variações de tensão de curta duração (vtcds)

32
Qualidade de Energia 1 Variações de Tensão de Curta Duração (VTCDs) Segundo o IEEE, tais fenômenos englobam tempos desde 0,5 ciclo até 1 minuto. “voltage sag”: afundamento (depressão, redução) a tensões compreendidas entre 0,1 e 0,9 pu. (redução a tensões inferiores a 0,1 pu, o fenômeno é classificado como interrupção de curta duração). “swell” elevações (saliências) de tensão de curta duração a níveis acima de 1,1 pu.

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Page 1: Variações de Tensão de Curta Duração (VTCDs)

Qualidade de Energia1

Variações de Tensão de Curta Duração (VTCDs)

� Segundo o IEEE, tais fenômenos englobam tempos desde 0,5 ciclo até 1 minuto. � “voltage sag”: afundamento (depressão, redução)

a tensões compreendidas entre 0,1 e 0,9 pu. (redução a tensões inferiores a 0,1 pu, o fenômeno é classificado como interrupção de curta duração). � “swell” elevações (saliências) de tensão de curta

duração a níveis acima de 1,1 pu.

Page 2: Variações de Tensão de Curta Duração (VTCDs)

Qualidade de Energia2

Causas Principais de VTCDs

� Ocorrência de faltas na rede elétrica(caráter aleatório)� Nos defeitos mais freqüentes (fase-terra), há o

surgimento de um transitório de curtíssima duração(alguns ciclos, no máximo), com afundamento datensão na fase defeituosa e, geralmente, elevação detensão nas fases sãs. Verifica-se este comportamentonão só no alimentador onde se dá o defeito, maspelo menos em todos aqueles alimentados pelamesma subestação supridora, perdurando até queseja acionada a proteção da rede.

Page 3: Variações de Tensão de Curta Duração (VTCDs)

Qualidade de Energia3

Fenômenos na Qualidade de EnergiaVariações de Curta Duração

Page 4: Variações de Tensão de Curta Duração (VTCDs)

Qualidade de Energia4

Fenômenos na Qualidade de EnergiaVariações de Curta Duração

Page 5: Variações de Tensão de Curta Duração (VTCDs)

Qualidade de Energia5

Causas Principais de VTCDs

� manobras de grandes cargas na rede, principalmente partida de grandes motores.� No caso da partida de

grandes motores de indução, cuja corrente associada pode atingir de 6 a 10 vezes o valor da corrente nominal, a queda de tensão também pode ser significativa

Page 6: Variações de Tensão de Curta Duração (VTCDs)

Qualidade de Energia6

Susceptibilidade dos Equipamentos

� A ocorrência de afundamento de tensão pode causar

sérios prejuízos a consumidores industriais.

� Com a utilização cada vez maior de equipamentos

eletrônicos no controle de processos, tais como PLCs

(Controladores Lógicos Programáveis) e ASDs

(Acionamentos de Velocidade Variável), que são

vulneráveis a variações de tensão, a questão do

controle e limitação das variações momentâneas de

tensão se torna fundamental na eficiência do processo

produtivo.

Page 7: Variações de Tensão de Curta Duração (VTCDs)

Qualidade de Energia7

Susceptibilidade dos Equipamentos

� Equipamentos de informática:

� norma do IEEE (Std 446 de 1987 e atualizada em 1995)

� curva da CBEMA (Computer Business Equipment

Manufacturers Association).

Page 8: Variações de Tensão de Curta Duração (VTCDs)

Qualidade de Energia8

Susceptibilidade de PLCs e ASDs

PLCsASDs

Page 9: Variações de Tensão de Curta Duração (VTCDs)

Qualidade de Energia9

Susceptibilidade de Contatores

� Atuação indevida de contatores e relés

auxiliares, devido a falha de energização das

bobinas dos primeiros;

Page 10: Variações de Tensão de Curta Duração (VTCDs)

Qualidade de Energia10

Equipamentos Eletrodomésticos

Page 11: Variações de Tensão de Curta Duração (VTCDs)

Qualidade de Energia11

Susceptibilidade dos Equipamentos

� Extinção de lâmpadas de descarga, que

necessitam de uma tensão mínima para seu

funcionamento:� As lâmpadas de mercúrio se extinguem quando a tensão cai por volta

de 80 % da tensão nominal e requerem um certo tempo para se reacenderem.

� Perda de sincronismo de máquinas síncronas.

Page 12: Variações de Tensão de Curta Duração (VTCDs)

Qualidade de Energia12

Equipamentos Mais Sensíveis

� Industriais:�- Acionamentos de velocidade variável;�- Microcomputadores;�- Controladores lógicos programáveis;�- Contatores.

�Residenciais�- Microcomputadores;�- Aparelhos de videocassete;�- Forno microondas;�- Relógios digitais.

Page 13: Variações de Tensão de Curta Duração (VTCDs)

Qualidade de Energia13

Exemplo de Monitoramento

Amplitude Duração (s)

(pu) 0.01 a

0.02

0.02 a

0.10

0.10 a

0.50

0.50 a

1.00

1.00 a

3.00

3.00 a

20.0

20.0 a

60.0

60.0 a

180.0

Total

0.10 a 0.15 151 50 20 6 4 5 0 0 236

0.15 a 0.30 38 84 50 32 3 1 0 0 208

0.30 a 0.60 6 65 132 11 2 0 0 0 216

0.60 a 0.99 0 22 71 11 5 0 0 0 109

0.99 a 1.00 0 0 0 0 10 4 1 1 16

Total 195 221 273 60 24 10 1 1 785

0.0

1 a

0.0

2

0.0

2 a

0.1

0

0.1

0 a

0.5

0

0.5

0 a

1.0

0

1.0

0 a

3.0

0

3.0

0 a

20.0

20.0

a 6

0.0

60.0

a 1

80.0

0.10 a 0.15

0.15 a 0.30

0.30 a 0.60

0.60 a 0.99

0.99 a 1.00

0

20

40

60

80

100

120

140

160

me

ro d

e d

ep

res

es

Duração da Depressão (s)

Valor da

Depressão (p.u.)

Figura 9 - Levantamento de Depressões por Ano 37 pontos

saídas de SEs 138/13.8kV

1 ano

Amantegui, J. et alli.

“Characterisation of Voltage

Dips in Electrical Networks

and their Impact on Customer

Installations”. CIGRE Task

Force 36-104.

Page 14: Variações de Tensão de Curta Duração (VTCDs)

Qualidade de Energia14

Medidas Preventivas

� Agir nas causas das mesmas;

� Atuar na sensibilidade dos equipamentos.

�CUSTO/ BENEFÍCIO

Page 15: Variações de Tensão de Curta Duração (VTCDs)

Qualidade de Energia15

Atuação nas Causas

• Alterações e reforços na rede elétrica:• Cabos multiplexados (taxa de ocorrência);• Impedâncias dos cabos (amplitude);• Rede subterrânea (taxa de ocorrência);• Maior potência de curto-circuito (amplitude e duração);• Maior número de alimentadores, com alguns dedicados a cargas mais

importantes (amplitude).

� Sistema de proteção:• Tempos de atuação e número de ciclos de abertura do religador.• Proteções digitais (duração).

� Procedimentos operacionais por parte da empresaconcessionária:

• Programa periódico de poda de árvores;• Programa de limpeza de isoladores;• Programa de manutenção preventiva;• Programa de monitoramento das conexões elétricas da rede.

Page 16: Variações de Tensão de Curta Duração (VTCDs)

Qualidade de Energia16

Atuação na Sensibilidade Dos Equipamentos

� Deve-se também contemplar a possibilidade futura de se terequipamentos menos sensíveis, através principalmente dasseguintes ações:� Especificação e fabricação de componentes com menor sensibilidade

(ação a longo prazo);� Fabricação de equipamentos que incluam fontes internas para casos de

contingências.

� Outra medida que pode ser contemplada é a Instalação derecuperadores dinâmicos de tensão (Dynamic Voltage Restore -DVR). Estes equipamentos podem ser justificáveis para cargasgrandes e muito importantes, dado seu alto custo.

Page 17: Variações de Tensão de Curta Duração (VTCDs)

Qualidade de Energia17

Magnitude de VTCDs em um consumidor industrial

0% - 10%

44%

10% - 20%

34%

20% - 30%

10%

30% - 40%

10%

> 50%

0%

40% - 50%

2%

0% - 10%

10% - 20%

20% - 30%

30% - 40%

40% - 50%

> 50%

Page 18: Variações de Tensão de Curta Duração (VTCDs)

Qualidade de Energia18

Exemplo de VTCD devido a defeito em rede de distribuição

Page 19: Variações de Tensão de Curta Duração (VTCDs)

Qualidade de Energia19

�Entre os principais fatores que influenciam os afundamentos de tensão estão: �Tipo de Falta;�Localização da Falta;�Impedância de Falta;�Conexão dos Transformadores;�Tensão Pré-falta;�Desempenho do Sistema de Proteção.

Page 20: Variações de Tensão de Curta Duração (VTCDs)

Variáveis – distribuição de probabilidades

Qualidade de Energia20

0

1

ImpDef(ohm)

Pro

babili

dade a

cum

ula

da

Impedancia de Falta

ImpDefk

Pak

0

1

ImpDef(ohm)

Pro

babili

dade a

cum

ula

da

Impedancia de Falta

ImpDefk

Pak

0

1

Pro

ba

bili

dad

e a

cum

ula

da

Tipo de Falta

CC3f CCff CCfft CCft

A

B

C

0

1

Pro

ba

bili

dad

e a

cum

ula

da

Tipo de Falta

CC3f CCff CCfft CCft

A

B

C

0

1

Comp(Km)

Pro

bab

ilid

ad

e a

cu

mu

lad

a

Comprimento

Comp3

Pa3

0

1

Comp(Km)

Pro

bab

ilid

ad

e a

cu

mu

lad

a

Comprimento

Comp3

Pa3Pa3

Pro

babili

dade a

cum

ula

da

Falhas/ano

Trecho 1 Trecho 2 Trecho 3 Trecho N…..

Pa1

Pa2

Pan

Trecho 1

NF3

NF1

NF2

NFn

Pa3

Pro

babili

dade a

cum

ula

da

Falhas/ano

Trecho 1 Trecho 2 Trecho 3 Trecho N…..

Pa1

Pa2

Pan

Trecho 1

NF3

NF1

NF2

NFn

Page 21: Variações de Tensão de Curta Duração (VTCDs)

Método de Monte Carlo

Qualidade de Energia21

� O método de Monte Carlo consiste em serem simulados diferentescenários das combinações de variáveis aleatórias. Em cada cenário,são avaliadas as grandezas de interesse, no caso VTCDs nas barrasem análise.

� Assim, um cenário é estabelecido pela geração de 4 númerosaleatórios e, conforme distribuições de probabilidades, sãodeterminados:� Trecho em defeito� Tipo de defeito� Impedância de defeito� Local do defeito

� A partir destes valores, o programa de curto circuito avalia osvalores correspondentes.

F(x)

x

Page 22: Variações de Tensão de Curta Duração (VTCDs)

Método Analítico –Enumeração de Estados

Qualidade de Energia22

� A metodologia Analítica, consiste:

� Cada faixa de cada variável possui um peso:� Peso devido ao comprimento do trecho;� Peso devido ao tipo de falta;� Peso devido á resistência de falta;� Peso total é a multiplicação destes pesos

NFaxCMP

FF FFF FT FFT

Comprimento do Trecho

Tipo Curto

Impedância de Falta Fase-Fase

Impedância de Falta Fase-Terra

NFaxImpF NFaxImpF

NFaxImpT

- - - - - - - - - - -

- - - - - - - -

- - - -

NFaxCMP

FF FFF FT FFT

Comprimento do Trecho

Tipo Curto

Impedância de Falta Fase-Fase

Impedância de Falta Fase-Terra

NFaxImpF NFaxImpF

NFaxImpT

- - - - - - - - - - -

- - - - - - - -

- - - -

Page 23: Variações de Tensão de Curta Duração (VTCDs)

Qualidade de Energia23

Exemplo de cálculo de VTCD

V =1.0 puZ1

V SagZ2

Ponto de Falta

Zf

Fonte

VsagZ Z

Z Z Z

f

f

=+

+ +

2

1 2

Page 24: Variações de Tensão de Curta Duração (VTCDs)

Qualidade de Energia24

Duração – tempos de típicos de eliminação de defeitos

Tempo de eliminação (ciclos)

Tipo de equipamento Valor

mínimo

típico

Atraso típico Religamento

s

Fusível de expulsão 0.5 0.5 - 120 Nenhum

Fusível limitador de

corrente

0.25 ou

menos

0.25 - 6 Nenhum

Religador eletrônico 3.0 1.0 - 30 0 a 4

Disjuntor a óleo 5.0 1.0 - 60 0 a 4

Disjuntor SF6 ou a vácuo 2.0 - 3.0 1.0 - 60 0 a 4

Page 25: Variações de Tensão de Curta Duração (VTCDs)

Qualidade de Energia25

Área de vulnerabilidade para uma dada carga do sistema

Page 26: Variações de Tensão de Curta Duração (VTCDs)

Qualidade de Energia26

Protocolo de medição

� Permitir, de forma fácil, a inclusão de metodologias adicionais de tratamentonumérico, de forma que o mesmo equipamento possa ser utilizado nas diferentesfases do processo de regulamentação;

� Realizar amostragem da tensão nas três fases com, no mínimo, 64 amostras porciclo.

� Caracterizar o início da ocorrência de VCD quando pelo menos uma das fasesapresentar VCD e seu término quando todas as fases não a apresentarem;

� Permitir que os valores-limite de caracterização de VCD (por exemplo entre 0.9 e 0.1pu da tensão declarada para depressão, segundo algumas normas e acima de 1.1pu da tensão declarada para saliência) sejam alterados, até mesmo durante oprocesso de medição;

� Disponibilizar duração e amplitude de cada VCD; a amplitude será o valor máximoencontrado no período observado; a duração será o intervalo compreendido entreseu início e término;

� Possibilitar uma forma de tratamento estatístico de uma bateria de variações decurta duração, de forma que se possa quantificar a taxa de ocorrência numdeterminado período (por exemplo um ano).

Page 27: Variações de Tensão de Curta Duração (VTCDs)

Qualidade de Energia27

Protocolo de medição

� Os seguintes aspectos podem ser citados como os mais relevantes nadetecção de variações de curta duração:

a) quanto à forma de cálculo do valor eficaz- taxa de amostragem mínima necessária- intervalo de integração (janela) para cálculo do valor eficaz- instante inicial do intervalo de integração (deslocamento angular)- fórmula de cálculo do valor eficaz

b) quanto às grandezas monitoradas- fase-neutro, fase-fase, ou outras- simultaneidade de medição das diferentes grandezas

Page 28: Variações de Tensão de Curta Duração (VTCDs)

Qualidade de Energia28

Cálculo do valor eficaz a partir de amostragem

N

V

V

N

1k

2k

ef

=

=

tensão

-160-150-140-130-120-110-100

-90-80-70-60-50-40-30-20-10

0102030405060708090

100110120130140150160

wt

v

Page 29: Variações de Tensão de Curta Duração (VTCDs)

Qualidade de Energia29

Tamanho da janela...Forma de onda

-1

-0,8

-0,6

-0,4

-0,2

0

0,2

0,4

0,6

0,8

1

0 1 2 3 4 5 6

Tempo (ciclos)

Te

ns

ão

(p

u)

Tensão eficaz calculada a cada amostra

0,0

0,2

0,4

0,6

0,8

1,0

1,2

0 1 2 3 4 5 6

Tempo (ciclos)

Te

ns

ão

efic

az

(p

u)

janela de 1/2 ciclo

janela de 1 ciclo

janela de 2 ciclos

Page 30: Variações de Tensão de Curta Duração (VTCDs)

Qualidade de Energia30

Tamanho da janela...

CCFF3-A2

-1,0

-0,8

-0,6

-0,4

-0,2

0,0

0,2

0,4

0,6

0,8

1,0

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12

Tempo (ciclos)

Tensão insta

nt. (

V)

CCFF3-A2

0,0

0,2

0,4

0,6

0,8

1,0

1,2

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12

Tempo (ciclos)

Tensão e

ficaz (

V)

janela de 1/2 ciclo

janela de 1 ciclo

janela de 2 ciclos

Page 31: Variações de Tensão de Curta Duração (VTCDs)

Qualidade de Energia31

Indicadores - SARFIx

� Um Indicador usado para a avaliação do desempenho doSistema é SARFIx (System Average RMS (Variation) FrequencyIndex Voltage ) definido como a relação entre Ni / NT . Para umconsumidor representa o número de VTCDs com valor além dolimiar, em um dado período.

� x: limiar da tensão eficaz da VTCD, com os possíveis valores: 140,120, 110, 90, 80, 70, 50, e 10%� Ni: número de consumidores afetados por desvios momentâneos

de tensão com magnitude maiores que X% para X > 100 ou abaixode X% para X < 100, devido a um evento medido i.� NT: número de consumidores supridos pela seção do sistema a ser

avaliado

Page 32: Variações de Tensão de Curta Duração (VTCDs)

Qualidade de Energia32

SARFIx