vacina dengue dengvaxia janeiro 2016

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a5 DIÁRIO DA SERRA QUINTA-FEIRA, 7 DE JANEIRO DE 2016 Cidade GUILHERME TORRES [email protected] JULIANA BORGES [email protected] Confusão sobre boato de “fraude” no IPVA não deve preocupar proprietários de veículos Vídeos e postagens nas redes sociais têm gerado dúvidas sobre os avisos que estão sendo entregues pelos Correios, mas o contribuinte deve lembrar que a senha para o pagamento do IPVA é o Renavam do veículo Devido a grande reper- cussão nos meios de co- municação e redes sociais nas últimas semanas, pro- prietários de veículos da cidade têm alimentado certa apreensão quanto ao recebimento de falsos IPVAs. Boatos referentes ao modo em que os Avisos de Vencimento emitidos pela Secretaria da Fazen- da do Estado chegam às residências, a disposição de carimbos postais no documento, e inclusive a presença de boletos junto ao envio para o pagamen- to do imposto circulam a “todo vapor”, e pensando nisso, o Diário entrou em contato com a Secretaria da Fazenda para tirar al- gumas dúvidas, e orientar os contribuintes botuca- tuenses. Envelope Branco O IPVA pode sim che- gar em um envelope bran- co com o emblema do governo do estado de São Paulo, e com os carimbos de postagem dos Correios, em casos do proprietário ter mais de um veículo em seu nome. Essa medida segundo a Secretaria da Fazenda se trata de uma maneira mais econômica de mandar diversos docu- mentos a um só destinatá- rio. Carimbos dos Correios A disposição dos ca- rimbos dos Correios, seja no próprio documento de Aviso de Vencimento, ou apenas no envelope, no caso de mais de um aviso, não qualifica fraude. Essa é apenas uma opção dos Correios, responsáveis pelo envio do documento as residências. Códigos de Barras Os códigos de barras presentes no Aviso de Vencimento não fazem qualquer menção a paga- mentos. Eles também são de uso dos Correios para rastreamento da corres- pondência, e inclusive não conseguem ser lidos por um leitor de código de bar- ras para o pagamento. Aviso não é Boleto A Secretaria Estadual da Fazenda reitera que não envia boletos de pagamen- to em meio a suas corres- pondências, mas apenas Avisos de Vencimento. O aviso é apenas um lembre- te - não é boleto nem guia de pagamento - e traz in- formações sobre o valor do imposto. Se o proprie- tário de veículo receber um boleto de IPVA, pode ter certeza de que não é um documento emitido pelo Governo do Estado. Em caso de dúvida A Secretaria da Fazen- da alerta aos contribuin- tes que os canais oficiais para a obtenção de infor- mações sobre o Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores (IPVA) são a página do IPVA (www.ipva.fazenda. sp.gov.br) e a rede bancá- ria credenciada. A consul- ta deve ser realizada nos terminais de autoatendi- mento, pela internet ou diretamente nas agências, bastando o número do Re- navam do veículo. O órgão instrui aqueles que mantêm algum tipo de dúvida a entrarem em contato com a Secretaria da Fazenda por meio do telefone 0800-170110 (ex- clusivo para telefone fixo) ou pelo Fale Conosco dis- ponível no site www.fa- zenda.sp.gov.br. Saiba como funciona a vacina contra a dengue Vacina não protege contra o zika vírus nem contra a febre chikungunya. É mais indicada para pessoas entre nove e 45 anos A Anvisa (Agência Na- cional de Vigilância Sani- tária) aprovou a primeira vacina contra a dengue no país. A informação foi divulgada no dia 28 de dezembro no Diário Ofi- cial da União, e a decisão é o primeiro passo para o início da comercializa- ção do produto no Brasil. Produzida pelo la- boratório farmacêutico francês Sanofi Pasteur, a vacina ‘Dengvaxia’ já tinha sido aprovada no México e nas Filipinas no início do mês de de- zembro. Ela é indicada para pessoas de 09 a 45 anos de idade. O médico infectologista Alexandre Naime Barbosa afirma que para pessoas acima dessa faixa etária os re- sultados de eficácia não foram satisfatórios. “A Dengvaxia é com- posta por vírus atenu- ado, ou seja, enfraque- cido e, portanto, está contraindicada para me- nores de 09 anos, gestan- tes, pessoas vivendo com HIV/Aids e outras com problemas na função imune. Exceções a parte, a segurança dessa vacina está amplamente com- provada para a popula- ção em geral”, afirma. Ele também decla- ra que essa vacina pos- sui uma eficácia de 93% em termos de reduzir as formas graves, e tem ação sobre os quatro so- rotipos do vírus da den- gue. Já a proteção geral, ou seja, evitar qualquer quadro clínico da den- gue é de 66%. “É importante lem- brar que nenhuma vaci- na tem proteção de 100%, e que essa é a primeira vacina aprovada mun- dialmente contra o vírus da dengue. Existem ou- tras candidatas em estu- do, inclusive uma nacio- nal, desenvolvida pelo Instituto Butantan em parceria com o governo dos Estados Unidos, mas cujos estudos ainda es- tão em andamento”, rei- tera Alexandre. O especialista comen- ta que em locais onde o número de casos é alto, e as medidas de controle do mosquito transmissor da dengue não são efica- zes, a vacinação utilizan- do a Dengvaxia deve ser fortemente considerada. Como sabemos, Botuca- tu já passou por alguns surtos de dengue no ano passado, afetando cerca de 700 pessoas, mas hoje as autoridades afirmam que os casos diminuí- ram bastante. Mas, apesar de mui- tas pessoas saberem que a vacina foi aprovada pela Anvisa e que logo será comercializada no Brasil, algumas dúvidas comuns ainda surgem, como por exemplo quan- tas doses precisam ser tomadas ou se a vacina será distribuída pelo SUS (Sistema Único de Saúde). O infectologista Alexandre responde al- gumas dessas questões, esclarecendo dúvidas pertinentes. “São três doses inje- táveis subcutâneas, com intervalo de seis meses entre cada aplicação. A proteção total só se dá após o esquema comple- to, mas a imunidade par- cial já começa a surgir no início das doses. Sobre a vacina ser distribuída pelo SUS, por enquanto não há preço oficial acor- dado para o Brasil, no momento essa avaliação está a cargo da Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos (CMED), órgão do governo que gerencia essa questão. Portanto, a incorporação pelo SUS depende de mui- ta negociação. Mas extra- oficialmente posso asse- gurar que existe muita vontade política dentro do Ministério da Saúde para que essa tecnologia seja oferecida à popula- ção”, relata. Outra questão escla- recida por Alexandre é se a vacina Dengvaxia protege contra o vírus Zika e Chicungunya. “A vacina protege única e exclusivamente contra o vírus da dengue, não tendo ação nenhuma so- bre os arbovírus Zika, Chicungunya, Febre Amarela, entre outros. É importante lembrar que a eficácia dessa vacina não é 100% e, portanto, o cuidado em eliminar o Aedes aegypti deve per- manecer como principal ação de saúde pública no enfrentamento dessa epidemia”, conclui. O médico infectologista Alexandre Naime Barbosa esclarece questões sobre a vacina contra a dengue, aprovada pela Anvisa no final de dezembro Produzida pelo laboratório farmacêutico francês Sanofi Pasteur, a vacina ‘Dengvaxia’ já tinha sido aprovada no México e nas Filipinas no início do mês de dezembro PORTAL6 SIDNEY TROVÃO

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a5DIÁRIO DA SERRAQUINTA-FEIRA, 7 DE JANEIRO DE 2016 Cidade

GUILHERME [email protected]

JULIANA [email protected]

Confusão sobre boato de “fraude” no IPVA não deve preocupar proprietários de veículosVídeos e postagens nas redes sociais têm gerado dúvidas sobre os avisos que estão sendo entregues pelos Correios, mas o contribuinte deve lembrar que a senha para o pagamento do IPVA é o Renavam do veículo

Devido a grande reper-cussão nos meios de co-municação e redes sociais nas últimas semanas, pro-prietários de veículos da cidade têm alimentado certa apreensão quanto ao recebimento de falsos IPVAs. Boatos referentes ao modo em que os Avisos de Vencimento emitidos pela Secretaria da Fazen-da do Estado chegam às residências, a disposição de carimbos postais no documento, e inclusive a

presença de boletos junto ao envio para o pagamen-to do imposto circulam a “todo vapor”, e pensando nisso, o Diário entrou em contato com a Secretaria da Fazenda para tirar al-gumas dúvidas, e orientar os contribuintes botuca-tuenses.

Envelope BrancoO IPVA pode sim che-

gar em um envelope bran-co com o emblema do governo do estado de São Paulo, e com os carimbos de postagem dos Correios, em casos do proprietário ter mais de um veículo em

seu nome. Essa medida segundo a Secretaria da Fazenda se trata de uma maneira mais econômica de mandar diversos docu-mentos a um só destinatá-rio.

Carimbos dos CorreiosA disposição dos ca-

rimbos dos Correios, seja no próprio documento de Aviso de Vencimento, ou apenas no envelope, no caso de mais de um aviso, não qualifica fraude. Essa é apenas uma opção dos Correios, responsáveis pelo envio do documento as residências.

Códigos de BarrasOs códigos de barras

presentes no Aviso de Vencimento não fazem qualquer menção a paga-mentos. Eles também são de uso dos Correios para rastreamento da corres-pondência, e inclusive não conseguem ser lidos por um leitor de código de bar-ras para o pagamento.

Aviso não é BoletoA Secretaria Estadual

da Fazenda reitera que não envia boletos de pagamen-to em meio a suas corres-pondências, mas apenas Avisos de Vencimento. O

aviso é apenas um lembre-te - não é boleto nem guia de pagamento - e traz in-formações sobre o valor do imposto. Se o proprie-tário de veículo receber um boleto de IPVA, pode ter certeza de que não é um documento emitido pelo Governo do Estado.

Em caso de dúvida A Secretaria da Fazen-

da alerta aos contribuin-tes que os canais oficiais para a obtenção de infor-mações sobre o Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores (IPVA) são a página do

IPVA (www.ipva.fazenda.sp.gov.br) e a rede bancá-ria credenciada. A consul-ta deve ser realizada nos terminais de autoatendi-mento, pela internet ou diretamente nas agências, bastando o número do Re-navam do veículo.

O órgão instrui aqueles que mantêm algum tipo de dúvida a entrarem em contato com a Secretaria da Fazenda por meio do telefone 0800-170110 (ex-clusivo para telefone fixo) ou pelo Fale Conosco dis-ponível no site www.fa-zenda.sp.gov.br.

Saiba como funciona a vacina contra a dengueVacina não protege contra o zika vírus nem contra a febre chikungunya. É mais indicada para pessoas entre nove e 45 anos

A Anvisa (Agência Na-cional de Vigilância Sani-tária) aprovou a primeira vacina contra a dengue no país. A informação foi divulgada no dia 28 de dezembro no Diário Ofi-cial da União, e a decisão é o primeiro passo para o início da comercializa-ção do produto no Brasil.

Produzida pelo la-boratório farmacêutico francês Sanofi Pasteur, a vacina ‘Dengvaxia’ já tinha sido aprovada no México e nas Filipinas no início do mês de de-zembro. Ela é indicada para pessoas de 09 a 45 anos de idade. O médico infectologista Alexandre Naime Barbosa afirma que para pessoas acima dessa faixa etária os re-sultados de eficácia não foram satisfatórios.

“A Dengvaxia é com-posta por vírus atenu-ado, ou seja, enfraque-cido e, portanto, está contraindicada para me-nores de 09 anos, gestan-tes, pessoas vivendo com HIV/Aids e outras com problemas na função imune. Exceções a parte, a segurança dessa vacina está amplamente com-provada para a popula-ção em geral”, afirma.

Ele também decla-ra que essa vacina pos-sui uma eficácia de 93% em termos de reduzir as formas graves, e tem ação sobre os quatro so-rotipos do vírus da den-gue. Já a proteção geral, ou seja, evitar qualquer quadro clínico da den-

gue é de 66%.“É importante lem-

brar que nenhuma vaci-na tem proteção de 100%, e que essa é a primeira vacina aprovada mun-dialmente contra o vírus da dengue. Existem ou-tras candidatas em estu-do, inclusive uma nacio-nal, desenvolvida pelo Instituto Butantan em parceria com o governo dos Estados Unidos, mas cujos estudos ainda es-tão em andamento”, rei-tera Alexandre.

O especialista comen-ta que em locais onde o número de casos é alto, e as medidas de controle do mosquito transmissor da dengue não são efica-zes, a vacinação utilizan-do a Dengvaxia deve ser fortemente considerada. Como sabemos, Botuca-tu já passou por alguns surtos de dengue no ano passado, afetando cerca de 700 pessoas, mas hoje as autoridades afirmam que os casos diminuí-ram bastante.

Mas, apesar de mui-tas pessoas saberem que a vacina foi aprovada pela Anvisa e que logo será comercializada no Brasil, algumas dúvidas comuns ainda surgem, como por exemplo quan-tas doses precisam ser tomadas ou se a vacina será distribuída pelo SUS (Sistema Único de Saúde). O infectologista Alexandre responde al-gumas dessas questões, esclarecendo dúvidas pertinentes.

“São três doses inje-táveis subcutâneas, com intervalo de seis meses entre cada aplicação. A proteção total só se dá após o esquema comple-to, mas a imunidade par-cial já começa a surgir no início das doses. Sobre a vacina ser distribuída pelo SUS, por enquanto não há preço oficial acor-dado para o Brasil, no momento essa avaliação

está a cargo da Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos (CMED), órgão do governo que gerencia essa questão. Portanto, a incorporação pelo SUS depende de mui-ta negociação. Mas extra-oficialmente posso asse-gurar que existe muita vontade política dentro do Ministério da Saúde para que essa tecnologia seja oferecida à popula-ção”, relata.

Outra questão escla-recida por Alexandre é se a vacina Dengvaxia protege contra o vírus Zika e Chicungunya. “A vacina protege única e exclusivamente contra o vírus da dengue, não tendo ação nenhuma so-bre os arbovírus Zika, Chicungunya, Febre Amarela, entre outros. É importante lembrar que a eficácia dessa vacina não é 100% e, portanto, o cuidado em eliminar o Aedes aegypti deve per-manecer como principal ação de saúde pública no enfrentamento dessa epidemia”, conclui.

O médico infectologista Alexandre Naime Barbosa esclarece questões sobre a vacina contra a dengue, aprovada pela Anvisa no final de dezembro

Produzida pelo laboratório farmacêutico francês Sanofi Pasteur, a vacina ‘Dengvaxia’ já tinha sido aprovada no México e nas Filipinas no início do mês de dezembro

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