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INFLUÊNCIA DO TREINAMENTO FUNCIONAL SOBRE A VELOCIDADE E FORÇA DE MEMBROS SUPERIORES E INFERIORES EM ADOLESCENTES PRATICANTES DE VOLEIBOL Karize Mastromano Ortega – [email protected] Naraiane Meira Faben – [email protected] Graduandas em Educação Física Bacharel – Unisalesiano Lins Prof.° Ms. João Rufino da S. Jr – UNISALESIANO LINS –juninho- [email protected] Prof.° Ms. Leandro Paschoali R. Gomes – UNISALESIANO LINS - [email protected] Prof.° Esp. Osvaldo Tadeu da Silva Jr. – UNISALESIANO LINS – osvaldotadeu.gmail.com Resumo O treinamento funcional tem como sua base desenvolver capacidades físicas, como a força e a velocidade, sendo valências físicas extremamente exigidas durante um jogo de voleibol. O objetivo do trabalho foi verificar se o treinamento funcional desenvolve a força de membros superiores, inferiores e velocidade de adolescentes praticantes de voleibol. Para analisar os dados coletados, foi utilizado o teste t-student (p≤0,05). Diante dos resultados demonstrados nos testes de impulsão vertical, impulsão horizontal e arremesso de medicine ball, concluiu-se que houveram melhoras significantes, sendo que apenas na variável velocidade não ocorreram mudança significativas. Palavras-chave: Modalidade esportiva coletiva. Capacidades físicas. Treinamento Funcional. Abstract Functional training is based on developing physical abilities, such as strength and speed, and physical valences are Universitári@ - Revista Científica do Unisalesiano – Lins – SP, ano 7, n.15, jul- dez de 2016

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INFLUÊNCIA DO TREINAMENTO FUNCIONAL SOBRE A VELOCIDADE E FORÇA DE MEMBROS SUPERIORES E INFERIORES EM ADOLESCENTES PRATICANTES DE VOLEIBOL

Karize Mastromano Ortega – [email protected] Meira Faben – [email protected]

Graduandas em Educação Física Bacharel – Unisalesiano LinsProf.° Ms. João Rufino da S. Jr – UNISALESIANO LINS –[email protected]

Prof.° Ms. Leandro Paschoali R. Gomes – UNISALESIANO LINS - [email protected] Prof.° Esp. Osvaldo Tadeu da Silva Jr. – UNISALESIANO LINS – osvaldotadeu.gmail.com

ResumoO treinamento funcional tem como sua base desenvolver capacidades físicas, como

a força e a velocidade, sendo valências físicas extremamente exigidas durante um

jogo de voleibol. O objetivo do trabalho foi verificar se o treinamento funcional

desenvolve a força de membros superiores, inferiores e velocidade de adolescentes

praticantes de voleibol. Para analisar os dados coletados, foi utilizado o teste t-

student (p≤0,05). Diante dos resultados demonstrados nos testes de impulsão

vertical, impulsão horizontal e arremesso de medicine ball, concluiu-se que

houveram melhoras significantes, sendo que apenas na variável velocidade não

ocorreram mudança significativas.

Palavras-chave: Modalidade esportiva coletiva. Capacidades físicas. Treinamento

Funcional.

AbstractFunctional training is based on developing physical abilities, such as strength and

speed, and physical valences are extremely required during a volleyball game. The

objective of the study was to verify the effect of functional training on physical abilities

of speed and strength. To analyze the data collected, the t-student test (p≤0.05) was

used. Considering the results demonstrated in the tests of vertical impulsion,

horizontal impulsion and throw of medicine ball, it was concluded that there were

significant improvements, and only in the speed variable did not occur significant

changes.

Keywords: Collective sports. Physical abilities. Functional training.

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INTRODUÇÃO

O treinamento funcional pode ser descrito como um meio de aprimoramento

da capacidade funcional do corpo humano, aperfeiçoando todas as qualidades do

sistema musculoesquelético, causando uma maior eficiência para realização das

atividades no dia a dia ou nos gestos esportivos específicos. (CAMPOS; CORAUCCI

NETTO, 2008).

Segundo Clark (2001), o praticante de treinamento funcional tem uma

melhora no equilíbrio muscular e melhor estabilidade articular, sendo alcançado por

meio do treinamento enfatizado por movimentar-se nos três planos anatômicos. Este

treinamento abrange como um todo, por variados exercícios que tem a finalidade de

aprimorar o desempenho dos praticantes, tanto em atividades do cotidiano, como

esportivas, melhorando a estabilidade e a postura. (SILVA, 2011).

O voleibol é mundialmente conhecido e praticado, constituindo parte da

cultura esportiva de vários países, é descrita por estimular esforços intensos e de

curta duração, seguidos por pausas e movimentos menos intensos que permitem a

recuperação, é exigido dos praticantes, qualidades motrizes como força, velocidade,

flexibilidade e resistência aeróbia (SUVOROV; GRISHIN, 1998). Desta forma o

presente estudo tem-se a intenção de relacionar treinamento funcional e voleibol,

buscando resultados positivos nas variáveis de força e velocidade.

Para realização da pesquisa foi utilizado os protocolos para coleta de dados:

teste de impulsão vertical e teste de impulsão horizontal para verificar a força dos

membros inferiores, teste de arremesso de medicine ball para verificar força de

membros superiores e teste de velocidade de 50 metros para analisar a velocidade

máxima alcançada em segundos pelas atletas. Diante do exposto, o estudo busca

compreender quais alterações que o treinamento funcional pode proporcionar nas

capacidades físicas de força e velocidade, no período de 08 semanas em

adolescentes praticantes de voleibol. Neste sentido, espera-se que o treinamento

funcional traga benefícios sobre as capacidades de velocidade e força de membros

superiores e inferiores aos praticantes de voleibol, melhorando o desempenho

atlético dos mesmos.

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1 PESQUISA DE CAMPO

1.1 Sujeitos

A amostra foi composta por 14 indivíduos do gênero feminino, entre 13 e 16 anos de

idade, sendo todos praticantes da modalidade esportiva coletiva voleibol por no

mínimo um ano. Os participantes foram divididos em dois grupos, com 7

participantes em cada, sendo: grupo treinamento funcional (GTF) e grupo controle

(GC). No GTF foram realizadas duas coletas, sendo a primeira antes do início da

intervenção e pós ao final da intervenção. Além das coletas o GTF participou de 08

semanas do treinamento funcional. O GC participou apenas das coletas pré e pós.

1.2 Condições Ambientais

Este estudo foi realizado na quadra poliesportiva da Associação Cultural de

Cafelândia e na Academia da Saúde em Cafelândia – SP. Nos períodos matutinos,

sendo as avaliações iniciais realizadas no mês de Julho e as finais no mês de

Setembro do ano de 2016.

1.3 Protocolo I - Teste para verificar força dos membros superiores: Arremesso de medicine ball

O teste acontece na posição sentado no solo com o quadril, dorso e cabeça,

apoiados na parede, pernas estendidas e afastadas, o participante lança a medicine

ball de 2 quilogramas com ambas as mãos, a bola é suja com pó de giz para facilitar

a marcação do local, sem balanço preliminar, com a máxima extensão dos

cotovelos. Foi realizado apenas um arremesso (RIZOLA, 2003).

1.4 Protocolo II - Teste para verificar força dos membros inferiores: Impulsão Vertical

O teste inicia-se em posição ereta com os pés totalmente apoiados no solo e braços

semi flexionados à frente do tronco, com ambas as mãos na altura dos ombros. A

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partir de uma semiflexão dos joelhos, o participante realiza uma transição rápida

excêntrica/concêntrica e salta o mais verticalmente possível tocando a base com a

ponta dos dedos onde esta fixada uma trena, as mãos previamente estavam

marcadas com pó de giz. Foi realizado máximo de repetições do salto, sendo

considerado valido aquele que atingiu a altura máxima (RIZOLA, 2003).

1.5 Protocolo III - Teste para verificar força dos membros inferiores: Impulsão Horizontal

Posição inicial em pé, com as pernas semi-flexionadas, com leve afastamento lateral

um pouco maior que a largura dos quadris. O participante realiza uma impulsão

horizontal com a ajuda do movimento de balanceio dos braços. A medida é feita a

partir do ponto mais próximo da linha de saída do salto. A linha utilizada é da própria

demarcação da quadra. Foi realizado o máximo de repetições do salto, sendo

considerado valido aquele que atingiu a distância maior. (RIZOLA, 2003)

1.6 Protocolo IV - Teste para verificar velocidade: Corrida de 50 metros

O teste foi realizado na máxima velocidade, a posição de saída aconteceu em

afastamento ântero-posterior das pernas e com o pé da frente o mais próximo

possível da faixa marcada no solo. A voz de comando era pelas seguintes palavras

"Atenção! Já!", sendo acionado o cronômetro no momento que foi pronunciado "Já!"

e parado no momento em que o participante cruzou a faixa de chegada. Foi

permitida apenas uma tentativa, e o resultado do teste foi o tempo de percurso dos

50 metros com precisão de centésimo de segundos (JOHNSON e NELSON (1979)

apudMATSUDO (1987).

1.7 Análise Estatística

Os resultados estão expressos em média ± e desvio padrão (DP). Foi

utilizada a análise estatística teste t-student (p≤0,05) para as condições de

comparação dos resultados por grupos.

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1.8 Resultados

Na tabela 1, são apresentados os dados do grupo treinamento funcional (GTF) e

grupo controle (GC), nas variáveis salto vertical pré treinamento (SVPRE), salto

vertical pós treinamento (SVPÓS), salto horizontal pré treinamento (SHPRÉ), salto

horizontal pós treinamento (SHPÓS), arremesso pré treinamento (ARPRÉ),

arremesso pós treinamento (ARPÓS), corrida pré treinamento (COPRÉ), corrida pós

treinamento (COPÓS).

Tabela 1- Resultados: intervenção do treinamento funcional

GTF

MÉDIA ± DP

P GC

MÉDIA ± DP

P

SVPRÉ (CM) 2,55 ± 0,15 2,48 ± 0,14

SVPÓS (CM) 2,61 ± 0,17* 0,0003 2,41 ± 0,12* 0,009

SHPRÉ (CM) 1,83 ± 0,25 1,63 ± 0,25

SHPÓS (CM) 1,92 ± 0,29* 0,03 1,62 ± 0,24

ARPRÉ (CM) 3,65 ± 0,87 3,61 ± 0,54

ARPÓS (CM) 4,17 ± 0,69* 0,03 3,36 ± 0,63

COPRÉ (SEG) 8,43 ± 0,99 7,75 ± 1,11

COPÓS (SEG) 7,97 ± 0,66 7,71 ± 0,29

Fonte: Elaborada pelos autores, 2016 *P≤ 0,05 em relação ao pré treinamento

1.9 Discussão O presente estudo teve como objetivo verificar o efeito do treinamento funcional nas

variáveis de força e velocidade em adolescentes do gênero feminino praticantes da

modalidade voleibol, sendo que de acordo com análise estatística feita, comparando

os momentos pré e pós treinamento do GTF, as variáveis de força através dos

testes de salto vertical, salto horizontal e arremesso de medicine ball apresentaram

diferenças positivas e significativas, porém a velocidade não apresentou melhora

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significante. No GC em comparações pré e pós, não houveram mudanças

significativas, é valido ressaltar que apenas na variável de salto vertical, houve um

decréscimo significante. Segundo Dias et al., (2005) em seus estudos, afirma que

são necessárias pelo menos 8 semanas de treino específico para o desenvolvimento

da força, confirmando os achados neste presente estudo Altini Neto et al. (2006)

verificou a influência do treinamento, com nove atletas do voleibol, em três

momentos distintos da periodização, segundo os testes de performance de bloqueio

e ataque, obtiveram os resultados com maiores aumentos nos índices de alcance

durante a etapa geral do período preparatório do treinamento. O motivo se prende

ao trabalho do autor que se pautou na utilização de multissaltos no período

preparatório e de serem atletas do sexo feminino da categoria juvenil. A melhora do

salto vertical é um parâmetro importante no voleibol, pois é um gesto que apresenta

grande necessidade de potência no rendimento técnico dos atletas. (MANJI, 2013).

Francelino; Passarinho (2007) utilizou oito semanas de treinamento com saltos

pliométricos, havendo melhora no teste de impulsão vertical. O estudo desses

autores colabora com o presente estudo devido ambos terem sido realizado em oito

semanas e apresentado melhoria na impulsão vertical dos atletas. Outro estudo feito

por Couto et al. (2012) analisou forças musculares de membros inferiores, que gerou

aumentos agudos na impulsão vertical de indivíduos com treinamento de força,

durante ações isométricas máximas, com 18 voluntários que praticavam musculação

há pelo menos seis meses. O mesmo ocorreu durante a periodização de

treinamento proposta, ou seja, um treinamento bem elaborado para os membros

inferiores faz com que haja um desempenho significante no impulso vertical que vem

de acordo com o que este estudo trabalhou durante 08 semanas no treinamento

funcional. Rodrigues Filho (2007), em seu estudo utilizou o treinamento pliométrico

para aferir a melhora de força explosiva em membros inferiores em 35 atletas de

tênis de campo do gênero masculino e feminino divididos em grupo controle e grupo

treinamento. Os testes avaliativos foram o Squat Jump, o Counter Movement Jump e

o teste de impulsão horizontal. Os resultados no teste de impulsão horizontal

apontaram um aumento no rendimento do grupo treinamento de 7,33% e 9,92% nas

duas medições respectivamente quando comparados ao grupo controle. O estudo

acima teve como tempo de treinamento a duração de apenas quatro semanas com

uma freqüência semanal de três vezes. Assim este estudo presente também teve

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um período de quatro semanas e apresentou melhora significativa na impulsão

horizontal.Já um estudo realizado por Vieira et al. (2008) encontrou melhoras para o

treinamento de resistência de força, durante o período preparatório de 11 semanas,

com nove atletas do voleibol, submetidas a treinamentos de musculação avaliadas

no início e final da periodização, onde para os testes de impulsão vertical obteve

uma melhora de 5,2cm e para o alcance do arremesso demedicine ball melhora de

22cm. Esse fato corrobora com o presente estudo ao incluir um treinamento de força

para melhorar a impulsão vertical e o arremesso de medicine Ball. Lombardi; Vieira e

Detanico(2011) encontrou resultados que demonstraram aumento significativo do

valor do salto vertical, durante quatro semanas de treinamento, sendo assim um

programa de treinamento de 08 semanas apresenta resultados satisfatórios de

acordo com a sua elaboração e organização. Oliveira e Silva (2001) ao estudar 10

atletas com acompanhamento anual de treinamento, estudou a dinâmica de força

explosiva para membros superiores com lançamentos de medicine ball, houve uma

maior reserva de adaptação no macrociclo de treinamento e um menor potencial

adaptativo para as capacidades motoras mais treinadas. O presente estudo fez uso

da medicine Ball nos momentos de treinamento e utilizando-se da força explosiva

dos atletas. Além do treinamento com pesos, o treinamento com saltos também tem

se mostrado eficiente em relação à altura (ADAMS et al.,1992). Adams et al., 1992,

confirma que um treinamento que tenha saltos em seu repertório pode apresentar

eficiência na altura, ou seja, há uma melhora de desempenho dos atletas ao realizar

o teste de impulsão vertical. As respostas neuromusculares apontam diferentes

fases de adaptação do sistema quando submetido a trabalhos de força e resistência

de força, como o estudo de O’bryant Byrd; Stone (1988) é esclarecido que os

ganhos de força ocorrem dentro de um prazo de quatro a oito semanas de

treinamento, de acordo com o período que também foi trabalhado nesse estudo

Kotzamanidis et al., (2005) verificaram resultados significativos em atletas de 17

anos que realizaram durante 13 semanas um treinamento combinado de força e

velocidade. Apesar de que o presente estudo tenho tido um período menor de

treinamento, houve um combinado de força e velocidade onde houve aumentos

significativos na força comparados ao momento pré e pós. Um estudo de Santos

2012 teve como objetivo verificar qual o impacto de um programa de treino de força,

durante 08 semanas, na modalidade de voleibol (desporto escolar), através da

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comparação de adolescentes que apenas realizaram os treinos diários de voleibol.

Pelos resultados obtidos conclui-se que o programa de treino de força específico

melhorou o desempenho nos membros superiores (lançamento da bola medicinal,

lançamento da bola de voleibol) e nos membros inferiores das jovens atletas de

forma significativa. Após 08 semanas de treino de força (pós-teste) o grupo

experimental revelou diferenças significativas em todas as variáveis (bola medicinal;

bola de voleibol; força de membros inferiores), com aumentos entre (5,3% e 20,1%),

contrariamente ao grupo controle que não apresentou quaisquer diferenças

significativas, o mesmo ocorrido nesse estudo onde o GTF apresentou melhorias e o

GC não obteve diferenças no mesmo tempo presente, um período de 08 semanas.

Desta forma, os resultados permitem concluir que 08 semanas de treino de força

que enfatize os músculos dos membros superiores, é suficiente para aumentar os

níveis de desempenho muscular como também aperfeiçoa a aprendizagem de

lançamento (SANTOS, 2012), vindo de acordo com o estudo onde houve melhora no

arremesso de medicine Ball ao trabalhar a força explosiva das atletas no

treinamento funcional. O estudo de Oliveira (2013) conclui que os efeitos do

treinamento de força sobre as capacidades de velocidade e potência em atletas de

futsal, sendo realizado um programa de treinamento num período de 05 meses

durante 02 vezes na semana, teve resultado satisfatório nos testes de velocidade de

10 metros e salto horizontal, isso confirma que o treinamento de força pode

influenciar na melhora da potência dos indivíduos, talvez o presente estudo tenha

tido um período muito curto para que apresentasse uma melhora significativa na

velocidade dos participantes, sugerindo assim que haja um maior período para que

essa variável tenha resultados positivos. Segundo Pereira (2011), realizou

treinamentos extras em um período de 05 semanas, ou seja, treinamento que foram

realizados fora do convencional para á variável velocidade, no qual os indivíduos

foram submetidos ao programa de intervenção, e não trouxe diferença

estatisticamente significativa, a pesquisa de Pereira (2011) corrobora com este

estudo quando cita um curto tempo de treinamento o que pode influenciar nos

resultados.

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CONCLUSÃO

Analisando os resultados do presente estudo, pode-se concluir que o

treinamento funcional trouxe ganhos positivos e satisfatórios para os participantes da

modalidade voleibol, mesmo que em uma capacidade física estatisticamente não

houve uma diferença significativa.

O fato do tempo de treinamento ter sido de 08 semanas pode ter influenciado

na variável de velocidade já que de acordo com que ressalta os estudos é

necessário um tempo maior.

Diante disso, o treinamento do voleibol complementado com o treinamento

funcional melhora o desempenho das atletas e o seu condicionamento físico, o que

auxilia na preparação física e uma melhora no desempenho do time.

O presente estudo sugere que o treinamento funcional é uma eficaz

ferramenta na busca do desenvolvimento de capacidades físicas importantes a

modalidade, como força e velocidade, sendo necessária compor o treinamento

técnico e tático da equipe, embora é necessário um acompanhamento profissional,

que se preocupe em planejar e programa o treinamento físico integrado ao técnico-

tático, assim podendo obter ganhos significativos nas capacidades de velocidade e

força, entre outras.

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