utilizaÇÃo de conceitos do cotidiano no ensino da geografia · eles e como fazê-lo nas...
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UTILIZAÇÃO DE CONCEITOS DO COTIDIANO NO ENSINO DA
GEOGRAFIA - UMA EXPERÊNCIA EM SALA DE AULA
Aristeu Rodaczenski1
Wanda Terezinha Pacheco dos Santos2
RESUMO
O aluno, na sua vivência, adquire conhecimentos antes
mesmo de chegar ao ambiente escolar aqui chamados de conceitos
cotidianos. Sua utilização no ensino de geografia é o objeto deste estudo.
Os conceitos cotidianos são criados pelo aluno quando
recebe informações por parte de pessoas ou por meios de comunicação
fora do ambiente escolar. Esse conhecimento deve ser usado pelo
professor no momento da exposição teórica de conteúdos, facilitando
assim a compreensão dos mesmos.
Para utilizar os conceitos cotidianos o professor deve
desenvolver no aluno uma postura participativa e incentiva-lo a socializar
com os colegas suas idéias e experiências.
O resultado obtido com o uso desta metodologia aparece
desde a participação do aluno em sala de aula, como na facilidade de
compreensão, que como conseqüência leva a melhoria das notas nas
avaliações e a diminuição dos índices de repetência.
ABSTRACT
The student in his lifetime acquires knowledge even before
arriving onto the school’s environment, here called quotidian concepts. Its
use in the teaching of Geography is the objective of this study.
1 Autor e professor PDE do município de Rio Azul Estado do Paraná. 2 Orientadora PDE. Graduada em Geografia, Mestre e Doutora em Educação pela
UNICAMP. Docente do Departamento de Geografia da Universidade Estadual do Centro Oeste – UNICENTRO, Campus de Irati-Pr.
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The quotidian concepts are created by the students
whenever they receive information from outsider or outside of
communication from the school’s environment. This kind of knowledge
must be explored by the teacher in the moment of his theoretical
exposition of the class’s content, facilitating the comprehension of with
the latest.
To utilize the quotidian concepts the teacher must develop
in the student a participative posture and motivate him or her to socialize
his ideas and experiences with the classmates.
The results obtained with the use of this methodology
appears from the participation of the student iside the classroom, as also
in the easiness of comprehension, which takes to the improvement in
grades on evaluation and diminishes the rate of students who fails to
complete the academic year.
PALAVRAS CHAVE
Conceitos cotidianos. Metodologia. Saberes pré escolares.
INTRODUÇÃO
Considerando-se a preocupação dos professores de Geografia no
melhor aproveitamento do processo ensino-aprendizagem por parte dos
alunos, este trabalho visa a utilização de conceitos adquiridos fora do
ambiente escolar, através de conhecimentos repassados por familiares,
amigos ou encontrados nos meios de comunicação; ou seja, em seu
cotidiano e em seu espaço de vivência, confrontando-os com conceitos
científicos e associando-os ao dia-a-dia do aluno, facilitando a
compreensão dos conhecimentos.
Esse processo, a nosso ver poderá se desenvolver a partir de uma
prática sócio construtivista, na qual o professor deixa de ser um
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repassador de conteúdos para tornar-se um mediador na formação dos
conhecimentos.
Para tanto, utilizaremos exemplos de atividades com conteúdos
cartográficos, porém, podendo adaptar-se a qualquer conteúdo ou
disciplina do Currículo Escolar.
O trabalho tem como base estudos sobre a construção do
conhecimento e foi realizado em quintas séries de uma escola pública do
município de Rio Azul, no interior do Estado do Paraná, tendo como objeto
de estudo um público bastante diversificado, pois essa escola é a única da
área urbana do município que atende alunos de quinta a oitava série. Por
essa razão atende alunos provenientes de diferentes classes sociais, com
espaços de vivência diferentes e oriundos de diferentes escolas de séries
iniciais, inclusive de classes multisseriadas localizadas na área rural do
município.
CONTEXTUALIZAÇÃO DO TEMA
Para o desenvolvimento da pesquisa buscamos fundamentação
teórica em autores que se dedicam ao estudo de situações semelhantes à
vivenciada no nosso cotidiano, como a apresentada por RESENDE (1994)
que em seu estudo sobre o saber pré-escolar do aluno trabalhador
questiona: Existe um saber geográfico pré-escolar que brota da vivência
prática, social, do espaço? Esse saber é um conjunto de opiniões
equivocadas? Deve ser rejeitado, como feito no ensino da geografia
tradicional?
A autora apresenta uma série de situações nas quais comprova e
existência do conhecimento pré-escolar que é identificado por ela, a partir
dos relatos de vida de alunos. Também comprova que tais saberes não
são somente opiniões equivocadas e sugere a utilização das mesmas na
construção do conhecimento, ou seja, no processo ensino-aprendizagem.
Com isso, a pesquisadora, através da investigação do saber geográfico
pré-escolar do aluno com vistas a seu aproveitamento pelo ensino
sistemático de geografia, e utilizando-se da leitura crítica das histórias de
vida dos alunos, demonstra empiricamente a existência desse saber
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geográfico pré-escolar e seu estreito vínculo com o lugar do aluno no
processo social em produção.
Cavalcanti (2005) apresenta um estudo sobre os processos
envolvidos na construção de conhecimentos geográficos por alunos de 5ª
e 6ª séries do ensino fundamental, considerando as relações possíveis
entre o conhecimento científico da ciência geográfica e os saberes
construídos pelos alunos em situações escolares. O objetivo é o de buscar
nessa análise as aproximações entre os dois tipos de conceitos (científicos
e cotidianos) para verificar em que medida é possível o confronto entre
eles e como fazê-lo nas atividades de ensino de Geografia, ou seja, um
estudo sobre a construção do conhecimento dos alunos relacionando o
conhecimento - chamados de conceitos do cotidiano e os conceitos
científicos. Também sugere uma abordagem sócio-construtivista no
processo ensino e aprendizagem dentro da escola, como referência para
orientar o processo de construção de conceitos geográficos.
Tratando-se do ensino da cartografia, Francischett (2002) mostra as
verdadeiras necessidades do estudo da Cartografia e da Geografia,
convidando os alunos a um envolvimento com a disciplina, bem como
procura resgatar no educando a paixão e a importância dessa disciplina
tão indispensável ao progresso da humanidade.
Nessa mesma linha de pensamento Almeida e Passini (1994, p.15)
tratam da importância do ensino de cartografia resumida na frase inicial
do mesmo que diz: “Vai-se a escola para aprender a ler e contar; e – por
que não? – também para ler mapas”. O trabalho dirigido a professores traz
também uma série de atividades a serem trabalhadas em sala de aula.
Os autores, Castro, Gomes e Correa (2003) na obra “Geografia:
conceitos e temas” reúnem trabalhos que possuem uma forte
preocupação didática na forma de abordagem dos conceitos e dos temas,
procurando sempre traçar os caminhos que sustentam as diferentes
concepções no seu tratamento. O espaço geográfico é analisado em
função das diferentes correntes do pensamento geográfico, apresentando
a partir de sua evolução, os principais debates epistemológicos que os
acompanham.
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CONTEÚDOS ESTRUTURANTES
Conceitos cotidianos são conceitos criados pelo próprio aluno em
relação a um determinado tema. Esses conceitos podem ser formados em
suas experiências diárias, junto com seus familiares ou amigos, ou ainda
através do seu contato com os meios de comunicação como a televisão,
rádio, internet e outros. Tais conceitos nem sempre expressam a
realidade, podendo ser uma opinião sobre o assunto.
Conceitos científicos são conceitos comprovados
epistemologicamente, já publicados por autores e geógrafos e que são
utilizados pelo professor em suas explanações sobre os conteúdos nas
aulas da disciplina de geografia.
MATERIAIS E EQUIPAMENTOS
Tratando-se de uma experiência metodológica, utilizar-se-á de todos
os materiais e equipamentos normalmente usado nas aulas de geografia,
como mapas, atlas, livros didáticos, vídeos, e outros.
PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
As Diretrizes Curriculares de Geografia do Estado do Paraná
prevêem que o ensino de seus conhecimentos específicos faça com que os
alunos sejam capazes de realizar uma leitura crítica de seu cotidiano para
compreensão do mundo atual.
Considerando que o ensino escolar se dá na condição onde o
conhecimento é adquirido pelo aluno, é necessária uma intervenção do
professor que buscará uma relação entre os conhecimentos que pretende
ensinar e a vida, o cotidiano do aluno, objetivando a construção do
conhecimento, através de um processo de ensino e aprendizagem que
faça com que o aluno associe os conteúdos estudados ao seu dia-a-dia e,
assim, compreenda o objetivo do processo.
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Para compreender o processo de formação de conceitos, nas crianças e nos adultos, é preciso partir de um entendimento do processo de construção e reconstrução de conhecimento e de seu conseqüente desenvolvimento intelectual. Na linha psicológica sociointeracionista ou socioconstrutivista, as funções mentais do homem (percepção, memória, pensamento) desenvolvem-se na sua relação com o meio sociocultural, relação essa que é mediada por signos. Assim o pensamento mental, a capacidade de conhecer o mundo e de nele atuar é uma construção social que depende das relações que o homem estabelece com seu meio. Nessa relação o sujeito tem um papel ativo, mas as funções mentais desenvolvem-se na interação do sujeito, em atividade, com o mundo. (CAVALCANTI, 2005, p.139).
A intervenção do professor acontece em todas as etapas do
processo ensino-aprendizagem, no planejamento, na realização e na
avaliação, no entanto a escolha da metodologia é um dos passos mais
importantes e decisivos para que o processo realmente se concretize. O
professor poderá abrir mão de metodologias “tradicionais”, impondo-se
como conhecedor do assunto, ou seja, colocando-se como o agente ativo
do processo ensino-aprendizagem e reduzindo o aluno a um receptor de
conhecimento ou como o agente passivo, negando assim toda a
experiência de vida e os conhecimentos trazidos pelo aluno do seu
cotidiano ou, ao invés disso, o professor pode utilizar esses conhecimentos
para chegar aos conceitos científicos. Para Cavalcanti (2005),
Na perspectiva da Didática Crítico-Social o ensino escolar é o processo de conhecimento do aluno mediado pelo professor. Ensinar é uma intervenção intencional nos processos intelectuais e afetivos do aluno buscando sua relação consciente e ativa de conhecimento. O objetivo maior do ensino, portanto, é a construção do conhecimento mediante o processo de aprendizagem do aluno. A intervenção própria do ato docente diz respeito à articulação de determinados objetivos, conteúdos e métodos que levem em conta as condições concretas em que ocorre o ensino e seus diferentes momentos, planejamento, realização e avaliação, em outros termos a tarefa de intervenção no ensino escolar é basicamente do professor e consiste em dirigir orientar no planejamento, na realização das aulas e das atividades extra-escolares e na avaliação, o processo de conhecimento do aluno com base em determinados propósitos, em conteúdos específicos e em modos adequados para conseguir os propósitos definidos. (p.137).
Para tanto o professor pode se valer de atividades com as quais
possa utilizar os conhecimentos do aluno, chamados por Resende (1994)
de “saberes pré-escolares” e por Cavalcanti (1998) de “conceitos
cotidianos”.
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O professor iniciará uma relação de aproximação com o aluno,
explorando seus saberes que foram adquiridos fora do ambiente escolar,
em casa, através de programas de televisão, internet, pela leitura de
livros, revistas, jornais ou pela transmissão feita por outras pessoas de sua
convivência, pais irmãos, tios, avós, amigos ou mesmo por professores de
das classes iniciais. Muitas vezes estes saberes podem ser um tanto
equivocados, pois podem ser baseados em mitos contados por
antepassados ou baseados em observações de pessoas leigas. No
entanto, na maioria das vezes toda essa observação tem um fundo de
verdade, e é este o caminho para se iniciar um conteúdo valorizando os
conhecimentos dos alunos, os conceitos cotidianos, para através deles se
chegar aos conceitos científicos comprovados por autores da Geografia.
Outro fator muito importante para um bom relacionamento entre
professor e alunos, visando melhor aproveitamento em sala de aula, é a
conquista dos alunos por parte dos professores.
Os alunos de quinta série são ainda crianças e estão vivendo uma
grande mudança no ambiente escolar, que até então era algo mais
próximo, e de repente muda com um professor entrando na sala de aula a
cada cinqüenta minutos.
O professor deve ter uma maior aproximação, pois a conquista na
quinta série será levada sempre e os alunos quando não sentem aversão
ao professor acabam gostando da matéria e obtendo melhores resultados.
Devemos destacar que com a difusão das tecnologias os alunos têm
acesso a informações e, não existe como o professor negá-las ou ignorá-
las.
Utilizaremos como exemplo o ensino de conhecimentos
cartográficos, no entanto, podemos trabalhar com qualquer conteúdo de
qualquer disciplina ou nível de ensino.
Para despertar curiosidade nos alunos para a Cartografia, nada
melhor que o professor chegar à sala de aula com o globo e diversos
mapas diferentes. Mas é necessário deixar os alunos manuseá-los,
deixando-os se aproximar, mesmo que para isso pareça que sua sala não
esteja organizada, pois apenas olhando a distância, de suas carteiras, não
fará sentido. Dessa forma, o mapa passa a ser somente uma figura
colorida exposta na sala de aula.
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Ao manuseá-lo, o aluno identificará nomes de lugares dos quais
ouviu falar e isso trará o mapa para sua realidade. Assim já começa a criar
noções de localização e de distância que poderão ser usadas como
conceitos cotidianos quando se tratar do assunto.
Este momento de empolgação é propício para fazê-los entrar em
contato com conceitos de mapas, espaço, lugar, dentre outros.
Em relação aos conceitos científicos que apresentaremos aos alunos
devemos ter cuidado para não associá-los, pois podemos estar tirando o
sentido dos mesmos. Por exemplo, o conceito de espaço pode às vezes
estar associado somente a uma referência, como nos mostra Corrêa
(2003).
A expressão espaço geográfico ou simplesmente espaço, por outro lado, aparece como vaga, ora estando associada a uma porção específica da superfície da Terra identificada seja pela natureza, seja por um modo particular como o homem ali imprimiu as suas marcas seja com referência à simples localização. Adicionalmente a palavra espaço tem o seu uso associado indiscriminadamente a diferentes escalas, global, continental, regional, da cidade, do bairro, da rua, da casa e de um cômodo em seu interior. (p.15)
A execução de tal atividade abrirá espaço para se trabalhar com
outros conteúdos da disciplina de Geografia como: tipos de mapas,
símbolos, paisagens, territórios e espaço de vivência.
Antes de seguir com novos conceitos, é sugerida a abordagem ao
espaço de vivência dos alunos, podendo utilizar-se de atividades práticas
como a construção pelo aluno de um desenho, que podemos chamar de
mapa para representar a sala de aula, a sua casa, seu quarto ou o
caminho que percorre para chegar da sua casa até a escola. Através deste
desenho o professor terá em suas mãos um instrumento para avaliar não
só o aluno como também a sua própria prática, pois poderá observar a
compreensão dos conceitos que foram ensinados, verificando assim a
necessidade de uma retomada em algum ponto que possa ter ficado vago
no conteúdo.
Muitas vezes o professor se pergunta se é possível trabalhar de
forma diferenciada com os alunos, buscando atividades nas quais haja
maior participação e se isso não atrapalha o andamento do programa e
dos conteúdos previstos para a série. Uma proposta de abordagem de
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conceitos cotidianos pode, às vezes utilizar um tempo maior em alguns
conteúdos, porém, com a participação da classe, na maioria das vezes não
é necessária a retomada do assunto, pois as dúvidas vão sendo sanadas.
Uma atividade como o desenho do caminho de casa até a escola
pode ainda ser trocada entre os alunos da classe para que o colega o
explique. Tal atividade além de mostrar a compreensão da matéria servirá
como socialização entre a classe.
Existem ainda inúmeras outras atividades citadas por vários autores
como: Francischett, Cavalcanti, Almeida e Passini, Correia, Castro e
Gomes, Resende, entre outros, com as quais o professor pode buscar com
os alunos uma interação, trazendo seus conhecimentos para a sala de
aula e, através destes, se chegar aos conteúdos do Currículo Escolar.
Porém, é necessário o domínio total dos conteúdos a serem
abordados por parte do professor, pois deverá sempre conter a
empolgação dos alunos, visto que se corre o risco de desviar-se do tema.
No entanto, uma intervenção brusca pode reprimir o aluno fazendo com
que este não se sinta à vontade para participar de outras discussões.
Ainda haverá momentos em que a conversa levará a temas mais
aprofundados, devendo o professor esclarecer todas as dúvidas para que
não fique a impressão de que ele não tem conhecimento do assunto. Para
Cavalcanti (2005)
A referência inicial para a análise anunciada neste tópico é o de que o ensino visa à aprendizagem ativa dos alunos, atribuindo-se grande importância a saberes, experiências, significados que os alunos já trazem para sala de aula incluindo, obviamente os conceitos cotidianos. Para alem desta primeira consideração o processo de ensino busca o desenvolvimento, por parte dos alunos, de determinadas capacidades cognitivas e operativas, através da formação de conceitos sobre a matéria estudada. Para tanto, requer-se o domínio de conceitos específicos dessa matéria e de sua linguagem própria.
É importante que sempre ao final das discussões prevaleça o
conceito científico como o mais correto, pois ao contrário pode desvirtuar-
se o processo de aprendizagem.
Além do uso de conceitos cotidianos podem ser utilizadas atividades
práticas que facilitarão a compreensão dos alunos.
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ATIVIDADES PRÁTICAS
Quando um aluno inicia as atividades escolares, tem-se como
objetivo que ele ao completar o ciclo de estudos, tenha desenvolvido as
mais variadas habilidades para que durante toda sua vida possa usufruir
de seus conhecimentos em prol do próprio bem estar, bem comum a todos
que o rodeiam.
Entre essas habilidades estão os conhecimentos dos vários tipos de
comunicação, nas várias formas de codificação que existem, como por
exemplo, a fala e a escrita. Também os conhecimentos matemáticos como
a efetuação das operações, bem como os conhecimentos de todas as
ciências naturais ou humanas, acumulados desde os primórdios da
humanidade. Esses conhecimentos científicos precisam de alguma forma
chegar ao entendimento dos alunos. Muitas vezes eles não têm
conhecimento nenhum sobre os mesmos, por isso não podem formar
conceitos cotidianos. É necessário que o professor utilize atividades
práticas que poderão propiciar o entendimento.
APLICAÇÃO EM SALA DE AULA
Para se trabalhar com alunos da 5ª série, torna-se necessária uma
adaptação do ambiente, já que os alunos inicialmente sentem-se
constrangidos em expressar suas idéias. Por isso, o professor deve
conquistá-los deixando-os livres para se expressar e nunca lhe
respondendo que sua participação ou idéia está errada (mesmo que
esteja), pois isso pode inibi-los e ele não participará em outras ocasiões,
como também inibirá seus colegas que não participarão com suas idéias
por medo de errar.
Durante o trabalho com os alunos o professor deve observar os que
menos participam e incentivá-los para que superem sua timidez .
A aplicação do projeto de Utilização de Conceitos Cotidianos no
Ensino de Geografia foi realizada em quatro quintas séries do Ensino
Fundamental da Escola Estadual Dr. Chafic Cury, uma escola pública,no
município de Rio Azul no período entre fevereiro e julho de 2008, sendo
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duas turmas no período da manhã e duas no período da tarde e envolveu
uma totalidade de 129 alunos de diferentes classes sociais e que tiveram
as séries iniciais do ensino fundamental em diversas escolas urbanas e
rurais, inclusive em turmas multisseriadas.
Durante o período em que foram realizados os trabalhos, utilizamos
uma nova postura em sala de aula, explorando os saberes dos alunos,
proporcionando um debate a cada aula onde os alunos inicialmente eram
quase forçados a participar, pois muitos não traziam esse costume, fato
que com o passar do tempo mudou, visto que com a adaptação a escola e
ao trabalho todos passaram a participar espontaneamente.
O uso da metodologia não se encerra ao final do período citado.
Os alunos acostumados com o tipo de aula continuaram com a
participação da mesma forma. No mês de julho de 2008 encerrou-se
apenas o período de observação.
RESULTADOS ALCANÇADOS
Os maiores resultados do trabalho, após seu desenvolvimento e a
observação em sala de aula estão relacionados à participação dos alunos
que estarão sempre interessados em discutir e dar suas opiniões nos mais
variados assuntos, também o desenvolvimento do senso crítico ajudando
na formação de cidadãos, tarefa essencial da escola de modo geral.
A experiência mostrou uma melhoria significativa na aprendizagem
dos alunos e conseqüentemente em suas notas bimestrais.
Os alunos quando questionados sobre sua aprendizagem nas aulas
de geografia, colocaram essa como uma disciplina fácil, em que já sabiam
um pouco do assunto estudado. Embora participando de uma metodologia
diferenciada, os alunos sempre durante as aulas participaram e
questionaram o porque de se estarmos trabalhando um pouco diferente
em geografia das demais disciplinas.
Durante as aulas foram ouvidos alguns depoimentos de alunos sobre
o desenvolvimento delas. Uma aluna bastante participativa assim se
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manifestou: “... parece que tudo é fácil, parece que a gente já sabia
isso...” . Essa fala comprova a idéia de Resende( 1994) sobre os saberes
pré-escolares, que não existem somente nos alunos trabalhadores
pesquisados pela autora, mas também em alunos em idade escolar. Esses
saberes são adquiridos pelos alunos, nos meios de comunicação com os
quais eles sempre estão em contato, bem como nas aulas das séries
iniciais, no seu cotidiano e por dedução.
Outro aluno em seu depoimento descreve uma situação até
inesperada pelo professor : “... com os colegas falando fica mais fácil
entender porque eles falam palavras mais fáceis, mais conhecidas...”. Isso
demonstra que a utilização dessa metodologia possibilita atingir todos os
alunos, o que muitas vezes o professor acha ter conseguido após uma
explicação da teoria e, no entanto na avaliação acaba decepcionado com
o resultado.
Existem ainda outros casos em que o conhecimento do aluno não é
correto e que essa é a oportunidade de corrigir. Quando questionados
sobre o que é uma paisagem, os alunos responderam “... uma foto de um
lugar bonito... praias com coqueiros... um jardim com muitas flores... Essas
idéias foram colocadas nos alunos, pois sempre ouviam todos se referirem
a tais fotos como paisagem e nunca tinham observado fotos de lixões,
favelas, etc.
Também em determinado momento observamos o depoimento de
um aluno: “... sempre pensava como era difícil para se localizar em um
lugar estranho, pois se o norte era para frente sempre estaria andando
para o norte. Só agora entendi que não é assim.” A informação passada ao
aluno não era correta, houve uma falha quando lhe foi ensinado tal
conteúdo. Porém, os professores das séries iniciais não podem ser
culpados por isso, pois na maioria das vezes em sua formação como
professor não aprendeu tais conteúdos de geografia.
Outro fato de grande importância a ser considerado foi a melhoria
nas notas dos alunos durante os bimestres de aplicação do projeto. Neste
período, nas séries onde foi aplicada a metodologia do uso de conceitos
cotidianos no ensino de geografia, verificamos que todos os alunos
tiveram notas acima da média, sendo a maioria bem próximo a nota
máxima, fato que não ocorreu em outras séries.
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A metodologia também foi sugerida para outras disciplinas desta
escola e para outros professores de outras cidades que participaram do
GTR, um grupo de 12 professores. GTR Foi um curso oferecido pela SEED,
via On-Line do qual tivemos a participação como tutor das atividades aos
mesmos ofertadas. As respostas dos professores foram sempre de
otimismo: “...os alunos participaram mais nas aulas.” Outro professor
comentou que após a experiência mudou sua forma de trabalho: “... eu
até perguntava aos alunos se eles sabiam algo sobre o assunto, mas
depois de ouvir suas respostas, apenas explicava a matéria do meu jeito.”
Isso quer dizer que muitas vezes os professores até já conheciam os
conceitos cotidianos, porém não encontravam meios de utilizá-los.
CONCLUSÃO
Entendemos que o uso dessa metodologia proporciona ao professor
uma oportunidade de rever sua forma de trabalho, podendo modificar
suas ações para melhoria do processo ensino-aprendizagem e auxiliar os
alunos em seus desempenhos de aprendizagem e, conseqüentemente em
suas notas.
A seguir apresentamos algumas atividades práticas que os
professores podem utilizar:
Atividade 1 - Trabalhando os Paralelos
Existe uma grande dificuldade em fazer o aluno compreender como
foram traçados os paralelos e porque aquelas linhas estão dispostas
daquela maneira.
Uma forma de se ensinar esse conteúdo com maior facilidade e
melhorar a aprendizagem é utilizando uma metodologia alternativa, para
que o aluno consiga sanar suas dúvidas e assim compreender o proposto.
Para isso o professor necessitará de alguns materiais específicos.
São os seguintes:
1 bola de isopor ( mais ou menos 30 cm de diâmetro)
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Transferidor
Estilete
Canetas hidrográficas
O trabalho desenvolve-se da seguinte maneira:
Corta-se uma bola de isopor ao meio, dividindo-a em duas partes
iguais, como se a tivesse cortado na linha do Equador.
Usando uma das metades, recorta-se um quarto da mesma.
Coloca-se o transferidor no local recortado de modo que a marca 0º
fique na parte de baixo, onde se localiza a linha do Equador e que a marca
de 90º fique localizada no extremo da bola, onde se localiza o pólo.
Em seguida, com a caneta hidrográfica, marcam-se as posições dos
graus de 1 a 90. Assim, a cada grau marcado teremos o local por onde
passa um paralelo.
Convém salientar aos alunos que os paralelos fazem o contorno
completo ao redor do planeta, sempre mantendo a mesma distância entre
si, e que devido a circunferência da Terra cada paralelo terá tamanho
diferente de sua circunferência, ou seja, quanto maior a denominação em
graus do paralelo, menor será o tamanho de sua circunferência.
Sugere-se que tal trabalho seja desenvolvido de forma
interdisciplinar com a Matemática, matéria na qual são estudados os
conteúdos referentes a ângulos e geometria.
Atividade 2 - Trabalhando os meridianos
Para melhor entendimento desse conteúdo o professor pode
também utilizar uma metodologia alternativa que poderá facilitar a
compreensão do aluno.
Para tal metodologia serão necessários os seguintes materiais:
1 bola de isopor média
Estilete
Canetas Hidrográficas
Transferidor de 360º graus
O trabalho se desenvolverá da seguinte forma:
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Inicialmente corta-se a bola de isopor em duas partes iguais. Uma
das metades coloca-se com a parte cortada para baixo, para localizar o
pólo, ou seja, medindo-se o meio da metade da bola localiza-se o pólo.
Em seguida, vira-se a metade colocando o transferidor sobre a parte
cortada.
Como a bola também é uma circunferência ela terá 360º. Assim
deve-se marcar na bola o ponto onde o transferidor indica 0º que para o
educando será a localização do Meridiano de Greenwich. A partir deste,
serão marcados 180º graus para um lado e em seguida, mais 180º graus
para o outro lado.
Unem-se as duas partes da bola novamente e traçam-se linhas sobre
os pontos marcados fazendo com que todas iniciem e acabem juntas no
mesmo lugar, ou seja, nos pólos da bola.
Salienta-se aos alunos que dessa forma são traçados os meridianos,
sendo 180 a leste e 180 a oeste do Meridiano de Greenwich, e que seu
desenho sobre a esfera dará a impressão de gomos de laranja, sendo mais
largos ou mais distantes uns dos outros próximos a linha do Equador e
todos iniciam ou acabam juntos nos pólos.
Também esse trabalho pode ser desenvolvido de maneira
interdisciplinar com a Matemática.
Atividade 3 - Trabalhando as Coordenadas Geográficas
Para melhor compreensão das coordenadas geográficas poderá ser
utilizada uma brincadeira chamada batalha naval.
Para tal brincadeira utiliza-se:
Papel quadriculado
Lápis ou caneta
Numa folha de papel quadriculado estabelecem-se as margens de
latitude e longitude, sendo 36 quadrinhos para longitude no sentido leste –
oeste e 18 quadrinhos para latitude no sentido norte – sul.
Traça-se o Meridiano de Greenwich marcando o meio da longitude,
ou seja, ficando 18 quadrinhos para leste e 18 para oeste da mesma.
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Prossegue-se da mesma forma traçando a Linha do Equador para a
latitude ficando nove quadrinhos ao norte e nove ao sul desta.
Enumeram-se as linhas nas margens do quadriculado, sendo o
Meridiano de Greenwich 0º e a cada linha da direita e da esquerda dá-se
números de 10º em 10º graus, sendo: ... 30º, 20º, 10º, 0º, 10º, 20º, 30º ...
Também se enumera no sentido norte – sul, ficando a linha do
Equador com a denominação 0º e as linhas ao norte e ao sul com
numerações de 10º em 10º graus até 90.
Estando prontas as folhas, inicia-se a brincadeira, sendo jogada por
dois alunos ou dois grupos.
Cada aluno ou grupo marcará no seu papel pontos sobre as linhas do
quadriculado que simbolizarão sua frota imaginária, sem que seu
adversário saiba da localização (o número de pontos será de acordo
comum entre os jogadores).
Depois de marcados os pontos, dá-se início a batalha com um
jogador dizendo uma suposta coordenada ao adversário que responderá
se o mesmo atingiu ou não um navio de sua frota, em seguida é a vez do
adversário.
O jogo termina quando um dos jogadores acertar todos os navios do
outro.
Atividade 4 - Trabalhando noções de localização
É muito importante que o aluno saiba se localizar dentro de seu
espaço de vivência, para que compreenda as atividades cartográficas.
Uma atividade que poderá auxiliarr muito o aluno na percepção do
seu espaço de vivência é desenhar o caminho percorrido por ele de sua
casa até a escola.
Para tal atividade o professor deve orientar a classe, pedindo que
antes de começarem o desenho percorram o trajeto mentalmente,
procurando gravar os pontos de referência, como igrejas, praças, lojas,
supermercados e outros, pelos quais cada um passa quando está a
caminho da escola.
O passo seguinte é pedir para que em uma folha de papel desenhem
o caminho saindo de sua casa até a chegada na escola.
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O desenho da maioria poderá sair de forma desproporcional. O
professor deve utilizar-se dessa atividade para mostrar aos alunos que os
tamanhos de prédios, ruas e casas ali representados devem obedecer a
certa proporção, assim, o desenho terá um aspecto melhor.
Também pode ser observada neste desenho a noção que eles têm
de localização, levando-se em conta as direções e a localização de sua
casa em relação à escola.
O trabalho poderá também ter um momento de
interdisciplinaridade, em conjunto com Língua Portuguesa, podendo-se
solicitar ao aluno uma produção textual, na qual, ele irá descrever o seu
caminho de casa até a escola marcando horário de sua saída de casa, as
ruas por onde passa, os pontos de referência, a chegada na escola, se
utiliza algum meio de transporte, se vai acompanhado por irmãos ou
colegas, entre outros.
Este trabalho servirá de base para o estudo da Cartografia.
Atividade 5 - Trabalhando a legenda
Ao trabalhar-se com mapas, tal atividade é muito facilitada quando
se compreende a legenda, e assim, pode-se ter a idéia de tudo que o
mapa pode representar.
As convenções são os símbolos e cores encontrados nas legendas.
Para que o aluno possa compreender a legenda, a melhor forma de
proceder, é fazê-lo criar sua própria legenda.
Assim, após o professor ter explicado o significado e a utilidade da
legenda, uma boa maneira de se trabalhar é utilizando o desenho que ele
fez do seu caminho de casa até a escola, solicitando que desenhe
novamente, substituindo os pontos de referência por símbolos por ele
criados e ainda que faça uma legenda que explique o significado dos
símbolos.
Dessa forma, fazendo o trabalho de codificador, isto é, produzindo
uma legenda, o aluno estará aprendendo a ser um decodificador, a
entender as legendas dos mapas elaborados.
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Atividade 6 - Trabalhando a escala
O aluno deve saber que o desenho de um mapa ou planta deve ser
proporcional ao real e isso se consegue utilizando a escala em seus
desenhos.
Uma maneira prática de se compreender o que é a escala, poderá
facilitar a aprendizagem do aluno.
Para essa atividade utiliza-se o seguinte material:
Barbante
Papel sulfite
Tesoura
Régua
Lápis ou caneta
Nessa atividade pode-se representar a sala de aula no papel sulfite
utilizando uma escala.
Para começar o desenho estica-se o barbante em uma das paredes,
de preferência a maior da sala de aula, cortando o mesmo no
comprimento exato da parede, obtendo-se assim, o tamanho real.
Como a folha de papel sulfite é bem menor, precisa-se de uma
medida que caiba dentro da folha. Para isso dobra-se o barbante ao meio
e ao meio novamente, até que o comprimento das dobras caiba na folha
de papel.
Mede-se o comprimento das dobras do barbante que será o
comprimento do traçado do desenho, e o número das dobras será a
escala.
Por exemplo, uma parede com 8 metros de comprimento terá o
barbante dobrado em 32 partes com 25 centímetros cada. Então, a
medida do desenho será de 25 centímetros e a escala será de 1:32 (um
por trinta e dois), isto é, cada centímetro no desenho equivale a trinta e
dois centímetros na área real. E assim, todas as outras medidas da sala
deverão obedecer à mesma escala.
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Atividade 7 - Trabalhando com maquete
A maquete servirá de base para se explorar a relação dos alunos
com seu espaço de vivência, no caso a sala de aula, sua representação, a
disposição de objetos, carteiras, cadeiras, mesa do professor, e outros. A
localização de portas e janelas e do quadro negro, a localização do lugar
ocupado por cada um dos alunos e ainda as noções de espaço, como:
frente, atrás, direita, esquerda, em cima, etc.
Para essa atividade serão necessários:
Caixas de papelão que se assemelhem ao formato da sala de aula
Caixas de fósforo
Caixas de remédio
Tesoura
Estilete
Tinta
Cola
Barbante
Os alunos deverão observar o interior da sala de aula, a disposição
das carteiras e da mesa do professor, a localização do quadro, janelas,
porta e de outros objetos que se encontrem dentro da sala de aula.
O próximo passo é recortar as portas e janelas, cuidando para que
as mesmas fiquem posicionadas representando a realidade.
Pinta-se o quadro e as caixas de fósforos com cores que pareçam
com as cores reais do quadro e das carteiras.
Em seguida, se faz a montagem da maquete. É importante que o
professor conduza os alunos a observarem a localização exata dos objetos
e do mobiliário para que a maquete seja montada reproduzindo a
realidade.
Depois de pronta, o professor pode explorar os deslocamentos dos
alunos dentro da sala na maquete, para que tenham consciência do
espaço que percorrem.
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Atividade 8 - Trabalhando a planta baixa
Após o trabalho com a maquete, o professor pode utilizar-se da
mesma explicação para outro material cartográfico, a planta baixa.
Para isso utilizará os seguintes materiais:
Uma maquete
Papel vegetal
Canetas hidrográficas
Cola-se o papel vegetal na parte de cima, ou seja, na parte aberta
da maquete e com as canetas hidrográficas desenham-se todos os objetos
existentes e o seu contorno com janelas, porta, etc.
Assim, quando retirado o papel vegetal, ele estará demonstrando a
planta baixa da sala de aula.
Podem-se utilizar canetas de diferentes cores para desenhar os
diferentes objetos e ainda confeccionar uma legenda explicando o que
cada cor significa.
Para finalizar, sugere-se o uso de tecnologias, pois com a expansão
das redes de comunicação, principalmente da rede de computadores é
comum os alunos encontrarem conteúdos referentes à matéria estudada.
Hoje é essencial que o professor tenha conhecimentos de
informática para que possa interar-se de novas descobertas e aprofundar-
se em seus conhecimentos, embora isso não faça parte da formação da
grande maioria dos professores em exercício.
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PROPOSTA DE AVALIAÇÃO
A avaliação deve ser diagnóstica e contínua e para isso o professor
deve levar em conta a compreensão dos conteúdos por parte dos alunos,
acompanhando diariamente as atividades e tarefas executadas pelos
mesmos, para que tenha possibilidade de interferir ou de retomar os
assuntos quando necessário. Nunca resumir a avaliação a um único tipo
(como prova, por exemplo) e procurar avaliar o aluno o maior número de
vezes possíveis a cada conteúdo que se finde.
O trabalho desenvolvido na escola, bem como o trabalho com os
professores participantes do GTR, alcançaram o objetivo almejado, pois
facilitaram a compreensão dos conteúdos de Geografia, possibilitando
melhoria significativa nas notas dos alunos, e consequentemente a
aprovação destes.
SUGESTÃO DE LEITURA
A leitura do livro Geografia, Escola e Construção de Conhecimentos
de Lana de Souza Cavalcanti contribuirá para a reflexão dos professores
sobre o trabalho pedagógico, mostrando a possibilidade de mudanças na
metodologia de ensino, dando uma outra visão sobre o ensino da
Geografia.
O artigo, O Saber do Aluno e o Ensino de Geografia de Márcia M. S.
Resende publicado no livro Geografia e Ensino Textos Críticos, destaca o
resultado de uma pesquisa que procura descobrir os conhecimentos que o
aluno traz de sua vida adquiridos com a própria experiência.
Esses livros fazem parte da Biblioteca do Professor e são
encontrados em todas as escolas da Rede Pública do Estado do Paraná.
Ainda como sugestão de leitura o livro Pedagogia da Autonomia de
Paulo Freire sugere uma auto-avaliação aos professores quanto à sua
metodologia.
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REFERÊNCIAS
ALMEIDA, R. D., PASSINI, E.Y. O Espaço Geográfico: ensino e representação. 5.ed. São Paulo: Contexto, 1994.
CASTRO. Iná Elias, GOMES, Paulo César da Costa, CORRÊA, Roberto Lobato. Geografia: conceitos e temas. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2003.
CAVALCANTI, Lana de Souza. Geografia, escola e construção de conhecimentos. 8.ed. Campinas, SP: Papirus, 1998.
FRANCISCHETT, M.N. A cartografia no ensino da geografia. Rio de Janeiro, Litteris, 2002.
PARANÁ. Secretaria de Estado da Educação – SEED. Programa de Desenvolvimento Educacional – PDE: Documento – síntese. Curitiba. 2007.
RESENDE, Márcia Spyer. A geografia do aluno trabalhador caminhos para uma prática de ensino. São Paulo, Loyola, 1986.
VESENTINI, José William (org.). Geografia e ensino: textos críticos. 3.ed. Campinas, SP: Papirus, 1994.
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