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Valor Econômico - SP 28/04/2011 Opinião / Carlos Lessa Capa/A15

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Valor Econômico - SP 28/04/2011 Opinião / Carlos Lessa Capa/A15

Valor Econômico - SP 28/04/2011 Valor Especial - Energia F1/F2

Valor Econômico - SP 28/04/2011 Valor Especial - Energia Capa/F1

Plantão News - MT 28/04/2011 Economia 20:04:00

Pesquisa avalia impacto do FNDCT na inovação da indústria brasileira

Há um núcleo dinâmico inovador bem definido na indústria brasileira, mas ele precisa receber apoio de forma mais intensificada. Esta foi uma das conclusões do primeiro evento da série Debates FINEP, lançada nesta terça (26/4), no Rio de Janeiro. Segundo os palestrantes, o FNDCT - Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico é um dos principais instrumentos, mas sozinho não consegue dar conta das necessidades de financiamento do setor.

O debate apontou a necessidade de combinação de instrumentos, fortalecimento da capacidade de análise setorial e aumento dos recursos destinados a P,D&I. “A FINEP cobre bem o espectro de empresas emergentes nas suas ações de fomento, mas ainda alcança uma parte pequena das empresas líderes, portanto há um espaço grande de crescimento das nossas ações”, disse o diretor de inovação da FINEP, João De Negri, que defende a transformação da Financiadora em um banco especializado no apoio à inovação.

A discussão aconteceu tendo por base a pesquisa “Metodologia de Avaliação dos Resultados de Conjuntos de Projetos Apoiados por Fundos de Ciência, Tecnologia e Inovação", feita em parceria entre a UFMG e o IPEA e financiada pela FINEP. Foram analisados dados de 23.892 empresas, entre os anos de 1998 e 2008. Das empresas acompanhadas, 1.247 realizaram atividades contínuas de P&D durante o período estudado. Dessas, 741 possuem laboratórios de P&D, que contam com ao menos um profissional com mestrado ou doutorado para dirigi-los.

A pesquisa apontou que as empresas que investiram em conhecimento cresceram pelo menos 21% a mais do que as que não investiram. Porém, esse investimento em P&D ainda está concentrado nas empresas de grande porte, o que acompanha a tendência internacional.

“O Brasil vive uma situação paradoxal dentro da inovação no mundo, característica dos países emergentes: enquanto é líder em áreas como

bioenergia, está bem atrás em outros setores”, disse Evando Mirra, consultor do CGEE - Centro de Gestão e Estudos Estratégicos e um dos debatedores.

Evando afirma que a criação dos fundos setoriais deu uma nova dinâmica ao FNDCT. “No início, as iniciativas relacionadas a P&D não eram assunto político, não tinham visibilidade, mas nos últimos anos o tema ganhou outra relevância no debate político brasileiro, ganhando centralidade na política industrial”, disse Evando.

Uma proposta dos autores da pesquisa é que parte dos recursos do FNDCT deveriam estar direcionados às empresas inseridas no chamado “núcleo da indústria brasileira”, que são aquelas com capacidade de acumular conhecimento novo para realizar inovação tecnológica e manter sua competitividade internacional de forma sustentada. Para o professor do Instituto de Economia da UFRJ, David Kupfer, que também compôs a mesa, o aprofundamento do conhecimento sobre o padrão de concorrência setorial é “de fundamental importância para a qualificação das ações de fomento à inovação".

O encontro contou com a participação de professores, inventores e do público em geral, além dos funcionários da FINEP. O próximo debate da série acontece dia 13 de maio, com a presença de John Beddington, conselheiro chefe para assuntos de ciência do governo britânico. O tema será o papel da inovação nos presentes desafios globais e como agências semelhantes à FINEP poderiam atuar, no contexto de colaboração com o Reino Unido. A entrada é franca e não é necessário inscrição.

Intelog - RS 28/04/2011 Destaques 15:24:00

Nem todos querem exportar valor agregadoLuis Ushirobira

Conjuntura: Tese de que o país não deve depender só da venda de commodities não é consenso entre economistas.

Mendonça de Barros: "É preciso um estudo para ver o impacto de a empresa competir com os compradores de seus produtos"

Com os preços de commodities nas alturas e a perspectiva de que a China deverá manter por muitos anos o apetite por matérias-primas, a discussão sobre se é melhor exportar produtos básicos ou investir em agregar mais valor se torna mais complexa. Alguns analistas perguntam, por exemplo, por que a Vale deve investir em siderurgia num momento em que há excesso de produção de aço e as cotações do minério de ferro aumentam com força ano após ano.

Vários economistas, contudo, ainda defendem ferrenhamente a estratégia de agregar valor às vendas externas, para que o país não fique dependente dos preços de commodities, historicamente muito voláteis, e aposte em setores com maior desenvolvimento tecnológico e empregos de melhor qualidade.

Ex-ministro das Comunicações e ex-presidente do BNDES, Luiz Carlos Mendonça de Barros diz que, em princípio, é "melhor exportar produtos com maior valor agregado". Como regra geral, o processo traz benefícios à economia do país, afirma ele. "A questão é que cada caso precisa ser analisado detalhadamente. Não há respostas prontas, pré-concebidas", pondera Mendonça de Barros, tomando como exemplo a questão se a Vale deve ou não investir com mais força em siderurgia.

Além da escalada de preços do minério e da sobra de aço no mundo, ele levanta duas questões que podem colocar em xeque a conveniência de a empresa apostar na siderurgia. A primeira é que, se entrar agressivamente nesse mercado, a Vale passará a concorrer com seus principais clientes. "É preciso um estudo para ver o impacto de a empresa competir com os principais compradores de seus produtos",

afirma ele, hoje sócio da Quest Investimentos.

O segundo ponto é que produzir aço consome muita energia elétrica, o que não ocorre com a extração de minério de ferro. "Será que o Brasil tem oferta de energia suficiente para isso, a preços competitivos?" São perguntas, segundo ele, que precisam de um estudo detalhado para serem respondidas.

O professor Fernando Cardim de Carvalho, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), vê com maus olhos a ideia de produtos como o minério de ferro ganharem tanto espaço na pauta de exportação brasileira. "Há nesse caso um conflito entre os ganhos de curto e os de longo prazo. Neste momento, certamente exportar minérios para a China é um dos melhores negócios que existem, mas como fica a situação num período maior?", diz Cardim, observando que os preços de matérias-primas são muito voláteis.

"Estamos surfando na fase boa da volatilidade, mas nós conhecemos o que ocorre quando vem a fase ruim." Para ele, apostar que o apetite chinês por matérias-primas não vai arrefecer é ignorar a história econômica "dos últimos 250 anos". Cardim também defende a estratégia de buscar mais valor agregado por causa do seu impacto sobre o emprego. A produção de commodities costuma gerar poucos postos de trabalho, em geral de baixa qualificação, diz ele. Na fabricação de manufaturados, há maior desenvolvimento tecnológico e a geração de melhores empregos.

Mendonça de Barros vê um período bastante longo de commodities em níveis elevados, dada a perspectiva de que a China continue a crescer a taxas robustas por vários anos. "Já a tendência dos produtos industriais é continuarem muito baratos", observa ele. Cardim, por sua vez, diz que a queda das cotações dos bens manufaturados, num cenário de ganhos de escala, não impede que a fabricação siga bastante rentável. "A manufatura sempre foi assim, basta ver a estratégia da própria China."

O ex-diretor do Banco Central Alexandre Schwartsman tem uma visão oposta à de Cardim. Para ele, há maniqueísmo de muitos economistas brasileiros, que consideram a produção de bens de maior valor agregado como algo intrinsecamente bom. "A questão é que não é algo absoluto. A rentabilidade hoje de produzir minério de ferro é muito maior do que a da siderurgia. O que é melhor para a empresa, ser a Vale ou a Usiminas?"

Schwartsman diz ainda que há grande capacidade ociosa no setor siderúrgico no mundo, além de não ver no radar um tombo dos preços de commodities. Mas essa não seria uma visão de curto prazo? "Pode haver incertezas em relação aos preços, mas não ignore o que mercado está dizendo. A diretoria da empresa tem que tomar decisões que afetam a vida da empresa vários anos à frente, com os acionistas fungando em seus cangotes." Para Schwartsman, quem está no dia a dia da empresa e conhece o mercado em que a companhia atua está muito mais capacitado para definir a estratégia do que um burocrata em Brasília. "E as empresas de commodities não operam num enclave. Elas estão integradas à economia, gerando demandas por produtos manufaturados e serviços nas suas cadeias", conclui ele.

Um ponto que torna a discussão mais complexa é que um produto primário muitas vezes tem um processo de produção que envolve muita agregação de valor. A extração de petróleo em águas profundas é um exemplo eloquente. A tecnologia e a mão de obra empregadas no processo deixam claro que se trata de algo complexo e avançado, como concordam - pelo menos nesse ponto - Schwartsman e Cardim.

O professor Fernando Sarti, da Unicamp, considera que a discussão sobre o assunto é feita muitas vezes de modo simplista - a polêmica minério de ferro X aço no caso da Vale seria uma dessas simplificações. Ele dá um exemplo interessante para ilustrar como a discussão é hoje mais complicada: as exportações brasileiras de soja, uma commodity, têm mais conteúdo tecnológico que as de telefones celulares, um produto manufaturado. Enquanto a produção de soja envolve um investimento grande em sementes, química fina e biotecnologia, a de celulares muitas vezes se limita a montagem de componentes importados.

O assunto, contudo, não se esgota aí, diz Sarti. No caso da soja, nota ele, o Brasil é extremamente competitivo na produção, mas não na comercialização internacional do produto, nas mãos de três grandes empresas multinacionais. No caso da Vale, focar na produção de minério de ferro pode talvez de fato ser mais indicado, dada a sobra de aço no mundo, mas seria importante que os investimentos da empresa em logística beneficiassem outros setores da economia -a construção de ferrovias pela companhia, por exemplo, tem aumentado a demanda pela produção de mais locomotivas e trilhos no país? "É importante haver um transbordamento para outros segmentos da economia."

A exploração do petróleo do pré-sal pode garantir esse tipo de benefício, com a montagem de uma cadeia de fornecedores dos equipamentos que serão necessários para a Petrobras. "Essa estratégia é uma boa opção, desde que seja equilibrada, e não faça a empresa ter fortes aumentos de custos", diz Mendonça de Barros.

Por Valor Econômico - SP - Sergio Lamucci | De São Paulo

Monitor Mercantil Digital - RJ 28/04/2011 Conjuntura 21:04:00

OMC: minar emergentes pelas beiradasPela primeira vez, a Organização Mundial do Comércio (OMC) admitiu que seus 153 membros irão discutir abertamente uma alternativa à Rodada de Doha, cujas negociações comerciais estão travadas há dez anos. "Doha já está associada ao fracasso", afirma o economista Reinaldo Gonçalves, da UFRJ, alertando que o "plano B" da OMC pode colocar Brasil e China em maus lençóis: "Os dois países podem ser atingidos na medula, merecidamente por sinal, devido a suas práticas de dumping social (trabalho escravo) e ambiental", prevê.

A alternativa ao fracasso de Doha, segundo Gonçalves, será um "acordo minimalista". Seriam eliminadas questões como a redução de tarifas sobre máquinas, carros e outros bens industriais e taxas sobre produtos agrícolas. Seriam mantidos itens de acordo factível, como padrões alfandegários comuns e limites para os subsídios à pesca.

"A OMC vai optar pela linha de menor resistência, fácil de fazer, pois basta chamar os jogadores mais importantes: Estados Unidos e Europa. Para a Europa, é bom por não tocar na temática agrícola. Já os EUA, daqui a dois três anos, poderão apresentar temas que, como o dumping social e ambiental, os defenderão da concorrência."