universidade tuiuti do parana marlstela mlliler moro...

59
UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANA Marlstela Mlliler Moro AFETIVIDADE NAS INTERAC;:OES INFANTIS: UMA ANALISE DA CONTRIBUIc;:Ao NO PROCESSO DE APRENDIZAGEM Curitiba 2004

Upload: dinhtuong

Post on 01-Dec-2018

223 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Page 1: UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANA Marlstela Mlliler Moro ...tcconline.utp.br/wp-content/uploads/2013/06/AFETIVIDADE-NAS-INTERA... · llsta de figuras figura 1 - representagao do parque

UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANA

Marlstela Mlliler Moro

AFETIVIDADE NAS INTERAC;:OES INFANTIS: UMA ANALISE DA

CONTRIBUIc;:Ao NO PROCESSO DE APRENDIZAGEM

Curitiba

2004

Page 2: UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANA Marlstela Mlliler Moro ...tcconline.utp.br/wp-content/uploads/2013/06/AFETIVIDADE-NAS-INTERA... · llsta de figuras figura 1 - representagao do parque

Maristela MOiler Moro

AFETIVIDADE NAS INTERAC;OES INFANTIS: UMA ANALISE DA

CONTRIBUIGAO NO PROCESSO DE APRENDIZAGEM

Trabaltlo de ConclusAo de Curso apresentado noCurso de PedngogiA dR FaculdRde de Ciencjo~Humanns, Letros e Alles da Univel'sldade Tulutldo PnrnnR. como rP.qLJi~iIO pnrdnl prlrn 11ohlf'l1<;,iindo grou de Ucenclada ern Pedagogla.Orientador: Prof. II Mestre Jocilene GordiAno UnlATomaz Pereira

,,,-,'

e-

Curitiba

2004

Page 3: UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANA Marlstela Mlliler Moro ...tcconline.utp.br/wp-content/uploads/2013/06/AFETIVIDADE-NAS-INTERA... · llsta de figuras figura 1 - representagao do parque

~ Universidade Tuiuti do ParanaFACULDADE DE CIENCIAS HUMANAS, LETRAS E ARTES

Curso de Pedagogia

TERMO DE APROVA<;:AO

NOME DO ALUNO: MARISTELA MULLER MORO

TITULO: Afetividade nas Intera,oes Infantis: Uma Analise da

Contribui,ao no Processo de Aprendizagem.

TRABALHO DE CONCLUSAO DE CURSO APROVADO COMO REQUISITO PARCIAL

PARA A OBTEN<;:AO DO GRAU DE LlCENCIADO EM PEDAGOG lA, DO CURSO DE

PEDAGOGIA DA FACULDADE DE CIENCIAS HUMANAS, LETRAS E ARTES, DA

UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANA.

MEMBROS DA COMISSAO AVALIADORA:

PROF(al. JOCILENE G~&rg'o'trMATOMAZ PEREIRA

ORIENTADOR~ ( (~

"t.: (,-, ...--.J,j- '-S'-~-PROF(a). MA'Ri,i., iOLANDA F6NTANA

MEMBRO DA BANCA

/'7./~ . A:. ..PROF(a) MARISTELA HEIDE~P;NN IAROZINSKI

MEMBRO DA BANCA

DATA: 04/1 0/2004MEDIA: __.t_~Q _

CURITIBA - PARANA

2004

Page 4: UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANA Marlstela Mlliler Moro ...tcconline.utp.br/wp-content/uploads/2013/06/AFETIVIDADE-NAS-INTERA... · llsta de figuras figura 1 - representagao do parque

A minha gratidao a arnada mamae. pelo

seu esfoo;o para que eu chegasse ate aqui

A minha querida irm~ Ana. pelo sell

carinho e compreensao, e que sem ela nada

seria passive I.

A mell amado Edevaldo, pel a sell arnor R

companheirismo.

As colegas Mirian e Mariane, pela

arnizade nestes quatro anos.

Agradet;:o do fundo do coracao aprofessora Jocilene, pelo. preciosos

ensinamentos, pel a sua eterna disposir;:lIo em

engrandecer este trabalho.

Minha mais singela gralidao a DeLIs, pela

vida a mim concedida.

Page 5: UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANA Marlstela Mlliler Moro ...tcconline.utp.br/wp-content/uploads/2013/06/AFETIVIDADE-NAS-INTERA... · llsta de figuras figura 1 - representagao do parque

"Edllca9~o nEfo e a transmiss~() de lima soma

de conhecimenlos. Conhecimenlos podem ser

mortos e inerentes: urna carga que se can-ega

sem saber sua ulilidade e sem que ela d{!

alegria. Educar e ensinar a pensar, isla e. a

blincar com os conhecimentos, da mesma

forma como se brinca com ulna pefeca.

Rubem Alves ~ Irecho relirado dEl agendA

Carpe Diem de 2001.

Page 6: UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANA Marlstela Mlliler Moro ...tcconline.utp.br/wp-content/uploads/2013/06/AFETIVIDADE-NAS-INTERA... · llsta de figuras figura 1 - representagao do parque

SUMARIO

LlSTA DE FIGURAS ...

LlSTA DE QUADROS

G

B

RESUMO 9

1 INTRODU<;Ao... 10

2 CONTEXTUALlZA<;:Ao DAS RELA<;:OES S6CIO-AFETIVAS......... 15

2.1 AFETIVIDADE NO PROCESSO DE DESENVOLVIMENTO E

APRENDIZAGEM DE CRIANCAS PEQUENAS......................... 20

2.2 COMO AS LEIS RESPALDAM A CONSTRUCAO DO

CONHECIMENTO DE CRIANCAS PEQUENAS A PARTIR DA

AFETIVIDADE .... 24

2.30 PAPEL DO PROFESSOR COMO MEDIADOR DAS INTERACGES

SOCIO-AFETIVAS EM SALA DE AULA .

3 PROCEDIMENTOS METODOL6GICOS .

3 1 CAMPO DE ESTUDO

3.2 SUJEITOS

27

30

30

30

3.3 COLETA E REGISTROS DE DADOS....................................... 32

3.4 ANALISE DOS DADOS . 33

47

50

4 RESULTADOS .

5 CONCLUsAo .

REFERENCIAS .

ANEXOS .

51

55

Page 7: UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANA Marlstela Mlliler Moro ...tcconline.utp.br/wp-content/uploads/2013/06/AFETIVIDADE-NAS-INTERA... · llsta de figuras figura 1 - representagao do parque

1 MODELO 00 TERMO DE IIUTORIZACiiO PARA II PIIRTICIPACiiO

E FILMIIGEM OilS CRIIIN<,;IIS .

MOOELO Oil IIVIIUIICiio DESCRITIVII.

5G

Page 8: UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANA Marlstela Mlliler Moro ...tcconline.utp.br/wp-content/uploads/2013/06/AFETIVIDADE-NAS-INTERA... · llsta de figuras figura 1 - representagao do parque

LlSTA DE FIGURAS

FIGURA 1 - REPRESENTAGAO DO PARQUE DE AREIA DA

"PRE - ESCOLA VAMOS COLORIR" ..

FIGURA 2 - REGISTRO PICTGRICO - CENA DE ATIVIDADE

LIVRE NO PARQUE DE AREIA ...

FIGURA 3 - REGISTRO PICTORICO - CENA DE ATIVIDADE

LIVRE NO PARQUE DE AREIA .....

FIGURA 4 - REGISTRO PICTORICO - CENA DE ATIVIDADE

LIVRE NO PAROUE DE AREIA ..

FIGURA 5 - REGISTRO PICTORICO - CENA DE ATIVIDADE

LIVRE NO PARQUE DE AREIA ..

FIGURA 6 - REGISTRO PICTORICO - CENA DE ATIVIDADE

LIVRE NO PARQUE DE AREIA ..

FIGURA 7 - REGISTRO PICTORICO - CENA DE ATIVIDADE

LIVRE NO PARQUE DE AREIA ..

FIGURA 8 - REGISTRO PICTORICO - CENA DE ATIVIDADE

LIVRE NO PARQUE DE AREIA ..

FIGURA 9 - REGISTRO PICTORICO - CENA DE ATIVIDADE

LIVRE NO PI\RQUE DE I\REII\ ...

FIGURA 10 - REGISTRO PICTORICO - CENA DE ATIVIDADE

LIVRE NO PARQUE DE AREIA ..

FIGURA 11 - REGISTRO PICTORICO - CENA DE ATIVIDADE

LIVRE NO PAROUE DE AREIA ....

32

35

36

37

38

39

39

~I

43

43

Page 9: UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANA Marlstela Mlliler Moro ...tcconline.utp.br/wp-content/uploads/2013/06/AFETIVIDADE-NAS-INTERA... · llsta de figuras figura 1 - representagao do parque

FIGURA 12 - REGISTRO PICTORICO - CENA DE ATIVIDADE

LlVHE NO PAHQUE DE AHEIA ....

FIGURA 13 - REGISTRO PICTORICO - CENA DE ATIVIDADE

LlVHE NO PAHQUE DE AREIA.

44

45

Page 10: UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANA Marlstela Mlliler Moro ...tcconline.utp.br/wp-content/uploads/2013/06/AFETIVIDADE-NAS-INTERA... · llsta de figuras figura 1 - representagao do parque

LlSTA DE QUADROS

DUADRO 1 INFORMA<;:OES DETALHADAS DOS SUJEITOS... . 31

OUADRO 2 - SiMBOLOS REPRESENTATIVOS DOS BRINDUEDOS

DO PARDUE DE AREIA. .. 33

Page 11: UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANA Marlstela Mlliler Moro ...tcconline.utp.br/wp-content/uploads/2013/06/AFETIVIDADE-NAS-INTERA... · llsta de figuras figura 1 - representagao do parque

RESUMO

Esle esludo leve como objelivQ analisar as conlribuic;6es das interac;6es afeliva~das criam;as na Educay~o Infant;l, no proceSSD de aprendizagem, a Iliz des Teoriasdo Desenvolvimenlo, com enfase nos esludos de Jean Piagel (1978), Vygolsky(1984) e Wallon (1989). Parlimos de duas quesl6es norteadoras: ale que ponlo asrelac;6es afelivas estabelecidas pela crianc;a influenciarao no aprendizado d8mesilla e qual a irnport~mcia deslas relac;Oes afetivas neste processo. Participaramdesle esludo seis crianc;as de urna inslituic;ao de Educ89l\o Infantil do Municipio deCuritiba, Estado do Parana. as dados coletados foram gravados em video e todesas sequencias fcram represenladas atraves de registras pict6ricos e analisadasqualitalivamente. Os resultados assinalaram que as interac;:6es s6cio-afetivasocorridas entre as sujeitos proporcionaram mLllua constrUl;ao de aprendizagem,

Palavras-chave: Educay80 infantil; afetividade; interac;oes sociais: aprendizagem:desenvolvimento.

Page 12: UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANA Marlstela Mlliler Moro ...tcconline.utp.br/wp-content/uploads/2013/06/AFETIVIDADE-NAS-INTERA... · llsta de figuras figura 1 - representagao do parque

10

1 INTRODUC;Ao

o vinculo cada vez mais eslreito estabelecido par alguns pesquisadores da

area de Educa~ao (WALLON,1996; ROSSETII-FERREIRA,1996 e OLiVEIRA,1 993,

dentre outros) entre a afelividade e a processo de aprendizagem, assim como as

ultimos estudos referenles as interayoes sociais infantis, abriram uma nova veia de

analise e propuseram urn novo olhar sobre 0 atc de aprender.

Diante desla realidade, faz-se necessario uma aten~llo especial par parte

dos profissionais de edUC8y80 as intera90es s6cio-afetivas estabelecidas pelas

crianc;as na Educac;:ao Infantil, vista que e nessa fase do desenvolvimento que

Deorrem essas primeiras relac;:6es.

E e a partir desses relacionamenlos estabelecidos ao longo da convivencia

do dia-a-dia escolar que a aprendizado das crianc;:as e construido

Neste estudo, dirigimos a nossa aten<;:ao as intera'Yoes socio-afetivHs que

ocorrem no contexto escolar, estabelecidas por crianyas de 4 a 5 anos, que

freqOenlam uma escola de Educacao Infantil no municipio de Curilibaf PR

Assim, 0 nosso objetivo central a 0 de analisar as contribuic;oes des

Interayoes afetivas das crianyas na Educay~o Infantil, no processo de

aprendizagem. Questionamo-nos: ata que ponto as relac;oes afetivas estabelecidas

rela crianc;a influenciar~o no aprendizedo de mesma? Perguntarno-nos ainda qual

a importancia destas relacyoes afetivas neste processo?

Historicamente, a educayao das criany8s vern ganhando destaque no ambito

social. A rim de esclarecermos esse processo, comecemos par cornpreender como

transcorreu a descoberta da infancia atraves dos tempos. Tomemos como ponlo de

Page 13: UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANA Marlstela Mlliler Moro ...tcconline.utp.br/wp-content/uploads/2013/06/AFETIVIDADE-NAS-INTERA... · llsta de figuras figura 1 - representagao do parque

11

parljrJ;:J ;:j Sodedadq M'3dip.VAI, n:=t '11/;'=11,como afirl11R I\r;f}~(1986), RrR inRXi~lp.nIR n

senlilllenio pela infancia. as cuiuados basicos eralll fornecidos. mas Ill!lo havia ullla

af'3it;80 as criam;:as, e islo segundo 8sla masmo aulor, alevavA 0 illrfieR rlR

morlalidade infantil, vista que uma crianc;a precis a tanto de cuidado COIllO de

carlnho.

N(1 sociedml~ me<lievRI. flue IOfTUHl105 como ponto de rmli(I~. nsen1illlcnto da inh"mcla nAo exlstla - 0 que n:\o quer dlzer que 85 cllfln1;:asr""!i~em I1coliuenci:ul:l5, nhRtldn/lmlllS 011 despre7ndAS. 0 senUmento dninfancia "fiu signUica 0 rnesmo pela afei~ao pelas criany8s: corresponde itcOllsciencia da particularidade infantil. essa parlicularidade que dis!inguecsscncinillumle n ctimH.;n do mlul!o, meslllo lovern. Essn consr.h"lIlciA u!\oexislia. Par eSSfl rtlzfio. assirn que a crianyCl linha condiyoes de viver sem CIsolicitude conslanle de sua mAe Oll de SUA RIllII. elA ingres5Rvfl rmsociedade dos adullos e nao se dislingui[t mitis dcstes(ARIES. 1986. p.156)

A partir do seculo XIV, come90u a existir na sociedade urn novo sentil11ento

para com a infancia, tornando¥8 foco da atenc;ao familiar, par suas caracteristicas

peculiares. A criam;a, par sua ingenuidade e grat;a, tornava-se llrna fonte de

dislrayao e relaxamento para ° adulto, urn sentimento que poderiamos chamar de

"paparica,ao", ARIES, 1986)

Em meados do s"culo XVII, esse sentimento de "paparica,ao" e/ou de

afeic;ao foi superado e a preocupac;:ao maior em lad as as classes sociais era para

r:t'Jrn t'J inl~rt=!ss~ psir.:ologico e a educac;aa moral das crii'lI1C;fls Fai llln pf'rindC1

marcada par urna educac;aa severa, em que a inf~ncia era vista como a idade de

imp~rfeic;ao NaD se aceilava mais v9-las como meres inslrurnentos de diversao.

mas sim como criaturas que precisavam ser preservadas e disciplinadas.

Page 14: UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANA Marlstela Mlliler Moro ...tcconline.utp.br/wp-content/uploads/2013/06/AFETIVIDADE-NAS-INTERA... · llsta de figuras figura 1 - representagao do parque

12

Os rnovill1cnlo'> 50cinis e mligi()Sos ocorridos nos fins do ~pc\llo XVlt p

;oieio do XVIII desellc~deararn a cria<;i\o e org;lnlzm;i.'io de escolns p,'II" O~p~qIJ~n()or; a rmo;ino inlrmcionnl £II'! cllnnc;ns tl1f'tmff'S dn 6 nrms CPlllf'1,,'11ll tl

enUlilinhar dcsajf!iladolllenic no chi\o dOl educm;:l\o. A 11\1~l\ci<1cOlllrc;otlgr:tdativamcnte " ser percehida como urn pcriodo cspl'cinl 110

cJl'!">Crlvolvill1l'!l110 do scr humnno, reflellmlo no 1I10do de in5(,1~i'io dn cli'lIl~tln<l sor.ieclmle. A cli:mc;a C',.omeC;0tl a scr vesUda, a'il1lenlar1~ e educnda df"modo dire'Cllte do 0011110_AdlllJlc . sc, enl1\o, Inll cOIllpOIlntncn!o IIpl('o dccrianlfB que Sfl rnanifr.sln ern seils brinquedos e nas fomlrlS de inlcrnr;HoCOlli 0 mundo que 0 cerc.'1. ( LIMA. 2000, p.13)

A partir da "nova~ concepc;ao de infancia, houve grandes aV8m;os no ambito

educacional de criam;:as de ° a 6 anos. Podemos dizer que a surgimento dAS

creches modernas enconlra-se nos cham ados ~refugios" europeus do fim do seculo

XVIII, advindos da Revoluy~o Francesa, quando muitas mulheres foram obrigadas a

deixar suas alividades caseiras e Irabalhar nas fabricas. 0 objelivo desses

"refugios" era a guarda e a alirnenlar.;ao dos filtlOS dessas rnulheres que precisavarn

se ausentar do lar.

Por volta de 1840, 0 terma Mcreche" surgiu provenienle do frances.

significando Mberc;:oM,designando instituic;:6es similares aos "refl/gios·' E eslA

conolac;:ao de creclle, enquanto lugar exclusive de guarda de crianc;:as no Brasil.

arrastou-se ale os anos 90 do stkulo XX.

o surgimento dos prirneiros Jardins de Infancia brasileiros. par sua vez.

surgirarn ern meados do seculo XX, no entanto, com uma "clientela" diferellie das

creches, pois quase lodos erarn destinados a elite, pOis eram particulares e cams. e

com uma preocupar;ao que ia al8m de guardar mas tarnbem de educar.

Posteriarrnente, na decada de 70, 0 Governo Federal assume a Educa<;:ao

Pre - Escolar, criando urgc10s nacionais para coordenar esle seglllento educacional

Contribuem para esse avanc;:o os movimentos pepulares corn reivindicar;oes. Em 05

de outubro de 1988, promulga-se a Constituiy80, que as segura no artigo 205:

Page 15: UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANA Marlstela Mlliler Moro ...tcconline.utp.br/wp-content/uploads/2013/06/AFETIVIDADE-NAS-INTERA... · llsta de figuras figura 1 - representagao do parque

A edllcayilO, direilo (Ie lodos e dever do Eslmlo e d:1 fmnitiA. ~f',ilprornovid" tl incClllivmln (;om a coll1bolfu;ilo da ~(}cle(lmlp. vl~nm!(l fWpie rio rI~"(!Ilvolvirl1elltn d:l P("!~"OIl. !'cu pr('pmo rmn fl f'xt'lC""iril\ (1"cilf<ldallia e sua ClllilHlic;I(;.1o pl'Hfl 0 trnbnlho. (BRASIL. 1988. P 116)

Inspirada neste artigo constitucional, a Lei de Oiretrizes e Bases - LOB.

promulgada em 20 de dezembro de 1996. direcionou 0 seu "o1llar'" para urn

segmento educacional ate entao "esquecido", 0 de criam;as de 0 a 6 allos.

dedicando alguns artigos para organizar e definir a estrutura da Educac;ao Infantil

No capitulo 2, artigo 29, delineia-se

A Educac;:ilo Infanti!. primeir<1 el<1pa dn educ<1c;:ao Msicn. (em porfinalidade 0 desenvolvimenlo inlegrftl dn crlnm;n <'lIe seis <'In05 de id;lde ("Inseus aspectos fisico. pslcol6Uico, Inlelechrnl e sociOI, cornplerllenlCllldo n;:Iyiif) d<lfrtmil':t e (I" comunic1mle. (NISKER 1996. r.172)

A LOB tambem estabelece uma distinC;8o entre creche e pre-escola. de

acordo com 8 faixa etari8 creches para crianc;as de 0 a 3 anos e pre-escola parA

crianyas rJe4 a 6 anos

Essa lei foi criada de forma bastanle cornplexa e tratou a EduC89Ao Illfanlil

~m sua lolalidade Assumindo 0 parel na formaC;Bo dp. politica~ A rrnqn:::trn~~ (if'

ambito nacional, a Ministerio da Educac;~o e do Desporto prolllove a articular;;ao

com os Conselhos Nacional, Estaduais e Municipais de Educar;;ao, visando A

estabelecer crilerios comuns para credenciarnenlo e funcionamento de instHuir;;6es

de Educm;ao Infanlil e a apoiar estas inst1lncias na divulgar;ao e illlplemellte<;ao

desses criterios.

Um <Jos projelos mais recentes sobre a Educayao Illfallti! e 0 Referendal

Curricular Nacional para a Educa~ao Infantil (1998) - RCNEI. Segundo 0

documento, as creches e pre-escolas devem integrar 0 educar e 0 cuider.

Page 16: UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANA Marlstela Mlliler Moro ...tcconline.utp.br/wp-content/uploads/2013/06/AFETIVIDADE-NAS-INTERA... · llsta de figuras figura 1 - representagao do parque

14

promovendo 0 desenvolvirnento da crianr.;:a em todos os seus aspectos Para 0

ReNEI, educer siynirica' "plOpiciar situ8.yOes de cuidados, brillcadeil as e

aprendizagens orientadas de forma integrada e que possam contribuir para 0

desenvolvimento das capacidades infantis".(1998, p. 23). E cuidar significa "0

desenvQlvimento integral depende tanto dos cuidados relacionais, que envolvern a

dimensao afetiva e dos cuidados com as aspectos biol6gicos do carpa, com a

qualidade da alirnentac;aoe dos cuidados corn a sallde". (1998, p. 24).

Embora a base do trabalho, segundo 0 ReNEI, e 0 educar e cuidar.

observamos que ha uma grande necessidade de um trabalho pedag6gico

intencional, para que realmente a EdUC8t;80 InfanOI posse ser vista como urn todD

completo, e a crianC;8 como ser bio~psico-social.

Oiante do expos to, cabe ao professor desse segrnenlo educacional criar

condic;oes ambientais que satisfar;am as necessidades basicas da criam;:CI.

proporcionando-Ihe um clima de bern estar fisico, afetivo, social e intelectual.

mediante propostas de atividades que desenvolvam estes aspeclos.

Enfim, a educac;iio de crianc;as pequenas foi-se modificando gradalivarnellte

no transcorrer da historia, no sentido de atemJer as necessidades sociais

~impostas~, por cada periodo, buscando cada vez rnais se aproximar do que

consideramos ser 0 "ideal" para 0 aprendizado e 0 desenvolvimento integral dos

educandos

Page 17: UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANA Marlstela Mlliler Moro ...tcconline.utp.br/wp-content/uploads/2013/06/AFETIVIDADE-NAS-INTERA... · llsta de figuras figura 1 - representagao do parque

'15

2 CONTEXTUALlZAGii.O DAS RELAGOES S6CIO-AFETIVAS

As aceleradas mudant;as que vern ocorrendo em todo a planeta, de forma

mais acentuada no final do secula XX, evidenciam uma era pas-Illoderna que calcca

em xeque as interac;:6esinterpessoais, sabretudo no que se refere as interac;:ues

s6cio-afetivas.

Diante dista, e pertinente iniciar esta reflexao pelo significado da palavra

ateto, que provem do terma latino affectus, que "signifiea estado flsica ou moral

(born ou mal) de afei9ao, disposi9aO da lama e sentimento, objelo de lernura e

amar". Aprendizagem e 0 terma derivado de aprender, que vern do latim

apprehendere, que signifiea adquirir conhecimento.

A dicotomia do bin6mio afeto e aprendizagem vern desde os gregos, poreln.

esta separay<3o e inaceitavel para as nossos dias. Neste senlido, e a visao de

Vygotsky (1984) que se opos a qualquer ruptura nas dimensoes hurnanas, como

corpo e alma, mente e alma, material e n~o malerial e pensarnenlo e linglJfI~ern

Oefensor de uma abordagem holistica, postula a exislencia de lim sistema de

significados em que 0 afetivo e 0 social se unam e possibilitem 0 desellvolvilllento e

aprendizagemdo ser humano.

Oesde 0 seu nascimento, a crianr;:a 13 urn ser sOcial; seus primeiros cantatas

sao geralmente com seus pais ou com alguem que desempenhe esla fum;:ao. A

relevimcia de urn relacionamento que prornova 0 atendimento das necessidades do

bebe, como: alimentac;a:o, cuidados basicos, atenc;ao e areta, ser~o alicerces para

as futuros relacionamentos deste individuo com as ouiros. Se na infancia suas

necessidades basicas foram supridas, isso influ8nciara ern seu desenvolvirnenlo.

Page 18: UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANA Marlstela Mlliler Moro ...tcconline.utp.br/wp-content/uploads/2013/06/AFETIVIDADE-NAS-INTERA... · llsta de figuras figura 1 - representagao do parque

16

f){Jir; <:;I"!qundo Frir.:ks("m "0 S~nlimf!l1ln riA CnnfiAnC;A el11 reIFlC;::'o no~ rlp.IllAi~. ~

tleterrnrn8liQ pelas expelienclas durallte seus primeiros alios de vida,"(1963, JJ 81)

Compreendemos que confianc;a e um senlimenlo essenciRI p P~IA

diretamente ligado as relayoes s6cio-afetivas estabelecidas pelos sujeilos 110

<.lacorrer de sua vida

o autor da Tearia do Desenvolvimento Psicossocial, Erik Ericksol1 ("1963l.

inspirado em Sigmund Freud (1856 - 1939) • defende que 0 desenvolvil11ellto do

individuo como urn processo continuo 0 acompanha do nascimento ale a velhice 0

autor propos oito estagios que caracterizam 0 desenvolvimento humano, chamados

de est agio psicossociais Cada estagio se caracteriZ8 por urn conflito entre dais

sentimentos oposlos que precisarn ser resclvidos pelo individuo. Os oHo estagias e

suas respectivas crises sao'

1. Primeiro ano de vida: Confian<;a x Oesconfian<;a;

Segundo ana de vida: Aulonomia x duvida;

3 Do terceiro ao quinto ana' Iniciativa x Culpa;

4 Sexto ana ate a puberdade: Industria x Inferioridade;

5 Adolesdmcia: Identidade x Confusao de papais;

6. Adulto jovem: Intimidade x Isolamento;

7. Idade adulta intermediaria: Generatividade x Estagnac;~o,

8. Maluridade e velilice: Integridade x Oesespero.

Para esle esludo, nos report amos aos Ires primeiros estag;os psicossociais.

os quais abrangem a faixa etaria abordada nesta pesquisa. Se no prirneiro ano de

vida de um individuo, esla constr6i plena confianc;a ern seus pais, Ale conCllli~tA ~tlA

autonomia. sentimento esle caracteristico do segundo estagio e essencial para 0

Page 19: UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANA Marlstela Mlliler Moro ...tcconline.utp.br/wp-content/uploads/2013/06/AFETIVIDADE-NAS-INTERA... · llsta de figuras figura 1 - representagao do parque

17

seu desenvolvirnento. No lerceiro estagio, a crise psicossocial e iniciativa x CUlpA

Se nos dais prirneiros eslagios 0 individuo resolve positiv8menle estes conflitos. f1

iniciativa sera essencial para 0 seu desenvolvimento bio·psico-social, pais esse

sentimento 0 auxiliara nos seus relacionamentos com 0 ambiente e com os Quiros

individuos.

Por ou1ro lado, Wallon (1989), ao apresentar sua teoria PSicogenetica da

conSIrult8o do sujeito, salienlou a dimensao afetiva como ocupando luger central.

tanto do ponto de vista da estrutura.yao da subjetividade quanta do conhecimento.

Para esle 8ulor, as primeiras manifestac;:oes afeHvas sao epiderrnicas e dependem

da presem;a con creta dos parceiros ate a constrUl;80 da funr;ao simb6licB. A partir

desla, a afetividade alarga seu raio de a~o e a nutric;ao afetiva par via simb6lica

passa a se acreseentar as rnanifestac;oes como 0 toque e a entonaC;8o da voz.

Instala-se, entao, a forma cognitiva de vinculac;ao afetiva, que perdura ate a

puberdade, quando nasee urn novo tipo de eonduta que impoe exig~l1cias racionais

as relac;oes afetivas.

Hi!, portanto, uma profunda inte9ra9ao entre a inleligllncia e a afetividade:

ambas S8 completam muluamente, allemando-se no consumo da energia

psicogenetica. Esta forma difere bast ante da forma tradicional de conceber 0 afelo.

pais existe a suposic;ao de que ela incorpora de fato as construc;oes da inteligfmcia.

e, par conseguinle, tende a racionalizar. As farmas adultas de afetividade, par esla

razao, podem diferir enormemente das formas infantis.

Wallon (1989) acredita que atraves da imila980 a crian<;a corne<;A t=l ~f'

expressar, experienciar 0 mundo e compreender 0 sentido das tracas socials

Vasconcellos (1996), analisando esle ponlo de vista walloniano, arinna·

Page 20: UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANA Marlstela Mlliler Moro ...tcconline.utp.br/wp-content/uploads/2013/06/AFETIVIDADE-NAS-INTERA... · llsta de figuras figura 1 - representagao do parque

18

A ill1ila.y3o e urn imporlanlC instn.lmenlo expressivo-cognitivo Ilti1;l~do 11(>1[1cfjBm;a, na r..onslw'rHo de SUDS condulas. das ~ll(l5 m;:6es mo!ams ('il1lmp'f!lrI(;nn fin If!fllifll1lin E fl imililyi\n quo umnnln n vhH'lIlm.;nf) I1nh~ n~,Hilies lllo1orrt ••e menlais tevlJd~ pela lenlallvR de irnilnr m;6es, ge5lo~ p

falas d05 Quiros. :1 cllmu;a pequeno consl!o! SlillS plimeiuls cOll1prct"l1so('SdOl rr.nliclnric. (VASCONCELLOS, 1006. 11.35).

Assim, a imitay~o e urn processo social que oporluniza as interac;6es entre

as individuQs. Segundo Wallon 0 processo de irnita<;ao passa par estagios. a sflber"

• Estagio impulsivo (primeiros meses de vida): e definido pela simbiose afeliva da

crianc;a em seu meio social, estando voltada para a conslruc;:aode SlIn

sensibilidade interna.

• Estagio ernocional ( cerca de seis meses): caracter;za-se par urna reargan;zaC;80

de elementos perceplillos, em que a crianc;a tenta formas para participar da aCao

do oulro, expressando-se ern niliel molor, Wallon denornina tal experi€!ncia de

~imilac;ao esponl~nea~

Eslagio Sensoriornolor ( um a dois anos de idade): neste estagio. a manipllla~flo

dos obj~los prellalece, a crianc;a ut1izara a<;6es perSellerf'lntes, pm que F1

repetic;ao muda 0 caraler original da atividade, prornovendo a diferenciac;:ao e

possibililando 0 conhecimento.

Estagio projelillo ( Ires al1os): a criany:a neste estagio comec;a a descobrir sua

propria lIigilancia motora-postural, presente em seus gestos e rnovimentus

Corneya en tao a imitar parceiros constantes e as toma como referencia ou

E5tagio personalistico ( Ires a cinco an05): caracteriza-se pela construC;80 dos

significados diferenciados que a crianya da a propria ay80, em contraposic;ao a

do parceiro, reconhecendo assim, seus pr6prios motivos da a~ao.

Page 21: UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANA Marlstela Mlliler Moro ...tcconline.utp.br/wp-content/uploads/2013/06/AFETIVIDADE-NAS-INTERA... · llsta de figuras figura 1 - representagao do parque

19

As conlribuic;6es oe Beltelhein (1979) a respeito da ligA<;AO do inlelActo com

efelo lambem tern si<.lu relevanles. -, al como Vygotsky e Wallon, v~ liB 1ll0tiV8<;80

um dos alicerces fundamentais para a aprendizagem. A afetividade eslE'lria.

portanto, profunda mente imbricada com a disposi<;ao para 0 conhecimento, sendo a

seu estado de suma importimcia para a professor, especialmente, 0 alfabetizador

Esle autor t8m demonstrado sua preocupar;ao com a escassez de pesquisas sabre

a triade motivac;ao, desejo e aprendizagem.

Ao ingressar em uma instituir;80 de caraler educativD, de forma sistematica,

a criam;a vivenciara situac;:5es de interar;Oes s6cio-afetivas distintas daquelas

ocorridas no ambito familiar. Machado afirma que "e crianr;8 e urn ser social, 0 que

significa dizer que seu desenvolvimento se da entre outros seres human os. em um

espa<;o e tempo determinados~( 2000, p.25). Assim sendo, ao ingressar na escola. 0

fala de compartilhar os espa<;os e brinquedos com autras criancas propicia que a

todo momenta ocorram interary6es, agindo sabre eles e rnodificando 0 significado de

suas aprendizagens ( PIAGET,1978 ),

Nesta perspectiva, nao basta propiciar espac;os ande as crian<;8s fiquern

juntas, mas S8 faz necessaria oportunizar situ8c;6es para que as interac;6es

construtivas ocorram, lais como: interaryoes de trocas muluas de ens ino-

aprendizagem entre as crian<;8s.

As interary6es entre as pares infantis tern side abjeta de varios estudos. pais

reconhece-se que nas intera<;6es crianrya x criam;a ocorrarn interessantes

descobertas e aprendizados, essenciais para a forma<;ae integral do slljeito Neg~A~

interay6es as crianyas criam regras, assumern e trocam de papeis. Iransmitem

cultura e lrecam experiencias. Tambem contribuem para a desenvolvil11f!nto de

padr6es de campartamento, atiludes, valores e afetividade.

Page 22: UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANA Marlstela Mlliler Moro ...tcconline.utp.br/wp-content/uploads/2013/06/AFETIVIDADE-NAS-INTERA... · llsta de figuras figura 1 - representagao do parque

20

Portanto, a instiluic;:ao educativ8 constilui-se em um espac;n ros~ihililRrlnr

de experiencias interaliv8s para as crianY8s.

Salientamos, ainda, que as inlerac;:oes s6cio-afetivas entre professor e ~ltJn(1

tambem sao de extrema relevlmcia, sobretudo na Educal'ao Infantil. pais as

dimens6es cuidar e educar implic81Tl em urn resgsle de intencionelidade educetivR,

ne5se contexto.

Enfirn, oporlunizar lim clima 118r01oni050 e afelivo ern sala de aula cOlltribui

para que Dcorra urn relacionamento enriquecedor entre professor e aluno.

proporcionando, assim, urna melhar aprendizagem.

2.1 AFETIVIDADE NO PROCESSO DE DESENVOL VIMENTO E

APRENDIZAGEM DE CRIAN<;:ASPEQUENAS

Os esludos realizados sabre as interac;6es vivenciadas palas crisnc;:as ern

cantato direto com seus pares merecem uma aten<;~o especial na area educacional,

pois a partir delas podemos compreender melhor 0 processo de deser lVolvimer 110 e

aprendizagem infantis.

A maioria das pesquisas, envolvendo a correla<;ao entre os temas

aprendizagem, desenvolvimento e interac;:ao social de crianc;:as pequenas, sao

desenvolvidas na area da psicologia do desenvolvimenlo. Destacamos dentre elas

as desenvolvidas por Coil (t 996), que serviram como referencia da analise cteste

estudo. E inegavel que atualmente Qulras areas, como a Sociologia, a Anlropoloqi8.

Page 23: UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANA Marlstela Mlliler Moro ...tcconline.utp.br/wp-content/uploads/2013/06/AFETIVIDADE-NAS-INTERA... · llsta de figuras figura 1 - representagao do parque

Baril]\)\a Filosofia e a Pedagogia vem ampliando seus estudos, possibilitando assim lima

analise mais complexa deste objeto de estudo.

Oianle disso, Ires aulores serao alicerces desta pesquisa: Henri Wallon

(1989), que explicitara a importancia dos aspectos afelivos no desenvolvimento

infanttl, e 0 individuo abrangente: as conlrlbui90es de Epistemologia Gellelic8 de

.Jean Piagel (1978), no que diz respeito as relac;oes crianC;8 x crianc;:a: ImbRlh0

cooperativ~, aulonornia: e as propostas S6cio-interacionistas de Lev Semionovicll

Vygotsky (1984). Todas essas analises darao res pal do te6rico para esla pesqlli~R.

A leoria de Wallon e baslante abrangente; considera 0 individuo urn ser

completo e concreto. Foi urn dos autores que mats defenderarn a irnport~nci8 da

afetividade no desenvolvimento das crianyas, destacando a questao das emoyoes.

compreendida como urn tipo particular de rnanifestay80 afetiva. As ernotyoes estao

sempre acompanhadas por algumas expressoes, geralrnenle traduzidas per

transformayoes f[sicas e alteratyoes no sistema neurovegetativo. Segundo sua

teoria, as emoyoes sao os primeiros recursos de que disp6em 0 ser humane para

comunicar - se com oulros.

TmlJolhadAS na inleuu;110 de parcelros, inicinlmenle em nivel de ge~los eposlur<ls, as ernol):oes dno origem a repre5enlal):6es colelivas, grm;as aodesenvolvirnenlo, nn relnc;:ao crinnc;:n-meio socinl, dn cnrnddmle do ren1i701imilac.:oes diferi(las de modelos prlvilegimlos daquele rneio".( OLIVEIRA.Ig96. r.72).

Analisando as conlribuiyOes da Epistemologia Genetica, percebernos a

relevancia das interay6es sociais para Jean PiageL Segundo esta teoria. a

constrU!;ao do conhecimento se efeliva nas rela90es, tracas ativas da crianC;:8com 0

meio ambiente, elaborando e interpretando as informay6es recebidas, contribuindo

para a reconstruy8o 0 seu conhecimento. E a partir das tracas efeliva~ que

Page 24: UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANA Marlstela Mlliler Moro ...tcconline.utp.br/wp-content/uploads/2013/06/AFETIVIDADE-NAS-INTERA... · llsta de figuras figura 1 - representagao do parque

??

ar::.ontecem entre as crian~as e seus pares Clue a com preen sao de \ lin m:wn

conhecimento e alcal1c;,:atlo, ~ojs possibilidades de res!-,oslas direr ellies ger AIll

conflilos, suscitando uma reeraborac;:ao de resposlas e reorganizar.;ao cogl1il;vA,

produzindo urn avanyo na compreensao do problema. Esle ponto de vi~ta

piageliano fai analisado par Wadsworth-

Quando as crian(fas se encontrmn ern silu<ly6es ern Que seupn.l1!lanlCf110 r;onOil" com () plmsnrncnln dn olllrn!' ~rint1¥n~ (niladullos). 0 conflilo pode ser UlIl instrumenlo pAra leva-Itls a quesliolHuseu proprio pensmnenlo (desequlliblio). (WADSWORTH, 1997, p.35),

Wadsworth (1997) analisa ainda 0 conceilo piagetiano de clesellvulvirnento

intelectual, concordando corn Piagel que afirma que neste processo ha dois

componenles: um cognitiv~ e outro afetivo. 0 aspecto afetivo influ! diretamenle no

desenvolvimento intelectual, podendo acelerar Oll diminuir 0 ritmo do

desenvolvimento.

Piaget .uyumentou, taml>8m, que lodo comporlamenlo apresenta mnb05 osaspectos: 0 ~Ielivo e 0 cognitivo. Nao 1111cornpmlAmento cOOllilivo PUHl,como nao Ila comror1amento afetivo puro. A crianC;:<Ique "fl05I<1- dematemalica faz rapidos progressos. A crian~ que "nflO gosl,,- deITHltermi1icn nfio 1m: r!'ipidos progressos. Ern cm1:l C:lSO, n comporIAI11t"'nl(1 (t.influenciado pela nfelividade. E impossivel enconlrRr liln comportml1e-ntomil.lndo HflCII<lS dn nlellvldnuc, scm nCl1lWIII clclllcnlo (:o\Jlllllvo. ~.iguahnenle, impassivel encontrar urn comportamento cornposlo sornenle- fieelementos coynitivos. (WADSWORTH, 1997, p.38)

Outro tema abordado pela Epistemologia Genetica, que e essenci;?!1 para 0

entendirnento desta pesquisa, e 0 Jogo Sirnb6lico. Este caracteriza-se pelo faz-de-

conta, em que um objelo qualquer assume a representaC;8o que a crianc;:a desejar.

no contexto da situa<;ao vivenciada par ela. Para exernplificar, urn Simples pate de

plastico no simbolismo infantil pode representar um super-ller6i

Page 25: UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANA Marlstela Mlliler Moro ...tcconline.utp.br/wp-content/uploads/2013/06/AFETIVIDADE-NAS-INTERA... · llsta de figuras figura 1 - representagao do parque

23

"' Segundo Piagel (1978), a constru<;.~o do jogo simb61ico sa inicia no periocio

sensoria-motor e ao final deste a crianr;a ja e capaz de reconllecer 0 concreto e

representar 0 que Ihe e conhecido. No decorrer do segundo ano de vida, A CriAI1<;A

apresenta comporlamentos que propiciam a ela representar lim objelo Que esla

ausenle, alraves dos mecanisrnos da imilaceo, do jogo simb6lieD, do desenho. da

imagem mental e da Iinguagem. Esle autor defende que 0 Jogo Simb6lico exerce

papel fundamental na vida da crianr;a, pois e a partir dele que ela adapta 0 Illundo

social a sua maneira particular sem a obrigatoriedade de seguir modelos exteriores

Assis (1994), fazendo uma releilura desle lema piagetiano, afirma que a jogo

simb6lieD e a assimilac;.ao egodmtrica do real, no qual B criam;:a a transforms

naquilo que ela quiser.

Oa Teoria S6cio-inleracionisla de Vygolsky (1984), recorlaremos para esle

esludo a analise dos falores sociais e culturais que interferem no desenvolvimenlo

intelectual. Esla leoria aborda basicamente a transmissao de conhecimentos. em

que a intera9ao com individuos mais experientes possibilitam uma construc;:ao e

inlernaliza9i3o dos conhecimentos que estes possuem.

Partindo da ideia de que as processos psicol6gicos encontram suas origens

nas relacy6es sociais, Vygotsky propos 0 conceito de Zona de Desenvolvimenlo

Proximal (ZPD), ~aquelas fun<;:6es que ainda nao amadureceram, mas que estao em

processo de maturar;8o, fun<;6es que amadurecerao, mas que estao em eslado

embrionario" (VYGOTSKY, 1984, p,97). Assim, a que a crien<;:a e cepaz de fazer

com ajuda de alguem hoje, conseguira faze-Io sozinha amanha.

A fim de compreender a ZPD, QuIros dais conceitos sao essenciais: 0 nlve1

de desenvo1vimento real, que e entendido como a capacidade de realizer tarefa9 de

Page 26: UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANA Marlstela Mlliler Moro ...tcconline.utp.br/wp-content/uploads/2013/06/AFETIVIDADE-NAS-INTERA... · llsta de figuras figura 1 - representagao do parque

forma ind~pendente, e nivel de desenvolvimenlo potencial, que se CnrRctpri7F1 r'f'IFI

capacidade de desernpenhar tarefas corn a ajuda de oulros mais experielltes.

Assim, percebemos que lodos as autores esludados S8 preOCUrFlrFlIl1 ('"(""1111 FI

questao da afetividade e das intera<;6es sociais no processo de aprendiz8gern e

desenvolvimento das crianc;as. Isla nos remele a import~ncia destas re\syoes no

ambito escolar e mais especificamente na Educag80 Infant;1

2.2 COMO AS

CONHECIMENTO

AFETIVIDADE

LEIS

DE

RESPALDAM A CONSTRU<;:Ao

CRIAN<;:AS PEQUENAS A PARTIR

DO

DA

1\ Educm;ao Infantil obteve urn avall90 significativ~ !l89 Lillirnns decades

Isso se deu, dentre varios fatores, por reiv;ndicayoes socials.

Ulante das diversas reivindica90es foram organizadas irnportalltes etapas

do Ensino Basico. Para iSso, houve a necessidade de normalizar leis que

viabilizassern a Educa9~o Infantil nas instancias da Uniao. do Estado e do

Municipio.

Iniciarnos nossos estudas sabre a leis que respaldam a dire ita a afetividade

a todas as crianyas que freqOentam instituiyoes de Educayao Infanti!. A partir da

ConstituiC;8a de 1988, que reafirrna as direitos da crianc;a, dentre eles 0 direilo R

educayao infantil, em seu artigo 205 a lei garante:

Page 27: UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANA Marlstela Mlliler Moro ...tcconline.utp.br/wp-content/uploads/2013/06/AFETIVIDADE-NAS-INTERA... · llsta de figuras figura 1 - representagao do parque

?S

A p.duca~l\o e urn direilo dp. lodos e de\ler do E!'lm10 P. rI" fmnilin. !'=f"niprurno\lidn e inccnli\ladn com a colabora~l\o dn 50cietlade. \li~"lIIdo 0 rlenodp.o;p.l1volvimellln fiR reS~fln. ~ml pit-pAm pmn (l I'xrrcidn lin ('idndnllin {'sun qunlificm;;'io p'lIa 0 IraballlO. (BRASIL. 1988. p.116).

Mais especificarnente, no inciso IV do artigo 208 da Constiluic;ao. a texlo

relata que: "0 dever do Estado com a Educac;c3o sera efetivado mediante a garanlia

de atendimenlo em creche e pre-escota, as crianc;as de zero a seis anos de idade ~

(BRASIL,1988)

As leis aeima citadas garantem a direito ao acesso a Edllcar,::ao Infantil para

lodas as crianc;as, objetivando a plena desenvolvimento do individllO

Implicltamenle, podemos concluir que a afelividade esla gAranliciA R ArnrArACin ppl::1

lei, pOis esle aspecto e essencial para que S8 consiga a pleno desenvolvimenlo da

cnan<;a

Vale ressaltar que, sendo urn dever do Estado e urn direilo da crianc;a. 0

Estaluto da Criancya e do J\dolescenle, de 1990, traz significativos avallr,::os legais.

estabelecendo mecanismos de participar,::ao e contra Ie social na conslruc;ao e

implemenla<;aa de polHicas para a infancia, com a cria980 dos ConseUlos de

Oirei\os da Crian<;a, dos Conselhos Tulelares, como na viabiliza<;8o de recur~o~

flnanceiros para projetos

A Lei de Oiretrizes e Bases da Educa<;ao Nacional - LOB, promulgada em 12

de dezembro de 1996, na se<;ao II, apresenla Ires artigos que estabelecem Cl~

formas de organiz8<;ao para a atendimento as crian<;as ate 6 8110S e encarninhall1 0

principia do dire ito a educa<;ao. Assim a LOB define'

A EdlJCfH,;!iO rnfanlil, primcira etllp~ dn Educn~no Bil~kn. Ie'1II comolinalidade 0 desenvol\limento inlegml dOl cri<ln~<1 Rle seis Rll0S de ldade. emseus :tspeclos riSiC05, p3icol6glco. inleleclual e social, cOlllplemenl<lndo a1)(;80 da fmnilin e da comuniclade. (BRASIL. 1996, P '172)

Page 28: UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANA Marlstela Mlliler Moro ...tcconline.utp.br/wp-content/uploads/2013/06/AFETIVIDADE-NAS-INTERA... · llsta de figuras figura 1 - representagao do parque

?13

Novamenle percebemos que a ;::U;AOde familia A e~~enciAr nA fortllAyi-io dn

crianc;;.:J, pois calJe a ela acull1er sells filhos el11um ambiente estevel e 8moroso 0

laxto da LOB descreve a irnporlancia do desenvolvirnenlo integral, ressallando

aspectos que em sua ess~ncia, concebem a afetividade como essencial na

rormar;ao da crianc;a

Analisando as Diretrizes Curricula res Nacionais para a EduC8yaO Infantil

(1999), vemos que pro poe em seu texto:

As Pl'OpO~I<l5Ped1lg6uicn5 de insliluiyi'les de EduCAyfio lnfAnlil devclllpromover em Slias pralicas de educfl9Ao e cuidados. a integrAyBO entre os:J!\.pccln!i Ii!">ico!t, cllloclonnr~, nfelivos, cognllivoflinuOlsllco!l e soclnl!O lincrianya, entendendo que ela e urn ser lolal. completo e indivisivel.(BRASIL, '999. p.'O).

A referida diretriz con tempI a as a90es indissociaveis ~educa(' e "cuirlar" e

felizmenle garante 0 entendimenlo de maneira . clara e especifica aos aspectos

afetivos em seu lexlo.

Em nivel estadual, a deliberac;:io n 0 003/99 , ClljO assunto sllo as Normas

para Educac;ao Infan(i) no Sistema Esladual de Ensino do Parana (1999). relata no

seu capitulo II, arligo 6, denominado "da finalidade e dos objetivos"

A Edllca~ao lnfanHl tern como objetivo proporcionar condii;oes ~deQltRd::tspara prornover 0 bcrn- estnr da crlan/ya: sell desenvolvhnenlo fislco. motor,inteleclual, emocionat. moral e soc!",1, 11AnlpHA9Ao do SUfiS expcl'l!'\l1cll1s ('eSlirnular 0 interesse da crian/yB pelo processo do conhecimento do 5er11lImano, da n::Hureza e da sociedRde. (PARANA, 1999 p. 02).

Percebemos que em nivel estadual, a desenvolvimento do aspeclo emocional

e evidenciado novamente, assegurado tambem nesta Instancia 0 direito a

afelividade

Page 29: UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANA Marlstela Mlliler Moro ...tcconline.utp.br/wp-content/uploads/2013/06/AFETIVIDADE-NAS-INTERA... · llsta de figuras figura 1 - representagao do parque

7,

A Prefeilura de Curitiba tambem passu; leis que respaldarn e orgAnizRIll a

EduC8\,:f:iO IlIfal10l, aIr aves da Secretaria Municipal de CluiliuA. S8!,lUIlOO AS

Orienta<;oes Pedag6gico - Administralivas sabre a Estrutura e 0 FUllcionarnento dRS

Unidades de Educa<;ao Infantil (1998), no capitulo 4, que se denornina: "Chegada e

recep<;:8o das criany8s ", 0 lexlo arirrna que: "ao chegar na unidade, e illlportallte

que a crian<;a tenha uma acolllida afeluasa e que a sala esteja preparada para

reeebe-Ia, com jogos e IJrinquedos a sua disposiC;lIo"( 1998, p.19).

Compreendemos, entao, como a afetividade faz parte da vida das crianC;8s

MUltas leis vigentes nao sao lao claras a respeito do direito das crian<;8s nesle

aspecto: algumas ate mencionam a imporUmcia do areto para 0 desenvolvirnento

pleno da crianc;a, porem, nao apresentam metas concretas que possam viabilizar na

pratica a sua efetivac;8o.

2.3 0 PAPEL DO PROFESSOR COMO MEDIADOR DAS INTERACOES

S6CI0-AFETIVAS EM SALA DE AULA

Analisando 0 papel do professor nas interac;oes ocorridas em sala de aula,

consideramos 0 processo educativo puramente social, pais e a partir dele que se

estabelecem relac;6es interpessoais que sao cruciais para 0 desenvolvirnp.nto

satisfal6rio deste processo

Vale ressallar que, neste contexto, a ata de ensinar e aprender requerelll no

minimo dais agentes participativQs: 0 que aprende e 0 que ensina. E. dentro destp.

Page 30: UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANA Marlstela Mlliler Moro ...tcconline.utp.br/wp-content/uploads/2013/06/AFETIVIDADE-NAS-INTERA... · llsta de figuras figura 1 - representagao do parque

78

pror:esso dial-alico, as papels sao ;nvellido9 a depender de eRda sill/aCAO, POdRlllo.

aquele que uta enSllla passa a ser a aprendiz e vice-versa.

Alguns esludos (Pirnenla, 1995, Libelleo, 2000, denlre QuIros), partirAI11 rio

pressuposto que as caracterislicas pessaais e as metod os utilizados pelos

docenles eram fatores principais para se alcanc;ar 0 sucesso no processo de

ensino-aprendizagem. NaD estamos desconsiderando esses variave;s que sao sem

duvida relevantes. Parern, esludos recenles apontam para uma nova varlente que

impulsiona as rela<;6es estabelecidas entre professor e aluno como cenlrais

Segundo Coil (1996), para compreender a relac;~o professor-alullo nao

basta samente observer os cornportamentos estabelecidos palos envolvidos. enecessario analisar de que maneira este comportamento e percebido e interprelado

pelo outro. Geralmenle, segundo esle mesmo aulor, essas "represenlayoes partelll

das observayoes mutuas direlas de suas caracteristicas e seus comporlamp.nlo!=

( COll 1996, p267)

Cada agente do processo ja possui uma represenlay8a do quP. con~idf"rTI.

ser 0 professor ideal e 0 aluno ideal. Gilly (1980), cilado par Coli (1996).

desenvolveu urn esludo sabre 8ste tema junto a urn grupo de alunos as dados

apontaram que quando questionados sabre a representa~a que fazern a respeilo

do professor ideal, a majoria dos alunos deslacaram a importancia dos aspectos

afetivas e relacionais no comportamento do professor. Contudo, afirmou ainda

existir uma diferenciaC;8o nos diversos niveis escalares Hauve nas etapas

posteriores uma diminuiy80 na enfase a essas caracteristicas. ganhando destFlC1Up.

a desempenho do professor nas func;:oes de transrnitir os conilecirnenlos corn

clareza e perlinencia

Page 31: UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANA Marlstela Mlliler Moro ...tcconline.utp.br/wp-content/uploads/2013/06/AFETIVIDADE-NAS-INTERA... · llsta de figuras figura 1 - representagao do parque

?9

Recorlarnos da pesquisa aeirna citada. para uma melhor delimil8y80 do

nosso objeto de estudo, 0 fatD de ter side na EduC8<;Ao Infantil a refer ellcia cia

importancia dos aspectos afetivDs e relacionais no processo ensino-aprendizagem

Assim, as dirnens6es "educar" e "cuidar~, pro pastas pelo Referencial Curricular

Nacional para a Educa<;ao Inlanlil (1998), necessilam de uma 8<;80 inlencionsl par

parte do professor, proporcionando tambem urn arnbienle respeitoso e afetuoso 8m

sala de aula, contribuindo assirn, para urn relacionamento enriqu8cedor entre

professor e aluno.

As vezes, 0 professor pode S8 sentir impotenle ao lidar corn as crian<;8s.

mas deve procurar aprecia-Ias como seres reais e nao ideais. cheias de desejo~

aguardando para serern realizados. Cada crian<;a e urn ser lillico e deve ter sua

individualidade respeitada; 0 professor deve entao encoraja-Ias a superar seus

medos e adquirir confianya.

Enfirn, observar as crian<;as no seu cotidiano, propiciando silua<;oes reais

de intera<;:lo entre as rnesmas, conversar corn as familias. pode ser de gral\de

auxitio para que 0 professor descubra caminhos visando a forrna<y8o de vinculos

afelivos produtivos para 0 desenvolvimento de seus alunos.

Page 32: UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANA Marlstela Mlliler Moro ...tcconline.utp.br/wp-content/uploads/2013/06/AFETIVIDADE-NAS-INTERA... · llsta de figuras figura 1 - representagao do parque

30

3 PROCEDIMENTOS METODOL6GICOS

3.1 CAMPO DE ESTUDO

A instituiytlo escolhida para realizar esle estudo, foi a "Pre-Escala Vamos

Colorir", localizada na rua Hayton da Silva Pereira n 0 390, 110 Bairro CapllO da

Imbuia, na cidade de Curitiba, Eslado do Parana. A escolt18 desla inslitui~l!io. deve-

S8 80 fa to de a pesquisadora trabalhar nesta eseola, e seu aceSSD aos sujeitos e a

rolina escolar sao facilitados.

A escota localiza-s8 em um bairro com predominancia de condominios

residenciais, nao havendo muito comercio. A instituifY~1O e particular. Fo; criada em

1997, atualmente atende 70 crian<;asde 2 a 6 anos.

A estrutura (isiea e composta de cinco salas de aula com !liveis dislintos.

sendo lodas amplas e cornportancto adequadamente 0 numero de alunos que

passui. As demais dependencias da escola sao uma sala de diretoria. uma

cozinha, um banheiro para os professores e dois adaptados para cri<=ln¥fls 1\ parle

externa possui um parque de areia equipado com brinquedos, urn espa~ocoberto

destinado a diversas alividades

3.2 SUJEITOS

Participararn deste eslucio seis sujeitos de 4 a 5 anos, sendo qualm mellinos

e duas meninas. Todos frequentam a turma do Jardim 2, na "Pre-Escola Vamos

Colorir"

Page 33: UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANA Marlstela Mlliler Moro ...tcconline.utp.br/wp-content/uploads/2013/06/AFETIVIDADE-NAS-INTERA... · llsta de figuras figura 1 - representagao do parque

~I

o grupo de alunos fai escolhido intencionallllenle. del/ida ao f('llo de ~PTPrll

parcelros prcfcrencI31s no colidiallu ascotar

No intuito de resguardar a identidade dos sujeitos, foram ulilizFldos nf'!~If'

estudo as Ires primeiras letras do nome dos sujeitos, inspiradas nas pesquisas

~Iaboradas por Jean Piaget (1896-1980)

Vale ressa1tar que depois de escoillidos as sujeitos coletarnos inforlnac;6es

pedag6gicas, air aves de uma avaliac;Ao descriUva com a ~roressora respollsel/el

pela turma ( vide modelo em anexo). Estas avalia90es servirarn para melbor

cercarmas 0 nasso objeto de esludo.

Ouadro 1 - INFORMACOES DETALHADAS DOS SUJEITOS

SUJEITOS IDADE SEXO

CAM ano:; e 11 Feminino

rneses

I CAR .( 3110S e 1nH~s Fernillillo

III MUR " arlO!>C 2 ITICSC~ Ma:';cuiinoII

JOA " mln~;(~9 IIH~ses MnsClllirll)

THE ;]1l0!'; e 10 Masculino

AVALlA<;l\o OESCRITIVII

~ ... alllnfl eXfmllsiva Corn cxcelcnte-

relaclollamenlo com seus cotcgns .... ·

n ••• <llImA criilllvf1, Iclndonn - SP. III\1Ho h('m

corn seus col~ga5, principnlmenle em

flllvllimies livres.

multo crlnllvu c nteuchl!';tl. ~rrl1prf'

preocupn - se com a bem ('slnl tie ~('II~

co'cnn~ ..'.

bam relacionarnento corn seus colegas -

IIlndl"l eslA !i.e ndllptfmdo n TPlirHl

I 1 rnp.~~s ~sr.olm, lUll pOllen !imido Iln~ rf'!ntiif'~

I I I

corn SUR professorn e colegm:; ... -

I~--- -,.·-'-11-'''----- 'M".::.=r.u"'\i;::I1::-,,--1M ••• npr~C;p.nlft Algllll1!lS rtifiCllldmtr'5 III'

processo de nprendizngem, porilill ('sin

I I inlemgindo meillOr corn ~el)S colcgas

NOTA. Dados extraldos da avalra980 dlagnostlC8.

Page 34: UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANA Marlstela Mlliler Moro ...tcconline.utp.br/wp-content/uploads/2013/06/AFETIVIDADE-NAS-INTERA... · llsta de figuras figura 1 - representagao do parque

32

3.3 COLETA E REGISTROS DE DADOS

Os dados fcram coletauos par lima camera de video, m8n8jada pela plopria

pesquisadora. A utiliz8<;80 des!e instrumenlo S9 justifiea pelo falo de as gravac;:6es

em video possibililarem uma visualizac;:ao repetida das cenas, proporciommdo.

assim. analises me is criteriosas. Coletararn-se tambem, registros de observa<;ao

descritos pela pesquisadora, a (im de complementar a filmagern realizada.

Inicialrnente foram realizadas dUBS observac;:6es fihnadas ern video,

efetuadas durante atividades livres desenvalvidas no parque de areia da escala.

cada sessao teve aproxirnadamente 6 minutos de durac;ao.

Fai efeluado a registro continuo, que "... consiste em . denlro de urn pedoon

ininterrupto de tempo de observa9~o, registrar 0 que ocorre na situa9~o.

abedecenda a sequencia em que as fatas se daa" (Ormas el.al, ·1993p 175).

FIGURA 1: Represenlayao do p.'HQue de areia da Pre-Escola V~Hnos Colorir.

Para esludos posleriores faremos uma labela dos brinquedos do pArque de

areia, a lim de facililar a campreensaa do registro na calela de cladas

Page 35: UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANA Marlstela Mlliler Moro ...tcconline.utp.br/wp-content/uploads/2013/06/AFETIVIDADE-NAS-INTERA... · llsta de figuras figura 1 - representagao do parque

Quadro 2 - SiMBOLOS REPRESENTATIVOS DOS BRINQUEDOS DO PARQUE DEAREIA

BRINQUEDO SIMBOLO

REPRESENTATIVO

A D"trepa- trepa"

If~::' 6. ~'<;

"escorregador"

ct{S; -"roda-roda"

3.4 ANALISE DOS DADOS

Apresentamos as analises obtidas nas duas sessOes realizadas com as

crianyas neste estudo. Essa sera organizada e realizada a partir de tres categorias:

a) Rela90es Interpessoais: tracas mutuas de 896es e expressoes verbals e faciais

entre as sujeitos.

b) Evidfmcias Afetivas: quais as 8<;:Oes entre as pares; deixaram evidentes a

afetividade entre eles, como par exemplo: beijos, ge5105, olhares, express6es

fision6micas, dialogos.

Page 36: UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANA Marlstela Mlliler Moro ...tcconline.utp.br/wp-content/uploads/2013/06/AFETIVIDADE-NAS-INTERA... · llsta de figuras figura 1 - representagao do parque

c) Organiza<;ao da Siluac;ao de Aprendizagem: ac;oes explicilas de mediacao de

e)'plica<;ao de Ulli delerrninado lerna, brincadeira, conlelldo e das fornlB~ cornD E'!ttA

mediac;ao fai organizada

Para uma meHlor compreens~o dos dados coletados, 8lern da clesCI i~ao de

como os fatos ocorreram no desenrolar das sessoes, que con tern algumas f81as dos

sujeilos, serflo acrescentados registras pict6ricos que iluslrarllO a lTlovirnenta9ao

interativa das atividades das crian9as.

1" SEssAo.

Durante atlvidades livres desenvolvidas no parque de areia da escola. os

sujeitos possuiam brinquedos pr6prios para a areia, como· baldes, garfos e colheres

apropnadas. formas de peixes e de tartarugas.

A sessao durau 6 minutos. Ap6s a grava<;ao, os dados foram transforrnados

em registros pict6ricos (LlMA,2000). A cada minuto a cena era parad8 e er811l

desenhadas a posic;:ao de cada crianr;a, a movimentar;:ao e a<;6es ocorridas nesse

periodo de tempo. Esse primeiro momento de fihnagem Dcorreu no dia 06 de abl il

de 2004

l' SEOU~NCIA "IDENTIFICANDO OS PARES"

Page 37: UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANA Marlstela Mlliler Moro ...tcconline.utp.br/wp-content/uploads/2013/06/AFETIVIDADE-NAS-INTERA... · llsta de figuras figura 1 - representagao do parque

35

Figura 2: Registro Pict6rico - cena de atividade livre no parque de areia

Iniciando as grava90es, percebemos os pares formados pelos sujeitos. Todos

estavam manipulando brinquedos diversos e interagindo entre 5i, atraves de

conversas, ge5t05, olhares e expressoes fision6micas.

As falas estabelecidas pel os sujeitos eram sabre organizayao da brincadeira.

o 5ujeito JOA tenta durante toda a sequencia convencer 0 grupo que esta proximo,

composto por CAR, CAM e THE, a juntar-se a ele. "Gente, vern brincar aqui, tern

sombra", 0 sujeito VIC, par sua vez, manteve-se distante das demais crianC;8s,

brincando com baldinhos e pazinhas.

2' SEQUENCIA: "TROCANDO DE PARES"

o sujeito MUR sai de foco e vai buscar brinquedos em outro espago. CAR e

THE atendem a solicita<;<'!ode JOA, que demonstrou expresseo de felicidade devido

a aproxima~o dos colegas. Os tres passam a construir urn arranjo espacial que

eles pr6prios denominam "tune''' ... Vamos cavar urn buraco, para ser 0 timel dos

Page 38: UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANA Marlstela Mlliler Moro ...tcconline.utp.br/wp-content/uploads/2013/06/AFETIVIDADE-NAS-INTERA... · llsta de figuras figura 1 - representagao do parque

carras do THE~. Todos se envolvem na brincadeira. CAR olha a sua volta e

36

direciona seu olhar para 0 sujeito MUR que esta em outro espa~, solicitando a ele

que traga alguns brinquedos: "MUR traz a tartaruga pra mim."

Essa sequencia foi marcada par ativa movimenta~ao entre as pares, como

demonstra a figura n 0 3.

Figura 3: Registro Pict6rico· cena de atividade livre no parque de areia

3' SEOOENCIA: "VIVENCIANDO UM CONFUTO"

o sujeito MUR retorna ao grupo com os brinquedos: 2 baldes, 1 tartaruga e 2

pazinhas. Ao entregar 0 que foi solicitado recebe um beijo de CAR, que tambem

expressa verbalmente "Muito Obrigado". CAM tambem se integra ao grupo e a

brincadeira. A crianc;a VIC permanece distante, manipulando seus brinquedos.

Ocorre um conflito entre CAR e THE por causa de um objeto as duas crianc;as

dispulavam um peixe de plastico. CAR fala em tom alto e rispido: "THE eu estava

com 0 peixe, me dtJ".THE responde: •0 JOA me deu, quando sal da sa/a, e meu /".

Page 39: UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANA Marlstela Mlliler Moro ...tcconline.utp.br/wp-content/uploads/2013/06/AFETIVIDADE-NAS-INTERA... · llsta de figuras figura 1 - representagao do parque

37

No entanto, THE entrega 0 peixe para CAR e diz: "Fica enlao". CAR pega 0

brinquedo, utilizando-o em sua brincadeira.

seqOencia.

o registro pict6rico a seguir demonstra tada a movimenta~o ocorrida nessa

•Figura 4: Regi5tro Picl6rico . cena de atividi1de livre no parque de meia

4' SEQUENCIA "TENTATIVA DE INTERACAO"

brinquedo: "VIC, me empresla 0 balde verde?" . VIC balan"" a cabe<;:a em sinal de

A crian<;a THE S8 aproxima de VIC, solicitando 0 emprestimo de urn

nega<;<'io e afirma: "NtJo, t6 usando" 0 sujeito THE insiste: "Por favor, ja Ie devolvo'

Novamente 0 brinquedo e negado.

o grupo proximo formado por CAM, MUR, JOA e CAR observa a situa<;<'io,

naO tecendo nenhum comentario. Eles continuam entretidos com a construyao do

denominado "tune I".

Essa sequencia foi marcada par urna tentativ8 de interay8o, como ilustra a

Page 40: UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANA Marlstela Mlliler Moro ...tcconline.utp.br/wp-content/uploads/2013/06/AFETIVIDADE-NAS-INTERA... · llsta de figuras figura 1 - representagao do parque

registro a seguir.

38

FigulCl 5: ReQislro Picl6rico • c;;enf'l de alividi1de livre 110 p;:!Tque de areia

5' SEQUENCIA: "AFASTAMENTO"

o sujeito THE retorna em silencio para perto dos colegas CAR, MUR, JOA e

CAM sem fazer comentarios a respeito da negativa de VIC, retomando seus objetos

e se integrando it brincadeira.

o sujeito JOA afasta-se do grupo e, distante, sugere aos demais colegas

para irem brincar proximo ao brinquedo denominado Mroda-roda~: "Amigos, v~m pra

ca.... CAR express a verbal mente: AJOA, vamos terminar 0 tUnel, 0 THE trouxe

carrinhos" VIC direciona seu olhar para JOA e observa a situa9ilo. JOA senta-se

no ~roda-roda" e comec;a a gira-Io, fixando seu olhar nos demais colegas que estao

entretidos na outra brincadeira.

o registro pict6rico ilustrado a seguir demonstra toda a movimenta~o

ocorrida nessa 5" seqCi~ncia

Page 41: UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANA Marlstela Mlliler Moro ...tcconline.utp.br/wp-content/uploads/2013/06/AFETIVIDADE-NAS-INTERA... · llsta de figuras figura 1 - representagao do parque

Figura 6: Registro Pict6rico • cena de atividade livre no parque de areia

6' SEQUENCIA: "TROCANDO DE PAPEIS"

39

como mostra a figura n 0 7.

Essa sequencia foi marcada por uma ativa movimenta<;8.o entre os pares,

Figura 7: Registro Pict6rico . cena de alividade livre no parque de areia

A crianya JOA permaneceu alguns instantes no brinquedo, retornando apos

para perla da grupa, dialaganda: 'Cad~ os carrinhos do THE ?", THE responde: "Til

Page 42: UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANA Marlstela Mlliler Moro ...tcconline.utp.br/wp-content/uploads/2013/06/AFETIVIDADE-NAS-INTERA... · llsta de figuras figura 1 - representagao do parque

40

na machi/a, depois pego" MUR sugere aD grllpo que apos lerminRfern RqtlPIR

conslrur;:ao solicitern a professora que alcance os carrinhos de THE: "A pmfe peg8

as carrinhos, assim ninguem destr6i 0 triner' VIC direciona sell olilar pAra 0 grupo.

observando a situa<;:ao. Logo em seguida, VIC dirige-se proximo ao "rode-roda",

levando consigo as brinquedo9 que rnanipulava 8nleriormenle. Os delllsi9 9l1jeito~

flaO observam a rnovirnentac;:ao de VIC.

2" SEssAo.

A segunda sessao de filrnagem ocorreu no dia 13 de abril de 2U04. durante

alividades livres desenvolvidas no parque de areia da escola. Os sujeitos possuiam

brinquedos proprios para a areia, como: baldes, garfos e colheres apropriadas.

forminhas de peixes e de tartarugas.

A sessao durau 6 minutos. Apos a gravac;:ao, as dados foram transforrnados

em registros pictDricos (LlMA,2000). A cada minuto a cena era parada e eram

desenhadas a posic;ao de cada crianc;a, a movimenlac;ao e a<;6es ocorridas nessp

periodo de tempo.

1'SEOUtNCIA "FORMANDO NOVOSPARES"

o grupo dispersou-se logo no inicio da filmagefll. Os sujei\os CAM e THE

brincam no brinquedo denominado Ktrepa-trepa~, dialogando sabre carms que

passarnem frente a escola "Que cor e essa?". No outro grupo, MUR, JOA. CAR e

Page 43: UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANA Marlstela Mlliler Moro ...tcconline.utp.br/wp-content/uploads/2013/06/AFETIVIDADE-NAS-INTERA... · llsta de figuras figura 1 - representagao do parque

41

VIC situam-se proximo ao brinquedo "roda-roda- e todos demonstram fisionomia de

alegria com a brincadeira que S8 caracteriza em colocar areia em cima do brinquedo e

depois rode-Io. Os grupos continua ram com as respectivas brincadeiras durante essa

seqOencia.

o registro pict6ricc da cena abaixo demonstra a disposicrao do grupo nessa

sequencia.

Figura 8: Registro Pict6rico - cena de atividade livre no parque de areia

2' SEQO~NCIA: "BUSCANDO DISTANCIAMENTO"

Inicialmente, essa sequencia manteve as mesmas disposi¢es registradas na

anterior.

Os sujeitos JOA, MUR, CAR e VIC estabelecem um dialogo, referindo - se a um

filme assistido anteriormente. Os sujeitos simbolizam as potinhos que manipulam, como

sendo personagens. MUR fala: £Pula,Nema, vern pra ca com seu par Ha uma troca

Page 44: UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANA Marlstela Mlliler Moro ...tcconline.utp.br/wp-content/uploads/2013/06/AFETIVIDADE-NAS-INTERA... · llsta de figuras figura 1 - representagao do parque

42

continua de objetos entre 0 grupo. Um dos potes cai nas costas de MUR, sujando-o de

areia. CAR passa sua mao no colega, limpando-o, aquele naD esboga nenhuma

reac;:ao e a brincadeira continua.

o sujeito VIC S8 distancia dos demais, levando consigo alguns brinquedos: 1

balde, 2 colheres. CAR e THE permanecem durante toda essa sessao entretidos com

a mesma atividade da sessao anterior.

Essa sequencia foi marcada pelo distanciamento de urn dos sujeitos (VIC), como

demonstra 0 registro pieterieD a seguir.

Figura 9: Registro Pict6rico - cena de atividade livre no parque de areia

3' SEQUENCIA: "PROCURANDO NOVOS BRINQUEDOS"

A crianya CAM solicita verbal mente a professora respons;3vel pel a turma para if

aD banheiro, e e atendid8.

o sujeito CAR sai de foco e vai buscar brinquedos em outro espa~o. MUR e JOA

continuam a brincadeira e conversam com CAR, sugerindo quais os brinquedos que ele

Page 45: UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANA Marlstela Mlliler Moro ...tcconline.utp.br/wp-content/uploads/2013/06/AFETIVIDADE-NAS-INTERA... · llsta de figuras figura 1 - representagao do parque

deve lrazer: '0 balde vermelho com a peneira". Distante de JOA e MUR, THE

43

pergunta: "00 que vores est1§o brincando?" VIC esta entretido com seus brinquedos.

Essa seqOemcia fai marcada par urn intense movimento dos sujeitos .

•Figura 10: Registro Pict6rico - cena de atividade livre no parque de areia

4' SEQOENCIA: "FORMAN DO NOVOS PARES"

demonstra a figura n 0 11.

Essa seqOencia fai marcada par aliva movimentac;ao entre as pares, como

~ ~ ~~------------~~~~D~~.~~

Figura 11: Registro Pict6rico - cena de atividade livre no parque de areia

Page 46: UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANA Marlstela Mlliler Moro ...tcconline.utp.br/wp-content/uploads/2013/06/AFETIVIDADE-NAS-INTERA... · llsta de figuras figura 1 - representagao do parque

44

Ao retornarern ao parque, CAR e CAM formam uma dupla e brincam juntos,

utilizando as objetos trazidos par CAR: baldes e tartarugas. Proximo a eles encontra-se

VIC, que solicit a a CAR e CAM para juntar-se a brincadeira: ·Posso brinear com

voces?" CAM responde: ,;Pode, traga teus brinquedos". VIC aproxima-se com as seus

objetos. Os dialogos estabelecidos por eles referem-se a organiz8yao da brincadeira e

de aprendizagem.

o sujeito THE de see do "rada-roda" e aproxima-se de MUR e JOA, sentando-

se perto deles. Ha uma traea de objetos e MUR e JOA explieam a THE como transeorre

a brincadeira: ~THE, co/oca areia no balde e depois aqui no roda-roda, ai a gente roda

e faz chuva"

5' SEQUENCIA, "PROCURANDO NOVAS BRINCADEIRAS"

o registro pict6rico abaixo demonstra tada a movimentac;ao ocorrida durante

essa sequencia.

Figura 12: Registro Pict6rico - cena de atividade livre no parqlJe de areia

Page 47: UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANA Marlstela Mlliler Moro ...tcconline.utp.br/wp-content/uploads/2013/06/AFETIVIDADE-NAS-INTERA... · llsta de figuras figura 1 - representagao do parque

45

Os sujeilas VIC, CAR e CAM passam a canslruir um arranja espacial

denominado par eles como -buraco". VIC djstancia~se e inicia a constrw;,ao de Qutro

"buraco·. Os tres planejam uma brincadeira que necessitan3, segundo eles, de dais

'buracas'. CAR diz: 'Faz urn aqu; do lado". THE, MUR e JOA cantinuam a brincadeira

simb61ica de referir-se aos potinhos como sendo personagens de filmes. THE canta: •

Dori, continue a nadar, continue a nadar".

6' SEQOENCIA "CONQUISTANDO 0 ESPA~O"

Essa cena foi marcada par uma continuidade das atividades desenvolvidas

anteriormente pel os sujeitos, como demonstra 0 registro a seguir.

Fi,gufc1 13: Registro Pict6rico - cena de atividade livre no parque de areia

Page 48: UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANA Marlstela Mlliler Moro ...tcconline.utp.br/wp-content/uploads/2013/06/AFETIVIDADE-NAS-INTERA... · llsta de figuras figura 1 - representagao do parque

As crianc;as VIC, CAR e CAM dialogam sabre a organizac;ao da brincadeir~'

~Mais (undo VIC, pra caber a pate denfro" as Ires interagem entre si e com a

atividade desenvolvida,

o suje;lo JOA sa; de foeo e va; tamar agua em outro espa~o THE e MUR

dao continuidade a brincadeira; as falas entre os sujeito9 einda S8 referelll 80 fil1ll8

assistido anteriormente: "VOC~ viu 0 caranguejo que come peixe? " A alividade

prossegue com a interac;ao entre as dais; a simbologia continua entre a brillcedeira

e as personagens do filme.

Page 49: UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANA Marlstela Mlliler Moro ...tcconline.utp.br/wp-content/uploads/2013/06/AFETIVIDADE-NAS-INTERA... · llsta de figuras figura 1 - representagao do parque

47

4 RESULTADOS

Apresentamos a seguir as resultados obtidos nas duas sess6es

desenvolvidas com as crianc;as. 1\5 analises foram organizadas a partir de tr~s

categorias: rela~oes interpessoais, evidEmcias afetivas e organizat;ao da SitU8G80

de aprendizagem.

As analises efetuadas demonstram que as intera<;6es inlerpessoais

ocorridas durante quase todo 0 tempo das sess6es possulam urn cunha afetivo-

social. Islo fica claro nas diversas organiz8<;oesde brincadeiras (1", 2" e 3;'

seqGencias - 18 sesseo e 2" 4:'1 e sa sequemcias - 2" sesseo), nos entrosarnentos

dos pares (1:1, 2;), 31' e 401 seqOencias - 1ft sessao e 1", 28, 3", 4n e 5" seqCJencias-

28 sesseo ) , dialogos estruturados (1°,3",4",5'" e 6" seqO~ncias - 1:1 sesseo e 1:1,

2". 33, 401, 5ft e 6~ sequencias - 2° sessao ) e express6es facials (1:1 e 2:1 seqDencias

- 1" sessao e P seqOencia - 2;' sessao).

Percebemos tarnbem, que houve urna efellva troca enlre as pares.

rnostrando que os sujeitos sao parceiros preferenciais no colidiano escol~r, pnrp.m.

nao houve pares fixos durante as duas sess6es. Ern alguns momentos. pudernos

observar que delerminado sujeilo (VIC) desenvolveu allvidades individuslrnenle,

esla siluac;ao se reslringiu mais a primeira sessao de filmagem. Na segunda sessao.

percebemos que hOUV8 uma inlerac;ao mais concreta e efetiv8 corll 0 raslants do

grupo

Assim, fica evidenciado que nas interary6es infanlis estudadas hOllve lima

intrinseca relac;:ao entre a afetividade e a aprendizagern

Page 50: UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANA Marlstela Mlliler Moro ...tcconline.utp.br/wp-content/uploads/2013/06/AFETIVIDADE-NAS-INTERA... · llsta de figuras figura 1 - representagao do parque

Com a finalidade de esclarecer esla constata<;8o, podernos citRr al~lllnR~

alividades e cornportamento3 que evidenciararn esle aspeclo. Ern algumas sess6e~.

o suj~ito .JOA chama s~us colegas para brincarem junto~' wGenle. VRIfl 'nineR! Rqfli,

fern sombra", e como foi atendido, demonstrou expressao fisionomica de felicidade

Dai par diante, esses sujeitos passaram a construir arranjos espaciais mai~

complexos, demonstrando uma media<;ao mutua, que aponta para a aprendizagem.

Houve siluac;6es em que delerminados sujeilos solicitarsm a sells pf'1les

participa<;ao no que estavarn fazendo. Para exemplificar, retornaremos alguns dados

da 3' sequencia (1" sessao), na qual a crian~a CAR beijou a face de outro coleg8

(MUR), como forma de agradecimenlo pelo favor atendido

Registramos tambem momentos de conflito (3" seqUencia - 1" sessao) enlre

os sujeitos CAR e THE, que disputavam 0 mesmo brinquedo. Estes, no entanto, 56

cornprovaram a busca pel a conquista de espac;o. Diverses seqll~ncias

demonstraram os pares solicitando emprestirnos de objetos ( 2& e 4" sequencias . 1t'I

sessao e 3t1 sequencia • 2t1 sessao). bern como crian<;as pedindo aos outros par(=!

que pudessem brincar juntas (411 sequencia - 211 sesseo).

Todos esses comportamentos demonstraram que houve constante~

momentos de interac;eo e tracas afetivas entre os pares.

A respeito da categoria "organizac;ao da silua<;ao de aprendizagelll··.

descreveremos uma sjtua9~0 simb61ica que parliu de urn elernento real, que havia

sido urn filme (Procurando Nemo - Disney) assistido anleriormenle. Os slljeito~

envolvidos nessa 89aO manipulavam potinhos como se fossem os personagens do

filme, criando cenarios e dialogos estruturados.

Page 51: UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANA Marlstela Mlliler Moro ...tcconline.utp.br/wp-content/uploads/2013/06/AFETIVIDADE-NAS-INTERA... · llsta de figuras figura 1 - representagao do parque

49

Nessas ac;.6es, as crianc;as fcram capazes de criar e participar de emedos

planejados, desenvolver a linguagern oral, participando de LImB brillcAtieirA de rAZ'

de-conta.

Qulras situac;6es observadas apontaram tambem para urn aprendizado dos

sujeitos. Ourante as interayoes estabelecidas par eles, houve L1llla serie de

situac;:6es, como, par exemplo: as falas de estruturar;ao da brincadeira, que

auxiliaram na constru9~o da linguagem oral, bern como no ata de planejar e explicar

80 Qutro determinada tarefa, e as conslruc;6es espaciais, elaboradas durante as

sessoes, que demonslraram a n09~o espaclal que possulam e a capacldade de

planejar atividades.

Enfim, podemos assirn constatar que as relar;oes estabelecidas pelss

crianc;:as n~o S8 restringem somente a interac;oes afelivas, mas proporcionam

situac;6es de mutua construc;ao de aprendizagem. A partir da afelividade. a crianrya

aprende e se desenvolve. Enrim, aprendizado e afetividade carninharn juntos.

Page 52: UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANA Marlstela Mlliler Moro ...tcconline.utp.br/wp-content/uploads/2013/06/AFETIVIDADE-NAS-INTERA... · llsta de figuras figura 1 - representagao do parque

50

5 CONCLUSAO

Em busea de respostas, elaboradas, a partir de qlleslional1lenlo~

estabelecidos no inicio deste trabalho, trayamos urn caminho a ser percorrido

Primeiro, a realizayao de pesquisas bibliograficas, na qual buscamos continuarnenle

autores e leorias que nos auxiliassem nesta estudo. Depois, esboc;amos as

procedimentos metodol6gicos, para dai partirmos a campo para coletar as dados

e proceder 0 confronto entre teoria e pratica.

Esle estudo, veio fundamentar lodas as nossas expeciativ8S frente a esse

tema. Acreditamos que as intera<;6es ocorridas entre as criany8s, oportunizam

momentos riquissimos de aprendizado, e a partir de sse estudo, puderno~

constantar que nossas expectativas eram coerentes, corn toda a am~~lise realizada

neste lrabalho.

Ao olharmos essa trajetoria, sentimos 0 quanta roi qn:llifir-,:mtf' P

eselarecedora, pois percebemos que numa simples e descOInprornissada

brineadeira as eriam;as eriam, inventarn, imitarn e aprendem.

Aereditamos que os resultados aqui encontrados podem servir como urna

reflexao do lema, pais apontam para a relev~ncia des intera90es e91E.1belecidn~

entre as crianc;as na Educac;ao Infantil, bern como aquetas estabelecidas entre

professor e aluno. Conslata-se que somenle ao interagirmos com as oulros e que

podemos eompreender e transformsr 0 munde em que vivernos.

Vale ressaUar que esle trabalhe e 56 0 inlcio de urna tonga carninhada a

ser percorrida em estudos posteriores, pois e precise acreditar nas relayoes s6cio-

afetivas, como sendo uma importante base para a des8rwolvimento humano.

Page 53: UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANA Marlstela Mlliler Moro ...tcconline.utp.br/wp-content/uploads/2013/06/AFETIVIDADE-NAS-INTERA... · llsta de figuras figura 1 - representagao do parque

REFERENCIAS

ALVES, Rubem Agenda Carpe Diem, 2001.

ARIES. r. 1\ hisl6ria social da criall98 e da familia. 2. ed. Rio de Janeiro

Guanallara.1986.

ASSIS, Orty Zucatto Montovani de. 0 Jogo simb61ieD na teorifl de PiFigel Pnj·

Posi,oes, Sao Paulo, v. 5, n.1 [13[, p.99-109, mar.1994.

BRASIL Conselho Nacional de Educac;ao. Eslabelece as Diretrizes Curriculare.

Nacionais para a Educa<;ao Infanti!. Resoluc;1\o CNE/CEB '111999. Regina Alel",tar a

de Assls Oi81io Olicial da Uni~o , Brasilia, p. 12, 13 abr.1999

__ .Estatuto da crian,a e do ado/escente. Brasilia. 1991.

Referencial Curricular Nacional para a EduC8r;80 Inranlil: dOCUII18nto

introdul6rio. Brasilia' MEC/SEF, 1998.

__ RepLJblica Federativa ConstifuicAo Federal. BrasiliR, 19SA

BETTELHEIM, Bruno., ZELAN, K Psical1alise da alfaIJetiza,ao Llill eshrrln

psicanalilico do ala de ler e aprender. Porto Alegre: Aries Medicas, "1979.

Page 54: UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANA Marlstela Mlliler Moro ...tcconline.utp.br/wp-content/uploads/2013/06/AFETIVIDADE-NAS-INTERA... · llsta de figuras figura 1 - representagao do parque

COLL, Cesar; PALACIOS, Jesus, MARCH~SI, Alv~ro A rf!rrf!spnIR,iin 1l1llhiA

professor/aluno e suas repercussoes saure 0 ensino e a aprendizngelll 111 _

Desenvolvimento psicol6gico e edllcacl1o' pSicologia da edllcA<;:~O Porto I\leqrp

Artmed, 1996, p. 265-280.

CUNHA. Antonio Geralda da. Oicionario efimof6gico Nova Frollteira da Linglla

Portuguesa. 2. eu Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1997

CURITtBA. Prefeitura Municipal de Curitiba. Secretaria Municipal da Crian,a

Departamento de atendimento Infantil. Orientac;Oes Pedag6gico~l\dm;nisfrativA!'

sabre a e5trutura e 0 fUllcionamento das unidades de Ed(lcat;~o (nranti! Curitiba.

1998

ERICKSON, Erik in: ATKINSON, Rita I ef 81. Inlrodllc;tlo a psicologia. 1'1. ed. Porto

Alegre: Artes Medicas, 1995.

GILL Y, M 0 papel da eseD!a ria COllstrUf;:ao das represenla~6es, itT COLL. Ce~nr.

PALACIOS, Jesus; MARCHESI, Alvaro. Desenvolvimenlo psicol6gico e edllcac;tlo.

psicologia dB educac;ao. Porto Alegre: Artmed, 1996, p.265-2BO.

LIMA, Jocilene Gordiano. A explorac;tlo de objelos em siluac;llo de inlerac;llo social

de crianc;ade creclle publica. 2000. 124 p. Disserla,ae de Mestrade em Educa,iio -

Setor de Educacyao, Universidade Federal do Parana, Curitiba.

Page 55: UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANA Marlstela Mlliler Moro ...tcconline.utp.br/wp-content/uploads/2013/06/AFETIVIDADE-NAS-INTERA... · llsta de figuras figura 1 - representagao do parque

MACHADO, Maria Lucia de A EducFl~aa infantil e s6cin-inlerflci('lni~rn('l In

OLIVEIRA, Zilma de Moraes Ramos de., (org). Edllca9~o ;"fanfil. Illuitos olhales 4

ed. Sao Paulo: Corlez, 2000 p 25-50.

NISKIER, Arnaldo LOB: a nova lei dB educBcifo (lido sabre 8 lei de diretfizes e

bases da educa9~onaciona/ uma vis~o crltic8. Rio de Janeiro: Consultor, 1996

OLIVEIRA, Zilma Moraes Ramos de. et a/. Creclles: crian~as, faz de conta & cia

8. ed. Petropolis Vozes, 2000

___ . Intera<;oes infantis ern creche e a construc;flO de representacoes sociais

do genera In: PEDROSA, Maria Isabel.; (org). Invesligar;ao da crianr;a em interar;iio

social. Coleltmea da ANPEPP (1996: Teresopolis). Recife: Universitaria da UFPE.

v 1, n.4, p. 69-82, 1996.

ORMOS, SL, el al. Amostragem de tempo no estudo da organizar;ao social de

crian<;8 em creches. Psicofogia: learia e pratica Brasilia, v.9, n.1, p.176-191. '1993

PARANA Canselha Estadual de Educa98a Eslabelece as Ilarrnas para Educac;l\o

Infantll no Sistema Estadual de Ensino do Parana. Deliberar;ao nO 003/99

Clemencia Maria Ferreira, Marilia Pinheiro Machado de Souza e Naura Nanci Muniz

Santos.Diilrio Olicial do Estado do Parana, Parana, p.10, 03 mar.1999

PIAGET,Jean. Formar;iio do simbolo na crian,a. Rio de Janeiro. Zallar. 1978

Page 56: UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANA Marlstela Mlliler Moro ...tcconline.utp.br/wp-content/uploads/2013/06/AFETIVIDADE-NAS-INTERA... · llsta de figuras figura 1 - representagao do parque

PROCURANDO NEMO. Walt Disney Pictures [ S.t [. Pixm Anill1otion StudiQ'.

2002. 100 min.

UNtVERSIDADE TUIUTI DO PARANA Normas fecnicas: elaborac;ao e

apresenlac;ao rJe trabalho academico-cientlfico. CuritibR UTP, 2003

VASCONCELLOS, Vera Maria Ramos de. Wallon e 0 papel da ill1itac;ao na

emergencia de significado no desenvolvimento infantil. In: PEDROSA. Maria

Isabel.;(org). Investigac;ilo da crian,a em interaC;ilo social. Colefilnea da ANPEPP

(1996: Teresopolis) Recife: Universitaria da UFPE, v.1, n.4, p. 33 - 47,1996.

VYGOTSKY, Lev Semenovich Pensamento e linguagem. 3. ed. Sao Paulo' M8rlin~

Fontes,1984

WADSWORTH, Barry I. Inleligencia e afefividade da crian,a l1a feolia de Piagef /

Barry J. Wadsworth: TradU/;:iio de Esmerica RovaL 5.ed. Silo Paulo: Pioneira. 1997

WALLON, HenrI. Origens do pensamenfo da crial1,a. Sao Paulo: Manoele, 19a9.

Page 57: UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANA Marlstela Mlliler Moro ...tcconline.utp.br/wp-content/uploads/2013/06/AFETIVIDADE-NAS-INTERA... · llsta de figuras figura 1 - representagao do parque

55

ANEXOS

Page 58: UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANA Marlstela Mlliler Moro ...tcconline.utp.br/wp-content/uploads/2013/06/AFETIVIDADE-NAS-INTERA... · llsta de figuras figura 1 - representagao do parque

ANEXO 1. MODELO DO TERMO DE AUTORIZII<;Ao PIIRII II PARTICIPIIGAO E

FILMAGEM DA CRIANGA

PRE - ESCOLA VAMOS COLORIR

CURITIBA - PARANA

TERMO DE AUTORIZACAo

Eu, ,R.G _

CPF responsavel pelo (a) rnenor

malriculado (a) nesla

Institui<;iio,aulorizo a sua participa9ao na alividade de pesquisa, cujo lema "

~Afetividade nas intera~6es infantis, uma analise da contribuiC;80 no processo de

aprendizagem~, realizada pet a aluna Marislela Muller Mora, estudante do cllr~o de

Pedagogia da Universidade luiu!; do Parana. AutorizQ tambem a filrnagem da

aliyidade e a usa da mesma para finalidade de esludo

Curiliba,__ de de 2004.

Assinalura do responsBvel

Page 59: UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANA Marlstela Mlliler Moro ...tcconline.utp.br/wp-content/uploads/2013/06/AFETIVIDADE-NAS-INTERA... · llsta de figuras figura 1 - representagao do parque

57

ANEXO 2 MOOELO OA AVALIACAO OESCRITIVA.

UNIVERSIOAOE TUIUTI DO PARANA

ESCOLA _

ENOERECO: N" _

PROFESSORII REGENTE: _

SERIE: HORARIO: .

TEMATICA: "Afetividade nas intera<;5es infantis: urna analise da contribuh;ao 110

processo de aprendizagem".

ALUNA PESQUISAOORA Marislela Muller Mora

AVALlA<;Ao OESCRITIVA

ALUNO IOAOE _