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Universid Enge ANÁLISE DE S EM INSTA UTILIZANDO TU C PROJETO SUBMETIDO AO ENGENHARIA NAVAL E UNIVERSIDADE FEDERAL D NECESSÁRIOS PARA A OB OCEÂNICA. dade Federal do Rio de Janeiro Escola Politécnica enharia Naval e Oceânica Projeto de Graduação SISTEMAS DE COGERA ALAÇÕES OFFSHORE O MOTORES DUAL FUE URBINAS A GÁSCarolina de Carvalho Bethlem DRE: 107349422 O CORPO DOCENTE DO DEPARTAM OCEÂNICA DA ESCOLA POLITÉC DO RIO DE JANEIRO COMO PARTE DOS R BTENÇÃO DO GRAU DE ENGENHEIRA Orientador: Carlos Rodrigues Pe POLI/UFRJ AÇÃO E EL E MENTO DE CNICA DA REQUISITOS A NAVAL E ereira Belchior

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Universidade Federal do Rio de Janeiro

Engenharia Naval e Oceânica

“ANÁLISE DE SISTEMAS

EM INSTALAÇÕES

UTILIZANDO MOTORES D

TURBINAS A GÁS

Carolina de Carvalho Bethlem

PROJETO SUBMETIDO AO CO

ENGENHARIA NAVAL E OCE

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO COMO PARTE DOS REQUISITOS

NECESSÁRIOS PARA A OBTENÇÃO DO GRAU DE ENGENHEIRA NAVAL E

OCEÂNICA.

Universidade Federal do Rio de Janeiro Escola Politécnica

Engenharia Naval e Oceânica

Projeto de Graduação

ANÁLISE DE SISTEMAS DE COGERAÇÃO

EM INSTALAÇÕES OFFSHORE

UTILIZANDO MOTORES DUAL FUEL E

TURBINAS A GÁS”

Carolina de Carvalho Bethlem

DRE: 107349422

PROJETO SUBMETIDO AO CORPO DOCENTE DO DEPARTAMENTO DE

ENGENHARIA NAVAL E OCEÂNICA DA ESCOLA POLITÉCNICA DA

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO COMO PARTE DOS REQUISITOS

NECESSÁRIOS PARA A OBTENÇÃO DO GRAU DE ENGENHEIRA NAVAL E

Orientador: Carlos Rodrigues Pereira Belchior

POLI/UFRJ

DE COGERAÇÃO

OFFSHORE

UAL FUEL E

RPO DOCENTE DO DEPARTAMENTO DE

ÂNICA DA ESCOLA POLITÉCNICA DA

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO COMO PARTE DOS REQUISITOS

NECESSÁRIOS PARA A OBTENÇÃO DO GRAU DE ENGENHEIRA NAVAL E

Carlos Rodrigues Pereira Belchior

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Rio de Janeiro

Setembro, 2012

Universidade Federal do Rio de Janeiro

“ANÁLISE DE SISTEMAS DE COGERAÇÃO EM INSTALAÇÕES OFFSHORE

UTILIZANDO MOTORES DUAL FUEL E TURBINAS A GÁS”

Carolina de Carvalho Bethlem

DRE: 107349422

Habilitação:

Engenharia Naval e Oceânica

Banca Examinadora:

Carlos Rodrigues Pereira Belchior, D.Sc – Professor Orientador

Luis Antônio Vaz Pinto, D. Sc – COPPE/UFRJ

Ulisses Admar Barbosa Vicente Monteiro, D.Sc. – COPPE/UFRJ

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Rio de Janeiro

Setembro, 2012

“ANÁLISE DE SISTEMAS DE COGERAÇÃO EM INSTALAÇÕES OFFSHORE

UTILIZANDO MOTORES DUAL FUEL E TURBINAS A GÁS”

Carolina de Carvalho Bethlem

DRE: 107349422

PROJETO SUBMETIDO AO CORPO DOCENTE DO DEPARTAMENTO DE

ENGENHARIA NAVAL E OCEÂNICA DA ESCOLA POLITÉCNICA DA

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO COMO PARTE DOS REQUISITOS

NECESSÁRIOS PARA A OBTENÇÃO DO GRAU DE ENGENHEIRA NAVAL E

OCEÂNICA.

Aprovado por:

____________________________________________

Carlos Rodrigues Pereira Belchior, D.Sc – COPPE/UFRJ

(ORIENTADOR)

____________________________________________

Luis Antônio Vaz Pinto, D. Sc – COPPE/UFRJ

____________________________________________

Ulisses Admar Barbosa Vicente Monteiro, D.Sc. – COPPE/UFRJ

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i

Rio de janeiro

Setembro de 2012

Dedicatória

Ao Pedro, meu chão, meu companheiro

e meu modelo durante toda a

faculdade.

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ii

Agradecimentos

À minha família, o retorno seguro do fim do dia.

À Naval, por ter tornado o dia-a-dia sempre agradável, uma verdadeira família.

Aos meus amigos, principalmente pela compreensão pelas inúmeras faltas de tempo.

À Marta Tapia, mais que uma professora, uma amiga e um exemplo.

À Suely, pela invariável prontidão e eficiência em resolver qualquer tipo de problema, sem

perder o sorriso no rosto.

Ao professor Ulisses Monteiro, por ter me posto no eixo num momento difícil.

Ao professor Carlos Belchior, meu orientador, pela eterna calma e sabedoria.

À ANP, pelo financiamento e oportunidade de desenvolvimento desse projeto.

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iii

Resumo

O estudo inclui o desempenho de motores dual fuel como diesel-geradores para produção de

energia elétrica e térmica (para a planta de processos) em instalações offshore. Após a

apresentação geral do problema, é desenvolvido um estudo com o balanço energético da

instalação, comparando-a com aquela equivalente utilizando turbinas a gás. A viabilidade

técnico-econômica de ambas as instalações é desenvolvida, de modo a serem comparadas e

obter-se a melhor solução para diferentes casos e cargas elétricas da instalação offshore.

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iv

Sumário

1. Introdução ......................................................................................................................1

2. Objetivo ..........................................................................................................................2

3. Pesquisa Bibliográfica ....................................................................................................3

4. Sistema de Cogeração .....................................................................................................5

4.1. Caldeira de Recuperação .........................................................................................5

4.1.1. Capacidade e Pressão ........................................................................................6

4.1.2. Principais Falhas das Caldeiras ..........................................................................7

4.2. Turbina ...................................................................................................................8

4.3. Motor .................................................................................................................... 10

5. Metodologia para Seleção do Sistema de Cogeração ..................................................... 13

5.1. Demanda de Energia da Plataforma ....................................................................... 13

5.2. Seleção Técnica dos Sistemas ............................................................................... 13

5.2.1. Caldeira de Recuperação ................................................................................. 13

5.2.2. Turbina a Gás .................................................................................................. 15

5.2.3. Motor Dual Fuel .............................................................................................. 17

5.3. Análise Econômica ............................................................................................... 18

5.3.1. Custo Inicial .................................................................................................... 18

5.3.2. Custo Operacional [5] ..................................................................................... 19

5.3.3. Custo Total [5] ................................................................................................ 20

6. Comparação dos Sistemas ............................................................................................. 22

6.1. Caso de Estudo [1] ................................................................................................ 22

6.2. Limites de Aplicação............................................................................................. 24

7. Conclusão ..................................................................................................................... 27

Referências Bibliográficas .................................................................................................... 28

Anexos ................................................................................................................................. 30

Anexo A – Catálogos de Caldeiras .................................................................................... 31

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v

Anexo B – Catálogos de Turbinas ..................................................................................... 35

Mars 90 Generator Set .................................................................................................. 37

Mars 100 Generator Set ................................................................................................ 37

Titan 250 Gas Turbine Generator Set ............................................................................ 38

501 ............................................................................................................................... 41

AVON 200 ................................................................................................................... 42

RB211 .......................................................................................................................... 43

RB211-H63 .................................................................................................................. 44

Trent 60 ........................................................................................................................ 44

Anexo C – Catálogos de Motores ...................................................................................... 46

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vi

Lista de Figuras

Figura 4-1 – Sistema de Cogeração com Turbina a Gás ..........................................................5

Figura 4-2 – Sistema de Cogeração com Motor Dual Fuel ......................................................5

Figura 4-3 – Caldeira de Recuperação ....................................................................................6

Figura 4-4 – Distribuição das Caldeiras ..................................................................................7

Figura 4-5 – Turbina a Gás Aeroderivativa (Fonte:[10]) .........................................................8

Figura 4-6 – Esquema de Turbina a Gás da GE (Fonte:[11]) ...................................................9

Figura 4-7 – Motor Wärtsila 50DF ....................................................................................... 10

Figura 4-8 – Admissão ......................................................................................................... 11

Figura 4-9 – Compressão ...................................................................................................... 11

Figura 4-10 – Injeção do Combustível Piloto ........................................................................ 12

Figura 4-11 – Combustão ..................................................................................................... 12

Figura 4-12 – Exaustão ......................................................................................................... 12

Figura 5-1 – Modelo da Cogeração com Turbina a Gás......................................................... 15

Figura 6-1 – Tela Inicial ....................................................................................................... 23

Figura 6-2 – Tela “Dados Iniciais” ....................................................................................... 23

Figura 6-3 – Resultados ........................................................................................................ 24

Figura 6-4 – Demanda Elétrica Máxima para 2 motores ........................................................ 24

Figura 6-5 – Resultados para Demanda Máxima de 35.100 kW ............................................ 25

Figura 6-6 – Demanda Elétrica Máxima de 40.000 kW ......................................................... 25

Figura 6-7 – Resultados para Demanda Elétrica Máxima de 40.000 kW ............................... 26

Figura A-1 - Thermax ........................................................................................................... 32

Figura A-2 - Thermax ........................................................................................................... 33

Figura A-3 – Thermax .......................................................................................................... 34

Figura B-4 – Caterpillar ........................................................................................................ 36

Figura B-5 – Caterpillar ........................................................................................................ 36

Figura B-6 – GE ................................................................................................................... 39

Figura B-7 – GE ................................................................................................................... 40

Figura B-8 – Siemens ........................................................................................................... 45

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Lista de Tabelas

Tabela 4-1 – Classes de Pressão..............................................................................................6

Tabela 4-2 – Aplicação das Caldeiras .....................................................................................7

Tabela 5-1 – Custo Inicial da Turbina a Gás [1] .................................................................... 19

Tabela 5-2 – Custo Inicial da Caldeira de Recuperação [1] ................................................... 19

Tabela 6-1 – Dados do Caso de Estudo ................................................................................. 22

Tabela A-1 - Clayton ............................................................................................................ 34

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1. Introdução

Os sistemas offshore são de extrema complexidade, sendo as plataformas quase cidades em

alto mar. A exploração e a produção de petróleo são atividades de alto custo, principalmente

agora com a exploração dos campos do pré-sal em profundidades bem maiores, que

demandam uma tecnologia nunca antes necessária. Portanto, o controle dos custos das

diversas etapas de produção se faz cada vez mais relevante para evitar gastos desnecessários

que possam reduzir a exploração em um poço ou até mesmo torná-la inviável. Dentre essas

etapas, a produção de energia merece especial atenção, devido às diversas possibilidades de

configuração do sistema de geração de energia. As atividades desenvolvidas pelas Plantas de

Utilidade e de Processo requerem uma grande quantidade de energia térmica e elétrica para

seu desenvolvimento.

Dada essa dupla demanda, as instalações de cogeração são formas de melhor aproveitamento

dos combustíveis, pois se reaproveita o calor residual da geração de energia elétrica, que seria

desperdiçado. Atualmente, o desperdício e a poluição são assuntos que merecem muita

atenção, principalmente nos projetos de engenharia. Tendo isso em vista, resolveu-se estudar

duas possibilidades de instalações de cogeração de energia: com motores dual fuel e com

turbinas a gás.

Os motores dual fuel apresentam grandes vantagens operacionais, pois mantêm a taxa de

compressão de um motor diesel, porém o combustível que é majoritariamente queimado é o

gás natural, mais limpo e barato.

Um sistema de produção de energia mais eficiente, que utilize combustível obtido em alto

mar, garante maior autonomia e menores custos de produção para as instalações offshore.

Além disso, o uso do motor dual fuel ainda permite menores níveis de emissões indesejadas, o

que é positivo do ponto de vista ambiental.

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2. Objetivo

O objetivo, portanto, é estudar e projetar instalações de cogeração produzindo energia elétrica

e térmica para a planta de processos de instalações offshore. O sistema deve operar com o gás

natural proveniente do poço de petróleo e óleo diesel.

A cogeração utilizando um motor dual fuel terá sua viabilidade técnica e econômica

comparada com uma instalação similar utilizando turbina a gás, através de um programa

automatizado de seleção da melhor configuração para determinado cenário.

Outro objetivo é o desenvolvimento da ferramenta computacional de comparação dos

sistemas de cogeração, que será implementada em Delphi®.

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3. Pesquisa Bibliográfica

A análise de custo do de instalações de cogeração já havia sido feita em Ulisses [1],

comparando sistemas com turbinas e com motores a gás. Na época, os portes dos motores

eram muito inferiores aos disponíveis atualmente, o que muitas vezes encarecia a instalação a

motor, que necessitava de mais de uma máquina para atingir à demanda de energia da

plataforma. Além disso, os motores duais apresentam maior potencial de redução de custo em

uma instalação de cogeração quando comparados ao motor a gás, devido ao seu maior

rendimento, o que justifica sua comparação com a turbina a gás, que é majoritariamente

utilizada.

Outro aspecto a ser ressaltado na tese em questão é o fato de o custo com combustível ser um

dos principais da operação. É conhecido que a turbina a gás não tem bom desempenho para

cargas parciais e que o motor costuma ser melhor para esse tipo de operação. Em sua análise,

Ulisses não considerou a influência do desempenho das máquinas de acordo com a demanda

de energia da plataforma e esse fator pode ter influência significativa no resultado final.

Portanto, uma análise que se considerou interessante foi a da variação do consumo de

combustível de cada máquina para cargas parciais.

Frente a isso, é necessário que se obtenham três modelos termodinâmicos: um para a caldeira

de recuperação, um para a turbina a gás e um para o motor dual fuel, a fim de se prever

operações fora dos pontos de projeto.

Iniciando-se a pesquisa pela caldeira de recuperação, considerou-se a possibilidade da

utilização do método do Pinch Point [2] para sua modelação. Entretanto, conforme o estudo

do método foi avançando, percebeu-se que sua aplicação é mais indicada para o projeto de

caldeiras, para o posicionamento de trocadores de calor de forma a maximizar a eficiência da

caldeira e não para a modelação termodinâmica de uma já existente. Além disso, a caldeira de

recuperação é um equipamento secundário na análise, o objetivo é estudar a utilização de

motores ou turbinas em conjunto com a caldeira de recuperação, o que dispensa o uso de um

modelo mais complexo. Portanto, o método escolhido para o modelo da caldeira foi o da

termodinâmica clássica, com base na simples troca de calor entre os fluidos.

O modelo da turbina para cargas fora do ponto de projeto pode ser encontrado na tese de

doutorado de Ulisses [3]. No entanto, não era necessário um modelo tão sofisticado de

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4

turbinas para que a análise econômica fosse feita. Portanto, optou-se pela modelação

termodinâmica mais simples, compondo os modelos apresentados em [1], [4] e [5].

Em relação ao modelo termodinâmico do motor, iniciou-se a pesquisa com o trabalho de

Gilliard de Souza[6], que preferiu o modelo de Abd Alla[7] ao de Karim[8], pela simplicidade

matemática. O modelo de Karim utiliza cinética química para precer a combustão enquanto

que o utilizado por Abd Alla encara a combustão no cilindro como duas zonas, a principal

sendo a mistura ar-combustível e a secundária, o combustível piloto, no caso, o diesel. Pelo

estudo feito por Gilliard, o modelo se mostrou satisfatório e poderia ser aplicado para os fins

deste projeto.

No entanto, como parte da pesquisa, foram recolhidas informações quanto aos equipamentos

existentes no mercado: turbinas, caldeiras e motores dual fuel. Eram necessários dados reais

dessas máquinas para dar continuidade ao projeto. Durante a pesquisa, teve-se acesso ao

Product Guide do motor Wartsila 50DF [9], que fornece o consumo específico para cargas

parciais. Decidiu-se, por conseguinte, que seria de maior utilidade utilizar os dados reais do

motor e não aproximações teóricas.

Resumindo, o consumo do motor será aquele fornecido pelo fabricante, o das turbinas será

estimado pelos modelos termodinâmicos desenvolvidos em [1], [4] e [5] e o modelo da

caldeira de recuperação para estimar o vapor produzido será o de troca de calor entre os

fluidos, todos melhor explicados mais adiante.

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4. Sistema de Cogeração

O sistema de cogeração tem como objetivo a produção simultânea de energia elétrica e

térmica. A primeira é obtida através da queima de um combustível enquanto que a segunda

provém dos gases de exaustão da combustão.

Serão estudados dois tipos de instalação de cogeração, um com turbina a gás e outro com

motor dual. As figuras seguintes mostram respectivamente cada um desses sistemas, ambos

utilizando caldeiras de recuperação dos gases de exaustão para produção de energia térmica

em forma de vapor.

Figura 4-1 – Sistema de Cogeração com Turbina a Gás

Figura 4-2 – Sistema de Cogeração com Motor Dual Fuel

Segue um breve detalhamento dos componentes do sistema de cogeração individualmente.

4.1. CALDEIRA DE RECUPERAÇÃO

Caldeira é um equipamento que visa à obtenção de vapor através da energia obtida pela

queima de um combustível ou do calor de gases de exaustão. A água se aquece e passa para o

estado gasoso aproveitando o calor gerado. A energia fornecida pelo combustível deve

totalizar a energia para esquentar a água até a temperatura de ebulição, mais o calor latente

para a vaporização da água e ainda a energia para transformar o vapor em vapor

superaquecido.

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6

Caldeiras de recuperação são aquelas que, ao invés de queimarem combustíveis como carvão,

lenha, óleos, GLP ou GN, aproveitam os gases quentes resultantes de outros processos que

liberam calor. Em sua essência, são trocadores de calor, com a diferença de que nelas há

mudança de fase da água.

No caso da cogeração, os gases de descarga do motor ou da turbina que são utilizados na

caldeira de recuperação como fonte de calor para a produção de energia térmica útil. A Figura

4-3 mostra uma caldeira típica.

Figura 4-3 – Caldeira de Recuperação

4.1.1. Capacidade e Pressão

Quanto às classes de pressão, as caldeiras são separadas desde as de pressão muito baixa (de

até 100 psi) até as caldeiras supercríticas (pressões superiores a 3209 psi).

Tabela 4-1 – Classes de Pressão

Classes de Pressão [psi (MPa)]

Muito Baixa Pressão

até 100

(< 0,69)

Baixa Pressão

100-200

(0,69 – 1,38)

Média Pressão

200-700

(1,38 – 4,83)

Alta Pressão

700-1500

(4,83 – 10,34)

Muito Alta Pressão

1500-3209

(10,34 – 22,13)

A maioria das caldeiras com aplicação industrial apresenta pressão de operação de

aproximadamente 20 vezes a atmosférica.

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7

A classificação de tamanho de caldeiras é quanto à sua capacidade de produção de vapor, o

que influencia em sua aplicação. As menores caldeiras do mercado costumam operar a uma

pressão máxima de 14 kgf/cm² (1,37MPa) e têm capacidade de produção de 1,5 toneladas de

vapor por hora. Sua aplicação é doméstica ou em indústrias de pequeno porte e geralmente

queimam qualquer combustível. As caldeiras com aplicação em sistemas offshore são de

médio porte, com produção de vapor de 25 a 50 ton/h.

Tabela 4-2 – Aplicação das Caldeiras

Porte Capacidade de

Produção de Vapor Pressão

Aplicação [ton/h] [kg/cm² (MPa)]

Muito Pequeno

até 1,5 14 Serviço doméstico, comercial e

indústrias de pequeno porte (1,37)

Pequeno até 25 14

Empresas de médio porte (1,37)

Médio de 25 a 50 30 a 42

Grandes indústrias e navios (2,94-4,12)

Grande até 200 50 a 60

Termoelétricas (4,9-5,88)

O quadro a seguir as limitações das caldeiras de acordo com suas capacidades e pressões de

operação:

Figura 4-4 – Distribuição das Caldeiras

4.1.2. Principais Falhas das Caldeiras

Todo equipamento está sujeito a falhas e com a caldeira não é diferente. As operações em

altas temperaturas e as substâncias presentes no processo afetam e deterioram a estrutura.

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Dentre as falhas observadas, podem ser citadas a erosão, a abrasão, o sobreaquecimento, a

fadiga e a corrosão. Para a caldeira de recuperação, é importante prestar atenção na corrosão

causada pelos gases de exaustão.

4.1.2.1. Corrosão

Por trabalhar com fluidos, as caldeiras estão sujeitas à corrosão. Esse processo pode ocorrer

tanto na região com água quanto na região com os gases, cada um deles por motivos

diferentes.

A corrosão das partes úmidas é devida, principalmente, à presença de oxigênio dissolvido,

hidrogênio, gás sulfídrico, elevados teores de soda cáustica e de sais, CO2 e elementos que

capazes de catalisar processos corrosivos, como o cobre, níquel, ferro, etc.

Em relação aos gases de exaustão, a corrosão é devida aos compostos de enxofre produtos da

combustão. Em contato com a umidade, formam ácido sulfúrico que, enquanto está no estado

gasoso não é nocivo à estrutura. No entanto, nas regiões mais frias da caldeira, pode atingir o

ponto de orvalho e se condensar, corroendo o material.

4.2. TURBINA

Este projeto focará nas turbinas aeroderivadas, que são turbinas mais leves, para uma mesma

faixa de potência. Além disso, serão consideradas turbinas de dois eixos, assumindo-se que há

uma turbina exclusiva para acionamento do compressor e uma turbina para produção de

potência (Power Turbine). A figura abaixo (Figura 4-5) mostra uma turbina aeroderivada da

GE.

Figura 4-5 – Turbina a Gás Aeroderivativa (Fonte:[10])

Duas grandes vantagens das turbinas a gás são suas relações peso-potência e tamanho-

potência. Por outro lado, as turbinas a gás são pouco eficientes em cargas flutuantes, isto é,

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9

utilizam muito combustível quando estão operando em cargas parciais. Além disso, quanto

maior a temperatura ambiente, maior o consumo para uma mesma faixa de potência, ou seja,

seu desempenho também é suscetível ao ambiente.

Pelo fato de operarem com velocidades e temperaturas bastante elevadas, as turbinas a gás

têm fortes limitantes na engenharia, como a resistência dos materiais usados na construção e

problemas de desbalanceamento. Por outro lado, apresentam grande vantagem quando

comparadas aos motores alternativos justamente pelo fato de serem rotativas e de não haver

atrito entre superfícies sólidas (pistão/camisa do cilindro). Isto significa baixo consumo de

óleo lubrificante (uma vez que o mesmo não entra em contato direto com partes quentes e

nem com os produtos de combustão). Disso decorre outra vantagem: a elevada confiabilidade

que apresentam.

Além disso, quando comparadas às instalações a vapor, as turbinas a gás praticamente não

necessitam de fluido refrigerante o que facilita muito sua instalação. Outro aspecto bastante

favorável das turbinas a gás é o fato de que são capazes de atingir sua carga plena em um

espaço de tempo bastante reduzido. No caso de estar pré-aquecida, por exemplo, o tempo

entre carga nula e carga plena varia de 2 a 10 segundos.

A turbina a gás é composta, basicamente, por um compressor, um combustor e uma turbina de

força (Figura 4-6). Turbinas a gás funcionam pelo princípio do ciclo de Brayton, que é um

modelo ideal para as variações de estado ocorridas na turbina. No ciclo real, há o fenômeno

da irreversibilidade provocada por atrito, por exemplo. O ciclo de Brayton é dividido em

quatro etapas: a compressão adiabática e isentrópica, a queima de combustível à pressão

constante, a expansão isentrópica e a troca de calor com o ambiente.

Figura 4-6 – Esquema de Turbina a Gás da GE (Fonte:[11])

No compressor, é admitido ar à pressão ambiente, que pode ser comprimido em até 30 vezes.

Na câmara de combustão, o ar comprimido é misturado com o combustível, e a mistura é

queimada à pressão constante. O aquecimento proveniente da queima do combustível expande

e acelera o gás resultante, girando a turbina.

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10

4.3. MOTOR

Nos motores de ignição por centelha, a razão de compressão é limitada, pelo fato de o

combustível ser comprimido junto com o ar, para evitar a autoignição da mistura. Além disso,

a octanagem, propriedade que define a resistência à autoignição, do combustível utilizado

nesses motores deve ser mais elevada para evitar detonação (batidas de pino).

Nos motores de ignição por compressão, não haveria limites para razão de compressão,

entretanto, como a pressão máxima gerada pela combustão é diretamente proporcional, o

motor precisa ser mais robusto para suportar as cargas. O peso da estrutura é então o fator

limitante para a razão de compressão de motores desse tipo.

Quanto maior a razão de compressão, maior a eficiência do ciclo termodinâmico e, para uma

mesma taxa de compressão, o ciclo Otto apresenta melhor rendimento que o Diesel.

No entanto, pelo fato de os motores diesel operarem a razões de compressão bem maiores que

os motores de ignição por centelha, em geral, os motores de ignição por compressão são mais

eficientes.

Neste contexto, surgiram os motores dual fuel, motores que conseguem operar em taxas de

compressão mais altas que os de motores de ignição por centelha – próximas às dos motores

diesel – e, ao mesmo tempo, possuem rendimentos compatíveis com o ciclo Otto, para tais

razões de compressão.

Figura 4-7 – Motor Wärtsila 50DF

Esses motores admitem, normalmente, uma mistura de ar e gás natural, que é comprimida,

semelhante ao ciclo Otto. No entanto, o início da ignição não é dado por uma centelha e, sim,

pela injeção de outro combustível – usualmente o diesel –, que, por possuir octanagem mais

baixa, entra em autoignição. A combustão do diesel proporciona a energia necessária para a

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combustão do gás natural que já estava presente na câmara de combustão. A partir de então,

acontecem os processos de expansão e exaustão.

É importante notar que, pelo fato de o gás natural ter grande temperatura de autoignição,

quando comparado com a gasolina ou com o diesel, é possível converter motores diesel para

motores dual fuel, já que podem trabalhar a taxas de compressão a níveis mais altos do que os

de ignição por centelha.

A sequência a seguir mostra as etapas do funcionamento do motor funcionando em duplo

combustível [12]. Primeiro, a injeção da mistura ar (em branco) e gás (verde), durante o

movimento do pistão do ponto morto superior (PMS) ao ponto morto inferior (PMI) – Figura

4-8.

Figura 4-8 – Admissão

A Figura 4-9 mostra a compressão da mistura e a Figura 4-10, o momento exato da injeção do

combustível piloto, no final da compressão, dando início à combustão (Figura 4-11).

Figura 4-9 – Compressão

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Figura 4-10 – Injeção do Combustível Piloto

Figura 4-11 – Combustão

Figura 4-12 – Exaustão

Por fim, a Figura 4-12 mostra o final de um ciclo, com a exaustão dos gases.

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13

5. Metodologia para Seleção do Sistema de Cogeração

Há diversos fatores que influem na escolha do melhor sistema de cogeração para a uma

determinada instalação offshore. Dentre eles, além do custo total, há a quantidade de energia

térmica e elétrica demandada pela plataforma. Dependendo da relação entre as duas

demandas, o sistema com motor dual pode ser mais ou menos indicado do que a cogeração

com turbina a gás. Isso porque o fator α (potência elétrica / potência térmica) de cada um

desses sistemas é único, o que significa produções de vapor em quantidades diferentes para

uma mesma potência elétrica. A cogeração com motores tende a gerar fatores α maiores do

que com turbinas a gás.

5.1. DEMANDA DE ENERGIA DA PLATAFORMA

O primeiro passo para a seleção do sistema de produção de energia é saber as demandas

elétrica e térmica na instalação offshore. As plataformas tendem a ter como energia principal a

elétrica, sendo a produção de energia térmica consequência do calor rejeitado pela fonte de

energia. Não é sempre possível dimensionar o sistema de forma que não haja sobra ou déficit

de energia produzida e, para um sistema de cogeração dimensionado a partir da demanda

elétrica, essa falta ou desperdício são observados na energia térmica. No caso de déficit de

energia térmica, pode-se compensá-lo com queima suplementar.

5.2. SELEÇÃO TÉCNICA DOS SISTEMAS

Selecionando em função da demanda elétrica, é necessário criar o critério de escolha de cada

uma das máquinas do sistema de cogeração a partir dos dados fornecidos pelos fabricantes.

5.2.1. Caldeira de Recuperação

A caldeira de recuperação é comum tanto à cogeração com turbinas quanto com motores dual

fuel, portanto sua modelação será apresentada inicialmente, apesar de sua seleção ser

secundária à seleção do motor ou da turbina.

Uma modelação simples de caldeira de recuperação de gases de exaustão é baseada na

termodinâmica clássica: o calor cedido deve ser igual ao calor recebido, aplicadas as devidas

eficiências decorrentes dos processos de troca.

O primeiro passo para o cálculo da produção de vapor da caldeira de recuperação é conhecer a

quantidade de calor que pode ser cedida pelos gases de exaustão. Para isso, é necessário saber

a vazão e a temperatura na saída do motor ou da turbina.

Os gases de exaustão contêm normalmente quantidades consideráveis de ácido sulfúrico.

Caso esse ácido se encontre em estado gasoso, ele não apresenta riscos para as instalações,

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conforme item 4.1.2.1 Corrosão. Portanto, é importante que, mesmo após a troca de calor com

a água, o ácido sulfúrico permaneça gasoso. Por isso, o limite de temperatura para os gases de

exaustão é de 170°C, que é a temperatura de orvalho desse ácido.

Frente a essa informação, calcula-se a quantidade de calor máxima que pode ser cedida para a

água pelos gases de exaustão. O calor específico utilizado para os gases foi aproximado como

sendo o do gás carbônico.

(5-1) �� ��� = �� ∙ � ��� ∙ ���� ∙ ����� − �����

Onde:

· Q� ���: calor cedido pelos gases de exaustão, em kJ/s;

· NM: número de máquinas (motor ou turbina) no sistema de cogeração;

· �� ��� : vazão dos gases de exaustão, em kg/s;

· �� !": calor específico dos gases de exaustão, aproximado pelo calor específico gás

carbônico = 1,16 kJ/kg.K;

· #���: temperatura dos gases de exaustão, em K;

· #$%&: temperatura de orvalho do ácido sulfúrico = 443,15 K;

A água que circula na caldeira vai receber esse calor dos gases de exaustão para, basicamente,

três objetivos: primeiramente se aquecer até a temperatura de mudança de fase, depois para se

transformar de líquido para vapor e, finalmente, para superaquecer o vapor. Essas absorções

da energia podem ser mensuradas pelas variações da temperatura quando a substância está

fora da região de saturação e pela variação de entalpia para a mudança de fase, conforme a

equação (5-2).

(5-2) �� ��' = � ()* ∙ + �()* ∙ �,) − ,-� + �/ − �) + ��0��� ∙ �,1 − ,/�2

Onde:

· Ponto 1: entrada da água;

· Ponto 2: líquido saturado;

· Ponto 3: vapor saturado;

· Ponto 4: vapor superaquecido (10% acima da temperatura absoluta);

· 3� %�4: calor requerido pelo vapor d’água, em kJ/s;

· ℎ6: entalpia específica no ponto i, em kJ/kg;

· 76: temperatura no ponto i, em K;

· 89:;: calor específico da água = 4,21 kJ/kg.K;

· 8<=>?@: calor específico do vapor d’água = 1,93 kJ/kg.K.

· �� A:B: massa de vapor produzida, em kg/s;

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Em processos ideais, o calor requerido pela água para sua transformação em vapor

superaquecido é igual ao calor cedido pelos gases de exaustão. Entretanto, na prática, os gases

de exaustão devem conter energia maior do que a necessária para o processo completo, devido

às perdas existentes em qualquer processo real. A eficiência do processo de troca na caldeira é

em torno de 95%. Isso significa que o rendimento da caldeira pode ser expresso em função do

calor cedido pelos gases de exaustão e do calor requerido pela água, de acordo com a equação

(5-3).

(5-3) C(DEF = �� ��'�� ���

Onde:

· ηHIJK: rendimento da caldeira de recuperação = 0,95;

· Q� L�M: calor requerido pelo vapor d’água;

· Q� ���: calor cedido pelos gases de exaustão.

O catálogo de caldeiras é dado pela pressão de operação e a capacidade de produção de vapor.

Combinando esses dois dados, é possível selecionar a caldeira que atenda melhor à produção

de energia necessária.

5.2.2. Turbina a Gás

A modelação com a turbina é separada entre o modelo de seus três componentes e a caldeira

de recuperação, sendo os pontos do modelo indicados na Figura 5-1.

Figura 5-1 – Modelo da Cogeração com Turbina a Gás

Os dados de entrada obtidos pelos dados dos fabricantes das turbinas são:

· Potência, em kW;

· Heat Rate (HR), em kJ/kWh;

· Temperatura dos Gases de Exaustão (TGE), em °C;

· Fluxo dos Gases de Exaustão (mGE), em kg/h;

Para estimar a eficiência e o consumo específico de combustível de cada uma das turbinas do

banco de dados, será necessário seguir as formulações abaixo.

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A vazão em massa é dada pela expressão (5-4).

(5-4) N� OPQR = ST∙UOPQR/VW.WWW∙YZ[

Onde:

· �� �%$\ : vazão de massa de projeto, em kg/h;

· HR : Heat Rate, em kJ/kWh;

· ]�%$\ : potência ISO, em kW;

· PCI : poder calorífico do combustível, em kJ/kg;

A eficiência da turbina a gás é dada por:

(5-5) ^OPQR = /.VWW∙-WWST

Onde:

· _`a : eficiência da turbina;

· HR : Heat Rate, em kJ/kWh;

Para estimar as condições operacionais da turbina, quando em cargas parciais, a equação (5-6)

fornece a eficiência e a equação (5-7), o consumo de combustível [5].

(5-6) ^QObP = ^OPQR ∙ c/, -e ∙ f UQOUOPQR

g − 1, Vh ∙ f UQOUOPQR

g)

+ /, Vh ∙ f UQOUOPQR

g/

− -, -e ∙ f UQOUOPQR

g1i

Onde:

· _$��% : eficiência de operação;

· _�%$\ : eficiência ISO;

· ]$� : potência de operação, igual à demanda média da plataforma, em kW;

· ]�%$\: potência ISO, em kW.

(5-7) N� QObP = N� OPQR ∙ cW, )ee + W, V)1 ∙ f UQOUOPQR

g + W, Wee ∙ f UQOUOPQR

g)i

Onde:

· �� $��% : consumo de combustível de operação, em kg/h;

· �� �%$\ : consumo de combustível de projeto (ISO), em kg/h;

· ]$� : potência de operação, igual à demanda média da plataforma, em kW;

· ]�%$\: potência ISO, em kW.

5.2.2.1. Seleção da Máquina

Para selecionar a turbina que melhor se adeque à demanda de energia da plataforma, devem-

se considerar dois aspectos: a demanda máxima de energia e a eficiência do ponto de

operação na demanda típica. Isto é, a turbina deve ter capacidade de atender à potência

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máxima requerida pela instalação offshore e deve ser a mais eficiente para o ponto de

operação dentre aquelas que são capazes de fazê-lo.

5.2.3. Motor Dual Fuel

Os motores não sofrem muito com as variações no ambiente, portanto, sua seleção depende

apenas das demandas máxima e típica da plataforma. A demanda máxima verifica quantos

motores são necessários e a demanda média determina o ponto de operação para o qual o

sistema será projetado.

O número de motores no sistema de cogeração será o menor valor definido pela equação

abaixo. Deve-se somar um ao número de motores pela necessidade de haver um motor reserva

em qualquer composição com motores.

(5-8) jk ≥ mnNápYQqOPQR

+ -

Onde:

· NM : número de motores do sistema de cogeração;

· rstá� : demanda máxima da plataforma, em kW;

· uv7�%$\ : potência do motor a plena carga, em kW.

Para determinar-se o ponto de operação do sistema, utiliza-se a demanda média da plataforma

e o número de motores em operação (número total menos o motor de reserva), conforme

equação (5-9).

(5-9) wZ = mnNéyYQqOPQR∙�jkz-�

Onde:

· FC : fator de carga;

· uv7�%$\ : potência do motor a plena carga, em kW;

· rsté{ : demanda média da plataforma, em kW;

· NM : número de motores do sistema de cogeração, incluindo o motor de reserva.

O acesso ao Product Guide permitiu o cálculo mais preciso do desempenho do motor em

cargas parciais. Tem-se acesso ao consumo de diesel e gás natural e à temperatura e ao fluxo

dos gases de exaustão do motor operando a 100%, 75%, e 50% de carga. A partir desses três

pontos de operação, foi aproximada uma curva de segunda ordem para que pudesse ser

estimado o consumo de combustível para qualquer fator de carga (FC).

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5.2.3.1. Seleção da Máquina

Como é possível selecionar quantos motores forem necessários para atender à demanda

máxima, há várias possibilidades de configurações para cogeração com motor. Por isso, nem

sempre a mais eficiente pode ser a mais rentável, pois pode exigir um número excessivo de

motores.

Portanto, a seleção do motor foi feita após a análise econômica, sendo ela o critério de seleção

do sistema.

5.3. ANÁLISE ECONÔMICA

Não é suficiente que a instalação atenda apenas tecnicamente à plataforma. O melhor sistema

é aquele que, além de mais eficiente em termos de energia seja também mais econômico em

relação aos seus custos totais. Ou seja, selecionadas a cogeração com turbina a gás e a com

motor dual fuel para uma dada demanda de energia, a mais indicada será aquela que é mais

econômica.

Para a análise econômica, é preciso estabelecer:

· Custo inicial da máquina principal, em US$;

· Custo operacional (consumo de combustível) da máquina principal, em US$/ano;

· Custo de Manutenção da máquina principal, em US$/ano;

· Custo inicial da caldeira de recuperação, em US$;

· Custo operacional e manutenção da caldeira de recuperação, incluindo o custo de

combustível caso haja queima suplementar, em US$/ano;

· Custo de combustível, em US$/m³;

· Regime operacional, em h/ano;

· Vida útil do projeto, em anos;

· Taxa de juros, em % a.a.;

5.3.1. Custo Inicial

O custo inicial dos equipamentos são dados difíceis de serem obtidos e foram retirados do

projeto final do Ulisses, onde havia valores para estes custos.

Para motores dual fuel, o custo inicial foi estimado como sendo de US$ 1.200/kW [1].

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O custo para turbinas segue variações de acordo com a faixa de potência (Tabela 5-1).

Tabela 5-1 – Custo Inicial da Turbina a Gás [1]

Faixa de Potência US$/kW

Até 10.000 kW 485,72

Até 20.000 kW 440,17

Até 30.000 kW 367,54

Até 40.000 kW 338,22

As caldeiras de recuperação têm seu custo dado em função da capacidade de produção de

água quente ou vapor (saturado ou superaquecido), de acordo com a Tabela 5-2.

Tabela 5-2 – Custo Inicial da Caldeira de Recuperação [1]

Vazão

(kg/h)

Preço Água

Quente (US$)

Preço Vapor

Superaquecido

21kgf/cm2 (US$)

Preço Vapor

Superaquecido

42kgf/cm2 (US$)

110000 2.233.550,00 - 2.975.600,00

90000 1.960.190,00 - 2.629.600,00

70000 1.741.060,00 - 2.352.800,00

55000 1.518.700,00 - 2.076.000,00

35000 782.000,00 1.038.000,00 1.730.000,00

30000 751.230,00 1.003.400,00 1.612.400,00

25000 720.460,00 955.000,00 1.501.600,00

20000 689.600,00 899.600,00 1.384.000,00

15000 649.540,00 830.400,00 -

10000 609.540,00 761.200,00 -

7000 531.000,00 657.400,00 -

5.3.2. Custo Operacional [5]

Um dos custos operacionais principais é o custo com o consumo de combustível, que

representa a maior parcela do custo anual de operação.

A estimativa de consumo de combustível da turbina a gás é dada pela equação (5-7) e o

consumo de combustível do motor dual foi retirado do Product Guide da Wärtsila.

O custo do combustível a ser queimado, majoritariamente o gás natural retirado da plataforma

é dado em dólares por metro cúbico. Portanto, para o cálculo do custo anual operacional, é

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necessário transformá-lo em US$/kg, já que as vazões de combustível calculadas estão em

função da massa de combustível consumida. A equação genérica abaixo mostra o cálculo de

custo anual de consumo de combustível tanto para turbinas quanto para motores.

(5-10) Z|}QN~ = }��j

∙ N� ∙ SQO

Onde:

· ���$t�: Custo anual operacional, em US$/ano;

· �: custo de combustível, em US$/m³;

· �a�: massa específica do gás natural, em kg/m³;

· �� : vazão de combustível, em kg/h; · �$�: horas de operação anuais, em horas/ano.

Os custos anuais manutenção foram estimados como sendo 1,096% do custo total de

investimento com o equipamento.

5.3.3. Custo Total [5]

Segundo [13], o custo total de investimento é dado pelos custos diretos, indiretos e outros

custos. Os custos diretos incluem os custo inicial dos equipamentos, custo de instalação,

tubulação e instrumentação e controle. Os três últimos são determinados como porcentagens

do investimento inicial com o equipamento, conforme as equações (5-12), (5-13) e (5-14). No

que diz respeito aos custos indiretos e aos outros custos, estes foram negligenciados neste

trabalho devido ao fato de ser um estudo preliminar, o que não exige a estimativa dos custos

com trabalho estrutural, civil, custos com licença, etc.

(5-11) Z� = Zn� + Z���q + Zq�~ + Z[Z

(5-12) Z���q = //% ∙ Zn�

(5-13) Zq�~ = /�% ∙ Zn�

(5-14) Z[Z = -)% ∙ Zn�

Portanto:

(5-15) Z� = -, e ∙ Zn�

Onde:

· CT: custo total de investimento, em US$;

· ���: custo inicial dos equipamentos, em US$;

· ����: custo com tubulação, em US$;

· �6���: custo de instalação, em US$;

· ���: custo com instrumentação e controle, em US$.

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A seleção do sistema foi feita através do método do menor custo. Depois de selecionadas as

configurações de cogeração que atendessem tecnicamente à demanda de energia da

plataforma, o melhor sistema é aquele que tem o menor custo total durante toda a vida útil do

projeto (normalmente 20 anos). Para esse cálculo é necessário trazer todos os custos anuais

para um valor atual, no ano zero, através da taxa de retorno, que foi considerada de 12% a.a.

O fator de valor atual (FVA) que atualiza os valores para o ano zero é função da taxa de

retorno e do ano presente.

(5-16) w�|��; �� = �-����z-�∙�-����

Onde:

· FVA: fator de valor atual;

· n: ano presente;

· i: taxa de retorno.

O valor líquido presente (VLP) do custo total de investimento, operação e manutenção é

calculado através da equação (5-17) e é o critério de escolha das instalações.

(5-17) ��Y = Z�N�� + Z�}� y + ¡ZkN�� + Zk}� y + Z|}QN~¢ ∙ w�|��, ��

Onde:

· VLP: valor líquido presente;

· �#t£4: custo total de investimento do motor ou da turbina;

· �#�£¤{: custo total de investimento da caldeira;

· �¥t£4: custo de manutenção do motor ou da turbina;

· �¥�£¤{: custo de manutenção da caldeira;

· ���$t�: custo anual de combustível;

· FVA(n,i): fator de valor atual.

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6. Comparação dos Sistemas

Um modelo de seleção preliminar dos sistemas foi desenvolvido em Delphi, implementando

os cálculos acima demonstrados. A intenção do programa é a de selecionar automaticamente a

configuração do sistema de cogeração mais rentável para uma dada demanda de energia.

Segundo Ulisses[4], a partir de demandas de energia de 23MW de potência elétrica, a

instalação com motores se tornava inviável devido à necessidade de um grande número de

motores para atender à demanda. No entanto, atualmente existem motores dual fuel mais

potentes, o que permite a cogeração com menos motores, sendo indispensável provar qual dos

dois sistemas (motor ou turbina) é economicamente mais interessante frente à nova oferta de

mercado.

Iniciou-se a comparação com o caso de estudo apresentado em Ulisses [1], a plataforma P-40.

6.1. CASO DE ESTUDO [1]

A demanda de energia da plataforma P-40 está próxima ao limite encontrado em Ulisses.

Optou-se por verificar primeiramente esse caso. A tabela seguinte mostra os dados da P-40.

Tabela 6-1 – Dados do Caso de Estudo

Dados Operacionais Simulação

Demanda elétrica máxima 20.000 KW

Demanda elétrica média 17.000 KW

Demanda Térmica máxima 41.300 KW

Potência Instalada dos Turbo-Compressores (1+2) x 14.200KW

Fator de Carga dos Turbo-Compressores 90%

Regime de operação Contínuo

Pressão 1 atm

Temperatura 42 oC

Umidade relativa 70 %

Vida útil 20 anos

Taxa de juros 12 % a.a.

Custo combustível 0,06 US$/m3

Esse cenário foi então testado para as duas configurações do sistema de cogeração em estudo:

utilizando turbina a gás e outra com motores duais.

Os dados de entrada do programa inputados em duas telas. A tela inicial requere apenas os

valores de potência elétrica máxima e média e de potência térmica da demanda da plataforma.

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A tela “Dados Iniciais” permite a mudança de algumas definições de projeto, como o fator de

superaquecimento do vapor d’água, o poder calorífico do combustível, seu preço, a taxa de

retorno, etc.

Figura 6-1 – Tela Inicial

Figura 6-2 – Tela “Dados Iniciais”

Para o caso de estudo, o motor dual fuel 12V50DF se mostrou o mais rentável, sendo

necessários dois motores em operação e mais um de reserva para atender à demanda,

conforme pode ser visto na Figura 6-3.

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Figura 6-3 – Resultados

6.2. LIMITES DE APLICAÇÃO

O maior problema da utilização dos motores duais nos sistemas de cogeração em plataformas

é a questão espaço/peso. Além de mais leves, as turbinas trabalham em faixas de potência

maiores, o que permite configurações com apenas uma máquina.

O motor dual de maior potência no mercado atualmente fornece 17.550 kW, o que ainda

limita cenários acima desse valor a ter dois motores em operação. Analogamente, a demanda

elétrica máxima da plataforma que fornece configurações com três motores (dois em operação

e um em reserva) é de 35.100 kW.

Figura 6-4 – Demanda Elétrica Máxima para 2 motores

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Com essa demanda, o modelo aponta a configuração com motores a melhor, conforme Figura

6-5.

Figura 6-5 – Resultados para Demanda Máxima de 35.100 kW

Para demandas maiores, o número requerido de motores sobe para quatro (três em operação e

um de reserva), mas ainda não compromete a preferência pela cogeração com motores. Na

Figura 6-6 e na Figura 6-7, há um exemplo de demanda de 40.000 kW. No entanto, o número

de motores pode não ser um limitante econômico, mas espacial.

Figura 6-6 – Demanda Elétrica Máxima de 40.000 kW

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Figura 6-7 – Resultados para Demanda Elétrica Máxima de 40.000 kW

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7. Conclusão

O objetivo final do trabalho era a comparação técnico-econômica entre dois sistemas de

cogeração: um com motores dual fuel e outro com turbina a gás. Estudos anteriores

apontavam a turbina como a única solução viável, devido à limitada potência máxima de

motores disponíveis no mercado.

O estudo desenvolvido no presente trabalho demonstrou que os novos motores, com potências

maiores podem ser uma opção de geração de energia em instalações offshore.

O custo inicial dos motores foi estimado como sendo mais elevado do que o das turbinas. O

custo inicial das turbinas não ultrapassa dos 500 dólares por quilowatt, enquanto que o custo

inicial dos motores duais é US$ 1.200,00/kW. O custo da instalação de cogeração com

motores a longo prazo se mostrou mais interessante economicamente devido à maior

eficiência desses equipamentos, reduzindo os custos operacionais.

O programa automatizado de seleção de sistema de cogeração que satisfaça os requisitos

técnicos da plataforma, que foi desenvolvido durante a pesquisa, é uma boa ferramenta para

projeto preliminar e é um dos legados do estudo. O programa se mantém atual, já que os

catálogos podem ser editados a partir dos arquivos *.txt fornecidos na pasta do programa e a

taxa de retorno, por exemplo, que é altamente mutável ao longo dos anos, pode ser editada ao

rodar o programa, na janela “Dados Iniciais”. Características específicas de cada plataforma

devem ser consideradas para projetos mais detalhados, pois podem incluir critérios adicionais,

como o espaço disponível para a cogeração.

A análise técnica dos sistemas foi apenas energética, trabalhos futuros podem complementar

este estudo com a inclusão da análise exergética dos sistemas.

É importante notar também que a análise foi feita sem considerar que a composição do gás

natural proveniente dos poços de petróleo pode ser das mais variáveis possíveis e que o gás

nem sempre é devidamente tratado antes de ser utilizado como combustível, o que pode

alterar significativamente o desempenho do motor.

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2002. Revista Técnica de Energia, Petróleo e Gás, nº1, Ano 1.

[5] Monteiro, Ulisses A. B. V. Análise Termoeconômica de Sistemas de

Cogeração em Plataformas Offshore. Abril de 2004. Orientador: Carlos Rodrigues

Pereira Belchior.

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Bicombustível. Orientador: Carlos Rodrigues Pereira Belchior. 5º CONGRESSO

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Anexos

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ANEXO A – CATÁLOGOS DE CALDEIRAS

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Figura A-1 - Thermax

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Figura A-2 - Thermax

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34

Figura A-3 – Thermax

Tabela A-1 - Clayton

Gas Turbine Type

MS9001FA MS7001FA

Steam Cycle Reheated 3 Pressure Cycle

Steam Condition

HP 106 atg,542°C,

261t/h

100 atg, 542°C, 176t/h

IP 27 atg, 360°C, 48t/h

25 atg, 314°C, 35t/h

LP 4 atg, 262°C, 32t/h

4 atg, 234°C, 25t/h

LP 24 atg, 542°C, 298t/h

22 atg, 540°C, 204t/h

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ANEXO B – CATÁLOGOS DE TURBINAS

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Figura B-4 – Caterpillar

Figura B-5 – Caterpillar

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Mars 90 Generator Set

The Mars® gas turbine has been engineered for very high

reliability and durability as well as ease of maintenance. Like

Solar's other gas turbine families, Mars gas turbines are

available for compressor, generator, and mechanical-drive

applications.

ISO Performance/Specifications

Power kWe 9450

Heat Rate kJ/kWe-hr 11 300

Exhaust Flow kg/hr 144 590

Exhaust Temperature ºC 465

Radial Exhaust Yes

SoLoNOx Yes

Mars 100 Generator Set

The Mars® gas turbine has been engineered for very high

reliability and durability as well as ease of maintenance. Like

Solar's other gas turbine families, Mars gas turbines are

available for compressor, generator, and mechanical-drive

applications.

ISO Performance/Specifications

Power kWe 10 695

Heat Rate kJ/kWe-hr 11 090

Exhaust Flow kg/hr 149 930

Exhaust Temperature ºC 485

Radial Exhaust Yes

SoLoNOx Yes

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Titan 250 Gas Turbine Generator Set

The Titan™ 250 is our most powerful gas turbine package

and is based on proven technologies from other Solar

Turbines models. It produces 50 percent more power in the

same footprint as the Titan 130, while providing 40 percent

shaft efficiency with emissions reduced by up to 30 percent.

ISO/Performance Specifications

Power kWe 21 745

Heat Rate kJ/kW-hr 9260

Exhaust Flow kg/hr 245 660

Exhaust Temperature ºC 465

SoLoNOx Yes

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Figura B-6 – GE

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40

Figura B-7 – GE

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41

501

Product details

Available for power generation and mechanical drive applications, the 501 has accumulated

over 60 million hours of operation with more than 500 customers in 40 countries. This

compact design delivers high efficiency, easy maintenance and outstanding reliability.

Based on proven aeroderivative design the 501-K gas generator offers rugged, easy to

maintain performance due to features such as auxiliary equipment.

Dry Low Emissions

The Dry Low Emissions system introduced on the 501-K series of gas turbines, utilizes

premixed lean burn combustion technology that is applied to the six axially aligned

combustion cans to significantly reduce emissions. The system limits exhaust gas emissions

to less than 25 volumetric parts per million (vppm) NOx, 50 vppm CO and 20 vppm UHC

while operating on natural gas at full load.

Performance

Nominal performance, ISO conditions, zero installation losses, natural gas fuel, *Case steam

injection (2.73kg/s)

DLE and non-DLE models available for both mechanical drive and power generation

applications.

Power Generation

501-K Variant 501-KB5S 501-KB7S 501-KH5*

Gross Electrical Power kWe 3,897 5,245 6,447

Gross Heat Rate kJ/kWe-hr 12,393 11,445 8,971

Gross Efficiency % 29.0 31.5 40.1

Shaft Speed rpm 14,200 14,600 14,600

Exhaust Flow kg/sec 15.4 21.1 18.4

Exhaust Temperature °C 560 498 530

Mechanical Drive

501-K Variant 501-KC5 501-KC7

Shaft Power shp 5,500 7,400

Shaft Heat Rate Btu/shp-hr 8,495 7,902

Shaft Efficiency % 30.0 32.2

Shaft Speed rpm 13,600 13,600

Exhaust Flow kg/sec 15.5 20.9

Exhaust Temperature °C 571 520

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42

AVON 200

Product details

As one of the world's most experienced aeroderivatives, the industrial Avon gas generator that

powers the Avon 2648 and Avon 2656 packages has consistently proven itself in applications

both onshore and offshore.

Since introduction, the Avon has seen its power rating increase by 44 per cent and efficiency

has increased by 14 per cent.

Compressor set

The industrial Avon was introduced into service in 1964 and has developed a reputation for

rugged reliability in the oil and gas industries, especially in North America where many units

operate on trunk gas lines in Canada and the US, including on the oil pipeline in Alaska.

Indeed such is the durability of the Avon, that it recently established a 60 million-hour world

record in its class of 10 to 20MW aero-derivative gas generators. Over 1,200 industrial Avons

have been sold and the engine is the industry benchmark for reliability and availability.

Other applications include offshore pumping and compression, stand-by duties at nuclear

power stations and combined cycle power generation.

Engine performance

Specification Measurement 2648 2656

power kW

shp

16,347

21,923

17,007

22,807

output shaft speed rpm 5,500 4,950

heat rate kJ/kWh

Btu/hph

11,943

8,323

11,511

8,022

exhaust

temperature

°C

°F

426

797

420

788

exhaust mass

flow

kg/sec

lb/sec

81

179

81

179

overall weight kg

lb

22,680

50,000

23,580

52,000

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RB211

Product details

The industrial RB211 is derived from the aerospace RB211, which is the chosen power plant

for several large airliners.

Thanks to extensive development, the RB211 is the most reliable and easily maintained

industrial gas turbine available today.

Auxiliary equipment such as intake air filtration, acoustics and lubrication all form part of the

Rolls-Royce scope of supply for oil and gas and power generation applications.

The RB211 gas turbine package matches the technologically advanced Rolls-Royce gas

generator with the efficiency of the RT62 or RT61 power turbine. The aero derivative

industrial design has demonstrated outstanding reliability, with more than 650 RB211 gas

turbines sold, accumulating a total of over 24 million operating hours of experience.

These gas turbine systems have been refined through experience, including remote and

offshore applications where availability and reliability are of crucial importance. With

superior performance retention and relative ease of overhaul, RB211 systems provide an ideal

solution for today's applications.

Performance

Nominal performance, ISO conditions, zero installation losses, natural gas fuel.

Dual fuel DLE and non-DLE models available for both mechanical drive and power

generation applications (please consult Rolls-Royce for further information).

Power generation RB211 (DLE models shown) Measurement G62 GT62 GT61 H63*

Gross Electrical Power kWe 27,520 29,870 32,135 42,473 Gross Heat Rate kJ/kWe-hr 9,933 9,564 9,139 9,157 Gross Efficiency % 36.2 37.6 39.4 39.3

Shaft Speed rpm 4,800 4,800 4,850 6,000 Exhaust Flow kg/sec 91.8 95.9 94.3 115.5

Exhaust Temperature °C 500 497 504 482

Mechanical drive RB211 (non-DLE models

shown) Measurement G62 GT62 GT61 H63 H63*

Shaft Power shp 39,600 41,450 44,650 50,848 59,005 Shaft Heat Rate Btu/shp-hr 6,705 6,585 6,285 6,134 6,247 Shaft Efficiency % 38.0 38.6 40.5 41.5 40.7

Shaft Speed rpm 4,800 4,800 4,850 6,000 6,000 Exhaust Flow kg/sec 94.5 96.9 95.3 106.6 115.5

Exhaust Temperature °C 491 492 498 486 482 * WLE - Water injected

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RB211-H63

The winning formula for power and efficiency

Product details

Designed for reliable operation, ease of maintenance and quick installation, the RB211-H63

provides higher power and efficiency to customers in both the power generation and oil and

gas industries. Power improvement is projected to be at least 30 per cent with up to a 2 per

cent increase in efficiency over the RB211-GT61.

In the power generation industry, the RB211-H63’s 11MW increase can generate an

additional $7 million of annual revenue, of which $2 million is profit (assuming baseload

operation, a fuel cost of $7/mmBTU, and a grid energy price of $80/MWhr).

In the oil and gas industry, it can provide an incremental sales revenue of $1.3 million per day

(assuming baseload operation and $60/bbl).

RB211-H63 technical specifications

· Same footprint as current RB211 variants

· Highest power density in its class (44MW)

· Thermal efficiency up to 41.5%

· Available for 50 or 60 Hz applications

· Ease of maintenance with modular exchange

· Full load power in ten minutes from cold

· Wet Low Emission (WLE) model available in 2012

· Dry Low Emission (DLE) model available in 2013

Trent 60

Product details

Power Generation

The Rolls-Royce Trent 60 is the most advanced aeroderivative gas turbine available today.

Delivering up to 64MW of electric power in simple cycle service, at 42 per cent efficiency,

the Trent 60 has established a new benchmark for fuel economy and cost savings. It also

offers operators fast delivery and installation times and beneficial performance.

Mechanical Drive

The Trent 60 is also available for onshore or offshore mechanical drive applications. The

Trent 60 is ideally suited to meet the higher power, variable speed demands required by

applications like natural gas liquefaction, gas transportation and gas injection for oil recovery.

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The design flexibility of the Trent 60 allows the same engine that serves the power generation

market to meet the needs of mechanical drive service with no design changes.

Performance

Nominal performance, ISO conditions, zero installation losses, natural gas fuel

Trent 60 DLE Specification Measurement Power generation

Frequency Hz 50 60 Gross electrical power kWe 51,504 51,685 Gross heat rate kJ/kWe-hr 8,550 8,586 Shaft speed rpm 3,000 3,600 Exhaust flow kg/sec 151.7 154.6 exhaust temperature

°C 444 440

Trent 60 WLE DF ISI* Specification Measurement Power generation

Frequency Hz 50 60 Gross electrical power kWe 64,000 64,000 Gross heat rate kJ/kWe-hr 8,755 8,677 Shaft speed rpm 3,000 3,600 Exhaust flow kg/sec 171.2 168.5 exhaust temperature

°C 408 409

Trent 60 Specification Measurement Mechanical drive

Shaft power shp 70,418 Shaft heat rate Btu/shp-hr 5,939 Design speed (100%) rpm 3,400 Operating range %speed 105-70

* Water injected

Figura B-8 – Siemens

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ANEXO C – CATÁLOGOS DE MOTORES

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