valores nutricionais de milho de diferentes … · diretamente relacionado com o balanceamento...

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VALORES NUTRICIONAIS DE MILHO DE DIFERENTES QUALIDADES PARA FRANGOS DE CORTE CYNTHIA SIQUEIRA SILVA “Dissertação apresentada ao Centro de Ciências e Tecnologias Agropecuária da Universidade Estadual do Norte Fluminense, como parte das exigências para obtenção do título de Mestre em Produção Animal” Aprovada em 29 de junho de 2006 Comissão Examinadora: Prof. José Brandão Fonseca (Phd. Nutrição Animal) UENF/ CCTA/ LZNA Prof. Luiz Fernando Teixeira Albino (DS. Zootecnia) UFV/ DZO Prof. Rony Antônio Ferreira (DS. Zootecnia) UENF/ CCTA/ LZNA Prof. Humberto Pena Couto (DS. Zootecnia) UENF/ CCTA/ LZNA

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VALORES NUTRICIONAIS DE MILHO DE DIFERENTES QUALIDADES PARA FRANGOS DE CORTE

CYNTHIA SIQUEIRA SILVA

“Dissertação apresentada ao Centro de Ciências e Tecnologias Agropecuária da Universidade Estadual do Norte Fluminense, como parte das exigências para obtenção do título de Mestre em Produção Animal”

Aprovada em 29 de junho de 2006 Comissão Examinadora: Prof. José Brandão Fonseca (Phd. Nutrição Animal) UENF/ CCTA/ LZNA

Prof. Luiz Fernando Teixeira Albino (DS. Zootecnia) UFV/ DZO

Prof. Rony Antônio Ferreira (DS. Zootecnia) UENF/ CCTA/ LZNA

Prof. Humberto Pena Couto (DS. Zootecnia) UENF/ CCTA/ LZNA

2

“A Ti, Senhor, elevo a minha alma”.

(Salmo25:3)

3

Aos Meus queridos pais, pelo amor carinho que sempre me dedicaram e por tudo que hoje sou.

Dedico

4

AGRADECIMENTOS

A Deus.

Aos meus queridos pais , tios, e em especial tia Rita , tio Zé, Gabi, Karol e meu

vozinho (in memorian).

À Universidade Estadual do Norte Fluminense (UENF) e ao Centro de Ciências e

Tecnologias Agropecuárias (CCTA) pelo oferecimento do Curso de Produção

Animal e pela oportunidade de realização do Curso de Pós Graduação.

À Faperj pela concessão da bolsa de estudos.

À Universidade Federal de Viçosa (UFV), pelos ensinamentos repassados e em

especial o querido professor Albino.

À Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ), em especial aos prof

Curvelo e Augusto por terem permitido a realização das análises de energia.

Em especial ao professor Humberto Pena Couto, por sua confiança, pela sua

valiosa orientação, pelo exemplo profissional, e acima de tudo pelo carinho e

paciência.

Ao professor José Brandão Fonseca, pelo seu otimismo, pela sua amizade ,

incentivo e aconselhamentos essenciais para a realização deste trabalho.

À professora Rita e ao professor Rony, pela adorável convivência, pelos

empréstimos de materiais, que tornaram possível o presente trabalho.

À empresa Rica por ter permitido a utilização da mesa densimétrica, e pelas

doações dos ingredientes utilizados nas confecções das rações experimentais.

À empresa ADISSEO, pela realização dos aminogramas.

5

A GUARABES, FATEC, pelas análises solicitadas durante a execução desta

pesquisa.

Aos funcionários da Unidade de Apoio à Pesquisa, José Maurício, Jorge

Francisco, Jonas, Regina, Sr Antônio, pela contribuição e auxílio prestados

durante a fase experimental.

Às secretárias Jovana e Simone, pela paciência.

Ao técnico do Laboratório de Zootecnia e Nutrição Animal Claudinho, por sua

presteza e colaboração na realização das análises químicas solicitadas.

Aos meus inesquecíveis amigos: Ti, Principe, Jujuba de cereja, Dodolplo, Clipes,

Fabinho, Fofo,Victor, Nivaldo, Pedrinho, Fabricío, Erico, Amandinha Kapinha,

Juliana, Felipe, Mariana, Raíssa, Monique,Patrícia, Gi, Fê, Mineira.

A todos que acreditaram e mesmo aqueles que não acreditaram no meu sucesso,

pois me deram força para mostrar-lhes que tudo é possível com esforço, fé e

muito, muito trabalho.

6

BIOGRAFIA

CYNTHIA SIQUEIRA SILVA, filha de José Américo da Silva e Maria Cleusa

Martins Siqueira Silva, nasceu em 17 de dezembro de 1979, na cidade de Viçosa-

MG.

Graduou-se em Zootecnia na Universidade Federal de Viçosa em 30 de

janeiro de 2004.

Em agosto de 2004, ingressou no curso de Mestrado do programa de Pós-

Graduação em Produção Animal, da Universidade Estadual do Norte Fluminense

(UENF), em Campos dos Goytacazes RJ, submetendo-se à defesa de tese para

conclusão do curso em junho de 2006.

7

CONTEÚDO

RESUMO..................................................................................................................x

ABSTRACT.............................................................................................................xii

1. INTRODUÇÃO....................................................................................................1

2. REVISÃO DE LITERATURA..............................................................................4

2.1. Estimativa da composição química dos alimentos............................... ..4

2.2. Energia metabolizável para aves..............................................................7

2.2.1. Energia metabolizável aparente e verdadeira....................................7

2.2.2. Balanço de nitrogênio..........................................................................8

2.3. Fatores que influenciam as perdas de energia.........................................9

2.4. Predição dos valores energéticos...........................................................10

2.5. Milho.......................................................................................................11

2.5.1. Valor energético do milho e de suas frações...................................11

2.5.2. Classificação de Grãos.....................................................................14

2.5.3 Micotoxinas........................................................................................15

3. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS...................................................................17

4.TRABALHOS.......................................................................................................23

8

CAPÍTULO 1

VALORES NUTRICIONAIS DE MILHO DE DIFERENTES QUALIDADES PARA

FRANGOS DE CORTE

RESUMO................................................................................................................24

1.ABSTRACT..........................................................................................................25

2.INTRODUÇÃO ....................................................................................................26

3. MATERIAL E MÉTODOS..................................................................................27 3.1.Análises Bromatólogicas..............................................................................27

3.2. ENSAIO DE METABOLISMO 1......................................................................29

3.2.1. Instalações e manejo.........................................................................29

3.2.2.Tratamentos e rações experimentais..................................................30

3.3. ENSAIO DE METABOLISMO 2.................................................................. 33

3.3.1.Instalações e manejo .........................................................................33

3.3.2.Tratamentos e rações experimentais..................................................34

3.4. PREPARO DAS AMOSTRAS PARA ANÁLISES LABORATORIAIS..............36

4. RESULTADOS E DISCUSSÃO..........................................................................37

4.1.Ambiente.......................................................................................................37

4.2.Valor energético dos diferentes tipos de milho.............................................38

4.3 Proteína e aminoácidos...............................................................................41

4.4.Predição dos valores energéticos.............................................................................;.......46

4.4.1. Classificação dos grãos...............................................................................46

4.4.2. Densidade dos diferentes tipos de milho..................................................48

4.4.3.Composição nutricional..............................................................................50

9

4.5.Micotoxina.........................................................................................................51

5. CONCLUSÕES...................................................................................................54

6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS...................................................................55

CAPÍTULO 2

UTILIZAÇÃO DE MILHO ESTRATIFICADO ATRAVÉS DA MESA

DENSIMÉTRICA NO DESEMPENHO DE FRANGOS DE CORTE.

RESUMO................................................................................................................58

ABSTRACT.............................................................................................................59

1.INTRODUÇÃO.....................................................................................................60

1.1.Fatores que influenciam o desempenho de frangos de corte.........................60

2.MATERIAL E MÉTODOS....................................................................................62

2.1.Instalações e manejo ..................................................................................62

2.2.Tratamentos e rações experimentais...........................................................64

2.3 Características de desempenho...................................................................67

3. RESULTADOS E DISCUSSÃO..........................................................................69

4.CONCLUSÕES....................................................................................................75

5.REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS....................................................................76

CONCLUSÕES GERAIS........................................................................................78

10

RESUMO SILVA, CYNTHIA SIQUEIRA. MS., Universidade Estadual do Norte Fluminense, julho de 2006. Valores nutricionais do milho estratificado para frangos de corte. Professor orientador: Humberto Pena Couto; Professor Conselheiro: José Brandão Fonseca.

Dois experimentos foram realizados no Laboratório de Zootecnia e

Nutrição Animal do Departamento da Universidade Estadual do Norte Fluminense.

O primeiro objetivou estimar os valores de energia metabolizavel aparente

corrigida pelo balanço de nitrogênio (EMAn) de milho de diferentes qualidades

(milho de densidade alta (MDA), milho de densidade intermediária (MDI), milho de

densidade baixa (MDB) e milho de densidade total (MDT)) obtidos através da

mesa densimétrica, utilizando o método tradicional de coleta total de excreta com

frangos de corte de diferentes idades e confecção de matrizes nutricionais. Foram

realizados dois ensaios biológicos através do método tradicional de coleta total de

excretas. O primeiro com 150 pintos de corte, da linhagem Cobb, de 11 a 20 dias

de idade. O delineamento experimental foi o inteiramente casualizado, com quatro

tipos de milho e uma ração referência, com cinco repetições e seis aves por

unidade experimental (três machos e três fêmeas). Cada tipo de milho substituiu a

ração referência em 40%. Os pintos foram alojados em batérias metálicas com

bandejas coletoras de excretas. O segundo ensaio utilizou as mesmas aves do

primeiro período. Com 32 aos 40 dias de idade. As excretas coletadas no segundo

11

período experimental seguiram os mesmo procedimentos do primeiro período e

foram submetidas às análises laboratoriais Os valores EMAn (kcal/kg) na matéria

natural dos quatro tipos de milho (MDA, MDI, MDB e MDT) para a idade de 15 a

19 dias foram respectivamente: 3308; 3121; 2937;3239, e para a idade de 33 a 37

dias foram respectivamente: 3413, 3362, 3174 e 3348, sugerindo melhor eficiência

de utilização da energia com o avanço da idade dos frangos de corte. Os valores

de EMAn, proteína bruta e aminoácidos devem ser diferenciados para a

elaboração das matrizes nutricionais dos diferentes tipos de milho que serão

utilizados na formulação de rações de custo mínimo. O segundo experimento teve

como objetivo verificar o desempenho zootécnico de frangos de corte com rações

formuladas com níveis crescentes de inclusão de milho de densidade baixa para

as diferentes fases de criação(0 a 7 e 8 a 21 dias de idade) utilizando as matrizes

nutricionais dos diferentes tipos de milho obtidas no ensaio de metabolismo e

análises bromatológicas.O desempenho não foi prejudicado significativamente à

medida que aumentou o nível de inclusão do milho de densidade baixa. Devido a

grandes variações observadas na estratificação do milho pela mesa densimétrica

é necessário realizar a correção do seu valor nutricional, antes de serem utilizadas

nas formulações de rações.

Palavras-chave: energia metabolizável, desempenho de frangos, milho.

12

ABSTRACT

Silva, Cynthia Siqueira.M.S.Universidade Estadual do Norte Fluminense. July, 2006. Nutritional value of different types of corn for broilers. Major Professor: Humberto Pena Couto. Adviser: José Brandão Fonseca.

Two experiments were carried out in the Nutrition and Animal Science Departament of Norte Fluminense State University, to study the nutritional value of corn of different qualities obtained in a densimetric table. In the first experiment the objective was to estimate apparent metabolizable energy corrected by nitrogen balance (EMAn) of the following types of corn : high density corn (MDA), intermediary density corn (MDI), low density corn (MDB) and total density corn (MDT), using the traditional total excreta collection method, with broilers of different ages, producing nutritional matrixes. Two biological assays were run through the tradicional total excreta collection method. In the first assay 150 cobb chicks were used, from 11 to 20 days of age, in a completely randomized experimental design, with four corn types and a reference diet, with five replications and a reference diet, and six birds per experimental unit (three males and three females).Each corn type replaced 40% of the reference diet. The chicks were housed in metallic batteries with excreta collection trays. In the secondd assay the same birds were used from 32 to 40 days of age, as well as the reference and experimental diets. The excreta collected in the second assay were analised as done in the first assay.The data on Eman (kcal/kg) in natural matter for the four types of corn (MDA, MDI, MDB and MDT) for the period of is to 19 days of age were respectively: 3308; 3121; 2937 and 3239; and for the period of 33 to 37 days of age were respectively: 3413; 3362; 3174 and 3348; indicating higher energy utilization efficiency as age of broilers increases. The values of EMAn, crude protein and aminoacids must be differentiated to prepare the nutritional matrixes for the several minimum cost ration formulation. In the second experiment the objective was to study the perfomance of broilers fed diets containing growing levels of low density corn, for the different growing phases using the nutritional matrixes produced using data from the metabolism assay and bromatological analyses.The performance of the broilers was not reduced as the level of low density corn increased in the diets.Because the great observed variation in the

13

different types of corn processed by the densimetric table it is recommended to make the correction of the nutritional value before feed formulation. Key Words: metabolizable energy, broilers perfomance, corn.

14

1. INTRODUÇÃO

A produção brasileira de frango de corte é uma das atividades

agropecuárias que mais evoluiu nas últimas décadas. Com produção de 9,2

milhões de toneladas em 2005, (APINCO 2006). O frango, atualmente produzido,

pesa cerca de 2,5 Kg aos 42 dias de idade, consumindo cerca de 1,8 Kg de ração

para cada quilograma de ganho de peso.

O grande desenvolvimento do setor avícola deve-se principalmente aos

avanços obtidos na áreas de genética, nutrição, sanidade e manejo. A avicultura,

por se uma atividade altamente dinâmica, absorve rapidamente as transformações

tecnológicas, que resultam em melhor produtividade e retorno econômico para o

setor.

Como a alimentação 70% do custo de produção, existe grande interesse

em estudos na área de nutrição avícola com o objetivo de maximizar o

desempenho zootécnico e econômico da criação de frangos de corte. A

formulação de rações de mínimo custo é um processo de combinação das

exigências nutricionais, valor nutritivo dos alimentos e seus preços, estando

diretamente relacionado com o balanceamento econômico de nutrientes.

Uma das pressuposições para a eficácia da formulação de dietas é o

conhecimento da composição química, dos valores de energia metabolizável e da

digestibilidade dos nutrientes nos ingredientes disponíveis.

As tabelas nacionais de composição dos alimentos e exigências nutricionais

têm contribuído para o avanço da avicultura no Brasil, proporcionando dados mais

15

reais nas condições de criação brasileira. Contudo, é importante que as tabelas

sejam constantemente atualizadas, sendo necessárias avaliações periódicas dos

valores nutricionais dos alimentos convencionais, alternativos e os obtidos por

estratificação em equipamentos de classificação, como a mesa densimétrica.

A determinação de valores energéticos e de digestibilidade de nutrientes

nem sempre são de fácil execução, pois além de demandarem tempo, possuem

custos elevados, ficando, portanto, a cargo das instituições de pesquisa e de

poucas empresas privadas. Assim, a disponibilidade de equações de predição,

que é um método indireto de determinação de EM, mediante o uso de parâmetros

químicos e físicos dos alimentos para uso prático, tem sido uma importante

ferramenta para aumentar a precisão no processo de formulação de rações, de tal

forma que possam corrigir os valores energéticos, de acordo com as variações da

composição química das rações.

Há vários anos, a possibilidade de se utilizar equações para predizer os

valores energéticos dos alimentos tem sido alvo de pesquisas, onde vários autores

tem desenvolvido equações para estimar a energia metabolizável através de sua

composição proximal (NRC, 1994).

Alguns autores, como DALE et al. (1990) comentaram que as equações de

predição para serem consideradas confiáveis devem ser validadas. Além disso, o

NRC (1994, 1998) aponta para o fato de que poucos estudos comparam as

equações estimadas, com valores determinados posteriormente, ou seja, valida as

equações em condições diferentes àquelas em que elas foram desenvolvidas.

Atualmente, nas linhas de produção de rações está sendo observada a

implantação de novos equipamentos capazes de estratificar as frações dos grãos

utilizados na formulação de rações para frangos de corte. É de grande importância

16

que estas frações sejam estudadas quanto ao seu valor nutricional, pois

contribuiriam para a confecção de matrizes nutricionais mais exatas, que são um

dos fatores responsáveis pela otimização dos custos de produção pela formulação

de custo mínimo.

17

2. Revisão de Literatura

2.1. Estimativa da composição química dos alimentos

A maximização do potencial de desenvolvimento animal depende de vários

fatores. Ao lado de condições favoráveis, inerentes ao ambiente de criação e da

saúde dos animais, a nutrição correta, adotando-se técnicas aprimoradas no

preparo das rações, constitui-se em pressupostos básicos para a otimização da

produção (ZANOTTO e MONTICELLI, 1998).

Nas composições das rações alguns alimentos são mais padronizados que

outros, podendo apresentar grande variação dos seus valores nutricionais

(DUDLEY-CASH,1994). Muitos nutricionistas utilizam dados de composição dos

ingredientes de tabelas estrangeiras para a formulação de rações para aves, como

o (NRC1994) e o (RHODIMET 1999).

A variação na composição química e energética de um mesmo ingrediente

é evidenciada, por estudos como os de ALBINO et al. (1994). A importância da

contínua avaliação nutricional de ingredientes baseia-se na necessidade de se

manter atualizado um banco de dados, o mais completo possível, para melhorar

as estimativas dos valores energéticos e de nutrientes que suprirão as exigências

dos animais.

Segundo ALBINO (1987, 1992), a grande variação existente entre solos e

clima afeta a composição química dos alimentos e, conseqüentemente, sua

energia, o mesmo ocorrendo com os subprodutos industriais, em função do

processamento. O autor relatou que para se obter sucesso na formulação de

18

rações para aves, um dos aspectos mais importantes é o conhecimento preciso do

conteúdo energético dos alimentos, o que possibilita o fornecimento adequado de

energia e nutrientes aos animais. Dessa forma, o conhecimento da composição

química e precisão dos valores energéticos são de grande importância nas

formulações econômica de rações.

Vários métodos diretos como os ensaios biológicos, e indiretos como a

utilização de equações de predição, têm sido aplicados na estimativa da energia

metabolizável dos alimentos para aves. A determinação laboratorial completa da

composição química dos ingredientes é laboriosa e onerosa, estimulando ao

constante uso de tabelas e matrizes de composição nutricional pré-estabelecidas

(NRC, 1994).

Segundo ALBINO (1980), a importância em determinar equações de

predição para o valor energético dos alimentos baseia-se na dificuldade em

efetuar bioensaios e no fato de a maioria dos laboratórios não dispor de

calorímetro. Nesse caso, trabalhar com equações geradas a partir de análises

químicas simples pode auxiliar o nutricionista. Além disso, mesmo que os

laboratórios tenham calorímetro, a execução de ensaios biológicos é dispendiosa

e demorada. Os valores energéticos dos alimentos para aves podem ser

determinados por vários métodos. ALBINO e SILVA (1996) citaram o método

tradicional de coleta total de excretas (SIBBALD e SLINGER, 1963), o da

alimentação precisa (SIBBALD, 1976) e o método rápido de FARREL (1978),

destacando também o uso de equações de predição, as quais se baseiam na

composição química dos alimentos.

Atualmente existem grandes esforços para desenvolver equipamentos

capazes de selecionar grãos de melhor qualidade, como o sistema de pré limpeza

e a mesa densimétrica. A grande vantagem destas tecnologias é que permitem a

utilização de ingredientes de mais alta qualidade na formulação de rações para

animais mais jovens.

A mesa densimétrica ou gravimétrica, consiste essencialmente de uma

armação ajustável, metálica, recoberta por uma superfície porosa de pano

(algodão) ou de tela de arame, que permite a passagem do ar através de suas

19

malhas. O corpo de ar é uma peça fechada, onde estão localizados os

ventiladores, que impelem o ar criando uma pressão uniforme de baixo para cima,

em toda a superfície da mesa. A coluna de ar produz uma estratificação formando

zonas verticais de grãos pesados na parte inferior da camada, os mais leves na

superior e os de peso médio na intermediária. Para que isso aconteça a mesa de

gravidade tem regulagens que a fazem inclinar em duas posições (inclinação

longitudinal e lateral), bem como um movimento oscilatório variável. Para uma boa

classificação é necessário que os grãos passem por uma sequência de operações

numa linha de beneficiamento (FIGURA 1)

Figura 1- Operações na linha de beneficiamento do milho (MDA – Milho de

densidade alta, MDI – Milho de densidade intermediária, MDB – Milho de

densidade baixa)

RECEPÇÃO DO MILHO

SISTEMA DE PRÉ LIMPEZA

SILO DE ARMAZENAGEM

MESADENSIMÉTRICA

MDA

MDI

MDB

20

2.2. Energia metabolizável para Aves

Segundo, LIMA et al. (1989), o fornecimento adequado de energia é um dos

aspectos mais importantes para se obter sucesso na avicultura. O conhecimento

da composição química e da energia metabolizável dos ingredientes é

fundamental para permitir o correto balanceamento de nutrientes das rações, de

maneira a atender às exigências nutricionais dos animais.

O desempenho das aves é influenciado diretamente pelo nível energético

das dietas, pois é um dos fatores limitantes de consumo, estando envolvido nos

processos metabólicos, garantindo o aporte energético para mantença e o máximo

potencial produtivo das aves. (FISCHER JR. et al.,1998)

2.2.1 Energia metabolizável aparente e verdadeira

Existem várias formas de se expressar a energia presente no alimento,

sendo a energia metabolizável a que melhor quantifica a energia disponível dos

alimentos para as aves. (HILL e ANDERSON, 1958) Podendo ser expressa tanto

na forma de energia metabolizável aparente (EMA),como energia metabolizável

verdadeira (EMV), dependendo da metodologia utilizada em sua determinação.

Normalmente, a energia contida nos alimentos é expressa em termos da

energia metabolizável aparente (EMA) e, entre os vários métodos utilizados na

sua estimativa, a coleta total de excretas com pintos em crescimento (SIBBALD e

SLINGER, 1963) é o mais comum, mas traz dúvidas sobre alguns fatores que

podem alterar os valores de metabolizabilidade da energia. Na tentativa de reduzir

os problemas relacionados à medição de consumo de ração e tempo dos ensaios,

SIBBALD (1976) desenvolveu o método de alimentação forçada, no qual galos

adultos são forçados a ingerir uma quantidade conhecida do alimento teste, e

corrigiu a energia excretada, considerando as energias fecal metabólica e urinária

endógena, obtidas com galos em jejum, denominando-a de verdadeira (EMV).

21

2.2.2. Balanço de nitrogênio

Independentemente do método utilizado, é usual a correção dos valores

energéticos para o balanço de nitrogênio igual a zero, uma vez que o nitrogênio

retido no corpo, se catabolizado, é excretado na forma de compostos que contém

energia, como o ácido úrico (SIBBALD, 1982).

De acordo com DALE e FULLER (1982), os valores encontrados para a

EMV expressam com maior segurança o conteúdo energético dos alimentos do

que os valores de EMAn. Os valores médios encontrados da EMV foram 8,5 e

13% inferiores aos valores de EMAn , respectivamente, quando as metodologias

utilizadas foram coleta tradicional de fezes e o método de Sibbald (ALBINO 1991).

A correção do balanço de nitrogênio tem objetivo diferente na metodologia

da alimentação forçada e no método tradicional. Naquele caso ocorre balanço

negativo de nitrogênio, devido ao catabolismo de proteína corporal, o que pode

levar a um valor subestimado. Segundo DALE e FULLER, 1984, o aumento no

consumo de nitrogênio reduz significativamente a variação no balanço de

nitrogênio.

O nitrogênio quando retido no tecido corporal se for oxidado, contribuirá

para as perdas da energia endógena urinária, as variações na retenção de N

podem influenciar os valores da EMA e EMV. O uso de correção do balanço de N

é recomendado, para eliminar os efeitos dos alimentos, e os efeitos sobre as

perdas endógenas urinárias (WOLYNETZ e SIBBALD 1984).

PESTI e EDWARDS JR. (1983) relataram que o valor de 8,22 kcal/g de

nitrogênio é a quantidade de energia liberada na excreta pela oxidação do

nitrogênio retido como proteína corporal.

2.3. Fatores que influenciam as perdas de energia

22

São vários os fatores que podem afetar os valores de metabolizabilidade da

energia. Entre eles o consumo de alimentos, a idade das aves, o nível de inclusão

do ingrediente a ser testado, período de restrição e a metodologia utilizada.

O consumo de alimento influencia diretamente a perda de energia

metabólica e a energia urinária endógena. Portanto, quanto menor o consumo de

alimento, maior será a influência destas perdas (SIBBALD e WOLYNETZ 1986).

BORGES et al. (1998), observaram que o menor consumo proporciona menores

valores de EMA e EMAn. Esta última foi grandemente afetada pelos níveis de

ingestão de energia, uma vez que a excreção de energia fecal metabolica e

energia urinária endógena reduzem os valores de EMA em baixos consumos.

FLORES e CASTANON (1991) observaram que os valores de EMVn obtidos com

50 g do alimento teste foram superiores aos determinados com 25 g.

SIBBALD em 1978, estudando o efeito das idades das aves em relação a

EMV, verificou que as aves mais jovens (24-38 dias de idade) apresentaram

valores de EMV menores que as aves com 54 dias de idade e galos adultos.

Outro fator que pode influenciar as perdas de é o nível de substituição do

alimento teste pela ração referência. À medida que aumenta o nível de inclusão, a

energia metabolizável é reduzida.

Segundo SIBBALD (1976) e (SIBBALD e WOLYNETZ 1986), as perdas

metabólicas e endógenas são obtidos através do uso de galos mantidos em jejum.

Os galos mantidos em jejum, com o aumento do período de restrição podem

entrar em estado de oxidação do tecido corporal, o que pode vir a causar um

incremento na energia endógena excretada, (KESSLER e THOMAS, 1981).

Os valores das perdas endógenas de energia, obtidas através da regressão

dos valores de excreção endógena, em vez do uso de galos em jejum, resulta na

obtenção de valores mais precisos.

2.4. Predição dos valores energéticos

23

As equações de predição são importantes para complementar os valores da

tabelas, uma vez que os valores obtidos nas análises dos ingredientes diferem.

Segundo FRANQUEIRA (1978), a predição de valores energéticos é

possível se os alimentos forem separados em grupos com características próprias.

Esta divisão em grupos proporciona um aumento na estimativa do coeficiente R²,

com isso, poderá se verificar que os valores energéticos não foram influenciados

em todas as classes de alimentos.

Segundo BLACK et al (1993), transformações dos conceitos e

conhecimentos dos diversos fatores que intervém na produção de frangos, em

equações matemáticas e integrando-os em programas computacionais, podem ser

aplicadas diretamente para incrementar os resultados da criação de frangos.

Observando que uma das principais etapas neste processo é a validação dos

modelos propostos, pela comparação de seus valores estimados com aqueles

encontrados experimentalmente.

HUYGHEBAERT et al. (1988) notaram melhores ajustes das equações de

predição para determinar a EMAn de óleos e gorduras, quando utilizaram

parâmetros químicos simples ou combinados em regressão múltipla. Embora as

equações de predição mantenham uma relação entre a composição proximal e os

valores de EMVn de um grupo inicial de amostras, elas não predizem

seguramente a EMVn de amostras futuras, sendo portanto, necessário testar a

confiabilidade da estimativa DALE et al. (1990).

DOLZ e DE BLAS (1992) destacaram a variabilidade da composição

química de um mesmo tipo de ingrediente como um dos critérios responsável pelo

desenvolvimento das equações de predição.

De acordo com ALBINO e SILVA (1996), o uso das equações, apesar de

ser um método indireto de se estimar os valores de energia metabolizável dos

alimentos, pode ser útil para aumentar a precisão na formulação de rações de tal

forma a corrigir os valores energéticos, de acordo com as variações na

composição química dos alimentos. No entanto, SIBBALD(1982), relatou que nem

toda tentativa de se relacionar a composição química com a energia tem tido

sucesso e muitas equações aparentemente boas não tem a resposta esperada,

24

quando testada com dados independentes; além disso a variabilidade das técnicas

podem estar contribuindo para este fato.

Segundo LIMA (1996), há grandes divergências nos valores energéticos

dos alimentos utilizados, quando se comparam os valores obtidos nas análises

químicas pelas indústrias e os publicados na literatura. A utilização de equações

de predição pode ser útil na redução destas divergências.

Segundo SAKOMURA e SILVA (1998), vários pesquisadores

desenvolveram equações de predição para estimar o conteúdo de energia dos

ingredientes com base na sua composição química.

Em ROSTAGNO et al (2005) divulgaram equações de predição de perdas

nutricionais de milho segundo suas frações de classificação e por seu tipo

(EMp = -0,064 + 1,62 QBR + 6,98 FRIM + 10,06 FUN + 12,28 INS + 5,87 ADC)

RODRIGUES, et. al (2001), verificaram que as variáveis fibra em

detergente neutro (FDN) ou fibra bruta (FB) e matéria mineral (MM) podem ser

utilizadas para predizer os valores energéticos do milho e de seus subprodutos,

sendo:

EMAn = 4281,6 - 39,97FDN - 72,90MM (R2 = 0,96) ou

EMAn=4354,8 - 112,05FB - 151,74MM (R2 = 0,95)

2.5 Milho 2.5.1. Valor energético do milho e de suas frações

Atualmente, dentre os cereais cultivados no mundo, o milho (Zea mays L.), coloca-se em terceiro lugar, em volume de extensão, sendo superado apenas pelo

trigo e arroz. A importância desse cereal não se restringe ao fato de ser produzido

em grande volume e sobre imensa área cultivada, mas também, pelo papel sócio

econômico que representa.

Comercialmente são utilizados dois tipos de cultivares de milho: as

variedades sintéticas e os híbridos, ambos em grande número, havendo algumas

mais adaptadas para cada região. Os híbridos são os mais produtivos, mas as

variedades têm maior instabilidade de produção. O milho é considerado a principal

25

fonte energética na formulação de rações de aves e suínos, devido às suas

características nutricionais, que associadas às do farelo de soja e outros

ingredientes, garantem níveis de energia e nutrientes adequados para ótimo

desempenho de animais monogástricos. Embora seja predominantemente, uma

fonte de energia, sua proteína é importante fonte de aminoácidos, devido a grande

porcentagem de participação nas formulações. O nível de inclusão de milho em

rações para aves e suínos é superior a 65% na estimativa da

ANFAL/SINDIRAÇÕES, 2000 sendo desta forma o alimento exigido em maior

quantidade.

Embora o milho seja classificado conforme suas características físicas, isto

não representa muita informação para o nutricionista, uma vez que várias

amostras, classificadas como do mesmo tipo, possuem composição química muito

variável. Sendo primordial a sua classificação com base nos seus atributos

nutricionais.

Dentre as características nutricionais do milho tem-se suas proteínas, a

zeína (endosperma) e a gluteína (gérmen), ambas consideradas deficientes em

aminoácidos essenciais. O conteúdo protéico está em torno de 8,5%, contudo,

observa-se grande variação nos teores de proteína em função da variedade

utilizada, do solo, clima e adubação. Os maiores teores de proteína bruta são

encontrados em grãos do Mato Grosso, enquanto que no Paraná são encontrados

níveis menores, chegando em algumas amostras até mesmo abaixo de 7,5% . De

maneira geral os aminoácidos que compõem a proteína do milho, principalmente a

lisina acompanham a variação encontrada para a proteína bruta.

O milho contribui com grande parcela da energia metabolizável das rações

avícolas, totalizando aproximadamente 2010 kcal/kg de uma ração prática de

frango de corte. Aproximadamente 98% do amido encontram-se no endosperma

do grão. Esta reserva de carboidratos é de aproximadamente 62,3% de amido,

dos quais 25% são amilose e 75% são amilopectina. Segundo FIALHO e

BARBOSA (1997), a digestibilidade do amido do milho depende principalmente do

conteúdo de amilose presente, que quanto mais alta for, pior será sua

digestibilidade.

26

BAKKER-ARKEMA (1999) comentou sobre a dificuldade em se definir os

parâmetros necessários para estabelecer a qualidade dos grãos. Em geral, as

variáveis consideradas para o estabelecimento da qualidade, estão relacionadas a

algumas propriedades físicas como umidade dos grãos, massa específica

aparente, índices de danos mecânicos, físicos e biológicos; valor nutritivo como

proteínas, energia, vitaminas, contaminação por aflatoxina; resíduos, matérias

entranhas.

É importante ressaltar que o pré-processamento e a armazenagem não irão

melhorar as características qualitativas do produto. Estas características são

inerentes à variedade ou à própria espécie e dependem, além das condições

edafológicas, das variações climáticas durante o desenvolvimento no campo, das

técnicas de colheita e transporte, das condições de recebimento, colheita e

secagem e do próprio sistema de armazenagem.

A qualidade do glúten deteriora durante o período de armazenagem e a

velocidade desta deterioração é influenciada pela baixa qualidade dos grãos

submetidos à severas condições de secagem após a colheita, ou fumigados no

armazém. Alterações degenerativas nas gorduras e óleos dos grãos podem

ocorrer em função da oxidação destes produtos, resultando em sabor rançoso,

odor típico, ou devido ao processo hidrolítico, produzindo ácidos graxos livres.

2.5.2. Classificação de Grãos

De acordo com as especificações aprovadas pela portaria ministerial de

1976 o milho é classificado em grupos, classes e tipos, segundo sua consistência,

coloração e qualidade.

Segundo a sua consistência será classificado em 4 grupos: duro - quando

apresentar o mínimo de 95 % em peso, com as características de duro; mole -

quando apresentar o mínimo de 90 % em peso, com as características de mole;

semiduro - quando apresentar o mínimo de 75 % em peso, de consistência

27

semidura, intermediária entre duro e mole; misturado quando não estiver

compreendido nos grupos anteriores. O milho, segundo a sua coloração, será ordenado em três classes, amarelo

desde que contenha no mínimo 95% em peso, de grãos amarelos, amarelo pálido

e/ou amarelo alaranjados; branco quando constituído de milho que contenha no

mínimo 95% em peso, de grãos brancos e mesclados quando constituído de milho

que não se enquadre nas exigências das classe de milho branco e do amarelo. O milho, segundo a sua qualidade, será classificado em 3 tipos:

TIPO 1 - constituído de milho seco, sadio, de grãos regulares e com umidade

máxima igual a 14,5% com tolerância máxima de 1,5% de matérias estranhas

impurezas e fragmentos; 11% de grãos avariados, com máximo de 3% de grãos

ardidos e brotados ;

TIPO 2 - constituído de milho seco, sadio, de grãos regulares e com umidade

máxima igual a 14,5% com tolerância - máximo de 2% de matérias estranha

impurezas e fragmentos; 18% de grãos avariados, com máximo de 6% de grãos

ardidos e brotados ;

TIPO 3 - constituído de milho seco, sadio, de grãos regulares e com umidade

máxima igual a 14,5% com tolerância - máximo de 3% de matérias estranha

impurezas e fragmentos; 27% de grãos avariados, com máximo de 10% de grãos

ardidos e brotados .

Em relação à classificação o milho será classificado em ardido quando os

grãos ou pedaços de grãos perderem a coloração ou a cor característica, por ação

do calor, umidade ou fermentação; os grãos que sofreram ataques por animais

roedores e parasitas, os brotados são os grãos ou pedaços de grãos que

apresentarem germinação visível. Grãos carunchados são os grãos ou pedaços

de furados ou infestados por insetos vivos ou mortos. Chochos são os grãos

enrugados por deficiência de desenvolvimento. Grãos quebrados são

caracterizados por pedaços de grãos sadios, que ficarem retidos na peneira de

crivos circulares com diâmetro igual a 5mm; são consideradas impurezas as do

próprio produto bem como os grãos ou fragmentos de grãos que vazarem numa

peneira de crivos circulares com diâmetro igual a 5mm e a matéria estranha que

28

são sementes de outras espécies, bem como os detritos vegetais, corpos

estranhos de qualquer natureza, não oriundos do produto.

2.5.3. Micotoxinas

As micotoxinas são substâncias produzidas por fungos, que se originam sob

condições normais em qualquer tipo de alimento. Na avicultura, elas têm o poder

de condenar todo o plantel de frangos, significando um enorme prejuízo para o

setor.

Pesquisadores relataram que as micotoxinas afetam diretamente a utilização

de nutrientes reduzindo em cerca de 60% a concentração de sais biliares e em

35% a atividades enzimáticas, além de afetar a absorção de vitaminas

lipossolúveis e os níveis de aminoácidos sulfurados circulantes.

Os tricotecenos – T2 causam danos às vilosidades intestinais levando a piora

na taxa de absorção de nutrientes e redução na eficiência alimentar. As

aflatoxinas estão intimamente relacionadas à imunossupressão, levando as baixas

respostas vacinais e ao surgimento de doenças inespecíficas.

WYATT (1994), afirmou que é importante incrementar os níveis de proteína,

energia e vitaminas na dieta, para corrigir as deficiências nutritivas que

predispõem às toxicoses, avaliando sempre as possibilidades econômicas para

determinar se esta medida é ou não viável.

LESSON e SUMMERS (1995), propuseram o uso de antioxidantes naturais e

sintéticos na dieta para neutralizar os efeitos adversos das micotoxinas nas rações

para aves, juntos as outras substâncias como vitaminas hidro e lipossolúveis,

selênio, aminoácidos sulfurados.

29

Segundo LAZZARI (1999), a prevenção de micotoxinas em grãos, sementes,

alimentos e rações consistem basicamente em reduzir as possibilidades de

ocorrer infecção fúngica durante o desenvolvimento da cultura; controlar as

condições que possibilitem o desenvolvimento de fungos toxicogênicos nos grãos

durante a colheita, pré processamento e armazenamento; evitar a aquisição de

lotes de grãos contaminados; diluir e direcionar o uso de produtos suspeitos; e

manter os alimentos e rações sempre secos.

30

3. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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36

4.TRABALHOS

Os artigos a seguir foram elaborados com base nas exigências da Revista

Archivos de Zootecnia, com adaptação às normas para elaboração de teses da

Universidade Estadual do Norte Fluminense.

37

Valores nutricionais de milho de diferentes qualidades para frangos de corte

RESUMO – Foram realizados dois ensaios biológicos utilizando o método tradicional de coleta total de excretas com frangos de corte em diferentes idades alojados em baterias metálicas. Os ensaios objetivaram determinar a energia metabolizável aparente corrigida pelo balanço de nitrogênio (EMAn) de diferentes tipos de milho obtidos por estratificação através da mesa densimétrica: MDA – Milho de densidade alta, MDI - Milho de densidade intermediária, MDB - Milho de densidade baixa, MDT - Milho de densidade total. O primeiro ensaio metabólico foi conduzido com 150 pintos de corte da linhagem Cobb, de 11 a 19 dias de idade. O delineamento experimental foi o inteiramente casualizado, com os quatro tipos diferentes de milho e uma ração referência, com cinco repetições e seis aves por unidade experimental, sendo três machos e três fêmeas. Nas dietas experimentais, cada tipo de milho avaliado substituiu a ração referência em 40%. O segundo ensaio metabólico foi realizado de 29 a 37 dias de idade utilizando as mesmas aves do primeiro ensaio, preservando os tratamentos a que foram submetidas. As amostras das rações experimentais e excretas foram submetidas às análises bromatológicas. Os perfis de aminoácidos totais e digestíveis dos tipos de milho foram estimados pelo NIR, segundo curvas padrões propostas pelo Rhodimet TM NIRSA. Foram realizadas também análises de classificação de grãos, de densidade e de micotoxinas. Os valores EMAn (kcal/kg) na matéria natural dos quatro tipos de milho (MDA, MDI, MDB e MDT) para a idade de 15 a 19 dias foram respectivamente: 3308; 3121; 2937;3239, e para a idade de 33 a 37 dias foram respectivamente: 3413, 3362, 3174 e 3348, sugerindo melhor eficiência de utilização da energia com o avanço da idade dos frangos de corte. Os valores de EMAn, proteína bruta e aminoácidos devem ser diferenciados para a elaboração das matrizes nutricionais dos diferentes tipos de milho que serão utilizados na formulação de rações de custo mínimo. As equações de predição podem ser utilizadas para estimar o valor energético de milho de diferentes qualidades, seja pela sua classificação, densidade ou composição química. Entretanto, o erro sistemático associado a cada equação pode comprometer a exatidão do seu valor nutricional esperado.

Palavras-chave: energia metabolizável, aminoácidos, qualidade de milho, frangos de corte.

38

Nutritional value of different types of corn for broilers ABSTRACT-Two biological assays were run using the traditional total excreta collection method, with broilers at different ages, hosed in metallic batteries, to determine apparent metabolizable energy corrected by nitrogen balance (EMAn) of different types of corn obtained in densimetric table: MDA- high density corn, MDI- intermediary density corn, MDB- low density corn, MDT- total density corn. . In the first metabolic assay 150 cobb chicks were used , from 11 to 20 days of age, in a completely randomized experimental design, with four corn types and a reference diet, with five replications and six birds per experimental unit each with three males and three females. Each corn types evaluated replaced 40% of the reference diet. The second assay was run from 32 to 40 days of age, using the same birds of the first assay as well as the same treataments. Samples of experimental diets and excreta were anlysed. Total and digestible aminoacid from the corn were estimaded using NIR according to standard curves proposed by RhodimentRM NIRSA. Data on grain classification, density and mycotoxins were also analysed. The values of EMAn (kcal/kg) in the natural matter of the four types of corn (MDA, MDI, MDB and MDT) for the period of 15 t0 19 days of age were respectively: 3308; 3121; 2937; 3239; and for the period of 33 to 37 days of age were respectively: 3413; 3362; 3174 and 3348; indicating higher energy utilization efficiency as the age of broilers increases. Data on EMAn, crude protein and aminoacids must be diferenciated to prepare the nutritional matrixes of the different corn types that will be used in minimum cost ration formulation. The prediction equations may be used to estimate the energy value of corns of different qualities, either due to classification, density ou chemical composition. However, systematic error associated to each equation can impair the accuracy of the expected nutritional value. Key words: metabolizable energy, aminoacids, corn quality, broilers.

39

INTRODUÇÃO

A avicultura constitui uma atividade de grande importância na produção de proteína

animal de alta qualidade e tem experimentado consideráveis avanços nos índices de

produtividade. Com os avanços do melhoramento genético, do fornecimento de rações

balanceadas de custo mínimo, e um manejo com técnicas eficientes, foi possível uma

expressiva redução de custos de produção.

A exatidão e a precisão na estimativa dos valores de energia metabolizável são

essenciais para maximizar o desempenho das aves proporcionando melhor ganho de peso e

eficiência alimentar (DALE 1992).

Segundo ALBINO (1991), a determinação dos valores de energia metabolizável

(EM) dos alimentos é de grande importância, pois é a mais utilizada no cálculo de rações

para aves. A precisão destes valores está diretamente relacionada ao sistema de

determinação empregado, sendo essencial para que se minimizem erros de estimativas. A

grande variação na composição química dos alimentos, pode causar alterações

significativas nos valores de digestibilidade da proteína e energia contidas nos ingredientes

(FIALHO et al., 1995).

A utilização mais exata dos valores energéticos dos alimentos otimiza a

produtividade e maximiza a rentabilidade avícola.

Na área de tecnologia de produção de rações, muitos esforços têm sido realizados

para desenvolver novas tecnologias, que proporcionem benefícios na melhoria da qualidade

nutricional dos alimentos utilizados na nutrição das aves.

Este trabalho objetivou determinar os valores de energia metabolizável aparente

corrigida pelo método tradicional de coleta total de excretas utilizando frangos de corte de

40

diferentes idades, e avaliar o perfil de aminoácidos e composição química de diferentes

tipos de milhos obtidos por estratificação através da mesa densimétrica.

3. MATERIAL E MÉTODOS

Os ensaios biológicos foram realizados no setor de avicultura da Unidade de Apoio

à Pesquisa do Laboratório de Zootecnia e Nutrição Animal da Universidade Estadual do

Norte Fluminense, localizada em Campos dos Goytacazes-RJ.

Os valores de energia metabolizável aparente e aparente corrigida, foram

determinados utilizando-se o método tradicional de coleta total de excretas de aves, durante

o período de novembro a dezembro de 2005. Foram avaliados quatro tipos de milho, sendo

três originados da estratificação dos grãos através da mesa densimétrica ou gravimétrica.

designadas por MDA – Milho de densidade alta ; MDI – Milho de densidade intermediária;

MDB – Milho de densidade baixa e MDT – Milho de densidade total (30% da MDA, 60%

da MDI e 10% da MDB). Estes diferentes tipos de milho foram oriundos da fábrica de

rações da Reginaves Indústria e Comércio de Aves Ltda (RICA), localizada no estado do

Rio de Janeiro.

3.1. Análises Bromatológicas

Para a elaboração da matriz nutricional dos diferentes tipos de milho estudados,

foram realizadas uma série de análises bromatológicas, sendo estimados os valores de

matéria seca (MS), proteína bruta (PB) ,extrato etéreo (EE), fibra bruta (FB), matéria

mineral (MM), cálcio (Ca), fósforo (P). Os perfis de aminoácidos totais e digestíveis das

41

frações de milho foram analisados utilizando o NIR - Espectroscopia de Refletância no

Infra Vermelho Próximo realizados pelo Laboratório CEAN – ADISSEO, segundo curvas

padrões propostas pelo Rhodimet TM NIRSA. Foram realizadas preliminarmente análises

por Cromatografia Líquida de Alta Eficiência (HPLC) para verificação da confiabilidade de

uso das curvas padrões de milho normal.

Utilizando os padrões do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento

(MAPA), foram realizadas análises físicas de classificação de grãos de várias amostras dos

diferentes tipos de milho estratificados no Laboratório de Análises de Alimentos da

Guaraves Alimentos – Guarabira – PB, considerando: grãos quebrados, ardidos,

carunchados e chochos, impurezas e fragmentos e materiais estranhos. Os resultados da

classificação foram utilizados para estimar os valores energéticos dos milhos de diferentes

qualidades através de equações de predição, apresentadas na literatura e comparadas aos

resultados obtidos dos ensaios metabólicos.

Para avaliação da densidade dos milhos estudados foi utilizada a metodologia do

peso hectolítrico. Esta avaliação foi realizada em três repetições para cada um dos

diferentes tipos de milho no medidor de peso hectolítrico, modelo The easy-way, fabricado

pela Farm-Tec, utilizando balança Sartonus, modelo BP 4100S, com capacidade máxima de

4100g. Estes resultados são importantes para avaliar a qualidade dos produtos de milho

diferenciados pela mesa densimétrica, que estratifica o cereal por densidade ou peso

específico. Os resultados foram utilizados para estimar o valor energético através de

equações de predição obtidas na literatura visando comparar sua qualidade.

42

3.2. Ensaio de metabolismo 1 e 2

Em ambos os ensaios de metabolismo foram utilizados os mesmos tipos de milho,

que substituíram em proporção de 40% uma dieta referência à base de milho e farelo de

soja, formulada para as fases inicial e crescimento das aves.

As rações experimentais foram fornecidas nas diferentes idades: 11 a 19 dias (fase

inicial) e 29 a 37 dias (fase de crescimento). As exigências das aves e a composição

química dos alimentos, com exceção dos diferentes tipos de milho estudados, foram

baseadas na Tabelas Brasileiras para Aves e Suínos (ROSTAGNO et al ,2005).

3.2.1. Instalações e manejo

Foram utilizados 150 pintos de corte, da linhagem Cobb, de ambos os sexos, com 15

dias de idade e peso médio de 252 gramas. As aves foram alojadas em boxes (1,80 x 1,80

m) em um galpão experimental do setor na avicultura da Unidade de Apoio à Pesquisa em

Zootecnia – UENF, até que se completasse o período de transferência para as baterias onde

foi realizado o ensaio de metabolismo. O período experimental foi constituído de 9 dias,

sendo o período de adaptação do 11° ao 14° dia , e o da coleta total de excretas do 15° ao

19° dia de idade.

Até o décimo quinto dia de idade, as aves receberam ração inicial contendo 3.000

kcal de EM/kg e 21% PB, seguindo as recomendações descritas por ROSTAGNO et al.

(2005).

No décimo primeiro dia de idade, os pintos foram transferidos para a bateria

metálica com 32 divisões (0,50 x 1,00 m) alocada em galpão de alvenaria coberto com

43

telhas de barro, e contendo um bebedouro automático tipo taça e um comedouro linear em

cada divisão.

O período experimental foi de nove dias, sendo quatro de adaptação das aves às

instalações e às rações experimentais, e cinco dias de coleta total de excretas. Utilizou-se

óxido de ferro a 1% como marcador fecal, incluindo-o nas dietas 12 horas antes do início

das coletas de excretas e do controle do consumo alimentar. As excretas foram coletadas

em bandejas dispostas sob cada compartimento das gaiolas e revestidas com material

plástico. Foram realizadas duas vezes ao dia, as 8 e 17 horas, evitando fermentações fecais.

No término do período experimental foi quantificada a ração consumida por repetição,

durante os cinco dias de coleta.

O delineamento experimental foi inteiramente casualizado, com cinco tratamentos,

sendo quatro milhos de diferentes qualidades e uma ração referência, cinco repetições e seis

aves por unidade experimental, sendo três machos e três fêmeas.

Para mensurar as condições ambientais em que foram mantidos os animais foram

registradas diariamente as temperaturas de máxima e mínima, durante o período

experimental.

44

3.2.2. Tratamentos e rações experimentais

Na Tabela 1 está apresentada a composição dos ingredientes da ração referência da fase

inicial, e a composição nutricional calculada utilizada neste ensaio.

Os tratamentos consistiram :

T1 - Ração referência;

T2 - 60 % ração referência + 40 % Milho de densidade alta;

T3 - 60 % ração referência + 40 % Milho de densidade intermediária;

T4 - 60 % ração referência + 40 % Milho de densidade baixa;

T5 - 60 % ração referência + 40 % Milho de densidade total;

45

Tabela1 - Composição alimentar e nutricional da ração referência (Matéria natural)

Table1- Feed composition of reference feed (As feed)

Ingredientes ingredients

% Composição calculada Calculated composition

Milho Corn

58,34 EM (Kcal/Kg) ME (kcal/kg)

3000

Farelo de Soja Soybean meal

35,670 Proteína bruta (%) Crude protein (%)

21,500

Óleo de Soja Soybean oil

2,387 Metionina digestível (%) Digestible Methionine (%)

0,560

Fosfato Bicálcico Dicalcium phosphate

1,835 Metionina + Cistina Digestivél (%) Digestible Methionine + Cystine (%)

0,850

Calcário Limestone

0,905 Lisina digestivél(%) Digestible lysine (%)

1,310

Sal (NaCl) Salt

0,420 Cálcio (%) Calcium(%)

0,900

Premix ¹ Premix

0,400 Fósforo disponível (%) Available P(%)

0,449

DL-Metionina (99%) DL- Methionine

0,268

L-Lisina. HCl (78,4%) HCl L-Lysine.

0,120

L-Treonina (%) L – Theonine (%)

0,062

Antioxidante (%) Antioxidant

0,010

1Composição / kg de Premix1 : VIT A, 3750.000 UI; VIT D3, 3750.000 UI; VIT E,12500mg; VIT K,3875mg; VIT B1, 875mg; VITB2, 3000mg; VIT B6, 3000mg; VIT B12, 6000mg; Ác. Nicotínico, 15000mg; Ác. Fólico,625mg; Ác.Pantotênico, 6000 mg; Biotina, 55mg; Cobre, 2000mg; Ferro, 12500mg; Iodo, 150mg; Mn, 15000mg; Selênio, 75mg; Zinco, 13750 mg; Coccidiostático (Monenzina e Nicarbazina), 15000mg; Antimicrobiano (Bacitracina de Zinco e Colistina), 2500mg; Antioxidante, 2500mg

46

3.3. Ensaio de metabolismo 2 3.3.1. Instalações e manejo

Após o término do primeiro ensaio de metabolismo as aves foram transferidas para

os boxes experimentais do galpão de alvenaria até alcançarem a idade para o início do

segundo ensaio. Neste período, foi fornecida à vontade ração de crescimento para frangos

de corte com 3150 kcal EM\kg e 18,5 %PB, seguindo as recomendações de ROSTAGNO et

al. 2005. Durante o período experimental as aves receberam diariamente 23 horas de

iluminação, sendo a luz natural complementada com lâmpadas fluorescentes.

Neste ensaio foram utilizadas as mesmas aves do primeiro ensaio de metabolismo,

preservando os tratamentos a que foram submetidas. Com peso médio de 1,700 kg aos 29

dias de idade, as aves foram alojadas em gaiolas de metabolismo (50x50x50m) providas de

comedouro linear individual e bebedouros tipo nipple. A unidade experimental foi

constituída por dois animais (um macho e uma fêmea).

Durante o período experimental as aves foram submetidas a quatro dias de

adaptação às instalações e rações experimentais (29° ao 32° dia), e cinco dias de coleta total

de excretas (33° ao 37° dia). Utilizou-se óxido de ferro a 1% como marcador fecal

incluindo-o nas dietas 12 horas antes do início das coletas de excretas e do controle do

consumo alimentar. As excretas foram coletadas em bandejas dispostas sob cada

compartimento das gaiolas e revestidas com material plástico. Foram realizadas duas

coletas ao dia, as 8 e 17 horas, evitando fermentações fecais. No término do período

experimental foi quantificada a ração consumida por repetição, durante os cinco dias de

coleta.

47

Foram monitoradas as condições ambientais através de termômetro de máxima e

mínimas.

3.3.2. Tratamentos e rações experimentais

Na Tabela 2 está apresentada a composição dos ingredientes da ração referência da fase

de crescimento, e a composição nutricional calculada utilizada neste ensaio.

Os tratamentos consistiram :

T1 - Ração referência;

T2 - 60 % ração referência + 40 % Milho de densidade alta;

T3 - 60 % ração referência + 40 % Milho de densidade intermediária;

T4 - 60 % ração referência + 40 % Milho de densidade baixa;

T5 - 60 % ração referência + 40 % Milho de densidade total;

48

Tabela2 - Composição alimentar e nutricional da ração referência (Matéria natural)

Table2- Feed composition of reference feed (As feed)

Ingredientes Ingredients

% Composição calculada Calculated composition

Milho Corn

64,15 EM (Kcal/Kg) ME (kcal/kg)

3150

Farelo de Soja Soybean meal

29,10 Proteína bruta (%) Crude protein (%)

18,50

Óleo de Soja Soybean oil

3,20 Metionina digestível (%) Digestible Methionine (%)

0,48

Fosfato Bicálcico Dicalcium phosphate

1,62 Metionina + Cistina Digestivél (%) Digestible Methionine + Cystine (%)

0,75

Calcário Limestone

0,79 Lisina digestivél(%) Digestible lysine (%)

1,00

Sal (NaCl) Salt

0,411 Cálcio (%) Calcium(%)

0,80

Premix ¹ Premix

0,400 Fósforo disponível (%) Available P(%)

0,39

DL-Metionina (99%) DL- Methionine

0,205

L-Lisina. HCl (78,4%) HCl L-Lysine.

0,135

Antioxidante (%) Antioxidant

0,01

1- Composição / kg de Premix1 : VIT A, 3750.000 UI; VIT D3, 3750.000 UI; VIT E,12500mg; VIT K,3875mg; VIT B1, 875mg; VITB2, 3000mg; VIT B6, 3000mg; VIT B12, 6000mg; Ác. Nicotínico, 15000mg; Ác. Fólico,625mg; Ác.Pantotênico, 6000 mg; Biotina, 55mg; Cobre, 2000mg; Ferro, 12500mg; Iodo, 150mg; Mn, 15000mg; Selênio, 75mg; Zinco, 13750 mg; Coccidiostático (Monenzina e Nicarbazina), 15000mg; Antimicrobiano (Bacitracina de Zinco e Colistina), 2500mg; Antioxidante, 2500mg

49

3.4. Preparo das amostras

As excretas coletadas em ambos os ensaios foram acondicionadas em sacos plásticos

devidamente identificados e armazenadas em freezer até o final do período experimental.

Posteriormente, as amostras foram descongeladas, pesadas, homogeneizadas, retiradas sub-

amostras para análises laboratoriais.Foi realizada a pré-secagem em estufa ventilada a 55

oC, e subseqüente análises de matéria seca, nitrogênio e energia bruta utilizando bomba

calorimétrica tipo Parr da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ).

Os valores de energia metabolizável aparente (EMA) e aparente corrigida pelo balanço

de nitrogênio (EMAn) foram calculados utilizando as equações propostas por

MATTERSON el al. (1965).

EMA (kcal/ kg de MS) = EB Ingerida – EB Excretada

MS Ingerida

EMAn ( kcal/ kg de MS) do alimento = (EB Ingerida – EB Excretada ) ± 8,22 x BN

MS Ingerida

50

4. RESULTADOS E DISCUSSÃO

4.1. Ambiente

Nas tabelas 3 e 4 estão apresentadas, as temperaturas de máxima e mínima

registradas durante o período experimental para caracterizar o ambiente em que as aves

foram submetidas.

Tabela 3- Temperaturas máxima e mínima do galpão registradas durante o ensaio de

metabolismo (15 a 19 dias)

Temperaturas (ºC) Idade (Dias) Mínima Máxima

15 23,5 28,0 16 22,5 26,8 17 25,5 30,0 18 26,0 31,7 19 22,4 28,6

Tabela 4- Temperaturas máxima e mínima do galpão registradas durante o ensaio de

metabolismo (33 a 37 dias)

Temperaturas (ºC) Idade (Dias) Mínima Máxima

33 22,9 31,5 34 25,7 33,0 35 26,0 34,0 36 27,6 33,1 37 27.7 32,9

51

Foi observado que durante o primeiro ensaio de metabolismo, onde as aves se

encontravam na fase inicial de crescimento (0-21 dias), houve um período de temperaturas

mínimas abaixo das adequadas para a idade. Enquanto, no ensaio 2 foram verificadas

temperaturas de máxima elevadas para o conforto térmico dos frangos de corte.

4.2. Valor energético dos diferentes tipos de milho

Os valores de EMA e EMAn obtidos nos bioensaios estão apresentados na Tabela 5.

Houve variação entre valores de EMA e EMAn entre as frações de milho estudadas, devido

às variações encontradas em sua composição química. Foram observados que estes valores

também diferiram significativamente entre as duas idades estudadas.

Tabela 5- Valores de energia metabolizável aparente (EMA) e aparente corrigida (EMAn)

dos diferentes tipos de milho em diferentes idades de frango de corte.

Frações EMA EMAn

1 2 1 2

FAD 3518 3563 3308 3413

FDI 3356 3507 3121 3362

FDB 3131 3279 2937 3174

FDT 3449 3479 3239 3348

1: 15 a 19 dias de idade; 2: 33 a 37 dias de idade

Verificou-se que os valores de EMA foram maiores que os valores de EMAn. É uma

característica normal o valor de EMA, quando determinado pela metodologia tradicional,

ser superior ao de EMAn, o que aconteceu para ambas as idades neste trabalho, o que se

52

explica devido à ocorrência do balanço positivo de nitrogênio (SIBBALD e WOLYNETZ ,

1985).

Segundo COELHO (1983), em níveis normais de consumo, as perdas de energia fecal

metabólica (Efm) e de energia urinária metabólica endógena (Eue) são pequenas em relação

à excreção de energia proveniente do alimento tendo pouca influência nos valores de EMA

e EMAn, obtidos pelo método tradicional.

No ensaio realizado com frangos com 11 a 19 dias de idade os valores encontrados

tanto para a EMA quanto para a EMAn superaram os resultados encontrados no ensaio

realizado com frangos na idade inicial. As diferenças nos valores de energia metabolizável

associadas à idade, podem ser explicadas pelo fato que frangos com o avançar da idade

utilizam mais eficientemente a energia que frangos mais jovens, para determinados

alimentos. Essa maior digestibilidade dos nutrientes por aves com idade mais avançada

poderia, ainda, ser atribuído à menor taxa de passagem e ao maior tempo de permanência

dos alimentos no tratogastrintestinal , sob ação das secreções gástricas.

Segundo MARCH et al.,1973; ROSTAGNO et al., 1997; ALBINO et al.,1982, As aves

adultas utilizam mais energia que as aves jovens, pois alguns nutrientes são melhor

metabolizados por aves adultas.Entretanto, ALBINO et al.(1986), não encontraram

diferenças nos valores de energia metabolizável de alguns alimentos estudados em

diferentes idades. NASCIMENTO, et al.,2005, também não encontraram diferença no valor

de EMAn, determinado com aves jovens e adultas estudando farinhas de vísceras, porém o

mesmo não ocorreu quando avaliaram farinha de penas.

Com relação aos tipos de milho estudados, os maiores valores de EMAn foram

observados respectivamente para MDA, MDI, MDB, tendo variação para aves mais jovens

53

de 3308 a 2937 Kcal/kg e 3413 a 3174 Kcal/kg para a EMAn quando avaliado com aves

mais velhas.

As diferenças encontradas nos valores de EMA e EMAn podem ser utilizadas para

classificar os alimentos em alta energia e baixa energia. Esta classificação pode estar

relacionada com a composição das frações de milho obtidas pela mesa densimétrica, pois

alimentos que apresentam maior concentração de amido possuem maiores valores para

EMA; em contrapartida, os alimentos com maior teor de polissacarídeos não amiláceos têm

menores valores de EMAn.

As diferenças entre os valores energéticos para os diferentes tipos de milho estudados,

determinadas com frangos de corte de diferentes idades, sugerem a necessidade de

avaliação da energia metabolizável dos vários alimentos utilizados na alimentação das aves,

de acordo com a categoria animal. Os resultados mostraram que as aves utilizaram com

melhor eficiência a energia dos diferentes tipos de milho.

A estimativa do valor energético das frações de milho com base na equação de

predição de ROSTAGNO et.al. (2005), considerando o milho padrão ótimo (3432 kcal

EM/kg) estão apresentados na Tabela 6. As perdas de EM dos grãos chochos foram

considerados como FRIM e as perdas de EM do material estranho foram considerados

como ADC.

54

Tabela 6 - Valor energético dos tipos de milho estratificado com base na matéria natural

Milho EMAn

Ensaio1 Ensaio 2 UFV-2005

MDA 3308 3413 3338

MDI 3121 3362 3231

MDB 2937 3174 3096

MDT 3239 3348 3270

1- Frangos de corte com 15 a 19 dias de idade; 2 Frangos de Corte com 33 a 37 dias de idade Foi observado que os valores energéticos obtidos a partir da equação de predição

ROSTAGNO, et. al(2005), foram maiores para os encontrados com os pintos na idade de

11 a 19 dias e menores para os estimados para os frangos com 29 a 37 dias.

De acordo com a classificação das frações de milho foram estimados os valores de EMAn

segundo a equação de predição obtida por RODRIGUES, et. al (2001), EMAn = 4354,8 -

112,05FB - 151,74MM (R2 = 0,95). Observou-se um decréscimo na estimativa da energia

entre as frações. Os maiores valores estimados foram 3952, 3941 e 3476 kcal/kg

respectivamente para MDA, MDI e MDB. Foi observado que o milho de densidade alta foi

12% superior ao valor obtido pelo milho de densidade baixa.

4.3. Proteína e aminoácidos Na tabela 7 são apresentadas as análises de proteína realizadas em diferentes laboratórios

55

Tabela 7- Valores percentuais de proteína analisados em diferentes laboratórios

Laboratório MDA MDI MDB MDT A 8,28 7,98 7,99 8,05 B 7,52 8,4 9,02 8,12 C 9,34 9,52 10,00 9,12 Média 8,38 8,63 9,00 8,43 DP 0,91 0,80 1,01 0,60 CV 10,91 9,22 11,16 7,10

Com base nos valores de proteína analisados em diferentes laboratórios é possível

verificar que o MDB possui maior teor protéico do que o MDI e o MDA. Devido ter uma

maior concentração dos seus nutrientes

A informação do conteúdo preciso dos aminoácidos é essencial para os elaboradores

de alimentos, favorecendo a otimização das formulações. Contribuindo para que a margem

de segurança da proteína e aminoácidos seja reduzida.

Na tabela 8 e 9 são apresentados os resultados de proteína e aminoácidos totais e

digestíveis.

56

Tabelas 8- Percentuais de proteína e aminoácidos totais dos diferentes tipos de milho

estratificado obtidos pela análise no NIR.

Unidade MDA MDI MDB MDT Proteína % 7,52 8,40 9,02 8,12 Lisina % 0,20 0,25 0,29 0,25 Metionina % 0,17 0,17 0,18 0,17 Metionina + cistina % 0,31 0,35 0,37 0,34 Treonina % 0,29 0,29 0,32 0,30 Triptofano % 0,05 0,06 0,07 0,05 Valina % 0,35 0,38 0,43 0,37 Isoleucina % 0,27 0,28 0,30 0,27 Leucina % 0,93 1,00 1,05 0,96 Fenilalanina % 0,37 0,39 0,44 0,39 Histidina % 0,21 0,22 0,22 0,22 Arginina % 0,37 0,40 0,44 0,40

Perfil de Aminoácidos Totais de diferentes tipos de milho

0,17

0

0,31

0

0,29

0

0,05

0

0,35

0

0,27

0

0,93

5

0,37

5

0,21

5

0,37

0

0,25

0

0,17

5

0,35

0

0,29

5

0,06

0

0,38

5

0,28

0

1,00

0

0,39

5

0,22

0

0,40

0

0,29

5

0,18

5

0,37

0

0,32

0

0,07

0

0,43

0

0,30

0

1,05

0

0,44

0

0,22

0

0,44

0

0,25

0

0,17

0

0,34

0

0,30

0

0,05

0

0,37

0

0,27

0

0,96

0

0,39

0

0,22

0

0,40

0

0,20

5

0,000

0,200

0,400

0,600

0,800

1,000

1,200

Lis

Met

M +

C

Treo Tr

i

Val Ile Leu

Fen

His

Arg

Aminoácidos

% A

min

oáci

dos

Tota

is

MDA MDI MDB MDT

Figura 1. Perfis de aminoácidos totais dos diferentes tipos de milho.

57

Tabela 9- Percentuais de proteína e aminoácidos digestíveis dos diferentes tipos de milho obtidos por estratificação obtidos pela análise do NIR. Unidade MDA MDI MDB MDT Proteína % 7,52 8,40 9,02 8,12 Lisina % 0,19 0,22 0,25 0,22 Metionina % 0,16 0,16 0,16 0,16 Metionina + cistina % 0,27 0,26 0,26 0,26 Treonina % 0,24 0,22 0,22 0,22 Triptofano % 0,05 0,04 0,04 0,04 Valina % 0,34 0,33 0,37 0,34 Isoleucina % 0,26 0,25 0,27 0,26 Leucina % 0,92 0,90 0,93 0,90 Fenilalanina % 0,34 0,32 0,35 0,34 Histidina % 0,18 0,19 0,18 0,18 Arginina % 0,36 0,33 0,33 0,34

Perfil de aminoácidos digestíveis dos diferentes tipos de milho

0,19

5

0,16

0 0,27

5

0,24

0

0,05

0

0,34

0

0,26

5

0,92

5

0,34

5

0,18

0

0,36

0

0,22

0

0,16

0 0,26

0

0,22

0

0,04

0

0,33

0

0,25

5

0,90

0

0,32

0

0,19

0

0,33

5

0,25

0

0,16

0 0,26

0

0,22

0

0,04

0

0,37

0

0,27

0

0,93

0

0,35

5

0,18

0

0,33

0

0,22

0

0,16

0 0,26

0

0,22

0

0,04

0

0,34

0

0,26

0

0,90

5

0,34

0

0,18

5

0,34

5

0,0000,2000,4000,6000,8001,000

Lis

Met

M +

C

Treo Tr

i

Val Ile Leu

Fen

His

Arg

Aminoácidos

% A

min

oáci

dos

dige

stív

eis

MDA MDI MDB MDT

Figura 2. Perfis de aminoácidos digestíveis dos diferentes tipos de milho.

58

Na tabela 10 e 11 são apresentadas as composições estimadas do perfil de aminoácidos

digestíveis e totais calculados utilizando os aminogramas realizados no NIR para cada um

dos tipos de milho estratificado. O método de valoração utilizado foi o da fatoração, que

proporcionou a correção dos níveis de aminoácidos dos diferentes tipos de milho através da

relação entre os aminoácidos, obtidos pelos aminogramas, e a proteína bruta. Para cada tipo

de milho foram realizadas três análises de proteína bruta em laboratórios diferentes. As

análises de proteína bruta estão apresentadas na tabela 7.

Tabela 10- Estimativas dos aminoácidos totais dos diferentes tipos de milho. Aminoácido Unidade MDA MDI MDB MDT Lisina % 0,228 0,257 0,294 0,260 Metionina % 0,189 0,180 0,185 0,176 Metionina + Cistina % 0,345 0,360 0,369 0,353 Treonina % 0,323 0,303 0,319 0,311 Triptofano % 0,056 0,062 0,070 0,052 Valina % 0,390 0,396 0,429 0,384 Isoleucina % 0,301 0,288 0,299 0,280 Leucina % 1,042 1,028 1,048 0,997 Fenilalanina % 0,418 0,406 0,439 0,405 Histidina % 0,240 0,266 0,220 0,228 Arginina % 0,412 0,411 0,439 0,415

59

Tabela 11- Estimativa dos aminoácidos digestíveis dos diferentes tipos de milho.

Aminoácido Unidade MDA MDI MDB MDT Lisina % 0,217 0,226 0,250 0,228 Metionina % 0,178 0,164 0,160 0,166 Metionina + Cistina % 0,306 0,267 0,260 0,270 Treonina % 0,267 0,226 0,220 0,228 Triptofano % 0,045 0,041 0,040 0,042 Valina % 0,379 0,339 0,369 0,353 Isoleucina % 0,295 0,262 0,270 0,270 Leucina % 1,031 0,925 0,928 0,940 Fenilalanina % 0,384 0,329 0,354 0,353 Histidina % 0,201 0,195 0,180 0,192 Arginina % 0,401 0,344 0,329 0,358

4.4. Predição dos valores energéticos

4.4.1. Classificação de grãos

Na Tabela 12 estão apresentados os resultados da classificação dos diferentes tipos de

milho de acordo com os padrões do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento.

Tabela 12. Classificação dos diferentes tipos de milho estratificado.

CLASSIFICAÇÃO MDA MDI MDB MDT Quebrados (%) 8,45 44,09 57,89 35,21 Ardidos (%) 2,33 6,95 6,80 4,07 Carunchados (%) 3,25 0,78 1,04 1,04 Chochos (%) 0,88 3,08 5,74 3,32 Impureza / fragmento (%) 1,52 3,83 9,24 2,76 Material estranho (%) 0,00 0,28 9,61 1,34

60

Foram observados pela classificação maiores incidências de grãos ardidos, quebrados,

chochos, impurezas e fragmentos e material estranho no milho de densidade baixa e no de

densidade intermediária, indicando produto de pior qualidade nutricional. A classificação

demonstrou eficiência na separação dos grãos de milho pela mesa densimétrica, originando

produtos de valor nutricional diferenciados, que podem proporcionar prejuízos no

desempenho das aves. O MDA foi classificado como o melhor tipo, mostrando que milho

de mais alta densidade possui significativos níveis de energia metabolizável em relação aos

de mais baixa densidade (MDI e MDB). O MDT mostrou-se muito próximo dos resultados

obtidos pelo MDI.

Verificou-se aumento expressivo do percentual de grãos ardidos, chochos, fragmentos

e impurezas e material estranho nos milhos MDI e MDB, que explica as grandes perdas de

EM obtidas no ensaio de metabolismo em ambas as fases de crescimento das aves. DALE

(1996), reportou que grãos de milho quebrados e matérias estranhas reduzem o valor da

energia metabolizável verdadeira para aves em 5,6 e 17%,respectivamente.

Segundo BIAGGI et al. (1996), o comércio internacional de grãos procura orientar a

qualidade por variáveis como umidade, grãos quebrados, material estranho, cor e

imperfeições. No Brasil, LIMA (2001), relata que o mercado de milho, em geral, valoriza

pouco a qualidade, pois o pagamento diferenciado premiando este atributo é pouco

significativo. O que está a venda é a quantidade de milho e não sua qualidade.

A partir dos resultados de classificação obtidos neste trabalho foram estimados, os

valores das perdas de energia metabolizável (Emp) de milho considerando resultados de

classificação utilizando a seguinte equação Emp = -0,064 + 1,56 QBR + 6,98 FRIM +

10,06 FUN + 12,28 INS + 5,87ADC, propostas por ROSTAGNO, et al., (2005). As

estimativas calculadas são apresentadas na Tabela 13.

61

Tabela 13- Estimativa das perdas do valor energético (kcal/kg) dos diferentes tipos de

milho com base na equação desenvolvida por ROSTAGNO et.al (2005).

Tipo Milho

Quebrados Imp/Frag Ardidos Carunchados (kcal/kg)

Chochos Mat. Est. E.M.

MDA 13,69 10,61 32,41 39,95 6,12 0,00 93,71 MDI 71,43 26,71 69,95 9,58 21,50 1,66 200,76 MDB 93,78 64,47 68,41 12,77 40,09 56,43 335,89 MDT 57,03 19,29 40,98 12,81 23,20 7,89 161,13

A equação estimou grandes perdas nos valores de EM entre os milhos de diferentes

qualidades, principalmente devido às variações na sua classificação. Observou-se que as

perdas energéticas foram aproximadamente: 94; 200; 336 e 161 kcal/kg de milho, para o

MDA, MDI, MDB e MDT, respectivamente. As perdas mais significativas foram oriundas

dos grãos quebrados, ardidos, matérias estranhas e impurezas. Observou-se que os valores

das perdas de energia metabolizável aumentaram à medida que a qualidade do milho

piorou.

A partir destes resultados verifica-se a necessidade de se realizar correções nutricionais

dos tipos de milho de acordo com a sua qualidade avaliada pela classificação de grãos, para

que sejam mais corretamente utilizados na formulação de rações de custo mínimo.

4.4.2. Densidade das frações de milho

Na tabela 14 são apresentados os resultados de densidade (peso específico) dos

diferentes tipos de milho estratificados pela mesa gravimétrica utilizando o método do peso

hectolítrico.

62

Tabela 14- Densidades dos tipos de milho de acordo com o peso hectolítrico.

Amostras Tipos Peso específico (kg / m3)

Média

Desvio Padrão

% CV

1 805,18

2 MDA 810,05

3 800,06 805,10 5,00 0,62

1 731,69

2 MDI

737,84

3 740,38 736,63 4,47 0,61

1 593,43

2 MDB 583,50

3 601,85 592,93 9,18 1,55

Foi verificado que a média da densidade para o MDA foi 9,3 e 35,8% superior às

densidades observadas para o MDI e o MDB respectivamente. É notório que o milho com

maior densidade, ou seja, maior peso por unidade de volume, possui maior valor

nutricional, principalmente energia, visto seu maior conteúdo de amido.

BAIDOO et al. (1991), investigaram a relação entre a densidade e a energia

metabolizável verdadeira para aves em lotes de milho. Observaram relações lineares

positivas e significativas, apresentando coeficiente de correlação de 0,85. Os autores

apresentaram uma equação de predição para a estimativa da EMVn (kcal/kg de MS) =

1,452 + 0,566 x Densidade (kg/hl). Utilizando esta equação para estimar o valor energético

com as densidades e a matéria seca obtidas das frações de milho estratificadas, e

considerando que a diferença entre a EMVn e a EMAn é de cerca de 12%, obteve-se o

63

resultado estimado de 3462, 3187 e 2574 kcal/kg EMAn para o MDA, MDI e MDB,

respectivamente. Estes resultados de predição são semelhantes ao encontrado para o MDA,

inferior cerca de 300 e 700 kcal/kg para o MDI e o MDB, respectivamente. Esta equação

parece estimar bem o valor energético para milho de boa qualidade e subestimar os de mais

baixa qualidade.

4.4.3. Composição nutricional

Os valores estimados de energia metabolizável dos dois bioensaios, e a composição

química analisada são apresentados nas Tabelas 15.

Tabela 15- Composição química e energética dos diferentes tipos de milho.

Valor Nutricional Unidade MDA MDI MDB MDT EMAn - (15-19 dias) kcal/kg 3308 3121 2937 3239 EMAn- (33 - 37 dias) kcal/kg 3413 3362 3174 3348 Umidade % 13,55 13,14 12,87 13,24 Proteína Bruta % 8,38 8,63 9,00 8,43 ExtratoEtéreo % 4,35 4,37 5,08 4,44 Fibra Bruta % 2,17 2,2 5,67 2,54 Matéria Mineral % 1,05 1,10 1,60 1,14 Extrato não nitogenado1 % 70,5 70,56 65,78 70,23 Cálcio % 0,06 0,07 0,06 0,07 Fósforo total % 0,23 0,23 0,29 0,24 Fósforo Disponível2 % 0,08 0,08 0,10 0,08

1ENN = 100 – (UM+PB+EE+MM+FB) 2 Calculado pelo fator de correção obtido nas Tabelas Brasileiras de Aves e Suínos (2005).

64

4.5. Micotoxinas

Na tabela 16 são apresentadas as análises de aflatoxina (AFL) e tricotecenos (T2) para

os diferentes tipos de milho estratificados , e nas tabelas 14 e 15 as das rações

experimentais utilizadas nos ensaios de metabolismo1 e 2.

Tabela16- Análises de micotoxinas para os diferentes tipos de milho estratificados. Tipos de milho Aflatoxinas

(ppb) Tricotecenos

(ppb) MDA 0,00 26,4 MDI 79,0 61,5 MDB 115,5 98,5 MDT 72,58 35,2

As análises de micotoxinas realizadas para verificar a qualidade dos diferentes tipos de

milho, mostraram a não detecção de aflatoxina, entretanto a presença de baixos níveis de

tricotecenos no milho de densidade alta. Foi verificado também um crescente aumento,

tanto de aflatoxinas quanto de tricotecenos, à medida que piora a qualidade do milho

expressada pelo seu gradiente de redução da densidade para o MDI e o MDB. Dentre os

milhos avaliados os maiores teores de contaminação foram encontrados no de baixa

densidade, o que se justifica pela maior presença de pó segregado pela mesa densimétrica.

Este equipamento de estratificação de grãos apresentou grande benefício e

proporcionou condições de separação de lotes de milho de melhor qualidade, não somente

pelo aspecto nutricional, mas também pela presença de micotoxinas. A alimentação das

aves nas fases pré-inicial e inicial é essencial para o sucesso na criação de frangos de corte,

65

podendo o desempenho zootécnico ser beneficiado com rações produzidas com milho de

qualidade superior.

Tabela 17 . Avaliação de micotoxinas nas rações nos dois ensaios de metabolismo.

Rações Aflatoxinas (ppb)

Tricotecenos (ppb)

1 2 1 2

Ração Referência 5,44 1,50 197,6 189,7 Ração com MDA 5,16 1,69 185,0 176,4 Ração com MDI 0,92 6,68 348,5 182,7 Ração com MDB 5,06 15,47 505,9 214,8 Ração com MDT 1,77 9,73 223,7 191,3 1-Ensaio de metabolismo com frangos com 11 a 19 dias de idade.

2-Ensaio de metabolismo com frangos com 29 a 37 dias de idade.

As análises de micotoxinas mostraram a contaminação fúngica das rações produzidas

com os diferentes tipos de milho. Os fungos ao se desenvolverem nos grãos utilizam

nutrientes podendo alterar significativamente seu valor nutritivo. Muitos estudos

comprovam a correlação entre o crescimento do fungo e a redução do nível energético do

grão. Segundo ZAVIEZO et. al.,(2005), a contaminação por micotoxinas proporciona uma

redução de 4 a 5% do valor da energia metabolizável para aves.

As recomendações do Laboratório de Análises de Micotoxicológicas (LAMIC) em

2006, apresentam limites máximos permitidos na alimentação de frangos na fase inicial e

crescimento: 0 a 2 ppb para aflatoxina e 0 e 50 ppb para as tricotecenos, respectivamente.

De acordo com MALLMANN, et .al 2006, no Brasil, a contaminação média por aflatoxinas

no milho, nos últimos 4 anos (2003-2006) foi de 6,25 ppb.

66

Pelos resultados observados nas rações experimentais, verifica-se que os níveis de

aflatoxina não são preocupantes quanto os de tricotecenos, que vem atualmente se tornando

a micotoxina de maior importância na avicultura. Estas micotoxinas provocam ação

negativa no desempenho zootécnico de frangos de corte e efeito supressivo no sistema

imune, que aumenta a susceptibilidade às doenças com a menor resposta às vacinações.

67

5. CONCLUSÕES

Os valores EMAn na matéria natural dos quatro tipos de milho estratificado através

da mesa densimétrica (MDA, MDI, MDB e MDT) para a idade de 15 a 19 dias foram

respectivamente: 3308; 3121; 2937;3239 kcal/kg, e para a idade de 33 a 37 dias foram

respectivamente: 3413, 3362, 3174 e 3348 kcal/kg. Estes valores sugerem melhor eficiência

de utilização da energia com o avanço da idade dos frangos de corte.

Os valores de EMAn, proteína bruta e aminoácidos devem ser diferenciados para a

elaboração das matrizes nutricionais dos diferentes tipos de milho que serão utilizados na

formulação de rações de custo mínimo.

As equações de predição podem ser utilizadas para estimar o valor energético de

milho de diferentes qualidades, seja pela sua classificação, densidade ou composição

química. Entretanto, o erro sistemático associado a cada equação pode comprometer a

exatidão do seu valor nutricional esperado.

68

6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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71

Efeitos da utilização de milho estratificado através da mesa densimétrica no desempenho de frangos de corte

RESUMO- Foi conduzido um experimento com o objetivo de verificar o desempenho de frangos de corte de 0 a 21 dias de idade, submetidos a níveis crescentes de inclusão do milho de densidade baixa (MDB) em substituição ao milho de densidade alta (MDA), obtidos por estratificação através da mesa densimétrica. Foram utilizados 150 pintos de cortes machos da linhagem Cobb. As aves foram alojadas em bateria metálica e distribuídas pelo critério de uniformização do peso corporal, em um delineamento inteiramente casualizado, com cinco tratamentos, cinco repetições e seis aves por unidade experimental. As rações experimentais foram formuladas de acordo com fases de criação: Pré inicial - 0 a 7 e inicial - 8 a 21 dias de idade de acordo com as recomendações das Tabelas Brasileiras para Aves e Suínos (2005). As matrizes nutricionais dos diferentes tipos de milho foram elaboradas segundo as determinações EMAn obtidas em ensaios de metabolismo e análises bromatológicas realizadas em experimentos anteriores. Os tratamentos consistiram em: T1- 100% MDA; T2- 75% MDA e 25% MDB; T3- 50% MDA e 50%; MDB; T4- 25% MDA e 75% MDB; T5- 100% MDB. As análises de regressão realizadas para peso corporal, consumo de ração e conversão alimentar em função dos níveis crescentes de MDB, demonstraram que para frangos de corte na fase pré-inicial e inicial, o tipo de milho estratificado classificado como milho de densidade baixa corrigido nutricionalmente, não reduziu significativamente (P>0,05) o desempenho zootécnico das aves. Devido as grandes variações na qualidade dos milhos estratificados pela mesa densimétrica, é recomendável realizar correções dos seus valores nutricionais, antes de serem utilizadas na formulação de rações de custo mínimo para frangos de corte.

Palavras chaves: nutrição, milho estratificado, desempenho de frangos de corte

72

Effect of utilization of different types of corn obtained in a densimetric table on broiler perfomance.

ABSTRACT- An experiment was contucted to study the perfomance of broilers from 0 to 21 days of age fed diets containing growing levels of low density corn (MDB) replacing high density corn (MDA) obtained in a densimetric table, using 150 cobb male chicks. The birds were housed in metallic batteries and allotted by body weight uniformity criterion, in a completely randomized experimental design with five treatments, five replications and six birds per experimental unit. The experimental diets were formulated for the different categories according to growing phases: Pre initial - 0 to 7 and initial -8 to 21 days of age, according to Tabelas Brasileiras para Aves e Suínos (2005). The nutritional matrixes of the corn types were produced based on estimate obtained in metabolism assay and bromatologic analyses perfomed in former experiments. The metabolism assays and bromatologic perfomed in former experiments. The treatments were: T1- 100% MDA; T 2- 75% MDA and 25% MDB; T 3- 50% MDA and 50% MDB; T 4- 25% MDA and 75% MDB; T 5- 100% MDB. Regression analyses on body weight, feed intake and feed convertion rate data related to growing levels of low density corn MDB, demonstrated that for broilers in pre initial and initial phase, the type of corn classified as low density corn nutritionally corrected, did not significantly decrease (P> 0,05) birds perfomance. Because the great quality variation of different types of corn separated in a densimetric table, it is recommended to make corrections in the nutritional values before minimum cost feed formulation for broilers.

Key Words: poultry nutrition, types of corn, broilers perfomance

73

1. INTRODUÇÃO

A avicultura brasileira tem apresentado um crescimento fantástico nas últimas décadas.

No ano de 2005, conforme estatística da União Brasileira de Avicultura - UBA, este

crescimento foi de aproximadamente 9,46%, o que representou uma produção de 9,2

milhões de toneladas de carne de frangos. Segundo MARCOLIN (2006), a exportações de

frangos em 2005 tiveram um crescimento de 13,75% sobre 2004, trazendo grandes divisas

econômicas para o Brasil.

HAVENSTEIN et al., (2003) relataram que o frango atualmente cresce 4,6 vezes

mais rápido do que a mesma ave criada em 1957. O retorno econômico da empresa avícola

depende de muitos fatores relativos à genética, nutrição, manejo, e da relação do preço do

frango no mercado com os preços dos insumos (BLACK et al., 1993). A ampla variação

dos custos dos ingredientes das rações e do valor comercial do frango abatido, tem

despertado o interesse na avaliação econômica de alternativas de alimentação para reduzir

os custos de produção de frangos de corte. O aspecto relacionado à nutrição tem grande

importância, pois a alimentação é responsável por aproximadamente 65% dos custos de

produção da avicultura de corte.

Este trabalho objetivou-se avaliar diferentes tipos de milho, estratificado através da

mesa densimétrica, no desempenho zootécnico de frangos de corte de 0-21 dias.

1.1. Fatores que influem no desempenho de frangos de corte

As pesquisas em exigências nutricionais para frangos de corte demonstraram

algumas divergências atribuídas a variações das condições experimentais, uma vez que

diversos fatores atuam na determinação do desempenho das aves.

74

De acordo com BURNHAM (1991), fatores ambientais como, temperatura e umidade

exercem impacto direto sobre o desempenho. DALE e FULLER (1980) relataram que o

consumo alimentar está relacionado com a temperatura e energia da ração.

A criação com separação de sexos tornou-se uma prática entre os avicultores, em

função, principalmente, do melhor desempenho produtivo dos machos. VASCONCELOS

et. al.(1993) e BARBOSA e CAMPOS (1994) encontraram maiores valores de ganho de

peso e consumo de ração para machos, mas não encontraram diferenças na conversão

alimentar entre os sexos.

BERTECHINI et al.(1991), estudando os efeitos da variação do nível de energia nas

rações inicial e final sobre o desempenho de carcaça de frangos de corte, observou que o

rendimento só é afetado pelos níveis de energia da ração fornecidos na fase inicial. Aves

que receberam nível baixo (2800Kcal EM/Kg) apresentaram menor rendimento de carcaça

quando comparados com os níveis médios (3000Kcal EM/Kg) e alto (3200Kcal EM/Kg),

que não diferiram entre si.

De acordo com ZANUSSO et al.(1999), aves na fase inicial, recebendo ração

controlada, apresentaram maior deposição de gordura e proteína na carcaça em razão do

aumento do nível de energia da ração.

75

2. MATERIAL E MÉTODOS

O trabalho foi conduzido no setor de avicultura da Unidade de Apoio à Pesquisa do

Laboratório de Zootecnia e Nutrição Animal da Universidade Estadual do Norte

Fluminense, localizada em Campos dos Goytacazes-RJ, no período de abril a maio de 2006.

Para a composição da matriz nutricional dos diferentes tipos de milho estudados

foram utilizadas as determinações de energia metabolizável aparente corrigida (EMAn)

utilizando frangos de corte de diferentes idades (11 a 19 e 29 a 37 dias) nos ensaios de

metabolismo 1 e 2 ( Capítulo 1 ). Análises bromatológicas de matéria seca (MS), proteína

bruta (PB), extrato etéreo (EE), fibra bruta (FB), matéria mineral (MM), cálcio (Ca),

fósforo total (Pt) foram realizadas no laboratório de análises de alimentos da FATEC – SP.

Os perfis de aminoácidos totais e digestíveis dos tipos de milho foram analisados utilizando

o NIR - Espectroscopia de Refletância no Infra Vermelho Próximo realizados pelo

Laboratório CEAN – Adisseo, segundo curvas padrões propostas pelo Rhodimet TM NIRSA

para avaliação do milho normal, após verificação de sua confiabilidade por análise de

Cromatografia Líquida de Alta Eficiência (HPLC) .

76

2.1. Instalações e manejo

Foram utilizados 150 pintos de corte de 1 dia de idade, machos da linhagem COBB. As

aves foram alojadas em baterias métálicas com 25 divisões (0,50 x 1,00 m), alocada em

galpão de alvenaria coberto com telhas de barro. O período experimental foi de 1 a 21 dias

de idade durante o mês de maio de 2006.

O critério de distribuição foi o da uniformidade de peso corporal por unidade

experimental. Cada boxe foi composto por um comedouro tipo linear (0-7 dias); tipo calha (

7-21 dias); um bebedouro tipo pressão (0 – 14 dias) e bebedouro tipo taça (15 – 21 dias). O

aquecimento foi realizado por lâmpadas incandescentes de 100 watts. As aves receberam

iluminação durante 24 horas, sendo a luminosidade natural suplementada por lâmpadas

fluorescentes.

As aves foram vacinadas no incubatório contra Marek e Bouba e não foram realizadas

vacinações durante o período experimental.

As rações experimentais foram formuladas para as diferentes idades de acordo com

fases de criação: Pré inicial - 0 a 7; inicial - 8 a 21 dias de idade. As exigências das aves e

composição química dos alimentos, com exceção dos tipos de milhos estudados, foram

baseadas na Tabelas Brasileiras para Aves e Suínos (ROSTAGNO,2005). As matrizes

nutricionais dos milhos de diferentes qualidades foram elaboradas segundo determinações de

EMAn obtidas em ensaio de metabolismo e análises bromatológicas realizadas em

experimentos anteriores.

O delineamento experimental foi inteiramente casualizado com cinco tratamentos,

cinco repetições e seis aves por unidade experimental. O sorteio dos tratamentos nas

77

unidades experimentais foi de forma a proporcionar que as repetições fossem distribuídas

uniformemente nas baterias.

2.2.Tratamentos e rações experimentais

Os tratamentos consistiram em cinco rações experimentais à base de milho e de farelo

de soja, sendo:

T1 - 100% milho de densidade alta

T2 - 75% milho de densidade alta e 25% milho de densidade baixa

T3 - 50% milho de densidade alta e 50%; milho de densidade baixa

T4 - 25% milho de densidade alta e 75% milho de densidade baixa

T5 - 100% milho de densidade baixa

78

Tabela 1 −Composição dos ingredientes da ração referência da fase pré inicial

(0 a 7 dias), e a composição nutricional calculada utilizada neste experimento

Ingredientes ingredients

% Composição calculada Calculated composition

Milho Corn

54,480 EM (Kcal/Kg) ME (kcal/kg)

22,11

Farelo de Soja Soybean meal

37,720 Proteína bruta (%) Crude protein (%)

2960

Óleo de Soja Soybean oil

3,100 Metionina digestível (%) Digestible Methionine (%)

0,702

Fosfato Bicálcico Dicalcium phosphate

1,945 Metionina + Cistina Digestivél (%) Digestible Methionine + Cystine (%)

0,968

Calcário Limestone

0,890 Lisina digestivél(%) Digestible lysine (%)

1,365

Sal (NaCl) Salt

0,550

Cálcio (%) Calcium(%)

0,942

Premix ¹ Premix

0,400 Fósforo disponível (%) Available P(%)

0,471

DL-Metionina (99%) DL- Methionine

0,400

L-Lisina. HCl (78,4%) HCl L-Lysine.

0,374

L-Treonina (%) L – Theonine (%)

0,173

Antioxidante (%) Antioxidant

0,01

Composição /kg de Premix¹: VIT A, 3750.000 UI; VIT D3, 3750.000 UI; VIT E,12500mg; VIT K,3875mg; VIT B1, 875mg; VITB2, 3000mg; VIT B6, 3000mg; VIT B12, 6000mg; Ácido. Nicotínico, 15000mg; Ácido. Fólico,625mg; Ácido .Pantotênico, 6000 mg; Biotina, 55mg; Cobre, 2000mg; Ferro, 12500mg; Iodo, 150mg; Mn, 15000mg; Selênio, 75mg; Zinco, 13750 mg; Coccidiostático(Monenzima, Nicarbazina) 15000mg; Antimicrobiano (Bacitracina de zinco, Colistina), 2500mg; Antioxidante (BTH), 2500mg.

79

Tabela 2− Composição dos ingredientes da ração referência da fase inicial

(8 a 21 dias) e a composição nutricional calculada utilizada neste experimento

Ingredientes ingredients

% Composição calculada Calculated composition

Milho Corn

55,47 EM (Kcal/Kg) ME (kcal/kg)

3050

Farelo de Soja Soybean meal

36,00 Proteína bruta (%) Crude protein (%)

21,14

Óleo de Soja Soybean oil

4,341 Metionina digestível (%) Digestible Methionine (%)

0,585

Fosfato Bicálcico Dicalcium phosphate

1,802 Metionina + Cistina Digestivél (%)

Digestible Methionine + Cystine (%)

0,844

Calcário Limestone

0,857 Lisina digestivél(%) Digestible lysine (%)

1,189

Sal (NaCl) Salt

0,534 Cálcio (%) Calcium(%)

0,899

Premix ¹ Premix

0,400 Fósforo disponível (%) Available P(%)

0,449

DL-Metionina (99%) DL- Methionine

0,289

L-Lisina. HCl (78,4%) HCl L-Lysine.

0,205

L-Treonina (%) L – Theonine (%)

0,095

Antioxidante (%) Antioxidant

0,010

Composição /kg dePremix¹ : VIT A, 3750.000 UI; VIT D3, 3750.000 UI; VIT E,12500mg; VIT K,3875mg; VIT B1, 875mg; VITB2, 3000mg; VIT B6, 3000mg; VIT B12, 6000mg; Ác. Nicotínico, 15000mg; Ác. Fólico,625mg; Ác.Pantotênico, 6000 mg; Biotina, 55mg; Cobre, 2000mg; Ferro, 12500mg; Iodo, 150mg; Mn, 15000mg; Selênio, 75mg; Zinco, 13750 mg; Coccidiostático (Monenzina e Nicarbazina), 15000mg; Antimicrobiano (Bacitacina de Zinco e Colistina), 2500mg; Antioxidante (BHT), 2500mg.

80

3.Características de Desempenho de Frangos de Corte

Consumo de Ração

O consumo de ração foi avaliado ao final de cada fase do período experimental. Foram

pesadas as sobras de ração de cada unidade experimental, e por diferença, determinado o

consumo de ração acumulado, em gramas, por ave no período.

Peso Médio das Aves

O peso médio das aves foi avaliado ao final de cada fase experimental. As aves das

unidades experimentais foram pesadas em grupo e o resultado dividido pelos números de

aves vivas, obtendo-se o peso médio das aves em gramas.

Ganho Médio Diário

O ganho de peso médio diário foi avaliado por unidade experimental, dividindo-se o

peso médio das aves pelo número de dias do período.

Conversão Alimentar

A conversão alimentar foi calculada dividindo-se o consumo de ração pelo peso médio

corporal no período.

81

Modelo estatístico

O modelo estatístico utilizado para as variáveis avaliadas: consumo de ração (CR),

peso médio (PM), ganho de peso médio diário (GPMD) e conversão alimentar (CA):

Y ij = µ + mad i + e ij

Onde:

Y ij = Efeito da repetição i, do nível j

µ= média geral

mad i = efeito do i-ésimo nível de substituição da MAD ( i = 1,2,3,4 )

e ij = erro aleatório associado a cada observação ij

As análises de regressão foram realizadas por meio do programa SAEG (Sistema de

Análises Estatísticas e Genéticas, 2005) em que o efeito de tratamento foi decomposto em

seus componentes linear, quadrático e cúbico, sendo o nível de significância adotado o de

5%.

82

4.RESULTADOS E DISCUSSÃO

4.1. Ambiente

As temperaturas do galpão foram monitoradas para caracterizar o ambiente onde as

aves foram submetidas aos tratamentos. Durante o período experimental as temperaturas

médias de máxima e mínima mantiveram-se em 34,21°C e 18,15°C, com umidade relativa

de 79,82 e temperatura de globo negro de 24,85°C.

Na análise de proteína bruta dos tipos de milhos foram observados valores de 8,20 e

8,84% para o MDA e MDB, respectivamente.

Na tabela 3 está apresentada a classificação dos milhos utilizados neste experimento.

Tabela 3. Classificação dos milhos estratificados de diferentes densidades

CLASSIFICAÇÃO MDA MDB Quebrados (%) 4,96 37,4 Ardidos (%) 1,44 5,97 Brotados (%) 0,00 0,21 Carunchados (%) 0,23 0,90 Chochos (%) 0,00 2,88 Impureza / fragmento (%) 0,00 2,92 Material estranho (%) 0,00 2,92

Foi observado pela classificação maior incidência de grãos quebrados, brotados,

ardidos, carunchados, chochos, impurezas e fragmentos e material estranho no milho de

densidade baixa indicando produto de pior qualidade nutricional. A classificação mostrou

uma eficiência de segregação da mesa densimétrica dos grãos de valor nutricional mais

83

baixo e dos resíduos que não trazem benefícios na nutrição de aves. É interessante ressaltar

que estes milhos foram diferentes dos utilizados no ensaio de metabolismo, no qual no

MDB haviam mais percentual das frações: fragmentos, impurezas e matérias estranhas.

4.2. Desempenho zootécnico

Tabela 4- Desempenho zootécnico dos pintos aos 7 dias de idade

MDA/ MDB PI1(g) PM2 (g) GPMD3(g) CR4(g) CA5(kg/kg)

100 / 0 39,80 129 9,226 150 1,177

75 / 25 39,50 131 9,333 157 1,215

50 / 50 38,80 124 8,845 173 1,388

25 / 75 39,00 125 8,893 166 1,347

0 / 100 38,80 123 8,750 176 1,450

Média Geral

39,20 126 9,010 164 1,316

CV6 9,06 8,90 8,90 16,84 19,70

1-Peso inicial; 2- Peso médio; 3- Ganho de peso médio diário; 4- Consumo de ração;

5- Conversão alimentar; 6- Coeficiente de variação.

De acordo com as análises de regressão, as variáveis de desempenho avaliadas não

foram significativamente influenciadas (P>0,05) pelos tratamentos, evidenciando que os

níveis crescentes de inclusão do milho de densidade baixa (MDB) não prejudicaram

significativamente o desempenho das aves.

Verificou-se que o peso corporal médio e o ganho de peso médio diário tenderam a

ser reduzidos com o aumento da inclusão do milho de pior qualidade (MDB). Observou-se

84

também maior consumo de ração, aproximadamente de 17% entre os tratamentos 100%

MDA e 100% MDB. À medida que aumentou os níveis de inclusão do milho de densidade

baixa, as aves se mostraram capazes de compensar o nível energético menor do MDB

aumentando o consumo de ração.

Embora não tenham sido observadas diferenças estatísticas significativas

(p>0,05)para conversão alimentar, observou-se que as aves que receberam 100% MDB

apresentaram uma conversão alimentar de 18,82% superior pior do que as aves que

receberam ração com 100% MDA.

Nas figuras 1, 2 e 3 - Observa o efeito dos níveis da inclusão da MDB no peso

médio, consumo médio de ração e conversão alimentar, das aves de 1 aos 7 dias de idade.

Figura 1 Peso aos 7 dias

0,1000,1100,1200,1300,1400,150

100 / 0 75 / 25 50 / 50 25 / 75 0 / 100

% FAD/FDB

Peso

aos

7 d

ias

(kg)

85

Figura 2- Consumo de ração aos 7 dias.

Figura 3- conversão alimentar aos 7 dias.

Na Tabela 5 estão apresentados os valores referentes ao peso inicial (PI), peso médio

(PM), ganho de peso médio diário (GPMD), consumo de ração (CR), conversão alimentar

(CA) dos frangos de corte alimentados na fase inicial (8 a 21 dias de idade) com rações

formuladas com níveis crescentes do milho de densidade baixa (MDB) em substituição ao

milho de densidade alta (MDA).

0,600

0,800

1,000

1,200

100 / 0 75 / 25 50 / 50 25 / 75 0 / 100% FAD/FDB

Con

sum

o m

édio

(kg)

0,0000,5001,0001,5002,0002,500

100 / 0 75 / 25 50 / 50 25 / 75 0 / 100

% FAD / FDB

Con

vers

ão A

limen

tar

(kg)

86

Tabela 5- Variáveis analisadas de desempenho na fase de 8 a 21 dias de idade

MDA/ MDB PI1(g) PM2(g) GPMD3(g) CR4(kg) CA5(kg/kg)

100 / 0 39,833 704 33,505 1,020 1,463

75 / 25 39,500 697 33,195 1,032 1,480

50 / 50 38,833 705 33,565 1,033 1,466

25 / 75 39,000 714 34,013 1,056 1,485

0 / 100 38,833 716 34,098 1,070 1,498

Média Geral 39,200 707 33,675 1,042 1,478

CV6 9,06 7,33 7,33 12,20 13,37

1-Peso inicial; 2- Peso médio; 3- Ganho de peso médio diário; 4- Consumo de ração; 5- Conversão alimentar;

6- Coeficiente de variação.

As variáveis de desempenho avaliadas não foram influenciadas significativamente

(P>0,05) pelos níveis crescentes de inclusão do MDB nos tratamentos, de acordo com as

análises de regressão.

O fornecimento do MDB não alterou as variáveis estudadas evidenciando que este

milho pode ser utilizado na alimentação de frangos de corte na fase inicial (8 a 21 dias de

idade) sem causar prejuízos, desde que seja corrigido seu valor nutricional para a

formulação de rações. Entretanto, foi observado que o consumo de ração aumentou

ligeiramente e a conversão alimentar tendeu a piorar com a crescente inclusão da fração de

milho de baixa densidade.

Verifica-se também que os pintos foram capazes de manter o peso corporal e o

ganho de peso médio diário muito semelhante ao tratamento que recebeu 100% de MDA.

Isto mostra sua capacidade em regular o consumo para compensar a alimentação de

qualidade inferior. Entretanto, deve-se ressaltar que se o milho for de qualidade muito

inferior talvez está afirmativa não se confirme.

87

Em ambas fases de crescimento dos pintos, a pequena diferença de desempenho

entre os tratamentos, podem também ser explicadas pelo fato de que o MDB do lote

utilizado neste experimento não ser de tão baixa qualidade como o utilizado nos ensaios

metabólicos que foram determinados a EMAn.

Nas figuras 4, 5 e 6, observa-se os efeitos dos níveis de inclusão do MDB no peso

médio, consumo médio de ração e conversão alimentar das aves de 8 a 21 dias de idade

Figura:4- Peso aos 21 dias de idade

0 ,9 0 0

0 ,9 5 0

1 ,0 0 0

1 ,0 5 0

1 ,1 0 0

1 ,1 5 0

1 ,2 0 0

1 0 0 / 0 7 5 / 2 5 5 0 / 5 0 2 5 / 7 5 0 / 1 0 0

% F A D / F D B

Con

sum

o M

édio

(kg)

0 ,6 000 ,6 200 ,6 400 ,6 600 ,6 800 ,7 000 ,7 200 ,7 400 ,7 600 ,7 800 ,8 00

1 0 0 / 0 7 5 / 2 5 5 0 / 5 0 2 5 / 7 5 0 / 1 0 0% F A D / F D B

Pes

o ao

s 21

dia

s ( k

g )

88

Figura 5- Consumo médio de ração aos 21 dias

Figura 6 – Conversão alimentar aos 21 dias de idade

5. CONCLUSÃO

Para frangos de corte na fase pré-inicial (1-7 dias) e inicial (8-21 dias), o milho

estratificado classificado como de densidade baixa (MDB) em substituição ao de mais alta

densidade (MDA), não reduziu significativamente o desempenho zootécnico das aves.

Devido as grandes variações na qualidade dos milhos estratificados pela mesa

densimétrica, é recomendável realizar correções dos seus valores nutricionais, antes de

serem utilizadas na formulação de rações de custo mínimo para frangos de corte.

1,200

1,250

1,300

1,350

1,400

1,450

1,500

1,550

1,600

100 / 0 75 / 25 50 / 50 25 / 75 0 / 100

% FAD / FDB

Con

vers

ão A

limen

tar (

kg/k

g)

89

6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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304.1994

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p.218-228,1991.

BLACK, J.L., DAVIES, G.T., FLEMING, J.F. Role of computer simulation in the

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DALE, N.M., FULLER, H.L.(1980). Effect of diet composition on feed intake and growth

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MARCOLIN, S.D. Aspectos econômicos. Conferência Apinco. Anais...p. 25 a 31.-2006.

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90

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2005.

VASCONCELOS, R.Q., BERTECHINI., A.G., HOSSEIN, S. et al. efeito de níveis de

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metabolizável para frangos de corte de 1 a 21 dias de idade mantidos em ambiente de

conforto térmico. Revista da Sociedade da Sociedade Brasileira de Zootecnia, v.28, n.5,

p.1068-1074,1999.

91

CONCLUSÕES GERAIS

Os valores EMAn na matéria natural dos quatro tipos de milho estratificado

através da mesa densimétrica (MDA, MDI, MDB e MDT) para a idade de 15 a 19

dias foram respectivamente: 3308; 3121; 2937;3239 kcal/kg, e para a idade de 33

a 37 dias foram respectivamente: 3413, 3362, 3174 e 3348 kcal/kg. Estes valores

sugerem melhor eficiência de utilização da energia com o avanço da idade dos

frangos de corte. Os valores de EMAn, proteína bruta e aminoácidos devem ser

diferenciados para a elaboração das matrizes nutricionais dos diferentes tipos de

milho que serão utilizados na formulação de rações de custo mínimo.

Devido as grandes variações na qualidade dos milhos estratificados pela

mesa densimétrica, é recomendável realizar correções dos seus valores

nutricionais baseadas na sua qualidade, antes de serem utilizadas na formulação

de rações de custo mínimo para frangos de corte. Para frangos de corte na fase

pré-inicial (1-7 dias) e inicial (8-21 dias), o milho estratificado classificado como de

densidade baixa (MDB) em substituição ao de mais alta densidade (MDA), não

reduziu significativamente o desempenho zootécnico das aves.

As equações de predição podem ser utilizadas para estimar o valor

energético de milho de diferentes qualidades, seja pela sua classificação,

densidade ou composição química. Entretanto, o erro sistemático associado a

cada equação pode comprometer a exatidão do seu valor nutricional esperado.

92

.