urgente savio stf 07 08

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Page 1: Urgente savio stf 07 08

SHIS – QL 02, Conjunto 7 , Casa 02 – Lago Sul – Brasília – DF – CEP:71.610-075 Fone: (61) 3365-5206 – (61) 3366-4924

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EXMO.SR. MINISTRO JOAQUIM BARBOSA – DO C. SUPREMO

TRIBUNAL FEDERAL – RELATOR DO PROCESSO – STF-

INQUÉRITO Nº 2474

URGENTE

HENRIQUE PIZZOLATO, brasileiro, casado, CPF nº

296.719.659-20, residente e domiciliado na Rua Domingos Ferreira, nº 46, aptor 1001 –

Copacabana – Rio de Janeiro – CEP: 22050-012, por seu advogado infra-assinado, vem

mui respeitosamente à presença de V. Exa, com fulcro na Súmula Vinculante nº 14

desta Corte, expor e ao final requerer o que se segue:

1. No dia 30 de abril de 2013, foi deferido ao requerente

vista dos autos dos Processos nºs 19590-60.2012.4.01.3400 em trâmite na Décima

Segunda Vara Federal de Brasília, autuada em 25/04/2012, distribuído por dependência

ao processo nº 2006.34.00.030508-5 (Inquérito Policial – distribuída em 02/10/2006,

Assunto: Falsificação de documento Público (ART. 297 E LEI 8.212/91) - CRIMES

CONTRA A FÉ PÚBLICA – PENAL - ARTS. 317 E 333 DO CP E ARTS 90 E 92

DA LEI 8.666/93) em trâmite na 12ª Vara Federal Criminal de Brasília-DF, cujo objeto

é a individualização da responsabilidade dos representantes do Banco do Brasil S/A e

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do FUNDO DE INCENTIVO VISANET, no caso, Cláudio de Castro Vasconcelos,

gerente Executivo e único responsável pela fiscalização do Contrato entre o Banco do

Brasil S/A e a DNA Propaganda1. A partir da análise destes processos, que já foram

devidamente incluídos na Ação Penal nº 470 em razão da configuração da coautoria,

constatou-se a existência do presente Inquérito nº 2474 em trâmite junto ao STF, cujo

relator é V. Exa.

Analisando o andamento processual junto ao sítio do

Supremo Tribunal Federal, consta que o referido Inquérito – 2474, encontra-se sob

segredo de justiça, sendo impossível o seu acesso.

2. Ao obter acesso ao relatório elaborado pela Polícia

Federal, Inquérito Policial nº 002/2007-DFIN/DCOR/DOF, assinado pelo Delegado da

Polícia Federal Luís Flávio Zampronha de Oliveira, cujo objeto é a investigação do

“emprego de recursos distribuídos a deputados federais, por meio de engenharia

financeira estruturada por MARCOS VALÉRIO, como instrumento ilegítimo de

influência política [...]”2 tendo em vista o requerimento efetuado pela PGR por meio da

petição de nº 34994, constante às fls. 8321 dos autos principais para a abertura deste

procedimento específico, este Inquérito – 2474, teve como estrutura principal “o

delineamento da hipótese criminosa sob investigação, as conclusões apresentadas pelos

referidos exames financeiros foram justapostas às análises resultantes do Laudo de

Exame Contábil (Contabilidade Societária) nº 2828/2006-INCDPF, que esclareceu o

funcionamento do FUNDO DE INCENTIVO VISANET, com a identificação das

origens e destinos dos valores movimentados em nome do BANCO DO BRASIL e a

descrição das relações da referida instituição financeira com a empresa DNA

PROPAGANDA, bem como a forma de contratação da prestação dos serviços de

publicidade” .3

1 Após mais de 3 (três) meses de ter efetuado o requerimento de vistas.

2 Fls. 13.359 do Relatório que se encontra anexado com a presente petição ficando fazendo parte

integrante dos fundamentos. 3 Fls. 13.361 do Relatório que se encontra anexado com a presente petição ficando fazendo parte

integrante dos fundamentos.

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Conforme afirma o referido relatório, às fls 13.366, “serão

detalhadas as movimentações financeiras das empresas investigadas realizadas durante

os anos de 1999 a 2002 (Laudo nº 1449/2007 – INC/DPF) e de 2003, 2004 e de parte do

ano de 2005 (Laudo nº 1450/2007 – INC/DPF), em uma análise conjugada com os

resultados apresentados pelo Laudo Contábil (Contabilidade Societária) nº 2828/2006-

INCDPF”.

No tópico 2, do referido relatório, que se encontra anexado

ao Inquérito 2474 em trâmite ao C. STF, ao tratar da estruturação do esquema montado

por Marcos Valério afirma, às fls. 13.369, que ROBSON FERREIRA PEGO, gerente

financeiro da filial da DNA Propaganda LTDA, em Brasília – DF, efetuou três saques

em espécie na agência do Banco Rural em Brasília/DF, sendo que em 20/01/2004

efetuou o saque no valor de R$ 326.660,67 (trezentos e vinte e seis mil seiscentos e

sessenta reais e sessenta e sete centavos) cujos valores foram entregues pessoalmente a

MARCOS VALÉRIO FERNANDES DE SOUSA para repassar para o Partido dos

Trabalhadores.

Esta afirmativa vem confirmar a tese da defesa

apresentada pelo requerente nos autos da Ação Penal nº 470 no sentido de que a

encomenda que lhe foi solicitado a entregar para o Partido dos Trabalhadores no Rio de

Janeiro, que somente posteriormente foi constatado que se tratava de dinheiro (com o

desconhecimento do requerente) não se tratava de propina. Isto porque o valor que a

PGR acusa o requerente de receber a propina foi exatamente o mesmo valor acima

mencionado, qual seja R$ 326.660,27 (trezentos e vinte e seis mil seiscentos e sessenta

reais e vinte e sete centavos). Ora, como o relatório afirma, este valor tinha a finalidade

de repassar para o Partido dos Trabalhadores. Não é crível pensar que o valor

exatamente igual tenham finalidades distintas.

Ressalte-se que o referido relatório afirma que Laudo

Contábil (Contabilidade Societária) nº 2828/2006-INCDPF constatou que o modus

operandi no tocante aos pagamentos efetuados através do FUNDO DE INCENTIVO

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VISANET ocorreram durante os anos de 2000 a 2002, conforme fls. 13.390 e fls.

13.391 do Laudo anexado com a presente petição.

As afirmações constantes no referido relatório, fruto da

análise do Laudo Contábil (Contabilidade Societária) nº 2828/2006-INCDPF, que fora

anexado a Ação Penal nº 470, tardiamente, CONTRADIZ INTEGRALMENTE A

TESE DA ACUSAÇÃO NO SENTIDO DE QUE HENRIQUE PIZZOLATO

MODIFICOU OS PROCEDIMENTOS PARA A UTILIZAÇÃO DO FUNDO DE

INCENTIVO VISANET PELO BANCO DO BRASIL S/A, INCLUSIVE NO

TOCANTE AS ANTECIPAÇÕES INDEVIDAS, QUE JÁ EXISTIAM E NÃO

SÃO ILEGAIS.

O referido relatório também confirma a tese da defesa no

sentido de que o FUNDO DE INCENTIVO VISANET “Criado no ano de 2001 com o

objetivo de financiar ações de marketing para incentivara a aquisição e uso dos cartões

com bandeira VISA, o FUNDO DE INCENTIVO VISANET foi constituído com

recursos da COMPANHIA BRASILEIRA DE MEIOS DE PAGAMENTO

(CBMP), empresa conhecida como VISANET [...]”, fls. 13.392. Esta afirmação

contradiz não somente a tese da acusação como do próprio v. acórdão proferido nos

autos da Ação Penal nº 470 em que afirmam que o FUNDO DE INCENTIVO

VISANET teria sido criado com aporte financeiro do Banco do Brasil S/A. Ora, se o

FUNDO DE INCENTIVO VISANET foi constituído com recursos da COMPANHIA

BRASILEIRA DE MEIOS DE PAGAMENTO (CBMP), empresa conhecida como

VISANET, está comprovado, a partir deste Inquérito 2474, que NÃO SE TRATA DE

DINHEIRO PÚBLICO, LOGO, O DINHEIRO DO FUNDO DE INCENTIVO

VISANET É PRIVADO, como comprovado na defesa e requerido que fossem sanadas

as contradições dos fundamentos do v. acórdão na Ação Penal nº 470 e embargos de

declaração.

Mas, há mais: Ao analisar as transferências ocorridas pelo

FUNDO VISANET no período de 2001 e 2002, o referido relatório CONFIRMA que

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os pagamento ocorriam na modalidade de ADIANTAMENTOS (fls. 13.398/13.409 do

relatório anexado com a presente petição).

Ou seja, este relatório CONTRADIZ, logo CONTESTA,

a tese da acusação, acatada pelo v. acórdão nos autos da Ação Penal nº 470 de que o

requerente foi que introduziu o sistema de ADIANTAMENTOS. Em outras palavras,

o referido Laudo CONFIRMA A TESE DA DEFESA.

Mas a contradição entre os fundamentos do relatório

apresentado pela Polícia Federal nos autos do Inquérito 2474, ora em análise, com a tese

da acusação e da decisão nos autos da Ação Penal nº 470 não param por aí. Ao

analisarem o período de 2003 e 2004, período em que Henrique Pizzolato exerceu o

cargo de Diretor de Marketing do Banco do Brasil S/A, o referido laudo AFIRMA

TEXTUAL E LITERALMENTE QUE O ATO DE OFÍCIO QUE DETERMINOU

A TRANSFERÊNCIA DOS VALORES DO FUNDO DE INCENTIVO VISANET

FOI DO GESTO INDICATO PELO BANCO DO BRASIL S/A JUNTO AO

FUNDO, SER. LÉO BATISTA DOS SANTOS.

Ás fls. 13.409 a 13.412 do relatório, consta que todos os

valores imputados como ato de ofício de Henrique Pizzolato por ter dado o “De

Acordo” nas Notas Técnicas, FORAM DETERMINADA A LIBERAÇÃO, LOGO,

ATO DE OFÍCIO, PELO SR. LÉO BATISTA DO SANTOS E DOUGLAS

MACEDO.

O REFERIDO RELATÓRIO CONFIRMA A TESE

DA DEFESA NO SENTIDO DE QUEM ERA O GESTOR E ÚNICO

RESPONSÁVEL PARA DETERMINAR – ATO DE OFÍCIO – LIBERAÇÃO DO

FUNDO DE INCENTIVO VISANET EM NOME DO BANCO DO BRASIL S/A

ERA O SR. LÉO BATISTA DOS SANTOS E NÃO HENRIQUE PIZZOLATO.

Em outras palavras o referido Laudo CONTRADIZ TOTALMENTE A TESE DA

ACUSAÇÃO DO V. ACÓRDÃO NO SENTIDO DE QUE O ATO DE OFÍCIO

FOI DE HENRIQUE PIZZOLATO.

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3. Conforme a defesa do requerente vem afirmando não

houve nenhum ato de ofício, pessoal, individual de Henrique Pizzolato. As Notas

Técnicas em que constam o seu “De acordo” eram elaboradas e apresentadas como

proposta de trabalho por Cláudio de Castro Vasconcelos, gerente executivo da

DIMAC, pelo Gerente Executivo da DIREV Douglas Macedo e conferido o “De

acordo” pelo Diretor de Varejo Fernando Barbosa de Oliveira, sendo que, a

DETERMINAÇÃO LEGAL, ATO DE OFÍCIO, PARA TORNAR EFICAZ A

LIBERAÇÃO DO FUNDO DE INCENTIVO VISANET EM NOME DO BANCO

DO BRASIL S/A FOI DE LÉO BATISTA DOS SANTOS GESTOR NOMEADO E

ÚNICO RESPONSÁVEL PARA FALAR EM NOME DO BANCO DO BRASIL

S/A JUNTO AO FUNDO, CONFORME RECONHECIDO NO REFERIDO

LAUDO.

4. O referido Relatório confirma que foi estratégia da PGR

desmembrar as investigações e que o referido Laudo apontou a materialidade e a

autoria do crime, liberação dos recursos do FUNDO VISANET PARA A

EMPRESA DNA PROPAGANDA considerado como desvio, ao SR. LÉO BATISTA

DOS SANTOS. .

Uma vez que a PGR sempre negou a existência de uma

decisão colegiada, afirmando que Henrique Pizzolato fez autorizações isoladamente,

muito embora estivesse de forma paralela fazendo investigação em sentido

contrario tendo sido já comprovado a autoria pelo Sr. LÉO BATISTA DOS

SANTOS. Ora, havendo mais de um partícipe, se for considerado que a Nota Técnica é

ato de ofício, configura-se decisão colegiada, como se confirmou na investigação

paralela em trâmite na primeira instância – Cláudio de Castro Vasconcelos, como se

comprovou a partir deste Inquérito – 2474, haveria que estar, necessáriamente, os

demais participes desta decisão como denunciados. Haveria a necessidade de prova, por

parte da PGR, da participação ativa de todos os envolvidos.

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5. A investigação levada a efeito pela PGR quanto a

existência de decisões colegiadas dentro do Banco do Brasil S/A4 ao mesmo tempo em

que fundamenta sua denuncia em atos isolados, e inexistência de decisões colegiadas5,

viola flagrantemente o devido processo legal, quer sem seu sentido procedimental, quer

em seu sentido formal (art. 5º, inciso LIV e LV da CRB/88) e ainda o amplo direito de

defesa, podendo gerar a nulidade da decisão proferida nos autos da Ação Penal nº 470

por se tornar a mesma destituída do necessário conteúdo da razoabilidade e

proporcionalidade.

5.1. Ressalte-se que até o presente momento a PGR

jamais informou a existência da referida investigação a qual atinge diretamente a

defesa do ora requerente e fragiliza, consequentemente, a sua denuncia.

6. A Súmula Vinculante nº 14 do STF afirma que "É

direito do defensor, no interesse do representado, ter acesso amplo aos elementos de

prova que, já documentados em procedimento investigatório realizado por órgão com

competência de polícia judiciária, digam respeito ao exercício do direito de defesa"

6.1. Conforme confirmado pelo Relatório apresentado em

18 de fevereiro de 2011, assinado pelo Delegado da Polícia Federal LUIS FLÁVIO

ZAMPRONHA DE OLIVEIRA, anexado a este Inquérito de nº 2474, em trâmite em

segredo de justiça, o objeto da investigação atinge diretamente a defesa do ora

requerente.

7. Ante todo o exposto e do que mais nos autos consta,

requer, em regime de urgência:

4 Autos do processo nº 19590-60.2012.4.01.3400 em trâmite na Décima Segunda Vara Federal de

Brasília, autuada em 25/04/2012, distribuído por dependência ao processo nº 2006.34.00.030508-5

(Inquérito Policial – distribuída em 02/10/2006, Assunto: Falsificação de documento Público (ART.

297 E LEI 8.212/91) - CRIMES CONTRA A FÉ PÚBLICA – PENAL - ARTS. 317 E 333 DO CP E

ARTS 90 E 92 DA LEI 8.666/93) 5 Ação Penal nº 470.

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A. Sejam prestadas todas as informações necessárias sobre o objeto do

referido inquérito, envolvidos e provas já coletadas, juntando copias

de todos os documentos produzidos nos autos da presente Ação

Penal nº 470, no prazo de 24 horas;

B. Seja concedida vista dos autos a este defensor para dele se manifestar

antes do início do julgamento dos Embargos declaratórios constante nos

nos autos da Ação Penal nº 470;

C. Sejam os Eminentes Ministros desta Corte informados do inteiro teor

presente Inquérito nº 2474 em trâmite nesta Corte antes do início do

julgamento dos Embargos Declaratórios constante nos autos da Ação

Penal nº 470;

D. Alternativamente, seja determinado a concessão de vista do Inquérito nº

2474 a este defensor, fornecendo todas as copias necessárias para a

garantia do amplo direito de defesa a ser apresentada junto a Ação Penal

nº 470;

P. Deferimento.

Brasília, 1 de agosto de 2013.

MARTHIUS SÁVIO CAVALCANTE LOBATO

OAB/DF 1681-A

OAB/SP 122.733