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UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE FACULDADE DE FARMÁCIA MESTRADO PROFISSIONAL EM ADMINISTRAÇÃO E GESTÃO DA ASSISTÊNCIA FARMACÊUTICA JONAS BASTOS DOS SANTOS AVALIAÇÃO DE INSTRUMENTO DE VISITA DOMICILIAR FARMACÊUTICA NA ESTRATÉGIA DE SAÚDE DA FAMÍLIA Niterói 2017

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UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE FACULDADE DE FARMÁCIA

MESTRADO PROFISSIONAL EM ADMINISTRAÇÃO E GESTÃO DA ASSISTÊNCIA FARMACÊUTICA

JONAS BASTOS DOS SANTOS

AVALIAÇÃO DE INSTRUMENTO DE VISITA DOMICILIAR FARMACÊUTICA NA

ESTRATÉGIA DE SAÚDE DA FAMÍLIA

Niterói

2017

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JONAS BASTOS DOS SANTOS

AVALIAÇÃO DE INSTRUMENTO DE VISITA DOMICILIAR FARMACÊUTICA NA

ESTRATÉGIA DE SAÚDE DA FAMÍLIA

Dissertação apresentada ao curso de

Mestrado Profissional em Administração e

Gestão da Assistência Farmacêutica da

Faculdade de Farmácia da Universidade

Federal Fluminense, como requisito parcial

para obtenção do título de Mestre em

Administração e Gestão da Assistência

Farmacêutica. Área de concentração: Uso

Racional de Medicamentos.

Orientadora: Prof. Dra. Sabrina Calil Elias

Niterói

2017

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S 237 Santos, Jonas Bastos dos.

Avaliação de instrumentos de visita domiciliar farmacêutica na estraté-

gia de saúde da família / Jonas Bastos dos Santos; Orientadora: Sabrina

Calil Elias. - Niterói, 2017.

83 f.: il.

Dissertação (Mestrado) - Programa de Pós-Graduação em Adminis-

tração e Gestão da Assistência Farmacêutica – Universidade Federal Flu-

minense, 2017.

1. Assistência farmacêutica 2. Atenção primária à saúde 3. Visita

domiciliar I. Calil Elias, Sabrina, orient., II.Título.

CDD 615.1

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JONAS BASTOS DOS SANTOS

AVALIAÇÃO DE INSTRUMENTO DE VISITA DOMICILIAR FARMACÊUTICA NA

ESTRATÉGIA DE SAÚDE DA FAMÍLIA

Dissertação apresentada ao curso de

Mestrado Profissional em Administração e

Gestão da Assistência Farmacêutica da

Faculdade de Farmácia da Universidade

Federal Fluminense, como requisito parcial

para obtenção do título de Mestre em

Administração e Gestão da Assistência

Farmacêutica. Área de concentração: Uso

Racional de Medicamentos. Aprovada em:

BANCA EXAMINADORA _________________________________________________

Prof. Dra. Sabrina Calil Elias

Orientadora - UFF _________________________________________________

Prof. Dr. Rondineli Mendes da Silva

FIOCRUZ

_______________________________________________

Prof. Dra Carla Patricia de Morais e Coura

INCA

Niterói

2017

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AGRADECIMENTOS

Agradeço a Deus acima de todas as coisas.

A minha amada família pelo amor e incentivo.

Aos queridos amigos do mestrado pela amizade, união, experiência compartilhada e

por todos os momentos preciosos ao longo desta caminhada.

A Msc Thaís Luquetti por permitir a dar continuidade a esse trabalho de dissertação.

Aos farmacêuticos que contribuíram no desenvolvimento desse projeto, desde a

elaboração até a prática na rotina.

À toda equipe da Centro Municipal de Saúde Dr. Carlos Gentile de Mello.

À orientadora Drª Sabrina, pela orientação, incentivo, carinho, atenção e paciência.

Você faz parte da construção do meu conhecimento desde o início. Essa trajetória foi

mais leve com todo seu apoio. Obrigado por tudo!

Obrigado a todos que de alguma forma contribuíram com uma palavra de alento e de

motivação para a realização desta dissertação.

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“Os farmacêuticos deveriam sair detrás do balcão e começar a

servir ao público, provendo cuidado ao invés de apenas

comprimidos. Não há futuro no simples ato de entregar

medicamentos. Essa atividade pode e será feita pela internet,

máquinas e/ou técnicos bem treinados. O fato de o farmacêutico

ter um treinamento acadêmico e agir como um profissional da

saúde coloca uma obrigação sobre ele para mais bem servir à

comunidade, de uma forma melhor do que faz atualmente’”.

World Health Organization International Pharmaceutical

Federation, 2006.

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RESUMO

A visita domiciliar farmacêutica (VDF) realizada juntamente com a Equipe de Estratégia da Família, pode contribuir na melhora da efetividade e segurança da terapêutica através do desenvolvendo de ações educativas, obtendo o maior benefício possível da farmacoterapia que o paciente utiliza. Para o desenvolvimento da VDF, são necessários planejamento, execução, registro de dados e avaliação das ações. Um instrumento de VDF foi previamente elaborado por farmacêuticos especialistas na área da ESF em 2016, através da Técnica de Grupo Focal. A proposta deste trabalho foi aplicar este instrumento durante a visita domiciliar pelos farmacêuticos que efetivamente realizam visitas domiciliares na Equipe de Saúde da Família (ESF), nos meses de agosto a outubro de 2017. Após a realização da VDF, os farmacêuticos realizaram a avaliação do instrumento através do preenchimento de formulários, referente ao perfil profissional e outro referente à adequação, clareza, efetividade/precisão, a exeqüibilidade e sugestões desta ferramenta. Participaram do estudo 07 Áreas Programáticas distintas e 32 farmacêuticos que efetivamente realizam VDF. Segundo avaliação expressiva dos participantes, o instrumento foi considerado adequado, claro, efetivo, preciso e exequível para utilização na prática de visita domiciliar. As atividades desenvolvidas pelos profissionais incluem às relacionadas à gestão e administração da assistência farmacêutica, que demandam grande parte do tempo de trabalho e as ações mais relacionadas com o paciente. O instrumento de VDF avaliado apresentou contribuição como auxílio ao profissional na realização do cuidado farmacêutico domiciliar na ESF do município do Rio de Janeiro. Palavras Chave: Atenção Primária à Saúde; Cuidados Farmacêuticos e Visita Domiciliar

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ABSTRACT

The pharmaceutical home visit (PHV), carried out together with the Family Strategy Team (FST), can contribute to the improvement of the effectiveness and safety of the therapy through the development of educational actions, obtaining the greatest possible benefit of the pharmacotherapy that the patient uses. For the development of PHV, planning, execution, data recording and evaluation of actions are necessary. A PHV instrument was previously prepared by specialist pharmacists in the FST area in 2016, through the Focal Group Technique. The proposal of this study was to apply this instrument during the PHV by the pharmacists who effectively carry out home visits at the FST, from August to October 2017. After the PHV, the pharmacists performed the evaluation of the instrument through a forms, referring to the professional profile and another concerning the adequacy, clarity, effectiveness / precision, feasibility and suggestions of this tool. Participating in the study were 07 distinct Program Areas and 32 pharmacists who effectively performed PHV. According to an expressive evaluation of the participants, the instrument was considered adequate, clear, effective, accurate and feasible for use in the practice of home visits. The activities developed by professionals include those related to the management and administration of pharmaceutical care, which require a large part of the work time and actions related to the patient. The evaluated PHV instrument presented contribution as an aid to the professional in the accomplishment of the home pharmaceutical care in the ESF of the city of Rio de Janeiro.

Keywords: Primary Health Care; Pharmaceutical Care and Home Visit

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SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO, p.12

2 REFERENCIAL TEÓRICO, p.16

2.1 ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE, p.16

2.2 ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE NO BRASIL, p. 18

2.3 A ASSISTÊNCIA MULTIDISCIPLINAR NA ESTRATÉGIA DE SAÚDE DA

FAMÍLIA, p. 20

2.4 ASSISTÊNCIA FARMACÊUTICA E O FARMACÊUTICO NA ESTRATÉGIA DE

SAÚDE DA FAMÍLIA, p. 21

2.5 VISITA DOMICILIAR NO ACOMPANHAMENTO AO PACIENTE, p. 23

2.5 ÁREA PROGRAMÁTICA DE SAÚDE NO RIO DE JANEIRO, p. 24

3 OBJETIVOS, p. 27

3.1 OBJETIVO GERAL, p. 27

3.2 OBJETIVO ESPECÍFICO, p. 27

4 METODOLOGIA, p. 28

4.1 DELINEAMENTO DO ESTUDO, p. 28

4.2 CAMPO DE ESTUDO, p. 28

4.3 CRITÉRIOS DE INCLUSÃO, p. 29

4.4 CRITÉRIOS DE EXCLUSÃO, p. 29

4.5 SELEÇÃO DE PARTICIPANTES, p. 29

4.6 COLETA DE DADOS, p. 31

4.7 ANÁLISE DOS DADOS, p. 33 4. 8 QUESTÕES ÉTICAS, p. 33

5 RESULTADOS E DISCUSSÃO, p. 34

5.1 CARACTERIZAÇÃO DOS PARTICIPANTES, p.34

5.2 AVALIAÇÃO DO INSTRUMENTO DE VISITA DOMICILIAR FARMACÊUTICA

NA ESTRATÉGIA DE SAÚDE DA FAMÍLIA, p. 36

5.3 ADEQUAÇÃO, p. 36

5.4 CLAREZA, p. 37

5.5 EFETIVIDADE/PRECISÃO, p. 38

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1

5.5 EXEQUIBILIDADE, p. 41

6 CONSIDERAÇÕES FINAIS, p. 43

7 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS, p. 45

8 ANEXO E APÊNDICES, p. 59 8.1 ANEXO 1 – TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO, p. 59 8.2 APÊNDICE 1 – PARECER DO COMITÊ DE ÉTICA EM PESQUISA, p. 61 8.3 APÊNDICE 2 – FORMULÁRIO DE VISITA DOMICILIAR FARMACÊUTICA, p. 67 8.4 APÊNDICE 3 – GUIA DE VISITA DOMICILIAR FARMACÊUTICA, p. 71

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LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 1 – Áreas Programáticas Geográficas - RJ, f. 25

Tabela 1: Bairros por Área Programática – Rio de Janeiro, 2017 f. 26

Figura 2 – Fluxograma do número de Unidades Básicas de Saúde por

Coordenadoria de Área Programática e farmacêuticos que realizam Visita Domiciliar,

Rio de Janeiro, 2017, f. 30

Figura 3 – Categorias Sócio Demográficas dos Farmacêuticos que realizam

Visita Domiciliar no município do Rio de Janeiro, 2017 f. 32

Figura 4 – Avaliação do Instrumento realizado por farmacêuticos que realizam

Visita Domiciliar no município do Rio de Janeiro, 2017 f. 33

Figura 5 – Perfil demográfico dos farmacêuticos atuantes que realizaram Visita

Domiciliar na ESF no município do Rio de Janeiro Agosto à Outubro de 2017, f.

34

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LISTA DE ABREVIATURAS, SIGLAS E SÍMBOLOS

ACS - Agentes Comunitários de Saúde

AF - Assistência Farmacêutica

AP - Áreas Programáticas

CAP - Coordenadoria de Atenção Primária

CEP - Comitê de Ética em Pesquisa

ESF - Estratégia de Saúde da Família

IDH - Índice de Desenvolvimento Humano

NASF - Núcleo de Apoio a Saúde da Familia

OMS - Organização Mundial de Saúde

OPAS - Organização Panamericana de Saúde

PACS - Programa de Agentes Comunitários de Saúde

PSF - Programa de Saúde da Família

PNAF - Política Nacional de Assistência Farmacêutica

PNM - Política Nacional de Medicamentos

RA - Regiões Administrativas

SUBPAV - Subsecretaria de Atenção Primária, Vigilância e Promoção à Saúde

SUS - Sistema Único de Saúde

TEIAS - Territórios Integrados de Atenção à Saúde

UBS - Unidades Básicas de Saúde

VD - Visita Domiciliar VDF – Visita Domiciliar Farmacêutica

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1. Introdução

Com a criação do Sistema Único de Saúde (SUS), mudanças consideráveis

ocorreram no sistema público de saúde brasileiro, norteadas por um conceito

ampliado de saúde e pelos princípios de universalidade do acesso, integralidade da

atenção e equidade. Nesse contexto, em 1994 foi criado o Programa de Saúde da

Família (PSF), vindo a se consolidar como política oficial do Ministério da Saúde em

1994, com base na experiência do Programa de Agentes Comunitários de Saúde

(PACS), iniciado em 1991 (ANDRADE et al, 2005).

O PSF teve como objetivo inicial a reorganização da Atenção Básica no País,

tendo como perspectiva a constituição de estratégias de reorientação do modelo de

atenção à saúde da população no âmbito do SUS, em direção à

implantação/ampliação da rede de Atenção Primária à Saúde (APS) (BRASIL,

2003a; MAGALHÃES, 2011).

Atualmente o PSF não é mais um programa e sim uma estratégia para

reorganização da atenção básica. Assim, ganhou a denominação de Estratégia de

Saúde da Família (ESF), que possibilita a integração e promove a organização das

atividades em território definido, com o propósito de atender o indivíduo e a família

de forma integral e contínua (ANDRADE et al, 2005; ESCOREL et al, 2007.;

MAGALHÃES, 2011).

O modelo preconiza uma equipe de saúde da família de caráter

multiprofissional que trabalha com definição de território de abrangência, adscrição,

cadastramento e acompanhamento da população residente na área. É composta,

no mínimo, de médico generalista ou especialista em saúde da família ou médico

de família e comunidade, enfermeiro generalista ou especialista em saúde da

família, auxiliar ou técnico de enfermagem e agentes comunitários de saúde (ACS)

(BRASIL, 2011).

Pode-se acrescentar a esta composição, como parte da equipe

multiprofissional, os profissionais de saúde bucal (ou equipe de Saúde Bucal-

eSB): cirurgião-dentista generalista ou especialista em saúde da família, auxiliar

e/ou técnico em Saúde Bucal (BRASIL, 2011; BRASIL, 2012). Pretende-se que a

unidade de saúde da família constitua a porta de entrada ao sistema local e o

primeiro nível de atenção, o que supõe a integração à rede de serviços mais

complexos (ESCOREL et al, 2007).

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Considerando a importância desse trabalho multiprofissional, foram criados

em 2008, os Núcleos de Apoio à Saúde da Família (NASF), incluindo nela, a

assistência farmacêutica. A Assistência Farmacêutica (AF) básica, neste âmbito,

compreende um conjunto de atividades relacionadas ao acesso e ao uso racional

de medicamentos, destinada a complementar e apoiar as ações da atenção

básica à saúde tendo como finalidade contribuir na melhoria da qualidade de vida

da população, integrando ações de promoção, prevenção, recuperação e

reabilitação da saúde (ARAÚJO et al, 2005; OLIVEIRA et al, 2010).

Desde então, a profissão farmacêutica tem passado por transformações,

assumindo um papel importante no desenvolvimento da assistência farmacêutica na

Atenção Primária (ARAÚJO et al, 2008). O farmacêutico assume papel central no

seguimento/acompanhamento farmacoterapêutico dos usuários portadores de

patologias crônicas e no atendimento de populações específicas, como os idosos,

diabéticos, hipertensos, epilépticos e portadores de HIV/AIDS (ARAÚJO et al., 2008).

Atualmente, a Assistência Farmacêutica no serviço público de saúde brasileiro

em seus diversos níveis de atenção restringe-se, muitas vezes, às áreas de gestão e

logística de medicamentos. Na maioria das unidades de saúde, o fluxo de usuários é

alto e os recursos humanos escassos, portanto o tempo de atendimento é sacrificado

em benefício do processo de gestão (ARAÚJO et al, 2005).

Além disso, o desemprego de diversas categorias acarretou no aumento da

procura dos serviços públicos de saúde. Nesta realidade, percebe-se que ainda

existem muitos desafios a serem enfrentados pela política de medicamentos

brasileira, dentre os quais se destacam a garantia de toda população ao acesso aos

medicamentos essenciais e à assistência farmacêutica (PAULA et al, 2009).

Outras dificuldades podem ser observadas no cenário atual, como a violência

urbana nos territórios onde comunidades estão vulneráveis a disputa de facções

rivais e constantes confrontos armados nessas áreas, tornando-se inviável tanto

acesso dos pacientes aos serviços de saúde quanto ao trabalho da ESF nessas

localidades.

Apesar das dificuldades da Assistência Farmacêutica na Atenção Primária,

observa-se a disponibilidade dos profissionais para aceitarem novas atribuições,

mesmo quando isso implique em sobrecarga de funções e necessidade de

adaptações na dinâmica do trabalho buscando constantemente usar de criatividade

para se apoiarem.

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Sendo assim, o farmacêutico assume importante papel na equipe

multiprofissional de saúde nas unidades de atenção primária desenvolvendo

atividades de prevenção e promoção da saúde, identificação e resolução de

Resultados Negativos Associados aos Medicamentos (RNM), além de ser

responsável pelo desenvolvimento de atividades de orientação dos usuários

quanto ao uso de medicamentos, o que possibilitando o usuário otimizar a

adesão à terapia (CARDOSO et al, 2013.; RIERA et al, 1999; SOLER et al,

2010).

Entre as atividades realizadas pelas equipes está a visita domiciliar (VD), a

qual favorece o estabelecimento de vínculos com a família e a compreensão de

aspectos importantes da dinâmica das relações familiares. O acompanhamento

dos pacientes no domicílio é fundamental, pois se trata de conjunto de ações

sistematizadas que viabilizam o cuidado ao paciente (BRASIL, 2003b).

O farmacêutico quando solicitado a atuar juntamente com a equipe

multidisciplinar em cuidados terapêuticos domiciliares é de grande valia para o

curso de uma farmacoterapia eficiente, pois pode desempenhar diversas

atividades inerentes a sua arte como: serviços de atenção farmacêutica,

assistência farmacêutica, farmacovigilância, farmácia clínica e auditoria

farmacêutica (FOPPA et al., 2008).

Para a realização dessa atividade, são necessários planejamento,

execução, registro de dados e avaliação. E este estudo tem como objetivo avaliar

um instrumento de visita domiciliar farmacêutico a fim de nortear as ações a

serem realizadas pelo farmacêutico no desenvolvimento da visita domiciliar.

No município do Rio de Janeiro a cobertura da ESF em 2009 estava em

torno apenas de 7 % da população. A partir desse ano, deu-se início a reforma

da Atenção Primária à Saúde, com a criação das Clínicas da Família

chegando ao final de 2012, com 40 % de cobertura populacional

(ORGANIZAÇÃO PAN - AMERICANA DA SAÚDE, 2013). Segundo dados do

Departamento de Atenção Básica, atualmente a população do Rio de Janeiro

estima-se em torno de 6.520.266 habitantes com 70% de cobertura populacional

e contando com 457 equipes de saúde da família (SUBPAV, 2017).

Cada equipe de ESF é composta por no mínimo médico, enfermeiro,

auxiliar de enfermagem e agentes comunitários de saúde (ACS) e deve ser

responsável por, no máximo, 4.000 pessoas (BRASIL, 2012). Outros

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profissionais poderão ser incorporados às equipes ou formar equipes de apoio,

de acordo com as necessidades e possibilidades locais (BRASIL, 2012). O

Município do Rio de Janeiro tem desenvolvido estratégias para consolidar a

implantação dos serviços farmacêuticos vinculados às unidades de saúde com a

presença do profissional farmacêutico (PEREIRA et al, 2015).

O papel e a responsabilidade do farmacêutico têm evoluído

historicamente, a partir do foco somente em questões administrativas e de

dispensação de medicamentos para desenvolvimento de ações com uma

abordagem mais centrada no paciente (PEREIRA & FREITAS, 2008). As ações

da assistência farmacêutica voltadas somente para a garantia do acesso aos

medicamentos não são suficientes para atender às necessidades da atenção

integral à saúde da população (PEREIRA et al, 2015).

Assim, torna-se necessário a implantação de serviços farmacêuticos com o

objetivo de prestar serviços assistenciais de forma integral aos usuários, melhorando

a efetividade e segurança da terapêutica, desenvolvendo ações educativas, além de

aperfeiçoar o cuidado dos problemas de saúde, obtendo maior benefício possível da

farmacoterapia que o paciente utiliza (FOPPA et al, 2008; HERNÁNDEZ et al, 2011).

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2. REFERENCIAL TEÓRICO 2.1 Atenção Primária à Saúde No ano de 1920, foi divulgado pela Grã-Bretanha um texto oficial tratando da

organização dos sistemas de saúde, que se pautava em três diferentes níveis de

serviços de saúde: centros de saúde primários, centros de saúde secundários e

hospitais escola (DAWSON, 1920). Além de constituir a base para o conceito de

regionalização, essa reorganização dos serviços de saúde serviu de apoio para

diversos países, os quais agora possuíam níveis definidos, cada um com setor de

atenção médica primária identificável e em funcionamento (STARFIELD, 2002).

O Relatório Dawson é um dos primeiros documentos a difundir a noção de

Atenção Primária à Saúde (APS), sendo responsável por influenciar a criação do

sistema nacional de saúde britânico em 1948, que por sua vez, passou a orientar a

reorganização dos sistemas de saúde em vários países do mundo (LAVRAS, 2011).

O Relatório de Lalonde (OMS, 1981) do Ministério de Saúde Canadense

discutia em 1970 “Uma nova Perspectiva para Saúde dos Canadenses”. Além de

assumir compromisso governamental, o relatório configurou importância de

prevenção de doenças e promoção da boa saúde da população, destacando estudos

epidemiológicos em relação às condições de vida especialmente saneamento

ambiental e nutrição (GIOVANELLA & MENDONÇA, 2012).

A preocupação dessas nações quanto à preservação da saúde de suas

populações, culminou na realização da “Conferência Internacional sobre Atenção

Primária em Saúde” em Alma-Ata, no Cazaquistão em 1978, precedida por reuniões

regionais e internacionais. A declaração de Alma-Ata que teve como lema “Saúde

para todos até o ano 2000”, recomenda que a saúde constitua um direito humano

fundamental e refere à promoção e proteção dos povos como parte essencial do

desenvolvimento, citando os cuidados primários em saúde como fator de

contribuição para melhoria da qualidade de vida e paz mundial (OMS, 1978).

Em seguida a declaração de Alma-Ata, a APS foi idealizada como atenção à

saúde essencial, baseada em métodos e tecnologias apropriadas, cientificamente

comprovadas e aceitáveis. O acesso das pessoas, da família e da comunidade

passou a ser direito para todos. A participação da comunidade se contrapõe ao

elitismo médico nesse período, através da democratização dos conhecimentos,

incluindo curandeiros e parteiras (praticantes tradicionais) além da participação dos

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agentes comunitários de saúde na comunidade, devidamente treinados na execução

de tarefas pertinentes aos trabalhos específicos (GIOVANELLA & MENDONÇA,

2012).

Nessa perspectiva, a APS passou a representar o primeiro nível de contato

com o sistema de saúde, aproximando esses serviços o mais próximo das pessoas

onde trabalham ou residem, não só restringindo-se ao primeiro nível, como também

integrando com um processo contínuo de assistência sanitária, envolvendo

prevenção, a promoção, a cura e a reabilitação (GIOVANELLA & MENDONÇA,

2012).

O Consenso alcançado pela OMS define a atenção primária à saúde como:

"A Atenção essencial à saúde, baseada na tecnologia e métodos

práticos, cientificamente comprovados e socialmente aceitáveis,

tornando-se universalmente acessíveis a indivíduos e famílias na

comunidade por meios aceitáveis para eles e a um custo que

tanto a comunidade como o país possa arcar em cada estágio de

seu desenvolvimento, um espírito de autoconfiança e

autodeterminação. É parte integral de um sistema de saúde do

país, do qual é função central, sendo o enfoque principal do

desenvolvimento social e econômico global da comunidade. É o

primeiro nível de contato dos indivíduos, da família e da

comunidade com o sistema nacional de saúde, levando a

atenção à saúde o mais próximo possível do local onde as

pessoas vivem e trabalham, constituindo um primeiro elemento

de um processo de atenção continuada à saúde" (OMS, 1978)1.

Em 1986, foi promovida pela Organização Mundial de Saúde (OMS) a

Primeira Conferência Internacional sobre Promoção da Saúde, em Ottawa, Canadá,

abordando um conceito mais atualizado de promoção à saúde, em resposta às

expectativas crescentes por uma saúde pública inovadora (JUNIOR & MARQUES,

2012).

Deste modo, com conceitos trazidos por esses documentos ao longo do

tempo, surgem no panorama internacional à ideia de organização dos sistemas de

atenção à saúde baseados na atenção primária.

No período de 2003 a 2010, a Organização Pan-americana de Saúde (OPAS)

também exerceu papel essencial na difusão do conceito de APS, lançando uma série

de documentos revisando objetivos e estratégias para seus países-membros. Dentre

esses, consta o documento “Renovação da atenção primária em saúde nas

Américas”, com o objetivo de “revitalizar a capacidade dos países de elaborar uma

estratégia coordenada, eficaz e sustentável para combater os problemas de saúde

_____________________________ 1 OMS. Relatório da Conferencia Internacional sobre Cuidados Primários de Saúde. p. 1-60. Alma-Ata, 1978.

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existentes, prepará-los para novos desafios de saúde e melhorar a equidade”

(LOBATO, 2014; OPAS/OMS, 2007; SILVEIRA et al. 2015). O documento fornece

uma fundamentação para organização e compreensão dos componentes de um

sistema de saúde com base na APS e diz que cada país precisará encontrar sua

própria forma de construir uma estratégia sustentável para fundamentar seu sistema

de saúde com mais firmeza sobre a abordagem da APS (OPAS/OMS 2007).

Outros documentos lançados pela OPAS apresentam as diretrizes técnicas

para a formação e qualificação profissional, como “A formação em medicina

orientada para a atenção primária em saúde” e “Sistemas de saúde com base na

atenção primária: estratégias para o desenvolvimento de equipes de atenção

primária em saúde”, uma vez que os recursos humanos estão entre os principais

impedimentos na implementação de uma APS eficaz (OPAS/OMS, 2008;

OPAS/OMS, 2009). Por outro lado, o documento “Redes integradas de serviços de

saúde: conceito, opções políticas e roteiro para a sua implantação nas Américas”

tem por objetivo analisar a fragmentação dos serviços de saúde e propor um marco

conceitual e operacional para a implantação das Redes Integradas de Serviços de

Saúde (OPAS/OMS, 2010).

A saúde é um tema de relevância no cenário internacional em decorrência de

suas dimensões social, política e econômica. Nos diversos países do mundo, a APS

seguiu diferentes formatos, e em vários deles as ações de cobertura universal ainda

não foram efetivadas. Para um melhor entendimento de como a APS no Brasil pode

se organizar,é importante trazer brevemente a estruturação da atenção primária em

alguns países, com ênfase especial naqueles que se pautaram pelos princípios de

Alma-Ata (GIOVANELLA, 2006).

2.2 Atenção Primária à Saúde no Brasil

No Brasil, o cenário Atual da APS seguiu o Modelo de Sistema Nacional de

Saúde (SNS), onde a equipe de saúde é composta por médicos de diferentes

especialidades, enfermeiras, assistentes sociais e suporte administrativo (por meio

do SUS). Trata-se de um sistema municipalizado, descentralizado, regionalizado,

hierarquizado em que, todos os municípios são responsáveis por prover para seus

cidadãos a Atenção Primária à Saúde de maneira integral (SAVASSI, 2013).

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A partir 1996, o Ministério da Saúde começou a romper com o conceito de

programa que estava vinculado a ideia de verticalidade e transitoriedade, passando a

utilizar a denominação de Estratégia de Saúde da Família (ESF) (MOROSINE &

CORBO, 2007). Portanto, é a estratégia prioritária escolhida para a reorientação da

atenção básica à saúde no país e tem recebido importantes incentivos financeiros

visando à ampliação da cobertura populacional e à reorganização da atenção

(BRASIL, 2003).

Atualmente, a equipe de Atenção Primária, conta com Médico (Clínico Geral

ou Médico de Família e Comunidade), enfermeira (generalista ou enfermeira

familiar), auxiliar de enfermagem e Agentes Comunitários de Saúde (ACS). Conta

ainda com Núcleos de Apoio à Saúde da Família, incluindo a Assistência

Farmacêutica, que atuam de maneira matricial a um núcleo de equipes. (JUNIOR &

MARQUES, 2012).

A municipalização do SUS prevista na Lei nº 8080/90, somente teve início a

partir da criação da Norma Operacional Básica do SUS de 1993 (NOB/93), na qual

foram definidos os critérios para o repasse dos recursos do governo federal para os

estados e os municípios brasileiros. A partir de então, iniciou-se uma estruturação

mais uniforme da APS sob responsabilidade dos municípios brasileiros incentivados

pelo Ministério da Saúde (BODSTEIN, 2002).

Nesse contexto, a ESF como componente estruturante do sistema de saúde

brasileiro tem provocado importante movimento com o intuito de reordenar o modelo

de atenção no SUS. Para sua expansão é importante a adesão dos gestores

municipais e estaduais, que compartilham responsabilidades com o Ministério da

Saúde na busca da expansão e da sustentabilidade desse modelo assistencial

(BRASIL, 2003).

Com o objetivo de estabelecer a revisão de diretrizes e normas para a

organização da Atenção Básica através da Estratégia de Saúde da Família (ESF) foi

criada em 2006 a Política Nacional de Atenção Básica (PNAB), através da Portaria

nº 648 de 28 de março de 2006. Em 2011, a PNAB foi atualizada pela Portaria nº

2.448, de 21 de outubro de 2011, onde ocorre a revisão dos recursos destinados ao

Piso de Atenção Básica (PAB) e cria o componente de qualidade para avaliação e

premiação das equipes e inclui elementos ligados ao papel desejado da atenção

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21

primária como ordenadora das Redes de Atenção, buscando articulá-la com

iniciativas relevantes do SUS, como o avanço das ações intersetoriais e de

promoção da saúde (BRASIL, 2011; LOBATO, 2014).

Recentemente, em 2017 a PNAB foi atualizada pela Portaria nº 2.436, de 21

de setembro de 2017 e trouxe como propostas a redução da população adscrita por

equipe de Atenção Básica e de Saúde da Família de quatro mil pessoas localizadas

dentro do seu território para 2.000 a 3.500 e a discussão das ações e atividades dos

Agentes Comunitários de Saúde (ACS) e dos Agentes de Combate às Endemias

(ACE), com definição de papéis e responsabilidades.

A configuração de um modelo de APS abrangente é uma das estratégias

necessárias para a garantia e a consolidação do direito à saúde e,

consequentemente, para o alcance de níveis mais elevados de qualidade de vida

(SILVEIRA, 2015).

2.3 A assistência multidisciplinar na estratégia de saúde da família

As ações da Estratégia de Saúde da Família são complexas e precisam dar

conta das necessidades de saúde da população, em nível individual e/ou

coletivo, de forma que as ações influam na saúde e na autonomia das pessoas e

nos determinantes e condicionantes de saúde da comunidade (FIGUEIREDO,

2015). Para isso, é necessário trabalhar de forma compartilhada, ampliando a

integração dos profissionais em um trabalho conjunto que busque a integralidade

da Atenção à Saúde (ALMEIDA & MISHIMA, 2001; CENTA & ALMEIDA, 2003).

Nesse sentido, o trabalho em equipe é considerado um dos pilares para

aumentar a capacidade de análise e intervenção sobre os problemas e demandas

de saúde, tanto em aspectos clínicos quanto sanitários (ALMEIDA & MISHIMA,

2001; OLIVEIRA & SPIRI, 2006).

A articulação dos diferentes saberes possibilita diversificar os olhares sobre

o mesmo objeto, o que amplia a possibilidade de intervenção e cuidado,

aumentando a eficácia e a eficiência do atendimento. Sendo assim, atuar em ESF

não requer apenas conhecimento, mas também interação, vínculo, participação e

corresponsabilidade em uma equipe integrada e disposta a trabalhar pela

melhoria da qualidade de vida da população (PEREIRA et al 2015).

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Considerando a importância do trabalho multiprofissional, foram criados em

2008, os Núcleos de Apoio à Saúde da Família (NASF), constituídos por equipes

com profissionais de diferentes áreas de conhecimentos com o objetivo de

contribuir para a integralidade do cuidado ao usuário. Entre as áreas do NASF,

está a assistência farmacêutica que tem como objetivo “assegurar o acesso da

população à farmacoterapia de qualidade, contribuir para o uso racional de

medicamentos, oferecer serviços farmacêuticos aos usuários e à comunidade”

(MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2010).

Sendo assim, somente através de um trabalho multiprofissional é possível

atingir o modelo de atenção integral, que agregue diferentes visões, através do

diálogo e da cooperação, em busca da solução para os problemas de saúde da

população.

2.4 Assistência farmacêutica e o farmacêutico no contexto da família

A expectativa de vida dos indivíduos vem aumentando nos últimos

anos devido ao avanço da ciência e a inovação tecnológica no desenvolvimento

de medicamentos, o que têm contribuído, de forma efetiva, para o controle das

doenças (BRASIL, 2015). No Brasil, a inclusão da Assistência Farmacêutica (AF)

no campo das Políticas Públicas deu-se por meio da publicação da Política

Nacional de Medicamentos (PNM) (BRASIL, 2001), tendo como finalidades

principais: a garantia da necessária segurança, da eficácia e da qualidade dos

medicamentos, a promoção do uso racional dos medicamentos e o acesso da

população aos medicamentos considerados essenciais (BRASIL, 2015; BRASIL,

2006).

A PNM (BRASIL, 2001) deixa clara a insuficiência em restringir as

ações de AF à logística de medicamentos, sendo necessário integrar as atividades

de garantia do acesso com as voltadas para a promoção do uso racional de

medicamentos. A aprovação, em 2004, da Política Nacional da Assistência

Farmacêutica (PNAF) vem reforçar o caráter amplo da AF, com ações voltadas à

promoção, proteção e recuperação da saúde, garantindo os princípios da

universalidade, integralidade e equidade do SUS (BRASIL, 2004).

Ainda que essas atividades sustentem a organização da AF, suas ações

voltadas somente para a provisão de medicamentos, principalmente na atenção

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básica não dão conta de responder às necessidades da atenção integral à

saúde (PEREIRA et al, 2013). Nesse aspecto, há necessidade de aproximação

do profissional farmacêutico com as unidades de saúde, de maneira a se

comprometer não somente com as atividades relacionadas ao processo de

logística farmacêutica, mas também com a relação existente entre o usuário e o

uso racional de medicamentos (ARAÚJO et al, 2005; BRASIL, 2014;

OLIVEIRA et al, 2010).

Nesta perspectiva, em 2013, foi publicado o documento de posicionamento

da Organização Pan Americana de Saúde sobre os “Servicios Farmacéuticos

basados en la Atención Primaria de Salud” (OPAS/OMS, 2013). Segundo este

documento, os serviços farmacêuticos são:

[...] conjunto de ações no sistema de saúde destinadas a garantir

atendimento integral, integrada e contínua com as necessidades e

problemas da saúde tanto individual e populacional e

coletivamente, de tomar o medicamento como um dos elementos

essenciais que contribuem para o acesso equitativo e uso racional.

Essas ações, desenvolvidas pelo farmacêutico - ou sob a sua

coordenação - construiu uma equipe de saúde e participação da

comunidade, visam alcançar resultados concretos na área da

saúde, com vista a melhorar a qualidade de vida da população

(OPAS/OMS, 2013, p. 29)2.

De acordo com o documento, são identificadas cinco funções dos serviços

farmacêuticos, que são: às relacionadas com políticas públicas; às vinculadas a

organização e gestão dos serviços; às que se encontram diretamente vinculadas

aos indivíduos, família e comunidade; às relacionadas com a investigação e

gestão do conhecimento e às relacionadas com o desempenho profissional

(OPAS/OMS, 2013).

A participação efetiva e integral do farmacêutico passa a ser fundamental na

ESF seja através do NASF ou diretamente na unidade de saúde, proporcionando o

desenvolvimento de atividades relacionadas com o trabalho em equipe e com o

usuário (PEREIRA et al 2013).

__________________ 2 ORGANIZAÇÃO PAN-AMERICANA DA SAÚDE. Série Técnica Inovação na Gestão Reforma da Atenção

Primária à Saúde na cidade do Rio de Janeiro – avaliação dos três anos de Clínicas da Família. Pesquisa avaliativa sobre aspectos de implantação, estrutura, processo e resultados das Clínicas da Família na cidade do Rio de Janeiro. Porto Alegre, RS: OPAS, 2013.

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O farmacêutico deve, portanto, possuir habilidades e conhecimentos que o

possibilite responder à mudança de paradigma da profissão, com enfoque centrado

no produto, para uma nova visão com foco nos indivíduos, suas famílias e a

comunidade.

O Município do Rio de Janeiro tem concentrado esforços para o

desenvolvimento das atividades de assistênciais farmacêuticas vinculadas

diretamente nas unidades de saúde (PEREIRA et al, 2013). A presença do

farmacêutico tem como objetivo a ampliação do acesso e promoção do uso

racional na rede de unidades de atenção primária (LOBATO, 2014). Sendo assim,

é possível ampliar o cuidado em saúde e aumentar a resolutividade do uso de

medicamentos, bem como conhecer e resolver os principais problemas

relacionados com os medicamentos vivenciados pelos usuários.

2.5 Visita domiciliar no acompanhamento ao paciente

Visando à produção de novos modos de cuidado, a ESF propõe a

visita domiciliar como instrumento central no processo de trabalho das equipes

(BORGES & D'OLIVEIRA, 2011). A visita domiciliar é destinado principalmente

para o usuário que possui dificuldade que o impede de se deslocar até o serviço

de saúde. É a partir da visita da equipe no domicílio que é traçado o plano e as

estratégias de ações a serem desenvolvidas pela equipe junto à família. Uma

atividade que se constrói fora do espaço hospitalar e dos ambulatórios de

especialidades, com características desenhadas e voltadas para a prevenção

de doenças e de promoção da saúde (BRASIL, 2003b; BRASIL, 2013). Ainda,

segundo Santos e Moraes (2011), é a partir dessa prática que é possível avaliar

as condições de habitação, de saneamento, aplicar medidas de controle das

doenças transmissíveis e parasitárias, promover orientações para o autocuidado

das doenças crônicas não transmissíveis e desenvolver outras ações de

educação em saúde.

Para sua efetividade são necessários vários procedimentos, entre eles

priorizar os grupos mais vulneráveis (idade avançada, doenças crônico-

degenerativas, dependência física ou psíquica, situações terminais e AIDS),

definir os objetivos da VD, reunir todas as informações possíveis sobre a família e

o paciente (prontuários, informações dos agentes comunitários de saúde), reunir

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materiais apropriados para o atendimento, dentre outros (BRASIL, 2012). O Outro

fator importante para a assistência domiciliar ser bem sucedida é o cuidador,

pois sem ele não há continuidade da atenção. O cuidador pode ser membro

da família ou da comunidade que, idealmente deve atuar como colaborador

para a equipe de saúde e a família, pois em geral não tem vínculo legal com a

instituição que presta assistência domiciliar (SAVASSI & DIAS, 2006).

Para impactar sobre os diversos fatores que interferem no processo saúde-

doença, é importante que a visita domiciliar realizada por equipe multiprofissional e

com prática interdisciplinar para atender a todas as orientações e intervenções

necessárias para melhoria da qualidade de vida do paciente (BRASIL, 2012).

As atividades farmacêuticas no contexto do cuidado domiciliar são regidas

pela Resolução nº 386 de 2002 do Conselho Federal de Farmácia e pode-se citar:

orientações a respeito do uso, indicações e interações (fármaco x fármaco e

fármaco x alimento), efeitos colaterais, uso de medicamentos via sondas

parenterais; guarda, administração e descarte de medicamentos junto com a

equipe de saúde e deve gerenciar o armazenamento dos medicamentos

e materiais de saúde para garantir que, no domicílio, estejam com qualidade e

segurança necessárias ao uso (BRASIL, 2002).

O processo de cuidado ao usuário, desenvolvido pelo farmacêutico,

compõe-se, em sua grande maioria, de quatro etapas: a coleta e organização dos

dados do usuário; avaliação e identificação de problemas relacionados à

farmacoterapia; pactuação de um plano de cuidado com o usuário; e seguimento

individual do usuário, quando necessário (CORRER et al, 2011; BRASIL, 2015).

Desse modo, todas as ações construídas com o paciente, na unidade de

saúde ou no domicílio devem ser registradas, incluindo a educação em saúde,

encaminhamento a outros profissionais da saúde, intervenções na

farmacoterapia, medidas não farmacológicas como incentivo à atividade física, a

reeducação alimentar entre outros (CARDOSO, 2013).

2.6 Área de Planejamento de Saúde no Rio de Janeiro

O Rio de Janeiro tem 1.224Km2 de área, população estimada em 6.520.266

pessoas (SUBPAV, 2017) e densidade demográfica de 5.163 habitantes/Km2,

estando organizado em 33 Regiões Administrativas (RA) e 160 bairros. Além disso,

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a cidade é bastante heterogênea, apresentando diferentes graus de

desenvolvimento e, consequentemente, desigualdade na distribuição e utilização

dos recursos disponíveis, inclusive dos serviços de saúde. A Secretaria Municipal

de Saúde trabalha, desde 1993, com a divisão da cidade em 10 Áreas de

Programáticas (AP) (Figura 1).

Figura 1: Áreas Programáticas geográficas- Rio de Janeiro. Fonte: SUBPAV, 2017

A AP 1.0 concentra a maior proporção de pessoas morando em favelas

(29,0%) e também é onde se concentra o maior aparato público de saúde

instalado na cidade (SBPAV, 2017).

Na AP 2.1 encontra-se o maior percentual de idosos (23,1%), a maior

densidade demográfica da cidade (14.051 hab./Km2), a menor proporção de

crianças de 0 a 14 anos (12,8%) e a maior concentração de IDH do município. A

exceção fica por conta da favela Rocinha (29ª no ranking do IDH) (SUBPAV, 2017).

A AP 2.2 se caracteriza pelo perfil muito próximo ao encontrado na AP

2.1. A participação do grupo etário idoso na AP 2.2 também é alta, a segunda

maior da cidade (22,1%). As AP 3.1, 3.2 e 3.3 juntas se caracterizam como a área

mais populosa da cidade (37,9%), sendo metade residente em comunidades

(SBPAV, 2017).

A AP 4.0 é a segunda maior em área, com 294 Km2, aproximadamente

1/4 do território da capital fluminense e possui a segunda maior população (910

mil habitantes) e a menor densidade demográfica da cidade (3.097 hab./km2)

(SBPAV, 2017).

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Por fim, as AP 5.1, 5.2 e 5.3, em termos demográficos, conformam a

segunda área mais populosa do município, respondendo por 27% da população

da cidade. Em outras palavras, de cada quatro cariocas, pelo menos um mora na

Zona Oeste, que se constitui num vetor de expansão urbana para as

populações de média e baixa renda (SUBPAV, 2017). A distribuição de cada AP

por bairros está descrita na Tabela 1.

Tabela 1: Bairros por Área Programática – Rio de Janeiro, 2017.

ÁREAS PROGRAMÁTICAS BAIRROS

AP 1.0Benfica, Caju, Catumbi, Centro, Cidade Nova, Estácio, Gamboa, Mangueira, Paquetá, Rio

Comprido, Santa Teresa, Santo Cristo, São Cristóvão, Saúde e Vasco da Gama.

AP 2.1Botafogo, Catete, Copacabana, Cosme Velho, Flamengo, Gávea, Glória, Humaitá, Ipanema,

Jardim Botânico, Lagoa, Laranjeiras, Leblon, Leme, Rocinha, São Conrado, Urca e Vidigal.

AP 2.2  Alto da Boa Vista, Andaraí, Grajaú, Maracanã, Praça da Bandeira, Tijuca e Vila Isabel.

AP 3.1

Bonsucesso, Brás de Pina, Complexo do Alemão, Cordovil, Ilha do Governador, Jardim

América, Manguinhos, Maré, Olaria, Parada de Lucas, Penha Circular, Penha, Ramos e

Vigário Geral

AP 3.2

Abolição, Água Santa, Cachambi, Del Castilho, Encantado, Engenho da Rainha, Engenho

de Dentro, Engenho Novo, Higienópolis, Inhaúma, Jacaré, Jacarezinho, Lins de

Vasconcelos, Maria da Graça, Méier, Piedade, Pilares, Riachuelo, Rocha, Sampaio, São

Francisco Xavier, Todos os Santos e Tomás Coelho. 

AP 3.3

Acari, Anchieta, Barros Filho, Bento Ribeiro, Campinho, Cascadura, Cavalcanti, Coelho

Neto, Colégio, Costa Barros, Engenheiro Leal, Guadalupe, Honório Gurgel, Irajá, Madureira,

Marechal Hermes, Oswaldo Cruz, Parque Anchieta, Parque Columbia, Pavuna, Quintino

Bocaiuva, Ricardo de Albuquerque, Rocha Miranda, Turiaçu, Vaz Lobo, Vicente de Carvalho,

Vila da Penha, Vila Kosmos e Vista Alegre.

AP 4.0Barra da Tijuca, Camorim, Cidade de Deus, Grumari, Itanhangá, Jacarepaguá, Joá, Recreio

dos Bandeirantes, Vargem Grande e Vargem Pequena.

AP 5.1Bangu, Campo dos Afonsos, Deodoro, Jardim Sulacap, Magalhães Bastos, Padre Miguel,

Realengo, Senador Camará e Vila Militar.

AP 5.2Barra de Guaratiba, Campo Grande, Cosmos, Guaratiba, Inhoaíba, Santíssimo, Senador

Vasconcelos e Pedra de Guaratiba.

AP 5.3 Paciência, Santa Cruz e Sepetiba.

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3 OBJETIVOS

3.1 Geral

Avaliar uma ferramenta de visita domiciliar farmacêutica na Estratégia

de Saúde da Família nas Áreas Programáticas (APs) no Município do Rio de

Janeiro.

3.2 Específico

1. Aplicar o instrumento de visita domiciliar farmacêutica na ESF;

2. Avaliar os resultados da aplicação deste instrumento quanto à adequação,

clareza, efetividade, exequibilidade e sugestões da ferramenta.

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4 METODOLOGIA

4.1 Delineamento do estudo

Trata-se de um estudo prospectivo e quantitativo para a avaliação de um

instrumento norteador para o desenvolvimento do cuidado farmacêutico domiciliar

em Unidades de Estratégia de Saúde da Família no Município do Rio de Janeiro

(Apêndice 2).

O instrumento foi elaborado por uma aluna do mestrado do Programa de

Pós-Graduação em Administração e Gestão da Assistência Farmacêutica

(PPGGAFAR, 2017), a partir da técnica de grupo focal, composta por

farmacêuticos atuantes na ESF. Após elaboração, o instrumento foi protocolado

na Biblioteca Nacional em requerimento da reserva dos direitos autorais, sob nº de

protocolo 019015-5/6.

4.2 Campo de estudo

A SMS/RJ, desde o ano de 2009, vem implementando reforma nos cuidados em

atenção primária em saúde (SILVA et al. 2015; SORANZ et al, 2016). Segundo

dados do Departamento de Atenção Básica (DAB/MS), a cobertura da ESF no

município do Rio de Janeiro, passou de 6 % em janeiro de 2009 para 70 % em

janeiro de 2017 (SUBPAV, 2017).

Uma das mudanças implementadas foram às atividades farmacêuticas

vinculadas diretamente às unidades de saúde e com presença de profissional

farmacêutico, ampliando o cuidado em saúde e aumentando a resolutividade do

uso de medicamentos (PEREIRA et al. 2015). Em seus estudos, o autor ressalta

que a presença do profissional farmacêutico na unidade de saúde pode melhorar o

acesso aos serviços farmacêuticos pelos usuários do sistema, garantindo assim,

atenção integral, articulada e contínua das necessidades e dos problemas de saúde

da população.

Mediante exposto, o município do Rio de Janeiro foi o local escolhido para o

desenvolvimento do presente estudo. O setor público de saúde está em processo

de expansão e qualificação dos serviços de assistência farmacêutica, com inserção

e capacitação destes profissionais nas unidades de atenção primária à saúde.

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4.3 Critérios de Inclusão

Farmacêuticos atuantes da Clínica da Família que realizam visita domiciliar

farmacêutica com a equipe de ESF.

4.4 Critérios de Exclusão

Farmacêuticos que estejam de férias no período de estudo, como também

aqueles que se encontravam de licença ou outros tipos de afastamento.

4.5 Seleção dos participantes

A Secretaria Municipal de Saúde do Rio de Janeiro (SMS/RJ), através da

Resolução nº 431, criou as Áreas Programáticas (AP), na tentativa de viabilizar a

regionalização das ações e serviços de saúde (BRASIL, 2005; LOBATO, 2014).

Cada uma das AP possui uma coordenação, conhecida como

Coordenadoria de Saúde da Área de Planejamento (CAP), atua representando

uma unidade intermediária e mediadora entre o nível central e as unidades

prestadoras de serviços do SUS no território.

Em determinadas situações, pode agir como unidade interlocutora entre a

população usuária dos serviços e as lideranças e conselhos de saúde da área

(LOBATO, 2014).

Cada CAP possui uma regional de assistência farmacêutica, o Núcleo de

Assistência Farmacêutica (NAF), que se reporta ao Núcleo Central.

Foi realizado contato com a Secretaria Municipal de Saúde do Rio de

Janeiro para a apresentação do projeto na reunião bimensal com os

Coordenadores responsáveis de cada Área Programática (AP) do município,

promovida pela Assistência Técnica do Núcleo da Assistência Farmacêutica da

SMS/RJ.

Nesta etapa da reunião, foi apresentada a proposta do instrumento a todos

os dez Coordenadores de Área, que se manifestaram favoráveis a envolver os

farmacêuticos que pudessem contribuir no estudo.

Após o estudo ser aprovado, a participação dos farmacêuticos convidados

sucedeu-se por carta-convite através de e-mail, enviada para os Coordenadores

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31

de Área. A carta convite foi redirecionada aos farmacêuticos que se apresentaram

favoráveis à pesquisa, conforme fluxograma a seguir (Figura 2).

Para os interessados, foram fornecidos esclarecimentos prévios através da

disponibilização de um Guia de Visita Domiciliar Farmacêutica durante a visita

domiciliar (Apêndice 3).

Figura 2 – Fluxograma do número de Unidades Básicas de Saúde por Coordenadoria de Área

Programática e farmacêuticos que realizam Visita Domiciliar, Rio de Janeiro, 2017.

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4.6 Coleta de dados

O instrumento norteador para o desenvolvimento do cuidado farmacêutico

domiciliar (Apêndice 2) foi entregue aos farmacêuticos para aplicação nas visitas

domiciliares farmacêuticas e após três meses, (agosto a outubro /2017) ocorreu à

devolução do mesmo preenchido. Os dados obtidos contendo informações

referentes aos pacientes não foram aproveitados nem utilizados com propósito

diferente para este estudo. Essas informações obtidas ficaram sob posse do

farmacêutico da estratégia da família para registro em prontuários eletrônicos e

acompanhamento dos pacientes, auxiliando no seu processo de trabalho.

Após período de aplicação do instrumento, os farmacêuticos participantes

da pesquisa receberam questionários visando identificar seu perfil sócio

demográficos (Figura 3) e a viabilidade do instrumento (Figura 4).

A resposta das avaliações foram encaminhadas por correio eletrônico do

pesquisador. Foram enviados para o e-mail dos participantes no máximo três

lembretes no intervalo de 20 dias, para redirecionamento das avaliações para o

pesquisador.

Todos os participantes que se comprometeram a realizar o estudo

responderam o questionário.

Para a avaliação do perfil dos participantes foi verificado abaixo (Figura 3):

• aspectos demográficos e da vida social: sexo, idade, formação

profissional, tempo desde quando exerce atividades profissionais e atividades na

atual ESF;

• aspectos referentes à própria visita domiciliar em realização,

periodicidade, planejamento e registro de VD.

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Categorias Sócio Demográficas

1 Sexo

M F

2 Faixa Etária

< 30 anos

de 30 a 60 anos

> 60 anos

3 Tempo que exerce a profissão

< 5 anos

5 à 10 anos

> 10 anos

4 Possui Pós Graduação?

sim (especifique):

Não

5 Tempo que exerce a atividade na ESF

< 1 ano

de 1 a 5 anos

> 5 anos

6 Trabalhou anteriormente em outra ESF? sim não 7 Planeja Visita Domiciliar? sim não 8 Registra Visita Domiciliar? sim não 9 Considera importante a utilização de um ficha específica para visita domiciliar? sim não 10 Qual área pertence? OUTROS:

Figura 3 – Categorias Sócio Demográficas dos Farmacêuticos que realizam Visita Domiciliar no município do Rio de Janeiro, 2017.

A avaliação do instrumento foi realizada através de um questionário

respondido pelo participante. O objetivo foi verificar se o instrumento de VD estava

adequado, claro, efetivo/preciso e exequível para a referida atividade (Figura 4). Ao

final do questionário havia um campo para sugestões.

a) Adequação – se o instrumento está adequado à rotina, apresentando

informações suficientes para a realização de visita domiciliar farmacêutica;

b) Clareza – se o instrumento facilitou a rotina, se é de fácil

preenchimentoe apresenta umalinguagem defácilcompreensão;

c) Efetividade/Precisão – se o instrumento auxilia como subsídio no processo de

acompanhamento farmacoterapêutico auxiliando na identificação de

problemas relacionados a medicamentos e no norteio da visita domiciliar

farmacêutica;

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33

d) Exeqüível – se o instrumento está apropriado a ser utilizado pelos

farmacêuticos na Estratégia da Saúde da Família.

Figura 4 – Avaliação do Instrumento realizado por farmacêuticos que realizam Visita Domiciliar no município do Rio de Janeiro, 2017.

4.7 Análises de dados O tratamento quantitativo através do método estatístico descritivo foi

empregado para análise dos resultados. Os dados obtidos após coleta foram

compilados e tabulados em planilhas do Microsoft Excel para cálculo das variáveis.

4.8 Questões éticas O presente trabalho foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa do

Hospital Universitário Antônio Pedro através do CAAE nº 66912917.4.00005243 e

número de parecer 2.172.236 (Apêndice 1) e aprovação da Secretaria Municipal de

Saúde do Município do Rio de Janeiro através do Parecer nº 66912917.4.3001.5279.

Os participantes da pesquisa foram incluídos após a assinatura do TCLE

(Anexo 1).

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34

Todos os dados coletados foram utilizados somente com finalidade acadêmica,

destinando-se unicamente aos propósitos desse estudo. Os mesmos foram

adequadamente armazenados, para fins de consulta exclusivos para o pesquisador.

5 RESULTADOS E DISCUSSÃO 5.1 Caracterização dos participantes

Das 10 Áreas Programáticas do município do Rio de Janeiro convidadas, sete

participaram da pesquisa. Os farmacêuticos foram indicados pelos Coordenadores

de cada Área Programática a participarem nesta fase, totalizando trinta e dois

farmacêuticos que efetivamente realizam visita domiciliar farmacêutica em suas

respectivas áreas (Figura 5):

Figura 5: Perfil demográfico dos farmacêuticos atuantes que realizam Visita Domiciliar na ESF no município do Rio de Janeiro – Agosto a Outubro, 2017.

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35

No total, 32 farmacêuticos, 84,4 % (27) do sexo feminino. A faixa etária mais

prevalente foi de 30 a 60 anos, 75% (23) e 72 % (23) participantes Informaram

possuir experiência profissional de 5 a 10 anos.

Do total dos profissionais, 93,8 % (30) possuíam curso de pós-graduação

relacionada à Assistência farmacêutica em Atenção Primária. O curso de pós

graduação mais prevalentes foram: de Assistência Farmacêutica na Atenção

Primária,18 participantes (56,3 %) Assistência Farmacêutica e Farmácia Clínica, 09

participantes (28,1 %) e Residência em Assistência farmacêutica, 05 participantes

(15,6%). Cerca de 53,2 % (17) possuíam experiência de 1 a 5 anos exercendo

atividade na ESF e 68,7 % (22) não trabalharam anteriormente em outra Equipe.

Para a realização da VD, são necessários planejamento, execução, registro de

dados e avaliação. Em média, estes profissionais realizaram duas a quatro visitas

domiciliares por mês. Em relação ao processo de trabalho investigado, verificou-se

que 62,5 % (20) planejam a visita domiciliar e 81,2 % (26) realizam o registro dessa

atividade, o que pode representar um dado positivo. O planejamento é um dos

elementos-chave na operacionalização dessas visitas.

Entre os profissionais entrevistados, a expressiva maioria afirmou registrar a VD.

O registro das atividades executadas pelo farmacêutico é definido pela Lei nº 13021

de 2014, a qual responsabiliza o profissional por estabelecer o perfil

farmacoterapêutico no acompanhamento sistemático do paciente, mediante

elaboração, preenchimento e interpretação de fichas farmacoterapêuticas (BRASIL,

2014).

A uniformização de um instrumento para registro das visitas é de fundamental

importância, pois, enquanto permite obter informações sobre o usuário visitado,

possibilita a realização de uma análise periódica de sua condição de saúde, além de

servir como ferramenta de planejamento, programação, monitoramento e avaliação

das VD (ANDRADE et al, 2014).

Atualmente, cada área programática possui softwares diferentes que podem ou

não contemplar um campo específico que favoreça ao registro de atividades

executadas pelos farmacêuticos, incluindo a visita domiciliar e suas intervenções

(SUBPAV, 2017). Por isso, quando questionados sobre a utilização de um formulário

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36

específico e, ao mesmo tempo abrangente, todos os participantes o consideraram de

grande importância.

5.2 Avaliação do Instrumento de VD farmacêutica na ESF

Nesta etapa, após a utilização do Formulário de Visita Farmacêutica na

Estratégia de Saúde da Família (Apêndice 2) durante a visita domiciliar, os

farmacêuticos realizaram a avaliação do instrumento referentes aos itens:

Adequação, Clareza, Efetividade/Precisão e Exequibilidade do constructo.

5.3 Adequação

Para a avaliação do ítem Adequação, foram consideradas as seguintes

perguntas:

a) O Instrumento está adequado na sua rotina?

b) O instrumento apresenta informações suficientes para realização de visita domiciliar

farmacêutica?

c) O Instrumento facilitou sua rotina?

Para todos participantes da pesquisa, 100 % (32), o instrumento encontra-se

adequado para a rotina de trabalho, que compreende a obtenção de informações

suficientes para o desenvolvimento da visita domiciliar farmacêutica. Como uma das

atividades intrínsecas às equipes de ESF, a visita domiciliar proporciona ao

profissional adentrar o espaço da família e, assim, identificar suas demandas e

potencialidades (BEZERRA et al. 2015). É o momento adequado para levar até os

pacientes, que por algum motivo não conseguem ter acesso à unidade de saúde, as

ações que acontecem na unidade (GALASSI et al. 2014).

No entanto, a rotina da visita domiciliar na ESF nesse processo ainda é

incipiente e não apresenta fluxo definido nas rotinas das equipes. Isso ocorre visto

que as atividades farmacêuticas gerenciais e o grande número de atendimentos na

dispensação de medicamentos demandam maior parte do tempo de trabalho. Além

disso, a influência da formação do profissional no processo de trabalho, somados à

insegurança e ao medo de atuar fora da farmácia, à falta de habilidades e

capacitação para essa nova atividade podem influenciar no desenvolvimento da

visita domiciliar (NAKAMURA & LEITE, 2016).

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37

O farmacêutico nesse contexto se insere como profissional capaz de

desenvolver ações de detecção e resolução dos erros relacionados ao uso do

medicamento, a identificação de problemas que possam interferir na efetividade do

plano terapêutico e possibilita a difusão de informações sobre medicamentos e sobre

saúde (CARDOSO et al 2013; PEREIRA et al 2015).

Esse processo de cuidado ao usuário compõe, em sua grande maioria, de

quatro etapas: a coleta e organização dos dados do usuário; a avaliação e

identificação de problemas relacionados à farmacoterapia; a pactuação do plano de

cuidado com o usuário; e o seguimento individual do usuário, quando necessário

(CORRER et al. 2011; BRASIL, 2015). Como fator positivo, nenhum participante

relatou demora no tempo de preenchimento durante a execução do instrumento de

VD.

Como descrito no caderno “Serviços farmacêuticos na atenção básica”

(BRASIL, 2014) o processo de trabalho do farmacêutico ainda consiste,

essencialmente, nas atividades de gerenciamento e de dispensação dos

medicamentos nas unidades, com pouca inserção ou participação do farmacêutico

no cuidado efetivo dos usuários. Mendes (2011) aponta que as “questões logísticas,

fundamentais para a garantia da acessibilidade aos medicamentos, não devem ser

sobrevalorizadas como única e exclusiva atribuição dos profissionais farmacêuticos,

em uma visão equivocada que institui como objeto da assistência farmacêutica, o

medicamento.” (MENDES, 2011).

As visitas domiciliares devem, portanto, ser realizadas com programação

semanal, priorizando situações e grupos de risco e atendendo as solicitações dos

usuários (GALASSI, 2014). Além disso, faz-se necessário que a assistência

domiciliar esteja pautada na equipe multiprofissional e com prática interdisciplinar,

contribuindo para a abordagem mais integral e resolutiva (CARDOSO et al. 2013).

5.4 Clareza

Para a avaliação do item Clareza, foram consideradas as seguintes perguntas:

a) O instrumento é de fácil preenchimento?

b) O Instrumento apresenta linguagem de fácil compreensão?

c) O instrumento auxiliou como subsídio no processo de acompanhamento

farmacoterapêutico?

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Todos os participantes, 100 % (32), concordaram que o instrumento é de fácil

preenchimento e apresenta linguagem de fácil compreensão. O instrumento também

auxiliou como subsídio no processo de acompanhamento farmacoterapêutico

contemplando as análises e registro pós-visita nas últimas etapas.

Apesar da existência de formulários para o atendimento farmacêutico, como

por exemplo, o Método DÁDER, PWDT (Pharmacist’s Workup of Drug Therapy) e

TOM (Therapeutic Outcomes Monitoring) que por si só fornecem um norte para o

desenvolvimento das ações, porém, segundo Soares e colaboradores (2016), é

necessário um formulário próprio e adaptado para registro das atividades realizadas

e pactuadas com o paciente e a família no atendimento farmacêutico domiciliar.

O PWDT e o Dáder possuem documentos mais estruturados, porém mais

complexos, para o atendimento ao paciente, levando ao aumento do tempo de

consultas (FERREIRA & MELO, 2016). Isso pode ser um fator limitante quando se

atua na VD com atuação multiprofissional. Na maior parte das visitas, o farmacêutico

vai junto com os outros profissionais de saúde, e muitas vezes fazem mais de uma

visita no mesmo período do dia para aproveitar o deslocamento. Sendo assim,

ferramentas complexas podem acabar dificultando a atuação do profissional.

O uso de um instrumento que facilite o desenvolvimento de um processo

passo a passo, com vistas a aperfeiçoar o plano farmacoterapêutico tem se

mostrado benéfico (PINHEIRO, 2010). Além disso, a possibilidade de utilizar um

“roteiro” contribui para superar algumas barreiras de habilidades de comunicação e

documentação necessárias ao apoio individual do tratamento farmacológico e do

monitoramento da terapia farmacológica do paciente.

Neste acompanhamento farmacoterapêutico, o profissional se responsabiliza

por garantir que o paciente possa cumprir os esquemas farmacoterapêuticos e seguir

o plano assistencial, de forma a alcançar resultados positivos. A ênfase no

cumprimento da dose, posologia, influência dos alimentos, interações

medicamentosas, reconhecimento de RAM potenciais, entre outros, são elementos

importantes no cuidado farmacêutico (LOCH-NECKEL & CREPALDI, 2009).

5.5 Efetividade/Precisão

Para a avaliação do item Efetividade/Precisão, foram consideradas as

seguintes perguntas:

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39

a) O instrumento auxiliou na identificação de problemas relacionados a

medicamentos?

b) O Instrumento auxiliou a nortear a visita domiciliar farmacêutica?

Todos os farmacêuticos participantes, 100 % (32), apontaram que o formulário

efetivo e preciso na identificação e resolução dos problemas relacionados a

medicamentos. O propósito de identificar os problemas relacionados à

farmacoterapia é ajudar os pacientes a atingirem suas metas terapêuticas e obterem

o máximo de benefício do medicamento (COMITÉ DE CONSENSO, 2007).

Segundo o Terceiro Consenso de Granada, “Problemas Relacionados aos

Medicamentos” (PRM) podem ser definidos como “aquelas situações em que o

processo do uso do medicamento causa ou pode causar o surgimento de um

resultado negativo associado ao medicamento (RNM)”. RNM é definido como

“resultado na saúde do paciente não adequada ao objetivo da farmacoterapia e

associado ao uso ou à falha no medicamento” (COMITÉ DE CONSENSO, 2007).

Os PRM levam ao aumento substancial na morbidade e mortalidade, assim

como aumentam os custos nos cuidados da saúde, prejudicando tanto o indivíduo

como a sociedade (AIZENSTEIN & TOMASSI, 2011). São exemplos de PRM:

prescrição sem indicação, problemas com sub e sobre dose, interações

medicamentosas, via de administração, posologia e duração do tratamento

inadequada, entre outros.

O formulário em avaliação é voltado para nortear e facilitar o atendimento da

visita domiciliar farmacêutica na rotina desses profissionais. Atualmente nesse

processo de trabalho, essas demandas são geralmente heterogênas e variam entre

as unidades de saúde, que por sua vez, atendem de forma abrangentes às

diferentes necessidades. Além disso, alguns estudos têm demostrado que os PRM

são muito comuns na atenção primária (HEPLER & STRAND, 1990; HAMMERLEIN,

2007; 1990; TRILER et al, 2003).

Neste contexto, há evidências das intervenções farmacêuticas na prevenção e

na solução dos PRM’s, otimizando o uso de medicamentos e melhorando os

resultados em saúde (HAMMERLEIN et al, 2007; LAMPERT el al, 2008; MAES, et al,

2017), o que enfatiza a necessidade de formulários bem estruturados pra ao

atendimento domiciliar farmacêutico.

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40

Segundo a Organização Mundial da Saúde (BRASIL, 2003) em países

desenvolvidos a não adesão a terapias de longo prazo gira em torno de 50%, sendo

provavelmente estes valores superiores em países subdesenvolvidos As causas

podem ser múltiplas e pode-se citar como exemplos: fatores ligados ao medicamento

(complexidade da farmacoterapia, duração do tratamento, custo do tratamento e

reações adversas aos medicamentos), fatores ligados ao paciente (analfabetismo,

limitações cognitivas e funcionais, falta de conhecimento sobre as condições de

saúde, falta de conhecimento sobre os medicamentos, dificuldades físicas e motoras,

crenças, preocupações, percepção do paciente sobre seu estado de saúde e seu

tratamento), falta de acesso aos serviços de saúde, fatores sociais e econômicos

(falta de acesso aos medicamentos) e fatores relacionados ao sistema e à equipe de

saúde (falta de acompanhamento e orientação dos pacientes) (WEINGART et al,

2005; BRASIL, 2014).

Diante dessa perspectiva, de acordo com SOARES e colaboradores (2016),

os profissionais devem avaliar como o paciente compreende a doença e o

tratamento, comunicar-lhes os benefícios do tratamento e discutir com eles as

barreiras e obstáculos que estejam influenciando na adesão.

Para o farmacêutico, o conhecimento das queixas e sintomas relatados pelos

pacientes tem o objetivo principal de relacionar estes problemas aos medicamentos

do paciente. Essas informações são importantes para co-relacionar a efetividade dos

tratamentos, com os problemas que podem ser causados ou agravados pelo uso, ou

pela falta do uso de medicamentos (REMONDI et al, 2014).

Segundo Cipolle e colaboradores (2006), o cuidado farmacêutico na atenção

básica inclui a centralidade do cuidado ao paciente, o tratamento de transtornos

agudos e crônicos, a ênfase na prevenção de agravos; a documentação do serviço

prestado, o acesso, os cuidados contínuos e sistemáticos, a integralidade do

cuidado, a responsabilidade pelo tratamento, a formação/ promoção de educação e

de saúde (MELO & CASTRO, 2017).

Ainda, segundo Oliveira-Santos e colaboradores (2016) a inclusão do

farmacêutico na equipe de acompanhamento do paciente permite a otimização do

tratamento medicamentoso, prevenindo, detectando e corrigindo problemas com

medicamentos como reações adversas, interações e incompatibilidades.

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41

A mesma autora enfatiza ainda que o cuidado farmacêutico é uma prática

centrada nos cuidados aos usuários, destinado a aumentar a compreensão da

prescrição médica e melhorar a adesão ao tratamento. Isso deve contribuir para

minimizar a ocorrência de reações adversas aos medicamentos (OLIVEIRA-

SANTOS et al. 2016).

Um estudo australiano relatou redução significativa nos problemas

relacionados com medicamentos após a intervenção dos farmacêuticos e melhoria

significativa da adesão ao regime terapêutico (HAZEN et al, 2015). Concluiu ainda,

que a integração do farmacêutico na equipe de cuidados primários de saúde pode

melhorar os resultados em saúde dos pacientes.

Isso é confirmado por Zavala-González et al (2017), que após realizar uma

revisão sistemática para determinar a efetividade das intervenções para melhorar a

qualidade das prescrições de medicamentos em unidades de atenção primária,

concluiu que a incorporação do farmacêutico na equipe de saúde exibe associação

significativa com a melhora na qualidade das prescrições.

Em outro estudo realizado por Martins e colaboradores (2013), numa unidade

de estratégia de saúde da família de Goiânia, mostrou que de 135 intervenções

farmacêuticas realizadas, a maioria eram relacionadas ao aconselhamento ao

paciente. Entre elas estão as relacionadas à posologia, adesão, recomendações de

monitoramento, encaminhamentos a outros profissionais e intervenções não-

farmacológicas, como mudanças nos hábitos de vida.

5.6 Exequibilidade

Para a avaliação do item Exequibilidade, foi considerada a seguinte pergunta:

a) O instrumento está apropriado a ser utilizado pelos farmacêuticos na ESF?

Em relação à apropriação do instrumento para ser utilizado pelos

farmacêuticos na ESF, 81,3 % (26) concordaram sem apresentar sugestões ou

alterações. Porém, 18,7 % (06) questionaram sobre a falta de um campo para

preenchimento dos exames complementares.

Segundo as normas e rotinas para o acompanhamento de pacientes

apresentando doenças crônicas degenerativas, os exames complementares podem

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42

ser solicitados pelo médico e/ou enfermeiro após prévia avaliação seguindo

protocolo pré-estabelecido (SUBPAV, 2017).

Após a primeira etapa de acompanhamento de abordagem ao paciente, que

envolve anamnese e exames físicos, os exames complementares podem ser

solicitados como forma de direcionar e ajudar diagnóstico que podem incluir os de

caráter laboratorial como também os de imagem como ultrassom, radiografia e

ressonância magnética (GOMES, 2015).

Está em vigência no Estado do Rio de Janeiro, o plano de ações estratégicas

de enfrentamento das doenças (BRASIL, 2017) a qual define que a Superintendência

de Atenção Básica tem a responsabilidade por ações envolvendo os diversos

programas. A partir do quadro epidemiológico apresentado, serão desenvolvidas as

linhas de cuidado para as doenças/fatores de risco mais prevalentes como: doenças

cardiovasculares; diabetes; obesidade; doenças respiratórias crônicas; câncer (de

mama e colo de útero). Além delas, estão inseridas programas de tratamento da

tuberculose e hanseníase (SUBPAV, 2017).

Dessa forma, os parâmetros de exames diagnósticos estão inseridos nas

políticas públicas de saúde. Esta assume papel importante na prevenção,

diagnóstico, tratamento, acompanhamento das enfermidades em geral e são

preponderantes na qualidade de vida do paciente (GOMES, 2015).

A necessidade de conhecimento por parte do farmacêutico desses

parâmetros é explicada pelo fato de que o sucesso terapêutico obtido por cada

tratamento em uso pelo paciente é analisado pelo estado clínico atual dos problemas

de saúde, isto é, pela verificação dos parâmetros clínicos, laboratoriais e

complementares que mostram se o objetivo terapêutico foi ou não alcançado

(BRASIL, 2014).

Nas últimas décadas, houve importante mudança no perfil da mortalidade da

população brasileira, com aumento dos óbitos causados por doenças crônico-

degenerativas e causas externas. As doenças cardiovasculares são as causas mais

comuns de morbidade e mortalidade em todo o mundo e, entre os fatores de risco

para doença cardiovascular, encontram se diabetes mellitus e a hipertensão arterial,

fatores independentes e sinérgicos (LYRA, 2006; BARRETO & CARMO, 2007).

O teste de sensibilidade dos pés realizado pelos profissionais da equipe

multidisciplinar e educação em diabetes, por exemplo, permite ao paciente a

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obtenção de habilidades para o autocuidado a partir de conhecimentos a cerca da

doença, do tratamento e seus benefícios, malefícios e qualidade de vida quando

adotado ou não adotado (GOMES et al, 2015).

Além disso, o fator eficaz para o controle dos índices glicêmicos e redução da

incidência de complicações no diabetes, é a adesão ao tratamento, não só

medicamentoso, mas também subsequente a modificação do programa alimentar,

realização de atividades físicas, monitorização dos índices glicêmicos e cuidado com

os pés, os quais são práticas de autocuidado, que devem estar presentes no

cotidiano dos pacientes (OLIVEIRA & ZANETTI, 2011). Mediante ao exposto, os

farmacêuticos sugerem a inclusão do campo “Exames complementares” a fim de

contemplar as informações de saúde do paciente, trazidas por eles mesmos ou

enviadas por outros serviços.

6 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Desde a criação do NASF em 2008 e nela compreendida a assistência

farmacêutica, vivenciamos grandes avanços dos serviços farmacêuticos na Atenção

Básica à Saúde no Brasil. Novos desafios constituem um redesenho do processo de

trabalho dos farmacêuticos, de modo atender as atividades já existentes e novas

atribuições, ligadas tanto as atividades técnicas gerenciais quanto as atividades

clínica assistenciais.

Buscando atender a esses novos desafios, foi possível dar continuidade ao

processo de avaliação do instrumento de visita domiciliar elaborado pela aluna do

GAFAR, MsC Thais Luquetti (2017), motivado pela mesma inquietude profissional

vivenciado pela pesquisadora, da falta de um documento específico e direcionado

para os farmacêuticos no desenvolvimento da visita domiciliar, visto que existem

lacunas entre o que há disposto nos documentos encontrados e a realidade

vivenciada no trabalho diário desses profissionais.

No entanto, atualmente o município do Rio de Janeiro, passa por algumas

situações de riscos e vulnerabilidades determinantes, como violência urbana,

produzindo impactos importantes para o setor saúde, seja como fator de agravo à

população, ou como barreira de acesso aos serviços nos diferentes territórios. A

disputa entre as facções rivais pelo controle do tráfico de drogas cria uma dinâmica

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social particular, marcada, sobretudo, por uma atmosfera de temor pela imposição de

leis próprias. Igualmente, as incursões policiais produzem uma atmosfera de medo.

Três das 10 áreas programáticas no município não puderam participar deste trabalho

por situarem em áreas territoriais apresentando constantes confrontos, seja entre

facções ou entre policiais civis e militares.

Além disso, ano de 2017 foi marcado pela crise econômica que acarretou

demissões e desempregos em todo o estado, sobrecarregando os serviços públicos

de saúde, aumentando assim a demanda da população na procura do atendimento

nas unidades de saúde de todo município.

Tal colapso também atingiu o setor de saúde: falta de medicamentos nas

unidades, atraso de salários dos servidores, demissões de várias categorias e

possibilidades de fechamentos de clínicas de família em algumas áreas

programáticas, além de impactaram diretamente nos serviços de saúde, causaram

instabilidade e limitações tanto dos usuários quanto dos profissionais de saúde.

Apesar do farmacêutico neste atual contexto ter a percepção mais ampla do seu

papel, adversidades políticas e territoriais contribuíram para o comprometimento do

desenvolvimento de recursos de cuidados, nela inserida a visita domiciliar da equipe

de estratégia de saúde da família na comunidade.

Neste contexto, sem a atuação do farmacêutico, o medicamento e os cuidados

relacionados ao seu uso, apresentam-se desordenados e desqualificados no âmbito

do SUS. É a partir dessa premissa que os desafios desse profissional para

realização da assistência se tornam responsabilidade considerável, pois é

necessário incorporar na prática profissional um modelo que propicie ao

farmacêutico realizar a orientação farmacêutica e atuar como promotor do uso

racional de medicamentos.

Assim, foi possível avaliar o instrumento de visita domiciliar farmacêutica na

realização do cuidado farmacêutico domiciliar na estratégia de saúde da família do

município do Rio de Janeiro. A avaliação foi considerada positiva, pois foi realizada

através de uma amostra representativa da população de farmacêuticos que realizam

VD em um município que possui ESF bem estruturada.

Pode-se concluir que o instrumento é viável para ser utilizado, necessitando

apenas acréscimo de um campo referente a exames complementares a fim de

atender as sugestões dos participantes.

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RAMOS-HERRERA, I.M. Efectividad de las intervenciones para mejorar la

prescripción de medicamentos en atención primaria. Aten Primaria; v.49, p. 1, p.13-

20, 2017.

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8 ANEXOS E APÊNDICES

8.1 Termo de consentimento livre e esclarecido

ANEXO 1

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO

Dados de identificação

Título do projeto: Avaliação de um instrumento de visita domiciliar farmacêutica na

estratégia de saúde da família.

Pesquisador Responsável: Jonas Bastos dos Santos Instituição a que pertence o Pesquisador Responsável: CMS Carlos Gentile de Mello. Telefones para contato: (21) 983256642

O Sr. (a) está sendo convidado(a) a participar como avaliador no projeto de

pesquisa: “Avaliação de um instrumento de visita domiciliar farmacêutica na

estratégia de saúde da família” de responsabilidade do pesquisador Jonas Bastos

dos Santos. Este projeto tem por objetivo aplicar um instrumento norteador para o

desenvolvimento da visita domiciliar farmacêutica na Estratégia de Saúde da

Família nas áreas de planejamento do Município do Rio de Janeiro. Sua

participação no trabalho será a aplicação e a análise do instrumento de visita

domiciliar farmacêutica. Embora não haja nenhuma garantia de que o(a) Sr(a)

terá benefícios com este estudo, as informações que o(a) Sr(a) fornecer serão

úteis para beneficiar outros indivíduos. Sua participação no estudo não

implicará em custos. Assinando esse consentimento, o(a) senhor(a) não desiste

de nenhum de seus direitos. A sua participação é inteiramente voluntária. Uma vez

aceitando participar desta pesquisa, o(a) Sr(a) deverá se sentir livre para

abandonar o estudo a qualquer momento do curso deste, sem que isto afete o

seu cuidado ou relacionamento futuro com a instituição onde o Sr(a) trabalha. O

investigador deste estudo também poderá retirá-lo do estudo a qualquer

momento, se ele julgar que seja necessário para o seu bem estar. Caso surja

alguma dúvida quanto à ética do estudo, o(a) Sr.(a) deverá se reportar ao

Comitê de Ética em Pesquisas envolvendo seres humanos – subordinado ao

Conselho Nacional de Ética em Pesquisa, órgão do Ministério da Saúde. É

assegurado o completo sigilo de sua identidade quanto a sua participação

neste estudo, incluindo a eventualidade da apresentação dos resultados deste

estudo em congressos e periódicos científicos. Este documento será elaborado

em duas vias, sendo uma retida pelo sujeito da pesquisa ou do seu representante

legal e uma arquivada pelo pesquisador. A visita domiciliar faz parte da rotina dos

farmacêuticos inseridos como parte integrante da Equipe da Estratégia de Saúde

da Família. Algumas situações específicas que demandem a realização da visita

domiciliar farmacêutica podem ser apontadas por diferentes profissionais. Os

profissionais de saúde e principalmente os agentes comunitários de saúde (ACS),

como conhecedores majoritários do território e das famílias adscritas, devem ter o

olhar crítico sobre o uso do medicamento no domicílio pelos pacientes, trazendo

esse diagnóstico até o profissional farmacêutico. Atualmente, o farmacêutico não

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dispõe de protocolo estabelecido que auxiliem profissionais que norteie a visita

domiciliar. A proposta do formulário teve por objetivo registrar e auxiliar no

desenvolvimento do cuidado farmacêutico com o usuário no domicílio, e

estabelecer um fluxo de rotina definidos. A seguir, será apresentado o GUIA DE

VISITA DOMICLIAR FARMACÊUTICA (APENDICE 2) para auxiliar o farmacêutico

na realização da visita domiciliar, possibilitando avaliar os aspectos relacionados

aos medicamentos utilizados pelo paciente no domicílio.Os riscos associados são

mínimos, relacionados a uma possível exposição a partir de informações

fornecidas na avaliação do instrumento. No sentido de minimizar estes riscos, se

assegurará o anonimato dos entrevistados. O pesquisador compromete-se em

suspender imediatamente a entrevista caso seja notado qualquer desconforto por

parte do entrevistado. Os benefícios relacionados com a realização desta

pesquisa é a possibilidade de viabilizar um instrumento para utilização dos

farmacêuticos atuantes na equipe de ESF que realizam visita domiciliar. Como

consequência serão propostas ações para melhoria da assistência farmacêutica

municipal Diante do exposto, concordo em participar do estudo intitulado

“Avaliação do instrumento de visita domiciliar farmacêutica na estratégia de

saúde da família”. Eu fui completamente orientado pelo Farmacêutico Jonas

Bastos dos Santos que está realizando o estudo, de acordo com sua natureza,

propósito e duração. Eu pude questioná-lo sobre todos os aspectos do estudo.

Além disto, ele me entregou uma cópia da folha de informações para os

participantes e me deu plena liberdade para decidir acerca da minha espontânea

participação nesta pesquisa. Estou ciente que sou livre para sair do estudo a

qualquer momento, se assim desejar. Minha identidade jamais será publicada. Os

dados colhidos poderão ser examinados por pessoas envolvidas no estudo com

autorização delegada do investigado. Os participantes de pesquisa, e

comunidade em geral, poderão entrar em contato com o Comitê de Ética em

Pesquisa da Faculdade de Medicina/Hospital Universitário Antônio Pedro, para

obter informações específicas sobre a aprovação deste projeto ou demais

informações: E.mail: [email protected] Tel/fax: (21) 26299189

Pesquisador Responsável:

Nome: Data: Assinatura:

Participante: Nome: Data:

Assinatura:

Pesquisador Responsável: Jonas Bastos dos Santos

Tel/ Cel: (21) 983256642

Email: [email protected]

Instituição co-participante - Comite de Ética em Pesquisa Rua: Evaristo da Veiga, 16 - Sobreloja – Centro – Rio de Janeiro - Cep - 20031-040 E-mail: [email protected] / [email protected]

Telefone: 2215-1486

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8.2 APÊNDICE 1

8.2 APÊNDICE 1 Parecer do Comitê de Ética em Pesquisa

APÊNDICE 1 – PARECER DO COMITÊ DE ÉTICA EM PESQUISA

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8.3 APÊNDICE 2

8.3 APÊNDICE 2 Formulário de Visita Domiciliar Farmacêutica

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8.4 APÊNDICE 3

8.4 APÊNDICE 3 Guia de Visita Domiciliar Farmacêutica

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