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VI Simpósio Ítalo Brasileiro de Engenharia Sanitária e Ambiental VI-019 – CARTA DE RUÍDO DA CIDADE DE CURITIBA ENQUANTO POLUIÇÃO SONORA DIFUSA Fábio Márcio Bisi Zorzal (1) Engenheiro Civil pela UFES (1997), Adesguiano pelo XVII CEPE - ADESG/ES (1996), Mestre em Ciências em Engenharia Ambiental pela UFES (1999). Um dos Ganhadores do Prêmio “Tião Sá” de Pesquisa Ecológica da Prefeitura Municipal de Vitória (1998). Professor no Curso de Engenharia Civil da Universidade Tuiuti do Paraná - UTP. Doutorando em Engenharia de Produção com Ênfase em Gestão Ambiental pela UFSC. Finalista do Prêmio Paraná Ambiental (2001). Anete Diesel Engenheira Química pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (1982), Engenheira de Segurança no Trabalho pela Universidade do Vale do Rio dos Sinos (1985). Professor no curso de Extensão em Segurança no Trabalho da Universidade Tuiuti do Paraná e consultora industrial. Paulo Sergio de Bortoli Engenheiro Mecânico pela UFES (1996). Mestrando em Tecnologia pelo Centro Federal de Educação Tecnológica do Paraná (CEFET/PR). Professor no curso de Engenharia Mecânica da Universidade Tuiuti do Paraná. Luiz Cláudio Pereira Aluno de graduação em Engenharia Civil na Universidade Tuiuti do Paraná. Endereço (1) : Rua Monsenhor Ivo Zanlorenzi, 1668/603 - Mossunguê - Curitiba - PR - CEP: 80210-000 - Brasil - Tel: +55 (41) 9985-7050 - Fax: +55 (41) 285-4989 - e-mail: [email protected] RESUMO O presente trabalho traduz a sensibilidade do emprego de uma metodologia que mostra, bairro a bairro da Cidade de Curitiba, a exposição ao ruído difuso gerado pelo tráfego de veículos em seus corredores de transporte, proveniente de toda e qualquer dinâmica que gere ruído no contexto da cidade. Depois de 1992, esse é um dos mais importantes trabalhos que retratam o nível de exposição desse parâmetro de qualidade de vida, e o primeiro que mostra geograficamente os níveis em classes de exposição, especialmente no centro da cidade e nos bairros do entorno. A medição foi realizada três vezes em um único dia em cada ponto predeterminado por outro trabalho realizado em 1992, sendo os horários monitorados como função do horário de rush, dado pela saída e chegada das pessoas de suas casas, bem como, após as vinte e duas horas, horário em que se determina o silêncio pela lei vigente. Esse trabalho teve o apoio e a participação direta de grandes empresas (Tecpar, Volvo, Chrysler e Ourofino), além da UTP e CEFET/PR sendo uma das primeiras realizações nessa escala multiparticipativa, para as quais são deixados todos os agradecimentos. O fechamento dos dados se fez num sistema de informações geográficas capaz de possibilitar a devida análise dos resultados evidenciando o centro como sendo uma zona crítica já nas primeiras horas do dia, excedendo a legislação ambiental municipal em alguns decibéis. Por essa razão, torna-se conveniente um amplo trabalho de educação ambiental de forma a estimular a redução dos níveis encontrados para essa poluição, que é a principal recomendação desse trabalho. PALAVRAS-CHAVE: Ruído Urbano, Mapeamento de Ruído, Poluição Sonora, Qualidade Ambiental, Monitoramento de ruído. INTRODUÇÃO Duas são as preocupações geradas pelo intenso tráfego nas regiões urbanas. O primeiro é a descarga de poluentes na atmosfera sob a forma de monóxido de carbono (CO), dióxido de carbono(CO 2 ), material particulado (MP) e outros subprodutos da descarga automobilística no trânsito. O segundo é o ruído urbano que está estritamente ligado aos movimentos intenso de massas, ao congestionamento, acidentes e seus entraves, notadamente maiores nos horários de pico de trânsitos dos automóveis; é o famoso horário de rush. ABES - Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental 1

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VI Simpósio Ítalo Brasileiro de Engenharia Sanitária e Ambiental

VI-019 – CARTA DE RUÍDO DA CIDADE DE CURITIBA ENQUANTO POLUIÇÃO SONORA DIFUSA

Fábio Márcio Bisi Zorzal (1) Engenheiro Civil pela UFES (1997), Adesguiano pelo XVII CEPE - ADESG/ES (1996), Mestre em Ciências em Engenharia Ambiental pela UFES (1999). Um dos Ganhadores do Prêmio “Tião Sá” de Pesquisa Ecológica da Prefeitura Municipal de Vitória (1998). Professor no Curso de Engenharia Civil da Universidade Tuiuti do Paraná - UTP. Doutorando em Engenharia de Produção com Ênfase em Gestão Ambiental pela UFSC. Finalista do Prêmio Paraná Ambiental (2001). Anete Diesel Engenheira Química pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (1982), Engenheira de Segurança no Trabalho pela Universidade do Vale do Rio dos Sinos (1985). Professor no curso de Extensão em Segurança no Trabalho da Universidade Tuiuti do Paraná e consultora industrial. Paulo Sergio de Bortoli Engenheiro Mecânico pela UFES (1996). Mestrando em Tecnologia pelo Centro Federal de Educação Tecnológica do Paraná (CEFET/PR). Professor no curso de Engenharia Mecânica da Universidade Tuiuti do Paraná. Luiz Cláudio Pereira Aluno de graduação em Engenharia Civil na Universidade Tuiuti do Paraná.

Endereço(1): Rua Monsenhor Ivo Zanlorenzi, 1668/603 - Mossunguê - Curitiba - PR - CEP: 80210-000 - Brasil - Tel: +55 (41) 9985-7050 - Fax: +55 (41) 285-4989 - e-mail: [email protected]

RESUMO O presente trabalho traduz a sensibilidade do emprego de uma metodologia que mostra, bairro a bairro da Cidade de Curitiba, a exposição ao ruído difuso gerado pelo tráfego de veículos em seus corredores de transporte, proveniente de toda e qualquer dinâmica que gere ruído no contexto da cidade. Depois de 1992, esse é um dos mais importantes trabalhos que retratam o nível de exposição desse parâmetro de qualidade de vida, e o primeiro que mostra geograficamente os níveis em classes de exposição, especialmente no centro da cidade e nos bairros do entorno.

A medição foi realizada três vezes em um único dia em cada ponto predeterminado por outro trabalho realizado em 1992, sendo os horários monitorados como função do horário de rush, dado pela saída e chegada das pessoas de suas casas, bem como, após as vinte e duas horas, horário em que se determina o silêncio pela lei vigente. Esse trabalho teve o apoio e a participação direta de grandes empresas (Tecpar, Volvo, Chrysler e Ourofino), além da UTP e CEFET/PR sendo uma das primeiras realizações nessa escala multiparticipativa, para as quais são deixados todos os agradecimentos.

O fechamento dos dados se fez num sistema de informações geográficas capaz de possibilitar a devida análise dos resultados evidenciando o centro como sendo uma zona crítica já nas primeiras horas do dia, excedendo a legislação ambiental municipal em alguns decibéis. Por essa razão, torna-se conveniente um amplo trabalho de educação ambiental de forma a estimular a redução dos níveis encontrados para essa poluição, que é a principal recomendação desse trabalho. PALAVRAS-CHAVE: Ruído Urbano, Mapeamento de Ruído, Poluição Sonora, Qualidade Ambiental, Monitoramento de ruído. INTRODUÇÃO Duas são as preocupações geradas pelo intenso tráfego nas regiões urbanas. O primeiro é a descarga de poluentes na atmosfera sob a forma de monóxido de carbono (CO), dióxido de carbono(CO2), material particulado (MP) e outros subprodutos da descarga automobilística no trânsito. O segundo é o ruído urbano que está estritamente ligado aos movimentos intenso de massas, ao congestionamento, acidentes e seus entraves, notadamente maiores nos horários de pico de trânsitos dos automóveis; é o famoso horário de rush.

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Essa segunda situação, em especial, gera enorme desconforto aos habitantes, motivo pelo qual passou a ser de interesse de investigação em uma das Capitais ecológicas brasileiras. Sabe-se que a última medição de ruído na cidade foi realizada em 19921, tornando esse trabalho relevante, no mínimo, por trazer valores mais recentes desse parâmetro, inserindo pontos onde antes não se tinha essa preocupação. Ainda que se utilizem as mesmas condições de levantamento desses novos dados, o formato que ora se apresenta é propositalmente colocado em um sistema de informação geo-referenciado que pode ser entregue ao município em formato compatível com seu banco de dados. Como seu cadastro urbano se encontra em constante atualização, esse pode ser mais um condicionante que pode refletir a interação com os temas ambientais, sociais, econômicos e outros. Isso coincide com a recente proposta estadual de elaboração de sua agenda 21, que invoca melhoria contínua de sua qualidade de vida sob a forma do desenvolvimento sustentado. Assim, o objetivo geral deste trabalho é o de validar um modelo que identifica a qualidade sonora em diferentes pontos da Cidade de Curitiba. Em foco, os objetivos específicos são apresentar uma seqüência de dados que retratem o nível de ruído em cada bairro da cidade, em períodos diurnos e noturnos em uma amostragem de um único dia em três medições; apontar e comparar com os valores máximos permitidos pela Resolução CONAMA. Finalmente, identificar os bairros centrais onde são flagrantes os intensos níveis de ruído enquanto poluição sonora difusa2. BREVE REVISÃO DA LITERATURA O conceito de ruído pode ser traduzido como sendo o conjunto de sons que produzem no homem um efeito desagradável em razão de sua moléstia evidente, de seu cansaço, de sua perturbação, e em alguns casos de sua dor produzida3. Ou ainda, todo som inoportuno. Sua consideração para o direito ambiental nasce com uma simples perturbação que se transforma na contaminação acústica. São cada vez mais típicos de centros conurbados, afetando a qualidade de vida e a saúde dos que os habitam. É tido como um fenômeno espontâneo que se vincula ao horário e à atividade que o produz. Não possui características residuais para o meio ambiente, nem por isso deixa de ter valor acumulativo para o homem e outros animais que por ele são envolvidos. Não pode ser espalhado no ambiente pelo vento, pelas correntezas de um rio ou percolação no solo, como visto noutros poluentes. O ruído requer pouca energia para sua produção, mas seu raio de ação é pequeno e localizado. A componente sonora existente no ar livre ou sem uma fonte definida é considerada ruído de fundo. A energia sonora existente em um local se mede em decibel, referindo-se ao nível de pressão sonora numa escala de magnitudes mensuráveis pelos logaritmos4. Por isso, sua quantificação é complexa, exigindo medições espaciais e temporais através de decibilímetro, ou dosímetro, equipamentos específicos para medir a intensidade do ruído e o intervalo de exposição. Esses equipamentos expressam números médios, mais freqüentes, máximos e mínimos para um determinado intervalo, que é denominado leque. Para tais números, há como se correlacionadas com outros fenômenos mensuráveis, por exemplo, o tráfego rodoviário e aeroviário. A Tabela a seguir demonstra alguns números que traduzem a magnitude do ruído.

1 BARBOSA, W. A.. Aspectos do Ruído Comunitário de Curitiba. Curitiba. Tese para professor titular do

Curso de Engenharia Mecânica da Universidade Federal do Paraná. UFPR, 1992. 2 Entende-se por poluição sonora difusa aquele que não se identifica uma única fonte causadora de poluição. 3 TEJADA, J. M. G. de. Informe Especial sobre Contaminacion Acustica en Andalucia Derivado de

Actividades Recreativas y Consumo de Bebidas en Las Vias Publicas. Sevilla, Ruido (Org), Mai/1996.

4 BIDONDO, A.. Poluição Sonora. Ingenieria de sonido, 2002.

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Quadro 1 – Ordem de grandeza de ruídos característicos na zona urbana

Pressão sonora (µPa) Nível de pressão sonora (dBA) Motor a jato a 25m de distância 100.000.000 140 Limiar da dor para os seres humanos

Show de rock 10.000.000 125 Decolagem de jato a 100m de distância Avião turbo-hélice decolando 1.000.000 100 Martelo Pneumático trabalhando

Caminhão pesado rodando 100.000 85 Tráfego urbano médio Conversação 10.000 65 Escritório

Biblioteca 1.000 40 Sala de estar Quarto de dormir 500 20 Descampado ou mata

Limiar da audição humana 20 0 A exposição demorada a espectros de ruído acima de 55dBA, valor de referência para início do estresse conforme dados da Organização Mundial da Saúde, ou ainda maiores, ainda que em intervalos menores, pode causar no homem surdez, insônia, vaso-constrição periférica, susto, irritabilidade emocional, cefaléias, distúrbios psicológicos, diminuição da memória, ansiedade, úlcera péptica, hipertensão, aumento dos níveis de colesterol, labirintite e perturbações visuais5. De forma indireta, devido ao aumento do timbre de voz ocasionado pelo aumento do som global, surgem os problemas relacionados com a impostação da voz, rouquidão, falha de fonemas, etc. Por todos esses motivos, o ambiente urbano tornou-se a maior referência desses problemas relacionados, provocando na sociedade uma conveniente mobilização em torno da solução desse problema. A gestão do ruído deve ser realizada por alguns elementos de âmbitos distintos e igualmente importantes6. É comum (i) o controle das fontes de emissão, através da aplicação das leis sobre o tema; (ii) o planejamento urbano, que define um instrumento apropriado ao uso e ocupação do solo, de forma a direcionar a instalação de atividades potencialmente poluidoras, tais como as indústrias, aeroportos, terminais rodo-ferroviários, casas de show, etc.; (iii) a inclusão de dispositivos de combate ao ruído, incluindo o emprego de materiais nas obras civis com melhor isolamento acústico interno, e atenuador da propagação das ondas acústicas no meio exterior; (iv) e, finalmente, o uso de equipamentos de proteção individual, normalmente, associados aos postos de trabalho, ainda inapropriado ao uso corrente no seio urbano. A gestão do ruído deve ainda contemplar as especificidades de ordens legais que venham ao encontro aos interesses da sociedade, com a preferência de ser constantemente atualizada, monitorada e avaliada em suas tendências de redução e ampliação em relação à abrangência. Nesse caso, é indicada a criação de normas de controle das emissões acústicas veiculares, incluindo automóveis, caminhões, aviões, etc., de construção civil predial habitacional, aeroportuária, rodoviária. Há, também, fortes tendências de proteção da natureza (fauna e flora) como forma de atenuar os impactos sobre a população. Nesse sentido, a política deve acompanhar a tendência de fortalecimento das instituições associadas ao tema, bem como o incentivo a programas de educação ambiental. Baseado em conceitos evidenciados no encontro Rio Eco 92, estão surgindo propostas de agendas locais para melhoria da qualidade ambiental em várias partes do planeta. Em Zaragoza7, procurou-se obter um mapeamento de mais de 1500 hectares sobre a malha urbana. Detectou-se mais de 40% desse território exposto a níveis de ruído ambiental prejudicial. Ficou prevista na agenda uma periodicidade de 05 anos para um novo monitoramento. Já em Sevilha8, foram identificadas as principais fontes de ruído urbano como sendo os carros de passeio (44%), as motos (14%), veículos pesados (12%) e sirenes diversas (5%). Entre 07h e 23h, eles emanam uma 5 GUIMARÃES, J. R. P de F.. Ruído Urbano. São Paulo. Programa Empresarial Pró-sustentabilidade do

Litoral Paulista, Fev/2002. 6 COMISION NACIONAL DEL MEDIO AMBIENTE. Gestion en Politica en Control de Ruido. Santiago.

Governo del Chile, 2002. 7 SERVICIO DE MEDIO AMBIENTE. Agenda 21 Zaragoza: Hacia del Desarrollo Sostenible. Zaragoza.

Unidad de Medio Ambiente. Mar/2001. 8 FLORES, E., RODIÑO, D., GONZÁLEZ, J. M. S.. Contaminação Acústica. Huelva. Segundo de Ciencias

Ambientales, 1998.

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poluição que permeia maior parte do tempo em caráter considerado muito ruidoso (61% do tempo) ou ruidoso (26%). O tempo em que ambiente urbano é considerado pouco ruidoso (20%) ou tranqüilo (10%) expressa menos de um terço do total medido. A Tabela abaixo mostra o significado das condições determinadas em campo para valores médios do leque medido nessa cidade.

Quadro 2 – Valoração do ambiente segundo o nível de ruído

Valoração LA eq-D (dBA) LA eq-n (dBA) LDN (dBA) Muito ruidoso Leq>70 Leq>60 Leq>70 Ruidoso 65<Leq<70 55<Leq<60 65<Leq<70 Pouco ruidoso 60<Leq<65 50<Leq<55 60<Leq<65 Tranqüilo Leq<60 Leq<50 Leq<60 Em Extremadura9, na Espanha, fez-se um levantamento em um ponto de uma das ruas da cidade, constando-se que o ruído era cíclico, tanto na intensidade como na freqüência, ou seja, na periodicidade. Especialistas em tráfego10 confirmam esse fenômeno. Naquele local, pôde-se demonstrar que os ruídos máximos (70dBA) eram sempre constatados no início da manhã, com uma breve queda no período do almoço, voltando a crescer no início da tarde, onde permanecia até o início da noite. Os ruídos mínimos (50dBA) eram vistos na madrugada. Uma vez detectado o valor do tráfego e constatado o ruído dele decorrente, é possível correlacioná-los e estimá-los quanto ao crescimento espaço-temporal para demais pontos da cidade. Conforme visto, isso se deve à imutabilidade do ruído com o tráfego no tempo, uma vez que o trânsito observado e medido também não muda naquela via. O mesmo é válido para a estimativa de aumento do ruído de tráfego em aeroportos em expansão. Nos arredores do aeroporto internacional de Bogotá, implantou-se um sistema de monitoramento com três sensores de ruído que irão apontar os níveis de tráfego aéreo alimentando um banco de dados que confronta com o ruído gerado com a aeronave infratora11. Isso permite as autoridades competentes autuarem com bases precisas, além de ser uma forma de acompanhar a evolução do ruído estritamente decorrente dos aviões. MATERIAIS E MÉTODOS DA PESQUISA O presente trabalho procurou trazer um retrato da situação atual de alguns pontos centrais da capital do Estado do Paraná, contemporizando o ruído em alguns cruzamentos de suas principais avenidas, através de medições escolhidas em horários de intenso movimento e silêncio. Isso posto, procurou-se reproduzir os dados em um sistema de informação geográfico que traduz resultados observáveis no mapa da cidade. A partir de então, fez-se a tomada dos valores médios observados para representar o número final médio para o bairro como um todo. Mobilização de empresas em apoio Em apoio ao trabalho houve o interesse de mobilizar algumas das principais empresas localizadas na região metropolitana para compor um quadro de técnicos e equipamentos. O motivo que levou à mobilização está relacionado à agilidade e precisão nos dados coletados, visto que a quantidade de pontos monitorados pode ser considerada grande, além de estar espalhada por toda a mancha urbana. Além disso, deveriam ser realizadas três leituras ao longo do dia em cada um dos pontos anotados. Treinamento de pessoal Para treinamento dos participantes, foi montado um curso de extensão que envolveu alunos de graduação em engenharia com os técnicos das empresas que se ofereceram para o evento. Na oportunidade, apresentou-se a metodologia de medição e os equipamentos, incluindo seu uso. Foram montadas as equipes como função da disponibilidade dos participantes nos dias escalados para as atividades. Aproveitou-se para se fazer a

9 MORILLAS, J. M. B..El Ruido Urbano en Extremadura. Cáceres/Espanha. Departamento de Física. 2000. 10 BRUNS, R. de.. Tráfego Urbano. Curitiba. Entrevista concedida a Fábio M. B. Zorzal. Universidade Tuiuti

do Paraná. 2002. 11 DEPARTAMENTO TÉCNICO ADMINISTRATIVO DEL MEDIO AMBIENTE. Red de Ruido. Bogotá.

Governo Federal, 2002.

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calibração e aferição dos equipamentos com os técnicos das empresas através da comparação de ruído em locais de mesma intensidade. Os dosímetros (ou decibilímetros) usados para medição do ruído urbano foram o Simpson 897, o Minipa MSL1351C12 e o Rion NCR-SIV 04. Medição de campo A metodologia baseia-se em adentrar os setenta e cinco bairros de cidade de Curitiba, em passeios regulares no tempo e no espaço, medindo o ruído de fundo em pelo menos três pontos por bairros nas ruas de maior circulação seguidas das ruas de menor circulação. Os valores devem representar o máximo e o mínimo valor encontrado, bem como o valor mais freqüente (moda), em cada uma das duas passagens diurnas (manhã e tarde), assim como na passagem do horário noturno, que deve ser feita após as vinte e duas horas.

Bairro 32

Bairro 34

Bairro 33

Vias de circulação

Nível baixo de ruído /// Nível elevado de ruído

Figura 1 – Modelo de verificação dos níveis de ruídos em cada bairro

O intervalo de medição não deve ser inferior a dois minutos em cada ponto. Para o universo de dados descrito deverão ser realizadas três medições independentes por cada bairro, em pelo menos três pontos distintos, totalizando 675 medições. A região central da cidade foi escolhida como o piloto desse trabalho, e os resultados que serão apresentados se referem a esse local, sendo considerada a amostragem inicial realizada no primeiro semestre de 2001. Depois dela, dever-se-á realizar nova amostragem nos mesmos pontos, e noutros em que haja uma demanda específica por um acompanhamento da poluição sonora difusa da cidade, registrada em um sistema de informação geográfica adequando-os à confecção da “Carta de Ruído da Cidade de Curitiba” (enquanto poluição sonora difusa). O levantamento dos dados deverá apontar as ruas de maior nível de ruído, a região de maior ruído, nesse caso, determinou-se o bairro como seguimento para indicar a gestão13, conforme mostra a Figura 1. Podem ainda,

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12 Esse equipamento será usado para coletar dados de novos pontos ainda não obtidos para esse trabalho. Tal trabalho compreende a extensão para o entorno da região central da cidade já em outra atividade de campo que será realizada em seqüência.

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ser analisados segundo padrões estabelecidos pela Resolução CONAMA, a qual se aporta à ABNT, através da norma NBR 10152, no que se refere ao levantamento da qualidade ambiental sonora de um determinado ambiente urbano. Legislação Federal

• Resolução no. 01 do CONAMA, de 8 de março de 1990: estabelece padrões, critérios e diretrizes a serem obedecidos pela emissão de ruídos, no interesse da saúde e do sossego público.

• Resolução no. 02 do CONAMA, de 8 de março de 1990: institui, em caráter nacional, o Programa Nacional de Educação e Controle da Poluição Sonora - “Silêncio”.

RESULTADOS E SUAS DISCUSSÕES Com o levantamento de campo concluído, normalmente obtido nos cruzamentos das principais vias, pode-se transcrever os dados em um sistema de informação geográfico (SIG), que normalmente é capaz de representar, em mapas, a situação global encontrada como se fosse uma fotografia espacial daquele período em que o ruído foi observado. O cenário visual provido pelo SIG mostra, de maneira clara, os locais em que deve haver intervenção para mudança de comportamento em relação à variável avaliada. Todo esse trabalho pode ser dividido em três instantes. O primeiro, que se refere ao cadastramento dos pontos em que foram obtidas as medições sobre a base digital da Cidade de Curitiba14, com uso de um software DAC (Desenho Assistido por Computador)15. O raio de ação definido para cada ruído medido é de 50m, valor que reflete aproximadamente a metade do comprimento de uma quadra16. Isso é equivalente a uma distância aproximada de meia quadra, ou quarteirão médio, distância em que se tem expectativa de pouca perda dos valores para esse raio de influência. Com ele, determina-se um círculo com uma área de abrangência a partir da qual se observa a mesma intensidade de ruído. Num segundo momento, com as fichas de campo preenchidas pelo monitoramento, são cadastradas em planilha eletrônica convencional17. Cada linha cadastrada na planilha deve se aportar a um nível (layer) de informação igualmente cadastrado no arquivo onde foi desenhado o local de observação daquele ponto. O terceiro momento é definido pelo SIG18, que importa ambas as informações dos dois primeiros softwares representando os valores encontrados em cores distintas de maneira a melhor prover o real significado do monitoramento. A dispersão dos pontos representados sobre a malha urbana é denominada “Carta de poluição sonora da Cidade de Curitiba, enquanto poluição sonora difusa”19, conforme mostra a Figura 2. Com isso,

13 Esses dados podem ser observados pelas lideranças de bairro normalmente inscritas em associações, igrejas, sindicatos e outras instituições de forma que se promova um trabalho complementar que estimule a redução dos níveis de ruído nesses locais. 14 IPPUC. Base Digital da Cidade de Curitiba. Curitiba. Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de

Curitiba, 2000. 15 ACAD.EXE. [CD-ROM]. Versão 2000. Autodesk for Windows application file. [SI] : Autodesk

Corporation, c 2000. Equipamento mínimo: PC Pentium III ou mais avançado com 132 Mb ou mais de memória RAM.

16 Entre duas transversais subseqüentes de uma mesma via, observa-se que o ruído de uma via é forte o suficiente para sobrepor o ruído da outra via, tendo pouca influência na interferência de uma sobre a outra. 17 EXCEL.EXE. [CD-ROM]. Versão 2000. Microsoft for Windows application file. [SI] : Microoft

Corporation, c 2000. Equipamento mínimo: PC Pentium III ou mais avançado com 132 Mb ou mais de memória RAM.

18 ARCVIEW [CD-ROM]. Versão 3.1. Neuron Data for Windows application file. [SI] : Environmental System Research Institute Inc., c 1998. Equipamento mínimo: PC Pentium III ou mais avançado com 132 Mb ou mais de memória RAM

19 De forma semelhante, poder-se-ia também compor a carta de poluição sonora da Cidade de Curitiba, enquanto poluição sonora concentrada. Essa carta deveria informar todas as investigações realizadas pela prefeitura da cidade de Curitiba através dos agentes da fiscalização da Secretaria Municipal de Meio Ambiente. Para cada ponto visitado, o valor correspondente medido. O número de leituras em cada bairro

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realizou-se uma investigação a respeito da média dos pontos em cada bairro da região de estudo, referindo-se aos valores máximos, mínimos e mais freqüentes. Na seqüência, foi composta uma classificação que permite o enquadramento dos pontos conforme a legislação vigente.

Figura 2 – Ruído Mínimo encontrado no período da manhã (entre 8:00 e 11:00)

Essa figura aponta os valores mínimos observados no período da manhã da primeira amostragem realizada. Os pontos mais claros representam a ausência de medição, os pontos em vermelho representam o ruído dentro de uma faixa limiar à legislação, devendo ser considerada como crítica em relação ao ruído observado, classificada como abaixo de sessenta e dois decibéis (faixa A), limite bem próximo dos padrões tolerados para essa zona da cidade, que é de 60dBA, conforme mostra o Quadro 1. Nota-se que a quantidade de pontos observados nesse limite também é pequena quando comparada com os vários pontos na cor vinho, que representa a grande maioria dos pontos na região central da cidade, onde se encontra o excesso aos limites tolerados. Nesses locais, há que se demonstrar que grande parcela dos altos níveis de ruído se devem à estrutura urbana central, normalmente formando corredores de propagação das ondas20. A incapacidade de absorver tais intensidades produzidas no cotidiano da cidade leva o homem a pensar soluções que minimizem os impactos do ruído em termos de conforto ambiental, de maneira que se possa desviar do estresse cada vez maior nessas áreas.

poderia também indicar a susceptibilidade do bairro em relação ao potencial de exposição de ruído. Mas isso é outro trabalho! 20 SCHMID, A. L., PEREIRA, G.. Influência das Decisões Urbanísticas sobre a Qualidade de Vida na

Escala Arquitetônica: Estudo de Caso de Conforto nos Setores Estruturais da Cidade de Curitiba. Curitiba. Departamento de Arquitetura da Universidade Federal do Paraná. UFPR, 2001.

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Figura 3 – Carta de Poluição Sonora Difusa da Cidade de Curitiba por Bairros

Com esses dados, é possível estabelecer a média encontrada para os valores mínimos, máximos e mais freqüentes daquela medição urbana como outra forma de delinear a situação de cada bairro de maneira a tornar possível uma gestão sobre esse indicador de qualidade de vida, conforme a exposição da Figura 3, que é uma segunda forma de se compor a Carta de Poluição Sonora de uma cidade. Note que os valores indicam os bairros divididos em duas classes, quais sejam, abaixo e acima do valor de referência adotado como crítico, ou ainda, os que estão em conformidade com a legislação ambiental municipal ou não.

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Quadro 3 – Disposição Generalista sobre os Padrões de Exposição de Ruído por Zonas da Cidade

Período ZUR ZURS ZUI Adotado 07:00 às 20:00 55dB(A) 60dB(A) 65dB(A) 60dB(A) 20:00 às 22:00 50dB(A) 55dB(A) 60dB(A) 60dB(A) 22:00 às 07:00 45dB(A) 50dB(A) 55dB(A) 60dB(A) ZUR - Zona Urbana Residencial ZURS - Zona Urbana Residencial e de Serviços ZUI - Zona Urbana Industrial Deve-se ainda observar que para o corrente trabalho não se verificaram os pontos medidos conforme os níveis tolerados nas zonas urbanas, mas sim em um nível considerado crítico pela maioria dos especialistas como sendo sessenta decibéis. Sabe-se que cinqüenta e cinco decibéis já levam o homem a uma condição de estresse e acima de sessenta e cinco a níveis danosos e irreversíveis. Da Figura 3, é possível conhecer todos os bairros centrais como sendo críticos sob a ótica da exposição ao ruído a partir das médias encontradas para os valores mais freqüentes do período diurno. Dos doze bairros totalizados, apenas um não se encontra dentro dos valores tolerados, ressalvando que nesse bairro não foram observados alguns dados devido à confiabilidade do mesmo, o que ocasionou baixa área de cobertura21. Esse resultado corrobora a afirmação de que o ruído é uma das reclamações mais constantes junto aos órgãos públicos22. Observe, ainda, que o valor mais freqüente máximo registrado no período foi de 86dB(A), visto na escala gráfica, valor considerado pequeno quando comparado com outras capitais brasileiras, normalmente, 10dB(A) de nível de ruído acima dos valores encontrados para Curitiba.23 CONCLUSÕES Todos os bairros centrais da Cidade de Curitiba apontam para níveis de ruído além do tolerado pela saúde humana, impondo indícios de aumento do estresse urbano. Portanto, os resultados deste trabalho podem e devem servir como instrumento de educação de trânsito que poderá ser implementada pela prefeitura através de programas específicos e pontuais de controle da poluição sonora, seja através de placas, cartazes e uso da imprensa falada e escrita. Ele torna-se uma grande ferramenta de gestão ambiental urbana, especialmente quando se alia à construção de uma Agenda 21 Local. Muito embora se tenha estabelecido regras para a boa convivência no meio ambiente urbano no parâmetro ruído, não se tem como evitar que o ruído causado pela dinâmica da cidade através do fluxo de veículos e pessoas não atinja os patamares que afetam a saúde humana. Por outro lado, essa mesma legislação pode efetivamente impedir o abuso do barulho um pontos localizados da cidade, identificados como poluição sonora concentrada, que não é foco nesse trabalho. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 1. ACAD.EXE. [CD-ROM]. Versão 2000. Autodesk for Windows application file. [SI] : Autodesk

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2. ARCVIEW [CD-ROM]. Versão 3.1. Neuron Data for Windows application file. [SI] : Environmental System Research Institute Inc., c 1998. Equipamento mínimo: PC Pentium III ou mais avançado com 132 Mb ou mais de memória RAM

3. BARBOSA, W. A.. Aspectos do Ruído Comunitário de Curitiba. Curitiba. Tese para professor titular do Curso de Engenharia Mecânica da Universidade Federal do Paraná. UFPR, 1992.

4. BIDONDO, A.. Poluição Sonora. Ingenieria de sonido, 2002.

21 Certamente a segunda fase dos trabalhos deverá contemplar novos valores em substituição aos primeiros para o correto fechamento da média naquela região.

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Page 10: VI-019 - BVSDE Desarrollo Sostenible · Quadro 1 – Ordem de grandeza de ruídos característicos na zona urbana Pressão sonora ( µ Pa) Nível de pressão sonora (dBA) Motor a

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7. DEPARTAMENTO TÉCNICO ADMINISTRATIVO DEL MEDIO AMBIENTE. Red de Ruido. Bogotá. Governo Federal, 2002.

8. EXCEL.EXE. [CD-ROM]. Versão 2000. Microsoft for Windows application file. [SI] : Microoft Corporation, c 2000. Equipamento mínimo: PC Pentium III ou mais avançado com 132 Mb ou mais de memória RAM.

9. FLORES, E., RODIÑO, D., GONZÁLEZ, J. M. S.. Contaminação Acústica. Huelva. Segundo de Ciencias Ambientales, 1998.

10. GUIMARÃES, J. R. P de F.. Ruído Urbano. São Paulo. Programa Empresarial Pró-sustentabilidade do Litoral Paulista, Fev/2002.

11. IPPUC. Base Digital da Cidade de Curitiba. Curitiba. Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de Curitiba, 2000.

12. MORILLAS, J. M. B..El Ruido Urbano en Extremadura. Cáceres/Espanha. Departamento de Física. 2000.

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Escala Arquitetônica: Estudo de Caso de Conforto nos Setores Estruturais da Cidade de Curitiba. Curitiba. Departamento de Arquitetura da Universidade Federal do Paraná. UFPR, 2001.

15. SERVICIO DE MEDIO AMBIENTE. Agenda 21 Zaragoza: Hacia del Desarrollo Sostenible. Zaragoza. Unidad de Medio Ambiente. Mar/2001.

16. TEJADA, J. M. G. de. Informe Especial sobre Contaminacion Acustica en Andalucia Derivado de Actividades Recreativas y Consumo de Bebidas en Las Vias Publicas. Sevilla, Ruido (Org), Mai/1996.

AGRADECIMENTOS

Seguem os agradecimentos a todas as empresas e instituições convidadas que aceitaram, dentre elas a Tecpar e a Volvo do Brasil, que se dispuseram ao empréstimo de equipamentos e disponibilidade de horas de atividade de seus profissionais. Da mesma forma, a Chrysler do Brasil e a Ourofino que apoiaram com materiais de uso e consumo. Aos alunos do curso de Engenharia Civil e Engenharia Mecânica da Universidade Tuiuti do Paraná, que foram a campo, durante atividade de extensão, coletar as informações ora registradas e analisadas.

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