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Celtic FC Estudo do Adversário

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Page 1: Celtic - Estudo do Adversário

Celtic FCEstudo do Adversário

Page 2: Celtic - Estudo do Adversário

ANÁLISE CELTIC FC (2/11)CONSIDERAÇÕES GERAIS

Considerações Gerais

* Longe da ribalta europeia desde 2008, o Celtic FC volta a poder reviver as pisadas dos «Lisbon Lions» em 2012 com o regresso à maior competição de clubes da Europa. Após quebrar um jejum de vitórias na Liga que durava há já 4 anos, Neil Lennon, que enquanto jogador viveu tempos de glória sob o comando de Martin O’Neil e Gordon Strachan, é o rosto de uma equipa bastante jovem que procura honrar as famosas camisolas às riscas verdes e brancas com uma campanha europeia digna do seu passado. Se fora de casa o Celtic deverá ter alguns problemas com a sua inexperiência, na fortaleza do Celtic Park qualquer equipa pode cair, tendo os campeões escoceses um notável registo a seu favor onde constam apenas 2 derrotas em 18 jogos.

* O annus mirabilis do Celtic foi em 1967 quando venceu todas as competições em que participou, sendo inclusivamente a primeira equipa britânica a vencer a TCE, depois de uma vitória por 2-1 frente ao Inter, em Lisboa. Sob o comando do lendário Jock Stein, o Celtic ganharia mesmo 9 campeonatos consecutivos entre 1966 e 1974, contabilizando pelo meio uma eliminatória épica com o Benfica em 1969 (decidida por moeda ao ar, pois não havia penaltis) e uma final da TCE em 1970 (perdida para o Feyenoord por 2-1) .

* Relatório baseado na análise detalhada dos jogos contra HJK Helsinki (casa e fora) e Helsingborg (fora e casa), ambos de acesso à fase de grupos da Liga dos Campeões.

Page 3: Celtic - Estudo do Adversário

Organização ofensiva

* Equipa organizada em 4x4x2. 4x1x4x1 também muito usado em situações de vantagem (quando a equipa não precisa de cumprir a lógica do jogo). Início de época com apuramento para a Champions League (grande objectivo), mas exibições inconsistentes na SPL (2 vitórias, 2 empates e 1 derrota). Equipa jovem mas de grande potencial, com destaque para os 4 golos em 8 jogos de Kris Commons.

* Apenas em um dos jogos (HJK em casa) houve alguma intenção estratégica de construir curto a partir do guarda-redes, com Mulgrew a servir de referência para o primeiro passe. Consistente em posse e uma ameaça tanto a colocar bolas entre linhas, como a atacar o espaço em iniciativas individuais. Wilson e Rogne mais práticos e menos confortáveis em posse. Podem sentir dificuldades se o adversário bloquear as acções de Charlie Mulgrew e/ou forçar as saídas pelo outro central.

* Nas outras partidas, clara intenção de minimizar o risco em construção com Forster a sair sempre longo em Samaras. Eficiente a baixar e temporizar ou a desviar para a entrada de um dos avançados (destaque também para a combinação no pontapé de saída com lançamento longo de Matthews). Perda importante para o conjunto escocês. De resto, destaque para a boa qualidade colectiva dos triângulos Izaguirre-Ledley-Samaras e Matthews-Brown-Forrest. Boas combinações, independentemente dos elementos. Boa mobilidade e dinâmica dos dois médios centrais; jogam sempre em aproximação ao portador da bola (cobertura ofensiva) e vão alternando movimentos mais verticais (Ledley ameaça em remates de fora de pé esquerdo e entradas de cabeça ao segundo poste; Brown remates de fora em segundas bolas).

* Em 3ª fase, as atenções viram-se quase todas para a imprevisibilidade de Forrest, Commons e Samaras nas alas. Samaras surpreende pela velocidade e capacidade no 1x1. Criativo e muito perigoso a finalizar (lesionado, não vai jogar)

ANÁLISE CELTIC FC (3/11)ASPECTOS OFENSIVOS

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Organização ofensiva(continuação)Forrest apresenta grande capacidade técnica e poder no 1x1. Faz lembrar Salvio pela maneira como conduz e dribla em velocidade (muita atenção). Ameaça tanto a conduzir para dentro (remates de pé esquerdo) como na direcção da linha de fundo. McCourt é alternativa (velocidade e 1x1).* Com Samaras lesionado, Kris Commons deverá ser deslocado para a esquerda onde tentará dar continuidade ao excelente início de época (jogador mais criativo e desequilibrador da equipa). Grande precisão no cruzamento e excelente capacidade de passe. Miku ou Watt devem actuar mais nas costas de Hooper.* Hooper é bastante forte fisicamente e uma ameaça na profundidade. Boa

presença dentro da área (dois golos em desvios na pequena área). Apesar de demonstrar algumas dificuldades em dar sequência à maioria das bolas que passam por si, é importante manter algum controlo nas suas acções sem deixar que os previsíveis erros técnicos (passe e recepção) levem a algum relaxamento. Perigoso a receber em aproximação no centro do terreno e a inverter o corredor (esquerda-direita, essencialmente).

ANÁLISE CELTIC FC (4/11)ASPECTOS OFENSIVOS

Transição ofensiva

* Mudança de atitude média. Quando recuperam a bola em zona recuada a retirada é predominantemente horizontal, com passes curtos e muita assertividade. Hooper dá sempre linha de passe em aproximação ao portador da bola no corredor de recuperação da posse. Em recuperações em zonas mais avançadas a saída é rápida e vertical, com Commons, Samaras, Forrest e Scott Brown muito perigosos.

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ANÁLISE CELTIC FC (5/11)SAÍDA DE BOLA

Saída de bola em organização

* Saída curta a partir do guarda-redes quase sempre com Mulgrew como referência (o central da equipa mais evoluído tecnicamente). HJK no Celtic Park foi o jogo em que a equipa trocou mais passes (quase sempre curtos) pela necessidade de ir em busca da vitória. Destaque para o triângulo Matthews-Brown-Forrest na direita que trocou 78 passes entre si.

* No segundo jogo, com vantagem de 2-1 para segurar, a equipa não assumiu riscos na saída e Forster bateu predominantemente longo para Samaras (primeira e mais eficiente opção) e Hooper (segunda opção). Destaque para a ligação Mulgrew-Izagurire na esquerda.

* Tamanho das esferas = Passes efectuados + Passes recebidos

* Grossura das setas = número de ligações entre os jogadores.

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ANÁLISE CELTIC FC (6/11)SAÍDA DE BOLA

Saída de bola em organização

* Com o golo de Commons nos primeiros instantes, o Celtic assumiu desde cedo uma postura mais defensiva na partida da primeira mão em Helsingborg. Mais uma vez, destaque para a ligação Forster-Samaras (bolas longas) e para os triângulos Izaguirre-Ledley-Samaras e Matthews-Brown-Commons à esquerda e à direita. Laterais com boa precisão nos cruzamentos.

* No Celtic Park poucos riscos na saída porque em vantagem (ligação Forster-Samaras a mais forte) e posse mais trabalhada pela linha defensiva através de passes curtos.

* Tamanho das esferas = Passes efectuados + Passes recebidos

* Grossura das setas = número de ligações entre os jogadores.

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ANÁLISE CELTIC FC (7/11)SISTEMA DE JOGO

Sistema de jogo

* 4x4x2 clássico contra o HJK e Helsingborg no Celtic Park + segunda parte na Suécia. Mudança ao intervalo devido à inconsistência de Kayal como pivot defensivo (Wanyama, expulso em Helsinki, estava castigado).

* 4x1x4x1 na Finlândia e na primeira parte em Helsingborg.

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Organização defensiva

* Equipa organizada em bloco médio. Pressing individual por sector a partir da linha 3 (meio-campo) ou linha 4 (meio do meio-campo contrário) conforme a situação. Posicionamento defensivo em 3 ou 4 linhas - 4x4x2 (duas linhas de quatro, avançados de perfil) ou 4x4x1x1 (duas linhas de quatro, avançado e avançado). Hooper coloca-se em zona e procura direccionar a bola para os corredores laterais onde a equipa acelera imediatamente para recuperar a posse. O segundo avançado preocupa-se mais com o cortar linhas de passe.

* As duas linhas de quatro procuram constantemente a recuperação da posse através de marcação individual por zona. Centrais desposicionam-se com facilidade não existindo complementaridade entre (e intra) sectores (nenhum dos médios centrais recua para equilibrar; não formam linha de cobertura atrás do central que sai à bola). Individualmente fortes nos duelos, principalmente aéreos. Laterais rápidos, mas com fragilidades a defender (principalmente a fechar mais por dentro e no jogo aéreo). Potenciar situações de explosividade e 1x1 para cima de Matthews. Mau equilíbrio da linha defensiva com a bola nos corredores laterais (espaço entre central-lateral do lado da bola e, por vezes, mau equilíbrio do lateral esquerdo quando oposto à bola). Pouca preocupação colectiva com a coordenação da linha defensiva; não tiram partido da regra do offside. Alas bastante disponíveis e agressivos defensivamente, mas com algumas distrações posicionais (Forrest e Samaras, essencialmente).

* Forster com grande presença na baliza, muito seguro e capaz de grandes intervenções (decisivo na qualificação do Celtic para a fase de grupos). Mais inconsistente a sair dos postes (principalmente) e a jogar com os pés; no entanto, boa precisão nas saídas longas.

ANÁLISE CELTIC FC (8/11)ASPECTOS DEFENSIVOS

Transição defensiva

* Mudança de atitude média/alta. O comportamento mais observado foi o de ataque à bola e de tentativa de recuperação imediata da posse; quem está mais próximo da bola acelera imediatamente sobre o seu portador com o objectivo de roubar a bola ou temporizar a jogada. Alguma desorganização pelo facto de a pressão ser predominantemente individual ou, quanto muito, grupal. (Scott Brown muito reactivo nestas situações).

* Tempo de mudança de atitude por parte de alguns jogadores relativamente alto, principalmente Forrest na direita e Samaras na esquerda. Com o adversário em organização ofensiva a recomposição da equipa é bastante eficiente.

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Bolas paradas - favor

* Livres laterais batidos por Commons (ou Matthews). Boa precisão no cruzamento. Normalmente, 4/5 jogadores atacam a bola na diagonal (Centrais + Ledley, Samaras e Hooper). Brown fica na entrada da área para a segunda bola, Forrest responsável pela segunda bola na direita e Izaguirre na esquerda. Matthews o mais recuado. Combinações possíveis (livres na meia esquerda, atenção a bola recuada para a marca de penalti onde Mulgrew aparece a finalizar).

* Cantos executados por Commons (ou Matthews). 4 jogadores atacam a bola na área (Centrais + Samaras e Ledley). Hooper na pequena área. Brown, Izaguirre e Forrest protegem os corredores numa eventual segunda bola. Matthews o mais recuado. Combinações à maneira curta possíveis através da aproximação de Forrest ou Hooper (atenção!).

* Muita qualidade nas acções. Mulgrew, Samaras (lesionado), Lustig (deve ser suplente) e Wanyama (se jogar) os mais perigosos. 9 dos 17 golos apontados esta temporada surgiram na sequência de lances de bola parada.

ANÁLISE CELTIC FC (9/11)BOLAS PARADAS

Page 10: Celtic - Estudo do Adversário

ANÁLISE CELTIC FC (10/11)BOLAS PARADAS

Bolas paradas - contra

* Nos livres laterais, colocam 1/2 jogadores na barreira (Hooper). Forrest fecha espaço na entrada da área e Commons fica na frente. Defesa zona com os restantes jogadores a formarem uma linha de 7 elementos na marca de penalti paralela à linha da pequena área.

* Nos livres frontais colocam 4/5 jogadores na barreira. Defendem com todos os jogadores nas imediações da área.

* Nos cantos, Commons e Izaguirre protegem os postes, enquanto Forrest e Hooper protegem a entrada da área e se preparam para a transição. Restantes defendem zona formando um “L” na linha da pequena área. Possibilidade de marcação individual à maior ameaça do adversário no jogo aéreo.

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Outras observações

* Neil Lennon terá algumas decisões para tomar antes do embate com o Benfica. Matthews descansou no último sábado e deverá alinhar de início (Lustig é alternativa), mas Ledley continua a recuperar da lesão que o impediu de ajudar o seu país na última semana (irá jogar?). Dúvidas também no centro da defesa (Wilson ou Rogne). O influente Samaras (cotovelo deslocado) é baixa confirmada depois de se magoar no jogo da sua selecção frente à Letónia.

* A equipa escocesa estava invicta esta época, mas foi derrotada inesperadamente no último sábado no campo do St. Johnstone. Kris Commons, jogador do ano até ao momento com 4 golos e 3 assistências em 8 jogos (participação directa em 41% dos golos da equipa), fez o único golo da equipa. Samaras também em boa forma com 2 golos e 3 assistências em 6 jogos (não vai jogar).

* No banco possuem algumas opções de qualidade com destaque para os jovens McCourt (ala esquerdo) Filipe Twardzik (médio centro) e, principalmente, Tony Watt (avançado) que aos 18 anos se mostra já como uma alternativa real para o onze após bisar na estreia frente ao Inverness. Contam ainda com a experiência de Stokes e os reforços Miku e Lassad que se estrearam na última partida.

* Dúvidas na abordagem ao jogo (4x4x2 ou 4x1x4x1). Onze esperado, em 4x4x2: Forster; Izaguirre, Matthews, Mulgrew, Wilson; Commons, Forrest, Brown, Wanyama; Hooper, Miku/Watt.

ANÁLISE CELTIC FC (11/11)OUTRAS OBSERVAÇÕES