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Blog: https://reisfriede.wordpress.com/ A CRISE NORTE-COREANA E A AMEAÇA NUCLEAR PÓS-GUERRA FRIA (IGHMB - 2018) Desembargador Federal Reis Friede Currículo Lattes: http://lattes.cnpq.br/6180019303336522 (Versão Completa)

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Page 1: (Versão Completa) A CRISE NORTE-COREANA E A AMEAÇA … · -Objetivo Principal da Guerra: Destruição Total do Exército Adversário. Guerras de 2ª Geração: Baseadas no Poder

Blog: https://reisfriede.wordpress.com/

A CRISE NORTE-COREANA E A AMEAÇA NUCLEAR PÓS-GUERRA FRIA

(IGHMB - 2018)

Desembargador Federal Reis Friede

Currículo Lattes: http://lattes.cnpq.br/6180019303336522

(Versão Completa)

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1. Guerra e Conflito

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Diagrama 1: Relação Interativa entre Guerra e Conflito

CONFLITO GUERRA

HUNTINGTON (Guerra como Fenômeno Cultural) (ExterioridadeCivilizatória Negativa)KEEGAN (Guerra como Fenômeno Cultural) (Conflito como Expressão daCultura)

SUN TZU (Guerra como Fenômeno Político) (Arte)

MUSASHI (Guerra como Fenômeno Político) (Arte)

MAQUIAVEL (Guerra como Fenômeno Político)(Arte)

JOMINI (Guerra como Fenômeno Político) (Ciência)

CLAUSEWITZ (Guerra como Fenômeno Político)(Ciência; sistemas não-lineares)

Fenômeno humano amplo, de natureza múltipla, relativa à oposição de interesses, sentimentos ouideias entre seres individuais e/ou coletivos de todas as naturezas.

Fenômeno humano restrito, de natureza política, relativa à oposição deinteresses, sentimentos ou ideias entre seres coletivos estatais ou trans-estatais. A guerra é uma forma de conflito (acepção intrínseco-factual aoconflito).

Fenômeno político-instrumental de coação, que através do emprego da força (militar, econômica, política epsicossocial), objetiva encerrar (administrar) o conflito, através da imposição da vontade política (normatividadeimpositiva), estabelecendo a pax (acepção extrínseca causal-funcional ao conflito). (“A guerra é, portanto, um atode força para obrigar o nosso inimigo a fazer a nossa vontade.”: CARL CLAUSEWITZ; On War, Princeton UniversityPress, 1984, p. 75)

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GUERRA

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Diagrama 1: Relação Interativa entre Guerra e Conflito (Continuação)

Notas:

A. SAMUEL HUNTINGTON (1927-2008): Economista estadunidense muito influente nos círculos políticos e conhecido por sua análise dorelacionamento entre os militares e o poder civil. Principal obra: O Choque de Civilizações (1996)

B. JOHN KEEGAN (1934-2012): Professor e historiador britânico especialista em conflitos bélicos. Principal obra: A History of Warfare(1993)

C. SUN TZU (544-496 a.C.): General, estrategista e filósofo chinês. Principal obra: A Arte da Guerra (século V a.C.)

D. MIYAMOTO MUSASHI (1584-1645): Guerreiro e estrategista samurai. Principal obra: O Livro dos Cinco Anéis (1645)

E. NICOLAU MAQUIAVEL (1469-1527): Historiador, poeta, diplomata e músico italiano do Renascimento. Principal obra: O Príncipe (1513)

F. ANTOINE-HENRI JOMINI (1779-1869): Barão e intérprete de Napoleão Bonaparte no mundo militar. Principal obra: Precis de l’Art deGuerre (Sumário da Arte da Guerra) (1838)

G. CARL VON CLAUSEWITZ (1780-1831): Chefe do Estado-Maior do III Corpo do Exército da Prússia (1815) e Dir. da Acad. Militar (1818).Principal obra: Vom Kriege (Da Guerra) (1832)

H. Pax: era a deusa da paz em Roma, de onde surgiu a expressão Pax Romana, usada com um sentido de segurança, ordem e progressopara todos os povos dominados por Roma.

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ARTE

CIÊNCIA

CIÊNCIA SOCIAL(sistemas não-

lineares)

Subjetivismo Vinculado à Genialidade do Comandante

(Líder) Militar

SUN TZU; MUSASHI; MAQUIAVEL

Objetivismo Linear Associado à Construção de FórmulasMatemáticas Definitivas (Leis Naturais e Eternas doIluminismo)

JOMINI

Subjetivismo Valorativo Comportamental (Descritivo eAnalítico de Condutas Humanas Coletivas), de ProjeçãoCultural e de Natureza Coercitiva (Leis Sociais de Não-Linearidade)

CLAUSEWITZ

Notas:A. A Natureza Intrínseca corresponde à posição enciclopédica de um considerado fenômeno social no mundo existencial. É o simétrico

ampliado da natureza jurídica, que pode ser conceituada como a posição enciclopédica de um dado instituto no ordenamento jurídico.B. É importante assinalar que o próprio CLAUSEWITZ, por desconhecer o próprio conceito de ciência (e sua correspondente amplitude em

direção ao terreno das ciências sociais), define a natureza da guerra como um fenômeno distante tanto das artes, como das ciências: “Aguerra não pertence ao reino das artes e das ciências, antes é parte da existência social do homem.” (CARL CLAUSEWITZ; On War,Princeton Univ. Press, 1984, p.149)

C. Existem também estudiosos que tendem a associar a guerra a uma conjugação de arte e ciência, defendendo a ideia da tática como umaexteriorização da arte, ao passo que a estratégia como a verdadeira ciência nas guerras.

Diagrama 2: Natureza Intrínseca da GuerraA

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Diagrama 3: Trindade Concepcional de Clausewitz e Trilogia Estrutural do Estado

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Diagrama 4: Modalidades Básicas (Tipos) de Guerra

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Diagrama 4: Modalidades Básicas (Tipos) de Guerra (Continuação)

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2. Guerras de Quarta Geração e as

Denominadas “Novas Guerras”

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Diagrama 1: Guerras de Quarta Geração e Novas Guerras

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Diagrama 1: Guerras de Quarta Geração e Novas Guerras (Continuação)

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Diagrama 1: Guerras de Quarta Geração e Novas Guerras (Continuação)

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Diagrama 1: Guerras de Quarta Geração e Novas Guerras (Continuação)

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Diagrama 2: Gênese das Guerras de Quarta Geração

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Diagrama 3: Principais Características das Guerras de Quarta Geração

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Diagrama 4: Guerras de Quarta Geração e Revolução Militar Associada

Guerras de 4ª Geração e Revolução Militar Associada

Fundamento Básico: Redes Digitais queInterligam Seres Humanos, Armas eComputadores

Apogeu: Guerra do Afeganistão (2001-14)Guerra do Iraque (2003-11)

Pentadimensionalidade do Poder Militar:Poder Terrestre, Marítimo, Aéreo,Georbital e Cibernético (Espectro deRadiação Eletromagnética)

Presença de ElementosLimitadores do Empregodo Poder Militar

Globalização ePolarização do PoderGlobal

Emprego Combinado deElementos do PoderNacional

Emprego Amplo deMeios Não-Ortodoxos(Heterodoxia) ePresença Protagonísticade Atores Não-Estatais

Fluidez dos ConceitosTradicionais de Povo,Território e Soberania

(Ausência de LimitesTemporais e Espaciais)

Bipolaridade Confrontativa Indireta

Assimetria Reversa

Militar

Econômico

Político

Psicossocial

Concepção Não-Clauzewitziana

Ruptura (Revolucionária)do Conceito Clássico deEstado-Nação

Origem Ampla: Guerra Fria (1947-91)

Gerenciamento peloPoder Civil

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Origem Específica: Guerra da Coreia (2ªFase)

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Diagrama 5: Evolução Geracional da Guerra e Revoluções Militares (RM)

Guerras de 1ª Geração: Baseadas no Poder das Massas Humanas (origem: Antiguidade Clássica; apogeu: GuerrasNapoleônicas (1803-1815)) (Primazia da Unidimensionalidade: Poder Terrestre)

1ª Revolução Militar (Século XVII; Concepção Moderna do Estado-Nação):-Fim da Improvisação no Campo de Batalha (Na Qualidade de um dos Elementos Motivadores do Colapsodo Império Romano);-Introdução de um Determinado Grau de Ordem e de Previsibilidade da Guerra;-Organização (em Grande Escala) do Poder Militar Institucionalizado.

2ª Revolução Militar (1789 ao Início do Século XIX; Revoluções Francesa (Forças Políticas) e Industrial(Forças Materiais)):-Ausência de Rituais Cavalheirescos;-Comandantes Militares de Origem Plebeia;-Exército de Cidadãos Conscritos com Pagamento de Soldo;-Objetivo Principal da Guerra: Destruição Total do Exército Adversário.

Guerras de 2ª Geração: Baseadas no Poder de Fogo (origem: Guerra Civil Americana (1861-1865); apogeu: PrimeiraGuerra Mundial (1914-1918)) (Primazia da Bidimensionalidade: Poder Terrestre e Marítimo)

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Diagrama 5: Evolução Geracional da Guerra e Revoluções Militares (RM) (Continuação)

Notas:

A. O Estado-Nação Moderno (Estado Nacional) surge fundamentalmente com o fim do feudalismo (que se iniciou a partir dasinvasões germânicas (bárbaras) ao Império Romano do Ocidente (Europa), no Século IV, e que culminou com seu processode declínio e extinção no Século XVII). O Rei passa a ter uma especial importância no sentido de agregar um povo comtradições históricas comuns, com a mesma língua e unidos no mesmo território. O Soberano também passa a não dependermais dos serviços militares prestados por seus vassalos.

B. A 2ª Revolução Militar se caracterizou pela ocorrência de grande transformação nas organizações militares (na passagem dosSéculos XVIII e XIX), no surgimento da indústria bélica com participação direta do Estado e no surgimento do serviço militarremunerado, sendo certo que a capacidade industrial do Século XIX propiciou os meios de fazer a guerra atingir o seuabsoluto.

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Diagrama 5: Evolução Geracional da Guerra e Revoluções Militares (RM) (Continuação)

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3ª Revolução Militar (1861 ao Término da Segunda Guerra Mundial):-Combinação de Recursos do Capitalismo Industrial com Tecnologias Inovadoras;-Sinergia da Revolução Industrial (1760-1840) e a Aplicação Bélica de suas Conquistas Tecnológicas na GuerraCivil Americana ;-Combinação de Logística e Poder de Fogo (Forças Materiais advindas do Amadurecimento da RevoluçãoIndustrial) com o Poder de Mobilização Política (Forças Políticas Geradas pelas Ideologias Nacionalistas).

Guerras de 3ª Geração: Baseadas na Manobra (origem: Blitzkrieg na Segunda Guerra Mundial (1939-1945); apogeu:Primeira Guerra do Golfo (1991)) (Primazia da Tridimensionalidade: Poder Terrestre, Marítimo e Aéreo/Aeroespacial)

Guerras de 4ª Geração: Baseadas nas Redes Digitais que Interligam Seres Humanos, Armas e Computadores (origem:Guerra Fria (1947-91); apogeu: Guerras do Afeganistão (2001-2014) e do Iraque (2003-2011)) (Primazia daPentadimensionalidade: Poder Terrestre, Marítimo, Aéreo, Georbital e Cibernético (Espectro de RadiaçãoEletromagnética))

4ª Revolução Militar (Guerra da Coreia aos Dias Atuais):-Presença de Elementos Limitadores do Poder Militar: Bipolaridade Confrontativa Indireta e Assimetria Reversa;-Globalização e Polarização do Poder Global;-Emprego Combinado de Elementos do Poder Nacional (Militar, Econômico, Político e Psicossocial);-Emprego Amplo de Meios Não-Ortodoxos nos Conflitos;-Fluidez dos Conceitos Tradicionais de Povo, Território e Soberania (Ausência de Limites Temporais e Espaciais).

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Diagrama 5: Evolução Geracional da Guerra e Revoluções Militares (RM) (Continuação)

Notas:

C. O início e a duração da Revolução Industrial variam de acordo com diferentes historiadores. ERIC HOBSBAWM considera quea revolução iniciou-se na Grã-Bretanha na década de 1780 e não foi totalmente percebida até a década de 1830 ou de 1840(cf. ERIC HOBSBAWM; The Age of Revolution: Europe 1789-1848, WEIDENFELD e NICOLSON), enquanto T. S. ASHTONconsidera que ela ocorreu aproximadamente entre 1760 e 1830 (cf. JOSEPH E. INIKORI; Africans and the IndustrialRevolution in England; Cambridge University Press). Alguns historiadores do Século XX, como JOHN CLAPHAM e NICHOLASCRAFTS, têm argumentado que o processo de mudança econômica e social ocorreu de forma gradual e que o termo“revolução” é equivocado (cf. MAXINE BERG; Rehabilitating the Industrial Revolution, The Economic History Review, Vol. 45,nº 1, ps. 24-50).

D. A Guerra Civil Americana foi o primeiro conflito industrial em que armas foram produzidas em massa, com uso também detransportes modernos, como trens e navios a vapor e comunicações telegráficas. O conflito gerou vários avanços na áreamilitar. Pela primeira vez, rifles de repetição foram utilizados em escala significativa. Armas de fogo de cadência rápida,precursoras das modernas metralhadoras, foram aprimoradas. Foi também a primeira guerra onde balões foram utilizadoscom o propósito de reconhecimento aéreo. Pela primeira vez, encouraçados foram utilizados em guerra, bem comosubmarinos capazes de destruir outros navios, além de minas terrestres e aquáticas ganharem uso em quantidade semprecedentes no mundo ocidental. Além disso, as ferrovias, que já haviam sido utilizadas nas guerras Mexicano-Americana eda Crimeia, foram empregadas pela primeira vez em massa, para movimentar um grande número de soldados de uma regiãopara outra, em questão de poucos dias. A Guerra Civil Americana é considerada uma guerra revolucionária por causa dagrande (e até então inédita) massiva destruição gerada. Foi a primeira guerra total (ou absoluta) do mundo, onde todos osrecursos disponíveis foram usados por ambos os lados para os esforços de guerra. A mobilização da indústria foi umaantevisão do que viria a seguir nas guerras do Século XX.

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1) RMAs Antecipatórias da Idade Média e Início da Idade Moderna- Arco longo, estratégia ofensiva-defensiva, pólvora negra, nova arquitetura de fortalezas.

2) Revolução Militar 1: O Surgimento no Século XVII do Estado Moderno e das Modernas InstituiçõesMilitares

RMAs associadas e resultantes:- Reforma Tática holandesa, sueca e organizacional francesa; Revolução Naval; RevoluçãoFinanceira britânica;- Reformas Militares francesas (após a Guerra dos Sete Anos).

3) Revoluções Militares 2 e 3: A Revolução Francesa e a Revolução IndustrialRMAs associadas e resultantes:

- Mobilização Política e Econômica Nacional; Conduta Militar na Guerra Napoleônica (aniquilaçãocompleta das forças armadas do inimigo no campo de batalha);- Poder Econômico e Financeiro Baseado na Industrialização (Inglaterra);- Revolução Tecnológica na Guerra Terrestre e nos Meios de Transporte e Comunicação (telégrafo,ferrovia, navio a vapor, armas de fogo de tiro rápido com pólvora sem fumaça e a artilharia indireta);- Revolução de JACKIE FISHER na Guerra Naval (a esquadra de navios de guerra com canhões degrande porte (1905-1914)).

Diagrama 6: Revoluções nos Assuntos Militares (RAM) e Revoluções Militares, Segundo KNOX e MURRAYA

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4) Revolução Militar 4: A Primeira e Segunda Guerras Mundiais Combinando Irrevogavelmente as TrêsAnteriores

RMAs associadas e resultantes:- Operações e Táticas combinando as três armas (Exército, Marinha e Aeronáutica); OperaçõesBlitzkrieg; Bombardeio Estratégico; Guerra Aeronaval; Guerra Submarina; Guerra Anfíbia; radar;inteligência de sinais.

5) Revolução Militar 5: Armas Nucleares e Sistemas Estratégicos de Lançamento por Mísseis Balísticos e deCruzeiro (ICBM/SLBM/ALCM)

RMAs associadas e resultantes:- Reconhecimento e ataque de precisão; furtividade; informatização; redes computacionais decomando e controle; letalidade ampliada de munições convencionais.

Nota:A. Oportuno assinalar que alguns autores têm realizado veementes críticas à concepção de “Revolução nos Assuntos Militares”,

como SCOTTSTEPHENSON; A Revolução em Assuntos Militares: 12 Observações sobre uma Ideia Fora de Moda, Military Review, jul-ago

2010, ps. 78 a 88.

Fontes:- MACGREGOR KNOX; WILLIAMSON MURRAY. The Dinamycs of Military Revolution. Cambridge University Press, 2001.- WILLIAMSON MURRAY. May 1940: Contingency and Fragility of German RMA. Cambridge University Press, 2001.

Diagrama 6: Revoluções nos Assuntos Militares (RAM) e Revoluções Militares, Segundo KNOX e MURRAY (Continuação)

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Diagrama 7: Diferenças Fundamentais entre Revoluções Militares (RM) e Revolução nos Assuntos Militares (RAM)

Fonte: SCOTT STEPHENSON; A Revolução em Assuntos Militares: 12 Observações sobre uma Ideia Fora de Moda, Military Review, 2010 (ps. 79-80).

Revoluções Militares (RM)

1. Eventos incontroláveis, inesperados e imprevisíveis, quealteram fundamentalmente a estrutura da guerra.

2. As mudanças ocorrem tanto nas sociedades quanto nasorganizações militares dos Estados em que as revoluçõesacontecem. Um bom exemplo seria a Revolução Francesa,que transformou a França de um reino absolutista em umarepública democrática, ao mesmo tempo em quepossibilitou o surgimento das formas radicalmente novasde combate empregadas por NAPOLEÃO BONAPARTE.

3. A Primeira Guerra Mundial e o advento das Guerras de 2ªGeração, baseadas no Poder de Fogo (e não mais noPoder das Massas Humanas), é considerado, por váriosestudiosos, como o principal exemplo de Revolução Militarno século XX.

4. Rompimento da linearidade bidimensional da DoutrinaTríade de “flanquear, envolver e aniquilar” e o início doplanejamento em níveis táticos, operacionais eestratégicos; além da consolidação da importância dasforças psicológicas e morais.

Revolução nos Assuntos Militares (RAM)

1. Fenômeno menor e mais restrito que as RevoluçõesMilitares e que exige a reunião de uma combinaçãocomplexa de inovações táticas, organizacionais, doutrináriase/ou tecnológicas (Associação Sinergética de VáriasInovações Militares).

2. O surgimento do combate mecanizado, o bombardeioestratégico e o combate submarino são exemplos deRevolução nos Assuntos Militares durante o período daPrimeira Guerra Mundial, com aplicação amadurecida naSegunda Guerra Mundial.

3. A vantagem estratégica de um lado em decorrência de umaRevolução nos Assuntos Militares induz seu adversário ainovar e tentar desenvolver sua própria RAM (exemplo: avantagem inicial do Reino Unido durante a batalha naval naPrimeira Guerra Mundial, com sua esquadra de navios deguerra com canhões de grande porte, como o encouraçadoHMS DREADNOUGHT, foi neutralizada pelo uso desubmarinos pela Alemanha).

4. A Revolução nos Assuntos Militares, por fim, também podegerar uma “Contrarrevolução em Assuntos Militares”.

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Diagrama 8: Diferenças entre Revolução Militar (RM), Revolução nos Assuntos Militares (RAM), Inovação Militar (IM) e Técnica Militar (TM)

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Diagrama 9: Características Fundamentais das Guerras de Quarta Geração e Fenomenologia da Assimetria Reversa

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Diagrama 9: Características Fundamentais das Guerras de Quarta Geração e Fenomenologia da Assimetria Reversa (Continuação)

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Diagrama 10: Origem Motivacional da Guerra da Coreia (1950-53)

Ausência de Inclusão da Coreia na Zona deDefesa Prioritária dos EUA.

A Guerra da Coreia é vista como um “Desvio deAtenção” do Conflito Europeu (HARRYTRUMAN e CLEMENT ATTLEE).

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Diagrama 11: Evolução Geográfica do Conflito Coreano (1950-53) 28

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Diagrama 12: Modalidades de Guerra Clássica à Luz dos Conflitos de Quarta Geração

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Diagrama 13: Exercício Dissimétrico Hipotético dos Efeitos Reversos deAssimetria Básica nas Guerras de Quarta Geração

Guerras de

1ª/2ª/3ªGeração

Gestor Político-Militardo Atacante Assimétrico

Gestor Político-Militar do Adversário Dissimétrico

Efeito Reverso Perceptível(Mensuração Hipotética Originária e Amplificada)

Espectro de Efetividade Reversa Previsível: <1%B

Guerras de 4ª Geração

D

Assimetria Básica Espectro de Efetividade: 100%

Assimetria Básica Espectro de Efetividade: 100%

Assimetria Básica Espectro de Efetividade: 100%

A

Efeito Reverso Perceptível(Mensuração Hipotética Originária e Amplificada)

Espectro de Efetividade Reversa Previsível: 80% a 110%

Efeito Reverso Perceptível(Mensuração Hipotética Originária)

Espectro de Efetividade Reversa Previsível: 30% a 70%C

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Notas:

A. Assimetria Básica (Convencional) com espectro de efetividade referencial de 100%, ou seja, poder militar atacante com graumáximo de dissimetria em relação ao oponente.

B. Efeito Reverso Perceptível inferior a 1%, em face das próprias características das guerras de 1ª, 2ª e 3ª gerações em quepraticamente inexistiam efeitos reversos derivados do emprego massivo do poder militar contra adversários dotados decapacidade (plena ou pontual) inequivocamente inferior. O espectro de efetividade reversa, diferente de zero, refere-se àseventuais ponderações, de nítido conteúdo ético e moral, sobre a utilização de determinadas armas ou estratégias (ou táticas)de emprego no campo de batalha, como ocorreu no período inicial dos bombardeios americanos na Europa em 1943, em queos comandantes da 8ª Força Aérea recusavam-se a realizar os chamados bombardeios “por área” noturnos (defendidos eefetivados pelos ingleses), insistindo nos menos efetivos bombardeios “de precisão” diurnos.

C. Efeito Reverso Perceptível de 30% a 70% em decorrência da autolimitação do emprego massivo do poder militar de formaoriginária, ou seja, por exclusiva decisão, - de conteúdo também ético e moral, mas notadamente político e jurídico (restriçõesnormativas de engajamento) -, por parte do atacante, que, em última análise, reduz a efetividade da dissimetria originalmensurada em 100%, como ocorreu, dentre outros, no contexto episódico da Operação Linebacker II (18 a 30 de Dezembrode 1972) em que o uso de 120 bombardeiros B-52, despejando 15.237 toneladas de bombas (o maior bombardeio norte-americano desde a Segunda Guerra Mundial) teve de ser interrompida com o fim do recesso do Congresso Nacional Norte-Americano.

D. Efeito Reverso Perceptível de 80% a 110% (ou seja, eventualmente maior que a própria dissimetria original) em face da somada autolimitação originária com a amplificada pelo adversário através da exploração, dentre outros, dos meios de comunicaçãoe/ou da manipulação dos organismos internacionais, como ocorreu na decisão do presidente GEORGE BUSH de paralisar aofensiva terrestre norte-americana na Guerra do Golfo, em 1991, quando as TVs do mundo inteiro começaram a exibirimagens de soldados americanos atirando contra soldados iraquianos (praticamente desarmados) que fugiamdesordenadamente em direção às áreas não ocupadas pelas forças da Coalizão, o que se convencionou chamar de “efeitoCNN”.

Diagrama 13: Exercício Dissimétrico Hipotético dos Efeitos Reversos deAssimetria Básica nas Guerras de Quarta Geração (Continuação)

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3. Os Números da Guerra da Coreia

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Diagrama 1: Efetivos, Baixas e Custos Econômicos dos Conflitos Armados (EUA)

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Diagrama 2: Superioridade Aérea em Conflitos Selecionados

10.0

1.02.1

1.0

50.0

1.0

100.0

1.0

Superioridade Aérea Plena ou

Supremacia Aérea

(1950-53) (1964-75) (1982) (1991) (2003-11)

(F-1

5/16

X M

ig-2

1/23

)

(F-4

X M

ig-1

7/19

/21)

(F-8

6 X

Mig

-15)

(F-1

4/15

/16,

FA

-18C

, F-1

17 X

Mig

-29/

21)

(F-1

5/16

, FA

-18E

, F-1

17, B

2 X

Sem

Opo

siçã

o)

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Diagrama 3: Custo dos Principais Conflitos Norte-Americanos

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Diagrama 3: Custo dos Principais Conflitos Norte-Americanos (Continuação)Notas:A. Os valores percentuais referem-se ao PIB do ano em que ocorreu o mais elevado dispêndio financeiro.B. Guerra de Independência: Começou com as 13 colônias se rebelando contra a exploração política e econômica da Inglaterra e acabou coma França e a Espanha ajudando os americanos a vencerem e conseguirem sua independência.C. Guerra Anglo-Americana: Durante sua expansão para o Oeste, os americanos também invadiram o Canadá. Os ingleses repeliram ainvasão de suas colônias, fizeram um bloqueio marítimo do comércio americano e dominaram a capital Washington, mas foram derrotados emNova Orleans.D. Guerra contra o México: Depois de anexar o Texas, entrar em guerra e derrotar o México, os EUA avançaram sobre a área onde hoje estãoa Califórnia e o Novo México. Terminou com um tratado de paz onde o México vendeu quase metade de seu território aos americanos.E. Guerra de Secessão: Os estados do Sul (agrícolas e escravistas) rebelaram-se contra as políticas liberais e antiescravistas da União (maisindustrializada) e se separaram, criando sua própria confederação. A consequência foi uma guerra onde morreram entre 500.000 e 750.000americanos até a vitória da União.F. Guerra Hispano-Americana: Começou em Cuba, com o afundamento de um navio americano, e se espalhou por outras colôniasespanholas no Caribe e no Pacífico. Terminou com a vitória americana, a independência de Cuba e um tratado de paz onde os espanhóisvenderam as Filipinas.G. Primeira Guerra Mundial: Os americanos só ingressaram na Guerra em 1917, depois que seus navios mercantes foram atacados pelosalemães. A partir daí, enviaram tropas, aviões, navios e submarinos que foram decisivos para a vitória dos aliados.H. Segunda Guerra Mundial: Até 1941, a ajuda americana aos aliados estava limitada ao fornecimento de armamentos e mantimentos. Sódepois do ataque japonês a Pearl Harbor foi declarada guerra ao Eixo. Sua entrada mudou o rumo da guerra, que terminou com o lançamentodas bombas atômicas em Hiroshima e Nagasaki.I. Guerra da Coreia: Divididos em Norte e Sul depois da Segunda Guerra, os coreanos entraram em guerra. O Norte, comunista, apoiado pelaChina e pela URSS. O Sul, capitalista, pelos EUA e pela ONU. Depois de três anos de batalhas e milhares de mortos, foi assinado um armistícioe criada uma zona desmilitarizada na fronteira que perdura até os dias atuais.J. Guerra do Vietnã: Bilhões de dólares e milhares de soldados americanos não conseguiram vencer os vietcongs e o ENV, que contavam comampla ajuda chinesa e soviética. A opinião pública americana e, especialmente, o Congresso Nacional, forçaram o governo a encontrar umasolução negociada e a retirar os EUA do conflito. O Norte, entretanto, não honrou os acordos de Paris de 1973 e, aproveitando-se da ausênciadas forças norte-americanas, invadiu o Vietnã do Sul em 1975, reunificando o país sob a égide de uma ditadura comunista.K. Guerra do Golfo: A causa foi a invasão do Kuwait pelo Iraque e a recusa de Saddam Hussein de atender os pedidos de retirada da ONU.Assim, uma grande coalizão internacional, liderada pelos americanos, lançou massivos ataques que destruíram sua infraestrutura e forçaram osiraquianos a se retirarem.L. Guerra do Iraque: Ainda no clima do 11 de setembro de 2001, os EUA invadiram o Iraque alegando que o país apoiava a Al Qaeda epossuía um arsenal de armas de destruição em massa. O país foi invadido, Saddam Hussein foi executado, mas as armas nunca foramencontradas. Os americanos se retiraram oficialmente do país em 2011.M. Guerra do Afeganistão: Os EUA invadiram o Afeganistão para caçar os terroristas que cometeram os atentados de 11 de setembro de2001. Mesmo com a morte de Osama Bin Laden em 2011, os americanos ainda não derrotaram totalmente os talibãs nem se retiraram, porcompleto, do país.

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Diagrama 4: Efetivos Norte-Americanos em Anos Selecionados

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Diagrama 5: Baixas de Efetivos Norte-Americanos em Guerras Selecionadas (Média Mensal)

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4. A Dinâmica Nuclear

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Diagrama 1: Armas de Grande Poder de Destruição

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Diagrama 2: Evolução do Arsenal Nuclear Mundial desde 1945

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Diagrama 3: Número de Ogivas Nucleares no Mundo (2018)

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Diagrama 3: Número de Ogivas Nucleares no Mundo (2018) (Continuação)Notas:

A. Ogivas com potencial de uso em veículos militares de lançamento; inclui ogivas ativas e inativas.

B. Ogivas estocadas (inativas e que já não contam como estoque potencial), mas que permanecem intactas (com potencial de reativação) aguardando seu eventual desmantelamento.

C. Ogivas em mísseis balísticos e contabilizadas em bombardeiros estratégicos (números baseados na regra de contagem da “New START”, que considera ogivas operacionais empregadas em mísseis balísticos e bombardeiros pesados).

D. De acordo com os dados do relatório da “New START” de março de 2015, a Rússia possuía 1.648 ogivas ativas em prontidão operacional empregadas em 515 mísseis ICBM, SLBM e em bombardeiros estratégicos. A Federação de Cientistas Americanos estima que a Rússia tem milhares de ogivas estratégicas não empregadas e aproximadamente 2.000 ogivas nucleares táticas. Um adicional de 3.200 ogivas estão no aguardo de seu desmantelamento.

E. De acordo com os dados do relatório da “New START” de março de 2015, os EUA contabilizavam 1.538 ogivas ativas em prontidão operacional empregadas em 785 mísseis ICBM, SLBM e em bombardeiros estratégicos. A Federação de Cientistas Americanos estima que os EUA tem ao redor de 2.800 ogivas estratégicas não empregadas e que seu arsenal nuclear tático possui500 ogivas. Conforme o Departamento de Estado Norte-Americano, os EUA possuíam 4.717 ogivas nucleares ativas em 30/09/2014, incluindo armas táticas, estratégicas e não empregadas. O restante das ogivas permanece estocado aguardando seu eventual desmantelamento.

F. Aproximadamente 120 ogivas estratégicas, das quais não mais que 40 podem ser empregadas no mar a qualquer tempo. O número total de ogivas chega a 215, muito embora o país possua 64 SLBM’s Trident II D-5 com capacidade potencial de 8 ogivas MARV’s cada (total de 512 ogivas).

G. Estima-se que existiam de 6 a 8 ogivas de plutônio em 2015. Em agosto de 2013, a Coreia do Norte religou seu reator de grafite de 5 megawatt, utilizado para extrair plutônio para suas ogivas nucleares no passado, apesar de não operar regularmente. O país inaugurou uma instalação de centrífugas em 2010, mas não está claro se Pyongyang está usando a instalação para produzir urânio enriquecido para fins bélicos. Analistas estimam que o país pode assim conseguir o material necessário para um número adicional de 4 a 8 ogivas.

Fonte: Hans M. Kristensen and Robert S. Norris; U.S. Department of State; Arms Control Association.

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Diagrama 4: Evolução do Número de Ogivas Nucleares no Mundo (EUA e Rússia)

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1. Alemanha:- Estratégia: OTAN (Efetivo: 156.000 (1980)/43.000 (2014)/IRBMs + caças dotados de ogivas táticas)- Ponto de inflexão: (↑) Introdução dos Mísseis Cruise (LGCM) + IRBMs Pershing II como resposta aos SS-20

soviéticos (1982 – Reagan)

2. Líbia:- Estratégia: Diplomacia, Ameaça Militar (Exemplo do Iraque) e Sanções Econômicas- Ponto de inflexão: (↑) Acordo Diplomático (2003 – Bush)

3. Iraque:- Estratégia: Invasão Militar- Ponto de inflexão: (↑) Destruição da Infraestrutura Militar Iraquiana (2003 – Bush)

4. Coreia do Sul:- Estratégia: Guerra da Coreia (1950-53) (Efetivo: 36.000 (1980)/28.500 (2014)/caças dotados de ogivas táticas)- Ponto de inflexão: (↓) Nuclearização (parcial) da Coreia do Norte e Desdobramento de Mísseis Balísticos (2002 –

Bush)

5. Arábia Saudita:- Estratégia: Estabelecimento da Sede da 5ª Esquadra no Bahrein (Golfo Pérsico)- Ponto de inflexão: (↓) Busca de Tecnologia Nuclear pelo Irã (2008 – Obama)

(↓) Pretensão de Obtenção de Armas Nucleares Paquistanesas (Sunitas)

6. Irã:- Estratégia: Diplomacia, Pressões Militares e Sanções Econômicas- Ponto de inflexão: (↓) Desastre Militar no Iraque (2006)

(↓) Destituição de Kadafi na Líbia (2011)

Diagrama 5: A Efetividade do Guarda-Chuva Nuclear dos Estados Unidos

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5. As Diferentes Visões Estratégicas da Crise

Norte-Coreana

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Diagrama 1: As Diferentes Visões Estratégicas na Ásia (EUA – China – Coreia do Norte)

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Diagrama 2: As Diferentes Abordagens Estadunidenses para a Solução da Crise Norte-Coreana

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6. A Crise Norte-Coreana

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Diagrama 1: As Diferentes Visões sobre a Nuclearização Bélica Norte-Coreana

50

Visão Norte-Coreana: Instrumento deManutenção do Status Quo (Perpetuação doRegime Dinástico de KIM JONG-UN) eMecanismo de Dissuasão em Relação aos EUApara uma Futura Unificação Coreana sob aÉgide do Norte.

Visão Norte-Americana: Rompimento do Status

Quo (Ameaça à Segurança Internacional e aoEquilíbrio Geopolítico Regional).

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Diagrama 2: Tentativas de Unificação Forçada sob a Égide do Norte

1948 1994 2011 20181953 19751968

Guerra da Coreia

(1950/53)

Incidente com o Navio Norte-Americano

"Pueblo" + Início da Ofensiva do Tet na Guerra do Vietnã (janeiro de 1968)

Derrota Norte-Americana no Vietnã (abril de 1975): ocupação de Saigon e

retirada forçada dos últimos norte-americanos e sul-

vietnamitas

KimIl-sung

(PATRIARCA)

KimJong-il(FILHO)

KimJong-un(NETO)

51

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Diagrama 2: Tentativas de Unificação Forçada sob a Égide do Norte (Continuação)

Em 1994, KIM IL-SUNG (o avô) se comprometeu a congelar

todo o programa nuclear e a renunciar a qualquer ambição de

desenvolver armas atômicas, além de abrir o país para inspeções da

Agência Internacional de Energia Atômica. KIM JONG-IL (o pai) se

comprometeu a abandonar o desenvolvimento de armas atômicas e

também aceitou inspetores internacionais. Ambos, obviamente,

sabotaram os acordos com os quais se comprometeram. KIM JONG-

UN talvez nem precise. O atual ditador apenas se comprometeu em

levar adiante a ‘desnuclearização’ da Península Coreana, sem

especificar exatamente o que isto inclui. Em troca, conseguiu que os

EUA suspendessem exercícios militares com a Coreia do Sul, além de

uma possível retirada das tropas americanas no futuro.

52

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Diagrama 2: Tentativas de Unificação Forçada sob a Égide do Norte (Continuação)

53

“O atual líder norte-coreano KIM JONG-UN é muito diferente

de seu pai e avô. Além de ter estudado na Suíça e viajado pelo mundo,

JONG-UN parece ter ambição e audácia maiores que as habituais para

evitar o fim comum a outros ditadores que ficaram no caminho

americano, como MUAMMAR KADHAFI e SADDAM HUSSEIN (...)”

(HAM KIM, Especialista em Ásia da Universidade de Michigan, Revista

Época, nº 1.042, 18/06/2018, ps. 21-22)

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Diagrama 3: Uma Península de Contrastes

1.530

Fonte: The Military Balance 2018; International Institute for Strategic Studies (IISS), Routledge, Londres, p. 274 e 277.

40

PIB (Bilhões US$)

População (Milhões)

Renda per Capita (Milhares US$)

Área(Milhares de km²)

54

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Diagrama 4: Poder Militar Terrestre das Coreias

625

Notas:A. Número estimado, dos quais aproximadamente 90% são modelos T-54, T-55 e T-62 (russos) e Type-59 (chinês), todos obsoletos. Chonma-ho

e Pokpung-ho são os modelos mais modernos e não devem passar de 400 em operação. B. 1.584 modernos (1.000 K1, 484 K1A1, 100 K2); e 930 obsoletos (253 M48, 597 M48A5 e 80 T-80U).C. 10 de médio alcance (Nodong e Scud-ER e Musudan) e 30 de curto alcance (Hwasong).D. Todos de curto alcance (Hyonmu I/II e MGM-140).

Fonte: The Military Balance 2018; International Institute for Strategic Studies (IISS), Routledge, Londres, p. 275 a 279.

1.280

Efetivo Ativo (Milhares)

Tanques de Combate Médios (MBT)

Mísseis Balísticos

55

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Diagrama 5: Poder Militar Naval das Coreias

Notas:A. 1 lançador de mísseis balísticos (Sinpo); 20 de ataque (PRC Type-033/FSU Romeo); 32 de defesa costeira (Sang-O); e 20 “mini-submarinos” (Yugo

e Yeono).B. 15 de ataque (9 Chang Bogo e 6 Son Won-il); e 9 de defesa costeira (Cosmos).

Fonte: The Military Balance 2018; International Institute for Strategic Studies (IISS), Routledge, Londres, p. 276 e 279.

Principais Navios de Superfície (Cruzadores, Destróieres e

Fragatas)

Navios e Lanchas Anfíbios

(Desembarque)Submarinos

73A

24B

56

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Diagrama 6: Poder Militar Aeroespacial das Coreias

Fonte: The Military Balance 2018; International Institute for Strategic Studies (IISS), Routledge, Londres, p. 277 e 280.

Aviões de Combate

Coreia do NorteModernos (52)- 18 MiG-29A/S/UB Fulcrum- 34 Su-25 FrogfootObsoletos (511)- 80 II-28 Beagle (H-5t)-107 MiG-17 Fresco (J-5)-100 MiG-19 Farmer (J-6)-150 MiG-21F/BIS Fishbed (J-7)- 56 MiG-23ML/P Flogger-18 Su-7 Fitter

Coreia do SulModernos (273)- 60 F-15K Eagle- 163 F-16C/D Fighting Falcon- 50 FA-50 Fighting EagleObsoletos (244)- 174 F-5E/F Tiger II- 60 F-4E Phantom II

57

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Diagrama 7: Comparação entre Elementos Limitadores do Emprego da Força Militar nas Guerras da Coreia e Vietnã

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Diagrama 7: Comparação entre Elementos Limitadores do Emprego da Força Militar nas Guerras da Coreia e Vietnã (Continuação)

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Diagrama 8: Programa Nuclear Norte-Coreano

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Diagrama 9: Principais Lançamentos de Mísseis Norte-Coreanos em 2017

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Diagrama 10: Potência dos Principais Testes Nucleares Norte-Coreanos

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Diagrama 11: Principais Mísseis Balísticos Norte-Coreanos

63

22,5METROS

IRBM ICBM

1 2 3 4 5

Hwasong Nodong Musudan Hwasong-14 Hwasong-15

ALCANCE 1.000km 1.300km 3.500km 6.700km 13.000km

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Diagrama 12: Mísseis Balísticos Norte-Coreanos

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Diagrama 13: Estimativa de Alcance dos Mísseis Norte-Coreanos

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Fonte: O Globo.

5 Hwasong-15(Alcance de 13.000km)

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Diagrama 14: Míssil Balístico Intercontinental (ICBM) Norte-Coreano HWASONG-14

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Diagrama 15: Míssil Balístico Intercontinental (ICBM) Norte-Coreano HWASONG-15(aprimoramento do míssil HWASONG-14)

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7. Perspectivas para a Solução da Crise Norte-

Coreana

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Poder Militar (dimensões terrestre, naval, aeroespacial, georbitale cibernética)

Hard Power

Poder Econômico (imposição de sanções econômicas e outrasformas de pressão econômico-financeiras)

Smart Power : Combinação inteligente e modulada de todas as expressões doPoder Nacional em consonância com a DIPLOMACIA.

Poder Político

Soft Power

Poder Psicossocial_____________________________________________________________________________________________________________________A. Expressão cunhada por JOSEPH NYE posteriormente às concepções de hard e soft powers.

B. Inclui a habilidade de atrair, cooptar e colaborar com parceiros e aliados.

69

Diagrama 1: Expressões do Poder Nacional

B

A

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I. Exemplos Positivos (Vitórias Diplomáticas):1. África do Sul (obtenção da Bomba-A israelense) (Johannes de Klerk/Yitzhak Rabin –

1975)B

2. Líbia (processo de desmantelamento dos meios de obtenção da tecnologia militar bélica)(Kadafi/Bush – 2003)

II. Exemplos Negativos (Derrotas Diplomáticas):1. Vietnã (Operação “Gancho de Pato") (Nixon / Gen. Alexander Haig – 1969)2. Irã (“Crise dos Reféns") (Carter – 1979/80)C / (processo de obtenção de armas nucleares

e mísseis balísticos) (Bush – 2002)3. Coreia do Norte (processo de obtenção de armas nucleares e mísseis balísticos) (Bush

– 2002)___________________________________________________________________________

Notas:

A. A diplomacia é muitas vezes uma necessária extensão da ameaça (direta ou indireta) do emprego do Poder Nacional (Militar / Econômico /Político / Psicossocial)B. Em 2010, reportagem do jornal britânico “The Guardian” revelou documentos que supostamente comprovam a tentativa do governoisraelense de vender, em 1975, armas nucleares à África do Sul. A matéria do jornal alega que documentos secretos tornados públicos pelogoverno sul-africano revelam que Israel ofereceu ogivas nucleares para o então regime do apartheid. De acordo com o jornal, os entãoministros da Defesa sul-africano - P.W. BOTHA - e israelense - SHIMON PERES - tiveram um encontro secreto em 1975, no qual BOTHA teriaperguntado por armas nucleares e PERES teria respondido que Israel poderia oferecê-las em três tamanhos, incluindo mísseis balísticosJericó. Segundo o Guardian, um acordo nuclear só não foi levado adiante por causa dos elevados custos e da forte pressão diplomáticaestadunidense.C. Incluindo o desastre da “Operação Tabas” (EAGLE CLAW), que mobilizou 90 membros das Forças Especiais dos EUA em 25/04/1980, coma perda de oito homens e duas aeronaves. A crise terminou com a assinatura dos “Acordos de Argel”, em 19/10/1981, um dia antes da possedo Presidente RONALD REAGAN.

Diagrama 2: A Geopolítica da Diplomacia (Negociação)A

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Diagrama 3: A Solução da Crise Norte-Coreana em Três Etapas

Primeira Etapa:

COMPELIR a CHINA a uma (necessária) COOPERAÇÃO nosentido do estabelecimento de um ISOLAMENTOCOMPLETO do regime de Pyongyang (incluindo a adoção deum EMBARGO ECONÔMICO pleno, uma vez que o tempopara a aplicação de sanções econômicas já se expirou).

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Diagrama 4: A Solução da Crise Norte-Coreana em Três Etapas

Segunda Etapa:

PARTICIPAÇÃO de um TERCEIRO PAÍS, neutro e pacifista,como o Brasil, para prover a indispensável confiabilidade,concernente à particular condição de INTERMEDIÁRIO paraa costura de um ACORDO DIPLOMÁTICO verdadeiramenteefetivo, que sinalizasse uma saída honrosa (e, ao mesmotempo, segura e provida de insuspeição) no que concerne àMANUTENÇÃO DO REGIME NORTE-COREANO.

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Diagrama 5: A Solução da Crise Norte-Coreana em Três Etapas

Terceira Etapa: Com a Coreia do Norte totalmente ISOLADA (diplomática e,

sobretudo, economicamente), os EUA sinalizariam (emconjunto com os demais países envolvidos, mas,particularmente, através da fiabilidade de um país neutro,como o Brasil) no sentido de realizar CONCESSÕES, não sóquanto à MANUTENÇÃO DO REGIME dinástico de KIMJONG-UN, mas da própria consolidação deste governo,através de um (generoso) SUPORTE ECONÔMICO.

Nota:1. A exemplo do que logrou fazer REAGAN, através dos acordos de ARGEL, queconduziram à solução da CRISE DOS REFÉNS DO IRÃ, com a liberação de US$ 8bilhões.

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8. O Papel do Brasil na Solução da Crise Norte-

Coreana

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Diagrama 1: O Papel do Brasil na Solução da Crise Norte-Coreana75

O BRASIL é um dos países mais qualificados a auxiliar oG3 (EUA, CHINA e RÚSSIA), bem como o JAPÃO e a COREIADO SUL, na RESOLUÇÃO da crise norte-coreana:

Possui grande POPULAÇÃO (quinto mais populoso), DIMENSÕESCONTINENTAIS (quinto maior do mundo), grande ECONOMIA(segunda maior entre os países emergentes), AUTOSSUFICIÊNCIAem recursos naturais, PARTICIPAÇÃO ATIVA em fórunsinternacionais importantes, como BRICS, G20 e OMC, e COESÃOINTERNA (inobstante a atual e momentânea crise políticadoméstica).

Possui excelentes RELAÇÕES DIPLOMÁTICAS com todas partesenvolvidas diretamente na crise coreana (EUA, CHINA, RÚSSIA,JAPÃO, COREIA DO SUL e COREIA DO NORTE).

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Diagrama 2: O Papel do Brasil na Solução da Crise Norte-Coreana76

BRASIL E ESTADOS UNIDOS:

Os EUA foram o primeiro país a RECONHECER a INDEPENDÊNCIA doBrasil, em 1824, e o terceiro a RECONHECER a PROCLAMAÇÃO DAREPÚBLICA, em 1890¹. Já possuíam uma REPRESENTAÇÃODIPLOMÁTICA (consulado) no Recife desde 1815 (primeira deste tipo noHemisfério Sul).

A intensidade das relações atuais entre BRASIL e EUA é demonstradapelos mais de TRINTA MECANISMOS DE DIÁLOGO, que abarcam temascomo comércio, investimentos, energia, meio ambiente, educação, ciência,tecnologia e inovação, defesa, segurança e COOPERAÇÃO TRILATERAL(em países como HAITI, EGITO, MOÇAMBIQUE e ANGOLA, contribuindopara seu desenvolvimento social e econômico).

Nota:1. O primeiro país a reconhecer nossa Proclamação da República foi o Uruguai, em 20 denovembro de 1889, seguido da Argentina, em 29 de novembro do mesmo ano. Oreconhecimento formal dos EUA veio em 29 de janeiro de 1890.

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Diagrama 3: O Papel do Brasil na Solução da Crise Norte-Coreana77

BRASIL E CHINA:

Estabelecidas em 1974, as relações diplomáticas entre BRASIL e CHINAtêm evoluído de forma intensa. Em 2012 ocorreu a elevação das relaçõesao nível de “Parceria Estratégica Global”.

O BRASIL reconhece que a REPÚBLICA POPULAR DA CHINA é o ÚNICOGoverno legal da China e apoia a política de “UMA SÓ CHINA" e osesforços pacíficos pela REUNIFICAÇÃO do território chinês, emconformidade com a resolução da ONU de 1971.

A CHINA é o principal PARCEIRO COMERCIAL do BRASIL e ambos paísestêm atuado conjuntamente em diversos mecanismos internacionais, comoBRICS, G20 e BASIC.

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Diagrama 4: O Papel do Brasil na Solução da Crise Norte-Coreana78

BRASIL E RÚSSIA:

O BRASIL foi o primeiro país da América do Sul com o qual a RÚSSIAformalizou RELAÇÕES DIPLOMÁTICAS, em 1828. Nos últimos anos, orelacionamento entre os dois países tem sido estreitado de maneirasignificativa por meio da realização de visitas de altas autoridades, dodiálogo no âmbito multilateral (ONU, G20 e BRICS), do aumento dointercâmbio comercial e dos fluxos de investimentos e do aprofundamentoda cooperação, especialmente em matéria aeroespacial e técnico-militar.Brasil e Rússia são “PARCEIROS ESTRATÉGICOS E DE ALIANÇATECNOLÓGICA”.

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Diagrama 5: O Papel do Brasil na Solução da Crise Norte-Coreana79

BRASIL E JAPÃO:

BRASIL e JAPÃO mantêm relações antigas e diversificadas: o Tratado deAmizade, Comércio e Navegação, por meio do qual foram estabelecidas asRELAÇÕES DIPLOMÁTICAS, data de 1895. A comunidadenipodescendente no Brasil, alcança cerca de 1,6 milhão, a MAIORPOPULAÇÃO DE ORIGEM NIPÔNICA FORA DO JAPÃO.

Na esfera multilateral, BRASIL e JAPÃO são parceiros em favor da reformada GOVERNANÇA GLOBAL, atuando no G4 – juntamente com Alemanha eÍndia – em defesa da reforma do Conselho de Segurança da ONU.

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Diagrama 6: O Papel do Brasil na Solução da Crise Norte-Coreana80

BRASIL E COREIA DO SUL:

O BRASIL foi o PRIMEIRO país latino-americano e o OITAVO do mundo areconhecer oficialmente a COREIA DO SUL, com quem tem relaçõesdiplomáticas desde 1959. O BRASIL é o MAIOR PARCEIRO COMERCIALda COREIA DO SUL na América Latina.

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Diagrama 7: O Papel do Brasil na Solução da Crise Norte-Coreana81

BRASIL E COREIA DO NORTE:

Após o restabelecimento das RELAÇÕES DIPLOMÁTICAS entre o BRASILe a COREIA DO NORTE, em 2001, o Brasil recebeu uma EMBAIXADANORTE-COREANA em 2005 e, em 2009, instalou a EMBAIXADABRASILEIRA EM PYONGYANG, sendo o único país latino-americano comEmbaixadas residentes nas duas Coreias. Além disto, vem prestandocooperação técnica em agricultura, especialmente no cultivo da soja,através da EMBRAPA.

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O BRASIL E A COMUNIDADE INTERNACIONAL: Quando do lançamento de foguete norte-coreano (dezembro de 2012) e da

realização de testes nucleares (fevereiro de 2013, maio de 2009 e outubrode 2006), o BRASIL manifestou-se pública e oficialmente em favor doDESARMAMENTO E DA NÃO-PROLIFERAÇÃO DE ARMAS DEDESTRUIÇÃO EM MASSA, conclamando a Coreia do Norte a cumprirplenamente todas as resoluções pertinentes do Conselho de Segurança daONU e contribuir ativamente para criar as condições necessárias àretomada das negociações voltadas a assegurar paz a e a segurança napenínsula, mas sem nunca deixar de RECONHECER A AUTORIDADELEGÍTIMA DO GOVERNO NORTE-COREANO, o que o situa como um dospouquíssimos países absolutamente NEUTROS e DESPROVIDOS DEQUALQUER INTERESSE POLÍTICO, ECONÔMICO ou MILITAR, exceto aPAZ MUNDIAL, na qualidade de NAÇÃO PACÍFICA, reconhecida àunanimidade, por todos os povos habitantes do planeta.

O BRASIL participou com extraordinário sucesso em mais de 50 operaçõesde paz e similares, tendo contribuído com mais de 33.000 militares, policiaise civis e integrando várias missões de paz da ONU.

Diagrama 8: O Papel do Brasil na Solução da Crise Norte-Coreana82

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A frágil ordem global, mais uma vez, clama por uma participação mais ativade nossa nação, pois necessita urgentemente daquilo que o GeneralCARLOS MEIRA MATTOS, comandante da Brigada Latino-Americana naintervenção da OEA na República Dominicana, chamava de históricaVOCAÇÃO PACIFISTA do povo brasileiro, amplamente reconhecida,independente de meridianos e paralelos.

Com todas essas credenciais, nem mesmo a grave crise econômica epolítica pela qual o BRASIL passa pode servir de justificativa paradeixarmos de assumir o PAPEL PROTAGONISTA que o mundo nosreservou e espera que venhamos, definitivamente, ocupar.

Dessa maneira, julgamos, em última análise, que o BRASIL tem autoridadepara se apresentar como um INTERLOCUTOR QUALIFICADO namediação de um ACORDO entre os países do G3 (EUA, CHINA e RÚSSIA),o JAPÃO, a COREIA DO SUL e a COREIA DO NORTE, com grande chancede sucesso, projetando ainda mais o nosso país nas relaçõesinternacionais.

CONCLUSÕES