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UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANÁ Faculdade de Ciências biológicas e da Saúde Curso de medicina veterinária Camila Buss TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO CURITIBA 2007

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UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANÁ

Faculdade de Ciências biológicas e da Saúde

Curso de medicina veterinária

Camila Buss

TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO

CURITIBA

2007

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Camila Buss

TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao curso de Medicina Veterinária da Faculdade de Ciências Biológicas e da Saúde da Universidade Tuiuti do Paraná, como requisito parcial para obtenção do título de Médico Veterinário. Profº Orientador: Dr. Ricardo Maia.

Orientador Profissional: Dr. Gilmar de Oliveira.

CURITIBA

2007

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Reitor Profº Luiz Guilherme Rangel Santos Pró-Reitor Administrativo Sr. Carlos Eduardo Rangel Santos Pró-Reitora Acadêmica Profª Carmem Luiza da Silva Pró-Reitor de Planejamento Sr. Afonso Celso Rangel dos Santos Pró-Reitora de Pós-Graduação, Pesquisa e Extensão Profª Elizabeth Tereza Brunini Sbardelini Secretário Geral Profº João Henrique Ribas de Lima Diretor da Faculdade de Ciências Biológicas e da Saúde Profº João Henrique Faryniuk Coordenador do Curso de Medicina Veterinária Profª Neide Mariko Tanaka Coordenador de Estágio Curricular do Curso de Medicina Veterinária Profª Elza Maria Galvão Ciffoni Metodologia Científica Profª Ana Laura Angeli CAMPUS CHAMPAGNAT Rua: Marcelino Champagnat, 505 – Mercês CEP 80.215-090 – Curitiba – PR Fone: (41) 3331-7953

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TERMO DE APROVAÇÃO

Camila Buss

TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO

Este Trabalho de Conclusão de Curso e monografia foi julgada e aprovada para obtenção de título de Médica Veterinária por uma banca examinadora do curso de Medicina Veterinária da Universidade tuiuti do Paraná.

Curitiba, 04 de junho de 2007

Medicina Veterinária

Universidade Tuiuti do Paraná

Orientador: Prof. Ricardo Maia Universidade Tuiuti do Paraná Prof. Ana Laura Angeli Universidade Tuiuti do Paraná Prof. Taís Marchand Rocha Moreira Universidade Tuiuti do Paraná

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A P R E S E N T A Ç Ã O Este Trabalho de Conclusão de Curso (T.C.C.) apresentado ao Curso

de Medicina Veterinária da Faculdade de Ciências Biológicas e da Saúde

da Universidade Tuiuti do Paraná, como requisito parcial para a obtenção

do título de Médico Veterinário é composto de um Relatório de Estágio,

no qual são descritas as atividade realizadas durante o período de 12/02 a

09/04/2007, período este em que estive na Clínica Veterinária Blumenau ,

localizada na cidade de Blumenau, SC, cumprindo estágio curricular e

também de uma Monografia que versa sobre o tema: “Ceratoconjuntivite

seca”.

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SUMÁRIO

LISTA DE FIGURAS.......................................................................................................02 LISTA DE TABELA.........................................................................................................03 LISTA DE QUADROS.....................................................................................................04 RESUMO.........................................................................................................................05 ABSTRACT.....................................................................................................................06 1 INTRODUÇÃO.............................................................................................................07 2 DESCRIÇÃO DO LOCAL DE ESTÁGIO.....................................................................08 3 RELATO DOS CASOS CLÍNICOS..............................................................................13 3.1 DOENÇAS INFECCIOSAS.......................................................................................13 3.1.1 Babesiose...............................................................................................................13 3.2 Oncologia..................................................................................................................17 3.2.1 Neoplasia Mamária.................................................................................................17 3.3 ONCOLOGIA.............................................................................................................20 3.3.1 Tumor de Sticker....................................................................................................20 3.4 DOENÇAS DO APARELHO GENITAL.....................................................................23 3.4.1 Piometra.................................................................................................................23 3.5 DERMATOLOGIA......................................................................................................28 3.5.1 Malassezíase..........................................................................................................28 3.6 ONCOLOGIA.............................................................................................................31 3.6.1 Osteossarcoma......................................................................................................31 3.7 OFTALMOLOGIA......................................................................................................34 3.7.1 Conjuntivite Bacteriana............................................................................... ..........34

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4 CONCLUSÃO..............................................................................................................37 5 REFERÊNCIAS............................................................................................................38

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LISTA DE FIGURAS Figura 1 – Fachada de entrada da Clínica Veterinária .....................................................8 Figura 02 – Sala Cirúrgica.................................................................................................9 Figura 03 – Consultório Médico.........................................................................................9 Figura 04 – Sala de Raio X.............................................................................................10 Figura 05 – Farmácia......................................................................................................10 Figura 06 – Paciente com Babesiose..............................................................................15 Figura 07 – Tumor Mamário............................................................................................19 Figura 08 – Tumor de Sticker..........................................................................................22

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LISTA DE TABELAS Tabela 1 - Casuística da clínica veterinária Blumenau no período de

12/02 a 09/04/2007.........................................................................................11

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LISTA DE QUADROS Quadro 1 – Causas de Ceratoconjuntivite Seca no cão....................................................6 Quadro 2 – Raças com maiores riscos de Ceratoconjuntivite Seca.................................7 Quadro 3 – Drogas para tratamento de Ceratoconjuntivite Seca no cão........................10

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RESUMO A clinica veterinária Blumenau existe no mesmo lugar há 26 anos, atendendo

entre consultas e cirurgias, animais de companhia de mais de 10 mil clientes. A clínica

conta com o trabalho de três médicos veterinários, além de mais de nove pessoas entre

tosadores, recepcionistas e faxineira. Durante os dois meses de estágio, 320 horas

foram divididas entre à clínica médica e clinica cirúrgica, sendo que em ambos havia a

possibilidade de acompanhar os serviços de diagnóstico em radiologia e

ultrassonografia. O presente trabalho relata oito casos clínicos acompanhados durante

o período de estágio.

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ABSTRACT

The Blumenau Veterinary Clinic exists at the same place since 26 years. It gives

medical and surgical treatments for pets of more than 10,000 clients. There are three

Veterinary doctors and nine other people who work there as “cutter”, secretaries and

cleaners. During the 320 hours, I could see all clinical and surgical procedures as well

as radiology and ultrassonography. This paper describes eight clinical cases seen

during the training period.

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1. INTRODUÇÃO

O Estágio Curricular foi realizado no período de 12 de fevereiro a 09 de abril de

2007, na Clínica Veterinária Blumenau, na cidade de Blumenau, no Estado de Santa

Catarina. O Orientador profissional no local de estágio foi o Dr. Gilmar de Oliveira.

Neste período, durante 11 semanas, os setores acompanhados foram as

Clínicas Médica e Cirúrgica de Pequenos animais, sem um tempo determinado para

cada uma delas.

A Clínica Veterinária Blumenau, que funciona há 26 anos no mesmo endereço

permanece aberta das 8:00 às 12:00 horas e das 13:30 às 20:00 horas, de segunda à

sexta, e aos sábados das 8:00 às 12:00 horas e os animais são atendidos por ordem de

chegada.

O estágio teve o objetivo de passar na prática a segurança de tratar uma

moléstia com o conhecimento que já tinha sido adquirido na teoria, mas sem muita

oportunidade de praticá-la. Foi possível observar também o dia-a-dia da profissão, os

pontos positivos e negativos, os sucessos e as perdas, o reconhecimento e o descaso

de uma profissão desgastante, mas muito gratificante quando se trabalha com amor.

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2. DESCRIÇÃO DO LOCAL DE ESTÁGIO

Figura 1. Fachada de entrada da Clínica Veterinária Blumenau

A Clínica Veterinária Blumenau está localizada no Bairro Victor Konder, situada

na Rua Paraíba 256, na cidade de Blumenau - Santa Catarina. Possui uma recepção

que conta com duas funcionárias que se dividem nas tarefas de recepcionista,

telefonista e vendedora.

A espera pelo atendimento é realizada em frente à recepção, que é ao lado do

Consultório Médico Veterinário, onde os proprietários têm à sua disposição bancos de

espera, cafezinho, água mineral e uma televisão.

Na Clínica há uma sala de recepção que conta com uma vasta mercadoria para

Pet, entre rações, brinquedos, coleiras, potes de alimentação, ossinhos, produtos para

banho, entre outros, um consultório médico veterinário, uma sala de Raio X, uma sala

cirúrgica com ultrassom, além de dois banheiros e a parte superior da clínica é

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destinada para banho, tosa, hospedagem e internamentos, somando 28 gaiolas. Há

ainda o isolamento, aonde são internados casos de doenças infecciosas.

Figura 2. Sala Cirúrgica da Clínica Veterinária Blumenau

Figura 3. Consultório Médico Veterinário da Clínica ao lado da recepção

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Figura 4. Sala de Raio X no interior da Clínica

Figura 5. Farmácia na recepção da Clínica.

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Tabela 1- Casuística da Clínica no período de 12/02 até 09/04/2007

GASTRENTEROLOGIA 17

Enterite 2

Gastrenterite 7

Verminose 7

Lipidose Hepática 1

DOENÇAS INFECCIOSAS 4

Babesiose 4

RESPIRATÓRIO 4

Infecção de Vias Aéreas Superiores 4

NEUROLOGIA 2

Convulsões 2

DERMATOLOGIA 25

Malasseziase 6

Dermatite Bacteriana 12

Dermatite de Contato 2

DAAP 2

Demodicose 3

ONCOLOGIA 32

Neoplasia Mamária 18

Tumor de Sticker 2

Carcinoma Epidermóide 3

Metástase Abdominal Generalizada 1

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Cisto Sebáceo 6

Lipoma 2

OFTALMOLOGIA 14

Ceratoconjuntivite Seca 2

Catarata 2

Conjuntivite 7

Prolapso da Glândula da Terceira Pálpabra 3

CARDIOLOGIA 1

Insuficiência Cardíaca Congestiva 1

ORTOPEDIA 13

Fratura de membro pélvico 7

Fratura de membro torácico 2

Fratura de Cauda 1

Displasia Coxo-Femural 3

OUTROS 20

Abcesso Dentário 3

Remoção de Cálculo Dentário 17

OTOLOGIA 10

Otite 4

Sarna Otodécica 6

TOTAL 142

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3. RELATO DE CASOS CLÍNICOS

3.1 DOENÇAS INFECCIOSAS

3.1.1 BABESIOSE

INTRODUÇÃO E REVISÃO DE LITERATURA

A babesiose é uma doença protozoária originária dos carrapatos, que afeta as

hemácias, predominantemente dos cães (Babesia canis e B. gibsoni). Os sinais clínicos

da doença aguda incluem anemia, febre, evoluindo para palidez das mucosas,

taquicardia, taquipnéia, depressão, anorexia ou fraqueza. Icterícia, esplenomegalia e

petéquias estão presentes em alguns cães, dependendo do estágio da infecção. Cães

infectados de forma crônica geralmente apresentam perda de peso e anorexia. Ascite,

sinais gastrintestinais, doença no Sistema Nervoso Central e edema ocorrem em alguns

cães com infecção atípica (NELSON e COUTO, 1998). O diagnóstico é feito através dos

exames de esfregaço sanguíneo (BIRCHARD e SHERDING, 1998).

A Babesia spp é um protozoários que parasita as hemácias resultando em

anemia progressiva. A B. canis tem distribuição mundial, incluindo África, Ásia,

Austrália, Europa, América Central, América do Sul, Japão, e os Estados Unidos

(NELSON e COUTO, 1998)

Os carrapatos Rhipicephalus sanguineus, Dermacentor spp, Haemaphysalis

leachi e Hyalomma plumbeum são capazes de transmitir a B. canis ( NELSON e

COUTO, 1998).

Após a infecção, o período de incubação varia de 10 dias a 3 semanas. A

parasitemia pode ser detectada a partir do primeiro dia; parasitemia recidivante é

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detectada pelo 14 dia, com pico no 20 dia. O microorganismo replica-se

intracelularmente nas hemácias, resultando em anemia hemolítica intravascular.

Hipóxia grave ocorre por causa da rápida degradação de hemácias e pode

resultar em coagulação intravascular disseminada (CID). A gravidade da doença

depende da cepa da Babesia e do estado imune do hospedeiro. O microorganismo

pode ser mantido no hospedeiro de forma crônica em estado quiescente.

Podem ocorrer em cães infecção subclínica, superaguda, aguda, crônica e

atípica ( NELSON e COUTO, 1998).

RELATO DE CASO 1

O animal Kaki, uma canina fêmea de 3 anos e 25 kg, da raça Collie, chegou à

Clínica Veterinária no dia 10/03/2007 pela primeira hora da manhã, com hemoptise há 2

dias e muito apática há vários dias, com fraqueza e mucosas pálidas. Percebeu-se que

seu sangramento não tinha coagulação.

Na anamnese, foi lhe perguntado sobre carrapatos, e o proprietário relatou que o

animal não tinha no momento, mas teve há cerca de 1 mês atrás. Relatou também que

o animal está comendo pouco, bebendo água normalmente e que percebeu que as

fezes escureceram. Não apresentou vômitos ou diarréia.

Durante o exame físico, o animal apresentou T°= 39.4, TPC= 2, freqüência

cardíaca de 110bpm, e freqüência respiratória de 42 mpm. O animal ficou internado

para fazer alguns exames e reabilitá-lo. O animal estava apresentando desidratação de

6%. A suspeita clínica era de hemoparasitose. Foi coletada amostra de sangue para

hemograma. Antes da transfusão sanguínea, foi administrado Ringer com Lactado e

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KCl para estabelecer a hidratação. Foi administrada também Vitamina K para ajudar na

coagulação logo após o fim da transfusão.

No começo da tarde, com o resultado do exame de sangue em mãos, o

Veterinário pôde comprovar que se tratava de Babesiose. Pode-se observar moderada

anemia e 27000 de plaquetas ( trombocitopenia). O sangramento da boca continuava

muito intenso, e após um exame físico minucioso de língua e gengiva, descobriu que se

tratava de um pequeno corte, na parte superior lateral do lado esquerdo da boca. Este

foi então cauterizado e o sangramento cessou. O Veterinário administrou

diazoaminodibenzamidina 3,5 mg/kg IM a cada 48 horas e 7mg/kg de doxiciclina IM a

cada 12 horas. Após 12 dias de tratamento, o animal se reabilitou totalmente. O

antibiótico (doxiciclina) foi continuado por mais três dias. Foi refeito exame de sangue e

se comprovou melhora do paciente observando plaquetas normais.

Figura 6. Paciente com hemoptise devido à Babesiose.

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DISCUSSÃO

Deve-se tomar muito cuidado com animais em locais como grama, areia, terra,

mata e outros locais onde há ou possa ter tido outros animais com carrapatos.

O problema não é o carrapato em si, mas sim as doenças que eles transmitem. A

Babesiose é de importância, pois deixa o animal anêmico, apático e sem coagulação a

ponto de um mínimo corte fazer o animal sangrar até a morte.

É importante que se leve o animal ao Veterinário no início dos primeiros sinais,

para uma rápida cura e um melhor conforto animal. Tanto a Babesiose como a

Ehrlichiose são doenças transmitidas pelos carrapatos, com sinais muito parecidos. A

Ehrlichia phagocytophila causa no hospedeiro: febre, depressão, letargia e polipnéia.

No exame de sangue se observa trombocitopenia. Então deve-se fazer o diagnóstico

diferencial de Babesiose com Erlichiose.

Embora a literatura sugere que se faça diazoaminodibenzamidina dose única,

neste caso o protocolo utilizado foi a cada 48 horas. O uso da medicação vai depender

do estado do animal, avaliando cada caso.

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3.2 ONCOLOGIA

3.2.1 NEOPLASIA MAMÁRIA

INTRODUÇÃO E REVISÃO DE LITERATURA

As glândulas mamárias são o local mais comumente afetado por neoplasias em

cadelas. A neoplasia mamária é rara em cadelas com menos de dois anos de idade,

sua freqüência aumenta muito após os 6 anos e o pico de incidência se dá por volta de

10 a 11 anos. Daí em diante há declínio na incidência. As cadelas inteiras apresentam-

se com risco entre três e sete vezes maior de ocorrência do câncer mamário que em

cadelas castradas. Depois de 2,5 anos a ovariectomia possui pouquíssimo ou nenhum

efeito de preservação no aparecimento de câncer de mama (JOHNSTON,1998). As

raças predispostas são: Cocker spaniel, Fox terrier, pointer alemão, poodle, samoyeda

entre outros. Há um risco reduzido desta neoplasia para cadelas SRD e Chiuhauha. Os

tumores podem ocorrer em qualquer dos 5 pares de glândulas mamárias, porém são

mais comuns nos dois pares caudais ( JOHNSTON, 1998).

Com relação à gatas, os tumores mamários constituem a terceira neoplasia mais

comum, seguindo-se de tumores de pele e linfóides. A incidência por idade aumenta

dramaticamente após os 6 anos, fazendo pico por volta dos 10 a 11 anos (JOHNSTON,

1998).

Cerca da metade dos tumores mamários em cadelas são benignos, em sua

maioria, os tumores benignos são fibroadenomas e quase todos os malignos são

adenocarcinomas (JOHNSTON, 1998).

Metástases podem dar em diversos órgãos, como fígado, rins, adrenais, baço,

pâncreas, diafragma, ovários, músculo esquelético, coração, etc.

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Já em gatos, quase 90% dos tumores mamários são malignos, que em sua

maioria são adenocarcinomas ( JOHNSTON, 1998).

RELATO DE CASO 2

Flor, uma canina Cocker de 3,5 anos e pesando 20 kg foi levada à Clinica

Veterinária Blumenau com uma massa tumoral no terceiro par de mamas de tamanho

grande.

Logo, ao fazer o exame físico na paciente, o Veterinário relatou à proprietária

que sua cadela estava com um Tumor Mamário e que precisaria ser feito uma cirurgia

de remoção.

A proprietária autorizou a cirurgia, deixando a cadela na clinica no dia seguinte,

em jejum. A anestesia utilizada foi Cloridrato de ketamina 10 mg/kg IV, com Cloridrato

de xilazina 0,5 mg/kg IV. O procedimento durou cerca de 50 minutos, ocorrendo alguns

vasos rompidos, mas que foram logo ligados. Foram retiradas, além da mama afetada,

o par de mamas superior e o par inferior, além da mama do outro lado. Foram feitos 8

pontos em Wolf na pele com nylon 3-0 na mama afetada. Não foi feita aproximação

para redução de espaço morto na camada subcutânea para impedir seroma. Para as

outras mamas foram dados 2 pontos em Wolf para cada uma delas.

Após todo o procedimento, foi administrado Shotapen ( penicilina) e Azium

(Dexametasona - 2 mg/kg)

Logo no final da tarde a proprietária retornou à clinica para buscar sua cadela. O

veterinário então lhe receitou Flotril (enrofloxacina10 mg/kg), 2 vezes ao dia por 10

dias, e rifamicina spray no corte 1 X ao dia por 10 dias.

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O retorno foi marcado para 10 dias, chegando então à clinica veterinária para

retirada dos pontos. O resultado foi aquele esperado com uma cicatrização rápida e

sem complicações.

Figura 7. Tumor Mamário no terceiro par de mamas de uma cadela Cocker.

DISCUSSÃO

Embora a anestesia usada tenha sido Cloridrato de Ketamina com Cloridrato de

Xilazina, não foi feita uma boa analgesia nem durante a cirurgia nem no pós-operatório.

Com relação à cicatrização, foi usado Rifamicina spray que é um ótimo cicatrizante

antinflamatório e a cicatrização foi muito boa e rápida.

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3.3 ONCOLOGIA

3.3.1 TUMOR DE STICKER ( TVT)

INTRODUÇÃO E REVISÃO DE LITERATURA

O Tumor Venéreo Transmissível (TVT) ou Tumor de Sticker, é uma neoplasia de

células redondas de origem mesenquimatosa. A transmissão venérea é a mais comum,

mas pode se dar também por lambedura ou contato direto, podendo a massa tumoral

se desenvolver em outro lugar que não seja genitália. É um tumor que acontece na

superfície dos órgãos genitais de cães de ambos os sexos, imunossuprimidos. Em

machos os TVT são freqüentemente encontrados na glande do pênis, mas também

podem se localizar em qualquer região da mucosa do pênis ou prepúcio( HENDERSON

e BREWER, 1998).

Alguns TVT apresentam regressão espontânea e outros produzem metástases

em linfonodos regionais, períneo ou escroto, mas é raro o aparecimento de metástases

em locais distantes, como pulmão por exemplo..( HENDERSON e BREWER).

O aspecto deste tumor é hiperêmico, e adquirem um aspecto de couve-flor. São

muito friáveis, sangrando com muita facilidade ( NELSON e COUTO, 1998). Tumor de

Sticker em cães é o tumor transmissível comumente não-maligno, que se torna

metastático em apenas 5% dos casos. Os TVTs são talvez, os mais sensíveis à

radiação de todos os tumores ( HENDERSON e BREWER, 1998). Este tumor é bem

sensível ao quimioterápico Vincristina ( na dose de 0,025mg/kg IV, sem exceder 1

mg/kg ) especialmente se apresentou metástase, a quimioterapia é o tratamento de

escolha (HOBSON, 1996). A cirurgia pode ser efetiva nos casos de lesões localizadas,

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mas a recidiva varia de 20% para as lesões locais até 60% para as lesões extragenitais

(HENDERSON e BREWER, 1998).

A citologia revela células redondas a ovóides, com núcleos redondos e

numerosas figuras mitóticas (HENDERSON e BREWER, 1998).

Este tumor ocorre mais freqüentemente em lugares onde existem cães errantes, e

não se observou nenhuma predileção racial ou sexual (BIRCHARD e SHERDING,

1998).

RELATO DE CASO 3

O canino Duque, um Dogue Alemão de 5 anos de idade e 39 kg de peso, chegou

à Clinica Veterinária no dia 27/02/07 com o pênis com uma massa com aspecto de

couve-flor. O proprietário relatou na anamnese sangramento no pênis, e que estava se

alimentado e bebendo água normalmente. Foi observada também secreção purulenta

na ferida. O animal não apresentava febre, estava com uma temperatura de T° 38,9. O

proprietário relatou que o problema começou a mais ou menos 6 meses, mas só trouxe

agora por falta de condições financeiras.

Ao fazer um exame físico no animal, o veterinário já logo identificou que se

tratava de Tumor de Sticker e que inicialmente não seria necessário procedimento

cirúrgico.

Foi administrado então Sulfato de Vincristina à uma dose de 0,025 mg/kg . A

medicação foi feita IV bem devagar, com muito cuidado para não escapar da veia, pois

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é uma droga citotóxica, podendo causar necrose na veia e tecido. Foi utilizado solução

fisiológica NaCl 0,9% para diluição.

Esse procedimento foi feito uma vez por semana durante 4 semanas. O

proprietário veio com Duque à clinica Veterinária todas as semanas para a aplicação, e

na segunda semana disse que o animal estava comendo pouco e tinha vomitado uma

vez. Foi então lhe dito que efeitos colaterais eram normais da medicação. Após as 4

semanas o proprietário retornou seu animal à Clínica Veterinária, e foi observado total

desaparecimento do tumor. Este medicamento foi aplicado com todos os protocolos de

segurança, que compreendem óculos, luvas, gorro, máscara, jaleco.

Figura 8. Tumor de Sticker em mucosa peniana de cão da raça Dogue Alemão.

DISCUSSÃO

Embora a literatura diga que a radioterapia é um bom tratamento, no Brasil ainda

não é muito feita, por ser um tratamento caro que exija aparelhos sofisticados.

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Neste caso o medicamento não foi estendido após a cura clínica, mas a literatura

sugere que se faça por mais algum tempo.

3.4 DOENÇAS DO APARELHO GENITAL

3.4.1 PIOMETRA

INTRODUÇÃO E REVISÃO DE LITERATURA

A Hiperplasia endometrial cística (HEC) - Piometra é um distúrbio do útero

potencialmente fatal. A progesterona normalmente estimula o crescimento e a atividade

secretora das glândulas endomentriais, o que pode resultar no desenvolvimento de

HEC com acúmulo de líquido nas glândulas endometriais e na luz uterina. O estrogênio

aumenta o número de receptores de progesterona no útero, o que explica o aumento de

incidência de piometra em animais que recebem estrogênios exógenos durante o

diestro para impedir gestação. A progesterona também diminui a atividade do

miométrio, o que pode promover retenção de líquido na luz do útero (NELSON e

COUTO, 1998).

O termo Piometra descreve o útero repleto de pús, associado a alterações

ovarianas (STONE, CANTRELL e SHARP, 1998). A piometra aparece durante o diestro,

quando a produção de progesterona pelo ovário é alta, assim como também é alta a

administração de progestinas. (NELSON e COUTO, 1998). Geralmente acontece dentro

de 8 semanas após o último estro. A afecção acontece quando o corpo lúteo está

secretando ativamente progesterona, que aumenta as secreções das glândulas

uterinas, inibe a contração do miométrio e mantém a oclusão da cérvix a progesterona

ovariana ou exógena deve estar presente, para que a piometra seja mantida.

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Geralmente acontece dentro de 8 semanas após o último estro (HENDERSON e

BREWER, 1998).

Durante essa fase, antes de ocorrer invasão bacteriana, observa-se um útero

associado a uma hidrometra ou mucometra.( NELSON e COUTO, 1998).

Bactérias ( geralmente Escherichia coli ) originárias da vagina podem então, colonizar o

útero, provocando o aparecimento da Piometra. Outras bactérias cultivadas são:

Streptococcus, Staphylococcus, Enterococcus, Klebsiella, Pseudomonas (NELSON e

COUTO).

A piometra pode ser classificada como aberta (quando tem aparecimento de

corrimento vulvar) e fechada (sem corrimento). Os sinais clínicos da Piometra englobam

anorexia, corrimento vulvar purulento, às vezes tingido de sangue, inapetência, letargia,

poliúria e pilodipsia e vômito podendo apresentar febre (NELSON e COUTO, 1998). Os

sinais clínicos em gatas são mais sutis que em cadelas, englobando corrimento vaginal,

anorexia e letargia. Em cadelas ocorre leucocitose, anemia, hipoalbuminemia, aumento

dos níveis de fosfatase alcalina, azotemia e acidose. A leucocitose e a

hiperglobulinemia correlacionam-se com o estado inflamatório do útero. A

hipoalbuminemia não é causada por perda de proteína na urina, mas poderia ser

causada pela redução na produção hepática, menor ingestão de proteína e perda

protéica no útero (STONE, CANTRELL e SHARP, 1998).

Cadelas com piomentra sofrem redução na capacidade de concentração da

urina, embora a capacidade de diluição possa ter sido preservada (STONE, CANTRELL

e SHARP, 1998). A redução na velocidade de filtração glomerular é anormalidade

funcional, não correlacionada à lesão estrutural no glomérulo.

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A piometra fechada tende a ser mais grave, pois não ocorre a drenagem da

secreção, fazendo um grande acúmulo no útero (NELSON e COUTO, 1998). Com

relação à gatas, elas podem responder a leve estimulação, suficiente para causar

ovulação e produção de corpo lúteo (STONE, CANTRELL e SHARP, 1998).

O diagnóstico de piometra pode ser confirmado com base na história clínica,

exame físico e valores laboratoriais (STONE, CANTRELL e SHARP, 1998).

O exame digital da vagina diferencia os tumores vaginais, como causa de

corrimento vaginal. Na palpação abdominal se observa um útero aumentado de volume.

O clínico deve cuidar durante a palpação para que não ocorre ruptura uterina (STONE,

CANTRELL e SHARP, 1998).

Os achados laboratoriais e a ultrassonografia têm utilidade na determinação das

dimensões do útero, espessura da parede uterina, e presença de líquido no interior do

órgão (STONE, CANTRELL e SHARP, 1998).

O tratamento usual para a piometra é a ovário-salpingohisterectomia e

medicação antibiótica de largo espectro por 7 a 10 dias após a cirurgia (STONE,

CANTRELL e SHARP).

No procedimento cirúrgico devemos tomar cuidado com lacerações e rupturas,

pois o útero estará dilatado e friável. O útero é isolado do abdômen por meio de

compressas de laparotomia, antes que seja seccionado para que não ocorra a

contaminação abdominal. A pequena porção do útero é então lavada e succionada,

para a remoção do pus residual (STONE, CANTRELL e SHARP, 1998).

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RELATO DE CASO 4

A canina Nina, uma rotweiller de oito anos e 35 kg, chegou à clinica veterinária

Blumenau com apatia, inapetência, letargia, mas não apresentava febre nem secreção

vaginal. Observou-se um abdômen abaulado, mais aumentado que o normal. Na

palpação o animal não apresentou dor e o Médico Veterinário não identificou nada que

pudesse concluir o diagnóstico. Suspeitou-se no início de alguma massa tumoral na

região do abdômen. Nina foi então levada para ultrassonografia. Durante o exame, o

Veterinário observou útero muito espesso, com muito muco denso no seu interior e

confirmou um diagnóstico de Piometra (STONE, CANTRELL e SHARP, 1998). A cadela

foi então reenviada ao consultório médico, onde o proprietário os aguardava. Relatou a

ele, que ao invés de cada corno do útero da cadela estar do diâmetro normal de 2 cm,

estava aproximadamente 5 vezes maior .

O médico veterinário relatou o diagnóstico ao proprietário e este autorizou a

intervenção cirúrgica já que quanto mais tempo demorar, maior o risco de romper o

útero dentro do animal e este vir à óbito.

A anestesia usada foi com Cloridrato de ketamina 10 mg/kg, com Cloridrato de

xilazina 0,5 mg/kg.

O procedimento de retirada do útero e ovários durou cerca de 1 hora. Não

tiveram complicações, apenas pequenas hemorragias já logo estancadas.

O procedimento começou pela manhã e logo no final da tarde a cadela Nina

estava liberada para ir para casa.

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Foi pedido ao proprietário que se tomasse cuidado com o corte, passando

diariamente Rifamicina Spray 1X ao dia e Enrofloxacina 5mg/kg -1 comprimido duas

vezes ao dia por 10 dias.

Foi então marcado retorno para 10 dias para retirar os pontos. O proprietário

então retornou, o veterinário retirou seis pontos que foram dados em Wolf, e o corte

estava totalmente cicatrizado.

Para sutura interna nos cotos foi usado fio nylon 2-0. A camada muscular foi

fechada com fio nylon 3-0. Não foi feito redução de espaço morto fechando a camada

subcutânea. Na pele foram feitos seis pontos em Wolf com nylon 2-0.

DISCUSSÃO

A piometra é um problema no útero das fêmeas que se não for diagnosticada a

tempo, certamente o animal irá a óbito. As piometras abertas são mais fáceis de serem

diagnosticadas, já que fazem secreção vaginal.

Já a piometra fechada, se não for feita uma cirurgia rapidamente, o útero pode

romper dentro da cavidade, o que pode levar a um quadro de peritonite e infecção;

assim como a aberta também pode acontecer. O tratamento ideal realmente é o

tratamento cirúrgico, pois a cura com antibióticos geralmente é falha e o risco do útero

romper enquanto o animal está em tratamento é muito grande.

Deve-se tomar cuidado com o protocolo anestésico para o animal não sentir dor

durante o procedimento. Neste caso, assim como no caso de Tumor Mamário,

Cloridrato de Ketamina e Cloridrato de Xilazina em que não existe uma boa analgesia.

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3.5 DERMATOLOGIA

3.5.1 MALASSEZIASE

INTRODUÇÃO E REVISÃO DE LITERATURA

A Malassezia pachydermatis é uma levedura saprofítica não micelial, lipofítica

encontrada na pele normal e anormal, nos condutos auditivos, nos sacos anais, reto e

vagina de cães e gatos normais. Alterações no microclima cutâneo podem levar este

microorganismo à um patógeno significativo. A doença de pele alérgica e bacteriana

também pode ser fator predisponente, assim como a administração por período

prolongado de antibióticos e glicocorticóides (NELSON e COUTO, 1998).

A dermatite por Malassezia é uma dermatose rara, mas crescentemente

identificada em cães. Pode ocorrer em cães adultos de qualquer idade e raça, mas as

seguintes raças são mais predispostas: Maltês, Pastor Alemão, Cocker Spaniel,

Dachshund, Collie, Chihuahua, Poodle e West Highland branco. A dermatite quase

sempre começa no verão ou nos meses úmidos, que também correspondem à estação

alérgica, e então persiste até o inverno. Cerca de 50% dos cães apresentam doenças

básicas, especialmente seborréia, alergias e piodermites bacterianas. Este fungo tem

como principal sinal o prurido, vindo também com eritema, pele oleosa, com caspa e

cheiro de ranço. Ocorre dermatite regional nas orelhas, lábios, focinho, espaços

interdigitais, pescoço ventral, face medial das coxas, axilas, e região perianal (NELSON

e COUTO, 1998)

A dermatite por Malassezia raramente é relatada em gatos, quando encontrada,

pode estar associada à otite externa negra e ceruminosa.

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O diagnóstico diferencial inclui atopia, hipersensibilidade alimentar,

hipersensibilidade à picada de pulgas, foliculite superficial, acne felina, escabiose,

dermatite de contato, dermatite seborréica, entre outros. O diagnóstico pode ainda ser

mais difícil para o clínico porque a dermatite por Malassezia deve ser considerada

freqüentemente está associada ou é desencadeada por muitos dos diagnósticos

diferenciais potenciais.

O melhor meio de diagnóstico diante de uma suspeita de Malassezia é o exame

citológico. Amostras de caspa ou gordura superficial são obtidas mediante raspado

cutâneo superficial, esfregadas com swab, pressionando-se um pedaço de fita celofane

na pele lesada diversas vezes, ou pressionando-se uma lâmina limpa de vidro para

microscopia sobre a pele. O raspado e a fita parecem ser mais confiáveis do que

esfregar. Todo o material é transferido para uma lâmina de vidro, fixada pelo calor e

corada. Verificam-se então células arredondadas ou ovais brotando, em forma de

levedura. As leveduras são quase sempre vistas em grupos ou aderidas aos

ceratinócitos (SCOTT, MILLER e GRIFFIN, 1996). O tratamento de Malassezia é mais

bem obtido com cetoconazol oral ( 5 a 10 mg/kg a cada 12 h) o prurido é geralmente

reduzido na primeira semana e as lesões cutâneas resolvem-se dentro de duas a

quatro semanas. O tratamento deve continuar por 10 dias após a cura clínica. Com

Itraconazol também se tem conseguido bons resultados. O Shampoo com sulfeto de

selênio também tem sido muito eficaz (SCOTT, MILLER e GRIFFIN, 1996).

Tendo em vista que muitos casos de dermatite por Malassezia estão associados

à doenças básicas e esquemas terapêuticos, a identificação e o controle desses fatores

predisponentes são críticos para evitar infecções recidivantes por leveduras. Mas

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quando as causas não puderem ser encontradas ou corrigidas, é necessária a

manutenção crônica do tratamento (SCOTT, MILLER e GRIFFIN, 1996).

RELATO DE CASO 5

Chegou à Clinica veterinária um Dachshund macho, de 2,6 anos, pesando 11 kg

com prurido intenso, pele eritematosa e descamação na pele. Segundo a proprietária, o

animal estava assim há mais ou menos dois meses.

Na anamnese, o veterinário lhe perguntou se tinha tido pulgas, e a resposta foi

que não. Perguntou-lhe também se houve alguma mudança na alimentação, e a

proprietário disse que não, que sempre comeu ração Royal Canin. Foi-lhe perguntado

então se houve algo de diferente, se tinha acontecido algo que não é de costume, e a

proprietária disse que apenas tinha se mudado de um apartamento para uma casa com

jardim, relatando como se não fosse de muita importância. O Veterinário então, disse

que se tratava de um fungo chamado malassezia e que provavelmente a causa de base

fosse alergia a alguma coisa de sua casa, como pó ou algo assim. Foi pedido a ela

então que trocasse sua cama e fômites.

O tratamento administrado foi então banhos medicamentosos de shampoo com

clorexidine 0,2% 1 vez por semana durante 4 semanas e depo-medrol ( metil

prednisolona) 2 mg/kg IV dose única para prurido e cetoconazol comprimidos 5 mg/kg 2

vezes ao dia por 12 dias.

No retorno o prurido tinha cessado, mas ainda tinha poucas crostas, foi então

dado mais um banho medicamentoso e pediu para repetir na próxima semana. No

próximo retorno o animal já estava reabilitado.

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DISCUSSÃO

A Malassezia é um fungo complicado de ser tratado, pois envolvem outros

fatores ambientais. Muitas vezes profissionais tratam a malassezia apenas de acordo

com os sinais que o animal está apresentando no momento, sem se preocuparem com

o que está causando a micose. Fatores como poeira, bacterias, problemas de

imunidade e muitos outros fatores podem desencadear a Malassezia.

Deve-se tratar o problema de base, e assim evitar a remissão do fungo.

Embora tenha sido usado como protocolo de tratamento o antibiótico por 12 dias,

o ideal para problemas dermatológicos é que se faça por 21 dias.

3.6 ONCOLOGIA

3.6.1 OSTEOSSARCOMA

INTRODUÇÃO E REVISÃO DE LITERATURA

O osteossarcoma é a neoplasia óssea primaria mais comum. A metástase é

comum e geralmente ocorre no início do ciclo da doença. Embora menos de 5% dos

cães afetados apresentem metástases torácicas detectáveis no RX, 90% morrem ou

sofrem eutanásia em 1 ano a partir do diagnóstico, por metástases. O osteossarcoma é

composto de células mesenquimais que produzem osteóides (FOSSUM, 2001).

A média de idade de animais com esse tipo de câncer é de sete anos e os

machos são mais afetados que as fêmeas (FOSSUM, 2001)

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O tratamento medicamentoso pode ser feito com quimioterapia, sendo a

cisplatina 70 mg/m2 de área de superfície corporal, o quimioterápico de eleição

(FOSSUM, 2001).

O Tratamento cirúrgico envolve a amputação do membro ou ressecção tumoral

combinado com quimioterapia com cisplatina. As lesões podem ser diferenciadas de

osteomielite bacteriana, osteomielite fúngica, carcinoma prostático, infartos ósseos

entre outros (FOSSUM, 2001)

Os cães tratados de osteossarcoma somente com amputação apresentam tempo

médio de sobrevida de cinco meses, alguns até um ano. Os tratados com amputação e

cisplatina apresentam tempo médio de sobrevida de 9 meses, e 40% de 1 ano

(FOSSUM, 2001).

A eutanásia geralmente é solicitada pelo proprietário quando a metástase

provoca sinais de depressão, anorexia ou angustia respiratória (FOSSUM, 2001)

RELATO DE CASO 6

A cadela Brenda, uma Rotweiller de sete anos e 43 kg, chegou à Clinica

Veterinária com claudicação no membro pélvico direito, e o membro estava um pouco

mais inchado que o esquerdo.

O sobrinho do proprietário disse que percebera o inchaço da pata apenas a uns

dois meses, e a claudicação há mais ou menos 3 meses. Disse também que a cadela

não esta comendo há mais de uma semana.

À palpação verificou-se presença de edema. Seus Batimentos cardíacos

estavam normais, e ela não apresentava febre, com uma temperatura de 38,9 C.

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Brenda foi então enviada para o Raio X, e foi então diagnosticado que se tratava de um

câncer, uma massa de crescimento ósseo anormal na região distal do fêmur direito. No

Raio X se percebeu crescimento lateral e medial, formando um aumento ósseo.

Observou-se também que o osso já estava perdendo sua consistência, pois já estava

começando a se abrir. Ao lhe perguntar se o animal já havia fraturado esse membro,

disse que achava que não.

Foi então lhe receitado o analgésico Dorless ( Tramadol 1mg/kg) e Meloxicam ( 1

mg/kg) a cada 24 horas para dar algum alívio ao animal. Retorno foi marcado para 15

dias para avaliar a paciente.

Depois de 15 dias Brenda retornou ao consultório, sem melhoras. Continuava

comendo muito pouco, estava apática, letárgica, claudicando, e com o mesmo

crescimento ósseo. Foi feito outro RX e não se observou aumento desde a última

consulta. Foi então conversado com o proprietário do animal, que foi quem a levou para

o retorno. Lhe foi explicado que a quimioterapia é um bom tratamento para o câncer e

que a possibilidade da massa óssea sumir totalmente e não voltar é grande. Más, ao se

tratar de uma pessoa simples, que não terá recursos para pagar o tratamento

mencionado, o Veterinário lhe deu a opção de amputação dessa pata.

O proprietário ficou de pensar e retornar com alguma resposta. Enquanto isso, a

medicação teria que ser continuada.

No dia seguinte o proprietário voltou perguntando sobre eutanásia. O Veterinário

disse que, na realidade não teria necessidade do procedimento, más que com a

amputação, Brenda precisaria de mais cuidados, pelo menos no começo. O proprietário

insistiu na eutanásia. No mesmo dia então foi feita com o medicamento T 61.

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DISCUSSÃO

Neste caso foi relatado pelo Veterinário que a quimioterapia é um bom

tratamento e que a probabilidade de não haver recidiva do tumor ósseo é grande, o que

não é inteiramente verdade, pois a recidiva é alta. O melhor tratamento de escolha

segundo a literatura é a amputação do membro concomitante com quimioterapia.

Para se fazer uma eutanásia deve-se avaliar o quadro do animal para perceber

se realmente é a melhor escolha para o alívio do animal, já que todos os animais tem

direito a um tratamento. Só como último recurso deve-se fazer a eutanásia.

No caso relatado, a eutanásia não seria necessária.

3.7 OFTALMOLOGIA

3.7.1 CONJUNTIVITE BACTERIANA

INTRODUCAO E REVISAO DE LITERATURA

A conjuntiva está associada com muitas doenças dos anexos bulbares em razão

de sua exposição e proximidade às estruturas oculares externas e internas.

A conjuntiva representa um papel na dinâmica da lágrima, proteção imunológica

do olho, movimento ocular e cicatrização corneana. Como uma membrana mucosa, a

conjuntiva se alinha dentro das pálpebras, começando na margem palpebral e

estendendo-se profundamente em direção à órbita para criar o fórnix (fundo de saco

conjuntival ou fórnix; neste ponto ela reverte sua posição e então se estende sobre o

bulbo até o limbo (GELATT, 2003).

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Células caliciformes estão também presentes na camada epitelial da conjuntiva,

e produzem uma mucina semelhante a gel, a qual forma a mais profunda das três

camadas do filme lacrimal pré-ocular. A mucina protege a superfície ocular aprisionando

detritos e bactérias, e fornecendo um meio para aderência das imunoglobulinas e

lisozimas microbicidas.

Na maioria dos casos em que a conjuntivite bacteriana ocorre, ela se desenvolve

secundariamente a anormalidades palpebrais ou ceratoconjuntivite seca. A conjuntivite

bacteriana é normalmente causada por Staphylococcus sp. Exames citológicos de

raspados conjuntivais podem ajudar a confirmar o diagnóstico. Um bom tratamento

inclui antibiótico de largo espectro e solução de ungüento.

RELATO DE CASO 7

Moly, uma Sharpei fêmea de oito meses e 18 kg, chegou à Clínica Veterinária

Blumenau com blefarospasmo, irritação ocular e secreção no olho direito. A proprietária

relatou que já tinha observado os mesmos sinais à algum tempo.

Ao fazer o exame físico no animal, observou-se uma inversão da pálpebra

inferior lateral, fazendo um entrópio. Observou congestão ocular, fotofobia e secreção

mucopurulenta. O Veterinário relatou à proprietária então, que se tratava de uma

conjuntivite produzida pela irritação que o entrópio estava fazendo; uma irritação

mecânica, e que o tratamento seria medicamentoso de início, para amenizar os sinais

de secreção ocular e vermelhidão, mas que posteriormente teria que ser feito uma

intervenção cirúrgica para voltar a pálpebra para seu local anatomicamente normal.

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Foi então administrada penicilina IV dose única para a infecção e como

antinflamatório prescrito Keravit pomada oftálmica 1 X ao dia por 10 dias.

No retorno, foi observado melhora dos sinais. Não havia mais hiperemia, o

animal conseguia abrir o olho um pouco mais e secreção tinha cessado. Foi então

proposta a cirurgia. A proprietária trouxe Moly no dia seguinte, em jejum para o

procedimento.

DISCUSSÃO

A conjuntivite é um problema que não é muito complicado seu tratamento, mas

deve-se saber, primariamente, sua origem para poder administrar a medicação correta.

Neste caso, não foi feito nenhum exame mais detalhado que comprovasse que a

conjuntivite em questão é bacteriana. Um swab para observação da microflora neste

caso seria interessante.

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4 . CONCLUSÃO

Esta experiência de dois meses de estágio foi muito importante na minha

formação profissional, mostrando-me e ensinando-me a praticar a teoria absorvida

durante esses cinco longos, sofridos e maravilhosos anos.

Percebi que precisamos praticar para estarmos preparados para a vida. Um

profissional completo é aquele que não somente sabe sobre todos os livros, mas

também aquele que sabe o que está fazendo, com experiência e responsabilidade.

Percebi que em muitos momentos poderia ter sido usado mais meios de

diagnóstico, formas mais elaboradas e mais completas de cura, mas pude lidar, muitas

vezes com respostas negativas dos proprietários quando se colocava o preço do

tratamento em questão. Assim, mesmo o profissional querendo usar de toda a estrutura

necessária para diagnóstico e tratamento, muitas vezes era impedido de fazê-lo.

O que mais me satisfez nesse tempo de estágio foi que pude perceber que

ninguém nunca terá todo o conhecimento sobre esta área, mas muitas pessoas fazem o

possível e até mesmo o que não esta ao alcance de suas mãos, para dar aos animais,

desde aos yorkshires de socialites até cães sem raça definida de carrinheiros o mesmo

cuidado, procurando dar a esses animais uma qualidade de vida confortável.

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5. REFERÊNCIAS

FOSSUM, Theresa Welch. Outras doenças ósseas e articulares. In__ Cirurgia de

Pequenos Animais.São Paulo: Roca, 2001. p. 1119- 1123.

HENDERSON, Ralph A.; BREWER, William G. Jr. Tumor Venéreo Transmissível..

In__ SLATTER, Douglas. Manual de Cirurgia de Pequenos Animais. São Paulo:

Manole, 1998. p.2460.

HOBSON, H. PHIL. Fisiopatologia Cirúrgica do Pênis. In__ BOJRAB, M. Joseph.

Mecanismos da Moléstia na Cirurgia dos Pequenos Animais. 2 ed. São Paulo:

Manole, 1996. p. 650.

JOHNSTON, Shirley D. Neoplasias Mamárias. In__ SLATTER, Douglas. Manual de

Cirurgia de Pequenos Animais. 2 ed. São Paulo: Manole, 1998. p. 2575- 2580.

NELSON, Richard W. e COUTO, C. Guillermo. Hiperplasia endometrial cística e

Piometra. In__NELSON, Richard W. e COUTO, C. Guillermo. Medicina Interna de

Pequenos Animais. 2 ed. Rio de Janeiro: Guanabara, 1996. p. 681- 683.

NELSON, Richard W. e COUTO, C. Guillermo. Neoplasia Mamária. In__NELSON,

Richard W. e COUTO, C. Guillermo. Medicina Interna de Pequenos Animais. 2 ed.

Rio de Janeiro:Guanabara, 1996. p. 686- 688.

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NELSON, Richard W. e COUTO, C. Guillermo. Infecções Genitais e Tumor Venéreo

Transmissível. In__NELSON, Richard W. e COUTO, C. Guillermo. Medicina Interna

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