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UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE ESCOLA DE ENGENAHARIA PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA DE BIOSSISTEMAS CRESCIMENTO DA IPECACUANHA (Carapichea ipecacuanha (BROT) L ANDERSSON- RUBIACEAE) SUBMETIDA AO CULTIVO EM DIFERENTES CONDIÇÕES AMBIENTAIS FERNANDA NAIARA SANTOS RIBEIRO Niterói-RJ Fevereiro - 2015

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UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE

ESCOLA DE ENGENAHARIA

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA DE BIOSSISTEMAS

CRESCIMENTO DA IPECACUANHA (Carapichea ipecacuanha (BROT) L ANDERSSON-

RUBIACEAE) SUBMETIDA AO CULTIVO EM DIFERENTES CONDIÇÕES

AMBIENTAIS

FERNANDA NAIARA SANTOS RIBEIRO

Niterói-RJ

Fevereiro - 2015

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FERNANDA NAIARA SANTOS RIBEIRO

CRESCIMENTO DA IPECACUANHA (Carapichea ipecacuanha (BROT) L ANDERSSON-

RUBIACEAE) SUBMETIDA AO CULTIVO EM DIFERENTES CONDIÇÕES

AMBIENTAIS

Linha de Pesquisa: Sistemas Agrícolas e Ambientais

Orientador: Prof. Carlos Rodrigues Pereira

Coorientadora: Prof.ª Thelma de Barros Machado

Niterói-RJ

Fevereiro – 2015

Dissertação apresentada à Universidade Federal

Fluminense, como parte das exigências do

Programa de Pós-Graduação em Engenharia de

Biossistemas, para obtenção do Título de

“Magister Scientiae”.

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FERNANDA NAIARA SANTOS RIBEIRO

CRESCIMENTO DA IPECACUANHA (Carapichea ipecacuanha (BROT) L ANDERSSON-

RUBIACEAE) SUBMETIDA AO CULTIVO EM DIFERENTES CONDIÇÕES

AMBIENTAIS

Linha de Pesquisa: Sistemas Agrícolas e Ambientais

Aprovada em 25 de fevereiro de 2015.

BANCA EXAMINADORA

_______________________________________________________

Prof. Carlos Rodrigues Pereira - Orientador

UFF – Universidade Federal Fluminense

_______________________________________________________

Prof.ª Thelma de Barros Machado – Coorientadora

UFF – Universidade Federal Fluminense

________________________________________________________

Dr. Osmar Alves Lameira

EMBRAPA - Embrapa Amazônia Oriental - PA

_______________________________________________________

Dr. Evaldo de Paiva Lima

EMBRAPA - Embrapa Solos - RJ

Niterói - RJ

Fevereiro – 2015

Dissertação apresentada à Universidade Federal

Fluminense, como parte das exigências do

Programa de Pós-Graduação em Engenharia de

Biossistemas, para obtenção do Título de

“Magister Scientiae”.

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A Deus, pois é graças a ele toda a vitória alcançada em minha vida.

A minha família, que é o meu chão e a razão de todos os meus sonhos.

Aos meus amigos, porque sem eles eu não teria conseguido.

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AGRADECIMENTOS

A Deus, sem o qual nada teria sentido.

À Universidade Federal Fluminense.

Aos meus orientadores, Carlos Rodrigues Pereira e Thelma de Barros Machado, por acreditarem em

mim, me apoiarem e estarem sempre ao meu lado.

À minha família. Aos meus queridos pais, Francisco e Nazaré, que sempre me deram amor e

educação, para ultrapassar os obstáculos da vida e mesmo entre a saudade e as lágrimas da

distância sempre estiveram firmes e fortes ao meu lado. À minha vó Luzia, às minhas tias, tios,

primos e aos meus irmãos Denise, Selma, Conci, Renan, Wilamis que sempre estiveram ao meu

lado, mesmo em coração devido à distância que nos separou durante o curso. Para meus sobrinhos

que são a minha razão de viver. À minha nova família, Carlos, Thelma, Elsa, Edina, Elton, Rita,

Fatima, Claudia, Marcos, Carolina, Mariana, Adilson, Marisis, Gabriel, Gabriela, Carla, Euzilene,

Jhon, Márcio, a família Zacconi, Cleyton e Anny que me receberam como um novo membro sem

distinção.

Aos amigos da Embrapa Amazônia Oriental e ao Dr. Osmar Lameira pela orientação e apoio

durante a trajetória da minha vida profissional.

Aos amigos e orientadores de coração Paulo Modesto e Celso Fernandes.

Aos alunos de Iniciação Científica Daniel Machado Francklin Amaral, Yasmin de Barros Jorge

Pinto e Maira Vanderlei Dias da Silva os quais foram de grande auxílio na condução do

experimento.

Aos amigos; de infância, de cursinho, da graduação e a minha família AgroB, que mesmo distantes

sempre me deram força, carinho e atenção. Ao Leonardo, Thaís, Kátia e Cristina pela ajuda e

carinho especial durante a realização das matérias, do experimento e pelas orientações e à minha

outra metade, Mariana Pereira, que sempre foi minha colega de trabalho, o meu anjo e apoio. E a

vocês colegas, estagiários e professores do PGEB pelo acolhimento, convivência e ajuda prestada.

Aos funcionários da UFF, em especial aos secretários Lana e Andersom. Às minhas colegas do

pensionato, que foram praticamente minha família durante o período do curso. À todos os amigos,

que de alguma forma contribuíram pela realização deste trabalho, meu sincero agradecimento.

À Embrapa Amazônia Oriental pelo fornecimento do material vegetal e ao Chefe de Pesquisa e

Desenvolvimento, José Carlos Polidoro, da Embrapa Solos do Rio de Janeiro, pela ajuda na

realização das análises químicas do solo.

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À CAPES, pela bolsa como apoio financeiro, que muito contribuiu para a realização do estudo.

Agradeço ao Dr. Osmar Lameira e ao Dr. Evaldo Lima por aceitarem o convite para participação

na banca examinadora.

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Que os vossos esforços desafiem as impossibilidades,

lembrai-vos de que as grandes coisas do homem

foram conquistadas do que parecia impossível.

Charles Chaplin

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RESUMO

A ipeca (Carapichea ipecacuanha (Brot) L Andersson.) encontra-se na lista de espécies ameaçadas

de erosão genética ou em vias de extinção, principalmente no sudeste do Brasil. Qualquer sistema

de produção vegetal para extração de produtos naturais deve considerar principalmente aspectos

relacionados ao cultivo e ao manejo, visando à preservação da espécie. A ipeca possui grande

potencial econômico, principalmente devido aos alcaloides emetina e cefalina. Apesar de sua

importância, poucos são os trabalhos sobre o conhecimento dos mecanismos de seu crescimento

visando o cultivo. Assim, o conhecimento de sua adaptabilidade ao ambiente local, é de grande

importância com vistas à reintrodução da espécie na região sudeste, principalmente matas nativas

de Niterói e região circunvizinha. Dessa forma, o objetivo deste estudo foi avaliar a resposta do

crescimento da ipecacuanha submetida a diferentes composições de substrato e níveis de

sombreamento. O estudo foi conduzido no Campus Gragoatá, da Universidade Federal Fluminense,

município de Niterói, RJ. O material vegetal foi fornecido pela Embrapa Amazônia Oriental.

Foram conduzidos ensaios de brotação em diferentes substratos e ensaios de crescimento em

diferentes substratos e níveis de sombreamento. A percentagem e o índice de velocidade de

brotação foram mais eficientes quando a espécie vegetal foi cultivada no substrato areia, sendo

superior aos substratos serragem e comercial, com valores de 83,33, 55,00 e 13,33%,

respectivamente. Com relação ao crescimento, entre os meses de maio a outubro, as plantas em

sombreamento de 50% apresentaram respostas mais positivas em relação aos sombreamentos de 70

e 90%. Entretanto, entre os meses de novembro de 2014 a janeiro de 2015, as plantas sob 50% de

sombreamento apresentaram os sintomas do excesso de luminosidade e temperatura, com folhas

amareladas. Em cultivo de sombreamento controlado, onde se evitou a incidência de radiação

direta entre às 9 e 16 horas, nos meses de novembro de 2014 a janeiro de 2015, as plantas

cultivadas nos três sombreamentos se mostraram mais viçosas em relação aos mesmos tratamentos

sem esse controle. Comparando as temperaturas nos ambientes onde a incidência de radiação direta

foi controlada e nas demais casas de vegetação, houve uma diferença de temperatura em torno de

4ºC.

Palavras chave: ipeca, substrato, radiação solar, temperatura

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ABSTRACT

Ipecac (Carapichea ipecacuanha (Brot) L Andersson.) is on the list of species threatened by

genetic erosion or endangered, mainly in southeastern of Brazil. Any plant production system for

the extraction of natural products should consider mainly aspects related to cultivation and

management, in order to preserve plant species. Ipecac has great economic potential, mainly due to

emetine and cephalin alkaloids. Despite its importance, there are few studies on the knowledge of

the mechanisms of its growth in cultivation system. Thus, knowledge of its adaptability to local

environment is of particular importance with regard to the reintroduction of the species in the

Southeast, especially native forests of Niterói and surrounding regions. The aim of this study was

to evaluate the ipecac growth response under different compositions of substrate and shading

levels. The study was conducted at the campus of Gragoatá, Fluminense Federal University,

Niterói, RJ. The plant material was obtained in collaboration with Embrapa Amazônia Oriental.

Budding assays were conducted on different substrates and growth tests on different substrates and

shading levels. Percentage and budding speed index were more effective when growth was

conducted in sand substrate, being higher than the sawdust and commercial substrates, with values

of 83.33, 55.00 and 13.33%, respectively. Regarding the growth speed between months from May

to October, plants in 50% shading showed more positive responses when compared with shading of

70 and 90%. However, between months from November 2014 to January 2015, plants under 50%

shading showed symptoms of light and temperature excess, as yellowish leaves. In controlled

shading cultivation, which prevented the incidence of direct radiation between 9 and 16 hours,

from November 2014 to January 2015, plants grown in the three shading systems evaluated in the

study were lusher when compared with the same treatments without this control. Comparing

temperatures in environments where the incidence of direct radiation was controlled and in other

greenhouses, there was a temperature difference around 4 ° C.

Key words: ipecac, Substrate, solar radiation, temperature, plant growth

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Sumário

LISTA DE FIGURAS ........................................................................................................................ xii

LISTA DE QUADROS ..................................................................................................................... xvi

1. INTRODUÇÃO ........................................................................................................................... 1

2. OBJETIVOS .................................................................................................................................... 3

2.1. Objetivo Geral ........................................................................................................................... 3

2.2. Objetivos Específicos ............................................................................................................ 3

3. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ........................................................................................................ 3

3.1 Carapichea ipecacuanha. .......................................................................................................... 3

3.1.1 Origem e distribuição geográfica. ....................................................................................... 3

3.1.2. Importância socioeconômica .............................................................................................. 4

3.1.3. Descrição botânica ............................................................................................................. 6

3.1.4. Princípio ativo .................................................................................................................... 7

3.1.5 Banco de Germoplasma. ..................................................................................................... 8

3.2. Brotação .................................................................................................................................... 9

3.3. Radiação Solar ........................................................................................................................ 11

3.5. Temperatura ............................................................................................................................ 13

4. MATERIAL E MÉTODOS ........................................................................................................... 14

4.1. Brotação ...................................................................................................................................... 15

4.2. Crescimento em diferentes níveis de sombreamento e em diferentes substratos.................... 17

4.3. Sombreamento controlado. ..................................................................................................... 21

5. RESULTADOS E DISCUSSÃO ................................................................................................... 23

5.1. Brotação. ................................................................................................................................. 23

5.1.1 Diferentes tipos de acessos de ipeca e um substrato (areia).............................................. 23

5.1.2 Um substrato (areia), submetido ao período de maio a agosto de 2014 e três substratos:

serragem, areia e substrato comercial (Basaplant), submetido ao período de agosto a dezembro

de 2014. ...................................................................................................................................... 24

5.1.3- Temperatura dos substratos. ............................................................................................ 27

5.2. Crescimento em diferentes níveis de sombreamento e em diferentes substratos.................... 29

5.3. Sombreamento Controlado ..................................................................................................... 47

6. CONCLUSÕES ............................................................................................................................. 51

8. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ........................................................................................... 51

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LISTA DE FIGURAS

FIGURA 1– FOLHAS (A) E RAMO AÉREO DE IPECA (B). .......................................................................... 7

FIGURA 2- RAIZ DE IPECA ...................................................................................................................... 7

FIGURA 3- BANDEJAS COM ESTACAS DE RAIZ DE IPECA. ...................................................................... 15

FIGURA 4- TERMÔMETRO UTILIZADO PARA MEDIÇÃO DA TEMPERATURA DOS SUBSTRATOS. .............. 16

FIGURA 5- POTES DO EXPERIMENTO (A) E DISPOSIÇÃO DOS POTES (B). ............................................... 17

FIGURA 6- ESTUFAS COM SOMBRITE DE 50 (A), 70 (B) E DE 90% (C). ................................................ 18

FIGURA 7- TERMÔMETRO UTILIZADO PARA MEDIÇÃO DA TEMPERATURA DO SOLO. ............................ 18

FIGURA 8- MEDIÇÃO DA ALTURA DA IPECA. ........................................................................................ 19

FIGURA 9- COMPRIMENTO E LARGURA DA FOLHA DE IPECA. ............................................................... 19

FIGURA10- CROQUI DO EXPERIMENTO COM TRÊS NÍVEIS DE SOMBREAMENTO E QUATRO TIPOS DE

SUBSTRATOS. .............................................................................................................................. 20

FIGURA 11- ESPAÇAMENTO DE 30 CM ENTRE AS PLANTAS DE IPECA (A) E CANTEIRO COM AREOLA (B).

.................................................................................................................................................... 21

FIGURA 12- UTILIZAÇÃO DE ITAD PARA IMPEDIR A INCIDÊNCIA DE RADIAÇÃO SOLAR DIRETA. ......... 22

FIGURA13- MÉDIA DA PERCENTAGEM DE BROTAÇÃO DE DOIS ACESSOS DE IPECA, NO PERÍODO DE

JANEIRO A MAIO DE 2014. ........................................................................................................... 23

FIGURA 14- MÉDIA DO ÍNDICE DE VELOCIDADE DE BROTAÇÃO DE DOIS ACESSOS DE IPECA, NO PERÍODO

DE JANEIRO A MAIO DE 2014. ...................................................................................................... 24

FIGURA 15- VALOR MÉDIO DA PERCENTAGEM DE BROTAÇÃO DO SUBSTRATO AREIA EM DIFERENTES

PERÍODOS DE ENSAIO E MÉDIA DA PERCENTAGEM DE BROTAÇÃO EM DIFERENTES TIPOS DE

SUBSTRATOS, SOB O MESMO PERÍODO DE ENSAIO. ....................................................................... 25

FIGURA16 VALOR MÉDIO DO ÍNDICE DE VELOCIDADE DE BROTAÇÃO DO SUBSTRATO AREIA EM

DIFERENTES PERÍODOS DE ENSAIO E ÍNDICE DE VELOCIDADE DE BROTAÇÃO EM DIFERENTES TIPOS

DE SUBSTRATOS, SOB O MESMO PERÍODO DE ENSAIO. .................................................................. 26

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FIGURA17 EVOLUÇÃO DA PERCENTAGEM DE BROTAÇÃO DE IPECA EM DIFERENTES ENSAIOS, NO

PERÍODO DE JANEIRO DE 2014 A JANEIRO DE 2015. ..................................................................... 26

FIGURA18- VALORES DE TEMPERATURA DO SUBSTRATO AREIA REFERENTE ÀS MÉDIAS DE 6, 12 E 18

HORAS, NO PERÍODO JANEIRO DE 2014 A FEVEREIRO DE 2015. .................................................... 27

FIGURA19 VALORES DE TEMPERATURA DO SUBSTRATO SERRAGEM, REFERENTE ÀS MÉDIAS DOS

HORÁRIOS DE 6, 12 E 18 HORAS, NO PERÍODO DE AGOSTO DE 2014 A JANEIRO DE 2015. .............. 28

FIGURA20 VALORES DE TEMPERATURA DO SUBSTRATO COMERCIAL, REFERENTE ÀS MÉDIAS DOS

HORÁRIOS DE 6, 12 E 18 HORAS, NO PERÍODO DE AGOSTO DE 2014 A JANEIRO DE 2015. .............. 29

FIGURA 21 MÉDIAS DA TEMPERATURA DOS SUBSTRATOS AREIA, SERRAGEM E SUBSTRATO COMERCIAL,

RELATIVAS ÀS 6, 12 E 18 HORAS, NO PERÍODO DE JANEIRO DE 2014 A JANEIRO 2015. ................. 29

FIGURA22-MÉDIAS DA ALTURA (CM) DE IPECA, NO PERÍODO DE JUNHO DE 2014 A JANEIRO DE 2015,

EM SUBSTRATO TERRA PRETA (TP) E SOMBREAMENTOS DE 50, 70 E 90%. .................................. 30

FIGURA 23- MÉDIAS DO DIÂMETRO (MM) DE IPECA, NO PERÍODO DE JUNHO DE 2014 A JANEIRO DE

2015, EM SUBSTRATO TERRA PRETA (TP) E SOMBREAMENTOS DE 50, 70 E 90%. ........................ 30

FIGURA 24- MÉDIAS DO NÚMERO DE FOLHAS DE IPECA, NO PERÍODO DE JUNHO DE 2014 A JANEIRO DE

2015, EM SUBSTRATO TERRA PRETA (TP) E SOMBREAMENTOS DE 50, 70 E 90%. ........................ 31

FIGURA 25- MÉDIAS DE ÁREA FOLIAR (CM²) DE IPECA, NO PERÍODO DE JUNHO DE 2014 A JANEIRO DE

2015, EM SUBSTRATO TERRA PRETA (TP) E SOMBREAMENTOS DE 50, 70 E 90%. ........................ 32

FIGURA26- MÉDIAS DA ALTURA (CM) DE PLANTAS DE IPECA, NO PERÍODO DE JUNHO DE 2014 A

JANEIRO DE 2015, EM SUBSTRATO TERRA PRETA MAIS BOKASHI (TP+B) E SOMBREAMENTOS DE

50, 70 E 90%. .............................................................................................................................. 33

FIGURA27- MÉDIAS DO DIÂMETRO (MM) DE PLANTAS DE IPECA, NO PERÍODO DE JUNHO DE 2014 A

JANEIRO DE 2015, EM SUBSTRATO TERRA PRETA MAIS BOKASHI (TP+B) E SOMBREAMENTOS DE

50, 70 E 90%. .............................................................................................................................. 33

FIGURA28 - MÉDIAS DO NÚMERO DE FOLHAS DE IPECA, DURANTE O PERÍODO DE JUNHO DE 2014 A

JANEIRO DE 2015, EM SUBSTRATO, TERRA PRETA MAIS BOKASHI (TP +B), SOB SOMBRITES DE 90,

70 E 50 %. ................................................................................................................................... 34

FIGURA 29 - MÉDIAS DA ÁREA FOLIAR DE IPECA, DURANTE O PERÍODO DE JUNHO DE 2014 A JANEIRO

DE 2015, EM SUBSTRATO, TERRA PRETA MAIS BOKASHI (TP +B), SOB SOMBRITES DE 90, 70 E 50

%. ............................................................................................................................................... 34

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FIGURA 30-MÉDIAS DA ALTURA (CM) DE IPECA, DURANTE O PERÍODO DE JUNHO DE 2014 A JANEIRO DE

2015, EM SUBSTRATO TIPO TERRA PRETA MAIS BOKASHI MAIS AREIA (TP +B+ A), SOB SOMBRITES

DE 90, 70 E 50 %. ........................................................................................................................ 35

FIGURA 31.- MÉDIAS DO DIÂMETRO (MM) DE IPECA, DURANTE O PERÍODO DE JUNHO DE 2014 A

JANEIRO DE 2015, EM SUBSTRATO TIPO TERRA PRETA MAIS BOKASHI MAIS AREIA (TP +B+ A),

SOB SOMBRITES DE 90, 70 E 50 %. ............................................................................................... 36

FIGURA32 - MÉDIAS DO NÚMERO DE FOLHAS DE PLANTAS DE IPECA, NO PERÍODO DE JUNHO DE 2014 A

JANEIRO DE 2015, SOB O SUBSTRATO TERRA PRETA MAIS BOKASHI MAIS AREIA (TP+B+A) E

SOMBREAMENTOS DE 50, 70 E 90%. ............................................................................................ 37

FIGURA33- MÉDIAS DA ÁREA FOLIAR (CM²) DE IPECA, NO PERÍODO DE JUNHO DE 2014 A JANEIRO DE

2015, EM SUBSTRATO TIPO TERRA PRETA MAIS BOKASHI MAIS AREIA (TP+B+A) E

SOMBREAMENTOS DE 50, 70 E 90%. ............................................................................................ 37

FIGURA 34- MÉDIAS DA ALTURA (CM) DE IPECA, DURANTE O PERÍODO DE JUNHO DE 2014 A JANEIRO

DE 2015, EM SUBSTRATO, TERRA PRETA MAIS AREIA (TP+ A) E SOB SOMBRITES DE 90, 70 E 50 %.

.................................................................................................................................................... 38

FIGURA 35- MÉDIAS DO DIÂMETRO (MM) DE IPECA, DURANTE O PERÍODO DE JUNHO DE 2014 A JANEIRO

DE 2015, EM SUBSTRATO TIPO TERRA PRETA MAIS AREIA (TP+ A), SOB SOMBRITES DE 90, 70 E 50

%. ............................................................................................................................................... 38

FIGURA36. - MÉDIAS DO NÚMERO DE FOLHAS DE IPECA, DURANTE O PERÍODO DE JUNHO DE 2014 A

JANEIRO DE 2015, EM SUBSTRATO TIPO TERRA PRETA MAIS AREIA (TP+ A), SOB SOMBRITES DE

90, 70 E 50. ................................................................................................................................. 39

FIGURA37- MÉDIAS DA ÁREA FOLIAR (CM²) DE FOLHAS DE IPECA, DURANTE O PERÍODO DE JUNHO DE

2014 A JANEIRO DE 2015, EM SUBSTRATO, TERRA PRETA MAIS AREIA (TP+ A), SOB SOMBRITES DE

90, 70 E 50 %. ............................................................................................................................. 39

FIGURA38- MÉDIAS DA TEMPERATURA DE 6, 12 E 18 HORAS NOS SOMBREAMENTOS DE 50, 70 E 90%

(MÉDIAS DOS QUATRO TIPOS DE SUBSTRATO). ............................................................................. 40

FIGURA 39- RAIZ DE IPECA EM SOMBREAMENTO DE 50 (A), 70 (B) E 90% (C). .................................. 46

FIGURA 40 - BROTAÇÕES DE IPECA EMERGINDO DE VARIAS PARTES DA ESTRUTURA DA PLANTA. ....... 46

FIGURA41- MÉDIAS DA ALTURA (CM) DE IPECA, NO PERÍODO DE DEZEMBRO DE 2014 A JANEIRO DE

2015, EM SUBSTRATO TIPO AREOLA E SOMBREAMENTOS DE 50, 70 E 90%. ................................. 47

FIGURA42 - MÉDIAS DO DIÂMETRO (MM) DO COLO DE IPECA, NO PERÍODO DE DEZEMBRO DE 2014 A

JANEIRO DE 2015, EM SUBSTRATO TIPO ARÉOLA E SOMBREAMENTOS DE 50, 70 E 90%. .............. 48

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FIGURA43 - MÉDIAS DO NÚMERO DE FOLHAS DE PLANTAS DE IPECA, NO PERÍODO DE DEZEMBRO DE

2014 A JANEIRO DE 2015, EM SUBSTRATO AREOLA E SOMBREAMENTOS DE 50, 70 E 90%. .......... 48

FIGURA 44- MÉDIAS DA ÁREA FOLIAR (CM²) DE FOLHAS DE IPECA, NO PERÍODO DE DEZEMBRO DE 2014

A JANEIRO DE 2015, EM SUBSTRATO AREOLA E SOMBREAMENTOS DE 50, 70 E 90%. ................... 48

FIGURA 45 – MÉDIAS DAS TEMPERATURAS DE 6, 12 E 18 HORAS, NO SUBSTRATO AREOLA, NO PERÍODO

DE DEZEMBRO DE 2014 A JANEIRO DE 2015, NOS SOMBREAMENTOS DE 50, 70 E 90%. ................ 49

FIGURA46– COMPARAÇÃO ENTRE AS MÉDIAS DAS TEMPERATURAS DO SOMBREAMENTO COM

POLIETILENO MAIS SOMBRITE E DO SOMBREAMENTO CONTROLADO NO MESMO PERÍODO DE

ENSAIO. ....................................................................................................................................... 50

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LISTA DE QUADROS

QUADRO 1- ANÁLISE QUÍMICA DO SOLO. ............................................................................................ 19

QUADRO 2- ANÁLISE QUÍMICA DA AREOLA. ........................................................................................ 22

QUADRO 3- MÉDIAS DOS VALORES DE ALTURA (CM), DIÂMETRO (MM) E NÚMERO DE FOLHAS DE IPECA,

SOB A INTERAÇÃO DE DIFERENTES SUBSTRATOS E DIFERENTES TIPOS DE SOMBREAMENTO, APÓS

SEIS MESES DO INÍCIO DO EXPERIMENTO. ..................................................................................... 42

QUADRO 4 - MÉDIAS DOS VALORES DE ALTURA (CM), DIÂMETRO (MM) E NÚMERO DE FOLHA DE IPECA,

SOB A INTERAÇÃO DE DIFERENTES SUBSTRATOS E DIFERENTES TIPOS DE SOMBREAMENTO, APÓS 7

MESES DO INÍCIO DO EXPERIMENTO. ............................................................................................ 44

QUADRO 5- MÉDIAS DOS VALORES DE ÁREA FOLIAR (CM²) DE FOLHAS DE IPECA, SOB A INTERAÇÃO DE

DIFERENTES SUBSTRATOS E DIFERENTES TIPOS DE SOMBREAMENTO, APÓS 3 E 7 MESES DO INÍCIO

DO EXPERIMENTO. ....................................................................................................................... 45

QUADRO 6- MÉDIAS DOS VALORES DE ALTURA (CM), DIÂMETRO (MM), NÚMERO DE FOLHAS E ÁREA

FOLIAR (CM²) DE IPECA EM DIFERENTES TIPOS DE SOMBREAMENTOS, APÓS DOIS MESES DO INÍCIO

DO EXPERIMENTO. ....................................................................................................................... 50

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1. INTRODUÇÃO

Na vegetação brasileira encontra-se uma grande diversidade de plantas medicinais,

com princípios ativos de relevância econômica. Entre estas, há espécies pouco exploradas e

em risco de extinção, as quais necessitam de estudos mais aprofundados que visem o

aprimoramento do conhecimento sobre suas características agronômicas, sendo este,

portando, a base para a preservação e futura comercialização destas espécies. A

Carapichea ipecacuanha é uma representante desse grupo, conhecida popularmente como

ipeca, ipeca-verdadeira, poaia ou poaia cinzenta, poaia legítima, ipeca-preta e ipeca-do-

Mato-Grosso (LAMEIRA, 2002).

O nome da planta em português, ipecacuanha, é originado da palavra nativa i-pe-

kaa-guéne, que significa “planta doente de estrada” (LAMEIRA, 2002). Até algum tempo

atrás, a espécie era considerada representante do gênero Psychotria, sendo referenciada em

muitos trabalhos como Psychotria ipecacuanha. Segundo sua nova classificação, a espécie

passou a ser denominada como Carapichea ipecacuanha (Brot) L Andersson.

(ANDERSSON, 2002).

A ipeca encontra-se na lista de espécies ameaçadas de erosão genética ou em vias

de extinção, por ter sofrido intenso processo extrativo nos últimos dois séculos passados,

pela abertura de novas fronteiras agrícolas e outros fatores, tendo suas áreas de ocorrência

natural reduzida (LAMEIRA, 2002). Por isso, deve-se ressaltar que qualquer sistema de

produção vegetal para extração de produtos naturais deve considerar principalmente

aspectos relacionados com o cultivo e o manejo, visando assim à preservação da espécie.

A ipeca é considerada como possuidora de um grande potencial econômico,

característica garantida pela comercialização de suas raízes, que carregam em sua

composição dois alcaloides de grande importância para a indústria farmacêutica, a emetina

e a cefalina, ambas usadas no tratamento antidiarreico, amebicida, expectorante e anti-

inflamatório e também no controle da anorexia (TESHIMA et al., 1988 e BRUNETON,

1995). Apesar da espécie ter essas características, poucos são os trabalhos e os incentivos

para o cultivo da espécie. Os trabalhos realizados com a espécie são, em sua grande

maioria, relacionados à estudos químicos e farmacológicos.

Os conhecimentos atuais sobre plantas medicinais são, por vezes, insuficientes para

assegurar um plano de manejo adequado, principalmente porque muitas vezes não são

conhecidas as exigências ecofisiológicas de algumas espécies. Assim, deve-se procurar

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entender as necessidades da planta nos diferentes estágios de desenvolvimento, em relação

aos fatores ambientais, como as exigências de luz, temperatura, água e nutrientes

(KAGEYAMA e CASTRO, 1989; LARCHER, 2000). O conhecimento acerca dos

mecanismos envolvidos no crescimento das plantas nativas na fase inicial é importante

para o entendimento das causas de variações de crescimento entre plantas geneticamente

diferentes ou entre plantas crescendo em ambientes diferentes (FANTI e PEREZ, 2003).

Por causa das variações na quantidade de radiação interceptada e absorvida pelas

plantas, vários processos fisiológicos são influenciados. Este fator é responsável pela

transformação bioquímica da energia solar em compostos orgânicos que resultam em

carboidratos, fibras e celulose, sendo a fotossíntese o processo mais influenciado,

(PEREIRA, 1989). Outros processos como foto-inibição, foto-oxidação e a alocação de

fotoassimilados são influenciados por alterações no processo fotossintético e,

consequentemente, promovem diferenças na produtividade vegetal (GONÇALVES, 2012).

A maioria das características das plantas é determinada geneticamente, embora

dentro de limites, possam ocorrer variações que representam ajustes ao meio onde a planta

cresce e se desenvolve (GONÇALVES, 2012). A estrutura da folha, por exemplo, pode ser

muito influenciada pelo nível de luz durante o crescimento, existindo diferenças

anatômicas, bioquímicas e ultraestruturais entre as folhas crescidas em sol pleno e as folhas

crescidas em intenso sombreamento (KERBAUY, 2004).

Alteração na luminosidade a que uma espécie está adaptada pode gerar variações

nas características fisiológicas, bioquímicas, anatômicas e de crescimento da planta,

fazendo com que a eficiência do crescimento possa estar relacionada à habilidade de

adaptação da planta às condições de intensidade luminosa do ambiente (KOZLOWSKI et

al. , 1991). Com base nas descrições dos artigos, pode-se verificar como é de suma

importância estudar a resposta da ipeca, bem como as técnicas de manejo, até então pouco

estudadas para as diferentes condições ambientais, visando aprimorar o cultivo e o

rendimento produtivo, tão pouco explorado de forma experimental, como é o caso também

de outras espécies de plantas medicinais. Esse estudo trará mais informações sobre o

desenvolvimento da ipeca para fins comerciais, de produção e de conservação em

ambientes adequados para essa espécie.

Devido a sua importância, tanto medicinal como comercial e, atualmente, à sua

pouca ocorrência na região sudeste do Brasil, o conhecimento de sua adaptabilidade e de

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seus mecanismos de adaptação ou respostas ao ambiente, com vistas à reintrodução dessa

planta na região do Estado do Rio de Janeiro, é o destaque deste estudo.

2. OBJETIVOS

2.1. Objetivo Geral

Resposta do crescimento da ipecacuanha (Carapichea ipecacuanha (Brot.) L.

Andersson) submetida a diferentes composições de substrato e níveis de sombreamento em

Niterói-RJ, com vistas à reintrodução dessa espécie nas áreas de florestas nativas desse

entorno.

2.2. Objetivos Específicos

- Avaliar a taxa de brotação de raízes de ipecacuanha em diferentes substratos;

- Estimar o crescimento em diferentes substratos;

- Determinar o crescimento em diferentes níveis de sombreamento.

3. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

3.1 Carapichea ipecacuanha.

3.1.1 Origem e distribuição geográfica.

Segundo Teixeira (2008) a ipeca foi descoberta por um Pajé que observando o

comportamento do lobo guará (Canis jutabus), verificou que o lobo que ficava doente

arrancava raízes de ipeca para mastigá-las e logo depois vomitava, quando então ficava

aliviado e disposto. Na época do descobrimento do Brasil, a ipeca já era utilizada pelos

indígenas, tendo sido primeiramente mencionada em 1587, sob o nome de “pecacuem”,

por Gabriel Soares de Souza e posteriormente enviada à Europa pelo frade português

Manuel Tristão, em 1672 (FILHO, 1943). Na Europa foi largamente utilizada contra

disenteria, pelo médico holandês Adriano Helvetius. Em 1817, foi descoberto o princípio

ativo básico da ipeca e, em 1821, Magendic realizou a extração desse princípio, o qual foi

denominado emetina (PIO CORRÊA, 1969).

A ipeca tem como seu centro de origem o Brasil, onde pode ser encontrada nos

Estados de Mato Grosso, Rondônia, Pará, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Espírito Santo,

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Pernambuco e Bahia. Porém, a área de maior ocorrência fica no Estado de Mato Grosso

(LAMEIRA, 2002). De acordo com o mesmo auto, a espécie é nativa das regiões sombrias

e úmidas das florestas tropicais da América, com ocorrência no Brasil, Colômbia,

Venezuela, Peru, Equador, Bolívia, Guianas e América Central.

Conforme Lameira (2002), os primeiros cultivos com a ipeca foram realizados na

Malásia, Inglaterra e Índia, com plantas levadas do Brasil e propagadas no Jardim Botânico

de Kew em Londres, há 100 anos. Segundo o levantamento feito pelo mesmo autor, tais

cultivos não tiveram êxito e, como conclusão dessas tentativas, observou-se que a ipeca

pode prosperar somente em condições semelhantes às de seu habitat natural, existentes nas

regiões de floresta úmida tropical.

Corrêa (2012) menciona que a ipeca ocorre em diversas regiões, entretanto existem

diferenciações morfológicas e anatômicas entre as plantas, mas as plantas encontradas no

Brasil apresentam maior concentração dos princípios ativos. O autor ainda ressalta que

essa característica fez com que a ocorrência natural dessa espécie diminuísse desde o início

de sua extração comercial. Dois tipos de ipeca são reconhecidos pelas farmacopeias

americanas, britânica e indiana: a ipeca do Rio ou brasileira, obtida nas florestas do Brasil

e Bolívia, e a ipeca de Cartágena ou do Panamá, obtida nas florestas da Colômbia e

diversos países da América Central, como Panamá e Nicarágua (FISHER, 1973).

3.1.2. Importância socioeconômica

Plantas medicinais são usadas por uma parcela da população brasileira, chegando a

mais de 2/3 da população do planeta. Os principais fatores que influenciam na manutenção

desta prática são o baixo nível econômico da população e o alto custo dos medicamentos

(AGENTA et al., 2011). Dessa forma, usuários de plantas de todo mundo mantém em voga

a prática do consumo de fitoterápicos, tornando válidas algumas informações terapêuticas

que foram acumuladas durante séculos (NEWALL et al., 2002).

Dentro deste contexto, a Organização Mundial da Saúde (OMS) reiterou o

compromisso em estimular o uso da medicina tradicional, para o período 2002-2005. Por

sua vez, o Brasil em 2005, por meio do SUS, propôs a inclusão das plantas medicinais e da

fitoterapia como opções terapêuticas no sistema público de saúde (AGENTA et al., 2011).

Entre os diferentes biomas brasileiros, encontra-se uma grande diversidade de plantas

medicinais, com princípios ativos de relevância econômica. Espécie pouco explorada, ou

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em risco de extinção como referencia desse grupo, temos a ipeca (Carapichea

ipecacuanha).

Durante 300 anos, aproximadamente, a ipeca foi um produto de extrativismo na

América Tropical (SANCHÉZ, 2006). Em meados do século XX foram iniciadas

plantações embaixo de coberturas arbóreas do bosque tropical úmido, primeiro na

Nicarágua (THIEBLOT, 1980), posteriormente na Costa Rica, estabelecendo-se cultivo de

raiz de qualidade, dirigido exclusivamente para as demandas do mercado internacional.

Situação contrária sucedeu com o abastecimento de raiz no Brasil, cujo material era de

áreas nativas, provindas do Estado de Mato Grosso (ADDOR, 1945).

O Brasil está entre os principais exportadores de ipeca (COSTA et al., 2000),

seguido do Panamá e Costa Rica. Embora apresente grande potencial econômico, com

valor farmacológico em suas raízes (VIÉGAS et al., 2000), devido aos altos teores de

emetina e cefalina (SANTIAGO et al., 2000), o que confere à planta um poder emético e

amebicida (ASSIS e GIULIETTI, 1999), quando se trata dos aspectos agronômicos, pouco

se fez para que essa espécie seja incluída em programas de cultivo e fomento. A maioria

dos trabalhos desenvolvidos com a espécie é focada em aspectos botânicos e estudos

farmacológicos, enquanto o cultivo é pouco conhecido e pesquisado.

Em função da exploração intensa da ipeca, houve uma diminuição drástica de suas

populações, principalmente na região sudeste. Tendo em vista o elevado potencial

econômico da espécie, associado à necessidade de preservação da sua diversidade, torna-se

fundamental a realização de pesquisas visando à descoberta de novas populações de ipeca

nativa e a caracterização morfológica e de produtividade de alcaloides destas populações

(GARCIA, 2001).

A exploração da ipeca teve início com a utilização de mão-de-obra indígena que

difundiu aos colonizadores seus conhecimentos dos locais de ocorrência desta planta e de

seus usos terapêuticos, de tal sorte que a ipeca integrou a pauta de produtos tropicais

exportados pelo Brasil desde o período colonial (MIRANDA, 1983). No estado do Mato

Grosso, pioneiro da indústria extrativa de raiz de ipeca, a produção chegou a alcançar, no

século XIX, a partir de 1835, cerca de 440 toneladas/ano (ADDOR, 1945). Entre 1960 e

1970, foi registrada a produção de aproximadamente 80 toneladas/ano e a partir dos anos

80, essa produção decresceu progressivamente, estando em 1993, em torno de 7,5

toneladas/ano (SKORUPA e ASSIS, 1998). O preço médio da raiz em 2002 chegou a

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R$35,00 o quilo, no mercado nacional, e o litro do extrato fluido, até US$150, este

último como produto de exportação, em geral, para Inglaterra, Estados Unidos e Canadá.

Nesses países, onde o sal cloridrato de emetina é produzido, sua cotação pode variar de US$

800 a 830 o quilo (LOPEZ, 2004). Segundo o último senso do IBGE (2013), a produção da

ipecacuanha chegou a três toneladas, alcançando um valor de R$340 mil. Esse decréscimo

na produção do material vegetal da ipeca deve-se, sobretudo, à forma de exploração dessa

espécie, que no Brasil, limita-se à coleta de espécies silvestres, sem replantio adequado na

mata (ADDOR, 1945).

3.1.3. Descrição botânica

A ipeca apresenta as seguintes sinonímias científicas: Eve ipeca Standley,

Cephaelis ipeca Rich., Cephaelis emética Pers., Uragoga ipeca Baill., Psychotria ipeca

Mull. Arg e Ipeca officinalis Arr. Cam. A planta é caracterizada como um subarbusto

pertencente à família Rubiaceae, que pode alcançar até 30 cm de altura aos 2,5 anos de

idade. Seus ramos aéreos (Figura 1B), emitidos a partir dos nós e seu rizoma, são

cilíndricos, com 0,6 a 1,9 cm de diâmetro, e os entrenós, de 0,2 a 7,0 cm de comprimento

(LAMEIRA, 2002).

As folhas são lisas e persistentes na parte superior dos ramos, ovais, elípticas e

oblongas (Figura 1A). A inflorescência terminal é envolvida por brácteas ovais, agudas e

lobadas de coloração esverdeada; apresentam pedúnculo ereto com 1,2 a 3,5 cm de

comprimento (SANCHÉZ, 2006). As flores são hermafroditas e apresentam-se nas cores

creme ou branca, raramente vináceas e o fruto é do tipo baga, elíptico, com 1,0 cm x 0,7

cm, apresentando epicarpo vermelho a vináceo (LAMEIRA, 2002).

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Figura 1– Folhas (A) e ramo aéreo de ipeca (B).

3.1.4. Princípio ativo

As propriedades terapêuticas da ipeca são relacionadas aos alcaloides encontrados

em suas raízes (Figura 2) e rizomas secos, sendo os principais: emetina, cefalina e

psicotrina (BRUNETON, 1995). Além destes, foram isolados nas raízes dessa espécie, os

alcaloides o-metilpsicotrina, emetamina, protoemetina, ipecosídeo (WIEGREBE et al.,

1984), 6-o-metilipecosídeo, neoipecosídeo, dimetilalangisídeo, 7-o-metilipecosídeo e 3,4-

dehidroneoipecosídeo (ITOH et al., 1991), neocefalina, 7-o-demetilcefalina, dentre outros

(ITOH et al., 1999). A emetina é altamente solúvel em metanol, etanol, acetona, acetato de

etila, clorofórmio e éter (COSTA, 1978). A cefalina é um dos principais responsáveis pela

atividade emética, com pequena atividade amebicida (SOUSA et al., 1991).

Figura 2- Raízes de ipeca

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De acordo com Runeckles & Tso (1972), os alcaloides ocorrem em todos os tipos

celulares de órgãos jovens das plantas, porém com o desenvolvimento da planta, estes

metabólitos se concentram em células epidérmicas, subepidérmicas e endodérmicas, e em

células parenquimáticas especializadas. Os alcaloides, assim como diversos constituintes

farmacologicamente ativos, encontram-se dissolvidos no citoplasma das células e em

particular no suco vacuolar (COSTA, 1982). A síntese química de emetina foi realizada,

entretanto, a droga obtida sinteticamente não apresentou os mesmos resultados terapêuticos

que os extratos da planta (TORRES, 1972). A utilização deste alcaloide em forma sintética

é limitada devido à sua cardiotoxidade, requerendo hospitalização dos pacientes (FISHER,

1973).

Em raízes de ipeca coletadas no Brasil, os níveis de emetina variam de 1,5 a 1,7%,

os níveis de cefalina situam-se entre 0,6 a 0,7% e os de psicotrina, entre 0,04 a 0,06%

(SKORUPA e ASSIS, 1998). Todavia, há variação na percentagem dos alcaloides dessa

espécie segundo a procedência da mesma (ASSIS, 1992) e em função da temperatura do

ambiente (YOSHIMATSU et al., 1994) e da idade das raízes (ADDOR, 1945). Acredita-se

que os princípios ativos da ipeca localizam-se na camada cortical da raiz e o acúmulo dos

alcaloides ocorre em maior taxa quando a planta está adulta, com aproximadamente 3 a 4

anos, na época de sua floração (PIO CORRÊA, 1969).

Dentre as propriedades farmacológicas relacionadas à ipeca, mencionadas em

diversas farmacopeias, são principais a sua ação emética, em casos de envenenamento e

intoxicações, expectorante (TESHIMA et al., 1988) e amebicida, por sua ação tóxica direta

sobre a Entamoeba histolytica (BRUNETON, 1995). A emetina possui ação expectorante e

amebicida, majoritariamente, embora, em altas doses, possa causar emese. O principal

alcaloide responsável pela atividade emética da ipeca é a cefalina (BRUNETON, 1995).

Por ser a emetina menos emética que a cefalina e ser utilizada no tratamento da disenteria

amebiana, este é o alcaloide usualmente requerido na medicina (YOSHIMATSU e

SHIMOMURA, 1993). A emetina possui também ação inibidora da síntese de proteínas

(CHOW et al., 1995) e de DNA (BURHANS et al., 1991).

3.1.5 Banco de Germoplasma.

O potencial econômico de espécies medicinais nativas no Brasil é imenso, tanto que

tais espécies são consideradas uma riqueza a ser preservada e utilizada (PEREIRA et al.,

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2006). Para aprimorar o uso desses recursos medicinais nativos, são indispensáveis que as

mesmas sejam incluídas em um programa de conservação. Os Bancos Ativos de

Germoplasma (BAGs) são uma alternativa para a conservação dos recursos genéticos

vegetais (COSTA et al., 2011).

Germoplasma pode ser definido como o conjunto de genótipos de uma espécie,

considerada como um todo. Uma das tarefas mais importantes dentro dos programas de

melhoramento é a conservação do germoplasma (MONTALVÁN, 1999). O germoplasma

conservado serve como um reservatório de genes aos quais os melhoristas podem acessar

quando precisam resolver problemas específicos, tal como a resistência a uma doença

(RONZELLI, 1996). O local onde o germoplasma é conservado é chamado de Banco de

Germoplasma (BAG) e dentro do BAGs existem vários acessos, que representam um

elemento da coleção de germoplasma (Vilela-Morales et al., 1997). Os bancos podem ser

in vitro, ex-situ e in-situ. Os Bancos in vitro são coleções de germoplasma mantidas em

laboratórios, onde a conservação é feita através de meristemas ou outros tecidos das

plantas. Os Bancos in situ são coleções de germoplasma conservadas no local de origem e

ex-situ é a expressão que se referente a manutenção do cultivo de espécies vegetais em

banco de germoplasma fora do seu local de ocorrência. A ipeca é um dos exemplos de

espécie a ser preservada, por isso foram criados bancos de germoplasma visando à

preservação dessa espécie e um desses bancos encontra-se na Embrapa Amazônia Oriental,

Belém, PA.

3.2. Brotação

O estudo sobre as técnicas de propagação de uma espécie é um dos pontos

primordiais para a introdução de uma cultura com fins comercias. As técnicas de produção

vegetativa existentes são realizadas por meio da propagação sexuada e assexuada. Segundo

Silva (2011), na propagação sexuada, a reprodução é realizada pelas sementes, e na

assexuada, utiliza-se a estrutura vegetal da planta.

Dentre essas técnicas, a propagação da ipeca pode ser feita de forma assexuada ou

sexuada. Com base em Costa (1995) a reprodução da ipeca ocorre por fragmentos de raiz e

sementes. O método de propagação sexuada da espécie não é uma técnica viável para a

produção em grande escala, pois de acordo com Lameira (2002), a propagação da ipeca por

sementes, de forma sexuada, não é muito recomendada em virtude da baixa e demorada

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germinação que se inicia de 3 a 6 meses após o plantio. Plantas provenientes de sementes

florescem após 2 anos de cultivo.

Na reprodução assexuada, ou vegetativa, a propagação pode ser feita através de

estacas de raiz e por micropropagação. Segundo os trabalhos realizados por Coelho (2013),

a propagação da ipeca através de diferentes posicionamentos e diferentes partes do material

proporcionou uma relevante percentagem de brotação de raiz. A propagação in vitro de

ipecacuanha é viável e foi descrita em diversos trabalhos de (IKEDA et al., 1988;

YOSHIMATSU e SHIMOMURA, 1993; REIS et al., 2004; GOMES, OLIVEIRA e

RIBEIRO, 2009).

Apesar dos diferentes métodos de propagação, na literatura encontramos um maior

número de trabalhos referentes à micropropagação e pouco em relação à propagação por

estaquia de raiz em campo. Por isso, a busca de métodos mais eficientes para a propagação

assexuada por estaquias de raiz, em campo, constitui uma das tarefas primordiais para o

cultivo da espécie, sendo mais acessível para o agricultor. Segundo Coelho (2013), a

estaquia é a técnica de propagação vegetativa mais rápida e de mais fácil execução, sendo

muito utilizada nas espécies que apresentam maior facilidade para a formação de raízes

adventícias. A técnica consiste na multiplicação de plantas usando segmentos caulinares ou

radiculares providos de gemas meristemáticas com capacidade para emitir raízes

adventícias, comumente denominados estacas (HARTMANN et al., 2008).

Diversos fatores influenciam o sucesso da propagação vegetativa, entre eles, a parte

da planta de onde se retira a estaca, diferenciação dos tecidos, o tipo de substrato, suas

características químicas e físicas, época de coleta, período em que se realiza a propagação,

temperatura do ambiente, além de outros fatores (HARTMANN et al., 2008). A

disponibilidade de água e temperatura apropriadas são fatores extrínsecos fundamentais

para ocorrer o inicio do processo brotação (BASKIN e BASKIN, 2001), enquanto as

necessidades de luz e nutrientes estão relacionadas às características particulares de cada

espécie (SILVA, 2005).

A utilização de substrato para propagação tem sido uma alternativa aos problemas

causados pelo cultivo tradicional em solo, devido à proliferação de patógenos, salinização

de solos, otimização do uso efetivo de água e a exigência do consumidor quanto a sistemas

de produção menos agressivos ao meio ambiente (BEZERRA e LEDDERMAN, 1995).

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3.3. Radiação Solar

O crescimento das plantas está diretamente ligado ao fluxo de radiação que chega

sobre esta e, de acordo com Larcher (2000), o fluxo de energia proveniente do sol mantém

a vida na Terra. Por meio do processo fotossintético, a energia radiante é convertida em

energia química, utilizada por toda a cadeia alimentar para realizar os processos vitais. A

radiação solar fornece energia para a fotossíntese que regula o crescimento da planta por

meio de receptores de luz, sensíveis a diferentes intensidades luminosas (MELO, 2012). As

modificações dessa radiação podem proporcionar diferentes respostas fisiológicas nas

características bioquímicas, anatômicas e de crescimento (ATROCH et al., 2001).

O crescimento das plantas pode ser refletido pela capacidade de adaptação das

espécies às condições de radiação em que estão se desenvolvendo (MELO, 2012).

Geralmente as características de crescimento são utilizadas para inferir o grau de tolerância

ou de intolerância das espécies à baixa disponibilidade de luz (SCALON et al., 2002).

Ainda de acordo com Larcher (2000), a capacidade fotossintética é uma característica

específica de cada espécie, sendo que as trocas gasosas mudam ao longo do crescimento e

dependem do curso diário e anual das flutuações ambientais em torno da planta, por

exemplo, alta intensidade luminosa associada a altas temperaturas, podem ser fatores

limitantes para muitas espécies (SOUZA et al., 2004).

Ambientes sombreados ou a pleno sol podem inibir a fotossíntese uma vez que há

pouca ou muita radiação disponível (ZHANG; KEPING; LINGZHI, 2003). Em função

disso, a adaptação das plantas ao ambiente de luz depende do ajuste de seu aparelho

fotossintético (MELO, 2012). A síntese e a degradação das clorofilas estão sob o efeito

direto da intensidade de luz, havendo decomposição maior em radiação mais alta, e maior

equilíbrio em baixa intensidade de radiação (PINTO et al., 2007). Assim, altas intensidades

de radiação solar absorvidas pelas plantas podem levá-las à saturação luminosa,

diminuindo a eficiência no uso da radiação (JIANG et al., 2004).

Outros estudos mostram que plantas que crescem em altas intensidades luminosas

apresentam mesófilo foliar mais desenvolvido pela variação no padrão de divisão celular

(TAIZ e ZIEGER, 2004) e, de acordo com os mesmos autores, o excesso de radiação

absorvido pela planta promove um aumento de sua temperatura, proporcionando um

incremento no fluxo transpiratório. Quando esse fluxo for maior que o fluxo hídrico da

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folha, ocorre o fechamento dos estômatos, a fim de evitar que a planta entre em déficit

hídrico, o que caracteriza um efeito negativo da radiação na transpiração e na fotossíntese.

No trabalho realizado por Braun (2007), com mudas de Coffea canephora,

pertencentes à família Rubiaceae, o autor utilizou três níveis de sombreamento 30, 50 e

75%, tendo maiores valores de áreas foliar, altura, massa fresca e volume de raiz em

sombreamento de 75%, demonstrando assim a importância dos diferentes níveis de

intensidade luminosa sobre a modificação das estruturas de espécies vegetais. Segundo

Larcher (2000), muitos processos de desenvolvimento são controlados pela radiação solar,

como a germinação, o crescimento direcionado e a forma externa da planta.

Como supracitado, a ipeca é uma Rubiaceae e a maioria das espécies pertencentes a

esta família são árvores de pequeno porte ou arbustos muito frequentes no sub-bosque.

Podem ser facilmente reconhecidas pelas folhas normalmente opostas com presença de

estípulas interpeciolares, tendo alguns gêneros ocorrência principalmente em locais

sombreados (MORAES et al., 2011). Pinto (1976) também menciona que a ipeca tem seu

crescimento ótimo em locais sombreados e úmidos, com solos ricos em húmus e

ligeiramente ácidos e refere, como exigências da ipeca, à associação vegetativa com

árvores gigantescas. Em trabalho realizado por Garcia (2001), onde ele caracterizou a

espécie e fatores externos que influenciam seu crescimento, foi demonstrado que em locais

de ocorrência natural da espécie, como sub-bosque, os valores de radiação eram da ordem

de 17,31% do total. De acordo com o que foi relatado por Bruna et al. (2002), plantas de

sub-bosque crescem em ambientes de floresta caracterizados por baixas temperaturas do ar

e do solo, alta umidade relativa e baixa disponibilidade de luz.

Garcia (2001) constatou também que plantas de ipeca, que tiveram melhores

índices de crescimento, apresentaram maior número de folhas e chegaram ao estado

reprodutivo, foram aquelas que estavam com menor percentagem de radiação, da ordem de

1,03%. Lameira (2002) definiu o cultivo de ipeca em ambiente controlado, com

sombreamento de 70%. No entanto, em trabalho realizado pelo mesmo autor, constatou-se

que maiores níveis de princípio ativo foram alcançados quando a espécie foi exposta a

níveis maiores de radiação.

Na literatura consultada não foram encontrados relatos de sombreamentos artificiais

para o gênero Carapichea, apenas trabalhos que referenciavam o ambiente de ocorrência

natural das espécies do gênero. Devido a essa escassez de dados, há a necessidade do

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conhecimento das respostas fisiológicas das espécies desse gênero em diferentes tipos de

sombreamento artificial, principalmente para ipeca que tem importância comercial.

Segundo Pezzopane et al. (2004) diversos trabalhos têm mostrado que o uso de

sombreamento artificial causa uma modificação no balanço de energia radiante,

propiciando características mais adequadas às espécies com baixo ponto de saturação

luminosa.

3.5. Temperatura

A temperatura é um conceito que é amplamente usado para caracterizar as

propriedades térmicas do solo. Para o agricultor, a temperatura tem considerável

importância, pois processos físicos, químicos e microbiológicos que ocorrem no solo são

fortemente influenciados pela temperatura (ROSA, 2009). O solo tem capacidade de

absorver a energia radiante do sol, sendo que a quantidade absorvida depende da

intensidade de radiação e respectiva inclinação dos raios solares e das características e

propriedades do solo, destacando-se a estrutura, textura, cor e umidade.

A temperatura do solo é fundamental na formação do próprio solo, influenciando na

desintegração da matéria orgânica, na retenção e fluxo de água, na aeração do solo, na

movimentação de coloides, no metabolismo e desenvolvimento de microrganismos que

habitam o solo, na germinação de sementes e no crescimento do sistema radicular das

plantas (ORTOLANI e PINTO, 1972). A temperatura do solo depende da condutividade

térmica, capacidade volumétrica de calor e quantidade de calor que entra e sai da superfície

do solo. Esta dinâmica faz com que a cobertura vegetal do solo e o conteúdo de água e ar

das várias camadas sejam fatores decisivos para o regime de temperatura do solo, podendo

ser alterada de acordo com os ciclos de radiação que produzem flutuações diárias

significativas (ALVES, 1992).

O aumento das temperaturas máximas implica em uma sequência de alterações em

diversos subsistemas do solo, por tratar-se de uma propriedade que influi diretamente sobre

os processos deste ambiente, de grande importância para a manutenção dos seus níveis de

qualidade e produtividade (PREVEDELLO, 1996). As amplitudes da temperatura

influenciarão, fundamentalmente, nos mecanismos das reações químicas e nos processos

biológicos que ocorrem no solo, sendo importante o estabelecimento de condições que

favoreçam um intervalo de temperaturas amenas, para a preservação do equilíbrio do

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ambiente edáfico e para a manutenção da produtividade. Em condições de altas

temperaturas do solo, o crescimento da planta é prejudicado pela redução ou paralisação da

absorção de água e nutrientes (CASSEL e LAL, 1992).

Para a ipeca faltam informações quanto às fases do seu ciclo biológico, como

propagação e crescimento, e principalmente a influência de fatores abióticos, como a

temperatura do solo. Esta carência de informações torna necessário o desenvolvimento de

estudos com a espécie em busca de respostas quanto ao seu desenvolvimento sob a

influência da variação de temperatura no solo e nos níveis de sombreamento. Com base em

levantamentos realizados com a ipeca em seu local de ocorrência, a espécie se adapta em

ambientes de temperatura média de 25°C, pois abaixo dessa podem ocorrer injúrias na

planta (TEIXEIRA, 2008). Todavia, há também variação na percentagem dos alcaloides

dessa espécie, em função da temperatura (YOSHIMATSU et al, 1994), ressaltando a

importância de se estudar a influencia da temperatura sobre o desenvolvimento dessa

espécie. Visando a reintrodução da ipeca na região do Rio de Janeiro, é importante a

realização de análises sobre a resposta de crescimento da espécie em substrato disponível

na região. O clima dessa região é classificado como Aw (chuvas de verão - mês mais frio

acima de 18 oC) (KOTTEK et al. , 2006). Essa variação na temperatura da região, segundo

a classificação do mesmo autor, vai proporcionar uma variação na temperatura do solo e,

consequentemente, esse fator influenciará diretamente no crescimento da ipeca e na

sobrevivência da espécie.

4. MATERIAL E MÉTODOS

O experimento foi conduzido no campus Gragoatá da Universidade Federal

Fluminense, no município de Niterói-RJ, latitude de 22º 54´ 00´´ S, longitude de 43º 08´

00´´ W e altitude de 8 m, com uma temperatura média anual de 23 ºC, em casas de

vegetação pertencentes ao projeto “Banco Ativo de Germoplasma de Ipecacuanha”.

O material vegetal foi fornecido pelo Dr. Osmar Alves Lameira, pesquisador da

Embrapa Amazônia Oriental. O material foi obtido do Banco Ativo de Germoplasma de

ipeca ex-situ do horto de plantas medicinais da Embrapa Amazônia Oriental, do município

de Belém, PA.

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4.1. Brotação

O ensaio de brotação da ipeca foi realizado em estufa com sombreamento de 70%,

conforme recomendado por Lameira (2002), em diferentes períodos, e foram avaliados de

janeiro de 2014 a dezembro de 2014. Para a propagação da ipeca foram utilizados

fragmentos de raízes com 3 cm de comprimento, alocadas em bandejas de plástico e

dispostas na posição horizontal (Figura 3). O tamanho de 3 cm ficou entre o tamanho de

estaca recomendado por Lameira (2002), que é de 5 cm, e o recomendado por Teixeira

(2008), que realizou experimentos com estacas de 2 cm de comprimento.

O material vegetal foi acondicionado em serragem, areia e substrato comercial

(Basaplant). Ao longo do período experimental foram realizadas irrigações com uso de

aspersores e posteriormente com o uso de mangueiras. Durante todos os períodos de ensaio

foram avaliados os números de brotação, o índice de velocidade de brotação e a

temperatura do substrato de cada bandeja contendo as estacas de raízes de ipeca. As

medidas de temperatura foram realizadas três vezes durante a semana de avaliação, em três

horários do dia 6, 12 e 18 horas. As temperaturas foram medidas por meio de um

termômetro de solo (Figura 4).

Figura 3- Bandejas com estacas de raiz de ipeca.

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Figura 4- Termômetro utilizado para medição da temperatura dos substratos.

Os dados coletados foram tabulados e submetidos aos testes de normalidade e

homogeneidade e as médias dos tratamentos comparadas pelo teste Tukey a 5% de

probabilidade utilizando o programa estatístico Assistat.

Primeiro ensaio: Diferentes tipos de acesso de ipeca e um substrato (areia).

No período de janeiro a maio de 2014 foi conduzido o experimento de brotação

utilizando dois tipos de acessos de ipeca, a saber, 825 e 819, sendo esses representantes do

material vegetal oriundo de Costa Marque-Rondônia e Cacoal-Rondônia, respectivamente.

O delineamento estatístico foi inteiramente casualizado, utilizando 02 acessos, em três

blocos com 60 estacas cada totalizando 360 estacas de raiz.

Segundo ensaio: Um substrato (Areia).

No período de maio a agosto de 2014 foi conduzido um experimento de brotação

inteiramente casualizado utilizando um substrato (areia) e 20 repetições, e cada repetição

foi representada por 9 estacas de raiz, totalizando 180 estacas de raiz de ipeca.

Terceiro ensaio: Três substratos: Serragem, areia e substrato comercial

(Basaplant).

No período de agosto de 2014 a janeiro de 2015 foi conduzido um experimento de

brotação inteiramente casualizado utilizando três substratos, serragem, areia e substrato

comercial (Basaplant), composto por três blocos cada contendo 60 estacas por bloco

totalizando 540 estacas.

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4.2. Crescimento em diferentes níveis de sombreamento e em diferentes substratos.

O experimento foi realizado no período compreendido de maio de 2014 a janeiro de

2015. O ensaio foi conduzido em estufas com diferentes tipos de sombreamento e o

material vegetal foi transplantado para potes de polietileno de 8 litros (Figura 5A). Os

potes foram dispostos nas estufas em quatro linhas (Figura 5B) segundo o delineamento

experimental.

Figura 5- Potes do experimento (A) e disposição dos potes (B).

As plantas de ipeca foram cultivadas em vasos plásticos contendo 4 tipos de

substratos: terra preta (TP); terra preta mais bokashi (TP+B) com 7,5 g/ m² de bokashi por

pote; terra preta, areia e bokashi (TP+A+B), em uma proporção 2:1 mais 7,5 g de bokashi

por pote; terra preta mais areia (TP+A), em uma proporção de 2:1; e colocadas sob

sombrites com três níveis de sombreamento, ou seja, a 50 (Figura 6A), 70 (Figura 6B) e

90% (Figura 6C).

As plantas foram irrigadas diariamente visando manter os níveis de umidade

necessários para o crescimento das plantas e essas irrigações foram realizadas com uso de

aspersores. Foram realizadas três medidas de temperatura, em três horários do dia 6, 12 e

18 horas e as temperatura medidas por meio de termômetros de solo (Figura 7).

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Figura 6- Estufas com sombrite de 50 (A), 70 (B) e de 90% (C).

Avaliações da altura (cm), número de folhas, diâmetro (mm) e a área foliar foram

realizadas semanalmente no período de junho de 2014 a janeiro de 2015. Em relação à

determinação da altura e do diâmetro, a profundidade do transplante foi padronizada, tendo

como critério a cobertura das estacas até a base da brotação, sendo estes medidos por meio

de paquímetro e régua graduada em centímetros (Figura 8). Na avaliação da variável

diâmetro, o paquímetro foi posicionado na base da emissão da brotação e os valores

anotados em milímetros. Para a variável altura, a régua foi posicionada na base da emissão

de brotação, e medida até o início da inserção da folha (TEIXEIRA, 2008).

Figura 7- Termômetro utilizado para medição da temperatura do solo.

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Figura 8- Medição da altura da ipeca.

Para medir a área foliar foi utilizado o método direto, segundo descrito por

Flumignan (2008). Por essa técnica, as medidas de área foliar são coletadas diretamente

das folhas por meio de medidas de comprimento e largura (Figura 9).

Figura 9- Comprimento e largura da folha de ipeca.

As análises químicas do solo foram realizadas pelo laboratório da Embrapa Solos

do Rio de Janeiro para os diferentes tipos de substrato utilizados no experimento (Quadro

1). Segundo a análise, independente do tipo de tratamento, o solo foi caracterizado como

eutrófico, com saturação de alumínio de 0%, sálico para TP e TP+B e salino para TP+B+A

e TP+A. Os valores de pH encontravam-se levemente ácidos, de acordo com o que é

recomendado para esta cultura, ou seja, 5,5.

Quadro 1- Análise química do solo.

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Tp 5,0 4,8 5,1 4,5 2,17 0,19 12,0 0 4,9 0

Tp+B 4,9 4,8 6,5 4,9 1,90 0,07 13,4 0 7,0 0

Tp+B+A 5,0 4,8 3,1 3,8 1,20 0,10 8,2 0 4,9 0

Tp+A 5,0 4,8 2,9 3,8 1,13 0,12 7,9 0 7,2 0

Tp 33,3 3,6 9 123 103 24 4,9 _ _ 2,03

Tp+B 34,9 3,8 9 129 61 17 4,8 _ _ 3,60

Tp+B+A 24,9 2,3 11 70 105 24 5,4 _ _ 1,13

Tp+A 21,9 1,9 12 74 63 15 5,0 _ _ 2,00

1,77 6,74

305 5,63

6,87

1,73 6,59

P2O5 MnOSiO2/ Al2O3 (Ki) SiO2/ R2O3 (Kr) Al2O3/ Fe2O3

0,99

C g/kgN

g/kgC/N

Ataque sulfúrico

g/kgRelações Moleculares

Substrato SiO2 Al2O3 Fe2O3 TiO2

13,1 63 95

15,1 52 54

16,9 71 76

20,4 66 141

K+

Na+ Valor S

(soma)Al

3+H

+ Valor T

pH (1:2,5)Complexo Sortivo

cmolc/kg V %

A%

P assimilável

mg/kgSubstrato Água

KCl

1NCa

2+Mg

2+

As plantas utilizadas no experimento foram indivíduos em processo de crescimento,

por isso os exemplares apresentaram inicialmente alturas diferentes. Com base na falta de

material uniforme, as plantas foram distribuídas aleatoriamente no experimento, uma vez

que a espécie não tem uma propagação vegetativa uniforme, sendo difícil obter mudas

padronizadas. Os fatores externos como salinidade do solo e temperatura contribuíram para

que as plantas de ipeca ficassem em estresse, fazendo com que valores de alguns

parâmetros passassem por um decréscimo. Durante esse período as planta não

demonstraram crescimento visual, porém, as atividades metabólicas continuaram, embora

com intensidade reduzida. Quando os indivíduos encontraram um ambiente adequado,

iniciou-se novamente o processo de brotação.

O experimento foi um fatorial inteiramente casualizado, 3 x 4, com quatro

repetições, e cada repetição foi representado por 4 plantas, totalizando 164 plantas (Figura

10). Ao longo do experimento, exemplares de alguns potes foram perdidos em

consequência de fatores externos, como variações nos componentes do solo e temperatura,

tendo reduzido o número de repetições. Os dados obtidos foram tabulados e analisados

utilizando o programa estatístico Assistat e as médias das variáveis avaliadas comparadas

pelo teste de Tukey a 5% e 1% de probabilidade.

Figura 10- Croqui do experimento com três níveis de sombreamento e quatro tipos de substrato.

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4.3. Sombreamento controlado.

O experimento foi realizado no período compreendido de novembro de 2014 a

fevereiro de 2015. O ensaio foi desenvolvido em estufas com diferentes tipos de

sombreamento 50, 70 e 90% e o material vegetal foi transplantado para canteiros com

areola como substrato (Figura 11B). As plantas foram dispostas nos canteiro com um

espaçamento de 0,30cm entre plantas, segundo as recomendações de Lameira (2002)

(Figura 11A).

Figura 11- Espaçamento de 30 cm entre as plantas de ipeca (A) e canteiro com areola (B).

Para aumentar a aeração, todos os dias, entre 16h e 9h da manha, as laterais dos

sombrites foram levantadas. No período de 9h às 16h, além da proteção do sombrite,

também foi inserida como proteção uma lâmina de “Isolante Térmico Alumínio Duralfoil”

(ITAD), para impedir a incidência de radiação solar direta (Figura 12).

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Figura 12- Utilização de ITAD para impedir a incidência de radiação solar direta.

Foram feitas análises químicas do solo no laboratório da Embrapa Solos do Rio de

Janeiro para os diferentes tipos de substrato utilizados no experimento (Quadro 2).

Segundo a análise, o solo foi caracterizado como distrófico, com saturação de alumínio de

37%. Os valores de pH encontravam-se levemente ácidos, já que o pH recomendado para a

ipeca é de 5,5.

Quadro 2- Análise química da areola.

5,3 4,0 0,9 0,12 0,03 1,0 0,6 2,4 37

3,7 0,5 7 96 94 47 7,0

Al2O3/ Fe2O3

3,141,74

Relações Moleculares

1,32

SiO2/ Al2O3 (Ki) SiO2/ R2O3 (Kr)P2O5 MnO

25 26

C g/kgN

g/kgC/N

Ataque sulfúrico

g/kg

SiO2 Al2O3 Fe2O3 TiO2

Na+ Valor S

(soma)Al

3+H

+ Valor T

4,0

pH (1:2,5) cmolc/kg

V(%) Al(%) P assimilável

mg/kgÁgua KCl 1N Ca

2+Mg

2+K

+

As plantas foram irrigadas diariamente, por meio de uma mangueira, visando

manter o nível de umidade próximo à capacidade de campo. Foram também realizadas três

medidas de temperatura do solo em três horários do dia, 6, 12 e 18 horas. Avaliações da

altura (cm), número de folhas, diâmetro (mm) e a área foliar foram realizadas

semanalmente no período de junho de 2014 a janeiro de 2015. A profundidade do

transplante foi padronizada, tendo como critério a cobertura das estacas até a base da

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brotação, de forma que as medidas de diâmetro e altura foram coletadas na base da

brotação. Para as medidas de diâmetro e altura foram utilizados paquímetro e régua

graduada em centímetro. Na avaliação da variável diâmetro, o paquímetro foi posicionado

na base da emissão da brotação e os dados anotados em milímetros. Para a variável altura,

a régua foi posicionada na base da emissão de brotação e considerada até o início de

inserção da folha, baseado em experimento realizado com a ipeca por Teixeira (2008).

O experimento foi inteiramente casualizado, com três níveis de sombreamento, ou

seja, 50, 70 e 90 % de sombreamento, com 8 repetição, sendo que cada repetição era

representada por 4 plantas, totalizando 96 plantas. Ao longo do experimento, exemplares

foram perdidos em consequência de fatores externos. Os dados coletados foram tabulados

e submetidos aos testes de normalidade e homogeneidade, e as médias dos tratamentos

comparadas pelo teste Tukey a 5% de probabilidade utilizando o programa estatístico

Assistat.

5. RESULTADOS E DISCUSSÃO

5.1. Brotação.

5.1.1 Diferentes tipos de acessos de ipeca e um substrato (areia).

Quando se comparou os dois tipos de acesso de ipeca, a maior percentagem de

brotação foi alcançada pelo acesso 825, chegando ao final da avaliação com 51, 67 % de

brotação de raiz, destacando-se estatisticamente sobre o acesso 819, que chegou ao final da

avaliação com 26,67% de brotação de raiz (Figura 13). No índice de velocidade de

brotação o acesso 825 também se sobressaiu sobre o acesso 819, obtendo um índice de

velocidade de brotação de 1,04, sendo superior estatisticamente ao acesso 819, que

alcançou um índice de velocidade de brotação de 0,29 (Figura 14). A percentagem de

brotação de 51,67% no primeiro ensaio foi influenciada pela alta irradiância, apesar de

estar em sombreamento de 70%. Lameira (2002) menciona que a ipeca se propaga em

determinadas condições de umidade e de temperatura elevada e não é tolerante à intensa

radiação solar.

Figura 13- Média da percentagem de brotação de dois acessos de ipeca, no período de janeiro a

maio de 2014.

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Figura 14- Média do índice de velocidade de brotação de dois acessos de ipeca, no período de

janeiro a maio de 2014.

5.1.2 Um substrato (areia), analisado durante o período de maio a agosto de 2014 e três

substratos: serragem, areia e substrato comercial (Basaplant), analisados durante o período

de agosto a dezembro de 2014.

Quando se comparou a brotação de raiz de ipeca em períodos diferentes, de maio a

agosto e de agosto a dezembro de 2014, a maior percentagem de brotação foi alcançada no

período de agosto a dezembro, com 83,33%, sendo estatisticamente maior que a

percentagem de brotação alcançada no período de maio a agosto, com 57,22% (Figura 15).

Para o índice de velocidade de brotação, estatisticamente não houve diferença significativa

entre os períodos de maio a agosto (1,9) e de agosto a dezembro (0,91) (Figura 16).

Segundo Larcher (2000), no caso da brotação, há uma relação entre as condições

climáticas e a percentagem da mesma, visto que há um mecanismo de regulação que evita

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a brotação em condições desfavoráveis. Algumas espécies brotam em temperaturas

elevadas, enquanto outras somente brotam em baixas temperaturas. No caso do presente

estudo, a maior percentagem de brotação coincidiu com o período de maior temperatura,

que foi de agosto a dezembro.

Figura 15- Valor médio da percentagem de brotação do substrato areia em diferentes períodos de

ensaio e média da percentagem de brotação em diferentes tipos de substrato, sob o mesmo período

de ensaio.

Quando se comparou substratos diferentes e o mesmo período de ensaio, a saber, de

agosto a dezembro de 2014, os maiores valores foram alcançados no substrato tipo areia,

sendo superiores a serragem e ao substrato comercial, chegando ao final da avaliação com

valores de percentagem de brotação de 83,33, 55,00 e 13,33%, respectivamente (Figura

15). Para o índice de velocidade de brotação, quando se comparou o mesmo período de

ensaio (agosto a dezembro de 2014) e substratos diferentes, a areia e a serragem não

diferiram entre si estatisticamente e sobressaíram em relação ao substrato comercial,

chegando ao final da avaliação com índices de velocidade de brotação de 0,91, 0,58 e 0,14,

respectivamente (Figura 16). No trabalho sobre a brotação de ipeca de Coelho (2013), o

autor verificou uma maior percentagem de brotação quando utilizou o substrato areia. Isso

é devido à menor capacidade de retenção de água, alta densidade e baixa temperatura.

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Figura 16 Valor médio do índice de velocidade de brotação do substrato areia em diferentes

períodos de ensaio e índice de velocidade de brotação em diferentes tipos de substratos, sob o

mesmo período de ensaio.

Ao longo do experimento a espécie teve uma brotação desuniforme e requereu, em

média, um período de 30 dias para ter a primeira brotação, independentemente do período

do ano que foi realizado o processo de propagação da espécie (Figura 17). Lameira (2002)

cita que nas condições ambientais da região Amazônia oriental, o enraizamento e formação

da parte aérea de ipeca ocorrem até 20 dias após o cultivo.

Figura 17 Evolução da percentagem de brotação de ipeca em diferentes ensaios, no período de

janeiro de 2014 a janeiro de 2015.

0,0

20,0

40,0

60,0

80,0

100,0

0 30 60 90 120 150

Perc

enta

gem

de

bro

taçã

o

Dias após o plantio

Areia (819/jan-mai)

Areia (825/jan-mai)

Areia (mai-ago)

Areia (ago-jan)

Serragem (ago-jan)

Subst. Comercial (ago-jan)

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Em função do que foi mencionado, as raízes de ipeca levaram menos tempo para

brotação em temperaturas mais baixas, enquanto a menor percentagem de brotação foi

alcançada nesse período, nos levando a conclusão de que a espécie exige condições ideais

para a brotação, como o substrato e a temperatura. Portanto, os dados obtidos entre os

diferentes tratamentos demostraram que os valores mais eficientes foram alcançados

quando submetidos a uma faixa de temperatura entre 17ºC e 26 º C e com substrato tipo

areia.

5.1.3- Temperatura dos substratos.

Para o período de janeiro de 2014 a janeiro de 2015 foi construído um gráfico com

valores das médias de temperatura nos horários de 6, 12 e 18 horas relativas ao substrato

areia, a 5 cm de profundidade da superfície (Figura 18). Houve um decréscimo de

temperatura ao decorrer dos meses de janeiro a maio e um crescimento à partir do mês de

novembro até janeiro de 2015. Nos meses de janeiro, fevereiro e março de 2014, a média

dos três horários chegou a uma temperatura máxima de 30ºC, posteriormente nos meses de

maio a outubro, a temperatura média ficou entre 23 e 27ºC e nos meses de novembro de

2014 a janeiro de 2015, a temperatura média ficou entre 27 e 30ºC.

Figura 18- Valores de temperatura do substrato areia referente às médias de 6, 12 e 18 horas, no

período janeiro de 2014 a fevereiro de 2015.

Os períodos com médias de temperatura mais baixas (22ºC), entre os meses de

maio a agosto, ocorreram as menores percentagens de brotação nos ensaios realizados. Em

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experimento realizado por Coelho (2013), o autor verificou que durante um período de sete

dias, temperaturas abaixo de 25°C em experimento na fase de campo, ocasionaram danos

às estacas de raiz (COELHO, 2013). A temperatura tem importante função regulatória no

metabolismo das estacas, devendo fornecer condições para que haja indução. A flutuação

da temperatura é prejudicial à sobrevivência das estacas (PAIVA e GOMES, 2001) e, de

acordo com Simão (1998), temperaturas amenas, entre 12 e 27ºC, favorecem o aumento de

carboidratos e o enraizamento das plantas. A estratificação das estacas à baixa temperatura

inibe a formação de raízes e impede a brotação. Segundo Lameira (2002), a ipeca, é uma

planta que se propaga em determinadas condições, e a temperatura elevada é um exemplo

de condição de tolerância que a espécie exige.

Para os meses de janeiro de 2014 a janeiro de 2015 foi construído um gráfico com

valores das médias de temperatura nos horários de 6, 12 e 18 horas do substrato serragem

(Figura 19) e substrato comercial (Figura 20), a 5 cm de profundidade da superfície. Os

gráficos representam bem as diferenças entre os meses de agosto a outubro de 2014 (75 –

250 dias após o plantio), alcançando temperaturas médias entre 20 e 28ºC, Já os meses de

novembro a dezembro (acima de 250 dias após o plantio) apresentaram temperaturas

médias entre 27 e 31ºC. Não houve diferença entre as médias de temperatura dos três

substratos avaliados (Figuras 21).

Figura 19 Valores de temperatura do substrato serragem, referente às médias dos horários de 6, 12

e 18 horas, no período de agosto de 2014 a janeiro de 2015.

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Figura 20 Valores de temperatura do substrato comercial, referente às médias dos horários de 6, 12

e 18 horas, no período de agosto de 2014 a janeiro de 2015.

Figura 21 Médias da temperatura dos substratos areia, serragem e substrato comercial, relativas às

6, 12 e 18 horas, no período de janeiro de 2014 a janeiro 2015.

5.2. Crescimento em diferentes níveis de sombreamento e em diferentes substratos

Na interação entre substrato e sombreamento, foram feitos gráficos de crescimento

de ipeca fazendo comparação entre os três níveis de sombreamento 90, 70 e 50 %, para

cada substrato avaliado, ao longo dos meses de maio de 2014 a janeiro de 2015. Para o

substrato terra preta (TP), em relação à altura (cm) e o diâmetro (mm), representados nas

Figuras 22 e 23, constatou-se que não houve distinção entre os valores dos diferentes

níveis de sombreamento ao final da avaliação. As médias dos valores obtidos nos

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sombreamentos de 90, 70 e 50%, respectivamente, foram de 4,50; 2,00 e 3,92cm para

altura e 1,8, 1,6 e 2,18 mm para o diâmetro.

Figura 23- Médias do diâmetro (mm) de ipeca, no período de junho de 2014 a janeiro de 2015, em

substrato terra preta (TP) e sombreamentos de 50, 70 e 90%.

Observou-se que as plantas expostas ao sombreamento de 50% apresentaram uma

resposta de crescimento mais positiva em relação aos outros sombreamentos. As plantas

sob esse sombreamento apresentaram resposta positiva mesmo na presença de salinidade e

temperaturas mais elevadas. Já nos demais sombreamentos houve um decréscimo na taxa

Figura 22-Médias da altura (cm) de ipeca, no período de junho de 2014 a janeiro de 2015, em

substrato terra preta (TP) e sombreamentos de 50, 70 e 90%.

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de crescimento nos meses que antecederam o transplante, apresentando rebrota à partir do

mês de novembro.

No trabalho realizado por Coelho (2008), as plantas de ipeca também perderam as

folhas e essas passaram por um processo de amarelecimento, queda e crestamento das

folhas, fato ocorrido por causa de danos nas estacas. Esta evidência vem confirmar as

informações de Ocampos (2007), que afirma que a ipeca é uma espécie de temperaturas

altas e, portanto, pode ser plantada em local sombreado por longo período, desde que

mantida uma temperatura média acima de 25°C e menor que 28°C. De acordo com os

dados observados, as plantas que estavam em sombreamentos de 70 e 90% sentiram mais

essa variação de temperatura do que aquelas em sombreamento de 50%.

Os valores de número de folhas e área foliar (cm²) para o substrato terra preta em

função dos sombreamentos de 50, 70 e 90%, estão apresentados nas Figuras 24 e 25.

Houve uma diferença entre os valores de crescimento, onde o sombreamento de 50% se

sobressaiu em relação aos demais tratamentos, obtendo ao final da avaliação, em média, 7

folhas, e uma área foliar de 77,52 cm². Os sombreamentos de 70 e 90% obtiveram uma

média de 4 folhas e 12,83 e 34,4 cm² de área foliar, respectivamente.

Segundo Scalon et al. (2003), os diferentes graus de luminosidade causam, em

geral, mudanças morfológicas e fisiológicas na planta, sendo que o grau de adaptação é

ditado por características particulares de cada espécie em interação com seu meio. A ipeca

Figura 24- Médias do número de folhas de ipeca, no período de junho de 2014 a janeiro de 2015,

em substrato terra preta (TP) e sombreamentos de 50, 70 e 90%.

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teve um comportamento morfológico e uma resposta de crescimento mais eficiente quando

submetida a níveis de sombreamento de 50%, isso para a região do Rio de Janeiro, entre os

períodos de maio a novembro.

Nas Figuras 26 e 27 estão descritas a altura e o diâmetro de ipeca para o substrato

terra preta mais Bokashi (TP + B) em função dos sombreamentos de 50, 70 e 90%. Pode-se

observar que o sombreamento de 50% resultou num crescimento gradual em relação aos

níveis de sombreamento de 90 e 70%, chegando ao final da avaliação com uma altura

média de 4,21cm. Já o sombreamento de 70% resultou numa altura de planta de 2,00cm,

uma vez que os representantes desse tratamento secaram e rebrotaram durante período de

avaliação. No sombreamento de 90% as plantas tiveram sua parte aérea ressecada.

Garcia (2001) observou que no período de temperatura amena, plantas de ipeca

desprovidas de folhas (novas ou maduras), apresentaram apenas ramos aéreos que, com o

decorrer do tempo, tornaram-se secos. Em algumas épocas do período analisado observou-

se a emissão de novas brotações à partir de ramos subterrâneos, porém, o crescimento

dessas brotações foi logo interrompido, secando logo em seguida. O mesmo foi observado

no sombreamento de 90%, tratamento esse que mais se assemelha ao de Garcia (2001),

onde, em condições de sub-bosque, ele observou uma percentagem de apenas 3,5% de

radiação solar.

Em relação ao diâmetro, a condução foi a mesma ao aplicado ao parâmetro altura,

chegando ao final da avaliação com valores de 2,91 mm para o sombreamento de 50%. Já

Figura 25- Médias de área foliar (cm²) de ipeca, no período de junho de 2014 a janeiro de 2015,

em substrato terra preta (TP) e sombreamentos de 50, 70 e 90%.

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para o sombreamento de 70%, ao final do experimento as plantas apresentaram medidas

em torno de um mm de diâmetro. A altura relativa mencionada é referente ao ciclo de oito

meses de crescimento, já que a espécie se estabiliza em um período de dois anos,

alcançando uma altura média de 30 cm (LAMEIRA, 2002).

Figura 27- Médias do diâmetro (mm) de plantas de ipeca, no período de junho de 2014 a janeiro de

2015, em substrato terra preta mais bokashi (TP+B) e sombreamentos de 50, 70 e

90%.

Nas figuras 28 e 29 são apresentados os valores do número de folhas e de área

foliar (cm²). Em substrato terra preta mais bokashi (TP + B), os indivíduos apresentaram,

em média, 7 folhas para o sombreamento de 50% e 2 folhas para o sombreamento de 70%.

Figura 26- Médias da altura (cm) de plantas de ipeca, no período de junho de 2014 a janeiro de 2015, em

substrato terra preta mais bokashi (TP+B) e sombreamentos de 50, 70 e 90%.

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Os mesmos valores foram observados no tratamento com substrato terra preta, indicando

maior influencia do sombreamento do que do substrato.

Para a área foliar, os menores valores foram observados para o sombreamento de

90%, que perdeu toda sua parcela experimental, e para o sombreamento de 70%, que

obteve 7,56 cm² de área foliar. Os maiores valores foram observados para o sombreamento

de 50%, que alcançou valores de 135,503 cm² de área foliar.

Figura 28 - Médias do número de folhas de ipeca, durante o período de junho de 2014 a janeiro de

2015, em substrato, terra preta mais bokashi (Tp +B), sob sombrites de 90, 70 e 50 %.

Figura 29 - Médias da área foliar de ipeca, durante o período de junho de 2014 a janeiro de 2015,

em substrato, terra preta mais bokashi (Tp +B), sob sombrites de 90, 70 e 50 %.

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35

Por meio dos cálculos de diferença de área foliar nos experimentos, foi observado

que a espécie respondeu de forma diferenciada quando submetida a diferentes níveis de

radiação. Para as condições ambientais da região onde o experimento foi realizado,

observou-se uma modificação diferenciada nas folhas em relação à dimensão quando

expostas ao sombreamento de 50%, além de modificações em sua coloração, tendendo para

uma coloração mais amarela. Já as plantas que estavam sob sombreamento de 70%

apresentaram coloração verde escura. De acordo com Dickson (2000), a folha é o órgão

que mais sofre modificações anatômicas em relação às variações luminosas de um

determinado ambiente. Castro et al. (2009) ressalta que indivíduos de grupos taxonômicos

próximos que crescem em condições ambientais diferentes podem apresentar diferenças,

principalmente em relação à anatomia foliar.

Para o substrato terra preta mais bokashi mais areia (TP + B + A), em relação à

altura (cm) e ao diâmetro (mm), representados nas Figuras 30 e 31, constatou-se que houve

uma distinção entre os valores encontrados nos diferentes níveis de sombreamento ao final

da avaliação. A média dos valores obtidos nos sombreamentos de 90, 70 e 50%,

respectivamente, foi de 0, 3,48 e 4,75 cm para a altura e 0, 2,1 e 2,7 mm para o diâmetro.

Figura 30-Médias da altura (cm) de ipeca, durante o período de junho de 2014 a janeiro de 2015,

em substrato tipo terra preta mais bokashi mais areia (Tp +B+ A), sob sombrites de 90,

70 e 50 %.

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Figura 31.- Médias do diâmetro (mm) de ipeca, durante o período de junho de 2014 a janeiro de

2015, em substrato tipo terra preta mais bokashi mais areia (Tp +B+ A), sob sombrites

de 90, 70 e 50 %.

Nas Figuras 32 e 33 são apresentados os valores de número de folhas e de área

foliar (cm²), do substrato terra preta mais bokashi mais areia (TP + B+ A), onde observou-

se um número médio de 8 folhas para o sombreamento de 50% e de 4 folhas para o

sombreamento de 70%. Os mesmos valores foram observados no tratamento com substrato

terra preta, observando-se maior influência do sombreamento do que do substrato. Já para

a área foliar, os menores valores foram observados para o sombreamento de 90%, que

perdeu toda sua parcela experimental, e o sombreamento de 70%, que obteve 55,106 cm²

de área foliar. Os maiores valores foram observados no sombreamento de 50%, onde se

observou área foliar de 100,73 cm².

A ipeca é uma espécie de ambiente sombreado. Quando submetida a radiações

maiores, como realizado neste experimento (90%), observou-se uma área foliar maior do

que aqueles alcançados nos outros sombreamentos (50 e 70%), indicando que o aumento

no número de folhas e na área foliar são fatores que influenciam diretamente a

produtividade. Como mencionado por Costa e Marenco (2007), a produtividade da planta é

influenciada pelo funcionamento dos estômatos, que controlam a absorção de CO2, e pela

área foliar, que determina a interceptação da luz.

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Figura 32 - Médias do número de folhas de plantas de ipeca, no período de junho de 2014 a janeiro

de 2015, em substrato terra preta mais bokashi mais areia (TP+B+A) e sombreamentos

de 50, 70 e 90%.

Para o substrato terra preta mais areia (TP + A), em relação à altura (cm) e o

diâmetro (mm), representados nas Figuras 34 e 35, verificou-se que houve uma distinção

entre os valores dos diferentes níveis de sombreamento ao final da avaliação. A média dos

valores obtidos, nos sombreamentos de 90, 70 e 50%, respectivamente foi de 4,66, 0,00 e

6,12 cm para altura e 2,2, 0,00 e 2,67 mm para o diâmetro.

Figura 33- Médias da área foliar (cm²) de ipeca, no período de junho de 2014 a janeiro de 2015, em substrato

tipo terra preta mais bokashi mais areia (TP+B+A) e sombreamentos de 50, 70 e 90%.

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Figura 35- Médias do diâmetro (mm) de ipeca, durante o período de junho de 2014 a janeiro de

2015, em substrato tipo terra preta mais areia (Tp+ A), sob sombrites de 90, 70 e 50

%.

Em relação ao número de folhas e área foliar (cm²), para o substrato terra preta

mais areia, nos sombreamentos de 50, 70 e 90%, os resultados estão apresentados nas

Figuras 36 e 37. Podemos verificar que houve diferença entre os valores, onde os valores

do sombreamento de 50% se destacaram em relação aos outros tratamentos, apresentando

no final da avaliação, em média, 6 folhas e uma área foliar de 11,78,52 cm². No

sombreamento de 90%, os valores foram, em média, de 4 folhas e 94, 99 cm² de área foliar

e o no sombreamento de 70% não se observou plantas com folhas.

Figura 34- Médias da altura (cm) de ipeca, durante o período de junho de 2014 a janeiro de 2015, em substrato

terra preta mais areia (Tp+ A) e sob sombrites de 90, 70 e 50 %.

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Figura 36. - Médias do número de folhas de ipeca, durante o período de junho de 2014 a janeiro de

2015, em substrato tipo terra preta mais areia (Tp+ A), sob sombrites de 90, 70 e 50.

Figura 37- Médias da área foliar (cm²) de folhas de ipeca, durante o período de junho de 2014 a

janeiro de 2015, em substrato terra preta mais areia (Tp+ A), sob sombrites de 90, 70 e 50 %.

Os valores mínimos e máximos de temperaturas do solo observados nos

sombreamentos de 90, 70 e 50% foram, em média, de 19, 19 e 19ºC e 33, 31 e 31ºC,

respectivamente. Os valores de menor temperatura foram observados nos mês de junho e

julho e os maiores valores nos meses de dezembro e janeiro, coincidindo com as estações

de inverno e verão da região. Analisando os resultados, podemos observar como cada

processo vital, como germinação e crescimento vegetativo se adequou a uma faixa de

temperatura, entretanto a maior taxa de crescimento só pôde ser alcançada quando os

diversos processos envolvidos no metabolismo foram otimizados. Logo, pode-se perceber

que a temperatura teve influência direta sobre o crescimento e sobre o curso do

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desenvolvimento da espécie. Os maiores valores de temperatura coincidiram com a estação

de verão da região (dezembro e janeiro) e o menor valor com a estação de outono (março,

abril e maio), inverno (Junho, julho e agosto) e primavera (Setembro, outubro e

novembro), quando a temperatura na região vai declinando e assim interferindo nos

diversos processos biológicos que influenciam o crescimento e o desenvolvimento de

espécies.

Segundo Costa (2004), o crescimento mais vigoroso por meio de divisão celular

requer uma quantidade de calor considerável, sendo que a temperatura ótima para a divisão

celular é de aproximadamente 30ºC para a maioria das plantas herbáceas cultivadas. Por

outro lado, a diferenciação celular pode se processar sob baixas temperaturas, mesmo que

lentamente. A ipeca, como espécie herbácea, foi prejudicada pelas temperaturas quando

exposta a baixas temperaturas nos meses de julho a setembro, por outro lado, quando

exposta a temperaturas mais elevadas associadas a um sombreamento adequado,

apresentou um crescimento positivo.

Os valores das médias de temperatura de todos os substratos para os três

sombreamentos nos três principais horários do dia estão apresentados nas Figuras 38. O

sombreamento de 90% obteve uma média mais elevada (27,82ºC) para às 18h. Isso se deve

às informações já mencionados por Schiedeck (1996), em que as temperaturas do ar em

sistemas de cultivo protegido com cobertura plástica tendem a ser mais elevadas no

período diurno e iguais ou mais baixas, no noturno.

Figura 38- Médias da temperatura de 6, 12 e 18 horas nos sombreamentos de 50, 70 e 90%

(médias dos quatro tipos de substrato).

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Nos Quadros 3, 4 e 5 estão descritas as médias de altura (cm), diâmetro (mm),

número de folhas e área foliar (cm²), em diferentes períodos após a execução do

experimento. Nessas médias foi aplicado o teste de significância ao nível de 5% de

probabilidade, pelo teste de Tukey, em relação à interação dos diferentes substratos

utilizados e os diferentes tipos de sombreamento.

Os valores de altura, diâmetro e número de folhas, após seis meses de avaliação,

estão apresentados no Quadro 3. Para a altura, houve diferença significativa entre os

substratos utilizados e entre os sombreamentos de 50, 70 e 90%. Para o sombreamento de

90%, o substrato terra preta mais areia foi superior em relação aos demais substratos,

obtendo uma média de 5,5cm de altura. No sombreamento de 70%, os tratamentos

superiores foram terra preta e terra preta mais bokashi mais areia, obtendo uma média de

6,41 e 3,9cm de altura, respectivamente. No sombreamento de 50%, os substratos terra

preta mais areia, terra preta mais areia mais bokashi e terra preta mais bokashi foram

superiores ao substrato terra preta, obtendo médias de 6,12, 6,37 e 5,77 cm de altura,

respectivamente.

Em relação aos diferentes tipos de sombreamento, o tratamento de 50% foi superior

aos demais tratamentos, exceto quando se utilizou os substratos terra preta mais bokashi e

terra preta mais bokashi mais areia, que não se diferenciaram estatisticamente daqueles

observados em sombreamento de 70%, obtendo, respectivamente, uma média de 5,77 e

3,44cm de altura para terra preta mais bokashi e 6,41 e 6,37cm altura para o substrato terra

preta mais bokashi mais areia. Já quando se o utilizou o substrato terra preta, não houve

diferença entre os níveis de sombreamento.

Para o número de folhas também houve diferenças significativas entre os substratos

utilizados e entre os sombreamentos de 50, 70 e 90%. No sombreamento de 50%, o

substrato terra preta mais bokashi foi superior aos demais substratos, obtendo uma média

de sete folhas. No sombreamento de 70%, os tratamentos superiores foram terra preta, terra

preta mais bokashi mais areia e terra preta mais bokashi, obtendo uma média 4, 5 e 4

folhas. No sombreamento de 90%, os substratos terra preta e terra preta mais areia foram

superiores aos outros substratos, obtendo as médias de 2 e 3 folhas.

Em relação aos diferentes tipos de sombreamento, o de 50% foi superior aos

demais, exceto quando se utilizou os substratos terra preta mais bokashi mais areia e terra

preta, não havendo diferença estatística em relação ao sombreamento de 70%, alcançando,

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respectivamente, para os sombreamentos de 50 e 70% uma média de 6 e 5 folhas para terra

preta mais bokashi mais areia e 5 e 4 folhas para o substrato terra preta.

Quadro 3 - Médias dos valores de altura (cm), diâmetro (mm) e número de folhas de ipeca, sob a

interação de diferentes substratos e diferentes tipos de sombreamento, após seis meses

do início do experimento.

Altura(cm) Número de folhas Diâmetro (mm)

Substrato 90% 70% 50% 90% 70% 50% 90% 70% 50%

TP 2,50 aB 3,90 aAB 4,29 aB 2,00 bA 4,00 aA 5,00 aB 0,90 bB 1,50 abAB 1,94 aA

TP+ B 0,00 bB 3,40 aB 5,77 aAB 0,00 cB 4,00 bA 7, 00 aA 0,00 cC 1,35 bB 2,06 aA

TP+ B+A 0,00 bB 6,41 aA 6,37 aA 0,00 bB 5,00 aA 6,00aB 0,00 bC 2,16 aA 2,25 aA

TP+A 5,50 aA 0,00 bC 6,12 aA 3,00 bA 2,50 bB 5,00 a B 2,00 aA 0,00 bC 2,12 aA

(1) Terra preta (TP), terra preta mais bokashi (TP+B), terra preta mais areia mais bokashi (TP + B

+ A) e terra preta mais areia (TP + A).

(2) Médias seguidas por letras maiúscula diferentes na vertical e seguidas por letras minúscula

diferentes na horizontal, diferem entre si ao nível de 5% de probabilidade, pelo teste de Tukey.

Para o diâmetro (mm) também houve diferença significativa entre os substratos

utilizados e entre os sombreamentos de 50, 70 e 90%, exceto para os diferentes tipos de

substrato em sombreamento de 50%. No sombreamento de 70%, os tratamentos superiores

foram terra preta e terra preta mais bokashi mais areia, obtendo uma média 1,5 e 2,16 mm

de diâmetro. No sombreamento de 90%, o substrato terra preta mais areia foi superior aos

outros substratos, obtendo médias de 2 mm de diâmetro.

Em relação aos diferentes tipos de sombreamento, as plantas sob 50%, mostraram

resultados superiores em relação aos valores alcançados sob os sombreamentos de 70 e

90%, exceto quando se utilizou os substratos terra preta mais bokashi mais areia e terra

preta. Nesses tratamentos o sombreamento de 50% não diferenciou estatisticamente do

sombreamento de 70%, obtendo, respectivamente, uma média de 2,25 e 2,16mm de

diâmetro para terra preta mais bokashi mais areia e 1,94 e 1,5mm de diâmetro, para o

substrato terra preta.

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Valores de altura, diâmetro e número de folhas, após setes meses de avaliação,

estão apresentados no Quadro 4. Para a altura houve diferença significativa entre os

substratos utilizados e entre os sombreamentos de 50, 70 e 90%. Para o sombreamento de

90% o substrato terra preta mais areia e terra preta, foram superiores sobre os demais

substratos obtendo uma média de 5,75 e 3cm de altura, respectivamente. No sombreamento

de 70%, os tratamentos superiores foram terra preta e terra preta mais bokashi mais areia,

obtendo uma média 4,20 e 4cm de altura. No sombreamento de 50% os substratos terra

preta mais areia, terra preta mais areia mais bokashi e terra preta mais bokashi foram

superiores ao substrato terra preta apresentando médias de 6,15; 7,75 e 6 cm de altura,

respectivamente.

Em relação aos diferentes tipos de sombreamento, o de 50% foi superior em relação

aos demais, exceto quando se utilizou o substrato terra preta mais bokashi mais areia,

quando o sombreamento de 50% não se diferenciou estatisticamente do sombreamento de

70%, obtendo-se uma média de 7,75 e 4,0cm de altura, respectivamente. Quando o

substrato utilizado foi terra preta mais areia, o sombreamento de 50% não se diferenciou

do de 90%, obtendo-se médias de 6,15 e 5,75 cm de altura, respectivamente. Já quando se

utilizou o substrato terra preta não houve diferença entre os níveis de sombreamento.

Para o número de folhas também houve diferença significativa entre os substratos

utilizados e entre os sombreamentos de 50, 70 e 90%, exceto para o sombreamento de 50%

que não apresentou diferença significativa entre os substratos. No sombreamento de 70%,

os tratamentos superiores foram terra preta e terra preta mais bokashi mais areia, obtendo-

se médias de 4,2 e 5 folhas, respectivamente. No sombreamento de 90%, os substratos terra

preta e terra preta mais areia foram superiores aos outros substratos, obtendo-se médias de

4,25 e 4 folhas, respectivamente.

Em relação aos diferentes tipos de sombreamento, o de 50% foi superior aos

demais, exceto quando se utilizou o substrato terra preta mais bokashi mais areia, que não

se diferenciou estatisticamente do sombreamento de 70%, obtendo-se, respectivamente,

médias de 6 e 5 folhas. Quando se utilizou o substrato terra preta mais areia, o

sombreamento de 50% não se diferenciou do de 90%, obtendo-se médias de 6,15 e 4,25

folhas, respectivamente.

Para o diâmetro (mm) também houve diferença significativa entre os substratos

utilizados e entre os sombreamentos de 50, 70 e 90%. No sombreamento de 50%, os

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substratos terra preta mais areia, terra preta mais bokashi mais areia e terra preta mais

bokashi foram superiores ao substrato terra preta, obtendo-se médias de 2,6; 3 e 2,6 mm de

diâmetro, respectivamente. No sombreamento de 70%, os tratamentos superiores foram

terra preta e terra preta mais bokashi mais areia, obtendo-se médias de 1,1 e 2,25 mm de

diâmetro. No sombreamento de 90%, o substrato terra preta mais areia e terra preta foram

superiores aos outros substratos, obtendo-se médias de 2,05 e 1,6 mm de diâmetro,

respectivamente.

Em relação aos diferentes tipos de sombreamento, o de 50% foi superior em relação

aos demais, exceto quando se utilizou os substratos terra preta e terra preta mais areia,

quando este sombreamento não se diferenciou estatisticamente do de 90%, obtendo,

respectivamente, médias de 2,6 e 2,05 mm de diâmetro para terra preta mais areia e 1,75 e

1,6 mm, para o substrato terra preta.

Quadro 4 - Médias dos valores de altura (cm), diâmetro (mm) e número de folhas de ipeca, sob

a interação de diferentes substratos e diferentes tipos de sombreamento, após 7

meses do início do experimento.

Altura (cm) Número de folhas Diâmetro (mm)

Substrato 90% 70% 50% 90% 70% 50% 90% 70% 50%

TP 3,00 aA 4,20 aA 4,50 aB 4,00 bA 4,20 bA 6,75 aA 1,60 abA 1,10 bA 1,75 aB

TP+ B 0,00 bB 0,00 bB 6,00 aAB 0,00 bB 0,00 bB 7,00 aA 0,00 bB 0,00 bB 2,60 aA

TP+ B+A 0,00 bB 4,00 aA 7,75 aAB 0,00 bB 5,00 aA 6,00 aA 0,00 cB 2, 25 bA 3,00 aA

TP+A 5,75 aA 0,00 bB 6,15 aAB 4,25 aA 0,00 bB 6,15 aA 2,05 aA 0,00 bB 2,60 aA

(1) Terra preta (TP), terra preta mais bokashi (TP+B), terra preta mais areia mais bokashi (TP + B

+ A) e terra preta mais areia (TP + A).

(2) Médias seguidas por letras maiúscula diferentes na vertical e seguidas por letras minúscula

diferentes na horizontal, diferem entre si ao nível de 5% de probabilidade, pelo teste de Tukey.

Os valores médios de área foliar (cm²), após 3 e 7 meses de avaliação, estão

apresentados no Quadro 5. Após três meses da instalação do experimento não houve

diferença significativa entre os substratos utilizados e entre os diferentes níveis de

sombreamento, exceto para o substrato terra preta (TP), que foi superior aos demais

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tratamentos, obtendo-se uma media de 29,9 cm² de área foliar em sombreamento de 50%.

Para os valores de área foliar, após seis meses em campo, houve diferenças significativas,

tanto entre os substratos utilizados quanto entre os diferentes níveis de sombreamento. Para

os diferentes tipos de substratos, em sombreamento de 50%, o substrato terra preta mais

areia (91cm²) foi superior ao substrato terra preta (59,3cm²), mas não diferiu

estatisticamente dos substratos que foram misturados com o bokashi.

Quadro 5- Médias dos valores de área foliar (cm²) de folhas de ipeca, sob a interação de diferentes

substratos e diferentes tipos de sombreamento, após 3 e 7 meses do início do experimento.

Substrato Agosto Dezembro

90% 70% 50% 90% 70% 50%

TP 4,28bA 8,49bA 29,9aA 28,7bB 9,07cB 59,3aB

TP+ B 9,57aA 7,5aA 7,66aB 0,00bC 0,00bC 54,94aB

TP+ B+A 4,99aA 4,98aA 8,32aB 0,00cC 36,23bA 90,73aA

TP+A 16,1aA 4,96aA 7,5aB 90,00aA 0,00bC 90,72aA

(1) Terra preta (TP), terra preta mais bokashi (TP+B), terra preta mais areia mais bokashi (TP + B

+ A) e terra preta mais areia (TP + A).

(2) Médias seguidas por letras maiúscula diferentes na vertical e seguidas por letras minúscula

diferentes na horizontal, diferem entre si ao nível de 5% de probabilidade, pelo teste de Tukey.

No sombreamento de 70%, o substrato terra preta mais areia mais bokashi foi

superior aos demais tratamentos, alcançando 36,23 cm² de área foliar. Já no sombreamento

de 90%, o substrato terra preta mais areia foi superior aos demais substratos, obtendo-se

uma média de 86,32 cm² de área foliar. O sombreamento de 50% (91,0cm² de área foliar)

foi superior aos outros níveis de sombreamento, exceto quando se utilizou o substrato terra

preta mais areia sob o sombreamento de 90%, obtendo-se uma média de 86,32cm² de área

foliar.

Após 8 meses do início do experimento, ao retirar raízes de ipeca como exemplares

de cada substrato, constatou-se que as raízes das plantas representantes do sombreamento

de 50% se sobressaíram sobre os outros níveis de sombreamento, quando comparados

quanto ao processo de crescimento da raiz. As raízes sob sombreamento de 50%,

independente do substrato, obtiveram uma média de 7,5 cm de comprimento. Já nos níveis

de sombreamento de 70 e 90%, os valores médios foram de 3 cm de comprimento (Figura

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39). Segundo o trabalho realizado por Garcia (2001), raízes com maior diâmetro médio,

mais pesada e de maior volume foram coletadas em reboleias que estavam expostas a um

nível de luminosidade mais elevado.

Figura 39- Raiz de ipeca em sombreamento de 50 (A), 70 (B) e 90% (C).

Figura 40 - Brotações de ipeca emergindo de várias partes da estrutura da planta.

Segundo Pinto (1976), a ipeca ao alcançar altura de 30 cm, o caule curva-se em

direção ao solo, tornando-se muitas vezes replante e formando falsos rizomas que emitem

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dos nós, raízes laterais que se transformam em raízes tuberosas ricas em substâncias de

reserva. Neste trabalho as plantas passaram por esse processo de rebrota após a senescência

da parte aérea, como consequência de fatores externos. Após encontrar as condições ideais,

houve emergência da plântula de várias partes da estrutura da planta e da raiz, da parte

apical do caule, da parte mediana e basal (Figura 40).

5.3. Sombreamento Controlado

Os dados de crescimento do ensaio com diferentes tipos de sombreamento de 50, 70

e 90% (Com de Isolante Térmico Alumínio Duralfoil) associados ao substrato aréola e

analisados ao longo dos meses de dezembro de 2014 e janeiro de 2015 estão apresentados

nas Figuras 41 e 42. Para os parâmetros altura (cm) e diâmetro (mm), houve uma distinção

entre os valores dos diferentes níveis de sombreamento, ao final da avaliação. A média dos

valores obtidos nos sombreamentos de 90, 70 e 50%, respectivamente, foram 2,6, 2,12 e

4,66 cm de altura e 1,63, 1,4 e 1,928 mm de diâmetro.

Em relação ao número de folhas e área foliar (cm²), os valores estão apresentados

nas Figuras 43 e 44. Pôde-se verificar que houve diferença entre os valores, onde o

sombreamento de 50% se destacou em relação aos outros tratamentos, obtendo-se ao final

da avaliação, em média, 6 folhas, e uma área foliar de 146 cm². Já o sombreamento de 90%

alcançou uma média de 2 folhas e 17,07 cm² de área foliar, enquanto o sombreamento de

70% obteve 4 folhas e 15,68 cm² de área foliar.

Figura 41- Médias da altura (cm) de ipeca, no período de dezembro de 2014 a janeiro de 2015, em

substrato tipo areola e sombreamentos de 50, 70 e 90%.

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Figura 42 - Médias do diâmetro (mm) do colo de ipeca, no período de dezembro de 2014 a janeiro

de 2015, em substrato tipo areola e sombreamentos de 50, 70 e 90%.

]

Figura 43 - Médias do número de folhas de plantas de ipeca, no período de dezembro de 2014 a

janeiro de 2015, em substrato areola e sombreamentos de 50, 70 e 90%.

Figura 44- Médias da área foliar (cm²) de folhas de ipeca, no período de dezembro de 2014 a janeiro

de 2015, em substrato areola e sombreamentos de 50, 70 e 90%.

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Os valores médios de temperatura, às 6, 12 e 18 horas, em função dos

sombreamentos de 50, 70 e 90%, estão apresentados na Figura 45. Não houve grandes

variações entre as médias de temperatura do solo nos três sombrites avaliados, variando em

média, de 24 a 27ºC. Pezzopane et al. (2004) relataram que fatores como a latitude, local,

época do ano e horário do dia controlam a atenuação de radiação solar pela tela plástica, o

que é importante, já que a recomendação sobre densidade ideal de tela para o cultivo de

uma determinada espécie pode ser diferente de uma região para outra. Segundo Lameira

(2002), na região da Amazônia Oriental a espécie se desenvolve bem em sombreamento de

70%. Já no presente trabalho, a espécie durante o decorrer dos meses de maio a setembro

teve um crescimento mais eficiente sob sombreamento de 50%. Já para os meses de

novembro a janeiro, a espécie teve uma resposta mais eficiente ao crescimento, quando se

trabalhou o controle da radiação direta sobre a espécie, independente do sombreamento

utilizado.

Os valores de temperatura do solo mensurados para os sombreamentos de 50, 70 e

90% com controle (Com Isolante Térmico Alumínio Duralfoil) e sem controle (casas de

vegetação sem Isolante Térmico Alumínio Duralfoil), no período de dezembro de 2014 e

janeiro de 2015 estão representados na figura 46. Houve uma diferença de temperatura que

chegou a superar os 40C. As diferenças foram de 0,92; 3,34 e 4,190C para os horários de 6,

12 e 18 horas, respectivamente. Esse fato ressalta a importância do controle da radiação no

cultivo da ipeca

Figura 45 – Médias das temperaturas de 6, 12 e 18 horas, no substrato areola, no período de

dezembro de 2014 a janeiro de 2015, nos sombreamentos de 50, 70 e 90%.

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Figura 46– Comparação entre as médias das temperaturas do sombreamento com polietileno mais

sombrite e do sombreamento controlado no mesmo período de ensaio.

25,0229,98 30,56

24,10 26,64 26,370,00

5,00

10,00

15,00

20,00

25,00

30,00

35,00

06:00 12:00 18:00

Tem

per

atu

ra (

0C

)

Horas

Sombreamento com Polietileno + Sombrite Sombreamento Controlado

Os valores de altura, diâmetro, número de folhas e área foliar, após dois meses de

avaliação, estão apresentados no Quadro 5. Para o primeiro mês não houve diferenças

significativas entre os três sombreamentos para nenhum parâmetro avaliado, exceto para a

área foliar, onde o nível de sombreamento de 50% foi superior aos sombreamentos de 90 e

70%, alcançando, respectivamente, médias de 47, 50, 11,41 e 9,12 cm². Para os parâmetros

altura, diâmetro e número de folhas, o sombreamento de 50% numericamente forneceu as

maiores médias, obtendo-se para cada parâmetro valores médios de 2,65 cm de altura, 4

folhas e 1,79 mm de diâmetro.

Quadro 6- Médias dos valores de altura (cm), diâmetro (mm), número de folhas e área foliar (cm²)

de ipeca em diferentes tipos de sombreamentos, após dois meses do início do experimento.

Parâmetros dezembro

(2014)

Janeiro

(2015)

90% 70% 50% 90% 70% 50%

Altura (cm) 2,29 a 2,47 a 2,65 a 2,68 b 2,60 b 5,00 a

Número de folhas 3,18 a 3,54a 4,07 a 3,28 a 3,12 a 4,38 a

Diâmetro (mm) 1,38 a 1,25 a 1,79 a 1,41 a 1,40 a 1,97 a

Área Foliar (cm²) 9,12 b 11,41 b 47,50 a 14,46 b 14,54 b 64,42 a

(1) Médias seguidas por letras maiúscula diferentes na vertical e seguidas por letras minúscula

diferentes na horizontal diferem entre si ao nível de 5% de probabilidade, pelo teste de Tukey.

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No segundo mês após a instalação do experimento houve diferença significativa

para o parâmetro área foliar e altura, sendo o sombreamento de 50% superior aos demais

sombreamentos, observando-se valores de 5cm de altura e 64,42cm² de área foliar. O

número de folhas e diâmetro do colo, no sombreamento de 50%, apresentaram valores

médios de 4,38 folhas e 1,37 mm de diâmetro.

6. CONCLUSÕES

Foi observado que o substrato areia proporcionou maior percentagem de brotação e

índice de velocidade de brotação para as estacas de raiz de ipeca, isso quando o processo

ocorreu nos meses de agosto a maio.

Os substratos não se mostraram importantes na resposta de crescimento da ipeca,

sendo o sombreamento o elemento que mais influenciou as taxas de crescimento da

espécie.

Quanto ao crescimento, conclui-se que em Niterói, Rio de Janeiro, o cultivo de

ipeca de abril a setembro deve ser conduzido em condições de sombreamento de 50% e no

período de outubro a março, o cultivo da espécie deve se dar em sombreamento que pode

variar de 50 a 90%, controlando-se a incidência de radiação solar direta, que deve ser

evitada nos horários de 9 às 16 horas.

A reintrodução da ipeca (Carapichea ipecacuanha (Brot) L Andersson.) nas áreas

de Mata Atlântica nativa de Niterói e região circunvizinha é possível desde que cuidados

sejam tomados no período inicial de crescimento da espécie.

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