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UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE FACULDADE DE ODONTOLOGIA AVALIAÇÃO DA TAXA DE SUCESSO DE IMPLANTES OSSEOINTEGRÁVEIS: UMA REVISÃO SISTEMÁTICA DE LITERATURA VITTORIO MORASCHINI FILHO ORIENTADOR: PROF. DR. RAPHAEL MONTE ALTO Niterói 2012

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UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE

FACULDADE DE ODONTOLOGIA

AVALIAÇÃO DA TAXA DE SUCESSO DE IMPLANTES OSSEOINTEGRÁVEIS:

UMA REVISÃO SISTEMÁTICA DE LITERATURA

VITTORIO MORASCHINI FILHO

ORIENTADOR: PROF. DR. RAPHAEL MONTE ALTO

Niterói

2012

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UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE

FACULDADE DE ODONTOLOGIA

AVALIAÇÃO DA TAXA DE SUCESSO DE IMPLANTES OSSEOINTEGRÁVEIS:

UMA REVISÃO SISTEMÁTICA DE LITERATURA

VITTORIO MORASCHINI FILHO

Dissertação apresentada à Faculdade de Odontologia da Universidade Federal Fluminense, como parte dos requisitos para obtenção do título de Mestre, pelo Programa de Pós-Graduação em Odontologia. Área de Concentração: Clínica Odontológica Orientador: Prof. Dr. Raphael Monte Alto.

Niterói

2012

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VITTORIO MORASCHINI FILHO

AVALIAÇÃO DA TAXA DE SUCESSO DE IMPLANTES OSSEOINTEGRÁVEIS:

UMA REVISÃO SISTEMÁTICA DE LITERATURA

BANCA EXAMINADORA

Aprovado em 27 de setembro de 2012.

_______________________________________________

Prof. Dr. Raphael Monte Alto

Universidade Federal Fluminense

_______________________________________________

Prof. Dr. Gustavo Oliveira dos Santos

Universidade Federal Fluminese

_______________________________________________

Prof. Dr. Mauro Sayão de Miranda

Universidade Estadual do Rio de Janeiro

Universidade Federal Fluminense

Niterói

2012

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Dedico este trabalho a meus pais,

Vittorio e Angel, a minha esposa Daniela

e às minhas irmãs Bárbara e Rebecca.

Sem vocês nada faria sentido.

A Gabriella, minha filha, que a cada dia

enche a minha a minha vida de alegria.

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AGRADECIMENTOS

Aos meus pais Vittorio e Angel e às minhas irmãs Bárbara e Rebecca pelo amor,

carinho e educação.

A minha esposa Daniela e a minha filha Gabriella, amores da minha vida. Vocês

serão sempre a minha inspiração!

Aos meus cunhados Jorge e Carlos Alberto e aos meus sobrinhos Vittoria, Matteus,

Carol e Enzo. Obrigado por fazerem parte da minha vida.

Aos meus sogros Antonio e Rosangela pela amizade, apoio e carinho.

Ao Prof. Dr. Ronaldo Barcellos de Santana por ter possibilitado o meu ingresso ao

curso.

Ao meu orientador Prof. Dr. Raphael Monte Alto por ter acreditado em mim. Muito

obrigado!

Ao Prof. Dr. José Nelson Mucha por suas aulas inspirantes e por ter contribuído em

muito na confecção deste trabalho.

Ao colega de mestrado Henrique por sua dedicação ao curso e ajuda quando

necessário.

A todos os meus colegas do Mestrado em Clínica Odontológica - turma 2010.

Aos meus pacientes que me inspiram a estudar cada vez mais.

Enfim, a Deus, que me abençoa a cada dia.

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FICHA CATALOGRÁFICA

M829 Moraschini Filho, Vittorio Avaliação da taxa de sucesso de implantes osseointegráveis: uma revisão sistemática de literatura / Vittorio Moraschini Filho; orientador: Prof. Dr. Raphael Monte Alto. - Niterói: [s.n.], 2012. 84 f.:il. Dissertação (Mestrado em Odontologia – Área de concentração: Clínica Odontológica ) – Universidade Federal Fluminense. Bibliografia: f. 72-85. 1. Implante dentário. 2. Implante osseointegrado. 3. Revisão. I. Moraschini Filho, Vittorio [orient.]. II. TÍTULO. CDD 617.69

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RESUMO

Atualmente, observamos uma maior procura pelos tratamentos através dos

implantes osseointegráveis para a reabilitação dos dentes perdidos. Isto deve-se a

uma crescente conscientização dos pacientes em relação ao sucesso e benefícios

dos implantes. Com isso, torna-se fundamental a busca por técnicas, materiais e

protocolos que forneçam uma maior segurança e previsibilidade aos tratamentos,

bem como a necessidade da realização de mais estudos longitudinais. O primeiro

estudo avaliando os implantes osseointegráveis foi publicado em 1981, e desde

então, inúmeros outros trabalhos foram realizados. Contudo, estudos longitudinais

que realizaram um acompanhamento superior a 10 anos ainda são escassos. Desta

forma, o objetivo do presente estudo foi realizar através de uma revisão sistemática

de literatura a análise das taxas de sucesso e sobrevida dos implantes

osseointegráveis em estudos longitudinais que realizaram um acompanhamento

superior a 10 anos.

Palavras-chave: implante dentário, sucesso dos implantes, sobrevida dos implantes,

revisão sistemática.

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ABSTRACT

Nowadays, we observed an increased demand for treatment through dental

implants for rehabilitation of missing tooth. This fact is a result of greater awareness

of patients about the success and benefits of implants. With this, it is essential to

search for techniques, materials and protocols that provide greater security and

predictability to the treatments, as well as the need for more longitudinal studies. The

first study evaluating the dental implants was published in 1981 and since then

numerous other studies were performed. However, longitudinal studies performed a

follow-up exceeding 10 years are scarce. Therefore, the objective of this study was

through a systematic literature review to analyze the success and survival rates of

dental implants in longitudinal studies performed a follow-up exceeding 10 years.

Key words: dental implant, success implants, survival implants, systematic review.

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SUMÁRIO 1. Introdução ............................................................................................................ 14 2. Revisão de literatura ............................................................................................ 16 2.1 Histórico e evolução da implantodontia ......................................................... 16 2.2 Critérios de sucesso na implantodontia ......................................................... 21 2.3 Osseointegração baseada em evidências científicas .................................... 27 3. Objetivos .............................................................................................................. 38 3.1 Objetivos gerais ............................................................................................. 38 3.2 Objetivos específicos ..................................................................................... 38 4. Material e métodos .............................................................................................. 39 4.1 Questionamento principal .............................................................................. 40 4.2 Tipos de estudos ........................................................................................... 40 4.3 Tipos de pacientes ........................................................................................ 40 4.4 Estratégia de busca ....................................................................................... 40 4.5 Critérios de inclusão e exclusão .................................................................... 42 4.6 Análise de elegibilidade ................................................................................. 42 4.7 Análise de qualidade ..................................................................................... 43 4.7.1 Avaliação da qualidade metodológica ................................................... 47 4.8 Extração dos dados ....................................................................................... 47 4.9 Análise estatítica ............................................................................................ 47 4.10 Escala de sucesso ....................................................................................... 48 5. Resultados ........................................................................................................... 50

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5.1 Estudos incluídos ........................................................................................... 57 5.2 Sobrevivência dos implantes ......................................................................... 58 5.3 Complicações biológicas .............................................................................. 61 5.4 Profundidade de sondagem ......................................................................... 61 5.5 Perda óssea marginal .................................................................................. 61 5.6 Sucesso dos implantes ................................................................................ 62 6. Discussão .......................................................................................................... 64 6.1 Sobrevivência dos implantes ....................................................................... 64 6.2 Complicações biológicas ............................................................................. 67 6.3 Profundidade de sondagem ........................................................................ 68 6.4 Perda óssea marginal ................................................................................. 69 6.5 Sucesso dos implantes ............................................................................... 70 7. Conclusões ....................................................................................................... 72 8. Referências bibliográficas ................................................................................. 73

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LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 01. Figura 02. Figura 03. Figura 04. Figura 05. Tabela 01. Figura 06. Tabela 02. Figura 07. Tabela 03. Tabela 04. Tabela 05. Tabela 06. Tabela 07.

Exemplos de implantes subperiostiais Exemplos de materiais utilizados como implantes no passado. Transição dos implantes subperiostiais para os implantes endo-ósseos. Protocolo para tratamento de edentados totais proposto por Brånemark24. Sistemas de retenção para sobredentaduras proposto por Engquist et al.49. Critérios de sucesso para os implantes. Diferença sob MEV das superfícies usinadas vs. superfícies jateadas. Estudos comparativos que usaram implantes com tratamento de superfície vs. implantes usinados. Classificação óssea da região da maxila posterior proposta por Bahat18. Estratégia PICO. Critérios de inclusão/exclusão usados no presente estudo. Análise de qualidade dos estudos incluídos. Pontuação dos artigos selecionados segundo a avaliação metodológica. Escala de saúde para os implantes proposta por Misch et al.93

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Fluxograma 01. Tabela 08. Tabela 09. Tabela 10. Gráfico 01. Tabela 11. Tabela 12.

Seleção dos estudos.

Estudos selecionados e após excluídos pelos critérios de inclusão/exclusão. Estudos incluídos nesta revisão sistemática. Taxas de sobrevivência por tempo de acompanhamento. Percentagem de perda de implantes de cada estudo incluído. Escala de sucesso baseada no nível de rebasorção óssea.

Média do nível de reabsorção óssea dos estudos incluídos.

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LISTA DE ABREVIATURAS a.C Antes de Cristo Al2O3 Óxido de alumínio BIC Bone implant contact (contato osso implante) HA Hidroxiapatita HCL Ácido clorídrico H2SO4 Ácido sulfúrico HC Hollow cilinder (cilindro oco) HS Hollow screw (parafuso oco) ICOI International Congress of Oral Implantologists (Congresso internacional dos implantodontistas) ITI International Team for Implantology MEV Microscopia eletrônica de varredura mm Milímetros MPOM Média de perda óssea marginal MPS Média de profundidade de sondagem n Número de amostras N/cm Newtons por centímetro NR Não relatado PBE Prática baseada em evidências PICO Population - Intervention - Comparasion - Outcomes (população - intervenção - comparação - resultados) p.ex Por exemplo RCT Randomized Controlled Trial (estudo clínico randomizado)

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SD Standard Desviation (desvio padrão) TSO2 Dióxido de titânio vs. Versus um Micrômetros ® Marca registrada ♂ Homem ♀ Mulher

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1. INTRODUÇÃO

Desde os primórdios da civilização, o homem vem manifestando a

preocupação em repor os dentes perdidos. Inúmeras técnicas e materiais foram

utilizados no passado, embora muitas vezes com baixos índices de sucesso, razão

pela qual muitos foram abandonados ou substituidos.

Até a década de 60, os procedimentos para implantar os dentes eram

realizados de forma empírica, ou seja, baseados no sucesso e insucesso.24 Somente

a partir de 1964, através da descoberta da osseointegração por Per-Ingvar

Brånemark23 e, consequentemente, da realização da primeira publicação científica

demonstrando a possibilidade do uso de implantes de titânio em forma de parafuso

para a ancoragem de próteses implanto-suportadas, publicado por Brånemark et

al.24 em 1969, a implantodontia começava a deixar de ser uma ciência experimental

para transformar-se em uma ciência melhor compreendida e baseada em evidências

científicas.

Contudo, muitos insucessos ocorreram até que os implantes pudessem ser

confiáveis e seguros, e para isso os estudos longitudinais foram e são fundamentais.

A maioria dos estudos avaliando os implantes dentários realizam um

acompanhamento clínico com foco na sobrevivência dos mesmos, ou seja, realizam

apenas uma análise quantitativa sem discutir as complicações biológicas que

ocorreram durante o período de acompanhamento.115

Os primeiros estudos longitudinais avaliando os implantes osseointegráveis

foram publicados por Adell et al.2 em 1981 e Adell4 em 1983. Hoje, com mais de 30

anos de evidências científicas, a utilização clínica dos implantes vêm demonstrando

bons resultados através de inúmeros trabalhos científicos.

Contudo, para que os dados relacionados com as taxas de sobrevivência e

sucesso possam ser devidamente analisados, um tempo mínimo de 5 anos de

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acompanhamento seria o aconselhável.110 Até o prezado momento, poucos estudos

realizaram um acompanhamento superior a 10 anos111.

O objetivo deste trabalho será avaliar através de uma revisão sistemática de

literatura a taxa de sobrevivência, sucesso e a média de reabsorção óssea marginal

ao redor de implantes que foram avaliados por estudos longitudinais com

acompanhamtno superior a 10 anos.

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2. REVISÃO DE LITERATURA

2.1 Histórico e evolução da implantodontia Desde os primórdios da civilização, o homem vem tentando repor os dentes

perdidos por meio de diferentes materiais. Acredita-se que antes do período pré-

cristão, por volta de 1100 a.C, um espanhol chamado Albucasim foi o primeiro a

recomendar o reimplante e transplante de dentes.132

Até meados do século passado, inúmeras técnicas para implantes eram

utilizadas, embora com baixos índices de sucesso, razão pela qual foram sendo

abandonadas. Alguns exemplos dessas técnicas foram: a transfixação, os implantes

submucosos, os implantes subperiostiais ou justaósseos - e, por fim, os implantes

intra-ósseos. Apesar de no passado terem apresentado altas taxas de insucesso,

essas técnicas contribuíram para o desenvolvimento da implantodontia

contemporânea.125

Figura 01. Exemplos de implantes subperiosteais (adaptado de Schroeder et al.125).

Muitos implantes também foram utilizados na tentativa de repor os dentes

perdidos. Inúmeras evidências foram encontradas em arcadas dentárias no Antigo

Egito e nas culturas Sul Americanas ancestrais. Dentes homólogos, dentes de

animais, ouro, madeira, porcelana e diversos metais eram utilizados.146

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Figura 02. Exemplos de materiais utilizados como implantes no passado (extraído de

http://pt.scribd.com/doc/39215438/Implantodontia-Historia-e-Evolucao).56

Embora configure-se como especialidade praticada de longa data, a

implantodontia era vista com preconceito e descrédito por apresentar alto índice de

insucessos e não possuir bases científicas e controle clínico a longo prazo. As

pesquisas realizadas na época eram realizadas de forma empírica, ou seja,

baseadas no "acerto e erro".24

Até meados do século passado, os implantes podiam ser divididos em dois

grupos distintos: subperiostiais e intra-ósseos. Os implantes subperiostiais eram

formados por uma grade metálica que era inserida entre o osso e o periósteo. A

partir desta infra-estrutura, um pilar se projetava na cavidade oral para a ancoragem

dos dispositivos protéticos (figura 01).24,125

Já os implantes intra-ósseos, abrangem a maioria dos implantes,

apresentando formas e composições muito variadas. São definidos como materiais

aloplásticos inseridos cirurgicamente no rebordo alveolar servindo assim como um

pilar protético.13

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Figura 03. Os implantes (A) e (B) apresentavam a transição dos implantes subperiostiais

para os implantes intra-ósseos. Os implantes (B) e (C) eram implantes intra-ósseos com um

componente transmucoso (adaptado de Brånemark et al.24).

A história científica da osseointegração, e consequentemente do uso do

titânio na implantodontia, teve início quando Brånemark et al.23, em 1964, estudavam

o reparo vascular na medula óssea da fíbula de coelhos através de uma câmera de

titânio. No momento da remoção dessa câmera notou-se uma ancoragem direta e

forte, não sendo mais possível a remoção desse dispositivo devido a ligação do

titânio com o osso. Deste acontecimento observaram que o titânio era um material

biocompatível, inerte e estável.

A primeira publicação científica demonstrando a possibilidade do uso de

implantes de titânio em forma de parafuso, foi realizada por Brånemark et al.24, no

ano de 1969. Foram realizadas extrações em cães seguidas da instalação de

implantes de 4mm de diâmetro por 10mm de comprimento, deixando-os cicatrizar

livres de carga pelo período de 3 a 4 meses. Após tal período, os cães foram

reabilitados com próteses fixas e acompanhados durante cinco anos - quando então

foram submetidos a análises radiográficas e histológicas, possibilitando então o

entendimento dos princípios biológicos da osseointegração.

Entretanto, esta publicação não foi em uma revista lida por cirurgiões-

dentistas, e a osseointegracão ainda era totalmente desconhecida.10 A partir da

conferência de Toronto em 1982 organizada por George Zarb, a osseointegração

passa a ser conhecida e gradativamente aceita pelo mundo, revolucionando os

sistemas de retenção de próteses.

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O protocolo de tratamento para pacientes edentados totais proposto por

Brånermark et al.24, consistia na instalação de seis implantes entre os forames

mentonianos na arcada inferior ou entre as paredes anteriores dos seios maxilares

na arcada superior unidos por uma barra metálica com um cantiléver distal de cada

lado (figura 04).

Figura 04. Protocolo para tratamento de edentados totais proposto por Brånemark24 em

1969 (extraído de Adell et al.2).

Para que a osseointegração dos implantes ocorresse com sucesso alguns

requisitos foram propostos. Os implantes deveriam ser sepultados sob o tecido

gengival durante toda a fase de cicatrização e osseointegração estando livres de

cargas mecânicas. O período proposto para que ocorresse a osseointegração seria

de 3 a 4 meses para a mandíbula e de 6 meses para a maxila.25

Já Jemt et al.65 foram os pioneiros no tratamento com implantes

osseointegráveis em edentados parciais, possibilitando desta forma a utilização de

coroas unitárias e próteses parciais fixas sobre implantes, obtendo-se assim uma

odontologia mais conservadora.

Após anos de estudos e inúmeras classificações para a osseointegração,

Skalak e Brånemark129 em 1995, definem a osseointegração como sendo uma união

anatômica e funcional entre osso remodelado e a superfície do implante, podendo

receber cargas funcionais.

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Neste momento, segundo alguns estudos longitudinais2,4 realizados na época,

o protocolo de Brånemark apresentava altas taxas de sucesso. Contudo, como o

protocolo proposto dependia da instalação de seis implantes instalados entre os

forames mentonianos ou anteriores aos seios maxilares2,24 (figura 04), a técnica

dependia de quantidades de osso remanescente suficiente para a instalação destes

implantes.49,135,144 Para os casos contra indicados para a técnica do protocolo por

severas reabsorções ósseas, Engequist et al.49 propuseram um sistema de prótese

removível (sobredentadura) que se fixavam sobre dois ou três implantes por

diferentes sistemas de retenção: (1) sistema barra/clipe em ouro sem extensão

distal; (2) sistema barra/clipe com extensão distal e (3) pilares não-conectados

(Figura 05).

As vantagens desta técnica são: (1) excelente suporte labial em casos de

grande reabsorção óssea mandibular; (2) necessidade de instalação de apenas dois

implantes; (3) excelente estabilidade oclusal com o arco antagonista; (4) facilidade

de remoção da prótese favorecendo a higienização.144

Além das vantagens já citadas, alguns estudos longitudinais mostram baixa

incidência de insucessos e baixos níveis de reabsorção óssea ao redor dos

implantes neste sistema.137,144

Figura 05. Sistemas de retenção para sobredentaduras propostos por Engquist et al.49: (A)

sistema barra/clipe em ouro sem extensão distal; (B) sistema barra/clipe com extensão distal

e (C) pilares não-conectados (adaptado de Engequist et al.49).

A B C

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2.2 Critérios de sucesso na implantodontia

Quando lemos trabalhos longitudinais sobre os implantes osseointegráveis

devemos estar familiarizado com alguns termos frequentemente utilizados.

Rotineiramente nesses estudos, são empregados os termos sucesso e

sobrevivência. Porém tais termos ainda geram confusão para alguns profissionais

quanto a diferença de seus significados.108,130

O termo sobrevivência significa apenas o número ou percentual de implantes

que apresentam-se fisicamente nos seus locais de instalação, independente da

situação biológica, ou seja, apenas um classificação quantitativa.128,140 Os

defensores deste método dizem ser uma forma mais simples de apresentação dos

resultados.93

Por outro lado o termo sucesso possibilita uma análise qualitativa das

condições biológicas e complicações mecânicas ocorridas com o implante no

período de observação.22,128

Para que o sucesso ou fracasso de um implante possa ser avaliado, alguns

parâmetros tornam-se necessários.7

Em um trabalho clássico e vastamente referenciado na literatura mundial,

Albrektsson8 et al., propuseram alguns critérios para que fosse estabelecido o

sucesso de um implante. Foram eles: (1) imobilidade do implante; (2) ausência de

radiolucidez na região peri-implantar ao exame radiográfico; (3) perda óssea vertical

anual inferior a 0,2mm após o primeiro ano em função; (4) ausência de abcesso, dor,

parestesia ou violação do canal mandibular; (5) taxa de sucesso de 85% após cinco

anos de observação e 80% no período de dez anos.

Também em 1986, Adell et al.3 propuseram parâmetros clínicos periodontais

para avaliar o sucesso dos implantes, foram eles: (1) profundidade de sondagem; (2)

nível de inserção; (3) faixa de gengiva queratinizada; (4) supuração; (5)

sangramento à sondagem e (6) índices gengivais e de placa.

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24

Um trabalho prospectivo longitudinal avaliou os parâmetros clínicos

periodontais relacionando-os ao sucesso ou insucesso dos implantes

osseointegráveis. Foram avaliados os seguintes parâmetros: índice de placa,

espessura de mucosa queratinizada, índice de inflamação gengival, profundidade de

sondagem e altura do pilar protético (abutment) em relação a mucosa gengival.

Foram avaliados 46 pacientes com um número total de 238 implantes instalados. Os

autores concluíram após nove anos de acompanhamento que os índices

periodontais quando aplicados aos tecidos peri-implantares possuem um valor

limitado e pouca expressão clínica quando utilizados para avaliar o sucesso dos

implantes a longo prazo.15

Segundo Misch et al.90, apesar de os índices periodontais serem

frequentemente utilizados para avaliar os implantes dentários, os mesmos por si só

não definem o sucesso ou fracasso dos implantes. Tais índices devem estar

relacionados a outros fatores como - exsudato ou sobrecarga protética.

Em 2008, foi proposto e aceito no Congresso Internacional dos

Implantodontistas (ICOI)93, realizado na cidade de Pisa - Itália, que um implante

bem sucedido era aquele que não apresentasse uma reabsorção óssea maior que

2,0 mm desde a radiografia inicial, acompanhados por radiografias de rotina.

Desde a popularização dos implantes osseointegráveis, inúmeros autores

propuseram parâmetros e escalas para definirem o sucesso dos implantes (tabela

01). Porém até hoje, inexiste uma padronização ou um consenso na literatura

mundial, o que dificulta a classificação e comunicação entre os profissionais.99,128,133

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Tabela 01. Critérios de sucesso dos implantes

Schnitman e Shulman123

1. Exibir função por pelo menos 5 anos em 75% dos casos; 2. Mobilidade inferior a 1 mm em qualquer direção; 3. Perda óssea vertical inferior a um terço do comprimento do implante; 4. Bom equilíbrio oclusal e dimensão vertical; 5. Inflamação gengival propícia ao tratamento.

Albrektsson et al.8

1. Implante imóvel quando testado clinicamente; 2. Ausência de qualquer radiolucidez periimplantar; 3. Perda óssea vertical anual inferior a 0,2 mm após o primeiro ano de função; 4. Ausência de sinais ou sintomas persistentes ou irreversíveis tais como dor,

infecção, neuropatias, parestesia ou violação do canal mandibular; 5. 85% de sucesso em 5 anos e 80% em 10 anos de acompanhamento.

Zarb e Schmitt132

1. Imobilidade de cada implante após a remoção da prótese; 2. Ausência de radiolucidez periimplantar; 3. Perda óssea vertical mínima ao redor do implante demonstrada com radiografias

periapicais seriadas; 4. Ausência de complicações teciduais persistentes nos tecidos periimplantares

como determinado pelos índices gengivais e periodontais “emprestados”; 5. Recuperação da cirurgia com morbidade mínima permitindo uma resolução

facilitada de problemas protéticos.

Buser et al.30

1. Ausência de queixas subjetivas persistentes, tais como dor, sensação de corpo estranho e/ou disestesia (alteração na sensibilidade táctil);

2. Ausência de infecção periimplantar recorrente com supuração; 3. Ausência de mobilidade; 4. Ausência de radiolucidez contínua em torno do implante.

Albrektsson e Zarb7

Bem-sucedido (sucesso)

1. Cumpre todos os critérios de sucesso, incluindo os testes de estabilidade e radiográfico.

Sobrevivente (em função)

1. Mobilidade não avaliada; 2. Altura óssea não avaliada (radiograficamente); 3. Prótese não removida para avaliação individual; 4. Simtomático por razões tratáveis; 5. Não pode ser considerado sucesso devido aos dados insuficientes.

Desconsiderado

1. Óbito do paciente; 2. Ausência do paciente nas consultas de acompanhamento; 3. Abandono do tratamento/pesquisa.

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Fracassado 1. Simtomático por razão não tratável;

2. Removido (independente da causa. P.ex. acidente automotivo).

Roos-Jansåker et al.119

Análise quantitativa

1. Desconsiderados – implantes não-fracassados que não foi acompanhado por algum motivo. 2. Fracassado – implante removido por algum motivo: mobilidade clínica, infecções severas incuráveis, dor persistente, parestesia ou desconforto. 3. Sobrevivente – implante que não pertence nem ao grupo desconsiderado e nem ao grupo de fracasso

Roos-Jansåker et al.119

Análise qualitativa (grupo sobrevivente)

Grau 1 a. Ausência de mobilidade (teste individual de contra-torque com chave de catraca). Qualquer sinal de mobilidade ou sensação/dor na unidade de ancoragem é registrado como perda da osseointegração (Lekholm et al., 1994).

b. Avaliação radiográfica de cada implante com até 1,0mm de reabsorção óssea durante o primeiro ano de carga, seguido por até 0,2mm de perda anual assim como ausência de patologias periimplantares, tais como radiolucidez periimplantar.

c. Ausência de infecções nos tecidos moles, dor persistente, parestesia, desconforto, etc.

Grau 2

a. Avaliação radiográfica de cada implante com até 1,0mm de reabsorção óssea durante o primeiro ano de carga, seguido por até 0,2mm de perda anual assim como ausência de patologias periimplantares, tais como radiolucidez periimplantar.

b. Ausência de infecções nos tecidos moles, dor persistente, parestesia, desconforto, etc. Grau 3 a. Avaliação radiográfica de cada implante com até 0,2mm de reabsorção óssea marginal durante o ano anterior, porém com perda prévia de mais de 1,0mm. Ausência de patologias periimplantares, tais como radiolucidez periimplantar.

Albrektsson e zarb9

1. O suporte resultante do implante não impede a instalação de uma prótese planejada funcionalmente e esteticamente que satisfaça o dentista e o paciente

2. Ausência de dor, desconforto, alterações de sensibilidade ou infecção atribuíveis ao implante.

3. Estabilidade (imobilidade) do implante isolado no teste clínico 4. Perda óssea vertical média menos que 0,2mm por ano subsequente ao primeiro

ano de função.

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27

Karoussis et al.70

Critério de sucesso I

1. Ausência de mobilidade; 2. Ausência de queixas subjetivas persistentes (dor, sensação de corpo

estranho e/ou disestesia; 3. Ausência de bolsa periodontal maior que 5mm; 4. Ausência de bolsa periodontal com 5mm e sangramento à sondagem; 5. Ausência de radiolucidez contínua ao redor do implante; 6. Perda óssea vertical anual inferior a 0,2mm após o primeiro ano de carga;

Critério de sucesso II (sucesso clínico)

1. Ausência de mobilidade; 2. Ausência de queixas subjetivas persistentes (dor, sensação de corpo

estranho e/ou disestesia; 3. Ausência de bolsa periodontal maior que 5mm; 4. Ausência de bolsa periodontal com 5mm e sangramento à sondagem; 5. Ausência de radiolucidez contínua ao redor do implante.

Critério de sucesso III (limiar elevado)

1. Ausência de mobilidade; 2. Ausência de queixas subjetivas persistentes (dor, sensação de corpo

estranho e/ou disestesia; 3. Ausência de bolsa periodontal maior que 6mm; 4. Ausência de bolsa periodontal com 6mm e sangramento à sondagem; 5. Ausência de radiolucidez contínua ao redor do implante; 6. Perda óssea vertical anual inferior a 0,2mm após o primeiro ano de carga.

Critério de sucesso IV (Sucesso clínico)

1. Ausência de mobilidade; 2. Ausência de queixas subjetivas persistentes (dor, sensação de corpo

estranho e/ou disestesia; 3. Ausência de bolsa periodontal maior que 6mm; 4. Ausência de bolsa periodontal com 6mm e sangramento à sondagem; 5. Ausência de radiolucidez contínua ao redor do implante.

Misch et al.93

1. Sucesso (Saúde ótima)

a. Nenhuma dor ou sensibilidade durante a função; b. Mobilidade 0; c. Perda óssea radiográfica <2mm desde a radiografia inicial; d. Ausência de história de exudato.

2. Sobrevivência satisfatória

a. Nenhuma dor durante a função; b. Mobilidade 0; c. Perda óssea radiográfica de 2 a 4mm; d. Ausência de história de exudato.

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2.3 Osseointegração baseada em evidências científicas

Para que haja sucesso no fenômeno da osseointegração são necessários o

controle de seis fatores principais: (1) biocompatibilidade do material do implante, (2)

design do implante, (3) superfície do implante, (4) qualidade óssea, (5) técnica

cirúrgica - e - por fim, as (6) condições do carregamento protético.7

Inúmeras marcas comerciais de implantes estão disponíveis hoje no mercado.

Estima-se que mais de 2000 tipos de implantes variando a forma, material,

dimensão, superfície e geometria estão disponíveis comercialmente.66 Em particular,

existe um agressivo apelo comercial sobre as modificações no tratamento da

superfície dos implantes, e com isso uma suposta aceleração no processo de

osseointegração bem como na qualidade desta, fazendo com que cada fabricante

afirme sua superioridade sobre os demais.50

O titânio é um metal que apresenta baixo peso molecular, alta proporção de

resistência/peso, baixo módulo de elasticidade, excelente resistência à corrosão,

excelente biocompatibilidade, facilidade de corte e acabamento.78 Devido a estas

3. Sobrevivência comprometida

a. Pode haver sensibilidade durante a função; b. Mobilidade 0; c. Perda óssea radiográfica >4mm (e menor que ½ do corpo do implante); d. Profundidade de sondagem >7mm; e. Pode haver história de exudato.

4. Insucesso

a. Dor durante a função; b. Mobilidade; c. Perda óssea radiográfica > ½ do comprimento do corpo do implante; d. Exudato não-controlado; e. Removido da boca.

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características é o material de eleição para os implantes dentais, na forma comercial

de puro titânio ou como liga metálica.

Buscado descobrir se existe diferença na performance clínica de diferentes

sistemas de implantes, uma revisão sistemática foi realizada avaliando estudos

randomizados com acompanhamento de até 5 anos. A partir dos estudos incluídos

na revisão, seis diferentes sistemas de implantes com diferentes tratamentos de

superfícies foram avaliados. Com base na análise dos estudos, os autores

concluíram não haver evidência científica de que um tipo particular de implantes

possui maior taxa de sucesso em relação aos outros a longo prazo. No entanto, tais

autores concluíram também que essas conclusões foram baseadas em estudos

muitas vezes com alto risco de viés, com poucos participantes e com períodos de

acompanhamento relativamente curtos, e sugerem que novos estudos controlados

devem ser conduzidos.50

Nas últimas décadas, inúmeros pesquisadores vem trabalhando para o

desenvolvimento de novas superfícies para os implantes, que promovam ao mesmo

tempo uma melhor estabilidade primária bem como uma otimização na cicatrização

óssea.88

Modificações foram propostas para alterar as características das superfícies

usinadas para rugosas, com o intuito de melhorar a estabilização do implante e para

aumentar a área de superfície.67 Além disso, foi observado que a morfologia da

superfície desempenha um papel no comportamento celular.27

O jateamento tem sido demonstrado em alguns estudos como capaz de

permitir a adesão, a proliferação e a diferenciação dos osteoblastos.29,126

Um trabalho comparou o desempenho clínico de um sistema de implante com

dois tratamentos de superfícies diferentes (usinado vs. jateamento com TiO2). Foram

instalados 133 implantes em 50 pacientes edentados parciais que foram reabilitados

com próteses parciais fixas e proservados. Após dois anos em função, a taxa de

sobrevivência dos implantes foi de 97,7% e 95,7% respectivamente. Diante dos

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resultados, os autores concluíram não haver diferença estatisticamente significante

entre os dois tipos de superfície.69

Em contrapartida, um outro estudo comparou histológico e

histomorfometricamente o contato osso-implante em superfícies usinadas vs.

superfícies jateadas com Al2O3 no fêmur de coelhos. Foram instalados um total de

90 implantes (45 controle / 45 teste). Os coelhos foram sacrificados com 1, 2, 3, 4 e

8 semanas para que fossem feitas as análises. Os autores concluíram que os

implantes com tratamento de superfície apresentaram maior osteocondução e

consequentemente maior contato osso-implante em comparação aos implantes com

superfícies usinadas.109

Figura 06. Diferença sob MEV das superfícies usinadas vs. superfícies jateadas (figuras

extraídas de Piatelli et al.109).

Na preparação de superfícies modificadas, os métodos aditivos (p.ex. spray de

plasma, revestimento de HA) ou métodos de subtração (p.ex. jateamento, ataque

ácido) tem sido utilizados. Contudo o melhor tipo de superfície está ainda não está

bem claro. Por conta disso, Wennerberg et al.148 avaliando a rugosidade ideal para

uma superfície usinada que poderia resultar em um maior contato osso-implante,

sugeriram que a mesma deveria ser de 0,9 a 1,3um em média.

No entanto, um outro trabalho mostrou que rugosidades na faixa de 4,0um

tendem a diminuir a proliferação osteoblástica, porém não chegam a bloqueá-la.85

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Na verdade, os valores médios de rugosidade parecem ser úteis, porém

outros fatores como umedecimento e energia livre parecem também ter influência na

formação óssea.120

A tabela 02 apresenta alguns estudos que compararam o desempenho de

implantes com tratamento de superfície vs. implantes com superfície usinada (lisa):

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Tabela 02. Estudos comparativos que usaram implantes com tratamento de superfície vs. implantes usinados

Autor Superfície Resultados Achados Modelo experimental

Gotfredsen et al.58

1. Jateada com TiO2 (partículas de 53um) 2. Usinada

Torque de remoção:

1. 150 Ncm

2. 60 Ncm

Difererença nos valores de torque de remoção significativos.

Implantes instalados em cães. Não foi realizada reabilitação protética. Período de cicatrização de 12 semanas.

Wennerberg et al129

1. Jateada com TiO2 (partículas de 25um) 2. Usinada

Valores de BIC:

1. 40,9% 2. 34,5% Torque de remoção: 1. 35,4 Ncm 2. 29,2 Ncm

Valores de BIC não apresentaram diferenças significantes. Porém os valores de torque foram significativos.

Implantes instalados na tíbia de coelhos. Período de cicatrização de 12 meses.

Wennerberg et al.130

1. Jateada com Al2O3 (partículas de 25um, 75um e 250um) 2. Usinada

Valores de BIC:

1. 31% a 47%

2. 18% a 23%

As superfícies jateadas demonstraram mais osso em contato com a superfície do implante, comparadas com a superfície usinada.

Implantes instalados na tíbia de coelhos. Período de cicatrização de 12 meses.

Buser et al.31

1. Jateado e com ataque ácido (partículas de 0,25 a 0,5um e ataque ácido com HCL/H2SO4) 2. Pulverização de plasma 3. Usinado

Torque de remoção:

1. 1,43 Ncm

2. 1,54 Ncm

3. 0,26 Ncm

Foram observadas diferenças estatísticas entre os implantes jateados e com ataque ácido e os implantes usinados, assim como entre os implantes com pulverização de plasma e os implantes usinados. Entretando não houve diferença estatística entre os implantes jateados e com ataque ácido e os implantes com pulverização de plasma.

Os implantes foram instalados em maxila de pequenos suínos. Não foi realizada reabilitação protética. Período de cicatrização de 12 semanas.

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Carl et al.32

1. Pulverização de plasma 2. Usinada

Valores de BIC:

1. 55,9%

2. 56,2%

Não houve diferença

significativa entre os grupos.

Implantes instalados na mandíbula de babuínos. Não foi realizado reabilitação protética. Período de cicatrização de 6 meses.

Ivanoff et al.57

1. Jateada com TiO2 (partículas de 25um) 2. Usinada

Valores de BIC:

1. 37%

2. 9%

Valores de BIC

significativamente alto para

os implantes jateados.

Microimplnates instalados em rebordos de 27 pacientes. Período médio de cicatrização de 3,9 a

6,3 meses.

Trisi et al.142

1. Ataque ácido (Osseotite®)

2. Usinado

Valore de BIC:

1. 72,35%

2. 35,32%

Valores de BIC no ataque

ácido significamente mais

elevado se comparado aos

usinados.

A análise histológica envolveu

implantes instalados na região

posterior da maxila de humanos.

Período de cicatrização de 6 meses.

BIC - contato osso-implante (bone implant contact).

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Dentre os fatores relacionados com o sucesso da osseointegração, a

estabilidade primária é considerada fundamental,21,34,88 por promover uma

estabilização mecânica ao implante e impedir uma encapsulação fibrosa com

consequente falha do mesmo.102

A estabilidade primária depende diretamente da quantidade de osso compacto

em contato com a superfície do implante e como o osso cortical oferece uma melhor

ancoragem para os implantes, esse tipo de osso é sempre preferível.24 A região

posterior de maxila apresenta maior probabilidade em não obter-se estabilidade

primária devido ao tipo ósseo da região apresentar baixa densidade,96 porém

fatores como o comprimento dos implantes e uma fixação bi-cortical parecem

contribuir para resultados mais favoráveis.18

Figura 07 - Classificação óssea da região de maxila posterior proposta por Bahat18: (A)

presença da cortical superior e inferior; (B) apenas cortical inferior; (C) apenas cortical

superior; (D) ausência de cortical (adaptado de Bahat18).

Em um estudo realizado, foram instalados implantes com e sem establidade

primária em 16 ratos. Análises histométricas foram realizadas após um período de 1,

3, 6 e 9 meses de cicatrização e os ratos sacrificados. Segundo os autores nenhum

implante sem estabilidade primária inicial apresentou contato osso-implante nos

períodos de análise. Com base no estudo, os autores afirmam que uma estabilidade

primária é pré-requisito para o sucesso da osseointegração e a ausência de

estabilidade, resulta em uma encapsulação fibrosa do implante. Os mesmos ainda

afirmam que inúmeros fatores estão relacionados com a estabilidade primária do

implante, como: o tecido ósseo, controle de infecção e um adequado período de

cicatrização sem sobrecargas mecânicas. Baixa estabilidade inicial associada a uma

A B D C

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sobrecarga mecânica levará a um insucesso na osseointegração com consequente

falha do implante.54

Em contrapartida, um estudo conduzido por Otonni et al.105 com um grupo de

10 implantes instalados com torque de 20N/cm, apenas um teve insucesso após 9

meses com a próteses instaladas.

Um trabalho foi realizado para avaliar a relação entre o torque de inserção e o

sucesso da osseointegração dos implantes. O torque de inserção de 100 implantes

colocados em diferentes regiões da cavidade bucal foi aferido e, após o período de

espera para a osseointegração, foi feita e exposição dos implantes e constatado o

sucesso ou insucesso dos mesmos. Observou-se que dos 100 implantes instalados,

cinco não obtiveram sucesso e, destes, três obtiveram um torque igual ou maior do

que 40N/cm, ou seja, uma boa estabilidade primária. Dos implantes que obtiveram

sucesso 14 apresentaram um valor de torque de inserção entre 0 e 10N/cm, ou seja,

uma baixa estabilidade inicial. Com tais resultados, os autores concluíram que a

estabilidade inicial não é um fator que garanta por si só a osseintegração e a

aferição do torque de inserção não pode servir de única base para previsão do

índice de sucesso da osseointegração. Os mesmos autores ainda concluíram que

implantes de menor comprimento apresentam uma maior probabilidade em não se

obter uma estabilidade primária, enquanto quanto maior o diâmetro do implante

instalado, maior o valor do seu torque de inserção.34

O torque ideal para a instalação do implante na prática clínica não é

conhecido.35 Um sobreapertamento da fixação pode induzir a microfraturas do tecido

ósseo ao redor das espiras do implante.

Constantino37 propõe um protocolo de osseocompresão com o torque de

ineserção em níveis elevados de 80N/cm utilizando implantes com formatos cônicos.

Outros autores propõem torque de inserção de 70N/cm em osso bicortical e

de 50N/cm em osso monocortical.143

Em uma ampla revisão de literatura, Moraschini et al.95 concluíram que apesar

de ser um fator de suma importância, e que aumente a previsibilidade do tratamento,

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a estabilidade primária não pode ser considerada um fator que garanta por si só a

osseointegração. Casos no qual o profissional obteve uma baixa estabilidade inicial

nem sempre estarão fadados ao insucesso, desde que alguns parâmetros sejam

respeitados. Apesar dos inquestionáveis avanços tecnológicos das superfícies dos

implantes, não devemos negligenciar a necessidade mínima de estabilização desses

implantes no leito cirúrgico, visando a osseointegração. Os autores finalizaram

concluindo que mais estudos deverão ser realizados no que diz respeito à

estabilidade primária e a um valor de torque ideal para o travamento dos implantes

dentários.

No que diz respeito ao comprimento dos implantes, apesar de alguns

trabalhos relatarem uma menor taxa de sucesso dos implantes curtos,80,92,133 e da

utilização dos mesmos ainda ser controversa,136 tais implantes possuem grande

utilidade em casos no qual as condições ósseas residuais não permitem a instalação

de implantes longos,40,92,116,136 evitando assim cirurgias reconstrutivas19 e

consequentemente maior tempo de tratamento, maior morbidade e maior custo.40

O termo "implantes curtos" é muitas vezes subjetivo. Enquanto alguns autores

definem os implantes curtos como sendo implantes menores que 7mm,52 outros

consideram curtos implantes menores que 10mm.138

Sun et al.136 realizaram uma revisão sistemática de literatura avaliando

implantes curtos ≤ 10mm. Um total de 35 estudos em humanos foram incluídos na

revisão, totalizando 14.722 implantes avaliados. Destes, 659 falharam, perfazendo

assim uma taxa de 4.5% de insucessos. As dimensões dos implantes avaliados e

suas respectivas taxas de insucessos foram: 6mm (4.1%), 7mm (5.9), 7.5mm (0%),

8mm (2.5%), 8.5mm (3.2%), 9mm (0.6%) e 10mm (6.5%). A maioria dos insucessos,

cerca de 57.9%, ocorreram antes da reabilitação protética. De acordo com os

autores, não houve diferença estatística entre as falhas de implantes curtos e

implantes de tamanho padrão (standard), bem como nos procedimentos cirúrgicos

de uma ou duas fases. Houve uma maior tendência de falhas nos implantes

instalados na região da maxila e implantes usinados se comparados com os

implantes instalados na mandíbula e implantes com tratamento de superfície. Os

autores concluíram também, que os implantes curtos quando indicados para casos

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de pouca disponibilidade óssea possuem um prognóstico a longo prazo semelhante

aos implantes de tamanho standard.

Uma outra revisão sistemática, avaliou estudos longitudinais que envolveram

implantes com comprimento de 7, 8.5 e 10mm. Foram selecionados 33 estudos,

perfazendo um total de 16.344 implantes avaliados. Destes, 786 falharam (4.8%).

Foi observado uma taxa de insucesso de 9.7% para os implantes com tamanho de

3.75mm (diâmetro) x 7mm (comprimento) e de 6.3% para os implantes de 3.75mm

(diâmetro) x 10mm (comprimento). Os autores observaram também que a grande

maioria de insucessos relacionados com os implantes curtos foram associados a

locais de osso com baixa qualidade, como por exemplo na região posterior da

maxila. Desta forma, os autores concluíram que os implantes curtos são uma boa

alternativa se comparados a grandes cirurgias para reconstruções ósseas,

diminuindo assim a morbidade, o tempo e o custo do tratamento.40

Um trabalho avaliou 745 implantes com comprimento de 7 e 9mm instalados

na região posterior de edêntulos parciais suportando 338 próteses, durante o

período de 1 a 6 anos. Os autores relataram uma taxa de sobrevivência de 98.9% no

período de acompanhamento, concluído assim que os implantes curtos podem ser

indicados para suportarem próteses fixas na região posterior de edêntulos parciais.92

Barboza et al.19 conduziram um estudo retrospectivo avaliando 348 implantes

curtos com 9 e 10mm de comprimento por um período de 6 anos. Os implantes

foram instalados nas regiões anteriores e posteriores de 153 pacientes. A taxa de

sucesso dos implantes foi de 96% (334 implantes) com plena utilização em

reabilitações protéticas. A taxa de insucesso foi de 4% (14 implantes). Com base em

tais resultados, os autores concluíram que: (1) os implantes curtos apresentam taxas

de sucesso similares aos implantes longos, (2) os implantes curtos podem ser

utilizados em reabilitações protéticas com a mesma previsibilidade que os implantes

longos, (3) a utilização dos implantes curtos reduz consideravelmente a necessidade

de cirurgias de aumento ósseo para a instalação de implantes.

Uma revisão sistemática com metanálise sobre o desempenho dos implantes

curtos foi publicada no ano de 2012. A mesma concluiu que os implantes curtos são

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uma opção válida para o tratamento de rebordos atróficos, tendo um alto nível de

sucesso (91%) e baixa taxa de complicações biológicas e biomecânicas em um

período de acompanhamento em torno de 3 anos.14

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3. OBJETIVOS

3.1 Objetivo geral

Buscar estudos longitudinais, prospectivos e retrospectivos, dando prioridade

aos estudos randomizados controlados (RCTs), que se enquadrem dentro dos

critérios de inclusão estabelecidos por este estudo e que avaliaram a taxa de

sucesso e sobrevida dos implantes osseointegráveis por um período superior a 10

anos de acompanhamento.

3.2 Objetivos específicos

1. Analisar os estudos e apresentar as taxas de sucesso segundo os critérios

adaptados de Misch et al.93

2. Observar e discutir os diversos fatores que podem interferir nas taxas de

sucesso e sobrevida dos implantes osseointegráveis.

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4. MATERIAL E MÉTODOS

Para a elaboração deste trabalho, foram seguidas as etapas de prática

baseadas em evidência propostas por Stevens134.

1. Identificação de um problema clínico

2. Formulação de uma questão clínica relevante e específica

3. Busca das evidências científicas

4. Avaliação das evidências disponíveis

Os questionamentos clínicos desta revisão foram decompostos e organizados

utilizando a estratégia PICO, conforme propõe a Prática Baseada em Evidências

(PBE).5,122

Tabela 03. Estratégia PICO

População (Population) Pacientes edentados parciais ou totais submetidos a tratamentos com

implantes dentais.

Intervenção (Intervention) Instalação de implantes osseointegráveis em titânio.

Comparação (comparison) Entre diferentes tipos de implantes.

Outcomes (resultados) Taxas de sucesso dos tratamentos com os implantes osseointegráveis.

Pergunta

Qual é a taxa de sucesso e sobrevida dos implantes osseointegráveis a

longo prazo?

A metodologia utilizada para esta Revisão Sistemática foi adaptada do

PRISMA (Preferred Reporting Items for Systematic Reviews and Meta-Analyses).94

RE

VIS

ÃO

S

IST

EM

ÁT

ICA

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41

4.1 Questionamento principal

Qual é a taxa de sucesso dos implantes osseointegráveis em um período de

acompanhamento superior a 10 anos?

4.2 Tipos de estudos

Esta revisão sistemática deu prioridade aos estudos controlados

randomizados (RCTs). Na ausência destes, foram selecionados estudos

longitudinais prospectivos ou retrospectivos. A tabela 04 descreve os critérios de

inclusão e exclusão estabelecidos para a seleção dos estudos.

4.3 Tipos de pacientes

Foram incluídos nesta revisão sistemática estudos com pacientes edentados

totais ou parciais reabilitados com implantes dentários. As reabilitações incluíram

coroas unitárias, próteses parciais fixas, próteses totais implanto-suportadas e

próteses totais implanto-muco-suportadas (overdentures).

4.4 Estratégia de busca

Foi realizada uma ampla busca eletrônica na base de dados da Biblioteca

Nacional de Medicina dos Estados Unidos (MEDLINE/PubMed), LILACS e na

Colaboração Cochrane por publicações relevantes em revistas indexadas publicadas

a partir do ano de 1981, avaliando o desempenho clínico dos implantes

osseointegráveis acompanhados através de estudos longitudinais por pelo menos 10

anos.

Realizou-se para a busca combinações entre palavras-chaves definidas para

evitar o viés (tendenciosidade) de recuperação. A estratégia de busca inicial para o

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MEDLINE (PubMed), o LILACS e a Colaboração Cochrane, foi adaptada de Al-

Zahrani et al.12 As palavras-chave utilizadas como estratégia de busca foram:

1. "Osseointegrated implants" (implantes osseointegrados) OR

"Dental implants" (Implantes dentários) OR

"Marginal bone level" (nível de osso marginal) OR

"Longitudinal Studies" (estudo longitudinal) OR

"Cohort Studies" (estudos cohort) OR

"Prospective studies" (estudos prospectivos) OR

"Randomized controlled trials" (ensaios controlados randomizados) OR

"Follow-up studies" (estudos de acompanhamento)

[MeSH (Medical Subject Headings) terms].

2. "Implant success" (sucesso dos implantes) OR

"Implant survival" (sobrevivência dos Implantes) OR

"Ten years follow-up" (dez anos de acompanhamento)

[text words]

3. 1 AND 2

Além disso, foi realizada uma busca específica entre publicações dos anos

de 2001 a 2011 nos seguintes periódicos: International Journal of Prosthodontics,

International Journal of Oral and Maxillofacial Implants, International Journal of

Periodontics and Restorative Dentistry, Journal of Prosthetic Dentistry, Implant

Dentistry, Clinical Oral Implants Research, Clinical Implant Dentistry and Related

Research, Journal of Clinical Periodontology e Journal of Periodontology.

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43

4.5 Critérios de Inclusão e Exclusão

4.6 Análise de elegibilidade

Durante a pesquisa realizada, foram selecionados 2240 títulos em inglês.

Destes, os que não possuíam resumo disponível e os que fugiam ao tema desta

revisão sistemática foram excluídos. Após esta primeira análise, foram obtidos o

resumo de 118 artigos para leitura. Foram selecionados então, 40 artigos completos

para leitura criteriosa.

Tabela 04. Critérios de inclusão e exclusão usados no presente estudo.

Critérios de inclusão Critério de exclusão

1. Estudos clínicos longitudinais prospectivos, retrospectivos e controlados randomizados - RCTs. 2. Estudos que avaliaram a taxa de sucesso ou sobrevivência e o nível de reabsorção óssea marginal ao redor dos implantes. 3. Tempo mínimo de acompanhamento de 10 anos. 4. Publicações em revistas indexadas.

1. Revisões narrativas. 2. Estudos com pacientes em terapia de radiação ou quimioterapia. 3. Estudos envolvendo implantes instalados em área de regeneração óssea. 4. Estudos que realizaram a análise de reabsorção óssea através de radiografias panorâmicas. 5. Estudos avaliando pacientes com doenças sistêmicas (diabetes, autoimunes, síndromes e oesteoporoses. 6. Estudos experimentais em animais. 7. Estudos com acompanhamento inferior a 10 anos. 8. Estudos avaliando grupos específicos de pacientes (fumantes, álcool e drogas). 9. Estudos avaliando pacientes com doença periodontal sem prévio tratamento. 10.Estudos classificados com baixa qualidade pela análise específica realizada.

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44

Após a avaliação de cada artigo foram selecionados 17 estudos que

preencheram os requisitos propostos por esta revisão sistemática. Visando

selecionar apenas estudos com confiabilidade metodológica, todos os artigos

selecionados foram submetidos a uma análise de qualidade (tabela 05) que ao final

os classificou como sendo de alta, moderada ou baixa qualidade (tabela 06). Apenas

um estudo foi classificado como de baixa qualidade, sendo então excluído. Desta

forma, foram selecionados para esta revisão sistemática 16 estudos publicados

entre os anos de 1999 a 2012.

4.7 Análise de qualidade

Buscando uma metodologia para análise da qualidade dos estudos incluídos,

foi criada uma escala (tabela 05) adaptada de Nguyen et al.101, que avaliou através

de pontos (tabela 06) cada estudo selecionado. Foram utilizados diversos critérios

que somados geram uma pontuação máxima de 16 pontos. A partir desta

pontuação, cada estudo recebeu uma classificação de qualidade (alta, moderada e

baixa).

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A qualidade metodológica de cada estudo foi classificada como: alta (>12),

moderada ( ≥ 10 e ≤ 12 ) e baixa ( < 10 ).

Tabela 05. Análise de qualidade dos estudos incluídos.

Tamanho da amostra

Estudos com amostras < que 100 participantes = 1

Estudos com amostras que 100 participantes = 2

2

Tempo de acompanhamento

Estudos com período de acompanhamento de 10 anos = 1

Estudos com período de acompanhamento 11 anos = 2

2

Critérios de seleção

Critérios de seleção não mencionados ou mal definidos = 1

Critérios de seleção bem definidos = 2

2

Descrição da população

Estudos que não disponibilizaram idade ou gênero dos pacientes = 0

Estudos que disponibilizaram idade e gênero = 1

1

Métodos estatísticos disponíveis

Estudos que não disponibilizaram os métodos estatísticos utilizados = 0

Estudos que disponibilizaram os métodos estatísticos utilizados, porém não os

descreveram de forma clara = 1

Estudos que disponibilizaram os métodos estatísticos utilizados e os descreveram de

forma clara = 2

2

Critérios de sucesso

Estudos que utilizaram uma escala de sucesso para avaliação dos implantes e a

descreveram = 1

1

Descrição do objetivos

Objetivo do estudo indefinido = 1

Objetivo do estudo claramente definido = 2

2

Estudo Randomizado

Estudos clínicos randomizados (RCTs)

1

Número de implantes avaliados

Estudos com amostras < que 100 implantes = 1

Estudos com amostras que 100 implantes = 2

2

Conclusão

Se as conclusões estão de acordo com o objetivo do estudo

1

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Tabela 06. Pontuação dos artigos selecionados segundo a avaliação metodológica. Autor Tamanho Tempo de Critérios de Descrição da Métodos Critérios de

da amostra (2) acompanhamento (2) seleção (2) população(1) estatísticos descritos? (2) sucesso (1)

Åstrand et al.16 1 2 1 1 0 0

Carlsson et al.33 1 2 1 1 1 1

Degidi et al.41 1

1

2

1

1

1

Gotfredsen59 1 1 2 1 1 1

Jacobs et al.60 1 2 2 1 1 0

Jemt e Johansson64 1 2 1 1 1 1

Jemt63 1 2 1 1 1 1

Karoussis et al.70 1 1 1 1 1 1

Kim et al.72 1 1 1 0 1 1

Lekholm et al.80 2 1 1 1 1 1

Leonhardt et al.83 1 1 2 1 1 1

Pikner et al.111 2 2 1 1 1 0

Romeo et al.116 2 2 2 1 1 1

Simonis et al.128 1 2 1 1 1 1

Sunyoung et al.137 2 1 2 1 1 1

Telleman et al.139 1 1 1 1 1 1

van Steenberghe et al.144 2 1 2 1 1 1

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Tabela 06. Pontuação dos artigos selecionados segundo a avaliação metodológica (continuação). Autor Descrição do Estudo N° implantes

objetivo (2) randomizado (1) avaliados (2) Conclusão (1) Total (16) Qualidade

Åstrand et al.16 2 0 2 1 10 Moderada

Calrsson et al.33 2 0 2 1 12 Moderada

Degidi et al.41 2 0 2 1 12 Moderada

Gotfredsen et al.59 2 0 1 1 11 Moderada

Jacobs et al.60 2 1 1 1 12 Moderada

Jemt e Johansson64 2 0 2 1 12 Moderada

Jemt63 2 1 1 1 12 Moderada

Karoussis et al.70 2 0 2 1 11 Moderada

Kim et al.72 2 0 1 1 9 Baixa

Lekholm et al.80 2 0 2 1 12 Moderada

Leonhardt et al.83 2 0 1 1 11 Moderada

Pikner et al.111 2 0 2 1 12 Moderada

Romeo et al.116 2 0 2 1 14 Alta

Simonis et al.128 2 0 2 1 12 Moderada

Sunyoung et al.137 2 1 2 1 14 Alta

Telleman et al.139 2 0 2 1 11 Moderada

van Steenberghe et al144 2 0 2 1 13 Alta

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4.7.1 Avaliação da qualidade metodológica

Como resultado da análise, apenas um estudo72 (Kim et al.) foi classificado

como sendo de baixa qualidade. O referido estudo não relatou os critérios de

seleção dos pacientes, não descreveu a faixa etária ou média de idade e avaliou

uma amostra de pacientes reduzida. Sendo assim, visando incluir apenas estudos

com qualidade moderada e alta, este estudo foi excluído desta revisão sistemática.

4.8 Extração dos dados

Após criteriosa avaliação, os estudos selecionados foram submetidos a

extração dos dados. Foram extraídas as características de cada estudo, como: (1)

autor e ano, (2) tipo de estudo, (3) número de participantes, (4) faixa etária, (5)

média de idade, (6) gênero, (7) tempo de acompanhamento, (8) número de

abandonos, (9) número de implantes, (10) sistema de implante, (11) prótese

utilizada, (12) taxa de sucesso, (13) taxa de sobrevivência, (14) perda óssea média,

(15) profundidade de sondagem, (16) complicações biológicas, (17) razões para o

sucesso, (18) razões para o insucesso e (19) conclusões dos autores.

4.9 Análise estatística

A metodologia de metanálise não pode ser realizada nesta revisão sistemática

pela variação dos resultados apresentados pelos estudos incluídos. Esta decisão foi

tomada com a premissa de que a metanálise só deverá ser realizada quando os

estudos apresentarem semelhança suficiente que justifiquem uma análise

comparativa.98 Para a realização da estatística descritiva foi utilizado o software

Microsoft® Excel® 2011 em conjunto com o software StatPlus®: mac LE.2009. Foram

realizadas as médias dos resultados somando-se o número total dos valores

observados e dividindo-se pelo número total de observações. Para medirmos a

dispersão (variabilidade) dos valores individuais em torno da média, calculamos o

desvio padrão.

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Média = x = Σ (xi) Desvio padrão = √ Σ (xi - x)2

Ni N - 1

4.10 Escala de sucesso

Foi definido o sucesso como sendo uma análise qualitativa das condições

biológicas e complicações ocorridas com o implante no período de observação.128

Diversas escalas de sucesso foram publicadas na literatura, e até os dias de hoje

não existe uma escala padrão e universal para definirmos sucesso na

implantodontia. Com isso foi adotado a escala proposta e aceita no Congresso

Internacional dos Implantodontistas orais (ICOI) realizado na cidade de Pisa - Itália

no ano de 2008 e disponível em Misch et al.93 (tabela 07).

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Tabela 07. Escala de saúde para os implantes dentários Escala de qualidade Condições clínicas

a) Ausência de dor ou sensibilidade em função I Sucesso (saúde ótima) b) Ausência de mobilidade c) Perda óssea radiográfica <2mm a partir da cirurgia inicial d) Ausência de exsudato

II Sobrevivência satisfatória a) Sem dor durante atividade b) Ausência de mobilidade c) 2 - 4mm de perda óssea radiográfica d) Ausência de exsudato III Sobrevivência comprometida a) Pode ter sensibilidade durante atividade

b) Ausência de mobilidade c) Perda óssea radiográfica > 4mm d) Profundidade de sondagem de > 7mm e) Pode haver exsudato

IV Falha (clínica ou absoluta) a) Dor durante atividade b) Presença de mobilidade c) Perda óssea radiográfica > 1/2 de extensão do implante

d) Exsudatos não controlados e) Não esta mais na boca

Adaptado de Misch et al.93

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5. RESULTADOS

A estratégia de busca inicial revelou 2240 títulos que foram rigorosamente

avaliados segundo os critérios de inclusão/exclusão. Os títulos que não

apresentavam resumo disponível foram excluídos. Após análise detalhada foram

obtidos 118 resumos para leitura, e destes foram selecionados 40 artigos

completos para leitura criteriosa e extração dos dados. Após nova análise foram

selecionados 16 estudos que preencheram os requisitos desta revisão sistemática

(critérios de inclusão / exclusão). O resumo da estratégia de busca poderá ser

visualizado no fluxograma 01.

Fluxograma 01 - Seleção dos estudos

Primeira busca por títulos (n=2240)

Selecionados resumos (n=118)

Potenciais estudos a serem selecionados (n=40)

Estudos excluídos pelo título (n=2122)

Estudos excluídos após leitura dos resumos (n=78)

Estudos incluídos nesta Revisão Sistemática (n=16)

Estudos excluídos pelos critérios de

inclusão/exclusão (n=24)

14: não possibilitaram a divisão de grupos por tempo de acompanhamento. 7: não realizaram análise de reabsorção óssea marginal. 1: avaliou um grupo específico de pacientes (fumantes). 1: instalação de implante em área de regeneração óssea. 1: baixa qualidade metodológica.

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Após a seleção dos 118 resumos, o motivo mais frequente de exclusão foi o

acompanhamento inferior a 10 anos. Dos potenciais estudos a serem selecionados

(n=40), 14 estudos (35%) tiveram que ser excluídos por não possibilitarem a divisão

de grupos por tempo de acompanhamento, 8 estudos (20%) foram excluídos por não

terem realizado análise do nível ósseo marginal ou por a terem realizada de forma

indevida, 1 estudo (2,5%) foi excluído por ter avaliado um grupo específico de

pacientes (fumantes), 1 (2,5%) estudo foi excluído por ter realizado a instalação de

implantes em área de regeneração óssea (enxerto) e, por fim, 1 estudo (2,5%) foi

excluído por ter sido classificado como de baixa qualidade metodológica pela análise

previamente realizada. A relação dos estudos excluídos poderá ser acompanhada

na tabela 08.

Tabela 08 - Estudos selecionados e após excluídos pelos critérios de inclusão/exclusão (n=24).

1. AdelL et al.1 2. Priest112 3. Bahat18 4. Deporter et al.44 5. Ekelund et al.48 6. Karoussis et al.71 7. Lambrecht et al.76 8. Lemmerman e Lemmerman82 9. Mengel et al.89 10. Roos-Jansåker et al.117 11. Ross-Jansåker et al.118 12. Visser et al.145 13. Misch et al.91 14. Bonde et al.28

Estudos que não possibilitaram a divisão de grupos por tempo de acompanhamento.

15. Adell et al.1 16. Schnitman et al.124 17. Eckert e Wollan46 18. Fugazzoto53 19. Attard e Zarb17 20. Zarb e Zarb133 21. Mundt et al.97 22. Ross-Jansåker et al.117

Estudos que não realizaram análise de reabsorção

óssea marginal.

23. Lindquist et al.87

Estudo que avaliou um grupo específico de pacientes (fumantes).

24. Adell et al.2

Estudo que realizou instalação de implantes em área de regeneração óssea.

25. Kim et al.72

Estudo excluído por apresentar baixa qualidade metodológica.

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NR = Não relatado ; RCT = Estudo controlado randomizado , ♂= Homens ; ♀= Mulheres

Tabela 09. Estudos incluídos nesta revisão sistemática.

Autor Tipo de estudo

N° participantes Faixa etária

Média de idade

Gênero Tempo de acompanhamento

N° de abandonos (Dropout) (%)

Lekholm et al., 199980 Prospectivo 127 18-70 50 ♂54 / ♀73 10 anos 30

Carlsson et al., 200033 Prospectivo 60 33-64 NR ♂16 ♀44 15 anos 5

Van Steenberghe et al., 2001144 Retrospectivo 158 32-82 59,2 ♂114 / ♀44 12 anos 2,5

Leonhardt et al., 200283 Prospectivo 15 21-71 NR ♂8 / ♀7

10 anos 21

Karoussis et al., 200470 Prospectivo 89 19-79 49,3 ♂34 / ♀55

12 anos 29,9

Telleman et al., 2006139 Retrospectivo 38 46-90 64 ♂8 / ♀30

10 anos 36,6

Jemt e Johansson., 200664 Retrospectivo 76 32-76 61,1 ♂48 / ♀28

15 anos 56,6

Romeo et al., 2006116 Retrospectivo 129 NR 53 ♂61 / ♀68

14 anos 17,8

Åstrand et al., 200816 Retrospectivo 21 40-74 54,3 ♂7 / ♀14

20 anos 56,2

Jemt, 200863 RCT 114 NR 42,7 ♂74 / ♀40

15 anos 44

Pikner et al., 2009111 Retrospectivo 640 18-83 52,3 ♂255 / ♀385

20 anos NR

Simonis et al., 2010128 Retrospectivo 55 29-88 68,7 ♂21 / ♀34

16 anos 28

Jacobs et al., 201060 RCT 18 32-75 55,1 ♂6 / ♀12

16 anos 33,3

Sunyoung et al., 2010137 RCT 106 NR 65,3 ♂40 / ♀66

10 anos 25,4

Gotfredsen, 201259 Prospectivo 20 18-59 33 ♂10 / ♀10

10 anos 5

Degidi et al., 201241 Prospectivo

48

NR

49,9 ♂21 / ♀27

10 anos

18,6

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Tabela 09 - Estudos incluídos nesta revisão sistemática (continuação)

Autor

N° implantes Sistema de

implantes Prótese Taxa de

sucesso (%)

Taxa de sobrevivência

(%)

MPOM (mm)

MPS (mm)

Escala de sucesso utilizada

Lekholm et al., 199980 461 NobelBiocare® Parcial fixa NR 92,6 0,7 NR Albrektsson et al.8

Carlsson et al., 200033 348 NobelBiocare® Total fixa 99 96 0,5 NR Albrektsson et al.8

Van Steenberghe et al., 2001144 316 NobelBiocare® Overdenture 97,2 98,5 2,67 NR Albrektsson et al.8

Leonhardt et al., 200183 57 NobelBiocare® Parcial Fixa NR 94,7 1,7 1,9 NR

Karoussis et al., 200470 179 ITI® Unitária ou Parcial fixa

85,5 92,4 0,98 2,87 Karousis et al.70

Telleman et al., 2006139 115 ITI® Overdenture 92,2 96,3 2,2 3,3 Albrektsson et al.8

Jemt e Johansson, 200664 450 NobelBiocare® Total fixa NR 90,9 2,1 NR Albrektsson et al.8

Romeo et al., 2006116 265 ITI® Unitária ou Parcial fixa

NR 97,5 1,65 2,2 Ross et al.119

Åstrand et al., 200816 123 NobelBiocare® Total fixa NR 99,2 2,33 3,4 NR

Jemt, 200863 123 NobelBiocare® Unitária NR 97,7 2 NR albrektsson e Isidor6

Pikner et al., 2009111 3.462 NobelBiocare® Unitária, Parcial ou total fixa

NR 98,2 2,5 NR NR

Simonis et al., 2010128 131 ITI® Unitária ou Parcial fixa

51,9 83,7 2,25 2,73 Simonis et al.128

Jacobs et al., 201060 95 NobelBiocare® Astra Tech®

Parcial fixa 98,8 93,9 0,16 2,55 NR

Sunyoung et al., 2010137 212 NobelBiocare® Southern Implants® Steri-Oss®

Overdenture 100 100 0,29 NR albrektsson e Isidor6 Ross et al.119

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NR = Não relatado ; MPOM = Média da perda óssea marginal ; MPS = Média da profundidade de sondagem ; mm = milímetros Tabela 09. Estudos incluídos nesta revisão sistemática (continuação)

Autor Razões para o sucesso Razões para o insucesso Conclusão dos autores

Lekholm et al., 199980 Os autores relacionaram o sucesso do estudo à qualidade do sistema de implantes

Brånemark.

As falhas ocorreram em virtude de sobrecarga mecânica e os implantes curtos

falharam mais que os implantes longos.

O sistema de implantes Brånemark, utilizado para tratar o edentulismo parcial, apresentou excelente taxa de sobrevivência nos 10 anos

de acompanhamento. Carlsson et al., 200033 Os autores alegaram que as próteses fixas

totais ou parciais sobre implantes distribuem melhor as forças biomecânicas se comparados a implantes isolados,

protegendo-os desta forma.

Todas as perdas de implantes ocorreram antes da instalação das próteses, levando a

conclusão de ter havido falha no processo de osseointegração. Pacientes fumantes

apresentaram mais reabsorção óssea em relação aos não fumantes.

Durante o período de acompanhamento houve pequena perda óssea marginal ao redor dos

implantes, que foi similar entre maxila e mandíbula. Os resultados do estudo foram

considerados um sucesso.

Van Steenberghe et al., 2001144 Segundo os autores, a instalação de dois implantes retendo uma prótese total inferior

removível (overdenture) promove uma mínima reabsorção óssea e altas taxas de

sucesso pela baixa incidência de forças oclusais e facilidade de higienização.

Segundo os autores, apenas o fator tempo possui uma influência significativa na

reabsorção óssea ao redor dos implantes em tratamentos com overdentures.

Uma alta taxa de sucesso e uma mínima reabsorção óssea marginal indicam

claramente que a reabilitação da arcada inferior com overdentures é uma modalidade

de tratamento confiável.

Gotfredsen, 201259 20 Astra Tech® Unitária NR 100 0,75 NR albrektsson e Isidor6

Degidi et al., 201241 158 NobelBiocare® Unitária, Parcial ou total fixas

34,9 97,2 1,95 2,54 Misch et al.93

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Leonhardt et al., 200183 Os autores relacionaram uma maior sobrevida dos implantes aos pacientes incluídos em um rigoroso programa de

controle do biofilme bacteriano.

De acordo com os resultados do estudo, as três perdas de implantes relatadas ocorreram

antes da instalação das próteses, evidenciando assim uma falha na

osseointegração.

Segundo os autores, pacientes portadores de doença periodontal devem ser tratados antes

de iniciarem o tratamento com implantes. Após tratados, deverão fazer parte de um rigoroso programa de manutenção de saúde oral. Os

mesmos concluíram também, que as bactérias encontradas ao redor dos implantes fazem

parte da microbiota normal da cavidade bucal. Karoussis et al., 200470 Segundo os autores, um correto

planejamento dos casos é fundamental para aumentar as taxas de sucesso.

Os autores declararam não conhecerem os reais motivos que levaram aos implantes ITI®

HC apresentarem maior taxa de insucesso em relação aos implantes ITI® HS.

Os implantes ITI® HS (Hollow Screw) apresentaram taxa de sucesso superior e

menor ocorrência de peri-implantites quando comparados aos implantes ITI® HC (Hollow Cilinder) (95,4% vs. 85,7% ; 10% vs. 29%).

Telleman et al., 2006139 Os autores afirmaram que é necessário um acompanhamento anual dos implantes e próteses para o aumento do sucesso e

sobrevida dos implantes.

Um implante falhou por falta de osseointegração e outros três implantes falharam por peri-implantite durante o

período de acompanhamento.

Os implantes ITI® HS (Hollow Screw) e ITI® HC (Hollow Cilinder) apresentam resultados estáveis a longo prazo para o suporte de

ovendentures mandibulares. Porém é necessário o acompanhamento anual dos

implantes. Jemt e Johansson, 200664 Segundo os autores, os resultados sugerem

que os pacientes com boa saúde, estilo de vida saudável e que cooperaram com o

programa de manutenção do tratamento, obtiveram uma performance melhor durante

os 15 anos de acompanhamento.

Os autores relacionaram o abandono do programa de manutenção do tratamento com uma maior possibilidade de fracasso a longo

prazo.

Os autores concluíram que os implantes funcionaram de forma satisfatória nos 15 anos

de acompanhamento e que o fator tempo contribuiu de forma insignificante para a

sobrevida dos implantes.

Romeo et al., 2006116 A qualidade óssea da região a receber o implante parece ser decisiva para o sucesso

do caso.

Todos os implantes perdidos foram instalados em osso tipo 3 ou 4, ou seja,

ossos classificados como de baixa qualidade. Não houve perdas precoces e

todos os implantes foram carregados proteticamente.

Neste estudo, o sucesso e a sobrevivência dos implantes curtos (8mm) e de tamanho

padrão (standart - 10mm) não tiveram diferenças estatisticamente diferentes. Os

autores concluíram também que o prognóstico dos implantes curtos parece estar relacionado

com a qualidade óssea da região. Åstrand et al., 200816 Após a conclusão, os autores realizaram a

observação de que os procedimentos cirúrgicos foram feitos em duas etapas, ou seja, não realizaram carga imediata e que

utilizaram implantes com tratamento de superfície. Os autores avaliaram somente implantes unidos ("splinted") por próteses

totais fixas.

Dos 123 implantes instalados em 23 pacientes, apenas um foi perdido durante os 20 anos de acompanhamento. No entanto os autores não relataram os motivos da perda.

Os tratamentos com implantes em edêntulos totais revelaram um ótimo resultado durante

as duas décadas de acompanhamento. A frequência de falhas técnicas e biológicas foi

muito pequena.

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Jemt, 200863 O autor ressaltou a maior sobrevivência dos implantes em pacientes jovens comparados a pacientes idosos, em diferentes períodos

de acompanhamento.

Os pacientes de maior idade e com problemas de saúde sistêmica e bucal

apresentaram menores taxas de sobrevivências dos implantes.

Os implantes para incisivos centrais superiores isolados apresentaram maior taxa

de problemas técnicos e biológicos comparados ao grupo controle (implantes de

incisivos centrais unidos a próteses fixas).

Pikner et al., 2009111 Pacientes jovens e implantes que foram instalados na maxila apresentaram maior

taxa de sucesso.

Os autores relataram que a idade avançada dos pacientes e os implantes instalados na

mandíbula tendem a apresentar maior reabsorção óssea.

O estudo demonstrou uma baixa perda óssea durante o período de acompanhamento, sendo

a mesma estável.

Simonis et al., 2010128 Os autores enfatizaram exaustivamente a importância no controle da peri-implantite por considerarem como sendo o fator de maior risco para a perda dos implantes e de difícil

tratamento.

Os autores relataram que os insucessos se concentraram em um pequeno grupo de

pacientes e que houve significativa relação de insucesso com pacientes fumantes e com

histórico de doença periodontal.

Os autores concluíram que complicações técnicas e biológicas são frequentes na

implantodontia, e que pacientes com história de doença periodontal possuem maior risco de

complicações.

Jacobs et al., 201060

Grande parte dos pacientes apresentou boa higienização durante o período de

acompanhamento, o que contribui para baixos níveis de reabsorção óssea e

profundidades de sondagem. Além disso os autores mencionaram o fato dos dois

sistemas de implantes testados (Brånemark® - Nobelbiocare / Astra Tech®)

apresentarem alta qualidade.

A idade, higienização, tipo de carregamento protético e linha de união do abutment com o

implante podem contribuir para a profundidade de sondagem e alterações no

nível ósseo marginal.

O estudo mostrou não haver diferença estatística na profundidade de sondagem e na

perda óssea marginal entre dois tipos de sistemas de implantes.

Sunyoung et al., 2010137

Os autores atribuíram a baixa remodelação óssea ocorrida ao benefício do tratamento de

superfície (rugosidades) dos implantes utilizados. Também mencionaram o fato de os implantes terem sido instalados em uma região de osso basal (mandíbula anterior), o

que pode contribuir para uma menor reabsorção óssea a longo prazo.

Os autores não declaram insucessos no estudo. As perdas ósseas ocorridas foram

consideradas como fisiológicas e ocorreram mais acentuadamente no primeiro ano de

carregamento protético.

O tratamento com próteses do tipo overdenture suportadas por dois implantes

isolados ("unsplinted") e sistemas de attachment é possível a longo prazo. Uma

baixa reabsorção óssea marginal foi observada no período de acompanhamento.

Gotfredsen, 201259

Os autores atribuíram o sucesso na sobrevivência dos implantes e a baixa perda óssea marginal a qualidade dos implantes

Astra Tech®.

O estudo apresentou 100% de sobrevivência dos implantes. A complicações mais comuns

foram a presença de placa e mucosites. Assim, os pacientes foram instruídos a

reforçar a higienização.

O estudo apresentou 100% de sobrevivência dos implantes instalados. Além disso a perda óssea marginal foi inferior a 1mm e não houve

diferença entre os resultados dos implantes imediatos e tardios.

Degidi et al., 201241

Além de outros fatores, a adoção de um protocolo rígido de higienização é

fundamental para a longevidade dos implantes.

Os autores observaram que os implantes imediatos tendem a sofrer maior reabsorção

óssea quando comparados aos implantes instalados em alvéolos cicatrizados.

Os autores concluíram que dentro das limitações do estudo, os resultados foram

positivos em termos de manutenção de osso marginal ao redor dos implantes no período de

acompanhamento.

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58

5.1 Estudos incluídos

Um total de 16 estudos avaliando o sucesso dos implantes foram incluídos

nesta revisão. As características de cada estudo estão listadas na tabela 09. Todos

os estudos realizaram um acompanhamento superior a 10 anos. A média de tempo

de acompanhamento foi de 13,4 anos. Foram incluídos seis estudos prospectivos,

sete estudos retrospectivos e três ensaios clínicos randomizados (RCTs).

Os estudos incluíram um total de 1.714 pacientes com variação de idade entre

13 a 90 anos e média de 54,4 anos (SD 9,7). Destes pacientes 777 (45,3%) eram

homens e 937 (54,7%) mulheres.

Foram avaliados um total de 6.515 implantes referentes a cinco marcas

comerciais diferentes: Astra Tech® (Astra Tech® AB, Mölndal, Sweden), Brånemark

System® (Nobel Biocare AB, Göteborg, Sweden), ITI® (Straumann AG, Waldenburg,

Switzerland), Southern Implants® (Southern, Irvine, Canada) e Steri-Oss® (Nobel

Biocare AB, Göteborg, Sweden). Nos estudos, foram utilizados implantes com

comprimento de 6, 7, 8, 9, 10, 11, 12, 13, 15, 18, 19 e 20mm. Quanto ao diâmetro,

foram instalados implantes de 3.3 ; 3.75 ; 4.0 ; 4.1 ; 4.8 e 5mm. A maioria dos

estudos utilizou implantes com superfície usinada (superfície tratada), contudo,

alguns estudos utilizaram implantes de superfície lisa. O motivo desta escolha

parece ter sido a data de realização dos estudos, ou seja, estudos mais antigos

normalmente utilizavam implantes com superfície lisa.

Foram instalados 958 (14,7%) implantes na maxila e 1.842 (27,9%) na

mandíbula. Três estudos não relataram de forma clara os locais de instalação dos

3.715 (57,4%) implantes restantes (Pikner et al.111 ; Jacobs et al.60 ; Degidi et al.41).

O número de abandonos ou de pacientes que não puderam ser

acompanhados durante o período completo dos estudos variou entre 5 a 56%. Um

estudo não relatou o número de abandonos (Pikner et al.111).

Em 13 estudos (Lekholm et al.80 ; Carlsson et al.33 ; Van Steenberghe et al.144 ;

Leonhardt et al.83 ; Karoussis et al.70 ; Telleman et al.139 ; Jemt e Johansson.64 ;

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59

Romeo et al.116 ; Åstrand et al.16 ; Pikner et al111 ; Jemt63 ; Simonis et al.128 ; Jacobs

et al.60) os implantes foram instalados em alvéolos cicatrizados utilizando o protocolo

cirúrgico padrão, de acordo com os princípios descritos por Brånemark et al.24 em

1969. Em 2 estudos (Degidi et al.41 ; Gotfredsen59), foram instalados implantes

imediatos com carregamento protético também imediato. Em um estudo (Sunyoung

et al.137), os implantes foram instalados em alvéolos cicatrizados, porém houve

carregamento protético precoce.

Todos os estudos foram conduzidos em ambientes institucionais, como

universidades ou clínicas especializadas em implantes. Um estudo foi multicêntrico.

5.2 Sobrevivência dos implantes

Todos os 16 estudos relataram as taxas de sobrevivência. Dos originais 6.515

implantes instalados, 205 foram perdidos por complicações biológicas ou mecânicas.

A média de sobrevivência por tempo de acompanhamento está disposta na tabela

10. A média cumulativa de sobrevivência foi de 95,5% (SD 4,2 / n = 6.515) com

variação de 83,7 a 100%. Aproximadamente 70% das perdas ocorreram após a

instalação do abutment e o carregamento protético. O gráfico 01 expõe a

percentagem de implantes perdidos de cada estudo.

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SD = desvio padrão

Tabela 10. Taxas de sobrevivência por tempo de acompanhamento.

Autor

Taxa de sobrevivência (%)

10 anos

Lekholm et al.80 92,6 Leonhardt et al.83 94,7 Telleman et al.139 96,3 Sunyoung et al.137 100 Degidi et al.41 97,2 Gotfredsen59 100

Média (SD) 96,8 (2,93)

12 anos

Van Steenberghe et al.144 98,5 Karoussis et al.70 92,4

Média (SD) 95,4 (4,3)

14 anos

Romeo et al.116 97,5

15 anos

Carlsson et al.33 96 Jemt e Johansson64 90,9 Jemt63 97,7

Média (SD) 94,8 (3,53)

16 anos

Simonis et al.128 83,7 Jacobs et al.60 93,9

Média (SD) 88,8 (7,2)

20 anos

Åstrand et al.16 99,2 Pikner et al.111 98,2

Média (SD) 98,7 (0,7)

Média cumulativa (SD)

95,5 (4,2)

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Gráfico 01 - Percentagem de perda de implantes de cada estudo incluído.

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5.3 Complicações Biológicas

A ocorrência de mucosites, foi relatada em vários estudos, porém muitas

vezes com diferentes denominações, como: complicações de tecidos moles,

inflamação gengival, gengivite e sangramento. A média de mucosites relatadas nos

trabalhos foi de 21% do total de implantes avaliados. Outras complicações

biológicas, como parestesia persistente (1,8%) (Lekholm et al80), dor (5%)

(Gotfredsen et al59) e fístula (4%) (Jemt63) também foram mencionadas.

Em 91 implantes foi relatada a ocorrência de peri-implantite (média de 3,8%),

caracterizada por um processo inflamatório nos tecidos ao redor do implante

ocasionando a perda de suporte ósseo. Em 3 estudos (Carlsson et al33 ; Van

Steenberghe et al144 ; Pikner et al111) não houve o relato dos motivos que levaram a

perda dos implantes.

5.4 Profundidade de sondagem

Oito estudos relataram a média de profundidade de sondagem durante o

período de acompanhamento (tabela 09). A média cumulativa dos trabalhos que

fizeram a avaliação foi de 2,68mm (SD 0,5) com variação de 1,9 a 3,4mm.

5.5 Perda óssea marginal

A média de perda óssea marginal ao redor dos implantes avaliados foi de

1,54mm (SD 0,84) e variação de 0,16 a 2,67mm. Todos os estudos realizaram a

análise através de radiografias periapicais analógicas ou digitais. Estudos que

realizaram a análise através de radiografias panorâmicas foram excluídos desta

revisão sistemática pela baixa precisão deste exame para esta finalidade.

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5.6 Sucesso dos implantes

Para esta revisão sistemática foi adotada a escala de sucesso proposta pelo

ICOI (The International Congress of Oral Implantologists) - publicado em Misch et

al.93, já que até o prezado momento não existe uma escala de sucesso padronizada

e universalizada entre os profissionais, o que de certa forma dificulta a interpretação

para os leitores.

Como nem todas as informações presentes na escala de sucesso foram

disponibilizadas nos estudos incluídos, adotamos o nível de reabsorção óssea

marginal como padrão para classificarmos o nível de sucesso e obtermos uma

média final. Para isso adaptamos uma escala de sucesso baseda no nível de

reabsorção óssea (tabela 11).

Nove estudos tiveram o resultado de seus implantes classificados como

sucesso (saúde ótima), obtendo uma média absoluta de reabsorção óssea marginal

de 0,96mm (SD 0,65 / n = 1.795) e variação de 0,16 a 1,95mm. Sete estudos tiveram

seus implantes classificados como sobrevivência satisfatória, com média absoluta de

2,29mm (SD 0,23 / 4.720) e variação de 2,0 a 2,67mm. Nenhum estudo foi

classificado como sobrevivência comprometida ou falha clínica. As classificações de

sucesso e as médias com desvio padrão poderão ser observadas na tabela 12.

Tabela 11. Escala de sucesso baseada no nível de rebasorção óssea.

I - Sucesso Perda óssea radiográfica <2mm a partir da cirurgia inicial.

II - Sobrevivência satisfatória Perda óssea radiográfica de 2 a 4mm.

III - Sobrevivência comprometida Perda óssea radiográfica > 4mm.

IV - Falha clínica Perda óssea radiográfica > que 1/2 do corpo do implante.

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Tabela 12. Média do nível de reabsorção óssea dos estudos incluídos.

Escala de Sucesso ______________________________ Implantes Autor Média de cada estudo avaliados I II Lekholm et al80 0,7 461

Carlsson et al33 0,5 348

Van Steenberghe et al144 2,67 316

Leonhardt et al83 1,7 57

Karoussis et al70 0,98 179

Telleman et al139 2,2 115

Jemt e Johansson64 2,1 450

Romeo et al116 1,65 265

Åstrand et al16 2,33 123

Pikner et al111 2,5 3.462

Jemt63 2 123

Simonis et al128 2,25 131

Jacobs et al60 0,16 95

Sunyoung et al137 0,29 212

Gotfredsen59 0,75 20

Degidi et al41 1,95 158

Média absoluta + desvio padrão (SD)

0,96 (0,65)

2,29 (0,23)

6.515

I = Sucesso ; II = Sobrevivência satisfatória

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6. DISCUSSÃO

A proposta desta revisão sistemática foi avaliar o desempenho clínico e

biológico dos implantes osseointegráveis através da análise de estudos longitudinais

que realizaram o acompanhamento dos tratamentos por no mínimo 10 anos. Foram

analisadas as taxas de sucesso e sobrevida dos implantes além do comportamento

biológico.

Devido aos critérios de inclusão/exclusão e a uma criteriosa análise de

qualidade, um elevado número dos artigos pré-selecionados foram excluídos. Para

esta revisão, foi dado preferência aos ensaios clínicos randomizados (RCTs), por

terem sido citados pelo Terceiro Congresso Europeu de Periodontia como os

estudos preferidos para a elaboração de trabalhos longitudinais em implantodontia22

- e por se tratarem das mais confiáveis fontes de informações para a prática

clínica.42,106 Contudo apenas 3 RCTs estavam de acordo com os critérios

estabelecidos para esta revisão, sendo os demais estudos prospectivos e

retrospectivos.

Para que a sobrevivência e o sucesso dos implantes possam ser devidamente

analisados, são necessários no mínimo 5 anos de acompanhamento.110 Após uma

exaustiva busca na literatura, pudemos constatar que existem apenas 4 revisões

sistemáticas disponíveis na literatura científica que analisaram a sobrevida dos

implantes de acordo com o período mencionado anteriormente.22,50,68,154 Contudo,

outros autores argumentaram que um período de 5 anos ainda pode ser pouco

confiável para passar informações confiáveis como a taxa de sobrevida dos

implantes.68 Até o prezado momento, não existe nenhuma revisão sistemática

publicada que analisou estudos com acompanhamento igual ou superior a 10 anos.

6.1 Sobrevivência dos implantes

Esta revisão sistemática revelou uma taxa de sobrevivência média de 95,5%

incluindo um total de 6.515 implantes em 16 estudos com acompanhamento por até

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20 anos (média de acompanhamento de 13,4 anos). Os estudos que realizaram o

maior tempo de acompanhamento - 20 anos (Åstrand et al.16 ; Pikner et al.111)

apresentaram uma alta taxa de sobrevivência (98,7%). Este resultado está de

acordo com um outro trabalho que apresentou uma média de sobrevivência de

98,9% para um tempo de acompanhamento também de 20 anos.48

Em 2002, uma revisão sistemática22 analisando estudos longitudinais de até 5

anos, observou uma taxa de sobrevida dos implantes de 97,5% até a cirurgia de

segundo estágio. Também no ano de 2002, outro trabalho observou uma sobrevida

de 96,5% para 1583 implantes instalados em diversas regiões da boca, com um

acompanhamento também de 5 anos.39

No que diz respeito ao comprimento dos implantes, um trabalho concluiu que

os implantes curtos possuem uma maior taxa de insucesso se comparados aos

implantes de maior comprimento.80 Esta conclusão está em desacordo com outros

trabalhos que não encontraram diferenças estatisticamente significativas quando

compararam os resultados da sobrevida entre implantes curtos e longos.40,92,136

Buscando também estudar o desempenho clínico entre diferentes tipos de implantes

- em 2005 - foi realizada uma revisão sistemática50 que incluiu 10 estudos clínicos

randomizados. Após a análise dos artigos, os autores concluíram não haver

evidência científica de que algum tipo particular de implantes possui maior taxa de

sucesso ou sobrevida a longo prazo.

Alguns trabalhos concluíram que houve um maior número de perdas de

implantes e maior nível de reabsorção óssea em pacientes fumantes (Carlsson et

al.33 ; Simonis et al.128). Estas conclusões estão suportadas por inúmeros outros

trabalhos que analisaram a influência do tabaco na sobrevivência e sucesso dos

implantes.43,74-75,79,84,87,147

Outros autores (Jemt63 ; Simonis et al.128) observaram um maior insucesso

entre grupos de pacientes portadores de doenças sistêmicas - como a diabetes e

com pacientes com histórico de doença periodontal. Em contrapartida, foram

publicadas recentemente, duas revisões sistemáticas que analisaram o impacto da

diabetes e da glicemia na osseointegração. As mesmas concluíram que ainda não

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existem evidências científicas que confirmem a interação negativa da doença com a

sobrevida dos implantes.62,103 Em uma outra revisão sistemática74 que avaliou a

influência da diabetes e do histórico de doença periodontal na sobrevida e sucesso

dos implantes, os autores relataram que apesar de não haver uma conclusão

definitiva, a diabetes tipo 2 pode exercer um efeito negativo nas taxas de

sobrevivência dos implantes e que o simples histórico de doença periodontal parece

não exercer uma influência negativa - contudo - podem influenciar nas taxas de

sucesso, especialmente em período mais longos.

Um estudo relatou em suas conclusões, que todas as perdas de implantes

ocorreram em ossos tipo 3 e 4, ou seja, ossos de baixa qualidade (Romeo et al.116).

De fato, outros trabalhos também concluíram que existe uma maior taxa de

insucesso nesse tipo de osso, normalmente encontrado na região posterior da

maxila. Tal fato deve-se a baixa estabilidade inicial apresentada pelos implantes no

momento da instalação cirúrgica, por ser um osso basicamente medular, podendo

assim haver micro-movimentos do implante o que acarretaria em uma

fibrointegração ao invés da osseointegração.11,54,96,142

Três autores (Jemt63 ; Pikner et al.111 ; Jacobs et al.60) relataram nas

conclusões de seus trabalhos que pacientes com idade avançada tendem a

apresentar uma maior alteração nos níveis de reabsorção óssea, assim como

menores taxas de sobrevivência. Em um estudo retrospectivo conduzido por Jang et

al.61 em 2011, avaliando os fatores que podem afetar a sobrevida dos implantes, a

idade avançada dos pacientes apresentou maiores taxas de perdas de implantes,

principalmente nos pacientes com idade superior a 79 anos. Os autores justificaram

este resultado a uma queda da densidade (qualidade) óssea - ou seja - quanto maior

a idade, maior o nível de reabsorção em relação a produção óssea, tornando assim

o tecido menos corticalizado e com maiores taxas medulares (porosidades).

Contudo, outro trabalho que também avaliou os riscos para as perdas de implantes,

não encontrou nenhuma associação entre a idade mais avançada dos pacientes e

um maior insucesso dos implantes.131 Em relação as alterações ósseas, como a

osteoporose, que normalmente ocorrem em pessoas com idade avançada, dois

estudos mostraram não haver aumento do risco para perda dos implantes em

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relação aos pacientes mais jovens e saudáveis, assim como em mulheres no

período pós-menstrual (menopausa).45,55

Em relação a técnica cirúrgica para a instalação dos implantes, dois estudos

(Degidi et al.41 ; Gotfredsen59) realizaram a técnica de implantes imediatos, ou seja,

realizaram a instalação dos implantes imediatamente após as exodontias. Os

estudos relataram uma taxa de sucesso após 10 anos de acompanhamento de

97,2% e 100% respectivamente. Estes resultados estão de acordo com a conclusão

de um trabalho que comparou a taxa de sobrevivência dos implantes imediatos e os

implantes de instalação tardia. Foram avaliados 1.022 implantes (480 imediatos e

542 tardios) durante 3 anos. A taxa média de sobrevivência foi de 93,8% para os

implantes imediatos e 93,2% para os implantes tardios. Assim, os autores

concluíram não haver diferença em relação à sobrevida quanto a instalação cirúrgica

imediata e tardia.107

6.2 Complicações biológicas

Consideramos complicações biológicas como reações teciduais indesejáveis

nos tecidos de suporte dos implantes.22 As principais e mais comuns complicações

biológicas são as mucosites, caracterizadas por apresentarem um processo

inflamatório reversível, demonstrando alteração de cor, rubor e sangramento na

mucosa ao redor dos implantes e sem apresentarem sinais de reabsorção óssea.

Outro tipo de complicação biológica são as peri-implantites, que caracterizam-se por

afetarem além da mucosa os tecidos duros - ou seja - o osso de suporte.77,86,153 Nos

estudos avaliados pudemos constatar uma média de 21% de ocorrência de

mucosites no total de implantes avaliados. Esse valor está de acordo com um

trabalho prospectivo conduzido por Rodrigo et al.114, que estudou a ocorrência de

complicações biológicas peri-implantares durante 5 anos. Os mesmos encontraram

ao final do estudo uma média de 20% de ocorrência de mucosites. Tais

complicações se tratadas através da adoção de um rigoroso programa de controle

do biofilme - através de debridamento mecânico e higienização correta são

totalmente reversíveis.77,141

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A frequência de peri-implantites variou conforme o tipo de implante, técnica

cirúrgica e prótese utilizada em cada estudo avaliado. Foi relatada uma média de

3,8% de peri-implantite nos estudos incluídos nesta revisão sistemática. Em uma

outra revisão22, os autores encontraram uma variação de ocorrência de peri-

implantite entre 0,31 a 0,71% em próteses do tipo overdentures, totais fixas e

unitárias e uma média de 6,47% para as próteses parciais fixas. O diagnóstico das

peri-implantites é realizado através de sondagem e exames radiográficos. Presença

de sangramento, supuração e perda óssea ao redor dos implantes são fatores

frequentemente associados as peri-implantites. São considerados como fatores de

risco para a doença o histórico de periodontites, presença de biofilme, higienização

deficiente, fumo, consumo de álcool e diabetes descompensada.100 O tratamento irá

depender da agressividade da doença, podendo ser cirúrgico (raspagens e

regeneração óssea guiada) ou não cirúrgico (raspagens isoladas ou associadas a

antissépticos e antobioticoterapia.86,100

A ocorrência de outras complicações biológicas, como a presença de

parestesia persistente por mais de 1 ano (traumatismo neural), presença de fístula e

dor foram relatas em apenas 3 dos 16 estudos incluídos. A baixa incidência do relato

de tais complicações também foi mencionada em outra revisão sistemática.22

6.3 Profundidade de sondagem

A sondagem do sulco peri-implantar associada a sinais como a presença de

sangramento ou secreções são importantes ferramentas a serem consideradas para

um correto diagnóstico da saúde dos implantes.153 Clinicamente, a profundidade de

sondagem ao redor dos implantes é influenciada por uma série de fatores - como:

nível de rabsorção óssea, profundidade de instalação dos implantes, perfil dos

pilares protéticos, perfil emergente da restauração protética e a região na qual o

implante foi instalado.77

Existem diferenças significativas entre o sulco histológico de dentes naturais e

o sulco dos implantes dentais.47 Por conta disso, ainda é um desafio para a literatura

estabelecer parâmetros para o método ideal de sondagem.

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Nesta revisão sistemática, oito estudos relataram a média de profundidade de

sondagem durante o período de acompanhamento (tabela 07). A média cumulativa

foi de 2,68mm com variação de 1,9 a 3,4mm. Profundidades de sondagem 5mm

deverão ser investigadas pois podem indicar doença peri-implantar.100 Contudo,

maiores profundidades de sondagem nem sempre são sinônimo de doença. A

profundidade da bolsa do implante pode ser um reflexo da espessura do tecido mole

original da área antes da instalação do implante. Por exemplo: a região de

tuberosidade maxilar pode ser mais espessa que 4mm. Desta forma, alguns

autores20,113 demonstraram que bolsas maiores que 5-6mm além de apresentarem

maior dificuldade de higienização, também apresentam maior incidência de bactérias

anaeróbicas e frequentemente requerem uma gengivectomia ou uma cirurgia de

remodelação óssea, diminuindo assim os fatores de risco.

6.4 Perda óssea marginal

Esta revisão sistemática, com base nos resultados dos estudos incluídos,

apresentou uma média de perda óssea marginal ao redor dos implantes de 1,54mm

com variação de 0,16 a 2,67mm (média do tempo de acompanhamento de 13,4

anos).

O osso marginal ao redor da região da plataforma do implante é normalmente

um indicador significativo para definir uma boa saúde peri-implantar. Com isso, de

acordo com Albrektsson e Isidor6, um implante caracterizará sucesso quando

apresentar uma reabsorção óssea menor que 1,5mm no primeiro ano após o

carregamento protético e 0,2mm nos anos subsequentes. Outros autores

propuseram que um implante poderia apresentar uma reabsorção óssea de no

máximo 2mm nos primeiros 5 anos após a instalação da prótese150 ou apresentar no

máximo 2mm de reabsorção óssea a partir da cirurgia inicial independente dos anos

em função.11

A maioria dos estudos indicam uma maior reabsorção óssea durante o

primeiro em função. Inúmeras causas são relacionadas a esta reabsorção - como: 1)

técnica cirúrgica de instalação do implante; 2) localização do implante em relação ao

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topo da crista óssea; 3) tipo da plataforma protética do implante; 4) tipo de

tratamento de superfície do implante; 5) localização da posição do pilar protético-

implante; 6) sobrecarga oclusal; 7) qualidade óssea da região - e por fim - 8)

presença de doença peri-implantar (peri-implantite).

Em um estudo prospectivo multicêntrico de 5 anos73, foi avaliado a reabsorção

óssea ao redor de 495 implantes após a instalação protética. O trabalho apresentou

uma alta taxa de sucesso - 99,5%, e não demonstrou diferenças estatísticas nos

resultados quanto ao tipo de implante, área de instalação ou tipo de prótese.

Resultados similares foram encontrados em um outro estudo prospectivo que

avaliou a reabsorção óssea em torno de 975 implantes e também não apresentou

diferenças estatisticamente consideráveis em relação ao designs e tamanho dos

implantes - densidade óssea ou localização (maxila ou mandíbula).90

6.5 Sucesso dos implantes

Desde a realização dos primeiros estudos longitudinais avaliando o

desempenho clínico dos implantes1,4, diversos autores propuseram inúmeros

parâmetros e escalas para classificar a saúde e o sucesso dos mesmos. Contudo,

até o prezado momento ainda não existe na literatura científica uma padronização

para esta classificação, o que a uma grande diversidade na metodologia dos

trabalhos.

A maioria dos estudos longitudinais avaliam apenas a sobrevida dos

implantes, subestimando a importância dos dados referentes a saúde dos mesmos.

Nesta revisão - somente 50% dos estudos incluídos realizaram análise de sucesso

dos implantes. Em uma outra revisão sistemática, que incluiu 260 estudos, 60% dos

mesmos eram em relação a sobrevida e apenas 15,7 estudaram o sucesso.99

Nesta revisão sistemática, adotamos o nível de reabsorção óssea para

classificarmos o sucesso dos resultados divulgados por cada estudo incluído.

Adotamos também a escala proposta pelo ICOI (The International Congress of Oral

Implantologists) - publicada em Misch et al.93

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Nove estudos tiveram o resultado de seus implantes classificados como

sucesso (saúde ótima), obtendo uma média absoluta de reabsorção óssea marginal

de 0,96mm (SD 0,65) e variação de 0,16 a 1,95mm. Sete estudos tiveram seus

implantes classificados como sobrevivência satisfatória, com média absoluta de

2,29mm (SD 0,23) e variação de 2,0 a 2,67mm. Nenhum estudo foi classificado

como sobrevivência comprometida ou falha clínica absoluta.

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7. CONCLUSÕES

Através desta revisão sistemática, pôde-se concluir que existem poucos

estudos longitudinais de longo prazo avaliando o desempenhos dos implantes

osseointegráveis;

A análise dos estudos incluídos demonstrou uma média de sobrevivência de

95,5%, e de acordo com a escala de sucesso baseada na média do nível de

reabsorção óssea, todos os estudos incluídos obtiveram classificação de

sucesso ou sobrevivência satisfatória, dentro de um período médio de 13,4

anos de acompanhamento;

As mucosites podem ser consideradas como a complicação biológica mais

comum no tratamento com os implantes;

Dentro das limitações dessa revisão sistemática, podemos afirmar que os

implantes osseointegráveis são seguros e apresentam altas taxas de

sobrevivência e sucesso a longo prazo, desde que, utilizados dentro de um

correto plano de tratamento e um criterioso programa de manutenção.

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