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UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ CAMPUS LONDRINA CURSO SUPERIOR DE ENGENHARIA AMBIENTAL YURI MENDES ROSA YOSHIDA CARACTERIZAÇÃO FÍSICA DE RESÍDUOS SÓLIDOS GERADOS EM AMBIENTE ESCOLAR E EFICIÊNCIA DE ESTRATÉGIAS DE SENSIBILIZAÇÃO NA QUALIDADE DA SEGREGAÇÃO NA FONTE TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO LONDRINA 2016

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UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ

CAMPUS LONDRINA

CURSO SUPERIOR DE ENGENHARIA AMBIENTAL

YURI MENDES ROSA YOSHIDA

CARACTERIZAÇÃO FÍSICA DE RESÍDUOS SÓLIDOS GERADOS EM AMBIENTE

ESCOLAR E EFICIÊNCIA DE ESTRATÉGIAS DE SENSIBILIZAÇÃO NA

QUALIDADE DA SEGREGAÇÃO NA FONTE

TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO

LONDRINA

2016

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YURI MENDES ROSA YOSHIDA

CARACTERIZAÇÃO FÍSICA DE RESÍDUOS SÓLIDOS GERADOS EM AMBIENTE

ESCOLAR E EFICIÊNCIA DE ESTRATÉGIAS DE SENSIBILIZAÇÃO NA

QUALIDADE DA SEGREGAÇÃO NA FONTE

Trabalho de conclusão de curso de graduação apresentado à disciplina Trabalho de Conclusão de Curso 2 do Curso Superior de Engenharia Ambiental, da Universidade Tecnológica Federal do Paraná, Câmpus Londrina, como requisito parcial para a obtenção do título de “Engenheiro Ambiental”. Orientador (a): Professora Doutora Tatiane Cristina Dal Bosco

LONDRINA

2016

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Ministério da Educação

Universidade Tecnológica Federal do Paraná Campus Londrina

Coordenação de Engenharia Ambiental

TERMO DE APROVAÇÃO

Caracterização física de resíduos sólidos gerados em ambiente escolar

e eficiência de estratégias de sensibilização na qualidade da segregação

na fonte

por

Yuri Mendes Rosa Yoshida

Monografia apresentada no dia 21 de novembro de 2016 ao Curso Superior de Engenharia Ambiental da Universidade Tecnológica Federal do Paraná, Câmpus Londrina. O candidato foi arguido pela Banca Examinadora composta pelos professores abaixo assinados. Após deliberação, a Banca Examinadora considerou o trabalho _____________________________________________________ (aprovado, aprovado com restrições ou reprovado).

____________________________________ Prof. Dr. Kátia Valéria Marques Cardoso Prates

(UTFPR)

____________________________________ Prof. MsC. Raquel Jackeline Ratz

(UTFPR)

____________________________________ Profa. Dra. Tatiane Cristina Dal Bosco

(UTFPR) Orientador

__________________________________ Profa. Dra. Ligia Flávia Antunes Batista

Responsável pelo TCC do Curso de Eng. Ambiental

A Folha de Aprovação assinada encontra-se na Coordenação do Curso

UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ

PR

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AGRADECIMENTOS

Qualquer agradecimento aqui expresso não sintetiza a grandeza de todo o

apoio e suporte recebido durante a realização deste trabalho nos últimos meses.

Por cada vírgula, crase, recuo de parágrafo, dezenas de releituras de texto ou

mesmo apoio moral nos momentos difíceis, agradeço primeiramente minha

orientadora, Professora Dr. Tatiane Cristina Dal Bosco. Sua disponibilidade,

paciência, rigor científico e muita dedicação por aquilo que faz, agregaram muito

conhecimento e paixão à minha caminhada acadêmica/profissional.

Também registro meu agradecimento às professoras Dr. Kátia Valéria M. C.

Prates e MSc. Raquel Jackeline Ratz, que com sua experiência profissional,

contribuíram na composição deste trabalho, sugerindo metodologias, correções e

aprimoramentos. À UTFPR, minha instituição de ensino, por tudo que vem me

proporcionando e pela bolsa de auxílio à execução do TCC.

Agradeço ao Colégio Interativa de Londrina-PR, instituição que sempre me

recebeu como membro de sua equipe, que prontamente aceitou a realização deste

trabalho em suas dependências, fornecendo todos os subsídios necessários.

A execução deste trabalho, com tantas etapas e riqueza de dados obtidos, só

foi possível devido o apoio da comunidade escolar. Sendo assim, agradeço a toda

equipe diretiva do Colégio, na pessoa das diretoras Maria Martins Escaraboto e Jane

Orsi, que sempre se dispuseram a auxiliar em todas as etapas do projeto. Foram

diversas as reuniões com a direção, coordenações, orientação e equipes de

marketing e financeiro. Agradeço também aos professores do Laboratório de

Ciências e demais funcionários que dispuseram parte do seu tempo para auxiliar nas

tomadas de dados, impressões gráficas e reuniões. Fico honrado de ter trabalhado

diariamente com todas as funcionárias da cozinha e limpeza do Colégio. Seu

trabalho e auxílio neste projeto foram fundamentais em todas as etapas. Não menos

importante, agradeço imensamente às alunas do 9º ano, Giovanna F. Catarin e

Luiza M. Brandão e à bióloga Maria Fernanda C. Xavier por toparem participar do

projeto e pela parceria diária em sua realização, compartilhando conhecimento,

experiência e muito trabalho.

Por fim, agradeço (sempre) a minha família, que nos últimos anos e

principalmente, últimos meses, sempre manifestaram total apoio e incentivo para

que eu pudesse concluir cada uma das etapas. Em especial agradeço aqueles que

estiveram sempre comigo. Deus, caminheiro amigo de todos os momentos, mãe

Dóris Mendes e irmã Yasmim Mendes pela compreensão e vivência diária e apoio

nas noites mal dormidas. Pai Jorge pelo suporte à graduação e à namorada

Mariângela Sanches, sendo sempre um alicerce de determinação, amor e coragem.

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“Uma vez fixada a meta, abala-se o

mundo, venha o céu abaixo, é preciso

olhar para lá, sempre para lá!”

São José Marello

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RESUMO

YOSHIDA, Yuri M. R. Caracterização física de resíduos sólidos gerados em

ambiente escolar e eficiência de estratégias de sensibilização na qualidade de

segregação na fonte. 2016. 119 f. Trabalho de conclusão de curso de graduação

apresentado à disciplina Trabalho de Conclusão de Curso 2. – Engenharia

Ambiental, Universidade Tecnológica Federal do Paraná, Câmpus Londrina.

Londrina, 2016.

O gerenciamento adequado de resíduos sólidos é um dos grandes desafios da sociedade atual. A Lei Federal n. 12.305/2010, que estabelece a Política Nacional de Resíduos Sólidos, é considerada um marco para a gestão de resíduos em todo país, pois, estabelece princípios, responsabilidades e metodologias de gestão dos resíduos que visam seu adequado manejo. Associado ao disposto nesta Lei, no município de Londrina-PR, o Decreto Nº 769/2009, dentre outras providências, define as responsabilidades do grande gerador de resíduos sólidos. Neste contexto, este trabalho teve como objetivo caracterizar e monitorar os resíduos sólidos gerados no Colégio Interativa de Londrina-PR - classificado como grande gerador – antes e após a execução de estratégias de sensibilização ambiental de sua comunidade escolar. O trabalho aconteceu em quatro etapas executadas durante quatro meses: diagnóstico (caracterização física dos resíduos e percepção da comunidade escolar sobre o descarte de resíduos); propostas de intervenção (ações de sensibilização ambiental como gincana solidária, palestras em sala de aula e monitoramento qualitativo das lixeiras); levantamento de dados pós-intervenções (análogo ao diagnóstico); e avaliação do processo. Para caracterizar os resíduos gerados, foram utilizados parâmetros físicos como geração per capita, composição gravimétrica e massa específica aparente; e a percepção da comunidade sobre o descarte de resíduos foi avaliada por meio da aplicação e análise de um questionário aos discentes, docentes e funcionários. Constatou-se que o Colégio gera, em média, 1.900 litros de resíduos sólidos por semana, sendo 22,5 % considerados como orgânicos e rejeitos e 77,5 % como recicláveis. Os resultados obtidos indicaram que as ações de sensibilização ambiental resultaram na melhoria do processo de segregação dos resíduos, reduzindo o descarte incorreto na fonte, porém não influenciaram nas características físicas dos resíduos. Após as intervenções, observou-se melhoria de desempenho dos entrevistados em 8 de 11 questões sobre o descarte de resíduos. Ressalta-se que o sucesso do projeto implantado no Colégio se deve ao comprometimento dos gestores e atores participantes do gerenciamento de resíduos na instituição, bem como no envolvimento de toda a comunidade escolar para a melhoria da qualidade de segregação dos resíduos, tornando este assunto, a pauta do dia. Palavras-chave: Composição gravimétrica. Educação Ambiental. Geração per capita. Gerenciamento de resíduos sólidos. Sensibilização Ambiental.

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ABSTRACT

YOSHIDA, Yuri M. R. Physical characterization of solid waste generated at

school and efficiency of awareness strategies at segregation’s quality at local

of generation. 2016. 119 p. Graduation course work Presented to the course

Conclusion Work Course 2. – Environmental Engineering, Universidade Tecnológica

Federal do Paraná, Londrina Campus. Londrina, 2016.

Proper solid waste management is one of the great challenges of today's society. Federal Law 12,305 / 2010, which establishes the National Solid Waste Policy, is considered a milestone for waste management in every country, as it establishes principles, responsibilities and methodologies for waste management aimed at its proper management. Associated to the provisions of this Law, in the city of Londrina-PR, Decree No. 769/2009, among other measures, defines the responsibilities of the big solid waste generator. In this context, the objective of this work was to characterize and monitor the solid waste generated in a school in Londrina-PR, classified as a major generator, before and after the implementation of environmental awareness strategies of its school community. The work was carried out in four stages during four months: diagnosis (physical characterization of the waste and perception of the school community about waste disposal); Proposals for intervention (environmental awareness actions such as solidarity gymnastics, lectures in the classroom and qualitative monitoring of bins); Post-intervention data collection (analogous to diagnosis); And evaluation of the process. To characterize the residues generated, physical parameters such as per capita generation, gravimetric composition and apparent specific mass were used, and the community's perception about waste disposal was evaluated through the application and analysis of a questionnaire to students, teachers and employees. It was verified that the school generates, on average, 1,900 liters of solid waste per week, being 22,5 % considered as organic and wastes and 77,5 % as recyclable. The results indicated that the environmental awareness actions resulted in the improvement of the waste segregation process, reducing the incorrect disposal at the source, but did not influence the physical characteristics of the waste. Following the interventions, interviewees' performance improvement was observed in 8 out of 11 questions on waste disposal. It should be noted that the success of the project implemented in the school is due to the manager's commitment and actors involved in waste management in the institution, as well as the involvement of the entire school community to improve the quality of waste segregation, the agenda of the day.

Keywords: Environmental education. Environmental Awareness. Gravimetric

composition. Per capita generation. Solid waste management.

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1 – Geração Total de Resíduos Sólidos (GRS), taxa de crescimento da Geração de Resíduos Sólidos (tGRS) e taxa de crescimento populacional (tCP) no Brasil no período 2009 a 2015. ................................................................................. 18 Figura 2 – Disposição final da quantidade total de resíduos sólidos urbanos coletados no Brasil em 2015. .................................................................................... 19

Figura 3 – Caracterização dos resíduos sólidos. ....................................................... 24 Figura 4 – Diagrama de Cooper: relação entre os objetivos da Educação Ambiental. .................................................................................................................................. 31 Figura 5 – Portão principal de acesso ao Colégio Interativa. .................................... 34 Figura 6 – Croqui de localização das lixeiras no Colégio. ......................................... 36

Figura 7– Lixeiras de rejeito (1), orgânico (2), papel (3), plástico (4) e outros recicláveis (5), situada no refeitório dos alunos......................................................... 37

Figura 8 – Fluxograma das etapas do projeto. .......................................................... 38 Figura 9- Divisão dos setores geradores de resíduo no Colégio. .............................. 39 Figura 10 - Identificação do setor de origem de cada saco de resíduos. .................. 40 Figura 11 - Processo de análise dos sacos de resíduos orgânico e rejeitos gerados no Colégio. ................................................................................................................ 41 Figura 12 - Processo de análise dos sacos de resíduos sólidos recicláveis gerados no Colégio. ................................................................................................................ 41 Figura 13- Pesagem dos sacos recicláveis. .............................................................. 42 Figura 14 - Segregação manual dos resíduos de cada saco. ................................... 43

Figura 15- Composição gravimétrica dos resíduos recicláveis.................................. 43 Figura 16 - Propostas de intervenções realizadas no projeto.................................... 46

Figura 17 - Gráfico representativo do percentual de orgânicos/rejeitos e recicláveis descartados no Colégio durante a fase de diagnóstico. ............................................ 48

Figura 18 - Gráfico da geração de resíduos orgânicos e rejeitos nos diferentes setores do Colégio durante a fase de diagnóstico, em unidade de volume. ............. 49 Figura 19 - Gráfico da composição gravimétrica média dos resíduos recicláveis do Colégio na fase de diagnóstico. ................................................................................ 49

Figura 20 - Gráfico da composição gravimétrica média dos resíduos recicláveis da educação infantil do Colégio na fase de diagnóstico. ................................................ 50 Figura 21 - Resíduos descartados nas lixeiras das salas de aula da Educação Infantil – destaque para a quantidade de guardanapos. ....................................................... 51 Figura 22 - Gráfico da composição gravimétrica média dos resíduos recicláveis do setor administrativo do Colégio na fase de diagnóstico. ........................................... 52 Figura 23 - Gráfico da composição gravimétrica média dos resíduos recicláveis das salas de aula do ensino fundamental e médio do Colégio na fase de diagnóstico.... 52 Figura 24 - Lixeiras em três pontos de coleta no pátio: (a) pátio aberto que dá acesso à salas da aula; (b) corredor que dá acesso à cozinha e ao refeitório; (c) portão de acesso e saída. ......................................................................................................... 53 Figura 25 - Gráfico da composição gravimétrica média dos resíduos recicláveis das lixeiras do pátio do Colégio na fase de diagnóstico. .................................................. 53 Figura 26 - Gráfico da composição gravimétrica média dos resíduos recicláveis da sala dos professores do Colégio na fase de diagnóstico. ......................................... 54 Figura 27- Má segregação dos resíduos na sala dos professores: (a) resíduos descartados na lixeira de orgânicos; (b) resíduos descartados na lixeira de recicláveis.................................................................................................................. 54

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Figura 28 - Volume de copos descartáveis contabilizados ao longo de ma semana na sala dos professores na fase de diagnóstico............................................................. 55 Figura 29- Gráfico da composição gravimétrica média dos resíduos recicláveis da cozinha do Colégio na fase de diagnóstico. .............................................................. 56 Figura 30- Gráfico da composição gravimétrica média dos resíduos recicláveis do refeitório do Colégio na fase de diagnóstico.............................................................. 56

Figura 31- Embalagens do tipo Longa Vida descartadas no refeitório. ..................... 57 Figura 32 - Líquidos descartados em embalagens nas lixeiras de resíduos recicláveis.................................................................................................................. 57 Figura 33 - Resíduos orgânicos e rejeitos presentes nas lixeiras de recicláveis no refeitório. ................................................................................................................... 58

Figura 34 - Resíduos orgânicos gerados e descartados na lixeira de recicláveis em apenas um dia no refeitório. ...................................................................................... 59 Figura 35 - Gráficos de percentagens de respostas corretas nas questões sobre descarte de resíduos orgânicos: (a) papel guardanapo; (b) sobras de comida e frutas; (c) casca de lápis. .......................................................................................... 61 Figura 36 - Gráficos de percentagens de respostas corretas nas questões sobre descarte de rejeitos: (a) panos velhos; (b) sachês de ketchup, maionese e mostarda. .................................................................................................................................. 62

Figura 37 - Gráficos de percentagens de respostas corretas nas questões sobre descarte de recicláveis: (a) papel toalha; (b) lata de refrigerante; (c) pote plástico que foi servido gelatina; (d) papel de caderno riscado; (e) copo descartável; (f) isopor... 63

Figura 38 - Troca de cor dos sacos utilizados nas lixeiras de resíduo orgânico. ...... 65 Figura 39 - Troca do material gráfico orientativo na parede sobre a bancada do refeitório. ................................................................................................................... 65 Figura 40 - Troca dos adesivos das tampas das lixeiras. .......................................... 66 Figura 41 - Implantação de coletor de resíduo líquido no refeitório do Colégio. ....... 67

Figura 42 - Palestra expositivo-dialogada com alunos da Educação Infantil. ............ 68 Figura 43 - Palestra expositivo-dialogada com professores e equipe diretiva. .......... 68

Figura 44 - Dinâmica de separação de resíduos com alunos do Ensino Fundamental. .................................................................................................................................. 69

Figura 45 - Treinamento com o pessoal da limpeza e cozinha. ................................ 70 Figura 46 - Parecer de desempenho de separação de resíduos na sala dos professores. ............................................................................................................... 72

Figura 47 - Parecer de desempenho de separação de resíduos fixado no portão de acesso dos alunos. .................................................................................................... 72

Figura 48 - Contagem manual das pilhas e baterias arrecadadas na gincana. ......... 75 Figura 49 - Armazenamento dos resíduos arrecadados na gincana. ........................ 76 Figura 50 - Resultado da gincana de sensibilização: grupo 1 (arrecadação de óleo). .................................................................................................................................. 77 Figura 51 - Resultado da gincana de sensibilização: grupo 2 (arrecadação de pilhas, baterias e medicamentos vencidos). ......................................................................... 77 Figura 52 - Cartaz expositivo com o resultado da composição gravimétrica do setor. .................................................................................................................................. 78 Figura 53 - Cartazes expositivos sobre reciclagem. .................................................. 79 Figura 54 - Organograma indicativo de descarte afixado sobre os coletores no refeitório. ................................................................................................................... 80 Figura 55 - Coletor de casca de lápis instalado nas salas de aula por iniciativa dos alunos. ....................................................................................................................... 81

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Figura 56 - Substituição de guardanapo de papel por secadores de mãos elétricos nos banheiros. ........................................................................................................... 82 Figura 57- Gráfico do descarte médio de resíduos em orgânico ou rejeito e em recicláveis no Colégio após as intervenções (em massa). ........................................ 82 Figura 58 - Gráfico da geração de resíduos orgânicos e rejeitos nos diferentes setores do Colégio após as intervenções, em unidade de volume. ........................... 83

Figura 59 - Gráfico da composição gravimétrica média dos resíduos recicláveis do Colégio após as intervenções. .................................................................................. 84 Figura 60 - Gráfico da composição gravimétrica média dos resíduos recicláveis da Educação Infantil do Colégio após as intervenções. ................................................. 85 Figura 61 - Gráfico da composição gravimétrica média dos resíduos recicláveis do setor administrativo do Colégio após as intervenções. ............................................. 85 Figura 62 - Gráfico da composição gravimétrica média dos resíduos recicláveis das salas de aula do Ensino Fundamental e Médio do Colégio após as intervenções. ... 86

Figura 63 - Gráfico da composição gravimétrica média dos resíduos recicláveis do Colégio após as intervenções. .................................................................................. 87 Figura 64 – Gráfico da composição gravimétrica média dos resíduos recicláveis da sala dos professores do Colégio após as intervenções. ........................................... 87 Figura 65 – Resíduos descartados na lixeira reciclável na sala dos professores após as intervenções. ........................................................................................................ 88 Figura 66 - Gráfico da composição gravimétrica média dos resíduos recicláveis da cozinha do Colégio após as intervenções. ................................................................ 88

Figura 67 - Gráfico da composição gravimétrica média dos resíduos recicláveis do refeitório do Colégio após as intervenções................................................................ 89

Figura 68 - Gráficos de percentagens de respostas corretas nas questões sobre descarte de resíduos orgânicos após as intervenções: (a) sobras de comida e frutas; (b) papel guardanapo; (c) casca de lápis. ................................................................. 92

Figura 69 - Gráficos de percentagens de respostas corretas nas questões sobre descarte de rejeitos após as intervenções: (a) panos velhos; (b) sachês de ketchup, maionese e mostarda. ............................................................................................... 93 Figura 70 - Gráficos de percentagens de respostas corretas nas questões sobre descarte de recicláveis após as intervenções: (a) lata de refrigerante; (b) pote plástico que foi servido gelatina; (c) isopor (d) papel toalha; (e) papel de caderno riscado; (f) copo descartável. .................................................................................... 94

Figura 71 - Gráficos de percentagens de avaliação da eficiência das palestras expositivo-dialogadas realizadas em sala de aula com os alunos (a) e professores (b). ............................................................................................................................. 96 Figura 72 - Gráficos de percentagens de avaliação da eficiência da gincana de sensibilização na visão dos alunos (a) e dos professores (b). .................................. 97

Figura 73 - Gráficos de percentagens de avaliação da eficiência dos cartazes e painéis ilustrativos com informações sobre a segregação de resíduos na visão dos alunos (a) e dos professores (b). ............................................................................... 98 Figura 74. Gráficos de percentagens de avaliação da eficiência das placas de monitoramento das lixeiras na visão dos alunos (a) e dos professores (b). .............. 99

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LISTA DE QUADROS

Quadro 1 - Classificação NBR 10004:2004 dos Resíduos. ....................................... 21

Quadro 2 – Classificação dos resíduos sólidos quanto à origem. ............................. 22

Quadro 3– Definição de Grande Gerador e Pequeno Gerador para o município de Londrina-PR. ............................................................................................................. 23

Quadro 4– Estratégias para realização da Educação Ambiental formal. .................. 32

Quadro 5- Ponto de geração, volume, acondicionamento, armazenamento e frequência de coleta de resíduos não inertes (classe IIA) no Colégio Interativa. ...... 36

Quadro 6– Histórico da classificação recebida por cada local durante o monitoramento das lixeiras........................................................................................ 73

Quadro 7 - Separação das turmas em grupos para a arrecadações de resíduos. ... 75

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Composição gravimétrica dos resíduos sólidos urbanos coletados no Brasil durante o ano de 2012. ................................................................................... 25

Tabela 2- Composição da população amostrada para aplicação do questionário sobre percepção da comunidade escolar sobre o descarte de resíduos sólidos. ..... 45

Tabela 3- Geração per capita semanal média de resíduos recicláveis e orgânicos/rejeitos por setores do Colégio na fase de diagnóstico............................. 59

Tabela 4- Massa específica aparente média de cada tipo de resíduos coletados nas lixeiras recicláveis nos diferentes setores do Colégio. .............................................. 60

Tabela 5- Quantidade e tipos de resíduos arrecadados na gincana de sensibilização. .................................................................................................................................. 76

Tabela 6 - Geração per capita média de resíduos recicláveis e orgânicos/rejeitos por setores do Colégio após as intervenções. ................................................................. 90

Tabela 7- Massa específica aparente média de cada tipo de resíduos dos diferentes setores do Colégio após as intervenções. ................................................................. 91

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ....................................................................................................... 14

2 OBJETIVOS ........................................................................................................... 16

2.1 OBJETIVO GERAL ............................................................................................. 16

2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS ............................................................................... 16

3 REFERENCIAL TEÓRICO ..................................................................................... 17

3.1 PROBLEMÁTICA DA GERAÇÃO DE RESÍDUOS SÓLIDOS ............................. 17

3.2 DEFINIÇÃO E CLASSIFICAÇÃO DOS RESÍDUOS SÓLIDOS ........................... 20

3.3 CARACTERIZAÇÃO DOS RESÍDUOS SÓLIDOS .............................................. 23

3.4 POLÍTICA NACIONAL DE RESÍDUOS SÓLIDOS E PLANO DE

GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS SÓLIDOS .................................................. 26

3.5 EDUCAÇÃO AMBIENTAL FORMAL ................................................................... 29

4 MATERIAL E MÉTODOS ...................................................................................... 34

4.1 CARACTERIZAÇÃO DO LOCAL DE ESTUDO .................................................. 34

4.2 ETAPAS DO PROJETO ...................................................................................... 37

4.2.1 Diagnóstico ................................................................................................ 39

4.2.1.1 Caracterização física dos resíduos sólidos .......................................... 39

4.2.1.2 Aplicação de questionário .................................................................... 44

4.2.2 Propostas de intervenções ........................................................................ 46

4.2.3 Levantamento de dados pós-intervenções ................................................ 46

5 RESULTADOS E DISCUSSÃO ............................................................................. 48

5.1 DIAGNÓSTICO ................................................................................................... 48

5.1.1 Caracterização física dos resíduos sólidos ................................................ 48

6.1.2 Resultados do Questionário aplicado na fase de diagnóstico .................... 61

5.2 PROPOSTAS DE INTERVENÇÃO ..................................................................... 64

5.2.1 Adequação dos acondicionadores ............................................................. 64

5.2.2 Palestra com alunos e professores ............................................................ 67

5.2.3 Palestra com os funcionários ..................................................................... 70

5.2.4 Monitoramento ........................................................................................... 71

5.2.5 Gincana de Sensibilização ......................................................................... 74

5.2.6 Outras Intervenções ................................................................................... 78

5. 3 LEVANTAMENTO DE DADOS PÓS INTERVENÇÕES ..................................... 82

5.3.1 Caracterização física dos resíduos sólidos ................................................ 82

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5.3.2 Resultados do questionário aplicado após as intervenções ...................... 91

5.3.3 Relatos de avaliação do Trabalho............................................................ 100

6 CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................. 102

REFERÊNCIAS ....................................................................................................... 103

APÊNDICES ........................................................................................................... 110

ANEXOS ................................................................................................................. 117

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14

1 INTRODUÇÃO

A geração de resíduos sólidos urbanos decorre das atividades cotidianas do

ser humano. Com o aumento populacional, o consumismo e a praticidade do uso de

produtos descartáveis, a geração de resíduos sólidos tem se mostrado crescente

ano a ano.

Em 2010, um importante passo político associado ao gerenciamento de

resíduos sólidos no Brasil foi dado. Promulgou-se a Lei Federal nº 12.305/2010

(BRASIL, 2010), que instituiu a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS),

definindo a ordem de prioridades a ser adotada no gerenciamento de resíduos

sólidos: não geração, redução, reutilização, reciclagem e tratamento, bem como

disposição final ambientalmente adequada de rejeitos (BRASIL, 2010).

Dentre uma série de exigências e determinações, destaca-se também na

PNRS, o princípio da responsabilidade compartilhada entre governo, empresas e

população, de forma que atribui à população a responsabilidade de segregar e

destinar corretamente seus resíduos.

Apesar dos progressos legais, para que as diretrizes apresentadas na PNRS

e outras Leis relacionadas sejam postas em prática pela sociedade e atinjam a

efetividade proposta, se faz necessário o entendimento e a sensibilização dos atores

envolvidos no processo de geração, segregação e destinação dos resíduos.

Uma importante ferramenta para a sensibilização de uma comunidade

acerca do meio ambiente é a Educação Ambiental, que propicia conhecimentos

sobre a importância do meio ambiente para a sociedade, bem como da sociedade

para o meio ambiente. A Educação Ambiental pode ser realizada de maneira

informal ou formalmente estruturada nas instituições de ensino.

Em escolas e colégios, a Lei Federal Nº 9.795, de 27 de abril de 1999

(BRASIL, 1999), fundamenta que a Educação Ambiental deve ser inserida em seu

planejamento pedagógico, uma vez que estas instituições possuem relevante papel

na formação social de cada indivíduo que assiste.

No município de Londrina, o Decreto n. 769/2009 (LONDRINA, 2009) dispõe

que os grandes geradores de resíduos sólidos (acima de 600 litros por semana) são

os responsáveis por sua segregação e destinação final. Além disso, cada instituição

considerada como grande geradora de resíduos deve desenvolver seu próprio

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programa de gerenciamento de resíduos sólidos, que deve ser submetido e

aprovado junto ao órgão municipal competente.

O Colégio Interativa, situado no município de Londrina, possui uma

comunidade escolar de aproximadamente 700 pessoas, que produz semanalmente,

um volume superior a 1200 litros de resíduos sólidos. Desde março de 2016 o

Colégio possui um Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos – PGRS em

vigência. Para realizar a segregação dos resíduos de modo adequado, tornando o

PGRS mais eficiente, faz-se necessário uma melhor compreensão da comunidade

escolar sobre a importância de seu papel na segregação dos resíduos sólidos na

fonte geradora.

Neste contexto, o presente trabalho buscou caracterizar fisicamente os

resíduos sólidos gerados no Colégio Interativa de Londrina e avaliar a qualidade de

segregação na fonte, antes e após ações de sensibilização e Educação Ambiental

da comunidade escolar.

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2 OBJETIVOS

2.1 OBJETIVO GERAL

Caracterizar fisicamente os resíduos sólidos gerados pelo Colégio Interativa

de Londrina e avaliar a qualidade da segregação na fonte antes e após ações de

sensibilização da comunidade escolar.

2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS

Quantificar a geração de resíduos sólidos no início do projeto, bem como

determinar a composição gravimétrica, a massa específica e a geração per

capta;

Avaliar a qualidade de segregação dos resíduos no início do projeto;

Propor medidas de intervenção que auxiliem a diminuir ocorrências de falhas

no processo de segregação de resíduos;

Promover ações de Educação Ambiental no ambiente escolar;

Monitorar e avaliar o progresso da qualidade da segregação dos resíduos

após as intervenções;

Avaliar a eficiência das ações de sensibilização executadas.

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3 REFERENCIAL TEÓRICO

3.1 PROBLEMÁTICA DA GERAÇÃO DE RESÍDUOS SÓLIDOS

A revolução neolítica é um fato histórico que propiciou à espécie humana

condições de fixar-se, multiplicar-se e produzir. Para Brandão (2006) trata-se da

aurora do domínio da tribo sobre o mundo, uma vez que é a partir deste momento

que o homem domina a natureza, deixando de sobreviver com a obtenção de seus

produtos para viver coletivamente do que faz sobre ela.

Após ocupar toda a Terra, o homem pós-neolítico já pertencia a sociedades

cada vez mais complexas e estáveis, produzindo alimento na agricultura e que,

devido aos excedentes, utilizava-se de comércios como os mercados de troca

(BRANDÃO, 2006).

Já no período compreendido entre os séculos XVIII e XIX, o movimento de

urbanização e de consumismo iniciado na Europa advindo da revolução industrial

deu início à problemática da produção excessiva de resíduos sólidos. Segundo

Spósito (2000) a produção em larga escala, promovida pela indústria

maquinofatureira, associada a uma ideologia de domínio capitalista, provocou a

constituição de uma sociedade de consumo em massa.

No Brasil, Campos (2012) acredita que além do maior poder de compra da

população, alguns programas governamentais de transferência de renda, associado

a um aumento dos postos de trabalho contribuíram, nos últimos anos, para um maior

consumo. Segundo Cetelem (2012), entre os anos de 2010 e 2011, houve a

migração socioeconômica de mais de 20 milhões de pessoas das classes D-E

(renda familiar de até R$ 1,6 mil/mês) para a classe C (renda familiar de até R$ 8,1

mil/mês).

Desta forma, a geração de resíduos tende sempre ao crescimento. Somente

no ano de 2015 a geração total de resíduos sólidos urbanos (RSU) no país

ultrapassou a marca de 79,9 milhões de toneladas (ASSOCIAÇÃO..., 2015). A

geração de RSU é um fenômeno decorrente das atividades cotidianas do ser

humano como a alimentação, o lazer, a produção de energia e o fim da vida útil de

algum material. O problema passa a existir quando a geração destes resíduos

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ultrapassa a capacidade de degradação do ambiente e da disposição final adequada

para este montante.

Na Figura 1 são apresentados os dados relativos à evolução da geração

total de RSU no Brasil entre 2009 e 2015, assim como sua taxa de crescimento, que

supera a taxa de crescimento populacional nos mesmos períodos (ASSOCIAÇÃO...,

2009-2015).

Figura 1 – Geração Total de Resíduos Sólidos (GRS), taxa de crescimento da Geração de Resíduos Sólidos (tGRS) e taxa de crescimento populacional (tCP) no Brasil no período 2009 a 2015.

Fonte: Adaptado de ASSOCIAÇÃO...(2009-2015).

Nota-se que até o ano de 2010 a geração de resíduos ocorria em altas taxas

e em 2011, segundo Associação ...(2015), a taxa de geração três vezes inferior ao

ano anterior revela uma melhoria na conscientização da população brasileira,

impulsionada pela promulgação da Política Nacional de Resíduos Sólidos.

Segundo Schalch (2002) o manejo inadequado de resíduos sólidos gera

desperdícios, ameaça à saúde pública, em especial, nos grandes centros urbanos,

além de contaminar solo e recursos hídricos com metais pesados e solventes

orgânicos halogenados.

Dos mais de 79,9 milhões de toneladas de resíduos sólidos gerados em

2015 no território nacional, ASSOCIAÇÃO...(2015) ressalta que 7,3 milhões de

toneladas deixaram de ser coletadas, ou seja, tiveram um destino final inapropriado.

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Um dos princípios básicos da Lei 10.305/2010 (BRASIL, 2010) é que seja

estabelecida a seguinte ordem de prioridades no gerenciamento de resíduos sólidos:

não geração, redução, reutilização, reciclagem e tratamento, bem como disposição

final ambientalmente adequada de rejeitos.

A Política Nacional de Resíduos Sólidos (BRASIL, 2010) estipulou um prazo

de quatro anos a partir da data de publicação da Lei 12305/2010 para que os

municípios brasileiros passassem a destinar corretamente seus resíduos sólidos, ou

seja, até o mês de agosto de 2014 os lixões deviam ser erradicados. Segundo a

ASSOCIAÇÃO...(2015) no ano de 2014, 59,7 % dos municípios brasileiros ainda

destinavam seus resíduos a aterros controlados ou lixões e pouco mais de 40 %

dispuseram seus resíduos de forma ambientalmente correta em aterros sanitários.

Na Figura 2 são apresentadas as quantidades percentuais de disposição final de

resíduos sólidos urbanos coletados no Brasil no ano de 2015 nas suas diferentes

formas.

Figura 2 – Disposição final da quantidade total de resíduos sólidos urbanos coletados no Brasil em 2015.

Fonte: ASSOCIAÇÃO...(2015).

Segundo ASSOCIAÇÃO...(2015b) fazendo uma estimativa dos custos para

destinar corretamente os 76,4 milhões de toneladas de resíduos sólidos urbanos

gerados em 2013 no país, seriam necessários ao menos 10,3 bilhões de reais em

investimentos para implantação de infraestruturas adequadas para receber e tratar

estes resíduos. O não cumprimento do prazo estipulado para adequação da

17,2%

24,1% 58,7%

Lixões

Aterros Controlados

Aterros Sanitários

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destinação final dos resíduos, ocasionou no Senado, segundo Hendges (2015), a

aprovação do Projeto de Lei 425/2014, que prorroga o prazo para julho de 2021.

3.2 DEFINIÇÃO E CLASSIFICAÇÃO DOS RESÍDUOS SÓLIDOS

Nas últimas décadas muito se tem discutido sobre a problemática dos

resíduos sólidos, seja em âmbitos de administração pública, pesquisa ou mesmo

dentro do setor produtivo-privado. Alguns autores e entidades definem os resíduos

sólidos de formas diferentes, mas definindo os mesmos fundamentos .

O Instituto Brasileiro de Administração Municipal (INSTITUTO..., 2001)

apresenta uma definição na qual todo material semissólido ou sólido que for

considerado inútil e precisa ser removido, deve ser considerado como resíduo

sólido.

À luz do desenvolvimento sustentável, a Associação Brasileira de Normas

Técnicas (ABNT) criou, no ano de 2002, uma comissão de estudos temporários

sobre resíduos sólidos, a fim de revisar, atualizar e aperfeiçoar a ABNT NBR

10004:1987. Como produto, obteve-se a NBR 10004:2004, que define resíduos

sólidos por:

Resíduos nos estados sólido e semissólido, que resultam de atividades de origem industrial, doméstica, hospitalar, comercial, agrícola, de serviços e de varrição. Ficam incluídos nesta definição os lodos provenientes de sistemas de tratamento de água, aqueles gerados em equipamentos e instalações de controle de poluição, bem como determinados líquidos cujas particularidades tornem inviável o seu lançamento na rede pública de esgotos ou corpos de água, ou exijam para isso soluções técnica e economicamente inviáveis em face à melhor tecnologia disponível (ASSOCIAÇÃO..., 2004).

Para classificar os resíduos sólidos se faz necessário a identificação de três

aspectos fundamentais: o processo ou atividade que lhes deu origem, suas

características e seus constituintes (ASSOCIAÇÃO..., 2004). A partir deste contexto

a Norma Brasileira NBR 10004:2004 apresenta uma classificação dos resíduos

sólidos de acordo com seus potenciais riscos ao meio ambiente e à saúde pública.

No Quadro 1 são apresentadas as diferentes classificações para os resíduos de

acordo com suas propriedades e características segundo a ASSOCIAÇÃO... (2004).

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Quadro 1 - Classificação NBR 10004:2004 dos Resíduos Sólidos.

Classe I

Perigosos

Classe II A

Não Perigosos

Não Inertes

Classe II B

Não Perigosos

Inertes

Inflamáveis Biodegradáveis Quando amostrados de forma

representativa, segundo ABNT

NBR 10007:2004 e submetidos a

contato dinâmico e estático com

água destilada ou deionizada, à

temperatura ambiente, conforme

ABNT NBR 10006:2006, não

tiverem nenhum de seus

constituintes solubilizados a

concentrações superiores aos

padrões de potabilidade de água,

excetuando-se aspecto, cor,

turbidez, dureza e sabor.

Corrosivos Apresentam

combustibilidade

Reativos Apresentam Solubilidade

em água

Tóxicos

Outras propriedades que

não foram listadas nas

classes

I e II B

Patogênicos

Conferem risco ao

meio ambiente

Conferem risco à

saúde humana

Fonte: ASSOCIAÇÃO... (2004).

Já a Lei Federal 12.305/2010, que dispõe sobre a Política Nacional de

Resíduos Sólidos (PNRS), (BRASIL, 2010) considera resíduo sólido:

Material, substância, objeto ou bem descartado resultante de atividades humanas em sociedade, a cuja destinação final se procede, se propõe proceder ou se está obrigado a proceder, nos estados sólido ou semissólido, bem como gases contidos em recipientes e líquidos cujas particularidades tornem inviável o seu lançamento na rede pública de esgotos ou em corpos d’água, ou exijam para isso soluções técnica ou economicamente inviáveis em face da melhor tecnologia disponível.

Esta Lei classifica os resíduos sólidos quanto à origem (Quadro 2).

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Quadro 2 – Classificação dos resíduos sólidos quanto à origem segundo PNRS (2010).

Classificação quanto à origem

Denominação Origem

a) Resíduos domiciliares Atividades domésticas em residências urbanas

b) Resíduos de limpeza

urbana Varrição, limpeza de logradouros e vias públicas

c) Resíduos sólidos urbanos Englobados nas alíneas “a” e “b”

d)

Resíduos de

estabelecimentos

comerciais e prestadores

de serviços

Gerados nessas atividades, com exceção das

alíneas “b”, “e”, “g”, “h” e “j”

e)

Resíduos dos serviços

públicos de saneamento

básico

Gerados nessas atividades com exceção da alínea

“c”

f) Resíduos industriais Processos produtivos e instalações industriais

g) Resíduos de serviços de

saúde Serviços de saúde

h) Resíduos da construção

civil

Construções, reformas, reparos e demolições de

obras de construção civil

i) Resíduos agrossilvopastoris Atividades agropecuárias e silviculturais, incluindo

insumos utilizados nas atividades

j) Resíduos de serviços de

transportes

Portos, aeroportos, terminais alfandegários,

rodoviárias e ferroviárias e passagens de fronteiras

k) Resíduos de mineração Atividade de pesquisa, extração ou beneficiamento

de minérios

Fonte: BRASIL (2010).

No parágrafo único, do artigo 13 da PNRS (BRASIL, 2010), estabelece-se

que os resíduos que se enquadram na classificação do descrito na alínea “d” quanto

à origem podem ser considerados pelo poder municipal, como semelhantes aos

resíduos domiciliares, em função de sua natureza, composição e volume, caso estes

sejam classificados como não perigosos. Sendo assim, para classificar os resíduos

enquadrados na alínea “d” supracitada como equiparados aos resíduos domiciliares,

o município de Londrina-PR definiu, por meio do Decreto Municipal nº 769 de 2009

(LONDRINA, 2009), os termos “Grande Gerador ou Gerador Comercial” e “Pequeno

Gerador ou Gerador Doméstico”. No Quadro 3 apresentam-se tais definições.

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Quadro 3 – Definição de Grande Gerador e Pequeno Gerador para o município de Londrina-PR.

Pequeno Gerador ou Gerador Domiciliar

Grande Gerador ou Gerador Comercial

Procedência

Pessoas físicas ou jurídicas

que gerem resíduos

provenientes de habitações

Pessoas físicas ou jurídicas que

gerem resíduos decorrentes de

atividade econômica ou não

econômica

Geração semanal

de resíduos Até 600 litros Superior a 600 litros

Responsabilidade

sobre os resíduos

Segregação e repasse do

resíduo à coleta municipal

Problemas decorrentes na

segregação, coleta/transporte,

compostagem e destinação final

Fonte: Londrina (2009).

3.3 CARACTERIZAÇÃO DOS RESÍDUOS SÓLIDOS

Além de classificar os resíduos sólidos de acordo com a fonte geradora ou

origem e pela periculosidade, uma etapa importante para um gerenciamento eficaz

dos resíduos sólidos é a sua caracterização. Estas características variam de forma

similar, com a qual as próprias comunidades e cidades se diferem, sendo

influenciadas por aspectos sociais, econômicos, culturais, geográficos e climáticos

(IINSTITUTO..., 2001).

Uma etapa importante no estudo dos resíduos sólidos gerados em um

determinado ambiente é a identificação e a quantificação de seus componentes, pois

contribui na projeção de uma melhor destinação para cada tipo de resíduo, assim

como facilita a segregação destes na fonte geradora (REZENDE et al., 2013).

Na Figura 3 são apresentadas as características dos resíduos sólidos.

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Figura 3 – Caracterização dos resíduos sólidos.

Fonte: INSTITUTO... (2001).

Dentre as características físicas que devem ser consideradas na

caracterização dos resíduos sólidos, a composição gravimétrica desempenha um

papel fundamental, uma vez que traduz o percentual de cada componente em

relação à massa total da amostra (Instituto..., 2001). Para Carvalho, Jesus e Portela

(2013) alguns fatores como local, hábitos, nível educacional da população, atividade

econômica dominante (industrial, comercial ou turística), desenvolvimento

econômico e o clima influenciam na composição gravimétrica dos resíduos.

Ainda segundo INSTITUTO... (2001) os componentes comumente utilizados

na composição gravimétrica são: matéria orgânica; papel; papelão; plástico rígido;

plástico maleável; PET; metais; alumínio; vidro claro; vidro escuro; madeira;

borracha; couro; panos/trapos; ossos; cerâmica; agregado fino. Na Tabela 1 é

apresentada a participação dos principais resíduos sólidos urbanos coletados no

Brasil em 2012, segundo a ASSOCIAÇÃO... (2012).

Características

dos resíduos

Sólidos

Características

físicas

Características

químicas

Características

biológicas

Composição gravimétrica

Geração per capita

Teor de umidade

Compressividade

Peso específico aparente

Poder calorífico

Potencial hidrogeniônico

Composição química

Relação carbono/nitrogênio

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Tabela 1 - Composição gravimétrica dos resíduos sólidos urbanos coletados no Brasil durante o ano de 2012.

Resíduos Participação (%)

Material reciclável 32,4

Metais 2,9

Papel, papelão e tetrapak 13,1

Plástico 13,5

Vidro 2,9

Matéria orgânica 51,4

Outros 16,7

Fonte: ASSOCIAÇÃO... (2012).

Por ser um ambiente que possui geração de resíduos sólidos bem definida

devido a seu público, atribuições e operações específicas, um Colégio pode

apresentar uma composição gravimétrica diferente da coleta urbana no país. Em

estudo realizado em uma escola situada no município de Queimadas/PB, que conta

com aproximadamente 1500 alunos e 50 funcionários, Cabral e Silva (2002)

apresentam que dos 23,94 kg de resíduos sólidos produzidos diariamente, 13 %

foram caracterizados como papel, 17 % plástico, 6 % metal, 23 % orgânico e 41 %

outros. Já Scupino (2015) realizou o estudo da geração de resíduos sólidos de uma

escola do município de Pinhais/PR e observou que a composição de recicláveis foi

de 30 % plásticos, 31 % papelão e tetrapak, 20 % papel e 19 % outros. As amostras

de resíduos sólidos de uma escola pública do município de Matinhos/PR, estudadas

por Adriano e Murata (2014), apresentaram como composição 57 % orgânico, 17 %

rejeitos, 15 % plásticos e 11 % papel.

Outra característica física importante para a classificação dos resíduos é a

geração per capita. Para Campos (2012) trata-se da quantidade de resíduos

coletados em um dia em determinado local, dividida pela população beneficiada por

esses serviços. Bresolin, Durks e Pietrobon (2014) verificaram, em estudo de caso,

uma geração per capita de 0,12 kg/dia em um ambiente de educação formal no

município de Campo Mourão/PR. Em Pinhais/PR, Scupino (2015) identificou uma

geração de 0,12 kg de resíduos sólidos/pessoa dia.

O peso específico aparente possui relevância para o dimensionamento de

equipamentos e instalações e é dado calculando-se a massa solta de resíduo da

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amostra em função do volume que ocupa livremente, sem haver compactação do

material (INSTITUTO..., 2001).

O teor de umidade expressa a quantidade de água presente na amostra e é

medida em função de seu peso total. Trata-se de um parâmetro que varia de acordo

com a incidência de chuvas e das estações do ano, podendo variar de 40 a 60 %

(INSTITUTO..., 2001).

A última característica física dos resíduos é a compressividade, que exprime

a redução do volume que a amostra de resíduo sofre após a compactação

(INSTITUTO..., 2001).

Já as características biológicas dos resíduos sólidos são determinadas pela

população microbiana presente na amostra de resíduo e possuem relevância para a

seleção do método de tratamento e disposição final mais adequado (INSTITUTO...,

2001).

O poder calorífico é um dos parâmetros que merecem destaque nas

características químicas dos resíduos sólidos, pois indica o potencial de liberar calor

que um dado material possui ao ser queimado. Já o potencial hidrogeniônico (pH)

indica os teores de acidez e alcalinidade da amostra (INSTITUTO..., 2001).

Além disso, a composição química apresenta os teores de cinzas, matéria

orgânica, carbono, nitrogênio, potássio, cálcio, fósforo, resíduo mineral e gorduras

presentes. A relação carbono/nitrogênio (C:N) indica o grau de decomposição da

matéria orgânica na amostra (INSTITUTO, 2001) e é importante em processos de

tratamento biológicos, como a compostagem e a vermicompostagem.

3.4 POLÍTICA NACIONAL DE RESÍDUOS SÓLIDOS E PLANO DE

GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS SÓLIDOS

A Lei Federal n° 12.305, de 2 de agosto de 2010, é que institui a Política

Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), dispondo essencialmente sobre os

princípios, objetivos e instrumentos (BRASIL, 2010).

Dentre os objetivos que tangem esta lei, existem alguns tópicos que

participam efetivamente de uma mudança na geração de resíduos sólidos que vem

acontecendo no país desde a sua promulgação. Trata-se dos princípios de não

geração, redução, reutilização, reciclagem e tratamento dos resíduos, assim como a

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proteção da saúde pública e da qualidade ambiental e a valorização do catador

(PINHEIRO; FRANCISCHETTO, 2016).

Outro aspecto de muita relevância introduzido pela Lei é o de

responsabilidade compartilhada entre governos, empresas e população, cabendo a

esta última a responsabilidade de destinar corretamente os resíduos, assim como

realizar seu gerenciamento. Este princípio de corresponsabilidade elencado no

artigo 6° da Lei obriga estes segmentos da sociedade a praticar ações voltadas para

assegurar a observância da PNRS, assim como de suas diretrizes (BRASIL, 2010).

A logística reversa, definida no artigo 3º desta Lei, é também responsável

por importantes mudanças no panorama da coleta de resíduos sólidos em nível

nacional, pois este conjunto de ações viabiliza a coleta e a restituição dos resíduos

sólidos ao setor empresarial para seu reaproveitamento (BRASIL, 2010). Como

exemplo desta situação pode-se citar a evolução na destinação adequada de

embalagens plásticas primárias de agrotóxicos no país, que segundo a

ASSOCIAÇÃO... (2015) atingiu em 2015 a marca de 45.537 toneladas,

representando um montante de 94 % do total utilizado.

Apesar disso, segundo o Compromisso Empresarial para Reciclagem

(COMPROMISSO... 2015), a capacidade de reuso de materiais no país ainda não foi

atingido, haja vista que um estudo do Instituto de Pesquisa Econômica e Aplicada

(Instituto..., 2010), aponta que o Brasil, ao destinar os materiais para aterros e lixões,

deixa de reaproveitar, por ano, materiais com valor agregado na casa dos 8 bilhões

de reais.

A PNRS, em seu artigo 19, atribui aos municípios a responsabilidade em

elaborar um plano de gestão integrada de resíduos sólidos, que contemple um

diagnóstico da situação atual dos resíduos sólidos do município, bem como a coleta

seletiva de materiais recicláveis e o estabelecimento de metas para a redução da

geração de resíduos. Cabe ainda a verificação das formas existentes de destinação

e a escolha sustentável de alocação final (BRASIL, 2010).

Também é estabelecido na Lei 12.305/2010 que o desenvolvimento de

programas e medidas de Educação Ambiental cabe aos governos municipais,

sensibilizando a população para a não geração, redução, reutilização e reciclagem

de resíduos sólidos (BRASIL, 2010).

Sobre o gerenciamento de resíduos sólidos, a PNRS define como:

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Conjunto de ações exercidas, direta ou indiretamente, nas etapas de coleta, transporte, transbordo, tratamento e destinação final ambientalmente adequada dos resíduos sólidos e disposição final ambientalmente adequada dos rejeitos, de acordo com plano municipal de gestão integrada de resíduos sólidos ou com plano de gerenciamento de resíduos sólidos, exigidos na forma desta Lei (BRASIL, 2010).

Além disso, compreende-se um Plano de Gerenciamento de Resíduos

Sólidos (PGRS) como um dos principais instrumentos utilizados na Política Nacional

de Resíduos Sólidos.

Assim como a PNRS institui que cabe aos governos municipais a

responsabilidade de elaboração de um plano de gestão integrada de resíduos

sólidos, esta mesma estabelece em seu artigo 20 que, dentre outros, os

estabelecimentos comerciais e de prestação de serviços que gerem resíduos não

equiparados aos resíduos domiciliares pelo poder municipal, devem elaborar seu

PGRS (BRASIL, 2010).

Para Schalch et al. (2002) a operação e a manutenção dos sistemas de

gerenciamento de resíduos devem se dar de forma a garantir a auto

sustentabilidade, ou seja, o próprio usuário dos serviços é quem financia o sistema

por meio do pagamento de taxas, tarifas e preços públicos.

Dentre os conteúdos que devem constar em um PGRS, vale ressaltar,

segundo BRASIL (2010), o diagnóstico dos resíduos gerados, contendo origem,

caracterização, volume e passivos ambientais a ele relacionados. Também consta a

exigência de ações preventivas e corretivas a serem executadas em caso de

acidentes ou gerenciamento inadequado. Além disso, se faz necessário a listagem

de metas e procedimentos futuros que minimizem a geração de resíduos sólidos.

O Colégio Estadual do Paraná, situado em Curitiba, gera 3,9 toneladas de

resíduos sólidos por mês e por isso hoje, conta com um PGRS que sugere uma

série de alterações e investimentos necessários para que se realize um melhor

gerenciamento dos resíduos sólidos, tais como o aumento em 50 % do número de

lixeiras, reformar o espaço de acondicionamento dos resíduos sólidos (RS), melhorar

a infraestrutura de equipamentos e sistema de coleta (PARANÁ, 2014).

Em concordância com o proposto na Política Nacional de Resíduos Sólidos,

assim como a Lei Estadual nº 12.493/1999 (PARANÁ, 1999), de diretrizes para

gestão de resíduos sólidos no estado do Paraná e a Lei Municipal nº 10.637/2008

(LONDRINA, 2008) sobre aspectos referentes à Política Municipal de Resíduos

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sólidos, o município de Londrina/PR instituiu no ano de 2009 o Decreto nº 769/2009,

que define o Programa de Gerenciamento de Resíduos sólidos Orgânicos e Rejeitos

da cidade. Este decreto define em seu artigo 11 que os grandes geradores (gerador

comercial) devem elaborar um Projeto de Gerenciamento de Resíduos Sólidos que

deve contemplar, no mínimo, as seguintes etapas (LONDRINA, 2009):

a) caracterização: identificação e quantificação dos resíduos produzidos;

b) separação: realizada na origem ou em áreas licenciadas para essa

finalidade;

b) acondicionamento: confinamento dos resíduos da geração até o

transporte, além de assegurar condições para compostagem;

c) transporte: em conformidade com etapas anteriores e com as normas

técnicas vigentes para o transporte de resíduos;

d) destinação: estabelecimento devidamente licenciado e capacitado para o

serviço de tratamento e compostagem dos resíduos orgânicos e destinação

final dos rejeitos, conforme tecnologia disponível.

3.5 EDUCAÇÃO AMBIENTAL FORMAL

O tema Educação Ambiental veio à tona nas últimas décadas devido à

grande incidência de desastres naturais que ocasionam uma série de impactos

ambientais e têm causado grande preocupação ao homem (REIS; SEMÊDO;

GOMES, 2012).

Freire (1980) define “conscientização” como a tomada de posse da realidade

por um indivíduo, que passa a observar a realidade de modo mais crítico. Desta

forma, a Educação Ambiental deve atuar na conscientização e na exposição à

sociedade sobre o papel individual e coletivo que cada um pode exercer para a

manutenção sadia dos recursos naturais (FERRARO JUNIOR et al., 2005).

Para Marcatto (2002) a Educação Ambiental é uma das ferramentas

existentes para a sensibilização e a informação da população sobre os problemas

ambientais. A “sensibilização”, para Souza (2003), é entendida como uma operação

pela qual certa cultura interpreta parte dos dispositivos modais, como efeitos de

sentido passionais e o sujeito transforma-se em alguém que sofre, sente, reage e se

emociona.

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Segundo Effting (2007) o ambiente escolar é o mais propício ao

desenvolvimento dos valores que irão influenciar na aquisição de atitudes

adequadas para com o meio ambiente. Ao introduzir a Educação Ambiental no

aprendizado, os integrantes da comunidade escolar passam a incitar mudanças e

ser sensibilizados sobre seus direitos e responsabilidades mediante a integridade do

meio ambiente e a importância do tratamento de resíduos sólidos por eles gerados

(ADRIANO E MURATA, 2014).

A Lei Federal Nº 9.795, de 27 de abril de 1999 (BRASIL, 1999), dispõe sobre

a Educação Ambiental e institui a Política Nacional de Educação Ambiental. A

referida Lei apresenta no artigo 9º que a Educação Ambiental no ensino formal deve

ser desenvolvida nos currículos das instituições de ensino público e privada, desde a

educação básica (infantil, fundamental e médio), passando pela educação superior,

especial, educação de jovens e adultos (EJA), até a educação profissional (BRASIL,

1999). Além disso, os artigos 10 a 12 dispõe que esta deve ser desenvolvida como

prática educativa contínua, inter e transdisciplinar, assim como deve constar nos

currículos de formação de professores em todos os níveis e disciplinas (BRASIL,

1999).

Como princípios básicos da Educação Ambiental a Lei nº 9.795/1999

(BRASIL, 1999) dispõe:

a) enfoque humanista, holístico, democrático e participativo;

b) concepção do meio ambiente em sua totalidade;

c) pluralismo de ideias e de concepções pedagógicas;

d) vínculo: ética, educação, trabalho e práticas sociais;

e) continuidade e permanência do processo educativo;

f) avaliação crítica do processo educativo;

g) abordagem articulada de questões ambientais locais, regionais, nacionais

e globais;

h) reconhecimento e respeito à pluralidade e à diversidade individual e

cultural.

De acordo com Dias (2004) existem cinco categorias de objetivos a serem

desenvolvidos na Educação Ambiental: consciência do meio ambiente global,

conhecimento sobre os problemas existentes, comportamento de interesse e

participação na proteção do meio ambiente, habilidades necessárias para identificar

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e resolver problemas e participação ativa em tarefas que têm por objetivo a

resolução de problemas ambientais.

Ainda segundo Dias (2004) esses objetivos estão interligados de acordo com

o Diagrama de Cooper (Figura 4).

Figura 4 – Diagrama de Cooper: relação entre os objetivos da Educação Ambiental.

Fonte: Dias (2004).

Diferente do que ocorre na Educação Ambiental não formal, onde as

dificuldades são a falta de informação, investimento e capacitação, dentre os

problemas existentes na educação ambiental formal podem ser listados a falta de

estímulo à pesquisa científica e prática, a falta de integração e preparo do corpo

docente e a falta de atualização de temas a serem abordados (REIS; SEMÊDO;

GOMES, 2012).

Segundo Oliveira (2000) a busca por alternativas de metodologias

interdisciplinares, a falta de ajuste de tempo pela demanda de horários, conteúdos e

avaliações, assim como a sensibilização do corpo docente para uma mudança que

exige criatividade são os três maiores desafios a serem superadas no processo de

implementação da Educação Ambiental num âmbito escolar.

Implementar um projeto de Educação Ambiental nas escolas propiciará aos

alunos e à comunidade uma compreensão fundamental dos problemas existentes,

da presença humana no ambiente, de sua responsabilidade e do papel crítico que

deve exercer como cidadão (EFFTING, 2007).

Para praticar a Educação Ambiental em escolas, alguns autores propõem

estratégias práticas e dinâmicas, que conduzem à conscientização e à

sensibilização da comunidade acadêmica (Quadro 4).

Habilidades Conhecimento

Participação Conhecimento

Conscientização

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Quadro 4 – Estratégias para realização da Educação Ambiental formal.

Silva e Leite

(2008)

Promover atividades

integradas para toda a

comunidade escolar

Realizar gincanas

Utilizar atividades como:

dinâmica, aula de campo,

atividade física, oficinas,

música e teatro

Silva e

Sammarco

(2009)

Realizar campanhas

ambientais (como um

mutirão para recolhimento

de lixo)

Arte-educação:

criação de cartazes,

murais e decoração de

espaço utilizando

materiais descartados

Elaboração de folhetos e

cartilhas

Sammarco e

Printes (2009)

Desenvolver oficinas e

palestra aos atores

ambientais

Realizar cursos de

capacitação

Promover excursões e

passeios a locais que se

relacionem com o tema

desejado

Fonte: Silva e Leite (2008), Silva e Sammarco (2009) e Sammarco e Printes (2009).

Como parte de programas de Educação Ambiental integrados, instituídos

pelo Decreto Federal nº 4.281 de junho de 2002 (BRASIL, 2002) que regulamenta a

Lei nº 9.795/1999, dentre outras atividades, devem ser criadas, mantidas e

implementadas, as atividades de gerenciamento de resíduos.

No estudo realizado em escola pública no município de Matinhos/PR,

Adriano e Murata (2014) identificaram um gerenciamento inadequado dos resíduos

sólidos e, para os autores, a fim de corrigir o gerenciamento e torná-lo mais eficaz, a

inserção da temática dos resíduos sólidos associada à Educação Ambiental deve

ser uma das prioridades do projeto político pedagógico da direção escolar.

Já Silva e Leite (2008) constataram que para se realizar efetivamente a

Educação Ambiental em escolas no século XXI se faz necessária a formação de

educadores ambientais que apliquem os conhecimentos de forma dinâmica, criativa,

lúdica, baseada na afetividade entre os atores, tornando-os protagonistas dentro da

problemática. Oito anos após a pesquisa, a escola estudada é considerada

referência no trabalho de Educação Ambiental e conta com gestão integrada de

resíduos sólidos, além da elaboração de uma própria Agenda 21 (SILVA; LEITE,

2008).

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Após estudo sobre o gerenciamento de resíduos sólidos de uma escola

municipal no Rio de Janeiro, Torres e Rodrigues (2009) acreditam que o trabalho de

Educação Ambiental realizado com a equipe de funcionários e alunos tenha

contribuído para a comunidade, conduzindo-a a uma redução na quantidade de

resíduos sólidos gerados no local.

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4 MATERIAL E MÉTODOS

4.1 CARACTERIZAÇÃO DO LOCAL DE ESTUDO

O Colégio Interativa (Figura 5), situado no município de Londrina-PR e

fundando em 1986 como pré-escola, possui área construída de 3600 m2 e está em

constante crescimento. Atende hoje 631 alunos da educação infantil, ensino

fundamental e médio, além de contar com um quadro de 94 funcionários nos setores

administrativo, educacional e de serviços gerais.

Figura 5 – Portão principal de acesso ao Colégio Interativa.

Fonte: Autoria Própria (2016).

O Colégio possui uma cantina que oferece dois tipos de serviços a alunos e

funcionários, sendo estes o lanche e a refeição do almoço. Estes serviços são

taxados e opcionais aos alunos, que para utilizá-los devem realizar a adesão

mensal. O lanche, que segue ao cardápio elaborado por uma nutricionista, é uma

espécie de kit que contém um salgado (ou substituto), um copo de suco e uma

fruta/sobremesa. A refeição do almoço é servida no sistema de Buffet. Mensalmente

são servidos 2600 lanches e entre 650 e 700 refeições. Além disso, os alunos que

não utilizam estes serviços podem levar o seu lanche de casa.

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Perante a classificação da NBR 10.004/2004 (ASSOCIAÇÃO..., 2004), o

Colégio possui geração de resíduos perigosos (classe I). Trata-se da troca rotineira

de lâmpadas fluorescentes em todos os setores, assim como pilhas e baterias. Há

um laboratório de Ciências, utilizado durante as aulas práticas das disciplinas de

Biologia, Química, Física e Iniciação Científica, além de auxiliar no desenvolvimento

dos projetos de iniciação científica dos alunos. Este laboratório é responsável pela

geração de sulfato de cobre, atualmente único resíduo químico produzido. O

transporte e a disposição final de lâmpadas, pilhas e baterias segue o princípio de

logística reversa. O sulfato de cobre é transportado e tratado por uma empresa

especializada terceirizada.

Devido ao enquadramento como grande gerador de resíduos, perante a

Política Nacional de Resíduos Sólidos (BRASIL, 2010) e do Decreto Municipal

769/2009 (LONDRINA, 2009), o Colégio elaborou um Plano de Gerenciamento de

Resíduos Sólidos – PGRS junto a uma empresa de consultoria ambiental. Este

PGRS, estruturado no ano de 2015, foi aprovado pela Secretaria Municipal do

Ambiente da Prefeitura de Londrina em março de 2016 e possui validade de um ano

a partir da data de aprovação.

Dentre as informações contidas neste PGRS, há uma quantificação dos

resíduos gerados pelo Colégio, classificados como não inertes (classe IIA), seus

respectivos volumes, ponto de geração, acondicionamento, armazenamento e

frequência de coleta. No Quadro 5 estão apresentados estes dados.

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Quadro 5 - Ponto de geração, volume, acondicionamento, armazenamento e frequência de coleta de resíduos não inertes (classe IIA) no Colégio Interativa.

Resíduo gerado

Orgânico

Reciclável

(papel,

plástico,

vidro, metal)

Rejeito

de

banheiro/

fraudário

Rejeito de

varrição

Embalagem

Longa Vida

Ponto de geração Cozinha/

refeitório

Administração/

sala de aula/

pátio

Banheiros

Salas de aula,

pátio,

administração

Refeitório

Volume

(litros/semana) 150 300 1600 50 50

Acondicionamento Saco plástico e lixeira

Armazenamento Área coberta e fechada, piso impermeável, com porta de acesso restrito

Frequência de coleta

realizada por empresa

especializada.

(vezes/semana)

Três Duas Três Três Duas

Fonte: Colégio Interativa LTDA (2016) adaptado.

As lixeiras para descarte de resíduos estão dispostas no Colégio de acordo

com o fluxo de pessoas e a funcionalidade do setor. Na Figura 6 é ilustrado um

croqui do empreendimento com a localização das lixeiras recicláveis, papel, orgânico

e rejeito.

Figura 6 – Croqui de localização das lixeiras no Colégio.

Fonte: Autoria Própria (2016).

Legenda Lixeira – Rejeito Lixeira – Reciclável Lixeira – Orgânico Lixeira – Papel Lixeira – Plástico

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Na Figura 7 são apresentadas as lixeiras localizadas no local de maior

geração do Colégio.

Figura 7– Lixeiras de rejeito (1), orgânico (2), papel (3), plástico (4) e outros recicláveis (5), situada no refeitório dos alunos.

Fonte: Autoria Própria (2016).

4.2 ETAPAS DO PROJETO

Este trabalho foi realizado em quatro etapas sequenciais (Figura 8),

fundamentadas no ciclo de gestão de resíduos sólidos da Universidade Tecnológica

Federal do Paraná Câmpus Londrina (Anexo A).

Boca das lixeiras na bancada

1 2 3 4 5

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Figura 8 – Fluxograma das etapas do projeto.

Fonte: Autoria Própria (2016).

Em acordo com a Direção do Colégio Interativa, para a realização de todas as

etapas do projeto foi montada uma equipe de avaliação do gerenciamento de

resíduos, composta pelo graduando responsável pelo trabalho de conclusão de

curso, duas alunas do 9º ano do ensino fundamental e uma bióloga, servidora do

Colégio responsável pelos projetos de iniciação científica.

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4.2.1 Diagnóstico

Na primeira etapa os dados foram coletados de acordo com o atual

gerenciamento dos resíduos realizado no Colégio, sem interferência nos processos

de disposição, segregação e acondicionamento, assim como sem haver contato

prévio com funcionários, professores e alunos, a fim de quantificar e qualificar estes

processos e identificar nestes, possíveis oportunidades de melhoria.

4.2.1.1 Caracterização física dos resíduos sólidos

Para avaliar individualmente as fontes geradoras de resíduos na instituição,

realizou-se sua caracterização física, considerando diferentes setores do Colégio:

educação infantil, banheiro, administrativo, salas de aula (ensino fundamental e

médio), pátio, cozinha, refeitório e sala dos professores (Figura 9).

Figura 9- Divisão dos setores geradores de resíduo no Colégio.

Setor 1 - Educação Infantil Setor 4 - Salas de Aula (Fund. E Médio)

Setor 7 – Refeitório

Setor 2 - Banheiros Setor 5 – Pátio Setor 8

Sala dos Professores

Setor 3 - Administrativo Setor 6 – Cozinha

Fonte: Autoria Própria (2016).

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Com auxílio dos funcionários da limpeza do Colégio (que realizam a troca de

sacos nas lixeiras), diariamente realizava-se a identificação de todos os sacos

plásticos, por meio da escrita do setor de origem, conforme apresentado na Figura

10.

Figura 10 - Identificação do setor de origem de cada saco de resíduos.

Fonte: Autoria própria (2016).

Devido ao grande volume de resíduos gerados, durante três semanas, os

sacos plásticos foram analisados em todos os dias úteis. Não se realizou

amostragem, ou seja, foram analisados todos os resíduos gerados pelo Colégio, a

fim de garantir a representatividade desejada.

Nos setores que geravam resíduos orgânicos e rejeitos, foram realizadas

análises de geração per capita e análise qualitativa, com pesagem total dos sacos e

escolha aleatória diária de um saco que era aberto para análise qualitativa de

segregação. Na Figura 11 são apresentados os procedimentos adotados nesta fase

de caracterização dos resíduos orgânicos e rejeitos.

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Figura 11 - Processo de análise dos sacos de resíduos orgânico e rejeitos gerados no Colégio.

Fonte: Autoria Própria (2016).

Nos setores que geram resíduos recicláveis os parâmetros avaliados na

caracterização dos resíduos foram: composição gravimétrica, geração per capita e

massa específica aparente (Figura12).

Figura 12 - Processo de análise dos sacos de resíduos sólidos recicláveis gerados no Colégio.

Fonte: Autoria Própria (2016).

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Inicialmente mediu-se a massa de cada saco de lixo identificado, como

mostra a Figura 13, e estimou-se seu volume com auxílio de baldes graduados.

Figura 13- Pesagem dos sacos recicláveis.

Fonte: Autoria Própria (2016).

Em seguida, respeitando a segregação por setores do Colégio, realizou-se a

composição gravimétrica dos resíduos recicláveis. Nesta técnica optou-se por não

realizar o quarteamento das amostras, uma vez que a quantidade diária a ser

caracterizada permitia sua análise total.

Assim sendo, cada saco foi aberto e seus componentes segregados

manualmente (Figura 14) de acordo com o tipo de material (papel/papelão, vidro,

metal, plástico, embalagem longa vida, orgânico e rejeito), sendo depositados em

baldes graduados (Figura 15). Após a segregação de todos os componentes, o

volume foi registrado e a massa de cada tipo de material medida em balança e

posteriormente registrada.

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Figura 14 - Segregação manual dos resíduos de cada saco.

Fonte: Autoria Própria (2016).

Figura 15- Composição gravimétrica dos resíduos recicláveis.

Fonte: Autoria Própria (2016).

Para calcular a porcentagem de cada tipo de material em relação à sua

amostra total (cada saco), utilizou-se a fórmula apresentada na equação 1.

% material = 𝑚𝑎𝑠𝑠𝑎 𝑑𝑜 𝑚𝑎𝑡𝑒𝑟𝑖𝑎𝑙 (𝑘𝑔)

𝑚𝑎𝑠𝑠𝑎 𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 𝑑𝑜𝑠 𝑟𝑒𝑠í𝑑𝑢𝑜𝑠 (𝑘𝑔) x 100 (1)

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A massa específica aparente (ρ) de cada tipo de material foi estipulada com

a utilização da fórmula apresentada na equação 2, ou seja, a massa de cada tipo de

material foi dividida por seu respectivo volume registrado.

ρ (𝑘𝑔)

(𝑚3) =

𝑚𝑎𝑠𝑠𝑎 𝑑𝑜 𝑚𝑎𝑡𝑒𝑟𝑖𝑎𝑙 (𝑘𝑔)

𝑣𝑜𝑙𝑢𝑚𝑒 𝑑𝑜 𝑚𝑎𝑡𝑒𝑟𝑖𝑎𝑙 (𝑚3 )

Para determinar a geração per capita de resíduos recicláveis no Colégio, as

massas de todos os materiais recicláveis analisados, em cada setor, foram somadas

e então divididas pelo número de pessoas que participam da geração de resíduos

naquele setor e o tempo de amostragem (equação 3).

Geração per capita = 𝑚𝑎𝑠𝑠𝑎 𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 𝑑𝑒 𝑟𝑒𝑠í𝑑𝑢𝑜𝑠 𝑟𝑒𝑐𝑖𝑐𝑙á𝑣𝑒𝑖𝑠 (𝑘𝑔)

𝑛ú𝑚𝑒𝑟𝑜 𝑑𝑒 𝑝𝑒𝑠𝑠𝑜𝑎𝑠 𝑥 𝑡𝑒𝑚𝑝𝑜 𝑑𝑒 𝑎𝑚𝑜𝑠𝑡𝑟𝑎𝑔𝑒𝑚 (𝑑𝑖𝑎𝑠)

A caracterização física dos resíduos foi realizada durante três semanas

consecutivas. Calculou-se a média aritmética das três semanas para cada

parâmetro (geração per capita, composição gravimétrica e massa específica

aparente).

4.2.1.2 Aplicação de questionário

Com a aplicação de um questionário (APÊNDICE A) a alunos e funcionários,

foi avaliado o conhecimento destes indivíduos sobre o descarte correto de alguns

dos principais resíduos gerados no Colégio.

Para definir o número de entrevistados na aplicação do questionário utilizou-

se o método de amostragem aleatória simples para uma população finita, que

consiste na compilação de uma lista de todos os elementos da população (alunos e

professores) e posterior sorteio para escolha daqueles que irão compor a amostra.

Para determinar o número mínimo de elementos necessários nesta

amostragem, utilizou-se a fórmula proposta por Martins (2006), conforme a equação

4.

n = 𝑍2. 𝑁

𝑑2.(𝑁−1)+ 𝑍2 (4)

(3)

(2)

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n = número de indivíduos a compor a amostra aleatória

Z = abscissa da distribuição normal padrão = nível de (1-α) % = 95,5 %

N = tamanho da população = 725 pessoas (alunos + funcionários)

d = erro amostral = 5 %

n = 0,9552. 725

0,052.(725−1)+ 0,9552 = 242,914 ≈ 243 indivíduos

Assim sendo, o número mínimo de indivíduos necessários para compor a

amostra aleatória (n) para a aplicação do questionário era de 243 pessoas.

Para atingir esta quantidade, considerou-se aplicar o questionário às turmas

do 1º ano do ensino fundamental ao 3º ano do ensino médio, além de professores e

demais funcionários do Colégio (cozinha, coordenação, direção, secretaria, limpeza).

Procurou-se aplicar o questionário a 14 indivíduos de cada turma,

professores e funcionários, sempre de forma aleatória. Com isso, a amostra teve

como composição real 263 indivíduos de 14 grupos entrevistados. Na Tabela 2 é

apresentada a população que respondeu ao questionário.

Tabela 2 - Composição da população amostrada para aplicação do questionário sobre a avaliação de conhecimento da comunidade escolar sobre o descarte de resíduos sólidos.

Categoria Grupo Nº indivíduos entrevistados

Ensino Fundamental I

1° ano (manhã +tarde) 27

2º ano (manhã +tarde) 28

3º ano (manhã +tarde) 28

4º ano (manhã +tarde) 28

5º ano (manhã) 15

Ensino Fundamental II

6º ano (tarde) 15

7º ano (manhã +tarde) 24

8º ano 14

9º ano 14

Ensino Médio

1° ano 14

2° ano 14

3° ano 14

Funcionários Professores 14

Demais funcionários 14

TOTAL 14 grupos 263

Fonte: Autoria Própria (2016).

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O questionário contém uma lista de onze resíduos que são gerados

cotidianamente no Colégio e os entrevistados deviam assinalar em qual das lixeiras

– orgânico, reciclável ou rejeito – o resíduo deve ser corretamente descartado. Com

o levantamento destes dados foram gerados gráficos de colunas apresentando a

percentagem de respostas corretas para cada resíduo, possibilitando a comparação

das respostas entre os diferentes grupos entrevistados.

4.2.2 Propostas de intervenções

Após a realização da primeira etapa do projeto, com os dados de geração de

resíduos orgânicos e recicláveis e informações das respostas dos questionários,

foram propostas diversas medidas de intervenções no local de estudo (Figura 16),

com o intuito de sensibilizar a comunidade escolar sobre a temática dos resíduos

sólidos e melhorar a eficiência na segregação na fonte geradora. Em momentos

oportunos, foram realizadas reuniões com a equipe diretiva (pedagógica e

financeira) para apresentar as propostas e viabilizar sua realização.

Figura 16 - Propostas de intervenções realizadas no projeto.

Fonte: Autoria Própria (2016).

4.2.3 Levantamento de dados pós-intervenções

Para verificar a eficiência das estratégias de sensibilização adotadas, após a

conclusão da etapa de propostas de intervenção, o processo de caracterização

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física dos resíduos gerados no Colégio (descrito na Figura 12) foi novamente

realizado. Ou seja, durante três semanas consecutivas, depois de encerradas todas

as medidas de intervenção, as amostras de reciclável, orgânico e rejeito foram

diariamente analisadas.

Com o mesmo intuito, realizou-se também nova aplicação do questionário

(APÊNDICE A) em população aleatória e com amostragem semelhante à realizada

na etapa de diagnóstico, sendo possível comparar a quantidade de respostas

corretas antes e após as estratégias de sensibilização adotadas. Além disso,

também foi solicitada uma avaliação das estratégias utilizadas para a sensibilização.

(APÊNDICE B).

Além disso, foram entrevistadas as duas alunas do 9º ano que participaram

do trabalho, a professora responsável pela Iniciação Científica e a diretora

administrativa do Colégio, para uma avaliação do projeto realizado ao longo dos

últimos quatro meses no Colégio. Os relatos foram transcritos e analisados.

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5 RESULTADOS E DISCUSSÃO

5.1 DIAGNÓSTICO

5.1.1 Caracterização física dos resíduos sólidos

Observa-se na Figura 17 que, em unidade de massa, 69,8 % dos resíduos

gerados no Colégio, na fase de diagnóstico, são descartados nas lixeiras como

orgânicos ou rejeitos e 30,2 % nas lixeiras de recicláveis.

Figura 17 - Gráfico representativo do percentual de orgânicos/rejeitos e recicláveis descartados no Colégio durante a fase de diagnóstico.

Fonte: Autoria Própria (2016).

Tais valores (Figura 17) se assemelham ao estudo de caracterização dos

resíduos gerados em Escola Pública de Matinhos-PR, no qual Adriano e Murata

(2014) constataram que 74 % dos resíduos eram orgânicos ou rejeitos e 26 %

recicláveis, atribuindo este resultado à falta de conscientização da comunidade

escolar sobre o descarte correto de resíduos. No entanto, deve-se considerar que

em média, semanalmente são gerados 1.900 litros de resíduos em todo o Colégio.

Destes, 27,4 % são orgânicos e rejeitos e 72,6 % são recicláveis. Ressalta-se que

orgânicos e rejeitos possuem massa específica maior, por isso, quando comparados

em peso, conforme Figura 17, representam maior percentual. O contrário do

observado na comparação em volume.

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Ao observar a produção volumétrica de resíduos orgânicos e rejeitos dos

diferentes setores, constata-se que dos 536 litros gerados em média, por semana,

34 % são rejeitos dos banheiros (papel higiênico e papel toalha usados) e 27 %

gerados na cozinha (maioria sobras orgânicas) (Figura 18).

Figura 18 - Gráfico da geração de resíduos orgânicos e rejeitos nos diferentes setores do Colégio durante a fase de diagnóstico, em unidade de volume.

Fonte: Autoria Própria (2016).

A composição gravimétrica dos resíduos recicláveis (Figura 19) revelou que

papel e plástico são os resíduos de maior geração no Colégio, sendo cada um

correspondente a aproximadamente 25 %.

Figura 19 - Gráfico da composição gravimétrica média dos resíduos recicláveis do Colégio na fase de diagnóstico.

Fonte: Autoria Própria (2016).

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Na caracterização dos resíduos sólidos gerados na Universidade Tecnológica

Federal do Paraná - Câmpus Francisco Beltrão, Bresolin et al. (2014) verificaram

que 24,4 % são plásticos, indicando assim, uma tendência de geração de resíduos

deste material em Instituições de Ensino.

Ainda na Figura 19 nota-se que mais de 25 % do montante de resíduo

descartado nas lixeiras “recicláveis” do Colégio foram classificados como orgânico

(9,3 %) e rejeitos (19,2 %). Para Lima (2007) a adequação e implementação de

coleta seletiva em uma instituição se faz necessário realizar campanhas educativas

que visem à mudança de comportamento da população, inserindo a preocupação

ambiental em seu cotidiano.

A composição gravimétrica dos resíduos recicláveis coletados nas lixeiras da

educação infantil do Colégio (Figura 20) indicaram que a maior parte dos resíduos

descartados (40,7 %) é papel e 20,5 % são plásticos. Este descarte é, na maioria

dos casos, realizado pelas professoras e funcionários da limpeza.

Figura 20 - Gráfico da composição gravimétrica média dos resíduos recicláveis da educação infantil do Colégio na fase de diagnóstico.

Fonte: Autoria Própria (2016).

Devido às atividades escolares cotidianas realizadas com os alunos, a

geração de papéis e plásticos como principais resíduos também foi constatada por

Scupino (2015), que em avaliação dos programas de Educação Ambiental de

escolas municipais de Pinhais-PR (Educação Infantil e Ensino Fundamental),

identificou que entre 30 % e 40 % dos resíduos recicláveis gerados foram

caracterizados como plásticos e 20 % como papel.

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Porém, no Colégio Interativa, mais de 25 % do total descartado neste setor foi

considerado rejeito (26,8 %). O lanche dos alunos de dois a quatro anos ocorre

dentro da sala de aula, que possui apenas lixeiras recicláveis (os coletores de

orgânico e rejeito ficam fora das salas), resultando em descarte incorreto de

guardanapos engordurados (Figura 21). Por motivo semelhante, Silva e Leite (2008)

verificaram que mediante a análise inicial da percepção e do diagnóstico ambiental

de uma comunidade escolar, se fazia necessário sensibilizar as educadoras, para

proporcionar a elas, condições de melhorar o desempenho profissional no que se

refere a informações e metodologias para as questões ambientais.

Figura 21 - Resíduos descartados nas lixeiras das salas de aula da Educação Infantil – destaque para a quantidade de guardanapos.

Fonte: Autoria Própria (2016).

O setor administrativo, composto por Direção, Coordenação, Orientação,

Departamento Financeiro, Marketing e Secretaria possui apenas coletores de

resíduos recicláveis. Em sua composição gravimétrica verificou-se a predominância

de papel (83,3 %) e pouco descarte de orgânicos (0,6 %) e rejeitos (3,2 %) (Figura

22).

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Figura 22 - Gráfico da composição gravimétrica média dos resíduos recicláveis do setor administrativo do Colégio na fase de diagnóstico.

Fonte: Autoria Própria (2016).

Nas salas de aula do Ensino Fundamental e do Ensino Médio só há lixeiras

para resíduos recicláveis, porém, constatou-se (Figura 23) que 16,5 % dos resíduos

gerados são orgânicos, ou seja, resíduos descartados no local incorreto. Também

há a presença de 11,7 % de rejeitos (como papéis de bolo). Nesse contexto, insere-

se a Educação Ambiental, da qual Faggionato (2008) atribui as funções de favorecer

ações de sensibilização sobre problemas ainda existentes e estímulo à mudança de

atitudes e condutas na busca de soluções ao problema dos resíduos sólidos.

Figura 23 - Gráfico da composição gravimétrica média dos resíduos recicláveis das salas de aula do ensino fundamental e médio do Colégio na fase de diagnóstico.

Fonte: Autoria Própria (2016).

No pátio do Colégio havia lixeiras de separação em três tipos (rejeito,

orgânico e reciclável) em três pontos de grande circulação de pessoas: no pátio

aberto que dá acesso às salas de aula; no corredor que dá acesso à cozinha e ao

refeitório; no portão de acesso e saída (Figura 24).

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Figura 24 - Lixeiras em três pontos de coleta no pátio: (a) pátio aberto que dá acesso à salas da aula; (b) corredor que dá acesso à cozinha e ao refeitório; (c) portão de acesso e saída.

(a) (b) (c) Fonte: Autoria Própria (2016).

Por serem pontos de circulação e acesso de alunos e professores, estas

lixeiras apresentaram composição diversificada (Figura 25), sendo encontrados

predominantemente plásticos (43,9 %), resultantes dos lanches dos alunos.

Figura 25 - Gráfico da composição gravimétrica média dos resíduos recicláveis das lixeiras do pátio do Colégio na fase de diagnóstico.

Fonte: Autoria Própria (2016).

Na sala dos professores a composição gravimétrica (Figura 26) indicou que

38,9 % dos resíduos descartados na lixeira “reciclável” são rejeitos (papéis sujos

com gordura e café).

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Figura 26 - Gráfico da composição gravimétrica média dos resíduos recicláveis da sala dos professores do Colégio na fase de diagnóstico.

Fonte: Autoria Própria (2016).

Após a aplicação do questionário sobre conhecimentos de descarte de

resíduos sólidos a professores de Escola Municipal de Pinhais/PR, Scupino (2015)

afirma que uma má segregação de resíduos realizada por docentes pode ser

atribuída à sua carência de educação e sensibilização ambiental. Corroborando com

esta afirmação, constatou-se que o descarte na sala dos professores era realizado

sem qualquer critério, uma vez que visualmente não é possível constatar a diferença

entre os resíduos das lixeiras “orgânicos” e “recicláveis”, conforme a Figura 27.

Figura 27- Má segregação dos resíduos na sala dos professores: (a) resíduos descartados na lixeira de orgânicos; (b) resíduos descartados na lixeira de recicláveis.

Fonte: Autoria Própria (2016).

(a) (b)

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Contabilizou-se na sala dos professores, conforme mostra a Figura 28, que

são descartados semanalmente, em média, 350 copos de café (350 ± 15), o que

corresponde a uma média diária de utilização de três copos de café por professor.

Porém, nem todos os(as) professores (as) utilizam este espaço, o que pode

representar num consumo ainda maior por professor, por dia.

Figura 28 - Volume de copos descartáveis contabilizados ao longo de ma semana na sala dos professores na fase de diagnóstico.

Fonte: Autoria Própria (2016).

Algumas iniciativas para redução do consumo de copos plásticos descartáveis

são referenciadas. Em seu Sistema de Gestão Ambiental, o Banco do Nordeste do

Brasil (2014) objetivou a redução no consumo de copos descartáveis e obteve como

resultado uma economia de R$ 10 mil com 9 % de redução do consumo. Já a

Fundação de Desenvolvimento da Unicamp - FUNCAMP, que possui um quadro de

401 colaboradores, constatou que havia um consumo mensal de 25.000 copos

descartáveis em sua sede administrativa e após ações de sensibilização e

distribuição de canecas personalizadas, obteve a erradicação do uso de copos

descartáveis pelos funcionários, representando, neste período, uma economia de R$

1,6 mil (COLLAÇO et al., 2011). De modo análogo, em estudo de caso sobre a

redução do consumo de copos descartáveis de uma rede de assistência médica de

Goiânia-GO, Moraes et al. (2014) constataram que no primeiro ano de

implementação do projeto, foram poupados 51.900 copos descartáveis, o que

representou uma economia de R$ 1 mil por ano.

Na cozinha do Colégio, duas funcionárias realizam todo descarte de resíduos,

pois, apenas estas possuem acesso aos coletores, que ficam dispostos em área

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reservada. Na Figura 29 é apresentada a composição gravimétrica dos resíduos

descartados no coletor de recicláveis da cozinha.

Figura 29- Gráfico da composição gravimétrica média dos resíduos recicláveis da cozinha do Colégio na fase de diagnóstico.

Fonte: Autoria Própria (2016).

Verifica-se (Figura 29) a predominância de plásticos (45,5 %), justificada

pelo descarte de embalagens dos 650 lanches servidos semanalmente aos alunos e

embalagens tipo longa-vida (25,2 %), devido ao consumo de leite no lanche dos

alunos da Educação Infantil.

O refeitório é o setor de maior geração de resíduos recicláveis do Colégio,

sendo em média, 26 kg ± 2,8, o equivalente a 328 litros ± 73 gerados por semana.

Na Figura 30 é apresentada sua composição gravimétrica (em peso).

Figura 30- Gráfico da composição gravimétrica média dos resíduos recicláveis do refeitório do Colégio na fase de diagnóstico.

Fonte: Autoria Própria (2016).

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Constatou-se grande quantidade de embalagens plásticas (27,4 %) e

embalagens do tipo longa-vida (24,0 %) (Figura 31), pois a maioria dos alunos levam

seus lanches de casa. De modo análogo, Scupino (2015) constatou que em Escolas

Municipais de Pinhais-PR as embalagens tipo longa vida representam 25 % dos

resíduos gerados, evidenciando que o consumo de bebidas armazenadas nestas

embalagens é uma realidade nas escolas.

Figura 31- Embalagens do tipo Longa Vida descartadas no refeitório.

Fonte: Autoria Própria (2016).

Associado a este descarte, há a “contaminação” dos resíduos recicláveis por

líquidos (achocolatados e sucos), sendo a média semanal de 5 litros (5 ± 1) de

resíduo líquido despejado dentro dos sacos recicláveis no refeitório. Na Figura 32

são apresentadas evidências desta situação.

Figura 32 - Líquidos descartados em embalagens nas lixeiras de resíduos recicláveis.

Fonte: Autoria Própria (2016).

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Cerca de 10 % do resíduo reciclável do refeitório são resíduos orgânicos e 26

% rejeitos (papel guardanapo engordurado, sachês de molhos), como pode ser

observado na Figura 33.

Figura 33 - Resíduos orgânicos e rejeitos presentes nas lixeiras de recicláveis no refeitório.

Fonte: Autoria Própria (2016).

Em um dos dias de caracterização dos resíduos, na composição gravimétrica

dos sacos recicláveis do refeitório foram obtidos 6,59 kg de resíduo orgânico, como

pode ser observado na Figura 34. Aponta-se como principal causa deste descarte

incorreto, o fato de todas as lixeiras (rejeito, orgânico e reciclável) estarem dispostas

lado a lado e não possuírem fácil identificação para os usuários. Sobre isso, Ossune

et al. (2014) acreditam que a identificação inadequada do que pode ou não conter

nas lixeiras dificulta o processo de descarte correto.

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Figura 34 - Resíduos orgânicos gerados e descartados na lixeira de recicláveis em apenas um dia no refeitório.

Fonte: Autoria Própria (2016).

Na Tabela 3 apresenta-se a geração per capita semanal média de resíduos

recicláveis e orgânicos/rejeitos de cada setor do Colégio, durante a etapa de

diagnóstico.

Tabela 3 - Geração per capita semanal média de resíduos recicláveis e orgânicos/rejeitos por setores do Colégio na fase de diagnóstico.

Setor Reciclável (kg/pessoa/semana)

Orgânico/rejeito (kg/pessoa/semana)

Educação Infantil 0,08 ± 0,03 0,16 ± 0,06

Banheiros Não produz 0,08 ± 0,01

Administrativo 0,40 ± 0,07 Não produz

Salas de Aula 0,04 ± 0,01 Não produz

Pátio 0,01 ± 0,00 0,01 ± 0,00

Cozinha 0,01 ± 0,00 0,06 ± 0,01

Refeitório 0,03 ± 0,00 0,06 ± 0,01

Sala dos Professores 0,04 ± 0,03 0,05 ± 0,02

Geral 0,11 ± 0,02 0,25 ± 0,00

Média (reciclável + orgânico)

0,35 ± 0,02

Fonte: Autoria Própria (2016).

A geração per capita semanal média de resíduos no Colégio na etapa de

diagnóstico foi de 0,35 kg por semana, sendo inferior à geração per capita de

resíduos das escolas municipais de Pinhais-PR, que segundo Scupino (2015) foi de

0,63 kg/semana.

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Na caracterização dos resíduos gerados em um restaurante de médio porte,

com serviço semelhante ao executado no Colégio, Corrêa et al. (2006) obtiveram

uma geração per capita de 0,512 kg por semana.

No Colégio Interativa o setor responsável pela maior geração de resíduos

orgânicos é a Educação Infantil (0,160 kg/pessoa/semana), enquanto o pátio é o

menos utilizado pela comunidade escolar para descarte de sobras de lanches e

alimentos (0,011 kg/pessoa/semana). O setor administrativo é o que mais produz

resíduos recicláveis por pessoa em uma semana (0,400 kg). Já o pátio gera apenas

0,01 kg de resíduo por pessoa por semana.

Na Tabela 4 estão apresentadas as médias das massas específicas semanais

de cada tipo de resíduo, obtidas a partir da caracterização de todos os setores.

Tabela 4 - Massa específica aparente média de cada tipo de resíduos coletados nas lixeiras recicláveis nos diferentes setores do Colégio.

Massa específica aparente dos resíduos recicláveis dos setores (kg m-3

)

Setor Ed. Infantil Adminstr. Salas de aula Pátio Cozinha Refeitório Sala profs. Média

Papel 36,7 ± 2,0

57,9 ± 0,2

56,3 ± 3,6

28,3 ± 13,6

20,2 ± 1,7

41,6 ± 21,4

81,2 ± 0,0

46,0 ± 19,7

Plástico 41,0 ±16,6

14,5 ± 1,0

27,4 ± 0,2

31,1 ± 3,5

46,6 ± 23,4

48,8 ± 1,7

34,8 ± 16,1

34,9 ± 10,9

Metal 38,9

± 21,1 183,3 ± 61,1

110,0 ± 62,4

27,9 ± 4,4

46,9 ± 13,1

39,3 ± 0,4

128,0 ± 102,6

82,0 ± 59,2

Papelão 78,8

± 40,5 50,9 ± 0,5

33,1 ± 14,5

12,5 ± 0,8

23,1 ± 1,0

36,2 ± 0,6

13,1 ± 1,0

35,4 ± 23,5

Orgânico 183,8 ± 54,4

167,4 ± 80,6

160,3 ± 37,2

70,5 ± 4,4

170,0 ± 10,2

159,3 ± 27,6

88,9 ± 2,0

142,9 ± 44,2

Rejeito 80,0

± 31,2 62,3

± 28,4 58,9

± 10,1 38,3 ± 1,4

60,4 ± 20,7

82,7 ± 4,9

40,3 ± 4,5

60,4 ± 17,2

Longa vida 24,7 ± 0,9

- 117,9 ± 13,0

38,2 ± 3,1

55,8 ± 8,2

74,6 ± 3,0

- 62,2

± 36,3

Vidro 288,3 ± 45,0

- 498,9 ± 90,0

100,4 ± 44,6

- 657,4 ± 54,9

- 386,3

± 243,3

Fonte: Autoria Própria.

Dentre os tipos de resíduos, o vidro, é o que apresenta os maiores valores de

massa específica. Porém, este resíduo não é de geração cotidiana no Colégio; seu

descarte ocorre de modo variável, apresentando desvio padrão alto em todos os

setores. Esta situação é evidenciada em todos os setores, pois a geração de

resíduos sólidos pode variar de acordo com o tipo de resíduo, a sazonalidade de

atividades e eventos, além de ocasionais e eventuais falhas no processo de

descarte (SILVEIRA, 2004).

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A massa específica dos resíduos gerados em uma instituição de ensino

formal possui características muito distintas dos resíduos originados de outras

atividades sociais, como evidenciado por Albertoni (2013) em estudo da

caracterização física dos resíduos gerados em restaurante universitário: papel 24,5

kg/m3, orgânicos 481,6 kg/m3 e vidro 590,3 kg/m3. Tais divergências também podem

ser evidenciadas ao se comparar os valores obtidos por Yoshida (2016) no sistema

de coleta seletiva da UTFPR Câmpus Londrina: papel 543,7 kg/m3, rejeito 79,2

kg/m3 e plástico 225,0 kg/m3.

6.1.2 Resultados do Questionário aplicado na fase de diagnóstico

Com o levantamento de dados produzidos a partir da aplicação do

questionário foi possível delinear algumas propostas de intervenções a serem

realizadas. Na Figura 35 estão apresentados os gráficos de percentagem de acertos

de todos os grupos nas questões referentes a resíduos orgânicos.

Figura 35 - Gráficos de percentagens de respostas corretas nas questões sobre descarte de resíduos orgânicos: (a) papel guardanapo; (b) sobras de comida e frutas; (c) casca de lápis.

Fonte: Autoria Própria (2016).

(a) (b)

(c)

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Na Figura 35 a observa-se que a maioria dos grupos entrevistados assinalou

a alternativa correta sobre o descarte de guardanapo usados, tendo desempenho

acima da média (43 %). Porém, as turmas do 1º (0 % de acertos) e 2º ano (28,6 %)

do ensino fundamental demonstraram desconhecimento da forma correta de

descarte. Em uma comunidade acadêmica que possui um sistema de coleta seletiva

bem estruturado, com atividades de sensibilização frequentes e uma comissão de

gestão de resíduos implantada, Yoshida (2016) constatou que 88,2 % dos mais de

300 alunos da UTFPR Câmpus Londrina que participaram do questionário sobre a

separação de resíduos, responderam a alternativa correta sobre o descarte de

guardanapo usado. Deste modo, observa-se que é possível, a partir de ações de

orientação, melhorar o índice de acertos observados no Colégio Interativa.

Na Figura 35 b observa-se média de 93,9 % de respostas corretas, indicando

que o descarte correto de sobras de frutas e comida já está estabelecido no Colégio.

Ressalta-se, porém, que o grupo de funcionários entrevistados apresentou média

inferior à média global, sendo 76,9 % de respostas corretas.

Na Figura 35 c contata-se que a maior parte da comunidade escolar não

possui conhecimento sobre o descarte correto de casca de lápis, uma vez que a

média global de acerto é de 13,2 %. Na UTFPR Câmpus Londrina, 66,0 % dos

alunos demonstraram conhecer o modo correto de descarte (YOSHIDA, 2016).

Para avaliar o conhecimento sobre o descarte correto de rejeitos, os resíduos

pertinentes ao Colégio escolhidos foram panos velhos e sachês de molhos (Figura

36).

Figura 36 - Gráficos de percentagens de respostas corretas nas questões sobre descarte de rejeitos: (a) panos velhos; (b) sachês de ketchup, maionese e mostarda.

Fonte: Autoria Própria (2016).

(a) (b)

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Sobre o descarte de panos velhos, na Figura 36 a observa-se que a maioria

dos grupos teve desempenho superior à média global de 67,8 %. Já o descarte de

sachês, na Figura 36 b, é realizado de forma incorreta pela maioria da comunidade

escolar, sendo a média global inferior a 50 %. Apesar de ser um material facilmente

associado a plásticos e metais, os sachês são considerados rejeitos devido à

oleosidade que fica como resquício em sua parte interna, além dos custos

operacionais de seu tratamento (GONÇALVES, 2004).

Na Figura 37, são descritas as percentagens de respostas corretas sobre o

descarte de resíduos recicláveis.

Figura 37 - Gráficos de percentagens de respostas corretas nas questões sobre descarte de recicláveis: (a) papel toalha; (b) lata de refrigerante; (c) pote plástico que foi servido gelatina; (d) papel de caderno riscado; (e) copo descartável; (f) isopor.

Fonte: Autoria Própria (2016).

(a) (b)

(c) (d)

(e) (f)

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Sobre o descarte de recicláveis ressalta-se a compreensão adequada para a

maioria dos casos. O descarte foi assinalado correto na maioria dos casos para lata

de refrigerante, 81,1 % (Figura 37 b), papel de caderno riscado, 72,2 % (Figura 37

d), e copo descartável, 76,6 % (Figura 37 e).

Na UTFPR Câmpus Londrina, 53,3 % dos alunos entrevistados assinalou a

alternativa correta sobre o descarte de papel toalha utilizado para secar as mãos no

banheiro (YOSHIDA, 2016). De modo análogo, no Colégio Interativa, (Figura 37 a) a

média de respostas corretas foi de 55,2 %, sendo o pior resultado observado no

grupo dos funcionários (15,4 %), indicando a necessidade de um treinamento sobre

o descarte correto de resíduos a este público.

Na Figura 37 c deve-se destacar que apenas 14,3 % dos alunos do 8° ano do

Ensino Fundamental assinalou a alternativa correta para o descarte do pote plástico

em que foi servido gelatina, o que implica a necessidade de orientação específica

quanto a este resíduo para este público.

Dentre os entrevistados, 49,6 % responderam corretamente sobre o descarte

de Polietileno Expandido (EPS) isopor®, tendo como pior resultado a turma do 1°

ano do ensino médio. Pode-se atribuir este desempenho inferior a 50 % de acertos à

mudança de tratamento do EPS, uma vez que fora considerado rejeito por algum

tempo devido à inexistência de empresas recicladoras deste material na região.

Porém, nos últimos anos, o EPS passou a ser considerado um resíduo reciclável,

pois segundo Grote e Silveira (2001), pode ser processado para ser novamente

moldado em forma de blocos, injetado para formar peças para embalagens,

reutilizado na construção civil ou até gerar energia elétrica.

5.2 PROPOSTAS DE INTERVENÇÃO

5.2.1 Adequação dos acondicionadores

Em um Colégio, as lixeiras são itens fundamentais para a manutenção do

correto descarte de resíduos, uma vez que há alunos a partir dos três anos de idade,

ainda não alfabetizados que, ao possuírem conhecimento do descarte diferenciado

de resíduos, se orientam pelas cores e imagens para realizá-lo. Neste sentido,

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Dondis (1997) afirma que a experiência visual humana é fundamental no

aprendizado, para que se possa compreender o meio ambiente e reagir a ele.

Ao ser constatado problemas na identificação visual das lixeiras, como

material impresso de descrição dos resíduos passíveis de descarte em cada lixeira

desgastado ou em dimensões inadequadas e sacos com cores não correspondentes

ao tipo de resíduo e lixeira, bem como sua disposição inadequada, propôs-se

readequações para melhor orientar o descarte na fonte. Por isso, foi realizada a

troca dos sacos das lixeiras de resíduo orgânico, passando da cor preta para a

marrom, conforme a Figura 38.

Figura 38 - Troca de cor dos sacos utilizados nas lixeiras de resíduo orgânico.

Fonte: Autoria Própria (2016).

Também foi realizada a atualização dos adesivos orientativos das tampas

das lixeiras (devido ao desgaste nos adesivos existentes) e a troca do material de

orientação sobre o coletor de bancada existente no refeitório dos alunos, conforme

pode-se observar nas Figuras 39 e 40.

Figura 39 - Troca do material gráfico orientativo na parede sobre a bancada do refeitório.

Fonte: Autoria Própria (2016).

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Figura 40 - Troca dos adesivos das tampas das lixeiras.

Fonte: Autoria Própria (2016).

Estas medidas corroboram com Furiam e Gunther (2006), que relataram, ao

avaliar o gerenciamento de resíduos da Universidade Estadual de Feira de Santana,

que a substituição de adesivos das lixeiras por adesivos em dimensões maiores,

motivou uma maior participação da comunidade no processo de separação

adequada dos resíduos. Tais adesivos eram criticados devido suas pequenas

dimensões dificultando o processo de separação adequada dos resíduos. Para

Ossune et al. (2014) a identificação e a padronização das lixeiras com adesivos

coloridos e que permitam rápida compreensão visual facilitam a identificação do

resíduo a ser descartado em cada local, sendo uma medida eficaz e de baixo custo.

A partir do levantamento da quantidade de resíduo líquido descartado junto

ao reciclável nas lixeiras do refeitório na etapa de diagnóstico, sugeriu-se a

implantação de um coletor específico para tal resíduo. Este coletor já foi alocado

(Figura 41) e conta com a adesão da comunidade no descarte de líquidos.

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Figura 41 - Implantação de coletor de resíduo líquido no refeitório do Colégio.

Fonte: Autoria Própria (2016).

5.2.2 Palestra com alunos e professores

A partir dos princípios da Educação Ambiental (como: enfoque humanista,

holístico, democrático e participativo; avaliação crítica do processo; abordagem

articulada de questões ambientais locais, regionais, nacionais e globais), que

constam na Lei nº 9.795/1999 (Brasil, 1999) realizou-se, com alunos e professores,

uma abordagem sobre a importância da segregação correta de resíduos sólidos.

Nas Escolas, a Educação Ambiental deve sensibilizar os alunos, no sentido

de apresentar uma análise crítica dos princípios que levam à destruição dos

recursos naturais, abordando temas que mostrem que os recursos devem ser

usados de maneira racional, com utilização da reciclagem como um processo

fundamental a evitar o desperdício (REIS et al., 2012). Sendo assim, a fim de

sensibilizar a comunidade escolar, de modo expositivo-dialogado, os resultados da

primeira etapa do projeto (composição gravimétrica, geração per capita e respostas

do questionário) e a importância da contribuição individual para uma melhor

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segregação foram apresentados em 21 classes (Figura 42) e a um grupo de 25

professores e coordenadores (Figura 43).

Figura 42 - Palestra expositivo-dialogada com alunos da Educação Infantil.

Fonte: Autoria Própria (2016).

Figura 43 - Palestra expositivo-dialogada com professores e equipe diretiva.

Fonte: Autoria Própria (2016).

Para Silva e Leite (2008) a sensibilização de educadores utilizando como

princípios básicos a pesquisa, o ensino e a aprendizagem, proporcionou

significativas mudanças no método de ensino, na organização da escola, na relação

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ser humano-ambiente, além da motivação, apresentada pelos atores, em busca da

construção de novos caminhos para trabalhar as questões ambientais.

As palestras aconteceram de forma personalizada para cada classe e grupo,

ou seja, o conteúdo exposto e as dinâmicas utilizadas eram condizentes com a faixa

etária dos interlocutores, assim como os resultados da composição gravimétrica e do

questionário, foram apresentados referentes ao grupo pertinente.

Como estratégia de promoção da Educação Ambiental, Silva e Leite (2008)

propõe a realização de dinâmicas em grupo para a sensibilização da comunidade

escolar. Por isso, nas turmas da Educação Infantil e Ensino Fundamental I, a

dinâmica (Figura 44) consistia em cada aluno escolher um resíduo pré-disposto no

chão e descartá-lo na lixeira correspondente a seu tipo (rejeito, orgânico ou

reciclável). Deste modo, as crianças desenvolveriam o hábito de realizar o descarte

diferenciado de seus resíduos. Em trabalho realizado sobre a reciclagem no

ambiente escolar, Trindade (2011) evidenciou que com este tipo de atividade os

alunos são estimulados a interagir entre si, testando sua agilidade e poder de

memorização sobre os tipos de materiais da reciclagem e com isso as informações

são repassadas em seu lar e em sua comunidade.

Figura 44 - Dinâmica de separação de resíduos com alunos do Ensino Fundamental.

Fonte: Autoria Própria (2016).

Nas turmas do Ensino Fundamental II, com o intuito de desenvolver a

capacidade crítica ambiental e o conhecimento dos modos adequados de

acondicionamento e armazenamento de resíduos, diversas fotos de

acondicionadores de resíduos existentes no perímetro urbano foram pré-dispostas

no chão da sala e cada aluno devia escolher uma destas. Em seguida, apresentava

a foto à turma e dizia se aquele acondicionamento estava correto ou não a seu ver.

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Este tipo de atividade corrobora com Berna (2007), que acredita que a melhor forma

de trabalhar a Educação Ambiental nas escolas é o trabalho desenvolvido por meio

de projetos, que integram os alunos e permitem que estes exercitem sua criatividade

e raciocínio.

Nas turmas do Ensino Médio e professores não foram realizadas dinâmicas

devido ao tempo mais exíguo disponível para as palestras.

5.2.3 Palestra com funcionários do setor de limpeza e cozinha

Responsáveis pela segregação e disposição dos resíduos para coleta, a

equipe envolvida na coleta dos sacos plásticos das lixeiras e seu acondicionamento

possui relevância para uma boa segregação dos resíduos e pode contribuir na

melhoria da eficiência, realizando verificações periódicas e aleatórias nos sacos,

além de uma básica triagem. Este treinamento foi realizado em módulo único e na

forma de palestra expositiva-dialogada, conforme apresentado na Figura 45.

Figura 45 - Treinamento com o pessoal da limpeza e cozinha.

Fonte: Autoria Própria (2016).

Inicialmente apresentou-se a definição, a classificação e o tratamento dos

resíduos sólidos no Brasil. Além disso, foram apresentados gráficos com os números

obtidos na caracterização física dos resíduos do Colégio, salientando a importância

de cada indivíduo da comunidade na segregação dos resíduos e foram esclarecidas

algumas dúvidas da equipe quanto à coleta seletiva. Por fim, os funcionários

receberam orientações sobre como podem contribuir no processo de segregação.

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5.2.4 Monitoramento

Após a implantação do Programa de Coleta Seletiva Solidária na

Universidade Federal da Paraíba, Nascimento et al. (2015) verificaram que o

monitoramento da segregação dos resíduos é de extrema importância para o

desenvolvimento e manutenção do Programa, uma vez que garante a padronização

das operações de descarte, armazenamento e disposição dos resíduos.

Duas vezes por semana em dias aleatórios, antes da coleta dos sacos das

lixeiras, realizava-se uma inspeção visual-qualitativa das lixeiras nos seguintes

setores: salas da aula (neste caso, individualizado em cada sala), pátio

(individualizado para cada local: corredor, pátio aberto e portão de acesso),

refeitório, cozinha, sala dos professores, educação infantil (individualizado entre

pátio coberto e parque) e administrativo (individualizado em direção, orientação,

departamento financeiro, marketing e recepção), totalizando 25 locais monitorados.

O parecer de cada inspeção era registrado em ficha de controle (APÊNDICE

C), sendo classificado entre as categorias “bom”, “regular” e “ruim”. Ao final da

semana, estimava-se uma média qualitativa das classificações registradas naquela

semana e era então emitido e fixado na parede, próximo a cada lixeira, um parecer

de monitoramento (APÊNDICE D) do respectivo setor. Este processo foi realizado

durante quatro semanas. Nas Figuras 46 e 47 estão registrados os pareceres de

alguns setores.

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Figura 46 - Parecer de desempenho de separação de resíduos na sala dos professores.

Fonte: Autoria Própria (2016).

Figura 47 - Parecer de desempenho de separação de resíduos fixado no portão de acesso dos alunos.

Fonte: Autoria Própria (2016).

Lixeiras

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No Quadro 6 são apresentadas as classificações semanais recebidas em

cada local por meio da fixação do parecer de avaliação de desempenho de

segregação (APÊNDICE D), na parede sobre as lixeiras.

Quadro 6 – Histórico da classificação recebida por cada local durante o monitoramento das lixeiras.

Histórico do monitoramento semanal das lixeiras (por local)

Local Tipo de lixeira

Classificação Parecer de descarte incorreto

S1 S2 S3 S4

Coordenação S2 – medicamento (comprimido)

Orientação S1 e S2: sobras de lanche

Departamento Financeiro S1: cascas de lápis apontado

Departamento de Marketing -

Recepção -

Sala dos Professores S1: sobras de fruta; S2: sobras de lanche

Sala Alfred Wegener S1: chicletes e bolacha; S2: casca de lápis

Sala Albert Einstein S1: lápis e água; S1, S2 e S3: cascas de lápis

Sala Isaac Newton -

Sala Charles Darwin S1: cascas de lápis e bolacha; S2: cascas de lápis

Sala Carl Linne S2: casca de lápis

Sala Galileu Galilei S1: casca de lápis e fruta; S2: cascas de lápis

Sala Marie Curie -

Sala Otto Hahn S1: chicletes e lanche; S2: cascas de lápis

Sala Gregor Mendel S2 e S3: casca de lápis

Sala Roy Lichtenstein S2: casca de lápis; S3: papel engordurado

Sala Wassily Kandinsky S1 e S2: casca de lápis e chicletes

Sala Andy Warhol S1: Casca de lápis

Parque S1: lanche, cola, papel sujo; S2,S3,S4: papel sujo

Pátio coberto S1: lanche, líquido; S2,S3,S4: lanche

Portão de acesso S1: um pouco de tudo em todos

Pátio Aberto S1: um pouco de tudo em todos

Corredor do refeitório S1: um pouco de tudo em todos

Cozinha S1: Borra de café no reciclável

Refeitório S1 e S2: um pouco de tudo em todos

Total de selos vermelhos 12 2 0 0 -

Total de selos amarelos 6 14 8 6 -

Total de selos verdes 7 9 17 19 -

Legenda: Reciclável Rejeito Orgânico

Ruim Razoável Bom / S1: Semana 1 S2: Semana 2 S3: Semana 3 S4: Semana 4

Fonte: Autoria Própria (2016).

Com o histórico das classificações de cada local, constata-se que nas salas

de aula o descarte irregular é ocasionado, na maioria dos casos, por casca de lápis

e em menor proporção, resíduos orgânicos.

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Os locais que apresentaram pior desempenho nas quatro semanas são todos

locais de grande fluxo de alunos nos horários de chegada, saída e intervalo de

aulas, além do refeitório que é a fonte de maior geração de resíduos.

Nos locais situados no setor administrativo o descarte de resíduos é realizado

de modo adequado, com exceção da Orientação que recebe diariamente muitos

alunos e professores, sendo considerado como um local de grande circulação.

De acordo com o Quadro 6, na primeira semana, houve predominância de

locais que receberam selos de classificação ruim (12 selos vermelhos). Na segunda

semana 14 locais receberam o selo amarelo, de classificação razoável e apenas 2

vermelhos, indicando um processo de melhoria na segregação dos resíduos. A partir

da terceira semana, nenhum local foi classificado como de segregação ruim e a

maioria passou a receber selo verde, de classificação boa, sendo 17 na terceira

semana e 19 na quarta. Tais resultados indicam que a estratégia de monitoramento

das lixeiras foi eficiente, visto que promoveu melhorias.

5.2.5 Gincana de Sensibilização

Como estratégia de Educação Ambiental, Silva e Sammarco (2009) sugerem

a adoção de campanhas ambientais (como um mutirão de coleta de lixo nas ruas)

para promover a divulgação das ações na comunidade. A fim de promover uma

atividade de integração entre alunos, professores e familiares em prol da

sensibilização da comunidade quanto ao tema “resíduos sólidos”, foi realizada a

“Gincana Interativa Solidária”, uma campanha de arrecadação de resíduos que não

podem ser descartados com os demais resíduos domésticos na coleta municipal,

convergindo ao proposto por Silva e Leite (2008) que sugerem a realização de

atividades integradas para toda a comunidade escolar.

A gincana foi estruturada como uma competição entre as turmas do Colégio.

Por opção da direção pedagógica as turmas foram separadas em dois grupos de

arrecadação, de acordo com o Quadro 7.

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Quadro 7 - Separação das turmas em grupos para a arrecadações de resíduos.

Grupo de arrecadação Grupo 1 Grupo 2

Turmas integrantes Educação Infantil e

Ensino Fundamental 1 Ensino Fundamental 2

e Ensino Médio

Tipo de resíduo arrecadado

Óleo de cozinha usado Pilhas, baterias e

medicamentos vencidos

Fonte: Autoria Própria (2016).

A gincana ocorreu durante quatro semanas, com entrega dos materiais

sempre e somente às sextas-feiras no horário de chegada dos alunos no Colégio.

Todo resíduo arrecadado foi encaminhado a empresas que realizam seu correto

tratamento, reciclagem e disposição final.

Para contagem dos resíduos arrecadados e pontuação das turmas, logo

após o período de coleta na chegada dos alunos ao Colégio nos turnos matutino e

vespertino, todo material era conduzido ao laboratório de Ciências, onde era então

contado, pontuado por turma e armazenado para posterior destino, conforme Figura

48 e 49.

Figura 48 - Contagem manual das pilhas e baterias arrecadadas na gincana.

Fonte: Autoria Própria (2016).

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Figura 49 - Armazenamento dos resíduos arrecadados na gincana.

Fonte: Autoria Própria (2016).

Na Tabela 5 estão apresentados os resultados de arrecadação de resíduos

durante as quatro semanas de campanha da gincana.

Tabela 5 - Quantidade e tipos de resíduos arrecadados na gincana de sensibilização.

Tipo de resíduo Quantidade arrecadada

Óleo de cozinha usado 926 litros

Pilhas e baterias 10.100 unidades

Medicamentos vencidos 4.523 unidades

Fonte: Autoria Própria (2016).

Participaram da coleta de óleo 14 turmas, sendo o 4° ano vespertino

(apelidado de equipe “Da Horinha”) a que mais arrecadou resíduos: foram 151 litros

de óleo usado entregues, conforme Figura 50.

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Figura 50 - Resultado da gincana de sensibilização: grupo 1 (arrecadação de óleo).

Nota: A pontuação apresentada na figura expressa o volume de óleo arrecado por grupo multiplicado por um fator de pontuação, descrito no Apêndice E. Fonte: Autoria Própria (2016).

No grupo 2 de arrecadação (pilhas, baterias e medicamentos vencidos), a

equipe “I.A. - Incríveis Alcalinos” do 7º ano matutino arrecadou 3.131 pilhas e 2.049

medicamentos, sendo a vencedora da gincana neste grupo. Na Figura 51 são

apresentados os resultados do grupo 2 de arrecadação.

Figura 51 - Resultado da gincana de sensibilização: grupo 2 (arrecadação de pilhas, baterias e medicamentos vencidos).

Nota: a pontuação apresentada na figura corresponde a soma de unidades (pilha + bateria + medicamento) arrecadas por cada grupo. Fonte: Autoria Própria (2016).

Sammarco e Printes (2009) propõe a promoção de excursões a locais

relacionados com o tema como uma medida de Educação Ambiental formal. Por

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isso, ao término da gincana, as equipes que mais arrecadaram materiais em cada

grupo receberam como premiação (conforme APÊNDICE E) uma visita (“aula

itinerante”) a uma instituição que realiza atividades de cunho ambiental, além de

uma seção de cinema no Colégio.

5.2.6 Outras Intervenções

Durante a etapa de intervenções foram sugeridas algumas ações de

sensibilização por alunos, direção e professores. Ao longo de uma semana foram

expostos cartazes com os gráficos e números referentes à geração de resíduos

daquele setor, conforme Figura 52. Esta intervenção é vista por Effting (2007) como

uma campanha educativa com meios de comunicação de fácil acesso, que informam

e incentivam a população em relação à problemática ambiental.

Figura 52 - Cartaz expositivo com o resultado da composição gravimétrica do setor.

Fonte: Autoria Própria (2016).

A importância de segregar corretamente os resíduos e promover a

reciclagem também foi exposta de forma permanente nos corredores do Colégio, por

meio de cartazes que continham tópicos pertinentes ao tema, conforme Figura 53.

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Figura 53 - Cartazes expositivos sobre reciclagem.

Fonte: Autoria Própria (2016).

Segundo Del Rio (1999) a percepção pode ser entendida como um processo

mental de interação do indivíduo com o meio ambiente, desenvolvido por

mecanismos perceptivos, dirigido pelo estímulo externo, captado pelos cinco

sentidos, dos quais a visão é a mais eficiente. Por isso, a fim de orientar de forma

simples e dinâmica o descarte correto no ponto de maior geração de resíduos, foi

criado um organograma suspenso sobre os coletores. Este material continha

informações sobre a quantificação de resíduos gerados no local, frases com a

importância da reciclagem e orientações sobre o descarte correto (Figura 54).

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Figura 54 - Organograma indicativo de descarte afixado sobre os coletores no refeitório.

Fonte: Autoria Própria (2016).

Durante as palestras com alunos do Ensino Fundamental foi realizada uma

dinâmica que simulava situações em que os discentes deviam descartar

determinados resíduos nas lixeiras corretas (reciclável, orgânico ou rejeito). Em uma

das situações, as cascas de lápis, que sempre foram descartadas na lixeira da sala

(apenas reciclável), ocasionou um debate sobre como proceder corretamente com

este resíduo. Os alunos receberam, portanto, a orientação de que o descarte deveria

ocorrer na lixeira de orgânicos.

Philippi Jr e Pelicione (2005) afirmam que não existe Educação Ambiental se

ela não se efetivar na prática, na vida, no cotidiano das pessoas e depois nos

espaços, a partir das necessidades sentidas e Toledo (2005) acredita que ao

vivenciar de modo prático um conceito em forma de atividade, seja jogando,

brincando, assistindo ou trabalhando, as pessoas, e principalmente as crianças,

adquirem confiança para encontrar soluções diante dos problemas apresentados.

Deste modo, na semana seguinte às palestras, todas as salas de aula das

turmas do ensino fundamental apresentavam “pequenos coletores” improvisados

(Figura 55), elaborados pelos próprios alunos, para evitar o descarte incorreto na

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lixeira reciclável e não ter de sair da aula para descartar na lixeira de orgânicos mais

próxima (localizada no pátio).

Figura 55 - Coletor de casca de lápis instalado nas salas de aula por iniciativa dos alunos.

Fonte: Autoria Própria (2016).

Ao constatar um descarte considerável de orgânicos nas lixeiras das salas

de aula, que são destinadas apenas a recicláveis, foi sugerida a instalação de um

coletor de resíduo orgânico no pátio coberto, que dá acesso e fica próximo às salas

de aula, facilitando o descarte correto pelos alunos. Porém, a proposta foi

descartada pela direção do Colégio devido à existência de uma orientação para que

os alunos apenas utilizem o refeitório para alimentação, entendendo que esta ação

iria favorecer o descumprimento da orientação, apenas transferindo o problema do

descarte para um de ordem institucional.

O Colégio possui cinco banheiros em suas instalações e cabe salientar que

durante o período de intervenções foram instalados secadores de mãos elétricos

(Figura 56) em três destas unidades, sendo nos banheiros masculino (pátio),

feminino (pátio) e lavabo comum (refeitório), que são os banheiros de maior fluxo e

uso.

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Figura 56 - Substituição de guardanapo de papel por secadores de mãos elétricos nos banheiros.

Fonte: Autoria Própria (2016).

5. 3 LEVANTAMENTO DE DADOS PÓS INTERVENÇÕES

5.3.1 Caracterização física dos resíduos sólidos

Após a realização e a finalização das intervenções propostas na segunda

etapa do trabalho, fez-se novamente, agora na terceira etapa, a caracterização física

dos resíduos gerados no Colégio por duas semanas consecutivas.

Na Figura 57 são apresentadas, por setores, as percentagens da massa de

resíduos descartados como orgânico ou rejeitos e como recicláveis no Colégio

durante a etapa de levantamento de dados pós-intervenções.

Figura 57- Gráfico do descarte médio de resíduos em orgânico ou rejeito e em recicláveis no Colégio após as intervenções (em massa).

Fonte: Autoria Própria (2016).

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Os resíduos descartados nos coletores de orgânico e rejeito representaram

66,3 % da massa total, enquanto o descarte em coletores recicláveis somaram, em

média, 33,7 %, pouca diferença em relação à da fase de diagnóstico (69,8 % para

orgânico e rejeitos e 30,2 % para recicláveis).

O volume médio de resíduo gerado no Colégio nestas duas semanas foi de

aproximadamente 1.900 litros, sendo 22,5 % orgânico e rejeito e 77,5 % reciclável.

Assim sendo, entre as etapas de diagnóstico e pós-intervenções, não houve

alteração no volume médio de resíduos produzidos semanalmente, porém, houve

uma conversão em 5 % da representatividade do volume de orgânico e rejeitos para

recicláveis. Na Figura 58 verifica-se a representatividade do volume de rejeitos e

orgânicos gerados em cada setor.

Figura 58 - Gráfico da geração de resíduos orgânicos e rejeitos nos diferentes setores do Colégio após as intervenções, em unidade de volume.

Fonte: Autoria Própria (2016).

Na etapa de diagnóstico, os setores de maior geração de resíduos orgânicos

e rejeitos do Colégio eram os banheiros (34 % ± 2,6) e a cozinha (27 % ± 4,8). Após

a etapa de intervenções, a cozinha passou a representar 43,5 % ± 4,1 dos resíduos

orgânicos e rejeitos gerados e os banheiros 29,2 % ± 2,1. Isso se deve à

substituição do papel toalha para secagem de mãos no banheiro para a secadora

elétrica (citada no tópico 6.2.6 deste trabalho), que culminou em diminuição do

volume de resíduos produzidos nos banheiros, aumentando a representatividade de

geração dos outros setores, que continuaram a produzir resíduos em mesmo ritmo.

A composição gravimétrica média dos resíduos recicláveis gerados em todo

o Colégio, após as intervenções, é apresentada na Figura 59.

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Figura 59 - Gráfico da composição gravimétrica média dos resíduos recicláveis do Colégio após as intervenções.

Fonte: Autoria Própria (2016).

Plástico e papel continuaram sendo os resíduos recicláveis em maior

abundância no Colégio, representando 26,7 % e 27,7 % do total respectivamente.

Apesar das diferentes grandezas, o resultado vai de acordo com o encontrado por

Biluca et al. (2014) que em caracterização dos resíduos gerados no Câmpus

Francisco Beltrão da UTFPR obtiveram o papel como predominância, sendo 41,10

% da geração total.

O descarte de resíduos orgânicos nos coletores recicláveis foi reduzido de

9,3 % para 6,2 % e com isso o montante de resíduos orgânicos e rejeitos

descartados de forma inadequada, que representava mais de 25 % do total na fase

de diagnóstico, foi reduzido a 23,5 % do montante de resíduos gerados no Colégio.

Na composição gravimétrica dos resíduos gerados no Câmpus Londrina da UTFPR,

que possui uma comunidade acadêmica de mais de 1600 alunos, Yoshida (2016)

verificou que, em média, 12 % dos resíduos descartados nas lixeiras recicláveis

eram rejeitos. No Colégio Interativa, mesmo após as intervenções de sensibilização,

a quantidade de orgânicos/rejeitos encontrada nas lixeiras de recicláveis foi superior

(17,3 %) a observada por Yoshida (2016) (12 %).

Na Figura 60 é apresentada a composição gravimétrica média dos resíduos

recicláveis da Educação Infantil do Colégio.

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Figura 60 - Gráfico da composição gravimétrica média dos resíduos recicláveis da Educação Infantil do Colégio após as intervenções.

Fonte: Autoria Própria (2016).

Neste setor não houve mudanças significativas nas representações de

produção de cada material. Cabe apenas ressaltar a diminuição na quantidade

percentual de rejeitos, que passou de 26,8 % para 22,2 %. Atribui-se a isso a

sensibilização realizada nas palestras com as professoras e o treinamento com a

funcionária que realiza a limpeza deste setor, que passaram a descartar parte dos

resíduos úmidos e sujos em lixeiras apropriadas fora das salas de aula.

Na Figura 61 está apresentada a composição gravimétrica dos resíduos

descartados como reciclável nos 13 coletores do setor administrativo.

Figura 61 - Gráfico da composição gravimétrica média dos resíduos recicláveis do setor administrativo do Colégio após as intervenções.

Fonte: Autoria Própria (2016).

Este setor foi considerado o de melhor segregação de resíduos na etapa de

diagnóstico, por conter apenas lixeiras recicláveis e apresentar descarte nulo de

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resíduos orgânicos. Após as intervenções realizadas, a distribuição percentual da

composição gravimétrica continua semelhante à constatada anteriormente, com 84,4

% de geração de papel.

O setor das salas de aula dos Ensinos Fundamental I e II e Ensino Médio é

composto por 14 salas de aula, portanto 14 coletores de recicláveis. Sua

composição gravimétrica após as intervenções realizadas está apresentada na

Figura 62.

Figura 62 - Gráfico da composição gravimétrica média dos resíduos recicláveis das salas de aula do Ensino Fundamental e Médio do Colégio após as intervenções.

Fonte: Autoria Própria (2016).

O papel, que representava 40,5 % dos resíduos deste setor na fase de

diagnóstico, passou a 44,6 %. As palestras expositivo-dialogadas em sala de aula e

os pareceres do monitoramento qualitativo semanal das lixeiras orientavam os

alunos a não descartar resíduos orgânicos (como sobras de frutas e lanches) nas

lixeiras da sala de aula, a fim de garantir melhor qualidade do material reciclável e,

em cumprimento ao regulamento interno do Colégio, sobre a proibição de se

alimentar em sala de aula. Na etapa de diagnóstico os resíduos orgânicos eram 16,5

% ± 7,9 do total. Após as intervenções passaram a 10,1 % ± 2,1 do total presente

nas lixeiras recicláveis do setor.

A composição gravimétrica dos resíduos recicláveis do pátio do Colégio pode

ser observada na Figura 63.

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Figura 63 - Gráfico da composição gravimétrica média dos resíduos recicláveis do Colégio após as intervenções.

Fonte: Autoria Própria (2016).

Considerado um setor de geração difusa, por ser ponto de passagem de toda

a comunidade escolar, o pátio não apresentou alterações significativas em sua

composição gravimétrica após a realização de intervenções.

Na sala dos professores houve melhora no processo de descarte diferenciado

em rejeito e reciclável. Na Figura 64 está apresentada a composição gravimétrica

dos resíduos recicláveis.

Figura 64 – Gráfico da composição gravimétrica média dos resíduos recicláveis da sala dos professores do Colégio após as intervenções.

Fonte: Autoria Própria (2016).

Observa-se que houve uma redução de 38,9 % para 33,2 % da quantidade de

rejeitos. Atribui-se a isso uma consequência das ações de sensibilização ambiental

da equipe, que passou a descartar de modo mais adequado os resíduos, de acordo

com a Figura 65.

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Figura 65 – Resíduos descartados na lixeira reciclável na sala dos professores após as intervenções.

Fonte: Autoria Própria (2016).

A cozinha é o setor de geração de resíduo mais regular do Colégio.

Participam do descarte de resíduos nos coletores apenas duas funcionárias. Por

esta razão não houve considerável alteração em sua composição gravimétrica,

conforme ilustrado na Figura 66.

Figura 66 - Gráfico da composição gravimétrica média dos resíduos recicláveis da cozinha do Colégio após as intervenções.

Fonte: Autoria Própria (2016).

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No refeitório, o descarte de resíduos apresentava-se com maior quantidade

de orgânico e rejeito nos coletores de reciclável, atribuído à falta de identificação

adequada dos coletores. Na Figura 67 verifica-se a composição gravimétrica deste

setor após as intervenções.

Figura 67 - Gráfico da composição gravimétrica média dos resíduos recicláveis do refeitório do Colégio após as intervenções.

Fonte: Autoria Própria (2016).

Percebe-se a redução na percentagem de orgânicos descartados nas lixeiras

recicláveis de 10,2 % ± 1,0 para 8,6 % ± 1,1. Ainda assim, a presença de resíduos

orgânicos, líquidos e rejeitos em meio aos recicláveis compromete o trabalho dos

catadores e recicladores, uma vez que o material reciclável que se encontra

contaminado não pode ser comercializado, prejudicando sua remuneração

(PACHECO, 2012). Faz-se necessário, portanto, um trabalho contínuo e permanente

para a sensibilização escolar quanto a este aspecto.

A quantidade e o tipo de resíduo gerado por pessoa em cada setor do Colégio

após as intervenções são apresentados na Tabela 6.

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Tabela 6 - Geração per capita média de resíduos recicláveis e orgânicos/rejeitos por setores do

Colégio após as intervenções.

Setor Reciclável (kg/pessoa/semana)

Orgânico/rejeito (kg/pessoa/semana)

Educação Infantil 0,05 ± 0,03 0,08 ± 0,02

Banheiros - 0,07 ± 0,01

Administrativo 0,39 ± 0,08 -

Salas de Aula 0,04 ± 0,01 -

Pátio 0,01 ± 0,00 0,01 ± 0,00

Cozinha 0,02 ± 0,00 0,08 ± 0,01

Refeitório 0,02 ± 0,00 0,03 ± 0,01

Sala dos Professores 0,01 ± 0,00 0,02 ± 0,00

Geral 0,10 ± 0,02 0,21 ± 0,08

Média 0,31 ± 0,3

Fonte: Autoria Própria (2016).

De modo geral, pode-se afirmar que as mudanças nos valores de geração per

capita de resíduos recicláveis e orgânico/rejeito entre a etapa de diagnóstico e

levantamento de dados pós-intervenções nos setores do Colégio não são

relevantes, pois, ao observar o desvio padrão dos dados, constata-se grande

variabilidade, confirmando que no Colégio a geração pode variar de acordo com as

atividades que acontecem esporadicamente (comemoração de datas festivas, feiras,

atividades externas). Neste sentido, Yoshida (2016) destaca que a realização de

eventos na instituição promove um maior descarte de material impresso utilizado,

bem como de resíduos de coffee-break, alterando as características dos resíduos

gerados.

O mesmo se observou para as massas específicas dos materiais (Tabela 7).

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Tabela 7 - Massa específica aparente média de cada tipo de resíduos dos diferentes setores do Colégio após as intervenções.

Massa específica aparente média dos setores (kg/m3)

Setor 2 4 5 6 7 8 9 Média

Papel 31,4 ± 2,1

54,6 ± 0,5

54,9 ± 12,3

49,0 ± 11,3

21,4 ± 3,6

12,4 ± 3,3

56,1 ± 2,1

40,0 ± 16,7

Plástico 76,6

± 21,1 14,1 ± 1,1

33,0 ± 3,4

34,3 ± 2,9

63,4 ± 11,4

37,1 ± 3,2

25,6 ± 6,4

40,6 ± 20,2

Metal 19,8

± 12,6 -

59,9 ± 39,1

34,3 ± 3,6

68,6 ± 5,5

38,3 ± 0,7

73,4 ± 10,3

48,7 ± 19,8

Papelão 46,2

± 35,7 66,6 ± 5,1

25,4 ± 3,6

20,5 ± 1,2

19,1 ± 0,9

46,3 ± 4,7

6,7 ± 4,5

33,0 ± 19,2

Orgânico 101,1 ± 32,3

62,6 ± 17,4

126,0 ± 4,0

88,7 ± 7,6

183,0 ± 12,2

205,8 ± 30,6

5,3 ± 3,4

110,4 ± 63,8

Rejeito 58,9

± 30,7 65,3

± 22,8 48,1 ± 2,5

50,4 ± 5,7

82,8 ± 19,5

74,5 ± 7,1

49,2 ± 0,8

61,3 ± 12,5

Longa vida

38,0 ± 1,1

- 89,8 ± 2,4

40,2 ± 4,8

66,4 ± 5,2

68,0 ± 2,9

2,2 ± 1,8

50,7 ± 28,0

Vidro - - 439,0 ± 71,2

- - 459,5 ± 36,8

- 449,3 ± 10,2

Fonte: Autoria Própria (2016).

Com isso, pode-se considerar o desvio padrão das massas específicas em

cada setor como sendo alto. Para Yoshida (2016) este comportamento já é

esperado, pois se justifica pela diversidade de composição de cada tipo de material,

como no caso do plástico, que engloba diversas categorias como PET, PEBD, PS e

PP, resultantes de diferentes atividades desenvolvidas no ambiente acadêmico.

5.3.2 Resultados do questionário aplicado após as intervenções

Na Figura 68 estão ilustrados os gráficos de percentagens de acertos dos

grupos entrevistados para resíduos orgânicos após as atividades de intervenção.

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Figura 68 - Gráficos de percentagens de respostas corretas nas questões sobre descarte de resíduos orgânicos após as intervenções: (a) sobras de comida e frutas; (b) papel guardanapo; (c) casca de lápis.

Fonte: Autoria Própria (2016).

Na Figura 68 a constata-se que 6 grupos entrevistados tiveram desempenho

de 100 % de acerto sobre o descarte de sobras de comida e frutas, porém, as

turmas do 8º e 9º tiveram resultado abaixo da média, que foi de 94,5 % (e 93,9 % no

diagnóstico). O grupo de funcionários, que teve desempenho de 76,9 % na etapa de

diagnóstico, obteve média de 90 % de acerto após as intervenções, evidenciando

sua efetividade.

Sobre o descarte de guardanapo (Figura 68 b) constata-se uma evolução da

média de acertos de 43,0 % na fase de diagnóstico para 81,0 % após as

intervenções. As turmas do 1º e 2º do Ensino Fundamental demonstraram evolução

no desempenho, que era de 0,0 % e 28,6 % respectivamente, para 70,4 % e 57,1 %.

Pode-se atribuir esta mudança ao uso do organograma suspenso sobre os coletores

do refeitório (vide Figura 54) e às dinâmicas sobre descarte adequado de resíduos

realizado durante as palestras em sala de aula.

O correto descarte de casca de lápis apontado foi promotor de diversas

conversas durante as palestras em sala de aula. Os alunos, principalmente do

(a) (b)

(c)

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Ensino Fundamental I, associavam o fato de se desenvolver um reuso deste resíduo

em atividades artísticas à sua classificação como reciclável. Na aplicação do

questionário na etapa de diagnóstico a média de acerto foi de 13,2 %. Já após as

intervenções a média subiu para 74,6 % e 9 grupos atingiram percentagens

superiores à média, conforme apresentado na Figura 68 c.

As percentagens de respostas corretas sobre o descarte de rejeitos estão

ilustradas na Figura 69.

Figura 69 - Gráficos de percentagens de respostas corretas nas questões sobre descarte de rejeitos após as intervenções: (a) panos velhos; (b) sachês de ketchup, maionese e mostarda.

Fonte: Autoria Própria (2016).

Sobre o descarte correto de panos velhos usados (Figura 69 a), três grupos

atingiram 100 % de acerto, sendo 69,6 % a média. Deste modo, houve uma melhora

na sensibilização sobre este descarte, que apresentou média de 48,8 % de acertos

na etapa de diagnóstico, reafirmando a eficiência das estratégias de sensibilização

adotadas no que tange ao raciocínio sobre o potencial de reciclagem de cada

resíduo gerado.

Na Figura 69 b verifica-se que dois grupos obtiveram 100 % de acertos sobre

o descarte de sachês de molhos e há uma evolução na média global, de 67,8 %

para 80,8 %.

Na Figura 70 estão apresentados os gráficos de percentagens de acertos

sobre o descarte de diversos materiais recicláveis após as intervenções.

(a) (b)

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Figura 70 - Gráficos de percentagens de respostas corretas nas questões sobre descarte de recicláveis após as intervenções: (a) lata de refrigerante; (b) pote plástico que foi servido gelatina; (c) isopor (d) papel toalha; (e) papel de caderno riscado; (f) copo descartável.

Fonte: Autoria Própria (2016).

Sobre o descarte de latas de alumínio (Figura 70 a), papel toalha (Figura 70

d) e copo descartável (Figura 70 f) não houve grandes variações nas quantidades de

acertos nos grupos entrevistados e na média global, quando comparado com o

levantamento realizado na etapa de diagnóstico. Na Figura 70 b verifica-se que

pouco mais de 50 % dos entrevistados assinalaram como reciclável o descarte de

potes plásticos em que foi servida a gelatina. Este desempenho foi razoavelmente

(a) (b)

(c) (d)

(e) (f)

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inferior à média da etapa de diagnóstico (55,2 %). No estudo sobre a separação de

resíduos da UTFPR Câmpus Londrina, Yoshida (2016) constatou que 69,8 % dos

alunos responderam corretamente sobre o descarte do pote plástico em que foi

servido gelatina. Isso se deve, possivelmente, à preocupação das pessoas com a

higiene dos materiais destinados à reciclagem.

Devido a uma falha na impressão dos questionários, a questão sobre o

descarte correto de EPS foi aplicada apenas a 5 grupos, sendo todos do Ensino

Fundamental I. Na Figura 70 c verifica-se que média de acertos nas duas fases: 50,2

% após as intervenções e 49,6 % na fase de diagnóstico.

Na Figura 70 e, sobre o descarte correto de papel de caderno riscado após o

uso, o desempenho dos grupos após as intervenções foi inferior ao da etapa de

diagnóstico, sendo a média de 57,3 % nesta etapa e 72,7 % na anterior. Nas

palestras em sala de aula, foi trabalhado o descarte correto de resíduos pontuais,

sendo o papal de caderno um destes. Deste modo, não se pode justificar a razão

pela piora no desempenho dos alunos após a intervenção. Isto indica que na

sensibilização de uma comunidade não basta somente transmitir uma informação

correta. Para Tristão (2004) o processo de Educação Ambiental não se trata de

aprender uma quantidade enorme de coisas e, sim, “pensar de outra maneira” sobre

os problemas que se apresentam no cotidiano, estabelecer vínculos e conexões

para tornar significativo o processo de aprendizagem.

Para avaliar algumas das intervenções realizadas, as turmas do 6° ano ao 3º

ensino médio responderam ao questionário de avaliação (APÊNDICE B).

Na Figura 71 são apresentados os gráficos de avaliação de eficiência das

palestras expositivo-dialogadas realizadas em sala de aula.

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Figura 71 - Gráficos de percentagens de avaliação da eficiência das palestras expositivo-dialogadas realizadas em sala de aula com os alunos (a) e professores (b).

Fonte: Autoria Própria (2016).

A realização de palestras para sensibilização da comunidade escolar foi

classificada como eficiente para a maioria dos entrevistados (57 % dos alunos e 70

% dos professores), pois, de acordo com Santos (2005), a adoção desta estratégia

possui eficácia garantida quando o interlocutor utiliza de ferramentas midiáticas

como os diapositivos (slides) para explanação do conteúdo, tornando a

apresentação mais dinâmica e transmitida de maneira a despertar a atenção do

destinatário.

Porém, as porções 41 % (Figura 71 a) e 30 % (Figura 71 b) consideraram a

realização das palestras como razoável, sendo também um resultado expressivo.

Para Santos (2005), existem algumas barreiras de comunicação entre o

comunicador e o receptor, que podem interferir na eficácia da atividade de Educação

Ambiental, como a atenção subliminar, em que o indivíduo percebe o estímulo, mas

não toma ciência de que aquilo aconteceu. Também pode haver a falta de

percepção ocasionada pela falta de estímulo do receptor para com determinado

assunto, que pode ser decorrente de falhas do comunicador ou de barreiras

cognitivas do receptor (SANTOS, 2005). Sendo assim, acredita-se que nos casos

avaliados como razoável, uma barreira de comunicação ocasionou falhas no

processo.

(a) (b)

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Sobre a eficiência da gincana de sensibilização realizada no Colégio, na

Figura 72, estão expressas as avaliações.

Figura 72 - Gráficos de percentagens de avaliação da eficiência da gincana de sensibilização na visão dos alunos (a) e dos professores (b).

Fonte: Autoria Própria (2016).

Na Figura 72 observa-se que alunos (Figura 72 a) em 54 % e professores

(Figura 72 b) em 93 %, consideraram a gincana como eficiente para a

sensibilização. Corroborando com estes dados, no estudo de eficiência das

estratégias de sensibilização da comunidade acadêmica sobre a Coleta Seletiva

Solidária da UTFPR Câmpus Londrina, Yoshida (2016) constatou, com a aplicação

de um questionário, que ações solidárias tendem a ter maior participação e

engajamento dos alunos, uma vez que dentre 12 estratégias listadas, foi a única que

obteve média de notas superior a 8 (em uma escala de 0 a 10).

A avaliação da eficiência da sensibilização via cartazes e painéis ilustrativos

sobre a segregação de resíduos é apresentada na Figura 73.

(a) (b)

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Figura 73 - Gráficos de percentagens de avaliação da eficiência dos cartazes e painéis ilustrativos com informações sobre a segregação de resíduos na visão dos alunos (a) e dos professores (b).

Fonte: Autoria Própria (2016).

Nota-se na Figura 73 que mais da metade dos alunos (Figura 73 a) e

professores (Figura 73 b) entrevistados consideraram como eficiente a adoção de

painéis e cartazes como estratégias de sensibilização. Isso se justifica, segundo,

Santos (2005), pois a utilização de cartazes possui como característica atrair o olhar

do espectador para, em seguida, transmitir a ele a ideia desejada, tendo como

chamariz uma ilustração e frases curtas e diretas.

A utilização de materiais ilustrativos para sensibilização da comunidade

acadêmica também foi constatada como uma boa estratégia por Beluque (2015),

que observou que a maioria dos alunos entrevistados sobre o programa de coleta

seletiva da UTFPR Câmpus Londrina afirmaram conhecer o programa por meio de

adesivos fixados nas paredes dos sanitários, mesas do restaurante universitário e

lixeiras do Câmpus.

Outra intervenção avaliada no questionário foi a fixação de placas indicativas

do resultado do monitoramento semanal das lixeiras (Figura 74).

(a) (b)

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Figura 74. Gráficos de percentagens de avaliação da eficiência das placas de monitoramento das lixeiras na visão dos alunos (a) e dos professores (b).

Fonte: Autoria Própria (2016).

O monitoramento da implementação de um projeto é um processo

sistemático, que tem como objetivo produzir informações a respeito do que já foi

obtido, ajudando na tomada de decisões, especialmente em curto prazo,

aumentando a eficácia do projeto, além de assegurar seu controle (MALZYNER et

al., 2005).

Corroborando com as afirmações acima, na Figura 74, observa-se que 58 %

dos alunos e 66 % dos professores entrevistados consideraram como eficiente o uso

das placas indicativas do monitoramento das lixeiras. Apesar de 40 % dos alunos

classificarem a estratégia como razoável, o histórico do monitoramento nos locais

(apresentado no Quadro 6) confirma a evolução do processo de segregação,

comprovando a eficiência da estratégia.

Com isso, pode-se dizer que o apelo visual das placas de monitoramento

atingiu seu objetivo: de ser observada e atentar aos usuários sobre o tipo de resíduo

que pode ser descartado naquele coletor, contribuindo com o processo de coleta

seletiva, que segundo Galbiati (2005) possui como ponto chave a segregação

correta na fonte, evitando assim, a perda de qualidade dos resíduos recicláveis. Eis

a importância de se realizar o feedback por meio do monitoramento, que segundo

Malzyner et al. (2005) introduz a realimentação do processo de planejamento, com

(a) (b)

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novos planos baseados nas evidências percebidas no acompanhamento do

progresso da intervenção e análise dos resultados obtidos.

5.3.3 Relatos de avaliação do Trabalho

A seguir serão apresentados os relatos da professora e das alunas

envolvidas no projeto e diretora administrativa, como avaliação do processo

vivenciado pelo Colégio Interativa ao longo dos 4 meses do projeto na escola.

“Com a conscientização dos geradores, as falhas no processo de segregação dos resíduos pararam de ser tão frequentes. Neste trabalho pude compreender a importância da reciclagem e dos catadores para o meio ambiente”.

Luiza M. Brandão, Aluna do 9° ano

Participante do trabalho

“Pude ver que a forma com a qual os alunos (principais geradores) lidam com os resíduos gerados melhorou e com isso o Colégio fica mais limpo. Em casa, meus pais me perguntam como descartar corretamente cada resíduo”.

Giovanna F. Catarin,

Aluna do 9º ano Participante do trabalho

“Com o projeto pude perceber a importância do descarte consciente e correto dos resíduos. No Colégio, estávamos produzindo um volume muito grande de resíduos mal segregados e hoje, alunos e professores já possuem conhecimento disso. Se realizado em maior duração, o projeto com certeza teria resultados ainda melhores”.

Maria Fernanda C. Xavier, Professora

“As ações do projeto realizadas no Colégio foram extremamente positivas, pois os resultados foram visíveis a todos. Reduzimos o volume de resíduos encaminhados ao aterro sanitário da empresa terceirizada, gerando também uma economia de custos. Trabalhamos os assuntos de uma forma prazerosa, que possibilitou grande envolvimento dos alunos e contribuiu para sua conscientização ambiental. No próximo ano, daremos continuidade ao projeto, envolvendo mais pessoas e recursos para melhorar ainda mais o gerenciamento.”

Maria Martins Escaraboto, Diretora Administrativa

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Nota-se, a partir dos relatos das alunas, que o projeto proporcionou o

conhecimento de uma realidade antes desconhecida: a qualidade de segregação

dos resíduos e suas implicações para a vida daqueles que tem como principal fonte

de renda a venda destes materiais recicláveis. Para a Unesco (1999), uma das

características mais importantes da Educação Ambiental é a resolução de

problemas ambientais locais, que contribuirão na construção de uma sociedade

sustentável e isso só é possível, quando se coloca o indivíduo a par da realidade

onde está inserido.

Além disso, as alunas perceberam as melhorias no Colégio, e mais

importante, conseguiram ver a aplicação deste aprendizado em suas casas,

tornando-se agentes multiplicadores destas informações, embutindo na família a

responsabilidade com o correto gerenciamento de resíduos. Neste sentido, Almeida

(2007) ressalta que no âmbito da Educação Ambiental a criança é um agente

multiplicador no processo da disseminação dos conceitos e posturas

ambientalmente corretas e de sustentabilidade à sociedade. Menezes (2012)

complementa dizendo que a criança, seja por meio de comunicados das escolas aos

pais, tarefas de casa ou até mesmo questionários a serem respondidos junto com as

famílias, mostra sua influência junto aos seus familiares e amigos. Destaca ainda

que a Educação Ambiental, devido ao seu formato multidisciplinar, à sua

característica de aplicabilidade do seu conhecimento na prática e principalmente por

meio de atitudes, prepara a criança para ser um agente multiplicador, de forma

natural e espontânea, pois verificou-se que a criança, antes de ser multiplicadora da

informação, ela é um agente ativo na sua própria Educação Ambiental.

Nos relatos da professora e da diretora, percebe-se que o conhecimento da

realidade também foi transformador. Além disso, é nítida a percepção da importância

de um trabalho integrado e continuado, tal como é prevista a Educação Ambiental na

Política Nacional de Educação Ambiental (BRASIL, 1999). No relato da diretora, em

especial, observa-se que o fator econômico também é de interesse para uma

instituição e, medidas simples, com intervenções simples, resultaram em impactos

positivos sob o aspecto econômico para o Colégio.

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6 CONCLUSÕES

A geração média de resíduos sólidos orgânicos/rejeitos por semana no

Colégio, após as intervenções, foi de 149 kg e de recicláveis 76 kg, o equivalente

a 445 e 1500 litros, respectivamente.

A caracterização física dos resíduos sólidos gerados no Colégio Interativa e

as informações obtidas com a aplicação do questionário, na fase de diagnóstico,

indicaram que, apesar da comunidade escolar demonstrar certo conhecimento

sobre o descarte correto dos resíduos, era necessário desenvolver ações de

sensibilização para apresentar a importância de realizar o descarte de modo

correto e orientar sobre o descarte de determinados tipos de resíduos;

Dentre as intervenções propostas, a considerada mais eficiente por

professores foi a gincana solidária e por alunos o monitoramento das lixeiras, que

para os professores foi a menos eficiente. Para os alunos o uso de cartazes foi

considerado de menor eficiência;

Ações de sensibilização ambiental garantem uma melhor segregação dos

resíduos na fonte, no entanto, não alteram expressivamente as características

físicas dos resíduos sólidos avaliadas.

Por fim, destaca-se que:

Promover a segregação correta dos resíduos na fonte, diminuindo a

contaminação dos recicláveis e diferenciando rejeitos e orgânicos pode ser visto

como um exercício tão importante quanto a minimização da geração de resíduos.

A Educação Ambiental Formal deve ser utilizada como instrumento de

sensibilização da comunidade escolar e realizada de modo permanente e

constante, sendo que sua execução depende do comprometimento dos gestores

e atores envolvidos em todas as etapas do gerenciamento de resíduos;

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REFERÊNCIAS

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APÊNDICES

APÊNDICE A – Questionário de percepção sobre segregação de resíduos .... 111 APÊNDICE B – Questionário de avaliação do projeto ....................................... 112 APÊNDICE C – Ficha de controle do monitoramento ........................................ 113

APÊNDICE D - Parecer de avaliação de desempenho da segregação dos locais ................................................................................................................................ 114 APÊNDICE E – Regulamento da Gincana Interativa Solidária ........................... 115

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APÊNDICE A – Questionário de percepção sobre segregação de resíduos

QUESTIONÁRIO

Sobre a separação de lixo, onde você descartaria os seguintes resíduos:

(Marque um ‘X’ na alternativa correta)

Restos de comida

Guardanapo Usado

Latinha de Refrigerante

Potinho Plástico em que

Foi servida gelatina

Sachê de Ketchup/

Maionese/Mostarda

Panos Velhos

Papel Toalha (usado para

secagem das mãos)

Papel de Caderno Riscado

Casca de Lápis Apontado

Copo Descartável Usado

Dúvidas / sugestões / comentários:

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APÊNDICE B – Questionário de avaliação do projeto

( ) aluno: série_______ ( ) professor ( ) funcionário: setor_____________

Durante os últimos meses, no Colégio, foi desenvolvido um projeto que avaliou a

separação de resíduos sólidos na fonte. O projeto também realizou algumas

intervenções práticas para trabalhar com alunos, professores e toda a equipe de

funcionários, a temática da Educação Ambiental e da separação dos resíduos

sólidos.

(Marque um ‘X’ sobre a nota da qual atribui a eficácia de cada ação)

Palestra sobre a separação de resíduos, realizada em cada turma:

Gincana Interativa Solidária (campanha de arrecadação de óleo usado):

Cartazes e painéis ilustrativos com informações sobre a separação de lixo:

Placa de avaliação da qualidade dos resíduos em cada setor:

1 ------------------- 2 ------------------- 3 ------------------- 4

Ineficaz indiferente razoável eficaz

1 ------------------- 2 ------------------- 3 ------------------- 4

Ineficaz indiferente razoável eficaz

1 ------------------- 2 ------------------- 3 ------------------- 4

Ineficaz indiferente razoável eficaz

1 ------------------- 2 ------------------- 3 ------------------- 4

Ineficaz indiferente razoável eficaz

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APÊNDICE C – Ficha de controle do monitoramento

data / / observações

Setor locallixeiras

(cores)

classificação

ruim/regular/bom

(elogios/ o que precisa melhorar? / qual resíduos foi

encontrado de forma inadequada?)

2 Parque

2 Pátio coberto

4 Coordenação

4 Orientação

4 Depto Financeiro

4 Depto Marketing

4 Recepção

5 Alfred Wegener

5 Albert Einstein

5 Isaac Newton

5 Charles Darwin

5 Carl Linne

5 Galileu Galilei

5 Marie Curie

5 Otto Hahn

5 Gregor Mendel

5 Roy Lichtenstein

5 Wassily Kandinsky

5 Andy Warhol

6 Portão de acesso

6 Pátio aberto

6 Corredor da cozinha

7 Cozinha

8 Refeitório

9 Sala dos professores

total 25 locais

MONITORAMENTO SEMANAL DAS LIXEIRAS DO COLÉGIO

monitor:

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APÊNDICE D - Parecer de avaliação de desempenho da segregação dos locais.

MONITORAMENTO DA SEGREGAÇÃO

DE RESÍDUOS SÓLIDOS

COLÉGIO INTERATIVA

SETOR: __________________________________________________

SETOR: _____________________________

Responsáveis pela geração:

[ ] alunos [ ] professores [ ] pessoal administrativo

[ ] pessoal limpeza [ ] pessoal cozinha

DATA DE AVALIAÇÃO: _____/____/____

DATA DE RETORNO: _____/_____/____

A separação de resíduos aqui está:

BOA REGULAR RUIM

Observações / Considerações:

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APÊNDICE E – Regulamento da Gincana Interativa Solidária

Gincana Interativa Solidária

Coleta de óleo de cozinha usado, pilhas, baterias e medicamentos vencidos

REGULAMENTO

Disposições gerais Art. 1º. Este documento regulamenta a Gincana Interativa Solidária, a ser realizada no 3º trimestre letivo de aulas da educação infantil, ensino fundamental e ensino médio do Colégio Interativa. Art. 2º. A gincana tem por objetivo desenvolver o espírito de solidariedade e sensibilização ambiental entre os estudantes, professores e funcionários do Colégio Interativa, bem como propor um momento de integração entre os participantes. Art. 3º. A gincana será promovida pela equipe de avaliação do gerenciamento de resíduos sólidos 2016 do Colégio. Parágrafo Único: alterações e fatos omissos no regulamento serão analisados pela equipe organizadora. Art. 4º. Esta gincana será subdividida em dois grupos, ou seja, serão duas arrecadações paralelas. Equipes Art. 5º. Somente poderão participar da gincana, alunos devidamente matriculados desde a educação infantil ao 3º ano do ensino médio no ano de 2016. Art. 6º. Os alunos serão organizados em equipes, sendo cada turma de ensino uma destas. Os alunos devem participar da equipe de sua respectiva turma (classe). Art. 7º. Cada equipe deverá eleger 1 representante, que será responsável pela distribuição de tarefas e contato com a comissão organizadora. * cada equipe deve indicar um funcionário do colégio para acompanha-la durante a gincana. Art. 8º. Cada equipe escolherá, obrigatoriamente, um nome próprio para designá-la, que deverá ser informado no ato da inscrição. Art. 9º. No grupo 1 participarão as turmas da educação infantil e do ensino fundamental I. No grupo 2 participarão as turmas do ensino fundamental II e ensino médio. Inscrições Art. 10. Serão realizadas no período de 19/09/2016 a 23/09/2016. Art. 11. Serão realizadas por meio do preenchimento da ficha de inscrição, entregue a cada turma. Esta ficha deve ser entregue no período citado a um dos membros da comissão de gerenciamento de resíduos do colégio. Parágrafo Único. A inscrição é única por equipe/turma e não será necessária a inscrição individual na gincana. Sobre a Prova Art. 12. Para o grupo I (Ed. infantil e fund. I) a gincana consistirá na arrecadação de óleo de cozinha usado, que deverão ser entregues em garrafas PET de 1L ou 2L, devidamente etiquetadas com nome e equipe do aluno. Parágrafo Único. Os óleos serão encaminhados à uma empresa que realiza a reciclagem deste material. Art. 13. Cada garrafa PET cheia de óleo entregue no balcão da gincana será convertida em pontuação para a equipe/turma, seguindo a tabela abaixo:

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Volume da Garrafa 1 litro 2 litros

Pontos (por garrafa entregue) 50 120

Parágrafo Único. Os pontos de arrecadação, de cada equipe, serão acumulados durante todo o período de arrecadação. Art 14. Para o grupo II (fund.II e ens. Médio), a gincana consistirá na arrecadação de medicamentos com o prazo de validade ultrapassado e de pilhas e baterias. Parágrafo Único. Cada embalagem de remédio entregue, bem como cada pilha e bateria deve ser entregue contendo a identificação do aluno (nome e equipe). Art 15. A pontuação para os remédios, pilhas e baterias entregues será distribuída da seguinte forma:

Material Tipo Pontuação

Remédio Embalagem/frasco entregue

(que contenha remédio) 40 (por unidade)

Pilha / Bateria Qualquer tipo 40 (por unidade)

Apuração dos resultados Art. 16. Haverá um ponto de entrega e arrecadação dos materiais no portão de acesso dos alunos no Colégio toda sexta-feira durante o período de arrecadação, que será de 19/09/2016 a 14/10/2016. Art. 17. A cerimônia de encerramento da gincana ocorrerá após o encerramento da arrecadação e contabilização dos materiais. Premiação A equipe campeã da gincana será contemplada com uma visita técnica ao local de destinação do material arrecadado, para realizar sua entrega. Cada equipe vencedora também participará do CineLuau do Colégio.

Cronograma da Gincana

Período de inscrição De 19 a 23 de setembro

1ª coleta 23 de setembro

2ª coleta 30 de setembro

3ª coleta 07 de outubro

4ª coleta 14 de outubro

Cerimônia de Encerramento e premiação Data a definir

Para dúvidas e esclarecimentos, entre em contato pelo e-mail

[email protected]

ou no laboratório de ciências com a Maria Fernanda

Atenciosamente,

Equipe de Gerenciamento de Resíduos Sólidos Interativa

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ANEXOS

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ANEXO A – CICLO DA IMPLANTAÇÃO DA COLETA SELETIVA SOLIDÁRIA NA

UTFPR - LONDRINA

ANEXO A – Ciclo de gestão de resíduos sólidos UTFPR Câmpus Londrina tido como base para a metodologia deste projeto. Fonte: UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ (2016).