universidade paulista_formação de professores e o ensino superior diante dos novos paradigmas...

Upload: eva-gois

Post on 08-Apr-2018

214 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

  • 8/6/2019 Universidade Paulista_Formao de professores e o ensino superior diante dos novos paradigmas educacionais no

    1/63

    UNIVERSIDADE PAULISTA

    Eva Aparecida de Gois Caio

    TECNOLOGIA E EDUCAOFORMAO DE PROFESSORES DO ENSINO SUPERIOR DIANTE DOS NOVOS

    PARADIGMAS EDUCACIONAIS NO SCULO XXI

    Estncia Turstica de Piraju2010

  • 8/6/2019 Universidade Paulista_Formao de professores e o ensino superior diante dos novos paradigmas educacionais no

    2/63

    UNIVERSIDADE PAULISTA

    Eva Aparecida de Gois Caio

    TECNOLOGIA E EDUCAOFormao De Professores do Ensino Superior diante dos Novos Paradigmas

    Educacionais no Brasil no Sculo XXI

    Trabalho de Concluso de Curso apresentado Universidade Paulista UNIP, como parte dosrequisitos para Obteno do ttulo de Especialistaem Formao de Professores para o EnsinoSuperior, sob orientao da Profa. Me. HaydeDiva Traldi Meneses.

    Estncia Turstica de Piraju SP2010

  • 8/6/2019 Universidade Paulista_Formao de professores e o ensino superior diante dos novos paradigmas educacionais no

    3/63

    GOIS CAIO, Eva aparecida de.Formao De Professores do Ensino Superior diante dos Novos Paradigmas Educacionaisno Brasil no Sculo XXI

    Eva Aparecida de Gois Caio. 2010.59 f(folhas). : il. ; 30 cm.

    Trabalho de Concluso de Curso (Especialista em Formao de Professores para o EnsinoSuperior)

    Universidade Paulista UNIP - Plo Piraju, 2010.

    No contm anexos.Orientadora: Profa Me. Hayde Diva Traldi Meneses

    1. Tecnologia na Educao 2. Formao de Professores3. Novos Paradigmas Educacionais do Sculo XXI4. Novas metodologias de Ensino 5. Sociedade da Informao

    CDD:

  • 8/6/2019 Universidade Paulista_Formao de professores e o ensino superior diante dos novos paradigmas educacionais no

    4/63

    Eva Aparecida de Gois Caio

    TECNOLOGIA E EDUCAOFormao De Professores e o Ensino Superior diante dos Novos Paradigmas

    Educacionais no Brasil no Sculo XXI

    Trabalho de Concluso de Curso apresentado Universidade Paulista UNIP, como parte dosrequisitos para Obteno do ttulo de Especialistaem Formao de Professores para o EnsinoSuperior, sob orientao do Profa. Me. HaydeDiva Traldi Meneses.

    APROVADO EM:____ / ____ / ____

    BANCA EXAMINADORA

    __________________________ Profa. Or. Me. Hayde Diva Traldi Meneses

    ___________________________ Prof. Me.

    ____________________________

    Prof. Me.

  • 8/6/2019 Universidade Paulista_Formao de professores e o ensino superior diante dos novos paradigmas educacionais no

    5/63

    DEDICATRIA

    Dedicado aos que desejam, acreditam e buscam por meios de alcanar a excelncia na

    educao, ainda que na adversidade. Aos que se dedicam construrem uma sociedade mais integrada, justa e digna em todos os

    setores, atravs do trabalho educacional. Aos que promovem mudanas em suas atitudes e instigam a melhoria da qualidade de vida.

    Aos que contriburam para a realizao deste trabalho, ressaltando minha famlia.

  • 8/6/2019 Universidade Paulista_Formao de professores e o ensino superior diante dos novos paradigmas educacionais no

    6/63

    AGRADECIMENTOS

    Agradeo aos meus pais, Joo Caetano de Gis e Irene de Gis, alguns amigos e ao meu

    esposo, Fbio Aparecido de Gois Caio, pelo apoio e incentivo em todos os momentos, pela parceria, companheirismo e manifestao de carinho a cada instante da realizao da pesquisa e elaborao da monografia.

    Agradeo tambm tutora Luciana, que me auxiliou em todos os momentos de dvida emrelao ao curso como um todo e, especialmente, ao trabalho monogrfico.

  • 8/6/2019 Universidade Paulista_Formao de professores e o ensino superior diante dos novos paradigmas educacionais no

    7/63

    A educao uma coisa admirvel,

    mas bom recordar que

    nada do que vale a pena saber

    pode ser ensinado.

    Oscar Wilde

    O que ensinado em escolas e universidades

    no representa educao,

    mas so meios para obt-la.

    Ralph Emerson

  • 8/6/2019 Universidade Paulista_Formao de professores e o ensino superior diante dos novos paradigmas educacionais no

    8/63

    RESUMO

    Muitas mudanas ocorreram atravs da histria no quadro educacional brasileiro, traduzindo a dinamicidade

    social vinculada alteraes em ambientes escolares. Professores mudam suas formas de ensinar, os alunosaprendem de maneiras diferentes, ambos constroem juntos o conhecimento at ento no percebido, e isto tudoacontece contemporaneamente devido evoluo, inveno e ampliao de acesso s tecnologias de informaoe comunicao (TICs), representadas principalmente pelo computador conectado internet, que permitemdifuso e disponibilidade de dados a todos, cotidianamente, e que deve auxiliar as atividades escolares em todosos momentos. Ao professor, neste contexto, cabe educar-se continuamente para atender demanda e necessidade educacional de seu tempo, aproximando-se dos alunos e fazendo destas ferramentas disponveis suasaliadas no processo ensino-aprendizagem, pois estar imergindo no mundo real de seus alunos, aproximando oconhecimento sistematizado da vida particular dos mesmos, dando significado s atividades realizadas nasescolas. Claramente, como se ensina de modo diferente, tambm modifica-se a forma de avaliar, os instrumentosde ensino so outros e os de avaliao tambm no se deve julgar o contedo reproduzido pelo aluno, mas suaformao global em relao ao contedo trabalhado. A modernizao e adequao da educao, conforme oespao e o tempo histrico em que ela acontece, contribui para a melhoria da qualidade do processo

    ensino/aprendizagem e seus resultados finais, mas para isso precisa acontecer de modo consciente, atravs docompromisso docente de formar seres autnomos e capazes de inserir-se na sociedade como um todo, inclusiveno mercado de trabalho. Professores diante de novos paradigmas precisam demonstrar sua atitude de busca da prpria formao para melhor formarem seus alunos, aprender de uma maneira diferente e autnoma para formar seres igualmente independentes segundo novas metodologias, crticos, reflexivos outros futuros formadores deopinio; Deste modo os docentes universitrios, no apenas estaro atendendo a uma exigncia legal, masfavorecendo seus alunos e o desenvolvimento de seu prprio trabalho. Reflexes sobre este assunto e acomprovao das necessrias mudanas educacionais so a essncia desta monografia, e acontecero pelolevantamento bibliogrfico e anlise de literatura pertinente ao tema.

    Palavras Chave: Tecnologia na Educao; Formao de Professores; Novos Paradigmas Educacionais doSculo XXI; Novas metodologias de Ensino; Sociedade da Informao

  • 8/6/2019 Universidade Paulista_Formao de professores e o ensino superior diante dos novos paradigmas educacionais no

    9/63

    ABSTRACT

    Many changes have occurred throughout history in Brazilian education, reflecting the social dynamics linked to

    changes in school environments. Teachers change their ways of teaching, students learn in different ways, bothconstruct knowledge together hitherto perceived, and it all happens simultaneously due to the evolution,invention and expansion of access to information and communication technologies (ICTs), mainly represented by Internet-connected computer, enabling data availability and dissemination to everyone, everyday and thatshould help the school activities at all times. The teacher in this context it educate themselves continuously tomeet demand and the educational need of their time, approaching the students and making these tools availablein their allied teaching-learning process, because you will be immersed in the real world of their students byclosing the knowledge on the private life of them, giving meaning to the activities performed in schools. Clearly,how to teach differently, also changes to how to assess the teaching tools are others and the assessment as well -you should not judge the content played by the student, but his comprehensive training on the content worked.The modernization and adaptation of education, as space and time in history when it happens, helps to improvethe quality of teaching / learning process and its outcomes, but for that to happen consciously, through thecommitment of teachers to form beings autonomous and able to enter into society as a whole, including the labor

    market. Teachers facing new paradigms need to demonstrate their attitude to search the very best training for graduate students, learn differently and to form autonomous beings equally independent in accordance with newmethodologies, critical, reflexive - other future opinion makers; Thus teachers university, not only will be givena legal requirement, but encouraging their students and develop their own work. Reflections on this subject and proof of necessary educational changes are the essence of this monograph, and will happen by the literaturereview and analysis of literature concerning the theme.

    Keywords:Technology in Education, Teacher Education; new educational paradigms of the XXI Century, newteaching methodologies; Information Society

  • 8/6/2019 Universidade Paulista_Formao de professores e o ensino superior diante dos novos paradigmas educacionais no

    10/63

    SUMRIO

    INTRODUO ...................................................................................................................07

    CAPTULO I Dos incentivos e indicaes Legais..........................................................111.1 Do direito ao Ensino Superior que favorea a implantao deTecnologias na Educao ......................................................................................................131.2 Incluso Digital na Educao para Formao Cidad e Incluso Social......................16

    CAPTULO II Alguns conceitos e reflexes: Tecnologias educacionaisna Sociedade da......................................................................................20

    2.1 TICS Tecnologias da Informao e Comunicao....................................................212.2 Sociedade da Informao..............................................................................................222.3 As Tecnologias Educacionais.......................................................................................24

    CAPTULO III O professor do Ensino Superior e osNovos Paradigmas Educacionais .......................................................26

    3.1 Introduo de novas tecnologias na educao..............................................................283.2 O novo papel do professor universitrio na sociedade contempornea........................303.2.1 Formao Continuada para uma Educao de Qualidade..........................................343.2.2 O Computador como Ferramenta de Ensino..............................................................373.2.3 A Internet como aliada do processo educacional.......................................................403.2.4 Novas formas de ensinar, novas perspectivas para avaliar........................................44

    CAPTULO IV: Novos paradigmas educacionais e aEducao Distncia no Ensino Superior............................................47

    4.1 Os novos paradigmas educacionais e o ensino superior...............................................484.2 A Educao distncia como aliada transformao do ensino superior...................50

    CONCLUSO......................................................................................................................54

    REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS...............................................................................57

  • 8/6/2019 Universidade Paulista_Formao de professores e o ensino superior diante dos novos paradigmas educacionais no

    11/63

    7

    INTRODUO

    A atuao profissional de qualidade realizada pelo professor est intimamente ligada metodologia escolhida por ele para envolver os alunos no processo ensino-aprendizagem deseu ambiente acadmico, a sala de aula, e isto vlido para todos os nveis de ensino.

    Formar professores que, ao se formarem, trabalhem do mesmo modo como os seus ofizeram no suficiente para satisfazer as necessidades da sociedade contempornea. Avelocidade da mudana de conceitos, paradigmas e tendncias educacionais acompanham adinamizao da sociedade e a descoberta (evoluo em alguns casos) de novas tecnologias, e

    estas avanam amplamente na rea de informao e comunicao. Conhecer estesfundamentos essencial para uma educao de qualidade.

    Essas TICs (Tecnologias da Informao e Comunicao) fazem parte do cotidiano detodos os homens e mulheres do sculo XXI, desde ao acordar pela manh com umdespertador e assistir a um telejornal, ou folhear uma revista no trabalho, ouvir um programade emissora de rdio pelo aparelho do carro, receber torpedos no celular, at realizar pesquisas pela internet, entre outros. A informao est disponvel a todo o momento, basta

    um toque.Atravs da comunicao facilitada pelas TICs o acesso constante informaes torna

    desnecessria a funo de transmissor do conhecimento pelo docente, dando a este profissional um outro papel, o de mediador do conhecimento. Assim, ele no mais dir o quedeve ser aprendido, mas como aprender, onde buscar os dados necessrios para a construodo conhecimento.

    Para tanto, preciso instigar nos alunos o desenvolvimento da crtica informao,

    pois sem devida anlise dos dados pode-se construir um conhecimento deturpado dedeterminada realidade: os questionamentos no apenas podem ser feitos como sofundamentais na seleo de informaes e na criao de novos conceitos, novas possibilidadesde trabalho e de vida social.

    Torna-se, assim, imprescindvel que se reflita e se discuta sobre o novo papel do professor, sobre a formao que este deve ter desde universitrio, a fim de que consigamformar alunos de acordo com o que a sociedade contempornea precisa: capazes de buscar

    dados e informaes, de aprenderem a fazer sozinhos, de conviverem com o outro e a seremcidados. Neste sentido vale lembrar os quatro pilares da educao: aprender a aprender, a

  • 8/6/2019 Universidade Paulista_Formao de professores e o ensino superior diante dos novos paradigmas educacionais no

    12/63

    8

    fazer, a ser e a conviver, citados no livro Educao, um tesouro a se descobrir, organizado por Dellors (1998) e publicado pela UNESCO, um dos estudiosos cujo trabalho servir de base a este trabalho monogrfico, cujo objetivo tratar da formao de professores

    universitrio para a educao do Sculo XXI sob novas perspectivas e paradigmas, aptos atrabalhar com as novas tecnologias com seus futuros alunos, tanto os alunos de fundamental emdio quanto os graduandos de faculdades.

    Um professor que no consegue reconhecer a necessidade de mudar sua prtica pedaggica em funo das mudanas sociais, que mantm seus objetivos imbricados no passado, no pode mais ser um profissional admitido entre oholl de bons professores. preciso haver um embasamento terico-filosfico que norteie a ao dos professores, que no

    podem deixar de formar-se continuamente se quiserem exercer bem sua atividade: Aformao continuada permite ao professor entender as mudanas sociais e os reflexos que estatraz para a sala de aula, refletidas pelas aes e desejos dos alunos.

    preciso que o professor se aproxime da realidade do aluno que manipula as TICsmuito mais que ele mesmo, em muitos casos, e faa dessa proximidade um trunfo para buscar novos meios de ensinar e aprender. A tecnologia vem auxiliar o trabalho do professor demodo a motivar o aluno a fazer algo novo de nova maneira, e no insistir em fazer de modo

    diferente coisas velhas. A escola reflete a sociedade em seu tempo e espao: ela no podeensinar neste sculo com os mesmos objetivos e com a mesma metodologia do sculo passado, isso no atrai os alunos, no os envolve, no os motiva, eles no se comprometem eno aprendem.

    O objetivo da educao, hoje, no mais reproduzir o conhecimento, mas criar umnovo com base nos que se possui, acrescentando sempre diferente do ensino tradicional de pouco tempo atrs. Entretanto, no apenas os professores conseguiro transformar o quadro

    atual da educao, embora sejam peas fundamentais para a mudana, o poder para tanto nolhes cabe. O professor pode ter certa autonomia em sala, mas efetivas mudanas acontecerose envolverem-se todas as esferas da sociedade, principalmente as governamentais.

    Neste contexto, o Governo Federal, diante de discusses internacionais e nacionaisveio a alterar a regulamentao educacional no fim do sculo XX, para implantar, h longo prazo, durante o Sculo XXI, as diretrizes concebidas como pertinentes. Esto entre taisregulamentaes as Leis de Diretrizes e Bases para a Educao Nacional e os ParmetrosCurriculares Nacionais, dentre outros textos legais, que sero abordados no Primeiro Captulodeste trabalho, assim como a necessidade de um Ensino Superior de melhor qualidade.

  • 8/6/2019 Universidade Paulista_Formao de professores e o ensino superior diante dos novos paradigmas educacionais no

    13/63

    9

    Conhecer as tecnologias educacionais um dos pontos necessrios para que estasnovas indicaes legais se cumpram, que as metodologias sejam adequadas de modo a atender a chamadaSociedade da Informao. Para isso imprescindvel que alguns termos, conceitos

    e reflexes acerca da introduo de tecnologias educacionais no processo educativo sejamentendidos, refletidos e, posteriormente, postos em prtica para afastar o fracasso do processoensino-aprendizagem do Sculo XXI. Estes termos sero discutidos no Segundo Captulo.

    O aprendizado do aluno universitrio deve ser voltado para sua independncia, parasua auto-avaliao e sua formao integral para que ele se insira na sociedade como umcidado ativo, um profissional capaz de exercer suas atividades com competncia, comhabilidade, eficincia e eficcia. Se um professor aprender durante seus anos de Ensino

    Superior que a educao pode acontecer de qualquer maneira ele ser ao fim do processo um profissional sem desenvolvimento algum, pois ele estudar de qualquer modo, se voltar aestudar, e ensinar de qualquer jeito, quando estiver lecionando, no permitindo mudanassatisfatrias na educao bsica. Nesse sentido, o Terceiro Captulo vem tratar da nova postura que o professor universitrio, principalmente, precisa aprender para que a sociedadecomo um todo se estruture mais consciente e questionadora, uma populao que lute por seusdireitos adquiridos, conseguidos pela justia e o cumprimento dos deveres em benefcio

    prprio, individual e coletivo. No que este novo papel do professor seja fcil a se desempenhar, como pode ser

    visto no Captulo III, preciso muito estudo, determinao e vontade. Assim como muitas podem ser as conquistas, os caminhos a serem percorridos so inmeros, os desafios daeducao perante a diversidade de informaes disponveis pela mdia em suas diversasvertentes, entre elas o computador conectado internet, devem ser vistos de frente pelo professor, e como aliados.

    O Ensino do Sculo XXI vem sendo amplamente marcado, principalmente, pelaintroduo do computador em ambientes escolares, ou mesmo ele prprio como sendo umambiente escolar, no caso da Educao Distncia. Todavia, no apenas pessoas distantes podem se comunicar pelo computador, muitas vezes esta ferramenta conectada redemundial que une ainda mais professores e alunos da modalidade de ensino presencial.

    Conhecer alguns conceitos e prticas de utilizao do computador na educao,explorando suas possibilidades e as diferentes metodologias em detrimento das famosas aulasexpositivas apenas, portanto, se torna obrigao do professor contemporneo. Em vistas disto,algumas possibilidades de uso desta ferramenta sero, imersas no texto, citadas ao leitor como

  • 8/6/2019 Universidade Paulista_Formao de professores e o ensino superior diante dos novos paradigmas educacionais no

    14/63

    10

    uma indicao do que pode ser feito atravs desta mquina que no deve vir para substituir o homem, mas para auxiliar sua atividade cotidiana e melhorar os resultados finais.

    relevante considerar, ainda, a existncia do feedback, atravs do qual o aluno

    permite que o professor acompanhe seu desenvolvimento e escolha o melhor caminho a seguir para dar continuidade ao seu trabalho, atravs da reflexo sobre suas aes e os resultadosalcanados. Deste modo, o professor universitrio deve ter claras quais as possibilidades deavaliar seu aluno, e seu prprio trabalho, a fim de que o sucesso de suas tarefas comoeducador, efetivamente, acontea ao longo do ano letivo, e, para alm dele, para a vida doaluno. S assim os desafios sero superados e o processo educacional alcanar excelncia.

    Sob o norte dos textos publicados por estudiosos do assunto como Valente (2000),

    Almeida (2002), Dellors (1998), Kensky (2001), Levy (2005), Moran (2004), Assmann(2000), entre outros, sero utilizados os textos legais supracitados como base de uma reviso eanlise de literatura metodologia escolhida para construo deste trabalho que tencionaconcluir pela comprovao da necessidade de mudar as formas de ensinar para melhorar aqualidade de ensino, mudando (para melhor) os resultados de avaliaes externas e, principalmente, a auto-avaliao discente, alm da insero do mesmo no mercado detrabalho.

    O processo educacional da humanidade um ciclo em que se ensina, se aprende, semodifica o jeito de ensinar para modificar-se o meio de aprender, e, consequentemente, osresultados obtidos de modo a satisfazer a sociedade de seu tempo, por isso ela tantoquanto a humanidade dinmica e flexvel, mas que precisa de pessoas interessadas ecomprometidas com as transformaes necessrias.

  • 8/6/2019 Universidade Paulista_Formao de professores e o ensino superior diante dos novos paradigmas educacionais no

    15/63

    CAPTULO I: DOS INCENTIVOS E INDICAES LEGAIS

    A educao precisa mudar, acompanhar a sociedade em que est inserida. Estaquesto suscitada pelas mdias comum e corriqueira, assim como encontrar pessoas querogam por mudanas, mas no se movem a faz-la por inmeros fatores culturais e sociais.

    O cenrio da educao mudou, fato. A sociedade evoluiu e a informao a cada diaest mais acessvel a qualquer cidado devido disseminao dos meios de comunicao, principalmente as mediadas pelas tecnologias, com merecido destaque digital como ainternet. Contudo, a reforma educacional depende sim do professor, mas no pode partir

    apenas dele, pois lhe foge o poder de promover tal transformao.O quadro educacional precisa do apoio e do incentivo dos rgos estatais para

    poderem ser discutidos, reestruturados, e para que os resultados sejam, efetivamente,satisfatrios, observando o Art. 205 da Constituio Federal promulgada em 1988 que diz ser objetivo da educao o pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exerccio dacidadania e sua qualificao para o trabalho.

    Em vistas da necessidade desta reforma, Delors1 (1998), coloca que a

    responsabilidade das mudanas na educao primeiramente dos governantes:

    (...) s os responsveis polticos podem, tendo em conta todos os elementos, suscitar debates de interesse geral, que so de necessidade vital para a educao. Trata-se deum assunto que diz respeito a todos, o nosso futuro que est em causa e a educao pode, precisamente, contribuir para a melhoria do destino de todos e de cada um dens. (DELORS, 1998, p.28)

    O Governo Federal do Brasil, em parceria com as demais esferas governamentais do

    pas e diante de rgos internacionais (como a Unesco e o Banco Mundial, por exemplo), possui um compromisso internacional com a qualidade de educao dos brasileiros, o queenvolvem projetos, metas e programas a serem seguidos. A mais comentada nos ltimos anosfoi o Plano Decenal de Educao para Todos, que no apenas visa democratizao doensino, mas o melhoramento das condies em que o processo educacional vem acontecendo.

    1 Jacques Delors presidente da Comisso Internacional sobre Educao para o Sculo XXI, e organizador doRelatrio para a UNESCO sobre os resultados dessa reunio: Educao, um tesouro a se descobrir, publicadoem 1998.

  • 8/6/2019 Universidade Paulista_Formao de professores e o ensino superior diante dos novos paradigmas educacionais no

    16/63

    12

    Tendo em vista o quadro atual da educao no Brasil e os compromissos assumidosinternacionalmente, o Ministrio da Educao e do Desporto coordenou aelaborao do Plano Decenal de Educao para Todos (1993-2003), concebidocomo um conjunto de diretrizes polticas em contnuo processo de negociao,voltado para a recuperao da escola fundamental, a partir do compromisso com aequidade e com o incremento da qualidade, como tambm com a constanteavaliao dos sistemas escolares, visando ao seu contnuo aprimoramento. (PCNVol. 1, 1998)

    Neste documento pode-se notar que a dcada de educao (1993-2003) seriadestinada a estruturar a educao do pas, instituindo novas metas e meios para que aeducao recebida pelas crianas, jovens e adolescentes seja condizente com as necessidadesdo conjunto global da sociedade. Como um dos primeiros resultados deste trabalho foi aelaborao, promulgao e publicao da LDBEN Lei de Diretrizes e Bases da Educao

    Nacional, em que, o decorrer de suas pginas, fica clara a finalidade da educao para estanova poca: o pleno desenvolvimento do educando, seu preparo para o exerccio dacidadania e sua qualificao para o trabalho (LDBN 9394/96, Art 2), alm de forncecer-lhemeios para progredir no trabalho e em estudos posteriores (LDBN 9394/96, Art. 22).

    Desde o Ensino Fundamental, esta lei j predispe que o aluno deve, alm de saber ler, escrever e calcular, ter a compreenso do ambiente natural e social, do sistema poltico,da tecnologia, das artes e dos valores em que se fundamenta a sociedade (LDBN 9394/96,

    Art. 32, II). A educao bsica2, regulamentada nesta lei, traz ainda como item de formaoao educando que termine os estudos do ensino mdio, entre outros a compreenso dosfundamentos cientficos-tecnolgicos dos processos produtivos, relacionando a teoria com a prtica, no ensino de cada disciplina (LDBN 9394/96, Art 35, IV).

    Deste modo, aos estudantes fica garantida uma estrutura, legalmente, para que possaestudar para a vida, e no apenas para fins de avaliaes bimestrais: o aluno precisa aprender para seu convvio em sociedade tanto em sua comunidade, quanto sob aspectos nacionais e

    mundiais sendo capaz de tomar posicionamentos, atitudes, desenvolver projetos paramelhoria de sua qualidade de vida e do coletivo a que pertence.

    Uma das iniciativas mais significativas, pelo que se percebe pelas discusses atuais, a implantao das tecnologias em sala de aula, pois alm de favorecer o desenvolvimento doaluno elas apresentam a oportunidade de comunicao entre pessoas do mundo inteiro, a trocade informao e dos resultados de aes de diversos campos, matria-prima essencial paraformao do conhecimento e desenvolvimento de cada um.

    Assim sendo, torna-se direito, e no privilgio, o acesso a estas tecnologias noambiente escolar.2 Composta por educao infantil, ensino fundamental e ensino mdio. (LDBN 9394/96, Art. 21)

  • 8/6/2019 Universidade Paulista_Formao de professores e o ensino superior diante dos novos paradigmas educacionais no

    17/63

    13

    1.1 Do direito ao Ensino Superior que favorea a implantao de Tecnologias naEducao

    A fim de planejar a distribuio das ferramentas tecnolgicas necessrias a nova erada educao que se desenvolve, o poder pblico precisa saber quantos alunos efetivamenteesto matriculados em cada regio do pas, mais do que nunca, at ento, e a potencialidadede aumentar o atendimento educacional a todos os brasileiros em idade escolar do ensinoregular, preferencialmente: 2 O poder pblico dever recensear os educandos no ensinofundamental, com especial ateno para o grupo de 6 (seis) a 14 (quatorze) anos de idade e de

    15 (quinze) a 16 (dezesseis) anos de idade. (Redao dada pela Lei n 11.274, de 2006)Para tanto, o Censo Escolar realizado a cada ano vem sendo cada vez mais detalhado,

    tanto no que tange ao nmero de alunos quanto aos equipamentos disponveis na escola,inclusive sua utilizao (se voltada para a parte pedaggica e/ou administrativa somente ouse os alunos gozam de suas possibilidades tambm, alm da forma que isto organizado).

    Esta ao no apenas est prevista em lei como tem acontecido mais rapidamente pelo auxlio da internet desde o ano de 2007 no Estado de So Paulo, quando o Censo Escolar

    passa a utilizar os dados do Sistema Prodesp como informaes bsicas e, atravs dasrespostas aos questionrios virtuais fornecidos pela direo escolar nos formulriosdisponveis no site da educao (www.educacao.sp.gov.br) contrariando o processo anterior de impresso dos mesmos, preenchimento manual e conferncia dos dados por terceiros antesde serem destinados ao rgo competente.

    Alm do Censo Escolar, a Demanda Anual feita pelo levantamento prvio do nmerode alunos a serem atendido nas escolas para o ano seguinte. Deste modo podem direcionar os

    materiais conforme a necessidade e emergncia das diversas localidades do pas, favorecendoo ensino e o desenvolvimento do trabalho dos professores que atuam na rea.

    Nesse contexto nota-se que o Ensino Superior fica sob aspecto secundrio naeducao do pas, sendo voltados os esforos para se melhorar o ensino bsico. Contudo,neste ponto, levanta-se a questo sobre como formar melhor os alunos da educao bsica seseus professores no tiverem tido formao voltada para tanto? Esta formao acontecerdurante a vida, ser lapidada com a experincia claro mas dentro das universidades quefuturos professores comearo seu trajeto de formao para desenvolverem seu trabalho, e por isso a ateno tambm deve estar voltada para esta modalidade de ensino.

  • 8/6/2019 Universidade Paulista_Formao de professores e o ensino superior diante dos novos paradigmas educacionais no

    18/63

    14

    necessrio que os docentes tenham formao para utilizar novos recursos em suasatividades educativas cotidianas, a risco de todo o equipamento que o governo se esfora em providenciar se torne apenas lixo eletrnico, inutilizado antes mesmo de se tornar obsoleto.

    Diante disso, alm comprometimento do professor com sua profisso de tomar a iniciativa ecapacitar-se continuamente, o governo garante que:

    3o O Distrito Federal, cada Estado e Municpio, e, supletivamente, a Unio,devem: (...) III - realizar programas de capacitao para todos os professores emexerccio, utilizando tambm, para isto, os recursos da educao a distncia; (...) 4 At o fim da Dcada da Educao somente sero admitidos professoreshabilitados em nvel superior ou formados por treinamento em servio. (LEI n11.330, de 2006)

    Ao pretender formar novos professores, os docentes universitrios precisamdisponibilizar conhecimentos sobre as funes do professor em suas diversas possibilidadesde atuao, pois, no sabendo se os professores formados pela instituio de ensino superior sero admitidos em rede pblica municipal, estadual, federal ou rede particular, se tornafundamental que se observe, entre outros documentos, o que diz o Estatuto do Magistrio, publicado no Estado de So Paulo (Estado escolhido por ser o local foco de pesquisa dentre osdemais Estados brasileiros) em seu art. 61, que trata dos direitos dos professores:

    I ter a seu alcance informaes educacionais, bibliografia, material didtico eoutros instrumentos, bem como contar com assistncia tcnica que auxilie eestimule a melhoria de seu desempenho profissional; II ter assegurada aoportunidade de freqentar cursos e formao, atualizao e especializao profissional; III Dispor, no ambiente de trabalho, e instalaes e material tcnico- pedaggico suficientes e adequados para que possa exercer com eficincia eeficcia suas funes; IV ter liberdade de escolha e de utilizao de materiais, de procedimentos didticos e de instrumento de avaliao do processo ensino-aprendizagem, dentro dos princpios psico-pedaggicos, objetivando alicerar orespeito pessoa humana e a construo o bem comum.(Lei Complementar 444/84 Estatuto do Magistrio, arts. 61-63 e art. 95)

    Quando o professor sabe seus direitos (bem como se compromete com seus deveres

    assumidos, tambm acessveis na legislao vigente), tem como reivindicar que elesrealmente aconteam, deixando de ser apenas uma garantia impressa para se tornar,efetivamente, um meio de realizao de sua atividade profissional.

    Outro fator relevante, neste sentido, que o professor universitrio, formador deoutros professores, precisa ter conscincia de que o Ensino Superior tem algumas

    particularidades, que visam alcanar finalidades predeterminadas:

  • 8/6/2019 Universidade Paulista_Formao de professores e o ensino superior diante dos novos paradigmas educacionais no

    19/63

    15

    Art. 43. A educao superior tem por finalidade: I - estimular a criao cultural e odesenvolvimento do esprito cientfico e do pensamento reflexivo; II - formar diplomados nas diferentes reas de conhecimento, aptos para a insero em setores profissionais e para a participao no desenvolvimento da sociedade brasileira, ecolaborar na sua formao contnua; III - incentivar o trabalho de pesquisa einvestigao cientfica, visando o desenvolvimento da cincia e da tecnologia e dacriao e difuso da cultura, e, desse modo, desenvolver o entendimento do homeme do meio em que vive; IV - promover a divulgao de conhecimentos culturais,cientficos e tcnicos que constituem patrimnio da humanidade e comunicar osaber atravs do ensino, de publicaes ou de outras formas de comunicao; V -suscitar o desejo permanente de aperfeioamento cultural e profissional e possibilitar a correspondente concretizao, integrando os conhecimentos que vosendo adquiridos numa estrutura intelectual sistematizadora do conhecimento decada gerao; VI - estimular o conhecimento dos problemas do mundo presente, em particular os nacionais e regionais, prestar servios especializados comunidade eestabelecer com esta uma relao de reciprocidade; VII - promover a extenso,aberta participao da populao, visando difuso das conquistas e benefciosresultantes da criao cultural e da pesquisa cientfica e tecnolgica geradas nainstituio. (LEI 9394/96)

    Estas funes do ensino superior contribuem para a formao do profissionalgraduado crtico e em condies de formar outros cidados, especificamente, ao se falar emcursos de graduao de formao de professores.

    Quando um professor tem desde seus tempos de faculdade o entendimento de seumeio, desenvolve seu esprito crtico e criativo, busca dados, refuta informaes repressoras einverdades do cotidiano, situaes indignas de sobrevivncia, ele se torna apto a exercer suafuno social para mediar o conhecimento a outros alunos, permitindo que seu discurso e suasaes eduquem seus pupilos para uma sociedade mais igualitria e consciente das causas econsequncias de seus atos e isso se torna quase impossvel se o professor no for um pesquisador, um produtor de novos conhecimentos.

    funo de um formador de professores, conforme os textos legais, indicar oscaminhos para realizao de estudos, para cumprimento de seu papel social depois degraduado.

    Visto que o mercado de trabalho a principal via de insero social, e que este setor est cada vez mais equipado tecnologicamente, tarefa do professor no apenas instigar quese as tecnologias sejam utilizadas em meio acadmico, mas orientar como estas ferramentas podem ser agregadas ao processo educacional a fim de favorecer o aprendizado e odesenvolvimento de habilidades necessrias a utilizao deste material. Para tanto, asuniversidades precisam ofertar,

    (...) como meio de adquirir qualificaes profissionais, conciliando ao mais altonvel, o saber e o saber-fazer, em cursos e contedos constantemente adaptados snecessidades da economia; como recinto privilegiado da educao ao longo de toda

  • 8/6/2019 Universidade Paulista_Formao de professores e o ensino superior diante dos novos paradigmas educacionais no

    20/63

  • 8/6/2019 Universidade Paulista_Formao de professores e o ensino superior diante dos novos paradigmas educacionais no

    21/63

    17

    fundamental de incluso social. Diante da escolha uma profisso, ou mesmo perante anecessidade de se auto-sustentar (ou prover a famlia), o indivduo se torna ferramentahumana e descobridor de si, de suas potencialidades, se sente til enquanto ser social,

    contribui para o desenvolvimento do pas, mas encontra, ao mesmo tempo, um dos desafiosque mais assola o Brasil h dcadas: o desemprego, a falta de oportunidade.

    Embora muitas vagas venham sendo criadas nos ltimos anos, a falta de qualificaoda mo-de-obra, principalmente a falta de conhecimento de informtica em geral, vem sendocada vez mais um entrave para o acesso do cidado ao seu preenchimento o que vemreforar a idia da necessidade de estudar, de ser um alfabetizado digital para se tornar,tambm, incluso social e exercer plenamente sua cidadania. Nota-se que a sociedade, neste

    contexto, pede por uma formao mais especfica, que atenda as necessidades do mercado detrabalho e do cidado, que perceba a novas perspectivas de uma sociedade em movimento ecriao, e, (...) Exatamente para poder criar esta nova sociedade, a imaginao humana deveser capaz de se adiantar aos avanos tecnolgicos, se quisermos evitar o aumento dodesemprego, a excluso social ou as desigualdades de desenvolvimento. (DELORS, 1998, p.18)

    Assim sendo, o domnio das tecnologias deve ser proporcionado a todos, elas no

    devem servir para aumentar as diferenas entre os que possuem acesso s mesmas ou no.Segundo Delors

    Trata-se de fazer com que os que tm mais necessidades, por serem maisdesfavorecidos, possam beneficiar-se destes novos instrumentos de compreenso domundo. Deste modo, os sistemas educativos, ao mesmo tempo que fornecem osindispensveis modos de socializao, conferem, igualmente, as bases de umacidadania adaptada s sociedades de informao. (DELORS, 1998, p.66)

    A referida incluso digital vem sendo apontada como o caminho mais curto paraacesso cidadania e para uma possibilidade de se atuar dinamicamente na sociedade, detornar-se sujeito de sua prpria histria e contribuir com a histria e desenvolvimento do pasde modo positivo. Entretanto, deve-se entend-la no apenas como a possibilidade de acessos mdias digitais, como o computador, mas seu domnio por parte de quem delas fizer uso: preciso que se veja e se saiba dar significado ao uso das ferramentas para que realmente hajasentido em utiliz-las.

    Dizer que incluso digital somente oferecer computadores seria anlogo a afirmar que as salas de aula, cadeiras e quadro negro garantiriam a escolarizao e oaprendizado dos alunos. Sem a inteligncia profissional dos professores e sem a

  • 8/6/2019 Universidade Paulista_Formao de professores e o ensino superior diante dos novos paradigmas educacionais no

    22/63

    18

    sabedoria de uma instituio escolar que estabelecessem diretrizes de conhecimentoe trabalho nestes espaos, as salas seriam inteis. Portanto, a oferta de computadoresconectados em rede o primeiro passo, mas no o suficiente para se realizar a pretensa incluso digital. (RONDELLI, 2003)

    preciso, a fim de se realizar efetivamente um processo de Incluso Digital noBrasil, que haja polticas de Incluso digital que abandonem o pensamento simplista, querevejam as aes feitas e se baseiem nos resultados do passado para adequar realidade asnecessidades da populao, conforme pontua Neto (2006). As pessoas tem que perceber relevncia em suas aes, utilidade nas atividades que desenvolvem, dar meios para arealizao pessoal e profissional, isto significa transformar operador ou formulador daincluso digital em um indivduo apto para enfrentar o desafio onipresente da complexidade.(NETO, 2006, p.4)

    no interior das Instituies de Ensino Superior que os futuros professores estudame pensam esta complexidade social, oriunda da complexidade humana, e comearo a elaborar suas estratgias de ensino. Para tanto necessrio que se tenha conscincia de que em sala deaula usa-se tecnologia apenas para melhor desenvolver os contedos: (...) Isso exclui, por exemplo, as apresentaes em Power Point que apenas tornam as aulas mais divertiras (ouno!), os jogos de computador que s entretm as crianas, ou aqueles vdeos que

    simplesmente cobrem buracos de um planejamento mal feito. (POLATO, 2009, p.51). Astecnologias trazem benefcios para a educao tanto quanto malefcios, dependendo do modocomo for utilizada pelo profissional docente.

    Para um adulto ser cidado, aprender a usar a tecnologia a seu favor, incluir-se sociale digitalmente, precisa ser educado para isso desde a infncia da a importncia da formaodo professor, e da compreenso do ambiente social, do sistema poltico, da tecnologia, dasartes e dos valores que fundamentam a sociedade, como diz a Indicao CEE (Conselho

    Estadual de Educao/SP) n 08/2001; Isso contribuir para que todos os alunos tenhamacesso igualitrio cincia e tecnologia a fim de se firmar uma Base Nacional Comum deFormao, de acordo com o parecer CEB (Conselho de Educao Brasileiro) n 004/98, art.3, subitem 6, alnea a, item IV; A educao, portanto, como um todo precisa da integraodas tecnologias em suas atividades dirias a fim de atender os anseios da populao, formar pessoas aptas a adentrarem ao mercado de trabalho de modo competente.

    Isto no privilgio de alguns bons professores, meta para a educao do pas,

    como enuncia o Plano Nacional de Educao (PNE) e a Constituio Federal: a articulao eo desenvolvimento do ensino em seus diversos nveis e a integrao das aes do Poder

  • 8/6/2019 Universidade Paulista_Formao de professores e o ensino superior diante dos novos paradigmas educacionais no

    23/63

  • 8/6/2019 Universidade Paulista_Formao de professores e o ensino superior diante dos novos paradigmas educacionais no

    24/63

    CAPTULO II: ALGUNS CONCEITOS E REFLEXES SOBRETECNOLOGIA E EDUCAO

    A Tecnologia nem sempre est disponvel aos cidados, seja pela renda familiar, pelas condies geogrficas (pois muitos lugares no contam com energia eltrica, tampouco atendido pelas empresas de servio telefnico), ou outros fatores diversos. Tal situaocausa distanciamento cada vez maior entre pases em desenvolvimento e os desenvolvidos, podendo desencadear o aparecimento de plos do conhecimento: um que o gera e outro que orecebe. Os esforos para que essa distncia desenvolvimentista no se alargue ainda maisdevem se voltar para a disseminao do conhecimento e o acesso informao, assim estadisparidade atual pode se tornar, de certo modo, vantajosa aos pases menos desenvolvidos,ou em desenvolvimento como o caso do Brasil. No relatrio feito Unesco, Delorscomenta que

    Uma espcie de compresso tecnolgica parece ser a soluo em muitos casos:no necessrio que os pases em desenvolvimento passem, sucessivamente, por todas as etapas percorridas pelos pases desenvolvidos e tero, muitas vezes,

    vantagem em optar logo pelas tecnologias mais inovadoras. (DELORS, 1998, p.191-192)

    A disseminao da informao no fica a cargo, exclusivamente, das Instituiesescolares, atualmente, outros meios de comunicao, inclusive, e principalmente, os de massa(como TV, Rdio, Jornal e Revista) se encarregam disto. Entretanto, ainda nas instituiesescolares que a principal fonte de informao especializada se concentra, sejam em bibliotecas (inclusive as digitais e/ou virtuais), ou mesmo em sala de aula mas vale salientar

    que as aulas precisam ser inovadoras, coerentes e condizentes com a sociedadecontempornea e suas necessidades, que os professores optem pelas tecnologias de ponta emelhorem, deste modo, os resultados de seu trabalho.

    As Instituies, portanto e impreterivelmente, precisam estar aptas a atender alunos eoutras pessoas que busquem estes dados, e, assim, pode ser que esta vantagem seja sentida pela populao em vistas do preparo dos profissionais da educao, e, devido a isso, oconhecimento sobre seus conceitos e possveis formas de utilizao, se torna imprescindvel

    para dar-se continuidade ao trabalho.

  • 8/6/2019 Universidade Paulista_Formao de professores e o ensino superior diante dos novos paradigmas educacionais no

    25/63

    21

    2.1 TICS Tecnologias da Informao e Comunicao

    Antes das atualmente famosas tecnologias da informao e da comunicaosimbolizadas pelo computador, principalmente conectado internet, outras inovaesantecederam o campo de discusso social, principalmente no setor da educao. Assim comoos computadores, merecem destaque entre as tecnologias desenvolvidas para o fim deinformar e facilitar vias de comunicao, outras inovaes que o acompanharam:

    As inovaes que marcaram todo o sculo XX, quer se trate do disco, do rdio, dateleviso, da gravao audiovisual, da informtica ou da transmisso de sinaiseletrnicos por via hertziana, por cabo ou por satlite, revestiram uma dimensono puramente tecnolgica, mas essencialmente econmica e social. A maior partedestes sistemas tecnolgicos, hoje miniaturizados e a preo acessvel, invadiu uma boa parte dos lares do mundo industrializado e utilizada por um nmero cada vezmaior de pessoas no mundo em desenvolvimento. Tudo leva a crer que o impactodas novas tecnologias ligadas ao desenvolvimento das redes informticas vai seampliar muito rapidamente a todo o mundo. (DELORS, 1998, p. 186)

    As Tecnologias da Informao e da Comunicao (TICs), conforme nota-se no textode Delors, so essenciais para multiplicar fontes de dados e facilitar o acesso dos mesmos a

    quem de interesse, mundialmente. Fato que neste cenrio se desponta a cada dia ocomputador, que se torna ferramenta de armazenamento de dados, produo de material, localde acesso a informaes, entre outras possibilidades:

    As tecnologias informticas multiplicaram por dez as possibilidades de busca deinformaes e os equipamentos interativos e multimdia colocam disposio dosalunos um manancial inesgotvel de informaes: * computadores de qualquer capacidade e complexidade; * programas de televiso educativa por cabo ou satlite;* equipamento multimdia; * sistemas interativos de troca de informaes incluindocorreio eletrnico e acesso direto a bibliotecas eletrnicas e a bancos de dados; *simuladores eletrnicos; * sistemas de realidade virtual em trs dimenses.(DELORS, 1998, p.190.191)

    Enfim, enumerar quais as tecnologias de informao e comunicao se tornadesnecessrio ao levar-se em considerao que estas fazem parte do cotidiano, ainda quemuitos no se dem conta disto. Em nada se parecem com as tecnologias do passado (comoferramentas de trabalho martelos, alavancas, roldanas, entre outros), como diz Assman, masenvolve a humanidade e lhes proporciona um desenvolvimento cognitivo incomensurvel em

    relao s outras:

  • 8/6/2019 Universidade Paulista_Formao de professores e o ensino superior diante dos novos paradigmas educacionais no

    26/63

    22

    As novas tecnologias da informao e da comunicao j no so merosinstrumentos no sentido tcnico tradicional, mas feixes de propriedades ativas. Soalgo tecnologicamente novo e diferente. As tecnologias tradicionais serviam comoinstrumentos para aumentar o alcance dos sentidos (brao, viso, movimento etc.).As novas tecnologias ampliam o potencial cognitivo do ser humano (seucrebro/mente) e possibilitam mixagens cognitivas complexas e cooperativas. Umaquantidade imensa de insumos informativos est disposio nas redes (entre asquais ainda sobressai a Internet). (ASSMAN, 2000, p.9)

    O aparecimento destas tecnologias abriu tantas oportunidades de trabalho edesenvolvimento humano (individual e social) que difundiram-se pelo mundo, facilitando otrabalho, a comunicao, a disseminao de dados e a produo do conhecimento, dandoorigem a uma nova era aos homens contemporneos, onde o que mais vale o conhecimentoque se tem. Nesta era, a sociedade assume uma nova face no planeta: tendo deixado de ser escravista, agropecuria, industrial, entre outras estruturas sociais, a sociedade assume aforma deSociedade da Informao, conforme tratar-se- abaixo.

    2.2 Sociedade da Informao3

    De acordo com o tpico anterior, a sociedade da informao no apareceusimplesmente, resultado de um processo evolutivo das tecnologias que possibilitou aveiculao rpida e em grande escala de informaes, alm de permitir a comunicao entre pessoas diferentes em distncias imensas inclusive em tempo real abrangendo todo o planeta. Neste sentido, Delors diz que

    As novas tecnologias fizeram a humanidade entrar na era da comunicao universal;abolindo as distncias, concorrem muitssimo para moldar a sociedade do futuro,que no corresponder, por isso mesmo, a nenhum modelo do passado. Asinformaes mais rigorosas e mais atualizadas podem ser postas ao dispor de quemquer que seja, em qualquer parte do mundo, muitas vezes, em tempo real, e atingemas regies mais recnditas. Em breve, a interatividade permitir no s emitir ereceber informaes, mas tambm dialogar, discutir e transmitir informaes econhecimentos, sem limite de distncia ou de tempo. (DELORS, 1998, p. 39-40)

    3 A Sociedade da Informao um conceito utilizado contemporaneamente. Busca identificar a sociedade e aeconomia que faz o melhor uso possvel das Tecnologias de Informao e da Comunicao. Numa Sociedade daInformao, as pessoas aproveitam as vantagens das tecnologias em todos os aspectos das suas vidas: notrabalho, em casa e no lazer. (in http://www2.ufp.pt/~lmbg/livro_ict03.htm). Ainda neste sentido, segundoAssman, A expresso sociedade da informao deve ser entendida como abreviao (discutvel!) de umaspecto da sociedade: o da presena cada vez mais acentuada das novas tecnologias da informao e dacomunicao. Serve para chamar a ateno a este aspecto importante. No serve para caracterizar a sociedade emseus aspectos relacionais mais fundamentais. (ASSMANN, 2000, p.8)

  • 8/6/2019 Universidade Paulista_Formao de professores e o ensino superior diante dos novos paradigmas educacionais no

    27/63

    23

    Justamente por no ser esta poca igual a nenhuma outra do passado, nodesencadear no futuro nada similar ao que j se conhece, e por este motivo que asinstituies de ensino no podem se ater a metodologias de ensino anteriores nos dias atuais,

    esta prtica no condiz com a realidade atual, nem preparar as geraes para o futuro. preciso ter conscincia que antes os jovens e as crianas no tinham acesso a outras formas delazer que no fossem as brincadeiras coletivas, as histrias em quadrinhos ou passeios pelos parques, praas ou rodas de amigos, mas hoje A experincia da abundncia e da liberdade deescolha no que se refere msica, televiso e que aos poucos se estende tambm a outrastecnologias informacionais passou a fazer parte do cotidiano de muitssima gente.(ASSMANN, 2000, p.13), tornando at mesmo a individualidade egosta um risco eminente a

    ser combatido com prudncia.Como dito ao incio do trabalho, a sociedade est em processo de construo, de

    criao, as novidades so muitas, contnuas e crescentes. Principalmente as tecnologias dearmazenamento e transmisso de informao so amplamente utilizadas, e so acompanhadas por inovaes organizacionais, comerciais e jurdicas, alterando os padres de vida do homemem todas as suas relaes com o outro e consigo prprio. Nem mesmo a sociedade dainformao como um todo, conforme se conhece hoje, est impassvel de mudanas, segundo

    Assman (2000) No futuro, podero existir modelos diferentes de sociedades da informao,tal como hoje existem diferentes modelos de sociedades industrializadas. Esses modelos podem divergir na medida em que evitam a excluso social e criam novas oportunidades paraos desfavorecidos. (ASSMANN, 2000, p.9).

    A inteno de se utilizar destas tecnologias da informao e da comunicao deforma mais igualitria busca, exatamente, esta transformao social, qui para umasociedade educativa, como Delors (1998) transcreve na obra analisada, que se baseia na

    aquisio, atualizao e utilizao dos conhecimentos disponveis, que para ele so as trsfunes principais do processo educativo. Para o autor,

    Com o desenvolvimento da sociedade da informao, em que se multiplicamas possibilidades de acesso a dados e a fatos, a educao deve permitir quetodos possam recolher, selecionar, ordenar, gerir e utilizar as mesmasinformaes. A educao deve, pois, adaptar-se constantemente a estastransformaes da sociedade, sem deixar de transmitir as aquisies, ossaberes bsicos frutos da experincia humana. (DELORS, 1998, p.19-20)

  • 8/6/2019 Universidade Paulista_Formao de professores e o ensino superior diante dos novos paradigmas educacionais no

    28/63

    24

    Essa utilizao das Tecnologias de Informao e Comunicao do um carter ainda mais particular para tais inovaes, do uma face educacional ao uso das mquinas, que passam a ser conhecidas como Tecnologias Educacionais devido ao seu uso, conforme tratado no item seguinte.

    2.3 As Tecnologias Educacionais

    Sinteticamente, pode-se dizer que Entendem-se por tecnologias educacionais astcnicas, aparatos, ferramentas e utenslios com potencial de utilizao no desenvolvimento e

    apoio aos processos educacionais, seja para realiz-los ou para a melhoria de sua qualidade.(in www.mec.gov.br). Esta qualidade de ensino est intimamente ligada ao processoeducativo e metodologia utilizada pelo professor, pois disponibilizar a informao somenteno condiz com a atividade docente inovadora, tampouco o fato de difundir informaoapenas no a caracteriza a sociedade da informao, neste formato de sociedade asinformaes precisam fazer parte do desencadeamento de um vasto e continuado processo deaprendizagem. Neste sentido, Sorde & Ldke afirmam que

    A escola um dos espaos que mais sofrem as consequncias das mudanas queocorrem na sociedade. Advoga-se que as escolas devem rejuvenescer seus objetivose processos de trabalho tidos como defasados em relao s demandas do mercado.Espera-se que respondam com prontido aos desafios impostos pelos novoscontextos sociais, que implicam mudanas paradigmticas na forma de ensinar,aprender, avaliar. Mesmo concordando com essas premissas, no podemos abster-nos de examinar com mais rigor essas idias, de modo a superar anlises apressadase superficiais dos fenmenos sociais em geral e dos educativos em particular.(SORDE & LDKE, 2009, p.13)

    O processo educativo como um todo envolve uma srie de aes, de regulamentao poltica e institucional para, ento, chegar s escolas a possibilidade de se trabalhar,efetivamente, sob novas perspectivas e paradigmas visto que a autonomia dos professoresmuitas vezes limitada pelo prprio sistema educacional.

    Todavia, a responsabilidade maior do sucesso da educao do professor, pois elequem coordena as aes educativas e se utiliza dos materiais disponveis, que trabalha sob agide da legislao vigente, que atende diretamente seus alunos e percebe neles asnecessidades mais urgentes em relao ao aprendizado. Devido a isso o preparo do professor est cada vez mais em foco, se ele no tiver uma formao inicial e continuada, como

  • 8/6/2019 Universidade Paulista_Formao de professores e o ensino superior diante dos novos paradigmas educacionais no

    29/63

  • 8/6/2019 Universidade Paulista_Formao de professores e o ensino superior diante dos novos paradigmas educacionais no

    30/63

    CAPTULO III: O PROFESSOR DO ENSINO SUPERIOR NASOCIEDADE DA INFORMAO

    O princpio de todo o processo educativo formal est na educao bsica, que precisaser de qualidade a fim de que cada um possa utilizar de todas as possibilidades de aprender ede aperfeioar-se, durante e aps a escolaridade. Neste ponto a educao precisa ir ainda maislonge, deseja-se que na escola o aluno desenvolva ainda mais o gosto e prazer por aprender, acapacidade de aprender cada vez mais, de aprender a aprender, e este sentimento deve ser transmitido pela escola. Os alunos formados atualmente precisam ser curiosos, autnomos,capazes de em muitas situaes ter seu lugar alternado com o professor, tornando o processo ensino-aprendizagem possibilidade de aprender e de ensinar a ambos.

    Sob esta perspectiva, a sociedade se tornaria educativa, onde os indivduos seeducam uns aos outros, permanentemente, proporcionando maior desenvolvimento social, poltico, econmico, cultural, entre outros. Neste sentido, segundo Giardino,

    O Brasil tem um grande desafio a enfrentar para transformar a educao em

    alavanca de desenvolvimento. O uso do microcomputador em educao, um meiotecnolgico inovador, provoca a transformao no processo ensino-aprendizagem.Para viabilizar esta mudana de paradigma, precisamos investir maciamente nacapacitao de professores, que esto entre os quais mais podem beneficiar-se pelaadoo das tecnologias como um instrumento de mudana e a capacitaocontinuada uma fonte constante de motivao para a melhoria da qualidade demateriais de aprendizagem a custos mais baixos que os envolvidos em outrasmodalidades mais tradicionais. (GIARDINO, 2006, p.12-13)

    Este desafio pode ser entendido pela falta destas capacitaes, seja pelo espao, peloalto custo, ou qualquer outro fator. Diante disto, e da tarefa docente a ser realizada, o

    professor no pode desanimar e deixar seu trabalho continuar como est, ou como vemdesenvolvendo h anos. Embora seja legalmente garantida sua formao em exerccio comocomentado no incio do trabalho o Governo no conseguiu ainda abranger os projetos deformao em exerccio para todos os professores, limitando ainda as vagas; Nem por isso o processo educacional aguarda que novas vagas surjam e que os professores sejam preparados,a necessidade de mudanas eminente.

    Todavia as mudanas no acontecem apenas pelas necessidades exteriores, mas pela

    motivao de cada um. Nesse sentido os prprios professores precisam perceber a realidadeem que esto inseridos e buscar respostas para superar os desafios que aparecerem.

  • 8/6/2019 Universidade Paulista_Formao de professores e o ensino superior diante dos novos paradigmas educacionais no

    31/63

    27

    As transformaes sociais so muitas e em todos os sentidos, caracterizando a sociedadecontempornea como complexa e incerta, imprevisvel quanto aos novos desafios, que,segundo Kenski (2002), se refletem diretamente na ao docente. O professor de todos os

    nveis de ensino no pode mais se postar diante do conhecimento como aquele que sabe,mas sim como aquele que pesquisa. (KENSKI, 2002, p.102). Pesquisar para formar-se a si prprio e assim exercer melhor sua funo educar-se ao longo de toda a vida, como prevem inmeros pontos o relatrio transcrito por Delors. Principalmente no ensino superior espera-se que as possveis falhas do ensino bsico sejam supridas e a formao se d acontento, mas como o prprio autor coloca, este pedido aos professores muito.

    Pede-se-lhes muito, agora que o mundo exterior invade cada vez mais a escola, principalmente atravs dos novos meios de informao e de comunicao. De fato,os professores tm na sua frente jovens cada vez menos enquadrados pelas famliasou pelos movimentos religiosos, mas cada vez mais informados, tero de ter emconta este novo contexto, se quiserem fazer-se ouvir e compreender pelos jovens,transmitir-lhes o gosto de aprender, explicar-lhes que informao no conhecimento e que este exige esforo, ateno, rigor, vontade. (DELORS, 1998, p.26-27)

    Sendo assim, embora seja um pedido alto, os professores precisam alcan-lo se pretendem que o processo educacional do qual participam tenha sucesso. Delors (1998) pontua a necessidade de meios, tanto em quantidade como em qualidade, disponveis ao professor para que exera bem sua funo, tanto no que tange a livros quanto aos meios detecnologia da informao. Contudo, fica a cargo do professor utilizar este material comdiscernimento, responsabilidade, instigando nos alunos a participao, a curiosidade,incentivando que se sintam motivados a aprender e o faam por prazer. Mas, como ningumvive sozinho em se tratando de sociedade, de ser humano, Delors (1998) salienta que os professores devem trabalhar em equipe, principalmente no que tange ao ensino mdio, dando

    ares de transdisciplinaridade e transversalidade aos contedos a serem trabalhados. Segundoele, isso levar diminuio do insucesso, far emergir determinadas qualidades naturais dosalunos, e facilitar, portanto, uma melhor orientao dos estudos e dos percursos individuais,na perspectiva de uma educao ao longo de toda a vida. (DELORS, 1998, p.27-28). Oaprendizado sobre o trabalho em equipe e a valorizao de se trabalhar deste modo deveiniciar-se, seno antes, dentro das universidades, alm das outras atribuies que estasinstituies de ensino j possuem:

    preciso, enfim, que o ensino superior continue a desempenhar o papel que lhecabe, criando, preservando e transmitindo o saber em nveis mais elevados. Mas as

  • 8/6/2019 Universidade Paulista_Formao de professores e o ensino superior diante dos novos paradigmas educacionais no

    32/63

  • 8/6/2019 Universidade Paulista_Formao de professores e o ensino superior diante dos novos paradigmas educacionais no

    33/63

  • 8/6/2019 Universidade Paulista_Formao de professores e o ensino superior diante dos novos paradigmas educacionais no

    34/63

    30

    so, e levar professores e alunos a alcanar nveis de conhecimento que, sem ela, nunca poderiam atingir (DELORS, 1998, p.161). Claro que esta dificuldade no diz respeito competncia de cada um, mas a distncia, ao custo, entre outros fatores, so empecilhos que

    teriam de ser transpostos pelos mesmos, cuja aproximao presente no se faz possvel,apenas a virtual.

    Alm disso, o professor pode buscar suprir suas dificuldades pedaggicas atravsdestas tecnologias, como assistindo um programa educacional de TV, acessando pginaseducacionais, lendo livros on-line, realizando cursos a distancia, entre outras formas deutilizao destes meios, melhorando assim sua competncia pedaggica e o nvel de seus prprios conhecimentos.

    Ou seja, a introduo das tecnologias educacionais nas instituies de ensino exigemudanas no quadro educacional, principalmente em relao ao papel do professor que ensinaaos alunos a avaliar e a gerir a informao a que tem acesso de modo prtico e significativo,reflexivo e crtico, diferentemente de sua ao docente anterior de transmissor doconhecimento. Assim sendo, o processo de educao, hoje, revela-se muito mais prximo davida real dos envolvidos do que os mtodos tradicionais, comeando a surgir em salas de aulanovos tipos de relacionamento, que dependem da postura do professor e de seu entendimento

    acerca de suas novas funes e desafios neste novo quadro social.

    3.2 O novo papel do professor universitrio na sociedade contempornea

    Como visto, no apenas a sociedade dinmica quanto o desempenho do professor durante o desenvolvimento de suas atividades precisa ser para acompanhar a sociedade,atender seus anseios e proporcionar aos alunos as condies favorveis incluso digital,insero social, e exerccio da cidadania. Neste momento, entretanto, entende-se comonecessrio tambm (...) repensar a formao de professores de maneira a cultivar nos futuros professores, precisamente, as qualidades humanas e intelectuais aptas a favorecer uma nova perspectiva de ensino (...) (DELORS, 1998, p.157), pois s assim o docente podercompreender em sua plenitude qual seu novo papel no cenrio da educao da sociedadecontempornea. Partindo dessa premissa, quanto a formao dos professores, Delors (1998)coloca que o crescimento do volume de informaes e conhecimentos gigantesco, mais quea outras profisses, at, se d importncia formao do professor nas instituies de ensino

  • 8/6/2019 Universidade Paulista_Formao de professores e o ensino superior diante dos novos paradigmas educacionais no

    35/63

  • 8/6/2019 Universidade Paulista_Formao de professores e o ensino superior diante dos novos paradigmas educacionais no

    36/63

    32

    III Empenhar-se em prol do desenvolvimento do aluno, utilizando processos queacompanhem o progresso cientfico da educao; (...) IX respeitar o aluno comosujeito do processo educativo e comprometer-se com a eficcia de seu aprendizado.(...) XIII considerar os princpios psico-pedaggicos, a realidade scio-econmicada clientela escolar e as diretrizes da Poltica educacional na escolha e utilizao demateriais, procedimentos didticos e instrumentos de avaliao do processoensino/aprendizagem. (Lei Complementar 444/84 Estatuto do Magistrio, arts. 61-63 e art. 95)

    Se o ensino superior no estiver embasado pela cincia e atualizado com seusavanos e novas descobertas, ainda ao se formar o aluno j estar obsoleto na sociedade, preciso que o professor se dedique e faa parte deste quadro evolutivo, inserindo o aluno nestemesmo meio para que ele tambm se torne num pesquisador comprometido com seu prprioaprendizado. Considerando a realidade do aluno e a poltica educacional, conforme consta noEstatuto, a utilizao do materiais e as metodologias utilizadas devem estar de acordo com otempo histrico em que a educao acontece, bem como o processo avaliativo deve favorecer o desenvolvimento do aluno, e no apenas classific-lo segundo o que no sabe neste pontoo professor precisa dominar as tcnicas de planejamento, reflexo, ao e redirecionamento deseu trabalho, ajustando as possveis falhas de modo a suprir as dificuldades dos alunos,contribuindo para a sua plena formao.

    Diante disto, entende-se que o papel de educador como o detentor e nicoresponsvel pela educao j no se corporificar mais: indispensvel que ele prprio seadapte aos novos meios de ensinar. Conforme se pode analisar no texto de Kenski (2001, p.95), o ato de ensinar no discutido como uma funo do professor to somente, mas comoorganizaes de aprendizagem, onde o mrito de ensinar na sociedade da informao seriavoltada para que os alunos consigam utilizar-se dos bons programas eletrnicos, nodependendo diretamente do docente que o aprendizado acontea ele orienta e os alunosatravs da pesquisa aprendem sozinhos, principalmente a encontrar caminhos para a

    construo de seu prprio conhecimento. Assim sendo, o aluno em continuidade ao processo educacional, alm de ler e escrever precisa se manifestar oralmente a fim decontribuir com outros acerca de seu aprendizado e propicie ao professor meios de avali-lo eauxili-lo na aquisio de seu saber, que igualmente deve fazer uso da fala para instigar osalunos a buscarem dados e informaes, a refletirem, a compreenderem melhor o que estolendo, acessando ou usando enquanto ferramenta, com nfase nas tecnologias (que muitasvezes ainda so desconhecidas pelos alunos):

    Na escola, territrio em que supostamente predomina a leitura e a escrita, aoralidade nunca foi apartada. atravs da voz e dos gestos do professor que os

  • 8/6/2019 Universidade Paulista_Formao de professores e o ensino superior diante dos novos paradigmas educacionais no

    37/63

    33

    alunos so encaminhados na compreenso e anlise dos saberes existentes nostextos, nos livros, nos sites e CD-ROMs. A forma oral de transmisso dasinformaes faz recortes, seleciona, valoriza e reinterpreta a suposta objetividadedo texto. atravs da fala do professor que os saberes socialmente valorizados sotrabalhados com todas as leituras que o professor tem diante daquelesconhecimentos. (KENSKI, 2001. p.101)

    atravs da fala do professor que sua compreenso de mundo, viso poltica,domnio do assunto e paixo pelo sabre so demonstrados aos alunos. Contudo, aulas que seutilizem apenas da fala caem na tradicional aula expositiva, em que os alunos no participam,apenas ouvem e reproduzem o que ouve. O professor precisa utilizar a fala no como meio deexposio do contedo (pois para saber sobre determinado assunto basta realizar uma leitura por qualquer via de disseminao de informao), mas, sim, de dilogo, fazendo com que oaluno participe das aulas e se sintam integrados ao processo ensino-aprendizagem como peae ator fundamental de seu prprio desenvolvimento. Segundo o texto de Kenski, inclusive pelo dilogo, o trabalho do professor implica na ativao das vrias memrias dos alunos, demodo a interlig-las, transcendendo os limites da escola, ainda que isto acontea de modoinformal, sem registros em planos de ensino e/ou planejamentos, mas pela partilha doconhecimento acumulado pelas experincias e situaes vividas:

    As memrias de um grupo social incorporadas nas linguagens, histrias, lendas,canes, relaes interpessoais, brincadeiras e rituais, festas, tradies, nos hbitos enos mitos esto permanentemente presentes nas escolas de todos os tempos,atravs das aes e interaes espontneas entre professores, alunos e demais pessoas que por ali circulam. (KENSKI, 2001, p.97)

    Deste modo, o professor se enquadra no papel de agente de memria, sendoresponsvel pela preservao das recordaes, da histria, da cultura local, sem deixar de buscar na cultura mundial os novos conhecimentos produzidos. Assim como Kenski pontua

    sobre o professor assumir a postura de agente de memria, diz que Um outro papel estruturaldo docente ser agente das inovaes. O profissional que vai auxiliar na compreenso,utilizao, aplicao e avaliao crtica das inovaes surgidas em todas as pocas, requeridasou incorporadas cultura escolar . (KENSKI, 2002, p.97). Em conformidade com suasafirmaes, pode-se dizer que, ao negligenciar sua nova funo de mediador do conhecimentoatravs de metodologias inovadoras, o professor nega seu papel de educador, colocando-se asi mesmo longe de suas atribuies profissionais de professor, e neste sentido

    imprescindvel que, enquanto formador de opinies e de novos professores, o professor universitrio assuma sua nova postura e exera sua funo em prol do aluno e da sociedadecomo um todo, influenciando em uma formao para toda a vida e ao longo dela.

  • 8/6/2019 Universidade Paulista_Formao de professores e o ensino superior diante dos novos paradigmas educacionais no

    38/63

    34

    3.2.1 Formao Continuada para uma Educao de Qualidade

    Mesmo sendo este ponto extremamente relevante, esmiu-lo profundamente em umnico tpico poderia ser visto como desnecessrio por vir surgindo ao longo deste texto emdiversos momentos, entretanto, compreende-se que o conceito de educao continuada precisatambm ser abordado de modo particular a fim de que no seja visto apenas como umcomplemento das atividades a serem realizadas, mas como uma ferramenta dedesenvolvimento humano e social, individual e coletivo, que favorece a quem se forma e aquem convive com ele, criando laos de aprendizado mtuo.

    A educao ao longo de toda a vida no um ideal longnquo mas uma realidadeque tende, cada vez mais, a inscrever-se nos fatos, no seio de uma paisagemeducativa complexa, marcada por um conjunto de alteraes que a tornam cada vezmais necessria. Para conseguir organiz-la preciso deixar de considerar asdiferentes formas de ensino e aprendizagem como independentes umas das outras e,de alguma maneira, sobrepostas ou concorrentes entre si, e procurar, pelo contrrio,valorizar a complementaridade dos espaos e tempos da educao moderna. Em primeiro lugar, como dissemos, o progresso cientfico e tecnolgico e atransformao dos processos de produo resultante da busca de uma maior competitividade fazem com que os saberes e as competncias adquiridos, naformao inicial, tornem-se, rapidamente, obsoletos e exijam o desenvolvimento daformao profissional permanente. (DELORS, 1998, p.104)

    Em vistas disso pode-se dizer que o profissional que no estiver continuamente, aolongo de toda a vida, buscando dados novos e adequando-se ao seu tempo e espao, devido avelocidade de mudanas proporcionada por esta revoluo que a Sociedade da Informaocoloca populao mundial, ficar margem do processo de desenvolvimento de sua nao,abrindo mo de sua atuao cidad que implica, entre outras coisas, em contribuir para aformao de novas geraes com vistas no passado e perspectivas de futuro conforme arealidade presente. Deste modo, o conceito de educao ao longo de toda a vida fundamental e imprescindvel para novas portas serem abertas neste sculo, possivelmentetodas, segundo o texto de Delors, isto porque este conceito Ultrapassa a distino tradicionalentre educao inicial e educao permanente. Aproxima-se de um outro conceito propostocom freqncia: o da sociedade educativa, onde tudo pode ser ocasio para aprender edesenvolver os prprios talentos. (DELORS, 1998, p. 117)

    A sociedade educativa, como j citada no decorrer do texto, seria um ideal a ser

    alcanado pela sociedade da informao, onde no apenas a informao se difunde pelo planeta, mas o conhecimento, onde uns educam aos outros e a si mesmo o tempo todo.

  • 8/6/2019 Universidade Paulista_Formao de professores e o ensino superior diante dos novos paradigmas educacionais no

    39/63

    35

    Os professores devem, tambm, dentro das instituies de ensino superior, preocupar-se com uma concepo pedaggica que estimule a capacidade questionadora,interativa, criativa, analtica de diferentes hipteses, transcendendo a utilidade imediata em

    prol da cognio do aluno. Uma das finalidades essenciais da formao dos professores quer inicial quer contnua, desenvolver neles as qualidades de ordem tica, intelectual e afetivaque a sociedade espera deles de modo a poderem em seguida cultivar nos seus alunos omesmo leque de qualidades. (DELORS, 1998, p.161)

    Os valores ticos, intelectuais e afetivos precisam ser cultivados entre os alunosuniversitrios, principalmente neste caso em foco, futuros professores, para que estes sigamarraigados a si e que transpaream junto ao seu trabalho com seus futuros alunos, dando

    continuidade nesta preservao de qualidades, beneficiando a sociedade mundial emtransformao com o incentivo do respeito s diferenas, integrao das diversascomunidades mundiais e, ao mesmo tempo, a consolidao da identidade local. Isso envolvemais que metodologias, mas atitudes do professor em sala, como diz Almeida (2000)

    Diante desse contexto de transformao e de novas exigncias em relao aoaprender, as mudanas prementes no dizem respeito adoo de mtodosdiversificados, mas sim atitude diante do conhecimento e da aprendizagem, bemcomo a uma nova concepo de homem, de mundo e de sociedade. Isso significaque o professor ter papis diferentes a desempenhar, o que torna necessrio novosmodos de formao que possam prepar-lo para o uso pedaggico do computador,assim como para refletir sobre a sua prtica e durante a sua prtica (reflexo na prtica e sobre a prtica, conforme Shn, 1992) acerca do desenvolvimento, daaprendizagem e de seu papel de agente transformador de si mesmo e de seus alunos.(ALMEIDA, 2000, p.16)

    O principal motivo pelas transformaes que vem ocorrendo so as tecnologias dainformao e da comunicao, e justamente por meio delas possvel construir um campoimenso de educao no formal, onde atravs da troca de saberes a sociedade educativa podese construir, agregando diferentes tempos e espaos de aprendizagem, enriquecendo saberesno apenas durante o perodo de formao inicial, mas continuamente.

    Todavia, mesmo sendo to importante, muitos ainda no entendem este fator comorelevante e abrem mo de estar sempre em processo de ensino e aprendizado, principalmentede aprendizado com vistas a melhorar o ensino e a si prprio enquanto pessoa. Porm, estascorrem o risco de se tornarem pessoas alienadas da realidade na qual esto imersas, no quesua formao inicial no tenha importncia, a base para que se continue a construir-se ao

    longo da vida, mas a idia de complementao entre ambas e do entrelaamento entre ossaberes deve ser difundida entre os alunos universitrios por parte do professor a fim de que

  • 8/6/2019 Universidade Paulista_Formao de professores e o ensino superior diante dos novos paradigmas educacionais no

    40/63

  • 8/6/2019 Universidade Paulista_Formao de professores e o ensino superior diante dos novos paradigmas educacionais no

    41/63

    37

    os novos paradigmas que orientam e conduzem o processo educacional ao incio do sculoXXI, principalmente no que diz respeito introduo de novas tecnologias no meioeducacional, como os computadores, to em evidncia nos dias atuais. E, por este motivo,

    algumas sugestes sobre seu uso seguem neste texto.

    3.2.1 O Computador como Ferramenta de Ensino

    fato diversas tecnologias podem ser utilizadas no processo educativo

    proporcionando timos resultados aos professores e alunos, abrindo um leque deoportunidades de trabalho sem igual at ento na histria da educao, que acolheu tanto aolpis, caneta, cadernos e livros didticos (idealizados por Commenius e que revolucionaram aeducao), at as mdias digitais como, o caso do computador, atualmente:

    Anteriormente, outras tecnologias foram introduzidas na educao. A primeirarevoluo tecnolgica no aprendizado foi provocada por Comenius (1592-1670),quando transformou o livro impresso em ferramenta de ensino e de aprendizagem,com a inveno da cartilha e do livro-texto. Sua idia era utilizar esses instrumentos para viabilizar um novo currculo, voltado para a universalizao do ensino. Hoje,apesar de se supor que atingimos um ensino universalizado quanto ao acesso, omesmo no se pode afirmar quanto democratizao do conhecimento.(ALMEIDA, 2000, p. 13)

    Isto acontece pelo fato de que os computadores, ainda, no so de fcil acesso a todaa populao, muitos no tem instalaes de energia, atendimento telefnico, poder aquisitivo para adquirir o equipamento, entre outros fatores conforme citado anteriormente. Ademocratizao do conhecimento atravs das inovaes propostas demanda um preparo e

    abastecimento de recursos s escolas por parte dos responsveis por sua organizao, sejamelas instituies pblicas ou particulares. A necessidade desta democratizao se faz urgente, pois o uso dos computadores tem abarcado, a cada dia, um espao maior na sociedade emseus diversos setores.

    O uso dos computadores interfere inclusive no modo de as demais tecnologias, como por exemplo, as Cmeras digitais e celulares popularizam a fotografia. Saber tratar emodificar imagens em softwares de edio uma competncia cada vez mais valorizada. E

    programas de desenhos no computador ampliam as formas de criao. (POLATO, 2009, p.58). A criatividade explorada neste caso ponto fundamental, alm da habilidade de

  • 8/6/2019 Universidade Paulista_Formao de professores e o ensino superior diante dos novos paradigmas educacionais no

    42/63

  • 8/6/2019 Universidade Paulista_Formao de professores e o ensino superior diante dos novos paradigmas educacionais no

    43/63

    39

    com rgua, lpis, borracha, caneta, fazer uso de clculos mentais, assim como se pode auxiliar a tarefa pela utilizao da calculadora posteriormente, pois compreende-se que o aluno preciseaprender a manusear esta ferramenta tanto quanto deve ser explorado a forma de fazer esta

    mesma planilha em espao digital atravs de planilhas eletrnicas. O saber no se restringe auma nica forma de ser construdo, suas diversas maneiras devem ser, ao mximo, exploradascom os alunos: eles tero de ensinar estes valores e saberes aos seus futuros alunos,independente da rea, da disciplina que lecionem. At mesmo porque nem todas as atividadesdesejadas podem ser realizadas presencialmente pelos alunos, como cita Polato (2009): por meio das novas tecnologias amplia-se a experimentao e a observao, procedimentosindispensveis ao mtodo cientfico. Comecemos pela realizao de experimentos. Por razes

    de segurana, no todo tipo de experincias que d para fazer no ambiente escolar.(POLATO, 2009, p.56)

    Devido a esta rea ainda ser nova, por isso inovadora, no existe teoria que lhe dsuporte pleno, por isso ela faz uso de outras no caminho de estruturar a sua prpria, como oconstrutivismo de Piaget, pois possibilita o desequilbrio das informaes anteriores diante dadisponibilizao das novas, promovendo um processo de assimilao, reflexo, e acomodaode um saber novo, baseado no conhecimento anterior e em consonncia com o novo. Tambm

    faz uso do scio-construtivismo de Levy Vigotsky, que sugere a apreenso de contedosatravs das interaes sociais, tanto com o ambiente quanto com outros seres humanos.

    Ao analisar as possibilidades de introduzir os recursos computacionais nas prticaseducacionais com o objetivo de transformar o processo ensino-aprendizagem, no se pode ter como referncia nenhum quadro terico anteriormente estruturado. preciso delinear uma base conceitual que represente um movimento de integraoentre diferentes teorias e que possa conduzir compreenso do fenmeno educativoem sua unicidade e concretude. (ALMEIDA, 2000, 22)

    Conforme reflexo que pauta este texto, a realidade diferente de todas as outras pelas quais a sociedade mundial j vivenciou, portanto no pode-se manter as mesmasatitudes no decorrer das atividades. Vale, entretanto, ressaltar que esta mudana de atitudedeve ser coerente com os princpios de tica, de valorizao do ser humano, de tolerncia como outro, de construo de uma sociedade igualitria, pois o uso inteligente do computador no um atributo inerente ao mesmo, mas est vinculado a maneira como ns concebemos atarefa na qual ele ser utilizado (VALENTE, 1997). O computador, embora uma ferramenta

    espetacular de ensino e inserido em outras atividades humanas, no capaz de pensar, de

  • 8/6/2019 Universidade Paulista_Formao de professores e o ensino superior diante dos novos paradigmas educacionais no

    44/63

    40

    refletir, de optar por um ou outro caminho a ser seguido capacidades exclusivamente do ser humano.

    Em continuidade s propostas de trabalho com o computador, da realizao de

    pesquisasoff-lineatravs de recursos multimdia, est o uso da internet, uma das mais comunsentre as diversas sugestes de uso dos computadores, referindo-se criao de blogs, troca dee-mails e mensagens instantneas. Percebe-se que a comunicao a principal forma deutilizao do computador para a troca de dados de todas as espcies, inclusive acadmicos,dando ares de redescoberta ao processo de oralidade e transmisso de dados, mundialmente:O maior estmulo est na possibilidade de realizar videoconferncias pela rede mundial (...).(POLATO, 2009, p.56). Tais videoconferncias auxiliam o aluno a receberem informaes

    extra-institucionais, ampliando seus horizontes e possibilidades de reflexo sobre assuntoscomuns ou diferentes dos abordados nas universidades, pois podem ser acessadas por mediao das instituies ou no.

    Entre outros fatores, este um dos que faz ser to importante que o computador esteja conectado internet; sem ela o computador j uma tima ferramenta de trabalho, cominmeras possibilidades de uso, conforme visto, mas, quando conectado, sua potencialidadesupera as possibilidades de uso em to grande escala que se torna imprescindvel.

    3.2.3 A Internet como aliada do processo educacional

    O computador nem sempre teve o mesmo formato como se v hoje, em modeloscompactos, de menor custo. A evoluo da internet, a exemplo dos microcomputadores,

    notebooks e laptops existentes hoje, passou por inmeras transformaes, tanto no que serefere aos objetivos de utilizao, quanto ao que tange ao pblico que a pode acessar.

    A inveno da internet constitui-se em um dos elementos de maior expressividadeda revoluo tecnolgica. Inicialmente, aps a Segunda Guerra Mundial, osexrcitos norte-americanos e russo faziam uso dela para a comunicao militar. Atento, a Internet era restrita a esse uso e apenas algumas potncias mundiais aacessavam. (SILVA, 2006)

    Com o passar dos anos, a internet, assim como os computadores, expandiram suas potencialidades a descobriram-se novas utilizaes devido a inmeras possibilidades detrabalho. A transmisso de dados feita para recolher informaes sobre os inimigos, percebeu-

  • 8/6/2019 Universidade Paulista_Formao de professores e o ensino superior diante dos novos paradigmas educacionais no

    45/63

    41

    se, poderiam se tratar de quaisquer outros assuntos. Contudo, a troca destes elementosacontecia de modo lento, no havia especializao de nenhum setor para que a velocidadefosse alterada, at ento. Atravs de estudos sobre a difuso destas redes de comunicao,

    pases desenvolvidos passaram a utiliz-la como ferramenta em diversos setores da sociedade,mas apenas h poucos anos esta tecnologia passou a se espalhar pelos pases emdesenvolvimento, at mesmo porque o custo ainda era alto para adquiri-la.

    Contudo, a fascinao pelas oportunidades das relaes comerciais e as possibilidadesde comunicao do meio cientfico, a internet expandiu-se violentamente, e passou a fazer parte do cotidiano das pessoas do mundo todo. Entretanto, embora a disseminao da internetabranja inmeras localidades, devido a fatores sociais comentados anteriormente como o

    poder aquisitivo ou localizao geogrfica, muitos esto exclusos de participarem destemovimento digital; alm disso, ainda h um outro entrave: nem todos que tem acesso internet sabe, realmente, como utiliz-la. Por este motivo, Lvy (2005) afirma que

    A disseminao da Internet em pases como o Brasil (onde apenas 7% da populaoest conectada) deve ser vista dentro de um processo histrico. Muitos sculos se passaram desde a inveno do alfabeto at a construo de uma civilizao daescrita. Quando se inventou o alfabeto, por volta do ano 1000 a.C., no foiimediatamente que as pessoas aprenderam a ler e escrever. H dez anos mais oumenos que a maioria no a totalidade da populao mundial sabe ler e escrever.Foram necessrios, portanto, trs mil anos para se chegar a essa situao. Quanto web, deve-se levar em conta que ela existe h menos de dez anos (LVY, 2005)

    Mesmo com tantas dificuldades para que a internet se institua como ferramentasocial, no se pode negar o fato de seu poder de disseminao de informaes, de dadosrelevantes para a construo do conhecimento e, portanto sua ampla potencialidade deutilizao em sala de aula como ferramenta de ensino.

    O computador desconectado no amplia o trabalho do professor em possibilidades

    tanto quanto quando este est ligado rede mundial de computadores. Isto se d pelo fato deque lugares recnditos do mundo se tem acesso s mesmas informaes que se tem nosgrandes centros, atravs da mesma ferramenta. O fantstico que, deste ponto de vista, asdiferenas entre pessoas (sejam financeiras, culturais, tnicas e outras) no existem, todos queacessam a internet tem as mesmas possibilidades de explorao e de aprendizado por consequncia. Deste modo, o computador no se torna apenas uma ferramenta a mais para oensino, mas propicia a promoo da igualdade. Alm disso, no h limites para acesso s

    informaes que trafegam na rede, apenas necessrio que haja orientao quanto ao seu uso:

  • 8/6/2019 Universidade Paulista_Formao de professores e o ensino superior diante dos novos paradigmas educacionais no

    46/63

    42

    A internet apresenta leitura quase inesgotvel de fontes de pesquisa. Para que sefaa bom proveito de tanta riqueza, a classe precisa ter claros os objetivos dainvestigao. Em seguida, importante discutir onde encontrar informaoconfivel. Nesse ponto, seu trabalho ensinar que, diferentemente do que a garotadacostuma acreditar, fatos histricos no so contados de maneira neutra. Qualquer relato traz embutido certa dose de opinio do autor (...).(POLATO, 2009, p.53)

    A comparao entre diversos sites sobre um mesmo assunto auxilia odesenvolvimento da criticidade do aluno, que consegue, ao fim do processo, perceber aideologia poltica, a intencionalidade, a parcialidade das informaes. Cabe a ele odiscernimento sobre os dados, filtrando as informaes mais pertinentes e imparciais aindaque os textos lidos nunca sejam desprovidos de posicionamentos polticos e ideolgicos.Deste modo, entende-se que o significado do que se l to importante quanto o fato de seaprender a ler, no sentido de decodificao do sistema escrito.

    Esta nova forma de trabalhar em sala de aula, tanto quanto o movimento de expansoda internet, tambm um processo histrico, pois substitui muitas prticas pedaggicas nomais condizentes com a sociedade contempornea, amplamente dominada por costumes decibercultura, ou seja, a cultura construda atravs de mecanismos cibernticos. Lvy (2005)aponta que a utilizao, a reflexo de como se fazer uso destas informaes disponveis no fato isolado da contemporaneidade, , sim, mais um fato imerso na totalidade da histria atual

    da qual toda a humanidade faz parte. Diz o autor: (...), acho que no devemos esquecer acultura antiga nem fazer tabula rasa do passado. sobre ela que podemos construir o novo.Portanto, o capital cultural , de certa maneira, a memria gravada da evoluo cultural, queat nos oferece uma enorme quantidade de idias. (LVY, 2005)

    importantssimo que se analise, se planeje e se conduza as aulas sob estas novas perspectivas de ensino no sentido de alfabetizar digitalmente os alunos, salientando, mais umavez, que futuros professores precisam desenvolver esta habilidade para, com competncia,

    trabalhar as potencialidades de seus alunos no que diz respeito ao meio digital. SegundoAlmei