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UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANÁ Diego Cozer da Motta Ribeiro ATLETISMO PARA PORTADORES DE SíNDROME DE DOWN Curitiba 2006

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UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANÁ

Diego Cozer da Motta Ribeiro

ATLETISMO PARA PORTADORES DE SíNDROME DE DOWN

Curitiba

2006

Diego Cozer da Motta Ribeiro

ATLETISMO PARA PORTADORES DE SíNDROME DE DOWN

Trabalho de Conclusão do Curso de EducaçãoFisica, Aprofundamento em Portadores deNecessidades especiais, da Faculdade de CiênciasBiológicas e da Saúde, da Universidade Tuiuti doParana.

Orientadora: Professora Mestre Jocian MachadoBueno

Curitiba

2006

TERMO DE APROVAÇÃO

Diego Cozer da Moita Ribeiro

ATLETISMO PARA PORTADORES DE SíNDROME DE DOWN

Este Trabalho de Conclusão de Curso foi julgado e aprovado para a

obtenção do titulo de Licenciado em Educação Fisica da Universidade Tuiuti

do Paraná, Aprofundamento em Portadores de Necessidades Especiais.

Curitiba, 17 de Abril de 2006.

pPrüfli de Luca Meckin(

Orientadora: Professora Mestre Jocian Machado Bueno

Prof. Doutor jno Krug - éãd:ifra de TOCC

SUMÁRIO

INTRODUÇÃO.

1.1 JUSTIFICATIVADOTEMA.

1.2 OBJETIVOS.

1.2.1 Objetivo Geral .

07

07

11

11

11

12

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14

15

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20

20

21

22

1.2.2 Objetivos Especificas.

1.3 PROBLEMA ...

2 REVISÃO DE LITERATURA.

2.1 SíNDROME DE DOWN (TRISSOMIA DO CROMOSSOMO 21) ...

2.1.1 Como lidar com as pessoas com Síndrome de Down .

2.2 ATLETISMO.

2.2.1 Salto em distância.

2.2.1.1 Salto em distância - Masculino.

2.2.1.2 Salto em distância - Feminino

2.2.2 Arremessos e Lançamentos "

2.2.2.1 Arremesso de Peso - Masculino.

2.2.2.2 Arremesso de Peso - Feminino

2.2.2.3 Lançamento de Dardo - Masculino .. 23

2.2.2.4 Lançamento de Dardo - Feminino. 24

2.2.3 O Atletismo no ambiente escolar. 24

2.3 O ESPORTE PARA PORTADORES DE NECESSIDADES ESPECIAIS .. 26

2.3.1 Modalidades Esportivas... 29

2.4 BENEFíCIOS DA ATIVIDADE FíSICA.. 34

2.5 O EXERCíCIO FíSICO NO CONTROLE DO SOBREPESO CORPORAL E

DA OBESIDADE .. 38

2.5.1 Sobrepeso e Obesidade . 39

4041

2.5.2 Prevenção do sobrepeso e a obesidade .. 0

2.5.3 Prescriçâo de exercicios para perda de gordura.

3 METODOLOGIA.

3.1 TIPO DE PESQUISA ..

3.2 POPULAÇÃO E AMOSTRA ..

3.2.1 População.

3.2.2 Amostra.

44

44

44

44

45

45

45

46

46

47

47

48

53

54

3.3 LOCAL

3.3.1 Dados Gerais de Instituição.

3.4 INSTRUMENTO

3.5 COLETA DE DADOS ..

3.6 ANÁLISE DOS DADOS.

3.7 LIMITAÇÕES DO ESTUDO.

4 APRESENTAÇÃO E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS.

5 CONCLUSÃO.

REFERÊNCIAS BIBLlOGRÃFICAS ..

LISTA DE QUADROS E GRÁFICOS

Quadro 1 - Dados Antropom étricos do pré-teste e pós-teste. 48

Gráfico 1 - Média dos dados Antropométricos do pré-teste e pós-teste. 48

Quadro 2 - Dados de pré-teste e pós-teste da modalidade Salto em

Distância. 49

Gráfico 2 - Media dos dados de pré-teste e pós-teste da modalidade Salto

em Distância.

Quadro 3 - Dados de pré-teste e pós-teste da modalidade Arremesso de

Peso.

Gráfico 3 - Média dos dados de pré-teste e pós-teste da modalidade

Arremesso de Peso. 51

50

50

Quadro 4 - Dados de pré-teste e pós-teste da modalidade lançamento de

~~. ~Gráfico 4 - Média dos dados de pré-teste e pós-teste da modalidade

Lançamento de Dardo . 52

RESUMO

ATLETISMO PARA PORTADORES DE SiNDROME DE DOWN

Autor: Diego Cozer da Motta RibeiroOrientadora: Professora Mestre Jocian Machado Bueno

Curso de Educação FísicaUniversidade Tuiuti do Paraná

Este trabalho objetivou determinar o nivel de habilidade na modalidade deatletismo dos individuos portadores de Síndrome de Down, com idades entre 12 e 15anos, acadêmicos da Escola de Educação Especial Luan Müller - APAE. Para isso,valeu-se de uma pesquisa descritiva comparativa, utilizando-se como base os dadosdo pré teste e pós teste, com um treinamento de 9 meses entre eles. A amostra parao estudo constituiu-se de 5 Portadores de Sindrome de Down, na faixa etária entre12 e 15 anos, de ambos os sexos, institucionalizados na Escola de EducaçãoEspecial Luan Muller - APAE, da cidade de Curitiba I PRo Após isto, contatou-se quena modalidade de Salto em Distância, o grupo obteve no pré teste a média de 1,41m, e no pós teste de 1,79 m, aumentando 0,38 m. Na modalidade de Arremesso dePeso, o grupo obteve no pré teste a média de 3,95 m, e no pós teste de 5,76 m,aumentando 1,81 m. Na modalidade de Lançamento de Dardo, o grupo obteve nopré teste a média de 3,22 m, e no pós teste de 5,65 m, aumentando 2,42 m. Comrelação aos dados antropométricos, observou-se que: a altura média encontradapara o grupo foi de 1,46 m no pré teste e 1,50 m no pós teste, aumentando 0,05 m.O peso, no pré teste teve uma média de 46,4 Kg e no pós teste de 44,6 kg,evidenciado-se perda de 1,8 kg. Por fim, o IMC, no pré teste a média do grupo foi de21,76 e no pós teste foi de 19,82, deduzindo 1,94 do indice. Conclui-se então, que aprática do atletismo desenvolvida em um período de 9 meses, com indivíduosportadores de Sindrome de Down, residentes na cidade de Curitiba, de idades entre12 e 15 anos, foi capaz de promover aprimoramento técnico e melhoras nas marcasdas modalidades de arremesso de dardo, arremesso de pelota e salto em distância;assim como estas atividades afetam positivamente o aumento da estatura, a perdade peso, e melhora da condição do indice de Massa Corpórea (IMC).

Palavras-chave: Atletismo, Síndrome de Down.

INTRODUÇÃO

ATLETISMO PARA PORTADORES DE SINDROME DE DOWN

1.1 JUSTIFICATIVA DO TEMA

A Sindrome de Down apresenta uma significativa incidência sobre a população

geral: cerca de um a dois para cada mil nascidos vivos, independentes de raça, gênero

ou nivel sócio-econômico (GALLAGHER, 1990).

Segundo o Ministério da Saúde (2005), nascem no Brasil, cerca de oito mil bebês

portadores de Sindrome de Down, por ano. Os índices de incidência aliados aos

poucos estudos sobre o tema justificam esta pesquisa.

Mantoan (1993) relata dificuldades em realizar estudos com a população

especial, que vão desde os cuidados éticos até a falta de compreensão de alguns

sujeitos para executar as tarefas propostas.

A Síndrome de Down resulta de uma constituição biológica alterada por um

fator genético (MANTOAN, 1993). Dentre as características fisicas dos portadores de

Síndrome de Down, Mustacchi e Rozone (1990) citam que algumas podem determinar

um baixo grau de aptidão física, por exemplo: anomalias congênitas do coração,

hipotonia muscular, hipoplasia pulmonar, estreitamento da artéria aorta, instabilidade

atlanto-axial e deficiência mental.

Dentro de cada célula do nosso corpo estão os cromossomos, responsáveis pela

cor dos olhos, altura, sexo e também por todo o funcionamento e forma de cada órgão

do corpo interno, como o coração, estômago, cérebro, etc. Cada uma das células

possui 46 cromossomos, que são iguais, dois a dois, quer dizer, existem 23 pares ou

duplas de cromossomos dentro de cada célula. Um desses cromossomos, chamado de

número 21 é que está alterado na Síndrome de Down. A criança que possui a Síndrome

de Down, tem um cromossomo 21 a mais, ou seja, ela tem três cromossomos 21 em

todas as suas células, ao invés de ter dois. Ê a trissomia 21. Portanto a causa da

Sindrome de Oown é a trissomia do cromossomo 21. É um acidente genético. Esse erro

não está no controle de ninguém.

Os individuas com Síndrome de Down apresentam certos traços tipicos, como:

olhos com linha ascendente e dobras da pele nos cantos internos (semelhantes aos

orientais), nariz pequeno e um pouco "achatado", rosto redondo, orelhas pequenas,

baixa estatura, pescoço curto e grosso, flacidez muscular, mãos pequenas com dedos

curtos, prega palmar única. A partir destas características é que o médico levanta a

hipótese de que o bebê tenha Síndrome de Down, e pede o exame do cariótípo (estudo

de cromossomos) que confirma ou não a Sindrome (MUSTACCHI e ROZONE, 1990).

Os portadores de Sindrome de Oown são, provavelmente, as pessoas que mais

são prejudicadas, em decorrência da supervalorização das habilidades intelectuais pela

sociedade (TELFORD e SAWREY, 1984; GLAT, 1989). Enquanto os portadores de

deficiência física e os portadores de deficiência sensorial estão se integrando

gradativamente à vida comunitária, ainda persistem, em grau mais elevado,

preconceitos em relação àquelas que possuem uma deficiência mental (MARTINS,

1996).

Porém, com o processo de sensibilização e conscientização da sociedade, hoje

com o princípio da inclusão liderado principalmente pela proposta da ONU, (resolução

45/91 da Assembléia Geral de 1990) visando construir "uma sociedade para todos"

Sassaki (1998) e pelo movimento "incJusion inlernationaf", Glat (1988), as pessoas com

necessidades educativas especiais vêm alcançando seu espaço na sociedade.

A Síndrome de Down é a mais comum e bem conhecida de todas as Síndromes

mal formativas da espécie humana. Cerca de 15% dos portadores de atraso mental que

freqüentam instituições públicas para crianças especiais são portadores da Sindrome

de Down (MUSTACCHI e ROZONE, 1990).

Os portadores da Sindrome de Down exibem caracteristicas marcantes, das

quais a hipotonia muscular e a frouxidão ligamentar se tomam evidentes por impedirem

que a força muscular, resultante da atividade de diferentes grupos musculares e

articulações seja eficiente para atingir o resultado esperado, pelo fato de um frouxo

sistema de alavancas consumir todo o esforço.

A obesidade também é uma constante na população retardada. Riscos para a

saüde a curto e a longo prazo associados à obesidade contribuíram para sua crescente

não aceitação. Além disso, individuos obesos mentalmente retardados são prováveis

objetos de preconceito social, aumentando a não aceitação, devido ao estigma social

associado a ser retardado e obeso. 83% dos deficientes mentais com Sindrome de

Down estão acima de seu peso ideal (MINISTERIO DA SÁUDE, 2005).

Algumas características físicas e fisiológicas nos portadores da Síndrome de

Down precisam ser lembradas no planejamento das atividades físicas: atraso no

desenvolvimento pré e pós-natal, normalmente baixo peso e estatura, as anomalias

congênitas do coração (riscos de cardiopatias), dificuldade de maturação

neurohormonal (reduzida e limitada), pré-disposição à hipoventilação respiratória,

hipotonia generalizada (hiperflexibilidade das articulações, frouxidão liga menta r,

instabilidade atlanto-axial e fraqueza muscular), obesidade (compulsão alimentar),

braquicefalia, cavidade nasal achatada, mãos curtas e atarracadas, espaço grande

entre o primeiro e segundo artelhos, além do grau de comprometimento cognitivo

variado, que pode servir como orientador na aquisição ou desenvolvimento de

habilidades e aptidão para certas atividades físicas. Essas características demonstram

que individuos com Síndrome de Down têm menor capacidade física quando

comparados com indivíduos normais (ROSADAS, 1986).

Rosadas (1986), ainda comenta que estas pessoas vivem sob restrições e

limitações que devem ser superadas. Devido às diferenças em determinadas áreas,

muitos deficientes ainda são subestimados, principalmente em relação aos esportes, e

por falta de estímulos culturais e ambientais, que todas as crianças deveriam receber,

se tornam pessoas inativas e sedentárias, e passam a serem vistas dessa forma pela

sociedade.

No entanto, pessoas com Sindrome de Down já mais velhas, mostram que houve

maior incidência de doenças cardiovasculares precocemente adquiridas nesta

população. Os autores entendem que uma das causas são os fatores ambientais: estilo

10

de vida sedentária, e consideram os exercidos físicos como uma forma de profilaxia

(TELFORD e SAWREY, 1984).

Rosadas (1986) considera que sem um programa de atividade fisica

cientificamente elaborado, portadores de síndrome de down ou não, estarão totalmente

sujeitos aos problemas da civilização moderna regida pelo sedentarismo.

Para Mathews e Fax (1983), nossa cultura oferece diversas oportunidades para

os indivíduos fazerem algum tipo de atividade física que requeira gasto energético

acima dos valores do metabolismo basal. Dessa forma, a prática regular de atividades

físicas, seja através do desporto ou da aula de educação física, tem sido considerada

fator de proteção contra os processos degenerativos do organismo, atuando como um

agente promotor de saúde.

De muitas maneiras, o corpo humano pode ser comparado a uma máquina que

converte uma forma de energia em outra na execução de um trabalho. Com isto, o

funcionamento do corpo é mantido por um equilíbrio dinâmico que necessita de

atividades para funcionar normalmente. A quebra deste equilíbrio, causada, por

exemplo, por habitas alimentares errôneos ou pela vida sedentária, pode resultar em

doenças crônico-degenerativas e desordens emocionais (BARBANTI, 1990).

Para Katch e McArdle (1978), os exercicios fisicos produzem modificações

adequadas e de forma harmônica em todo o organismo (sistema nervoso e muscular,

circulação e respiração, e nas vias metabólicas). Além de ser uma atividade prazerosa,

o exercício mantém a agilidade corporal e exerce uma influência psicológica e social

profunda, prevenindo a obesidade e afecções.

Watson (1986) descreve que o desempenho fisico resulta de um conjunto de todas

as características físicas e mentais do individuo. Para que haja um resultado efetivo,

devemos conhecer quais os fatores que influenciam o processo de crescimento,

maturação e aprendizagem.

Portanto, considerando o movimento de construção de uma sociedade inclusiva,

propomos este estudo como meio de facilitar a compreensão do principias básicos que

devem ser considerados na pratica de atividade física para pessoas com necessidades

educativas especiais, desmistificando alguns preceitos de atividade física para

portadores de Síndrome de Down.

Ii

1.2 OBJETIVOS

1.2.1 Objetivo Geral

o objetivo geral do estudo é determinar o nível de habilidade na modalidade de

atletismo dos indivíduos portadores de Síndrome de Oown, residentes na cidade de

Curitiba, de idades entre 12 e 15 anos, acadêmicos da Escola de Educação Especial

Luan Müller - APAE.

1.2.2 Objetivos Específicos

Para determinar-se o nível de habilidade na modalidade de atletismo, seis

objetivos específicos foram estabelecidos:

1. Traçar o perfil dos indivíduos portadores de Síndrome de Oown.

2. Avaliar as marcas nas modalidades arremesso de dardo, arremesso de pelota e

salto em distância em indivíduos portadores de Síndrome de Down.

3. Aplicar um programa de Atletismo em vista a aprimorar as habilidades técnicas

nas modalidades arremesso de dardo, arremesso de pelota e salto em distância,

dos portadores Síndrome de Oown.

4. Avaliar as habilidades nas modalidades arremesso de dardo, arremesso de

pelota e salto em distância em indivíduos portadores de Síndrome de Oown.

5. Comparar os resultados do primeiro com o segundo testes, buscando observar a

melhora nas marcas das modalidades arremesso de dardo, arremesso de pelota

e salto em distância em indivíduos portadores de Síndrome de Oown.

6. Analisar a possibilidade de perda de peso dos alunos portadores Síndrome de

Oown, com a prática do atletismo.

12

1.3 PROBLEMA

Quais as alterações promovidas por um programa de atletismo desenvolvido em

um período de 9 meses, com indivíduos portadores de Sindrome de Down, com idades

entre 12 e 15 anos?

13

2 REVISÃO DE LITERATURA

2.1 SiNDROME DE DOWN (TRISSOMIA DO CROMOSSOMO 21)

A trissomia cromossomo do 21 ocorre na Síndrome de Down, que é uma das

causas mais comuns de Retardo Mental (RM) em crianças. Moreira et ai (2000),

afirmam que 18% das crianças que têm RM possuem a síndrome em questão. Rowland

(1997), afirma que a Síndrome é vista em cerca de um em cada 800 nascituros, com

razão homem - mulher em torno de 3: 2 e que o risco de ocorrência aumenta

nitidamente quando a gestante é idosa.

Este cromossomo é o responsável pelas características físicas e intelectuais do

ser humano. Acredita-se que seja conseqüente a uma falha na distribuição

cromossômica que ocorre no desenvolvimento do óvulo, do espermatozóide ou durante

as divisões do ovo fertilizado (LOPES, 1995).

Diferente do que muitas pessoas pensam, a síndrome de Down é uma alteração

genética que ocorre por ocasião da formação do bebê, no início da gravidez.

A denominação síndrome de Down é resultado da descrição de Langdon Down,

médico inglês que, pela primeira vez, identificou, em 1866, as características de uma

criança com a síndrome. Em cada célula do indivíduo existe um total de 46

cromossomos, divididos em 23 pares. A pessoa com síndrome de Down possui 47

cromossomos, sendo o cromossomo extra ligado ao par 21.

Para desenvolver todo seu potencial, a pessoa com síndrome de Down necessita

de um trabalho de estimulação desde seu nascimento. Ela faz parte do universo da

diversidade humana e tem muito a contribuir com sua forma de ser e sentir para o

desenvolvimento de uma sociedade inclusiva (GALLAGHER, 1990).

Os portadores da Síndrome de Down têm uma evolução em ritmo um pouco

mais lento que maioria das crianças, devido a uma falta de mielinização das fibras

14

nervosas pré-centrais, indicando futuramente uma falta de maturidade do sistema

nervoso central, levando não só a sua deficiência mental, como também as

características físicas próprias e malformações associadas, sendo conveniente ressaltar

que algumas crianças com a síndrome apresentam certas característica ou condições

que as outras sindrômicas não possuem. (UMPHERED e McCORMACK, 1994).

A cabeça da criança com Síndrome de Down é um pouco menor que a das

crianças que não a possuem, e a parte posterior é levemente achatada, quase reta com

o pescoço, podendo haver uma instabilidade atlanto-axial ou atlanto-occipital; no rosto,

ocorre achatamento do dorso nasal e do maxilar, dentes pequenos, língua protusa,

fenda palpebral oblíqua, orelhas pequenas e canais dos ouvidos estreitos; hipotonia

muscular acentuada e hiperflexibilidade no seguimento dos membros; retardo da

maturação óssea nas primeiras fases da vida, conseqüentemente há uma baixa

estatura; dedos e artelhos curtos; quinto quirodácteo com curvatura para dentro; pés

pequeno e largos; afastamento entre o primeiro e o segundo artelho, prega símia na

palma da mão; órgãos genitais masculino pouco desenvolvidos e malformação

congênita cardíaca; dificuldade de maturação neurohormonal (SANVITO, 1997).

° tônus muscular baixo, e a força muscular reduzida melhoram à medida que a

criança com Síndrome de Down fica mais velha. Para acelerar este processo de ganho

de força e aumento do tônus, a maneira mais indicada é a prática de atividade física

com programas de exercícios resistidos que recrutem diferentes tipos de fibras

musculares. Estas atividades podem fortalecer a musculatura desde que sejam

adaptadas de acordo com limitações que podem estar presentes nos individuos não

havendo, portanto, relação entre a deficiência mental e a hipotonia muscular (KISNER e

COLBY, 1998).

2.1.1 Como lidar com as pessoas com Síndrome de Down

A criança com sindrome de Down, se desenvolve mais lentamente em relação às

outras crianças. Isto não pode ser determinado ao nascimento. Precisa de um trabalho

de estimulação desde que nasce para poder desenvolver todo seu potencial.

15

A sociedade atual não aceita conviver com as "diferenças" entre os indivíduos e

tem o que podemos chamar de "péssimo hábito~ de discriminar aqueles Que não

apresentam um padrão pré-determinado de conduta. As pessoas com sindrome de

Oown não se enquadram, certamente, neste "padrão" estabelecido e são, portanto,

rejeitadas sem muitos argumentos. Isso é conhecido como "pré" conceito, ou seja, a

rejeição antes mesmo da tentativa de inclusão.

Existem algumas medidas que podem ser tomadas a fim de favorecer o processo

de inclusão social do indivíduo com síndrome de Down:

Esclarecer a população sobre o que é síndrome de Down;

Não gerar um clima apreensivo quando for receber em um grupo de pessoas

comuns, um individuo com síndrome de Down;

Favorecer o diálogo e a participação da pessoa com sindrome de Down em

atividades escolares ou extra-escolares;

Estimular as relações sociais em atividades de lazer, como esportes, festas,

atividades artísticas ou turisticas;

Não tratar a pessoa com sindrome de Down como se fosse "doente".

Respeitá-Ia e escutá-Ia.

Essas atitudes deveriam ser tomadas não apenas em relação às pessoas com

sindrome de Oown, mas também em relação a todas as pessoas com necessidades

especiais.

2.2 ATLETISMO

Atletismo são os exerci cios físicos, individuais ou em equipes, sempre de caráter

competitivo, inspirado em três atividades lúdicas do homem: correr, saltar e lançar

objetos. Sua prática organizada teve início há mais de 26 séculos, e deu origem aos

antigos jogos pan-helênicos. Modernamente, o atletismo compreende um conjunto de

provas esportivas - 36 modalidades de corrida, marchas, saltos e lançamentos, ou suas

16

diversas variantes - disputadas por homens ou mulheres, em pistas e campos

apropriados, ao ar livre ou em recinto fechado, segundo regras bem definidas e

universalmenle aceilas (FERNANDES, 2003).

Considerado o esporte-base, por testar todas as características básicas do

homem, o atletismo não se limita somente à resistência física, mas integra essa

resistência à habilidade física. Em nenhum outro ressalta-se tanto a capacidade do

homem para superar seus próprios feitos. A força física, o raciocínio, os reflexos,

somados ao treinamento intensivo, ao estudo metódico, à técnica, à disciplina e à

determinação de vitória, têm mantido essa superação permanentemente possível.

Segundo Fernandes (2003), o atletismo comporta três tipos de provas,

disputadas individualmente que são as corridas, os saltos e os lançamentos. Conforme

as regras de cada jogo, as competições realizadas em equipes somam pontos que seus

membros obtêm em cada uma das modalidades.

O tempo e a distância são pontos de referência para a classificação do atleta em

cada prova. Desse modo, ele não se empenha apenas em sobrepor-se a outros atletas,

mas também em quebrar marcas ou recordes nacionais, continentais, olimpicos e

mundiais. O atletismo é o principal dos 18 esportes que compõem o programa oficial

dos modernos jogos olímpicos (BARROS, 1990).

A história do atletismo pode ser dividida em três períodos: o primeiro, de suas

origens, nas civilizações primitivas, à extinção dos antigos jogos olímpicos, pelo

imperador romano Teodôsio, no ano de 393 d.C.; o segundo, da Idade Média, época de

atividade descontínua ou mesmo de decadência para as competições de pista e campo,

ao século passado, quando educadores vitorianos introduziram os esportes nas escolas

inglesas, definindo-os, codificando-os e mais tarde difundindo-os pela Europa; e o

terceiro, do renascimento dos jogos olímpicos, em 1896, com o barão francês Pierre de

Coubertin, ao atletismo dos dias atuais.

Segundo Barros (1990), as corridas rasas de velocidade e revezamento são

antigas. As corridas com obstáculos, que podem ser naturais ou artificiais, juntamente

com as corridas de ~sabe", que os ingleses chamam de "steeple chass", foram

idealizadas tendo como modelo as corridas de cavalos.

17

Segundo Fernandes (2003), a maratona, a mais famosa das corridas de

resistência, baseia-se na legendâria façanha de um soldado grego que em 490 A C.

Correu o campo de batalha das planícies de Maratona até Atenas, numa distância

superior a 35 km, para anunciar a vitória dos gregos sobre os persas. Uma vez

cumprida a missão, caiu morto. As maratonas modernas exigem um percurso ainda

maior: 42.192 m.

Nos primórdios de nossa civilização, começa a história do atletismo. O homem

das cavernas, de forma natural, praticava uma série de movimentos, nas atividades de

caça, em sua defesa própria etc. Ele saltava, corria, lançava, enfim desenvolvia uma

série de habilidades relacionadas com as diversas provas de uma competição de

atletismo. Podemos verificar que as provas de atletismo são atividades naturais e

fundamentais do homem: o andar, o correr, o saltar e o arremessar. Por esta razão, é

considerado o atletismo o "esporte base" e suas provas competitivas compõem-se de

marchas, corridas, saltos e arremessos. Além disso, o desenvolvimento dessas

habilidades são necessárias à prática de outras modalidades esportivas (BARROS,

1990).Por exemplo, podemos observar um jogador em atividade numa partida de

futebol, basquete ou voleibol. Durante o jogo. ele anda, outras vezes, corre, salta e

pratica arremessos. Por isso, um jogador de futebol, basquete ou voleibol procura

sempre desenvolver essas habilidades que são "base" dos conjuntos de atividade física

do praticante dessas modalidades.

A história do atletismo é muito bonita, pois que se inicia com a própriahistória da humanidade, quando o homem primitivo praticava suasatividades naturais para sobrevivência. Chega mesmo a se confundircom a mitologia, quando observamos o período da AntigüidadeClássica, com os Jogos Olimpicos que deram origem aos atuais JogosOlímpicos da Era Moderna, que trazem como reminiscência culturalmais marcante a figura de Discóbul0 de Miron (FERNANDES, 2003).

o atletismo, sob forma de competição, teve sua origem na Grécia. A palavra

atletismo foi derivada da raiz grega, ~ATH1, competição", o principio do heroísmo

sagrado grego, o espirito de disputa, o ideal do belo etc. - ° que se chamou de Espírito

Agonistico. Surgiram então as competições que foram perdendo o caráter de

18

religiosidade e assumindo exclusivamente o caráter esportivo. O romano Juvenal

sintetizou a expressão com "Mens sana in corpore sanoH a prôpria filosofia do esporte.

Segundo Barros (1990), o atletismo teve como pioneiros do esporte organizado

no Brasil os ingleses e alemães aqui radicados. Em 1880, já existia, no Rio de Janeiro,

o Club Brasileiro de Cricket, onde se vendiam pautes de aposta para corrida a pé,

realizados entre jogos de criquete e, provavelmente, de golfe. Em São Paulo, o primeiro

a ser Fundado - 3 de maio de 1888 - foi o São Paulo Athletic, de início só para a prática

de críquete, mais tarde proBmovendo, também, torneios de corrida a pé, ginâstica, golfe

e futebol. A esses se seguiram, ainda em São Paulo, Club Alemão de Ginástica (1888),

a Associação Atlética Mackenzie Cotlege (1899) e Ctub Atlético Paulistano (1900); em

Niterói, a Rio Cricket and Athletic association, por volta de 1899; e, em Porto Alegre,

várias agremiações dirigidas por alemães, dedicadas à ginástica, jogos com bola e

provas atléticas.

2.2.1 Salto em distância

Segundo Fernandes (2003 b), o salto em distância há muito tempo faz parte das

competições esportivas. Figurou nos Jogos de 708 AC como parte do Pentatlo. O

evento moderno foi regularizado na Inglaterra e nos Estados Unidos em 1860: o

levantar-vôo tinha que ser feito 20cm afastado da tábua dentro da marca de saibro.

Até a década de 1920, a técnica foi considerada rudimentária, com as pernas

dobradas embaixo do corpo imediatamente após o levantar-vôo, então estende-se e

subseqüentemente põe as pernas abaixo do corpo novamente para a aterrissagem

(FERNANDES. 2003 b).

Entre 1922 e 1927, Witliam De Hart Hubbard (EUA), o primeiro campeão

Olímpico negro e retentor do recorde mundial, introduziu adiante, com Robert Legendre

(EUA), um movimento das pernas no ar. Variações disso e a mais simples técnica de

"flutuar" são usadas até hoje. A primeira competição de salto em distância feminina

aconteceu nos Estados Unidos em 1895. O primeiro recorde mundial feminino foi

19

homologado pela Federação Internacional de Atletismo (IAAF) em 1928, enquanto o

evento estreou nos Jogos Olimpicos somente em 1948, na Inglaterra (FERNANDES,

2003 b).

2.2.1.1 Salto em distância - Masculino

Segundo Fernandes (2003 b), esta prova já era disputada nos Jogos da

Antiguidade, tanto que existe um registro de um certo Chionis de Esparta, que em 656

a.C., teria saltado 7,05m. Essa marca só foi igualada em 1884 pelo irlandês John Lane,

isto é, 2530 anos depois. Se verdadeira a primeira notícia, deve ser, sem dúvida, o mais

longo recorde atlético de que se tem conhecimento.

O salto dos gregos diferia bastante da prova dos nossos dias. Aqueles usavam

durante o salto, uma espécie de halteres de pedra nas mãos, acreditando que assim

obteriam uma distância maior.

O primeiro atleta a passar a barreira dos B,OOm foi o americano Jessé Owens.

Em 1935 registrou 8,13m, marca que permaneceu como recorde do mundo durante 25

anos.

Em 1968, nos Jogos do México, Robert Beamon assombrou o mundo saltando

8,90m, ou seja, mais 55 cm do que alguém já conseguira saltar.

O Brasil também teve atletas de alto gabarito nesta prova. Nos anos 40/50, José Bento

de Assis Junior tornou-se recordista sul-americano com um salto de 7,55m, Em 1955, o

título passou para outro brasileiro, quando Ari Façanha de Sá elevou essa marca para

7,84m. Em 1979, o grande atleta João Carlos de Oliveira saltou 8,36m, resultado que,

na época, se situava entre os cinco melhores do mundo de todos os tempos

(FERNANDES, 2003 b).

20

2.2.1.2 Salto em Distância - Feminino

E idêntico ao do salto em altura e o primeiro registro é de outra jovem americana:

Roanne Reed saltou 4,04m em Poughkeepsie, em 9 de novembro de 1895.

O primeiro recorde oficial é da tcheca Marie Mejzlikova com 5,16m, em Praga,

em 6 de agosto de 1922.

Foi incluído nos Jogos Olímpicos em 1948, em Londres. No Brasil, o primeiro

recorde reconhecido foi da atleta Elizabeth Clara Müller, vencedora do I Campeonato

Brasileiro em 1940, com a marca de 4,83 m (FERNANDES, 2003 b).

2.2,2 Arremessos e Lançamentos

Segundo Fernandes (2003 a), as modalidades oficiais de arremesso e

lançamentos envolvem o arremesso de pesa,e os lançamentos de martelo, de disco e

dardo. O arremesso de peso consiste no arremesso de uma esfera metálica que pesa

7.26 kg para os homens (adultos) e 4 kg para as mulheres. O martelo é similiar a essa

esfera, mas possui um cabo, o que permite imprimir momento linear à esfera e assim

atingir uma distância maior. Já o disco é um pouco mais leve, pesando 1 kg para as

mulheres e 2 kg para os homens. E o dardo pesa 600 gramas para as mulheres e 800

gramas para os homens.

O arremesso e os lançamentos são feitos dentro de áreas limitadas, um círculo

demarcado no solo para o arremesso de peso, e os lançamentos de martelo e disco, e

antes de uma linha demarcada no solo para o lançamento do dardo. A partir dessas

marcas é que é contada a distância do arremesso e dos lançamentos. Normalmente as

competições envolvem várias tentativas por parte dos atletas, que aproveitam as

melhores marcas obtidas nessas tentativas (FERNANDES, 2003 a).

As competições de arremesso e lançamentos normalmente são praticadas no

espaço interior à pista das corridas.

A origem desta prova parece ser também irlandesa, pois nos Jogos Tailteanos,

no inicio da Era de Cristo, os celtas disputavam uma prova de arremesso de pedra que

21

pelas descrições se assemelhavam à prova atual. Alias, é interessante notar que na

Península Ibérica, nas províncias onde ainda se encontram concentrações humanas

etnicamente celtas, Galiza na Espanha e Trás·os-Montes em Portugal. ainda se disputa

uma competição chamada de uarremesso do callhau", que se assemelha ao nosso

moderno arremesso do peso. De qualquer forma, a codificação da prova, tal como ela é

hoje, é totalmente britânica, inclusive o peso do implemento, 7,256kg, correspondente a

16 libras inglesas, que era precisamente o que pesavam os projéteis dos famosos

canhões britânicos do início do século XIX. As primeiras marcas registradas pertencem

ao inglês H. Williams, que em Londres, em 28 de maio de 1860, lançou o peso a

10,91m, e o da Era IAAF ao americano Ralph Rose, que em 21 de agosto de 1909

arremessou 15,54m em São Francisco. WiIliam Parry O' Brien revolucionou esta prova,

criando um novo estilo, no qual o atleta começa o movimento de costas para o local do

arremesso. Parry O' Brien venceu os Jogos Olímpicos de Helsinque e Melbourne,

ganhou a prata em Roma e ainda se classificou em 40 lugar em Tóquio 12 anos depois

de iniciar a sua carreira olímpica. Foi também o primeiro atleta a vencer mais de 100

competições consecutivas. No Brasil, o primeiro recorde reconhecido foi do atleta E.

Engelke, vencedor do I Campeonato Brasileiro em 1925, com a marca de 11.81 m

(FERNANDES, 2003 a).

2.2.2.1 Arremesso do Peso - Masculino

Segundo Fernandes (2003 a), a origem desta prova parece ser irlandesa, pois

nos Jogos Tailteanos, no inicio da Era de Cristo, os Celtas disputavam uma prova de

arremesso de pedra que pelas descrições se assemelhavam à prova atual.

Alias, é interessante notar que na Península Ibérica, nas províncias onde ainda

se encontram concentração humanas etnicamente celtas, Galiza na Espanha e Trás-os-

Montes em Portugal, ainda se disputa uma competição chamada de "arremesso do

callhau", que se assemelha ao nosso moderno arremesso do peso.

De qualquer forma, a codificação da prova, tal como ela é hoje, é totalmente britânica,

inclusive o peso do implemento, 7,256kg, correspondente a 16 libras inglesas, que era

22

precisamente o que pesavam os projéteis dos famosos canhões britânicos do início do

século XIX

As primeiras marcas registradas pertencem ao inglês H. Williams, que em

Londres, em 28 de maio de 1860, lançou o peso a 10,91m, e o da Era IAAF ao

americano Ralph Rose, que em 21 de agosto de 1909 arremessou 15,54m em São

Francisco.

William Parry O' Brien revolucionou esta prova, criando um novo estilo, no qual o

atleta começa o movimento de costas para o local do arremesso.

Parry O' Brien venceu os Jogos Olímpicos de Helsinque e Melbourne, ganhou a prata

em Roma e ainda se classificou em 4° lugar em Tóquio 12 anos depois de iniciar a sua

carreira olimpica.

Foi também o primeiro atleta a vencer mais de 100 competições consecutivas.

No Brasil, o primeiro recorde reconhecido foi do atleta E. Engelke, vencedor do

Campeonato Brasileiro em 1925, com a marca de 11.81 (FERNANDES, 2003 a).

2.2.2.2 Arremesso do Peso - Feminino

Segundo Fernandes (2003 a), a história desta prova começa com o movimento

da emancipação da mulher nos esportes, no início dos anos 20, e é precisamente da

França, berço desse movimento, que nos vem o primeiro registro de 8,75m, de VioleUe

Gouraud, em Paris, em 29 de junho de 1919. A mesma atleta marcaria o primeiro

recorde oficial cinco anos mais tarde, com 1O,15m em 14 de julho de 1924, também em

Paris.

No Brasil, o primeiro recorde reconhecido foi da atleta Renate Roemmler,

vencedora do I Campeonato Brasileiro em 1940, com a marca de 10,36.

No século XVI, o rei Henry VIII celebrou as suas façanhas nas competições da

corte com os lançamentos de peso e martelo, e, no século XVII, soldados Ingleses

organizaram as competições de lançamento de bala de canhão. As regras da

competição foram estabelecidas pela primeira vez em 1860, quando o lançamento tinha

que ser feito de um quadrado com lados de 7 pés (2,13m). Isso foi alterado em 1906

23

por um circulo de 7 pés de diâmetro. O peso do chumbo foi fixado em 16 libras (7,257

kg).

Os lançamentos com braço inclinado foram banidos para iniciar então uma nova

técnica, arriscada, mas eficiente, onde colocava-se o chumbo no pescoço antes de

lançar. A ação do passo lateral no circulo foi inventada nos Estados Unidos em 1876.

Em 1951, parry O'Brien (EUA) aperfeiçoou a nova técnica. Para uma posição inicial,

olhando para trás do circulo, O'Brien girou 180 graus para mover-se na transversal do

círculo antes de soltar o chumbo. Isto O ajudou a quebrar a marca dos 18m (e

subseqüentemente os 19m). In 1976, Alexander Barychnikov criou a técnica rotacional,

similar à usada no arremesso de disco, a qual se tornou cada vez mais popular. A

competição feminina de lançamento de peso, onde o chumbo possui 4 kg, foi disputada

pela primeira vez na França, em 1917. O primeiro recorde mundial foi homologado pela

Federação Internacional de Atletismo (IAAF) em 1934, com o evento estreando em

1948 nos Jogos Olímpicos. Até 1927, as competições femininas também usavam

chumbos pesando 5kg (FERNANDES, 2003 a).

2.2.2.3 Lançamento de dardo - Masculino

Segundo Fernandes (2003 a), o lançamento de dardo consiste numa haste

metâlica. Nas provas masculinas, seu peso total não pode exceder 800 g e o seu

comprimento varia de 2,60 a 2,70 m. O lançamento é feito de uma pista, onde o

lançador corre cerca de quinze passadas.

O lançamento do dardo é a prova atlética com a conotação mais direta com o

dia~a~dia dos tempos antigos, já que derivava sem dúvida do seu uso para caçar ou

para guerrear (FERNANDES, 2003 a).

Píndaro conta~nos que o lendârio herói Aquiles (da llíada de Homero) era um

excelente lançador de dardo.

Tal como o disco, ° dardo não era um evento isolado, pois fazia parte do

Pentatlo, e deve ter feito a sua aparição nos jogos Antigos provavelmente por volta da

18' Olimpiada i. e. em 708 a.C.

24

Faz parte do Programa Olímpico Moderno desde 1908, e tem-se caracterizado

pela superioridade dos atletas da Escandinávia, principalmente os finlandeses.

Assim, a primeira marca registrada pertence a Adolf Wigert, da Suécia, com 35,81 m em

1886, e o primeiro recorde da IAAF ao seu compatriota Eric Lemming, que em

Estocolmo, em 29 de setembro de 1912, marcou 62,32.

No Brasil, o primeiro recorde reconhecido foi do atleta WILLY SEEWALD,

vencedor do I Campeonato Brasileiro em 1925, com a marca de 54,11 (FERNANDES,

2003 a).

2.2.2.4 Lançamento do Dardo - Feminino

Segundo Fernandes (2003 a), o lançamento de dardo consiste numa haste

metálica. Para as provas femininas, o peso total é 600 g, o comprimento varia de 2,20 a

2,30 rn. e o diâmetro varia de 2 a 2,25 cm. O lançamento é feito de uma pista, onde o

lançador corre cerca de quinze passadas.

Conforme Fernandes (2003 a), como não podia deixar de ser, o lançamento do

dardo feminino começou na Finlândia.Com efeito, a primeira marca que nos surge é da

finlandesa MarUa Votila,com 30,45m em 1916, com o dardo masculino (800g).

Já o primeiro recorde "oficial" com dardo feminino (600g) é de 25,235m e

pertence à tcheca Bozena Sramková, em Praga, em 13 de agosto de 1922.

A prova foi incluída no Programa Olímpico na X Olimpíada, em Los Angeles, em 1932.

No Brasil, o primeiro recorde reconhecido foi da atleta LlL Y RICHTER, vencedora do I

Campeonato Brasileiro em 1940, com a marca de 28.02 (FERNANDES, 2003 a).

2.2.3 O atletismo no ambiente escolar

Segundo Oliveira (2005), a iniciação pode ser compreendida como a introdução

de um comportamento novo que demande habilidades específicas de pensar, sentir e

agir. A iniciação ao atletismo - visto como um conjunto de habilidades especificas -

25

constitui a primeira fase do processo ensino-aprendizagem para as formas de caminhar,

correr, saltar, lançar e arremessar, utilizadas no atletismo convencional. Representa a

passagem destas atividades básicas do estágio de padrões gerais para os de forma

grossa para os respectivos padrões no atletismo.

A repercussão pedagógica da iniciação ao atletismo dimensiona-se pela

qualidade futura da ação, aqui entendida como cultivo consciente e voluntário, qualquer

que seja o objetivo: não é possível negar a vocação ao rendimento. implícita na prática

do atletismo convencional; porém, é impossível negar seu potencial e sua

adaptabilidade à interpretação recreativa, tão ou até mais ampla que a tradicional,

reconhecendo o fato de que a maioria dos iniciados não atinge o nível de atleta

(OLIVEIRA, 2005).

Para Costa (1992) o atletismo a ser utilizado na escola deve ser considerado

como o "pré-atletismo", onde, numa primeira fase, faz-se através dos gestos motores

básicos correr, saltar e lançar; e numa segunda fase, mantêm-se os da primeira,

avançando-se para as tarefas que exigem uma maior COdificação dos gestos motores

básicos, aproximando progressivamente a criança do Atletismo.

No que diz respeito ao atletismo convencional, uma minoria de escolas consegue

oferecer aos alunos toda a infra-estrutura necessária. A maioria absoluta das escolas

(notadamente as públicas) sequer dispõem do espaço físico para a pratica de esportes

(neste caso o atletismo). É interessante também notar que as modalidades esportivas

de maior prestígio nacional são coletivas e têm como implemento de ação a bola.

Essa linha de raciocínio, em procura de uma visualização dos problemas básicos

do Atletismo no espaço escolar, tende a aceitar a tese segundo a qual o brasileiro vive

pela filosofia do prazer. A bola, como instrumento de comunicação interpessoal e de

auto-expressão, mais a índole acentuadamente lúdica dos esportes coletivos, logram

preencher suas expectativas de cultura física, por virem ao encontro dessa filosofia de

vida. Tal concepção talvez ajude a explicar a sentença bem brasileira: "atletismo não

lem bola!" (ORO, 1984).

Se for perguntado a escolares brasileiros o que acham do Atletismo,

provavelmente, a opinião mais comum será a de ser um esporte "sem graça", tanto de

se praticar quanto de se assistir.

26

Correr, saltar e lançar, entretanto, como habilidades físicas de base, estão

presentes em quase todas as modalidades esportivas. Como ato motores naturais,

significam uma função da natureza humana. Por isso, em si, os movimentos atléticos

não são desinteressantes. O que pode torná-los assim é a sua interpretação e

sistematização didática (OLlVEtRA, 2005).

2.3 O ESPORTE PARA PORTADORES DE NECESSIDADES

ESPECIAIS

A realidade de grande parte dos portadores de necessidades educativas

especiais no Brasil e no mundo revela poucas oportunidades para engajamento em

atividades esportivas, seja com objetivo de movimentar-se, jogar ou praticar um esporte

ou atividade física regular.

A pratica de atividade física e/ou esportiva por portadores de algum tipo de

deficiência, sendo esta visual, auditiva, mental ou física, pode proporcionar dentre todos

os benefícios da prática regular de atividade fisica que são mundialmente conhecidos, a

oportunidade de testar seus limites e potencialidades, prevenir as enfermidades

secundárias à sua deficiência e promover a integração social do indivíduo.

As atividades físicas, esportivas ou de lazer propostas aos portadores de

deficiências fisicas como os portadores de seqüelas de poliomielite, lesados medulares,

lesados cerebrais, amputados, dentre outros, possui valores terapêuticos evidenciado

benefícios tanto na esfera física quanto psíquica.

Quanto ao físico, pode-se ressaltar ganhos de agilidade no manejo da cadeira de

rodas, de equilíbrio dinâmico ou estático, de força muscular, de coordenação,

coordenação motora, dissociação de cinturas, de resistência física; enfim, o

favorecimento de sua readaptação ou adaptação fisica globat (LlANZA, 1985;

ROSADAS, 1989 e SOUZA, 1994). Na esfera psíquica, podemos observar ganhos

variados, como a melhora da auto-estima, integração social, redução da agressividade,

dentre outros beneficios (ALENCAR, 1986; SOUZA, 1994).

27

A escolha de uma modalidade esportiva pode depender em grande parte das

oportunidades que são oferecidas aos portadores de deficiência física, da sua condição

sócio-econômica, das suas limitações e potencialidades, da suas preferências

esportivas, facilidade nos meios de locomoção e transporte, de materiais e locais

adequados, do estímulo e respaldo familiar I de profissionais preparados para atende-

los, dentre outros fatores.

Diversos autores como Lianza (1985), Rosadas (1989) e Souza (1994) ressaltam

que os objetivos estabelecidos para as atividades físicas ou esportivas para portadores

deficiência, seja esta física mental, auditiva ou individual devem considerar e respeitar

as limitações e potencialidades individuais do aluno, adequando as atividades

propostas a estes fatores, bem como englobar objetivos, dentre outros:

Melhoria e desenvolvimento de auto-estima, autovalorização e auto-imagem;

O estímulo à independência e autonomia;

A socialização com outros grupos;

A experiência com suas possibilidades, potencialidades e limitações;

A vivência de situações de sucesso e superação de situações de frustração;

A melhoria das condições organo-funcional (aparelhos circulatório,

respiratório, digestivo, reprodutor e excretor);

Melhoria na força e resistência muscular global;

Ganho de velocidade;

Aprimoramento da coordenação motora global e ritmo;

Melhora no equilíbrio estático e dinâmico;

A possibilidade de acesso à prática do esporte como lazer, reabilitação e

competição;

Prevenção de deficiências secundárias;

Promover e encorajar o movimento;

Motivação para atividades futuras;

Manutenção e promoção da saúde e condição física

Desenvolvimento de habilidades motoras e funcionais para melhor realização

das atividades de vida diária

28

• Desenvolvimento da capacidade de resolução de problemas.

Os jogos organizados sobre cadeira de rodas foram conhecidos após a Segunda

Guerra Mundial, onde esta tragédia na história da humanidade fez com que muitos dos

soldados que combateram nas frentes de batalha voltassem aos seus países com

seqüelas permanentes. Porém este evento, terrível, proporcionou ao portador de

deficiência melhores condições de vida, pois os deficientes pós-guerra eram heróis e

tinham o respeito da população por isto. bem como uma preocupação governamental

(ADAMS et aI., 1985; ALENCAR, 1986; FREITAS e CIDADE, 1999).

O pós-guerra, de acordo com Alencar (1986), criou uma situação emergencial,

onde a construção de centros de reabilitação e treinamento vocacional, em todo o

mundo. foi extremamente necessária. Os programas de reabilitação destes diferentes

centros perceberam que os esportes eram um importante auxiliar na reabilitação dos

veteranos de guerra que adquiriram algum tipo de deficiência.

Adams et ai (1985) ressalta que o esporte pode ser um agente fisioterapêutico

atuando eficazmente na reabilitação social e psicologia do portador de deficiência, não

devendo ser considerada apenas como uma atividade recreativa.

Os jogos paraolímpicos aconteceram oficialmente em 1960 em Roma, sendo

instituida pela Organização Internacional de Esportes a realização dos Jogos

Paraolímpícos após a realização das Olímpíadas (ALENCAR, 1986).

Souza (1994), enfatiza que o esporte adaptado deve ser considerado como uma

alternativa lúdica e mais prazerosa. sendo este parte do processo de reabilitação das

pessoas portadoras de deficiências fisicas.

A ACMS (2000), relata que um programa de atividades físicas para os portadores

de deficiência física devem observar a princípio se a adaptação dos esportes ou

atividades mantendo os mesmos objetivos e vantagens da atividade e dos esportes

convencionais, ou seja, aumentar a resistência cardio-respiratória. a força, a resistência

muscular, a flexibilidade. etc. Posteriormente. observar se esta atividade possui um

carâter terapêutico, auxiliando efetivamente no processo de reabilitação destas

pessoas.

29

Um outro ponto a considerar na elaboração de atividades para os portadores de

necessidades educativas especiais, em destaque aqui o portador de deficiência física, é

a necessidade de adaptação dos materiais e equipamento, bem como a adaptação do

local onde esta atividade será realizada.

A redefinição dos objetivos do jogo, do esporte ou da atividade se faz necessário,

para melhor adequar estes objetivos às necessidades do processo de reabilitação.

Assim como reduzir ou aumentar o tempo de duração das atividades, mas sempre com

a preocupação de manter os objetivos iniciais atingíveis.

A realização de atividades físicas, esportivas e de lazer com deficientes. tem que

respeitar todas as normas de segurança, evitando novos acidentes, devendo-se estar

atento a todos os tipos de movimentos a serem realizados, auxiliar o deficiente sempre

que necessário, e estimular sempre o desenvolvimento da sua potencialidade.

2.3.1 Modalidades Esportivas

As modalidades esportivas para os portadores de deficiências físicas são

baseadas na classificação funcional e atualmente apresentam uma grande variedade

de opções. As modalidades olímpicas são o arco e flecha, atletismo, basquetebol,

bocha, ciclismo, equitação, futeb.ol, halterofilismo, iatismo, natação, rugby, tênis de

campo, tênis de mesa, tiro e voleibol (ALENCAR, 1986). Apresentaremos algumas das

modalidades esportivas, as mais conhecidas, que podem ser praticadas pelos

deficientes físicos, sendo:

• Arco e flecha: Esta modalidade esportiva pode ser praticada por atletas

andantes como amputados ou por atletas usuários de cadeiras de rodas

como os lesados medulares. Todas as deficiências físicas podem participar

desta modalidade esportiva, respeitando estas duas categorias, em pé e

sentado. A participação em competições e o sistema de resultados são

semelhantes à modalidade convencional olímpica.

30

Atletismo: As provas de atletismo podem ser disputadas por atletas com

qualquer tipo de deficiência em categorias masculina e feminina, pois os

atletas são divididos por classes de acordo com o seu grau de deficiência,

que competem entre si nas provas de pistas, campo, pentatlo e maratona.

Esta é uma modalidade esportiva que sofre freqüentes modificações, visando

possibilitar melhores condições técnicas para o desenvolvimento desta

modalidade.

• Basquetebol sobre rodas: é jogado por lesados medulares, amputados, e

atletas com poliomielite de ambos os sexos. As regras utilizadas são similares

à do basquetebol convencional, sofrendo apenas algumas pequenas

adaptações.

Bocha: Esta modalidade esportiva foi adaptada para paralisados cerebrais

severos. O objetivo do consiste em lançar as bolas o mais perto possível da

bola branca.

Ciclismo: Neste esporte participam atletas paralisados cerebrais, cegos com

guias e amputados nas categorias masculina e feminina, individual ou por

equipe. Pequenas alterações foram realizadas nas regras do ciclismo

convencional, melhorando a segurança e a classificação dos atletas de

acordo com sua deficiência, possibilitando adaptações nas bicicletas. Os

atletas participam de provas de estrada, velódromo e contra-relógio.

• Equitação: Os deficientes físicos participam deste esporte apenas na

categoria de habilidades. Para Isto ê necessário analisar os possíveis

deficientes que podem participar.

• Esgrima: Este esporte é praticado por atletas usuários de cadeira de rodas

como os lesados medulares, amputados e paralisados cerebrais em

categorias masculina ou feminina. Estes atletas participam das modalidades

de espada, sabre e florete, sendo provas individuais ou por equipes. Para

participação em eventos competitivos todos os atletas são presos ao solo,

possuindo os movimentos livres para tocar o corpo do adversário.

Futebol: Nesta modalidade esportiva, sendo que o atleta portador de

paralisia cerebral compete na modalidade de campo e o atleta amputado

31

compete na modalidade de quadra. Alterações nas regras como o número de

jogadores, largura do gol e da marca do pênalti estão presente.

• Halterofilismo: Esta modalidade esportiva é aberta a todos 05 atletas

portadores de deficiência fisica do sexo masculino e feminino. A divisão de

acordo com o peso corporal em 10 categorias.

• Iatismo: Todos os atletas deficientes podem participar, as modificações são

realizadas apenas no equipamento e na tripulação, não havendo alterações

nas regras da competição.

• Lawn Bowls: é um esporte similar a Bocha, sendo este aberto à participação

de todos os portadores de deficientes físicas.

• Natação: As regras são as mesmas da natação convencional com

adaptações quanto às largadas, viradas e chegadas. As provas são variados

e os estilos abrangem os estilos oficiais. As competições são realizadas entre

atletas da mesma classe. Podem participar desta modalidade esportiva

portadores de qualquer deficiência, sendo agrupados os portadores de

deficiência visual e os demais.

• Racquetball: Este esporte pode ser praticado por atletas paralisados

cerebral, e possui características similares ao tênis de mesa.

• Rugby em cadeira de rodas: Esta modalidade foi adaptada para lesados

medulares com lesões altas - tetraplégicos - que realizam um jogo com bola

de voleibol com objetivo de marcar pontos ao fazer com que a bola ultrapasse

uma determinada linha no fundo da quadra.

Tênis de campo: Esporte realizado em cadeiras de rodas, independente do

tipo de deficiência física que o atleta possua nas categorias masculina e

feminina. As regras sofrem apenas uma adaptação em relação ao tênis de

campo convencional, sendo esta que a bola pode quicar duas vezes, e o

primeiro pingo deverá ser dentro da quadra. As categorias são: masculino e

feminino, individual e em duplas.

• Tênis de mesa: Deficientes fisicos como o lesado cerebral, lesado medular,

amputados ou portador de qualquer tipo de deficiência física podem-se

participar desta modalidade esportiva, onde as provas são realizadas em pé

32

ou sentado. As provas podem ser realizadas em duplas e individuais, sendo a

classificação de acordo com o nível de deficiência. As regras sofrem poucas

modificações, em relação ao tênis de mesa convencional.

• Tiro ao alvo: Esporte aberto a atletas com qualquer tipo de deficiência fisica

do sexo masculino ou feminino, nas categorias sentado e em pé. As equipes

podem possuir atletas de ambos os sexos e diferentes tipos de deficiência

física. As provas podem ser realizadas utilizando pistola ou carabina.

• Voleibol: Poderá ser praticado por atletas Lesados medulares que

participaram da modalidade de voleibol sentado e os amputados, que

participarão desta modalidade em pé.

A participação de portadores de deficiência física em eventos competitivos no

Brasil e no mundo vem sendo ampliada. Por serem um elemento ímpar no processo de

reabilitação, as atividades físicas e esportivas, competitivas ou não devem ser

orientadas e estimuladas, visando assim possibilitar ao portador de deficiência física,

mesmo durante seu programa de reabilitação alcançar os beneficios que estas

atividades podem oferecer, visando uma melhor qualidade de vida.

A Special Olympics, autorizada e reconhecida pelo Comitê Olímpico

Internacional, proporciona aos atletas especiais a oportunidade de treinarem durante

todo o ano e participarem de jogos locais, regionais e nacionais em seus países.

As competições são de caráter Olímpico e as regras estão baseadas nas regras

das Federações Esportivas Internacionais e nos corpos responsáveis nacionais.

Os Jogos Mundiais são celebrados a cada dois anos alternando entre verão e

inverno.

A Special Olympics acredita que a melhor maneira de se manter o espírito de

superação humana que motivou sua criação há mais de trinta anos, é o feito de permitir

aos atletas de competir sempre em igualdade de condições. Através do sistema de

Séries EqÜitativas, os atletas são divididos em séries de competições baseadas em sua

habilidade, idade e sexo. As séries de competições estão estruturadas de maneira que

os atletas compitam contra outros atletas de habilidade similar em séries eqüitativas.

33

Abaixo seguem algumas modalidades que podem ser praticadas por portadores

de Sindrome de Down:

• Atletismo

Badminton

Basquete

" Handebol

e Bochas

• Boliche

<'> Corrida com raquetes na neve

f) Ciclismo

• Equitação

~ Esqui Alpino

u Esqui Cross Country

" Futebol

" Ginástica (Ritmica e Artística)

o Golf

Hockey sobre piso

• Levantamento de pesos

.., Iatismo

" Natação

Patinação de velocidade no gelo

• Patinação artística

• Softball

f) Snowboarding

• Tênis

• Tênis de mesa

Vôlei boi

34

Deve-se levar em consideração ainda que a Special Olympics, não é a única

competição onde os portadores de Síndrorne de Down podem participar, porém esta é

a mais importante. Podendo ocorrer à nível mundial, nacional e regional, além de outras

competições ou torneios que possam vir a ocorrer, utilizando as mesmas regras da

Special Olympics.

As modalidades no atletismo que podem ser realizadas por portadores da

sindrome são:

Arremesso de dardo

• Arremesso de disco

• Arremesso de medicinebol

• Arremesso de pelota

Arremesso de peso

Caminhada

• Corrida de velocidade

Corrida de revezamento

Corrida com barreiras

Marcha

Salto em altura

• Salto em distância

2.4 BENEFíCIOS DA ATIVIDADE FíSICA

Saúde é definida como o bem-estar físico, mental, social e espiritual, não

somente a ausência de doenças ou enfermidades. A saúde está relacionada à atividade

fisica através de fatores de aptidão como a resistência cárdio-respiratória, endurance

muscular, força muscular, composição corporal e flexibilidade muscular.

A realização de atividades de vida diária, as atividades recreativas exigem que o

corpo gaste mais energia do Que no repouso, adaptando e até mesmo melhorando os

fatores de aptidão fisica (capacidade de realizar atividades diárias com vigor).

35

Um estilo de vida ativo não requer um programam de exercícios vigoroso e

padronizado. Ao contraria, pequenas alterações que aumentam a atividade física diária

permitem que os individuos reduzam os riscos de doenças crônicas e podem contribuir

para melhor qualidade de vida. Palaslanga; Field e Soames (2000), afirmam que cada

adulto deveria praticar 30 minutos ou mais de atividade fisica com intensidade

moderada de preferência todos os dias da semana.

As vantagens da atividade física para o cérebro são a sensação de bem-estar,

melhora a auto-estima, redução dos sintomas depressivos e ansiosos e melhora o

controle do apetite. Estes benefícios estão relacionados com a liberação de endorfina,

uma substância que o cérebro produz que dá aos indivíduos a sensação de prazer. O

exercício reduz ainda a ocorrências de gripes, resfriados e infecções respiratórias em

geral. A atividade física estimula a produção de alguns aminoácidos (componentes das

proteínas) que melhoram a ação protetora do sistema imunológico. A melhora na

capacidade pulmonar vem acompanhada do aumento da capacidade de consumo de

oxigênio, já que o exercício aumenta a rede de pequenos vasos que irrigam os alvéolos

pulmonares (estruturas de troca de gases), melhorando o aproveitamento de oxigênio

pelo pulmão. Desse modo, a respiração fica mais eficiente (McARDLE, KATCH e

KATCH,1998).

As vantagens fisiológicas da atividade física para o coração são: manter o bom

funcionamento do coração, aumentando da resistência aos esforços físicos e ao

estresse, redução das doenças cardíacas (angina, infarto, arritmias, insuficiência etc)

devido entre outras coisas, ao aumento da circulação colateral dos vasos sanguíneos,

que abre novos caminhos para o sangue passar nutrindo as células; o coração torna-se

mais forte, aumentando o suprimento de sangue e de oxigênio para si e para o corpo;

melhora o retorno venoso, já que durante os exercícios os músculos esqueléticos se

contraem e comprimem os vasos sanguíneos relacionados aos mesmos, facilitando o

retorno deste sangue. O aumento da irrigação de sangue para o próprio coração o que

garante melhor funcionamento do órgão. Reduz fatores de risco para artérias

coronárias - como pressão arterial e colesterol (WILMORE e COSTIL. 2001).

Ocorre melhora o retorno venoso, segundo Palastanga; Field e Soames (2000),

já que durante os exercícios aumenta a pressão dos músculos esqueléticos sobre as

36

veias das pernas, funcionando como uma espécie de bomba, que ajuda o sangue a

vencer a força da gravidade e voltar mais facilmente para o coração, facilitando o

retorno deste sangue. Assim, há diminuição de edemas, varizes e risco de trombose

que ocorrem pela má circulação. Reduz ainda, as taxas de colesterol total e eleva o

HDL (colesterol "bom"), que protege contra a formação de placas de gordura nas

artérias. Combate a hipertensão, reduzindo os níveis de pressão arterial, assim, reduz

obstruções nas paredes dos vasos, diminuindo problemas como aterosclerose (placas

de gordura), acidentes vasculares encefálicos e infartos do miocárdio.

Quanto ao sistema músculo-esquelético, Kisner e Colby (1998), afirma que

fortalece a massa muscular, e aumenta a flexibilidade, pois, a atividade estimula o

desenvolvimento das fibras musculares que compõem os diversos músculos do corpo,

que tem que se adaptar ao estímulo que lhe é dado, melhorando desta forma suas

aptidões. E, no sistema esquelético, reduz os riscos de osteoporose (enfraquecimento

dos ossos) e fraturas na velhice, pois estimula a proliferação dos chamados

osteoblastos (células que contribuem para o crescimento do tecido ósseo), e melhoram

a captação do cálcio pelas células.

Mellion et ai (1997), defende que a execução de exercícios é favorável para

prevenção de doenças e desenvolvimento muscular. No entanto se houver dores,

principalmente nos exercicios de alto impacto, pode-se suspeitar que é resultante de

uma atividade inadequada para aquele indivíduo ou até mesma conseqüência de

desvios posturais. Em seus estudos pacientes com desgaste articular do joelho,

Miranda (2000) afirma que exercicios de resistência com baixo impacto juntamente com

educação da saúde são eficientes para a evolução da função física nestes individuos,

trazendo com isso todos os benefícios já citados da atividade física.

A atividade física é importante para a boa qualidade de vida de qualquer

individuo. É muito importante que o indivíduo que vá praticar exerci cios físicos tenha

integridade de seus músculos, ligamentos e ossos. Se os exercícios físicos não forem

realizados corretamente podem gerar uma grande influência negativa sobre as

articulações, em especial joelho e tornozelo, uma vez que há nas mesmas uma

sobrecarga (a do peso corporal), a qual nem sempre a articulação está preparada.

37

Também, variações anatômicas como, por exemplo, o geno valga, podem

predispor a ocorrência de desgastes articulares mediais, tensão mecânica produzida

por um exercício regular e prolongada gera um aumento de força das juntas existentes

entre os tigamentos e os ossos (WILMORE e COSTIL, 2001).

Primeiramente, deve ser esclarecidos que para a prática efetiva da atividade

física é necessário haver mobilidade e flexibilidade dos tecidos moles (músculos,

tecidos, conectivos e pele) e mobilidade articular. Flexibilidade é definida por Kisner e

Colby (1998), como sendo a capacidade do músculo relaxar ou ceder frente a uma

força de alongamento. É uma qualidade física importante para a prática desportiva, pois

a mesma beneficia o aperfeiçoamento motor, a eficiência mecânica, a expressividade e

a consciência corporal, além da diminuição dos riscos de lesão (GERMAIN, 1992). A

contração de um músculo é intermediada por seus tendões que se deformam

absorvendo energia do sistema. Durante este processo, a organização ondulada dos

tendões se retifica e isso suaviza a aceleração e desaceleração dos movimentos,

diminuindo impactos músculo-esqueléticos (GREVE e AMATUZZI, 1999).

Quando os individuas praticam exercicios, principalmente com grande

intensidade, sobrecarregam sua musculatura podendo levar a uma rigidez elou dor

muscular que, muitas vezes, persistem durante dias. Isto ocorre por lacerações

mínimas do próprio exercicio que levam a espasmos musculares e hiperdistensão

(McARDLE; KATCH e KATCH, 1998). No entanto, se a intensidade for adequada, a

sobrecarga estimula o aumento de massa óssea e muscular, além da proliferação do

tecido conjuntivo elástico nos músculos, tendões, ligamentos e cápsula articular

segundo o mesmo autor.

O alongamento é essencial que seja executado antes do exercicio para

prevenção de lesões mais graves. Sua importãncia no esporte é por facilitar a execução

de movimentos e aumentar a eficiência das estruturas moles por trabalhar o

estiramento das fibras musculares de forma passiva e suave, preparando o músculo

para o trabalho que irá realizar. Se o músculo não estiver suficientemente alongado, ele

ficará encurtado e precionará estruturas como nervos e articulações. Além disso,

podem ocorrer distensões, ou seja, rupturas das fibras musculares causadas pela sua

má disposição quando o músculo é exigido além de sua capacidade, seja por

38

alongamentos exagerado, como em movimentos bruscos,Apôs um exercício leve, o

alongamento auxilia a repor o músculo no seu estiramento natural, pois o exercício

repetitivo tende a levar a uma contração acentuada das fibras e um encurtamento das

fibras musculares e dos tendões, prevenindo o encurtamento muscular. Fatores

estruturais podem interferir no alongamento, como a disposição óssea. Se dois ossos,

como a tíbia e o fêmur não se encontram alinhados estruturalmente, o alongamento não

sera eficaz igualmente para toas estruturas envolvidas entre eles. É claro que existe

uma gama de tipos de alongamentos para cada músculo, mas, na pratica diária,

dificilmente são aplicados. Se nem todas as estruturas foram beneficiadas na

preparação do exercício, o risco para lesões já citadas, aumenta (KISNER e COLBY,

1998).

2.5 O EXERCíCIO FíSICO NO CONTROLE DO SOBREPESO

CORPORAL E DA OBESIDADE

o excesso de peso e a obesidade constituem um dos problemas mais sérios

tanto dos países ricos quanto dos países emergentes. Os problemas derivados direta

ou indiretamente da obesidade são responsáveis por uma significativa percentagem de

mortes. Segundo o Nationat Health and Nutrition Survey (NHANES 111) indicam que

cerca de 33% da população adulta dos Estados Unidos apresentam excesso de peso e

as evidências indicam um aumento na prevalência desta (POLLOCK e WILMORE,

1993; HEYWARD e STOLARCZYK, 2000).

Na última década o quadro crescente de obesidade também passou a preocupar

países como o Brasil. Dados do IBGE mostram que um em cada dez adultos é

considerado obeso e há tendência em aumentar esta proporção. Inúmeras pesquisas

indicam que muitas doenças da ~era moderna- estão associadas ao excesso de gordura

corporal, como por exemplo, as doenças cardiovasculares, renais, digestivas, diabetes,

problemas hepáticos e ortopédicos. A incidência dessas doenças é duas vezes maior

entre 0$ homens obesos e quatro vezes maior entre as entre as mulheres obesas,

quando comparados a população não obesa (NAHAS, 2001; NIEMAN, 1999).

39

Sabe-se que o excesso de gordura corporal além de ser fator de risco para

diversas doenças prejudica o desempenho fisico, pois limita os movimentos e induz à

fadiga precoce devido à sobrecarga que impõe ao organismo. A obesidade deve ser

considerada como um objetivo para intervenção independente, pois seus efeitos são

exercidos através de outros fatores de risco como a hipertensão, a hiperlipidemias e o

diabete (ACSM, 2000).

2.5.1 Sobrepeso e Obesidade

o sobrepeso é definido como o peso corporal que excede o peso normal ou

padrão de uma determinada pessoa, baseando-se na sua altura e constituição fisica.

Os padrões começaram a ser estabelecidos em 1959 com a proposição de tabelas de

peso e estatura, que ainda hoje são amplamente utilizadas. Embora novas tabelas

tenham sido introduzidas em 1983, as suas faixas de variação são muito amplas e

muitos profissionais recusam-se a aceitá-Ias. As tabelas de peso padrão baseiam-se

em médias populacionais, por isso uma pessoa pode apresentar sobre peso segundo

esses padrões e ainda apresentar um conteúdo de gordura corporal abaixo do normal

ou vice-versa.

A obesidade refere-se à condição em que o indivíduo apresenta uma quantidade

excessiva de gordura corporal avaliada em porcentagem do peso total (%G). Embora

ainda não tenham sido estabelecidos valores exatos consideram-se obesos limítrofes

homens com 20 a 25% e mulheres com valores de 30 a 35% e obesos propriamente

dito homens e mulheres com valores acima de 25% e 35% respectivamente (WILMORE

e COSTIL, 2001).

Heyw-ard e Stolarczky (2000), sugerem que o valor médio de gordura relativa

para homens e mulheres é de 15% e 23%, considerando valores de 25% para os

homens e 32% para as mulheres como sendo valores de risco para doenças

associadas à obesidade.

As gorduras possuem importante função fisiológica quando em quantidades

apropriadas. Entre estas podemos citar:

40

Proteção dos órgãos vitais. Aproximadamente 4% da gordura corporal serve

como absorvente de choques, funciona como escudo protetor contra

traumatismos internos e externos. Mesmo individuos submetidos a semi-

inanição mantém esta camada proletora;

Isolamento. Protege o organismo contra os excessos térmicos. Indivíduos

relativamente gordos podem beneficiar-se de uma generosa camada de

gordura em situações de frio quando comparados com individuos magros.

Por outro lado, indivíduos gordos ficam em desvantagem para dissipar calor

em ambientes quentes, precisando recorrer à transpiração para manter a

temperatura interna. A maior desvantagem ocorre quando o individuo gordo

realiza exercicios, além de carregar um peso maior a produção de calor pode

chegar a 20 vezes o valor de repouso;

Fonte de energia. Esta é uma das principais funções da gordura já que a

capacidade de armazenamento de carboidratos é limitado e o

armazenamento das proteínas está condicionado a alguma função fisiológica.

Em exercidos de intensidade moderada e longa duração as gorduras são

utilizadas preferencialmente como fonte de energia. As gorduras podem

fornecer até 90% da energia total requerida pelo exercício quando a duração

deste for superior a uma hora.

2.5.2 Prevenção do sobre peso e a obesidade

A prevenção da obesidade é relativamente simples e consiste em equilibrar a

ingestão calórica com o dispêndio energético. Se um indivíduo ingerir 3.000 Kcal/dia e

gastar 3.000 Kcalldia (incluindo o metabolismo basal) este manterá seu peso corporal.

Se o indivíduo ingerir 3.000 Kcal/dia, mas apenas gasta 2.000 certamente engordará e

se o indivíduo ingere 3.000 Kcal dia e gasta 4.000 emagrecerá.

O gasto energético é o resultado do metabolismo energético de repouso, o efeito

térmico dos alimentos e da atividade muscular. O metabolismo energético de repouso é

41

aproximadamente 1 Kcal por hora por quilograma de peso corporal. Contudo, é menor

em individuos com altas quantidades de gordura corporal, pois o tecido adiposo possui

menor atividade metabólica do que o tecido magro. A assimilação e a absorção dos

alimentos é um processo energético dependente conhecido como efeito térmico dos

alimentos, e representa de 5 a 10% das calorias consumidas. A mais variável fonte de

consumo energético é a atividade muscular. Individuos sedentários podem não gastar

mais do que 200 a 300 Kcal por dia nas atividades da vida diária, por outro lado.

individuas engajados em programas de exerci cio estruturado podem consumir várias

centenas e até milhares de Kcal por dia. Competidores do ciclismo podem necessitar

consumir de 6.000 a 8.000 Kcal por dia para manter o balanço energético (NIEMAN,

1999).

Quando um indivíduo ja é obeso o problema é mais complicado e precisa passar

por um programa de exercicios adequados associados com dieta.

Se o individuo for exageradamente obeso (obesidade môrbida) provavelmente

precisara de tratamento medicamentoso, cirúrgico, ps;colôgico ou uma mistura destes.

2.5.3 Prescrição de exercicios para a perda de gordura

A estratégia para a prescrição de exerci cios físicos requer o conhecimento dos

efeitos da duração, intensidade, massa muscular envolvida, além da composição

corporal e do gasto energético provocado pelos exercicios que estão sendo propostos.

Ainda é muito importante a associação de exercícios com dieta adequadamente

orientada.

O gasto calôrico durante as atividades fisicas varia com a dosagem (intensidade

e duração) do esforço e do peso do individuo, entre outros fatores. Pessoas mais

pesadas gastam mais calorias do que as pessoas leves para realizar um mesmo

trabalho que envolva deslocamento corporal. A recomendação atual para o controle do

peso corporal é de três sessões por semana que represente pelo menos 1000

Kcal/semana com atividades moderadas. Isto pode ser conseguido, por exemplo, com 6

ou 7 caminhadas de 30 minutos durante a semana. O ideal é que um adulto jovem

42

acumule um gasto semanal em atividades fisicas de moderada intensidade da ordem

de 2000 Kcallsemana, podendo chegar até 3500 kcal/semana. A partir deste ponto os

ricos de lesão são maiores do que os beneficios (NAHAS, 2001; ACSM,2000).

Na montagem da prescrição de exercício para o controle da gordura corporal,

sempre se deve considerar as quatro variáveis básicas dos exercícios aeróbios:

freqüência, intensidade, duração e tipo. Uma vez que se cliente tenha ingressado num

programa regular de exercícios aeróbios, pode·se adicionar ao programa levantamento

com pesos. Contudo, o foco inicial deve ser o incremento do volume do exerci cio e do

gasto calórico, que pode ser mais bem conseguido pela realização de exercicio aeróbio.

O treino de resistência pode resultar num pequeno incremento da massa corporal

magra, o que aumentará o gasto energético pelo incremento do metabolismo de

repouso, mas seu efeito é comparativamente pequeno (NIEMAN, 1999).

De acordo com os autores anteriormente citados, uma importante consideração

na prescrição de exercício é reconhecer que somente o gasto energético exclusivo do

exercício pode ser considerado para efeitos de perda de gordura. O gasto energético

exclusivo do exercício é aquele conseguido pelo exercicio propriamente dito, de

maneira que o gasto energético absoluto é o valor exclusivo mais a quantidade

associada com o repouso. O gasto calórico de repouso não deve ser contado para

efeitos de perda de gordura, pois o cliente queimaria o mesmo número de gorduras

mesmo que não estivesse se exercitando.

O exercício é importante para conseguir o balanço calórico negativo apropriado.

Contudo, individuas sedentários não são capazes de realizar exercícios em altos niveis

de gasto energético, e por isso necessitam acumular um grande período de atividade

durante a semana para efetivamente perder gordura corporal. Por exemplo, caminhar a

5,5 Km/h queima somente 3,3 Kcal por minuto acima do gasto dos valores de repouso

num individuo de 70 Kg (um indivíduo mais pesado gastará mais proporcionalmente).

Se o mesmo indivíduo corre-se a 11 km/h ele queimaria calorias 4 vezes mais rápido.

Para cada quilometro percorrido, pelo corredor, comparado com quem caminha e vence

a mesma distância o quádruplO de energia é gasto por unidade de tempo. Um erro

comum é assumir que a caminhada e a corrida queimam o mesmo número de calorias

por quilometro. Isso se refere ao número absoluto de calorias, incluindo aquelas

43

relacionadas com o metabolismo de repouso. Desde que caminhar toma mais tempo

para percorrer um quilometro, queima mais calorias associadas com o componente de

repouso do que os corredores, resultando num total similar por quilometro. Para efeitos

de perda de peso, contudo, somente as calorias exclusivas devem ser consideradas.

44

3 METODOLOGIA

3.1 TIPO DE PESQUISA

Optou-se pela pesquisa de característica quase-experimental, pois esta observa

e analisa os fatos já ocorridos e registros, sendo estes de fundamental importância para

a segurança de novos projetos, este tipo de pesquisa é a mais freqüente por ser de

estrutura simplificada. Sua finalidade é enumerar ou descrever as características dos

fenômenos (coisa, objetos, conhecimentos ou eventos) com base em dados

protocolares e ideográficos. A análise descritiva utiliza um espectro de estilos

individualizados e pequena parcela de técnicas e metodos. As diferentes peças de

informação (dados protocolares e ideológicos) podem ser feitas dedutiva e

indutivamente e geralmente assumem forma verbal, ou estatistica ou ainda combinam

ambas as formas (THOMAS e NELSON, 2002).

3.2 POPULAÇÃO E AMOSTRA

3.2.1 População

A população para o presente estudo compôs-se de Portadores de Sindrome de

Down, na faixa etária entre 12 e 15 anos, da cidade de Curitiba I PR, alunos da Escola

de Educação Especial Luan Muller - APAE.

45

3.2.2 Amostra

A amostra para o presente estudo, constitui-se 5 Portadores de Síndrome de

Down, na faixa etária entre 12 e 15 anos, de ambos os sexos, institucionalizados na

Escola de Educação Especial Luan Muller - APAE. da cidade de Curitiba I PRo

3.3 LOCAL

o presente estudo foi aplicado em 5 alunos portadores de Síndrome de Down,

na Escola de Educação Especial Luan Muller - APAE, da cidade de Curitiba I PR.

3.3.1 Dados Gerais da Instituição

Nome da instituição: Escola de Educação Especial Luan Muller - APAE.

Endereço: Rua Professor João Argemiro Loyola, 220 - Seminário

Diretor Responsável: Agda Pashokoski

População: Número de alunos: 60; Número de turmas: 7; Número de alunos por turma:

5 a 11 alunos.

Horário de funcionamento: 07:45 até 16:50 hs (período integral)

Problemas reais que o diretor enfrenta: Falta de recursos financeiros e falta de espaço.

Nível sócio econômico dos alunos: baixo

Área para atividade física (instalações e área livre): Parquinho, duas áreas abertas e

corredores nas áreas laterais.

Materiais áudio visuais: Televisão, videocassete, rádio com CO e computadores.

Materiais para Educação Física: Bolas (futebol, vôlei, basquete, handebol, medicinebol,

bolas de borracha, bolas de areia e tênis), bicicletas ergométncas, tabela de basquete,

tacos, cones, colchonetes, dardo e discos.

Instituições de lazer próximas: Praça ao lado da instituição e ciclovia.

Serviço de segurança pública: Policia Militar (se necessário).

46

Serviços de atendimento e emergência: VIDA, assistência médica emergencial.

Serviços prestados pela instituição além do ensino: Palestras e orientações.

Condições das ruas de acesso: ruas asfaltadas, com entrada frontal e lateral.

Principais eventos no bairro: épocas do ano, participação da escola nos mesmos: Bingo

com a igreja do bairro, festa junina na rua em frente à escola e dia da criança com a

participação da panificadora Favo & Mel.

Programas extra classe: Passeios, visitas em órgão com diferentes fins.

Formação dos profissionais que atuam na instituição: professores com magistério e

adicional em deficiência mental. Todos os professores com suas referentes áreas, com

pós-graduação em deficiência mental. Pedagogos, Fisioterapeutas, Psicólogos,

Professores de Educação Física. Também possui Nutricionistas, cozinheiras e

auxiliares dos profissionais e profissionais de serviços gerais.

3.4 INSTRUMENTO

Utilizou-se como instrumento, devidamente elaborada para o estudo, fichas

para anotação de datas das aulas; descrição das atividades; freqüência dos alunos;

marcas atingidas nas modalidades do atletismo e observações.

3.5 COLETA DE DADOS

o dados foram coletados pelo pesquisador no período compreendido entre 09

de Março de 2005 e 17 de Novembro de 2005, na Escola de Educação Especial Luan

Müller, na cidade de Curitiba I PR. Os dados foram anotados a cada aula nas fichas

para coleta de dados, e posteriormente foram agrupados em tabela. Nas fichas eram

anotados os dados das melhores marcas evidenciadas nas modalidade de salto em

47

distância, arremesso de peso e lançamento de dardo. Também coletou-se, em dois

momentos distintos, os dados antropométricos.

3.6 ANÁLISE DOS DADOS

Na analise dos dados, os resultados encontrados foram tabulados e

organizados em tabelas e grãficos, analisados em comparação entre inicio e

término do trabalho com o atletismo, e por fim, foi realizada a análise

interpretativados resultados.

3.7 LIMITAÇÕES DO ESTUDO

A população Oown possui limitações físicas que impossibilitam alguns sujeitos de

praticar atividades físicas sistemâticas. Portanto o número de sujeitos aptos a

submeterem-se ao teste de aptidão física pode não ser suficiente para observar-se um

distribuição normal da amostra.

Segundo West (1996), a respiração requer atividade constante dos músculos

intercostais internos e externos e do escaleno, e a hipotonia muscular limita esta

função, prejudicando a oxigenação dos tecidos e órgãos, e pode levar alguns sujeitos àexaustão antes de alcançarem o percentual de 65% da FCmppi, enquanto que outros

podem alcançar este percentual, sem demonstrar sinais de cansaço.

Mustacchi e Rozone (1990), recomendam a realização periódica de radiografias

cervicais laterais, antes de se autorizar o portador de Sindrome de Down à prática

desportiva, procurando evitar acidentes que possam desencadear quadros neurológicos

produtores de deficiência neuro-motora dos membros, devidos à instabilidade

atlantoaxial que acomete alguns portadores de Sindrome de Oown.

48

4 APRESENTAÇÃO E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS

Quadro 1 - Dados Antropométricos de pré-teste e pós-teste.

DADOS ANTROPOMETRICOS

PRE-TESTE POS-TESTE DIFERENÇAALUNOS

Altura Peso IMC Altura Peso IMC Altura Peso IMC

C.F. 1,65 48,00 17,63 1,69 47,00 16,45 +0,04 -1,00 -1,18

A.C.M.O. 1,32 39,80 22,84 1,34 39,20 21,83 +0,02 -0,70 -1,01

K.K.S.S. 1,38 43,20 22,68 1,40 42,60 21,73 +0,02 -0,60 -0,95

R.F.R. 1,41 43,20 21,72 1,45 41,40 19,69 +0,04 -1,80 -2,03

V.C.S. 1,57 57,80 23,44 1,62 53,20 20,27 +0,05 -4,60 -3,17

MEDIA 1,46 46,4 21,76 1,50 44,6 19,82 +0,04 -1,8 -1,94

Pré-Teste Pós-Teste

Gráfico 1 - Média dos dados Antropométricos de pré-teste e pós-teste

49

Observa·se no quadro 1, ilustrado mais especificamente pelo gráfico 1. que nos

dados antropométricos, a altura média encontrada para o grupo foi de 1,46 m no pré

teste e 1,50 m no pôs teste, sendo assim foi evidenciado um aumento na estatura dos

individuos de 0,05 m. Com relação ao peso, observou-se no pré teste uma média de

46,4 Kg e no pós teste a média foi de 44,6 kg, sendo assim foi evidenciada uma queda

de peso de 1,8 kg. Por fim, observando-se o IMe, observa-se que no pré teste a média

do grupo foi de 21,76 e no pós teste foi de 19,82, projetando então uma queda do

índice de 1,94.

Observa-se de modo geral, que a atividade de atletismo, nas modalidades de

salto em distância, arremesso de peso e lançamento de dardo, teve certa influência

sobre a estatura, a perda de peso, e por fim, para melhora da condição do indice de

Massa Corpórea (IMC).

Quadro 2 - Dados de pré-teste e pós-teste da modalidade Salto em Distância.

SALTO EM DISTANCIA (m)

ALUNOS PRE-TESTE POS-TESTE DIFERENÇA % DA DIFERENÇA

C.F. 1,98 2,76 +0,78 39%

A.C.M.O. 1,02 1,35 +0,33 33%

K.K.S.S. 1,12 1,29 +0,17 15%

R.F.R. 1,33 1,60 +0,27 20%

V.C.S. 1,61 1,98 +0,37 23%

MEDIA 1,41 1,79 +0,38 27%

Observa-se no quadro 2, ilustrado mais especificamente pelo gráfico 2, que na

modalidade de Salto em Distância, o grupo obteve no pré teste uma distância média de

1,41 m, e no pós teste a distância média foi de 1,79 m, sendo assim foi evidenciado um

aumento na marca do grupo na modalidade de 0,38 m, o que demonstra uma evolução.

50

Gráfico 2 - Média dos dados de pré-teste e pós-teste da modalidade Salto em

Distância.

Quadro 3 - Dados de pré-teste e pós-teste da modalidade Arremesso de Peso.

ARREMESSO DE PESO (m)

ALUNOS PRE-TESTE POS-TESTE DIFERENÇA % DA DIFERENÇA

C.F. 5,25 10,25 +5,00 96%

A.C.M.O. 1,55 2,80 +1,25 81%

K.K.S.S. 1,62 2,27 +0,65 40%

R.F.R. 4,82 6,15 +1,33 28%

V.C.S. 6,51 7,33 +0,82 13%

MEDIA 3,95 5,76 +1,81 46%

Observa-se no quadro 3, ilustrado mais especificamente pelo gráfico 3, que na

modalidade de Arremesso de Peso, o grupo obteve no pré teste uma distância média

de 3,95 m, e no pós teste a distância média foi de 5,76 m, sendo assim foi evidenciado

um aumento na marca do grupo na modalidade de 1,81 m.

51

Arremesso de Peso

Gráfico 3 - Média dos dados de pré-teste e pós-teste da modalidade Arremesso

de Peso.

Quadro 4 - Dados de pré-teste e pós-teste da modalidade lançamento de dardo.

LANÇAMENTO DE DARDO (m)

ALUNOS PRE-TESTE POS-TESTE DIFERENÇA % DA DIFERENÇA

C.F. 5,89 11,54 +5,65 96%A.C.M.O. 1,24 3,01 +1,77 143%

K.K.S.S. 2,50 3,94 +1,44 57%

R.F.R. 3,36 4,68 +1,32 39%

V.C.S. 3,15 5,10 +1,95 62%

MEDIA 3,22 5,65 +2,42 75%

Observa-se no quadro 4, ilustrado mais especificamente pelo gráfico 4, que na

modalidade de Lançamento de Dardo, o grupo obteve no pré teste uma distância média

de 3,22 m, e no pós teste a distância média foi de 5,65 m, sendo assim foi evidenciado

um aumento na marca do grupo na modalidade de 2,42 m.

52

Lançamento de Dardo

Gráfico 4 - Média dos dados de pré-teste e pós-teste da modalidade Lançamento

de Dardo.

Observa-se de modo geral, que o grupo obteve um melhor desempenho com o

decorrer do treinamento em atletismo, de modo que em todos as modalidades

praticadas; ou seja, de salto em distância, arremesso de peso e lançamento de dardo,

as marcas foram superadas do pré teste para o pós teste.

53

5 CONCLUSÃO

Com o objetivo de determinar o nível de habilidade nas modalidades de

atletismo, salto em distância, arremesso de peso e lançamento de dardo; dos indivíduos

portadores de Síndrome de Down, residentes na cidade de Curitiba, de idades entre 12

e 15 anos, acadêmicos da Escola de Educação Especial Luan Müller - APAE; bem

como verificar se estas atividades contribuem para uma melhor condição em dados

antropométricos, peso, altura e IMe; pode-se concluir que; mesmo sabendo que a

população portadora de Síndrome de Down possui limitações físicas que impossibilitam

alguns sujeitos de praticar atividades fisicas sistemáticas, evidenciaram-se melhoras

nas marcas com o treinamento das modalidades, como pode-se observar a seguir:

Na modalidade de Salto em Distância. o grupo obteve um desenvolvimento da

técnicas e evidenciado-se um aumento de 0,38 m na média das marcas. Assim como

na modalidade de Arremesso de Peso, onde o aumento evidenciado foi de 1.81 m na

média das marcas. A maior evolução foi vista na modalidade de Lançamento de Dardo,

onde o grupo evidenciou um aumento na de 2,42 m.

Com relação aos dados antropométricos, observou-se que a altura média do

grupo foi de 1,46 m no pré teste e 1,50 m no pós teste, evidenciado um aumento de

0,05 m. Com relação ao peso, observou-se no pré teste urna média de 46,4 Kg e no

pós teste de 44,6 kg, evidenciado-se perda de peso de 1,8 kg. Por fim, o IMe, no pré

teste o grupo teve média de 21,76 e no pós teste de 19,82, demonstrando uma queda

de 1,94 no índice.

Conclui-se então, que a prâtica do atletismo desenvolvida em um período de 9

meses, com portadores de Síndrome de Down, com idades entre 12 e 15 anos, foi

capaz de promover aprimoramento técnico e melhoras nas marcas das modalidades de

arremesso de dardo, arremesso de pelota e salto em distância; assim como estas

atividades afetam positivamente dados antropométricos como, o aumento da estatura, a

perda de peso, e melhora da condição do índice de Massa Corpórea (IMC).

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