aula de gerenciamento costeiro

Academia do Concurso Público

Curso Preparatório para o Concurso IBAMA - 2009

Gerenciamento Costeiro

Prof. Dr. Eduardo Prata Vilanova

Gerenciamento costeiro

Gerenciamento Costeiro

• Objetivo:

“Proporcionar o melhor uso de longa duração dosrecursos naturais costeiros e a manutenção perpétuada maior parte dos ambientes naturais” (FAO, 2002)


Delimitação da Zona Costeira

• Zona de interface entre a terra e o mar, abrangendo tanto ecossistemas marinho quanto

ecossistemas terrestres (ecossistemas costeiros) .

• Margens continentais.

• Áreas de alta produtividade e fácil acesso.

• Centros de concentração humana desde os primórdios da civilização.

• Atualmente cerca de 70% da população vive em zonas costeiras ou áreas adjacentes.

• Geram uma ampla gama de bens e serviços:

• Portos

• Pesca

• Matérias primas

• Turismo



• Perspectiva física: Zona de interação entre os meios terrestre e marinho

• Perspectiva do gerenciamento: Espaços terrestres e marinhos adjacentes compreendendo

suas fisiografias e atividades humanas





• As zonas costeiras são dinâmicas:



* 1 milha náutica = 1852 m



Zona econômica exclusiva

200 milhas e/ou plataforma continental





• Tanto a extensão das Zonas exclusivas quanto a jurisprudência marítima sobre estas são

definidas pelas Convenções das Nações Unidas sobre o Direito do Mar (CNUDM´s)

Importância das Zonas Costeiras




• Habitat para vida selvagem: Miríade de animais e plantas que habitam os ecossistemas costeiros.



• Filtro Natural: Áreas alagáveis que filtram as impurezas que passam por elas. Ex.

manguezais



• Barreira de proteção: Ilhas barreira, recifes, dunas e encostas que protegem a orla de

ventos, maré e ondas



• Fonte de alimento: Pesca e aqüicultura em zonas costeiras proporcionam uma fonte de alimento para milhares de pessoas



• Área de recreação: Espaço para lazer, esportes náuticos e pesca amadora



• Estética: Áreas de grande beleza cênica importantes para o bem estar humano.



• Fonte de emprego: Pesca, turismo e transporte aqüaviário absorvem uma grande mão

de obra.


Usos dos Recursos Costeiros

• Navegação e comunicação:

• Transporte de cargas

• Desenvolvimento de terminais portuários

• Infra estrutura de navegação

• Cabos de comunicação



• Recursos biológicos:

• Pesca (artesanal, industrial e aqüicultura)

• Coleta de organismos marinhos (peixes para aquarofiliamacroalgas, moluscos,

corais, etc)

• Observação de mamíferos marinhos e aves (ex. observação de baleias)

• Matéria prima para biotecnologia marinha (uso de organismos marinhos para o

desenvolvimento de produtos)



• Recursos minerais e energia:

• Exploração e produção de hidrocarbonetos (petróleo e gás)

• Perfuração em mar aberto, instalação de tubulações e plataformas

• Extração de areia e agregados

• Extração de outros minerais (ex. ouro, nódulos de manganês, etc)

• Outras formas de energia oceânica (marés, ondas, energia térmica de massad´água)



• Turismo e recreação:

• Hotéis e casas de veraneio

• Infra estrutura de turismo (ex. transportes e serviços)

• Pesca amadora, atividades subaquáticas e navegação recreacional

• Usos estéticos sem consumação



• Desenvolvimento de infra-estrutura costeira:

• Estradas pontes e outras infra-estruturas de transporte

• Suprimento e tratamento de água

• Apropriação e alteração de das águas costeiras (construção de habitações,

represamento para viveiros de aqüicultura e facilidades recreacionais)



• Deposição de resíduos e prevenção da poluição:

• Deposição de esgoto

• Deposição de material de dragagem e outros resíduos

• Fontes não pontuais (difusas) de poluição marinha (ex. agricultura, escoamento

superficial e sedimentação fluvial)

• Planejamento para contingência de vazamento de óleo e outras substâncias tóxicas



• Atividades militares

• Transito e manobra de navios• Áreas militares especiais• Fiscalização de zonas oceânicas nacionais






• Pesquisa:

• Oceanografia• Geologia marinha• Pesca e mamíferos marinhos• Biologia marinha, biodiversidade e biotecnologia• Arqueologia• Estudos dos usos humanos do mar


Degradação dos ecossistemas costeiros e marinhos

• Eutrofização associada a anoxia

• Florações de algas nocivas

• Efeitos dos contaminantes tradicionais:

Esgotos

Metais

Hidrocarbonetos

radionuclídeos

Substancias orgânicas persistentes

• Efeitos do desmatamento

• Colapso dos recifes de coral

• Perda de áreas úmidas

• Declínio de manguezais

• Destruição de habitats

• Introdução de espécies nocivas

• Mudanças climáticas

• Aumento do nível do mar

• Inundações como conseqüência de

alterações no meio físico

• Aumento do risco para a saúde humana

• Redução da biodiversidade

• Sobrepesca

• Práticas de pesca destrutiva

• Efeitos da exploração de recursos minerais

costeiros, principalmente areia

• Lixo


Proteção da qualidade ambiental costeira e oceânica

• Proteção da função dos oceanos na regulação do clima global

• Proteção dos oceanos quanto a poluição

• Proteção dos oceanos quanto o transporte e deposição de materiais nocivos (ex. material

radioativo, tóxico, etc)

• Estabelecimento de áreas de proteção ambiental marinhas e costeiras visando a

conservação de áreas e características especiais (ex. recifes de coral, santuários da vida

selvagem)

• Proteção de répteis e mamíferos marinhos

• Proteção de recursos culturais (sítios arqueológicos naufrágios)

• Proteção dos oceanos quanto a transferência de espécies exóticas (ex. água de lastro)

• Prevenção e mitigação de florações de algas nocivas


Gerenciamento de praias e da linha costeira

• Programas de controle de erosão

• Estruturas de proteção da costa contra tempestades e ondas (diques e quebra-mares)

• Reforço (engorda) de praias

• Prevenção e mitigação de riscos costeiros (Tempestades inundações e aumento no nível do mar)


Desenvolvimento sustentável

O gerenciamento costeiro visa a utilização sustentável dos recursos costeiros

• Desenvolvimento sustentável: Desenvolvimento econômico sustentável sem

comprometer os recursos existentes para as futuras gerações


Gerenciamento Costeiro Integrado (GCI)

• Planejamento de área:

• Planejar para os usos presentes e futuros das áreas costeiras e marinhas

• Proporcionar uma perspectiva a longo prazo

• Realizar o zoneamento de usos

• Promoção do desenvolvimento econômico:

• Promover os usos apropriados das áreas costeiras e marinhas (ex. pesca, aqüicultura

e turismo)

• Comissariado de recursos:

• Proteger a base ecológica das áreas costeiras marinhas

• Preservar a diversidade biológica, garantir a sustentabilidade dos usos



• Resolução de conflitos:

• Harmonizar e balancear os usos existentes e potenciais

• Enfocar os conflitos dentre os usos costeiros e marinhos

• Proteção da segurança pública:

• Garantir a segurança pública em áreas costeiras e marinhas tipicamente suscetíveis

à perturbações humanas e naturais

• Propriedade de terras submersas e águas:

• Cabe ao poder público orientar abertamente os proprietários de áreas costeiras e

gerenciar as áreas e recursos costeiros públicos com sabedoria e com bom returno

econômico para o público.



• Conflitos de usos dos recursos e ecossistemas costeiros

• Conflitos jurisdicionais: geralmente associados com a jurisdição da zona marítima

nacional e suas delimitações

• Conflitos ambientais: freqüentemente associado a poluição e degradação dos

ecossistemas

• Conflitos econômicos: freqüentemente relacionados com a exploração dos

recursos costeiros


Plano Nacional de Gerenciamento Costeiro (PNGC)

O Plano Nacional de Gerenciamento Costeiros (PNGC)

expressa o compromisso do Governo Brasileiro com o

desenvolvimento sustentável em sua Zona Costeira,

considerada como patrimônio nacional

• O PNGC foi constituído pela Lei 7.661, de 16/05/88, cujos detalhamentos e

operacionalização foram objeto da Resolução no 01/90 da Comissão Interministerial

para os Recursos do Mar (CIRM), de 21/11/90, aprovada após audiência do Conselho

Nacional de Meio Ambiente (CONAMA). A própria Lei já previa mecanismos de

atualização do PNGC, por meio do Grupo de Coordenação do Gerenciamento Costeiro

(COGERCO).



Princípios:

• A observância da Política Nacional de Meio Ambiente e da Política Nacional para os Recursos

do Mar

•A observância dos compromissos internacionais assumidos pelo Brasil na matéria;

• A observância dos direitos de liberdade de navegação

• A utilização sustentável dos recursos costeiros

• A gestão integrada dos ambientes terrestres e marinhos da Zona Costeira baseada na melhor

informação e tecnologia disponível e na convergência e compatibilização das políticas públicas,

em todos os níveis da administração;

• A necessidade de ser considerada, na faixa marítima, a área de abrangência localizada na

plataforma continental interna, na qual os processos de transporte sedimentar e modificação

topográfica do fundo marinho constituem parte integrante substancial dos processos costeiros, e

ainda aquela porção de mar onde o efeito dos aportes terrestres sobre os ecossistemas

marinhos é mais significativo;



• A não-fragmentação, na faixa terrestre, da unidade natural dos ecossistemas costeiros

• A consideração, na faixa terrestre, das áreas marcadas por atividade sócio-econômico

cultural

• A consideração dos limites municipais, dada a operacionalidade das articulações necessárias

ao processo de gestão

• A preservação, conservação e controle de áreas que sejam representativas dos

ecossistemas da Zona Costeira, com recuperação e reabilitação das áreas degradadas ou

Descaracterizadas

• A aplicação do Princípio de Precaução

• A execução em conformidade com o princípio da descentralização, assegurando o

comprometimento e a cooperação entre os níveis de governo, e desses com a sociedade.



• O Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA), de

acordo com sua área de competência e como órgão executor federal das políticas e diretrizes

governamentais fixadas para o meio ambiente, terá as seguintes atribuições de:

a) executar a parte federal do controle e manutenção da qualidade do ambiente costeiro, em

estrita consonância com as normas estabelecidas pelo CONAMA;

b) apoiar e participar da consolidação do Sistema de Informações do Gerenciamento

Costeiro(SIGERCO); articulando-se com o MMA e os demais órgãos integrantes do SISNAMA

nas ações necessárias à sua plena operacionalização;

c) executar e acompanhar os Programas de Monitoramento, Controle e Ordenamento;

d) propor ações e projetos para inclusão no Plano de Ação Federal;

e) executar ações visando a manutenção e a valorização das atividades econômicas

sustentáveis nas comunidades tradicionais da Zona Costeira;

f) executar as ações do PNGC segundo as diretrizes definidas pelo MMA;



g) elaborar Planos Operativos Anuais referentes às atividades de sua competência, de forma

compatível com as prioridades definidas no Plano de Ação Federal;

h) subsidiar informações e resultados obtidos na execução do PNGC, com vistas ao Relatório

de Qualidade Ambiental da Zona Costeira;

i) colaborar na compatibilização das ações do PNGC com as políticas públicas que incidem

na Zona Costeira;

j) proceder o licenciamento ambiental dos empreendimentos ou atividades de repercussão

regional ou nacional incidentes na Zona Costeira, em observância às normas vigentes;

l) promover, em articulação com os estados e municípios, a implantação de unidades de

conservação federais e apoiar a implantação de unidades de conservação estaduais e

municipais na Zona Costeira.



www.mma.gov.br/estruturas/orla/_arquivos/pngc2.pdf

Para o texto completo sobre o PNGC acesse:

aula de gerenciamento costeiro

Documents