ual - relações interpessoais e dinâmica de grupos - 2004

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    Relaes Interpessoais e Dinmica de Grupos Nuno Soromenho Ramos

    Em dinamica de grupo interessa a anlise de processo mais que o contedo.

    O processo a forma como se faz por exemplo o riso.

    Situao Social Mnima

    acontece quando duas pessoas ocupam o mesmo espao fsico, e mesmo sem

    troca de comunicao verbal, existem reaces provocadas num indivduo pela simples presena de outro.

    Tema 1 Estruturas e processos do Grupo

    Tipos de Grupos

    Dada a existente variedade de conjuntos humanos, em termos de estrutura, motivao, dimenso,

    finalidade, etc. Podemos comear por dividir em 2 grandes tipos de grupos:

    A) Grupos Sociais

    Conjunto de pessoas que se encontram ligadas por alguns interesses comuns, valores e atitudes

    idnticas, e que possui estrutura. (ie: fbrica)

    B) Colectividades no estruturadas

    Conjunto de pessoas que se encontram , em circunstncias que podem variar muito, no mesmo

    local em dado momento, e que no possui estrutura. (ie: fila do autocarro)

    Classificaes dos Grupos Sociais (G.S.)

    Georges Gurvitch: Aponta 15 critrios para a classificao dos grupos sociais.

    Virton: Define a classificao dos G.S. com base em 3 critrios: a existncia ou no de estrutura,

    a participao em uma ou mais funes sociais e o nvel de integrao psicolgica dos membros.

    Summer: Divide os grupos em in-group (ou ns, grupo a que pertencemos), e out-group (ou eles,

    grupo a que no podemos pertencer ou do qual fomos excludos).

    Charles Horton Cooley: Concentrou-se num tipo de grupo a que determinou chamar face-to-face

    groups. Sero estes aqueles em que existe alguma intimidade entre os seus membros, sendo

    ento grupos primrios, e por consequncia a base da prpria natureza humana. (ie: famlia,

    grupos de vizinhana).

    Kingsley Davies: Pegou nesta caracterizao vaga de grupos primrios, e estabeleceu a diferena

    entre g. primrios e g. secundrios segundo 3 critrios:

    Grupos Primrios:

    Proximidade Psicolgica: comunho de sentimentos, no implicando proximidade

    fsica ou geogrfica. (um famlia no deixa de o ser pelo pai emigrar)

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    Relaes Interpessoais e Dinmica de Grupos Nuno Soromenho Ramos

    Exiguidade: No havendo limite superior ou inferior, o grupo necessariamente

    pequeno.

    Durabilidade: Tendo em conta o tempo de vida humana e tambm o propsito de

    criao do grupo, este deve ser duradouro. (ie: um grupo de trabalho universitrio

    com um ano cumpre o requisito pois 1 ano tem validade no mbito de um curso de

    4 anos)Os grupos primrios podem falhar alguma destas caracteristicas continuando a s-lo.

    Como caracteristicas complementares ou subsidirias, um g. primrio deve ter:

    Identidade de fins: Partilhar objectivos

    A relao entre os seus membros um valor

    Existncia de relao pessoal entre os membros

    Existncia de relao completa (implica algum grau deproximidade psicolgica)

    Existncia de relao espontnea (no h formalizao da comunicao)

    Para alm dos g. primrios existem os grupos intermedirios. Que partilhando algumas

    caractersticas dos g. primrios no as tm na totalidade ou em nmero suficiente para

    assim se definirem (ie: Universidade)

    Morris Ginsberg: Criou o conceito quase-grupo ou categorias sociais e que se disitinguem por no

    terem estrutura claramente definida, falta de coeso e de setimento de pertena. So conjuntos

    de pessoas que se consideram uma unidade por serem semelhantes em um ou mais aspectos

    (caso do sexo, idade, etc.). Estes aspectos sendo pouco evidentes no dia a dia podem no entanto

    ser exacerbados e criar grupos sociais (ie: movimentos femininistas).

    Grupo de referncia: Este o grupo a que o sujeito no pertence mas toma-o como modelo de

    ideias e procedimentos. Esta identificao pode ser real ou ideal. Nesta ltima situao, a m

    percepo do grupo referncia pode originar distoro de ideias e comportamento que sendo

    atribudas ao grupo na verdade nada tm a haver com ele.

    O grupo de referncia funciona como modelo de tomada de conscincia da realidade, aspiraese opinies.

    Ajudam a fomar uma perspectiva de vida

    Do uma imagem da realidade

    Fornecem uma ptica da realidade em funo da sua peculariedade

    Formam opinies

    Ajudam a determinar atitudes

    Grupo psicolgico: Conjunto de pessoas que se conhecem, que tm ou procuram objectivos

    comuns, ideologias semelhantes e interagem frequentemente.

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    Relaes Interpessoais e Dinmica de Grupos Nuno Soromenho Ramos

    Organizao social: Sistema integrado de pessoas e grupos que procuram atingir um objectivo

    comum, no tendo no entanto as mesmas caractersticas dos grupos psiclogicos.

    Jennings: Distinguiu 2 grupos de acordo com o seu pendor para as relaes psicolgicas ou

    instrumentais entre os membros. Assim temos:

    Scio-grupos em que as pessoas se relacionam por trabalharem juntas para um fim

    comum

    Psicogrupos em que a prpria interaco o aspecto mais importante

    Classificaes das Colectividades No Estruturadas (CNE)

    Pol Virton: classifica as CNE segundo 2 critrios que so, a proximidade fsica ou geogrfica, e a

    proximidade psicolgica ou afectiva. Para alm destes 2 critrios ainda se considera a densidade

    populacional do conjunto, em alguns casos.

    Assim temos:

    Agregados Sociais: Colectividades humanas reunidas fisicamente num determinado

    espao social. Sem que sejam criados ou pr-existam laos sociais. O elemento

    fundamental a proximidade fsica. As razes para tal podem ser idnticas ou diferentes.Agregados compactos: agregados sociais de grande densidade e geralmente pouco

    duradouros.

    Multido: encontro gerado pelo acaso, sem motivo comum e sem que partilha

    deste (ie: fila do autocarro).

    Assistncia: encontro em local delimitado gerado por uma razo bem definida,

    com o objectivo de presenciar algo (ie: pea de teatro).

    Ajuntamento: encontro repentino, com razes semelhantes e reconhecidas como

    tal, normalmente por razes emocionais (ie: acidente de automvel).

    Manifestao: encontro semelhante assistncia mas neste caso com um desejode participar activamente em algo comum.

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    Relaes Interpessoais e Dinmica de Grupos Nuno Soromenho Ramos

    Agregados Territoriais: agregados sociais de menor densidade e num espao mais

    vasto.

    Agregados residenciais: forma como o territrio ocupado, e que pode gerar

    grande intercomunicao como quase no a existir.

    Agregados funcionais: divises arbitrrias ou administrativas (ie: freguesias,

    concelhos, etc).

    Categorais Sociais de Estratificao: Grupos criados por proximidade psicolgica entre os

    seus membros, em que existe participao idntica nos valores partilhados pelo grupo. (ie:

    taxistas, homens). O elemento fundamental a proximidade psicolgica.

    Os estratos no tm existncia real concreta. Formam-se no observador, embora para os

    membros do estrato se sintam mais proximos psicologicamente uns dos outros do que de

    outras pessoas.

    Outra colectividades no estruturadas: Enquadram-se aquelas que no tendoproximidade fsica e psicolgica, a partilham em certos aspectos. No existe um elemento

    de classificao preponderante, ambos esto equilibrados. Existem 3 tipos:

    Pblico: categoria social agrupada mentalmente e compreende as pessoas

    susceptiveis de se interessar por determinado facto ou acontecimento (ie: pblico de

    um espectculo o conjunto da assistnciae de todos o que ficaram em casa mas

    que apreciam este espectculo).

    Relaes de vizinhana: conjunto de pessoas com proximidade fsica e alguma

    proximidade psicolgica (ie: bairro)

    Meio de vida: categoria social com proximidade fsica. Pessoas que partilham para

    alm da proximidade psicolgica uma situao no espao e no tempo bem

    definida.( ie: operrios metalurgicos da mesma fbrica)

    Associaes vs Instituies: As associaes so especializadas tendo s uma ou poucas funes

    sociais, e restritivas pos impem regras de admisso aos membros. As Instituies so mais

    universais e menos especializadas, partilhando os membros de um ou mais valores comuns, e

    dando fora aos valores do grupo (ie: famlia)

    Sociedades vs Comunidades: As Sociedades tem finalidade lucrativa e pouca nfase ao

    sentimento, por oposio s Comunidades.

    Tipos de Recrutamento dos Grupos Sociais (G.S.)

    Dada a grande longevidade de alguns grupos necessrio o refrescamento deste, feito atravs

    do recrutamento de novos elementos. O recrutamento pode ser feito das seguintes formas:

    Aceitao voluntria quando o individuo aceita espontneamente e sem mais condies

    entrar para o grupo. (ie: casamento)

    Indicao quando os membros j pertencentes sugerem novos candidatos (ie: sociedades

    secretas, partidrias)

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    Relaes Interpessoais e Dinmica de Grupos Nuno Soromenho Ramos

    Nomeao ou designao quando o novo membro indicado por um nico membro j

    existente do grupo (ie: ministros)

    Eleio quando o novo membro eleito, ou no, por voto dos membros j existentes.

    Esta votao pode ser por:

    Sufrgio Geral ou Universal

    Colgio Especial Qualificao e contrato quando o novo membro escolhido por avaliao e filtragem de

    competncias profissionais.

    Conscrio quando o novo membro pela lei obrigado a integrar o grupo (ie: Servio

    Militar).

    Coero quando o novo membro integrado pela fora (ie: conquistas militares).

    Mtodos de Estudo de Comportamento Grupal

    Estes mtodos so adequados e mesmo criados para o estudo de grupos humanos.

    Mtodo sociomtrico de Moreno

    Jacob Moreno criou um processo para medio de preferncias dos membros uns pelos outros,

    chamado teste sociomtrico, que resulta num sociograma. O qual permite compreender as redes

    informais de comunicao no grupo.

    Mtodo de observao de Bales Anlise do Processo de Interaco (API)

    Neste mtodo o observador regista certo tipo de comportamentos, listados por Bales, que

    definem certos tipos caractersticos.

    As categorias de Bales, foram elaboradas por duas vezes e a aqui apresentada, a segunda(1970), mais sinttica que a primeira.

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    Relaes Interpessoais e Dinmica de Grupos Nuno Soromenho Ramos

    Dados os custos inerentes a este processo 1 observador por cada 2 membros e por

    alienar a situao e contexto. Bales reformulou e criou uma nova tcnica chamada de

    SYMLOG Systematic Multiple Level Observation of Groups). Esta tcnica mais econmica,

    mais complexa mas de utilizao mais prtica introduz mais nveis de anlise (dominncia

    submisso, positivo-negativo) e a observao pode ser feita posteriori pelos prprios

    membros.

    Shaw considerou que existiam factores antecedentes dos membros que eram importantes para o estudo

    dos grupos. Assim, identificou-os como sendo:

    Nvel Indvidual

    o Idade Mais idade mais participao social e mais complexidade nesta. Lder

    tendencialmente o mais velho. A conformidade aumenta at aos 12 anos e diminui aps.

    o Sexo Mulheres menos afirmativas e competitivas, usam maior contacto visual, falam

    mais e so mais conformistas.

    o Lderes do Grupo Ligeira tendncia para serem fisica e intelectualmente superiores, osmembros mais inteligentes so mais populares, mais activos e menos conformistas.

    o Competncia e capacidade Os mais habilitados, so mais activos, contribuem mais e

    influenciam mais a deciso

    o Caracteristicas de personalidade Os autoritrios so autocrticos, exigentes e

    conformistas. Os mais orientados para outros favorecem a coeso, moral e interaco do

    grupo. Os mais orientados para as coisas inibem a interaco social, coeso e moral.

    Nvel do Grupo

    o Dimenso do grupo Maior grupo maior tendencia para uma minoria liderar e aumentar

    assim a comunicao ao grupo como um todo. A conformidade aumenta com a dimenso.

    Maior probabilidade de aparecer um lder com maior dimenso do grupo. A influncia da

    dimenso na eficcia, ser moderada pelo tipo de tarefa.

    o Composio do grupo grupos mais compatveis em termos de personalidade e

    necessidades, atingem mais depressa a finalidade, pois dao menos importncia

    manuteno do grupo. Membros mais compatveis sentem-se mais satisfeitos. Com

    membros diversificados nas competncias, obtm melhores resultados. Variedade sexual,

    resultados identicos mas maior conformismo. A diversidade social gera tenses

    interpessoais que se reflectem nos sentimentos e comportamentos dos membros.o Estutura do grupo Nos grupos gerados aleatoriamente o lder emergente. frequente

    surgirem 2 lderes o operacional (pouco apreciado pelos membros) e o socio-emocional.

    Pela actividade do Lider operacional gerar tenses surge com vantagem um lder

    emocional que as pode atenuar.

    Constantes de Comportamento Grupal

    Apesar de algumas limitaes, Bales identificou as seguintes constantes de regularidade nos processos

    de interao grupal:

    Desigualdade nas intervenes. Quem mais fala mais interaces gera;

    O iniciador da interaco Top Initiator dirige maior parte das comunicaes ao grupo como um

    todo e o nico a fazer isso;

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    Os restantes membros dirigem a comunicao a um membro especfico do grupo;

    O nmero de comunicaes iniciadas, dos membros catalogam-nos numa curva em que o

    primeiro ocupa 45%, o segundo 23% e o terceiro 16%;

    Quanto mais pessoas, mais comunicaes iniciadas pelo Top Initiator e diferenas menos

    significativas nos restantes membros;

    O nvel de interaco varia com a posio ocupada no grupo. Posio siginifca: Posio na rede (lugar central, mais comunicao)

    Lugar fsico ocupado

    Estatuto

    Competncia, motivao e atitude para com problema/membros

    As interaces distribuem-se da seguinte forma:

    56% pr-activas (quadro API 4,5,6), 6% so reaces

    25% reactivas positivas (quadro API 1,2,3)

    12,5% reaces negativas (quadro API 10,11,12),

    6% so perguntas e respostas directas (quadro API 7,8,9),

    * isto muda para grupo mais orientados para sensaes

    Outra constante a fase do grupo. Conforme o caminho para a resoluo do problema, existem 3

    fases:

    Orientao (escolha e recolha de dados API 6 e 7)

    Avaliao de informao (API 5 e 8)

    Controlo deciso sobre o que fazer (API 4 e 9)

    medida que a soluo se aproxima, a orientao vai diminuindo

    A avaliao mais alta desde o incio at meio da reunio, descendo depois Controlo baixo inicialmente a alto no fim.

    Outra constante a fase do grupo. Conforme o caminho para a resoluo do problema, existem 3

    fases:

    Tenso aumenta com aproximar de avaliao e tomada de deciso aumentam reaces

    negativas a que so opostas respostas positivas.

    Estas constantes referem-se a 1 nica sesso do grupo. Em sesses posteriores podem aparecer outras

    constantes, tais como:

    Aumento de interaces scio-emocionais e diminuio das instrumentais;

    As reaces negativas aumentam da 1 para a 2 reunio de 12% para 18%.

    Teorias de Desenvolvimento de Grupos

    Segundo Tuckman existem 4 fases, em que se devem observar duas componentes: estrutura do grupo e

    comportamento instrumental:

    1) Fase de Formao: Estrutura Condutas interpessoais aceitveis. Tarefa Indentificao, modo de

    realizao, recolha e pesquisa de informao

    2) Fase de Confrontao: Estrutura Aumento de hostilidade entre membeos e lder, diviso do grupo.

    Tarefa Aumento de reaces emocionais e resistncia s tarefas.3) Fase de Estabelecimento de Normas: Estrutura Com, as normas surge entidade e harmonia. Tarefa

    Trabalho produtivo sobre informao disponvel

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    4) Fase de Execuo: Estrutura Grupo torna-se instrumento para resoluo do problema, surgem

    solues. Tarefa Existe coincidncia ente estrutura e actividade para cumprir tarefa.

    Gersick cria o conceito de Modelo de Equilbrio Pontuado, segundo este conceito os grupos evoluem

    atravs de longos perodos de inrcia, pontuados por perodos revolucionrios de mudana. Em face disto,

    surgem as seguintes concluses:

    1) Fase de Orientao: Definida logo na primeira reunio, e que dura sensivelmente at meio do

    tempo existente.

    2) Fase de Transio: A meio do calendrio surge uma fase de transio para a segunda fase, em que

    se define nova orientao

    3) Fase de Final: A primeira e ltima reunies so importantes. A primeira pela definio de orientao,

    a ltima pela acelerao da resposta ou soluo.

    Previso do desempenho

    Para predizer o desempenho que o grupo poder ter, podemos estudar os tipos de tarefas a

    desempenhar.

    Assim segundo Steiner existem 3 critrios de classificao:

    1) ou no divisvel: Divisvel ou Unitria

    2) Distino entre Qualidade e Quantidade: Optimizao e Maximizao

    3) Modo de contribuio dos Membros:

    Tarefas aditivas o resultado dos indivduos soma-se para atingir o resultado do grupo

    sendo superior ao dos indivduos. Ringelmann observou o que o nmero de sujeitos no

    grupo inversamente proporcional ao esforo individual, o chamado Efeito de

    Ringelmann. Efeito de Ringelmann deve-se Indolncia Social:

    Anonimato: Dado o esforo individual no ser detectado, no faz sentido contribuir para

    o esforo do grupo

    Redundncia: Para no haver sobreposio de esforos, nem sempre com bons

    resultados;

    Coeso: Por no haver, diminui a eficincia e resultado final;

    Lgica de aco colectiva: embora com interesses comuns, podem no queres pagar os

    custos necessrios para atingir os atingir.

    Tarefas disjuntivas o grupo tem que seleccionar uma soluo a partir de vriaspropostas feitas pelos seus membros. E podem ser de tipos diversos:

    - Tipo intelectual comporta uma soluo correcta

    Tipo Eureka soluo irrecusvel

    Requerem Demonstrao Pode ser lgica ou basear-se na

    verificao emprica

    - Tipo decisrio comporta uma soluo negociada

    Tarefas conjuntivas todos os membros do grupo contribuem para resultado final, sendo

    a eficcia do grupo medida pelo resultado do membro menos capaz.

    Tarefas compensatrias o resultado do grupo a mdia dos resultados individuais

    Comparao de desempenho do Grupo versus indivduo8/ 57

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    Os grupos tm um resultado muito negativo quando comparados com o indivduo.

    No so mais rpidos

    No so mais eficientes

    Esto em clara desvantagem quuando comparados com indivduos mais competentes

    Estimula fenmenos perversos com:

    o Indolncia Socialo Efeito de Polarizao Em tarefas disjuntivas do tipo decisrio, existe a tendncia para

    os grupos escolherem uma soluo mais radical do que a mdia de decises do indivduo

    Dinmica de Grupos como factor de melhoria do desempenho

    A dinmica de grupos pode melhorar o desempenho do Grupo face ao indivduo, devido interaco.

    Esta interaco diz respeito a 3 variveis que interferem com o desempenho:

    Esforo dos membros na realizao da tarefa que aumenta se forem reforados

    Estratgias de desempenho da tarefa

    Conhecimentos e competncias dos membros do grupo.

    Se houver prvia discusso da estratgia o grupo aumenta desempenho, se no entanto a tarefa no

    necessitar de coordenao, esta discusso prvia tem efeito negativo.

    Se o grupo deixar de fazer a simples partilha de competncias, para comear a trabalhar como grupo,

    pode gerar competncias que realmente no existem nele. Tudo depende de colocar o homem certo no

    lugar certo, e de incentivar o Team Building para aumento da confiana mtua.

    Tema 2 A dinmica de Grupo

    mbito e resumo histrico

    Kurt Lewin, pai da Dinmica de grupo, verificou que as pessoas aprendem e mudam mais facilmente se

    verificarem as coisas em si e se as discutirem em grupo. A dinmica est associada Teoria do campo,

    que consiste num mtodo de anlise das relaes causais e da elaborao de conceitos tericos com o

    objectivo de formular hipteses. A sua descoberta foi a utilizao do laboratrio de dinmica de grupo.

    O Laboratrio de Dinmica de Grupo tem vrias caractersticas:

    Mnima utilizao de mtodos formais

    Sala com disposio informal e sem lugares marcados

    Em alguns casos, o isolamento utilizado

    Ausncia de smbolos de prestgio social

    Monitor com papel mais passivo

    Elucidao de contedos e processos

    Fentipo comportamento observvel

    Gentipo elaborao feita ao fentipo para descobrir o significado intrnseco

    Atmosfera de tolerncia

    Os participantes descobrem as relaes complexas dos fenmenos que ocorrem nos grupos possvel descobrir fases na vida do grupo

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    Relaes Interpessoais e Dinmica de Grupos Nuno Soromenho Ramos

    As razes de utilizao do laboratrio a melhoria da capacidade de trabalho, da compreenso

    dos outros e da comunicao.

    Vantagens da Dinmica de Grupos na aprendizagem

    Uma atmosfera de tolerncia propicia a descoberta dos motivos e tendncias de cada

    elemento e de si prprio. Reconhecimento do desenvolvimento e poder das normas de grupo

    Pode-se aprender os obstculos sociais e pessoais que impedem ou dificultam o trabalho

    de grupo.

    Podem distinguir-se os aspectos superficiais e ocultos da vida dos grupos

    Provoca a auto-determinao no grupo, de acordo com a progressiva autonomia que ele

    vai ganhando.

    Ganha-se conscincia das funes e dificuldades de liderana

    Reconhece-se o poder do lder, enquanto lder

    Aprende-se a evoluo do status e papis no grupo

    Aplicaes da dinmica de grupos

    Embora abrangente a toda a vida quotidiana, pode-se definir os camops mais beneficiados:

    Empresas

    Na formao de formadores

    No treino de liderana

    No treino de trabalho em equipa

    Na melhoria das redes de comunicao Clnica

    A terapia de grupo muito utilizada, embora com caractersticas prprias

    Investigao

    Os laboratrios de DG tm sido amplamente utilizados para estudar o

    comportamento das pessoas

    Ensino

    Muitos exerccios tm sido estudados para satisfazer necessidades do tipo lectivo

    Grupos de encontro (Carl Rogers e a Escola de Chicago)

    No MIT, foi criado aps a morte de Kurt Lewin, o primeiro grupo de treino (T-Group) com o objectivo de

    formar pessoas habilitadas na observao das interaces recprocas e dos processos de grupo.

    Verificou-se que as pessoas passavam por experincias pessoais de mudanas muito profundas, devido

    s relaes de confiana e interesse que se desnvolviam entre os participantes.

    Com o objectivo premente de criar tcnicos habilitados para apoiar os soldados desmobilizados da IIG.M.,

    a ultrapassar os traumas de guerra. Carl Rogers criou os grupos de treino, que mais rapidamente criavam a

    atmosfera necessria para se poder saber como ajudar, como evitar que o aconselhamento fracasse, e

    tambm uma maior compreenso de si prprio e dos outros. Juntava a aprendizagem pela experincia aprendizagem cognitiva.

    Estes grupos de Chicago desenvolveram vrias formas, com as seguintes designaes:

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    Relaes Interpessoais e Dinmica de Grupos Nuno Soromenho Ramos

    T-Group Comeando com o objectivo de treinar as relaes humanas, desenvolveu-se em

    muitos outros sentido.

    Grupo de encontro Dentro da linha de Carl Rogers, sendo parecido, mais vocacionado para

    o desenvolvimento pessoal, comunicao e relaes interpessoais, atravs da experincia.

    Sensitivity Training Group Treinando a sensibilidade artstica, pode ser igual a um dos

    anteriores Task Oriented Group Centrado na tarefa de grupo e contexto interpessoal muito usado na

    indstria

    Sensory Awareness Groups Grupos de percepo sensorial, centram-se na percepo fsica e

    expresso, atravs do movimento espontneo

    Creativity Workshops Grupos de critatividade que trabalham a liberdade de expresso criativa

    Organizational Development Group Grupo de desenvolvimento de organizao, orientado

    para o desenvolvimento da capacidade de liderana.

    Team Building Group Grupo de formao de equipa, usado para desenvolver maiores laos

    de unio e equipas de trabalho eficazes.

    Gestalt Group Grupo teraputico de formao gestaltista

    Grupo Synanon ou game Grupo teraputico desenvolvido pela Synanon para tratamento de

    toxicodependentes, utilizando ataques quase violentos s defesas dos participantes.

    Linhas comuns aos diferentes tipos de grupos

    Para Rogers, tal como o desenvolvimento dos grupos semelhante apresentam linhas comuns, tais

    como:

    Os grupos so pequenos No assentam numa estrutura delineada e rgida, no havendo tambm liderana

    pois no visam a resoluo de uma tarefa

    Os grupos definem os seus prprios objectivos e direces pessoais

    Podem incluir alguma informao terica

    A responsabilidade do lder facilitar a expresso de pensamentos e sentimentos

    dos membros (facilitador)

    Como o grupo que determina o tema, este perde valor, donde o processo e a

    dinmica do grupo ganha relevo.

    Existem linhas comuns tambm para hipteses de trabalho prtico:

    O facilitador cria um ambiente de tolerncia e vontade que aumentam a liberdade

    de expresso e reduzem as defesas

    Muitas reaces imediatas dos membros tendem a expressar-se, e se demasiado

    prematuras podem gerar reaces violentas. Estas reaces adversas adveem da

    necessidade de evitar o desprazer.

    Desenvolve-se a partir daqui uma confiana mtua.

    As mudanas so assustadoras, mas o grupo pode ameniz-las devido menorinibio e rigidez defensiva

    Tambm por isto podem aprender mais e melhor uns com os outros

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    Relaes Interpessoais e Dinmica de Grupos Nuno Soromenho Ramos

    Dada esta abertura, surgem mais facilmente novas ideias

    As alteraes sofridas pelo indivduo no grupo transpem-se para a vida pessoal e

    suas relaes. Em termos profissionais, a durao destas alteraes nem sempre

    tm a durao necessria. As mudanas sofridas pelo indivduo podem tornar-se

    ameaadoras para os que lhe so mais prximos externamente ao grupo

    O feedback fundamental para o trabalho do grupo, permite tambm que o indivduose aperceba em que medida influencia as relaes interpessoais e como ele prprio

    visto pelos outros.

    Problemas que se colocam aos grupos

    O maior problema o factor tempo. Como passar tanto tempo juntos.

    Outro problema a Mscara. Todos os indivduos transportam uma mscara de incio. Esta

    mscara vai progressivamente caindo com o descobrir da confiana no grupo, e do calor humano

    que o rodeia. Percebe-se assim o indivduo que melhor aceite quanto mais verdadeiro for. As

    mudanas so rpidas e muito mais intensas que na vida habitual.Mudanas no indivduo mais frequentes

    Sentimento de confiana em si prprio e nos outros elementos, maior calor humano e simpatia pelos

    restantes elementos.

    Tema 3 Fenmenos dinmicos dos Grupos

    Nveis de anlise dos fenmenos dinmicos dos grupos

    Existem dois nveis de anlise no funcionamento dos grupos:

    Contedos, ou seja, aquilo que se transmite verbalmente

    Processos, ou seja, como se transmite e age, no fundo as interaces no grupo

    Entende-se por interaco tudo o que expressamente dito e feito, e tambm o que se insinua e se

    dissimula. Assim a interao tambm est relacionada com o contedo.

    Formao e Organizao dos grupos

    Os grupos devem ser constitudos por 5 a 15 pessoas. Sendo o ideal 8 pessoas. Menos de 5 no chega a

    existir integrao e mais de 15 passa a existir a dinmica de massas.

    Formao

    Espontnea: quando existe algum conhecimento prvio, mesmo que pequeno, entre os

    elementos, que se reunem com um objectivo.

    Motivada: quando no existe conhecimento prvio entre os elementos, que se reunem

    com um objectivo de interesse comum.

    Maisonneuve: identifica ainda os grupos institucionais que provm da organizao social

    e os motivados que vm dos interesses pessoais.

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    Relaes Interpessoais e Dinmica de Grupos Nuno Soromenho Ramos

    Os grupos podem ainda ser formados por razes diversas, como para resolver um problema (grupo

    centrado na tarefa) ou por questes teraputicas, etc. A estrutura no ocupa um papel relevante, podendo

    ou no existir de uma forma bem demarcada, independente da forma de criao do grupo.

    Diferenas entre os grupos mais estruturados e os menos estruturados

    O NTL (National Training Laboratory de K. Lewin) identificou as seguintes diferenas:Os mais estruturados:

    Procedimento mais aberto e directo

    Maior orientao para a tarefa

    Maior orientao para a comunicao

    Maior orientao para o estabelecimento de relaes superficiais

    Maior deferncia para com a autoridade e o poder

    Os menos estruturados:

    Maior orientao para os processos

    Maior apetncia pelo apoio mtuo

    Maior inclinao para interpretao de sentimentos do grupo e dos membros

    Aceitao mtua no Grupo

    A aceitao acarreta 2 sentidos:

    Aceitao do indivduo ao grupo no geral

    Aceitao do indivduo a cada um dos outros membros.

    A aceitao implica 2 nveis:

    Formal respeita a hierarquia, a consecuo e a instrumentalidade para atingir os objectivos

    propostos

    Emocional respeita o sentimento e emoo que cada membro desperta em cada um dos outros, e

    que os outros despertam em si, criando-se uma rede de relaes afectivo-emocionais

    Pirmide das necessidades de Maslow

    Nesta pirmida concentram-se as principais necessidades do Homem.

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    Relaes Interpessoais e Dinmica de Grupos Nuno Soromenho Ramos

    O ser apreciado est ligado Teoria dos processos de comparao social de Festinger, e faz parte da

    constatao de que os outros nos valorizam, e em consequncia disso procuramos a auto-valorizao para

    que aumente a possibilidade de sermos apreciados pelos outros.

    Tndencias subjacentes de Maslow

    Desejo de ser apreciado e amado Amar e apreciar os outros

    Interesses sociais

    O facto de pertencer a um grupo implica novidades a nvel das pessoas, das regras, das vivncias, dos

    valores, dos costumes e das ideias. E apesar de tudo isso ter influncia na personalidade do indivduo

    no pressupe a mudana radical embora-se manifeste no:

    Comportamento de desempenho

    Sentimentos

    Sensibilidade

    Aceitao dos outros

    Melhoria da comunicao

    Melhoria da capacidade de trabalho em grupo

    Cada elemento de um grupo contribui para a formao da personalidade do grupo, a que Cattell chamou

    Sintalidade

    Papel Social

    a funo que o indivduo desempenha no grupo.

    Pode ter 3 comportamentos possveis

    Exigido, o que tem de ser feito

    Permitido, o que pode ser feito no tendo normas fixas

    Proibido, o que provoca reaco contra

    Tipos de papis (Lakatus)

    Atribudo, conferido exteriormente ao sujeito

    Assumido, por aco voluntria do sujeito

    Status Social (Lakatus)

    a posio que o indivduo tem na sociedade ou no grupo pelo desempenho do seu papel.

    Atribudo, dado pela sociedade, mesmo que contra vontade do sujeito

    Adquirido, ganho por esforo do sujeito

    Principal, bsico ou chave, o mais significativo que o sujeito possui

    Secundrio, todos os outros que o sujeito possui

    Posicional, conferido por aspectos particulares externos ao sujeito e que o associam a

    determinado estrato social conferindo-lhe o prestgio associado a este

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    Relaes Interpessoais e Dinmica de Grupos Nuno Soromenho Ramos

    Pessoal, conferido por aspectos particulares internos ao sujeito e que o fazem destacar de entre

    os restantes elementos do seu grupo

    Global, resultante da integrao dos status do indivduo

    Prestgio Social

    o nvel de considerao ou estima em que o sujeito tido pelo grupo e depende de factores como: Nvel econmico e sua ancestralidade

    Nvel das habilitaes literrias e sua ancestralidade

    Nmero, tipo e localizao das habitaes

    Nmero e tipo de automveis

    Profisso

    Locais que frequenta

    Etc

    Depende tambm da posio no grupo, a comunicao e intervenes feitas e como feitas

    Comportamento no grupo

    O comportamento no grupo determina uma srie de reaces possveis:

    Aceitao X rejeio

    Simpatia X antipatia

    Concordncia x discordncia

    Amor X dio

    Autoridade X submisso

    Empatia

    Fase dos Grupos de Encontro

    Carl Rogers identificou as seguintes fases na vida dos grupos, sem que haja obrigatoriamente uma

    sequncia ou temporalidade obrigatoria entre elas

    1) Hesitao ou Milling Around fase inicial, aps introduo do facilitador, em que surgem

    silncios embraosos, formalidade, superficialidade, frustao e descontinuidade na

    comunicao

    2) Resistncia explorao e expresso pessoal havendo quem cedo comece a revelar atitudes

    muito pessoais, desencadeia reaces negativas de resistncia a essa revelao. Estintimamente ligado necessidade de esconder certas facetas pessoais, mostrando um eu

    exterior (mscara)

    3) Expresso de sentimentos negativos normalmente as primeiras manifestaes, sobre o aqui e

    agora, so do tipo negativo em relao a outro membro ou ao grupo.

    uma forma de avaliar a liberdade e confiana do grupo

    Os sentimentos profundos negativos so mais fceis de exprimir

    4) Aceitao do eu e comeo da mudana a aceitao da pessoa por si prpria e o comeo da

    mudana que vai sofrer.

    5) Estalar das fachadas ao fim de algum tempo os membros que ainda resistem abertura

    sofrem a intolerncia do grupo.

    6) Feedback os membros comeam a dar retorno uns aos outros, embora de formas desiguais.

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    Relaes Interpessoais e Dinmica de Grupos Nuno Soromenho Ramos

    7) Confrontao algumas interaces caiem fora do contexto de feedback e resultam em

    conflitos.

    Tema 4 Janela de Johari

    Quando um membro no participa

    Os outros tentam lev-lo a participar fazendo-o suavemente

    Os outros tentam for-lo a participar

    Os outros enfrentam-no com violncia

    Os outros tentam exclu-lo do grupo

    Os outros tentam faz-lo excluir-se do grupo

    Os outros aceitam desde o incio que ele no participe e nada fazem

    Os outros tentam lev-lo a participar e acabam por aceitar que nada faa

    Bales define interaco com uma corrente contnua de actos, smbolos, reaces e gestos que incluem

    todo o grupo ou parte dos seus membros

    Factores que influenciam a interaco num grupo

    Objectivos do grupo

    Recursos disponveis

    Status e papis dos membros

    Existncia ou no de liderana

    Tipo de liderana

    Formas de interaco mais frequentes

    Problemas que atinjam o grupo

    Problemas que afectam um ou mais membros

    Qualidade das relaes entre os membros

    Personalidades dos diversos membros

    Personalidade do lder

    Coeso do grupo

    Sintalidade Etc

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    Relaes Interpessoais e Dinmica de Grupos Nuno Soromenho Ramos

    Janela de Johari

    A janela de johari ilustra o processo de dar e receber feedback num grupo. Permite estudar a clareza das

    inter-relaes nos grupos.

    Quantidade de feedback pedida ou recebida ---Quantidade defeedback dado

    |

    Conhecido peloindivduo

    Desconhecido peloindivduo

    Conhecido pelosoutros Irea de actividade livre(arena)

    IIrea Cega(Mancha Cega)

    Desconhecidopelos outros

    IIIrea evitada ou secreta(Fachada ou Mscara)

    IVrea de actividade

    desconhecida(Desconhecido)

    Quadrante I inclui os comportamentos e alteraes que so de conhecimento comum. mais pequeno no

    incio da interaco e vai-se desenvolvendo. Aumenta na mesma proporo que diminui o quadrante III. A

    finalidade do trabalho de grupo aumentar este quadrante.

    Quadrante II inclui tudo o que os outros podem ver e comprender mas que o prprio desconhece. Reduz-se lentamente pois o sujeito esfora-se por manter oculto.

    Quadrante III inclui o que o sujeito conhece sobre si e no pretende revelar na totalidade, mas somente o

    necessrio para manter o seu papel no grupo.

    Quadrante IV inclui tudo o que no conhecido pelo sujeito nem pelos membros do grupo. Embora tenha

    influncia sobre a interaco no grupo podendo eventualmente emergir. Tem grande importncia na vida

    do grupo e diminui na proporo que a confiana no grupo aumenta.

    Janelas de Johari Caractersticas

    Janela Ideal que corresponde a uma rea livre grande, fazendo com que diminuam as

    interpretaes (certas ou erradas) que os restantes membros tm que fazer sobre ele,

    melhorando a interaco. No a janela que deva existir no dia-a-dia nem desejvel desde o

    principio pois pode induzir a desconfiana ou a ameaa

    I II

    III IV

    Entrevistador ilustra o sujeito que s questiona e ouve sem dar feedback, pois pretende saber

    qual a posio dos outros antes de se comprometer

    I II

    III IV

    Matraca sujeito que apenas d feedback, recebendo ou pedindo muito pouco, diz o que pensa e

    sente em relao ao grupo e aos temas, sendo secundrio que os outros dizem ou pensam.

    provvel que agrida os outros membros, e que estes deixem de lhe dar feedback.

    I II

    III IV

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    Relaes Interpessoais e Dinmica de Grupos Nuno Soromenho Ramos

    Tartaruga o sujeito que se feche em si. Aumentando a rea desconhecida quer por si quer pelos

    outros. S responde se directamente questionado e dispensa imensa energia a manter-se

    afastado do grupo

    I II

    III IV

    O que deve ser observado num Grupo

    Participao

    Influncia

    Estilo de influncia

    Tomada de deciso

    Funes

    Funes de manuteno

    Atmosfera do Grupo

    Incluso

    Sentimentos

    Normas

    Participao

    Quem mais participa

    Quem menos participa

    Mudanas de participao Tratamento dado aos mais calados

    Quem fala com quem

    Quem so os facilitadores

    Influncia

    Quem mais influncia

    Quem menos influncia

    Quem manobra o grupo

    Rivalidades no grupo

    Estilo de Influncia

    Positiva (cooperao, apoio, etc...)

    Negativa (competio, conflito, etc...)

    Estilos de autoridade

    Autocrtico

    o Algum tenta impor-se ou ganhar apoio

    o Algum avalia ou julga os outros

    o Algum bloqueia a aco quando no segue os seus interesses

    o Algum faz fora para que o grupo se organiza Pacificador

    o Apoia activamente sugestes/decises dos outros

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    Relaes Interpessoais e Dinmica de Grupos Nuno Soromenho Ramos

    o Evita conflitos ou sentimentos desagradveis

    o Evita dar feedback negativo

    Laissez-Faire

    o Notado por no participar

    o Concorda sem participar

    o Responde s quando interrogado

    Democrtico

    o Procura a participao total do grupo

    o Expressa sem temer julgamento ou avaliao

    o Aberto a crticas e feedback

    o Resolve problemas quando surge conflito ou tenso

    Tomada de deciso

    A deciso tomada sem ouvir os membros?

    Que efeito tem isso no grupo

    Quem apoia sugestes/decises do grupo Procura-se o consenso

    Funes (comportamentos no cumprimento da tarefa)

    Quem pede ou d sugestes para a soluo

    Quem faz resumo/sumrio do que se faz

    Algum pede factos, opinies, sentimentos, feedback ou alternativas

    Algum tenta manter a coeso e funcionalidade

    Algum alerta para membros que se desviam da tarefa

    Funes de manuteno (as que contribuem para a moral e esprito de equipa)

    Algum ajuda ou outros a participarem

    Algum interrompe os outros

    Algum procura clarificar as ideias expostas

    Como so rejeitadas as ideias?

    Como so as reaces s rejeies?

    Atmosfera do Grupo

    Quem prefere atmosfera de amizade

    Tentam parar os conflitos

    Quem prefere conflito e discordncia H alguem que provoque e incomode os restantes

    H pessoas interessadas e participantes

    So mais os que incomodam ou os que esto interessados

    Qual o tipo de atmosfera geral

    Incluso

    H sub-grupos

    H algum que concorde sempre

    H algum que discorde sempre

    H pessoas que paredem no integradas

    Sentimentos (mais nos grupos de encontro que nos grupos de tarefa)

    Que espcie de sentimento se observa no grupo

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    Relaes Interpessoais e Dinmica de Grupos Nuno Soromenho Ramos

    Algum bloqueia os sentimentos

    Como o faz

    feito constatemente

    Algum bloqueia os sentimentos de outro membro especfico do grupo?

    Normas (expressam o que se deve e no se deve fazer, podem ser explicitas ou tacitamente

    aceites)

    H assuntos evitados

    H respeito mtuo dos membros

    Concordam facilmente em avanar numa direco

    Quando h discordncia, o que acontece?

    Princpios da Janela de Johari

    1) Uma mudana num quadrante afecta os outros

    2) Esconder, negar ou no ver comportamentos exige gasto de energia

    3) Insegurana diminui lucidez de interaco, confiana aumenta

    4) A tomada de conscincia forada no desejvel, e ineficaz

    5) Aprendendo a relao interpessoal aumenta-se o quadrante I e diminui outros

    6) O trabalho do grupo fica facilitado com quadrante I alargado

    7) A comunicao pior se o quadrante I for pequeno

    8) Privilegia-se o interesse do Quadrante IV, mas h vrios entraves ao seu desenvolvimento

    9) Sensibilidade significa respeito pelo desejo de manter velados os quadrantes II, III e IV

    10) Aprendizagem dos processos do grupo melhora a clareza de cada um dos membros

    individualmente

    11) A escala de valores de um grupo e sentimento de pertena so evidenciados pelo modo como o

    grupo enfrenta as suas incgnitas

    12) Uma centopeia pode ser totalmente feliz sem ter noo do que faz, mas na realidade o que faz

    apenas rastejar nas pedras

    Tema 5 Fenmenos dinmicos dos Grupos

    As categorias de Bales anlise da interaco

    Revendo as categorias de Bales (pg. 7), este considerou que se poderiam agrupar 6 reas para anliseda interaco:

    Informao : categorias 6 e 7, d informao e pede informao.

    Avaliao : categorias 5 e 8, d opinies e pede opinies.

    Controlo : categorias 4 e 9, d sugestes e pede sugestes.

    Deciso : categorias 3 e 10, concorda e discorda.

    Tenso : categorias 2 e 11, dramatiza e demonstra tenso.

    Integrao : categorias 1 e 12, parece amigvel e mostra antagonismo.

    Fases de resoluo de um problema em grupo para Bales

    Todo o grupo perante um problema passa sucessivamente pelas seguintes fases:

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    Relaes Interpessoais e Dinmica de Grupos Nuno Soromenho Ramos

    Fase de Informao: Qual o problema e condicionantes da soluo.

    Fase de Avaliao: Avaliao da situao e do grupo.

    Fase de Influncia e busca de controlo: Alguns membros procuram apoio para liderarem no

    sentido da sua prpria soluo.

    Fase de deciso: Escolha da soluo.

    A ltima fase pode ser substituda pelo fracasso e dissoluo do grupoA ordem destas fases deve-se ao problemas funcionais do prprio grupo e a passagem de uma para

    outra s se faz aps o aparecimento e resoluo de tenses e conflitos.

    Para que existe uma boa resoluo do problema necessria uma liderana eficaz.

    Papis nos Grupos Teraputicos, segundo Bene e Sheats

    Por vezes existe mais que um lder, exercendo alternada e sucessivamente a funo.

    Existem 3 tipos de papis nos grupos:

    Relativos a facilitar o cumprimento da tarefa

    Relativos a manuteno da vida do grupo

    Relativos satisfao das necessidades pessoais de cada um

    Classificao de Papis nos Grupos Teraputicos

    Segundo vrios autores

    Dominador: impe-se e demonstra autoridade, independente da situao.

    Dependente: necessita de simpatia e apoio para se sentir seguro.

    Amante de prestgio: chama as atenes sendo criticado por isso.

    Homem considerado: Expoem os seus interesses e motivaes mesmo que nada tenham a haver

    com o grupo. Normalmente o finalizador, para chamar a ateno.

    Segundo Benne e Sheats

    Advogado de interesses particulares: fala em nome de outrm com quem se identifica.

    Play-boy: arrogante e indeferente para com os problemas do grupo e seus membros.

    Processos de Bion

    Psiquiatra ingls que desenvolveu o seguinte sistema de classificao de processos:

    Manifesto: racional e consciente, pressupondo alguma aprendizagem, institucionalizao e

    controlo. Tambm chamado de grupo de trabalho, ou g.t. especializado. Implcito ou Latente: irracional e geralmente inconsciente, no exigindo aprendizagem, com

    actividade mental instantnea (automatismos). Faz apelo ao conceito de Pai Tirano e Feroz.

    Tambm chamado de grupo de base.

    Os processos Implictos levam o sujeito a aderir ou no s hipteses de base, as atitudes colectivas que

    constituem o Group Mentality

    Esquemas bsicos de ordenao do caos segundo Bion

    Bion identificou 3 esquemas utilizados pelo grupo para ordenar o caos que surge durante as sesses de

    grupo:

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    Relaes Interpessoais e Dinmica de Grupos Nuno Soromenho Ramos

    Dependncia: o grupo procura proteco de algum, normalmente o facilitador. Existem

    sentimentos de culpa e frustrao por julgarem no darem nada para o grupo. Se o facilitador

    aceita o papel, ultrapassa-se a fase. Se no aceita, passa-se segunda estratgia.

    Fight-Flight: contra um perigo difuso, alguns membros optam por lutar com o facilitador ou com

    outro membro, outros ainda abandonam o grupo. O lder, nesta situao aquele que provoca as

    situaes de luta ou fuga. Pairing: cansado da fase anterior, o grupo divide-se em pares para continuar a lutar na esperana

    que de entre eles surja um lder salvador. O emparelhamento uma procura de

    complementaridade.

    Actuao individual e desempenho de grupo

    Factores que interferem com a maior ou menor rentabilidade do grupo

    Natureza da tarefa

    Composio do grupo

    Tempo

    Qualidade do que se pretende fazer

    Foras internas e externas

    Objectivos impostos

    Oposio aos objectivos

    Comunicao

    Presses para a conformidade

    Presses de ordem moral Influncia interpessoal

    Factores de escolha entre indivduo ou grupo

    Individuo mais indicado quando necessrio uma compreenso global do problema

    Grupo mais indicado quando necessria grande variedade de competncias e de informaes

    Cooperao no grupo aumenta se existem fins comuns

    Cooperao no grupo aumenta se os fins forem discutidos em grupo

    Cooperao no grupo diminui com aumento de desejos de honras ou recompensas individuais O grupo deve ter o mnimo de pessoas necessrias para cobrir as valncias exigidas

    Num grupo criam-se energias quer para a criatividade e originalidade quer para a conformidade

    O grupo deve cumprir a sua finalidade mas sem manietar os membros

    Tema 6 Fenmenos dinmicos dos Grupos

    Construo de uma equipa

    Uma equipa um grupo com caractersticas especiais a nvel da constituio e do funcionamento.

    H 4 caractersticas que determinam o papel:

    Nvel de inteligncia

    Nvel de dominncia capacidade de se impor22/ 57

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    Relaes Interpessoais e Dinmica de Grupos Nuno Soromenho Ramos

    Nvel de extroverso/introverso ext: capacidade de se expr, falar, de se virar para o

    exterior, de se sentir vontade. Int: recolhimento, no se expe

    Nvel de estabilidade/ansiedade Ansiedade pode ter causas no prprio indivduo, ou no

    contexto (envolvente)

    Pode haver mais do que uma pessoa para o mesmo papel, e uma pessoa com mais que um papel.

    Uma equipa ideal de 8 pessoas, seria distribuda da seguinte formaIntelig. Domin. Ext./Int. Estab./Ansied.

    Chefe Mdio + +/ +/

    Modelador + +/ /+

    Homem de

    Ideias++ + /+

    Importador + +/ +/

    Trabalhador - +/ +/

    Acabador /+ /+

    Analista Crtico ++ /+ +/

    Organizador +/-

    Fases de desenvolvimento de uma equipa

    Formao: decorre desde o agrupamento das pessoas at ao reconhecimento de uma finalidade

    comum a todos.

    Comportamentos caractersticos:

    Falta de entendimento

    Pessoas a falarem ao mesmo tempo Reunies dentro da reunio

    Chefe a tentar impor o seu ponto de vista

    Condescendncia de alguns sem emitirem opinio

    Ausncia de decises por falta eficincia

    Discusso: espcie de brainstorm que dura enquanto no existir confiana entre os membros.

    Fase de conflitos e extremamente difcil de manobrar.

    Comportamentos caractersticos:

    Hostilidade aberta argumentos e constante questionar do que j foi aceite.

    Hostilidade velada pouco empenhamento e participao

    Tentativas, principalmente do chefe, para voltar ao anterior falso consenso

    Normalizao: decorre at que se estabeleam as normas de funcionamento geral. Fase difcil

    devido confuso entre contedo/tarefa e processo/procedimento.

    Comportamentos caractersticos:

    Membros a experimentarem os limites da autoridade

    Confrontaes emocionais feitas sob controlo e este testado frequentemente

    Realizao: fase em que decorrem as aces que levam soluo. Fase de grandeempenhamento.

    Comportamentos caractersticos:

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    Relaes Interpessoais e Dinmica de Grupos Nuno Soromenho Ramos

    Reunies agendadas e feitas pontualmente

    Controlo melhor da reunio

    Chefe a dirigir e tomar decises, mas sem impor a sua ideia

    Razovel distribuio de contributos, com discusso longa dos assuntos e

    chegada a um concluso

    Perigo de complacncia para que no se perca o bem estar atingido

    Procedimentos de fortalecimento do esprito de grupo coeso

    Estabelecimento de objectivos exequveis

    Apoio mtuo dos membros

    Comunicao aberta

    Manuteno do sentido de finalidade

    Utilizao criteriosa dos recursos da equipa

    Balanceamento das capacidades e conhecimentos da equipa

    Conduzir os conflitos no sentido da criatividade para melhorar o relacionamento

    Estabelecimento dos padres de comportamento e desempenho a seguir

    Reforo de quem d elevada contribuio

    Actuao afirmativa

    Tema 7 Fenmenos dinmicos dos Grupos

    Tomada de Deciso

    Existem 2 correntes teoricamente opostas que estudam este fenmeno.Segundo Jannis, Mann, Chaplin

    Estando, o sujeito, inicialmente em conflito entre alternativas incompatveis toma a deciso

    para pr fim a este conflito. Dando tendencioasmente peso a uma das opes.

    Segundo Festinger, o processo decisrio tem 3 fases

    Fase Pr-decisria, em que existe o conflito e se faz uma avaliao no tendenciosa das

    alternativas.

    Fase da Deciso, em que se escolhe uma das alternativas e se rejeita as restantes.

    Fase de Reduo da dissonncia, em que surge a tendenciosidade de valorizar a alternativa

    escolhida em detrimento das rejeitadas, que tambm teriam atractivos. Existe aqui um

    processo de dissonncia cognitiva, que se caracteriza por algum sentido de instabilidade da

    deciso tomada.

    Vrios estudos confirmaram a teoria de Festinger, nomeadamente Davidson e Kiesler que demonstraram

    que o que se usa antes da deciso diferente do que se usa aps a tomada desta. E os estudos de Jecker

    que confirmam a dissonncia cognitiva.

    Tomada de deciso em grupo versus indivduo

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    Relaes Interpessoais e Dinmica de Grupos Nuno Soromenho Ramos

    Difuso de responsabilidade, o grupo toma normalmente decises mais arriscada que o

    indivduo, porque:

    O grupo d cobertura e suporte deciso, e o responsvel pela deciso

    tomada sempre o chefe

    Existe a valorizao social do heri

    Maiores Recompensas, o grupo viabiliza esta tentativa pois caso falhe h uma diviso daresponsabilidade. (Latan e Darley)

    Apoio grupal a uma norma cultural que valoriza o risco, pois traz maiores benefcios e

    associada a coragem, inteligncia e intrepidez.

    Processo de tomada de deciso em grupo

    basicamente composto por 3 passos:

    Formulao do problema, explicao do problema nas diversas vertentes e condicionantes

    sem ambiguidade.

    Discusso, apresentao das alternativas de soluo com vantagens e riscos de cada uma.

    nesta fase que surgem a maioria dos conflitos.

    Deciso (ou escolha), da alternativa considerada mais adequada contrastando os riscos.

    No indivduo no existindo grandes diferenas, no existe a explicao do problema e a discusso um

    processo mais introspectivo.

    A durao destas fases varia conforme o tipo de problema, caractersticas e estado de desenvolvimento

    do grupo.

    As crianas, tomam decises tomam decises rapidamente e tambm rapidamente excluem osdissidentes.

    Os adolescentes, gostam de discutir longamente os assuntos porque:

    Insegurana, tornando-se exaustivos para se sentirem mais protegidos;

    Desejo de afirmao expondo os seus pontos de vista detalhadamente aos outros;

    Desejarem estudar as reaces dos outros aos seus pontos de vista.

    Os adultos, deliberam mais lentamente, podendo demorar vrias sesses de trabalho.

    Dificuldades da tomada de deciso

    Escolha da alternativa mais desejvel, processo to mais difcil quanto maior for a quantidade

    de aspectos favorveis que as alternativas apresentem.

    Falha na comparao das alternativas, provocada pela distoro que o sujeito cria, muitas

    vezes inconscientemente, atribuindo valor favorvel a alguma alternativa que no o

    realmente.

    No tomar todos os riscos em ateno, por precipitao na anlise, ou de errada

    considerao na anlise por m contrastao ou por no percepcionar algo como risco.

    Falta de factos, tomando a deciso com base em ideias e preconceitos e no baseada na

    realidade. Demasiada apreciao terica, por se fundamentar a deciso em teorizaes contnuas,

    desligadas dos aspectos prticos.

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    Relaes Interpessoais e Dinmica de Grupos Nuno Soromenho Ramos

    Desconhecimento do que a deciso de facto, frequente e que acaba na situao em que a

    deciso tomada no responde questo inicialmente exposta, no resolvendo o problema

    Elementos da tomada de deciso

    So 3 os elementos a ter em conta

    Objectivos Alternativas

    Riscos

    Objectivos

    fundamental saber quais os resultados que se pretende obter e quais os meios disponveis para os

    atingir nas diferentes alternativas.

    Objectivos Essenciais os que so obrigatrios e determinantes, pelo que se a alternativa

    no os satisfizer imediatamente abandonada.

    Objectivos Desejveis os que podem alterar a atractabilidade de uma alternativa, mas no a

    invalidam ou validam.

    Alternativas

    Para alm das bvias, devem-se incluir as inicialmente menos bvias. Na procura de alternativas deve-se

    considerar a consulta de peritos e informao escrita sobre a matria.

    Aps a elaborao das alternativas, contrastam-se estas com os objectivos essenciais, as que no

    responderem a estes so imediatamente recusadas.

    As restantes so ento contrastadas com os objectivos desejveis, utilizando-se uma grelha classificada

    de 1 a 10, para no fim se somarem as pontuaes e comparar as cotaes de cada alternativa.

    RiscosTm que ser considerados todos os riscos que cada uma das alternativas envolve. Aps a contrastao

    das alternativas com os objectivos, contrasta-se com os riscos. Nos riscos existem 2 dimenses a

    considerar:

    Grau de probabilidade de ocorrncia diz respeito maior ou menor probabilidade de algo

    negativo acontecer.

    Intensidade do efeito negativo diz respeito ao maior ou menor impacto negativo que pode

    ter sobre as pessoas ou para o objectivo se o risco ocorrer.

    Assim um risco pode ter:

    Alta probabilidade de ocorrncia e alta intensidade de efeito

    Alta probabilidade de ocorrncia e baixa intensidade de efeito

    Baixa probabilidade de ocorrncia e alta intensidade de efeito

    Baixa probabilidade de ocorrncia e baixa intensidade de efeito

    Nasce aqui mais uma dificuldade da tomada de deciso que se prende com a necessidade de identificar

    com preciso quais os riscos suportveis e quais no so em funo destas 4 hipteses.A escolha final deve recair sobre a alternativa melhor classificada no contraste objectivo/alternativa e com

    os menores riscos.

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    Relaes Interpessoais e Dinmica de Grupos Nuno Soromenho Ramos

    Caractersticas da tomada de deciso em grupo

    Necessitam de mais tempo

    necessrio que os elementos expressem:

    Opinies

    Sentimentos O aparecimento de conflitos criativos importante

    Factores que influenciam a escolha do modelo de tomada de deciso em grupo

    Tipo de deciso a tomar

    Tempo e recursos disponveis

    Histria anterior do grupo (modelo preferido)

    Natureza do assunto a decidir

    Clima necessrio ao grupo (forma de trabalho pode variar)

    Modelo de tomada de deciso em grupo

    Pela autoridade sem discusso do grupo

    Pelo Perito

    Por mdia de opinio

    Por autoridade aps discusso em grupo

    Por minoria

    Por maioria de voto

    Por consenso

    Pela autoridade sem discusso em grupo

    Rpida

    Pouco eficaz por no haver envolvimento do grupo

    No desenvolve o grupo, uma vez que este no solicitado a intervir

    O grupo temum conhecimento limitado da deciso pelo que difcil implementar, os membros so

    somente informados.

    Pelo perito

    Dificuldade na escolha do perito quando h vrios.

    Fraco envolvimento dos restantes membros

    Por preponderncia de opinio

    H consulta dos membros do grupo

    Membros menos habilitados podem anular mais aptos

    Embora haja consulta h pequeno envolvimento dos membros

    Fraco empenhamento por falta de envolvimento

    prefervel tomar a deciso pelo perito

    pouco eficaz se for necessrio contar com os membros para implementao da decisoPela autoridade aps a discusso no grupo

    Tem maior rigor

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    Relaes Interpessoais e Dinmica de Grupos Nuno Soromenho Ramos

    Pode ser mais criativa

    Envolvimento na discusso mas no na deciso

    Pode gerar competitividade pela salincia

    Pode gerar ingratiation (bajular o chefe)

    Pela minoria

    Falta de empenhamento da maioria Maioria pode manter deciso no implementada

    Bom processo quando h muitas decises a tomar

    Eficiente se no for necessrio recorrer ao grupo para implementar

    No caso geral no um bom modelo

    Pela maioria de voto

    Mais comum

    Pode criar diviso entre vencidos e vencedores

    Perigoso pela anterior razo

    Bom se no necessitar de todos para a implementao

    Implica tomada de conscincia de que todos tm que colaborar, mesmo s que se opuseram, para a

    deciso avanar

    Por consenso

    Implica comunicao aberta e clima apoiante, para que trabalhando em conjunto, todos possam ser

    ouvidos e sintam que influenciaram o grupo. No se visa partir de uma ideia para a unanimidade, mas sim

    receber ideias de todos e criar a ideia final com todas as colaboraes.

    Difcil em grupos grandes

    Demorado, pela participao individual mas tambm pelas interaces Ocupa todos os membros

    Todos tm que participar, mesmo os que tm tendncia a introverter

    o melhor mtodo para:

    Inovao

    Criatividade

    Qualidade

    Empenhamento geral das pessoas

    necessrio ser-se eficaz para:

    Ouvir

    Comunicar

    Utilizar as tcnicas de dinmica de grupo

    Alcanar soluo de conflitos

    Neste modelo

    Todos concordam com o que a deciso deve ser

    Todos entendem e apoiam a deciso

    So necessrias diferentes opinies para:

    Obter mais informao Clarificar assuntos

    Forar a busca de diferentes solues

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    Relaes Interpessoais e Dinmica de Grupos Nuno Soromenho Ramos

    Linhas mestras da deciso por consenso

    No defender cegamente a opnio

    Apoiar apenas sugestes com que se concorda minimamente

    Evitar procedimentos s para reduzir conflitos

    Procurar opinies diferentes

    Nunca assumir a postura de vitria x derrota Ouvir atentamente

    Encorajar a participao de todos

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    Tema 8 Conflito

    Definio de conflito

    Conflito uma aco social em que algum ou grupo, para atingir os seus prprios objectivos impede

    outra pessoa, ou grupo, de atingir os seus.Segundo Fichter

    Forma de interaco mtua pela qual duas ou mais pessoas procuram afastar-se uma da outra,

    quer por aniquilio quer por tornar o oponente ineficaz.

    Para a dinmica de grupos o conflito pertinente o conflito intrapsquico, enquanto potencial influenciador

    de interaco. Nomeadamente o que ocorre entre pessoas, interpessoal, e os que ocorrem entre grupos,

    intergrupal.Em psicologia, por conflito intrapsquico entende-se a ocorrncia simultnea de dois ou mais

    impulsos, ou motivaes, incompatveis entre si.

    As causas dos conflitos so muito variadas e vo desde motivaes individuais, opinies, preconceitos,ignorncia, competio degenerada, cime, inveja, etc.

    Resoluo de conflitos

    Alguns dos processos abaixo indicados no so comuns em pequenos grupos. As 3 primeiras so formas

    negativas e as 3 ltimas so formas positivas de resoluo. No existe relao entre a forma de resoluo e

    os estratos sociais, nem o modelo de sociedade em que se inserem os grupos.

    Eliminao por parte de alguns elementos do grupo, do elemento ou elementos que se lhes

    opem. Subjugao quando o elemento ou sub-grupo mais forte fora os restantes a aceitarem a sua

    opinio.

    Acomodao quando o elemento ou sub-grupo aceita a situao para evitar a continuao do

    conflito.

    Compromisso quando as partes envolvidas fazem concesses mtuas para aproximarem

    posies e prosseguirem com o projecto.

    Aliana quando as partes envolvidas, no desistindo do essencial, conjugam foras para

    prosseguirem com o projecto.

    Integrao quando as partes envolvidas chegam em conjunto a uma soluo mutuamente

    satisfatria.

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    Tema 8 Liderana

    Definio de Liderana

    Lderana a aco de chefiar dependente das capacidades inatas do sujeito. Chefia o desempenho de

    um lugar de chefe, mediante tcnicas susceptveis de aprendizagem.Os psiclogos podem formar chefes mas nunca lderes.

    Nas situaes de chefia podem existir 3 situaes:

    Aptido sem capacidade

    Aptido com capacidade sendo esta a ideal

    Capacidade sem aptido

    Por liderana pode-se entender o conjunto de caractersticas, extremamente varivel, que levam a que

    alguns sejam seguidos pelos outros.

    Caractersticas de Chefia/LideranaSegundo Maisonneuve as seguintes caractersticas so frequentes nos chefes/lderes:

    Do ponto de vista scio-operatrio

    o Quanto informao e mtodo de trabalho:

    Exposio clara do objectivo

    Criao de plano de trabalho com etapas ou dimenses do problema

    Apresentao inicial das indicaes necessrias, e posteriormente das que vierem

    a ser uteis

    Apresentao de sugestes quando aparecem dificuldadeso Quanto coordenao de esforos:

    Delinear claramente o papel de cada um e articul-lo com outros

    Coordenar e controlar os papis durante a tarefa

    Fazer pontos de situao ao longo do processo

    o Quanto tomada de deciso:

    Seja qual for o processo utilizado para a tomada de deciso, a responsabilidade

    sempre do chefe, pelo que o resultado tambm sua responsabilidade.

    Do ponto de vista scio-afectivo

    Trata-se de um ponto claramente psicolgico, por se tratar de aspectos emocionais e sentimentais.

    o Intervenes que visam o estmulo e manuteno do grupo

    Mais importantes nos grupos formalizados e chefias autoritrias

    Podem ter 2 formas:

    Incintamento ao aumento de participao com ou sem incentivo (reforo)

    Tentativa de reduo de tenses e ansiedades para melhor empenho

    o Intervenes que visam a facilitao social:

    Estabelecimento ou re-estabelecimento de comunicao, atravs de linguagem

    certa e comum, e atravs da catalizao de expresso de sentimentos, desejos einteresses que respeitem tarefa

    o Elucidao dos processos de grupo e acontecimentos ocorridos

    No sendo sempre o lder a faz-lo, obrigatrio que o faa quando:31/ 57

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    Relaes Interpessoais e Dinmica de Grupos Nuno Soromenho Ramos

    Apreciao dos nveis de satisfao individual e grupal

    Procura da causa dos conflitos

    Aspectos da Liderana

    Como Funo representa as condies de emergncia no grupo, atravs de um jogo de

    influncias

    Como Relao existem diversos modelos, cada qual com a sua consequncia a nvel psicolgico

    e de desempenho

    Como Aptido verdadeira distino entre chefe e lder. Sendo que este ltimo o que tem a

    aptido para comunicar efectivamente e concregar esforos.

    Reaces Chefia/Liderana

    A reaco de um grupo liderana depende de:

    1) Personalidade dos membros2) A Sintalidade

    3) A concepo que os membros tm da tarefa e da finalidade

    4) O estilo da chefia

    Hemphill constatou que os grupos grandes suportam melhor chefias centradas no lder, do que os

    pequenos.

    Chefia em Grupos Primrios

    A chefia nos grupos primrios prende-se com as seguintes questes

    1) Recompensa e punio

    2) Organizao do grupo

    3) Finalidade do grupo

    4) Conhecimentos e competncias pessoais dos membros

    5) Personalidade do chefe e seguidores

    Aspectos globais da chefia

    No h concluses seguras sobre a inteligncia e carisma do chefe

    O lugar de chefia est dependente da situao e organizao em que se insere A delegao de autoridade tem que ser considerada, mas nunca a delegao de responsabilidade

    Parece importante a capacidade de sentir e compreender o prprio e o grupo

    importante o vontade com que o chefe contribui para as tarefas do grupo

    As caractersticas dos seguidores podem influenciar a escolha do lder (grupo autoritrio prefere

    lder autoritrio)

    O chefe pode tornar-se bode expiatrio

    A distribuio de funes de chefia pelos membros importante (salvo a deciso)

    Um lder pode-se identificar pelo esforo que um ou mais membros fazem para aceitarem os seuspontos de vista como bons para o grupo

    A chefia decorre num continuum podendo existir variaes de estilo e liberdade do grupo mas

    sempre com continuidade.32/ 57

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    Relaes Interpessoais e Dinmica de Grupos Nuno Soromenho Ramos

    Estilos da chefia

    Estilo de chefia o modo predominante que um chefe usa para chefiar

    Segundo a perspectiva de continuum de chefia teramos:

    Continuum de Chefia

    Estilo Informa

    o Identifica o problemao Estuda solues alternativaso Decideo Informa subordinados de qual o problema e respectiva soluo, sem debate

    Estilo Vendeo Identifica o problemao Estuda solues alternativaso Decideo Informa subordinados de qual o problema e persuade que a melhor soluo a

    apresentada

    Estilo Consulta

    o Identifica o problemao Apresenta o problemao Recebe sugestes

    o Decideo Informa subordinados de qual a soluo escolhida e porqu

    Estilo Rene

    o Identifica o problemao Define os limites: do problema, da soluo e de tempoo Pede deciso ao grupoo Em alternativa mais correcta, decide e informa qual a deciso tomada.

    Estilos de chefia segundo Max Weber:

    Tradicional seguindo a tradio, o chefe porque sempre foi assim e a chefia exercida baseada

    nas experincias anteriores Carismtico baseia-se nas caractersticas pessoais do chefe

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    Relaes Interpessoais e Dinmica de Grupos Nuno Soromenho Ramos

    Democrtico chefe aceite porque um dos pressupostos da sua nomeao a aceitao, pelo que

    exerce a chefia pelo apoio dos subordinados

    Estilos de chefia segundo Maisonneuve:

    Autoritrio procura influenciar directamente por presso externa, tem 2 sub-tipos:

    o

    Autocrtico intimidatrio e punidoro Paternalista impositivo mas ao mesmo tempo deseja ser amado

    Cooperativo prximo dos colaboradores, procura associar o grupo preparao e aplicao da

    deciso e inclusivamente tomada da deciso.

    Manobrador procura influenciar indirectamente sem conhecimento dos outros. Surge normalmente

    aps falha de um chefe autoritrio.

    A estes 3 estilos podem-se associar 2 outros

    Facilitador ou elucidador inspirado nos grupos de Carl Rogers, coloca o grupo em condies de

    decidir colectivamente, aps o ter elucidado sobre os problemas.

    Deixa Andar (Laissez Faire) mantendo-se na posio demite-se do cumprimento das funes

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    Estilos de chefia segundo Blake:

    Grelha de Blake

    Pobre (1.1) Muito baixa produo Relaes difceis Conflitos Comunicao difcil Indolncia Apatia Indiferena Relaes saudveis e maduras muito difceis de estabelecer Corresponde ao Lassez Faire, e pode o contexto provocar o aparecimento de um lder espontneo

    em estilo manobradorClube (9.1) Chefia incidental e ocasional, de acordo com as boas relaes e/ou conflitos M produo pressionada por chefias superiores e mesmo sem trabalho, devido presso, existe

    um mal estar no evitado pela preocupao doentia com as pessoasCentro da Estrada (5.5) Algum esforo de produo e ateno aos problemas pessoais Tentativa de equilbrio entre produo e pessoas Provvel criao de instabilidade Pode fazer nascer a ideia de que o chefe est desorientado, inseguro e no sabe o que quer. A oscilao entre os dois pontos desorienta o grupo

    Produo (1.9) As pessoas so considerados aparelhos para a produo Chefe planeia, controla e dirige o trabalho mas no as pessoas Falta de ateno aos factores humanos Criao de hostilidades e desmotivao Necessidade de forte compensao salarial e/ou de incentivos (a ruptura acabar por existir se no

    houver reajuste da carga de trabalho, pois a recompensa profissional no consegue satisfazer asnecessidades pessoais)

    Equipa (9.9) Inter-relaes para atingir o objectivo Integrao das tarefas com os requisistos humanos Difcil unanimidade Total clareza do chefe, para se opor aos que esto contra Grande Rentabilidade Necessidade de ateno permanente Necessidade de feedback total e bilateral Necessidade de criar confiana mtua

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    Necessidade de conduo firme, projectada para o futuro e permanentemente actualizada, comequilbrio e justia

    Dficil de alcanar pois necessrio que todos os papis estejam bem definidos e atribudos. Mesmoque tal seja alcanado, a rotatividade torna difcil manter a equipa em estado ptimo. Assim a primeiragrande dificuldade a formao da equipa. A segunda dificuldade decorre do grande envolvimento dochefe. necessrio que o chefe confie em todos, e que cada elemento confie no chefe. precisopraticar a funo ftica, que visa manter o canal de comunicao desimpedido.

    Factores para a escolha do estilo da chefia Chefe

    1) Sistema de valores2) Confiana nos subordinados3) Preferncia pessoal4) Segurana e incerteza

    Subordinados1) Necessidades de independncia2) Prontido para a responsabilidade3) Interesse pelo problema4) Compreenso e empenhamento

    5) Conhecimento e experincia6) Expectativas

    Situao1) Organizao em tudo o que se passa2) O grupo como grupo3) O problema em causa4) Presso do tempo5) Sindicatos (quando aplicvel)6) Legislao em vigor

    Comparao entre chefia autocrtica e democrtica K. Lewin

    Democrtico AutocrticoMais originais Mais dependentes e individuaisEficcia idntica

    Benevolncia e esprito de corpo Agressividade e hostilidade manifestae latente, incluindo agresso aosbodes expiatrios

    Consequncias do excesso de autoridade

    1) Criao de barreiras defensivas para alm do necessrio, tais como secretrias, gabinetes,burocracia excessiva;

    2) Tratamento das pessoas como mquinas ao servio da chefia3) Falsa sensao de impunidade e clarividncia por parte do chefe

    4) Snobismo da autoridade, relacionando-se somente na sua categoria e reforando abusivamente ahierarquia5) Criao de linguagens que provocam distines hierarquicas para com inferiores6) Eliminao de oposio7) Falsa humildade oscilando entre o paternalismo, a indiferena e a crueldade8) Reforo constante das regras para obrigar conformidade9) Dicotomizao entre verdadeiro e falso, amigo e inimigo10) Falsa relao com subordinados preferindo a lisonja e adulao eficcia11) Grande dureza em situaes de inquietao12) Negao contnua das facetas sensveis, das defesas e dos conflitos interiores

    Funes da chefia

    Disciplinar

    PlaneamentoFuno atravs da qual se planeiam as actividades a desenvolver, para um determinado perodo detempo definindo as fases para atingir o objectivo.

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    Relaes Interpessoais e Dinmica de Grupos Nuno Soromenho Ramos

    O planeamento to mais detalhado, complexo e abrangente quanto mais exigente a tarefa. A umnvel hierarquico superior o plano global e estratgico, a nveis inferiores detalhado eoperacional.O planeamento feito em countdown comeando pelo deadline e regredindo at data de incio.

    OrganizaoFuno atravs da qual se articulam as pessoas e o material com a calendarizao das tarefas,evitando o dispndio

    DecisoA deciso consiste na escolha de uma modalidade de aco de entre as diversas que tenham sidoequacionadas.Ser esta a funo de chefia por excelncia, pois podendo ser executivamente delegada, aresponsabilidade sempre do chefe.

    DirecoFuno atravs da qual se conduzem as operaes.No pode ser intermitente, tem que ser contnua pois atravs dela que o chefe impulsiona ossubordinados para a aco decidida, de forma a que seja cumprida como previsto.

    Coordenao ou controlo

    Funo atravs da qual se observa o desempenho e se corrigem desvios de desempenho, tempo earticulao.Quando necessrio fazer reunies de coordenao depende do tipo, complexidade e intensidadeda tarefa. No pode ser excessiva.

    Verificao (follow-up)Funo atravs da qual se compara o objectivo definido e o resultado alcanado. Pode tambmservir para garantir que uma vez atingido o objectivo este assim se conserva.

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    Tema 9 Coeso e Esprito de Grupo

    Definio de Coeso

    Chama-se coeso presso que o grupo faz para evitar que os membros o abandonem. E constata-se

    pela unidade, ajuda e compreenso entre os membros

    Concluses sobre a coeso, em estudos experimentais

    Quanto Maior a Coeso do grupo Maior Satisfao dos membros Maior Comunicao entre membros Maior Influncia do grupo sobre os membros Maior Resistncia do grupo a influncias externas Maior Produtividade do grupo

    A coeso emerge a partir dos conflitos no interior do grupo.

    Definio de Esprito de Grupo

    Chama-se esprito de grupo, ou esprito de corpo, a uma mentalidade comum, que engloba os smbolos,

    os valores, os interesses bsicos de cada membro e todos eles enquanto grupo.

    Lewin chamou ao esprito de grupo, moral de grupo, que implica um compromisso entre os ideais do

    grupo e viabilidade desses ideais.

    Para outros autores a moral de grupo, tem um duplo significado de esprito de corpo e eficcia.

    O esprito de corpo desenvolve-se com o conhecimento pessoal que os membros do grupo vo obtendo

    uns dos outros

    Indicadores de existncia de esprito de grupo

    Utilizao do termo ns, o membro fala em colectividade Exigncia da presena de todos, todos se esforam por participar Adopo de um nome, o nome identifica e caracteriza o grupo Existncia de ritos de iniciao, a aceitao da prova mostra vontade de pertencer Comemorao em conjunto, os eventos importantes parfa o membro tambm o so para o grupo

    Condies necessrias para a cooperao

    Objectivo ao alcance do grupo Participao consciente na escolha e/ou Aceitao dos objectivos Diviso de tarefas de acordo com as possibilidades de cada membro

    Motivaes dos grupos segundo Jennings e Coffey

    Psicolgicas, sentimentos e emoes dos membros que so importantes para os seus interesses Sociolgicas, aspectos da actividade do grupo, que alguns membros por incapacidades nas

    anteriores do preferncia.

    Estando estes dois aspectos sempre presentes, o grupo tem que procurar o seu equilbrio. O esprito de

    grupo passa pela expresso dos sentimentos, o que pode explicar que os grupos informais sejam mais

    cooperantes que o grupos formais.

    Alexitimia, incapacidade ou dificuldade de verbalizar emoes ou sentimentos Dissemia, dificuldade de interpretar linguagem no verbal. Interfere com o prprio e com a

    descodificao e compreenso das expresses dos outros.

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    Esforos intencionais e superficiais para melhorar o esprito de corpo fracassam, pois este constri-se de

    dentro para fora, a partir do interior de cada um dos membros do grupo.

    Esprito de Corpo segundo Maisonneuve

    Esquema de encontro, a ligao colectiva explica-se pela satisfao, ou inteno, de se aproximarde algum para estar com ou contra, ou mesmo como diz Pags, para ter um caso.

    Esquema de trabalho, o interesse pelo trabalho comum a todos os grupos, existindo umbalanceamento entre este interesse e o repdio pelo trabalho.

    Intercmbio criador, nome dado inter-relao entre os anteriores vnculos, e que faz avanar oestabelecimento de relaes efectivas.

    O esprito de corpo e a coeso contribuem para o desenvolvimento de valores e normas do grupo, aos

    quais os membros se vo adaptando na medida das suas possibilidades, e que por ltimo so de extrema

    importncia para o desempenho do grupo.

    Definio de Coalizo, segundo Thibault e Kelly

    Chama-se coalizo aco conjunto de duas ou mais pessoas para influenciarem os resultados de uma

    ou de outras. condio indispensvel, que existe a anteviso de melhores resultados para quem a faz, se

    tal no ocorrer no h coalizo.

    Coalizaes possveis

    Tipo Distribuio do poder Coalizaes esperadas

    1 A=B=C Qualquer

    2 A>B B=C AB>C AB>C A>B+C Nenhuma

    7 A>B>C A=B+C AB ou AC

    8 A=B+C B=C AB ou AC

    Tema 9 Comunicao

    Definio de Comunicao

    Comunicao o processo de transmitir mensagens ou sinais

    Constituintes essenciais da comunicao

    Emissor, o que envia a mensagem Receptor, o que recebe a mensagem

    Cdigo, em que a mensagem enviada, como voz, escrita, morse, etc. Mensagem, contedo do que se transmite Meio, via por onde se transmite, como ar, cabo elctrico, etc.

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    Barreiras comunicao

    Gerais:o Fsicas que se prendem com o ambienteo Mentais influenciados pelo sistema psicolgico da pessoa, compreenso, lngua,

    concentrao, etc.o Emocionais influenciados pelo sistema psicolgico da pessoa, status, medos,

    preconceitos, etc.

    Especficas, da relao entre o emissor e o receptoro Emissor relacionadas com a voz, as palavras usadas, linguagem corporal, etc.o Receptor relacionadas com a avaliao da inteno do emissor, filtragem da mensagem,

    aceitao ou rejeio, etc.

    Possibilidades de erro na comunicao

    1. Erro na codificao pelo emissor, do que quer comunicar2. Erro entre o pensamento-codificao-mensagem pelo emissor, que pode transmitir a mensagem

    errada3. Rudo no meio, que dificulta a audio e compreenso da mensagem4. Erro na descodificao pelo receptor, do que lhe foi comunicado5. Erro aps descodificao pelo receptor, interpretando erradamente o que lhe foi dito

    Para ultrapassar barreiras comunicao

    1. Partilhar a mensagem em vez de vender, implica dilogo2. Ouvir atentamenta3. Participar e recolher feedback, que tem que ser espicassado pelo chefe4. Mostrar interesse, motiva a comunicao5. Usar os sentidos com predominncia do visual6. Encorajar questes de clarificao para facilitar a compreenso7. Cuidado com calo e histria brejeiras ou picantes8. Utilizar linguagem clara, a responsabilidade da compreenso do emissor9. Simplificar a comunicao no usando termos que a audincia no conhea

    As mensagens podem ser distorcidas por acrscimo ou perda no processo, Pois ao ouvirem umamensagem as pessoas filtram em funo das suas experincias de vida e situao pessoal actual, de forma

    a tornarem o que ouviram coerente com os seus padres de pensamento e de vida.

    Procedimentos chave para boa comunicao

    Chaves Mau Ouvinte Bom Ouvinte

    1. Encontrar reas de

    interesse

    Desliga-se nos assuntos mais

    ridos

    Pergunta-se o que h de

    interessante para si2. Julgar o contedo e no oseu desenvolvimento

    Desliga-se se o desenvolvimento pobre

    Julga o contedo e passa por cimado desenvolvimento

    3. Dominar a excitao Tende a entrar em argumentao No julga at compreender tudo4. Ouvir as ideias Ouve os factos Ouve os temas centrais5. Ser flexvel Tira muitos apontamentos,

    sempre do mesmo modoAnota as ideias da forma maisadequada ao orador

    6. Postura Presta falsa ateno Presta ateno activa7. Resistir distrao Distrai-se facilmente Combate a distrao8. Exercitar a mente Evita o material difcil Utiliza o material mais difcil como

    exerccio9. Manter-se frio Reage emocionalmente s

    palavras ficando bloqueadoInterpreta as palavras maisperigosas, no se prendendo a elas

    10. Assumir que o pensamento mais rpido que a fala

    Tendea sonhar acordado comcomunicadores mais lentos

    Desafia-se procurando antecipar oque ser dito

    Definio de Comunicao para Dinmica de Grupos40/ 57

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    Comunicao o trabalho do chefe para desenvolver a compreenso mtua.

    Comunicao inclui o que escrito e dito, e tambm, o que se expressa com a linguagem no verbal

    como gestos e expresses faciais.

    Comunicao efectiva implica que ocorra nos dois sentidos.

    Problemas de comunicao da chefia Chefe fala mais do que ouve, o que que entende dos subordinados? Chefe ouve mais do que fala, o que que sabem os subordinados dele? Chefe nem fala nem ouve muito, sabe o que se passa? Chefe fala e ouve com bom balanceamento, eficaz!

    Ateno

    A ateno essencial para apreender a mensagem, e mostrar ateno motiva o emissor a continuar.

    A ateno funciona como uma linha sinusoidal, com picos e baixos

    Problemas da Ateno

    difcil ouvir com ateno mesmo por perodos pequenos muito mais difcil faz-lo por perodos longos mais fcil faz-lo se a mensagem for repetida muito mais fcil faz-lo se a mensagem for:

    1. Passada de forma clara2. Sumarizada de tempos a tempos3. Passada com variao de tom e volume de voz4. Passado com utilizao de imagens visuais5. Passada com compreenso activa, ou seja procurando feedback com perguntas

    Regras para a comunicao do chefeO chefe na sua comunicao deve orientar-se pelas seguintes regras:

    1. Resultados que pretende atingir2. Meios a utilizar3. O que fazer para atingir os resultados4. Reaces aos resultados atingidos5. Relato dos resultados ao escalo superior6. Informaes que tenham importncia para os subordinados

    Feedback e a comunicao do chefe

    O feedback um aspecto fundamental no exerccio da chefia, deve ser dado por ele e deve incentivar os

    subordinados a dar igualmente.

    Sem feedback:

    No se pode melhorar No se pode aperfeioar os subordinados No se pode alterar o rumo aos acontecimentos No se pode saber se a mensagem foi correctamente recebida

    Comunicar formalmente a um subordinado

    O esquema ideal :

    1. Explicar quais os resultados que se pretende e qual o padro de desempenho a seguir

    2. Verificar se foi entendido (pedindo para sumarizar o que foi dito)3. Marcar a si prprio uma data e hora para iniciar follow-up4. Rever resultados e padres desempenho e comunicar ao subordinado como se sente em relao

    a eles

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