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156 Revista de História da Arte junto de documentação gráfica de qualidade e, sobretudo, em grande parte original, já que o autor se serve do rico acervo da Fondation Le Corbusier. O que acabamos de dizer é também verdadeiro para a utilização de outro tipo de fontes, bem como para as numerosas citações do próprio arquitecto feitas de docu- mentos menos conhecidos. O volume termina com uma conclusão em forma de balanço a que J. Sbriglio acrescenta em sub-título “La fin d’un monde”. Sem que nunca tenha deixado de aproveitar as boas ocasiões para tecer reflexões críticas, quer estéticas quer históricas, ao longo do texto, o autor faz aqui uma súmula bem conseguida, tendo em conta a crítica mais importante à obra de Le Corbusier e, especialmente, ao conceito de Unité d’habitation, mas não deixando de defender a sua opinião. Grande admirador do mestre suíço, prefere lembrar as qualidades inegáveis do arquitecto, a sua cora- gem de visionário, a sua generosidade ou a sua persistência, e resgatar da precipitação de alguma crítica uma obra fundamental para a arquitectura do século XX. A sua postura é a de um historiador, capaz de afirmar as suas preferências mas sem perder por isso a perspectiva do tempo, acei- tando a justeza da crítica, compreen- dendo as descontinuidades e chaman- do a nossa atenção para as questões que, no campo da arquitectura e do urbanismo, foram levantadas por Le Corbusier e que continuam a orientar os melhores projectos actuais. E, de facto, para melhor compreendermos essas questões, as Unités são incon- tornáveis. Maria da Graça Briz Varia

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junto de documentação gráfica dequalidade e, sobretudo, em grandeparte original, já que o autor se servedo rico acervo da Fondation LeCorbusier. O que acabamos de dizer étambém verdadeiro para a utilizaçãode outro tipo de fontes, bem comopara as numerosas citações dopróprio arquitecto feitas de docu-mentos menos conhecidos.

O volume termina com umaconclusão em forma de balanço a queJ. Sbriglio acrescenta em sub-título “Lafin d’un monde”. Sem que nuncatenha deixado de aproveitar as boasocasiões para tecer reflexões críticas,quer estéticas quer históricas, aolongo do texto, o autor faz aqui umasúmula bem conseguida, tendo emconta a crítica mais importante à obrade Le Corbusier e, especialmente, aoconceito de Unité d’habitation, masnão deixando de defender a sua

opinião. Grande admirador do mestresuíço, prefere lembrar as qualidadesinegáveis do arquitecto, a sua cora-gem de visionário, a sua generosidadeou a sua persistência, e resgatar daprecipitação de alguma crítica umaobra fundamental para a arquitecturado século XX. A sua postura é a deum historiador, capaz de afirmar assuas preferências mas sem perder porisso a perspectiva do tempo, acei-tando a justeza da crítica, compreen-dendo as descontinuidades e chaman-do a nossa atenção para as questõesque, no campo da arquitectura e dourbanismo, foram levantadas por LeCorbusier e que continuam a orientaros melhores projectos actuais. E, defacto, para melhor compreendermosessas questões, as Unités são incon-tornáveis.

Maria da Graça Briz

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De 29 de Outubro a 4 de No-vembro de 2005 terá lugar em Co-nímbriga o Xº Colóquio Internacionalda Associação Internacional para oEstudo do Mosaico Antigo (AIEMA).

Pela primeira vez reunido emPortugal, este Congresso propõe-secontinuar, agora entre nós, umareflexão aprofundada sobre o que foie o que significou a arte do mosaicoem todo o mundo romano, dandolugar a notícias, leituras e projectos deinvestigação. Nas suas nove ediçõesanteriores, o Colóquio da AIEMArevelou-se como autêntica escola deespecialistas que, nas diferentes ver-tentes de uma manifestação artísticatão representativa da cultura e civiliza-ção romanas, registaram e trabalharamdocumentalmente testemunhos datécnica e da arte do opus tessellatumem torno de toda a bacia do Medi-terrâneo. Não admira, pois, que em2005 se pretenda dar destaque aomosaico na arte ocidental do Império,designadamente na Península Ibérica.

Espera-se uma participação significativade investigadores portugueses, quetêm esta oportunidade para tambémtornarem mais conhecido internacional-mente o nosso património musivo etestemunhar que, em Portugal, tambémse estuda no âmbito da História daArte o mosaico romano, com especia-listas capazes de desenvolver significa-tivos projectos de investigação nestecampo.

Os temas a tratar neste Xº Coló-quio serão os seguintes:1. Arte, oficinas e artistas no mosai-

co antigo.2. Cronologia e geografia dos temas

no mosaico antigo.3. O mosaico na pars occidentalis do

Império.4. O mosaico na pars orientalis do

Império.5. O mosaico no período tardo-an-

tigo.6. O mosaico antigo na Península

Ibérica.M. J. Maciel

De 6 a 8 de Julho de 2005, vaidecorrer na Universidade Estadual deLondrina (Paraná), em parceria com a

a Universidade Estadual de Maringá, oVI Encontro Internacional de EstudosMedievais (EIEM), uma actividade bie-

Xº Colóquio Internacional da Associação Internacional para o Estudodo Mosaico Antigo

VIº Encontro Internacional de Estudos Medievais

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nal que a Associação Brasileira deEstudos Medievais (ABREM), jovemassociação fundada em 1996, sepropôs desde início realizar. O dina-mismo de seus numerosos associ-ados, verdadeiramente notável, évisível na continuidade destes en-contros, sempre em diferentes regiõesdo País, e na publicação de umarevista – Signum – que vai já nonúmero 6.

Os encontros internacionais, re-sultantes do progressivo interesse queos investigadores brasileiros têm de-monstrado pela época medieval,visam a comunicação entre as diversasáreas de estudo medievais, a integra-

ção entre investigadores do Brasil edo estrangeiro e a divulgação das suaspesquisas.

Os eixos temáticos do VI Encon-tro abrangem áreras medievais tãodiversificadas como Filosofia, Educa-ção, História, Ciência e Religião, Eco-nomia, Arte e Literatura, Filologia eLinguística, e ainda um olhar sobre lei-turas contemporâneas da medievali-dade – cinema, literatura e arte, es-tando a coordenação a cargo dasProfessoras Doutoras Angelita Mar-ques Visalli (DHI/UEL) e TerezinhaOliveira (DFE/PPE/UEM).

José Custódio Vieira da Silva

A recente descoberta na Hofbi-bliothek de Viena de um atlas agua-relado em 1634 para Filipe IV deEspanha, mostrando a voo de pássaroos litorais da Península Ibérica (incluin-do Portugal) em preciosas vistascorográficas do seu recorte costeirocom os portos, fortificações, vilas,cidades, planícies, vales, rios e mon-tanhas, e a imediata publicação numaeditorial de luxo (Felipe Pereda eFernando Marías, eds., El Atlas del ReyPlaneta, Nerea, 2002) trouxeramalguns dados novos e inesperados.

Além disso, mais uma obra da prolíficafamília de cartógrafos portuguesesTeixeira Albernaz, pois é da autoria dePedro Teixeira, que foi cedo paraEspanha e lá ficou (nasc. c. 1595, já em1618 acompanhava o irmão maisvelho, João, numa expedição aoestreito de Magalhães e servia na ar-mada espanhola como desenhador),mais conhecido como o autor dacélebre planta de Madrid MantuaCarpetanorum (1656), que os espa-nhóis insistem em designar por “PedroTejera”, ignorando os seus vínculos

com a escola lusitana. De facto, naRestauração preferiu continuar aoserviço dos Áustrias, sendo já o braçodireito do Conde-Duque de Olivarese auferindo um bom salário.

O livro agora revelado, que lhetomou 12 anos de trabalho, consta deum álbum de 90 folhas iluminadas comas vistas cavaleiras desde Fuenterrabíaaté Rosas, no Rossilhão, sob o títuloDescripción de España y de las costas ypuertos de sus reinos – de que 16folhas cabem a Portugal e 5 ao Algar-ve –, acompanhado de um texto àparte: um pequeno volume in 8º quedeve ter servido de preparatório àversão final (nunca feita) e que seconserva hoje na Biblioteca da Uni-versidade de Upsala, também publi-cado por Marías e Pereda.

É aí que se lê (fl.47), ao comentaro trecho da barra do Douro ao portode Aveiro, que a costa é uma extensapraia de areia onde podem desem-barcar lanchas e até naus com segu-rança. Dos léguas junto a u arroyo estáuna peña que dizen piedra de laSoreira adonde se yntentó azer unfuerte, y para ello mandó el catolico reydon Felipe II a Felipe Terçio, yngeniero, ypor entonces no tuuo efecto, para laseguridad delas dichas plaias y surgi-deros que junto a esta peñas están,donde bienen munchos piratas y azenagua, dando fondo sin temor que lesofendan. [...] Adelante desta dicha

piedra se estiende una larga plaia almediodía toda de arena, donde no sepuede dezenbarcar por la mucharesaca que la mar ase en ella, porespaço de nuebe leguas asta la barradel río Vouga (fl.47vº). A pedra nãoaparece no desenho, mas a explicaçãoé clara.

Teixeira refere-se ao troço cos-teiro entre a praia de Lavadores(Gaia) e as dunas de São Jacinto,ignorando entre elas a Aguda, Espi-nho, Esmoriz e Ovar. Sinal de que oslevantamentos hidrográficos que feznão foram tão exaustivos e cuidado-sos como refere, mas sinal também deque o cartógrafo, historiador como dizque também era, escutou as popula-ções locais e registou lembranças jácom mais de quarto de século. Aameaça da pirataria moura era, defacto, o flagelo desses anos, adianterefere que em 1626 Buarcos foisaqueada pelos berberiscos brutal-mente, voltando ao mar carregadosde escravos (fl.48vº).

A “Pedra da Soreira” é o bemconhecido penedo que se ergue napraia de Miramar (como foi baptizadano século XIX), à beira-mar, encimadapela capela de romaria do Senhor daPedra, em Francelos (Gulpilhares). Oculto, de origem pré-histórica, é talveza razão pela qual não foi destruídapara dar lugar a uma fortaleza em finsdo século XVI: fica-nos, porém, a

Filipe Terzi em Miramar

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que, hoje, nenhum historiador destaépoca pode ignorar. Mas não só dahistória política se ocupou Rafael:homem de tertúlias e grande amantedas artes, empenhou-se na críticateatral e musical, destacou o percursodos principais escritores e pintores,portugueses e, às vezes, estrangeiros,nomeadamente brasileiros. Por isso, assuas revistas são uma das realizaçõesmaiores de um período excepcional-mente brilhante, consequência daliberdade de expressão que, apesarde muitos constrangimentos, existia eera orgulhosamente reivindicada.

Registe-se ainda que, em 12 deJunho de 1875, nas páginas de ALanterna Mágica, Rafael fez nascer afigura do Zé Povinho, camponês bo-çal, ignorante e esperto que, repre-sentando a pátria e o povo, suportava,com resignação, o peso do Estado,dos grupos dominantes e do atrasonacional. Criação contextualizada nacultura ocidental do tempo, perma-nentemente preocupada com aquestão nacionalista, o Zé Povinhomantém, no entanto, uma actualidadeperturbante, tanto mais que, nas inú-meras figurações rafaelianas, algumasvezes, ameaça erguer-se, no corpo daRevolução, e, outras vezes, parecequerer aburguesar-se.

Outro aspecto da herança deRafael respeita à sua aventura de in-dustrial cerâmico, criando e dirigindo

a sua fábrica das Caldas da Rainha. Oobjectivo era ambicioso, bem situadonas questões do nascente patrimo-nialismo oitocentista: valorizar umartesanato regional, utilizando os seusrecursos e memórias, e, simultanea-mentem, renová-lo como Arts andCrafts, através dos temas e das formasque se abrem ao historicismos estilís-ticos e à constelação múltipla da ArteNova, assumida, no entanto, como sa-boroso casticismo.

Os estudos sobre Rafael BordaloPinheiro são relativamente vastos ede qualidade desigual, todos referen-ciados pela obra magna de José-Augusto França (Bertrand, 1980) cujareedição agora se anuncia e saúda.Comemorações a destacar são tam-bém as obras que estão prestes ainiciar-se no velho e modestíssimomuseu que lhe é dedicado, perten-cente à Câmara Municipal de Lisboa.O objectivo é que o Museu reabraainda em 2005, arejado, cómodo eestimulante, valorizando o seu excep-cional espólio gráfico com meiosmuseológicos actuais. No mesmoâmbito, estão a ser preparados o ro-teiro do museu, uma exposiçãoitinerante e um filme sobre a obra eseu contexto internacional. Anuncia--se também um espaço de exposiçõestemporárias, anexo ao museu, a inau-gurar com uma exposição de artistascontemporâneos a que o comissário

Rafael Bordalo Pinheiro (1846--1905) foi uma figura axial da culturaportuguesa de finais do século XIX.Pertencendo à geração ilustre dosartistas fundadores do naturalismopictórico (retratados pelo seu irmão,Columbano Bordalo Pinheiro, no céle-bre quadro O Grupo do Leão de 1885,hoje pertencente ao Museu do Chia-do), especializou-se, desde a juven-tude, na caricatura e na ilustração, deacordo com uma das áreas maisestimulantes da arte europeia dotempo que Daumier genialmenterepresentou.

De acordo com esta realidade,Rafael utilizou o desenho sobretudocomo arma de arremesso contra apolítica e os políticos seus contempo-râneos. Por isso, foi artista-jornalista,responsável por extraordinárias revis-tas como A Lanterna Mágica, O AntónioMaria ou Pontos nos iis, para citarmosapenas as que mais se destacam nasua obra magna. Com a colaboraçãode escritores como Ramalho Ortigão,Fialho de Almeida e, sobretudo, Gui-lherme Azevedo, elaborou uma con-tra-história sistemática do constitu-cionalismo monárquico português

Comemorações do centenário da morte de Rafael Bordalo Pinheiro

certeza de que Filipe Terzi foi láenviado por Filipe II com esse intuito.Ignoramos a data, mas o mais provávelé ter sido durante a longa estadia emCoimbra em 1585 para estudar oproblema do assoreamento doMondego e sua ponte; e que, para oprojecto e na povoação mais próxima,a vila de Aveiro. Ora, de 1585 dataum documento que Marques Gomespublicou em 1875 mas cujo originaldesapareceu – o que tem levado osestudiosos a duvidarem da suaveracidade – pelo qual são pagos emAveiro a Filipe Terzi sete dias detrabalho pelo desenho que fez para a

igreja da Misericórdia dessa vila. Écurioso como a sua ida à Soreira im-pressionou de tal modo a populaçãoda zona que meio século depois aindaera relatada ao cartógrafo TeixeiraAlbernaz. Assim, a referência desteem 1632 não só prova que o enge-nheiro-mor por lá trabalhou algumtempo no plano, não realizado, de umforte no Senhor da Pedra, comoaumenta fortemente a probabilidadede ser de facto ele o autor doprojecto da Misericórdia de Aveirodurante a sua permanência aí para osestudos na actual praia de Miramar.

Rafael Moreira

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Um das efemeridades mais férteisdeste ano de 2005 diz respeito àscomemorações do Terramoto de 1755que, como se sabe, na manhã de 1 deNovembro, destruiu grande parte deLisboa e causou danos em muitas ou-tras cidades e vilas, particularmente naregião envolvente da capital e noAlgarve.Não sendo possível, nesta breve notícia,registar a abundante bibliografia que jáestá a ser editada sobre o dramáticoevento, nem os vários congressos queirão decorrer, quase todos por iniciativaacadémica, prefiro destacar uma coin-cidência que, com optimismo, podeconsiderar-se promissora: por iniciativada Câmara Municipal de Lisboa e como indispensável acordo da ComissãoPortuguesa da UNESCO, está a serpreparada a candidatura da Baixa aPatrimónio da Humanidade.Trata-se deuma candidatura viável, considerandoque a cidade, reconstruída segundo odesignado Plano Pombalino (na verdadedelineado por Eugénio dos Santos, soba definição conceptual de Manuel daMaia), rompe e transfigura a imagem de

Lisboa, adequando-se a uma excep-cional modernidade técnica e urbanís-tica, devedora da tradição urbanísticaportuguesa que vinha a ser exercitadaem todo o Império, particularmente noBrasil.Há, no entanto, muitas questões a acau-telar, relacionadas com o grave estadopatrimonial dessa zona da cidade quevem sofrendo dos problemas de todosos centros históricos: desertificação, cir-culação excessiva durante o dia, desa-dequação do comércio, excesso detercialização, envelhecimento das infra-estruturas. Por isso, a Candidatura refe-rida deve ser encarada sobretudocomo oportunidade para reinventar aBaixa como lugar significante de Lisboa,mantendo a sua indispensável memó-ria, mas, simultaneamente, abrindo-a àpossibilidade de vida contemporânea.Aresposta positiva a este desafio será acomemoração mais produtiva dogrande terramoto, homenageandoquem a delineou e edificou com a raragrandeza que hoje ainda usamos e quesempre nos comove.

Raquel Henriques da Silva

Duzentos e cinquenta anos depois do Terramoto

João Pinharanda dá o título “ContratoSocial”, mimando as referências ideo-lógicas do liberalismo oitocentista, aque Rafael foi tão fiel, e o próprio

estatuto do artista que ele entendeucomo figura de provocação e inquie-tação.

Raquel Henriques da Silva

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