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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA COLÉGIO POLITECNICO DA UFSM CURSO TÉCNOLOGIA EM
GEOPROCESSAMENTO
USO DE GEOTECNOLOGIAS PARA AVALIAÇÃO DO POTENCIAL DE EDIFICAÇÃO DE UM LOTE
URBANO EM RELAÇÃO À LEGISLAÇÃO AMBIENTAL
RELATÓRIO DE ESTÁGIO
Jéssica Patricia Lenz de Souza
Santa Maria, RS, Brasil, 2015
USO DE GEOTECNOLOGIAS PARA AVALIAÇÃO DO POTENCIAL DE EDIFICAÇÃO DE UM LOTE URBANO
EM RELAÇÃO À LEGISLAÇÃO AMBIENTAL
Jéssica Patricia Lenz de Souza
Relatório de Estágio apresentado ao Curso Superior de Tecnologia em Geoprocessamento do Colégio Politécnico da UFSM, como
requisito parcial para obtenção de grau de Tecnóloga em Geoprocessamento.
Orientador: Prof. Dr. Lúcio De Paula Amaral
Santa Maria, RS, Brasil, 2015
UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA COLEGIO POLITECNICO DA UFSM CURSO TÉCNOLOGIA EM
GEOPROCESSAMENTO
A Comissão Examinadora, abaixo assinada, aprova o Relatório de Estágio
USO DE GEOTECNOLOGIAS PARA AVALIAÇÃO DO POTENCIAL DE EDIFICAÇÃO DE UM LOTE URBANO EM
RELAÇÃO À LEGISLAÇÃO AMBIENTAL
Elaborado por Jéssica Patricia Lenz de Souza
Como requisito parcial para obtenção do título de Tecnóloga em Geoprocessamento
COMISSÃO EXAMINADORA:
Prof. Dr. Lúcio De Paula Amaral (Presidente/Orientador)
Ms. Francisco Monte Alverne de Sales Sampaio (UFPB)
Engª. Florestal Juliana Tramontina, (PPGEF-UFSM)
Santa Maria, 02 de dezembro de 2015
UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA COLEGIO
POLITECNICO DA UFSM CURSO TÉCNOLOGIA EM
GEOPROCESSAMENTO
USO DE GEOTECNOLOGIAS PARA AVALIAÇÃO DO POTENCIAL DE EDIFICAÇÃO DE UM LOTE URBANO
EM RELAÇÃO À LEGISLAÇÃO AMBIENTAL
Relatório de Estágio realizado na ENGEAMBIH - SOLUÇÕES EM ENGENHARIA E MEIO
AMBIENTE.
Elaborado por Jéssica Patricia Lenz de Souza
Prof. Lúcio De Paula Amaral, Dr. (Presidente/Orientador)
Ms. Francisco Monte Alverne de Sales Sampaio (UFPB) (Supervisor da empresa)
Jéssica Patricia Lenz de Souza (Estagiária)
Santa Maria, 02 de dezembro de 2015
AGRADECIMENTOS
Primeiramente agradeço a Deus pelas bênçãos recebidas, e a minha
família que me apoiou durante toda esta etapa de minha formação, ensinando-
me a sempre ter muita fé, persistência, força, coragem e a nunca desistir de
meus sonhos principalmente nos momentos difíceis.
Aos meus amigos, que dividiram todo este processo comigo dizendo
para me acalmar que tudo iria dar certo no final, e eles tinham razão. Ao meu
namorado que segurou minha mão varias vezes me tranquilizando e me dando
segurança para continuar em frente.
A Universidade Federal de Santa Maria, Colégio Politécnico da UFSM e
ao curso superior de Tecnologia em Geoprocessamento e seu corpo docente,
direção e administração que oportunizaram a janela que hoje surgi no mérito e
na ética da minha formação no decorrer do curso.
A empresa Engeambih-Soluções em engenharia e meio ambiente que
me receberam de portas abertas para realização do estágio, possibilitando
colocar em prática meus conhecimentos teóricos e práticos durante toda esta
etapa e proporcionando o suporte necessário durante este período.
Ao meu orientador, pelo suporte e dedicação no pouco tempo que lhe
coube, pelas suas correções, incentivos, e conhecimento que me proporcionou
e por sua paciência.
E a todos que direta ou indiretamente fizeram parte da minha formação,
e compartilharam os momentos bons e ruins comigo, o meu muito obrigado de
coração e não posso esquecer de uma pessoa muito especial em toda esta
jornada que não pode estar presente aqui neste momento mas tenho a certeza
que ele está me guiando de alguma forma, minhas saudades eternas á meu
avô Ottmar Bruno Lenz (in memorian), e dizer ao senhor e a todos que
dividiram esses e outros momentos de minha vida que conseguir vencer mais
esta “batalha” e as próximas que virão.
RESUMO
Relatório de Estágio Colégio Politécnico da UFSM Universidade Federal de Santa Maria
USO DE GEOTECNOLOGIAS PARA AVALIAÇÃO DO POTENCIAL DE EDIFICAÇÃO DE UM LOTE URBANO EM RELAÇÃO À LEGISLAÇÃO
AMBIENTAL AUTOR: JÉSSICA PATRICIA LENZ DE SUZA
ORIENTADOR: LÚCIO DE PAULA AMARAL, Dr. Santa Maria, 10 de outubro de 2015.
O Estágio Supervisionado, de 300 horas, como requisito parcial para a
formação no curso superior tecnologia em Geoprocessamento do Colégio Politécnico
da UFSM, foi desenvolvido na empresa Engeambih - Soluções em Engenharia e Meio
Ambiente, localizado no município de Santa Maria, Rio Grande do Sul, Brasil, o
objetivo foi realizar e apresentar as atividades durante o estágio, dando ênfase ao
trabalho de avaliação do potencial de edificação do lote 4b no município de Itaara -
RS, de acordo com a legislação vigente. Realizou-se um levantamento topográfico
planialtimétrico com uso de estação total e prisma com uso do método de irradiação
em estação livre e fotográfico para a confecção dos mapas de localização e situação,
planialtimétrico, de área de preservação permanente, drenagem e de direção de fluxo
na superfície, e posteriormente realizar laudo técnico da situação do lote 4b, onde
constatou-se que a construção no lote 4b torna-se inviável, por se tratar de uma área
“Não-Edificável”,segundo a legislação vigente.
Palavras-chave: Área De Preservação Permanente (APP); Área Úmida – Banhado;
Levantamento Topográfico;
ABSTRACT
Internship Report Polytechnic College UFSM
Federal University of Santa Maria
THE USE OF GEOTECHNOLOGY FOR EVALUATION OF BUILDING
POTENTIAL OF AN URBAN LOT IN RELATION TO ENVIRONMENTAL
LEGISLATION
AUTHOR: Jéssica Patricia Lenz de Souza
SUPERVISOR: LÚCIO DE PAULA AMARAL, Dr.
Santa Maria, december, 02 2015
The supervised internship of 300 hours with partial requirement to formation in
the superior course in Technology in Geoprocessing of the polytechnic college of
UFSM was developed at the company Engeambih- solutions in engineering and the
environment, located in the municipality of Santa Maria in Rio Grande do Sul, Brazil.
The objective was to accomplish and present activities during the internship, giving
emphasis to the work of evaluation of building potential of the lot 4b in the municipality
of Itaara - RS, in accordance with current legislation. A planialtimetric topographic
survey was conducted with the use of total station and prism with the use of irradiation
method in free station and photographic for the preparation of location maps and
situation, planialtimetric, permanent preservation area, drainage and direction of flow in
surface, and then made a technical report on the situation of the lot 4b, where it was
found that the building on the lot 4b becomes unviable, because it is an area "Non-
buildable," according to current legislation.
Key words: Of Permanent Preservation Area (APP) ; Wetland - plated ; Topographical
Survey
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 - Distribuição da população por sexo, segundo os grupos de idade do
município de Itaara (RS) .................................................................................... 4
Figura 2 - Medidas de ângulos e distâncias topográficas. ............................... 10
Figura 3 - Esquema geral de determinação da Estação Livre ......................... 12
Figura 4 - Esquema geral de determinação do método de irradiação.Legenda:
A e B=Locais de instalações das estações para coletar os pontos; d1= distancia
da estação até o ponto de coleta; α1=Ângulo de coleta. .................................. 13
Figura 5 - Localização do município de Itaara e do lote 4b. ............................ 14
Figura 6 - Área no de 2007.Legenda:Lote 4b, no retângulo em vermelho. ..... 15
Figura 7 - Área no ano de 2009. Legenda:Lote 4b, no retângulo em vermelho.
......................................................................................................................... 15
Figura 8 - Área no ano de 2011. Legenda:Lote 4b, no retângulo em vermelho.
......................................................................................................................... 15
Figura 9 - Área no ano de 2012 ....................................................................... 16
Figura 10 - Área no ano de 2013. Legenda:Lote 4b, no retângulo em vermelho.
......................................................................................................................... 16
Figura 11 - Área no ano de 2014. Legenda:Lote 4b, no retângulo em vermelho.
......................................................................................................................... 16
Figura 12 - Equipamentos utilizados no trabalho de Campo. Legenda: Estação
total TC407 (A); Bastão(B); Prisma(C); Tripé(D). ............................................. 18
Figura 13 - Fotos do lote 4b e entorno. Legenda: Localização do lote 4b (A, B,
C, D); Reservatório artificial construído próximo ao terreno em análise (E, F, G,
H); Percurso da água (I, J, K, L); Drenagem (M, N, O, P); Declividade (Q, R);
Caixas de inspeção (S, T, U, V); Balneário localizado a jusante do terreno(W,
X). ..................................................................................................................... 21
Figura 14 - Pagina inicial do software posição ................................................ 22
Figura 15 - Importação dos pontos no software posição ................................. 23
Figura 16 - Gerando curvas de nível com o software posição ......................... 24
Figura 17 - Mapa em 3D da área em estudo .................................................... 25
LISTA DE QUADROS
Quadro 1 - Grandezas medidas ou observadas pela topografia ..................... 10
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ........................................................................ 1
1.1 Justificativa ............................................................................................. 1
1.2 Apresentação da Empresa .................................................................... 1
1.3 Objetivo Geral ......................................................................................... 3
1.4 Objetivos Específicos ............................................................................ 3
2 REVISÃO DE LITERATURA .................................................. 4
2.1 Caracterização de Itaara ....................................................................... 4
2.2 Áreas de Preservação Permanente - APP ........................................... 6
2.3 Áreas Úmidas – Banhados ................................................................... 7
2.4 Topografia .............................................................................................. 9
2.4.1 Levantamento Topográfico .................................................................... 10
2.4.2 MÉTODO DA ESTAÇÃO LIVRE .......................................... 11
2.4.3 Método de Irradiação............................................................................. 12
3 METODOLOGIA .................................................................. 14
4 APRESENTAÇÃO E DISCUSÃO DOS RESULTADOS ...... 26
4.1 Mapas de Localização e Situação ...................................................... 26
4.2 Mapa Planialtimétrico .......................................................................... 28
4.3 Mapa de Direção de Fluxo na Superfície ........................................... 30
4.4 Mapas de APP e Drenagem ................................................................ 32
5 CONCLUSÃO ...................................................................... 35
REFERÊNCIAS ................................................................... 36
1 INTRODUÇÃO
O presente relatório de estágio tem por finalidade apresentar as
atividades exercidas durante o período de 11 de maio de 2015 até 16 de
outubro de 2015, na empresa Engeambih - Soluções em Engenharia e Meio
Ambiente, onde foram colocados em prática todo o conhecimento adquirido no
decorrer do curso Superior Tecnologia em Geoprocessamento, com a
orientação do professor Dr. Lúcio De Paula Amaral, dando ênfase ao serviço
realizado no município de Itaara, Rio Grande do Sul.
1.1 Justificativa
O período de realização do estágio curricular supervisionado teve por
finalidade a obtenção do grau de Tecnóloga em Geoprocessamento, onde foi
analisados e abordados os conhecimentos prévios obtidos no decorrer do
curso, com o objetivo de estabelecer de maneira dinâmica uma interação com
o mercado de trabalho e sua realidade, através de trocas de experiência e
conhecimentos, dando destaque no uso de geotecnologias para avaliação do
potencial de edificação do lote 4b do bairro Parque Pinhal, em Itaara, RS,
conforme a legislação vigente.
1.2 Apresentação da Empresa
O referido estágio foi efetuado na Empresa Engeambih - Soluções em
Engenharia e Meio Ambiente, localizada na Avenida Rio Branco, número 391,
sala 201, na região central do município de Santa Maria, no estado do Rio
Grande do Sul, Brasil. A Engeambih foi fundada em 18 de outubro de 2012,
sob uma perspectiva inicial de trabalhar com projetos ambientais e hoje
2
abrange um vasto mercado, onde utiliza ferramentas das áreas de Engenharia,
Meio Ambiente e Geoprocessamento para a resolução de problemas
relacionados a estas áreas de conhecimento e nicho de mercado.
A seguir são listadas as principais áreas em que a empresa Engeambih,
atua no mercado de Santa Maria e região:
Assessoria e consultoria em gestão empresarial;
Atividades de pesquisa e desenvolvimento experimental em Engenharia
Civil, Ambiental e Sanitária, Elétrica, dentre outras;
Consultoria, assessoria em projetos ambientais;
Captação, tratamento e distribuição de água;
Cadastro Ambiental Rural (CAR);
Cadastro Técnico Multifinalitário;
Diagnóstico e monitoramento Florestal;
Diagnóstico e monitoramento da fauna;
Desenho Técnico relacionado à Arquitetura e Engenharia;
Elaboração de plano de gestão integrada de resíduos sólidos;
Georreferenciamento de imóveis rurais e outros;
Obras de urbanização-rua, praças e calçadas;
Obras de infraestrutura;
Pericias técnicas (Justiça Estadual, Federal e Ministério Público);
Pericia técnica relacionada á segurança do trabalho;
Produção de software para gerenciar atividades diversas;
Plano de prevenção contra incêndio (PPCI);
Serviço de arquitetura;
Serviço Cartográfico e Geodésico;
Serviços Topográficos (Levantamento planialtimétrico, planimétrico e
altimétrico), dentre outros.
Para a realização dessas atividades a empresa possui uma equipe
multidisciplinar, para responder todas as demandas apresentadas pelos
clientes, seja pessoa física ou jurídica.
3
1.3 Objetivo Geral
Avaliar a situação do lote 4b, conforme sua localização, área de
preservação permanente e ou áreas alagáveis, para verificar a
incompatibilidade da construção em área “não edificável” segundo a legislação
vigente.
1.4 Objetivos Específicos
Realizar levantamento planialtimétrico da área de estudo e do seu entorno,
para analisar a situação que o lote 4b se encontra, segundo a legislação
ambiental vigente.
Apresentar, através de dados coletado a campo, mapas de localização, de
situação, planialtimétrico, de área de preservação permanente (APP),
drenagens e de direção de fluxo na superfície.
2 REVISÃO DE LITERATURA
2.1 Caracterização de Itaara
O município de Itaara está localizado na região central do Rio Grande do
Sul, na transição entre a região do Planalto e da Depressão Central, sendo a
sede do município localizada à 29º 35,5’ de latitude sul e de 53º 46,0’ de
longitude oeste e possui uma área de 172, 989 km². Conforme dados do censo
de 2010 realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o
município conta com uma população de 5.010 habitantes, composto por 2.543
homens e 2.467 mulheres, com população urbana de 3.968 e rural de 1.042
habitantes (IBGE), como demonstrado na figura 1.
Figura 1 - Distribuição da população por sexo, segundo os grupos de idade do município de Itaara (RS)
Fonte: IBGE 2010
5
Segundo a classificação de Köppen proposta em 1900 e tendo sido
aperfeiçoada por ele em 1918,1927 e 1936, o Rio Grande do Sul, se enquadra
na zona temperada e no tipo temperado úmido. A região em que o município
de Itaara está inserido apresenta a variedade climática Cfa (clima temperado
úmido com Verão quente), caracterizada pela ocorrência de chuvas durante
todos os meses do ano, possuindo a temperatura média do mês mais quente
superior a 22°C e do mês mais frio com amplitude entre 18 e -3°C. O regime
pluvial anual médio é de 1500 a 1750 mm ao ano, onde as médias mensais
evidenciam que nenhum mês se caracteriza por índices inferiores a 100 mm
(NIMER, 1990).
O município possui relevo em grande parte suave ondulado a
montanhoso, com altitudes que variam de 100 a 510 metros em relação ao
nível médio do mar. Apresenta três grandes compartimentos de relevo com
feições geomorfológicas distintas: Planalto (topo), encosta (rebordo e pequenos
patamares descontínuos) e a depressão (coxilhas e planícies aluviais). Em
extensas áreas do topo dos morros residuais predominam rochas vulcânicas
ácidas e básicas da Formação Serra Geral (basaltos e riólitos). A unidade da
encosta (rebordo) possui relevo montanhoso a escarpado, e morfologia de
serra modelada pela erosão hídrica, onde predominam basalto da formação
Serra Geral, sendo que na parte inferior da encosta se pode encontrar material
sedimentar de basalto com mistura de arenito. Na Depressão (vales) ocorrem
siltitos e argilitos do Membro Alemoa, da formação Santa Maria, e também
materiais coluviais e de movimento de massa, muito pedregosos Maciel Filho,
(1990).
Os solos da região são caracterizados como Neossolos Litólico eutrófico
típico (STRECK et., 2002). Essa classe de solos é descrita pela EMBRAPA
(2006) como, solos com horizonte A ou O hístico com menos de 40 cm de
espessura, assente diretamente sobre a rocha ou sobre um horizonte C ou Cr
ou sobre material com 90% ou mais de sua massa, constituída por fragmentos
de rocha com diâmetro maior que dois mm (cascalhos, calhaus e matacões).
6
2.2 Áreas de Preservação Permanente - APP
De acordo com o Código Florestal Brasileiro na Lei n⁰ 12.651, de 25 de
maio de 2012, em seu Art. 3º, são:
II – Área de Preservação Permanente – APP: área protegida, coberta ou
não por vegetação nativa, com função ambiental de preservar os recursos
hídricos, a paisagem, a estabilidade geológica e a biodiversidade, facilitar o
fluxo gênico de fauna e flora, proteger o solo e assegurar o bem-estar das
populações humanas;
Ainda de acordo com a Lei n⁰ 12.651, de 25 de maio de 2012, no Art. 4º
tem-se que: considera-se Área de Preservação Permanente, em zonas rurais
ou urbanas:
I – As faixas marginais de qualquer curso d’água natural perene e
intermitente, excluídos os efêmeros, desde a borda da calha do leito regular,
em largura mínima de:
a) 30 (trinta) metros, para cursos d’água de menos de 10 (dez) metros
de largura.
b) 50 (cinquenta) metros, para os cursos d’água que tenham de 10 (dez)
a 50 (cinquenta) metros de largura;
c) 100 (cem) metros, para os cursos d’água que tenham de 50
(cinquenta) a 200 (duzentos) metros de largura;
d) 200 (duzentos) metros, para os cursos d’água que tenham de 200
(duzentos) a 600 (seiscentos) metros de largura;
e) 500 (quinhentos) metros, para os cursos d’água que tenham largura
superior a 600 (seiscentos) metros;
A Lei n⁰ 12.651, de 25 de maio de 2012 em seu Art. 4º instituiu no inciso
II sobre as Áreas de Preservação Permanente, em zonas rurais ou urbanas no
entorno de lagos e lagoas onde determina uma faixa com largura mínima de 30
metros em zonas urbanas.
Ainda o município de Itaara estabelece conforme exposto na Lei
Complementar nº 4 de 28 de dezembro de 2011 em seu Anexo 1:
7
Área de Preservação Permanente – APP: Área protegida pela legislação
ambiental por sua importância a preservação do meio ambiente. Nos
loteamentos, integra os espaços públicos.
Resaltando ainda que as APP’s sob a égide da Lei nº 4.771 e o que
determina a Lei 12.561/12.
a) Ficou expressamente previsto que somente devem ser protegidas
como APP’s as faixas marginais dos cursos d’água naturais, eliminando a
dúvida quanto aos regos e canais artificiais;
b) A medição das faixas marginais de APP’s passou a ser da borda da
calha do leito regular dos cursos dágua, deixando de ser a partir do nível mais
alto em faixa marginal, como acontecia sob a égida da antiga lei, o que
dificultava muito a sua delimitação;
c) A situação dos lagos e lagoas naturais passaram a ser
expressamente definida por lei, o que não acontecia, ficando claro que, quanto
aos reservatórios artificiais prevalece o disposto no respectivo licenciamento
ambiental, que continua obrigatório para qualquer intervenção em curso
d’água.
d) Importante mencionar o disposto no Art. 62, com disposição expressa
quanto ao reservatórios artificiais de água destinados a geração de energia ou
abastecimento público estabelecidos antes de 2001, cuja área de preservação
permanente se estabeleceu na distância entre o nível máximo operativo normal
e a cota máxima maximorum e que deverá servir regularizar muitas
propriedades prejudicadas com a Resolução 302 do CONAMA.
2.3 Áreas Úmidas – Banhados
Os estudos realizados no Brasil aprofundaram pouco os aspectos
conceituais relacionados a estes termos, especialmente em relação ao termo
banhado, que é utilizado principalmente no Rio Grande do Sul. Para Burger, os
Banhados são áreas alagadas permanente ou temporariamente, conhecidos na
maior parte do país como brejos, são também denominados de pântanos,
pantanal, charcos, varjões e alagados, entre outros. É necessário esclarecer
8
que, na literatura consultada, o termo banhado corresponde a apenas um dos
tipos de ambientes incluídos na categoria áreas úmidas ou zonas úmidas.
As Áreas Úmidas conforme a Lei no 12.727, de 17 de outubro de 2012,
em seu Art. 3º são:
XXV – pantanais e superfícies terrestres cobertas de forma periódica por
águas, cobertas originalmente por florestas ou outras formas de vegetação
adaptadas à inundação;
Segundo Carvalho e Osório (2007) essas áreas úmidas caracterizam-se
por apresentarem uma lâmina d’água na maior parte do ano sobre o solo,
tornando o encharcado e que nessas áreas desenvolvem-se apenas espécies
vegetais adaptadas a estas condições. Ainda conforme a Convenção de
Ramsar é considerada zona úmida toda extensão de pântanos, charcos e
turfas, ou superfícies cobertas de água, de regime natural ou artificial,
permanentes ou temporárias; contendo água parada ou corrente, doce, salobra
ou salgada.
As definições e os termos relacionados às áreas úmidas são muitos e,
em sua maioria, confusos. Como as características das áreas úmidas situam-
se num contínuo entre as de ambientes aquáticos e terrestres, as definições
tendem a ser arbitrárias Mitsch e Gosselink (1986). No entanto, é possível
identificar algumas características comuns como a presença de água rasa ou
solo saturado de água, o acúmulo de material orgânico proveniente da
vegetação e a presença de plantas e animais adaptados à vida aquática.
A FEPAM (Fundação Estadual de Proteção Ambiental Henrique
Roessler), instituição responsável pelo licenciamento ambiental no Rio Grande
do Sul, usa a definição de (Junk apud Fepam, 1998) para zonas que
correspondem a banhados e áreas úmidas. Estas são
“zonas de transição terrestre-aquáticas que são periodicamente inundadas por reflexo lateral de rios e lagos e/ou pela precipitação direta ou pela água subterrânea e que resultam num ambiente físico-químico particular que leva a biota a responder com adaptações morfológicas, anatômicas, fisiológicas, fenológicas e/ou etológicas e a produzir estruturas de comunidades características para estes sistemas”.
Os banhados formam-se em regiões planas resultantes de
sedimentação ou encordoamentos paralelos à linha de costa, onde a água
9
doce é represada e flui lentamente. A água que abastece os banhados provém
de corpos hídricos próximos, como lagoas, lagunas, rios e/ou dos afloramentos
do lençol freático e das precipitações pluviométricas. O padrão oscilatório
natural das águas nos banhados alterna períodos de seca (verão), quando a
água é evaporada total ou parcialmente, e períodos de cheia (inverno)
decorrente das chuvas. Contudo, a vida nos banhados é perfeitamente
adaptada a esse ciclo, havendo espécies que vivem no ecossistema durante os
dois períodos e outras que o utilizam em apenas uma estação (IBAMA, 2000).
Os banhados apresentam inter-relação com ambientes próximos por
meio de processos ecológicos, tais como de migração de fauna, dispersão de
vegetais e de trocas de sedimentos, transportados pelo vento e fluxos hídricos,
tanto na superfície quanto no subsolo (IBAMA, 2000, apud CARVALHO e
OSÓRIO, 2007, p.86).
No Rio Grande do Sul a Lei Estadual nº 11.520, de 03 de agosto de
2000, estabelece que os banhados são objeto de especial projeção.
Art. 51- além das áreas integrantes do sistema Estadual de unidades de
conservação, são também objeto de especial proteção:
VII- os estuários, as lagunas, os banhados e a planície costeira.
Ainda a mesma lei estadual estabelece no capitulo IV da Fauna e Flora a
categorização do ecossistema banhado como sendo APP: Art. 155 –
Consideram-se de preservação permanente, além das definidas em legislação,
as áreas, a vegetação nativa e demais formas de vegetação situadas:
VI- nos manguezais, marismas, nascentes e banhados.
2.4 Topografia
A palavra topografia tem origem do grego, onde topos significa lugar e
graphen significa descrição, e tem por objetivo principal a representação da
superfície terrestre Pinto (1988). Deste modo podemos destacar que a
topografia se divide em dois módulos de medida de grandezas lineares e
angulares: uma em um plano horizontal ou comprimento da superfície plana de
referência (Planimetria) e a outra em um plano vertical ou altura do relevo em
10
relação a um plano de referência como a planimetria (Altimetria). A seguir
observaremos o quadro 1 e a figura 2, onde são descritas as distâncias e os
ângulos que constituem essa subdivisão.
Quadro 1 - Grandezas medidas ou observadas pela topografia
Fonte: Levantamentos Topográficos por Carlos Antunes
Figura 2 - Medidas de ângulos e distâncias topográficas.
Fonte: Apostila desenho topográfico por Emanuel Faria
Para Espartel (1987), a topografia tem por finalidade determinar o
contorno, dimensão e posição relativa de uma porção limitada da superfície
terrestre, sem levar em conta a curvatura resultante da esfericidade da Terra.
2.4.1 Levantamento Topográfico
Denomina-se “levantamento” ao conjunto de operações e processos
realizados no terreno, com o uso de instrumento adequado, para a
11
determinação da posição dos pontos topográficos e, consequentemente, dos
alinhamentos, ou seja, ângulos horizontais geralmente horários (PINTO, 1988).
No entanto, segundo a NBR 13133 (ABNT, 1994 p. 3) pode-se
caracterizar um levantamento topográfico como:
Conjunto de métodos e processos que, através de medições de ângulos horizontais e verticais, de distâncias horizontais, verticais e inclinadas, com instrumental adequado à exatidão pretendida, primordialmente, implanta e materializa pontos de apoio no terreno, determinando suas coordenadas topográficas. A estes pontos se relacionam os pontos de detalhes visando à sua exata representação planimétrica numa escala predeterminada e à sua representação altimétrica por intermédio de curvas de nível, com equidistância também predeterminada e/ou pontos cotados.
2.4.2 Método da Estação Livre
Para Alves (2012) o método da estação livre inicialmente, não se
conhecem as coordenadas do ponto da estação. O local ideal para se
estacionar o instrumento depende principalmente da visibilidade entre os
pontos de coordenadas já conhecidas (pontos de referência), bem como dos
novos pontos a serem determinados ou demarcados. As coordenadas da
estação são obtidas através da leitura de direções e de distâncias com visadas
aos pontos de referência. Os cálculos são aplicados geralmente em programa
interno do instrumento. Uma vez que o ponto tem as suas coordenadas
calculadas este é tido como ponto ocupado, sendo possível a coleta dos pontos
de detalhe. As coordenadas destes pontos de detalhe são agora ajustadas com
relação às coordenadas dos pontos de referência, ou seja, com dados
homogêneos e obedecendo ao princípio da vizinhança (ABNT, 1994, ver item
5.2, p.7), o que pode ser visto na figura 3.
12
Figura 3 - Esquema geral de determinação da Estação Livre Fonte: Veiga (2000).
2.4.3 Método de Irradiação
Processo de visadas radiais a partir de um ponto privilegiado da
topografia, permitindo através do mesmo, fazer o giro do horizonte em 360 º,
também é conhecido como método da Decomposição em Triângulos ou
das Coordenadas Polares (ESPARTEL, 1977).
13
Figura 4 - Esquema geral de determinação do método de irradiação.Legenda: A e B=Locais de instalações das estações para coletar os pontos; d1= distancia da estação até o ponto de coleta; α1=Ângulo de coleta. Fonte: UNICAP
3 METODOLOGIA
Primeiramente após a proprietária procurar a empresa foi elaborada uma
proposta à requerente, visando atender e suprir as demandas referentes à área
que adquirira. Esta proposta foi elabora pela estagiaria Leila Posser Fernandes,
formanda do primeiro semestre de 2015 no curso superior de tecnologia em
Geoprocessamento. Após a proprietária analisar e aceitar a proposta iniciou-se
o trabalho de avaliação do potencial de edificação do lote 4b em relação à
legislação ambiental vigente no município de Itaara, como demonstra a figura
5, com respectiva localização do município.
Figura 5 - Localização do município de Itaara e do lote 4b. Fonte: Artigo RPPN no município de Itaara adaptado pelo autor
Começou-se a analisar a área no Google Earth primeiramente, para
assim, fazer o planejamento do levantamento topográfico e verificar as
mudanças físico-ambientais na área de estudo e ao entorno do mesmo.
Lote 4b
15
Figura 6 - Área no de 2007.Legenda:Lote 4b, no retângulo em vermelho. Fonte: Adaptado do Google Earth
Figura 7 - Área no ano de 2009. Legenda:Lote 4b, no retângulo em vermelho. Fonte: Adaptado do Google Earth
Figura 8 - Área no ano de 2011. Legenda:Lote 4b, no retângulo em vermelho. Fonte: Adaptado do Google Earth
16
Figura 9 - Área no ano de 2012 Fonte: Adaptado do Google Earth
Figura 10 - Área no ano de 2013. Legenda:Lote 4b, no retângulo em vermelho. Fonte: Adaptado do Google Earth
Figura 11 - Área no ano de 2014. Legenda:Lote 4b, no retângulo em vermelho. Fonte: Adaptado do Google Earth
17
Pode-se constatar previamente que a partir do ano de 2007 até o ano de
2011 havia um canal exposto no meio do terreno, já em 2012, o mesmo não se
encontra mais destacado na paisagem central, sendo assim, identificou-se que
o lote 4b se encontra sobre um canal que foi suprimido, porém na figura 9 suas
características denotam a situação em que o lote se encontra, em uma Área
Úmida- Banhado.
Então, no dia 16 de junho de 2015 deu-se a saída a campo, para a
realização do levantamento planialtimétrico e fotográfico do lote, para assim
determinar as características do local em estudo, como também do entorno do
mesmo, neste dia estavam presentes no local o Eng. Civil e responsável
técnico, acompanhado de sua equipe técnica.
A seguir se encontra a lista dos equipamentos e materiais utilizados na
realização do trabalho a campo:
2 Pranchetas e canetas;
Baterias carregadas;
1 Estação total TC407 da Leica;
1 Tripé;
2 Prismas;
2 Bastões;
4 Rádios comunicadores;
Máquina fotográfica;
Piquetes;
Marreta;
Facão;
Botas;
Chapéus;
Nota fiscal dos equipamentos;
Gravador digital;
Trena;
Filtro solar;
Térmica de água (5 litros);
18
Com os equipamentos reunidos e testados previamente, realizou-se
então, o levantamento planialtimétrico no lote 4b, constituiu-se de um
levantamento planimétrico acrescido da determinação altimétrica do relevo do
terreno e da drenagem natural, de acordo com a NBR 13133 (ABNT, 1994, p3).
A figura 12 destina-se aos principais equipamentos utilizados durante o
levantamento.
Figura 12 - Equipamentos utilizados no trabalho de Campo. Legenda: Estação total TC407 (A); Bastão(B); Prisma(C); Tripé(D). Fonte: manfra
Foram coletados pontos em toda extensão do lote 4b pelos métodos da
estação livre e de irradiação, bem como as ruas do entorno, para a confecção
do mapa de localização e situação da área. Posterior a essa locação, realizou-
se a coleta de pontos com a estação total TC407 para a determinação do perfil
do lote 4b, e de lagos artificiais existentes na área, cursos da água e de duas
caixas de inspeção. As imagens a seguir (figura 13) demonstram esses fatores,
utilizados para a elaboração dos mapas de área de preservação permanente e
drenagem, direção e fluxo superficial, planialtimétrico.
19
D C
B A
E F
G H
20
K L
I J
P O
M N
21
Figura 13 - Fotos do lote 4b e entorno. Legenda: Localização do lote 4b (A, B, C, D); Reservatório artificial construído próximo ao terreno em análise (E, F, G, H); Percurso da água (I, J, K, L); Drenagem (M, N, O, P); Declividade (Q, R); Caixas de inspeção (S, T, U, V); Balneário localizado a jusante do terreno(W, X). Fonte: fotos disponibilizadas pela Engeambih.
R Q
S T
V U
X W
22
Após o levantamento de campo, foi realizado o processamento dos
dados adquiridos. Os pontos foram descarregados no software posição a figura
14, demonstra a pagina inicial do software e a figura 15 a importação dos
pontos no software.
Figura 14 - Pagina inicial do software posição Fonte: Autor
23
Figura 15 - Importação dos pontos no software posição Fonte: Autor
Com os pontos descarregados no software posição, os mesmos foram
exportados para o software AutoCAD (2014), gerando as curvas mestras e
auxiliares. As curvas mestras com intervalo de 1,0 metro e as auxiliares com
intervalo de 0,5 metro, como demonstrados na figura 16.
24
Figura 16 - Gerando curvas de nível com o software posição Fonte: Autor
A partir, desse sistema com plug-in no AutoCAD procedeu-se a
elaboração do mapa planialtimétrico da área. Os outros mapas foram
desenhados no AutoCAD com base nos pontos coletados a campo. Para os
mapas das áreas de preservação permanente (APP’s) e Drenagem, utilizou-se
como base a legislação ambiental vigente, apresentadas na revisão
bibliográfica anteriormente.
E para a confecção do mapa da direção de fluxo da superfície, utilizou-
se o software Surfer, para gerar um modelo em 3D, do local em estudo,
analisando o escoamento da água e o fluxo da mesma, apresentado na figura
17.
25
Figura 17 - Mapa em 3D da área em estudo Fonte: Engeambih.
Com a finalização da confecção dos mapas, deu-se inicio á criação do laudo técnico da área em estudo.
4 APRESENTAÇÃO E DISCUSÃO DOS RESULTADOS
Os mapas apresentados são referentes aos dados coletados á campo,
com base na legislação vigente, utilizando o sistema de projeção UTM, Datum
SIRGAS 2000, fuso 22 J.
4.1 Mapas de Localização e Situação
Neste mapa é possível verificar a localização de parte do loteamento
Parque Pinhal e o lote em estudo 4b. Verifica-se no mapa que, a oeste há um
reservatório artificial e nas proximidades existe uma área alagável. E, próximo
ao lote, está localizado outro reservatório artificial, um curso d’água e duas
caixas de inspeção1, apresentados na figura 16..
1 Caixas de Inspeção são caixas destinadas a permitir a inspeção, limpeza, desobstrução, junção,
mudanças de declividade, de diâmetro, de tipo de material e de direção das tubulações.
27
Figura 16 - Mapa de localização e situação Fonte: Engeambih
28
4.2 Mapa Planialtimétrico
O Mapa Planialtimétrico apresenta o loteamento e seu entorno com
ênfase ao lote L4b. Nesse mapa foram construídas curvas de nível, que
representam a variação das cotas do terreno, desde o lago a oeste ate o
loteamento e o terreno em estudo. As curvas de nível foram construídas
através de pontos planialtimétricos levantados em ida o campo. Foram geradas
curvas de nível mestras de 1,0 em 1,0 metros e curvas auxiliares de 0,5 a 0,5
metros.
Como pode ser visualizado no mapa, o lote em questão, se encontra na
área de maior espaçamento das curvas de nível apresentadas no mapa,
demonstrando que a área é a mais plana e relação ao todo. Ainda quanto ao
lote é possível verificar que as cotas variam de 100,50 a 101,00 metros, e
sobre estas mesmas cotas observa-se a presença de uma área úmida e de
uma rede de drenagem, demonstrado na figura 17.
..
29
Figura 17 - Mapa Planialtimetrico Fonte: Engeambih
30
4.3 Mapa de Direção de Fluxo na Superfície
Este mapa foi elaborado através do levantamento planialtimétrico com o
auxilio das redes de drenagem e do Software Surfer. Por meio dele é possível
averiguar a direção do fluxo d’água na superfície como demonstrado na
representação gráfica das flechas. No lote 4b nota-se que as flechas
convergem para o mesmo, explicando assim a ocorrência de área úmida no
lote. Ainda é possível analisar, que uma grande maioria de flechas converge
para o reservatório artificial a oeste do mapa, explicando também a ocorrência
das áreas de alague a montante do reservatório, apresentado na figura 18.
31
Figura 18 - Mapa de Direção de Fluxo na Superfície Fonte: Engeambih
32
4.4 Mapas de APP e Drenagem
O mapa de APP e drenagem foram elaborados, tendo como base as
referências bibliográficas e principalmente, os dados obtidos no levantamento
planialtimétrico.
A Área de Preservação Permanente (APP - Hachura num tom verde
claro) foi delimitada no mapa com faixa marginal de 30 metros em relação à
rede de drenagem como demonstra a figura 19, que se encontra dentro da cota
101,00, tendo em vista que se localizam duas redes de drenagem no local que
se direcionam ao reservatório artificial a oeste no mapa. E por conta das
drenagens e da declividade, é possível caracterizar que na cota 101,00 até a
cota 98,00 como uma Área Úmida - Banhado.
Além disso, quando comparado ao mapa de direção de fluxo e o mapa
planialtimétrico, a área da cota 101 demonstra, que por ser a área mais plana
no terreno, acaba por ser periodicamente inundada, inundação esta que dá
tanto pela precipitação direta, como pelas águas subterrâneas e ainda pelo
reflexo lateral dos lagos. Enfatiza-se ainda que as inundações no lote 4b
possuem influencia direta dos lagos artificial próximos ao mesmo. Os alagues
também podem ser influenciados pelas caixas de inspeção, que como já
abordado se encontram em regime afogado. Por meio dessas características,
esta área em estudo resulta-se em um ambiente físico-químico particular que
conforme o referencial teórico consultado se insere nas conceituações de Área
úmida – Banhado, como apresenta a figura 20.
.
33
Figura 19 - Mapa da área de preservação permanente referente a drenagem Fonte: Engeambih
34
Figura 20 - Mapa da área de preservação permanente referente a cota 101. Fonte: Engeambih
5 CONCLUSÃO
Os objetivos propostos foram todos alcançados desde o levantamento
topográfico e a elaboração dos mapas de localização e situação,
planialtimétrico, de área de preservação permanente, drenagem e de direção
de fluxo na superfície, a partir dos dados coletados em campo.
Com a elaboração dos mapas e o estudo especifico da área, possibilitou
constatar que o local predominante sobre a cota 101 é a área plana do lote 4b,
onde estão instaladas as duas caixas de inspeção e dois reservatórios
artificiais. Por motivos de uma declividade e de um ambiente físico-químico
particular, tendo a mesma comunicação direta com outros recursos hídricos do
local, ligando-se com os reservatórios artificiais próximos, então esta cota se
insere em uma Área úmida – Banhado.
Em relação à Lei Complementar nº 3 de dezembro de 2011, esta que
estabelece regras para uso e ocupação do solo do município de Itaara/RS,
mesmo o município sendo favorável a construção de unidades residenciais no
lote estabelecido, ao mesmo tempo em que a Lei Complementar nº 4 do
mesmo ano estabelece que as Áreas de Preservação Permanente devam ser
seguidas conforme as Leis Ambientais vigentes, ou seja, a Lei Municipal não
ultrapassa as leis de regime Estadual e Federal. Deste modo, a construção no
lote torna-se inviável, por se tratar de uma área “Não-Edificável”.
REFERÊNCIAS
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