquo Mas o que eacute necessaacuterio para formar um sistema de

captaccedilatildeo adequado e funcional Amorim e Pereira (2008 p 54) apresentam

que ldquoos sistemas de aproveitamento de aacutegua pluvial satildeo formados basicamente

pela aacuterea de captaccedilatildeo (geralmente coberturas) os componentes de transporte

(calhas e condutores verticais) e o reservatoacuteriordquo Cabe ressaltar que para esse

estudo a captaccedilatildeo das aacuteguas pluviais seraacute destinada apenas para a utilizaccedilatildeo

em ldquoaacuteguas cinzasrdquo Neste sentido o reuso das aacuteguas cinzas que satildeo as aacuteguas

provenientes de todas as atividades domeacutesticas com exceccedilatildeo de fontes de

aacuteguas negras tais como sanitaacuterios bidecircs e urinol vem sendo estudadas com

vista ao reuso tanto em irrigaccedilatildeo como em sanitaacuterios (Rapoport 2004 p 8)

Retomando os dados apresentados pela SABESP (2010) temos a

tabela 04 a qual apresenta os dados de consumo domeacutestico e em sequecircncia o

graacutefico 01 que demonstram que se analisarmos as quantidades de aacutegua

utilizada no consumo domeacutestico teremos uma base para o tamanho do

reservatoacuterio E posteriormente a tabela 05 mostra em que situaccedilotildees se podem

reutilizar as aacuteguas pluviais

Tabela 04 Consumo domeacutestico de aacutegua

Litros

Cozinhar e Beber 54

Tomar Banho e Escovar os Dentes 50

Descarga de Banheiro 66

Lavagem de Roupa 24

Outras Tarefas 6

Total = 200

Fonte SABESP (2010)

27

25

33

12

3

Cozinhar e Beber

Tomar Banho e Escovar osDentes

Descarga de Banheiro

Lavagem de Roupa

Outras Tarefas

Descarga de Banheiro

6875

Lavagem de Roupa

25

Outras Tarefas 625

Graacutefico 01 Consumo Domeacutestico de Aacutegua

Tabela 05 Percentual para reutilizaccedilatildeo de aacuteguas pluviais

Graacutefico 02 Percentual para Reutilizaccedilatildeo de Aacuteguas Pluviais

Porcentagem ()

Descarga de Banheiro 66 6875

Lavagem de Roupa 24 25

Outras Tarefas 6 625

Total = 96 100

Fonte SABESP(2010)

33 ndash Meacutetodos de Dimensionamento do Reservatoacuterio

Amorim e Pereira (2008 p 54 Soares et al 2000 apud May 2004)

apresentam que existem quatro grupos principais para o dimensionamento do

reservatoacuterio

(a) Meacutetodos determiniacutesticos os dados referentes agrave precipitaccedilatildeo

pluviomeacutetrica e agrave demanda satildeo analisados pela curva de massa

(b) Meacutetodos aproximados baseados em relaccedilotildees empiacutericas

conhecidas

(c) Meacutetodos de modelaccedilatildeo satildeo tambeacutem conhecidos como meacutetodos

de transiccedilatildeo probabiliacutestica da matriz e

(d) Meacutetodos de anaacutelise de sistemas sendo linear natildeo linear ou

programaccedilatildeo dinacircmica

Dentro desses grupos de dimensionamento temos os diversos meacutetodos

meacutetodo de Rippl que consiste na determinaccedilatildeo do volume com base na aacuterea

de captaccedilatildeo que eacute subdivido em meacutetodo analiacutetico e meacutetodo graacutefico meacutetodo de

consideraccedilatildeo dos periacuteodos de dias consecutivos sem chuva que necessita da

observaccedilatildeo dos registros pluviomeacutetricos para identificar os maiores periacuteodos de

dias consecutivos sem chuvas e sua taxa de repeticcedilatildeo meacutetodo de anaacutelise de

simulaccedilatildeo de um reservatoacuterio com capacidade suposta que consiste

basicamente na fixaccedilatildeo de um volume para o reservatoacuterio e na verificaccedilatildeo do

percentual de consumo que seraacute atendido meacutetodo praacutetico brasileiro meacutetodo

praacutetico alematildeo meacutetodo praacutetico inglecircs e o meacutetodo praacutetico australiano (Amorim

e Pereira 2008 p 55-58)

34 ndash Anaacutelise de caso para um preacutedio da Superquadra 111 Norte

A partir dos dados jaacute apresentados temos que o objeto de estudo eacute um

preacutedio residencial localizado na Superquadra 111 Norte que possui uma aacuterea

de projeccedilatildeo de 1069msup2 com seis (6) pavimentos constituindo uma aacuterea

construiacuteda de 6414msup2 apresentando seis (6) apartamentos por pavimento e

consequentemente trinta e seis (36) apartamentos no total (Brino Brasiacutelia

Superquadras Residenciais) O preacutedio conteacutem 33 habitantes por apartamento

(IBGE 2010) que consomem em meacutedia cerca de 190 litros de aacuteguadia

resultando em um consumo mensal de aproximadamente 6msup3 por pessoa

(CAESB) mas como a aacutegua captada da chuva seraacute utilizada apenas para

suprir a demanda de aacutegua cinza temos 66 litros para descarga de vasos

sanitaacuterios

Temos entatildeo que a demanda por aacutegua por habitante nesse edifiacutecio eacute

dada por

119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119898119900119903119886119889119900119903 = 66119871 = 66119871119863119894119886

119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119886119901119886119903119905119886119898119890119899119905119900 = 33119901 times 66119871 ~ 217 119871119863119894119886

119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119901119903eacute119889119894119900 = (33119901 times 66119871) times 36 ~ 7840119871119863119894119886

119863119890119898119886119899119889119886 119898119890119899119904119886119897 119901119900119903 119901119903eacute119889119894119900 =7840119871

119889119894119886times 30119863119894119886119904 = 235224119871

Legenda L = Litros p = Pessoas

Para facilitar nos caacutelculos ao aplica-los para o reservatoacuterio e para o

sistema de captaccedilatildeo eacute necessaacuterio realizar a conversatildeo de litros para msup3

(metros cuacutebicos) Sendo assim 66L = 0066msup3 217L = 0217msup3 7840L =

7840msup3 e 235224L = 235224msup3

Seraacute utilizado o ano de 2014 para os dados de precipitaccedilatildeo da estaccedilatildeo

meteoroloacutegica de Brasiacutelia localizada na Latitude (ordm) -158 Longitude (ordm)-479

fornecidos pela professora Rafaela Lisboa durante o periacuteodo chuvoso O ano

de 2014 apresenta registros jornaliacutesticos de alagamento nos meses de

Fevereiro com precipitaccedilatildeo de 1392 msup3 Marccedilo com precipitaccedilatildeo de 3402msup3

e Dezembro com precipitaccedilatildeo de 3667msup3 Importante ressaltar que o setor

Noroeste de Brasiacutelia foi construiacutedo em 2011 (site G1) o que aumentou a aacuterea

de solo impermeabilizado e a reduccedilatildeo no escoamento superficial da aacutegua

ocasionando em um aumento nas enchentes e alagamentos na Asa Norte

Segundo Amorim e Pereira (2008 p57) um dos meacutetodos a ser utilizado

para poder saber o volume de aacutegua aproveitaacutevel e consequentemente o

volume de aacutegua do reservatoacuterio Trata-se de um meacutetodo empiacuterico apresentado

na NBR 155272007 O volume de aacutegua do reservatoacuterio V expresso em L eacute

exposto a seguir

119872eacute119905119900119889119900 119875119903aacute119905119894119888119900 119861119903119886119904119894119897119890119894119903119900

119881 = 0042 times 119875 times 119860 times 119879

Em que ldquoVrdquo representa o volume de aacutegua aproveitaacutevel e o volume de

aacutegua do reservatoacuterio (L) ldquoPrdquo a precipitaccedilatildeo meacutedia mensal (mm) ldquoArdquo a aacuterea de

coleta em projeccedilatildeo ldquoTrdquo nuacutemero de meses de pouca chuva ou seca e ldquo0042rdquo eacute

um coeficiente estipulado

Portanto segundo Fontanela (2010 p 25) para estipular o volume do

reservatoacuterio temos que calcular 42 do produto entre o volume de chuva

coletada pelo telhado e o nuacutemero de meses com pouca chuva ou seca

Atribuindo valores do ano de 2014 temos que

119881 = 0042 times 1399119898119898 times 1069 times 5

119881~ 31406119871 119900119906 31406119898sup3

Ressaltando que esse valor obtido eacute uma estimativa do tamanho do

reservatoacuterio e que pode haver um reservatoacuterio de maior capacidade

De forma comparativa eacute de bom senso que se faccedila outro caacutelculo com um

meacutetodo alternativo

Amorim e Pereira (2008 p56) expotildeem que existe um meacutetodo de anaacutelise

de simulaccedilatildeo do reservatoacuterio com capacidade suposta o qual consiste

basicamente na fixaccedilatildeo de um volume para o reservatoacuterio e na verificaccedilatildeo de

consumo que seraacute atendido Sendo assim ldquoo primeiro passo para a aplicaccedilatildeo

desse meacutetodo eacute adotar alguns valores possiacuteveis para o volume com base na

estimativa do consumo mensal de aacutegua natildeo potaacutevelrdquo (Amorim e Pereira 2008

p57) Portanto partindo do ponto que o preacutedio consome cerca de 235000L

devemos calcular uma base que possa ser favoraacutevel economicamente

119872eacute119905119900119889119900 119889119890 119878119894119898119906119897119886ccedilatilde119900 119889119900 119877119890119904119890119903119907119886119905oacute119903119894119900

235224119871 rarr 100

119881 rarr 30

119881 ~ 70000119871 119900119906 70119898sup3

Tambeacutem haacute outra alternativa apresentada por L Pereira (Viabilidade

EconocircmicoAmbiental p 18)

119881119886119888 = 119860119879 times 119875119875119872119860 lowast

119881119886119888 = 1069119898sup2 times 1399119898sup3 = 1495531119898sup3119886119899119900

Equaccedilatildeo a qual ldquoVacrdquo corresponde ao volume de aacutegua captado ldquoATrdquo

aacuterea do telhado e ldquoPPMArdquo eacute a precipitaccedilatildeo pluviomeacutetrica meacutedia mensal

Poreacutem o resultado obtido eacute para os 12 meses do ano e como foi visto no

ano de 2014 temos 7 meses com chuva portanto

119881119886119888 =119879119900119905119886119897

1198983

1198861198991199007 119898119890119904119890119904

lowast

119881119886119888 =1495531119898sup3119886119899119900

7= 21364119898sup3 119900119906 213640119871

dados somente seriam vaacutelidos se a precipitaccedilatildeo fosse uniforme durante os 7 meses de chuva

341 ndash Anaacutelise de caso para a Superquadra 111 Norte

Retomando a tabela 02 temos que a quadra apresenta 11 preacutedios

aproximadamente que variam o nuacutemero de apartamentos por pavimentos e

consequentemente o nuacutemero de moradores mas os edifiacutecios continuam tendo

uma aacuterea de 1069msup2 gerando um uma aacuterea total de 70554msup2 mas teremos

como base os caacutelculos feitos para o preacutedio selecionado no item 34

Realizando um caacutelculo baacutesico tem-se como estimativa de

armazenamento para esta quadra o seguinte

119872eacute119905119900119889119900 119875119903aacute119905119894119888119900 119861119903119886119904119894119897119890119894119903119900

119881~ 31406119871 119900119906 314061198983

11 119875119903eacute119889119894119900119904 times 31406119871 = 345466119871 119900119906 345466119898sup3

119872eacute119905119900119889119900 119889119890 119878119894119898119906119897119886ccedilatilde119900 119889119900 119877119890119904119890119903119907119886119905oacute119903119894119900

119881 ~ 70000119871 119900119906 701198983

11 119875119903eacute119889119894119900119904 times 70000119871 = 770000

119881119900119897119906119898119890 119889119890 aacute119892119906119886 119888119886119901119905119886119889119900 lowast

119881119886119888 = 213641198983119900119906 213640119871

11 119875119903eacute119889119894119900119904 times 213640119871 = 2350040119871 119900119906 235004119898sup3

dados somente seriam vaacutelidos se a precipitaccedilatildeo fosse uniforme durante os 7 meses de chuva

119863119890119898119886119899119889119886 119905119900119905119886119897 119889119886 119902119906119886119889119903119886 119888119900119898 119889119890119904119888119886119903119892119886 119889119890 119887119886119899ℎ119890119894119903119900

11 119875119903eacute119889119894119900119904 times 235224119871 = 2587464119871 119900119906 2587464119898sup3

Segundo Brino (Brasiacutelia Superquadras Residenciais) temos que as

dimensotildees maacuteximas de uma superquadra satildeo de 280x280m resultando numa

aacuterea de 78400msup2 que eacute denominado de Aacuterea Total (AT) A partir disso foi

definido que deveria existir uma faixa externa de 20m denominada de non

aedificandi que foi destinada ao plantio de uma ldquomassa vegetalrdquo de grande

porte e no interior da quadra encontra-se a aacuterea aedificandi a qual possui

240x240m e uma aacuterea de 57600msup2 Realizando uma subtraccedilatildeo da Aacuterea total

pela Aacuterea aedificandi obtecircm-se que a aacuterea non aedificandi eacute de 20800msup2 que

corresponde a 265 da aacuterea total

Com base nessas informaccedilotildees eacute necessaacuterio atentar-se ao detalhe de

que uma parte da precipitaccedilatildeo cai no solo e outra parte nos telhados dos

preacutedios Sendo assim parte da chuva pode ser aproveitada pelo sistema de

captaccedilatildeo enquanto outra parte chega ao solo sem uma interferecircncia direta no

ciclo hidroloacutegico

35 ndash Funcionamento do sistema de captaccedilatildeo

Eacute importante frisar que o sistema de aproveitamento de aacuteguas pluviais eacute

regido pela norma NBR 15527 (Associaccedilatildeo Brasileira de Normas Teacutecnicas

2007) norma a qual faz algumas consideraccedilotildees importantes para implantaccedilatildeo

e correto funcionamento do sistema de captaccedilatildeo Alguns destes satildeo

435 ndash O volume dos reservatoacuterios deve ser dimensionado com

base em criteacuterios teacutecnicos econocircmicos e ambientais levando em

conta as boas praacuteticas da engenharia podendo a criteacuterio do

projetista ser utilizados os meacutetodos contidos no Anexo A ou

outro desde que devidamente justificado

Item 436 ndash Os reservatoacuterios devem ser limpos e desinfetados

com soluccedilatildeo de hipoclorito de soacutedio no miacutenimo uma vez por ano

de acordo com agrave ABNT NBR 5626

Item 442 ndash As tubulaccedilotildees e demais componentes devem ser

claramente diferenciados das tubulaccedilotildees de aacutegua potaacutevel

Item 443 ndash O sistema de distribuiccedilatildeo de chuva deve ser

independente do sistema de aacutegua potaacutevel natildeo permitindo a

conexatildeo cruzada de acordo com agrave ABNT NBR 5626

Item 444 ndash Os pontos de consumo como por exemplo uma

torneira de jardim devem ser de uso restrito e identificados com

placa de advertecircncia com a seguinte inscriccedilatildeo ldquoaacutegua natildeo potaacutevelrdquo

e identificaccedilatildeo graacutefica

Item 445 ndash Os reservatoacuterios de aacutegua de distribuiccedilatildeo de aacutegua

potaacutevel e de aacutegua da chuva devem ser separados

Item 461 ndash Quando necessaacuterio o bombeamento este deve

atender agrave ABNT NBR 12214

Deve-se realizar manutenccedilatildeo em todo o sistema de

aproveitamento de aacutegua de chuva

Para maiores esclarecimentos ldquoo funcionamento de um sistema de

coleta e aproveitamento de aacutegua pluvial consiste de maneira geral na captaccedilatildeo

da aacutegua da chuva que cai sobre os telhados ou lajes da edificaccedilatildeo A aacutegua eacute

conduzida ateacute o local de armazenamento atraveacutes de calhas condutores

horizontais e verticais passando por equipamentos de filtragem e descarte de

impurezas Apoacutes passar pelo filtro a aacutegua eacute armazenada geralmente em

reservatoacuterio enterrado (cisterna) e bombeada a um segundo reservatoacuterio

(elevado) do qual as tubulaccedilotildees especiacuteficas de aacutegua pluvial iratildeo distribuiacute-la

para o consumo natildeo potaacutevelrdquo (Carvalho 2010 p 27 e 28) Conforme ilustra a

imagem a seguir

Figura 02 Funcionamento de um Sistema de Captaccedilatildeo

Fonte Adatildeo D Padini (2013)

De forma mais simplificada podemos ver a representaccedilatildeo no fluxograma

a seguir

Figura 03 Fluxograma do Sistema de Captaccedilatildeo

Fonte Leandro Roncato Pereira

351 ndash Dificuldades para implantaccedilatildeo do sistema

Tal sistema apresenta como dificuldade o local onde seriam instaladas

as cisternas uma vez que geraria um peso sobre o telhado Dessa forma o

sistema seria instalado no jardim cobrando um custo adicional

352 ndash Custo de implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo fechado em um

preacutedio

Na implantaccedilatildeo desse sistema os materiais utilizados teratildeo como base o

meacutetodo praacutetico brasileiro e para aumentar a eficiecircncia do sistema o volume de

31406L seraacute arredondado para 35000L

Os valores de alguns dos materiais apresentados a seguir seguem os

dos apresentados no trabalho de L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental

p 18) apenas o valor da caixa drsquoaacutegua de 10000L foi obtido atraveacutes de

pesquisas em lojas de construccedilatildeo e assim utilizando a de menor valor

Tambeacutem devemos considerar que a bomba consome energia ao bombear aacutegua

para o preacutedio (CEB) portanto os valores seguem conforme a tabela a seguir

Tabela 06 Preccedilo dos Produtos do Sistema de Captaccedilatildeo sem Fluxo

Produto Quantidade Valor unitaacuterio (R$) Valor total (R$)

Cx Daacutegua 10000L 3 496090 1488270

Cx Daacutegua 5000L 1 108000 108000

Boacuteia Eleacutetrica 1 2750 2750

Boacuteia Comum 1 1220 1220

Registro de Gaveta

1 3490 3490

Bomba Anauger 1 23000 23000

Filtro 3P VF1 1 22000 22000

Tubulaccedilotildees 7000 7000

Disjuntor 1 1310 1310

Escavaccedilatildeo Msup3 3666 128310

Matildeo de Obra 1 58574 58574

Energia 054 054

Total 13 727154 1843978

Observaccedilatildeo Pelo fato desse estudo se tratar de um modelo de implantaccedilatildeo

o custo das tubulaccedilotildees vai variar de acordo com a demanda necessitada pelo

preacutedio portanto podendo variar de acordo com o projeto implantado Para este

estudo seraacute adotado o valor de R$ 7000

Observaccedilatildeo Pelo fato desse trabalho tratar-se de um modelo de

implantaccedilatildeo o custo da energia pode variar de acordo com a demanda necessitada

pelo preacutedio portanto podendo variar de acordo com o uso da bomba Para este

estudo seraacute adotado o valor de R$ 054 que eacute o valor do KwH cobrado pela CEB

Segundo Saravy (2010 p 46) haacute tambeacutem um custo para manutenccedilatildeo do

sistema conforme a tabela a seguir

Tabela 07 Preccedilo de Manutenccedilatildeo do Sistema de Captaccedilatildeo

Com esses dados podemos ver o valor total final a ser pago pelo

sistema de captaccedilatildeo que eacute de R$ 1889978

36 ndash Taxas e valores cobrados para utilizaccedilatildeo de aacutegua

Segundo a Companhia de Saneamento Ambiental do Distrito Federal (CAESB)

quando vaacuterias residecircncias satildeo atendidas por uma uacutenica ligaccedilatildeo de aacutegua eacute aplicado o

conceito de consumo ldquoPara exemplificar podemos citar um preacutedio residencial onde

cada apartamento corresponde a uma unidade de consumordquo (CAESB) Contudo o

caacutelculo de gastos seraacute realizado primeiro em um apartamento e posteriormente

multiplicado pelo total de apartamentos do preacutedio uma vez que os preacutedios

residecircncias da Asa Norte pagam a conta de aacutegua atraveacutes do condomiacutenio O preacutedio

Componente Frequecircncia da Manutenccedilatildeo

Custo da Manutenccedilatildeo

Calhas e Condutores

Semestral R$ 13000

Reservatoacuterio Limpeza e

Desinfecccedilatildeo Anual

R$ 20000

desse estudo apresenta um hidrocircmetro que mede o consumo de aacutegua para o todo o

preacutedio

Eacute de suma importacircncia destacar tambeacutem que haacute uma taxa de esgoto que eacute

cobrada pela CAESB consequentemente ldquoo valor da tarifa de esgotos corresponde

a 100 do valor da tarifa de aacutegua exceto quando se tratar de coleta do tipo

condominial que equivale a 60 do valor da tarifa de aacuteguardquo (CAESB)

Deste modo a CAESB utiliza tarifas para diversas categorias de moradia e

comeacutercio e neste estudo seraacute aplicada a tarifa de ldquoresidencial normalrdquo em

concordacircncia com a tabela a seguir

Tabela 08 Valor da Tarifa Cobrado pela CAESB

Para melhor compreensatildeo do caacutelculo que a CAESB faz temos uma conta do

condomiacutenio do preacutedio da Superquadra 111 Norte

Figura 04 Conta Discriminada do Condomiacutenio

Fonte Condomiacutenio do Preacutedio

O caacutelculo feito pela CAESB consiste primeiramente em saber a demanda de

aacutegua gasta em metros cuacutebicos por Unidade de Consumo ndash apartamento ndash para

saber qual faixa ldquomsup3rdquo eacute aplicada Apoacutes saber qual a faixa ldquomsup3rdquo que se enquadra eacute

atribuiacutedo o volume por UC (em msup3) em sequecircncia multiplica-se o volume por UC ou

volume da faixa pelo nuacutemero de UCrsquos correspondente para se obter o volume total

gasto (em msup3) Tendo o volume total gasto basta multiplicar pelo preccedilo corresponde

agrave faixa a qual se encaixa o consumo e assim obtendo o valor total a pagar A partir

do momento que se tem o valor total a pagar eacute necessaacuterio acrescer 100 do valor

para cobrir a tarifa de esgoto conforme a figura

Partindo desses dados podemos calcular por apartamento quanto eacute cobrado

pela CAESB a partir dos dados apresentados no capiacutetulo 34

119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119886119901119886119903119905119886119898119890119899119905119900 = 33119901 times 66119871 ~ 217119871

119863119894119886

119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119886119901119886119903119905119886119898119890119899119905119900 119886119900 119898ecirc119904 = 217119871119889119894119886 times 30119863119894119886119904 = 6510119871 119900119906 65101198983

Com base nesses dados temos que calcular o volume total de descarga em

sanitaacuterios que o preacutedio consome com a seguinte foacutermula

119881119879 = 119881119865 times 119873ordm 119889119890 119880119862prime119904

119881119879 = 10119898sup3 times 36 = 360119898sup3

Em que ldquoVTrdquo corresponde ao volume total do preacutedio ldquoVFrdquo ao volume da faixa

que eacute estipulado pela CAESB e ldquoUCrsquosrdquo satildeo as unidades de consumo que eacute correlato

ao nuacutemero de apartamentos existente

Portanto o total a se pagar em um mecircs eacute calculado da seguinte forma

119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 119881119879 times 119879119886119903119894119891119886 119889119890 aacute119892119906119886 + 119879119886119903119894119891119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900

119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 360119898sup3 times 119877$ 265 + 119879119886119903119894119891119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900

119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 954 + 119877$ 954 = 119877$ 1908

Em 7 meses seriam pagos em descarga

119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 1908 times 7 119872119890119904119890119904 = 119877$ 13356

37 ndash Caacutelculos de economia e retorno de investimento para um sistema

fechado

Conforme exposto por L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental p 15)

ldquopara o caacutelculo da economia da taxa de aacutegua multiplica-se o valor do msup3 (valor

cobrado por msup3 do responsaacutevel pelo fornecimento de aacutegua na cidade []) pelo

volume captado e entatildeo obtecircm-se o valor economizado por ano na taxa de aacuteguardquo

Recapitulando que para esse estudo seraacute utilizado o meacutetodo praacutetico brasieliro

devido aos meses de seca ou pouca chuva

Sendo assim

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119881119886119897119900119903 119889119900 1198983 times 119881119900119897119906119898119890 119888119886119901119905119886119889119900

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 265 times 314061198983

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 8322

Essa economia de R$ 8322 eacute para um mecircs de chuva para o preacutedio todo

sendo assim para os 7 meses de chuva tem-se

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119890 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 8322 times 7 119898119890119904119890119904 = 119877$ 58254

Ainda segundo L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental p 16) para o

caacutelculo da economia referente ao esgoto eacute necessaacuterio multiplicar o valor do msup3 pelo

volume captado e por 08 uma vez que considera-se 20 de perda ou seja para

cada 1 litro de aacutegua que chega na residecircncia eacute cobrado 08 litros para o tratamento

do esgoto

Portanto tem-se

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119881119886119897119900119903 119889119900 1198983 times 119881119900119897119906119898119890 119888119886119901119905119886119889119900 times 08

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900 = 119877$ 265 times 314061198983 times 08

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 6658

Esse valor encontrado de R$ 6658 corresponde a um mecircs de chuva para o

preacutedio sendo assim o total economizado pelo preacutedio em 7 meses eacute de

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119890 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 6658 times 7 119898119890119904119890119904 = 119877$ 46606

ldquoPara o caacutelculo do retorno do investimento divide-se o valor investido pela

economia anual com a implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo e reaproveitamento da

aacutegua pluvialrdquo L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental p 16)

Portanto para 7 meses de chuva tem-se o seguinte

119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 =119881119886119897119900119903 119894119899119907119890119904119905119894119889119900

119864119888119900119899119900119898119894119886 (7119898119890119904119890119904)

119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 = 119877$ 1843924

119877$ 58254 + 119877$ 46606

119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 = 119877$ 1843924

119877$ 9446

119877119890119905119900119903119899119900

119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900= 1952 119886119899119900119904

38 ndash Caacutelculos de dimensionamento para um sistema com fluxo

Os caacutelculos apresentados no subitem anterior satildeo relativos a um sistema

o qual natildeo adota a possibilidade de fluxo dentro do reservatoacuterio Quando se

fala em fluxo temos que considerar que ao mesmo tempo em que o preacutedio

utiliza aacutegua do reservatoacuterio de aacutegua pluvial o mesmo vai enchendo com aacutegua

pluvial Portanto haacute um ciclo no qual o preacutedio demanda aacutegua do reservatoacuterio e

o mesmo vai enchendo conforme chove no local

Sabendo que a meacutedia mensal eacute de 1399msup3 eacute preciso multiplicar isso

por 12 para se obter o quanto choveu em 2014 Sendo assim

119879119900119905119886119897 119886119900 119886119899119900 = 1399119898119898 times 12 119898119890119904119890119904

119879119900119905119886119897 119886119900 119886119899119900 = 16788119898119898

Mas como foi visto o periacuteodo chuvoso eacute de 7 meses entatildeo temos

119875119903119890119888119894119901119894119905119886ccedilatilde119900 119901119886119903119886 7 119898119890119904119890119904 = 16788119898119898 divide 7 = 2398119898119898

Com isso eacute necessaacuterio realizar o caacutelculo da meacutedia de captaccedilatildeo de aacutegua

por mecircs para a aacuterea de 1069msup2

119872119890119889119894119886 119889119890 119862119886119901119905119886ccedilatilde119900 = 2398119898119898 times 1069119898sup2

119872eacute119889119894119886 119889119890 119862119886119901119905119886ccedilatilde119900 = 256346119871 119900119906 256346119898sup3

Ao considerar o valor obtido temos que realizar o quanto seria captado

diariamente

119872eacute119889119894119886 119889119894aacute119903119894119886 = 256346119898sup3 divide 30 119889119894119886119904 = 85119898sup3119889119894119886

A partir desses caacutelculos podemos realizar a seguinte comparaccedilatildeo O

preacutedio consome cerca de 78msup3 ao dia de aacutegua para descarga de vasos sanitaacuterios

enquanto a meacutedia diaacuteria de captaccedilatildeo eacute de 85msup3 por conseguinte temos um fluxo

positivo de aacutegua para o reservatoacuterio de 067msup3dia nos dias chuvosos

Se colocarmos um reservatoacuterio de 35msup3 sem nenhuma aacutegua

armazenada poderemos constatar que o reservatoacuterio iria encher por completo em

cerca de 53 dias conforme o caacutelculo a seguir

351198983 = 0671198983 times 119909 119889119894119886119904

119909 119889119894119886119904 = 35119898sup3 divide 067119898sup3 = 5223 119889119894119886119904

Analisando esses dados temos que a partir do 54ordm dia o reservatoacuterio

estaria completamente cheio e no restante dos 156 dias que teriacuteamos de chuva

esses 067msup3 seriam de certa forma desperdiccedilados uma vez que esse fluxo de

067msup3 ao final dos 7 meses gerariam cerca de 1407msup3 enquanto o reservatoacuterio tem

a capacidade de 35msup3 conforme o caacutelculo a seguir

119875119900119905119890119899119888119894119886119897 = 067119898sup3 times 156 119889119894119886119904 = 1045119898sup3

Se considerarmos esse fluxo positivo de 067msup3dia temos que ao final

dos 210 dias (7meses) seria possiacutevel armazenar 1407 msup3 de aacutegua Com um

reservatoacuterio de 35msup3 1057msup3 estariam sendo escoados para fora do reservatoacuterio

Portanto o ideal seria um reservatoacuterio que se aproxime de 1407msup3 para que ao

final dos 7 meses toda aacutegua possiacutevel fosse armazenada no entanto o reservatoacuterio

deveria ser de 145msup3

Devemos considerar ainda que ao final dos 7 meses o reservatoacuterio

estaria cheio no periacuteodo de seca conseguiria abastecer o preacutedio de acordo com a

demanda do preacutedio sendo assim

119880119905119894119897119894119911119886ccedilatilde119900 119899119886 119904119890119888119886 = 119879119900119905119886119897 119889119900 119903119890119904119890119903119907119886119905oacute119903119894119900 divide 119863119890119898119886119899119889119886 119889119894aacute119903119894119886

119880119905119894119897119894119911119886ccedilatilde119900 119899119886 119904119890119888119886 = 1451198983 divide 781198983119889119894119886

119880119905119894119897119894119911119886ccedilatilde119900 119899119886 119904119890119888119886 = 1858 119889119894119886119904

381 ndash Custo de implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo com fluxo em um

preacutedio

Na implantaccedilatildeo desse sistema os materiais utilizados teratildeo como base

as estimativas que foram apresentadas no subitem anterior e para aumentar a

eficiecircncia do sistema o volume de 1400007L seraacute arredondado para

145000L

Devido ao tamanho do reservatoacuterio eacute de se esperar que o reservatoacuterio

natildeo seja instalado em cima do preacutedio uma vez que a estrutura do preacutedio natildeo

conseguiria suportar o peso que o reservatoacuterio faria sobre o telhado

consequentemente o reservatoacuterio deveraacute ser instalado no jardim do preacutedio que

iraacute gerar um custo a mais por conta da escavaccedilatildeo

Os valores de alguns dos materiais apresentados a seguir seguem os

dos apresentados no trabalho de L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental

p 18) apenas o valor da caixa drsquoaacutegua de 10000L foi obtido atraveacutes de

pesquisas em lojas de construccedilatildeo e assim utilizando a de menor valor

conforme a tabela a seguir Segundo o Saneamento de Goiaacutes SA (SANEAGO)

o custo de escavaccedilatildeo eacute calculado a partir do total de msup3 aleacutem de 3m de

profundidade

Tabela 09 Preccedilo dos Produtos do Sistema de Captaccedilatildeo com Fluxo

Observaccedilatildeo Pelo fato desse estudo se tratar de um modelo de implantaccedilatildeo

o custo das tubulaccedilotildees vai variar de acordo com a demanda necessitada pelo

preacutedio portanto podendo variar de acordo com o projeto implantado Para este

estudo seraacute adotado o valor de R$ 7000

Observaccedilatildeo Pelo fato desse trabalho tratar-se de um modelo de

implantaccedilatildeo o custo da energia pode variar de acordo com a demanda necessitada

pelo preacutedio portanto podendo variar de acordo com o uso da bomba Para este

estudo seraacute adotado o valor de R$ 054 que eacute o valor do KwH cobrado pela CEB

Produto Quantidade Valor unitaacuterio (R$) Valor total (R$)

Cx Daacutegua 10000L 14 496090 6945260

Cx Daacutegua 5000L 1 108000 108000

Boacuteia Eleacutetrica 1 2750 2750

Boacuteia Comum 1 1220 1220

Registro de Gaveta

1 3490 3490

Bomba Anauger 1 23000 23000

Filtro 3P VF1 1 22000 22000

Tubulaccedilotildees 7000 7000

Disjuntor 1 1310 1310

Escavaccedilatildeo Msup3 3666 53157

Matildeo de Obra 1 58574 58574

Energia 054 054

Total 13 727154 7704228

382 ndash Caacutelculos de economia e retorno de investimento para um sistema

com fluxo

Partindo dos dados apresentados podemos calcular por apartamento quanto eacute

cobrado pela CAESB a partir dos dados apresentados no capiacutetulo 34

119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119886119901119886119903119905119886119898119890119899119905119900 = 33119901 times 66119871 ~ 217119871

119863119894119886

119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119886119901119886119903119905119886119898119890119899119905119900 119886119900 119898ecirc119904 = 217119871119889119894119886 times 30119863119894119886119904 = 6510119871 119900119906 65101198983

Em que ldquoVTrdquo corresponde ao volume total do preacutedio ldquoVFrdquo ao volume da faixa

que eacute estipulado pela CAESB e ldquoUCrsquosrdquo satildeo as unidades de consumo que eacute correlato

ao nuacutemero de apartamentos existente

Portanto o total a se pagar em um mecircs eacute calculado da seguinte forma

119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 119881119879 times 119879119886119903119894119891119886 119889119890 aacute119892119906119886 + 119879119886119903119894119891119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900

119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 360119898sup3 times 119877$ 265 + 119879119886119903119894119891119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900

119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 954 + 119877$ 954 = 119877$ 1908

Retomando o caacutelculo exposto por L Pereira (Viabilidade

EconocircmicoAmbiental p 15) no subitem anterior temos que o caacutelculo da CAESB

seria feito da seguinte maneira

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119881119886119897119900119903 119889119900 1198983 times 119881119900119897119906119898119890 119888119886119901119905119886119889119900

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 265 times 1451198983

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 38425

Esse caacutelculo eacute equivalente a um mecircs de captaccedilatildeo para os 7 meses

teremos o seguinte

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119890 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 38425 times 7 119898119890119904119890119904 = 119877$ 268975

Conforme foi visto para o caacutelculo da economia de esgoto eacute necessaacuterio

multiplicar o valor do msup3 pelo volume captado e por 08 uma vez que considera-se

20 de perda ou seja para cada 1 litro de aacutegua que chega na residecircncia eacute cobrado

08 litros para o tratamento do esgoto Portanto para um mecircs segue-se

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119881119886119897119900119903 119889119900 1198983 times 119881119900119897119906119898119890 119888119886119901119905119886119889119900 times 08

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900 = 119877$ 265 times 1451198983 times 08

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 3074

ldquoPara o caacutelculo do retorno do investimento divide-se o valor investido pela

economia anual com a implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo e reaproveitamento da

aacutegua pluvialrdquo L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental p 16)

Portanto para 7 meses de chuva tem-se o seguinte

119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 =119881119886119897119900119903 119894119899119907119890119904119905119894119889119900

119864119888119900119899119900119898119894119886 (7119898119890119904119890119904)

119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 = 119877$ 17704228

119877$ 268975 + 119877$ 21518

119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 = 119877$ 7704228

119877$ 484155

119877119890119905119900119903119899119900

119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900= 1591119886119899119900119904

4 ndash Conclusatildeo e Consideraccedilotildees Finais

De acordo com o que foi exposto temos que a implantaccedilatildeo do sistema de

captaccedilatildeo para o aproveitamento de aacuteguas pluviais eacute uma oacutetima alternativa para

substituiccedilatildeo da ldquoaacutegua cinzardquo possibilitando tambeacutem um destino mais correto do

ponto de vista ambiental para a aacutegua que se tornaria esgoto Como eacute de

conhecimento este tipo de meacutetodo eacute utilizado em diversas regiotildees natildeo somente

aquelas que sofrem com escassez de aacutegua

Mesmo sabendo que o Brasil possui um grande potencial hiacutedrico observamos

que uma parcela da populaccedilatildeo natildeo tem consciecircncia quanto ao gasto de aacutegua

gerando um grande desperdiacutecio de forma desnecessaacuteria Portanto partindo de um

pensamento racional um sistema de captaccedilatildeo seria viaacutevel para o aproveitamento da

aacutegua para fins de consumo domeacutestico mais precisamente ldquoaacutegua cinzardquo

Considerando os caacutelculos apresentados a partir da taxa de precipitaccedilatildeo meacutedia

em Brasiacutelia a criaccedilatildeo de um sistema de captaccedilatildeo pluvial predial traz benefiacutecios

econocircmicos e ambientais O projeto torna-se viaacutevel economicamente pois desde

que se faccedila a manutenccedilatildeo de forma adequada do sistema este teraacute uma vida uacutetil

longa e considerando que se obteacutem o retorno do investimento em aproximadamente

16 anos para um sistema com fluxo apoacutes este periacuteodo o sistema passa a ser

lucrativo para o preacutedio que implanta pois o custo eacute dividido no condomiacutenio dentre os

moradores do preacutedio

Analisando do ponto de vista ambiental o desenvolvimento urbano de Brasiacutelia

ocasionou em superfiacutecies impermeaacuteveis dificultando a absorccedilatildeo de aacuteguas pluviais

pelo solo e juntamente com o sistema de redes pluviais e o sistema de drenagem

ultrapassados os alagamentos e enchentes tecircm se tornado constante quando

ocorrem chuvas anormais Com as estimativas feitas neste trabalho eacute possiacutevel que

tais transtornos hiacutedricos urbanos possam ser amenizados a partir da implantaccedilatildeo do

sistema sem que afete o ciclo hidroloacutegico natural Logicamente essa natildeo eacute a

soluccedilatildeo uma vez que ela deve ser apenas um complemento agrave poliacuteticas publicas

poliacuteticas de incentivo entre outras medidas de cunho sustentaacutevel

Em vista disso a implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo e aproveitamento de

aacuteguas pluviais acarretaria em uma significativa melhora ambiental atraveacutes da

substituiccedilatildeo de uma parcela da aacutegua fornecida pela CAESB e possivelmente

mitigando os transtornos hiacutedricos urbanos se aplicado em larga escala

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aacutegua pluvial Esta apresenta uma boa alternativa visto que aleacutem de reduzir o

consumo de aacutegua potaacutevel ainda surge como uma accedilatildeo no combate agraves

enchentes funcionando como uma medida natildeo-estrutural do sistema de

drenagem urbanardquo Mas o que eacute necessaacuterio para formar um sistema de

captaccedilatildeo adequado e funcional Amorim e Pereira (2008 p 54) apresentam

que ldquoos sistemas de aproveitamento de aacutegua pluvial satildeo formados basicamente

pela aacuterea de captaccedilatildeo (geralmente coberturas) os componentes de transporte

(calhas e condutores verticais) e o reservatoacuteriordquo Cabe ressaltar que para esse

estudo a captaccedilatildeo das aacuteguas pluviais seraacute destinada apenas para a utilizaccedilatildeo

em ldquoaacuteguas cinzasrdquo Neste sentido o reuso das aacuteguas cinzas que satildeo as aacuteguas

provenientes de todas as atividades domeacutesticas com exceccedilatildeo de fontes de

aacuteguas negras tais como sanitaacuterios bidecircs e urinol vem sendo estudadas com

vista ao reuso tanto em irrigaccedilatildeo como em sanitaacuterios (Rapoport 2004 p 8)

Retomando os dados apresentados pela SABESP (2010) temos a

tabela 04 a qual apresenta os dados de consumo domeacutestico e em sequecircncia o

graacutefico 01 que demonstram que se analisarmos as quantidades de aacutegua

utilizada no consumo domeacutestico teremos uma base para o tamanho do

reservatoacuterio E posteriormente a tabela 05 mostra em que situaccedilotildees se podem

reutilizar as aacuteguas pluviais

Tabela 04 Consumo domeacutestico de aacutegua

Litros

Cozinhar e Beber 54

Tomar Banho e Escovar os Dentes 50

Descarga de Banheiro 66

Lavagem de Roupa 24

Outras Tarefas 6

Total = 200

Fonte SABESP (2010)

27

25

33

12

3

Cozinhar e Beber

Tomar Banho e Escovar osDentes

Descarga de Banheiro

Lavagem de Roupa

Outras Tarefas

Descarga de Banheiro

6875

Lavagem de Roupa

25

Outras Tarefas 625

Graacutefico 01 Consumo Domeacutestico de Aacutegua

Tabela 05 Percentual para reutilizaccedilatildeo de aacuteguas pluviais

Graacutefico 02 Percentual para Reutilizaccedilatildeo de Aacuteguas Pluviais

Porcentagem ()

Descarga de Banheiro 66 6875

Lavagem de Roupa 24 25

Outras Tarefas 6 625

Total = 96 100

Fonte SABESP(2010)

33 ndash Meacutetodos de Dimensionamento do Reservatoacuterio

Amorim e Pereira (2008 p 54 Soares et al 2000 apud May 2004)

apresentam que existem quatro grupos principais para o dimensionamento do

reservatoacuterio

(a) Meacutetodos determiniacutesticos os dados referentes agrave precipitaccedilatildeo

pluviomeacutetrica e agrave demanda satildeo analisados pela curva de massa

(b) Meacutetodos aproximados baseados em relaccedilotildees empiacutericas

conhecidas

(c) Meacutetodos de modelaccedilatildeo satildeo tambeacutem conhecidos como meacutetodos

de transiccedilatildeo probabiliacutestica da matriz e

(d) Meacutetodos de anaacutelise de sistemas sendo linear natildeo linear ou

programaccedilatildeo dinacircmica

Dentro desses grupos de dimensionamento temos os diversos meacutetodos

meacutetodo de Rippl que consiste na determinaccedilatildeo do volume com base na aacuterea

de captaccedilatildeo que eacute subdivido em meacutetodo analiacutetico e meacutetodo graacutefico meacutetodo de

consideraccedilatildeo dos periacuteodos de dias consecutivos sem chuva que necessita da

observaccedilatildeo dos registros pluviomeacutetricos para identificar os maiores periacuteodos de

dias consecutivos sem chuvas e sua taxa de repeticcedilatildeo meacutetodo de anaacutelise de

simulaccedilatildeo de um reservatoacuterio com capacidade suposta que consiste

basicamente na fixaccedilatildeo de um volume para o reservatoacuterio e na verificaccedilatildeo do

percentual de consumo que seraacute atendido meacutetodo praacutetico brasileiro meacutetodo

praacutetico alematildeo meacutetodo praacutetico inglecircs e o meacutetodo praacutetico australiano (Amorim

e Pereira 2008 p 55-58)

34 ndash Anaacutelise de caso para um preacutedio da Superquadra 111 Norte

A partir dos dados jaacute apresentados temos que o objeto de estudo eacute um

preacutedio residencial localizado na Superquadra 111 Norte que possui uma aacuterea

de projeccedilatildeo de 1069msup2 com seis (6) pavimentos constituindo uma aacuterea

construiacuteda de 6414msup2 apresentando seis (6) apartamentos por pavimento e

consequentemente trinta e seis (36) apartamentos no total (Brino Brasiacutelia

Superquadras Residenciais) O preacutedio conteacutem 33 habitantes por apartamento

(IBGE 2010) que consomem em meacutedia cerca de 190 litros de aacuteguadia

resultando em um consumo mensal de aproximadamente 6msup3 por pessoa

(CAESB) mas como a aacutegua captada da chuva seraacute utilizada apenas para

suprir a demanda de aacutegua cinza temos 66 litros para descarga de vasos

sanitaacuterios

Temos entatildeo que a demanda por aacutegua por habitante nesse edifiacutecio eacute

dada por

119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119898119900119903119886119889119900119903 = 66119871 = 66119871119863119894119886

119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119886119901119886119903119905119886119898119890119899119905119900 = 33119901 times 66119871 ~ 217 119871119863119894119886

119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119901119903eacute119889119894119900 = (33119901 times 66119871) times 36 ~ 7840119871119863119894119886

119863119890119898119886119899119889119886 119898119890119899119904119886119897 119901119900119903 119901119903eacute119889119894119900 =7840119871

119889119894119886times 30119863119894119886119904 = 235224119871

Legenda L = Litros p = Pessoas

Para facilitar nos caacutelculos ao aplica-los para o reservatoacuterio e para o

sistema de captaccedilatildeo eacute necessaacuterio realizar a conversatildeo de litros para msup3

(metros cuacutebicos) Sendo assim 66L = 0066msup3 217L = 0217msup3 7840L =

7840msup3 e 235224L = 235224msup3

Seraacute utilizado o ano de 2014 para os dados de precipitaccedilatildeo da estaccedilatildeo

meteoroloacutegica de Brasiacutelia localizada na Latitude (ordm) -158 Longitude (ordm)-479

fornecidos pela professora Rafaela Lisboa durante o periacuteodo chuvoso O ano

de 2014 apresenta registros jornaliacutesticos de alagamento nos meses de

Fevereiro com precipitaccedilatildeo de 1392 msup3 Marccedilo com precipitaccedilatildeo de 3402msup3

e Dezembro com precipitaccedilatildeo de 3667msup3 Importante ressaltar que o setor

Noroeste de Brasiacutelia foi construiacutedo em 2011 (site G1) o que aumentou a aacuterea

de solo impermeabilizado e a reduccedilatildeo no escoamento superficial da aacutegua

ocasionando em um aumento nas enchentes e alagamentos na Asa Norte

Segundo Amorim e Pereira (2008 p57) um dos meacutetodos a ser utilizado

para poder saber o volume de aacutegua aproveitaacutevel e consequentemente o

volume de aacutegua do reservatoacuterio Trata-se de um meacutetodo empiacuterico apresentado

na NBR 155272007 O volume de aacutegua do reservatoacuterio V expresso em L eacute

exposto a seguir

119872eacute119905119900119889119900 119875119903aacute119905119894119888119900 119861119903119886119904119894119897119890119894119903119900

119881 = 0042 times 119875 times 119860 times 119879

Em que ldquoVrdquo representa o volume de aacutegua aproveitaacutevel e o volume de

aacutegua do reservatoacuterio (L) ldquoPrdquo a precipitaccedilatildeo meacutedia mensal (mm) ldquoArdquo a aacuterea de

coleta em projeccedilatildeo ldquoTrdquo nuacutemero de meses de pouca chuva ou seca e ldquo0042rdquo eacute

um coeficiente estipulado

Portanto segundo Fontanela (2010 p 25) para estipular o volume do

reservatoacuterio temos que calcular 42 do produto entre o volume de chuva

coletada pelo telhado e o nuacutemero de meses com pouca chuva ou seca

Atribuindo valores do ano de 2014 temos que

119881 = 0042 times 1399119898119898 times 1069 times 5

119881~ 31406119871 119900119906 31406119898sup3

Ressaltando que esse valor obtido eacute uma estimativa do tamanho do

reservatoacuterio e que pode haver um reservatoacuterio de maior capacidade

De forma comparativa eacute de bom senso que se faccedila outro caacutelculo com um

meacutetodo alternativo

Amorim e Pereira (2008 p56) expotildeem que existe um meacutetodo de anaacutelise

de simulaccedilatildeo do reservatoacuterio com capacidade suposta o qual consiste

basicamente na fixaccedilatildeo de um volume para o reservatoacuterio e na verificaccedilatildeo de

consumo que seraacute atendido Sendo assim ldquoo primeiro passo para a aplicaccedilatildeo

desse meacutetodo eacute adotar alguns valores possiacuteveis para o volume com base na

estimativa do consumo mensal de aacutegua natildeo potaacutevelrdquo (Amorim e Pereira 2008

p57) Portanto partindo do ponto que o preacutedio consome cerca de 235000L

devemos calcular uma base que possa ser favoraacutevel economicamente

119872eacute119905119900119889119900 119889119890 119878119894119898119906119897119886ccedilatilde119900 119889119900 119877119890119904119890119903119907119886119905oacute119903119894119900

235224119871 rarr 100

119881 rarr 30

119881 ~ 70000119871 119900119906 70119898sup3

Tambeacutem haacute outra alternativa apresentada por L Pereira (Viabilidade

EconocircmicoAmbiental p 18)

119881119886119888 = 119860119879 times 119875119875119872119860 lowast

119881119886119888 = 1069119898sup2 times 1399119898sup3 = 1495531119898sup3119886119899119900

Equaccedilatildeo a qual ldquoVacrdquo corresponde ao volume de aacutegua captado ldquoATrdquo

aacuterea do telhado e ldquoPPMArdquo eacute a precipitaccedilatildeo pluviomeacutetrica meacutedia mensal

Poreacutem o resultado obtido eacute para os 12 meses do ano e como foi visto no

ano de 2014 temos 7 meses com chuva portanto

119881119886119888 =119879119900119905119886119897

1198983

1198861198991199007 119898119890119904119890119904

lowast

119881119886119888 =1495531119898sup3119886119899119900

7= 21364119898sup3 119900119906 213640119871

dados somente seriam vaacutelidos se a precipitaccedilatildeo fosse uniforme durante os 7 meses de chuva

341 ndash Anaacutelise de caso para a Superquadra 111 Norte

Retomando a tabela 02 temos que a quadra apresenta 11 preacutedios

aproximadamente que variam o nuacutemero de apartamentos por pavimentos e

consequentemente o nuacutemero de moradores mas os edifiacutecios continuam tendo

uma aacuterea de 1069msup2 gerando um uma aacuterea total de 70554msup2 mas teremos

como base os caacutelculos feitos para o preacutedio selecionado no item 34

Realizando um caacutelculo baacutesico tem-se como estimativa de

armazenamento para esta quadra o seguinte

119872eacute119905119900119889119900 119875119903aacute119905119894119888119900 119861119903119886119904119894119897119890119894119903119900

119881~ 31406119871 119900119906 314061198983

11 119875119903eacute119889119894119900119904 times 31406119871 = 345466119871 119900119906 345466119898sup3

119872eacute119905119900119889119900 119889119890 119878119894119898119906119897119886ccedilatilde119900 119889119900 119877119890119904119890119903119907119886119905oacute119903119894119900

119881 ~ 70000119871 119900119906 701198983

11 119875119903eacute119889119894119900119904 times 70000119871 = 770000

119881119900119897119906119898119890 119889119890 aacute119892119906119886 119888119886119901119905119886119889119900 lowast

119881119886119888 = 213641198983119900119906 213640119871

11 119875119903eacute119889119894119900119904 times 213640119871 = 2350040119871 119900119906 235004119898sup3

dados somente seriam vaacutelidos se a precipitaccedilatildeo fosse uniforme durante os 7 meses de chuva

119863119890119898119886119899119889119886 119905119900119905119886119897 119889119886 119902119906119886119889119903119886 119888119900119898 119889119890119904119888119886119903119892119886 119889119890 119887119886119899ℎ119890119894119903119900

11 119875119903eacute119889119894119900119904 times 235224119871 = 2587464119871 119900119906 2587464119898sup3

Segundo Brino (Brasiacutelia Superquadras Residenciais) temos que as

dimensotildees maacuteximas de uma superquadra satildeo de 280x280m resultando numa

aacuterea de 78400msup2 que eacute denominado de Aacuterea Total (AT) A partir disso foi

definido que deveria existir uma faixa externa de 20m denominada de non

aedificandi que foi destinada ao plantio de uma ldquomassa vegetalrdquo de grande

porte e no interior da quadra encontra-se a aacuterea aedificandi a qual possui

240x240m e uma aacuterea de 57600msup2 Realizando uma subtraccedilatildeo da Aacuterea total

pela Aacuterea aedificandi obtecircm-se que a aacuterea non aedificandi eacute de 20800msup2 que

corresponde a 265 da aacuterea total

Com base nessas informaccedilotildees eacute necessaacuterio atentar-se ao detalhe de

que uma parte da precipitaccedilatildeo cai no solo e outra parte nos telhados dos

preacutedios Sendo assim parte da chuva pode ser aproveitada pelo sistema de

captaccedilatildeo enquanto outra parte chega ao solo sem uma interferecircncia direta no

ciclo hidroloacutegico

35 ndash Funcionamento do sistema de captaccedilatildeo

Eacute importante frisar que o sistema de aproveitamento de aacuteguas pluviais eacute

regido pela norma NBR 15527 (Associaccedilatildeo Brasileira de Normas Teacutecnicas

2007) norma a qual faz algumas consideraccedilotildees importantes para implantaccedilatildeo

e correto funcionamento do sistema de captaccedilatildeo Alguns destes satildeo

435 ndash O volume dos reservatoacuterios deve ser dimensionado com

base em criteacuterios teacutecnicos econocircmicos e ambientais levando em

conta as boas praacuteticas da engenharia podendo a criteacuterio do

projetista ser utilizados os meacutetodos contidos no Anexo A ou

outro desde que devidamente justificado

Item 436 ndash Os reservatoacuterios devem ser limpos e desinfetados

com soluccedilatildeo de hipoclorito de soacutedio no miacutenimo uma vez por ano

de acordo com agrave ABNT NBR 5626

Item 442 ndash As tubulaccedilotildees e demais componentes devem ser

claramente diferenciados das tubulaccedilotildees de aacutegua potaacutevel

Item 443 ndash O sistema de distribuiccedilatildeo de chuva deve ser

independente do sistema de aacutegua potaacutevel natildeo permitindo a

conexatildeo cruzada de acordo com agrave ABNT NBR 5626

Item 444 ndash Os pontos de consumo como por exemplo uma

torneira de jardim devem ser de uso restrito e identificados com

placa de advertecircncia com a seguinte inscriccedilatildeo ldquoaacutegua natildeo potaacutevelrdquo

e identificaccedilatildeo graacutefica

Item 445 ndash Os reservatoacuterios de aacutegua de distribuiccedilatildeo de aacutegua

potaacutevel e de aacutegua da chuva devem ser separados

Item 461 ndash Quando necessaacuterio o bombeamento este deve

atender agrave ABNT NBR 12214

Deve-se realizar manutenccedilatildeo em todo o sistema de

aproveitamento de aacutegua de chuva

Para maiores esclarecimentos ldquoo funcionamento de um sistema de

coleta e aproveitamento de aacutegua pluvial consiste de maneira geral na captaccedilatildeo

da aacutegua da chuva que cai sobre os telhados ou lajes da edificaccedilatildeo A aacutegua eacute

conduzida ateacute o local de armazenamento atraveacutes de calhas condutores

horizontais e verticais passando por equipamentos de filtragem e descarte de

impurezas Apoacutes passar pelo filtro a aacutegua eacute armazenada geralmente em

reservatoacuterio enterrado (cisterna) e bombeada a um segundo reservatoacuterio

(elevado) do qual as tubulaccedilotildees especiacuteficas de aacutegua pluvial iratildeo distribuiacute-la

para o consumo natildeo potaacutevelrdquo (Carvalho 2010 p 27 e 28) Conforme ilustra a

imagem a seguir

Figura 02 Funcionamento de um Sistema de Captaccedilatildeo

Fonte Adatildeo D Padini (2013)

De forma mais simplificada podemos ver a representaccedilatildeo no fluxograma

a seguir

Figura 03 Fluxograma do Sistema de Captaccedilatildeo

Fonte Leandro Roncato Pereira

351 ndash Dificuldades para implantaccedilatildeo do sistema

Tal sistema apresenta como dificuldade o local onde seriam instaladas

as cisternas uma vez que geraria um peso sobre o telhado Dessa forma o

sistema seria instalado no jardim cobrando um custo adicional

352 ndash Custo de implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo fechado em um

preacutedio

Na implantaccedilatildeo desse sistema os materiais utilizados teratildeo como base o

meacutetodo praacutetico brasileiro e para aumentar a eficiecircncia do sistema o volume de

31406L seraacute arredondado para 35000L

Os valores de alguns dos materiais apresentados a seguir seguem os

dos apresentados no trabalho de L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental

p 18) apenas o valor da caixa drsquoaacutegua de 10000L foi obtido atraveacutes de

pesquisas em lojas de construccedilatildeo e assim utilizando a de menor valor

Tambeacutem devemos considerar que a bomba consome energia ao bombear aacutegua

para o preacutedio (CEB) portanto os valores seguem conforme a tabela a seguir

Tabela 06 Preccedilo dos Produtos do Sistema de Captaccedilatildeo sem Fluxo

Produto Quantidade Valor unitaacuterio (R$) Valor total (R$)

Cx Daacutegua 10000L 3 496090 1488270

Cx Daacutegua 5000L 1 108000 108000

Boacuteia Eleacutetrica 1 2750 2750

Boacuteia Comum 1 1220 1220

Registro de Gaveta

1 3490 3490

Bomba Anauger 1 23000 23000

Filtro 3P VF1 1 22000 22000

Tubulaccedilotildees 7000 7000

Disjuntor 1 1310 1310

Escavaccedilatildeo Msup3 3666 128310

Matildeo de Obra 1 58574 58574

Energia 054 054

Total 13 727154 1843978

Observaccedilatildeo Pelo fato desse estudo se tratar de um modelo de implantaccedilatildeo

o custo das tubulaccedilotildees vai variar de acordo com a demanda necessitada pelo

preacutedio portanto podendo variar de acordo com o projeto implantado Para este

estudo seraacute adotado o valor de R$ 7000

Observaccedilatildeo Pelo fato desse trabalho tratar-se de um modelo de

implantaccedilatildeo o custo da energia pode variar de acordo com a demanda necessitada

pelo preacutedio portanto podendo variar de acordo com o uso da bomba Para este

estudo seraacute adotado o valor de R$ 054 que eacute o valor do KwH cobrado pela CEB

Segundo Saravy (2010 p 46) haacute tambeacutem um custo para manutenccedilatildeo do

sistema conforme a tabela a seguir

Tabela 07 Preccedilo de Manutenccedilatildeo do Sistema de Captaccedilatildeo

Com esses dados podemos ver o valor total final a ser pago pelo

sistema de captaccedilatildeo que eacute de R$ 1889978

36 ndash Taxas e valores cobrados para utilizaccedilatildeo de aacutegua

Segundo a Companhia de Saneamento Ambiental do Distrito Federal (CAESB)

quando vaacuterias residecircncias satildeo atendidas por uma uacutenica ligaccedilatildeo de aacutegua eacute aplicado o

conceito de consumo ldquoPara exemplificar podemos citar um preacutedio residencial onde

cada apartamento corresponde a uma unidade de consumordquo (CAESB) Contudo o

caacutelculo de gastos seraacute realizado primeiro em um apartamento e posteriormente

multiplicado pelo total de apartamentos do preacutedio uma vez que os preacutedios

residecircncias da Asa Norte pagam a conta de aacutegua atraveacutes do condomiacutenio O preacutedio

Componente Frequecircncia da Manutenccedilatildeo

Custo da Manutenccedilatildeo

Calhas e Condutores

Semestral R$ 13000

Reservatoacuterio Limpeza e

Desinfecccedilatildeo Anual

R$ 20000

desse estudo apresenta um hidrocircmetro que mede o consumo de aacutegua para o todo o

preacutedio

Eacute de suma importacircncia destacar tambeacutem que haacute uma taxa de esgoto que eacute

cobrada pela CAESB consequentemente ldquoo valor da tarifa de esgotos corresponde

a 100 do valor da tarifa de aacutegua exceto quando se tratar de coleta do tipo

condominial que equivale a 60 do valor da tarifa de aacuteguardquo (CAESB)

Deste modo a CAESB utiliza tarifas para diversas categorias de moradia e

comeacutercio e neste estudo seraacute aplicada a tarifa de ldquoresidencial normalrdquo em

concordacircncia com a tabela a seguir

Tabela 08 Valor da Tarifa Cobrado pela CAESB

Para melhor compreensatildeo do caacutelculo que a CAESB faz temos uma conta do

condomiacutenio do preacutedio da Superquadra 111 Norte

Figura 04 Conta Discriminada do Condomiacutenio

Fonte Condomiacutenio do Preacutedio

O caacutelculo feito pela CAESB consiste primeiramente em saber a demanda de

aacutegua gasta em metros cuacutebicos por Unidade de Consumo ndash apartamento ndash para

saber qual faixa ldquomsup3rdquo eacute aplicada Apoacutes saber qual a faixa ldquomsup3rdquo que se enquadra eacute

atribuiacutedo o volume por UC (em msup3) em sequecircncia multiplica-se o volume por UC ou

volume da faixa pelo nuacutemero de UCrsquos correspondente para se obter o volume total

gasto (em msup3) Tendo o volume total gasto basta multiplicar pelo preccedilo corresponde

agrave faixa a qual se encaixa o consumo e assim obtendo o valor total a pagar A partir

do momento que se tem o valor total a pagar eacute necessaacuterio acrescer 100 do valor

para cobrir a tarifa de esgoto conforme a figura

Partindo desses dados podemos calcular por apartamento quanto eacute cobrado

pela CAESB a partir dos dados apresentados no capiacutetulo 34

119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119886119901119886119903119905119886119898119890119899119905119900 = 33119901 times 66119871 ~ 217119871

119863119894119886

119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119886119901119886119903119905119886119898119890119899119905119900 119886119900 119898ecirc119904 = 217119871119889119894119886 times 30119863119894119886119904 = 6510119871 119900119906 65101198983

Com base nesses dados temos que calcular o volume total de descarga em

sanitaacuterios que o preacutedio consome com a seguinte foacutermula

119881119879 = 119881119865 times 119873ordm 119889119890 119880119862prime119904

119881119879 = 10119898sup3 times 36 = 360119898sup3

Em que ldquoVTrdquo corresponde ao volume total do preacutedio ldquoVFrdquo ao volume da faixa

que eacute estipulado pela CAESB e ldquoUCrsquosrdquo satildeo as unidades de consumo que eacute correlato

ao nuacutemero de apartamentos existente

Portanto o total a se pagar em um mecircs eacute calculado da seguinte forma

119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 119881119879 times 119879119886119903119894119891119886 119889119890 aacute119892119906119886 + 119879119886119903119894119891119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900

119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 360119898sup3 times 119877$ 265 + 119879119886119903119894119891119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900

119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 954 + 119877$ 954 = 119877$ 1908

Em 7 meses seriam pagos em descarga

119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 1908 times 7 119872119890119904119890119904 = 119877$ 13356

37 ndash Caacutelculos de economia e retorno de investimento para um sistema

fechado

Conforme exposto por L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental p 15)

ldquopara o caacutelculo da economia da taxa de aacutegua multiplica-se o valor do msup3 (valor

cobrado por msup3 do responsaacutevel pelo fornecimento de aacutegua na cidade []) pelo

volume captado e entatildeo obtecircm-se o valor economizado por ano na taxa de aacuteguardquo

Recapitulando que para esse estudo seraacute utilizado o meacutetodo praacutetico brasieliro

devido aos meses de seca ou pouca chuva

Sendo assim

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119881119886119897119900119903 119889119900 1198983 times 119881119900119897119906119898119890 119888119886119901119905119886119889119900

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 265 times 314061198983

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 8322

Essa economia de R$ 8322 eacute para um mecircs de chuva para o preacutedio todo

sendo assim para os 7 meses de chuva tem-se

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119890 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 8322 times 7 119898119890119904119890119904 = 119877$ 58254

Ainda segundo L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental p 16) para o

caacutelculo da economia referente ao esgoto eacute necessaacuterio multiplicar o valor do msup3 pelo

volume captado e por 08 uma vez que considera-se 20 de perda ou seja para

cada 1 litro de aacutegua que chega na residecircncia eacute cobrado 08 litros para o tratamento

do esgoto

Portanto tem-se

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119881119886119897119900119903 119889119900 1198983 times 119881119900119897119906119898119890 119888119886119901119905119886119889119900 times 08

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900 = 119877$ 265 times 314061198983 times 08

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 6658

Esse valor encontrado de R$ 6658 corresponde a um mecircs de chuva para o

preacutedio sendo assim o total economizado pelo preacutedio em 7 meses eacute de

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119890 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 6658 times 7 119898119890119904119890119904 = 119877$ 46606

ldquoPara o caacutelculo do retorno do investimento divide-se o valor investido pela

economia anual com a implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo e reaproveitamento da

aacutegua pluvialrdquo L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental p 16)

Portanto para 7 meses de chuva tem-se o seguinte

119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 =119881119886119897119900119903 119894119899119907119890119904119905119894119889119900

119864119888119900119899119900119898119894119886 (7119898119890119904119890119904)

119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 = 119877$ 1843924

119877$ 58254 + 119877$ 46606

119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 = 119877$ 1843924

119877$ 9446

119877119890119905119900119903119899119900

119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900= 1952 119886119899119900119904

38 ndash Caacutelculos de dimensionamento para um sistema com fluxo

Os caacutelculos apresentados no subitem anterior satildeo relativos a um sistema

o qual natildeo adota a possibilidade de fluxo dentro do reservatoacuterio Quando se

fala em fluxo temos que considerar que ao mesmo tempo em que o preacutedio

utiliza aacutegua do reservatoacuterio de aacutegua pluvial o mesmo vai enchendo com aacutegua

pluvial Portanto haacute um ciclo no qual o preacutedio demanda aacutegua do reservatoacuterio e

o mesmo vai enchendo conforme chove no local

Sabendo que a meacutedia mensal eacute de 1399msup3 eacute preciso multiplicar isso

por 12 para se obter o quanto choveu em 2014 Sendo assim

119879119900119905119886119897 119886119900 119886119899119900 = 1399119898119898 times 12 119898119890119904119890119904

119879119900119905119886119897 119886119900 119886119899119900 = 16788119898119898

Mas como foi visto o periacuteodo chuvoso eacute de 7 meses entatildeo temos

119875119903119890119888119894119901119894119905119886ccedilatilde119900 119901119886119903119886 7 119898119890119904119890119904 = 16788119898119898 divide 7 = 2398119898119898

Com isso eacute necessaacuterio realizar o caacutelculo da meacutedia de captaccedilatildeo de aacutegua

por mecircs para a aacuterea de 1069msup2

119872119890119889119894119886 119889119890 119862119886119901119905119886ccedilatilde119900 = 2398119898119898 times 1069119898sup2

119872eacute119889119894119886 119889119890 119862119886119901119905119886ccedilatilde119900 = 256346119871 119900119906 256346119898sup3

Ao considerar o valor obtido temos que realizar o quanto seria captado

diariamente

119872eacute119889119894119886 119889119894aacute119903119894119886 = 256346119898sup3 divide 30 119889119894119886119904 = 85119898sup3119889119894119886

A partir desses caacutelculos podemos realizar a seguinte comparaccedilatildeo O

preacutedio consome cerca de 78msup3 ao dia de aacutegua para descarga de vasos sanitaacuterios

enquanto a meacutedia diaacuteria de captaccedilatildeo eacute de 85msup3 por conseguinte temos um fluxo

positivo de aacutegua para o reservatoacuterio de 067msup3dia nos dias chuvosos

Se colocarmos um reservatoacuterio de 35msup3 sem nenhuma aacutegua

armazenada poderemos constatar que o reservatoacuterio iria encher por completo em

cerca de 53 dias conforme o caacutelculo a seguir

351198983 = 0671198983 times 119909 119889119894119886119904

119909 119889119894119886119904 = 35119898sup3 divide 067119898sup3 = 5223 119889119894119886119904

Analisando esses dados temos que a partir do 54ordm dia o reservatoacuterio

estaria completamente cheio e no restante dos 156 dias que teriacuteamos de chuva

esses 067msup3 seriam de certa forma desperdiccedilados uma vez que esse fluxo de

067msup3 ao final dos 7 meses gerariam cerca de 1407msup3 enquanto o reservatoacuterio tem

a capacidade de 35msup3 conforme o caacutelculo a seguir

119875119900119905119890119899119888119894119886119897 = 067119898sup3 times 156 119889119894119886119904 = 1045119898sup3

Se considerarmos esse fluxo positivo de 067msup3dia temos que ao final

dos 210 dias (7meses) seria possiacutevel armazenar 1407 msup3 de aacutegua Com um

reservatoacuterio de 35msup3 1057msup3 estariam sendo escoados para fora do reservatoacuterio

Portanto o ideal seria um reservatoacuterio que se aproxime de 1407msup3 para que ao

final dos 7 meses toda aacutegua possiacutevel fosse armazenada no entanto o reservatoacuterio

deveria ser de 145msup3

Devemos considerar ainda que ao final dos 7 meses o reservatoacuterio

estaria cheio no periacuteodo de seca conseguiria abastecer o preacutedio de acordo com a

demanda do preacutedio sendo assim

119880119905119894119897119894119911119886ccedilatilde119900 119899119886 119904119890119888119886 = 119879119900119905119886119897 119889119900 119903119890119904119890119903119907119886119905oacute119903119894119900 divide 119863119890119898119886119899119889119886 119889119894aacute119903119894119886

119880119905119894119897119894119911119886ccedilatilde119900 119899119886 119904119890119888119886 = 1451198983 divide 781198983119889119894119886

119880119905119894119897119894119911119886ccedilatilde119900 119899119886 119904119890119888119886 = 1858 119889119894119886119904

381 ndash Custo de implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo com fluxo em um

preacutedio

Na implantaccedilatildeo desse sistema os materiais utilizados teratildeo como base

as estimativas que foram apresentadas no subitem anterior e para aumentar a

eficiecircncia do sistema o volume de 1400007L seraacute arredondado para

145000L

Devido ao tamanho do reservatoacuterio eacute de se esperar que o reservatoacuterio

natildeo seja instalado em cima do preacutedio uma vez que a estrutura do preacutedio natildeo

conseguiria suportar o peso que o reservatoacuterio faria sobre o telhado

consequentemente o reservatoacuterio deveraacute ser instalado no jardim do preacutedio que

iraacute gerar um custo a mais por conta da escavaccedilatildeo

Os valores de alguns dos materiais apresentados a seguir seguem os

dos apresentados no trabalho de L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental

p 18) apenas o valor da caixa drsquoaacutegua de 10000L foi obtido atraveacutes de

pesquisas em lojas de construccedilatildeo e assim utilizando a de menor valor

conforme a tabela a seguir Segundo o Saneamento de Goiaacutes SA (SANEAGO)

o custo de escavaccedilatildeo eacute calculado a partir do total de msup3 aleacutem de 3m de

profundidade

Tabela 09 Preccedilo dos Produtos do Sistema de Captaccedilatildeo com Fluxo

Observaccedilatildeo Pelo fato desse estudo se tratar de um modelo de implantaccedilatildeo

o custo das tubulaccedilotildees vai variar de acordo com a demanda necessitada pelo

preacutedio portanto podendo variar de acordo com o projeto implantado Para este

estudo seraacute adotado o valor de R$ 7000

Observaccedilatildeo Pelo fato desse trabalho tratar-se de um modelo de

implantaccedilatildeo o custo da energia pode variar de acordo com a demanda necessitada

pelo preacutedio portanto podendo variar de acordo com o uso da bomba Para este

estudo seraacute adotado o valor de R$ 054 que eacute o valor do KwH cobrado pela CEB

Produto Quantidade Valor unitaacuterio (R$) Valor total (R$)

Cx Daacutegua 10000L 14 496090 6945260

Cx Daacutegua 5000L 1 108000 108000

Boacuteia Eleacutetrica 1 2750 2750

Boacuteia Comum 1 1220 1220

Registro de Gaveta

1 3490 3490

Bomba Anauger 1 23000 23000

Filtro 3P VF1 1 22000 22000

Tubulaccedilotildees 7000 7000

Disjuntor 1 1310 1310

Escavaccedilatildeo Msup3 3666 53157

Matildeo de Obra 1 58574 58574

Energia 054 054

Total 13 727154 7704228

382 ndash Caacutelculos de economia e retorno de investimento para um sistema

com fluxo

Partindo dos dados apresentados podemos calcular por apartamento quanto eacute

cobrado pela CAESB a partir dos dados apresentados no capiacutetulo 34

119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119886119901119886119903119905119886119898119890119899119905119900 = 33119901 times 66119871 ~ 217119871

119863119894119886

119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119886119901119886119903119905119886119898119890119899119905119900 119886119900 119898ecirc119904 = 217119871119889119894119886 times 30119863119894119886119904 = 6510119871 119900119906 65101198983

Em que ldquoVTrdquo corresponde ao volume total do preacutedio ldquoVFrdquo ao volume da faixa

que eacute estipulado pela CAESB e ldquoUCrsquosrdquo satildeo as unidades de consumo que eacute correlato

ao nuacutemero de apartamentos existente

Portanto o total a se pagar em um mecircs eacute calculado da seguinte forma

119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 119881119879 times 119879119886119903119894119891119886 119889119890 aacute119892119906119886 + 119879119886119903119894119891119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900

119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 360119898sup3 times 119877$ 265 + 119879119886119903119894119891119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900

119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 954 + 119877$ 954 = 119877$ 1908

Retomando o caacutelculo exposto por L Pereira (Viabilidade

EconocircmicoAmbiental p 15) no subitem anterior temos que o caacutelculo da CAESB

seria feito da seguinte maneira

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119881119886119897119900119903 119889119900 1198983 times 119881119900119897119906119898119890 119888119886119901119905119886119889119900

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 265 times 1451198983

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 38425

Esse caacutelculo eacute equivalente a um mecircs de captaccedilatildeo para os 7 meses

teremos o seguinte

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119890 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 38425 times 7 119898119890119904119890119904 = 119877$ 268975

Conforme foi visto para o caacutelculo da economia de esgoto eacute necessaacuterio

multiplicar o valor do msup3 pelo volume captado e por 08 uma vez que considera-se

20 de perda ou seja para cada 1 litro de aacutegua que chega na residecircncia eacute cobrado

08 litros para o tratamento do esgoto Portanto para um mecircs segue-se

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119881119886119897119900119903 119889119900 1198983 times 119881119900119897119906119898119890 119888119886119901119905119886119889119900 times 08

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900 = 119877$ 265 times 1451198983 times 08

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 3074

ldquoPara o caacutelculo do retorno do investimento divide-se o valor investido pela

economia anual com a implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo e reaproveitamento da

aacutegua pluvialrdquo L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental p 16)

Portanto para 7 meses de chuva tem-se o seguinte

119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 =119881119886119897119900119903 119894119899119907119890119904119905119894119889119900

119864119888119900119899119900119898119894119886 (7119898119890119904119890119904)

119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 = 119877$ 17704228

119877$ 268975 + 119877$ 21518

119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 = 119877$ 7704228

119877$ 484155

119877119890119905119900119903119899119900

119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900= 1591119886119899119900119904

4 ndash Conclusatildeo e Consideraccedilotildees Finais

De acordo com o que foi exposto temos que a implantaccedilatildeo do sistema de

captaccedilatildeo para o aproveitamento de aacuteguas pluviais eacute uma oacutetima alternativa para

substituiccedilatildeo da ldquoaacutegua cinzardquo possibilitando tambeacutem um destino mais correto do

ponto de vista ambiental para a aacutegua que se tornaria esgoto Como eacute de

conhecimento este tipo de meacutetodo eacute utilizado em diversas regiotildees natildeo somente

aquelas que sofrem com escassez de aacutegua

Mesmo sabendo que o Brasil possui um grande potencial hiacutedrico observamos

que uma parcela da populaccedilatildeo natildeo tem consciecircncia quanto ao gasto de aacutegua

gerando um grande desperdiacutecio de forma desnecessaacuteria Portanto partindo de um

pensamento racional um sistema de captaccedilatildeo seria viaacutevel para o aproveitamento da

aacutegua para fins de consumo domeacutestico mais precisamente ldquoaacutegua cinzardquo

Considerando os caacutelculos apresentados a partir da taxa de precipitaccedilatildeo meacutedia

em Brasiacutelia a criaccedilatildeo de um sistema de captaccedilatildeo pluvial predial traz benefiacutecios

econocircmicos e ambientais O projeto torna-se viaacutevel economicamente pois desde

que se faccedila a manutenccedilatildeo de forma adequada do sistema este teraacute uma vida uacutetil

longa e considerando que se obteacutem o retorno do investimento em aproximadamente

16 anos para um sistema com fluxo apoacutes este periacuteodo o sistema passa a ser

lucrativo para o preacutedio que implanta pois o custo eacute dividido no condomiacutenio dentre os

moradores do preacutedio

Analisando do ponto de vista ambiental o desenvolvimento urbano de Brasiacutelia

ocasionou em superfiacutecies impermeaacuteveis dificultando a absorccedilatildeo de aacuteguas pluviais

pelo solo e juntamente com o sistema de redes pluviais e o sistema de drenagem

ultrapassados os alagamentos e enchentes tecircm se tornado constante quando

ocorrem chuvas anormais Com as estimativas feitas neste trabalho eacute possiacutevel que

tais transtornos hiacutedricos urbanos possam ser amenizados a partir da implantaccedilatildeo do

sistema sem que afete o ciclo hidroloacutegico natural Logicamente essa natildeo eacute a

soluccedilatildeo uma vez que ela deve ser apenas um complemento agrave poliacuteticas publicas

poliacuteticas de incentivo entre outras medidas de cunho sustentaacutevel

Em vista disso a implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo e aproveitamento de

aacuteguas pluviais acarretaria em uma significativa melhora ambiental atraveacutes da

substituiccedilatildeo de uma parcela da aacutegua fornecida pela CAESB e possivelmente

mitigando os transtornos hiacutedricos urbanos se aplicado em larga escala

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27

25

33

12

3

Cozinhar e Beber

Tomar Banho e Escovar osDentes

Descarga de Banheiro

Lavagem de Roupa

Outras Tarefas

Descarga de Banheiro

6875

Lavagem de Roupa

25

Outras Tarefas 625

Graacutefico 01 Consumo Domeacutestico de Aacutegua

Tabela 05 Percentual para reutilizaccedilatildeo de aacuteguas pluviais

Graacutefico 02 Percentual para Reutilizaccedilatildeo de Aacuteguas Pluviais

Porcentagem ()

Descarga de Banheiro 66 6875

Lavagem de Roupa 24 25

Outras Tarefas 6 625

Total = 96 100

Fonte SABESP(2010)

33 ndash Meacutetodos de Dimensionamento do Reservatoacuterio

Amorim e Pereira (2008 p 54 Soares et al 2000 apud May 2004)

apresentam que existem quatro grupos principais para o dimensionamento do

reservatoacuterio

(a) Meacutetodos determiniacutesticos os dados referentes agrave precipitaccedilatildeo

pluviomeacutetrica e agrave demanda satildeo analisados pela curva de massa

(b) Meacutetodos aproximados baseados em relaccedilotildees empiacutericas

conhecidas

(c) Meacutetodos de modelaccedilatildeo satildeo tambeacutem conhecidos como meacutetodos

de transiccedilatildeo probabiliacutestica da matriz e

(d) Meacutetodos de anaacutelise de sistemas sendo linear natildeo linear ou

programaccedilatildeo dinacircmica

Dentro desses grupos de dimensionamento temos os diversos meacutetodos

meacutetodo de Rippl que consiste na determinaccedilatildeo do volume com base na aacuterea

de captaccedilatildeo que eacute subdivido em meacutetodo analiacutetico e meacutetodo graacutefico meacutetodo de

consideraccedilatildeo dos periacuteodos de dias consecutivos sem chuva que necessita da

observaccedilatildeo dos registros pluviomeacutetricos para identificar os maiores periacuteodos de

dias consecutivos sem chuvas e sua taxa de repeticcedilatildeo meacutetodo de anaacutelise de

simulaccedilatildeo de um reservatoacuterio com capacidade suposta que consiste

basicamente na fixaccedilatildeo de um volume para o reservatoacuterio e na verificaccedilatildeo do

percentual de consumo que seraacute atendido meacutetodo praacutetico brasileiro meacutetodo

praacutetico alematildeo meacutetodo praacutetico inglecircs e o meacutetodo praacutetico australiano (Amorim

e Pereira 2008 p 55-58)

34 ndash Anaacutelise de caso para um preacutedio da Superquadra 111 Norte

A partir dos dados jaacute apresentados temos que o objeto de estudo eacute um

preacutedio residencial localizado na Superquadra 111 Norte que possui uma aacuterea

de projeccedilatildeo de 1069msup2 com seis (6) pavimentos constituindo uma aacuterea

construiacuteda de 6414msup2 apresentando seis (6) apartamentos por pavimento e

consequentemente trinta e seis (36) apartamentos no total (Brino Brasiacutelia

Superquadras Residenciais) O preacutedio conteacutem 33 habitantes por apartamento

(IBGE 2010) que consomem em meacutedia cerca de 190 litros de aacuteguadia

resultando em um consumo mensal de aproximadamente 6msup3 por pessoa

(CAESB) mas como a aacutegua captada da chuva seraacute utilizada apenas para

suprir a demanda de aacutegua cinza temos 66 litros para descarga de vasos

sanitaacuterios

Temos entatildeo que a demanda por aacutegua por habitante nesse edifiacutecio eacute

dada por

119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119898119900119903119886119889119900119903 = 66119871 = 66119871119863119894119886

119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119886119901119886119903119905119886119898119890119899119905119900 = 33119901 times 66119871 ~ 217 119871119863119894119886

119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119901119903eacute119889119894119900 = (33119901 times 66119871) times 36 ~ 7840119871119863119894119886

119863119890119898119886119899119889119886 119898119890119899119904119886119897 119901119900119903 119901119903eacute119889119894119900 =7840119871

119889119894119886times 30119863119894119886119904 = 235224119871

Legenda L = Litros p = Pessoas

Para facilitar nos caacutelculos ao aplica-los para o reservatoacuterio e para o

sistema de captaccedilatildeo eacute necessaacuterio realizar a conversatildeo de litros para msup3

(metros cuacutebicos) Sendo assim 66L = 0066msup3 217L = 0217msup3 7840L =

7840msup3 e 235224L = 235224msup3

Seraacute utilizado o ano de 2014 para os dados de precipitaccedilatildeo da estaccedilatildeo

meteoroloacutegica de Brasiacutelia localizada na Latitude (ordm) -158 Longitude (ordm)-479

fornecidos pela professora Rafaela Lisboa durante o periacuteodo chuvoso O ano

de 2014 apresenta registros jornaliacutesticos de alagamento nos meses de

Fevereiro com precipitaccedilatildeo de 1392 msup3 Marccedilo com precipitaccedilatildeo de 3402msup3

e Dezembro com precipitaccedilatildeo de 3667msup3 Importante ressaltar que o setor

Noroeste de Brasiacutelia foi construiacutedo em 2011 (site G1) o que aumentou a aacuterea

de solo impermeabilizado e a reduccedilatildeo no escoamento superficial da aacutegua

ocasionando em um aumento nas enchentes e alagamentos na Asa Norte

Segundo Amorim e Pereira (2008 p57) um dos meacutetodos a ser utilizado

para poder saber o volume de aacutegua aproveitaacutevel e consequentemente o

volume de aacutegua do reservatoacuterio Trata-se de um meacutetodo empiacuterico apresentado

na NBR 155272007 O volume de aacutegua do reservatoacuterio V expresso em L eacute

exposto a seguir

119872eacute119905119900119889119900 119875119903aacute119905119894119888119900 119861119903119886119904119894119897119890119894119903119900

119881 = 0042 times 119875 times 119860 times 119879

Em que ldquoVrdquo representa o volume de aacutegua aproveitaacutevel e o volume de

aacutegua do reservatoacuterio (L) ldquoPrdquo a precipitaccedilatildeo meacutedia mensal (mm) ldquoArdquo a aacuterea de

coleta em projeccedilatildeo ldquoTrdquo nuacutemero de meses de pouca chuva ou seca e ldquo0042rdquo eacute

um coeficiente estipulado

Portanto segundo Fontanela (2010 p 25) para estipular o volume do

reservatoacuterio temos que calcular 42 do produto entre o volume de chuva

coletada pelo telhado e o nuacutemero de meses com pouca chuva ou seca

Atribuindo valores do ano de 2014 temos que

119881 = 0042 times 1399119898119898 times 1069 times 5

119881~ 31406119871 119900119906 31406119898sup3

Ressaltando que esse valor obtido eacute uma estimativa do tamanho do

reservatoacuterio e que pode haver um reservatoacuterio de maior capacidade

De forma comparativa eacute de bom senso que se faccedila outro caacutelculo com um

meacutetodo alternativo

Amorim e Pereira (2008 p56) expotildeem que existe um meacutetodo de anaacutelise

de simulaccedilatildeo do reservatoacuterio com capacidade suposta o qual consiste

basicamente na fixaccedilatildeo de um volume para o reservatoacuterio e na verificaccedilatildeo de

consumo que seraacute atendido Sendo assim ldquoo primeiro passo para a aplicaccedilatildeo

desse meacutetodo eacute adotar alguns valores possiacuteveis para o volume com base na

estimativa do consumo mensal de aacutegua natildeo potaacutevelrdquo (Amorim e Pereira 2008

p57) Portanto partindo do ponto que o preacutedio consome cerca de 235000L

devemos calcular uma base que possa ser favoraacutevel economicamente

119872eacute119905119900119889119900 119889119890 119878119894119898119906119897119886ccedilatilde119900 119889119900 119877119890119904119890119903119907119886119905oacute119903119894119900

235224119871 rarr 100

119881 rarr 30

119881 ~ 70000119871 119900119906 70119898sup3

Tambeacutem haacute outra alternativa apresentada por L Pereira (Viabilidade

EconocircmicoAmbiental p 18)

119881119886119888 = 119860119879 times 119875119875119872119860 lowast

119881119886119888 = 1069119898sup2 times 1399119898sup3 = 1495531119898sup3119886119899119900

Equaccedilatildeo a qual ldquoVacrdquo corresponde ao volume de aacutegua captado ldquoATrdquo

aacuterea do telhado e ldquoPPMArdquo eacute a precipitaccedilatildeo pluviomeacutetrica meacutedia mensal

Poreacutem o resultado obtido eacute para os 12 meses do ano e como foi visto no

ano de 2014 temos 7 meses com chuva portanto

119881119886119888 =119879119900119905119886119897

1198983

1198861198991199007 119898119890119904119890119904

lowast

119881119886119888 =1495531119898sup3119886119899119900

7= 21364119898sup3 119900119906 213640119871

dados somente seriam vaacutelidos se a precipitaccedilatildeo fosse uniforme durante os 7 meses de chuva

341 ndash Anaacutelise de caso para a Superquadra 111 Norte

Retomando a tabela 02 temos que a quadra apresenta 11 preacutedios

aproximadamente que variam o nuacutemero de apartamentos por pavimentos e

consequentemente o nuacutemero de moradores mas os edifiacutecios continuam tendo

uma aacuterea de 1069msup2 gerando um uma aacuterea total de 70554msup2 mas teremos

como base os caacutelculos feitos para o preacutedio selecionado no item 34

Realizando um caacutelculo baacutesico tem-se como estimativa de

armazenamento para esta quadra o seguinte

119872eacute119905119900119889119900 119875119903aacute119905119894119888119900 119861119903119886119904119894119897119890119894119903119900

119881~ 31406119871 119900119906 314061198983

11 119875119903eacute119889119894119900119904 times 31406119871 = 345466119871 119900119906 345466119898sup3

119872eacute119905119900119889119900 119889119890 119878119894119898119906119897119886ccedilatilde119900 119889119900 119877119890119904119890119903119907119886119905oacute119903119894119900

119881 ~ 70000119871 119900119906 701198983

11 119875119903eacute119889119894119900119904 times 70000119871 = 770000

119881119900119897119906119898119890 119889119890 aacute119892119906119886 119888119886119901119905119886119889119900 lowast

119881119886119888 = 213641198983119900119906 213640119871

11 119875119903eacute119889119894119900119904 times 213640119871 = 2350040119871 119900119906 235004119898sup3

dados somente seriam vaacutelidos se a precipitaccedilatildeo fosse uniforme durante os 7 meses de chuva

119863119890119898119886119899119889119886 119905119900119905119886119897 119889119886 119902119906119886119889119903119886 119888119900119898 119889119890119904119888119886119903119892119886 119889119890 119887119886119899ℎ119890119894119903119900

11 119875119903eacute119889119894119900119904 times 235224119871 = 2587464119871 119900119906 2587464119898sup3

Segundo Brino (Brasiacutelia Superquadras Residenciais) temos que as

dimensotildees maacuteximas de uma superquadra satildeo de 280x280m resultando numa

aacuterea de 78400msup2 que eacute denominado de Aacuterea Total (AT) A partir disso foi

definido que deveria existir uma faixa externa de 20m denominada de non

aedificandi que foi destinada ao plantio de uma ldquomassa vegetalrdquo de grande

porte e no interior da quadra encontra-se a aacuterea aedificandi a qual possui

240x240m e uma aacuterea de 57600msup2 Realizando uma subtraccedilatildeo da Aacuterea total

pela Aacuterea aedificandi obtecircm-se que a aacuterea non aedificandi eacute de 20800msup2 que

corresponde a 265 da aacuterea total

Com base nessas informaccedilotildees eacute necessaacuterio atentar-se ao detalhe de

que uma parte da precipitaccedilatildeo cai no solo e outra parte nos telhados dos

preacutedios Sendo assim parte da chuva pode ser aproveitada pelo sistema de

captaccedilatildeo enquanto outra parte chega ao solo sem uma interferecircncia direta no

ciclo hidroloacutegico

35 ndash Funcionamento do sistema de captaccedilatildeo

Eacute importante frisar que o sistema de aproveitamento de aacuteguas pluviais eacute

regido pela norma NBR 15527 (Associaccedilatildeo Brasileira de Normas Teacutecnicas

2007) norma a qual faz algumas consideraccedilotildees importantes para implantaccedilatildeo

e correto funcionamento do sistema de captaccedilatildeo Alguns destes satildeo

435 ndash O volume dos reservatoacuterios deve ser dimensionado com

base em criteacuterios teacutecnicos econocircmicos e ambientais levando em

conta as boas praacuteticas da engenharia podendo a criteacuterio do

projetista ser utilizados os meacutetodos contidos no Anexo A ou

outro desde que devidamente justificado

Item 436 ndash Os reservatoacuterios devem ser limpos e desinfetados

com soluccedilatildeo de hipoclorito de soacutedio no miacutenimo uma vez por ano

de acordo com agrave ABNT NBR 5626

Item 442 ndash As tubulaccedilotildees e demais componentes devem ser

claramente diferenciados das tubulaccedilotildees de aacutegua potaacutevel

Item 443 ndash O sistema de distribuiccedilatildeo de chuva deve ser

independente do sistema de aacutegua potaacutevel natildeo permitindo a

conexatildeo cruzada de acordo com agrave ABNT NBR 5626

Item 444 ndash Os pontos de consumo como por exemplo uma

torneira de jardim devem ser de uso restrito e identificados com

placa de advertecircncia com a seguinte inscriccedilatildeo ldquoaacutegua natildeo potaacutevelrdquo

e identificaccedilatildeo graacutefica

Item 445 ndash Os reservatoacuterios de aacutegua de distribuiccedilatildeo de aacutegua

potaacutevel e de aacutegua da chuva devem ser separados

Item 461 ndash Quando necessaacuterio o bombeamento este deve

atender agrave ABNT NBR 12214

Deve-se realizar manutenccedilatildeo em todo o sistema de

aproveitamento de aacutegua de chuva

Para maiores esclarecimentos ldquoo funcionamento de um sistema de

coleta e aproveitamento de aacutegua pluvial consiste de maneira geral na captaccedilatildeo

da aacutegua da chuva que cai sobre os telhados ou lajes da edificaccedilatildeo A aacutegua eacute

conduzida ateacute o local de armazenamento atraveacutes de calhas condutores

horizontais e verticais passando por equipamentos de filtragem e descarte de

impurezas Apoacutes passar pelo filtro a aacutegua eacute armazenada geralmente em

reservatoacuterio enterrado (cisterna) e bombeada a um segundo reservatoacuterio

(elevado) do qual as tubulaccedilotildees especiacuteficas de aacutegua pluvial iratildeo distribuiacute-la

para o consumo natildeo potaacutevelrdquo (Carvalho 2010 p 27 e 28) Conforme ilustra a

imagem a seguir

Figura 02 Funcionamento de um Sistema de Captaccedilatildeo

Fonte Adatildeo D Padini (2013)

De forma mais simplificada podemos ver a representaccedilatildeo no fluxograma

a seguir

Figura 03 Fluxograma do Sistema de Captaccedilatildeo

Fonte Leandro Roncato Pereira

351 ndash Dificuldades para implantaccedilatildeo do sistema

Tal sistema apresenta como dificuldade o local onde seriam instaladas

as cisternas uma vez que geraria um peso sobre o telhado Dessa forma o

sistema seria instalado no jardim cobrando um custo adicional

352 ndash Custo de implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo fechado em um

preacutedio

Na implantaccedilatildeo desse sistema os materiais utilizados teratildeo como base o

meacutetodo praacutetico brasileiro e para aumentar a eficiecircncia do sistema o volume de

31406L seraacute arredondado para 35000L

Os valores de alguns dos materiais apresentados a seguir seguem os

dos apresentados no trabalho de L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental

p 18) apenas o valor da caixa drsquoaacutegua de 10000L foi obtido atraveacutes de

pesquisas em lojas de construccedilatildeo e assim utilizando a de menor valor

Tambeacutem devemos considerar que a bomba consome energia ao bombear aacutegua

para o preacutedio (CEB) portanto os valores seguem conforme a tabela a seguir

Tabela 06 Preccedilo dos Produtos do Sistema de Captaccedilatildeo sem Fluxo

Produto Quantidade Valor unitaacuterio (R$) Valor total (R$)

Cx Daacutegua 10000L 3 496090 1488270

Cx Daacutegua 5000L 1 108000 108000

Boacuteia Eleacutetrica 1 2750 2750

Boacuteia Comum 1 1220 1220

Registro de Gaveta

1 3490 3490

Bomba Anauger 1 23000 23000

Filtro 3P VF1 1 22000 22000

Tubulaccedilotildees 7000 7000

Disjuntor 1 1310 1310

Escavaccedilatildeo Msup3 3666 128310

Matildeo de Obra 1 58574 58574

Energia 054 054

Total 13 727154 1843978

Observaccedilatildeo Pelo fato desse estudo se tratar de um modelo de implantaccedilatildeo

o custo das tubulaccedilotildees vai variar de acordo com a demanda necessitada pelo

preacutedio portanto podendo variar de acordo com o projeto implantado Para este

estudo seraacute adotado o valor de R$ 7000

Observaccedilatildeo Pelo fato desse trabalho tratar-se de um modelo de

implantaccedilatildeo o custo da energia pode variar de acordo com a demanda necessitada

pelo preacutedio portanto podendo variar de acordo com o uso da bomba Para este

estudo seraacute adotado o valor de R$ 054 que eacute o valor do KwH cobrado pela CEB

Segundo Saravy (2010 p 46) haacute tambeacutem um custo para manutenccedilatildeo do

sistema conforme a tabela a seguir

Tabela 07 Preccedilo de Manutenccedilatildeo do Sistema de Captaccedilatildeo

Com esses dados podemos ver o valor total final a ser pago pelo

sistema de captaccedilatildeo que eacute de R$ 1889978

36 ndash Taxas e valores cobrados para utilizaccedilatildeo de aacutegua

Segundo a Companhia de Saneamento Ambiental do Distrito Federal (CAESB)

quando vaacuterias residecircncias satildeo atendidas por uma uacutenica ligaccedilatildeo de aacutegua eacute aplicado o

conceito de consumo ldquoPara exemplificar podemos citar um preacutedio residencial onde

cada apartamento corresponde a uma unidade de consumordquo (CAESB) Contudo o

caacutelculo de gastos seraacute realizado primeiro em um apartamento e posteriormente

multiplicado pelo total de apartamentos do preacutedio uma vez que os preacutedios

residecircncias da Asa Norte pagam a conta de aacutegua atraveacutes do condomiacutenio O preacutedio

Componente Frequecircncia da Manutenccedilatildeo

Custo da Manutenccedilatildeo

Calhas e Condutores

Semestral R$ 13000

Reservatoacuterio Limpeza e

Desinfecccedilatildeo Anual

R$ 20000

desse estudo apresenta um hidrocircmetro que mede o consumo de aacutegua para o todo o

preacutedio

Eacute de suma importacircncia destacar tambeacutem que haacute uma taxa de esgoto que eacute

cobrada pela CAESB consequentemente ldquoo valor da tarifa de esgotos corresponde

a 100 do valor da tarifa de aacutegua exceto quando se tratar de coleta do tipo

condominial que equivale a 60 do valor da tarifa de aacuteguardquo (CAESB)

Deste modo a CAESB utiliza tarifas para diversas categorias de moradia e

comeacutercio e neste estudo seraacute aplicada a tarifa de ldquoresidencial normalrdquo em

concordacircncia com a tabela a seguir

Tabela 08 Valor da Tarifa Cobrado pela CAESB

Para melhor compreensatildeo do caacutelculo que a CAESB faz temos uma conta do

condomiacutenio do preacutedio da Superquadra 111 Norte

Figura 04 Conta Discriminada do Condomiacutenio

Fonte Condomiacutenio do Preacutedio

O caacutelculo feito pela CAESB consiste primeiramente em saber a demanda de

aacutegua gasta em metros cuacutebicos por Unidade de Consumo ndash apartamento ndash para

saber qual faixa ldquomsup3rdquo eacute aplicada Apoacutes saber qual a faixa ldquomsup3rdquo que se enquadra eacute

atribuiacutedo o volume por UC (em msup3) em sequecircncia multiplica-se o volume por UC ou

volume da faixa pelo nuacutemero de UCrsquos correspondente para se obter o volume total

gasto (em msup3) Tendo o volume total gasto basta multiplicar pelo preccedilo corresponde

agrave faixa a qual se encaixa o consumo e assim obtendo o valor total a pagar A partir

do momento que se tem o valor total a pagar eacute necessaacuterio acrescer 100 do valor

para cobrir a tarifa de esgoto conforme a figura

Partindo desses dados podemos calcular por apartamento quanto eacute cobrado

pela CAESB a partir dos dados apresentados no capiacutetulo 34

119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119886119901119886119903119905119886119898119890119899119905119900 = 33119901 times 66119871 ~ 217119871

119863119894119886

119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119886119901119886119903119905119886119898119890119899119905119900 119886119900 119898ecirc119904 = 217119871119889119894119886 times 30119863119894119886119904 = 6510119871 119900119906 65101198983

Com base nesses dados temos que calcular o volume total de descarga em

sanitaacuterios que o preacutedio consome com a seguinte foacutermula

119881119879 = 119881119865 times 119873ordm 119889119890 119880119862prime119904

119881119879 = 10119898sup3 times 36 = 360119898sup3

Em que ldquoVTrdquo corresponde ao volume total do preacutedio ldquoVFrdquo ao volume da faixa

que eacute estipulado pela CAESB e ldquoUCrsquosrdquo satildeo as unidades de consumo que eacute correlato

ao nuacutemero de apartamentos existente

Portanto o total a se pagar em um mecircs eacute calculado da seguinte forma

119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 119881119879 times 119879119886119903119894119891119886 119889119890 aacute119892119906119886 + 119879119886119903119894119891119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900

119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 360119898sup3 times 119877$ 265 + 119879119886119903119894119891119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900

119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 954 + 119877$ 954 = 119877$ 1908

Em 7 meses seriam pagos em descarga

119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 1908 times 7 119872119890119904119890119904 = 119877$ 13356

37 ndash Caacutelculos de economia e retorno de investimento para um sistema

fechado

Conforme exposto por L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental p 15)

ldquopara o caacutelculo da economia da taxa de aacutegua multiplica-se o valor do msup3 (valor

cobrado por msup3 do responsaacutevel pelo fornecimento de aacutegua na cidade []) pelo

volume captado e entatildeo obtecircm-se o valor economizado por ano na taxa de aacuteguardquo

Recapitulando que para esse estudo seraacute utilizado o meacutetodo praacutetico brasieliro

devido aos meses de seca ou pouca chuva

Sendo assim

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119881119886119897119900119903 119889119900 1198983 times 119881119900119897119906119898119890 119888119886119901119905119886119889119900

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 265 times 314061198983

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 8322

Essa economia de R$ 8322 eacute para um mecircs de chuva para o preacutedio todo

sendo assim para os 7 meses de chuva tem-se

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119890 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 8322 times 7 119898119890119904119890119904 = 119877$ 58254

Ainda segundo L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental p 16) para o

caacutelculo da economia referente ao esgoto eacute necessaacuterio multiplicar o valor do msup3 pelo

volume captado e por 08 uma vez que considera-se 20 de perda ou seja para

cada 1 litro de aacutegua que chega na residecircncia eacute cobrado 08 litros para o tratamento

do esgoto

Portanto tem-se

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119881119886119897119900119903 119889119900 1198983 times 119881119900119897119906119898119890 119888119886119901119905119886119889119900 times 08

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900 = 119877$ 265 times 314061198983 times 08

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 6658

Esse valor encontrado de R$ 6658 corresponde a um mecircs de chuva para o

preacutedio sendo assim o total economizado pelo preacutedio em 7 meses eacute de

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119890 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 6658 times 7 119898119890119904119890119904 = 119877$ 46606

ldquoPara o caacutelculo do retorno do investimento divide-se o valor investido pela

economia anual com a implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo e reaproveitamento da

aacutegua pluvialrdquo L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental p 16)

Portanto para 7 meses de chuva tem-se o seguinte

119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 =119881119886119897119900119903 119894119899119907119890119904119905119894119889119900

119864119888119900119899119900119898119894119886 (7119898119890119904119890119904)

119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 = 119877$ 1843924

119877$ 58254 + 119877$ 46606

119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 = 119877$ 1843924

119877$ 9446

119877119890119905119900119903119899119900

119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900= 1952 119886119899119900119904

38 ndash Caacutelculos de dimensionamento para um sistema com fluxo

Os caacutelculos apresentados no subitem anterior satildeo relativos a um sistema

o qual natildeo adota a possibilidade de fluxo dentro do reservatoacuterio Quando se

fala em fluxo temos que considerar que ao mesmo tempo em que o preacutedio

utiliza aacutegua do reservatoacuterio de aacutegua pluvial o mesmo vai enchendo com aacutegua

pluvial Portanto haacute um ciclo no qual o preacutedio demanda aacutegua do reservatoacuterio e

o mesmo vai enchendo conforme chove no local

Sabendo que a meacutedia mensal eacute de 1399msup3 eacute preciso multiplicar isso

por 12 para se obter o quanto choveu em 2014 Sendo assim

119879119900119905119886119897 119886119900 119886119899119900 = 1399119898119898 times 12 119898119890119904119890119904

119879119900119905119886119897 119886119900 119886119899119900 = 16788119898119898

Mas como foi visto o periacuteodo chuvoso eacute de 7 meses entatildeo temos

119875119903119890119888119894119901119894119905119886ccedilatilde119900 119901119886119903119886 7 119898119890119904119890119904 = 16788119898119898 divide 7 = 2398119898119898

Com isso eacute necessaacuterio realizar o caacutelculo da meacutedia de captaccedilatildeo de aacutegua

por mecircs para a aacuterea de 1069msup2

119872119890119889119894119886 119889119890 119862119886119901119905119886ccedilatilde119900 = 2398119898119898 times 1069119898sup2

119872eacute119889119894119886 119889119890 119862119886119901119905119886ccedilatilde119900 = 256346119871 119900119906 256346119898sup3

Ao considerar o valor obtido temos que realizar o quanto seria captado

diariamente

119872eacute119889119894119886 119889119894aacute119903119894119886 = 256346119898sup3 divide 30 119889119894119886119904 = 85119898sup3119889119894119886

A partir desses caacutelculos podemos realizar a seguinte comparaccedilatildeo O

preacutedio consome cerca de 78msup3 ao dia de aacutegua para descarga de vasos sanitaacuterios

enquanto a meacutedia diaacuteria de captaccedilatildeo eacute de 85msup3 por conseguinte temos um fluxo

positivo de aacutegua para o reservatoacuterio de 067msup3dia nos dias chuvosos

Se colocarmos um reservatoacuterio de 35msup3 sem nenhuma aacutegua

armazenada poderemos constatar que o reservatoacuterio iria encher por completo em

cerca de 53 dias conforme o caacutelculo a seguir

351198983 = 0671198983 times 119909 119889119894119886119904

119909 119889119894119886119904 = 35119898sup3 divide 067119898sup3 = 5223 119889119894119886119904

Analisando esses dados temos que a partir do 54ordm dia o reservatoacuterio

estaria completamente cheio e no restante dos 156 dias que teriacuteamos de chuva

esses 067msup3 seriam de certa forma desperdiccedilados uma vez que esse fluxo de

067msup3 ao final dos 7 meses gerariam cerca de 1407msup3 enquanto o reservatoacuterio tem

a capacidade de 35msup3 conforme o caacutelculo a seguir

119875119900119905119890119899119888119894119886119897 = 067119898sup3 times 156 119889119894119886119904 = 1045119898sup3

Se considerarmos esse fluxo positivo de 067msup3dia temos que ao final

dos 210 dias (7meses) seria possiacutevel armazenar 1407 msup3 de aacutegua Com um

reservatoacuterio de 35msup3 1057msup3 estariam sendo escoados para fora do reservatoacuterio

Portanto o ideal seria um reservatoacuterio que se aproxime de 1407msup3 para que ao

final dos 7 meses toda aacutegua possiacutevel fosse armazenada no entanto o reservatoacuterio

deveria ser de 145msup3

Devemos considerar ainda que ao final dos 7 meses o reservatoacuterio

estaria cheio no periacuteodo de seca conseguiria abastecer o preacutedio de acordo com a

demanda do preacutedio sendo assim

119880119905119894119897119894119911119886ccedilatilde119900 119899119886 119904119890119888119886 = 119879119900119905119886119897 119889119900 119903119890119904119890119903119907119886119905oacute119903119894119900 divide 119863119890119898119886119899119889119886 119889119894aacute119903119894119886

119880119905119894119897119894119911119886ccedilatilde119900 119899119886 119904119890119888119886 = 1451198983 divide 781198983119889119894119886

119880119905119894119897119894119911119886ccedilatilde119900 119899119886 119904119890119888119886 = 1858 119889119894119886119904

381 ndash Custo de implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo com fluxo em um

preacutedio

Na implantaccedilatildeo desse sistema os materiais utilizados teratildeo como base

as estimativas que foram apresentadas no subitem anterior e para aumentar a

eficiecircncia do sistema o volume de 1400007L seraacute arredondado para

145000L

Devido ao tamanho do reservatoacuterio eacute de se esperar que o reservatoacuterio

natildeo seja instalado em cima do preacutedio uma vez que a estrutura do preacutedio natildeo

conseguiria suportar o peso que o reservatoacuterio faria sobre o telhado

consequentemente o reservatoacuterio deveraacute ser instalado no jardim do preacutedio que

iraacute gerar um custo a mais por conta da escavaccedilatildeo

Os valores de alguns dos materiais apresentados a seguir seguem os

dos apresentados no trabalho de L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental

p 18) apenas o valor da caixa drsquoaacutegua de 10000L foi obtido atraveacutes de

pesquisas em lojas de construccedilatildeo e assim utilizando a de menor valor

conforme a tabela a seguir Segundo o Saneamento de Goiaacutes SA (SANEAGO)

o custo de escavaccedilatildeo eacute calculado a partir do total de msup3 aleacutem de 3m de

profundidade

Tabela 09 Preccedilo dos Produtos do Sistema de Captaccedilatildeo com Fluxo

Observaccedilatildeo Pelo fato desse estudo se tratar de um modelo de implantaccedilatildeo

o custo das tubulaccedilotildees vai variar de acordo com a demanda necessitada pelo

preacutedio portanto podendo variar de acordo com o projeto implantado Para este

estudo seraacute adotado o valor de R$ 7000

Observaccedilatildeo Pelo fato desse trabalho tratar-se de um modelo de

implantaccedilatildeo o custo da energia pode variar de acordo com a demanda necessitada

pelo preacutedio portanto podendo variar de acordo com o uso da bomba Para este

estudo seraacute adotado o valor de R$ 054 que eacute o valor do KwH cobrado pela CEB

Produto Quantidade Valor unitaacuterio (R$) Valor total (R$)

Cx Daacutegua 10000L 14 496090 6945260

Cx Daacutegua 5000L 1 108000 108000

Boacuteia Eleacutetrica 1 2750 2750

Boacuteia Comum 1 1220 1220

Registro de Gaveta

1 3490 3490

Bomba Anauger 1 23000 23000

Filtro 3P VF1 1 22000 22000

Tubulaccedilotildees 7000 7000

Disjuntor 1 1310 1310

Escavaccedilatildeo Msup3 3666 53157

Matildeo de Obra 1 58574 58574

Energia 054 054

Total 13 727154 7704228

382 ndash Caacutelculos de economia e retorno de investimento para um sistema

com fluxo

Partindo dos dados apresentados podemos calcular por apartamento quanto eacute

cobrado pela CAESB a partir dos dados apresentados no capiacutetulo 34

119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119886119901119886119903119905119886119898119890119899119905119900 = 33119901 times 66119871 ~ 217119871

119863119894119886

119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119886119901119886119903119905119886119898119890119899119905119900 119886119900 119898ecirc119904 = 217119871119889119894119886 times 30119863119894119886119904 = 6510119871 119900119906 65101198983

Em que ldquoVTrdquo corresponde ao volume total do preacutedio ldquoVFrdquo ao volume da faixa

que eacute estipulado pela CAESB e ldquoUCrsquosrdquo satildeo as unidades de consumo que eacute correlato

ao nuacutemero de apartamentos existente

Portanto o total a se pagar em um mecircs eacute calculado da seguinte forma

119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 119881119879 times 119879119886119903119894119891119886 119889119890 aacute119892119906119886 + 119879119886119903119894119891119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900

119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 360119898sup3 times 119877$ 265 + 119879119886119903119894119891119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900

119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 954 + 119877$ 954 = 119877$ 1908

Retomando o caacutelculo exposto por L Pereira (Viabilidade

EconocircmicoAmbiental p 15) no subitem anterior temos que o caacutelculo da CAESB

seria feito da seguinte maneira

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119881119886119897119900119903 119889119900 1198983 times 119881119900119897119906119898119890 119888119886119901119905119886119889119900

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 265 times 1451198983

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 38425

Esse caacutelculo eacute equivalente a um mecircs de captaccedilatildeo para os 7 meses

teremos o seguinte

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119890 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 38425 times 7 119898119890119904119890119904 = 119877$ 268975

Conforme foi visto para o caacutelculo da economia de esgoto eacute necessaacuterio

multiplicar o valor do msup3 pelo volume captado e por 08 uma vez que considera-se

20 de perda ou seja para cada 1 litro de aacutegua que chega na residecircncia eacute cobrado

08 litros para o tratamento do esgoto Portanto para um mecircs segue-se

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119881119886119897119900119903 119889119900 1198983 times 119881119900119897119906119898119890 119888119886119901119905119886119889119900 times 08

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900 = 119877$ 265 times 1451198983 times 08

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 3074

ldquoPara o caacutelculo do retorno do investimento divide-se o valor investido pela

economia anual com a implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo e reaproveitamento da

aacutegua pluvialrdquo L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental p 16)

Portanto para 7 meses de chuva tem-se o seguinte

119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 =119881119886119897119900119903 119894119899119907119890119904119905119894119889119900

119864119888119900119899119900119898119894119886 (7119898119890119904119890119904)

119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 = 119877$ 17704228

119877$ 268975 + 119877$ 21518

119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 = 119877$ 7704228

119877$ 484155

119877119890119905119900119903119899119900

119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900= 1591119886119899119900119904

4 ndash Conclusatildeo e Consideraccedilotildees Finais

De acordo com o que foi exposto temos que a implantaccedilatildeo do sistema de

captaccedilatildeo para o aproveitamento de aacuteguas pluviais eacute uma oacutetima alternativa para

substituiccedilatildeo da ldquoaacutegua cinzardquo possibilitando tambeacutem um destino mais correto do

ponto de vista ambiental para a aacutegua que se tornaria esgoto Como eacute de

conhecimento este tipo de meacutetodo eacute utilizado em diversas regiotildees natildeo somente

aquelas que sofrem com escassez de aacutegua

Mesmo sabendo que o Brasil possui um grande potencial hiacutedrico observamos

que uma parcela da populaccedilatildeo natildeo tem consciecircncia quanto ao gasto de aacutegua

gerando um grande desperdiacutecio de forma desnecessaacuteria Portanto partindo de um

pensamento racional um sistema de captaccedilatildeo seria viaacutevel para o aproveitamento da

aacutegua para fins de consumo domeacutestico mais precisamente ldquoaacutegua cinzardquo

Considerando os caacutelculos apresentados a partir da taxa de precipitaccedilatildeo meacutedia

em Brasiacutelia a criaccedilatildeo de um sistema de captaccedilatildeo pluvial predial traz benefiacutecios

econocircmicos e ambientais O projeto torna-se viaacutevel economicamente pois desde

que se faccedila a manutenccedilatildeo de forma adequada do sistema este teraacute uma vida uacutetil

longa e considerando que se obteacutem o retorno do investimento em aproximadamente

16 anos para um sistema com fluxo apoacutes este periacuteodo o sistema passa a ser

lucrativo para o preacutedio que implanta pois o custo eacute dividido no condomiacutenio dentre os

moradores do preacutedio

Analisando do ponto de vista ambiental o desenvolvimento urbano de Brasiacutelia

ocasionou em superfiacutecies impermeaacuteveis dificultando a absorccedilatildeo de aacuteguas pluviais

pelo solo e juntamente com o sistema de redes pluviais e o sistema de drenagem

ultrapassados os alagamentos e enchentes tecircm se tornado constante quando

ocorrem chuvas anormais Com as estimativas feitas neste trabalho eacute possiacutevel que

tais transtornos hiacutedricos urbanos possam ser amenizados a partir da implantaccedilatildeo do

sistema sem que afete o ciclo hidroloacutegico natural Logicamente essa natildeo eacute a

soluccedilatildeo uma vez que ela deve ser apenas um complemento agrave poliacuteticas publicas

poliacuteticas de incentivo entre outras medidas de cunho sustentaacutevel

Em vista disso a implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo e aproveitamento de

aacuteguas pluviais acarretaria em uma significativa melhora ambiental atraveacutes da

substituiccedilatildeo de uma parcela da aacutegua fornecida pela CAESB e possivelmente

mitigando os transtornos hiacutedricos urbanos se aplicado em larga escala

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33 ndash Meacutetodos de Dimensionamento do Reservatoacuterio

Amorim e Pereira (2008 p 54 Soares et al 2000 apud May 2004)

apresentam que existem quatro grupos principais para o dimensionamento do

reservatoacuterio

(a) Meacutetodos determiniacutesticos os dados referentes agrave precipitaccedilatildeo

pluviomeacutetrica e agrave demanda satildeo analisados pela curva de massa

(b) Meacutetodos aproximados baseados em relaccedilotildees empiacutericas

conhecidas

(c) Meacutetodos de modelaccedilatildeo satildeo tambeacutem conhecidos como meacutetodos

de transiccedilatildeo probabiliacutestica da matriz e

(d) Meacutetodos de anaacutelise de sistemas sendo linear natildeo linear ou

programaccedilatildeo dinacircmica

Dentro desses grupos de dimensionamento temos os diversos meacutetodos

meacutetodo de Rippl que consiste na determinaccedilatildeo do volume com base na aacuterea

de captaccedilatildeo que eacute subdivido em meacutetodo analiacutetico e meacutetodo graacutefico meacutetodo de

consideraccedilatildeo dos periacuteodos de dias consecutivos sem chuva que necessita da

observaccedilatildeo dos registros pluviomeacutetricos para identificar os maiores periacuteodos de

dias consecutivos sem chuvas e sua taxa de repeticcedilatildeo meacutetodo de anaacutelise de

simulaccedilatildeo de um reservatoacuterio com capacidade suposta que consiste

basicamente na fixaccedilatildeo de um volume para o reservatoacuterio e na verificaccedilatildeo do

percentual de consumo que seraacute atendido meacutetodo praacutetico brasileiro meacutetodo

praacutetico alematildeo meacutetodo praacutetico inglecircs e o meacutetodo praacutetico australiano (Amorim

e Pereira 2008 p 55-58)

34 ndash Anaacutelise de caso para um preacutedio da Superquadra 111 Norte

A partir dos dados jaacute apresentados temos que o objeto de estudo eacute um

preacutedio residencial localizado na Superquadra 111 Norte que possui uma aacuterea

de projeccedilatildeo de 1069msup2 com seis (6) pavimentos constituindo uma aacuterea

construiacuteda de 6414msup2 apresentando seis (6) apartamentos por pavimento e

consequentemente trinta e seis (36) apartamentos no total (Brino Brasiacutelia

Superquadras Residenciais) O preacutedio conteacutem 33 habitantes por apartamento

(IBGE 2010) que consomem em meacutedia cerca de 190 litros de aacuteguadia

resultando em um consumo mensal de aproximadamente 6msup3 por pessoa

(CAESB) mas como a aacutegua captada da chuva seraacute utilizada apenas para

suprir a demanda de aacutegua cinza temos 66 litros para descarga de vasos

sanitaacuterios

Temos entatildeo que a demanda por aacutegua por habitante nesse edifiacutecio eacute

dada por

119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119898119900119903119886119889119900119903 = 66119871 = 66119871119863119894119886

119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119886119901119886119903119905119886119898119890119899119905119900 = 33119901 times 66119871 ~ 217 119871119863119894119886

119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119901119903eacute119889119894119900 = (33119901 times 66119871) times 36 ~ 7840119871119863119894119886

119863119890119898119886119899119889119886 119898119890119899119904119886119897 119901119900119903 119901119903eacute119889119894119900 =7840119871

119889119894119886times 30119863119894119886119904 = 235224119871

Legenda L = Litros p = Pessoas

Para facilitar nos caacutelculos ao aplica-los para o reservatoacuterio e para o

sistema de captaccedilatildeo eacute necessaacuterio realizar a conversatildeo de litros para msup3

(metros cuacutebicos) Sendo assim 66L = 0066msup3 217L = 0217msup3 7840L =

7840msup3 e 235224L = 235224msup3

Seraacute utilizado o ano de 2014 para os dados de precipitaccedilatildeo da estaccedilatildeo

meteoroloacutegica de Brasiacutelia localizada na Latitude (ordm) -158 Longitude (ordm)-479

fornecidos pela professora Rafaela Lisboa durante o periacuteodo chuvoso O ano

de 2014 apresenta registros jornaliacutesticos de alagamento nos meses de

Fevereiro com precipitaccedilatildeo de 1392 msup3 Marccedilo com precipitaccedilatildeo de 3402msup3

e Dezembro com precipitaccedilatildeo de 3667msup3 Importante ressaltar que o setor

Noroeste de Brasiacutelia foi construiacutedo em 2011 (site G1) o que aumentou a aacuterea

de solo impermeabilizado e a reduccedilatildeo no escoamento superficial da aacutegua

ocasionando em um aumento nas enchentes e alagamentos na Asa Norte

Segundo Amorim e Pereira (2008 p57) um dos meacutetodos a ser utilizado

para poder saber o volume de aacutegua aproveitaacutevel e consequentemente o

volume de aacutegua do reservatoacuterio Trata-se de um meacutetodo empiacuterico apresentado

na NBR 155272007 O volume de aacutegua do reservatoacuterio V expresso em L eacute

exposto a seguir

119872eacute119905119900119889119900 119875119903aacute119905119894119888119900 119861119903119886119904119894119897119890119894119903119900

119881 = 0042 times 119875 times 119860 times 119879

Em que ldquoVrdquo representa o volume de aacutegua aproveitaacutevel e o volume de

aacutegua do reservatoacuterio (L) ldquoPrdquo a precipitaccedilatildeo meacutedia mensal (mm) ldquoArdquo a aacuterea de

coleta em projeccedilatildeo ldquoTrdquo nuacutemero de meses de pouca chuva ou seca e ldquo0042rdquo eacute

um coeficiente estipulado

Portanto segundo Fontanela (2010 p 25) para estipular o volume do

reservatoacuterio temos que calcular 42 do produto entre o volume de chuva

coletada pelo telhado e o nuacutemero de meses com pouca chuva ou seca

Atribuindo valores do ano de 2014 temos que

119881 = 0042 times 1399119898119898 times 1069 times 5

119881~ 31406119871 119900119906 31406119898sup3

Ressaltando que esse valor obtido eacute uma estimativa do tamanho do

reservatoacuterio e que pode haver um reservatoacuterio de maior capacidade

De forma comparativa eacute de bom senso que se faccedila outro caacutelculo com um

meacutetodo alternativo

Amorim e Pereira (2008 p56) expotildeem que existe um meacutetodo de anaacutelise

de simulaccedilatildeo do reservatoacuterio com capacidade suposta o qual consiste

basicamente na fixaccedilatildeo de um volume para o reservatoacuterio e na verificaccedilatildeo de

consumo que seraacute atendido Sendo assim ldquoo primeiro passo para a aplicaccedilatildeo

desse meacutetodo eacute adotar alguns valores possiacuteveis para o volume com base na

estimativa do consumo mensal de aacutegua natildeo potaacutevelrdquo (Amorim e Pereira 2008

p57) Portanto partindo do ponto que o preacutedio consome cerca de 235000L

devemos calcular uma base que possa ser favoraacutevel economicamente

119872eacute119905119900119889119900 119889119890 119878119894119898119906119897119886ccedilatilde119900 119889119900 119877119890119904119890119903119907119886119905oacute119903119894119900

235224119871 rarr 100

119881 rarr 30

119881 ~ 70000119871 119900119906 70119898sup3

Tambeacutem haacute outra alternativa apresentada por L Pereira (Viabilidade

EconocircmicoAmbiental p 18)

119881119886119888 = 119860119879 times 119875119875119872119860 lowast

119881119886119888 = 1069119898sup2 times 1399119898sup3 = 1495531119898sup3119886119899119900

Equaccedilatildeo a qual ldquoVacrdquo corresponde ao volume de aacutegua captado ldquoATrdquo

aacuterea do telhado e ldquoPPMArdquo eacute a precipitaccedilatildeo pluviomeacutetrica meacutedia mensal

Poreacutem o resultado obtido eacute para os 12 meses do ano e como foi visto no

ano de 2014 temos 7 meses com chuva portanto

119881119886119888 =119879119900119905119886119897

1198983

1198861198991199007 119898119890119904119890119904

lowast

119881119886119888 =1495531119898sup3119886119899119900

7= 21364119898sup3 119900119906 213640119871

dados somente seriam vaacutelidos se a precipitaccedilatildeo fosse uniforme durante os 7 meses de chuva

341 ndash Anaacutelise de caso para a Superquadra 111 Norte

Retomando a tabela 02 temos que a quadra apresenta 11 preacutedios

aproximadamente que variam o nuacutemero de apartamentos por pavimentos e

consequentemente o nuacutemero de moradores mas os edifiacutecios continuam tendo

uma aacuterea de 1069msup2 gerando um uma aacuterea total de 70554msup2 mas teremos

como base os caacutelculos feitos para o preacutedio selecionado no item 34

Realizando um caacutelculo baacutesico tem-se como estimativa de

armazenamento para esta quadra o seguinte

119872eacute119905119900119889119900 119875119903aacute119905119894119888119900 119861119903119886119904119894119897119890119894119903119900

119881~ 31406119871 119900119906 314061198983

11 119875119903eacute119889119894119900119904 times 31406119871 = 345466119871 119900119906 345466119898sup3

119872eacute119905119900119889119900 119889119890 119878119894119898119906119897119886ccedilatilde119900 119889119900 119877119890119904119890119903119907119886119905oacute119903119894119900

119881 ~ 70000119871 119900119906 701198983

11 119875119903eacute119889119894119900119904 times 70000119871 = 770000

119881119900119897119906119898119890 119889119890 aacute119892119906119886 119888119886119901119905119886119889119900 lowast

119881119886119888 = 213641198983119900119906 213640119871

11 119875119903eacute119889119894119900119904 times 213640119871 = 2350040119871 119900119906 235004119898sup3

dados somente seriam vaacutelidos se a precipitaccedilatildeo fosse uniforme durante os 7 meses de chuva

119863119890119898119886119899119889119886 119905119900119905119886119897 119889119886 119902119906119886119889119903119886 119888119900119898 119889119890119904119888119886119903119892119886 119889119890 119887119886119899ℎ119890119894119903119900

11 119875119903eacute119889119894119900119904 times 235224119871 = 2587464119871 119900119906 2587464119898sup3

Segundo Brino (Brasiacutelia Superquadras Residenciais) temos que as

dimensotildees maacuteximas de uma superquadra satildeo de 280x280m resultando numa

aacuterea de 78400msup2 que eacute denominado de Aacuterea Total (AT) A partir disso foi

definido que deveria existir uma faixa externa de 20m denominada de non

aedificandi que foi destinada ao plantio de uma ldquomassa vegetalrdquo de grande

porte e no interior da quadra encontra-se a aacuterea aedificandi a qual possui

240x240m e uma aacuterea de 57600msup2 Realizando uma subtraccedilatildeo da Aacuterea total

pela Aacuterea aedificandi obtecircm-se que a aacuterea non aedificandi eacute de 20800msup2 que

corresponde a 265 da aacuterea total

Com base nessas informaccedilotildees eacute necessaacuterio atentar-se ao detalhe de

que uma parte da precipitaccedilatildeo cai no solo e outra parte nos telhados dos

preacutedios Sendo assim parte da chuva pode ser aproveitada pelo sistema de

captaccedilatildeo enquanto outra parte chega ao solo sem uma interferecircncia direta no

ciclo hidroloacutegico

35 ndash Funcionamento do sistema de captaccedilatildeo

Eacute importante frisar que o sistema de aproveitamento de aacuteguas pluviais eacute

regido pela norma NBR 15527 (Associaccedilatildeo Brasileira de Normas Teacutecnicas

2007) norma a qual faz algumas consideraccedilotildees importantes para implantaccedilatildeo

e correto funcionamento do sistema de captaccedilatildeo Alguns destes satildeo

435 ndash O volume dos reservatoacuterios deve ser dimensionado com

base em criteacuterios teacutecnicos econocircmicos e ambientais levando em

conta as boas praacuteticas da engenharia podendo a criteacuterio do

projetista ser utilizados os meacutetodos contidos no Anexo A ou

outro desde que devidamente justificado

Item 436 ndash Os reservatoacuterios devem ser limpos e desinfetados

com soluccedilatildeo de hipoclorito de soacutedio no miacutenimo uma vez por ano

de acordo com agrave ABNT NBR 5626

Item 442 ndash As tubulaccedilotildees e demais componentes devem ser

claramente diferenciados das tubulaccedilotildees de aacutegua potaacutevel

Item 443 ndash O sistema de distribuiccedilatildeo de chuva deve ser

independente do sistema de aacutegua potaacutevel natildeo permitindo a

conexatildeo cruzada de acordo com agrave ABNT NBR 5626

Item 444 ndash Os pontos de consumo como por exemplo uma

torneira de jardim devem ser de uso restrito e identificados com

placa de advertecircncia com a seguinte inscriccedilatildeo ldquoaacutegua natildeo potaacutevelrdquo

e identificaccedilatildeo graacutefica

Item 445 ndash Os reservatoacuterios de aacutegua de distribuiccedilatildeo de aacutegua

potaacutevel e de aacutegua da chuva devem ser separados

Item 461 ndash Quando necessaacuterio o bombeamento este deve

atender agrave ABNT NBR 12214

Deve-se realizar manutenccedilatildeo em todo o sistema de

aproveitamento de aacutegua de chuva

Para maiores esclarecimentos ldquoo funcionamento de um sistema de

coleta e aproveitamento de aacutegua pluvial consiste de maneira geral na captaccedilatildeo

da aacutegua da chuva que cai sobre os telhados ou lajes da edificaccedilatildeo A aacutegua eacute

conduzida ateacute o local de armazenamento atraveacutes de calhas condutores

horizontais e verticais passando por equipamentos de filtragem e descarte de

impurezas Apoacutes passar pelo filtro a aacutegua eacute armazenada geralmente em

reservatoacuterio enterrado (cisterna) e bombeada a um segundo reservatoacuterio

(elevado) do qual as tubulaccedilotildees especiacuteficas de aacutegua pluvial iratildeo distribuiacute-la

para o consumo natildeo potaacutevelrdquo (Carvalho 2010 p 27 e 28) Conforme ilustra a

imagem a seguir

Figura 02 Funcionamento de um Sistema de Captaccedilatildeo

Fonte Adatildeo D Padini (2013)

De forma mais simplificada podemos ver a representaccedilatildeo no fluxograma

a seguir

Figura 03 Fluxograma do Sistema de Captaccedilatildeo

Fonte Leandro Roncato Pereira

351 ndash Dificuldades para implantaccedilatildeo do sistema

Tal sistema apresenta como dificuldade o local onde seriam instaladas

as cisternas uma vez que geraria um peso sobre o telhado Dessa forma o

sistema seria instalado no jardim cobrando um custo adicional

352 ndash Custo de implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo fechado em um

preacutedio

Na implantaccedilatildeo desse sistema os materiais utilizados teratildeo como base o

meacutetodo praacutetico brasileiro e para aumentar a eficiecircncia do sistema o volume de

31406L seraacute arredondado para 35000L

Os valores de alguns dos materiais apresentados a seguir seguem os

dos apresentados no trabalho de L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental

p 18) apenas o valor da caixa drsquoaacutegua de 10000L foi obtido atraveacutes de

pesquisas em lojas de construccedilatildeo e assim utilizando a de menor valor

Tambeacutem devemos considerar que a bomba consome energia ao bombear aacutegua

para o preacutedio (CEB) portanto os valores seguem conforme a tabela a seguir

Tabela 06 Preccedilo dos Produtos do Sistema de Captaccedilatildeo sem Fluxo

Produto Quantidade Valor unitaacuterio (R$) Valor total (R$)

Cx Daacutegua 10000L 3 496090 1488270

Cx Daacutegua 5000L 1 108000 108000

Boacuteia Eleacutetrica 1 2750 2750

Boacuteia Comum 1 1220 1220

Registro de Gaveta

1 3490 3490

Bomba Anauger 1 23000 23000

Filtro 3P VF1 1 22000 22000

Tubulaccedilotildees 7000 7000

Disjuntor 1 1310 1310

Escavaccedilatildeo Msup3 3666 128310

Matildeo de Obra 1 58574 58574

Energia 054 054

Total 13 727154 1843978

Observaccedilatildeo Pelo fato desse estudo se tratar de um modelo de implantaccedilatildeo

o custo das tubulaccedilotildees vai variar de acordo com a demanda necessitada pelo

preacutedio portanto podendo variar de acordo com o projeto implantado Para este

estudo seraacute adotado o valor de R$ 7000

Observaccedilatildeo Pelo fato desse trabalho tratar-se de um modelo de

implantaccedilatildeo o custo da energia pode variar de acordo com a demanda necessitada

pelo preacutedio portanto podendo variar de acordo com o uso da bomba Para este

estudo seraacute adotado o valor de R$ 054 que eacute o valor do KwH cobrado pela CEB

Segundo Saravy (2010 p 46) haacute tambeacutem um custo para manutenccedilatildeo do

sistema conforme a tabela a seguir

Tabela 07 Preccedilo de Manutenccedilatildeo do Sistema de Captaccedilatildeo

Com esses dados podemos ver o valor total final a ser pago pelo

sistema de captaccedilatildeo que eacute de R$ 1889978

36 ndash Taxas e valores cobrados para utilizaccedilatildeo de aacutegua

Segundo a Companhia de Saneamento Ambiental do Distrito Federal (CAESB)

quando vaacuterias residecircncias satildeo atendidas por uma uacutenica ligaccedilatildeo de aacutegua eacute aplicado o

conceito de consumo ldquoPara exemplificar podemos citar um preacutedio residencial onde

cada apartamento corresponde a uma unidade de consumordquo (CAESB) Contudo o

caacutelculo de gastos seraacute realizado primeiro em um apartamento e posteriormente

multiplicado pelo total de apartamentos do preacutedio uma vez que os preacutedios

residecircncias da Asa Norte pagam a conta de aacutegua atraveacutes do condomiacutenio O preacutedio

Componente Frequecircncia da Manutenccedilatildeo

Custo da Manutenccedilatildeo

Calhas e Condutores

Semestral R$ 13000

Reservatoacuterio Limpeza e

Desinfecccedilatildeo Anual

R$ 20000

desse estudo apresenta um hidrocircmetro que mede o consumo de aacutegua para o todo o

preacutedio

Eacute de suma importacircncia destacar tambeacutem que haacute uma taxa de esgoto que eacute

cobrada pela CAESB consequentemente ldquoo valor da tarifa de esgotos corresponde

a 100 do valor da tarifa de aacutegua exceto quando se tratar de coleta do tipo

condominial que equivale a 60 do valor da tarifa de aacuteguardquo (CAESB)

Deste modo a CAESB utiliza tarifas para diversas categorias de moradia e

comeacutercio e neste estudo seraacute aplicada a tarifa de ldquoresidencial normalrdquo em

concordacircncia com a tabela a seguir

Tabela 08 Valor da Tarifa Cobrado pela CAESB

Para melhor compreensatildeo do caacutelculo que a CAESB faz temos uma conta do

condomiacutenio do preacutedio da Superquadra 111 Norte

Figura 04 Conta Discriminada do Condomiacutenio

Fonte Condomiacutenio do Preacutedio

O caacutelculo feito pela CAESB consiste primeiramente em saber a demanda de

aacutegua gasta em metros cuacutebicos por Unidade de Consumo ndash apartamento ndash para

saber qual faixa ldquomsup3rdquo eacute aplicada Apoacutes saber qual a faixa ldquomsup3rdquo que se enquadra eacute

atribuiacutedo o volume por UC (em msup3) em sequecircncia multiplica-se o volume por UC ou

volume da faixa pelo nuacutemero de UCrsquos correspondente para se obter o volume total

gasto (em msup3) Tendo o volume total gasto basta multiplicar pelo preccedilo corresponde

agrave faixa a qual se encaixa o consumo e assim obtendo o valor total a pagar A partir

do momento que se tem o valor total a pagar eacute necessaacuterio acrescer 100 do valor

para cobrir a tarifa de esgoto conforme a figura

Partindo desses dados podemos calcular por apartamento quanto eacute cobrado

pela CAESB a partir dos dados apresentados no capiacutetulo 34

119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119886119901119886119903119905119886119898119890119899119905119900 = 33119901 times 66119871 ~ 217119871

119863119894119886

119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119886119901119886119903119905119886119898119890119899119905119900 119886119900 119898ecirc119904 = 217119871119889119894119886 times 30119863119894119886119904 = 6510119871 119900119906 65101198983

Com base nesses dados temos que calcular o volume total de descarga em

sanitaacuterios que o preacutedio consome com a seguinte foacutermula

119881119879 = 119881119865 times 119873ordm 119889119890 119880119862prime119904

119881119879 = 10119898sup3 times 36 = 360119898sup3

Em que ldquoVTrdquo corresponde ao volume total do preacutedio ldquoVFrdquo ao volume da faixa

que eacute estipulado pela CAESB e ldquoUCrsquosrdquo satildeo as unidades de consumo que eacute correlato

ao nuacutemero de apartamentos existente

Portanto o total a se pagar em um mecircs eacute calculado da seguinte forma

119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 119881119879 times 119879119886119903119894119891119886 119889119890 aacute119892119906119886 + 119879119886119903119894119891119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900

119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 360119898sup3 times 119877$ 265 + 119879119886119903119894119891119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900

119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 954 + 119877$ 954 = 119877$ 1908

Em 7 meses seriam pagos em descarga

119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 1908 times 7 119872119890119904119890119904 = 119877$ 13356

37 ndash Caacutelculos de economia e retorno de investimento para um sistema

fechado

Conforme exposto por L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental p 15)

ldquopara o caacutelculo da economia da taxa de aacutegua multiplica-se o valor do msup3 (valor

cobrado por msup3 do responsaacutevel pelo fornecimento de aacutegua na cidade []) pelo

volume captado e entatildeo obtecircm-se o valor economizado por ano na taxa de aacuteguardquo

Recapitulando que para esse estudo seraacute utilizado o meacutetodo praacutetico brasieliro

devido aos meses de seca ou pouca chuva

Sendo assim

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119881119886119897119900119903 119889119900 1198983 times 119881119900119897119906119898119890 119888119886119901119905119886119889119900

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 265 times 314061198983

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 8322

Essa economia de R$ 8322 eacute para um mecircs de chuva para o preacutedio todo

sendo assim para os 7 meses de chuva tem-se

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119890 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 8322 times 7 119898119890119904119890119904 = 119877$ 58254

Ainda segundo L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental p 16) para o

caacutelculo da economia referente ao esgoto eacute necessaacuterio multiplicar o valor do msup3 pelo

volume captado e por 08 uma vez que considera-se 20 de perda ou seja para

cada 1 litro de aacutegua que chega na residecircncia eacute cobrado 08 litros para o tratamento

do esgoto

Portanto tem-se

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119881119886119897119900119903 119889119900 1198983 times 119881119900119897119906119898119890 119888119886119901119905119886119889119900 times 08

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900 = 119877$ 265 times 314061198983 times 08

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 6658

Esse valor encontrado de R$ 6658 corresponde a um mecircs de chuva para o

preacutedio sendo assim o total economizado pelo preacutedio em 7 meses eacute de

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119890 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 6658 times 7 119898119890119904119890119904 = 119877$ 46606

ldquoPara o caacutelculo do retorno do investimento divide-se o valor investido pela

economia anual com a implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo e reaproveitamento da

aacutegua pluvialrdquo L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental p 16)

Portanto para 7 meses de chuva tem-se o seguinte

119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 =119881119886119897119900119903 119894119899119907119890119904119905119894119889119900

119864119888119900119899119900119898119894119886 (7119898119890119904119890119904)

119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 = 119877$ 1843924

119877$ 58254 + 119877$ 46606

119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 = 119877$ 1843924

119877$ 9446

119877119890119905119900119903119899119900

119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900= 1952 119886119899119900119904

38 ndash Caacutelculos de dimensionamento para um sistema com fluxo

Os caacutelculos apresentados no subitem anterior satildeo relativos a um sistema

o qual natildeo adota a possibilidade de fluxo dentro do reservatoacuterio Quando se

fala em fluxo temos que considerar que ao mesmo tempo em que o preacutedio

utiliza aacutegua do reservatoacuterio de aacutegua pluvial o mesmo vai enchendo com aacutegua

pluvial Portanto haacute um ciclo no qual o preacutedio demanda aacutegua do reservatoacuterio e

o mesmo vai enchendo conforme chove no local

Sabendo que a meacutedia mensal eacute de 1399msup3 eacute preciso multiplicar isso

por 12 para se obter o quanto choveu em 2014 Sendo assim

119879119900119905119886119897 119886119900 119886119899119900 = 1399119898119898 times 12 119898119890119904119890119904

119879119900119905119886119897 119886119900 119886119899119900 = 16788119898119898

Mas como foi visto o periacuteodo chuvoso eacute de 7 meses entatildeo temos

119875119903119890119888119894119901119894119905119886ccedilatilde119900 119901119886119903119886 7 119898119890119904119890119904 = 16788119898119898 divide 7 = 2398119898119898

Com isso eacute necessaacuterio realizar o caacutelculo da meacutedia de captaccedilatildeo de aacutegua

por mecircs para a aacuterea de 1069msup2

119872119890119889119894119886 119889119890 119862119886119901119905119886ccedilatilde119900 = 2398119898119898 times 1069119898sup2

119872eacute119889119894119886 119889119890 119862119886119901119905119886ccedilatilde119900 = 256346119871 119900119906 256346119898sup3

Ao considerar o valor obtido temos que realizar o quanto seria captado

diariamente

119872eacute119889119894119886 119889119894aacute119903119894119886 = 256346119898sup3 divide 30 119889119894119886119904 = 85119898sup3119889119894119886

A partir desses caacutelculos podemos realizar a seguinte comparaccedilatildeo O

preacutedio consome cerca de 78msup3 ao dia de aacutegua para descarga de vasos sanitaacuterios

enquanto a meacutedia diaacuteria de captaccedilatildeo eacute de 85msup3 por conseguinte temos um fluxo

positivo de aacutegua para o reservatoacuterio de 067msup3dia nos dias chuvosos

Se colocarmos um reservatoacuterio de 35msup3 sem nenhuma aacutegua

armazenada poderemos constatar que o reservatoacuterio iria encher por completo em

cerca de 53 dias conforme o caacutelculo a seguir

351198983 = 0671198983 times 119909 119889119894119886119904

119909 119889119894119886119904 = 35119898sup3 divide 067119898sup3 = 5223 119889119894119886119904

Analisando esses dados temos que a partir do 54ordm dia o reservatoacuterio

estaria completamente cheio e no restante dos 156 dias que teriacuteamos de chuva

esses 067msup3 seriam de certa forma desperdiccedilados uma vez que esse fluxo de

067msup3 ao final dos 7 meses gerariam cerca de 1407msup3 enquanto o reservatoacuterio tem

a capacidade de 35msup3 conforme o caacutelculo a seguir

119875119900119905119890119899119888119894119886119897 = 067119898sup3 times 156 119889119894119886119904 = 1045119898sup3

Se considerarmos esse fluxo positivo de 067msup3dia temos que ao final

dos 210 dias (7meses) seria possiacutevel armazenar 1407 msup3 de aacutegua Com um

reservatoacuterio de 35msup3 1057msup3 estariam sendo escoados para fora do reservatoacuterio

Portanto o ideal seria um reservatoacuterio que se aproxime de 1407msup3 para que ao

final dos 7 meses toda aacutegua possiacutevel fosse armazenada no entanto o reservatoacuterio

deveria ser de 145msup3

Devemos considerar ainda que ao final dos 7 meses o reservatoacuterio

estaria cheio no periacuteodo de seca conseguiria abastecer o preacutedio de acordo com a

demanda do preacutedio sendo assim

119880119905119894119897119894119911119886ccedilatilde119900 119899119886 119904119890119888119886 = 119879119900119905119886119897 119889119900 119903119890119904119890119903119907119886119905oacute119903119894119900 divide 119863119890119898119886119899119889119886 119889119894aacute119903119894119886

119880119905119894119897119894119911119886ccedilatilde119900 119899119886 119904119890119888119886 = 1451198983 divide 781198983119889119894119886

119880119905119894119897119894119911119886ccedilatilde119900 119899119886 119904119890119888119886 = 1858 119889119894119886119904

381 ndash Custo de implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo com fluxo em um

preacutedio

Na implantaccedilatildeo desse sistema os materiais utilizados teratildeo como base

as estimativas que foram apresentadas no subitem anterior e para aumentar a

eficiecircncia do sistema o volume de 1400007L seraacute arredondado para

145000L

Devido ao tamanho do reservatoacuterio eacute de se esperar que o reservatoacuterio

natildeo seja instalado em cima do preacutedio uma vez que a estrutura do preacutedio natildeo

conseguiria suportar o peso que o reservatoacuterio faria sobre o telhado

consequentemente o reservatoacuterio deveraacute ser instalado no jardim do preacutedio que

iraacute gerar um custo a mais por conta da escavaccedilatildeo

Os valores de alguns dos materiais apresentados a seguir seguem os

dos apresentados no trabalho de L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental

p 18) apenas o valor da caixa drsquoaacutegua de 10000L foi obtido atraveacutes de

pesquisas em lojas de construccedilatildeo e assim utilizando a de menor valor

conforme a tabela a seguir Segundo o Saneamento de Goiaacutes SA (SANEAGO)

o custo de escavaccedilatildeo eacute calculado a partir do total de msup3 aleacutem de 3m de

profundidade

Tabela 09 Preccedilo dos Produtos do Sistema de Captaccedilatildeo com Fluxo

Observaccedilatildeo Pelo fato desse estudo se tratar de um modelo de implantaccedilatildeo

o custo das tubulaccedilotildees vai variar de acordo com a demanda necessitada pelo

preacutedio portanto podendo variar de acordo com o projeto implantado Para este

estudo seraacute adotado o valor de R$ 7000

Observaccedilatildeo Pelo fato desse trabalho tratar-se de um modelo de

implantaccedilatildeo o custo da energia pode variar de acordo com a demanda necessitada

pelo preacutedio portanto podendo variar de acordo com o uso da bomba Para este

estudo seraacute adotado o valor de R$ 054 que eacute o valor do KwH cobrado pela CEB

Produto Quantidade Valor unitaacuterio (R$) Valor total (R$)

Cx Daacutegua 10000L 14 496090 6945260

Cx Daacutegua 5000L 1 108000 108000

Boacuteia Eleacutetrica 1 2750 2750

Boacuteia Comum 1 1220 1220

Registro de Gaveta

1 3490 3490

Bomba Anauger 1 23000 23000

Filtro 3P VF1 1 22000 22000

Tubulaccedilotildees 7000 7000

Disjuntor 1 1310 1310

Escavaccedilatildeo Msup3 3666 53157

Matildeo de Obra 1 58574 58574

Energia 054 054

Total 13 727154 7704228

382 ndash Caacutelculos de economia e retorno de investimento para um sistema

com fluxo

Partindo dos dados apresentados podemos calcular por apartamento quanto eacute

cobrado pela CAESB a partir dos dados apresentados no capiacutetulo 34

119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119886119901119886119903119905119886119898119890119899119905119900 = 33119901 times 66119871 ~ 217119871

119863119894119886

119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119886119901119886119903119905119886119898119890119899119905119900 119886119900 119898ecirc119904 = 217119871119889119894119886 times 30119863119894119886119904 = 6510119871 119900119906 65101198983

Em que ldquoVTrdquo corresponde ao volume total do preacutedio ldquoVFrdquo ao volume da faixa

que eacute estipulado pela CAESB e ldquoUCrsquosrdquo satildeo as unidades de consumo que eacute correlato

ao nuacutemero de apartamentos existente

Portanto o total a se pagar em um mecircs eacute calculado da seguinte forma

119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 119881119879 times 119879119886119903119894119891119886 119889119890 aacute119892119906119886 + 119879119886119903119894119891119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900

119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 360119898sup3 times 119877$ 265 + 119879119886119903119894119891119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900

119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 954 + 119877$ 954 = 119877$ 1908

Retomando o caacutelculo exposto por L Pereira (Viabilidade

EconocircmicoAmbiental p 15) no subitem anterior temos que o caacutelculo da CAESB

seria feito da seguinte maneira

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119881119886119897119900119903 119889119900 1198983 times 119881119900119897119906119898119890 119888119886119901119905119886119889119900

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 265 times 1451198983

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 38425

Esse caacutelculo eacute equivalente a um mecircs de captaccedilatildeo para os 7 meses

teremos o seguinte

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119890 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 38425 times 7 119898119890119904119890119904 = 119877$ 268975

Conforme foi visto para o caacutelculo da economia de esgoto eacute necessaacuterio

multiplicar o valor do msup3 pelo volume captado e por 08 uma vez que considera-se

20 de perda ou seja para cada 1 litro de aacutegua que chega na residecircncia eacute cobrado

08 litros para o tratamento do esgoto Portanto para um mecircs segue-se

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119881119886119897119900119903 119889119900 1198983 times 119881119900119897119906119898119890 119888119886119901119905119886119889119900 times 08

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900 = 119877$ 265 times 1451198983 times 08

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 3074

ldquoPara o caacutelculo do retorno do investimento divide-se o valor investido pela

economia anual com a implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo e reaproveitamento da

aacutegua pluvialrdquo L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental p 16)

Portanto para 7 meses de chuva tem-se o seguinte

119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 =119881119886119897119900119903 119894119899119907119890119904119905119894119889119900

119864119888119900119899119900119898119894119886 (7119898119890119904119890119904)

119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 = 119877$ 17704228

119877$ 268975 + 119877$ 21518

119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 = 119877$ 7704228

119877$ 484155

119877119890119905119900119903119899119900

119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900= 1591119886119899119900119904

4 ndash Conclusatildeo e Consideraccedilotildees Finais

De acordo com o que foi exposto temos que a implantaccedilatildeo do sistema de

captaccedilatildeo para o aproveitamento de aacuteguas pluviais eacute uma oacutetima alternativa para

substituiccedilatildeo da ldquoaacutegua cinzardquo possibilitando tambeacutem um destino mais correto do

ponto de vista ambiental para a aacutegua que se tornaria esgoto Como eacute de

conhecimento este tipo de meacutetodo eacute utilizado em diversas regiotildees natildeo somente

aquelas que sofrem com escassez de aacutegua

Mesmo sabendo que o Brasil possui um grande potencial hiacutedrico observamos

que uma parcela da populaccedilatildeo natildeo tem consciecircncia quanto ao gasto de aacutegua

gerando um grande desperdiacutecio de forma desnecessaacuteria Portanto partindo de um

pensamento racional um sistema de captaccedilatildeo seria viaacutevel para o aproveitamento da

aacutegua para fins de consumo domeacutestico mais precisamente ldquoaacutegua cinzardquo

Considerando os caacutelculos apresentados a partir da taxa de precipitaccedilatildeo meacutedia

em Brasiacutelia a criaccedilatildeo de um sistema de captaccedilatildeo pluvial predial traz benefiacutecios

econocircmicos e ambientais O projeto torna-se viaacutevel economicamente pois desde

que se faccedila a manutenccedilatildeo de forma adequada do sistema este teraacute uma vida uacutetil

longa e considerando que se obteacutem o retorno do investimento em aproximadamente

16 anos para um sistema com fluxo apoacutes este periacuteodo o sistema passa a ser

lucrativo para o preacutedio que implanta pois o custo eacute dividido no condomiacutenio dentre os

moradores do preacutedio

Analisando do ponto de vista ambiental o desenvolvimento urbano de Brasiacutelia

ocasionou em superfiacutecies impermeaacuteveis dificultando a absorccedilatildeo de aacuteguas pluviais

pelo solo e juntamente com o sistema de redes pluviais e o sistema de drenagem

ultrapassados os alagamentos e enchentes tecircm se tornado constante quando

ocorrem chuvas anormais Com as estimativas feitas neste trabalho eacute possiacutevel que

tais transtornos hiacutedricos urbanos possam ser amenizados a partir da implantaccedilatildeo do

sistema sem que afete o ciclo hidroloacutegico natural Logicamente essa natildeo eacute a

soluccedilatildeo uma vez que ela deve ser apenas um complemento agrave poliacuteticas publicas

poliacuteticas de incentivo entre outras medidas de cunho sustentaacutevel

Em vista disso a implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo e aproveitamento de

aacuteguas pluviais acarretaria em uma significativa melhora ambiental atraveacutes da

substituiccedilatildeo de uma parcela da aacutegua fornecida pela CAESB e possivelmente

mitigando os transtornos hiacutedricos urbanos se aplicado em larga escala

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(CAESB) mas como a aacutegua captada da chuva seraacute utilizada apenas para

suprir a demanda de aacutegua cinza temos 66 litros para descarga de vasos

sanitaacuterios

Temos entatildeo que a demanda por aacutegua por habitante nesse edifiacutecio eacute

dada por

119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119898119900119903119886119889119900119903 = 66119871 = 66119871119863119894119886

119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119886119901119886119903119905119886119898119890119899119905119900 = 33119901 times 66119871 ~ 217 119871119863119894119886

119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119901119903eacute119889119894119900 = (33119901 times 66119871) times 36 ~ 7840119871119863119894119886

119863119890119898119886119899119889119886 119898119890119899119904119886119897 119901119900119903 119901119903eacute119889119894119900 =7840119871

119889119894119886times 30119863119894119886119904 = 235224119871

Legenda L = Litros p = Pessoas

Para facilitar nos caacutelculos ao aplica-los para o reservatoacuterio e para o

sistema de captaccedilatildeo eacute necessaacuterio realizar a conversatildeo de litros para msup3

(metros cuacutebicos) Sendo assim 66L = 0066msup3 217L = 0217msup3 7840L =

7840msup3 e 235224L = 235224msup3

Seraacute utilizado o ano de 2014 para os dados de precipitaccedilatildeo da estaccedilatildeo

meteoroloacutegica de Brasiacutelia localizada na Latitude (ordm) -158 Longitude (ordm)-479

fornecidos pela professora Rafaela Lisboa durante o periacuteodo chuvoso O ano

de 2014 apresenta registros jornaliacutesticos de alagamento nos meses de

Fevereiro com precipitaccedilatildeo de 1392 msup3 Marccedilo com precipitaccedilatildeo de 3402msup3

e Dezembro com precipitaccedilatildeo de 3667msup3 Importante ressaltar que o setor

Noroeste de Brasiacutelia foi construiacutedo em 2011 (site G1) o que aumentou a aacuterea

de solo impermeabilizado e a reduccedilatildeo no escoamento superficial da aacutegua

ocasionando em um aumento nas enchentes e alagamentos na Asa Norte

Segundo Amorim e Pereira (2008 p57) um dos meacutetodos a ser utilizado

para poder saber o volume de aacutegua aproveitaacutevel e consequentemente o

volume de aacutegua do reservatoacuterio Trata-se de um meacutetodo empiacuterico apresentado

na NBR 155272007 O volume de aacutegua do reservatoacuterio V expresso em L eacute

exposto a seguir

119872eacute119905119900119889119900 119875119903aacute119905119894119888119900 119861119903119886119904119894119897119890119894119903119900

119881 = 0042 times 119875 times 119860 times 119879

Em que ldquoVrdquo representa o volume de aacutegua aproveitaacutevel e o volume de

aacutegua do reservatoacuterio (L) ldquoPrdquo a precipitaccedilatildeo meacutedia mensal (mm) ldquoArdquo a aacuterea de

coleta em projeccedilatildeo ldquoTrdquo nuacutemero de meses de pouca chuva ou seca e ldquo0042rdquo eacute

um coeficiente estipulado

Portanto segundo Fontanela (2010 p 25) para estipular o volume do

reservatoacuterio temos que calcular 42 do produto entre o volume de chuva

coletada pelo telhado e o nuacutemero de meses com pouca chuva ou seca

Atribuindo valores do ano de 2014 temos que

119881 = 0042 times 1399119898119898 times 1069 times 5

119881~ 31406119871 119900119906 31406119898sup3

Ressaltando que esse valor obtido eacute uma estimativa do tamanho do

reservatoacuterio e que pode haver um reservatoacuterio de maior capacidade

De forma comparativa eacute de bom senso que se faccedila outro caacutelculo com um

meacutetodo alternativo

Amorim e Pereira (2008 p56) expotildeem que existe um meacutetodo de anaacutelise

de simulaccedilatildeo do reservatoacuterio com capacidade suposta o qual consiste

basicamente na fixaccedilatildeo de um volume para o reservatoacuterio e na verificaccedilatildeo de

consumo que seraacute atendido Sendo assim ldquoo primeiro passo para a aplicaccedilatildeo

desse meacutetodo eacute adotar alguns valores possiacuteveis para o volume com base na

estimativa do consumo mensal de aacutegua natildeo potaacutevelrdquo (Amorim e Pereira 2008

p57) Portanto partindo do ponto que o preacutedio consome cerca de 235000L

devemos calcular uma base que possa ser favoraacutevel economicamente

119872eacute119905119900119889119900 119889119890 119878119894119898119906119897119886ccedilatilde119900 119889119900 119877119890119904119890119903119907119886119905oacute119903119894119900

235224119871 rarr 100

119881 rarr 30

119881 ~ 70000119871 119900119906 70119898sup3

Tambeacutem haacute outra alternativa apresentada por L Pereira (Viabilidade

EconocircmicoAmbiental p 18)

119881119886119888 = 119860119879 times 119875119875119872119860 lowast

119881119886119888 = 1069119898sup2 times 1399119898sup3 = 1495531119898sup3119886119899119900

Equaccedilatildeo a qual ldquoVacrdquo corresponde ao volume de aacutegua captado ldquoATrdquo

aacuterea do telhado e ldquoPPMArdquo eacute a precipitaccedilatildeo pluviomeacutetrica meacutedia mensal

Poreacutem o resultado obtido eacute para os 12 meses do ano e como foi visto no

ano de 2014 temos 7 meses com chuva portanto

119881119886119888 =119879119900119905119886119897

1198983

1198861198991199007 119898119890119904119890119904

lowast

119881119886119888 =1495531119898sup3119886119899119900

7= 21364119898sup3 119900119906 213640119871

dados somente seriam vaacutelidos se a precipitaccedilatildeo fosse uniforme durante os 7 meses de chuva

341 ndash Anaacutelise de caso para a Superquadra 111 Norte

Retomando a tabela 02 temos que a quadra apresenta 11 preacutedios

aproximadamente que variam o nuacutemero de apartamentos por pavimentos e

consequentemente o nuacutemero de moradores mas os edifiacutecios continuam tendo

uma aacuterea de 1069msup2 gerando um uma aacuterea total de 70554msup2 mas teremos

como base os caacutelculos feitos para o preacutedio selecionado no item 34

Realizando um caacutelculo baacutesico tem-se como estimativa de

armazenamento para esta quadra o seguinte

119872eacute119905119900119889119900 119875119903aacute119905119894119888119900 119861119903119886119904119894119897119890119894119903119900

119881~ 31406119871 119900119906 314061198983

11 119875119903eacute119889119894119900119904 times 31406119871 = 345466119871 119900119906 345466119898sup3

119872eacute119905119900119889119900 119889119890 119878119894119898119906119897119886ccedilatilde119900 119889119900 119877119890119904119890119903119907119886119905oacute119903119894119900

119881 ~ 70000119871 119900119906 701198983

11 119875119903eacute119889119894119900119904 times 70000119871 = 770000

119881119900119897119906119898119890 119889119890 aacute119892119906119886 119888119886119901119905119886119889119900 lowast

119881119886119888 = 213641198983119900119906 213640119871

11 119875119903eacute119889119894119900119904 times 213640119871 = 2350040119871 119900119906 235004119898sup3

dados somente seriam vaacutelidos se a precipitaccedilatildeo fosse uniforme durante os 7 meses de chuva

119863119890119898119886119899119889119886 119905119900119905119886119897 119889119886 119902119906119886119889119903119886 119888119900119898 119889119890119904119888119886119903119892119886 119889119890 119887119886119899ℎ119890119894119903119900

11 119875119903eacute119889119894119900119904 times 235224119871 = 2587464119871 119900119906 2587464119898sup3

Segundo Brino (Brasiacutelia Superquadras Residenciais) temos que as

dimensotildees maacuteximas de uma superquadra satildeo de 280x280m resultando numa

aacuterea de 78400msup2 que eacute denominado de Aacuterea Total (AT) A partir disso foi

definido que deveria existir uma faixa externa de 20m denominada de non

aedificandi que foi destinada ao plantio de uma ldquomassa vegetalrdquo de grande

porte e no interior da quadra encontra-se a aacuterea aedificandi a qual possui

240x240m e uma aacuterea de 57600msup2 Realizando uma subtraccedilatildeo da Aacuterea total

pela Aacuterea aedificandi obtecircm-se que a aacuterea non aedificandi eacute de 20800msup2 que

corresponde a 265 da aacuterea total

Com base nessas informaccedilotildees eacute necessaacuterio atentar-se ao detalhe de

que uma parte da precipitaccedilatildeo cai no solo e outra parte nos telhados dos

preacutedios Sendo assim parte da chuva pode ser aproveitada pelo sistema de

captaccedilatildeo enquanto outra parte chega ao solo sem uma interferecircncia direta no

ciclo hidroloacutegico

35 ndash Funcionamento do sistema de captaccedilatildeo

Eacute importante frisar que o sistema de aproveitamento de aacuteguas pluviais eacute

regido pela norma NBR 15527 (Associaccedilatildeo Brasileira de Normas Teacutecnicas

2007) norma a qual faz algumas consideraccedilotildees importantes para implantaccedilatildeo

e correto funcionamento do sistema de captaccedilatildeo Alguns destes satildeo

435 ndash O volume dos reservatoacuterios deve ser dimensionado com

base em criteacuterios teacutecnicos econocircmicos e ambientais levando em

conta as boas praacuteticas da engenharia podendo a criteacuterio do

projetista ser utilizados os meacutetodos contidos no Anexo A ou

outro desde que devidamente justificado

Item 436 ndash Os reservatoacuterios devem ser limpos e desinfetados

com soluccedilatildeo de hipoclorito de soacutedio no miacutenimo uma vez por ano

de acordo com agrave ABNT NBR 5626

Item 442 ndash As tubulaccedilotildees e demais componentes devem ser

claramente diferenciados das tubulaccedilotildees de aacutegua potaacutevel

Item 443 ndash O sistema de distribuiccedilatildeo de chuva deve ser

independente do sistema de aacutegua potaacutevel natildeo permitindo a

conexatildeo cruzada de acordo com agrave ABNT NBR 5626

Item 444 ndash Os pontos de consumo como por exemplo uma

torneira de jardim devem ser de uso restrito e identificados com

placa de advertecircncia com a seguinte inscriccedilatildeo ldquoaacutegua natildeo potaacutevelrdquo

e identificaccedilatildeo graacutefica

Item 445 ndash Os reservatoacuterios de aacutegua de distribuiccedilatildeo de aacutegua

potaacutevel e de aacutegua da chuva devem ser separados

Item 461 ndash Quando necessaacuterio o bombeamento este deve

atender agrave ABNT NBR 12214

Deve-se realizar manutenccedilatildeo em todo o sistema de

aproveitamento de aacutegua de chuva

Para maiores esclarecimentos ldquoo funcionamento de um sistema de

coleta e aproveitamento de aacutegua pluvial consiste de maneira geral na captaccedilatildeo

da aacutegua da chuva que cai sobre os telhados ou lajes da edificaccedilatildeo A aacutegua eacute

conduzida ateacute o local de armazenamento atraveacutes de calhas condutores

horizontais e verticais passando por equipamentos de filtragem e descarte de

impurezas Apoacutes passar pelo filtro a aacutegua eacute armazenada geralmente em

reservatoacuterio enterrado (cisterna) e bombeada a um segundo reservatoacuterio

(elevado) do qual as tubulaccedilotildees especiacuteficas de aacutegua pluvial iratildeo distribuiacute-la

para o consumo natildeo potaacutevelrdquo (Carvalho 2010 p 27 e 28) Conforme ilustra a

imagem a seguir

Figura 02 Funcionamento de um Sistema de Captaccedilatildeo

Fonte Adatildeo D Padini (2013)

De forma mais simplificada podemos ver a representaccedilatildeo no fluxograma

a seguir

Figura 03 Fluxograma do Sistema de Captaccedilatildeo

Fonte Leandro Roncato Pereira

351 ndash Dificuldades para implantaccedilatildeo do sistema

Tal sistema apresenta como dificuldade o local onde seriam instaladas

as cisternas uma vez que geraria um peso sobre o telhado Dessa forma o

sistema seria instalado no jardim cobrando um custo adicional

352 ndash Custo de implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo fechado em um

preacutedio

Na implantaccedilatildeo desse sistema os materiais utilizados teratildeo como base o

meacutetodo praacutetico brasileiro e para aumentar a eficiecircncia do sistema o volume de

31406L seraacute arredondado para 35000L

Os valores de alguns dos materiais apresentados a seguir seguem os

dos apresentados no trabalho de L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental

p 18) apenas o valor da caixa drsquoaacutegua de 10000L foi obtido atraveacutes de

pesquisas em lojas de construccedilatildeo e assim utilizando a de menor valor

Tambeacutem devemos considerar que a bomba consome energia ao bombear aacutegua

para o preacutedio (CEB) portanto os valores seguem conforme a tabela a seguir

Tabela 06 Preccedilo dos Produtos do Sistema de Captaccedilatildeo sem Fluxo

Produto Quantidade Valor unitaacuterio (R$) Valor total (R$)

Cx Daacutegua 10000L 3 496090 1488270

Cx Daacutegua 5000L 1 108000 108000

Boacuteia Eleacutetrica 1 2750 2750

Boacuteia Comum 1 1220 1220

Registro de Gaveta

1 3490 3490

Bomba Anauger 1 23000 23000

Filtro 3P VF1 1 22000 22000

Tubulaccedilotildees 7000 7000

Disjuntor 1 1310 1310

Escavaccedilatildeo Msup3 3666 128310

Matildeo de Obra 1 58574 58574

Energia 054 054

Total 13 727154 1843978

Observaccedilatildeo Pelo fato desse estudo se tratar de um modelo de implantaccedilatildeo

o custo das tubulaccedilotildees vai variar de acordo com a demanda necessitada pelo

preacutedio portanto podendo variar de acordo com o projeto implantado Para este

estudo seraacute adotado o valor de R$ 7000

Observaccedilatildeo Pelo fato desse trabalho tratar-se de um modelo de

implantaccedilatildeo o custo da energia pode variar de acordo com a demanda necessitada

pelo preacutedio portanto podendo variar de acordo com o uso da bomba Para este

estudo seraacute adotado o valor de R$ 054 que eacute o valor do KwH cobrado pela CEB

Segundo Saravy (2010 p 46) haacute tambeacutem um custo para manutenccedilatildeo do

sistema conforme a tabela a seguir

Tabela 07 Preccedilo de Manutenccedilatildeo do Sistema de Captaccedilatildeo

Com esses dados podemos ver o valor total final a ser pago pelo

sistema de captaccedilatildeo que eacute de R$ 1889978

36 ndash Taxas e valores cobrados para utilizaccedilatildeo de aacutegua

Segundo a Companhia de Saneamento Ambiental do Distrito Federal (CAESB)

quando vaacuterias residecircncias satildeo atendidas por uma uacutenica ligaccedilatildeo de aacutegua eacute aplicado o

conceito de consumo ldquoPara exemplificar podemos citar um preacutedio residencial onde

cada apartamento corresponde a uma unidade de consumordquo (CAESB) Contudo o

caacutelculo de gastos seraacute realizado primeiro em um apartamento e posteriormente

multiplicado pelo total de apartamentos do preacutedio uma vez que os preacutedios

residecircncias da Asa Norte pagam a conta de aacutegua atraveacutes do condomiacutenio O preacutedio

Componente Frequecircncia da Manutenccedilatildeo

Custo da Manutenccedilatildeo

Calhas e Condutores

Semestral R$ 13000

Reservatoacuterio Limpeza e

Desinfecccedilatildeo Anual

R$ 20000

desse estudo apresenta um hidrocircmetro que mede o consumo de aacutegua para o todo o

preacutedio

Eacute de suma importacircncia destacar tambeacutem que haacute uma taxa de esgoto que eacute

cobrada pela CAESB consequentemente ldquoo valor da tarifa de esgotos corresponde

a 100 do valor da tarifa de aacutegua exceto quando se tratar de coleta do tipo

condominial que equivale a 60 do valor da tarifa de aacuteguardquo (CAESB)

Deste modo a CAESB utiliza tarifas para diversas categorias de moradia e

comeacutercio e neste estudo seraacute aplicada a tarifa de ldquoresidencial normalrdquo em

concordacircncia com a tabela a seguir

Tabela 08 Valor da Tarifa Cobrado pela CAESB

Para melhor compreensatildeo do caacutelculo que a CAESB faz temos uma conta do

condomiacutenio do preacutedio da Superquadra 111 Norte

Figura 04 Conta Discriminada do Condomiacutenio

Fonte Condomiacutenio do Preacutedio

O caacutelculo feito pela CAESB consiste primeiramente em saber a demanda de

aacutegua gasta em metros cuacutebicos por Unidade de Consumo ndash apartamento ndash para

saber qual faixa ldquomsup3rdquo eacute aplicada Apoacutes saber qual a faixa ldquomsup3rdquo que se enquadra eacute

atribuiacutedo o volume por UC (em msup3) em sequecircncia multiplica-se o volume por UC ou

volume da faixa pelo nuacutemero de UCrsquos correspondente para se obter o volume total

gasto (em msup3) Tendo o volume total gasto basta multiplicar pelo preccedilo corresponde

agrave faixa a qual se encaixa o consumo e assim obtendo o valor total a pagar A partir

do momento que se tem o valor total a pagar eacute necessaacuterio acrescer 100 do valor

para cobrir a tarifa de esgoto conforme a figura

Partindo desses dados podemos calcular por apartamento quanto eacute cobrado

pela CAESB a partir dos dados apresentados no capiacutetulo 34

119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119886119901119886119903119905119886119898119890119899119905119900 = 33119901 times 66119871 ~ 217119871

119863119894119886

119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119886119901119886119903119905119886119898119890119899119905119900 119886119900 119898ecirc119904 = 217119871119889119894119886 times 30119863119894119886119904 = 6510119871 119900119906 65101198983

Com base nesses dados temos que calcular o volume total de descarga em

sanitaacuterios que o preacutedio consome com a seguinte foacutermula

119881119879 = 119881119865 times 119873ordm 119889119890 119880119862prime119904

119881119879 = 10119898sup3 times 36 = 360119898sup3

Em que ldquoVTrdquo corresponde ao volume total do preacutedio ldquoVFrdquo ao volume da faixa

que eacute estipulado pela CAESB e ldquoUCrsquosrdquo satildeo as unidades de consumo que eacute correlato

ao nuacutemero de apartamentos existente

Portanto o total a se pagar em um mecircs eacute calculado da seguinte forma

119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 119881119879 times 119879119886119903119894119891119886 119889119890 aacute119892119906119886 + 119879119886119903119894119891119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900

119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 360119898sup3 times 119877$ 265 + 119879119886119903119894119891119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900

119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 954 + 119877$ 954 = 119877$ 1908

Em 7 meses seriam pagos em descarga

119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 1908 times 7 119872119890119904119890119904 = 119877$ 13356

37 ndash Caacutelculos de economia e retorno de investimento para um sistema

fechado

Conforme exposto por L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental p 15)

ldquopara o caacutelculo da economia da taxa de aacutegua multiplica-se o valor do msup3 (valor

cobrado por msup3 do responsaacutevel pelo fornecimento de aacutegua na cidade []) pelo

volume captado e entatildeo obtecircm-se o valor economizado por ano na taxa de aacuteguardquo

Recapitulando que para esse estudo seraacute utilizado o meacutetodo praacutetico brasieliro

devido aos meses de seca ou pouca chuva

Sendo assim

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119881119886119897119900119903 119889119900 1198983 times 119881119900119897119906119898119890 119888119886119901119905119886119889119900

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 265 times 314061198983

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 8322

Essa economia de R$ 8322 eacute para um mecircs de chuva para o preacutedio todo

sendo assim para os 7 meses de chuva tem-se

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119890 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 8322 times 7 119898119890119904119890119904 = 119877$ 58254

Ainda segundo L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental p 16) para o

caacutelculo da economia referente ao esgoto eacute necessaacuterio multiplicar o valor do msup3 pelo

volume captado e por 08 uma vez que considera-se 20 de perda ou seja para

cada 1 litro de aacutegua que chega na residecircncia eacute cobrado 08 litros para o tratamento

do esgoto

Portanto tem-se

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119881119886119897119900119903 119889119900 1198983 times 119881119900119897119906119898119890 119888119886119901119905119886119889119900 times 08

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900 = 119877$ 265 times 314061198983 times 08

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 6658

Esse valor encontrado de R$ 6658 corresponde a um mecircs de chuva para o

preacutedio sendo assim o total economizado pelo preacutedio em 7 meses eacute de

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119890 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 6658 times 7 119898119890119904119890119904 = 119877$ 46606

ldquoPara o caacutelculo do retorno do investimento divide-se o valor investido pela

economia anual com a implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo e reaproveitamento da

aacutegua pluvialrdquo L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental p 16)

Portanto para 7 meses de chuva tem-se o seguinte

119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 =119881119886119897119900119903 119894119899119907119890119904119905119894119889119900

119864119888119900119899119900119898119894119886 (7119898119890119904119890119904)

119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 = 119877$ 1843924

119877$ 58254 + 119877$ 46606

119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 = 119877$ 1843924

119877$ 9446

119877119890119905119900119903119899119900

119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900= 1952 119886119899119900119904

38 ndash Caacutelculos de dimensionamento para um sistema com fluxo

Os caacutelculos apresentados no subitem anterior satildeo relativos a um sistema

o qual natildeo adota a possibilidade de fluxo dentro do reservatoacuterio Quando se

fala em fluxo temos que considerar que ao mesmo tempo em que o preacutedio

utiliza aacutegua do reservatoacuterio de aacutegua pluvial o mesmo vai enchendo com aacutegua

pluvial Portanto haacute um ciclo no qual o preacutedio demanda aacutegua do reservatoacuterio e

o mesmo vai enchendo conforme chove no local

Sabendo que a meacutedia mensal eacute de 1399msup3 eacute preciso multiplicar isso

por 12 para se obter o quanto choveu em 2014 Sendo assim

119879119900119905119886119897 119886119900 119886119899119900 = 1399119898119898 times 12 119898119890119904119890119904

119879119900119905119886119897 119886119900 119886119899119900 = 16788119898119898

Mas como foi visto o periacuteodo chuvoso eacute de 7 meses entatildeo temos

119875119903119890119888119894119901119894119905119886ccedilatilde119900 119901119886119903119886 7 119898119890119904119890119904 = 16788119898119898 divide 7 = 2398119898119898

Com isso eacute necessaacuterio realizar o caacutelculo da meacutedia de captaccedilatildeo de aacutegua

por mecircs para a aacuterea de 1069msup2

119872119890119889119894119886 119889119890 119862119886119901119905119886ccedilatilde119900 = 2398119898119898 times 1069119898sup2

119872eacute119889119894119886 119889119890 119862119886119901119905119886ccedilatilde119900 = 256346119871 119900119906 256346119898sup3

Ao considerar o valor obtido temos que realizar o quanto seria captado

diariamente

119872eacute119889119894119886 119889119894aacute119903119894119886 = 256346119898sup3 divide 30 119889119894119886119904 = 85119898sup3119889119894119886

A partir desses caacutelculos podemos realizar a seguinte comparaccedilatildeo O

preacutedio consome cerca de 78msup3 ao dia de aacutegua para descarga de vasos sanitaacuterios

enquanto a meacutedia diaacuteria de captaccedilatildeo eacute de 85msup3 por conseguinte temos um fluxo

positivo de aacutegua para o reservatoacuterio de 067msup3dia nos dias chuvosos

Se colocarmos um reservatoacuterio de 35msup3 sem nenhuma aacutegua

armazenada poderemos constatar que o reservatoacuterio iria encher por completo em

cerca de 53 dias conforme o caacutelculo a seguir

351198983 = 0671198983 times 119909 119889119894119886119904

119909 119889119894119886119904 = 35119898sup3 divide 067119898sup3 = 5223 119889119894119886119904

Analisando esses dados temos que a partir do 54ordm dia o reservatoacuterio

estaria completamente cheio e no restante dos 156 dias que teriacuteamos de chuva

esses 067msup3 seriam de certa forma desperdiccedilados uma vez que esse fluxo de

067msup3 ao final dos 7 meses gerariam cerca de 1407msup3 enquanto o reservatoacuterio tem

a capacidade de 35msup3 conforme o caacutelculo a seguir

119875119900119905119890119899119888119894119886119897 = 067119898sup3 times 156 119889119894119886119904 = 1045119898sup3

Se considerarmos esse fluxo positivo de 067msup3dia temos que ao final

dos 210 dias (7meses) seria possiacutevel armazenar 1407 msup3 de aacutegua Com um

reservatoacuterio de 35msup3 1057msup3 estariam sendo escoados para fora do reservatoacuterio

Portanto o ideal seria um reservatoacuterio que se aproxime de 1407msup3 para que ao

final dos 7 meses toda aacutegua possiacutevel fosse armazenada no entanto o reservatoacuterio

deveria ser de 145msup3

Devemos considerar ainda que ao final dos 7 meses o reservatoacuterio

estaria cheio no periacuteodo de seca conseguiria abastecer o preacutedio de acordo com a

demanda do preacutedio sendo assim

119880119905119894119897119894119911119886ccedilatilde119900 119899119886 119904119890119888119886 = 119879119900119905119886119897 119889119900 119903119890119904119890119903119907119886119905oacute119903119894119900 divide 119863119890119898119886119899119889119886 119889119894aacute119903119894119886

119880119905119894119897119894119911119886ccedilatilde119900 119899119886 119904119890119888119886 = 1451198983 divide 781198983119889119894119886

119880119905119894119897119894119911119886ccedilatilde119900 119899119886 119904119890119888119886 = 1858 119889119894119886119904

381 ndash Custo de implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo com fluxo em um

preacutedio

Na implantaccedilatildeo desse sistema os materiais utilizados teratildeo como base

as estimativas que foram apresentadas no subitem anterior e para aumentar a

eficiecircncia do sistema o volume de 1400007L seraacute arredondado para

145000L

Devido ao tamanho do reservatoacuterio eacute de se esperar que o reservatoacuterio

natildeo seja instalado em cima do preacutedio uma vez que a estrutura do preacutedio natildeo

conseguiria suportar o peso que o reservatoacuterio faria sobre o telhado

consequentemente o reservatoacuterio deveraacute ser instalado no jardim do preacutedio que

iraacute gerar um custo a mais por conta da escavaccedilatildeo

Os valores de alguns dos materiais apresentados a seguir seguem os

dos apresentados no trabalho de L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental

p 18) apenas o valor da caixa drsquoaacutegua de 10000L foi obtido atraveacutes de

pesquisas em lojas de construccedilatildeo e assim utilizando a de menor valor

conforme a tabela a seguir Segundo o Saneamento de Goiaacutes SA (SANEAGO)

o custo de escavaccedilatildeo eacute calculado a partir do total de msup3 aleacutem de 3m de

profundidade

Tabela 09 Preccedilo dos Produtos do Sistema de Captaccedilatildeo com Fluxo

Observaccedilatildeo Pelo fato desse estudo se tratar de um modelo de implantaccedilatildeo

o custo das tubulaccedilotildees vai variar de acordo com a demanda necessitada pelo

preacutedio portanto podendo variar de acordo com o projeto implantado Para este

estudo seraacute adotado o valor de R$ 7000

Observaccedilatildeo Pelo fato desse trabalho tratar-se de um modelo de

implantaccedilatildeo o custo da energia pode variar de acordo com a demanda necessitada

pelo preacutedio portanto podendo variar de acordo com o uso da bomba Para este

estudo seraacute adotado o valor de R$ 054 que eacute o valor do KwH cobrado pela CEB

Produto Quantidade Valor unitaacuterio (R$) Valor total (R$)

Cx Daacutegua 10000L 14 496090 6945260

Cx Daacutegua 5000L 1 108000 108000

Boacuteia Eleacutetrica 1 2750 2750

Boacuteia Comum 1 1220 1220

Registro de Gaveta

1 3490 3490

Bomba Anauger 1 23000 23000

Filtro 3P VF1 1 22000 22000

Tubulaccedilotildees 7000 7000

Disjuntor 1 1310 1310

Escavaccedilatildeo Msup3 3666 53157

Matildeo de Obra 1 58574 58574

Energia 054 054

Total 13 727154 7704228

382 ndash Caacutelculos de economia e retorno de investimento para um sistema

com fluxo

Partindo dos dados apresentados podemos calcular por apartamento quanto eacute

cobrado pela CAESB a partir dos dados apresentados no capiacutetulo 34

119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119886119901119886119903119905119886119898119890119899119905119900 = 33119901 times 66119871 ~ 217119871

119863119894119886

119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119886119901119886119903119905119886119898119890119899119905119900 119886119900 119898ecirc119904 = 217119871119889119894119886 times 30119863119894119886119904 = 6510119871 119900119906 65101198983

Em que ldquoVTrdquo corresponde ao volume total do preacutedio ldquoVFrdquo ao volume da faixa

que eacute estipulado pela CAESB e ldquoUCrsquosrdquo satildeo as unidades de consumo que eacute correlato

ao nuacutemero de apartamentos existente

Portanto o total a se pagar em um mecircs eacute calculado da seguinte forma

119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 119881119879 times 119879119886119903119894119891119886 119889119890 aacute119892119906119886 + 119879119886119903119894119891119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900

119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 360119898sup3 times 119877$ 265 + 119879119886119903119894119891119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900

119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 954 + 119877$ 954 = 119877$ 1908

Retomando o caacutelculo exposto por L Pereira (Viabilidade

EconocircmicoAmbiental p 15) no subitem anterior temos que o caacutelculo da CAESB

seria feito da seguinte maneira

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119881119886119897119900119903 119889119900 1198983 times 119881119900119897119906119898119890 119888119886119901119905119886119889119900

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 265 times 1451198983

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 38425

Esse caacutelculo eacute equivalente a um mecircs de captaccedilatildeo para os 7 meses

teremos o seguinte

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119890 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 38425 times 7 119898119890119904119890119904 = 119877$ 268975

Conforme foi visto para o caacutelculo da economia de esgoto eacute necessaacuterio

multiplicar o valor do msup3 pelo volume captado e por 08 uma vez que considera-se

20 de perda ou seja para cada 1 litro de aacutegua que chega na residecircncia eacute cobrado

08 litros para o tratamento do esgoto Portanto para um mecircs segue-se

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119881119886119897119900119903 119889119900 1198983 times 119881119900119897119906119898119890 119888119886119901119905119886119889119900 times 08

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900 = 119877$ 265 times 1451198983 times 08

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 3074

ldquoPara o caacutelculo do retorno do investimento divide-se o valor investido pela

economia anual com a implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo e reaproveitamento da

aacutegua pluvialrdquo L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental p 16)

Portanto para 7 meses de chuva tem-se o seguinte

119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 =119881119886119897119900119903 119894119899119907119890119904119905119894119889119900

119864119888119900119899119900119898119894119886 (7119898119890119904119890119904)

119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 = 119877$ 17704228

119877$ 268975 + 119877$ 21518

119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 = 119877$ 7704228

119877$ 484155

119877119890119905119900119903119899119900

119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900= 1591119886119899119900119904

4 ndash Conclusatildeo e Consideraccedilotildees Finais

De acordo com o que foi exposto temos que a implantaccedilatildeo do sistema de

captaccedilatildeo para o aproveitamento de aacuteguas pluviais eacute uma oacutetima alternativa para

substituiccedilatildeo da ldquoaacutegua cinzardquo possibilitando tambeacutem um destino mais correto do

ponto de vista ambiental para a aacutegua que se tornaria esgoto Como eacute de

conhecimento este tipo de meacutetodo eacute utilizado em diversas regiotildees natildeo somente

aquelas que sofrem com escassez de aacutegua

Mesmo sabendo que o Brasil possui um grande potencial hiacutedrico observamos

que uma parcela da populaccedilatildeo natildeo tem consciecircncia quanto ao gasto de aacutegua

gerando um grande desperdiacutecio de forma desnecessaacuteria Portanto partindo de um

pensamento racional um sistema de captaccedilatildeo seria viaacutevel para o aproveitamento da

aacutegua para fins de consumo domeacutestico mais precisamente ldquoaacutegua cinzardquo

Considerando os caacutelculos apresentados a partir da taxa de precipitaccedilatildeo meacutedia

em Brasiacutelia a criaccedilatildeo de um sistema de captaccedilatildeo pluvial predial traz benefiacutecios

econocircmicos e ambientais O projeto torna-se viaacutevel economicamente pois desde

que se faccedila a manutenccedilatildeo de forma adequada do sistema este teraacute uma vida uacutetil

longa e considerando que se obteacutem o retorno do investimento em aproximadamente

16 anos para um sistema com fluxo apoacutes este periacuteodo o sistema passa a ser

lucrativo para o preacutedio que implanta pois o custo eacute dividido no condomiacutenio dentre os

moradores do preacutedio

Analisando do ponto de vista ambiental o desenvolvimento urbano de Brasiacutelia

ocasionou em superfiacutecies impermeaacuteveis dificultando a absorccedilatildeo de aacuteguas pluviais

pelo solo e juntamente com o sistema de redes pluviais e o sistema de drenagem

ultrapassados os alagamentos e enchentes tecircm se tornado constante quando

ocorrem chuvas anormais Com as estimativas feitas neste trabalho eacute possiacutevel que

tais transtornos hiacutedricos urbanos possam ser amenizados a partir da implantaccedilatildeo do

sistema sem que afete o ciclo hidroloacutegico natural Logicamente essa natildeo eacute a

soluccedilatildeo uma vez que ela deve ser apenas um complemento agrave poliacuteticas publicas

poliacuteticas de incentivo entre outras medidas de cunho sustentaacutevel

Em vista disso a implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo e aproveitamento de

aacuteguas pluviais acarretaria em uma significativa melhora ambiental atraveacutes da

substituiccedilatildeo de uma parcela da aacutegua fornecida pela CAESB e possivelmente

mitigando os transtornos hiacutedricos urbanos se aplicado em larga escala

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119872eacute119905119900119889119900 119875119903aacute119905119894119888119900 119861119903119886119904119894119897119890119894119903119900

119881 = 0042 times 119875 times 119860 times 119879

Em que ldquoVrdquo representa o volume de aacutegua aproveitaacutevel e o volume de

aacutegua do reservatoacuterio (L) ldquoPrdquo a precipitaccedilatildeo meacutedia mensal (mm) ldquoArdquo a aacuterea de

coleta em projeccedilatildeo ldquoTrdquo nuacutemero de meses de pouca chuva ou seca e ldquo0042rdquo eacute

um coeficiente estipulado

Portanto segundo Fontanela (2010 p 25) para estipular o volume do

reservatoacuterio temos que calcular 42 do produto entre o volume de chuva

coletada pelo telhado e o nuacutemero de meses com pouca chuva ou seca

Atribuindo valores do ano de 2014 temos que

119881 = 0042 times 1399119898119898 times 1069 times 5

119881~ 31406119871 119900119906 31406119898sup3

Ressaltando que esse valor obtido eacute uma estimativa do tamanho do

reservatoacuterio e que pode haver um reservatoacuterio de maior capacidade

De forma comparativa eacute de bom senso que se faccedila outro caacutelculo com um

meacutetodo alternativo

Amorim e Pereira (2008 p56) expotildeem que existe um meacutetodo de anaacutelise

de simulaccedilatildeo do reservatoacuterio com capacidade suposta o qual consiste

basicamente na fixaccedilatildeo de um volume para o reservatoacuterio e na verificaccedilatildeo de

consumo que seraacute atendido Sendo assim ldquoo primeiro passo para a aplicaccedilatildeo

desse meacutetodo eacute adotar alguns valores possiacuteveis para o volume com base na

estimativa do consumo mensal de aacutegua natildeo potaacutevelrdquo (Amorim e Pereira 2008

p57) Portanto partindo do ponto que o preacutedio consome cerca de 235000L

devemos calcular uma base que possa ser favoraacutevel economicamente

119872eacute119905119900119889119900 119889119890 119878119894119898119906119897119886ccedilatilde119900 119889119900 119877119890119904119890119903119907119886119905oacute119903119894119900

235224119871 rarr 100

119881 rarr 30

119881 ~ 70000119871 119900119906 70119898sup3

Tambeacutem haacute outra alternativa apresentada por L Pereira (Viabilidade

EconocircmicoAmbiental p 18)

119881119886119888 = 119860119879 times 119875119875119872119860 lowast

119881119886119888 = 1069119898sup2 times 1399119898sup3 = 1495531119898sup3119886119899119900

Equaccedilatildeo a qual ldquoVacrdquo corresponde ao volume de aacutegua captado ldquoATrdquo

aacuterea do telhado e ldquoPPMArdquo eacute a precipitaccedilatildeo pluviomeacutetrica meacutedia mensal

Poreacutem o resultado obtido eacute para os 12 meses do ano e como foi visto no

ano de 2014 temos 7 meses com chuva portanto

119881119886119888 =119879119900119905119886119897

1198983

1198861198991199007 119898119890119904119890119904

lowast

119881119886119888 =1495531119898sup3119886119899119900

7= 21364119898sup3 119900119906 213640119871

dados somente seriam vaacutelidos se a precipitaccedilatildeo fosse uniforme durante os 7 meses de chuva

341 ndash Anaacutelise de caso para a Superquadra 111 Norte

Retomando a tabela 02 temos que a quadra apresenta 11 preacutedios

aproximadamente que variam o nuacutemero de apartamentos por pavimentos e

consequentemente o nuacutemero de moradores mas os edifiacutecios continuam tendo

uma aacuterea de 1069msup2 gerando um uma aacuterea total de 70554msup2 mas teremos

como base os caacutelculos feitos para o preacutedio selecionado no item 34

Realizando um caacutelculo baacutesico tem-se como estimativa de

armazenamento para esta quadra o seguinte

119872eacute119905119900119889119900 119875119903aacute119905119894119888119900 119861119903119886119904119894119897119890119894119903119900

119881~ 31406119871 119900119906 314061198983

11 119875119903eacute119889119894119900119904 times 31406119871 = 345466119871 119900119906 345466119898sup3

119872eacute119905119900119889119900 119889119890 119878119894119898119906119897119886ccedilatilde119900 119889119900 119877119890119904119890119903119907119886119905oacute119903119894119900

119881 ~ 70000119871 119900119906 701198983

11 119875119903eacute119889119894119900119904 times 70000119871 = 770000

119881119900119897119906119898119890 119889119890 aacute119892119906119886 119888119886119901119905119886119889119900 lowast

119881119886119888 = 213641198983119900119906 213640119871

11 119875119903eacute119889119894119900119904 times 213640119871 = 2350040119871 119900119906 235004119898sup3

dados somente seriam vaacutelidos se a precipitaccedilatildeo fosse uniforme durante os 7 meses de chuva

119863119890119898119886119899119889119886 119905119900119905119886119897 119889119886 119902119906119886119889119903119886 119888119900119898 119889119890119904119888119886119903119892119886 119889119890 119887119886119899ℎ119890119894119903119900

11 119875119903eacute119889119894119900119904 times 235224119871 = 2587464119871 119900119906 2587464119898sup3

Segundo Brino (Brasiacutelia Superquadras Residenciais) temos que as

dimensotildees maacuteximas de uma superquadra satildeo de 280x280m resultando numa

aacuterea de 78400msup2 que eacute denominado de Aacuterea Total (AT) A partir disso foi

definido que deveria existir uma faixa externa de 20m denominada de non

aedificandi que foi destinada ao plantio de uma ldquomassa vegetalrdquo de grande

porte e no interior da quadra encontra-se a aacuterea aedificandi a qual possui

240x240m e uma aacuterea de 57600msup2 Realizando uma subtraccedilatildeo da Aacuterea total

pela Aacuterea aedificandi obtecircm-se que a aacuterea non aedificandi eacute de 20800msup2 que

corresponde a 265 da aacuterea total

Com base nessas informaccedilotildees eacute necessaacuterio atentar-se ao detalhe de

que uma parte da precipitaccedilatildeo cai no solo e outra parte nos telhados dos

preacutedios Sendo assim parte da chuva pode ser aproveitada pelo sistema de

captaccedilatildeo enquanto outra parte chega ao solo sem uma interferecircncia direta no

ciclo hidroloacutegico

35 ndash Funcionamento do sistema de captaccedilatildeo

Eacute importante frisar que o sistema de aproveitamento de aacuteguas pluviais eacute

regido pela norma NBR 15527 (Associaccedilatildeo Brasileira de Normas Teacutecnicas

2007) norma a qual faz algumas consideraccedilotildees importantes para implantaccedilatildeo

e correto funcionamento do sistema de captaccedilatildeo Alguns destes satildeo

435 ndash O volume dos reservatoacuterios deve ser dimensionado com

base em criteacuterios teacutecnicos econocircmicos e ambientais levando em

conta as boas praacuteticas da engenharia podendo a criteacuterio do

projetista ser utilizados os meacutetodos contidos no Anexo A ou

outro desde que devidamente justificado

Item 436 ndash Os reservatoacuterios devem ser limpos e desinfetados

com soluccedilatildeo de hipoclorito de soacutedio no miacutenimo uma vez por ano

de acordo com agrave ABNT NBR 5626

Item 442 ndash As tubulaccedilotildees e demais componentes devem ser

claramente diferenciados das tubulaccedilotildees de aacutegua potaacutevel

Item 443 ndash O sistema de distribuiccedilatildeo de chuva deve ser

independente do sistema de aacutegua potaacutevel natildeo permitindo a

conexatildeo cruzada de acordo com agrave ABNT NBR 5626

Item 444 ndash Os pontos de consumo como por exemplo uma

torneira de jardim devem ser de uso restrito e identificados com

placa de advertecircncia com a seguinte inscriccedilatildeo ldquoaacutegua natildeo potaacutevelrdquo

e identificaccedilatildeo graacutefica

Item 445 ndash Os reservatoacuterios de aacutegua de distribuiccedilatildeo de aacutegua

potaacutevel e de aacutegua da chuva devem ser separados

Item 461 ndash Quando necessaacuterio o bombeamento este deve

atender agrave ABNT NBR 12214

Deve-se realizar manutenccedilatildeo em todo o sistema de

aproveitamento de aacutegua de chuva

Para maiores esclarecimentos ldquoo funcionamento de um sistema de

coleta e aproveitamento de aacutegua pluvial consiste de maneira geral na captaccedilatildeo

da aacutegua da chuva que cai sobre os telhados ou lajes da edificaccedilatildeo A aacutegua eacute

conduzida ateacute o local de armazenamento atraveacutes de calhas condutores

horizontais e verticais passando por equipamentos de filtragem e descarte de

impurezas Apoacutes passar pelo filtro a aacutegua eacute armazenada geralmente em

reservatoacuterio enterrado (cisterna) e bombeada a um segundo reservatoacuterio

(elevado) do qual as tubulaccedilotildees especiacuteficas de aacutegua pluvial iratildeo distribuiacute-la

para o consumo natildeo potaacutevelrdquo (Carvalho 2010 p 27 e 28) Conforme ilustra a

imagem a seguir

Figura 02 Funcionamento de um Sistema de Captaccedilatildeo

Fonte Adatildeo D Padini (2013)

De forma mais simplificada podemos ver a representaccedilatildeo no fluxograma

a seguir

Figura 03 Fluxograma do Sistema de Captaccedilatildeo

Fonte Leandro Roncato Pereira

351 ndash Dificuldades para implantaccedilatildeo do sistema

Tal sistema apresenta como dificuldade o local onde seriam instaladas

as cisternas uma vez que geraria um peso sobre o telhado Dessa forma o

sistema seria instalado no jardim cobrando um custo adicional

352 ndash Custo de implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo fechado em um

preacutedio

Na implantaccedilatildeo desse sistema os materiais utilizados teratildeo como base o

meacutetodo praacutetico brasileiro e para aumentar a eficiecircncia do sistema o volume de

31406L seraacute arredondado para 35000L

Os valores de alguns dos materiais apresentados a seguir seguem os

dos apresentados no trabalho de L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental

p 18) apenas o valor da caixa drsquoaacutegua de 10000L foi obtido atraveacutes de

pesquisas em lojas de construccedilatildeo e assim utilizando a de menor valor

Tambeacutem devemos considerar que a bomba consome energia ao bombear aacutegua

para o preacutedio (CEB) portanto os valores seguem conforme a tabela a seguir

Tabela 06 Preccedilo dos Produtos do Sistema de Captaccedilatildeo sem Fluxo

Produto Quantidade Valor unitaacuterio (R$) Valor total (R$)

Cx Daacutegua 10000L 3 496090 1488270

Cx Daacutegua 5000L 1 108000 108000

Boacuteia Eleacutetrica 1 2750 2750

Boacuteia Comum 1 1220 1220

Registro de Gaveta

1 3490 3490

Bomba Anauger 1 23000 23000

Filtro 3P VF1 1 22000 22000

Tubulaccedilotildees 7000 7000

Disjuntor 1 1310 1310

Escavaccedilatildeo Msup3 3666 128310

Matildeo de Obra 1 58574 58574

Energia 054 054

Total 13 727154 1843978

Observaccedilatildeo Pelo fato desse estudo se tratar de um modelo de implantaccedilatildeo

o custo das tubulaccedilotildees vai variar de acordo com a demanda necessitada pelo

preacutedio portanto podendo variar de acordo com o projeto implantado Para este

estudo seraacute adotado o valor de R$ 7000

Observaccedilatildeo Pelo fato desse trabalho tratar-se de um modelo de

implantaccedilatildeo o custo da energia pode variar de acordo com a demanda necessitada

pelo preacutedio portanto podendo variar de acordo com o uso da bomba Para este

estudo seraacute adotado o valor de R$ 054 que eacute o valor do KwH cobrado pela CEB

Segundo Saravy (2010 p 46) haacute tambeacutem um custo para manutenccedilatildeo do

sistema conforme a tabela a seguir

Tabela 07 Preccedilo de Manutenccedilatildeo do Sistema de Captaccedilatildeo

Com esses dados podemos ver o valor total final a ser pago pelo

sistema de captaccedilatildeo que eacute de R$ 1889978

36 ndash Taxas e valores cobrados para utilizaccedilatildeo de aacutegua

Segundo a Companhia de Saneamento Ambiental do Distrito Federal (CAESB)

quando vaacuterias residecircncias satildeo atendidas por uma uacutenica ligaccedilatildeo de aacutegua eacute aplicado o

conceito de consumo ldquoPara exemplificar podemos citar um preacutedio residencial onde

cada apartamento corresponde a uma unidade de consumordquo (CAESB) Contudo o

caacutelculo de gastos seraacute realizado primeiro em um apartamento e posteriormente

multiplicado pelo total de apartamentos do preacutedio uma vez que os preacutedios

residecircncias da Asa Norte pagam a conta de aacutegua atraveacutes do condomiacutenio O preacutedio

Componente Frequecircncia da Manutenccedilatildeo

Custo da Manutenccedilatildeo

Calhas e Condutores

Semestral R$ 13000

Reservatoacuterio Limpeza e

Desinfecccedilatildeo Anual

R$ 20000

desse estudo apresenta um hidrocircmetro que mede o consumo de aacutegua para o todo o

preacutedio

Eacute de suma importacircncia destacar tambeacutem que haacute uma taxa de esgoto que eacute

cobrada pela CAESB consequentemente ldquoo valor da tarifa de esgotos corresponde

a 100 do valor da tarifa de aacutegua exceto quando se tratar de coleta do tipo

condominial que equivale a 60 do valor da tarifa de aacuteguardquo (CAESB)

Deste modo a CAESB utiliza tarifas para diversas categorias de moradia e

comeacutercio e neste estudo seraacute aplicada a tarifa de ldquoresidencial normalrdquo em

concordacircncia com a tabela a seguir

Tabela 08 Valor da Tarifa Cobrado pela CAESB

Para melhor compreensatildeo do caacutelculo que a CAESB faz temos uma conta do

condomiacutenio do preacutedio da Superquadra 111 Norte

Figura 04 Conta Discriminada do Condomiacutenio

Fonte Condomiacutenio do Preacutedio

O caacutelculo feito pela CAESB consiste primeiramente em saber a demanda de

aacutegua gasta em metros cuacutebicos por Unidade de Consumo ndash apartamento ndash para

saber qual faixa ldquomsup3rdquo eacute aplicada Apoacutes saber qual a faixa ldquomsup3rdquo que se enquadra eacute

atribuiacutedo o volume por UC (em msup3) em sequecircncia multiplica-se o volume por UC ou

volume da faixa pelo nuacutemero de UCrsquos correspondente para se obter o volume total

gasto (em msup3) Tendo o volume total gasto basta multiplicar pelo preccedilo corresponde

agrave faixa a qual se encaixa o consumo e assim obtendo o valor total a pagar A partir

do momento que se tem o valor total a pagar eacute necessaacuterio acrescer 100 do valor

para cobrir a tarifa de esgoto conforme a figura

Partindo desses dados podemos calcular por apartamento quanto eacute cobrado

pela CAESB a partir dos dados apresentados no capiacutetulo 34

119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119886119901119886119903119905119886119898119890119899119905119900 = 33119901 times 66119871 ~ 217119871

119863119894119886

119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119886119901119886119903119905119886119898119890119899119905119900 119886119900 119898ecirc119904 = 217119871119889119894119886 times 30119863119894119886119904 = 6510119871 119900119906 65101198983

Com base nesses dados temos que calcular o volume total de descarga em

sanitaacuterios que o preacutedio consome com a seguinte foacutermula

119881119879 = 119881119865 times 119873ordm 119889119890 119880119862prime119904

119881119879 = 10119898sup3 times 36 = 360119898sup3

Em que ldquoVTrdquo corresponde ao volume total do preacutedio ldquoVFrdquo ao volume da faixa

que eacute estipulado pela CAESB e ldquoUCrsquosrdquo satildeo as unidades de consumo que eacute correlato

ao nuacutemero de apartamentos existente

Portanto o total a se pagar em um mecircs eacute calculado da seguinte forma

119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 119881119879 times 119879119886119903119894119891119886 119889119890 aacute119892119906119886 + 119879119886119903119894119891119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900

119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 360119898sup3 times 119877$ 265 + 119879119886119903119894119891119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900

119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 954 + 119877$ 954 = 119877$ 1908

Em 7 meses seriam pagos em descarga

119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 1908 times 7 119872119890119904119890119904 = 119877$ 13356

37 ndash Caacutelculos de economia e retorno de investimento para um sistema

fechado

Conforme exposto por L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental p 15)

ldquopara o caacutelculo da economia da taxa de aacutegua multiplica-se o valor do msup3 (valor

cobrado por msup3 do responsaacutevel pelo fornecimento de aacutegua na cidade []) pelo

volume captado e entatildeo obtecircm-se o valor economizado por ano na taxa de aacuteguardquo

Recapitulando que para esse estudo seraacute utilizado o meacutetodo praacutetico brasieliro

devido aos meses de seca ou pouca chuva

Sendo assim

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119881119886119897119900119903 119889119900 1198983 times 119881119900119897119906119898119890 119888119886119901119905119886119889119900

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 265 times 314061198983

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 8322

Essa economia de R$ 8322 eacute para um mecircs de chuva para o preacutedio todo

sendo assim para os 7 meses de chuva tem-se

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119890 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 8322 times 7 119898119890119904119890119904 = 119877$ 58254

Ainda segundo L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental p 16) para o

caacutelculo da economia referente ao esgoto eacute necessaacuterio multiplicar o valor do msup3 pelo

volume captado e por 08 uma vez que considera-se 20 de perda ou seja para

cada 1 litro de aacutegua que chega na residecircncia eacute cobrado 08 litros para o tratamento

do esgoto

Portanto tem-se

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119881119886119897119900119903 119889119900 1198983 times 119881119900119897119906119898119890 119888119886119901119905119886119889119900 times 08

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900 = 119877$ 265 times 314061198983 times 08

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 6658

Esse valor encontrado de R$ 6658 corresponde a um mecircs de chuva para o

preacutedio sendo assim o total economizado pelo preacutedio em 7 meses eacute de

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119890 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 6658 times 7 119898119890119904119890119904 = 119877$ 46606

ldquoPara o caacutelculo do retorno do investimento divide-se o valor investido pela

economia anual com a implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo e reaproveitamento da

aacutegua pluvialrdquo L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental p 16)

Portanto para 7 meses de chuva tem-se o seguinte

119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 =119881119886119897119900119903 119894119899119907119890119904119905119894119889119900

119864119888119900119899119900119898119894119886 (7119898119890119904119890119904)

119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 = 119877$ 1843924

119877$ 58254 + 119877$ 46606

119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 = 119877$ 1843924

119877$ 9446

119877119890119905119900119903119899119900

119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900= 1952 119886119899119900119904

38 ndash Caacutelculos de dimensionamento para um sistema com fluxo

Os caacutelculos apresentados no subitem anterior satildeo relativos a um sistema

o qual natildeo adota a possibilidade de fluxo dentro do reservatoacuterio Quando se

fala em fluxo temos que considerar que ao mesmo tempo em que o preacutedio

utiliza aacutegua do reservatoacuterio de aacutegua pluvial o mesmo vai enchendo com aacutegua

pluvial Portanto haacute um ciclo no qual o preacutedio demanda aacutegua do reservatoacuterio e

o mesmo vai enchendo conforme chove no local

Sabendo que a meacutedia mensal eacute de 1399msup3 eacute preciso multiplicar isso

por 12 para se obter o quanto choveu em 2014 Sendo assim

119879119900119905119886119897 119886119900 119886119899119900 = 1399119898119898 times 12 119898119890119904119890119904

119879119900119905119886119897 119886119900 119886119899119900 = 16788119898119898

Mas como foi visto o periacuteodo chuvoso eacute de 7 meses entatildeo temos

119875119903119890119888119894119901119894119905119886ccedilatilde119900 119901119886119903119886 7 119898119890119904119890119904 = 16788119898119898 divide 7 = 2398119898119898

Com isso eacute necessaacuterio realizar o caacutelculo da meacutedia de captaccedilatildeo de aacutegua

por mecircs para a aacuterea de 1069msup2

119872119890119889119894119886 119889119890 119862119886119901119905119886ccedilatilde119900 = 2398119898119898 times 1069119898sup2

119872eacute119889119894119886 119889119890 119862119886119901119905119886ccedilatilde119900 = 256346119871 119900119906 256346119898sup3

Ao considerar o valor obtido temos que realizar o quanto seria captado

diariamente

119872eacute119889119894119886 119889119894aacute119903119894119886 = 256346119898sup3 divide 30 119889119894119886119904 = 85119898sup3119889119894119886

A partir desses caacutelculos podemos realizar a seguinte comparaccedilatildeo O

preacutedio consome cerca de 78msup3 ao dia de aacutegua para descarga de vasos sanitaacuterios

enquanto a meacutedia diaacuteria de captaccedilatildeo eacute de 85msup3 por conseguinte temos um fluxo

positivo de aacutegua para o reservatoacuterio de 067msup3dia nos dias chuvosos

Se colocarmos um reservatoacuterio de 35msup3 sem nenhuma aacutegua

armazenada poderemos constatar que o reservatoacuterio iria encher por completo em

cerca de 53 dias conforme o caacutelculo a seguir

351198983 = 0671198983 times 119909 119889119894119886119904

119909 119889119894119886119904 = 35119898sup3 divide 067119898sup3 = 5223 119889119894119886119904

Analisando esses dados temos que a partir do 54ordm dia o reservatoacuterio

estaria completamente cheio e no restante dos 156 dias que teriacuteamos de chuva

esses 067msup3 seriam de certa forma desperdiccedilados uma vez que esse fluxo de

067msup3 ao final dos 7 meses gerariam cerca de 1407msup3 enquanto o reservatoacuterio tem

a capacidade de 35msup3 conforme o caacutelculo a seguir

119875119900119905119890119899119888119894119886119897 = 067119898sup3 times 156 119889119894119886119904 = 1045119898sup3

Se considerarmos esse fluxo positivo de 067msup3dia temos que ao final

dos 210 dias (7meses) seria possiacutevel armazenar 1407 msup3 de aacutegua Com um

reservatoacuterio de 35msup3 1057msup3 estariam sendo escoados para fora do reservatoacuterio

Portanto o ideal seria um reservatoacuterio que se aproxime de 1407msup3 para que ao

final dos 7 meses toda aacutegua possiacutevel fosse armazenada no entanto o reservatoacuterio

deveria ser de 145msup3

Devemos considerar ainda que ao final dos 7 meses o reservatoacuterio

estaria cheio no periacuteodo de seca conseguiria abastecer o preacutedio de acordo com a

demanda do preacutedio sendo assim

119880119905119894119897119894119911119886ccedilatilde119900 119899119886 119904119890119888119886 = 119879119900119905119886119897 119889119900 119903119890119904119890119903119907119886119905oacute119903119894119900 divide 119863119890119898119886119899119889119886 119889119894aacute119903119894119886

119880119905119894119897119894119911119886ccedilatilde119900 119899119886 119904119890119888119886 = 1451198983 divide 781198983119889119894119886

119880119905119894119897119894119911119886ccedilatilde119900 119899119886 119904119890119888119886 = 1858 119889119894119886119904

381 ndash Custo de implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo com fluxo em um

preacutedio

Na implantaccedilatildeo desse sistema os materiais utilizados teratildeo como base

as estimativas que foram apresentadas no subitem anterior e para aumentar a

eficiecircncia do sistema o volume de 1400007L seraacute arredondado para

145000L

Devido ao tamanho do reservatoacuterio eacute de se esperar que o reservatoacuterio

natildeo seja instalado em cima do preacutedio uma vez que a estrutura do preacutedio natildeo

conseguiria suportar o peso que o reservatoacuterio faria sobre o telhado

consequentemente o reservatoacuterio deveraacute ser instalado no jardim do preacutedio que

iraacute gerar um custo a mais por conta da escavaccedilatildeo

Os valores de alguns dos materiais apresentados a seguir seguem os

dos apresentados no trabalho de L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental

p 18) apenas o valor da caixa drsquoaacutegua de 10000L foi obtido atraveacutes de

pesquisas em lojas de construccedilatildeo e assim utilizando a de menor valor

conforme a tabela a seguir Segundo o Saneamento de Goiaacutes SA (SANEAGO)

o custo de escavaccedilatildeo eacute calculado a partir do total de msup3 aleacutem de 3m de

profundidade

Tabela 09 Preccedilo dos Produtos do Sistema de Captaccedilatildeo com Fluxo

Observaccedilatildeo Pelo fato desse estudo se tratar de um modelo de implantaccedilatildeo

o custo das tubulaccedilotildees vai variar de acordo com a demanda necessitada pelo

preacutedio portanto podendo variar de acordo com o projeto implantado Para este

estudo seraacute adotado o valor de R$ 7000

Observaccedilatildeo Pelo fato desse trabalho tratar-se de um modelo de

implantaccedilatildeo o custo da energia pode variar de acordo com a demanda necessitada

pelo preacutedio portanto podendo variar de acordo com o uso da bomba Para este

estudo seraacute adotado o valor de R$ 054 que eacute o valor do KwH cobrado pela CEB

Produto Quantidade Valor unitaacuterio (R$) Valor total (R$)

Cx Daacutegua 10000L 14 496090 6945260

Cx Daacutegua 5000L 1 108000 108000

Boacuteia Eleacutetrica 1 2750 2750

Boacuteia Comum 1 1220 1220

Registro de Gaveta

1 3490 3490

Bomba Anauger 1 23000 23000

Filtro 3P VF1 1 22000 22000

Tubulaccedilotildees 7000 7000

Disjuntor 1 1310 1310

Escavaccedilatildeo Msup3 3666 53157

Matildeo de Obra 1 58574 58574

Energia 054 054

Total 13 727154 7704228

382 ndash Caacutelculos de economia e retorno de investimento para um sistema

com fluxo

Partindo dos dados apresentados podemos calcular por apartamento quanto eacute

cobrado pela CAESB a partir dos dados apresentados no capiacutetulo 34

119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119886119901119886119903119905119886119898119890119899119905119900 = 33119901 times 66119871 ~ 217119871

119863119894119886

119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119886119901119886119903119905119886119898119890119899119905119900 119886119900 119898ecirc119904 = 217119871119889119894119886 times 30119863119894119886119904 = 6510119871 119900119906 65101198983

Em que ldquoVTrdquo corresponde ao volume total do preacutedio ldquoVFrdquo ao volume da faixa

que eacute estipulado pela CAESB e ldquoUCrsquosrdquo satildeo as unidades de consumo que eacute correlato

ao nuacutemero de apartamentos existente

Portanto o total a se pagar em um mecircs eacute calculado da seguinte forma

119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 119881119879 times 119879119886119903119894119891119886 119889119890 aacute119892119906119886 + 119879119886119903119894119891119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900

119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 360119898sup3 times 119877$ 265 + 119879119886119903119894119891119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900

119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 954 + 119877$ 954 = 119877$ 1908

Retomando o caacutelculo exposto por L Pereira (Viabilidade

EconocircmicoAmbiental p 15) no subitem anterior temos que o caacutelculo da CAESB

seria feito da seguinte maneira

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119881119886119897119900119903 119889119900 1198983 times 119881119900119897119906119898119890 119888119886119901119905119886119889119900

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 265 times 1451198983

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 38425

Esse caacutelculo eacute equivalente a um mecircs de captaccedilatildeo para os 7 meses

teremos o seguinte

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119890 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 38425 times 7 119898119890119904119890119904 = 119877$ 268975

Conforme foi visto para o caacutelculo da economia de esgoto eacute necessaacuterio

multiplicar o valor do msup3 pelo volume captado e por 08 uma vez que considera-se

20 de perda ou seja para cada 1 litro de aacutegua que chega na residecircncia eacute cobrado

08 litros para o tratamento do esgoto Portanto para um mecircs segue-se

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119881119886119897119900119903 119889119900 1198983 times 119881119900119897119906119898119890 119888119886119901119905119886119889119900 times 08

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900 = 119877$ 265 times 1451198983 times 08

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 3074

ldquoPara o caacutelculo do retorno do investimento divide-se o valor investido pela

economia anual com a implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo e reaproveitamento da

aacutegua pluvialrdquo L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental p 16)

Portanto para 7 meses de chuva tem-se o seguinte

119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 =119881119886119897119900119903 119894119899119907119890119904119905119894119889119900

119864119888119900119899119900119898119894119886 (7119898119890119904119890119904)

119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 = 119877$ 17704228

119877$ 268975 + 119877$ 21518

119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 = 119877$ 7704228

119877$ 484155

119877119890119905119900119903119899119900

119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900= 1591119886119899119900119904

4 ndash Conclusatildeo e Consideraccedilotildees Finais

De acordo com o que foi exposto temos que a implantaccedilatildeo do sistema de

captaccedilatildeo para o aproveitamento de aacuteguas pluviais eacute uma oacutetima alternativa para

substituiccedilatildeo da ldquoaacutegua cinzardquo possibilitando tambeacutem um destino mais correto do

ponto de vista ambiental para a aacutegua que se tornaria esgoto Como eacute de

conhecimento este tipo de meacutetodo eacute utilizado em diversas regiotildees natildeo somente

aquelas que sofrem com escassez de aacutegua

Mesmo sabendo que o Brasil possui um grande potencial hiacutedrico observamos

que uma parcela da populaccedilatildeo natildeo tem consciecircncia quanto ao gasto de aacutegua

gerando um grande desperdiacutecio de forma desnecessaacuteria Portanto partindo de um

pensamento racional um sistema de captaccedilatildeo seria viaacutevel para o aproveitamento da

aacutegua para fins de consumo domeacutestico mais precisamente ldquoaacutegua cinzardquo

Considerando os caacutelculos apresentados a partir da taxa de precipitaccedilatildeo meacutedia

em Brasiacutelia a criaccedilatildeo de um sistema de captaccedilatildeo pluvial predial traz benefiacutecios

econocircmicos e ambientais O projeto torna-se viaacutevel economicamente pois desde

que se faccedila a manutenccedilatildeo de forma adequada do sistema este teraacute uma vida uacutetil

longa e considerando que se obteacutem o retorno do investimento em aproximadamente

16 anos para um sistema com fluxo apoacutes este periacuteodo o sistema passa a ser

lucrativo para o preacutedio que implanta pois o custo eacute dividido no condomiacutenio dentre os

moradores do preacutedio

Analisando do ponto de vista ambiental o desenvolvimento urbano de Brasiacutelia

ocasionou em superfiacutecies impermeaacuteveis dificultando a absorccedilatildeo de aacuteguas pluviais

pelo solo e juntamente com o sistema de redes pluviais e o sistema de drenagem

ultrapassados os alagamentos e enchentes tecircm se tornado constante quando

ocorrem chuvas anormais Com as estimativas feitas neste trabalho eacute possiacutevel que

tais transtornos hiacutedricos urbanos possam ser amenizados a partir da implantaccedilatildeo do

sistema sem que afete o ciclo hidroloacutegico natural Logicamente essa natildeo eacute a

soluccedilatildeo uma vez que ela deve ser apenas um complemento agrave poliacuteticas publicas

poliacuteticas de incentivo entre outras medidas de cunho sustentaacutevel

Em vista disso a implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo e aproveitamento de

aacuteguas pluviais acarretaria em uma significativa melhora ambiental atraveacutes da

substituiccedilatildeo de uma parcela da aacutegua fornecida pela CAESB e possivelmente

mitigando os transtornos hiacutedricos urbanos se aplicado em larga escala

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Tambeacutem haacute outra alternativa apresentada por L Pereira (Viabilidade

EconocircmicoAmbiental p 18)

119881119886119888 = 119860119879 times 119875119875119872119860 lowast

119881119886119888 = 1069119898sup2 times 1399119898sup3 = 1495531119898sup3119886119899119900

Equaccedilatildeo a qual ldquoVacrdquo corresponde ao volume de aacutegua captado ldquoATrdquo

aacuterea do telhado e ldquoPPMArdquo eacute a precipitaccedilatildeo pluviomeacutetrica meacutedia mensal

Poreacutem o resultado obtido eacute para os 12 meses do ano e como foi visto no

ano de 2014 temos 7 meses com chuva portanto

119881119886119888 =119879119900119905119886119897

1198983

1198861198991199007 119898119890119904119890119904

lowast

119881119886119888 =1495531119898sup3119886119899119900

7= 21364119898sup3 119900119906 213640119871

dados somente seriam vaacutelidos se a precipitaccedilatildeo fosse uniforme durante os 7 meses de chuva

341 ndash Anaacutelise de caso para a Superquadra 111 Norte

Retomando a tabela 02 temos que a quadra apresenta 11 preacutedios

aproximadamente que variam o nuacutemero de apartamentos por pavimentos e

consequentemente o nuacutemero de moradores mas os edifiacutecios continuam tendo

uma aacuterea de 1069msup2 gerando um uma aacuterea total de 70554msup2 mas teremos

como base os caacutelculos feitos para o preacutedio selecionado no item 34

Realizando um caacutelculo baacutesico tem-se como estimativa de

armazenamento para esta quadra o seguinte

119872eacute119905119900119889119900 119875119903aacute119905119894119888119900 119861119903119886119904119894119897119890119894119903119900

119881~ 31406119871 119900119906 314061198983

11 119875119903eacute119889119894119900119904 times 31406119871 = 345466119871 119900119906 345466119898sup3

119872eacute119905119900119889119900 119889119890 119878119894119898119906119897119886ccedilatilde119900 119889119900 119877119890119904119890119903119907119886119905oacute119903119894119900

119881 ~ 70000119871 119900119906 701198983

11 119875119903eacute119889119894119900119904 times 70000119871 = 770000

119881119900119897119906119898119890 119889119890 aacute119892119906119886 119888119886119901119905119886119889119900 lowast

119881119886119888 = 213641198983119900119906 213640119871

11 119875119903eacute119889119894119900119904 times 213640119871 = 2350040119871 119900119906 235004119898sup3

dados somente seriam vaacutelidos se a precipitaccedilatildeo fosse uniforme durante os 7 meses de chuva

119863119890119898119886119899119889119886 119905119900119905119886119897 119889119886 119902119906119886119889119903119886 119888119900119898 119889119890119904119888119886119903119892119886 119889119890 119887119886119899ℎ119890119894119903119900

11 119875119903eacute119889119894119900119904 times 235224119871 = 2587464119871 119900119906 2587464119898sup3

Segundo Brino (Brasiacutelia Superquadras Residenciais) temos que as

dimensotildees maacuteximas de uma superquadra satildeo de 280x280m resultando numa

aacuterea de 78400msup2 que eacute denominado de Aacuterea Total (AT) A partir disso foi

definido que deveria existir uma faixa externa de 20m denominada de non

aedificandi que foi destinada ao plantio de uma ldquomassa vegetalrdquo de grande

porte e no interior da quadra encontra-se a aacuterea aedificandi a qual possui

240x240m e uma aacuterea de 57600msup2 Realizando uma subtraccedilatildeo da Aacuterea total

pela Aacuterea aedificandi obtecircm-se que a aacuterea non aedificandi eacute de 20800msup2 que

corresponde a 265 da aacuterea total

Com base nessas informaccedilotildees eacute necessaacuterio atentar-se ao detalhe de

que uma parte da precipitaccedilatildeo cai no solo e outra parte nos telhados dos

preacutedios Sendo assim parte da chuva pode ser aproveitada pelo sistema de

captaccedilatildeo enquanto outra parte chega ao solo sem uma interferecircncia direta no

ciclo hidroloacutegico

35 ndash Funcionamento do sistema de captaccedilatildeo

Eacute importante frisar que o sistema de aproveitamento de aacuteguas pluviais eacute

regido pela norma NBR 15527 (Associaccedilatildeo Brasileira de Normas Teacutecnicas

2007) norma a qual faz algumas consideraccedilotildees importantes para implantaccedilatildeo

e correto funcionamento do sistema de captaccedilatildeo Alguns destes satildeo

435 ndash O volume dos reservatoacuterios deve ser dimensionado com

base em criteacuterios teacutecnicos econocircmicos e ambientais levando em

conta as boas praacuteticas da engenharia podendo a criteacuterio do

projetista ser utilizados os meacutetodos contidos no Anexo A ou

outro desde que devidamente justificado

Item 436 ndash Os reservatoacuterios devem ser limpos e desinfetados

com soluccedilatildeo de hipoclorito de soacutedio no miacutenimo uma vez por ano

de acordo com agrave ABNT NBR 5626

Item 442 ndash As tubulaccedilotildees e demais componentes devem ser

claramente diferenciados das tubulaccedilotildees de aacutegua potaacutevel

Item 443 ndash O sistema de distribuiccedilatildeo de chuva deve ser

independente do sistema de aacutegua potaacutevel natildeo permitindo a

conexatildeo cruzada de acordo com agrave ABNT NBR 5626

Item 444 ndash Os pontos de consumo como por exemplo uma

torneira de jardim devem ser de uso restrito e identificados com

placa de advertecircncia com a seguinte inscriccedilatildeo ldquoaacutegua natildeo potaacutevelrdquo

e identificaccedilatildeo graacutefica

Item 445 ndash Os reservatoacuterios de aacutegua de distribuiccedilatildeo de aacutegua

potaacutevel e de aacutegua da chuva devem ser separados

Item 461 ndash Quando necessaacuterio o bombeamento este deve

atender agrave ABNT NBR 12214

Deve-se realizar manutenccedilatildeo em todo o sistema de

aproveitamento de aacutegua de chuva

Para maiores esclarecimentos ldquoo funcionamento de um sistema de

coleta e aproveitamento de aacutegua pluvial consiste de maneira geral na captaccedilatildeo

da aacutegua da chuva que cai sobre os telhados ou lajes da edificaccedilatildeo A aacutegua eacute

conduzida ateacute o local de armazenamento atraveacutes de calhas condutores

horizontais e verticais passando por equipamentos de filtragem e descarte de

impurezas Apoacutes passar pelo filtro a aacutegua eacute armazenada geralmente em

reservatoacuterio enterrado (cisterna) e bombeada a um segundo reservatoacuterio

(elevado) do qual as tubulaccedilotildees especiacuteficas de aacutegua pluvial iratildeo distribuiacute-la

para o consumo natildeo potaacutevelrdquo (Carvalho 2010 p 27 e 28) Conforme ilustra a

imagem a seguir

Figura 02 Funcionamento de um Sistema de Captaccedilatildeo

Fonte Adatildeo D Padini (2013)

De forma mais simplificada podemos ver a representaccedilatildeo no fluxograma

a seguir

Figura 03 Fluxograma do Sistema de Captaccedilatildeo

Fonte Leandro Roncato Pereira

351 ndash Dificuldades para implantaccedilatildeo do sistema

Tal sistema apresenta como dificuldade o local onde seriam instaladas

as cisternas uma vez que geraria um peso sobre o telhado Dessa forma o

sistema seria instalado no jardim cobrando um custo adicional

352 ndash Custo de implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo fechado em um

preacutedio

Na implantaccedilatildeo desse sistema os materiais utilizados teratildeo como base o

meacutetodo praacutetico brasileiro e para aumentar a eficiecircncia do sistema o volume de

31406L seraacute arredondado para 35000L

Os valores de alguns dos materiais apresentados a seguir seguem os

dos apresentados no trabalho de L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental

p 18) apenas o valor da caixa drsquoaacutegua de 10000L foi obtido atraveacutes de

pesquisas em lojas de construccedilatildeo e assim utilizando a de menor valor

Tambeacutem devemos considerar que a bomba consome energia ao bombear aacutegua

para o preacutedio (CEB) portanto os valores seguem conforme a tabela a seguir

Tabela 06 Preccedilo dos Produtos do Sistema de Captaccedilatildeo sem Fluxo

Produto Quantidade Valor unitaacuterio (R$) Valor total (R$)

Cx Daacutegua 10000L 3 496090 1488270

Cx Daacutegua 5000L 1 108000 108000

Boacuteia Eleacutetrica 1 2750 2750

Boacuteia Comum 1 1220 1220

Registro de Gaveta

1 3490 3490

Bomba Anauger 1 23000 23000

Filtro 3P VF1 1 22000 22000

Tubulaccedilotildees 7000 7000

Disjuntor 1 1310 1310

Escavaccedilatildeo Msup3 3666 128310

Matildeo de Obra 1 58574 58574

Energia 054 054

Total 13 727154 1843978

Observaccedilatildeo Pelo fato desse estudo se tratar de um modelo de implantaccedilatildeo

o custo das tubulaccedilotildees vai variar de acordo com a demanda necessitada pelo

preacutedio portanto podendo variar de acordo com o projeto implantado Para este

estudo seraacute adotado o valor de R$ 7000

Observaccedilatildeo Pelo fato desse trabalho tratar-se de um modelo de

implantaccedilatildeo o custo da energia pode variar de acordo com a demanda necessitada

pelo preacutedio portanto podendo variar de acordo com o uso da bomba Para este

estudo seraacute adotado o valor de R$ 054 que eacute o valor do KwH cobrado pela CEB

Segundo Saravy (2010 p 46) haacute tambeacutem um custo para manutenccedilatildeo do

sistema conforme a tabela a seguir

Tabela 07 Preccedilo de Manutenccedilatildeo do Sistema de Captaccedilatildeo

Com esses dados podemos ver o valor total final a ser pago pelo

sistema de captaccedilatildeo que eacute de R$ 1889978

36 ndash Taxas e valores cobrados para utilizaccedilatildeo de aacutegua

Segundo a Companhia de Saneamento Ambiental do Distrito Federal (CAESB)

quando vaacuterias residecircncias satildeo atendidas por uma uacutenica ligaccedilatildeo de aacutegua eacute aplicado o

conceito de consumo ldquoPara exemplificar podemos citar um preacutedio residencial onde

cada apartamento corresponde a uma unidade de consumordquo (CAESB) Contudo o

caacutelculo de gastos seraacute realizado primeiro em um apartamento e posteriormente

multiplicado pelo total de apartamentos do preacutedio uma vez que os preacutedios

residecircncias da Asa Norte pagam a conta de aacutegua atraveacutes do condomiacutenio O preacutedio

Componente Frequecircncia da Manutenccedilatildeo

Custo da Manutenccedilatildeo

Calhas e Condutores

Semestral R$ 13000

Reservatoacuterio Limpeza e

Desinfecccedilatildeo Anual

R$ 20000

desse estudo apresenta um hidrocircmetro que mede o consumo de aacutegua para o todo o

preacutedio

Eacute de suma importacircncia destacar tambeacutem que haacute uma taxa de esgoto que eacute

cobrada pela CAESB consequentemente ldquoo valor da tarifa de esgotos corresponde

a 100 do valor da tarifa de aacutegua exceto quando se tratar de coleta do tipo

condominial que equivale a 60 do valor da tarifa de aacuteguardquo (CAESB)

Deste modo a CAESB utiliza tarifas para diversas categorias de moradia e

comeacutercio e neste estudo seraacute aplicada a tarifa de ldquoresidencial normalrdquo em

concordacircncia com a tabela a seguir

Tabela 08 Valor da Tarifa Cobrado pela CAESB

Para melhor compreensatildeo do caacutelculo que a CAESB faz temos uma conta do

condomiacutenio do preacutedio da Superquadra 111 Norte

Figura 04 Conta Discriminada do Condomiacutenio

Fonte Condomiacutenio do Preacutedio

O caacutelculo feito pela CAESB consiste primeiramente em saber a demanda de

aacutegua gasta em metros cuacutebicos por Unidade de Consumo ndash apartamento ndash para

saber qual faixa ldquomsup3rdquo eacute aplicada Apoacutes saber qual a faixa ldquomsup3rdquo que se enquadra eacute

atribuiacutedo o volume por UC (em msup3) em sequecircncia multiplica-se o volume por UC ou

volume da faixa pelo nuacutemero de UCrsquos correspondente para se obter o volume total

gasto (em msup3) Tendo o volume total gasto basta multiplicar pelo preccedilo corresponde

agrave faixa a qual se encaixa o consumo e assim obtendo o valor total a pagar A partir

do momento que se tem o valor total a pagar eacute necessaacuterio acrescer 100 do valor

para cobrir a tarifa de esgoto conforme a figura

Partindo desses dados podemos calcular por apartamento quanto eacute cobrado

pela CAESB a partir dos dados apresentados no capiacutetulo 34

119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119886119901119886119903119905119886119898119890119899119905119900 = 33119901 times 66119871 ~ 217119871

119863119894119886

119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119886119901119886119903119905119886119898119890119899119905119900 119886119900 119898ecirc119904 = 217119871119889119894119886 times 30119863119894119886119904 = 6510119871 119900119906 65101198983

Com base nesses dados temos que calcular o volume total de descarga em

sanitaacuterios que o preacutedio consome com a seguinte foacutermula

119881119879 = 119881119865 times 119873ordm 119889119890 119880119862prime119904

119881119879 = 10119898sup3 times 36 = 360119898sup3

Em que ldquoVTrdquo corresponde ao volume total do preacutedio ldquoVFrdquo ao volume da faixa

que eacute estipulado pela CAESB e ldquoUCrsquosrdquo satildeo as unidades de consumo que eacute correlato

ao nuacutemero de apartamentos existente

Portanto o total a se pagar em um mecircs eacute calculado da seguinte forma

119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 119881119879 times 119879119886119903119894119891119886 119889119890 aacute119892119906119886 + 119879119886119903119894119891119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900

119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 360119898sup3 times 119877$ 265 + 119879119886119903119894119891119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900

119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 954 + 119877$ 954 = 119877$ 1908

Em 7 meses seriam pagos em descarga

119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 1908 times 7 119872119890119904119890119904 = 119877$ 13356

37 ndash Caacutelculos de economia e retorno de investimento para um sistema

fechado

Conforme exposto por L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental p 15)

ldquopara o caacutelculo da economia da taxa de aacutegua multiplica-se o valor do msup3 (valor

cobrado por msup3 do responsaacutevel pelo fornecimento de aacutegua na cidade []) pelo

volume captado e entatildeo obtecircm-se o valor economizado por ano na taxa de aacuteguardquo

Recapitulando que para esse estudo seraacute utilizado o meacutetodo praacutetico brasieliro

devido aos meses de seca ou pouca chuva

Sendo assim

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119881119886119897119900119903 119889119900 1198983 times 119881119900119897119906119898119890 119888119886119901119905119886119889119900

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 265 times 314061198983

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 8322

Essa economia de R$ 8322 eacute para um mecircs de chuva para o preacutedio todo

sendo assim para os 7 meses de chuva tem-se

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119890 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 8322 times 7 119898119890119904119890119904 = 119877$ 58254

Ainda segundo L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental p 16) para o

caacutelculo da economia referente ao esgoto eacute necessaacuterio multiplicar o valor do msup3 pelo

volume captado e por 08 uma vez que considera-se 20 de perda ou seja para

cada 1 litro de aacutegua que chega na residecircncia eacute cobrado 08 litros para o tratamento

do esgoto

Portanto tem-se

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119881119886119897119900119903 119889119900 1198983 times 119881119900119897119906119898119890 119888119886119901119905119886119889119900 times 08

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900 = 119877$ 265 times 314061198983 times 08

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 6658

Esse valor encontrado de R$ 6658 corresponde a um mecircs de chuva para o

preacutedio sendo assim o total economizado pelo preacutedio em 7 meses eacute de

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119890 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 6658 times 7 119898119890119904119890119904 = 119877$ 46606

ldquoPara o caacutelculo do retorno do investimento divide-se o valor investido pela

economia anual com a implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo e reaproveitamento da

aacutegua pluvialrdquo L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental p 16)

Portanto para 7 meses de chuva tem-se o seguinte

119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 =119881119886119897119900119903 119894119899119907119890119904119905119894119889119900

119864119888119900119899119900119898119894119886 (7119898119890119904119890119904)

119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 = 119877$ 1843924

119877$ 58254 + 119877$ 46606

119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 = 119877$ 1843924

119877$ 9446

119877119890119905119900119903119899119900

119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900= 1952 119886119899119900119904

38 ndash Caacutelculos de dimensionamento para um sistema com fluxo

Os caacutelculos apresentados no subitem anterior satildeo relativos a um sistema

o qual natildeo adota a possibilidade de fluxo dentro do reservatoacuterio Quando se

fala em fluxo temos que considerar que ao mesmo tempo em que o preacutedio

utiliza aacutegua do reservatoacuterio de aacutegua pluvial o mesmo vai enchendo com aacutegua

pluvial Portanto haacute um ciclo no qual o preacutedio demanda aacutegua do reservatoacuterio e

o mesmo vai enchendo conforme chove no local

Sabendo que a meacutedia mensal eacute de 1399msup3 eacute preciso multiplicar isso

por 12 para se obter o quanto choveu em 2014 Sendo assim

119879119900119905119886119897 119886119900 119886119899119900 = 1399119898119898 times 12 119898119890119904119890119904

119879119900119905119886119897 119886119900 119886119899119900 = 16788119898119898

Mas como foi visto o periacuteodo chuvoso eacute de 7 meses entatildeo temos

119875119903119890119888119894119901119894119905119886ccedilatilde119900 119901119886119903119886 7 119898119890119904119890119904 = 16788119898119898 divide 7 = 2398119898119898

Com isso eacute necessaacuterio realizar o caacutelculo da meacutedia de captaccedilatildeo de aacutegua

por mecircs para a aacuterea de 1069msup2

119872119890119889119894119886 119889119890 119862119886119901119905119886ccedilatilde119900 = 2398119898119898 times 1069119898sup2

119872eacute119889119894119886 119889119890 119862119886119901119905119886ccedilatilde119900 = 256346119871 119900119906 256346119898sup3

Ao considerar o valor obtido temos que realizar o quanto seria captado

diariamente

119872eacute119889119894119886 119889119894aacute119903119894119886 = 256346119898sup3 divide 30 119889119894119886119904 = 85119898sup3119889119894119886

A partir desses caacutelculos podemos realizar a seguinte comparaccedilatildeo O

preacutedio consome cerca de 78msup3 ao dia de aacutegua para descarga de vasos sanitaacuterios

enquanto a meacutedia diaacuteria de captaccedilatildeo eacute de 85msup3 por conseguinte temos um fluxo

positivo de aacutegua para o reservatoacuterio de 067msup3dia nos dias chuvosos

Se colocarmos um reservatoacuterio de 35msup3 sem nenhuma aacutegua

armazenada poderemos constatar que o reservatoacuterio iria encher por completo em

cerca de 53 dias conforme o caacutelculo a seguir

351198983 = 0671198983 times 119909 119889119894119886119904

119909 119889119894119886119904 = 35119898sup3 divide 067119898sup3 = 5223 119889119894119886119904

Analisando esses dados temos que a partir do 54ordm dia o reservatoacuterio

estaria completamente cheio e no restante dos 156 dias que teriacuteamos de chuva

esses 067msup3 seriam de certa forma desperdiccedilados uma vez que esse fluxo de

067msup3 ao final dos 7 meses gerariam cerca de 1407msup3 enquanto o reservatoacuterio tem

a capacidade de 35msup3 conforme o caacutelculo a seguir

119875119900119905119890119899119888119894119886119897 = 067119898sup3 times 156 119889119894119886119904 = 1045119898sup3

Se considerarmos esse fluxo positivo de 067msup3dia temos que ao final

dos 210 dias (7meses) seria possiacutevel armazenar 1407 msup3 de aacutegua Com um

reservatoacuterio de 35msup3 1057msup3 estariam sendo escoados para fora do reservatoacuterio

Portanto o ideal seria um reservatoacuterio que se aproxime de 1407msup3 para que ao

final dos 7 meses toda aacutegua possiacutevel fosse armazenada no entanto o reservatoacuterio

deveria ser de 145msup3

Devemos considerar ainda que ao final dos 7 meses o reservatoacuterio

estaria cheio no periacuteodo de seca conseguiria abastecer o preacutedio de acordo com a

demanda do preacutedio sendo assim

119880119905119894119897119894119911119886ccedilatilde119900 119899119886 119904119890119888119886 = 119879119900119905119886119897 119889119900 119903119890119904119890119903119907119886119905oacute119903119894119900 divide 119863119890119898119886119899119889119886 119889119894aacute119903119894119886

119880119905119894119897119894119911119886ccedilatilde119900 119899119886 119904119890119888119886 = 1451198983 divide 781198983119889119894119886

119880119905119894119897119894119911119886ccedilatilde119900 119899119886 119904119890119888119886 = 1858 119889119894119886119904

381 ndash Custo de implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo com fluxo em um

preacutedio

Na implantaccedilatildeo desse sistema os materiais utilizados teratildeo como base

as estimativas que foram apresentadas no subitem anterior e para aumentar a

eficiecircncia do sistema o volume de 1400007L seraacute arredondado para

145000L

Devido ao tamanho do reservatoacuterio eacute de se esperar que o reservatoacuterio

natildeo seja instalado em cima do preacutedio uma vez que a estrutura do preacutedio natildeo

conseguiria suportar o peso que o reservatoacuterio faria sobre o telhado

consequentemente o reservatoacuterio deveraacute ser instalado no jardim do preacutedio que

iraacute gerar um custo a mais por conta da escavaccedilatildeo

Os valores de alguns dos materiais apresentados a seguir seguem os

dos apresentados no trabalho de L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental

p 18) apenas o valor da caixa drsquoaacutegua de 10000L foi obtido atraveacutes de

pesquisas em lojas de construccedilatildeo e assim utilizando a de menor valor

conforme a tabela a seguir Segundo o Saneamento de Goiaacutes SA (SANEAGO)

o custo de escavaccedilatildeo eacute calculado a partir do total de msup3 aleacutem de 3m de

profundidade

Tabela 09 Preccedilo dos Produtos do Sistema de Captaccedilatildeo com Fluxo

Observaccedilatildeo Pelo fato desse estudo se tratar de um modelo de implantaccedilatildeo

o custo das tubulaccedilotildees vai variar de acordo com a demanda necessitada pelo

preacutedio portanto podendo variar de acordo com o projeto implantado Para este

estudo seraacute adotado o valor de R$ 7000

Observaccedilatildeo Pelo fato desse trabalho tratar-se de um modelo de

implantaccedilatildeo o custo da energia pode variar de acordo com a demanda necessitada

pelo preacutedio portanto podendo variar de acordo com o uso da bomba Para este

estudo seraacute adotado o valor de R$ 054 que eacute o valor do KwH cobrado pela CEB

Produto Quantidade Valor unitaacuterio (R$) Valor total (R$)

Cx Daacutegua 10000L 14 496090 6945260

Cx Daacutegua 5000L 1 108000 108000

Boacuteia Eleacutetrica 1 2750 2750

Boacuteia Comum 1 1220 1220

Registro de Gaveta

1 3490 3490

Bomba Anauger 1 23000 23000

Filtro 3P VF1 1 22000 22000

Tubulaccedilotildees 7000 7000

Disjuntor 1 1310 1310

Escavaccedilatildeo Msup3 3666 53157

Matildeo de Obra 1 58574 58574

Energia 054 054

Total 13 727154 7704228

382 ndash Caacutelculos de economia e retorno de investimento para um sistema

com fluxo

Partindo dos dados apresentados podemos calcular por apartamento quanto eacute

cobrado pela CAESB a partir dos dados apresentados no capiacutetulo 34

119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119886119901119886119903119905119886119898119890119899119905119900 = 33119901 times 66119871 ~ 217119871

119863119894119886

119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119886119901119886119903119905119886119898119890119899119905119900 119886119900 119898ecirc119904 = 217119871119889119894119886 times 30119863119894119886119904 = 6510119871 119900119906 65101198983

Em que ldquoVTrdquo corresponde ao volume total do preacutedio ldquoVFrdquo ao volume da faixa

que eacute estipulado pela CAESB e ldquoUCrsquosrdquo satildeo as unidades de consumo que eacute correlato

ao nuacutemero de apartamentos existente

Portanto o total a se pagar em um mecircs eacute calculado da seguinte forma

119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 119881119879 times 119879119886119903119894119891119886 119889119890 aacute119892119906119886 + 119879119886119903119894119891119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900

119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 360119898sup3 times 119877$ 265 + 119879119886119903119894119891119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900

119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 954 + 119877$ 954 = 119877$ 1908

Retomando o caacutelculo exposto por L Pereira (Viabilidade

EconocircmicoAmbiental p 15) no subitem anterior temos que o caacutelculo da CAESB

seria feito da seguinte maneira

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119881119886119897119900119903 119889119900 1198983 times 119881119900119897119906119898119890 119888119886119901119905119886119889119900

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 265 times 1451198983

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 38425

Esse caacutelculo eacute equivalente a um mecircs de captaccedilatildeo para os 7 meses

teremos o seguinte

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119890 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 38425 times 7 119898119890119904119890119904 = 119877$ 268975

Conforme foi visto para o caacutelculo da economia de esgoto eacute necessaacuterio

multiplicar o valor do msup3 pelo volume captado e por 08 uma vez que considera-se

20 de perda ou seja para cada 1 litro de aacutegua que chega na residecircncia eacute cobrado

08 litros para o tratamento do esgoto Portanto para um mecircs segue-se

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119881119886119897119900119903 119889119900 1198983 times 119881119900119897119906119898119890 119888119886119901119905119886119889119900 times 08

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900 = 119877$ 265 times 1451198983 times 08

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 3074

ldquoPara o caacutelculo do retorno do investimento divide-se o valor investido pela

economia anual com a implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo e reaproveitamento da

aacutegua pluvialrdquo L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental p 16)

Portanto para 7 meses de chuva tem-se o seguinte

119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 =119881119886119897119900119903 119894119899119907119890119904119905119894119889119900

119864119888119900119899119900119898119894119886 (7119898119890119904119890119904)

119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 = 119877$ 17704228

119877$ 268975 + 119877$ 21518

119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 = 119877$ 7704228

119877$ 484155

119877119890119905119900119903119899119900

119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900= 1591119886119899119900119904

4 ndash Conclusatildeo e Consideraccedilotildees Finais

De acordo com o que foi exposto temos que a implantaccedilatildeo do sistema de

captaccedilatildeo para o aproveitamento de aacuteguas pluviais eacute uma oacutetima alternativa para

substituiccedilatildeo da ldquoaacutegua cinzardquo possibilitando tambeacutem um destino mais correto do

ponto de vista ambiental para a aacutegua que se tornaria esgoto Como eacute de

conhecimento este tipo de meacutetodo eacute utilizado em diversas regiotildees natildeo somente

aquelas que sofrem com escassez de aacutegua

Mesmo sabendo que o Brasil possui um grande potencial hiacutedrico observamos

que uma parcela da populaccedilatildeo natildeo tem consciecircncia quanto ao gasto de aacutegua

gerando um grande desperdiacutecio de forma desnecessaacuteria Portanto partindo de um

pensamento racional um sistema de captaccedilatildeo seria viaacutevel para o aproveitamento da

aacutegua para fins de consumo domeacutestico mais precisamente ldquoaacutegua cinzardquo

Considerando os caacutelculos apresentados a partir da taxa de precipitaccedilatildeo meacutedia

em Brasiacutelia a criaccedilatildeo de um sistema de captaccedilatildeo pluvial predial traz benefiacutecios

econocircmicos e ambientais O projeto torna-se viaacutevel economicamente pois desde

que se faccedila a manutenccedilatildeo de forma adequada do sistema este teraacute uma vida uacutetil

longa e considerando que se obteacutem o retorno do investimento em aproximadamente

16 anos para um sistema com fluxo apoacutes este periacuteodo o sistema passa a ser

lucrativo para o preacutedio que implanta pois o custo eacute dividido no condomiacutenio dentre os

moradores do preacutedio

Analisando do ponto de vista ambiental o desenvolvimento urbano de Brasiacutelia

ocasionou em superfiacutecies impermeaacuteveis dificultando a absorccedilatildeo de aacuteguas pluviais

pelo solo e juntamente com o sistema de redes pluviais e o sistema de drenagem

ultrapassados os alagamentos e enchentes tecircm se tornado constante quando

ocorrem chuvas anormais Com as estimativas feitas neste trabalho eacute possiacutevel que

tais transtornos hiacutedricos urbanos possam ser amenizados a partir da implantaccedilatildeo do

sistema sem que afete o ciclo hidroloacutegico natural Logicamente essa natildeo eacute a

soluccedilatildeo uma vez que ela deve ser apenas um complemento agrave poliacuteticas publicas

poliacuteticas de incentivo entre outras medidas de cunho sustentaacutevel

Em vista disso a implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo e aproveitamento de

aacuteguas pluviais acarretaria em uma significativa melhora ambiental atraveacutes da

substituiccedilatildeo de uma parcela da aacutegua fornecida pela CAESB e possivelmente

mitigando os transtornos hiacutedricos urbanos se aplicado em larga escala

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119881119886119888 = 213641198983119900119906 213640119871

11 119875119903eacute119889119894119900119904 times 213640119871 = 2350040119871 119900119906 235004119898sup3

dados somente seriam vaacutelidos se a precipitaccedilatildeo fosse uniforme durante os 7 meses de chuva

119863119890119898119886119899119889119886 119905119900119905119886119897 119889119886 119902119906119886119889119903119886 119888119900119898 119889119890119904119888119886119903119892119886 119889119890 119887119886119899ℎ119890119894119903119900

11 119875119903eacute119889119894119900119904 times 235224119871 = 2587464119871 119900119906 2587464119898sup3

Segundo Brino (Brasiacutelia Superquadras Residenciais) temos que as

dimensotildees maacuteximas de uma superquadra satildeo de 280x280m resultando numa

aacuterea de 78400msup2 que eacute denominado de Aacuterea Total (AT) A partir disso foi

definido que deveria existir uma faixa externa de 20m denominada de non

aedificandi que foi destinada ao plantio de uma ldquomassa vegetalrdquo de grande

porte e no interior da quadra encontra-se a aacuterea aedificandi a qual possui

240x240m e uma aacuterea de 57600msup2 Realizando uma subtraccedilatildeo da Aacuterea total

pela Aacuterea aedificandi obtecircm-se que a aacuterea non aedificandi eacute de 20800msup2 que

corresponde a 265 da aacuterea total

Com base nessas informaccedilotildees eacute necessaacuterio atentar-se ao detalhe de

que uma parte da precipitaccedilatildeo cai no solo e outra parte nos telhados dos

preacutedios Sendo assim parte da chuva pode ser aproveitada pelo sistema de

captaccedilatildeo enquanto outra parte chega ao solo sem uma interferecircncia direta no

ciclo hidroloacutegico

35 ndash Funcionamento do sistema de captaccedilatildeo

Eacute importante frisar que o sistema de aproveitamento de aacuteguas pluviais eacute

regido pela norma NBR 15527 (Associaccedilatildeo Brasileira de Normas Teacutecnicas

2007) norma a qual faz algumas consideraccedilotildees importantes para implantaccedilatildeo

e correto funcionamento do sistema de captaccedilatildeo Alguns destes satildeo

435 ndash O volume dos reservatoacuterios deve ser dimensionado com

base em criteacuterios teacutecnicos econocircmicos e ambientais levando em

conta as boas praacuteticas da engenharia podendo a criteacuterio do

projetista ser utilizados os meacutetodos contidos no Anexo A ou

outro desde que devidamente justificado

Item 436 ndash Os reservatoacuterios devem ser limpos e desinfetados

com soluccedilatildeo de hipoclorito de soacutedio no miacutenimo uma vez por ano

de acordo com agrave ABNT NBR 5626

Item 442 ndash As tubulaccedilotildees e demais componentes devem ser

claramente diferenciados das tubulaccedilotildees de aacutegua potaacutevel

Item 443 ndash O sistema de distribuiccedilatildeo de chuva deve ser

independente do sistema de aacutegua potaacutevel natildeo permitindo a

conexatildeo cruzada de acordo com agrave ABNT NBR 5626

Item 444 ndash Os pontos de consumo como por exemplo uma

torneira de jardim devem ser de uso restrito e identificados com

placa de advertecircncia com a seguinte inscriccedilatildeo ldquoaacutegua natildeo potaacutevelrdquo

e identificaccedilatildeo graacutefica

Item 445 ndash Os reservatoacuterios de aacutegua de distribuiccedilatildeo de aacutegua

potaacutevel e de aacutegua da chuva devem ser separados

Item 461 ndash Quando necessaacuterio o bombeamento este deve

atender agrave ABNT NBR 12214

Deve-se realizar manutenccedilatildeo em todo o sistema de

aproveitamento de aacutegua de chuva

Para maiores esclarecimentos ldquoo funcionamento de um sistema de

coleta e aproveitamento de aacutegua pluvial consiste de maneira geral na captaccedilatildeo

da aacutegua da chuva que cai sobre os telhados ou lajes da edificaccedilatildeo A aacutegua eacute

conduzida ateacute o local de armazenamento atraveacutes de calhas condutores

horizontais e verticais passando por equipamentos de filtragem e descarte de

impurezas Apoacutes passar pelo filtro a aacutegua eacute armazenada geralmente em

reservatoacuterio enterrado (cisterna) e bombeada a um segundo reservatoacuterio

(elevado) do qual as tubulaccedilotildees especiacuteficas de aacutegua pluvial iratildeo distribuiacute-la

para o consumo natildeo potaacutevelrdquo (Carvalho 2010 p 27 e 28) Conforme ilustra a

imagem a seguir

Figura 02 Funcionamento de um Sistema de Captaccedilatildeo

Fonte Adatildeo D Padini (2013)

De forma mais simplificada podemos ver a representaccedilatildeo no fluxograma

a seguir

Figura 03 Fluxograma do Sistema de Captaccedilatildeo

Fonte Leandro Roncato Pereira

351 ndash Dificuldades para implantaccedilatildeo do sistema

Tal sistema apresenta como dificuldade o local onde seriam instaladas

as cisternas uma vez que geraria um peso sobre o telhado Dessa forma o

sistema seria instalado no jardim cobrando um custo adicional

352 ndash Custo de implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo fechado em um

preacutedio

Na implantaccedilatildeo desse sistema os materiais utilizados teratildeo como base o

meacutetodo praacutetico brasileiro e para aumentar a eficiecircncia do sistema o volume de

31406L seraacute arredondado para 35000L

Os valores de alguns dos materiais apresentados a seguir seguem os

dos apresentados no trabalho de L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental

p 18) apenas o valor da caixa drsquoaacutegua de 10000L foi obtido atraveacutes de

pesquisas em lojas de construccedilatildeo e assim utilizando a de menor valor

Tambeacutem devemos considerar que a bomba consome energia ao bombear aacutegua

para o preacutedio (CEB) portanto os valores seguem conforme a tabela a seguir

Tabela 06 Preccedilo dos Produtos do Sistema de Captaccedilatildeo sem Fluxo

Produto Quantidade Valor unitaacuterio (R$) Valor total (R$)

Cx Daacutegua 10000L 3 496090 1488270

Cx Daacutegua 5000L 1 108000 108000

Boacuteia Eleacutetrica 1 2750 2750

Boacuteia Comum 1 1220 1220

Registro de Gaveta

1 3490 3490

Bomba Anauger 1 23000 23000

Filtro 3P VF1 1 22000 22000

Tubulaccedilotildees 7000 7000

Disjuntor 1 1310 1310

Escavaccedilatildeo Msup3 3666 128310

Matildeo de Obra 1 58574 58574

Energia 054 054

Total 13 727154 1843978

Observaccedilatildeo Pelo fato desse estudo se tratar de um modelo de implantaccedilatildeo

o custo das tubulaccedilotildees vai variar de acordo com a demanda necessitada pelo

preacutedio portanto podendo variar de acordo com o projeto implantado Para este

estudo seraacute adotado o valor de R$ 7000

Observaccedilatildeo Pelo fato desse trabalho tratar-se de um modelo de

implantaccedilatildeo o custo da energia pode variar de acordo com a demanda necessitada

pelo preacutedio portanto podendo variar de acordo com o uso da bomba Para este

estudo seraacute adotado o valor de R$ 054 que eacute o valor do KwH cobrado pela CEB

Segundo Saravy (2010 p 46) haacute tambeacutem um custo para manutenccedilatildeo do

sistema conforme a tabela a seguir

Tabela 07 Preccedilo de Manutenccedilatildeo do Sistema de Captaccedilatildeo

Com esses dados podemos ver o valor total final a ser pago pelo

sistema de captaccedilatildeo que eacute de R$ 1889978

36 ndash Taxas e valores cobrados para utilizaccedilatildeo de aacutegua

Segundo a Companhia de Saneamento Ambiental do Distrito Federal (CAESB)

quando vaacuterias residecircncias satildeo atendidas por uma uacutenica ligaccedilatildeo de aacutegua eacute aplicado o

conceito de consumo ldquoPara exemplificar podemos citar um preacutedio residencial onde

cada apartamento corresponde a uma unidade de consumordquo (CAESB) Contudo o

caacutelculo de gastos seraacute realizado primeiro em um apartamento e posteriormente

multiplicado pelo total de apartamentos do preacutedio uma vez que os preacutedios

residecircncias da Asa Norte pagam a conta de aacutegua atraveacutes do condomiacutenio O preacutedio

Componente Frequecircncia da Manutenccedilatildeo

Custo da Manutenccedilatildeo

Calhas e Condutores

Semestral R$ 13000

Reservatoacuterio Limpeza e

Desinfecccedilatildeo Anual

R$ 20000

desse estudo apresenta um hidrocircmetro que mede o consumo de aacutegua para o todo o

preacutedio

Eacute de suma importacircncia destacar tambeacutem que haacute uma taxa de esgoto que eacute

cobrada pela CAESB consequentemente ldquoo valor da tarifa de esgotos corresponde

a 100 do valor da tarifa de aacutegua exceto quando se tratar de coleta do tipo

condominial que equivale a 60 do valor da tarifa de aacuteguardquo (CAESB)

Deste modo a CAESB utiliza tarifas para diversas categorias de moradia e

comeacutercio e neste estudo seraacute aplicada a tarifa de ldquoresidencial normalrdquo em

concordacircncia com a tabela a seguir

Tabela 08 Valor da Tarifa Cobrado pela CAESB

Para melhor compreensatildeo do caacutelculo que a CAESB faz temos uma conta do

condomiacutenio do preacutedio da Superquadra 111 Norte

Figura 04 Conta Discriminada do Condomiacutenio

Fonte Condomiacutenio do Preacutedio

O caacutelculo feito pela CAESB consiste primeiramente em saber a demanda de

aacutegua gasta em metros cuacutebicos por Unidade de Consumo ndash apartamento ndash para

saber qual faixa ldquomsup3rdquo eacute aplicada Apoacutes saber qual a faixa ldquomsup3rdquo que se enquadra eacute

atribuiacutedo o volume por UC (em msup3) em sequecircncia multiplica-se o volume por UC ou

volume da faixa pelo nuacutemero de UCrsquos correspondente para se obter o volume total

gasto (em msup3) Tendo o volume total gasto basta multiplicar pelo preccedilo corresponde

agrave faixa a qual se encaixa o consumo e assim obtendo o valor total a pagar A partir

do momento que se tem o valor total a pagar eacute necessaacuterio acrescer 100 do valor

para cobrir a tarifa de esgoto conforme a figura

Partindo desses dados podemos calcular por apartamento quanto eacute cobrado

pela CAESB a partir dos dados apresentados no capiacutetulo 34

119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119886119901119886119903119905119886119898119890119899119905119900 = 33119901 times 66119871 ~ 217119871

119863119894119886

119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119886119901119886119903119905119886119898119890119899119905119900 119886119900 119898ecirc119904 = 217119871119889119894119886 times 30119863119894119886119904 = 6510119871 119900119906 65101198983

Com base nesses dados temos que calcular o volume total de descarga em

sanitaacuterios que o preacutedio consome com a seguinte foacutermula

119881119879 = 119881119865 times 119873ordm 119889119890 119880119862prime119904

119881119879 = 10119898sup3 times 36 = 360119898sup3

Em que ldquoVTrdquo corresponde ao volume total do preacutedio ldquoVFrdquo ao volume da faixa

que eacute estipulado pela CAESB e ldquoUCrsquosrdquo satildeo as unidades de consumo que eacute correlato

ao nuacutemero de apartamentos existente

Portanto o total a se pagar em um mecircs eacute calculado da seguinte forma

119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 119881119879 times 119879119886119903119894119891119886 119889119890 aacute119892119906119886 + 119879119886119903119894119891119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900

119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 360119898sup3 times 119877$ 265 + 119879119886119903119894119891119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900

119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 954 + 119877$ 954 = 119877$ 1908

Em 7 meses seriam pagos em descarga

119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 1908 times 7 119872119890119904119890119904 = 119877$ 13356

37 ndash Caacutelculos de economia e retorno de investimento para um sistema

fechado

Conforme exposto por L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental p 15)

ldquopara o caacutelculo da economia da taxa de aacutegua multiplica-se o valor do msup3 (valor

cobrado por msup3 do responsaacutevel pelo fornecimento de aacutegua na cidade []) pelo

volume captado e entatildeo obtecircm-se o valor economizado por ano na taxa de aacuteguardquo

Recapitulando que para esse estudo seraacute utilizado o meacutetodo praacutetico brasieliro

devido aos meses de seca ou pouca chuva

Sendo assim

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119881119886119897119900119903 119889119900 1198983 times 119881119900119897119906119898119890 119888119886119901119905119886119889119900

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 265 times 314061198983

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 8322

Essa economia de R$ 8322 eacute para um mecircs de chuva para o preacutedio todo

sendo assim para os 7 meses de chuva tem-se

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119890 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 8322 times 7 119898119890119904119890119904 = 119877$ 58254

Ainda segundo L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental p 16) para o

caacutelculo da economia referente ao esgoto eacute necessaacuterio multiplicar o valor do msup3 pelo

volume captado e por 08 uma vez que considera-se 20 de perda ou seja para

cada 1 litro de aacutegua que chega na residecircncia eacute cobrado 08 litros para o tratamento

do esgoto

Portanto tem-se

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119881119886119897119900119903 119889119900 1198983 times 119881119900119897119906119898119890 119888119886119901119905119886119889119900 times 08

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900 = 119877$ 265 times 314061198983 times 08

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 6658

Esse valor encontrado de R$ 6658 corresponde a um mecircs de chuva para o

preacutedio sendo assim o total economizado pelo preacutedio em 7 meses eacute de

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119890 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 6658 times 7 119898119890119904119890119904 = 119877$ 46606

ldquoPara o caacutelculo do retorno do investimento divide-se o valor investido pela

economia anual com a implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo e reaproveitamento da

aacutegua pluvialrdquo L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental p 16)

Portanto para 7 meses de chuva tem-se o seguinte

119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 =119881119886119897119900119903 119894119899119907119890119904119905119894119889119900

119864119888119900119899119900119898119894119886 (7119898119890119904119890119904)

119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 = 119877$ 1843924

119877$ 58254 + 119877$ 46606

119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 = 119877$ 1843924

119877$ 9446

119877119890119905119900119903119899119900

119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900= 1952 119886119899119900119904

38 ndash Caacutelculos de dimensionamento para um sistema com fluxo

Os caacutelculos apresentados no subitem anterior satildeo relativos a um sistema

o qual natildeo adota a possibilidade de fluxo dentro do reservatoacuterio Quando se

fala em fluxo temos que considerar que ao mesmo tempo em que o preacutedio

utiliza aacutegua do reservatoacuterio de aacutegua pluvial o mesmo vai enchendo com aacutegua

pluvial Portanto haacute um ciclo no qual o preacutedio demanda aacutegua do reservatoacuterio e

o mesmo vai enchendo conforme chove no local

Sabendo que a meacutedia mensal eacute de 1399msup3 eacute preciso multiplicar isso

por 12 para se obter o quanto choveu em 2014 Sendo assim

119879119900119905119886119897 119886119900 119886119899119900 = 1399119898119898 times 12 119898119890119904119890119904

119879119900119905119886119897 119886119900 119886119899119900 = 16788119898119898

Mas como foi visto o periacuteodo chuvoso eacute de 7 meses entatildeo temos

119875119903119890119888119894119901119894119905119886ccedilatilde119900 119901119886119903119886 7 119898119890119904119890119904 = 16788119898119898 divide 7 = 2398119898119898

Com isso eacute necessaacuterio realizar o caacutelculo da meacutedia de captaccedilatildeo de aacutegua

por mecircs para a aacuterea de 1069msup2

119872119890119889119894119886 119889119890 119862119886119901119905119886ccedilatilde119900 = 2398119898119898 times 1069119898sup2

119872eacute119889119894119886 119889119890 119862119886119901119905119886ccedilatilde119900 = 256346119871 119900119906 256346119898sup3

Ao considerar o valor obtido temos que realizar o quanto seria captado

diariamente

119872eacute119889119894119886 119889119894aacute119903119894119886 = 256346119898sup3 divide 30 119889119894119886119904 = 85119898sup3119889119894119886

A partir desses caacutelculos podemos realizar a seguinte comparaccedilatildeo O

preacutedio consome cerca de 78msup3 ao dia de aacutegua para descarga de vasos sanitaacuterios

enquanto a meacutedia diaacuteria de captaccedilatildeo eacute de 85msup3 por conseguinte temos um fluxo

positivo de aacutegua para o reservatoacuterio de 067msup3dia nos dias chuvosos

Se colocarmos um reservatoacuterio de 35msup3 sem nenhuma aacutegua

armazenada poderemos constatar que o reservatoacuterio iria encher por completo em

cerca de 53 dias conforme o caacutelculo a seguir

351198983 = 0671198983 times 119909 119889119894119886119904

119909 119889119894119886119904 = 35119898sup3 divide 067119898sup3 = 5223 119889119894119886119904

Analisando esses dados temos que a partir do 54ordm dia o reservatoacuterio

estaria completamente cheio e no restante dos 156 dias que teriacuteamos de chuva

esses 067msup3 seriam de certa forma desperdiccedilados uma vez que esse fluxo de

067msup3 ao final dos 7 meses gerariam cerca de 1407msup3 enquanto o reservatoacuterio tem

a capacidade de 35msup3 conforme o caacutelculo a seguir

119875119900119905119890119899119888119894119886119897 = 067119898sup3 times 156 119889119894119886119904 = 1045119898sup3

Se considerarmos esse fluxo positivo de 067msup3dia temos que ao final

dos 210 dias (7meses) seria possiacutevel armazenar 1407 msup3 de aacutegua Com um

reservatoacuterio de 35msup3 1057msup3 estariam sendo escoados para fora do reservatoacuterio

Portanto o ideal seria um reservatoacuterio que se aproxime de 1407msup3 para que ao

final dos 7 meses toda aacutegua possiacutevel fosse armazenada no entanto o reservatoacuterio

deveria ser de 145msup3

Devemos considerar ainda que ao final dos 7 meses o reservatoacuterio

estaria cheio no periacuteodo de seca conseguiria abastecer o preacutedio de acordo com a

demanda do preacutedio sendo assim

119880119905119894119897119894119911119886ccedilatilde119900 119899119886 119904119890119888119886 = 119879119900119905119886119897 119889119900 119903119890119904119890119903119907119886119905oacute119903119894119900 divide 119863119890119898119886119899119889119886 119889119894aacute119903119894119886

119880119905119894119897119894119911119886ccedilatilde119900 119899119886 119904119890119888119886 = 1451198983 divide 781198983119889119894119886

119880119905119894119897119894119911119886ccedilatilde119900 119899119886 119904119890119888119886 = 1858 119889119894119886119904

381 ndash Custo de implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo com fluxo em um

preacutedio

Na implantaccedilatildeo desse sistema os materiais utilizados teratildeo como base

as estimativas que foram apresentadas no subitem anterior e para aumentar a

eficiecircncia do sistema o volume de 1400007L seraacute arredondado para

145000L

Devido ao tamanho do reservatoacuterio eacute de se esperar que o reservatoacuterio

natildeo seja instalado em cima do preacutedio uma vez que a estrutura do preacutedio natildeo

conseguiria suportar o peso que o reservatoacuterio faria sobre o telhado

consequentemente o reservatoacuterio deveraacute ser instalado no jardim do preacutedio que

iraacute gerar um custo a mais por conta da escavaccedilatildeo

Os valores de alguns dos materiais apresentados a seguir seguem os

dos apresentados no trabalho de L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental

p 18) apenas o valor da caixa drsquoaacutegua de 10000L foi obtido atraveacutes de

pesquisas em lojas de construccedilatildeo e assim utilizando a de menor valor

conforme a tabela a seguir Segundo o Saneamento de Goiaacutes SA (SANEAGO)

o custo de escavaccedilatildeo eacute calculado a partir do total de msup3 aleacutem de 3m de

profundidade

Tabela 09 Preccedilo dos Produtos do Sistema de Captaccedilatildeo com Fluxo

Observaccedilatildeo Pelo fato desse estudo se tratar de um modelo de implantaccedilatildeo

o custo das tubulaccedilotildees vai variar de acordo com a demanda necessitada pelo

preacutedio portanto podendo variar de acordo com o projeto implantado Para este

estudo seraacute adotado o valor de R$ 7000

Observaccedilatildeo Pelo fato desse trabalho tratar-se de um modelo de

implantaccedilatildeo o custo da energia pode variar de acordo com a demanda necessitada

pelo preacutedio portanto podendo variar de acordo com o uso da bomba Para este

estudo seraacute adotado o valor de R$ 054 que eacute o valor do KwH cobrado pela CEB

Produto Quantidade Valor unitaacuterio (R$) Valor total (R$)

Cx Daacutegua 10000L 14 496090 6945260

Cx Daacutegua 5000L 1 108000 108000

Boacuteia Eleacutetrica 1 2750 2750

Boacuteia Comum 1 1220 1220

Registro de Gaveta

1 3490 3490

Bomba Anauger 1 23000 23000

Filtro 3P VF1 1 22000 22000

Tubulaccedilotildees 7000 7000

Disjuntor 1 1310 1310

Escavaccedilatildeo Msup3 3666 53157

Matildeo de Obra 1 58574 58574

Energia 054 054

Total 13 727154 7704228

382 ndash Caacutelculos de economia e retorno de investimento para um sistema

com fluxo

Partindo dos dados apresentados podemos calcular por apartamento quanto eacute

cobrado pela CAESB a partir dos dados apresentados no capiacutetulo 34

119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119886119901119886119903119905119886119898119890119899119905119900 = 33119901 times 66119871 ~ 217119871

119863119894119886

119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119886119901119886119903119905119886119898119890119899119905119900 119886119900 119898ecirc119904 = 217119871119889119894119886 times 30119863119894119886119904 = 6510119871 119900119906 65101198983

Em que ldquoVTrdquo corresponde ao volume total do preacutedio ldquoVFrdquo ao volume da faixa

que eacute estipulado pela CAESB e ldquoUCrsquosrdquo satildeo as unidades de consumo que eacute correlato

ao nuacutemero de apartamentos existente

Portanto o total a se pagar em um mecircs eacute calculado da seguinte forma

119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 119881119879 times 119879119886119903119894119891119886 119889119890 aacute119892119906119886 + 119879119886119903119894119891119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900

119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 360119898sup3 times 119877$ 265 + 119879119886119903119894119891119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900

119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 954 + 119877$ 954 = 119877$ 1908

Retomando o caacutelculo exposto por L Pereira (Viabilidade

EconocircmicoAmbiental p 15) no subitem anterior temos que o caacutelculo da CAESB

seria feito da seguinte maneira

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119881119886119897119900119903 119889119900 1198983 times 119881119900119897119906119898119890 119888119886119901119905119886119889119900

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 265 times 1451198983

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 38425

Esse caacutelculo eacute equivalente a um mecircs de captaccedilatildeo para os 7 meses

teremos o seguinte

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119890 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 38425 times 7 119898119890119904119890119904 = 119877$ 268975

Conforme foi visto para o caacutelculo da economia de esgoto eacute necessaacuterio

multiplicar o valor do msup3 pelo volume captado e por 08 uma vez que considera-se

20 de perda ou seja para cada 1 litro de aacutegua que chega na residecircncia eacute cobrado

08 litros para o tratamento do esgoto Portanto para um mecircs segue-se

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119881119886119897119900119903 119889119900 1198983 times 119881119900119897119906119898119890 119888119886119901119905119886119889119900 times 08

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900 = 119877$ 265 times 1451198983 times 08

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 3074

ldquoPara o caacutelculo do retorno do investimento divide-se o valor investido pela

economia anual com a implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo e reaproveitamento da

aacutegua pluvialrdquo L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental p 16)

Portanto para 7 meses de chuva tem-se o seguinte

119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 =119881119886119897119900119903 119894119899119907119890119904119905119894119889119900

119864119888119900119899119900119898119894119886 (7119898119890119904119890119904)

119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 = 119877$ 17704228

119877$ 268975 + 119877$ 21518

119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 = 119877$ 7704228

119877$ 484155

119877119890119905119900119903119899119900

119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900= 1591119886119899119900119904

4 ndash Conclusatildeo e Consideraccedilotildees Finais

De acordo com o que foi exposto temos que a implantaccedilatildeo do sistema de

captaccedilatildeo para o aproveitamento de aacuteguas pluviais eacute uma oacutetima alternativa para

substituiccedilatildeo da ldquoaacutegua cinzardquo possibilitando tambeacutem um destino mais correto do

ponto de vista ambiental para a aacutegua que se tornaria esgoto Como eacute de

conhecimento este tipo de meacutetodo eacute utilizado em diversas regiotildees natildeo somente

aquelas que sofrem com escassez de aacutegua

Mesmo sabendo que o Brasil possui um grande potencial hiacutedrico observamos

que uma parcela da populaccedilatildeo natildeo tem consciecircncia quanto ao gasto de aacutegua

gerando um grande desperdiacutecio de forma desnecessaacuteria Portanto partindo de um

pensamento racional um sistema de captaccedilatildeo seria viaacutevel para o aproveitamento da

aacutegua para fins de consumo domeacutestico mais precisamente ldquoaacutegua cinzardquo

Considerando os caacutelculos apresentados a partir da taxa de precipitaccedilatildeo meacutedia

em Brasiacutelia a criaccedilatildeo de um sistema de captaccedilatildeo pluvial predial traz benefiacutecios

econocircmicos e ambientais O projeto torna-se viaacutevel economicamente pois desde

que se faccedila a manutenccedilatildeo de forma adequada do sistema este teraacute uma vida uacutetil

longa e considerando que se obteacutem o retorno do investimento em aproximadamente

16 anos para um sistema com fluxo apoacutes este periacuteodo o sistema passa a ser

lucrativo para o preacutedio que implanta pois o custo eacute dividido no condomiacutenio dentre os

moradores do preacutedio

Analisando do ponto de vista ambiental o desenvolvimento urbano de Brasiacutelia

ocasionou em superfiacutecies impermeaacuteveis dificultando a absorccedilatildeo de aacuteguas pluviais

pelo solo e juntamente com o sistema de redes pluviais e o sistema de drenagem

ultrapassados os alagamentos e enchentes tecircm se tornado constante quando

ocorrem chuvas anormais Com as estimativas feitas neste trabalho eacute possiacutevel que

tais transtornos hiacutedricos urbanos possam ser amenizados a partir da implantaccedilatildeo do

sistema sem que afete o ciclo hidroloacutegico natural Logicamente essa natildeo eacute a

soluccedilatildeo uma vez que ela deve ser apenas um complemento agrave poliacuteticas publicas

poliacuteticas de incentivo entre outras medidas de cunho sustentaacutevel

Em vista disso a implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo e aproveitamento de

aacuteguas pluviais acarretaria em uma significativa melhora ambiental atraveacutes da

substituiccedilatildeo de uma parcela da aacutegua fornecida pela CAESB e possivelmente

mitigando os transtornos hiacutedricos urbanos se aplicado em larga escala

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Item 436 ndash Os reservatoacuterios devem ser limpos e desinfetados

com soluccedilatildeo de hipoclorito de soacutedio no miacutenimo uma vez por ano

de acordo com agrave ABNT NBR 5626

Item 442 ndash As tubulaccedilotildees e demais componentes devem ser

claramente diferenciados das tubulaccedilotildees de aacutegua potaacutevel

Item 443 ndash O sistema de distribuiccedilatildeo de chuva deve ser

independente do sistema de aacutegua potaacutevel natildeo permitindo a

conexatildeo cruzada de acordo com agrave ABNT NBR 5626

Item 444 ndash Os pontos de consumo como por exemplo uma

torneira de jardim devem ser de uso restrito e identificados com

placa de advertecircncia com a seguinte inscriccedilatildeo ldquoaacutegua natildeo potaacutevelrdquo

e identificaccedilatildeo graacutefica

Item 445 ndash Os reservatoacuterios de aacutegua de distribuiccedilatildeo de aacutegua

potaacutevel e de aacutegua da chuva devem ser separados

Item 461 ndash Quando necessaacuterio o bombeamento este deve

atender agrave ABNT NBR 12214

Deve-se realizar manutenccedilatildeo em todo o sistema de

aproveitamento de aacutegua de chuva

Para maiores esclarecimentos ldquoo funcionamento de um sistema de

coleta e aproveitamento de aacutegua pluvial consiste de maneira geral na captaccedilatildeo

da aacutegua da chuva que cai sobre os telhados ou lajes da edificaccedilatildeo A aacutegua eacute

conduzida ateacute o local de armazenamento atraveacutes de calhas condutores

horizontais e verticais passando por equipamentos de filtragem e descarte de

impurezas Apoacutes passar pelo filtro a aacutegua eacute armazenada geralmente em

reservatoacuterio enterrado (cisterna) e bombeada a um segundo reservatoacuterio

(elevado) do qual as tubulaccedilotildees especiacuteficas de aacutegua pluvial iratildeo distribuiacute-la

para o consumo natildeo potaacutevelrdquo (Carvalho 2010 p 27 e 28) Conforme ilustra a

imagem a seguir

Figura 02 Funcionamento de um Sistema de Captaccedilatildeo

Fonte Adatildeo D Padini (2013)

De forma mais simplificada podemos ver a representaccedilatildeo no fluxograma

a seguir

Figura 03 Fluxograma do Sistema de Captaccedilatildeo

Fonte Leandro Roncato Pereira

351 ndash Dificuldades para implantaccedilatildeo do sistema

Tal sistema apresenta como dificuldade o local onde seriam instaladas

as cisternas uma vez que geraria um peso sobre o telhado Dessa forma o

sistema seria instalado no jardim cobrando um custo adicional

352 ndash Custo de implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo fechado em um

preacutedio

Na implantaccedilatildeo desse sistema os materiais utilizados teratildeo como base o

meacutetodo praacutetico brasileiro e para aumentar a eficiecircncia do sistema o volume de

31406L seraacute arredondado para 35000L

Os valores de alguns dos materiais apresentados a seguir seguem os

dos apresentados no trabalho de L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental

p 18) apenas o valor da caixa drsquoaacutegua de 10000L foi obtido atraveacutes de

pesquisas em lojas de construccedilatildeo e assim utilizando a de menor valor

Tambeacutem devemos considerar que a bomba consome energia ao bombear aacutegua

para o preacutedio (CEB) portanto os valores seguem conforme a tabela a seguir

Tabela 06 Preccedilo dos Produtos do Sistema de Captaccedilatildeo sem Fluxo

Produto Quantidade Valor unitaacuterio (R$) Valor total (R$)

Cx Daacutegua 10000L 3 496090 1488270

Cx Daacutegua 5000L 1 108000 108000

Boacuteia Eleacutetrica 1 2750 2750

Boacuteia Comum 1 1220 1220

Registro de Gaveta

1 3490 3490

Bomba Anauger 1 23000 23000

Filtro 3P VF1 1 22000 22000

Tubulaccedilotildees 7000 7000

Disjuntor 1 1310 1310

Escavaccedilatildeo Msup3 3666 128310

Matildeo de Obra 1 58574 58574

Energia 054 054

Total 13 727154 1843978

Observaccedilatildeo Pelo fato desse estudo se tratar de um modelo de implantaccedilatildeo

o custo das tubulaccedilotildees vai variar de acordo com a demanda necessitada pelo

preacutedio portanto podendo variar de acordo com o projeto implantado Para este

estudo seraacute adotado o valor de R$ 7000

Observaccedilatildeo Pelo fato desse trabalho tratar-se de um modelo de

implantaccedilatildeo o custo da energia pode variar de acordo com a demanda necessitada

pelo preacutedio portanto podendo variar de acordo com o uso da bomba Para este

estudo seraacute adotado o valor de R$ 054 que eacute o valor do KwH cobrado pela CEB

Segundo Saravy (2010 p 46) haacute tambeacutem um custo para manutenccedilatildeo do

sistema conforme a tabela a seguir

Tabela 07 Preccedilo de Manutenccedilatildeo do Sistema de Captaccedilatildeo

Com esses dados podemos ver o valor total final a ser pago pelo

sistema de captaccedilatildeo que eacute de R$ 1889978

36 ndash Taxas e valores cobrados para utilizaccedilatildeo de aacutegua

Segundo a Companhia de Saneamento Ambiental do Distrito Federal (CAESB)

quando vaacuterias residecircncias satildeo atendidas por uma uacutenica ligaccedilatildeo de aacutegua eacute aplicado o

conceito de consumo ldquoPara exemplificar podemos citar um preacutedio residencial onde

cada apartamento corresponde a uma unidade de consumordquo (CAESB) Contudo o

caacutelculo de gastos seraacute realizado primeiro em um apartamento e posteriormente

multiplicado pelo total de apartamentos do preacutedio uma vez que os preacutedios

residecircncias da Asa Norte pagam a conta de aacutegua atraveacutes do condomiacutenio O preacutedio

Componente Frequecircncia da Manutenccedilatildeo

Custo da Manutenccedilatildeo

Calhas e Condutores

Semestral R$ 13000

Reservatoacuterio Limpeza e

Desinfecccedilatildeo Anual

R$ 20000

desse estudo apresenta um hidrocircmetro que mede o consumo de aacutegua para o todo o

preacutedio

Eacute de suma importacircncia destacar tambeacutem que haacute uma taxa de esgoto que eacute

cobrada pela CAESB consequentemente ldquoo valor da tarifa de esgotos corresponde

a 100 do valor da tarifa de aacutegua exceto quando se tratar de coleta do tipo

condominial que equivale a 60 do valor da tarifa de aacuteguardquo (CAESB)

Deste modo a CAESB utiliza tarifas para diversas categorias de moradia e

comeacutercio e neste estudo seraacute aplicada a tarifa de ldquoresidencial normalrdquo em

concordacircncia com a tabela a seguir

Tabela 08 Valor da Tarifa Cobrado pela CAESB

Para melhor compreensatildeo do caacutelculo que a CAESB faz temos uma conta do

condomiacutenio do preacutedio da Superquadra 111 Norte

Figura 04 Conta Discriminada do Condomiacutenio

Fonte Condomiacutenio do Preacutedio

O caacutelculo feito pela CAESB consiste primeiramente em saber a demanda de

aacutegua gasta em metros cuacutebicos por Unidade de Consumo ndash apartamento ndash para

saber qual faixa ldquomsup3rdquo eacute aplicada Apoacutes saber qual a faixa ldquomsup3rdquo que se enquadra eacute

atribuiacutedo o volume por UC (em msup3) em sequecircncia multiplica-se o volume por UC ou

volume da faixa pelo nuacutemero de UCrsquos correspondente para se obter o volume total

gasto (em msup3) Tendo o volume total gasto basta multiplicar pelo preccedilo corresponde

agrave faixa a qual se encaixa o consumo e assim obtendo o valor total a pagar A partir

do momento que se tem o valor total a pagar eacute necessaacuterio acrescer 100 do valor

para cobrir a tarifa de esgoto conforme a figura

Partindo desses dados podemos calcular por apartamento quanto eacute cobrado

pela CAESB a partir dos dados apresentados no capiacutetulo 34

119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119886119901119886119903119905119886119898119890119899119905119900 = 33119901 times 66119871 ~ 217119871

119863119894119886

119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119886119901119886119903119905119886119898119890119899119905119900 119886119900 119898ecirc119904 = 217119871119889119894119886 times 30119863119894119886119904 = 6510119871 119900119906 65101198983

Com base nesses dados temos que calcular o volume total de descarga em

sanitaacuterios que o preacutedio consome com a seguinte foacutermula

119881119879 = 119881119865 times 119873ordm 119889119890 119880119862prime119904

119881119879 = 10119898sup3 times 36 = 360119898sup3

Em que ldquoVTrdquo corresponde ao volume total do preacutedio ldquoVFrdquo ao volume da faixa

que eacute estipulado pela CAESB e ldquoUCrsquosrdquo satildeo as unidades de consumo que eacute correlato

ao nuacutemero de apartamentos existente

Portanto o total a se pagar em um mecircs eacute calculado da seguinte forma

119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 119881119879 times 119879119886119903119894119891119886 119889119890 aacute119892119906119886 + 119879119886119903119894119891119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900

119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 360119898sup3 times 119877$ 265 + 119879119886119903119894119891119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900

119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 954 + 119877$ 954 = 119877$ 1908

Em 7 meses seriam pagos em descarga

119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 1908 times 7 119872119890119904119890119904 = 119877$ 13356

37 ndash Caacutelculos de economia e retorno de investimento para um sistema

fechado

Conforme exposto por L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental p 15)

ldquopara o caacutelculo da economia da taxa de aacutegua multiplica-se o valor do msup3 (valor

cobrado por msup3 do responsaacutevel pelo fornecimento de aacutegua na cidade []) pelo

volume captado e entatildeo obtecircm-se o valor economizado por ano na taxa de aacuteguardquo

Recapitulando que para esse estudo seraacute utilizado o meacutetodo praacutetico brasieliro

devido aos meses de seca ou pouca chuva

Sendo assim

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119881119886119897119900119903 119889119900 1198983 times 119881119900119897119906119898119890 119888119886119901119905119886119889119900

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 265 times 314061198983

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 8322

Essa economia de R$ 8322 eacute para um mecircs de chuva para o preacutedio todo

sendo assim para os 7 meses de chuva tem-se

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119890 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 8322 times 7 119898119890119904119890119904 = 119877$ 58254

Ainda segundo L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental p 16) para o

caacutelculo da economia referente ao esgoto eacute necessaacuterio multiplicar o valor do msup3 pelo

volume captado e por 08 uma vez que considera-se 20 de perda ou seja para

cada 1 litro de aacutegua que chega na residecircncia eacute cobrado 08 litros para o tratamento

do esgoto

Portanto tem-se

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119881119886119897119900119903 119889119900 1198983 times 119881119900119897119906119898119890 119888119886119901119905119886119889119900 times 08

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900 = 119877$ 265 times 314061198983 times 08

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 6658

Esse valor encontrado de R$ 6658 corresponde a um mecircs de chuva para o

preacutedio sendo assim o total economizado pelo preacutedio em 7 meses eacute de

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119890 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 6658 times 7 119898119890119904119890119904 = 119877$ 46606

ldquoPara o caacutelculo do retorno do investimento divide-se o valor investido pela

economia anual com a implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo e reaproveitamento da

aacutegua pluvialrdquo L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental p 16)

Portanto para 7 meses de chuva tem-se o seguinte

119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 =119881119886119897119900119903 119894119899119907119890119904119905119894119889119900

119864119888119900119899119900119898119894119886 (7119898119890119904119890119904)

119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 = 119877$ 1843924

119877$ 58254 + 119877$ 46606

119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 = 119877$ 1843924

119877$ 9446

119877119890119905119900119903119899119900

119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900= 1952 119886119899119900119904

38 ndash Caacutelculos de dimensionamento para um sistema com fluxo

Os caacutelculos apresentados no subitem anterior satildeo relativos a um sistema

o qual natildeo adota a possibilidade de fluxo dentro do reservatoacuterio Quando se

fala em fluxo temos que considerar que ao mesmo tempo em que o preacutedio

utiliza aacutegua do reservatoacuterio de aacutegua pluvial o mesmo vai enchendo com aacutegua

pluvial Portanto haacute um ciclo no qual o preacutedio demanda aacutegua do reservatoacuterio e

o mesmo vai enchendo conforme chove no local

Sabendo que a meacutedia mensal eacute de 1399msup3 eacute preciso multiplicar isso

por 12 para se obter o quanto choveu em 2014 Sendo assim

119879119900119905119886119897 119886119900 119886119899119900 = 1399119898119898 times 12 119898119890119904119890119904

119879119900119905119886119897 119886119900 119886119899119900 = 16788119898119898

Mas como foi visto o periacuteodo chuvoso eacute de 7 meses entatildeo temos

119875119903119890119888119894119901119894119905119886ccedilatilde119900 119901119886119903119886 7 119898119890119904119890119904 = 16788119898119898 divide 7 = 2398119898119898

Com isso eacute necessaacuterio realizar o caacutelculo da meacutedia de captaccedilatildeo de aacutegua

por mecircs para a aacuterea de 1069msup2

119872119890119889119894119886 119889119890 119862119886119901119905119886ccedilatilde119900 = 2398119898119898 times 1069119898sup2

119872eacute119889119894119886 119889119890 119862119886119901119905119886ccedilatilde119900 = 256346119871 119900119906 256346119898sup3

Ao considerar o valor obtido temos que realizar o quanto seria captado

diariamente

119872eacute119889119894119886 119889119894aacute119903119894119886 = 256346119898sup3 divide 30 119889119894119886119904 = 85119898sup3119889119894119886

A partir desses caacutelculos podemos realizar a seguinte comparaccedilatildeo O

preacutedio consome cerca de 78msup3 ao dia de aacutegua para descarga de vasos sanitaacuterios

enquanto a meacutedia diaacuteria de captaccedilatildeo eacute de 85msup3 por conseguinte temos um fluxo

positivo de aacutegua para o reservatoacuterio de 067msup3dia nos dias chuvosos

Se colocarmos um reservatoacuterio de 35msup3 sem nenhuma aacutegua

armazenada poderemos constatar que o reservatoacuterio iria encher por completo em

cerca de 53 dias conforme o caacutelculo a seguir

351198983 = 0671198983 times 119909 119889119894119886119904

119909 119889119894119886119904 = 35119898sup3 divide 067119898sup3 = 5223 119889119894119886119904

Analisando esses dados temos que a partir do 54ordm dia o reservatoacuterio

estaria completamente cheio e no restante dos 156 dias que teriacuteamos de chuva

esses 067msup3 seriam de certa forma desperdiccedilados uma vez que esse fluxo de

067msup3 ao final dos 7 meses gerariam cerca de 1407msup3 enquanto o reservatoacuterio tem

a capacidade de 35msup3 conforme o caacutelculo a seguir

119875119900119905119890119899119888119894119886119897 = 067119898sup3 times 156 119889119894119886119904 = 1045119898sup3

Se considerarmos esse fluxo positivo de 067msup3dia temos que ao final

dos 210 dias (7meses) seria possiacutevel armazenar 1407 msup3 de aacutegua Com um

reservatoacuterio de 35msup3 1057msup3 estariam sendo escoados para fora do reservatoacuterio

Portanto o ideal seria um reservatoacuterio que se aproxime de 1407msup3 para que ao

final dos 7 meses toda aacutegua possiacutevel fosse armazenada no entanto o reservatoacuterio

deveria ser de 145msup3

Devemos considerar ainda que ao final dos 7 meses o reservatoacuterio

estaria cheio no periacuteodo de seca conseguiria abastecer o preacutedio de acordo com a

demanda do preacutedio sendo assim

119880119905119894119897119894119911119886ccedilatilde119900 119899119886 119904119890119888119886 = 119879119900119905119886119897 119889119900 119903119890119904119890119903119907119886119905oacute119903119894119900 divide 119863119890119898119886119899119889119886 119889119894aacute119903119894119886

119880119905119894119897119894119911119886ccedilatilde119900 119899119886 119904119890119888119886 = 1451198983 divide 781198983119889119894119886

119880119905119894119897119894119911119886ccedilatilde119900 119899119886 119904119890119888119886 = 1858 119889119894119886119904

381 ndash Custo de implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo com fluxo em um

preacutedio

Na implantaccedilatildeo desse sistema os materiais utilizados teratildeo como base

as estimativas que foram apresentadas no subitem anterior e para aumentar a

eficiecircncia do sistema o volume de 1400007L seraacute arredondado para

145000L

Devido ao tamanho do reservatoacuterio eacute de se esperar que o reservatoacuterio

natildeo seja instalado em cima do preacutedio uma vez que a estrutura do preacutedio natildeo

conseguiria suportar o peso que o reservatoacuterio faria sobre o telhado

consequentemente o reservatoacuterio deveraacute ser instalado no jardim do preacutedio que

iraacute gerar um custo a mais por conta da escavaccedilatildeo

Os valores de alguns dos materiais apresentados a seguir seguem os

dos apresentados no trabalho de L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental

p 18) apenas o valor da caixa drsquoaacutegua de 10000L foi obtido atraveacutes de

pesquisas em lojas de construccedilatildeo e assim utilizando a de menor valor

conforme a tabela a seguir Segundo o Saneamento de Goiaacutes SA (SANEAGO)

o custo de escavaccedilatildeo eacute calculado a partir do total de msup3 aleacutem de 3m de

profundidade

Tabela 09 Preccedilo dos Produtos do Sistema de Captaccedilatildeo com Fluxo

Observaccedilatildeo Pelo fato desse estudo se tratar de um modelo de implantaccedilatildeo

o custo das tubulaccedilotildees vai variar de acordo com a demanda necessitada pelo

preacutedio portanto podendo variar de acordo com o projeto implantado Para este

estudo seraacute adotado o valor de R$ 7000

Observaccedilatildeo Pelo fato desse trabalho tratar-se de um modelo de

implantaccedilatildeo o custo da energia pode variar de acordo com a demanda necessitada

pelo preacutedio portanto podendo variar de acordo com o uso da bomba Para este

estudo seraacute adotado o valor de R$ 054 que eacute o valor do KwH cobrado pela CEB

Produto Quantidade Valor unitaacuterio (R$) Valor total (R$)

Cx Daacutegua 10000L 14 496090 6945260

Cx Daacutegua 5000L 1 108000 108000

Boacuteia Eleacutetrica 1 2750 2750

Boacuteia Comum 1 1220 1220

Registro de Gaveta

1 3490 3490

Bomba Anauger 1 23000 23000

Filtro 3P VF1 1 22000 22000

Tubulaccedilotildees 7000 7000

Disjuntor 1 1310 1310

Escavaccedilatildeo Msup3 3666 53157

Matildeo de Obra 1 58574 58574

Energia 054 054

Total 13 727154 7704228

382 ndash Caacutelculos de economia e retorno de investimento para um sistema

com fluxo

Partindo dos dados apresentados podemos calcular por apartamento quanto eacute

cobrado pela CAESB a partir dos dados apresentados no capiacutetulo 34

119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119886119901119886119903119905119886119898119890119899119905119900 = 33119901 times 66119871 ~ 217119871

119863119894119886

119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119886119901119886119903119905119886119898119890119899119905119900 119886119900 119898ecirc119904 = 217119871119889119894119886 times 30119863119894119886119904 = 6510119871 119900119906 65101198983

Em que ldquoVTrdquo corresponde ao volume total do preacutedio ldquoVFrdquo ao volume da faixa

que eacute estipulado pela CAESB e ldquoUCrsquosrdquo satildeo as unidades de consumo que eacute correlato

ao nuacutemero de apartamentos existente

Portanto o total a se pagar em um mecircs eacute calculado da seguinte forma

119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 119881119879 times 119879119886119903119894119891119886 119889119890 aacute119892119906119886 + 119879119886119903119894119891119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900

119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 360119898sup3 times 119877$ 265 + 119879119886119903119894119891119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900

119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 954 + 119877$ 954 = 119877$ 1908

Retomando o caacutelculo exposto por L Pereira (Viabilidade

EconocircmicoAmbiental p 15) no subitem anterior temos que o caacutelculo da CAESB

seria feito da seguinte maneira

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119881119886119897119900119903 119889119900 1198983 times 119881119900119897119906119898119890 119888119886119901119905119886119889119900

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 265 times 1451198983

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 38425

Esse caacutelculo eacute equivalente a um mecircs de captaccedilatildeo para os 7 meses

teremos o seguinte

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119890 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 38425 times 7 119898119890119904119890119904 = 119877$ 268975

Conforme foi visto para o caacutelculo da economia de esgoto eacute necessaacuterio

multiplicar o valor do msup3 pelo volume captado e por 08 uma vez que considera-se

20 de perda ou seja para cada 1 litro de aacutegua que chega na residecircncia eacute cobrado

08 litros para o tratamento do esgoto Portanto para um mecircs segue-se

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119881119886119897119900119903 119889119900 1198983 times 119881119900119897119906119898119890 119888119886119901119905119886119889119900 times 08

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900 = 119877$ 265 times 1451198983 times 08

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 3074

ldquoPara o caacutelculo do retorno do investimento divide-se o valor investido pela

economia anual com a implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo e reaproveitamento da

aacutegua pluvialrdquo L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental p 16)

Portanto para 7 meses de chuva tem-se o seguinte

119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 =119881119886119897119900119903 119894119899119907119890119904119905119894119889119900

119864119888119900119899119900119898119894119886 (7119898119890119904119890119904)

119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 = 119877$ 17704228

119877$ 268975 + 119877$ 21518

119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 = 119877$ 7704228

119877$ 484155

119877119890119905119900119903119899119900

119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900= 1591119886119899119900119904

4 ndash Conclusatildeo e Consideraccedilotildees Finais

De acordo com o que foi exposto temos que a implantaccedilatildeo do sistema de

captaccedilatildeo para o aproveitamento de aacuteguas pluviais eacute uma oacutetima alternativa para

substituiccedilatildeo da ldquoaacutegua cinzardquo possibilitando tambeacutem um destino mais correto do

ponto de vista ambiental para a aacutegua que se tornaria esgoto Como eacute de

conhecimento este tipo de meacutetodo eacute utilizado em diversas regiotildees natildeo somente

aquelas que sofrem com escassez de aacutegua

Mesmo sabendo que o Brasil possui um grande potencial hiacutedrico observamos

que uma parcela da populaccedilatildeo natildeo tem consciecircncia quanto ao gasto de aacutegua

gerando um grande desperdiacutecio de forma desnecessaacuteria Portanto partindo de um

pensamento racional um sistema de captaccedilatildeo seria viaacutevel para o aproveitamento da

aacutegua para fins de consumo domeacutestico mais precisamente ldquoaacutegua cinzardquo

Considerando os caacutelculos apresentados a partir da taxa de precipitaccedilatildeo meacutedia

em Brasiacutelia a criaccedilatildeo de um sistema de captaccedilatildeo pluvial predial traz benefiacutecios

econocircmicos e ambientais O projeto torna-se viaacutevel economicamente pois desde

que se faccedila a manutenccedilatildeo de forma adequada do sistema este teraacute uma vida uacutetil

longa e considerando que se obteacutem o retorno do investimento em aproximadamente

16 anos para um sistema com fluxo apoacutes este periacuteodo o sistema passa a ser

lucrativo para o preacutedio que implanta pois o custo eacute dividido no condomiacutenio dentre os

moradores do preacutedio

Analisando do ponto de vista ambiental o desenvolvimento urbano de Brasiacutelia

ocasionou em superfiacutecies impermeaacuteveis dificultando a absorccedilatildeo de aacuteguas pluviais

pelo solo e juntamente com o sistema de redes pluviais e o sistema de drenagem

ultrapassados os alagamentos e enchentes tecircm se tornado constante quando

ocorrem chuvas anormais Com as estimativas feitas neste trabalho eacute possiacutevel que

tais transtornos hiacutedricos urbanos possam ser amenizados a partir da implantaccedilatildeo do

sistema sem que afete o ciclo hidroloacutegico natural Logicamente essa natildeo eacute a

soluccedilatildeo uma vez que ela deve ser apenas um complemento agrave poliacuteticas publicas

poliacuteticas de incentivo entre outras medidas de cunho sustentaacutevel

Em vista disso a implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo e aproveitamento de

aacuteguas pluviais acarretaria em uma significativa melhora ambiental atraveacutes da

substituiccedilatildeo de uma parcela da aacutegua fornecida pela CAESB e possivelmente

mitigando os transtornos hiacutedricos urbanos se aplicado em larga escala

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conduzida ateacute o local de armazenamento atraveacutes de calhas condutores

horizontais e verticais passando por equipamentos de filtragem e descarte de

impurezas Apoacutes passar pelo filtro a aacutegua eacute armazenada geralmente em

reservatoacuterio enterrado (cisterna) e bombeada a um segundo reservatoacuterio

(elevado) do qual as tubulaccedilotildees especiacuteficas de aacutegua pluvial iratildeo distribuiacute-la

para o consumo natildeo potaacutevelrdquo (Carvalho 2010 p 27 e 28) Conforme ilustra a

imagem a seguir

Figura 02 Funcionamento de um Sistema de Captaccedilatildeo

Fonte Adatildeo D Padini (2013)

De forma mais simplificada podemos ver a representaccedilatildeo no fluxograma

a seguir

Figura 03 Fluxograma do Sistema de Captaccedilatildeo

Fonte Leandro Roncato Pereira

351 ndash Dificuldades para implantaccedilatildeo do sistema

Tal sistema apresenta como dificuldade o local onde seriam instaladas

as cisternas uma vez que geraria um peso sobre o telhado Dessa forma o

sistema seria instalado no jardim cobrando um custo adicional

352 ndash Custo de implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo fechado em um

preacutedio

Na implantaccedilatildeo desse sistema os materiais utilizados teratildeo como base o

meacutetodo praacutetico brasileiro e para aumentar a eficiecircncia do sistema o volume de

31406L seraacute arredondado para 35000L

Os valores de alguns dos materiais apresentados a seguir seguem os

dos apresentados no trabalho de L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental

p 18) apenas o valor da caixa drsquoaacutegua de 10000L foi obtido atraveacutes de

pesquisas em lojas de construccedilatildeo e assim utilizando a de menor valor

Tambeacutem devemos considerar que a bomba consome energia ao bombear aacutegua

para o preacutedio (CEB) portanto os valores seguem conforme a tabela a seguir

Tabela 06 Preccedilo dos Produtos do Sistema de Captaccedilatildeo sem Fluxo

Produto Quantidade Valor unitaacuterio (R$) Valor total (R$)

Cx Daacutegua 10000L 3 496090 1488270

Cx Daacutegua 5000L 1 108000 108000

Boacuteia Eleacutetrica 1 2750 2750

Boacuteia Comum 1 1220 1220

Registro de Gaveta

1 3490 3490

Bomba Anauger 1 23000 23000

Filtro 3P VF1 1 22000 22000

Tubulaccedilotildees 7000 7000

Disjuntor 1 1310 1310

Escavaccedilatildeo Msup3 3666 128310

Matildeo de Obra 1 58574 58574

Energia 054 054

Total 13 727154 1843978

Observaccedilatildeo Pelo fato desse estudo se tratar de um modelo de implantaccedilatildeo

o custo das tubulaccedilotildees vai variar de acordo com a demanda necessitada pelo

preacutedio portanto podendo variar de acordo com o projeto implantado Para este

estudo seraacute adotado o valor de R$ 7000

Observaccedilatildeo Pelo fato desse trabalho tratar-se de um modelo de

implantaccedilatildeo o custo da energia pode variar de acordo com a demanda necessitada

pelo preacutedio portanto podendo variar de acordo com o uso da bomba Para este

estudo seraacute adotado o valor de R$ 054 que eacute o valor do KwH cobrado pela CEB

Segundo Saravy (2010 p 46) haacute tambeacutem um custo para manutenccedilatildeo do

sistema conforme a tabela a seguir

Tabela 07 Preccedilo de Manutenccedilatildeo do Sistema de Captaccedilatildeo

Com esses dados podemos ver o valor total final a ser pago pelo

sistema de captaccedilatildeo que eacute de R$ 1889978

36 ndash Taxas e valores cobrados para utilizaccedilatildeo de aacutegua

Segundo a Companhia de Saneamento Ambiental do Distrito Federal (CAESB)

quando vaacuterias residecircncias satildeo atendidas por uma uacutenica ligaccedilatildeo de aacutegua eacute aplicado o

conceito de consumo ldquoPara exemplificar podemos citar um preacutedio residencial onde

cada apartamento corresponde a uma unidade de consumordquo (CAESB) Contudo o

caacutelculo de gastos seraacute realizado primeiro em um apartamento e posteriormente

multiplicado pelo total de apartamentos do preacutedio uma vez que os preacutedios

residecircncias da Asa Norte pagam a conta de aacutegua atraveacutes do condomiacutenio O preacutedio

Componente Frequecircncia da Manutenccedilatildeo

Custo da Manutenccedilatildeo

Calhas e Condutores

Semestral R$ 13000

Reservatoacuterio Limpeza e

Desinfecccedilatildeo Anual

R$ 20000

desse estudo apresenta um hidrocircmetro que mede o consumo de aacutegua para o todo o

preacutedio

Eacute de suma importacircncia destacar tambeacutem que haacute uma taxa de esgoto que eacute

cobrada pela CAESB consequentemente ldquoo valor da tarifa de esgotos corresponde

a 100 do valor da tarifa de aacutegua exceto quando se tratar de coleta do tipo

condominial que equivale a 60 do valor da tarifa de aacuteguardquo (CAESB)

Deste modo a CAESB utiliza tarifas para diversas categorias de moradia e

comeacutercio e neste estudo seraacute aplicada a tarifa de ldquoresidencial normalrdquo em

concordacircncia com a tabela a seguir

Tabela 08 Valor da Tarifa Cobrado pela CAESB

Para melhor compreensatildeo do caacutelculo que a CAESB faz temos uma conta do

condomiacutenio do preacutedio da Superquadra 111 Norte

Figura 04 Conta Discriminada do Condomiacutenio

Fonte Condomiacutenio do Preacutedio

O caacutelculo feito pela CAESB consiste primeiramente em saber a demanda de

aacutegua gasta em metros cuacutebicos por Unidade de Consumo ndash apartamento ndash para

saber qual faixa ldquomsup3rdquo eacute aplicada Apoacutes saber qual a faixa ldquomsup3rdquo que se enquadra eacute

atribuiacutedo o volume por UC (em msup3) em sequecircncia multiplica-se o volume por UC ou

volume da faixa pelo nuacutemero de UCrsquos correspondente para se obter o volume total

gasto (em msup3) Tendo o volume total gasto basta multiplicar pelo preccedilo corresponde

agrave faixa a qual se encaixa o consumo e assim obtendo o valor total a pagar A partir

do momento que se tem o valor total a pagar eacute necessaacuterio acrescer 100 do valor

para cobrir a tarifa de esgoto conforme a figura

Partindo desses dados podemos calcular por apartamento quanto eacute cobrado

pela CAESB a partir dos dados apresentados no capiacutetulo 34

119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119886119901119886119903119905119886119898119890119899119905119900 = 33119901 times 66119871 ~ 217119871

119863119894119886

119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119886119901119886119903119905119886119898119890119899119905119900 119886119900 119898ecirc119904 = 217119871119889119894119886 times 30119863119894119886119904 = 6510119871 119900119906 65101198983

Com base nesses dados temos que calcular o volume total de descarga em

sanitaacuterios que o preacutedio consome com a seguinte foacutermula

119881119879 = 119881119865 times 119873ordm 119889119890 119880119862prime119904

119881119879 = 10119898sup3 times 36 = 360119898sup3

Em que ldquoVTrdquo corresponde ao volume total do preacutedio ldquoVFrdquo ao volume da faixa

que eacute estipulado pela CAESB e ldquoUCrsquosrdquo satildeo as unidades de consumo que eacute correlato

ao nuacutemero de apartamentos existente

Portanto o total a se pagar em um mecircs eacute calculado da seguinte forma

119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 119881119879 times 119879119886119903119894119891119886 119889119890 aacute119892119906119886 + 119879119886119903119894119891119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900

119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 360119898sup3 times 119877$ 265 + 119879119886119903119894119891119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900

119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 954 + 119877$ 954 = 119877$ 1908

Em 7 meses seriam pagos em descarga

119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 1908 times 7 119872119890119904119890119904 = 119877$ 13356

37 ndash Caacutelculos de economia e retorno de investimento para um sistema

fechado

Conforme exposto por L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental p 15)

ldquopara o caacutelculo da economia da taxa de aacutegua multiplica-se o valor do msup3 (valor

cobrado por msup3 do responsaacutevel pelo fornecimento de aacutegua na cidade []) pelo

volume captado e entatildeo obtecircm-se o valor economizado por ano na taxa de aacuteguardquo

Recapitulando que para esse estudo seraacute utilizado o meacutetodo praacutetico brasieliro

devido aos meses de seca ou pouca chuva

Sendo assim

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119881119886119897119900119903 119889119900 1198983 times 119881119900119897119906119898119890 119888119886119901119905119886119889119900

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 265 times 314061198983

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 8322

Essa economia de R$ 8322 eacute para um mecircs de chuva para o preacutedio todo

sendo assim para os 7 meses de chuva tem-se

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119890 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 8322 times 7 119898119890119904119890119904 = 119877$ 58254

Ainda segundo L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental p 16) para o

caacutelculo da economia referente ao esgoto eacute necessaacuterio multiplicar o valor do msup3 pelo

volume captado e por 08 uma vez que considera-se 20 de perda ou seja para

cada 1 litro de aacutegua que chega na residecircncia eacute cobrado 08 litros para o tratamento

do esgoto

Portanto tem-se

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119881119886119897119900119903 119889119900 1198983 times 119881119900119897119906119898119890 119888119886119901119905119886119889119900 times 08

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900 = 119877$ 265 times 314061198983 times 08

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 6658

Esse valor encontrado de R$ 6658 corresponde a um mecircs de chuva para o

preacutedio sendo assim o total economizado pelo preacutedio em 7 meses eacute de

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119890 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 6658 times 7 119898119890119904119890119904 = 119877$ 46606

ldquoPara o caacutelculo do retorno do investimento divide-se o valor investido pela

economia anual com a implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo e reaproveitamento da

aacutegua pluvialrdquo L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental p 16)

Portanto para 7 meses de chuva tem-se o seguinte

119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 =119881119886119897119900119903 119894119899119907119890119904119905119894119889119900

119864119888119900119899119900119898119894119886 (7119898119890119904119890119904)

119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 = 119877$ 1843924

119877$ 58254 + 119877$ 46606

119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 = 119877$ 1843924

119877$ 9446

119877119890119905119900119903119899119900

119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900= 1952 119886119899119900119904

38 ndash Caacutelculos de dimensionamento para um sistema com fluxo

Os caacutelculos apresentados no subitem anterior satildeo relativos a um sistema

o qual natildeo adota a possibilidade de fluxo dentro do reservatoacuterio Quando se

fala em fluxo temos que considerar que ao mesmo tempo em que o preacutedio

utiliza aacutegua do reservatoacuterio de aacutegua pluvial o mesmo vai enchendo com aacutegua

pluvial Portanto haacute um ciclo no qual o preacutedio demanda aacutegua do reservatoacuterio e

o mesmo vai enchendo conforme chove no local

Sabendo que a meacutedia mensal eacute de 1399msup3 eacute preciso multiplicar isso

por 12 para se obter o quanto choveu em 2014 Sendo assim

119879119900119905119886119897 119886119900 119886119899119900 = 1399119898119898 times 12 119898119890119904119890119904

119879119900119905119886119897 119886119900 119886119899119900 = 16788119898119898

Mas como foi visto o periacuteodo chuvoso eacute de 7 meses entatildeo temos

119875119903119890119888119894119901119894119905119886ccedilatilde119900 119901119886119903119886 7 119898119890119904119890119904 = 16788119898119898 divide 7 = 2398119898119898

Com isso eacute necessaacuterio realizar o caacutelculo da meacutedia de captaccedilatildeo de aacutegua

por mecircs para a aacuterea de 1069msup2

119872119890119889119894119886 119889119890 119862119886119901119905119886ccedilatilde119900 = 2398119898119898 times 1069119898sup2

119872eacute119889119894119886 119889119890 119862119886119901119905119886ccedilatilde119900 = 256346119871 119900119906 256346119898sup3

Ao considerar o valor obtido temos que realizar o quanto seria captado

diariamente

119872eacute119889119894119886 119889119894aacute119903119894119886 = 256346119898sup3 divide 30 119889119894119886119904 = 85119898sup3119889119894119886

A partir desses caacutelculos podemos realizar a seguinte comparaccedilatildeo O

preacutedio consome cerca de 78msup3 ao dia de aacutegua para descarga de vasos sanitaacuterios

enquanto a meacutedia diaacuteria de captaccedilatildeo eacute de 85msup3 por conseguinte temos um fluxo

positivo de aacutegua para o reservatoacuterio de 067msup3dia nos dias chuvosos

Se colocarmos um reservatoacuterio de 35msup3 sem nenhuma aacutegua

armazenada poderemos constatar que o reservatoacuterio iria encher por completo em

cerca de 53 dias conforme o caacutelculo a seguir

351198983 = 0671198983 times 119909 119889119894119886119904

119909 119889119894119886119904 = 35119898sup3 divide 067119898sup3 = 5223 119889119894119886119904

Analisando esses dados temos que a partir do 54ordm dia o reservatoacuterio

estaria completamente cheio e no restante dos 156 dias que teriacuteamos de chuva

esses 067msup3 seriam de certa forma desperdiccedilados uma vez que esse fluxo de

067msup3 ao final dos 7 meses gerariam cerca de 1407msup3 enquanto o reservatoacuterio tem

a capacidade de 35msup3 conforme o caacutelculo a seguir

119875119900119905119890119899119888119894119886119897 = 067119898sup3 times 156 119889119894119886119904 = 1045119898sup3

Se considerarmos esse fluxo positivo de 067msup3dia temos que ao final

dos 210 dias (7meses) seria possiacutevel armazenar 1407 msup3 de aacutegua Com um

reservatoacuterio de 35msup3 1057msup3 estariam sendo escoados para fora do reservatoacuterio

Portanto o ideal seria um reservatoacuterio que se aproxime de 1407msup3 para que ao

final dos 7 meses toda aacutegua possiacutevel fosse armazenada no entanto o reservatoacuterio

deveria ser de 145msup3

Devemos considerar ainda que ao final dos 7 meses o reservatoacuterio

estaria cheio no periacuteodo de seca conseguiria abastecer o preacutedio de acordo com a

demanda do preacutedio sendo assim

119880119905119894119897119894119911119886ccedilatilde119900 119899119886 119904119890119888119886 = 119879119900119905119886119897 119889119900 119903119890119904119890119903119907119886119905oacute119903119894119900 divide 119863119890119898119886119899119889119886 119889119894aacute119903119894119886

119880119905119894119897119894119911119886ccedilatilde119900 119899119886 119904119890119888119886 = 1451198983 divide 781198983119889119894119886

119880119905119894119897119894119911119886ccedilatilde119900 119899119886 119904119890119888119886 = 1858 119889119894119886119904

381 ndash Custo de implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo com fluxo em um

preacutedio

Na implantaccedilatildeo desse sistema os materiais utilizados teratildeo como base

as estimativas que foram apresentadas no subitem anterior e para aumentar a

eficiecircncia do sistema o volume de 1400007L seraacute arredondado para

145000L

Devido ao tamanho do reservatoacuterio eacute de se esperar que o reservatoacuterio

natildeo seja instalado em cima do preacutedio uma vez que a estrutura do preacutedio natildeo

conseguiria suportar o peso que o reservatoacuterio faria sobre o telhado

consequentemente o reservatoacuterio deveraacute ser instalado no jardim do preacutedio que

iraacute gerar um custo a mais por conta da escavaccedilatildeo

Os valores de alguns dos materiais apresentados a seguir seguem os

dos apresentados no trabalho de L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental

p 18) apenas o valor da caixa drsquoaacutegua de 10000L foi obtido atraveacutes de

pesquisas em lojas de construccedilatildeo e assim utilizando a de menor valor

conforme a tabela a seguir Segundo o Saneamento de Goiaacutes SA (SANEAGO)

o custo de escavaccedilatildeo eacute calculado a partir do total de msup3 aleacutem de 3m de

profundidade

Tabela 09 Preccedilo dos Produtos do Sistema de Captaccedilatildeo com Fluxo

Observaccedilatildeo Pelo fato desse estudo se tratar de um modelo de implantaccedilatildeo

o custo das tubulaccedilotildees vai variar de acordo com a demanda necessitada pelo

preacutedio portanto podendo variar de acordo com o projeto implantado Para este

estudo seraacute adotado o valor de R$ 7000

Observaccedilatildeo Pelo fato desse trabalho tratar-se de um modelo de

implantaccedilatildeo o custo da energia pode variar de acordo com a demanda necessitada

pelo preacutedio portanto podendo variar de acordo com o uso da bomba Para este

estudo seraacute adotado o valor de R$ 054 que eacute o valor do KwH cobrado pela CEB

Produto Quantidade Valor unitaacuterio (R$) Valor total (R$)

Cx Daacutegua 10000L 14 496090 6945260

Cx Daacutegua 5000L 1 108000 108000

Boacuteia Eleacutetrica 1 2750 2750

Boacuteia Comum 1 1220 1220

Registro de Gaveta

1 3490 3490

Bomba Anauger 1 23000 23000

Filtro 3P VF1 1 22000 22000

Tubulaccedilotildees 7000 7000

Disjuntor 1 1310 1310

Escavaccedilatildeo Msup3 3666 53157

Matildeo de Obra 1 58574 58574

Energia 054 054

Total 13 727154 7704228

382 ndash Caacutelculos de economia e retorno de investimento para um sistema

com fluxo

Partindo dos dados apresentados podemos calcular por apartamento quanto eacute

cobrado pela CAESB a partir dos dados apresentados no capiacutetulo 34

119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119886119901119886119903119905119886119898119890119899119905119900 = 33119901 times 66119871 ~ 217119871

119863119894119886

119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119886119901119886119903119905119886119898119890119899119905119900 119886119900 119898ecirc119904 = 217119871119889119894119886 times 30119863119894119886119904 = 6510119871 119900119906 65101198983

Em que ldquoVTrdquo corresponde ao volume total do preacutedio ldquoVFrdquo ao volume da faixa

que eacute estipulado pela CAESB e ldquoUCrsquosrdquo satildeo as unidades de consumo que eacute correlato

ao nuacutemero de apartamentos existente

Portanto o total a se pagar em um mecircs eacute calculado da seguinte forma

119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 119881119879 times 119879119886119903119894119891119886 119889119890 aacute119892119906119886 + 119879119886119903119894119891119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900

119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 360119898sup3 times 119877$ 265 + 119879119886119903119894119891119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900

119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 954 + 119877$ 954 = 119877$ 1908

Retomando o caacutelculo exposto por L Pereira (Viabilidade

EconocircmicoAmbiental p 15) no subitem anterior temos que o caacutelculo da CAESB

seria feito da seguinte maneira

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119881119886119897119900119903 119889119900 1198983 times 119881119900119897119906119898119890 119888119886119901119905119886119889119900

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 265 times 1451198983

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 38425

Esse caacutelculo eacute equivalente a um mecircs de captaccedilatildeo para os 7 meses

teremos o seguinte

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119890 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 38425 times 7 119898119890119904119890119904 = 119877$ 268975

Conforme foi visto para o caacutelculo da economia de esgoto eacute necessaacuterio

multiplicar o valor do msup3 pelo volume captado e por 08 uma vez que considera-se

20 de perda ou seja para cada 1 litro de aacutegua que chega na residecircncia eacute cobrado

08 litros para o tratamento do esgoto Portanto para um mecircs segue-se

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119881119886119897119900119903 119889119900 1198983 times 119881119900119897119906119898119890 119888119886119901119905119886119889119900 times 08

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900 = 119877$ 265 times 1451198983 times 08

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 3074

ldquoPara o caacutelculo do retorno do investimento divide-se o valor investido pela

economia anual com a implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo e reaproveitamento da

aacutegua pluvialrdquo L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental p 16)

Portanto para 7 meses de chuva tem-se o seguinte

119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 =119881119886119897119900119903 119894119899119907119890119904119905119894119889119900

119864119888119900119899119900119898119894119886 (7119898119890119904119890119904)

119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 = 119877$ 17704228

119877$ 268975 + 119877$ 21518

119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 = 119877$ 7704228

119877$ 484155

119877119890119905119900119903119899119900

119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900= 1591119886119899119900119904

4 ndash Conclusatildeo e Consideraccedilotildees Finais

De acordo com o que foi exposto temos que a implantaccedilatildeo do sistema de

captaccedilatildeo para o aproveitamento de aacuteguas pluviais eacute uma oacutetima alternativa para

substituiccedilatildeo da ldquoaacutegua cinzardquo possibilitando tambeacutem um destino mais correto do

ponto de vista ambiental para a aacutegua que se tornaria esgoto Como eacute de

conhecimento este tipo de meacutetodo eacute utilizado em diversas regiotildees natildeo somente

aquelas que sofrem com escassez de aacutegua

Mesmo sabendo que o Brasil possui um grande potencial hiacutedrico observamos

que uma parcela da populaccedilatildeo natildeo tem consciecircncia quanto ao gasto de aacutegua

gerando um grande desperdiacutecio de forma desnecessaacuteria Portanto partindo de um

pensamento racional um sistema de captaccedilatildeo seria viaacutevel para o aproveitamento da

aacutegua para fins de consumo domeacutestico mais precisamente ldquoaacutegua cinzardquo

Considerando os caacutelculos apresentados a partir da taxa de precipitaccedilatildeo meacutedia

em Brasiacutelia a criaccedilatildeo de um sistema de captaccedilatildeo pluvial predial traz benefiacutecios

econocircmicos e ambientais O projeto torna-se viaacutevel economicamente pois desde

que se faccedila a manutenccedilatildeo de forma adequada do sistema este teraacute uma vida uacutetil

longa e considerando que se obteacutem o retorno do investimento em aproximadamente

16 anos para um sistema com fluxo apoacutes este periacuteodo o sistema passa a ser

lucrativo para o preacutedio que implanta pois o custo eacute dividido no condomiacutenio dentre os

moradores do preacutedio

Analisando do ponto de vista ambiental o desenvolvimento urbano de Brasiacutelia

ocasionou em superfiacutecies impermeaacuteveis dificultando a absorccedilatildeo de aacuteguas pluviais

pelo solo e juntamente com o sistema de redes pluviais e o sistema de drenagem

ultrapassados os alagamentos e enchentes tecircm se tornado constante quando

ocorrem chuvas anormais Com as estimativas feitas neste trabalho eacute possiacutevel que

tais transtornos hiacutedricos urbanos possam ser amenizados a partir da implantaccedilatildeo do

sistema sem que afete o ciclo hidroloacutegico natural Logicamente essa natildeo eacute a

soluccedilatildeo uma vez que ela deve ser apenas um complemento agrave poliacuteticas publicas

poliacuteticas de incentivo entre outras medidas de cunho sustentaacutevel

Em vista disso a implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo e aproveitamento de

aacuteguas pluviais acarretaria em uma significativa melhora ambiental atraveacutes da

substituiccedilatildeo de uma parcela da aacutegua fornecida pela CAESB e possivelmente

mitigando os transtornos hiacutedricos urbanos se aplicado em larga escala

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351 ndash Dificuldades para implantaccedilatildeo do sistema

Tal sistema apresenta como dificuldade o local onde seriam instaladas

as cisternas uma vez que geraria um peso sobre o telhado Dessa forma o

sistema seria instalado no jardim cobrando um custo adicional

352 ndash Custo de implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo fechado em um

preacutedio

Na implantaccedilatildeo desse sistema os materiais utilizados teratildeo como base o

meacutetodo praacutetico brasileiro e para aumentar a eficiecircncia do sistema o volume de

31406L seraacute arredondado para 35000L

Os valores de alguns dos materiais apresentados a seguir seguem os

dos apresentados no trabalho de L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental

p 18) apenas o valor da caixa drsquoaacutegua de 10000L foi obtido atraveacutes de

pesquisas em lojas de construccedilatildeo e assim utilizando a de menor valor

Tambeacutem devemos considerar que a bomba consome energia ao bombear aacutegua

para o preacutedio (CEB) portanto os valores seguem conforme a tabela a seguir

Tabela 06 Preccedilo dos Produtos do Sistema de Captaccedilatildeo sem Fluxo

Produto Quantidade Valor unitaacuterio (R$) Valor total (R$)

Cx Daacutegua 10000L 3 496090 1488270

Cx Daacutegua 5000L 1 108000 108000

Boacuteia Eleacutetrica 1 2750 2750

Boacuteia Comum 1 1220 1220

Registro de Gaveta

1 3490 3490

Bomba Anauger 1 23000 23000

Filtro 3P VF1 1 22000 22000

Tubulaccedilotildees 7000 7000

Disjuntor 1 1310 1310

Escavaccedilatildeo Msup3 3666 128310

Matildeo de Obra 1 58574 58574

Energia 054 054

Total 13 727154 1843978

Observaccedilatildeo Pelo fato desse estudo se tratar de um modelo de implantaccedilatildeo

o custo das tubulaccedilotildees vai variar de acordo com a demanda necessitada pelo

preacutedio portanto podendo variar de acordo com o projeto implantado Para este

estudo seraacute adotado o valor de R$ 7000

Observaccedilatildeo Pelo fato desse trabalho tratar-se de um modelo de

implantaccedilatildeo o custo da energia pode variar de acordo com a demanda necessitada

pelo preacutedio portanto podendo variar de acordo com o uso da bomba Para este

estudo seraacute adotado o valor de R$ 054 que eacute o valor do KwH cobrado pela CEB

Segundo Saravy (2010 p 46) haacute tambeacutem um custo para manutenccedilatildeo do

sistema conforme a tabela a seguir

Tabela 07 Preccedilo de Manutenccedilatildeo do Sistema de Captaccedilatildeo

Com esses dados podemos ver o valor total final a ser pago pelo

sistema de captaccedilatildeo que eacute de R$ 1889978

36 ndash Taxas e valores cobrados para utilizaccedilatildeo de aacutegua

Segundo a Companhia de Saneamento Ambiental do Distrito Federal (CAESB)

quando vaacuterias residecircncias satildeo atendidas por uma uacutenica ligaccedilatildeo de aacutegua eacute aplicado o

conceito de consumo ldquoPara exemplificar podemos citar um preacutedio residencial onde

cada apartamento corresponde a uma unidade de consumordquo (CAESB) Contudo o

caacutelculo de gastos seraacute realizado primeiro em um apartamento e posteriormente

multiplicado pelo total de apartamentos do preacutedio uma vez que os preacutedios

residecircncias da Asa Norte pagam a conta de aacutegua atraveacutes do condomiacutenio O preacutedio

Componente Frequecircncia da Manutenccedilatildeo

Custo da Manutenccedilatildeo

Calhas e Condutores

Semestral R$ 13000

Reservatoacuterio Limpeza e

Desinfecccedilatildeo Anual

R$ 20000

desse estudo apresenta um hidrocircmetro que mede o consumo de aacutegua para o todo o

preacutedio

Eacute de suma importacircncia destacar tambeacutem que haacute uma taxa de esgoto que eacute

cobrada pela CAESB consequentemente ldquoo valor da tarifa de esgotos corresponde

a 100 do valor da tarifa de aacutegua exceto quando se tratar de coleta do tipo

condominial que equivale a 60 do valor da tarifa de aacuteguardquo (CAESB)

Deste modo a CAESB utiliza tarifas para diversas categorias de moradia e

comeacutercio e neste estudo seraacute aplicada a tarifa de ldquoresidencial normalrdquo em

concordacircncia com a tabela a seguir

Tabela 08 Valor da Tarifa Cobrado pela CAESB

Para melhor compreensatildeo do caacutelculo que a CAESB faz temos uma conta do

condomiacutenio do preacutedio da Superquadra 111 Norte

Figura 04 Conta Discriminada do Condomiacutenio

Fonte Condomiacutenio do Preacutedio

O caacutelculo feito pela CAESB consiste primeiramente em saber a demanda de

aacutegua gasta em metros cuacutebicos por Unidade de Consumo ndash apartamento ndash para

saber qual faixa ldquomsup3rdquo eacute aplicada Apoacutes saber qual a faixa ldquomsup3rdquo que se enquadra eacute

atribuiacutedo o volume por UC (em msup3) em sequecircncia multiplica-se o volume por UC ou

volume da faixa pelo nuacutemero de UCrsquos correspondente para se obter o volume total

gasto (em msup3) Tendo o volume total gasto basta multiplicar pelo preccedilo corresponde

agrave faixa a qual se encaixa o consumo e assim obtendo o valor total a pagar A partir

do momento que se tem o valor total a pagar eacute necessaacuterio acrescer 100 do valor

para cobrir a tarifa de esgoto conforme a figura

Partindo desses dados podemos calcular por apartamento quanto eacute cobrado

pela CAESB a partir dos dados apresentados no capiacutetulo 34

119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119886119901119886119903119905119886119898119890119899119905119900 = 33119901 times 66119871 ~ 217119871

119863119894119886

119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119886119901119886119903119905119886119898119890119899119905119900 119886119900 119898ecirc119904 = 217119871119889119894119886 times 30119863119894119886119904 = 6510119871 119900119906 65101198983

Com base nesses dados temos que calcular o volume total de descarga em

sanitaacuterios que o preacutedio consome com a seguinte foacutermula

119881119879 = 119881119865 times 119873ordm 119889119890 119880119862prime119904

119881119879 = 10119898sup3 times 36 = 360119898sup3

Em que ldquoVTrdquo corresponde ao volume total do preacutedio ldquoVFrdquo ao volume da faixa

que eacute estipulado pela CAESB e ldquoUCrsquosrdquo satildeo as unidades de consumo que eacute correlato

ao nuacutemero de apartamentos existente

Portanto o total a se pagar em um mecircs eacute calculado da seguinte forma

119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 119881119879 times 119879119886119903119894119891119886 119889119890 aacute119892119906119886 + 119879119886119903119894119891119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900

119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 360119898sup3 times 119877$ 265 + 119879119886119903119894119891119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900

119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 954 + 119877$ 954 = 119877$ 1908

Em 7 meses seriam pagos em descarga

119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 1908 times 7 119872119890119904119890119904 = 119877$ 13356

37 ndash Caacutelculos de economia e retorno de investimento para um sistema

fechado

Conforme exposto por L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental p 15)

ldquopara o caacutelculo da economia da taxa de aacutegua multiplica-se o valor do msup3 (valor

cobrado por msup3 do responsaacutevel pelo fornecimento de aacutegua na cidade []) pelo

volume captado e entatildeo obtecircm-se o valor economizado por ano na taxa de aacuteguardquo

Recapitulando que para esse estudo seraacute utilizado o meacutetodo praacutetico brasieliro

devido aos meses de seca ou pouca chuva

Sendo assim

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119881119886119897119900119903 119889119900 1198983 times 119881119900119897119906119898119890 119888119886119901119905119886119889119900

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 265 times 314061198983

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 8322

Essa economia de R$ 8322 eacute para um mecircs de chuva para o preacutedio todo

sendo assim para os 7 meses de chuva tem-se

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119890 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 8322 times 7 119898119890119904119890119904 = 119877$ 58254

Ainda segundo L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental p 16) para o

caacutelculo da economia referente ao esgoto eacute necessaacuterio multiplicar o valor do msup3 pelo

volume captado e por 08 uma vez que considera-se 20 de perda ou seja para

cada 1 litro de aacutegua que chega na residecircncia eacute cobrado 08 litros para o tratamento

do esgoto

Portanto tem-se

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119881119886119897119900119903 119889119900 1198983 times 119881119900119897119906119898119890 119888119886119901119905119886119889119900 times 08

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900 = 119877$ 265 times 314061198983 times 08

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 6658

Esse valor encontrado de R$ 6658 corresponde a um mecircs de chuva para o

preacutedio sendo assim o total economizado pelo preacutedio em 7 meses eacute de

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119890 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 6658 times 7 119898119890119904119890119904 = 119877$ 46606

ldquoPara o caacutelculo do retorno do investimento divide-se o valor investido pela

economia anual com a implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo e reaproveitamento da

aacutegua pluvialrdquo L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental p 16)

Portanto para 7 meses de chuva tem-se o seguinte

119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 =119881119886119897119900119903 119894119899119907119890119904119905119894119889119900

119864119888119900119899119900119898119894119886 (7119898119890119904119890119904)

119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 = 119877$ 1843924

119877$ 58254 + 119877$ 46606

119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 = 119877$ 1843924

119877$ 9446

119877119890119905119900119903119899119900

119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900= 1952 119886119899119900119904

38 ndash Caacutelculos de dimensionamento para um sistema com fluxo

Os caacutelculos apresentados no subitem anterior satildeo relativos a um sistema

o qual natildeo adota a possibilidade de fluxo dentro do reservatoacuterio Quando se

fala em fluxo temos que considerar que ao mesmo tempo em que o preacutedio

utiliza aacutegua do reservatoacuterio de aacutegua pluvial o mesmo vai enchendo com aacutegua

pluvial Portanto haacute um ciclo no qual o preacutedio demanda aacutegua do reservatoacuterio e

o mesmo vai enchendo conforme chove no local

Sabendo que a meacutedia mensal eacute de 1399msup3 eacute preciso multiplicar isso

por 12 para se obter o quanto choveu em 2014 Sendo assim

119879119900119905119886119897 119886119900 119886119899119900 = 1399119898119898 times 12 119898119890119904119890119904

119879119900119905119886119897 119886119900 119886119899119900 = 16788119898119898

Mas como foi visto o periacuteodo chuvoso eacute de 7 meses entatildeo temos

119875119903119890119888119894119901119894119905119886ccedilatilde119900 119901119886119903119886 7 119898119890119904119890119904 = 16788119898119898 divide 7 = 2398119898119898

Com isso eacute necessaacuterio realizar o caacutelculo da meacutedia de captaccedilatildeo de aacutegua

por mecircs para a aacuterea de 1069msup2

119872119890119889119894119886 119889119890 119862119886119901119905119886ccedilatilde119900 = 2398119898119898 times 1069119898sup2

119872eacute119889119894119886 119889119890 119862119886119901119905119886ccedilatilde119900 = 256346119871 119900119906 256346119898sup3

Ao considerar o valor obtido temos que realizar o quanto seria captado

diariamente

119872eacute119889119894119886 119889119894aacute119903119894119886 = 256346119898sup3 divide 30 119889119894119886119904 = 85119898sup3119889119894119886

A partir desses caacutelculos podemos realizar a seguinte comparaccedilatildeo O

preacutedio consome cerca de 78msup3 ao dia de aacutegua para descarga de vasos sanitaacuterios

enquanto a meacutedia diaacuteria de captaccedilatildeo eacute de 85msup3 por conseguinte temos um fluxo

positivo de aacutegua para o reservatoacuterio de 067msup3dia nos dias chuvosos

Se colocarmos um reservatoacuterio de 35msup3 sem nenhuma aacutegua

armazenada poderemos constatar que o reservatoacuterio iria encher por completo em

cerca de 53 dias conforme o caacutelculo a seguir

351198983 = 0671198983 times 119909 119889119894119886119904

119909 119889119894119886119904 = 35119898sup3 divide 067119898sup3 = 5223 119889119894119886119904

Analisando esses dados temos que a partir do 54ordm dia o reservatoacuterio

estaria completamente cheio e no restante dos 156 dias que teriacuteamos de chuva

esses 067msup3 seriam de certa forma desperdiccedilados uma vez que esse fluxo de

067msup3 ao final dos 7 meses gerariam cerca de 1407msup3 enquanto o reservatoacuterio tem

a capacidade de 35msup3 conforme o caacutelculo a seguir

119875119900119905119890119899119888119894119886119897 = 067119898sup3 times 156 119889119894119886119904 = 1045119898sup3

Se considerarmos esse fluxo positivo de 067msup3dia temos que ao final

dos 210 dias (7meses) seria possiacutevel armazenar 1407 msup3 de aacutegua Com um

reservatoacuterio de 35msup3 1057msup3 estariam sendo escoados para fora do reservatoacuterio

Portanto o ideal seria um reservatoacuterio que se aproxime de 1407msup3 para que ao

final dos 7 meses toda aacutegua possiacutevel fosse armazenada no entanto o reservatoacuterio

deveria ser de 145msup3

Devemos considerar ainda que ao final dos 7 meses o reservatoacuterio

estaria cheio no periacuteodo de seca conseguiria abastecer o preacutedio de acordo com a

demanda do preacutedio sendo assim

119880119905119894119897119894119911119886ccedilatilde119900 119899119886 119904119890119888119886 = 119879119900119905119886119897 119889119900 119903119890119904119890119903119907119886119905oacute119903119894119900 divide 119863119890119898119886119899119889119886 119889119894aacute119903119894119886

119880119905119894119897119894119911119886ccedilatilde119900 119899119886 119904119890119888119886 = 1451198983 divide 781198983119889119894119886

119880119905119894119897119894119911119886ccedilatilde119900 119899119886 119904119890119888119886 = 1858 119889119894119886119904

381 ndash Custo de implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo com fluxo em um

preacutedio

Na implantaccedilatildeo desse sistema os materiais utilizados teratildeo como base

as estimativas que foram apresentadas no subitem anterior e para aumentar a

eficiecircncia do sistema o volume de 1400007L seraacute arredondado para

145000L

Devido ao tamanho do reservatoacuterio eacute de se esperar que o reservatoacuterio

natildeo seja instalado em cima do preacutedio uma vez que a estrutura do preacutedio natildeo

conseguiria suportar o peso que o reservatoacuterio faria sobre o telhado

consequentemente o reservatoacuterio deveraacute ser instalado no jardim do preacutedio que

iraacute gerar um custo a mais por conta da escavaccedilatildeo

Os valores de alguns dos materiais apresentados a seguir seguem os

dos apresentados no trabalho de L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental

p 18) apenas o valor da caixa drsquoaacutegua de 10000L foi obtido atraveacutes de

pesquisas em lojas de construccedilatildeo e assim utilizando a de menor valor

conforme a tabela a seguir Segundo o Saneamento de Goiaacutes SA (SANEAGO)

o custo de escavaccedilatildeo eacute calculado a partir do total de msup3 aleacutem de 3m de

profundidade

Tabela 09 Preccedilo dos Produtos do Sistema de Captaccedilatildeo com Fluxo

Observaccedilatildeo Pelo fato desse estudo se tratar de um modelo de implantaccedilatildeo

o custo das tubulaccedilotildees vai variar de acordo com a demanda necessitada pelo

preacutedio portanto podendo variar de acordo com o projeto implantado Para este

estudo seraacute adotado o valor de R$ 7000

Observaccedilatildeo Pelo fato desse trabalho tratar-se de um modelo de

implantaccedilatildeo o custo da energia pode variar de acordo com a demanda necessitada

pelo preacutedio portanto podendo variar de acordo com o uso da bomba Para este

estudo seraacute adotado o valor de R$ 054 que eacute o valor do KwH cobrado pela CEB

Produto Quantidade Valor unitaacuterio (R$) Valor total (R$)

Cx Daacutegua 10000L 14 496090 6945260

Cx Daacutegua 5000L 1 108000 108000

Boacuteia Eleacutetrica 1 2750 2750

Boacuteia Comum 1 1220 1220

Registro de Gaveta

1 3490 3490

Bomba Anauger 1 23000 23000

Filtro 3P VF1 1 22000 22000

Tubulaccedilotildees 7000 7000

Disjuntor 1 1310 1310

Escavaccedilatildeo Msup3 3666 53157

Matildeo de Obra 1 58574 58574

Energia 054 054

Total 13 727154 7704228

382 ndash Caacutelculos de economia e retorno de investimento para um sistema

com fluxo

Partindo dos dados apresentados podemos calcular por apartamento quanto eacute

cobrado pela CAESB a partir dos dados apresentados no capiacutetulo 34

119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119886119901119886119903119905119886119898119890119899119905119900 = 33119901 times 66119871 ~ 217119871

119863119894119886

119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119886119901119886119903119905119886119898119890119899119905119900 119886119900 119898ecirc119904 = 217119871119889119894119886 times 30119863119894119886119904 = 6510119871 119900119906 65101198983

Em que ldquoVTrdquo corresponde ao volume total do preacutedio ldquoVFrdquo ao volume da faixa

que eacute estipulado pela CAESB e ldquoUCrsquosrdquo satildeo as unidades de consumo que eacute correlato

ao nuacutemero de apartamentos existente

Portanto o total a se pagar em um mecircs eacute calculado da seguinte forma

119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 119881119879 times 119879119886119903119894119891119886 119889119890 aacute119892119906119886 + 119879119886119903119894119891119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900

119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 360119898sup3 times 119877$ 265 + 119879119886119903119894119891119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900

119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 954 + 119877$ 954 = 119877$ 1908

Retomando o caacutelculo exposto por L Pereira (Viabilidade

EconocircmicoAmbiental p 15) no subitem anterior temos que o caacutelculo da CAESB

seria feito da seguinte maneira

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119881119886119897119900119903 119889119900 1198983 times 119881119900119897119906119898119890 119888119886119901119905119886119889119900

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 265 times 1451198983

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 38425

Esse caacutelculo eacute equivalente a um mecircs de captaccedilatildeo para os 7 meses

teremos o seguinte

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119890 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 38425 times 7 119898119890119904119890119904 = 119877$ 268975

Conforme foi visto para o caacutelculo da economia de esgoto eacute necessaacuterio

multiplicar o valor do msup3 pelo volume captado e por 08 uma vez que considera-se

20 de perda ou seja para cada 1 litro de aacutegua que chega na residecircncia eacute cobrado

08 litros para o tratamento do esgoto Portanto para um mecircs segue-se

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119881119886119897119900119903 119889119900 1198983 times 119881119900119897119906119898119890 119888119886119901119905119886119889119900 times 08

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900 = 119877$ 265 times 1451198983 times 08

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 3074

ldquoPara o caacutelculo do retorno do investimento divide-se o valor investido pela

economia anual com a implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo e reaproveitamento da

aacutegua pluvialrdquo L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental p 16)

Portanto para 7 meses de chuva tem-se o seguinte

119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 =119881119886119897119900119903 119894119899119907119890119904119905119894119889119900

119864119888119900119899119900119898119894119886 (7119898119890119904119890119904)

119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 = 119877$ 17704228

119877$ 268975 + 119877$ 21518

119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 = 119877$ 7704228

119877$ 484155

119877119890119905119900119903119899119900

119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900= 1591119886119899119900119904

4 ndash Conclusatildeo e Consideraccedilotildees Finais

De acordo com o que foi exposto temos que a implantaccedilatildeo do sistema de

captaccedilatildeo para o aproveitamento de aacuteguas pluviais eacute uma oacutetima alternativa para

substituiccedilatildeo da ldquoaacutegua cinzardquo possibilitando tambeacutem um destino mais correto do

ponto de vista ambiental para a aacutegua que se tornaria esgoto Como eacute de

conhecimento este tipo de meacutetodo eacute utilizado em diversas regiotildees natildeo somente

aquelas que sofrem com escassez de aacutegua

Mesmo sabendo que o Brasil possui um grande potencial hiacutedrico observamos

que uma parcela da populaccedilatildeo natildeo tem consciecircncia quanto ao gasto de aacutegua

gerando um grande desperdiacutecio de forma desnecessaacuteria Portanto partindo de um

pensamento racional um sistema de captaccedilatildeo seria viaacutevel para o aproveitamento da

aacutegua para fins de consumo domeacutestico mais precisamente ldquoaacutegua cinzardquo

Considerando os caacutelculos apresentados a partir da taxa de precipitaccedilatildeo meacutedia

em Brasiacutelia a criaccedilatildeo de um sistema de captaccedilatildeo pluvial predial traz benefiacutecios

econocircmicos e ambientais O projeto torna-se viaacutevel economicamente pois desde

que se faccedila a manutenccedilatildeo de forma adequada do sistema este teraacute uma vida uacutetil

longa e considerando que se obteacutem o retorno do investimento em aproximadamente

16 anos para um sistema com fluxo apoacutes este periacuteodo o sistema passa a ser

lucrativo para o preacutedio que implanta pois o custo eacute dividido no condomiacutenio dentre os

moradores do preacutedio

Analisando do ponto de vista ambiental o desenvolvimento urbano de Brasiacutelia

ocasionou em superfiacutecies impermeaacuteveis dificultando a absorccedilatildeo de aacuteguas pluviais

pelo solo e juntamente com o sistema de redes pluviais e o sistema de drenagem

ultrapassados os alagamentos e enchentes tecircm se tornado constante quando

ocorrem chuvas anormais Com as estimativas feitas neste trabalho eacute possiacutevel que

tais transtornos hiacutedricos urbanos possam ser amenizados a partir da implantaccedilatildeo do

sistema sem que afete o ciclo hidroloacutegico natural Logicamente essa natildeo eacute a

soluccedilatildeo uma vez que ela deve ser apenas um complemento agrave poliacuteticas publicas

poliacuteticas de incentivo entre outras medidas de cunho sustentaacutevel

Em vista disso a implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo e aproveitamento de

aacuteguas pluviais acarretaria em uma significativa melhora ambiental atraveacutes da

substituiccedilatildeo de uma parcela da aacutegua fornecida pela CAESB e possivelmente

mitigando os transtornos hiacutedricos urbanos se aplicado em larga escala

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Observaccedilatildeo Pelo fato desse estudo se tratar de um modelo de implantaccedilatildeo

o custo das tubulaccedilotildees vai variar de acordo com a demanda necessitada pelo

preacutedio portanto podendo variar de acordo com o projeto implantado Para este

estudo seraacute adotado o valor de R$ 7000

Observaccedilatildeo Pelo fato desse trabalho tratar-se de um modelo de

implantaccedilatildeo o custo da energia pode variar de acordo com a demanda necessitada

pelo preacutedio portanto podendo variar de acordo com o uso da bomba Para este

estudo seraacute adotado o valor de R$ 054 que eacute o valor do KwH cobrado pela CEB

Segundo Saravy (2010 p 46) haacute tambeacutem um custo para manutenccedilatildeo do

sistema conforme a tabela a seguir

Tabela 07 Preccedilo de Manutenccedilatildeo do Sistema de Captaccedilatildeo

Com esses dados podemos ver o valor total final a ser pago pelo

sistema de captaccedilatildeo que eacute de R$ 1889978

36 ndash Taxas e valores cobrados para utilizaccedilatildeo de aacutegua

Segundo a Companhia de Saneamento Ambiental do Distrito Federal (CAESB)

quando vaacuterias residecircncias satildeo atendidas por uma uacutenica ligaccedilatildeo de aacutegua eacute aplicado o

conceito de consumo ldquoPara exemplificar podemos citar um preacutedio residencial onde

cada apartamento corresponde a uma unidade de consumordquo (CAESB) Contudo o

caacutelculo de gastos seraacute realizado primeiro em um apartamento e posteriormente

multiplicado pelo total de apartamentos do preacutedio uma vez que os preacutedios

residecircncias da Asa Norte pagam a conta de aacutegua atraveacutes do condomiacutenio O preacutedio

Componente Frequecircncia da Manutenccedilatildeo

Custo da Manutenccedilatildeo

Calhas e Condutores

Semestral R$ 13000

Reservatoacuterio Limpeza e

Desinfecccedilatildeo Anual

R$ 20000

desse estudo apresenta um hidrocircmetro que mede o consumo de aacutegua para o todo o

preacutedio

Eacute de suma importacircncia destacar tambeacutem que haacute uma taxa de esgoto que eacute

cobrada pela CAESB consequentemente ldquoo valor da tarifa de esgotos corresponde

a 100 do valor da tarifa de aacutegua exceto quando se tratar de coleta do tipo

condominial que equivale a 60 do valor da tarifa de aacuteguardquo (CAESB)

Deste modo a CAESB utiliza tarifas para diversas categorias de moradia e

comeacutercio e neste estudo seraacute aplicada a tarifa de ldquoresidencial normalrdquo em

concordacircncia com a tabela a seguir

Tabela 08 Valor da Tarifa Cobrado pela CAESB

Para melhor compreensatildeo do caacutelculo que a CAESB faz temos uma conta do

condomiacutenio do preacutedio da Superquadra 111 Norte

Figura 04 Conta Discriminada do Condomiacutenio

Fonte Condomiacutenio do Preacutedio

O caacutelculo feito pela CAESB consiste primeiramente em saber a demanda de

aacutegua gasta em metros cuacutebicos por Unidade de Consumo ndash apartamento ndash para

saber qual faixa ldquomsup3rdquo eacute aplicada Apoacutes saber qual a faixa ldquomsup3rdquo que se enquadra eacute

atribuiacutedo o volume por UC (em msup3) em sequecircncia multiplica-se o volume por UC ou

volume da faixa pelo nuacutemero de UCrsquos correspondente para se obter o volume total

gasto (em msup3) Tendo o volume total gasto basta multiplicar pelo preccedilo corresponde

agrave faixa a qual se encaixa o consumo e assim obtendo o valor total a pagar A partir

do momento que se tem o valor total a pagar eacute necessaacuterio acrescer 100 do valor

para cobrir a tarifa de esgoto conforme a figura

Partindo desses dados podemos calcular por apartamento quanto eacute cobrado

pela CAESB a partir dos dados apresentados no capiacutetulo 34

119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119886119901119886119903119905119886119898119890119899119905119900 = 33119901 times 66119871 ~ 217119871

119863119894119886

119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119886119901119886119903119905119886119898119890119899119905119900 119886119900 119898ecirc119904 = 217119871119889119894119886 times 30119863119894119886119904 = 6510119871 119900119906 65101198983

Com base nesses dados temos que calcular o volume total de descarga em

sanitaacuterios que o preacutedio consome com a seguinte foacutermula

119881119879 = 119881119865 times 119873ordm 119889119890 119880119862prime119904

119881119879 = 10119898sup3 times 36 = 360119898sup3

Em que ldquoVTrdquo corresponde ao volume total do preacutedio ldquoVFrdquo ao volume da faixa

que eacute estipulado pela CAESB e ldquoUCrsquosrdquo satildeo as unidades de consumo que eacute correlato

ao nuacutemero de apartamentos existente

Portanto o total a se pagar em um mecircs eacute calculado da seguinte forma

119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 119881119879 times 119879119886119903119894119891119886 119889119890 aacute119892119906119886 + 119879119886119903119894119891119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900

119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 360119898sup3 times 119877$ 265 + 119879119886119903119894119891119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900

119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 954 + 119877$ 954 = 119877$ 1908

Em 7 meses seriam pagos em descarga

119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 1908 times 7 119872119890119904119890119904 = 119877$ 13356

37 ndash Caacutelculos de economia e retorno de investimento para um sistema

fechado

Conforme exposto por L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental p 15)

ldquopara o caacutelculo da economia da taxa de aacutegua multiplica-se o valor do msup3 (valor

cobrado por msup3 do responsaacutevel pelo fornecimento de aacutegua na cidade []) pelo

volume captado e entatildeo obtecircm-se o valor economizado por ano na taxa de aacuteguardquo

Recapitulando que para esse estudo seraacute utilizado o meacutetodo praacutetico brasieliro

devido aos meses de seca ou pouca chuva

Sendo assim

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119881119886119897119900119903 119889119900 1198983 times 119881119900119897119906119898119890 119888119886119901119905119886119889119900

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 265 times 314061198983

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 8322

Essa economia de R$ 8322 eacute para um mecircs de chuva para o preacutedio todo

sendo assim para os 7 meses de chuva tem-se

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119890 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 8322 times 7 119898119890119904119890119904 = 119877$ 58254

Ainda segundo L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental p 16) para o

caacutelculo da economia referente ao esgoto eacute necessaacuterio multiplicar o valor do msup3 pelo

volume captado e por 08 uma vez que considera-se 20 de perda ou seja para

cada 1 litro de aacutegua que chega na residecircncia eacute cobrado 08 litros para o tratamento

do esgoto

Portanto tem-se

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119881119886119897119900119903 119889119900 1198983 times 119881119900119897119906119898119890 119888119886119901119905119886119889119900 times 08

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900 = 119877$ 265 times 314061198983 times 08

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 6658

Esse valor encontrado de R$ 6658 corresponde a um mecircs de chuva para o

preacutedio sendo assim o total economizado pelo preacutedio em 7 meses eacute de

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119890 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 6658 times 7 119898119890119904119890119904 = 119877$ 46606

ldquoPara o caacutelculo do retorno do investimento divide-se o valor investido pela

economia anual com a implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo e reaproveitamento da

aacutegua pluvialrdquo L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental p 16)

Portanto para 7 meses de chuva tem-se o seguinte

119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 =119881119886119897119900119903 119894119899119907119890119904119905119894119889119900

119864119888119900119899119900119898119894119886 (7119898119890119904119890119904)

119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 = 119877$ 1843924

119877$ 58254 + 119877$ 46606

119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 = 119877$ 1843924

119877$ 9446

119877119890119905119900119903119899119900

119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900= 1952 119886119899119900119904

38 ndash Caacutelculos de dimensionamento para um sistema com fluxo

Os caacutelculos apresentados no subitem anterior satildeo relativos a um sistema

o qual natildeo adota a possibilidade de fluxo dentro do reservatoacuterio Quando se

fala em fluxo temos que considerar que ao mesmo tempo em que o preacutedio

utiliza aacutegua do reservatoacuterio de aacutegua pluvial o mesmo vai enchendo com aacutegua

pluvial Portanto haacute um ciclo no qual o preacutedio demanda aacutegua do reservatoacuterio e

o mesmo vai enchendo conforme chove no local

Sabendo que a meacutedia mensal eacute de 1399msup3 eacute preciso multiplicar isso

por 12 para se obter o quanto choveu em 2014 Sendo assim

119879119900119905119886119897 119886119900 119886119899119900 = 1399119898119898 times 12 119898119890119904119890119904

119879119900119905119886119897 119886119900 119886119899119900 = 16788119898119898

Mas como foi visto o periacuteodo chuvoso eacute de 7 meses entatildeo temos

119875119903119890119888119894119901119894119905119886ccedilatilde119900 119901119886119903119886 7 119898119890119904119890119904 = 16788119898119898 divide 7 = 2398119898119898

Com isso eacute necessaacuterio realizar o caacutelculo da meacutedia de captaccedilatildeo de aacutegua

por mecircs para a aacuterea de 1069msup2

119872119890119889119894119886 119889119890 119862119886119901119905119886ccedilatilde119900 = 2398119898119898 times 1069119898sup2

119872eacute119889119894119886 119889119890 119862119886119901119905119886ccedilatilde119900 = 256346119871 119900119906 256346119898sup3

Ao considerar o valor obtido temos que realizar o quanto seria captado

diariamente

119872eacute119889119894119886 119889119894aacute119903119894119886 = 256346119898sup3 divide 30 119889119894119886119904 = 85119898sup3119889119894119886

A partir desses caacutelculos podemos realizar a seguinte comparaccedilatildeo O

preacutedio consome cerca de 78msup3 ao dia de aacutegua para descarga de vasos sanitaacuterios

enquanto a meacutedia diaacuteria de captaccedilatildeo eacute de 85msup3 por conseguinte temos um fluxo

positivo de aacutegua para o reservatoacuterio de 067msup3dia nos dias chuvosos

Se colocarmos um reservatoacuterio de 35msup3 sem nenhuma aacutegua

armazenada poderemos constatar que o reservatoacuterio iria encher por completo em

cerca de 53 dias conforme o caacutelculo a seguir

351198983 = 0671198983 times 119909 119889119894119886119904

119909 119889119894119886119904 = 35119898sup3 divide 067119898sup3 = 5223 119889119894119886119904

Analisando esses dados temos que a partir do 54ordm dia o reservatoacuterio

estaria completamente cheio e no restante dos 156 dias que teriacuteamos de chuva

esses 067msup3 seriam de certa forma desperdiccedilados uma vez que esse fluxo de

067msup3 ao final dos 7 meses gerariam cerca de 1407msup3 enquanto o reservatoacuterio tem

a capacidade de 35msup3 conforme o caacutelculo a seguir

119875119900119905119890119899119888119894119886119897 = 067119898sup3 times 156 119889119894119886119904 = 1045119898sup3

Se considerarmos esse fluxo positivo de 067msup3dia temos que ao final

dos 210 dias (7meses) seria possiacutevel armazenar 1407 msup3 de aacutegua Com um

reservatoacuterio de 35msup3 1057msup3 estariam sendo escoados para fora do reservatoacuterio

Portanto o ideal seria um reservatoacuterio que se aproxime de 1407msup3 para que ao

final dos 7 meses toda aacutegua possiacutevel fosse armazenada no entanto o reservatoacuterio

deveria ser de 145msup3

Devemos considerar ainda que ao final dos 7 meses o reservatoacuterio

estaria cheio no periacuteodo de seca conseguiria abastecer o preacutedio de acordo com a

demanda do preacutedio sendo assim

119880119905119894119897119894119911119886ccedilatilde119900 119899119886 119904119890119888119886 = 119879119900119905119886119897 119889119900 119903119890119904119890119903119907119886119905oacute119903119894119900 divide 119863119890119898119886119899119889119886 119889119894aacute119903119894119886

119880119905119894119897119894119911119886ccedilatilde119900 119899119886 119904119890119888119886 = 1451198983 divide 781198983119889119894119886

119880119905119894119897119894119911119886ccedilatilde119900 119899119886 119904119890119888119886 = 1858 119889119894119886119904

381 ndash Custo de implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo com fluxo em um

preacutedio

Na implantaccedilatildeo desse sistema os materiais utilizados teratildeo como base

as estimativas que foram apresentadas no subitem anterior e para aumentar a

eficiecircncia do sistema o volume de 1400007L seraacute arredondado para

145000L

Devido ao tamanho do reservatoacuterio eacute de se esperar que o reservatoacuterio

natildeo seja instalado em cima do preacutedio uma vez que a estrutura do preacutedio natildeo

conseguiria suportar o peso que o reservatoacuterio faria sobre o telhado

consequentemente o reservatoacuterio deveraacute ser instalado no jardim do preacutedio que

iraacute gerar um custo a mais por conta da escavaccedilatildeo

Os valores de alguns dos materiais apresentados a seguir seguem os

dos apresentados no trabalho de L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental

p 18) apenas o valor da caixa drsquoaacutegua de 10000L foi obtido atraveacutes de

pesquisas em lojas de construccedilatildeo e assim utilizando a de menor valor

conforme a tabela a seguir Segundo o Saneamento de Goiaacutes SA (SANEAGO)

o custo de escavaccedilatildeo eacute calculado a partir do total de msup3 aleacutem de 3m de

profundidade

Tabela 09 Preccedilo dos Produtos do Sistema de Captaccedilatildeo com Fluxo

Observaccedilatildeo Pelo fato desse estudo se tratar de um modelo de implantaccedilatildeo

o custo das tubulaccedilotildees vai variar de acordo com a demanda necessitada pelo

preacutedio portanto podendo variar de acordo com o projeto implantado Para este

estudo seraacute adotado o valor de R$ 7000

Observaccedilatildeo Pelo fato desse trabalho tratar-se de um modelo de

implantaccedilatildeo o custo da energia pode variar de acordo com a demanda necessitada

pelo preacutedio portanto podendo variar de acordo com o uso da bomba Para este

estudo seraacute adotado o valor de R$ 054 que eacute o valor do KwH cobrado pela CEB

Produto Quantidade Valor unitaacuterio (R$) Valor total (R$)

Cx Daacutegua 10000L 14 496090 6945260

Cx Daacutegua 5000L 1 108000 108000

Boacuteia Eleacutetrica 1 2750 2750

Boacuteia Comum 1 1220 1220

Registro de Gaveta

1 3490 3490

Bomba Anauger 1 23000 23000

Filtro 3P VF1 1 22000 22000

Tubulaccedilotildees 7000 7000

Disjuntor 1 1310 1310

Escavaccedilatildeo Msup3 3666 53157

Matildeo de Obra 1 58574 58574

Energia 054 054

Total 13 727154 7704228

382 ndash Caacutelculos de economia e retorno de investimento para um sistema

com fluxo

Partindo dos dados apresentados podemos calcular por apartamento quanto eacute

cobrado pela CAESB a partir dos dados apresentados no capiacutetulo 34

119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119886119901119886119903119905119886119898119890119899119905119900 = 33119901 times 66119871 ~ 217119871

119863119894119886

119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119886119901119886119903119905119886119898119890119899119905119900 119886119900 119898ecirc119904 = 217119871119889119894119886 times 30119863119894119886119904 = 6510119871 119900119906 65101198983

Em que ldquoVTrdquo corresponde ao volume total do preacutedio ldquoVFrdquo ao volume da faixa

que eacute estipulado pela CAESB e ldquoUCrsquosrdquo satildeo as unidades de consumo que eacute correlato

ao nuacutemero de apartamentos existente

Portanto o total a se pagar em um mecircs eacute calculado da seguinte forma

119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 119881119879 times 119879119886119903119894119891119886 119889119890 aacute119892119906119886 + 119879119886119903119894119891119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900

119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 360119898sup3 times 119877$ 265 + 119879119886119903119894119891119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900

119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 954 + 119877$ 954 = 119877$ 1908

Retomando o caacutelculo exposto por L Pereira (Viabilidade

EconocircmicoAmbiental p 15) no subitem anterior temos que o caacutelculo da CAESB

seria feito da seguinte maneira

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119881119886119897119900119903 119889119900 1198983 times 119881119900119897119906119898119890 119888119886119901119905119886119889119900

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 265 times 1451198983

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 38425

Esse caacutelculo eacute equivalente a um mecircs de captaccedilatildeo para os 7 meses

teremos o seguinte

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119890 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 38425 times 7 119898119890119904119890119904 = 119877$ 268975

Conforme foi visto para o caacutelculo da economia de esgoto eacute necessaacuterio

multiplicar o valor do msup3 pelo volume captado e por 08 uma vez que considera-se

20 de perda ou seja para cada 1 litro de aacutegua que chega na residecircncia eacute cobrado

08 litros para o tratamento do esgoto Portanto para um mecircs segue-se

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119881119886119897119900119903 119889119900 1198983 times 119881119900119897119906119898119890 119888119886119901119905119886119889119900 times 08

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900 = 119877$ 265 times 1451198983 times 08

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 3074

ldquoPara o caacutelculo do retorno do investimento divide-se o valor investido pela

economia anual com a implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo e reaproveitamento da

aacutegua pluvialrdquo L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental p 16)

Portanto para 7 meses de chuva tem-se o seguinte

119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 =119881119886119897119900119903 119894119899119907119890119904119905119894119889119900

119864119888119900119899119900119898119894119886 (7119898119890119904119890119904)

119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 = 119877$ 17704228

119877$ 268975 + 119877$ 21518

119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 = 119877$ 7704228

119877$ 484155

119877119890119905119900119903119899119900

119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900= 1591119886119899119900119904

4 ndash Conclusatildeo e Consideraccedilotildees Finais

De acordo com o que foi exposto temos que a implantaccedilatildeo do sistema de

captaccedilatildeo para o aproveitamento de aacuteguas pluviais eacute uma oacutetima alternativa para

substituiccedilatildeo da ldquoaacutegua cinzardquo possibilitando tambeacutem um destino mais correto do

ponto de vista ambiental para a aacutegua que se tornaria esgoto Como eacute de

conhecimento este tipo de meacutetodo eacute utilizado em diversas regiotildees natildeo somente

aquelas que sofrem com escassez de aacutegua

Mesmo sabendo que o Brasil possui um grande potencial hiacutedrico observamos

que uma parcela da populaccedilatildeo natildeo tem consciecircncia quanto ao gasto de aacutegua

gerando um grande desperdiacutecio de forma desnecessaacuteria Portanto partindo de um

pensamento racional um sistema de captaccedilatildeo seria viaacutevel para o aproveitamento da

aacutegua para fins de consumo domeacutestico mais precisamente ldquoaacutegua cinzardquo

Considerando os caacutelculos apresentados a partir da taxa de precipitaccedilatildeo meacutedia

em Brasiacutelia a criaccedilatildeo de um sistema de captaccedilatildeo pluvial predial traz benefiacutecios

econocircmicos e ambientais O projeto torna-se viaacutevel economicamente pois desde

que se faccedila a manutenccedilatildeo de forma adequada do sistema este teraacute uma vida uacutetil

longa e considerando que se obteacutem o retorno do investimento em aproximadamente

16 anos para um sistema com fluxo apoacutes este periacuteodo o sistema passa a ser

lucrativo para o preacutedio que implanta pois o custo eacute dividido no condomiacutenio dentre os

moradores do preacutedio

Analisando do ponto de vista ambiental o desenvolvimento urbano de Brasiacutelia

ocasionou em superfiacutecies impermeaacuteveis dificultando a absorccedilatildeo de aacuteguas pluviais

pelo solo e juntamente com o sistema de redes pluviais e o sistema de drenagem

ultrapassados os alagamentos e enchentes tecircm se tornado constante quando

ocorrem chuvas anormais Com as estimativas feitas neste trabalho eacute possiacutevel que

tais transtornos hiacutedricos urbanos possam ser amenizados a partir da implantaccedilatildeo do

sistema sem que afete o ciclo hidroloacutegico natural Logicamente essa natildeo eacute a

soluccedilatildeo uma vez que ela deve ser apenas um complemento agrave poliacuteticas publicas

poliacuteticas de incentivo entre outras medidas de cunho sustentaacutevel

Em vista disso a implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo e aproveitamento de

aacuteguas pluviais acarretaria em uma significativa melhora ambiental atraveacutes da

substituiccedilatildeo de uma parcela da aacutegua fornecida pela CAESB e possivelmente

mitigando os transtornos hiacutedricos urbanos se aplicado em larga escala

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desse estudo apresenta um hidrocircmetro que mede o consumo de aacutegua para o todo o

preacutedio

Eacute de suma importacircncia destacar tambeacutem que haacute uma taxa de esgoto que eacute

cobrada pela CAESB consequentemente ldquoo valor da tarifa de esgotos corresponde

a 100 do valor da tarifa de aacutegua exceto quando se tratar de coleta do tipo

condominial que equivale a 60 do valor da tarifa de aacuteguardquo (CAESB)

Deste modo a CAESB utiliza tarifas para diversas categorias de moradia e

comeacutercio e neste estudo seraacute aplicada a tarifa de ldquoresidencial normalrdquo em

concordacircncia com a tabela a seguir

Tabela 08 Valor da Tarifa Cobrado pela CAESB

Para melhor compreensatildeo do caacutelculo que a CAESB faz temos uma conta do

condomiacutenio do preacutedio da Superquadra 111 Norte

Figura 04 Conta Discriminada do Condomiacutenio

Fonte Condomiacutenio do Preacutedio

O caacutelculo feito pela CAESB consiste primeiramente em saber a demanda de

aacutegua gasta em metros cuacutebicos por Unidade de Consumo ndash apartamento ndash para

saber qual faixa ldquomsup3rdquo eacute aplicada Apoacutes saber qual a faixa ldquomsup3rdquo que se enquadra eacute

atribuiacutedo o volume por UC (em msup3) em sequecircncia multiplica-se o volume por UC ou

volume da faixa pelo nuacutemero de UCrsquos correspondente para se obter o volume total

gasto (em msup3) Tendo o volume total gasto basta multiplicar pelo preccedilo corresponde

agrave faixa a qual se encaixa o consumo e assim obtendo o valor total a pagar A partir

do momento que se tem o valor total a pagar eacute necessaacuterio acrescer 100 do valor

para cobrir a tarifa de esgoto conforme a figura

Partindo desses dados podemos calcular por apartamento quanto eacute cobrado

pela CAESB a partir dos dados apresentados no capiacutetulo 34

119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119886119901119886119903119905119886119898119890119899119905119900 = 33119901 times 66119871 ~ 217119871

119863119894119886

119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119886119901119886119903119905119886119898119890119899119905119900 119886119900 119898ecirc119904 = 217119871119889119894119886 times 30119863119894119886119904 = 6510119871 119900119906 65101198983

Com base nesses dados temos que calcular o volume total de descarga em

sanitaacuterios que o preacutedio consome com a seguinte foacutermula

119881119879 = 119881119865 times 119873ordm 119889119890 119880119862prime119904

119881119879 = 10119898sup3 times 36 = 360119898sup3

Em que ldquoVTrdquo corresponde ao volume total do preacutedio ldquoVFrdquo ao volume da faixa

que eacute estipulado pela CAESB e ldquoUCrsquosrdquo satildeo as unidades de consumo que eacute correlato

ao nuacutemero de apartamentos existente

Portanto o total a se pagar em um mecircs eacute calculado da seguinte forma

119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 119881119879 times 119879119886119903119894119891119886 119889119890 aacute119892119906119886 + 119879119886119903119894119891119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900

119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 360119898sup3 times 119877$ 265 + 119879119886119903119894119891119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900

119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 954 + 119877$ 954 = 119877$ 1908

Em 7 meses seriam pagos em descarga

119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 1908 times 7 119872119890119904119890119904 = 119877$ 13356

37 ndash Caacutelculos de economia e retorno de investimento para um sistema

fechado

Conforme exposto por L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental p 15)

ldquopara o caacutelculo da economia da taxa de aacutegua multiplica-se o valor do msup3 (valor

cobrado por msup3 do responsaacutevel pelo fornecimento de aacutegua na cidade []) pelo

volume captado e entatildeo obtecircm-se o valor economizado por ano na taxa de aacuteguardquo

Recapitulando que para esse estudo seraacute utilizado o meacutetodo praacutetico brasieliro

devido aos meses de seca ou pouca chuva

Sendo assim

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119881119886119897119900119903 119889119900 1198983 times 119881119900119897119906119898119890 119888119886119901119905119886119889119900

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 265 times 314061198983

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 8322

Essa economia de R$ 8322 eacute para um mecircs de chuva para o preacutedio todo

sendo assim para os 7 meses de chuva tem-se

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119890 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 8322 times 7 119898119890119904119890119904 = 119877$ 58254

Ainda segundo L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental p 16) para o

caacutelculo da economia referente ao esgoto eacute necessaacuterio multiplicar o valor do msup3 pelo

volume captado e por 08 uma vez que considera-se 20 de perda ou seja para

cada 1 litro de aacutegua que chega na residecircncia eacute cobrado 08 litros para o tratamento

do esgoto

Portanto tem-se

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119881119886119897119900119903 119889119900 1198983 times 119881119900119897119906119898119890 119888119886119901119905119886119889119900 times 08

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900 = 119877$ 265 times 314061198983 times 08

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 6658

Esse valor encontrado de R$ 6658 corresponde a um mecircs de chuva para o

preacutedio sendo assim o total economizado pelo preacutedio em 7 meses eacute de

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119890 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 6658 times 7 119898119890119904119890119904 = 119877$ 46606

ldquoPara o caacutelculo do retorno do investimento divide-se o valor investido pela

economia anual com a implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo e reaproveitamento da

aacutegua pluvialrdquo L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental p 16)

Portanto para 7 meses de chuva tem-se o seguinte

119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 =119881119886119897119900119903 119894119899119907119890119904119905119894119889119900

119864119888119900119899119900119898119894119886 (7119898119890119904119890119904)

119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 = 119877$ 1843924

119877$ 58254 + 119877$ 46606

119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 = 119877$ 1843924

119877$ 9446

119877119890119905119900119903119899119900

119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900= 1952 119886119899119900119904

38 ndash Caacutelculos de dimensionamento para um sistema com fluxo

Os caacutelculos apresentados no subitem anterior satildeo relativos a um sistema

o qual natildeo adota a possibilidade de fluxo dentro do reservatoacuterio Quando se

fala em fluxo temos que considerar que ao mesmo tempo em que o preacutedio

utiliza aacutegua do reservatoacuterio de aacutegua pluvial o mesmo vai enchendo com aacutegua

pluvial Portanto haacute um ciclo no qual o preacutedio demanda aacutegua do reservatoacuterio e

o mesmo vai enchendo conforme chove no local

Sabendo que a meacutedia mensal eacute de 1399msup3 eacute preciso multiplicar isso

por 12 para se obter o quanto choveu em 2014 Sendo assim

119879119900119905119886119897 119886119900 119886119899119900 = 1399119898119898 times 12 119898119890119904119890119904

119879119900119905119886119897 119886119900 119886119899119900 = 16788119898119898

Mas como foi visto o periacuteodo chuvoso eacute de 7 meses entatildeo temos

119875119903119890119888119894119901119894119905119886ccedilatilde119900 119901119886119903119886 7 119898119890119904119890119904 = 16788119898119898 divide 7 = 2398119898119898

Com isso eacute necessaacuterio realizar o caacutelculo da meacutedia de captaccedilatildeo de aacutegua

por mecircs para a aacuterea de 1069msup2

119872119890119889119894119886 119889119890 119862119886119901119905119886ccedilatilde119900 = 2398119898119898 times 1069119898sup2

119872eacute119889119894119886 119889119890 119862119886119901119905119886ccedilatilde119900 = 256346119871 119900119906 256346119898sup3

Ao considerar o valor obtido temos que realizar o quanto seria captado

diariamente

119872eacute119889119894119886 119889119894aacute119903119894119886 = 256346119898sup3 divide 30 119889119894119886119904 = 85119898sup3119889119894119886

A partir desses caacutelculos podemos realizar a seguinte comparaccedilatildeo O

preacutedio consome cerca de 78msup3 ao dia de aacutegua para descarga de vasos sanitaacuterios

enquanto a meacutedia diaacuteria de captaccedilatildeo eacute de 85msup3 por conseguinte temos um fluxo

positivo de aacutegua para o reservatoacuterio de 067msup3dia nos dias chuvosos

Se colocarmos um reservatoacuterio de 35msup3 sem nenhuma aacutegua

armazenada poderemos constatar que o reservatoacuterio iria encher por completo em

cerca de 53 dias conforme o caacutelculo a seguir

351198983 = 0671198983 times 119909 119889119894119886119904

119909 119889119894119886119904 = 35119898sup3 divide 067119898sup3 = 5223 119889119894119886119904

Analisando esses dados temos que a partir do 54ordm dia o reservatoacuterio

estaria completamente cheio e no restante dos 156 dias que teriacuteamos de chuva

esses 067msup3 seriam de certa forma desperdiccedilados uma vez que esse fluxo de

067msup3 ao final dos 7 meses gerariam cerca de 1407msup3 enquanto o reservatoacuterio tem

a capacidade de 35msup3 conforme o caacutelculo a seguir

119875119900119905119890119899119888119894119886119897 = 067119898sup3 times 156 119889119894119886119904 = 1045119898sup3

Se considerarmos esse fluxo positivo de 067msup3dia temos que ao final

dos 210 dias (7meses) seria possiacutevel armazenar 1407 msup3 de aacutegua Com um

reservatoacuterio de 35msup3 1057msup3 estariam sendo escoados para fora do reservatoacuterio

Portanto o ideal seria um reservatoacuterio que se aproxime de 1407msup3 para que ao

final dos 7 meses toda aacutegua possiacutevel fosse armazenada no entanto o reservatoacuterio

deveria ser de 145msup3

Devemos considerar ainda que ao final dos 7 meses o reservatoacuterio

estaria cheio no periacuteodo de seca conseguiria abastecer o preacutedio de acordo com a

demanda do preacutedio sendo assim

119880119905119894119897119894119911119886ccedilatilde119900 119899119886 119904119890119888119886 = 119879119900119905119886119897 119889119900 119903119890119904119890119903119907119886119905oacute119903119894119900 divide 119863119890119898119886119899119889119886 119889119894aacute119903119894119886

119880119905119894119897119894119911119886ccedilatilde119900 119899119886 119904119890119888119886 = 1451198983 divide 781198983119889119894119886

119880119905119894119897119894119911119886ccedilatilde119900 119899119886 119904119890119888119886 = 1858 119889119894119886119904

381 ndash Custo de implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo com fluxo em um

preacutedio

Na implantaccedilatildeo desse sistema os materiais utilizados teratildeo como base

as estimativas que foram apresentadas no subitem anterior e para aumentar a

eficiecircncia do sistema o volume de 1400007L seraacute arredondado para

145000L

Devido ao tamanho do reservatoacuterio eacute de se esperar que o reservatoacuterio

natildeo seja instalado em cima do preacutedio uma vez que a estrutura do preacutedio natildeo

conseguiria suportar o peso que o reservatoacuterio faria sobre o telhado

consequentemente o reservatoacuterio deveraacute ser instalado no jardim do preacutedio que

iraacute gerar um custo a mais por conta da escavaccedilatildeo

Os valores de alguns dos materiais apresentados a seguir seguem os

dos apresentados no trabalho de L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental

p 18) apenas o valor da caixa drsquoaacutegua de 10000L foi obtido atraveacutes de

pesquisas em lojas de construccedilatildeo e assim utilizando a de menor valor

conforme a tabela a seguir Segundo o Saneamento de Goiaacutes SA (SANEAGO)

o custo de escavaccedilatildeo eacute calculado a partir do total de msup3 aleacutem de 3m de

profundidade

Tabela 09 Preccedilo dos Produtos do Sistema de Captaccedilatildeo com Fluxo

Observaccedilatildeo Pelo fato desse estudo se tratar de um modelo de implantaccedilatildeo

o custo das tubulaccedilotildees vai variar de acordo com a demanda necessitada pelo

preacutedio portanto podendo variar de acordo com o projeto implantado Para este

estudo seraacute adotado o valor de R$ 7000

Observaccedilatildeo Pelo fato desse trabalho tratar-se de um modelo de

implantaccedilatildeo o custo da energia pode variar de acordo com a demanda necessitada

pelo preacutedio portanto podendo variar de acordo com o uso da bomba Para este

estudo seraacute adotado o valor de R$ 054 que eacute o valor do KwH cobrado pela CEB

Produto Quantidade Valor unitaacuterio (R$) Valor total (R$)

Cx Daacutegua 10000L 14 496090 6945260

Cx Daacutegua 5000L 1 108000 108000

Boacuteia Eleacutetrica 1 2750 2750

Boacuteia Comum 1 1220 1220

Registro de Gaveta

1 3490 3490

Bomba Anauger 1 23000 23000

Filtro 3P VF1 1 22000 22000

Tubulaccedilotildees 7000 7000

Disjuntor 1 1310 1310

Escavaccedilatildeo Msup3 3666 53157

Matildeo de Obra 1 58574 58574

Energia 054 054

Total 13 727154 7704228

382 ndash Caacutelculos de economia e retorno de investimento para um sistema

com fluxo

Partindo dos dados apresentados podemos calcular por apartamento quanto eacute

cobrado pela CAESB a partir dos dados apresentados no capiacutetulo 34

119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119886119901119886119903119905119886119898119890119899119905119900 = 33119901 times 66119871 ~ 217119871

119863119894119886

119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119886119901119886119903119905119886119898119890119899119905119900 119886119900 119898ecirc119904 = 217119871119889119894119886 times 30119863119894119886119904 = 6510119871 119900119906 65101198983

Em que ldquoVTrdquo corresponde ao volume total do preacutedio ldquoVFrdquo ao volume da faixa

que eacute estipulado pela CAESB e ldquoUCrsquosrdquo satildeo as unidades de consumo que eacute correlato

ao nuacutemero de apartamentos existente

Portanto o total a se pagar em um mecircs eacute calculado da seguinte forma

119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 119881119879 times 119879119886119903119894119891119886 119889119890 aacute119892119906119886 + 119879119886119903119894119891119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900

119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 360119898sup3 times 119877$ 265 + 119879119886119903119894119891119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900

119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 954 + 119877$ 954 = 119877$ 1908

Retomando o caacutelculo exposto por L Pereira (Viabilidade

EconocircmicoAmbiental p 15) no subitem anterior temos que o caacutelculo da CAESB

seria feito da seguinte maneira

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119881119886119897119900119903 119889119900 1198983 times 119881119900119897119906119898119890 119888119886119901119905119886119889119900

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 265 times 1451198983

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 38425

Esse caacutelculo eacute equivalente a um mecircs de captaccedilatildeo para os 7 meses

teremos o seguinte

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119890 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 38425 times 7 119898119890119904119890119904 = 119877$ 268975

Conforme foi visto para o caacutelculo da economia de esgoto eacute necessaacuterio

multiplicar o valor do msup3 pelo volume captado e por 08 uma vez que considera-se

20 de perda ou seja para cada 1 litro de aacutegua que chega na residecircncia eacute cobrado

08 litros para o tratamento do esgoto Portanto para um mecircs segue-se

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119881119886119897119900119903 119889119900 1198983 times 119881119900119897119906119898119890 119888119886119901119905119886119889119900 times 08

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900 = 119877$ 265 times 1451198983 times 08

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 3074

ldquoPara o caacutelculo do retorno do investimento divide-se o valor investido pela

economia anual com a implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo e reaproveitamento da

aacutegua pluvialrdquo L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental p 16)

Portanto para 7 meses de chuva tem-se o seguinte

119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 =119881119886119897119900119903 119894119899119907119890119904119905119894119889119900

119864119888119900119899119900119898119894119886 (7119898119890119904119890119904)

119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 = 119877$ 17704228

119877$ 268975 + 119877$ 21518

119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 = 119877$ 7704228

119877$ 484155

119877119890119905119900119903119899119900

119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900= 1591119886119899119900119904

4 ndash Conclusatildeo e Consideraccedilotildees Finais

De acordo com o que foi exposto temos que a implantaccedilatildeo do sistema de

captaccedilatildeo para o aproveitamento de aacuteguas pluviais eacute uma oacutetima alternativa para

substituiccedilatildeo da ldquoaacutegua cinzardquo possibilitando tambeacutem um destino mais correto do

ponto de vista ambiental para a aacutegua que se tornaria esgoto Como eacute de

conhecimento este tipo de meacutetodo eacute utilizado em diversas regiotildees natildeo somente

aquelas que sofrem com escassez de aacutegua

Mesmo sabendo que o Brasil possui um grande potencial hiacutedrico observamos

que uma parcela da populaccedilatildeo natildeo tem consciecircncia quanto ao gasto de aacutegua

gerando um grande desperdiacutecio de forma desnecessaacuteria Portanto partindo de um

pensamento racional um sistema de captaccedilatildeo seria viaacutevel para o aproveitamento da

aacutegua para fins de consumo domeacutestico mais precisamente ldquoaacutegua cinzardquo

Considerando os caacutelculos apresentados a partir da taxa de precipitaccedilatildeo meacutedia

em Brasiacutelia a criaccedilatildeo de um sistema de captaccedilatildeo pluvial predial traz benefiacutecios

econocircmicos e ambientais O projeto torna-se viaacutevel economicamente pois desde

que se faccedila a manutenccedilatildeo de forma adequada do sistema este teraacute uma vida uacutetil

longa e considerando que se obteacutem o retorno do investimento em aproximadamente

16 anos para um sistema com fluxo apoacutes este periacuteodo o sistema passa a ser

lucrativo para o preacutedio que implanta pois o custo eacute dividido no condomiacutenio dentre os

moradores do preacutedio

Analisando do ponto de vista ambiental o desenvolvimento urbano de Brasiacutelia

ocasionou em superfiacutecies impermeaacuteveis dificultando a absorccedilatildeo de aacuteguas pluviais

pelo solo e juntamente com o sistema de redes pluviais e o sistema de drenagem

ultrapassados os alagamentos e enchentes tecircm se tornado constante quando

ocorrem chuvas anormais Com as estimativas feitas neste trabalho eacute possiacutevel que

tais transtornos hiacutedricos urbanos possam ser amenizados a partir da implantaccedilatildeo do

sistema sem que afete o ciclo hidroloacutegico natural Logicamente essa natildeo eacute a

soluccedilatildeo uma vez que ela deve ser apenas um complemento agrave poliacuteticas publicas

poliacuteticas de incentivo entre outras medidas de cunho sustentaacutevel

Em vista disso a implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo e aproveitamento de

aacuteguas pluviais acarretaria em uma significativa melhora ambiental atraveacutes da

substituiccedilatildeo de uma parcela da aacutegua fornecida pela CAESB e possivelmente

mitigando os transtornos hiacutedricos urbanos se aplicado em larga escala

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Para melhor compreensatildeo do caacutelculo que a CAESB faz temos uma conta do

condomiacutenio do preacutedio da Superquadra 111 Norte

Figura 04 Conta Discriminada do Condomiacutenio

Fonte Condomiacutenio do Preacutedio

O caacutelculo feito pela CAESB consiste primeiramente em saber a demanda de

aacutegua gasta em metros cuacutebicos por Unidade de Consumo ndash apartamento ndash para

saber qual faixa ldquomsup3rdquo eacute aplicada Apoacutes saber qual a faixa ldquomsup3rdquo que se enquadra eacute

atribuiacutedo o volume por UC (em msup3) em sequecircncia multiplica-se o volume por UC ou

volume da faixa pelo nuacutemero de UCrsquos correspondente para se obter o volume total

gasto (em msup3) Tendo o volume total gasto basta multiplicar pelo preccedilo corresponde

agrave faixa a qual se encaixa o consumo e assim obtendo o valor total a pagar A partir

do momento que se tem o valor total a pagar eacute necessaacuterio acrescer 100 do valor

para cobrir a tarifa de esgoto conforme a figura

Partindo desses dados podemos calcular por apartamento quanto eacute cobrado

pela CAESB a partir dos dados apresentados no capiacutetulo 34

119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119886119901119886119903119905119886119898119890119899119905119900 = 33119901 times 66119871 ~ 217119871

119863119894119886

119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119886119901119886119903119905119886119898119890119899119905119900 119886119900 119898ecirc119904 = 217119871119889119894119886 times 30119863119894119886119904 = 6510119871 119900119906 65101198983

Com base nesses dados temos que calcular o volume total de descarga em

sanitaacuterios que o preacutedio consome com a seguinte foacutermula

119881119879 = 119881119865 times 119873ordm 119889119890 119880119862prime119904

119881119879 = 10119898sup3 times 36 = 360119898sup3

Em que ldquoVTrdquo corresponde ao volume total do preacutedio ldquoVFrdquo ao volume da faixa

que eacute estipulado pela CAESB e ldquoUCrsquosrdquo satildeo as unidades de consumo que eacute correlato

ao nuacutemero de apartamentos existente

Portanto o total a se pagar em um mecircs eacute calculado da seguinte forma

119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 119881119879 times 119879119886119903119894119891119886 119889119890 aacute119892119906119886 + 119879119886119903119894119891119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900

119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 360119898sup3 times 119877$ 265 + 119879119886119903119894119891119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900

119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 954 + 119877$ 954 = 119877$ 1908

Em 7 meses seriam pagos em descarga

119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 1908 times 7 119872119890119904119890119904 = 119877$ 13356

37 ndash Caacutelculos de economia e retorno de investimento para um sistema

fechado

Conforme exposto por L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental p 15)

ldquopara o caacutelculo da economia da taxa de aacutegua multiplica-se o valor do msup3 (valor

cobrado por msup3 do responsaacutevel pelo fornecimento de aacutegua na cidade []) pelo

volume captado e entatildeo obtecircm-se o valor economizado por ano na taxa de aacuteguardquo

Recapitulando que para esse estudo seraacute utilizado o meacutetodo praacutetico brasieliro

devido aos meses de seca ou pouca chuva

Sendo assim

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119881119886119897119900119903 119889119900 1198983 times 119881119900119897119906119898119890 119888119886119901119905119886119889119900

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 265 times 314061198983

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 8322

Essa economia de R$ 8322 eacute para um mecircs de chuva para o preacutedio todo

sendo assim para os 7 meses de chuva tem-se

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119890 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 8322 times 7 119898119890119904119890119904 = 119877$ 58254

Ainda segundo L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental p 16) para o

caacutelculo da economia referente ao esgoto eacute necessaacuterio multiplicar o valor do msup3 pelo

volume captado e por 08 uma vez que considera-se 20 de perda ou seja para

cada 1 litro de aacutegua que chega na residecircncia eacute cobrado 08 litros para o tratamento

do esgoto

Portanto tem-se

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119881119886119897119900119903 119889119900 1198983 times 119881119900119897119906119898119890 119888119886119901119905119886119889119900 times 08

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900 = 119877$ 265 times 314061198983 times 08

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 6658

Esse valor encontrado de R$ 6658 corresponde a um mecircs de chuva para o

preacutedio sendo assim o total economizado pelo preacutedio em 7 meses eacute de

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119890 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 6658 times 7 119898119890119904119890119904 = 119877$ 46606

ldquoPara o caacutelculo do retorno do investimento divide-se o valor investido pela

economia anual com a implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo e reaproveitamento da

aacutegua pluvialrdquo L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental p 16)

Portanto para 7 meses de chuva tem-se o seguinte

119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 =119881119886119897119900119903 119894119899119907119890119904119905119894119889119900

119864119888119900119899119900119898119894119886 (7119898119890119904119890119904)

119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 = 119877$ 1843924

119877$ 58254 + 119877$ 46606

119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 = 119877$ 1843924

119877$ 9446

119877119890119905119900119903119899119900

119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900= 1952 119886119899119900119904

38 ndash Caacutelculos de dimensionamento para um sistema com fluxo

Os caacutelculos apresentados no subitem anterior satildeo relativos a um sistema

o qual natildeo adota a possibilidade de fluxo dentro do reservatoacuterio Quando se

fala em fluxo temos que considerar que ao mesmo tempo em que o preacutedio

utiliza aacutegua do reservatoacuterio de aacutegua pluvial o mesmo vai enchendo com aacutegua

pluvial Portanto haacute um ciclo no qual o preacutedio demanda aacutegua do reservatoacuterio e

o mesmo vai enchendo conforme chove no local

Sabendo que a meacutedia mensal eacute de 1399msup3 eacute preciso multiplicar isso

por 12 para se obter o quanto choveu em 2014 Sendo assim

119879119900119905119886119897 119886119900 119886119899119900 = 1399119898119898 times 12 119898119890119904119890119904

119879119900119905119886119897 119886119900 119886119899119900 = 16788119898119898

Mas como foi visto o periacuteodo chuvoso eacute de 7 meses entatildeo temos

119875119903119890119888119894119901119894119905119886ccedilatilde119900 119901119886119903119886 7 119898119890119904119890119904 = 16788119898119898 divide 7 = 2398119898119898

Com isso eacute necessaacuterio realizar o caacutelculo da meacutedia de captaccedilatildeo de aacutegua

por mecircs para a aacuterea de 1069msup2

119872119890119889119894119886 119889119890 119862119886119901119905119886ccedilatilde119900 = 2398119898119898 times 1069119898sup2

119872eacute119889119894119886 119889119890 119862119886119901119905119886ccedilatilde119900 = 256346119871 119900119906 256346119898sup3

Ao considerar o valor obtido temos que realizar o quanto seria captado

diariamente

119872eacute119889119894119886 119889119894aacute119903119894119886 = 256346119898sup3 divide 30 119889119894119886119904 = 85119898sup3119889119894119886

A partir desses caacutelculos podemos realizar a seguinte comparaccedilatildeo O

preacutedio consome cerca de 78msup3 ao dia de aacutegua para descarga de vasos sanitaacuterios

enquanto a meacutedia diaacuteria de captaccedilatildeo eacute de 85msup3 por conseguinte temos um fluxo

positivo de aacutegua para o reservatoacuterio de 067msup3dia nos dias chuvosos

Se colocarmos um reservatoacuterio de 35msup3 sem nenhuma aacutegua

armazenada poderemos constatar que o reservatoacuterio iria encher por completo em

cerca de 53 dias conforme o caacutelculo a seguir

351198983 = 0671198983 times 119909 119889119894119886119904

119909 119889119894119886119904 = 35119898sup3 divide 067119898sup3 = 5223 119889119894119886119904

Analisando esses dados temos que a partir do 54ordm dia o reservatoacuterio

estaria completamente cheio e no restante dos 156 dias que teriacuteamos de chuva

esses 067msup3 seriam de certa forma desperdiccedilados uma vez que esse fluxo de

067msup3 ao final dos 7 meses gerariam cerca de 1407msup3 enquanto o reservatoacuterio tem

a capacidade de 35msup3 conforme o caacutelculo a seguir

119875119900119905119890119899119888119894119886119897 = 067119898sup3 times 156 119889119894119886119904 = 1045119898sup3

Se considerarmos esse fluxo positivo de 067msup3dia temos que ao final

dos 210 dias (7meses) seria possiacutevel armazenar 1407 msup3 de aacutegua Com um

reservatoacuterio de 35msup3 1057msup3 estariam sendo escoados para fora do reservatoacuterio

Portanto o ideal seria um reservatoacuterio que se aproxime de 1407msup3 para que ao

final dos 7 meses toda aacutegua possiacutevel fosse armazenada no entanto o reservatoacuterio

deveria ser de 145msup3

Devemos considerar ainda que ao final dos 7 meses o reservatoacuterio

estaria cheio no periacuteodo de seca conseguiria abastecer o preacutedio de acordo com a

demanda do preacutedio sendo assim

119880119905119894119897119894119911119886ccedilatilde119900 119899119886 119904119890119888119886 = 119879119900119905119886119897 119889119900 119903119890119904119890119903119907119886119905oacute119903119894119900 divide 119863119890119898119886119899119889119886 119889119894aacute119903119894119886

119880119905119894119897119894119911119886ccedilatilde119900 119899119886 119904119890119888119886 = 1451198983 divide 781198983119889119894119886

119880119905119894119897119894119911119886ccedilatilde119900 119899119886 119904119890119888119886 = 1858 119889119894119886119904

381 ndash Custo de implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo com fluxo em um

preacutedio

Na implantaccedilatildeo desse sistema os materiais utilizados teratildeo como base

as estimativas que foram apresentadas no subitem anterior e para aumentar a

eficiecircncia do sistema o volume de 1400007L seraacute arredondado para

145000L

Devido ao tamanho do reservatoacuterio eacute de se esperar que o reservatoacuterio

natildeo seja instalado em cima do preacutedio uma vez que a estrutura do preacutedio natildeo

conseguiria suportar o peso que o reservatoacuterio faria sobre o telhado

consequentemente o reservatoacuterio deveraacute ser instalado no jardim do preacutedio que

iraacute gerar um custo a mais por conta da escavaccedilatildeo

Os valores de alguns dos materiais apresentados a seguir seguem os

dos apresentados no trabalho de L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental

p 18) apenas o valor da caixa drsquoaacutegua de 10000L foi obtido atraveacutes de

pesquisas em lojas de construccedilatildeo e assim utilizando a de menor valor

conforme a tabela a seguir Segundo o Saneamento de Goiaacutes SA (SANEAGO)

o custo de escavaccedilatildeo eacute calculado a partir do total de msup3 aleacutem de 3m de

profundidade

Tabela 09 Preccedilo dos Produtos do Sistema de Captaccedilatildeo com Fluxo

Observaccedilatildeo Pelo fato desse estudo se tratar de um modelo de implantaccedilatildeo

o custo das tubulaccedilotildees vai variar de acordo com a demanda necessitada pelo

preacutedio portanto podendo variar de acordo com o projeto implantado Para este

estudo seraacute adotado o valor de R$ 7000

Observaccedilatildeo Pelo fato desse trabalho tratar-se de um modelo de

implantaccedilatildeo o custo da energia pode variar de acordo com a demanda necessitada

pelo preacutedio portanto podendo variar de acordo com o uso da bomba Para este

estudo seraacute adotado o valor de R$ 054 que eacute o valor do KwH cobrado pela CEB

Produto Quantidade Valor unitaacuterio (R$) Valor total (R$)

Cx Daacutegua 10000L 14 496090 6945260

Cx Daacutegua 5000L 1 108000 108000

Boacuteia Eleacutetrica 1 2750 2750

Boacuteia Comum 1 1220 1220

Registro de Gaveta

1 3490 3490

Bomba Anauger 1 23000 23000

Filtro 3P VF1 1 22000 22000

Tubulaccedilotildees 7000 7000

Disjuntor 1 1310 1310

Escavaccedilatildeo Msup3 3666 53157

Matildeo de Obra 1 58574 58574

Energia 054 054

Total 13 727154 7704228

382 ndash Caacutelculos de economia e retorno de investimento para um sistema

com fluxo

Partindo dos dados apresentados podemos calcular por apartamento quanto eacute

cobrado pela CAESB a partir dos dados apresentados no capiacutetulo 34

119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119886119901119886119903119905119886119898119890119899119905119900 = 33119901 times 66119871 ~ 217119871

119863119894119886

119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119886119901119886119903119905119886119898119890119899119905119900 119886119900 119898ecirc119904 = 217119871119889119894119886 times 30119863119894119886119904 = 6510119871 119900119906 65101198983

Em que ldquoVTrdquo corresponde ao volume total do preacutedio ldquoVFrdquo ao volume da faixa

que eacute estipulado pela CAESB e ldquoUCrsquosrdquo satildeo as unidades de consumo que eacute correlato

ao nuacutemero de apartamentos existente

Portanto o total a se pagar em um mecircs eacute calculado da seguinte forma

119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 119881119879 times 119879119886119903119894119891119886 119889119890 aacute119892119906119886 + 119879119886119903119894119891119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900

119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 360119898sup3 times 119877$ 265 + 119879119886119903119894119891119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900

119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 954 + 119877$ 954 = 119877$ 1908

Retomando o caacutelculo exposto por L Pereira (Viabilidade

EconocircmicoAmbiental p 15) no subitem anterior temos que o caacutelculo da CAESB

seria feito da seguinte maneira

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119881119886119897119900119903 119889119900 1198983 times 119881119900119897119906119898119890 119888119886119901119905119886119889119900

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 265 times 1451198983

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 38425

Esse caacutelculo eacute equivalente a um mecircs de captaccedilatildeo para os 7 meses

teremos o seguinte

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119890 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 38425 times 7 119898119890119904119890119904 = 119877$ 268975

Conforme foi visto para o caacutelculo da economia de esgoto eacute necessaacuterio

multiplicar o valor do msup3 pelo volume captado e por 08 uma vez que considera-se

20 de perda ou seja para cada 1 litro de aacutegua que chega na residecircncia eacute cobrado

08 litros para o tratamento do esgoto Portanto para um mecircs segue-se

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119881119886119897119900119903 119889119900 1198983 times 119881119900119897119906119898119890 119888119886119901119905119886119889119900 times 08

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900 = 119877$ 265 times 1451198983 times 08

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 3074

ldquoPara o caacutelculo do retorno do investimento divide-se o valor investido pela

economia anual com a implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo e reaproveitamento da

aacutegua pluvialrdquo L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental p 16)

Portanto para 7 meses de chuva tem-se o seguinte

119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 =119881119886119897119900119903 119894119899119907119890119904119905119894119889119900

119864119888119900119899119900119898119894119886 (7119898119890119904119890119904)

119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 = 119877$ 17704228

119877$ 268975 + 119877$ 21518

119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 = 119877$ 7704228

119877$ 484155

119877119890119905119900119903119899119900

119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900= 1591119886119899119900119904

4 ndash Conclusatildeo e Consideraccedilotildees Finais

De acordo com o que foi exposto temos que a implantaccedilatildeo do sistema de

captaccedilatildeo para o aproveitamento de aacuteguas pluviais eacute uma oacutetima alternativa para

substituiccedilatildeo da ldquoaacutegua cinzardquo possibilitando tambeacutem um destino mais correto do

ponto de vista ambiental para a aacutegua que se tornaria esgoto Como eacute de

conhecimento este tipo de meacutetodo eacute utilizado em diversas regiotildees natildeo somente

aquelas que sofrem com escassez de aacutegua

Mesmo sabendo que o Brasil possui um grande potencial hiacutedrico observamos

que uma parcela da populaccedilatildeo natildeo tem consciecircncia quanto ao gasto de aacutegua

gerando um grande desperdiacutecio de forma desnecessaacuteria Portanto partindo de um

pensamento racional um sistema de captaccedilatildeo seria viaacutevel para o aproveitamento da

aacutegua para fins de consumo domeacutestico mais precisamente ldquoaacutegua cinzardquo

Considerando os caacutelculos apresentados a partir da taxa de precipitaccedilatildeo meacutedia

em Brasiacutelia a criaccedilatildeo de um sistema de captaccedilatildeo pluvial predial traz benefiacutecios

econocircmicos e ambientais O projeto torna-se viaacutevel economicamente pois desde

que se faccedila a manutenccedilatildeo de forma adequada do sistema este teraacute uma vida uacutetil

longa e considerando que se obteacutem o retorno do investimento em aproximadamente

16 anos para um sistema com fluxo apoacutes este periacuteodo o sistema passa a ser

lucrativo para o preacutedio que implanta pois o custo eacute dividido no condomiacutenio dentre os

moradores do preacutedio

Analisando do ponto de vista ambiental o desenvolvimento urbano de Brasiacutelia

ocasionou em superfiacutecies impermeaacuteveis dificultando a absorccedilatildeo de aacuteguas pluviais

pelo solo e juntamente com o sistema de redes pluviais e o sistema de drenagem

ultrapassados os alagamentos e enchentes tecircm se tornado constante quando

ocorrem chuvas anormais Com as estimativas feitas neste trabalho eacute possiacutevel que

tais transtornos hiacutedricos urbanos possam ser amenizados a partir da implantaccedilatildeo do

sistema sem que afete o ciclo hidroloacutegico natural Logicamente essa natildeo eacute a

soluccedilatildeo uma vez que ela deve ser apenas um complemento agrave poliacuteticas publicas

poliacuteticas de incentivo entre outras medidas de cunho sustentaacutevel

Em vista disso a implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo e aproveitamento de

aacuteguas pluviais acarretaria em uma significativa melhora ambiental atraveacutes da

substituiccedilatildeo de uma parcela da aacutegua fornecida pela CAESB e possivelmente

mitigando os transtornos hiacutedricos urbanos se aplicado em larga escala

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119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119886119901119886119903119905119886119898119890119899119905119900 = 33119901 times 66119871 ~ 217119871

119863119894119886

119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119886119901119886119903119905119886119898119890119899119905119900 119886119900 119898ecirc119904 = 217119871119889119894119886 times 30119863119894119886119904 = 6510119871 119900119906 65101198983

Com base nesses dados temos que calcular o volume total de descarga em

sanitaacuterios que o preacutedio consome com a seguinte foacutermula

119881119879 = 119881119865 times 119873ordm 119889119890 119880119862prime119904

119881119879 = 10119898sup3 times 36 = 360119898sup3

Em que ldquoVTrdquo corresponde ao volume total do preacutedio ldquoVFrdquo ao volume da faixa

que eacute estipulado pela CAESB e ldquoUCrsquosrdquo satildeo as unidades de consumo que eacute correlato

ao nuacutemero de apartamentos existente

Portanto o total a se pagar em um mecircs eacute calculado da seguinte forma

119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 119881119879 times 119879119886119903119894119891119886 119889119890 aacute119892119906119886 + 119879119886119903119894119891119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900

119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 360119898sup3 times 119877$ 265 + 119879119886119903119894119891119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900

119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 954 + 119877$ 954 = 119877$ 1908

Em 7 meses seriam pagos em descarga

119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 1908 times 7 119872119890119904119890119904 = 119877$ 13356

37 ndash Caacutelculos de economia e retorno de investimento para um sistema

fechado

Conforme exposto por L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental p 15)

ldquopara o caacutelculo da economia da taxa de aacutegua multiplica-se o valor do msup3 (valor

cobrado por msup3 do responsaacutevel pelo fornecimento de aacutegua na cidade []) pelo

volume captado e entatildeo obtecircm-se o valor economizado por ano na taxa de aacuteguardquo

Recapitulando que para esse estudo seraacute utilizado o meacutetodo praacutetico brasieliro

devido aos meses de seca ou pouca chuva

Sendo assim

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119881119886119897119900119903 119889119900 1198983 times 119881119900119897119906119898119890 119888119886119901119905119886119889119900

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 265 times 314061198983

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 8322

Essa economia de R$ 8322 eacute para um mecircs de chuva para o preacutedio todo

sendo assim para os 7 meses de chuva tem-se

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119890 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 8322 times 7 119898119890119904119890119904 = 119877$ 58254

Ainda segundo L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental p 16) para o

caacutelculo da economia referente ao esgoto eacute necessaacuterio multiplicar o valor do msup3 pelo

volume captado e por 08 uma vez que considera-se 20 de perda ou seja para

cada 1 litro de aacutegua que chega na residecircncia eacute cobrado 08 litros para o tratamento

do esgoto

Portanto tem-se

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119881119886119897119900119903 119889119900 1198983 times 119881119900119897119906119898119890 119888119886119901119905119886119889119900 times 08

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900 = 119877$ 265 times 314061198983 times 08

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 6658

Esse valor encontrado de R$ 6658 corresponde a um mecircs de chuva para o

preacutedio sendo assim o total economizado pelo preacutedio em 7 meses eacute de

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119890 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 6658 times 7 119898119890119904119890119904 = 119877$ 46606

ldquoPara o caacutelculo do retorno do investimento divide-se o valor investido pela

economia anual com a implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo e reaproveitamento da

aacutegua pluvialrdquo L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental p 16)

Portanto para 7 meses de chuva tem-se o seguinte

119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 =119881119886119897119900119903 119894119899119907119890119904119905119894119889119900

119864119888119900119899119900119898119894119886 (7119898119890119904119890119904)

119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 = 119877$ 1843924

119877$ 58254 + 119877$ 46606

119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 = 119877$ 1843924

119877$ 9446

119877119890119905119900119903119899119900

119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900= 1952 119886119899119900119904

38 ndash Caacutelculos de dimensionamento para um sistema com fluxo

Os caacutelculos apresentados no subitem anterior satildeo relativos a um sistema

o qual natildeo adota a possibilidade de fluxo dentro do reservatoacuterio Quando se

fala em fluxo temos que considerar que ao mesmo tempo em que o preacutedio

utiliza aacutegua do reservatoacuterio de aacutegua pluvial o mesmo vai enchendo com aacutegua

pluvial Portanto haacute um ciclo no qual o preacutedio demanda aacutegua do reservatoacuterio e

o mesmo vai enchendo conforme chove no local

Sabendo que a meacutedia mensal eacute de 1399msup3 eacute preciso multiplicar isso

por 12 para se obter o quanto choveu em 2014 Sendo assim

119879119900119905119886119897 119886119900 119886119899119900 = 1399119898119898 times 12 119898119890119904119890119904

119879119900119905119886119897 119886119900 119886119899119900 = 16788119898119898

Mas como foi visto o periacuteodo chuvoso eacute de 7 meses entatildeo temos

119875119903119890119888119894119901119894119905119886ccedilatilde119900 119901119886119903119886 7 119898119890119904119890119904 = 16788119898119898 divide 7 = 2398119898119898

Com isso eacute necessaacuterio realizar o caacutelculo da meacutedia de captaccedilatildeo de aacutegua

por mecircs para a aacuterea de 1069msup2

119872119890119889119894119886 119889119890 119862119886119901119905119886ccedilatilde119900 = 2398119898119898 times 1069119898sup2

119872eacute119889119894119886 119889119890 119862119886119901119905119886ccedilatilde119900 = 256346119871 119900119906 256346119898sup3

Ao considerar o valor obtido temos que realizar o quanto seria captado

diariamente

119872eacute119889119894119886 119889119894aacute119903119894119886 = 256346119898sup3 divide 30 119889119894119886119904 = 85119898sup3119889119894119886

A partir desses caacutelculos podemos realizar a seguinte comparaccedilatildeo O

preacutedio consome cerca de 78msup3 ao dia de aacutegua para descarga de vasos sanitaacuterios

enquanto a meacutedia diaacuteria de captaccedilatildeo eacute de 85msup3 por conseguinte temos um fluxo

positivo de aacutegua para o reservatoacuterio de 067msup3dia nos dias chuvosos

Se colocarmos um reservatoacuterio de 35msup3 sem nenhuma aacutegua

armazenada poderemos constatar que o reservatoacuterio iria encher por completo em

cerca de 53 dias conforme o caacutelculo a seguir

351198983 = 0671198983 times 119909 119889119894119886119904

119909 119889119894119886119904 = 35119898sup3 divide 067119898sup3 = 5223 119889119894119886119904

Analisando esses dados temos que a partir do 54ordm dia o reservatoacuterio

estaria completamente cheio e no restante dos 156 dias que teriacuteamos de chuva

esses 067msup3 seriam de certa forma desperdiccedilados uma vez que esse fluxo de

067msup3 ao final dos 7 meses gerariam cerca de 1407msup3 enquanto o reservatoacuterio tem

a capacidade de 35msup3 conforme o caacutelculo a seguir

119875119900119905119890119899119888119894119886119897 = 067119898sup3 times 156 119889119894119886119904 = 1045119898sup3

Se considerarmos esse fluxo positivo de 067msup3dia temos que ao final

dos 210 dias (7meses) seria possiacutevel armazenar 1407 msup3 de aacutegua Com um

reservatoacuterio de 35msup3 1057msup3 estariam sendo escoados para fora do reservatoacuterio

Portanto o ideal seria um reservatoacuterio que se aproxime de 1407msup3 para que ao

final dos 7 meses toda aacutegua possiacutevel fosse armazenada no entanto o reservatoacuterio

deveria ser de 145msup3

Devemos considerar ainda que ao final dos 7 meses o reservatoacuterio

estaria cheio no periacuteodo de seca conseguiria abastecer o preacutedio de acordo com a

demanda do preacutedio sendo assim

119880119905119894119897119894119911119886ccedilatilde119900 119899119886 119904119890119888119886 = 119879119900119905119886119897 119889119900 119903119890119904119890119903119907119886119905oacute119903119894119900 divide 119863119890119898119886119899119889119886 119889119894aacute119903119894119886

119880119905119894119897119894119911119886ccedilatilde119900 119899119886 119904119890119888119886 = 1451198983 divide 781198983119889119894119886

119880119905119894119897119894119911119886ccedilatilde119900 119899119886 119904119890119888119886 = 1858 119889119894119886119904

381 ndash Custo de implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo com fluxo em um

preacutedio

Na implantaccedilatildeo desse sistema os materiais utilizados teratildeo como base

as estimativas que foram apresentadas no subitem anterior e para aumentar a

eficiecircncia do sistema o volume de 1400007L seraacute arredondado para

145000L

Devido ao tamanho do reservatoacuterio eacute de se esperar que o reservatoacuterio

natildeo seja instalado em cima do preacutedio uma vez que a estrutura do preacutedio natildeo

conseguiria suportar o peso que o reservatoacuterio faria sobre o telhado

consequentemente o reservatoacuterio deveraacute ser instalado no jardim do preacutedio que

iraacute gerar um custo a mais por conta da escavaccedilatildeo

Os valores de alguns dos materiais apresentados a seguir seguem os

dos apresentados no trabalho de L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental

p 18) apenas o valor da caixa drsquoaacutegua de 10000L foi obtido atraveacutes de

pesquisas em lojas de construccedilatildeo e assim utilizando a de menor valor

conforme a tabela a seguir Segundo o Saneamento de Goiaacutes SA (SANEAGO)

o custo de escavaccedilatildeo eacute calculado a partir do total de msup3 aleacutem de 3m de

profundidade

Tabela 09 Preccedilo dos Produtos do Sistema de Captaccedilatildeo com Fluxo

Observaccedilatildeo Pelo fato desse estudo se tratar de um modelo de implantaccedilatildeo

o custo das tubulaccedilotildees vai variar de acordo com a demanda necessitada pelo

preacutedio portanto podendo variar de acordo com o projeto implantado Para este

estudo seraacute adotado o valor de R$ 7000

Observaccedilatildeo Pelo fato desse trabalho tratar-se de um modelo de

implantaccedilatildeo o custo da energia pode variar de acordo com a demanda necessitada

pelo preacutedio portanto podendo variar de acordo com o uso da bomba Para este

estudo seraacute adotado o valor de R$ 054 que eacute o valor do KwH cobrado pela CEB

Produto Quantidade Valor unitaacuterio (R$) Valor total (R$)

Cx Daacutegua 10000L 14 496090 6945260

Cx Daacutegua 5000L 1 108000 108000

Boacuteia Eleacutetrica 1 2750 2750

Boacuteia Comum 1 1220 1220

Registro de Gaveta

1 3490 3490

Bomba Anauger 1 23000 23000

Filtro 3P VF1 1 22000 22000

Tubulaccedilotildees 7000 7000

Disjuntor 1 1310 1310

Escavaccedilatildeo Msup3 3666 53157

Matildeo de Obra 1 58574 58574

Energia 054 054

Total 13 727154 7704228

382 ndash Caacutelculos de economia e retorno de investimento para um sistema

com fluxo

Partindo dos dados apresentados podemos calcular por apartamento quanto eacute

cobrado pela CAESB a partir dos dados apresentados no capiacutetulo 34

119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119886119901119886119903119905119886119898119890119899119905119900 = 33119901 times 66119871 ~ 217119871

119863119894119886

119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119886119901119886119903119905119886119898119890119899119905119900 119886119900 119898ecirc119904 = 217119871119889119894119886 times 30119863119894119886119904 = 6510119871 119900119906 65101198983

Em que ldquoVTrdquo corresponde ao volume total do preacutedio ldquoVFrdquo ao volume da faixa

que eacute estipulado pela CAESB e ldquoUCrsquosrdquo satildeo as unidades de consumo que eacute correlato

ao nuacutemero de apartamentos existente

Portanto o total a se pagar em um mecircs eacute calculado da seguinte forma

119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 119881119879 times 119879119886119903119894119891119886 119889119890 aacute119892119906119886 + 119879119886119903119894119891119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900

119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 360119898sup3 times 119877$ 265 + 119879119886119903119894119891119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900

119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 954 + 119877$ 954 = 119877$ 1908

Retomando o caacutelculo exposto por L Pereira (Viabilidade

EconocircmicoAmbiental p 15) no subitem anterior temos que o caacutelculo da CAESB

seria feito da seguinte maneira

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119881119886119897119900119903 119889119900 1198983 times 119881119900119897119906119898119890 119888119886119901119905119886119889119900

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 265 times 1451198983

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 38425

Esse caacutelculo eacute equivalente a um mecircs de captaccedilatildeo para os 7 meses

teremos o seguinte

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119890 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 38425 times 7 119898119890119904119890119904 = 119877$ 268975

Conforme foi visto para o caacutelculo da economia de esgoto eacute necessaacuterio

multiplicar o valor do msup3 pelo volume captado e por 08 uma vez que considera-se

20 de perda ou seja para cada 1 litro de aacutegua que chega na residecircncia eacute cobrado

08 litros para o tratamento do esgoto Portanto para um mecircs segue-se

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119881119886119897119900119903 119889119900 1198983 times 119881119900119897119906119898119890 119888119886119901119905119886119889119900 times 08

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900 = 119877$ 265 times 1451198983 times 08

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 3074

ldquoPara o caacutelculo do retorno do investimento divide-se o valor investido pela

economia anual com a implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo e reaproveitamento da

aacutegua pluvialrdquo L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental p 16)

Portanto para 7 meses de chuva tem-se o seguinte

119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 =119881119886119897119900119903 119894119899119907119890119904119905119894119889119900

119864119888119900119899119900119898119894119886 (7119898119890119904119890119904)

119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 = 119877$ 17704228

119877$ 268975 + 119877$ 21518

119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 = 119877$ 7704228

119877$ 484155

119877119890119905119900119903119899119900

119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900= 1591119886119899119900119904

4 ndash Conclusatildeo e Consideraccedilotildees Finais

De acordo com o que foi exposto temos que a implantaccedilatildeo do sistema de

captaccedilatildeo para o aproveitamento de aacuteguas pluviais eacute uma oacutetima alternativa para

substituiccedilatildeo da ldquoaacutegua cinzardquo possibilitando tambeacutem um destino mais correto do

ponto de vista ambiental para a aacutegua que se tornaria esgoto Como eacute de

conhecimento este tipo de meacutetodo eacute utilizado em diversas regiotildees natildeo somente

aquelas que sofrem com escassez de aacutegua

Mesmo sabendo que o Brasil possui um grande potencial hiacutedrico observamos

que uma parcela da populaccedilatildeo natildeo tem consciecircncia quanto ao gasto de aacutegua

gerando um grande desperdiacutecio de forma desnecessaacuteria Portanto partindo de um

pensamento racional um sistema de captaccedilatildeo seria viaacutevel para o aproveitamento da

aacutegua para fins de consumo domeacutestico mais precisamente ldquoaacutegua cinzardquo

Considerando os caacutelculos apresentados a partir da taxa de precipitaccedilatildeo meacutedia

em Brasiacutelia a criaccedilatildeo de um sistema de captaccedilatildeo pluvial predial traz benefiacutecios

econocircmicos e ambientais O projeto torna-se viaacutevel economicamente pois desde

que se faccedila a manutenccedilatildeo de forma adequada do sistema este teraacute uma vida uacutetil

longa e considerando que se obteacutem o retorno do investimento em aproximadamente

16 anos para um sistema com fluxo apoacutes este periacuteodo o sistema passa a ser

lucrativo para o preacutedio que implanta pois o custo eacute dividido no condomiacutenio dentre os

moradores do preacutedio

Analisando do ponto de vista ambiental o desenvolvimento urbano de Brasiacutelia

ocasionou em superfiacutecies impermeaacuteveis dificultando a absorccedilatildeo de aacuteguas pluviais

pelo solo e juntamente com o sistema de redes pluviais e o sistema de drenagem

ultrapassados os alagamentos e enchentes tecircm se tornado constante quando

ocorrem chuvas anormais Com as estimativas feitas neste trabalho eacute possiacutevel que

tais transtornos hiacutedricos urbanos possam ser amenizados a partir da implantaccedilatildeo do

sistema sem que afete o ciclo hidroloacutegico natural Logicamente essa natildeo eacute a

soluccedilatildeo uma vez que ela deve ser apenas um complemento agrave poliacuteticas publicas

poliacuteticas de incentivo entre outras medidas de cunho sustentaacutevel

Em vista disso a implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo e aproveitamento de

aacuteguas pluviais acarretaria em uma significativa melhora ambiental atraveacutes da

substituiccedilatildeo de uma parcela da aacutegua fornecida pela CAESB e possivelmente

mitigando os transtornos hiacutedricos urbanos se aplicado em larga escala

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119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 8322

Essa economia de R$ 8322 eacute para um mecircs de chuva para o preacutedio todo

sendo assim para os 7 meses de chuva tem-se

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119890 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 8322 times 7 119898119890119904119890119904 = 119877$ 58254

Ainda segundo L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental p 16) para o

caacutelculo da economia referente ao esgoto eacute necessaacuterio multiplicar o valor do msup3 pelo

volume captado e por 08 uma vez que considera-se 20 de perda ou seja para

cada 1 litro de aacutegua que chega na residecircncia eacute cobrado 08 litros para o tratamento

do esgoto

Portanto tem-se

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119881119886119897119900119903 119889119900 1198983 times 119881119900119897119906119898119890 119888119886119901119905119886119889119900 times 08

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900 = 119877$ 265 times 314061198983 times 08

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 6658

Esse valor encontrado de R$ 6658 corresponde a um mecircs de chuva para o

preacutedio sendo assim o total economizado pelo preacutedio em 7 meses eacute de

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119890 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 6658 times 7 119898119890119904119890119904 = 119877$ 46606

ldquoPara o caacutelculo do retorno do investimento divide-se o valor investido pela

economia anual com a implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo e reaproveitamento da

aacutegua pluvialrdquo L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental p 16)

Portanto para 7 meses de chuva tem-se o seguinte

119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 =119881119886119897119900119903 119894119899119907119890119904119905119894119889119900

119864119888119900119899119900119898119894119886 (7119898119890119904119890119904)

119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 = 119877$ 1843924

119877$ 58254 + 119877$ 46606

119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 = 119877$ 1843924

119877$ 9446

119877119890119905119900119903119899119900

119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900= 1952 119886119899119900119904

38 ndash Caacutelculos de dimensionamento para um sistema com fluxo

Os caacutelculos apresentados no subitem anterior satildeo relativos a um sistema

o qual natildeo adota a possibilidade de fluxo dentro do reservatoacuterio Quando se

fala em fluxo temos que considerar que ao mesmo tempo em que o preacutedio

utiliza aacutegua do reservatoacuterio de aacutegua pluvial o mesmo vai enchendo com aacutegua

pluvial Portanto haacute um ciclo no qual o preacutedio demanda aacutegua do reservatoacuterio e

o mesmo vai enchendo conforme chove no local

Sabendo que a meacutedia mensal eacute de 1399msup3 eacute preciso multiplicar isso

por 12 para se obter o quanto choveu em 2014 Sendo assim

119879119900119905119886119897 119886119900 119886119899119900 = 1399119898119898 times 12 119898119890119904119890119904

119879119900119905119886119897 119886119900 119886119899119900 = 16788119898119898

Mas como foi visto o periacuteodo chuvoso eacute de 7 meses entatildeo temos

119875119903119890119888119894119901119894119905119886ccedilatilde119900 119901119886119903119886 7 119898119890119904119890119904 = 16788119898119898 divide 7 = 2398119898119898

Com isso eacute necessaacuterio realizar o caacutelculo da meacutedia de captaccedilatildeo de aacutegua

por mecircs para a aacuterea de 1069msup2

119872119890119889119894119886 119889119890 119862119886119901119905119886ccedilatilde119900 = 2398119898119898 times 1069119898sup2

119872eacute119889119894119886 119889119890 119862119886119901119905119886ccedilatilde119900 = 256346119871 119900119906 256346119898sup3

Ao considerar o valor obtido temos que realizar o quanto seria captado

diariamente

119872eacute119889119894119886 119889119894aacute119903119894119886 = 256346119898sup3 divide 30 119889119894119886119904 = 85119898sup3119889119894119886

A partir desses caacutelculos podemos realizar a seguinte comparaccedilatildeo O

preacutedio consome cerca de 78msup3 ao dia de aacutegua para descarga de vasos sanitaacuterios

enquanto a meacutedia diaacuteria de captaccedilatildeo eacute de 85msup3 por conseguinte temos um fluxo

positivo de aacutegua para o reservatoacuterio de 067msup3dia nos dias chuvosos

Se colocarmos um reservatoacuterio de 35msup3 sem nenhuma aacutegua

armazenada poderemos constatar que o reservatoacuterio iria encher por completo em

cerca de 53 dias conforme o caacutelculo a seguir

351198983 = 0671198983 times 119909 119889119894119886119904

119909 119889119894119886119904 = 35119898sup3 divide 067119898sup3 = 5223 119889119894119886119904

Analisando esses dados temos que a partir do 54ordm dia o reservatoacuterio

estaria completamente cheio e no restante dos 156 dias que teriacuteamos de chuva

esses 067msup3 seriam de certa forma desperdiccedilados uma vez que esse fluxo de

067msup3 ao final dos 7 meses gerariam cerca de 1407msup3 enquanto o reservatoacuterio tem

a capacidade de 35msup3 conforme o caacutelculo a seguir

119875119900119905119890119899119888119894119886119897 = 067119898sup3 times 156 119889119894119886119904 = 1045119898sup3

Se considerarmos esse fluxo positivo de 067msup3dia temos que ao final

dos 210 dias (7meses) seria possiacutevel armazenar 1407 msup3 de aacutegua Com um

reservatoacuterio de 35msup3 1057msup3 estariam sendo escoados para fora do reservatoacuterio

Portanto o ideal seria um reservatoacuterio que se aproxime de 1407msup3 para que ao

final dos 7 meses toda aacutegua possiacutevel fosse armazenada no entanto o reservatoacuterio

deveria ser de 145msup3

Devemos considerar ainda que ao final dos 7 meses o reservatoacuterio

estaria cheio no periacuteodo de seca conseguiria abastecer o preacutedio de acordo com a

demanda do preacutedio sendo assim

119880119905119894119897119894119911119886ccedilatilde119900 119899119886 119904119890119888119886 = 119879119900119905119886119897 119889119900 119903119890119904119890119903119907119886119905oacute119903119894119900 divide 119863119890119898119886119899119889119886 119889119894aacute119903119894119886

119880119905119894119897119894119911119886ccedilatilde119900 119899119886 119904119890119888119886 = 1451198983 divide 781198983119889119894119886

119880119905119894119897119894119911119886ccedilatilde119900 119899119886 119904119890119888119886 = 1858 119889119894119886119904

381 ndash Custo de implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo com fluxo em um

preacutedio

Na implantaccedilatildeo desse sistema os materiais utilizados teratildeo como base

as estimativas que foram apresentadas no subitem anterior e para aumentar a

eficiecircncia do sistema o volume de 1400007L seraacute arredondado para

145000L

Devido ao tamanho do reservatoacuterio eacute de se esperar que o reservatoacuterio

natildeo seja instalado em cima do preacutedio uma vez que a estrutura do preacutedio natildeo

conseguiria suportar o peso que o reservatoacuterio faria sobre o telhado

consequentemente o reservatoacuterio deveraacute ser instalado no jardim do preacutedio que

iraacute gerar um custo a mais por conta da escavaccedilatildeo

Os valores de alguns dos materiais apresentados a seguir seguem os

dos apresentados no trabalho de L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental

p 18) apenas o valor da caixa drsquoaacutegua de 10000L foi obtido atraveacutes de

pesquisas em lojas de construccedilatildeo e assim utilizando a de menor valor

conforme a tabela a seguir Segundo o Saneamento de Goiaacutes SA (SANEAGO)

o custo de escavaccedilatildeo eacute calculado a partir do total de msup3 aleacutem de 3m de

profundidade

Tabela 09 Preccedilo dos Produtos do Sistema de Captaccedilatildeo com Fluxo

Observaccedilatildeo Pelo fato desse estudo se tratar de um modelo de implantaccedilatildeo

o custo das tubulaccedilotildees vai variar de acordo com a demanda necessitada pelo

preacutedio portanto podendo variar de acordo com o projeto implantado Para este

estudo seraacute adotado o valor de R$ 7000

Observaccedilatildeo Pelo fato desse trabalho tratar-se de um modelo de

implantaccedilatildeo o custo da energia pode variar de acordo com a demanda necessitada

pelo preacutedio portanto podendo variar de acordo com o uso da bomba Para este

estudo seraacute adotado o valor de R$ 054 que eacute o valor do KwH cobrado pela CEB

Produto Quantidade Valor unitaacuterio (R$) Valor total (R$)

Cx Daacutegua 10000L 14 496090 6945260

Cx Daacutegua 5000L 1 108000 108000

Boacuteia Eleacutetrica 1 2750 2750

Boacuteia Comum 1 1220 1220

Registro de Gaveta

1 3490 3490

Bomba Anauger 1 23000 23000

Filtro 3P VF1 1 22000 22000

Tubulaccedilotildees 7000 7000

Disjuntor 1 1310 1310

Escavaccedilatildeo Msup3 3666 53157

Matildeo de Obra 1 58574 58574

Energia 054 054

Total 13 727154 7704228

382 ndash Caacutelculos de economia e retorno de investimento para um sistema

com fluxo

Partindo dos dados apresentados podemos calcular por apartamento quanto eacute

cobrado pela CAESB a partir dos dados apresentados no capiacutetulo 34

119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119886119901119886119903119905119886119898119890119899119905119900 = 33119901 times 66119871 ~ 217119871

119863119894119886

119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119886119901119886119903119905119886119898119890119899119905119900 119886119900 119898ecirc119904 = 217119871119889119894119886 times 30119863119894119886119904 = 6510119871 119900119906 65101198983

Em que ldquoVTrdquo corresponde ao volume total do preacutedio ldquoVFrdquo ao volume da faixa

que eacute estipulado pela CAESB e ldquoUCrsquosrdquo satildeo as unidades de consumo que eacute correlato

ao nuacutemero de apartamentos existente

Portanto o total a se pagar em um mecircs eacute calculado da seguinte forma

119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 119881119879 times 119879119886119903119894119891119886 119889119890 aacute119892119906119886 + 119879119886119903119894119891119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900

119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 360119898sup3 times 119877$ 265 + 119879119886119903119894119891119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900

119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 954 + 119877$ 954 = 119877$ 1908

Retomando o caacutelculo exposto por L Pereira (Viabilidade

EconocircmicoAmbiental p 15) no subitem anterior temos que o caacutelculo da CAESB

seria feito da seguinte maneira

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119881119886119897119900119903 119889119900 1198983 times 119881119900119897119906119898119890 119888119886119901119905119886119889119900

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 265 times 1451198983

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 38425

Esse caacutelculo eacute equivalente a um mecircs de captaccedilatildeo para os 7 meses

teremos o seguinte

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119890 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 38425 times 7 119898119890119904119890119904 = 119877$ 268975

Conforme foi visto para o caacutelculo da economia de esgoto eacute necessaacuterio

multiplicar o valor do msup3 pelo volume captado e por 08 uma vez que considera-se

20 de perda ou seja para cada 1 litro de aacutegua que chega na residecircncia eacute cobrado

08 litros para o tratamento do esgoto Portanto para um mecircs segue-se

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119881119886119897119900119903 119889119900 1198983 times 119881119900119897119906119898119890 119888119886119901119905119886119889119900 times 08

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900 = 119877$ 265 times 1451198983 times 08

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 3074

ldquoPara o caacutelculo do retorno do investimento divide-se o valor investido pela

economia anual com a implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo e reaproveitamento da

aacutegua pluvialrdquo L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental p 16)

Portanto para 7 meses de chuva tem-se o seguinte

119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 =119881119886119897119900119903 119894119899119907119890119904119905119894119889119900

119864119888119900119899119900119898119894119886 (7119898119890119904119890119904)

119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 = 119877$ 17704228

119877$ 268975 + 119877$ 21518

119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 = 119877$ 7704228

119877$ 484155

119877119890119905119900119903119899119900

119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900= 1591119886119899119900119904

4 ndash Conclusatildeo e Consideraccedilotildees Finais

De acordo com o que foi exposto temos que a implantaccedilatildeo do sistema de

captaccedilatildeo para o aproveitamento de aacuteguas pluviais eacute uma oacutetima alternativa para

substituiccedilatildeo da ldquoaacutegua cinzardquo possibilitando tambeacutem um destino mais correto do

ponto de vista ambiental para a aacutegua que se tornaria esgoto Como eacute de

conhecimento este tipo de meacutetodo eacute utilizado em diversas regiotildees natildeo somente

aquelas que sofrem com escassez de aacutegua

Mesmo sabendo que o Brasil possui um grande potencial hiacutedrico observamos

que uma parcela da populaccedilatildeo natildeo tem consciecircncia quanto ao gasto de aacutegua

gerando um grande desperdiacutecio de forma desnecessaacuteria Portanto partindo de um

pensamento racional um sistema de captaccedilatildeo seria viaacutevel para o aproveitamento da

aacutegua para fins de consumo domeacutestico mais precisamente ldquoaacutegua cinzardquo

Considerando os caacutelculos apresentados a partir da taxa de precipitaccedilatildeo meacutedia

em Brasiacutelia a criaccedilatildeo de um sistema de captaccedilatildeo pluvial predial traz benefiacutecios

econocircmicos e ambientais O projeto torna-se viaacutevel economicamente pois desde

que se faccedila a manutenccedilatildeo de forma adequada do sistema este teraacute uma vida uacutetil

longa e considerando que se obteacutem o retorno do investimento em aproximadamente

16 anos para um sistema com fluxo apoacutes este periacuteodo o sistema passa a ser

lucrativo para o preacutedio que implanta pois o custo eacute dividido no condomiacutenio dentre os

moradores do preacutedio

Analisando do ponto de vista ambiental o desenvolvimento urbano de Brasiacutelia

ocasionou em superfiacutecies impermeaacuteveis dificultando a absorccedilatildeo de aacuteguas pluviais

pelo solo e juntamente com o sistema de redes pluviais e o sistema de drenagem

ultrapassados os alagamentos e enchentes tecircm se tornado constante quando

ocorrem chuvas anormais Com as estimativas feitas neste trabalho eacute possiacutevel que

tais transtornos hiacutedricos urbanos possam ser amenizados a partir da implantaccedilatildeo do

sistema sem que afete o ciclo hidroloacutegico natural Logicamente essa natildeo eacute a

soluccedilatildeo uma vez que ela deve ser apenas um complemento agrave poliacuteticas publicas

poliacuteticas de incentivo entre outras medidas de cunho sustentaacutevel

Em vista disso a implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo e aproveitamento de

aacuteguas pluviais acarretaria em uma significativa melhora ambiental atraveacutes da

substituiccedilatildeo de uma parcela da aacutegua fornecida pela CAESB e possivelmente

mitigando os transtornos hiacutedricos urbanos se aplicado em larga escala

REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

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38 ndash Caacutelculos de dimensionamento para um sistema com fluxo

Os caacutelculos apresentados no subitem anterior satildeo relativos a um sistema

o qual natildeo adota a possibilidade de fluxo dentro do reservatoacuterio Quando se

fala em fluxo temos que considerar que ao mesmo tempo em que o preacutedio

utiliza aacutegua do reservatoacuterio de aacutegua pluvial o mesmo vai enchendo com aacutegua

pluvial Portanto haacute um ciclo no qual o preacutedio demanda aacutegua do reservatoacuterio e

o mesmo vai enchendo conforme chove no local

Sabendo que a meacutedia mensal eacute de 1399msup3 eacute preciso multiplicar isso

por 12 para se obter o quanto choveu em 2014 Sendo assim

119879119900119905119886119897 119886119900 119886119899119900 = 1399119898119898 times 12 119898119890119904119890119904

119879119900119905119886119897 119886119900 119886119899119900 = 16788119898119898

Mas como foi visto o periacuteodo chuvoso eacute de 7 meses entatildeo temos

119875119903119890119888119894119901119894119905119886ccedilatilde119900 119901119886119903119886 7 119898119890119904119890119904 = 16788119898119898 divide 7 = 2398119898119898

Com isso eacute necessaacuterio realizar o caacutelculo da meacutedia de captaccedilatildeo de aacutegua

por mecircs para a aacuterea de 1069msup2

119872119890119889119894119886 119889119890 119862119886119901119905119886ccedilatilde119900 = 2398119898119898 times 1069119898sup2

119872eacute119889119894119886 119889119890 119862119886119901119905119886ccedilatilde119900 = 256346119871 119900119906 256346119898sup3

Ao considerar o valor obtido temos que realizar o quanto seria captado

diariamente

119872eacute119889119894119886 119889119894aacute119903119894119886 = 256346119898sup3 divide 30 119889119894119886119904 = 85119898sup3119889119894119886

A partir desses caacutelculos podemos realizar a seguinte comparaccedilatildeo O

preacutedio consome cerca de 78msup3 ao dia de aacutegua para descarga de vasos sanitaacuterios

enquanto a meacutedia diaacuteria de captaccedilatildeo eacute de 85msup3 por conseguinte temos um fluxo

positivo de aacutegua para o reservatoacuterio de 067msup3dia nos dias chuvosos

Se colocarmos um reservatoacuterio de 35msup3 sem nenhuma aacutegua

armazenada poderemos constatar que o reservatoacuterio iria encher por completo em

cerca de 53 dias conforme o caacutelculo a seguir

351198983 = 0671198983 times 119909 119889119894119886119904

119909 119889119894119886119904 = 35119898sup3 divide 067119898sup3 = 5223 119889119894119886119904

Analisando esses dados temos que a partir do 54ordm dia o reservatoacuterio

estaria completamente cheio e no restante dos 156 dias que teriacuteamos de chuva

esses 067msup3 seriam de certa forma desperdiccedilados uma vez que esse fluxo de

067msup3 ao final dos 7 meses gerariam cerca de 1407msup3 enquanto o reservatoacuterio tem

a capacidade de 35msup3 conforme o caacutelculo a seguir

119875119900119905119890119899119888119894119886119897 = 067119898sup3 times 156 119889119894119886119904 = 1045119898sup3

Se considerarmos esse fluxo positivo de 067msup3dia temos que ao final

dos 210 dias (7meses) seria possiacutevel armazenar 1407 msup3 de aacutegua Com um

reservatoacuterio de 35msup3 1057msup3 estariam sendo escoados para fora do reservatoacuterio

Portanto o ideal seria um reservatoacuterio que se aproxime de 1407msup3 para que ao

final dos 7 meses toda aacutegua possiacutevel fosse armazenada no entanto o reservatoacuterio

deveria ser de 145msup3

Devemos considerar ainda que ao final dos 7 meses o reservatoacuterio

estaria cheio no periacuteodo de seca conseguiria abastecer o preacutedio de acordo com a

demanda do preacutedio sendo assim

119880119905119894119897119894119911119886ccedilatilde119900 119899119886 119904119890119888119886 = 119879119900119905119886119897 119889119900 119903119890119904119890119903119907119886119905oacute119903119894119900 divide 119863119890119898119886119899119889119886 119889119894aacute119903119894119886

119880119905119894119897119894119911119886ccedilatilde119900 119899119886 119904119890119888119886 = 1451198983 divide 781198983119889119894119886

119880119905119894119897119894119911119886ccedilatilde119900 119899119886 119904119890119888119886 = 1858 119889119894119886119904

381 ndash Custo de implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo com fluxo em um

preacutedio

Na implantaccedilatildeo desse sistema os materiais utilizados teratildeo como base

as estimativas que foram apresentadas no subitem anterior e para aumentar a

eficiecircncia do sistema o volume de 1400007L seraacute arredondado para

145000L

Devido ao tamanho do reservatoacuterio eacute de se esperar que o reservatoacuterio

natildeo seja instalado em cima do preacutedio uma vez que a estrutura do preacutedio natildeo

conseguiria suportar o peso que o reservatoacuterio faria sobre o telhado

consequentemente o reservatoacuterio deveraacute ser instalado no jardim do preacutedio que

iraacute gerar um custo a mais por conta da escavaccedilatildeo

Os valores de alguns dos materiais apresentados a seguir seguem os

dos apresentados no trabalho de L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental

p 18) apenas o valor da caixa drsquoaacutegua de 10000L foi obtido atraveacutes de

pesquisas em lojas de construccedilatildeo e assim utilizando a de menor valor

conforme a tabela a seguir Segundo o Saneamento de Goiaacutes SA (SANEAGO)

o custo de escavaccedilatildeo eacute calculado a partir do total de msup3 aleacutem de 3m de

profundidade

Tabela 09 Preccedilo dos Produtos do Sistema de Captaccedilatildeo com Fluxo

Observaccedilatildeo Pelo fato desse estudo se tratar de um modelo de implantaccedilatildeo

o custo das tubulaccedilotildees vai variar de acordo com a demanda necessitada pelo

preacutedio portanto podendo variar de acordo com o projeto implantado Para este

estudo seraacute adotado o valor de R$ 7000

Observaccedilatildeo Pelo fato desse trabalho tratar-se de um modelo de

implantaccedilatildeo o custo da energia pode variar de acordo com a demanda necessitada

pelo preacutedio portanto podendo variar de acordo com o uso da bomba Para este

estudo seraacute adotado o valor de R$ 054 que eacute o valor do KwH cobrado pela CEB

Produto Quantidade Valor unitaacuterio (R$) Valor total (R$)

Cx Daacutegua 10000L 14 496090 6945260

Cx Daacutegua 5000L 1 108000 108000

Boacuteia Eleacutetrica 1 2750 2750

Boacuteia Comum 1 1220 1220

Registro de Gaveta

1 3490 3490

Bomba Anauger 1 23000 23000

Filtro 3P VF1 1 22000 22000

Tubulaccedilotildees 7000 7000

Disjuntor 1 1310 1310

Escavaccedilatildeo Msup3 3666 53157

Matildeo de Obra 1 58574 58574

Energia 054 054

Total 13 727154 7704228

382 ndash Caacutelculos de economia e retorno de investimento para um sistema

com fluxo

Partindo dos dados apresentados podemos calcular por apartamento quanto eacute

cobrado pela CAESB a partir dos dados apresentados no capiacutetulo 34

119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119886119901119886119903119905119886119898119890119899119905119900 = 33119901 times 66119871 ~ 217119871

119863119894119886

119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119886119901119886119903119905119886119898119890119899119905119900 119886119900 119898ecirc119904 = 217119871119889119894119886 times 30119863119894119886119904 = 6510119871 119900119906 65101198983

Em que ldquoVTrdquo corresponde ao volume total do preacutedio ldquoVFrdquo ao volume da faixa

que eacute estipulado pela CAESB e ldquoUCrsquosrdquo satildeo as unidades de consumo que eacute correlato

ao nuacutemero de apartamentos existente

Portanto o total a se pagar em um mecircs eacute calculado da seguinte forma

119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 119881119879 times 119879119886119903119894119891119886 119889119890 aacute119892119906119886 + 119879119886119903119894119891119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900

119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 360119898sup3 times 119877$ 265 + 119879119886119903119894119891119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900

119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 954 + 119877$ 954 = 119877$ 1908

Retomando o caacutelculo exposto por L Pereira (Viabilidade

EconocircmicoAmbiental p 15) no subitem anterior temos que o caacutelculo da CAESB

seria feito da seguinte maneira

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119881119886119897119900119903 119889119900 1198983 times 119881119900119897119906119898119890 119888119886119901119905119886119889119900

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 265 times 1451198983

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 38425

Esse caacutelculo eacute equivalente a um mecircs de captaccedilatildeo para os 7 meses

teremos o seguinte

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119890 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 38425 times 7 119898119890119904119890119904 = 119877$ 268975

Conforme foi visto para o caacutelculo da economia de esgoto eacute necessaacuterio

multiplicar o valor do msup3 pelo volume captado e por 08 uma vez que considera-se

20 de perda ou seja para cada 1 litro de aacutegua que chega na residecircncia eacute cobrado

08 litros para o tratamento do esgoto Portanto para um mecircs segue-se

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119881119886119897119900119903 119889119900 1198983 times 119881119900119897119906119898119890 119888119886119901119905119886119889119900 times 08

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900 = 119877$ 265 times 1451198983 times 08

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 3074

ldquoPara o caacutelculo do retorno do investimento divide-se o valor investido pela

economia anual com a implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo e reaproveitamento da

aacutegua pluvialrdquo L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental p 16)

Portanto para 7 meses de chuva tem-se o seguinte

119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 =119881119886119897119900119903 119894119899119907119890119904119905119894119889119900

119864119888119900119899119900119898119894119886 (7119898119890119904119890119904)

119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 = 119877$ 17704228

119877$ 268975 + 119877$ 21518

119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 = 119877$ 7704228

119877$ 484155

119877119890119905119900119903119899119900

119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900= 1591119886119899119900119904

4 ndash Conclusatildeo e Consideraccedilotildees Finais

De acordo com o que foi exposto temos que a implantaccedilatildeo do sistema de

captaccedilatildeo para o aproveitamento de aacuteguas pluviais eacute uma oacutetima alternativa para

substituiccedilatildeo da ldquoaacutegua cinzardquo possibilitando tambeacutem um destino mais correto do

ponto de vista ambiental para a aacutegua que se tornaria esgoto Como eacute de

conhecimento este tipo de meacutetodo eacute utilizado em diversas regiotildees natildeo somente

aquelas que sofrem com escassez de aacutegua

Mesmo sabendo que o Brasil possui um grande potencial hiacutedrico observamos

que uma parcela da populaccedilatildeo natildeo tem consciecircncia quanto ao gasto de aacutegua

gerando um grande desperdiacutecio de forma desnecessaacuteria Portanto partindo de um

pensamento racional um sistema de captaccedilatildeo seria viaacutevel para o aproveitamento da

aacutegua para fins de consumo domeacutestico mais precisamente ldquoaacutegua cinzardquo

Considerando os caacutelculos apresentados a partir da taxa de precipitaccedilatildeo meacutedia

em Brasiacutelia a criaccedilatildeo de um sistema de captaccedilatildeo pluvial predial traz benefiacutecios

econocircmicos e ambientais O projeto torna-se viaacutevel economicamente pois desde

que se faccedila a manutenccedilatildeo de forma adequada do sistema este teraacute uma vida uacutetil

longa e considerando que se obteacutem o retorno do investimento em aproximadamente

16 anos para um sistema com fluxo apoacutes este periacuteodo o sistema passa a ser

lucrativo para o preacutedio que implanta pois o custo eacute dividido no condomiacutenio dentre os

moradores do preacutedio

Analisando do ponto de vista ambiental o desenvolvimento urbano de Brasiacutelia

ocasionou em superfiacutecies impermeaacuteveis dificultando a absorccedilatildeo de aacuteguas pluviais

pelo solo e juntamente com o sistema de redes pluviais e o sistema de drenagem

ultrapassados os alagamentos e enchentes tecircm se tornado constante quando

ocorrem chuvas anormais Com as estimativas feitas neste trabalho eacute possiacutevel que

tais transtornos hiacutedricos urbanos possam ser amenizados a partir da implantaccedilatildeo do

sistema sem que afete o ciclo hidroloacutegico natural Logicamente essa natildeo eacute a

soluccedilatildeo uma vez que ela deve ser apenas um complemento agrave poliacuteticas publicas

poliacuteticas de incentivo entre outras medidas de cunho sustentaacutevel

Em vista disso a implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo e aproveitamento de

aacuteguas pluviais acarretaria em uma significativa melhora ambiental atraveacutes da

substituiccedilatildeo de uma parcela da aacutegua fornecida pela CAESB e possivelmente

mitigando os transtornos hiacutedricos urbanos se aplicado em larga escala

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119909 119889119894119886119904 = 35119898sup3 divide 067119898sup3 = 5223 119889119894119886119904

Analisando esses dados temos que a partir do 54ordm dia o reservatoacuterio

estaria completamente cheio e no restante dos 156 dias que teriacuteamos de chuva

esses 067msup3 seriam de certa forma desperdiccedilados uma vez que esse fluxo de

067msup3 ao final dos 7 meses gerariam cerca de 1407msup3 enquanto o reservatoacuterio tem

a capacidade de 35msup3 conforme o caacutelculo a seguir

119875119900119905119890119899119888119894119886119897 = 067119898sup3 times 156 119889119894119886119904 = 1045119898sup3

Se considerarmos esse fluxo positivo de 067msup3dia temos que ao final

dos 210 dias (7meses) seria possiacutevel armazenar 1407 msup3 de aacutegua Com um

reservatoacuterio de 35msup3 1057msup3 estariam sendo escoados para fora do reservatoacuterio

Portanto o ideal seria um reservatoacuterio que se aproxime de 1407msup3 para que ao

final dos 7 meses toda aacutegua possiacutevel fosse armazenada no entanto o reservatoacuterio

deveria ser de 145msup3

Devemos considerar ainda que ao final dos 7 meses o reservatoacuterio

estaria cheio no periacuteodo de seca conseguiria abastecer o preacutedio de acordo com a

demanda do preacutedio sendo assim

119880119905119894119897119894119911119886ccedilatilde119900 119899119886 119904119890119888119886 = 119879119900119905119886119897 119889119900 119903119890119904119890119903119907119886119905oacute119903119894119900 divide 119863119890119898119886119899119889119886 119889119894aacute119903119894119886

119880119905119894119897119894119911119886ccedilatilde119900 119899119886 119904119890119888119886 = 1451198983 divide 781198983119889119894119886

119880119905119894119897119894119911119886ccedilatilde119900 119899119886 119904119890119888119886 = 1858 119889119894119886119904

381 ndash Custo de implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo com fluxo em um

preacutedio

Na implantaccedilatildeo desse sistema os materiais utilizados teratildeo como base

as estimativas que foram apresentadas no subitem anterior e para aumentar a

eficiecircncia do sistema o volume de 1400007L seraacute arredondado para

145000L

Devido ao tamanho do reservatoacuterio eacute de se esperar que o reservatoacuterio

natildeo seja instalado em cima do preacutedio uma vez que a estrutura do preacutedio natildeo

conseguiria suportar o peso que o reservatoacuterio faria sobre o telhado

consequentemente o reservatoacuterio deveraacute ser instalado no jardim do preacutedio que

iraacute gerar um custo a mais por conta da escavaccedilatildeo

Os valores de alguns dos materiais apresentados a seguir seguem os

dos apresentados no trabalho de L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental

p 18) apenas o valor da caixa drsquoaacutegua de 10000L foi obtido atraveacutes de

pesquisas em lojas de construccedilatildeo e assim utilizando a de menor valor

conforme a tabela a seguir Segundo o Saneamento de Goiaacutes SA (SANEAGO)

o custo de escavaccedilatildeo eacute calculado a partir do total de msup3 aleacutem de 3m de

profundidade

Tabela 09 Preccedilo dos Produtos do Sistema de Captaccedilatildeo com Fluxo

Observaccedilatildeo Pelo fato desse estudo se tratar de um modelo de implantaccedilatildeo

o custo das tubulaccedilotildees vai variar de acordo com a demanda necessitada pelo

preacutedio portanto podendo variar de acordo com o projeto implantado Para este

estudo seraacute adotado o valor de R$ 7000

Observaccedilatildeo Pelo fato desse trabalho tratar-se de um modelo de

implantaccedilatildeo o custo da energia pode variar de acordo com a demanda necessitada

pelo preacutedio portanto podendo variar de acordo com o uso da bomba Para este

estudo seraacute adotado o valor de R$ 054 que eacute o valor do KwH cobrado pela CEB

Produto Quantidade Valor unitaacuterio (R$) Valor total (R$)

Cx Daacutegua 10000L 14 496090 6945260

Cx Daacutegua 5000L 1 108000 108000

Boacuteia Eleacutetrica 1 2750 2750

Boacuteia Comum 1 1220 1220

Registro de Gaveta

1 3490 3490

Bomba Anauger 1 23000 23000

Filtro 3P VF1 1 22000 22000

Tubulaccedilotildees 7000 7000

Disjuntor 1 1310 1310

Escavaccedilatildeo Msup3 3666 53157

Matildeo de Obra 1 58574 58574

Energia 054 054

Total 13 727154 7704228

382 ndash Caacutelculos de economia e retorno de investimento para um sistema

com fluxo

Partindo dos dados apresentados podemos calcular por apartamento quanto eacute

cobrado pela CAESB a partir dos dados apresentados no capiacutetulo 34

119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119886119901119886119903119905119886119898119890119899119905119900 = 33119901 times 66119871 ~ 217119871

119863119894119886

119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119886119901119886119903119905119886119898119890119899119905119900 119886119900 119898ecirc119904 = 217119871119889119894119886 times 30119863119894119886119904 = 6510119871 119900119906 65101198983

Em que ldquoVTrdquo corresponde ao volume total do preacutedio ldquoVFrdquo ao volume da faixa

que eacute estipulado pela CAESB e ldquoUCrsquosrdquo satildeo as unidades de consumo que eacute correlato

ao nuacutemero de apartamentos existente

Portanto o total a se pagar em um mecircs eacute calculado da seguinte forma

119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 119881119879 times 119879119886119903119894119891119886 119889119890 aacute119892119906119886 + 119879119886119903119894119891119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900

119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 360119898sup3 times 119877$ 265 + 119879119886119903119894119891119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900

119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 954 + 119877$ 954 = 119877$ 1908

Retomando o caacutelculo exposto por L Pereira (Viabilidade

EconocircmicoAmbiental p 15) no subitem anterior temos que o caacutelculo da CAESB

seria feito da seguinte maneira

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119881119886119897119900119903 119889119900 1198983 times 119881119900119897119906119898119890 119888119886119901119905119886119889119900

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 265 times 1451198983

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 38425

Esse caacutelculo eacute equivalente a um mecircs de captaccedilatildeo para os 7 meses

teremos o seguinte

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119890 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 38425 times 7 119898119890119904119890119904 = 119877$ 268975

Conforme foi visto para o caacutelculo da economia de esgoto eacute necessaacuterio

multiplicar o valor do msup3 pelo volume captado e por 08 uma vez que considera-se

20 de perda ou seja para cada 1 litro de aacutegua que chega na residecircncia eacute cobrado

08 litros para o tratamento do esgoto Portanto para um mecircs segue-se

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119881119886119897119900119903 119889119900 1198983 times 119881119900119897119906119898119890 119888119886119901119905119886119889119900 times 08

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900 = 119877$ 265 times 1451198983 times 08

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 3074

ldquoPara o caacutelculo do retorno do investimento divide-se o valor investido pela

economia anual com a implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo e reaproveitamento da

aacutegua pluvialrdquo L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental p 16)

Portanto para 7 meses de chuva tem-se o seguinte

119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 =119881119886119897119900119903 119894119899119907119890119904119905119894119889119900

119864119888119900119899119900119898119894119886 (7119898119890119904119890119904)

119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 = 119877$ 17704228

119877$ 268975 + 119877$ 21518

119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 = 119877$ 7704228

119877$ 484155

119877119890119905119900119903119899119900

119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900= 1591119886119899119900119904

4 ndash Conclusatildeo e Consideraccedilotildees Finais

De acordo com o que foi exposto temos que a implantaccedilatildeo do sistema de

captaccedilatildeo para o aproveitamento de aacuteguas pluviais eacute uma oacutetima alternativa para

substituiccedilatildeo da ldquoaacutegua cinzardquo possibilitando tambeacutem um destino mais correto do

ponto de vista ambiental para a aacutegua que se tornaria esgoto Como eacute de

conhecimento este tipo de meacutetodo eacute utilizado em diversas regiotildees natildeo somente

aquelas que sofrem com escassez de aacutegua

Mesmo sabendo que o Brasil possui um grande potencial hiacutedrico observamos

que uma parcela da populaccedilatildeo natildeo tem consciecircncia quanto ao gasto de aacutegua

gerando um grande desperdiacutecio de forma desnecessaacuteria Portanto partindo de um

pensamento racional um sistema de captaccedilatildeo seria viaacutevel para o aproveitamento da

aacutegua para fins de consumo domeacutestico mais precisamente ldquoaacutegua cinzardquo

Considerando os caacutelculos apresentados a partir da taxa de precipitaccedilatildeo meacutedia

em Brasiacutelia a criaccedilatildeo de um sistema de captaccedilatildeo pluvial predial traz benefiacutecios

econocircmicos e ambientais O projeto torna-se viaacutevel economicamente pois desde

que se faccedila a manutenccedilatildeo de forma adequada do sistema este teraacute uma vida uacutetil

longa e considerando que se obteacutem o retorno do investimento em aproximadamente

16 anos para um sistema com fluxo apoacutes este periacuteodo o sistema passa a ser

lucrativo para o preacutedio que implanta pois o custo eacute dividido no condomiacutenio dentre os

moradores do preacutedio

Analisando do ponto de vista ambiental o desenvolvimento urbano de Brasiacutelia

ocasionou em superfiacutecies impermeaacuteveis dificultando a absorccedilatildeo de aacuteguas pluviais

pelo solo e juntamente com o sistema de redes pluviais e o sistema de drenagem

ultrapassados os alagamentos e enchentes tecircm se tornado constante quando

ocorrem chuvas anormais Com as estimativas feitas neste trabalho eacute possiacutevel que

tais transtornos hiacutedricos urbanos possam ser amenizados a partir da implantaccedilatildeo do

sistema sem que afete o ciclo hidroloacutegico natural Logicamente essa natildeo eacute a

soluccedilatildeo uma vez que ela deve ser apenas um complemento agrave poliacuteticas publicas

poliacuteticas de incentivo entre outras medidas de cunho sustentaacutevel

Em vista disso a implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo e aproveitamento de

aacuteguas pluviais acarretaria em uma significativa melhora ambiental atraveacutes da

substituiccedilatildeo de uma parcela da aacutegua fornecida pela CAESB e possivelmente

mitigando os transtornos hiacutedricos urbanos se aplicado em larga escala

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Os valores de alguns dos materiais apresentados a seguir seguem os

dos apresentados no trabalho de L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental

p 18) apenas o valor da caixa drsquoaacutegua de 10000L foi obtido atraveacutes de

pesquisas em lojas de construccedilatildeo e assim utilizando a de menor valor

conforme a tabela a seguir Segundo o Saneamento de Goiaacutes SA (SANEAGO)

o custo de escavaccedilatildeo eacute calculado a partir do total de msup3 aleacutem de 3m de

profundidade

Tabela 09 Preccedilo dos Produtos do Sistema de Captaccedilatildeo com Fluxo

Observaccedilatildeo Pelo fato desse estudo se tratar de um modelo de implantaccedilatildeo

o custo das tubulaccedilotildees vai variar de acordo com a demanda necessitada pelo

preacutedio portanto podendo variar de acordo com o projeto implantado Para este

estudo seraacute adotado o valor de R$ 7000

Observaccedilatildeo Pelo fato desse trabalho tratar-se de um modelo de

implantaccedilatildeo o custo da energia pode variar de acordo com a demanda necessitada

pelo preacutedio portanto podendo variar de acordo com o uso da bomba Para este

estudo seraacute adotado o valor de R$ 054 que eacute o valor do KwH cobrado pela CEB

Produto Quantidade Valor unitaacuterio (R$) Valor total (R$)

Cx Daacutegua 10000L 14 496090 6945260

Cx Daacutegua 5000L 1 108000 108000

Boacuteia Eleacutetrica 1 2750 2750

Boacuteia Comum 1 1220 1220

Registro de Gaveta

1 3490 3490

Bomba Anauger 1 23000 23000

Filtro 3P VF1 1 22000 22000

Tubulaccedilotildees 7000 7000

Disjuntor 1 1310 1310

Escavaccedilatildeo Msup3 3666 53157

Matildeo de Obra 1 58574 58574

Energia 054 054

Total 13 727154 7704228

382 ndash Caacutelculos de economia e retorno de investimento para um sistema

com fluxo

Partindo dos dados apresentados podemos calcular por apartamento quanto eacute

cobrado pela CAESB a partir dos dados apresentados no capiacutetulo 34

119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119886119901119886119903119905119886119898119890119899119905119900 = 33119901 times 66119871 ~ 217119871

119863119894119886

119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119886119901119886119903119905119886119898119890119899119905119900 119886119900 119898ecirc119904 = 217119871119889119894119886 times 30119863119894119886119904 = 6510119871 119900119906 65101198983

Em que ldquoVTrdquo corresponde ao volume total do preacutedio ldquoVFrdquo ao volume da faixa

que eacute estipulado pela CAESB e ldquoUCrsquosrdquo satildeo as unidades de consumo que eacute correlato

ao nuacutemero de apartamentos existente

Portanto o total a se pagar em um mecircs eacute calculado da seguinte forma

119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 119881119879 times 119879119886119903119894119891119886 119889119890 aacute119892119906119886 + 119879119886119903119894119891119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900

119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 360119898sup3 times 119877$ 265 + 119879119886119903119894119891119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900

119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 954 + 119877$ 954 = 119877$ 1908

Retomando o caacutelculo exposto por L Pereira (Viabilidade

EconocircmicoAmbiental p 15) no subitem anterior temos que o caacutelculo da CAESB

seria feito da seguinte maneira

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119881119886119897119900119903 119889119900 1198983 times 119881119900119897119906119898119890 119888119886119901119905119886119889119900

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 265 times 1451198983

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 38425

Esse caacutelculo eacute equivalente a um mecircs de captaccedilatildeo para os 7 meses

teremos o seguinte

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119890 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 38425 times 7 119898119890119904119890119904 = 119877$ 268975

Conforme foi visto para o caacutelculo da economia de esgoto eacute necessaacuterio

multiplicar o valor do msup3 pelo volume captado e por 08 uma vez que considera-se

20 de perda ou seja para cada 1 litro de aacutegua que chega na residecircncia eacute cobrado

08 litros para o tratamento do esgoto Portanto para um mecircs segue-se

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119881119886119897119900119903 119889119900 1198983 times 119881119900119897119906119898119890 119888119886119901119905119886119889119900 times 08

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900 = 119877$ 265 times 1451198983 times 08

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 3074

ldquoPara o caacutelculo do retorno do investimento divide-se o valor investido pela

economia anual com a implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo e reaproveitamento da

aacutegua pluvialrdquo L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental p 16)

Portanto para 7 meses de chuva tem-se o seguinte

119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 =119881119886119897119900119903 119894119899119907119890119904119905119894119889119900

119864119888119900119899119900119898119894119886 (7119898119890119904119890119904)

119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 = 119877$ 17704228

119877$ 268975 + 119877$ 21518

119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 = 119877$ 7704228

119877$ 484155

119877119890119905119900119903119899119900

119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900= 1591119886119899119900119904

4 ndash Conclusatildeo e Consideraccedilotildees Finais

De acordo com o que foi exposto temos que a implantaccedilatildeo do sistema de

captaccedilatildeo para o aproveitamento de aacuteguas pluviais eacute uma oacutetima alternativa para

substituiccedilatildeo da ldquoaacutegua cinzardquo possibilitando tambeacutem um destino mais correto do

ponto de vista ambiental para a aacutegua que se tornaria esgoto Como eacute de

conhecimento este tipo de meacutetodo eacute utilizado em diversas regiotildees natildeo somente

aquelas que sofrem com escassez de aacutegua

Mesmo sabendo que o Brasil possui um grande potencial hiacutedrico observamos

que uma parcela da populaccedilatildeo natildeo tem consciecircncia quanto ao gasto de aacutegua

gerando um grande desperdiacutecio de forma desnecessaacuteria Portanto partindo de um

pensamento racional um sistema de captaccedilatildeo seria viaacutevel para o aproveitamento da

aacutegua para fins de consumo domeacutestico mais precisamente ldquoaacutegua cinzardquo

Considerando os caacutelculos apresentados a partir da taxa de precipitaccedilatildeo meacutedia

em Brasiacutelia a criaccedilatildeo de um sistema de captaccedilatildeo pluvial predial traz benefiacutecios

econocircmicos e ambientais O projeto torna-se viaacutevel economicamente pois desde

que se faccedila a manutenccedilatildeo de forma adequada do sistema este teraacute uma vida uacutetil

longa e considerando que se obteacutem o retorno do investimento em aproximadamente

16 anos para um sistema com fluxo apoacutes este periacuteodo o sistema passa a ser

lucrativo para o preacutedio que implanta pois o custo eacute dividido no condomiacutenio dentre os

moradores do preacutedio

Analisando do ponto de vista ambiental o desenvolvimento urbano de Brasiacutelia

ocasionou em superfiacutecies impermeaacuteveis dificultando a absorccedilatildeo de aacuteguas pluviais

pelo solo e juntamente com o sistema de redes pluviais e o sistema de drenagem

ultrapassados os alagamentos e enchentes tecircm se tornado constante quando

ocorrem chuvas anormais Com as estimativas feitas neste trabalho eacute possiacutevel que

tais transtornos hiacutedricos urbanos possam ser amenizados a partir da implantaccedilatildeo do

sistema sem que afete o ciclo hidroloacutegico natural Logicamente essa natildeo eacute a

soluccedilatildeo uma vez que ela deve ser apenas um complemento agrave poliacuteticas publicas

poliacuteticas de incentivo entre outras medidas de cunho sustentaacutevel

Em vista disso a implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo e aproveitamento de

aacuteguas pluviais acarretaria em uma significativa melhora ambiental atraveacutes da

substituiccedilatildeo de uma parcela da aacutegua fornecida pela CAESB e possivelmente

mitigando os transtornos hiacutedricos urbanos se aplicado em larga escala

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382 ndash Caacutelculos de economia e retorno de investimento para um sistema

com fluxo

Partindo dos dados apresentados podemos calcular por apartamento quanto eacute

cobrado pela CAESB a partir dos dados apresentados no capiacutetulo 34

119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119886119901119886119903119905119886119898119890119899119905119900 = 33119901 times 66119871 ~ 217119871

119863119894119886

119863119890119898119886119899119889119886 119901119900119903 119886119901119886119903119905119886119898119890119899119905119900 119886119900 119898ecirc119904 = 217119871119889119894119886 times 30119863119894119886119904 = 6510119871 119900119906 65101198983

Em que ldquoVTrdquo corresponde ao volume total do preacutedio ldquoVFrdquo ao volume da faixa

que eacute estipulado pela CAESB e ldquoUCrsquosrdquo satildeo as unidades de consumo que eacute correlato

ao nuacutemero de apartamentos existente

Portanto o total a se pagar em um mecircs eacute calculado da seguinte forma

119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 119881119879 times 119879119886119903119894119891119886 119889119890 aacute119892119906119886 + 119879119886119903119894119891119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900

119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 360119898sup3 times 119877$ 265 + 119879119886119903119894119891119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900

119879119900119905119886119897 119886 119875119886119892119886119903 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 954 + 119877$ 954 = 119877$ 1908

Retomando o caacutelculo exposto por L Pereira (Viabilidade

EconocircmicoAmbiental p 15) no subitem anterior temos que o caacutelculo da CAESB

seria feito da seguinte maneira

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119881119886119897119900119903 119889119900 1198983 times 119881119900119897119906119898119890 119888119886119901119905119886119889119900

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 265 times 1451198983

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 38425

Esse caacutelculo eacute equivalente a um mecircs de captaccedilatildeo para os 7 meses

teremos o seguinte

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119890 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 (119875119903eacute119889119894119900) = 119877$ 38425 times 7 119898119890119904119890119904 = 119877$ 268975

Conforme foi visto para o caacutelculo da economia de esgoto eacute necessaacuterio

multiplicar o valor do msup3 pelo volume captado e por 08 uma vez que considera-se

20 de perda ou seja para cada 1 litro de aacutegua que chega na residecircncia eacute cobrado

08 litros para o tratamento do esgoto Portanto para um mecircs segue-se

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119881119886119897119900119903 119889119900 1198983 times 119881119900119897119906119898119890 119888119886119901119905119886119889119900 times 08

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900 = 119877$ 265 times 1451198983 times 08

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 3074

ldquoPara o caacutelculo do retorno do investimento divide-se o valor investido pela

economia anual com a implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo e reaproveitamento da

aacutegua pluvialrdquo L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental p 16)

Portanto para 7 meses de chuva tem-se o seguinte

119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 =119881119886119897119900119903 119894119899119907119890119904119905119894119889119900

119864119888119900119899119900119898119894119886 (7119898119890119904119890119904)

119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 = 119877$ 17704228

119877$ 268975 + 119877$ 21518

119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 = 119877$ 7704228

119877$ 484155

119877119890119905119900119903119899119900

119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900= 1591119886119899119900119904

4 ndash Conclusatildeo e Consideraccedilotildees Finais

De acordo com o que foi exposto temos que a implantaccedilatildeo do sistema de

captaccedilatildeo para o aproveitamento de aacuteguas pluviais eacute uma oacutetima alternativa para

substituiccedilatildeo da ldquoaacutegua cinzardquo possibilitando tambeacutem um destino mais correto do

ponto de vista ambiental para a aacutegua que se tornaria esgoto Como eacute de

conhecimento este tipo de meacutetodo eacute utilizado em diversas regiotildees natildeo somente

aquelas que sofrem com escassez de aacutegua

Mesmo sabendo que o Brasil possui um grande potencial hiacutedrico observamos

que uma parcela da populaccedilatildeo natildeo tem consciecircncia quanto ao gasto de aacutegua

gerando um grande desperdiacutecio de forma desnecessaacuteria Portanto partindo de um

pensamento racional um sistema de captaccedilatildeo seria viaacutevel para o aproveitamento da

aacutegua para fins de consumo domeacutestico mais precisamente ldquoaacutegua cinzardquo

Considerando os caacutelculos apresentados a partir da taxa de precipitaccedilatildeo meacutedia

em Brasiacutelia a criaccedilatildeo de um sistema de captaccedilatildeo pluvial predial traz benefiacutecios

econocircmicos e ambientais O projeto torna-se viaacutevel economicamente pois desde

que se faccedila a manutenccedilatildeo de forma adequada do sistema este teraacute uma vida uacutetil

longa e considerando que se obteacutem o retorno do investimento em aproximadamente

16 anos para um sistema com fluxo apoacutes este periacuteodo o sistema passa a ser

lucrativo para o preacutedio que implanta pois o custo eacute dividido no condomiacutenio dentre os

moradores do preacutedio

Analisando do ponto de vista ambiental o desenvolvimento urbano de Brasiacutelia

ocasionou em superfiacutecies impermeaacuteveis dificultando a absorccedilatildeo de aacuteguas pluviais

pelo solo e juntamente com o sistema de redes pluviais e o sistema de drenagem

ultrapassados os alagamentos e enchentes tecircm se tornado constante quando

ocorrem chuvas anormais Com as estimativas feitas neste trabalho eacute possiacutevel que

tais transtornos hiacutedricos urbanos possam ser amenizados a partir da implantaccedilatildeo do

sistema sem que afete o ciclo hidroloacutegico natural Logicamente essa natildeo eacute a

soluccedilatildeo uma vez que ela deve ser apenas um complemento agrave poliacuteticas publicas

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Silva Pedro ndash Aproveitamento de aacuteguas pluviais ndash Implementaccedilatildeo de um

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sustentabilidade urbana p 1-14

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Sustentabilidadepdfgt Acesso em 17102015

20 de perda ou seja para cada 1 litro de aacutegua que chega na residecircncia eacute cobrado

08 litros para o tratamento do esgoto Portanto para um mecircs segue-se

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119881119886119897119900119903 119889119900 1198983 times 119881119900119897119906119898119890 119888119886119901119905119886119889119900 times 08

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 119890119904119892119900119905119900 = 119877$ 265 times 1451198983 times 08

119864119888119900119899119900119898119894119886 119889119886 119905119886119909119886 119889119890 aacute119892119906119886 = 119877$ 3074

ldquoPara o caacutelculo do retorno do investimento divide-se o valor investido pela

economia anual com a implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo e reaproveitamento da

aacutegua pluvialrdquo L Pereira (Viabilidade EconocircmicoAmbiental p 16)

Portanto para 7 meses de chuva tem-se o seguinte

119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 =119881119886119897119900119903 119894119899119907119890119904119905119894119889119900

119864119888119900119899119900119898119894119886 (7119898119890119904119890119904)

119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 = 119877$ 17704228

119877$ 268975 + 119877$ 21518

119877119890119905119900119903119899119900119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900 = 119877$ 7704228

119877$ 484155

119877119890119905119900119903119899119900

119868119899119907119890119904119905119894119898119890119899119905119900= 1591119886119899119900119904

4 ndash Conclusatildeo e Consideraccedilotildees Finais

De acordo com o que foi exposto temos que a implantaccedilatildeo do sistema de

captaccedilatildeo para o aproveitamento de aacuteguas pluviais eacute uma oacutetima alternativa para

substituiccedilatildeo da ldquoaacutegua cinzardquo possibilitando tambeacutem um destino mais correto do

ponto de vista ambiental para a aacutegua que se tornaria esgoto Como eacute de

conhecimento este tipo de meacutetodo eacute utilizado em diversas regiotildees natildeo somente

aquelas que sofrem com escassez de aacutegua

Mesmo sabendo que o Brasil possui um grande potencial hiacutedrico observamos

que uma parcela da populaccedilatildeo natildeo tem consciecircncia quanto ao gasto de aacutegua

gerando um grande desperdiacutecio de forma desnecessaacuteria Portanto partindo de um

pensamento racional um sistema de captaccedilatildeo seria viaacutevel para o aproveitamento da

aacutegua para fins de consumo domeacutestico mais precisamente ldquoaacutegua cinzardquo

Considerando os caacutelculos apresentados a partir da taxa de precipitaccedilatildeo meacutedia

em Brasiacutelia a criaccedilatildeo de um sistema de captaccedilatildeo pluvial predial traz benefiacutecios

econocircmicos e ambientais O projeto torna-se viaacutevel economicamente pois desde

que se faccedila a manutenccedilatildeo de forma adequada do sistema este teraacute uma vida uacutetil

longa e considerando que se obteacutem o retorno do investimento em aproximadamente

16 anos para um sistema com fluxo apoacutes este periacuteodo o sistema passa a ser

lucrativo para o preacutedio que implanta pois o custo eacute dividido no condomiacutenio dentre os

moradores do preacutedio

Analisando do ponto de vista ambiental o desenvolvimento urbano de Brasiacutelia

ocasionou em superfiacutecies impermeaacuteveis dificultando a absorccedilatildeo de aacuteguas pluviais

pelo solo e juntamente com o sistema de redes pluviais e o sistema de drenagem

ultrapassados os alagamentos e enchentes tecircm se tornado constante quando

ocorrem chuvas anormais Com as estimativas feitas neste trabalho eacute possiacutevel que

tais transtornos hiacutedricos urbanos possam ser amenizados a partir da implantaccedilatildeo do

sistema sem que afete o ciclo hidroloacutegico natural Logicamente essa natildeo eacute a

soluccedilatildeo uma vez que ela deve ser apenas um complemento agrave poliacuteticas publicas

poliacuteticas de incentivo entre outras medidas de cunho sustentaacutevel

Em vista disso a implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo e aproveitamento de

aacuteguas pluviais acarretaria em uma significativa melhora ambiental atraveacutes da

substituiccedilatildeo de uma parcela da aacutegua fornecida pela CAESB e possivelmente

mitigando os transtornos hiacutedricos urbanos se aplicado em larga escala

REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

ABNT NBR 15527 - httplicenciadorambientalcombrwp-

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aacutegua pluvial Ambiente construiacutedo Porto Alegre v 8 n 2 p 53-66 abrjun

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substituiccedilatildeo da ldquoaacutegua cinzardquo possibilitando tambeacutem um destino mais correto do

ponto de vista ambiental para a aacutegua que se tornaria esgoto Como eacute de

conhecimento este tipo de meacutetodo eacute utilizado em diversas regiotildees natildeo somente

aquelas que sofrem com escassez de aacutegua

Mesmo sabendo que o Brasil possui um grande potencial hiacutedrico observamos

que uma parcela da populaccedilatildeo natildeo tem consciecircncia quanto ao gasto de aacutegua

gerando um grande desperdiacutecio de forma desnecessaacuteria Portanto partindo de um

pensamento racional um sistema de captaccedilatildeo seria viaacutevel para o aproveitamento da

aacutegua para fins de consumo domeacutestico mais precisamente ldquoaacutegua cinzardquo

Considerando os caacutelculos apresentados a partir da taxa de precipitaccedilatildeo meacutedia

em Brasiacutelia a criaccedilatildeo de um sistema de captaccedilatildeo pluvial predial traz benefiacutecios

econocircmicos e ambientais O projeto torna-se viaacutevel economicamente pois desde

que se faccedila a manutenccedilatildeo de forma adequada do sistema este teraacute uma vida uacutetil

longa e considerando que se obteacutem o retorno do investimento em aproximadamente

16 anos para um sistema com fluxo apoacutes este periacuteodo o sistema passa a ser

lucrativo para o preacutedio que implanta pois o custo eacute dividido no condomiacutenio dentre os

moradores do preacutedio

Analisando do ponto de vista ambiental o desenvolvimento urbano de Brasiacutelia

ocasionou em superfiacutecies impermeaacuteveis dificultando a absorccedilatildeo de aacuteguas pluviais

pelo solo e juntamente com o sistema de redes pluviais e o sistema de drenagem

ultrapassados os alagamentos e enchentes tecircm se tornado constante quando

ocorrem chuvas anormais Com as estimativas feitas neste trabalho eacute possiacutevel que

tais transtornos hiacutedricos urbanos possam ser amenizados a partir da implantaccedilatildeo do

sistema sem que afete o ciclo hidroloacutegico natural Logicamente essa natildeo eacute a

soluccedilatildeo uma vez que ela deve ser apenas um complemento agrave poliacuteticas publicas

poliacuteticas de incentivo entre outras medidas de cunho sustentaacutevel

Em vista disso a implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo e aproveitamento de

aacuteguas pluviais acarretaria em uma significativa melhora ambiental atraveacutes da

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2015ampusg=AFQjCNFh0s5TdcXTR9Vl__7b4vQzD1zaBQampsig2=-

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