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UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANA Vanice Rodrigues A INFLUENCIA DA CONTA<;:AO DE HISTORIAS NO DESENVOLVIMENTO DA CRIAN<;:A

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UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANAVanice Rodrigues

A INFLUENCIA DA CONTA<;:AO DE HISTORIAS NODESENVOLVIMENTO DA CRIAN<;:A

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Van ice Rodrigues

A INFLUENCIA DA CONTA<;:AO DE HISTORIAS NODESENVOLVIMENTO DA CRIAN<;:A

Trabalho de condusao de curso apresent"docomo requisito parcial para obten9ao do grau deLicenciado em Pedagogia, da Faculdade deCii\ncias Hum.,nas, Letras e Artes d8Universidade Tuiuti do Parana.

Orientador.a: ProP Eliz~beth Hartog

Curitiba2005

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FACULDADE DE ClENCIA5 HUMANA5, LETRA5 E ARTE5

Curso de Pedagogia

TERMO DE APROVA<;:AO

NOME DO ALUNO: VANICE RODRIGUES

TITULO: "A Influenciil dil ContilIYaOde Hist6riil no Desenvolvimento dil CriilnIYil"

TRABALHO DE CONCLUSAO DE CURSO APROVADO COMO REQUISITO PARCIAL

PARA A OBTEN<;:AO DO GRAU DE LlCENCIADO EM PEDAGOGIA, DO CURSO DE

PEDAGOGIA DA FACULDADE DE CIENCIAS HUMANAS, LETRAS E ARTES, DA

UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANA.

ISSAO AVALIADORA:

DATA: 27/06/2005.

MEDIA: _}iQlIJ~Jt)CURITIBA - PARANA

2005

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DEDICATORIA

Oedico as pessoas que mais me ajudaram

Mike meu marido. Dona Olga minha Mae e minha filha Lisiane.

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AGRADECIMENTOS

Agradec;o a Deus pel a vida e me us familia res que souberam me

compreender.

A minha orienta dora professora Elizabeth Hartog pela colaborac;ao e

direcionamento.

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ClCantar hist6rias e uma arte ... e taa linda!!! E

ela que equilibra a que e ouvido com a que e

sentido, e par isso nao e nem remotamente

declamacrao au teatro ..."

"Ela e a simples e harmonica da voz."

Fanny Abramovicl1

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SUMARIO

1 INTRODU9Ao

2 FUNDAMENTA9Ao TEORICA

2.1 UM BREVE RELATO DA HISTORIA DA LITERATURA INFANTIL.

2.2 LlTERATURA INFANTIL NO BRASIL ..

.... 8

....... 13

13

15

3 A ARTE DE CONTAR E OUVIR HISTORIAS

3.1 A HORA DO CONTO.

............................ 16

. 19

3.2 ESCOLHER A HISTORIA: ARTE DO CONTADOR 23

3.3 0 LlVRO INFANTIL DE QUALIDADE. . 28

3.4 A CRIAN9A NA ESCOLA

4 CONSIDERA90ES FINAlS ..

REFERENCIAS .

30

. 36

. 39

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RESUMO

Esle trabalho tern por objetivo entender a influencia da Contayao de Historias nodesenvolvimento da crianya. Fizemos urn breve relata da historia da LiteraturaInfantil, englobando a Literatura Brasileira, apresentamos reflexoes sobre a Artede conlar e allvir historias, bern como, a import~ncia da "Hora do conto" e a suacontribuic;:ao para 0 desenvolvimento da crianc;a, discorrendo a respeito daimportancia da escolha da hist6ria, falamos sabre a "Quahdade do livra" e "Acrianc;a na esrola", buscando refletir sobre a importancia do conhecimento e 0aprofundamento das diferentes farmas de linguagem e expressao na area daEducayao Infanti! e Series Iniciais; discutimos a fun~o pedag6gica das atividadesIlJdicas e a contac;:ao de 11istorias, como instrumento de inspirayao para adesenvolvimento cognitiv~, estimulo a imagina<;c3o e criatividade.

Palavras-chave: Uteratura,' Conto de fadas; Oesenvolvimento; Narrativa.

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1 INTRODUyAO

Este trabalho tern como abordagem a contar;ao de historias na Educac;ao

infantil perante a crianC;8, que e regida pela norma adulta, como nos diz Zilberman.

~A crian.ya e, assim, a reflexo do que adulto e a sociedade que rem que ela

seja .,"(1998, p. 18).

A literatura e 0 ens ina vern abordando a problematica nas series inieiais e na

educac;ao infantil, em que 0 professor e 0 mediador deste conhecimento, para que

essa crianr;a seja aut6noma criativa e que possa atingir seus objetivDs.

Para Meirelles:

Nao se pode pensar numa infflncia e cornet;ar logo corn 0 ensino dOlgramalica e rel6rica: narralivas orais cercam a criam;a da AntigLiidade.como as de hoje. Milos, fabulas, lendas. teogonias. aventura, poesia, leatro.Feslas populares, jogos, representar;.oes varias ... Tudo isso OcupCi.passado. 0 lugar que hoje concebernos ao livro infanlil (1984, p. 55)

No primeiro momenta a seleC;:Bo de autores e text os pesquisados para este

trabalho evidenciou que a contac;:ao de hist6rias nao e 56 para a crianc;:a ouvir, e sim

aprender coisas novas e fazer parte desse mundo encantado. A escola e a familia

sao a mediadora desse conhecimento. Sendo assim professores e familiares

precisam estar atentos com as transformac;:oes e se reorganizarem seus propflos

conhecimentos com uma visao de mundo mais ampla, sendo capazes de fazer parte

dessas transformac;:oes e se adequando. E imprescindivel que a literatura infantil

envolva as crianc;:as com prazer, que as fac;:a refletir com criticidade 0 mundo que as

rodeia.

A hist6ria da literatura e experiencia humana que dificilmente podera ser

deflnida com exatidao, ela carrega sentimento de cada epoca de cada momenta da

longa marcha da humanidade em sua con stante evoluc;:ao.

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No comec;o da literatura Infantil recebia apenas adaptac;oes de textos

escritos para adultos, usando uma linguagem para crianc;a ate parece que isso

resalveria a problema. Assim, surgiram as fabulas que, a principio, n~a tinham a

intenc;aa de se direcionarem as crianc;as, mas fai 0 Pllblico que alcanc;ou.

Nao da para falar de contaC;8o de historias nas nossas escolas sem fazer

uma retrospectiva da literatura infantil no Brasil que leve como precursor Manteiro

Lobato, que alguns autores, Como Fanny Abramovich, Nelly Novaes Coelho e

muitos oulros foram inspirados pelas suas maravilhosas obras. Sendo assim, na

literatura infantil ainda e praticamente recente e nao tern ainda um gemero

especifico

Segundo 0 tema abordado faz-se ressaltar a importancia dos contos de

fadas. Esses fazern parte da historia do mundo, no seculo IX d. C.. La na China, ja

se ouvia falar da Cinderela, depois de muitos seculos, passando por lodas as

geografia, muitos autores foram adaptando as contos ate chegar aos de hoje. Os

contos de fadas se identificam com a crianc;a, e ele que da sentido a sua

imaginac;~a, a hora do conto e uma h~ra magica

A arte de contar historias deve ter nascido na sociedade, no momenta em

que 0 homem sentiu necessidade de comunicar aos oulros alguma experiencia sua,

que poderia ter significaC;8o para todos. Nao ha povo que nao se orgulhe de contar

suas experifmcias, suas historias, tradic;oes e lendas. pois sao as expressoes de sua

cultura e devem ser preservadas. Tendo a clareza deste tata e da importancia da

cantac;aa de hist6ria na formaC;fla do ser humano, realizou-se 0 presente trabalho,

que tern como objetivo fundamental contribuir para uma aC;ao pedag6gica mais

eficiente no processo de alfabetizaC;8o e desenvolvimento social, oferecendo apoio

aos educadores sabre ° usa da literatura infantil, como na forma de comunicaC;03o,

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expressao oral, escrita e desenhada.

o estudo leve inicio durante a realiz89<30 de urn estagio, em urna escola

publica, em Educ89ao Infantil, com crianryas da faixa etaria de cinco e seis anos.

Contribuiu tambem para este estudo, a observ8g8o sistematizada do

comportamento de Mariana, minha sobrinha querida, que aos tres anos pedia-me

com frequencia para contar historias. Aos quatro anos ja sabia ler, quando trocamos

as papeis, ela e quem lia as hist6rias para mirn. Quantos livros guardados de

hist6rias infantis, quantas historinhas contadas e lidas. Sem saber da importancia do

contar e ouvir historias, contribui para que Mariana, aos seis anos de idade,

ingressasse na 1" serie e S8 tornasse urna excelente aruna e 6Hma leitora.

Assim, retomando 0 espa90 do estagio atraves de observayOes, verificou-se

que as professoras de literatura infantil apenas distribuiam os livros para as criancyas

e elas olhavam as ilustra90es. Por que nao abrir 0 livro e contar "aquela historia'·?

Em outra ocasiao, em uma eseola de Ensino Fundamental, observou-se uma

professora que levou urn filme para seus alunos na hora da literatura. Aquilo nao era

prazer e sim tortura, as erian98s nao podiarn se mexer e depois do filme voltavarn a

sala e 0 assunto "rnorria" Onde esla 0 significado, 0 objetivo em levar 0 filrne para

as alunos? Estas observa90es permitiram a elabora9ao de muitos questionamentos

a respeito da importancia da literatura infantil no processo ensino aprendizagem do

educando, permitindo, assim, realizar esta pesquisa bibliografica sobre a irnportaneia

da literatura infantil e a eonta9ao de historias na vida dessas crian9as

Tendo em vista aprofundar conhecimentas sabre a assunto eseolhido para

desenvolver a Trabalho de Conclusao de Curso, surge a opartunidade de participar

do cursa ~Canta9ao de Historias" no teatro do Dr Botiea. 0 eursa permitiu sensa9ao

de ainda ser eriancya, que deHeia ouvir historias, viajar no tempo com a imagina9Bo

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Este curso foi urn marco na experiencia profissiona1.

No primeiro momento, 0 contador de hisl6ria ficou ao centro da sala e

comec;ou a fazer gestos, movimentos e correr de urn lado para Dutro, ele comec;ava

a coniar a hist6ria de urn menina: - Era uma vez urn menina que nos seus rabiscos

viajava pelo mundo afora e en contra va monsiros de sete cabeC;8s, bruxas com suas

vaSSQuras, cueas, saci-perere, drag6es e Quiros bichos. mas, de repenle, 0 contador

parou de novo ao centro da sal a e disse: - Esse foi 0 jeito rnais simples e humilde de

apresentar 0 nosso Monteiro Lobato. Tod05 ficaram esiaiicos e com vontade de

serem contadores de historias. No segundo momento do curso, lodos S8

apresentaram con tan do sua propria historia, nunca deixando de lado ° "era uma

vez ... ~ Este curso possibilitou grande amadurecimento em rela9ao ao objeto da

minha pesquisa.

Oesta forma, e fundamental que se escolham boas obras literarias. Estas

deverao fazer parte do cotidiano das crian9as auxiliando em seu desenvolvimento e

suas singularidades. isto nao e trabalhado adequadamente, pela maiaria dos

profissionais da educa9ao infantil, ate mesmo series iniciais, eles nao tem

conhecimento da importfmcia da conta9:l0 de historia e de um con to bem

trabalhado, talvez per falta de tempo ou dinheiro, nesse caso quem perde e a

crian9a, que ao entrar na primeira serie n:lo sabe ler.

Nas escolas particulares esse quadro e urn pouco diferente: profissionais da

educa9ao, trabalham com a conta9ao de historias, desenvolvendo na crian<;a sua

imagina9aa, afetividade, enfim tudo que faz parte de cotidiano da crian9a.

Os contos de fadas estao sendo alva de muitas pesquisas. Psicologas e

pSicanalistas estao pesquisando os contos de fadas, que sao uma fante rica para 0

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desenvolvimento no aspecto cognitivD e social da crianc;a.

Nesse sentido pretendemos responder a questao: "Como estii sendo

trabalhada a Conta9ao de Historias nas escolas?"

Tendo como objetivo entender: A influimcia da contac~o de historia no

desenvolvimento da crianc;a

Os autores que nos auxiliaram neste trabalho fcram: Abramovich (1989),

Aries (1981), Betelheim (1978), Cagneti (1986), Coelho (1999), Cunha (1997), Gillig

(1999) Meirelles (1984), Oliveira (2000), Vygotsky (1998), Zilberman (1998) Yunes e

Ponde (1989),

o trabalho sera apresentado primeiramente com a Fundamentac;:'io teerica

que consistira nurn breve historico da Literatura, nurn segundo momento falaremos

sobre a Arte de Contar e ouvir Historias, fazenda reflex6es acerca de temas como: A

Hora do Conto; Escolher a Historia; Arte do Contador; 0 Livre Infantil de Boa

Qualidade; e A Crianr;a na Escola.

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FUNDAMENTAi;AO TEO RICA

2.1 UM BREVE RELATO DA HISTORIA DA LlTERATURA INFANTIL

Como as hist6rias nao tern fronteiras, elas fcram ganhando 0 mundo. De

ende quer que len ham vindo essas hist6rias carregadas de sentimentos, fcram

conquistando seu espar;:o nas rna is diversas regi6es e sendo narradas de urn jeito

correspondente a cultura local.

A literatura e urna das produyoes humanas rnais importantes para a

forma9ao do individua, pois sua materia e a palavra, a pensamento e as ideias,

exalamente aquilo que distingue au define especificidade do S8r humano. A crian9a

deve ter acesso a literatura, associando e harrnonizando a fantasia e a realidade, a

tim de satisfazer suas exigemcias internas e desejos imaginarios.

A literatura infantil apareceu durante 0 seculo XVIII, epoea em que a

saciedade safria uma mudan9a no ambito artfstica e a repercussao persistlu ate os

dias atuais. Os generas literarias ate entao delimitados eram: a drama, 0 melodrama

e 0 romance. Entaa, 0 clima de mudan9as daquele seculo promove tambem 0

surgimento de uma literatura para crian<;:as, ate entao inexistente. Alem de todas

essas mudan<;:as, a industrializa<;:~l0 por que passa 0 mundo atingiu a arte lileraria,

promovendo producy6es culturais em serie que fcram posteriormente designadas

como cullura de rTlassa

Surgem mudan9as com a revolw;:ao industrial, como a ocorrida na estrulura

da sociedade, que vao se refletir, como decorn?ncia, na preocupa<;:8o com a infancia.

A criar19a passa entao a ser percebida como urn ser diferente do adulto, com

necessidade e caracteristicas proprias.

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da familia 8, durante seculos, a educ8<;ao foi garantida pela aprendizagem atraves

da convivfmcia da criany8 e dos jovens com os adultos. A crian<;a aprendia atraves

das atividades que desenvolvia junto corn as adultos.

A escola para ocupar a crian<;8 durante e5sa elapa de sua vida e, ao mesma

tempo, querendo informa-Ia para momentos futuros de sua existencia, converte-se

no intermediario entre a crian<;a e a cultura, usanda como fonte entre ambos, a

leitura.

Com 0 dominic generalizado da habilidade de ler, can sequencia da 8<;80

eficaz da escola, opera-s8 urna gradativa, mas irreversivel democraliz8<f80 do saber.

Par Dutro lado, aparecem as primeiras expressoes da cultura massificada

devido a explora<;8o de urna literatura popular, euja transmissao se fizera ate aquele

momenta par intermedio des formas orais, acompanhadas pela mLJsiea

Segundo Zilberrnan (,1985), no seculo XIX, 0 papel da mulher e bastante

significativo na organizac;:ao domestica, e a crianc;:a burguesa encontra-se integrada

no contexto familiar. Quanto a erianc;:a proletaria, continuou sendo abandonada e

obrigada a Irabalhar cedo, sendo tralada com violE?neia ou entao negligeneiada. Tal

fato influenciou 0 processo de soeializac;:ao da erianc;:a

A literature infantil nasee neste contexte em que a infancia e vineulada na

soeiedade a reorganizayao da escola. E essa reorganizac;:ao que visa a inclusao da

literatura infantil nos programas universitarios, integrando-a a arte literaria, e nunca

esquecendo da valorizac;:ao dessas atividades que devem ser enriquecidas na

medida em que 0 conhecimento vai se desenvolvendo

A procura da literatura mais adequada a crianc;:a, em toda a Europa, revel a

os eaminhos percorridos por essa arte, mostrando que ela possuiu grandes

classieos, e estes eram os educadores da epoca, eujas intenc;:6es eram formativas e

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informatill8S.

Partindo desse pressuposlO, e interessante ressaltar que a literatura

destinada as crian\:C3s no secul0 XVII era estritall1ente pedag6gica, exercendo uma

forte influencia no sentido de dominac;:ao. A esse respeito, Zilberman afirma:

Antes la con51illli~o deste rnodelo f~miliar burgues, inexistia um;)considerac.:'lo CSpeCiill para COlfl a il1f~ncia. EnOl faiX(l etaria nolo er<iperce idil como tempo direrellle. ncm 0 mundQ da crianco CQrTlOum espilt;.O.sepamda. pequenos e grande c:omrlartiltHlvanl dos ll1esrnos eventos.porE:m mmhurn Jave ilinorOSO e,\pecial aproJ(imaIJ3. A nova yaloriza~o dinftmcia ucrQu maior lIniao fmniliar, mas iuuahnente 05 rneios. de conI rule dodesenv Ivimenl0 il1teleclual da c,rian~ e rnallipula~o <Ie suas e'rnocli s(199a, Il. 15).

2.2 lITERATURA INFANTIL NO BRASIL

No Brasil, pod mos dizer que a Literatura lnfantil tel/e inicio com obras

pedag6gicas, principal mente com adaptac6es de textos portugueses tfpicos das

col6nias. Cada epoca cornpreEndeu e produziu literatura a seu modo, Ate bem

POLICO tempo atras, a literatura infantil era genero secundario, nivelado ao do

brinquedo au a mecal1isrnos para manter a crian'1a entretida e quieta

Para Yunes e Ponde:

A questGo da Jeitura no Brasil, ,J;lI~ d!"l epoCA colonial, clijo sistern21 dedOlllilll<u;ao impe(ha qu a e<luca.;:i1o se popUIi!liZn~se, orno forma rJermmtcf 0 pavo .alien do da iJlfQrrna~o do PO" r. Em consequ I1Cia, 0a<:esso <l pm1icipn~o ficava restritn i'ls elites cu!iurt'lis f; ecol16micas. (1ueenviavam sellS filhas para e$ludar 1\<"1Europa cotoniz.ndorfl 'H~89, p. 25)

Segundo Cunha (19 7 e corn Monteiro Lobato que a verdadeira literatura

infantil brasileira aparece, "Com uma obra diversificada quanta a g~neros e

orienta~6es, eria esse auter. LUna literatura centralizada elTl alguns personagens que

percorrern e unificam seu universe ficclonalY (1997, p. 24).

Foi com Jose Bento Monteiro Labato (1882 - 1948) que a literatura rnfantil fai

melhor considerada, com ele nasce uma literatLlra genuinamente brasileira. Foi

atraves de personagens como Dona Benta, Tia Anastc3cia, Pedrinho. Narizlnho,

Emilia e Jeca Tatu, um dos personagens mais irnportantes da vida literaria e editorial

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brasileira, alam do outros que Monteiro Lobato relatau a sociedade brasileira da

epaca, manifestando preocupa<;6es com as quest6es nacionais.

Antes de Lobato Qutros autores de Qutras na<;6es escreveram obras que

eram lidas pelas crian<;8s; dentre eles, padem ser citados: Hans Christian Andersen,

Irmaos Grimm e Charles Perraut, como precursores de grandes obras. Os irmaos

Grimm e Andersen transformaram em textes contos de fadas oriundos de urna

literatura basicamente oral e popular e que ainda hoje nos deliciam com urn mundo

de fantasias, aventuras, medos, suspense; enfim, urn munda de historias.

Segundo Yunes e Ponde (1989), e preciso ter a clareza de que a feitura e

sempre um meia, nunca urn fim; e necessaria que a crian<;a tenha oportunidade de

fazer suas proprias descobertas. Para tal, sua curiosidade e uma forte aliada que

vern ao encontro do ludico

Oesta forma, ensinar a go star de ler e exatamente isso: e ensinar a se

emocionar com os sentidos e com a razao, porque para gostar apenas com os

sentidos, nao ha necessidade da interfereneia da escola. Para isso, e preciso

ensinar a crianya a enxergar 0 que nao esta evidente, a aehar as pislas e a retirar do

texto os sentidos que se esconde por detras daquilo que 58 diz

Nesse senti do,

Lembrarnos que a habilo de ler se forma anles mesmo cia saber lee - e Ollvindohist6rias que se "Ireina" a relac;fio com 0 mundo: dai que conl<'lr. reconlar, inventar.sem que se proiba falnr, leva inclusive ~o 00510 de encenar; a leoria, em principio, eassunlo de especialisla, e leilurn nao e casligo. mi0 exige resposta pronla, nem semede corn provas: a eleicilo pelo leilor da obm era lida e indispensavel, pois leilurae co-produ~tlO. auloelleilor 'que lirC! COiS35 velhas e novas de um lesouro (YUNES ePONDE,1989,p.(0).

Assim, faz-se importanle ressaltar a importfmcia de contar historias, somada

a sabedoria de quem sabe ouvir urna hisl6ria.

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3 A ARTE DE CONTAR E OUVIR HISTORIAS

Segundo Gillig (1999) nas sociedades tfibais primitivas, a atividade de contar

historias nao passuia uma finaJidade exclusivamente artistica: tinha urn carater de

preserva920 e transmissao da hist6ria e do conhecimento acumuiado pelas

gera96es passadas, as cren9as, as milos, as costumes e valores a serem

preservados

Cada cultura tern suas historias, e tern par objetivD atingir as preocupa<;:6es

inerentes a todo ser humano. 0 significado de escutar historias e muito amplo, euma possibilidade de descobrir 0 mundo imensa dos conflitos, das dificuldades, e

solu90es que lodos vivernos at raves des problemas que vao 5urgindo, sendo

enfrentados e resolvidos au nao pelos personagens de cada historia. e assim

esclarecendo melhor os nossos problemas.

Sobre 0 tema, Meireles diz: "0 gosto de con tar e identico ao de escrever, e

os primeiros narradores sao os antepassados an6nimos de todos os escritores 0

g0510 de ouvir e como 0 g05tO de ler" (1984, p. 49).

Baseada em Abramovich (1989), entendemos que e ouvindo historias que se

podem sentir emor;6es importantes como a tristeza. 0 medo, a alegria, vivenda

profundamente issa tudo que as narrativas provocam e suscitam em quem as Guve

au as Ie, estimulando a imaginac;;:ao da crianrya.

A crianrya, observada no seu comportamento, fica evidente a sua capacidade

de inventer historias. 0 papel do educador e de assumir 0 compromisso com 0 livra,

cultivando 0 habito de contar historias, despertando nas crianc;;:as a curiosidade pelos

misteriosos signas da escrita, desafiando-as, encorajando-as, solicitando-as,

provocando-as, para que essas criem suas hip6teses. Ele deve abrir-Ihes as partas

para 0 universa da !eitura, no qual as crianryas iraQ livremente, penetrar guiadas par

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suas preferencias.

Abramovich nos afirma: ~o primeiro cantato da crian9a com um texle e feito,

em geral, de forma oral. E pel a voz da mae e do pai, contando contos de fada,

!recho da Biblia, historias inventadas (tendo a criam;a au as pais como personagem"

(19S9, p. 16).

Para a autera, ler historias para as crian.yas, e provocar 0 imaginario, esatisfazer a curiosidade respondendo a tanlas perguntas. Literatura e arte e prazer,

e uma das atividades mais importantes e mais abrangentes.de tantas Qulras, e a que

decorre do ouvir e do ter uma boa hist6ria.

Percebe-se, entao, quanta e importante que 0 professor esteja alenla as

reac;:6es infantis, perante as historias contadas, podendo ser atrav8S do prazer au

das emoc;:oes que as historias Ihes proporcionam. 0 simbolismo, implicito nas tramas

e personagens, vai a.gir ern seu ineonseiente. Ali atuando, ajudamos as pequenos,

poueo a pouea, a resolverem as conflitos interiores que normal mente vivem

A historia enriquece 0 vocabulario infantil, amplia seu mundo de idaias e

conhecimentas, desenvolvendo-Ihe a linguagem e 0 pensamento; porem, a escola

tern a necessidade de dar eontinuidade a esse processo

Para Vygotsky (1998), 0 desenvolvimento humano se da partir das relac;Oes

sociais que a pessoa estabeJece no decorrer da vida; e um processo de ensino-

aprendizagem que tambem 58 constitui dentro de intera90es que vao se dando nos

diversos mundos

A mente se desenvolve atraves da leitura. E a literatura e a convergencia da

vida; tudo 0 que acontece na vida esta na literatura ou esta na hist6ria. A literatura e

um instrumento de desenvolvimento da mente, existencial, etico e vai ao encontro da

necessidade humana de nomeayao do mundo, porque interage com a palavra, que e

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chave no nOSSDmundo

Uma maneira de compreender 0 mundo e atraves da literatura infantil Sua

funyao e exatamente fazer com que a crianc;:a tenha urna vis~o mais ampla de tude 0

que a rodeia, tornando-a mais reflex iva e critica, frente a reaJidade social em que

vive e alu8, desenvolvendo seu pensamento organizado

o mundo ~a literatura infantil tern 0 poder de 5uscitar 0 imaginario, de

responder as duvidas em relaC;:<3oa tantas perguntas, de encontrar novas ideias para

solucionar quest6es e instigar a curiosidade do pequeno leitar.

Para Abramovich,

E atr<lves de uma historia que se pode descobrir Dutro IUO<lr. outro tempo.oulros jeilos de aoir e de ser, ... E ficm sabendo hist6ria, geografia, filasafia,direita, politic"" sociologia. aniropolooin, etc ... Sem precisar saber 0 nomedisso tudo e muito mel10s flcilar que tern cflra de allla. ( ...) .. porqlle, seliver, deixOi de ser lileratura, deix(l de ser prazer, e passa a ser didatica(1989. p.17).

Entao, 0 lei tor nao alcancya a objeto artistico em raz~o de sua propria

realidade.

A mesma autora escreve em seu livro ~Literatura Infantil Gostosuras e

bobices· no capitulo Mse maravilhando com as contos de fadas~ que sao ricos e

significantes, par isso, a necessidade da hora do conto nas escolas.

3.1 A HORA DO CONTO

Os contos de fadas est~o presentes num universo imaginario e maravilhoso.

no qual a crian9a esla lidando com suas emo90es e fantasias; esle e um processo

que busca desenvolvimento e soJu90es para seus conflilos

Na hora conto, com as alunos todos sentados em roda, curiosos, a

professora come9ar a cantar a historia: Era Uma Vez. Num pais muito distante, he

muito tempo atras havia uma Cinderela, uma Branca de Neve, um castelo

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assombrado urn menino de madeira, urn chapeuzinho vermelho, urna sereia au

quem sabe alguma da sua imaginayElo.. 0 importante e ser criativa prendendo a

atenC;80 da crianc;a.

Depois do contc contado, perguntas e questionamentos; a professora tern

que ter conhecimento de tudo que 0 con to pode trazer a tona, pois, as contos de

fadas podem gerar conflitos a fantasia da crianc;a S8 nEW for bern trabalhado.

Os contos de fadas sao tao valorizados que estao sendo fonte de pesquisas.

Bruno Bettelheim citado por Abramovich, e quem alerta:

Explic.1r p ••na ulna crian~ par que um conlo de fadas e U'io cativanle paraela, deslroi, adma de tudo, 0 encant;Jll1enlo da hist6ria, Que depende. erngr.w consideravel, de a criam;a nao saber absolutamenle par que estamaravilhada_ E ao lado do confisco desle poder de encantar vai lambemuma perda do polencial da hisl6ria ern ajudar a crianca a lutar par si 56 edomillar exclusivamenle par si s6 0 problema que fez a hist6ria I!slimulanlepara eta. as adultos par mais que inlerprelem as l1isl6ria5, n"o podemroub':lr da crianca esse momenta (1989. p. 122).

Pode-se dizer que os contos de fadas, na versao literaria, atualizam ou

reinterpretam, em suas variantes quest6es universais, como os conflitos do poder e

a forma980 dos valores, misturando realidade e fantasia, no clima do Era uma vez ..

Par lidarem com conteudos da sabedoria popular, essenciais a condit;ao

humana, e que esses contos de fadas sao importantes, perpetuando-se ate hoje.

Neles encontrarnos varios sentimentos como, am or e medo, bern como.

problemas inerenles da infancia, as carencias, que podem ser de ordem material ou

afetiva, as descobertas, as perdas, a solidao entre oulros, que sao caracteristicas

dos contos de fada.

Os pedagogos que trabalharn ou trabalhararn na escola infantil sabern que

"a hera do conlo", ocupa urn espa90 import ante nas aulas, pais, as crian9a5

pequenas, mais do que 5e maravilharern com eles, aprendem os conteudos e

conceit as que podem ser ernbutidos na hist6ria, havendo a possibilidade de

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estimular a imagini1ry~o, como lambern. desenvolver a curiosidade e principillrnente a

criticidade.

As obras atuais publicadas sabre a pedagogia do conto ignoram. muitas

vezes, a pratica do ~conta( e orientam-se mais a I ilura e a conslruc;ao da

compete-neia narrativa, por meio da analise e da prodw;ao escrita de contos. IS50

naD signifiea que 0 "contar" esteja em desLlso, mas que tudo ou quase tudo foi dito

sabre esse ponto.

Sabre esse topica, Gillig escreve:"Um born contador de hist6rias nao se

constrange com 0 livro de historias. Ao contrario, se sua arte de contar for dominada

e se a prepara~ao estiver suficiente apoiada no texto. ele saba utilizar 0 livro de

historias como urn acessono" '1999,p,86)

Os contos de fadas que divertem as crian9as esclarecem sobre si mesmos e

favorecem a desenvolvimento de sua personalidade. Oferecem significados em

rnuitas niveis diferentes, enriquecendo sua existemcia e que nern um livro pode fazer

De acordo com Gillig:

o conlO parece OClJpar urn fugar privill2)liado e especifico na infancis.principalmente qllamJo trahilli de f3d~ls. duendes. Oijf 5 e aconle imelltnssobrenattll'ais. Pertence inclusive 1'1 lit!) gt!nero liter;iJrio. que -e do C Iltopopular. Cilracleriz,ado ou\rom par scr transmilido ~penas ornlmente emreunioes em qu se ncontram f.,rnili:ts d~ carnponeses nil hora <la vi[lilil.l.soldados OLI oinda marinheiros ern vlag os IOflgas. Ern algLJns pai5es comoa Frilnty~ CSS<tpr~tica deSapi.lreCelJ e 56 permanece vi¥iI n05 Jh11ses em quea cut\ura oral £linda wevaJece em r~lal¥aO fl cultum escrita (1999, p.23

Bettelheim 1989) nos diz que, atralles dcs significados simb61icos d05

contos maravilhosos a cri<lnya amadurece rnocionalrnente, enfrentando ao longo do

tempo os sellS dilemas e confhtos, defendendo sua vontade e se tornando

independente 8m relar;ao ao poder do adulto

A maior parte da historia da humanidade, a

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das expenencI8s imediatas dentro da familia, dependeu das estorias miticas e

religiosas e dos contos de fadas.

E ne5se sentido que a Literatura Infantil e, principalmente, os contos de

fadas sao extrema mente significativos no processo de formac;:ao da crianC;:8 em

relaC;:8o a SI mesma e ao meio em que vive. 0 enredo da historia que divide as

personagens em boas e mas, belas ou feias, poderosas au fracas, etc. possibilita acrianC;:8 compreender valores de conduta e de convivio social.

Bettelheim (1989) nos diz que as contos de fadas sao diferentes de Qutras

formas de literatura, pais direcionam a crian~ para a descoberta de sua identidade

e tambem de experiemcias que sao necessarias para desenvolver seu carater,

entendemos que contar hisl6rias e tambem desenvolver todo a potencial crilico da

crianya. E possibilitar a ela poder pensar, dUlJidar, S8 perguntar, questionar .. E faze·

la sentir·se inquieta, querendo saber mais e mel her, ou perce bend a que se pode

mudar de ideia. E saber que pode criticar 0 que foi lido ou escutado e 0 que

significou

Para Gillig, ~O conlador e um artista da voz e do geslo, Irabalhando solilario

diante de um plJblico com 0 qual deve criar uma convivencia em torno de uma

narrativa' (1969, p, 63),

E atraves do cantato com a literatura, seja de que forma for, que os homens

lem a possibilidade de crescer emocionalmente, adquirinda experiencia de vida,

pais, a Literatura proporciona a disseminayao de cultura e ideologias.

Desta forma, os contos de fadas sao maneiras imaginarias de expressar 05

sentimentos que acantecem no intima das pessoas. Esses sentimentos

representados em uma hist6ria sao import antes para a constrUl;ao de nossas

valores, principalmente 0 das crianyas e ados jovens Uma boa narrativa pode

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Irazer reflex6es ao leitor, quando ao enconlrar-se numa situa9flo que envolve a

inveja, por exemple, trara a experiencia da leitura para a sua hist6ria de vida. 0

conto poderc3 ajuda-Io a lidar melhor com seus proprios conflitos.

Cecilia Meireles afirmou, "urn livre de literatura infantil e, antes de tudo, urna

obra lileraria. Nem se deveria consentir que as criam,::as freqOenlassem obras

insignificantes, para nao perderem tempo e prejudicarem seu gosto· (1984, p. 123),

Sendo assirn, e necessaria que alguns cuidados sejam tornados na sele<;ao

de seus livros, para que nunca possam perder 0 interesse pel a leitura.

3.2 ESCOLHER A HISTORIA ARTE DO CONTADOR

A escolha da hisl6ria tern urn significado muito imporlante e funciona como

urna chave magica, quanta mais repertoria mais conhecimento. A historia e fonte de

prazer para a crianr.;:a e tem contribui~o no seu desenvolvimento, emocional,

cognitivo e social.

Para Coelho:

o sucesso de uma narrativa depende de muitos fatores que se interligarn,sendo fundamental a elabomc;:lIo de urn plano, urn roteiro, no senti do deorg<lnizar 0 desernpentlO do narl'<lclor, garantindo-Itle SeOUnlllya easseQurando-Jhe naturalidade. 0 rote-ira possibilita transformar 0 improvisoern tecnic.l, fundir a teo ria a pralic;) 0 pJ"imeiro momenta e escolher ° quecanlar (1999, p.13).

A literatura e arte, a literatura e prazer. As escolas precisam ser mais

significativas e mais abrangentes e dar caminho para mergulhar em belas historias

Sera que a contar.;:ao de historias entrau em decadencia? Como 0 contador

de historias pode realizar seu trabalho nas escolas? Qual e 0 objetivo do professor

como contador de historias? Sera que a professor tambem tern que S8r urn artista?

Professor tem que saber que ele pode usar pequenas cOisas e transforma-

las em algo atrativo, diferenciado. Por exempla, haje n6s temas uma polemica muito

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grande corn relacao a conta\;t~o de hist6ria.

A historiC! e Q mesmo que urn qUl1dro artistico ou lJln~ bonita peoya musical:nao ,lOder mos descrev -los Oll e)teculit·1 s bern se !laO os apr ciarmosSe (l flistoria 1,1I0nos d sperta Clsensibitidade. a emo~o. /laO iremos conla-I com sucesso {COELHO. 1999, p. 14J.

Ou seja, para contar uma hist6ria. e necessaria go star dela, ent nde-Ia para

somente depois poder transrniti-Ia ao ouvinte. Geralmente, uma hist6ria boa e bem

contada agrada adultos e crianyas, 56 que em alguns Casos e necessaria respeilar

algumas peculiaridades da crianr;a pequen8

Coelho (1999) faz LIma analogia interessante, compara 0 processo de

assimila~ao do leite pelo organismo da crianca com 0 processo de assill1ila~o da

historia pel a rnesma, explicando melhor, quando s da leite deteriorado para uma

crianfY8, ela poderc:3 rejeitar tendo "OlTlit05 ou diarreia, prejudicando a sua salida, da

mesma forma acontece COryl uma hist6ria ruirTI e mal contada, sem ser considerada a

faixa etaria e interesse da criancya, poderc~ causar danos Emocionais e desenvolver a

aversao pela leitura.

A seguir um quadro mo trando as idades e hist6rias adequadas elucidadas

porCoelho:FAIXA ETARIA E SUAS FASES

\ historias de bicl1inhos,

! Ate 3 .•mos· fase brinqlledos, objelos, seres da

!pre-tllagica natureza (humanlzados

I . historias de crian~as

, 3 a 6 anos fase :cr~~,:~::::::a:(~:::,01:7::::: A

•hlslonas d2 fadas

___--L _

Pre-esco[ares

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Escolares

7 anos

· historias de criangas, animais e

encantamenlo.

· 8'1enluras no ambiente proximo:

familia, comunidade

· historias de fadas

8 anas

· hislorias de fadas com enredo

mais elaborado

· historias humoristicas

9 anos · hist6rias de fadas

· historias vinculadas a realidade

aventuras, narrativas de

10 anos em viagens, explora<;6es, invenc;6es.

diante

· fabulas, mitos e lendas

Fonte: COELHO, Beth. Conlar hislaria: uma arte sern idade (1999, p.1S)

Beth Coelho (1999) diz que essas fases da idade das crian<;as devem ser

respeitadas, para que as mesrnas entendam a hist6ria que esta sendo contada

Na tase pre-magica as hist6rias devem ser simples, contend a situa90es, de

repetiyao, isso ate aos tres anos.

seu meio social, de brinquedos e animais e deve ser contada com muito ritmo e

brincam e conversam com as brinquedos.

Aos quatro anos, as crian<;asalingem a fase magica e lornam-se criadoras.

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A fase magica 58 estende ate mais ou menes aos sete anos e comeC;:8 a

exigir enredos rna is long os e a repetic;:ao e movimentos pod em ser diminuidos.

Na fase escalar, ainda que nao possuam born nivel de leitura, as crianc;as

goslam das historias da faixa anterior, havendo grande interesse nos contos e

encantamentos.

Na segunda serie a crianc;:a ja comec,::a a se interessar par fabulas e lendas e

as mais adiantados, sao capazes de sentir sua beleza e interpretar seu significado

Entao nesse momento a maiaria dos professores deixa de contar historias aleganda

que nao se interessam mais.

Coelho (1999) relata lim depoimento de alunas do magisterio estagiou na

quarta serie de uma escola publica ern que as alunos nao linham 0 habito de ouvir

hist6ria. Houve interesse tolal, ate as mais timidos desempenharam bem seus

papeis em uma dramatizac;ao, mas apesar do sucesso, a autoridade responsavel

pelo curso suspendeu essas atividades, alegando que "os alunos nao estavam

acostumados com esse tipo de aula, justificando-se que a aprendizagem seria muito

lenta"

Nesse caso, e lamentavel a postura dessa autoridade responsavel, nao

podemos delimitar a idade em que as crianc;as e os adolescentes perdem 0

interesse por determinados temas; par i550, e necessario adaptar histerias para a

classe seguinte.

A escolha das histerias com a pratica vai se tornando mais rapidas fazendo

que cad a vez mais aumente seu publico de pequenos ouvintes e leitores. E preciso

aumentar 0 reperterio, ir em busca de hist6rias maravilhosas no campo da literatura

infantil.

Segundo Cunha (1997) na literatura infantil, tem sido consideradas tres

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fases: a do mito, a do conhecimento de rea\idade e a do pensamento racional

E importante ressallar que cada crianca tem seu desenvolvirnento proprio e

depende de diferentes fatores, portanto, 0 que realmente imporla e conhecer a

crianya e sua realidade e qual a SlJa liga9Ao com 0 livro.

Para Cunha:

Nn (ase d Illito se enconlnuJ1 as crial1yas de 3 14 oil TUS anos. Predtllllillanela'S (l fantasia, 0 {Inimismo: tanto quanto 95 pes.soas, as objeto~ ltilll paraas cli~n~ alma. re (jOc:s.A seuunda fase (7/8 a 11/12 mlos) se carClcteril:il pelo conhecimento OnrenHdade. A liiln terTI clltflO a maior necessidade de ayi\o: do pillnoc;oJlternpl •.~tivo da fase .~nletior, passa 010executivo.A tefceira fas <le 11112 ,mos ate a adolescel1cia) a do p ns.amentorad rml. Curney<'! na cdanc;;a 0 dtllllillio das I1ocOes a\)slraht$. C~lfitcteriza-se por uma segunda fase egocelltric..1, lTlas diferente cia que ocorfe a artildos tn!s ctrlOS, por ler carllter social {19B7, p. 100)

Portanto, cabe aD educador cOrlsiruir uma nova conceP9ao de Literatura.

utilizando-a nao apenas como um lTleio para ensinar um conteudo, mas

possibilitando a crian9Cl fruir atraves da historia, suscitando sell ill1agim§irio, tendo

Ullla vistlo mais ampla de tudo que a cerea, tornado-a rnais reflexiva e critica, sendo

capez de organizar seu p nsamento em relayao a sociedade e 0 mundo em ue

vive

Nesse sentido, e importante a experirnenta9ao de atividades de leitufa e

produ\;Oes diversas que gerem LJlTia rela9~o entre leitar e 0 livro. Essa rela<;.ao se

conslroi quando 0 leitor se concentra no texlo, e atra¥es de ideias implicitas no

rnesrno vai descobrindo nas entrelinhas 0 prazer de ler, estabelecendo contata, que

pode ser um prirneiro passo para a conquisla do leilor

Portanto. depende dos adLiltos aplOximarem a crian9a e 0 livre de modo

prazeroso:

Se a cfi<tflya e ., tmiCil cutpa<ia por nno t f. t>e<l -se 0 VE:fediclo illOtente;.mais cutpados sfio os <tdullos que nA~ Itie pmporciomml esse conlato. qun"o Ill"' abrerTI eSsas - ~ outri'lS lantas - trilhas para tada maraviltm que i: acamintlada pel0 ,"undo magioo e cncantiildo das telras tABRAlvl0V1CH,19S9, 1', 163)

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A escola e a literatura infantil estabelecem relac;6es, convertendo 0 seu

leitor, critica, perante 0 seu papel transformador, trazendo a sua realidade.

3.30 LlVRO INFANTIL DE QUALIDADE

Selecionar 0 livro infantil de boa quaJidade e uma tarefa basi ante dificil, e erelativamente recente, num universe amplo de public8c;oes. 0 mercado editorial

descobriu nas crianc;as urn potencial muito grande para ganhar dinheiro e resolveu

investir pesado nessa area. 0 resullado, em alguns casas, nao foi dos melhores

Criou-se urn criterio equivQcado de 5uperestimar a importancia do formato, tamanho.

cor au volume, sem uma preocupac;ao maior em relac;:ao ao conteudo.

o livro, seja ele infanti! au nao, depende de urn conjunto de fatores de igual

valor: texlo, ilustra<;ao, constitui<;ao fisica do livre etc.

Muitas vezes deparamo-nos com pais em busca de urn livre para seu filho, e

o criterio para sele<;ao da obra acaba sendo 0 visual. Poucos sao aqueles que se

senlam para ler 0 que indicam aos seus filhos. Alias, a maioria das livrarias nao

dispoe de acomoda<;oes adequadas a esla pratica, 0 que acaba dificullando a tempo

de permanencia e disposi<;ao dos pais nas livrarias, acarretando na escolha do livre

de uma maneira superficial, preocupando-se como ja falamos com 0 que e

chamalivo para crian<;a, ou seja, 0 visual, deixando de lado 0 conteudo expresso nos

texlos. Para Meirelles (1984) e necessario que a crian<;a entre em contato com 0

livre, vivendo toda sua influencia e construindo suas proprias reflexoes.

o fato de a crianc;a tamar urn livro ntis maos folhea-Io, passar as 011105paralgumas p.agin.,s nao deve iludir ninouem. Hi! mil artificios emil oensitiespara (I tentativOl de captura desse dificil leilor. Sao os anivers:'irios. SliD asfeslas. sao as capas cotoridas, sao 05 tilulos empolganles, silo asabundantes gravura!5 ... (MEIRELES. 19M, p. 31).

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Mas naG podemos nos esquecer que as ilustrac;:6es tambem tern sua

imporlancia para construir a relayao entre 0 lei tor e 0 livra. pois, atraves da leitura da

imagem a crian98 inicia no munda literario muito antes de aprender a decodificar a

escrita. Com a ilustraC;:8o, 0 autor do texto pode enriquece-Io, porern, nao deve

esquecer que se nao usada corretamente pode mata-Io.

Ha ilustra96es que nada dizem do texlc, ha. Qulras que 0 traduzem

exatamente, contem a trecho. as dois sao falhos: 0 primeiro, porque e urn elemento

a parte da obra escrita; 0 segundo, porque nada deixa a cargo da fantasia da propria

criam;a.

a ideal seria que houvesse uma integra~o entre 0 conteudo do texto com a

ilustragao, au melhor dizendo, uma harmonia

Oesta forma a escolha do livro de veri a ser feita considerando a

responsabilidade que toda a sociedade tern para com os leitores, principalmente

infantis.

No entanto, a sociedade atribui a escala a papel de incentivador da leilura,

porern, nao 118urna polftica educacional voltada para essa pratica, seja em escolas

publicas, ou em particulares. Faltam liwos, salas de leitura, bibliatecarios au cursos

especificos nesta area. Parece que est amos num circulo vicioso onde a culpa ejog ada de maDs em maos, do gaverno para a escola, da escola para a familia e

assim par diante, transferindo 0 problema ao inves de resolve-Io.

De acordo com Yunes e Ponde,

Ler e impOl'tanle para a emancipm;ao do leitor, para urn melhor esludo econhecimento da lingul1, para 0 alongamenlo das experiencias pessoais eum maior conhecimento do mundo. p;:Ha dar prazer. A fruir;ao solilaria dolivro e lJlll prazer prodl/livo, pois. nao se reduz apenas a urn passalempo.uma vez que lem a funryao social, cultural e educaliva (YUNES e PONDE1ge9. p.145).

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No que diz respeito aos meiDs de comunic8gao, nota-s8 certa resistencia em

acalher a cultura infantil, !ncluindo livros, num espa90 dedicado a ela com

exclusividade. Muitas campanhas de incentivo a leilura conlam com a colabora9.30

de artislas que nao conseguem mobilizar as crian~s por sell proprio afastamento do

ambito literario.

3.4 A CRIAN<;A NA ESCOLA

A Educa<;ao InfantiJ, sendo parte integrante da Educar;80 Basica, e uma das

areas educacionais cuja demanda tern side crescente devido aD crescimento

populacional. Nesse senti do nos perguntamos 0 que a crian<;a aD entrar na eseela,

ira aprender a ler? Em principia, 0 que esla escrito. Ao entrarem na escola, elas ja

lem sell vocabulario razoaveJ, lendo 0 que S8 passa ao sell redor. Sendo assim, 0

educador em gera1 tem a necessidade de ser criativo com seus pequenos leilores.

eslimulando, 0 cognitiv~, afetivo, perceptivo-motor e 0 aspecto social que e

indispensavel para que as crian98s estabele<;am rela96es entre SI e os adultos.

A imagem que a sociedade tem da crian98 esta em con stante

transformay80, dependendo do momenta historico que esla inserida, polS a

concep9ao de crianya muda de acordo com 0 papel que ela assume.

Devemos ressaltar aqui que 1eilura tern um papel fundamental para 0

cresci men to pessoal e profissional da Criany8, como nos diz Yunes e Ponde:

'-vivemos numa sociedade em que a leitura ocupa papel decisive no mercado de

trabalho. 0 individuo analfabeto tem poucas chances de acesso a empregos mais

qualificados e bem remunerados, pois, estes exigem escolaridade" (1989, P 33)

Zilberrnan (1998) aborda a irnportiincia da literatura na escola enquanto

propiciadora de uma visao da realidade. Ganha espa90 nos curriculos de terceiro

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grau, do mundo restrito as crianC;8s, a literatura infantil passa a ser vista com status

prepara 0 docente para 0 exercicio em sala de aula. Alem de ver 0 livra como

instrumento de adequ89c3o ao cumprimento da funy80 didalica, passa-s8 a olha-Ia

como motivo de fruic;8o.

No entanto, Zilberman relatou uma enquete realizada pelo Centro de

Pesquisas Literarias da PUC-RS, versando sabre 0 livre infantil em sala de aula pelo

magisteria de 10 grau na Regiao Metropolitana de Porto Alegre, e foi constalado

nessa irwestigac;ao, que as professores estao desatualizados com alguns autores da

literatura infantil, como Erica Verissimo e Monteiro Lobato, entre oulros escritores

que fazem parle de nOSSQ acervo literario (1998, p. 27).

o desinteresse dos professores, em rela980 a especificidade do grupo com

quem trabalham, nao escolhendo as literaturas adequadas, repetindo todo ano as

mesmas hist6rias, e a que evidencia sua negligemcia para com os nossos pequenos

leitores.

A falta de comprometimento do professor com a escolha dos livros

destinados aos seus alunos, faz com que os pequenos leitores naD peguem 90sto

pela leitura. Os interesses desses leitores tem que ser respeitados, 56 assim, havera

motiva98o a atividade literaria.

A crian9a esta carente de urn narrador que a leve a fantasia e a imagina98o,

por iSso, a metodologia impulsionada pela didatica pode-s8 converter num

instrumento essencial para que se alcance a principal meta relativa a presen9a da

literatura nas escolas educacionais.

Gillig (1999) que se dedlca ao estudo da estrutura formal dos contos e de sua

utiliza,ao para ° Irabalho psicopedagogico, contribuindo bastante para esta area

com seu livra 0 canto na psicopedagogia - de preferencia a chamar as contos de

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fadas de contos "maralJill1osos~ A escolha e justificada pelo predominio nao d

fadas, mas sim, de situa90es rnaravililosas nos contos "0 canto de fadas, assim.

leva a crian9a para uma viagem rl1aravilhosa e, 110final, \lotta a realidade que nada

mais tem de magicQ, pois sta no nivel do cotidiano comum (p.76).

o professor pede tarnar 0 proce.sso de ensino-aprendizagem muito

significativo se usar 0 Iivro, a leitura e a escrita, proporcionando a crianya, urn

aprendizado prazeroso, evitando possiveis dificuldades futuras relacionadas a leitura

e a escrita.

Segundo Cagnetti:

Libertar 0 leitor ~ d id-Jo em contato corn a livro e pennitir que ele sozinhobusqu seilS Cltminhos lilerftrios, atrnVe$ de 2i W.i prnprios meios - tirandodo texlo 0 que rile interc:ssar 110 mom nto, usufruindo aquila que veio deencontro a$ suas buscas, sentindo prazer ler pelo ler l1989. p. 50)

o professor comprometido com a educa<;ao infantil garante 0 processo no

qual 0 livro e fente de lazer e nao de tortura, e fundamental que 0 professor escolha

a hist6ria junto com as crian9Zl5, e que as atividades tarnem 0 livro uma for,te de

prazer e enriquecimento, um desafio saudavel para 0 alullo

Para Cunha'

Durante $ di:a5 Que dlHarerfl a leitura. 0 aluno est" irfeltledialJelrnente50Iil<\rio. com ~eu prazer (ju despral: r, com SU3S,1uvidas. ulna vonladenonne de, Jlel menos, tentar oul(o livre, 0 qlJe nos, adullo$, razem05Ifanqi.iilmnente, sem CjlUllquer il100lllodo: lleJda nos obriga a ell 9Rr ao fimde 11111 livrod testA\{ 1(1997, p. 53).

Hoje ern dia, 0 meio de coll1unica9ao exerce forte influencia sabre as

pessoas-, ditanclo regras e estabelecendo padr6es. Dentro desse contexto, a

literatura Inf.antil ocupa 1.1I1'1 espac;o pequeno deixando uma enorme responsabihdade

para as e5colas. Faz-se necessario entender quais os rnoti¥'os que levararn a

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Literatura Infantil ser rejeitada como arte entre as crianC;8S. e assim ser pouco

difundida e vivida par elas.

A fon;a da historia e muito grande, juntos profess ores e alunos constroem

urn mundo magico em que criant;a vai aprendendo portugues, matematica, geografia

e muitos Quiros conhecimentos, sem perceber sua propria construc;ao.

Para saber S9 a livro selecionado e adequado, 0 professor deve realizar a

escolha do livro S8 colocando no lugar da crianC;8, para assim, propiciar a construry8o

de urn leitor que trua e ao mesma tempo seja critico sabre a que Ie. Tendo vis6es

que cada criaC;3o literaria sugere, enfalizando as variadas interpretac;oes pessaais.

porque estas dependem da compreensao que cada leitor alcan<;8.

o professor precisa de uma postura criativa, perceptiva e reflex iva, para que

construir novos conhecimentos dentro de sua pratica educativa, buscando inter-

relac;6es e desenvolvendo nos alunos uma postura investigativa, que os torne

capazes de construir planejamentos considerando os varios fatores que aconlecem

no meio em que esla inserido como, pluralidade, diversidade etnica, religiosa, de

genera, pessoal, social, cultural, idenlidade e autonomia.

A sala de aula e um espac;o prapicio para 0 desenvolvimento da leitura; cabe

ao professor a responsabilidade de escolher obras apropriadas ao lei tar. Grande

parte dos texlos escritos para crianc;a tern um senti do pedag6gico educativ~, par isse

que ha uma dificuldade entre 0 prazer de ler e a educac;ao.

Para Zilberman (19gB), nas comunidades mais carentes, por exemple,

podemos encontrar caracteristicas de secializac;~e de estilo mais comunitario e de

menos paparico. Diferentemenle, das classes medias, mais pr6ximas do modelo

burgues, em que 0 estilo e mais individualista e a crianc;a, em geral, e mais super

protegida. Esses estilos diferentes VaG se renetir, desde muito cedo, na postura da

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crianya em relac;ao ao mundo e a si propria. Sem julgamentos de diferentes classes

sociais, 0 importante e nao confundir, par exemplo, a rnaneira de educar da classe

popular com falta de amor e afeto, nem considerar como ideal a modo da cia sse

media lidar com as crian98s.

Quando falamos do valor das interac;6es em sala de aula, e importante

ressaltar que nao concordamos com a ideia de classes socialmente homog~neas,

em que uma determinada classe social organiza 0 sistema educacional de forma a

reproduzir sua visao de mundo. Tambem, nao aceitamos a ideia de sala de aula

arrumada, ande lodos devem ouvir uma 56 pessoa transmitindo informac;oes, que

sao acumuladas nos cadernos dos alunos.

A sala de aula e considerada urn lugar privilegiado de sisten1atizar;ao do

conhecimento do professor que e um articulador na construc;ao do saber

A crianr;a gosta de alga tecnol6gico, mas ela prefere ainda a simpJicidade

Este e 0 grande segredo. quando 0 professor comer;a a verificar 0 seu espar;o, 8 cria

situaryoes. Se nao tern material, pode usar 0 proprio corpo, atrav€s da expressao

corporal, da mudanc;a de voz, usar desenho criativo no quadro, com uma dinamica

animada. Acreditamos fielmente na importancia do desenvolvimento ludico,

especial mente no inicio da educac;ao infantil e series iniciais. Isto e fundamental.

Atraves de observaryoes, constatei nas escolas que muitas tern aparelhos de

CD, video e DVD. Alguns professores, no momento da historia, VaG la, pegarn um

video, passam e as crianc;as ficam sentadinhas, olhando e assistindo desenhos.

Neste casa, a crianya deixa que a tecnologia domine a parte que seria dela. 0

professor tern que estar junto com a tecnologia sim, mas nao 58 omitir da

criatividade.

Para Zilberman (1998) a escola e a literatura podem provar sua utilidade

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quando se tornarem um espar;;o para a crianr;a retletir sabre sua condj~o pessoal. A

escola e a literatura tem necessidade de caminharelll juntas. Sendo assirn, conlar

historias e a mais antiga des aries. Etas sao fontes maravilhosas de experitmcias.

Sao meios de ampliar 0 horizonte da crian~a e de aumentar sew conhecimento em

reia<;c3o ao mundo que a cerC8.

Oesta forma, 0 des.envolvil11ento humano a partir das relar;:Oes socia is que a

pessoa estabelece no decorrer da vida, e um processo de ensino-aprendizagern que

se constitui denlro de intera90es que vao sa dando nos diversos contextos sociais.

Os professoreS lem a necessidade do conhecimento e aprofundamento das

diferentes formas de linguagem e expressao na area de educac;ao infantil; discutir a

fUnl):-80 pedag6gica das atividades Illdicas e contar;ao de hist6rias como instrumento

de aquisi980 e aprimoramento da linguagem, do movimento, das artes, da

rnatematica e dos jog os no desenvolvimento cognitiv~, estfmulo a imagina9ao e

criatividade, possibilitando a troca de experiellcias didatico-pedagogicas de sucesso

a fim de diver.s:ificar as atividades que envolvam 0 1(ldico na sala de aula; produzir

projetos de diferentes conteudos, abrangendo atividades interdisciplinares, gerando

novas aprendizagens

o comportamento da crianc;a fica evidente na sua capacidade de Inventar

historias, por isso a necessidade do professor oportunizar a expressar suas ideias

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4 CONSIDERA<;:OES FINAlS

Apes varias pesquisas er11basadas nos autores citados neste trabalho. 0

estudo perrnite entender que a contc;l(iao de historias contribui para a

des nvolvimento cognitiv~ social dC! crianc;a, possibililando 0 seu crescil11ento. a

socializa<;~o e 0 seu amadurecimento.

Ao contarmos hislorias, e preciso que estejamos conscientes dos beneficios

au dcs prejuizQs que esta padem causar. Oevemos perceber que Lima conta980 de

hist6ria nao e uma alividade sem prop6sito e precisD ter urn outro olhar para 0 IivlO

de literatura

A literature infantil tern que fazer parte do processo educativ~ desde a

educa9ao infantil, sendo utilizada de forllla provocaliva, corn contaC;80 de historias e

pedindo aos alunos que as eonlem tambEml. As historias leI/Bill as crian9as a

questienarem, levantarem hipoteses, argumentarem, compararem 0 conteudo das

historias com as de sua vivencia, ajudando assim na constrU(;ao de urn individuo

aut6nomo e confiante em si, Beill,a de tudo, vivendo slla infa-neia de forma natural.

Neste processo, ouvir historias tern uma importancia que vai muito atem do

prazer propofcionado: ela serve para a efetiva inicia<;~o das criant:;8s na construyao

da linguagem, ideias valores e sentimentos, os quais ajudarao na sua fOfmayao

como pessea

Ao resgatar 0 conceito de inflmcia do seculo XVIII, vemos que a crianr;a

neste perfedo historico era percebida como um ser diferente de adulto; as famillas

nao asseguravam os direitos da crianya e estas eram criadas fazendo ati'vidad 5

jUl1tas com os adultos, sendo obrigadas a Irabalhar mUlto cedo. Eram traladas com

violeneia e sem respeito. Apesar do movimento da sociedade no sentido de

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assegurar as direitos da crianya e do adolescents, este nao passa do discurso

teorico

o Estatuto da Crian,a e do Adolescente, Lei n° 8.069, de '13 de jull10 de

1990, no seu Art 4() afirrna que:

E dever un fmnliia, da COlntHlidilde, d~ sociedade ern geml e do PoderPublico :15Segurilr, com nbsoluta pl'ioridade, a efeti'lac;~o dOS direitosreferer1tes a vida, II s"ude, II alimenta¥Ao, a edu t;:Iio, ao espor'te, dO lazer,~ pr fissionalizi'lv;'\o, a ultllra, e dignidad , ao respeito . lit'E:rOad e aCOllvivencill f'llniliar e comunitllrill (ESTATUTO, '1990, p. I

Fazendo uma reflexao a respeito dis so, infehzmente ainda hoje, crianyas

estao sendo abandonadas nas ruas, ainda permanecem obrigadas a trabalhar desde

cedo e sendo e:cploradas corno m~o-de-obra infantil, porque e mais barata, OU seja,

a n05sa sociedade atual nao e multo diferente no lrata com a crianya do que aquela

do seculo XVII L

Que triste esta realidade em que tambem fazemos parte. esta sociedade em

que a desigualdade est a cada vez mais explicita!!!

A Educa~o cada vez mais, vem realizando um Irabalho sem qualidade.

professores usando como justificative os bai:w;os salarios e falta de recursos.. (onde

~ que esta 0 cornprornetimento ... ?}; salarios baixos sernpre existirarn no maglsterio ..

Entao professor, qual Ii! a desculpa para tanto desinteresse?

A sociedade culpa as escolas pelos seus filhos inconsequentes, sem

questionar que a educayao inicial cOlllec;a em casa. Ha crianc;as sem 11ITlites que a

escola tern que dar conla. educando, ensinando a eSCQllar os dentes, a ter boas

maneiras, as vezes ate a comer, 0 que a nOSSQ ver nao e responsabilidade do

professor, que deve atuar sirn, como mediador do conhecimento.

Desta forma, e necessaria que se fat;.a um trabalho entre a escola e familia,

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para que, unidas, possall1 resolver problemas e situat;6es que terao implic..ac;;ao na

vida adulta como cidadao. Por isSO, 0 habito da leitura deve ser incentivado. a idea!

seria que a crianc;;a estivesse familiarizada com a livro desde pequena

A literatura e lima ponte entre a conhecimento e 0 autoconhecimento. Muitas

autores de literatura infantil acreditam que depois de terminar de ler urn livro, 0 leitor

possa ter crescido urn POllCD e descoberto algumas respostas. compreendendo lim

POliCO de 5i mesmo

Desta forma e necessaria que a crianya vivencie 0 livro e a conta~o de

historia como parte de sell catidiano.

A literatura infantil nao pade ter a intenc;;ao de aula e sim de prazer, traz ndo

alegria e fazendo com que a crianr;:a gue a g05tO da lei Iura.

Lernbrando de Abramovich citada neste trabalho, que nos diz que 0 contador

de hist6rias deve saber 0 que esta contando para que estas sejam significativas,

entendemos que ao trabalhar as contos de fadas, devemos faze-Io corn UIll

proposito. pois, estes mal trabalhados podem causar danas a uma "Vida que esta em

desenvolvimenlo

Constatamos apoiadas na pesquisa bibliografica. que a Literatura no Brasil

ainda e usada para fins Pedag6gioos e que a Contalfao de Hist6ria exerce Lima

contribuicao para a crianr.;,a no seu crescimento pessoal, porem, e pOLICO explorada

nas escolas.

o objetivo desta pesquisa foi alcam;ado, pois, permitiu entender que a

contacao de histonas influencia no desenvolvimento de crian~

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ZILBERMAN, R. A Lileralura Infanlil na escola. 10. ed. Sao Paulo: Global, 1998.

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