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UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DO RIO DE JANEIRO INSTITUTO TRÊS RIOS DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS ECONÔMICAS E EXATAS CURSO DE CIÊNCIAS ECONÔMICAS A importância da soja e seus derivados para a economia brasileira a partir da década de 1970. 2011

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UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DO RIO DE JANEIRO

INSTITUTO TRÊS RIOS DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS ECONÔMICAS E EXATAS

CURSO DE CIÊNCIAS ECONÔMICAS

A importância da soja e seus derivados para a economia brasileira a partir da década de 1970.

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UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DO RIO DE JANEIRO

INSTITUTO TRÊS RIOS DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS ECONOMICAS E EXATAS

CURSO DE CIÊNCIAS ECONOMICAS

A importância da soja e seus derivados para a economia brasileira a partir da década de 1970.

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Sob a orientação da professora

Diná Andrade Lima Ramos

Três Rios, RJ.

Julho de 2011

Monografia submetida como requisito parcial para obtenção do grau de Bacharel no curso de Ciências Econômicas da UFRRJ, Unidade Acadêmica de Três Rios.

Agradeço a minha orientadora Professora Diná por me ajudar nesta etapa tão importante na minha vida e a todos os meus outros professores que me possibilitaram chegar onde estou.

RESUMO.

A soja vem tomando proporções expressivas no Brasil no que diz respeito às transações econômicas mundiais desde a década de 1970. Tanto a soja em grão, quanto seus derivados têm boa aceitação no mercado internacional. Diante desta afirmação, este estudo busca mostrar a importância da soja e seus derivados para a economia brasileira. Para atingir o objetivo geral deste estudo buscou-se: dissertar sobre a produção da soja e seus derivados no Brasil e sua importância junto à sua balança comercial; analisar o volume das exportações e importações do grão e seus derivados, detalhando a área plantada e produtividade da soja a níveis mundiais. A pesquisa nos permite fazer algumas afirmações: a exploração da soja foi a atividade agrícola que mais se expandiu no mundo; o Brasil é o segundo maior exportador de soja e derivados do mundo e é o país que obteve os maiores ganhos em produtividade do grão. A soja obteve aumentos de participação expressivos em relação ao PIB nacional. Os estados do centro-oeste brasileiro são os que apresentam números mais expressivos. Brasil, Argentina e EUA, juntos, chegam à marca 87,71% do total mundial exportado de soja e derivados; a China e a União Européia são os principais importadores com aproximadamente 29,71% do total importado no mundo; os estados do centro-oeste brasileiro são os que apresentam números mais expressivos.

LISTA DE QUADROS, GRÁFICOS E TABELAS.

Gráficos

2.1. Evolução do crédito rural de 1970 a 1995 ................................................................ 5

2.2. Evolução da área plantada e produção de soja no Brasil. ........................................ 6

2.3. Evolução da produtividade da soja no Brasil. ......................................................... 6

2.4. Evolução da participação do VBP da soja em relação ao PIB brasileiro - 1995 A 2008. ............................................................................................................................... 7

2.5. Evolução da participação do VBP da soja em relação ao PIB do agronegócio brasileiro - 1995 A 2008. ................................................................................................ 8

2.6. Evolução da participação do VBP da soja em relação ao PIB agrícola brasileiro - 1995 A 2008. .................................................................................................................. 8

2.7. Evolução da área plantada de soja segundo as regiões geoeconômicas brasileiras. 10

2.8. Evolução da participação da área plantada de soja para as regiões brasileiras. .... 11

2.9. Evolução da produção de soja para as regiões brasileiras. .................................... 12

2.10. Evolução da participação da produção de soja para as regiões brasileiras. ......... 12

2.11. Evolução da produtividade da soja para as regiões brasileiras. ........................... 12

2.12. Evolução da área plantada de soja segundo os principais estados brasileiros. .... 14

2.13. Evolução da produção de soja para os principais estados brasileiros. ................. 15

3.1. Evolução do saldo da balança comercial brasileira. .............................................. 17

3.2. Evolução das importações brasileiras. ................................................................... 18

3.3. Evolução das exportações brasileiras. ................................................................... 19

3.4. Evolução das exportações de soja em grãos. ......................................................... 20

3.5. Evolução das exportações do farelo de soja brasileiro. ......................................... 21

3.6. Evolução das exportações do óleo de soja brasileiro. ........................................... 22

3.7. Evolução das importações da soja em grão para o Brasil. ..................................... 23

4.1. Produção mundial de grãos. ................................................................................... 25

4.2. Evolução da área e da produção mundial de soja. ................................................. 25

4.3. Evolução da área plantada mundial de soja dos principais países produtores. ...... 26

4.4. Evolução da produção mundial de soja dos principais países produtores. ............ 27

4.5. Evolução da produtividade da soja dos principais países produtores. ................... 28

Tabelas.

4.1. Exportações mundiais de soja em grão dos principais países exportadores. .......... 29

4.2. Importações mundiais de soja em grão dos principais países importadores. ......... 29

4.3. Exportações mundiais do farelo de soja dos principais países exportadores. ........ 30

4.4. Importações mundiais do farelo de soja dos principais países importadores. ........ 31

4.5. Exportações mundiais do óleo de soja dos principais países exportadores. ........... 32

4.6. Importações mundiais do óleo de soja dos principais países importadores. .......... 32

4.7. Evolução do comércio Brasil x China ................................................................... 33

Figuras.

2.1. Distribuição da área de produção de soja no Brasil para a safra de 2006/07. .......... 9

SUMÁRIO.

Resumo.

Lista de quadros, gráficos e tabelas.

I: Introdução. ................................................................................................................. 1

II: A produção da soja e seus derivados no Brasil ...................................................... 4

2.1. Produção, produtividade e área plantada da soja no Brasil ..................................... 5 2.2. Área plantada com o grão de soja ............................................................................ 9 2.3. Produção e Produtividade do grão de soja segundo as regiões ............................. 11 2.4. Produção e produtividade segundo os estados brasileiros ..................................... 13

III: A importância da soja e seus derivados nas pautas das exportações e importações brasileiras. .............................................................................................. 16

3.1. A balança comercial brasileira .............................................................................. 16 3.2. Exportações de soja em grão e seus derivados ....................................................... 19 3.3. Importações da soja em grão e seus derivados ....................................................... 22

IV: A competitividade brasileira frente os principais países produtores, exportadores e importadores de soja e derivados. .................................................... 24

4.1. Evolução da área, produção e produtividade mundiais de soja ............................. 24 4.2. O comércio internacional da soja segundo derivados ........................................... 28 4.2.1. Exportações e importações da soja em grão ....................................................... 28 4.2.2. Exportações e importações do farelo de soja ...................................................... 30 4.2.3. Exportações e importações do óleo de soja ........................................................ 31 4.3. Comércio bilateral entre Brasil e China ................................................................ 33 4.4. Perspectivas futuras ............................................................................................... 34

V: Conclusão. ............................................................................................................... 35

Referências Bibliográficas. ............................................................................................ 37�

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Capítulo 1 – Introdução.

Com a abertura comercial mundial iniciada nos anos 1990, os produtos brasileiros

tiveram a oportunidade de se inserir no mercado mundial com mais competitividade.

A moeda brasileira se valorizou frente ao dólar e isto contribuiu para a grande

entrada de bens importados no Brasil. Consequentemente, a balança comercial brasileira

fechou o ano de 1997 com um déficit de aproximadamente 8.3 bilhões de dólares.

Muitos produtos se destacaram economicamente neste período quanto a sua

produtividade e competitividade, e dentre eles a soja e seus derivados. Com essa grande

abertura comercial dos anos 1990, a sojicultura foi uma das atividades econômicas

mundiais que obteve os maiores ganhos. Entre os grãos, apenas as produções de milho,

trigo e arroz, fontes básicas de alimentação para a população, são maiores do que a

produção mundial de soja. O grão da soja, o farelo de soja e o óleo de soja juntos tem

grande peso para as exportações brasileiras e se somados, ocuparam a primeira posição da

pauta de exportações do Brasil no ano de 2008, deixando para trás o minério de ferro. A

produção da soja foi o produto agrícola que apresentou a maior expansão, com cerca de

400% no período entre 1970 e 2009. Já o milho, que foi a segunda cultura com maior

expansão da sua produção, teve um aumento somente de cerca de 195,0%, com base nos

dados apresentados pela United States Departament of Agriculture (USDA, 2011).

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As exportações brasileiras de soja correspondem hoje em média a 39,9% das

exportações mundiais de soja em grão, 24,8% do farelo de soja e 21,5% do óleo de soja.

Em números absolutos, o Brasil ocupa a segunda posição mundial, atrás apenas dos

Estados Unidos da América e logo à frente da Argentina. Se juntarmos as exportações da

soja em grão, do farelo de soja e do óleo de soja de Brasil, Argentina e EUA, estes países

juntos chegam à marca 87,71% do total mundial exportado do complexo soja, com base

nos dados apresentados pelo IBGE (2010).

Em nível nacional, destacam-se na sojicultura as regiões sul e centro-oeste do

Brasil. Somando os principais estados por suas regiões temos o Mato Grosso, Mato Grosso

do Sul e Goiás com aproximadamente 9,9 milhões de hectares plantados com o grão da

soja, 24,53% superior à área plantada dos estados do Paraná e Rio Grande do Sul juntos,

chegando a 7,9 milhões de hectares. A produção do grão dos estados do centro-oeste,

juntos, chegam a 29,5 milhões de toneladas, superiores 58,6% à produção sulina, com 18,6

milhões de toneladas, com base nos dados da CONAB (2011).

Com base nos números acima apresentados, fica claro que a produtividade dos

estados do sul também é menor se comparada à produtividade dos estados do centro-oeste

brasileiro. Chega aproximadamente a 23,93% de diferença.

Este trabalho busca mostrar a importância econômica da soja e seus derivados para

a economia brasileira. Em sua estrutura, além desta introdução, a pesquisa conta com mais

quatro capítulos. No segundo capítulo, discutimos números nacionais e as diferenças

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regionais do Brasil. No terceiro capítulo analisamos a importância da soja e seus derivados

para a balança comercial brasileira. No quarto, investigamos a capacidade produtiva e

competitiva da soja desde os anos 70 e perspectivas futuras. As considerações finais da

pesquisa são reunidas na conclusão.

A pesquisa foi realizada em um período que compreende as safras de 1970/71 e

2008/09, pois neste período houve o início e intensificação da produção e da

comercialização em larga escala do grão da soja e seus derivados. Tem-se como

subperíodo os anos entre 1995 e 2008, pois neste período, a soja apresentou maior

relevância em relação ao Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro. Ela abrange ainda todo o

território Brasileiro, principalmente as regiões Sul e Centro-oeste, que são as regiões com

os números mais expressivos do complexo da soja no Brasil. A pesquisa, também, faz um

comparativo entre o Brasil e países como os Estados Unidos da América, Argentina e

China posto que são os principais ofertantes e/ou demandantes mundiais da soja e seus

derivados.

A importância da soja para a economia brasileira, sua produção e comercialização

mundial, legitimam uma pesquisa que vise a elucidação dos determinantes desta produção

e comercialização. É nessa direção que o trabalho segue. Através de pesquisas em

trabalhos com temas similares e bases de dados de institutos de pesquisa renomados como

o IBGE, USDA, CONAB ABIOVE, dentre outros.

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Capítulo 2 – A produção da soja e seus derivados no Brasil.

A partir da década de 1970, a soja conquistou posição de destaque no Brasil. Para o

agronegócio brasileiro, é a cultura que apresenta as maiores taxas de crescimento tanto na

produção quanto na área plantada. O objetivo deste capítulo é apresentar a evolução da

produção da soja e seus derivados no Brasil.

Em meados dos anos 1970 e início dos anos 1980 houve uma grande expansão do

setor pela abertura de novas áreas para o cultivo no centro oeste brasileiro e também

políticas monetárias de incentivo à agricultura que o governo brasileiro, juntamente às

instituições privadas, adotou naquela época. Delgado (1985) aponta que, este período é

marcado por um crescimento inusitado das aplicações reais de crédito, bastando, para

ilustrar tal afirmação, indicar que, entre 1969 e 1976, o índice de valor real de crédito rural

concedido passou de 100 a 444. Tal evolução corresponde ao crescimento geométrico no

período de 1969/76 de 23,8% a.a., que é várias vezes superior ao crescimento real do

produto agrícola, situado em torno de 5% a.a, conforme será mostrado no gráfico 2.1.

Delgado (1985) mostra também que, já em 1977 o setor começa a sentir efeitos

contencionistas da política monetária, que nesse ano se reflete numa primeira inflexão para

baixo de volume de crédito concedido. A orientação expansionista é retomada, ainda que

com menor vigor, em 1978 e 1979, à luz do discurso oficial do governo de prioridade ao

setor agrícola, para ser revertida novamente a partir de 1980. Essa nova reversão, que se

mantém cada vez mais acentuada em 1981 e 1982, com tendências de se agravar em 1983,

ocorre agora sob condições mais adversas, quer do próprio contexto da economia

brasileira, quer das suas relações críticas com o resto do mundo.

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GRÁFICO 2.1 – EVOLUÇÃO DO CRÉDITO RURAL DE 1970 A 1995. EM MILHARES DE REAIS DE 2004.

FONTE: CORRÊA E SILVA (2004).

2.1 – Produção, produtividade e área plantada da soja no Brasil.

A produção de soja no Brasil acumula crescimentos constantes desde a década de

1970. Ao analisarmos o gráfico 2.2, observamos uma tendência de crescimento da

produção da soja e a área plantada com o grão. A área plantada cresceu cerca de 1.166%,

passando de 1,7 milhões de hectares para cerca de 22,3 milhões de hectares. Já a produção

do grão cresceu de 2,7 milhões para 59,6 milhões de toneladas, um aumento de cerca de

2.207% da produção da soja. Isto se deve à sua maior produtividade, conforme a CONAB

(2011).

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GRÁFICO 2.2 – EVOLUÇÃO DA ÁREA PLANTADA E PRODUÇÃO DE SOJA NO BRASIL - 1970/71 A 2008/09. EM MILHARES DE HECTARES E MILHARES DE TONELADAS.

FONTE: CONAB (2011).

Podemos observar melhor esse aumento da produtividade na produção de soja no

gráfico 2.3. Essa maior ampliação da produção, frente à área plantada, deve-se em grande

parte aos avanços tecnológicos que possibilitaram a elevação da produtividade da soja no

Brasil de cerca de 1.025 kg/ha, na safra de 1970/71, para a marca de 2.670 kg/ha, na safra

de 2008/09. Conforme será mostrado no capítulo 4, gráfico 4.5, o Brasil está em primeiro

lugar mundial, junto com os EUA, no que diz respeito à produtividade do grão.

GRÁFICO 2.3 – EVOLUÇÃO DA PRODUTIVIDADE DA SOJA NO BRASIL - 1970/71 A 2008/09. EM KILOGRAMAS / HECTARE.

FONTE: CONAB (2011).

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Analisando os gráficos 2.4, 2.5 e 2.6, conjuntamente, podemos observar a evolução

do cultivo da soja frente ao PIB, PIB do agronegócio e PIB agrícola brasileiros. A soja tem

papel fundamental para a geração de divisas e para o Produto Interno Bruto (PIB). O PIB,

PIB do agronegócio, PIB agrícola e o Valor Bruto da Produção (VBP) da soja no ano de

1995 geraram, respectivamente, R$ 2.359,9 bilhões, R$ 572 bilhões, R$ 77,8 bilhões e R$

12,1 bilhões. Já, no ano de 2008, geraram, respectivamente, R$ 2.889,7 bilhões, R$ 764,4

bilhões, R$ 115,9 bilhões e R$ 42,8 bilhões. Aumentos respectivos de 22,45%, 33,64%,

48,97% e 253%. Nota-se o forte crescimento do VBP da soja frente ao PIB, PIB do

agronegócio e PIB agrícola brasileiros.

GRÁFICO 2.4 – EVOLUÇÃO DA PARTICIPAÇÃO DO VBP DA SOJA EM RELAÇÃO AO PIB BRASILEIRO - 1995 A 2008.

FONTE: IBGE (2011).

A participação do VBP da soja e seus derivados frente aos PIB´s acima citados

deixa clara a sua importância para a economia brasileira. Em 1995, o VBP da soja

participava de cerca de 0,52% do PIB nacional, 2,13% do PIB do agronegócio e 15,65% do

PIB agrícola, passando, respectivamente, no ano de 2008 para as marcas de 1,48%, 5,61%

e 36,98%. Um crescimento aproximado de 184,61%, 163,38% e 136,29%,

respectivamente.

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GRÁFICO 2.5 – EVOLUÇÃO DA PARTICIPAÇÃO DO VBP DA SOJA EM RELAÇÃO AO PIB DO AGRONEGÓCIO BRASILEIRO - 1995 A 2008.

FONTE: IBGE (2011).

GRÁFICO 2.6 – EVOLUÇÃO DA PARTICIPAÇÃO DO VBP DA SOJA EM RELAÇÃO AO PIB AGRÍCOLA BRASILEIRO - 1995 A 2008.

FONTE: IBGE (2011).

Conforme dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE, 2010), o

cultivo da soja no Brasil ocupa apenas 2,5% do território brasileiro. Segundo a Companhia

Nacional do Abastecimento (CONAB, 2010), a área cultivada com a soja chega ao patamar

de 49% do total dos grãos cultivados no Brasil. A figura 2.1 traz a distribuição espacial da

soja no Brasil na safra de 2006/07. Observamos que a produção e área plantada

concentram-se, principalmente, nas regiões sul e centro oeste.

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FIGURA 2.1 – DISTRIBUIÇÃO DA ÁREA DE PRODUÇÃO DE SOJA NO BRASIL SAFRA DE 2006/07. EM MILHÕES DE

FONTE: IBGE (2011).

2.2 – Área plantada com o grão de soja

Dentre as cinco regiões geoeconômicas brasileiras,

e centro oeste como as regiões de maior área planta

crescimento vide gráfico 2.7

aproximadamente 9,9 milhões de hectares. Já a regiã

uma área de aproximadamente 8,3 milhões de hectares

DISTRIBUIÇÃO DA ÁREA DE PRODUÇÃO DE SOJA NO BRASIL EM MILHÕES DE TONELADAS.

com o grão de soja.

Dentre as cinco regiões geoeconômicas brasileiras, podemos destacar as regiões sul

e centro oeste como as regiões de maior área plantada de soja e maiores taxas de

gráfico 2.7. A região centro oeste apresenta a maior área plantada

aproximadamente 9,9 milhões de hectares. Já a região sul ocupa a segunda posição com

uma área de aproximadamente 8,3 milhões de hectares.

DISTRIBUIÇÃO DA ÁREA DE PRODUÇÃO DE SOJA NO BRASIL PARA A

podemos destacar as regiões sul

da de soja e maiores taxas de

a maior área plantada, com

o sul ocupa a segunda posição com

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GRÁFICO 2.7 – EVOLUÇÃO DA ÁREA PLANTADA DE SOJA SEGUNDO AS REGIÕES GEOECONÔMICAS BRASILEIRAS – 1970/71 A 2008/09. EM HECTARES.

FONTE: CONAB (2011).

É possível observar no gráfico 2.8 a evolução da participação das regiões brasileiras

na área plantada com a soja. Mais uma vez o centro oeste brasileiro apresenta os maiores

índices. Na safra de 1970/71 o mesmo ocupava apenas o terceiro lugar com 2,77% da área

total plantada com o grão da soja no Brasil. Já na safra de 2008/09, ocupa a primeira

posição com 45,56% da área total. Observa-se ainda a queda da participação da região sul

na produção de soja que na safra de 1970/71 detinha 92,8% de toda a área plantada com o

grão no Brasil caindo, na safra de 2008/09, para a marca de 38,09%. Perdeu, assim, o posto

de região com a maior área plantada.

Esta perda de território da região sul e ganho da região centro-oeste é explicada, em

parte, pelo tipo de propriedade cultivada com o grão. Enquanto a produção da soja na

região sul se concentra em médias propriedades, a produção da região centro-oeste vem

passando sua produção das médias propriedades para as grandes propriedades.

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GRÁFICO 2.8 – EVOLUÇÃO DA PARTICIPAÇÃO DA ÁREA PLANTADA DE SOJA PARA AS REGIÕES BRASILEIRAS – 1970/71 E 2008/09.

FONTE: CONAB (2011).

Como resultado, o centro-oeste é hoje a principal região produtora do grão de soja

no Brasil. Enquanto que a produção da região sul cresceu aproximadamente 195,7% entre

as safras de 1990/91 e 2008/09, a produção da região centro-oeste chegou à marca de

337% de aumento na produção da soja. Aumento esse, diretamente relacionado tanto ao

aumento da área plantada, como ao aumento de produtividade.

2.3 – Produção e produtividade do grão de soja segundo as regiões.

Assim como visto anteriormente no gráfico 2.8, que traz a participação da área

plantada por região no Brasil, podemos observar a região centro-oeste em grande ascensão

em relação às demais regiões. Nos gráficos 2.9 e 2.10 observa-se a participação das regiões

conforme sua produção das safras de 1970/71 e 2008/09. A região centro-oeste que

ocupava a 3º posição na safra de 1970/71 com 2,84% da produção total de soja no Brasil e

ocupa na safra de 2008/09 a 1º posição com 51,03% da produção total do grão. É

responsável, hoje, por mais da metade da produção do grão de soja no país.

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GRÁFICO 2.9 – EVOLUÇÃO DA PRODUÇÃO DE SOJA PARA AS REGIÕES BRASILEIRAS – 1970/71 A 2008/09. EM TONELADAS.

FONTE: CONAB (2011).

GRÁFICO 2.10 – EVOLUÇÃO DA PARTICIPAÇÃO DA PRODUÇÃO DE SOJA PARA AS REGIÕES BRASILEIRAS – 1970/71 E 2008/09.

FONTE: CONAB (2011).

GRÁFICO 2.11 – EVOLUÇÃO DA PRODUTIVIDADE DA SOJA PARA AS REGIÕES BRASILEIRAS – 1970/71 A 2008/09. EM KILOGRAMAS / HECTARE.

FONTE: CONAB (2011).

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A evolução da produtividade da soja por região no Brasil pode ser acompanhada no

gráfico 2.11. Dentre as cinco regiões, a que mais se destaca é a região centro-oeste. Ocupa

o primeiro lugar no quesito produtividade no Brasil. Na safra de 2008/09, obteve

aproximadamente 2943 kg/ha. O destaque negativo fica com a região sul. É detentora da

segunda maior produção e área plantada de soja no Brasil e ocupa o último lugar com

relação à produtividade. Essa diferença é muito explicada pelo clima da região que não é o

mais adequado para o plantio do grão.

Ferreira (2005) aponta que a variabilidade interanual da precipitação determina

estações seca e chuvosa influenciando a agricultura em diferentes regiões do País.

Atualmente, a principal fonte conhecida da variabilidade climática interanual é o fenômeno

chamado El Niño. Um estudo das relações entre clima e a produção agrícola nas Regiões

Sul e Sudeste do Brasil, utilizando séries temporais no período de 1970 a 1998 analisou o

comportamento das culturas de soja e milho, além da influência da precipitação sobre elas.

Foram calculadas correlações simples entre a precipitação e a produtividade agrícola, tendo

sido verificado que a precipitação influenciou diretamente a produtividade das culturas

estudadas, de acordo com a sazonalidade.

2.4 – Produção e produtividade segundo os estados brasileiros.

Os principais estados, quanto à área plantada de sojicultura, na safra de 2008/09,

foram o Mato Grosso (MT), Paraná (PR), Rio Grande do Sul (RS), Goiás (GO) e Mato

Grosso do Sul (MS). Os gráficos 2.12 e 2.13 trazem, respectivamente, as evoluções da área

plantada e da produção da soja por estado no Brasil. O estado do Mato Grosso teve a maior

área plantada nesta safra, com 5,8 milhões de hectares. Já o Paraná, que foi o segundo

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maior estado, chegou à 4 milhões de hectares plantados com o grão. Cabe destacar que, na

safra de 2000/01, os estados do Mato Grosso, Paraná e Rio Grande do Sul tinham áreas

plantadas de aproximadamente 3 milhões de hectares. No período entre as safras de

2000/01 e 2008/09, Mato Grosso, Paraná e Rio Grande do Sul tiveram um aumento de área

de 94,33%, 42,86% e 31,67%, respectivamente.

GRÁFICO 2.12 – EVOLUÇÃO DA ÁREA PLANTADA DE SOJA SEGUNDO OS PRINCIPAIS ESTADOS BRASILEIROS. EM HECTARES.

FONTE: CONAB (2011).

Em relação à produção observa-se a mesma situação. O estado do Mato Grosso

como o maior estado produtor de soja, seguido de Paraná e Rio Grande do Sul, com

produções respectivamente de 18,1 milhões, 10,9 milhões e 7,6 milhões de toneladas.

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GRÁFICO 2.13 – EVOLUÇÃO DA PRODUÇÃO DE SOJA PARA OS PRINCIPAIS ESTADOS BRASILEIROS – 1970/71 A 2008/09. EM TONELADAS.

FONTE: CONAB (2011).

Se somarmos as áreas plantadas dos principais estados produtores de soja segundo

as suas regiões geoeconômicas, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Goiás apresentam

aproximadamente 9,9 milhões de hectares plantados com o grão da soja. Este número é

24,53% superior à área plantada dos estados do Paraná e Rio Grande do Sul juntos, que

plantam o grão em 7,9 milhões de hectares.

Considerando que a produção do grão nos estados do centro-oeste chega a 29,5

milhões de toneladas, superior 58,6% à produção sulina, com 18,6 milhões de toneladas,

percebe-se que a produtividade dos estados do sul é menor, cerca de 2.350 kg/ha, frente a

produtividade dos estados do centro-oeste brasileiro que apresentam 2.980 kg/ha. Uma

diferença de 26,56%.

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Capítulo 3 – A importância da soja e seus derivados nas pautas das

exportações e importações brasileiras.

A Balança Comercial é uma das componentes da Balança de Pagamentos de

determinado país, na qual são registradas as importações e as exportações de mercadorias,

nomeadamente bens primários, matérias-primas e bens industriais. Quando o montante das

exportações é superior ao montante das importações diz-se que se verifica um superávit

comercial. Na situação inversa diz-se que se verifica um déficit comercial. Para efeitos de

análise e comparação entre diferentes países, é comum efetuar a análise em função do

Produto Interno Bruto (PIB). O objetivo deste capítulo é mostrar a evolução da balança

comercial brasileira, enfatizando a importância do complexo da soja e mostrar as

proporções que o complexo vem tomando, no Brasil, nas últimas décadas.

3.1 - A balança comercial Brasileira.

A economia brasileira, na década de 90, caracterizou-se por uma maior abertura

comercial que repercutiu diretamente no saldo da balança comercial do Brasil. Com a

abertura, iniciamos a década de 1990 em grande queda do saldo, vide o gráfico 3.1. Essa

queda deve-se ao fato da forte apreciação da moeda nacional que resultou em um grande

aumento das importações brasileiras, a partir do ano de 1993, como mostrado no gráfico

3.2. O saldo da balança comercial brasileira, que em 1993 obteve um superávit de quase

US$ 13 bilhões, chegou a acumular um déficit de US$ 8,3 bilhões em 1997, como mostra o

gráfico 3.1. Entre os anos de 2001 e 2006 observa-se o maior crescimento do saldo

atingindo a expressiva marca de R$ 46 bilhões de superávit comercial. Entre os anos de

2006 e 2010 observa-se uma queda do saldo da balança comercial brasileira, também

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explicada pela apreciação do Real frente às moedas estrangeiras, fazendo as importações

aumentarem significativamente, da ordem de 56,35%.

GRÁFICO 3.1 – EVOLUÇÃO DO SALDO DA BALANÇA COMERCIAL BRASILEIRA. EM US$ MILHÕES.

FONTE: IBGE (2010).

Ao analisarmos separadamente as importações e as exportações brasileiras, vimos

que as duas seguem uma trajetória parecida, contudo em valores diferentes. Essa curva

crescente na década de 1990, tanto das exportações, quanto das importações, é explicada

pela abertura comercial que o país passou no período. Fato é que quando analisamos o

crescimento das importações e das exportações brasileiras chegamos ao resultado de um

crescimento total de 24,39% para as exportações e as importações com um crescimento de

cerca de 92,03% entre os anos de 1993 a 1999, resultando em um decréscimo da ordem de

109,75% do saldo da balança comercial brasileira. Já na década de 2000 podemos observar

altas taxas de crescimento, tanto das importações quanto das exportações brasileiras, como

mostram os gráficos 3.2 e 3.3. Entre os anos 1993 e 2002 as importações brasileiras

aumentaram em aproximadamente US$ 21,4 bilhões e as exportações aumentaram em US$

21,5 bilhões. Já entre os anos 2002 e 2010 as importações brasileiras aumentaram em

aproximadamente US$ 134,6 bilhões e as exportações aumentaram em US$ 141,8 bilhões.

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GRÁFICO 3.2 – EVOLUÇÃO DAS IMPORTAÇÕES BRASILEIRAS. EM US$ MILHÕES.

FONTE: IBGE (2010).

O ano de 2009 é um caso especial. Foi um ano de grande recessão mundial. Foi um

ano em que o Brasil obteve um resultado ruim na balança comercial. A crise, que se iniciou

em 2008, atingiu duramente um dos maiores mercados de exportação do Brasil, os Estados

Unidos da América (EUA). Já o mercado Chinês em ascenção ajudou a amenizar um a

crise. O gráfico 3.3 mostra que o Brasil fechou 2009 com exportações de US$ 152,2

bilhões, com uma redução de 22,2% em relação ao ano anterior. Podemos observar no

gráfico 3.1 que o saldo comercial fechou positivo em US$ 24,6 bilhões em 2009, 1,4%

menor do que em 2008, e o pior desde 2002, quando o superávit foi de pouco mais de US$

13 bilhões. Já para as importações brasileiras, o resultado na queda foi maior. O Brasil

fechou o ano com US$ 127,6 bilhões em produtos importados, contra US$ 172,9 bilhões

em 2008, uma queda de 26,21%, como mostrado no gráfico 3.2. Ainda assim, nosso

resultado foi pior do que o restante do mundo. Enquanto as exportações brasileiras

reduziram 22,2%, as exportações mundiais recuaram somente 12,3%, conforme o IBGE

(2010). Foi a pior queda relativa nas vendas externas brasileiras desde 1952. Destacam-se

como os principais compradores da soja brasileira, a China com cerca de 49%, os EUA

com cerca de 20% e a União Européia com aproximadamente 16% de o que é exportado

pelo Brasil.

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GRÁFICO 3.3 – EVOLUÇÃO DAS EXPORTAÇÕES BRASILEIRAS. EM US$ MILHÕES.

FONTE: IBGE (2010).

3.2 – Exportações da soja em grão e seus derivados.

A soja no Brasil vem tomando proporções expressivas no que diz respeito às

transações econômicas mundiais. Tanto a soja em grão, quanto seus derivados, têm boa

aceitação no mercado internacional. Esses produtos, juntos, têm grande peso nas

exportações brasileiras e ocupam a primeira posição da nossa pauta de exportações no ano

de 2008. A soja e seus derivados participaram com aproximadamente 12,5% do total

exportado pelo Brasil neste ano (IBGE, 2008). Já os bens primários do minério de ferro,

que ocuparam a segunda posição, chegando à casa de 8,1% do total exportado

(SINFERBASE, USGS e DNPM, 2008).

As exportações brasileiras de soja correspondem hoje em média a 39,9% das

exportações mundiais de soja em grão, 24,8% do farelo de soja e 21,5% do óleo de soja.

Em números absolutos o Brasil ocupa a segunda posição mundial, atrás apenas do Estados

Unidos da América e logo à frente dos Argentinos, assunto abordado no capítulo 4.

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O gráfico 3.4 traz a evolução das exportações brasileiras de soja em grãos.

Podemos observar que entre os anos de 1992 e 2000 temos uma leve curva positiva. Um

crescimento de aproximadamente 6,7% ao ano das nossas exportações de soja em grão.

Entre os anos de 2001 e 2010 podemos observar uma ascendência mais expressiva,

representando um crescimento de 20% ao ano em média, explicados pelo aumento de

competitividade da soja e grande abertura comercial iniciada nos anos 1990.

GRÁFICO 3.4 – EVOLUÇÃO DAS EXPORTAÇÕES DE SOJA EM GRÃOS. EM US$ MILHÕES.

FONTE: ABIOVE (2010).

O ano de 2008 merece destaque pois foi um ano recorde de nossas exportações,

tanto da soja em grão quanto do óleo de soja. Somados, chegaram na casa dos US$ 22

bilhões como mostrado no gráfico 3.4. e 3.6. Foi um ano em que as condições climáticas

influenciaram positivamente no resultado.

As exportações do farelo de soja na década de 1980 se mantiveram estáveis na casa

de US$ 1 bilhão. Já no começo da década de 1990 esboçam sinais de crescimento e

praticamente dobraram o volume de exportações entre os anos de 1990 e 1995, explicada

pelo grande aumento de competitividade do setor nos anos 1990. Nos anos seguintes à

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1999 observa-se grande crescimento, cerca de 10% ao mês, bem superior aos anos 1986 e

1995 que cresceu, em média, 6,6% das exportações brasileiras, como mostra o gráfico 3.5.

GRÁFICO 3.5 – EVOLUÇÃO DAS EXPORTAÇÕES DO FARELO DE SOJA BRASILEIRO. EM US$ MILHÕES.

FONTE: ABIOVE (2010).

Entre o período de 1986 a 2000 as exportações brasileiras do óleo de soja cresceram

metade do que nos anos posteriores, que compreendem 2001 a 2008, mostrando a

recuperação do mercado brasileiro frente aos grandes produtores mundiais de óleo de soja,

vide gráfico 3.6.

Giovanetti & Nunes (1999) afirmam que o aumento do consumo associado aos

efeitos da estabilização monetária sobre a renda real da população no ano de 1995 fez as

exportações do óleo de soja praticamente inexistirem neste ano. Cabe ressaltar os anos de

2009 e 2010, houve uma redução para a metade de nossas exportações do óleo de soja em

relação à 2008, é explicado pelo aumento do consumo interno do óleo de soja e a forte

concorrência da Argentina que é o maior exportador do óleo do mundo.

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GRÁFICO 3.6 – EVOLUÇÃO DAS EXPORTAÇÕES DO ÓLEO DE SOJA BRASILEIRO. EM US$ MILHÕES.

FONTE: ABIOVE (2010)

Os principais importadores de soja em grão e farelo de soja brasileiros, segundo

Giovanetti & Nunes (1999), são os países da Comunidade Européia (Países Baixos,

Alemanha, Espanha e Itália) e Japão. Quanto ao óleo de soja, os maiores importadores têm

sido China, Irã e Paquistão.

3.3 – Importações da soja em grão e seus derivados.

Assim como as exportações, a grande abertura comercial da década de 1990 trouxe

um aumento das importações do grão. O crescimento das importações do complexo soja na

década de 90 foi considerado um resultado previsível, por conta da grande abertura

comercial iniciada no mesmo período e a associação ao Mercado Comum do Sul

(MERCOSUL), afirmam Giovanetti & Nunes (1999). O Brasil passou a importar o grão

como complemento à sua produção, principalmente de Argentina e Paraguai.

O gráfico 3.7 traz a evolução das importações brasileiras de soja em grão. Podemos

observar que entre os anos de 1991 e 1997 as importações aumentaram cerca de 480% e as

mesmas se mantiveram altas até o ano de 2003. A partir do ano de 2004 nota-se uma

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grande queda e a manutenção das importações à baixos níveis. Essa queda é explicada pelo

grande aumento da produção da soja no Brasil a partir de 1990, incentivada pela abertura

de grandes áreas para o plantio do grão no centro-oeste brasileiro. A produção do grão

aumentou aproximadamente 8,6% ao ano, a partir de 1990.

GRÁFICO 3.7 – EVOLUÇÃO DAS IMPORTAÇÕES DA SOJA EM GRÃO PARA O BRASIL. EM MILHARES DE TONELADAS.

FONTE: USDA (2010).

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Capítulo 4 – A competitividade brasileira frente os principais países produtores, exportadores e importadores de soja e derivados.

A produção de soja está entre as atividades econômicas que, nas últimas três

décadas, apresentaram os maiores crescimentos no mundo. Pode-se atribuir isso a diversos

fatores, como o avanço na abertura comercial, consolidação da soja como importante fonte

de alimento, dado ser rica em proteína vegetal, desenvolvimento de novas e melhores

tecnologias que levam ao aumento da produtividade e viabilizam a expansão da exploração

de soja para diversas regiões do mundo. No mercado mundial da soja em grão e derivados,

o Brasil possui significativa participação, com cerca de 29,3% e 39,0%, respectivamente,

da produção e da exportação de soja em grão conforme gráfico 4.4 e tabela 4.1 (USDA,

2011).

4.1 - Evolução da área, produção e produtividade mundiais de soja.

A soja é uma das atividades agrícolas com maior destaque econômico no Brasil e

no mundo. Observando os dados do gráfico 4.1 para a safra 2008/09, pode-se observar que,

apenas as produções de milho, trigo e arroz superam a produção mundial de soja. Em

conjunto, considerando o crescimento das principais culturas entre as safras agrícolas de

1970/71 e 2008/09, percebe-se que a exploração de soja é a atividade que apresentou a

maior expansão, pois nesse período a produção do grão aumentou cerca de 400%. Já o

milho, que foi a segunda cultura com maior incremento de produção, teve aumento da

ordem de 195,0%, conforme a organização United States Department of Agriculture

(USDA, 2011).

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GRÁFICO 4.1 - PRODUÇÃO MUNDIAL DE GRÃOS – 1970/71 A 2008/09. EM MILHÕES DE TONELADAS.

FONTE: USDA (2011).

A partir do gráfico 4.2, é possível visualizar o significativo aumento na produção

mundial de soja. Entre os anos de 1987/1988 e 2008/2009, enquanto a área cultivada

cresceu 77,9%, a produção foi ampliada em 103,2%, mostrando que houve um aumento de

produtividade.

GRÁFICO 4.2 - EVOLUÇÃO DA ÁREA E DA PRODUÇÃO MUNDIAL DE SOJA - 1987/1988 A 2008/2009. PRODUÇÃO EM MILHARES DE KG E ÁREA EM MILHARES DE HECTARES.

FONTE: USDA (2011).

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A produção de soja, está concentrada, principalmente, em três países: Estados

Unidos, Brasil e Argentina, que atualmente respondem juntos por cerca de 71% da área

cultivada com o grão no mundo e 81% da produção mundial da soja (Gráficos 4.3 e 4.4).

Além desses países, destacam-se a Índia e a China. Embora a Índia possua apenas 4,3% da

produção mundial de soja, nas últimas duas décadas apresentou um crescimento superior a

900% na produção do grão. Na Argentina, no Brasil e nos Estados Unidos, a sojicutura

cresceu, respectivamente, 220%, 216% e 53%.

A Argentina, Brasil e Índia tiveram os maiores crescimentos anuais, tanto na

produção quanto na área cultivada, vide gráficos 4.3 e 4.4. A produção cresceu

aproximadamente 9%, 8,6% e 6,8% ao ano, respectivamente, para Argentina, Índia e

Brasil. Já a área cultivada obteve uma expansão de 7,8% para a Argentina, 7,6% para a

Índia e 4,1% para o Brasil ao ano.

GRÁFICO 4.3 – EVOLUÇÃO DA ÁREA PLANTADA MUNDIAL DE SOJA DOS PRINCIPAIS PAÍSES PRODUTORES. EM MILHARES DE HECTARES.

FONTE: USDA (2011).

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GRÁFICO 4.4 – EVOLUÇÃO DA PRODUÇÃO MUNDIAL DE SOJA DOS PRINCIPAIS PAÍSES PRODUTORES. EM MILHARES DE TONELADAS.

FONTE: USDA (2011).

Enquanto o Brasil aumentou sua produtividade em 65%, a Argentina e Índia

apresentaram crescimentos de produtividade de 15% e 13% respectivamente, no período

1987/88 e 2008/09.

Dentre os cinco países citados, o Brasil foi o país que obteve os maiores aumentos

em sua produtividade (gráfico 4.5). Entre as safras de 1987/88 e 2007/08, o Brasil passou

de um patamar de produção de aproximadamente 2.000 kg/ha para aproximadamente 2.900

kg/ha, um crescimento de 45% de sua produtividade.

Cabe salientar que, na safra 2008/09, o mundo passou por diversos problemas

climáticos, o que explica a queda de produtividade destes países. A Argentina foi quem

sofreu as maiores perdas: teve uma queda de 2.822 kg/ha, na safra de 2007/08, para 2.000

kg/ha na safra seguinte. Um decréscimo de 29%.

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GRÁFICO 4.5 – EVOLUÇÃO DA PRODUTIVIDADE DA SOJA DOS PRINCIPAIS PAISES PRODUTORES. EM KG/HA.

FONTE: USDA (2011).

4.2 – O comércio internacional da soja segundo derivados.

Neste item o objetivo é mostrar e comparar as exportações e as importações dos três

principais produtos comercializados com o cultivo da soja.

4.2.1 – As exportações e importações da soja em grão.

A tabela 4.1 traz os principais exportadores mundiais da soja em grão. Podemos

destacar a evolução brasileira na participação das exportações mundiais de soja em grão,

que na safra de 1987/88 foi de 9% e deu um salto para aproximadamente 39% do total

mundial na safra de 2008/09. O Brasil reduziu uma diferença percentual frente os EUA de

61% para apenas 6%.

Se somarmos, na safra de 2008/09, as exportações dos três principais países

exportadores de soja em grão, temos a expressiva marca de 91,91% das exportações de

soja em grão do mundo para EUA, Brasil e Argentina.

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TABELA 4.1 – EXPORTAÇÕES MUNDIAIS DE SOJA EM GRÃO DOS PRINCIPAIS PAÍSES EXPORTADORES. EM MILHARES DE TONELADAS.

Local 1987/88 1992/93 1997/98 2002/03 2007/08 2008/09 Participação exportações

1987/88

Participação exportações

2008/09

Crescimento total

Mundo 30112 29296 39277 60982 79519 76927 100,00% 100,00% 155,47%

Resto do mundo 3443 2057 3936 4306 8780 6220 11,43% 8,09% 80,66%

EUA 21870 20972 23760 28423 31538 34836 72,63% 45,28% 59,29%

Brasil 2711 4056 8760 19629 25364 29986 9,00% 38,98% 1006,09%

Argentina 2088 2211 2821 8624 13837 5885 6,93% 7,65% 181,85%

FONTE: USDA (2011).

Em relação as importações mundiais de soja em grão, o país que se destaca dentre

os principais importadores é a China, ver tabela 4.2. A China, nas décadas de 1980 e 1990,

apresentou valores de importações insignificantes, que não chegaram à casa de 1% do total

importado no mundo. Hoje a China é o principal importador mundial da soja em grão. Seu

consumo cresceu, entre as safras de 1987/88 e 2008/09, cerca de 19.467,31%. Na safra de

2008/09 teve a participação de 54,1% do total importado no mundo.

TABELA 4.2 – IMPORTAÇÕES MUNDIAIS DE SOJA EM GRÃO DOS PRINCIPAIS PAÍSES IMPORTADORES. EM MILHARES DE TONELADAS.

Local 1987/88 1992/93 1997/98 2002/03 2007/08 2008/09 Participação importações

1987/88

Participação importações

2008/09

Crescimento total

Mundo 28113 30047 38163 62923 78162 75235 100,00% 100,00% 167,62%

Resto do mundo 22102 22895 26848 15246 17595 14985 78,62% 19,92% -32,20%

China 208 150 2940 21417 37816 40700 0,74% 54,10% 19467,31%

União Européia 0 0 0 16943 15123 13000 0,00% 17,28% -23,27%

Japão 4847 4866 4873 5087 4014 3450 17,24% 4,59% -28,82%

México 956 2136 3502 4230 3614 3100 3,40% 4,12% 224,27%

FONTE: USDA (2011).

A União Européia, China, Japão e México, na safra 2008/09, foram responsáveis

por 80,08% das importações mundiais da soja em grão. Enquanto a União Européia e

Japão apresentam tendências de decréscimo das suas importações na última década da

ordem de -23,27% e -28,82% respectivamente, ao contrário da evolução chinesa.

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4.2.2 – As exportações e importações do farelo de soja.

No mercado do farelo de soja, assim como o do grão, as exportações mundiais se

concentram nas mãos de EUA, Brasil e Argentina. Somados chegam à participação de

86,22% das exportações do farelo como mostra a tabela 4.3. Próximo a estes países, se

destaca a Índia que, nas últimas três décadas, passou de uma participação de 1,46% em

1987/88 para 6,02% na safra de 2008/09 das exportações do farelo de soja. Um

crescimento total de 775% no período citado.

Ainda com relação às exportações do farelo de soja, podemos destacar que a

Argentina teve um crescimento de 482,12% das exportações do farelo, se tornando o

principal país exportador deste produto com 46,5% do total mundial.

TABELA 4.3 – EXPORTAÇÕES MUNDIAIS DO FARELO DE SOJA DOS PRINCIPAIS PAÍSES EXPORTADORES. EM MILHARES DE TONELADAS.

Local 1987/88 1992/93 1997/98 2002/03 2007/08 2008/09 Participação exportações

1987/88

Participação exportações

2008/09

Crescimento total

Mundo 24640 24141 32631 42781 55775 52366 100,00% 100,00% 112,52%

Resto do mundo 6559 2232 2487 3633 3647 4064 26,62% 7,76% -38,04%

Argentina 4183 6090 9235 18468 26816 24350 16,98% 46,50% 482,12%

Brasil 7347 8009 9587 13657 12138 13000 29,82% 24,83% 76,94%

EUA 6191 5805 8722 5728 8384 7802 25,13% 14,90% 26,02%

Índia 360 2005 2600 1295 4790 3150 1,46% 6,02% 775,00%

FONTE: USDA (2011).

Quanto às importações do farelo de soja, a União Européia é o principal importador

com 42,23% do total mundial. As importações mundiais do farelo de soja cresceram no

período de 1987/88 e 2008/09 cerca de 112,52%, número esse explicado pelo aumento das

importações de países asiáticos como Vietnã, Indonésia e Tailândia, com aumento de suas

importações na casa de 114.900,00%, 1.728,36% e 813,04% respectivamente, como

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apontado na tabela 4.4. Esses números são tão expressivos, pois nos países citados

inexistiam ou praticamente inexistiam as importações do farelo de soja.

TABELA 4.4 – IMPORTAÇÕES MUNDIAIS DO FARELO DE SOJA DOS PRINCIPAIS PAÍSES IMPORTADORES. EM MILHARES DE TONELADAS.

Local 1987/88 1992/93 1997/98 2002/03 2007/08 2008/09 Participação exportações

1987/88

Participação exportações

2008/09

Crescimento total

Mundo 25030 25393 34024 42467 54322 51626 100,00% 100,00% 106,26%

Resto do mundo 24666 24510 32365 17311 23446 22976 98,55% 44,50% -6,85%

União Européia 0 0 0 20545 24074 21800 0,00% 42,23% 6,11%

Vietnã 0 2 155 997 2439 2300 0,00% 4,46% 114900,00%

Indonésia 134 311 704 1638 2429 2450 0,54% 4,75% 1728,36%

Tailândia 230 570 800 1976 1934 2100 0,92% 4,07% 813,04%

FONTE: USDA (2011).

4.2.3 – As exportações e importações do óleo de soja.

Novamente, como nas exportações da soja em grão e do farelo de soja, destacam-se

na exportação mundial do óleo de soja a Argentina, o Brasil e os EUA. A tabela 4.5 traz as

exportações mundiais do óleo de soja. Os três países citados, se somados, detém a

participação das exportações mundiais do óleo na casa dos 85% do total mundial.

Destaque especial para a Argentina com crescimento de 462,09% das exportações

do óleo nas últimas três décadas. Na safra de 2008/09 alcançou a marca de 52,51% do total

do óleo de soja exportado no mundo. Cabe ressaltar também o crescimento das exportações

brasileiras do óleo no patamar de 223,19% entre as safras de 1987/88 e 2008/09, um

número considerável se comparado ao crescimento norte americano que, no mesmo

período, foi de 17,41%, como mostrado na tabela 4.5.

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TABELA 4.5 – EXPORTAÇÕES MUNDIAIS DO ÓLEO DE SOJA DOS PRINCIPAIS PAÍSES EXPORTADORES. EM MILHARES DE TONELADAS.

Local 1987/88 1992/93 1997/98 2002/03 2007/08 2008/09 Participação exportações

1987/88

Participação exportações

2008/09

Crescimento total

Mundo 3779 3351 6408 9032 10871 9120 100,00% 100,00% 141,33%

Resto do mundo 1469 877 1861 1691 1374 1368 38,87% 15,00% -6,88%

Argentina 852 1122 1966 3920 5789 4789 22,55% 52,51% 462,09%

Brasil 608 689 1184 2394 2388 1965 16,09% 21,55% 223,19%

EUA 850 663 1397 1027 1320 998 22,49% 10,94% 17,41%

FONTE: USDA (2011).

Assim como nas importações da soja em grão, a China é o maior importador do

óleo de soja no mundo. Importa, aproximadamente, 26% do total mundial. Teve um

crescimento de 945,45% das suas importações entre as safras de 1987/88 e 2008/09,

somente inferior ao crescimento das importações da União Européia com 2.727,59%.

TABELA 4.6 – IMPORTAÇÕES MUNDIAIS DO ÓLEO DE SOJA DOS PRINCIPAIS PAÍSES IMPORTADORES. EM MILHARES DE TONELADAS.

Local 1987/88 1992/93 1997/98 2002/03 2007/08 2008/09 Participação exportações

1987/88

Participação exportações

2008/09

Crescimento total

Mundo 3541 3281 6225 8272 10401 8928 100,00% 100,00% 152,13%

Resto do mundo 2827 2970 4219 4967 5480 4458 79,84% 49,93% 57,69%

China 220 100 1650 1712 2727 2300 6,21% 25,76% 945,45%

União Européia 0 0 0 29 1040 820 0,00% 9,18% 2727,59%

Índia 419 42 236 1197 733 1000 11,83% 11,20% 138,66%

Marrocos 75 169 120 367 421 350 2,12% 3,92% 366,67%

FONTE: USDA (2011).

Em resumo, considerando exportações da soja em grão, do farelo de soja e do óleo

de soja do Brasil, Argentina e EUA, estes países juntos chegam à marca 87,71% do total

mundial exportado de soja em grão e derivados. Esse número mostra o quanto esses três

países são representativos em relação ao resto do mundo neste mercado. Já os principais

importadores do da soja em grão e seus derivados são a China e a União Européia com

aproximadamente 29,71% do total importado no mundo.

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4.3 – Comércio bilateral entre Brasil e China.

O comércio bilateral Brasil-China cresceu de forma significativa nos últimos anos.

De 2000 a 2010, a corrente de comércio entre os dois países aumentou de US$ 2,31 bilhões

para US$ 38,06 bilhões. Este desempenho fez a China saltar da 12ª posição em 2000 para

colocar-se como o segundo maior parceiro comercial do Brasil (USDA, 2011), ranking que

ocupa desde 2008, abaixo apenas dos Estados Unidos, vide tabela 4.7.

A evolução do comércio Brasil-China foi impulsionada tanto pelo crescimento das

exportações quanto das importações. Entre 2000 e 2003, a elevação das exportações

ocorreu em ritmo mais acelerado do que nas importações, com expansão média anual de

61% e de 20,7% respectivamente, o que permitiu gerar saldos comerciais crescentes. Entre

2003 e 2007, observa-se, no entanto, queda na taxa média anual de expansão das

exportações para 24,1%, enquanto as aquisições de bens chineses ampliaram-se em 55,7%

e ocasionaram a redução de superávits, que culminou em déficit de US$ 1,86 bilhão em

2007, após seis anos consecutivos de saldos comerciais positivos. Nos anos de 2008, 2009

e 2010, o Brasil acumulou déficits de US$ 1,22 bilhões, US$ 1,29 bilhões, US$ 1,43

bilhões, respectivamente (tabela 4.7).

A participação da China se mostrou crescente nas exportações brasileiras entre os

anos 2000 e 2010, passando de 1,9% para 9,0% de representatividade de 6,7%. As

importações de produtos chineses aumentaram em quase cinco vezes a sua participação na

pauta brasileira, elevando-se de 2,1% em 2000 para 10,8% em 2010.

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TABELA 4.7 – EVOLUÇÃO DO COMÉRCIO BRASIL X CHINA. EM US$ MILHÕES.

Ano 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010

Exportações brasileiras para a China 1.085 1.902 2.521 4.533 5.441 6.835 8.402 10.749 13.220 13.533 18.314

Total exportado pelo Brasil 55.086 58.223 60.141 73.084 96.475 118.309 137.807 160.649 197.953 152.252 201.916

Exportações Brasileiras para a China x total exportado pelo Brasil

1,97% 3,27% 4,19% 6,20% 5,64% 5,78% 6,10% 6,69% 6,68% 8,89% 9,07%

Importações da China 1.222 1.328 1.554 2.148 3.710 5.355 7.990 12.618 14.445 14.826 19.747

Total importado pelo Brasil 55.783 55.581 47.048 48.283 62.779 73.545 91.350 120.610 173.148 127.637 181.638

Importações brasileiras da China x total importado pelo Brasil

2,19% 2,39% 3,30% 4,45% 5,91% 7,28% 8,75% 10,46% 8,34% 11,62% 10,87%

Saldo comercial Brasil x China -137 574 967 2385 1731 1480 412 -1869 -1225 -1293 -1433

FONTE: USDA (2011).

4.4 – Perspectivas futuras.

Conforme estudo conjunto da Organização para Cooperação e Desenvolvimento

Econômico (OCDE) e da Agência das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação

(FAO), as commodities agrícolas terão pela frente uma década de preços elevados e grande

volatilidade no mercado internacional. As duas entidades avaliam que essa volatilidade,

que já entrou em seu quinto ano consecutivo, vai perdurar, e que os preços de muitas

commodities básicas para a produção de alimentos deverão se manter em patamares mais

elevados tanto em termos nominal como real se comparados aos da década anterior (2001-

2010), gerando divisas para o Brasil.

OCDE e FAO estimam que Brasil e Argentina continuarão com sólidos

crescimentos do complexo soja, graças a custos de produção relativamente menores. A

América do Norte, liderada pelos EUA, é a única região de alta renda que expandirá

significativamente a agricultura.

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Capítulo 5 – Conclusão.

Ao analisarmos o contexto brasileiro, podemos observar que a produção e o cultivo

de soja no Brasil acumula crescimentos constantes desde a década de 1970. A área

plantada cresceu cerca de 1166% e a produção do grão cresceu 2207%. Com relação a sua

produtividade, o Brasil ocupa a primeira posição junto com os EUA.

De 1995 a 2008 a soja obteve aumento de participação de 184,61% em relação ao

PIB brasileiro. O Valor Bruto de Produção da soja passou, no ano de 1995, de R$ 12,1

bilhões para R$ 42,8 bilhões no ano de 2008. Um crescimento de 253% no período.

Dentre as regiões geoeconômicas brasileiras, a região centro-oeste é a região que

mais se destaca, pois possui a maior área plantada e maior produção do grão.

A soja e seus derivados participam com aproximadamente 12,5% do total exportado

pelo Brasil, cerca de US$ 24,8 bilhões, no ano de 2008, ocupando a primeira posição da

pauta de exportações brasileira. Já os bens primários do minério de ferro, que ocupam a

segunda posição, chegam somente à casa de 8,1% do total exportado no mesmo ano.

No mercado mundial da soja em grão e derivados, o Brasil possui significativa

participação, com cerca de 29,3% da produção mundial. Já com relação as exportações, o

Brasil participa com 39,0% das exportações mundiais de soja em grão, 25% das

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exportações do farelo de soja e 21,5% das exportações do óleo de soja, sendo o segundo

maior exportador mundial se somadas as exportações dos produtos do complexo soja.

Diante de todos os pontos acima citados podemos dizer que a exploração da soja foi

a atividade agrícola que mais se expandiu no mundo. O Brasil tem grande participação

quanto a produção, plantio e comercialização do grão e mantém taxas de crescimento

significativas, ano após ano. O Brasil tem grande potencial, pois possui áreas para a

expansão do cultivo do grão. Fica claro que a soja é muito importante à economia

brasileira.

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