universidade tuiuti do parana lilia benvenuti de...

60
UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANA Lilia Benvenuti de Menezes BENEFiclOS PSICOFISIOL6GICOS DA CAPOEIRA Curitiba 2005 05

Upload: truongtuyen

Post on 09-Feb-2019

214 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANA

Lilia Benvenuti de Menezes

BENEFiclOS PSICOFISIOL6GICOS DA CAPOEIRA

Curitiba200505

Lilia Benvenuti de Menezes

BENEFic lOS PSICOFISIOLOGICOS DA CAPOEIRA

Trabalho de Conclusiio de Cursoapresentado como requisito parcial para aconclusao do curso de Educayao Fisicada Faculdade de CiEmciasBiol6gicas - daUNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANA

Prufessor'orientador: Doutor Arno Krug

Curitiba2005

UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANAFACULDADE DE CIENCIAS BIOLCGICAS E DA SAUDE

CURSO DE EDUCAc;:Ao FislCA

A COMiSsAo EXAMINADORA ABAIXO ASSINADA, APROVA 0TRABALHO DE CONCLUSAo DE CURSO:

BENEFiclOS PSICOFISIOLCGICOS DA CAPOEIRA

Elaborado por:

LILIA BENVENUTI DE MENEZES

Para anaiise e aproval"'io da oblenl"'io do grau de iicenciamMlo em Educa~oFfsica, aprofundamento em Treinamento DesportivQ pela banca examinadora:

J \ ~Professor DouJr Ame Krug - Orientador de TCC

CuritibaMaio de 2005

AGRADECIMENTOS

A.graderyo em primeiro lugar a Deus que me deu 0 dam da vida.

Ao meu marido, Antonio Carlos de Menezes, Mestre Burgues, pelo apoio e incentivoem mais essa etapa de minha vida.

A minha filha, Rayanna Benvenuti de Menezes, pela compreensao por tantasausencias.

A minha mae, Concei,ao Salusti Benvenuti, por me ajudar a compreender aimportlincia da vida.

Ao Prolessor Arno Krug pela dedica,ao e orienta9iio preciosas para edesenvolvimento deste trabalho.

Aos prolessores do cursode Educa9iio Fisica da Universidade Tuiuti par todoconhecimento adquirido ao longo do curso:

SUMARIO1 INTRODU~AO ....

1.1JUSTIFICATIVA .

2.1.2 A Capoeira no Parana ...

2.1.3 A Capoeira como Esporte ..

2.1.4 Dimens6es de Treinamento ..

07

07

08

08

08

08

10

10

10

13

15

15

1.2PROBLEMA .

13 OBJETIVOS .

1.3.1 ObjetivoGeral ..

1.3.2 Objetivos Especificos

2. REVISAO DA L1TERATURA..

2.1A CAPOEIRA ..

2.1.1 Hist6rico.

2.20 DESENVOLVIMENTO PSICOMOTOR E A CAPOEIRA . 17

2.2.1 EsquemaCorporal.. 17

2.2.2 MotricidadeAmpla .. . 19

2.2.3 MotricidadeFina.. 19

2.3 AS QUALIDADES FislCAS DESENVOLVIDAS PELA CAPOEIRA . 21

2.3.1 Flexibilidade .... 21

2.3.2 Forc;;a.. 23

2.3.3 Resistlmcia ... 24

2.3.4Velocidade.. 25

2.3.5 Equilibrio .. 26

2.3.6 Agilidade ..

2.3.7 Coordenayao ..

2.4 OS EFEITOS FISIOLOGICOS ..

2.4.1 Efeitos Cardiovasculares ..

2.4.2 Efeitos pulmonares ..

2.4.3 Efeitos Musculares ..

2.5 A CAPOEIRA E 0 DESENVOLVIMENTO PSICOL6GICOS.

2.5.1 Psicofisiologia da Capoeira ..

2.5.20 Estresse ..

2.5.3 Os Efeitos Psicol6gicos da Capoeira .. ,..

3 METODOLOGIA ,

3.1 TIPO DE PESQUISA" '

3.2 POPULACAO E AMOSTRA ..

3.2,1 Populayao "

3,2.2 Amoslra "

3.3 INSTRUMENTO "

3.4 COLETA DE DADOS "

3,5 TRATAMENTO DOS DADOS"

3.6 LlMITACOES DA PESQUISA"

4 APRESENTAr,;AO E DISCUSSAO DOS RESULTADOS.

4.1 PERFIL DOS ENTREVISTADOS"

4.2 PERFIL SOCIO CULTURAL DOS ENTREVISTADOS .

4,3 pRATICA DO ESPORTE E SUA MOTIVA<;;AO"

27

28

30

30

31

31

32

33

35

37

41

41

41

41

41

42

42

42

43

44

44

47

48

5 CONCLUSAO .. 52

REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS . 54

APENDICE 1 - QUESTIONARIO APLICADO .. 56

APENDICE 2 - VALlDAi;:AO DE INSTRUMENTOS DE PESQUISA.. 58

RESUMO

BENEFiclOS PSICOFISIOL6GICOS DA CAPOEIRA

Autor: Lilia Benvenuti de MenezesOrientador: Arno Krug

Curso de Educa~ao FisicaUniversidade Tuiu!i do Parana

o objetivo do trabalho foi abordar os beneficios psicofisiol6gicos da pratica dacapoeira. A pesquisa foi descritiva, utillzando para isso um questionario com 12perguntas, validado por 2 especialistas. A amostra foi de 63 pessoas praticantes decapoeira de uma academia localizada em Curitiba, de onde se pode coneluir que apratica da eapoeira e procurada per uma associaryao de fatores ffsicos epsicol6gicos. Para a analise utilizou-se medias e porcentagem, sendo os principaisresultados os seguinles: a maiaria, 41,02% dos praticantes de capoeira encontramfaixa etaria de 26 a 30 anos; 79,49% dos pesquisados sao do sexo masculino; 0nivel de instru.,ao dos mesmos e na maioria de 3° grau completo (46,15%) eincompleto (26,2%); maioria dos pesquisados (74,36%) pratica a capoeira a mais de3 anos; a maiaria dos pesquisados (42,66%) procuraram a pnitica da capoeira pelocondicionamento fisico e mental que 0 esporte proporciona; a maioria dosentrevistados (96,43%) acredita que a pratica da capoeira nao e s6 uma maneira dedesenvolver e manter 0 ffsico como tambem uma forma de aprimorar a psicol6gico ecombater os efeitos do estresse e das !ens6es diarias atraves dos beneficiospsicol6gicos que a pratica desenvolve, sendo que a maioria dos pesquisados(35,71%) acredita que 0 desenvolvimento afetivo/social e 0 efeito mais importanteque se pode esperar dessa pratica; 0 desenvolvimento psicomotor e valorizado pelosentrevistados dando ~nfase na agilidade (46,43%) em primeiro lugar, coordena.,aomotora (42,86%) em segundo lugar e na fiexibilidade (39,29%) em tereeiro lugarcomo pontos importantes para justificar a op.,ao pela capoeira.

Palavras chaves: capoeira, beneficios psicofisiol6gicos, fiexibilidade, for~,rasistancia, velocidada, equilibrio, agilidade, cocrdena~o.

1 INTRODUQAO

BENEFiclOS PSICOFISIOLOGICOS DA CAPOEIRA

1.1 JUSTIFICATIVA

A capoeira oj uma das formas de atividade fisica praticada no Brasil.

Capoeira oj uma heran"" deixada pelos negros vindos de Angola como escravos. A

pratica S8 dava par escravos fugitivQs, sendo ensinado aos negros ainda cativQS par

recapturados voltando aos engenhos, surgiu como luta disfar""da em dan"".

Simbolo de identidade, solidariedade e resistEmcia,a capoeira nao deixou de ser

perseguidadepais do fim da escravidao.

A capoeira faz parte do foldore, da cultura, mas principalmente, da historia

do Brasil. Aprender a capoeira e aprender todo contexto historico, seja ele social,

econ6mico, politico ou cultural, que envolveu a historia do negro no pais, desde a

sua vinda como escravo ate a sua influ~ncia na cultura enos habitos brasileiros.

Os exercfcios desenvolvidos na pratica da capoeira, tornam-na uma das

atividades mais completas que existem ja que desenvolve de urna forma ludica e

descontra{da a flexibilidade, melhora a resistencia pulmonar e 0 condicionamento

fisico, aprimora a coordenat;iio motora, desenvolve a musicalidade entre outros

beneficias.

Sua filosofi!! e conlribuir para a formayao de valores humanos e elicos,

baseados no respeilo, na socializayao e na liberdade, alraves de trabalhos que

valorizam a cultura brasileira. Tudo isso buscando fortalecer e engrandecer 0

capoeirista no seu carater, dignidade e va!orizayao pessoaL

A capoeira parece ser uma alividade holislica, assim prelende-se invesligar

ja que exislem poucas referendas sobre os beneficios psicofisiol6gicos da capoeira.

1.2 PROBLEMA

Quais sao os beneficios da pratica da capoeira sob a percepyao do

pralicanle?

1.30BJETIVOS

1.3.1 Objetivo Geral

Verificar os beneficios psicofisiol6gicosque traz a capoeira para seus

pralicanles, segundo a percepyao dos mesmos.

1.3.2 Objetivos Especificos

Tra<;ar0 perfil do pralicanle da capoeira;

Quais sao os motivos que levam os mesmos a pralica da capoeira;

Verificar qu~1 0 efeito psicol6gico da pratica da capoeira para seus

praticantes;

Verificar qual 0 efeito fisiol6gico desse esporte para os capoeiristas.

2. REVISAo DA LlTERATURA

2.1 ACAPOEIRA

2.1.1 Hist6rico

A Capoeira surgiu com a eseravidao no Brasil, sendo a principio luta de

liberta9ilo dos eseravos que fugiam das fazendas, e como n§o dispunham de armas

faziam seu proprio corpo de arma de luts. Sua pratica accntecia nos cativeiros

quando os escravos dan\Aivam em formas de rodas e com isso camuflavam a

pratica da luta, por isso ficava tao dificil para os capitaes do mato e seus senhores

impedirem a sua manifestayao. A Capoeira sempre esteve ns marginalidade e

chegou a ser proibida pelo COdigo Penal da Republica do Brasil, entretanlo tais

medidas nao foram suficientes para extemnina-Ia, pois sua pratica persistia em

guetos escondidos (VIEIRA, 1995).

as escravos misturavam no jogo de capoeira instrumentos musicais, dan<;a

e luta, tudo ao mesmo tempo. Ouando os negros fugiam, iam para as matas de onde

se originou 0 nome Capoeira, que em tupi·guarani significa mato ralo. Os negros

fundaram varias republicas democrilticas. A mais famosa se chamou Ouilombo de

Palmares, localizada na serra da Barriga, no estado do Alagoas.

Em Pernambuco, Rio de Janeiro e Salvador, apes a Iiberta9ilo dos escravos,

alguns capoeiristas tornaram-se capangas dos senhores e de politicos. Eram muito

temidos pois viviam em uma epoca que a policia mal era armada. Em 1930 Mestre

11

Bimba, exirnio lutador de capoeira fez uma apresenta9iio para 0 ent~o

Presidente da Republica Getulio Vargas, que ravagou a Capoeira da criminalidade e

a sua p",tica passou a ser permitida (CAMPOS, 2001).

Mestre Bimba foi 0 primeiro a introduzir a Capoeira nas escolas,

primeiramente na Faculdade de Medicina e Direito de Salvador/BA e ate mesmo no

exercito, aprimorando a sua conhecida Capoeira com as movimentos do Batuqu8.

uma luta de quedas da qual seu pai era campeao, e criou a Luta Regional Baiana,

que acreditava ele, nao sairie de regiao de Salvador, e sabe-se e a hoje denominada

Capoeira Regional, que vem sendo resgatada pela Escola de Capoeira Filhos de

Bimba (1899 - 1974) (CAMPOS, 2001).

Foi desde entaD que, a partir de Mestre Bimba, a Capoeira passou a reeeber

a denomina9iio de Capoeira Regional, para os discipulos de Bimba e Capoeira

Angola, para os demais capoeiristas.

Campos (2001, p. 31) afirma que "existem controversias sobre a origem da

Capoeira, e varias sao as hip6teses, porem dUBS fortes correntes sa confrontam-, a

primeira acredita que a mesma foi trazida 80 Brasil pelos escravos e a segunda

delende que a capoeira teria sido inventada pelos eseravos jll no Brasil. De qualquer

maneira, vale lembrar que a origem de Capoeira e Afro-brasileira.

A capoeira e para as brasileiros, a mais antiga forma de expressao corporal

de uma cultura nascida aqui, com mai. de tres seculos de vivencia, tendo resistido a

toda especie de repressao (CAMPOS, 1990).

o jogo de capoeira e jogo, dan,,", arte e poesia. Os capoeiristas dialagam

atraves do som do berimbau. 0 jogo vira luta, a luta vira danya. eu brincadeira de

crian<;a,mas Beima de tudo a capoeira e urns filosofia de vida, uma forma de encarar

a vida, uma forma de encarar 0 mundo, um enigma a ser decilrado ou carregado

12

pelo capoeirista para a eternidade. Sua historia confunde-se com a propria historia

do povo brasileiro. A capoeira surge com a manifestayao de liberdade de urn povo.

Nos dias atuais a capoeira ganhou mais espa", e ",speito. Muitas silo as academias

existentes no pais e a preocupayao com a preservayao de sua integridade historica

e constante (SANTOS, 1990).

Nas academias de capoeira sao ensinados as canticos, as musicas e letras

e a dominic de, pelo menos, urn dos instrumentos da capoeira. Existe urn movimento

social, do qual participam pedagogos, psic6logos e professores, para que se

desenvolva urn trabalho com 0 intuito de mostrar as autoridades que 0 ensino da

capoeira e uma pratica adequada para os estudantes brasileiros. Este movlmento

visa a adQ980 ds capoeira nas salas de aulas de eduCByao fisica, nas escolas

brasileiras e muitas escolas ja adotaram essa pratica. Esses estudiosos defendem

como argumento, 0 fato de que a capoeira proporciona em termos de equilibrio e

concentrayao, aumento dos reflexos e de toda a coordenayao motora (FALCAO,

1996).

A Capoeira e brincadeira, e urn jeito de lutar jogando, rindo, dissimulando.

Tern evoluido nos ultimos cinquenta anos, saiu da marginalidade e passou a ser

praticada em escolas, academias, clubes e sua presen9'l, obrigatoria em

espetaculos diversos.

Tratando-se de uma cultura popular, a transmissao de conhecimentos de

gerayao em gerayao vern ocorrendo de forma verbal e atraves da propria realizayao

da arte. Sua expressao popular faz parte do vasto e rico legado da cultura brasileira

e contem elementos de educayao, arte, luta, esporte, terapia, assim como dan9'l.

lazer, folelore, historia, ginastica, etc. (VIEIRA, 1995).

13

Os elementos artisticos relacionados a arte na Capoeira se fazem presentes

atraves da musica, do ritmo, do canto, da expressao corporal, da criatividade de

movimentos e da presenya cemica. as elementos de luta representam sua origem e

sobrevivencia atraves dos tempos na sua forma mais natural, como urn instrumento

de defesa pessoal genuinamente brasileiro, e uma estrategia de resistencia ao

aniquilamento de uma cultura. Os elementos caracteristicos de sua modalidade

esportiva, se identificam culturalmente com seus praticantes, despertando 0

interesse da comunidade em gara!. 0 jogo de capoeira, como forma de lazar e

recrea\'iio, e representada por eventos conhecidos como "rodas de capoeira". Ficam

evidentes entaD, as seus .efeit05 terapeuticos em termos educacionais, ocupacionais

e de reabilita\'iio (VIEIRA, 1995).

Contudo, a historia da capoeira e bastante conturbado, pois mesmo com 0

fim do regime escravocrata, nao houve a aceita\'iio imediata da comunidade negra

na vida social. Ao contra rio, varias aspectos da cultura afro-brasileira sofreram

violenta repressao, como a capoeira. a casa da capoeira e 0 mais evidente: essa

forma de rebeldia, que ja havia sido utilizada como arma na luta de inumeras fugas

durante a escravidao, tornou~se urn sfmbolo de resistimcia do negro a dominar;ao

(SILVA,1995).

2.1.2 A Capoeira no Parana

A historia da capoeira no Parana teve seu inicio no come<;oda decada de 70

com a chegada do primeiro mestre ao estado. Esse mestre que chegou a cidade de

Curitiba, era mestre Euripedes, onde permaneceu p~r um ano e meio. Neste

periodo, um dos seus alunos mais velhos chamado Buanga mostrou-se muito

14

interessado e que~ndo participar mais ativamente da capoeira, assim sendo foi a

Salvador e trouxe consigo a Sr. Antonio Rodrigues dos Santos, mais conhecido

como mestre Sergipe, em 1973. A partir desse ana, este ultimo inicia um trabalho de

capeeira angola (MENEZES, 2005).

Apos a chegada de Sr Antonio Rodrigues dos Santos, outros mestres de

capeeira passaram pelo estado do Parana, tais como Monsueto, Bilisco, entre

outros, que realizaram trabalhos de capoeira regional, mas nao tendo se adaptado

80 frio, foram embora.

Em 1975 chega a Curitiba a Sr. Antonio Carlos de Menezes, conhecido

como mestre Burgues, com ume metodologia de ensina e ume nova filosofia de

trabalho voltada para organizayiio de grupe, que se estala na cidade de Curitiba e

abre mais nucteo do Grupe Muzenza de capoeira, grupo este que se encontra entre

as dais maiores do mundo na atualidade, com sede em Curitiba (MENEZES, 2005).

o Grupo Muzenza e Mestre Burgues vieram assim organizar a capoeira no

estado e no sui do Brasil, fundando a Federayiio Paranaense de Capoeira - FPC a

terceira do pais. Mestre Burgues tambem, foi um dos fundadores da Confedera~o

Brasileira de Capoeira - CBC sendo a primeiro diretor tecnico de capeeira de CBC e

a a presidente da Superliga Brasileira de Capoeira - SBC, alam de ter editado dais

Iivros sabre a capeeira, 19 cds, 2 dvds e 9 videos. Hoje mestre Burgues e realizador

de grandes eventos no Brasil e na Europa, divulgando a capoeira no mundo

(MENEZES, 2005).

A partir de 1990 chegaram a Curitiba varios grupes de capeeira de outros

estados, passando a fixar nucleos no Parana. Hoje, mais de 90% dos professores,

instrutores e mestres do estado sao oriundos desses dais grandes mestres de

capoeira que foram as pioneiros.

15

2.1.3 A Capoeira como Esporte

No processo de seu cresci menta e expans~o, a Capoeira vem revelanda

SUBS vocat;6es, seus valares e aptidoes: e hoje ensinada como urna atividade de

educat;8o fisica nas fo~s armadas e nas escolas; foi para as universidades e para

as escolas de 2° grau; vem sendo empregada com exito natavel na inseryaa social

de deficientes ffsicos e mentais, e de menores carentes, abandonados e

marginalizados; sua ginastica, em franco e ininterrupto desenvolvimento, passa a

constituir um instrumenta de cultura fisica, mental e espiritual de grande poder, sua

filosofia participa com alguns valares fundamentais na forma980 do carater de

incontaveis praticantes; enfim, sua pratica proporciona muita saude, prazer e

autoconfian9fl (CAMPOS, 2001).

Conta-se com excelentes mestres, espalhadas por tada a Brasil, e tamoom

no exterior; muitos deles trazem na bagagem invejaveis curriculos, repletos de

importantes beneficios prestados a comunidade.

A capoeira e uma luta habilmente dissimulada em dan9fl, um joga no qual as

participantes exibem toda a sua capacidade de controle fisico e mental, sem mesma

se tocarem um instante sequer, ande para tado ataque ha uma defesa, que sempre

traz oculta um contra-ataque (CAMPOS, 2001).

2.1.4 Dimensoes de Treinamento

A Capoeira e um patrimOnio cultural brasileira com especificidade impar pela

sua complexibilidade e pela sua abrangencia. "A capoeira disp6e de muitas

16

atrativos. Prende, .monopoliza, empolga, arrebata, seduz" (MOURA, 1980, p.26

citado por ZULU, 1995).

A Capoeira e constitufda de aite dimens5es basicas, que fazem perceber

como ela a importante:

• Antropologia: enfoca as cerimonias, os rituais de origem Africana, elementos

culturais formadores da Capoeira;

• Sociol6gica: enfoca as questoes pollticas, econ6micas e sociais das formas

hist6ricas;

• Filos6fica: desvenda as func;6es simbOlicas estabelecidas nas diversas formas

historicas;

• Educativa: funyao de contribuir na educayao critica a e criativa;

• Pedag6gica: comp6e metodos e processos adotados para educar e instruir;

• Preparativa: apnoveitamento e 0 desenvolvimento raGionais e praticos da

forma fisica;

• Estatica: exprime a materializa\'lio gestual do sentimento e da aprecia<;.'iodo

belo, expressa palo 8stilo do capoeirista e podem sar: sensariais,

equalizacionais e posturais;

Ludica: exterioriza<;.'io coletiva e prazerosa da totalidade do manifesto

capoeira, e passui tres princfpios: transcendencias, correlacionais, implusivas.

Assim atravas destas dimens6es, 0 jogador de Capoeira esta apta a

desenvolver tedas as suas habilidades fisicas, como for,,", coordena<;.'io,resistencia

e velocidade. Assim como suas habilidades fisicas que podem ser melhoradas com

a pratica da capoeira, assim como seu lado afetivo, cognitivo e motor, assim como

conjunto da obra a Capoeira a um esporte completo, capaz de mudar e movimentar

o seu corpo para atingir um alto grau de satisfa<;.'iopassoa!.

2.20 DESENVOLVIMENTO PSICOMOTOR E A CAPOEIRA

A capoeira Ei urn esporte em que 0 ritmo do jogo Ei ditado pelo toque dos

instrumentos, e quando ha urna mudanya no ritmo do jogo he. tambem uma varia~o

da resistencia (anaer6bica nos jogos com ritmos mais acelerados, ex.: Sao Bento

Grande; e aer6bica em ritmos mais lentos, ex.: Angola). Por isso os aUetas devem

ter urn treinamento diferenciado de acordo com 0 tipo de jogo.

Na capoeira, seja ela jogada em ritmo tento au acelerado, e imprescindlvel

que haja urn trabalho serio no fortalecimento do abdomen, pois a capoeira e urn

esporte que exerce uma resistencia muito grande sabre a cotuna vertebral, em

especial a coluna lombar, devido a posiyao do aUeta na ginga e a meciinica da

maioria dos golpes, esquivas e negativBs, e e com 0 fortalecimenlo do abdomen que

o instrutor impede que 0 aUetadesenvolva a lordose.

Para Souza (1989, p. sip) "sendo a capoeira urn jogo tambem pSicomotor,

ela tern sua expressao fundamentada na flexibilidade, equilibrio, ritmo pr6prio,

musica, coordena~o, reflexo, agilidade e muitas Qutras habilidades psicofisicas~.

Desta forma, a capoeira como educayao psicomotora possui caracteristicas

fundamentais aliadas ao fator movimento, que e urn dos fatores principais que

estabelecem uma relayao intima do desenvolvimento geral do praticante com esses

elementos pSicomotores.

2.2.1 Esquema Corporal

o esquema corporal pode ser considerado como representayao da pessoa

do conhecimento que a mesma passui do seu proprio corpo em qualquer posic;ao.

18

Ele tem rela\'iia COm uma multiplicidade de sensa<;6esvisceroceptivas (relacianadas

as visceras), proprioceptivas (relacionadas aos musculos) e exterioceptivas

(relacianadas as impressoes de frio, calor, dar e prazer recebidas pela pele)

(SANTOS, 1990).

o esquema corporal esta fartemente relacianada com a pratiea da eapoeira,

favarecenda as pessaas que a pratieam um ponto de partida para diversas

possibilidadesde atua\'iia, implieandano desenvalvimenta do equilibria, lateralidade,

daminia das inibi<;6es,controle da respira\'iia, entre autras (SANTOS, 1990).

Para Silva e Brito (1992) nos treinamentas e durante a jaga de eapoeira

utiliza-se nos galpes tod'ls as partes do corpo de acorda com as necessid'ldes de

ataque elau delesa, mabilizanda-se tatalmente a corpo do jogadar numa associa\'iio

de:

• golpes com membros superiores;

• golpes com membros inferiores;

• tronco;

• eabeya:

• comhinac;6es de partes do corpo.

o desenvolvimento da lateralidade e muito importante para a jogo da

eapoeira, senda constantemente estimulada atraves da apliea\'iio de movimentos

especificos segundo Silva e Brito (1992, p. 30):

- sentar no calcanhar da perna direita flexionando 0 brayo direito a frante docarpe, estendendo a perna esquerda, c apoiando a mao esquerda no solo,girar para 0 lado esquerdo levantllndo e estendendo a perna dire ita atroh;- pema direta afutada para tras, perna esquerda f1exionadaa frente;- gingar, deslocando-$e para 0 lado esquerdo e executar gOlpes para direit8.

19

Assim, pode-s8 dizer que 0 born capoeirista e aquele que consegue diminuir

as diferen.yas de movimentos entre as lados esquerda e direito, pais nas atividades

sistematicas durante 0 treinamento OU jogo. as movimentos sao executados

constantemente para ambos os lados, aprendendo a usa-los individual e

independentemente.

2.2.2 Motricidade AmpJa

De acordo com Santos (1990, p. 41) 'a motricidade ampia e a representayao

de uma determinada atividade pela crian"" envolvendo todos os sagmentos

corporais". Isso sa estende aos praticantas da capoeira em geral. Esta motricidade

esta relacionada a coordenayao dinamica geral, ao equilibrio estatico, dinamico e

recuperado.

Para que S8 obtenha a coordenac;ao geral e necessaria um harmonia de

jog os museu lares, em movimento astatica e dinamico, sando necessaria para isse,

a pratica de exercicios que possam contribuir para 8Sta coordenac;.ao.

Essa motricidade ampla e conseguida com 0 jogo de capoeira. devido a

existencia de exerdcios que promovem as deslocamentos que colocam em

funcionamento as membros inferiores e 5uperiores, em urn determinado espac;:o de

tempo.

2.2.3 Motricidade Fina

A motricidade fina pode ser definida como a capacidade de realizar

movimentos especificos, utilizando pequenos musculos em uma determinada

20

atividade. Assim, P9de·se associar a motricidade fina de acordo com Ferreira citado

por Santos (1990, p. 42) ao desenvolvimento:

• dos musculos da lingua;

dos musculos dos labios;

• dos musculos da mao;

• da movimentac;ao ordenada de mao e de olhos;

dos musculos dos pas;

• da movimentayao dos pes, maDSe dcs pes e 01has.

o desenvolvimento do esquema corporal, da motricidade ampla e fina

atravas da pro'tica da capoeira esta relacionado a percepc;iio de cada individuo.

Essas percep<;6es sao: sensorial (envolvendo a parte visual, auditiva e termo-tatil):

espacial (onde se desenvolvem questoes relacionadas a posic;ao, relac;ao espacial,

adequac;ao espacial, direc;8o e Constancia de percepc;iio); temporal (onde sao

observadas n0<;6es basicas, sequ{mcias de a<;Cies, velocidade, durac;ao e ritmo); de

analise-sintese (cnde se verificam quest5es associadas a semelhanya. diferenya,

composic;ao, recomposi<;~o e reprodu<;ao) e de figura-fundo (abordando questiles

visuais, auditivas e tateis) (SOUZA, 1989).

Na pratica da capoeira, assas percepy6es sao trabalhadas de man91ra

especial. A percepc;ao visual Ii trabalhada atraves da observac;ao dos instrumentos

musicais, suas formas e tamanhos e na observa980 dos colegas e sua re18980 com

o jogo e os movimentos necessarios para atingi-Ios. A auditiva a trabalhada pela

identificac;ao dos sons. Na percepc;iio olfativa trabalha-se a questiio da identificac;ao

atraves do olfato de adores e cheiros caracteristicos de cada calega durante 0 joge.

Ja na percep<;ao terma-tatil trabalha-se atraves da interpretac;ao das sensa<;Cies

21

relacionadas com ~s form as, tamanho, texturas, peso dos I?iementos que envolvem

a jogo da capoeira.

Essas percep¢es sao muito importantes e tem aspectos especificos

envolvidos no jogo da capoeira por suas aplica~o como meio de educa~o pelo

movimento e desenvolvimento da psicomotricidade.

2.3 AS QUALIDADES FislCAS DESENVOLVIDAS PELA CAPOEIRA

2.3.1 Flexibilidade

Antes de qualquer coisa se faz necessaria definir 0 que e ftexibilidade. De

acordo com Dantas citado por Silva e Brito (1992, p. 36) "<3a qualidade fisica

responsavei pela execuvao voluntaria de um movimento de amplitude angular

maxima, par ume articula930 ou conjunto de articular;ees, dentro dos limites

morfol6gicos, sem os riscos de provocar lesAo".

Existem segundo Dantas (1999) dois componentes basicos de flexibilidade

que sao:

• Flexibilidade Estatica: amplitude maxima do movimento.

• Flexibilidade Dinamica: resistencia OU rigidez oferecida ao movimento dentro

de uma determinada amplitude.

Para que exista um .grau de flexibilidade articular dave-s9 observar alguns

fatores:

• Mobilidade:grau de movimento da articula~o.

• Elasticidade: estiramento d,,:isticodos componentes musculares.

22

Plasticidade~ delormidades que solrem as articula<;iies e a musculatura

durante 0 movimento.

• Maleabilidade:modifica<;iiesdas ten<;iiesparciais da pele.

Segundo Dantas (1999) a ftexibilidade tern papel importantissimo na

capacidademotora do homem e inftuencia em diversos aspectos de motricidade, tais

como a aperfei<;oamentomotor jil que para as atletas que desejam ter urn born

desempenho, com maxima efieacia do movimento e essencial ter urna boa

flexibilidade. Ate para as pessoas que nao praticam esportes a flexibilidade e

importante e influencia no cotldlano.

Outro aspecto importante e a eficiencia mecenica, pois quando se cihega a

10% a 20% do arco da ftexibilidade maxima, prOximo do limite, surge uma

resistencia 80 movimento; e preciso realizar urn esfor<;o extra. Este esfor~ implica

num recrutamento de maior numero de unidades motoras e maior freqOencia de

estimulos nervosos, fatores que comprometem 0 estilo e a beJeza do gesto, fazendo

tambtim com que a atleta tenha maior gasto energetico. E possivel que estes fatores

sejam evitados dispondo de uma margem de seguran,a de pelo menos 20% a mais

do que 0 arco articular qua vai sar utilizado. Isso faz com que a desgasta energetico

seja reduzido e exista maior elega.ncia no movimento.

Assim pode,se dizer que e a capacidade que a praticante de capoeira

adquire de utilizar completamente a extensao do movimento, ja que a pratica e urn

otimo meio de adquirir tanto a alongamenta quanta a ftaxibilidade pois passui uma

intensa movimenta9Ao que movimenta os museu los e articulac;6es atingindo as

limites morfol6gicos dos masmas.

23

2.3.2 For~a

Segundo Souza (2000, sip) 10'98 "s a capacidade de exercer tensilo

muscular contra urna resistencia, envolvendo fatores mecanicos e fisiol6gicos, as

quais determinam a forc;a em algum movimento particular".

De acordo com Peckering citado por Costa (2001, p. 57) lor<;a e "a

capacidade de exercer tansao contra urna resistencia-. Essa capacidade depende

principal mente a fatores mecimicos, entre eles a area de sea;ao transversa do

musculo infiuenciada palo diametro da fibra muscular, do volume muscular, da

estrutura do musculo e do tipo de fibra muscular; fisiol6gicos, entre eles dos fosfatos

ricos em energia e psicol6gicos, entre eles, as fatores emocionais.

Pode-se dividir a lorga em:

dinamica - e 0 tipo de for98o cnde a tensao exercida oontra a resistencia

reproduz-se em movimento. Este tipo esta subdividido em forr;a maxima,

rapida e resistencia de forya;

estatica - e a forya na qual a tensao exercida e igual a resistencia na~

ocorrendo manifestayao de movimento.

Urn metoda tipicamente usado para avaliar a forc;a muscular e repetir uma

atividade extenuante ate que a pessoa fique cansada a melhora na lorga e nolada a

medida que 0 numero de repeti90es aurnenta. E urn metodo satisfat6rio de testar

forge desde que se reconhe<;aque resistlmcia a ladiga esta tambem relacionada a

um numero de repetig6es realizados (COSTA, 2001).

Alem disso, 0 teste deve ter vanos graus de dificuldade, de modo que a

pessoa possa ser testada em um nfvel onde pelo menos urna repetiQ30 possa ser

realizada com seguran<;a e corretamente. Entao, a medida que a habilidade

24

malhors, 0 progre~so e notado primeira pelo aumento no numara de repetic;6es,

depois pela progressao para 0 pr6ximo nlvel de dificuldade com urn numero mais

baixo de repetir;6es. Geralmente, a forya e testada fazendo com que as pessoas

lagam uma atividade que use 0 peso corp6reo como resist€mcia(MATTOS, 1997).

Na caposira a lorga rapida, Ii muito utilizada quando 0 praticante pratica

golpes de ataque a contra ataque, saltos e esquivas na qualidade de potencia e na

qualidade de resistencia utiliza~sea for~ na pratica da capoeira no exercicio

anaer6bico. A ferga estatica e muito utilizada tambem, nas posic;6es de equilibrio

sobre pescoyo e membras.

Na pratica da capoeira pode-se adquirir lorga atraves de saltos, saltitos,

paradas de mao e de movimenta980 constante entre 0 jogo de chao e jogo alto.

2.3.3 Resistencia

A resistencia pode sar definida como ~a capacidade de executar uma tarata

com esfer\,os de longa dura<;iio sem perda aparente de efetividade do movimento'

(SOUZA, 1998, sip.).

De acordo com Tubino citado por Mattos (1997, p. 13) "resistencia e a

qualidade ffsica que permite urn continuado esfo~, proveniente de exercicios

prolongados,durante determinado tempo".

A resistencia pode sar dividida em:

• resistencia geral - e a capacldade aer6bica avaliada pele consumo maximo

de oxigenio, que depende principalmente da capacidade dos sistemas

cardiovascular, respirat6rio e metab6lico, assim como da qualidade da

coordena<;iio,lipica do movimento (MATTOS, 1997);

25

• resistencia especifica - e a capacidade de executar as habilidades tecnicas,

com movimentos intensos durante a pratica esportiva.

A resistencia aer6bica e a qualidade que possibilita ao atieta sustentar por

um period a longo de tempo uma atividade lisica relativamente generalizada em

condi¢es aer6bicas, au seja, nos limites do equilibria fisiol6gico denominado

steady-state (MATTOS, 1997).

Na pratica da capoeira desenvolv6-sa a resistancia especifica 8 nos

treinamentos a resistencia gera!. Para 0 capoeirista a resistencia e multo importanta

ja que sem ela este nao podera mostrar de maneira correta suas habilidades na

roda. Alem disso, 0 treinamento da resistencia aerobica tern um significado

importante na pnitica desportiva, pois eleva 0 nivel aer6bico possivel do organismo,

crlando uma base funcional que €I necessaria ao aperieic;oamento de diversos

aspectos da preparayao do desportista, au na pn3.tica da capoeira e extremamente

necessaria devido a sua constante movimenta9iio (SOUZA, 1989).

2.3.4 Velocidade

A velocidade pode ser descrita como a capacidade de reaHzar no menor

espa90 de tempo possivel as a¢es motoras sem contudo, perder a qualidade do

movimento (SOUZA. 1989).

A velocidade pode ser classificada em:

• de deslocamento - e a capacidade maxima de um individuo deslocar-se de

um ponto para outro, como por exemplo na corrida de 100 m;

• membros - e a capacidade de mover as bra90s au pernas tao rapido quanta

possivel, como par exemplo no VOlei;

26

• rea.,ao - uma velocidade de rea.,ao bem desenvolvida habilita 0 individuo a

reagir a estimulos externos em urn manor tempo possivel, como par exemplo

no jogo de Tenis.

Na capoeira as movimentos sao acic1icos e caracterizados per naD manter a

unilormidade e manter acelera,oes dilerenciadas. Essa velocidade e desenvolvida

principalmente, nos golpes, esquivas, ataques e delesas, de forma que a velocidade

de rea.,ao seja altamente treinada atraves do estimulo visual. A rapidez dos golpes

do jogo de capoeira dados palo oponente possibilita que S8 aprimore 0 reflexo,

acompanhado da agilidade e malicia (SOUZA, 1989).

2.3.5 Equilibrio

Segundo Silva e Brito (1992, p. 33) equilibrio"1i qualidade lisica censeguida

por urna combina~o de at;.6es musculares com 0 propOs ito de assumir e sustentar 0

corpc sobre uma base, centra a lei da gravidade".

Pode-se dizer que 0 equilibrio se caracteriza pela diminui.,ao da base de

sustenta.,ao e e importante para 0 desempenho das atividades normais do dia a dia

como tambem para a pratica da gim3stica e dos esportes em garaL

o equilibrio se subdivide em:

Dinamico - quando 0 movimento e repetido constantemente e responsavel

pcr gerar deslocamento, cemo pcr exemplo a queixada;

• Recuperado - quando no movimento onde ha deslocam£mto, nao sa repele 0

masmo esquema motor;

• Estatico - e 0 movimento onde nao ocorre deslocamento:

Instavel: Ha movimento sem deslocamento, como par exemplo a bananeira;

27

Estave!: Imovel, como por exemplo no martelo.

A capoeira e muito rica em equilibria, em especial 0 recuperado, cnde 0

capoeirista 56 ve constantemente em situ8yoes atipicas, exigidas pelo jogo e

criatividade. Na capoeira, 0 equilibrio e intensamente desenvolvido atraves dos

movimentos especfficos, que S8 apoiam nos membros inferiores como na exBCuryao

do au, bananeira e sanfona e tambem nos membros superiores como na execucao

do martelo, ben,ao e ponteira, alternadamente, alem dos movimentos com apoio da

cabe," como a bananeira, au e piao (SILVA E BRITO, 1992).

Durante 0 jogo de capoeira, 0 praticante tem necessidade de muitas vezes

ao longo do jogo de apoiar-se em um dos pes, em ambos ou ate em uma das maos,

com as pes suspensos au nac, alem de precisar algumas vezes manter 0 corpo em

determinadas posi<;6esdurante curtos ou longos espa90s de tempo, e isto tudo

somente e conseguido cam equilibria. Assim, as pasi<;6es investidas, galpes

girat6rias, combinayaes de movimentos em urn, dais ou tras apoios, servem para

aprimorar 0 equilibria recuperada, que e a mais dificil de ser alcan,ado (SOUZA,

1989).

2.3.6 Agilidade

De acorda com Silva e Brita (1992, p. 38) a agilidade e "a qualidade de

mudar rapida e efetivamente a direc;:aode urn movimento com destreza e

velacidade", tenda correlayiia direta com a ftexibilidade, potencia muscular,

equilibria, desenvaltura a podar de decisao.

Esta qualidade lisica esta intimamente ligada a pratica da capoeira, par

causa das movimentas variadas executadas durante a jogo, que possibilita aas

28

praticantes desenvolverem e criarem situa96es de agilidade ao S9 defender, atacar,

esquivar, fintar e gingar (SOUZA, 1989).

Pode-se dizer entaD, que a capoeira e urna atividade essencialmente de

agilidade, pois os capoeiristas vencem 0 jogo atraves da utiliza9iio de fintas, ftoreios

e acrobacias sem a necessidade de entrar em contata corporal.

a conceito de agilidade envolve a destreza e velocidade. A destreza traduz a

velocidade e coordenaQiio de movimentos, penmitindo ate 0 dominio do corpo

durante 0 seu deslocamento espacial. A destreza tem 0 papel de, alam de facilitar a

aplica~o dos golpes nos mementos oportunos, auxiliar a praticante a escapar em

tempo habil dos golpes dos adversarios e tamoom a substituir um golpe por outro

masma quando iniciado 0 Qutro. A agilidade exerce urn papel relevante nestes

casas, pois a capoeira e uma luta cujos golpes sao dados no imprevisto.

Com rela9iio a velocidade, 0 jogo rapido, determinado pelo toque do

berimbau, exige dos capoeiristas movimentos combinadas e sucessivQs, executados

em todas as dire96es e em alta velocidade, alem de evidenciar urn alto grau de

cocrdenaQiio, deserwolvendo desta forma, associadamente a agilidade, destreza e

velocidade (SILVA E BRITO, 1992).

2.3.7 Coordena<;:ao

A coordenaQiioa definida por Souza (1989, sip.) como sendo "a qualidade

de sinergia que permite combinar a aQiio de diversos grupos museulares para a

realizat;ao de urna serie de movimento com um maximo de eficlencia e economla".

29

A coordena.y8o compreende a 8yaO conjunta do sistema nervoso central e

da musculatura esqueletica, dentro de uma sequ~nciade movimentos objetiva, como

por exemplo numa aula de step.

as fatores condicionantes da coordenayao sao:

• coordena9ao intra e intermuscular;

• condit;ao funciona! dos analisadores;

capacidade de aprendizagem motora;

• repert6rio de movimentos - experiencia de movimentos;

• capacidade de adaptayao e reorganizayao motora;

• idade e sexe;

• fadiga e Qutros fatores.

A coordenayao e essancial para 0 praticante da capoeira, astando

evidenciada na aplicayao de todos os movimentos durante 0 jogo, que partem da

ginga que deve ser coondenada em relayao ao espa<;o, tempo e os movimentos do

oponente (SILVA E BRITO, 1992).

Como a coordenayao caracteriza-se pelo estil0, leveza, soltura, naturahdade

e performance, atraves da pratica da capoeira pode--se melhorar e desenvolv8-la, em

especial, per ser urn jogo ande as praticantes utilizam a destreza e a criatividade

sem uma sequencia pre-determinada, 0 que exige dos mesmos a aprimoramento

dos reflexos e a coordanayao dos movimentos (SOUZA, 19a9).

30

2.4 OS EFEITOS FISIOL6GICOS

Para Souza (1989) os exercicios dinamicos envolvem um grande grupo de

musculos que sao usados de maneira continua e rarnica. Na capoeira os exercicios

sao isot6nicos e isometricos.

2.4.1 Efeitos Cardiovasculares

Alem da idade e do sexo, muitos outros latores influenciam a resposta

cardiocirculat6ria do exercicio, tais como a postura, a massa total de museu los

envolvidos no esfor\Xl, fatores ambientais, estado de hidratacao e treino lisico do

individuo.

o exercfcio muscular se acompanha de aumento do consum~ de oxigenio

(V02). Para satisfazer as necessidades metab6licas aumentadas dos mesculos em

atividade, ocorre urna serie de respostas circulat6rias, respiratorias e metab6licas

(MCARDLE; KATCH E KATCH, 1998).

Oentre as para metros cardiovasculares, a freqDencia cardfaca e urn dos

mais influenciados pete treinamento fisico aer6bico. Em repouso, a frequencia

cardiaca diminui significativamente apas um programa de exercicio fisico.

o treinamento fisico tambem modifica 0 comportamento da freqOencia

cardiaca durante 0 exercicio fisico dina.mico. Quando se realiza exercicio numa

mesma patencia absoluta, urn indivfduo treinado tem urna taquicardia atenuada

quando comparada a urn individuo sedentario.

31

2.4.2 Efeitos Pulmonares

Embora as centros respirat6rios funcionem automaticamente sua atividade econtrolada par fatores qUlmicos e reflexos.

Entre as fatores quimicos a gas carbOnico e 0 maior estimulante do centro

respiratorio, urn aumento na sua concentrac;80, aumenta a freqOencia e a

intensidade do ritmo respiratorio, fazendo com que a concentrac;ao sa mantenha

dentro dos limites normais. A queda na concentrayao de oxigenio, que pode ocorrer

principalmente em iocais de grande altitude, ande 0 af atmosferico e mais rarefeito,

tambem e um fator que estimula 0 centro respirat6rio atraves de quimioreceptores

qua sa encontram localizados nas arterias aorta e car6tidas (MCARDLE; KATCH E

KATCH,1998).

Esses receptores sao sensiveis a falta de oxigenio do sangue, e quando

excitados emitem impulsos aos centros respirat6rios localizados no bulbo,

aumentando 0 ritmo respirat6rio.

A atividade do centro respiratorio sofre influeneia de diversas origens. Assim

impulsos de origem periferica, como a estimula,ao de termina90es nervosas da dor

au dos receptores olfat6rio par urn cheiro desagradavel pode provocar uma

inspirayaobrusca ou inibi,ao da respirayao.

2.4.3 Efeitos Musculares

Os musculos sao constituidos por eelulas (fibras musculares) teeido

conjuntivQ, vasas sangufneos e fibras nervosas, as quais controlam a sua contra980.

32

o teeido muscular caraeteriza-se prineipalmente por duas propriedades

fundamentais contratibilidade e condutibilidade.

Os diferentes tipos de museulos podem ser classiflcados de acordo com

suas earaeteristicas morfologicas ou flsiologicas (MCARDLE; KATCH E KATCH,

1998):

a) Morfologicamente os musculos podem ser estnados ou Iisos, senda que as

estriados encontram-se freqOentemente presos aos esqueletos, per isso

tambem sao cham ados musculos esqueleticos, ja as musculos lisos sao

responsaveis pela forma(:ija dos orgaos intemas (visoeras organicas) e vasas

sangulneos.

b) Fisiologicamente as musculos podem contrair·se de acordo com a vontade

propria, sao as chamados museu los voluntarios; e S8 SUBS funyOes

independem da vantade propria sao chamados involuntanas. Como a

contra(:ijo da maioria dos museulos astriada depende da vontada pr6pria, sao

tambem chamados voluntaries, enquanto as musculos lisos sao todes

involuntarios, porque independem de vontade propria para obterem sua

contraty8o muscular.

2.5 A CAPOEIRA E 0 DESENVOLVIMENTO PSICOL6GICOS

A atividade fisica traz grandes beneficios pSico!6gicos e emocionais aos

individuos, pois produz relaxamento e estimulac;ao psiQuicos, atem de colaborar para

a melhoriado humor a da auto estima.

Durante a pratica do exereieio fisico acorrem altera<;6es nos niveis

plasmaticos de monoaminas e neuropeptideos no sistema nervoso central, 0 Que

33

causa mudan<;:as profundas mudan<;:as nas fun90es neuroendocrinas. 0 exercicio

flsico tambem ajuda a diminuir 0 catabolismo das endorfinas, sando passivel super

que as alteray6es nos nlveis de peptfdeos opioides end6genos mediados pelo

exercicio causam tambem mudan<;:as subjetivas do humor do praticante que podem

ser bene ficas na atividade fisica em si e no perfil psicol6gico do esportista (SOUZA,

1989).

Os exercfcios f[sicos ajudam tamoom a aliviar a ansiedade e a tensao,

reduzindo tambem as riscos de aparecimento de depressoes e alivio do estresse.

2.5.1 Psicofisiologia da Capoeira

Psicofisiologia e 0 nome que se pode dar para um dos processos de

intera<;1io da mente e do corpo, visto que a fisiologia estuda como 0 musculo executa

cada movimento e a psicologia os comportamentos e emo¢es, tendo entao 0 efeito

emocional e comportamental que S8 utiliza ao executar urna atividade fisica

(JORDAO, 2005).

Quando se fala na emo<;1io que e colocada em um movimento, pode parecer

algo vago mas nao e, pois as emo¢es est~o correlacionadas as sensa90es do

corpo e ao ate de realizar 0 movimento da ginga, atividade basica da capoeira, onde

se alternam as pernas cadencialmente, pode·se perceber que 0 indivfduo sente-s8

mais salta, flexivel e sao estas sensa~e5 que 0 levarao a aperfeic;oar seu

comportamento em SitU8y6eS do seu dia a dia, como S8 relacionar com os amigos,

tomar decisiies no trabalho e no estudo, tudo isso porque a atividade fisica faz com

que a pessoa 1ide com as limitay6es de seu corpo passando a se conhecer melhor,

34

conseqOentemente. amadurecendo seu intelecto, tornando-a mais capaz de

realiza¢es.

Levando-se em considerayao estes pontos, pode-se compreender porque a

atividade fisica, seja ela qual for, pode ser a cura ou a melhoria de qualidade de vida

para determinadas doen9'ls como pressao alta, diabete tipo 2, fibromialgia, estresse

e Qutros, pois a energia empregada no movimento faz com que 0 cerebra libere no

organismo neutrotransmissores (substancias quimicas) como a endorlina,

adrenaline e noradrenalina que daD a sensayao de bern ester ao praticante. No case

da endorlina, no momenta da atividade intensa ou grande empolgayao a pessoa se

sofrer uma lesao, pode nao sentir a dor, pois esta substancia anestesia a regiiio por

isso muitas vezes sente-s9 a dar de urna contusao apenas quando 0 corpo esti'ler

"frio" (JORDAO, 2005).

A capoeira como toda luta, alam de fortalecer a musculatura do praticante,

faz com que a pessoa perceba-se mais forte, au seja, emocionalmente esta fon;a,

fisica passa a ser tambem psiquica. Porem, a capoeira difere das demais artes pelo

contexto que ela engloba por possuir movimentos que se assemelham a dan9'l,

incluindo a ritmicidade e a musica, faz com que este individua, ah~mde sentir-se

segura, nao se sente presQ porque e urns luta que nao possu; movimentos rigidos e

sim movimentos amplos e alguns inclusive com caracteristica ludica, contribuindo

para a pessoa saber trabalhar em si mesmo, aspectos negativos que muitas vezes a

incomodam e refor~r os positivos, percabendo que pode ampliar seus harizantes

(JORDAO, 2005).

o fata des muscules e ligamentes estarem em atividade na pratica da

capoeira, mexe diretamente com 0 comportamento do individuo, pois este trabalho

fisico eleva a auto-estima, a passea sente-s6 bem consigo mesma e per isso

35

passars a ser mais.confiante em concretizar seus objetivos, alem de outros aspectos

globais que sao desenvolvidos, desta forma naG sa pode deixar as aspectos

psicol6gicos de lado ao avaliar 0 trabalho fisico, pois ele influencia a rendimento do

ser humane tanto para 0 bem quanto para 0 mal, dependendo apenas, do estado de

humor de cada um. Assim sendo e importante a prstica de exercicios fisicos e neste

casa em especial, a capoeira.

2.5.2 0 Estresse

o estresse e urna reacao do organismo com componentes psicol6gicos,

flsicos, mentais e hormonais que ocorre quando surge a necessidade de urns

adaptayao grande a urn eventD au situayao de importancia. Este eventD pede ser

algo negativD au positive. E. negativQ quando 0 estresse sa encontra em excesso.

Ou seja. quando a pessos ultrapassa seus Iimites e e5gota sua capacidade de

adaptac;8o. Assim 0 organismo fica destituido da nutrientes e a enargia mental fica

reduzida. A produtividade e capacidade de trabalho ficam muito prejudicadas

aletando a area ocupacional. Mas deve-se colocar que a qualidade de vida tambem

solre danos e posteriormente a pessoa poda vir a adoecer (NOVAES e NOVAES,

1996).

Par Dutro lado 0 estresse pode ser positive. E 0 estresse em sua fase inicial,

a do alerta (quando come98 a a<;:Aodo hipotalamo, e sa for detectada inicialmente,

pode ser dominada e usada a lavor do individuo). 0 aumento gradativo da

adrenalina melhora 0 desempenho fisico e intelectual, de animo, vigor e energia,

larendo a pessoa produzir mais e ser mais crtativa. Ela pode passar por periodos

em que dormir e descansar passa a nao ter tanta importancia. E a fase da

36

produtividade. Ninguem consegue ficar em a!erta par muito tempo pais 0 estresse se

transforma em excessive quando dura demais. E a adrenalina (urn dos harmonics do

estresse) faz com que aUetas consigam superar limites numa competiyao au que

consultores de empresas multinacionais consigam terminar projetos em tempo

recorde (ZAKABI, 2004).

E por ultimo percebe-se que existe um estresse ideal quando a pessea

aprende 0 manejo do estresse e gerencia a fase de alerta de modo eficiente,

alternando entre estar em alerta e sair de alerta. 0 organismo precisa entfar em

descanso para recuperayao apes uma permanencia em alerta para que S9 recupere.

Ap6s a recuperac;iio nao M dano em entrar de novo em alerta. Se nao ha um

periodo de recuperayao, entaD, doen<;.as comeyam a ocorrer, pais 0 organismo S8

exaure e 0 estresse fica excessivo. Esse entendimento e manejo do estresse pode

fazer com que 0 individuo consiga encontrar uma forma de viver bem nessa

sociedadeatual.

o mecanisme de 8yaO do estresse se inicia quando soam os alarmes do

corpo fazendo soar 0 sinal de alarme a partir do qual doses maci,as de adrenalina

sao despejadas na corrente sanguinea, a respirayao aceJera-se para fornecer dose

extra de oxigenio, 0 corec;iio bate mais rapido (cinco yezes 0 normal) e a pressao

sanguinea sobe. As reservas de a<;ucar sao convertidas em glicose para fornecer

energia extra ao organismo. 0 sistema circulatMo desyia para 0 cerebra e para os

museu los 0 sangue de fun<;6es nao essenciais para a luta que esta se travando no

organismo, como a digestao que e interrompida. A YisBo,a audic;iioe ate 0 raciocfnio

fiearn mais aguyados. 0 papal do exercicio fisico e de liberar energia, reduzindo a

ansiedadee melhorando0 humor (NOVAES e NOVAES, 1996).

37

Um individ~o estressado esta basicamente desfocado de si mesmo. Sente-

se perdido, porque corre ate a ci~ncia em busca de sua exist~ncia e nao a

consegue. Recorre entao as cren9BS e fllosofiBS da vida, mas frustra-se tambem,

pois prccura I. fora 0 que esta dentro de si mesmo. Portanto 0 caminho a buscar seu

interior maior, descobrindo-o e descobrindo-se, a fim de aumentar a nitidez de sua

vida, atraves do autoconhecimento e de busca do equilibrio intemo e de uma vida

saudavel, em especial com a pratica de esportes como afirmam Silva e Brito (1992,

p. 45): "a capoeira e recomendada as pessoas com dificuldade de se controlar

diante de situ890es novas e conflituQsas, com dificuldades de relacionamentos, as

pessoas com problemas respiratorios, problemas na fala e tambilm como terapia de

controle do estresse".

2.5.3 Os Efeitos Psicol6gicos da Capoeira

A pratica de exercicios fisica traz beneficios ao corpo, porem estes tambem

atuam no psicol6gica do individua, desenvalvenda qualidades que seraa impartantes

tanto para a pratica da capoeira, quanta para a qualidade de vida deste

Essas qualidades podem ser descritas de acorda com Menezes (1995) da

seguinte maneira:

• Aten~o - 0 individua que pratica a capoeira necessariamente ganha essa

qualidade, pois essa pn,tica requer aplica~a cuidadosa do espirlta, estuda e

ao mesma tempo delicadeza, que a capoeira e urna luta arte.

• Perce~o - alam das qualidades perceptivas de um lutadar, isto e, todo

conhecimento adquirido por meio dos sentldos, 0 praticante de capoeira

agu98 sua sensibilldade desenvolvendo com seriedade seu lado artistico, pois

38

aprende a tOC8r instrumentos e pOe para fora toda a carga sentimental sa

expressando atraves do canto.

• Criatividade - 0 individuo adquire urn grande potencial de criatividade e

rapidez de raciocinio tanto pelo lado artistico como pelo lado da luta, ja que a

capoeira e urn produto da criatividade, ande as em0y6es e as influ6ncias

ambientais (oram de enorme importancia, podendo-se dizer que a mesma a

partir da sua origem e evo!u~o passu; entaD um enorme poder de estimular 0

poder criador dos seus praticantes, ja que 0 esporte naseeu da criatividade

dos escravos.

• Persistencia - par sar a capoeira um esporte muito dificH e muito exigente, enecessaria do praticante muita persistencia e dedicayao, originando dar uma

das mais importantes qualidades na vida de urn ser humano, ja que sem

persistencia e dedicaliio e dificil alguem chagar ao auge de uma atividade,

seja ela profissional, fisica ou qualquer outra.

Capacidade de iniciativa - para ser uma luta-arte e necessaria que a capoeira

saiba distinguir a hora de brincar, bern como a hora de lutar, isto tanto dentro

da roda como tocando as instrumentos. Esse iniciativa treinada pele pratica

da capoeira se estende para a vida do indivfduo tomando-o mais capaz de

tomar decis6es que serao importantes para sua vida cotidiana em todos os

aspectos.

• Auto controle - dentro de uma roda de capoeira, 0 praticante adquire 0 seu

proprio controle, pois se para urn bailarino e necessario 0 auto controle da

mente e do carpa, esse autocontrole e fundamental para a lutador, assim a

potencial adquirido pela pratica da capoeira e muito grande ja que e muito

estimulado na pratica da luta-arte.

39

• Astucia - esta qualidade e fundamental para urn praticante de capoeira, jaque 0 mesma na maioria des vezes naD saba de ande nem como vern 0

golpe, enlao e preciso adquirir aslucia e malandragem,

• Coragem - e urna qualidade que se nao for nata no praticante de capoeira,

deve ser adquirida, porque a capoeira lanlo se desenvolve lenla e

suave mente, quanta rapida e agressivamente.

• Seguranl"! - devido a lodas as qualidades fisicas e pSicolegicas 0 individuo,

depois de algum tempo de esludo, dedica~o e pralica da capoeira, adquire

muita confian9B nao 56 fisica como mental.

Ah3m disso deve pensar em termos de desenvolvimento afetivo-social, pais eagindo e inleragindo em inlera\Oiiocom os grupos sociais que 0 individuo desenvolve

sua afetividade,

Para Silva e Brilo (1992) "a capoeira se manifesla denlro de uma Iradi\Oiiode

rode, e S8 desenvo[ve dentro de urn verdadeiro cerimonial, 0 capoeirista aprende a

respeilar e a manler eslas IradiQiies",

Assim sendo, 0 pralicante de capoeira ao defender as Iradi<;6es,lular conlra

a discriminayao que envolve a capoerra, traz a tona sentimentos de amort zelo,

valorizayao e responsabilidade par aquila que faz. Oesta forma esta

responsabilidade, a lideranl"!, ooopera\Oiioe participe~o sao incenlivadas j<i que

aos praticantes de capoeira sao incumbidos de fun<;6es dentro da academia lais

como, cuidar e zelar dos instrumentos, participar das apresenta¢es, auxiliar nas

aulas, cantar, tocar, entre outras.

o senlimenlo de equipe e baslanle valorizado na pralica da capoeira, pois

seus praticantes precisarn urn dos Qutros durante treinos e jogos. Existe urn rodizio

para 0 desempenho de func;6escomo jogsr, cantar, locar, baler palmas, 0 que faz

40

com que seus praticantes tornem-se iguais, nao havendo distinc;ao de rac;a, nrvel

social e financeiro, intelectual, quebrando-se vari8S barreiras para urn melhor

relacionamento (SILVA E BRITO, 1992).

Outra caracteristica desenvolvida que merece destaque e a auto-e5tima.

Esta e alcan<;ada quando 0 praticante de capoeira adquire seguran<;a e coragem

superando varios bloqueios anteriores como medo do contato fisico, de apanhar, de

S8 machucar par nao possuir a tecnica para se defender, de S8 expor a avalia<;oes

publicas; complexo de inferioridade, par S8 sentir mais fraco que as Qutros. par nac

saber S8 expressar em grupo ou par sentir-se incapaz de executar algumas tarefas

Assim, quando existe a yalorizavao e 0 incentivo ao companheiro que S8 destaca e

urn ato de humildade e uma demonstra9ao de afetividade muito importantes entre as

praticantes de capoeira.

3 METODOLOGIA

3.1 TIPO DE PESQUISA

Este estudo caracteriza-se par ser urna pesquisa tipo descritiva pois esta eapropriada para medir tanto opinioes, atitudes e prefer€mcias como comportamentos

per meio de urn questionario. Atrav9S de avanyadas tecnicas estatfsticas inferencias.

ela pode criar modelos capazes de predizer S8 urna pessoa tera urna determinada

opiniao ou a!Jira de determinada forma, com base em caracteristicas observaveis

(ANDRADE. 2001).

3.2 POPULAcyAo E AMOSTRA

3.2.1 Popula~ao

A popu[at;ao foi de praticantes de capoeira de urna academia da cidade de

Curitiba. escolhida de forma intencional (MARCONI. 1982).

3.2.2 Amos!ra

A amostra fo; de 63 sujeitos de ambos os sex~s, escolhidos aleatoriamente,

que responderam 0 questionario.

42

3.3 INSTRUMENTO

Para a pesquisa elaborou-se um questionario (Apendice 1) com 12

perguntas abertas e fechadas em funyao dos objetivos especificos, sendo 0 mesmo

validado por dois professores (Apendice 2) (MARCONI, 1982).

34 COLETA DE DADOS

Solicitou-se autorizayao da academia para a aplicayiio de um questionario

aos praticantesde capoeira (GIL, 1996).

No periodo de 01 de marya a 28 de abril de 2004, aplicou-se 0 questionario

adotando as seguintes procedimentos:

1) turma avan<;adaem treinamento. onde se pediu a autorizayao do mestre

responsavel, urn tempo de 5 a 10 minutos para aplica980 do questionario;

2) utilizou-se a mesma procedimento para Qutras turmas em dias alternados,

sendo 0 question,;rio recolhido apas 0 tempo.

3.5 TRATAMENTO DOS DADOS

Os questionarios preenchidos que retornaram foram digitadas no software

Microsoft Excell, processados em programa especifico onde foram submetidos a

ani31ises de estatistica descritiva iais como media; desvio padrao e histogramas de

frequencia. Os resultados serao apresentados em graficos, com apurayees

anaHticas e descritivas.

43

3.6 L1MITACOES DA PESQUISA

Com relayao 80 material bibliografico, encontrou~sedificuldades pOtS a tema

psicol6gico nao apresenta material editado em quantidade.

Devida a pesquisa ter sido efetuada em urn dia de curs~ de treinamento. a

presenl;8 feminina ficou reduzida, refletindo-se nos resultados numericos obtidos em

funyao do sexo.

4 APRESENTACAo E DISCUssAo DOS RESULTADOS

Para apresenta<;Aoe discussao dos resu~ados adotou-se os seguintes

procedimentos: os resultados sao apresentados nurn quadro absolutos e percentuais

e ap6s as valores percentuais em graficos.

4.1 PERFIL DOS ENTREVISTADOS

QUADRO 1 - VALORES ABSOLUTOS E PERCENTUAIS

IDADE 20A25ANOS 26A30ANOS 31 A 35ANOS

23 26 14N' DE SUJEITOS (35,8\\) (41,02\\) (23,08\\)PORCENTAGEMSEXO MASCULINO FEMININON' DE SUJEITOS 50

113

PORCENTAGEM 79,49%) 1(20,51'1'.)PESO INFERIOR A 50 KG 51 A 70 KG ACIMA DE 71 KGN· DE SUJEITOS 0

1(418,72%) 1(;1,28%)PORCENT AGEM 0%

ALTURA MENOS DE 1,50 M 151 A 1,70 M MAIS DE 1,71 MN· DE SUJEITOS 1 26 36PORCENTAGEM 1(2,5"') ,(41,02%) (56.42%)

Fonte: Elaborayao prOpria com dados obtidos na pesquisa de campo. Base = 63:63.

Pode-se observar por meio do grafico 1 que a maioria (41,02%) dos

praticantes de capoeira encontram faixa etiuia de 26 a 30 anos, caracterizando uma

popula~o jovem e atuanteno mercadode trabalho.

Quanta ao sexo:

GRAFICO 2 - SEXO

ICmMCulino Cfeminino I

Observa-se que a maioria (79,49%) dos pesquisados sao do sexo

masculino, 0 que mostra uma visa.o ainda pouco divulgada do esporte para 0 sexo

feminin~, indicando a necessidade de uma maior divulgaC;ao do mesma e de seus

beneficios para 0 universo feminino. Essa caracteristica pode ser considerada ainda

urn resquicio da historia da capoeira.

Quantoao pesoe altura:

GRAFICO 3 - PESO

IClnferioraSOkg Centre51e70kg Oadmade71 kg IFonte: Ela~o prOpria com dados obtidos na pesquisa de campo. Base = 63:63.

45

46

Quanta a altura dos pesquisados:

GRAFICO 4 - ALTURA

41,02

56,42

o que se pode observar dos dados do g",fico 3 e 4 e que a manuten9ao do

fisico em parametros adequados pareee ser urn beneficia obtido pelos praticantes de

capoeira visto que uma boa porcentagem dos entrevistados (48,72%) mantem seu

peso na faixa entre 51 e 70 kg que se for analisado junto a altura media dos

entrevistados que e acima de 1,71m para 56,42% e uma boa media.

Oesta forma a relac;ao peso/altura dos praticantes de capoeira mostra uma

populatyaode medidas proporcionais e visual mente adequadas na sua maiaria.

4.2 PERFIL s6cIO CULTURAL DOS ENTREVISTADOS

Quanta a profrss~o dos pesquisados:

GRAFICO 5 - PROFISsAO DOS PRA TICANTES

5,13

1~~~~~~~~2'~2~~~~~~~~~~~~3~8':47pm'_ ••••",...""''"''~ •••rio

prof..or

10 15 20 25 30

Fonte: Elaborat;Ao pr6pria com dados obtidos na pesquisa de campo. Base = 63:63.

o universe pesquisado mostra atraves do grafico 5 a diversidade de

profissOes dos praticantes de capoeira, mostrando que cada vez mais este esporte

deixa de ser estigmatizado como praticacto par camadas da populac;:!Io de menor

nivel social como era no comeyo da historia da capoeira.

Quanta a escolaridade:

35

47

40

GRAF1CO 6 - ESCOLAR1DADE

rgrau rgraucompleto completo

Fonte: Elaboraya<J propria com dados obtidos na pesquisa de campo. Base = 63:63.

Tambem a escolaridade dos praticantes mostra atraves do grafico 6 que 0

nivel de instruc;:aodos mesmos e na maioria de 3' grau completo (46,15%) e

incompleto (28,2%), 0 que de certa forma justifica a amplitude de OP90es de

profissOes encontradas na pesquisa.

4.3 PRATICA DO ESPORTE E SUA MOTIVA<;Ao

GRAF1CO 7 - TEMPO DE pRAT1CA DE CAPOE1RA

~~-e [late 1 ana de1a3.lInos mais d. 3 anos

Fonte: Elabo/"a(/tlo pr6pria com dados obtidos na pesquisa de campo. Base = 63:63.

A maioria dos pesquisados (74,36%) como se pode verificar pelo grafico 7

pratica a capoeira a mais de 3 an OS, 0 que mostra a qualidade do esporte em termos

de preferencia.

48

49

GRAFICO 8 - TR~S MOTIVOS MAIS IMPORTANTES APONTADOS PARA A pRATICADACAPOEIRA~~"r""E'''tJ5

1J1-· c;ondlcionam.nto fhlco. mental[]2". qu_~ c;ulturail:aNOClada t hlstoria do 1000oP· como arte marelal

Fonte: Elaboracao propria com dados obtidos ns pesquisa de campo. Base = 83:63.

(42,86%) para terem procurado a pratica da capoeira e 0 condicionamento lis icc e

o motivo apontado em primeiro Jugar pela maioria dos pesquisados

mental que 0 esporte proporciona, porem os outros dois motivos apontados tambem

mostram que a tendencia comprova que a pratica do esporte pade beneficiar tanto

fisica quanta pSicologicamente.

GRAFICO 9 - A pRATICA DA CAPOEIRA AJUDA A COMBATER 0 ESTRESSE EAS TENSOES DO DIA A DIA

93,66!Omulto IJpouco OnloatWi I

Fonte: ElaboFa9AO propria com dados obtidos na pesquisa de campo. Base = 63:63.

50

Ficou comprovado pela analise dos graficos 9 e 10 que a pratica da capoeira

e vista pela maioria dos entrevistados (96,43%) nao s6 como uma maneira de

desenvolver e manter a fisico como tambem urna forma de aprimorar 0 psicol6gico e

com bater as efeitos do estresse e das tensOes diarias atraves dos beneficios

psicol6gicos que a pratica desenvolve.

Esses efeitos sao dos mais variados, indo desde aumento da concentray30

ate aumento da autoestima, porem as tr~s mais citados pelos pesquisados pela

ordem de importAncia podem ser vistos no g,,;fico 11.

GRAFICO 11 - TR~S EFEITOS PSICOL6GICOSAPONTADOS PELOS PRATICANTESNA ORDEM DE IMPORTANCIA

~f(""r.."r" ~Fonte: Elaborac;.Aopr6pria com dados obtidos na pesquis.a de campo. Base = 63:63.

51

Novamente a partir da analise do gmfico 11 pode-se perceber a importilncia

que as praticantes de capoeira d~o aos fatores psicol6gicos para determinar sua

escolha pela pmtica do esporte. A maioria dos pesquisados (35,71%) acredita que a

desenvolvimento afetivo/social e 0 efeito mais importante que se pade esperar dessa

pratica.

Os Qutros efeitos envolvides que fica ram em segundo e terceira lugar na

preferencia dos pesquisados tambem envolvem fatores associados ao pSicol6gico

como 0 aumento da concentra9:Jia e a desenvolvimento da criatividade.

GRAFICO 12 - TR~S RESULTADOS PRINCIPAlS DA pRATICA DA CAPOEIRA NOAPRIMORAMENTO FisICO

IC1·.~llidad.cr·coo~motOnl O,.-flexlblHdadel

Fonte: Elabor.I(;;:'o propria com dados obtidos na pesquisa de campo. Base = 63:63.

Percebe-se que a dominic pSicomotor e bastante valorizado pelos

praticantes de capoeira entrevistados, dando ~nfase na agilidade (46,43%) em

primeiro lugar, coordenayao motora (42,86%) em segundo lugar e na fiexibilidade

(39,29%) em terceiro lugar como pontos importantes para justificar a opyilo pela

capoeira.

52

5CONCLusAo

o objetivo geral do presente trabalho foi alcan98do ja que se pode observar

que as praticantes de capoeira desenvolvem as qualidades fisicas como, forya,

ftexibilidade, resistencia, alem das habilidades especificas com maior facilidade apas

algum tempo de pratica, tudo associado aos ganhos psicol6gicos da pratica do

esporte como 0 desenvolvimento afetivofsocial, aumento da concentrac;ao e

desenvolvimento da criatividade.

Por meio dos objetivos especificos, que fcram tra98r 0 perfil do pratlcante da

capoeira; os motivQs que levarn as mesmos a pratica da capoeira; verificayao do

efeito psicol6gico da pratica da capoeira para seus praticantes e do efeito fisiol6gico

desse esporte para as capoeiristas, comprovou·se que a pratica desse esporte

desenvolve segundo os pesquisados em primeiro lugar 0 desenvolvimento

afetivo/social, em segundo a concentrayao e em terceiro 0 desenvolvimento da

criatividade, mas tambem desenvolve a autoestima, a confian~, 0 respeito. alem da

cooperar;ao, lideran98 e responsabilidade comprovando a hip6tese de trabalho que

foi levantada no inieio deste trabalho. Assim pods-se dizer que os beneficios da

capoeira se estendem alem do condicionamento fisico, pois alia exercicios de

destreza com recursos de defesa pessoa! a ensinamentos importantes para 0 dla a

dia do praticante como os citados aeirna.

Oesta forma pode....se dizer que a capoeira vem conquistando seu espar;o

nos ultimos anos, sendo ensinada em academias, escolas e universidades pais

contem em sua essencia um amplo campo de desenvolvimento psicofisiol6gico, por

53

iS50 vern sendo progressivamente valorizada e tern ocupado de maneira lenta

ainda, a seu espa~ nos varios segmentos sociais, pelas suas caracterlsticas de

harmonia de movimentos e de aprimoramento psicol6gico. Assim, se antigamente

era vista apenas como folclore e uma luta sam regras, atualmente ja e motivQ de

estudos cienHficos e sua pratica e defendida como atividade fisica e psicol6gica

ajustada a cultura nacional.

54

REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS

ANDRADE, M. M. de. Introdu,8o a metodologia do trabalho cian/ffico:elabora"ao detrabalhos na gradua"ao. 5 ed. Sao Paulo: Atlas, 2001.

CAMPOS, H. Capoeira na Escola. Salvador: Presscolor, 1990.

CAMPOS, H. Capoeira na Universidade. Salvador: Edufba, 2001.

CERVO, A L Metodologia cientifica:para uso dos estudantes universitarios SaoPaulo: Mcgraw Hill, 1974.

COSTA, M. G. Ginastica Localizada. 4 ed. Rio de Janeiro: Sprint, 2001.

DANTAS, E. H. M. Flexibilidade, Alongamento e Flexionamento. 4 ed. Rio deJaneiro: Shape, 1999.

FALCAO, J. L C. A escolarizat;ao da capoeira. Brasilia: ASEFE, 1996.

GIL, A. C. Metodos e tecllicas de pesquisa social. 2 ed. Sao Paulo: Atlas, 1989.

JORDAO, A. Entrevista sobre psicofisiologia realizada com a psic610ga AlessandraJord~o. Curitiba, abr/2005.

MARCONI, M. A Tecnicas de pesquisa: planejamento e execu"ao de pesqulsas,amostragem e t"cnieas de pesquisa, e elabora"ao, analise e interpreta"ao de dados.Sao Paulo, Atlas, 1982.

MATTOS, H. C. C. Os efeitos da prlltica da caposira sobre a forr;a, ffexibilidade,resistencia, habilidade especifica e composi,ao corporal Rio de Janeiro: UGF,1997.

MCARDLE, W. D., KATCH, F. I., KATCH, V. L Fisiologia do exercicio. 4 ed. Rio deJaneiro: Guanabara, 1998. Psginas 263 a 287.

MENEZES, A C. Qualidades pSicol6gieas desenvolvidas ns eapoeira. JomalMuzenza. Curitiba, n. 02, ma""/abril de 1995.

MENEZES, A C. Historia da capoeira no Parana. Curitiba, entrevista pessoal dadaem Abr12005.

MESTRE ZULU. Idiopraxis de CapoeirB. Brasilia: Do Autor, 1995.

NOVAES, L E NOVAES, M. 0 stress, mitos s verdades. Sao Paulo: Contexto, 1996.

RUIZ, J. A. Metodologia Cientifica. Guia para eficiencia nos estudos. Sao Paulo:Atlas, 1977.

55

SANTOS, L. S. EduCB9~O - Educa9~o lisica - Capoeira. Maringa: Funda9lioUniversidade Estadual de Mannga, 1990.

SILVA, G. O. Capoeira - do engenho a universidade. Sao Paulo: CEPEUSP, 1995.

SILVA, C. B. E BRITO, E. P. Capoeira - Ser ou nao ser, eis a questilo. Goiiinia.Associa9lio Salgado de Oliveira de Educa9ao e Cultura, 1992.

SOUZA, S. A. R. A criatividade na capoeira. Curitiba: Grupo Muzenza, 1989.

VIEIRA, L. R. 0 jogo de capoeira. Cultura popular no Brasil. Rio de Janeiro: Sprint.1995.

ZAKABI, R. Stress - ninguem esta a salvo desse mal mademo. Veja. Sao Paulo,n. 06, 11 de levereiro de 2004.

56

APENDICE 1 - QUESTIONARIO APLICADO

UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANACURSO DE EDUCAQAO FislCA

o objelivo geral que se prelende alcan""r com essa pesquisa e execular urn esludo

para verificar os verdadeiros beneficios psicofisiol6gicos que Iraz a capoeira para

seus praticantes.

1.ldade:( )20a25 ( ) 26a30 ( ) 31 a 35

2. Sexo:( ) masculino ) feminino

3, Peso:( ) 50 kg ou menos ) 51 a 70 kg ) 71 kg ou mais

4. Altura:( ) 1,50 m ou menos

5. Profissao: _

) 1,51 a 1,70 m ) 1,71 m ou mais

6. Escolaridade:( ) 1" grau incompleto( ) 2° grau incompleto( ) 3'grau incompleto

) " grau completo) 2' greu completo) 3'grau completo

7. Quanta tempo joga capoeira?( ) ale 1 ano ( ) de 1 a 3 anos ( ) de 3 anos ou mai5

8. Marque na ordem de import,!mcia (1U, 2' e 3i1) as 3 motivQs para ter procurado a capoeira?

( ) pelo condicionamento (isioo ( ) pelo condicionamento mental( ) pelo condicionamento fisico e mental () como arte marcia!( ) par quest6es culturais associadas a ( )Outros? Quais _

historia do jogo

9. Voce acredita que a capoeira atua de forma positiva no combate ao stress e tens6es dodia a dia?( ) muito ( ) pouco ( ) nao alua

10. Voce acredita que a pratica do jogo da capoeira pede ter efeitos psicol6gicos?( ) muito \ ) pouco ( ) nenhum

11. Ao se analisar os efeitos psicol6gicos da pratica do jogo da capoeira, quais as 3aspectos mais estimulados na ordem de importa.ncia (1°, ~ e 3°)?( ) concentra9Ao ( ) combale a viol!ncia ( ) dominio da brutalidade( ) desenvolvimento da ( ) desenvolvimento ( ) desenvolvimento

criatividade cognitiv~ afetivolsocial( ) autoestima ) outros. Quais? _

12. Voce acredita que a pratica do jogo de capoeira pede ajudar no aprimoramento fisicotendo especiais resultados na (marque as 3 op¢es mals lmportantes):( ) fieJ(ibilidade ( ) forc;a ( ) resist!ncia( ) coordenayao motora () agi~dade ( ) velocidade( ) Outros. Quais? _

57

58

APENDICE 2 - VALlDAC;AO DE INSTRUMENTOS DE PESQUISA

Solicito aos professores abaixo assinados sua colabora980 para valida980de urn questionario que tern per objetivQ fazer urna pesquisa cujo foeD e executar urnestudo para verificar as verdadeiros beneficios pSicofisiol6gicos que traz a capoeirapara seus praticantes, tendo 12 quest6es objetivas.

Esclare90 que a referida pesquisa tern finalidade puramente academica e581iento que as dados obtidos nesse levantamento serno analisados sob aspectos equest6es gerais, para buscar identificar os beneficios da pratica da capoeira tanto naparte fisica quanto nos aspectos psicol6gicos.

Esta pesquisa visa desenvolver um trabalho de Conclus§o do Curso deEduca980Fisica, da Universidade Tuiuti do Parana - Formandos de 2005, realizadopar mim, Lilia Benvenuti de Menezes, alune do ultimo periodo desta Instituiyao, cndeabordo 0 tema BENEFlclOS PSICOFISIOL6GICOS DA CAPOEIRA

No case de quaisquer esclarecimentos ou duvidas sobre a pesquisa,salicita entrer em contato com 0 aluno nos telefones I e-mail apresentados abaixo.

Cordialmente,

Lilia Benvenuti de Menezes - FormandaEndere90: Rua Frei Valentim Hella, 131 - casa a

Telefone: 9605-5552/3338-5578e-mail: [email protected]/[email protected]

Nome~ _Forma98o~~~7C~~~~ __~~~~~~~~~~~~~ _Grau que detem ( ) licenciado ( ) especialista ( ) doutor ( ) mestre

0~~~:~~:;'~;:;a~--------------------------------------------Opiniao _

Nome~---------------------------------------------------Forma"'o~~~~--~~~~----~ __ ~~ ---- __ -----------Grau que detem ( ) licenciado ( ) especialista ( ) doutor ( ) mestre

0~~~:~~:;'~;:;a~----------------------------------------------Opiniao _

Curitiba, 30 de mar90 de 2005.

Assinatura