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CENTRO UNIVERSITÁRIO CESMAC ANDRESSA CARLA FERNANDES RODRIGUES VIABILIDADE DA IMPLANTAÇÃO DE CONTÊINERES COMO PONTOS DE ÔNIBUS NA ORLA DE PONTA VERDE MACEIÓ ALAGOAS 2019/1

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CENTRO UNIVERSITÁRIO CESMAC

ANDRESSA CARLA FERNANDES RODRIGUES

VIABILIDADE DA IMPLANTAÇÃO DE CONTÊINERES COMO PONTOS DE ÔNIBUS NA ORLA DE PONTA

VERDE

MACEIÓ – ALAGOAS 2019/1

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ANDRESSA CARLA FERNANDES RODRIGUES

VIABILIDADE DA IMPLANTAÇÃO DE CONTÊINERES COMO PONTOS DE ÔNIBUS NA ORLA DE PONTA

VERDE Trabalho de Conclusão de Curso apresentado como requisito final, para conclusão do curso de Engenharia Civil, Centro Universitário CESMAC, sob a orientação da Professora Dra. Allani Christine Monteiro Alves da Rocha.

MACEIÓ – ALAGOAS 2019/1

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REDE DE BIBLIOTECAS CESMAC

SETOR DE TRATAMENTO TÉCNICO

Bibliotecário: Evandro Santos Cavalcante CRB/4 1700

R696v Rodrigues, Andressa Carla Fernandes

Viabilidade da implantação de contêineres como pontos

de ônibus na orla de ponta verde / Andressa Carla

Fernandes Rodrigues .— Maceió:2019.

55 f.: il.

TCC(Graduação em Engenharia Civil)- Centro

Universitário CESMAC, Maceió, AL 2019

Orientadora: Allani Christine Monteiro Alves da Rocha

1. Contêiner. 2. Sustentabilidade. 3. Construção Civil.

4. Tripé da sustentabilidade. 5. Ponto de Onibus.

I. Rocha, Allani Chriistine Monteiro Alves da. II. Título.

CDU:629.341

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AGRADECIMENTOS

Agradeço primeiramente a Deus, a Nossa de Senhora de Fátima e a Santo

Expedito que por meio de minha fé me fortaleceram para que eu chegasse até aqui.

A minha mãe Carla, por sua força, seu amor incondicional e pelo incentivo nos

momentos difíceis. Aos meus avós Arlinda e José Reginaldo pelo apoio, carinho e

ajuda na busca de meus resultados. Ao meu irmão Arthur por ser meu melhor amigo

me ajudando seja nas correções gramaticais quanto em tudo que preciso. Aos meus

amigos e familiares pela torcida. Amo vocês.

Agradeço a minha orientadora Professora Dra. Allani Christine Monteiro Alves

da Rocha por sempre se mostrar solicita e atenciosa, me ouvindo e dando

sugestões.

Agradeço em especial aos amigos engenheiros: Rodrigo Albuquerque por sua

parceria e por ser meu maior incentivador e Daniel Pereira por me apresentar essa

ideia. Ao Lenon Marques da Eco Domi Containers por sua atenção em responder

meus questionamentos e a Ana Caroline Araújo, da SMTT, sempre disposta a me

ajudar e receber.

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VIABILIDADE DA IMPLANTAÇÃO DE CONTÊINERES COMO PONTOS DE ÔNIBUS NA ORLA DE PONTA VERDE

VIABILITY OF THE IMPLANTATION OF CONTEINERS AS BUS STOPS IN PONTA VERDE SEAFRONT

Andressa Carla Fernandes Rodrigues Graduanda do Curso de Engenharia Civ i l

[email protected] Allani Christine Monteiro Alves da Rocha

Doutora em Química e Biotecnologia [email protected]

RESUMO

A necessidade de aderir a novos estilos de vida de forma consciente tem aumentado a busca por

novas práticas construtivas adaptadas ao meio ambiente. Novas técnicas vêm sendo incorporadas a

fim de evitar desperdícios e fazendo uso de materiais reciclados, garantindo a preservação dos

recursos naturais. O uso do contêiner marítimo na construção civil assegura o reaproveitamento de

um material que após seu uso é abandonado nos portos. Permitindo projetos diferenciados e

ampliando a discussão sobre a sustentabilidade o trabalho possui o objetivo geral de analisar a

viabilidade de implantar contêineres como pontos de ônibus na orla de Ponta Verde. A metodologia

proposta foi, por meio de investigação, orçar valores em Maceió-AL e em outras capitais, verificando

a disponibilidade do material e de mão de obra para o modelo proposto. Com os resultados, foi

possível fazer um comparativo de serviços, modelos atuais de pontos de ônibus e possível retorno

financeiro ao tripé da sustentabilidade, observando os aspectos: econômico, social e ambiental.

Conclui-se que a meta proposta é viável mediante parceria público-privada, visto que o custo de

construção e manutenção dos pontos de ônibus atuais é menor.

PALAVRAS-CHAVE: Contêiner. Sustentabilidade. Construção Civil. Tripé da Sustentabilidade. Ponto de Ônibus.

ABSTRACT

The need to adhere to new lifestyles in a conscious way has increased the search for new

constructive practices adapted to the environment. New techniques have been incorporated in order to

avoid waste and recycling materials, ensuring the preservation of natural resources. The use of the

maritime container in the civil construction ensures the reuse of a material that after its use is

abandoned in the ports. Allowing differentiated projects and broadening the discussion about

sustainability, the work has the general objective of analyzing the viability of deploying containers as

bus stops on the seafront of Ponta Verde. The methodology proposed was, through research, to

estimate values in Maceió-AL and other state capitals, verifying the availability of material and labor

foce for the proposed model. With the results, it was possible to make a comparative of prices, current

models of bus stops and possible financial return to the triple bottom line, observing the economic,

social and environmental aspects. It is concluded that the proposed target is viable through public-

private partnership, since the cost of construction and maintenance of the current bus stops are lower.

KEY WORDS: Container. Sustainability. Civil Construction.Triple Bottom Line. Bus

Stops.

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................... 6 1.1 Considerações iniciais .................................................................................... 6 1.2 Objetivos .......................................................................................................... 7 1.2.1 Objetivo geral ................................................................................................. 7 1.2.2 Objetivos específicos...................................................................................... 7 2 REFERENCIAL TEÓRICO ................................................................................... 8 2.1 Sustentabilidade .............................................................................................. 8 2.1.1 Tripé da Sustentabilidade ............................................................................... 9 2.2 Materiais de Construção Sustentáveis ........................................................ 10 2.3 Contêiner Marítimo ........................................................................................ 12 2.3.1 Histórico ...................................................................................................... 12 2.3.2 Definição ...................................................................................................... 13 2.3.3 Tipos de Contêiner ...................................................................................... 13 2.4 Contêineres x Construção Civil ................................................................... 14 3 METODOLOGIA ................................................................................................ 16 3.1 Definição do modelo e do local .................................................................... 16 3.2 Orçamentos de custos .................................................................................. 16 3.3 Comparação com o modelo usual de paradas de ônibus em Maceió ..... 17 3.4 Avaliação da Tríade da Sustentabilidade .................................................... 18 4 RESULTADOS E DISCUSSÕES ....................................................................... 19 4.1 Pontos de ônibus em Cuiabá- MT ................................................................ 19 4.2 Orçamentos ................................................................................................... 20 4.2.1 Contêineres ................................................................................................. 20 4.2.2 Transporte ................................................................................................... 21 4.2.3 Projeto Completo ......................................................................................... 21 4.2.4 Execução de Serviços em Maceió .............................................................. 24 4.3 Publicidade .................................................................................................... 25 4.4 Infraestrutura em Maceió .............................................................................. 26 4.4.1 Ponta Verde ................................................................................................. 28 4.5 Comparativo ao Tripé da Sustentabilidade ................................................. 29 5 CONCLUSÃO .................................................................................................... 32 REFERÊNCIAS ..................................................................................................... 33 ANEXOS ............................................................................................................... 36 ANEXO A .............................................................................................................. 37 ANEXO B .............................................................................................................. 39 ANEXO C .............................................................................................................. 41

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1 INTRODUÇÃO

1.1 Considerações Iniciais

Com o evidente crescimento do uso de novas tecnologias na construção civil,

percebe-se uma maior preocupação em associar tais inovações aos conceitos de

sustentabilidade (MUSSNICH, 2015; GUEDES; BUORO, 2015). Nessa perspectiva,

o uso de contêineres tem ganhado destaque no mercado por permitir que uma

estrutura de transporte de mercadorias, que em um curto tempo seria descartada,

seja utilizada novamente com outro propósito (BARBOSA et al., 2017).

Esse uso alternativo se justifica pelo fato de que o meio construtivo é um dos

setores que mais faz uso de recursos naturais. Deste modo, a utilização dessas

estruturas de carga é um excelente aproveitamento do potencial de reciclagem

dessas caixas de metal. Conforme Santo et al. (2014), os danos causados ao meio

ambiente, devido a má utilização dos resíduos e o uso abundante de recursos

naturais, são irreparáveis e é necessária uma boa gestão desse material adotando

métodos alternativos para minimizar os prejuízos à natureza.

Dentro desse cenário, um fator que permanece em evidência é a importância

das pessoas. Inseri-las de modo a compartilhar e conviver com práticas ecológicas é

significativo para conhecer a capacidade que um material tem de ser reciclado.

Adquirir informação e conhecimento visa garantir e preservar o meio ambiente

(PIRES; FISHER, 2014).

Explorar potenciais de uso dos contêineres, que não faziam parte da indústria

da construção, aos poucos ganha espaço no Brasil. Algumas cidades

implementaram projetos como: casas, lanchonetes, paradas de ônibus, ganhando

visibilidade além de interesse de construtores que querem atribuir à estrutura,

abandonada em portos, uma nova finalidade.

Nesse contexto, o projeto visa mostrar os benefícios que esse mecanismo

pode trazer com o seu reaproveitamento. A instalação de contêineres como pontos

de ônibus atuaria como referência para que a população conhecesse uma forma de

reaproveitar uma grande estrutura metálica, comumente conhecida por conduzir

cargas do setor portuário que acabam perdendo sua funcionalidade e

consequentemente sendo descartado.

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1.2 Objetivos

1.2.1 Objetivo geral

Estudar a viabilidade da implantação de contêineres como pontos de ônibus

na orla de Ponta Verde.

1.2.2 Objetivos específicos

• Definir um modelo de contêiner como pontos de ônibus;

• Estabelecer valores;

• Analisar o reaproveitamento de contêineres como pontos de ônibus.

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2 REFERENCIAL TEÓRICO

2.1 Sustentabilidade

A noção acerca do desenvolvimento sustentável começou a surgir a partir da

década de 70. Até então, a sociedade em geral não dispunha de informações que as

sensibilizasse acerca dos problemas ambientais e os riscos inerentes à

sobrevivência humana. O grande marco do início dessa inclinação em prol da

sustentabilidade foi a Conferência de Estocolmo, em 1972. Nele, foi criado o

Programa das Nações Unidas de Meio Ambiente (PNUMA) e iniciou-se a percepção

da necessidade de transformar os hábitos e costumes, com enfoque na eficiência e

redução de danos para o planeta (HOOPE et al., 2011).

O Relatório de Brundtland (1991) definiu que: “O desenvolvimento

sustentável é aquele que atende as necessidades do presente sem comprometer a

possibilidade de as gerações futuras atenderem suas próprias necessidades”.

A divulgação do documento “Nosso Futuro Comum” reforça a importância da

relação entre poder econômico, tecnologia, sociedade e política. Chamar atenção

para a responsabilidade da comunidade em adotar uma nova postura em relação ao

ambiente representa um importante avanço. Este não é um problema limitado sobre

ecologia, mas abrange estratégia e modelos múltiplos onde levam em conta

economia e ecossistema (COUTO et al., 2014).

Após o Relatório de Brundtland, ocorreu a ECO-92 ou Rio-92, onde foi

produzida uma declaração de 27 princípios com o objetivo de suprir as necessidades

sobre o desenvolvimento acerca do meio ambiente para gerações do presente e

futuro. Outro importante registro foi a Agenda-21, derivada da ECO-92, cujo plano

de ação detalhado mostra o passo a passo de como fazer e de por em prática os

conceitos contidos na Declaração do Rio.

A maneira como se deve agir em relação à natureza, preservando o planeta e

as necessidades humanas conceituam a sustentabilidade. Os recursos naturais

devem ser explorados de forma sustentável para que seja durável. Feil e Schreiber

(2017) argumentam que não existe uma solução para salvar o meio ambiente da

degradação, mas que é preciso uma mudança no comportamento humano.

A indústria da construção civil é a que gera mais resíduo, onde em sua

maioria é proveniente de recursos não renováveis. A ação de empresas deste setor

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em diminuir o consumo e aumentar o reaproveitamento, melhora a qualidade de vida

reduzindo gastos e apresentando novas tecnologias.

Segundo Corrêa (2009), a relação homem/meio ambiente sofre interferência

pelas características de uma construção sustentável, onde quando se resolve

investir em um planejamento adequado questões relacionadas a esse meio podem

ser minimizadas.

No Brasil, quem trabalha com obras está atrasado em relação à

responsabilidade socioambiental. Há poucos investimentos, necessita de uma

melhor capacitação de profissionais e os materiais são mal gerenciados. De acordo

com Cortês et al. (2011), iniciativas recentes começam a mudar este quadro com

algumas determinações do Ministério do Meio Ambiente.

O Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA) por meio de resoluções e

documentos estabelece diretrizes para gestão ambiental no país. A Resolução n°

307, objetiva disciplinar o controle de resíduos onde pode proporcionar benefícios

econômicos com sua reutilização ou reciclagem (CONAMA, 2002).

Várias iniciativas surgem para promover à construção sustentável visando à

preservação. Com o propósito do ecologicamente correto, processos e produtos

passam por uma formulação para se adequar a indústria renovável e impulsionam o

mercado que ganha espaço com boas ideias.

2.1.1 Tripé da Sustentabilidade

Em 1994, o sociólogo John Elkington formulou o conceito do Triple Bottom

Line, o tripé da sustentabilidade, no qual o desenvolvimento sustentável é integrado

a questões sociais, ambientais e econômicas. Seu plano era criar uma expressão

que conseguisse mostrar a força que a sustentabilidade vinha ganhando, mostrando

que não seria algo que somente relacionasse aspectos econômicos, mas sim, as

consequências que estes causam (BIGARELLI, 2018).

O usualmente chamado “três Ps” (people, planet and profit), no português:

“PPL” (pessoas, planeta e lucro), trouxe a ideia de que ser responsável com o meio

ambiente, a sociedade e o próprio negócio é, simples, barato e urgente. Na prática,

ele é regrado pela ética e transparência na gestão de negócios onde os interesses

da empresa ligados ao respeito pelos direitos e valores vêm associados com a

preservação do meio ambiente.

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Segundo Elkington (2001), é esperado que as empresas contribuíssem de

forma gradual com o desenvolvimento sustentável reconhecendo que seus

empreendimentos precisam de mercados estáveis onde apareçam novas

capacidades tecnológicas, financeiras e de administração. A imagem do tripé mostra

a interação da esfera social, ambiental e econômica.

Figura 1 – Tripé da Sustentabilidade.

Fonte: Adaptação do modelo de Elkington (2001)

Organizações que se adaptam ao modelo do Triple Bottom Line podem gerar

uma vantagem competitiva que é visualizada e compreendida como um todo, ou

seja, incluindo atividades como as de produção, projeto e marketing. Cada uma

destas pode oferecer uma vantagem e com isso, são usadas de maneira estratégica

(CHAVES, 2005).

2.2 Materiais de Construção Sustentáveis

A forma mais eficiente para a indústria da construção se tornar uma atividade

sustentável é a maneira em que se pode minimizar o consumo de recursos e

maximizar a reutilização destes. Utilizar meios renováveis e recicláveis fomentando a

qualidade do que foi construído incorporam uma nova prática de gestão econômica

e ambiental buscando satisfazer todos envolvidos.

É preciso verificar a legalidade das empresas aptas a construir, de fiscalizar a

mão de obra e a compra de materiais buscando uma melhor qualidade no serviço.

Atender esses parâmetros é um passo básico para atender a função social de

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maneira adequada. Visando profissionalização e aumentando a qualidade dos

serviços prestados (RIBEIRO; CRUZ; MONTEIRO, 2016).

A escolha de produtos e materiais deve obedecer a critérios específicos como

a origem da matéria-prima, extração, processamento, emissão de poluentes,

durabilidade e qualidade. Já outros itens, que na ausência de opções ecoeficientes,

devem ser usados com cautela.

Araújo (2018) argumenta que a construção ecológica se resume a

basicamente dois modelos. O primeiro modelo é com o uso de eco produtos e

tecnologias fabricadas em escala dentro dos padrões do mercado. Já o segundo,

sistemas de autoconstrução feitos pelo próprio interessado ou usuário. Atualmente

construtoras e gestores estão investindo em projetos verdes a fim de gerar menos

impactos.

Tijolo ecológico, bambu, argamassa de argila são alguns itens que trazem

uma nova proposta para as obras. Embora alguns não sejam propriamente ditos

materiais de construção, eles podem substituir uma série deles, dando origem a um

método mais ecológico.

Figura 2 – Uso do Bambu na Construção Civil. FONTE: Pensamento Verde, 2014.

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Figura 3 – Tijolo Ecológico: O que é e seus benefícios. FONTE: eCycle, 2018.

Um elemento que pode ser aproveitado na arquitetura é o contêiner utilizado

para transporte de cargas marítimas. Sua vida útil é curta e mesmo com grande

utilidade dura aproximadamente 10 anos. Após seu uso são descartados e

depositados em áreas portuárias (MILANEZE et al., 2012 apud ROMANO; PARIS;

NEUENFELDT JR., 2014).

Carbonari (2015) comenta que devido a sua estrutura e formato, o contêiner

conquista arquitetos, engenheiros, empresas e organizações por permitir diversas

configurações de uso como escolas, restaurantes, canteiros de obra e lojas. Desde o

princípio a aliança entre projeto arquitetônico com a sustentabilidade traz um

diferencial.

2.3 Contêiner Marítimo

2.3.1 Histórico

Criados por volta de 1937 por Malcolm Purcell McLean (1913-2001), as

grandes caixas de aço eram utilizadas pelo sistema de transporte de algodão no

porto de Nova Iorque. A partir dai foram incorporados e aprimorados para atender o

setor fluvial e ferroviário (LEVISON, 2003 apud OCCHI; ALMEIDA, 2016).

Occhi e Almeida (2016) explicam que entre os anos 1968 e 1970 foram

divulgadas normas ISO (ABNT 6346/2002) onde foram definidas a terminologia,

dimensões e classificações dos contêineres. Em 1972 a Organização Inter

Governamental Marítima Consultiva regulamentou esse novo sistema de

deslocamento de cargas.

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Segundo Magalhães (2010) o primeiro porto dedicado ao funcionamento

exclusivo de contêineres foi o de Port Newark nos Estados Unidos. Desde a época

até os dias atuais é notável o crescimento do uso destas estruturas.

2.3.2 Definição

O art. 4° do Decreto 80.145 (BRASIL, 1977):

O container é um recipiente construído de material resistente, destinado a propiciar o transporte de mercadorias com segurança, inviolabilidade e rapidez, dotados de dispositivos de segurança aduaneira e devendo atender às condições técnicas e de segurança previstas pela legislação nacional e pelas convenções internacionais ratificadas pelo Brasil.

O contêiner é um recurso para transportar mercadorias com eficiência e com

baixo impacto ambiental viabilizando a movimentação em navios, trens, caminhões e

aviões. Em qualquer lugar do mundo a sociedade pode usufruir dos serviços que

este transporte oferece.

São transportados 300 milhões de contêineres pelo mar todos os anos e

cerca de 90% de mercadorias em todo o mundo. A Coréia do Sul e a China lideram

este comércio, já no Brasil ele conta com 5% deste em esfera global (CALORY,

2015).

Este equipamento aumentou a segurança e rapidez na prestação de serviços

de deslocamentos. Além disso, sua capacidade de ser movimentado de um ponto a

outro sem serem abertos, não causando danos as mercadorias, e a facilidade de

transferir carga de um veículo a outro reforçam a importância de seu uso. Isso é

devido à resistência, mobilidade e adaptação conforme carga imposta.

2.3.3 Tipos de Contêiner

De acordo com Bozeda e Fialho (2016), os contentores seguem um padrão

modular, podendo haver combinação de estruturas a fim de reforço para melhorias

em geral. É constituído por estrutura leve de aço, porém com alto suporte e podendo

ser empilhados. Cada unidade sustenta 25 toneladas e ainda são resistentes ao

fogo e a chuva.

Mesmo com o modelo padrão ele pode variar em relação à forma, ao

tamanho e a resistência. Segundo Kotnik (2013) existem vários tipos de exemplares

no mercado que variam de acordo com o tipo de uso. Podem-se encontrar modelos

de 20,40 até 45 pés tendo seus volumes respectivos em 33,1m³, 67,5 m³ e 86,1m³.

O contêiner de 20 pés possui 6,05 x 2,43 metros e o de 40 pés 12,20 x 2,43 metros,

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ambos com altura de 2,59 metros. Na figura 4 está representado alguns dos tipos de

contêineres.

Figura 4 - Modelos de Contêineres. Fonte: KOTNICK, 2013.

A construção do contêiner pode ser dividida em três partes: estrutura, parede

e piso. A estrutura é responsável pela resistência, composta de aço com uma liga

especial, as outras partes são feitas por alumínio, aço, madeira antifungo, material

sintético. As tintas também são de uma qualidade especial resistindo às severas

condições as quais são expostas (NUNES; SOBRINHO JR., 2017).

Fabricados de acordo com as normas elaboradas pelo Comitê Técnico de

Organização Internacional de Normalização (ISO) e pela Convenção Internacional

para a segurança dos Contentores (CSC) garantindo uma uniformidade preservando

as características mecânicas e geométricas, manutenção e aplicações.

2.4 Contêineres x Construção Civil

Em torno da década de 1960 os contêineres apareceram como abrigos

temporários para militares em época de guerra. Saywers (2008) apud Calory (2015)

afirma que fazendeiros da América do Norte foram os que começaram a fazer deste

equipamento, até então usado para transportar mercadorias, em moradia.

Os primeiros projetos surgiram como forma de protesto. O conceito desses

manifestos artísticos queria ressaltar a flexibilidade, a possibilidade de poder morar

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em um único módulo (KOTNIK, 2013). Um tipo de morada emergencial que poderia

ser armazenada e transportada para qualquer localidade.

Os contêineres podem ser usados de diversas formas. Ele já possui uma

atividade em canteiros de obras servindo como ponto de apoio, escritório,

almoxarifado, depósito. Além da diversidade esta forma de reaproveitamento se

tornou uma alternativa moderna e atual.

Nunes e Sobrinho Junior (2017) explicam que em uma obra utilizando

contêineres há a possibilidade de levar o módulo ao terreno, pronto para ser

aplicado. Sua praticidade faz com que os prazos e custos sejam menores. Obras

com este tipo de material não precisam de partidos estruturais, nem acabamentos,

pode ser alugado ou próprio e ainda pode ser reutilizado em outras construções

durante muito tempo.

O cronograma de empreitadas é fundamental para um bom andamento dela.

Trazendo para o cotidiano, novos métodos que agilizem e diminuam o tempo de

execução, trará ao negócio um retorno mais rápido. Essa possibilidade se deve ao

fato de o contêiner já possuir paredes, piso e cobertura formando uma única

estrutura.

Assim como qualquer outro tipo de edificação, as construções com essa caixa

de metal também necessitam de fundações. A diferença é que estes tipos de

projetos costumam manter o seu relevo natural, mesmo sendo de estruturas firmes é

necessária uma base sólida evitando umidade (MIRANDA, 2016).

Com os períodos de crise econômica e consequentemente diminuição de

importações e exportações de mercadorias por via marítima, os contêineres se

acumulam nos portos. Como descrito por Calory (2015), estima-se que no mundo

aja aproximadamente um milhão de contêineres abandonados em portos. Problemas

burocráticos, falências de empresas, entre outros, são alguns dos motivos desse

acúmulo.

A reutilização é uma forma eficiente de resolver esse problema. Esta foi uma

das razões de se investir nos contêineres na construção civil. Assim, o material que

seria jogado fora passa a ser usado para outras finalidades. Visando a incorporação

de diferentes métodos usados por engenheiros e arquitetos ampliando a discussão

sobre sustentabilidade propondo uma técnica mais limpa, barata e rápida.

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3 METODOLOGIA

Para cumprir os objetivos propostos, inicialmente foi tomado como base um

modelo já existente, que utiliza o contêiner marítimo como ponto de ônibus. Em

seguida, foi feita a escolha do local em que seria implantado.

Por meio de uma pesquisa descritiva, foi realizado um levantamento sobre a

disponibilidade de contêineres no Porto de Maceió, Suape e Santos. Em seguida,

cotado os custos de contêineres de 20 pés, transporte, projeto completo e retorno,

sendo estes comparados ao tipo convencional de parada de ônibus em Maceió.

Com uma abordagem qualitativa, a pesquisa usou dados bibliográficos,

documentais, pesquisas de campo e entrevista buscando coletar informações. Com

intuito de executar todos os objetivos elaborados neste estudo, optou-se por

desenvolver o processo metodológico seguindo a logística a seguir:

3.1 Definição do modelo e do local

A definição do modelo partiu de um projeto que usa contêineres como pontos

de ônibus na cidade de Cuiabá- MT. Os contêineres são restaurados, possuem

placa solar e jardim vertical. Por ser uma das capitais mais quentes do país, seria

uma possível adaptação do protótipo ao clima de Maceió.

A secretaria de mobilidade urbana SEMOB- MT detém os dados do projeto e

prevê a construção de 82 pontos de ônibus na capital do Mato Grosso, atendendo os

usuários do transporte coletivo.

A orla de Ponta Verde é referência no turismo e local usualmente frequentado

pela população que reside em Maceió. Visitas in loco foram feitas observando a

movimentação de pessoas tanto no transporte público e privado, quanto a

pedestres.

3.2 Orçamentos de custos

Os quantitativos que compõem a planilha orçamentária desse projeto com o

uso de contêineres marítimos são referentes a consultorias com empresas e

organizados em quadros. Estas são de diferentes setores que compõe todo o

processo de desenvolvimento para instalação desses pontos de parada.

Os portos de Maceió, Suape e Santos, foram questionados com as seguintes

perguntas:

1- Qual a disponibilidade de contêineres no porto?

2- O porto faz doação dos contêineres que perderam sua vida útil como carga?

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3- Qual o valor de compra dos contêineres?

O Pantanal Shopping, financiador do primeiro ponto em Cuiabá, informou que os

contêineres foram adquiridos na empresa privada Green Containers (situada na

capital mato-grossense), valores de compra do equipamento e da industrialização do

modelo existente.

As empresas LOK Containers, Modal Containers e Container Recife forneceram

o valor de compra de um contêiner de 20 pés. O transporte do contêiner até o

terreno onde será implantado é feito por um caminhão munck ou carreta e foi feita

uma estimativa com empresas que fazem o transporte do contêiner e o

descarregamento do mesmo. Algumas destas empresas como a APG Transportes

de Recife e PG LOC de Santos fazem o transporte, mas o descarregamento do

equipamento é feito por locação de caminhão munck na cidade destinada. A locação

do munck em Maceió foi cotada com as empresas KR Guindastes e Lokal

Equipamentos. Assim como Lenon Marques sócio da empresa Eco Domi

Containeres, especializada em projetos e construções com reaproveitamento de

contêineres marítimos, passou o orçamento de projeto arquitetônico e do

fornecimento do ponto de ônibus já restaurado, customizado, com as instalações

necessárias e transporte.

Em Maceió, os valores cotados são referentes a um comparativo do valor

Global e dos serviços prestados pela Eco Domi Containeres, com diferentes

fornecedores e na tabela SINAPI.

3.3 Comparação com o modelo usual de paradas de ônibus em Maceió

Para o comparativo, solicitado por meio de um processo físico, no Anexo B

segue o protocolo de atendimento, a Superintendência Municipal de Transportes e

Trânsito- SMTT comunicou acerca da responsabilidade do órgão em função dos

abrigos e pontos de paradas. Ana Caroline Araújo, Assessora de Projetos de

Paradas e Abrigos - ASSPPA esclareceu sobre os tipos existentes, o material

utilizado, o espaço a ser alocado, como trabalham a serviço da proteção de

passageiros de intempéries e a atenção para acessibilidade. Valores dos pontos de

ônibus atuais foram repassados e relatado futuras ações que estão em trâmite.

Em pesquisa com os principais shoppings da capital alagoana, Maceió

Shopping e Parque Shopping Maceió, as indagações feitas estão abaixo:

1- Qual a importância de investir na propaganda em pontos de ônibus?

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2- Qual o custo da empresa com publicidade?

3.4 Avaliação da Tríade da Sustentabilidade

Houve por meio do diagrama de Venn, a verificação da pesquisa relacionando

os aspectos ambientais, sociais e econômicos que compõe o tripé da

sustentabilidade.

O balanço se referiu à viabilidade de implantar os contêineres como pontos de

ônibus na orla de Ponta Verde observando se os fatores da tríade conseguem se

correlacionar. Discursando sobre a intersecção dos três conceitos básicos e sua

importância.

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4 RESULTADOS E DISCUSSÕES

4.1 Pontos de ônibus em Cuiabá-MT

O Pantanal Shopping foi a primeira empresa a financiar esse novo modelo de

ponto de ônibus. Os contêineres foram adquiridos na própria cidade, na empresa

privada Green Container, onde no Quadro 01 é apresentado o valor destes.

Quadro 01. Valor do Contêiner na empresa Green Container.

Fonte: Autor, 2019.

A industrialização do ponto de ônibus em Cuiabá, com os referidos serviços e

seu valor global seguem no Quadro 02.

Quadro 02. Tabela de Serviços e Valor Global.

SERVIÇOS

Um contêiner de 40’

Aberturas de Soldagem

Revestimento em ACM

Recobrimento da Platibanda

Telha Termo Acústica

Placa Solar

Instalações Elétricas

Jardim Suspenso

Pintura

Plotagem

Painéis de LED

Rampa de Acessibilidade

Bancos

Estante para Livros

Wifi

Transporte

Valor Global: R$70.000,00

Fonte: Autor, 2019.

GREEN CONTAINER

Tamanho do Contêiner. Valor

20’ R$ 12.000,00

40’ R$ 15.000,00

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O modelo piloto apresenta algumas falhas. O degrau é alto demais

dificultando o acesso de passageiros idosos, e o de cadeirantes devido a má

manutenção da calçada já que a passagem para a rampa de acessibilidade fica na

parte posterior.

A equipe técnica da Secretaria de Mobilidade Urbana – SEMOB fez os estudos

técnicos necessários de implantação, locação, adaptação de acessos necessários a

cada ponto implantado e fiscalização. Uma parceria município e rede privada através

do programa adote um abrigo. A empresa interessada se responsabiliza em

executar a obra conforme o projeto, em contrapartida esta empresa tem a

possibilidade de explorar os campos destinados à publicidade. A figura do primeiro

modelo instalado encontra-se no Anexo A.

4.2 Orçamentos

4.2.1 Contêineres

Há mais de dez anos o Porto de Maceió não trabalha com contêineres

marítimos. O que pode contar como um ponto negativo, já que teria que incluir o

custo de transporte do equipamento. O Porto de Suape em Pernambuco por ter sua

localização mais próxima a Maceió e o Porto de Santos que detém no Brasil o maior

número de contêineres estocados, foram consultados e não fazem doação da

estrutura. Para adquiri-las elas são vendidas. O preço médio varia conforme o

modelo e custa entre R$7.000,00 e R$10.500,00.

Os contêineres que não são adquiridos nos portos são obtidos em empresas

privadas e os valores variam de cidade como consta no quadro 03, e do lugar onde

foram adquiridos.

Quadro 03. Valores dos Contêineres.

Empresa Cidade Valor

LOK Container Maceió R$12.000,00

Container Recife Recife R$8.500,00

Modal Containers Santos R$7.500,00

Fonte: Autor, 2019.

Os valores cotados são referentes ao contêiner de 20 pés. A empresa LOK

Container adquire seus contêineres dos Estados Unidos e o preço varia conforme o

valor do Dólar. Container Recife e Modal Containers compram dos portos.

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21

Alguns pontos importantes são analisados na compra de um contêiner. Deve

ser levado em consideração aspectos como os ataques químicos que o

equipamento recebeu e a carga que transportou. Para ser utilizado o contentor

passa por um processo de tratamento e recuperação que inclui limpeza, funilaria,

serralharia, pintura, revestimentos e acabamentos.

4.2.2 Transporte

O translado é feito por um caminhão munck ou carreta. Seus valores

dependem da distância a ser percorrida e do tipo do caminhão, podendo ser

necessários dois fretes para locação do equipamento, essa verificação está

destrinchada no quadro 04.

Quadro 04. Valores de Transportes (com e sem munck).

Empresa Cidade Valor

PG LOC (sem munck) Santos R$19.286,40

Neto Locações (com munck) Santos R$50.000,00

Container Recife (com munck) Recife R$1.300,00

APG Transportes (sem munck) Recife R$2.800,00

KR Guindastes (com munck) Maceió R$500,00

Lokal Equipamentos (com munck) Maceió R$450,00

Fonte: Autor, 2019.

Com os dados de transporte orçados, o deslocamento do equipamento da

cidade de Santos não compensa, pois mesmo com a falta de demanda em Maceió, o

custo se eleva comparado aos valores da capital em estudo e das proximidades.

O carregamento é simples, já que a estrutura é firme, mas é necessário

estudar a área do terreno que será implantado. Esta deve ser capaz de comportar a

estrutura, com espaço para manobras do guindaste.

4.2.3 Projeto Completo

A ECO DOMI Containers situada em Salvador desenvolveu um projeto que

usa os contêineres como pontos de ônibus, segue o projeto de captação de recurso

para implantação de ponto de ônibus em container no Anexo C.

A empresa é detentora do projeto da mesma forma que o executa. O serviço

é terceirizado por conta da baixa demanda. Para que o projeto seja implantado na

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orla de Ponta Verde a execução é toda feita na Bahia e transportada. No quadro 05

estão detalhadas as tarefas executadas, incluindo o valor global.

Quadro 05. Execução de serviços da empresa ECO DOMI Containers e valor global.

ECO DOMI CONTAINERS

EXECUÇÃO DE SERVIÇOS

Fornecimento de um container 20’DC.

Execução emolduramento das aberturas com soldagem.

Tratamento de cordões de solda.

Pintura interna e externa com uma demão de anticorrosivo e duas demãos de tinta

epóxi sobre as superfícies metálicas do container.

Execução de tratamento e pintura do tipo epóxi em piso de compensado naval.

Duas rampas metálicas para acesso ao container.

Execução de instalações elétricas na área interna do container incluindo 02 pontos

de iluminação e 03 pontos de tomada USB, fiação e conduites.

Instalação de duas luminárias e lâmpadas do tipo LED.

Fornecimento do banco em argamassa armada.

Instalação de duas caixas para livros em madeira de reflorestamento.

Fornecimento de lixeiras para coleta seletiva de lixo.

Execução de estrutura (calhas e chapas) e impermeabilização sobre container

20’DC, para telhado verde.

Execução de telhado verde envolvendo implementação de substrato terroso,

colchão drenante e plantio de mudas no teto verde.

Valor Global: R$ 33.750,00

Fonte: Autor, 2019.

A empresa não executa os serviços de fundação ou piso para apoio,

fornecimento de painéis publicitários e movimentação no lote. Ficam por conta do

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contratante. Caso tenha a pretensão existe um opcional de sistema de energia solar

descrito no quadro 06.

Quadro 06. Opcional.

ECO DOMI CONTAINERS

OPCIONAL DO CONTAINER M²

Serviço Und Valor

Sistema de energia solar

com painéis fotovoltaicos.

1 R$ 4.170,00

Fonte: Autor, 2019.

Figura 5– Elementos do Ponto de Ônibus em Container. Fonte: Eco Domi Containers, 2018.

Para transportar o ponto de ônibus para a capital de Alagoas, o valor final do

projeto, sem o serviço opcional, fica em torno de R$ 40.000,00 (quarenta mil reais).

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4.2.4 Execução de Serviços em Maceió

Trabalhar com contêineres requer mão de obra especializada, principalmente

em cortes e esquadrias. A procura em Maceió é modesta e alguns profissionais que

executam projetos nesse segmento tem parcerias com empresas fora da cidade. O

material vem pré-fabricado recebendo os acabamentos na montagem final.

No quadro 07, a planilha corresponde à cotação com profissionais

autônomos, empresas do ramo da construção civil e consulta ao SINAPI. Sendo

elaboradas a partir de alguns pontos de serviços que a Eco Domi Containers

executa e diferentes alternativas, assim verificando se as tarefas podem ser

executadas no estado.

Quadro 07. Especificação de Serviços em Maceió.

03 Instalações Elétricas

03.1 Cotação Instalação de pontos de iluminação.

dia 2 150,00 R$ 150,00

03.2 Cotação Instalação de pontos de tomada USB

dia 3 150,00 R$ 450,00

03.3 Cotação Luminária Sobrepor

un 2 102,90 R$ 205,80

03.4 Cotação Lâmpadas LED

un 2 89,90 R$ 179,80

04 Pisos

04.1 Cotação Compensado Naval

m² 1 90,90 R$ 90,90

05 Pintura

05.1 4785/SINAPI Pintor para tinta epóxi

h 1 14,36 R$ 14,36

06 Marcenaria

Item

Código

Especificação dos Serviços

Unid.

Quant.

Preço Unit.

R$ total

01 Cortes das Esquadrias

01.1 Cotação Aberturas de Soldagem

un 1 300,00 R$ 300,00

01.2 Cotação Tratamento dos cordões de solda

un 1 150,00 R$ 150,00

02 Alvenaria

02.1 Cotação Rampas

m² 2 86,60 R$ 173,20

02.2 Cotação Banco de Concreto m³ 1 150,00 R$ 150,00

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06.1 Cotação Caixa de madeira 15x60x30 cm

dia 2 100 R$ 100,00

07 Diversos

07.1 Cotação Lixeiras para coleta seletiva

dia 3 186,90 R$ 560,70

Fonte: Autor, 2019.

Esse levantamento é primitivo, pois o mercado especializado no trabalho com

contêineres na cidade é baixo. Em toda a cotação foi mencionado o objeto a ser

usado e muitos questionamentos surgiram. Após os estudos orçamentários, o valor

global de um ponto de ônibus em container com fabricação e execução total no local

de destino deste, atualmente é inviável.

As empresas especializadas em impermeabilização, placa solar e telhado

verde afirmaram que seria necessário fazer um estudo do projeto e do material para

que pudessem orçar um valor e a disponibilidade de executá-lo.

Nos resultados encontrados adaptações foram feitas, no intuito de reduzir

valores, tornando-se uma boa alternativa se houver um bom investimento de

pessoas capacitadas.

4.3 Publicidade

Como o planejamento é voltado para parcerias privadas, o retorno adquirido é

gerado pelo espaço publicitário. Os usuários do transporte urbano costumam

esperar um grande tempo para entrar no coletivo. Assim, o profissional de mídia e o

anunciante conseguem, ao realizar uma campanha no ponto de ônibus, interagir

com seu público em um momento onde ele está extremamente sucessível ao

impacto do anúncio.

O Maceió Shopping e o Parque Shopping Maceió emitiram que o investimento

de propaganda em pontos de ônibus numa região turística tem uma boa capacidade

de retorno.

O investimento dessas empresas é em ações de marketing, eventos,

campanhas publicitárias institucionais e promocionais. O Maceió Shopping

pronunciou que seus dados são sigilosos não podendo passar esse tipo de

informação.

O Parque Shopping Maceió comunicou que seu retorno e gastos com

publicidade podem variar de R$ 1.000,00 a R$ 50.000,00 dependendo do espaço,

tipo de propaganda e quantidades de dias expostos. Além disso, concorda com a

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26

rentabilidade que o ponto pode trazer e por sua preocupação ambiental, visando o

modelo não somente para Ponta Verde como um novo ponto em frente ao

estabelecimento.

4.4 Infraestrutura em Maceió

A Superintendência Municipal de Transportes e Trânsito -SMTT é o órgão

responsável pelos abrigos e paradas de ônibus em Maceió. O município conta com 7

(sete) modelos de abrigos divididos em abrigos metálicos, de concreto e de

eucalipto.

Os abrigos metálicos são distribuídos em 4 (quatro) modelos distintos,

mostrados no quadro 08:

Quadro 08. Modelos de abrigos metálicos.

Fonte: Autor, 2019.

Os abrigos de concreto são de dois tipos: o de concreto pré-moldado (Figura

6) e de concreto moldado in loco (Figura 7). Esta tipologia possui uma longa vida útil

e um ótimo custo benefício, sendo dentre os existentes na capital, a mais resistente

e duradoura.

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Figura 6 - Modelo de ponto de ônibus de concreto pré-moldado. Fonte: Autor, 2019.

Figura 7- Modelo de ponto de ônibus de concreto moldado in loco. Fonte: Google Maps, 2019.

Os abrigos de eucalipto foram implantados nas regiões com concentração de

maresia, orla marítima (Figura 8).

Figura 8 - Modelo de abrigo de eucalipto. Fonte: Autor, 2019.

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São instalados abrigos de médio e pequeno porte a depender da demanda do

local. Além disso, é feito um estudo para que o ponto implantado esteja em uma

região visível e de acordo com as leis de acessibilidade. Os usuários podem entrar

em contato com o número 118 para fazer pedidos e reclamações, estes são

repassados para os responsáveis que verificam as solicitações.

Quando ao custo, o modelo metálico padrão de pequeno porte custa

aproximadamente R$24.000,00 e o de grande porte em torno de R$ 68.000,00. O

órgão esclarece que atualmente eles estão em processo de licitação. Para esta será

utilizado um modelo de concessão, onde a partir do processo licitatório a empresa

vencedora fornecerá os abrigos, assim como prestará serviços de manutenção,

implantação, remoção, realocação em contrapartida a exploração publicitária do

mesmo.

4.4.1 Ponta Verde

Segundo a Assessoria de Projetos de Paradas e Abrigos - ASSPPA, um

grande problema em Maceió são as calçadas. As calçadas são estreitas e dificultam

posicionar o abrigo. Na Ponta Verde, as calçadas tem mais espaço, promovendo

uma melhor adequação de um ponto principalmente no modelo de um contêiner, que

exige um terreno amplo.

A orla é um ambiente de bastante visibilidade e passagem de pessoas. Há um

projeto de abrigo sustentável (Figura 7) nela, feito de madeira de reflorestamento em

parceria com a empresa Plantar. A preocupação com o meio ambiente vem se

tornando um marco na gestão. Um projeto inovador em uma estrutura conhecida

como carga pode trazer maior conforto e inovação. Os dois projetos unem o

incentivo a práticas sustentáveis, com isso foi feito um comparativo descrito no

quadro 09.

Quadro 09. Contêineres x Madeira.

CONTÊINERES MADEIRA

Valor x

Manutenção x

Espaço x

Locação x

Acomodação x

Proteção a intempéries x Fonte: Autor, 2019.

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A SMTT não pode repassar o valor dos pontos em madeira de

reflorestamento, mas a relação custo benefício é mais vantajosa, principalmente por

conta da manutenção. A madeira de eucalipto perfilado tratado é uma madeira

ecológica e possui garantia de 10 anos e conta com a utilização de telha

ecologicamente correta. Porém seu espaço comparado à estrutura de um contêiner

é menor. O que pode ser vantagem em relação ao uso da área e desvantagem para

o número de ocupação de pessoas.

O equipamento de aço é um ótimo condutor de calor e péssimo isolante

acústico. Porém as edificações em contêiner recebem revestimento (interno e

externo) que impedem que a estrutura esquente. Para o isolamento térmico e

acústico usam-se revestimentos como: lã de vidro, lã de pet, lã de rocha e

poliuretano expandido.

A maresia é outro ponto em destaque. Em uma região praiana a ferrugem não

vai corroer o contêiner? Não. Como é utilizado originalmente no transporte de cargas

marítimas, seu material é altamente durável, fabricado para resistir a chuvas,

incidência solar e brisa marítima. Possui uma proteção natural contra salinidade

sendo necessárias apenas pinturas e manutenções periódicas para evitar oxidação.

4.5 Comparativo ao Tripé da Sustentabilidade

O quadro 10 apresenta os princípios do Tripé da Sustentabilidade relacionado

ao projeto estudado.

Quadro 10. Princípios do Tripé da Sustentabilidade.

AMBIENTAL • Reciclagem

• Educação Ambiental

• Conservação

SOCIAL • Conforto

• Ações

• Responsabilidade Social

ECONÔMICO • Parcerias

• Investimento

• Publicidade

Fonte: Autor, 2019.

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O desenvolvimento sustentável busca minimizar os impactos ambientais

causados pela produção industrial. Seu propósito precisa de planejamento,

acompanhamento e avaliação de resultados, pois os três pilares devem estar

alinhados aos objetivos da empresa, não definidos como ações pontuais ou

estratégias de marketing.

Uma ação mútua entre empresas, comunidades e pessoas, é necessária para

haver um equilíbrio, considerando o todo. A junção dos três aspectos pode levar a

interseção, a união de somente dois elementos e também um isolado.

Para a reutilização do contêiner, é fundamental o investimento. A partir disto o

uso das ações em sociedade é trabalhado na execução. No estudo de um ponto de

ônibus na orla de Ponta Verde primeiro é preciso verificar com o órgão encarregado

da situação do local para colocá-lo, além da permissão com a prefeitura e os

trâmites legais, comparando com o padrão existente.

Com os resultados encontrados foram feitas as seguintes análises

apresentadas abaixo:

Figura 9 – Relação Social e Ambiental. Fonte: Autor, 2019.

Pelo diagrama da Figura 9, nota-se que os pontos existentes na cidade de

Maceió, dependendo do modelo, podem ter um custo mais baixo e até próximo, mas

verificando outros fatores como a manutenção, matéria prima mais acessível e fácil

uso de mão de obra, pela tríade é possível notar que o fator econômico não se

enquadra tornando inviável o objetivo geral proposto.

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Figura 10 – Relação Social, Ambiental e Econômica.

Fonte: Autor, 2019.

No diagrama da Figura 10, para que haja a interseção dos princípios a

parceria com empresas privadas é fundamental. A relação contribui de forma

equivalente abrangendo os três aspectos.

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5 CONCLUSÃO

Reduzir os impactos da construção civil no meio ambiente tem sido o grande

desafio do setor. Para levar uma vida ecologicamente mais correta é preciso novas

regras e novos hábitos. O contêiner surge como uma nova alternativa de sistema

construtivo tendo como principais características sua estrutura sólida, flexibilidade de

edificação, baixo custo, fácil transporte, curto prazo de finalização de projeto, pouco

uso de mão de obra e ainda evita desperdício.

O desenvolvimento do presente estudo possibilitou uma análise sustentável

do reaproveitamento de contêineres na construção civil. Estes são usados como

casas, restaurantes, canteiros de obras. A definição de um projeto como ponto de

ônibus traz a visibilidade de um equipamento de carga que pode ser explorado de

maneiras variadas.

Com um modelo definido, tomado como referência um projeto da cidade de

Cuiabá-MT, a pesquisa exploratória buscou orçamentos de materiais e serviços

verificando a disponibilidade para que fosse viável implantá-lo em Ponta Verde,

comparando aos modelos que a prefeitura de Maceió utiliza.

O uso do método da tríade da sustentabilidade trouxe a possibilidade de

apurar uma relação comum a três parâmetros, considerando que elas podem não se

interligar por razões econômicas e podem se enquadrar havendo um consenso,

conhecimento, procura e vontade.

O estudo teve limitadores, já que em Alagoas o uso do equipamento é

modesto, faltam pessoas capacitadas e entendimento sobre o assunto. Como se

trata de um novo tipo de construção, carece de conhecimento da legislação

adequada e há dificuldade de obtenção de financiamento. Documentos básicos são

necessários tendo em vista planos, elevações, topografia, desenhos.

Entende-se, portanto, que os contêineres têm potencial de utilização como

pontos de ônibus, entretanto no modelo proposto essa implantação depende de

parcerias entre a iniciativa privada e poder público. Alguns fatores como desconforto

térmico e acústico não são empecilhos para o protótipo funcionar, uma vez que

existe tratamento permitindo um conforto apropriado. O principal diferencial desse

tipo de sistema é a minimização dos impactos ambientais reutilizando um material

que se torna inútil, unidos à inovação e medidas sociais em busca da satisfação da

comunidade.

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ANEXOS

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ANEXO A – Modelos de contêiner como ponto de ônibus em Cuiabá-MT

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Figura 10- Ponto Pantanal Shopping. Fonte: Prefeitura de Cuiabá, 2018.

Figura 11- Lateral ponto de ônibus. Fonte: Prefeitura de Cuiabá,2018.

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ANEXO B – Protocolo de Atendimento da Superintendência Municipal de

Transportes e Trânsito - SMTT

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ANEXO C – Projeto de captação de recurso para implantação de ponto de ônibus

em container

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