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UNIVERSIDADE CRUZEIRO DO SUL CELSO JOSÉ MACEDO DE CARVALHO USOS DE MEMBRANAS NA REGENERAÇÃO ÓSSEA GUIADA São Paulo-SP 2017

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Page 1: USOS DE MEMBRANAS NA REGENERAÇÃO ÓSSEA GUIADA … · maior a deformação aplicada, maior a ativação dos osteoblastos. Consequentemente, os ossos se tornam mais resistentes

UNIVERSIDADE CRUZEIRO DO SUL

CELSO JOSÉ MACEDO DE CARVALHO

USOS DE MEMBRANAS NA REGENERAÇÃO ÓSSEA

GUIADA

São Paulo-SP

2017

Page 2: USOS DE MEMBRANAS NA REGENERAÇÃO ÓSSEA GUIADA … · maior a deformação aplicada, maior a ativação dos osteoblastos. Consequentemente, os ossos se tornam mais resistentes

UNIVERSIDADE CRUZEIRO DO SUL

CELSO JOSÉ MACEDO DE CARVALHO

USOS DE MEMBRANAS NA REGENERAÇÃO ÓSSEA

GUIADA

Monografia apresentada ao Curso de

Especialização em Implantodontia da

Universidade Cruzeiro do Sul - Unidade

EAP Central – São Paulo – SP como parte

dos requisitos para obtenção do título de

Especialista.

Área de Concentração: Implantodontia.

Orientador: Maurício Rossato dos Santos.

São Paulo-SP

2017

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CXXXu Carvalho, Celso José Macedo de.

Usos de membranas na regeneração óssea guiada/Celso José Macedo de Carvalho. - São Paulo, 2017.

54 p. Monografia (Especialização) – Escola de Aperfeiçoamento Profissional da

Associação Paulista de Cirurgiões Dentistas – Implantodontia

Orientador: Maurício Rossato dos Santos 1. Implantodontia. 2. Membranas na regeneração óssea guiada 3.

Menbrana de regeneração óssea. 4. Implante. I.Santos, Maurício Rossato dos.II. Associação Paulista de Cirurgiões Dentistas. III. Título.

617.693 D74

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CELSO JOSÉ MACEDO DE CARVALHO

USOS DE MEMBRANAS NA REGENERAÇÃO ÓSSEA

GUIADA

Data: 25 de Maio de 2017.

Resultado:

BANCA EXAMINADORA

Prof. Maurício Rossato dos Santos UNICSUL

Assinatura________________________________

Profa. Adriana Zerbinatti Vedovello UNICSUL

Assinatura________________________________

Prof. Alexandre De Fazio UNICSUL

Assinatura________________________________

Monografia apresentada ao Curso de

Especialização em Implantodontia da

Universidade Cruzeiro do Sul - Unidade

EAP Central – São Paulo – SP como parte

dos requisitos para obtenção do título de

Especialista.

Área de Concentração: Implantodontia.

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“As pessoas boas merecem nosso

amor, as más precisam dele”

Madre Teresa De Calcutá

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AGRADECIMENTOS

Aos Professores Doutores do Curso de Especialização em Implantodontia da

Universidade Cruzeiro do Sul - Unidade EAP Central – São Paulo – SP

Profa. Dra. Adriana ZerbinattiVedovello

Prof. Dr. Alexandre De Fazio

Prof. Dr. César Augusto Primo Maistro

Prof. Dr. Eduardo Mukai

Prof. Dr. Josuel Siqueira Azaria

Profa. Dra. Leticia Nogueiro

Profa. Dra. Lilian Alves

Prof. Dr. Marcio Martins

Prof. Dr. Mauricio Rossato dos Santos

Prof. Dr. Osmar Henrique

Prof. Dr. Osvaldo Franco Domingues Neto

Profa. Dra. Sueli Mukai

Agradecimentos especiais: Prof. Dr. Munir Salomão.

“Agradeço a Deus o dom supremo da vida”

E à toda proteção espiritual que dele emana.

Aos mestres, assistentes, funcionários e a Instituição centenária A.P.C.D.

Meus sinceros agradecimentos pelo apoio e direcionamento

À toda minha família com todo meu amor.

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CARVALHO, Celso José Macedo de. Usos de membranas na regeneração óssea guiada. 2017. 54 f. (Monografia de Especialização). Curso de Especialização em Implantodontia, Universidade Cruzeiro do Sul - UNICSUL, São Paulo, 2017.Unidade EAP Central

RESUMO

O tecido ósseo ou tecido conjuntivo especializado tem potencial de reconstruir

sua estrutura original quando em condições estáveis, sendo esse osso formado

direta ou primariamente, necessitando que haja oferta sanguínea (perfusão

sanguínea) e base solida para que a deposição óssea seja mantida de forma

apropriada. A regeneração óssea guiada origina-se na criação de um espaço

segregado para a invasão de vasos sanguíneos e células osteoprogenitoras,

assegurando a reparação óssea contra o crescimento de tecidos não osteogênico

que possuem velocidade de crescimento superior às células osteogênicas. As

membranas ou barreiras devem possuir fatores que conduzam especificações

biológicas, mecânicas e de uso clínico para servirem de bloqueio contra a invasão

tecidos indesejáveis. A aplicação simultânea de membranas em tratamentos de

defeitos ósseos alveolares possibilita neoformação óssea com prognóstico seguro. O

uso de barreira de membranas como uma ferramenta para as técnicas de enxerto

ósseo facilita a previsibilidade nas reconstruções ósseas peri-implantares e

alveolares. Obtém-se grande sucesso e prognóstico favorável quando se utiliza a

membrana na Regeneração Ósseo Guiada (R.O.G) de forma adequada seguindo o

seu protocolo básico como barreiras físicas passivas.

Palavras-Chave: 1.Implantes 2.Membranas na regeneração óssea guiada.

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CARVALHO, Celso José Macedo de. Uses of membranes in guided bone regeneration. 2017. 54 f. (Specialization Monograph). Specialization Course in Implantology, Universidade Cruzeiro do Sul - UNICSUL, São Paulo, 2017.Unidade EAP Central

ABSTRACT

Bone tissue or specialized connective tissue has the potential to rebuild its

original structure when under stable conditions, this bone being formed directly or

primarily, necessitating a supply of blood (blood perfusion) and a solid base so that

bone deposition is properly maintained. Guided bone regeneration results in the

creation of a segregated space for the invasion of blood vessels and osteoprogenitor

cells, ensuring bone repair against the growth of non-osteogenic tissues that have a

higher growth rate than osteogenic cells. Membranes or barriers must have factors

that lead to biological, mechanical, and clinical use specifications to serve as a block

against invasion of unwanted tissues. The simultaneous application of membranes in

treatments of alveolar bone defects allows bone neoformation with a safe prognosis.

The use of membrane barrier as a tool for bone grafting techniques facilitates

predictability in peri-implant and alveolar bone reconstructions. Great success and

favorable prognosis are obtained when using the membrane in Guided Bone

Regeneration R.O.G in an appropriate way following its basic protocol as passive

physical barriers.

Keywords: 1.Implant. 2.Membranes in guided bone regeneration.

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1a - Corte grosso que ilustra um osso seco ................................................. 15

Figura 1b - Corte histológico de osso esponjoso com sua distribuição irregular de

fibras colágenas .................................................................................... 15

Figura 2 - Esquema de Ossificação ......................................................................... 17

Figura 3 - Esquema de Ossificação Intramembranosa 3D ...................................... 19

Figura 4a - Membrana de Alumina .......................................................................... 27

Figura 4b - Membrana de Alumina – Enfoque cirúrgico ........................................... 27

Figura 5 - Membrana de PTFE-e BoneHeal ............................................................ 28

Figura 6 - Gen Derm ............................................................................................... 32

Figura 7 - Gen Derm Flex ........................................................................................ 32

Figura 8 - Membrana absorvível Pratix .................................................................... 33

Figura 9 - Bio Gide®................................................................................................ 33

Figura 10 - Bio Gide Perio® .................................................................................... 34

Figura 11 - GeistlichMucograft®. ............................................................................. 34

Figura 12 - Uso do BoneHeal prévio a Implantodontia. ........................................... 35

Figura 13a - Enxerto posterior com barreira de Malha de titânio e enxerto anterior

com ácido polilático mais membrana de colágeno................................. 36

Figura 13b - Cicatrização com exposição de Malha de titânio ................................. 37

Figura 13c - Aspectos pós retirada de malha de titânio e colocação de implantes em

ossos neoformados ............................................................................... 37

Figura 14a - Perfurações na cortical óssea. ............................................................ 38

Figura 14b - Inserção do Bonefill............................................................................. 38

Figura 14c - Colocação da barreira ......................................................................... 39

Figura 14d - Formação óssea adequada ................................................................. 40

Figura 15a - Técnica cirúrgica exodontia atraumática. ............................................ 42

Figura 15b – Bolsa subperiosteal criada com um pequeno descolador periosteal ou

uma cureta .......................................................................................... 42

Figura 15c - Enxerto ósseo particulado colocado no alvéolo com uma cureta ........ 42

Figura 15d - Membrana PTFE-d cortada e colocada ............................................... 43

Figura 15e - Membrana estabilizada com uma sutura cruzada. .............................. 43

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Figura 15f - Membrana removida ............................................................................ 44

Figura 15g - Matriz óssea altamente vascular densa .............................................. 44

Figura 16a - Confecção do retalho e elevação do retalho ....................................... 45

Figura 16b – Aplainamento superficial radicular e tratamento químico da raiz ........ 45

Figura 16c - Adaptação da membrana e estabilização cirúrgica. ............................ 46

Figura 17a - Deiscência Óssea no implante ............................................................ 47

Figura 17b - Preenchimento do defeito com o BioOss ............................................ 47

Figura 17c - Técnica de cobertura com a membrana Bio-Gide ............................... 47

Figura 17d -Técnica de formação de osso novo para integração do implante ......... 47

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LISTA DE ABREVIATURAS

AAP Alumina Anódica Porosa

DFA DifenilFosforilAzida

Família BMP Proteína Óssea Morfogenética

FGF Fator de Crescimento de Fibroblasto

GF Fatores de Crescimento

IGF Crescimento Semelhante À Insulina

JCE Junção Cemento/Esmalte

MA Membranas Absorvíveis

MNA Membranas Não Absorvíveis

NM Nanômetros

NPP Nucleosídio Trifosfato Difosfohidrose

PDGF Fator de Crescimento Derivado de Plaquetas

PGA Ácido Poliglicólico

PLA Ácido Polilático

PP Barreira de Polipropileno

PTFE Politetrafluoretileno

PTFE-d Politetrafluretileno-Denso

PTFE-e Politetrafluoretileno-Expandido

R.O.G Regeneração Ósseo Guiada

RTG Regeneração Tecidual Guiada

TGFb Indutores na Formação Heterotópica

TNAP Fosfatagem alcalina

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ............................................................................................ 12

2 PROPOSIÇÃO ............................................................................................ 14

3 REVISÃO DE LITERATURA ....................................................................... 15

3.1 Fisiologia Óssea ........................................................................................ 15

3.2 Componentes Ósseos ............................................................................... 16

3.2.1 Osteoblastos ............................................................................................... 16

3.2.2 Osteócitos ................................................................................................... 16

3.2.3 Osteoclastos ................................................................................................ 16

3.2.4 Matriz Óssea ............................................................................................... 17

3.2.5 Fibras de Sharpey ....................................................................................... 17

3.2.6 Canal de Volkmann ..................................................................................... 18

3.2.7 Canal de Havers .......................................................................................... 18

3.2.8 Periósteo ..................................................................................................... 18

3.2.9 Endósseo .................................................................................................... 19

3.3 Regeneração Óssea .................................................................................. 19

3.3.1 Reparação do Tecido Ósseo ....................................................................... 19

3.3.2 Formação de tecido ósseo .......................................................................... 21

3.3.3 Ativação da Regeneração Óssea ................................................................ 22

3.3.4 Princípios da Regeneração Ósseo Guiada R.O.G ...................................... 23

3.3.5 Fatores que Impedem a R.O.G ................................................................... 24

3.4 Membranas ............................................................................................... 24

3.4.1 Características Desejáveis .......................................................................... 24

3.4.2 Tipos de Membranas ................................................................................... 25

3.4.2.1 Membranas Não Absorvíveis (MNA)............................................................ 25

3.4.2.2 Membranas Absorvíveis .............................................................................. 29

3.4.3 Técnicas Cirúrgicas ..................................................................................... 34

3.4.3.1 Técnicas de Imobilização ............................................................................ 34

3.4.3.2 Técnica Cirúrgica - Polipropileno ................................................................. 35

3.4.3.3 Técnica Cirúrgica - Tela de Titânio .............................................................. 36

3.4.3.4 Técnica Cirúrgica Membrana de PTFE-e ..................................................... 37

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3.4.3.5 Técnica Cirúrgica PTFE-d ........................................................................... 40

3.4.3.6 Técnica Cirúrgica Membrana de Colágeno - MA ......................................... 45

4 DISCUSSÃO ............................................................................................... 48

5 CONCLUSÃO ............................................................................................. 50

REFERÊNCIAS ........................................................................................... 51

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1 INTRODUÇÃO

O osso é um tecido adaptativo que se desenvolve em sua estrutura e função

em resposta a forças mecânicas e demandas metabólicas. A deposição do osso é

parcialmente regulada pela quantidade de deformação que lhe foi imposta. Quanto

maior a deformação aplicada, maior a ativação dos osteoblastos.

Consequentemente, os ossos se tornam mais resistentes. A ausência de

deformação óssea torna-os enfraquecidos. Portanto, o estímulo mecânico é

necessário para estimular uma resposta óssea local e, assim, proporcionar seu

crescimento e remodelamento. O tecido ósseo é o principal componente do

esqueleto humano e tem como funções: sustentação e apoio dos tecidos moles,

proteção dos órgão vitais, alojar e proteger a medula óssea, armazenamento e

liberação de cálcio e fosfato, e dar suporte aos órgãos dentais. O mesmo exibe

potencial de regeneração surpreendente desde que haja condições adequadas,

como; oferta sanguínea e estabilidade mecânica. Na regeneração óssea guiada

R.O.G além desses fatores limitadores, acrescente-se a presença de grandes

defeitos ósseos e a existência de tecidos competidores com alta capacidade

proliferativa (tecidos moles). As barreiras ou membranas vêm ao encontro para

solucionar essa necessidade, segregando os tecidos, evitando assim a invaginação

dos tecidos moles, mantendo um arcabouço de formação óssea, tornando os

procedimentos da R.O.G eficientes e previsíveis devendo ter também, como

característica a biocompatibilidade.

A técnica de R.O.G surgiu no final dos anos 50 , 1957 Murray, este, enquanto

pesquisava o crescimento ósseo em cilindros ocos, avaliou que; se separado dos

outros tecidos, as células osteogênicas ocuparia o seu espaço pertinente. O

conceito inicial de membranas para guiar os tipos de células que devem promover a

cura do defeito foi proposta por Bjorn em 1961. Sabendo-se que o epitélio migra

mais rápido que o tecido conjuntivo especializado (mais ou menos a 3 ou 4 vezes), o

autor propôs que com a presença de uma barreira que impeça a invaginação do

tecido epitelial, aconteça a diferenciação na regeneração dos tecidos.

Os princípios de Regeneração Óssea Guiada (R.O.G) seguem basicamente

os mesmos princípios da regeneração tecidual guiada (RTG), que consiste na

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utilização de barreiras físicas para isolamento dos vários tecidos mantendo suas

características.

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2 PROPOSIÇÃO

A proposta desse trabalho foi rever a importância das membranas na

eficiência da R.O.G como segregador tecidual e mantenedor de espaço para a

neformação óssea com biocompatibilidade e previsibilidade definida.

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3 REVISÃO DE LITERATURA

3.1 Fisiologia Óssea

).

Figura 1a – Corte grosso que ilustra um osso seco

Fonte: Junqueira e Caneiro (1998) Figura 1b – Corte histológico de osso esponjoso com sua distribuição irregular de fibras colágenas.

Fonte: Junqueira e Caneiro (1998)

Em Junqueira e Carneiro (1998), o tecido ósseo é um tipo de tecido

conjuntivo especializado formado por uma matriz óssea, material extracelular

calcificado e células que são: osteócitos, osteoblastos e osteoclastos. A matriz

óssea se divide em orgânica, responsável pela sua elasticidade e corresponde a

(35%), fibras colágenas tipo I (90%) e (10%) protoglicanos, glicoproteínas e outras

proteínas (fatores de crescimento) (Figura 1a e 1b).

Quanto a fração inorgânica (65%) responsável pela rigidez e resistência é

formada por íons de cálcio e fosfato mais hidroxiapatita, Bicabornato, magnésio,

potássio, sódio e citrato. C10(PO4)6(OH)2 e uma capa de hidratação; facilitando

trocas iônicas. O osso é formado por uma camada compacta (cortical) e uma

camada (esponjosa) trabecular ou medular.

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3.2 Componentes Ósseos

3.2.1 Osteoblastos

Junqueira e Carneiro (1998). Células que sintetizam a parte orgânica da

matriz óssea (Colágeno glicoproteínas e proteglicanos). Podem concentrar fosfato

de cálcio, participando da mineralização da matriz. Possuem alongamento

citoplasmático que se prendem aos osteoblastos vizinhos, aprisionados pela matriz

óssea (Figura 2), recém-sintetizados, os osteoblastos, passam a ser chamados

osteócitos. A matriz óssea adjacente aos osteoblastos ativos e que não estão ainda

calcificados, recebe o nome de tecido osteóide ou osso imaturo ou pré-osso.

3.2.2 Osteócitos

Junqueira e Carneiro (1998). Situam-se em cavidades ou lacunas no interior

da matriz óssea. São células achatadas em forma de amêndoas e prolongamentos

citoplasmáticos e são essenciais para a manutenção da matriz mineralizada do osso

(Figura 2).

3.2.3 Osteoclastos

Junqueira e Carneiro (1998). São células gigantes multinucleadas,

extensamente ramificadas onde as ramificações são irregulares com forma e

espessura variáveis, e móveis que aparecem na superfície óssea quando

ocorre reabsorção do tecido. Os osteoclastos tem citoplasma granuloso,

algumas vezes com vacúolos, fracamente basófilo nos osteoclastos jovens e acidófilo

nos maduros. Essas células se originam de percussores mononucleados provenientes da

medula óssea, ao contato com o tecido ósseo unem-se para formar os osteoclastos

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Junqueira e Carneiro (1998). São feixes de fibras colágenas do periósteo, que

multinucleados. Tem a função de promover a lise óssea através de enzimas que

atacam a parte orgânica da matriz, destruindo os prismas ósseos.

3.2.4 Matriz Óssea

Junqueira e Carneiro (1998). É composta de duas partes; a orgânica que é

formada por fibras colágenas (90%)e por pequena quantidade de proteínas,

proteoglicanos e glicoproteínas. As glicoproteínas tem participação na mineralização

da matriz. (Outros tecidos ricos em colágenos, mas sem essa proteína não

calcificam). A parte inorgânica é composta de grande quantidade de íons fosfato

mais cálcio e pequenas quantidades de potássio, magnésio, sódio, citratos e

bicarbonatos (Figura 2).

O cálcio e o fósforo, formam os cristais de hidroxiapatita, Ca10(PO4)6(OH)2. Os

íons da superfície do cristal de hidroxiapatita são hidratados, esta capacidade facilita

a troca de íons. A associação de hidroxiapatita com fibras colágenas é responsável

pela dureza e resistência do tecido ósseo. A mineralização consiste na deposição de

íons inorgânicos, principalmente o fosfato de cálcio.

Figura 2 - Esquema de Ossificação

Fonte: Junqueira e Caneiro (1998)

3.2.5 Fibras de Sharpey

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penetram o tecido ósseo e prendem firmemente o periósteo ao osso.

3.2.6 Canal de Volkmann

Junqueira e Carneiro (1998). São canais microscópicos encontrados no

osso compacto (cortical). São perpendiculares aos canais de Havers, e é um

dos componentes do sistema de Havers. Os canais de Volkmann também

podem transportar pequenas artérias em torno do osso. São responsáveis

pela superpopulação no mundo dos linfóides, além de uma grande variedade

de hemoglobina, presente no sistema hematopoiético (suprimento continuo

sanguíneo de células novas) e similar. Canais transversais que permitem a

comunicação com os canais de Havers, com a cavidade medular e com as

superfícies externas e internas do osso.

3.2.7 Canal de Havers

Junqueira e Carneiro (1998). São canais de uma série de tubos estreitos

por onde passam vasos sanguíneos e células nervosas. Comunicando entre si

com a cavidade medular e com a superfície externa do osso por meio de

canais transversais (canais de Volkmann) fazendo com que o Canal de Havers

tenha como função: nutrir, mineralizar e enervar o osso. Esses canais são

encontrados na região mais compacta e densa do osso (diáfise óssea; meio

dos ossos longos “dentro do osso”).

3.2.8 Periósteo

Junqueira e Carneiro (1998). É formado por tecido conjuntivo denso, muito

fibroso em sua parte externa e mais celular e vascularizado na porção interna.

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19

3.2.9 Endósseo

Junqueira e Carneiro (1998). É formado por células osteogênica que revestem

o osso esponjoso (medular), o canal medular, o canal de Volkmann e o canal de

Havers. Eles se interligam para a nutrição e comunicação das camadas ósseas

internas e externas, vasos sanguíneos e células nervosas (Figura 3).

As principais funções do periósteo e endósseo é nutrir e fornecer novos

osteoblastos.

3.3 Regeneração Óssea

3.3.1 Reparação do Tecido Ósseo

Figura 3 - Esquema de Ossificação Intramembranosa

Fonte: Junqueira e Caneiro (1998)

Santos et al. (2012), descrevem que os termos consolidação, cicatrização

primária, secundária e terciária por primeira, segunda ou terceira intenção, intenção,

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originaram-se há muitos anos dos estudos da cicatrização das feridas; de incisões

na pele e tecidos adjacentes.

A reparação por primeira intenção ou primária:

Ocorre quando há união imediata da ferida, evolução asséptica e cicatriz

linear. Nessas condições requeridas à coaptação dos bordos e dos planos

anatômicos, evoluindo de quatro a dez dias. Células osteogênicas e

endoteliais dos capilares morrem próximas das regiões lesionadas do osso,

devido a interrupção da circulação sanguínea. Os osteócitos que circundam

os canais de Havers também morrem. Nas regiões dos canais de Havers,

onde as células estão vivas, ocorre proliferação celular, crescimento celular e

neoformação capilar. As células osteogênicas se transformam em

osteoclastos que corroem os canais, alargando-os, enquanto outras células

osteogênicas se transformam em osteoblastos e começam a reconstruir

novos canais de Havers. Esse processo avança até a área agredida

passando a ser chamado de osso imaturo. A formação do tecido de

granulação não é visível.

Reparação por segunda intenção ou secundário:

As bordas da ferida não contatam entre si, por perda tecidual excessiva.

O espaço é preenchido por tecido granulação cuja superfície

posteriormente irá reepitelizar. Pode durar dias ou meses inic ialmente,

há formação do coágulo, que posteriormente se retrai. Em seguida

ocorre uma reorganização do coágulo. Realizada pela proliferação. O do

tecido conjuntivo jovem, instalando-se um processo inflamatório agudo,

que se torna crônico no final da primeira semana, culminando com a

substituição do coágulo por tecido de granulação. Células do estroma da

medula óssea pertencem à categoria de células osteoprecussoras

determinadas que quando ativadas tornam-se a fonte de células percussoras

de osteoblastos, posteriormente, ocorre formação de tecidos osteóide. A

primeira semana é caracterizada pela gradual aumento das trabéculas de

osteóide, que se originam da periferia do defeito ósseo e vão

preenchendo a cavidade em direção ao centro. O maior número de células

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e o volume reduzido da substância intercelular calcificada torna esse osso

maduro mais radiolúcido que o maduro, acontecendo a substituição do osso

imaturo por osso lamelar (osso maduro). Esse osso neoformado passará a

ser remodelado semelhante à uma fratura de qualquer parte do corpo.

Reparação por terceira intenção ou terciária:

Processo que envolve limpeza, debridamento e formação de tecido saudável

para posterior coaptação dos bordos da lesão.

3.3.2 Formação de tecido ósseo

Para Junqueira e Carneiro (1998), o processo de ossificação acontece de

duas maneiras:

Ossificação intramembranosa

É um dos tipos de formação óssea existente, é responsável pelo

desenvolvimento dos ossos chatos ou laminados, especialmente aqueles

que se encontram no crânio. Por ocorrer no interior de membranas de

tecido conjuntivo, gera ossos dos maxilares superior e inferior, tanto no

osso curto quanto na largura dos ossos longos, de maneira que a

ossificação se inicia de um centro de ossificação primária, a partir de

células mesenquimais formam uma camada ou membrana e por essa

razão tem esse nome; estas células se transformam em osteoblastos que

sintetizam o osteóide, que são formados entre traves, gerando espaços

ocupados por vasos sanguíneos e por células mesenquimatosas

indiferenciadas, que darão origem à medula óssea. Assim; conforme

ocorre a ossificação radialmente, esta substitui a membrana preexistente,

e locais da membrana que não ocorre a ossificação origina-se o

endósseo e o periósteo.

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Ossificação endocondral

Acontece quando células mesodérmicas se transformam em células produtoras

de cartilagem e depois é substituída por osso. Inicia-se sobre uma peça de

cartilagem hialina, com o formato de osso um pouco menor e relacionado

geralmente à ossos curtos e longos. A ossificação consiste basicamente de dois

momentos; primeiro ocorre hipertrofia dos condrócitos, diminuição da matriz

cartilaginosa, mineralização e apoptose dos condrócitos, e, no segundo tempo,

células provenientes do conjuntivo próximo ocupam as lacunas dos condrócitos,

diferenciando-se em osteoblastos e se iniciam a produção de matriz óssea sobre

os tabiques (paredes) de cartilagem calcificada possibilitando a origem de tecido

ósseo. No feto forma-se inicialmente um esqueleto cartilaginoso. Estes “ossos”

de cartilagem servem de modelo para a histogênese de ossos. A esse processo

se dá o nome de ossificação endocondral ou encondral, que é muito mais lento

que ossificação intramembranosa e ocorre na maioria das partes do esqueleto,

principalmente nos ossos longos.

3.3.3 Ativação da Regeneração Óssea

Dahlin et al., (1996) Demonstra que a regeneração óssea local é ativada por

qualquer lesão no osso, liberando fatores de crescimento (GF) e indutores. O osso é

uma fonte plena de fatores de crescimento, tais como: fator de crescimento de

fibroblasto (FGF), fator de crescimento semelhante à insulina (IGF), fator de

crescimento derivado de plaquetas (PDGF), e fatores de indução óssea como: a

osteogenia de Lacroix (1947apud SALGADO 2002) e proteína óssea morfogenética

(família BMP).

Salgado (2002), conceitua células osteoprecussoras em; determinadas e

induzidas. As células percussoras determinadas são encontradas nas

proximidades do osso, periósteo, endósseo, células do estroma da medula e

canais intracorticais que são induzidas a diferenciação direta em osteoblastos.

Quanto, as células precussoras induzidas são encontradas longe do tecido ósseo

e se assemelham a fibroblastos, em grande número no tecido conjuntivo

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subcutâneos, no baço, na cápsula renal e nos músculos esqueléticos. Suas

reações para induzir estímulos são mais complexas assim como as (BMP) e de

fato limitam a formação óssea endocondral. Os princípios indutores na indução

óssea ortotópica seguem as células osteoprecussoras determinadas levando a

formação óssea direta e o osso neoformado fica depositado na superfície óssea

pré-existente. Esse processo pode ser chamado de indução óssea ou apenas de

estimulação da ativação óssea. O conjunto de efeitos estimulados pelos inúmeros

fatores de crescimento ainda requer estudos conclusivos, contudo é possível

afirmar que algumas (BMP) e outros membros da família (TGFb) são indutores na

formação heterotópica.

3.3.4 Princípios da Regeneração Ósseo Guiada

Costa et al., (2016) relata que para promover a R.O.G , uma barreira física é

essencial no processo de cicatrização natural do organismo. Afinal quando ocorre

lesão tecidual, a área ao redor é gradualmente preenchida por tecido fibroso e/ou

tecido de granulação, impossibilitando o reparo por tecido original. Portanto ao

inserir uma membrana junto a lesão, evite-se o crescimento de tecidos

indesejáveis, pois a barreira promove um ambiente adequado que permite ao

organismo utilizar seu potencial de cicatrização natural de regenerar os tecidos

perdidos e ausentes. Isto se deve a diferença entre as velocidades metabólicas do

tecido epitelial e o tecido ósseo. A R.O.G possibilita a exclusão de células

indesejáveis no repovoamento da área lesada, por meio de barreiras e favorece a

proliferação de células teciduais definidas para a obtenção da cicatrização da

ferida, com um tipo de tecido desejável. A aplicação de barreira em forma de

membrana em defeitos ósseos atua através de osteopromoção, isto é além de

manter a concentração dos fatores estimulantes da osteogênese, protege

fisicamente a área de defeito da invasão dos tecidos moles circundantes altamente

proliferantes, prevenindo a inibição celular heterotópica, e delimita a osteogênese

no contorno ósseo desejável. Assim permite-se que células com potencial

osteogênico das margens ósseas existentes invadam o espaço criado e produzam

osso através da promoção da migração das células progenitoras.

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3.3.5 Fatores que Impedem a R.O.G

Salgado (2002) informa que a ausência da perfusão sanguínea causa

necrose dos fragmentos e prejudica a união óssea. Os grandes defeitos surgem da

perda dos fragmentos ou sua remoção cirúrgica e são difíceis de serem preenchidos

espontaneamente por osso. Desta forma as células dos tecidos moles adjacentes,

proliferam com mais rapidez e ocupam o local do defeito de maneira antecipada às

células do tecido ósseo. As células do tecido mole se regeneram com maior rapidez

comparada ao tecido altamente diferenciado o que induz a formação de cicatriz no

local da lesão.

3.4 Membranas

3.4.1 Características Desejáveis

Costa et al., (2016). As membranas devem possuir alguns requisitos

indispensáveis para agir como barreiras físicas passivas, isto é, biocompatibilidade,

propriedades oclusivas, capacidade de manutenção e criação de espaço, integração

tecidual e fácil manipulação. Além disso, as membranas devem promover R.O.G de

forma previsível sem a ocorrência de efeitos colaterais. O ideal é que o material

usado como membrana biológica tenha propriedade física capaz de permitir uma

correta modelagem sobre o material de enxerto, sobre a estrutura óssea, sobre o

implante ou em torno do dente. Deve ter uma rigidez que não permita deformação ou

efeito mola, bem como a propriedade de, depois de ajustada, não deslocar-se e

evitar inflamação por traumatismo. Quanto a porosidade as barreiras podem

apresentar perfurações com a intenção de otimizar as condições para a

neoformação óssea. Membranas densas e porosas são obtidas com o intuito de

servirem como substrato para que células isoladas possam fixar-se e crescer até

formar o tecido. Essa microporosidade é atribuída aos poros (espaços vazios) entre

as fibras, que possuem diâmetros equivalentes entre 50 e 700 Nanômetros (NM) e

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pode variar dependendo do grau de interligação entre as micro fibrilas, tornando a

malha de fibras mais densa.

3.4.2 Tipos de Membranas

3.4.2.1 Membranas Não Absorvíveis (MNA)

Simion et al., (1996) comparou membranas absorvíveis de ácido poliláctico e

ácido poliglicólico (PLA/PGA) com membranas não-absorvíveis de PTFE-e, no

tratamento de defeitos periimplantares, quando da colocação de implante imediato à

extração. Ao longo de 6 meses, as membranas de PTFE-e foram mais efetivas, pois

observou-se uma maior densidade e quantidade de osso neoformado.

Elharar et al., (1998). Comparou e avaliou membranas de colágeno bovino

bioabsorvível fracamente reticulada, colágeno bovino fortemente reticulada (MA -

natural) e PTFE-e (M.N.A – sintética) em pequenas perdas ósseas em cães adultos

com periodontite. Todas as membranas foram completamente cobertas por tecido

mole quando da sutura. A absorção das membranas de colágeno se deu em quatro

e doze semanas respectivamente. E a de PTFE-e foi removida em 24 semanas. A

reparação tecidual foi favorecida pela colocação das membranas; não existindo

diferenças estatísticas significativas entre elas. As membranas de PTFE-e ainda em

vigor foram removidos em 6 semanas.

Em Sánchez, Pérez e Trinidad (2006), constataram que o nível de

contaminação de superfície das membranas de PTFE-e apresentaram células

inflamatórias, bactérias e fungos no momento da remoção. Contudo, permitiu a

formação de tecido conectivo neoformado que pode ossificar-se.

Existem outros materiais de (MNA) no mercado:

Jorge; Giampaolo e Pavarina (2004), comentam que o Filtromillipore®; atua

como uma barreira mecânica entre tecido conjuntivo gengival, epitélio e superfície

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radicular, favorecendo e repopulação da superfície radicular como células derivadas

do ligamento periodontal.

Veríssimo (2012). Aponta que as Membranas Não Absorvíveis (MNA) foram

os primeiros materiais aprovados para uso clínico. Elas mantém sua integridade

estrutural, podendo ser deixadas por longo tempo sobre os tecidos. Sua estabilidade

dimensional e desenho permitem ao operador um pleno controle de sua aplicação e

minimização das variações de efeitos, enquanto permanecerem no local. Estas

requerem um segundo tempo cirúrgico para serem removidas. Sua função é

temporal, e uma vez completada, é removível. A primeira a ser comercializada era

feita de Politetrafluoretileno-expandido (PTFE-e) é uma matriz complexa, organizada

e tridimensional de nódulos interconectado por fibrilas, que podem ser fabricados

com diferentes porosidades e estruturas, membrana porosa de teflon. Depois outras

(MNA) surgiram, tais como, membranas de Politetrafluoretileno (PTFE) “é um

polímero de fluorcarbono inerte e biocompativel”. Silicone (Biobrane®) e celuloide. A

membrana PTFE-e é ainda a mais usada em virtude de sua grande capacidade de

promover crescimento do tecido ósseo com densidade de qualidade e regeneração

rápida. Por possuir uma microestrutura como uma teia fibrosa densa, inibe a

penetração celular permitindo uma integração tecidual; contudo, suscetível a

contaminação latente pós-cirúrgico, não deve ficar exposta ao meio bucal.

Costa et al., (2016) relatam que a membrana Biobrane® é um biocompósito

de silicone semipermeável, com boa aderência, ultra delgada unida mecanicamente

a um tecido de nylon flexível coberto por peptídeos de colágenos hidrofílicos.

Fernandes (2009), observa que a criação de espaço como pré-requisito de

uma barreira para RTG, as membranas de politetraflueretileno expandido (PTFE-e),

reforçadas com malhas de titânio, foram usadas para tratamento de defeitos ósseos

associados a implantes. Essas membranas foram investigadas, para avaliar a sua

capacidade de manter um espaço protegido entre a membrana e a superfície óssea,

sem a adição de artifícios de suporte. A membrana providenciou o desenvolvimento

de excelente espaço, sem mostrar nenhuma reação adversa ao tecido mole ou duro.

Mizutani et al., (2016) demonstram que telas de titânio são indicada para

procedimentos regenerativas odontológico: Periodontia, Buco-maxilo-facial e

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Figura 4a – Membrana de Alumina

Fonte: BioMac-Med

Figura 4b - Membrana de Alumina – Enfoque Cirúrgico

Fonte: BioMac-Med

implantodontia, principalmente para reconstruções ósseas. Fornecido no estado

estéril e de fácil manipulação, variabilidade de tamanho, forma e espessura, deve

ser fixada com parafuso de titânio para evitar mobilidade (estabilidade mecânica).

Machado (2015) relata que Alumina® Anódica Porosa (AAP), nome comercial

Alumina, é uma membrana de alumínio metálico caracterizada por microscopia de

varredura; onde foram obtidos os valores de diâmetro do poro e a espessura das

membranas. Possui permeabilidade, fácil manipulação, moldável ao sítio cirúrgico,

variabilidade de tamanho, forma e espessura, pode ficar exposta ao meio bucal e

preço é acessível. Barreiras de Alumina e Polipropileno podem ficar exposta ao meio

bucal.

Para Martinez (2013) Barreira de Polipropileno (PP) apresenta características

semelhantes às membranas de Politetrafluretileno-denso (PTFE-d) entre as quais

podendo ficar exposta ao meio bucal, ambas possuem resistência aos tecidos moles

sem entrar em colapso, preservam as características dos tecidos, fácil remoção

clínica, fácil manuseio cirúrgico sem necessidade de retalho para fechamento

primário e podendo o alvéolo ser preenchido somente com sangue. Alta rigidez e

memória elástica, mantém-se estável apenas com o posicionamento dos retalhos

teciduais, vestibulares, palatino/linguais. Suturas sobre ela sem tensão ou

aproximação (suturação passiva). Indicada para todos os procedimentos em

exodontia, remoção entre 7 a 10 dias. Barreiras de Alumina e Polipropileno podem

ficar exposta ao meio bucal. (Figuras 4a e 4b).

SALOMÃO et al., (2012), descrevem a membrana sintética BoneHeal ®,

não absorvível de polipropileno PP onde os princípios R.O.G da (RTG), a

Regeneração Tecidual Guiada, prévia ou simultânea à implantodontia, que a

mesma suporte

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Figura 5 - Membrana de PTFE-e BoneHeal

Fonte: BoneHeal

a manutenção de espaço adequado para a Regeneração Tecidual Guiada requer

que a membrana tenha características mecânicas ou estruturais que permitam

forças exercidas pela tensão dos retalhos, prevenindo o colapso da mesma sobre

o defeito, reduzindo o espaço da ferida. Assim vários biomateriais tem sido

propostos e alguns largamente utilizados e documentados como as barreiras de

PTFE-e (politetrafluoretileno expandido) ou membranas reabsorvíveis com várias

concentrações de ácido polilático e poliglicólico. BoneHeal® é um novo

biomaterial usado como barreira nas Regenerações Ósseas Guiadas (Figura 5).

É uma barreira regenerativa, impermeável, 100% polipropileno, com

alguma memória, projetada para permanecer exposta intencionalmente ao

meio bucal, e removida a partir do sétimo dia (formação de tecido de

granulação), é usada isoladamente ou com implantes imediatos,

principalmente quando houver perda da parede óssea vestibular . Usando

apenas o coágulo sanguíneo, sem adição de enxertos ou outros biomateriais

de qualquer natureza, é possível solucionar problemas complexos através de

uma técnica cirúrgica simples, segura e previsível, objetivando a regeneração

simultânea tanto do tecido ósseo quanto dos tecidos moles. Sem similar no

mercado, foi desenvolvida inteiramente no Brasil. Tem s ido mais utilizada em

alvéolos dentários, mas já foi descrito em outras aplicações além da elevação

do assoalho do seio maxilar.

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Zitzmann; Nael e Schärer (1997), utilizando membranas de colágeno com

enxerto ósseo bovino mineralizado inorgânico, observou-se um preenchimento

ósseo do defeito de 92%, e, quando utilizaram membranas de PTFE-e, o

preenchimento ósseo foi reduzido para 78% do defeito.

Benqué et al., (1999) Demonstra que problemas de insuficiência de tecido

ósseo e mole após a extração de incisivos superiores foram abordados

concomitantemente antes da colocação do implante endósseo, combinando o uso

de uma membrana de colágeno tipo I reticulada com difenilfosforilazida (modificada

quimicamente melhorando suas características de rigidez e flexibiliodade) e um

biomaterial absorvível. Após a neoformação óssea e a maturação dos tecidos por 8

meses, os defeitos horizontais foram quase completamente restabecidos, as

membranas completamente absorvidas e os defeitos preenchidos com tecido

ósseo neoformado. A avaliação histológica das biópsias ósseas obtidas nos locais

revelou osso alveolar denso e bem reconstruído.

Schmitz et al., (2000), Triplett; Schow e Fields (2001), alguns co-polímeros e

seus subprodutos podem desencadear reações antigênicas (corpo estranho) e

infecções, diminuindo a efetividade das membranas no processo de regeneração

óssea.

Pereira et al., (2000) observou que as membranas absorvíveis sintética

(PLA) promoveram uma maior formação óssea quando comparada com as M.N.A

de PTFE-e e PP

Triplett; Schow e Fields (2001) relata que o tempo de degradação da maioria

das membranas absorvíveis é conhecido, porém não se tem conhecimento do

tempo de função efetiva destas no processo de ROG. Mesmo com estas

incertezas, a capacidade de promover regeneração óssea é reconhecida.

Em Bunyaratavej e Wang (2001), as membranas de colágeno têm sido

utilizadas em medicina e odontologia devido à sua comprovada biocompatibilidade

e capacidade de promover neoformação tecidual restaurando a região lesionada.

3.4.2.2 Membranas Absorvíveis

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Para Imbronito et al., (2001), relatam que membranas absorvíveis podem ser

constituídas de vários materiais que apresentam estas propriedades. Pesquisas

foram conduzidas empregando-se: colágeno, poliglactina 910 (Fio de sutura Vicril® –

absorvível sintético), ácido polilático, copolímero de ácido polilático e ácido

poliglicólico, entre outros. Os polímeros sintéticos apresentam algumas vantagens

sobre materiais naturais como o colágeno. Materiais sintéticos podem ser

preparados em condições controladas e as propriedades físicas, químicas e

mecânicas podem ser alteradas com simples mudanças químicas. Ácido polilático

(PLA), ácido poliglicólico (PGA) e copolímeros de ácido polilático e ácido poliglicólico

são poli (a-hidroxi ácidos), muito estudados por serem biodegradáveis. A

composição química da membrana pode ser importante tanto para a manutenção da

sua integridade como também para os eventos da regeneração. Tipos de

membranas absorvíveis, de composições variadas de ácido polilático e ácido

poliglicólico comparadas à membrana de PTFE-e, na regeneração de defeitos

padronizados em ratos. Observaram que a regeneração óssea sob membranas

absorvíveis ocorreu antes que sob membranas de PTFE-e. Uma possível explicação

para isso seria a composição química da membrana que estimularia a osteogênese.

Uma outra explicação seria a estimulação causada pela reação inflamatória

moderada, causada pela membrana absorvível.

Buser (2010) Entende que a colocação do implante simultâneo à regeneração

Óssea Guiada (R.O.G), usando membranas combinadas com enxertos substitutos

ósseos ou ambos, tem resultados clínicos dos mais favoráveis. As membranas de

colágeno absorvíveis dominam os procedimentos das ROG na prática diária. A

técnica de dupla camada ajuda na melhoria de sua estabilidade. A membrana

absorvível derivada de suíno (Bio Gide®, Geistlich) é a preferida atualmente.

Em Pasqualotto (2013) as Membranas Absorvíveis (MA), são constituídas por

compostos de polímero sólidos que podem ser degradados e absorvidos in vivo, isto

é, são eliminados através de vias naturais por simples filtração dos produtos de

degradação ou após sua metabolização. A absorção é um conceito que indica a total

eliminação do material inicial e dos seus subprodutos (compostos de baixo peso

molecular), sem efeitos colaterais residuais. Os materiais absorvíveis têm um

potencial biológico para alcançar uma integração tissular melhor, evitando o risco de

uma exposição da membrana e se previne a possibilidade de uma colonização

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bacteriana. As propriedades de um material que é empregado como membranas

absorvíveis são: não ser tóxico, não antigênico, capacidade de manter um espaço,

maleabilidade, adaptação à forma do defeito, resistência a colonização bacteriana e

integração celular.

Freitas et al., (2014) Publicou que os biomateriais utilizados na regeneração

ósseo-guiada (ROG.) abrangem o próprio implante, a membrana e o material de

preenchimento ósseo, independente da origem, sintético ou natural. As propriedades

mecânicas, bem como a proporção de sua composição físico-química assim como o

tamanho das suas partículas e da morfologia da superfície, são alvos de inúmeras

investigações com o intuito de contribuir com o aprimoramento dos resultados

clínicos esperados.

Oliveira Filho et al., (2015) Afirma que a regeneração óssea guiada R.O.G

tem provado ser um procedimento previsível para aumento do rebordo alveolar. Uma

membrana de barreira impede a formação de fibroblastos e proporciona um espaço

para a osteogênese, mantendo um coágulo, que é necessário para a nova formação

óssea. A membrana também exclui fatores inibidores e preserva os fatores de

crescimento. Estão disponíveis dois tipos de membranas de barreira, a não

absorvível e as membranas absorvíveis. Embora a membrana não absorvível tenha

melhor propriedade de manutenção de espaço do que a membrana absorvível, esta

apresenta como desvantagem a necessidade de um segundo tempo cirúrgico. A

membrana ideal deve ser de fácil manuseio, propriedades oclusivas e de

manutenção do espaço. Além disso, ela deve ser preparada a partir de um material

biocompatível sintético, capaz de ser absorvido de forma favorável sem efeitos

colaterais.

Fonseca e Reis (2016) O sucesso do procedimento de R.O.G recebe a

influência direta do número de paredes ósseas presentes na zona do defeito, e

quando a crista alveolar apresenta menos de 5 mm de altura é recomendada a

colocação inicial de enxerto ósseo através da técnica de R.O.G sempre com

emprego de membrana segregadora tecidual e formadora de arcabouço.

Genderm® Baumer - Membranas são classificadas dependendo da origem

com especificações do seu uso quanto à absorção. Membranas absorvíveis

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Figura 6 – GenDerm Fonte: Genius®

de cortical óssea bovina têm aspecto homogenia e transparente após a

hidratação. Uma barreira natural osteoprotetora, fácil manipulação; flexível e

permite ajuste após hidratação com soro fisiológico. O tempo cirúrgico para

esta membrana é de apenas uma vez o que reduz o desconforto para o

pacitente. Apresentação: pequena com 20mm x 20m m e a média: com 30mm

x 30mm (Figura 6).

Aplicação: recomendado para todos procedimento de enxertia óssea.

Vantagens e benefícios: por ser absorvível evita segundo ato cirúrgico para

remoção. Sua permeabilidade permite a troca de nutrientes e impede a

invaginação de células não osteogênicas. Atua como barreira para o tecido

mole e ao mesmo tempo estabiliza a falha permitindo a remodelação óssea.

Genderm®Flex Baumer, Possui maior espessura com maior tempo de

absorção de 60 a 90 a dias (Figura 7).

Pratix® - Membrana biológica Sintética Absorvível. Características: membrana

flexível com elevada resistência que permite a suturas e a fixação com taxas

Figura 7 – GenDerm Flex Fonte: Genius®

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Figura 9 – Bio Gide®

Fonte: Geistlich Pharma

absorvíveis. Pode ficar exposta ao meio bucal projetada para uso como

barreira biológica em procedimento de regeneração óssea ou tecidual guiada.

Vantagens e benefícios; maior tempo de absorção 90 a 120 dias, fácil de

manusear e altamente flexível, termo moldável ao defeito e com absorção

controlada no ambiente fisiológico (Figura 8).

Bio-Gide® Geistlich. É uma membrana de colágeno natural, de origem suína.

Devido a sua estrutura de duas camadas apoia tanto a regeneração óssea

como a cicatrização do tecido mole. A estrutura natural da Geistlich Bio-Gide®

é absorvível. Normalmente, sem inflamações especificas sendo por isso

biocompativel (Figura 9).

Bio-Gide® Geistlich. Possui variações de tamanho que se apresentam 25 x 25

mm e 30 x 40mm como tempo de absorção de 60 dias. Caracteriza-se por ser

a primeira membrana de colágeno em odontologia regenerativa, proporciona

Figura 8 – Membrana absorvível Pratix

Fonte: Pratix ®

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Figura 10 – Bio Gide Perio® Fonte: Geistlich Pharma

duração de barreira e regeneração confiável. A estrutura dupla face, auxilia

em uma cicatrização sem complicações.

Bio-Gide®Perio Geistlich. Apresentada no tamanho 16 x 22 mm. Devido à

sua estrutura comprimida, essa membrana absorvível permite ao cirurgião

dentista, uma avaliação analítica, detalhada e com mais tempo para uma

adaptação precisa no defeito (Figura 10).

Mucograft® Geistlich matriz de colágeno em 3D desenvolvida para a

regeneração de tecido mole. Ela está indicada para o ganho de tecido

queratinizado e cobertura de recessões (Figura 11).

3.4.3 Técnicas Cirúrgicas

3.4.3.1 Técnicas de Imobilização

Costa et al., (2016) informa que as membranas com reforços ou telas de

Figura 11 – GeistlichMucograft® Fonte: Geistlich Pharma

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Figura 12 – Uso do BoneHeal prévio a Implantodontia

Fonte: SALOMÃO et al., (2012)

A qual é possível solucionar problemas complexos através de uma técnica

titânio são utilizadas como um anteparo físico/biológico para viabilizar a

reconstrução da área afetada. Para sua imobilização podem ser utilizados; taxas,

parafusos, tapa-implantes, suturas ou Dermabond. O Dermabond consiste numa

cola sintética utilizada como adesivo cirúrgico em substituição às suturas

convencionais. Este cianoacrilato de cadeia longa é menos tóxico aos tecidos

que os cianoacrilatos de cadeias curtas comercialmente vendidos como colas

para necessidades domésticas (metilcianoacrilato). Sendo oferecido com

aplicador descartável feito de um vidro quebrável e uma ampola de plástico com

ponta aplicadora esponjosa. O líquido adesivo quando aplicado na pele por ser

ligeiramente mais viscoso que a água, polimeriza, ou seja, seca em poucos

minutos. Os parafusos, taxas, tapa-implantes são confeccionados de titânio.

Quando do uso de membranas, esses auxiliam na fixação e imobilização das

mesmas. Existindo ainda taxas absorvíveis.

3.4.3.2 Técnica Cirúrgica – Polipropileno

SALOMÃO et al., (2012), apresentam a membrana sintética não absorvível de

polipropileno (PP) BoneHeal®, (Figura 12).

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Figura 13a – Enxerto posterior com barreira de Malha de titânio e enxerto anterior com ácido polilático mais membrana de colágeno

Fonte: Costa e Delgado (2009)

cirúrgica simples, segura e previsível, objetivando a regeneração simultânea tanto do

tecido ósseo quanto dos tecidos moles. Sem similar no mercado, foi desenvolvida

inteiramente no Brasil o que permite ao cirurgião dentista um custo reduzido tendo

em vista que também poderá contemplar o paciente neste sentido. Tem sido mais

utilizada em alvéolos dentários, mas já foi descrito em outras aplicações além da

elevação do assoalho do seio maxilar.

3.4.3.3 Técnica Cirúrgica - Tela de Titânio

Costa e Delgado (2009), apresentam uma técnica de R.O.G em maxila

atrófica com aplicações de enxerto tipo onlay HA; na superfície a ser regenerada, foi

efetuada a colocação de barreira de titânio (membrana não absorvível) imobilizada

com parafusos de titânio, região posterior (Figura 13a).

Na região anterior foi utilizada a membrana de ácido polilático como

segregador tecidual (Membrana absorvível).

O biomaterial ósseo de eleição foi o HA de granulação média.

O material de enxerto obedeceu aos requisitos de biocompatibilidade e

previsibilidade seguindo a necessidade de restauração de cada região.

Região anterior; 5 meses para maturação óssea e avaliação para possível

colocação de implantes. Região posterior; 9 meses para o segundo tempo cirúrgico,

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Figura 13b – Cicatrização com exposição de Malha de titânio

Fonte: Costa e Delgado (2009)

Figura 13c – Aspectos pós retirada de malha de titânio e colocação de implantes em ossos neoformados

Fonte: Costa e Delgado (2009)

remoção da barreira de titânio e avaliação para possível colocação de implantes

(Figura 13b).

Nesta técnica, é importante a habilidade do profissional, para a aplicação de

babarreira de segregação tecidual e biomateriais compatíveis com a área a ser

regenerada (Figura 13c). Conforme ilustração, apresenta o aspecto da pós-retirada

de malha de titânio e colocação de implantes em ossos neoformados.

3.4.3.4 Técnica Cirúrgica - Membrana de PTFE-e

Mizutani et al., (2017) em um estudo de caso clínico, relata que após a incisão

cirúrgica, deve-se realizar a descorticalização no intuito de se obter uma maior e

importante oferta sanguínea na região posterior da mandíbula, com grande absorção

óssea para a formação de tecido conjuntivo, observa-se que a técnica cirúrgica

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também está relacionada com a amplitude e expansão da área da incisão (Figura

14a).

O Bonefill de grânulos médios, fabricado pela firma Bionnovation®

Biomedical, aglutinado com sangue do próprio paciente forma uma matriz

mineral com poros adequados para a proliferação endotelial e grânulos

compactados sobre a região óssea preparada (figura 14b).

A aplicação simultânea de barreiras de membranas em tratamento de defeitos

ósseos peri-implantares possibilita neoformação óssea com pronóstico significante.

Figura 14a – Perfurações na cortical óssea

Fonte: Mizutani et al., (2017).

Figura 14b – Inserção do Bonefill

Fonte: Mizutani et al., (2017).

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Além disso, o uso de membranas como um acessório para as técnicas de enxerto

ósseo promove maior previsibilidade nas reconstruções alveolares (Figura 14c).

Essas membranas são derivadas de polímeros e podem ser classificadas em

dois grupos com distintas aplicações: membranas densas absorvíveis quando

produzidas do ácido polilático e poliglicólico. Segregadora celular, biocompatíveis,

indicadas para R.G.O. Membranas não absorvíveis, quando produzidas em

politetrafluoretileno com a adição do plastificante modifica a membrana

morfologicamente, tornado-a porosa. A porosidade contribui muito para a fixação e

crescimento celular, porém torna a membrana bem mais frágil mecanicamente

quando comparada com uma membrana sem poros. A membrana é indicada para

reconstrução de tecido, implantodontia e outras cirurgias odontológicas. Sendo

assim, devido a sua consistência e facilidade de adesão sobre o sítio receptor, utiliza

fixadores, tais como parafusos ou taxas. No primeiro estágio de cicatrização ocorre à

migração de vasos através das porosidades, depois ocorre à migração de células

formadoras de osso que sofrem diferenciação pelo contato com a apatita, a porção

mineral do osso. O processo transcorre entre 6 a 9 meses resultando em um osso

de alta densidade formado ao redor das partículas do Bonefill. No nono mês, a

membrana é removida facilmente, com uma pinça, para fora do tecido. O osso novo

derivado de osso bovino agrega-se no local cirúrgico e a migração epitelial ocorre

sobre o tecido osteoide produzindo um aumento vertical e horizontal na área

Figura 14c – Colocação da barreira

Fonte: Mizutani et al., (2017).

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posterior da mandíbula. Os resultados mostraram que a mistura do osso aglutinado

Bonefill utilizado, promoveu neoformação óssea satisfatória. Na área posterior

mandibular enxertada, foi observado um novo osso formado, com atividade

osteoblástica (Figura 14d).

.

Neste sentido os resultados clínicos e histológicos de casos

semelhantes, demonstraram que essa técnica de enxertia é um procedimento

de previsibilidade e de sucesso para a reconstrução de rebordos com grande

absorção óssea. O emprego de enxertos xenógenos é um excelente método

para se obter um aumento do rebordo suficiente em altura e largura para

inserir um implante curto. A membrana que protege o enxerto é obrigatória e

revela também um procedimento adequado para reconstrução da anatomia do

rebordo.

3.4.3.5 Técnica Cirúrgica - PTFE-d

Para Dayube e Furtado (2017) o Politetrafluoroetileno (PTFE) é

constituído por uma cadeia de carbono com dois átomos de flúor por cada

átomo de carbono. A completa fluoração da cadeia de carbono, juntamente

com a força das ligações carbono-flúor, faz o PTFE altamente estável. Esta

estabilidade resulta em um polímero sintético que é não-absorvível, inerte

biologicamente e quimicamente não reativo, e, por conseguinte, um material

ideal para muitas aplicações de dispositivos médico- odontológicos. Em adição

Figura 14d – Formação óssea adequada

Fonte: Mizutani et al. (2017).

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à sua longa história no campo da regeneração guiada de tecidos (RTG), PTFE

tem sido utilizado há mais de 30 anos em aplicações cardiovasculares tais

como a sutura, enxertos vasculares e válvulas cardíacas e em odontologia a

mais de 20 anos na R.O.G. O Polietetrafluoretileno denso ou (PTFE-d), é um

material microporoso, impermeável às bactérias possibilitando a difusão de

gases e de moléculas pequenas. Podendo ser exposto ao meio bucal o que

representa um avanço para as versões anteriores de PTFE em várias

aplicações, principalmente na preservação alveolar onde a exposição

proposital da membrana oferece várias vantagens. Após a colocação, o PTFE-

d é imediatamente recoberto com proteínas do plasma, o que resulta na

adesão celular à superfície lisa e biocompatível, conferindo uma vedação

hermética das células aderidas proporcionando resistência a migração de

células epiteliais e bactérias ao redor e sob a membrana quando é exposta ao

meio bucal. Sendo também a adsorção de proteína do plasma facilitadora da

difusão de moléculas orgânicas solúveis através da membrana. A remoção da

membrana de PTFE-d é facilitada devido à ausência de crescimento interno de

superfície. A membrana Cytoplast®, de PTFE-d, possui texturização que

resulta em um aumento na área de superfície e da força de remoção do

material por meio da fixação tridimensional no tecido mole. Como

consequência o aumento da estabilização da ferida deve resultar em menor

retração do retalho e propiciar maior retenção mecânica da membrana. A

maior vantagem do PTFE-d é a capacidade de permanecer exposta ao meio

bucal, proteger o defeito e o enxerto ósseo subjacente e dar estabilidade

mecânica. Tem como característica fácil manuseio e flexibilidade. Por estar

exposta ao meio bucal, a membrana pode ser removida sem cirurgia adicional.

A membrana de PTFE-d pode ser encontrada com reforço de titânio,

propiciando maior rigidez do material facilitando a formação de arcabouço,

podendo se ajustar a uma variedade de defeitos mantendo os espaços e

proporcionando estabilidade adicional vertical e horizontal em grandes perdas

ósseas. Essa técnica cirúrgica consiste em exodontia minimamente invasiva. O

uso de periótomos sem trauma mecânico no ato cirúrgico (Osso Cortical Fino).

Todos os resíduos de tecidos moles devem ser removidos com uma curetagem

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cuidadosa até uma extensão apical em alvéolos de dentes tratados

endodonticamente. As paredes do alvéolo devem ser estimuladas para que

Na seqüência uma bolsa subperiosteal é criada com um pequeno descolador periosteal ou

uma cureta, estendendo 3-5 mm além das margens de alvéolo (ou margens do defeito) na

palatina e na vestibular do alvéolo. Na zona estética, ao invés de uma incisão ou

descolamento da papila interdental, esta é deixada intacta e estabilizada em uma forma

similar. A membrana de PTFE-d será inserida nesta bolsa subperiosteal. Criada a Bolsa

subperiosteal, o enxerto ósseo particulado é colocado no alvéolo com uma cureta. Reduz-

se o espaço disponível entre as partículas. A membrana PTFE-d é cortada para estender 3-5

mm para além das paredes de alvéolo e, em seguida, insere-se subperiostealmente sob o retalho

vestibular e palatino, e por baixo da papila interdental com uma cureta. A membrana deve

assentar no osso 360° ao redor das margens do alvéolo, se possível. Note-se que a mínima

reflexão do retalho é necessária para estabilizar a membrana (Figura15c).

Figura 15a - Técnica cirúrgica exodonia atraumática

Fonte: Dayube e Furtado (2017).

Figura 15b - Bolsa subperiosteal criada com um pequeno descolador periosteal ou uma cureta

Fonte: Dayube e Furtado (2017).

Figura 15c - Enxerto ósseo particulado colocado no alvéolo com uma cureta

Fonte: Dayube e Furtado (2017).

exista sangramento, ou seja; maior oferta sanguínea, aumentando a vascularização

e o acesso às células progenitoras (Figura15a-b).

Antes da sutura, deve-se garantir que não há dobras ou rugas na membrana

e que se encontra passivamente sobre o alvéolo. Remover quaisquer partículas de

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enxerto ósseo remanescente que podem estar presentes entre a membrana e a

retalho. Para evitar infiltração bacteriana sob a membrana, tome cuidado para evitar

a perfuração da membrana, e não sobrepor duas membranas adjacentes (Figura

15d).

A membrana é ainda mais estabilizada com uma sutura cruzada. Não é

recomendado suturar através da membrana. Alternativamente, as suturas

interrompidas podem ser colocadas” (Figura 15e). Desta forma a membrana é

estabilizada e fixada.

Na sequência remove-se a membrana não cirurgicamente, em 21 - 28 dias.

Com alvéolos intactos, a membrana pode ser removido antes de 3 semanas.

Alvéolos com ausência de paredes podem necessitar de um prazo mais longo.

Figura 15d - Membrana PTFE-d cortada e colocada

Fonte: Dayube e Furtado (2017).

Figura 15e - Membrana estabilizada com uma sutura cruzada

Fonte: Dayube e Furtado (2017).

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Anestésico tópico é aplicado, e, em seguida, a membrana é agarrada com uma

pinça e removida do tecido com uma suave tração (Figura 15f).

Imediatamente após a remoção da membrana, uma matriz óssea altamente

vascularizada e densa é observada no preenchimento do alvéolo. O epitélio gengival

adjacente migra através da matriz óssea após a remoção da membrana. Em 6

semanas uma gengiva queratinizada espessa está começando a se formar sobre o

alvéolo enxertado A arquitetura natural dos tecidos moles é preservada, incluindo as

papilas interdentais. O osso novo está começando a se formar no alvéolo. Tecido de

granulação está em evidência no alvéolo (Figura 15g).

A arquitetura natural dos tecidos moles é preservada, incluindo as papilas

interdentais. O osso novo está começando a se formar no alvéolo.

Figura 15g - Matriz óssea altamente vascular densa

Fonte: Dayube e Furtado (2017).

Figura 15f - Membrana removida

Fonte: Dayube e Furtado (2017).

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3.4.3.6 Técnica Cirúrgica Membrana de Colágeno – MA

Ossix®

Grossi (2004) Após anestesia local (Mepivacaína com adrenalina 1:100.000),

foram realizadas a raspagem e o alisamento radicular (figura16a).

Com curetas tipo Gracey 5-6 e 7-8 (Hu-Friedy) com a finalidade de obter-se

uma superfície lisa e descontaminada. Procedeu-se a abertura do leito receptor com

uma lâmina de bisturi número 15C (Hu-Friedy) Incisões horizontais na altura da JCE

(Junção Cemento/Esmalte) foram interligadas a duas incisões trapezoidais, com

bisel externo, mesiais e distais. Em seguida, um retalho de espessura total foi

elevado a partir da margem gengival até a crista óssea e realizada a plastia papilar

promovendo um leito sangrante importante, visando a adaptação do retalho

posicionado coronal. Para oferecer maior mobilidade e favorecer a cobertura do

enxerto e da membrana, um retalho de espessura parcial foi dissecado a partir da

crista óssea, ultrapassando a linha mucogengival (Figura16b).

Figura 16b – Aplainamento superficial radicular e tratamento químico da raiz

Fonte: Grossi, (2004)

Figura 16a – Confecção do retalho e elevação do retalho

Fonte: Grossi, (2004)

As raízes foram raspadas e aplainadas na presença de irrigação constante de

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soro fisiológico, com o intuito de promover a biocompatibilização. Diminuir a

convexidade e o tamanho da recessão no sentido horizontal, reduzindo a distância

circunferencial da porção exposta das raízes.

) pH 7,

durante um minuto, por duas vezes. O excesso do gel foi removido com irrigação

abundante de soro fisiológico, sendo esse processo repetido mais uma vez. 3 DFL –

Ind. Com. Ltda. Jacarepaguá, RJ 4 Prefigel, Biora AB, Maimõ, Swedwn. Confecção

de um retalho de espessura parcial. Elevação do retalho e aplainamento da

superfície radicular. Tratamento químico da raiz com EDTA a 24%.

Esse processo de biomodificação da superfície radicular pode promover o

desenvolvimento da regeneração do cemento, do ligamento periodontal (LP) e do

osso alveolar; expor as fibras colágenas e a matriz orgânica recoberta pelo

smearleayer (material depositado nas paredes dentárias). É importante destacar que

o meio neutro proporcionado pelo gel, mantém a integridade das fibras colágenas,

favorece a colonização celular e preserva a vitalidade dos tecidos adjacentes. O

preparo do leito receptor foi o mais atraumático possível, respeitando a anatomia

vascular da área, uma vez que a capacidade do local em fornecer nutrição suficiente

é importante e imprescindível para sobrevivência dos tecidos está diretamente

relacionada com volume e fluxo sanguíneo fornecido pelo leito receptor (Figura16c).

completamente (livre de tensões) a membrana absorvível de colágeno OSSIX®.

Figura 16c–Adaptação da membrana e estabilização cirúrgica

Fonte: Grossi, (2004)

Na sequência, o retalho foi posicionado coronalmente, de maneira que recobriu

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Técnica Cirúrgica usando MA BioGide®, conforme figuras (17a e 17b ).

Membrana absorvível natural de colágeno de origem suína. Devido sua

estrutura de duas camadas, apoia tanto a regeneração óssea como a cicatrização.

É uma membrana dupla face única de colágeno composta por uma face lisa e

uma face rugosa e de poros abertos. Proporciona uma ótima duração da barreira e

regeneração confiável; conforme figuras (17c e 17d ).

Técnica cirúrgica, neoformação óssea de parede vestibular com uso de osso

xenógeno liofilizado BioOss e barreira de membrana absorvível Bio-Gide (17a a

17d).

Figura 17a – Deiscência Óssea no implante

Fonte: Geistlich Pharma

Figura 17b – Preenchimento do defeito com o BioOss

Fonte: Geistlich Pharma

Figura 17c – Técnica de cobertura com a membrana Bio-Gide

Fonte: Geistlich Pharma

Figura 17d– Técnica de formação de osso novo para integração do implante

Fonte: Geistlich Pharma

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4 DISCUSSÃO

A Regeneração Óssea Guiada (R.O.G) com barreira M.N.A de polipropileno

PP e PTFE-e possui histórico de resultados clínicos e histológicos, para (ELHARAR

et al., 1998; SALOMÃO et al;. 2012; VERÍSSIMO, 2012; MIZUTANI et al., 2017)

informam que a técnica de enxertia com M.N.A é um procedimento de previsibilidade

e de sucesso para a reconstrução de rebordos com grandes perdas ósseas, pós

exodontia, revelando um procedimento adequado para reconstrução da anatomia do

rebordo com sucesso previsível. Contudo, (PEREIRA et al., 2000) observou que as

membranas absorvíveis sintética (PLA) promoveram uma maior formação óssea

quando comparada com as M.N.A de PTFE-e e PP.

Com relação à M.N.A de PTFE-e reforçadas com malhas de titânio

(FERNANDES, 2009; COSTA e DELGADO, 2009) mencionam que essas têm como

vantagem rigidez, biocompatibilidade, sem necessidade de adição de artifícios de

suporte. Entretanto a maior desvantagem é o segundo tempo cirúrgico, conforme

descrito por (COSTA et al., 2016).

Quanto às membranas MNA de PP e de AL3O2 tem como vantagem poder

ficar exposta ao meio bucal por tempo indeterminado, informam (SALOMÃO et al.,

2012; MACHADO, 2015). Porém, o segundo tempo cirúrgico continua sendo uma

desvantagem, segundo (COSTA et al., 2016).

Para (ZITZMANN, NAEF e SCHÄRER, 1997; TRIPLETT, SCHOW e FIELDS,

2001) afirmam que M.A de colágeno-hidrofílica: camada simples com absorção de 4

a 8 semana, M.A reforçadas ou dupla camada tem previsibilidade de absorção de 8

a 12 semanas e as de PLA tem previsibilidade de absorção de 12 a 16 semanas

(pode ficar exposta ao meio bucal) dominam os procedimento de ROG na prática

diária. Já (SALOMÃO et al., 2012; MACHADO et al., 2015) preferem as MNA de PP

e de AL3O2 que tem como vantagem poder ficar exposta ao meio bucal por tempo

indeterminado. Para eles são superiores às M.A.

Tanto para os adeptos de MNA; (ELHARAR et al., 1998; SALOMÃO et al.,

2012; VERÍSSIMO, 2012; MIZUTANI et al., 2017) quanto para os de MA;

(ZITZMANN, NAEL e SCHÄRER, 1997; SCHMITZ et al., 2000; TRIPLETT, SCHOW

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e FIELDS, 2001; BUSER, 2010). Afirmam que a combinação de técnicas,

respeitando as características de cada membrana (M.N.A e M.A), e suas indicações,

têm respostas mais eficazes na R.O.G.: (COSTA e DELGADO, 2009; SANTOS,

2012; OLIVEIRA FILHO et al., 2015), também preferem as técnicas combinadas de

MNA com MA. na R.O.G.

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5 CONCLUSÃO

De acordo com a revisão de literatura proposta neste trabalho a respeito dos

usos de membranas na R.O.G, conclui-se que:

As membranas devem ser sempre usadas na R.O.G.

As membranas são segregadoras teciduais.

Membranas não absorvíveis tem como desvantagem, o segundo tempo

cirúrgico.

As propriedades físicas, químicas e mecânicas das membranas

sintéticas podem ser desenvolvidas.

A membrana ideal deve ter como características, biocompatibilidade,

previsibilidade, fácil manuseio, rigidez, absorvível e sintética.

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