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RESPOSTA DO TREINAMENTO DE FORÇA ESPECÍFICO NO DESEMPENHO DO ARREMESSO NO BASQUETEBOL RESPONSE OF STRENGHT TRAINING SPECIFIC FOR THROW IN BASKETBALL Elison Antônio Cavalcanti Rosa / [email protected] Gledman Ferreira Lima / [email protected] Maria Fernanda Mathias Gonçalves/ [email protected] Graduando em Educação Física Bacharel em Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium Profª. Giseli de Barros Silva / [email protected] RESUMO O atual estudo teve como objetivo verificar a influência do treinamento específico de força no arremesso do basquetebol, utilizando como protocolo de avaliação de pesquisa o lance livre. O grupo pesquisado foi composto por 16 atletas das equipes de Lins e Promissão, com idade entre 15 e 18 anos. Desta forma, foram divididos em dois grupos, sendo 8 atletas do grupo treinamento (GT) e 8 atletas para o grupo controle (GC). Os atletas participaram da intervenção no período de 10 semanas. Para análise estatística utilizou-se o teste de normalidade dos resultados, em seguida realizado a análise estatística para dados teste t-student, com nível de significância de p < 0,05. Para a comparação dos lances livres cada atleta foi submetido à 3 séries de lances livres com intervalo de 30 segundos. Com os resultados obtidos, nota-se que o treinamento de força específico para o arremesso no basquetebol é eficaz e proporciona mudanças significativas e melhorias em percentuais de arremessos. Palavras-chave: Basquetebol. Lance livre. Treinamento de força. ABSTRACT Universitári@ - Revista Científica do Unisalesiano – Lins – SP, ano 7, n.15, jul- dez de 2016

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RESPOSTA DO TREINAMENTO DE FORÇA ESPECÍFICO NO DESEMPENHO DO ARREMESSO NO BASQUETEBOL

RESPONSE OF STRENGHT TRAINING SPECIFIC FOR THROW IN BASKETBALL

Elison Antônio Cavalcanti Rosa / [email protected] Ferreira Lima / [email protected]

Maria Fernanda Mathias Gonçalves/ [email protected]

Graduando em Educação Física Bacharel em Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium

Profª. Giseli de Barros Silva / [email protected]

RESUMO

O atual estudo teve como objetivo verificar a influência do treinamento específico de força no arremesso do basquetebol, utilizando como protocolo de avaliação de pesquisa o lance livre. O grupo pesquisado foi composto por 16 atletas das equipes de Lins e Promissão, com idade entre 15 e 18 anos. Desta forma, foram divididos em dois grupos, sendo 8 atletas do grupo treinamento (GT) e 8 atletas para o grupo controle (GC). Os atletas participaram da intervenção no período de 10 semanas. Para análise estatística utilizou-se o teste de normalidade dos resultados, em seguida realizado a análise estatística para dados teste t-student, com nível de significância de p < 0,05. Para a comparação dos lances livres cada atleta foi submetido à 3 séries de lances livres com intervalo de 30 segundos. Com os resultados obtidos, nota-se que o treinamento de força específico para o arremesso no basquetebol é eficaz e proporciona mudanças significativas e melhorias em percentuais de arremessos.

Palavras-chave: Basquetebol. Lance livre. Treinamento de força.

ABSTRACT

The current study aimed to verify the influence of the strength training specific for basketball throw, using as a research evaluation protocol the free throw. The group consisted of 16 athletes participated from Lins and Promissão teams, aged between 15 and 18 years old. Thus, they were divided in two groups, being 8 athletes of the training group (TG) and 8 athletes for the control group (CG). The athletes participated in the intervention for 10 weeks. For statistical analysis, the normality test of the results was used, then the statistical analysis was performed for t-student test data, with significance level of p <0.05. To compare the free throws, each athlete was submitted to 3 sets of free throws with interval of 30 seconds. Through the results, it’s noted that the strenght training specific for throw in basketball is effective and provides significant changes and improvements in throw percentages.

Key Words: Basketball. Free Throw. Strenght Training

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INTRODUÇÃO

O basquetebol é uma modalidade esportiva coletiva, onde a disputa se realiza

por duas equipes, contendo cinco jogadores em cada, com regras específicas, num

determinado espaço, como finalidade a posse de bola e conservação da mesma, e

quando o atleta estiver sem a posse de bola, deve-se proteger a cesta além tentar

recuperá-la, evitando com que a equipe adversária tente fazer ponto (FERREIRA;

GALATTI; PAES, 2005).

O lance livre e um fundamento que se destaca por proporcionar ao atleta

sensação de confiança extrema, situação que o atleta tem apenas o aro como seu

objetivo e foco, entram em ação a parte psicológica, e sensorial para distinguir sons,

tonalidade de luz ambiental força necessária e recrutamento adequado da

musculatura específico do arremesso (CEDRA; SÉRIO, 2008).

Para um bom arremesso é necessário precisão, o que somente a prática

constante é capaz de fornecer, mas sem a potência certa nos membros superiores e

inferiores o arremesso não chega à correta precisão. Segundo Gorgatti & Böhme

(2002), o sucesso competitivo do indivíduo se dá quando ocorrem a associação

entre potência e habilidade aliada às demais capacidades físicas.

O aumento da gradual da popularidade do treinamento de força a partir da

década de 1950 foi causado, em grande parte, pela capacidade de oferecer

benefícios à estética, aptidão física e a saúde que não podem ser facilmente obtidos

pelo treinamento aeróbico ou de flexibilidade. Além disso, a prática do treinamento

de força aumenta o desempenho tanto do atleta profissional quanto do amador

(SIMÃO, 2004).

De acordo com Sharkey (1998), além da força propriamente dita, os

treinamentos de força respondem na melhora da capacidade muscular como:

resistência muscular, flexibilidade, velocidade, potência, agilidade, equilíbrio e

coordenação ou habilidade. Sendo essas capacidades importantes para o sucesso

no esporte ou no trabalho, ajudando a evitar lesões graves, desacreditando que

essas capacidades possam estar relacionadas diretamente a saúde.

A presente pesquisa visa apresentar o importante papel do trabalho de força

muscular específico do basquete e comparar sua influência arremessos estático

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melhorias e percentuais e seu desenvolvimento entre o grupo treinado (GT) com o

grupo controle (GC) exposto ao experimento.

1 BASQUETE E CAPACIDADES FÍSICAS

Atualmente o basquetebol tem se tornado um esporte dinâmico por suas

mudanças de regras e dimensões de espaço, tais como posse de bola rápida, tempo

para transição, tempo de manuseio, tempo para cobranças de lateral e fundo bola,

tempo para cobranças de lances livre, entre outros. O atleta tem que estar altamente

treinado para ser ágil, obter total controle dos fundamentos em questão, melhor

aproveitamento e porcentagens satisfatórias (BARBANTI, 2000).

O basquetebol é uma modalidade que envolve diferentes capacidades

motoras, modalidade de alta intensidade, divididos em períodos curtos.

O basquetebol tem evoluído e se tornado cada vez mais rápido e preciso, é necessário que a preparação de uma equipe torne-se mais complexa e que sejam usadas novas técnicas e táticas, a fim de tornar o treinamento cada vez mais detalhado e específico (DAIUTO, 1983, p.1 ).

O principal fator que leva um atleta a ter sucesso no basquetebol é o

desenvolvimento das capacidades físicas e o aperfeiçoamento das técnicas e

táticas, fundamental para seus praticantes principalmente no âmbito profissional. O

atleta tem que estar altamente treinado para ser ágil, obter total controle dos

fundamentos em questão, melhor aproveitamento e porcentagens satisfatórias. As

capacidades físicas também embasam a performance das habilidades afetando o

potencial do atleta para aquisição de habilidades. (DAIUTO, 1983).

Para Gallahue e Ozmun, (2005) a capacidade física é um movimento do

corpo e membros para atingir um objetivo.

Segundo Barbanti (2000):

a) força: é a capacidade de exercer tensão contra uma resistência que ocorre

por meio de ações musculares. O treinamento da força visa um aprimoramento por

meio de exercícios gerais e específicos, juntamente com determinados movimentos

do basquetebol.

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b) agilidade: capacidade de executar movimentos rápidos com mudanças de

direções. Para a agilidade, a flexibilidade é importante.

c) velocidade: capacidade de executar movimentos cíclicos na mais alta

velocidade individual, e no menor tempo possível. A velocidade bem executada

possibilita o jogador a reagir a estímulos do jogo. O treinamento da velocidade no

basquetebol depende da força, estabilidade, técnica e tática do desportista.

d) resistência: capacidade de sustentar uma dada carga de atividade por

maior tempo possível sem fadiga ocasionada por condições de grande esforço

exigido nos jogos, retardando ao máximo o aparecimento da fadiga muscular.

e) coordenação: direciona o movimento dos jogadores de basquetebol, seu

melhor momento acontece nas idades infantis e no início da adolescência. O

trabalho em atletas de basquete domina de forma mais concreta suas capacidades

motoras.

f) flexibilidade: permite ter uma extensão máxima de um determinado

movimento em alguma articulação, permitindo o jogador de basquete ter o

desenvolvimento de executar em uma grande amplitude seu movimento. A ausência

dessa capacidade aumentará a probabilidade de lesões ao atleta, podendo

atrapalhar o desenvolvimento da rapidez e força, exigindo a realização de esforços

desnecessários.

Aconselha-se o trabalho de exercícios no basquetebol, antes e depois do

treinamento, com movimentos amplos para ter uma boa qualidade na realização do

movimento, tendo também ganho de força e agilidade.

2 CASUÍSTICAS E MÉTODOS

2.1 Introdução

Trata-se de uma pesquisa de caráter exploratório e experimental, o qual foi

submetido à plataforma Brasil e aprovado pelo comitê de ética em pesquisa do

Unisalesiano.

2.2 Método

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A pesquisa foi realizada com jogadores de basquetebol, sendo divididos em

dois grupos: grupo de treinamento (GT) que realizou o treinamento específico do

basquete e o treinamento de força específico, e o grupo controle (GC) que realizou

apenas o treinamento de basquete específico.

2.3 Avaliações de lance livre

As avaliações pré e pós do grupo de treinamento (GT) e do grupo controle

(GC) foram realizadas no Ginásio Municipal Nico Garcia na cidade de Lins/SP. No

dia 8 de agosto de 2017 foi realizada a coleta pré e no dia 10 de outubro de 2017 foi

realizada a coleta pós, ambos no período da tarde.

2.4 Treinamentos

2.4.1 Grupo treinamento

2.4.1.1 Treinamento específico

Equipe de Lins

Treino específico de basquetebol foi desenvolvido todas as terças e quintas-

feiras sendo o treino específico de lances livres realizado das 15h às 15h30min além

de todo o desenvolvimento da parte de força até a prática das repetições e seus

fundamentos de molde; das 15h30min às 18h treinamento de quadra voltado para a

parte coletiva da equipe com desenvolvimento da parte motora dos atletas inserindo

circuitos de habilidades e definições de curta, média e longa distância englobando

treinos coletivos partindo do princípio de jogo propriamente dito de um contra um até

chegar ao coletivo jogado no cinco contra cinco, utilizando de táticas combinadas

como movimentações de quadra jogadas pré determinadas e estratégias de defesa

por pressão individual ou por zona estabelecendo um padrão adequado para uma

equipe de alto rendimento em categorias de base, toda preparação da equipe

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acontece nas dependências do Ginásio Municipal Nico Garcia, localizado na Rua

José Fava, n° 750, bairro Junqueira, na cidade de Lins/SP, CEP 16403-161.

2.4.1.2 Treinamento de força intervenção

O grupo submetido ao treinamento específico passou por avaliações de

porcentagem de lances livres para cada 10 tentativas, dividindo em três séries de 10

lances livres, com 30 segundos de intervalo de descanso entre as séries.

Com uma rotina de treinamento baseada em aspectos individuais e coletivos

de fundamentos de quadra os atletas passaram a ter uma adaptação ao treino

específico de lances livres, realizados no início da sessão de treinamento da equipe

de alto rendimento duas vezes na semana.

Foram submetidos ao treinamento específico de força relacionado à mecânica do

arremesso livre utilizando bolas de medicine ball de 3, 4 e 5 kg realizando o treino de

força por um período de dois meses em sessões de 30 minutos duas vezes na

semana, foram inseridos no treinamento específico exercícios de molde e correção

da mecânica do arremesso tal como a prática de arremessos de quadra pós a

realização dos exercícios específicos para força no molde de arremesso, exercícios

de coordenação motora e controle corporal fizeram parte da rotina de treinamento

dos atletas, adicionando qualidade à prática diária englobando todos os

fundamentos dentro do basquetebol, resultando em um excelente alicerce para o

desenvolvimento da técnica do movimento específico do lance livre.

2.4.1.2.1 Materiais

Foram utilizados no desenvolvimento dos testes bolas penalty 7.5, bolas de

medicine ball Dalponte de 3, 4 e 5 kg, cones prato para demarcação de moldes,

tabelas hidráulicas Rapini e aros Rapini.

2.4.2 Treino específico – Grupo controle

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As atividades se iniciaram às 14h com atletas de categorias sub 13 e 15, as

categorias 16, 17 e 18 iniciaram o seu treinamento às 15h, o método usado durante

o trabalho foi global, com situações parcial/analítica para simular jogadas do jogo, as

instruções foram passadas pelo treinador e executadas pelos atletas até atingir o

objetivo desejado.

Durante este período, foram desenvolvidos o fundamento de passe de bola,

dividindo os atletas em trios, o exercício se compôs em um atleta se colocar entre os

outros dois companheiros dificultando a passagem de bola exigindo uma execução

sem erros, a cada 1 minuto foi feito o revezamento entre os atletas até completar um

rodízio, possibilitando assim a prática do exercício com todos os indivíduos

envolvidos.

Em seguida, divididos em dois grupos, sendo um em cada lado da quadra, os

atletas realizaram o fundamento da bandeja revezando as infiltrações com a mão

direita e mão esquerda e executando a técnica com a maior eficiência possível.

Foi desenvolvido um treino de defesa e contra a ataque, onde um atleta para

cada lado da quadra e um como pivô, a bola chegava até ao pivô por um dos lados,

o mesmo simulava um arremesso errado proporcionando uma defesa de rebote

onde um contra ataque rapidamente era executado e treinado com um ala saindo

em velocidade máxima, recebendo o lançamento em profundidade, infiltrando o

garrafão e realizando uma bandeja e assim sucessivamente todos os atletas

alternando entre si.

O arremesso livre foi realizado em uma linha indiana entre os atletas com

uma proposta do treinador em executar o arremesso livre com um tempo estipulado

de 3 minutos, para converter um total de 15 arremessos, o atleta que convertia o

arremesso tinha o direito de arremessos seguidos possibilitando uma quantidade

maior de lances livres treinados com êxito, caso errasse o lance livre, acontecia a

troca de atleta para a execução do fundamento pelo próximo indivíduo, o

fundamento foi treinado durante 15 minutos.

Logo após o treinamento de lance livre os atletas foram divididos em 3

equipes de 5 atletas, possibilitando assim o treinamento global, com o tempo de 15

minutos, permanecendo em quadra a equipe que vencesse o jogo-treino.

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Durante a partida o treinador realizou intervenções com o objetivo de passar

instruções aos atletas de como executar uma jogada de forma consciente e segura

pra evitar o erro que por consequência pode gerar um contra ataque adversário

possibilitando a outra equipe converter os pontos desejados.

Durante o treino global, o lance livre foi poucas vezes executado dificultando

assim a sua prática mais próxima de uma situação real de jogo, deixando o atleta

inativo para o fundamento.

Após o término do treinamento, o treinador colocou os atletas em um círculo

com os mesmos sentados e foram realizados alongamento e relaxamento muscular

dos membros inferiores e superiores, com o objetivo de evitar lesões e

consequentemente o descanso dos atletas.

Por fim o técnico fez algumas observações do que foi executado durante todo

o treino e em seguida dispensou os atletas para suas residências.

3 ANÁLISE ESTATÍSTICA

Para análise estatística, foi feito o teste de normalidade dos resultados, em

seguida realizado a análise estatística para dados teste t-student (teste para

comprovar ou não uma hipótese levantada com o estudo em questão) com nível de

significância de p < 0,05.

4 RESULTADOS

Os resultados foram apresentados em forma de tabela com os dados em

média e desvio padrão.

Tabela 1: Características biométricas apresentadas em média e desvio padrão dos

jogadores de basquete do grupo de treinamento (GT) e do grupo controle (GC).

GrupoControle

Grupo deTreinamento

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Peso 71,3 ± 14,6 67,7 ± 12,0

Estatura 1,85 ± 0,07 1,78 ± 0,10

Idade 17,25 ± 0,88 15,8 ± 1,55

Fonte: elaborado pelos autores, 2017.

Tabela 2: Comparação dos lances livres do período pré e pós treinamento nas três

séries realizadas, apresentados em média e desvio padrão do grupo de treinamento

(GT) e do grupo controle (GC).

Grupo de Treinamento (GT) Grupo Controle (GC)

Series 1º 2º 3º 1º 2º 3º

Pré 5,25

± 1,48

6,62

± 1,92

6,62 ±

2,38

4

± 1,58

4,37

± 1,3

5,25

± 2,33

Pós 6,3*

± 1,3

7,62*

± 1,68

8,25*

± 1,75

4,37

± 1,5

5,5

± 1,60

5,5

± 1,69

Fonte: elaborado pelos autores, 2017. * P≤0,05 em relação ao grupo controle.

Ao avaliar os resultados apresentados nas tabelas acima, observa-se que o

grupo controle e o grupo de treinamento não são diferentes estatisticamente em

relação aos resultados pré e pós intra grupo em nenhuma das séries e também ao

comparar os resultados pré entre os grupos, não foi apresentado diferença

estatística entre eles em nenhuma das séries, porém ao analisar os resultados pós

entre os grupos, o grupo de treinamento apresentou-se estatisticamente melhor do

que o grupo controle nas três séries comparadas entre elas respectivamente.

5 DISCUSSÃO

A presente pesquisa está relacionada ao arremesso livre (ação estática

realizada em uma partida de basquetebol). Para o atleta garantir sucesso neste

movimento é preciso que tenha um trabalho de aprimoramento específico

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relacionado à mecânica do arremesso, sendo importante o total domínio de

qualidades coordenativas e motoras do corpo e principalmente equilíbrio emocional

para se obter um desempenho satisfatório do fundamento do arremesso livre, que se

relaciona muito com a parte emocional, ambiental e estrutural do jogo. Colocando

fatores extrínsecos como desenvolvimento de técnicas, ações de definições e

avaliações do ambiente e adversário, no ato da partida pode ser executado sobre

uma leve pressão ou em final de partida com o aumento da responsabilidade e o

fator psicológico se adequando ao momento e ambiente de jogo (CEDRA, 2008).

Bompa (2001) explica que o principal objetivo do treinamento de força é fazer

com que o atleta atinja um bom desempenho em dada circunstância em boa forma

atlética.

Marques Júnior (2005) acrescenta que o treinamento de força contribui para a

melhora do desempenho de habilidades motoras em atletas de voleibol, como o

salto vertical.

Da mesma forma Ide e Lopes (2008) afirmam que os treinamentos resistidos

são fundamentais para o aumento de força, por meio de uma sobrecarga ou

resistência ocorre uma resistência contrária à ação do movimento, gerando estímulo

no metabolismo para desenvolver a hipertrofia muscular.

Greco e Denadai (2006) assimilaram os níveis adequados de força rápida,

velocidade e habilidade, executando movimentos e técnicas em fundamentos com

maior qualidade e desenvoltura, além de precisão com uma melhor solidez e

confiança, afirmando assim que treinos de alto índice de repetição podem ser

benéficos neste caso.

Silva; Silveira e Neto (2012) explanaram que o lance livre pode ser utilizado

como tática para mudanças de placar favorável em um jogo equilibrado por isso a

importância de um treinamento consistente e individualizado relacionado ao

fundamento de lances livres necessita de total precisão em sua execução.

Dias (2005) comprovou em suas pesquisas que o tempo de 8 semanas

realizando treinamento de força muscular é o suficiente para obter ganhos

relacionados à força tanto em membros superiores como inferiores não importando o

gênero masculino ou feminino submetido às abordagens, em destaque o fato

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comprovado que as mulheres têm melhor predisposição para ganho de força

muscular em curtos períodos de treinamento do que os homens.

Maior e Alves (2003) constataram que uma abordagem em treinamento de

força obteve melhorias nas capacidades funcionais e ganho de massa muscular

consequentemente e fatores neurais correlacionados ao ganho de força no início do

treinamento.

Segundo Ferreira e Rose Júnior (1987), o arremesso é o principal fundamento

no basquetebol sempre procurado em primeira estância por jovens atletas iniciantes

na modalidade, fundamento complexo e que requer prática com alto índice de

repetições. O atleta em sua iniciação deve se preocupar muito em adquirir a

mecânica correta e o desenvolvimento de arremessos. Quando se trata de iniciação

os fundamentos básicos devem ser respeitados para moldar atletas com extrema

qualidade em todos eles.

Para Okazaki et al., 2004, os movimentos executados dentro do basquetebol

são complexos, precisos e ricos em detalhes, sempre com a intenção de se

aproximar da cesta ou de ficar livre pra executar um arremesso, permitindo que os

atletas mais altos e com braços longos tenham ligeira vantagem para o arremesso

livre, seja este arremesso de longa ou média distância. Mas é importante levar em

consideração que a amplitude máxima somente é conseguida com uma intervenção

e trabalhos específicos de flexibilidade.

O arremesso livre consiste em três fases: preparação, execução e

descontração, porém o treinamento de aperfeiçoamento leva em consideração

apenas as duas primeiras, já que a descontração não influi na eficácia do

arremesso. Alguns autores têm considerado a extensão de cotovelo como o

movimento mais importante no arremesso, pois esta articulação tem sido vista como

a maior responsável por maximizar a velocidade no instante do lançamento da bola

(CARVALHO e FOLLE, 2014).

Contudo, o sucesso no basquete depende de várias características como

saltos e corridas em curtas distâncias combinadas com habilidade técnica elevada

(FERREIRA; ROSE JÚNIOR.,1987). Como o basquetebol tem evoluído e se tornado

cada vez mais rápido e preciso, é necessário que a preparação de um atleta torne-

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se mais completa e que sejam desenvolvidas novas técnicas e táticas a fim de tornar

o treinamento cada vez mais detalhado e específico (DAIUTO, 1983).

De Carvalho e Folle (2014) observaram que o atleta tem suas variáveis em

aspectos individuais de forma que cada um possui uma maneira de se preparar em

todos os tipos de potenciais, relacionando o sucesso estatístico de seus

fundamentos e partindo de sua preparação individualizada correlacionando à sua

posição de jogo; armadores com maior posse de bola e aproveitamento em passes,

pivôs com maior aproveitamento em seus fundamentos próximos ao cesto e laterais

com maior poder de pontuação.

CONCLUSÃO

No basquetebol moderno os atletas têm procurado muito o suporte na parte

muscular, com treinamentos específicos para cada gesto específico dentro da

modalidade. A pesquisa experimental e exploratória atingiu o objetivo junto aos

atletas da modalidade no município de Lins-SP, os resultados foram expressivos,

visto que, através de um programa de treinamento específico, o grupo que sofreu

intervenção com o treinamento de força com a bola medicine ball obteve melhoras

evidentes em seu desempenho de acertos na pós coleta, quando comparados aos

resultados pós do grupo controle. De forma geral, nos resultados apresentados na

avaliação realizada no início da pesquisa, os grupos não apresentaram resultados

estatísticos diferentes e ao analisar os resultados pós, o grupo de treinamento

apresentou-se estatisticamente melhor que o resultado pós do grupo controle.

Contudo, pode se dizer que o treinamento específico é importante na

modalidade de basquetebol, porém quando a proposta a ser alcançada é um bom

desenvolvimento na performance dos arremessos, pode-se junto com o treinamento

específico da modalidade, realizar o treinamento de força específico para o basquete

voltados diretamente para mecânica do arremesso, como foi proposto pela pesquisa.

Ficou claro que o desenvolvimento dos atletas durante o treinamento estático

e dinâmico aplicado foi superior em vários aspectos não apenas no ganho de força

de precisão nos arremessos, que foi o foco principal da pesquisa, mas também na

parte da mecânica do arremesso tendo alguma mudança em posicionamento e

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angulação do molde específico do movimento, tudo que envolve movimentos

combinados ou aleatórios de membros superiores e inferiores dos atletas utilizam

força e coordenação motora sendo aplicada desde a maneira mais simples até as

mais complexas em sua execução.

Como proposta para pesquisas futuras, apesar dos resultados terem sido

positivos, a pesquisa poder ter sido falha em não ter apresentado dados de

avaliação física comparando através dela o desenvolvimento da força entre os

grupos. Desta forma sugere-se que pesquisas futuras realizem as avaliações físicas

e que utilizem um grupo maior de atletas, como também um período maior de

treinamento e um número maior de sessões por semana.

REFERÊNCIAS

BARBANTI, V. J. Teoria e prática do treinamento desportivo. 2.ed. São Paulo: Edgard Blucher, 2000.

BOMPA, T.O. Periodização:teoria e metodologia do treinamento. São Paulo: Phorte, 2001.

CEDRA, C.; SÉRIO, T. M. A. P. O treinamento do lance livre no basquetebol. Revista Brasileira de Psicologia do Esporte, v. 2, n. 1, p. 01-28, 2008.

DAIUTO, M. Basquetebol:metodologia do Ensino. 6 ed. São Paulo: Hemus, 1983.

DE CARVALHO, A. B. C.; FOLLE, A. Perfil estatístico dos atletas do NBB 2009/2010. Revista Mackenzie de Educação Física e Esporte, v. 13, n. 1, 2014.

DIAS, R. M. R. et al. Impacto de oito semanas de treinamento com pesos sobre a força muscular de homens e mulheres. Rev Bras Med Esporte, v. 11, n. 4, p. 224-8, 2005. Disponível em: <www.scielo.br/pdf/rbce/v35n3/04.pdf> Acesso em: 13 de agosto de 2017.

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Universitári@ - Revista Científica do Unisalesiano – Lins – SP, ano 7, n.15, jul-dez de 2016

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