valoração econômica ambiental um estudo analítico

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  • 8/8/2019 Valorao Econmica Ambiental um estudo analtico

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    SEGeT Simpsio de Excelncia em Gesto e Tecnologia

    Valorao Econmica Ambiental: um estudo analtico e terico

    dos mtodos e suas multi-aplicabilidadesPedro dos Santos Portugal Jnior Nilton dos Santos Portugal Gustavo Andrade Abreu

    Centro Universitrio do Sul de MinasUNIS-MG

    Centro Universitrio do Sul deMinas UNIS-MG

    Centro Universitrio do Sul deMinas UNIS-MG

    [email protected] [email protected] [email protected]

    RESUMO

    O desenvolvimento sustentvel, nos dias atuais, age diretamente nas decises administrativase econmicas dos agentes da sociedade, baseado nisto o presente estudo apresenta uma anliseterica de alguns mtodos de valorao econmica ambiental, suas caractersticas e aplicaes. Emsuma, o artigo apresenta dois mtodos como complementos de outros j existentes, bem como aproposta de uma valorao pela multi-aplicabilidade de mtodos. Inicia-se o estudo por meio de umadefinio dos fatores de produo, com nfase no fator recursos naturais; posteriormente tratandosobre a teoria do valor econmico total dos recursos naturais. Em seguida o estudo converge para aanlise dos mtodos de custos de reposio, preos hednicos, produtividade marginal ou doseresposta, curva de possibilidade de produo e o de confrontao do benefcio marginal social com ocusto marginal social. O artigo encerra-se com a proposta do mtodo de valorao pela multi-aplicabilidade destes mtodos.

    Palavras-chave: meio ambiente, valorao econmica ambiental, multi-aplicabilidade demtodos.

    INTRODUO

    Nos ltimos anos a busca pelo desenvolvimento econmico sustentvel determinou osurgimento de novas concepes dentro das cincias de gesto. Prova disso o aparecimentoda economia do meio ambiente, que, mesmo sendo recente, j apresenta toda uma srie deestudos e anlises que visam dar subsdio tomada de decises dos agentes econmicos.

    Um dos componentes da economia do meio ambiente o estudo da valorao dosrecursos naturais e de seus mtodos. Esta questo se deve principalmente ao fato de que nosprocessos produtivos (viga mestra do processo econmico) ocorrem externalidades negativas,

    principalmente ambientais.Essas externalidades negativas so definidas por Paulani e Braga (2000, p.81) como

    custos decorrentes da atividade econmica e que no so valorados pelo mercado [...] como apoluio dos rios, do ar, reduo das florestas nativas, etc. desta questo que surge aeconomia do meio ambiente e seu desafio de criar mtodos de valorao ambiental, a fim decontribuir para o desenvolvimento sustentvel, que inclui: crescimento da produo, justiadistributiva e preservao ambiental.

    Importante salientar que o desenvolvimento sustentvel no significa, segundoRomeiro (2003) a busca por um ecossistema esttico, mas sim em equilbrio, sendo assim umprocesso dinmico de interaes entre as diversas espcies nele contidas.

    Baseado nestas consideraes, o presente estudo parte do seguinte questionamento:

    como a valorao ambiental pode ser realizada com base em determinados mtodos?De maneira generalizada objetiva-se analisar determinados mtodos de valorao.

    Especificamente os objetivos so demonstrar a possibilidade de valorao pela multi-

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    aplicabilidade de mtodos em um mesmo caso, bem como apresentar dois mtodos comoextenso de outros j existentes.

    Um estudo deste tipo justifica-se, principalmente na atualidade, pelo fato de que asociedade como um todo discute e debate a busca do desenvolvimento sustentvel e a

    valorao dos recursos naturais. A capacidade do planeta de suportar os impactos dosprocessos produtivos deve ser levada em considerao por todos e cabem aos cientistas,dentre eles os prprios economistas, proporem mtodos e formas de buscar a preservaoambiental.

    Romeiro (2003, p. 17) afirma que o progresso cientfico e tecnolgico na avaliaodos impactos ambientais e sua contabilizao monetria so elementos importantes nesseprocesso de educao e conscientizao ecolgica.

    Isto posto, no basta apenas crescer a produo, pois como afirma Lima (2007) umprocesso que se utiliza de recursos oriundos de uma explorao no sustentvel no pode serconsiderada como uma contribuio para o desenvolvimento sustentvel.

    Ainda o mesmo autor explica que no h uma correlao entre bem estar geral da

    populao e a maneira como a sociedade se relaciona com a natureza, ou seja, no necessrio explorar os recursos naturais at o esgotamento para aumentar o bem estar social.

    Para cumprir com os objetivos propostos neste artigo foi escolhido o mtodo dedutivo,que conforme Munhoz (1989, p. 24) consiste em [...] um caminho de investigao queimplicitamente admite para casos particulares a validade de concluses geradas a partir deregras de comportamento mais gerais, ou de verdades estabelecidas, com o intuito dedemonstrar a multi-aplicabilidade de alguns mtodos na valorao das perdas ambientais.

    O procedimento tcnico de pesquisa utilizado a pesquisa bibliogrfica, que para Gil(1991) elaborada a partir de material j publicado, principalmente de livros, artigos deperidicos e de internet. Sendo assim uma pesquisa exploratria e de nvel terica, podendoposteriormente ser aplicvel.

    1. FATORES DE PRODUO

    Antes de iniciar o estudo sobre os mtodos de valorao ambiental torna-se importanteentender o processo produtivo como utilizador direto dos fatores de produo, que permitemque este processo ocorra, ou seja, a produo de qualquer bem ou servio somente ocorre pelacombinao dos fatores.

    Para Vasconcellos e Garcia (2005) os fatores de produo tambm so chamadosrecursos de produo da economia, sendo constitudos pelo capital, recursos naturais, trabalho(recursos humanos) e inovaes tecnolgicas.

    O fator capital (K) corresponde, conforme Cano (1998, p. 29) aos instrumentosauxiliares da produo e aos bens que ampliam a capacidade produtiva da nao, comoexemplo pode-se citar as mquinas, ferramentas, instalaes, implementos, edifciosdestinados produo, portos, aeroportos, estradas, dentre outros.

    Para Rossetti (2003) este conjunto de riquezas, que d suporte produo, estpresente em todas as sociedades economicamente organizadas, independente de seu nvel dedesenvolvimento. Logicamente que nos pases mais desenvolvidos este nvel maior do quenos pases menos desenvolvidos.

    Este fator tem uma importncia preponderante no processo de produo no que tangeao fato de ser um facilitador deste processo permitindo-se uma larga escala produtiva, e o seu

    uso, segundo Rizzieri (2001, p. 22) introduz os mtodos indiretos, alm de contribuir para oaumento da produtividade do trabalho.

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    O fator recursos naturais (RN) tambm conhecido como terra, engloba todos osrecursos provenientes da natureza utilizados na produo. Rossetti (2003, p. 92) afirma queas reservas naturais, renovveis ou no, encontram-se na base de todo o processo deproduo. As ddivas da natureza, aproveitadas pelo homem em seus estados naturais ou

    ento transformadas, encontram-se presentes em todas as atividades de produo.Cano (1998) aponta como os principais recursos naturais utilizados: o solo e subsolo(vegetais e minerais), os recursos hidrolgicos (alimentos, matrias primas, gua), clima (queproporciona a prpria agricultura), dentre outros.

    Para Nogueira et al. (1998) este fator tem importantes funes, como por exemplo:fornecimento de matria prima, capacidade de suporte de ecossistemas, assimilao dosresduos oriundos dos processos de produo, regulaes climticas, biodiversidade, dentreoutros.

    Sua utilizao deve sempre envolver anlises com relao aos impactos causados nanatureza atravs de um uso incorreto desses recursos, conhecidos como externalidadesnegativas, ou seja, os benefcios advindos do uso de determinado recurso natural podem no

    superar os custos que a humanidade ir ter que arcar neste caso.Devido a sua importncia e aos impactos das externalidades o estudo da valorao

    econmica deste fator foco principal desta pesquisa.O fator trabalho (T) tambm conhecido como a presena direta do elemento humano

    no processo de produo, ou como a base demogrfica da atividade econmica.Ruiz (2003) afirma que o homem o agente da produo, sendo que atravs de seu

    trabalho, aliado aos recursos naturais e ao capital, que ir surgir a produo de bens eservios.

    Para Cano (1998) muitos so os aspectos que envolvem o fator trabalho, porm doisso mais importantes: a populao economicamente ativa (PEA) que indica o volumeproporcional de pessoas efetivamente voltadas para o mercado de trabalho; e a qualificao dotrabalho desta populao economicamente ativa.

    O fator inovaes tecnolgicas (S) tambm conhecido como capacidade tecnolgica,representa para Rossetti (2003, p. 131) um elo de ligao interfatores sendo constituda peloconjunto de conhecimentos e habilidades que do sustentao ao processo de produo [...]envolvendo todo este processo, em todas as suas etapas.

    Para Adelman (1972, p. 12) representa o fundo de conhecimento cientfico, tcnico eorganizacional aplicado da sociedade [...] que permite a anlise de mudanas na produtividadeda terra, trabalho e capital que no sejam devidas a variaes em sua taxa de utilizao.

    Isso ocorre principalmente, segundo Ricardo apud Souza (1999), pelo fato de queessas inovaes tecnolgicas permitem uma elevao da produtividade marginal do fatores.

    Este fator est diretamente ligado ao processo de pesquisa e desenvolvimento de novosprocessos ou de novos produtos e prpria capacitao na operao das atividades deproduo e suas possveis mudanas.

    2. VALOR ECONMICO TOTAL DOS RECURSOS NATURAIS

    Essa sistemtica procura apresentar uma forma de valorar o recurso ambiental, bemcomo detalhar os componentes deste valor.

    Smith (1997) apud Sinisgalli (2005) afirma que o valor econmico total dos recursos eservios naturais representa o custo marginal do capital natural.

    Para May et. al. (2003) apud Gonalves (2006), o valor econmico total de um recursoambiental compreende a soma dos valores de uso e do valor de existncia do recurso

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    ambiental, este ltimo tambm conhecido como valor de no uso. Os valores de usocompreendem a soma dos valores de uso direto, uso indireto e valores de opo.

    Assim, conforme o quadro 1 o valor econmico total pode ser dado pela equao:

    VET = VU + VNU

    Onde VET Valor Econmico Total, VU Valor de Uso e VNU Valor de No Uso.Lembrando que o valor de uso desagregado em valor de uso direto, valor de uso

    indireto e valor de opo, portanto:

    VU = VUD + VUI + VO

    Quadro 1 Decomposio do valor econmico de um recurso ambiental

    Valor de Opo

    Inteno de consumo direto ou indireto do bem ambiental no futuro.

    Valor de Uso IndiretoBenefcios indiretos gerados pelas funes ecossistmicas.

    Valor de Uso Direto

    Valor de Uso

    Apropriao direta de recursos ambientais, via extrao, visitao ououtra atividade de produo ou consumo direto.

    Valor de Existncia

    Valor Econmico doRecurso Ambiental

    Valor de No Uso

    Valores no associados ao consumo, e que referem-se a questesmorais, culturais, ticas ou altrustica em relao existncia dosbens ambientais.

    Fonte: Maia et. al. (2004, p. 4).

    May et. al. (2003) apud Gonalves (2006), faz uma anlise discriminada dos componentesdo Valor Econmico Total:

    Valor de uso direto aquele derivado da utilizao ou consumo direto do recurso,sendo que o mesmo recurso ambiental pode ter vrios usos distintos e, sendo assimvrios valores de uso direto.

    Valor de uso indireto consiste no valor que advm das funes ecolgicas do recursoambiental. o bem-estar proporcionado pelo recurso ambiental de forma indireta (porexemplo: a qualidade da gua, o ar puro, dentre outros).

    Valor de opo relaciona-se com a quantia que os indivduos estariam dispostos apagar para manter o recurso ambiental para o uso no futuro, ou seja, deixando de usarno presente para us-lo no futuro.

    Valor de no uso ou valor de existncia est relacionado com a satisfao pessoal emsaber que o recurso est l, sem que o indivduo tenha vantagem direta ou indireta

    dessa presena, sendo assim diferente do valor de uso, que representa o valor que aspessoas obtm a partir do uso do objeto.

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    Assim sendo, para a valorao econmica deve-se tomar o cuidado de no adicionarvalores mais de uma vez, ou ainda, no somar valores que no seriam possveis se outro usodo recurso tiver sido considerado.

    3. MTODOS DE VALORAO ECONMICA AMBIENTAL

    Os estudos recentes da economia do meio ambiente produziram uma srie de mtodosde valorao econmica dos recursos ambientais, bem como de suas perdas. Dentre estesmtodos, o presente estudo concentra-se nos seguintes:

    Mtodo de Preos Hednicos (MPH); Mtodo de Custos de Reposio (MCR); Produtividade Marginal e Mtodo de Dose Resposta (MDR) Mtodo da Curva de Possibilidade de Produo (CPP); Mtodo da confrontao do Benefcio Marginal Social e do Custo Marginal Social

    (BMgS x CMgS).Cabe salientar que os mtodos CPP e BMgS x CMgS consistem em avanos do

    mtodo de produtividade marginal e MDR, e ainda o mtodo BMgS x CMgS apresenta-se deuma maneira diferenciada a partir desta pesquisa.

    Sinisgalli (2005, p. 38) afirma que ... a importncia em valorar o meio ambiente vemda necessidade de incorporar ou aprofundar a discusso sobre como os recursos naturaiscontribuem para o funcionamento da economia.

    Ortiz (2003) diz que a valorao econmica ambiental tornou-se, atualmente,importante para a gesto dos recursos naturais e para subsidiar a tomada de decises deprojetos e estratgias de desenvolvimento econmico, sejam estes locais, regionais ounacionais.

    3.1 MTODO DE PREOS HEDNICOS (MPH)

    Considerado um mtodo indireto de valorao econmica ambiental, permite, segundoOrtiz (2003) a estimao de um preo implcito das caractersticas ambientais de bens que socomercializados no mercado.

    Pearce (1993) apud Nogueira et. al. (1998) afirma que este mtodo tem aplicaoapenas nos casos em que essas caractersticas possam ser capitalizadas nos preos deresidncias ou imveis. Para isso necessrio obter dados de preos dos imveis e todas assuas caractersticas que sejam relevantes na formao deste preo de mercado, sendo que,

    dentre estas caractersticas, as questes ambientais, como, por exemplo, a poluioatmosfrica, devem ser tambm consideradas.Motta (1990) explica que o diferencial de preos das residncias localizadas nos

    lugares onde a poluio no existe, ou muito baixa, e aquelas em locais altamente poludos,pode permitir estimar a disposio para pagar pela reduo desta poluio.

    Maia et. al. (2004) apresenta uma funo de preos hednicos de uma residncia (i) daseguinte forma:

    P(i) = P(Ri, Sei, Ai)

    Onde P(i): preo da residncia; Ri: caractersticas estruturais (cmodos, rea); Sei:caractersticas scio-econmicas da regio (ndices, sociais, etnias) e Ai: caractersticas

    ambientais (poluio, proximidade de parques, arborizao). Ou seja, somente caractersticasque apresentem alta correlao com o preo da propriedade.

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    Desta forma a valorao econmica ambiental seria dada pela variao do preo doimvel devido a uma unidade adicional (marginal) da caracterstica ambiental:

    Pi = P(Ri, Sei, Ai)

    AiOliveira (1997) apud Ortiz (2003) afirma que resultados de uma pesquisa realizada

    demonstram que uma reduo de 10% na mdia anual de poluio atmosfrica na cidade deSo Paulo provocaria uma elevao entre US$ 3.735,00 e US$ 11.037,00 nos valor dosimveis.

    Em suma, trata-se de um sistema de preos de mercados substitutos oucomplementares, que permitiria uma valorao meio ambiente, lembrando que restritoapenas aos dados referentes do mercado de imveis, sendo assim um mtodo muitoespecfico. Como todo mtodo, este possui algumas dificuldades e limitaes, como adefinio das variveis a serem levantadas, especificao de dados, dentre outras, porm oque no o desqualifica como metodologia de estudo do meio ambiente.

    3.2 MTODO DE CUSTOS DE REPOSIO (MCR)

    Trata-se de um mtodo que se utiliza de preos de mercado do bem e/ou servio queest sendo afetado.

    Para Ortiz (2003, p.90)

    consiste em estimar o custo de repor ou restaurar o recurso ambiental danificado, demaneira a restabelecer a qualidade ambiental inicial. Este mtodo usa o custo dereposio ou restaurao como uma aproximao da variao da medida de bem-

    estar relacionada ao recurso ambiental.

    Maia et. al. (2004) afirma que este mtodo nos fornece uma idia dos prejuzoseconmicos causados pela alterao na proviso de determinado recurso natural.

    Nogueira et. al. (1998, p.17) elucida que a operacionalizao deste mtodo feitapela agregao dos gastos efetuados na reparao dos efeitos negativos provocados por algumdistrbio na qualidade ambiental de um recurso utilizado.

    Trata-se, portanto, de um mtodo de menor complexidade visto ser de fcil aplicao,pelo fato de necessitar de poucos dados e recursos financeiros, por no envolver diretamentepesquisa de campo.

    3.3 MTODO DE PRODUTIVIDADE MARGINAL E MTODO DE DOSE RESPOSTA(MDR)

    Optou-se, neste estudo, por apresentar estes dois mtodos em conjunto pelo fato deambos possurem caractersticas intrnsecas equivalentes, sendo at mesmo complementares.

    Sinisgalli (2005) observa que o recurso natural afeta diretamente a funo de produode um determinado bem ou servio. Por isso este mtodo tambm pode ser conhecido porMtodo de Funo Produo, ou seja, estimar como a produtividade marginal pode serimpactada pela diminuio ou degradao do recurso natural utilizado nesta produo.

    Esta idia vem contra o pensamento clssico que considerava o fator recursos naturais

    (RN) fixo, ou seja, no sofrendo variaes e portanto no afetando a variao da produo.

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    Ortiz (2003, p.91) afirma que este mtodo visa achar uma ligao entre umamudana no provimento de um recurso ambiental e a variao na produo de um bem ouservio de mercado que necessite deste recurso.

    Nogueira et. al. (1998) complementa que este mtodo enfatiza a relao tcnica entre a

    aplicao de uma dose de poluio e a resposta na reduo da quantidade produzida de umdeterminado produto.Para Maia et. al. (2004) a sua utilizao deve seguir duas etapas:

    1) Avaliao fsica dos danos relacionando a dose de poluio/degradao resposta do ativopoludo/degradado.2) Formulao de um modelo econmico que mensure o impacto financeiro destas alteraesno processo produtivo.

    Ainda o mesmo autor explica que a possibilidade de inserir os danos ambientais nasfunes de produo das empresas permitiria uma maior viabilidade econmica paraatividades sustentveis como a agricultura orgnica e o manejo florestal

    Mesmo sendo apresentados separadamente em algumas obras, estes dois mtodos

    demonstram uma complementaridade evidente quando se verifica as duas etapas descritasacima. Isto posto, evidencia-se a primeira forma de multi aplicabilidade de mtodos.

    A falta de determinados dados e a impossibilidade de transformar danos fsicos emdados financeiros podem se tornar obstculos para a utilizao destes mtodos, porm ainterdisciplinaridade dos estudos de economia do meio ambiente vem a cada dia diminuindoestes obstculos.

    3.4 MTODO DA CURVA DE POSSIBILIDADE DE PRODUO (CPP)

    Trata-se de uma extenso dos mtodos de produtividade marginal e dose resposta, com

    uma aplicabilidade mais objetiva, proposta por este artigo.A curva de possibilidade de produo consiste segundo Vasconcellos e Garcia (2005,

    p. 4) na expresso da capacidade mxima de produo da sociedade, supondo pleno empregodos recursos ou fatores de produo de que se dispe em dado momento no tempo. Trata-sede um conceito terico que demonstra como a escassez de recursos impe limite para acapacidade de produo.

    Portanto a economia de qualquer regio, pas ou mesmo de uma empresa possui umlimite mximo conhecido como produo potencial ou potencial produtivo, quando todos osfatores de produo no apresentam capacidade ociosa.

    Isto posto, entende-se a curva de possibilidade de produo tambm como umarepresentao das combinaes possveis da produo de duas categorias de bens e servios

    Uma forma de se valorar economicamente os recursos ambientais seria atravs dautilizao da curva de possibilidade de produo. Esta curva demonstra a capacidade mximade produo de uma economia e seu deslocamento ocorre atravs do aumento da dotao defatores e da ao das inovaes tecnolgicas. Porm o fator Recursos Naturais quando sofreperdas e degradaes diminui sua disponibilidade e conseqentemente seu potencial noprocesso produtivo tambm ir diminuir, no apenas de maneira direta, mas tambm demaneira indireta.

    Isto posto e sendo possvel a demonstrao do potencial produtivo pela curva depossibilidade de produo a diminuio do fator Recursos Naturais poderia ser mensurada deduas formas:

    a) Atravs de uma diminuio da curva de possibilidade de produo, ocorrendo umdeslocamento da curva para a esquerda, sendo esta diminuio ocasionada por perdas

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    ambientais, ou seja, diminuio do potencial produtivo do fator Recursos Naturais. Abaixo demonstrado graficamente este caso.

    Grfico1. Deslocamento da curva de possibilidade de produo.

    Fonte: os autores.

    Neste caso ocorre um dficit produtivo ocasionado por uma diminuio do fatorrecursos naturais (RN), devido s perdas ou degradaes ambientais, em uma proporomaior que a variao positiva dos fatores capital (K), trabalho (T) mesmo influenciadosdiretamente pelas inovaes tecnolgicas (S), conforme pode ser apresentado no modeloabaixo:

    (RN) > (+K +T) S

    Utilizando de um exemplo hipottico pode-se ilustrar o uso da curva: imaginando quea curva apresente como seus extremos 20 unidades do bem x cujo preo unitrio seja $10,00e 30 unidades do bem y cujo preo unitrio $5,00; e a curva com extremos de 15 unidadesdo bem x e 26 unidades do bem y, considerando o mesmo preo para ambos os bens evitandoa ao da inflao do perodo. Com estes dados pode-se calcular o dficit produtivo daseguinte forma:

    = [(Qx).Px] + [(Qy).Py]

    Sendo Qx: quantidade de bem x, Px: o preo unitrio do bem x, Qy: a quantidade de bem y ePy: o preo unitrio do bem y.

    Com isso o clculo apresentaria a seguinte forma:

    [(20 15).10,00] + [(30 26).5,00] = [5 . 10,00] + [4 . 5,00] = 50,00 + 20,00 =$70,00

    Este resultado do exemplo hipottico mostra o impacto na produo causado pelasperdas ambientais, ou seja, uma forma de valorar estas perdas, que causaram um dficitprodutivo no valor de $70,00.

    b) A outra forma de mensurao seria quando ocorre um crescimento da produo, ouseja um deslocamento da curva de possibilidade de produo para a direita, mas estedeslocamento menor do que o previsto devido s perdas ambientais.

    Quantidade bem x

    Curva

    Curva

    Quantidadebem y

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    Grfico 2. Deslocamentos da curva de possibilidade de produo.

    Fonte: os autores.

    Isto de deve ao fato de que a variao positiva dos fatores capital (K) e trabalho (T),influenciados pelas inovaes tecnolgicas (S), ocorre em uma proporo maior que avariao negativa do fator recursos naturais (RN), conforme demonstrado pelo modelo:

    (-RN) < (+ +T) S

    Porm como ocorrem perdas ambientais (afetando o fator recursos naturais) ocrescimento da produo no atinge o potencial produtivo representado pela curva (fruto docrescimento dos demais fatores e representado pelo deslocamento de para ), mas simocorre uma retrao do crescimento constituindo assim uma capacidade efetiva de produorepresentada no grfico pela curva (deslocamento da curva para ).

    Neste caso as perdas ambientais podem ser valoradas pelo diferencial entre o potencialprodutivo e a capacidade efetiva de produo, ou seja, a diferena entre as curvas e, utilizando para isso o mesmo procedimento de clculo do caso (a) deste captulo.

    Utilizando de um exemplo hipottico imagina-se que a curva apresente comoextremos 50 unidades do bem x ao preo unitrio de $8,00 e 30 unidades do bem y ao preounitrio de $6,00; j a curva tem por extremos 44 unidades de bem x e 28 unidades de bem

    y, mantidos os mesmos preos unitrios. Sendo assim a valorao das perdas ambientaisapresenta o seguinte clculo:

    [(50 44) . 8,00] + [(30 28) . 6,00] = [6 . 8,00] + [2 . 6,00] = 48,00 + 12,00

    =$60,00

    Portanto a diferena entre o potencial produtivo e a capacidade efetiva de produo,que representa o valor das perdas ambientais, de $60,00.

    Estes casos estudados e exemplificados de maneira hipottica podem ser aplicados anvel macroeconmico a fim de demonstrar a valorao das perdas ambientais com base navariao do produto interno bruto (PIB) considerando que o PIB a soma dos bens e serviosfinais (bens e servios de consumo + bens e servios de capital), precisando para isso que sedemonstre o impacto destas perdas na produo destes dois tipos de produtos. E tambm anvel microeconmico quando a empresa ou o produtor pode mensurar as perdas ambientais

    Quantidade bem x

    Quantidadebem y

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    com base no impacto no seu processo produtivo, seja diminuindo a quantidade produzida deseus bens ou fazendo com que haja diferena entre o potencial produtivo e a capacidadeefetiva de produo.

    Uma observao importante deste mtodo que sua aplicabilidade pode ser tanto ex-

    ante (antes de ocorrer os danos ambientais) como ex-post(aps os danos terem ocorridos).

    3.5 MTODO DA CONFRONTAO DO BENEFCIO MARGINAL SOCIAL E DOCUSTO MARGINAL SOCIAL (BMgS X CMgS)

    Assim como o anterior, este mtodo parte de um aprimoramento do mtodo deprodutividade marginal e dose resposta, pois demonstra a confrontao entre o custo marginalsocial (CMgS) e o benefcio marginal social (BMgS) das perdas oriundas da utilizao dosrecursos naturais.

    Para Nogueira el al. (1998, p. 12) ...as variaes na qualidade de um recurso

    ambiental so mensuradas pelo lado dos benefcios ou dos custos resultantes dessas mesmasvariaes.

    Comune (1993) explica que deve-se determinar se o custo da alterao ambiental maior ou menor que o benefcio advindo desta alterao, sendo esta uma importante questoque a teoria econmica pode colaborar na soluo.

    Alm de apresentar a confrontao entre CMgS e BMgS, este mtodo ainda propeapresentar o reflexo no benefcio total que a sociedade obtm na utilizao dos recursosnaturais. Portanto usa-se o conceito de marginal a fim de demonstrar a partir de que ponto obenefcio total passa a ser influenciado e como ocorre essa influncia.

    A utilizao e anlise deste mtodo devem ser realizadas a partir da construo de doisgrficos interligados que demonstram as evolues do CMgS e BMgS e os impactos no

    benefcio total advindos da utilizao dos recursos naturais.Os grficos 3 e 4 ilustram a utilizao do mtodo de confrontao BMgS e CMgS.

    Grfico 3. Evoluo do CMgS e BMgS

    Fonte: os autores

    BMgS

    CMgS

    A B

    $

    Utilizao dos RN

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    Grfico 4. Evoluo do Benefcio Total

    Nos grficos 3 e 4 demonstra-se a aplicabilidade do mtodo, cabendo agora analisa-loem relao as seus pontos principais e respectivos significados:

    O grfico 3 representa a evoluo do BMgS e CMgS, onde no ponto A ocorre umainflexo na evoluo do BMgS determinando o nvel de saturao dos benefcios

    advindos da utilizao dos recursos naturais, pois a partir deste ponto a utilizao deuma unidade adicional de RN no implicar em aumento do benefcio social. O pontoB representa uma questo importante, pois a partir deste ponto o CMgS passa a sermaior que o BMgS, acima deste nvel de utilizao de RN o custo de uma unidade amais ser maior que o benefcio recebido (que neste ponto j est saturado). Este pontoB representa o ltimo nvel em que se poder utilizar o recurso natural.

    O grfico 4 em continuidade demonstra o comportamento e evoluo do benefciototal advindo da utilizao de RN em paralelo evoluo dos CMgS e BMgS domesmo. O ponto A (no mesmo nvel do ponto A do grfico 3) representa o ponto deutilizao tima dos recursos naturais, pois at nele o benefcio total crescentedevido ao nvel crescente do BMgS. A partir deste ponto A e at que o CMgS passe oBMgS no ponto B o benefcio total permanecer constante. O espao representado por representa o nvel de utilizao tima dos recursos naturais. A partir do ponto B (nomesmo nvel do ponto B do grfico 3) o benefcio total passa a ser decrescente pois oCMgS passa a ser maior que o BMgS da utilizao de RN. Portanto o nvel representa o reflexo maior das perdas ambientais e utilizao desenfreada e nosustentvel de RN.A utilizao de custos e benefcios sociais em detrimento dos custos e benefcios

    privados se justifica principalmente pelo que afirma Motta (1990, p.115)

    a divergncia entre as curvas privadas e sociais faz com que uma avaliao doscustos e benefcios de uma deciso de investimentos em termos privados no

    represente a variao de bem estar sob o ponto de vista da sociedade como um todo.

    A B

    Utilizao dos RN

    $

    Fonte: os autores

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    Ainda o mesmo autor verifica que a alocao de recursos deve ser orientada levando-se em considerao os benefcios e os custos sociais em vez dos seus valores privados.

    Portanto a sociedade no estaria sofrendo conseqncias graves da utilizaodesenfreada dos recursos naturais at o ponto em que o CMgS = BMgS, porm o ponto timo

    seria onde BMgS > CMgS e de benefcio no saturado, ou seja, o ponto A nos grficos 3 e 4.

    4. MULTI-APLICABILIDADES DOS MTODOS

    A multi-aplicabilidade de mtodos importante pelo fato de demonstrar que no existeum mtodo nico a ser empregado na anlise e valorao de perdas ambientais, mas umacomplementao entre eles dependendo do caso que esteja sendo analisado.

    As especificidades de cada caso devem ser analisados para que se possam serescolhidos os mtodos e determinar suas multi-aplicabilidades. Neste caso importanteatentar para a afirmao de Margulis (1990, p. 153) de que ... a experincia parece mostrar

    que, nas questes ambientais, sempre h imperiosa necessidade de atentar s especificaesde cada um dos problemas, de modo que grandes generalizaes tendem ao fracasso.

    A multi-aplicabilidade poderia resultar em um sistema de valorao ambiental nico,que congregaria os diversos mtodos adotados para um mesmo caso especfico. Estamensurao poderia ser realizada conforme o modelo abaixo:

    VMAp = (M1.p1 + M2.p2 + M3.p3 ...+ Mn.pn)

    (p1 + p2 + p3 ...+ pn)

    Onde, VMAp: Valorao pela multi-aplicabilidade de mtodos; M1, M2, M3 ...Mn:mtodos de valorao aplicados ao caso estudado; p1, p2, p3...pn: ponderaes aplicveis acada mtodo conforme o caso estudado. Ou tambm:

    VMAp = ( Mn.pn) onde n=1

    (pn)

    Ou seja, a valorao pela multi-aplicabilidade de mtodos seria a mdia ponderada dosdiferentes mtodos adotados para valorar a perda ambiental, sendo que estas ponderaessero prprias de cada caso a ser estudado. Assim sendo os parmetros (p1, p2, p3, ... pn) voponderar cada mtodo utilizado no estudo.

    Isto posto o presente captulo apresenta um exemplo terico e especfico da

    degradao do solo, e, como ser visto, diferentes mtodos podem ser aplicados para estaanlise.Para Frana et al (2007) a degradao do solo consiste em processos naturais que

    podem ser induzidos ou acelerados pelo homem, incluindo uma srie de processos quepodero determinar a destruio tanto do potencial biolgico das terras quanto da capacidadede uso das mesmas.

    A utilizao correta do solo importante para o processo produtivo do setor deagronegcios. Stefano (2007) afirma que, o uso incorreto de materiais como fertilizantes edefensivos, empobrece o solo, podendo at mesmo contaminar as nascentes, e neste casoterras infrteis significam menor produtividade e perda de competitividade no campo.

    Dentro desta proposta terica podem-se apresentar os seguintes mtodos para serem

    utilizados para uma anlise da valorao ambiental da degradao do solo:

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    a) Mtodo do Custo de Reposio (MCR): que seria utilizado para mensurar osprejuzos econmicos resultantes da degradao do solo. Essa medida seria combase nos custos incorridos para recuperar as perdas sofridas.

    b) Mtodo da Curva de Possibilidade de Produo (CPP): cuja mensurao seria combase na diminuio da capacidade efetiva de produo daquele solo em relao aoseu potencial produtivo. Essa diferenciao ocorreria exatamente em virtude dadegradao do solo que tenha ocorrido.

    c) Mtodo de Preos Hednicos (MPH): relacionando as caractersticas naturais dolocal degradado com outro local que no sofreu semelhante degradao, fazendoassim um comparativo dos valores dos imveis comparados. Isolando as demaisvariveis, o imvel onde o solo sofreu a degradao valeria menos no mercado doque aquele que no tenha sofrido a referida degradao.

    Isto posto, aps realizar as mensuraes com base nos mtodos relacionados seimposta uma ponderao para cada mtodo. O estabelecimento deste ndice de ponderao que necessita ser bem analisado, levando-se em considerao o peso de cada mtodo na

    valorao pelas multi-aplicabilidades.Prope-se um exemplo hipottico, onde, aps as anlises da degradao do solo

    realizadas encontram-se os seguintes valores para os mtodos acima citados: MCR=$1.500,00; CPP= $ 1.780,00; MPH = $ 2.120,00. os ndices de ponderaes estabelecidos so2 para MCR, 2 para CPP e 1 MPH. Tem-se desta forma o seguinte clculo pelo sistema devalorao pela multi-aplicabilidade de mtodos:

    VMAp = (MCR.p1 + CPP.p2 + MPH.p3)p1 + p2 + p3

    VMAp= (1.500,00 . 2 + 1.780,00 . 2 + 2.120,00 . 1)2 + 2 + 1

    VMAp= 3.000,00 + 3.560,00 + 2.120,005

    VMAp= 8.680,005

    VMAp= $1.736,00

    Portanto a valorao da degradao do solo, pela multi-aplicabilidade dos mtodos decusto de reposio, da curva de possibilidade de produo e dos preos hednicos, apresentouo valor de $1.736,00.

    Pode-se, posteriormente adotar uma relao deste resultado com o mtodo de

    confrontao do Custo Marginal Social (CMgS) x Benefcio Marginal Social (BMgS), sendoimportante para a determinao e mensurao do CMgS, o que poder ser tratado em umposterior estudo.

    Deve-se ter muita ateno no levantamento dos dados e em suas ponderaes, vistoque, conforme Margulis (1990) os agentes afetados pela degradao muitas vezesdesconhecem os efeitos a que esto sujeitos, desconhecendo os danos provocados, por isso,nestes casos, deve haver interveno governamental para impedir que a assimetria deinformaes atrapalhe as partes envolvidas.

    CONSIDERAES FINAIS

    O presente estudo evidenciou de forma terica a existncia de mtodos de valoraoeconmica do meio ambiente, suas caractersticas e aplicaes. Alm disso, demonstrou dois

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    novos mtodos (curva de possibilidade de produo e confrontao do benefcio marginalsocial com o custo marginal social) como aprimoramentos de outros j existentes(produtividade marginal e dose resposta).

    Possibilitou tambm a apresentao de uma proposta de valorao de danos

    ambientais pela multi-aplicabilidade de mtodos, demonstrando assim que uma mesma aode degradao ambiental pode ser valorada por diferentes mtodos, o que torna necessriouma forma de agregar e ponderar tais mensuraes, a fim de contribuir para uma anlise maisabrangente e objetiva.

    Os mtodos propostos aqui devem ainda passar pela aplicao prtica para demonstrarsua eficcia, porm o objetivo deste estudo era apenas apresent-los e explic-los de formaterica utilizando para isso exemplos hipotticos. Novos estudos devero surgir paracomprovar se a multi-aplicabilidade de mtodos tem uma possibilidade prtica nos estudos daeconomia do meio ambiente.

    A apresentao de novos mtodos, bem como o aprimoramento de outros j existentes,contribui diretamente para o aprofundamento dessa nova linha das cincias econmicas e

    gerenciais. Principalmente pelo fato de contribuir de maneira tcnica e cientfica para a buscado desenvolvimento economicamente sustentvel.

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