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UNIVERSIDADE VEIGA DE ALMEIDA FACULDADE DE ODONTOLOGIA Euro Luiz Elerati A IMPORTÂNCIA DA MUCOSA CERATINIZADA NA ÁREA PERI-IMPLANTAR Rio de Janeiro 2007

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UNIVERSIDADE VEIGA DE ALMEIDA FACULDADE DE ODONTOLOGIA

Euro Luiz Elerati

A IMPORTÂNCIA DA MUCOSA CERATINIZADA NA ÁREA PERI-IMPLANTAR

Rio de Janeiro 2007

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Euro Luiz Elerati

A IMPORTÂNCIA DA MUCOSA CERATINIZADA NA ÁREA PERI-IMPLANTAR

Dissertação apresentada ao curso de Pós-Graduação em Odontologia da Universidade Veiga de Almeida, como requisito parcial para obtenção de título de Mestre em Odontologia. Área de concentração: Reabilitação Oral.

Orientador: Prof. Sérgio Kahn - Doutor

Rio de Janeiro

2007

UNIVERSIDADE VEIGA DE ALMEIDA SISTEMA DE BIBLIOTECAS Rua Ibituruna, 108 – Maracanã 20271-020 – Rio de Janeiro – RJ Tel.: (21) 2574-8845 Fax.: (21) 2574-8891

FICHA CATALOGRÁFICA

FICHA CATALOGRÁFICA

Ficha Catalográfica elaborada pela Biblioteca Setorial Tijucal/UVA

E39i Elerati, Euro Luiz A importância da mucosa ceratinizada na área peri-

implantada Euro Luiz Elerati, 2007. 59p. ; 30 cm. Dissertação (Mestrado) – Universidade Veiga de Almeida, Mestrado em Odontologia, Reabilitação Oral, Rio de Janeiro, 2007. Orientação: Sérgio Kahn

1. Implantes dentários. 2. Mucosa ceratinizada. I. Kahn, Sérgio (orientador). II. Universidade Veiga de Almeida, Mestrado em Odontologia, Reabilitação Oral. III. Título. CDD – 617.632

EURO LUIZ ELERATI

A IMPORTÂNCIA DA MUCOSA CERATINIZADA NA MUCOSA PERI-IMPLANTAR

Dissertação apresentada ao curso de Pós graduação em Odontologia da Universidade Veiga de Almeida, como requisito parcial para obtenção do Grau de Mestre. Mestrado Profissionalizante em Odontologia. Área de concentração: Reabilitação Oral.

Aprovada em: 19 / 12 / 2007

BANCA EXAMINADORA

Prof. Walter Augusto Machado – Doutor Universidade Veiga de Almeida - UVA

Adriano Lia Mondelli – Doutor Universidade Veiga de Almeida - UVA

Ronaldo Barcellos de Santana – Doutor Universidade Federal Fluminense - UFF

Dedico este trabalho aos meus pais, exemplo de vida para mim, meu

alicerce em todos os momentos. Aos meus amigos mais íntimos que direta ou

indiretamente contribuíram para que eu realizasse este sonho.

AGRADECIMENTOS

Ao meu pai Geraldo Elerati e minha mãe Isaura Rufino Elerati, razão de

tudo na minha vida.

Aos meus amigos de fé, irmãos, parentes que de certa forma colaboraram para este sucesso.

Ao Professor Sérgio Kahn, pela sua ajuda imprescindível.

Aos professores e funcionários do Mestrado Profissionalizante em

Odontologia.

Aos funcionários e amigos da Proclin – Odontologia Integrada pela

incansável contribuição.

Á colega e amiga Lívia Paula Oliveira pelo apoio, incentivo e carinho nos

momentos difíceis.

Aos funcionários e professores da ABO - Juiz de Fora pela força e

auxílio em tudo o que precisei. Em especial aos professores Sérgio Carvalho

Costa, Paulo Renato e Letícia Fernandes Alves.

Aos pacientes do Curso de Aperfeiçoamento em Implantodontia da ABO

- Juiz de Fora que permitiram a realização deste trabalho.

Aos meus alunos, pelo incentivo, otimismo e compreensão nas minhas

ausências em determinados momentos.

Aos Professores da USP-Bauru, em especial Waldir Janson e Gerson

Bonfante, símbolo de competência e verdadeiros mestres para mim.

“Ponha o coração em tudo o que faz desde os pequenos até os grandes feitos.

Doando seu coração sobre aquilo em que você acredita, você chegará lá! O

mundo pertence aos ousados!

Prof Gretz

RESUMO

O objetivo do presente estudo foi avaliar a espessura da mucosa ceratinizada na face vestibular de implantes unitários localizados entre dentes naturais, na região de primeiros pré-molares, caninos, incisivos laterais e incisivos centrais superiores, após 1 ano de instalação dos implantes. O estudo incluiu 17 implantes instalados em 17 pacientes de ambos os sexos, com faixa etária entre 23 e 59 anos de idade. A espessura da mucosa ceratinizada foi medida por meio de um espaçador endodôntico no 25, com um cursor de borracha esterilizado, e aferida por um paquímetro digital. O instrumento foi introduzido na mucosa ceratinizada vestibular, na região do implante, e no dente adjacente ao implante, funcionando como grupo controle. A marcação foi feita 2 mm apical à margem gengival em três pontos: o primeiro ponto foi marcado na direção central da coroa (ponto C), o segundo na direção da papila mesial (ponto M) e o terceiro na direção da papila distal (ponto D). A medida da espessura da mucosa ceratinizada do dente vizinho também foi avaliada em três pontos, da mesma maneira que na região do implante. Comparando-se a média da espessura nos pontos C e M do implante e do dente vizinho, observou-se uma diferença estatisticamente significante (P<0,05). Já a média do ponto D do implante quando comparada com o dente vizinho não apresentou diferença estatisticamente significante (P>0,05). Concluiu-se que a mucosa ceratinizada nos pontos C e M do implante são mais espessas que no dente vizinho, sendo tal diferença estatisticamente significante. Palavras-chave: Mucosa ceratinizada, mucosa periimplantar, implantes dentais.

ABSTRACT

This study aimed to evaluate the thickness of keratinized mucosa on the vestibular surface of single-tooth implants placed between natural teeth, in the area of first premolars, canines, lateral incisors, and upper central incisors, one year after the placement of the implants. The sample was composed of 17 implants placed in 17 patients of both sexes, with age range from 23 to 59 years-old. The thickness of keratinized mucosa was measured by means of an endodontic finger spreader #25 attached to a sterilized rubber stopper and verified by a digital gauge. The instrument was inserted into the vestibular keratinized mucosa, in the implant region, and into the tooth adjacent to the implant, functioning as control group. Marking was done 2mm apically to the gingival margin in three points: the first point was marked in the central direction of the crown (point C), the second in the direction of the mesial papilla (point M), and the third in the direction of the distal papilla (point D). The measure of thickness of the neighboring tooth’s keratinized mucosa was also evaluated in three points, the same way it was done with the implant region. A statistically significant difference (P<0.05) was observed as thickness average in points C and M of both the implant and the neighboring tooth was compared. On its turn, the average of the point D of the implant when compared to the neighboring tooth did not present statistically significant difference. It was concluded that keratinized mucosa in points C and M of the implant are thicker than in the neighboring tooth, being such difference statistically significant.

KEYWORDS: keratinized mucosa, peri-implant mucosa, dental implants

LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 1 Largura da mucosa ceratinizada (LMC), p.44 Figura 2 Medida da espessura da mucosa ceratinizada com espaçador

endodôntico e cursor de borracha, p.44 Figura 3 Demarcação dos pontos central, mesial e distal, p.44 Figura 4 Paquímetro fechado, indicando o zero, antes da aferição, p.45 Figura 5 Medida da espessura da mucosa ceratinizada feita pelo espaçador

endodôntico sendo transferida para o paquímetro, p.45 Figura 6 Leitura do paquímetro em centésimos de milímetros da espessura

da mucosa ceratinizada, p.45

LISTA DE TABELAS

Tabela 1 Característica dos implantes, p.43. Tabela 2 Classificação do morfotipo periodontal segundo as suas

características, de acordo com Kao & Pasquinelli, p.46. Tabela 3 Média da espessura da mucosa ceratinizada nos pontos C,D e M,

p.47. Tabela 4 Média da espessura da mucosa ceratinizada nas três amostras

segundo o Teste Mann-Whitney, p.48

LISTA ABREVIATURAS E SIGLAS

LMC Largura da mucosa ceratinizada impl C Medida da espessura da mucosa ceratinizada no ponto central da

região do implante impl M Medida da espessura da mucosa ceratinizada no ponto mesial da

região do implante impl D Medida da espessura da mucosa ceratinizada no ponto distal da

região do implante viz C Medida da espessura da mucosa ceratinizada no ponto central do

dente vizinho viz M Medida da espessura da mucosa ceratinizada no ponto mesial do

dente vizinho viz D Medida da espessura da mucosa ceratinizada no ponto distal do

dente vizinho

SUMÁRIO LISTA DE ILUSTRAÇÕES

LISTA DE TABELAS

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

RESUMO

ABSTRACT

1 – INTRODUÇÃO, p.15

2 - REVISÃO DE LITERATURA , p.17

2.1. Gengiva Inserida , p.17

2.2. Recessão Gengival: Conceito e Etiologia , p.18

2.3. Mucosa Periimplantar , p.20

2.4. Morfotipo Periodontal em Dentição Natural, p.22

2.5. Morfotipo Periodontal em áreas com Implantes Unitários, p.28

3 – OBJETIVOS , p.40

3.1. Objetivo Geral , p.40

3.2. Objetivo Específico , p.40

4 – HIPÓTESE, p.41

5 - METODOLOGIA , p.42

5.1. Materiais e Métodos, p.42

5.2. Característica dos implantes, p.43

5.3. Exame, p.43

5.4. Análise Estatística, p. 46

6 – RESULTADOS , p.47

7 - DISCUSSÃO, p.49

8 – CONCLUSÃO , p.53

9 - REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS , p.54

ANEXOS, p.58

Parecer de Aprovação do Comitê de Ética, p.58

Medida da espessura da mucosa ceratinizada na região do implante e no dente vizinho e suas médias, p.59

15

1 - INTRODUÇÃO

O conhecimento dos morfotipos periodontais tem contribuído

consideravelmente no planejamento em implantes, inclusive na prevenção de

problemas estéticos que possam aparecer após a finalização do caso.

Baseado no estudo da faixa de tecido ceratinizado e sua variação de

espessura e largura é que nos propusemos avaliar a variação de espessura da

mucosa ceratinizada na área de implante unitário e dente vizinho

compreendendo os primeiros pré-molares, caninos, incisivos laterais e incisivos

centrais, correlacionando com o morfotipo periodontal.

A Implantodontia tem como proposta a substituição de dentes perdidos,

devolvendo aos pacientes a função mastigatória, fonação e estética, tanto

dentária, quanto gengival.

Portanto, é importante associar as bases biológicas da Periodontia com

a Implantodontia para esclarecer os problemas relacionados aos insucessos de

cada caso, em especial aqueles localizados na área do sorriso. Desta forma, a

Periodontia pode proporcionar uma melhor chance de resultados e fazer com

que a reconstrução dos tecidos dentários e moles seja o mais próximo do

natural.

Vários fatores contribuem para o resultado final como o posicionamento

tridimensional do implante e principalmente o tipo de periodonto. Esta

correlação é de suma importância para o prognóstico do caso.

Assim como a quantidade de tecido ósseo é necessária para a sua

estabilização inicial, a quantidade de tecido mole também é importante para

recobrir todas as estruturas protéticas, otimizando a estética, a médio e longo

prazo.

Quando o tratamento periimplantar refere-se a uma área visível, cuja

estética deve ser respeitada, a harmonia tecidual é fundamental para se obter

um tecido periimplantar de uma qualidade idêntica a dos tecidos periodontais

dos dentes adjacentes (BORGHETTI, 2002).

Uma das seqüelas em implantes superiores são as recessões gengivais,

de difícil resolução, podendo comprometer o tratamento restaurador através da

aparência das cintas metálicas desagradáveis na área de sorriso. Este defeito

16

estético não previsto no planejamento cirúrgico provoca, mais tarde, na fase

protética, uma desarmonia gengival e dentária, destoando todo o conjunto e

insatisfação do paciente.

Vários autores estudaram a faixa de tecido ceratinizado ao redor de

dentes naturais (BOWERS, 1963; AINAMO & LOE, 1966; AINAMO et al,1981;

OLSON, 1993) , buscando classificar os tipos de periodonto de proteção e

correlacionando-os com a tendência a recessões gengivais. Outro estudo

relatou que indivíduos com periodonto mais fino tendiam a desenvolver

recessões gengivais mais facilmente (KAO & PASQUINELLI, 2002).

O conhecimento dos morfotipos periodontais auxilia durante o

planejamento em implantes. A análise do tipo de periodonto pode prever o

aparecimento de problemas estéticos nos meses seguintes da finalização do

caso.

A faixa de gengiva ceratinizada, que é dada pela sua largura e

espessura, se torna então de extrema importância para a estabilização desta

margem de tecido mole ao redor do implante fixado.

17

2 – REVISÃO DE LITERATURA

2.1 – GENGIVA INSERIDA

A gengiva é parte da mucosa mastigatória que circunda a porção

cervical dos elementos dentários e serve de cobertura para o osso alveolar. A

gengiva inserida tem textura firma, cor rósea coral e, com freqüência, sua

superfície apresenta um pontilhado delicado que lhe confere o aspecto de

casca de laranja. Mas este pontilhado está presente em apenas 40% dos

adultos. Este tipo de mucosa está firmemente inserido no osso alveolar

subjacente e no cemento por meio de fibras do tecido conjuntivo (LINDHE J,

1989).

A gengiva é, anatomicamente, dividida em: Gengiva livre, gengiva

interproximal (papila interdental) e gengiva inserida (MAYNARD & WILSON,

1980).

A gengiva inserida se estende da linha muco-gengival até a ranhura

gengival livre e está inserida ao cemento e ao osso alveolar adjacente

(MAYNARD & WILSON, 1980) e pode variar de 0 – 9mm de faixa de tecido

queratinizado (BOWERS, 1963).

A importância da largura da faixa da mucosa ceratinizada na

conservação da saúde periodontal foi avaliada por Lang & Löe (1972) em um

grupo de estudantes. Apesar das superfícies dentárias estarem livres de placa,

todos os sítios que apresentavam menos de 2 mm de gengiva ceratinizada

mostraram sinais clínicos de inflamação gengival persistente. Os autores

concluíram que a altura gengival adequada para a conservação da saúde

periodontal devia medir, no mínimo 2 mm.

Wennströn & Lindhe (1983) em estudo com cães beagle, mostraram que

com um controle mecânico de placa cotidiana, as gengivas com mucosa

ceratinizada de maior largura podiam ser mantidas sem sinais de inflamação

clínica ou histológica. Depois de 40 dias de acúmulo de placa, os sinais clínicos

de inflamação eram mais pronunciados nas regiões em que a gengiva é móvel

do que nas regiões de gengiva fortemente aderente. Porém, a análise

18

histológica revelou que o tamanho do infiltrado inflamatório e sua extensão

apical eram equivalentes nos dois grupos. As zonas de gengiva móvel eram

mais finas e deixavam transparecer os vasos sanguíneos subjacentes, dando a

ilusão clínica de inflamação maior.

2.2 – MUCOSA PERIIMPLANTAR

Segundo Berglundh et al. (1991), há uma diferença fundamental entre os

tecidos moles periodontais e os tecidos moles periimplantares no que diz

respeito ao sistema de inserção dos tecidos marginais. Enquanto a gengiva é

inserida na superfície dentária por fibras colágenas, a mucosa periimplantar

não possui esse sistema de inserção, o que a torna mais facilmente destacável

da superfície do implante. A ausência do cemento na superfície do implante faz

com que as fibras colágenas da mucosa periimplantar sejam inseridas no

periósteo da crista óssea e protegem-se paralelamente à superfície implantar,

ou alinhadas em grossos feixes que correm segundo trajetos variáveis, mais ou

menos paralelamente à superfície do osso. Ao redor dos implantes, os tecidos

moles têm uma cor rosada e parecem estar firmemente unidos à superfície do

pilar. O limite entre a mucosa alveolar e a mucosa periimplantar situa-se a 1 ou

2 mm, aproximadamente, da crista gengival na vestibular.

A face interna da mucosa periimplantar, denominada de intra-sulcular,

apresenta um aspecto característico muito distinto daquele da gengiva sulcular:

é liso, vermelho, deixa transparecer os vasos sanguíneos do tecido conjuntivo

subjacente. O tecido não sangra na sondagem, é elástico e tem tendência a se

contrair extremamente rápido após a colocação do pilar.

A mucosa periimplantar contém mais colágeno (85% contra 60%) e

menos fibroblastos (de 1 a 3% contra 5 a 15%) do que nas zonas

correspondentes da gengiva. A parte supra-alveolar da mucosa periimplantar

ao redor de implantes em titânio possui as características de um tecido

cicatricial, rico em colágeno e pobre em células.

19

Em 1994, o mesmo autor e colaboradores investigaram, através de um

estudo em cães beagle, o sistema vascular da mucosa periimplantar. O

sistema vascular se originava unicamente do vaso sanguíneo supraperiosteal

externo à margem alveolar. Esse vaso sanguíneo emite ramificações para a

mucosa supra-alveolar e forma os capilares abaixo do epitélio oral e um plexo

vascular localizado imediatamente lateral à barreira epitelial.

Segundo Lindhe & Berglundh (1998), a vascularização dos tecidos

moles periimplantares possui apenas uma fonte, a dos vasos supraperiosteais

da face externa da parede alveolar. Abaixo do epitélio juncional, forma-se um

tecido conjuntivo normal que ser prende à superfície do implante.

Segundo Moon et al. (1999), o tecido marginal ao redor dos implantes

poderia ser dividido em duas zonas: uma zona A e uma zona B. A zona A tem

cerca de 40 micrômetros de largura e situa-se perto da superfície do implante.

Nesta zona absolutamente não existem vasos sanguíneos, mas sim um grande

número de fibroblastos que são orientados com seus longos eixos paralelos à

superfície do implante. Sua composição é de 67% em colágeno, 0,3% de

estruturas vasculares e 32% de fibroblastos. A zona B, contínua com a zona A

no sentido lateral, mede 160 micrômetros de largura, com poucos fibroblastos e

mais fibras e estruturas vasculares (colágeno 85%, estruturas vasculares 3% e

fibroblastos 11%).

Segundo Borghetti (2002), o termo gengiva inserida não é adequado

para se referir à gengiva ao redor dos implantes, pois esta não está inserida no

implante. Assim o termo mucosa peri-implantar ou tecidos moles peri-

implantares é mais adequado.

Um tecido pouco ceratinizado e fino resulta muitas vezes em recessões

que deixam visíveis limites protéticos antiestéticos. Além da situação mais

apical desses limites em prótese implantar (de 2 a 4 mm) e em função da

característica da superfície das conexões protéticas, parece necessário ter uma

largura de 5 mm de mucosa ceratinizada para garantir a estabilidade dos

limites marginais.

Para Lindhe & Berglundh (2005), a cicatrização da ferida que ocorre

após o fechamento do retalho mucoperiósteo durante a cirurgia de implante

resulta no estabelecimento de uma inserção mucosa (inserção transmucosa)

ao implante. A inserção transmucosa serve como um selamento, evitando que

20

produtos da cavidade oral alcancem o tecido ósseo que ancora o implante. A

superfície mais externa da mucosa periimplantar também é coberta por epitélio

oral bem ceratinizado, que na borda marginal se conecta com a barreira

epitelial que reveste a conexão do implante. Esta barreira epitelial tem várias

características em comum com o epitélio juncional encontrado na área de

dente. A barreira epitelial é composta por apenas poucas e finas camadas de

células e termina cerca de 2 mm apical à margem do tecido mole. Nesta zona,

que tem 1 a 1,5 mm de altura, entre o nível apical da barreira epitelial e a crista

óssea alveolar, o tecido conjuntivo parece estar em contato direto com a

camada de titânio do implante. As fibras colágenas parecem se originar do

periósteo da crista óssea e estendem-se em direção à margem do tecido mole

paralelamente à superfície da conexão.

.

2.4 – ESPESSURA DA MUCOSA CERATINIZADA EM DENTES N ATURAIS

Bowers (1963) realizou uma pesquisa clínica sobre a largura da faixa de

gengiva inserida. Foram avaliados 160 pacientes, divididos em grupos com

idade de 3-5 anos (20 homens e 20 mulheres), 15-25 anos (20 homens e 20

mulheres), 25-35 anos (20 homens e 20 mulheres) e mais de 35 anos (20

homens e 20 mulheres) . A faixa de gengiva inserida foi medida com uma

sonda periodontal e o auxílio de uma lupa. Observou-se que a largura da faixa

de gengiva inserida variava de dente para dente, sendo maior na maxila que na

mandíbula. A faixa de gengiva inserida variou de 1mm a 9 mm. O incisivo

lateral superior apresentou a maior média, e o primeiro pré-molar inferior, a

menor média. Os homens apresentaram a faixa de gengiva inserida mais larga

que as mulheres. Observando outros 80 pacientes com má posição dentária,

inserção alta de freios e recessão gengival, o autor observou que dentes

vestibularizados apresentavam faixa de gengiva inserida mais estreita que

dentes lingualizados.

Ainamo & Löe, em 1966, avaliaram 1497 dentes em 20 crianças (3-10

anos), 20 estudantes de odontologia (21-27 anos) e 52 pacientes (29-72 anos)

com intuito de avaliar a freqüência de ocorrência da ranhura gengival livre na

21

gengiva saudável e com inflamação; e estudar a faixa de tecido queratinizado

em diferentes níveis de margem gengival. As medidas foram aferidas com uma

sonda periodontal com marcações de 1 em 1mm. Analisando a largura da faixa

de gengiva inserida, observou-se que esta faixa variava de dente para dente,

tanto na maxila quanto na mandíbula. Na dentição decídua a área de maior

faixa de gengiva inserida foi a dos incisivos, e a de menor faixa a dos molares,

mais precisamente a do 1° molar decíduo, tanto na m axila quanto na

mandíbula. Na maxila a faixa de gengiva inserida variou entre 1 e 7mm e na

mandíbula entre 1 e 4mm. Na dentição permanente a área de maior faixa de

gengiva inserida foi a dos incisivos, e a de menor faixa a do 1° pré-molar, tanto

na maxila quanto na mandíbula. Na maxila a faixa de gengiva inserida variou

entre 1 e 7mm e na mandíbula entre 1 e 6mm.

Goaslind et al. (1977) examinaram o periodonto de 10 indivíduos do

sexo masculino com idade entre 25 e 36 anos. Utilizando uma sonda

periodontal adaptada a um cursor de acrílico e a um sensor eletrônico digital,

os autores puderam mensurar a espessura da gengiva livre e da gengiva

inserida da face vestibular dos elementos 12,13,16, 23, 25, 32, 33, 36, 43 e 45.

As medidas eram obtidas através da perfuração da gengiva com a sonda e a

precisão das medidas variava na casa de 0,1mm. Os autores observaram que

a espessura gengival variou entre indivíduos e entre as diferentes áreas da

boca. Foram achadas espessuras de gengiva livre entre 0,53 e 2,62mm e de

gengiva inserida entre 0,43 e 2,29mm. Na mandíbula, a espessura da gengiva

livre e da gengiva inserida aumentava de anterior para posterior. Na maxila a

espessura da gengiva livre aumentava de anterior para posterior e a espessura

da gengiva inserida se mantinha constante. Quanto à largura da faixa de

gengiva, percebeu-se que ela variou entre 0,5 e 8,0mm. Esta faixa tendia a

diminuir de largura de anterior para posterior. Existiu uma relação direta entre a

espessura da gengiva livre e da profundidade de sondagem e uma relação

inversamente proporcional entre a espessura gengival e a largura da faixa de

gengiva.

Maynard & Wilson (1980) classificaram o periodonto segundo a

espessura de tecido gengival e tecido ósseo subjacente em:

TIPO I: a dimensão do tecido queratinizado é normal ou ideal e a

espessura vestíbulo-lingual do processo alveolar também. A altura do tecido

22

queratinizado é de aproximadamente de 3 a 5mm e a palpação o periodonto se

mostra espesso. Uma dimensão suficiente de gengiva inserida separa a borda

gengival livre da mucosa alveolar;

TIPO II: a dimensão do tecido queratinizado é reduzida e a espessura

vestíbulo-lingual do processo alveolar é normal. Clinicamente a gengiva

vestibular mede menos de 2mm. Na palpação o osso vestibular parece ser de

uma espessura razoável;

TIPO III: a dimensão do tecido queratinizado é normal ou ideal e a

espessura vestíbulo-lingual do processo alveolar é fina. A altura do tecido

queratinizado é de aproximadamente de 3 a 5mm. O osso alveolar é fino e as

raízes dentárias podem ser palpadas;

TIPO IV: a dimensão do tecido queratinizado é reduzida e a espessura

vestíbulo-lingual do processo alveolar é fino. Clinicamente a gengiva vestibular

mede menos de 2mm. Nessa situação tecidual, existe uma forte tendência à

recessão gengival.

Mazeland (1980) observou a relação da largura da faixa de gengiva com

a altura do processo alveolar em maxila e mandíbula, e também com a

dimensão vertical da face. Participaram do estudo 32 mulheres entre 18 e 35

anos e 30 homens entre 23 e 30 anos. A largura da faixa de gengiva foi

mensurada com o auxílio de uma sonda periodontal nos incisivos centrais e

laterais inferiores e superiores, a altura dos processos alveolares da região

anterior de maxila e mandíbula, assim como a dimensão vertical da face, foram

medidas através de uma radiografia cefalométrica de perfil. Os resultados

mostraram que os homens apresentavam maior largura da faixa de gengiva

que as mulheres. Houve relação direta entre a largura da faixa de gengiva e a

altura dos processos alveolares em mandíbula e maxila, o que também ocorreu

em relação a dimensão vertical da face.

Ainamo et al. (1981), avaliaram a largura da faixa de gengiva inserida

em pacientes com média de idade de 23, 43 e 65 anos. A faixa de gengiva

inserida era mensurada através de radiografias onde se media a distância entre

a junção cemento-esmalte e junção mucogengival, marcada previamente à

realização das radiografias com fios metálicos. Os autores observaram que a

largura da faixa de gengiva inserida não variava entre homens e mulheres. A

largura da faixa de gengiva inserida aumentava significantemente entre 23 e 43

23

anos, e continuava a aumentar, em uma quantidade menos significativa até os

65 anos de idade.

Seibert & Lindhe (1989), propuseram a expressão biotipos periodontais

para caracterizar estados distintos do complexo mucogengival, considerando o

osso alveolar adjacente. Os autores classificam o periodonto em plano e

espesso; e periodonto fino e festonado. Os diferentes biotipos de tecidos

periodontais apresentam tendência a responder de modo diferente a uma

inflamação e agressão cirúrgica. O periodonto fino freqüentemente se afasta da

fonte de irritação e retrai em seguida a terapia periodontal. O periodonto

espesso apresenta resposta hiperplásica, reassumindo sua forma e dimensão

originais após o tratamento.

Olsson et al. (1993) estudaram a relação entre a forma da coroa dentária

dos dentes anteriores superiores e as características morfológicas da gengiva.

Cento e oito pacientes caucasianos entre 16 e 19 anos de idade participaram

do estudo. Foram observados a forma da coroa, a espessura gengival, a

largura da faixa de gengiva, a curvatura cervical da gengiva, o comprimento

das papilas, e a profundidade de sondagem. A espessura gengival foi medida

no ponto equivalente ao fundo do sulco gengival com uma agulha de 0,4 mm

de diâmetro associada a um cursor endodôntico e posteriormente mensurada

em um microscópio ótico com magnificação de 25x. Analisando os achados

constatou-se que os pacientes que apresentavam dentes mais quadrados

possuíam larga faixa de gengiva, papilas mais curtas, curvatura gengival

cervical menos acentuada e maior profundidade de sondagem. Os pacientes

que apresentavam dentes mais alongados, possuíam estreita faixa de gengiva,

papilas mais alongadas, curvatura gengival cervical mais acentuada e menor

profundidade de sondagem. Não houve diferença estatística significante em

relação à espessura gengival nos dois grupos, porém clinicamente a espessura

gengival tendia a ser maior no grupo com faixa de gengiva mais larga.

Muller & Eger (1997) avaliaram o fenótipo gengival de 42 pacientes

caucasianos, do sexo masculino com idade entre 20 e 25 anos. Foram

avaliadas as faixas de gengiva, a espessura gengival, a relação entre largura e

altura das coroas dentárias, profundidade de sondagem e recessões gengivais

dos pré-molares, caninos e incisivos inferiores e superiores. A espessura da

gengiva pôde ser avaliada com o uso de um ultra-som com margem de

24

mensuração de 0,1mm. Considerando a relação entre faixa de gengiva e

espessura gengival e também a relação entre largura e altura dos dentes

superiores anteriores, três grupos de características distintas foram

estabelecidos. O grupo A, representado por 28 indivíduos, apresentava

espessura gengival média de 0,81mm, 1,12 mm e 1,13 mm, nos caninos, nos

incisivos laterais e nos incisivos centrais superiores respectivamente; a faixa

média da largura de gengiva foi de 3,73 mm para caninos, 4,59 mm para

incisivos laterais e 4,18mm para incisivos centrais, e as coroas apresentavam

formato alongado. O grupo B, representado por 9 pacientes, apresentava

média de espessura gengival de 1,24mm, 1,31 mm e 1,79 mm e faixa média de

gengiva de 6,09mm, 6,41mm e 6,22 mm nos caninos, incisivos laterais e

centrais respectivamente; e as coroas apresentavam um formato quadrado. O

grupo C, representado por 5 pacientes, apresentava espessura gengival média

de 0,75mm, 1,03 mm e 1,23 mm e faixa de gengiva média de 3,47mm, 3,04mm

e 2,75mm nos caninos, incisivos laterais e centrais, e as coroas apresentavam

um formato quadrado. Os autores concluíram que as investigações deveriam

ser estendidas a uma população de sexos diferentes, assim como

características físicas.

Segundo Saadoun (1998), o periodonto festonado é encontrado em 15%

dos casos e é caracterizado por um tecido mole delicado e a forma do osso

subjacente apresenta fenestrações e deiscências e quantidade e qualidade

reduzida de gengiva ceratinizada. Geralmente os tecidos interproximais não

fecham completamente os espaços entre os dentes adjacentes,

particularmente nos incisivos centrais superiores. Já o periodonto liso e

espesso apresenta as seguintes características: tecido mole mais denso e

fibrótico, tecido ósseo subjacente mais espesso, maior quantidade e qualidade

de gengiva ceratinizada. Esse tipo de tecido favorece o aparecimento de bolsas

e tecido em excesso. Esse tipo de periodonto é associado com dentes de

forma mais volumosa no terço cervical, pontos de contato localizados mais

próximos da cervical, coroas clínicas mais quadradas e áreas de contato

maiores.

Em 2000, Muller et al., avaliaram a espessura da mucosa mastigatória

em todas as partes da mucosa mastigatória usando o ultrassom. Os autores

acreditam que informações detalhadas das diferentes partes da mucosa

25

mastigatória podem ser de interesse considerável. A população estudada foi de

40 adultos jovens entre 19 e 30 anos. Foram mensuradas 149 áreas para cada

voluntário. O exame iniciou na tuberosidade no ponto do terceiro ou segundo

molar. A média de profundidade de sondagem entre os voluntários foi entre

1,43 e 2,46mm a média de perda de inserção de 0 a 0,44mm . Com exceção

do terceiro molar a média da extensão da gengiva foi de 4mm ou mais nos

sisos superiores. Na mandíbula a extensão da gengival vestibular é menor no

canino e região de primeiro molar com cerca de 2,6 mm em média. A maior

quantidade de gengiva foi encontrada lingualmente com o máximo de 6,49 mm

mais ou menos 1,53 mm nos primeiros molares. Em geral, a extensão da

gengiva é menor no siso com 2,63 mm mais ou menos 0,87mm na maxila e

1,83 mais ou menos 0,97mm na vestibular do siso inferior. Não houve diferença

na condição periodontal entre homens e mulheres, fumantes e não fumantes. A

média de espessura da mucosa mastigatória variou entre 1,29 a 2,29mm. A

mucosa mastigatória das mulheres foi significativamente mais fina que a dos

homens com uma variação de 1,69mm em média.

Concluiu-se que a mucosa do palato é 2 ou 3 vezes mais grossa que a

mucosa vestibular. A espessura aumenta quanto mais distante estiver do

respectivo dente. Com 2,9 mm ou mais, a espessura maior foi encontrada nos

pré-molares com 6 a 10mm de distância do dente. Com cerca de 2,1 mm a 2,2

mm, a mucosa que recobre as raízes dos primeiros 2 segundos molares foi

consideravelmente mais fina. Na parte mais distal, a espessura aumenta,

chegando a 4,17mm na região da tuberosidade. Em relação a gengiva

interdental, a espessura variou de 1mm entre o incisivos central e lateral e 1,8

a 2,1mm entre o segundo e terceiro molar.

No mesmo ano, Muller, Schaller e Eger realizaram novo estudo sobre

fenótipo gengival em uma população mais heterogênea que a examinada

anteriormente. Foram avaliados 40 indivíduos, 21 mulheres e 19 homens entre

19 e 30 anos de idade. Foram avaliadas a faixa de gengiva e a espessura

gengival em todos os dentes pela vestibular e pela lingual, a relação entre

largura e altura das coroas dentárias dos pré-molares, caninos e incisivos

superiores, profundidade de sondagem e recessões gengivais de todos os

dentes. A espessura da gengiva pôde ser avaliada com o uso do mesmo ultra-

som que tinha margem de mensuração de 0,1mm. Considerando a relação

26

entre faixa de gengiva, espessura gengival e relação entre largura e altura dos

dentes superiores anteriores três grupos de características distintas foram

estabelecidos. O grupo A1, representado por 14 indivíduos, apresentava

espessura gengival média de 0,63mm, 0,71mm e 0,81mm nos caninos,

incisivos laterais e incisivos centrais superiores respectivamente; faixa de

gengiva média de 3,36mm, 3,68mm e 3,35mm nos 13/23, 12/22 e 11/21

respectivamente; e as coroas apresentavam um formato alongado. O grupo A2,

representado por 15 pacientes, apresentava espessura gengival média de

0,67mm, 0,74mm e 0,96mm nos 13/23, 12/22 e 11/21 respectivamente; faixa

de gengiva média de 4,27mm, 5,13mm e 4,67mm nos 13/23, 12/22 e 11/21

respectivamente; e as coroas apresentavam um formato alongado. O grupo B,

representado por 11 pacientes, apresentava espessura gengival média de

0,81mm, 1,20mm e 1,29 nos 13/23, 12/22 e 11/21 respectivamente; faixa de

gengiva média de 5,09mm, 6,59mm e 5,27mm nos 13/23, 12/22 e 11/21

respectivamente; e as coroas apresentavam um formato quadrado. O autor

concluiu ainda que a espessura da mucosa mastigatória do palato

acompanhava o fenótipo da gengiva inserida, isto é, pacientes que

apresentavam espessura gengival mais fina também apresentavam espessura

da mucosa palatina fina e pacientes que apresentavam espessura gengival

mais grossa também apresentavam espessura da mucosa palatina grossa.

Em 2002, Muller & Eger fazem uma revisão sobre a mucosa mastigatória

e o fenótipo periodontal a partir de outros autores e também sobre suas

pesquisas anteriormente realizadas. Segundo os autores, a extensão da

gengiva inserida pode depender da altura do processo alveolar e da dimensão

vertical do arco inferior. Isso é geralmente maior nos homens que nas

mulheres. Isso é possível porque a posição da borda da mucosa mucogengival

representa uma constante anatômica por toda a vida. Então, devido à contínua

erupção do dente, a espessura do tecido ceratinizado aumentará durante a

vida, e um efeito pode ser compensado em parte pela idade relacionada à

recessão gengival. A gengiva vestibular é, em média, menor na mandíbula que

na maxila. A espessura máxima é encontrada na região dos incisivos, enquanto

a mínima é normalmente observada nos caninos mandibulares e na região de

pré-molar. Lingualmente a faixa mais estreita de gengiva inserida é medida na

região anterior enquanto a espessura aumenta gradualmente em direção distal.

27

Diante de uma série de investigações, pode-se confirmar a existência

de um fenótipo periodontal distinto. Diferenças individuais na largura e

espessura da gengiva, em particular, e na espessura da mucosa mastigatória

em geral são determinadas geneticamente e parecem ser associadas

fortemente com a forma do dente. Devido a essa interdependência mútua, o

tecido mole ao redor poderia cuidadosamente ser considerado se e quando a

forma do dente ou o tamanho tivesse que ser alterada por moldagem,

adesivos, ou emprego de coroas e facetas artificiais.

No mesmo ano Kao & Pasquinelli realizaram um estudo sobre a

importância da diferenciação entre periodonto fino e espesso na fase de

planejamento do tratamento. Os autores definiram o periodonto espesso como

sendo aquele de aspecto denso, com relativa faixa de tecido queratinizado, a

topografia é relativamente plana com sugestão de tecido ósseo adjacente

espesso. O periodonto fino foi definido, pelos autores, como sendo de aspecto

delicado, aparência translúcida, com mínima faixa de tecido queratinizado, com

topografia muito contornada e sugerindo mínimo tecido ósseo adjacente com

possível fenestração. Os autores relataram ainda que em algumas dentições

pode ocorrer a mistura dos dois tipos de periodonto em diferentes regiões da

cavidade oral.

Muller & Kononem (2005) investigaram a variância de componentes da

espessura gengival vestibular de adultos jovens com gengivite leve ou com

saúde gengival. Participaram do estudo 33 mulheres não fumantes, de 18 a 23

anos de idade, com gengivite leve a moderada induzida por placa, com poucas

áreas com profundidade de sondagem maior que 4 mm. A espessura gengival

foi mensurada em todos os dentes através de um ultrassom. A profundidade de

sondagem periodontal e o nível de inserção clínica foram mensurados com

uma sondagem com pressão controlada. O índice de sangramento gengival foi

registrado de 0 a 2, sendo 1 quando suave e 2 quando fosse abundante. Os

autores concluíram que a espessura gengival está principalmente associada

com as variáveis relacionadas aos dentes. A tendência ao sangramento é mais

alta se a gengiva for fina.

Bittencourt et al. (2006) realizaram um estudo clínico para comparar o

resultado da terapia para recessão gengival usando retalho semilunar

posicionado coronalmente (SCPF) ou enxerto de tecido conjuntivo e analisar a

28

espessura gengival na diferentes técnicas cirúrgicas. O autor utilizou um

espaçador manual endodôntico com um cursor de borracha para aferir a

espessura da mucosa ceratinizada. Após a remoção cuidadosa do espaçador

endodôntico, a profundidade de penetração foi mensurada com um compasso

de 0,01 mm de resolução.

2.5 –ESPESSURA DA MUCOSA CERATINIZADA EM ÁREAS CO M

IMPLANTES UNITÁRIOS

Salama & Salama (1993) falam sobre a extrusão ortodôntica nos casos

de dentes com doença periodontal avançada e grande perda de inserção,

indicada para planejamento de implantes osseointegrados. O objetivo dos

autores foi introduzir uma nova perspectiva, utilizando a extrusão ortodôntica

em dentes perdidos para ganhar tecido mole e duro preparando uma área

dimensionalmente adequada e potencialmente estética para colocação de

implantes. O movimento extrusivo estimula a deposição o de osso na crista

óssea além de aumentar o volume de tecido mole e faixa de mucosa

ceratinizada no sentido vertical. Essa terapia pode criar de maneira efetiva e

inigualável de tecido mole e duro sem intervenção cirúrgica. Além disso, o

aumento de gengiva ceratinizada reduz ou elimina a necessidade de

procedimentos mucogengivais.

Tarnow & Eskow (1995) falam sobre as considerações estéticas em

implantes unitários. A saúde dos tecidos peri-implantares é fundamental para

preservar os princípios biológicos da osseointegração. A inflamação dos

tecidos peri-implantares pode afetar o osso subjacente e ocorrer reabsorção e

conseqüente recessão gengival. Se a reabsorção for extensa pode levar até a

perda do implante. A restauração pode controlar a forma dos tecidos ao redor

do implante e facilitar o controle de placa e a função oclusal. O artigo relata

sobre as considerações pré-cirúrgicas como enxertos ósseos e gengivais

antes, durante e após a colocação de implantes. O Os autores enfatizam que a

quantidade e a posição do osso, assim como os tecidos moles em relação ao

dente adjacente e a colocação do implante influencia na harmonia da dentição

natural com restaurações implanto-suportadas.

29

Berglundh & Lindhe (1996) realizaram um estudo para determinar a

dimensão da mucosa periimplantar inserida nas áreas com espessura

insuficiente de rebordo mucoso. Foram usados 5 cães beagle. Todos os pré-

molares mandibulares foram extraídos e após 3 meses de cicatrização, foram

implantados 3 implantes de cada lado num total de 6 implantes. Após 3 meses

de cicatrização os abutments foram colocados. Após o período de cicatrização

os cães foram sacrificados e as mandíbulas foram fixadas e cortadas. As

amostras compreendendo o implante e os tecidos periimplantares foram

descalcificados com EDTA. Em cada secção, foram identificadas linhas de

mensuração: a porção marginal da mucosa periimplantar, o nível apical da

terminação do epitélio juncional, o nível marginal de osso em contato com

implante, a crista óssea, a parte mais coronal do osso peri-implantar, junção do

abutment/fixação. Os resultados da pesquisa mostram que a distância entre a

crista óssea e a superfície mais externa do epitélio oral foi em média 3,65,

variando em 0,44 mm. O epitélio juncional da mucosa peri-implantar das áreas

controles e testes foi consideravelmente separada do osso crestal por uma

zona rica em colágeno e pobre em células do tecido conjuntivo. O comprimento

do epitélio juncional variou dentro de uma estreita média; 2,1 mm (área

controle) e 2,0 mm (área teste). A altura do tecido conjuntivo supra-ósseo

nesse modelo variou entre 1,3 (área teste) e 1,8 (área controle). As áreas onde

a mucosa do rebordo antes da colocação do abutment era fina (menor ou igual

a 2 mm) e permaneceu fina, cicatrizou com reabsorção óssea com

estabelecimento de um defeito ósseo angular.Através dos resultados da

pesquisa pode-se concluir que o mínimo de espessura de mucosa é necessário

e a reabsorção óssea pode acontecer para permitir uma forma de tecido

inserido adequado. O presente achado em parte explica a perda de osso

alveolar que ocorre durante o primeiro ano seguido da conexão do abutment e

subseqüente carga. Sugere que, uma vez o implante exposto na cavidade oral

e em função, é necessário um mínimo de mucosa inserida para proteger a

osseointegração.

Bengazi et al. (1996) realizou um estudo longitudinal para avaliar as

alterações na posição dos tecidos moles marginais periimplantares, no período

de dois anos após a inserção da prótese fixa. Foram avaliados 41 pacientes

que receberam prótese fixas parciais ou totais. Num total de 163 implantes, 79

30

em casos edêntulos e 84 e casos parcialmente edêntulos. Os exames foram

feitos no momento da inserção da prótese, avaliando-se presença de placa,

mucosite, profundidade de bolsa, sangramento à sondagem, nível de tecido

mole marginal, espessura da mucosa mastigatória e mobilidade do tecido mole

marginal. Todos os pacientes foram reexaminados após 6 meses, 1 ano e 2

anos. A análise dos resultados mostrou uma pequena diminuição na

profundidade de sondagem de 0,2mm e na espessura da mucosa mastigatória

de 0,3mm durante esse período.

O deslocamento apical do tecido marginal ocorreu nos 6 primeiros

meses de observação. Na mandíbula, na face lingual houve recessão mais

pronunciada. Já na face vestibular, o deslocamento apical foi mínimo durante

os 2 anos. Na maxila, a média dos valores das recessões nos primeiros 6

meses foi similar nas faces lingual e vestibular. Entre os primeiros 6 meses e

dois anos, os tecidos marginais na face vestibular da maxila mostraram um

deslocamento apical adicional. Áreas com mucosa de revestimento não-

ceratinizada mostraram maior recessão nos primeiros 6 meses que em áreas

com mucosa mastigatória. A incidência de recessão maior ou igual a 1mm foi

durante os primeiros 6 meses em 57% das áreas de mucosa de revestimento

na vestibular e lingual. Apenas 4% apresentou recessão de 3 a 4 mm. Através

dos resultados, sugere-se que a recessão dos tecidos marginais

periimplantares pode principalmente ser o resultado da remodelação do tecido

mole a fim de estabelecer dimensões biológicas adequadas da barreira de

tecido mole periimplantar.

Segundo Saadoun & Le Gall (1998), a saúde e a aparência da mucosa

ceratinizada é um componente inseparável do complexo estético, por isso a

manutenção e o desenvolvimento do complexo osso e tecido mole estético se

torna um pré-requisito na terapia implantar, particularmente em áreas estéticas.

Os autores descrevem as considerações anatômicas periodontais como o

complexo periodontal, a papila interdental, a gengiva ceratinizada e os tipos de

periodonto, fino e festonado, espesso e liso e suas implicações clínicas. A

reabsorção óssea decorrente da extração dentária pode acarretar em

alterações estéticas em pacientes com periodonto festonado e fino. Já no

periodonto liso e espesso, essas mudanças podem ser sutis. Os autores

31

concluíram que a essência de todo o tratamento estético é o perfil dos tecidos

moles periodontais.

Para Belser et al. (1998), os elementos anatômicos e cirúrgicos que vão

otimizar o tratamento estético implantar são: o posicionamento perfeito

tridimensional do implante; posicionamento correto vertical da inclinação do

implante; posicionamento correto orofacial do perfil de emergência; um eixo

implantar compatível com as opções protéticas; contornos dos tecidos moles

estáveis e estéticos; o traçado harmonioso e festonado da mucosa; a

espessura suficiente da mucosa vestibular; a integridade das papilas.

Sanavi et al. (1998) analisaram os efeitos da violação do espaço

biológico periimplantar e compararam clinicamente a relação entre os espaços

biológicos periodontal e periimplantar em relação ao biotipo periodontal.

Segundo eles, o tipo espesso e liso é o mais prevalente, ocorrendo em mais

85 % da população; e o tipo fino e festonado ocorre em menos de 15 % da

população . Concluíram que, quando há violação do espaço biológico, as

reações inflamatórias dos tecidos periimplantares são as mesmas que as dos

tecidos periodontais, qualquer que seja o biotipo periodontal, plano(ou liso) e

espesso ou fino e festonado.

Saadoun et al. (1999) num artigo de revisão de literatura discute sobre a

seleção e colocação de implantes em regiões estéticas. Para os autores, a

configuração tridimensional da prótese afetará a forma anatômica e o tônus da

mucosa periimplantar. A cicatrização e a maturação dos tecidos moles são

guiadas pela colocação de uma restauração provisória no estágio II para

promover uma formação de papila ideal de acordo com o conceito de dupla

inclinação. Os componentes de um perfil estético devem compreender a tríade

osso, mucosa periimplantar e restauração e sua relação com os dentes

adjacentes. Antes da colocação dos implantes os seguintes fatores devem ser

analisados: Tipo de sorriso (alto, médio e baixo); Biotipo do dente adjacente

(quantidade e qualidade do dente adjacente); Topografia óssea do rebordo

edêntulo segundo a classificação de Seibert; Tipo, forma e posição da

restauração antecipada (parafusada ou cimentada); Procedimentos cirúrgicos

que envolvam aumento de rebordo. Para determinar a forma e o tamanho da

coroa, as dimensões do dente contralateral devem ser analisadas e o tamanho

e a anatomia da raiz no nível da colocação do implante deve ser analisada.

32

Para alcançar a estética natural dos tecidos moles, o contorno, a altura e

espessura da mucosa periimplantar devem corrresponder aos tecidos moles da

área adjacente do dente natural. Osso adequado deve existir para colocação

de implantes, com tecido mole de suporte que consiste na papila interproximal

e adequada faixa de tecido ceratinizado.

A mucosa periimplantar deve ser avaliada para diagnóstico e plano de

tratamento determinando a qualidade, quantidade, coloração, textura e

morfotipo (festonado ou liso). É também um pré-requisito mensurar a

espessura da gengiva que circunda a maxila (por exemplo, vestibular 1 a 2

mm, palatina 3 a 4 mm) e a mandíbula (por exemplo vestibular e lingual 1 mm).

Esse exame permite verificar ser a mucosa periimplantar é adequada para

restauração unitária em área estética.

A presença da mucosa ceratinizada não é suficiente por si só para

assegurar o resultado estético, mas um pré-requisito para alcançar este

objetivo. Tecido duro suficiente também deve estar presente, entretanto o

suporte de 4 mm de tecido mole é necessário para suportar e manter a

distância biológica ao redor de implantes. Para desenvolver um perfil de

emergência natural da restauração definitiva é essencial aumentar o tecido

mole se este é insuficiente.

A restauração provisória permite que o tecido cicatrize no contorno

cervical exato e o perfil de emergência da restauração definitiva. Os objetivos

estéticos, biológicos e funcionais devem ser alcançados na fase provisória,

antes da colocação da coroa definitiva.

Small & Tarnow em 2000 realizaram um estudo longitudinal no qual

mensuraram os tecidos moles ao redor de implantes logo após a cirurgia e logo

após a colocação dos abutments para determinar se um padrão previsível das

mudanças do tecido mole poderia ser identificado. Foram avaliados 63

implantes em 11 pacientes, na maxila e na mandíbula. A média de idade foi de

56 anos, entre 49 e 81 anos. Foram realizados implantes unitários, rebordo

parcialmente edêntulos ou totalmente edêntulos. As medidas como referência

foram registradas no estágio 2 cirúrgico (colocação do abutment) no sistema de

implantes de dois estágios, e na primeira cirurgia (colocação do implante) do 1

sistema de implantes e estágio único. Depois as medidas foram registradas na

primeira semana, 1 mês, 3, 6, 9 meses e 1 ano após as primeiras medidas,

33

ditas como referência. Foi estabelecido um ponto de referência fixo, como por

exemplo, o topo da cabeça do implante até a margem gengival. Essa medida

foi obtida medindo-se a porção do abutment sobre a gengival e subtraindo-se

da medida da altura total o abutment. As medidas foram realizadas na

vestibular, lingual ou palatina, mesial e distal.

A maioria das recessões ocorreu dentro dos primeiros 3 meses e 80%

de todos os sites exibiram recessão na vestibular. Então, recomenda-se uma

espera de 3 meses para a estabilização do tecido moles para selecionar o

abutment ou a confecção da moldagem final. Os autores relatam que se a

moldagem final for feita apenas 1 semana após o segundo estágio cirúrgico ou

a seleção dos abutments se basear no nível desses tecidos, um resultado

estético pobre pode ocorrer. A maior parte das recessões ocorreu 3 meses

após a colocação do abutments. Como regra geral, deve-se prever uma

recessão de aproximadamente 1 mm. Os autores também relatam que a

presença da restauração provisória também provoca mudanças no tecido mole.

Os resultados obtidos nesse estudo em comparação com outros estudos

revelam uma tendência clinicamente significante na cicatrização natural dos

tecidos moles.

No mesmo ano, Grunder avaliou a estabilidade do tecido mole ao redor

de 10 implantes unitários em incisivos centrais e laterais superiores. Todos os

casos foram tratados seguindo o mesmo protocolo, no qual incluiu regeneração

óssea guiada e enxerto de tecido conjuntivo. O objetivo do estudo foi avaliar as

mudanças na altura da papila e as possíveis reduções do tecido mole após 1

ano da colocação final da coroa. Foram selecionados 10 pacientes, 5

mulheres e 5 homens, que necessitavam de extração dentária e colocação de

um implante anterior (5 centrais e 5 laterais). Nove dos 10 pacientes

apresentavam doença periodontal. Todos os casos a extração foi sem retalho e

sem prejuízo para papila. E uma restauração provisória removível foi instalada

logo após a extração. A restauração provisória, com pôntico de forma oval, foi

usada para preservar a papila. A cicatrização do tecido mole durou 8 semanas.

Goldberg et al. (2001) falam sobre as considerações periodontais na

terapia implantar e restauradora. Os autores enfatizam a necessidade da

manutenção da saúde periodontal e ao redor dos dentes e prótese sobre

implantes principalmente em áreas estéticas. A estabilidade dos tecidos moles

34

é fundamental para evitar as recessões gengivais. Para isso deve-se ter uma

faixa de tecido ceratinizado de no mínimo 1mm e 2 mm de espessura. Quando

esta condição não existe, o enxerto de tecido conjuntivo é a melhor opção de

tratamento restaurador em áreas estéticas. Em prótese sobre implante, os

autores defendem o uso de restaurações parafusadas pelo fato destas

apresentarem uma menor discrepância entre o implante e a restauração,

minimizando o risco de placa bacteriana subgengival. As restaurações

provisórias também são importantíssimas para estabelecer o contorno

fisiológico e estético.

Implantes Nobel Biocare foram colocados juntamente com enxerto ósseo

no lado vestibular e membrana. A membrana foi fixada com o a tampa de

cobertura e um retalho livre de tensão. Após 6 meses as membranas foram

removidas usando o mesmo tipo de retalho, e um enxerto de tecido conjuntivo

removido do palato foi suturado na face vestibular do implante. O retalho

também permitiu uma sutura bem fechada. Após 4 meses os abutments foram

colocados por uma pequena abertura para acesso da tampa de cobertura e

inserindo o cicatrizador. Após 4 semanas, uma impressão do nível do implante

foi feita. O abutment foi selecionado no laboratório e uma coroa

metalocerâmica foi confeccionada. Após colocação dos abutments as coroas

foram cimentadas com cimento temporário e feitas novas medidas. Todas as

medidas foram repetidas após 1 ano e as mudanças durante esse período

foram calculadas. As medidas tomadas foram: tamanho do abutment;

comprimento da coroa (ponto mais alto do tecido mole até a margem incisal da

mesial e distal do dente adjacente); comprimento da coroa do implante (do

ponto mais alto do tecido mole até a margem incisal); distância do todo da

papila até a margem incisal mesial e distal da coroa do implante; distância da

margem da mucosa ao ombro do abutment (profundidade submucosa da

margem da coroa) vestibular, mesial e distal; distância do topo da papila até a

crista óssea do dente adjacente (sondagem) mesial e distal; profundidade de

sondagem do dente adjacente; e distância entre o ponto de contato da coroa e

do nível ósseo.

Foram usados 2 abutments de 3 mm, 2 de 2 mm, e 6 de 1mm (média de

altura de 1,6 mm de altura). O comprimento da coroa dos dentes adjacentes

aumentou em média 0,075 durante 1 ano. Em 17 dos 20 dentes, nada ocorreu,

35

e em três áreas o tecido reduziu em 0,5 mm. O comprimento visível da coroa

do implante aumentou durante o primeiro ano cerca de 0,6 mm em média. Em

7 das 10 coroas de implantes a gengiva reduziu 0,5 mm. Não houve perda de

volume em nenhuma das papilas.

No momento da inserção da prótese, a média da mucosa marginal no

abutment era de 2,5 mm, no mínimo de 1mm e no máximo de 4 mm. Após um

ano a média foi de 1,9 mm na face vestibular com o mínimo de 1mm e o

máximo de 3,5 mm. Um ano após a inserção da prótese, a redução dos tecidos

moles na face vestibular da coroa do implante foi de 0,6 mm em média. O

volume de tecido mole na papila aumentou em média 0,375 mm, e nenhuma

das papilas perdeu volume. O autor compara seus resultados com outros

estudos que não fizeram procedimentos de aumento de tecido mole e

encontrou a mesma média de redução do tecido após 1 ano.

Kan et al. (2003) avaliaram clinicamente as dimensões da mucosa peri-

implantar de implantes unitários de dois estágios realizados em maxila após 1

ano em função. A influência do morfotipo peri-implantar também foi examinada.

Foram avaliados 45 pacientes, sendo 20 homens e 25 mulheres, com uma

média de idade de 47,3 anos. Foram avaliados 45 implantes unitários

anteriores na maxila com uma média de 32,5 meses em função. O critério para

seleção dos pacientes incluía: existência de dentes naturais adjacentes ao

implante com contato proximal definido; o implante deveria ter sido colocado

em duas etapas em rebordo edêntulo; o implante deveria estar em função há

pelo menos 1 ano; não deveria haver nenhuma complicação que necessitasse

de correção durante o período de função do implante. As dimensões da

mucosa peri-implantar foram mensuradas por sondagem óssea usando uma

sonda periodontal na porção mesial (MI), na porção mediana da vestibular (F),

e na distal (DI) das restaurações e nas áreas interproximais dos dentes

adjacentes (MT, DT). As médias e os desvios padrões das dimensões da

mucosa peri-implantar das áreas MT, MI, F, DI e DT foram 4,2 mm, 6,17 mm,

1,27 mm, 3,63 mm, 0,91mm, 5,93 mm e 4,20 mm respectivamente. A distância

da crista óssea à margem gengival livre ou ao topo da papila interdental foi

considerada fechada quando a distância fosse de 0,5 mm. Os pacientes foram

agrupados de acordo com o tipo de periodonto, em fino e espesso. Para avaliar

o morfotipo, a sonda periodontal foi introduzida no sulco gengival pela

36

vestibular e se a sonda fosse vista através da gengiva (por transparência da

mucosa), o periodonto era considerado fino e se não pudesse ser visto, era

considerado espesso. Dos 45 implantes, o morfotipo peri-implantar de 28

implantes foram caracterizados em espesso e 17 em fino. As medidas de

sondagem do biótipo espesso foram significativamente maiores do que aquelas

do biótipo fino nos grupos MT, MI e DT. Já na vestibular e na distal, nenhuma

diferença estatisticamente significante foi encontrada. Os autores concluíram,

através dos resultados, que a sondagem óssea das dimensões da mucosa

peri-implantar foi ligeiramente maior que as dimensões histológicas

correspondentes do complexo dentogengival. As dimensões menores que 3

mm foram incomuns e foram considerados como morfotipo fino, e as

dimensões maiores que 4 mm foram associadas a periodonto espesso.

Priest (2003) em seu artigo, fala sobre a resposta da mucosa

periimplantar em implantes unitários. Foram incluídos no estudo pacientes que

receberam implantes unitários entre dentes naturais na mesial e na distal, no

período de 1991 a 2001. Foram excluídos os pacientes com 2 implantes

adjacentes ou com apenas um dente natural vizinho de apenas um lado, e

pacientes sem documentação fotográfica. No total foram 51 pacientes e 55

implantes avaliados, sendo 17 homens e 34 mulheres, com idade entre 15 e 79

anos (média de 41 anos). Foram 41 restaurações na maxila (14 incisivo central,

14 incisivo lateral, 2 caninos, 5 primeiros pré-molares, e 3 primeiros molares) e

14 mandibulares (2 incisivos centrais, 2 primeiros pré-molares, 3 segundos pré-

molares 7 primeiros molares). No total foram 32 implantes anteriores e 23

posteriores. O protocolo cirúrgico incluiu guia cirúrgico e técnica em 2 estágios.

As coroas foram colocadas 4 a 8 semanas após a colocação dos cicatrizadores

ou coroas provisórias. A análise dos tecidos moles foi realizada através de

fotografias intrabucais incluindo um dente adjacente de cada lado do implante.

Os resultados mostram que a papila era regular em 83,9% dos casos. A

recessão foi menos previsível e encontrada em 59,6% dos casos. A média da

recessão em 3,5 anos foi de 0,06 mm e em 1 ano foi de 0,13 mm, então a

média na mudança do complexo sulcular foi de 0,7 mm. As mudanças no sulco

vestibular não foram previsíveis, resultando em recessão em mais da metade

dos pacientes, mas a migração coronal ocorreu raramente. A contribuição

dessa recessão sulcular foi a formação de um arco parabólico para a coroa

37

protética. Os achados indicam que a maioria das mudanças nos tecidos ocorre

no primeiro ano ou menos. Em apenas 7 das 55 áreas, a margem da coroa

estava exposta.

Gastaldo et al. (2004) avaliaram o feito das distâncias verticais e

horizontais entre os dentes adjacentes (grupo 1) e entre dente e implante

(grupo 2) na presença da papila interproximal. O estudo também determinou se

a interação entre as distâncias vertical e horizontal pode estar associada com a

incidência de papila. Para os autores, em implantes dentais em áreas estéticas,

o critério para o sucesso envolve estabilização contorno do tecido mole com

papila interproximal intacta e linha gengival em harmonia com o contorno

gengival dos dentes adjacentes. A papila é considerada um componente

essencial nas regiões anteriores e posteriores. A ausência dessa estrutura trás

conseqüências estéticas e fonéticas e impacção alimentar. O estudo envolveu

48 pacientes, nos quais foram avaliadas 96 áreas interproximais no grupo 1, e

80 no grupo 2. Foram mensuradas a distância entre a base do ponto de contato

a crista óssea (D1), a distância entre o dente e o implante ou entre 2 implantes

(D2) e a distância entre a base do ponto de contato até a extremidade da papila

(D3). Os resultados revelam que, em ambos os grupos, quando a distância

entre o dente e o implante ou entre 2 implantes (D2) era de 3, 3,5 a 4 mm a

papila estava presente na maioria dos casos, quando D2 era de 2 a 2,5 a

papila estava presente em 100% dos casos. No grupo 1, quando a distância

entre a base do ponto de contato a crista óssea (D1) estava entre 3 a 5mm, a

papila estava presente na maioria dos casos. Entretanto, no grupo 1 apenas

quando D1 era de 3mm que a papila estava presente.para ambos os grupos a

análise da interação entre D1 e D2 mostrou que quando D2 era menor ou igual

a 2,5 mm a papila estava ausente, por outro lado, quando D2 era maior ou

igual a 3 mm, havia uma interação entre D1 e D2. Os autores concluíram que a

distância ideal da base do ponto de contato à crista óssea entre implantes

adjacentes é de 3mm, e entre dente e implante é de 3 a 5 mm. O espaço lateral

ideal entre implantes e entre dente e implante é de 3 a 4 mm. Além disso,

existe uma interação entre as distâncias horizontal e vertical quando o espaço

lateral é maior que 3 mm.

Myshin & Wiens (2005) realizaram uma revisão de literatura sobre os

tecidos moles ao redor de implantes em pacientes totalmente e parcialmente

38

edêntulo através de uma revisão de literatura de 1980 a 2004. A saúde e a

qualidade dos tecidos ao redor do implante podem ser influenciadas por vários

fatores. A presença da mucosa periimplantar ceratinizada é um fator positivo

para a saúde dos tecidos moles. A seleção do conector transmucoso do

implante tem mostrado que provoca reações do osso e tecido mole. O tecido

conjuntivo e o epitélio podem interagir totalmente com o a superfície do

implante, sugerindo que a saúde e a resistência às doenças peri-implantares

podem ser um reflexo do processo de integração como um todo. Estudos

histológicos relatam uma clara evidência de hemi-desmossomos, assim como o

aparecimento de lâmina basal. A interface implante-tecido mole tem certas

similaridades com o dente natural, incluindo epitélio oral, epitélio sulcular e

epitélio juncional com tecido conjuntivo de base. A diferença que mais se

destaca da dentição natural é a estrutura de tecido conjuntivo de base. Os

autores relatam a influência do acúmulo de placa, dos tipos de abutments e da

profundidade dos implantes no osso em relação aos efeitos nos tecidos peri-

implantares. Os autores concluíram que para a saúde mucosa periimplantar, o

nível de inserção clínica um indicador confiável do nível ósseo. Vários fatores

podem influenciar a cicatrização, como o design dos abutments, cirurgias de

aumento e colocação e design das próteses definitivas.

Rebollal et al. (2006), revisando a literatura, avaliaram os fatores

anatômicos, cirúrgicos, protéticos e biológicos que determinam o fenótipo da

mucosa ao redor dos implantes dentários. Os autores enfatizam que os fatores

locais que podem alterar o fenótipo devem ser avaliados cuidadosamente antes

da realização dos procedimentos cirúrgicos e registrados na ficha clínica em

destaque. Fatores como o posicionamento tridimensional do implante, a

presença de volume ósseo adequado, a preservação da mucosa pré-existente,

o tempo de uso da restauração provisória e outros são importantes para o

sucesso dos implantes. Assim a presença de periodonto fino e contorno ósseo

vestibular deficiente podem contribuir para um resultado insatisfatório. Conclui-

se que o fenótipo fino é um fator de risco com predisposição para recessão da

margem gengival.

No mesmo ano Cardaropoli et al. avaliaram dimensionalmente as

alterações dos tecidos peri-implantares de restaurações unitárias desde o

momento da colocação dos implantes até após 1 ano de carga. Foram

39

excluídos pacientes com restaurações nos dentes vizinhos a região a ser

implantada, pacientes que já tinham sido submetidos a enxerto ósseo e que

não apresentassem bom estado de saúde geral. O estudo compreendeu 11

pacientes, de 18 a 36 anos de idade, que se submeteram a colocação de

implantes unitários na região anterior da maxila. Exames clínicos e

radiográficos foram feitos na colocação da coroa, e após 1 ano de carga. A

avaliação dos tecidos moles na área dos implantes e nas áreas vizinhas foi

feita antes, durante e depois da colocação do implantes, antes da colocação do

abutment, após instalação da coroa e 1 ano de carga. No momento da

colocação dos abutments, a média de perda óssea na vestibular e lingual dos

implantes foi de 0,7 mm (P > 0,05), entretanto nenhuma mudança significativa

foi notada nas áreas proximais. A média de redução de 0,4 mm de espessura

óssea vestibular foi observada entre a colocação do implante e a segunda

etapa cirúrgica. A espessura da mucosa na vestibular aumentou, porém houve

uma discreta remissão em 1 ano. Durante o correspondente intervalo, a média

do deslocamento apical da margem do tecido mole vestibular foi de 0,6 mm.

Os autores avaliaram a espessura da mucosa com ultrasson no ponto

médio do rebordo edêntulo no momento da colocação do implante e na

colocação do abutment. A avaliação foi feita no topo da crista e na face

vestibular do rebordo. Seguido 1 ano da colocação da coroa a medida foi feita

3 mm apical a margem do tecido mole e na face vestibular da coroa sobre

implante. Um mesmo ponto de referência foi usado para avaliar o aspecto

vestibular do dente vizinho. A altura do tecido mole foi medida na colocação da

coroa e após 1 ano, assim como nos dentes vizinhos. O deslocamento apical

da margem do tecido foi em média de 0,6 mm. A altura do tecido ceratinizado

não mostrou diferenças significativas. Ao longo de um ano houve melhora no

fechamento das papilas. Existem outros fatores que podem influenciar a

posição dos tecidos moles e a estética das restaurações implanto-suportadas

como a dimensão da coroa, a posição do ponto de contato, e a distância entre

dente e implante e diâmetro do implante.

40

3- OBJETIVOS

3.1 - OBJETIVO GERAL:

O objetivo deste estudo foi identificar se há diferença significativa entre a

média da espessura da mucosa ceratinizada vestibular da região do implante

unitários fixados nas regiões de primeiros pré-molares, caninos, incisivos

laterais e incisivos centrais superiores quando comparado com a média da

espessura da mucosa ceratinizada vestibular do dente vizinho.

3.2 - OBJETIVOS ESPECÍFICOS:

1. Avaliar a espessura da mucosa ceratinizada vestibular do

implante;

2. Avaliar a espessura da mucosa ceratinizada vestibular do dente

vizinho;

3. Comparar as médias das espessuras

41

4 - HIPÓTESE

Na análise dos dados da pesquisa pode ocorrer:

H 0 : Não há diferença entre as médias das espessuras das mucosas

ceratinizadas da região vestibular do implante e da região do dente

vizinho

H 1: Há diferença entre as médias das espessuras das mucosas

ceratinizadas da região vestibular do implante e da região do dente

vizinho

42

5 – METODOLOGIA

5.1 - MATERIAIS E MÉTODOS

Participaram da pesquisa 17 pacientes, sendo 12 mulheres e 5 homens,

com rebordo desdentado que receberam um implante unitário nas regiões de

primeiros pré-molares, caninos, incisivos centrais e incisivos laterais

superiores, de ambos os sexos, com idade mínima de 23 e máxima de 59

anos.

Os implantes eram do padrão Bränemark, parafusados, da empresa

Conexão Sistemas de Prótese Ltda. Os implantes foram instalados pelos

alunos do Curso de Aperfeiçoamento de Implantes, da Associação Brasileira de

Odontologia, na cidade de Juiz de Fora MG, durante os anos de 2001 a 2006.

A técnica cirurgia utilizada foi o protocolo de Bränemark. A análise da mucosa

ceratinizada foi realizada por um único examinador, pelo menos 1 ano após a

instalação dos implantes. Este trabalho foi aprovado pelo Comitê de ética da

Universidade Veiga de Almeida, cujo processo é número 82/07, sendo

considerado sem risco com necessidade de Termo de consentimento Livre e

Esclarecido. Dessa forma, todos os pacientes foram esclarecidos e informados

através do Termo de Consentimento, e este devidamente assinado.

Foram incluídos na pesquisa apenas os implantes unitários entre dentes

naturais na mesial e na distal, instalados há pelo menos 1 ano. Foram incluídos

pacientes que receberam implantes pela técnica convencional e aguardado 6

meses para osseointegração, sem cirurgia de enxerto ósseo, gengival e sem

carga imediata.

Foram excluídos da pesquisa pacientes diabéticos, cardiopatas e que

fazem uso de medicamentos que influenciam na saúde periodontal como

anticonvulsivantes á base de hidantoína e anti-hipertensivos a base de

alodipina, assim como antibióticos e anti-inflamatórios por um período de 6

meses antes do exame.

Também foram excluídos da pesquisa pacientes com doença periodontal

ativa ou inflamação gengival, e aqueles que fizeram tratamento periodontal

corretivo previamente à colocação das coroas como, por exemplo, enxerto de

43

tecido conjuntivo, implantes mal posicionados, implantes unitários adjacentes a

outro implante unitário e implantes que não possuíam dente natural adjacente.

5.2 – CARACTERÍSTICAS DOS IMPLANTES:

A tabela abaixo ilustra a característica dos implantes:

Tabela 1

HEXÁGONO

DIÂME TRO

COMPRIMENTO

INTERMEDI ÁRIO

PRÓTESE S.DO IMPLANTE

1 INTERNO 4.3 11,5 CERA ONE CIMENTADA TRATADA 2 INTERNO 3.5 11,5 CERA ONE CIMENTADA TRATADA 3 EXTERN

O 3.75 10,0 ESTETICO

NE PARAFUSAD

A TRATADA

4 INTERNO 4.3 15,0 CERA ONE CIMENTADA TRATADA 5 EXTERN

O 3.3 15,0 CERA ONE CIMENTADA TRATADA

6 INTERNO 4.3 15,0 AUSENTE PARAFUSADA

TRATADA

7 EXTERNO

3.75 18,0 AUSENTE CIMENTADA TRATADA

8 EXTERNO

3.3 13,0 AUSENTE CIMENTADA TRATADA

9 INTERNO 3.5 15,0 CERA ONE CIMENTADA TRATADA 10 INTERNO 4.3 15,0 AUSENTE CIMENTADA TRATADA 11 EXTERN

O 3.75 18,0 CERA ONE CIMENTADA TRATADA

12 INTERNO 4.3 15,0 AUSENTE CIMENTADA TRATADA 13 EXTERN

O 3.75 18,0 AUSENTE PARAFUSAD

A TRATADA

14 INTERNO 3.5 15,0 AUSENTE CIMENTADA TRATADA 15 INTERNO 4.3 15,0 CERA ONE CIMENTADA TRATADA 16 EXTERN

O 3.3 15,0 AUSENTE CIMENTADA TRATADA

17 INTERNO 4.3 13,0 CERA ONE CIMENTADA TRATADA

5.3 – EXAME:

O exame clínico dos pacientes foi realizado sob anestesia local, pela

técnica infiltrativa na região de fundo de vestíbulo (Lidocaína 2% com

epinefrina 1:200.000 - DFL) sem prejuízo para a saúde dos pacientes

envolvidos.

Foram analisados os seguintes parâmetros clínicos:

1) a largura da mucosa ceratinizada (LMC), medida como a distância

da margem gengival até a linha mucogengival (Figura 1) .

2) Espessura da mucosa ceratinizada. Esta foi medida através de um

espaçador endodôntico no 25 (Maillefer), com um cursor de borracha

esterilizado. O instrumento foi introduzido na mucosa ceratinizada vestibular na

44

região do implante e no dente adjacente ao implante, funcionando como grupo

controle (Figura 2).

A marcação foi feita 2 mm apical a margem gengival em três pontos

(Figura 3), tanto na margem gengival da coroa do implante quanto do dente

natural vizinho. O primeiro ponto foi marcado na direção central da coroa (impl

C), o segundo na papila mesial (impl M) e o terceiro na papila distal (impl D). A

medida da espessura da mucosa ceratinizada do dente vizinho também foi

avaliada em três pontos, da mesma maneira que na região do implante sendo

um no ponto central da coroa (viz C), o segundo na papila mesial (viz M) e o

terceiro na papila distal (viz D). A utilização do dente vizinho segue a

metodologia de CARDAROPOLI 2006.

Figura 2: Medida da espessura da mucosa ceratinizada com espaçador endodôntico e cursor de borracha

Figura 3: Demarcação dos pontos central, mesial e distal

Figura 1: Largura da mucosa ceratinizada (LMC)

45

Esta metodologia seguiu o artigo de BITTENCOURT et al. em 2006

que também usou o espaçador endodôntico para aferir a espessura da mucosa

ceratinizada em diferentes técnicas de tratamento da recessão gengival.

O exame foi feito por um único examinador. A medida registrada no

espaçador endodôntico foi feita a leitura no paquímetro Digital (Mitutoyo) –

Figuras 4, 5 e 6.

Figura 4: Paquímetro fechado, indicando o zero, antes da aferição.

Figura 5: Medida da espessura da mucosa ceratinizada feita pelo espaçador

endodôntico sendo transferida para o paquímetro

Figura 6: Leitura do paquímetro em centésimos de milímetros da espessura da

mucosa ceratinizada

Figura 4 Figura 5

Figura 6

46

A classificação do morfotipo periodontal analisada neste trabalho seguiu

a classificação citada no artigo de KAO & PASQUINELLI (2002). Abaixo segue

o quadro ilustrativo dos dois tipos de morfotipo periodontal.

Tabela 2 – Classificação do morfotipo periodontal, segundo suas

características, de acordo com Kao & Pasquinelli

PERIODONTO ESPESSO PERIODONTO FINO

Tecido mole e arquitetura óssea

relativamente plano

Tecido mole e arquitetura óssea

altamente festonado

Tecido mole denso e fibrótico Tecido mole delicado e friável

Faixa de mucosa ceratinizada

relativamente larga

Mínima faixa de mucosa ceratinizada

Osso subjacente espesso Osso subjacente fino com deiscências

e fenestrações

Reage a doenças por meio de

formação de bolsas e defeitos infra-

ósseos

Reage a doenças e injúrias através de

recessões gengivais

Resistência ao trauma Pouco resistente ao trauma

5.4 – ANÁLISE ESTATÍSTICA:

O Teste Estatístico Mann-Whitney aproximado para a Distribuição

Normal (0,1), será utilizado para avaliar se há diferença entre as médias da

espessura do implante e do dente vizinho para as três amostras. O Nível de

Significância estabelecido é 5%.

47

6 – RESULTADOS

A amostra C refere-se às medidas da espessura da mucosa ceratinizada

no pondo C do implante comparada com a medida da mucosa ceratinizada no

ponto C do dente vizinho. As amostra D e M também referem-se às medidas no

ponto D e M. Ao analisar os dados das amostras C, D e M temos os seguintes

dados:

A tabela abaixo mostra a média da espessura da mucosa ceratinizada

nos pontos C,D e M:

Tabela 3

Espessura da mucosa ceratinizada na

área do implante

Espessura da mucosa ceratinizada no

dente vizinho

Ponto C Ponto D Ponto M Ponto C Ponto D Ponto M

2,64 mm 4,38 mm 4,20 mm 1,25 mm 3,82 mm 2,81 mm

O teste Mann-Whitney foi aplicado para comparar se as médias das

espessuras da mucosa ceratinizada nos pontos C, D e M do implante e do

dente vizinho eram diferentes.

Os resultados demonstram que há diferença significativa (p< o0,05) para

as amostras C e M, porém para a amostra D a diferença não foi significativa

(P> 0,05) entre as médias.

AMOSTRA C AMOSTRA D AMOSTRA M ESP C Mann-W VIZ C Mann-W ESP D Mann-W VIZ D Mann-

W ESP

M Mann-W VIZ M Mann-

W 0,9 3 0,7 1 1,4 1 1,6 2 1,6 2,5 1,4 1 1,3 11,5 0,9 3 1,8 3 2,0 4 2,0 6 1,6 2,5 1,3 11,5 0,9 3 2,2 7,5 2,1 5,5 2,1 7 1,8 4 1,6 19,5 1,1 5,5 2,6 10 2,1 5,5 2,2 8 1,9 5 1,7 23 1,1 5,5 3,2 12 2,2 7,5 2,5 13 2,3 10 1,8 24 1,2 7,5 4,4 16,5 2,5 9 3,0 19 2,3 10 2,0 25 1,2 7,8 4,5 18,5 3,0 11 3,9 21 2,3 10 2,1 26 1,3 11,5 4,5 18,5 3,3 13,5 4,0 22 2,5 13 2,4 27 1,3 11,5 4,8 21 3,3 13,5 4,3 23 2,5 13 2,5 28 1,3 11,5 4,9 22 4,0 15 4,4 24 2,6 15 2,6 29,5 1,3 11,5 5,2 23,5 4,4 16,5 4,6 26 2,7 16,5 2,6 29,5 1,4 15 5,2 23,5 4,6 20 5,3 28 2,7 16,5 3,3 31 1,5 16,5 5,5 26,5 5,3 25 5,5 29 2,8 18 3,8 32 1,5 16,5 5,6 28 5,5 26,5 5,7 30,5 3,5 20 4,6 33 1,6 19,5 5,7 29,5 5,7 29,5 6,3 32 4,5 25 4,7 34 1,6 19,5 6,6 32,5 6,3 31 6,8 33 4,9 27 5,8 35 1,6 19,5 6,6 32,2 7,4 34 7,4 34 5,7 30,5

422,5 185,8 325,7 269 358 237 19,5 256,2 116,3 173 84 205 32,8 116 84 há diferença não há diferença há diferença

297,5 Média 842,9167 29,03303 Raiz -3,84734 Amostra C -0,98164 Amostra D -2,08383 Amostra M

47

7 – DISCUSSÃO

Esta pesquisa procurou identificar se existe diferença entre as médias de

espessura de mucosa ceratinizada ao redor de implantes unitários na região

anterior superior e o dente vizinho. A questão é se a espessura da mucosa

ceratinizada ao redor de implantes segue o mesmo padrão de comportamento

da mucosa ceratinizada do dente natural vizinho. Após analisar e medir a

espessura da mucosa ceratinizada ao redor de implantes unitários anteriores

superiores, observou-se que o comportamento da mucosa ceratinizada ao

redor de implantes não seguia o mesmo padrão de comportamento da mucosa

ceratinizada em dentes naturais no que diz respeito a espessura do tecido

mole.

A faixa de tecido ceratinizado varia de dente para dente, sendo maior na

região de incisivos e menor na região do primeiro pré-molar, e a faixa era maior

na maxila que na mandíbula (BOWERS, 1963; AINAMO & LOE, 1966). Bengazi

et al.(1996) encontrou maior recessão ao redor de implantes em áreas sem

mucosa ceratinizada. Esses achados também concordam com Saadoun et

al.(1999) que afirma que a presença de uma faixa de mucosa ceratinizada

permite a estabilidade dos tecidos periimplantares e a manutenção da estética,

prevenindo a recessão gengival. Para Maynard & Wilson (1980), a espessura

do periodonto tem um efeito significante na ocorrência dos problemas

mucogengivais. Quando a dimensão do tecido ceratinizado é reduzida e a

espessura do processo alveolar é fina e clinicamente a gengiva vestibular

mede menos de 2 mm, existe uma forte tendência à recessão gengival.

Baseado nestes autores a amostra e o propósito do trabalho em conhecer as

diferenças de espessura da mucosa ceratinizada ao redor de implantes, tende

a acompanhar a literatura e mostra a importância desta faixa de tecido.

Dos 17 implantes avaliados na amostra , 70,5% foram em mulheres

(n=12) e 29,5% foram em homens (n=5). Para Bowers (1963) e Mazeland

(1980), os homens apresentam maior largura da faixa de gengiva que as

mulheres. E segundo Muller et al. 2000, a mucosa mastigatória das mulheres é

significativamente mais fina que a dos homens com uma variação de 1,69 mm

em média. Os dados são compatíveis com a literatura no que diz respeito ao

48

fato de que o periodonto nas mulheres é mais fino que no homem. Existe um a

diferença fundamental entre os tecidos moles periodontais e os tecidos moles

periimplantares no que diz respeito ao sistema de inserção dos tecidos

marginais. A mucosa periimplantar se torna mais facilmente destacável da

superfície do implante pelo fato de não possuir sistema de inserção como em

dentes naturais (BERGLUNDH, 1991). Diante dessas diferenças existentes

entre os tecidos periodontais e os tecidos periimplantares, vários estudos foram

feitos sobre a espessura da mucosa periimplantar e seu comportamento ao

redor de implantes (BENGAZI e al., 1996; BERGLUNDH & LINDHE, 1996;

SANAVI, 1998; GRUNDER, 2000; SMALL & TARNOW, 2000; PRIEST, 2003;

KAN, 2003; CARDAROPOLI et al., 2006).

Em relação à espessura da mucosa ceratinizada na face vestibular dos

implantes, para Cardaropoli et al. (2006), esta pode ser influenciada pela altura

da porção de tecido mole supracrestal. O autor, ao comparar a espessura da

mucosa periimplantar na região de incisivos superiores e no dente vizinho,

encontrou uma média da espessura da mucosa periimplantar de 1,3 mm na

fase da colocação do implante e uma média de 2,2 mm 12 meses após a

colocação da coroa. Já a média da espessura da mucosa no dente vizinho era

de 0,9 mm no momento da colocação do implante e de 1,0 mm 12 meses após

a colocação da coroa. Houve então um aumento da espessura da mucosa

periimplantar na face vestibular desde o momento da colocação do implante

até 1 ano de instalação da coroa em média de 0,9 mm, o que não aconteceu

no dente natural vizinho. Estes achados coincidem com os resultados deste

trabalho ao verificar que a mucosa ceratinizada na região do implante no ponto

C (média de 2,64 mm) se apresentou mais espessa que no dente vizinho no

ponto C (média 1,25 mm), dando uma diferença de 1,39 mm em média.

Cardaropoli et al. (2006) também utilizou o dente natural vizinho ao implante

para comparar espessura da mucosa ceratinizada, assim como nesta pesquisa,

porém a medida do autor foi feita com um ultrasson e o ponto de referência foi

realizado 3 mm apical a margem da mucosa. Neste trabalho optou-se por

registrar o ponto 2 mm pois em alguns casos o paciente apresentava apenas 2

mm de largura de mucosa ceratinizada.

Ao analisar todos os resultados em relação à espessura da mucosa

ceratinizada vestibular na região de implantes unitários superiores e o dente

49

vizinho, podemos dizer que, houve um aumento na espessura da mucosa

ceratinizada na região do implante. Este aumento da espessura da mucosa

ceratinizada foi maior na região do implante que na região do dente vizinho. A

análise da espessura da mucosa ceratinizada foi realizada no mínimo após1

ano de instalação dos implantes. Os resultados desta pesquisa em relação ao

aumento da espessura da mucosa ceratinizada concordam com os achados de

Cardaropoli et al. (2006), que também encontrou um aumento de espessura da

mucosa ceratinizada desde a instalação da coroa até um ano em função.

Nos achados de Small & Tarnow (2000), as recessões, medindo em

média 1 mm, ocorrem em grande parte nos primeiros 3 meses após a

colocação dos abutments, sendo mais acentuada na vestibular, se

estabilizando após os 6 meses. Dessa forma o período mais crítico para a

ocorrência de recessões ao redor de implantes seria os primeiros 6 meses. Os

autores recomendam uma espera de 3 meses para a estabilização dos tecidos

moles, principalmente em áreas estéticas para selecionar o abutment ou a

confecção da moldagem final prevenindo a recessão marginal dos tecidos

periimplantares. No presente trabalho os implantes analisados já tinham no

mínimo 12 meses de instalação. Dessa forma, os tecidos periimplantares da

amostra já estavam no período de estabilização

Grunder (2000) e Priest (2003) avaliaram os tecidos periimplantares

após a colocação da coroa definitiva e Small & Tarnow (2000) examinaram na

fase colocação dos cicatrizadores. Bengazi et al. (1996) avaliou no momento

da inserção da prótese, 6 meses, 1 e 2 anos depois. Já Cardaropoli et al.

(2006) avaliaram no momento da colocação dos implantes, antes da colocação

do abutment, após instalação da coroa e após 1 ano de carga. Não foi possível

fazer um estudo longitudinal, pois as medidas dos tecidos periimplantares não

foram feitas desde o momento da instalação dos implantes e sim somente um

ano ou mais após.

Berglundh & Lindhe (1996) correlaciona a reabsorção óssea do alvéolo

pós exodontia com estabelecimento do defeito angular com o aumento da

espessura da mucosa ceratinizada nesta região. O autor também relata que,

uma vez o implante exposto na cavidade oral e em função é necessário o

mínimo de espessura de mucosa para permitir uma forma de mucosa

ceratinizada adequada quando a reabsorção óssea acontecer durante o

50

primeiro ano seguido da conexão do abutment e subseqüente carga. O autor

relata que este aumento em espessura tem o intuito de proteger a

osseointegração. Todos os implantes analisados tinham mais de 1 ano em

função, e exposto ao meio bucal, isto pode justificar o fato de ter sido

encontrado nesta pesquisa um aumento na espessura da mucosa ceratinizada

no ponto central da face vestibular.

Em relação à metodologia utilizada, Muller & Eger (1997), Muller et al.

(2000), Muller & Schaller (2000), e Muller e Kononem (2005) utilizaram um

aparelho de ultrassom para medir a espessura da mucosa ceratinizada em

dentes naturais. Devido à impossibilidade de se adquirir o aparelho, por não

estar sendo mais comercializado, a metodologia do atual estudo foi baseada na

metodologia de Bittencourt et al. (2006). Dessa forma a metodologia utilizou

espaçadores endodônticos para perfuração na mucosa, com auxílio de um

cursor de borracha para marcação da espessura da mucosa ceratinizada. O

método é um pouco invasivo, mesmo sendo realizada sob anestesia local. O

ideal seria que tivesse sido realizado com o aparelho de ultrassom.

Vários autores estudaram a mucosa ao redor de implantes (BERGLUNDH

& LINDHE, 1996, SMALL & TARNOW, 2000; GRUNDER, 2000; GOLDBERG et

al, 2001; KAN et al., 2003; PRIEST, 2003 e CARDAROPOLI et al., 2006) A

amostragem dos autores variou de 10 a 63 implantes. No presente estudo, com

17 implantes está coerente com as amostras encontradas na literatura.

Estudos futuros podem ser realizados pelo método longitudinal, medindo-

se as dimensões da mucosa desde a colocação dos implantes até 2 anos em

função e com uma amostragem maior no intuito de colher dados iniciais e após

2 anos, afim de ter fundamentos para melhores análises.

51

8 – CONCLUSÃO De acordo com a metodologia utilizada e com os resultados obtidos,

podemos concluir que:

Os objetivos geral e específicos foram alcançados foram alcançados

Há diferença estatisticamente significante entre as medidas médias de

espessura da mucosa ceratinizada vestibular do implante e do dente vizinho

nos pontos C e D. Nas medidas feitas no ponto M não houve diferença

estatisticamente significante.

Esta diferença de espessura da mucosa ceratinizada significa que o

morfotipo periodontal na região do implante apresenta-se sempre mais espesso

que o dente vizinho, sendo na maioria dos casos com um aumento da

espessura da mucosa ceratinizada de quase 50%.

52

9 - REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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58

Anexo 1: Parecer de Aprovação do Comitê de Ética

2: Medida da espessura da mucosa ceratinizada na região do implante e no dente vizinho e suas médias

SEXO IDADE IMPLANTE DATA DO IMPLANTE

ESP C

ESP D

ESP M

DENTE VIZ

VIZ C

VIZ D

VIZ M

MORFO TIPO

1 F 24,0 14 1 ANO 1,7 4,9 4,3 15 0,9 3,3 4,9 F 2 F 23,0 12 1 ANO 4,7 4,8 4,0 11 1,2 4,0 2,5 F 3 M 58,0 24 7 ANOS 1,6 5,5 1,6 23 1,1 1,6 1,6 F 4 F 57,0 21 1 ANO 0,9 5,2 5,7 11 1,5 5,7 2,5 F 5 M 53,0 12 1 ANO 2,0 5,2 7,4 11 1,3 7,4 3,5 E 6 M 25,0 12 1ANO 6 M 3,3 6,6 4,4 11 1,5 4,4 2,7 F 7 M 46,0 22 4 ANOS

2M 5,8 2,2 3,0 21 1,3 3,0 2,3 E

8 F 56,0 22 4 ANOS 2 M

1,3 3,2 4,6 21 0,7 4,6 2,8 F

9 F 41,0 22 1 ANO 2 M 1,8 4,5 5,3 21 1,3 5,3 4,5 E 10 F 42,0 22 1 ANO 2M 4,6 6,6 5,5 21 1,2 5,5 2,7 E 11 F 54,0 13 1 ANO 2 M 2,6 4,4 2,0 12 1,3 2,0 1,8 E 12 F 58,0 14 1 ANO 2 M 3,8 1,8 2,5 13 1,6 2,5 1,9 E 13 F 44,0 14 4 ANOS 3

M 2,6 5,7 6,8 15 0,9 3,3 5,7 F

14 F 59,0 22 1 ANO 2,4 5,6 6,3 21 1,6 6,3 2,6 E 15 F 56,0 14 1 ANO 1,3 1,4 3,9 15 1,4 2,1 1,4 E 16 F 23,0 12 1 ANO 2,1 4,5 2,1 11 1,6 2,1 2,3 F 17 M 53,0 14 2 ANOS 7

M 2,5 2,6 2,2 13 1,1 2,2 2,3 F

total 44,9 74,5 71,4 21,3 65,1 47,9 Media M2.64 M4.38 M4.20 M1.25 M3.82 M2.81

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