universidade federal fluminense escola de engenharia … · 2019. 7. 30. · 1 universidade federal...
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UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE ESCOLA DE ENGENHARIA
DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA DE PRODUCcedilAtildeO LABORATOacuteRIO DE TECNOLOGIA GESTAtildeO DE NEGOacuteCIOS E MEIO AMBIENTE
MESTRADO PROFISSIONAL EM SISTEMAS DE GESTAtildeO
MARIO DOS SANTOS SOARES
UMA METODOLOGIA PARA ANAacuteLISE DE VIABILIDADE DE UM SISTEMA DE
APROVEITAMENTO DE AacuteGUAS PLUVIAIS E AacuteGUAS RESIDUAIS DE UNIDADES
EVAPORADORAS
Dissertaccedilatildeo apresentada ao Curso de Mestrado em Sistemas de Gestatildeo da Universidade Federal Fluminense como requisito parcial para obtenccedilatildeo do Grau de Mestre em Sistemas de Gestatildeo Aacuterea de Concentraccedilatildeo Organizaccedilotildees e Estrateacutegia Linha de Pesquisa Sistema de Gestatildeo pela Qualidade Total
Orientador
Prof Luiacutes Perez Zotes DSc Universidade Federal Fluminense
Niteroacutei
2017
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CefetRJ ndash Sistema de Bibliotecas campus Petroacutepolis
Elaborada por Luciana de Souza Castro CRB74812
S676 Soares Mario dos Santos
Uma metodologia para anaacutelise de viabilidade de um sistema de aproveitamento de aacuteguas pluviais e aacuteguas residuais de unidades evaporadorasMario dos Santos Soares ndash Niteroacutei RJ 2017
135f il grafs tabs
Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Sistemas de Gestatildeo) ndash Universidade Federal Fluminense Escola de Engenharia Departamento de Engenharia de Produccedilatildeo Laboratoacuterio de Tecnologia Gestatildeo de Negoacutecios e Meio Ambiente 2017 Orientador Luis Perez Zotes
1 Aacuteguas ndash Reuso 2 Aacuteguas residuais 3 Aacuteguas pluviais 4
Desenvolvimento Sustentaacutevel I Tiacutetulo
CDD 3637284
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AGRADECIMENTOS
A elaboraccedilatildeo da presente dissertaccedilatildeo natildeo teria sido possiacutevel sem o apoio de diversas
pessoas Gostaria de manifestar minha gratidatildeo a todos agravequeles que direta ou
indiretamente contribuiacuteram para a conclusatildeo desta tarefa A todos manifesto meus
sinceros agradecimentos
Ao Professor orientador Luiz Peacuteres Zotes DSc pelas orientaccedilotildees incentivo e apoio
para a conclusatildeo do presente trabalho aqui quero manifestar meus agradecimentos
A todos os amigos de curso que de forma direta ou indireta contribuiacuteram incentivando
para a conclusatildeo do curso
Agradeccedilo a todos aqueles que se dispuseram a responder os questionaacuterios que foram
fundamentais para a determinaccedilatildeo da demanda por aacutegua natildeo potaacutevel Por isso muito
obrigado a todos
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Pensamento
ldquoFaccedila o bem fale o bem pense o bem Perceba que
cada ser que encontramos eacute iluminado disfarccedilado a
nos mostrar o caminho Alguns nos mostram como natildeo
devemos ser outros como devemos serrdquo
Monja Coen
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RESUMO
O aproveitamento de aacuteguas pluviais e o reaproveitamento de aacuteguas residuais demonstram que a minimizaccedilatildeo dos custos dos usuaacuterios com abastecimento de aacutegua eacute alcanccedilada e ainda gera valor agregado aos empreendimentos que optam por atender aos requisitos de sustentabilidade Esta atitude tem gerado o aumento da implantaccedilatildeo de sistemas de reutilizaccedilatildeo de aacutegua nos grandes centros urbanos O resultado econocircmico esperado na adoccedilatildeo dos sistemas de reaproveitamento de aacuteguas e utilizaccedilatildeo de aacutegua da chuva eacute influenciado pelo tipo de aplicaccedilatildeo ou seja em que ambiente esta medida seraacute adotada e que cuidados adicionais seratildeo necessaacuterios na concepccedilatildeo dos projetos Percebe-se com a pesquisa que o maior investimento para instalaccedilatildeo do sistema de aproveitamento de aacutegua da chuva estaacute relacionado ao reservatoacuterio que seraacute implantado e ao processo de instalaccedilatildeo o qual precisa ser analisado desde o seu dimensionamento e construccedilatildeo ateacute o atendimento aos padrotildees teacutecnicos e ambientais Esta dissertaccedilatildeo contempla o desenvolvimento de uma proposta metodoloacutegica para o estudo da viabilidade do aproveitamento de aacuteguas pluviais e aacuteguas residuais provenientes de evaporadoras de aparelhos de ar condicionado para uso natildeo potaacutevel A metodologia desenvolvida foi aplicada para validaccedilatildeo em uma instituiccedilatildeo de ensino com localizaccedilatildeo na cidade do Rio de Janeiro Na metodologia utilizada quantificaram-se as demandas de uso para bacias sanitaacuterias mictoacuterios limpeza e jardinagem Estimou-se o potencial de captaccedilatildeo de aacuteguas pluviais atraveacutes da cobertura de uma edificaccedilatildeo avaliaccedilatildeo e dimensionamento dos reservatoacuterios inferior e superior de acordo com a norma ABNT NBR 15527 A aplicaccedilatildeo permitiu verificar que atraveacutes de levantamento de dados equipamentos necessaacuterios e os custos para a implantaccedilatildeo do sistema de aproveitamento de aacuteguas pluviais que acenaram para um investimento da ordem de R$9582817 (Noventa e cinco mil oitocentos e vinte e oito reais e dezessete centavos) O periacuteodo constatado para o retorno do investimento foi de 24 (vinte e quatro) meses para um payback simples e 28 (vinte e oito) meses para um payback descontado com utilizaccedilatildeo de taxa de 1 (um por cento) o que demonstrou um tempo de retorno do investimento curto comprovando a viabilidade econocircmica da implantaccedilatildeo do sistema sugerido por esta pesquisa Palavras-chave Aacuteguas pluviais Reservatoacuterio Reaproveitamento Custo Sustentabilidade
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ABSTRACT The utilization of rainwater and the reuse of wastewater demonstrate that minimizing the costs of users with water supply is achieved and still generates added value to the projects that choose to meet sustainability requirements This attitude has led to an increase in the implementation of water reuse systems in large urban centers The expected economic result in the adoption of water reuse and rainwater utilization systems is influenced by the type of application that is in what environment this measure will be adopted and what additional care will be required in the design of the projects The research shows that the largest investment for the installation of the rainwater harvesting system is related to the reservoir to be implanted and to the installation process which needs to be analyzed from its design and construction to meeting the technical standards and environmental issues This dissertation contemplates the development of a methodological proposal for the study of the feasibility of the use of rainwater and wastewater coming from evaporators of air conditioners for non-potable use The methodology developed was applied for validation in an educational institution located in the city of Rio de Janeiro In the methodology used were quantified the demands of use for sanitary basins urinals cleaning and gardening The potential of rainwater harvesting was estimated by covering a building evaluating and designing the lower and upper reservoirs in accordance with ABNT NBR 15527 The application made it possible to verify that through data collection necessary equipment and the costs for the implantation of the system of use of rainwater that waved for an investment in the order of R $ 9582817 (Ninety-five thousand eight hundred and twenty-eight reais and seventeen cents) The payback period was 24 (twenty-four) months for a simple payback and 28 (twenty-eight) months for a discounted payback using a 1 (one percent) rate which time of return of the short investment proving the economic viability of the implementation of the system suggested by this research Key words Rainwater Reservoir Reuse Cost Sustainability
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LISTA DE SIGLAS
ABES ndash Associaccedilatildeo Brasileira de Engenharia sanitaacuteria e Ambiental
ABNT ndash Associaccedilatildeo Brasileira de Normas Teacutecnicas
ASA (Articulaccedilatildeo do Semiaacuterido Brasileiro)
ANA ndash Agecircncia Nacional de Aacuteguas
ABNT ndash Associaccedilatildeo Brasileira de Normas Teacutecnicas
BTUs - (British termal Units- Unidade Teacutermica Britacircnica)
CEDAE - Companhia Estadual de Aguas e Esgotos
CEFET RJ- Centro Federal de Educaccedilatildeo Tecnoloacutegica Celso Suckow da Fonseca
CNRH - Conselho Nacional de Recursos Hiacutedricos
CONFEA ndash Conselho Federal de Engenharia e Agronomia
EEE ndash Estaccedilatildeo Elevatoacuteria de Esgotos
EIA ndash Estudo de Impacto ambiental
EPA ndash Enviromental Protection Agency
ETA ndash Estaccedilatildeo de Tratamento de Aacutegua
ETE ndash Estaccedilatildeo de Tratamento de Esgotos
FIESP - Federaccedilatildeo das Industrias do Estado de Satildeo Paulo
IBGE - Instituto Brasileiro de geografia e Estatiacutestica
LDB - Lei de Diretrizes e Bases da Educaccedilatildeo Nacional
NBR ndash Norma Brasileira
RIMA ndash Relatoacuterio de Impacto Ambiental
PCA ndash Programa de Conservaccedilatildeo de Aacutegua
PNCDA ndash Programa Nacional de Combate ao Desperdiacutecio de Aacutegua
PNRH - Poliacutetica Nacional de Recursos Hiacutedricos
PURA ndash Programa de Uso Racional da Aacutegua
PDI - Plano de Desenvolvimento Institucional ()
SABESP ndash Companhia de Saneamento Baacutesico do Estado de Satildeo Paulo
SAAP - Sistema de Aproveitamento de Aguas Pluviais
UNESCO ndash Organizaccedilatildeo das Naccedilotildees Unidas para Educaccedilatildeo Ciecircncia e Cultura
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ONU ndash Organizaccedilatildeo das Naccedilotildees Unidas
LEED - Leadership in Energy and Environmental
USGBC - US Green building Council
BNDES - Banco Nacional de Desenvolvimento Econocircmico e Social
SINAPI ndash Sistema Nacional de Pesquisa de Custos e Iacutendices da Construccedilatildeo Civil
CEF ndash Caixa Econocircmica Federal
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LISTA DE FIGURAS
Figura 1 - Estrutura do Conteuacutedo da Dissertaccedilatildeo 24
Figura 2 - Consumo Mensal de Aacutegua - 2014 26
Figura 3 - Sistemas de aproveitamento de aacuteguas pluviais 38
Figura 4 - Reservatoacuterios 39
Figura 5 - Reservatoacuterios 39
Figura 6 - Esquema de cisterna implementada na zona rural 41
Figura 7 - Projeto experimental para casas populares voltado para captaccedilatildeo de aacutegua da chuva 41
Figura 8 - Formas potenciais de reuso da aacutegua 46
Figura 9 - Processo de captaccedilatildeo da aacutegua da chuva 51
Figura 10 -Certificaccedilatildeo em estaacutedios de futebol itens avaliados no canteiro de obra 65
Figura 11 - Poccedilos de infiltraccedilatildeo 67
Figura 12 - Hidrocircmetro referente ao nuacutemero 485 com vazatildeo de 03 - 15 m3hora 70
Figura 13 - Fachada Principal do CEFET- RJ 70
Figura 14 - ensaio equipamento 24000 BTUs 80
Figura 15 - Interligaccedilatildeo de tubulaccedilatildeo de drenagem de condensadores a rede AP 83
Figura 16 -Planta de cobertura do Bloco E 84
Figura 17 - Planta baixa 95
Figura 18 - Localizaccedilatildeo do Reservatorio Inferior 99
Figura 19 - Equipamentos necessaacuterios para instalaccedilatildeo em reservatoacuterio de aguas pluviais 99
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GRAacuteFICOS
Graacutefico 1- Frequecircncia de uso diaacuterio da bacia sanitaacuteria 90
Graacutefico 2 - Tempo em segundos da descarga da bacia 91
Graacutefico 3 - Frequecircncia de uso diaacuterio do mictoacuterio 92
Graacutefico 4 - Tempo em segundos da descarga do mictoacuterio 93
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LISTA DE QUADROS
Quadro 1 - Projeccedilatildeo da populaccedilatildeo nos Municiacutepios do Estado do Rio de Janeiro 35
Quadro 2 - Evoluccedilatildeo prevista da demanda de aacutegua em msup3s para a Regiatildeo Metropolitana do Rio de Janeiro 36
Quadro 3 - Frequecircncia de manutenccedilatildeo 52
Quadro 4- Fluxo do processo 62
Quadro 5 - Ensaio de captaccedilatildeo em ambiente da biblioteca 81
Quadro 6 -Ensaio de captaccedilatildeo em ambiente da sala de professores 82
Quadro 7 - Somatoacuterio das capacidades dos equipamentos instalados por pavimento 82
Quadro 8 - Quadro da aacuterea de cobertura do Bloco E 84
Quadro 9 - Iacutendice do coeficiente de Runoff 85
Quadro 10 - Captaccedilatildeo de aacutegua 87
Quadro 11 - Populaccedilao 88
Quadro 12 - Planilha orccedilamentaacuteria 95
Quadro 13 - Anaacutelise de simulaccedilatildeo do reservatoacuterio 97
Quadro 14 - Descriccedilatildeo da planilha 98
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LISTA DE TABELAS
Tabela 1 - Paracircmetros de qualidade de aacuteguas pluviais para usos restritivos natildeo potaacuteveis 52
Tabela 2 - Padrotildees microbioloacutegicos para aacuteguas destinadas agrave recreaccedilatildeo de contato primaacuterio 55
Tabela 3- Tabela de Precipitaccedilatildeo Pluviomeacutetrica 85
Tabela 4 - Custos referentes agrave implantaccedilatildeo do sistema de aproveitamento de aacutegua pluviais 102
Tabela 5 - Payback simples 104
Tabela 6 - Payback descontado 105
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SUMAacuteRIO
1 ndash INTRODUCcedilAtildeO 16
11 - CONSIDERACcedilOtildeES INICIAIS 16
12 - QUESTAtildeO PROBLEMA 21
13 ndash QUESTOtildeES DA PESQUISA 21
14 - OBJETIVO GERAL 22
15 - OBJETIVOS ESPECIacuteFICOS 22
16 ndash ESTRUTURA METODOLOacuteGICA 22
17 ndash DELIMITACcedilAtildeO DA PESQUISA 25
18 ndash JUSTIFICATIVA DA PESQUISA 25
19 ndash ORGANIZACcedilAtildeO DO ESTUDO 27
2 - BASE CONCEITUAL E REVISAtildeO DA LITERATURA 28
21 A SUSTENTABILIDADE E AS QUESTOtildeES QUANTO A CONSERVACcedilAtildeO
REAPROVEITAMENTO E REDUCcedilAtildeO DO CONSUMO DE AacuteGUAS PLUVIAIS 28
211 EXEMPLOS RECENTES DE ATITUDE SUSTENTAacuteVEIS ADOTADAS NO BRASIL 29
212 MEDIDAS SUSTENTAacuteVEIS PARA CONSERVACcedilAtildeO REAPROVEITAMENTO DE AacuteGUA E REDUCcedilAtildeO DO
CONSUMO DE AacuteGUAS PLUVIAIS 30
22 HISTOacuteRICO DO REUSO DE AacuteGUAS 37
221 ASPECTOS HISTOacuteRICOS DA CAPTACcedilAtildeO DAS AacuteGUAS PLUVIAIS NO BRASIL 40
23 UTILIZACcedilOtildeES DA AacuteGUA COLETADA E O SEU CONSUMO 42
24 O REUSO DE AacuteGUAS 43
241- AacuteGUAS RESIDUAacuteRIAS 43
242 AacuteGUAS CINZENTAS 46
25 FORMAS DE REUSO DE AacuteGUAS 47
251 REUSO URBANO 47
252 REUSO INDUSTRIAL 48
253 REUSO AGRIacuteCOLA 48
254 REUSO NO MEIO AMBIENTE 48
26 A PRAacuteTICA DE RECARGA DE AQUIacuteFEROS 48
27 O ARMAZENAMENTO DE AGUAacuteS 49
28 LEGISLACcedilAtildeO SOBRE O USO DE AacuteGUAS 56
3 - METODOLOGIA 62
31 ESTRATEacuteGIA DA PESQUISA 63
32 UNIDADE DE ANAacuteLISE 68
33 JUSTIFICATIVA DA ESTRATEacuteGIA DE PESQUISA 68
34 PESQUISA EXPLORATOacuteRIA 68
35 LEVANTAMENTO 69
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36 OBJETO DE ESTUDO 70
361 APARELHOS EXISTENTES 71
37 ENTREVISTAS COM OS USUAacuteRIOS 71
38 ESTIMATIVA DO CONSUMO DE AacuteGUA 72
381 O CAacuteLCULO DE CONSUMO MEacuteDIO DIAacuteRIO DE AacuteGUA PER CAPITA POR APARELHOS 72
O CAacuteLCULO FOI REALIZADO COM BASE NO SOMATOacuteRIO DA MULTIPLICACcedilAtildeO DA FREQUEcircNCIA E TEMPO DE USO
OBTIDO NAS ENTREVISTAS E VAZAtildeO DO APARELHO DIVIDIDO PELO NUacuteMERO DE PESSOAS ENTREVISTADAS
72
382 ESTIMATIVA DO CONSUMO DE AacuteGUA EM ATIVIDADES DE LIMPEZA E JARDINAGEM 73
383 AVALIACcedilAtildeO DO POTENCIAL DE ECONOMIA DE AacuteGUA POTAacuteVEL 73
384 PERCENTUAL DE AacuteGUA POTAacuteVEL QUE PODERIA SER SUBSTITUIacuteDO POR AacuteGUA PLUVIAL 73
39 RESERVATOacuteRIOS DE AacuteGUA PLUVIAL 74
310 ANAacuteLISE ECONOcircMICA 74
4 APLICACcedilAtildeO E VALIDACcedilAtildeO DA METODOLOGIA PROPOSTA 75
41 HISTOacuteRICO DO CEFET-RJ 75
411 DEFINICcedilAtildeO DE INSTITUICcedilOtildeES DE ENSINO SUPERIOR 75
412 - PLANO DE DESENVOLVIMENTO INSTITUCIONAL (PDI) 76
413 - O PDI DO CEFETRJ 78
414 - FILOSOFIA MISSAtildeO E OBJETIVOS INSTITUCIONAIS 78
42 SOBRE O POTENCIAL DE CAPTACcedilAtildeO DE AGUAS DE RESIDUAIS 80
43 ANAacuteLISE DOS RESULTADOS DAS ENTREVISTAS REALIZADAS 88
5 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS 106
51 PROPOSTAS PARA TRABALHOS FUTUROS 107
REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAFICAS 108
16
1 ndash INTRODUCcedilAtildeO
11 - Consideraccedilotildees Iniciais
A aacutegua jaacute foi considerada um recurso infinito mas atualmente a sua
disponibilidade eacute um dos grandes problemas do nosso planeta decorrente de
inuacutemeros fatores tais como o aquecimento global as alteraccedilotildees climaacuteticas o
crescimento populacional acentuado o consumo cada vez maior dos recursos
hiacutedricos o mau uso desta fonte de energia e sobretudo a falta de poliacuteticas puacuteblicas
que estimulem o uso sustentaacutevel da aacutegua
Neste contexto segundo Kibert (2008) a adoccedilatildeo de medidas ecologicamente
corretas eacute fundamental tais como teacutecnicas de conservaccedilatildeo controle do desperdiacutecio
reaproveitamento da aacutegua de chuva reciclagem de aacutegua e recuperaccedilatildeo dos solos
Diante da possibilidade de racionamento ou ateacute mesmo escassez da aacutegua doce
no mundo eacute necessaacuterio que a sociedade e as poliacuteticas puacuteblicas busquem novas
tecnologias e alternativas sustentaacuteveis para a reduccedilatildeo do consumo
Diniz (2013) afirma que vaacuterios paiacuteses encaram hoje o problema de escassez
da aacutegua em consequecircncia do crescimento desordenado da poluiccedilatildeo dos recursos
hiacutedricos do aumento populacional e industrial que geram um aumento na demanda
pela aacutegua provocando o esgotamento deste recurso
Inobstante a urbanizaccedilatildeo das cidades e as tecnologias de abastecimento
puacuteblico de aacutegua contribuiacuteram para a desativaccedilatildeo dos sistemas de aproveitamento da
aacutegua de chuva Entretanto atualmente no contexto do paradigma da conservaccedilatildeo da
aacutegua as praacuteticas de aproveitamento da aacutegua de chuva estatildeo sendo incorporadas aos
sistemas de gestatildeo urbana dos recursos hiacutedricos de diversos paiacuteses Portanto natildeo
se trata de inserir um novo conceito de gestatildeo de recursos hiacutedricos apenas resgatar
os fundamentos deste e adaptaacute-lo agrave realidade atual (ALADENOLA ADEBOYE 2009)
A UNESCO emitiu no ano de 2005 a resoluccedilatildeo Ares58217 proclamando o
periacuteodo de 2005 a 2015 como sendo a Deacutecada Internacional para Accedilatildeo ldquoAacutegua Fonte
de vidardquo iniciando-se o dia mundial da aacutegua no dia 22 de Marccedilo de
2005(UNESCO2013d) A iniciativa teve como objetivo de alerta para a importacircncia
de melhor administrar as fontes de aacutegua em funccedilatildeo do aumento de consumo ou pelo
uso desequilibrado deste recurso indispensaacutevel agrave vida humana Com perspectivas
preocupantes a ONU apresenta a estimativa que se natildeo houver alteraccedilotildees nas
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poliacuteticas em relaccedilatildeo aos recursos hiacutedricos 18 bilhatildeo de pessoas estaratildeo vivendo em
zonas de secas e dois terccedilos da humanidade estaratildeo sujeitos a alguma restriccedilatildeo no
acesso agrave aacutegua em 2025
Haacute diversos pontos no mundo em que a falta de aacutegua tem sido o principal motivo de ecircxodo de populaccedilotildees tal como acontece no Nordeste brasileiro Em termos globais o risco de crise hiacutedrica acontece pelo crescimento demograacutefico mudanccedilas climaacuteticas desperdiacutecio e contaminaccedilatildeo das fontes Afetando natildeo soacute a sauacutede humana mas o desenvolvimento soacutecio econocircmico das populaccedilotildees e o rumo das relaccedilotildees entre paiacuteses (UNESCO2013d)
Nesse caso Fawell amp Miller (1992) afirmam que a provisatildeo de uma aacutegua
potaacutevel ldquosegurardquo e ldquoesteticamente aceitaacutevelrdquo eacute assegurada em muitos paiacuteses por uma
seacuterie de padrotildees obrigatoacuterios ou largamente advertidos (domiacutenio puacuteblico)
Se na atualidade os paiacuteses continuam concentrados na prospecccedilatildeo e busca de
novas tecnologias para auto-suficiecircncia em petroacuteleo natildeo estaraacute longe o dia em que a
aacutegua seraacute reconhecida como o bem mais precioso a vida do ser humano
Segundo Craig e Dale (2008) a definiccedilatildeo mais adotada e mais citada da
sustentabilidade foi feita no Relatoacuterio de Brundland que definiu o conceito de
sustentabilidade da seguinte forma ldquoaquele que satisfaz as necessidades do presente
sem comprometer a capacidade das futuras geraccedilotildees satisfazerem suas proacuteprias
necessidadesrdquo (BRUNDTLAND 1988 p 46)
O uso da aacutegua com consciecircncia eacute a soluccedilatildeo mais sustentaacutevel para o
enfrentamento da crise a que tem sido observada em diversos estados do paiacutes O
aproveitamento de aacutegua de chuva e reuso natildeo eacute um conceito novo mas com o
aumento da demanda tornou-se um tema atual e de suma importacircncia que eacute praticado
ao longo dos anos em diversos paiacuteses devendo ser uma atividade mais abrangente
que eacute o uso racional englobando a reduccedilatildeo de perdas e desperdiacutecios e a minimizaccedilatildeo
da produccedilatildeo de efluentes e do consumo de aacutegua potaacutevel
A utilizaccedilatildeo da aacutegua da chuva aleacutem de trazer o benefiacutecio da conservaccedilatildeo da
aacutegua e reduzir a dependecircncia excessiva das fontes superficiais de abastecimento
reduz o escoamento superficial minimizando os problemas com enchentes buscando
garantir a sustentabilidade urbana que segundo Dixon Butler e Fewkes (1999) soacute
seraacute possiacutevel atraveacutes da mobilizaccedilatildeo da sociedade em busca do uso apropriado e
eficiente da aacutegua
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Segundo Petry e Boeriu (2000) nos uacuteltimos anos tem-se observado o
desenvolvimento de novas tecnologias referentes ao manejo de recursos hiacutedricos
Com isso observa-se novas expansotildees no uso de teacutecnicas de aproveitamento de
aacutegua de chuva tanto em regiotildees onde jaacute eram utilizadas como em locais onde eram
desconhecidas
Para Dixon et al(1999) a existecircncia da sociedade e de sua malha urbana no
futuro estaacute condicionada ao uso adequado da aacutegua considerando o seu reuacuteso e
aproveitamento da aacutegua pluvial em todo o ciclo desde a captaccedilatildeo passando pelo
tratamento e armazenagem
Veloso e Mendes (2014) afirmam que a maioria das experiecircncias brasileiras
de aproveitamento de aacutegua de chuva se concentra na regiatildeo do semiaacuterido brasileiro
promovida pela ASA (Articulaccedilatildeo do Semiaacuterido Brasileiro) que eacute formada por mil
organizaccedilotildees da sociedade civil que atua na gestatildeo e no desenvolvimento de poliacuteticas
de convivecircncia com a regiatildeo semiaacuterida
Esta iniciativa contribui para equacionar os graves problemas de escassez de
aacutegua que a populaccedilatildeo e refeacutem Nesse sentido destaca-se o Programa Um Milhatildeo de
Cisternas (P1MC) uma das accedilotildees de mobilizaccedilatildeo promovidas pela ASA que objetiva
possibilitar ao nordestino o acesso a aacutegua potaacutevel por meio da construccedilatildeo de
cisternas de placas Desde 2003 aproximadamente 499387 mil foram construiacutedas
beneficiando mais de 2 milhotildees de pessoas (ASA 2015)
Segundo Gould and Nissen-Petersen (1990) A colheita de aacuteguas pluviais eacute uma
teacutecnica antiga que possui um renome na popularidade devido agrave qualidade inerente da
aacutegua da chuva e ao interesse em reduzir o consumo de aacutegua tratada A aacutegua da chuva
eacute valorizada por sua pureza e suavidade Tem um pH quase neutro e estaacute livre de
subprodutos de desinfecccedilatildeo sais minerais e outros contaminantes naturais e
artificiais As plantas prosperam sob irrigaccedilatildeo com aacutegua de chuva armazenada Os
aparelhos duram mais quando satildeo livres dos efeitos corrosivos ou em escala de aacutegua
dura
Os usuaacuterios com sistemas potaacuteveis preferem o gosto superior e as
propriedades de limpeza da aacutegua da chuva Evidecircncias arqueoloacutegicas atestam a
captura da aacutegua da chuva haacute mais de 4000 anos e o conceito de colheita de aacutegua da
chuva na China pode chegar a mais de 6000 anos Ruiacutenas de cisternas construiacutedas
jaacute em 2000 aC para armazenar o escoamento das encostas para fins agriacutecolas e
domeacutesticos ainda estatildeo em Israel
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A reutilizaccedilatildeo ou reuso de aacutegua ou ainda em outra forma de expressatildeo o uso
de aacuteguas residuaacuterias natildeo eacute um conceito novo e tem sido praticado em todo o mundo
haacute muitos anos Haacute relatos de sua praacutetica na Greacutecia Antiga com a disposiccedilatildeo de
esgotos e sua utilizaccedilatildeo na irrigaccedilatildeo Contudo a demanda crescente por aacutegua tem
feito do reuso planejado da aacutegua um tema atual e de grande importacircncia (SANTOS
1993)
O elevado desenvolvimento demograacutefico associado agraves transformaccedilotildees
econocircmicas reflete-se notavelmente no uso dos recursos hiacutedricos principalmente no
que se refere agrave qualidade e quantidade das aacuteguas superficiais e subterracircneas
(RAMOS 2000)
O uso de fontes alternativas e de estrateacutegias de uso racional de aacutegua em
edificaccedilotildees eacute uma forma de amenizar os problemas de disponibilidade de aacutegua
potaacutevel e diminuir a sua demanda
Dentre estas estrateacutegias pode-se citar o aproveitamento de aacutegua pluvial o
reuso de aacuteguas cinzas (ABNT NBR 155272007) O aproveitamento de aacutegua pluvial eacute
uma praacutetica milenar empregada no mundo todo Essa teacutecnica tem se difundido e se
consolidado como uma forma de mitigar os diversos problemas ambientais causados
pelo aumento da demanda de aacutegua pela falta de medidas de controle da poluiccedilatildeo e
de gestatildeo ambiental em aacutereas urbanas e rurais (BARROS 2000)
O reaproveitamento eficiente da aacutegua da chuva natildeo tem misteacuterios mas satildeo
necessaacuterios alguns pequenos cuidados que tornam os sistemas mais seguros e de
faacutecil manutenccedilatildeo (AQUASTOCK 2008)
De acordo com Diniz (2013) as teacutecnicas para operar um sistema de utilizaccedilatildeo
das aacuteguas pluviais seguem as seguintes etapas
Coletar aacuteguas pluviais atraveacutes de calhas em telhados coberturas
Armazenar essa aacutegua em reservatoacuterios cisternas
Abastecer o local onde seratildeo utilizadas as aacuteguas pluviais
Eliminar as primeiras aacuteguas de chuva preservando a qualidade dessa aacutegua
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Relevacircncia da Pesquisa
O foco dos sistemas de captaccedilatildeo de aacutegua da chuva estatildeo mais atrelados aos
problemas que o meio ambiente enfrenta de forma global ou seja estatildeo voltados para
o coletivo e natildeo individualmente Embora se pense em sistemas que sejam
desenvolvidos para a preservaccedilatildeo da aacutegua doce e da aacutegua da chuva para que natildeo
sejam desperdiccediladas eacute preciso tambeacutem pensar no investimento econocircmico de longo
prazo ou seja a economia na conta da aacutegua que seria uma forma de se pensar
tambeacutem individualmente
A relevacircncia deste trabalho aponta para os resultados levados agrave
sustentabilidade utilizando o aproveitamento de aacuteguas pluviais e de aacuteguas residuais
de evaporadoras de aparelhos de ar condicionado para fins natildeo potaacuteveis
Justificativa da Pesquisa
O sucesso das accedilotildees que devem conduzir ao reuso de aacutegua dependeraacute em
grande parte da influecircncia da comunidade do CEFET-RJ do comportamento das
pessoas e de suas decisotildees individuais Mesmo considerando que existe certo
interesse pelas questotildees ambientais haacute que se reconhecer a falta de informaccedilatildeo e
conhecimento dos problemas ambientais
Logo a educaccedilatildeo ambiental que tenha por objetivo informar e sensibilizar as
pessoas sobre os problemas (e possiacuteveis soluccedilotildees) existentes em sua comunidade
buscando transformar estas pessoas em indiviacuteduos que participem das decisotildees
sobre seus futuros exercendo desse modo o direito aacute cidadania tornando-se
instrumento indispensaacutevel ao processo
O CEFET-RJ possui duas entradas de abastecimento de aacutegua com
fornecimento atraveacutes da CEDAE perfazendo um consumo anual na ordem de
294039 m3 que abastecem blocos independentes atraveacutes de 02 castelos drsquoaacutegua com
alimentaccedilatildeo dos blocos por gravidade Tendo em vista o grande nuacutemero de blocos
com aacuterea construiacuteda de 3927050 m2 e grande aacutereas de paacutetios jardins e quadras
esportivas tendo alto consumo de aacutegua para limpeza
Estaacute sendo pesquisada a viabilidade do aproveitamento das aacuteguas pluviais
coletadas atraveacutes dos telhados de uma edificaccedilotildees bem como a aacutegua residual
proveniente dos evaporadores de unidades condensadoras e aparelhos de ar
condicionado de janela no campus do Maracanatilde em funccedilatildeo do grande nuacutemero de
ambientes com refrigeraccedilatildeo com a finalidade de reuso em aacutereas e atividades menos
nobres como lavagem de paacutetios quadras poliesportivas uso em bacias sanitaacuterias
21
irrigaccedilatildeo de jardins que com adoccedilatildeo destas medidas obter-se-aacute reduccedilatildeo do consumo
de aacutegua potaacutevel tratada fornecida pela concessionaria CEDAE
Como consequecircncias reduccedilatildeo dos custos reduccedilatildeo do incocircmodo de poccedilas de
aacuteguas residuais geradas por unidades condensadoras contribuiraacute na reduccedilatildeo de
enchentes tendo em vista a localizaccedilatildeo geograacutefica do CEFET-RJ proacutexima ao Rio
Maracanatilde estimulando a educaccedilatildeo ambiental e a sustentabilidade atraveacutes dos
multiplicadores das accedilotildees de conservaccedilatildeo de aacutegua por membros da comunidade de
docentes discentes e teacutecnicos administrativos servindo como exemplo de uma
postura ambientalmente correta para o enfrentamento dos problemas de ocupaccedilatildeo e
impermeabilizaccedilatildeo desordenada do solo nos grandes centros urbanos
12 - Questatildeo Problema
Analisar a viabilidade de promover o desenvolvimento de um sistema de
captaccedilatildeo de aacutegua da chuva e aacuteguas residuais de evaporadoras de aparelhos de ar
condicionado do CEFETRJ para utilizaacute-la em fins natildeo potaacuteveis agregando valor agrave
sustentabilidade e gerando economia na conta da aacutegua
13 ndash Questotildees da Pesquisa
Nesta conjuntura surgem as questotildees que orientaratildeo este trabalho
Como implantar e implementar um sistema de aproveitamento de aacuteguas
pluviais
Como verificar viabilidade teacutecnica para a adaptaccedilatildeo de instalaccedilotildees do preacutedio
estudado no CEFETRJ Campus Maracanatilde para aproveitamento de aacuteguas
pluviais
Pesquisar os segmentos que se ajustem ao uso da aacutegua natildeo potaacutevel e calcular
suas demandas
Quantificaccedilatildeo da capacidade de produccedilatildeo de aacuteguas remanescentes
provenientes de Unidades Evaporadoras de aparelhos de ar condicionado do
preacutedio estudado
22
14 - Objetivo Geral
O objetivo geral da dissertaccedilatildeo eacute apresentaccedilatildeo de uma proposta metodoloacutegica
para analisar a viabilidade teacutecnica de um sistema de aproveitamento de aacuteguas pluviais
e aacuteguas residuais de evaporadoras de unidades evaporadores para uso com fins natildeo
potaacuteveis no Campus Maracanatilde do CEFET-RJ
15 - Objetivos Especiacuteficos
Desenvolvimento da metodologia proposta
Dimensionar o sistema de armazenamento das aacuteguas pluviais e
residuais coletadas para reuso
Buscar tecnologias para implantaccedilatildeo de sistema de aproveitamento de
agua pluviais
Avaliar viabilidade econocircmica da implantaccedilatildeo do sistema de
aproveitamento de aguas pluviais
16 ndash Estrutura Metodoloacutegica
A metodologia utilizada no presente trabalho considerou o bloco E para se
analisar a viabilidade de aproveitamento de aacuteguas pluviais e aacuteguas residuais
provenientes de unidade evaporadoras de aparelhos de ar condicionado Com
aplicaccedilatildeo de questionaacuterio para os usuaacuterios das instalaccedilotildees para quantificaccedilatildeo da
demanda de aacutegua nos ambientes estudados
Ywashima (2005) ressalta a importacircncia de campanhas de conscientizaccedilatildeo
para utilizaccedilatildeo racional da aacutegua nas escolas Segundo a pesquisadora a conta natildeo e
paga de forma direta pelos usuaacuterios consequentemente natildeo haacute motivaccedilatildeo financeira
A autora apresenta como sugestatildeo tecnologias economizadoras onde se obteacutem
reduccedilatildeo de consumo independente da mudanccedila de comportamento pelos usuaacuterios
Tomando como premissa o atual consumo desordenado de aacutegua consumo
este que proporciona uma grande margem para que no futuro este liacutequido precioso
para a vida na terra venha a faltar caso natildeo seja criado mecanismos que possam
contornar essa situaccedilatildeo o desenvolvimento deste presente projeto apresenta-se
como uma alternativa para compor estes mecanismos
23
Atraveacutes de pesquisas foi constatado que as aacuteguas pluviais devem ser utilizadas
para amenizar a situaccedilatildeo Desse modo o presente trabalho contempla a possibilidade
de uso de recursos tecnoloacutegicos a fim de que se possa reduzir o consumo e diminuir
o desperdiacutecio de aacutegua atraveacutes da captaccedilatildeo armazenamento e reaproveitamento das
aacuteguas pluviais
Este sistema de captaccedilatildeo de aacutegua pluvial permite usar as aacutereas de coberturas
da edificaccedilatildeo para captar a aacutegua da chuva apoacutes passar por um filtro ou mecanismo
de retenccedilatildeo de impurezas conduzi-la a um reservatoacuterio onde seraacute armazenada e
utilizada na edificaccedilatildeo para fins natildeo potaacuteveis tais como lavagem de pisos irrigaccedilatildeo
de jardins mictoacuterios e bacias sanitaacuterias
No que diz respeito a implementaccedilatildeo da metodologia foi realizado um
levantamento das coberturas da edificaccedilatildeo escolhidas com analise dos dados
meteoroloacutegicos da regiatildeo que permitiram avaliaccedilatildeo dos paracircmetros necessaacuterios para
os caacutelculos dos reservatoacuterios de aacuteguas pluviais
O trabalho foi dividido em trecircs etapas
A primeira etapa desenvolveu-se atraveacutes de pesquisas referecircncias
bibliograacuteficas dados teacutecnicos e projetos semelhantes referentes ao tema para obter
um melhor embasamento teoacuterico sobre o assunto com auxilio da internet pesquisas
literaacuterias artigos cientiacuteficos informaccedilotildees pessoais de profissionais e obtivemos
informaccedilotildees necessaacuterias favoraacuteveis que possibilitaram a execuccedilatildeo do presente
trabalho em unidade de ensino adequando agraves edificaccedilotildees do campus onde houvesse
o menor nuacutemero de intervenccedilotildees
A segunda etapa foi direcionada ao programa de necessidades considerando
o consumo da edificaccedilatildeo e o potencial de captaccedilatildeo atraveacutes de aacuterea de coberturas
evaporadores de ar condicionado levantamento dos iacutendices pluviomeacutetricos da regiatildeo
preacute-dimensionamento para os reservatoacuterios superior e inferior e uma estimativa de
custos para implantaccedilatildeo
A terceira e uacuteltima etapa foi direcionada ao anteprojeto arquitetocircnico para
construccedilatildeo do reservatoacuterio prevendo no sistema a captaccedilatildeo tanto de aacuteguas pluviais
quanto de aacuteguas residuais provenientes dos evaporadores de ar condicionado
levantamento dos custos referentes a implantaccedilatildeo dos reservatoacuterios com avaliaccedilatildeo
do tempo de retorno (payback) do investimento
24
A Figura 01 ilustra de forma simplificada a abordagem utilizada durante a
realizaccedilatildeo desta pesquisa
Figura 1 - Estrutura do Conteuacutedo da Dissertaccedilatildeo
Fonte Elaborado pelo autor do presente trabalho(2017)
DISSERTACcedilAtildeO
VERTENTE TEacuteCNICA
EMPIacuteRICA
COLETA DE DADOS
FLUXO DO PROCESSO
DIMENSIONAMENTO
CONCEPCcedilAtildeO EMPIacuteRICA
CONCLUSAtildeO DISSERTACcedilAtildeO
HISTOacuteRICO REUSO DAS
AacuteGUAS
LEGISLACcedilAtildeO
SUSTENTABILIDADE
BASE TEOacuteRICA
CONCEPCcedilAtildeO TEOacuteRICA
25
17 ndash Delimitaccedilatildeo da Pesquisa
A realizaccedilatildeo do presente trabalho ocorreraacute atraveacutes de levantamento de dados
referente ao abastecimento e equipamentos instalados do bloco E do campus
Maracanatilde com estudo de consumo de aacutegua da edificaccedilatildeo levando em consideraccedilatildeo
o nuacutemero de usuaacuterios
A capacidade de captaccedilatildeo seraacute realizada atraveacutes das aacutereas de cobertura e
utilizaccedilatildeo dos iacutendices de precipitaccedilatildeo pluviomeacutetrica da regiatildeo estudada de anos
anteriores para caacutelculo e dimensionamento de reservatoacuterios inferior e superior bem
como avaliaccedilatildeo da capacidade de produccedilatildeo de aacuteguas residuais produzidas pelas
evaporadoras instaladas no preacutedio
Avaliando as adaptaccedilotildees necessaacuterias ao sistema de abastecimento existente
para o atendimento das bacias sanitaacuterias e lavagem de paacutetios quadras esportivas
regas de jardim e levantando e propondo utilizaccedilatildeo de novas tecnologias existentes
para instalaccedilatildeo do sistema e verificando a necessidade de utilizaccedilatildeo de
abastecimento com aacutegua potaacutevel em casos de grande estiagem para manutenccedilatildeo
das atividades sem prejuiacutezos agrave aacuterea acadecircmica
Desta forma nesta pesquisa seratildeo avaliados os dados obtidos atraveacutes de
levantamentos arquitetocircnicos e das instalaccedilotildees hidro sanitaacuterias existentes no
CEFETRJ - Unidade Maracanatilde aleacutem de documentaccedilatildeo e pesquisa em projetos
similares que jaacute possam existir relacionados agrave questatildeo da utilizaccedilatildeo de aacuteguas pluviais
Como objetivo de fundamentar a implantaccedilatildeo do estudo e desenvolvimento do
mesmo seraacute apresentado levantamento e resultado necessaacuterios para implementaccedilatildeo
da utilizaccedilatildeo de aacuteguas pluviais com base nos dados coletados e revisatildeo bibliograacutefica
em artigos e perioacutedicos que versam sobre as tecnologias mais indicadas para a
utilizaccedilatildeo de aacuteguas pluviais
18 ndash Justificativa da Pesquisa
Como prevecirc a constituiccedilatildeo em seu Art 225 caput ndash ldquoTodos tecircm direito ao meio
ambiente ecologicamente equilibrado bem de uso comum do povo e essencial agrave sadia
qualidade de vida impondo-se ao Poder Puacuteblico e agrave coletividade o dever de defendecirc-
lo e preservaacute-lo para presentes e futuras geraccedilotildeesrdquo (Brasil 2004)
No atendimento a constituiccedilatildeo e as legislaccedilotildees pertinentes levar o CEFET- RJ
26
ao cumprimento de accedilotildees e objetivos visando a sustentabilidade nas suas
dependecircncias e atraveacutes de sua comunidade discente docente e teacutecnicos
administrativos atuar como multiplicadores de accedilotildees de preservaccedilatildeo do meio
ambiente atraveacutes do reuso de aacuteguas pluviais e aacuteguas residuais oriundas de
evaporadores e aparelhos de ar condicionado de janela
Em funccedilatildeo do alto consumo como pode ser observado na figura 2 faz-se
necessaacuteria a adoccedilatildeo de equipamentos de maior tecnologia e o aproveitamento de
aacuteguas pluviais para uso menos nobre conforme determina a norma ABNT ndash NBR
15527 de 24102007 e contribuir de forma efetiva para reduccedilatildeo de custo
possibilidade de racionamento e reduccedilatildeo per capta do consumo nos oacutergatildeos puacuteblicos
Figura 2 - Consumo Mensal de Aacutegua - 2014
Entrada Volume faturado (msup3)
nordm jan fev mar abr mai jun jul ago set out nov dez total 2014
485 17310 18230 13160 22110 19640 16890 20010 19070 25430 22670 25060 28430 248010
681 3706 3580 6560 5394 6170 2800 3310 2650 3069 2580 2890 3320 46029
Total
mensal 21016 21810 19720 27504 25810 19690 23320 21720 28499 25250 27950 31750 294039
Fonte Contas CEDAE exerciacutecio 2014
00
5000
10000
15000
20000
25000
30000
35000
jan fev mar abr mai jun jul ago set out nov dez
Vo
l f
atu
rad
o (
msup3)
Mecircs
Consumo mensal de aacutegua em 2014
485
27
19 ndash Organizaccedilatildeo do Estudo
O Capiacutetulo 01 desta pesquisa estaacute organizado com a introduccedilatildeo composta pela
situaccedilatildeo-problema questotildees de pesquisa objetivos estrateacutegia delimitaccedilatildeo e
justificativa da pesquisa A finalidade preciacutepua da leitura deste capiacutetulo eacute harmonizar
a compreensatildeo do contexto e a importacircncia da pesquisa
O Capitulo 02 estaacute organizado com os fundamentos teoacutericos com base em
sustentabilidade histoacuterico de reuso da aacutegua e legislaccedilatildeo
O Capitulo 03 trata da metodologia e tipo de pesquisa a ser empregado
informando a forma da obtenccedilatildeo dos dados e como seratildeo feitos o tratamento e anaacutelise
dos dados
No Capiacutetulo 4 seratildeo interpretados os resultados referentes agraves demandas de
aacuteguas menos nobres a quantificaccedilatildeo da produccedilatildeo de aacutegua proveniente de unidades
evaporadoras e aacuteguas pluviais com avaliaccedilatildeo de viabilidade econocircmica para
implantaccedilatildeo do sistema
No Capiacutetulo 05 seraacute apresentada a anaacutelise dos resultados e sugestotildees para
estudos futuros e complementares
28
2 - BASE CONCEITUAL E REVISAtildeO DA LITERATURA
No presente capitulo seraacute apresentada a vertente teacutecnica com os fundamentos
teoacutericos que forneceratildeo o suporte para o desenvolvimento da pesquisa
21 A Sustentabilidade e as questotildees quanto a conservaccedilatildeo reaproveitamento e
reduccedilatildeo do consumo de aacuteguas pluviais
A Comissatildeo Mundial sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento denominada
Comissatildeo de Brundtland (1988) define o desenvolvimento sustentaacutevel como aquele
que atende as necessidades do presente sem comprometer a possibilidade das
geraccedilotildees futuras atenderem as suas proacuteprias necessidades
Surgido na deacutecada de 1990 o tripeacute da sustentabilidade tem crescido em seu
conceito em todo o planeta refletindo uma seacuterie de processos valores e objetivos de
forma que uma gestatildeo deveraacute orientar aos trecircs pilares econocircmico social e ambiental
podendo este conceito ser aplicado de forma macro para um paiacutes ou ateacute para o
planeta ou micro podendo ser uma escola um vilarejo ou empresa (DIAS2011)
A concepccedilatildeo do desenvolvimento sustentaacutevel orienta a discussatildeo sobre o tema
em qualquer segmento das atividades do ser humano Os objetivos tecircm como base
na perspectiva de utilizaccedilatildeo dos recursos naturais desde que sejam preservados para
as futuras geraccedilotildees Dias ( 2011) Poreacutem parte das dificuldades apresenta-se porque
as geraccedilotildees natildeo tecircm participaccedilatildeo nas decisotildees atuais Desta forma somente a
conscientizaccedilatildeo da preservaccedilatildeo da vida e da espeacutecie eacute que motiva o ser humano o
que natildeo acontece na maioria das vezes com os gestores e poliacuteticos dos dias atuais
(MOURA 2011)
Muito embora para alguns o desenvolvimento sustentaacutevel eacute um projeto social e
poliacutetico que serve como ferramenta para combate a pobreza satisfaccedilatildeo das
necessidades baacutesicas da humanidade de maneira a elevar a qualidade de vida dos
indiviacuteduos fornece princiacutepios para que o desenvolvimento seja harmonioso levando
em conta a transformaccedilatildeo dos recursos do ambiente deste modo para estes sugerem
atitudes novas das quais pela edificaccedilatildeo de uma nova racionalidade De forma
contraria agrave maioria que se preocupa em compatibilizar o meio ambiente a um
crescimento econocircmico de forma continua (DIAS 2011)
Acreditava-se que o crescimento econocircmico desenvolveria de forma natural o
29
desenvolvimento sustentaacutevel Veiga (2005) Somente uma gestatildeo com
responsabilidade ambiental eacute capaz de conciliar uma melhor qualidade de vida com
necessidade de crescimento econocircmico (MOURA 2011)
A passagem de um sistema baseado no consumo a um sistema sustentaacutevel
tem diversas implicaccedilotildees Necessita abrir a visatildeo da relaccedilatildeo da sociedade ao meio
ambiente transformar a organizaccedilatildeo social produtiva que gera a desigualdade e a
pobreza Atraveacutes de novas relaccedilotildees sociais onde o eixo natildeo seraacute somente a
perspectiva da lucratividade e praacuteticas de produccedilatildeo predatoacuterias do meio ambiente
mas o bem-estar da humanidade O que daacute margem a diferentes pontos de vistas
com base de modo geral na busca do produto de equiliacutebrio entre os trecircs eixos da
sustentabilidade crescimento econocircmico igualdade social e a preservaccedilatildeo ao meio
ambiente (DIAS 2011)
De acordo com Alledi (2006) a grande preocupaccedilatildeo das melhores empresas
do mundo hoje em dia eacute com a sustentabilidade dos seus negoacutecios um movimento
que se fundamentou em questotildees ambientais mas que atualmente eacute visto de um
modo mais amplo passando a incorporar os temas dos movimentos empresariais
anteriores pela qualidade pela sauacutede e seguranccedila do trabalho pela proacutepria
preservaccedilatildeo do meio ambiente e mais recentemente pela responsabilidade social
corporativa
211 Exemplos recentes de atitude sustentaacuteveis adotadas no Brasil
O recebimento da certificaccedilatildeo LEED (Leadership in Energy and Environmental
concedido pelo US Green building Council (USGBC) para certificaccedilotildees em 07 estaacutedios
construiacutedos para a Copa 2014 cuja adoccedilatildeo de medidas sustentaacuteveis foi requisito para
que o Banco Nacional de Desenvolvimento Econocircmico e Social (BNDES) liberasse o
financiamento para as obras das arenas da Copa preacute-requisito este que seraacute adotado
pela FIFA para as proacuteximas eleiccedilotildees do mundial (wwwcopa2014govbr)
Dentre as diversas arenas pode ser ressaltada a economia conseguida pela
Arena da Amazocircnia de cerca de 40 de aacutegua potaacutevel atraveacutes da captaccedilatildeo da aacutegua
de chuva em um volume de 140000 litros para irrigaccedilatildeo do gramado e utilizaccedilatildeo nos
sanitaacuterios ABES (observatoacuterio do terceiro setor)
Foram diversas medidas sustentaacuteveis para obtenccedilatildeo da certificaccedilatildeo LEED
destacando a abertura das portas para educaccedilatildeo ambiental desde o inicio das obras
30
Foram desenvolvidas estrateacutegias de comunicaccedilatildeo para divulgaccedilatildeo das accedilotildees de
sustentabilidade que foram implementadas nos estaacutedios para obtenccedilatildeo da certificaccedilatildeo
LEED com utilizaccedilatildeo de paineacuteis ilustrados nas aacutereas de circulaccedilatildeo e distribuiccedilatildeo de
panfletos aos visitantes Accedilotildees voltadas para conscientizaccedilatildeo da certificaccedilatildeo e
tambeacutem para manutenccedilatildeo apoacutes a realizaccedilatildeo do evento (wwwcopa2014govbr)
212 Medidas sustentaacuteveis para conservaccedilatildeo reaproveitamento de aacutegua e reduccedilatildeo
do consumo de aacuteguas pluviais
A conservaccedilatildeo de aacutegua pode ser definida como um conjunto de praacuteticas
teacutecnicas e tecnologias que propiciam a melhoria da eficiecircncia do seu uso incidindo de
maneira sistecircmica sobre a demanda e a oferta de aacuteguas As iniciativas de
racionalizaccedilatildeo do uso e de reuso de aacutegua constituem-se em elementos fundamentais
para a ampliaccedilatildeo da eficiecircncia do uso da aacutegua (PROSAB 2011) resultando em
Aumento da disponibilidade para os demais usuaacuterios
Flexibilizaccedilatildeo dos suprimentos existentes para outros fins
Atendimento ao crescimento populacional
Suporte agrave implantaccedilatildeo de novas induacutestrias
Preservaccedilatildeo e conservaccedilatildeo do meio ambiente
A primeira medida a levar em conta seria a reduccedilatildeo do consumo de aacutegua
potaacutevel Atualmente no mercado satildeo encontrados vaacuterios equipamentos
economizadores de aacutegua sendo que estes dispositivos proporcionam grande
economia (SABESP 2013)
Segundo o Programa Nacional de Uso Sustentaacutevel da Aacutegua Brasil (2010) na
deacutecada de 90 os programas de conscientizaccedilatildeo em relaccedilatildeo ao uso da aacutegua passaram
a dar mais ecircnfase na adesatildeo de equipamentos que economizam aacutegua pois
asseguram uma relaccedilatildeo mais automatizada do consumo Grandes induacutestrias e
instalaccedilotildees comerciais utilizam hoje estes recursos ou aparatos para reduzir o
consumo Existem vaacuterias iniciativas nesse sentido como a micromediccedilatildeo e mediccedilatildeo
individualizada do consumo em condomiacutenios verticais entre outros os usuaacuterios
domeacutestico e comercial encontram oferta de equipamentos economizadores de aacutegua
para edificaccedilotildees de aplicaccedilatildeo bem faacutecil como os sanitaacuterios com dispositivos de dupla
descarga que varia de 3 a 6 litros favorecendo uma boa economia os arejadores de
31
vazatildeo torneiras de fechamento automaacutetico e redutores de pressatildeo A reutilizaccedilatildeo de
aacutegua traz benefiacutecios ambientais significativos uma vez que permite maiores volumes
de aacutegua para outros usos E em algumas situaccedilotildees pode diminuir a poluiccedilatildeo hiacutedrica
por meio da minimizaccedilatildeo da descarga de efluentes (BRASIL 2010)
Mota OIiveira e Inata (2011) comentam que em regiotildees tropicais o uso dos
aparelhos de ar condicionado para conforto teacutermico propicia a geraccedilatildeo de aacutegua que
resulta da condensaccedilatildeo e na maioria das vezes eacute desperdiccedilada no solo ou drenada
para galerias pluviais Assim o aproveitamento desta aacutegua dependeraacute da coleta
eficiente de cada sistema de drenagem dos aparelhos que podem ser voltados para
um sistema de coleta e armazenamento A aacutegua de aproveitamento dos aparelhos de
ar condicionado pode ser usada na lavagem de pisos regas de jardins entre outros
Observaccedilotildees sobre Gestatildeo das aacuteguas pluviais A gestatildeo de aacutegua pluvial visa
reduzir o consumo de aacutegua potaacutevel por meio de aproveitamento das aacuteguas de chuvas
contribuindo inclusive para a reduccedilatildeo de inundaccedilotildees ou de poluiccedilotildees difusas Uma
das medidas que vem sendo amplamente desenvolvida como forma de economizar
as aacuteguas potaacuteveis e evitar o risco de inundaccedilotildees em regiotildees com alto iacutendice de
impermeabilizaccedilatildeo do solo eacute a retenccedilatildeo de aacuteguas pluviais
Este sistema coligado a um sistema de reaproveitamento destas aacuteguas
configura-se como uma das mais eficientes formas de renovaccedilatildeo de um insumo finito
aacutegua As aacuteguas pluviais entretanto natildeo apresentam qualidade necessaacuteria para o
consumo Mesmo quando a captaccedilatildeo destas aacuteguas extravasam para o esgotamento
natildeo se deve permitir que elas sejam lanccediladas in natura para o lenccedilol freaacutetico pela
possibilidade de carga poluidora As aacuteguas pluviais quando utilizadas diretamente por
pontos na edificaccedilatildeo estes devem ser separados do sistema de aacutegua do restante do
preacutedio e deve conter indicativo visual de que a aacutegua natildeo eacute potaacutevel portanto improacutepria
para o consumo preparo de alimentos e banho
No caso da utilizaccedilatildeo deste sistema de reaproveitamento de aacuteguas pluviais
dois cuidados fundamentais devem ser observados primeiramente com relaccedilatildeo ao
caacutelculo do volume do reservatoacuterio que considera o IP (iacutendice pluviomeacutetrico) local A
Caixa Econocircmica recomenda a utilizaccedilatildeo do caacutelculo na Lei Estadual nordm 1252607
(SAtildeO PAULO 2007)
A segunda observaccedilatildeo refere-se ao volume do escoamento de aacuteguas pluviais
no solo de forma controlada a fim de prevenir inundaccedilotildees reduzir a poluiccedilatildeo difusa
e propiciar a recarga do lenccedilol freaacutetico Um projeto como este para ser aprovado
32
depende de um memorial de caacutelculo detalhado apresentando o niacutevel do lenccedilol freaacutetico
do local caacutelculo da vazatildeo de aacuteguas a serem lanccediladas na rede puacuteblica elaboraccedilatildeo de
um manual de operaccedilatildeo do sistema e indicaccedilatildeo de toda a documentaccedilatildeo teacutecnica tal
como projeto memoriais descritivos planilhas de custos e outros (CEF 2010)
Apesar de que o reaproveitamento de aacuteguas pluviais no Brasil jaacute ocorrer haacute
muito tempo em algumas regiotildees somente em 2007 entrou em vigor a NBR 15527
que estabelece as condiccedilotildees para o aproveitamento de aacuteguas de chuva em coberturas
de aacutereas urbanas para fins natildeo potaacuteveis
A primeira medida a levar em conta seria a reduccedilatildeo do consumo de aacutegua
potaacutevel Atualmente no mercado satildeo encontrados vaacuterios equipamentos
economizadores de aacutegua sendo que estes dispositivos proporcionam grande
economia (SABESP 2013)
O objetivo desta accedilatildeo eacute reduzir o consumo de aacutegua independentemente da
accedilatildeo do usuaacuterio ou da sua disposiccedilatildeo em mudar de comportamento para reduzir o
consumo de aacutegua Ela deve ser implementada quando o sistema estiver totalmente
estaacutevel ou seja sem nenhuma perda de aacutegua por vazamento (ANA 2005)
A situaccedilatildeo do Brasil eacute muito favoraacutevel pois deteacutem cerca de 12 de toda aacutegua
doce do planeta poreacutem 685 encontra-se na regiatildeo norte na qual vivem apenas
74 dos brasileiros (CONFEA 2011)
A limitaccedilatildeo de reservas de agua doce no planeta aumentou a demanda para
atendimento principalmente a prioridade dos recursos para o consumo humano
agriacutecola e industrial a prioridade de utilizaccedilatildeo dos recursos hiacutedricos disponiacuteveis para
abastecimento puacuteblico e as restriccedilotildees que vecircm sendo impostas em relaccedilatildeo ao
lanccedilamento de efluentes no meio ambiente torna necessaacuteria a adoccedilatildeo de estrateacutegias
que visem racionalizar a utilizaccedilatildeo dos recursos hiacutedricos e mitigar os impactos
negativos relativos agrave geraccedilatildeo de efluentes pelas induacutestrias (FIESP 2011)
Segundo o Programa Nacional de Uso Sustentaacutevel da Aacutegua Brasil (2010) na
deacutecada de 90 os programas de conscientizaccedilatildeo em relaccedilatildeo ao uso da aacutegua passaram
a dar mais ecircnfase na adesatildeo de equipamentos que economizam aacutegua pois
asseguram uma relaccedilatildeo mais automatizada do consumo Grandes induacutestrias e
instalaccedilotildees comerciais utilizam hoje estes recursos ou aparatos para reduzir o
consumo Existem vaacuterias iniciativas nesse sentido como a micromediccedilatildeo e mediccedilatildeo
individualizada do consumo em condomiacutenios verticais entre outros os usuaacuterios
domeacutestico e comercial encontram oferta de equipamentos economizadores de aacutegua
33
para edificaccedilotildees de aplicaccedilatildeo bem faacutecil como os sanitaacuterios com dispositivos de dupla
descarga que varia de 3 a 6 litros favorecendo uma boa economia os arejadores de
vazatildeo torneiras de fechamento automaacutetico e redutores de pressatildeo
A reutilizaccedilatildeo de aacutegua traz benefiacutecios ambientais significativos uma vez que
permite maiores volumes de aacutegua para outros usos E em algumas situaccedilotildees pode
diminuir a poluiccedilatildeo hiacutedrica por meio da minimizaccedilatildeo da descarga de efluentes
(BRASIL 2010)
Melhado et al (2013) frisam a importacircncia das accedilotildees de cunho poliacutetico teacutecnico
e social na busca de soluccedilotildees praacuteticas visando a reduccedilatildeo do consumo da aacutegua e
descrevem as mais importantes
Economia e valorizaccedilatildeo da aacutegua potaacutevel
Conscientizaccedilatildeo da populaccedilatildeo objetivando o uso racional da aacutegua
Manutenccedilatildeo das redes puacuteblicas e privadas para verificaccedilatildeo de desperdiacutecios
e vazamentos
Minimizaccedilatildeo da impermeabilizaccedilatildeo do solo urbano e da vazatildeo de
escoamento do terreno objetivando favorecer a permeabilidade da aacutegua
Captaccedilatildeo e armazenamento em reservatoacuterios especiacuteficos das aacuteguas
pluviais e demais aacuteguas natildeo potaacuteveis para usos que natildeo necessitam de
potabilidade como irrigaccedilatildeo reserva de incecircndio lavagem de piso
veiacuteculos em geral e ruas Se necessaacuterio para algum uso especiacutefico a aacutegua
deveraacute passar por unidades de tratamento para atingir os niacuteveis de
qualidade correspondente Quanto mais eficiente for a gestatildeo das aacuteguas
pluviais por retenccedilatildeo ou reuso menor seraacute o volume de aacutegua destinado agraves
redes puacuteblicas
Embora a aacutegua doce existente no planeta esteja sempre em renovaccedilatildeo haacute uma
tendecircncia de sua deterioraccedilatildeo em funccedilatildeo do seu uso indiscriminado devido ao
aumento populacional comprometendo consequentemente sua qualidade ficando
esta em quantidade cada vez menor em determinadas localidades disponiacutevel para
consumo As mudanccedilas climaacuteticas globais tambeacutem vecircm contribuindo para o aumento
na demanda dos recursos hiacutedricos
Devido ao ciclo hidroloacutegico que eacute fechado sabe-se que a quantidade de aacutegua
disponiacutevel no planeta eacute sempre a mesma Sabe-se tambeacutem que este ciclo constitui-
se basicamente do transporte das massas de aacutegua dos oceanos para a atmosfera
34
pelo fenocircmeno da evaporaccedilatildeo e da atmosfera para os oceanos atraveacutes dos
fenocircmenos das precipitaccedilotildees escoamentos superficiais e subterracircneos influenciando
diretamente na distribuiccedilatildeo dos corpos hiacutedricos Muitas regiotildees vem sofrendo
alteraccedilotildees resultantes das diferentes formas antroacutepicas de interferecircncia sobre o
ambiente Hespanhol e Mierwa (2013) O surgimento das Metroacutepoles
desmatamentos obras de dragagens assim como construccedilotildees de represas satildeo
exemplos concretos disto
Sabe-se que menos de 1 de toda a aacutegua existente no planeta eacute doce e que
aproximadamente metade deste percentual corresponde a aacuteguas subterracircneas
enquanto o restante encontra-se nos oceanos Aacute medida que a populaccedilatildeo vem
crescendo a deterioraccedilatildeo dos mananciais vai se acentuando surgindo problemas nos
abastecimentos drsquoaacutegua que atualmente vem merecendo a atenccedilatildeo e preocupaccedilatildeo de
populaccedilotildees e autoridades de todo o mundo Eacute necessaacuterio que haja uma gestatildeo
integrada dos recursos drsquoaacutegua racionalizando o seu uso favorecendo o
desenvolvimento de sistemas sustentaacuteveis como forma de prevenccedilatildeo contra a
escassez
Apesar de a aacutegua doce estar distribuiacuteda de forma desigual sobre o planeta a
disponibilidade deste recurso no Brasil eacute significativa poreacutem distribuiacuteda tambeacutem de
forma desigual sobre o nosso territoacuterio sendo na regiatildeo Amazocircnica 69 e nas
demais regiotildees 31 nas quais se concentram 95 da populaccedilatildeo do Paiacutes
Confrontando estes dados com os do ANEEL- Departamento Nacional de Aacuteguas e
Energia Eleacutetrica pode-se afirmar que em quanto na regiatildeo amazocircnica com 69 da
aacutegua e 685 dos recursos hiacutedricos para uma populaccedilatildeo de 5 do paiacutes nas demais
regiotildees temos 31 das aacuteguas com 315 dos mesmos recursos para 95 da
populaccedilatildeo Eacute certo que se tem uma enorme diferenccedila regional
35
Quadro 1 - Projeccedilatildeo da populaccedilatildeo nos Municiacutepios do Estado do Rio de Janeiro
MUNICIacutePIOS
VALORES OBSERVADOS
1970 1975 1980 1995 2000 2005 2010 2014
1 Caxias
2 Itaboraiacute
3 Itaguaiacute
4 Mageacute
5 Mangaratiba
6 Maricaacute
7 Niloacutepolis
8 Niteroacutei
9 Nova Iguaccedilu
10 Paracambi
11 Petroacutepolis
12 Satildeo Gonccedilalo
13 SJ de Meriti
14 Rio de
Janeiro
404 496
14 072
17 468
83 841
6 125
6 500
128 011
292 180
724 326
22 149
154 612
430 271
302 394
4251
918
554 935
23 652
76 267
163 906
8 094
19 602
151 700
400 140
1091 702
27 434
202 146
614 688
398 686
5093 232
661 578
31 919
101 048
198 471
10 136
22 677
160 434
439 596
1247
614
32 347
239 899
733 791
436 234
5474
597
780 964
42 668
129 867
235 894
12 454
26 188
169 031
480 981
1410
116
37 686
277 620
871 361
474 149
5585
289
916 278
55 469
163 800
277 069
15 111
30 226
177 585
525 061
1583 658
43 484
318 764
1035 991
513 025
6245 537
1071728
71 096
204 326
323 382
18 191
34 902
186 193
573 014
1773 705
49 787
363 819
1239 963
553 550
6638 213
1252 875
90 205
253 441
376 692
21 820
40 349
194 942
626 596
1986 378
56 660
413 381
1500 984
596 414
7038 605
1467033
113 697
313 856
439 389
26 149
46 734
203 913
688 395
2228600
64 190
468 169
1844983
642 305
7449231
TOTAL A RMRJ 683836
3
8826184 9790341 10807268 11901058 13101869 14449342 15996644
Fonte IBGE 2010
Na cidade do Rio de Janeiro constitui-se de 950 msup3s de vazatildeo meacutedia de aacutegua
doce disponiacutevel proporcionando 2080msup3 de aacutegua por ano para 144 milhotildees de
habitantes numa meacutedia desconsiderando as perdas de aproximadamente
57m3dia suficiente para atender a atual demanda de consumo Entretanto trabalhos
sobre a projeccedilatildeo da populaccedilatildeo nos municiacutepios do Estado do Rio de Janeiro
evidenciam um crescente aumento populacional IBGE (2010) como observa-se no
Quadro 2
Segundo estudos socioeconocircmicos e de demanda de aacutegua para a regiatildeo
metropolitana do Rio de Janeiro Rios (2011) deveraacute ser feita uma ampla campanha
de educaccedilatildeo ambiental atraveacutes da miacutedia visando o controle dos desperdiacutecios de aacutegua
nas induacutestrias comeacutercio e domiciacutelios tendo em vista o perigo de uma crise de
racionamento de aacutegua semelhante agrave crise energeacutetica ocorrida entre 2001 e 2002 No
36
Quadro 2 eacute demonstrada a evoluccedilatildeo prevista da demanda de aacutegua em msup3s para a
Regiatildeo metropolitana do Rio de Janeiro
Com base nas projeccedilotildees demograacuteficas estabelecidas em termos indicativos
para o ano de 2035 procedeu-se a uma estimativa da demanda de aacutegua Tal
estimativa supotildee que a relaccedilatildeo entre demanda de aacutegua e populaccedilatildeo residente
admitida para o ano de 2014 continue vaacutelida para 2035 Rios(2011) Levando-se em
consideraccedilatildeo o demonstrado nos Quadros 1 e 2 o aumento populacional para a
regiatildeo metropolitana do Rio de Janeiro em 2010 tomando-se por base o ano de 2000
foi de 2208
A demanda atendida tanto com os niacuteveis de perdas mantidos quanto com a
reduccedilatildeo das perdas em 20 seraacute de 2739 O fato da demanda prevista ser maior
do que o crescimento populacional pode ser explicado devido ao esperado aumento
de educaccedilatildeo para a sauacutede na populaccedilatildeo a qual necessitaria de mais aacutegua para suas
atividades
Quadro 2 - Evoluccedilatildeo prevista da demanda de aacutegua em msup3s para a Regiatildeo Metropolitana do Rio de Janeiro
DISCRIMINACcedilAtildeO
1980
1985
1990
1995
2005
2010
2014
Demanda total exclusive perdas (1) 3255 3624 4120 4624 5188 5839 6609
Demanda atendida Exclusive
perdas (2)
2213 2935 3914 4532 5188 5839 6609
Demanda atendida Inclusive perdas
(3) Hipoacutetese I
3952 5241 6889 8093 9264 10427 11802
Demanda atendida Inclusive perdas
(4) Hipoacutetese II
3952 4515 4893 5665 6485 7289 8261
Fonte Rios 2011
Para Monteiro et al(2010) o reuso de aacutegua exige que padrotildees adequados de
potabilidade sejam adotados tendo em conta questotildees de sauacutede puacuteblica como
acontece em diversas partes do mundo sendo no Brasil uma praacutetica ainda incipiente
Reiteram os autores que esta eacute uma estrateacutegia correta para diminuiccedilatildeo da captaccedilatildeo
e mitigaccedilatildeo no lanccedilamento de dejetos no ambiente natural
37
A Cacircmara Teacutecnica de Ciecircncia e Tecnologia do Conselho Nacional de Recursos
Hiacutedricos apontou para a necessidade de uma ampla discussatildeo sobre o tema reuso
natildeo potaacutevel Foram elaborados dois termos de referecircncia O primeiro referente agrave
elaboraccedilatildeo de resoluccedilatildeo contemplando os aspectos poliacuteticos legais e institucionais e
o segundo relativo agraves diretrizes gerais para a praacutetica do reuso Eacute necessaacuterio que se
leve em consideraccedilatildeo o tipo de reuso que se deseja e o niacutevel de tratamento para que
os padrotildees sejam alcanccedilados
O reuso operacionalmente permite substituir grandes volumes de aacutegua
destinados a usos nos quais a potabilidade natildeo eacute fator preponderante O reuso de
aacutegua jaacute vem sendo amplamente empregado na induacutestria principalmente em torres de
resfriamento caldeiras construccedilatildeo civil irrigaccedilatildeo de aacutereas verdes e em alguns
processos industriais onde a utilizaccedilatildeo de aacutegua com menor padratildeo de qualidade natildeo
ocasione maiores problemas Desta forma o reuso de aacutegua para fins natildeo potaacuteveis
deve ser considerado como primeira opccedilatildeo para reuso (HESPANHOL amp MIERZWA
2013)
22 Histoacuterico do Reuso de Aacuteguas
O aproveitamento de aacuteguas pluviais para o consumo das populaccedilotildees jaacute existe
ao longo das civilizaccedilotildees como pocircde ser observado em diversas construccedilotildees antigas
em vaacuterios pontos do mundo Reservatoacuterios escavados na rocha como pode ser
observado em Israel o que confirma o costume de aproveitamento de aacuteguas pluviais
Em Roma encontram-se diversos reservatoacuterios utilizados para o abastecimento da
populaccedilatildeo (TOMAZ2013)
De acordo com Jarus(2012) em Massada (ldquofortalezardquo em hebraico) situa-se
um dos mais conhecidos sistemas de aproveitamento de aacuteguas pluviais em Israel
onde Herodes no ano de 36 a c como forma de se precaver contra tempos difiacuteceis
construiu uma fortaleza com cavernas escavadas na rocha com capacidade de
armazenamento de 40 milhotildees de litros Estes reservatoacuterios possuiacuteam interligaccedilatildeo
atraveacutes de canalizaccedilotildees e aquedutos para abastecimento das habitaccedilotildees da fortaleza
38
Figura 3 - Sistemas de aproveitamento de aacuteguas pluviais
Fonte httpwwwgeocitieswspaz_israelmassadahtm
Na cidade de Toacutequio com a finalidade de prevenir a falta de aacutegua e reduzir
inundaccedilotildees foi intensificada a construccedilatildeo de diversos reservatoacuterios por toda a cidade
bem como motivou os proprietaacuterios de edifiacutecios e residenciais a construiacuterem seus
reservatoacuterios com incentivo a cada litro de aacutegua pluvial captado (AMARAL 2007)
A Alemanha era abastecida em mais de 70 por aquiacuteferos subterracircneos em
funccedilatildeo da poluiccedilatildeo de seus rios e grande industrializaccedilatildeo do paiacutes E recentemente
com o rebaixamento dos aquiacuteferos tornou-se um paiacutes liacuteder na execuccedilatildeo dos sistemas
de captaccedilatildeo de aacutegua da chuva tanto para fins domeacutesticos como comerciais
(AMARAL 2007)
O Meacutexico desde a eacutepoca dos Astecas e Maias eacute rico em tradiccedilotildees tecnoloacutegicas
de captaccedilatildeo de aacutegua da chuva Ainda na data atual na Peniacutensula de Yucatan pode
ser visto as chamadas Chultuns cisternas do seacuteculo X com capacidade variando de
20000 a 45000 litros utilizadas pelo povo Maia para captaccedilatildeo e abastecimento das
populaccedilotildees que viviam nas encostas As cisternas eram escavadas no subsolo
calcaacuterio e revestidas com emboccedilo impermeaacutevel tendo na sua parte superior uma aacuterea
de 100 a 200 m2 destinada a captaccedilatildeo da precipitaccedilatildeo pluviomeacutetrica Nos vales eram
usadas as aacuteguas dos (reservatoacuterios com capacidade de 10 a 150 milhotildees de litros) e
aquaditas (reservatoacuterios com capacidade de 100 a 50000 litros) - (GNADLINGER
2000)
39
Figura 4 - Reservatoacuterios
Fonte httpwwwlatinamericanstudiesorguxmal-chultunhtm
Figura 5 - Reservatoacuterios
Fonte httpwwwlatinamericanstudiesorguxmal-chultunhtm
O desaparecimento do uso de SAAP na peniacutensula de Yucatan deveu-se aos
colonizadores espanhoacuteis por ocasiatildeo da invasatildeo espanhola seacuteculo XVI quando foram
introduzidos novos sistemas de agricultura e meacutetodos de construccedilatildeo europeia
40
diferentes da cultura local Tendo acontecido o mesmo na Iacutendia com o sistema colonial
britacircnico que gerou colapso nos SAAP centenaacuterios (GNADLINGER 2000)
O Japatildeo promove diversos estudos e pesquisas na aacuterea de SAAP Em Toacutequio
a regulamentos para que os terrenos de aacutereas superiores a 10000m2 e os edifiacutecios
com mais de 3000m2utilizem o SAAP Os edifiacutecios com uma aacuterea superior a 30000m2
e que tenham consumo na ordem de 100m3dia de aacutegua para fins natildeo potaacuteveisaleacutem
da utilizaccedilatildeo de SAAP satildeo obrigados a tratar as aacuteguas cinzas(TOMAZ 2009)
No planalto de Loess norte da china tem elevada escassez de aacuteguas
subterracircneas e baixa precipitaccedilatildeo pluviomeacutetrica diante destes fatos o governo local
da Proviacutencia de Gansu colocou em praacutetica desde 1997 um projeto de captaccedilatildeo de
aacutegua da chuva denominado121uml que consiste em auxiliar cada famiacutelia a construir uma
(1) aacuterea de captaccedilatildeo de aacutegua dois (2) reservatoacuterios de armazenamento de aacutegua e um
(1) lote para plantaccedilatildeo de culturas comercializaacuteveis Solucionando o problema de
aacutegua potaacutevel a cerca de 13 milhotildees de pessoas (260000 famiacutelias) (JIANG et al
2013)
221 Aspectos histoacutericos da captaccedilatildeo das aacuteguas pluviais no Brasil
O aproveitamento da aacutegua das chuvas natildeo eacute uma inovaccedilatildeo dos dias de hoje
O primeiro relato do uso da aacutegua da chuva que se tem conhecimento em nosso paiacutes
segundo Hagemann (2009) eacute de um sistema construiacutedo na Ilha de Fernando de
Noronha pelo exeacutercito norte-americano em 1943
Hagemann (2009) afirma que a utilizaccedilatildeo de aacuteguas pluviais tem sido praticada
em maior escala principalmente na regiatildeo Nordeste em decorrecircncia do problema de
escassez hiacutedrica caracteriacutestica da regiatildeo Teve iniacutecio em julho de 2003 o Programa
de Formaccedilatildeo e Mobilizaccedilatildeo Social para a Convivecircncia com o Semiaacuterido um Milhatildeo
de Cisternas Rurais (P1MC) visando beneficiar aproximadamente 5 milhotildees de
pessoas na regiatildeo semiaacuterida com aacutegua potaacutevel por meio da construccedilatildeo de cisternas
(Figura 6)
41
Figura 6 - Esquema de cisterna implementada na zona rural
Fonte Annencchini 2005
A seguir a figura 7 apresenta um modelo mais simples para casas populares
podendo atender quase 100 da aacutegua de um lar (CUNHA et al 2011)
Figura 7 - Projeto experimental para casas populares voltado para captaccedilatildeo de aacutegua da chuva
Fonte wwwportalsaofranciscocombr 2016
42
23 Utilizaccedilotildees da aacutegua coletada e o seu consumo
A aacutegua da chuva pode ser usada de diferentes maneiras como jaacute mencionado
descarga de sanitaacuterios limpeza de vasos sanitaacuterios e mictoacuterios lavagem de roupas
lavagem de pavimentos e veiacuteculos rega de jardins irrigaccedilatildeo de parques escolas
praccedilas estacionamentos condomiacutenios usos industriais e preacutedios comerciais
(climatizaccedilatildeo resfriamento de maacutequinas lavagem industrial de roupas lavagem de
veiacuteculos como carros ocircnibus e caminhotildees limpeza industrial redes de incecircndio)
(GOLDENFUM 2006 RODRIGUES 2010 OLIVEIRA CHRISTMANN e PIEREZAN
2014)
Segundo Krishna (2003) existem diversas vantagens e benefiacutecios da aacutegua da
chuva a aacutegua eacute gratuita o uacutenico custo eacute para coleta e uso o uso final da aacutegua colhida
eacute localizado perto da fonte eliminando a necessidade de sistemas de distribuiccedilatildeo
dispendiosos eacute isenta de soacutedio eacute superior para a irrigaccedilatildeo da paisagem a coleta
reduz o fluxo para drenagens de aacuteguas pluviais e tambeacutem reduz poluiccedilatildeo da fonte natildeo
pontual aleacutem de ajudar nos serviccedilos puacuteblicos com a reduccedilatildeo da demanda no veratildeo
e economizando a utilizaccedilatildeo da aacutegua existente resultabdo assim tambeacutem na
reduccedilatildeo das contas de serviccedilos puacuteblicos dos consumidores
Segundo o Texas Guide to Rainwater Harvestingrdquo [1997] a aacutegua da chuva eacute
a aacutegua natural mais macia com dureza zero para todos os fins praacuteticos Quase natildeo
apresentam minerais nem sais dissolvidos e a sua qualidade eacute proacutexima da qualidade
da aacutegua destilada
Iwanami (1985) descreve a importacircncia de fazer o planejamento da utilizaccedilatildeo
do sistema de aproveitamento de aacutegua de chuva para verificar a quantidade de aacutegua
que poderaacute ser coletada e armazenada e verificar a necessidade de tratamento da
aacutegua de chuva Certamente eacute preciso que a aacutegua coletada seja devidamente
armazenada filtrada tratada e que garanta uma qualidade compatiacutevel com os usos
previstos
A aacutegua da chuva obtida por meio de processos sem qualquer desinfecccedilatildeo ou
filtragem complexa natildeo serve normalmente para consumo humano eacute considerada
como aacutegua de segunda qualidade Este tipo de aacutegua deve ser empregado em algumas
tarefas domeacutesticas jaacute exemplificadas anteriormente Rodrigues (2010) afirma que em
meacutedia um indiviacuteduo utiliza o vaso sanitaacuterio entre sete e oito vezes por dia das quais
aproximadamente seis vezes para urinar e as demais para defecar se em cada
43
descarga forem usados dez litros verifica-se que ao fim de um dia um indiviacuteduo gastou
entre setenta e oitenta litros de aacutegua
O uso eficiente da aacutegua implica que natildeo haja desperdiacutecios quer por motivos
ambientais quer por motivos econocircmicos jaacute que a aacutegua desperdiccedilada envolve gastos
desnecessaacuterios Nos campos por exemplo as plantas satildeo organizadas e distribuiacutedas
conforme suas necessidades de aacutegua que segundo essa loacutegica os sistemas de rega
deveriam ser organizados de acordo com as necessidades das plantas isto eacute as
plantas com distintas necessidades satildeo regadas de modo separado podendo tomar
como exemplo a grama que deve ser regada separadamente dos arbustos e flores
Sabe-se que a rega eacute muito importante para o desenvolvimento das vegetaccedilotildees e eacute
usada quando o niacutevel de umidade no solo eacute insatisfatoacuterio (RODRIGUES 2010)
No entendimento de Rodrigues (2010) independente das intervenccedilotildees
excepcionais de reparaccedilatildeo e na falta de condiccedilotildees que sugerem intervenccedilotildees em
periacuteodos mais curtos a manutenccedilatildeo dos sistemas de aproveitamento de aacuteguas
pluviais deve ser realizada em conformidade com as frequecircncias miacutenimas
24 O Reuso De Aacuteguas
241- Aacuteguas Residuaacuterias
Na visatildeo de Asano et al (2007) a aacutegua recuperada eacute definida como um
efluente convenientemente tratado numa Estaccedilatildeo de Tratamento para uma
determinada reutilizaccedilatildeo da aacutegua pretendida Aleacutem disso a reutilizaccedilatildeo da aacutegua
diretamente requer a existecircncia de um sistema de bombeamento ou de outras
facilidades de transporte para o fornecimento da aacutegua
A Resoluccedilatildeo nordm 54 de 28112005 do Conselho Nacional de Recursos Hiacutedricos
(CNRH) dispotildee que o reuso da aacutegua constitui-se de racionalizaccedilatildeo e de conservaccedilatildeo
de recursos hiacutedricos de acordo com os princiacutepios determinados na Agenda 21 Esta
praacutetica diminui a descarga de poluentes em corpos receptores conservando os
recursos hiacutedricos para o abastecimento puacuteblico e outros usos mais exigentes
relacionados agrave qualidade diminui os custos associados agrave poluiccedilatildeo e ajuda na proteccedilatildeo
do meio ambiente e da sauacutede puacuteblica (BRASIL 2005)
A Resoluccedilatildeo nordm 54 de 28112005 do CNRH em seu art 2ordm traz as seguintes
definiccedilotildees sobre o reuso da aacutegua e a aacutegua residuaacuteria
44
I - aacutegua residuaacuteria esgoto aacutegua descartada efluentes liacutequidos de edificaccedilotildees
induacutestrias agroinduacutestrias e agropecuaacuteria tratados ou natildeo
II - reuso de aacutegua utilizaccedilatildeo de aacutegua residuaacuteria
III - aacutegua de reuso aacutegua residuaacuteria que se encontra dentro dos padrotildees
exigidos para sua utilizaccedilatildeo nas modalidades pretendidas
IV - reuso direto de aacutegua uso planejado de aacutegua de reuso conduzida ao local
de utilizaccedilatildeo sem lanccedilamento ou diluiccedilatildeo preacutevia em corpos hiacutedricos
superficiais ou subterracircneos
V - produtor de aacutegua de reuso pessoa fiacutesica ou juriacutedica de direito puacuteblico ou
privado que produz aacutegua de reuso
VI - distribuidor de aacutegua de reuso pessoa fiacutesica ou juriacutedica de direito puacuteblico
ou privado que distribui aacutegua de reuso e
VII - usuaacuterio de aacutegua de reuso pessoa fiacutesica ou juriacutedica de direito puacuteblico ou
privado que utiliza aacutegua de reuso (BRASIL 2005)
O reuso eacute definido por Cunha et al (2011) como o uso de aacutegua residuaacuteria ou
aacutegua de qualidade inferior tratada ou natildeo Para Blum (2007) as aacuteguas residuais ou
residuaacuterias satildeo todos os tipos de aacuteguas descartadas resultantes da utilizaccedilatildeo de
vaacuterios processos Como exemplos podem ser citados aacuteguas residuais domeacutesticas
provenientes de banhos cozinhas lavagens de pavimentos domeacutesticos aacuteguas de
infiltraccedilatildeo resultante das infiltraccedilotildees nos coletores de aacutegua existentes nos terrenos ou
de tubulaccedilotildees puacuteblicas entre outros
Muitas pessoas querem aumentar a reutilizaccedilatildeo de aacutegua em seus
empreendimentos como parte de uma mudanccedila geral para o desenvolvimento
sustentaacutevel da terra e gestatildeo de aacutegua Mas Carvalho et al (2014) Marccedilo p 3164 -
3171 3170 haacute poucas informaccedilotildees sobre a aacutegua reutilizada e tecnologias que possam
ser adotadas para cada situaccedilatildeo (HOLT e JAMES 2006)
Filho e Mancuso (2013) entendem o reuso da aacutegua como sendo uma
tecnologia desenvolvida em menor ou maior escala depende da finalidade ao qual se
destina a aacutegua e de como a aacutegua foi usada anteriormente
Hespanhol (2002) enfatiza que a aacutegua eacute um recurso renovaacutevel que quando
reciclada por meio de sistemas naturais torna-se um recurso limpo e seguro pode ter
sua qualidade comprometida devido agrave accedilatildeo antroacutepica Uma vez poluiacuteda a aacutegua pode
ser recuperada e reusada para diversas finalidades A qualidade da aacutegua usada e o
propoacutesito do reuso determinam os niacuteveis de tratamento recomendados os criteacuterios de
45
seguranccedila a serem adotados e os custos associados As possibilidades e formas
potenciais de reuso dependeratildeo de caracteriacutesticas condiccedilotildees e fatores locais
Nessa mesma corrente Cunha et al (2011) sinalizam que um aspecto
relevante para o desenvolvimento de qualquer atividade humana eacute a disponibilidade
de aacutegua em quantidade e qualidade Em situaccedilotildees de escassez emerge a
necessidade e a possibilidade de substituiccedilatildeo das fontes para abastecimento usando
aacutegua residuaacuteria que apresenta qualidade inferior mas disponibilidade assegurada
OIiveira e Inata (2011) comentam que em regiotildees tropicais o uso dos
aparelhos de ar condicionado para conforto teacutermico propicia a geraccedilatildeo de aacutegua que
resulta da condensaccedilatildeo e na maioria das vezes eacute desperdiccedilada no solo ou drenadas
para galerias pluviais Assim o aproveitamento desta aacutegua dependeraacute da coleta
eficiente de cada sistema de drenagem dos aparelhos que podem ser voltados para
um sistema de coleta e armazenamento A aacutegua de aproveitamento dos aparelhos de
ar condicionado pode ser usada na lavagem de pisos regas de jardins entre outros
Rodrigues (2005) e Goldenfum (2006) classificam o reuso da aacutegua quanto ao
meacutetodo e quanto ao uso final
Quanto ao meacutetodo a reutilizaccedilatildeo da aacutegua pode ser direta ou indireta que
resultam de accedilotildees planejadas ou natildeo O reuso indireto natildeo planejado ocorre quando
a aacutegua servida eacute descarregada no meio ambiente ficando exposta agraves accedilotildees naturais
do ciclo hidroloacutegico (diluiccedilatildeo autodepuraccedilatildeo) e reutilizada a jusante de modo natildeo
intencional e natildeo controlada Em relaccedilatildeo ao reuso indireto planejado ocorre quando
os efluentes depois de tratados satildeo descarregados de maneira planejada nos corpos
drsquoaacutegua para serem usados a jusante de forma controlada (RODRIGUES 2005
GOLDENFUM 2006)
O reuso direto planejado ocorre quando os efluentes depois de tratados satildeo
levados diretamente ao local de reuso (geralmente induacutestria ou irrigaccedilatildeo) O reuso
direto natildeo planejado ocorre quando a aacutegua servida eacute descarregada sem nenhum tipo
de tratamento sendo reaproveitada diretamente no seu ponto de descarga (situaccedilotildees
irregulares pois natildeo tem controle algum sobre os paracircmetros de qualidade)
(GOLDENFUM 2006)
Goldenfum (2006) ressalta que normalmente natildeo eacute possiacutevel reutilizar uma
aacutegua residuaacuteria completa ou indefinidamente O reuso de um efluente tratado atraveacutes
de meacutetodos diretos ou indiretos eacute um meio de disposiccedilatildeo que complementa outros
existentes A quantidade de efluente que se pode reutilizar vai depender da
46
disponibilidade e o custo da aacutegua doce custos de transporte e tratamento diretrizes
sobre a qualidade da aacutegua e o potencial de reuso da aacutegua residuaacuteria
Quanto ao uso final as aacuteguas podem ser aproveitadas de diversas formas e
os tipos de reuso satildeo classificados em urbano industrial agriacutecola ambiental e recarga
de aquiacutefero (HESPANHOL 2002 GOLDENFUM 2006)
Os tipos baacutesicos de usos potenciais de esgotos tratados segundo Hespanhol
(2002) podem ser implantados tanto em aacutereas urbanas como aacutereas rurais e satildeo
ilustrados pelo esquema da figura 6
Figura 8 - Formas potenciais de reuso da aacutegua
Fonte Hespanhol 2002
242 Aacuteguas Cinzentas
As aacuteguas cinzentas satildeo as aacuteguas residuais domeacutesticas oriundas de enxaacutegue
de maacutequina de lavar aacutegua de chuveiro e outros Para Blum (2007) eacute importante
quando se projeta um sistema de reuso de aacuteguas cinzentas o dimensionamento dos
reservatoacuterios Deve-se ter em conta o volume que seraacute usado nas descargas de
47
sanitaacuterios ateacute no maacuteximo 48 horas para evitar estocagem por muito tempo pois
ocasionaraacute odores desagradaacuteveis
Nos sistemas de reutilizaccedilatildeo de aacuteguas cinzentas de acordo com Boehm e
Oliveira (2015) deve-se levar em consideraccedilatildeo o comprometimento de todos os
usuaacuterios sendo que o volume e a concentraccedilatildeo de contaminantes podem variar
depende do tipo de edificaccedilatildeo da localidade do niacutevel de ocupaccedilatildeo da residecircncia da
faixa etaacuteria do estilo de vida da classe social da cultura e dos costumes dos
residentes
Neves e Afonso (2010) entendem que as aacuteguas cinzentas satildeo aacuteguas residuais
domeacutesticas sem aacuteguas fecais provenientes geralmente de banheiros duchas
lavatoacuterios lavagem de roupas e cozinha
No reuso dessas aacuteguas que podem ser usadas com ou sem tratamento
dependeraacute da qualidade exigiacutevel para os usos O sistema predial de reciclagem de
aacuteguas cinzentas propicia o tratamento das mesmas e a sua reentrada no ciclo do
preacutedio O uso mais frequente eacute na limpeza de bacias de retrete (NEVES e AFONSO
2010)
25 Formas de Reuso de Aacuteguas
251 Reuso Urbano
Com base nas diretrizes relacionadas ao reuso da aacutegua emitida pela Agecircncia
de Proteccedilatildeo ao Meio Ambiente dos Estados Unidos (United States Environmental
Protection Agency (US EPA) eacute apresentado muitas opccedilotildees para o reuso urbano natildeo
potaacutevel em que se destacam irrigaccedilatildeo de parques e jardins puacuteblicos centros
esportivos campos de futebol gramados aacutervores e arbustos decorativos ao longo de
ruas e rodovias aacutereas ajardinadas ao redor de edifiacutecios puacuteblicos residenciais e
industriais reserva de proteccedilatildeo contra incecircndios sistemas decorativos aquaacuteticos
como fontes chafarizes espelhos e quedas drsquoaacutegua descarga sanitaacuteria lavagem de
veiacuteculos (GOLDENFUM 2006)
Deve-se enfatizar que o uso que requer aacutegua de qualidade elevada podeter
custos incompatiacuteveis com as vantagens devido ao baixo custo da aacutegua para os
usuaacuterios urbanos Dessa forma o reuso urbano com finalidade potaacutevel eacute tida como
uma alternativa dispendiosa e riscos muito altos tornando-o praticamente inviaacutevel
48
Enquanto para finalidades natildeo potaacuteveis envolve riscos menores e eacute considerada
como uma boa opccedilatildeo para o reuso urbano (GOLDENFUM 2006)
252 Reuso industrial
O reuso industrial pode ser utilizado na produccedilatildeo de aacutegua para caldeiras em
sistemas de resfriamento como por exemplo aacutegua de reposiccedilatildeo em lavadores de
gases e aacutegua de processos (CETESB 2014) No mundo as usinas de geraccedilatildeo de
energia refinarias de petroacuteleo unidades quiacutemicas e metaluacutergicas se beneficiam do
reuso de aacutegua tanto para resfriamento quanto para processos industriais
(GOLDENFUM 2006)
253 Reuso agriacutecola
Em conformidade com o Centro Internacional de Referecircncia em Reuso de Aacutegua
(CIRRA 2014) entidade vinculada agrave Escola Politeacutecnica da Universidade de Satildeo Paulo
(USP) os efluentes devidamente tratados podem ser utilizados na agricultura para
aplicaccedilatildeo em culturas de alimentos natildeo processados comercialmente (irrigaccedilatildeo
superficial de qualquer cultura alimentiacutecia) culturas de alimentos processados
comercialmente (irrigaccedilatildeo de pomares e vinhas) culturas natildeo alimentiacutecias (pastos
forragens fibras e gratildeos) dessedentaccedilatildeo de animais
254 Reuso no meio ambiente
O reuso no meio ambiente engloba aplicaccedilotildees em wetlands habitats naturais
aumento do fluxo de aacutegua estabelecimentos recreacionais contato acidental (pesca
e canoagem) e contato integral com a aacutegua autorizado represas e lagos lagoas
esteacuteticas em que o contato com o puacuteblico natildeo eacute autorizado (CIRRA 2014)
26 A Praacutetica de Recarga de Aquiacuteferos
A recarga artificial de aquiacuteferos com efluentes tratados pode ser usada para
fins diversos englobando o aumento de disponibilidade e armazenamento de aacutegua
controle de salinizaccedilatildeo em aquiacuteferos costeiros controle de subsidecircncia de solos Cirra
(2014) Esta praacutetica pode ser importante para alguns municiacutepios abastecidos por
49
aacutegua subterracircnea onde a recarga natural de aquiacuteferos vem sendo diminuiacutedas em
funccedilatildeo do aumento de aacutereas impermeabilizadas
Hespanhol (2002) comenta que eacute realizada de modo inadequado a retirada das
aacuteguas dos lenccediloacuteis subterracircneos para consumo o que compromete a disponibilidade
hiacutedrica O uso de esgotos tratados para evitar ou diminuir tais efeitos eacute uma
possibilidade
27 O Armazenamento de Aguaacutes
Em aacutereas para captaccedilatildeo de aacutegua de chuva comumente utiliza-se materiais
como telhas galvanizadas pintadas ou esmaltadas com tintas natildeo toacutexicas superfiacutecies
de concreto ceracircmicas policarbonato e fibra de vidro As calhas tambeacutem devem ser
fabricadas com materiais inertes como PVC ou outros tipos de plaacutesticos evitando
assim que partiacuteculas toacutexicas provenientes destes dispositivos venham a ser levadas
para os tanques de armazenagem (MACOMBER 2001)
Segundo Brown et al (2005) o volume do primeiro fluxo de aacutegua de chuva a
ser descartado varia conforme a quantidade de poeira acumulada na superfiacutecie do
telhado que eacute uma funccedilatildeo do nuacutemero de dias secos da quantidade e tipo de resiacuteduos
e da estaccedilatildeo do ano Outras variaacuteveis a serem consideradas satildeo a inclinaccedilatildeo e as
superfiacutecies dos telhados a intensidade das chuvas e o periacuteodo de tempo que ocorrem
Aleacutem disso salienta-se que natildeo haacute nenhum caacutelculo exato para definir o volume inicial
de aacutegua pluvial que necessita ser desviado devido agraves muitas variaacuteveis que
determinam a eficaacutecia da lavagem das aacutereas de captaccedilatildeo
Jaacute o reservatoacuterio eacute um dos componentes mais relevantes do SAAP eacute um fator
que influencia na qualidade da aacutegua e tambeacutem elemento mais caro do investimento
ou fator de otimizaccedilatildeo da aacutegua disponiacutevel versus necessidades de abastecimento
(RODRIGUES 2010)
O reservatoacuterio de armazenamento tem a funccedilatildeo de reter e acumular a aacutegua
coletada pelo telhado que eacute levada pelo sistema atraveacutes da calha para filtragem e
armazenada em cisternas ou caixas drsquoaacutegua ficando armazenada ao abrigo da luz e
do calor e eacute bombeada para uma caixa drsquoaacutegua superior que pode abastecer o
banheiro a lavanderia e outros ambientes (OLIVEIRA CHRISTMANN e PIEREZAN
2014)
50
May (2009) acredita que para o sistema ser viaacutevel vai depender de trecircs
elementos precipitaccedilatildeo aacuterea de coleta e demanda O reservatoacuterio de aacutegua da chuva
por ser o componente mais caro do sistema deve ser projetado em conformidade com
as necessidades do usuaacuterio e com a disponibilidade pluviomeacutetrica local para
dimensionaacute-lo adequadamente sem inviabilizar o sistema Com base nos resultados
das anaacutelises realizadas e no uso do sistema de coleta e aproveitamento de aacutegua da
chuva a utilizaccedilatildeo para fins natildeo potaacuteveis deve ser estimulada A figura 9 ilustra o
processo de captaccedilatildeo da aacutegua da chuva
Para Boehm e Oliveira (2015) antes da implantaccedilatildeo de um sistema de
reaproveitamento de aacuteguas pluviais devem ser verificadas as condiccedilotildees do local de
instalaccedilotildees e quais os tipos de elementos podem interferir na qualidade da aacutegua
captada
Segundo Macomber (2001) o escoamento de aacutegua natildeo deve entrar em
campos seacutepticos de drenagem do sistema e qualquer tanque o excesso e a drenagem
devem ser roteados de modo que natildeo afetar a base dos tanques ou de quaisquer
outras estruturas
A cisterna pode ser apoiada semi-apoiada enterrada ou elevada e ser
construiacuteda com vaacuterios tipos de materiais como concreto armado blocos de concreto
alvenaria de tijolos plaacutestico polieacutester polietileno accedilo entre outros (OLIVEIRA
CHRISTMANN e PIEREZAN 2014)
51
Figura 9 - Processo de captaccedilatildeo da aacutegua da chuva
Fonte wwwrhasaambientalcombr 2013
Dentre os conceitos da NORMA 155272007 podemos citar
aacutegua de chuva aacutegua resultante de precipitaccedilotildees atmosfeacutericas coletadas
em coberturas telhados onde natildeo haja circulaccedilatildeo de pessoas veiacuteculos e
animais
aacutegua natildeo potaacutevel aacutegua que natildeo atende agrave Portaria nordm 518 do Ministeacuterio da
Sauacutede
aacuterea de captaccedilatildeo aacuterea em metros quadrados projetada na horizontal da
superfiacutecie impermeaacutevel da cobertura onde a aacutegua eacute captada
coeficiente de escoamento superficial coeficiente de runnoff que
representa a relaccedilatildeo entre o volume total de escoamento superficial e ao
volume total precipitado variando conforme a superfiacutecie
conexatildeo cruzada qualquer ligaccedilatildeo fiacutesica atraveacutes de peccedila dispositivo ou
outro arranjo que conecte duas tubulaccedilotildees das quais um conduz aacutegua
potaacutevel e a outra aacutegua de qualidade desconhecida ou natildeo potaacutevel
demanda consumo meacutedio (mensal ou diaacuterio) a ser atendido para fins natildeo
potaacuteveis
escoamento inicial aacutegua suficiente da aacuterea de captaccedilatildeo suficiente para
carregar a poeira fuligem folhas galhos e detritos
52
suprimento fonte alternativa de aacutegua para complementar o reservatoacuterio
de aacutegua de chuva
Tabela 1 - Paracircmetros de qualidade de aacuteguas pluviais para usos restritivos natildeo potaacuteveis
Paracircmetro
Anaacutelise Faixa
Coliformes totais Semanal Ausecircncia em 100mL
Coliformes termotolerantes Semanal Ausecircncia em 100mL
Cloro residual livre Mensal 05 a 30 mgL
Turbidez Mensal lt20uT para menos
restritivos lt50 uT lt15 uH
Cor aparente (caso natildeo seja
utilizado nenhum corante ou
antes da sua utilizaccedilatildeo)
Mensal
Deve prever ajuste do pH para
proteccedilatildeo das redes de distribuiccedilatildeo
caso necessaacuterio
Mensal pH de 60 a 8p no caso
de tubulaccedilatildeo de accedilo
carbono ou galvanizado
Fonte ABNT ndash Associaccedilatildeo Brasileira de Normas Teacutecnicas NBR 155252007
Com relaccedilatildeo agrave manutenccedilatildeo do sistema de coleta e aproveitamento de aacuteguas
pluviais de acordo com o Manual de manutenccedilatildeo do aproveitamento de aacutegua de chuva
do FNDE
Quadro 3 - Frequecircncia de manutenccedilatildeo
Componente
Frequecircncia de manutenccedilatildeo
Cobertura e telhados Miacutenimo 3 vezes ao ano
Calhas condutores verticais e horizontais Miacutenimo 3 vezes ao ano
Filtro removedor de detritos A cada 3 meses
Reservatoacuterio inferior ndash enterrado A cada 2 anos
Filtro flutuante Mensalmente
Bombas Mensalmente
Filtro cartucho Semestralmente
Clorador Mensalmente
Reservatoacuterio superior ndash intermediaacuterio Limpeza e desinfecccedilatildeo anual
Fonte Manual de manutenccedilatildeo do aproveitamento de aacutegua de chuva FNDE
53
As inspeccedilotildees podem ser feitas pelos utilizadores poreacutem as manutenccedilotildees dos
sistemas de bombas e tratamento devem ser feitas por teacutecnicos especializados
Quando satildeo utilizados nas operaccedilotildees de higienizaccedilatildeo e manutenccedilatildeo produtos nocivos
para os humanos ou para o ambiente devem ser adotadas medidas que impeccedilam o
lanccedilamento dos efluentes resultantes destas operaccedilotildees no ciclo pluvial natural ou na
rede de drenagem de aacuteguas residuais com a necessaacuteria checagem de compatibilidade
com os componentes naturais canalizaccedilotildees e dispositivos de tratamento a jusante
realizando preacute-tratamento quando necessaacuterio (RODRIGUES 2010)
Eacute importante destacar o conjunto de normas que fornecem os requisitos para o
aproveitamento de aacutegua de chuva de coberturas em aacutereas urbanas para fins natildeo
potaacuteveis
NBR 56261998 Instalaccedilatildeo predial de aacutegua fria que tem exigecircncias e
recomendaccedilotildees para o projeto assim como sua execuccedilatildeo e
manutenccedilatildeo da rede
NBR 108441989 Instalaccedilatildeo prediais de aacuteguas pluviais que tem o
caacutelculo de aacuterea de contribuiccedilatildeo e caacutelculo de condutores horizontais e
verticais e de calhas
ABNT NBR 122131992 Projeto de captaccedilatildeo de aacutegua de superfiacutecie para
abastecimento puacuteblico
ABNT NBR 122141992 Projeto de sistema de bombeamento de aacutegua
para abastecimento puacuteblico
ABNT NBR 122171994 Projeto de reservatoacuterio de distribuiccedilatildeo de aacutegua
para abastecimento puacuteblico
A RESOLUCcedilAtildeO CONAMA Nordm 20 de 18 de junho de 1986 publicada no DOU
de 300786 foi estabelecida a classificaccedilatildeo das aacuteguas doces salobras e salinas do
Territoacuterio Nacional Na Classe 2 estatildeo incluiacutedas as aacuteguas destinadas ao
abastecimento domeacutestico apoacutes tratamento convencional agrave proteccedilatildeo das
comunidades aquaacuteticas agrave recreaccedilatildeo de contato primaacuterio (esqui aquaacutetico nataccedilatildeo e
mergulho) agrave irrigaccedilatildeo de hortaliccedilas e plantas frutiacuteferas agrave criaccedilatildeo natural eou
intensiva (aquicultura) de espeacutecies destinadas agrave alimentaccedilatildeo humana
Para as aacuteguas de Classe 2 satildeo estabelecidos os mesmos limites ou condiccedilotildees
da Classe 1 agrave exceccedilatildeo dos seguintes
54
i Natildeo seraacute permitida a presenccedila de corantes artificiais que natildeo sejam
removiacuteveis por processo de coagulaccedilatildeo sedimentaccedilatildeo e filtraccedilatildeo
convencional
ii Coliformes para uso de recreaccedilatildeo de contato primaacuterio deveraacute ser
obedecido o Art 26 desta Resoluccedilatildeo Para os demais usos natildeo deveraacute ser
excedido um limite de 1000 coliformes fecais por 100 mililitros em 80 ou
mais de pelo menos 5 amostras mensais colhidas em qualquer mecircs no
caso de natildeo haver na regiatildeo meios disponiacuteveis para o exame de
coliformes fecais o iacutendice limite seraacute de ateacute 5000 coliformes totais por 100
mililitros em 80 ou mais de pelo menos 5 amostras mensais colhidas em
qualquer mecircs
iii Cor ateacute 75 mg Ptl
iv Turbidez ateacute 100 UNT
v DBO5 dias a 20degC ateacute 5 mgl O2
vi OD em qualquer amostra natildeo inferior a 5 mgl O2
No art 26 (Balneabilidade) - As aacuteguas doces salobras e salinas destinadas a
balneabilidade (recreaccedilatildeo de contato primaacuterio) seratildeo enquadradas e teratildeo sua
condiccedilatildeo avaliada nas categorias EXCELENTE MUITO BOA SATISFATOcircRIA e
IMPROacutePRIA da seguinte forma
1) EXCELENTE (3 estrelas) Quando em 80 ou mais de um conjunto de
amostras obtidas em cada uma das 5 semanas anteriores colhidas no mesmo
local houver no maacuteximo 250 coliformes fecais por l00 mililitros ou 1250
coliformes totais por 100 mililitros
2) MUITO BOA (2 estrelas) Quando em 80 ou mais de um conjunto de amostras
obtidas em cada uma das 5 semanas anteriores colhidas no mesmo local
houver no maacuteximo 500 coliformes fecais por 100 mililitros ou 2500 coliformes
totais por 100 mililitros
3) SATISFATOacuteRIA (1 estrela) Quando em 80 ou mais de um conjunto de
amostras obtidas em cada uma das 5 semanas anteriores colhidas no mesmo
local houver no maacuteximo 1000 coliformes fecais por 100 mililitros ou 5000
coliformes totais por 100 mililitros
55
4) IMPROacutePRIA Natildeo atendimento aos criteacuterios estabelecidos para as aacuteguas
proacuteprias
Os mais recentes padrotildees microbioloacutegicos para aacuteguas destinadas agrave recreaccedilatildeo
de contato primaacuterio estatildeo definidos na resoluccedilatildeo CONAMA 2742000 como
demonstrado na Tabela 2que jaacute inclui Enterococos Ecoli
Segundo Jordatildeo amp Pessoa (2014) o desenvolvimento dos padrotildees para banho
ou para aacuteguas de recreaccedilatildeo de contato primaacuterio tem evoluiacutedo com loacutegica Primeiro
foram adotados paracircmetros relativos a melhor tecnologia de controle disponiacutevel que
entretanto natildeo representavam o risco de contrair enfermidades devido a presenccedila de
poluentes Foi o caso dos Coliformes totais Depois considerou-se a relaccedilatildeo entre o
risco possiacutevel ou detectaacutevel e presenccedila de poluentes Neste caso os Coliformes fecais
eram mais representativos
Uma terceira etapa foi a identificaccedilatildeo de risco aceitaacutevel para o qual deveria
existir uma quantidade de dados epidemioloacutegicos correspondendo a mediccedilotildees de
qualidade do corpo drsquoaacutegua Os estudos indicaram que Enterococos eram os mais
representativos seguidos por Ecoli e por uacuteltimo coliformes totais(Desinfecccedilatildeo de
efluentes sanitaacuterios) Sendo assim os Enterococos atualmente representam o melhor
indicador entre os analisados sem que se deva considerar erro o controle por outros
organismos
Tabela 2 - Padrotildees microbioloacutegicos para aacuteguas destinadas agrave recreaccedilatildeo de contato primaacuterio
Balneabilidade-
categoria
Qualidade
Padrotildees para o corpo daacutegua
Proacutepria Excelente Maacuteximo de 250 CF100ml ou
200EC100ml ou 25 Enterococos100ml
em 80 ou mais das amostras das cinco
semanas anteriores
Proacutepria Muito boa Maacuteximo de 500 CF100ml ou
400EC100ml ou 50 Enterococos100ml
em 80 ou mais das amostras das cinco
semanas anteriores
Proacutepria Satisfatoacuteria Maacuteximo de 1000 CF100ml ou
800EC100ml ou 100 Enterococos100ml
56
em 80 ou mais das amostras das cinco
semanas anteriores
Improacutepria Natildeo atendimento aos criteacuterios
estabelecidos para as aacuteguas
proacuteprias
Incidecircncia elevada ou anormal
de enfermidades transmissiacuteveis
por via hiacutedrica Valor obtido na
uacuteltima amostragem for superior a
2500CF100ml ou 2000
EC100ml ou 400
enterococos100ml Presenccedila de
resiacuteduos ou despejos pHlt6ou
gt9 Floraccedilatildeo de algas outros
fatores que contra -indiquem o
contato primaacuterio
Fonte- CONAMA 2742000
28 Legislaccedilatildeo Sobre o Uso de Aacuteguas
ASPECTOS LEGAIS PARA O USO DE AacuteGUAS
Em 1973 o decreto federal nordm 24643 conhecido como o Coacutedigo das Aacuteguas
consubstanciou a base da legislaccedilatildeo voltada para a temaacutetica aacutegua O instrumento
legisla inclusive sobre o conceito de aacuteguas pluviais e acerca do direito de uso
atribuindo ao dono do preacutedio onde caiacuterem diretamente sua propriedade No seu artigo
118 chega ateacute mesmo a comentar superficialmente sobre a construccedilatildeo de
reservatoacuterios para aproveitamento da aacutegua da chuva em aacutereas puacuteblicas
Em termos de poliacutetica ambiental voltada aos recursos hiacutedricos destaca-se a
promulgaccedilatildeo da lei 9433 que em 1997 instituiu a Poliacutetica Nacional de Recursos
Hiacutedricos ndash PNRH criando o Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos
Hiacutedricos Conhecida como Lei das Aacuteguas o normativo fornece instrumentos que
possibilitam a melhoria da gestatildeo sistemaacutetica do recurso
57
A captaccedilatildeo de aacutegua de chuva tem uma relaccedilatildeo indireta com os objetivos dessa Poliacutetica jaacute que estimula o uso racional e ao mesmo tempo previne contra os eventos hidroloacutegicos criacuteticos tanto agraves secas devido agrave promoccedilatildeo da reserva quanto agraves inundaccedilotildees devido agrave diminuiccedilatildeo do escoamento superficial A inclusatildeo da captaccedilatildeo de aacutegua de chuva no Plano indica o esforccedilo da poliacutetica de recursos hiacutedricos na busca da transversalidade e no gerenciamento integrado das aacuteguas (SENRA BRONZATTO VENDRUSCOLO 2007)
A Lei nordm 943397 criou o Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos
Hiacutedricos e no art 1ordm disciplina
Art 1ordm A Poliacutetica Nacional de Recursos Hiacutedricos baseia-se nos seguintes
fundamentos
I - a aacutegua eacute um bem de domiacutenio puacuteblico
II - a aacutegua eacute um recurso natural limitado dotado de valor econocircmico
III - em situaccedilotildees de escassez o uso prioritaacuterio dos recursos hiacutedricos eacute o consumo humano e
a dessedentaccedilatildeo de animais
IV - a gestatildeo dos recursos hiacutedricos deve sempre proporcionar o uso muacuteltiplo das aacuteguas
V - a bacia hidrograacutefica eacute a unidade territorial para implementaccedilatildeo da Poliacutetica Nacional de
Recursos Hiacutedricos e atuaccedilatildeo do Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hiacutedricos
VI - a gestatildeo dos recursos hiacutedricos deve ser descentralizada e contar com a participaccedilatildeo do
Poder Puacuteblico dos usuaacuterios e das comunidades (BRASIL 1997)
O art 5ordm da Lei nordm 943397 trata dos instrumentos da Poliacutetica Nacional de
Recursos Hiacutedricos
Art 5ordm Satildeo instrumentos da Poliacutetica Nacional de Recursos Hiacutedricos
I - os Planos de Recursos Hiacutedricos
II - o enquadramento dos corpos de aacutegua em classes segundo os usos preponderantes da aacutegua
III - a outorga dos direitos de uso de recursos hiacutedricos
IV - a cobranccedila pelo uso de recursos hiacutedricos
V - a compensaccedilatildeo a municiacutepios
VI - o Sistema de Informaccedilotildees sobre Recursos Hiacutedricos (BRASIL 1997)
Nacionalmente natildeo haacute um ordenamento juriacutedico que discipline
especificamente sobre o uso das aacuteguas pluviais Como as citadas anteriormente a
lei nordm 114452007 conhecida como lei do Saneamento Baacutesico indiretamente
estabelece alguns criteacuterios para o manejo de aacutegua pluvial Em seu artigo 3ordm define a
drenagem e manejo das aacuteguas pluviais urbanas como
Conjunto de atividades infraestruturas e instalaccedilotildees operacionais de drenagem urbana de aacuteguas pluviais de transporte detenccedilatildeo ou retenccedilatildeo para o amortecimento de vazotildees de cheias tratamento e
58
disposiccedilatildeo final das aacuteguas pluviais drenadas nas aacutereas urbanas (BRASIL 2007)
Seu decreto regulamentador nordm 72172010 admitiu como forma de viabilizar o
manejo da aacutegua da chuva a alimentaccedilatildeo da instalaccedilatildeo hidraacuteulica predial ligada agrave rede
puacuteblica de abastecimento de aacutegua via aproveitamento de aacutegua da chuva desde que
devidamente autorizadas pela autoridade competente
Quanto agraves leis sobre o tema reuso de aacutegua vigentes no Brasil pode-se
destacar a lei 693881 que institui a poliacutetica nacional do meio ambiente que menciona
o incentivo ao estudo e pesquisa de tecnologias orientadas para o uso racional e a
proteccedilatildeo dos recursos ambientais
No Estado do Rio de Janeiro a Lei Nordm 6034 de 08 de setembro de 2011 dispotildee
sobre a obrigatoriedade dos postos de combustiacuteveis lava-raacutepidos transportadoras e
empresas de ocircnibus urbanos intermunicipais e interestaduais localizados no Estado
do Rio de janeiro a instalarem equipamentos de tratamento e reutilizaccedilatildeo da aacutegua
usada na lavagem de veiacuteculos
Na cidade de Satildeo Paulo por exemplo atraveacutes da Lei nordm 13276 e o Decreto nordm
41814 que regulamenta esta lei determinam-se a obrigatoriedade da execuccedilatildeo de
reservatoacuterio de aacuteguas pluviais coletadas de cobertas e pavimentos nos lotes
construiacutedos ou natildeo que possuem uma aacuterea impermeabilizada superior a 500m2
Trata-se de providecircncias para evitar as inundaccedilotildees urbanas uma vez que incentiva
soluccedilotildees para a infiltraccedilatildeo da aacutegua de chuva no solo e a utilizaccedilatildeo da mesma quando
armazenada para fins natildeo potaacuteveis
DECRETO Nordm 23940 de 30 de Janeiro de 2004 da cidade do Rio de Janeiro
Torna obrigatoacuterio nos casos previstos a adoccedilatildeo de reservatoacuterios que permitam o
retardo do escoamento das aacuteguas pluviais para a rede de drenagem Visando a
necessidade de ajudar a prevenir inundaccedilotildees atraveacutes da retenccedilatildeo temporaacuteria de
aacuteguas pluviais em reservatoacuterios especialmente criados com esta finalidade e
considerando as possibilidades de reaproveitamento de aacuteguas pluviais para usos natildeo
potaacuteveis como lavagem de veiacuteculos e partes comuns jardinagem e outras Sendo
obrigatoacuterio para imoacuteveis com aacuterea de cobertura superior a 50000 m2 e em caso de
novas edificaccedilotildees residecircncias multifamiliares e industriais fica obrigatoacuterio o uso de
aguas pluviais para uso natildeo potaacutevel atendendo as normas sanitaacuterias vigentes ficando
o habite-se ou alvaraacute de obras condicionado ao atendimento ao decreto
59
A Agenda 21 capiacutetulo 18 dedicou importacircncia especial ao reuso de aacutegua
recomendando a implementaccedilatildeo de poliacuteticas de gestatildeo dirigidas para o uso e
reciclagem de efluentes Segundo Hespanhol (2012) embora natildeo haja menccedilatildeo ao
tema lsquoreusorsquo na poliacutetica nacional de recursos hiacutedricos existe uma vontade poliacutetica
direcionada para esta questatildeo Segundo a Conferecircncia Interparlamentar sobre o
desenvolvimento do Meio Ambiente realizada em Brasiacutelia em Dezembro de 1992 no
paraacutegrafo 64B recomenda esforccedilos a niacutevel nacional para institucionalizar a
reciclagem e reuso sempre que possiacutevel promovendo o tratamento e a disposiccedilatildeo de
esgotos de modo a natildeo poluir o meio ambiente
A portaria nordm 23 de 12 de fevereiro de 2015 do Ministro de Estado do
Planejamento Orccedilamento e Gestatildeo estabelece boas praacuteticas de gestatildeo e uso de
Energia Eleacutetrica e de Aacutegua nos oacutergatildeos e entidades da Administraccedilatildeo Puacuteblica Federal
direta autaacuterquica e fundacional e dispotildee sobre o monitoramento de consumo destes
bens e serviccedilos Devendo os oacutergatildeos adotar as providencias necessaacuterias para
implementaccedilatildeo de boas praacuteticas de gestatildeo e inclusive elaborando campanhas de
conscientizaccedilatildeo por meio presencial e eletrocircnico e fornecendo mensalmente o
consumo de energia eleacutetrica e aacutegua por meio do Sistema Projeto Esplanada
Sustentaacutevel
O reuso de aacutegua pode ser classificado em reuso indireto ou direto O reuso
direto eacute aquele onde ocorre a conexatildeo direta dos efluentes de uma estaccedilatildeo de
tratamento de esgotos a uma estaccedilatildeo de tratamento de aacutegua e em seguida ao sistema
de distribuiccedilatildeo O reuso indireto eacute a diluiccedilatildeo do esgoto apoacutes tratamento em um corpo
hiacutedrico no qual apoacutes algum tempo de detenccedilatildeo eacute efetuada a captaccedilatildeo seguida de
tratamento adequado e posterior distribuiccedilatildeo Filho (1987) sugere a seguinte
terminologia para diversas formas de reuso
Reuso indireto natildeo planejado da aacutegua Eacute aquele em que a aacutegua utilizada
em alguma atividade humana eacute descarregada no meio ambiente e
novamente utilizada agrave jusante em sua forma diluiacuteda de maneira natildeo
intencional e natildeo controlada
Reuso indireto planejado da aacutegua Ocorre quando os efluentes depois de
tratados satildeo descarregados de forma planejada para serem reutilizados a
jusante
Reuso direto planejado da aacutegua Ocorre quando os efluentes apoacutes
convenientemente tratados satildeo encaminhados diretamente do seu ponto
60
de descarga ateacute o local do reuso sofrendo em seu percurso os tratamentos
necessaacuterios mas natildeo sendo descarregados no meio
Reciclagem de aacutegua Eacute o reuso interno da aacutegua antes da sua descarga
em um sistema geral de tratamento ou outro local de disposiccedilatildeo para servir
como fonte suplementar de abastecimento do uso original Eacute um caso
particular de reuso direto
Segundo jaacute destacava Westerhoff (1984)o reuso de aacutegua eacute classificado em
duas categorias Reuso potaacutevel e Reuso natildeo potaacutevel e esta classificaccedilatildeo foi adotada
pela Associaccedilatildeo Brasileira de Engenharia Sanitaacuteria e Ambiental de Satildeo Paulo e
divulgada nos Cadernos de Engenharia Sanitaacuteria e Ambiental Sendo considerado um
bem econocircmico porque eacute finita e essencial para conservaccedilatildeo da vida e do meio
ambiente consequentemente sua escassez impede o desenvolvimento de diversas
regiotildees na medida em que aleacutem da necessidade humana a aacutegua eacute essencial no
processo produtivo de diversas empresas
Reuso potaacutevel
Direto
Indireto
Reuso natildeo potaacutevel
Para fins agriacutecolas
Para fins industriais
Para fins recreacionais
Para fins domeacutesticos
Para manutenccedilatildeo de vazotildees de cursos drsquoaacutegua
Para aquacultura
Recarga de aquiacuteferos subterracircneos
Pode-se destacar alternativas que vem sendo propostas para racionalizaccedilatildeo
do consumo de aacutegua domiciliar Satildeo elas
Identificaccedilatildeo e eliminaccedilatildeo de vazamentos e perdas
Instalaccedilatildeo de equipamentos hidraacuteulicos sanitaacuterios de baixo consumo e alta
eficiecircncia
Reuso de aacuteguas cinzas
Aperfeiccediloamento dos procedimentos de mediccedilatildeo e cobranccedila
61
Os processos e tratamentos para fins potaacuteveis satildeo complexos e de custo
elevado Desta forma o reuso para fins natildeo potaacuteveis deve ser sempre avaliado
preferencialmente Aparentemente o principal problema decorrente da accedilatildeo de
reutilizaccedilatildeo de aacuteguas cinzentas com objetivos de economizar aacutegua seria o aumento
do custo decorrente da instalaccedilatildeo e manutenccedilatildeo de sistemas duplos de distribuiccedilatildeo
O principal destino destas aacuteguas deve ser a utilizaccedilatildeo sanitaacuteria e o uso agriacutecola
(HESPANHOL amp MIERZWA 2011)
Pesquisas sobre a viabilidade econocircmica de projetos de aproveitamento de
aacutegua de chuva indicam que o item preponderante nesta anaacutelise eacute o custo do
reservatoacuterio que varia em funccedilatildeo da sua dimensatildeo A NBR 15527(ABNT 2007)
apresenta 6 metodologias de caacutelculo do volume do reservatoacuterio que resultam em
valores muito discrepantes gerando a necessidade do usuaacuterio decidirem funccedilatildeo das
condiccedilotildees especiacuteficas do projeto qual metodologia seguir A maioria das
aplicaccedilotildeestrabalha com uma demanda fixa visando o consumo em vasos sanitaacuterios
(MORUZZI e OLIVEIRA2010 DORNELLES et al 2010 COUTINHO et al 2011
GHISI e SCHONDERMARK 2013)
Em relaccedilatildeo a NBR 155272007 aacutegua de chuva ndash aproveitamento de coberturas
em aacutereas urbanas para fins natildeo potaacuteveis fornece as caracteriacutesticas para o reuso de
aacutegua em aacutereas urbanas para fins natildeo potaacuteveis compreendendo calhas e condutores
instalaccedilotildees prediais qualidade da aacutegua bombeamento manutenccedilatildeo e principalmente
os meacutetodos de caacutelculo de dimensionamento de reservatoacuterios
Os meacutetodos de dimensionamento dispostos nesta norma satildeo
Meacutetodo de Rippl
Meacutetodo de Simulaccedilatildeo
Meacutetodo Azevedo Neto
Meacutetodo praacutetico alematildeo
Meacutetodo praacutetico inglecircs
Meacutetodo praacutetico australiano
62
3 - METODOLOGIA
Conforme Sabbatini (1989) metodologia eacute um ldquoconjunto de preceitos que
estabelece uma orientaccedilatildeo para o direcionamento e conduccedilatildeo de uma dada
investigaccedilatildeordquo tendo esta orientaccedilatildeo dois niacuteveis de doutrina e de estrateacutegia que
geram os princiacutepios de tomada de decisatildeo e permitem a operacionalizaccedilatildeo da
pesquisa que consiste no plano de accedilatildeo
A metodologia para anaacutelise do uso de sistema para aproveitamento de aacutegua
pluvial deve ser entendida como input do processo de pesquisa seus princiacutepios
devem ser balizadores das estrateacutegias adotadas para sua racionalidade
Esta dissertaccedilatildeo objetiva a importacircncia na utilizaccedilatildeo de metodologia e
aplicaccedilatildeo de procedimentos e meacutetodos nas atividades relacionadas ao uso de aacutegua
pluvial em instituiccedilatildeo federal de ensino onde o avanccedilo tecnoloacutegico deve ter como
escopo uma metodologia especiacutefica para seu desenvolvimento
Os atributos e alcance da pesquisa aplicada e de desenvolvimento tecnoloacutegico
constitui a estrutura essencial para obter novos meacutetodos construtivos e modernizaccedilatildeo
de processos e sistemas de uso consolidado e na soluccedilatildeo sistemaacutetica de problemas
Fluxo do processo adotado
O meacutetodo adotado envolve vaacuterias etapas conforme quadro 4 para a validaccedilatildeo
da metodologia de aproveitamento de aacutegua pluvial
Quadro 4- Fluxo do processo
Atividade Procedimentos
Visita teacutecnicas
Foram selecionadas duas tipologias de edificaccedilotildees no sentido de ampliar
o entendimento das teacutecnicas construtivas para a implantaccedilatildeo de
sistema de coleta e uso de aacutegua pluvial
Normas teacutecnicas
NBR 155272007 Aacutegua de chuva ndash aproveitamento de coberturas em
aacutereas urbanas para fins natildeo potaacuteveis - Requisitos
Precipitaccedilatildeo pluviomeacutetrica
Os dados pluviomeacutetricos utilizados neste trabalho foram fornecidos pelo
Sistema Alerta Rioque foram coletados da Estaccedilatildeo Meteoroloacutegica Tijuca
63
Fonte Elaborado pelo autor do presente trabalho
31 Estrateacutegia da Pesquisa
A pesquisa em questatildeo tem caraacuteter exploratoacuterio de projeto uacutenico com
abordagem quantitativa por meio de estudo de caso uacutenico que tem como modelo
cientiacutefico a concepccedilatildeo de Robson (2011) o qual disserta sobre os meacutetodos de
pesquisa do mundo real
A estaccedilatildeoestaacute localizada no bairro tijuca em latitude 22ordm89 67 longitude
43ordm22 67
Reservatoacuterios
detalhes teacutecnicos
construtivos e
controle sanitaacuterio
Para o presente projeto foi adotado o meacutetodo pratico alematildeo de
dimensionamento onde o volume do reservatoacuterio seraacute o menor valor
entre 6 do volume de captaccedilatildeo de aacutegua pluvial anual e 6 da
demanda anual de aacutegua natildeo potaacutevel
Foi utilizado o meacutetodo da simulaccedilatildeo previsto na NBR 15527 2007
Para ratificar o dimensionamento do reservatoacuterio feito pelo meacutetodo
praacutetico alematildeo
De acordo com orientaccedilatildeo da portaria do MS nordm 5182014 e a NBR
152227 recomenda que o cloro residual livre deva estar entre 05mgle
30 mgl em qualquer ponto do sistema de abastecimento
Para controle sanitaacuterio foi utilizado Clorador com funcionamento em
circuito fechado com proteccedilatildeo contra inundaccedilatildeo capacidade do corpo
interno 320 pastilhas variando de 0640 kg com vazatildeo de operaccedilatildeo
lenta em rede de 05 a 3000 m3h
Equipamentos Verificou-se que equipamentos utilizados em sistema de captaccedilatildeo e uso
de aacutegua pluvial eacute uma tecnologia de fabricantes internacionais com
representantes locais
Demanda de uso
natildeo potaacutevel
O consumo diaacuterio total de aacutegua em cada aparelho foi estimado com
base nos dados de frequecircncia e tempo de uso dos mesmos obtidos
atraveacutes dos questionaacuterios e o nuacutemero de pessoas que efetivamente
utilizam cada aparelho Tambeacutem se utilizaram no caacutelculo do consumo
diaacuterio as vazotildees de acordo com a norma NBR 56261998
Viabilidade
econocircmica de
implantaccedilatildeo do
sistema
Foi realizada a anaacutelise econocircmica utilizando-se o meacutetodo do payback
simples e descontado considerando taxa mensal de 1 para validaccedilatildeo e
verificaccedilatildeo da viabilidade econocircmica do sistema
64
Adota o presente trabalho a verificaccedilatildeo de aplicaccedilatildeo exitosas de sistemas de
aproveitamento de aacuteguas pluviais em edificaccedilotildees de diversas tipologias criando um
paracircmetro de anaacutelise e consolidaccedilatildeo de praacuteticas sustentaacuteveis e novas tecnologias
VISITAS REALIZADAS
Estaacutedio do Maracanatilde
Maior estaacutedio sendo sede da Copa do Mundo de Futebol 2014 no rio de
Janeiro Inaugurado em junho de 1950 sendo iniciada a obra de recuperaccedilatildeo e retrofit
no ano de 2010 sendo concluiacuteda em 2013 Sua capacidade de puacuteblico passou de
87101 para 78639 lugares
Realizada a visita as instalaccedilotildees do Estaacutedio do Maracanatilde que recebeu a
certificaccedilatildeo LEED1 (Leadership in Energy and Environmental Design) For New
Construction na categoria Silver versatildeo 30 concedida pela USGBC (United States
Building Concil) conforme fig 10 que reconhece soluccedilotildees de novas tecnologias
sustentaacuteveis utilizadas nas construccedilotildees com o objetivo de reduccedilatildeo de impactos ao
meio ambiente durante a vida uacutetil da edificaccedilatildeo certificaccedilatildeo voltada para construccedilotildees
sustentaacuteveis e ambientalmente eficientes
1 Lideranccedila em Energia e Desig Ambiental eacute um sistema internacional de certificaccedilatildeo e orientaccedilatildeo ambiental para
edificaccedilotildeesUtilizada em 143 paiacuteses a certificaccedilatildeo foi criada em 2000 pela USGreen Building Council (USGBC)
65
Figura 10 -Certificaccedilatildeo em estaacutedios de futebol itens avaliados no canteiro de obra
Fonte Adaptado pelo autor do presente trabalho de Pereira et al (2015)
A alta performance ambiental do maracanatilde apoacutes a implantaccedilatildeo do sistema de
aacuteguas pluviais contribuiu para sua certificaccedilatildeo onde cabe ressaltar que houve reduccedilatildeo
de 7114 do consumo de agua potaacutevel que representa da demanda de bacias e
mictoacuterios como tambeacutem todo o volume de agua necessaacuterio para irrigaccedilatildeo do
gramado e Conforme Pereira et al (2015) a reduccedilatildeo de uso de aacutegua potaacutevel eacute de
50 (cinquenta por cento)
Com o retrofit o estaacutedio do Maracanatilde teve acreacutescimo de 50000m2 na aacuterea de
cobertura construiacuteda em membrana tensionada por cabos de accedilo que permitiu a
viabilidade de implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo acrescida da aacuterea de drenagem
do campo que atende a irrigaccedilatildeo e descargas O estaacutedio no seu sistema de captaccedilatildeo
e reaproveitamento de aacuteguas pluviais conta com reservatoacuterio de 5 milhotildees de litros
volume capaz de suprir as demandas de usos por um periacuteodo de ateacute trecircs meses em
caso de estiagem
66
Leroy Merlin
Empresa de comeacutercio varejista voltada para materiais de construccedilatildeo e
bricolagem desde os anos de 1988 A concepccedilatildeo de seus projetos de lojas passaram
a ser voltada para questotildees de sustentabilidade agrave partir da construccedilatildeo da loja na
cidade de Niteroi inaugurada em 2007 iniciando um ciclo de novas unidades com o
mesmo caraacuteter tendo em um de seus conceitos o aproveitamento de aacuteguas pluviais
A Leroy Merlin foi a primeira empresa agrave receber o selo HQE2 em 2009
empresa situada em Niteroacutei no Estado do Rio de Janeiro na atividade de comeacutercio de
materiais de construccedilatildeo Adotou como meta a certificaccedilatildeo AQUA em funccedilatildeo de sua
adaptabilidade as condiccedilotildees de uso no Brasil avaliando aspectos da gestatildeo
ambiental nas obras de arquitetura
Recebeu a empresa por ocasiatildeo de sua construccedilatildeo recebeu a certificaccedilatildeo
ACQUA-Alta Qualidade Ambiental tendo sido avaliada pela Fundaccedilatildeo Vanzolini
entidade vinculada a USP (Universidade de Satildeo Paulo) tendo atendido as exigecircncias
para a certificaccedilatildeo nas etapas do programa concepccedilatildeo do projeto e realizaccedilatildeo da
obra
Foram utilizados no tratamento daacute aacutegua captada trecircs filtros tipo Vortex WWF
300 com capacidade de filtragem para aacuterea de cobertura de ateacute 3000m2 com potencial
de ateacute 90 da aacutegua precipitada e com retenccedilatildeo de partiacuteculas de 028mmFoi utilizado
reservatoacuterio apresentado na foto abaixo com capacidade de 150000 litros com
extravasor para poccedilos de infiltraccedilatildeo conforme figura 11 em caso de alto iacutendice de
precipitaccedilatildeo pluviomeacutetrica contribuindo para a alimentaccedilatildeo do lenccedilol freaacutetico e
reduzindo a possibilidade de enchentes
2 HQE A primeira certificaccedilatildeo ambiental para edifiacutecios a ser adaptada para a realidade brasileira foi a AQUA (hoje AQUA-
HQE) Com base no selo francecircs Haute Qualiteacute Environnementale professores da Universidade de Satildeo Paulo (USP) criaram a versatildeo brasileira e formaram a instituiccedilatildeo responsaacutevel por ela a Fundaccedilatildeo Vanzolini
67
Figura 11 - Poccedilos de infiltraccedilatildeo
Fonte Adaptado pelo autor do presente trabalho de Leroy Merlin 2009
Foto da Construccedilatildeo do reservatoacuterio de 150000 litros
Fonte Adaptado pelo autor do presente trabalho de Leroy Merlin 2009
68
32 Unidade de anaacutelise
Esta pesquisa se limita a estudar a viabilidade de uso de aguas pluviais
calculando a demanda de uso natildeo potaacutevel a quantificaccedilatildeo da produccedilatildeo de aacuteguas
residuais provenientes de evaporadoras de ar condicionado com determinaccedilatildeo do
volume do reservatoacuterio e posterior analise de viabilidade econocircmica Yin (2001)
afirma que a unidade de anaacutelise estaacute relacionada com o problema fundamental de
definir o que eacute o ldquocasordquo
Segundo Yin (2001) o estudo de caso representa uma investigaccedilatildeo empiacuterica e
compreende um meacutetodo abrangente com a loacutegica do planejamento da coleta e da
anaacutelise de dados Pode incluir tanto estudos de caso uacutenico quanto de muacuteltiplos assim
como abordagens quantitativas e qualitativas de pesquisa
Aleacutem da coleta de dados por meio dos questionaacuterios outro importante processo
que seraacute usado neste estudo eacute anaacutelise documental considerada como a teacutecnica que
abrange tanto a anaacutelise qualitativa quanto a quantitativa Segundo Gil (2010 p121)
ldquoA consulta a fontes documentais eacute imprescindiacutevel em qualquer estudo de casordquo
Portanto a anaacutelise destes dados torna-se fundamental para que se possa identificar
demanda de consumo de aacutegua natildeo potaacutevel o potencial para aproveitamento de aacuteguas
dos evaporadores de aparelhos de ar condicionado
33 Justificativa da estrateacutegia de pesquisa
A escolha do meacutetodo de pesquisa orientaraacute as etapas necessaacuterias para a coleta
de informaccedilotildees anaacutelise destes dados e demonstraccedilatildeo da confiabilidade e validade
das descobertas (ROBSON 2011)
34 Pesquisa Exploratoacuteria
A pesquisa exploratoacuteria utilizaraacute fontes documentais como perioacutedicos
dissertaccedilotildees e teses sobre os temas sustentabilidade histoacuterico de reuso e
reaproveitamento de aacuteguas pluviais e legislaccedilatildeo traccedilando conexotildees entre estes
elementos de forma a propiciar confiabilidade para o embasamento da pesquisa
69
35 Levantamento
O presente trabalho visa o aproveitamento de aacuteguas pluviais e aacuteguas residuais
de evaporadores de unidades condensadoras para reuso no Campus Maracanatilde do
CEFET-RJ
Desta forma o trabalho foi estruturado da forma relacionada abaixo
Levantamento das caracteriacutesticas pluviomeacutetricas da regiatildeo estudada para
determinaccedilatildeo da precipitaccedilatildeo pluviomeacutetrica media atraveacutes das analises de
dados fornecida do sistema Alerta Rio referente ao periacuteodo de 2001 a 2015
Levantamento das caracteriacutesticas de 01(uma) edificaccedilatildeo existente no
campus maracanatilde bloco E e considerando seu potencial de captaccedilatildeo
atraveacutes exclusivamente de suas coberturas bem como o dimensionamento
de reaproveitamento das aacuteguas provenientes de condensadores de ar
condicionado existentes no referido bloco por contemplar maior nuacutemero de
equipamentos citados e maior nuacutemero de horas de uso
Avaliaccedilatildeo dos resultados obtidos com determinaccedilatildeo do reservatoacuterio de
armazenamento sendo realizado atraveacutes da NBR 15527 ndash Aacutegua da Chuva
Aproveitamento das aacutereas urbanas para fins natildeo potaacuteveis (ABNT 2007)
Tambeacutem seratildeo realizados estudos utilizando teacutecnicas de matemaacutetica
financeira pelo meacutetodo de anaacutelise de payback simples que fornece uma
estimativa de faacutecil compreensatildeo dos benefiacutecios gerados para determinar o
tempo de retorno do investimento atraveacutes dos custos de implantaccedilatildeo do
sistema
70
Aacuterea de Estudo
O CEFET-RJ ocupa uma aacuterea de terreno de 3438200 m2 com 6481800 m2
construiacutedos e distribuiacutedos em 06 pavilhotildees e diversos blocos nomeados de ldquoArdquo a ldquoLrdquo
tendo como objeto para estudo de caso o Bloco E que e abastecido atraveacutes do
hidrocircmetro referente ao nuacutemero 485 conforme figura 10
Figura 12 - Hidrocircmetro referente ao nuacutemero 485 com vazatildeo de 03 - 15 m3hora
Fonte Realizada pelo autor 2017
36 Objeto de Estudo
O preacutedio objeto do estudo eacute o Bloco E sendo utilizado pela comunidade
docente discente e teacutecnicos administrativos
Figura 13 - Fachada Principal do CEFET- RJ
Fonte site wwwcefet-rjbr
71
As coberturas do preacutedio satildeo compostas por telhas trapezoidais em accedilo
galvanizado tendo calhas em concreto impermeabilizado para a coleta de aacuteguas
pluviais com tubos de queda em PVC de 100 mm com condutores horizontais
interligando as caixas de passagem e estas ao coletor puacuteblico
361 Aparelhos Existentes
Atraveacutes de visitas in loco foram verificados quais eram os tipos de aparelhos
sanitaacuterios torneiras mictoacuterios existentes no CEFET-RJ Verificaram-se tambeacutem as
atividades realizadas no preacutedio que utilizam aacutegua
37 Entrevistas com os Usuaacuterios
As entrevistas foram realizadas por meio de questionaacuterios aplicados aos
Teacutecnicos Administrativos professores alunos e equipe responsaacutevel pela limpeza do
CEFET-RJ a fim de descobrir a frequecircncia de uso de cada aparelho Nos
questionaacuterios foram feitas perguntas que demonstrassem o tempo e a quantidade de
vezes que cada aparelho era utilizado no periacuteodo de ocupaccedilatildeo
Para obtenccedilatildeo de um levantamento com maior precisatildeo seria necessaacuterio a
resposta ao questionaacuterio por toda a populaccedilatildeo que utiliza os preacutedios estudados foi
verificada a dificuldade em funccedilatildeo de horaacuterios e dias da semana diferentes bem
como um certo desinteresse na participaccedilatildeo por alguns membros da comunidade
Em funccedilatildeo destes fatos decidiu-se por uma pesquisa por amostragem Com utilizaccedilatildeo
da foacutermula de caacutelculo amostral
72
Foacutermula de caacutelculo
Onde
n - amostra calculada N ndash populaccedilatildeo Z - variaacutevel normal padronizada associada ao niacutevel de confianccedila p - verdadeira probabilidade do evento e - erro amostral Erro amostral de 5 Niacutevel de confianccedila de 95
Foram aplicados questionaacuterios para funcionaacuterios professores e alunos com as
mesmas perguntas Os questionaacuterios utilizados nas entrevistas estatildeo apresentados
no Apecircndice A B e C
Para os funcionaacuterios da limpeza interna externa foram aplicados questionaacuterios
direcionados em funccedilatildeo das atividades desenvolvidas
Os resultados obtidos atraveacutes das entrevistas permitiram obter valores que
representam a frequecircncia e o tempo de utilizaccedilatildeo de cada tipo de aparelho sanitaacuterio
para o total geral da edificaccedilatildeo e por pessoa
38 Estimativa do Consumo de Aacutegua
O consumo diaacuterio total de aacutegua em cada aparelho foi estimado com base nos
dados de frequecircncia e tempo de uso dos mesmos obtidos atraveacutes dos questionaacuterios
e o nuacutemero de pessoas que efetivamente utilizam cada aparelho Tambeacutem se
utilizaram no caacutelculo do consumo diaacuterio as vazotildees de acordo com a norma NBR
56261998
381 O caacutelculo de consumo meacutedio diaacuterio de aacutegua per capita por aparelhos
O Caacutelculo foi realizado com base no somatoacuterio da multiplicaccedilatildeo da frequecircncia
e tempo de uso obtido nas entrevistas e vazatildeo do aparelho dividido pelo nuacutemero de
pessoas entrevistadas
73
C meacutedio =
sum 119891119894lowast119905119894lowast119876119899119894
119899
C meacutedio = consumo meacutedio por aparelho
fi=numero de vezes de utilizaccedilatildeo
ti= tempo em segundos de uso diaacuterio
n= amostras de pessoas entrevistadas
Q= vazatildeo do aparelho (litros por segundo)
382 Estimativa do Consumo de Aacutegua em Atividades de Limpeza e jardinagem
A estimativa dos consumos de aacutegua referentes agrave limpeza do preacutedio (que inclui
tambeacutem lavaccedilatildeo de paacutetios corredores sanitaacuterios e irrigaccedilatildeo de jardins) foi calculada
com base em entrevistas com os responsaacuteveis por tais atividades e natildeo por amostra
Consumo Atividade limpeza = Somatoacuterio atividades limpeza paacutetios e rega de
jardim
383 Avaliaccedilatildeo do Potencial de Economia de Aacutegua Potaacutevel
A fim de se estimar o potencial de economia proveniente da implantaccedilatildeo de um
sistema de aproveitamento de aacutegua pluvial foi verificado o percentual de aacutegua potaacutevel
utilizado em fins natildeo potaacuteveis quantificaccedilatildeo da produccedilatildeo de agua residual pelas
evaporadoras de ar condicionado e tambeacutem foi estimado o volume ideal de
reservatoacuterio de acumulaccedilatildeo da aacutegua pluvial
384 Percentual de Aacutegua Potaacutevel que Poderia Ser Substituiacutedo por Aacutegua Pluvial
Neste estudo considerou-se a utilizaccedilatildeo de aacutegua para fins natildeo potaacuteveis em
descargas de vaso sanitaacuterio mictoacuterios irrigaccedilatildeo de jardins torneiras de usadas para
limpeza do preacutedio que tambeacutem inclui lavaccedilatildeo dos pavimentos
Atraveacutes da soma dos valores de consumo de aacutegua nas atividades consideradas
para fins natildeo potaacuteveis foi verificada a quantidade total de aacutegua potaacutevel que poderia
ser substituiacutedo por aacutegua pluvial
74
39 Reservatoacuterios de Aacutegua Pluvial
O reservatoacuterio de acumulaccedilatildeo da aacutegua pluvial eacute um dos componentes mais
importantes de um sistema de aproveitamento de aacutegua pluvial o qual deve ser
dimensionado principalmente considerando os seguintes fatores demanda de aacutegua
pluvial aacutereas de captaccedilatildeo precipitaccedilatildeo pluviomeacutetrica e custos totais de implantaccedilatildeo
Para estimar o volume ideal do reservatoacuterio de aacutegua pluvial para o presente
estudo baseou-se nas aacutereas de cobertura da edificaccedilatildeo no consumo diaacuterio de aacutegua
em sanitaacuterios e mictoacuterios e atividades de limpeza na precipitaccedilatildeo da regiatildeo no
coeficiente de perdas e no total de aacutegua potaacutevel usada para fins natildeo potaacuteveis que
poderia ser substituiacuteda por aacutegua pluvial
310 Anaacutelise Econocircmica
Depois de verificado o potencial de economia de aacutegua potaacutevel seratildeo
verificados os custos para a implantaccedilatildeo e operaccedilatildeo do sistema de aproveitamento
de aacutegua pluvial e tambeacutem analisada sua viabilidade econocircmica
Esta anaacutelise econocircmica seraacute uma estimativa de custos que poderaacute servir como
referecircncia para novas instituiccedilotildees de ensino com padrotildees semelhantes que desejam
implantar um sistema de aproveitamento de aacutegua pluvial
Natildeo se tem um indicativo de que este sistema possa ser implantado no objeto
de estudo Os custos de implantaccedilatildeo e operaccedilatildeo do sistema de aproveitamento de
aacutegua pluvial resumem-se em custos com obra de construccedilatildeo do reservatoacuterio inferior
materiais e equipamentos necessaacuterios agrave implantaccedilatildeo
Deste modo fez-se uma planilha de quantitativos e custos dos valores
referentes a obra atraveacutes de preccedilos coletados no SINAPICEF e de materiais e
equipamentos necessaacuterios com empresas representantes e ou fabricantes
75
4 APLICACcedilAtildeO E VALIDACcedilAtildeO DA METODOLOGIA PROPOSTA
Conforme abordado no capiacutetulo correspondente a metodologia optou-se
como um dos meios de aplicaccedilatildeo a validaccedilatildeo e investigaccedilatildeo desta metodologia
desenvolvida para uma Instituiccedilatildeo Federal de Ensino
41 Histoacuterico do Cefet-RJ
Atraveacutes de uma parceria entre o governo da Uniatildeo e o da Prefeitura do Distrito
Federal foi criada a Escola Normal de Artes e Ofiacutecios Wenceslau Braz versatildeo
primaacuteria do que vem a ser o CEFETRJ contemporaneamente Segundo CEFETRJ
(2007 paacuteg 14) os principais objetivos da escola eram de criar professores mestre e
contramestres para as instituiccedilotildees e escolas profissionais do Distrito Federal e entatildeo
Rio de Janeiro aleacutem de professores de trabalhos manuais para escolas primaacuterias do
Municiacutepio
De acordo com Maruyama (2013) apoacutes criaccedilatildeo de sua primeira forma teve
seus objetivos e estrutura atualizada transformando-se em Escola Teacutecnica Nacional
(ETN) em 1942 Jaacute em 1965 a Escola recebe nome Escola Teacutecnica Federal da
Guanabara poreacutem foi apenas em 1967 que a Escola passa a ser chamada de Escola
Teacutecnica Federal Celso Suckow da Fonseca
Hoje atraveacutes de seu histoacuterico de reconhecimento pela sociedade a Escola
Teacutecnica obteve expansatildeo geograacutefica passando a atuar com sede matriz a Unidade
Maracanatilde e demais seis outras Unidades descentralizadas pelo Rio e Janeiro (Nova
Iguaccedilu Maria da Graccedila Petroacutepolis Nova Friburgo Angra dos Reis e Itaguaiacute) e
educacional ofertando cursos regulares de ensino meacutedio educaccedilatildeo profissional
teacutecnica graduaccedilatildeo poacutes-graduaccedilatildeo aleacutem de atividades de pesquisa e de extensatildeo
411 Definiccedilatildeo de Instituiccedilotildees de Ensino Superior
De acordo com o artigo 21 da LDB - Lei de Diretrizes e Bases da Educaccedilatildeo
Nacional (939496) a educaccedilatildeo escolar eacute formada por duas etapas principais
educaccedilatildeo baacutesica formada pela educaccedilatildeo infantil ensino fundamental e ensino meacutedio
II - educaccedilatildeo superior etapa posterior a educaccedilatildeo baacutesica cujo objetivo global eacute formal
76
profissionais e cidadatildeos aptos a exercerem suas funccedilotildees e promover o
desenvolvimento do paiacutes
A LDB (Lei 93941996) assume a coexistecircncia de instituiccedilotildees puacuteblicas e
privadas para a oferta de cursos superiores dizendo no Artigo 45 que a educaccedilatildeo
superior poderaacute ser ministrada em instituiccedilotildees de ensino superior de caraacuteter puacuteblico
ou privada com variados graus de abrangecircncia e particularizaccedilatildeo Visando
complementar a LDB e a esse artigo 7ordm do Decreto 38602001 classifica as instituiccedilotildees
de ensino superior quanto agrave sua organizaccedilatildeo acadecircmica em
Universidades - Satildeo caracterizadas pela oferta regular de atividades que
articulam trecircs principais pilares ensino de pesquisa e de extensatildeo
Centros Universitaacuterios - Os centros universitaacuterios satildeo instituiccedilotildees de
ensino superior pluri-curriculares comprovada pelo desempenho nos
cursos nas avaliaccedilotildees do MEC e que devem atender a comunidade
Centros Federais de Educaccedilatildeo Tecnoloacutegica - Satildeo instituiccedilotildees de ensino
superior especializados na oferta de educaccedilatildeo tecnoloacutegica nos
diferentes niacuteveis e modalidades de ensino O Centro Federal de
Educaccedilatildeo Tecnoloacutegica Celso Suckow da Fonseca (CEFETRJ) seraacute a
instituiccedilatildeo alvo do presente estudo e se encaixa nessa classificaccedilatildeo
Faculdades Integradas faculdades institutos ou escolas superiores -
superiores orientados basicamente para o ensino satildeo voltadas para a
formaccedilatildeo de profissionais para o mercado de trabalho e natildeo se exigiratildeo
produccedilatildeo cientiacutefica e natildeo haacute exigecircncia de oferta cursos de poacutes-
graduaccedilatildeo
Por fim todas as instituiccedilotildees de ensino superior independente de sua
classificaccedilatildeo e dos cursos ofertados por estar diretamente submetidas as decisotildees do
MEC deve acatar com seus decretos e determinaccedilotildees pois estatildeo sob uma mesma
legislaccedilatildeo e regime Dentro das obrigatoriedades das IES pode ser destacado o
documento de caraacuteter estrateacutegico conhecido como Plano de Desenvolvimento
Institucional (PDI)
412 - Plano de Desenvolvimento Institucional (PDI)
O Plano de Desenvolvimento Institucional (PDI) eacute um documento institucional
exigido pelo Ministeacuterio da Educaccedilatildeo (MEC) e apresenta as principais estrateacutegicas e
77
posicionamento que a instituiccedilatildeo de ensino superior (IES) iraacute adotar em um periacuteodo
de tempo preacute-definido Eacute anaacutelogo ao Planejamento Estrateacutegico das empresas
privadas poreacutem com foco em resultados no sistema educacional processos internos
e desempenho dentro do cenaacuterio mutaacutevel da educaccedilatildeo no periacuteodo de vigecircncia
O Plano de Desenvolvimento Institucional ndash PDI eacute um documento elaborado para um periacuteodo de 5 (cinco) anos que identifica a Instituiccedilatildeo de Ensino Superior (IES) no que diz respeito agrave sua filosofia de trabalho agrave missatildeo a que se propotildee agraves diretrizes pedagoacutegicas que orientam suas accedilotildees agrave sua estrutura organizacional e agraves atividades acadecircmicas que desenvolve eou que pretende desenvolver (SAPIEnS 2007)
A lei 10861 (2004) instituiu o Sistema Nacional de Avaliaccedilatildeo da Educaccedilatildeo
Superior (SINAES) Este sistema tem como objetivo buscar a melhoria da qualidade
da educaccedilatildeo superior monitorar a expansatildeo da oferta e aumento da eficiecircncia e
eficaacutecia institucional no acircmbito de ensino e impacto na sociedade Deve ser ainda um
sistema supervisor das IES no cumprimento de seus deveres institucionais como
identidade respeito a diversidade e afirmaccedilatildeo da autonomia Esta lei promoveu em
2006 a ediccedilatildeo do decreto Nordm 5773 que legitima a relevacircncia e obrigatoriedade do PDI
nas IES
O decreto Nordm 5773 (2006) descreve sobre as funccedilotildees de regulamentaccedilatildeo
acompanhamento e avaliaccedilatildeo das IES e cursos superiores de graduaccedilatildeo e
sequenciais no sistema de ensino federal No Art 15 satildeo descritas as exigecircncias para
uma instituiccedilatildeo ser credenciada ao MEC Eacute responsabilidade da IES possuir aleacutem de
documentos padratildeo como cumprimento de exigecircncias fiscais legais e regimento ou
estatuto o PDI eacute exigido devido ao seu caraacuteter de avaliaccedilatildeo de potencial capacidade
e objetivos de longo prazo como instituiccedilatildeo provedora de ensino superior O Art 16
apresenta ainda um roteiro de subsiacutedio na elaboraccedilatildeo do PDI com as exigecircncias que
o MEC determina
Neste contexto eacute possiacutevel identificar uma importante instituiccedilatildeo de ensino
superior do estado do Rio de Janeiro o Centro Federal de Educaccedilatildeo Tecnoloacutegica
Celso Suckow da Fonseca (CEFETRJ) Uma instituiccedilatildeo com grande tradiccedilatildeo que ao
longo dos anos se diversificou alterou o escopo de ensino para ofertar de cursos de
cursos de graduaccedilatildeo e poacutes-graduaccedilatildeo direcionados para tecnologia e inovaccedilatildeo Eacute
necessaacuterio conhecer aacutes origens histoacutericos e fatores que influenciaram a consolidaccedilatildeo
do CEFETRJ para entender seu papel no cenaacuterio atual
78
413 - O PDI do CefetRJ
O Estatuto do CEFETRJ foi aprovado em 2005 pelo ministro da educaccedilatildeo
Fernando Haddad e instaurou a portaria nordm 3796 No capiacutetulo III sobre a Estrutura
Organizacional na Subseccedilatildeo VIII do Estatuto do CEFETRJ eacute estabelecida a criaccedilatildeo
da Diretoria de Gestatildeo Estrateacutegica (DIGES)oacutergatildeo responsaacutevel por conduzir o
processo de elaboraccedilatildeo validaccedilatildeo e publicaccedilatildeo dos DPI a cada quatro anos bem
como acompanhar a execuccedilatildeo dos planos e projetos definidos e ser o principal
fornecedor de informaccedilotildees sobre o desempenho da instituiccedilatildeo perante sociedade
ministeacuterio da educaccedilatildeo Uniatildeo e demais oacutergatildeos puacuteblicos a que a IES estaacute submetida
A construccedilatildeo do PDI eacute feita de maneira colaborativa e participativa por todos
os departamentos e secretarias que integram a instituiccedilatildeo Os entendimentos entre
todas as partes e consensos provisoacuterios devem ser estabelecidos para definir
objetivos comuns a todos que deveratildeo ser registrado e amplamente divulgado e
cascateado a todos os niacuteveis da instituiccedilatildeo Com isso o PDI deve ser apresentado
pela DIGES em um prazo de 150 a 60 dias agrave Comissatildeo para validar o produto final
conforme estabelecido no documento O processo deve ser concluiacutedo dentro do ano
anterior ao periacuteodo de vigecircncia do PDI em elaboraccedilatildeo
414 - Filosofia Missatildeo e Objetivos Institucionais
Os princiacutepios norteadores da filosofia satildeo expressos atraveacutes de seu Projeto
Pedagoacutegico integrando
A defesa das condiccedilotildees garantidoras de qualidade social para a educaccedilatildeo
puacuteblica viabilizada pela Rede Federal de Educaccedilatildeo Profissional Cientiacutefica e
Tecnoloacutegica em sua diversidade institucional reafirmaccedilatildeo da identidade institucional
vinculada agrave formaccedilatildeo de profissionais de diferentes niacuteveis no projeto de transformaccedilatildeo
de Centro Federal de Educaccedilatildeo Tecnoloacutegica em Universidade Tecnoloacutegica Federal
adoccedilatildeo de projetos de verticalizaccedilatildeo e integraccedilatildeo das atividades de ensino pesquisa
e extensatildeo da educaccedilatildeo baacutesica agrave poacutes-graduaccedilatildeo como caracteriacutestica metodoloacutegica
de formaccedilatildeo na aacuterea tecnoloacutegica middot consolidaccedilatildeo de poliacuteticas de ensino pesquisa e
extensatildeo que compromissadas com o desenvolvimento nacional e regional a
disseminaccedilatildeo e produccedilatildeo de conhecimento a formaccedilatildeo de pessoas e a
responsabilidade social e eacutetica continuem a legitimar a atuaccedilatildeo institucional junto agrave
79
sociedade preservaccedilatildeo e sustentaccedilatildeo da autonomia institucional definida em lei
aperfeiccediloamento permanente dos processos de gestatildeo democraacutetica e
descentralizaccedilatildeo gerencial nas instacircncias acadecircmicas e administrativas mediante
adoccedilatildeo de estruturas colegiadas mecanismos de participaccedilatildeo de todos os segmentos
da comunidade interna socializaccedilatildeo de informaccedilotildees e transparecircncia na utilizaccedilatildeo de
recursos middot observacircncia de aspectos inerentes ao caraacuteter puacuteblico e de identidade
formadora da Instituiccedilatildeo valorizaccedilatildeo do ser humano e do trabalho respeito agrave
pluralidade e divergecircncias de ideacuteias sem discriminaccedilatildeo de qualquer natureza adesatildeo
agrave tecnologia a serviccedilo da promoccedilatildeo humana compromisso social diaacutelogo constante
e parcerias com instituiccedilotildeesentidades representativas da sociedade
responsabilidade funcional e eacutetica (PDI 2010)
No que se refere a sua missatildeo institucional levando-se em consideraccedilatildeo agrave RS
assumida perante a sociedade cabe ao CEFETRJ
Promover a educaccedilatildeo mediante atividades de ensino pesquisa e extensatildeo que
propiciem de modo reflexivo e criacutetico na interaccedilatildeo com a sociedade a formaccedilatildeo
integral (humaniacutestica cientiacutefica e tecnoloacutegica eacutetica poliacutetica e social) de profissionais
capazes de contribuir para o desenvolvimento cultural tecnoloacutegico e econocircmico dessa
mesma sociedade (PDI 2010)
Neste sentido seus principais objetivos satildeo
ministrar educaccedilatildeo profissional teacutecnica de niacutevel meacutedio de forma
articulada com o ensino meacutedio destinada a proporcionar habilitaccedilatildeo
profissional para diferentes setores da economia
ministrar ensino superior de graduaccedilatildeo e de poacutes-graduaccedilatildeo lato sensu
e stricto sensu visando agrave formaccedilatildeo de profissionais e especialistas na
aacuterea tecnoloacutegica
ministrar cursos de licenciatura bem como programas especiais de
formaccedilatildeo pedagoacutegica nas aacutereas cientiacutefica e tecnoloacutegica
ofertar educaccedilatildeo continuada por diferentes mecanismos visando agrave
atualizaccedilatildeo ao aperfeiccediloamento e agrave especializaccedilatildeo de profissionais na
aacuterea tecnoloacutegica
realizar pesquisa estimulando o desenvolvimento de soluccedilotildees
tecnoloacutegicas de forma criativa e estendendo seus benefiacutecios agrave
comunidade
80
promover a extensatildeo mediante integraccedilatildeo com a comunidade
contribuindo para o seu desenvolvimento e melhoria da qualidade de
vida desenvolvendo accedilotildees interativas que concorram para a
transferecircncia e o aprimoramento dos benefiacutecios e conquistas auferidos
na atividade acadecircmica e na pesquisa aplicada
estimular a produccedilatildeo cultural o empreendedorismo o desenvolvimento
cientiacutefico e tecnoloacutegico o pensamento reflexivo com responsabilidade
social (PDI 2010)
As Instituiccedilotildees de Ensino Superior (IES) e Meacutedio Teacutecnico satildeo autarquias
vinculadas ao Ministeacuterio da Educaccedilatildeo (MEC) que tem como atividade fim prover
educaccedilatildeo de qualidade e desenvolver a sociedade como um todo sempre em
consonacircncia com poliacuteticas leis e decretos vigentes As IES devem a cada quatro anos
apresentar o seu Planejamento Institucional (PDI) que eacute anaacutelogo ao Planejamento
Estrateacutegico empresarial e documento obrigatoacuterio exigido pelo MEC
Em suma o CEFETRJ eacute uma Instituiccedilatildeo que atua nos diferentes niacuteveis da
educaccedilatildeo e tem por objetivo a formaccedilatildeo de profissionais capazes de atuar intervir e
aplicar conhecimentos teacutecnicos e cientiacuteficos sem desconsiderar a dinacircmica
econocircmica e social bem como o desenvolvimento das regiotildees onde suas unidades
estatildeo inseridas
42 Sobre o potencial de captaccedilatildeo de aguas de residuais
Para avaliar o potencial de captaccedilatildeo de aguas de residuais que satildeo produzidas
pelas unidades evaporadoras de ar condicionado foi realizado ensaios em aparelhos
com capacidades variadas utilizando uma proveta graduada para coleta com
mangueira interligada a saiacuteda do dreno da unidade evaporadora de forma a
quantificar a produccedilatildeo a cada hora para obtenccedilatildeo da media de produccedilatildeo admitindo
um padratildeo modular de 12000 BTUsh conforme figuras x
Figura 14 - ensaio equipamento 24000 BTUs
81
Fonte Autor deste trabalho 2017
Quadro 5 - Ensaio de captaccedilatildeo em ambiente da biblioteca
Equipamento Split 24000 BTUs -Elgin
Hora Temperatura
( Graus Celsius-Cdeg) Volume de Aacutegua de Condensaccedilatildeo (mlh)
1230h 27 0
1330hr 23 500
1430hr 21 650
1530hr 21 630
1630hr 21 590
1730hr 21 610
1830hr 21 585
MEacuteDIA 50929
Fonte autor deste trabalho 2017
82
Quadro 6 -Ensaio de captaccedilatildeo em ambiente da sala de professores
Equipamento Split 12000 BTUs -Komeco
Hora Temperatura( Graus
Celsius-Cdeg) Volume de Aacutegua de Condensaccedilatildeo (mlh)
800h 30 0
900h 27 190
1000hr 23 250
1100hr 21 340
1200hr 21 290
1300hr 21 310
1400hr 21 285
MEacuteDIA 23786
Fonte autor deste trabalho 2017
Diferentemente do que foi encontrado na literatura obteve- se uma
media de 24905 mlhora para cada 12000 BTUs hora (British termal Units-
Unidade Teacutermica Britacircnica) variaccedilatildeo explicada pelas condiccedilotildees
psicomeacutetricas ou seja o processo de condensaccedilatildeo estaacute diretamente
relacionado a as condiccedilotildees climaacuteticas externas quanto maior a umidade
maior seraacute a quantidade de aacutegua gerada pelo processo De acordo com Mota
et al(2011) em meacutedia um ar com 12000 BTUs apresentou produccedilatildeo de
300mlhora valor proacuteximo ao encontrado por Fortes et al (2015) meacutedia de
309mlhora para unidade de mesma capacidade
Quadro 7 - Somatoacuterio das capacidades dos equipamentos instalados por pavimento
PAV CAPTOTAL EM BTUh
FUNCIONAMENTO
(hrdia)
VOLCONDENSACcedilAtildeO
(lhr)
VOLCONDENSACcedilAtildeO
(ldia)
T 18000 12 037 448
1ordm 650000 10 1349 13490
2ordm 676000 8 1403 11224
3ordm 806000 14 1673 23419
4ordm 786000 12 1631 19575
5ordm 676000 12 1403 16836
SOMA 3612000
84992 litros dia
Fonte Setor de manutenccedilatildeo
83
Tendo em vista a diversidade de utilizaccedilatildeo do Preacutedio Bloco E
(Bibliotecas Coordenaccedilotildees Salas de aula e Ambientes administrativos) foram
atribuiacutedos tempos de uso compatiacuteveis com o funcionamento de cada
ambiente
O reuso das aguas de condensaccedilatildeo que seriam desperdiccediladas
apresentam potencial de reuso com custo relativamente baixo cabendo
somente a interligaccedilatildeo dos drenos a rede de captaccedilatildeo de aguas pluviais
conforme pode ser observado na figura 15 e reservatoacuterio para que esta seja
usada para fins natildeo potaacuteveis
Figura 15 - Interligaccedilatildeo de tubulaccedilatildeo de drenagem de condensadores a rede AP
84
Aacuterea de Coleta de agua de chuva
Para estimar o volume do reservatoacuterio foi necessaacuterio o calculo da aacuterea que seraacute
utilizada para captaccedilatildeo das aguas pluviais que foi considerada a aacuterea de cobertura do
bloco E figura 16 que e composta de telhas trapezoidais em accedilo galvanizado
Figura 16 -Planta de cobertura do Bloco E
De acordo com a NBR 15527 a aacuterea de captaccedilatildeo para dimensionamentos eacute a
aacuterea em metros projetada na horizontal da superfiacutecie impermeaacutevel da cobertura onde
a aacutegua da chuva eacute captada (ABNT 2007)
Quadro 8 - Quadro da aacuterea de cobertura do Bloco E
PREacuteDIO AacuteREA ( msup2 )
BLOCO E 134670
TOTAL 134670
Fonte Autor do presente trabalho
Segundo Tomaz (2015) haacute uma variaccedilatildeo entre o volume de aacutegua precipitado e
o volume que seraacute coletado O coeficiente de Runoff ou coeficiente de escoamento
superficial eacute a relaccedilatildeo entre o volume de aacutegua de chuva que escoa superficialmente
e o volume total de aacutegua precipitada no telhado que iraacute variar de acordo com a
superfiacutecie conforme quadro 9
85
Quadro 9 - Iacutendice do coeficiente de Runoff
Tipo de telha Coeficiente de Runoff
Ceracircmica 08 a 09
Ceracircmica esmaltada 09 a 095
Corrugada metaacutelica 08 a 09
Cimento amianto 08 a 09
Plaacutestico 09 a 095 Fonte TOMAZ (2015)
Precipitaccedilatildeo Pluviomeacutetrica
Os dados pluviomeacutetricos utilizados neste trabalho foram fornecidos pelo
Sistema Alerta Rio que foram coletados da Estaccedilatildeo Meteoroloacutegica Tijuca A estaccedilatildeo
estaacute localizada no bairro tijuca em latitude 22ordm57 185S longitude 43ordm14 538W A
escolha desta estaccedilatildeo meteoroloacutegica se deu pela proximidade do CEFET-RJ e por
possuir grande volume de informaccedilatildeo armazenado pelo Sistema Alerta Rio Os dados
fornecidos incluem informaccedilotildees sobre precipitaccedilotildees no periacuteodo de 01012007 a
31122015 Conforme pode ser observado na tabela x
Tabela 3- Tabela de Precipitaccedilatildeo Pluviomeacutetrica
REGIME DE CHUVA
Tabela de Precipitaccedilatildeo Pluviomeacutetrica_ Jan 2007Dezembro 2015 (ml)
2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 MEacuteDIA
JAN 127 1856 2724 2202 1036 180 3538 288 788 19378
FEV 1176 1248 1222 624 874 144 834 304 848 9093
MAR 142 2466 944 3386 1496 91 358 986 1368 19098
ABR 1182 2186 2372 4962 3174 1008 85 177 1184 23360
MAI 202 736 552 898 1714 996 1692 458 40 11833
JUN 67 62 732 712 398 1478 426 106 1312 9260
JUL 166 448 1098 127 466 466 1718 1006 134 10333
AGO 178 1458 582 328 362 206 222 484 104 4905
86
Fonte Sistema Alerta Rio
Potencial de aproveitamento de aacuteguas pluviais
Para a determinaccedilatildeo do volume que pode ser aproveitado foi utilizado a aacuterea
de cobertura do preacutedio estudado a meacutedia das precipitaccedilotildees mensais do periacuteodo de
janeiro de 2007 a dezembro de 2015 bem como o coeficiente de runoff de 090 em
funccedilatildeo do material existente na cobertura utilizou-se a metodologia aplicada por Ghisi
et al (2017) e Lina et al (2011) desta forma foi calculado atraveacutes da equaccedilatildeo abaixo
e demonstrado no quadro 10
V= PAC1000
Onde V= volume mensal de chuva em m3
A=aacuterea total de captaccedilatildeo em m3
C= coeficiente de runoff
1000= fator de conversatildeo para m3
SET 394 1118 1322 582 572 1246 75 474 130 9698
OUT 2076 92 2256 1756 1382 744 888 542 32 13605
NOV 2202 2048 1292 1082 33 1198 1384 822 1974 15415
DEZ 2506 1284 4622 2876 1726 282 221 404 804 20893
15476 16388 19718 20678 1353 10478 18092 8598 10536
87
Quadro 10 - Captaccedilatildeo de aacutegua
POTENCIAL DE CAPTACcedilAtildeO DE AacuteGUA DE CHUVA
BLOCO E
MEcircS PRECIPITACcedilAtildeO MEacuteDIA
MENSAL AacuteREA COBERTURA
COEFICIENTE DE RUNOFF
VOLUME APROVEITAacuteVEL (m sup3)
JAN 19378 13467 09 23486
FEV 90925 13467 09 1102
MAR 19098 13467 09 23147
ABR 2336 13467 09 28313
MAI 118325 13467 09 14341
JUN 926 13467 09 11223
JUL 103325 13467 09 12523
AGO 4905 13467 09 5945
SET 96975 13467 09 11754
OUT 13605 13467 09 1649
NOV 15415 13467 09 18683
DEZ 208925 13467 09 25322 TOTAL ANUAL 202248
Fonte O autor do presente trabalho
Foram utilizadas as meacutedias de precipitaccedilotildees mensais do periacuteodo de 2007 a
2015 e observa-se que o mecircs de agosto com menor iacutendice de precipitaccedilatildeo
pluviomeacutetrica para a seacuterie histoacuterica
Atraveacutes de visitas in loco foram verificados todos os banheiros existentes no
preacutedio estudado verificando vazamentos tipos de torneira vasos sanitaacuterios e
mictoacuterios e foram identificadas torneiras temporizadas nos lavatoacuterios e mictoacuterios que
apresentavam tempo excessivo para fechamento as mesmas foram reguladas pela
equipe de manutenccedilatildeo e instalados redutores de vazatildeo Verificaram-se tambeacutem as
atividades realizadas no preacutedio que utilizam aacutegua que poderiam ser substituiacutedas por
agua natildeo potaacutevel
88
Definiccedilatildeo da populaccedilatildeo do preacutedio estudado
Para definiccedilatildeo da demanda do preacutedio estudado se fez necessaacuterio determinar a
populaccedilatildeo que utiliza o bloco E objeto do estudo de caso quantificando a meacutedia diaacuteria
de docentes teacutecnicos administrativos discente e tercerizados conforme quadro 11
Quadro 11 - Populaccedilao
POPULACcedilAtildeO BLOCO E
POPULACcedilAtildeO DIAS DA SEMANA
TOTAL SEG TERCcedilA QUARTA QUINTA SEXTA
Professores 75 75 75 75 75 375
Teacutecnicos Administrativo 135 135 135 135 135 675
Alunos 1150 1150 1150 1150 1150 5750
Visitantes da Biblioteca 80 80 80 80 80 400
Terceirizados 10 10 10 10 10 50
TOTAL 1450 1450 1450 1450 1450
Fonte O autor do presente trabalho
Com a determinaccedilatildeo da meacutedia de utilizaccedilatildeo da populaccedilatildeo foi verificado na
literatura as demanda encontradas por diversos autores
Segundo Gonccedilalves (2002 ) apud Silva (2004) edifiacutecios puacuteblicos e escolas tipo
externato possuem demanda diaacuteria na ordem de 50lpessoa dia
Kamers (2004) em seu estudo de 10 edifiacutecios puacuteblicos na cidade de
Florianoacutepolis encontrou demanda de 367 lpessoa dia
Marinoski (2008) obteve demanda de 155 lpessoa dia para fins natildeo potaacuteveis
em uma instituiccedilatildeo de niacutevel superior na cidade de Florianopolis-SC
Salla et al(2013)encontrou demanda de 20 a 30 laluno dia em um bloco de
salas de aula da UFU
Em funccedilatildeo das variaccedilotildees apresentadas na literatura e pelo preacutedio objeto do
estudo natildeo apresentar micromediccedilatildeo ou seja a entrada da concessionaacuteria CEDAE
atende diversas edificaccedilotildees na instituiccedilatildeo adotou-se questionaacuterio de forma a
quantificar a demanda dos equipamentos sanitaacuterios possiacuteveis de acordo com a
legislaccedilatildeo de utilizaccedilatildeo de aguas pluviais
43 Anaacutelise dos Resultados das entrevistas realizadas
As entrevistas foram realizadas por meio de questionaacuterios aplicados aos
Teacutecnicos Administrativos professores alunos e equipe responsaacutevel pela limpeza do
89
CEFET-RJ questionaacuterios que se encontram no apecircndice A B e C com a finalidade de
descobrir a frequecircncia de uso de cada aparelho de forma a quantificar o consumo de
agua potaacutevel nos equipamentos
Para obtenccedilatildeo de um levantamento com maior precisatildeo seria necessaacuterio a
resposta ao questionaacuterio por toda a populaccedilatildeo que utiliza os preacutedios estudados foi
verificada a dificuldade em funccedilatildeo de horaacuterios e dias da semana diferentes bem
como Em funccedilatildeo destes fatos decidiu-se por uma pesquisa por amostragem Com
utilizaccedilatildeo da foacutermula de caacutelculo amostral Chegou-se a uma amostra de 304 Foram
distribuiacutedos 400 questionaacuterios dos quais retornaram 320 o que gerou os graacuteficos
abaixo para determinaccedilatildeo do numero de vezes e tempo de uso dos equipamentos
sanitaacuterios
Caacutelculo de utilizaccedilatildeo da bacia sanitaacuteria
Foi considerado a utilizaccedilatildeo por cinco dias semanais no caso adotado 20 dias
uteis e utilizada a vazatildeo de 170 litros segundo no caso das bacias sanitaacuterias e 015
litrossegundo para mictoacuterios segundo a NBR 56261998
C meacutedio =
sum 119891119894lowast119905119894lowast119876119899119894
119899
Onde
C Meacutedio = consumo meacutedio
Fi = nuacutemero de vezes de utilizaccedilatildeo
Ti = tempo em segundos por acionamento
Q = vazatildeo de acordo com a norma
90
Graacutefico 1- Frequecircncia de uso diaacuterio da bacia sanitaacuteria
Fonte Elaborado pelo Autor deste Trabalho 2017
Populaccedilatildeo diaacuteria 1450
Nuacutemero de acionamentos descarga bacia sanitaacuteria
1 vez 16 1450 usuaacuterios 1 vez = 232 vezes
2 vezes 16 1450 usuaacuterios 2 vezes = 464 vezes
3 vezes 30 1450 usuaacuterios 3 vezes = 1305 vezes
4 vezes 14 1450 usuaacuterios 4 vezes = 802 vezes
5 vezes 5 1450 usuaacuterios 5 vezes = 362 vezes
6 vezes 4 1450 usuaacuterios 6 vezes = 348 vezes
7 vezes 5 1450 usuaacuterios 7 vezes = 507 vezes
Total de acionamentos 4031
91
Graacutefico 2 - Tempo em segundos da descarga da bacia
Fonte Elaborado pelo Autor deste Trabalho 2017
Consumo de bacia sanitaacuteriadia
1 seg 5 4031 1 17 = 342
2 seg 12 4031 2 17 = 822
3 seg 13 4031 3 17 = 890
4 seg 12 4301 4 17 = 822
5 seg 22 4031 5 17 = 150
6 seg 11 4031 6 17 = 753
7 seg 4 4031 7 17 = 274
8 seg 8 4031 8 17 = 548
9 seg 5 4031 9 17 = 342
10 seg 3 4031 10 17 = 205
Logo o consumo meacutedio das bacias sanitaacuterias foi de 6510dia e foi considerado 20
dias de utilizaccedilatildeo perfazendo um total de 130200Lmecircs ou 1302m3
92
Graacutefico 3 - Frequecircncia de uso diaacuterio do mictoacuterio
Fonte Elaborado pelo Autor deste Trabalho 2017
Nuacutemero de acionamentos de descarga mictoacuterio
1 vez 14 870 usuaacuterios 1 vez = 121
2 vezes 10 870 usuaacuterios 2 vezes = 174
3 vezes 21 870 usuaacuterios 3 vezes = 548
4 vezes 26 870 usuaacuterios 4 vezes = 904
5 vezes 12 870 usuaacuterios 5 vezes = 522
6 vezes 2 870 usuaacuterios 6 vezes = 174
7 vezes 2 870 usuaacuterios 7 vezes = 121
8 vezes 3 870 usuaacuterios 8 vezes = 208
Total de acionamentos 2772
93
Graacutefico 4 - Tempo em segundos da descarga do mictoacuterio
Fonte Elaborado pelo Autor deste Trabalho 2017
Consumo de mictoacuteriodia
1 seg 5 2772 1 015 = 20
2 seg 12 2772 2 015 = 99
3 seg 13 2772 3 015 = 162
4 seg 12 2772 4 015 = 99
5 seg 22 2772 5 015 = 457
6 seg 11 2772 6 015 = 274
7 seg 4 2772 7 015 = 116
8 seg 8 2772 8 015 = 260
9 seg 9 2772 9 015 = 187
10 seg 3 2772 10 015 = 124
Logo o consumo meacutedio de mictoacuteriodia foi de 1804dia e foi considerado 20
dias de utilizaccedilatildeo perfazendo um total de 36080mecircs ou 3608m3
Estimativa do Consumo de Aacutegua em Atividades de Limpeza e jardinagem
As informaccedilotildees foram prestadas pelos responsaacuteveis pela limpeza interna e
externa atraveacutes dos questionaacuterios aplicados
Consumo Atividade de limpeza=Somatoacuterio atividades limpeza paacutetios e rega
de jardim
Consumo de atividades de limpeza = 1104 m3 mensal
94
Consumo per capta de uso natildeo potaacutevel 86821450 = 598 litrosdia
Dimensionamento do reservatoacuterio de aguas pluviais
Segundo a Norma Brasileira NBR 155272007 satildeo apresentados 6 meacutetodos
de dimensionamento de reservatoacuterios cabendo ao projetista a escolha do meacutetodo
Para o presente projeto foi adotado o meacutetodo pratico alematildeo onde o volume do
reservatoacuterio seraacute o menor valor entre 6 do volume de captaccedilatildeo de agua pluvial anual
e 6 da demanda anual de agua natildeo potaacutevel
Vx006
V adotado = miacutenimo Dx006
Onde
V adotado= volume do reservatoacuterio
V= volume aproveitaacutevel anual de agua de chuva
D= demanda anual de agua natildeo potaacutevel
Demanda anual por agua natildeo potaacutevel
Limpeza 1104 m3mecircs x 12= 13248 m3
Vaso sanitaacuterio 1302 m3mecircs x 12 = 156240m3
Mictoacuterio 3608m3mesx12 = 43296 m3
Total 17732 m3mecircs 12= 212784 m3
Volume aproveitaacutevel de aguas pluviais = 202248 m3
V adotado= V x006 = (202248x006) = 12134m3
V adotado= D x006= (212784x006) = 12767m3
Tendo em vista os resultados apresentados adotou-se um reservatoacuterio inferior
com capacidade de 120000 litros em concreto armado conforme projeto no apecircndice
D tendo como base a Planta Baixa apresentado na figura 17 E de acordo com a
demanda diaacuteria foi definido reservatoacuterio superior em polietileno com capacidade de
5000 litros
95
Figura 17 - Planta baixa
FonteO autor do presente trabalho
Quadro 12 - Planilha orccedilamentaacuteria
Fonte Adaptada pelo autor do presente trabalho do Sistema Orccedila fascio
96
Item Coacutedigo Banco Descriccedilatildeo Tipo Und Quant Valor
Unit
Valor Unit
com BDI
Total
1 Movimento de Terra 190190
11 72917 SINAPI
ESCAVACAO MECANICA DE VALA EM MATERIAL 2A
CATEGORIA DE 201 ATE 400 M DE PROFUNDIDADE COM
UTILIZACAO DE ESCAVADEIRA HIDRAULICA
MOVT - MOVIMENTO
DE TERRAmsup3 13000 1198 1463 190190
2 Remoccedilotildees 862616
21 72897 SINAPICARGA MANUAL DE ENTULHO EM CAMINHAO
BASCULANTE 6 M3
MOVT - MOVIMENTO
DE TERRAmsup3 23800 2346 2864 681632
22 72900 SINAPI
TRANSPORTE DE ENTULHO COM CAMINHAO
BASCULANTE 6 M3 RODOVIA PAVIMENTADA DMT 05 A
10 KM
MOVT - MOVIMENTO
DE TERRAmsup3 16800 535 653 109704
23 93377 SINAPI
REATERRO MECANIZADO DE VALA COM
RETROESCAVADEIRA (CAPACIDADE DA CACcedilAMBA DA
RETRO 026 Msup3 POTEcircNCIA 88 HP) LARGURA DE 08 A
15 M PROFUNDIDADE DE 15 A 30 M COM SOLO (SEM
SUBSTITUICcedilAtildeO) DE 1ordf CATEGORIA EM LOCAIS COM ALTO
NIacuteVEL DE INTERFEREcircNCIA AF_042016
MOVT - MOVIMENTO
DE TERRAmsup3 7200 811 990 71280
3 Estrutura 6177729
31 95241 SINAPI
LASTRO DE CONCRETO E = 5 CM PREPARO
MECAcircNICO INCLUSOS LANCcedilAMENTO E ADENSAMENTO
AF_07_2016
FUES - FUNDACcedilOtildeES
E ESTRUTURASmsup2 5000 2404 2935 146750
32 5970 SINAPIFORMA TABUA PARA CONCRETO EM FUNDACAO C
REAPROVEITAMENTO 2X
FUES - FUNDACcedilOtildeES
E ESTRUTURASmsup2 22000 6684 8161 1795420
33 94052 SINAPI
ESCORAMENTO DE VALA TIPO DESCONTIacuteNUO COM
PROFUNDIDADE DE 15 A 30 M LARGURA MAIOR OU
IGUAL A 15 M E MENOR QUE 25 M EM LOCAL COM NIacuteVEL
ALTO DE INTERFEREcircNCIA AF_062016
ESCO -
ESCORAMENTOmsup2 7000 3602 4398 307860
34 83515 SINAPI
ESCORAMENTO FORMAS DE H=330 A 350 M COM
MADEIRA 3A QUALIDADE NAO APARELHADA
APROVEITAMENTO TABUAS 3X E PRUMOS 4X
ESCO -
ESCORAMENTOmsup3 12000 1500 1832 219840
35 90861 SINAPI
CONCRETAGEM DE EDIFICACcedilOtildeES (PAREDES E LAJES)
FEITAS COM SISTEMA DE FOcircRMAS MANUSEAacuteVEIS COM
CONCRETO USINADO BOMBEAacuteVEL FCK 20 MPA
LANCcedilADO COM BOMBA LANCcedilA - LANCcedilAMENTO
ADENSAMENTO E ACABAMENTO AF_062015
FUES - FUNDACcedilOtildeES
E ESTRUTURASmsup3 3050 40775 49786 1518473
36 92921 SINAPI
ARMACcedilAtildeO DE ESTRUTURAS DE CONCRETO ARMADO
EXCETO VIGAS PILARES LAJES E FUNDACcedilOtildeES
PROFUNDAS (DE EDIFIacuteCIOS DE MUacuteLTIPLOS
PAVIMENTOS EDIFICACcedilAtildeO TEacuteRREA OU SOBRADO)
UTILIZANDO ACcedilO CA-50 DE 125 MM - MONTAGEM
AF_122015
FUES - FUNDACcedilOtildeES
E ESTRUTURASKG 15300 779 951 145503
37 92919 SINAPI
ARMACcedilAtildeO DE ESTRUTURAS DE CONCRETO ARMADO
EXCETO VIGAS PILARES LAJES E FUNDACcedilOtildeES
PROFUNDAS (DE EDIFIacuteCIOS DE MUacuteLTIPLOS
PAVIMENTOS EDIFICACcedilAtildeO TEacuteRREA OU SOBRADO)
UTILIZANDO ACcedilO CA-50 DE 100 MM - MONTAGEM
AF_122015
FUES - FUNDACcedilOtildeES
E ESTRUTURASKG 2800 976 1192 33376
38 92917 SINAPI
ARMACcedilAtildeO DE ESTRUTURAS DE CONCRETO ARMADO
EXCETO VIGAS PILARES LAJES E FUNDACcedilOtildeES
PROFUNDAS (DE EDIFIacuteCIOS DE MUacuteLTIPLOS
PAVIMENTOS EDIFICACcedilAtildeO TEacuteRREA OU SOBRADO)
UTILIZANDO ACcedilO CA-50 DE 80 MM - MONTAGEM
AF_122015
FUES - FUNDACcedilOtildeES
E ESTRUTURASKG 68700 1217 1486 1020882
39 92916 SINAPI
ARMACcedilAtildeO DE ESTRUTURAS DE CONCRETO ARMADO
UTILIZANDO ACcedilO CA-50 DE 63 MM - MONTAGEM
AF_122015
FUES - FUNDACcedilOtildeES
E ESTRUTURASKG 60900 1331 1625 989625
Descriccedilatildeo do Orccedilamento Bancos Utilizados BDI Encargos Sociais
CONSTRUCcedilAtildeO DE CISTERNA SINAPI - 072017 - RJ
ORSE - 062017 - SE
SEDOP - 042017 - PA
SEINFRA - 024 - CE
SICRO2 - 112016 - RJ
SETOP - 072017 - MG
IOPES - 052017 - ES
SIURB - 012017 - SP
SUDECAP - 032017 - MG
FDE - 042017 - SP
CPOS - 072017 - SP
AGETOP CIVIL - 102016 -
GO
CAEMA - 052016 - MA
2210 00 - Natildeo Desonerada
Total Geral R$ 7230535
Planilha Orccedilamentaacuteria Sinteacutetica
Total sem
BDI
R$ 5921991
Total do BDI R$ 1308544
97
Quadro 13 - Anaacutelise de simulaccedilatildeo do reservatoacuterio
Fonte O autor do presente trabalho
ANAacuteLISE DE SIMULACcedilAtildeO DO RESERVATOacuteRIO
Coeficiente de runoff (CR) = 09
Volume do reservatoacuterio (msup3) = 120
Meses Chuva meacutedia mensal
Demanda mensal
Aacuterea de captaccedilatildeo
Volume de chuva
mensal
Volume do reservatoacuterio
fixado
Volume do reservatoacuterio
no tempo (t-1)
Volume do reservatoacuterio no tempo (t)
Overflow Suprimento de aacutegua externo
(mm) (msup3) (msup2) (msup3) (msup3) (msup3) (msup3) (msup3) (msup3)
Coluna 1 Coluna 2 Coluna 3 Coluna 4 Coluna 5 Coluna 6 Coluna 7 Coluna 8 Coluna 9 Coluna 10
Janeiro 19378 17732 13467 235 120 0 120 0 0
Fevereiro 9093 17732 13467 110 120 120 5268 0 0
Marccedilo 19098 17732 13467 231 120 5268 10636 0 0
Abril 2336 17732 13467 283 120 10636 120 9204 0
Maio 11833 17732 13467 143 120 120 8568 0 0
Junho 926 17732 13467 112 120 8568 2036 0 0
Julho 10332 17732 13467 125 120 2036 -3196 0 3196
Agosto 4905 17732 13467 59 120 0 -11832 0 11832
Setembro 9698 17732 13467 118 120 0 -5932 0 5932
Outubro 13605 17732 13467 165 120 0 -1232 0 1232
Novembro 15415 17732 13467 187 120 0 968 0 0
Dezembro 20893 17732 13467 253 120 968 8536 0 0
Total 16687 212784 2021 9204 22192
98
A demanda por agua natildeo potavel foi considerada identica para todos os meses
tendo em vista que nos meses de recesso natildeo haacute reduccedilatildeo na conta como pode ser
observado no apendice E pois satildeo realizadosdiversas atividades como lavagem de
reservatorios limpeza pesada e cursos de feacuterias
Quadro 14 - Descriccedilatildeo da planilha
Fonte O autor do presente trabalho 2017
Foi realizada analise de simulaccedilatildeo do reservatoacuterio com base na capacidade
encontrada atraveacutes do metodo praacutetico alematildeo 12000 m3 onde pode-se observar
overflow (transbordamento) de 9204 m3 para o mecircs de abril e necessidade de
suprimento de agua externo da concessionaria CEDAE para os meses julho a outubro
perfazendo um total 22192m3 Tendo em vista um uacutenico mecircs de transbordamento e
4 meses de necessidade de abastecimento externo verificou-se que o aumento do
reservatoacuterio para evitar o transbordamento poderia inviabilizar o projeto com o
aumento do custo de construccedilatildeo e o reservatorio ficaria ocioso tendo em vista a
precipitaccedilatildeo pluviometrica insuficiente para o atendimento pleno da demanda nos
meses de julho a outubro
A demanda por agua natildeo potavel foi considerada identica para todos os meses
tendo em vista que nos meses de recesso natildeo haacute reduccedilatildeo significativa no consumo
como pode ser observado no apecircndice E pois satildeo realizados lavagem de
reservatorios limpeza pesada e cursos de ferias
Coluna 1 = Meses
Coluna 2 = Intensidade pluviomeacutetrica mensal
Coluna 3 = Demanda mensal de aacutegua pluvial da edificaccedilatildeo
Coluna 4 = Aacuterea de captaccedilatildeo da edificaccedilatildeo
Coluna 5 = (Coluna 2) x (Coluna 4) x (Coeficiente de runoff) (100)
Coluna 6 = Corresponde ao volume definido para o reservatoacuterio
Coluna 7 = Se (Coluna 8 mecircs anterior) for menor que zero adotar zero
Se (Coluna 8 mecircs anterior) for maior ou igual a zero adotar o valor
Valor de janeiro igual a zero
Coluna 8 = Se (Coluna 5) + (Coluna 7) - (Colune 3) for maior que (Coluna 6) adotar o valor da (Coluna 6)
Se (Coluna 5) + (Coluna 7) - (Colune 3) for igual ou menor que (Coluna 6) adotar (Coluna 5) + (Coluna 7) - (Colune 3)
Valor de janeiro igual o volume do reservatoacuterio
Coluna 9 = Se (Coluna 5) + (Coluna 7) - (Coluna 3) for maior que (Coluna 6) adotar (Coluna 5) + (Coluna 7) - (Coluna3) - (Coluna 6)
Se (Coluna 5) + (Coluna 7) - (Coluna 3) for igual ou menor que (Coluna 6) adotar zero
Coluna 10 = Se (Coluna 7) + (Coluna 5) - (Coluna 3) for menor que zero adotar -((Coluna 7) + (Coluna 5) - (Coluna 3))
Se (Coluna 7) + (Coluna 5) - (Coluna 3) for igual ou maior que zero adotar zero
Descriccedilatildeo da planilha
99
Figura 18 - Localizaccedilatildeo do Reservatorio Inferior
A localizaccedilatildeo para construccedilatildeo do reservatoacuterio de aguas pluviais foi realizada
com base no menor nuacutemero de intervenccedilotildees uma vez que as caixas de inspeccedilotildees jaacute
se encontram instaladas e houve apenas a interceptaccedilatildeo para o reservatoacuterio e desvio
de interligaccedilatildeo a rede publica para recebimento do excedente e material dispensado
pelo filtro e ou sifatildeo ladratildeo
Figura 19 - Equipamentos necessaacuterios para instalaccedilatildeo em reservatoacuterio de aguas pluviais
Elaborado pelo autor deste trabalho com base equipamentos 3p tecnickacquasave
100
Equipamentos utilizados com suas funccedilotildees e caracteriacutesticas
Filtro FV 6 Filtro de aacutegua da chuva para aacutereas de captaccedilatildeo maiores Precisa
ser instalado dentro um poccedilo teacutecnico (Oslash 1200 mm) Graccedilas a seu sistema duplo de
limpeza (peneira grossa depois fina) ele possui uma significativa eficaacutecia em funccedilatildeo
da forte inclinaccedilatildeo do miolo filtrante a sujeira separada eacute continuamente encaminhada
para a galeria pluvial A saiacuteda para a galeria eacute conectada ao poccedilo teacutecnico
A sujeira cai no fundo do poccedilo e eacute carregada quando chove mais forte
Capacidade relativa de processamento conforme norma DIN 1986 de ateacute 2433 msup2
com uma precipitaccedilatildeo de 300 litros (seg x ha)Conexatildeo Entrada 2 x DN 250 Conexatildeo
p cisterna DN 200 Saiacuteda para a galeria DN 250 Desniacutevel da entrada para a saiacuteda da
aacutegua 320 mm Frequecircncia de manutenccedilatildeo conforme a incidecircncia de sujeira 2 a 4
vezes ao ano Trama da tela 0390 x 0980 mm Peacutes hastes roscadas com porcas de
accedilo inox medindo 250 mm Peso 395 kg
Conjunto mangueira boia 1rdquo por estar flutuando proporciona a captaccedilatildeo da
aacutegua no ponto do reservatoacuterio em que estaacute mais limpa evitando a captaccedilatildeo de
resiacuteduos decantados no fundo da cisterna ou em suspensatildeo na superfiacutecie da aacutegua
Possui uma segunda peneira em sua extremidade garantindo assim que nenhum
resiacuteduo existente possa ser sugado e enviado para o reservatoacuterio superior Diacircmetro
da boia 200 mm Comprimento 25 metros Conexatildeo 1 Peso 32 kg
Realimentador 1-12 - Industrial O realimentador tem por finalidade manter o
abastecimento de aacutegua do sistema pluvial quando natildeo houver aacutegua de chuva Uma
vaacutelvula solenoide unidirecional comandada por uma boia de niacutevel libera a entrada de
aacutegua da rede para que o sistema natildeo entre em colapso A boia de niacutevel deve ser
regulada de modo a liberar a entrada de aacutegua somente num niacutevel baixo da cisterna
natildeo interferindo no funcionamento regular do sistema de aacutegua de chuva ou seja sua
regulagem deve ser ajustada para funcionamento somente quando a caixa ou a
cisterna estiver em niacuteveis baixos quando a bomba que recalca a aacutegua de chuva natildeo
eacute mais acionada
Sifatildeo ladratildeo industrial 200 mm Sifatildeo com barreira contra odores e succcedilatildeo da
aacutegua na superfiacutecie sem invasatildeo de roedores que satildeo barrados pela chapa perfurada
de accedilo inox Para a qualidade constante da aacutegua eacute importante que a cisterna
transborde regularmente o sifatildeo ind DN 200 eacute conectado por um tubo plaacutestico de 200
101
mmconexatildeo 200 mmmaterial polietilenobarreira antirroedores accedilo inox dimensotildees
375 x 659 x 765 mm Peso 75 kg
Freio Drsquoaacutegua Industrial 200 mm O produto serve para frear e inverter o fluxo da
aacutegua que entra na cisterna Partiacuteculas finas de sujeira que ficaram retidas na aacutegua
lentamente descem para o fundo e uma camada de sedimentos se cria que exerce
uma influecircncia positiva sobre a aacutegua de chuva armazenada Cisternas com uma
camada de sedimentos apresentam uma aacutegua mais liacutempida
Clorador acquanova com funcionamento em circuito fechado com proteccedilatildeo
contra inundaccedilatildeo capacidade do corpo interno 320 pastilhas variando de 0640 kg
com vazatildeo de operaccedilatildeo lenta em rede de 05 a 3000 m3h
Conjunto de 02 bombas centrifugas monoestaacutegio BC 91- rotor fechado em
atendimento a altura manomeacutetrica total de 20 metros e vazatildeo de 53 m3h compatiacutevel
com o reservatoacuterio superior de 5000 litros
Tratamento quiacutemico mensal da agua pluvial
De acordo com orientaccedilatildeo da portaria do MS nordm 5182014 e a NBR 152227
recomenda que o cloro residual livre deva estar entre 05mgl e 30 mgl em qualquer
ponto do sistema de abastecimento neste estudo de caso foi previsto dosador de
cloro em pastilhas que apresenta consumo de 9 gramasm3 com estimativa de
consumo mensal de de 1742 gramasmecircs para a quantidade de agua a ser recalcada
de 8800 litros dia sendo os ajustes de vazatildeo a serem realizados atraveacutes da equipe
de manutenccedilatildeo de forma manual atraveacutes dos ajustes de registros que seratildeo
realizados em funccedilatildeo dos valores aferidos pelo kit de dosagem de cloro residual e
comparados a norma citada
Avaliaccedilatildeo do percentual de economia de agua potaacutevel nas atividades de
limpeza jardinagem bacias sanitaacuterias e mictoacuterios
Potencial de captaccedilatildeo de agua de chuva + potencial de produccedilatildeo de agua por
condensaccedilatildeo das unidades evaporadores- overflow= total de aguas utilizaveis em
usos menos nobres
202248m3 + 19200m3 - 9204 m3 = 212244 m3 total utilizavel
Demanda anual para uso natildeo potavel = 212784 m3
Percentual de economia de agua potavel = 9974
Os valores abaixo apresentam o custo por m3 do preccedilo cobrado pela
concessionaria CEDAE para o consumo de agua da rede publica
102
Custo de agua por faixa de consumo categoria publica
Consumo m3 valor
0 a 15 51036364
gt 15 11289924
Beneficio mensal com reduccedilatildeo de custo na conta de agua
A instituiccedilatildeo em estudo estaacute ligada agrave rede puacutebica de coleta de
esgoto portanto o custo de aacutegua tratada foi acrescido com o custo de
coleta de esgoto O custo de coleta de esgoto e idecircntico ao custo da agua
potaacutevel conforme pode ser observado no apecircndice F
total utilizavel ano12= 212234 m3 12 = 17686 m3
17686x 11289924 x 2= R$ 399347 mensal
Tabela 4 - Custos referentes agrave implantaccedilatildeo do sistema de aproveitamento de aacutegua pluviais
Equipamentos Quant Custo Vida Uacutetil
Reservatoacuterio Inferior 120000L Reservatoacuterio Superior 5000L Filtro Aquasave VF6 250mm Conjunto Flutuante de succcedilatildeo (Mangueira e boia) Realimentador 1 12rsquorsquo Sifatildeo ladratildeo 200mm Freio drsquoaacutegua 200mm Automaacuteticos superior e inferior Moto Bomba 1 cv Conexotildees pvc fios e disjuntores referente as instalaccedilotildees das bombas e prumadas de abastecimento (custo estimado 5) Clorador
01
01
Cj
02
02
Cj
01
R$ 7230535 R$ 179000 R$ 1414958 R$ 4800 R$ 198200 R$ 456324 R$ 99000
ge 50 anos 5 anos 10 anos 1 ano 2 anos 20 a 25 2 anos
Total R$ 9582817
Os custos de implantaccedilatildeo do sistema de aproveitamento de aacutegua pluvial para
posterior anaacutelise de viabilidade econocircmica Estes custos satildeo relativos aos gastos para
construccedilatildeo do reservatoacuterio inferior aquisiccedilatildeo de materiais equipamentos
Dentre os custos apresentados foi considerado somente matildeo de obra na
construccedilatildeo do reservatoacuterio inferior conforme pode ser observado na planilha
orccedilamentaria sinteacutetica na instalaccedilatildeo dos demais equipamentos e manutenccedilatildeo foi
103
considerada matildeo de obra da proacutepria da instituiccedilatildeo uma vez que a mesma conta com
equipe de manutenccedilatildeo hidraacuteulica e eleacutetrica bem como natildeo foi considerado custo de
energia eleacutetrica pois a altura de recalque e semelhante a da agua tratada
consequentemente natildeo implicando em acreacutescimos a conta de energia
Anaacutelise econocircmica
A anaacutelise econocircmica procura determinar as possibilidades de sucesso em
funccedilatildeo do tempo de retorno do investimento econocircmico e financeiro quanto maior o
payback maior o tempo necessaacuterio para que o investimento retorne e maiores os
riscos envolvidos
Tempo de retorno do investimento
Com base nos dados das estimativas de custos de implantaccedilatildeo foi possiacutevel
estimar o tempo de retorno do investimento inicial
Subtraindo a economia mensal acumulada resultante da implantaccedilatildeo do
sistema de aproveitamento de aacutegua da chuva dos custos de implantaccedilatildeo obteve-se
o balanccedilo financeiro mensal
De acordo com o balanccedilo financeiro em 24 meses corridos o total economizado
iraacute se equipara ao total investido utilizando do Payback Simples pode ser observado
para o Payback descontado um retorno em 28 meses considerando uma taxa mensal
de 1 que na atualidade eacute utilizada para remuneraccedilatildeo de fundos de renda fixa
104
Tabela 5 - Payback simples
Fonte Elaborado pelo Auto deste Trabalho 2017
Meses Investimento Fluxo de caixa Retorno Acumulado
0 9582817R$
1 399347R$ 41673 41673
2 399347R$ 41673 83346
3 399347R$ 41673 125020
4 399347R$ 41673 166693
5 399347R$ 41673 208366
6 399347R$ 41673 250039
7 399347R$ 41673 291713
8 399347R$ 41673 333386
9 399347R$ 41673 375059
10 399347R$ 41673 416732
11 399347R$ 41673 458406
12 399347R$ 41673 500079
13 399347R$ 41673 541752
14 399347R$ 41673 583425
15 399347R$ 41673 625099
16 399347R$ 41673 666772
17 399347R$ 41673 708445
18 399347R$ 41673 750118
19 399347R$ 41673 791791
20 399347R$ 41673 833465
21 399347R$ 41673 875138
22 399347R$ 41673 916811
23 399347R$ 41673 958484
24 399347R$ 41673 1000158
Payback Simples
105
Tabela 6 - Payback descontado
Fonte Elaborado pelo Auto deste Trabalho 2017
Tx Fundo Renda Fixa 1
Meses Investimento Fluxo de caixa VP VP VP ACUMULADO
0 9582817R$
1 399347R$ 395393R$ 41261 41261
2 399347R$ 391478R$ 40852 82113
3 399347R$ 387602R$ 40448 122560
4 399347R$ 383765R$ 40047 162608
5 399347R$ 379965R$ 39651 202258
6 399347R$ 376203R$ 39258 241516
7 399347R$ 372478R$ 38869 280386
8 399347R$ 368790R$ 38485 318870
9 399347R$ 365139R$ 38103 356974
10 399347R$ 361524R$ 37726 394700
11 399347R$ 357944R$ 37353 432053
12 399347R$ 354400R$ 36983 469036
13 399347R$ 350891R$ 36617 505652
14 399347R$ 347417R$ 36254 541906
15 399347R$ 343977R$ 35895 577802
16 399347R$ 340572R$ 35540 613341
17 399347R$ 337200R$ 35188 648529
18 399347R$ 333861R$ 34840 683369
19 399347R$ 330555R$ 34495 717864
20 399347R$ 327283R$ 34153 752017
21 399347R$ 324042R$ 33815 785832
22 399347R$ 320834R$ 33480 819312
23 399347R$ 317657R$ 33149 852460
24 399347R$ 314512R$ 32820 885281
25 399347R$ 311398R$ 32495 917776
26 399347R$ 308315R$ 32174 949950
27 399347R$ 305262R$ 31855 981805
28 399347R$ 302240R$ 31540 1013345
Payback Descontado
106
5 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
Na metodologia adotada conclui-se que a utilizaccedilatildeo de aguas pluviais para fins
natildeo potaacuteveis atraveacutes da captaccedilatildeo da cobertura do bloco E e de aguas residuais
provenientes de condensadores de aparelhos de ar condicionado gerou uma
economia mensal R$ 399347 mecircs (Trecircs mil novecentos e noventa e trecircs reais e
quarenta e sete centavos) de reduccedilatildeo na conta de aacutegua
Apoacutes a realizaccedilatildeo dos custos referentes a implantaccedilatildeo do sistema de
aproveitamento de aguas pluviais foi realizado o Payback Simples e descontado com
utilizaccedilatildeo da taxa de 1 am obtendo-se periacuteodo de retorno do investimento de 24
meses e 28 meses respectivamente periacuteodo relativamente curto e no desenvolvimento
do presente trabalho ficou comprovada a viabilidade teacutecnica e econocircmica
Foi verificado no desenvolvimento do presente projeto que as teacutecnicas para
aproveitamento de aguas pluviais podem ser associadas ao aproveitamento de aguas
cinzas e possiacuteveis de serem adotadas pela populaccedilatildeo de modo geral atraveacutes de
poliacuteticas puacuteblicas reduzindo-se os custos dos equipamentos necessaacuterios de forma a
incentivar o uso
A adoccedilatildeo de tecnologias de reaproveitamento ou reuso ao serem utilizadas em
instituiccedilotildees de ensino servem como exemplo de postura ambientalmente correta para
os problemas de ocupaccedilatildeo e impermeabilizaccedilatildeo desordenada do solo nos centros
urbanos aleacutem de estimular a educaccedilatildeo ambiental e os conceitos de sustentabilidade
criando multiplicadores das accedilotildees de conservaccedilatildeo do meio ambiente
A pesquisa bibliograacutefica na parte que trata do histoacuterico de reuso demonstrou
que o aproveitamento de aguas pluviais era utilizado por civilizaccedilotildees anteriores a
nossa era e que diversos paiacuteses do mundo na atualidade continuam a utilizar e
incentivar a populaccedilatildeo atraveacutes de poliacuteticas puacuteblicas
Dentre os custos referentes a implantaccedilatildeo do SAAP pode ser observado que o
reservatoacuterio inferior apresenta maior investimento cabendo ao projetista avaliar
atraveacutes de anaacutelise de simulaccedilatildeo o volume de transbordamento e volume de
suprimento externo de agua de forma a otimizar a utilizaccedilatildeo da precipitaccedilatildeo
pluviomeacutetrica da regiatildeo sem contudo inviabilizar o projeto financeiramente atraveacutes
do superdimensionamento do reservatoacuterio
Finalmente em caso de utilizaccedilatildeo do SAAP como alternativa a rede de
abastecimento da concessionaria cabe ao gestor a orientaccedilatildeo aos usuaacuterios bem
107
como a identificaccedilatildeo das tubulaccedilotildees e pontos de uso por meio de pintura na cor roxa
das tubulaccedilotildees e placas indicativas nos pontos de uso
51 Propostas para trabalhos futuros
Apoacutes a conclusatildeo do presente trabalho seguem as sugestotildees para trabalhos
futuros abaixo relacionados
Realizar estudos referentes aos diversos meacutetodos de dimensionamento de
reservatoacuterio citados segundo a Norma Brasileira NBR 155272007ABNT e avaliar o
meacutetodo que apresenta melhor desempenho em funccedilatildeo do iacutendice de precipitaccedilatildeo do
Estado do Rio de Janeiro
Elaborar estudos para avaliar o potencial de captaccedilatildeo de aguas residuais que
satildeo produzidas pelas unidades evaporadoras de ar condicionado com ensaios em
todas as estaccedilotildees do ano de forma a verificar a variaccedilatildeo de produccedilatildeo de condensaccedilatildeo
em diversas condiccedilotildees climaacuteticas externas
Produzir estudos de aproveitamento de aacuteguas pluviais verificando todas as
coberturas existentes na instituiccedilatildeo e utilizaccedilatildeo de aacuteguas cinzas
Realizar analise da qualidade da aacutegua pluvial e estudo de possiacuteveis
tratamentos para utilizaccedilatildeo como agua potaacutevel com verificaccedilatildeo de viabilidade
financeira
108
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de Mestrado em Financcedilas Empresariais ndash Escola Superior de Estudos Industriais e de
Gestatildeo Vila do Conde Instituto Politeacutecnico do Porto 2015
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119
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2001
121
APEcircNDICE A
Questionaacuterio 1
Prezados
O presente questionaacuterio faz parte de pesquisa de dissertaccedilatildeo de Mestrado e tem como
objetivo avaliar a demanda de aacutegua potaacutevel possiacutevel de ser substituiacuteda por aacutegua de chuva
Sua participaccedilatildeo eacute fundamental para o desenvolvimento da pesquisa
Obrigado pela sua participaccedilatildeo
Mario dos Santos Soares
Estudo de consumo de aacutegua CEFET- Maracanatilde Bloco E
( ) Alunos ( ) Servidores ( ) Professores ( ) Teacutecnico Administrativo
Gecircnero ( ) Masculino ( ) Feminino
1) Nuacutemero de vezes diariamente em meacutedia que vocecirc utiliza a descarga do vaso sanitaacuterio
( ) zero ( ) 1 vez ( ) 2 vezes ( ) 3 vezes ( ) 4 vezes ( ) 5 vezes
( ) 6 vezes ( ) 7 vezes ( ) 8 vezes
2) Estime um tempo em segundos de cada vez que vocecirc pressiona a descarga sanitaacuteria
( ) zero ( ) 1 seg ( ) 2 seg ( ) 3 seg ( ) 4 seg ( ) 5 seg ( ) 6 seg
( ) 7 seg ( ) 8 seg ( ) 9 seg ( ) 10 seg ( ) 11 seg ( ) 12 seg
3) Nuacutemero em vezes diariamente em meacutedia que vocecirc utiliza o mictoacuterio
( ) zero ( ) 1 vez ( ) 2 vezes ( ) 3 vezes ( ) 4 vezes ( ) 5 vezes
( ) 6 vezes ( ) 7 vezes ( ) 8 vezes
4) Estime um tempo em segundos que vocecirc pressiona a descarga dos mictoacuterios
( ) zero ( ) 1 seg ( ) 2 seg ( ) 3 seg ( ) 4 seg ( ) 5 seg ( ) 6 seg
( ) 7 seg ( ) 8 seg ( ) 9 seg ( ) 10 seg ( ) 11 seg
122
APEcircNDICE B
Questionaacuterio 2
Prezados
O presente questionaacuterio faz parte de pesquisa de dissertaccedilatildeo de Mestrado e tem como
objetivo avaliar a demanda de aacutegua potaacutevel possiacutevel de ser substituiacuteda por aacutegua de chuva
Sua participaccedilatildeo eacute fundamental para o desenvolvimento da pesquisa
Obrigado pela sua participaccedilatildeo
Mario dos Santos Soares
Estudo de consumo de aacutegua CEFET- Maracanatilde Bl E
Encarregado de limpeza Interna
1) Nuacutemero de vezes por semana que as circulaccedilotildees e escadas dos pavimentos satildeo
lavados
( ) 1 vez ( ) 2 vezes ( ) 3 vezes ( ) 4 vezes ( ) 5 vezes
2) Nuacutemero de vezes por semana que o paacutetio do teacuterreo eacute lavado
( ) 1 vez ( ) 2 vezes ( ) 3 vezes ( ) 4 vezes ( ) 5 vezes
3) Tempo de duraccedilatildeo que a torneira fica aberta
( ) 15 minutos ( ) 30 minutos ( ) 45 minutos ( ) 60 minutos
4) Nuacutemero de baldes (considerar balde com capacidade de 10 Lt) necessaacuterios a limpeza
das circulaccedilotildees por pavimento utilizando apenas pano molhado
( ) 1 ( ) 2 ( ) 3 ( ) 4 ( ) 5 ( ) 6 ( ) 7 ( ) 8 ( ) 9
5) Nuacutemero de vezes por semana que eacute passado pano molhado nas circulaccedilotildees dos
pavimentos
( ) 1 ( ) 2 ( ) 3 ( ) 4 ( ) 5 ( ) 6 ( ) 7 ( ) 8 ( ) 9
123
APEcircNDICE C
Questionaacuterio 3
Prezados
O presente questionaacuterio faz parte de pesquisa de dissertaccedilatildeo de Mestrado e tem como
objetivo avaliar a demanda de aacutegua potaacutevel possiacutevel de ser substituiacuteda por aacutegua de chuva
Sua participaccedilatildeo eacute fundamental para o desenvolvimento da pesquisa
Obrigado pela sua participaccedilatildeo
Mario dos Santos Soares
Estudo de consumo de aacutegua CEFET- Maracanatilde Bl E e Academia
Encarregado de limpeza Externa
1) Nuacutemero de vezes por mecircs que as vidraccedilas satildeo lavadas
( ) 1 vez ( ) 2 vezes ( ) 3 vezes ( ) 4 vezes ( ) 5 vezes
2) Nuacutemero de vezes por semana que eacute realizada a rega do jardim
( ) 1 vez ( ) 2 vezes ( ) 3 vezes ( ) 4 vezes ( ) 5 vezes ( ) 6 vezes
3) Tempo estimado da utilizaccedilatildeo da torneira para rega do jardim
( ) 15 minutos ( ) 30 minutos ( ) 45 minutos ( ) 60 minutos
( ) 75 minutos
124
APEcircNDICE D
125
126
127
128
APEcircNDICE E
Consumo de agua potaacutevel
CONSUMO 2014 A 2016
Mecircs
2014 2015 2016
Meacutedia Total
Vol Faturado
(msup3)
nordm dias
m3dia Vol
faturado (msup3)
nordm dias
m3dia Vol
Faturado (msup3)
nordm dias
m3dia
JAN 173100 29 5969 168000 30 5600 234100 32 7316 6295
FEV 182300 30 6077 181600 2900 6262 192900 34 5674 6004
MAR 131600 29 4538 212000 3100 6839 305500 28 10911 7429
ABR 221100 34 6503 264600 2900 9124 323100 29 11141 8923
MAI 196400 31 6335 253100 3300 7670 251800 31 8123 7376
JUN 168900 34 4968 210900 2800 7532 242200 29 8352 6951
JUL 200100 30 6670 213000 3400 6265 188700 28 6739 6558
AGO 190700 31 6152 220100 2800 7861 223100 29 7693 7235
SET 254300 28 9082 183200 3300 5552 178300 33 5403 6679
OUT 226700 31 7313 322500 2800 11518 197200 29 6800 8544
NOV 250600 32 7831 242200 2900 8352 254700 31 8216 8133
DEZ 284300 30 9477 286600 3100 9245 290400 31 9368 9363
Fonte contas CEDAE
129
APEcircNDICE F
2
CefetRJ ndash Sistema de Bibliotecas campus Petroacutepolis
Elaborada por Luciana de Souza Castro CRB74812
S676 Soares Mario dos Santos
Uma metodologia para anaacutelise de viabilidade de um sistema de aproveitamento de aacuteguas pluviais e aacuteguas residuais de unidades evaporadorasMario dos Santos Soares ndash Niteroacutei RJ 2017
135f il grafs tabs
Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Sistemas de Gestatildeo) ndash Universidade Federal Fluminense Escola de Engenharia Departamento de Engenharia de Produccedilatildeo Laboratoacuterio de Tecnologia Gestatildeo de Negoacutecios e Meio Ambiente 2017 Orientador Luis Perez Zotes
1 Aacuteguas ndash Reuso 2 Aacuteguas residuais 3 Aacuteguas pluviais 4
Desenvolvimento Sustentaacutevel I Tiacutetulo
CDD 3637284
3
4
AGRADECIMENTOS
A elaboraccedilatildeo da presente dissertaccedilatildeo natildeo teria sido possiacutevel sem o apoio de diversas
pessoas Gostaria de manifestar minha gratidatildeo a todos agravequeles que direta ou
indiretamente contribuiacuteram para a conclusatildeo desta tarefa A todos manifesto meus
sinceros agradecimentos
Ao Professor orientador Luiz Peacuteres Zotes DSc pelas orientaccedilotildees incentivo e apoio
para a conclusatildeo do presente trabalho aqui quero manifestar meus agradecimentos
A todos os amigos de curso que de forma direta ou indireta contribuiacuteram incentivando
para a conclusatildeo do curso
Agradeccedilo a todos aqueles que se dispuseram a responder os questionaacuterios que foram
fundamentais para a determinaccedilatildeo da demanda por aacutegua natildeo potaacutevel Por isso muito
obrigado a todos
5
Pensamento
ldquoFaccedila o bem fale o bem pense o bem Perceba que
cada ser que encontramos eacute iluminado disfarccedilado a
nos mostrar o caminho Alguns nos mostram como natildeo
devemos ser outros como devemos serrdquo
Monja Coen
6
RESUMO
O aproveitamento de aacuteguas pluviais e o reaproveitamento de aacuteguas residuais demonstram que a minimizaccedilatildeo dos custos dos usuaacuterios com abastecimento de aacutegua eacute alcanccedilada e ainda gera valor agregado aos empreendimentos que optam por atender aos requisitos de sustentabilidade Esta atitude tem gerado o aumento da implantaccedilatildeo de sistemas de reutilizaccedilatildeo de aacutegua nos grandes centros urbanos O resultado econocircmico esperado na adoccedilatildeo dos sistemas de reaproveitamento de aacuteguas e utilizaccedilatildeo de aacutegua da chuva eacute influenciado pelo tipo de aplicaccedilatildeo ou seja em que ambiente esta medida seraacute adotada e que cuidados adicionais seratildeo necessaacuterios na concepccedilatildeo dos projetos Percebe-se com a pesquisa que o maior investimento para instalaccedilatildeo do sistema de aproveitamento de aacutegua da chuva estaacute relacionado ao reservatoacuterio que seraacute implantado e ao processo de instalaccedilatildeo o qual precisa ser analisado desde o seu dimensionamento e construccedilatildeo ateacute o atendimento aos padrotildees teacutecnicos e ambientais Esta dissertaccedilatildeo contempla o desenvolvimento de uma proposta metodoloacutegica para o estudo da viabilidade do aproveitamento de aacuteguas pluviais e aacuteguas residuais provenientes de evaporadoras de aparelhos de ar condicionado para uso natildeo potaacutevel A metodologia desenvolvida foi aplicada para validaccedilatildeo em uma instituiccedilatildeo de ensino com localizaccedilatildeo na cidade do Rio de Janeiro Na metodologia utilizada quantificaram-se as demandas de uso para bacias sanitaacuterias mictoacuterios limpeza e jardinagem Estimou-se o potencial de captaccedilatildeo de aacuteguas pluviais atraveacutes da cobertura de uma edificaccedilatildeo avaliaccedilatildeo e dimensionamento dos reservatoacuterios inferior e superior de acordo com a norma ABNT NBR 15527 A aplicaccedilatildeo permitiu verificar que atraveacutes de levantamento de dados equipamentos necessaacuterios e os custos para a implantaccedilatildeo do sistema de aproveitamento de aacuteguas pluviais que acenaram para um investimento da ordem de R$9582817 (Noventa e cinco mil oitocentos e vinte e oito reais e dezessete centavos) O periacuteodo constatado para o retorno do investimento foi de 24 (vinte e quatro) meses para um payback simples e 28 (vinte e oito) meses para um payback descontado com utilizaccedilatildeo de taxa de 1 (um por cento) o que demonstrou um tempo de retorno do investimento curto comprovando a viabilidade econocircmica da implantaccedilatildeo do sistema sugerido por esta pesquisa Palavras-chave Aacuteguas pluviais Reservatoacuterio Reaproveitamento Custo Sustentabilidade
7
ABSTRACT The utilization of rainwater and the reuse of wastewater demonstrate that minimizing the costs of users with water supply is achieved and still generates added value to the projects that choose to meet sustainability requirements This attitude has led to an increase in the implementation of water reuse systems in large urban centers The expected economic result in the adoption of water reuse and rainwater utilization systems is influenced by the type of application that is in what environment this measure will be adopted and what additional care will be required in the design of the projects The research shows that the largest investment for the installation of the rainwater harvesting system is related to the reservoir to be implanted and to the installation process which needs to be analyzed from its design and construction to meeting the technical standards and environmental issues This dissertation contemplates the development of a methodological proposal for the study of the feasibility of the use of rainwater and wastewater coming from evaporators of air conditioners for non-potable use The methodology developed was applied for validation in an educational institution located in the city of Rio de Janeiro In the methodology used were quantified the demands of use for sanitary basins urinals cleaning and gardening The potential of rainwater harvesting was estimated by covering a building evaluating and designing the lower and upper reservoirs in accordance with ABNT NBR 15527 The application made it possible to verify that through data collection necessary equipment and the costs for the implantation of the system of use of rainwater that waved for an investment in the order of R $ 9582817 (Ninety-five thousand eight hundred and twenty-eight reais and seventeen cents) The payback period was 24 (twenty-four) months for a simple payback and 28 (twenty-eight) months for a discounted payback using a 1 (one percent) rate which time of return of the short investment proving the economic viability of the implementation of the system suggested by this research Key words Rainwater Reservoir Reuse Cost Sustainability
8
LISTA DE SIGLAS
ABES ndash Associaccedilatildeo Brasileira de Engenharia sanitaacuteria e Ambiental
ABNT ndash Associaccedilatildeo Brasileira de Normas Teacutecnicas
ASA (Articulaccedilatildeo do Semiaacuterido Brasileiro)
ANA ndash Agecircncia Nacional de Aacuteguas
ABNT ndash Associaccedilatildeo Brasileira de Normas Teacutecnicas
BTUs - (British termal Units- Unidade Teacutermica Britacircnica)
CEDAE - Companhia Estadual de Aguas e Esgotos
CEFET RJ- Centro Federal de Educaccedilatildeo Tecnoloacutegica Celso Suckow da Fonseca
CNRH - Conselho Nacional de Recursos Hiacutedricos
CONFEA ndash Conselho Federal de Engenharia e Agronomia
EEE ndash Estaccedilatildeo Elevatoacuteria de Esgotos
EIA ndash Estudo de Impacto ambiental
EPA ndash Enviromental Protection Agency
ETA ndash Estaccedilatildeo de Tratamento de Aacutegua
ETE ndash Estaccedilatildeo de Tratamento de Esgotos
FIESP - Federaccedilatildeo das Industrias do Estado de Satildeo Paulo
IBGE - Instituto Brasileiro de geografia e Estatiacutestica
LDB - Lei de Diretrizes e Bases da Educaccedilatildeo Nacional
NBR ndash Norma Brasileira
RIMA ndash Relatoacuterio de Impacto Ambiental
PCA ndash Programa de Conservaccedilatildeo de Aacutegua
PNCDA ndash Programa Nacional de Combate ao Desperdiacutecio de Aacutegua
PNRH - Poliacutetica Nacional de Recursos Hiacutedricos
PURA ndash Programa de Uso Racional da Aacutegua
PDI - Plano de Desenvolvimento Institucional ()
SABESP ndash Companhia de Saneamento Baacutesico do Estado de Satildeo Paulo
SAAP - Sistema de Aproveitamento de Aguas Pluviais
UNESCO ndash Organizaccedilatildeo das Naccedilotildees Unidas para Educaccedilatildeo Ciecircncia e Cultura
9
ONU ndash Organizaccedilatildeo das Naccedilotildees Unidas
LEED - Leadership in Energy and Environmental
USGBC - US Green building Council
BNDES - Banco Nacional de Desenvolvimento Econocircmico e Social
SINAPI ndash Sistema Nacional de Pesquisa de Custos e Iacutendices da Construccedilatildeo Civil
CEF ndash Caixa Econocircmica Federal
10
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 - Estrutura do Conteuacutedo da Dissertaccedilatildeo 24
Figura 2 - Consumo Mensal de Aacutegua - 2014 26
Figura 3 - Sistemas de aproveitamento de aacuteguas pluviais 38
Figura 4 - Reservatoacuterios 39
Figura 5 - Reservatoacuterios 39
Figura 6 - Esquema de cisterna implementada na zona rural 41
Figura 7 - Projeto experimental para casas populares voltado para captaccedilatildeo de aacutegua da chuva 41
Figura 8 - Formas potenciais de reuso da aacutegua 46
Figura 9 - Processo de captaccedilatildeo da aacutegua da chuva 51
Figura 10 -Certificaccedilatildeo em estaacutedios de futebol itens avaliados no canteiro de obra 65
Figura 11 - Poccedilos de infiltraccedilatildeo 67
Figura 12 - Hidrocircmetro referente ao nuacutemero 485 com vazatildeo de 03 - 15 m3hora 70
Figura 13 - Fachada Principal do CEFET- RJ 70
Figura 14 - ensaio equipamento 24000 BTUs 80
Figura 15 - Interligaccedilatildeo de tubulaccedilatildeo de drenagem de condensadores a rede AP 83
Figura 16 -Planta de cobertura do Bloco E 84
Figura 17 - Planta baixa 95
Figura 18 - Localizaccedilatildeo do Reservatorio Inferior 99
Figura 19 - Equipamentos necessaacuterios para instalaccedilatildeo em reservatoacuterio de aguas pluviais 99
11
GRAacuteFICOS
Graacutefico 1- Frequecircncia de uso diaacuterio da bacia sanitaacuteria 90
Graacutefico 2 - Tempo em segundos da descarga da bacia 91
Graacutefico 3 - Frequecircncia de uso diaacuterio do mictoacuterio 92
Graacutefico 4 - Tempo em segundos da descarga do mictoacuterio 93
12
LISTA DE QUADROS
Quadro 1 - Projeccedilatildeo da populaccedilatildeo nos Municiacutepios do Estado do Rio de Janeiro 35
Quadro 2 - Evoluccedilatildeo prevista da demanda de aacutegua em msup3s para a Regiatildeo Metropolitana do Rio de Janeiro 36
Quadro 3 - Frequecircncia de manutenccedilatildeo 52
Quadro 4- Fluxo do processo 62
Quadro 5 - Ensaio de captaccedilatildeo em ambiente da biblioteca 81
Quadro 6 -Ensaio de captaccedilatildeo em ambiente da sala de professores 82
Quadro 7 - Somatoacuterio das capacidades dos equipamentos instalados por pavimento 82
Quadro 8 - Quadro da aacuterea de cobertura do Bloco E 84
Quadro 9 - Iacutendice do coeficiente de Runoff 85
Quadro 10 - Captaccedilatildeo de aacutegua 87
Quadro 11 - Populaccedilao 88
Quadro 12 - Planilha orccedilamentaacuteria 95
Quadro 13 - Anaacutelise de simulaccedilatildeo do reservatoacuterio 97
Quadro 14 - Descriccedilatildeo da planilha 98
13
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 - Paracircmetros de qualidade de aacuteguas pluviais para usos restritivos natildeo potaacuteveis 52
Tabela 2 - Padrotildees microbioloacutegicos para aacuteguas destinadas agrave recreaccedilatildeo de contato primaacuterio 55
Tabela 3- Tabela de Precipitaccedilatildeo Pluviomeacutetrica 85
Tabela 4 - Custos referentes agrave implantaccedilatildeo do sistema de aproveitamento de aacutegua pluviais 102
Tabela 5 - Payback simples 104
Tabela 6 - Payback descontado 105
14
SUMAacuteRIO
1 ndash INTRODUCcedilAtildeO 16
11 - CONSIDERACcedilOtildeES INICIAIS 16
12 - QUESTAtildeO PROBLEMA 21
13 ndash QUESTOtildeES DA PESQUISA 21
14 - OBJETIVO GERAL 22
15 - OBJETIVOS ESPECIacuteFICOS 22
16 ndash ESTRUTURA METODOLOacuteGICA 22
17 ndash DELIMITACcedilAtildeO DA PESQUISA 25
18 ndash JUSTIFICATIVA DA PESQUISA 25
19 ndash ORGANIZACcedilAtildeO DO ESTUDO 27
2 - BASE CONCEITUAL E REVISAtildeO DA LITERATURA 28
21 A SUSTENTABILIDADE E AS QUESTOtildeES QUANTO A CONSERVACcedilAtildeO
REAPROVEITAMENTO E REDUCcedilAtildeO DO CONSUMO DE AacuteGUAS PLUVIAIS 28
211 EXEMPLOS RECENTES DE ATITUDE SUSTENTAacuteVEIS ADOTADAS NO BRASIL 29
212 MEDIDAS SUSTENTAacuteVEIS PARA CONSERVACcedilAtildeO REAPROVEITAMENTO DE AacuteGUA E REDUCcedilAtildeO DO
CONSUMO DE AacuteGUAS PLUVIAIS 30
22 HISTOacuteRICO DO REUSO DE AacuteGUAS 37
221 ASPECTOS HISTOacuteRICOS DA CAPTACcedilAtildeO DAS AacuteGUAS PLUVIAIS NO BRASIL 40
23 UTILIZACcedilOtildeES DA AacuteGUA COLETADA E O SEU CONSUMO 42
24 O REUSO DE AacuteGUAS 43
241- AacuteGUAS RESIDUAacuteRIAS 43
242 AacuteGUAS CINZENTAS 46
25 FORMAS DE REUSO DE AacuteGUAS 47
251 REUSO URBANO 47
252 REUSO INDUSTRIAL 48
253 REUSO AGRIacuteCOLA 48
254 REUSO NO MEIO AMBIENTE 48
26 A PRAacuteTICA DE RECARGA DE AQUIacuteFEROS 48
27 O ARMAZENAMENTO DE AGUAacuteS 49
28 LEGISLACcedilAtildeO SOBRE O USO DE AacuteGUAS 56
3 - METODOLOGIA 62
31 ESTRATEacuteGIA DA PESQUISA 63
32 UNIDADE DE ANAacuteLISE 68
33 JUSTIFICATIVA DA ESTRATEacuteGIA DE PESQUISA 68
34 PESQUISA EXPLORATOacuteRIA 68
35 LEVANTAMENTO 69
15
36 OBJETO DE ESTUDO 70
361 APARELHOS EXISTENTES 71
37 ENTREVISTAS COM OS USUAacuteRIOS 71
38 ESTIMATIVA DO CONSUMO DE AacuteGUA 72
381 O CAacuteLCULO DE CONSUMO MEacuteDIO DIAacuteRIO DE AacuteGUA PER CAPITA POR APARELHOS 72
O CAacuteLCULO FOI REALIZADO COM BASE NO SOMATOacuteRIO DA MULTIPLICACcedilAtildeO DA FREQUEcircNCIA E TEMPO DE USO
OBTIDO NAS ENTREVISTAS E VAZAtildeO DO APARELHO DIVIDIDO PELO NUacuteMERO DE PESSOAS ENTREVISTADAS
72
382 ESTIMATIVA DO CONSUMO DE AacuteGUA EM ATIVIDADES DE LIMPEZA E JARDINAGEM 73
383 AVALIACcedilAtildeO DO POTENCIAL DE ECONOMIA DE AacuteGUA POTAacuteVEL 73
384 PERCENTUAL DE AacuteGUA POTAacuteVEL QUE PODERIA SER SUBSTITUIacuteDO POR AacuteGUA PLUVIAL 73
39 RESERVATOacuteRIOS DE AacuteGUA PLUVIAL 74
310 ANAacuteLISE ECONOcircMICA 74
4 APLICACcedilAtildeO E VALIDACcedilAtildeO DA METODOLOGIA PROPOSTA 75
41 HISTOacuteRICO DO CEFET-RJ 75
411 DEFINICcedilAtildeO DE INSTITUICcedilOtildeES DE ENSINO SUPERIOR 75
412 - PLANO DE DESENVOLVIMENTO INSTITUCIONAL (PDI) 76
413 - O PDI DO CEFETRJ 78
414 - FILOSOFIA MISSAtildeO E OBJETIVOS INSTITUCIONAIS 78
42 SOBRE O POTENCIAL DE CAPTACcedilAtildeO DE AGUAS DE RESIDUAIS 80
43 ANAacuteLISE DOS RESULTADOS DAS ENTREVISTAS REALIZADAS 88
5 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS 106
51 PROPOSTAS PARA TRABALHOS FUTUROS 107
REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAFICAS 108
16
1 ndash INTRODUCcedilAtildeO
11 - Consideraccedilotildees Iniciais
A aacutegua jaacute foi considerada um recurso infinito mas atualmente a sua
disponibilidade eacute um dos grandes problemas do nosso planeta decorrente de
inuacutemeros fatores tais como o aquecimento global as alteraccedilotildees climaacuteticas o
crescimento populacional acentuado o consumo cada vez maior dos recursos
hiacutedricos o mau uso desta fonte de energia e sobretudo a falta de poliacuteticas puacuteblicas
que estimulem o uso sustentaacutevel da aacutegua
Neste contexto segundo Kibert (2008) a adoccedilatildeo de medidas ecologicamente
corretas eacute fundamental tais como teacutecnicas de conservaccedilatildeo controle do desperdiacutecio
reaproveitamento da aacutegua de chuva reciclagem de aacutegua e recuperaccedilatildeo dos solos
Diante da possibilidade de racionamento ou ateacute mesmo escassez da aacutegua doce
no mundo eacute necessaacuterio que a sociedade e as poliacuteticas puacuteblicas busquem novas
tecnologias e alternativas sustentaacuteveis para a reduccedilatildeo do consumo
Diniz (2013) afirma que vaacuterios paiacuteses encaram hoje o problema de escassez
da aacutegua em consequecircncia do crescimento desordenado da poluiccedilatildeo dos recursos
hiacutedricos do aumento populacional e industrial que geram um aumento na demanda
pela aacutegua provocando o esgotamento deste recurso
Inobstante a urbanizaccedilatildeo das cidades e as tecnologias de abastecimento
puacuteblico de aacutegua contribuiacuteram para a desativaccedilatildeo dos sistemas de aproveitamento da
aacutegua de chuva Entretanto atualmente no contexto do paradigma da conservaccedilatildeo da
aacutegua as praacuteticas de aproveitamento da aacutegua de chuva estatildeo sendo incorporadas aos
sistemas de gestatildeo urbana dos recursos hiacutedricos de diversos paiacuteses Portanto natildeo
se trata de inserir um novo conceito de gestatildeo de recursos hiacutedricos apenas resgatar
os fundamentos deste e adaptaacute-lo agrave realidade atual (ALADENOLA ADEBOYE 2009)
A UNESCO emitiu no ano de 2005 a resoluccedilatildeo Ares58217 proclamando o
periacuteodo de 2005 a 2015 como sendo a Deacutecada Internacional para Accedilatildeo ldquoAacutegua Fonte
de vidardquo iniciando-se o dia mundial da aacutegua no dia 22 de Marccedilo de
2005(UNESCO2013d) A iniciativa teve como objetivo de alerta para a importacircncia
de melhor administrar as fontes de aacutegua em funccedilatildeo do aumento de consumo ou pelo
uso desequilibrado deste recurso indispensaacutevel agrave vida humana Com perspectivas
preocupantes a ONU apresenta a estimativa que se natildeo houver alteraccedilotildees nas
17
poliacuteticas em relaccedilatildeo aos recursos hiacutedricos 18 bilhatildeo de pessoas estaratildeo vivendo em
zonas de secas e dois terccedilos da humanidade estaratildeo sujeitos a alguma restriccedilatildeo no
acesso agrave aacutegua em 2025
Haacute diversos pontos no mundo em que a falta de aacutegua tem sido o principal motivo de ecircxodo de populaccedilotildees tal como acontece no Nordeste brasileiro Em termos globais o risco de crise hiacutedrica acontece pelo crescimento demograacutefico mudanccedilas climaacuteticas desperdiacutecio e contaminaccedilatildeo das fontes Afetando natildeo soacute a sauacutede humana mas o desenvolvimento soacutecio econocircmico das populaccedilotildees e o rumo das relaccedilotildees entre paiacuteses (UNESCO2013d)
Nesse caso Fawell amp Miller (1992) afirmam que a provisatildeo de uma aacutegua
potaacutevel ldquosegurardquo e ldquoesteticamente aceitaacutevelrdquo eacute assegurada em muitos paiacuteses por uma
seacuterie de padrotildees obrigatoacuterios ou largamente advertidos (domiacutenio puacuteblico)
Se na atualidade os paiacuteses continuam concentrados na prospecccedilatildeo e busca de
novas tecnologias para auto-suficiecircncia em petroacuteleo natildeo estaraacute longe o dia em que a
aacutegua seraacute reconhecida como o bem mais precioso a vida do ser humano
Segundo Craig e Dale (2008) a definiccedilatildeo mais adotada e mais citada da
sustentabilidade foi feita no Relatoacuterio de Brundland que definiu o conceito de
sustentabilidade da seguinte forma ldquoaquele que satisfaz as necessidades do presente
sem comprometer a capacidade das futuras geraccedilotildees satisfazerem suas proacuteprias
necessidadesrdquo (BRUNDTLAND 1988 p 46)
O uso da aacutegua com consciecircncia eacute a soluccedilatildeo mais sustentaacutevel para o
enfrentamento da crise a que tem sido observada em diversos estados do paiacutes O
aproveitamento de aacutegua de chuva e reuso natildeo eacute um conceito novo mas com o
aumento da demanda tornou-se um tema atual e de suma importacircncia que eacute praticado
ao longo dos anos em diversos paiacuteses devendo ser uma atividade mais abrangente
que eacute o uso racional englobando a reduccedilatildeo de perdas e desperdiacutecios e a minimizaccedilatildeo
da produccedilatildeo de efluentes e do consumo de aacutegua potaacutevel
A utilizaccedilatildeo da aacutegua da chuva aleacutem de trazer o benefiacutecio da conservaccedilatildeo da
aacutegua e reduzir a dependecircncia excessiva das fontes superficiais de abastecimento
reduz o escoamento superficial minimizando os problemas com enchentes buscando
garantir a sustentabilidade urbana que segundo Dixon Butler e Fewkes (1999) soacute
seraacute possiacutevel atraveacutes da mobilizaccedilatildeo da sociedade em busca do uso apropriado e
eficiente da aacutegua
18
Segundo Petry e Boeriu (2000) nos uacuteltimos anos tem-se observado o
desenvolvimento de novas tecnologias referentes ao manejo de recursos hiacutedricos
Com isso observa-se novas expansotildees no uso de teacutecnicas de aproveitamento de
aacutegua de chuva tanto em regiotildees onde jaacute eram utilizadas como em locais onde eram
desconhecidas
Para Dixon et al(1999) a existecircncia da sociedade e de sua malha urbana no
futuro estaacute condicionada ao uso adequado da aacutegua considerando o seu reuacuteso e
aproveitamento da aacutegua pluvial em todo o ciclo desde a captaccedilatildeo passando pelo
tratamento e armazenagem
Veloso e Mendes (2014) afirmam que a maioria das experiecircncias brasileiras
de aproveitamento de aacutegua de chuva se concentra na regiatildeo do semiaacuterido brasileiro
promovida pela ASA (Articulaccedilatildeo do Semiaacuterido Brasileiro) que eacute formada por mil
organizaccedilotildees da sociedade civil que atua na gestatildeo e no desenvolvimento de poliacuteticas
de convivecircncia com a regiatildeo semiaacuterida
Esta iniciativa contribui para equacionar os graves problemas de escassez de
aacutegua que a populaccedilatildeo e refeacutem Nesse sentido destaca-se o Programa Um Milhatildeo de
Cisternas (P1MC) uma das accedilotildees de mobilizaccedilatildeo promovidas pela ASA que objetiva
possibilitar ao nordestino o acesso a aacutegua potaacutevel por meio da construccedilatildeo de
cisternas de placas Desde 2003 aproximadamente 499387 mil foram construiacutedas
beneficiando mais de 2 milhotildees de pessoas (ASA 2015)
Segundo Gould and Nissen-Petersen (1990) A colheita de aacuteguas pluviais eacute uma
teacutecnica antiga que possui um renome na popularidade devido agrave qualidade inerente da
aacutegua da chuva e ao interesse em reduzir o consumo de aacutegua tratada A aacutegua da chuva
eacute valorizada por sua pureza e suavidade Tem um pH quase neutro e estaacute livre de
subprodutos de desinfecccedilatildeo sais minerais e outros contaminantes naturais e
artificiais As plantas prosperam sob irrigaccedilatildeo com aacutegua de chuva armazenada Os
aparelhos duram mais quando satildeo livres dos efeitos corrosivos ou em escala de aacutegua
dura
Os usuaacuterios com sistemas potaacuteveis preferem o gosto superior e as
propriedades de limpeza da aacutegua da chuva Evidecircncias arqueoloacutegicas atestam a
captura da aacutegua da chuva haacute mais de 4000 anos e o conceito de colheita de aacutegua da
chuva na China pode chegar a mais de 6000 anos Ruiacutenas de cisternas construiacutedas
jaacute em 2000 aC para armazenar o escoamento das encostas para fins agriacutecolas e
domeacutesticos ainda estatildeo em Israel
19
A reutilizaccedilatildeo ou reuso de aacutegua ou ainda em outra forma de expressatildeo o uso
de aacuteguas residuaacuterias natildeo eacute um conceito novo e tem sido praticado em todo o mundo
haacute muitos anos Haacute relatos de sua praacutetica na Greacutecia Antiga com a disposiccedilatildeo de
esgotos e sua utilizaccedilatildeo na irrigaccedilatildeo Contudo a demanda crescente por aacutegua tem
feito do reuso planejado da aacutegua um tema atual e de grande importacircncia (SANTOS
1993)
O elevado desenvolvimento demograacutefico associado agraves transformaccedilotildees
econocircmicas reflete-se notavelmente no uso dos recursos hiacutedricos principalmente no
que se refere agrave qualidade e quantidade das aacuteguas superficiais e subterracircneas
(RAMOS 2000)
O uso de fontes alternativas e de estrateacutegias de uso racional de aacutegua em
edificaccedilotildees eacute uma forma de amenizar os problemas de disponibilidade de aacutegua
potaacutevel e diminuir a sua demanda
Dentre estas estrateacutegias pode-se citar o aproveitamento de aacutegua pluvial o
reuso de aacuteguas cinzas (ABNT NBR 155272007) O aproveitamento de aacutegua pluvial eacute
uma praacutetica milenar empregada no mundo todo Essa teacutecnica tem se difundido e se
consolidado como uma forma de mitigar os diversos problemas ambientais causados
pelo aumento da demanda de aacutegua pela falta de medidas de controle da poluiccedilatildeo e
de gestatildeo ambiental em aacutereas urbanas e rurais (BARROS 2000)
O reaproveitamento eficiente da aacutegua da chuva natildeo tem misteacuterios mas satildeo
necessaacuterios alguns pequenos cuidados que tornam os sistemas mais seguros e de
faacutecil manutenccedilatildeo (AQUASTOCK 2008)
De acordo com Diniz (2013) as teacutecnicas para operar um sistema de utilizaccedilatildeo
das aacuteguas pluviais seguem as seguintes etapas
Coletar aacuteguas pluviais atraveacutes de calhas em telhados coberturas
Armazenar essa aacutegua em reservatoacuterios cisternas
Abastecer o local onde seratildeo utilizadas as aacuteguas pluviais
Eliminar as primeiras aacuteguas de chuva preservando a qualidade dessa aacutegua
20
Relevacircncia da Pesquisa
O foco dos sistemas de captaccedilatildeo de aacutegua da chuva estatildeo mais atrelados aos
problemas que o meio ambiente enfrenta de forma global ou seja estatildeo voltados para
o coletivo e natildeo individualmente Embora se pense em sistemas que sejam
desenvolvidos para a preservaccedilatildeo da aacutegua doce e da aacutegua da chuva para que natildeo
sejam desperdiccediladas eacute preciso tambeacutem pensar no investimento econocircmico de longo
prazo ou seja a economia na conta da aacutegua que seria uma forma de se pensar
tambeacutem individualmente
A relevacircncia deste trabalho aponta para os resultados levados agrave
sustentabilidade utilizando o aproveitamento de aacuteguas pluviais e de aacuteguas residuais
de evaporadoras de aparelhos de ar condicionado para fins natildeo potaacuteveis
Justificativa da Pesquisa
O sucesso das accedilotildees que devem conduzir ao reuso de aacutegua dependeraacute em
grande parte da influecircncia da comunidade do CEFET-RJ do comportamento das
pessoas e de suas decisotildees individuais Mesmo considerando que existe certo
interesse pelas questotildees ambientais haacute que se reconhecer a falta de informaccedilatildeo e
conhecimento dos problemas ambientais
Logo a educaccedilatildeo ambiental que tenha por objetivo informar e sensibilizar as
pessoas sobre os problemas (e possiacuteveis soluccedilotildees) existentes em sua comunidade
buscando transformar estas pessoas em indiviacuteduos que participem das decisotildees
sobre seus futuros exercendo desse modo o direito aacute cidadania tornando-se
instrumento indispensaacutevel ao processo
O CEFET-RJ possui duas entradas de abastecimento de aacutegua com
fornecimento atraveacutes da CEDAE perfazendo um consumo anual na ordem de
294039 m3 que abastecem blocos independentes atraveacutes de 02 castelos drsquoaacutegua com
alimentaccedilatildeo dos blocos por gravidade Tendo em vista o grande nuacutemero de blocos
com aacuterea construiacuteda de 3927050 m2 e grande aacutereas de paacutetios jardins e quadras
esportivas tendo alto consumo de aacutegua para limpeza
Estaacute sendo pesquisada a viabilidade do aproveitamento das aacuteguas pluviais
coletadas atraveacutes dos telhados de uma edificaccedilotildees bem como a aacutegua residual
proveniente dos evaporadores de unidades condensadoras e aparelhos de ar
condicionado de janela no campus do Maracanatilde em funccedilatildeo do grande nuacutemero de
ambientes com refrigeraccedilatildeo com a finalidade de reuso em aacutereas e atividades menos
nobres como lavagem de paacutetios quadras poliesportivas uso em bacias sanitaacuterias
21
irrigaccedilatildeo de jardins que com adoccedilatildeo destas medidas obter-se-aacute reduccedilatildeo do consumo
de aacutegua potaacutevel tratada fornecida pela concessionaria CEDAE
Como consequecircncias reduccedilatildeo dos custos reduccedilatildeo do incocircmodo de poccedilas de
aacuteguas residuais geradas por unidades condensadoras contribuiraacute na reduccedilatildeo de
enchentes tendo em vista a localizaccedilatildeo geograacutefica do CEFET-RJ proacutexima ao Rio
Maracanatilde estimulando a educaccedilatildeo ambiental e a sustentabilidade atraveacutes dos
multiplicadores das accedilotildees de conservaccedilatildeo de aacutegua por membros da comunidade de
docentes discentes e teacutecnicos administrativos servindo como exemplo de uma
postura ambientalmente correta para o enfrentamento dos problemas de ocupaccedilatildeo e
impermeabilizaccedilatildeo desordenada do solo nos grandes centros urbanos
12 - Questatildeo Problema
Analisar a viabilidade de promover o desenvolvimento de um sistema de
captaccedilatildeo de aacutegua da chuva e aacuteguas residuais de evaporadoras de aparelhos de ar
condicionado do CEFETRJ para utilizaacute-la em fins natildeo potaacuteveis agregando valor agrave
sustentabilidade e gerando economia na conta da aacutegua
13 ndash Questotildees da Pesquisa
Nesta conjuntura surgem as questotildees que orientaratildeo este trabalho
Como implantar e implementar um sistema de aproveitamento de aacuteguas
pluviais
Como verificar viabilidade teacutecnica para a adaptaccedilatildeo de instalaccedilotildees do preacutedio
estudado no CEFETRJ Campus Maracanatilde para aproveitamento de aacuteguas
pluviais
Pesquisar os segmentos que se ajustem ao uso da aacutegua natildeo potaacutevel e calcular
suas demandas
Quantificaccedilatildeo da capacidade de produccedilatildeo de aacuteguas remanescentes
provenientes de Unidades Evaporadoras de aparelhos de ar condicionado do
preacutedio estudado
22
14 - Objetivo Geral
O objetivo geral da dissertaccedilatildeo eacute apresentaccedilatildeo de uma proposta metodoloacutegica
para analisar a viabilidade teacutecnica de um sistema de aproveitamento de aacuteguas pluviais
e aacuteguas residuais de evaporadoras de unidades evaporadores para uso com fins natildeo
potaacuteveis no Campus Maracanatilde do CEFET-RJ
15 - Objetivos Especiacuteficos
Desenvolvimento da metodologia proposta
Dimensionar o sistema de armazenamento das aacuteguas pluviais e
residuais coletadas para reuso
Buscar tecnologias para implantaccedilatildeo de sistema de aproveitamento de
agua pluviais
Avaliar viabilidade econocircmica da implantaccedilatildeo do sistema de
aproveitamento de aguas pluviais
16 ndash Estrutura Metodoloacutegica
A metodologia utilizada no presente trabalho considerou o bloco E para se
analisar a viabilidade de aproveitamento de aacuteguas pluviais e aacuteguas residuais
provenientes de unidade evaporadoras de aparelhos de ar condicionado Com
aplicaccedilatildeo de questionaacuterio para os usuaacuterios das instalaccedilotildees para quantificaccedilatildeo da
demanda de aacutegua nos ambientes estudados
Ywashima (2005) ressalta a importacircncia de campanhas de conscientizaccedilatildeo
para utilizaccedilatildeo racional da aacutegua nas escolas Segundo a pesquisadora a conta natildeo e
paga de forma direta pelos usuaacuterios consequentemente natildeo haacute motivaccedilatildeo financeira
A autora apresenta como sugestatildeo tecnologias economizadoras onde se obteacutem
reduccedilatildeo de consumo independente da mudanccedila de comportamento pelos usuaacuterios
Tomando como premissa o atual consumo desordenado de aacutegua consumo
este que proporciona uma grande margem para que no futuro este liacutequido precioso
para a vida na terra venha a faltar caso natildeo seja criado mecanismos que possam
contornar essa situaccedilatildeo o desenvolvimento deste presente projeto apresenta-se
como uma alternativa para compor estes mecanismos
23
Atraveacutes de pesquisas foi constatado que as aacuteguas pluviais devem ser utilizadas
para amenizar a situaccedilatildeo Desse modo o presente trabalho contempla a possibilidade
de uso de recursos tecnoloacutegicos a fim de que se possa reduzir o consumo e diminuir
o desperdiacutecio de aacutegua atraveacutes da captaccedilatildeo armazenamento e reaproveitamento das
aacuteguas pluviais
Este sistema de captaccedilatildeo de aacutegua pluvial permite usar as aacutereas de coberturas
da edificaccedilatildeo para captar a aacutegua da chuva apoacutes passar por um filtro ou mecanismo
de retenccedilatildeo de impurezas conduzi-la a um reservatoacuterio onde seraacute armazenada e
utilizada na edificaccedilatildeo para fins natildeo potaacuteveis tais como lavagem de pisos irrigaccedilatildeo
de jardins mictoacuterios e bacias sanitaacuterias
No que diz respeito a implementaccedilatildeo da metodologia foi realizado um
levantamento das coberturas da edificaccedilatildeo escolhidas com analise dos dados
meteoroloacutegicos da regiatildeo que permitiram avaliaccedilatildeo dos paracircmetros necessaacuterios para
os caacutelculos dos reservatoacuterios de aacuteguas pluviais
O trabalho foi dividido em trecircs etapas
A primeira etapa desenvolveu-se atraveacutes de pesquisas referecircncias
bibliograacuteficas dados teacutecnicos e projetos semelhantes referentes ao tema para obter
um melhor embasamento teoacuterico sobre o assunto com auxilio da internet pesquisas
literaacuterias artigos cientiacuteficos informaccedilotildees pessoais de profissionais e obtivemos
informaccedilotildees necessaacuterias favoraacuteveis que possibilitaram a execuccedilatildeo do presente
trabalho em unidade de ensino adequando agraves edificaccedilotildees do campus onde houvesse
o menor nuacutemero de intervenccedilotildees
A segunda etapa foi direcionada ao programa de necessidades considerando
o consumo da edificaccedilatildeo e o potencial de captaccedilatildeo atraveacutes de aacuterea de coberturas
evaporadores de ar condicionado levantamento dos iacutendices pluviomeacutetricos da regiatildeo
preacute-dimensionamento para os reservatoacuterios superior e inferior e uma estimativa de
custos para implantaccedilatildeo
A terceira e uacuteltima etapa foi direcionada ao anteprojeto arquitetocircnico para
construccedilatildeo do reservatoacuterio prevendo no sistema a captaccedilatildeo tanto de aacuteguas pluviais
quanto de aacuteguas residuais provenientes dos evaporadores de ar condicionado
levantamento dos custos referentes a implantaccedilatildeo dos reservatoacuterios com avaliaccedilatildeo
do tempo de retorno (payback) do investimento
24
A Figura 01 ilustra de forma simplificada a abordagem utilizada durante a
realizaccedilatildeo desta pesquisa
Figura 1 - Estrutura do Conteuacutedo da Dissertaccedilatildeo
Fonte Elaborado pelo autor do presente trabalho(2017)
DISSERTACcedilAtildeO
VERTENTE TEacuteCNICA
EMPIacuteRICA
COLETA DE DADOS
FLUXO DO PROCESSO
DIMENSIONAMENTO
CONCEPCcedilAtildeO EMPIacuteRICA
CONCLUSAtildeO DISSERTACcedilAtildeO
HISTOacuteRICO REUSO DAS
AacuteGUAS
LEGISLACcedilAtildeO
SUSTENTABILIDADE
BASE TEOacuteRICA
CONCEPCcedilAtildeO TEOacuteRICA
25
17 ndash Delimitaccedilatildeo da Pesquisa
A realizaccedilatildeo do presente trabalho ocorreraacute atraveacutes de levantamento de dados
referente ao abastecimento e equipamentos instalados do bloco E do campus
Maracanatilde com estudo de consumo de aacutegua da edificaccedilatildeo levando em consideraccedilatildeo
o nuacutemero de usuaacuterios
A capacidade de captaccedilatildeo seraacute realizada atraveacutes das aacutereas de cobertura e
utilizaccedilatildeo dos iacutendices de precipitaccedilatildeo pluviomeacutetrica da regiatildeo estudada de anos
anteriores para caacutelculo e dimensionamento de reservatoacuterios inferior e superior bem
como avaliaccedilatildeo da capacidade de produccedilatildeo de aacuteguas residuais produzidas pelas
evaporadoras instaladas no preacutedio
Avaliando as adaptaccedilotildees necessaacuterias ao sistema de abastecimento existente
para o atendimento das bacias sanitaacuterias e lavagem de paacutetios quadras esportivas
regas de jardim e levantando e propondo utilizaccedilatildeo de novas tecnologias existentes
para instalaccedilatildeo do sistema e verificando a necessidade de utilizaccedilatildeo de
abastecimento com aacutegua potaacutevel em casos de grande estiagem para manutenccedilatildeo
das atividades sem prejuiacutezos agrave aacuterea acadecircmica
Desta forma nesta pesquisa seratildeo avaliados os dados obtidos atraveacutes de
levantamentos arquitetocircnicos e das instalaccedilotildees hidro sanitaacuterias existentes no
CEFETRJ - Unidade Maracanatilde aleacutem de documentaccedilatildeo e pesquisa em projetos
similares que jaacute possam existir relacionados agrave questatildeo da utilizaccedilatildeo de aacuteguas pluviais
Como objetivo de fundamentar a implantaccedilatildeo do estudo e desenvolvimento do
mesmo seraacute apresentado levantamento e resultado necessaacuterios para implementaccedilatildeo
da utilizaccedilatildeo de aacuteguas pluviais com base nos dados coletados e revisatildeo bibliograacutefica
em artigos e perioacutedicos que versam sobre as tecnologias mais indicadas para a
utilizaccedilatildeo de aacuteguas pluviais
18 ndash Justificativa da Pesquisa
Como prevecirc a constituiccedilatildeo em seu Art 225 caput ndash ldquoTodos tecircm direito ao meio
ambiente ecologicamente equilibrado bem de uso comum do povo e essencial agrave sadia
qualidade de vida impondo-se ao Poder Puacuteblico e agrave coletividade o dever de defendecirc-
lo e preservaacute-lo para presentes e futuras geraccedilotildeesrdquo (Brasil 2004)
No atendimento a constituiccedilatildeo e as legislaccedilotildees pertinentes levar o CEFET- RJ
26
ao cumprimento de accedilotildees e objetivos visando a sustentabilidade nas suas
dependecircncias e atraveacutes de sua comunidade discente docente e teacutecnicos
administrativos atuar como multiplicadores de accedilotildees de preservaccedilatildeo do meio
ambiente atraveacutes do reuso de aacuteguas pluviais e aacuteguas residuais oriundas de
evaporadores e aparelhos de ar condicionado de janela
Em funccedilatildeo do alto consumo como pode ser observado na figura 2 faz-se
necessaacuteria a adoccedilatildeo de equipamentos de maior tecnologia e o aproveitamento de
aacuteguas pluviais para uso menos nobre conforme determina a norma ABNT ndash NBR
15527 de 24102007 e contribuir de forma efetiva para reduccedilatildeo de custo
possibilidade de racionamento e reduccedilatildeo per capta do consumo nos oacutergatildeos puacuteblicos
Figura 2 - Consumo Mensal de Aacutegua - 2014
Entrada Volume faturado (msup3)
nordm jan fev mar abr mai jun jul ago set out nov dez total 2014
485 17310 18230 13160 22110 19640 16890 20010 19070 25430 22670 25060 28430 248010
681 3706 3580 6560 5394 6170 2800 3310 2650 3069 2580 2890 3320 46029
Total
mensal 21016 21810 19720 27504 25810 19690 23320 21720 28499 25250 27950 31750 294039
Fonte Contas CEDAE exerciacutecio 2014
00
5000
10000
15000
20000
25000
30000
35000
jan fev mar abr mai jun jul ago set out nov dez
Vo
l f
atu
rad
o (
msup3)
Mecircs
Consumo mensal de aacutegua em 2014
485
27
19 ndash Organizaccedilatildeo do Estudo
O Capiacutetulo 01 desta pesquisa estaacute organizado com a introduccedilatildeo composta pela
situaccedilatildeo-problema questotildees de pesquisa objetivos estrateacutegia delimitaccedilatildeo e
justificativa da pesquisa A finalidade preciacutepua da leitura deste capiacutetulo eacute harmonizar
a compreensatildeo do contexto e a importacircncia da pesquisa
O Capitulo 02 estaacute organizado com os fundamentos teoacutericos com base em
sustentabilidade histoacuterico de reuso da aacutegua e legislaccedilatildeo
O Capitulo 03 trata da metodologia e tipo de pesquisa a ser empregado
informando a forma da obtenccedilatildeo dos dados e como seratildeo feitos o tratamento e anaacutelise
dos dados
No Capiacutetulo 4 seratildeo interpretados os resultados referentes agraves demandas de
aacuteguas menos nobres a quantificaccedilatildeo da produccedilatildeo de aacutegua proveniente de unidades
evaporadoras e aacuteguas pluviais com avaliaccedilatildeo de viabilidade econocircmica para
implantaccedilatildeo do sistema
No Capiacutetulo 05 seraacute apresentada a anaacutelise dos resultados e sugestotildees para
estudos futuros e complementares
28
2 - BASE CONCEITUAL E REVISAtildeO DA LITERATURA
No presente capitulo seraacute apresentada a vertente teacutecnica com os fundamentos
teoacutericos que forneceratildeo o suporte para o desenvolvimento da pesquisa
21 A Sustentabilidade e as questotildees quanto a conservaccedilatildeo reaproveitamento e
reduccedilatildeo do consumo de aacuteguas pluviais
A Comissatildeo Mundial sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento denominada
Comissatildeo de Brundtland (1988) define o desenvolvimento sustentaacutevel como aquele
que atende as necessidades do presente sem comprometer a possibilidade das
geraccedilotildees futuras atenderem as suas proacuteprias necessidades
Surgido na deacutecada de 1990 o tripeacute da sustentabilidade tem crescido em seu
conceito em todo o planeta refletindo uma seacuterie de processos valores e objetivos de
forma que uma gestatildeo deveraacute orientar aos trecircs pilares econocircmico social e ambiental
podendo este conceito ser aplicado de forma macro para um paiacutes ou ateacute para o
planeta ou micro podendo ser uma escola um vilarejo ou empresa (DIAS2011)
A concepccedilatildeo do desenvolvimento sustentaacutevel orienta a discussatildeo sobre o tema
em qualquer segmento das atividades do ser humano Os objetivos tecircm como base
na perspectiva de utilizaccedilatildeo dos recursos naturais desde que sejam preservados para
as futuras geraccedilotildees Dias ( 2011) Poreacutem parte das dificuldades apresenta-se porque
as geraccedilotildees natildeo tecircm participaccedilatildeo nas decisotildees atuais Desta forma somente a
conscientizaccedilatildeo da preservaccedilatildeo da vida e da espeacutecie eacute que motiva o ser humano o
que natildeo acontece na maioria das vezes com os gestores e poliacuteticos dos dias atuais
(MOURA 2011)
Muito embora para alguns o desenvolvimento sustentaacutevel eacute um projeto social e
poliacutetico que serve como ferramenta para combate a pobreza satisfaccedilatildeo das
necessidades baacutesicas da humanidade de maneira a elevar a qualidade de vida dos
indiviacuteduos fornece princiacutepios para que o desenvolvimento seja harmonioso levando
em conta a transformaccedilatildeo dos recursos do ambiente deste modo para estes sugerem
atitudes novas das quais pela edificaccedilatildeo de uma nova racionalidade De forma
contraria agrave maioria que se preocupa em compatibilizar o meio ambiente a um
crescimento econocircmico de forma continua (DIAS 2011)
Acreditava-se que o crescimento econocircmico desenvolveria de forma natural o
29
desenvolvimento sustentaacutevel Veiga (2005) Somente uma gestatildeo com
responsabilidade ambiental eacute capaz de conciliar uma melhor qualidade de vida com
necessidade de crescimento econocircmico (MOURA 2011)
A passagem de um sistema baseado no consumo a um sistema sustentaacutevel
tem diversas implicaccedilotildees Necessita abrir a visatildeo da relaccedilatildeo da sociedade ao meio
ambiente transformar a organizaccedilatildeo social produtiva que gera a desigualdade e a
pobreza Atraveacutes de novas relaccedilotildees sociais onde o eixo natildeo seraacute somente a
perspectiva da lucratividade e praacuteticas de produccedilatildeo predatoacuterias do meio ambiente
mas o bem-estar da humanidade O que daacute margem a diferentes pontos de vistas
com base de modo geral na busca do produto de equiliacutebrio entre os trecircs eixos da
sustentabilidade crescimento econocircmico igualdade social e a preservaccedilatildeo ao meio
ambiente (DIAS 2011)
De acordo com Alledi (2006) a grande preocupaccedilatildeo das melhores empresas
do mundo hoje em dia eacute com a sustentabilidade dos seus negoacutecios um movimento
que se fundamentou em questotildees ambientais mas que atualmente eacute visto de um
modo mais amplo passando a incorporar os temas dos movimentos empresariais
anteriores pela qualidade pela sauacutede e seguranccedila do trabalho pela proacutepria
preservaccedilatildeo do meio ambiente e mais recentemente pela responsabilidade social
corporativa
211 Exemplos recentes de atitude sustentaacuteveis adotadas no Brasil
O recebimento da certificaccedilatildeo LEED (Leadership in Energy and Environmental
concedido pelo US Green building Council (USGBC) para certificaccedilotildees em 07 estaacutedios
construiacutedos para a Copa 2014 cuja adoccedilatildeo de medidas sustentaacuteveis foi requisito para
que o Banco Nacional de Desenvolvimento Econocircmico e Social (BNDES) liberasse o
financiamento para as obras das arenas da Copa preacute-requisito este que seraacute adotado
pela FIFA para as proacuteximas eleiccedilotildees do mundial (wwwcopa2014govbr)
Dentre as diversas arenas pode ser ressaltada a economia conseguida pela
Arena da Amazocircnia de cerca de 40 de aacutegua potaacutevel atraveacutes da captaccedilatildeo da aacutegua
de chuva em um volume de 140000 litros para irrigaccedilatildeo do gramado e utilizaccedilatildeo nos
sanitaacuterios ABES (observatoacuterio do terceiro setor)
Foram diversas medidas sustentaacuteveis para obtenccedilatildeo da certificaccedilatildeo LEED
destacando a abertura das portas para educaccedilatildeo ambiental desde o inicio das obras
30
Foram desenvolvidas estrateacutegias de comunicaccedilatildeo para divulgaccedilatildeo das accedilotildees de
sustentabilidade que foram implementadas nos estaacutedios para obtenccedilatildeo da certificaccedilatildeo
LEED com utilizaccedilatildeo de paineacuteis ilustrados nas aacutereas de circulaccedilatildeo e distribuiccedilatildeo de
panfletos aos visitantes Accedilotildees voltadas para conscientizaccedilatildeo da certificaccedilatildeo e
tambeacutem para manutenccedilatildeo apoacutes a realizaccedilatildeo do evento (wwwcopa2014govbr)
212 Medidas sustentaacuteveis para conservaccedilatildeo reaproveitamento de aacutegua e reduccedilatildeo
do consumo de aacuteguas pluviais
A conservaccedilatildeo de aacutegua pode ser definida como um conjunto de praacuteticas
teacutecnicas e tecnologias que propiciam a melhoria da eficiecircncia do seu uso incidindo de
maneira sistecircmica sobre a demanda e a oferta de aacuteguas As iniciativas de
racionalizaccedilatildeo do uso e de reuso de aacutegua constituem-se em elementos fundamentais
para a ampliaccedilatildeo da eficiecircncia do uso da aacutegua (PROSAB 2011) resultando em
Aumento da disponibilidade para os demais usuaacuterios
Flexibilizaccedilatildeo dos suprimentos existentes para outros fins
Atendimento ao crescimento populacional
Suporte agrave implantaccedilatildeo de novas induacutestrias
Preservaccedilatildeo e conservaccedilatildeo do meio ambiente
A primeira medida a levar em conta seria a reduccedilatildeo do consumo de aacutegua
potaacutevel Atualmente no mercado satildeo encontrados vaacuterios equipamentos
economizadores de aacutegua sendo que estes dispositivos proporcionam grande
economia (SABESP 2013)
Segundo o Programa Nacional de Uso Sustentaacutevel da Aacutegua Brasil (2010) na
deacutecada de 90 os programas de conscientizaccedilatildeo em relaccedilatildeo ao uso da aacutegua passaram
a dar mais ecircnfase na adesatildeo de equipamentos que economizam aacutegua pois
asseguram uma relaccedilatildeo mais automatizada do consumo Grandes induacutestrias e
instalaccedilotildees comerciais utilizam hoje estes recursos ou aparatos para reduzir o
consumo Existem vaacuterias iniciativas nesse sentido como a micromediccedilatildeo e mediccedilatildeo
individualizada do consumo em condomiacutenios verticais entre outros os usuaacuterios
domeacutestico e comercial encontram oferta de equipamentos economizadores de aacutegua
para edificaccedilotildees de aplicaccedilatildeo bem faacutecil como os sanitaacuterios com dispositivos de dupla
descarga que varia de 3 a 6 litros favorecendo uma boa economia os arejadores de
31
vazatildeo torneiras de fechamento automaacutetico e redutores de pressatildeo A reutilizaccedilatildeo de
aacutegua traz benefiacutecios ambientais significativos uma vez que permite maiores volumes
de aacutegua para outros usos E em algumas situaccedilotildees pode diminuir a poluiccedilatildeo hiacutedrica
por meio da minimizaccedilatildeo da descarga de efluentes (BRASIL 2010)
Mota OIiveira e Inata (2011) comentam que em regiotildees tropicais o uso dos
aparelhos de ar condicionado para conforto teacutermico propicia a geraccedilatildeo de aacutegua que
resulta da condensaccedilatildeo e na maioria das vezes eacute desperdiccedilada no solo ou drenada
para galerias pluviais Assim o aproveitamento desta aacutegua dependeraacute da coleta
eficiente de cada sistema de drenagem dos aparelhos que podem ser voltados para
um sistema de coleta e armazenamento A aacutegua de aproveitamento dos aparelhos de
ar condicionado pode ser usada na lavagem de pisos regas de jardins entre outros
Observaccedilotildees sobre Gestatildeo das aacuteguas pluviais A gestatildeo de aacutegua pluvial visa
reduzir o consumo de aacutegua potaacutevel por meio de aproveitamento das aacuteguas de chuvas
contribuindo inclusive para a reduccedilatildeo de inundaccedilotildees ou de poluiccedilotildees difusas Uma
das medidas que vem sendo amplamente desenvolvida como forma de economizar
as aacuteguas potaacuteveis e evitar o risco de inundaccedilotildees em regiotildees com alto iacutendice de
impermeabilizaccedilatildeo do solo eacute a retenccedilatildeo de aacuteguas pluviais
Este sistema coligado a um sistema de reaproveitamento destas aacuteguas
configura-se como uma das mais eficientes formas de renovaccedilatildeo de um insumo finito
aacutegua As aacuteguas pluviais entretanto natildeo apresentam qualidade necessaacuteria para o
consumo Mesmo quando a captaccedilatildeo destas aacuteguas extravasam para o esgotamento
natildeo se deve permitir que elas sejam lanccediladas in natura para o lenccedilol freaacutetico pela
possibilidade de carga poluidora As aacuteguas pluviais quando utilizadas diretamente por
pontos na edificaccedilatildeo estes devem ser separados do sistema de aacutegua do restante do
preacutedio e deve conter indicativo visual de que a aacutegua natildeo eacute potaacutevel portanto improacutepria
para o consumo preparo de alimentos e banho
No caso da utilizaccedilatildeo deste sistema de reaproveitamento de aacuteguas pluviais
dois cuidados fundamentais devem ser observados primeiramente com relaccedilatildeo ao
caacutelculo do volume do reservatoacuterio que considera o IP (iacutendice pluviomeacutetrico) local A
Caixa Econocircmica recomenda a utilizaccedilatildeo do caacutelculo na Lei Estadual nordm 1252607
(SAtildeO PAULO 2007)
A segunda observaccedilatildeo refere-se ao volume do escoamento de aacuteguas pluviais
no solo de forma controlada a fim de prevenir inundaccedilotildees reduzir a poluiccedilatildeo difusa
e propiciar a recarga do lenccedilol freaacutetico Um projeto como este para ser aprovado
32
depende de um memorial de caacutelculo detalhado apresentando o niacutevel do lenccedilol freaacutetico
do local caacutelculo da vazatildeo de aacuteguas a serem lanccediladas na rede puacuteblica elaboraccedilatildeo de
um manual de operaccedilatildeo do sistema e indicaccedilatildeo de toda a documentaccedilatildeo teacutecnica tal
como projeto memoriais descritivos planilhas de custos e outros (CEF 2010)
Apesar de que o reaproveitamento de aacuteguas pluviais no Brasil jaacute ocorrer haacute
muito tempo em algumas regiotildees somente em 2007 entrou em vigor a NBR 15527
que estabelece as condiccedilotildees para o aproveitamento de aacuteguas de chuva em coberturas
de aacutereas urbanas para fins natildeo potaacuteveis
A primeira medida a levar em conta seria a reduccedilatildeo do consumo de aacutegua
potaacutevel Atualmente no mercado satildeo encontrados vaacuterios equipamentos
economizadores de aacutegua sendo que estes dispositivos proporcionam grande
economia (SABESP 2013)
O objetivo desta accedilatildeo eacute reduzir o consumo de aacutegua independentemente da
accedilatildeo do usuaacuterio ou da sua disposiccedilatildeo em mudar de comportamento para reduzir o
consumo de aacutegua Ela deve ser implementada quando o sistema estiver totalmente
estaacutevel ou seja sem nenhuma perda de aacutegua por vazamento (ANA 2005)
A situaccedilatildeo do Brasil eacute muito favoraacutevel pois deteacutem cerca de 12 de toda aacutegua
doce do planeta poreacutem 685 encontra-se na regiatildeo norte na qual vivem apenas
74 dos brasileiros (CONFEA 2011)
A limitaccedilatildeo de reservas de agua doce no planeta aumentou a demanda para
atendimento principalmente a prioridade dos recursos para o consumo humano
agriacutecola e industrial a prioridade de utilizaccedilatildeo dos recursos hiacutedricos disponiacuteveis para
abastecimento puacuteblico e as restriccedilotildees que vecircm sendo impostas em relaccedilatildeo ao
lanccedilamento de efluentes no meio ambiente torna necessaacuteria a adoccedilatildeo de estrateacutegias
que visem racionalizar a utilizaccedilatildeo dos recursos hiacutedricos e mitigar os impactos
negativos relativos agrave geraccedilatildeo de efluentes pelas induacutestrias (FIESP 2011)
Segundo o Programa Nacional de Uso Sustentaacutevel da Aacutegua Brasil (2010) na
deacutecada de 90 os programas de conscientizaccedilatildeo em relaccedilatildeo ao uso da aacutegua passaram
a dar mais ecircnfase na adesatildeo de equipamentos que economizam aacutegua pois
asseguram uma relaccedilatildeo mais automatizada do consumo Grandes induacutestrias e
instalaccedilotildees comerciais utilizam hoje estes recursos ou aparatos para reduzir o
consumo Existem vaacuterias iniciativas nesse sentido como a micromediccedilatildeo e mediccedilatildeo
individualizada do consumo em condomiacutenios verticais entre outros os usuaacuterios
domeacutestico e comercial encontram oferta de equipamentos economizadores de aacutegua
33
para edificaccedilotildees de aplicaccedilatildeo bem faacutecil como os sanitaacuterios com dispositivos de dupla
descarga que varia de 3 a 6 litros favorecendo uma boa economia os arejadores de
vazatildeo torneiras de fechamento automaacutetico e redutores de pressatildeo
A reutilizaccedilatildeo de aacutegua traz benefiacutecios ambientais significativos uma vez que
permite maiores volumes de aacutegua para outros usos E em algumas situaccedilotildees pode
diminuir a poluiccedilatildeo hiacutedrica por meio da minimizaccedilatildeo da descarga de efluentes
(BRASIL 2010)
Melhado et al (2013) frisam a importacircncia das accedilotildees de cunho poliacutetico teacutecnico
e social na busca de soluccedilotildees praacuteticas visando a reduccedilatildeo do consumo da aacutegua e
descrevem as mais importantes
Economia e valorizaccedilatildeo da aacutegua potaacutevel
Conscientizaccedilatildeo da populaccedilatildeo objetivando o uso racional da aacutegua
Manutenccedilatildeo das redes puacuteblicas e privadas para verificaccedilatildeo de desperdiacutecios
e vazamentos
Minimizaccedilatildeo da impermeabilizaccedilatildeo do solo urbano e da vazatildeo de
escoamento do terreno objetivando favorecer a permeabilidade da aacutegua
Captaccedilatildeo e armazenamento em reservatoacuterios especiacuteficos das aacuteguas
pluviais e demais aacuteguas natildeo potaacuteveis para usos que natildeo necessitam de
potabilidade como irrigaccedilatildeo reserva de incecircndio lavagem de piso
veiacuteculos em geral e ruas Se necessaacuterio para algum uso especiacutefico a aacutegua
deveraacute passar por unidades de tratamento para atingir os niacuteveis de
qualidade correspondente Quanto mais eficiente for a gestatildeo das aacuteguas
pluviais por retenccedilatildeo ou reuso menor seraacute o volume de aacutegua destinado agraves
redes puacuteblicas
Embora a aacutegua doce existente no planeta esteja sempre em renovaccedilatildeo haacute uma
tendecircncia de sua deterioraccedilatildeo em funccedilatildeo do seu uso indiscriminado devido ao
aumento populacional comprometendo consequentemente sua qualidade ficando
esta em quantidade cada vez menor em determinadas localidades disponiacutevel para
consumo As mudanccedilas climaacuteticas globais tambeacutem vecircm contribuindo para o aumento
na demanda dos recursos hiacutedricos
Devido ao ciclo hidroloacutegico que eacute fechado sabe-se que a quantidade de aacutegua
disponiacutevel no planeta eacute sempre a mesma Sabe-se tambeacutem que este ciclo constitui-
se basicamente do transporte das massas de aacutegua dos oceanos para a atmosfera
34
pelo fenocircmeno da evaporaccedilatildeo e da atmosfera para os oceanos atraveacutes dos
fenocircmenos das precipitaccedilotildees escoamentos superficiais e subterracircneos influenciando
diretamente na distribuiccedilatildeo dos corpos hiacutedricos Muitas regiotildees vem sofrendo
alteraccedilotildees resultantes das diferentes formas antroacutepicas de interferecircncia sobre o
ambiente Hespanhol e Mierwa (2013) O surgimento das Metroacutepoles
desmatamentos obras de dragagens assim como construccedilotildees de represas satildeo
exemplos concretos disto
Sabe-se que menos de 1 de toda a aacutegua existente no planeta eacute doce e que
aproximadamente metade deste percentual corresponde a aacuteguas subterracircneas
enquanto o restante encontra-se nos oceanos Aacute medida que a populaccedilatildeo vem
crescendo a deterioraccedilatildeo dos mananciais vai se acentuando surgindo problemas nos
abastecimentos drsquoaacutegua que atualmente vem merecendo a atenccedilatildeo e preocupaccedilatildeo de
populaccedilotildees e autoridades de todo o mundo Eacute necessaacuterio que haja uma gestatildeo
integrada dos recursos drsquoaacutegua racionalizando o seu uso favorecendo o
desenvolvimento de sistemas sustentaacuteveis como forma de prevenccedilatildeo contra a
escassez
Apesar de a aacutegua doce estar distribuiacuteda de forma desigual sobre o planeta a
disponibilidade deste recurso no Brasil eacute significativa poreacutem distribuiacuteda tambeacutem de
forma desigual sobre o nosso territoacuterio sendo na regiatildeo Amazocircnica 69 e nas
demais regiotildees 31 nas quais se concentram 95 da populaccedilatildeo do Paiacutes
Confrontando estes dados com os do ANEEL- Departamento Nacional de Aacuteguas e
Energia Eleacutetrica pode-se afirmar que em quanto na regiatildeo amazocircnica com 69 da
aacutegua e 685 dos recursos hiacutedricos para uma populaccedilatildeo de 5 do paiacutes nas demais
regiotildees temos 31 das aacuteguas com 315 dos mesmos recursos para 95 da
populaccedilatildeo Eacute certo que se tem uma enorme diferenccedila regional
35
Quadro 1 - Projeccedilatildeo da populaccedilatildeo nos Municiacutepios do Estado do Rio de Janeiro
MUNICIacutePIOS
VALORES OBSERVADOS
1970 1975 1980 1995 2000 2005 2010 2014
1 Caxias
2 Itaboraiacute
3 Itaguaiacute
4 Mageacute
5 Mangaratiba
6 Maricaacute
7 Niloacutepolis
8 Niteroacutei
9 Nova Iguaccedilu
10 Paracambi
11 Petroacutepolis
12 Satildeo Gonccedilalo
13 SJ de Meriti
14 Rio de
Janeiro
404 496
14 072
17 468
83 841
6 125
6 500
128 011
292 180
724 326
22 149
154 612
430 271
302 394
4251
918
554 935
23 652
76 267
163 906
8 094
19 602
151 700
400 140
1091 702
27 434
202 146
614 688
398 686
5093 232
661 578
31 919
101 048
198 471
10 136
22 677
160 434
439 596
1247
614
32 347
239 899
733 791
436 234
5474
597
780 964
42 668
129 867
235 894
12 454
26 188
169 031
480 981
1410
116
37 686
277 620
871 361
474 149
5585
289
916 278
55 469
163 800
277 069
15 111
30 226
177 585
525 061
1583 658
43 484
318 764
1035 991
513 025
6245 537
1071728
71 096
204 326
323 382
18 191
34 902
186 193
573 014
1773 705
49 787
363 819
1239 963
553 550
6638 213
1252 875
90 205
253 441
376 692
21 820
40 349
194 942
626 596
1986 378
56 660
413 381
1500 984
596 414
7038 605
1467033
113 697
313 856
439 389
26 149
46 734
203 913
688 395
2228600
64 190
468 169
1844983
642 305
7449231
TOTAL A RMRJ 683836
3
8826184 9790341 10807268 11901058 13101869 14449342 15996644
Fonte IBGE 2010
Na cidade do Rio de Janeiro constitui-se de 950 msup3s de vazatildeo meacutedia de aacutegua
doce disponiacutevel proporcionando 2080msup3 de aacutegua por ano para 144 milhotildees de
habitantes numa meacutedia desconsiderando as perdas de aproximadamente
57m3dia suficiente para atender a atual demanda de consumo Entretanto trabalhos
sobre a projeccedilatildeo da populaccedilatildeo nos municiacutepios do Estado do Rio de Janeiro
evidenciam um crescente aumento populacional IBGE (2010) como observa-se no
Quadro 2
Segundo estudos socioeconocircmicos e de demanda de aacutegua para a regiatildeo
metropolitana do Rio de Janeiro Rios (2011) deveraacute ser feita uma ampla campanha
de educaccedilatildeo ambiental atraveacutes da miacutedia visando o controle dos desperdiacutecios de aacutegua
nas induacutestrias comeacutercio e domiciacutelios tendo em vista o perigo de uma crise de
racionamento de aacutegua semelhante agrave crise energeacutetica ocorrida entre 2001 e 2002 No
36
Quadro 2 eacute demonstrada a evoluccedilatildeo prevista da demanda de aacutegua em msup3s para a
Regiatildeo metropolitana do Rio de Janeiro
Com base nas projeccedilotildees demograacuteficas estabelecidas em termos indicativos
para o ano de 2035 procedeu-se a uma estimativa da demanda de aacutegua Tal
estimativa supotildee que a relaccedilatildeo entre demanda de aacutegua e populaccedilatildeo residente
admitida para o ano de 2014 continue vaacutelida para 2035 Rios(2011) Levando-se em
consideraccedilatildeo o demonstrado nos Quadros 1 e 2 o aumento populacional para a
regiatildeo metropolitana do Rio de Janeiro em 2010 tomando-se por base o ano de 2000
foi de 2208
A demanda atendida tanto com os niacuteveis de perdas mantidos quanto com a
reduccedilatildeo das perdas em 20 seraacute de 2739 O fato da demanda prevista ser maior
do que o crescimento populacional pode ser explicado devido ao esperado aumento
de educaccedilatildeo para a sauacutede na populaccedilatildeo a qual necessitaria de mais aacutegua para suas
atividades
Quadro 2 - Evoluccedilatildeo prevista da demanda de aacutegua em msup3s para a Regiatildeo Metropolitana do Rio de Janeiro
DISCRIMINACcedilAtildeO
1980
1985
1990
1995
2005
2010
2014
Demanda total exclusive perdas (1) 3255 3624 4120 4624 5188 5839 6609
Demanda atendida Exclusive
perdas (2)
2213 2935 3914 4532 5188 5839 6609
Demanda atendida Inclusive perdas
(3) Hipoacutetese I
3952 5241 6889 8093 9264 10427 11802
Demanda atendida Inclusive perdas
(4) Hipoacutetese II
3952 4515 4893 5665 6485 7289 8261
Fonte Rios 2011
Para Monteiro et al(2010) o reuso de aacutegua exige que padrotildees adequados de
potabilidade sejam adotados tendo em conta questotildees de sauacutede puacuteblica como
acontece em diversas partes do mundo sendo no Brasil uma praacutetica ainda incipiente
Reiteram os autores que esta eacute uma estrateacutegia correta para diminuiccedilatildeo da captaccedilatildeo
e mitigaccedilatildeo no lanccedilamento de dejetos no ambiente natural
37
A Cacircmara Teacutecnica de Ciecircncia e Tecnologia do Conselho Nacional de Recursos
Hiacutedricos apontou para a necessidade de uma ampla discussatildeo sobre o tema reuso
natildeo potaacutevel Foram elaborados dois termos de referecircncia O primeiro referente agrave
elaboraccedilatildeo de resoluccedilatildeo contemplando os aspectos poliacuteticos legais e institucionais e
o segundo relativo agraves diretrizes gerais para a praacutetica do reuso Eacute necessaacuterio que se
leve em consideraccedilatildeo o tipo de reuso que se deseja e o niacutevel de tratamento para que
os padrotildees sejam alcanccedilados
O reuso operacionalmente permite substituir grandes volumes de aacutegua
destinados a usos nos quais a potabilidade natildeo eacute fator preponderante O reuso de
aacutegua jaacute vem sendo amplamente empregado na induacutestria principalmente em torres de
resfriamento caldeiras construccedilatildeo civil irrigaccedilatildeo de aacutereas verdes e em alguns
processos industriais onde a utilizaccedilatildeo de aacutegua com menor padratildeo de qualidade natildeo
ocasione maiores problemas Desta forma o reuso de aacutegua para fins natildeo potaacuteveis
deve ser considerado como primeira opccedilatildeo para reuso (HESPANHOL amp MIERZWA
2013)
22 Histoacuterico do Reuso de Aacuteguas
O aproveitamento de aacuteguas pluviais para o consumo das populaccedilotildees jaacute existe
ao longo das civilizaccedilotildees como pocircde ser observado em diversas construccedilotildees antigas
em vaacuterios pontos do mundo Reservatoacuterios escavados na rocha como pode ser
observado em Israel o que confirma o costume de aproveitamento de aacuteguas pluviais
Em Roma encontram-se diversos reservatoacuterios utilizados para o abastecimento da
populaccedilatildeo (TOMAZ2013)
De acordo com Jarus(2012) em Massada (ldquofortalezardquo em hebraico) situa-se
um dos mais conhecidos sistemas de aproveitamento de aacuteguas pluviais em Israel
onde Herodes no ano de 36 a c como forma de se precaver contra tempos difiacuteceis
construiu uma fortaleza com cavernas escavadas na rocha com capacidade de
armazenamento de 40 milhotildees de litros Estes reservatoacuterios possuiacuteam interligaccedilatildeo
atraveacutes de canalizaccedilotildees e aquedutos para abastecimento das habitaccedilotildees da fortaleza
38
Figura 3 - Sistemas de aproveitamento de aacuteguas pluviais
Fonte httpwwwgeocitieswspaz_israelmassadahtm
Na cidade de Toacutequio com a finalidade de prevenir a falta de aacutegua e reduzir
inundaccedilotildees foi intensificada a construccedilatildeo de diversos reservatoacuterios por toda a cidade
bem como motivou os proprietaacuterios de edifiacutecios e residenciais a construiacuterem seus
reservatoacuterios com incentivo a cada litro de aacutegua pluvial captado (AMARAL 2007)
A Alemanha era abastecida em mais de 70 por aquiacuteferos subterracircneos em
funccedilatildeo da poluiccedilatildeo de seus rios e grande industrializaccedilatildeo do paiacutes E recentemente
com o rebaixamento dos aquiacuteferos tornou-se um paiacutes liacuteder na execuccedilatildeo dos sistemas
de captaccedilatildeo de aacutegua da chuva tanto para fins domeacutesticos como comerciais
(AMARAL 2007)
O Meacutexico desde a eacutepoca dos Astecas e Maias eacute rico em tradiccedilotildees tecnoloacutegicas
de captaccedilatildeo de aacutegua da chuva Ainda na data atual na Peniacutensula de Yucatan pode
ser visto as chamadas Chultuns cisternas do seacuteculo X com capacidade variando de
20000 a 45000 litros utilizadas pelo povo Maia para captaccedilatildeo e abastecimento das
populaccedilotildees que viviam nas encostas As cisternas eram escavadas no subsolo
calcaacuterio e revestidas com emboccedilo impermeaacutevel tendo na sua parte superior uma aacuterea
de 100 a 200 m2 destinada a captaccedilatildeo da precipitaccedilatildeo pluviomeacutetrica Nos vales eram
usadas as aacuteguas dos (reservatoacuterios com capacidade de 10 a 150 milhotildees de litros) e
aquaditas (reservatoacuterios com capacidade de 100 a 50000 litros) - (GNADLINGER
2000)
39
Figura 4 - Reservatoacuterios
Fonte httpwwwlatinamericanstudiesorguxmal-chultunhtm
Figura 5 - Reservatoacuterios
Fonte httpwwwlatinamericanstudiesorguxmal-chultunhtm
O desaparecimento do uso de SAAP na peniacutensula de Yucatan deveu-se aos
colonizadores espanhoacuteis por ocasiatildeo da invasatildeo espanhola seacuteculo XVI quando foram
introduzidos novos sistemas de agricultura e meacutetodos de construccedilatildeo europeia
40
diferentes da cultura local Tendo acontecido o mesmo na Iacutendia com o sistema colonial
britacircnico que gerou colapso nos SAAP centenaacuterios (GNADLINGER 2000)
O Japatildeo promove diversos estudos e pesquisas na aacuterea de SAAP Em Toacutequio
a regulamentos para que os terrenos de aacutereas superiores a 10000m2 e os edifiacutecios
com mais de 3000m2utilizem o SAAP Os edifiacutecios com uma aacuterea superior a 30000m2
e que tenham consumo na ordem de 100m3dia de aacutegua para fins natildeo potaacuteveisaleacutem
da utilizaccedilatildeo de SAAP satildeo obrigados a tratar as aacuteguas cinzas(TOMAZ 2009)
No planalto de Loess norte da china tem elevada escassez de aacuteguas
subterracircneas e baixa precipitaccedilatildeo pluviomeacutetrica diante destes fatos o governo local
da Proviacutencia de Gansu colocou em praacutetica desde 1997 um projeto de captaccedilatildeo de
aacutegua da chuva denominado121uml que consiste em auxiliar cada famiacutelia a construir uma
(1) aacuterea de captaccedilatildeo de aacutegua dois (2) reservatoacuterios de armazenamento de aacutegua e um
(1) lote para plantaccedilatildeo de culturas comercializaacuteveis Solucionando o problema de
aacutegua potaacutevel a cerca de 13 milhotildees de pessoas (260000 famiacutelias) (JIANG et al
2013)
221 Aspectos histoacutericos da captaccedilatildeo das aacuteguas pluviais no Brasil
O aproveitamento da aacutegua das chuvas natildeo eacute uma inovaccedilatildeo dos dias de hoje
O primeiro relato do uso da aacutegua da chuva que se tem conhecimento em nosso paiacutes
segundo Hagemann (2009) eacute de um sistema construiacutedo na Ilha de Fernando de
Noronha pelo exeacutercito norte-americano em 1943
Hagemann (2009) afirma que a utilizaccedilatildeo de aacuteguas pluviais tem sido praticada
em maior escala principalmente na regiatildeo Nordeste em decorrecircncia do problema de
escassez hiacutedrica caracteriacutestica da regiatildeo Teve iniacutecio em julho de 2003 o Programa
de Formaccedilatildeo e Mobilizaccedilatildeo Social para a Convivecircncia com o Semiaacuterido um Milhatildeo
de Cisternas Rurais (P1MC) visando beneficiar aproximadamente 5 milhotildees de
pessoas na regiatildeo semiaacuterida com aacutegua potaacutevel por meio da construccedilatildeo de cisternas
(Figura 6)
41
Figura 6 - Esquema de cisterna implementada na zona rural
Fonte Annencchini 2005
A seguir a figura 7 apresenta um modelo mais simples para casas populares
podendo atender quase 100 da aacutegua de um lar (CUNHA et al 2011)
Figura 7 - Projeto experimental para casas populares voltado para captaccedilatildeo de aacutegua da chuva
Fonte wwwportalsaofranciscocombr 2016
42
23 Utilizaccedilotildees da aacutegua coletada e o seu consumo
A aacutegua da chuva pode ser usada de diferentes maneiras como jaacute mencionado
descarga de sanitaacuterios limpeza de vasos sanitaacuterios e mictoacuterios lavagem de roupas
lavagem de pavimentos e veiacuteculos rega de jardins irrigaccedilatildeo de parques escolas
praccedilas estacionamentos condomiacutenios usos industriais e preacutedios comerciais
(climatizaccedilatildeo resfriamento de maacutequinas lavagem industrial de roupas lavagem de
veiacuteculos como carros ocircnibus e caminhotildees limpeza industrial redes de incecircndio)
(GOLDENFUM 2006 RODRIGUES 2010 OLIVEIRA CHRISTMANN e PIEREZAN
2014)
Segundo Krishna (2003) existem diversas vantagens e benefiacutecios da aacutegua da
chuva a aacutegua eacute gratuita o uacutenico custo eacute para coleta e uso o uso final da aacutegua colhida
eacute localizado perto da fonte eliminando a necessidade de sistemas de distribuiccedilatildeo
dispendiosos eacute isenta de soacutedio eacute superior para a irrigaccedilatildeo da paisagem a coleta
reduz o fluxo para drenagens de aacuteguas pluviais e tambeacutem reduz poluiccedilatildeo da fonte natildeo
pontual aleacutem de ajudar nos serviccedilos puacuteblicos com a reduccedilatildeo da demanda no veratildeo
e economizando a utilizaccedilatildeo da aacutegua existente resultabdo assim tambeacutem na
reduccedilatildeo das contas de serviccedilos puacuteblicos dos consumidores
Segundo o Texas Guide to Rainwater Harvestingrdquo [1997] a aacutegua da chuva eacute
a aacutegua natural mais macia com dureza zero para todos os fins praacuteticos Quase natildeo
apresentam minerais nem sais dissolvidos e a sua qualidade eacute proacutexima da qualidade
da aacutegua destilada
Iwanami (1985) descreve a importacircncia de fazer o planejamento da utilizaccedilatildeo
do sistema de aproveitamento de aacutegua de chuva para verificar a quantidade de aacutegua
que poderaacute ser coletada e armazenada e verificar a necessidade de tratamento da
aacutegua de chuva Certamente eacute preciso que a aacutegua coletada seja devidamente
armazenada filtrada tratada e que garanta uma qualidade compatiacutevel com os usos
previstos
A aacutegua da chuva obtida por meio de processos sem qualquer desinfecccedilatildeo ou
filtragem complexa natildeo serve normalmente para consumo humano eacute considerada
como aacutegua de segunda qualidade Este tipo de aacutegua deve ser empregado em algumas
tarefas domeacutesticas jaacute exemplificadas anteriormente Rodrigues (2010) afirma que em
meacutedia um indiviacuteduo utiliza o vaso sanitaacuterio entre sete e oito vezes por dia das quais
aproximadamente seis vezes para urinar e as demais para defecar se em cada
43
descarga forem usados dez litros verifica-se que ao fim de um dia um indiviacuteduo gastou
entre setenta e oitenta litros de aacutegua
O uso eficiente da aacutegua implica que natildeo haja desperdiacutecios quer por motivos
ambientais quer por motivos econocircmicos jaacute que a aacutegua desperdiccedilada envolve gastos
desnecessaacuterios Nos campos por exemplo as plantas satildeo organizadas e distribuiacutedas
conforme suas necessidades de aacutegua que segundo essa loacutegica os sistemas de rega
deveriam ser organizados de acordo com as necessidades das plantas isto eacute as
plantas com distintas necessidades satildeo regadas de modo separado podendo tomar
como exemplo a grama que deve ser regada separadamente dos arbustos e flores
Sabe-se que a rega eacute muito importante para o desenvolvimento das vegetaccedilotildees e eacute
usada quando o niacutevel de umidade no solo eacute insatisfatoacuterio (RODRIGUES 2010)
No entendimento de Rodrigues (2010) independente das intervenccedilotildees
excepcionais de reparaccedilatildeo e na falta de condiccedilotildees que sugerem intervenccedilotildees em
periacuteodos mais curtos a manutenccedilatildeo dos sistemas de aproveitamento de aacuteguas
pluviais deve ser realizada em conformidade com as frequecircncias miacutenimas
24 O Reuso De Aacuteguas
241- Aacuteguas Residuaacuterias
Na visatildeo de Asano et al (2007) a aacutegua recuperada eacute definida como um
efluente convenientemente tratado numa Estaccedilatildeo de Tratamento para uma
determinada reutilizaccedilatildeo da aacutegua pretendida Aleacutem disso a reutilizaccedilatildeo da aacutegua
diretamente requer a existecircncia de um sistema de bombeamento ou de outras
facilidades de transporte para o fornecimento da aacutegua
A Resoluccedilatildeo nordm 54 de 28112005 do Conselho Nacional de Recursos Hiacutedricos
(CNRH) dispotildee que o reuso da aacutegua constitui-se de racionalizaccedilatildeo e de conservaccedilatildeo
de recursos hiacutedricos de acordo com os princiacutepios determinados na Agenda 21 Esta
praacutetica diminui a descarga de poluentes em corpos receptores conservando os
recursos hiacutedricos para o abastecimento puacuteblico e outros usos mais exigentes
relacionados agrave qualidade diminui os custos associados agrave poluiccedilatildeo e ajuda na proteccedilatildeo
do meio ambiente e da sauacutede puacuteblica (BRASIL 2005)
A Resoluccedilatildeo nordm 54 de 28112005 do CNRH em seu art 2ordm traz as seguintes
definiccedilotildees sobre o reuso da aacutegua e a aacutegua residuaacuteria
44
I - aacutegua residuaacuteria esgoto aacutegua descartada efluentes liacutequidos de edificaccedilotildees
induacutestrias agroinduacutestrias e agropecuaacuteria tratados ou natildeo
II - reuso de aacutegua utilizaccedilatildeo de aacutegua residuaacuteria
III - aacutegua de reuso aacutegua residuaacuteria que se encontra dentro dos padrotildees
exigidos para sua utilizaccedilatildeo nas modalidades pretendidas
IV - reuso direto de aacutegua uso planejado de aacutegua de reuso conduzida ao local
de utilizaccedilatildeo sem lanccedilamento ou diluiccedilatildeo preacutevia em corpos hiacutedricos
superficiais ou subterracircneos
V - produtor de aacutegua de reuso pessoa fiacutesica ou juriacutedica de direito puacuteblico ou
privado que produz aacutegua de reuso
VI - distribuidor de aacutegua de reuso pessoa fiacutesica ou juriacutedica de direito puacuteblico
ou privado que distribui aacutegua de reuso e
VII - usuaacuterio de aacutegua de reuso pessoa fiacutesica ou juriacutedica de direito puacuteblico ou
privado que utiliza aacutegua de reuso (BRASIL 2005)
O reuso eacute definido por Cunha et al (2011) como o uso de aacutegua residuaacuteria ou
aacutegua de qualidade inferior tratada ou natildeo Para Blum (2007) as aacuteguas residuais ou
residuaacuterias satildeo todos os tipos de aacuteguas descartadas resultantes da utilizaccedilatildeo de
vaacuterios processos Como exemplos podem ser citados aacuteguas residuais domeacutesticas
provenientes de banhos cozinhas lavagens de pavimentos domeacutesticos aacuteguas de
infiltraccedilatildeo resultante das infiltraccedilotildees nos coletores de aacutegua existentes nos terrenos ou
de tubulaccedilotildees puacuteblicas entre outros
Muitas pessoas querem aumentar a reutilizaccedilatildeo de aacutegua em seus
empreendimentos como parte de uma mudanccedila geral para o desenvolvimento
sustentaacutevel da terra e gestatildeo de aacutegua Mas Carvalho et al (2014) Marccedilo p 3164 -
3171 3170 haacute poucas informaccedilotildees sobre a aacutegua reutilizada e tecnologias que possam
ser adotadas para cada situaccedilatildeo (HOLT e JAMES 2006)
Filho e Mancuso (2013) entendem o reuso da aacutegua como sendo uma
tecnologia desenvolvida em menor ou maior escala depende da finalidade ao qual se
destina a aacutegua e de como a aacutegua foi usada anteriormente
Hespanhol (2002) enfatiza que a aacutegua eacute um recurso renovaacutevel que quando
reciclada por meio de sistemas naturais torna-se um recurso limpo e seguro pode ter
sua qualidade comprometida devido agrave accedilatildeo antroacutepica Uma vez poluiacuteda a aacutegua pode
ser recuperada e reusada para diversas finalidades A qualidade da aacutegua usada e o
propoacutesito do reuso determinam os niacuteveis de tratamento recomendados os criteacuterios de
45
seguranccedila a serem adotados e os custos associados As possibilidades e formas
potenciais de reuso dependeratildeo de caracteriacutesticas condiccedilotildees e fatores locais
Nessa mesma corrente Cunha et al (2011) sinalizam que um aspecto
relevante para o desenvolvimento de qualquer atividade humana eacute a disponibilidade
de aacutegua em quantidade e qualidade Em situaccedilotildees de escassez emerge a
necessidade e a possibilidade de substituiccedilatildeo das fontes para abastecimento usando
aacutegua residuaacuteria que apresenta qualidade inferior mas disponibilidade assegurada
OIiveira e Inata (2011) comentam que em regiotildees tropicais o uso dos
aparelhos de ar condicionado para conforto teacutermico propicia a geraccedilatildeo de aacutegua que
resulta da condensaccedilatildeo e na maioria das vezes eacute desperdiccedilada no solo ou drenadas
para galerias pluviais Assim o aproveitamento desta aacutegua dependeraacute da coleta
eficiente de cada sistema de drenagem dos aparelhos que podem ser voltados para
um sistema de coleta e armazenamento A aacutegua de aproveitamento dos aparelhos de
ar condicionado pode ser usada na lavagem de pisos regas de jardins entre outros
Rodrigues (2005) e Goldenfum (2006) classificam o reuso da aacutegua quanto ao
meacutetodo e quanto ao uso final
Quanto ao meacutetodo a reutilizaccedilatildeo da aacutegua pode ser direta ou indireta que
resultam de accedilotildees planejadas ou natildeo O reuso indireto natildeo planejado ocorre quando
a aacutegua servida eacute descarregada no meio ambiente ficando exposta agraves accedilotildees naturais
do ciclo hidroloacutegico (diluiccedilatildeo autodepuraccedilatildeo) e reutilizada a jusante de modo natildeo
intencional e natildeo controlada Em relaccedilatildeo ao reuso indireto planejado ocorre quando
os efluentes depois de tratados satildeo descarregados de maneira planejada nos corpos
drsquoaacutegua para serem usados a jusante de forma controlada (RODRIGUES 2005
GOLDENFUM 2006)
O reuso direto planejado ocorre quando os efluentes depois de tratados satildeo
levados diretamente ao local de reuso (geralmente induacutestria ou irrigaccedilatildeo) O reuso
direto natildeo planejado ocorre quando a aacutegua servida eacute descarregada sem nenhum tipo
de tratamento sendo reaproveitada diretamente no seu ponto de descarga (situaccedilotildees
irregulares pois natildeo tem controle algum sobre os paracircmetros de qualidade)
(GOLDENFUM 2006)
Goldenfum (2006) ressalta que normalmente natildeo eacute possiacutevel reutilizar uma
aacutegua residuaacuteria completa ou indefinidamente O reuso de um efluente tratado atraveacutes
de meacutetodos diretos ou indiretos eacute um meio de disposiccedilatildeo que complementa outros
existentes A quantidade de efluente que se pode reutilizar vai depender da
46
disponibilidade e o custo da aacutegua doce custos de transporte e tratamento diretrizes
sobre a qualidade da aacutegua e o potencial de reuso da aacutegua residuaacuteria
Quanto ao uso final as aacuteguas podem ser aproveitadas de diversas formas e
os tipos de reuso satildeo classificados em urbano industrial agriacutecola ambiental e recarga
de aquiacutefero (HESPANHOL 2002 GOLDENFUM 2006)
Os tipos baacutesicos de usos potenciais de esgotos tratados segundo Hespanhol
(2002) podem ser implantados tanto em aacutereas urbanas como aacutereas rurais e satildeo
ilustrados pelo esquema da figura 6
Figura 8 - Formas potenciais de reuso da aacutegua
Fonte Hespanhol 2002
242 Aacuteguas Cinzentas
As aacuteguas cinzentas satildeo as aacuteguas residuais domeacutesticas oriundas de enxaacutegue
de maacutequina de lavar aacutegua de chuveiro e outros Para Blum (2007) eacute importante
quando se projeta um sistema de reuso de aacuteguas cinzentas o dimensionamento dos
reservatoacuterios Deve-se ter em conta o volume que seraacute usado nas descargas de
47
sanitaacuterios ateacute no maacuteximo 48 horas para evitar estocagem por muito tempo pois
ocasionaraacute odores desagradaacuteveis
Nos sistemas de reutilizaccedilatildeo de aacuteguas cinzentas de acordo com Boehm e
Oliveira (2015) deve-se levar em consideraccedilatildeo o comprometimento de todos os
usuaacuterios sendo que o volume e a concentraccedilatildeo de contaminantes podem variar
depende do tipo de edificaccedilatildeo da localidade do niacutevel de ocupaccedilatildeo da residecircncia da
faixa etaacuteria do estilo de vida da classe social da cultura e dos costumes dos
residentes
Neves e Afonso (2010) entendem que as aacuteguas cinzentas satildeo aacuteguas residuais
domeacutesticas sem aacuteguas fecais provenientes geralmente de banheiros duchas
lavatoacuterios lavagem de roupas e cozinha
No reuso dessas aacuteguas que podem ser usadas com ou sem tratamento
dependeraacute da qualidade exigiacutevel para os usos O sistema predial de reciclagem de
aacuteguas cinzentas propicia o tratamento das mesmas e a sua reentrada no ciclo do
preacutedio O uso mais frequente eacute na limpeza de bacias de retrete (NEVES e AFONSO
2010)
25 Formas de Reuso de Aacuteguas
251 Reuso Urbano
Com base nas diretrizes relacionadas ao reuso da aacutegua emitida pela Agecircncia
de Proteccedilatildeo ao Meio Ambiente dos Estados Unidos (United States Environmental
Protection Agency (US EPA) eacute apresentado muitas opccedilotildees para o reuso urbano natildeo
potaacutevel em que se destacam irrigaccedilatildeo de parques e jardins puacuteblicos centros
esportivos campos de futebol gramados aacutervores e arbustos decorativos ao longo de
ruas e rodovias aacutereas ajardinadas ao redor de edifiacutecios puacuteblicos residenciais e
industriais reserva de proteccedilatildeo contra incecircndios sistemas decorativos aquaacuteticos
como fontes chafarizes espelhos e quedas drsquoaacutegua descarga sanitaacuteria lavagem de
veiacuteculos (GOLDENFUM 2006)
Deve-se enfatizar que o uso que requer aacutegua de qualidade elevada podeter
custos incompatiacuteveis com as vantagens devido ao baixo custo da aacutegua para os
usuaacuterios urbanos Dessa forma o reuso urbano com finalidade potaacutevel eacute tida como
uma alternativa dispendiosa e riscos muito altos tornando-o praticamente inviaacutevel
48
Enquanto para finalidades natildeo potaacuteveis envolve riscos menores e eacute considerada
como uma boa opccedilatildeo para o reuso urbano (GOLDENFUM 2006)
252 Reuso industrial
O reuso industrial pode ser utilizado na produccedilatildeo de aacutegua para caldeiras em
sistemas de resfriamento como por exemplo aacutegua de reposiccedilatildeo em lavadores de
gases e aacutegua de processos (CETESB 2014) No mundo as usinas de geraccedilatildeo de
energia refinarias de petroacuteleo unidades quiacutemicas e metaluacutergicas se beneficiam do
reuso de aacutegua tanto para resfriamento quanto para processos industriais
(GOLDENFUM 2006)
253 Reuso agriacutecola
Em conformidade com o Centro Internacional de Referecircncia em Reuso de Aacutegua
(CIRRA 2014) entidade vinculada agrave Escola Politeacutecnica da Universidade de Satildeo Paulo
(USP) os efluentes devidamente tratados podem ser utilizados na agricultura para
aplicaccedilatildeo em culturas de alimentos natildeo processados comercialmente (irrigaccedilatildeo
superficial de qualquer cultura alimentiacutecia) culturas de alimentos processados
comercialmente (irrigaccedilatildeo de pomares e vinhas) culturas natildeo alimentiacutecias (pastos
forragens fibras e gratildeos) dessedentaccedilatildeo de animais
254 Reuso no meio ambiente
O reuso no meio ambiente engloba aplicaccedilotildees em wetlands habitats naturais
aumento do fluxo de aacutegua estabelecimentos recreacionais contato acidental (pesca
e canoagem) e contato integral com a aacutegua autorizado represas e lagos lagoas
esteacuteticas em que o contato com o puacuteblico natildeo eacute autorizado (CIRRA 2014)
26 A Praacutetica de Recarga de Aquiacuteferos
A recarga artificial de aquiacuteferos com efluentes tratados pode ser usada para
fins diversos englobando o aumento de disponibilidade e armazenamento de aacutegua
controle de salinizaccedilatildeo em aquiacuteferos costeiros controle de subsidecircncia de solos Cirra
(2014) Esta praacutetica pode ser importante para alguns municiacutepios abastecidos por
49
aacutegua subterracircnea onde a recarga natural de aquiacuteferos vem sendo diminuiacutedas em
funccedilatildeo do aumento de aacutereas impermeabilizadas
Hespanhol (2002) comenta que eacute realizada de modo inadequado a retirada das
aacuteguas dos lenccediloacuteis subterracircneos para consumo o que compromete a disponibilidade
hiacutedrica O uso de esgotos tratados para evitar ou diminuir tais efeitos eacute uma
possibilidade
27 O Armazenamento de Aguaacutes
Em aacutereas para captaccedilatildeo de aacutegua de chuva comumente utiliza-se materiais
como telhas galvanizadas pintadas ou esmaltadas com tintas natildeo toacutexicas superfiacutecies
de concreto ceracircmicas policarbonato e fibra de vidro As calhas tambeacutem devem ser
fabricadas com materiais inertes como PVC ou outros tipos de plaacutesticos evitando
assim que partiacuteculas toacutexicas provenientes destes dispositivos venham a ser levadas
para os tanques de armazenagem (MACOMBER 2001)
Segundo Brown et al (2005) o volume do primeiro fluxo de aacutegua de chuva a
ser descartado varia conforme a quantidade de poeira acumulada na superfiacutecie do
telhado que eacute uma funccedilatildeo do nuacutemero de dias secos da quantidade e tipo de resiacuteduos
e da estaccedilatildeo do ano Outras variaacuteveis a serem consideradas satildeo a inclinaccedilatildeo e as
superfiacutecies dos telhados a intensidade das chuvas e o periacuteodo de tempo que ocorrem
Aleacutem disso salienta-se que natildeo haacute nenhum caacutelculo exato para definir o volume inicial
de aacutegua pluvial que necessita ser desviado devido agraves muitas variaacuteveis que
determinam a eficaacutecia da lavagem das aacutereas de captaccedilatildeo
Jaacute o reservatoacuterio eacute um dos componentes mais relevantes do SAAP eacute um fator
que influencia na qualidade da aacutegua e tambeacutem elemento mais caro do investimento
ou fator de otimizaccedilatildeo da aacutegua disponiacutevel versus necessidades de abastecimento
(RODRIGUES 2010)
O reservatoacuterio de armazenamento tem a funccedilatildeo de reter e acumular a aacutegua
coletada pelo telhado que eacute levada pelo sistema atraveacutes da calha para filtragem e
armazenada em cisternas ou caixas drsquoaacutegua ficando armazenada ao abrigo da luz e
do calor e eacute bombeada para uma caixa drsquoaacutegua superior que pode abastecer o
banheiro a lavanderia e outros ambientes (OLIVEIRA CHRISTMANN e PIEREZAN
2014)
50
May (2009) acredita que para o sistema ser viaacutevel vai depender de trecircs
elementos precipitaccedilatildeo aacuterea de coleta e demanda O reservatoacuterio de aacutegua da chuva
por ser o componente mais caro do sistema deve ser projetado em conformidade com
as necessidades do usuaacuterio e com a disponibilidade pluviomeacutetrica local para
dimensionaacute-lo adequadamente sem inviabilizar o sistema Com base nos resultados
das anaacutelises realizadas e no uso do sistema de coleta e aproveitamento de aacutegua da
chuva a utilizaccedilatildeo para fins natildeo potaacuteveis deve ser estimulada A figura 9 ilustra o
processo de captaccedilatildeo da aacutegua da chuva
Para Boehm e Oliveira (2015) antes da implantaccedilatildeo de um sistema de
reaproveitamento de aacuteguas pluviais devem ser verificadas as condiccedilotildees do local de
instalaccedilotildees e quais os tipos de elementos podem interferir na qualidade da aacutegua
captada
Segundo Macomber (2001) o escoamento de aacutegua natildeo deve entrar em
campos seacutepticos de drenagem do sistema e qualquer tanque o excesso e a drenagem
devem ser roteados de modo que natildeo afetar a base dos tanques ou de quaisquer
outras estruturas
A cisterna pode ser apoiada semi-apoiada enterrada ou elevada e ser
construiacuteda com vaacuterios tipos de materiais como concreto armado blocos de concreto
alvenaria de tijolos plaacutestico polieacutester polietileno accedilo entre outros (OLIVEIRA
CHRISTMANN e PIEREZAN 2014)
51
Figura 9 - Processo de captaccedilatildeo da aacutegua da chuva
Fonte wwwrhasaambientalcombr 2013
Dentre os conceitos da NORMA 155272007 podemos citar
aacutegua de chuva aacutegua resultante de precipitaccedilotildees atmosfeacutericas coletadas
em coberturas telhados onde natildeo haja circulaccedilatildeo de pessoas veiacuteculos e
animais
aacutegua natildeo potaacutevel aacutegua que natildeo atende agrave Portaria nordm 518 do Ministeacuterio da
Sauacutede
aacuterea de captaccedilatildeo aacuterea em metros quadrados projetada na horizontal da
superfiacutecie impermeaacutevel da cobertura onde a aacutegua eacute captada
coeficiente de escoamento superficial coeficiente de runnoff que
representa a relaccedilatildeo entre o volume total de escoamento superficial e ao
volume total precipitado variando conforme a superfiacutecie
conexatildeo cruzada qualquer ligaccedilatildeo fiacutesica atraveacutes de peccedila dispositivo ou
outro arranjo que conecte duas tubulaccedilotildees das quais um conduz aacutegua
potaacutevel e a outra aacutegua de qualidade desconhecida ou natildeo potaacutevel
demanda consumo meacutedio (mensal ou diaacuterio) a ser atendido para fins natildeo
potaacuteveis
escoamento inicial aacutegua suficiente da aacuterea de captaccedilatildeo suficiente para
carregar a poeira fuligem folhas galhos e detritos
52
suprimento fonte alternativa de aacutegua para complementar o reservatoacuterio
de aacutegua de chuva
Tabela 1 - Paracircmetros de qualidade de aacuteguas pluviais para usos restritivos natildeo potaacuteveis
Paracircmetro
Anaacutelise Faixa
Coliformes totais Semanal Ausecircncia em 100mL
Coliformes termotolerantes Semanal Ausecircncia em 100mL
Cloro residual livre Mensal 05 a 30 mgL
Turbidez Mensal lt20uT para menos
restritivos lt50 uT lt15 uH
Cor aparente (caso natildeo seja
utilizado nenhum corante ou
antes da sua utilizaccedilatildeo)
Mensal
Deve prever ajuste do pH para
proteccedilatildeo das redes de distribuiccedilatildeo
caso necessaacuterio
Mensal pH de 60 a 8p no caso
de tubulaccedilatildeo de accedilo
carbono ou galvanizado
Fonte ABNT ndash Associaccedilatildeo Brasileira de Normas Teacutecnicas NBR 155252007
Com relaccedilatildeo agrave manutenccedilatildeo do sistema de coleta e aproveitamento de aacuteguas
pluviais de acordo com o Manual de manutenccedilatildeo do aproveitamento de aacutegua de chuva
do FNDE
Quadro 3 - Frequecircncia de manutenccedilatildeo
Componente
Frequecircncia de manutenccedilatildeo
Cobertura e telhados Miacutenimo 3 vezes ao ano
Calhas condutores verticais e horizontais Miacutenimo 3 vezes ao ano
Filtro removedor de detritos A cada 3 meses
Reservatoacuterio inferior ndash enterrado A cada 2 anos
Filtro flutuante Mensalmente
Bombas Mensalmente
Filtro cartucho Semestralmente
Clorador Mensalmente
Reservatoacuterio superior ndash intermediaacuterio Limpeza e desinfecccedilatildeo anual
Fonte Manual de manutenccedilatildeo do aproveitamento de aacutegua de chuva FNDE
53
As inspeccedilotildees podem ser feitas pelos utilizadores poreacutem as manutenccedilotildees dos
sistemas de bombas e tratamento devem ser feitas por teacutecnicos especializados
Quando satildeo utilizados nas operaccedilotildees de higienizaccedilatildeo e manutenccedilatildeo produtos nocivos
para os humanos ou para o ambiente devem ser adotadas medidas que impeccedilam o
lanccedilamento dos efluentes resultantes destas operaccedilotildees no ciclo pluvial natural ou na
rede de drenagem de aacuteguas residuais com a necessaacuteria checagem de compatibilidade
com os componentes naturais canalizaccedilotildees e dispositivos de tratamento a jusante
realizando preacute-tratamento quando necessaacuterio (RODRIGUES 2010)
Eacute importante destacar o conjunto de normas que fornecem os requisitos para o
aproveitamento de aacutegua de chuva de coberturas em aacutereas urbanas para fins natildeo
potaacuteveis
NBR 56261998 Instalaccedilatildeo predial de aacutegua fria que tem exigecircncias e
recomendaccedilotildees para o projeto assim como sua execuccedilatildeo e
manutenccedilatildeo da rede
NBR 108441989 Instalaccedilatildeo prediais de aacuteguas pluviais que tem o
caacutelculo de aacuterea de contribuiccedilatildeo e caacutelculo de condutores horizontais e
verticais e de calhas
ABNT NBR 122131992 Projeto de captaccedilatildeo de aacutegua de superfiacutecie para
abastecimento puacuteblico
ABNT NBR 122141992 Projeto de sistema de bombeamento de aacutegua
para abastecimento puacuteblico
ABNT NBR 122171994 Projeto de reservatoacuterio de distribuiccedilatildeo de aacutegua
para abastecimento puacuteblico
A RESOLUCcedilAtildeO CONAMA Nordm 20 de 18 de junho de 1986 publicada no DOU
de 300786 foi estabelecida a classificaccedilatildeo das aacuteguas doces salobras e salinas do
Territoacuterio Nacional Na Classe 2 estatildeo incluiacutedas as aacuteguas destinadas ao
abastecimento domeacutestico apoacutes tratamento convencional agrave proteccedilatildeo das
comunidades aquaacuteticas agrave recreaccedilatildeo de contato primaacuterio (esqui aquaacutetico nataccedilatildeo e
mergulho) agrave irrigaccedilatildeo de hortaliccedilas e plantas frutiacuteferas agrave criaccedilatildeo natural eou
intensiva (aquicultura) de espeacutecies destinadas agrave alimentaccedilatildeo humana
Para as aacuteguas de Classe 2 satildeo estabelecidos os mesmos limites ou condiccedilotildees
da Classe 1 agrave exceccedilatildeo dos seguintes
54
i Natildeo seraacute permitida a presenccedila de corantes artificiais que natildeo sejam
removiacuteveis por processo de coagulaccedilatildeo sedimentaccedilatildeo e filtraccedilatildeo
convencional
ii Coliformes para uso de recreaccedilatildeo de contato primaacuterio deveraacute ser
obedecido o Art 26 desta Resoluccedilatildeo Para os demais usos natildeo deveraacute ser
excedido um limite de 1000 coliformes fecais por 100 mililitros em 80 ou
mais de pelo menos 5 amostras mensais colhidas em qualquer mecircs no
caso de natildeo haver na regiatildeo meios disponiacuteveis para o exame de
coliformes fecais o iacutendice limite seraacute de ateacute 5000 coliformes totais por 100
mililitros em 80 ou mais de pelo menos 5 amostras mensais colhidas em
qualquer mecircs
iii Cor ateacute 75 mg Ptl
iv Turbidez ateacute 100 UNT
v DBO5 dias a 20degC ateacute 5 mgl O2
vi OD em qualquer amostra natildeo inferior a 5 mgl O2
No art 26 (Balneabilidade) - As aacuteguas doces salobras e salinas destinadas a
balneabilidade (recreaccedilatildeo de contato primaacuterio) seratildeo enquadradas e teratildeo sua
condiccedilatildeo avaliada nas categorias EXCELENTE MUITO BOA SATISFATOcircRIA e
IMPROacutePRIA da seguinte forma
1) EXCELENTE (3 estrelas) Quando em 80 ou mais de um conjunto de
amostras obtidas em cada uma das 5 semanas anteriores colhidas no mesmo
local houver no maacuteximo 250 coliformes fecais por l00 mililitros ou 1250
coliformes totais por 100 mililitros
2) MUITO BOA (2 estrelas) Quando em 80 ou mais de um conjunto de amostras
obtidas em cada uma das 5 semanas anteriores colhidas no mesmo local
houver no maacuteximo 500 coliformes fecais por 100 mililitros ou 2500 coliformes
totais por 100 mililitros
3) SATISFATOacuteRIA (1 estrela) Quando em 80 ou mais de um conjunto de
amostras obtidas em cada uma das 5 semanas anteriores colhidas no mesmo
local houver no maacuteximo 1000 coliformes fecais por 100 mililitros ou 5000
coliformes totais por 100 mililitros
55
4) IMPROacutePRIA Natildeo atendimento aos criteacuterios estabelecidos para as aacuteguas
proacuteprias
Os mais recentes padrotildees microbioloacutegicos para aacuteguas destinadas agrave recreaccedilatildeo
de contato primaacuterio estatildeo definidos na resoluccedilatildeo CONAMA 2742000 como
demonstrado na Tabela 2que jaacute inclui Enterococos Ecoli
Segundo Jordatildeo amp Pessoa (2014) o desenvolvimento dos padrotildees para banho
ou para aacuteguas de recreaccedilatildeo de contato primaacuterio tem evoluiacutedo com loacutegica Primeiro
foram adotados paracircmetros relativos a melhor tecnologia de controle disponiacutevel que
entretanto natildeo representavam o risco de contrair enfermidades devido a presenccedila de
poluentes Foi o caso dos Coliformes totais Depois considerou-se a relaccedilatildeo entre o
risco possiacutevel ou detectaacutevel e presenccedila de poluentes Neste caso os Coliformes fecais
eram mais representativos
Uma terceira etapa foi a identificaccedilatildeo de risco aceitaacutevel para o qual deveria
existir uma quantidade de dados epidemioloacutegicos correspondendo a mediccedilotildees de
qualidade do corpo drsquoaacutegua Os estudos indicaram que Enterococos eram os mais
representativos seguidos por Ecoli e por uacuteltimo coliformes totais(Desinfecccedilatildeo de
efluentes sanitaacuterios) Sendo assim os Enterococos atualmente representam o melhor
indicador entre os analisados sem que se deva considerar erro o controle por outros
organismos
Tabela 2 - Padrotildees microbioloacutegicos para aacuteguas destinadas agrave recreaccedilatildeo de contato primaacuterio
Balneabilidade-
categoria
Qualidade
Padrotildees para o corpo daacutegua
Proacutepria Excelente Maacuteximo de 250 CF100ml ou
200EC100ml ou 25 Enterococos100ml
em 80 ou mais das amostras das cinco
semanas anteriores
Proacutepria Muito boa Maacuteximo de 500 CF100ml ou
400EC100ml ou 50 Enterococos100ml
em 80 ou mais das amostras das cinco
semanas anteriores
Proacutepria Satisfatoacuteria Maacuteximo de 1000 CF100ml ou
800EC100ml ou 100 Enterococos100ml
56
em 80 ou mais das amostras das cinco
semanas anteriores
Improacutepria Natildeo atendimento aos criteacuterios
estabelecidos para as aacuteguas
proacuteprias
Incidecircncia elevada ou anormal
de enfermidades transmissiacuteveis
por via hiacutedrica Valor obtido na
uacuteltima amostragem for superior a
2500CF100ml ou 2000
EC100ml ou 400
enterococos100ml Presenccedila de
resiacuteduos ou despejos pHlt6ou
gt9 Floraccedilatildeo de algas outros
fatores que contra -indiquem o
contato primaacuterio
Fonte- CONAMA 2742000
28 Legislaccedilatildeo Sobre o Uso de Aacuteguas
ASPECTOS LEGAIS PARA O USO DE AacuteGUAS
Em 1973 o decreto federal nordm 24643 conhecido como o Coacutedigo das Aacuteguas
consubstanciou a base da legislaccedilatildeo voltada para a temaacutetica aacutegua O instrumento
legisla inclusive sobre o conceito de aacuteguas pluviais e acerca do direito de uso
atribuindo ao dono do preacutedio onde caiacuterem diretamente sua propriedade No seu artigo
118 chega ateacute mesmo a comentar superficialmente sobre a construccedilatildeo de
reservatoacuterios para aproveitamento da aacutegua da chuva em aacutereas puacuteblicas
Em termos de poliacutetica ambiental voltada aos recursos hiacutedricos destaca-se a
promulgaccedilatildeo da lei 9433 que em 1997 instituiu a Poliacutetica Nacional de Recursos
Hiacutedricos ndash PNRH criando o Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos
Hiacutedricos Conhecida como Lei das Aacuteguas o normativo fornece instrumentos que
possibilitam a melhoria da gestatildeo sistemaacutetica do recurso
57
A captaccedilatildeo de aacutegua de chuva tem uma relaccedilatildeo indireta com os objetivos dessa Poliacutetica jaacute que estimula o uso racional e ao mesmo tempo previne contra os eventos hidroloacutegicos criacuteticos tanto agraves secas devido agrave promoccedilatildeo da reserva quanto agraves inundaccedilotildees devido agrave diminuiccedilatildeo do escoamento superficial A inclusatildeo da captaccedilatildeo de aacutegua de chuva no Plano indica o esforccedilo da poliacutetica de recursos hiacutedricos na busca da transversalidade e no gerenciamento integrado das aacuteguas (SENRA BRONZATTO VENDRUSCOLO 2007)
A Lei nordm 943397 criou o Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos
Hiacutedricos e no art 1ordm disciplina
Art 1ordm A Poliacutetica Nacional de Recursos Hiacutedricos baseia-se nos seguintes
fundamentos
I - a aacutegua eacute um bem de domiacutenio puacuteblico
II - a aacutegua eacute um recurso natural limitado dotado de valor econocircmico
III - em situaccedilotildees de escassez o uso prioritaacuterio dos recursos hiacutedricos eacute o consumo humano e
a dessedentaccedilatildeo de animais
IV - a gestatildeo dos recursos hiacutedricos deve sempre proporcionar o uso muacuteltiplo das aacuteguas
V - a bacia hidrograacutefica eacute a unidade territorial para implementaccedilatildeo da Poliacutetica Nacional de
Recursos Hiacutedricos e atuaccedilatildeo do Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hiacutedricos
VI - a gestatildeo dos recursos hiacutedricos deve ser descentralizada e contar com a participaccedilatildeo do
Poder Puacuteblico dos usuaacuterios e das comunidades (BRASIL 1997)
O art 5ordm da Lei nordm 943397 trata dos instrumentos da Poliacutetica Nacional de
Recursos Hiacutedricos
Art 5ordm Satildeo instrumentos da Poliacutetica Nacional de Recursos Hiacutedricos
I - os Planos de Recursos Hiacutedricos
II - o enquadramento dos corpos de aacutegua em classes segundo os usos preponderantes da aacutegua
III - a outorga dos direitos de uso de recursos hiacutedricos
IV - a cobranccedila pelo uso de recursos hiacutedricos
V - a compensaccedilatildeo a municiacutepios
VI - o Sistema de Informaccedilotildees sobre Recursos Hiacutedricos (BRASIL 1997)
Nacionalmente natildeo haacute um ordenamento juriacutedico que discipline
especificamente sobre o uso das aacuteguas pluviais Como as citadas anteriormente a
lei nordm 114452007 conhecida como lei do Saneamento Baacutesico indiretamente
estabelece alguns criteacuterios para o manejo de aacutegua pluvial Em seu artigo 3ordm define a
drenagem e manejo das aacuteguas pluviais urbanas como
Conjunto de atividades infraestruturas e instalaccedilotildees operacionais de drenagem urbana de aacuteguas pluviais de transporte detenccedilatildeo ou retenccedilatildeo para o amortecimento de vazotildees de cheias tratamento e
58
disposiccedilatildeo final das aacuteguas pluviais drenadas nas aacutereas urbanas (BRASIL 2007)
Seu decreto regulamentador nordm 72172010 admitiu como forma de viabilizar o
manejo da aacutegua da chuva a alimentaccedilatildeo da instalaccedilatildeo hidraacuteulica predial ligada agrave rede
puacuteblica de abastecimento de aacutegua via aproveitamento de aacutegua da chuva desde que
devidamente autorizadas pela autoridade competente
Quanto agraves leis sobre o tema reuso de aacutegua vigentes no Brasil pode-se
destacar a lei 693881 que institui a poliacutetica nacional do meio ambiente que menciona
o incentivo ao estudo e pesquisa de tecnologias orientadas para o uso racional e a
proteccedilatildeo dos recursos ambientais
No Estado do Rio de Janeiro a Lei Nordm 6034 de 08 de setembro de 2011 dispotildee
sobre a obrigatoriedade dos postos de combustiacuteveis lava-raacutepidos transportadoras e
empresas de ocircnibus urbanos intermunicipais e interestaduais localizados no Estado
do Rio de janeiro a instalarem equipamentos de tratamento e reutilizaccedilatildeo da aacutegua
usada na lavagem de veiacuteculos
Na cidade de Satildeo Paulo por exemplo atraveacutes da Lei nordm 13276 e o Decreto nordm
41814 que regulamenta esta lei determinam-se a obrigatoriedade da execuccedilatildeo de
reservatoacuterio de aacuteguas pluviais coletadas de cobertas e pavimentos nos lotes
construiacutedos ou natildeo que possuem uma aacuterea impermeabilizada superior a 500m2
Trata-se de providecircncias para evitar as inundaccedilotildees urbanas uma vez que incentiva
soluccedilotildees para a infiltraccedilatildeo da aacutegua de chuva no solo e a utilizaccedilatildeo da mesma quando
armazenada para fins natildeo potaacuteveis
DECRETO Nordm 23940 de 30 de Janeiro de 2004 da cidade do Rio de Janeiro
Torna obrigatoacuterio nos casos previstos a adoccedilatildeo de reservatoacuterios que permitam o
retardo do escoamento das aacuteguas pluviais para a rede de drenagem Visando a
necessidade de ajudar a prevenir inundaccedilotildees atraveacutes da retenccedilatildeo temporaacuteria de
aacuteguas pluviais em reservatoacuterios especialmente criados com esta finalidade e
considerando as possibilidades de reaproveitamento de aacuteguas pluviais para usos natildeo
potaacuteveis como lavagem de veiacuteculos e partes comuns jardinagem e outras Sendo
obrigatoacuterio para imoacuteveis com aacuterea de cobertura superior a 50000 m2 e em caso de
novas edificaccedilotildees residecircncias multifamiliares e industriais fica obrigatoacuterio o uso de
aguas pluviais para uso natildeo potaacutevel atendendo as normas sanitaacuterias vigentes ficando
o habite-se ou alvaraacute de obras condicionado ao atendimento ao decreto
59
A Agenda 21 capiacutetulo 18 dedicou importacircncia especial ao reuso de aacutegua
recomendando a implementaccedilatildeo de poliacuteticas de gestatildeo dirigidas para o uso e
reciclagem de efluentes Segundo Hespanhol (2012) embora natildeo haja menccedilatildeo ao
tema lsquoreusorsquo na poliacutetica nacional de recursos hiacutedricos existe uma vontade poliacutetica
direcionada para esta questatildeo Segundo a Conferecircncia Interparlamentar sobre o
desenvolvimento do Meio Ambiente realizada em Brasiacutelia em Dezembro de 1992 no
paraacutegrafo 64B recomenda esforccedilos a niacutevel nacional para institucionalizar a
reciclagem e reuso sempre que possiacutevel promovendo o tratamento e a disposiccedilatildeo de
esgotos de modo a natildeo poluir o meio ambiente
A portaria nordm 23 de 12 de fevereiro de 2015 do Ministro de Estado do
Planejamento Orccedilamento e Gestatildeo estabelece boas praacuteticas de gestatildeo e uso de
Energia Eleacutetrica e de Aacutegua nos oacutergatildeos e entidades da Administraccedilatildeo Puacuteblica Federal
direta autaacuterquica e fundacional e dispotildee sobre o monitoramento de consumo destes
bens e serviccedilos Devendo os oacutergatildeos adotar as providencias necessaacuterias para
implementaccedilatildeo de boas praacuteticas de gestatildeo e inclusive elaborando campanhas de
conscientizaccedilatildeo por meio presencial e eletrocircnico e fornecendo mensalmente o
consumo de energia eleacutetrica e aacutegua por meio do Sistema Projeto Esplanada
Sustentaacutevel
O reuso de aacutegua pode ser classificado em reuso indireto ou direto O reuso
direto eacute aquele onde ocorre a conexatildeo direta dos efluentes de uma estaccedilatildeo de
tratamento de esgotos a uma estaccedilatildeo de tratamento de aacutegua e em seguida ao sistema
de distribuiccedilatildeo O reuso indireto eacute a diluiccedilatildeo do esgoto apoacutes tratamento em um corpo
hiacutedrico no qual apoacutes algum tempo de detenccedilatildeo eacute efetuada a captaccedilatildeo seguida de
tratamento adequado e posterior distribuiccedilatildeo Filho (1987) sugere a seguinte
terminologia para diversas formas de reuso
Reuso indireto natildeo planejado da aacutegua Eacute aquele em que a aacutegua utilizada
em alguma atividade humana eacute descarregada no meio ambiente e
novamente utilizada agrave jusante em sua forma diluiacuteda de maneira natildeo
intencional e natildeo controlada
Reuso indireto planejado da aacutegua Ocorre quando os efluentes depois de
tratados satildeo descarregados de forma planejada para serem reutilizados a
jusante
Reuso direto planejado da aacutegua Ocorre quando os efluentes apoacutes
convenientemente tratados satildeo encaminhados diretamente do seu ponto
60
de descarga ateacute o local do reuso sofrendo em seu percurso os tratamentos
necessaacuterios mas natildeo sendo descarregados no meio
Reciclagem de aacutegua Eacute o reuso interno da aacutegua antes da sua descarga
em um sistema geral de tratamento ou outro local de disposiccedilatildeo para servir
como fonte suplementar de abastecimento do uso original Eacute um caso
particular de reuso direto
Segundo jaacute destacava Westerhoff (1984)o reuso de aacutegua eacute classificado em
duas categorias Reuso potaacutevel e Reuso natildeo potaacutevel e esta classificaccedilatildeo foi adotada
pela Associaccedilatildeo Brasileira de Engenharia Sanitaacuteria e Ambiental de Satildeo Paulo e
divulgada nos Cadernos de Engenharia Sanitaacuteria e Ambiental Sendo considerado um
bem econocircmico porque eacute finita e essencial para conservaccedilatildeo da vida e do meio
ambiente consequentemente sua escassez impede o desenvolvimento de diversas
regiotildees na medida em que aleacutem da necessidade humana a aacutegua eacute essencial no
processo produtivo de diversas empresas
Reuso potaacutevel
Direto
Indireto
Reuso natildeo potaacutevel
Para fins agriacutecolas
Para fins industriais
Para fins recreacionais
Para fins domeacutesticos
Para manutenccedilatildeo de vazotildees de cursos drsquoaacutegua
Para aquacultura
Recarga de aquiacuteferos subterracircneos
Pode-se destacar alternativas que vem sendo propostas para racionalizaccedilatildeo
do consumo de aacutegua domiciliar Satildeo elas
Identificaccedilatildeo e eliminaccedilatildeo de vazamentos e perdas
Instalaccedilatildeo de equipamentos hidraacuteulicos sanitaacuterios de baixo consumo e alta
eficiecircncia
Reuso de aacuteguas cinzas
Aperfeiccediloamento dos procedimentos de mediccedilatildeo e cobranccedila
61
Os processos e tratamentos para fins potaacuteveis satildeo complexos e de custo
elevado Desta forma o reuso para fins natildeo potaacuteveis deve ser sempre avaliado
preferencialmente Aparentemente o principal problema decorrente da accedilatildeo de
reutilizaccedilatildeo de aacuteguas cinzentas com objetivos de economizar aacutegua seria o aumento
do custo decorrente da instalaccedilatildeo e manutenccedilatildeo de sistemas duplos de distribuiccedilatildeo
O principal destino destas aacuteguas deve ser a utilizaccedilatildeo sanitaacuteria e o uso agriacutecola
(HESPANHOL amp MIERZWA 2011)
Pesquisas sobre a viabilidade econocircmica de projetos de aproveitamento de
aacutegua de chuva indicam que o item preponderante nesta anaacutelise eacute o custo do
reservatoacuterio que varia em funccedilatildeo da sua dimensatildeo A NBR 15527(ABNT 2007)
apresenta 6 metodologias de caacutelculo do volume do reservatoacuterio que resultam em
valores muito discrepantes gerando a necessidade do usuaacuterio decidirem funccedilatildeo das
condiccedilotildees especiacuteficas do projeto qual metodologia seguir A maioria das
aplicaccedilotildeestrabalha com uma demanda fixa visando o consumo em vasos sanitaacuterios
(MORUZZI e OLIVEIRA2010 DORNELLES et al 2010 COUTINHO et al 2011
GHISI e SCHONDERMARK 2013)
Em relaccedilatildeo a NBR 155272007 aacutegua de chuva ndash aproveitamento de coberturas
em aacutereas urbanas para fins natildeo potaacuteveis fornece as caracteriacutesticas para o reuso de
aacutegua em aacutereas urbanas para fins natildeo potaacuteveis compreendendo calhas e condutores
instalaccedilotildees prediais qualidade da aacutegua bombeamento manutenccedilatildeo e principalmente
os meacutetodos de caacutelculo de dimensionamento de reservatoacuterios
Os meacutetodos de dimensionamento dispostos nesta norma satildeo
Meacutetodo de Rippl
Meacutetodo de Simulaccedilatildeo
Meacutetodo Azevedo Neto
Meacutetodo praacutetico alematildeo
Meacutetodo praacutetico inglecircs
Meacutetodo praacutetico australiano
62
3 - METODOLOGIA
Conforme Sabbatini (1989) metodologia eacute um ldquoconjunto de preceitos que
estabelece uma orientaccedilatildeo para o direcionamento e conduccedilatildeo de uma dada
investigaccedilatildeordquo tendo esta orientaccedilatildeo dois niacuteveis de doutrina e de estrateacutegia que
geram os princiacutepios de tomada de decisatildeo e permitem a operacionalizaccedilatildeo da
pesquisa que consiste no plano de accedilatildeo
A metodologia para anaacutelise do uso de sistema para aproveitamento de aacutegua
pluvial deve ser entendida como input do processo de pesquisa seus princiacutepios
devem ser balizadores das estrateacutegias adotadas para sua racionalidade
Esta dissertaccedilatildeo objetiva a importacircncia na utilizaccedilatildeo de metodologia e
aplicaccedilatildeo de procedimentos e meacutetodos nas atividades relacionadas ao uso de aacutegua
pluvial em instituiccedilatildeo federal de ensino onde o avanccedilo tecnoloacutegico deve ter como
escopo uma metodologia especiacutefica para seu desenvolvimento
Os atributos e alcance da pesquisa aplicada e de desenvolvimento tecnoloacutegico
constitui a estrutura essencial para obter novos meacutetodos construtivos e modernizaccedilatildeo
de processos e sistemas de uso consolidado e na soluccedilatildeo sistemaacutetica de problemas
Fluxo do processo adotado
O meacutetodo adotado envolve vaacuterias etapas conforme quadro 4 para a validaccedilatildeo
da metodologia de aproveitamento de aacutegua pluvial
Quadro 4- Fluxo do processo
Atividade Procedimentos
Visita teacutecnicas
Foram selecionadas duas tipologias de edificaccedilotildees no sentido de ampliar
o entendimento das teacutecnicas construtivas para a implantaccedilatildeo de
sistema de coleta e uso de aacutegua pluvial
Normas teacutecnicas
NBR 155272007 Aacutegua de chuva ndash aproveitamento de coberturas em
aacutereas urbanas para fins natildeo potaacuteveis - Requisitos
Precipitaccedilatildeo pluviomeacutetrica
Os dados pluviomeacutetricos utilizados neste trabalho foram fornecidos pelo
Sistema Alerta Rioque foram coletados da Estaccedilatildeo Meteoroloacutegica Tijuca
63
Fonte Elaborado pelo autor do presente trabalho
31 Estrateacutegia da Pesquisa
A pesquisa em questatildeo tem caraacuteter exploratoacuterio de projeto uacutenico com
abordagem quantitativa por meio de estudo de caso uacutenico que tem como modelo
cientiacutefico a concepccedilatildeo de Robson (2011) o qual disserta sobre os meacutetodos de
pesquisa do mundo real
A estaccedilatildeoestaacute localizada no bairro tijuca em latitude 22ordm89 67 longitude
43ordm22 67
Reservatoacuterios
detalhes teacutecnicos
construtivos e
controle sanitaacuterio
Para o presente projeto foi adotado o meacutetodo pratico alematildeo de
dimensionamento onde o volume do reservatoacuterio seraacute o menor valor
entre 6 do volume de captaccedilatildeo de aacutegua pluvial anual e 6 da
demanda anual de aacutegua natildeo potaacutevel
Foi utilizado o meacutetodo da simulaccedilatildeo previsto na NBR 15527 2007
Para ratificar o dimensionamento do reservatoacuterio feito pelo meacutetodo
praacutetico alematildeo
De acordo com orientaccedilatildeo da portaria do MS nordm 5182014 e a NBR
152227 recomenda que o cloro residual livre deva estar entre 05mgle
30 mgl em qualquer ponto do sistema de abastecimento
Para controle sanitaacuterio foi utilizado Clorador com funcionamento em
circuito fechado com proteccedilatildeo contra inundaccedilatildeo capacidade do corpo
interno 320 pastilhas variando de 0640 kg com vazatildeo de operaccedilatildeo
lenta em rede de 05 a 3000 m3h
Equipamentos Verificou-se que equipamentos utilizados em sistema de captaccedilatildeo e uso
de aacutegua pluvial eacute uma tecnologia de fabricantes internacionais com
representantes locais
Demanda de uso
natildeo potaacutevel
O consumo diaacuterio total de aacutegua em cada aparelho foi estimado com
base nos dados de frequecircncia e tempo de uso dos mesmos obtidos
atraveacutes dos questionaacuterios e o nuacutemero de pessoas que efetivamente
utilizam cada aparelho Tambeacutem se utilizaram no caacutelculo do consumo
diaacuterio as vazotildees de acordo com a norma NBR 56261998
Viabilidade
econocircmica de
implantaccedilatildeo do
sistema
Foi realizada a anaacutelise econocircmica utilizando-se o meacutetodo do payback
simples e descontado considerando taxa mensal de 1 para validaccedilatildeo e
verificaccedilatildeo da viabilidade econocircmica do sistema
64
Adota o presente trabalho a verificaccedilatildeo de aplicaccedilatildeo exitosas de sistemas de
aproveitamento de aacuteguas pluviais em edificaccedilotildees de diversas tipologias criando um
paracircmetro de anaacutelise e consolidaccedilatildeo de praacuteticas sustentaacuteveis e novas tecnologias
VISITAS REALIZADAS
Estaacutedio do Maracanatilde
Maior estaacutedio sendo sede da Copa do Mundo de Futebol 2014 no rio de
Janeiro Inaugurado em junho de 1950 sendo iniciada a obra de recuperaccedilatildeo e retrofit
no ano de 2010 sendo concluiacuteda em 2013 Sua capacidade de puacuteblico passou de
87101 para 78639 lugares
Realizada a visita as instalaccedilotildees do Estaacutedio do Maracanatilde que recebeu a
certificaccedilatildeo LEED1 (Leadership in Energy and Environmental Design) For New
Construction na categoria Silver versatildeo 30 concedida pela USGBC (United States
Building Concil) conforme fig 10 que reconhece soluccedilotildees de novas tecnologias
sustentaacuteveis utilizadas nas construccedilotildees com o objetivo de reduccedilatildeo de impactos ao
meio ambiente durante a vida uacutetil da edificaccedilatildeo certificaccedilatildeo voltada para construccedilotildees
sustentaacuteveis e ambientalmente eficientes
1 Lideranccedila em Energia e Desig Ambiental eacute um sistema internacional de certificaccedilatildeo e orientaccedilatildeo ambiental para
edificaccedilotildeesUtilizada em 143 paiacuteses a certificaccedilatildeo foi criada em 2000 pela USGreen Building Council (USGBC)
65
Figura 10 -Certificaccedilatildeo em estaacutedios de futebol itens avaliados no canteiro de obra
Fonte Adaptado pelo autor do presente trabalho de Pereira et al (2015)
A alta performance ambiental do maracanatilde apoacutes a implantaccedilatildeo do sistema de
aacuteguas pluviais contribuiu para sua certificaccedilatildeo onde cabe ressaltar que houve reduccedilatildeo
de 7114 do consumo de agua potaacutevel que representa da demanda de bacias e
mictoacuterios como tambeacutem todo o volume de agua necessaacuterio para irrigaccedilatildeo do
gramado e Conforme Pereira et al (2015) a reduccedilatildeo de uso de aacutegua potaacutevel eacute de
50 (cinquenta por cento)
Com o retrofit o estaacutedio do Maracanatilde teve acreacutescimo de 50000m2 na aacuterea de
cobertura construiacuteda em membrana tensionada por cabos de accedilo que permitiu a
viabilidade de implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo acrescida da aacuterea de drenagem
do campo que atende a irrigaccedilatildeo e descargas O estaacutedio no seu sistema de captaccedilatildeo
e reaproveitamento de aacuteguas pluviais conta com reservatoacuterio de 5 milhotildees de litros
volume capaz de suprir as demandas de usos por um periacuteodo de ateacute trecircs meses em
caso de estiagem
66
Leroy Merlin
Empresa de comeacutercio varejista voltada para materiais de construccedilatildeo e
bricolagem desde os anos de 1988 A concepccedilatildeo de seus projetos de lojas passaram
a ser voltada para questotildees de sustentabilidade agrave partir da construccedilatildeo da loja na
cidade de Niteroi inaugurada em 2007 iniciando um ciclo de novas unidades com o
mesmo caraacuteter tendo em um de seus conceitos o aproveitamento de aacuteguas pluviais
A Leroy Merlin foi a primeira empresa agrave receber o selo HQE2 em 2009
empresa situada em Niteroacutei no Estado do Rio de Janeiro na atividade de comeacutercio de
materiais de construccedilatildeo Adotou como meta a certificaccedilatildeo AQUA em funccedilatildeo de sua
adaptabilidade as condiccedilotildees de uso no Brasil avaliando aspectos da gestatildeo
ambiental nas obras de arquitetura
Recebeu a empresa por ocasiatildeo de sua construccedilatildeo recebeu a certificaccedilatildeo
ACQUA-Alta Qualidade Ambiental tendo sido avaliada pela Fundaccedilatildeo Vanzolini
entidade vinculada a USP (Universidade de Satildeo Paulo) tendo atendido as exigecircncias
para a certificaccedilatildeo nas etapas do programa concepccedilatildeo do projeto e realizaccedilatildeo da
obra
Foram utilizados no tratamento daacute aacutegua captada trecircs filtros tipo Vortex WWF
300 com capacidade de filtragem para aacuterea de cobertura de ateacute 3000m2 com potencial
de ateacute 90 da aacutegua precipitada e com retenccedilatildeo de partiacuteculas de 028mmFoi utilizado
reservatoacuterio apresentado na foto abaixo com capacidade de 150000 litros com
extravasor para poccedilos de infiltraccedilatildeo conforme figura 11 em caso de alto iacutendice de
precipitaccedilatildeo pluviomeacutetrica contribuindo para a alimentaccedilatildeo do lenccedilol freaacutetico e
reduzindo a possibilidade de enchentes
2 HQE A primeira certificaccedilatildeo ambiental para edifiacutecios a ser adaptada para a realidade brasileira foi a AQUA (hoje AQUA-
HQE) Com base no selo francecircs Haute Qualiteacute Environnementale professores da Universidade de Satildeo Paulo (USP) criaram a versatildeo brasileira e formaram a instituiccedilatildeo responsaacutevel por ela a Fundaccedilatildeo Vanzolini
67
Figura 11 - Poccedilos de infiltraccedilatildeo
Fonte Adaptado pelo autor do presente trabalho de Leroy Merlin 2009
Foto da Construccedilatildeo do reservatoacuterio de 150000 litros
Fonte Adaptado pelo autor do presente trabalho de Leroy Merlin 2009
68
32 Unidade de anaacutelise
Esta pesquisa se limita a estudar a viabilidade de uso de aguas pluviais
calculando a demanda de uso natildeo potaacutevel a quantificaccedilatildeo da produccedilatildeo de aacuteguas
residuais provenientes de evaporadoras de ar condicionado com determinaccedilatildeo do
volume do reservatoacuterio e posterior analise de viabilidade econocircmica Yin (2001)
afirma que a unidade de anaacutelise estaacute relacionada com o problema fundamental de
definir o que eacute o ldquocasordquo
Segundo Yin (2001) o estudo de caso representa uma investigaccedilatildeo empiacuterica e
compreende um meacutetodo abrangente com a loacutegica do planejamento da coleta e da
anaacutelise de dados Pode incluir tanto estudos de caso uacutenico quanto de muacuteltiplos assim
como abordagens quantitativas e qualitativas de pesquisa
Aleacutem da coleta de dados por meio dos questionaacuterios outro importante processo
que seraacute usado neste estudo eacute anaacutelise documental considerada como a teacutecnica que
abrange tanto a anaacutelise qualitativa quanto a quantitativa Segundo Gil (2010 p121)
ldquoA consulta a fontes documentais eacute imprescindiacutevel em qualquer estudo de casordquo
Portanto a anaacutelise destes dados torna-se fundamental para que se possa identificar
demanda de consumo de aacutegua natildeo potaacutevel o potencial para aproveitamento de aacuteguas
dos evaporadores de aparelhos de ar condicionado
33 Justificativa da estrateacutegia de pesquisa
A escolha do meacutetodo de pesquisa orientaraacute as etapas necessaacuterias para a coleta
de informaccedilotildees anaacutelise destes dados e demonstraccedilatildeo da confiabilidade e validade
das descobertas (ROBSON 2011)
34 Pesquisa Exploratoacuteria
A pesquisa exploratoacuteria utilizaraacute fontes documentais como perioacutedicos
dissertaccedilotildees e teses sobre os temas sustentabilidade histoacuterico de reuso e
reaproveitamento de aacuteguas pluviais e legislaccedilatildeo traccedilando conexotildees entre estes
elementos de forma a propiciar confiabilidade para o embasamento da pesquisa
69
35 Levantamento
O presente trabalho visa o aproveitamento de aacuteguas pluviais e aacuteguas residuais
de evaporadores de unidades condensadoras para reuso no Campus Maracanatilde do
CEFET-RJ
Desta forma o trabalho foi estruturado da forma relacionada abaixo
Levantamento das caracteriacutesticas pluviomeacutetricas da regiatildeo estudada para
determinaccedilatildeo da precipitaccedilatildeo pluviomeacutetrica media atraveacutes das analises de
dados fornecida do sistema Alerta Rio referente ao periacuteodo de 2001 a 2015
Levantamento das caracteriacutesticas de 01(uma) edificaccedilatildeo existente no
campus maracanatilde bloco E e considerando seu potencial de captaccedilatildeo
atraveacutes exclusivamente de suas coberturas bem como o dimensionamento
de reaproveitamento das aacuteguas provenientes de condensadores de ar
condicionado existentes no referido bloco por contemplar maior nuacutemero de
equipamentos citados e maior nuacutemero de horas de uso
Avaliaccedilatildeo dos resultados obtidos com determinaccedilatildeo do reservatoacuterio de
armazenamento sendo realizado atraveacutes da NBR 15527 ndash Aacutegua da Chuva
Aproveitamento das aacutereas urbanas para fins natildeo potaacuteveis (ABNT 2007)
Tambeacutem seratildeo realizados estudos utilizando teacutecnicas de matemaacutetica
financeira pelo meacutetodo de anaacutelise de payback simples que fornece uma
estimativa de faacutecil compreensatildeo dos benefiacutecios gerados para determinar o
tempo de retorno do investimento atraveacutes dos custos de implantaccedilatildeo do
sistema
70
Aacuterea de Estudo
O CEFET-RJ ocupa uma aacuterea de terreno de 3438200 m2 com 6481800 m2
construiacutedos e distribuiacutedos em 06 pavilhotildees e diversos blocos nomeados de ldquoArdquo a ldquoLrdquo
tendo como objeto para estudo de caso o Bloco E que e abastecido atraveacutes do
hidrocircmetro referente ao nuacutemero 485 conforme figura 10
Figura 12 - Hidrocircmetro referente ao nuacutemero 485 com vazatildeo de 03 - 15 m3hora
Fonte Realizada pelo autor 2017
36 Objeto de Estudo
O preacutedio objeto do estudo eacute o Bloco E sendo utilizado pela comunidade
docente discente e teacutecnicos administrativos
Figura 13 - Fachada Principal do CEFET- RJ
Fonte site wwwcefet-rjbr
71
As coberturas do preacutedio satildeo compostas por telhas trapezoidais em accedilo
galvanizado tendo calhas em concreto impermeabilizado para a coleta de aacuteguas
pluviais com tubos de queda em PVC de 100 mm com condutores horizontais
interligando as caixas de passagem e estas ao coletor puacuteblico
361 Aparelhos Existentes
Atraveacutes de visitas in loco foram verificados quais eram os tipos de aparelhos
sanitaacuterios torneiras mictoacuterios existentes no CEFET-RJ Verificaram-se tambeacutem as
atividades realizadas no preacutedio que utilizam aacutegua
37 Entrevistas com os Usuaacuterios
As entrevistas foram realizadas por meio de questionaacuterios aplicados aos
Teacutecnicos Administrativos professores alunos e equipe responsaacutevel pela limpeza do
CEFET-RJ a fim de descobrir a frequecircncia de uso de cada aparelho Nos
questionaacuterios foram feitas perguntas que demonstrassem o tempo e a quantidade de
vezes que cada aparelho era utilizado no periacuteodo de ocupaccedilatildeo
Para obtenccedilatildeo de um levantamento com maior precisatildeo seria necessaacuterio a
resposta ao questionaacuterio por toda a populaccedilatildeo que utiliza os preacutedios estudados foi
verificada a dificuldade em funccedilatildeo de horaacuterios e dias da semana diferentes bem
como um certo desinteresse na participaccedilatildeo por alguns membros da comunidade
Em funccedilatildeo destes fatos decidiu-se por uma pesquisa por amostragem Com utilizaccedilatildeo
da foacutermula de caacutelculo amostral
72
Foacutermula de caacutelculo
Onde
n - amostra calculada N ndash populaccedilatildeo Z - variaacutevel normal padronizada associada ao niacutevel de confianccedila p - verdadeira probabilidade do evento e - erro amostral Erro amostral de 5 Niacutevel de confianccedila de 95
Foram aplicados questionaacuterios para funcionaacuterios professores e alunos com as
mesmas perguntas Os questionaacuterios utilizados nas entrevistas estatildeo apresentados
no Apecircndice A B e C
Para os funcionaacuterios da limpeza interna externa foram aplicados questionaacuterios
direcionados em funccedilatildeo das atividades desenvolvidas
Os resultados obtidos atraveacutes das entrevistas permitiram obter valores que
representam a frequecircncia e o tempo de utilizaccedilatildeo de cada tipo de aparelho sanitaacuterio
para o total geral da edificaccedilatildeo e por pessoa
38 Estimativa do Consumo de Aacutegua
O consumo diaacuterio total de aacutegua em cada aparelho foi estimado com base nos
dados de frequecircncia e tempo de uso dos mesmos obtidos atraveacutes dos questionaacuterios
e o nuacutemero de pessoas que efetivamente utilizam cada aparelho Tambeacutem se
utilizaram no caacutelculo do consumo diaacuterio as vazotildees de acordo com a norma NBR
56261998
381 O caacutelculo de consumo meacutedio diaacuterio de aacutegua per capita por aparelhos
O Caacutelculo foi realizado com base no somatoacuterio da multiplicaccedilatildeo da frequecircncia
e tempo de uso obtido nas entrevistas e vazatildeo do aparelho dividido pelo nuacutemero de
pessoas entrevistadas
73
C meacutedio =
sum 119891119894lowast119905119894lowast119876119899119894
119899
C meacutedio = consumo meacutedio por aparelho
fi=numero de vezes de utilizaccedilatildeo
ti= tempo em segundos de uso diaacuterio
n= amostras de pessoas entrevistadas
Q= vazatildeo do aparelho (litros por segundo)
382 Estimativa do Consumo de Aacutegua em Atividades de Limpeza e jardinagem
A estimativa dos consumos de aacutegua referentes agrave limpeza do preacutedio (que inclui
tambeacutem lavaccedilatildeo de paacutetios corredores sanitaacuterios e irrigaccedilatildeo de jardins) foi calculada
com base em entrevistas com os responsaacuteveis por tais atividades e natildeo por amostra
Consumo Atividade limpeza = Somatoacuterio atividades limpeza paacutetios e rega de
jardim
383 Avaliaccedilatildeo do Potencial de Economia de Aacutegua Potaacutevel
A fim de se estimar o potencial de economia proveniente da implantaccedilatildeo de um
sistema de aproveitamento de aacutegua pluvial foi verificado o percentual de aacutegua potaacutevel
utilizado em fins natildeo potaacuteveis quantificaccedilatildeo da produccedilatildeo de agua residual pelas
evaporadoras de ar condicionado e tambeacutem foi estimado o volume ideal de
reservatoacuterio de acumulaccedilatildeo da aacutegua pluvial
384 Percentual de Aacutegua Potaacutevel que Poderia Ser Substituiacutedo por Aacutegua Pluvial
Neste estudo considerou-se a utilizaccedilatildeo de aacutegua para fins natildeo potaacuteveis em
descargas de vaso sanitaacuterio mictoacuterios irrigaccedilatildeo de jardins torneiras de usadas para
limpeza do preacutedio que tambeacutem inclui lavaccedilatildeo dos pavimentos
Atraveacutes da soma dos valores de consumo de aacutegua nas atividades consideradas
para fins natildeo potaacuteveis foi verificada a quantidade total de aacutegua potaacutevel que poderia
ser substituiacutedo por aacutegua pluvial
74
39 Reservatoacuterios de Aacutegua Pluvial
O reservatoacuterio de acumulaccedilatildeo da aacutegua pluvial eacute um dos componentes mais
importantes de um sistema de aproveitamento de aacutegua pluvial o qual deve ser
dimensionado principalmente considerando os seguintes fatores demanda de aacutegua
pluvial aacutereas de captaccedilatildeo precipitaccedilatildeo pluviomeacutetrica e custos totais de implantaccedilatildeo
Para estimar o volume ideal do reservatoacuterio de aacutegua pluvial para o presente
estudo baseou-se nas aacutereas de cobertura da edificaccedilatildeo no consumo diaacuterio de aacutegua
em sanitaacuterios e mictoacuterios e atividades de limpeza na precipitaccedilatildeo da regiatildeo no
coeficiente de perdas e no total de aacutegua potaacutevel usada para fins natildeo potaacuteveis que
poderia ser substituiacuteda por aacutegua pluvial
310 Anaacutelise Econocircmica
Depois de verificado o potencial de economia de aacutegua potaacutevel seratildeo
verificados os custos para a implantaccedilatildeo e operaccedilatildeo do sistema de aproveitamento
de aacutegua pluvial e tambeacutem analisada sua viabilidade econocircmica
Esta anaacutelise econocircmica seraacute uma estimativa de custos que poderaacute servir como
referecircncia para novas instituiccedilotildees de ensino com padrotildees semelhantes que desejam
implantar um sistema de aproveitamento de aacutegua pluvial
Natildeo se tem um indicativo de que este sistema possa ser implantado no objeto
de estudo Os custos de implantaccedilatildeo e operaccedilatildeo do sistema de aproveitamento de
aacutegua pluvial resumem-se em custos com obra de construccedilatildeo do reservatoacuterio inferior
materiais e equipamentos necessaacuterios agrave implantaccedilatildeo
Deste modo fez-se uma planilha de quantitativos e custos dos valores
referentes a obra atraveacutes de preccedilos coletados no SINAPICEF e de materiais e
equipamentos necessaacuterios com empresas representantes e ou fabricantes
75
4 APLICACcedilAtildeO E VALIDACcedilAtildeO DA METODOLOGIA PROPOSTA
Conforme abordado no capiacutetulo correspondente a metodologia optou-se
como um dos meios de aplicaccedilatildeo a validaccedilatildeo e investigaccedilatildeo desta metodologia
desenvolvida para uma Instituiccedilatildeo Federal de Ensino
41 Histoacuterico do Cefet-RJ
Atraveacutes de uma parceria entre o governo da Uniatildeo e o da Prefeitura do Distrito
Federal foi criada a Escola Normal de Artes e Ofiacutecios Wenceslau Braz versatildeo
primaacuteria do que vem a ser o CEFETRJ contemporaneamente Segundo CEFETRJ
(2007 paacuteg 14) os principais objetivos da escola eram de criar professores mestre e
contramestres para as instituiccedilotildees e escolas profissionais do Distrito Federal e entatildeo
Rio de Janeiro aleacutem de professores de trabalhos manuais para escolas primaacuterias do
Municiacutepio
De acordo com Maruyama (2013) apoacutes criaccedilatildeo de sua primeira forma teve
seus objetivos e estrutura atualizada transformando-se em Escola Teacutecnica Nacional
(ETN) em 1942 Jaacute em 1965 a Escola recebe nome Escola Teacutecnica Federal da
Guanabara poreacutem foi apenas em 1967 que a Escola passa a ser chamada de Escola
Teacutecnica Federal Celso Suckow da Fonseca
Hoje atraveacutes de seu histoacuterico de reconhecimento pela sociedade a Escola
Teacutecnica obteve expansatildeo geograacutefica passando a atuar com sede matriz a Unidade
Maracanatilde e demais seis outras Unidades descentralizadas pelo Rio e Janeiro (Nova
Iguaccedilu Maria da Graccedila Petroacutepolis Nova Friburgo Angra dos Reis e Itaguaiacute) e
educacional ofertando cursos regulares de ensino meacutedio educaccedilatildeo profissional
teacutecnica graduaccedilatildeo poacutes-graduaccedilatildeo aleacutem de atividades de pesquisa e de extensatildeo
411 Definiccedilatildeo de Instituiccedilotildees de Ensino Superior
De acordo com o artigo 21 da LDB - Lei de Diretrizes e Bases da Educaccedilatildeo
Nacional (939496) a educaccedilatildeo escolar eacute formada por duas etapas principais
educaccedilatildeo baacutesica formada pela educaccedilatildeo infantil ensino fundamental e ensino meacutedio
II - educaccedilatildeo superior etapa posterior a educaccedilatildeo baacutesica cujo objetivo global eacute formal
76
profissionais e cidadatildeos aptos a exercerem suas funccedilotildees e promover o
desenvolvimento do paiacutes
A LDB (Lei 93941996) assume a coexistecircncia de instituiccedilotildees puacuteblicas e
privadas para a oferta de cursos superiores dizendo no Artigo 45 que a educaccedilatildeo
superior poderaacute ser ministrada em instituiccedilotildees de ensino superior de caraacuteter puacuteblico
ou privada com variados graus de abrangecircncia e particularizaccedilatildeo Visando
complementar a LDB e a esse artigo 7ordm do Decreto 38602001 classifica as instituiccedilotildees
de ensino superior quanto agrave sua organizaccedilatildeo acadecircmica em
Universidades - Satildeo caracterizadas pela oferta regular de atividades que
articulam trecircs principais pilares ensino de pesquisa e de extensatildeo
Centros Universitaacuterios - Os centros universitaacuterios satildeo instituiccedilotildees de
ensino superior pluri-curriculares comprovada pelo desempenho nos
cursos nas avaliaccedilotildees do MEC e que devem atender a comunidade
Centros Federais de Educaccedilatildeo Tecnoloacutegica - Satildeo instituiccedilotildees de ensino
superior especializados na oferta de educaccedilatildeo tecnoloacutegica nos
diferentes niacuteveis e modalidades de ensino O Centro Federal de
Educaccedilatildeo Tecnoloacutegica Celso Suckow da Fonseca (CEFETRJ) seraacute a
instituiccedilatildeo alvo do presente estudo e se encaixa nessa classificaccedilatildeo
Faculdades Integradas faculdades institutos ou escolas superiores -
superiores orientados basicamente para o ensino satildeo voltadas para a
formaccedilatildeo de profissionais para o mercado de trabalho e natildeo se exigiratildeo
produccedilatildeo cientiacutefica e natildeo haacute exigecircncia de oferta cursos de poacutes-
graduaccedilatildeo
Por fim todas as instituiccedilotildees de ensino superior independente de sua
classificaccedilatildeo e dos cursos ofertados por estar diretamente submetidas as decisotildees do
MEC deve acatar com seus decretos e determinaccedilotildees pois estatildeo sob uma mesma
legislaccedilatildeo e regime Dentro das obrigatoriedades das IES pode ser destacado o
documento de caraacuteter estrateacutegico conhecido como Plano de Desenvolvimento
Institucional (PDI)
412 - Plano de Desenvolvimento Institucional (PDI)
O Plano de Desenvolvimento Institucional (PDI) eacute um documento institucional
exigido pelo Ministeacuterio da Educaccedilatildeo (MEC) e apresenta as principais estrateacutegicas e
77
posicionamento que a instituiccedilatildeo de ensino superior (IES) iraacute adotar em um periacuteodo
de tempo preacute-definido Eacute anaacutelogo ao Planejamento Estrateacutegico das empresas
privadas poreacutem com foco em resultados no sistema educacional processos internos
e desempenho dentro do cenaacuterio mutaacutevel da educaccedilatildeo no periacuteodo de vigecircncia
O Plano de Desenvolvimento Institucional ndash PDI eacute um documento elaborado para um periacuteodo de 5 (cinco) anos que identifica a Instituiccedilatildeo de Ensino Superior (IES) no que diz respeito agrave sua filosofia de trabalho agrave missatildeo a que se propotildee agraves diretrizes pedagoacutegicas que orientam suas accedilotildees agrave sua estrutura organizacional e agraves atividades acadecircmicas que desenvolve eou que pretende desenvolver (SAPIEnS 2007)
A lei 10861 (2004) instituiu o Sistema Nacional de Avaliaccedilatildeo da Educaccedilatildeo
Superior (SINAES) Este sistema tem como objetivo buscar a melhoria da qualidade
da educaccedilatildeo superior monitorar a expansatildeo da oferta e aumento da eficiecircncia e
eficaacutecia institucional no acircmbito de ensino e impacto na sociedade Deve ser ainda um
sistema supervisor das IES no cumprimento de seus deveres institucionais como
identidade respeito a diversidade e afirmaccedilatildeo da autonomia Esta lei promoveu em
2006 a ediccedilatildeo do decreto Nordm 5773 que legitima a relevacircncia e obrigatoriedade do PDI
nas IES
O decreto Nordm 5773 (2006) descreve sobre as funccedilotildees de regulamentaccedilatildeo
acompanhamento e avaliaccedilatildeo das IES e cursos superiores de graduaccedilatildeo e
sequenciais no sistema de ensino federal No Art 15 satildeo descritas as exigecircncias para
uma instituiccedilatildeo ser credenciada ao MEC Eacute responsabilidade da IES possuir aleacutem de
documentos padratildeo como cumprimento de exigecircncias fiscais legais e regimento ou
estatuto o PDI eacute exigido devido ao seu caraacuteter de avaliaccedilatildeo de potencial capacidade
e objetivos de longo prazo como instituiccedilatildeo provedora de ensino superior O Art 16
apresenta ainda um roteiro de subsiacutedio na elaboraccedilatildeo do PDI com as exigecircncias que
o MEC determina
Neste contexto eacute possiacutevel identificar uma importante instituiccedilatildeo de ensino
superior do estado do Rio de Janeiro o Centro Federal de Educaccedilatildeo Tecnoloacutegica
Celso Suckow da Fonseca (CEFETRJ) Uma instituiccedilatildeo com grande tradiccedilatildeo que ao
longo dos anos se diversificou alterou o escopo de ensino para ofertar de cursos de
cursos de graduaccedilatildeo e poacutes-graduaccedilatildeo direcionados para tecnologia e inovaccedilatildeo Eacute
necessaacuterio conhecer aacutes origens histoacutericos e fatores que influenciaram a consolidaccedilatildeo
do CEFETRJ para entender seu papel no cenaacuterio atual
78
413 - O PDI do CefetRJ
O Estatuto do CEFETRJ foi aprovado em 2005 pelo ministro da educaccedilatildeo
Fernando Haddad e instaurou a portaria nordm 3796 No capiacutetulo III sobre a Estrutura
Organizacional na Subseccedilatildeo VIII do Estatuto do CEFETRJ eacute estabelecida a criaccedilatildeo
da Diretoria de Gestatildeo Estrateacutegica (DIGES)oacutergatildeo responsaacutevel por conduzir o
processo de elaboraccedilatildeo validaccedilatildeo e publicaccedilatildeo dos DPI a cada quatro anos bem
como acompanhar a execuccedilatildeo dos planos e projetos definidos e ser o principal
fornecedor de informaccedilotildees sobre o desempenho da instituiccedilatildeo perante sociedade
ministeacuterio da educaccedilatildeo Uniatildeo e demais oacutergatildeos puacuteblicos a que a IES estaacute submetida
A construccedilatildeo do PDI eacute feita de maneira colaborativa e participativa por todos
os departamentos e secretarias que integram a instituiccedilatildeo Os entendimentos entre
todas as partes e consensos provisoacuterios devem ser estabelecidos para definir
objetivos comuns a todos que deveratildeo ser registrado e amplamente divulgado e
cascateado a todos os niacuteveis da instituiccedilatildeo Com isso o PDI deve ser apresentado
pela DIGES em um prazo de 150 a 60 dias agrave Comissatildeo para validar o produto final
conforme estabelecido no documento O processo deve ser concluiacutedo dentro do ano
anterior ao periacuteodo de vigecircncia do PDI em elaboraccedilatildeo
414 - Filosofia Missatildeo e Objetivos Institucionais
Os princiacutepios norteadores da filosofia satildeo expressos atraveacutes de seu Projeto
Pedagoacutegico integrando
A defesa das condiccedilotildees garantidoras de qualidade social para a educaccedilatildeo
puacuteblica viabilizada pela Rede Federal de Educaccedilatildeo Profissional Cientiacutefica e
Tecnoloacutegica em sua diversidade institucional reafirmaccedilatildeo da identidade institucional
vinculada agrave formaccedilatildeo de profissionais de diferentes niacuteveis no projeto de transformaccedilatildeo
de Centro Federal de Educaccedilatildeo Tecnoloacutegica em Universidade Tecnoloacutegica Federal
adoccedilatildeo de projetos de verticalizaccedilatildeo e integraccedilatildeo das atividades de ensino pesquisa
e extensatildeo da educaccedilatildeo baacutesica agrave poacutes-graduaccedilatildeo como caracteriacutestica metodoloacutegica
de formaccedilatildeo na aacuterea tecnoloacutegica middot consolidaccedilatildeo de poliacuteticas de ensino pesquisa e
extensatildeo que compromissadas com o desenvolvimento nacional e regional a
disseminaccedilatildeo e produccedilatildeo de conhecimento a formaccedilatildeo de pessoas e a
responsabilidade social e eacutetica continuem a legitimar a atuaccedilatildeo institucional junto agrave
79
sociedade preservaccedilatildeo e sustentaccedilatildeo da autonomia institucional definida em lei
aperfeiccediloamento permanente dos processos de gestatildeo democraacutetica e
descentralizaccedilatildeo gerencial nas instacircncias acadecircmicas e administrativas mediante
adoccedilatildeo de estruturas colegiadas mecanismos de participaccedilatildeo de todos os segmentos
da comunidade interna socializaccedilatildeo de informaccedilotildees e transparecircncia na utilizaccedilatildeo de
recursos middot observacircncia de aspectos inerentes ao caraacuteter puacuteblico e de identidade
formadora da Instituiccedilatildeo valorizaccedilatildeo do ser humano e do trabalho respeito agrave
pluralidade e divergecircncias de ideacuteias sem discriminaccedilatildeo de qualquer natureza adesatildeo
agrave tecnologia a serviccedilo da promoccedilatildeo humana compromisso social diaacutelogo constante
e parcerias com instituiccedilotildeesentidades representativas da sociedade
responsabilidade funcional e eacutetica (PDI 2010)
No que se refere a sua missatildeo institucional levando-se em consideraccedilatildeo agrave RS
assumida perante a sociedade cabe ao CEFETRJ
Promover a educaccedilatildeo mediante atividades de ensino pesquisa e extensatildeo que
propiciem de modo reflexivo e criacutetico na interaccedilatildeo com a sociedade a formaccedilatildeo
integral (humaniacutestica cientiacutefica e tecnoloacutegica eacutetica poliacutetica e social) de profissionais
capazes de contribuir para o desenvolvimento cultural tecnoloacutegico e econocircmico dessa
mesma sociedade (PDI 2010)
Neste sentido seus principais objetivos satildeo
ministrar educaccedilatildeo profissional teacutecnica de niacutevel meacutedio de forma
articulada com o ensino meacutedio destinada a proporcionar habilitaccedilatildeo
profissional para diferentes setores da economia
ministrar ensino superior de graduaccedilatildeo e de poacutes-graduaccedilatildeo lato sensu
e stricto sensu visando agrave formaccedilatildeo de profissionais e especialistas na
aacuterea tecnoloacutegica
ministrar cursos de licenciatura bem como programas especiais de
formaccedilatildeo pedagoacutegica nas aacutereas cientiacutefica e tecnoloacutegica
ofertar educaccedilatildeo continuada por diferentes mecanismos visando agrave
atualizaccedilatildeo ao aperfeiccediloamento e agrave especializaccedilatildeo de profissionais na
aacuterea tecnoloacutegica
realizar pesquisa estimulando o desenvolvimento de soluccedilotildees
tecnoloacutegicas de forma criativa e estendendo seus benefiacutecios agrave
comunidade
80
promover a extensatildeo mediante integraccedilatildeo com a comunidade
contribuindo para o seu desenvolvimento e melhoria da qualidade de
vida desenvolvendo accedilotildees interativas que concorram para a
transferecircncia e o aprimoramento dos benefiacutecios e conquistas auferidos
na atividade acadecircmica e na pesquisa aplicada
estimular a produccedilatildeo cultural o empreendedorismo o desenvolvimento
cientiacutefico e tecnoloacutegico o pensamento reflexivo com responsabilidade
social (PDI 2010)
As Instituiccedilotildees de Ensino Superior (IES) e Meacutedio Teacutecnico satildeo autarquias
vinculadas ao Ministeacuterio da Educaccedilatildeo (MEC) que tem como atividade fim prover
educaccedilatildeo de qualidade e desenvolver a sociedade como um todo sempre em
consonacircncia com poliacuteticas leis e decretos vigentes As IES devem a cada quatro anos
apresentar o seu Planejamento Institucional (PDI) que eacute anaacutelogo ao Planejamento
Estrateacutegico empresarial e documento obrigatoacuterio exigido pelo MEC
Em suma o CEFETRJ eacute uma Instituiccedilatildeo que atua nos diferentes niacuteveis da
educaccedilatildeo e tem por objetivo a formaccedilatildeo de profissionais capazes de atuar intervir e
aplicar conhecimentos teacutecnicos e cientiacuteficos sem desconsiderar a dinacircmica
econocircmica e social bem como o desenvolvimento das regiotildees onde suas unidades
estatildeo inseridas
42 Sobre o potencial de captaccedilatildeo de aguas de residuais
Para avaliar o potencial de captaccedilatildeo de aguas de residuais que satildeo produzidas
pelas unidades evaporadoras de ar condicionado foi realizado ensaios em aparelhos
com capacidades variadas utilizando uma proveta graduada para coleta com
mangueira interligada a saiacuteda do dreno da unidade evaporadora de forma a
quantificar a produccedilatildeo a cada hora para obtenccedilatildeo da media de produccedilatildeo admitindo
um padratildeo modular de 12000 BTUsh conforme figuras x
Figura 14 - ensaio equipamento 24000 BTUs
81
Fonte Autor deste trabalho 2017
Quadro 5 - Ensaio de captaccedilatildeo em ambiente da biblioteca
Equipamento Split 24000 BTUs -Elgin
Hora Temperatura
( Graus Celsius-Cdeg) Volume de Aacutegua de Condensaccedilatildeo (mlh)
1230h 27 0
1330hr 23 500
1430hr 21 650
1530hr 21 630
1630hr 21 590
1730hr 21 610
1830hr 21 585
MEacuteDIA 50929
Fonte autor deste trabalho 2017
82
Quadro 6 -Ensaio de captaccedilatildeo em ambiente da sala de professores
Equipamento Split 12000 BTUs -Komeco
Hora Temperatura( Graus
Celsius-Cdeg) Volume de Aacutegua de Condensaccedilatildeo (mlh)
800h 30 0
900h 27 190
1000hr 23 250
1100hr 21 340
1200hr 21 290
1300hr 21 310
1400hr 21 285
MEacuteDIA 23786
Fonte autor deste trabalho 2017
Diferentemente do que foi encontrado na literatura obteve- se uma
media de 24905 mlhora para cada 12000 BTUs hora (British termal Units-
Unidade Teacutermica Britacircnica) variaccedilatildeo explicada pelas condiccedilotildees
psicomeacutetricas ou seja o processo de condensaccedilatildeo estaacute diretamente
relacionado a as condiccedilotildees climaacuteticas externas quanto maior a umidade
maior seraacute a quantidade de aacutegua gerada pelo processo De acordo com Mota
et al(2011) em meacutedia um ar com 12000 BTUs apresentou produccedilatildeo de
300mlhora valor proacuteximo ao encontrado por Fortes et al (2015) meacutedia de
309mlhora para unidade de mesma capacidade
Quadro 7 - Somatoacuterio das capacidades dos equipamentos instalados por pavimento
PAV CAPTOTAL EM BTUh
FUNCIONAMENTO
(hrdia)
VOLCONDENSACcedilAtildeO
(lhr)
VOLCONDENSACcedilAtildeO
(ldia)
T 18000 12 037 448
1ordm 650000 10 1349 13490
2ordm 676000 8 1403 11224
3ordm 806000 14 1673 23419
4ordm 786000 12 1631 19575
5ordm 676000 12 1403 16836
SOMA 3612000
84992 litros dia
Fonte Setor de manutenccedilatildeo
83
Tendo em vista a diversidade de utilizaccedilatildeo do Preacutedio Bloco E
(Bibliotecas Coordenaccedilotildees Salas de aula e Ambientes administrativos) foram
atribuiacutedos tempos de uso compatiacuteveis com o funcionamento de cada
ambiente
O reuso das aguas de condensaccedilatildeo que seriam desperdiccediladas
apresentam potencial de reuso com custo relativamente baixo cabendo
somente a interligaccedilatildeo dos drenos a rede de captaccedilatildeo de aguas pluviais
conforme pode ser observado na figura 15 e reservatoacuterio para que esta seja
usada para fins natildeo potaacuteveis
Figura 15 - Interligaccedilatildeo de tubulaccedilatildeo de drenagem de condensadores a rede AP
84
Aacuterea de Coleta de agua de chuva
Para estimar o volume do reservatoacuterio foi necessaacuterio o calculo da aacuterea que seraacute
utilizada para captaccedilatildeo das aguas pluviais que foi considerada a aacuterea de cobertura do
bloco E figura 16 que e composta de telhas trapezoidais em accedilo galvanizado
Figura 16 -Planta de cobertura do Bloco E
De acordo com a NBR 15527 a aacuterea de captaccedilatildeo para dimensionamentos eacute a
aacuterea em metros projetada na horizontal da superfiacutecie impermeaacutevel da cobertura onde
a aacutegua da chuva eacute captada (ABNT 2007)
Quadro 8 - Quadro da aacuterea de cobertura do Bloco E
PREacuteDIO AacuteREA ( msup2 )
BLOCO E 134670
TOTAL 134670
Fonte Autor do presente trabalho
Segundo Tomaz (2015) haacute uma variaccedilatildeo entre o volume de aacutegua precipitado e
o volume que seraacute coletado O coeficiente de Runoff ou coeficiente de escoamento
superficial eacute a relaccedilatildeo entre o volume de aacutegua de chuva que escoa superficialmente
e o volume total de aacutegua precipitada no telhado que iraacute variar de acordo com a
superfiacutecie conforme quadro 9
85
Quadro 9 - Iacutendice do coeficiente de Runoff
Tipo de telha Coeficiente de Runoff
Ceracircmica 08 a 09
Ceracircmica esmaltada 09 a 095
Corrugada metaacutelica 08 a 09
Cimento amianto 08 a 09
Plaacutestico 09 a 095 Fonte TOMAZ (2015)
Precipitaccedilatildeo Pluviomeacutetrica
Os dados pluviomeacutetricos utilizados neste trabalho foram fornecidos pelo
Sistema Alerta Rio que foram coletados da Estaccedilatildeo Meteoroloacutegica Tijuca A estaccedilatildeo
estaacute localizada no bairro tijuca em latitude 22ordm57 185S longitude 43ordm14 538W A
escolha desta estaccedilatildeo meteoroloacutegica se deu pela proximidade do CEFET-RJ e por
possuir grande volume de informaccedilatildeo armazenado pelo Sistema Alerta Rio Os dados
fornecidos incluem informaccedilotildees sobre precipitaccedilotildees no periacuteodo de 01012007 a
31122015 Conforme pode ser observado na tabela x
Tabela 3- Tabela de Precipitaccedilatildeo Pluviomeacutetrica
REGIME DE CHUVA
Tabela de Precipitaccedilatildeo Pluviomeacutetrica_ Jan 2007Dezembro 2015 (ml)
2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 MEacuteDIA
JAN 127 1856 2724 2202 1036 180 3538 288 788 19378
FEV 1176 1248 1222 624 874 144 834 304 848 9093
MAR 142 2466 944 3386 1496 91 358 986 1368 19098
ABR 1182 2186 2372 4962 3174 1008 85 177 1184 23360
MAI 202 736 552 898 1714 996 1692 458 40 11833
JUN 67 62 732 712 398 1478 426 106 1312 9260
JUL 166 448 1098 127 466 466 1718 1006 134 10333
AGO 178 1458 582 328 362 206 222 484 104 4905
86
Fonte Sistema Alerta Rio
Potencial de aproveitamento de aacuteguas pluviais
Para a determinaccedilatildeo do volume que pode ser aproveitado foi utilizado a aacuterea
de cobertura do preacutedio estudado a meacutedia das precipitaccedilotildees mensais do periacuteodo de
janeiro de 2007 a dezembro de 2015 bem como o coeficiente de runoff de 090 em
funccedilatildeo do material existente na cobertura utilizou-se a metodologia aplicada por Ghisi
et al (2017) e Lina et al (2011) desta forma foi calculado atraveacutes da equaccedilatildeo abaixo
e demonstrado no quadro 10
V= PAC1000
Onde V= volume mensal de chuva em m3
A=aacuterea total de captaccedilatildeo em m3
C= coeficiente de runoff
1000= fator de conversatildeo para m3
SET 394 1118 1322 582 572 1246 75 474 130 9698
OUT 2076 92 2256 1756 1382 744 888 542 32 13605
NOV 2202 2048 1292 1082 33 1198 1384 822 1974 15415
DEZ 2506 1284 4622 2876 1726 282 221 404 804 20893
15476 16388 19718 20678 1353 10478 18092 8598 10536
87
Quadro 10 - Captaccedilatildeo de aacutegua
POTENCIAL DE CAPTACcedilAtildeO DE AacuteGUA DE CHUVA
BLOCO E
MEcircS PRECIPITACcedilAtildeO MEacuteDIA
MENSAL AacuteREA COBERTURA
COEFICIENTE DE RUNOFF
VOLUME APROVEITAacuteVEL (m sup3)
JAN 19378 13467 09 23486
FEV 90925 13467 09 1102
MAR 19098 13467 09 23147
ABR 2336 13467 09 28313
MAI 118325 13467 09 14341
JUN 926 13467 09 11223
JUL 103325 13467 09 12523
AGO 4905 13467 09 5945
SET 96975 13467 09 11754
OUT 13605 13467 09 1649
NOV 15415 13467 09 18683
DEZ 208925 13467 09 25322 TOTAL ANUAL 202248
Fonte O autor do presente trabalho
Foram utilizadas as meacutedias de precipitaccedilotildees mensais do periacuteodo de 2007 a
2015 e observa-se que o mecircs de agosto com menor iacutendice de precipitaccedilatildeo
pluviomeacutetrica para a seacuterie histoacuterica
Atraveacutes de visitas in loco foram verificados todos os banheiros existentes no
preacutedio estudado verificando vazamentos tipos de torneira vasos sanitaacuterios e
mictoacuterios e foram identificadas torneiras temporizadas nos lavatoacuterios e mictoacuterios que
apresentavam tempo excessivo para fechamento as mesmas foram reguladas pela
equipe de manutenccedilatildeo e instalados redutores de vazatildeo Verificaram-se tambeacutem as
atividades realizadas no preacutedio que utilizam aacutegua que poderiam ser substituiacutedas por
agua natildeo potaacutevel
88
Definiccedilatildeo da populaccedilatildeo do preacutedio estudado
Para definiccedilatildeo da demanda do preacutedio estudado se fez necessaacuterio determinar a
populaccedilatildeo que utiliza o bloco E objeto do estudo de caso quantificando a meacutedia diaacuteria
de docentes teacutecnicos administrativos discente e tercerizados conforme quadro 11
Quadro 11 - Populaccedilao
POPULACcedilAtildeO BLOCO E
POPULACcedilAtildeO DIAS DA SEMANA
TOTAL SEG TERCcedilA QUARTA QUINTA SEXTA
Professores 75 75 75 75 75 375
Teacutecnicos Administrativo 135 135 135 135 135 675
Alunos 1150 1150 1150 1150 1150 5750
Visitantes da Biblioteca 80 80 80 80 80 400
Terceirizados 10 10 10 10 10 50
TOTAL 1450 1450 1450 1450 1450
Fonte O autor do presente trabalho
Com a determinaccedilatildeo da meacutedia de utilizaccedilatildeo da populaccedilatildeo foi verificado na
literatura as demanda encontradas por diversos autores
Segundo Gonccedilalves (2002 ) apud Silva (2004) edifiacutecios puacuteblicos e escolas tipo
externato possuem demanda diaacuteria na ordem de 50lpessoa dia
Kamers (2004) em seu estudo de 10 edifiacutecios puacuteblicos na cidade de
Florianoacutepolis encontrou demanda de 367 lpessoa dia
Marinoski (2008) obteve demanda de 155 lpessoa dia para fins natildeo potaacuteveis
em uma instituiccedilatildeo de niacutevel superior na cidade de Florianopolis-SC
Salla et al(2013)encontrou demanda de 20 a 30 laluno dia em um bloco de
salas de aula da UFU
Em funccedilatildeo das variaccedilotildees apresentadas na literatura e pelo preacutedio objeto do
estudo natildeo apresentar micromediccedilatildeo ou seja a entrada da concessionaacuteria CEDAE
atende diversas edificaccedilotildees na instituiccedilatildeo adotou-se questionaacuterio de forma a
quantificar a demanda dos equipamentos sanitaacuterios possiacuteveis de acordo com a
legislaccedilatildeo de utilizaccedilatildeo de aguas pluviais
43 Anaacutelise dos Resultados das entrevistas realizadas
As entrevistas foram realizadas por meio de questionaacuterios aplicados aos
Teacutecnicos Administrativos professores alunos e equipe responsaacutevel pela limpeza do
89
CEFET-RJ questionaacuterios que se encontram no apecircndice A B e C com a finalidade de
descobrir a frequecircncia de uso de cada aparelho de forma a quantificar o consumo de
agua potaacutevel nos equipamentos
Para obtenccedilatildeo de um levantamento com maior precisatildeo seria necessaacuterio a
resposta ao questionaacuterio por toda a populaccedilatildeo que utiliza os preacutedios estudados foi
verificada a dificuldade em funccedilatildeo de horaacuterios e dias da semana diferentes bem
como Em funccedilatildeo destes fatos decidiu-se por uma pesquisa por amostragem Com
utilizaccedilatildeo da foacutermula de caacutelculo amostral Chegou-se a uma amostra de 304 Foram
distribuiacutedos 400 questionaacuterios dos quais retornaram 320 o que gerou os graacuteficos
abaixo para determinaccedilatildeo do numero de vezes e tempo de uso dos equipamentos
sanitaacuterios
Caacutelculo de utilizaccedilatildeo da bacia sanitaacuteria
Foi considerado a utilizaccedilatildeo por cinco dias semanais no caso adotado 20 dias
uteis e utilizada a vazatildeo de 170 litros segundo no caso das bacias sanitaacuterias e 015
litrossegundo para mictoacuterios segundo a NBR 56261998
C meacutedio =
sum 119891119894lowast119905119894lowast119876119899119894
119899
Onde
C Meacutedio = consumo meacutedio
Fi = nuacutemero de vezes de utilizaccedilatildeo
Ti = tempo em segundos por acionamento
Q = vazatildeo de acordo com a norma
90
Graacutefico 1- Frequecircncia de uso diaacuterio da bacia sanitaacuteria
Fonte Elaborado pelo Autor deste Trabalho 2017
Populaccedilatildeo diaacuteria 1450
Nuacutemero de acionamentos descarga bacia sanitaacuteria
1 vez 16 1450 usuaacuterios 1 vez = 232 vezes
2 vezes 16 1450 usuaacuterios 2 vezes = 464 vezes
3 vezes 30 1450 usuaacuterios 3 vezes = 1305 vezes
4 vezes 14 1450 usuaacuterios 4 vezes = 802 vezes
5 vezes 5 1450 usuaacuterios 5 vezes = 362 vezes
6 vezes 4 1450 usuaacuterios 6 vezes = 348 vezes
7 vezes 5 1450 usuaacuterios 7 vezes = 507 vezes
Total de acionamentos 4031
91
Graacutefico 2 - Tempo em segundos da descarga da bacia
Fonte Elaborado pelo Autor deste Trabalho 2017
Consumo de bacia sanitaacuteriadia
1 seg 5 4031 1 17 = 342
2 seg 12 4031 2 17 = 822
3 seg 13 4031 3 17 = 890
4 seg 12 4301 4 17 = 822
5 seg 22 4031 5 17 = 150
6 seg 11 4031 6 17 = 753
7 seg 4 4031 7 17 = 274
8 seg 8 4031 8 17 = 548
9 seg 5 4031 9 17 = 342
10 seg 3 4031 10 17 = 205
Logo o consumo meacutedio das bacias sanitaacuterias foi de 6510dia e foi considerado 20
dias de utilizaccedilatildeo perfazendo um total de 130200Lmecircs ou 1302m3
92
Graacutefico 3 - Frequecircncia de uso diaacuterio do mictoacuterio
Fonte Elaborado pelo Autor deste Trabalho 2017
Nuacutemero de acionamentos de descarga mictoacuterio
1 vez 14 870 usuaacuterios 1 vez = 121
2 vezes 10 870 usuaacuterios 2 vezes = 174
3 vezes 21 870 usuaacuterios 3 vezes = 548
4 vezes 26 870 usuaacuterios 4 vezes = 904
5 vezes 12 870 usuaacuterios 5 vezes = 522
6 vezes 2 870 usuaacuterios 6 vezes = 174
7 vezes 2 870 usuaacuterios 7 vezes = 121
8 vezes 3 870 usuaacuterios 8 vezes = 208
Total de acionamentos 2772
93
Graacutefico 4 - Tempo em segundos da descarga do mictoacuterio
Fonte Elaborado pelo Autor deste Trabalho 2017
Consumo de mictoacuteriodia
1 seg 5 2772 1 015 = 20
2 seg 12 2772 2 015 = 99
3 seg 13 2772 3 015 = 162
4 seg 12 2772 4 015 = 99
5 seg 22 2772 5 015 = 457
6 seg 11 2772 6 015 = 274
7 seg 4 2772 7 015 = 116
8 seg 8 2772 8 015 = 260
9 seg 9 2772 9 015 = 187
10 seg 3 2772 10 015 = 124
Logo o consumo meacutedio de mictoacuteriodia foi de 1804dia e foi considerado 20
dias de utilizaccedilatildeo perfazendo um total de 36080mecircs ou 3608m3
Estimativa do Consumo de Aacutegua em Atividades de Limpeza e jardinagem
As informaccedilotildees foram prestadas pelos responsaacuteveis pela limpeza interna e
externa atraveacutes dos questionaacuterios aplicados
Consumo Atividade de limpeza=Somatoacuterio atividades limpeza paacutetios e rega
de jardim
Consumo de atividades de limpeza = 1104 m3 mensal
94
Consumo per capta de uso natildeo potaacutevel 86821450 = 598 litrosdia
Dimensionamento do reservatoacuterio de aguas pluviais
Segundo a Norma Brasileira NBR 155272007 satildeo apresentados 6 meacutetodos
de dimensionamento de reservatoacuterios cabendo ao projetista a escolha do meacutetodo
Para o presente projeto foi adotado o meacutetodo pratico alematildeo onde o volume do
reservatoacuterio seraacute o menor valor entre 6 do volume de captaccedilatildeo de agua pluvial anual
e 6 da demanda anual de agua natildeo potaacutevel
Vx006
V adotado = miacutenimo Dx006
Onde
V adotado= volume do reservatoacuterio
V= volume aproveitaacutevel anual de agua de chuva
D= demanda anual de agua natildeo potaacutevel
Demanda anual por agua natildeo potaacutevel
Limpeza 1104 m3mecircs x 12= 13248 m3
Vaso sanitaacuterio 1302 m3mecircs x 12 = 156240m3
Mictoacuterio 3608m3mesx12 = 43296 m3
Total 17732 m3mecircs 12= 212784 m3
Volume aproveitaacutevel de aguas pluviais = 202248 m3
V adotado= V x006 = (202248x006) = 12134m3
V adotado= D x006= (212784x006) = 12767m3
Tendo em vista os resultados apresentados adotou-se um reservatoacuterio inferior
com capacidade de 120000 litros em concreto armado conforme projeto no apecircndice
D tendo como base a Planta Baixa apresentado na figura 17 E de acordo com a
demanda diaacuteria foi definido reservatoacuterio superior em polietileno com capacidade de
5000 litros
95
Figura 17 - Planta baixa
FonteO autor do presente trabalho
Quadro 12 - Planilha orccedilamentaacuteria
Fonte Adaptada pelo autor do presente trabalho do Sistema Orccedila fascio
96
Item Coacutedigo Banco Descriccedilatildeo Tipo Und Quant Valor
Unit
Valor Unit
com BDI
Total
1 Movimento de Terra 190190
11 72917 SINAPI
ESCAVACAO MECANICA DE VALA EM MATERIAL 2A
CATEGORIA DE 201 ATE 400 M DE PROFUNDIDADE COM
UTILIZACAO DE ESCAVADEIRA HIDRAULICA
MOVT - MOVIMENTO
DE TERRAmsup3 13000 1198 1463 190190
2 Remoccedilotildees 862616
21 72897 SINAPICARGA MANUAL DE ENTULHO EM CAMINHAO
BASCULANTE 6 M3
MOVT - MOVIMENTO
DE TERRAmsup3 23800 2346 2864 681632
22 72900 SINAPI
TRANSPORTE DE ENTULHO COM CAMINHAO
BASCULANTE 6 M3 RODOVIA PAVIMENTADA DMT 05 A
10 KM
MOVT - MOVIMENTO
DE TERRAmsup3 16800 535 653 109704
23 93377 SINAPI
REATERRO MECANIZADO DE VALA COM
RETROESCAVADEIRA (CAPACIDADE DA CACcedilAMBA DA
RETRO 026 Msup3 POTEcircNCIA 88 HP) LARGURA DE 08 A
15 M PROFUNDIDADE DE 15 A 30 M COM SOLO (SEM
SUBSTITUICcedilAtildeO) DE 1ordf CATEGORIA EM LOCAIS COM ALTO
NIacuteVEL DE INTERFEREcircNCIA AF_042016
MOVT - MOVIMENTO
DE TERRAmsup3 7200 811 990 71280
3 Estrutura 6177729
31 95241 SINAPI
LASTRO DE CONCRETO E = 5 CM PREPARO
MECAcircNICO INCLUSOS LANCcedilAMENTO E ADENSAMENTO
AF_07_2016
FUES - FUNDACcedilOtildeES
E ESTRUTURASmsup2 5000 2404 2935 146750
32 5970 SINAPIFORMA TABUA PARA CONCRETO EM FUNDACAO C
REAPROVEITAMENTO 2X
FUES - FUNDACcedilOtildeES
E ESTRUTURASmsup2 22000 6684 8161 1795420
33 94052 SINAPI
ESCORAMENTO DE VALA TIPO DESCONTIacuteNUO COM
PROFUNDIDADE DE 15 A 30 M LARGURA MAIOR OU
IGUAL A 15 M E MENOR QUE 25 M EM LOCAL COM NIacuteVEL
ALTO DE INTERFEREcircNCIA AF_062016
ESCO -
ESCORAMENTOmsup2 7000 3602 4398 307860
34 83515 SINAPI
ESCORAMENTO FORMAS DE H=330 A 350 M COM
MADEIRA 3A QUALIDADE NAO APARELHADA
APROVEITAMENTO TABUAS 3X E PRUMOS 4X
ESCO -
ESCORAMENTOmsup3 12000 1500 1832 219840
35 90861 SINAPI
CONCRETAGEM DE EDIFICACcedilOtildeES (PAREDES E LAJES)
FEITAS COM SISTEMA DE FOcircRMAS MANUSEAacuteVEIS COM
CONCRETO USINADO BOMBEAacuteVEL FCK 20 MPA
LANCcedilADO COM BOMBA LANCcedilA - LANCcedilAMENTO
ADENSAMENTO E ACABAMENTO AF_062015
FUES - FUNDACcedilOtildeES
E ESTRUTURASmsup3 3050 40775 49786 1518473
36 92921 SINAPI
ARMACcedilAtildeO DE ESTRUTURAS DE CONCRETO ARMADO
EXCETO VIGAS PILARES LAJES E FUNDACcedilOtildeES
PROFUNDAS (DE EDIFIacuteCIOS DE MUacuteLTIPLOS
PAVIMENTOS EDIFICACcedilAtildeO TEacuteRREA OU SOBRADO)
UTILIZANDO ACcedilO CA-50 DE 125 MM - MONTAGEM
AF_122015
FUES - FUNDACcedilOtildeES
E ESTRUTURASKG 15300 779 951 145503
37 92919 SINAPI
ARMACcedilAtildeO DE ESTRUTURAS DE CONCRETO ARMADO
EXCETO VIGAS PILARES LAJES E FUNDACcedilOtildeES
PROFUNDAS (DE EDIFIacuteCIOS DE MUacuteLTIPLOS
PAVIMENTOS EDIFICACcedilAtildeO TEacuteRREA OU SOBRADO)
UTILIZANDO ACcedilO CA-50 DE 100 MM - MONTAGEM
AF_122015
FUES - FUNDACcedilOtildeES
E ESTRUTURASKG 2800 976 1192 33376
38 92917 SINAPI
ARMACcedilAtildeO DE ESTRUTURAS DE CONCRETO ARMADO
EXCETO VIGAS PILARES LAJES E FUNDACcedilOtildeES
PROFUNDAS (DE EDIFIacuteCIOS DE MUacuteLTIPLOS
PAVIMENTOS EDIFICACcedilAtildeO TEacuteRREA OU SOBRADO)
UTILIZANDO ACcedilO CA-50 DE 80 MM - MONTAGEM
AF_122015
FUES - FUNDACcedilOtildeES
E ESTRUTURASKG 68700 1217 1486 1020882
39 92916 SINAPI
ARMACcedilAtildeO DE ESTRUTURAS DE CONCRETO ARMADO
UTILIZANDO ACcedilO CA-50 DE 63 MM - MONTAGEM
AF_122015
FUES - FUNDACcedilOtildeES
E ESTRUTURASKG 60900 1331 1625 989625
Descriccedilatildeo do Orccedilamento Bancos Utilizados BDI Encargos Sociais
CONSTRUCcedilAtildeO DE CISTERNA SINAPI - 072017 - RJ
ORSE - 062017 - SE
SEDOP - 042017 - PA
SEINFRA - 024 - CE
SICRO2 - 112016 - RJ
SETOP - 072017 - MG
IOPES - 052017 - ES
SIURB - 012017 - SP
SUDECAP - 032017 - MG
FDE - 042017 - SP
CPOS - 072017 - SP
AGETOP CIVIL - 102016 -
GO
CAEMA - 052016 - MA
2210 00 - Natildeo Desonerada
Total Geral R$ 7230535
Planilha Orccedilamentaacuteria Sinteacutetica
Total sem
BDI
R$ 5921991
Total do BDI R$ 1308544
97
Quadro 13 - Anaacutelise de simulaccedilatildeo do reservatoacuterio
Fonte O autor do presente trabalho
ANAacuteLISE DE SIMULACcedilAtildeO DO RESERVATOacuteRIO
Coeficiente de runoff (CR) = 09
Volume do reservatoacuterio (msup3) = 120
Meses Chuva meacutedia mensal
Demanda mensal
Aacuterea de captaccedilatildeo
Volume de chuva
mensal
Volume do reservatoacuterio
fixado
Volume do reservatoacuterio
no tempo (t-1)
Volume do reservatoacuterio no tempo (t)
Overflow Suprimento de aacutegua externo
(mm) (msup3) (msup2) (msup3) (msup3) (msup3) (msup3) (msup3) (msup3)
Coluna 1 Coluna 2 Coluna 3 Coluna 4 Coluna 5 Coluna 6 Coluna 7 Coluna 8 Coluna 9 Coluna 10
Janeiro 19378 17732 13467 235 120 0 120 0 0
Fevereiro 9093 17732 13467 110 120 120 5268 0 0
Marccedilo 19098 17732 13467 231 120 5268 10636 0 0
Abril 2336 17732 13467 283 120 10636 120 9204 0
Maio 11833 17732 13467 143 120 120 8568 0 0
Junho 926 17732 13467 112 120 8568 2036 0 0
Julho 10332 17732 13467 125 120 2036 -3196 0 3196
Agosto 4905 17732 13467 59 120 0 -11832 0 11832
Setembro 9698 17732 13467 118 120 0 -5932 0 5932
Outubro 13605 17732 13467 165 120 0 -1232 0 1232
Novembro 15415 17732 13467 187 120 0 968 0 0
Dezembro 20893 17732 13467 253 120 968 8536 0 0
Total 16687 212784 2021 9204 22192
98
A demanda por agua natildeo potavel foi considerada identica para todos os meses
tendo em vista que nos meses de recesso natildeo haacute reduccedilatildeo na conta como pode ser
observado no apendice E pois satildeo realizadosdiversas atividades como lavagem de
reservatorios limpeza pesada e cursos de feacuterias
Quadro 14 - Descriccedilatildeo da planilha
Fonte O autor do presente trabalho 2017
Foi realizada analise de simulaccedilatildeo do reservatoacuterio com base na capacidade
encontrada atraveacutes do metodo praacutetico alematildeo 12000 m3 onde pode-se observar
overflow (transbordamento) de 9204 m3 para o mecircs de abril e necessidade de
suprimento de agua externo da concessionaria CEDAE para os meses julho a outubro
perfazendo um total 22192m3 Tendo em vista um uacutenico mecircs de transbordamento e
4 meses de necessidade de abastecimento externo verificou-se que o aumento do
reservatoacuterio para evitar o transbordamento poderia inviabilizar o projeto com o
aumento do custo de construccedilatildeo e o reservatorio ficaria ocioso tendo em vista a
precipitaccedilatildeo pluviometrica insuficiente para o atendimento pleno da demanda nos
meses de julho a outubro
A demanda por agua natildeo potavel foi considerada identica para todos os meses
tendo em vista que nos meses de recesso natildeo haacute reduccedilatildeo significativa no consumo
como pode ser observado no apecircndice E pois satildeo realizados lavagem de
reservatorios limpeza pesada e cursos de ferias
Coluna 1 = Meses
Coluna 2 = Intensidade pluviomeacutetrica mensal
Coluna 3 = Demanda mensal de aacutegua pluvial da edificaccedilatildeo
Coluna 4 = Aacuterea de captaccedilatildeo da edificaccedilatildeo
Coluna 5 = (Coluna 2) x (Coluna 4) x (Coeficiente de runoff) (100)
Coluna 6 = Corresponde ao volume definido para o reservatoacuterio
Coluna 7 = Se (Coluna 8 mecircs anterior) for menor que zero adotar zero
Se (Coluna 8 mecircs anterior) for maior ou igual a zero adotar o valor
Valor de janeiro igual a zero
Coluna 8 = Se (Coluna 5) + (Coluna 7) - (Colune 3) for maior que (Coluna 6) adotar o valor da (Coluna 6)
Se (Coluna 5) + (Coluna 7) - (Colune 3) for igual ou menor que (Coluna 6) adotar (Coluna 5) + (Coluna 7) - (Colune 3)
Valor de janeiro igual o volume do reservatoacuterio
Coluna 9 = Se (Coluna 5) + (Coluna 7) - (Coluna 3) for maior que (Coluna 6) adotar (Coluna 5) + (Coluna 7) - (Coluna3) - (Coluna 6)
Se (Coluna 5) + (Coluna 7) - (Coluna 3) for igual ou menor que (Coluna 6) adotar zero
Coluna 10 = Se (Coluna 7) + (Coluna 5) - (Coluna 3) for menor que zero adotar -((Coluna 7) + (Coluna 5) - (Coluna 3))
Se (Coluna 7) + (Coluna 5) - (Coluna 3) for igual ou maior que zero adotar zero
Descriccedilatildeo da planilha
99
Figura 18 - Localizaccedilatildeo do Reservatorio Inferior
A localizaccedilatildeo para construccedilatildeo do reservatoacuterio de aguas pluviais foi realizada
com base no menor nuacutemero de intervenccedilotildees uma vez que as caixas de inspeccedilotildees jaacute
se encontram instaladas e houve apenas a interceptaccedilatildeo para o reservatoacuterio e desvio
de interligaccedilatildeo a rede publica para recebimento do excedente e material dispensado
pelo filtro e ou sifatildeo ladratildeo
Figura 19 - Equipamentos necessaacuterios para instalaccedilatildeo em reservatoacuterio de aguas pluviais
Elaborado pelo autor deste trabalho com base equipamentos 3p tecnickacquasave
100
Equipamentos utilizados com suas funccedilotildees e caracteriacutesticas
Filtro FV 6 Filtro de aacutegua da chuva para aacutereas de captaccedilatildeo maiores Precisa
ser instalado dentro um poccedilo teacutecnico (Oslash 1200 mm) Graccedilas a seu sistema duplo de
limpeza (peneira grossa depois fina) ele possui uma significativa eficaacutecia em funccedilatildeo
da forte inclinaccedilatildeo do miolo filtrante a sujeira separada eacute continuamente encaminhada
para a galeria pluvial A saiacuteda para a galeria eacute conectada ao poccedilo teacutecnico
A sujeira cai no fundo do poccedilo e eacute carregada quando chove mais forte
Capacidade relativa de processamento conforme norma DIN 1986 de ateacute 2433 msup2
com uma precipitaccedilatildeo de 300 litros (seg x ha)Conexatildeo Entrada 2 x DN 250 Conexatildeo
p cisterna DN 200 Saiacuteda para a galeria DN 250 Desniacutevel da entrada para a saiacuteda da
aacutegua 320 mm Frequecircncia de manutenccedilatildeo conforme a incidecircncia de sujeira 2 a 4
vezes ao ano Trama da tela 0390 x 0980 mm Peacutes hastes roscadas com porcas de
accedilo inox medindo 250 mm Peso 395 kg
Conjunto mangueira boia 1rdquo por estar flutuando proporciona a captaccedilatildeo da
aacutegua no ponto do reservatoacuterio em que estaacute mais limpa evitando a captaccedilatildeo de
resiacuteduos decantados no fundo da cisterna ou em suspensatildeo na superfiacutecie da aacutegua
Possui uma segunda peneira em sua extremidade garantindo assim que nenhum
resiacuteduo existente possa ser sugado e enviado para o reservatoacuterio superior Diacircmetro
da boia 200 mm Comprimento 25 metros Conexatildeo 1 Peso 32 kg
Realimentador 1-12 - Industrial O realimentador tem por finalidade manter o
abastecimento de aacutegua do sistema pluvial quando natildeo houver aacutegua de chuva Uma
vaacutelvula solenoide unidirecional comandada por uma boia de niacutevel libera a entrada de
aacutegua da rede para que o sistema natildeo entre em colapso A boia de niacutevel deve ser
regulada de modo a liberar a entrada de aacutegua somente num niacutevel baixo da cisterna
natildeo interferindo no funcionamento regular do sistema de aacutegua de chuva ou seja sua
regulagem deve ser ajustada para funcionamento somente quando a caixa ou a
cisterna estiver em niacuteveis baixos quando a bomba que recalca a aacutegua de chuva natildeo
eacute mais acionada
Sifatildeo ladratildeo industrial 200 mm Sifatildeo com barreira contra odores e succcedilatildeo da
aacutegua na superfiacutecie sem invasatildeo de roedores que satildeo barrados pela chapa perfurada
de accedilo inox Para a qualidade constante da aacutegua eacute importante que a cisterna
transborde regularmente o sifatildeo ind DN 200 eacute conectado por um tubo plaacutestico de 200
101
mmconexatildeo 200 mmmaterial polietilenobarreira antirroedores accedilo inox dimensotildees
375 x 659 x 765 mm Peso 75 kg
Freio Drsquoaacutegua Industrial 200 mm O produto serve para frear e inverter o fluxo da
aacutegua que entra na cisterna Partiacuteculas finas de sujeira que ficaram retidas na aacutegua
lentamente descem para o fundo e uma camada de sedimentos se cria que exerce
uma influecircncia positiva sobre a aacutegua de chuva armazenada Cisternas com uma
camada de sedimentos apresentam uma aacutegua mais liacutempida
Clorador acquanova com funcionamento em circuito fechado com proteccedilatildeo
contra inundaccedilatildeo capacidade do corpo interno 320 pastilhas variando de 0640 kg
com vazatildeo de operaccedilatildeo lenta em rede de 05 a 3000 m3h
Conjunto de 02 bombas centrifugas monoestaacutegio BC 91- rotor fechado em
atendimento a altura manomeacutetrica total de 20 metros e vazatildeo de 53 m3h compatiacutevel
com o reservatoacuterio superior de 5000 litros
Tratamento quiacutemico mensal da agua pluvial
De acordo com orientaccedilatildeo da portaria do MS nordm 5182014 e a NBR 152227
recomenda que o cloro residual livre deva estar entre 05mgl e 30 mgl em qualquer
ponto do sistema de abastecimento neste estudo de caso foi previsto dosador de
cloro em pastilhas que apresenta consumo de 9 gramasm3 com estimativa de
consumo mensal de de 1742 gramasmecircs para a quantidade de agua a ser recalcada
de 8800 litros dia sendo os ajustes de vazatildeo a serem realizados atraveacutes da equipe
de manutenccedilatildeo de forma manual atraveacutes dos ajustes de registros que seratildeo
realizados em funccedilatildeo dos valores aferidos pelo kit de dosagem de cloro residual e
comparados a norma citada
Avaliaccedilatildeo do percentual de economia de agua potaacutevel nas atividades de
limpeza jardinagem bacias sanitaacuterias e mictoacuterios
Potencial de captaccedilatildeo de agua de chuva + potencial de produccedilatildeo de agua por
condensaccedilatildeo das unidades evaporadores- overflow= total de aguas utilizaveis em
usos menos nobres
202248m3 + 19200m3 - 9204 m3 = 212244 m3 total utilizavel
Demanda anual para uso natildeo potavel = 212784 m3
Percentual de economia de agua potavel = 9974
Os valores abaixo apresentam o custo por m3 do preccedilo cobrado pela
concessionaria CEDAE para o consumo de agua da rede publica
102
Custo de agua por faixa de consumo categoria publica
Consumo m3 valor
0 a 15 51036364
gt 15 11289924
Beneficio mensal com reduccedilatildeo de custo na conta de agua
A instituiccedilatildeo em estudo estaacute ligada agrave rede puacutebica de coleta de
esgoto portanto o custo de aacutegua tratada foi acrescido com o custo de
coleta de esgoto O custo de coleta de esgoto e idecircntico ao custo da agua
potaacutevel conforme pode ser observado no apecircndice F
total utilizavel ano12= 212234 m3 12 = 17686 m3
17686x 11289924 x 2= R$ 399347 mensal
Tabela 4 - Custos referentes agrave implantaccedilatildeo do sistema de aproveitamento de aacutegua pluviais
Equipamentos Quant Custo Vida Uacutetil
Reservatoacuterio Inferior 120000L Reservatoacuterio Superior 5000L Filtro Aquasave VF6 250mm Conjunto Flutuante de succcedilatildeo (Mangueira e boia) Realimentador 1 12rsquorsquo Sifatildeo ladratildeo 200mm Freio drsquoaacutegua 200mm Automaacuteticos superior e inferior Moto Bomba 1 cv Conexotildees pvc fios e disjuntores referente as instalaccedilotildees das bombas e prumadas de abastecimento (custo estimado 5) Clorador
01
01
Cj
02
02
Cj
01
R$ 7230535 R$ 179000 R$ 1414958 R$ 4800 R$ 198200 R$ 456324 R$ 99000
ge 50 anos 5 anos 10 anos 1 ano 2 anos 20 a 25 2 anos
Total R$ 9582817
Os custos de implantaccedilatildeo do sistema de aproveitamento de aacutegua pluvial para
posterior anaacutelise de viabilidade econocircmica Estes custos satildeo relativos aos gastos para
construccedilatildeo do reservatoacuterio inferior aquisiccedilatildeo de materiais equipamentos
Dentre os custos apresentados foi considerado somente matildeo de obra na
construccedilatildeo do reservatoacuterio inferior conforme pode ser observado na planilha
orccedilamentaria sinteacutetica na instalaccedilatildeo dos demais equipamentos e manutenccedilatildeo foi
103
considerada matildeo de obra da proacutepria da instituiccedilatildeo uma vez que a mesma conta com
equipe de manutenccedilatildeo hidraacuteulica e eleacutetrica bem como natildeo foi considerado custo de
energia eleacutetrica pois a altura de recalque e semelhante a da agua tratada
consequentemente natildeo implicando em acreacutescimos a conta de energia
Anaacutelise econocircmica
A anaacutelise econocircmica procura determinar as possibilidades de sucesso em
funccedilatildeo do tempo de retorno do investimento econocircmico e financeiro quanto maior o
payback maior o tempo necessaacuterio para que o investimento retorne e maiores os
riscos envolvidos
Tempo de retorno do investimento
Com base nos dados das estimativas de custos de implantaccedilatildeo foi possiacutevel
estimar o tempo de retorno do investimento inicial
Subtraindo a economia mensal acumulada resultante da implantaccedilatildeo do
sistema de aproveitamento de aacutegua da chuva dos custos de implantaccedilatildeo obteve-se
o balanccedilo financeiro mensal
De acordo com o balanccedilo financeiro em 24 meses corridos o total economizado
iraacute se equipara ao total investido utilizando do Payback Simples pode ser observado
para o Payback descontado um retorno em 28 meses considerando uma taxa mensal
de 1 que na atualidade eacute utilizada para remuneraccedilatildeo de fundos de renda fixa
104
Tabela 5 - Payback simples
Fonte Elaborado pelo Auto deste Trabalho 2017
Meses Investimento Fluxo de caixa Retorno Acumulado
0 9582817R$
1 399347R$ 41673 41673
2 399347R$ 41673 83346
3 399347R$ 41673 125020
4 399347R$ 41673 166693
5 399347R$ 41673 208366
6 399347R$ 41673 250039
7 399347R$ 41673 291713
8 399347R$ 41673 333386
9 399347R$ 41673 375059
10 399347R$ 41673 416732
11 399347R$ 41673 458406
12 399347R$ 41673 500079
13 399347R$ 41673 541752
14 399347R$ 41673 583425
15 399347R$ 41673 625099
16 399347R$ 41673 666772
17 399347R$ 41673 708445
18 399347R$ 41673 750118
19 399347R$ 41673 791791
20 399347R$ 41673 833465
21 399347R$ 41673 875138
22 399347R$ 41673 916811
23 399347R$ 41673 958484
24 399347R$ 41673 1000158
Payback Simples
105
Tabela 6 - Payback descontado
Fonte Elaborado pelo Auto deste Trabalho 2017
Tx Fundo Renda Fixa 1
Meses Investimento Fluxo de caixa VP VP VP ACUMULADO
0 9582817R$
1 399347R$ 395393R$ 41261 41261
2 399347R$ 391478R$ 40852 82113
3 399347R$ 387602R$ 40448 122560
4 399347R$ 383765R$ 40047 162608
5 399347R$ 379965R$ 39651 202258
6 399347R$ 376203R$ 39258 241516
7 399347R$ 372478R$ 38869 280386
8 399347R$ 368790R$ 38485 318870
9 399347R$ 365139R$ 38103 356974
10 399347R$ 361524R$ 37726 394700
11 399347R$ 357944R$ 37353 432053
12 399347R$ 354400R$ 36983 469036
13 399347R$ 350891R$ 36617 505652
14 399347R$ 347417R$ 36254 541906
15 399347R$ 343977R$ 35895 577802
16 399347R$ 340572R$ 35540 613341
17 399347R$ 337200R$ 35188 648529
18 399347R$ 333861R$ 34840 683369
19 399347R$ 330555R$ 34495 717864
20 399347R$ 327283R$ 34153 752017
21 399347R$ 324042R$ 33815 785832
22 399347R$ 320834R$ 33480 819312
23 399347R$ 317657R$ 33149 852460
24 399347R$ 314512R$ 32820 885281
25 399347R$ 311398R$ 32495 917776
26 399347R$ 308315R$ 32174 949950
27 399347R$ 305262R$ 31855 981805
28 399347R$ 302240R$ 31540 1013345
Payback Descontado
106
5 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
Na metodologia adotada conclui-se que a utilizaccedilatildeo de aguas pluviais para fins
natildeo potaacuteveis atraveacutes da captaccedilatildeo da cobertura do bloco E e de aguas residuais
provenientes de condensadores de aparelhos de ar condicionado gerou uma
economia mensal R$ 399347 mecircs (Trecircs mil novecentos e noventa e trecircs reais e
quarenta e sete centavos) de reduccedilatildeo na conta de aacutegua
Apoacutes a realizaccedilatildeo dos custos referentes a implantaccedilatildeo do sistema de
aproveitamento de aguas pluviais foi realizado o Payback Simples e descontado com
utilizaccedilatildeo da taxa de 1 am obtendo-se periacuteodo de retorno do investimento de 24
meses e 28 meses respectivamente periacuteodo relativamente curto e no desenvolvimento
do presente trabalho ficou comprovada a viabilidade teacutecnica e econocircmica
Foi verificado no desenvolvimento do presente projeto que as teacutecnicas para
aproveitamento de aguas pluviais podem ser associadas ao aproveitamento de aguas
cinzas e possiacuteveis de serem adotadas pela populaccedilatildeo de modo geral atraveacutes de
poliacuteticas puacuteblicas reduzindo-se os custos dos equipamentos necessaacuterios de forma a
incentivar o uso
A adoccedilatildeo de tecnologias de reaproveitamento ou reuso ao serem utilizadas em
instituiccedilotildees de ensino servem como exemplo de postura ambientalmente correta para
os problemas de ocupaccedilatildeo e impermeabilizaccedilatildeo desordenada do solo nos centros
urbanos aleacutem de estimular a educaccedilatildeo ambiental e os conceitos de sustentabilidade
criando multiplicadores das accedilotildees de conservaccedilatildeo do meio ambiente
A pesquisa bibliograacutefica na parte que trata do histoacuterico de reuso demonstrou
que o aproveitamento de aguas pluviais era utilizado por civilizaccedilotildees anteriores a
nossa era e que diversos paiacuteses do mundo na atualidade continuam a utilizar e
incentivar a populaccedilatildeo atraveacutes de poliacuteticas puacuteblicas
Dentre os custos referentes a implantaccedilatildeo do SAAP pode ser observado que o
reservatoacuterio inferior apresenta maior investimento cabendo ao projetista avaliar
atraveacutes de anaacutelise de simulaccedilatildeo o volume de transbordamento e volume de
suprimento externo de agua de forma a otimizar a utilizaccedilatildeo da precipitaccedilatildeo
pluviomeacutetrica da regiatildeo sem contudo inviabilizar o projeto financeiramente atraveacutes
do superdimensionamento do reservatoacuterio
Finalmente em caso de utilizaccedilatildeo do SAAP como alternativa a rede de
abastecimento da concessionaria cabe ao gestor a orientaccedilatildeo aos usuaacuterios bem
107
como a identificaccedilatildeo das tubulaccedilotildees e pontos de uso por meio de pintura na cor roxa
das tubulaccedilotildees e placas indicativas nos pontos de uso
51 Propostas para trabalhos futuros
Apoacutes a conclusatildeo do presente trabalho seguem as sugestotildees para trabalhos
futuros abaixo relacionados
Realizar estudos referentes aos diversos meacutetodos de dimensionamento de
reservatoacuterio citados segundo a Norma Brasileira NBR 155272007ABNT e avaliar o
meacutetodo que apresenta melhor desempenho em funccedilatildeo do iacutendice de precipitaccedilatildeo do
Estado do Rio de Janeiro
Elaborar estudos para avaliar o potencial de captaccedilatildeo de aguas residuais que
satildeo produzidas pelas unidades evaporadoras de ar condicionado com ensaios em
todas as estaccedilotildees do ano de forma a verificar a variaccedilatildeo de produccedilatildeo de condensaccedilatildeo
em diversas condiccedilotildees climaacuteticas externas
Produzir estudos de aproveitamento de aacuteguas pluviais verificando todas as
coberturas existentes na instituiccedilatildeo e utilizaccedilatildeo de aacuteguas cinzas
Realizar analise da qualidade da aacutegua pluvial e estudo de possiacuteveis
tratamentos para utilizaccedilatildeo como agua potaacutevel com verificaccedilatildeo de viabilidade
financeira
108
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121
APEcircNDICE A
Questionaacuterio 1
Prezados
O presente questionaacuterio faz parte de pesquisa de dissertaccedilatildeo de Mestrado e tem como
objetivo avaliar a demanda de aacutegua potaacutevel possiacutevel de ser substituiacuteda por aacutegua de chuva
Sua participaccedilatildeo eacute fundamental para o desenvolvimento da pesquisa
Obrigado pela sua participaccedilatildeo
Mario dos Santos Soares
Estudo de consumo de aacutegua CEFET- Maracanatilde Bloco E
( ) Alunos ( ) Servidores ( ) Professores ( ) Teacutecnico Administrativo
Gecircnero ( ) Masculino ( ) Feminino
1) Nuacutemero de vezes diariamente em meacutedia que vocecirc utiliza a descarga do vaso sanitaacuterio
( ) zero ( ) 1 vez ( ) 2 vezes ( ) 3 vezes ( ) 4 vezes ( ) 5 vezes
( ) 6 vezes ( ) 7 vezes ( ) 8 vezes
2) Estime um tempo em segundos de cada vez que vocecirc pressiona a descarga sanitaacuteria
( ) zero ( ) 1 seg ( ) 2 seg ( ) 3 seg ( ) 4 seg ( ) 5 seg ( ) 6 seg
( ) 7 seg ( ) 8 seg ( ) 9 seg ( ) 10 seg ( ) 11 seg ( ) 12 seg
3) Nuacutemero em vezes diariamente em meacutedia que vocecirc utiliza o mictoacuterio
( ) zero ( ) 1 vez ( ) 2 vezes ( ) 3 vezes ( ) 4 vezes ( ) 5 vezes
( ) 6 vezes ( ) 7 vezes ( ) 8 vezes
4) Estime um tempo em segundos que vocecirc pressiona a descarga dos mictoacuterios
( ) zero ( ) 1 seg ( ) 2 seg ( ) 3 seg ( ) 4 seg ( ) 5 seg ( ) 6 seg
( ) 7 seg ( ) 8 seg ( ) 9 seg ( ) 10 seg ( ) 11 seg
122
APEcircNDICE B
Questionaacuterio 2
Prezados
O presente questionaacuterio faz parte de pesquisa de dissertaccedilatildeo de Mestrado e tem como
objetivo avaliar a demanda de aacutegua potaacutevel possiacutevel de ser substituiacuteda por aacutegua de chuva
Sua participaccedilatildeo eacute fundamental para o desenvolvimento da pesquisa
Obrigado pela sua participaccedilatildeo
Mario dos Santos Soares
Estudo de consumo de aacutegua CEFET- Maracanatilde Bl E
Encarregado de limpeza Interna
1) Nuacutemero de vezes por semana que as circulaccedilotildees e escadas dos pavimentos satildeo
lavados
( ) 1 vez ( ) 2 vezes ( ) 3 vezes ( ) 4 vezes ( ) 5 vezes
2) Nuacutemero de vezes por semana que o paacutetio do teacuterreo eacute lavado
( ) 1 vez ( ) 2 vezes ( ) 3 vezes ( ) 4 vezes ( ) 5 vezes
3) Tempo de duraccedilatildeo que a torneira fica aberta
( ) 15 minutos ( ) 30 minutos ( ) 45 minutos ( ) 60 minutos
4) Nuacutemero de baldes (considerar balde com capacidade de 10 Lt) necessaacuterios a limpeza
das circulaccedilotildees por pavimento utilizando apenas pano molhado
( ) 1 ( ) 2 ( ) 3 ( ) 4 ( ) 5 ( ) 6 ( ) 7 ( ) 8 ( ) 9
5) Nuacutemero de vezes por semana que eacute passado pano molhado nas circulaccedilotildees dos
pavimentos
( ) 1 ( ) 2 ( ) 3 ( ) 4 ( ) 5 ( ) 6 ( ) 7 ( ) 8 ( ) 9
123
APEcircNDICE C
Questionaacuterio 3
Prezados
O presente questionaacuterio faz parte de pesquisa de dissertaccedilatildeo de Mestrado e tem como
objetivo avaliar a demanda de aacutegua potaacutevel possiacutevel de ser substituiacuteda por aacutegua de chuva
Sua participaccedilatildeo eacute fundamental para o desenvolvimento da pesquisa
Obrigado pela sua participaccedilatildeo
Mario dos Santos Soares
Estudo de consumo de aacutegua CEFET- Maracanatilde Bl E e Academia
Encarregado de limpeza Externa
1) Nuacutemero de vezes por mecircs que as vidraccedilas satildeo lavadas
( ) 1 vez ( ) 2 vezes ( ) 3 vezes ( ) 4 vezes ( ) 5 vezes
2) Nuacutemero de vezes por semana que eacute realizada a rega do jardim
( ) 1 vez ( ) 2 vezes ( ) 3 vezes ( ) 4 vezes ( ) 5 vezes ( ) 6 vezes
3) Tempo estimado da utilizaccedilatildeo da torneira para rega do jardim
( ) 15 minutos ( ) 30 minutos ( ) 45 minutos ( ) 60 minutos
( ) 75 minutos
124
APEcircNDICE D
125
126
127
128
APEcircNDICE E
Consumo de agua potaacutevel
CONSUMO 2014 A 2016
Mecircs
2014 2015 2016
Meacutedia Total
Vol Faturado
(msup3)
nordm dias
m3dia Vol
faturado (msup3)
nordm dias
m3dia Vol
Faturado (msup3)
nordm dias
m3dia
JAN 173100 29 5969 168000 30 5600 234100 32 7316 6295
FEV 182300 30 6077 181600 2900 6262 192900 34 5674 6004
MAR 131600 29 4538 212000 3100 6839 305500 28 10911 7429
ABR 221100 34 6503 264600 2900 9124 323100 29 11141 8923
MAI 196400 31 6335 253100 3300 7670 251800 31 8123 7376
JUN 168900 34 4968 210900 2800 7532 242200 29 8352 6951
JUL 200100 30 6670 213000 3400 6265 188700 28 6739 6558
AGO 190700 31 6152 220100 2800 7861 223100 29 7693 7235
SET 254300 28 9082 183200 3300 5552 178300 33 5403 6679
OUT 226700 31 7313 322500 2800 11518 197200 29 6800 8544
NOV 250600 32 7831 242200 2900 8352 254700 31 8216 8133
DEZ 284300 30 9477 286600 3100 9245 290400 31 9368 9363
Fonte contas CEDAE
129
APEcircNDICE F
3
4
AGRADECIMENTOS
A elaboraccedilatildeo da presente dissertaccedilatildeo natildeo teria sido possiacutevel sem o apoio de diversas
pessoas Gostaria de manifestar minha gratidatildeo a todos agravequeles que direta ou
indiretamente contribuiacuteram para a conclusatildeo desta tarefa A todos manifesto meus
sinceros agradecimentos
Ao Professor orientador Luiz Peacuteres Zotes DSc pelas orientaccedilotildees incentivo e apoio
para a conclusatildeo do presente trabalho aqui quero manifestar meus agradecimentos
A todos os amigos de curso que de forma direta ou indireta contribuiacuteram incentivando
para a conclusatildeo do curso
Agradeccedilo a todos aqueles que se dispuseram a responder os questionaacuterios que foram
fundamentais para a determinaccedilatildeo da demanda por aacutegua natildeo potaacutevel Por isso muito
obrigado a todos
5
Pensamento
ldquoFaccedila o bem fale o bem pense o bem Perceba que
cada ser que encontramos eacute iluminado disfarccedilado a
nos mostrar o caminho Alguns nos mostram como natildeo
devemos ser outros como devemos serrdquo
Monja Coen
6
RESUMO
O aproveitamento de aacuteguas pluviais e o reaproveitamento de aacuteguas residuais demonstram que a minimizaccedilatildeo dos custos dos usuaacuterios com abastecimento de aacutegua eacute alcanccedilada e ainda gera valor agregado aos empreendimentos que optam por atender aos requisitos de sustentabilidade Esta atitude tem gerado o aumento da implantaccedilatildeo de sistemas de reutilizaccedilatildeo de aacutegua nos grandes centros urbanos O resultado econocircmico esperado na adoccedilatildeo dos sistemas de reaproveitamento de aacuteguas e utilizaccedilatildeo de aacutegua da chuva eacute influenciado pelo tipo de aplicaccedilatildeo ou seja em que ambiente esta medida seraacute adotada e que cuidados adicionais seratildeo necessaacuterios na concepccedilatildeo dos projetos Percebe-se com a pesquisa que o maior investimento para instalaccedilatildeo do sistema de aproveitamento de aacutegua da chuva estaacute relacionado ao reservatoacuterio que seraacute implantado e ao processo de instalaccedilatildeo o qual precisa ser analisado desde o seu dimensionamento e construccedilatildeo ateacute o atendimento aos padrotildees teacutecnicos e ambientais Esta dissertaccedilatildeo contempla o desenvolvimento de uma proposta metodoloacutegica para o estudo da viabilidade do aproveitamento de aacuteguas pluviais e aacuteguas residuais provenientes de evaporadoras de aparelhos de ar condicionado para uso natildeo potaacutevel A metodologia desenvolvida foi aplicada para validaccedilatildeo em uma instituiccedilatildeo de ensino com localizaccedilatildeo na cidade do Rio de Janeiro Na metodologia utilizada quantificaram-se as demandas de uso para bacias sanitaacuterias mictoacuterios limpeza e jardinagem Estimou-se o potencial de captaccedilatildeo de aacuteguas pluviais atraveacutes da cobertura de uma edificaccedilatildeo avaliaccedilatildeo e dimensionamento dos reservatoacuterios inferior e superior de acordo com a norma ABNT NBR 15527 A aplicaccedilatildeo permitiu verificar que atraveacutes de levantamento de dados equipamentos necessaacuterios e os custos para a implantaccedilatildeo do sistema de aproveitamento de aacuteguas pluviais que acenaram para um investimento da ordem de R$9582817 (Noventa e cinco mil oitocentos e vinte e oito reais e dezessete centavos) O periacuteodo constatado para o retorno do investimento foi de 24 (vinte e quatro) meses para um payback simples e 28 (vinte e oito) meses para um payback descontado com utilizaccedilatildeo de taxa de 1 (um por cento) o que demonstrou um tempo de retorno do investimento curto comprovando a viabilidade econocircmica da implantaccedilatildeo do sistema sugerido por esta pesquisa Palavras-chave Aacuteguas pluviais Reservatoacuterio Reaproveitamento Custo Sustentabilidade
7
ABSTRACT The utilization of rainwater and the reuse of wastewater demonstrate that minimizing the costs of users with water supply is achieved and still generates added value to the projects that choose to meet sustainability requirements This attitude has led to an increase in the implementation of water reuse systems in large urban centers The expected economic result in the adoption of water reuse and rainwater utilization systems is influenced by the type of application that is in what environment this measure will be adopted and what additional care will be required in the design of the projects The research shows that the largest investment for the installation of the rainwater harvesting system is related to the reservoir to be implanted and to the installation process which needs to be analyzed from its design and construction to meeting the technical standards and environmental issues This dissertation contemplates the development of a methodological proposal for the study of the feasibility of the use of rainwater and wastewater coming from evaporators of air conditioners for non-potable use The methodology developed was applied for validation in an educational institution located in the city of Rio de Janeiro In the methodology used were quantified the demands of use for sanitary basins urinals cleaning and gardening The potential of rainwater harvesting was estimated by covering a building evaluating and designing the lower and upper reservoirs in accordance with ABNT NBR 15527 The application made it possible to verify that through data collection necessary equipment and the costs for the implantation of the system of use of rainwater that waved for an investment in the order of R $ 9582817 (Ninety-five thousand eight hundred and twenty-eight reais and seventeen cents) The payback period was 24 (twenty-four) months for a simple payback and 28 (twenty-eight) months for a discounted payback using a 1 (one percent) rate which time of return of the short investment proving the economic viability of the implementation of the system suggested by this research Key words Rainwater Reservoir Reuse Cost Sustainability
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LISTA DE SIGLAS
ABES ndash Associaccedilatildeo Brasileira de Engenharia sanitaacuteria e Ambiental
ABNT ndash Associaccedilatildeo Brasileira de Normas Teacutecnicas
ASA (Articulaccedilatildeo do Semiaacuterido Brasileiro)
ANA ndash Agecircncia Nacional de Aacuteguas
ABNT ndash Associaccedilatildeo Brasileira de Normas Teacutecnicas
BTUs - (British termal Units- Unidade Teacutermica Britacircnica)
CEDAE - Companhia Estadual de Aguas e Esgotos
CEFET RJ- Centro Federal de Educaccedilatildeo Tecnoloacutegica Celso Suckow da Fonseca
CNRH - Conselho Nacional de Recursos Hiacutedricos
CONFEA ndash Conselho Federal de Engenharia e Agronomia
EEE ndash Estaccedilatildeo Elevatoacuteria de Esgotos
EIA ndash Estudo de Impacto ambiental
EPA ndash Enviromental Protection Agency
ETA ndash Estaccedilatildeo de Tratamento de Aacutegua
ETE ndash Estaccedilatildeo de Tratamento de Esgotos
FIESP - Federaccedilatildeo das Industrias do Estado de Satildeo Paulo
IBGE - Instituto Brasileiro de geografia e Estatiacutestica
LDB - Lei de Diretrizes e Bases da Educaccedilatildeo Nacional
NBR ndash Norma Brasileira
RIMA ndash Relatoacuterio de Impacto Ambiental
PCA ndash Programa de Conservaccedilatildeo de Aacutegua
PNCDA ndash Programa Nacional de Combate ao Desperdiacutecio de Aacutegua
PNRH - Poliacutetica Nacional de Recursos Hiacutedricos
PURA ndash Programa de Uso Racional da Aacutegua
PDI - Plano de Desenvolvimento Institucional ()
SABESP ndash Companhia de Saneamento Baacutesico do Estado de Satildeo Paulo
SAAP - Sistema de Aproveitamento de Aguas Pluviais
UNESCO ndash Organizaccedilatildeo das Naccedilotildees Unidas para Educaccedilatildeo Ciecircncia e Cultura
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ONU ndash Organizaccedilatildeo das Naccedilotildees Unidas
LEED - Leadership in Energy and Environmental
USGBC - US Green building Council
BNDES - Banco Nacional de Desenvolvimento Econocircmico e Social
SINAPI ndash Sistema Nacional de Pesquisa de Custos e Iacutendices da Construccedilatildeo Civil
CEF ndash Caixa Econocircmica Federal
10
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 - Estrutura do Conteuacutedo da Dissertaccedilatildeo 24
Figura 2 - Consumo Mensal de Aacutegua - 2014 26
Figura 3 - Sistemas de aproveitamento de aacuteguas pluviais 38
Figura 4 - Reservatoacuterios 39
Figura 5 - Reservatoacuterios 39
Figura 6 - Esquema de cisterna implementada na zona rural 41
Figura 7 - Projeto experimental para casas populares voltado para captaccedilatildeo de aacutegua da chuva 41
Figura 8 - Formas potenciais de reuso da aacutegua 46
Figura 9 - Processo de captaccedilatildeo da aacutegua da chuva 51
Figura 10 -Certificaccedilatildeo em estaacutedios de futebol itens avaliados no canteiro de obra 65
Figura 11 - Poccedilos de infiltraccedilatildeo 67
Figura 12 - Hidrocircmetro referente ao nuacutemero 485 com vazatildeo de 03 - 15 m3hora 70
Figura 13 - Fachada Principal do CEFET- RJ 70
Figura 14 - ensaio equipamento 24000 BTUs 80
Figura 15 - Interligaccedilatildeo de tubulaccedilatildeo de drenagem de condensadores a rede AP 83
Figura 16 -Planta de cobertura do Bloco E 84
Figura 17 - Planta baixa 95
Figura 18 - Localizaccedilatildeo do Reservatorio Inferior 99
Figura 19 - Equipamentos necessaacuterios para instalaccedilatildeo em reservatoacuterio de aguas pluviais 99
11
GRAacuteFICOS
Graacutefico 1- Frequecircncia de uso diaacuterio da bacia sanitaacuteria 90
Graacutefico 2 - Tempo em segundos da descarga da bacia 91
Graacutefico 3 - Frequecircncia de uso diaacuterio do mictoacuterio 92
Graacutefico 4 - Tempo em segundos da descarga do mictoacuterio 93
12
LISTA DE QUADROS
Quadro 1 - Projeccedilatildeo da populaccedilatildeo nos Municiacutepios do Estado do Rio de Janeiro 35
Quadro 2 - Evoluccedilatildeo prevista da demanda de aacutegua em msup3s para a Regiatildeo Metropolitana do Rio de Janeiro 36
Quadro 3 - Frequecircncia de manutenccedilatildeo 52
Quadro 4- Fluxo do processo 62
Quadro 5 - Ensaio de captaccedilatildeo em ambiente da biblioteca 81
Quadro 6 -Ensaio de captaccedilatildeo em ambiente da sala de professores 82
Quadro 7 - Somatoacuterio das capacidades dos equipamentos instalados por pavimento 82
Quadro 8 - Quadro da aacuterea de cobertura do Bloco E 84
Quadro 9 - Iacutendice do coeficiente de Runoff 85
Quadro 10 - Captaccedilatildeo de aacutegua 87
Quadro 11 - Populaccedilao 88
Quadro 12 - Planilha orccedilamentaacuteria 95
Quadro 13 - Anaacutelise de simulaccedilatildeo do reservatoacuterio 97
Quadro 14 - Descriccedilatildeo da planilha 98
13
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 - Paracircmetros de qualidade de aacuteguas pluviais para usos restritivos natildeo potaacuteveis 52
Tabela 2 - Padrotildees microbioloacutegicos para aacuteguas destinadas agrave recreaccedilatildeo de contato primaacuterio 55
Tabela 3- Tabela de Precipitaccedilatildeo Pluviomeacutetrica 85
Tabela 4 - Custos referentes agrave implantaccedilatildeo do sistema de aproveitamento de aacutegua pluviais 102
Tabela 5 - Payback simples 104
Tabela 6 - Payback descontado 105
14
SUMAacuteRIO
1 ndash INTRODUCcedilAtildeO 16
11 - CONSIDERACcedilOtildeES INICIAIS 16
12 - QUESTAtildeO PROBLEMA 21
13 ndash QUESTOtildeES DA PESQUISA 21
14 - OBJETIVO GERAL 22
15 - OBJETIVOS ESPECIacuteFICOS 22
16 ndash ESTRUTURA METODOLOacuteGICA 22
17 ndash DELIMITACcedilAtildeO DA PESQUISA 25
18 ndash JUSTIFICATIVA DA PESQUISA 25
19 ndash ORGANIZACcedilAtildeO DO ESTUDO 27
2 - BASE CONCEITUAL E REVISAtildeO DA LITERATURA 28
21 A SUSTENTABILIDADE E AS QUESTOtildeES QUANTO A CONSERVACcedilAtildeO
REAPROVEITAMENTO E REDUCcedilAtildeO DO CONSUMO DE AacuteGUAS PLUVIAIS 28
211 EXEMPLOS RECENTES DE ATITUDE SUSTENTAacuteVEIS ADOTADAS NO BRASIL 29
212 MEDIDAS SUSTENTAacuteVEIS PARA CONSERVACcedilAtildeO REAPROVEITAMENTO DE AacuteGUA E REDUCcedilAtildeO DO
CONSUMO DE AacuteGUAS PLUVIAIS 30
22 HISTOacuteRICO DO REUSO DE AacuteGUAS 37
221 ASPECTOS HISTOacuteRICOS DA CAPTACcedilAtildeO DAS AacuteGUAS PLUVIAIS NO BRASIL 40
23 UTILIZACcedilOtildeES DA AacuteGUA COLETADA E O SEU CONSUMO 42
24 O REUSO DE AacuteGUAS 43
241- AacuteGUAS RESIDUAacuteRIAS 43
242 AacuteGUAS CINZENTAS 46
25 FORMAS DE REUSO DE AacuteGUAS 47
251 REUSO URBANO 47
252 REUSO INDUSTRIAL 48
253 REUSO AGRIacuteCOLA 48
254 REUSO NO MEIO AMBIENTE 48
26 A PRAacuteTICA DE RECARGA DE AQUIacuteFEROS 48
27 O ARMAZENAMENTO DE AGUAacuteS 49
28 LEGISLACcedilAtildeO SOBRE O USO DE AacuteGUAS 56
3 - METODOLOGIA 62
31 ESTRATEacuteGIA DA PESQUISA 63
32 UNIDADE DE ANAacuteLISE 68
33 JUSTIFICATIVA DA ESTRATEacuteGIA DE PESQUISA 68
34 PESQUISA EXPLORATOacuteRIA 68
35 LEVANTAMENTO 69
15
36 OBJETO DE ESTUDO 70
361 APARELHOS EXISTENTES 71
37 ENTREVISTAS COM OS USUAacuteRIOS 71
38 ESTIMATIVA DO CONSUMO DE AacuteGUA 72
381 O CAacuteLCULO DE CONSUMO MEacuteDIO DIAacuteRIO DE AacuteGUA PER CAPITA POR APARELHOS 72
O CAacuteLCULO FOI REALIZADO COM BASE NO SOMATOacuteRIO DA MULTIPLICACcedilAtildeO DA FREQUEcircNCIA E TEMPO DE USO
OBTIDO NAS ENTREVISTAS E VAZAtildeO DO APARELHO DIVIDIDO PELO NUacuteMERO DE PESSOAS ENTREVISTADAS
72
382 ESTIMATIVA DO CONSUMO DE AacuteGUA EM ATIVIDADES DE LIMPEZA E JARDINAGEM 73
383 AVALIACcedilAtildeO DO POTENCIAL DE ECONOMIA DE AacuteGUA POTAacuteVEL 73
384 PERCENTUAL DE AacuteGUA POTAacuteVEL QUE PODERIA SER SUBSTITUIacuteDO POR AacuteGUA PLUVIAL 73
39 RESERVATOacuteRIOS DE AacuteGUA PLUVIAL 74
310 ANAacuteLISE ECONOcircMICA 74
4 APLICACcedilAtildeO E VALIDACcedilAtildeO DA METODOLOGIA PROPOSTA 75
41 HISTOacuteRICO DO CEFET-RJ 75
411 DEFINICcedilAtildeO DE INSTITUICcedilOtildeES DE ENSINO SUPERIOR 75
412 - PLANO DE DESENVOLVIMENTO INSTITUCIONAL (PDI) 76
413 - O PDI DO CEFETRJ 78
414 - FILOSOFIA MISSAtildeO E OBJETIVOS INSTITUCIONAIS 78
42 SOBRE O POTENCIAL DE CAPTACcedilAtildeO DE AGUAS DE RESIDUAIS 80
43 ANAacuteLISE DOS RESULTADOS DAS ENTREVISTAS REALIZADAS 88
5 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS 106
51 PROPOSTAS PARA TRABALHOS FUTUROS 107
REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAFICAS 108
16
1 ndash INTRODUCcedilAtildeO
11 - Consideraccedilotildees Iniciais
A aacutegua jaacute foi considerada um recurso infinito mas atualmente a sua
disponibilidade eacute um dos grandes problemas do nosso planeta decorrente de
inuacutemeros fatores tais como o aquecimento global as alteraccedilotildees climaacuteticas o
crescimento populacional acentuado o consumo cada vez maior dos recursos
hiacutedricos o mau uso desta fonte de energia e sobretudo a falta de poliacuteticas puacuteblicas
que estimulem o uso sustentaacutevel da aacutegua
Neste contexto segundo Kibert (2008) a adoccedilatildeo de medidas ecologicamente
corretas eacute fundamental tais como teacutecnicas de conservaccedilatildeo controle do desperdiacutecio
reaproveitamento da aacutegua de chuva reciclagem de aacutegua e recuperaccedilatildeo dos solos
Diante da possibilidade de racionamento ou ateacute mesmo escassez da aacutegua doce
no mundo eacute necessaacuterio que a sociedade e as poliacuteticas puacuteblicas busquem novas
tecnologias e alternativas sustentaacuteveis para a reduccedilatildeo do consumo
Diniz (2013) afirma que vaacuterios paiacuteses encaram hoje o problema de escassez
da aacutegua em consequecircncia do crescimento desordenado da poluiccedilatildeo dos recursos
hiacutedricos do aumento populacional e industrial que geram um aumento na demanda
pela aacutegua provocando o esgotamento deste recurso
Inobstante a urbanizaccedilatildeo das cidades e as tecnologias de abastecimento
puacuteblico de aacutegua contribuiacuteram para a desativaccedilatildeo dos sistemas de aproveitamento da
aacutegua de chuva Entretanto atualmente no contexto do paradigma da conservaccedilatildeo da
aacutegua as praacuteticas de aproveitamento da aacutegua de chuva estatildeo sendo incorporadas aos
sistemas de gestatildeo urbana dos recursos hiacutedricos de diversos paiacuteses Portanto natildeo
se trata de inserir um novo conceito de gestatildeo de recursos hiacutedricos apenas resgatar
os fundamentos deste e adaptaacute-lo agrave realidade atual (ALADENOLA ADEBOYE 2009)
A UNESCO emitiu no ano de 2005 a resoluccedilatildeo Ares58217 proclamando o
periacuteodo de 2005 a 2015 como sendo a Deacutecada Internacional para Accedilatildeo ldquoAacutegua Fonte
de vidardquo iniciando-se o dia mundial da aacutegua no dia 22 de Marccedilo de
2005(UNESCO2013d) A iniciativa teve como objetivo de alerta para a importacircncia
de melhor administrar as fontes de aacutegua em funccedilatildeo do aumento de consumo ou pelo
uso desequilibrado deste recurso indispensaacutevel agrave vida humana Com perspectivas
preocupantes a ONU apresenta a estimativa que se natildeo houver alteraccedilotildees nas
17
poliacuteticas em relaccedilatildeo aos recursos hiacutedricos 18 bilhatildeo de pessoas estaratildeo vivendo em
zonas de secas e dois terccedilos da humanidade estaratildeo sujeitos a alguma restriccedilatildeo no
acesso agrave aacutegua em 2025
Haacute diversos pontos no mundo em que a falta de aacutegua tem sido o principal motivo de ecircxodo de populaccedilotildees tal como acontece no Nordeste brasileiro Em termos globais o risco de crise hiacutedrica acontece pelo crescimento demograacutefico mudanccedilas climaacuteticas desperdiacutecio e contaminaccedilatildeo das fontes Afetando natildeo soacute a sauacutede humana mas o desenvolvimento soacutecio econocircmico das populaccedilotildees e o rumo das relaccedilotildees entre paiacuteses (UNESCO2013d)
Nesse caso Fawell amp Miller (1992) afirmam que a provisatildeo de uma aacutegua
potaacutevel ldquosegurardquo e ldquoesteticamente aceitaacutevelrdquo eacute assegurada em muitos paiacuteses por uma
seacuterie de padrotildees obrigatoacuterios ou largamente advertidos (domiacutenio puacuteblico)
Se na atualidade os paiacuteses continuam concentrados na prospecccedilatildeo e busca de
novas tecnologias para auto-suficiecircncia em petroacuteleo natildeo estaraacute longe o dia em que a
aacutegua seraacute reconhecida como o bem mais precioso a vida do ser humano
Segundo Craig e Dale (2008) a definiccedilatildeo mais adotada e mais citada da
sustentabilidade foi feita no Relatoacuterio de Brundland que definiu o conceito de
sustentabilidade da seguinte forma ldquoaquele que satisfaz as necessidades do presente
sem comprometer a capacidade das futuras geraccedilotildees satisfazerem suas proacuteprias
necessidadesrdquo (BRUNDTLAND 1988 p 46)
O uso da aacutegua com consciecircncia eacute a soluccedilatildeo mais sustentaacutevel para o
enfrentamento da crise a que tem sido observada em diversos estados do paiacutes O
aproveitamento de aacutegua de chuva e reuso natildeo eacute um conceito novo mas com o
aumento da demanda tornou-se um tema atual e de suma importacircncia que eacute praticado
ao longo dos anos em diversos paiacuteses devendo ser uma atividade mais abrangente
que eacute o uso racional englobando a reduccedilatildeo de perdas e desperdiacutecios e a minimizaccedilatildeo
da produccedilatildeo de efluentes e do consumo de aacutegua potaacutevel
A utilizaccedilatildeo da aacutegua da chuva aleacutem de trazer o benefiacutecio da conservaccedilatildeo da
aacutegua e reduzir a dependecircncia excessiva das fontes superficiais de abastecimento
reduz o escoamento superficial minimizando os problemas com enchentes buscando
garantir a sustentabilidade urbana que segundo Dixon Butler e Fewkes (1999) soacute
seraacute possiacutevel atraveacutes da mobilizaccedilatildeo da sociedade em busca do uso apropriado e
eficiente da aacutegua
18
Segundo Petry e Boeriu (2000) nos uacuteltimos anos tem-se observado o
desenvolvimento de novas tecnologias referentes ao manejo de recursos hiacutedricos
Com isso observa-se novas expansotildees no uso de teacutecnicas de aproveitamento de
aacutegua de chuva tanto em regiotildees onde jaacute eram utilizadas como em locais onde eram
desconhecidas
Para Dixon et al(1999) a existecircncia da sociedade e de sua malha urbana no
futuro estaacute condicionada ao uso adequado da aacutegua considerando o seu reuacuteso e
aproveitamento da aacutegua pluvial em todo o ciclo desde a captaccedilatildeo passando pelo
tratamento e armazenagem
Veloso e Mendes (2014) afirmam que a maioria das experiecircncias brasileiras
de aproveitamento de aacutegua de chuva se concentra na regiatildeo do semiaacuterido brasileiro
promovida pela ASA (Articulaccedilatildeo do Semiaacuterido Brasileiro) que eacute formada por mil
organizaccedilotildees da sociedade civil que atua na gestatildeo e no desenvolvimento de poliacuteticas
de convivecircncia com a regiatildeo semiaacuterida
Esta iniciativa contribui para equacionar os graves problemas de escassez de
aacutegua que a populaccedilatildeo e refeacutem Nesse sentido destaca-se o Programa Um Milhatildeo de
Cisternas (P1MC) uma das accedilotildees de mobilizaccedilatildeo promovidas pela ASA que objetiva
possibilitar ao nordestino o acesso a aacutegua potaacutevel por meio da construccedilatildeo de
cisternas de placas Desde 2003 aproximadamente 499387 mil foram construiacutedas
beneficiando mais de 2 milhotildees de pessoas (ASA 2015)
Segundo Gould and Nissen-Petersen (1990) A colheita de aacuteguas pluviais eacute uma
teacutecnica antiga que possui um renome na popularidade devido agrave qualidade inerente da
aacutegua da chuva e ao interesse em reduzir o consumo de aacutegua tratada A aacutegua da chuva
eacute valorizada por sua pureza e suavidade Tem um pH quase neutro e estaacute livre de
subprodutos de desinfecccedilatildeo sais minerais e outros contaminantes naturais e
artificiais As plantas prosperam sob irrigaccedilatildeo com aacutegua de chuva armazenada Os
aparelhos duram mais quando satildeo livres dos efeitos corrosivos ou em escala de aacutegua
dura
Os usuaacuterios com sistemas potaacuteveis preferem o gosto superior e as
propriedades de limpeza da aacutegua da chuva Evidecircncias arqueoloacutegicas atestam a
captura da aacutegua da chuva haacute mais de 4000 anos e o conceito de colheita de aacutegua da
chuva na China pode chegar a mais de 6000 anos Ruiacutenas de cisternas construiacutedas
jaacute em 2000 aC para armazenar o escoamento das encostas para fins agriacutecolas e
domeacutesticos ainda estatildeo em Israel
19
A reutilizaccedilatildeo ou reuso de aacutegua ou ainda em outra forma de expressatildeo o uso
de aacuteguas residuaacuterias natildeo eacute um conceito novo e tem sido praticado em todo o mundo
haacute muitos anos Haacute relatos de sua praacutetica na Greacutecia Antiga com a disposiccedilatildeo de
esgotos e sua utilizaccedilatildeo na irrigaccedilatildeo Contudo a demanda crescente por aacutegua tem
feito do reuso planejado da aacutegua um tema atual e de grande importacircncia (SANTOS
1993)
O elevado desenvolvimento demograacutefico associado agraves transformaccedilotildees
econocircmicas reflete-se notavelmente no uso dos recursos hiacutedricos principalmente no
que se refere agrave qualidade e quantidade das aacuteguas superficiais e subterracircneas
(RAMOS 2000)
O uso de fontes alternativas e de estrateacutegias de uso racional de aacutegua em
edificaccedilotildees eacute uma forma de amenizar os problemas de disponibilidade de aacutegua
potaacutevel e diminuir a sua demanda
Dentre estas estrateacutegias pode-se citar o aproveitamento de aacutegua pluvial o
reuso de aacuteguas cinzas (ABNT NBR 155272007) O aproveitamento de aacutegua pluvial eacute
uma praacutetica milenar empregada no mundo todo Essa teacutecnica tem se difundido e se
consolidado como uma forma de mitigar os diversos problemas ambientais causados
pelo aumento da demanda de aacutegua pela falta de medidas de controle da poluiccedilatildeo e
de gestatildeo ambiental em aacutereas urbanas e rurais (BARROS 2000)
O reaproveitamento eficiente da aacutegua da chuva natildeo tem misteacuterios mas satildeo
necessaacuterios alguns pequenos cuidados que tornam os sistemas mais seguros e de
faacutecil manutenccedilatildeo (AQUASTOCK 2008)
De acordo com Diniz (2013) as teacutecnicas para operar um sistema de utilizaccedilatildeo
das aacuteguas pluviais seguem as seguintes etapas
Coletar aacuteguas pluviais atraveacutes de calhas em telhados coberturas
Armazenar essa aacutegua em reservatoacuterios cisternas
Abastecer o local onde seratildeo utilizadas as aacuteguas pluviais
Eliminar as primeiras aacuteguas de chuva preservando a qualidade dessa aacutegua
20
Relevacircncia da Pesquisa
O foco dos sistemas de captaccedilatildeo de aacutegua da chuva estatildeo mais atrelados aos
problemas que o meio ambiente enfrenta de forma global ou seja estatildeo voltados para
o coletivo e natildeo individualmente Embora se pense em sistemas que sejam
desenvolvidos para a preservaccedilatildeo da aacutegua doce e da aacutegua da chuva para que natildeo
sejam desperdiccediladas eacute preciso tambeacutem pensar no investimento econocircmico de longo
prazo ou seja a economia na conta da aacutegua que seria uma forma de se pensar
tambeacutem individualmente
A relevacircncia deste trabalho aponta para os resultados levados agrave
sustentabilidade utilizando o aproveitamento de aacuteguas pluviais e de aacuteguas residuais
de evaporadoras de aparelhos de ar condicionado para fins natildeo potaacuteveis
Justificativa da Pesquisa
O sucesso das accedilotildees que devem conduzir ao reuso de aacutegua dependeraacute em
grande parte da influecircncia da comunidade do CEFET-RJ do comportamento das
pessoas e de suas decisotildees individuais Mesmo considerando que existe certo
interesse pelas questotildees ambientais haacute que se reconhecer a falta de informaccedilatildeo e
conhecimento dos problemas ambientais
Logo a educaccedilatildeo ambiental que tenha por objetivo informar e sensibilizar as
pessoas sobre os problemas (e possiacuteveis soluccedilotildees) existentes em sua comunidade
buscando transformar estas pessoas em indiviacuteduos que participem das decisotildees
sobre seus futuros exercendo desse modo o direito aacute cidadania tornando-se
instrumento indispensaacutevel ao processo
O CEFET-RJ possui duas entradas de abastecimento de aacutegua com
fornecimento atraveacutes da CEDAE perfazendo um consumo anual na ordem de
294039 m3 que abastecem blocos independentes atraveacutes de 02 castelos drsquoaacutegua com
alimentaccedilatildeo dos blocos por gravidade Tendo em vista o grande nuacutemero de blocos
com aacuterea construiacuteda de 3927050 m2 e grande aacutereas de paacutetios jardins e quadras
esportivas tendo alto consumo de aacutegua para limpeza
Estaacute sendo pesquisada a viabilidade do aproveitamento das aacuteguas pluviais
coletadas atraveacutes dos telhados de uma edificaccedilotildees bem como a aacutegua residual
proveniente dos evaporadores de unidades condensadoras e aparelhos de ar
condicionado de janela no campus do Maracanatilde em funccedilatildeo do grande nuacutemero de
ambientes com refrigeraccedilatildeo com a finalidade de reuso em aacutereas e atividades menos
nobres como lavagem de paacutetios quadras poliesportivas uso em bacias sanitaacuterias
21
irrigaccedilatildeo de jardins que com adoccedilatildeo destas medidas obter-se-aacute reduccedilatildeo do consumo
de aacutegua potaacutevel tratada fornecida pela concessionaria CEDAE
Como consequecircncias reduccedilatildeo dos custos reduccedilatildeo do incocircmodo de poccedilas de
aacuteguas residuais geradas por unidades condensadoras contribuiraacute na reduccedilatildeo de
enchentes tendo em vista a localizaccedilatildeo geograacutefica do CEFET-RJ proacutexima ao Rio
Maracanatilde estimulando a educaccedilatildeo ambiental e a sustentabilidade atraveacutes dos
multiplicadores das accedilotildees de conservaccedilatildeo de aacutegua por membros da comunidade de
docentes discentes e teacutecnicos administrativos servindo como exemplo de uma
postura ambientalmente correta para o enfrentamento dos problemas de ocupaccedilatildeo e
impermeabilizaccedilatildeo desordenada do solo nos grandes centros urbanos
12 - Questatildeo Problema
Analisar a viabilidade de promover o desenvolvimento de um sistema de
captaccedilatildeo de aacutegua da chuva e aacuteguas residuais de evaporadoras de aparelhos de ar
condicionado do CEFETRJ para utilizaacute-la em fins natildeo potaacuteveis agregando valor agrave
sustentabilidade e gerando economia na conta da aacutegua
13 ndash Questotildees da Pesquisa
Nesta conjuntura surgem as questotildees que orientaratildeo este trabalho
Como implantar e implementar um sistema de aproveitamento de aacuteguas
pluviais
Como verificar viabilidade teacutecnica para a adaptaccedilatildeo de instalaccedilotildees do preacutedio
estudado no CEFETRJ Campus Maracanatilde para aproveitamento de aacuteguas
pluviais
Pesquisar os segmentos que se ajustem ao uso da aacutegua natildeo potaacutevel e calcular
suas demandas
Quantificaccedilatildeo da capacidade de produccedilatildeo de aacuteguas remanescentes
provenientes de Unidades Evaporadoras de aparelhos de ar condicionado do
preacutedio estudado
22
14 - Objetivo Geral
O objetivo geral da dissertaccedilatildeo eacute apresentaccedilatildeo de uma proposta metodoloacutegica
para analisar a viabilidade teacutecnica de um sistema de aproveitamento de aacuteguas pluviais
e aacuteguas residuais de evaporadoras de unidades evaporadores para uso com fins natildeo
potaacuteveis no Campus Maracanatilde do CEFET-RJ
15 - Objetivos Especiacuteficos
Desenvolvimento da metodologia proposta
Dimensionar o sistema de armazenamento das aacuteguas pluviais e
residuais coletadas para reuso
Buscar tecnologias para implantaccedilatildeo de sistema de aproveitamento de
agua pluviais
Avaliar viabilidade econocircmica da implantaccedilatildeo do sistema de
aproveitamento de aguas pluviais
16 ndash Estrutura Metodoloacutegica
A metodologia utilizada no presente trabalho considerou o bloco E para se
analisar a viabilidade de aproveitamento de aacuteguas pluviais e aacuteguas residuais
provenientes de unidade evaporadoras de aparelhos de ar condicionado Com
aplicaccedilatildeo de questionaacuterio para os usuaacuterios das instalaccedilotildees para quantificaccedilatildeo da
demanda de aacutegua nos ambientes estudados
Ywashima (2005) ressalta a importacircncia de campanhas de conscientizaccedilatildeo
para utilizaccedilatildeo racional da aacutegua nas escolas Segundo a pesquisadora a conta natildeo e
paga de forma direta pelos usuaacuterios consequentemente natildeo haacute motivaccedilatildeo financeira
A autora apresenta como sugestatildeo tecnologias economizadoras onde se obteacutem
reduccedilatildeo de consumo independente da mudanccedila de comportamento pelos usuaacuterios
Tomando como premissa o atual consumo desordenado de aacutegua consumo
este que proporciona uma grande margem para que no futuro este liacutequido precioso
para a vida na terra venha a faltar caso natildeo seja criado mecanismos que possam
contornar essa situaccedilatildeo o desenvolvimento deste presente projeto apresenta-se
como uma alternativa para compor estes mecanismos
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Atraveacutes de pesquisas foi constatado que as aacuteguas pluviais devem ser utilizadas
para amenizar a situaccedilatildeo Desse modo o presente trabalho contempla a possibilidade
de uso de recursos tecnoloacutegicos a fim de que se possa reduzir o consumo e diminuir
o desperdiacutecio de aacutegua atraveacutes da captaccedilatildeo armazenamento e reaproveitamento das
aacuteguas pluviais
Este sistema de captaccedilatildeo de aacutegua pluvial permite usar as aacutereas de coberturas
da edificaccedilatildeo para captar a aacutegua da chuva apoacutes passar por um filtro ou mecanismo
de retenccedilatildeo de impurezas conduzi-la a um reservatoacuterio onde seraacute armazenada e
utilizada na edificaccedilatildeo para fins natildeo potaacuteveis tais como lavagem de pisos irrigaccedilatildeo
de jardins mictoacuterios e bacias sanitaacuterias
No que diz respeito a implementaccedilatildeo da metodologia foi realizado um
levantamento das coberturas da edificaccedilatildeo escolhidas com analise dos dados
meteoroloacutegicos da regiatildeo que permitiram avaliaccedilatildeo dos paracircmetros necessaacuterios para
os caacutelculos dos reservatoacuterios de aacuteguas pluviais
O trabalho foi dividido em trecircs etapas
A primeira etapa desenvolveu-se atraveacutes de pesquisas referecircncias
bibliograacuteficas dados teacutecnicos e projetos semelhantes referentes ao tema para obter
um melhor embasamento teoacuterico sobre o assunto com auxilio da internet pesquisas
literaacuterias artigos cientiacuteficos informaccedilotildees pessoais de profissionais e obtivemos
informaccedilotildees necessaacuterias favoraacuteveis que possibilitaram a execuccedilatildeo do presente
trabalho em unidade de ensino adequando agraves edificaccedilotildees do campus onde houvesse
o menor nuacutemero de intervenccedilotildees
A segunda etapa foi direcionada ao programa de necessidades considerando
o consumo da edificaccedilatildeo e o potencial de captaccedilatildeo atraveacutes de aacuterea de coberturas
evaporadores de ar condicionado levantamento dos iacutendices pluviomeacutetricos da regiatildeo
preacute-dimensionamento para os reservatoacuterios superior e inferior e uma estimativa de
custos para implantaccedilatildeo
A terceira e uacuteltima etapa foi direcionada ao anteprojeto arquitetocircnico para
construccedilatildeo do reservatoacuterio prevendo no sistema a captaccedilatildeo tanto de aacuteguas pluviais
quanto de aacuteguas residuais provenientes dos evaporadores de ar condicionado
levantamento dos custos referentes a implantaccedilatildeo dos reservatoacuterios com avaliaccedilatildeo
do tempo de retorno (payback) do investimento
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A Figura 01 ilustra de forma simplificada a abordagem utilizada durante a
realizaccedilatildeo desta pesquisa
Figura 1 - Estrutura do Conteuacutedo da Dissertaccedilatildeo
Fonte Elaborado pelo autor do presente trabalho(2017)
DISSERTACcedilAtildeO
VERTENTE TEacuteCNICA
EMPIacuteRICA
COLETA DE DADOS
FLUXO DO PROCESSO
DIMENSIONAMENTO
CONCEPCcedilAtildeO EMPIacuteRICA
CONCLUSAtildeO DISSERTACcedilAtildeO
HISTOacuteRICO REUSO DAS
AacuteGUAS
LEGISLACcedilAtildeO
SUSTENTABILIDADE
BASE TEOacuteRICA
CONCEPCcedilAtildeO TEOacuteRICA
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17 ndash Delimitaccedilatildeo da Pesquisa
A realizaccedilatildeo do presente trabalho ocorreraacute atraveacutes de levantamento de dados
referente ao abastecimento e equipamentos instalados do bloco E do campus
Maracanatilde com estudo de consumo de aacutegua da edificaccedilatildeo levando em consideraccedilatildeo
o nuacutemero de usuaacuterios
A capacidade de captaccedilatildeo seraacute realizada atraveacutes das aacutereas de cobertura e
utilizaccedilatildeo dos iacutendices de precipitaccedilatildeo pluviomeacutetrica da regiatildeo estudada de anos
anteriores para caacutelculo e dimensionamento de reservatoacuterios inferior e superior bem
como avaliaccedilatildeo da capacidade de produccedilatildeo de aacuteguas residuais produzidas pelas
evaporadoras instaladas no preacutedio
Avaliando as adaptaccedilotildees necessaacuterias ao sistema de abastecimento existente
para o atendimento das bacias sanitaacuterias e lavagem de paacutetios quadras esportivas
regas de jardim e levantando e propondo utilizaccedilatildeo de novas tecnologias existentes
para instalaccedilatildeo do sistema e verificando a necessidade de utilizaccedilatildeo de
abastecimento com aacutegua potaacutevel em casos de grande estiagem para manutenccedilatildeo
das atividades sem prejuiacutezos agrave aacuterea acadecircmica
Desta forma nesta pesquisa seratildeo avaliados os dados obtidos atraveacutes de
levantamentos arquitetocircnicos e das instalaccedilotildees hidro sanitaacuterias existentes no
CEFETRJ - Unidade Maracanatilde aleacutem de documentaccedilatildeo e pesquisa em projetos
similares que jaacute possam existir relacionados agrave questatildeo da utilizaccedilatildeo de aacuteguas pluviais
Como objetivo de fundamentar a implantaccedilatildeo do estudo e desenvolvimento do
mesmo seraacute apresentado levantamento e resultado necessaacuterios para implementaccedilatildeo
da utilizaccedilatildeo de aacuteguas pluviais com base nos dados coletados e revisatildeo bibliograacutefica
em artigos e perioacutedicos que versam sobre as tecnologias mais indicadas para a
utilizaccedilatildeo de aacuteguas pluviais
18 ndash Justificativa da Pesquisa
Como prevecirc a constituiccedilatildeo em seu Art 225 caput ndash ldquoTodos tecircm direito ao meio
ambiente ecologicamente equilibrado bem de uso comum do povo e essencial agrave sadia
qualidade de vida impondo-se ao Poder Puacuteblico e agrave coletividade o dever de defendecirc-
lo e preservaacute-lo para presentes e futuras geraccedilotildeesrdquo (Brasil 2004)
No atendimento a constituiccedilatildeo e as legislaccedilotildees pertinentes levar o CEFET- RJ
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ao cumprimento de accedilotildees e objetivos visando a sustentabilidade nas suas
dependecircncias e atraveacutes de sua comunidade discente docente e teacutecnicos
administrativos atuar como multiplicadores de accedilotildees de preservaccedilatildeo do meio
ambiente atraveacutes do reuso de aacuteguas pluviais e aacuteguas residuais oriundas de
evaporadores e aparelhos de ar condicionado de janela
Em funccedilatildeo do alto consumo como pode ser observado na figura 2 faz-se
necessaacuteria a adoccedilatildeo de equipamentos de maior tecnologia e o aproveitamento de
aacuteguas pluviais para uso menos nobre conforme determina a norma ABNT ndash NBR
15527 de 24102007 e contribuir de forma efetiva para reduccedilatildeo de custo
possibilidade de racionamento e reduccedilatildeo per capta do consumo nos oacutergatildeos puacuteblicos
Figura 2 - Consumo Mensal de Aacutegua - 2014
Entrada Volume faturado (msup3)
nordm jan fev mar abr mai jun jul ago set out nov dez total 2014
485 17310 18230 13160 22110 19640 16890 20010 19070 25430 22670 25060 28430 248010
681 3706 3580 6560 5394 6170 2800 3310 2650 3069 2580 2890 3320 46029
Total
mensal 21016 21810 19720 27504 25810 19690 23320 21720 28499 25250 27950 31750 294039
Fonte Contas CEDAE exerciacutecio 2014
00
5000
10000
15000
20000
25000
30000
35000
jan fev mar abr mai jun jul ago set out nov dez
Vo
l f
atu
rad
o (
msup3)
Mecircs
Consumo mensal de aacutegua em 2014
485
27
19 ndash Organizaccedilatildeo do Estudo
O Capiacutetulo 01 desta pesquisa estaacute organizado com a introduccedilatildeo composta pela
situaccedilatildeo-problema questotildees de pesquisa objetivos estrateacutegia delimitaccedilatildeo e
justificativa da pesquisa A finalidade preciacutepua da leitura deste capiacutetulo eacute harmonizar
a compreensatildeo do contexto e a importacircncia da pesquisa
O Capitulo 02 estaacute organizado com os fundamentos teoacutericos com base em
sustentabilidade histoacuterico de reuso da aacutegua e legislaccedilatildeo
O Capitulo 03 trata da metodologia e tipo de pesquisa a ser empregado
informando a forma da obtenccedilatildeo dos dados e como seratildeo feitos o tratamento e anaacutelise
dos dados
No Capiacutetulo 4 seratildeo interpretados os resultados referentes agraves demandas de
aacuteguas menos nobres a quantificaccedilatildeo da produccedilatildeo de aacutegua proveniente de unidades
evaporadoras e aacuteguas pluviais com avaliaccedilatildeo de viabilidade econocircmica para
implantaccedilatildeo do sistema
No Capiacutetulo 05 seraacute apresentada a anaacutelise dos resultados e sugestotildees para
estudos futuros e complementares
28
2 - BASE CONCEITUAL E REVISAtildeO DA LITERATURA
No presente capitulo seraacute apresentada a vertente teacutecnica com os fundamentos
teoacutericos que forneceratildeo o suporte para o desenvolvimento da pesquisa
21 A Sustentabilidade e as questotildees quanto a conservaccedilatildeo reaproveitamento e
reduccedilatildeo do consumo de aacuteguas pluviais
A Comissatildeo Mundial sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento denominada
Comissatildeo de Brundtland (1988) define o desenvolvimento sustentaacutevel como aquele
que atende as necessidades do presente sem comprometer a possibilidade das
geraccedilotildees futuras atenderem as suas proacuteprias necessidades
Surgido na deacutecada de 1990 o tripeacute da sustentabilidade tem crescido em seu
conceito em todo o planeta refletindo uma seacuterie de processos valores e objetivos de
forma que uma gestatildeo deveraacute orientar aos trecircs pilares econocircmico social e ambiental
podendo este conceito ser aplicado de forma macro para um paiacutes ou ateacute para o
planeta ou micro podendo ser uma escola um vilarejo ou empresa (DIAS2011)
A concepccedilatildeo do desenvolvimento sustentaacutevel orienta a discussatildeo sobre o tema
em qualquer segmento das atividades do ser humano Os objetivos tecircm como base
na perspectiva de utilizaccedilatildeo dos recursos naturais desde que sejam preservados para
as futuras geraccedilotildees Dias ( 2011) Poreacutem parte das dificuldades apresenta-se porque
as geraccedilotildees natildeo tecircm participaccedilatildeo nas decisotildees atuais Desta forma somente a
conscientizaccedilatildeo da preservaccedilatildeo da vida e da espeacutecie eacute que motiva o ser humano o
que natildeo acontece na maioria das vezes com os gestores e poliacuteticos dos dias atuais
(MOURA 2011)
Muito embora para alguns o desenvolvimento sustentaacutevel eacute um projeto social e
poliacutetico que serve como ferramenta para combate a pobreza satisfaccedilatildeo das
necessidades baacutesicas da humanidade de maneira a elevar a qualidade de vida dos
indiviacuteduos fornece princiacutepios para que o desenvolvimento seja harmonioso levando
em conta a transformaccedilatildeo dos recursos do ambiente deste modo para estes sugerem
atitudes novas das quais pela edificaccedilatildeo de uma nova racionalidade De forma
contraria agrave maioria que se preocupa em compatibilizar o meio ambiente a um
crescimento econocircmico de forma continua (DIAS 2011)
Acreditava-se que o crescimento econocircmico desenvolveria de forma natural o
29
desenvolvimento sustentaacutevel Veiga (2005) Somente uma gestatildeo com
responsabilidade ambiental eacute capaz de conciliar uma melhor qualidade de vida com
necessidade de crescimento econocircmico (MOURA 2011)
A passagem de um sistema baseado no consumo a um sistema sustentaacutevel
tem diversas implicaccedilotildees Necessita abrir a visatildeo da relaccedilatildeo da sociedade ao meio
ambiente transformar a organizaccedilatildeo social produtiva que gera a desigualdade e a
pobreza Atraveacutes de novas relaccedilotildees sociais onde o eixo natildeo seraacute somente a
perspectiva da lucratividade e praacuteticas de produccedilatildeo predatoacuterias do meio ambiente
mas o bem-estar da humanidade O que daacute margem a diferentes pontos de vistas
com base de modo geral na busca do produto de equiliacutebrio entre os trecircs eixos da
sustentabilidade crescimento econocircmico igualdade social e a preservaccedilatildeo ao meio
ambiente (DIAS 2011)
De acordo com Alledi (2006) a grande preocupaccedilatildeo das melhores empresas
do mundo hoje em dia eacute com a sustentabilidade dos seus negoacutecios um movimento
que se fundamentou em questotildees ambientais mas que atualmente eacute visto de um
modo mais amplo passando a incorporar os temas dos movimentos empresariais
anteriores pela qualidade pela sauacutede e seguranccedila do trabalho pela proacutepria
preservaccedilatildeo do meio ambiente e mais recentemente pela responsabilidade social
corporativa
211 Exemplos recentes de atitude sustentaacuteveis adotadas no Brasil
O recebimento da certificaccedilatildeo LEED (Leadership in Energy and Environmental
concedido pelo US Green building Council (USGBC) para certificaccedilotildees em 07 estaacutedios
construiacutedos para a Copa 2014 cuja adoccedilatildeo de medidas sustentaacuteveis foi requisito para
que o Banco Nacional de Desenvolvimento Econocircmico e Social (BNDES) liberasse o
financiamento para as obras das arenas da Copa preacute-requisito este que seraacute adotado
pela FIFA para as proacuteximas eleiccedilotildees do mundial (wwwcopa2014govbr)
Dentre as diversas arenas pode ser ressaltada a economia conseguida pela
Arena da Amazocircnia de cerca de 40 de aacutegua potaacutevel atraveacutes da captaccedilatildeo da aacutegua
de chuva em um volume de 140000 litros para irrigaccedilatildeo do gramado e utilizaccedilatildeo nos
sanitaacuterios ABES (observatoacuterio do terceiro setor)
Foram diversas medidas sustentaacuteveis para obtenccedilatildeo da certificaccedilatildeo LEED
destacando a abertura das portas para educaccedilatildeo ambiental desde o inicio das obras
30
Foram desenvolvidas estrateacutegias de comunicaccedilatildeo para divulgaccedilatildeo das accedilotildees de
sustentabilidade que foram implementadas nos estaacutedios para obtenccedilatildeo da certificaccedilatildeo
LEED com utilizaccedilatildeo de paineacuteis ilustrados nas aacutereas de circulaccedilatildeo e distribuiccedilatildeo de
panfletos aos visitantes Accedilotildees voltadas para conscientizaccedilatildeo da certificaccedilatildeo e
tambeacutem para manutenccedilatildeo apoacutes a realizaccedilatildeo do evento (wwwcopa2014govbr)
212 Medidas sustentaacuteveis para conservaccedilatildeo reaproveitamento de aacutegua e reduccedilatildeo
do consumo de aacuteguas pluviais
A conservaccedilatildeo de aacutegua pode ser definida como um conjunto de praacuteticas
teacutecnicas e tecnologias que propiciam a melhoria da eficiecircncia do seu uso incidindo de
maneira sistecircmica sobre a demanda e a oferta de aacuteguas As iniciativas de
racionalizaccedilatildeo do uso e de reuso de aacutegua constituem-se em elementos fundamentais
para a ampliaccedilatildeo da eficiecircncia do uso da aacutegua (PROSAB 2011) resultando em
Aumento da disponibilidade para os demais usuaacuterios
Flexibilizaccedilatildeo dos suprimentos existentes para outros fins
Atendimento ao crescimento populacional
Suporte agrave implantaccedilatildeo de novas induacutestrias
Preservaccedilatildeo e conservaccedilatildeo do meio ambiente
A primeira medida a levar em conta seria a reduccedilatildeo do consumo de aacutegua
potaacutevel Atualmente no mercado satildeo encontrados vaacuterios equipamentos
economizadores de aacutegua sendo que estes dispositivos proporcionam grande
economia (SABESP 2013)
Segundo o Programa Nacional de Uso Sustentaacutevel da Aacutegua Brasil (2010) na
deacutecada de 90 os programas de conscientizaccedilatildeo em relaccedilatildeo ao uso da aacutegua passaram
a dar mais ecircnfase na adesatildeo de equipamentos que economizam aacutegua pois
asseguram uma relaccedilatildeo mais automatizada do consumo Grandes induacutestrias e
instalaccedilotildees comerciais utilizam hoje estes recursos ou aparatos para reduzir o
consumo Existem vaacuterias iniciativas nesse sentido como a micromediccedilatildeo e mediccedilatildeo
individualizada do consumo em condomiacutenios verticais entre outros os usuaacuterios
domeacutestico e comercial encontram oferta de equipamentos economizadores de aacutegua
para edificaccedilotildees de aplicaccedilatildeo bem faacutecil como os sanitaacuterios com dispositivos de dupla
descarga que varia de 3 a 6 litros favorecendo uma boa economia os arejadores de
31
vazatildeo torneiras de fechamento automaacutetico e redutores de pressatildeo A reutilizaccedilatildeo de
aacutegua traz benefiacutecios ambientais significativos uma vez que permite maiores volumes
de aacutegua para outros usos E em algumas situaccedilotildees pode diminuir a poluiccedilatildeo hiacutedrica
por meio da minimizaccedilatildeo da descarga de efluentes (BRASIL 2010)
Mota OIiveira e Inata (2011) comentam que em regiotildees tropicais o uso dos
aparelhos de ar condicionado para conforto teacutermico propicia a geraccedilatildeo de aacutegua que
resulta da condensaccedilatildeo e na maioria das vezes eacute desperdiccedilada no solo ou drenada
para galerias pluviais Assim o aproveitamento desta aacutegua dependeraacute da coleta
eficiente de cada sistema de drenagem dos aparelhos que podem ser voltados para
um sistema de coleta e armazenamento A aacutegua de aproveitamento dos aparelhos de
ar condicionado pode ser usada na lavagem de pisos regas de jardins entre outros
Observaccedilotildees sobre Gestatildeo das aacuteguas pluviais A gestatildeo de aacutegua pluvial visa
reduzir o consumo de aacutegua potaacutevel por meio de aproveitamento das aacuteguas de chuvas
contribuindo inclusive para a reduccedilatildeo de inundaccedilotildees ou de poluiccedilotildees difusas Uma
das medidas que vem sendo amplamente desenvolvida como forma de economizar
as aacuteguas potaacuteveis e evitar o risco de inundaccedilotildees em regiotildees com alto iacutendice de
impermeabilizaccedilatildeo do solo eacute a retenccedilatildeo de aacuteguas pluviais
Este sistema coligado a um sistema de reaproveitamento destas aacuteguas
configura-se como uma das mais eficientes formas de renovaccedilatildeo de um insumo finito
aacutegua As aacuteguas pluviais entretanto natildeo apresentam qualidade necessaacuteria para o
consumo Mesmo quando a captaccedilatildeo destas aacuteguas extravasam para o esgotamento
natildeo se deve permitir que elas sejam lanccediladas in natura para o lenccedilol freaacutetico pela
possibilidade de carga poluidora As aacuteguas pluviais quando utilizadas diretamente por
pontos na edificaccedilatildeo estes devem ser separados do sistema de aacutegua do restante do
preacutedio e deve conter indicativo visual de que a aacutegua natildeo eacute potaacutevel portanto improacutepria
para o consumo preparo de alimentos e banho
No caso da utilizaccedilatildeo deste sistema de reaproveitamento de aacuteguas pluviais
dois cuidados fundamentais devem ser observados primeiramente com relaccedilatildeo ao
caacutelculo do volume do reservatoacuterio que considera o IP (iacutendice pluviomeacutetrico) local A
Caixa Econocircmica recomenda a utilizaccedilatildeo do caacutelculo na Lei Estadual nordm 1252607
(SAtildeO PAULO 2007)
A segunda observaccedilatildeo refere-se ao volume do escoamento de aacuteguas pluviais
no solo de forma controlada a fim de prevenir inundaccedilotildees reduzir a poluiccedilatildeo difusa
e propiciar a recarga do lenccedilol freaacutetico Um projeto como este para ser aprovado
32
depende de um memorial de caacutelculo detalhado apresentando o niacutevel do lenccedilol freaacutetico
do local caacutelculo da vazatildeo de aacuteguas a serem lanccediladas na rede puacuteblica elaboraccedilatildeo de
um manual de operaccedilatildeo do sistema e indicaccedilatildeo de toda a documentaccedilatildeo teacutecnica tal
como projeto memoriais descritivos planilhas de custos e outros (CEF 2010)
Apesar de que o reaproveitamento de aacuteguas pluviais no Brasil jaacute ocorrer haacute
muito tempo em algumas regiotildees somente em 2007 entrou em vigor a NBR 15527
que estabelece as condiccedilotildees para o aproveitamento de aacuteguas de chuva em coberturas
de aacutereas urbanas para fins natildeo potaacuteveis
A primeira medida a levar em conta seria a reduccedilatildeo do consumo de aacutegua
potaacutevel Atualmente no mercado satildeo encontrados vaacuterios equipamentos
economizadores de aacutegua sendo que estes dispositivos proporcionam grande
economia (SABESP 2013)
O objetivo desta accedilatildeo eacute reduzir o consumo de aacutegua independentemente da
accedilatildeo do usuaacuterio ou da sua disposiccedilatildeo em mudar de comportamento para reduzir o
consumo de aacutegua Ela deve ser implementada quando o sistema estiver totalmente
estaacutevel ou seja sem nenhuma perda de aacutegua por vazamento (ANA 2005)
A situaccedilatildeo do Brasil eacute muito favoraacutevel pois deteacutem cerca de 12 de toda aacutegua
doce do planeta poreacutem 685 encontra-se na regiatildeo norte na qual vivem apenas
74 dos brasileiros (CONFEA 2011)
A limitaccedilatildeo de reservas de agua doce no planeta aumentou a demanda para
atendimento principalmente a prioridade dos recursos para o consumo humano
agriacutecola e industrial a prioridade de utilizaccedilatildeo dos recursos hiacutedricos disponiacuteveis para
abastecimento puacuteblico e as restriccedilotildees que vecircm sendo impostas em relaccedilatildeo ao
lanccedilamento de efluentes no meio ambiente torna necessaacuteria a adoccedilatildeo de estrateacutegias
que visem racionalizar a utilizaccedilatildeo dos recursos hiacutedricos e mitigar os impactos
negativos relativos agrave geraccedilatildeo de efluentes pelas induacutestrias (FIESP 2011)
Segundo o Programa Nacional de Uso Sustentaacutevel da Aacutegua Brasil (2010) na
deacutecada de 90 os programas de conscientizaccedilatildeo em relaccedilatildeo ao uso da aacutegua passaram
a dar mais ecircnfase na adesatildeo de equipamentos que economizam aacutegua pois
asseguram uma relaccedilatildeo mais automatizada do consumo Grandes induacutestrias e
instalaccedilotildees comerciais utilizam hoje estes recursos ou aparatos para reduzir o
consumo Existem vaacuterias iniciativas nesse sentido como a micromediccedilatildeo e mediccedilatildeo
individualizada do consumo em condomiacutenios verticais entre outros os usuaacuterios
domeacutestico e comercial encontram oferta de equipamentos economizadores de aacutegua
33
para edificaccedilotildees de aplicaccedilatildeo bem faacutecil como os sanitaacuterios com dispositivos de dupla
descarga que varia de 3 a 6 litros favorecendo uma boa economia os arejadores de
vazatildeo torneiras de fechamento automaacutetico e redutores de pressatildeo
A reutilizaccedilatildeo de aacutegua traz benefiacutecios ambientais significativos uma vez que
permite maiores volumes de aacutegua para outros usos E em algumas situaccedilotildees pode
diminuir a poluiccedilatildeo hiacutedrica por meio da minimizaccedilatildeo da descarga de efluentes
(BRASIL 2010)
Melhado et al (2013) frisam a importacircncia das accedilotildees de cunho poliacutetico teacutecnico
e social na busca de soluccedilotildees praacuteticas visando a reduccedilatildeo do consumo da aacutegua e
descrevem as mais importantes
Economia e valorizaccedilatildeo da aacutegua potaacutevel
Conscientizaccedilatildeo da populaccedilatildeo objetivando o uso racional da aacutegua
Manutenccedilatildeo das redes puacuteblicas e privadas para verificaccedilatildeo de desperdiacutecios
e vazamentos
Minimizaccedilatildeo da impermeabilizaccedilatildeo do solo urbano e da vazatildeo de
escoamento do terreno objetivando favorecer a permeabilidade da aacutegua
Captaccedilatildeo e armazenamento em reservatoacuterios especiacuteficos das aacuteguas
pluviais e demais aacuteguas natildeo potaacuteveis para usos que natildeo necessitam de
potabilidade como irrigaccedilatildeo reserva de incecircndio lavagem de piso
veiacuteculos em geral e ruas Se necessaacuterio para algum uso especiacutefico a aacutegua
deveraacute passar por unidades de tratamento para atingir os niacuteveis de
qualidade correspondente Quanto mais eficiente for a gestatildeo das aacuteguas
pluviais por retenccedilatildeo ou reuso menor seraacute o volume de aacutegua destinado agraves
redes puacuteblicas
Embora a aacutegua doce existente no planeta esteja sempre em renovaccedilatildeo haacute uma
tendecircncia de sua deterioraccedilatildeo em funccedilatildeo do seu uso indiscriminado devido ao
aumento populacional comprometendo consequentemente sua qualidade ficando
esta em quantidade cada vez menor em determinadas localidades disponiacutevel para
consumo As mudanccedilas climaacuteticas globais tambeacutem vecircm contribuindo para o aumento
na demanda dos recursos hiacutedricos
Devido ao ciclo hidroloacutegico que eacute fechado sabe-se que a quantidade de aacutegua
disponiacutevel no planeta eacute sempre a mesma Sabe-se tambeacutem que este ciclo constitui-
se basicamente do transporte das massas de aacutegua dos oceanos para a atmosfera
34
pelo fenocircmeno da evaporaccedilatildeo e da atmosfera para os oceanos atraveacutes dos
fenocircmenos das precipitaccedilotildees escoamentos superficiais e subterracircneos influenciando
diretamente na distribuiccedilatildeo dos corpos hiacutedricos Muitas regiotildees vem sofrendo
alteraccedilotildees resultantes das diferentes formas antroacutepicas de interferecircncia sobre o
ambiente Hespanhol e Mierwa (2013) O surgimento das Metroacutepoles
desmatamentos obras de dragagens assim como construccedilotildees de represas satildeo
exemplos concretos disto
Sabe-se que menos de 1 de toda a aacutegua existente no planeta eacute doce e que
aproximadamente metade deste percentual corresponde a aacuteguas subterracircneas
enquanto o restante encontra-se nos oceanos Aacute medida que a populaccedilatildeo vem
crescendo a deterioraccedilatildeo dos mananciais vai se acentuando surgindo problemas nos
abastecimentos drsquoaacutegua que atualmente vem merecendo a atenccedilatildeo e preocupaccedilatildeo de
populaccedilotildees e autoridades de todo o mundo Eacute necessaacuterio que haja uma gestatildeo
integrada dos recursos drsquoaacutegua racionalizando o seu uso favorecendo o
desenvolvimento de sistemas sustentaacuteveis como forma de prevenccedilatildeo contra a
escassez
Apesar de a aacutegua doce estar distribuiacuteda de forma desigual sobre o planeta a
disponibilidade deste recurso no Brasil eacute significativa poreacutem distribuiacuteda tambeacutem de
forma desigual sobre o nosso territoacuterio sendo na regiatildeo Amazocircnica 69 e nas
demais regiotildees 31 nas quais se concentram 95 da populaccedilatildeo do Paiacutes
Confrontando estes dados com os do ANEEL- Departamento Nacional de Aacuteguas e
Energia Eleacutetrica pode-se afirmar que em quanto na regiatildeo amazocircnica com 69 da
aacutegua e 685 dos recursos hiacutedricos para uma populaccedilatildeo de 5 do paiacutes nas demais
regiotildees temos 31 das aacuteguas com 315 dos mesmos recursos para 95 da
populaccedilatildeo Eacute certo que se tem uma enorme diferenccedila regional
35
Quadro 1 - Projeccedilatildeo da populaccedilatildeo nos Municiacutepios do Estado do Rio de Janeiro
MUNICIacutePIOS
VALORES OBSERVADOS
1970 1975 1980 1995 2000 2005 2010 2014
1 Caxias
2 Itaboraiacute
3 Itaguaiacute
4 Mageacute
5 Mangaratiba
6 Maricaacute
7 Niloacutepolis
8 Niteroacutei
9 Nova Iguaccedilu
10 Paracambi
11 Petroacutepolis
12 Satildeo Gonccedilalo
13 SJ de Meriti
14 Rio de
Janeiro
404 496
14 072
17 468
83 841
6 125
6 500
128 011
292 180
724 326
22 149
154 612
430 271
302 394
4251
918
554 935
23 652
76 267
163 906
8 094
19 602
151 700
400 140
1091 702
27 434
202 146
614 688
398 686
5093 232
661 578
31 919
101 048
198 471
10 136
22 677
160 434
439 596
1247
614
32 347
239 899
733 791
436 234
5474
597
780 964
42 668
129 867
235 894
12 454
26 188
169 031
480 981
1410
116
37 686
277 620
871 361
474 149
5585
289
916 278
55 469
163 800
277 069
15 111
30 226
177 585
525 061
1583 658
43 484
318 764
1035 991
513 025
6245 537
1071728
71 096
204 326
323 382
18 191
34 902
186 193
573 014
1773 705
49 787
363 819
1239 963
553 550
6638 213
1252 875
90 205
253 441
376 692
21 820
40 349
194 942
626 596
1986 378
56 660
413 381
1500 984
596 414
7038 605
1467033
113 697
313 856
439 389
26 149
46 734
203 913
688 395
2228600
64 190
468 169
1844983
642 305
7449231
TOTAL A RMRJ 683836
3
8826184 9790341 10807268 11901058 13101869 14449342 15996644
Fonte IBGE 2010
Na cidade do Rio de Janeiro constitui-se de 950 msup3s de vazatildeo meacutedia de aacutegua
doce disponiacutevel proporcionando 2080msup3 de aacutegua por ano para 144 milhotildees de
habitantes numa meacutedia desconsiderando as perdas de aproximadamente
57m3dia suficiente para atender a atual demanda de consumo Entretanto trabalhos
sobre a projeccedilatildeo da populaccedilatildeo nos municiacutepios do Estado do Rio de Janeiro
evidenciam um crescente aumento populacional IBGE (2010) como observa-se no
Quadro 2
Segundo estudos socioeconocircmicos e de demanda de aacutegua para a regiatildeo
metropolitana do Rio de Janeiro Rios (2011) deveraacute ser feita uma ampla campanha
de educaccedilatildeo ambiental atraveacutes da miacutedia visando o controle dos desperdiacutecios de aacutegua
nas induacutestrias comeacutercio e domiciacutelios tendo em vista o perigo de uma crise de
racionamento de aacutegua semelhante agrave crise energeacutetica ocorrida entre 2001 e 2002 No
36
Quadro 2 eacute demonstrada a evoluccedilatildeo prevista da demanda de aacutegua em msup3s para a
Regiatildeo metropolitana do Rio de Janeiro
Com base nas projeccedilotildees demograacuteficas estabelecidas em termos indicativos
para o ano de 2035 procedeu-se a uma estimativa da demanda de aacutegua Tal
estimativa supotildee que a relaccedilatildeo entre demanda de aacutegua e populaccedilatildeo residente
admitida para o ano de 2014 continue vaacutelida para 2035 Rios(2011) Levando-se em
consideraccedilatildeo o demonstrado nos Quadros 1 e 2 o aumento populacional para a
regiatildeo metropolitana do Rio de Janeiro em 2010 tomando-se por base o ano de 2000
foi de 2208
A demanda atendida tanto com os niacuteveis de perdas mantidos quanto com a
reduccedilatildeo das perdas em 20 seraacute de 2739 O fato da demanda prevista ser maior
do que o crescimento populacional pode ser explicado devido ao esperado aumento
de educaccedilatildeo para a sauacutede na populaccedilatildeo a qual necessitaria de mais aacutegua para suas
atividades
Quadro 2 - Evoluccedilatildeo prevista da demanda de aacutegua em msup3s para a Regiatildeo Metropolitana do Rio de Janeiro
DISCRIMINACcedilAtildeO
1980
1985
1990
1995
2005
2010
2014
Demanda total exclusive perdas (1) 3255 3624 4120 4624 5188 5839 6609
Demanda atendida Exclusive
perdas (2)
2213 2935 3914 4532 5188 5839 6609
Demanda atendida Inclusive perdas
(3) Hipoacutetese I
3952 5241 6889 8093 9264 10427 11802
Demanda atendida Inclusive perdas
(4) Hipoacutetese II
3952 4515 4893 5665 6485 7289 8261
Fonte Rios 2011
Para Monteiro et al(2010) o reuso de aacutegua exige que padrotildees adequados de
potabilidade sejam adotados tendo em conta questotildees de sauacutede puacuteblica como
acontece em diversas partes do mundo sendo no Brasil uma praacutetica ainda incipiente
Reiteram os autores que esta eacute uma estrateacutegia correta para diminuiccedilatildeo da captaccedilatildeo
e mitigaccedilatildeo no lanccedilamento de dejetos no ambiente natural
37
A Cacircmara Teacutecnica de Ciecircncia e Tecnologia do Conselho Nacional de Recursos
Hiacutedricos apontou para a necessidade de uma ampla discussatildeo sobre o tema reuso
natildeo potaacutevel Foram elaborados dois termos de referecircncia O primeiro referente agrave
elaboraccedilatildeo de resoluccedilatildeo contemplando os aspectos poliacuteticos legais e institucionais e
o segundo relativo agraves diretrizes gerais para a praacutetica do reuso Eacute necessaacuterio que se
leve em consideraccedilatildeo o tipo de reuso que se deseja e o niacutevel de tratamento para que
os padrotildees sejam alcanccedilados
O reuso operacionalmente permite substituir grandes volumes de aacutegua
destinados a usos nos quais a potabilidade natildeo eacute fator preponderante O reuso de
aacutegua jaacute vem sendo amplamente empregado na induacutestria principalmente em torres de
resfriamento caldeiras construccedilatildeo civil irrigaccedilatildeo de aacutereas verdes e em alguns
processos industriais onde a utilizaccedilatildeo de aacutegua com menor padratildeo de qualidade natildeo
ocasione maiores problemas Desta forma o reuso de aacutegua para fins natildeo potaacuteveis
deve ser considerado como primeira opccedilatildeo para reuso (HESPANHOL amp MIERZWA
2013)
22 Histoacuterico do Reuso de Aacuteguas
O aproveitamento de aacuteguas pluviais para o consumo das populaccedilotildees jaacute existe
ao longo das civilizaccedilotildees como pocircde ser observado em diversas construccedilotildees antigas
em vaacuterios pontos do mundo Reservatoacuterios escavados na rocha como pode ser
observado em Israel o que confirma o costume de aproveitamento de aacuteguas pluviais
Em Roma encontram-se diversos reservatoacuterios utilizados para o abastecimento da
populaccedilatildeo (TOMAZ2013)
De acordo com Jarus(2012) em Massada (ldquofortalezardquo em hebraico) situa-se
um dos mais conhecidos sistemas de aproveitamento de aacuteguas pluviais em Israel
onde Herodes no ano de 36 a c como forma de se precaver contra tempos difiacuteceis
construiu uma fortaleza com cavernas escavadas na rocha com capacidade de
armazenamento de 40 milhotildees de litros Estes reservatoacuterios possuiacuteam interligaccedilatildeo
atraveacutes de canalizaccedilotildees e aquedutos para abastecimento das habitaccedilotildees da fortaleza
38
Figura 3 - Sistemas de aproveitamento de aacuteguas pluviais
Fonte httpwwwgeocitieswspaz_israelmassadahtm
Na cidade de Toacutequio com a finalidade de prevenir a falta de aacutegua e reduzir
inundaccedilotildees foi intensificada a construccedilatildeo de diversos reservatoacuterios por toda a cidade
bem como motivou os proprietaacuterios de edifiacutecios e residenciais a construiacuterem seus
reservatoacuterios com incentivo a cada litro de aacutegua pluvial captado (AMARAL 2007)
A Alemanha era abastecida em mais de 70 por aquiacuteferos subterracircneos em
funccedilatildeo da poluiccedilatildeo de seus rios e grande industrializaccedilatildeo do paiacutes E recentemente
com o rebaixamento dos aquiacuteferos tornou-se um paiacutes liacuteder na execuccedilatildeo dos sistemas
de captaccedilatildeo de aacutegua da chuva tanto para fins domeacutesticos como comerciais
(AMARAL 2007)
O Meacutexico desde a eacutepoca dos Astecas e Maias eacute rico em tradiccedilotildees tecnoloacutegicas
de captaccedilatildeo de aacutegua da chuva Ainda na data atual na Peniacutensula de Yucatan pode
ser visto as chamadas Chultuns cisternas do seacuteculo X com capacidade variando de
20000 a 45000 litros utilizadas pelo povo Maia para captaccedilatildeo e abastecimento das
populaccedilotildees que viviam nas encostas As cisternas eram escavadas no subsolo
calcaacuterio e revestidas com emboccedilo impermeaacutevel tendo na sua parte superior uma aacuterea
de 100 a 200 m2 destinada a captaccedilatildeo da precipitaccedilatildeo pluviomeacutetrica Nos vales eram
usadas as aacuteguas dos (reservatoacuterios com capacidade de 10 a 150 milhotildees de litros) e
aquaditas (reservatoacuterios com capacidade de 100 a 50000 litros) - (GNADLINGER
2000)
39
Figura 4 - Reservatoacuterios
Fonte httpwwwlatinamericanstudiesorguxmal-chultunhtm
Figura 5 - Reservatoacuterios
Fonte httpwwwlatinamericanstudiesorguxmal-chultunhtm
O desaparecimento do uso de SAAP na peniacutensula de Yucatan deveu-se aos
colonizadores espanhoacuteis por ocasiatildeo da invasatildeo espanhola seacuteculo XVI quando foram
introduzidos novos sistemas de agricultura e meacutetodos de construccedilatildeo europeia
40
diferentes da cultura local Tendo acontecido o mesmo na Iacutendia com o sistema colonial
britacircnico que gerou colapso nos SAAP centenaacuterios (GNADLINGER 2000)
O Japatildeo promove diversos estudos e pesquisas na aacuterea de SAAP Em Toacutequio
a regulamentos para que os terrenos de aacutereas superiores a 10000m2 e os edifiacutecios
com mais de 3000m2utilizem o SAAP Os edifiacutecios com uma aacuterea superior a 30000m2
e que tenham consumo na ordem de 100m3dia de aacutegua para fins natildeo potaacuteveisaleacutem
da utilizaccedilatildeo de SAAP satildeo obrigados a tratar as aacuteguas cinzas(TOMAZ 2009)
No planalto de Loess norte da china tem elevada escassez de aacuteguas
subterracircneas e baixa precipitaccedilatildeo pluviomeacutetrica diante destes fatos o governo local
da Proviacutencia de Gansu colocou em praacutetica desde 1997 um projeto de captaccedilatildeo de
aacutegua da chuva denominado121uml que consiste em auxiliar cada famiacutelia a construir uma
(1) aacuterea de captaccedilatildeo de aacutegua dois (2) reservatoacuterios de armazenamento de aacutegua e um
(1) lote para plantaccedilatildeo de culturas comercializaacuteveis Solucionando o problema de
aacutegua potaacutevel a cerca de 13 milhotildees de pessoas (260000 famiacutelias) (JIANG et al
2013)
221 Aspectos histoacutericos da captaccedilatildeo das aacuteguas pluviais no Brasil
O aproveitamento da aacutegua das chuvas natildeo eacute uma inovaccedilatildeo dos dias de hoje
O primeiro relato do uso da aacutegua da chuva que se tem conhecimento em nosso paiacutes
segundo Hagemann (2009) eacute de um sistema construiacutedo na Ilha de Fernando de
Noronha pelo exeacutercito norte-americano em 1943
Hagemann (2009) afirma que a utilizaccedilatildeo de aacuteguas pluviais tem sido praticada
em maior escala principalmente na regiatildeo Nordeste em decorrecircncia do problema de
escassez hiacutedrica caracteriacutestica da regiatildeo Teve iniacutecio em julho de 2003 o Programa
de Formaccedilatildeo e Mobilizaccedilatildeo Social para a Convivecircncia com o Semiaacuterido um Milhatildeo
de Cisternas Rurais (P1MC) visando beneficiar aproximadamente 5 milhotildees de
pessoas na regiatildeo semiaacuterida com aacutegua potaacutevel por meio da construccedilatildeo de cisternas
(Figura 6)
41
Figura 6 - Esquema de cisterna implementada na zona rural
Fonte Annencchini 2005
A seguir a figura 7 apresenta um modelo mais simples para casas populares
podendo atender quase 100 da aacutegua de um lar (CUNHA et al 2011)
Figura 7 - Projeto experimental para casas populares voltado para captaccedilatildeo de aacutegua da chuva
Fonte wwwportalsaofranciscocombr 2016
42
23 Utilizaccedilotildees da aacutegua coletada e o seu consumo
A aacutegua da chuva pode ser usada de diferentes maneiras como jaacute mencionado
descarga de sanitaacuterios limpeza de vasos sanitaacuterios e mictoacuterios lavagem de roupas
lavagem de pavimentos e veiacuteculos rega de jardins irrigaccedilatildeo de parques escolas
praccedilas estacionamentos condomiacutenios usos industriais e preacutedios comerciais
(climatizaccedilatildeo resfriamento de maacutequinas lavagem industrial de roupas lavagem de
veiacuteculos como carros ocircnibus e caminhotildees limpeza industrial redes de incecircndio)
(GOLDENFUM 2006 RODRIGUES 2010 OLIVEIRA CHRISTMANN e PIEREZAN
2014)
Segundo Krishna (2003) existem diversas vantagens e benefiacutecios da aacutegua da
chuva a aacutegua eacute gratuita o uacutenico custo eacute para coleta e uso o uso final da aacutegua colhida
eacute localizado perto da fonte eliminando a necessidade de sistemas de distribuiccedilatildeo
dispendiosos eacute isenta de soacutedio eacute superior para a irrigaccedilatildeo da paisagem a coleta
reduz o fluxo para drenagens de aacuteguas pluviais e tambeacutem reduz poluiccedilatildeo da fonte natildeo
pontual aleacutem de ajudar nos serviccedilos puacuteblicos com a reduccedilatildeo da demanda no veratildeo
e economizando a utilizaccedilatildeo da aacutegua existente resultabdo assim tambeacutem na
reduccedilatildeo das contas de serviccedilos puacuteblicos dos consumidores
Segundo o Texas Guide to Rainwater Harvestingrdquo [1997] a aacutegua da chuva eacute
a aacutegua natural mais macia com dureza zero para todos os fins praacuteticos Quase natildeo
apresentam minerais nem sais dissolvidos e a sua qualidade eacute proacutexima da qualidade
da aacutegua destilada
Iwanami (1985) descreve a importacircncia de fazer o planejamento da utilizaccedilatildeo
do sistema de aproveitamento de aacutegua de chuva para verificar a quantidade de aacutegua
que poderaacute ser coletada e armazenada e verificar a necessidade de tratamento da
aacutegua de chuva Certamente eacute preciso que a aacutegua coletada seja devidamente
armazenada filtrada tratada e que garanta uma qualidade compatiacutevel com os usos
previstos
A aacutegua da chuva obtida por meio de processos sem qualquer desinfecccedilatildeo ou
filtragem complexa natildeo serve normalmente para consumo humano eacute considerada
como aacutegua de segunda qualidade Este tipo de aacutegua deve ser empregado em algumas
tarefas domeacutesticas jaacute exemplificadas anteriormente Rodrigues (2010) afirma que em
meacutedia um indiviacuteduo utiliza o vaso sanitaacuterio entre sete e oito vezes por dia das quais
aproximadamente seis vezes para urinar e as demais para defecar se em cada
43
descarga forem usados dez litros verifica-se que ao fim de um dia um indiviacuteduo gastou
entre setenta e oitenta litros de aacutegua
O uso eficiente da aacutegua implica que natildeo haja desperdiacutecios quer por motivos
ambientais quer por motivos econocircmicos jaacute que a aacutegua desperdiccedilada envolve gastos
desnecessaacuterios Nos campos por exemplo as plantas satildeo organizadas e distribuiacutedas
conforme suas necessidades de aacutegua que segundo essa loacutegica os sistemas de rega
deveriam ser organizados de acordo com as necessidades das plantas isto eacute as
plantas com distintas necessidades satildeo regadas de modo separado podendo tomar
como exemplo a grama que deve ser regada separadamente dos arbustos e flores
Sabe-se que a rega eacute muito importante para o desenvolvimento das vegetaccedilotildees e eacute
usada quando o niacutevel de umidade no solo eacute insatisfatoacuterio (RODRIGUES 2010)
No entendimento de Rodrigues (2010) independente das intervenccedilotildees
excepcionais de reparaccedilatildeo e na falta de condiccedilotildees que sugerem intervenccedilotildees em
periacuteodos mais curtos a manutenccedilatildeo dos sistemas de aproveitamento de aacuteguas
pluviais deve ser realizada em conformidade com as frequecircncias miacutenimas
24 O Reuso De Aacuteguas
241- Aacuteguas Residuaacuterias
Na visatildeo de Asano et al (2007) a aacutegua recuperada eacute definida como um
efluente convenientemente tratado numa Estaccedilatildeo de Tratamento para uma
determinada reutilizaccedilatildeo da aacutegua pretendida Aleacutem disso a reutilizaccedilatildeo da aacutegua
diretamente requer a existecircncia de um sistema de bombeamento ou de outras
facilidades de transporte para o fornecimento da aacutegua
A Resoluccedilatildeo nordm 54 de 28112005 do Conselho Nacional de Recursos Hiacutedricos
(CNRH) dispotildee que o reuso da aacutegua constitui-se de racionalizaccedilatildeo e de conservaccedilatildeo
de recursos hiacutedricos de acordo com os princiacutepios determinados na Agenda 21 Esta
praacutetica diminui a descarga de poluentes em corpos receptores conservando os
recursos hiacutedricos para o abastecimento puacuteblico e outros usos mais exigentes
relacionados agrave qualidade diminui os custos associados agrave poluiccedilatildeo e ajuda na proteccedilatildeo
do meio ambiente e da sauacutede puacuteblica (BRASIL 2005)
A Resoluccedilatildeo nordm 54 de 28112005 do CNRH em seu art 2ordm traz as seguintes
definiccedilotildees sobre o reuso da aacutegua e a aacutegua residuaacuteria
44
I - aacutegua residuaacuteria esgoto aacutegua descartada efluentes liacutequidos de edificaccedilotildees
induacutestrias agroinduacutestrias e agropecuaacuteria tratados ou natildeo
II - reuso de aacutegua utilizaccedilatildeo de aacutegua residuaacuteria
III - aacutegua de reuso aacutegua residuaacuteria que se encontra dentro dos padrotildees
exigidos para sua utilizaccedilatildeo nas modalidades pretendidas
IV - reuso direto de aacutegua uso planejado de aacutegua de reuso conduzida ao local
de utilizaccedilatildeo sem lanccedilamento ou diluiccedilatildeo preacutevia em corpos hiacutedricos
superficiais ou subterracircneos
V - produtor de aacutegua de reuso pessoa fiacutesica ou juriacutedica de direito puacuteblico ou
privado que produz aacutegua de reuso
VI - distribuidor de aacutegua de reuso pessoa fiacutesica ou juriacutedica de direito puacuteblico
ou privado que distribui aacutegua de reuso e
VII - usuaacuterio de aacutegua de reuso pessoa fiacutesica ou juriacutedica de direito puacuteblico ou
privado que utiliza aacutegua de reuso (BRASIL 2005)
O reuso eacute definido por Cunha et al (2011) como o uso de aacutegua residuaacuteria ou
aacutegua de qualidade inferior tratada ou natildeo Para Blum (2007) as aacuteguas residuais ou
residuaacuterias satildeo todos os tipos de aacuteguas descartadas resultantes da utilizaccedilatildeo de
vaacuterios processos Como exemplos podem ser citados aacuteguas residuais domeacutesticas
provenientes de banhos cozinhas lavagens de pavimentos domeacutesticos aacuteguas de
infiltraccedilatildeo resultante das infiltraccedilotildees nos coletores de aacutegua existentes nos terrenos ou
de tubulaccedilotildees puacuteblicas entre outros
Muitas pessoas querem aumentar a reutilizaccedilatildeo de aacutegua em seus
empreendimentos como parte de uma mudanccedila geral para o desenvolvimento
sustentaacutevel da terra e gestatildeo de aacutegua Mas Carvalho et al (2014) Marccedilo p 3164 -
3171 3170 haacute poucas informaccedilotildees sobre a aacutegua reutilizada e tecnologias que possam
ser adotadas para cada situaccedilatildeo (HOLT e JAMES 2006)
Filho e Mancuso (2013) entendem o reuso da aacutegua como sendo uma
tecnologia desenvolvida em menor ou maior escala depende da finalidade ao qual se
destina a aacutegua e de como a aacutegua foi usada anteriormente
Hespanhol (2002) enfatiza que a aacutegua eacute um recurso renovaacutevel que quando
reciclada por meio de sistemas naturais torna-se um recurso limpo e seguro pode ter
sua qualidade comprometida devido agrave accedilatildeo antroacutepica Uma vez poluiacuteda a aacutegua pode
ser recuperada e reusada para diversas finalidades A qualidade da aacutegua usada e o
propoacutesito do reuso determinam os niacuteveis de tratamento recomendados os criteacuterios de
45
seguranccedila a serem adotados e os custos associados As possibilidades e formas
potenciais de reuso dependeratildeo de caracteriacutesticas condiccedilotildees e fatores locais
Nessa mesma corrente Cunha et al (2011) sinalizam que um aspecto
relevante para o desenvolvimento de qualquer atividade humana eacute a disponibilidade
de aacutegua em quantidade e qualidade Em situaccedilotildees de escassez emerge a
necessidade e a possibilidade de substituiccedilatildeo das fontes para abastecimento usando
aacutegua residuaacuteria que apresenta qualidade inferior mas disponibilidade assegurada
OIiveira e Inata (2011) comentam que em regiotildees tropicais o uso dos
aparelhos de ar condicionado para conforto teacutermico propicia a geraccedilatildeo de aacutegua que
resulta da condensaccedilatildeo e na maioria das vezes eacute desperdiccedilada no solo ou drenadas
para galerias pluviais Assim o aproveitamento desta aacutegua dependeraacute da coleta
eficiente de cada sistema de drenagem dos aparelhos que podem ser voltados para
um sistema de coleta e armazenamento A aacutegua de aproveitamento dos aparelhos de
ar condicionado pode ser usada na lavagem de pisos regas de jardins entre outros
Rodrigues (2005) e Goldenfum (2006) classificam o reuso da aacutegua quanto ao
meacutetodo e quanto ao uso final
Quanto ao meacutetodo a reutilizaccedilatildeo da aacutegua pode ser direta ou indireta que
resultam de accedilotildees planejadas ou natildeo O reuso indireto natildeo planejado ocorre quando
a aacutegua servida eacute descarregada no meio ambiente ficando exposta agraves accedilotildees naturais
do ciclo hidroloacutegico (diluiccedilatildeo autodepuraccedilatildeo) e reutilizada a jusante de modo natildeo
intencional e natildeo controlada Em relaccedilatildeo ao reuso indireto planejado ocorre quando
os efluentes depois de tratados satildeo descarregados de maneira planejada nos corpos
drsquoaacutegua para serem usados a jusante de forma controlada (RODRIGUES 2005
GOLDENFUM 2006)
O reuso direto planejado ocorre quando os efluentes depois de tratados satildeo
levados diretamente ao local de reuso (geralmente induacutestria ou irrigaccedilatildeo) O reuso
direto natildeo planejado ocorre quando a aacutegua servida eacute descarregada sem nenhum tipo
de tratamento sendo reaproveitada diretamente no seu ponto de descarga (situaccedilotildees
irregulares pois natildeo tem controle algum sobre os paracircmetros de qualidade)
(GOLDENFUM 2006)
Goldenfum (2006) ressalta que normalmente natildeo eacute possiacutevel reutilizar uma
aacutegua residuaacuteria completa ou indefinidamente O reuso de um efluente tratado atraveacutes
de meacutetodos diretos ou indiretos eacute um meio de disposiccedilatildeo que complementa outros
existentes A quantidade de efluente que se pode reutilizar vai depender da
46
disponibilidade e o custo da aacutegua doce custos de transporte e tratamento diretrizes
sobre a qualidade da aacutegua e o potencial de reuso da aacutegua residuaacuteria
Quanto ao uso final as aacuteguas podem ser aproveitadas de diversas formas e
os tipos de reuso satildeo classificados em urbano industrial agriacutecola ambiental e recarga
de aquiacutefero (HESPANHOL 2002 GOLDENFUM 2006)
Os tipos baacutesicos de usos potenciais de esgotos tratados segundo Hespanhol
(2002) podem ser implantados tanto em aacutereas urbanas como aacutereas rurais e satildeo
ilustrados pelo esquema da figura 6
Figura 8 - Formas potenciais de reuso da aacutegua
Fonte Hespanhol 2002
242 Aacuteguas Cinzentas
As aacuteguas cinzentas satildeo as aacuteguas residuais domeacutesticas oriundas de enxaacutegue
de maacutequina de lavar aacutegua de chuveiro e outros Para Blum (2007) eacute importante
quando se projeta um sistema de reuso de aacuteguas cinzentas o dimensionamento dos
reservatoacuterios Deve-se ter em conta o volume que seraacute usado nas descargas de
47
sanitaacuterios ateacute no maacuteximo 48 horas para evitar estocagem por muito tempo pois
ocasionaraacute odores desagradaacuteveis
Nos sistemas de reutilizaccedilatildeo de aacuteguas cinzentas de acordo com Boehm e
Oliveira (2015) deve-se levar em consideraccedilatildeo o comprometimento de todos os
usuaacuterios sendo que o volume e a concentraccedilatildeo de contaminantes podem variar
depende do tipo de edificaccedilatildeo da localidade do niacutevel de ocupaccedilatildeo da residecircncia da
faixa etaacuteria do estilo de vida da classe social da cultura e dos costumes dos
residentes
Neves e Afonso (2010) entendem que as aacuteguas cinzentas satildeo aacuteguas residuais
domeacutesticas sem aacuteguas fecais provenientes geralmente de banheiros duchas
lavatoacuterios lavagem de roupas e cozinha
No reuso dessas aacuteguas que podem ser usadas com ou sem tratamento
dependeraacute da qualidade exigiacutevel para os usos O sistema predial de reciclagem de
aacuteguas cinzentas propicia o tratamento das mesmas e a sua reentrada no ciclo do
preacutedio O uso mais frequente eacute na limpeza de bacias de retrete (NEVES e AFONSO
2010)
25 Formas de Reuso de Aacuteguas
251 Reuso Urbano
Com base nas diretrizes relacionadas ao reuso da aacutegua emitida pela Agecircncia
de Proteccedilatildeo ao Meio Ambiente dos Estados Unidos (United States Environmental
Protection Agency (US EPA) eacute apresentado muitas opccedilotildees para o reuso urbano natildeo
potaacutevel em que se destacam irrigaccedilatildeo de parques e jardins puacuteblicos centros
esportivos campos de futebol gramados aacutervores e arbustos decorativos ao longo de
ruas e rodovias aacutereas ajardinadas ao redor de edifiacutecios puacuteblicos residenciais e
industriais reserva de proteccedilatildeo contra incecircndios sistemas decorativos aquaacuteticos
como fontes chafarizes espelhos e quedas drsquoaacutegua descarga sanitaacuteria lavagem de
veiacuteculos (GOLDENFUM 2006)
Deve-se enfatizar que o uso que requer aacutegua de qualidade elevada podeter
custos incompatiacuteveis com as vantagens devido ao baixo custo da aacutegua para os
usuaacuterios urbanos Dessa forma o reuso urbano com finalidade potaacutevel eacute tida como
uma alternativa dispendiosa e riscos muito altos tornando-o praticamente inviaacutevel
48
Enquanto para finalidades natildeo potaacuteveis envolve riscos menores e eacute considerada
como uma boa opccedilatildeo para o reuso urbano (GOLDENFUM 2006)
252 Reuso industrial
O reuso industrial pode ser utilizado na produccedilatildeo de aacutegua para caldeiras em
sistemas de resfriamento como por exemplo aacutegua de reposiccedilatildeo em lavadores de
gases e aacutegua de processos (CETESB 2014) No mundo as usinas de geraccedilatildeo de
energia refinarias de petroacuteleo unidades quiacutemicas e metaluacutergicas se beneficiam do
reuso de aacutegua tanto para resfriamento quanto para processos industriais
(GOLDENFUM 2006)
253 Reuso agriacutecola
Em conformidade com o Centro Internacional de Referecircncia em Reuso de Aacutegua
(CIRRA 2014) entidade vinculada agrave Escola Politeacutecnica da Universidade de Satildeo Paulo
(USP) os efluentes devidamente tratados podem ser utilizados na agricultura para
aplicaccedilatildeo em culturas de alimentos natildeo processados comercialmente (irrigaccedilatildeo
superficial de qualquer cultura alimentiacutecia) culturas de alimentos processados
comercialmente (irrigaccedilatildeo de pomares e vinhas) culturas natildeo alimentiacutecias (pastos
forragens fibras e gratildeos) dessedentaccedilatildeo de animais
254 Reuso no meio ambiente
O reuso no meio ambiente engloba aplicaccedilotildees em wetlands habitats naturais
aumento do fluxo de aacutegua estabelecimentos recreacionais contato acidental (pesca
e canoagem) e contato integral com a aacutegua autorizado represas e lagos lagoas
esteacuteticas em que o contato com o puacuteblico natildeo eacute autorizado (CIRRA 2014)
26 A Praacutetica de Recarga de Aquiacuteferos
A recarga artificial de aquiacuteferos com efluentes tratados pode ser usada para
fins diversos englobando o aumento de disponibilidade e armazenamento de aacutegua
controle de salinizaccedilatildeo em aquiacuteferos costeiros controle de subsidecircncia de solos Cirra
(2014) Esta praacutetica pode ser importante para alguns municiacutepios abastecidos por
49
aacutegua subterracircnea onde a recarga natural de aquiacuteferos vem sendo diminuiacutedas em
funccedilatildeo do aumento de aacutereas impermeabilizadas
Hespanhol (2002) comenta que eacute realizada de modo inadequado a retirada das
aacuteguas dos lenccediloacuteis subterracircneos para consumo o que compromete a disponibilidade
hiacutedrica O uso de esgotos tratados para evitar ou diminuir tais efeitos eacute uma
possibilidade
27 O Armazenamento de Aguaacutes
Em aacutereas para captaccedilatildeo de aacutegua de chuva comumente utiliza-se materiais
como telhas galvanizadas pintadas ou esmaltadas com tintas natildeo toacutexicas superfiacutecies
de concreto ceracircmicas policarbonato e fibra de vidro As calhas tambeacutem devem ser
fabricadas com materiais inertes como PVC ou outros tipos de plaacutesticos evitando
assim que partiacuteculas toacutexicas provenientes destes dispositivos venham a ser levadas
para os tanques de armazenagem (MACOMBER 2001)
Segundo Brown et al (2005) o volume do primeiro fluxo de aacutegua de chuva a
ser descartado varia conforme a quantidade de poeira acumulada na superfiacutecie do
telhado que eacute uma funccedilatildeo do nuacutemero de dias secos da quantidade e tipo de resiacuteduos
e da estaccedilatildeo do ano Outras variaacuteveis a serem consideradas satildeo a inclinaccedilatildeo e as
superfiacutecies dos telhados a intensidade das chuvas e o periacuteodo de tempo que ocorrem
Aleacutem disso salienta-se que natildeo haacute nenhum caacutelculo exato para definir o volume inicial
de aacutegua pluvial que necessita ser desviado devido agraves muitas variaacuteveis que
determinam a eficaacutecia da lavagem das aacutereas de captaccedilatildeo
Jaacute o reservatoacuterio eacute um dos componentes mais relevantes do SAAP eacute um fator
que influencia na qualidade da aacutegua e tambeacutem elemento mais caro do investimento
ou fator de otimizaccedilatildeo da aacutegua disponiacutevel versus necessidades de abastecimento
(RODRIGUES 2010)
O reservatoacuterio de armazenamento tem a funccedilatildeo de reter e acumular a aacutegua
coletada pelo telhado que eacute levada pelo sistema atraveacutes da calha para filtragem e
armazenada em cisternas ou caixas drsquoaacutegua ficando armazenada ao abrigo da luz e
do calor e eacute bombeada para uma caixa drsquoaacutegua superior que pode abastecer o
banheiro a lavanderia e outros ambientes (OLIVEIRA CHRISTMANN e PIEREZAN
2014)
50
May (2009) acredita que para o sistema ser viaacutevel vai depender de trecircs
elementos precipitaccedilatildeo aacuterea de coleta e demanda O reservatoacuterio de aacutegua da chuva
por ser o componente mais caro do sistema deve ser projetado em conformidade com
as necessidades do usuaacuterio e com a disponibilidade pluviomeacutetrica local para
dimensionaacute-lo adequadamente sem inviabilizar o sistema Com base nos resultados
das anaacutelises realizadas e no uso do sistema de coleta e aproveitamento de aacutegua da
chuva a utilizaccedilatildeo para fins natildeo potaacuteveis deve ser estimulada A figura 9 ilustra o
processo de captaccedilatildeo da aacutegua da chuva
Para Boehm e Oliveira (2015) antes da implantaccedilatildeo de um sistema de
reaproveitamento de aacuteguas pluviais devem ser verificadas as condiccedilotildees do local de
instalaccedilotildees e quais os tipos de elementos podem interferir na qualidade da aacutegua
captada
Segundo Macomber (2001) o escoamento de aacutegua natildeo deve entrar em
campos seacutepticos de drenagem do sistema e qualquer tanque o excesso e a drenagem
devem ser roteados de modo que natildeo afetar a base dos tanques ou de quaisquer
outras estruturas
A cisterna pode ser apoiada semi-apoiada enterrada ou elevada e ser
construiacuteda com vaacuterios tipos de materiais como concreto armado blocos de concreto
alvenaria de tijolos plaacutestico polieacutester polietileno accedilo entre outros (OLIVEIRA
CHRISTMANN e PIEREZAN 2014)
51
Figura 9 - Processo de captaccedilatildeo da aacutegua da chuva
Fonte wwwrhasaambientalcombr 2013
Dentre os conceitos da NORMA 155272007 podemos citar
aacutegua de chuva aacutegua resultante de precipitaccedilotildees atmosfeacutericas coletadas
em coberturas telhados onde natildeo haja circulaccedilatildeo de pessoas veiacuteculos e
animais
aacutegua natildeo potaacutevel aacutegua que natildeo atende agrave Portaria nordm 518 do Ministeacuterio da
Sauacutede
aacuterea de captaccedilatildeo aacuterea em metros quadrados projetada na horizontal da
superfiacutecie impermeaacutevel da cobertura onde a aacutegua eacute captada
coeficiente de escoamento superficial coeficiente de runnoff que
representa a relaccedilatildeo entre o volume total de escoamento superficial e ao
volume total precipitado variando conforme a superfiacutecie
conexatildeo cruzada qualquer ligaccedilatildeo fiacutesica atraveacutes de peccedila dispositivo ou
outro arranjo que conecte duas tubulaccedilotildees das quais um conduz aacutegua
potaacutevel e a outra aacutegua de qualidade desconhecida ou natildeo potaacutevel
demanda consumo meacutedio (mensal ou diaacuterio) a ser atendido para fins natildeo
potaacuteveis
escoamento inicial aacutegua suficiente da aacuterea de captaccedilatildeo suficiente para
carregar a poeira fuligem folhas galhos e detritos
52
suprimento fonte alternativa de aacutegua para complementar o reservatoacuterio
de aacutegua de chuva
Tabela 1 - Paracircmetros de qualidade de aacuteguas pluviais para usos restritivos natildeo potaacuteveis
Paracircmetro
Anaacutelise Faixa
Coliformes totais Semanal Ausecircncia em 100mL
Coliformes termotolerantes Semanal Ausecircncia em 100mL
Cloro residual livre Mensal 05 a 30 mgL
Turbidez Mensal lt20uT para menos
restritivos lt50 uT lt15 uH
Cor aparente (caso natildeo seja
utilizado nenhum corante ou
antes da sua utilizaccedilatildeo)
Mensal
Deve prever ajuste do pH para
proteccedilatildeo das redes de distribuiccedilatildeo
caso necessaacuterio
Mensal pH de 60 a 8p no caso
de tubulaccedilatildeo de accedilo
carbono ou galvanizado
Fonte ABNT ndash Associaccedilatildeo Brasileira de Normas Teacutecnicas NBR 155252007
Com relaccedilatildeo agrave manutenccedilatildeo do sistema de coleta e aproveitamento de aacuteguas
pluviais de acordo com o Manual de manutenccedilatildeo do aproveitamento de aacutegua de chuva
do FNDE
Quadro 3 - Frequecircncia de manutenccedilatildeo
Componente
Frequecircncia de manutenccedilatildeo
Cobertura e telhados Miacutenimo 3 vezes ao ano
Calhas condutores verticais e horizontais Miacutenimo 3 vezes ao ano
Filtro removedor de detritos A cada 3 meses
Reservatoacuterio inferior ndash enterrado A cada 2 anos
Filtro flutuante Mensalmente
Bombas Mensalmente
Filtro cartucho Semestralmente
Clorador Mensalmente
Reservatoacuterio superior ndash intermediaacuterio Limpeza e desinfecccedilatildeo anual
Fonte Manual de manutenccedilatildeo do aproveitamento de aacutegua de chuva FNDE
53
As inspeccedilotildees podem ser feitas pelos utilizadores poreacutem as manutenccedilotildees dos
sistemas de bombas e tratamento devem ser feitas por teacutecnicos especializados
Quando satildeo utilizados nas operaccedilotildees de higienizaccedilatildeo e manutenccedilatildeo produtos nocivos
para os humanos ou para o ambiente devem ser adotadas medidas que impeccedilam o
lanccedilamento dos efluentes resultantes destas operaccedilotildees no ciclo pluvial natural ou na
rede de drenagem de aacuteguas residuais com a necessaacuteria checagem de compatibilidade
com os componentes naturais canalizaccedilotildees e dispositivos de tratamento a jusante
realizando preacute-tratamento quando necessaacuterio (RODRIGUES 2010)
Eacute importante destacar o conjunto de normas que fornecem os requisitos para o
aproveitamento de aacutegua de chuva de coberturas em aacutereas urbanas para fins natildeo
potaacuteveis
NBR 56261998 Instalaccedilatildeo predial de aacutegua fria que tem exigecircncias e
recomendaccedilotildees para o projeto assim como sua execuccedilatildeo e
manutenccedilatildeo da rede
NBR 108441989 Instalaccedilatildeo prediais de aacuteguas pluviais que tem o
caacutelculo de aacuterea de contribuiccedilatildeo e caacutelculo de condutores horizontais e
verticais e de calhas
ABNT NBR 122131992 Projeto de captaccedilatildeo de aacutegua de superfiacutecie para
abastecimento puacuteblico
ABNT NBR 122141992 Projeto de sistema de bombeamento de aacutegua
para abastecimento puacuteblico
ABNT NBR 122171994 Projeto de reservatoacuterio de distribuiccedilatildeo de aacutegua
para abastecimento puacuteblico
A RESOLUCcedilAtildeO CONAMA Nordm 20 de 18 de junho de 1986 publicada no DOU
de 300786 foi estabelecida a classificaccedilatildeo das aacuteguas doces salobras e salinas do
Territoacuterio Nacional Na Classe 2 estatildeo incluiacutedas as aacuteguas destinadas ao
abastecimento domeacutestico apoacutes tratamento convencional agrave proteccedilatildeo das
comunidades aquaacuteticas agrave recreaccedilatildeo de contato primaacuterio (esqui aquaacutetico nataccedilatildeo e
mergulho) agrave irrigaccedilatildeo de hortaliccedilas e plantas frutiacuteferas agrave criaccedilatildeo natural eou
intensiva (aquicultura) de espeacutecies destinadas agrave alimentaccedilatildeo humana
Para as aacuteguas de Classe 2 satildeo estabelecidos os mesmos limites ou condiccedilotildees
da Classe 1 agrave exceccedilatildeo dos seguintes
54
i Natildeo seraacute permitida a presenccedila de corantes artificiais que natildeo sejam
removiacuteveis por processo de coagulaccedilatildeo sedimentaccedilatildeo e filtraccedilatildeo
convencional
ii Coliformes para uso de recreaccedilatildeo de contato primaacuterio deveraacute ser
obedecido o Art 26 desta Resoluccedilatildeo Para os demais usos natildeo deveraacute ser
excedido um limite de 1000 coliformes fecais por 100 mililitros em 80 ou
mais de pelo menos 5 amostras mensais colhidas em qualquer mecircs no
caso de natildeo haver na regiatildeo meios disponiacuteveis para o exame de
coliformes fecais o iacutendice limite seraacute de ateacute 5000 coliformes totais por 100
mililitros em 80 ou mais de pelo menos 5 amostras mensais colhidas em
qualquer mecircs
iii Cor ateacute 75 mg Ptl
iv Turbidez ateacute 100 UNT
v DBO5 dias a 20degC ateacute 5 mgl O2
vi OD em qualquer amostra natildeo inferior a 5 mgl O2
No art 26 (Balneabilidade) - As aacuteguas doces salobras e salinas destinadas a
balneabilidade (recreaccedilatildeo de contato primaacuterio) seratildeo enquadradas e teratildeo sua
condiccedilatildeo avaliada nas categorias EXCELENTE MUITO BOA SATISFATOcircRIA e
IMPROacutePRIA da seguinte forma
1) EXCELENTE (3 estrelas) Quando em 80 ou mais de um conjunto de
amostras obtidas em cada uma das 5 semanas anteriores colhidas no mesmo
local houver no maacuteximo 250 coliformes fecais por l00 mililitros ou 1250
coliformes totais por 100 mililitros
2) MUITO BOA (2 estrelas) Quando em 80 ou mais de um conjunto de amostras
obtidas em cada uma das 5 semanas anteriores colhidas no mesmo local
houver no maacuteximo 500 coliformes fecais por 100 mililitros ou 2500 coliformes
totais por 100 mililitros
3) SATISFATOacuteRIA (1 estrela) Quando em 80 ou mais de um conjunto de
amostras obtidas em cada uma das 5 semanas anteriores colhidas no mesmo
local houver no maacuteximo 1000 coliformes fecais por 100 mililitros ou 5000
coliformes totais por 100 mililitros
55
4) IMPROacutePRIA Natildeo atendimento aos criteacuterios estabelecidos para as aacuteguas
proacuteprias
Os mais recentes padrotildees microbioloacutegicos para aacuteguas destinadas agrave recreaccedilatildeo
de contato primaacuterio estatildeo definidos na resoluccedilatildeo CONAMA 2742000 como
demonstrado na Tabela 2que jaacute inclui Enterococos Ecoli
Segundo Jordatildeo amp Pessoa (2014) o desenvolvimento dos padrotildees para banho
ou para aacuteguas de recreaccedilatildeo de contato primaacuterio tem evoluiacutedo com loacutegica Primeiro
foram adotados paracircmetros relativos a melhor tecnologia de controle disponiacutevel que
entretanto natildeo representavam o risco de contrair enfermidades devido a presenccedila de
poluentes Foi o caso dos Coliformes totais Depois considerou-se a relaccedilatildeo entre o
risco possiacutevel ou detectaacutevel e presenccedila de poluentes Neste caso os Coliformes fecais
eram mais representativos
Uma terceira etapa foi a identificaccedilatildeo de risco aceitaacutevel para o qual deveria
existir uma quantidade de dados epidemioloacutegicos correspondendo a mediccedilotildees de
qualidade do corpo drsquoaacutegua Os estudos indicaram que Enterococos eram os mais
representativos seguidos por Ecoli e por uacuteltimo coliformes totais(Desinfecccedilatildeo de
efluentes sanitaacuterios) Sendo assim os Enterococos atualmente representam o melhor
indicador entre os analisados sem que se deva considerar erro o controle por outros
organismos
Tabela 2 - Padrotildees microbioloacutegicos para aacuteguas destinadas agrave recreaccedilatildeo de contato primaacuterio
Balneabilidade-
categoria
Qualidade
Padrotildees para o corpo daacutegua
Proacutepria Excelente Maacuteximo de 250 CF100ml ou
200EC100ml ou 25 Enterococos100ml
em 80 ou mais das amostras das cinco
semanas anteriores
Proacutepria Muito boa Maacuteximo de 500 CF100ml ou
400EC100ml ou 50 Enterococos100ml
em 80 ou mais das amostras das cinco
semanas anteriores
Proacutepria Satisfatoacuteria Maacuteximo de 1000 CF100ml ou
800EC100ml ou 100 Enterococos100ml
56
em 80 ou mais das amostras das cinco
semanas anteriores
Improacutepria Natildeo atendimento aos criteacuterios
estabelecidos para as aacuteguas
proacuteprias
Incidecircncia elevada ou anormal
de enfermidades transmissiacuteveis
por via hiacutedrica Valor obtido na
uacuteltima amostragem for superior a
2500CF100ml ou 2000
EC100ml ou 400
enterococos100ml Presenccedila de
resiacuteduos ou despejos pHlt6ou
gt9 Floraccedilatildeo de algas outros
fatores que contra -indiquem o
contato primaacuterio
Fonte- CONAMA 2742000
28 Legislaccedilatildeo Sobre o Uso de Aacuteguas
ASPECTOS LEGAIS PARA O USO DE AacuteGUAS
Em 1973 o decreto federal nordm 24643 conhecido como o Coacutedigo das Aacuteguas
consubstanciou a base da legislaccedilatildeo voltada para a temaacutetica aacutegua O instrumento
legisla inclusive sobre o conceito de aacuteguas pluviais e acerca do direito de uso
atribuindo ao dono do preacutedio onde caiacuterem diretamente sua propriedade No seu artigo
118 chega ateacute mesmo a comentar superficialmente sobre a construccedilatildeo de
reservatoacuterios para aproveitamento da aacutegua da chuva em aacutereas puacuteblicas
Em termos de poliacutetica ambiental voltada aos recursos hiacutedricos destaca-se a
promulgaccedilatildeo da lei 9433 que em 1997 instituiu a Poliacutetica Nacional de Recursos
Hiacutedricos ndash PNRH criando o Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos
Hiacutedricos Conhecida como Lei das Aacuteguas o normativo fornece instrumentos que
possibilitam a melhoria da gestatildeo sistemaacutetica do recurso
57
A captaccedilatildeo de aacutegua de chuva tem uma relaccedilatildeo indireta com os objetivos dessa Poliacutetica jaacute que estimula o uso racional e ao mesmo tempo previne contra os eventos hidroloacutegicos criacuteticos tanto agraves secas devido agrave promoccedilatildeo da reserva quanto agraves inundaccedilotildees devido agrave diminuiccedilatildeo do escoamento superficial A inclusatildeo da captaccedilatildeo de aacutegua de chuva no Plano indica o esforccedilo da poliacutetica de recursos hiacutedricos na busca da transversalidade e no gerenciamento integrado das aacuteguas (SENRA BRONZATTO VENDRUSCOLO 2007)
A Lei nordm 943397 criou o Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos
Hiacutedricos e no art 1ordm disciplina
Art 1ordm A Poliacutetica Nacional de Recursos Hiacutedricos baseia-se nos seguintes
fundamentos
I - a aacutegua eacute um bem de domiacutenio puacuteblico
II - a aacutegua eacute um recurso natural limitado dotado de valor econocircmico
III - em situaccedilotildees de escassez o uso prioritaacuterio dos recursos hiacutedricos eacute o consumo humano e
a dessedentaccedilatildeo de animais
IV - a gestatildeo dos recursos hiacutedricos deve sempre proporcionar o uso muacuteltiplo das aacuteguas
V - a bacia hidrograacutefica eacute a unidade territorial para implementaccedilatildeo da Poliacutetica Nacional de
Recursos Hiacutedricos e atuaccedilatildeo do Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hiacutedricos
VI - a gestatildeo dos recursos hiacutedricos deve ser descentralizada e contar com a participaccedilatildeo do
Poder Puacuteblico dos usuaacuterios e das comunidades (BRASIL 1997)
O art 5ordm da Lei nordm 943397 trata dos instrumentos da Poliacutetica Nacional de
Recursos Hiacutedricos
Art 5ordm Satildeo instrumentos da Poliacutetica Nacional de Recursos Hiacutedricos
I - os Planos de Recursos Hiacutedricos
II - o enquadramento dos corpos de aacutegua em classes segundo os usos preponderantes da aacutegua
III - a outorga dos direitos de uso de recursos hiacutedricos
IV - a cobranccedila pelo uso de recursos hiacutedricos
V - a compensaccedilatildeo a municiacutepios
VI - o Sistema de Informaccedilotildees sobre Recursos Hiacutedricos (BRASIL 1997)
Nacionalmente natildeo haacute um ordenamento juriacutedico que discipline
especificamente sobre o uso das aacuteguas pluviais Como as citadas anteriormente a
lei nordm 114452007 conhecida como lei do Saneamento Baacutesico indiretamente
estabelece alguns criteacuterios para o manejo de aacutegua pluvial Em seu artigo 3ordm define a
drenagem e manejo das aacuteguas pluviais urbanas como
Conjunto de atividades infraestruturas e instalaccedilotildees operacionais de drenagem urbana de aacuteguas pluviais de transporte detenccedilatildeo ou retenccedilatildeo para o amortecimento de vazotildees de cheias tratamento e
58
disposiccedilatildeo final das aacuteguas pluviais drenadas nas aacutereas urbanas (BRASIL 2007)
Seu decreto regulamentador nordm 72172010 admitiu como forma de viabilizar o
manejo da aacutegua da chuva a alimentaccedilatildeo da instalaccedilatildeo hidraacuteulica predial ligada agrave rede
puacuteblica de abastecimento de aacutegua via aproveitamento de aacutegua da chuva desde que
devidamente autorizadas pela autoridade competente
Quanto agraves leis sobre o tema reuso de aacutegua vigentes no Brasil pode-se
destacar a lei 693881 que institui a poliacutetica nacional do meio ambiente que menciona
o incentivo ao estudo e pesquisa de tecnologias orientadas para o uso racional e a
proteccedilatildeo dos recursos ambientais
No Estado do Rio de Janeiro a Lei Nordm 6034 de 08 de setembro de 2011 dispotildee
sobre a obrigatoriedade dos postos de combustiacuteveis lava-raacutepidos transportadoras e
empresas de ocircnibus urbanos intermunicipais e interestaduais localizados no Estado
do Rio de janeiro a instalarem equipamentos de tratamento e reutilizaccedilatildeo da aacutegua
usada na lavagem de veiacuteculos
Na cidade de Satildeo Paulo por exemplo atraveacutes da Lei nordm 13276 e o Decreto nordm
41814 que regulamenta esta lei determinam-se a obrigatoriedade da execuccedilatildeo de
reservatoacuterio de aacuteguas pluviais coletadas de cobertas e pavimentos nos lotes
construiacutedos ou natildeo que possuem uma aacuterea impermeabilizada superior a 500m2
Trata-se de providecircncias para evitar as inundaccedilotildees urbanas uma vez que incentiva
soluccedilotildees para a infiltraccedilatildeo da aacutegua de chuva no solo e a utilizaccedilatildeo da mesma quando
armazenada para fins natildeo potaacuteveis
DECRETO Nordm 23940 de 30 de Janeiro de 2004 da cidade do Rio de Janeiro
Torna obrigatoacuterio nos casos previstos a adoccedilatildeo de reservatoacuterios que permitam o
retardo do escoamento das aacuteguas pluviais para a rede de drenagem Visando a
necessidade de ajudar a prevenir inundaccedilotildees atraveacutes da retenccedilatildeo temporaacuteria de
aacuteguas pluviais em reservatoacuterios especialmente criados com esta finalidade e
considerando as possibilidades de reaproveitamento de aacuteguas pluviais para usos natildeo
potaacuteveis como lavagem de veiacuteculos e partes comuns jardinagem e outras Sendo
obrigatoacuterio para imoacuteveis com aacuterea de cobertura superior a 50000 m2 e em caso de
novas edificaccedilotildees residecircncias multifamiliares e industriais fica obrigatoacuterio o uso de
aguas pluviais para uso natildeo potaacutevel atendendo as normas sanitaacuterias vigentes ficando
o habite-se ou alvaraacute de obras condicionado ao atendimento ao decreto
59
A Agenda 21 capiacutetulo 18 dedicou importacircncia especial ao reuso de aacutegua
recomendando a implementaccedilatildeo de poliacuteticas de gestatildeo dirigidas para o uso e
reciclagem de efluentes Segundo Hespanhol (2012) embora natildeo haja menccedilatildeo ao
tema lsquoreusorsquo na poliacutetica nacional de recursos hiacutedricos existe uma vontade poliacutetica
direcionada para esta questatildeo Segundo a Conferecircncia Interparlamentar sobre o
desenvolvimento do Meio Ambiente realizada em Brasiacutelia em Dezembro de 1992 no
paraacutegrafo 64B recomenda esforccedilos a niacutevel nacional para institucionalizar a
reciclagem e reuso sempre que possiacutevel promovendo o tratamento e a disposiccedilatildeo de
esgotos de modo a natildeo poluir o meio ambiente
A portaria nordm 23 de 12 de fevereiro de 2015 do Ministro de Estado do
Planejamento Orccedilamento e Gestatildeo estabelece boas praacuteticas de gestatildeo e uso de
Energia Eleacutetrica e de Aacutegua nos oacutergatildeos e entidades da Administraccedilatildeo Puacuteblica Federal
direta autaacuterquica e fundacional e dispotildee sobre o monitoramento de consumo destes
bens e serviccedilos Devendo os oacutergatildeos adotar as providencias necessaacuterias para
implementaccedilatildeo de boas praacuteticas de gestatildeo e inclusive elaborando campanhas de
conscientizaccedilatildeo por meio presencial e eletrocircnico e fornecendo mensalmente o
consumo de energia eleacutetrica e aacutegua por meio do Sistema Projeto Esplanada
Sustentaacutevel
O reuso de aacutegua pode ser classificado em reuso indireto ou direto O reuso
direto eacute aquele onde ocorre a conexatildeo direta dos efluentes de uma estaccedilatildeo de
tratamento de esgotos a uma estaccedilatildeo de tratamento de aacutegua e em seguida ao sistema
de distribuiccedilatildeo O reuso indireto eacute a diluiccedilatildeo do esgoto apoacutes tratamento em um corpo
hiacutedrico no qual apoacutes algum tempo de detenccedilatildeo eacute efetuada a captaccedilatildeo seguida de
tratamento adequado e posterior distribuiccedilatildeo Filho (1987) sugere a seguinte
terminologia para diversas formas de reuso
Reuso indireto natildeo planejado da aacutegua Eacute aquele em que a aacutegua utilizada
em alguma atividade humana eacute descarregada no meio ambiente e
novamente utilizada agrave jusante em sua forma diluiacuteda de maneira natildeo
intencional e natildeo controlada
Reuso indireto planejado da aacutegua Ocorre quando os efluentes depois de
tratados satildeo descarregados de forma planejada para serem reutilizados a
jusante
Reuso direto planejado da aacutegua Ocorre quando os efluentes apoacutes
convenientemente tratados satildeo encaminhados diretamente do seu ponto
60
de descarga ateacute o local do reuso sofrendo em seu percurso os tratamentos
necessaacuterios mas natildeo sendo descarregados no meio
Reciclagem de aacutegua Eacute o reuso interno da aacutegua antes da sua descarga
em um sistema geral de tratamento ou outro local de disposiccedilatildeo para servir
como fonte suplementar de abastecimento do uso original Eacute um caso
particular de reuso direto
Segundo jaacute destacava Westerhoff (1984)o reuso de aacutegua eacute classificado em
duas categorias Reuso potaacutevel e Reuso natildeo potaacutevel e esta classificaccedilatildeo foi adotada
pela Associaccedilatildeo Brasileira de Engenharia Sanitaacuteria e Ambiental de Satildeo Paulo e
divulgada nos Cadernos de Engenharia Sanitaacuteria e Ambiental Sendo considerado um
bem econocircmico porque eacute finita e essencial para conservaccedilatildeo da vida e do meio
ambiente consequentemente sua escassez impede o desenvolvimento de diversas
regiotildees na medida em que aleacutem da necessidade humana a aacutegua eacute essencial no
processo produtivo de diversas empresas
Reuso potaacutevel
Direto
Indireto
Reuso natildeo potaacutevel
Para fins agriacutecolas
Para fins industriais
Para fins recreacionais
Para fins domeacutesticos
Para manutenccedilatildeo de vazotildees de cursos drsquoaacutegua
Para aquacultura
Recarga de aquiacuteferos subterracircneos
Pode-se destacar alternativas que vem sendo propostas para racionalizaccedilatildeo
do consumo de aacutegua domiciliar Satildeo elas
Identificaccedilatildeo e eliminaccedilatildeo de vazamentos e perdas
Instalaccedilatildeo de equipamentos hidraacuteulicos sanitaacuterios de baixo consumo e alta
eficiecircncia
Reuso de aacuteguas cinzas
Aperfeiccediloamento dos procedimentos de mediccedilatildeo e cobranccedila
61
Os processos e tratamentos para fins potaacuteveis satildeo complexos e de custo
elevado Desta forma o reuso para fins natildeo potaacuteveis deve ser sempre avaliado
preferencialmente Aparentemente o principal problema decorrente da accedilatildeo de
reutilizaccedilatildeo de aacuteguas cinzentas com objetivos de economizar aacutegua seria o aumento
do custo decorrente da instalaccedilatildeo e manutenccedilatildeo de sistemas duplos de distribuiccedilatildeo
O principal destino destas aacuteguas deve ser a utilizaccedilatildeo sanitaacuteria e o uso agriacutecola
(HESPANHOL amp MIERZWA 2011)
Pesquisas sobre a viabilidade econocircmica de projetos de aproveitamento de
aacutegua de chuva indicam que o item preponderante nesta anaacutelise eacute o custo do
reservatoacuterio que varia em funccedilatildeo da sua dimensatildeo A NBR 15527(ABNT 2007)
apresenta 6 metodologias de caacutelculo do volume do reservatoacuterio que resultam em
valores muito discrepantes gerando a necessidade do usuaacuterio decidirem funccedilatildeo das
condiccedilotildees especiacuteficas do projeto qual metodologia seguir A maioria das
aplicaccedilotildeestrabalha com uma demanda fixa visando o consumo em vasos sanitaacuterios
(MORUZZI e OLIVEIRA2010 DORNELLES et al 2010 COUTINHO et al 2011
GHISI e SCHONDERMARK 2013)
Em relaccedilatildeo a NBR 155272007 aacutegua de chuva ndash aproveitamento de coberturas
em aacutereas urbanas para fins natildeo potaacuteveis fornece as caracteriacutesticas para o reuso de
aacutegua em aacutereas urbanas para fins natildeo potaacuteveis compreendendo calhas e condutores
instalaccedilotildees prediais qualidade da aacutegua bombeamento manutenccedilatildeo e principalmente
os meacutetodos de caacutelculo de dimensionamento de reservatoacuterios
Os meacutetodos de dimensionamento dispostos nesta norma satildeo
Meacutetodo de Rippl
Meacutetodo de Simulaccedilatildeo
Meacutetodo Azevedo Neto
Meacutetodo praacutetico alematildeo
Meacutetodo praacutetico inglecircs
Meacutetodo praacutetico australiano
62
3 - METODOLOGIA
Conforme Sabbatini (1989) metodologia eacute um ldquoconjunto de preceitos que
estabelece uma orientaccedilatildeo para o direcionamento e conduccedilatildeo de uma dada
investigaccedilatildeordquo tendo esta orientaccedilatildeo dois niacuteveis de doutrina e de estrateacutegia que
geram os princiacutepios de tomada de decisatildeo e permitem a operacionalizaccedilatildeo da
pesquisa que consiste no plano de accedilatildeo
A metodologia para anaacutelise do uso de sistema para aproveitamento de aacutegua
pluvial deve ser entendida como input do processo de pesquisa seus princiacutepios
devem ser balizadores das estrateacutegias adotadas para sua racionalidade
Esta dissertaccedilatildeo objetiva a importacircncia na utilizaccedilatildeo de metodologia e
aplicaccedilatildeo de procedimentos e meacutetodos nas atividades relacionadas ao uso de aacutegua
pluvial em instituiccedilatildeo federal de ensino onde o avanccedilo tecnoloacutegico deve ter como
escopo uma metodologia especiacutefica para seu desenvolvimento
Os atributos e alcance da pesquisa aplicada e de desenvolvimento tecnoloacutegico
constitui a estrutura essencial para obter novos meacutetodos construtivos e modernizaccedilatildeo
de processos e sistemas de uso consolidado e na soluccedilatildeo sistemaacutetica de problemas
Fluxo do processo adotado
O meacutetodo adotado envolve vaacuterias etapas conforme quadro 4 para a validaccedilatildeo
da metodologia de aproveitamento de aacutegua pluvial
Quadro 4- Fluxo do processo
Atividade Procedimentos
Visita teacutecnicas
Foram selecionadas duas tipologias de edificaccedilotildees no sentido de ampliar
o entendimento das teacutecnicas construtivas para a implantaccedilatildeo de
sistema de coleta e uso de aacutegua pluvial
Normas teacutecnicas
NBR 155272007 Aacutegua de chuva ndash aproveitamento de coberturas em
aacutereas urbanas para fins natildeo potaacuteveis - Requisitos
Precipitaccedilatildeo pluviomeacutetrica
Os dados pluviomeacutetricos utilizados neste trabalho foram fornecidos pelo
Sistema Alerta Rioque foram coletados da Estaccedilatildeo Meteoroloacutegica Tijuca
63
Fonte Elaborado pelo autor do presente trabalho
31 Estrateacutegia da Pesquisa
A pesquisa em questatildeo tem caraacuteter exploratoacuterio de projeto uacutenico com
abordagem quantitativa por meio de estudo de caso uacutenico que tem como modelo
cientiacutefico a concepccedilatildeo de Robson (2011) o qual disserta sobre os meacutetodos de
pesquisa do mundo real
A estaccedilatildeoestaacute localizada no bairro tijuca em latitude 22ordm89 67 longitude
43ordm22 67
Reservatoacuterios
detalhes teacutecnicos
construtivos e
controle sanitaacuterio
Para o presente projeto foi adotado o meacutetodo pratico alematildeo de
dimensionamento onde o volume do reservatoacuterio seraacute o menor valor
entre 6 do volume de captaccedilatildeo de aacutegua pluvial anual e 6 da
demanda anual de aacutegua natildeo potaacutevel
Foi utilizado o meacutetodo da simulaccedilatildeo previsto na NBR 15527 2007
Para ratificar o dimensionamento do reservatoacuterio feito pelo meacutetodo
praacutetico alematildeo
De acordo com orientaccedilatildeo da portaria do MS nordm 5182014 e a NBR
152227 recomenda que o cloro residual livre deva estar entre 05mgle
30 mgl em qualquer ponto do sistema de abastecimento
Para controle sanitaacuterio foi utilizado Clorador com funcionamento em
circuito fechado com proteccedilatildeo contra inundaccedilatildeo capacidade do corpo
interno 320 pastilhas variando de 0640 kg com vazatildeo de operaccedilatildeo
lenta em rede de 05 a 3000 m3h
Equipamentos Verificou-se que equipamentos utilizados em sistema de captaccedilatildeo e uso
de aacutegua pluvial eacute uma tecnologia de fabricantes internacionais com
representantes locais
Demanda de uso
natildeo potaacutevel
O consumo diaacuterio total de aacutegua em cada aparelho foi estimado com
base nos dados de frequecircncia e tempo de uso dos mesmos obtidos
atraveacutes dos questionaacuterios e o nuacutemero de pessoas que efetivamente
utilizam cada aparelho Tambeacutem se utilizaram no caacutelculo do consumo
diaacuterio as vazotildees de acordo com a norma NBR 56261998
Viabilidade
econocircmica de
implantaccedilatildeo do
sistema
Foi realizada a anaacutelise econocircmica utilizando-se o meacutetodo do payback
simples e descontado considerando taxa mensal de 1 para validaccedilatildeo e
verificaccedilatildeo da viabilidade econocircmica do sistema
64
Adota o presente trabalho a verificaccedilatildeo de aplicaccedilatildeo exitosas de sistemas de
aproveitamento de aacuteguas pluviais em edificaccedilotildees de diversas tipologias criando um
paracircmetro de anaacutelise e consolidaccedilatildeo de praacuteticas sustentaacuteveis e novas tecnologias
VISITAS REALIZADAS
Estaacutedio do Maracanatilde
Maior estaacutedio sendo sede da Copa do Mundo de Futebol 2014 no rio de
Janeiro Inaugurado em junho de 1950 sendo iniciada a obra de recuperaccedilatildeo e retrofit
no ano de 2010 sendo concluiacuteda em 2013 Sua capacidade de puacuteblico passou de
87101 para 78639 lugares
Realizada a visita as instalaccedilotildees do Estaacutedio do Maracanatilde que recebeu a
certificaccedilatildeo LEED1 (Leadership in Energy and Environmental Design) For New
Construction na categoria Silver versatildeo 30 concedida pela USGBC (United States
Building Concil) conforme fig 10 que reconhece soluccedilotildees de novas tecnologias
sustentaacuteveis utilizadas nas construccedilotildees com o objetivo de reduccedilatildeo de impactos ao
meio ambiente durante a vida uacutetil da edificaccedilatildeo certificaccedilatildeo voltada para construccedilotildees
sustentaacuteveis e ambientalmente eficientes
1 Lideranccedila em Energia e Desig Ambiental eacute um sistema internacional de certificaccedilatildeo e orientaccedilatildeo ambiental para
edificaccedilotildeesUtilizada em 143 paiacuteses a certificaccedilatildeo foi criada em 2000 pela USGreen Building Council (USGBC)
65
Figura 10 -Certificaccedilatildeo em estaacutedios de futebol itens avaliados no canteiro de obra
Fonte Adaptado pelo autor do presente trabalho de Pereira et al (2015)
A alta performance ambiental do maracanatilde apoacutes a implantaccedilatildeo do sistema de
aacuteguas pluviais contribuiu para sua certificaccedilatildeo onde cabe ressaltar que houve reduccedilatildeo
de 7114 do consumo de agua potaacutevel que representa da demanda de bacias e
mictoacuterios como tambeacutem todo o volume de agua necessaacuterio para irrigaccedilatildeo do
gramado e Conforme Pereira et al (2015) a reduccedilatildeo de uso de aacutegua potaacutevel eacute de
50 (cinquenta por cento)
Com o retrofit o estaacutedio do Maracanatilde teve acreacutescimo de 50000m2 na aacuterea de
cobertura construiacuteda em membrana tensionada por cabos de accedilo que permitiu a
viabilidade de implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo acrescida da aacuterea de drenagem
do campo que atende a irrigaccedilatildeo e descargas O estaacutedio no seu sistema de captaccedilatildeo
e reaproveitamento de aacuteguas pluviais conta com reservatoacuterio de 5 milhotildees de litros
volume capaz de suprir as demandas de usos por um periacuteodo de ateacute trecircs meses em
caso de estiagem
66
Leroy Merlin
Empresa de comeacutercio varejista voltada para materiais de construccedilatildeo e
bricolagem desde os anos de 1988 A concepccedilatildeo de seus projetos de lojas passaram
a ser voltada para questotildees de sustentabilidade agrave partir da construccedilatildeo da loja na
cidade de Niteroi inaugurada em 2007 iniciando um ciclo de novas unidades com o
mesmo caraacuteter tendo em um de seus conceitos o aproveitamento de aacuteguas pluviais
A Leroy Merlin foi a primeira empresa agrave receber o selo HQE2 em 2009
empresa situada em Niteroacutei no Estado do Rio de Janeiro na atividade de comeacutercio de
materiais de construccedilatildeo Adotou como meta a certificaccedilatildeo AQUA em funccedilatildeo de sua
adaptabilidade as condiccedilotildees de uso no Brasil avaliando aspectos da gestatildeo
ambiental nas obras de arquitetura
Recebeu a empresa por ocasiatildeo de sua construccedilatildeo recebeu a certificaccedilatildeo
ACQUA-Alta Qualidade Ambiental tendo sido avaliada pela Fundaccedilatildeo Vanzolini
entidade vinculada a USP (Universidade de Satildeo Paulo) tendo atendido as exigecircncias
para a certificaccedilatildeo nas etapas do programa concepccedilatildeo do projeto e realizaccedilatildeo da
obra
Foram utilizados no tratamento daacute aacutegua captada trecircs filtros tipo Vortex WWF
300 com capacidade de filtragem para aacuterea de cobertura de ateacute 3000m2 com potencial
de ateacute 90 da aacutegua precipitada e com retenccedilatildeo de partiacuteculas de 028mmFoi utilizado
reservatoacuterio apresentado na foto abaixo com capacidade de 150000 litros com
extravasor para poccedilos de infiltraccedilatildeo conforme figura 11 em caso de alto iacutendice de
precipitaccedilatildeo pluviomeacutetrica contribuindo para a alimentaccedilatildeo do lenccedilol freaacutetico e
reduzindo a possibilidade de enchentes
2 HQE A primeira certificaccedilatildeo ambiental para edifiacutecios a ser adaptada para a realidade brasileira foi a AQUA (hoje AQUA-
HQE) Com base no selo francecircs Haute Qualiteacute Environnementale professores da Universidade de Satildeo Paulo (USP) criaram a versatildeo brasileira e formaram a instituiccedilatildeo responsaacutevel por ela a Fundaccedilatildeo Vanzolini
67
Figura 11 - Poccedilos de infiltraccedilatildeo
Fonte Adaptado pelo autor do presente trabalho de Leroy Merlin 2009
Foto da Construccedilatildeo do reservatoacuterio de 150000 litros
Fonte Adaptado pelo autor do presente trabalho de Leroy Merlin 2009
68
32 Unidade de anaacutelise
Esta pesquisa se limita a estudar a viabilidade de uso de aguas pluviais
calculando a demanda de uso natildeo potaacutevel a quantificaccedilatildeo da produccedilatildeo de aacuteguas
residuais provenientes de evaporadoras de ar condicionado com determinaccedilatildeo do
volume do reservatoacuterio e posterior analise de viabilidade econocircmica Yin (2001)
afirma que a unidade de anaacutelise estaacute relacionada com o problema fundamental de
definir o que eacute o ldquocasordquo
Segundo Yin (2001) o estudo de caso representa uma investigaccedilatildeo empiacuterica e
compreende um meacutetodo abrangente com a loacutegica do planejamento da coleta e da
anaacutelise de dados Pode incluir tanto estudos de caso uacutenico quanto de muacuteltiplos assim
como abordagens quantitativas e qualitativas de pesquisa
Aleacutem da coleta de dados por meio dos questionaacuterios outro importante processo
que seraacute usado neste estudo eacute anaacutelise documental considerada como a teacutecnica que
abrange tanto a anaacutelise qualitativa quanto a quantitativa Segundo Gil (2010 p121)
ldquoA consulta a fontes documentais eacute imprescindiacutevel em qualquer estudo de casordquo
Portanto a anaacutelise destes dados torna-se fundamental para que se possa identificar
demanda de consumo de aacutegua natildeo potaacutevel o potencial para aproveitamento de aacuteguas
dos evaporadores de aparelhos de ar condicionado
33 Justificativa da estrateacutegia de pesquisa
A escolha do meacutetodo de pesquisa orientaraacute as etapas necessaacuterias para a coleta
de informaccedilotildees anaacutelise destes dados e demonstraccedilatildeo da confiabilidade e validade
das descobertas (ROBSON 2011)
34 Pesquisa Exploratoacuteria
A pesquisa exploratoacuteria utilizaraacute fontes documentais como perioacutedicos
dissertaccedilotildees e teses sobre os temas sustentabilidade histoacuterico de reuso e
reaproveitamento de aacuteguas pluviais e legislaccedilatildeo traccedilando conexotildees entre estes
elementos de forma a propiciar confiabilidade para o embasamento da pesquisa
69
35 Levantamento
O presente trabalho visa o aproveitamento de aacuteguas pluviais e aacuteguas residuais
de evaporadores de unidades condensadoras para reuso no Campus Maracanatilde do
CEFET-RJ
Desta forma o trabalho foi estruturado da forma relacionada abaixo
Levantamento das caracteriacutesticas pluviomeacutetricas da regiatildeo estudada para
determinaccedilatildeo da precipitaccedilatildeo pluviomeacutetrica media atraveacutes das analises de
dados fornecida do sistema Alerta Rio referente ao periacuteodo de 2001 a 2015
Levantamento das caracteriacutesticas de 01(uma) edificaccedilatildeo existente no
campus maracanatilde bloco E e considerando seu potencial de captaccedilatildeo
atraveacutes exclusivamente de suas coberturas bem como o dimensionamento
de reaproveitamento das aacuteguas provenientes de condensadores de ar
condicionado existentes no referido bloco por contemplar maior nuacutemero de
equipamentos citados e maior nuacutemero de horas de uso
Avaliaccedilatildeo dos resultados obtidos com determinaccedilatildeo do reservatoacuterio de
armazenamento sendo realizado atraveacutes da NBR 15527 ndash Aacutegua da Chuva
Aproveitamento das aacutereas urbanas para fins natildeo potaacuteveis (ABNT 2007)
Tambeacutem seratildeo realizados estudos utilizando teacutecnicas de matemaacutetica
financeira pelo meacutetodo de anaacutelise de payback simples que fornece uma
estimativa de faacutecil compreensatildeo dos benefiacutecios gerados para determinar o
tempo de retorno do investimento atraveacutes dos custos de implantaccedilatildeo do
sistema
70
Aacuterea de Estudo
O CEFET-RJ ocupa uma aacuterea de terreno de 3438200 m2 com 6481800 m2
construiacutedos e distribuiacutedos em 06 pavilhotildees e diversos blocos nomeados de ldquoArdquo a ldquoLrdquo
tendo como objeto para estudo de caso o Bloco E que e abastecido atraveacutes do
hidrocircmetro referente ao nuacutemero 485 conforme figura 10
Figura 12 - Hidrocircmetro referente ao nuacutemero 485 com vazatildeo de 03 - 15 m3hora
Fonte Realizada pelo autor 2017
36 Objeto de Estudo
O preacutedio objeto do estudo eacute o Bloco E sendo utilizado pela comunidade
docente discente e teacutecnicos administrativos
Figura 13 - Fachada Principal do CEFET- RJ
Fonte site wwwcefet-rjbr
71
As coberturas do preacutedio satildeo compostas por telhas trapezoidais em accedilo
galvanizado tendo calhas em concreto impermeabilizado para a coleta de aacuteguas
pluviais com tubos de queda em PVC de 100 mm com condutores horizontais
interligando as caixas de passagem e estas ao coletor puacuteblico
361 Aparelhos Existentes
Atraveacutes de visitas in loco foram verificados quais eram os tipos de aparelhos
sanitaacuterios torneiras mictoacuterios existentes no CEFET-RJ Verificaram-se tambeacutem as
atividades realizadas no preacutedio que utilizam aacutegua
37 Entrevistas com os Usuaacuterios
As entrevistas foram realizadas por meio de questionaacuterios aplicados aos
Teacutecnicos Administrativos professores alunos e equipe responsaacutevel pela limpeza do
CEFET-RJ a fim de descobrir a frequecircncia de uso de cada aparelho Nos
questionaacuterios foram feitas perguntas que demonstrassem o tempo e a quantidade de
vezes que cada aparelho era utilizado no periacuteodo de ocupaccedilatildeo
Para obtenccedilatildeo de um levantamento com maior precisatildeo seria necessaacuterio a
resposta ao questionaacuterio por toda a populaccedilatildeo que utiliza os preacutedios estudados foi
verificada a dificuldade em funccedilatildeo de horaacuterios e dias da semana diferentes bem
como um certo desinteresse na participaccedilatildeo por alguns membros da comunidade
Em funccedilatildeo destes fatos decidiu-se por uma pesquisa por amostragem Com utilizaccedilatildeo
da foacutermula de caacutelculo amostral
72
Foacutermula de caacutelculo
Onde
n - amostra calculada N ndash populaccedilatildeo Z - variaacutevel normal padronizada associada ao niacutevel de confianccedila p - verdadeira probabilidade do evento e - erro amostral Erro amostral de 5 Niacutevel de confianccedila de 95
Foram aplicados questionaacuterios para funcionaacuterios professores e alunos com as
mesmas perguntas Os questionaacuterios utilizados nas entrevistas estatildeo apresentados
no Apecircndice A B e C
Para os funcionaacuterios da limpeza interna externa foram aplicados questionaacuterios
direcionados em funccedilatildeo das atividades desenvolvidas
Os resultados obtidos atraveacutes das entrevistas permitiram obter valores que
representam a frequecircncia e o tempo de utilizaccedilatildeo de cada tipo de aparelho sanitaacuterio
para o total geral da edificaccedilatildeo e por pessoa
38 Estimativa do Consumo de Aacutegua
O consumo diaacuterio total de aacutegua em cada aparelho foi estimado com base nos
dados de frequecircncia e tempo de uso dos mesmos obtidos atraveacutes dos questionaacuterios
e o nuacutemero de pessoas que efetivamente utilizam cada aparelho Tambeacutem se
utilizaram no caacutelculo do consumo diaacuterio as vazotildees de acordo com a norma NBR
56261998
381 O caacutelculo de consumo meacutedio diaacuterio de aacutegua per capita por aparelhos
O Caacutelculo foi realizado com base no somatoacuterio da multiplicaccedilatildeo da frequecircncia
e tempo de uso obtido nas entrevistas e vazatildeo do aparelho dividido pelo nuacutemero de
pessoas entrevistadas
73
C meacutedio =
sum 119891119894lowast119905119894lowast119876119899119894
119899
C meacutedio = consumo meacutedio por aparelho
fi=numero de vezes de utilizaccedilatildeo
ti= tempo em segundos de uso diaacuterio
n= amostras de pessoas entrevistadas
Q= vazatildeo do aparelho (litros por segundo)
382 Estimativa do Consumo de Aacutegua em Atividades de Limpeza e jardinagem
A estimativa dos consumos de aacutegua referentes agrave limpeza do preacutedio (que inclui
tambeacutem lavaccedilatildeo de paacutetios corredores sanitaacuterios e irrigaccedilatildeo de jardins) foi calculada
com base em entrevistas com os responsaacuteveis por tais atividades e natildeo por amostra
Consumo Atividade limpeza = Somatoacuterio atividades limpeza paacutetios e rega de
jardim
383 Avaliaccedilatildeo do Potencial de Economia de Aacutegua Potaacutevel
A fim de se estimar o potencial de economia proveniente da implantaccedilatildeo de um
sistema de aproveitamento de aacutegua pluvial foi verificado o percentual de aacutegua potaacutevel
utilizado em fins natildeo potaacuteveis quantificaccedilatildeo da produccedilatildeo de agua residual pelas
evaporadoras de ar condicionado e tambeacutem foi estimado o volume ideal de
reservatoacuterio de acumulaccedilatildeo da aacutegua pluvial
384 Percentual de Aacutegua Potaacutevel que Poderia Ser Substituiacutedo por Aacutegua Pluvial
Neste estudo considerou-se a utilizaccedilatildeo de aacutegua para fins natildeo potaacuteveis em
descargas de vaso sanitaacuterio mictoacuterios irrigaccedilatildeo de jardins torneiras de usadas para
limpeza do preacutedio que tambeacutem inclui lavaccedilatildeo dos pavimentos
Atraveacutes da soma dos valores de consumo de aacutegua nas atividades consideradas
para fins natildeo potaacuteveis foi verificada a quantidade total de aacutegua potaacutevel que poderia
ser substituiacutedo por aacutegua pluvial
74
39 Reservatoacuterios de Aacutegua Pluvial
O reservatoacuterio de acumulaccedilatildeo da aacutegua pluvial eacute um dos componentes mais
importantes de um sistema de aproveitamento de aacutegua pluvial o qual deve ser
dimensionado principalmente considerando os seguintes fatores demanda de aacutegua
pluvial aacutereas de captaccedilatildeo precipitaccedilatildeo pluviomeacutetrica e custos totais de implantaccedilatildeo
Para estimar o volume ideal do reservatoacuterio de aacutegua pluvial para o presente
estudo baseou-se nas aacutereas de cobertura da edificaccedilatildeo no consumo diaacuterio de aacutegua
em sanitaacuterios e mictoacuterios e atividades de limpeza na precipitaccedilatildeo da regiatildeo no
coeficiente de perdas e no total de aacutegua potaacutevel usada para fins natildeo potaacuteveis que
poderia ser substituiacuteda por aacutegua pluvial
310 Anaacutelise Econocircmica
Depois de verificado o potencial de economia de aacutegua potaacutevel seratildeo
verificados os custos para a implantaccedilatildeo e operaccedilatildeo do sistema de aproveitamento
de aacutegua pluvial e tambeacutem analisada sua viabilidade econocircmica
Esta anaacutelise econocircmica seraacute uma estimativa de custos que poderaacute servir como
referecircncia para novas instituiccedilotildees de ensino com padrotildees semelhantes que desejam
implantar um sistema de aproveitamento de aacutegua pluvial
Natildeo se tem um indicativo de que este sistema possa ser implantado no objeto
de estudo Os custos de implantaccedilatildeo e operaccedilatildeo do sistema de aproveitamento de
aacutegua pluvial resumem-se em custos com obra de construccedilatildeo do reservatoacuterio inferior
materiais e equipamentos necessaacuterios agrave implantaccedilatildeo
Deste modo fez-se uma planilha de quantitativos e custos dos valores
referentes a obra atraveacutes de preccedilos coletados no SINAPICEF e de materiais e
equipamentos necessaacuterios com empresas representantes e ou fabricantes
75
4 APLICACcedilAtildeO E VALIDACcedilAtildeO DA METODOLOGIA PROPOSTA
Conforme abordado no capiacutetulo correspondente a metodologia optou-se
como um dos meios de aplicaccedilatildeo a validaccedilatildeo e investigaccedilatildeo desta metodologia
desenvolvida para uma Instituiccedilatildeo Federal de Ensino
41 Histoacuterico do Cefet-RJ
Atraveacutes de uma parceria entre o governo da Uniatildeo e o da Prefeitura do Distrito
Federal foi criada a Escola Normal de Artes e Ofiacutecios Wenceslau Braz versatildeo
primaacuteria do que vem a ser o CEFETRJ contemporaneamente Segundo CEFETRJ
(2007 paacuteg 14) os principais objetivos da escola eram de criar professores mestre e
contramestres para as instituiccedilotildees e escolas profissionais do Distrito Federal e entatildeo
Rio de Janeiro aleacutem de professores de trabalhos manuais para escolas primaacuterias do
Municiacutepio
De acordo com Maruyama (2013) apoacutes criaccedilatildeo de sua primeira forma teve
seus objetivos e estrutura atualizada transformando-se em Escola Teacutecnica Nacional
(ETN) em 1942 Jaacute em 1965 a Escola recebe nome Escola Teacutecnica Federal da
Guanabara poreacutem foi apenas em 1967 que a Escola passa a ser chamada de Escola
Teacutecnica Federal Celso Suckow da Fonseca
Hoje atraveacutes de seu histoacuterico de reconhecimento pela sociedade a Escola
Teacutecnica obteve expansatildeo geograacutefica passando a atuar com sede matriz a Unidade
Maracanatilde e demais seis outras Unidades descentralizadas pelo Rio e Janeiro (Nova
Iguaccedilu Maria da Graccedila Petroacutepolis Nova Friburgo Angra dos Reis e Itaguaiacute) e
educacional ofertando cursos regulares de ensino meacutedio educaccedilatildeo profissional
teacutecnica graduaccedilatildeo poacutes-graduaccedilatildeo aleacutem de atividades de pesquisa e de extensatildeo
411 Definiccedilatildeo de Instituiccedilotildees de Ensino Superior
De acordo com o artigo 21 da LDB - Lei de Diretrizes e Bases da Educaccedilatildeo
Nacional (939496) a educaccedilatildeo escolar eacute formada por duas etapas principais
educaccedilatildeo baacutesica formada pela educaccedilatildeo infantil ensino fundamental e ensino meacutedio
II - educaccedilatildeo superior etapa posterior a educaccedilatildeo baacutesica cujo objetivo global eacute formal
76
profissionais e cidadatildeos aptos a exercerem suas funccedilotildees e promover o
desenvolvimento do paiacutes
A LDB (Lei 93941996) assume a coexistecircncia de instituiccedilotildees puacuteblicas e
privadas para a oferta de cursos superiores dizendo no Artigo 45 que a educaccedilatildeo
superior poderaacute ser ministrada em instituiccedilotildees de ensino superior de caraacuteter puacuteblico
ou privada com variados graus de abrangecircncia e particularizaccedilatildeo Visando
complementar a LDB e a esse artigo 7ordm do Decreto 38602001 classifica as instituiccedilotildees
de ensino superior quanto agrave sua organizaccedilatildeo acadecircmica em
Universidades - Satildeo caracterizadas pela oferta regular de atividades que
articulam trecircs principais pilares ensino de pesquisa e de extensatildeo
Centros Universitaacuterios - Os centros universitaacuterios satildeo instituiccedilotildees de
ensino superior pluri-curriculares comprovada pelo desempenho nos
cursos nas avaliaccedilotildees do MEC e que devem atender a comunidade
Centros Federais de Educaccedilatildeo Tecnoloacutegica - Satildeo instituiccedilotildees de ensino
superior especializados na oferta de educaccedilatildeo tecnoloacutegica nos
diferentes niacuteveis e modalidades de ensino O Centro Federal de
Educaccedilatildeo Tecnoloacutegica Celso Suckow da Fonseca (CEFETRJ) seraacute a
instituiccedilatildeo alvo do presente estudo e se encaixa nessa classificaccedilatildeo
Faculdades Integradas faculdades institutos ou escolas superiores -
superiores orientados basicamente para o ensino satildeo voltadas para a
formaccedilatildeo de profissionais para o mercado de trabalho e natildeo se exigiratildeo
produccedilatildeo cientiacutefica e natildeo haacute exigecircncia de oferta cursos de poacutes-
graduaccedilatildeo
Por fim todas as instituiccedilotildees de ensino superior independente de sua
classificaccedilatildeo e dos cursos ofertados por estar diretamente submetidas as decisotildees do
MEC deve acatar com seus decretos e determinaccedilotildees pois estatildeo sob uma mesma
legislaccedilatildeo e regime Dentro das obrigatoriedades das IES pode ser destacado o
documento de caraacuteter estrateacutegico conhecido como Plano de Desenvolvimento
Institucional (PDI)
412 - Plano de Desenvolvimento Institucional (PDI)
O Plano de Desenvolvimento Institucional (PDI) eacute um documento institucional
exigido pelo Ministeacuterio da Educaccedilatildeo (MEC) e apresenta as principais estrateacutegicas e
77
posicionamento que a instituiccedilatildeo de ensino superior (IES) iraacute adotar em um periacuteodo
de tempo preacute-definido Eacute anaacutelogo ao Planejamento Estrateacutegico das empresas
privadas poreacutem com foco em resultados no sistema educacional processos internos
e desempenho dentro do cenaacuterio mutaacutevel da educaccedilatildeo no periacuteodo de vigecircncia
O Plano de Desenvolvimento Institucional ndash PDI eacute um documento elaborado para um periacuteodo de 5 (cinco) anos que identifica a Instituiccedilatildeo de Ensino Superior (IES) no que diz respeito agrave sua filosofia de trabalho agrave missatildeo a que se propotildee agraves diretrizes pedagoacutegicas que orientam suas accedilotildees agrave sua estrutura organizacional e agraves atividades acadecircmicas que desenvolve eou que pretende desenvolver (SAPIEnS 2007)
A lei 10861 (2004) instituiu o Sistema Nacional de Avaliaccedilatildeo da Educaccedilatildeo
Superior (SINAES) Este sistema tem como objetivo buscar a melhoria da qualidade
da educaccedilatildeo superior monitorar a expansatildeo da oferta e aumento da eficiecircncia e
eficaacutecia institucional no acircmbito de ensino e impacto na sociedade Deve ser ainda um
sistema supervisor das IES no cumprimento de seus deveres institucionais como
identidade respeito a diversidade e afirmaccedilatildeo da autonomia Esta lei promoveu em
2006 a ediccedilatildeo do decreto Nordm 5773 que legitima a relevacircncia e obrigatoriedade do PDI
nas IES
O decreto Nordm 5773 (2006) descreve sobre as funccedilotildees de regulamentaccedilatildeo
acompanhamento e avaliaccedilatildeo das IES e cursos superiores de graduaccedilatildeo e
sequenciais no sistema de ensino federal No Art 15 satildeo descritas as exigecircncias para
uma instituiccedilatildeo ser credenciada ao MEC Eacute responsabilidade da IES possuir aleacutem de
documentos padratildeo como cumprimento de exigecircncias fiscais legais e regimento ou
estatuto o PDI eacute exigido devido ao seu caraacuteter de avaliaccedilatildeo de potencial capacidade
e objetivos de longo prazo como instituiccedilatildeo provedora de ensino superior O Art 16
apresenta ainda um roteiro de subsiacutedio na elaboraccedilatildeo do PDI com as exigecircncias que
o MEC determina
Neste contexto eacute possiacutevel identificar uma importante instituiccedilatildeo de ensino
superior do estado do Rio de Janeiro o Centro Federal de Educaccedilatildeo Tecnoloacutegica
Celso Suckow da Fonseca (CEFETRJ) Uma instituiccedilatildeo com grande tradiccedilatildeo que ao
longo dos anos se diversificou alterou o escopo de ensino para ofertar de cursos de
cursos de graduaccedilatildeo e poacutes-graduaccedilatildeo direcionados para tecnologia e inovaccedilatildeo Eacute
necessaacuterio conhecer aacutes origens histoacutericos e fatores que influenciaram a consolidaccedilatildeo
do CEFETRJ para entender seu papel no cenaacuterio atual
78
413 - O PDI do CefetRJ
O Estatuto do CEFETRJ foi aprovado em 2005 pelo ministro da educaccedilatildeo
Fernando Haddad e instaurou a portaria nordm 3796 No capiacutetulo III sobre a Estrutura
Organizacional na Subseccedilatildeo VIII do Estatuto do CEFETRJ eacute estabelecida a criaccedilatildeo
da Diretoria de Gestatildeo Estrateacutegica (DIGES)oacutergatildeo responsaacutevel por conduzir o
processo de elaboraccedilatildeo validaccedilatildeo e publicaccedilatildeo dos DPI a cada quatro anos bem
como acompanhar a execuccedilatildeo dos planos e projetos definidos e ser o principal
fornecedor de informaccedilotildees sobre o desempenho da instituiccedilatildeo perante sociedade
ministeacuterio da educaccedilatildeo Uniatildeo e demais oacutergatildeos puacuteblicos a que a IES estaacute submetida
A construccedilatildeo do PDI eacute feita de maneira colaborativa e participativa por todos
os departamentos e secretarias que integram a instituiccedilatildeo Os entendimentos entre
todas as partes e consensos provisoacuterios devem ser estabelecidos para definir
objetivos comuns a todos que deveratildeo ser registrado e amplamente divulgado e
cascateado a todos os niacuteveis da instituiccedilatildeo Com isso o PDI deve ser apresentado
pela DIGES em um prazo de 150 a 60 dias agrave Comissatildeo para validar o produto final
conforme estabelecido no documento O processo deve ser concluiacutedo dentro do ano
anterior ao periacuteodo de vigecircncia do PDI em elaboraccedilatildeo
414 - Filosofia Missatildeo e Objetivos Institucionais
Os princiacutepios norteadores da filosofia satildeo expressos atraveacutes de seu Projeto
Pedagoacutegico integrando
A defesa das condiccedilotildees garantidoras de qualidade social para a educaccedilatildeo
puacuteblica viabilizada pela Rede Federal de Educaccedilatildeo Profissional Cientiacutefica e
Tecnoloacutegica em sua diversidade institucional reafirmaccedilatildeo da identidade institucional
vinculada agrave formaccedilatildeo de profissionais de diferentes niacuteveis no projeto de transformaccedilatildeo
de Centro Federal de Educaccedilatildeo Tecnoloacutegica em Universidade Tecnoloacutegica Federal
adoccedilatildeo de projetos de verticalizaccedilatildeo e integraccedilatildeo das atividades de ensino pesquisa
e extensatildeo da educaccedilatildeo baacutesica agrave poacutes-graduaccedilatildeo como caracteriacutestica metodoloacutegica
de formaccedilatildeo na aacuterea tecnoloacutegica middot consolidaccedilatildeo de poliacuteticas de ensino pesquisa e
extensatildeo que compromissadas com o desenvolvimento nacional e regional a
disseminaccedilatildeo e produccedilatildeo de conhecimento a formaccedilatildeo de pessoas e a
responsabilidade social e eacutetica continuem a legitimar a atuaccedilatildeo institucional junto agrave
79
sociedade preservaccedilatildeo e sustentaccedilatildeo da autonomia institucional definida em lei
aperfeiccediloamento permanente dos processos de gestatildeo democraacutetica e
descentralizaccedilatildeo gerencial nas instacircncias acadecircmicas e administrativas mediante
adoccedilatildeo de estruturas colegiadas mecanismos de participaccedilatildeo de todos os segmentos
da comunidade interna socializaccedilatildeo de informaccedilotildees e transparecircncia na utilizaccedilatildeo de
recursos middot observacircncia de aspectos inerentes ao caraacuteter puacuteblico e de identidade
formadora da Instituiccedilatildeo valorizaccedilatildeo do ser humano e do trabalho respeito agrave
pluralidade e divergecircncias de ideacuteias sem discriminaccedilatildeo de qualquer natureza adesatildeo
agrave tecnologia a serviccedilo da promoccedilatildeo humana compromisso social diaacutelogo constante
e parcerias com instituiccedilotildeesentidades representativas da sociedade
responsabilidade funcional e eacutetica (PDI 2010)
No que se refere a sua missatildeo institucional levando-se em consideraccedilatildeo agrave RS
assumida perante a sociedade cabe ao CEFETRJ
Promover a educaccedilatildeo mediante atividades de ensino pesquisa e extensatildeo que
propiciem de modo reflexivo e criacutetico na interaccedilatildeo com a sociedade a formaccedilatildeo
integral (humaniacutestica cientiacutefica e tecnoloacutegica eacutetica poliacutetica e social) de profissionais
capazes de contribuir para o desenvolvimento cultural tecnoloacutegico e econocircmico dessa
mesma sociedade (PDI 2010)
Neste sentido seus principais objetivos satildeo
ministrar educaccedilatildeo profissional teacutecnica de niacutevel meacutedio de forma
articulada com o ensino meacutedio destinada a proporcionar habilitaccedilatildeo
profissional para diferentes setores da economia
ministrar ensino superior de graduaccedilatildeo e de poacutes-graduaccedilatildeo lato sensu
e stricto sensu visando agrave formaccedilatildeo de profissionais e especialistas na
aacuterea tecnoloacutegica
ministrar cursos de licenciatura bem como programas especiais de
formaccedilatildeo pedagoacutegica nas aacutereas cientiacutefica e tecnoloacutegica
ofertar educaccedilatildeo continuada por diferentes mecanismos visando agrave
atualizaccedilatildeo ao aperfeiccediloamento e agrave especializaccedilatildeo de profissionais na
aacuterea tecnoloacutegica
realizar pesquisa estimulando o desenvolvimento de soluccedilotildees
tecnoloacutegicas de forma criativa e estendendo seus benefiacutecios agrave
comunidade
80
promover a extensatildeo mediante integraccedilatildeo com a comunidade
contribuindo para o seu desenvolvimento e melhoria da qualidade de
vida desenvolvendo accedilotildees interativas que concorram para a
transferecircncia e o aprimoramento dos benefiacutecios e conquistas auferidos
na atividade acadecircmica e na pesquisa aplicada
estimular a produccedilatildeo cultural o empreendedorismo o desenvolvimento
cientiacutefico e tecnoloacutegico o pensamento reflexivo com responsabilidade
social (PDI 2010)
As Instituiccedilotildees de Ensino Superior (IES) e Meacutedio Teacutecnico satildeo autarquias
vinculadas ao Ministeacuterio da Educaccedilatildeo (MEC) que tem como atividade fim prover
educaccedilatildeo de qualidade e desenvolver a sociedade como um todo sempre em
consonacircncia com poliacuteticas leis e decretos vigentes As IES devem a cada quatro anos
apresentar o seu Planejamento Institucional (PDI) que eacute anaacutelogo ao Planejamento
Estrateacutegico empresarial e documento obrigatoacuterio exigido pelo MEC
Em suma o CEFETRJ eacute uma Instituiccedilatildeo que atua nos diferentes niacuteveis da
educaccedilatildeo e tem por objetivo a formaccedilatildeo de profissionais capazes de atuar intervir e
aplicar conhecimentos teacutecnicos e cientiacuteficos sem desconsiderar a dinacircmica
econocircmica e social bem como o desenvolvimento das regiotildees onde suas unidades
estatildeo inseridas
42 Sobre o potencial de captaccedilatildeo de aguas de residuais
Para avaliar o potencial de captaccedilatildeo de aguas de residuais que satildeo produzidas
pelas unidades evaporadoras de ar condicionado foi realizado ensaios em aparelhos
com capacidades variadas utilizando uma proveta graduada para coleta com
mangueira interligada a saiacuteda do dreno da unidade evaporadora de forma a
quantificar a produccedilatildeo a cada hora para obtenccedilatildeo da media de produccedilatildeo admitindo
um padratildeo modular de 12000 BTUsh conforme figuras x
Figura 14 - ensaio equipamento 24000 BTUs
81
Fonte Autor deste trabalho 2017
Quadro 5 - Ensaio de captaccedilatildeo em ambiente da biblioteca
Equipamento Split 24000 BTUs -Elgin
Hora Temperatura
( Graus Celsius-Cdeg) Volume de Aacutegua de Condensaccedilatildeo (mlh)
1230h 27 0
1330hr 23 500
1430hr 21 650
1530hr 21 630
1630hr 21 590
1730hr 21 610
1830hr 21 585
MEacuteDIA 50929
Fonte autor deste trabalho 2017
82
Quadro 6 -Ensaio de captaccedilatildeo em ambiente da sala de professores
Equipamento Split 12000 BTUs -Komeco
Hora Temperatura( Graus
Celsius-Cdeg) Volume de Aacutegua de Condensaccedilatildeo (mlh)
800h 30 0
900h 27 190
1000hr 23 250
1100hr 21 340
1200hr 21 290
1300hr 21 310
1400hr 21 285
MEacuteDIA 23786
Fonte autor deste trabalho 2017
Diferentemente do que foi encontrado na literatura obteve- se uma
media de 24905 mlhora para cada 12000 BTUs hora (British termal Units-
Unidade Teacutermica Britacircnica) variaccedilatildeo explicada pelas condiccedilotildees
psicomeacutetricas ou seja o processo de condensaccedilatildeo estaacute diretamente
relacionado a as condiccedilotildees climaacuteticas externas quanto maior a umidade
maior seraacute a quantidade de aacutegua gerada pelo processo De acordo com Mota
et al(2011) em meacutedia um ar com 12000 BTUs apresentou produccedilatildeo de
300mlhora valor proacuteximo ao encontrado por Fortes et al (2015) meacutedia de
309mlhora para unidade de mesma capacidade
Quadro 7 - Somatoacuterio das capacidades dos equipamentos instalados por pavimento
PAV CAPTOTAL EM BTUh
FUNCIONAMENTO
(hrdia)
VOLCONDENSACcedilAtildeO
(lhr)
VOLCONDENSACcedilAtildeO
(ldia)
T 18000 12 037 448
1ordm 650000 10 1349 13490
2ordm 676000 8 1403 11224
3ordm 806000 14 1673 23419
4ordm 786000 12 1631 19575
5ordm 676000 12 1403 16836
SOMA 3612000
84992 litros dia
Fonte Setor de manutenccedilatildeo
83
Tendo em vista a diversidade de utilizaccedilatildeo do Preacutedio Bloco E
(Bibliotecas Coordenaccedilotildees Salas de aula e Ambientes administrativos) foram
atribuiacutedos tempos de uso compatiacuteveis com o funcionamento de cada
ambiente
O reuso das aguas de condensaccedilatildeo que seriam desperdiccediladas
apresentam potencial de reuso com custo relativamente baixo cabendo
somente a interligaccedilatildeo dos drenos a rede de captaccedilatildeo de aguas pluviais
conforme pode ser observado na figura 15 e reservatoacuterio para que esta seja
usada para fins natildeo potaacuteveis
Figura 15 - Interligaccedilatildeo de tubulaccedilatildeo de drenagem de condensadores a rede AP
84
Aacuterea de Coleta de agua de chuva
Para estimar o volume do reservatoacuterio foi necessaacuterio o calculo da aacuterea que seraacute
utilizada para captaccedilatildeo das aguas pluviais que foi considerada a aacuterea de cobertura do
bloco E figura 16 que e composta de telhas trapezoidais em accedilo galvanizado
Figura 16 -Planta de cobertura do Bloco E
De acordo com a NBR 15527 a aacuterea de captaccedilatildeo para dimensionamentos eacute a
aacuterea em metros projetada na horizontal da superfiacutecie impermeaacutevel da cobertura onde
a aacutegua da chuva eacute captada (ABNT 2007)
Quadro 8 - Quadro da aacuterea de cobertura do Bloco E
PREacuteDIO AacuteREA ( msup2 )
BLOCO E 134670
TOTAL 134670
Fonte Autor do presente trabalho
Segundo Tomaz (2015) haacute uma variaccedilatildeo entre o volume de aacutegua precipitado e
o volume que seraacute coletado O coeficiente de Runoff ou coeficiente de escoamento
superficial eacute a relaccedilatildeo entre o volume de aacutegua de chuva que escoa superficialmente
e o volume total de aacutegua precipitada no telhado que iraacute variar de acordo com a
superfiacutecie conforme quadro 9
85
Quadro 9 - Iacutendice do coeficiente de Runoff
Tipo de telha Coeficiente de Runoff
Ceracircmica 08 a 09
Ceracircmica esmaltada 09 a 095
Corrugada metaacutelica 08 a 09
Cimento amianto 08 a 09
Plaacutestico 09 a 095 Fonte TOMAZ (2015)
Precipitaccedilatildeo Pluviomeacutetrica
Os dados pluviomeacutetricos utilizados neste trabalho foram fornecidos pelo
Sistema Alerta Rio que foram coletados da Estaccedilatildeo Meteoroloacutegica Tijuca A estaccedilatildeo
estaacute localizada no bairro tijuca em latitude 22ordm57 185S longitude 43ordm14 538W A
escolha desta estaccedilatildeo meteoroloacutegica se deu pela proximidade do CEFET-RJ e por
possuir grande volume de informaccedilatildeo armazenado pelo Sistema Alerta Rio Os dados
fornecidos incluem informaccedilotildees sobre precipitaccedilotildees no periacuteodo de 01012007 a
31122015 Conforme pode ser observado na tabela x
Tabela 3- Tabela de Precipitaccedilatildeo Pluviomeacutetrica
REGIME DE CHUVA
Tabela de Precipitaccedilatildeo Pluviomeacutetrica_ Jan 2007Dezembro 2015 (ml)
2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 MEacuteDIA
JAN 127 1856 2724 2202 1036 180 3538 288 788 19378
FEV 1176 1248 1222 624 874 144 834 304 848 9093
MAR 142 2466 944 3386 1496 91 358 986 1368 19098
ABR 1182 2186 2372 4962 3174 1008 85 177 1184 23360
MAI 202 736 552 898 1714 996 1692 458 40 11833
JUN 67 62 732 712 398 1478 426 106 1312 9260
JUL 166 448 1098 127 466 466 1718 1006 134 10333
AGO 178 1458 582 328 362 206 222 484 104 4905
86
Fonte Sistema Alerta Rio
Potencial de aproveitamento de aacuteguas pluviais
Para a determinaccedilatildeo do volume que pode ser aproveitado foi utilizado a aacuterea
de cobertura do preacutedio estudado a meacutedia das precipitaccedilotildees mensais do periacuteodo de
janeiro de 2007 a dezembro de 2015 bem como o coeficiente de runoff de 090 em
funccedilatildeo do material existente na cobertura utilizou-se a metodologia aplicada por Ghisi
et al (2017) e Lina et al (2011) desta forma foi calculado atraveacutes da equaccedilatildeo abaixo
e demonstrado no quadro 10
V= PAC1000
Onde V= volume mensal de chuva em m3
A=aacuterea total de captaccedilatildeo em m3
C= coeficiente de runoff
1000= fator de conversatildeo para m3
SET 394 1118 1322 582 572 1246 75 474 130 9698
OUT 2076 92 2256 1756 1382 744 888 542 32 13605
NOV 2202 2048 1292 1082 33 1198 1384 822 1974 15415
DEZ 2506 1284 4622 2876 1726 282 221 404 804 20893
15476 16388 19718 20678 1353 10478 18092 8598 10536
87
Quadro 10 - Captaccedilatildeo de aacutegua
POTENCIAL DE CAPTACcedilAtildeO DE AacuteGUA DE CHUVA
BLOCO E
MEcircS PRECIPITACcedilAtildeO MEacuteDIA
MENSAL AacuteREA COBERTURA
COEFICIENTE DE RUNOFF
VOLUME APROVEITAacuteVEL (m sup3)
JAN 19378 13467 09 23486
FEV 90925 13467 09 1102
MAR 19098 13467 09 23147
ABR 2336 13467 09 28313
MAI 118325 13467 09 14341
JUN 926 13467 09 11223
JUL 103325 13467 09 12523
AGO 4905 13467 09 5945
SET 96975 13467 09 11754
OUT 13605 13467 09 1649
NOV 15415 13467 09 18683
DEZ 208925 13467 09 25322 TOTAL ANUAL 202248
Fonte O autor do presente trabalho
Foram utilizadas as meacutedias de precipitaccedilotildees mensais do periacuteodo de 2007 a
2015 e observa-se que o mecircs de agosto com menor iacutendice de precipitaccedilatildeo
pluviomeacutetrica para a seacuterie histoacuterica
Atraveacutes de visitas in loco foram verificados todos os banheiros existentes no
preacutedio estudado verificando vazamentos tipos de torneira vasos sanitaacuterios e
mictoacuterios e foram identificadas torneiras temporizadas nos lavatoacuterios e mictoacuterios que
apresentavam tempo excessivo para fechamento as mesmas foram reguladas pela
equipe de manutenccedilatildeo e instalados redutores de vazatildeo Verificaram-se tambeacutem as
atividades realizadas no preacutedio que utilizam aacutegua que poderiam ser substituiacutedas por
agua natildeo potaacutevel
88
Definiccedilatildeo da populaccedilatildeo do preacutedio estudado
Para definiccedilatildeo da demanda do preacutedio estudado se fez necessaacuterio determinar a
populaccedilatildeo que utiliza o bloco E objeto do estudo de caso quantificando a meacutedia diaacuteria
de docentes teacutecnicos administrativos discente e tercerizados conforme quadro 11
Quadro 11 - Populaccedilao
POPULACcedilAtildeO BLOCO E
POPULACcedilAtildeO DIAS DA SEMANA
TOTAL SEG TERCcedilA QUARTA QUINTA SEXTA
Professores 75 75 75 75 75 375
Teacutecnicos Administrativo 135 135 135 135 135 675
Alunos 1150 1150 1150 1150 1150 5750
Visitantes da Biblioteca 80 80 80 80 80 400
Terceirizados 10 10 10 10 10 50
TOTAL 1450 1450 1450 1450 1450
Fonte O autor do presente trabalho
Com a determinaccedilatildeo da meacutedia de utilizaccedilatildeo da populaccedilatildeo foi verificado na
literatura as demanda encontradas por diversos autores
Segundo Gonccedilalves (2002 ) apud Silva (2004) edifiacutecios puacuteblicos e escolas tipo
externato possuem demanda diaacuteria na ordem de 50lpessoa dia
Kamers (2004) em seu estudo de 10 edifiacutecios puacuteblicos na cidade de
Florianoacutepolis encontrou demanda de 367 lpessoa dia
Marinoski (2008) obteve demanda de 155 lpessoa dia para fins natildeo potaacuteveis
em uma instituiccedilatildeo de niacutevel superior na cidade de Florianopolis-SC
Salla et al(2013)encontrou demanda de 20 a 30 laluno dia em um bloco de
salas de aula da UFU
Em funccedilatildeo das variaccedilotildees apresentadas na literatura e pelo preacutedio objeto do
estudo natildeo apresentar micromediccedilatildeo ou seja a entrada da concessionaacuteria CEDAE
atende diversas edificaccedilotildees na instituiccedilatildeo adotou-se questionaacuterio de forma a
quantificar a demanda dos equipamentos sanitaacuterios possiacuteveis de acordo com a
legislaccedilatildeo de utilizaccedilatildeo de aguas pluviais
43 Anaacutelise dos Resultados das entrevistas realizadas
As entrevistas foram realizadas por meio de questionaacuterios aplicados aos
Teacutecnicos Administrativos professores alunos e equipe responsaacutevel pela limpeza do
89
CEFET-RJ questionaacuterios que se encontram no apecircndice A B e C com a finalidade de
descobrir a frequecircncia de uso de cada aparelho de forma a quantificar o consumo de
agua potaacutevel nos equipamentos
Para obtenccedilatildeo de um levantamento com maior precisatildeo seria necessaacuterio a
resposta ao questionaacuterio por toda a populaccedilatildeo que utiliza os preacutedios estudados foi
verificada a dificuldade em funccedilatildeo de horaacuterios e dias da semana diferentes bem
como Em funccedilatildeo destes fatos decidiu-se por uma pesquisa por amostragem Com
utilizaccedilatildeo da foacutermula de caacutelculo amostral Chegou-se a uma amostra de 304 Foram
distribuiacutedos 400 questionaacuterios dos quais retornaram 320 o que gerou os graacuteficos
abaixo para determinaccedilatildeo do numero de vezes e tempo de uso dos equipamentos
sanitaacuterios
Caacutelculo de utilizaccedilatildeo da bacia sanitaacuteria
Foi considerado a utilizaccedilatildeo por cinco dias semanais no caso adotado 20 dias
uteis e utilizada a vazatildeo de 170 litros segundo no caso das bacias sanitaacuterias e 015
litrossegundo para mictoacuterios segundo a NBR 56261998
C meacutedio =
sum 119891119894lowast119905119894lowast119876119899119894
119899
Onde
C Meacutedio = consumo meacutedio
Fi = nuacutemero de vezes de utilizaccedilatildeo
Ti = tempo em segundos por acionamento
Q = vazatildeo de acordo com a norma
90
Graacutefico 1- Frequecircncia de uso diaacuterio da bacia sanitaacuteria
Fonte Elaborado pelo Autor deste Trabalho 2017
Populaccedilatildeo diaacuteria 1450
Nuacutemero de acionamentos descarga bacia sanitaacuteria
1 vez 16 1450 usuaacuterios 1 vez = 232 vezes
2 vezes 16 1450 usuaacuterios 2 vezes = 464 vezes
3 vezes 30 1450 usuaacuterios 3 vezes = 1305 vezes
4 vezes 14 1450 usuaacuterios 4 vezes = 802 vezes
5 vezes 5 1450 usuaacuterios 5 vezes = 362 vezes
6 vezes 4 1450 usuaacuterios 6 vezes = 348 vezes
7 vezes 5 1450 usuaacuterios 7 vezes = 507 vezes
Total de acionamentos 4031
91
Graacutefico 2 - Tempo em segundos da descarga da bacia
Fonte Elaborado pelo Autor deste Trabalho 2017
Consumo de bacia sanitaacuteriadia
1 seg 5 4031 1 17 = 342
2 seg 12 4031 2 17 = 822
3 seg 13 4031 3 17 = 890
4 seg 12 4301 4 17 = 822
5 seg 22 4031 5 17 = 150
6 seg 11 4031 6 17 = 753
7 seg 4 4031 7 17 = 274
8 seg 8 4031 8 17 = 548
9 seg 5 4031 9 17 = 342
10 seg 3 4031 10 17 = 205
Logo o consumo meacutedio das bacias sanitaacuterias foi de 6510dia e foi considerado 20
dias de utilizaccedilatildeo perfazendo um total de 130200Lmecircs ou 1302m3
92
Graacutefico 3 - Frequecircncia de uso diaacuterio do mictoacuterio
Fonte Elaborado pelo Autor deste Trabalho 2017
Nuacutemero de acionamentos de descarga mictoacuterio
1 vez 14 870 usuaacuterios 1 vez = 121
2 vezes 10 870 usuaacuterios 2 vezes = 174
3 vezes 21 870 usuaacuterios 3 vezes = 548
4 vezes 26 870 usuaacuterios 4 vezes = 904
5 vezes 12 870 usuaacuterios 5 vezes = 522
6 vezes 2 870 usuaacuterios 6 vezes = 174
7 vezes 2 870 usuaacuterios 7 vezes = 121
8 vezes 3 870 usuaacuterios 8 vezes = 208
Total de acionamentos 2772
93
Graacutefico 4 - Tempo em segundos da descarga do mictoacuterio
Fonte Elaborado pelo Autor deste Trabalho 2017
Consumo de mictoacuteriodia
1 seg 5 2772 1 015 = 20
2 seg 12 2772 2 015 = 99
3 seg 13 2772 3 015 = 162
4 seg 12 2772 4 015 = 99
5 seg 22 2772 5 015 = 457
6 seg 11 2772 6 015 = 274
7 seg 4 2772 7 015 = 116
8 seg 8 2772 8 015 = 260
9 seg 9 2772 9 015 = 187
10 seg 3 2772 10 015 = 124
Logo o consumo meacutedio de mictoacuteriodia foi de 1804dia e foi considerado 20
dias de utilizaccedilatildeo perfazendo um total de 36080mecircs ou 3608m3
Estimativa do Consumo de Aacutegua em Atividades de Limpeza e jardinagem
As informaccedilotildees foram prestadas pelos responsaacuteveis pela limpeza interna e
externa atraveacutes dos questionaacuterios aplicados
Consumo Atividade de limpeza=Somatoacuterio atividades limpeza paacutetios e rega
de jardim
Consumo de atividades de limpeza = 1104 m3 mensal
94
Consumo per capta de uso natildeo potaacutevel 86821450 = 598 litrosdia
Dimensionamento do reservatoacuterio de aguas pluviais
Segundo a Norma Brasileira NBR 155272007 satildeo apresentados 6 meacutetodos
de dimensionamento de reservatoacuterios cabendo ao projetista a escolha do meacutetodo
Para o presente projeto foi adotado o meacutetodo pratico alematildeo onde o volume do
reservatoacuterio seraacute o menor valor entre 6 do volume de captaccedilatildeo de agua pluvial anual
e 6 da demanda anual de agua natildeo potaacutevel
Vx006
V adotado = miacutenimo Dx006
Onde
V adotado= volume do reservatoacuterio
V= volume aproveitaacutevel anual de agua de chuva
D= demanda anual de agua natildeo potaacutevel
Demanda anual por agua natildeo potaacutevel
Limpeza 1104 m3mecircs x 12= 13248 m3
Vaso sanitaacuterio 1302 m3mecircs x 12 = 156240m3
Mictoacuterio 3608m3mesx12 = 43296 m3
Total 17732 m3mecircs 12= 212784 m3
Volume aproveitaacutevel de aguas pluviais = 202248 m3
V adotado= V x006 = (202248x006) = 12134m3
V adotado= D x006= (212784x006) = 12767m3
Tendo em vista os resultados apresentados adotou-se um reservatoacuterio inferior
com capacidade de 120000 litros em concreto armado conforme projeto no apecircndice
D tendo como base a Planta Baixa apresentado na figura 17 E de acordo com a
demanda diaacuteria foi definido reservatoacuterio superior em polietileno com capacidade de
5000 litros
95
Figura 17 - Planta baixa
FonteO autor do presente trabalho
Quadro 12 - Planilha orccedilamentaacuteria
Fonte Adaptada pelo autor do presente trabalho do Sistema Orccedila fascio
96
Item Coacutedigo Banco Descriccedilatildeo Tipo Und Quant Valor
Unit
Valor Unit
com BDI
Total
1 Movimento de Terra 190190
11 72917 SINAPI
ESCAVACAO MECANICA DE VALA EM MATERIAL 2A
CATEGORIA DE 201 ATE 400 M DE PROFUNDIDADE COM
UTILIZACAO DE ESCAVADEIRA HIDRAULICA
MOVT - MOVIMENTO
DE TERRAmsup3 13000 1198 1463 190190
2 Remoccedilotildees 862616
21 72897 SINAPICARGA MANUAL DE ENTULHO EM CAMINHAO
BASCULANTE 6 M3
MOVT - MOVIMENTO
DE TERRAmsup3 23800 2346 2864 681632
22 72900 SINAPI
TRANSPORTE DE ENTULHO COM CAMINHAO
BASCULANTE 6 M3 RODOVIA PAVIMENTADA DMT 05 A
10 KM
MOVT - MOVIMENTO
DE TERRAmsup3 16800 535 653 109704
23 93377 SINAPI
REATERRO MECANIZADO DE VALA COM
RETROESCAVADEIRA (CAPACIDADE DA CACcedilAMBA DA
RETRO 026 Msup3 POTEcircNCIA 88 HP) LARGURA DE 08 A
15 M PROFUNDIDADE DE 15 A 30 M COM SOLO (SEM
SUBSTITUICcedilAtildeO) DE 1ordf CATEGORIA EM LOCAIS COM ALTO
NIacuteVEL DE INTERFEREcircNCIA AF_042016
MOVT - MOVIMENTO
DE TERRAmsup3 7200 811 990 71280
3 Estrutura 6177729
31 95241 SINAPI
LASTRO DE CONCRETO E = 5 CM PREPARO
MECAcircNICO INCLUSOS LANCcedilAMENTO E ADENSAMENTO
AF_07_2016
FUES - FUNDACcedilOtildeES
E ESTRUTURASmsup2 5000 2404 2935 146750
32 5970 SINAPIFORMA TABUA PARA CONCRETO EM FUNDACAO C
REAPROVEITAMENTO 2X
FUES - FUNDACcedilOtildeES
E ESTRUTURASmsup2 22000 6684 8161 1795420
33 94052 SINAPI
ESCORAMENTO DE VALA TIPO DESCONTIacuteNUO COM
PROFUNDIDADE DE 15 A 30 M LARGURA MAIOR OU
IGUAL A 15 M E MENOR QUE 25 M EM LOCAL COM NIacuteVEL
ALTO DE INTERFEREcircNCIA AF_062016
ESCO -
ESCORAMENTOmsup2 7000 3602 4398 307860
34 83515 SINAPI
ESCORAMENTO FORMAS DE H=330 A 350 M COM
MADEIRA 3A QUALIDADE NAO APARELHADA
APROVEITAMENTO TABUAS 3X E PRUMOS 4X
ESCO -
ESCORAMENTOmsup3 12000 1500 1832 219840
35 90861 SINAPI
CONCRETAGEM DE EDIFICACcedilOtildeES (PAREDES E LAJES)
FEITAS COM SISTEMA DE FOcircRMAS MANUSEAacuteVEIS COM
CONCRETO USINADO BOMBEAacuteVEL FCK 20 MPA
LANCcedilADO COM BOMBA LANCcedilA - LANCcedilAMENTO
ADENSAMENTO E ACABAMENTO AF_062015
FUES - FUNDACcedilOtildeES
E ESTRUTURASmsup3 3050 40775 49786 1518473
36 92921 SINAPI
ARMACcedilAtildeO DE ESTRUTURAS DE CONCRETO ARMADO
EXCETO VIGAS PILARES LAJES E FUNDACcedilOtildeES
PROFUNDAS (DE EDIFIacuteCIOS DE MUacuteLTIPLOS
PAVIMENTOS EDIFICACcedilAtildeO TEacuteRREA OU SOBRADO)
UTILIZANDO ACcedilO CA-50 DE 125 MM - MONTAGEM
AF_122015
FUES - FUNDACcedilOtildeES
E ESTRUTURASKG 15300 779 951 145503
37 92919 SINAPI
ARMACcedilAtildeO DE ESTRUTURAS DE CONCRETO ARMADO
EXCETO VIGAS PILARES LAJES E FUNDACcedilOtildeES
PROFUNDAS (DE EDIFIacuteCIOS DE MUacuteLTIPLOS
PAVIMENTOS EDIFICACcedilAtildeO TEacuteRREA OU SOBRADO)
UTILIZANDO ACcedilO CA-50 DE 100 MM - MONTAGEM
AF_122015
FUES - FUNDACcedilOtildeES
E ESTRUTURASKG 2800 976 1192 33376
38 92917 SINAPI
ARMACcedilAtildeO DE ESTRUTURAS DE CONCRETO ARMADO
EXCETO VIGAS PILARES LAJES E FUNDACcedilOtildeES
PROFUNDAS (DE EDIFIacuteCIOS DE MUacuteLTIPLOS
PAVIMENTOS EDIFICACcedilAtildeO TEacuteRREA OU SOBRADO)
UTILIZANDO ACcedilO CA-50 DE 80 MM - MONTAGEM
AF_122015
FUES - FUNDACcedilOtildeES
E ESTRUTURASKG 68700 1217 1486 1020882
39 92916 SINAPI
ARMACcedilAtildeO DE ESTRUTURAS DE CONCRETO ARMADO
UTILIZANDO ACcedilO CA-50 DE 63 MM - MONTAGEM
AF_122015
FUES - FUNDACcedilOtildeES
E ESTRUTURASKG 60900 1331 1625 989625
Descriccedilatildeo do Orccedilamento Bancos Utilizados BDI Encargos Sociais
CONSTRUCcedilAtildeO DE CISTERNA SINAPI - 072017 - RJ
ORSE - 062017 - SE
SEDOP - 042017 - PA
SEINFRA - 024 - CE
SICRO2 - 112016 - RJ
SETOP - 072017 - MG
IOPES - 052017 - ES
SIURB - 012017 - SP
SUDECAP - 032017 - MG
FDE - 042017 - SP
CPOS - 072017 - SP
AGETOP CIVIL - 102016 -
GO
CAEMA - 052016 - MA
2210 00 - Natildeo Desonerada
Total Geral R$ 7230535
Planilha Orccedilamentaacuteria Sinteacutetica
Total sem
BDI
R$ 5921991
Total do BDI R$ 1308544
97
Quadro 13 - Anaacutelise de simulaccedilatildeo do reservatoacuterio
Fonte O autor do presente trabalho
ANAacuteLISE DE SIMULACcedilAtildeO DO RESERVATOacuteRIO
Coeficiente de runoff (CR) = 09
Volume do reservatoacuterio (msup3) = 120
Meses Chuva meacutedia mensal
Demanda mensal
Aacuterea de captaccedilatildeo
Volume de chuva
mensal
Volume do reservatoacuterio
fixado
Volume do reservatoacuterio
no tempo (t-1)
Volume do reservatoacuterio no tempo (t)
Overflow Suprimento de aacutegua externo
(mm) (msup3) (msup2) (msup3) (msup3) (msup3) (msup3) (msup3) (msup3)
Coluna 1 Coluna 2 Coluna 3 Coluna 4 Coluna 5 Coluna 6 Coluna 7 Coluna 8 Coluna 9 Coluna 10
Janeiro 19378 17732 13467 235 120 0 120 0 0
Fevereiro 9093 17732 13467 110 120 120 5268 0 0
Marccedilo 19098 17732 13467 231 120 5268 10636 0 0
Abril 2336 17732 13467 283 120 10636 120 9204 0
Maio 11833 17732 13467 143 120 120 8568 0 0
Junho 926 17732 13467 112 120 8568 2036 0 0
Julho 10332 17732 13467 125 120 2036 -3196 0 3196
Agosto 4905 17732 13467 59 120 0 -11832 0 11832
Setembro 9698 17732 13467 118 120 0 -5932 0 5932
Outubro 13605 17732 13467 165 120 0 -1232 0 1232
Novembro 15415 17732 13467 187 120 0 968 0 0
Dezembro 20893 17732 13467 253 120 968 8536 0 0
Total 16687 212784 2021 9204 22192
98
A demanda por agua natildeo potavel foi considerada identica para todos os meses
tendo em vista que nos meses de recesso natildeo haacute reduccedilatildeo na conta como pode ser
observado no apendice E pois satildeo realizadosdiversas atividades como lavagem de
reservatorios limpeza pesada e cursos de feacuterias
Quadro 14 - Descriccedilatildeo da planilha
Fonte O autor do presente trabalho 2017
Foi realizada analise de simulaccedilatildeo do reservatoacuterio com base na capacidade
encontrada atraveacutes do metodo praacutetico alematildeo 12000 m3 onde pode-se observar
overflow (transbordamento) de 9204 m3 para o mecircs de abril e necessidade de
suprimento de agua externo da concessionaria CEDAE para os meses julho a outubro
perfazendo um total 22192m3 Tendo em vista um uacutenico mecircs de transbordamento e
4 meses de necessidade de abastecimento externo verificou-se que o aumento do
reservatoacuterio para evitar o transbordamento poderia inviabilizar o projeto com o
aumento do custo de construccedilatildeo e o reservatorio ficaria ocioso tendo em vista a
precipitaccedilatildeo pluviometrica insuficiente para o atendimento pleno da demanda nos
meses de julho a outubro
A demanda por agua natildeo potavel foi considerada identica para todos os meses
tendo em vista que nos meses de recesso natildeo haacute reduccedilatildeo significativa no consumo
como pode ser observado no apecircndice E pois satildeo realizados lavagem de
reservatorios limpeza pesada e cursos de ferias
Coluna 1 = Meses
Coluna 2 = Intensidade pluviomeacutetrica mensal
Coluna 3 = Demanda mensal de aacutegua pluvial da edificaccedilatildeo
Coluna 4 = Aacuterea de captaccedilatildeo da edificaccedilatildeo
Coluna 5 = (Coluna 2) x (Coluna 4) x (Coeficiente de runoff) (100)
Coluna 6 = Corresponde ao volume definido para o reservatoacuterio
Coluna 7 = Se (Coluna 8 mecircs anterior) for menor que zero adotar zero
Se (Coluna 8 mecircs anterior) for maior ou igual a zero adotar o valor
Valor de janeiro igual a zero
Coluna 8 = Se (Coluna 5) + (Coluna 7) - (Colune 3) for maior que (Coluna 6) adotar o valor da (Coluna 6)
Se (Coluna 5) + (Coluna 7) - (Colune 3) for igual ou menor que (Coluna 6) adotar (Coluna 5) + (Coluna 7) - (Colune 3)
Valor de janeiro igual o volume do reservatoacuterio
Coluna 9 = Se (Coluna 5) + (Coluna 7) - (Coluna 3) for maior que (Coluna 6) adotar (Coluna 5) + (Coluna 7) - (Coluna3) - (Coluna 6)
Se (Coluna 5) + (Coluna 7) - (Coluna 3) for igual ou menor que (Coluna 6) adotar zero
Coluna 10 = Se (Coluna 7) + (Coluna 5) - (Coluna 3) for menor que zero adotar -((Coluna 7) + (Coluna 5) - (Coluna 3))
Se (Coluna 7) + (Coluna 5) - (Coluna 3) for igual ou maior que zero adotar zero
Descriccedilatildeo da planilha
99
Figura 18 - Localizaccedilatildeo do Reservatorio Inferior
A localizaccedilatildeo para construccedilatildeo do reservatoacuterio de aguas pluviais foi realizada
com base no menor nuacutemero de intervenccedilotildees uma vez que as caixas de inspeccedilotildees jaacute
se encontram instaladas e houve apenas a interceptaccedilatildeo para o reservatoacuterio e desvio
de interligaccedilatildeo a rede publica para recebimento do excedente e material dispensado
pelo filtro e ou sifatildeo ladratildeo
Figura 19 - Equipamentos necessaacuterios para instalaccedilatildeo em reservatoacuterio de aguas pluviais
Elaborado pelo autor deste trabalho com base equipamentos 3p tecnickacquasave
100
Equipamentos utilizados com suas funccedilotildees e caracteriacutesticas
Filtro FV 6 Filtro de aacutegua da chuva para aacutereas de captaccedilatildeo maiores Precisa
ser instalado dentro um poccedilo teacutecnico (Oslash 1200 mm) Graccedilas a seu sistema duplo de
limpeza (peneira grossa depois fina) ele possui uma significativa eficaacutecia em funccedilatildeo
da forte inclinaccedilatildeo do miolo filtrante a sujeira separada eacute continuamente encaminhada
para a galeria pluvial A saiacuteda para a galeria eacute conectada ao poccedilo teacutecnico
A sujeira cai no fundo do poccedilo e eacute carregada quando chove mais forte
Capacidade relativa de processamento conforme norma DIN 1986 de ateacute 2433 msup2
com uma precipitaccedilatildeo de 300 litros (seg x ha)Conexatildeo Entrada 2 x DN 250 Conexatildeo
p cisterna DN 200 Saiacuteda para a galeria DN 250 Desniacutevel da entrada para a saiacuteda da
aacutegua 320 mm Frequecircncia de manutenccedilatildeo conforme a incidecircncia de sujeira 2 a 4
vezes ao ano Trama da tela 0390 x 0980 mm Peacutes hastes roscadas com porcas de
accedilo inox medindo 250 mm Peso 395 kg
Conjunto mangueira boia 1rdquo por estar flutuando proporciona a captaccedilatildeo da
aacutegua no ponto do reservatoacuterio em que estaacute mais limpa evitando a captaccedilatildeo de
resiacuteduos decantados no fundo da cisterna ou em suspensatildeo na superfiacutecie da aacutegua
Possui uma segunda peneira em sua extremidade garantindo assim que nenhum
resiacuteduo existente possa ser sugado e enviado para o reservatoacuterio superior Diacircmetro
da boia 200 mm Comprimento 25 metros Conexatildeo 1 Peso 32 kg
Realimentador 1-12 - Industrial O realimentador tem por finalidade manter o
abastecimento de aacutegua do sistema pluvial quando natildeo houver aacutegua de chuva Uma
vaacutelvula solenoide unidirecional comandada por uma boia de niacutevel libera a entrada de
aacutegua da rede para que o sistema natildeo entre em colapso A boia de niacutevel deve ser
regulada de modo a liberar a entrada de aacutegua somente num niacutevel baixo da cisterna
natildeo interferindo no funcionamento regular do sistema de aacutegua de chuva ou seja sua
regulagem deve ser ajustada para funcionamento somente quando a caixa ou a
cisterna estiver em niacuteveis baixos quando a bomba que recalca a aacutegua de chuva natildeo
eacute mais acionada
Sifatildeo ladratildeo industrial 200 mm Sifatildeo com barreira contra odores e succcedilatildeo da
aacutegua na superfiacutecie sem invasatildeo de roedores que satildeo barrados pela chapa perfurada
de accedilo inox Para a qualidade constante da aacutegua eacute importante que a cisterna
transborde regularmente o sifatildeo ind DN 200 eacute conectado por um tubo plaacutestico de 200
101
mmconexatildeo 200 mmmaterial polietilenobarreira antirroedores accedilo inox dimensotildees
375 x 659 x 765 mm Peso 75 kg
Freio Drsquoaacutegua Industrial 200 mm O produto serve para frear e inverter o fluxo da
aacutegua que entra na cisterna Partiacuteculas finas de sujeira que ficaram retidas na aacutegua
lentamente descem para o fundo e uma camada de sedimentos se cria que exerce
uma influecircncia positiva sobre a aacutegua de chuva armazenada Cisternas com uma
camada de sedimentos apresentam uma aacutegua mais liacutempida
Clorador acquanova com funcionamento em circuito fechado com proteccedilatildeo
contra inundaccedilatildeo capacidade do corpo interno 320 pastilhas variando de 0640 kg
com vazatildeo de operaccedilatildeo lenta em rede de 05 a 3000 m3h
Conjunto de 02 bombas centrifugas monoestaacutegio BC 91- rotor fechado em
atendimento a altura manomeacutetrica total de 20 metros e vazatildeo de 53 m3h compatiacutevel
com o reservatoacuterio superior de 5000 litros
Tratamento quiacutemico mensal da agua pluvial
De acordo com orientaccedilatildeo da portaria do MS nordm 5182014 e a NBR 152227
recomenda que o cloro residual livre deva estar entre 05mgl e 30 mgl em qualquer
ponto do sistema de abastecimento neste estudo de caso foi previsto dosador de
cloro em pastilhas que apresenta consumo de 9 gramasm3 com estimativa de
consumo mensal de de 1742 gramasmecircs para a quantidade de agua a ser recalcada
de 8800 litros dia sendo os ajustes de vazatildeo a serem realizados atraveacutes da equipe
de manutenccedilatildeo de forma manual atraveacutes dos ajustes de registros que seratildeo
realizados em funccedilatildeo dos valores aferidos pelo kit de dosagem de cloro residual e
comparados a norma citada
Avaliaccedilatildeo do percentual de economia de agua potaacutevel nas atividades de
limpeza jardinagem bacias sanitaacuterias e mictoacuterios
Potencial de captaccedilatildeo de agua de chuva + potencial de produccedilatildeo de agua por
condensaccedilatildeo das unidades evaporadores- overflow= total de aguas utilizaveis em
usos menos nobres
202248m3 + 19200m3 - 9204 m3 = 212244 m3 total utilizavel
Demanda anual para uso natildeo potavel = 212784 m3
Percentual de economia de agua potavel = 9974
Os valores abaixo apresentam o custo por m3 do preccedilo cobrado pela
concessionaria CEDAE para o consumo de agua da rede publica
102
Custo de agua por faixa de consumo categoria publica
Consumo m3 valor
0 a 15 51036364
gt 15 11289924
Beneficio mensal com reduccedilatildeo de custo na conta de agua
A instituiccedilatildeo em estudo estaacute ligada agrave rede puacutebica de coleta de
esgoto portanto o custo de aacutegua tratada foi acrescido com o custo de
coleta de esgoto O custo de coleta de esgoto e idecircntico ao custo da agua
potaacutevel conforme pode ser observado no apecircndice F
total utilizavel ano12= 212234 m3 12 = 17686 m3
17686x 11289924 x 2= R$ 399347 mensal
Tabela 4 - Custos referentes agrave implantaccedilatildeo do sistema de aproveitamento de aacutegua pluviais
Equipamentos Quant Custo Vida Uacutetil
Reservatoacuterio Inferior 120000L Reservatoacuterio Superior 5000L Filtro Aquasave VF6 250mm Conjunto Flutuante de succcedilatildeo (Mangueira e boia) Realimentador 1 12rsquorsquo Sifatildeo ladratildeo 200mm Freio drsquoaacutegua 200mm Automaacuteticos superior e inferior Moto Bomba 1 cv Conexotildees pvc fios e disjuntores referente as instalaccedilotildees das bombas e prumadas de abastecimento (custo estimado 5) Clorador
01
01
Cj
02
02
Cj
01
R$ 7230535 R$ 179000 R$ 1414958 R$ 4800 R$ 198200 R$ 456324 R$ 99000
ge 50 anos 5 anos 10 anos 1 ano 2 anos 20 a 25 2 anos
Total R$ 9582817
Os custos de implantaccedilatildeo do sistema de aproveitamento de aacutegua pluvial para
posterior anaacutelise de viabilidade econocircmica Estes custos satildeo relativos aos gastos para
construccedilatildeo do reservatoacuterio inferior aquisiccedilatildeo de materiais equipamentos
Dentre os custos apresentados foi considerado somente matildeo de obra na
construccedilatildeo do reservatoacuterio inferior conforme pode ser observado na planilha
orccedilamentaria sinteacutetica na instalaccedilatildeo dos demais equipamentos e manutenccedilatildeo foi
103
considerada matildeo de obra da proacutepria da instituiccedilatildeo uma vez que a mesma conta com
equipe de manutenccedilatildeo hidraacuteulica e eleacutetrica bem como natildeo foi considerado custo de
energia eleacutetrica pois a altura de recalque e semelhante a da agua tratada
consequentemente natildeo implicando em acreacutescimos a conta de energia
Anaacutelise econocircmica
A anaacutelise econocircmica procura determinar as possibilidades de sucesso em
funccedilatildeo do tempo de retorno do investimento econocircmico e financeiro quanto maior o
payback maior o tempo necessaacuterio para que o investimento retorne e maiores os
riscos envolvidos
Tempo de retorno do investimento
Com base nos dados das estimativas de custos de implantaccedilatildeo foi possiacutevel
estimar o tempo de retorno do investimento inicial
Subtraindo a economia mensal acumulada resultante da implantaccedilatildeo do
sistema de aproveitamento de aacutegua da chuva dos custos de implantaccedilatildeo obteve-se
o balanccedilo financeiro mensal
De acordo com o balanccedilo financeiro em 24 meses corridos o total economizado
iraacute se equipara ao total investido utilizando do Payback Simples pode ser observado
para o Payback descontado um retorno em 28 meses considerando uma taxa mensal
de 1 que na atualidade eacute utilizada para remuneraccedilatildeo de fundos de renda fixa
104
Tabela 5 - Payback simples
Fonte Elaborado pelo Auto deste Trabalho 2017
Meses Investimento Fluxo de caixa Retorno Acumulado
0 9582817R$
1 399347R$ 41673 41673
2 399347R$ 41673 83346
3 399347R$ 41673 125020
4 399347R$ 41673 166693
5 399347R$ 41673 208366
6 399347R$ 41673 250039
7 399347R$ 41673 291713
8 399347R$ 41673 333386
9 399347R$ 41673 375059
10 399347R$ 41673 416732
11 399347R$ 41673 458406
12 399347R$ 41673 500079
13 399347R$ 41673 541752
14 399347R$ 41673 583425
15 399347R$ 41673 625099
16 399347R$ 41673 666772
17 399347R$ 41673 708445
18 399347R$ 41673 750118
19 399347R$ 41673 791791
20 399347R$ 41673 833465
21 399347R$ 41673 875138
22 399347R$ 41673 916811
23 399347R$ 41673 958484
24 399347R$ 41673 1000158
Payback Simples
105
Tabela 6 - Payback descontado
Fonte Elaborado pelo Auto deste Trabalho 2017
Tx Fundo Renda Fixa 1
Meses Investimento Fluxo de caixa VP VP VP ACUMULADO
0 9582817R$
1 399347R$ 395393R$ 41261 41261
2 399347R$ 391478R$ 40852 82113
3 399347R$ 387602R$ 40448 122560
4 399347R$ 383765R$ 40047 162608
5 399347R$ 379965R$ 39651 202258
6 399347R$ 376203R$ 39258 241516
7 399347R$ 372478R$ 38869 280386
8 399347R$ 368790R$ 38485 318870
9 399347R$ 365139R$ 38103 356974
10 399347R$ 361524R$ 37726 394700
11 399347R$ 357944R$ 37353 432053
12 399347R$ 354400R$ 36983 469036
13 399347R$ 350891R$ 36617 505652
14 399347R$ 347417R$ 36254 541906
15 399347R$ 343977R$ 35895 577802
16 399347R$ 340572R$ 35540 613341
17 399347R$ 337200R$ 35188 648529
18 399347R$ 333861R$ 34840 683369
19 399347R$ 330555R$ 34495 717864
20 399347R$ 327283R$ 34153 752017
21 399347R$ 324042R$ 33815 785832
22 399347R$ 320834R$ 33480 819312
23 399347R$ 317657R$ 33149 852460
24 399347R$ 314512R$ 32820 885281
25 399347R$ 311398R$ 32495 917776
26 399347R$ 308315R$ 32174 949950
27 399347R$ 305262R$ 31855 981805
28 399347R$ 302240R$ 31540 1013345
Payback Descontado
106
5 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
Na metodologia adotada conclui-se que a utilizaccedilatildeo de aguas pluviais para fins
natildeo potaacuteveis atraveacutes da captaccedilatildeo da cobertura do bloco E e de aguas residuais
provenientes de condensadores de aparelhos de ar condicionado gerou uma
economia mensal R$ 399347 mecircs (Trecircs mil novecentos e noventa e trecircs reais e
quarenta e sete centavos) de reduccedilatildeo na conta de aacutegua
Apoacutes a realizaccedilatildeo dos custos referentes a implantaccedilatildeo do sistema de
aproveitamento de aguas pluviais foi realizado o Payback Simples e descontado com
utilizaccedilatildeo da taxa de 1 am obtendo-se periacuteodo de retorno do investimento de 24
meses e 28 meses respectivamente periacuteodo relativamente curto e no desenvolvimento
do presente trabalho ficou comprovada a viabilidade teacutecnica e econocircmica
Foi verificado no desenvolvimento do presente projeto que as teacutecnicas para
aproveitamento de aguas pluviais podem ser associadas ao aproveitamento de aguas
cinzas e possiacuteveis de serem adotadas pela populaccedilatildeo de modo geral atraveacutes de
poliacuteticas puacuteblicas reduzindo-se os custos dos equipamentos necessaacuterios de forma a
incentivar o uso
A adoccedilatildeo de tecnologias de reaproveitamento ou reuso ao serem utilizadas em
instituiccedilotildees de ensino servem como exemplo de postura ambientalmente correta para
os problemas de ocupaccedilatildeo e impermeabilizaccedilatildeo desordenada do solo nos centros
urbanos aleacutem de estimular a educaccedilatildeo ambiental e os conceitos de sustentabilidade
criando multiplicadores das accedilotildees de conservaccedilatildeo do meio ambiente
A pesquisa bibliograacutefica na parte que trata do histoacuterico de reuso demonstrou
que o aproveitamento de aguas pluviais era utilizado por civilizaccedilotildees anteriores a
nossa era e que diversos paiacuteses do mundo na atualidade continuam a utilizar e
incentivar a populaccedilatildeo atraveacutes de poliacuteticas puacuteblicas
Dentre os custos referentes a implantaccedilatildeo do SAAP pode ser observado que o
reservatoacuterio inferior apresenta maior investimento cabendo ao projetista avaliar
atraveacutes de anaacutelise de simulaccedilatildeo o volume de transbordamento e volume de
suprimento externo de agua de forma a otimizar a utilizaccedilatildeo da precipitaccedilatildeo
pluviomeacutetrica da regiatildeo sem contudo inviabilizar o projeto financeiramente atraveacutes
do superdimensionamento do reservatoacuterio
Finalmente em caso de utilizaccedilatildeo do SAAP como alternativa a rede de
abastecimento da concessionaria cabe ao gestor a orientaccedilatildeo aos usuaacuterios bem
107
como a identificaccedilatildeo das tubulaccedilotildees e pontos de uso por meio de pintura na cor roxa
das tubulaccedilotildees e placas indicativas nos pontos de uso
51 Propostas para trabalhos futuros
Apoacutes a conclusatildeo do presente trabalho seguem as sugestotildees para trabalhos
futuros abaixo relacionados
Realizar estudos referentes aos diversos meacutetodos de dimensionamento de
reservatoacuterio citados segundo a Norma Brasileira NBR 155272007ABNT e avaliar o
meacutetodo que apresenta melhor desempenho em funccedilatildeo do iacutendice de precipitaccedilatildeo do
Estado do Rio de Janeiro
Elaborar estudos para avaliar o potencial de captaccedilatildeo de aguas residuais que
satildeo produzidas pelas unidades evaporadoras de ar condicionado com ensaios em
todas as estaccedilotildees do ano de forma a verificar a variaccedilatildeo de produccedilatildeo de condensaccedilatildeo
em diversas condiccedilotildees climaacuteticas externas
Produzir estudos de aproveitamento de aacuteguas pluviais verificando todas as
coberturas existentes na instituiccedilatildeo e utilizaccedilatildeo de aacuteguas cinzas
Realizar analise da qualidade da aacutegua pluvial e estudo de possiacuteveis
tratamentos para utilizaccedilatildeo como agua potaacutevel com verificaccedilatildeo de viabilidade
financeira
108
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um Edifiacutecio Comercial Holos v 1 p 72 ndash 86 Natal 2015
SABBAG et al Metodologia das Opccedilotildees Reais na Avaliaccedilatildeo de Investimentos
Produtivos Aplicaccedilatildeo de um Modelo de uma Variaacutevel Estocaacutestica Dissertaccedilatildeo
de Mestrado em Financcedilas Empresariais ndash Escola Superior de Estudos Industriais e de
Gestatildeo Vila do Conde Instituto Politeacutecnico do Porto 2015
SABBATINI FH Desenvolvimento de meacutetodos processos e sistemas construtivos ndash Formulaccedilatildeo e aplicaccedilatildeo de uma metodologia Politeacutecnica da Universidade de Satildeo Paulo tese(doutorado) 1989
119
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TOMAZ P Aproveitamento de aacutegua da chuva Livro Digital 2015 Disponiacutevel em
Acesso em 13 de dezembro de 2016
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120
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de Recursos Hiacutedricos Porto Alegre v19 n1 p229-242 2014
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Engenharia Civil Universidade do Porto Porto Portugal 2008
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WESTERHOFF G P Un update of research needs for water reuse In WATER REUSE SYMPOSIUM 3ordm Proceedings San Diego Califoacuternia 1984
YIN R Estudo de caso planejamento e meacutetodos 2a ed Porto Alegre Bookman
2001
121
APEcircNDICE A
Questionaacuterio 1
Prezados
O presente questionaacuterio faz parte de pesquisa de dissertaccedilatildeo de Mestrado e tem como
objetivo avaliar a demanda de aacutegua potaacutevel possiacutevel de ser substituiacuteda por aacutegua de chuva
Sua participaccedilatildeo eacute fundamental para o desenvolvimento da pesquisa
Obrigado pela sua participaccedilatildeo
Mario dos Santos Soares
Estudo de consumo de aacutegua CEFET- Maracanatilde Bloco E
( ) Alunos ( ) Servidores ( ) Professores ( ) Teacutecnico Administrativo
Gecircnero ( ) Masculino ( ) Feminino
1) Nuacutemero de vezes diariamente em meacutedia que vocecirc utiliza a descarga do vaso sanitaacuterio
( ) zero ( ) 1 vez ( ) 2 vezes ( ) 3 vezes ( ) 4 vezes ( ) 5 vezes
( ) 6 vezes ( ) 7 vezes ( ) 8 vezes
2) Estime um tempo em segundos de cada vez que vocecirc pressiona a descarga sanitaacuteria
( ) zero ( ) 1 seg ( ) 2 seg ( ) 3 seg ( ) 4 seg ( ) 5 seg ( ) 6 seg
( ) 7 seg ( ) 8 seg ( ) 9 seg ( ) 10 seg ( ) 11 seg ( ) 12 seg
3) Nuacutemero em vezes diariamente em meacutedia que vocecirc utiliza o mictoacuterio
( ) zero ( ) 1 vez ( ) 2 vezes ( ) 3 vezes ( ) 4 vezes ( ) 5 vezes
( ) 6 vezes ( ) 7 vezes ( ) 8 vezes
4) Estime um tempo em segundos que vocecirc pressiona a descarga dos mictoacuterios
( ) zero ( ) 1 seg ( ) 2 seg ( ) 3 seg ( ) 4 seg ( ) 5 seg ( ) 6 seg
( ) 7 seg ( ) 8 seg ( ) 9 seg ( ) 10 seg ( ) 11 seg
122
APEcircNDICE B
Questionaacuterio 2
Prezados
O presente questionaacuterio faz parte de pesquisa de dissertaccedilatildeo de Mestrado e tem como
objetivo avaliar a demanda de aacutegua potaacutevel possiacutevel de ser substituiacuteda por aacutegua de chuva
Sua participaccedilatildeo eacute fundamental para o desenvolvimento da pesquisa
Obrigado pela sua participaccedilatildeo
Mario dos Santos Soares
Estudo de consumo de aacutegua CEFET- Maracanatilde Bl E
Encarregado de limpeza Interna
1) Nuacutemero de vezes por semana que as circulaccedilotildees e escadas dos pavimentos satildeo
lavados
( ) 1 vez ( ) 2 vezes ( ) 3 vezes ( ) 4 vezes ( ) 5 vezes
2) Nuacutemero de vezes por semana que o paacutetio do teacuterreo eacute lavado
( ) 1 vez ( ) 2 vezes ( ) 3 vezes ( ) 4 vezes ( ) 5 vezes
3) Tempo de duraccedilatildeo que a torneira fica aberta
( ) 15 minutos ( ) 30 minutos ( ) 45 minutos ( ) 60 minutos
4) Nuacutemero de baldes (considerar balde com capacidade de 10 Lt) necessaacuterios a limpeza
das circulaccedilotildees por pavimento utilizando apenas pano molhado
( ) 1 ( ) 2 ( ) 3 ( ) 4 ( ) 5 ( ) 6 ( ) 7 ( ) 8 ( ) 9
5) Nuacutemero de vezes por semana que eacute passado pano molhado nas circulaccedilotildees dos
pavimentos
( ) 1 ( ) 2 ( ) 3 ( ) 4 ( ) 5 ( ) 6 ( ) 7 ( ) 8 ( ) 9
123
APEcircNDICE C
Questionaacuterio 3
Prezados
O presente questionaacuterio faz parte de pesquisa de dissertaccedilatildeo de Mestrado e tem como
objetivo avaliar a demanda de aacutegua potaacutevel possiacutevel de ser substituiacuteda por aacutegua de chuva
Sua participaccedilatildeo eacute fundamental para o desenvolvimento da pesquisa
Obrigado pela sua participaccedilatildeo
Mario dos Santos Soares
Estudo de consumo de aacutegua CEFET- Maracanatilde Bl E e Academia
Encarregado de limpeza Externa
1) Nuacutemero de vezes por mecircs que as vidraccedilas satildeo lavadas
( ) 1 vez ( ) 2 vezes ( ) 3 vezes ( ) 4 vezes ( ) 5 vezes
2) Nuacutemero de vezes por semana que eacute realizada a rega do jardim
( ) 1 vez ( ) 2 vezes ( ) 3 vezes ( ) 4 vezes ( ) 5 vezes ( ) 6 vezes
3) Tempo estimado da utilizaccedilatildeo da torneira para rega do jardim
( ) 15 minutos ( ) 30 minutos ( ) 45 minutos ( ) 60 minutos
( ) 75 minutos
124
APEcircNDICE D
125
126
127
128
APEcircNDICE E
Consumo de agua potaacutevel
CONSUMO 2014 A 2016
Mecircs
2014 2015 2016
Meacutedia Total
Vol Faturado
(msup3)
nordm dias
m3dia Vol
faturado (msup3)
nordm dias
m3dia Vol
Faturado (msup3)
nordm dias
m3dia
JAN 173100 29 5969 168000 30 5600 234100 32 7316 6295
FEV 182300 30 6077 181600 2900 6262 192900 34 5674 6004
MAR 131600 29 4538 212000 3100 6839 305500 28 10911 7429
ABR 221100 34 6503 264600 2900 9124 323100 29 11141 8923
MAI 196400 31 6335 253100 3300 7670 251800 31 8123 7376
JUN 168900 34 4968 210900 2800 7532 242200 29 8352 6951
JUL 200100 30 6670 213000 3400 6265 188700 28 6739 6558
AGO 190700 31 6152 220100 2800 7861 223100 29 7693 7235
SET 254300 28 9082 183200 3300 5552 178300 33 5403 6679
OUT 226700 31 7313 322500 2800 11518 197200 29 6800 8544
NOV 250600 32 7831 242200 2900 8352 254700 31 8216 8133
DEZ 284300 30 9477 286600 3100 9245 290400 31 9368 9363
Fonte contas CEDAE
129
APEcircNDICE F
4
AGRADECIMENTOS
A elaboraccedilatildeo da presente dissertaccedilatildeo natildeo teria sido possiacutevel sem o apoio de diversas
pessoas Gostaria de manifestar minha gratidatildeo a todos agravequeles que direta ou
indiretamente contribuiacuteram para a conclusatildeo desta tarefa A todos manifesto meus
sinceros agradecimentos
Ao Professor orientador Luiz Peacuteres Zotes DSc pelas orientaccedilotildees incentivo e apoio
para a conclusatildeo do presente trabalho aqui quero manifestar meus agradecimentos
A todos os amigos de curso que de forma direta ou indireta contribuiacuteram incentivando
para a conclusatildeo do curso
Agradeccedilo a todos aqueles que se dispuseram a responder os questionaacuterios que foram
fundamentais para a determinaccedilatildeo da demanda por aacutegua natildeo potaacutevel Por isso muito
obrigado a todos
5
Pensamento
ldquoFaccedila o bem fale o bem pense o bem Perceba que
cada ser que encontramos eacute iluminado disfarccedilado a
nos mostrar o caminho Alguns nos mostram como natildeo
devemos ser outros como devemos serrdquo
Monja Coen
6
RESUMO
O aproveitamento de aacuteguas pluviais e o reaproveitamento de aacuteguas residuais demonstram que a minimizaccedilatildeo dos custos dos usuaacuterios com abastecimento de aacutegua eacute alcanccedilada e ainda gera valor agregado aos empreendimentos que optam por atender aos requisitos de sustentabilidade Esta atitude tem gerado o aumento da implantaccedilatildeo de sistemas de reutilizaccedilatildeo de aacutegua nos grandes centros urbanos O resultado econocircmico esperado na adoccedilatildeo dos sistemas de reaproveitamento de aacuteguas e utilizaccedilatildeo de aacutegua da chuva eacute influenciado pelo tipo de aplicaccedilatildeo ou seja em que ambiente esta medida seraacute adotada e que cuidados adicionais seratildeo necessaacuterios na concepccedilatildeo dos projetos Percebe-se com a pesquisa que o maior investimento para instalaccedilatildeo do sistema de aproveitamento de aacutegua da chuva estaacute relacionado ao reservatoacuterio que seraacute implantado e ao processo de instalaccedilatildeo o qual precisa ser analisado desde o seu dimensionamento e construccedilatildeo ateacute o atendimento aos padrotildees teacutecnicos e ambientais Esta dissertaccedilatildeo contempla o desenvolvimento de uma proposta metodoloacutegica para o estudo da viabilidade do aproveitamento de aacuteguas pluviais e aacuteguas residuais provenientes de evaporadoras de aparelhos de ar condicionado para uso natildeo potaacutevel A metodologia desenvolvida foi aplicada para validaccedilatildeo em uma instituiccedilatildeo de ensino com localizaccedilatildeo na cidade do Rio de Janeiro Na metodologia utilizada quantificaram-se as demandas de uso para bacias sanitaacuterias mictoacuterios limpeza e jardinagem Estimou-se o potencial de captaccedilatildeo de aacuteguas pluviais atraveacutes da cobertura de uma edificaccedilatildeo avaliaccedilatildeo e dimensionamento dos reservatoacuterios inferior e superior de acordo com a norma ABNT NBR 15527 A aplicaccedilatildeo permitiu verificar que atraveacutes de levantamento de dados equipamentos necessaacuterios e os custos para a implantaccedilatildeo do sistema de aproveitamento de aacuteguas pluviais que acenaram para um investimento da ordem de R$9582817 (Noventa e cinco mil oitocentos e vinte e oito reais e dezessete centavos) O periacuteodo constatado para o retorno do investimento foi de 24 (vinte e quatro) meses para um payback simples e 28 (vinte e oito) meses para um payback descontado com utilizaccedilatildeo de taxa de 1 (um por cento) o que demonstrou um tempo de retorno do investimento curto comprovando a viabilidade econocircmica da implantaccedilatildeo do sistema sugerido por esta pesquisa Palavras-chave Aacuteguas pluviais Reservatoacuterio Reaproveitamento Custo Sustentabilidade
7
ABSTRACT The utilization of rainwater and the reuse of wastewater demonstrate that minimizing the costs of users with water supply is achieved and still generates added value to the projects that choose to meet sustainability requirements This attitude has led to an increase in the implementation of water reuse systems in large urban centers The expected economic result in the adoption of water reuse and rainwater utilization systems is influenced by the type of application that is in what environment this measure will be adopted and what additional care will be required in the design of the projects The research shows that the largest investment for the installation of the rainwater harvesting system is related to the reservoir to be implanted and to the installation process which needs to be analyzed from its design and construction to meeting the technical standards and environmental issues This dissertation contemplates the development of a methodological proposal for the study of the feasibility of the use of rainwater and wastewater coming from evaporators of air conditioners for non-potable use The methodology developed was applied for validation in an educational institution located in the city of Rio de Janeiro In the methodology used were quantified the demands of use for sanitary basins urinals cleaning and gardening The potential of rainwater harvesting was estimated by covering a building evaluating and designing the lower and upper reservoirs in accordance with ABNT NBR 15527 The application made it possible to verify that through data collection necessary equipment and the costs for the implantation of the system of use of rainwater that waved for an investment in the order of R $ 9582817 (Ninety-five thousand eight hundred and twenty-eight reais and seventeen cents) The payback period was 24 (twenty-four) months for a simple payback and 28 (twenty-eight) months for a discounted payback using a 1 (one percent) rate which time of return of the short investment proving the economic viability of the implementation of the system suggested by this research Key words Rainwater Reservoir Reuse Cost Sustainability
8
LISTA DE SIGLAS
ABES ndash Associaccedilatildeo Brasileira de Engenharia sanitaacuteria e Ambiental
ABNT ndash Associaccedilatildeo Brasileira de Normas Teacutecnicas
ASA (Articulaccedilatildeo do Semiaacuterido Brasileiro)
ANA ndash Agecircncia Nacional de Aacuteguas
ABNT ndash Associaccedilatildeo Brasileira de Normas Teacutecnicas
BTUs - (British termal Units- Unidade Teacutermica Britacircnica)
CEDAE - Companhia Estadual de Aguas e Esgotos
CEFET RJ- Centro Federal de Educaccedilatildeo Tecnoloacutegica Celso Suckow da Fonseca
CNRH - Conselho Nacional de Recursos Hiacutedricos
CONFEA ndash Conselho Federal de Engenharia e Agronomia
EEE ndash Estaccedilatildeo Elevatoacuteria de Esgotos
EIA ndash Estudo de Impacto ambiental
EPA ndash Enviromental Protection Agency
ETA ndash Estaccedilatildeo de Tratamento de Aacutegua
ETE ndash Estaccedilatildeo de Tratamento de Esgotos
FIESP - Federaccedilatildeo das Industrias do Estado de Satildeo Paulo
IBGE - Instituto Brasileiro de geografia e Estatiacutestica
LDB - Lei de Diretrizes e Bases da Educaccedilatildeo Nacional
NBR ndash Norma Brasileira
RIMA ndash Relatoacuterio de Impacto Ambiental
PCA ndash Programa de Conservaccedilatildeo de Aacutegua
PNCDA ndash Programa Nacional de Combate ao Desperdiacutecio de Aacutegua
PNRH - Poliacutetica Nacional de Recursos Hiacutedricos
PURA ndash Programa de Uso Racional da Aacutegua
PDI - Plano de Desenvolvimento Institucional ()
SABESP ndash Companhia de Saneamento Baacutesico do Estado de Satildeo Paulo
SAAP - Sistema de Aproveitamento de Aguas Pluviais
UNESCO ndash Organizaccedilatildeo das Naccedilotildees Unidas para Educaccedilatildeo Ciecircncia e Cultura
9
ONU ndash Organizaccedilatildeo das Naccedilotildees Unidas
LEED - Leadership in Energy and Environmental
USGBC - US Green building Council
BNDES - Banco Nacional de Desenvolvimento Econocircmico e Social
SINAPI ndash Sistema Nacional de Pesquisa de Custos e Iacutendices da Construccedilatildeo Civil
CEF ndash Caixa Econocircmica Federal
10
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 - Estrutura do Conteuacutedo da Dissertaccedilatildeo 24
Figura 2 - Consumo Mensal de Aacutegua - 2014 26
Figura 3 - Sistemas de aproveitamento de aacuteguas pluviais 38
Figura 4 - Reservatoacuterios 39
Figura 5 - Reservatoacuterios 39
Figura 6 - Esquema de cisterna implementada na zona rural 41
Figura 7 - Projeto experimental para casas populares voltado para captaccedilatildeo de aacutegua da chuva 41
Figura 8 - Formas potenciais de reuso da aacutegua 46
Figura 9 - Processo de captaccedilatildeo da aacutegua da chuva 51
Figura 10 -Certificaccedilatildeo em estaacutedios de futebol itens avaliados no canteiro de obra 65
Figura 11 - Poccedilos de infiltraccedilatildeo 67
Figura 12 - Hidrocircmetro referente ao nuacutemero 485 com vazatildeo de 03 - 15 m3hora 70
Figura 13 - Fachada Principal do CEFET- RJ 70
Figura 14 - ensaio equipamento 24000 BTUs 80
Figura 15 - Interligaccedilatildeo de tubulaccedilatildeo de drenagem de condensadores a rede AP 83
Figura 16 -Planta de cobertura do Bloco E 84
Figura 17 - Planta baixa 95
Figura 18 - Localizaccedilatildeo do Reservatorio Inferior 99
Figura 19 - Equipamentos necessaacuterios para instalaccedilatildeo em reservatoacuterio de aguas pluviais 99
11
GRAacuteFICOS
Graacutefico 1- Frequecircncia de uso diaacuterio da bacia sanitaacuteria 90
Graacutefico 2 - Tempo em segundos da descarga da bacia 91
Graacutefico 3 - Frequecircncia de uso diaacuterio do mictoacuterio 92
Graacutefico 4 - Tempo em segundos da descarga do mictoacuterio 93
12
LISTA DE QUADROS
Quadro 1 - Projeccedilatildeo da populaccedilatildeo nos Municiacutepios do Estado do Rio de Janeiro 35
Quadro 2 - Evoluccedilatildeo prevista da demanda de aacutegua em msup3s para a Regiatildeo Metropolitana do Rio de Janeiro 36
Quadro 3 - Frequecircncia de manutenccedilatildeo 52
Quadro 4- Fluxo do processo 62
Quadro 5 - Ensaio de captaccedilatildeo em ambiente da biblioteca 81
Quadro 6 -Ensaio de captaccedilatildeo em ambiente da sala de professores 82
Quadro 7 - Somatoacuterio das capacidades dos equipamentos instalados por pavimento 82
Quadro 8 - Quadro da aacuterea de cobertura do Bloco E 84
Quadro 9 - Iacutendice do coeficiente de Runoff 85
Quadro 10 - Captaccedilatildeo de aacutegua 87
Quadro 11 - Populaccedilao 88
Quadro 12 - Planilha orccedilamentaacuteria 95
Quadro 13 - Anaacutelise de simulaccedilatildeo do reservatoacuterio 97
Quadro 14 - Descriccedilatildeo da planilha 98
13
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 - Paracircmetros de qualidade de aacuteguas pluviais para usos restritivos natildeo potaacuteveis 52
Tabela 2 - Padrotildees microbioloacutegicos para aacuteguas destinadas agrave recreaccedilatildeo de contato primaacuterio 55
Tabela 3- Tabela de Precipitaccedilatildeo Pluviomeacutetrica 85
Tabela 4 - Custos referentes agrave implantaccedilatildeo do sistema de aproveitamento de aacutegua pluviais 102
Tabela 5 - Payback simples 104
Tabela 6 - Payback descontado 105
14
SUMAacuteRIO
1 ndash INTRODUCcedilAtildeO 16
11 - CONSIDERACcedilOtildeES INICIAIS 16
12 - QUESTAtildeO PROBLEMA 21
13 ndash QUESTOtildeES DA PESQUISA 21
14 - OBJETIVO GERAL 22
15 - OBJETIVOS ESPECIacuteFICOS 22
16 ndash ESTRUTURA METODOLOacuteGICA 22
17 ndash DELIMITACcedilAtildeO DA PESQUISA 25
18 ndash JUSTIFICATIVA DA PESQUISA 25
19 ndash ORGANIZACcedilAtildeO DO ESTUDO 27
2 - BASE CONCEITUAL E REVISAtildeO DA LITERATURA 28
21 A SUSTENTABILIDADE E AS QUESTOtildeES QUANTO A CONSERVACcedilAtildeO
REAPROVEITAMENTO E REDUCcedilAtildeO DO CONSUMO DE AacuteGUAS PLUVIAIS 28
211 EXEMPLOS RECENTES DE ATITUDE SUSTENTAacuteVEIS ADOTADAS NO BRASIL 29
212 MEDIDAS SUSTENTAacuteVEIS PARA CONSERVACcedilAtildeO REAPROVEITAMENTO DE AacuteGUA E REDUCcedilAtildeO DO
CONSUMO DE AacuteGUAS PLUVIAIS 30
22 HISTOacuteRICO DO REUSO DE AacuteGUAS 37
221 ASPECTOS HISTOacuteRICOS DA CAPTACcedilAtildeO DAS AacuteGUAS PLUVIAIS NO BRASIL 40
23 UTILIZACcedilOtildeES DA AacuteGUA COLETADA E O SEU CONSUMO 42
24 O REUSO DE AacuteGUAS 43
241- AacuteGUAS RESIDUAacuteRIAS 43
242 AacuteGUAS CINZENTAS 46
25 FORMAS DE REUSO DE AacuteGUAS 47
251 REUSO URBANO 47
252 REUSO INDUSTRIAL 48
253 REUSO AGRIacuteCOLA 48
254 REUSO NO MEIO AMBIENTE 48
26 A PRAacuteTICA DE RECARGA DE AQUIacuteFEROS 48
27 O ARMAZENAMENTO DE AGUAacuteS 49
28 LEGISLACcedilAtildeO SOBRE O USO DE AacuteGUAS 56
3 - METODOLOGIA 62
31 ESTRATEacuteGIA DA PESQUISA 63
32 UNIDADE DE ANAacuteLISE 68
33 JUSTIFICATIVA DA ESTRATEacuteGIA DE PESQUISA 68
34 PESQUISA EXPLORATOacuteRIA 68
35 LEVANTAMENTO 69
15
36 OBJETO DE ESTUDO 70
361 APARELHOS EXISTENTES 71
37 ENTREVISTAS COM OS USUAacuteRIOS 71
38 ESTIMATIVA DO CONSUMO DE AacuteGUA 72
381 O CAacuteLCULO DE CONSUMO MEacuteDIO DIAacuteRIO DE AacuteGUA PER CAPITA POR APARELHOS 72
O CAacuteLCULO FOI REALIZADO COM BASE NO SOMATOacuteRIO DA MULTIPLICACcedilAtildeO DA FREQUEcircNCIA E TEMPO DE USO
OBTIDO NAS ENTREVISTAS E VAZAtildeO DO APARELHO DIVIDIDO PELO NUacuteMERO DE PESSOAS ENTREVISTADAS
72
382 ESTIMATIVA DO CONSUMO DE AacuteGUA EM ATIVIDADES DE LIMPEZA E JARDINAGEM 73
383 AVALIACcedilAtildeO DO POTENCIAL DE ECONOMIA DE AacuteGUA POTAacuteVEL 73
384 PERCENTUAL DE AacuteGUA POTAacuteVEL QUE PODERIA SER SUBSTITUIacuteDO POR AacuteGUA PLUVIAL 73
39 RESERVATOacuteRIOS DE AacuteGUA PLUVIAL 74
310 ANAacuteLISE ECONOcircMICA 74
4 APLICACcedilAtildeO E VALIDACcedilAtildeO DA METODOLOGIA PROPOSTA 75
41 HISTOacuteRICO DO CEFET-RJ 75
411 DEFINICcedilAtildeO DE INSTITUICcedilOtildeES DE ENSINO SUPERIOR 75
412 - PLANO DE DESENVOLVIMENTO INSTITUCIONAL (PDI) 76
413 - O PDI DO CEFETRJ 78
414 - FILOSOFIA MISSAtildeO E OBJETIVOS INSTITUCIONAIS 78
42 SOBRE O POTENCIAL DE CAPTACcedilAtildeO DE AGUAS DE RESIDUAIS 80
43 ANAacuteLISE DOS RESULTADOS DAS ENTREVISTAS REALIZADAS 88
5 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS 106
51 PROPOSTAS PARA TRABALHOS FUTUROS 107
REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAFICAS 108
16
1 ndash INTRODUCcedilAtildeO
11 - Consideraccedilotildees Iniciais
A aacutegua jaacute foi considerada um recurso infinito mas atualmente a sua
disponibilidade eacute um dos grandes problemas do nosso planeta decorrente de
inuacutemeros fatores tais como o aquecimento global as alteraccedilotildees climaacuteticas o
crescimento populacional acentuado o consumo cada vez maior dos recursos
hiacutedricos o mau uso desta fonte de energia e sobretudo a falta de poliacuteticas puacuteblicas
que estimulem o uso sustentaacutevel da aacutegua
Neste contexto segundo Kibert (2008) a adoccedilatildeo de medidas ecologicamente
corretas eacute fundamental tais como teacutecnicas de conservaccedilatildeo controle do desperdiacutecio
reaproveitamento da aacutegua de chuva reciclagem de aacutegua e recuperaccedilatildeo dos solos
Diante da possibilidade de racionamento ou ateacute mesmo escassez da aacutegua doce
no mundo eacute necessaacuterio que a sociedade e as poliacuteticas puacuteblicas busquem novas
tecnologias e alternativas sustentaacuteveis para a reduccedilatildeo do consumo
Diniz (2013) afirma que vaacuterios paiacuteses encaram hoje o problema de escassez
da aacutegua em consequecircncia do crescimento desordenado da poluiccedilatildeo dos recursos
hiacutedricos do aumento populacional e industrial que geram um aumento na demanda
pela aacutegua provocando o esgotamento deste recurso
Inobstante a urbanizaccedilatildeo das cidades e as tecnologias de abastecimento
puacuteblico de aacutegua contribuiacuteram para a desativaccedilatildeo dos sistemas de aproveitamento da
aacutegua de chuva Entretanto atualmente no contexto do paradigma da conservaccedilatildeo da
aacutegua as praacuteticas de aproveitamento da aacutegua de chuva estatildeo sendo incorporadas aos
sistemas de gestatildeo urbana dos recursos hiacutedricos de diversos paiacuteses Portanto natildeo
se trata de inserir um novo conceito de gestatildeo de recursos hiacutedricos apenas resgatar
os fundamentos deste e adaptaacute-lo agrave realidade atual (ALADENOLA ADEBOYE 2009)
A UNESCO emitiu no ano de 2005 a resoluccedilatildeo Ares58217 proclamando o
periacuteodo de 2005 a 2015 como sendo a Deacutecada Internacional para Accedilatildeo ldquoAacutegua Fonte
de vidardquo iniciando-se o dia mundial da aacutegua no dia 22 de Marccedilo de
2005(UNESCO2013d) A iniciativa teve como objetivo de alerta para a importacircncia
de melhor administrar as fontes de aacutegua em funccedilatildeo do aumento de consumo ou pelo
uso desequilibrado deste recurso indispensaacutevel agrave vida humana Com perspectivas
preocupantes a ONU apresenta a estimativa que se natildeo houver alteraccedilotildees nas
17
poliacuteticas em relaccedilatildeo aos recursos hiacutedricos 18 bilhatildeo de pessoas estaratildeo vivendo em
zonas de secas e dois terccedilos da humanidade estaratildeo sujeitos a alguma restriccedilatildeo no
acesso agrave aacutegua em 2025
Haacute diversos pontos no mundo em que a falta de aacutegua tem sido o principal motivo de ecircxodo de populaccedilotildees tal como acontece no Nordeste brasileiro Em termos globais o risco de crise hiacutedrica acontece pelo crescimento demograacutefico mudanccedilas climaacuteticas desperdiacutecio e contaminaccedilatildeo das fontes Afetando natildeo soacute a sauacutede humana mas o desenvolvimento soacutecio econocircmico das populaccedilotildees e o rumo das relaccedilotildees entre paiacuteses (UNESCO2013d)
Nesse caso Fawell amp Miller (1992) afirmam que a provisatildeo de uma aacutegua
potaacutevel ldquosegurardquo e ldquoesteticamente aceitaacutevelrdquo eacute assegurada em muitos paiacuteses por uma
seacuterie de padrotildees obrigatoacuterios ou largamente advertidos (domiacutenio puacuteblico)
Se na atualidade os paiacuteses continuam concentrados na prospecccedilatildeo e busca de
novas tecnologias para auto-suficiecircncia em petroacuteleo natildeo estaraacute longe o dia em que a
aacutegua seraacute reconhecida como o bem mais precioso a vida do ser humano
Segundo Craig e Dale (2008) a definiccedilatildeo mais adotada e mais citada da
sustentabilidade foi feita no Relatoacuterio de Brundland que definiu o conceito de
sustentabilidade da seguinte forma ldquoaquele que satisfaz as necessidades do presente
sem comprometer a capacidade das futuras geraccedilotildees satisfazerem suas proacuteprias
necessidadesrdquo (BRUNDTLAND 1988 p 46)
O uso da aacutegua com consciecircncia eacute a soluccedilatildeo mais sustentaacutevel para o
enfrentamento da crise a que tem sido observada em diversos estados do paiacutes O
aproveitamento de aacutegua de chuva e reuso natildeo eacute um conceito novo mas com o
aumento da demanda tornou-se um tema atual e de suma importacircncia que eacute praticado
ao longo dos anos em diversos paiacuteses devendo ser uma atividade mais abrangente
que eacute o uso racional englobando a reduccedilatildeo de perdas e desperdiacutecios e a minimizaccedilatildeo
da produccedilatildeo de efluentes e do consumo de aacutegua potaacutevel
A utilizaccedilatildeo da aacutegua da chuva aleacutem de trazer o benefiacutecio da conservaccedilatildeo da
aacutegua e reduzir a dependecircncia excessiva das fontes superficiais de abastecimento
reduz o escoamento superficial minimizando os problemas com enchentes buscando
garantir a sustentabilidade urbana que segundo Dixon Butler e Fewkes (1999) soacute
seraacute possiacutevel atraveacutes da mobilizaccedilatildeo da sociedade em busca do uso apropriado e
eficiente da aacutegua
18
Segundo Petry e Boeriu (2000) nos uacuteltimos anos tem-se observado o
desenvolvimento de novas tecnologias referentes ao manejo de recursos hiacutedricos
Com isso observa-se novas expansotildees no uso de teacutecnicas de aproveitamento de
aacutegua de chuva tanto em regiotildees onde jaacute eram utilizadas como em locais onde eram
desconhecidas
Para Dixon et al(1999) a existecircncia da sociedade e de sua malha urbana no
futuro estaacute condicionada ao uso adequado da aacutegua considerando o seu reuacuteso e
aproveitamento da aacutegua pluvial em todo o ciclo desde a captaccedilatildeo passando pelo
tratamento e armazenagem
Veloso e Mendes (2014) afirmam que a maioria das experiecircncias brasileiras
de aproveitamento de aacutegua de chuva se concentra na regiatildeo do semiaacuterido brasileiro
promovida pela ASA (Articulaccedilatildeo do Semiaacuterido Brasileiro) que eacute formada por mil
organizaccedilotildees da sociedade civil que atua na gestatildeo e no desenvolvimento de poliacuteticas
de convivecircncia com a regiatildeo semiaacuterida
Esta iniciativa contribui para equacionar os graves problemas de escassez de
aacutegua que a populaccedilatildeo e refeacutem Nesse sentido destaca-se o Programa Um Milhatildeo de
Cisternas (P1MC) uma das accedilotildees de mobilizaccedilatildeo promovidas pela ASA que objetiva
possibilitar ao nordestino o acesso a aacutegua potaacutevel por meio da construccedilatildeo de
cisternas de placas Desde 2003 aproximadamente 499387 mil foram construiacutedas
beneficiando mais de 2 milhotildees de pessoas (ASA 2015)
Segundo Gould and Nissen-Petersen (1990) A colheita de aacuteguas pluviais eacute uma
teacutecnica antiga que possui um renome na popularidade devido agrave qualidade inerente da
aacutegua da chuva e ao interesse em reduzir o consumo de aacutegua tratada A aacutegua da chuva
eacute valorizada por sua pureza e suavidade Tem um pH quase neutro e estaacute livre de
subprodutos de desinfecccedilatildeo sais minerais e outros contaminantes naturais e
artificiais As plantas prosperam sob irrigaccedilatildeo com aacutegua de chuva armazenada Os
aparelhos duram mais quando satildeo livres dos efeitos corrosivos ou em escala de aacutegua
dura
Os usuaacuterios com sistemas potaacuteveis preferem o gosto superior e as
propriedades de limpeza da aacutegua da chuva Evidecircncias arqueoloacutegicas atestam a
captura da aacutegua da chuva haacute mais de 4000 anos e o conceito de colheita de aacutegua da
chuva na China pode chegar a mais de 6000 anos Ruiacutenas de cisternas construiacutedas
jaacute em 2000 aC para armazenar o escoamento das encostas para fins agriacutecolas e
domeacutesticos ainda estatildeo em Israel
19
A reutilizaccedilatildeo ou reuso de aacutegua ou ainda em outra forma de expressatildeo o uso
de aacuteguas residuaacuterias natildeo eacute um conceito novo e tem sido praticado em todo o mundo
haacute muitos anos Haacute relatos de sua praacutetica na Greacutecia Antiga com a disposiccedilatildeo de
esgotos e sua utilizaccedilatildeo na irrigaccedilatildeo Contudo a demanda crescente por aacutegua tem
feito do reuso planejado da aacutegua um tema atual e de grande importacircncia (SANTOS
1993)
O elevado desenvolvimento demograacutefico associado agraves transformaccedilotildees
econocircmicas reflete-se notavelmente no uso dos recursos hiacutedricos principalmente no
que se refere agrave qualidade e quantidade das aacuteguas superficiais e subterracircneas
(RAMOS 2000)
O uso de fontes alternativas e de estrateacutegias de uso racional de aacutegua em
edificaccedilotildees eacute uma forma de amenizar os problemas de disponibilidade de aacutegua
potaacutevel e diminuir a sua demanda
Dentre estas estrateacutegias pode-se citar o aproveitamento de aacutegua pluvial o
reuso de aacuteguas cinzas (ABNT NBR 155272007) O aproveitamento de aacutegua pluvial eacute
uma praacutetica milenar empregada no mundo todo Essa teacutecnica tem se difundido e se
consolidado como uma forma de mitigar os diversos problemas ambientais causados
pelo aumento da demanda de aacutegua pela falta de medidas de controle da poluiccedilatildeo e
de gestatildeo ambiental em aacutereas urbanas e rurais (BARROS 2000)
O reaproveitamento eficiente da aacutegua da chuva natildeo tem misteacuterios mas satildeo
necessaacuterios alguns pequenos cuidados que tornam os sistemas mais seguros e de
faacutecil manutenccedilatildeo (AQUASTOCK 2008)
De acordo com Diniz (2013) as teacutecnicas para operar um sistema de utilizaccedilatildeo
das aacuteguas pluviais seguem as seguintes etapas
Coletar aacuteguas pluviais atraveacutes de calhas em telhados coberturas
Armazenar essa aacutegua em reservatoacuterios cisternas
Abastecer o local onde seratildeo utilizadas as aacuteguas pluviais
Eliminar as primeiras aacuteguas de chuva preservando a qualidade dessa aacutegua
20
Relevacircncia da Pesquisa
O foco dos sistemas de captaccedilatildeo de aacutegua da chuva estatildeo mais atrelados aos
problemas que o meio ambiente enfrenta de forma global ou seja estatildeo voltados para
o coletivo e natildeo individualmente Embora se pense em sistemas que sejam
desenvolvidos para a preservaccedilatildeo da aacutegua doce e da aacutegua da chuva para que natildeo
sejam desperdiccediladas eacute preciso tambeacutem pensar no investimento econocircmico de longo
prazo ou seja a economia na conta da aacutegua que seria uma forma de se pensar
tambeacutem individualmente
A relevacircncia deste trabalho aponta para os resultados levados agrave
sustentabilidade utilizando o aproveitamento de aacuteguas pluviais e de aacuteguas residuais
de evaporadoras de aparelhos de ar condicionado para fins natildeo potaacuteveis
Justificativa da Pesquisa
O sucesso das accedilotildees que devem conduzir ao reuso de aacutegua dependeraacute em
grande parte da influecircncia da comunidade do CEFET-RJ do comportamento das
pessoas e de suas decisotildees individuais Mesmo considerando que existe certo
interesse pelas questotildees ambientais haacute que se reconhecer a falta de informaccedilatildeo e
conhecimento dos problemas ambientais
Logo a educaccedilatildeo ambiental que tenha por objetivo informar e sensibilizar as
pessoas sobre os problemas (e possiacuteveis soluccedilotildees) existentes em sua comunidade
buscando transformar estas pessoas em indiviacuteduos que participem das decisotildees
sobre seus futuros exercendo desse modo o direito aacute cidadania tornando-se
instrumento indispensaacutevel ao processo
O CEFET-RJ possui duas entradas de abastecimento de aacutegua com
fornecimento atraveacutes da CEDAE perfazendo um consumo anual na ordem de
294039 m3 que abastecem blocos independentes atraveacutes de 02 castelos drsquoaacutegua com
alimentaccedilatildeo dos blocos por gravidade Tendo em vista o grande nuacutemero de blocos
com aacuterea construiacuteda de 3927050 m2 e grande aacutereas de paacutetios jardins e quadras
esportivas tendo alto consumo de aacutegua para limpeza
Estaacute sendo pesquisada a viabilidade do aproveitamento das aacuteguas pluviais
coletadas atraveacutes dos telhados de uma edificaccedilotildees bem como a aacutegua residual
proveniente dos evaporadores de unidades condensadoras e aparelhos de ar
condicionado de janela no campus do Maracanatilde em funccedilatildeo do grande nuacutemero de
ambientes com refrigeraccedilatildeo com a finalidade de reuso em aacutereas e atividades menos
nobres como lavagem de paacutetios quadras poliesportivas uso em bacias sanitaacuterias
21
irrigaccedilatildeo de jardins que com adoccedilatildeo destas medidas obter-se-aacute reduccedilatildeo do consumo
de aacutegua potaacutevel tratada fornecida pela concessionaria CEDAE
Como consequecircncias reduccedilatildeo dos custos reduccedilatildeo do incocircmodo de poccedilas de
aacuteguas residuais geradas por unidades condensadoras contribuiraacute na reduccedilatildeo de
enchentes tendo em vista a localizaccedilatildeo geograacutefica do CEFET-RJ proacutexima ao Rio
Maracanatilde estimulando a educaccedilatildeo ambiental e a sustentabilidade atraveacutes dos
multiplicadores das accedilotildees de conservaccedilatildeo de aacutegua por membros da comunidade de
docentes discentes e teacutecnicos administrativos servindo como exemplo de uma
postura ambientalmente correta para o enfrentamento dos problemas de ocupaccedilatildeo e
impermeabilizaccedilatildeo desordenada do solo nos grandes centros urbanos
12 - Questatildeo Problema
Analisar a viabilidade de promover o desenvolvimento de um sistema de
captaccedilatildeo de aacutegua da chuva e aacuteguas residuais de evaporadoras de aparelhos de ar
condicionado do CEFETRJ para utilizaacute-la em fins natildeo potaacuteveis agregando valor agrave
sustentabilidade e gerando economia na conta da aacutegua
13 ndash Questotildees da Pesquisa
Nesta conjuntura surgem as questotildees que orientaratildeo este trabalho
Como implantar e implementar um sistema de aproveitamento de aacuteguas
pluviais
Como verificar viabilidade teacutecnica para a adaptaccedilatildeo de instalaccedilotildees do preacutedio
estudado no CEFETRJ Campus Maracanatilde para aproveitamento de aacuteguas
pluviais
Pesquisar os segmentos que se ajustem ao uso da aacutegua natildeo potaacutevel e calcular
suas demandas
Quantificaccedilatildeo da capacidade de produccedilatildeo de aacuteguas remanescentes
provenientes de Unidades Evaporadoras de aparelhos de ar condicionado do
preacutedio estudado
22
14 - Objetivo Geral
O objetivo geral da dissertaccedilatildeo eacute apresentaccedilatildeo de uma proposta metodoloacutegica
para analisar a viabilidade teacutecnica de um sistema de aproveitamento de aacuteguas pluviais
e aacuteguas residuais de evaporadoras de unidades evaporadores para uso com fins natildeo
potaacuteveis no Campus Maracanatilde do CEFET-RJ
15 - Objetivos Especiacuteficos
Desenvolvimento da metodologia proposta
Dimensionar o sistema de armazenamento das aacuteguas pluviais e
residuais coletadas para reuso
Buscar tecnologias para implantaccedilatildeo de sistema de aproveitamento de
agua pluviais
Avaliar viabilidade econocircmica da implantaccedilatildeo do sistema de
aproveitamento de aguas pluviais
16 ndash Estrutura Metodoloacutegica
A metodologia utilizada no presente trabalho considerou o bloco E para se
analisar a viabilidade de aproveitamento de aacuteguas pluviais e aacuteguas residuais
provenientes de unidade evaporadoras de aparelhos de ar condicionado Com
aplicaccedilatildeo de questionaacuterio para os usuaacuterios das instalaccedilotildees para quantificaccedilatildeo da
demanda de aacutegua nos ambientes estudados
Ywashima (2005) ressalta a importacircncia de campanhas de conscientizaccedilatildeo
para utilizaccedilatildeo racional da aacutegua nas escolas Segundo a pesquisadora a conta natildeo e
paga de forma direta pelos usuaacuterios consequentemente natildeo haacute motivaccedilatildeo financeira
A autora apresenta como sugestatildeo tecnologias economizadoras onde se obteacutem
reduccedilatildeo de consumo independente da mudanccedila de comportamento pelos usuaacuterios
Tomando como premissa o atual consumo desordenado de aacutegua consumo
este que proporciona uma grande margem para que no futuro este liacutequido precioso
para a vida na terra venha a faltar caso natildeo seja criado mecanismos que possam
contornar essa situaccedilatildeo o desenvolvimento deste presente projeto apresenta-se
como uma alternativa para compor estes mecanismos
23
Atraveacutes de pesquisas foi constatado que as aacuteguas pluviais devem ser utilizadas
para amenizar a situaccedilatildeo Desse modo o presente trabalho contempla a possibilidade
de uso de recursos tecnoloacutegicos a fim de que se possa reduzir o consumo e diminuir
o desperdiacutecio de aacutegua atraveacutes da captaccedilatildeo armazenamento e reaproveitamento das
aacuteguas pluviais
Este sistema de captaccedilatildeo de aacutegua pluvial permite usar as aacutereas de coberturas
da edificaccedilatildeo para captar a aacutegua da chuva apoacutes passar por um filtro ou mecanismo
de retenccedilatildeo de impurezas conduzi-la a um reservatoacuterio onde seraacute armazenada e
utilizada na edificaccedilatildeo para fins natildeo potaacuteveis tais como lavagem de pisos irrigaccedilatildeo
de jardins mictoacuterios e bacias sanitaacuterias
No que diz respeito a implementaccedilatildeo da metodologia foi realizado um
levantamento das coberturas da edificaccedilatildeo escolhidas com analise dos dados
meteoroloacutegicos da regiatildeo que permitiram avaliaccedilatildeo dos paracircmetros necessaacuterios para
os caacutelculos dos reservatoacuterios de aacuteguas pluviais
O trabalho foi dividido em trecircs etapas
A primeira etapa desenvolveu-se atraveacutes de pesquisas referecircncias
bibliograacuteficas dados teacutecnicos e projetos semelhantes referentes ao tema para obter
um melhor embasamento teoacuterico sobre o assunto com auxilio da internet pesquisas
literaacuterias artigos cientiacuteficos informaccedilotildees pessoais de profissionais e obtivemos
informaccedilotildees necessaacuterias favoraacuteveis que possibilitaram a execuccedilatildeo do presente
trabalho em unidade de ensino adequando agraves edificaccedilotildees do campus onde houvesse
o menor nuacutemero de intervenccedilotildees
A segunda etapa foi direcionada ao programa de necessidades considerando
o consumo da edificaccedilatildeo e o potencial de captaccedilatildeo atraveacutes de aacuterea de coberturas
evaporadores de ar condicionado levantamento dos iacutendices pluviomeacutetricos da regiatildeo
preacute-dimensionamento para os reservatoacuterios superior e inferior e uma estimativa de
custos para implantaccedilatildeo
A terceira e uacuteltima etapa foi direcionada ao anteprojeto arquitetocircnico para
construccedilatildeo do reservatoacuterio prevendo no sistema a captaccedilatildeo tanto de aacuteguas pluviais
quanto de aacuteguas residuais provenientes dos evaporadores de ar condicionado
levantamento dos custos referentes a implantaccedilatildeo dos reservatoacuterios com avaliaccedilatildeo
do tempo de retorno (payback) do investimento
24
A Figura 01 ilustra de forma simplificada a abordagem utilizada durante a
realizaccedilatildeo desta pesquisa
Figura 1 - Estrutura do Conteuacutedo da Dissertaccedilatildeo
Fonte Elaborado pelo autor do presente trabalho(2017)
DISSERTACcedilAtildeO
VERTENTE TEacuteCNICA
EMPIacuteRICA
COLETA DE DADOS
FLUXO DO PROCESSO
DIMENSIONAMENTO
CONCEPCcedilAtildeO EMPIacuteRICA
CONCLUSAtildeO DISSERTACcedilAtildeO
HISTOacuteRICO REUSO DAS
AacuteGUAS
LEGISLACcedilAtildeO
SUSTENTABILIDADE
BASE TEOacuteRICA
CONCEPCcedilAtildeO TEOacuteRICA
25
17 ndash Delimitaccedilatildeo da Pesquisa
A realizaccedilatildeo do presente trabalho ocorreraacute atraveacutes de levantamento de dados
referente ao abastecimento e equipamentos instalados do bloco E do campus
Maracanatilde com estudo de consumo de aacutegua da edificaccedilatildeo levando em consideraccedilatildeo
o nuacutemero de usuaacuterios
A capacidade de captaccedilatildeo seraacute realizada atraveacutes das aacutereas de cobertura e
utilizaccedilatildeo dos iacutendices de precipitaccedilatildeo pluviomeacutetrica da regiatildeo estudada de anos
anteriores para caacutelculo e dimensionamento de reservatoacuterios inferior e superior bem
como avaliaccedilatildeo da capacidade de produccedilatildeo de aacuteguas residuais produzidas pelas
evaporadoras instaladas no preacutedio
Avaliando as adaptaccedilotildees necessaacuterias ao sistema de abastecimento existente
para o atendimento das bacias sanitaacuterias e lavagem de paacutetios quadras esportivas
regas de jardim e levantando e propondo utilizaccedilatildeo de novas tecnologias existentes
para instalaccedilatildeo do sistema e verificando a necessidade de utilizaccedilatildeo de
abastecimento com aacutegua potaacutevel em casos de grande estiagem para manutenccedilatildeo
das atividades sem prejuiacutezos agrave aacuterea acadecircmica
Desta forma nesta pesquisa seratildeo avaliados os dados obtidos atraveacutes de
levantamentos arquitetocircnicos e das instalaccedilotildees hidro sanitaacuterias existentes no
CEFETRJ - Unidade Maracanatilde aleacutem de documentaccedilatildeo e pesquisa em projetos
similares que jaacute possam existir relacionados agrave questatildeo da utilizaccedilatildeo de aacuteguas pluviais
Como objetivo de fundamentar a implantaccedilatildeo do estudo e desenvolvimento do
mesmo seraacute apresentado levantamento e resultado necessaacuterios para implementaccedilatildeo
da utilizaccedilatildeo de aacuteguas pluviais com base nos dados coletados e revisatildeo bibliograacutefica
em artigos e perioacutedicos que versam sobre as tecnologias mais indicadas para a
utilizaccedilatildeo de aacuteguas pluviais
18 ndash Justificativa da Pesquisa
Como prevecirc a constituiccedilatildeo em seu Art 225 caput ndash ldquoTodos tecircm direito ao meio
ambiente ecologicamente equilibrado bem de uso comum do povo e essencial agrave sadia
qualidade de vida impondo-se ao Poder Puacuteblico e agrave coletividade o dever de defendecirc-
lo e preservaacute-lo para presentes e futuras geraccedilotildeesrdquo (Brasil 2004)
No atendimento a constituiccedilatildeo e as legislaccedilotildees pertinentes levar o CEFET- RJ
26
ao cumprimento de accedilotildees e objetivos visando a sustentabilidade nas suas
dependecircncias e atraveacutes de sua comunidade discente docente e teacutecnicos
administrativos atuar como multiplicadores de accedilotildees de preservaccedilatildeo do meio
ambiente atraveacutes do reuso de aacuteguas pluviais e aacuteguas residuais oriundas de
evaporadores e aparelhos de ar condicionado de janela
Em funccedilatildeo do alto consumo como pode ser observado na figura 2 faz-se
necessaacuteria a adoccedilatildeo de equipamentos de maior tecnologia e o aproveitamento de
aacuteguas pluviais para uso menos nobre conforme determina a norma ABNT ndash NBR
15527 de 24102007 e contribuir de forma efetiva para reduccedilatildeo de custo
possibilidade de racionamento e reduccedilatildeo per capta do consumo nos oacutergatildeos puacuteblicos
Figura 2 - Consumo Mensal de Aacutegua - 2014
Entrada Volume faturado (msup3)
nordm jan fev mar abr mai jun jul ago set out nov dez total 2014
485 17310 18230 13160 22110 19640 16890 20010 19070 25430 22670 25060 28430 248010
681 3706 3580 6560 5394 6170 2800 3310 2650 3069 2580 2890 3320 46029
Total
mensal 21016 21810 19720 27504 25810 19690 23320 21720 28499 25250 27950 31750 294039
Fonte Contas CEDAE exerciacutecio 2014
00
5000
10000
15000
20000
25000
30000
35000
jan fev mar abr mai jun jul ago set out nov dez
Vo
l f
atu
rad
o (
msup3)
Mecircs
Consumo mensal de aacutegua em 2014
485
27
19 ndash Organizaccedilatildeo do Estudo
O Capiacutetulo 01 desta pesquisa estaacute organizado com a introduccedilatildeo composta pela
situaccedilatildeo-problema questotildees de pesquisa objetivos estrateacutegia delimitaccedilatildeo e
justificativa da pesquisa A finalidade preciacutepua da leitura deste capiacutetulo eacute harmonizar
a compreensatildeo do contexto e a importacircncia da pesquisa
O Capitulo 02 estaacute organizado com os fundamentos teoacutericos com base em
sustentabilidade histoacuterico de reuso da aacutegua e legislaccedilatildeo
O Capitulo 03 trata da metodologia e tipo de pesquisa a ser empregado
informando a forma da obtenccedilatildeo dos dados e como seratildeo feitos o tratamento e anaacutelise
dos dados
No Capiacutetulo 4 seratildeo interpretados os resultados referentes agraves demandas de
aacuteguas menos nobres a quantificaccedilatildeo da produccedilatildeo de aacutegua proveniente de unidades
evaporadoras e aacuteguas pluviais com avaliaccedilatildeo de viabilidade econocircmica para
implantaccedilatildeo do sistema
No Capiacutetulo 05 seraacute apresentada a anaacutelise dos resultados e sugestotildees para
estudos futuros e complementares
28
2 - BASE CONCEITUAL E REVISAtildeO DA LITERATURA
No presente capitulo seraacute apresentada a vertente teacutecnica com os fundamentos
teoacutericos que forneceratildeo o suporte para o desenvolvimento da pesquisa
21 A Sustentabilidade e as questotildees quanto a conservaccedilatildeo reaproveitamento e
reduccedilatildeo do consumo de aacuteguas pluviais
A Comissatildeo Mundial sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento denominada
Comissatildeo de Brundtland (1988) define o desenvolvimento sustentaacutevel como aquele
que atende as necessidades do presente sem comprometer a possibilidade das
geraccedilotildees futuras atenderem as suas proacuteprias necessidades
Surgido na deacutecada de 1990 o tripeacute da sustentabilidade tem crescido em seu
conceito em todo o planeta refletindo uma seacuterie de processos valores e objetivos de
forma que uma gestatildeo deveraacute orientar aos trecircs pilares econocircmico social e ambiental
podendo este conceito ser aplicado de forma macro para um paiacutes ou ateacute para o
planeta ou micro podendo ser uma escola um vilarejo ou empresa (DIAS2011)
A concepccedilatildeo do desenvolvimento sustentaacutevel orienta a discussatildeo sobre o tema
em qualquer segmento das atividades do ser humano Os objetivos tecircm como base
na perspectiva de utilizaccedilatildeo dos recursos naturais desde que sejam preservados para
as futuras geraccedilotildees Dias ( 2011) Poreacutem parte das dificuldades apresenta-se porque
as geraccedilotildees natildeo tecircm participaccedilatildeo nas decisotildees atuais Desta forma somente a
conscientizaccedilatildeo da preservaccedilatildeo da vida e da espeacutecie eacute que motiva o ser humano o
que natildeo acontece na maioria das vezes com os gestores e poliacuteticos dos dias atuais
(MOURA 2011)
Muito embora para alguns o desenvolvimento sustentaacutevel eacute um projeto social e
poliacutetico que serve como ferramenta para combate a pobreza satisfaccedilatildeo das
necessidades baacutesicas da humanidade de maneira a elevar a qualidade de vida dos
indiviacuteduos fornece princiacutepios para que o desenvolvimento seja harmonioso levando
em conta a transformaccedilatildeo dos recursos do ambiente deste modo para estes sugerem
atitudes novas das quais pela edificaccedilatildeo de uma nova racionalidade De forma
contraria agrave maioria que se preocupa em compatibilizar o meio ambiente a um
crescimento econocircmico de forma continua (DIAS 2011)
Acreditava-se que o crescimento econocircmico desenvolveria de forma natural o
29
desenvolvimento sustentaacutevel Veiga (2005) Somente uma gestatildeo com
responsabilidade ambiental eacute capaz de conciliar uma melhor qualidade de vida com
necessidade de crescimento econocircmico (MOURA 2011)
A passagem de um sistema baseado no consumo a um sistema sustentaacutevel
tem diversas implicaccedilotildees Necessita abrir a visatildeo da relaccedilatildeo da sociedade ao meio
ambiente transformar a organizaccedilatildeo social produtiva que gera a desigualdade e a
pobreza Atraveacutes de novas relaccedilotildees sociais onde o eixo natildeo seraacute somente a
perspectiva da lucratividade e praacuteticas de produccedilatildeo predatoacuterias do meio ambiente
mas o bem-estar da humanidade O que daacute margem a diferentes pontos de vistas
com base de modo geral na busca do produto de equiliacutebrio entre os trecircs eixos da
sustentabilidade crescimento econocircmico igualdade social e a preservaccedilatildeo ao meio
ambiente (DIAS 2011)
De acordo com Alledi (2006) a grande preocupaccedilatildeo das melhores empresas
do mundo hoje em dia eacute com a sustentabilidade dos seus negoacutecios um movimento
que se fundamentou em questotildees ambientais mas que atualmente eacute visto de um
modo mais amplo passando a incorporar os temas dos movimentos empresariais
anteriores pela qualidade pela sauacutede e seguranccedila do trabalho pela proacutepria
preservaccedilatildeo do meio ambiente e mais recentemente pela responsabilidade social
corporativa
211 Exemplos recentes de atitude sustentaacuteveis adotadas no Brasil
O recebimento da certificaccedilatildeo LEED (Leadership in Energy and Environmental
concedido pelo US Green building Council (USGBC) para certificaccedilotildees em 07 estaacutedios
construiacutedos para a Copa 2014 cuja adoccedilatildeo de medidas sustentaacuteveis foi requisito para
que o Banco Nacional de Desenvolvimento Econocircmico e Social (BNDES) liberasse o
financiamento para as obras das arenas da Copa preacute-requisito este que seraacute adotado
pela FIFA para as proacuteximas eleiccedilotildees do mundial (wwwcopa2014govbr)
Dentre as diversas arenas pode ser ressaltada a economia conseguida pela
Arena da Amazocircnia de cerca de 40 de aacutegua potaacutevel atraveacutes da captaccedilatildeo da aacutegua
de chuva em um volume de 140000 litros para irrigaccedilatildeo do gramado e utilizaccedilatildeo nos
sanitaacuterios ABES (observatoacuterio do terceiro setor)
Foram diversas medidas sustentaacuteveis para obtenccedilatildeo da certificaccedilatildeo LEED
destacando a abertura das portas para educaccedilatildeo ambiental desde o inicio das obras
30
Foram desenvolvidas estrateacutegias de comunicaccedilatildeo para divulgaccedilatildeo das accedilotildees de
sustentabilidade que foram implementadas nos estaacutedios para obtenccedilatildeo da certificaccedilatildeo
LEED com utilizaccedilatildeo de paineacuteis ilustrados nas aacutereas de circulaccedilatildeo e distribuiccedilatildeo de
panfletos aos visitantes Accedilotildees voltadas para conscientizaccedilatildeo da certificaccedilatildeo e
tambeacutem para manutenccedilatildeo apoacutes a realizaccedilatildeo do evento (wwwcopa2014govbr)
212 Medidas sustentaacuteveis para conservaccedilatildeo reaproveitamento de aacutegua e reduccedilatildeo
do consumo de aacuteguas pluviais
A conservaccedilatildeo de aacutegua pode ser definida como um conjunto de praacuteticas
teacutecnicas e tecnologias que propiciam a melhoria da eficiecircncia do seu uso incidindo de
maneira sistecircmica sobre a demanda e a oferta de aacuteguas As iniciativas de
racionalizaccedilatildeo do uso e de reuso de aacutegua constituem-se em elementos fundamentais
para a ampliaccedilatildeo da eficiecircncia do uso da aacutegua (PROSAB 2011) resultando em
Aumento da disponibilidade para os demais usuaacuterios
Flexibilizaccedilatildeo dos suprimentos existentes para outros fins
Atendimento ao crescimento populacional
Suporte agrave implantaccedilatildeo de novas induacutestrias
Preservaccedilatildeo e conservaccedilatildeo do meio ambiente
A primeira medida a levar em conta seria a reduccedilatildeo do consumo de aacutegua
potaacutevel Atualmente no mercado satildeo encontrados vaacuterios equipamentos
economizadores de aacutegua sendo que estes dispositivos proporcionam grande
economia (SABESP 2013)
Segundo o Programa Nacional de Uso Sustentaacutevel da Aacutegua Brasil (2010) na
deacutecada de 90 os programas de conscientizaccedilatildeo em relaccedilatildeo ao uso da aacutegua passaram
a dar mais ecircnfase na adesatildeo de equipamentos que economizam aacutegua pois
asseguram uma relaccedilatildeo mais automatizada do consumo Grandes induacutestrias e
instalaccedilotildees comerciais utilizam hoje estes recursos ou aparatos para reduzir o
consumo Existem vaacuterias iniciativas nesse sentido como a micromediccedilatildeo e mediccedilatildeo
individualizada do consumo em condomiacutenios verticais entre outros os usuaacuterios
domeacutestico e comercial encontram oferta de equipamentos economizadores de aacutegua
para edificaccedilotildees de aplicaccedilatildeo bem faacutecil como os sanitaacuterios com dispositivos de dupla
descarga que varia de 3 a 6 litros favorecendo uma boa economia os arejadores de
31
vazatildeo torneiras de fechamento automaacutetico e redutores de pressatildeo A reutilizaccedilatildeo de
aacutegua traz benefiacutecios ambientais significativos uma vez que permite maiores volumes
de aacutegua para outros usos E em algumas situaccedilotildees pode diminuir a poluiccedilatildeo hiacutedrica
por meio da minimizaccedilatildeo da descarga de efluentes (BRASIL 2010)
Mota OIiveira e Inata (2011) comentam que em regiotildees tropicais o uso dos
aparelhos de ar condicionado para conforto teacutermico propicia a geraccedilatildeo de aacutegua que
resulta da condensaccedilatildeo e na maioria das vezes eacute desperdiccedilada no solo ou drenada
para galerias pluviais Assim o aproveitamento desta aacutegua dependeraacute da coleta
eficiente de cada sistema de drenagem dos aparelhos que podem ser voltados para
um sistema de coleta e armazenamento A aacutegua de aproveitamento dos aparelhos de
ar condicionado pode ser usada na lavagem de pisos regas de jardins entre outros
Observaccedilotildees sobre Gestatildeo das aacuteguas pluviais A gestatildeo de aacutegua pluvial visa
reduzir o consumo de aacutegua potaacutevel por meio de aproveitamento das aacuteguas de chuvas
contribuindo inclusive para a reduccedilatildeo de inundaccedilotildees ou de poluiccedilotildees difusas Uma
das medidas que vem sendo amplamente desenvolvida como forma de economizar
as aacuteguas potaacuteveis e evitar o risco de inundaccedilotildees em regiotildees com alto iacutendice de
impermeabilizaccedilatildeo do solo eacute a retenccedilatildeo de aacuteguas pluviais
Este sistema coligado a um sistema de reaproveitamento destas aacuteguas
configura-se como uma das mais eficientes formas de renovaccedilatildeo de um insumo finito
aacutegua As aacuteguas pluviais entretanto natildeo apresentam qualidade necessaacuteria para o
consumo Mesmo quando a captaccedilatildeo destas aacuteguas extravasam para o esgotamento
natildeo se deve permitir que elas sejam lanccediladas in natura para o lenccedilol freaacutetico pela
possibilidade de carga poluidora As aacuteguas pluviais quando utilizadas diretamente por
pontos na edificaccedilatildeo estes devem ser separados do sistema de aacutegua do restante do
preacutedio e deve conter indicativo visual de que a aacutegua natildeo eacute potaacutevel portanto improacutepria
para o consumo preparo de alimentos e banho
No caso da utilizaccedilatildeo deste sistema de reaproveitamento de aacuteguas pluviais
dois cuidados fundamentais devem ser observados primeiramente com relaccedilatildeo ao
caacutelculo do volume do reservatoacuterio que considera o IP (iacutendice pluviomeacutetrico) local A
Caixa Econocircmica recomenda a utilizaccedilatildeo do caacutelculo na Lei Estadual nordm 1252607
(SAtildeO PAULO 2007)
A segunda observaccedilatildeo refere-se ao volume do escoamento de aacuteguas pluviais
no solo de forma controlada a fim de prevenir inundaccedilotildees reduzir a poluiccedilatildeo difusa
e propiciar a recarga do lenccedilol freaacutetico Um projeto como este para ser aprovado
32
depende de um memorial de caacutelculo detalhado apresentando o niacutevel do lenccedilol freaacutetico
do local caacutelculo da vazatildeo de aacuteguas a serem lanccediladas na rede puacuteblica elaboraccedilatildeo de
um manual de operaccedilatildeo do sistema e indicaccedilatildeo de toda a documentaccedilatildeo teacutecnica tal
como projeto memoriais descritivos planilhas de custos e outros (CEF 2010)
Apesar de que o reaproveitamento de aacuteguas pluviais no Brasil jaacute ocorrer haacute
muito tempo em algumas regiotildees somente em 2007 entrou em vigor a NBR 15527
que estabelece as condiccedilotildees para o aproveitamento de aacuteguas de chuva em coberturas
de aacutereas urbanas para fins natildeo potaacuteveis
A primeira medida a levar em conta seria a reduccedilatildeo do consumo de aacutegua
potaacutevel Atualmente no mercado satildeo encontrados vaacuterios equipamentos
economizadores de aacutegua sendo que estes dispositivos proporcionam grande
economia (SABESP 2013)
O objetivo desta accedilatildeo eacute reduzir o consumo de aacutegua independentemente da
accedilatildeo do usuaacuterio ou da sua disposiccedilatildeo em mudar de comportamento para reduzir o
consumo de aacutegua Ela deve ser implementada quando o sistema estiver totalmente
estaacutevel ou seja sem nenhuma perda de aacutegua por vazamento (ANA 2005)
A situaccedilatildeo do Brasil eacute muito favoraacutevel pois deteacutem cerca de 12 de toda aacutegua
doce do planeta poreacutem 685 encontra-se na regiatildeo norte na qual vivem apenas
74 dos brasileiros (CONFEA 2011)
A limitaccedilatildeo de reservas de agua doce no planeta aumentou a demanda para
atendimento principalmente a prioridade dos recursos para o consumo humano
agriacutecola e industrial a prioridade de utilizaccedilatildeo dos recursos hiacutedricos disponiacuteveis para
abastecimento puacuteblico e as restriccedilotildees que vecircm sendo impostas em relaccedilatildeo ao
lanccedilamento de efluentes no meio ambiente torna necessaacuteria a adoccedilatildeo de estrateacutegias
que visem racionalizar a utilizaccedilatildeo dos recursos hiacutedricos e mitigar os impactos
negativos relativos agrave geraccedilatildeo de efluentes pelas induacutestrias (FIESP 2011)
Segundo o Programa Nacional de Uso Sustentaacutevel da Aacutegua Brasil (2010) na
deacutecada de 90 os programas de conscientizaccedilatildeo em relaccedilatildeo ao uso da aacutegua passaram
a dar mais ecircnfase na adesatildeo de equipamentos que economizam aacutegua pois
asseguram uma relaccedilatildeo mais automatizada do consumo Grandes induacutestrias e
instalaccedilotildees comerciais utilizam hoje estes recursos ou aparatos para reduzir o
consumo Existem vaacuterias iniciativas nesse sentido como a micromediccedilatildeo e mediccedilatildeo
individualizada do consumo em condomiacutenios verticais entre outros os usuaacuterios
domeacutestico e comercial encontram oferta de equipamentos economizadores de aacutegua
33
para edificaccedilotildees de aplicaccedilatildeo bem faacutecil como os sanitaacuterios com dispositivos de dupla
descarga que varia de 3 a 6 litros favorecendo uma boa economia os arejadores de
vazatildeo torneiras de fechamento automaacutetico e redutores de pressatildeo
A reutilizaccedilatildeo de aacutegua traz benefiacutecios ambientais significativos uma vez que
permite maiores volumes de aacutegua para outros usos E em algumas situaccedilotildees pode
diminuir a poluiccedilatildeo hiacutedrica por meio da minimizaccedilatildeo da descarga de efluentes
(BRASIL 2010)
Melhado et al (2013) frisam a importacircncia das accedilotildees de cunho poliacutetico teacutecnico
e social na busca de soluccedilotildees praacuteticas visando a reduccedilatildeo do consumo da aacutegua e
descrevem as mais importantes
Economia e valorizaccedilatildeo da aacutegua potaacutevel
Conscientizaccedilatildeo da populaccedilatildeo objetivando o uso racional da aacutegua
Manutenccedilatildeo das redes puacuteblicas e privadas para verificaccedilatildeo de desperdiacutecios
e vazamentos
Minimizaccedilatildeo da impermeabilizaccedilatildeo do solo urbano e da vazatildeo de
escoamento do terreno objetivando favorecer a permeabilidade da aacutegua
Captaccedilatildeo e armazenamento em reservatoacuterios especiacuteficos das aacuteguas
pluviais e demais aacuteguas natildeo potaacuteveis para usos que natildeo necessitam de
potabilidade como irrigaccedilatildeo reserva de incecircndio lavagem de piso
veiacuteculos em geral e ruas Se necessaacuterio para algum uso especiacutefico a aacutegua
deveraacute passar por unidades de tratamento para atingir os niacuteveis de
qualidade correspondente Quanto mais eficiente for a gestatildeo das aacuteguas
pluviais por retenccedilatildeo ou reuso menor seraacute o volume de aacutegua destinado agraves
redes puacuteblicas
Embora a aacutegua doce existente no planeta esteja sempre em renovaccedilatildeo haacute uma
tendecircncia de sua deterioraccedilatildeo em funccedilatildeo do seu uso indiscriminado devido ao
aumento populacional comprometendo consequentemente sua qualidade ficando
esta em quantidade cada vez menor em determinadas localidades disponiacutevel para
consumo As mudanccedilas climaacuteticas globais tambeacutem vecircm contribuindo para o aumento
na demanda dos recursos hiacutedricos
Devido ao ciclo hidroloacutegico que eacute fechado sabe-se que a quantidade de aacutegua
disponiacutevel no planeta eacute sempre a mesma Sabe-se tambeacutem que este ciclo constitui-
se basicamente do transporte das massas de aacutegua dos oceanos para a atmosfera
34
pelo fenocircmeno da evaporaccedilatildeo e da atmosfera para os oceanos atraveacutes dos
fenocircmenos das precipitaccedilotildees escoamentos superficiais e subterracircneos influenciando
diretamente na distribuiccedilatildeo dos corpos hiacutedricos Muitas regiotildees vem sofrendo
alteraccedilotildees resultantes das diferentes formas antroacutepicas de interferecircncia sobre o
ambiente Hespanhol e Mierwa (2013) O surgimento das Metroacutepoles
desmatamentos obras de dragagens assim como construccedilotildees de represas satildeo
exemplos concretos disto
Sabe-se que menos de 1 de toda a aacutegua existente no planeta eacute doce e que
aproximadamente metade deste percentual corresponde a aacuteguas subterracircneas
enquanto o restante encontra-se nos oceanos Aacute medida que a populaccedilatildeo vem
crescendo a deterioraccedilatildeo dos mananciais vai se acentuando surgindo problemas nos
abastecimentos drsquoaacutegua que atualmente vem merecendo a atenccedilatildeo e preocupaccedilatildeo de
populaccedilotildees e autoridades de todo o mundo Eacute necessaacuterio que haja uma gestatildeo
integrada dos recursos drsquoaacutegua racionalizando o seu uso favorecendo o
desenvolvimento de sistemas sustentaacuteveis como forma de prevenccedilatildeo contra a
escassez
Apesar de a aacutegua doce estar distribuiacuteda de forma desigual sobre o planeta a
disponibilidade deste recurso no Brasil eacute significativa poreacutem distribuiacuteda tambeacutem de
forma desigual sobre o nosso territoacuterio sendo na regiatildeo Amazocircnica 69 e nas
demais regiotildees 31 nas quais se concentram 95 da populaccedilatildeo do Paiacutes
Confrontando estes dados com os do ANEEL- Departamento Nacional de Aacuteguas e
Energia Eleacutetrica pode-se afirmar que em quanto na regiatildeo amazocircnica com 69 da
aacutegua e 685 dos recursos hiacutedricos para uma populaccedilatildeo de 5 do paiacutes nas demais
regiotildees temos 31 das aacuteguas com 315 dos mesmos recursos para 95 da
populaccedilatildeo Eacute certo que se tem uma enorme diferenccedila regional
35
Quadro 1 - Projeccedilatildeo da populaccedilatildeo nos Municiacutepios do Estado do Rio de Janeiro
MUNICIacutePIOS
VALORES OBSERVADOS
1970 1975 1980 1995 2000 2005 2010 2014
1 Caxias
2 Itaboraiacute
3 Itaguaiacute
4 Mageacute
5 Mangaratiba
6 Maricaacute
7 Niloacutepolis
8 Niteroacutei
9 Nova Iguaccedilu
10 Paracambi
11 Petroacutepolis
12 Satildeo Gonccedilalo
13 SJ de Meriti
14 Rio de
Janeiro
404 496
14 072
17 468
83 841
6 125
6 500
128 011
292 180
724 326
22 149
154 612
430 271
302 394
4251
918
554 935
23 652
76 267
163 906
8 094
19 602
151 700
400 140
1091 702
27 434
202 146
614 688
398 686
5093 232
661 578
31 919
101 048
198 471
10 136
22 677
160 434
439 596
1247
614
32 347
239 899
733 791
436 234
5474
597
780 964
42 668
129 867
235 894
12 454
26 188
169 031
480 981
1410
116
37 686
277 620
871 361
474 149
5585
289
916 278
55 469
163 800
277 069
15 111
30 226
177 585
525 061
1583 658
43 484
318 764
1035 991
513 025
6245 537
1071728
71 096
204 326
323 382
18 191
34 902
186 193
573 014
1773 705
49 787
363 819
1239 963
553 550
6638 213
1252 875
90 205
253 441
376 692
21 820
40 349
194 942
626 596
1986 378
56 660
413 381
1500 984
596 414
7038 605
1467033
113 697
313 856
439 389
26 149
46 734
203 913
688 395
2228600
64 190
468 169
1844983
642 305
7449231
TOTAL A RMRJ 683836
3
8826184 9790341 10807268 11901058 13101869 14449342 15996644
Fonte IBGE 2010
Na cidade do Rio de Janeiro constitui-se de 950 msup3s de vazatildeo meacutedia de aacutegua
doce disponiacutevel proporcionando 2080msup3 de aacutegua por ano para 144 milhotildees de
habitantes numa meacutedia desconsiderando as perdas de aproximadamente
57m3dia suficiente para atender a atual demanda de consumo Entretanto trabalhos
sobre a projeccedilatildeo da populaccedilatildeo nos municiacutepios do Estado do Rio de Janeiro
evidenciam um crescente aumento populacional IBGE (2010) como observa-se no
Quadro 2
Segundo estudos socioeconocircmicos e de demanda de aacutegua para a regiatildeo
metropolitana do Rio de Janeiro Rios (2011) deveraacute ser feita uma ampla campanha
de educaccedilatildeo ambiental atraveacutes da miacutedia visando o controle dos desperdiacutecios de aacutegua
nas induacutestrias comeacutercio e domiciacutelios tendo em vista o perigo de uma crise de
racionamento de aacutegua semelhante agrave crise energeacutetica ocorrida entre 2001 e 2002 No
36
Quadro 2 eacute demonstrada a evoluccedilatildeo prevista da demanda de aacutegua em msup3s para a
Regiatildeo metropolitana do Rio de Janeiro
Com base nas projeccedilotildees demograacuteficas estabelecidas em termos indicativos
para o ano de 2035 procedeu-se a uma estimativa da demanda de aacutegua Tal
estimativa supotildee que a relaccedilatildeo entre demanda de aacutegua e populaccedilatildeo residente
admitida para o ano de 2014 continue vaacutelida para 2035 Rios(2011) Levando-se em
consideraccedilatildeo o demonstrado nos Quadros 1 e 2 o aumento populacional para a
regiatildeo metropolitana do Rio de Janeiro em 2010 tomando-se por base o ano de 2000
foi de 2208
A demanda atendida tanto com os niacuteveis de perdas mantidos quanto com a
reduccedilatildeo das perdas em 20 seraacute de 2739 O fato da demanda prevista ser maior
do que o crescimento populacional pode ser explicado devido ao esperado aumento
de educaccedilatildeo para a sauacutede na populaccedilatildeo a qual necessitaria de mais aacutegua para suas
atividades
Quadro 2 - Evoluccedilatildeo prevista da demanda de aacutegua em msup3s para a Regiatildeo Metropolitana do Rio de Janeiro
DISCRIMINACcedilAtildeO
1980
1985
1990
1995
2005
2010
2014
Demanda total exclusive perdas (1) 3255 3624 4120 4624 5188 5839 6609
Demanda atendida Exclusive
perdas (2)
2213 2935 3914 4532 5188 5839 6609
Demanda atendida Inclusive perdas
(3) Hipoacutetese I
3952 5241 6889 8093 9264 10427 11802
Demanda atendida Inclusive perdas
(4) Hipoacutetese II
3952 4515 4893 5665 6485 7289 8261
Fonte Rios 2011
Para Monteiro et al(2010) o reuso de aacutegua exige que padrotildees adequados de
potabilidade sejam adotados tendo em conta questotildees de sauacutede puacuteblica como
acontece em diversas partes do mundo sendo no Brasil uma praacutetica ainda incipiente
Reiteram os autores que esta eacute uma estrateacutegia correta para diminuiccedilatildeo da captaccedilatildeo
e mitigaccedilatildeo no lanccedilamento de dejetos no ambiente natural
37
A Cacircmara Teacutecnica de Ciecircncia e Tecnologia do Conselho Nacional de Recursos
Hiacutedricos apontou para a necessidade de uma ampla discussatildeo sobre o tema reuso
natildeo potaacutevel Foram elaborados dois termos de referecircncia O primeiro referente agrave
elaboraccedilatildeo de resoluccedilatildeo contemplando os aspectos poliacuteticos legais e institucionais e
o segundo relativo agraves diretrizes gerais para a praacutetica do reuso Eacute necessaacuterio que se
leve em consideraccedilatildeo o tipo de reuso que se deseja e o niacutevel de tratamento para que
os padrotildees sejam alcanccedilados
O reuso operacionalmente permite substituir grandes volumes de aacutegua
destinados a usos nos quais a potabilidade natildeo eacute fator preponderante O reuso de
aacutegua jaacute vem sendo amplamente empregado na induacutestria principalmente em torres de
resfriamento caldeiras construccedilatildeo civil irrigaccedilatildeo de aacutereas verdes e em alguns
processos industriais onde a utilizaccedilatildeo de aacutegua com menor padratildeo de qualidade natildeo
ocasione maiores problemas Desta forma o reuso de aacutegua para fins natildeo potaacuteveis
deve ser considerado como primeira opccedilatildeo para reuso (HESPANHOL amp MIERZWA
2013)
22 Histoacuterico do Reuso de Aacuteguas
O aproveitamento de aacuteguas pluviais para o consumo das populaccedilotildees jaacute existe
ao longo das civilizaccedilotildees como pocircde ser observado em diversas construccedilotildees antigas
em vaacuterios pontos do mundo Reservatoacuterios escavados na rocha como pode ser
observado em Israel o que confirma o costume de aproveitamento de aacuteguas pluviais
Em Roma encontram-se diversos reservatoacuterios utilizados para o abastecimento da
populaccedilatildeo (TOMAZ2013)
De acordo com Jarus(2012) em Massada (ldquofortalezardquo em hebraico) situa-se
um dos mais conhecidos sistemas de aproveitamento de aacuteguas pluviais em Israel
onde Herodes no ano de 36 a c como forma de se precaver contra tempos difiacuteceis
construiu uma fortaleza com cavernas escavadas na rocha com capacidade de
armazenamento de 40 milhotildees de litros Estes reservatoacuterios possuiacuteam interligaccedilatildeo
atraveacutes de canalizaccedilotildees e aquedutos para abastecimento das habitaccedilotildees da fortaleza
38
Figura 3 - Sistemas de aproveitamento de aacuteguas pluviais
Fonte httpwwwgeocitieswspaz_israelmassadahtm
Na cidade de Toacutequio com a finalidade de prevenir a falta de aacutegua e reduzir
inundaccedilotildees foi intensificada a construccedilatildeo de diversos reservatoacuterios por toda a cidade
bem como motivou os proprietaacuterios de edifiacutecios e residenciais a construiacuterem seus
reservatoacuterios com incentivo a cada litro de aacutegua pluvial captado (AMARAL 2007)
A Alemanha era abastecida em mais de 70 por aquiacuteferos subterracircneos em
funccedilatildeo da poluiccedilatildeo de seus rios e grande industrializaccedilatildeo do paiacutes E recentemente
com o rebaixamento dos aquiacuteferos tornou-se um paiacutes liacuteder na execuccedilatildeo dos sistemas
de captaccedilatildeo de aacutegua da chuva tanto para fins domeacutesticos como comerciais
(AMARAL 2007)
O Meacutexico desde a eacutepoca dos Astecas e Maias eacute rico em tradiccedilotildees tecnoloacutegicas
de captaccedilatildeo de aacutegua da chuva Ainda na data atual na Peniacutensula de Yucatan pode
ser visto as chamadas Chultuns cisternas do seacuteculo X com capacidade variando de
20000 a 45000 litros utilizadas pelo povo Maia para captaccedilatildeo e abastecimento das
populaccedilotildees que viviam nas encostas As cisternas eram escavadas no subsolo
calcaacuterio e revestidas com emboccedilo impermeaacutevel tendo na sua parte superior uma aacuterea
de 100 a 200 m2 destinada a captaccedilatildeo da precipitaccedilatildeo pluviomeacutetrica Nos vales eram
usadas as aacuteguas dos (reservatoacuterios com capacidade de 10 a 150 milhotildees de litros) e
aquaditas (reservatoacuterios com capacidade de 100 a 50000 litros) - (GNADLINGER
2000)
39
Figura 4 - Reservatoacuterios
Fonte httpwwwlatinamericanstudiesorguxmal-chultunhtm
Figura 5 - Reservatoacuterios
Fonte httpwwwlatinamericanstudiesorguxmal-chultunhtm
O desaparecimento do uso de SAAP na peniacutensula de Yucatan deveu-se aos
colonizadores espanhoacuteis por ocasiatildeo da invasatildeo espanhola seacuteculo XVI quando foram
introduzidos novos sistemas de agricultura e meacutetodos de construccedilatildeo europeia
40
diferentes da cultura local Tendo acontecido o mesmo na Iacutendia com o sistema colonial
britacircnico que gerou colapso nos SAAP centenaacuterios (GNADLINGER 2000)
O Japatildeo promove diversos estudos e pesquisas na aacuterea de SAAP Em Toacutequio
a regulamentos para que os terrenos de aacutereas superiores a 10000m2 e os edifiacutecios
com mais de 3000m2utilizem o SAAP Os edifiacutecios com uma aacuterea superior a 30000m2
e que tenham consumo na ordem de 100m3dia de aacutegua para fins natildeo potaacuteveisaleacutem
da utilizaccedilatildeo de SAAP satildeo obrigados a tratar as aacuteguas cinzas(TOMAZ 2009)
No planalto de Loess norte da china tem elevada escassez de aacuteguas
subterracircneas e baixa precipitaccedilatildeo pluviomeacutetrica diante destes fatos o governo local
da Proviacutencia de Gansu colocou em praacutetica desde 1997 um projeto de captaccedilatildeo de
aacutegua da chuva denominado121uml que consiste em auxiliar cada famiacutelia a construir uma
(1) aacuterea de captaccedilatildeo de aacutegua dois (2) reservatoacuterios de armazenamento de aacutegua e um
(1) lote para plantaccedilatildeo de culturas comercializaacuteveis Solucionando o problema de
aacutegua potaacutevel a cerca de 13 milhotildees de pessoas (260000 famiacutelias) (JIANG et al
2013)
221 Aspectos histoacutericos da captaccedilatildeo das aacuteguas pluviais no Brasil
O aproveitamento da aacutegua das chuvas natildeo eacute uma inovaccedilatildeo dos dias de hoje
O primeiro relato do uso da aacutegua da chuva que se tem conhecimento em nosso paiacutes
segundo Hagemann (2009) eacute de um sistema construiacutedo na Ilha de Fernando de
Noronha pelo exeacutercito norte-americano em 1943
Hagemann (2009) afirma que a utilizaccedilatildeo de aacuteguas pluviais tem sido praticada
em maior escala principalmente na regiatildeo Nordeste em decorrecircncia do problema de
escassez hiacutedrica caracteriacutestica da regiatildeo Teve iniacutecio em julho de 2003 o Programa
de Formaccedilatildeo e Mobilizaccedilatildeo Social para a Convivecircncia com o Semiaacuterido um Milhatildeo
de Cisternas Rurais (P1MC) visando beneficiar aproximadamente 5 milhotildees de
pessoas na regiatildeo semiaacuterida com aacutegua potaacutevel por meio da construccedilatildeo de cisternas
(Figura 6)
41
Figura 6 - Esquema de cisterna implementada na zona rural
Fonte Annencchini 2005
A seguir a figura 7 apresenta um modelo mais simples para casas populares
podendo atender quase 100 da aacutegua de um lar (CUNHA et al 2011)
Figura 7 - Projeto experimental para casas populares voltado para captaccedilatildeo de aacutegua da chuva
Fonte wwwportalsaofranciscocombr 2016
42
23 Utilizaccedilotildees da aacutegua coletada e o seu consumo
A aacutegua da chuva pode ser usada de diferentes maneiras como jaacute mencionado
descarga de sanitaacuterios limpeza de vasos sanitaacuterios e mictoacuterios lavagem de roupas
lavagem de pavimentos e veiacuteculos rega de jardins irrigaccedilatildeo de parques escolas
praccedilas estacionamentos condomiacutenios usos industriais e preacutedios comerciais
(climatizaccedilatildeo resfriamento de maacutequinas lavagem industrial de roupas lavagem de
veiacuteculos como carros ocircnibus e caminhotildees limpeza industrial redes de incecircndio)
(GOLDENFUM 2006 RODRIGUES 2010 OLIVEIRA CHRISTMANN e PIEREZAN
2014)
Segundo Krishna (2003) existem diversas vantagens e benefiacutecios da aacutegua da
chuva a aacutegua eacute gratuita o uacutenico custo eacute para coleta e uso o uso final da aacutegua colhida
eacute localizado perto da fonte eliminando a necessidade de sistemas de distribuiccedilatildeo
dispendiosos eacute isenta de soacutedio eacute superior para a irrigaccedilatildeo da paisagem a coleta
reduz o fluxo para drenagens de aacuteguas pluviais e tambeacutem reduz poluiccedilatildeo da fonte natildeo
pontual aleacutem de ajudar nos serviccedilos puacuteblicos com a reduccedilatildeo da demanda no veratildeo
e economizando a utilizaccedilatildeo da aacutegua existente resultabdo assim tambeacutem na
reduccedilatildeo das contas de serviccedilos puacuteblicos dos consumidores
Segundo o Texas Guide to Rainwater Harvestingrdquo [1997] a aacutegua da chuva eacute
a aacutegua natural mais macia com dureza zero para todos os fins praacuteticos Quase natildeo
apresentam minerais nem sais dissolvidos e a sua qualidade eacute proacutexima da qualidade
da aacutegua destilada
Iwanami (1985) descreve a importacircncia de fazer o planejamento da utilizaccedilatildeo
do sistema de aproveitamento de aacutegua de chuva para verificar a quantidade de aacutegua
que poderaacute ser coletada e armazenada e verificar a necessidade de tratamento da
aacutegua de chuva Certamente eacute preciso que a aacutegua coletada seja devidamente
armazenada filtrada tratada e que garanta uma qualidade compatiacutevel com os usos
previstos
A aacutegua da chuva obtida por meio de processos sem qualquer desinfecccedilatildeo ou
filtragem complexa natildeo serve normalmente para consumo humano eacute considerada
como aacutegua de segunda qualidade Este tipo de aacutegua deve ser empregado em algumas
tarefas domeacutesticas jaacute exemplificadas anteriormente Rodrigues (2010) afirma que em
meacutedia um indiviacuteduo utiliza o vaso sanitaacuterio entre sete e oito vezes por dia das quais
aproximadamente seis vezes para urinar e as demais para defecar se em cada
43
descarga forem usados dez litros verifica-se que ao fim de um dia um indiviacuteduo gastou
entre setenta e oitenta litros de aacutegua
O uso eficiente da aacutegua implica que natildeo haja desperdiacutecios quer por motivos
ambientais quer por motivos econocircmicos jaacute que a aacutegua desperdiccedilada envolve gastos
desnecessaacuterios Nos campos por exemplo as plantas satildeo organizadas e distribuiacutedas
conforme suas necessidades de aacutegua que segundo essa loacutegica os sistemas de rega
deveriam ser organizados de acordo com as necessidades das plantas isto eacute as
plantas com distintas necessidades satildeo regadas de modo separado podendo tomar
como exemplo a grama que deve ser regada separadamente dos arbustos e flores
Sabe-se que a rega eacute muito importante para o desenvolvimento das vegetaccedilotildees e eacute
usada quando o niacutevel de umidade no solo eacute insatisfatoacuterio (RODRIGUES 2010)
No entendimento de Rodrigues (2010) independente das intervenccedilotildees
excepcionais de reparaccedilatildeo e na falta de condiccedilotildees que sugerem intervenccedilotildees em
periacuteodos mais curtos a manutenccedilatildeo dos sistemas de aproveitamento de aacuteguas
pluviais deve ser realizada em conformidade com as frequecircncias miacutenimas
24 O Reuso De Aacuteguas
241- Aacuteguas Residuaacuterias
Na visatildeo de Asano et al (2007) a aacutegua recuperada eacute definida como um
efluente convenientemente tratado numa Estaccedilatildeo de Tratamento para uma
determinada reutilizaccedilatildeo da aacutegua pretendida Aleacutem disso a reutilizaccedilatildeo da aacutegua
diretamente requer a existecircncia de um sistema de bombeamento ou de outras
facilidades de transporte para o fornecimento da aacutegua
A Resoluccedilatildeo nordm 54 de 28112005 do Conselho Nacional de Recursos Hiacutedricos
(CNRH) dispotildee que o reuso da aacutegua constitui-se de racionalizaccedilatildeo e de conservaccedilatildeo
de recursos hiacutedricos de acordo com os princiacutepios determinados na Agenda 21 Esta
praacutetica diminui a descarga de poluentes em corpos receptores conservando os
recursos hiacutedricos para o abastecimento puacuteblico e outros usos mais exigentes
relacionados agrave qualidade diminui os custos associados agrave poluiccedilatildeo e ajuda na proteccedilatildeo
do meio ambiente e da sauacutede puacuteblica (BRASIL 2005)
A Resoluccedilatildeo nordm 54 de 28112005 do CNRH em seu art 2ordm traz as seguintes
definiccedilotildees sobre o reuso da aacutegua e a aacutegua residuaacuteria
44
I - aacutegua residuaacuteria esgoto aacutegua descartada efluentes liacutequidos de edificaccedilotildees
induacutestrias agroinduacutestrias e agropecuaacuteria tratados ou natildeo
II - reuso de aacutegua utilizaccedilatildeo de aacutegua residuaacuteria
III - aacutegua de reuso aacutegua residuaacuteria que se encontra dentro dos padrotildees
exigidos para sua utilizaccedilatildeo nas modalidades pretendidas
IV - reuso direto de aacutegua uso planejado de aacutegua de reuso conduzida ao local
de utilizaccedilatildeo sem lanccedilamento ou diluiccedilatildeo preacutevia em corpos hiacutedricos
superficiais ou subterracircneos
V - produtor de aacutegua de reuso pessoa fiacutesica ou juriacutedica de direito puacuteblico ou
privado que produz aacutegua de reuso
VI - distribuidor de aacutegua de reuso pessoa fiacutesica ou juriacutedica de direito puacuteblico
ou privado que distribui aacutegua de reuso e
VII - usuaacuterio de aacutegua de reuso pessoa fiacutesica ou juriacutedica de direito puacuteblico ou
privado que utiliza aacutegua de reuso (BRASIL 2005)
O reuso eacute definido por Cunha et al (2011) como o uso de aacutegua residuaacuteria ou
aacutegua de qualidade inferior tratada ou natildeo Para Blum (2007) as aacuteguas residuais ou
residuaacuterias satildeo todos os tipos de aacuteguas descartadas resultantes da utilizaccedilatildeo de
vaacuterios processos Como exemplos podem ser citados aacuteguas residuais domeacutesticas
provenientes de banhos cozinhas lavagens de pavimentos domeacutesticos aacuteguas de
infiltraccedilatildeo resultante das infiltraccedilotildees nos coletores de aacutegua existentes nos terrenos ou
de tubulaccedilotildees puacuteblicas entre outros
Muitas pessoas querem aumentar a reutilizaccedilatildeo de aacutegua em seus
empreendimentos como parte de uma mudanccedila geral para o desenvolvimento
sustentaacutevel da terra e gestatildeo de aacutegua Mas Carvalho et al (2014) Marccedilo p 3164 -
3171 3170 haacute poucas informaccedilotildees sobre a aacutegua reutilizada e tecnologias que possam
ser adotadas para cada situaccedilatildeo (HOLT e JAMES 2006)
Filho e Mancuso (2013) entendem o reuso da aacutegua como sendo uma
tecnologia desenvolvida em menor ou maior escala depende da finalidade ao qual se
destina a aacutegua e de como a aacutegua foi usada anteriormente
Hespanhol (2002) enfatiza que a aacutegua eacute um recurso renovaacutevel que quando
reciclada por meio de sistemas naturais torna-se um recurso limpo e seguro pode ter
sua qualidade comprometida devido agrave accedilatildeo antroacutepica Uma vez poluiacuteda a aacutegua pode
ser recuperada e reusada para diversas finalidades A qualidade da aacutegua usada e o
propoacutesito do reuso determinam os niacuteveis de tratamento recomendados os criteacuterios de
45
seguranccedila a serem adotados e os custos associados As possibilidades e formas
potenciais de reuso dependeratildeo de caracteriacutesticas condiccedilotildees e fatores locais
Nessa mesma corrente Cunha et al (2011) sinalizam que um aspecto
relevante para o desenvolvimento de qualquer atividade humana eacute a disponibilidade
de aacutegua em quantidade e qualidade Em situaccedilotildees de escassez emerge a
necessidade e a possibilidade de substituiccedilatildeo das fontes para abastecimento usando
aacutegua residuaacuteria que apresenta qualidade inferior mas disponibilidade assegurada
OIiveira e Inata (2011) comentam que em regiotildees tropicais o uso dos
aparelhos de ar condicionado para conforto teacutermico propicia a geraccedilatildeo de aacutegua que
resulta da condensaccedilatildeo e na maioria das vezes eacute desperdiccedilada no solo ou drenadas
para galerias pluviais Assim o aproveitamento desta aacutegua dependeraacute da coleta
eficiente de cada sistema de drenagem dos aparelhos que podem ser voltados para
um sistema de coleta e armazenamento A aacutegua de aproveitamento dos aparelhos de
ar condicionado pode ser usada na lavagem de pisos regas de jardins entre outros
Rodrigues (2005) e Goldenfum (2006) classificam o reuso da aacutegua quanto ao
meacutetodo e quanto ao uso final
Quanto ao meacutetodo a reutilizaccedilatildeo da aacutegua pode ser direta ou indireta que
resultam de accedilotildees planejadas ou natildeo O reuso indireto natildeo planejado ocorre quando
a aacutegua servida eacute descarregada no meio ambiente ficando exposta agraves accedilotildees naturais
do ciclo hidroloacutegico (diluiccedilatildeo autodepuraccedilatildeo) e reutilizada a jusante de modo natildeo
intencional e natildeo controlada Em relaccedilatildeo ao reuso indireto planejado ocorre quando
os efluentes depois de tratados satildeo descarregados de maneira planejada nos corpos
drsquoaacutegua para serem usados a jusante de forma controlada (RODRIGUES 2005
GOLDENFUM 2006)
O reuso direto planejado ocorre quando os efluentes depois de tratados satildeo
levados diretamente ao local de reuso (geralmente induacutestria ou irrigaccedilatildeo) O reuso
direto natildeo planejado ocorre quando a aacutegua servida eacute descarregada sem nenhum tipo
de tratamento sendo reaproveitada diretamente no seu ponto de descarga (situaccedilotildees
irregulares pois natildeo tem controle algum sobre os paracircmetros de qualidade)
(GOLDENFUM 2006)
Goldenfum (2006) ressalta que normalmente natildeo eacute possiacutevel reutilizar uma
aacutegua residuaacuteria completa ou indefinidamente O reuso de um efluente tratado atraveacutes
de meacutetodos diretos ou indiretos eacute um meio de disposiccedilatildeo que complementa outros
existentes A quantidade de efluente que se pode reutilizar vai depender da
46
disponibilidade e o custo da aacutegua doce custos de transporte e tratamento diretrizes
sobre a qualidade da aacutegua e o potencial de reuso da aacutegua residuaacuteria
Quanto ao uso final as aacuteguas podem ser aproveitadas de diversas formas e
os tipos de reuso satildeo classificados em urbano industrial agriacutecola ambiental e recarga
de aquiacutefero (HESPANHOL 2002 GOLDENFUM 2006)
Os tipos baacutesicos de usos potenciais de esgotos tratados segundo Hespanhol
(2002) podem ser implantados tanto em aacutereas urbanas como aacutereas rurais e satildeo
ilustrados pelo esquema da figura 6
Figura 8 - Formas potenciais de reuso da aacutegua
Fonte Hespanhol 2002
242 Aacuteguas Cinzentas
As aacuteguas cinzentas satildeo as aacuteguas residuais domeacutesticas oriundas de enxaacutegue
de maacutequina de lavar aacutegua de chuveiro e outros Para Blum (2007) eacute importante
quando se projeta um sistema de reuso de aacuteguas cinzentas o dimensionamento dos
reservatoacuterios Deve-se ter em conta o volume que seraacute usado nas descargas de
47
sanitaacuterios ateacute no maacuteximo 48 horas para evitar estocagem por muito tempo pois
ocasionaraacute odores desagradaacuteveis
Nos sistemas de reutilizaccedilatildeo de aacuteguas cinzentas de acordo com Boehm e
Oliveira (2015) deve-se levar em consideraccedilatildeo o comprometimento de todos os
usuaacuterios sendo que o volume e a concentraccedilatildeo de contaminantes podem variar
depende do tipo de edificaccedilatildeo da localidade do niacutevel de ocupaccedilatildeo da residecircncia da
faixa etaacuteria do estilo de vida da classe social da cultura e dos costumes dos
residentes
Neves e Afonso (2010) entendem que as aacuteguas cinzentas satildeo aacuteguas residuais
domeacutesticas sem aacuteguas fecais provenientes geralmente de banheiros duchas
lavatoacuterios lavagem de roupas e cozinha
No reuso dessas aacuteguas que podem ser usadas com ou sem tratamento
dependeraacute da qualidade exigiacutevel para os usos O sistema predial de reciclagem de
aacuteguas cinzentas propicia o tratamento das mesmas e a sua reentrada no ciclo do
preacutedio O uso mais frequente eacute na limpeza de bacias de retrete (NEVES e AFONSO
2010)
25 Formas de Reuso de Aacuteguas
251 Reuso Urbano
Com base nas diretrizes relacionadas ao reuso da aacutegua emitida pela Agecircncia
de Proteccedilatildeo ao Meio Ambiente dos Estados Unidos (United States Environmental
Protection Agency (US EPA) eacute apresentado muitas opccedilotildees para o reuso urbano natildeo
potaacutevel em que se destacam irrigaccedilatildeo de parques e jardins puacuteblicos centros
esportivos campos de futebol gramados aacutervores e arbustos decorativos ao longo de
ruas e rodovias aacutereas ajardinadas ao redor de edifiacutecios puacuteblicos residenciais e
industriais reserva de proteccedilatildeo contra incecircndios sistemas decorativos aquaacuteticos
como fontes chafarizes espelhos e quedas drsquoaacutegua descarga sanitaacuteria lavagem de
veiacuteculos (GOLDENFUM 2006)
Deve-se enfatizar que o uso que requer aacutegua de qualidade elevada podeter
custos incompatiacuteveis com as vantagens devido ao baixo custo da aacutegua para os
usuaacuterios urbanos Dessa forma o reuso urbano com finalidade potaacutevel eacute tida como
uma alternativa dispendiosa e riscos muito altos tornando-o praticamente inviaacutevel
48
Enquanto para finalidades natildeo potaacuteveis envolve riscos menores e eacute considerada
como uma boa opccedilatildeo para o reuso urbano (GOLDENFUM 2006)
252 Reuso industrial
O reuso industrial pode ser utilizado na produccedilatildeo de aacutegua para caldeiras em
sistemas de resfriamento como por exemplo aacutegua de reposiccedilatildeo em lavadores de
gases e aacutegua de processos (CETESB 2014) No mundo as usinas de geraccedilatildeo de
energia refinarias de petroacuteleo unidades quiacutemicas e metaluacutergicas se beneficiam do
reuso de aacutegua tanto para resfriamento quanto para processos industriais
(GOLDENFUM 2006)
253 Reuso agriacutecola
Em conformidade com o Centro Internacional de Referecircncia em Reuso de Aacutegua
(CIRRA 2014) entidade vinculada agrave Escola Politeacutecnica da Universidade de Satildeo Paulo
(USP) os efluentes devidamente tratados podem ser utilizados na agricultura para
aplicaccedilatildeo em culturas de alimentos natildeo processados comercialmente (irrigaccedilatildeo
superficial de qualquer cultura alimentiacutecia) culturas de alimentos processados
comercialmente (irrigaccedilatildeo de pomares e vinhas) culturas natildeo alimentiacutecias (pastos
forragens fibras e gratildeos) dessedentaccedilatildeo de animais
254 Reuso no meio ambiente
O reuso no meio ambiente engloba aplicaccedilotildees em wetlands habitats naturais
aumento do fluxo de aacutegua estabelecimentos recreacionais contato acidental (pesca
e canoagem) e contato integral com a aacutegua autorizado represas e lagos lagoas
esteacuteticas em que o contato com o puacuteblico natildeo eacute autorizado (CIRRA 2014)
26 A Praacutetica de Recarga de Aquiacuteferos
A recarga artificial de aquiacuteferos com efluentes tratados pode ser usada para
fins diversos englobando o aumento de disponibilidade e armazenamento de aacutegua
controle de salinizaccedilatildeo em aquiacuteferos costeiros controle de subsidecircncia de solos Cirra
(2014) Esta praacutetica pode ser importante para alguns municiacutepios abastecidos por
49
aacutegua subterracircnea onde a recarga natural de aquiacuteferos vem sendo diminuiacutedas em
funccedilatildeo do aumento de aacutereas impermeabilizadas
Hespanhol (2002) comenta que eacute realizada de modo inadequado a retirada das
aacuteguas dos lenccediloacuteis subterracircneos para consumo o que compromete a disponibilidade
hiacutedrica O uso de esgotos tratados para evitar ou diminuir tais efeitos eacute uma
possibilidade
27 O Armazenamento de Aguaacutes
Em aacutereas para captaccedilatildeo de aacutegua de chuva comumente utiliza-se materiais
como telhas galvanizadas pintadas ou esmaltadas com tintas natildeo toacutexicas superfiacutecies
de concreto ceracircmicas policarbonato e fibra de vidro As calhas tambeacutem devem ser
fabricadas com materiais inertes como PVC ou outros tipos de plaacutesticos evitando
assim que partiacuteculas toacutexicas provenientes destes dispositivos venham a ser levadas
para os tanques de armazenagem (MACOMBER 2001)
Segundo Brown et al (2005) o volume do primeiro fluxo de aacutegua de chuva a
ser descartado varia conforme a quantidade de poeira acumulada na superfiacutecie do
telhado que eacute uma funccedilatildeo do nuacutemero de dias secos da quantidade e tipo de resiacuteduos
e da estaccedilatildeo do ano Outras variaacuteveis a serem consideradas satildeo a inclinaccedilatildeo e as
superfiacutecies dos telhados a intensidade das chuvas e o periacuteodo de tempo que ocorrem
Aleacutem disso salienta-se que natildeo haacute nenhum caacutelculo exato para definir o volume inicial
de aacutegua pluvial que necessita ser desviado devido agraves muitas variaacuteveis que
determinam a eficaacutecia da lavagem das aacutereas de captaccedilatildeo
Jaacute o reservatoacuterio eacute um dos componentes mais relevantes do SAAP eacute um fator
que influencia na qualidade da aacutegua e tambeacutem elemento mais caro do investimento
ou fator de otimizaccedilatildeo da aacutegua disponiacutevel versus necessidades de abastecimento
(RODRIGUES 2010)
O reservatoacuterio de armazenamento tem a funccedilatildeo de reter e acumular a aacutegua
coletada pelo telhado que eacute levada pelo sistema atraveacutes da calha para filtragem e
armazenada em cisternas ou caixas drsquoaacutegua ficando armazenada ao abrigo da luz e
do calor e eacute bombeada para uma caixa drsquoaacutegua superior que pode abastecer o
banheiro a lavanderia e outros ambientes (OLIVEIRA CHRISTMANN e PIEREZAN
2014)
50
May (2009) acredita que para o sistema ser viaacutevel vai depender de trecircs
elementos precipitaccedilatildeo aacuterea de coleta e demanda O reservatoacuterio de aacutegua da chuva
por ser o componente mais caro do sistema deve ser projetado em conformidade com
as necessidades do usuaacuterio e com a disponibilidade pluviomeacutetrica local para
dimensionaacute-lo adequadamente sem inviabilizar o sistema Com base nos resultados
das anaacutelises realizadas e no uso do sistema de coleta e aproveitamento de aacutegua da
chuva a utilizaccedilatildeo para fins natildeo potaacuteveis deve ser estimulada A figura 9 ilustra o
processo de captaccedilatildeo da aacutegua da chuva
Para Boehm e Oliveira (2015) antes da implantaccedilatildeo de um sistema de
reaproveitamento de aacuteguas pluviais devem ser verificadas as condiccedilotildees do local de
instalaccedilotildees e quais os tipos de elementos podem interferir na qualidade da aacutegua
captada
Segundo Macomber (2001) o escoamento de aacutegua natildeo deve entrar em
campos seacutepticos de drenagem do sistema e qualquer tanque o excesso e a drenagem
devem ser roteados de modo que natildeo afetar a base dos tanques ou de quaisquer
outras estruturas
A cisterna pode ser apoiada semi-apoiada enterrada ou elevada e ser
construiacuteda com vaacuterios tipos de materiais como concreto armado blocos de concreto
alvenaria de tijolos plaacutestico polieacutester polietileno accedilo entre outros (OLIVEIRA
CHRISTMANN e PIEREZAN 2014)
51
Figura 9 - Processo de captaccedilatildeo da aacutegua da chuva
Fonte wwwrhasaambientalcombr 2013
Dentre os conceitos da NORMA 155272007 podemos citar
aacutegua de chuva aacutegua resultante de precipitaccedilotildees atmosfeacutericas coletadas
em coberturas telhados onde natildeo haja circulaccedilatildeo de pessoas veiacuteculos e
animais
aacutegua natildeo potaacutevel aacutegua que natildeo atende agrave Portaria nordm 518 do Ministeacuterio da
Sauacutede
aacuterea de captaccedilatildeo aacuterea em metros quadrados projetada na horizontal da
superfiacutecie impermeaacutevel da cobertura onde a aacutegua eacute captada
coeficiente de escoamento superficial coeficiente de runnoff que
representa a relaccedilatildeo entre o volume total de escoamento superficial e ao
volume total precipitado variando conforme a superfiacutecie
conexatildeo cruzada qualquer ligaccedilatildeo fiacutesica atraveacutes de peccedila dispositivo ou
outro arranjo que conecte duas tubulaccedilotildees das quais um conduz aacutegua
potaacutevel e a outra aacutegua de qualidade desconhecida ou natildeo potaacutevel
demanda consumo meacutedio (mensal ou diaacuterio) a ser atendido para fins natildeo
potaacuteveis
escoamento inicial aacutegua suficiente da aacuterea de captaccedilatildeo suficiente para
carregar a poeira fuligem folhas galhos e detritos
52
suprimento fonte alternativa de aacutegua para complementar o reservatoacuterio
de aacutegua de chuva
Tabela 1 - Paracircmetros de qualidade de aacuteguas pluviais para usos restritivos natildeo potaacuteveis
Paracircmetro
Anaacutelise Faixa
Coliformes totais Semanal Ausecircncia em 100mL
Coliformes termotolerantes Semanal Ausecircncia em 100mL
Cloro residual livre Mensal 05 a 30 mgL
Turbidez Mensal lt20uT para menos
restritivos lt50 uT lt15 uH
Cor aparente (caso natildeo seja
utilizado nenhum corante ou
antes da sua utilizaccedilatildeo)
Mensal
Deve prever ajuste do pH para
proteccedilatildeo das redes de distribuiccedilatildeo
caso necessaacuterio
Mensal pH de 60 a 8p no caso
de tubulaccedilatildeo de accedilo
carbono ou galvanizado
Fonte ABNT ndash Associaccedilatildeo Brasileira de Normas Teacutecnicas NBR 155252007
Com relaccedilatildeo agrave manutenccedilatildeo do sistema de coleta e aproveitamento de aacuteguas
pluviais de acordo com o Manual de manutenccedilatildeo do aproveitamento de aacutegua de chuva
do FNDE
Quadro 3 - Frequecircncia de manutenccedilatildeo
Componente
Frequecircncia de manutenccedilatildeo
Cobertura e telhados Miacutenimo 3 vezes ao ano
Calhas condutores verticais e horizontais Miacutenimo 3 vezes ao ano
Filtro removedor de detritos A cada 3 meses
Reservatoacuterio inferior ndash enterrado A cada 2 anos
Filtro flutuante Mensalmente
Bombas Mensalmente
Filtro cartucho Semestralmente
Clorador Mensalmente
Reservatoacuterio superior ndash intermediaacuterio Limpeza e desinfecccedilatildeo anual
Fonte Manual de manutenccedilatildeo do aproveitamento de aacutegua de chuva FNDE
53
As inspeccedilotildees podem ser feitas pelos utilizadores poreacutem as manutenccedilotildees dos
sistemas de bombas e tratamento devem ser feitas por teacutecnicos especializados
Quando satildeo utilizados nas operaccedilotildees de higienizaccedilatildeo e manutenccedilatildeo produtos nocivos
para os humanos ou para o ambiente devem ser adotadas medidas que impeccedilam o
lanccedilamento dos efluentes resultantes destas operaccedilotildees no ciclo pluvial natural ou na
rede de drenagem de aacuteguas residuais com a necessaacuteria checagem de compatibilidade
com os componentes naturais canalizaccedilotildees e dispositivos de tratamento a jusante
realizando preacute-tratamento quando necessaacuterio (RODRIGUES 2010)
Eacute importante destacar o conjunto de normas que fornecem os requisitos para o
aproveitamento de aacutegua de chuva de coberturas em aacutereas urbanas para fins natildeo
potaacuteveis
NBR 56261998 Instalaccedilatildeo predial de aacutegua fria que tem exigecircncias e
recomendaccedilotildees para o projeto assim como sua execuccedilatildeo e
manutenccedilatildeo da rede
NBR 108441989 Instalaccedilatildeo prediais de aacuteguas pluviais que tem o
caacutelculo de aacuterea de contribuiccedilatildeo e caacutelculo de condutores horizontais e
verticais e de calhas
ABNT NBR 122131992 Projeto de captaccedilatildeo de aacutegua de superfiacutecie para
abastecimento puacuteblico
ABNT NBR 122141992 Projeto de sistema de bombeamento de aacutegua
para abastecimento puacuteblico
ABNT NBR 122171994 Projeto de reservatoacuterio de distribuiccedilatildeo de aacutegua
para abastecimento puacuteblico
A RESOLUCcedilAtildeO CONAMA Nordm 20 de 18 de junho de 1986 publicada no DOU
de 300786 foi estabelecida a classificaccedilatildeo das aacuteguas doces salobras e salinas do
Territoacuterio Nacional Na Classe 2 estatildeo incluiacutedas as aacuteguas destinadas ao
abastecimento domeacutestico apoacutes tratamento convencional agrave proteccedilatildeo das
comunidades aquaacuteticas agrave recreaccedilatildeo de contato primaacuterio (esqui aquaacutetico nataccedilatildeo e
mergulho) agrave irrigaccedilatildeo de hortaliccedilas e plantas frutiacuteferas agrave criaccedilatildeo natural eou
intensiva (aquicultura) de espeacutecies destinadas agrave alimentaccedilatildeo humana
Para as aacuteguas de Classe 2 satildeo estabelecidos os mesmos limites ou condiccedilotildees
da Classe 1 agrave exceccedilatildeo dos seguintes
54
i Natildeo seraacute permitida a presenccedila de corantes artificiais que natildeo sejam
removiacuteveis por processo de coagulaccedilatildeo sedimentaccedilatildeo e filtraccedilatildeo
convencional
ii Coliformes para uso de recreaccedilatildeo de contato primaacuterio deveraacute ser
obedecido o Art 26 desta Resoluccedilatildeo Para os demais usos natildeo deveraacute ser
excedido um limite de 1000 coliformes fecais por 100 mililitros em 80 ou
mais de pelo menos 5 amostras mensais colhidas em qualquer mecircs no
caso de natildeo haver na regiatildeo meios disponiacuteveis para o exame de
coliformes fecais o iacutendice limite seraacute de ateacute 5000 coliformes totais por 100
mililitros em 80 ou mais de pelo menos 5 amostras mensais colhidas em
qualquer mecircs
iii Cor ateacute 75 mg Ptl
iv Turbidez ateacute 100 UNT
v DBO5 dias a 20degC ateacute 5 mgl O2
vi OD em qualquer amostra natildeo inferior a 5 mgl O2
No art 26 (Balneabilidade) - As aacuteguas doces salobras e salinas destinadas a
balneabilidade (recreaccedilatildeo de contato primaacuterio) seratildeo enquadradas e teratildeo sua
condiccedilatildeo avaliada nas categorias EXCELENTE MUITO BOA SATISFATOcircRIA e
IMPROacutePRIA da seguinte forma
1) EXCELENTE (3 estrelas) Quando em 80 ou mais de um conjunto de
amostras obtidas em cada uma das 5 semanas anteriores colhidas no mesmo
local houver no maacuteximo 250 coliformes fecais por l00 mililitros ou 1250
coliformes totais por 100 mililitros
2) MUITO BOA (2 estrelas) Quando em 80 ou mais de um conjunto de amostras
obtidas em cada uma das 5 semanas anteriores colhidas no mesmo local
houver no maacuteximo 500 coliformes fecais por 100 mililitros ou 2500 coliformes
totais por 100 mililitros
3) SATISFATOacuteRIA (1 estrela) Quando em 80 ou mais de um conjunto de
amostras obtidas em cada uma das 5 semanas anteriores colhidas no mesmo
local houver no maacuteximo 1000 coliformes fecais por 100 mililitros ou 5000
coliformes totais por 100 mililitros
55
4) IMPROacutePRIA Natildeo atendimento aos criteacuterios estabelecidos para as aacuteguas
proacuteprias
Os mais recentes padrotildees microbioloacutegicos para aacuteguas destinadas agrave recreaccedilatildeo
de contato primaacuterio estatildeo definidos na resoluccedilatildeo CONAMA 2742000 como
demonstrado na Tabela 2que jaacute inclui Enterococos Ecoli
Segundo Jordatildeo amp Pessoa (2014) o desenvolvimento dos padrotildees para banho
ou para aacuteguas de recreaccedilatildeo de contato primaacuterio tem evoluiacutedo com loacutegica Primeiro
foram adotados paracircmetros relativos a melhor tecnologia de controle disponiacutevel que
entretanto natildeo representavam o risco de contrair enfermidades devido a presenccedila de
poluentes Foi o caso dos Coliformes totais Depois considerou-se a relaccedilatildeo entre o
risco possiacutevel ou detectaacutevel e presenccedila de poluentes Neste caso os Coliformes fecais
eram mais representativos
Uma terceira etapa foi a identificaccedilatildeo de risco aceitaacutevel para o qual deveria
existir uma quantidade de dados epidemioloacutegicos correspondendo a mediccedilotildees de
qualidade do corpo drsquoaacutegua Os estudos indicaram que Enterococos eram os mais
representativos seguidos por Ecoli e por uacuteltimo coliformes totais(Desinfecccedilatildeo de
efluentes sanitaacuterios) Sendo assim os Enterococos atualmente representam o melhor
indicador entre os analisados sem que se deva considerar erro o controle por outros
organismos
Tabela 2 - Padrotildees microbioloacutegicos para aacuteguas destinadas agrave recreaccedilatildeo de contato primaacuterio
Balneabilidade-
categoria
Qualidade
Padrotildees para o corpo daacutegua
Proacutepria Excelente Maacuteximo de 250 CF100ml ou
200EC100ml ou 25 Enterococos100ml
em 80 ou mais das amostras das cinco
semanas anteriores
Proacutepria Muito boa Maacuteximo de 500 CF100ml ou
400EC100ml ou 50 Enterococos100ml
em 80 ou mais das amostras das cinco
semanas anteriores
Proacutepria Satisfatoacuteria Maacuteximo de 1000 CF100ml ou
800EC100ml ou 100 Enterococos100ml
56
em 80 ou mais das amostras das cinco
semanas anteriores
Improacutepria Natildeo atendimento aos criteacuterios
estabelecidos para as aacuteguas
proacuteprias
Incidecircncia elevada ou anormal
de enfermidades transmissiacuteveis
por via hiacutedrica Valor obtido na
uacuteltima amostragem for superior a
2500CF100ml ou 2000
EC100ml ou 400
enterococos100ml Presenccedila de
resiacuteduos ou despejos pHlt6ou
gt9 Floraccedilatildeo de algas outros
fatores que contra -indiquem o
contato primaacuterio
Fonte- CONAMA 2742000
28 Legislaccedilatildeo Sobre o Uso de Aacuteguas
ASPECTOS LEGAIS PARA O USO DE AacuteGUAS
Em 1973 o decreto federal nordm 24643 conhecido como o Coacutedigo das Aacuteguas
consubstanciou a base da legislaccedilatildeo voltada para a temaacutetica aacutegua O instrumento
legisla inclusive sobre o conceito de aacuteguas pluviais e acerca do direito de uso
atribuindo ao dono do preacutedio onde caiacuterem diretamente sua propriedade No seu artigo
118 chega ateacute mesmo a comentar superficialmente sobre a construccedilatildeo de
reservatoacuterios para aproveitamento da aacutegua da chuva em aacutereas puacuteblicas
Em termos de poliacutetica ambiental voltada aos recursos hiacutedricos destaca-se a
promulgaccedilatildeo da lei 9433 que em 1997 instituiu a Poliacutetica Nacional de Recursos
Hiacutedricos ndash PNRH criando o Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos
Hiacutedricos Conhecida como Lei das Aacuteguas o normativo fornece instrumentos que
possibilitam a melhoria da gestatildeo sistemaacutetica do recurso
57
A captaccedilatildeo de aacutegua de chuva tem uma relaccedilatildeo indireta com os objetivos dessa Poliacutetica jaacute que estimula o uso racional e ao mesmo tempo previne contra os eventos hidroloacutegicos criacuteticos tanto agraves secas devido agrave promoccedilatildeo da reserva quanto agraves inundaccedilotildees devido agrave diminuiccedilatildeo do escoamento superficial A inclusatildeo da captaccedilatildeo de aacutegua de chuva no Plano indica o esforccedilo da poliacutetica de recursos hiacutedricos na busca da transversalidade e no gerenciamento integrado das aacuteguas (SENRA BRONZATTO VENDRUSCOLO 2007)
A Lei nordm 943397 criou o Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos
Hiacutedricos e no art 1ordm disciplina
Art 1ordm A Poliacutetica Nacional de Recursos Hiacutedricos baseia-se nos seguintes
fundamentos
I - a aacutegua eacute um bem de domiacutenio puacuteblico
II - a aacutegua eacute um recurso natural limitado dotado de valor econocircmico
III - em situaccedilotildees de escassez o uso prioritaacuterio dos recursos hiacutedricos eacute o consumo humano e
a dessedentaccedilatildeo de animais
IV - a gestatildeo dos recursos hiacutedricos deve sempre proporcionar o uso muacuteltiplo das aacuteguas
V - a bacia hidrograacutefica eacute a unidade territorial para implementaccedilatildeo da Poliacutetica Nacional de
Recursos Hiacutedricos e atuaccedilatildeo do Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hiacutedricos
VI - a gestatildeo dos recursos hiacutedricos deve ser descentralizada e contar com a participaccedilatildeo do
Poder Puacuteblico dos usuaacuterios e das comunidades (BRASIL 1997)
O art 5ordm da Lei nordm 943397 trata dos instrumentos da Poliacutetica Nacional de
Recursos Hiacutedricos
Art 5ordm Satildeo instrumentos da Poliacutetica Nacional de Recursos Hiacutedricos
I - os Planos de Recursos Hiacutedricos
II - o enquadramento dos corpos de aacutegua em classes segundo os usos preponderantes da aacutegua
III - a outorga dos direitos de uso de recursos hiacutedricos
IV - a cobranccedila pelo uso de recursos hiacutedricos
V - a compensaccedilatildeo a municiacutepios
VI - o Sistema de Informaccedilotildees sobre Recursos Hiacutedricos (BRASIL 1997)
Nacionalmente natildeo haacute um ordenamento juriacutedico que discipline
especificamente sobre o uso das aacuteguas pluviais Como as citadas anteriormente a
lei nordm 114452007 conhecida como lei do Saneamento Baacutesico indiretamente
estabelece alguns criteacuterios para o manejo de aacutegua pluvial Em seu artigo 3ordm define a
drenagem e manejo das aacuteguas pluviais urbanas como
Conjunto de atividades infraestruturas e instalaccedilotildees operacionais de drenagem urbana de aacuteguas pluviais de transporte detenccedilatildeo ou retenccedilatildeo para o amortecimento de vazotildees de cheias tratamento e
58
disposiccedilatildeo final das aacuteguas pluviais drenadas nas aacutereas urbanas (BRASIL 2007)
Seu decreto regulamentador nordm 72172010 admitiu como forma de viabilizar o
manejo da aacutegua da chuva a alimentaccedilatildeo da instalaccedilatildeo hidraacuteulica predial ligada agrave rede
puacuteblica de abastecimento de aacutegua via aproveitamento de aacutegua da chuva desde que
devidamente autorizadas pela autoridade competente
Quanto agraves leis sobre o tema reuso de aacutegua vigentes no Brasil pode-se
destacar a lei 693881 que institui a poliacutetica nacional do meio ambiente que menciona
o incentivo ao estudo e pesquisa de tecnologias orientadas para o uso racional e a
proteccedilatildeo dos recursos ambientais
No Estado do Rio de Janeiro a Lei Nordm 6034 de 08 de setembro de 2011 dispotildee
sobre a obrigatoriedade dos postos de combustiacuteveis lava-raacutepidos transportadoras e
empresas de ocircnibus urbanos intermunicipais e interestaduais localizados no Estado
do Rio de janeiro a instalarem equipamentos de tratamento e reutilizaccedilatildeo da aacutegua
usada na lavagem de veiacuteculos
Na cidade de Satildeo Paulo por exemplo atraveacutes da Lei nordm 13276 e o Decreto nordm
41814 que regulamenta esta lei determinam-se a obrigatoriedade da execuccedilatildeo de
reservatoacuterio de aacuteguas pluviais coletadas de cobertas e pavimentos nos lotes
construiacutedos ou natildeo que possuem uma aacuterea impermeabilizada superior a 500m2
Trata-se de providecircncias para evitar as inundaccedilotildees urbanas uma vez que incentiva
soluccedilotildees para a infiltraccedilatildeo da aacutegua de chuva no solo e a utilizaccedilatildeo da mesma quando
armazenada para fins natildeo potaacuteveis
DECRETO Nordm 23940 de 30 de Janeiro de 2004 da cidade do Rio de Janeiro
Torna obrigatoacuterio nos casos previstos a adoccedilatildeo de reservatoacuterios que permitam o
retardo do escoamento das aacuteguas pluviais para a rede de drenagem Visando a
necessidade de ajudar a prevenir inundaccedilotildees atraveacutes da retenccedilatildeo temporaacuteria de
aacuteguas pluviais em reservatoacuterios especialmente criados com esta finalidade e
considerando as possibilidades de reaproveitamento de aacuteguas pluviais para usos natildeo
potaacuteveis como lavagem de veiacuteculos e partes comuns jardinagem e outras Sendo
obrigatoacuterio para imoacuteveis com aacuterea de cobertura superior a 50000 m2 e em caso de
novas edificaccedilotildees residecircncias multifamiliares e industriais fica obrigatoacuterio o uso de
aguas pluviais para uso natildeo potaacutevel atendendo as normas sanitaacuterias vigentes ficando
o habite-se ou alvaraacute de obras condicionado ao atendimento ao decreto
59
A Agenda 21 capiacutetulo 18 dedicou importacircncia especial ao reuso de aacutegua
recomendando a implementaccedilatildeo de poliacuteticas de gestatildeo dirigidas para o uso e
reciclagem de efluentes Segundo Hespanhol (2012) embora natildeo haja menccedilatildeo ao
tema lsquoreusorsquo na poliacutetica nacional de recursos hiacutedricos existe uma vontade poliacutetica
direcionada para esta questatildeo Segundo a Conferecircncia Interparlamentar sobre o
desenvolvimento do Meio Ambiente realizada em Brasiacutelia em Dezembro de 1992 no
paraacutegrafo 64B recomenda esforccedilos a niacutevel nacional para institucionalizar a
reciclagem e reuso sempre que possiacutevel promovendo o tratamento e a disposiccedilatildeo de
esgotos de modo a natildeo poluir o meio ambiente
A portaria nordm 23 de 12 de fevereiro de 2015 do Ministro de Estado do
Planejamento Orccedilamento e Gestatildeo estabelece boas praacuteticas de gestatildeo e uso de
Energia Eleacutetrica e de Aacutegua nos oacutergatildeos e entidades da Administraccedilatildeo Puacuteblica Federal
direta autaacuterquica e fundacional e dispotildee sobre o monitoramento de consumo destes
bens e serviccedilos Devendo os oacutergatildeos adotar as providencias necessaacuterias para
implementaccedilatildeo de boas praacuteticas de gestatildeo e inclusive elaborando campanhas de
conscientizaccedilatildeo por meio presencial e eletrocircnico e fornecendo mensalmente o
consumo de energia eleacutetrica e aacutegua por meio do Sistema Projeto Esplanada
Sustentaacutevel
O reuso de aacutegua pode ser classificado em reuso indireto ou direto O reuso
direto eacute aquele onde ocorre a conexatildeo direta dos efluentes de uma estaccedilatildeo de
tratamento de esgotos a uma estaccedilatildeo de tratamento de aacutegua e em seguida ao sistema
de distribuiccedilatildeo O reuso indireto eacute a diluiccedilatildeo do esgoto apoacutes tratamento em um corpo
hiacutedrico no qual apoacutes algum tempo de detenccedilatildeo eacute efetuada a captaccedilatildeo seguida de
tratamento adequado e posterior distribuiccedilatildeo Filho (1987) sugere a seguinte
terminologia para diversas formas de reuso
Reuso indireto natildeo planejado da aacutegua Eacute aquele em que a aacutegua utilizada
em alguma atividade humana eacute descarregada no meio ambiente e
novamente utilizada agrave jusante em sua forma diluiacuteda de maneira natildeo
intencional e natildeo controlada
Reuso indireto planejado da aacutegua Ocorre quando os efluentes depois de
tratados satildeo descarregados de forma planejada para serem reutilizados a
jusante
Reuso direto planejado da aacutegua Ocorre quando os efluentes apoacutes
convenientemente tratados satildeo encaminhados diretamente do seu ponto
60
de descarga ateacute o local do reuso sofrendo em seu percurso os tratamentos
necessaacuterios mas natildeo sendo descarregados no meio
Reciclagem de aacutegua Eacute o reuso interno da aacutegua antes da sua descarga
em um sistema geral de tratamento ou outro local de disposiccedilatildeo para servir
como fonte suplementar de abastecimento do uso original Eacute um caso
particular de reuso direto
Segundo jaacute destacava Westerhoff (1984)o reuso de aacutegua eacute classificado em
duas categorias Reuso potaacutevel e Reuso natildeo potaacutevel e esta classificaccedilatildeo foi adotada
pela Associaccedilatildeo Brasileira de Engenharia Sanitaacuteria e Ambiental de Satildeo Paulo e
divulgada nos Cadernos de Engenharia Sanitaacuteria e Ambiental Sendo considerado um
bem econocircmico porque eacute finita e essencial para conservaccedilatildeo da vida e do meio
ambiente consequentemente sua escassez impede o desenvolvimento de diversas
regiotildees na medida em que aleacutem da necessidade humana a aacutegua eacute essencial no
processo produtivo de diversas empresas
Reuso potaacutevel
Direto
Indireto
Reuso natildeo potaacutevel
Para fins agriacutecolas
Para fins industriais
Para fins recreacionais
Para fins domeacutesticos
Para manutenccedilatildeo de vazotildees de cursos drsquoaacutegua
Para aquacultura
Recarga de aquiacuteferos subterracircneos
Pode-se destacar alternativas que vem sendo propostas para racionalizaccedilatildeo
do consumo de aacutegua domiciliar Satildeo elas
Identificaccedilatildeo e eliminaccedilatildeo de vazamentos e perdas
Instalaccedilatildeo de equipamentos hidraacuteulicos sanitaacuterios de baixo consumo e alta
eficiecircncia
Reuso de aacuteguas cinzas
Aperfeiccediloamento dos procedimentos de mediccedilatildeo e cobranccedila
61
Os processos e tratamentos para fins potaacuteveis satildeo complexos e de custo
elevado Desta forma o reuso para fins natildeo potaacuteveis deve ser sempre avaliado
preferencialmente Aparentemente o principal problema decorrente da accedilatildeo de
reutilizaccedilatildeo de aacuteguas cinzentas com objetivos de economizar aacutegua seria o aumento
do custo decorrente da instalaccedilatildeo e manutenccedilatildeo de sistemas duplos de distribuiccedilatildeo
O principal destino destas aacuteguas deve ser a utilizaccedilatildeo sanitaacuteria e o uso agriacutecola
(HESPANHOL amp MIERZWA 2011)
Pesquisas sobre a viabilidade econocircmica de projetos de aproveitamento de
aacutegua de chuva indicam que o item preponderante nesta anaacutelise eacute o custo do
reservatoacuterio que varia em funccedilatildeo da sua dimensatildeo A NBR 15527(ABNT 2007)
apresenta 6 metodologias de caacutelculo do volume do reservatoacuterio que resultam em
valores muito discrepantes gerando a necessidade do usuaacuterio decidirem funccedilatildeo das
condiccedilotildees especiacuteficas do projeto qual metodologia seguir A maioria das
aplicaccedilotildeestrabalha com uma demanda fixa visando o consumo em vasos sanitaacuterios
(MORUZZI e OLIVEIRA2010 DORNELLES et al 2010 COUTINHO et al 2011
GHISI e SCHONDERMARK 2013)
Em relaccedilatildeo a NBR 155272007 aacutegua de chuva ndash aproveitamento de coberturas
em aacutereas urbanas para fins natildeo potaacuteveis fornece as caracteriacutesticas para o reuso de
aacutegua em aacutereas urbanas para fins natildeo potaacuteveis compreendendo calhas e condutores
instalaccedilotildees prediais qualidade da aacutegua bombeamento manutenccedilatildeo e principalmente
os meacutetodos de caacutelculo de dimensionamento de reservatoacuterios
Os meacutetodos de dimensionamento dispostos nesta norma satildeo
Meacutetodo de Rippl
Meacutetodo de Simulaccedilatildeo
Meacutetodo Azevedo Neto
Meacutetodo praacutetico alematildeo
Meacutetodo praacutetico inglecircs
Meacutetodo praacutetico australiano
62
3 - METODOLOGIA
Conforme Sabbatini (1989) metodologia eacute um ldquoconjunto de preceitos que
estabelece uma orientaccedilatildeo para o direcionamento e conduccedilatildeo de uma dada
investigaccedilatildeordquo tendo esta orientaccedilatildeo dois niacuteveis de doutrina e de estrateacutegia que
geram os princiacutepios de tomada de decisatildeo e permitem a operacionalizaccedilatildeo da
pesquisa que consiste no plano de accedilatildeo
A metodologia para anaacutelise do uso de sistema para aproveitamento de aacutegua
pluvial deve ser entendida como input do processo de pesquisa seus princiacutepios
devem ser balizadores das estrateacutegias adotadas para sua racionalidade
Esta dissertaccedilatildeo objetiva a importacircncia na utilizaccedilatildeo de metodologia e
aplicaccedilatildeo de procedimentos e meacutetodos nas atividades relacionadas ao uso de aacutegua
pluvial em instituiccedilatildeo federal de ensino onde o avanccedilo tecnoloacutegico deve ter como
escopo uma metodologia especiacutefica para seu desenvolvimento
Os atributos e alcance da pesquisa aplicada e de desenvolvimento tecnoloacutegico
constitui a estrutura essencial para obter novos meacutetodos construtivos e modernizaccedilatildeo
de processos e sistemas de uso consolidado e na soluccedilatildeo sistemaacutetica de problemas
Fluxo do processo adotado
O meacutetodo adotado envolve vaacuterias etapas conforme quadro 4 para a validaccedilatildeo
da metodologia de aproveitamento de aacutegua pluvial
Quadro 4- Fluxo do processo
Atividade Procedimentos
Visita teacutecnicas
Foram selecionadas duas tipologias de edificaccedilotildees no sentido de ampliar
o entendimento das teacutecnicas construtivas para a implantaccedilatildeo de
sistema de coleta e uso de aacutegua pluvial
Normas teacutecnicas
NBR 155272007 Aacutegua de chuva ndash aproveitamento de coberturas em
aacutereas urbanas para fins natildeo potaacuteveis - Requisitos
Precipitaccedilatildeo pluviomeacutetrica
Os dados pluviomeacutetricos utilizados neste trabalho foram fornecidos pelo
Sistema Alerta Rioque foram coletados da Estaccedilatildeo Meteoroloacutegica Tijuca
63
Fonte Elaborado pelo autor do presente trabalho
31 Estrateacutegia da Pesquisa
A pesquisa em questatildeo tem caraacuteter exploratoacuterio de projeto uacutenico com
abordagem quantitativa por meio de estudo de caso uacutenico que tem como modelo
cientiacutefico a concepccedilatildeo de Robson (2011) o qual disserta sobre os meacutetodos de
pesquisa do mundo real
A estaccedilatildeoestaacute localizada no bairro tijuca em latitude 22ordm89 67 longitude
43ordm22 67
Reservatoacuterios
detalhes teacutecnicos
construtivos e
controle sanitaacuterio
Para o presente projeto foi adotado o meacutetodo pratico alematildeo de
dimensionamento onde o volume do reservatoacuterio seraacute o menor valor
entre 6 do volume de captaccedilatildeo de aacutegua pluvial anual e 6 da
demanda anual de aacutegua natildeo potaacutevel
Foi utilizado o meacutetodo da simulaccedilatildeo previsto na NBR 15527 2007
Para ratificar o dimensionamento do reservatoacuterio feito pelo meacutetodo
praacutetico alematildeo
De acordo com orientaccedilatildeo da portaria do MS nordm 5182014 e a NBR
152227 recomenda que o cloro residual livre deva estar entre 05mgle
30 mgl em qualquer ponto do sistema de abastecimento
Para controle sanitaacuterio foi utilizado Clorador com funcionamento em
circuito fechado com proteccedilatildeo contra inundaccedilatildeo capacidade do corpo
interno 320 pastilhas variando de 0640 kg com vazatildeo de operaccedilatildeo
lenta em rede de 05 a 3000 m3h
Equipamentos Verificou-se que equipamentos utilizados em sistema de captaccedilatildeo e uso
de aacutegua pluvial eacute uma tecnologia de fabricantes internacionais com
representantes locais
Demanda de uso
natildeo potaacutevel
O consumo diaacuterio total de aacutegua em cada aparelho foi estimado com
base nos dados de frequecircncia e tempo de uso dos mesmos obtidos
atraveacutes dos questionaacuterios e o nuacutemero de pessoas que efetivamente
utilizam cada aparelho Tambeacutem se utilizaram no caacutelculo do consumo
diaacuterio as vazotildees de acordo com a norma NBR 56261998
Viabilidade
econocircmica de
implantaccedilatildeo do
sistema
Foi realizada a anaacutelise econocircmica utilizando-se o meacutetodo do payback
simples e descontado considerando taxa mensal de 1 para validaccedilatildeo e
verificaccedilatildeo da viabilidade econocircmica do sistema
64
Adota o presente trabalho a verificaccedilatildeo de aplicaccedilatildeo exitosas de sistemas de
aproveitamento de aacuteguas pluviais em edificaccedilotildees de diversas tipologias criando um
paracircmetro de anaacutelise e consolidaccedilatildeo de praacuteticas sustentaacuteveis e novas tecnologias
VISITAS REALIZADAS
Estaacutedio do Maracanatilde
Maior estaacutedio sendo sede da Copa do Mundo de Futebol 2014 no rio de
Janeiro Inaugurado em junho de 1950 sendo iniciada a obra de recuperaccedilatildeo e retrofit
no ano de 2010 sendo concluiacuteda em 2013 Sua capacidade de puacuteblico passou de
87101 para 78639 lugares
Realizada a visita as instalaccedilotildees do Estaacutedio do Maracanatilde que recebeu a
certificaccedilatildeo LEED1 (Leadership in Energy and Environmental Design) For New
Construction na categoria Silver versatildeo 30 concedida pela USGBC (United States
Building Concil) conforme fig 10 que reconhece soluccedilotildees de novas tecnologias
sustentaacuteveis utilizadas nas construccedilotildees com o objetivo de reduccedilatildeo de impactos ao
meio ambiente durante a vida uacutetil da edificaccedilatildeo certificaccedilatildeo voltada para construccedilotildees
sustentaacuteveis e ambientalmente eficientes
1 Lideranccedila em Energia e Desig Ambiental eacute um sistema internacional de certificaccedilatildeo e orientaccedilatildeo ambiental para
edificaccedilotildeesUtilizada em 143 paiacuteses a certificaccedilatildeo foi criada em 2000 pela USGreen Building Council (USGBC)
65
Figura 10 -Certificaccedilatildeo em estaacutedios de futebol itens avaliados no canteiro de obra
Fonte Adaptado pelo autor do presente trabalho de Pereira et al (2015)
A alta performance ambiental do maracanatilde apoacutes a implantaccedilatildeo do sistema de
aacuteguas pluviais contribuiu para sua certificaccedilatildeo onde cabe ressaltar que houve reduccedilatildeo
de 7114 do consumo de agua potaacutevel que representa da demanda de bacias e
mictoacuterios como tambeacutem todo o volume de agua necessaacuterio para irrigaccedilatildeo do
gramado e Conforme Pereira et al (2015) a reduccedilatildeo de uso de aacutegua potaacutevel eacute de
50 (cinquenta por cento)
Com o retrofit o estaacutedio do Maracanatilde teve acreacutescimo de 50000m2 na aacuterea de
cobertura construiacuteda em membrana tensionada por cabos de accedilo que permitiu a
viabilidade de implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo acrescida da aacuterea de drenagem
do campo que atende a irrigaccedilatildeo e descargas O estaacutedio no seu sistema de captaccedilatildeo
e reaproveitamento de aacuteguas pluviais conta com reservatoacuterio de 5 milhotildees de litros
volume capaz de suprir as demandas de usos por um periacuteodo de ateacute trecircs meses em
caso de estiagem
66
Leroy Merlin
Empresa de comeacutercio varejista voltada para materiais de construccedilatildeo e
bricolagem desde os anos de 1988 A concepccedilatildeo de seus projetos de lojas passaram
a ser voltada para questotildees de sustentabilidade agrave partir da construccedilatildeo da loja na
cidade de Niteroi inaugurada em 2007 iniciando um ciclo de novas unidades com o
mesmo caraacuteter tendo em um de seus conceitos o aproveitamento de aacuteguas pluviais
A Leroy Merlin foi a primeira empresa agrave receber o selo HQE2 em 2009
empresa situada em Niteroacutei no Estado do Rio de Janeiro na atividade de comeacutercio de
materiais de construccedilatildeo Adotou como meta a certificaccedilatildeo AQUA em funccedilatildeo de sua
adaptabilidade as condiccedilotildees de uso no Brasil avaliando aspectos da gestatildeo
ambiental nas obras de arquitetura
Recebeu a empresa por ocasiatildeo de sua construccedilatildeo recebeu a certificaccedilatildeo
ACQUA-Alta Qualidade Ambiental tendo sido avaliada pela Fundaccedilatildeo Vanzolini
entidade vinculada a USP (Universidade de Satildeo Paulo) tendo atendido as exigecircncias
para a certificaccedilatildeo nas etapas do programa concepccedilatildeo do projeto e realizaccedilatildeo da
obra
Foram utilizados no tratamento daacute aacutegua captada trecircs filtros tipo Vortex WWF
300 com capacidade de filtragem para aacuterea de cobertura de ateacute 3000m2 com potencial
de ateacute 90 da aacutegua precipitada e com retenccedilatildeo de partiacuteculas de 028mmFoi utilizado
reservatoacuterio apresentado na foto abaixo com capacidade de 150000 litros com
extravasor para poccedilos de infiltraccedilatildeo conforme figura 11 em caso de alto iacutendice de
precipitaccedilatildeo pluviomeacutetrica contribuindo para a alimentaccedilatildeo do lenccedilol freaacutetico e
reduzindo a possibilidade de enchentes
2 HQE A primeira certificaccedilatildeo ambiental para edifiacutecios a ser adaptada para a realidade brasileira foi a AQUA (hoje AQUA-
HQE) Com base no selo francecircs Haute Qualiteacute Environnementale professores da Universidade de Satildeo Paulo (USP) criaram a versatildeo brasileira e formaram a instituiccedilatildeo responsaacutevel por ela a Fundaccedilatildeo Vanzolini
67
Figura 11 - Poccedilos de infiltraccedilatildeo
Fonte Adaptado pelo autor do presente trabalho de Leroy Merlin 2009
Foto da Construccedilatildeo do reservatoacuterio de 150000 litros
Fonte Adaptado pelo autor do presente trabalho de Leroy Merlin 2009
68
32 Unidade de anaacutelise
Esta pesquisa se limita a estudar a viabilidade de uso de aguas pluviais
calculando a demanda de uso natildeo potaacutevel a quantificaccedilatildeo da produccedilatildeo de aacuteguas
residuais provenientes de evaporadoras de ar condicionado com determinaccedilatildeo do
volume do reservatoacuterio e posterior analise de viabilidade econocircmica Yin (2001)
afirma que a unidade de anaacutelise estaacute relacionada com o problema fundamental de
definir o que eacute o ldquocasordquo
Segundo Yin (2001) o estudo de caso representa uma investigaccedilatildeo empiacuterica e
compreende um meacutetodo abrangente com a loacutegica do planejamento da coleta e da
anaacutelise de dados Pode incluir tanto estudos de caso uacutenico quanto de muacuteltiplos assim
como abordagens quantitativas e qualitativas de pesquisa
Aleacutem da coleta de dados por meio dos questionaacuterios outro importante processo
que seraacute usado neste estudo eacute anaacutelise documental considerada como a teacutecnica que
abrange tanto a anaacutelise qualitativa quanto a quantitativa Segundo Gil (2010 p121)
ldquoA consulta a fontes documentais eacute imprescindiacutevel em qualquer estudo de casordquo
Portanto a anaacutelise destes dados torna-se fundamental para que se possa identificar
demanda de consumo de aacutegua natildeo potaacutevel o potencial para aproveitamento de aacuteguas
dos evaporadores de aparelhos de ar condicionado
33 Justificativa da estrateacutegia de pesquisa
A escolha do meacutetodo de pesquisa orientaraacute as etapas necessaacuterias para a coleta
de informaccedilotildees anaacutelise destes dados e demonstraccedilatildeo da confiabilidade e validade
das descobertas (ROBSON 2011)
34 Pesquisa Exploratoacuteria
A pesquisa exploratoacuteria utilizaraacute fontes documentais como perioacutedicos
dissertaccedilotildees e teses sobre os temas sustentabilidade histoacuterico de reuso e
reaproveitamento de aacuteguas pluviais e legislaccedilatildeo traccedilando conexotildees entre estes
elementos de forma a propiciar confiabilidade para o embasamento da pesquisa
69
35 Levantamento
O presente trabalho visa o aproveitamento de aacuteguas pluviais e aacuteguas residuais
de evaporadores de unidades condensadoras para reuso no Campus Maracanatilde do
CEFET-RJ
Desta forma o trabalho foi estruturado da forma relacionada abaixo
Levantamento das caracteriacutesticas pluviomeacutetricas da regiatildeo estudada para
determinaccedilatildeo da precipitaccedilatildeo pluviomeacutetrica media atraveacutes das analises de
dados fornecida do sistema Alerta Rio referente ao periacuteodo de 2001 a 2015
Levantamento das caracteriacutesticas de 01(uma) edificaccedilatildeo existente no
campus maracanatilde bloco E e considerando seu potencial de captaccedilatildeo
atraveacutes exclusivamente de suas coberturas bem como o dimensionamento
de reaproveitamento das aacuteguas provenientes de condensadores de ar
condicionado existentes no referido bloco por contemplar maior nuacutemero de
equipamentos citados e maior nuacutemero de horas de uso
Avaliaccedilatildeo dos resultados obtidos com determinaccedilatildeo do reservatoacuterio de
armazenamento sendo realizado atraveacutes da NBR 15527 ndash Aacutegua da Chuva
Aproveitamento das aacutereas urbanas para fins natildeo potaacuteveis (ABNT 2007)
Tambeacutem seratildeo realizados estudos utilizando teacutecnicas de matemaacutetica
financeira pelo meacutetodo de anaacutelise de payback simples que fornece uma
estimativa de faacutecil compreensatildeo dos benefiacutecios gerados para determinar o
tempo de retorno do investimento atraveacutes dos custos de implantaccedilatildeo do
sistema
70
Aacuterea de Estudo
O CEFET-RJ ocupa uma aacuterea de terreno de 3438200 m2 com 6481800 m2
construiacutedos e distribuiacutedos em 06 pavilhotildees e diversos blocos nomeados de ldquoArdquo a ldquoLrdquo
tendo como objeto para estudo de caso o Bloco E que e abastecido atraveacutes do
hidrocircmetro referente ao nuacutemero 485 conforme figura 10
Figura 12 - Hidrocircmetro referente ao nuacutemero 485 com vazatildeo de 03 - 15 m3hora
Fonte Realizada pelo autor 2017
36 Objeto de Estudo
O preacutedio objeto do estudo eacute o Bloco E sendo utilizado pela comunidade
docente discente e teacutecnicos administrativos
Figura 13 - Fachada Principal do CEFET- RJ
Fonte site wwwcefet-rjbr
71
As coberturas do preacutedio satildeo compostas por telhas trapezoidais em accedilo
galvanizado tendo calhas em concreto impermeabilizado para a coleta de aacuteguas
pluviais com tubos de queda em PVC de 100 mm com condutores horizontais
interligando as caixas de passagem e estas ao coletor puacuteblico
361 Aparelhos Existentes
Atraveacutes de visitas in loco foram verificados quais eram os tipos de aparelhos
sanitaacuterios torneiras mictoacuterios existentes no CEFET-RJ Verificaram-se tambeacutem as
atividades realizadas no preacutedio que utilizam aacutegua
37 Entrevistas com os Usuaacuterios
As entrevistas foram realizadas por meio de questionaacuterios aplicados aos
Teacutecnicos Administrativos professores alunos e equipe responsaacutevel pela limpeza do
CEFET-RJ a fim de descobrir a frequecircncia de uso de cada aparelho Nos
questionaacuterios foram feitas perguntas que demonstrassem o tempo e a quantidade de
vezes que cada aparelho era utilizado no periacuteodo de ocupaccedilatildeo
Para obtenccedilatildeo de um levantamento com maior precisatildeo seria necessaacuterio a
resposta ao questionaacuterio por toda a populaccedilatildeo que utiliza os preacutedios estudados foi
verificada a dificuldade em funccedilatildeo de horaacuterios e dias da semana diferentes bem
como um certo desinteresse na participaccedilatildeo por alguns membros da comunidade
Em funccedilatildeo destes fatos decidiu-se por uma pesquisa por amostragem Com utilizaccedilatildeo
da foacutermula de caacutelculo amostral
72
Foacutermula de caacutelculo
Onde
n - amostra calculada N ndash populaccedilatildeo Z - variaacutevel normal padronizada associada ao niacutevel de confianccedila p - verdadeira probabilidade do evento e - erro amostral Erro amostral de 5 Niacutevel de confianccedila de 95
Foram aplicados questionaacuterios para funcionaacuterios professores e alunos com as
mesmas perguntas Os questionaacuterios utilizados nas entrevistas estatildeo apresentados
no Apecircndice A B e C
Para os funcionaacuterios da limpeza interna externa foram aplicados questionaacuterios
direcionados em funccedilatildeo das atividades desenvolvidas
Os resultados obtidos atraveacutes das entrevistas permitiram obter valores que
representam a frequecircncia e o tempo de utilizaccedilatildeo de cada tipo de aparelho sanitaacuterio
para o total geral da edificaccedilatildeo e por pessoa
38 Estimativa do Consumo de Aacutegua
O consumo diaacuterio total de aacutegua em cada aparelho foi estimado com base nos
dados de frequecircncia e tempo de uso dos mesmos obtidos atraveacutes dos questionaacuterios
e o nuacutemero de pessoas que efetivamente utilizam cada aparelho Tambeacutem se
utilizaram no caacutelculo do consumo diaacuterio as vazotildees de acordo com a norma NBR
56261998
381 O caacutelculo de consumo meacutedio diaacuterio de aacutegua per capita por aparelhos
O Caacutelculo foi realizado com base no somatoacuterio da multiplicaccedilatildeo da frequecircncia
e tempo de uso obtido nas entrevistas e vazatildeo do aparelho dividido pelo nuacutemero de
pessoas entrevistadas
73
C meacutedio =
sum 119891119894lowast119905119894lowast119876119899119894
119899
C meacutedio = consumo meacutedio por aparelho
fi=numero de vezes de utilizaccedilatildeo
ti= tempo em segundos de uso diaacuterio
n= amostras de pessoas entrevistadas
Q= vazatildeo do aparelho (litros por segundo)
382 Estimativa do Consumo de Aacutegua em Atividades de Limpeza e jardinagem
A estimativa dos consumos de aacutegua referentes agrave limpeza do preacutedio (que inclui
tambeacutem lavaccedilatildeo de paacutetios corredores sanitaacuterios e irrigaccedilatildeo de jardins) foi calculada
com base em entrevistas com os responsaacuteveis por tais atividades e natildeo por amostra
Consumo Atividade limpeza = Somatoacuterio atividades limpeza paacutetios e rega de
jardim
383 Avaliaccedilatildeo do Potencial de Economia de Aacutegua Potaacutevel
A fim de se estimar o potencial de economia proveniente da implantaccedilatildeo de um
sistema de aproveitamento de aacutegua pluvial foi verificado o percentual de aacutegua potaacutevel
utilizado em fins natildeo potaacuteveis quantificaccedilatildeo da produccedilatildeo de agua residual pelas
evaporadoras de ar condicionado e tambeacutem foi estimado o volume ideal de
reservatoacuterio de acumulaccedilatildeo da aacutegua pluvial
384 Percentual de Aacutegua Potaacutevel que Poderia Ser Substituiacutedo por Aacutegua Pluvial
Neste estudo considerou-se a utilizaccedilatildeo de aacutegua para fins natildeo potaacuteveis em
descargas de vaso sanitaacuterio mictoacuterios irrigaccedilatildeo de jardins torneiras de usadas para
limpeza do preacutedio que tambeacutem inclui lavaccedilatildeo dos pavimentos
Atraveacutes da soma dos valores de consumo de aacutegua nas atividades consideradas
para fins natildeo potaacuteveis foi verificada a quantidade total de aacutegua potaacutevel que poderia
ser substituiacutedo por aacutegua pluvial
74
39 Reservatoacuterios de Aacutegua Pluvial
O reservatoacuterio de acumulaccedilatildeo da aacutegua pluvial eacute um dos componentes mais
importantes de um sistema de aproveitamento de aacutegua pluvial o qual deve ser
dimensionado principalmente considerando os seguintes fatores demanda de aacutegua
pluvial aacutereas de captaccedilatildeo precipitaccedilatildeo pluviomeacutetrica e custos totais de implantaccedilatildeo
Para estimar o volume ideal do reservatoacuterio de aacutegua pluvial para o presente
estudo baseou-se nas aacutereas de cobertura da edificaccedilatildeo no consumo diaacuterio de aacutegua
em sanitaacuterios e mictoacuterios e atividades de limpeza na precipitaccedilatildeo da regiatildeo no
coeficiente de perdas e no total de aacutegua potaacutevel usada para fins natildeo potaacuteveis que
poderia ser substituiacuteda por aacutegua pluvial
310 Anaacutelise Econocircmica
Depois de verificado o potencial de economia de aacutegua potaacutevel seratildeo
verificados os custos para a implantaccedilatildeo e operaccedilatildeo do sistema de aproveitamento
de aacutegua pluvial e tambeacutem analisada sua viabilidade econocircmica
Esta anaacutelise econocircmica seraacute uma estimativa de custos que poderaacute servir como
referecircncia para novas instituiccedilotildees de ensino com padrotildees semelhantes que desejam
implantar um sistema de aproveitamento de aacutegua pluvial
Natildeo se tem um indicativo de que este sistema possa ser implantado no objeto
de estudo Os custos de implantaccedilatildeo e operaccedilatildeo do sistema de aproveitamento de
aacutegua pluvial resumem-se em custos com obra de construccedilatildeo do reservatoacuterio inferior
materiais e equipamentos necessaacuterios agrave implantaccedilatildeo
Deste modo fez-se uma planilha de quantitativos e custos dos valores
referentes a obra atraveacutes de preccedilos coletados no SINAPICEF e de materiais e
equipamentos necessaacuterios com empresas representantes e ou fabricantes
75
4 APLICACcedilAtildeO E VALIDACcedilAtildeO DA METODOLOGIA PROPOSTA
Conforme abordado no capiacutetulo correspondente a metodologia optou-se
como um dos meios de aplicaccedilatildeo a validaccedilatildeo e investigaccedilatildeo desta metodologia
desenvolvida para uma Instituiccedilatildeo Federal de Ensino
41 Histoacuterico do Cefet-RJ
Atraveacutes de uma parceria entre o governo da Uniatildeo e o da Prefeitura do Distrito
Federal foi criada a Escola Normal de Artes e Ofiacutecios Wenceslau Braz versatildeo
primaacuteria do que vem a ser o CEFETRJ contemporaneamente Segundo CEFETRJ
(2007 paacuteg 14) os principais objetivos da escola eram de criar professores mestre e
contramestres para as instituiccedilotildees e escolas profissionais do Distrito Federal e entatildeo
Rio de Janeiro aleacutem de professores de trabalhos manuais para escolas primaacuterias do
Municiacutepio
De acordo com Maruyama (2013) apoacutes criaccedilatildeo de sua primeira forma teve
seus objetivos e estrutura atualizada transformando-se em Escola Teacutecnica Nacional
(ETN) em 1942 Jaacute em 1965 a Escola recebe nome Escola Teacutecnica Federal da
Guanabara poreacutem foi apenas em 1967 que a Escola passa a ser chamada de Escola
Teacutecnica Federal Celso Suckow da Fonseca
Hoje atraveacutes de seu histoacuterico de reconhecimento pela sociedade a Escola
Teacutecnica obteve expansatildeo geograacutefica passando a atuar com sede matriz a Unidade
Maracanatilde e demais seis outras Unidades descentralizadas pelo Rio e Janeiro (Nova
Iguaccedilu Maria da Graccedila Petroacutepolis Nova Friburgo Angra dos Reis e Itaguaiacute) e
educacional ofertando cursos regulares de ensino meacutedio educaccedilatildeo profissional
teacutecnica graduaccedilatildeo poacutes-graduaccedilatildeo aleacutem de atividades de pesquisa e de extensatildeo
411 Definiccedilatildeo de Instituiccedilotildees de Ensino Superior
De acordo com o artigo 21 da LDB - Lei de Diretrizes e Bases da Educaccedilatildeo
Nacional (939496) a educaccedilatildeo escolar eacute formada por duas etapas principais
educaccedilatildeo baacutesica formada pela educaccedilatildeo infantil ensino fundamental e ensino meacutedio
II - educaccedilatildeo superior etapa posterior a educaccedilatildeo baacutesica cujo objetivo global eacute formal
76
profissionais e cidadatildeos aptos a exercerem suas funccedilotildees e promover o
desenvolvimento do paiacutes
A LDB (Lei 93941996) assume a coexistecircncia de instituiccedilotildees puacuteblicas e
privadas para a oferta de cursos superiores dizendo no Artigo 45 que a educaccedilatildeo
superior poderaacute ser ministrada em instituiccedilotildees de ensino superior de caraacuteter puacuteblico
ou privada com variados graus de abrangecircncia e particularizaccedilatildeo Visando
complementar a LDB e a esse artigo 7ordm do Decreto 38602001 classifica as instituiccedilotildees
de ensino superior quanto agrave sua organizaccedilatildeo acadecircmica em
Universidades - Satildeo caracterizadas pela oferta regular de atividades que
articulam trecircs principais pilares ensino de pesquisa e de extensatildeo
Centros Universitaacuterios - Os centros universitaacuterios satildeo instituiccedilotildees de
ensino superior pluri-curriculares comprovada pelo desempenho nos
cursos nas avaliaccedilotildees do MEC e que devem atender a comunidade
Centros Federais de Educaccedilatildeo Tecnoloacutegica - Satildeo instituiccedilotildees de ensino
superior especializados na oferta de educaccedilatildeo tecnoloacutegica nos
diferentes niacuteveis e modalidades de ensino O Centro Federal de
Educaccedilatildeo Tecnoloacutegica Celso Suckow da Fonseca (CEFETRJ) seraacute a
instituiccedilatildeo alvo do presente estudo e se encaixa nessa classificaccedilatildeo
Faculdades Integradas faculdades institutos ou escolas superiores -
superiores orientados basicamente para o ensino satildeo voltadas para a
formaccedilatildeo de profissionais para o mercado de trabalho e natildeo se exigiratildeo
produccedilatildeo cientiacutefica e natildeo haacute exigecircncia de oferta cursos de poacutes-
graduaccedilatildeo
Por fim todas as instituiccedilotildees de ensino superior independente de sua
classificaccedilatildeo e dos cursos ofertados por estar diretamente submetidas as decisotildees do
MEC deve acatar com seus decretos e determinaccedilotildees pois estatildeo sob uma mesma
legislaccedilatildeo e regime Dentro das obrigatoriedades das IES pode ser destacado o
documento de caraacuteter estrateacutegico conhecido como Plano de Desenvolvimento
Institucional (PDI)
412 - Plano de Desenvolvimento Institucional (PDI)
O Plano de Desenvolvimento Institucional (PDI) eacute um documento institucional
exigido pelo Ministeacuterio da Educaccedilatildeo (MEC) e apresenta as principais estrateacutegicas e
77
posicionamento que a instituiccedilatildeo de ensino superior (IES) iraacute adotar em um periacuteodo
de tempo preacute-definido Eacute anaacutelogo ao Planejamento Estrateacutegico das empresas
privadas poreacutem com foco em resultados no sistema educacional processos internos
e desempenho dentro do cenaacuterio mutaacutevel da educaccedilatildeo no periacuteodo de vigecircncia
O Plano de Desenvolvimento Institucional ndash PDI eacute um documento elaborado para um periacuteodo de 5 (cinco) anos que identifica a Instituiccedilatildeo de Ensino Superior (IES) no que diz respeito agrave sua filosofia de trabalho agrave missatildeo a que se propotildee agraves diretrizes pedagoacutegicas que orientam suas accedilotildees agrave sua estrutura organizacional e agraves atividades acadecircmicas que desenvolve eou que pretende desenvolver (SAPIEnS 2007)
A lei 10861 (2004) instituiu o Sistema Nacional de Avaliaccedilatildeo da Educaccedilatildeo
Superior (SINAES) Este sistema tem como objetivo buscar a melhoria da qualidade
da educaccedilatildeo superior monitorar a expansatildeo da oferta e aumento da eficiecircncia e
eficaacutecia institucional no acircmbito de ensino e impacto na sociedade Deve ser ainda um
sistema supervisor das IES no cumprimento de seus deveres institucionais como
identidade respeito a diversidade e afirmaccedilatildeo da autonomia Esta lei promoveu em
2006 a ediccedilatildeo do decreto Nordm 5773 que legitima a relevacircncia e obrigatoriedade do PDI
nas IES
O decreto Nordm 5773 (2006) descreve sobre as funccedilotildees de regulamentaccedilatildeo
acompanhamento e avaliaccedilatildeo das IES e cursos superiores de graduaccedilatildeo e
sequenciais no sistema de ensino federal No Art 15 satildeo descritas as exigecircncias para
uma instituiccedilatildeo ser credenciada ao MEC Eacute responsabilidade da IES possuir aleacutem de
documentos padratildeo como cumprimento de exigecircncias fiscais legais e regimento ou
estatuto o PDI eacute exigido devido ao seu caraacuteter de avaliaccedilatildeo de potencial capacidade
e objetivos de longo prazo como instituiccedilatildeo provedora de ensino superior O Art 16
apresenta ainda um roteiro de subsiacutedio na elaboraccedilatildeo do PDI com as exigecircncias que
o MEC determina
Neste contexto eacute possiacutevel identificar uma importante instituiccedilatildeo de ensino
superior do estado do Rio de Janeiro o Centro Federal de Educaccedilatildeo Tecnoloacutegica
Celso Suckow da Fonseca (CEFETRJ) Uma instituiccedilatildeo com grande tradiccedilatildeo que ao
longo dos anos se diversificou alterou o escopo de ensino para ofertar de cursos de
cursos de graduaccedilatildeo e poacutes-graduaccedilatildeo direcionados para tecnologia e inovaccedilatildeo Eacute
necessaacuterio conhecer aacutes origens histoacutericos e fatores que influenciaram a consolidaccedilatildeo
do CEFETRJ para entender seu papel no cenaacuterio atual
78
413 - O PDI do CefetRJ
O Estatuto do CEFETRJ foi aprovado em 2005 pelo ministro da educaccedilatildeo
Fernando Haddad e instaurou a portaria nordm 3796 No capiacutetulo III sobre a Estrutura
Organizacional na Subseccedilatildeo VIII do Estatuto do CEFETRJ eacute estabelecida a criaccedilatildeo
da Diretoria de Gestatildeo Estrateacutegica (DIGES)oacutergatildeo responsaacutevel por conduzir o
processo de elaboraccedilatildeo validaccedilatildeo e publicaccedilatildeo dos DPI a cada quatro anos bem
como acompanhar a execuccedilatildeo dos planos e projetos definidos e ser o principal
fornecedor de informaccedilotildees sobre o desempenho da instituiccedilatildeo perante sociedade
ministeacuterio da educaccedilatildeo Uniatildeo e demais oacutergatildeos puacuteblicos a que a IES estaacute submetida
A construccedilatildeo do PDI eacute feita de maneira colaborativa e participativa por todos
os departamentos e secretarias que integram a instituiccedilatildeo Os entendimentos entre
todas as partes e consensos provisoacuterios devem ser estabelecidos para definir
objetivos comuns a todos que deveratildeo ser registrado e amplamente divulgado e
cascateado a todos os niacuteveis da instituiccedilatildeo Com isso o PDI deve ser apresentado
pela DIGES em um prazo de 150 a 60 dias agrave Comissatildeo para validar o produto final
conforme estabelecido no documento O processo deve ser concluiacutedo dentro do ano
anterior ao periacuteodo de vigecircncia do PDI em elaboraccedilatildeo
414 - Filosofia Missatildeo e Objetivos Institucionais
Os princiacutepios norteadores da filosofia satildeo expressos atraveacutes de seu Projeto
Pedagoacutegico integrando
A defesa das condiccedilotildees garantidoras de qualidade social para a educaccedilatildeo
puacuteblica viabilizada pela Rede Federal de Educaccedilatildeo Profissional Cientiacutefica e
Tecnoloacutegica em sua diversidade institucional reafirmaccedilatildeo da identidade institucional
vinculada agrave formaccedilatildeo de profissionais de diferentes niacuteveis no projeto de transformaccedilatildeo
de Centro Federal de Educaccedilatildeo Tecnoloacutegica em Universidade Tecnoloacutegica Federal
adoccedilatildeo de projetos de verticalizaccedilatildeo e integraccedilatildeo das atividades de ensino pesquisa
e extensatildeo da educaccedilatildeo baacutesica agrave poacutes-graduaccedilatildeo como caracteriacutestica metodoloacutegica
de formaccedilatildeo na aacuterea tecnoloacutegica middot consolidaccedilatildeo de poliacuteticas de ensino pesquisa e
extensatildeo que compromissadas com o desenvolvimento nacional e regional a
disseminaccedilatildeo e produccedilatildeo de conhecimento a formaccedilatildeo de pessoas e a
responsabilidade social e eacutetica continuem a legitimar a atuaccedilatildeo institucional junto agrave
79
sociedade preservaccedilatildeo e sustentaccedilatildeo da autonomia institucional definida em lei
aperfeiccediloamento permanente dos processos de gestatildeo democraacutetica e
descentralizaccedilatildeo gerencial nas instacircncias acadecircmicas e administrativas mediante
adoccedilatildeo de estruturas colegiadas mecanismos de participaccedilatildeo de todos os segmentos
da comunidade interna socializaccedilatildeo de informaccedilotildees e transparecircncia na utilizaccedilatildeo de
recursos middot observacircncia de aspectos inerentes ao caraacuteter puacuteblico e de identidade
formadora da Instituiccedilatildeo valorizaccedilatildeo do ser humano e do trabalho respeito agrave
pluralidade e divergecircncias de ideacuteias sem discriminaccedilatildeo de qualquer natureza adesatildeo
agrave tecnologia a serviccedilo da promoccedilatildeo humana compromisso social diaacutelogo constante
e parcerias com instituiccedilotildeesentidades representativas da sociedade
responsabilidade funcional e eacutetica (PDI 2010)
No que se refere a sua missatildeo institucional levando-se em consideraccedilatildeo agrave RS
assumida perante a sociedade cabe ao CEFETRJ
Promover a educaccedilatildeo mediante atividades de ensino pesquisa e extensatildeo que
propiciem de modo reflexivo e criacutetico na interaccedilatildeo com a sociedade a formaccedilatildeo
integral (humaniacutestica cientiacutefica e tecnoloacutegica eacutetica poliacutetica e social) de profissionais
capazes de contribuir para o desenvolvimento cultural tecnoloacutegico e econocircmico dessa
mesma sociedade (PDI 2010)
Neste sentido seus principais objetivos satildeo
ministrar educaccedilatildeo profissional teacutecnica de niacutevel meacutedio de forma
articulada com o ensino meacutedio destinada a proporcionar habilitaccedilatildeo
profissional para diferentes setores da economia
ministrar ensino superior de graduaccedilatildeo e de poacutes-graduaccedilatildeo lato sensu
e stricto sensu visando agrave formaccedilatildeo de profissionais e especialistas na
aacuterea tecnoloacutegica
ministrar cursos de licenciatura bem como programas especiais de
formaccedilatildeo pedagoacutegica nas aacutereas cientiacutefica e tecnoloacutegica
ofertar educaccedilatildeo continuada por diferentes mecanismos visando agrave
atualizaccedilatildeo ao aperfeiccediloamento e agrave especializaccedilatildeo de profissionais na
aacuterea tecnoloacutegica
realizar pesquisa estimulando o desenvolvimento de soluccedilotildees
tecnoloacutegicas de forma criativa e estendendo seus benefiacutecios agrave
comunidade
80
promover a extensatildeo mediante integraccedilatildeo com a comunidade
contribuindo para o seu desenvolvimento e melhoria da qualidade de
vida desenvolvendo accedilotildees interativas que concorram para a
transferecircncia e o aprimoramento dos benefiacutecios e conquistas auferidos
na atividade acadecircmica e na pesquisa aplicada
estimular a produccedilatildeo cultural o empreendedorismo o desenvolvimento
cientiacutefico e tecnoloacutegico o pensamento reflexivo com responsabilidade
social (PDI 2010)
As Instituiccedilotildees de Ensino Superior (IES) e Meacutedio Teacutecnico satildeo autarquias
vinculadas ao Ministeacuterio da Educaccedilatildeo (MEC) que tem como atividade fim prover
educaccedilatildeo de qualidade e desenvolver a sociedade como um todo sempre em
consonacircncia com poliacuteticas leis e decretos vigentes As IES devem a cada quatro anos
apresentar o seu Planejamento Institucional (PDI) que eacute anaacutelogo ao Planejamento
Estrateacutegico empresarial e documento obrigatoacuterio exigido pelo MEC
Em suma o CEFETRJ eacute uma Instituiccedilatildeo que atua nos diferentes niacuteveis da
educaccedilatildeo e tem por objetivo a formaccedilatildeo de profissionais capazes de atuar intervir e
aplicar conhecimentos teacutecnicos e cientiacuteficos sem desconsiderar a dinacircmica
econocircmica e social bem como o desenvolvimento das regiotildees onde suas unidades
estatildeo inseridas
42 Sobre o potencial de captaccedilatildeo de aguas de residuais
Para avaliar o potencial de captaccedilatildeo de aguas de residuais que satildeo produzidas
pelas unidades evaporadoras de ar condicionado foi realizado ensaios em aparelhos
com capacidades variadas utilizando uma proveta graduada para coleta com
mangueira interligada a saiacuteda do dreno da unidade evaporadora de forma a
quantificar a produccedilatildeo a cada hora para obtenccedilatildeo da media de produccedilatildeo admitindo
um padratildeo modular de 12000 BTUsh conforme figuras x
Figura 14 - ensaio equipamento 24000 BTUs
81
Fonte Autor deste trabalho 2017
Quadro 5 - Ensaio de captaccedilatildeo em ambiente da biblioteca
Equipamento Split 24000 BTUs -Elgin
Hora Temperatura
( Graus Celsius-Cdeg) Volume de Aacutegua de Condensaccedilatildeo (mlh)
1230h 27 0
1330hr 23 500
1430hr 21 650
1530hr 21 630
1630hr 21 590
1730hr 21 610
1830hr 21 585
MEacuteDIA 50929
Fonte autor deste trabalho 2017
82
Quadro 6 -Ensaio de captaccedilatildeo em ambiente da sala de professores
Equipamento Split 12000 BTUs -Komeco
Hora Temperatura( Graus
Celsius-Cdeg) Volume de Aacutegua de Condensaccedilatildeo (mlh)
800h 30 0
900h 27 190
1000hr 23 250
1100hr 21 340
1200hr 21 290
1300hr 21 310
1400hr 21 285
MEacuteDIA 23786
Fonte autor deste trabalho 2017
Diferentemente do que foi encontrado na literatura obteve- se uma
media de 24905 mlhora para cada 12000 BTUs hora (British termal Units-
Unidade Teacutermica Britacircnica) variaccedilatildeo explicada pelas condiccedilotildees
psicomeacutetricas ou seja o processo de condensaccedilatildeo estaacute diretamente
relacionado a as condiccedilotildees climaacuteticas externas quanto maior a umidade
maior seraacute a quantidade de aacutegua gerada pelo processo De acordo com Mota
et al(2011) em meacutedia um ar com 12000 BTUs apresentou produccedilatildeo de
300mlhora valor proacuteximo ao encontrado por Fortes et al (2015) meacutedia de
309mlhora para unidade de mesma capacidade
Quadro 7 - Somatoacuterio das capacidades dos equipamentos instalados por pavimento
PAV CAPTOTAL EM BTUh
FUNCIONAMENTO
(hrdia)
VOLCONDENSACcedilAtildeO
(lhr)
VOLCONDENSACcedilAtildeO
(ldia)
T 18000 12 037 448
1ordm 650000 10 1349 13490
2ordm 676000 8 1403 11224
3ordm 806000 14 1673 23419
4ordm 786000 12 1631 19575
5ordm 676000 12 1403 16836
SOMA 3612000
84992 litros dia
Fonte Setor de manutenccedilatildeo
83
Tendo em vista a diversidade de utilizaccedilatildeo do Preacutedio Bloco E
(Bibliotecas Coordenaccedilotildees Salas de aula e Ambientes administrativos) foram
atribuiacutedos tempos de uso compatiacuteveis com o funcionamento de cada
ambiente
O reuso das aguas de condensaccedilatildeo que seriam desperdiccediladas
apresentam potencial de reuso com custo relativamente baixo cabendo
somente a interligaccedilatildeo dos drenos a rede de captaccedilatildeo de aguas pluviais
conforme pode ser observado na figura 15 e reservatoacuterio para que esta seja
usada para fins natildeo potaacuteveis
Figura 15 - Interligaccedilatildeo de tubulaccedilatildeo de drenagem de condensadores a rede AP
84
Aacuterea de Coleta de agua de chuva
Para estimar o volume do reservatoacuterio foi necessaacuterio o calculo da aacuterea que seraacute
utilizada para captaccedilatildeo das aguas pluviais que foi considerada a aacuterea de cobertura do
bloco E figura 16 que e composta de telhas trapezoidais em accedilo galvanizado
Figura 16 -Planta de cobertura do Bloco E
De acordo com a NBR 15527 a aacuterea de captaccedilatildeo para dimensionamentos eacute a
aacuterea em metros projetada na horizontal da superfiacutecie impermeaacutevel da cobertura onde
a aacutegua da chuva eacute captada (ABNT 2007)
Quadro 8 - Quadro da aacuterea de cobertura do Bloco E
PREacuteDIO AacuteREA ( msup2 )
BLOCO E 134670
TOTAL 134670
Fonte Autor do presente trabalho
Segundo Tomaz (2015) haacute uma variaccedilatildeo entre o volume de aacutegua precipitado e
o volume que seraacute coletado O coeficiente de Runoff ou coeficiente de escoamento
superficial eacute a relaccedilatildeo entre o volume de aacutegua de chuva que escoa superficialmente
e o volume total de aacutegua precipitada no telhado que iraacute variar de acordo com a
superfiacutecie conforme quadro 9
85
Quadro 9 - Iacutendice do coeficiente de Runoff
Tipo de telha Coeficiente de Runoff
Ceracircmica 08 a 09
Ceracircmica esmaltada 09 a 095
Corrugada metaacutelica 08 a 09
Cimento amianto 08 a 09
Plaacutestico 09 a 095 Fonte TOMAZ (2015)
Precipitaccedilatildeo Pluviomeacutetrica
Os dados pluviomeacutetricos utilizados neste trabalho foram fornecidos pelo
Sistema Alerta Rio que foram coletados da Estaccedilatildeo Meteoroloacutegica Tijuca A estaccedilatildeo
estaacute localizada no bairro tijuca em latitude 22ordm57 185S longitude 43ordm14 538W A
escolha desta estaccedilatildeo meteoroloacutegica se deu pela proximidade do CEFET-RJ e por
possuir grande volume de informaccedilatildeo armazenado pelo Sistema Alerta Rio Os dados
fornecidos incluem informaccedilotildees sobre precipitaccedilotildees no periacuteodo de 01012007 a
31122015 Conforme pode ser observado na tabela x
Tabela 3- Tabela de Precipitaccedilatildeo Pluviomeacutetrica
REGIME DE CHUVA
Tabela de Precipitaccedilatildeo Pluviomeacutetrica_ Jan 2007Dezembro 2015 (ml)
2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 MEacuteDIA
JAN 127 1856 2724 2202 1036 180 3538 288 788 19378
FEV 1176 1248 1222 624 874 144 834 304 848 9093
MAR 142 2466 944 3386 1496 91 358 986 1368 19098
ABR 1182 2186 2372 4962 3174 1008 85 177 1184 23360
MAI 202 736 552 898 1714 996 1692 458 40 11833
JUN 67 62 732 712 398 1478 426 106 1312 9260
JUL 166 448 1098 127 466 466 1718 1006 134 10333
AGO 178 1458 582 328 362 206 222 484 104 4905
86
Fonte Sistema Alerta Rio
Potencial de aproveitamento de aacuteguas pluviais
Para a determinaccedilatildeo do volume que pode ser aproveitado foi utilizado a aacuterea
de cobertura do preacutedio estudado a meacutedia das precipitaccedilotildees mensais do periacuteodo de
janeiro de 2007 a dezembro de 2015 bem como o coeficiente de runoff de 090 em
funccedilatildeo do material existente na cobertura utilizou-se a metodologia aplicada por Ghisi
et al (2017) e Lina et al (2011) desta forma foi calculado atraveacutes da equaccedilatildeo abaixo
e demonstrado no quadro 10
V= PAC1000
Onde V= volume mensal de chuva em m3
A=aacuterea total de captaccedilatildeo em m3
C= coeficiente de runoff
1000= fator de conversatildeo para m3
SET 394 1118 1322 582 572 1246 75 474 130 9698
OUT 2076 92 2256 1756 1382 744 888 542 32 13605
NOV 2202 2048 1292 1082 33 1198 1384 822 1974 15415
DEZ 2506 1284 4622 2876 1726 282 221 404 804 20893
15476 16388 19718 20678 1353 10478 18092 8598 10536
87
Quadro 10 - Captaccedilatildeo de aacutegua
POTENCIAL DE CAPTACcedilAtildeO DE AacuteGUA DE CHUVA
BLOCO E
MEcircS PRECIPITACcedilAtildeO MEacuteDIA
MENSAL AacuteREA COBERTURA
COEFICIENTE DE RUNOFF
VOLUME APROVEITAacuteVEL (m sup3)
JAN 19378 13467 09 23486
FEV 90925 13467 09 1102
MAR 19098 13467 09 23147
ABR 2336 13467 09 28313
MAI 118325 13467 09 14341
JUN 926 13467 09 11223
JUL 103325 13467 09 12523
AGO 4905 13467 09 5945
SET 96975 13467 09 11754
OUT 13605 13467 09 1649
NOV 15415 13467 09 18683
DEZ 208925 13467 09 25322 TOTAL ANUAL 202248
Fonte O autor do presente trabalho
Foram utilizadas as meacutedias de precipitaccedilotildees mensais do periacuteodo de 2007 a
2015 e observa-se que o mecircs de agosto com menor iacutendice de precipitaccedilatildeo
pluviomeacutetrica para a seacuterie histoacuterica
Atraveacutes de visitas in loco foram verificados todos os banheiros existentes no
preacutedio estudado verificando vazamentos tipos de torneira vasos sanitaacuterios e
mictoacuterios e foram identificadas torneiras temporizadas nos lavatoacuterios e mictoacuterios que
apresentavam tempo excessivo para fechamento as mesmas foram reguladas pela
equipe de manutenccedilatildeo e instalados redutores de vazatildeo Verificaram-se tambeacutem as
atividades realizadas no preacutedio que utilizam aacutegua que poderiam ser substituiacutedas por
agua natildeo potaacutevel
88
Definiccedilatildeo da populaccedilatildeo do preacutedio estudado
Para definiccedilatildeo da demanda do preacutedio estudado se fez necessaacuterio determinar a
populaccedilatildeo que utiliza o bloco E objeto do estudo de caso quantificando a meacutedia diaacuteria
de docentes teacutecnicos administrativos discente e tercerizados conforme quadro 11
Quadro 11 - Populaccedilao
POPULACcedilAtildeO BLOCO E
POPULACcedilAtildeO DIAS DA SEMANA
TOTAL SEG TERCcedilA QUARTA QUINTA SEXTA
Professores 75 75 75 75 75 375
Teacutecnicos Administrativo 135 135 135 135 135 675
Alunos 1150 1150 1150 1150 1150 5750
Visitantes da Biblioteca 80 80 80 80 80 400
Terceirizados 10 10 10 10 10 50
TOTAL 1450 1450 1450 1450 1450
Fonte O autor do presente trabalho
Com a determinaccedilatildeo da meacutedia de utilizaccedilatildeo da populaccedilatildeo foi verificado na
literatura as demanda encontradas por diversos autores
Segundo Gonccedilalves (2002 ) apud Silva (2004) edifiacutecios puacuteblicos e escolas tipo
externato possuem demanda diaacuteria na ordem de 50lpessoa dia
Kamers (2004) em seu estudo de 10 edifiacutecios puacuteblicos na cidade de
Florianoacutepolis encontrou demanda de 367 lpessoa dia
Marinoski (2008) obteve demanda de 155 lpessoa dia para fins natildeo potaacuteveis
em uma instituiccedilatildeo de niacutevel superior na cidade de Florianopolis-SC
Salla et al(2013)encontrou demanda de 20 a 30 laluno dia em um bloco de
salas de aula da UFU
Em funccedilatildeo das variaccedilotildees apresentadas na literatura e pelo preacutedio objeto do
estudo natildeo apresentar micromediccedilatildeo ou seja a entrada da concessionaacuteria CEDAE
atende diversas edificaccedilotildees na instituiccedilatildeo adotou-se questionaacuterio de forma a
quantificar a demanda dos equipamentos sanitaacuterios possiacuteveis de acordo com a
legislaccedilatildeo de utilizaccedilatildeo de aguas pluviais
43 Anaacutelise dos Resultados das entrevistas realizadas
As entrevistas foram realizadas por meio de questionaacuterios aplicados aos
Teacutecnicos Administrativos professores alunos e equipe responsaacutevel pela limpeza do
89
CEFET-RJ questionaacuterios que se encontram no apecircndice A B e C com a finalidade de
descobrir a frequecircncia de uso de cada aparelho de forma a quantificar o consumo de
agua potaacutevel nos equipamentos
Para obtenccedilatildeo de um levantamento com maior precisatildeo seria necessaacuterio a
resposta ao questionaacuterio por toda a populaccedilatildeo que utiliza os preacutedios estudados foi
verificada a dificuldade em funccedilatildeo de horaacuterios e dias da semana diferentes bem
como Em funccedilatildeo destes fatos decidiu-se por uma pesquisa por amostragem Com
utilizaccedilatildeo da foacutermula de caacutelculo amostral Chegou-se a uma amostra de 304 Foram
distribuiacutedos 400 questionaacuterios dos quais retornaram 320 o que gerou os graacuteficos
abaixo para determinaccedilatildeo do numero de vezes e tempo de uso dos equipamentos
sanitaacuterios
Caacutelculo de utilizaccedilatildeo da bacia sanitaacuteria
Foi considerado a utilizaccedilatildeo por cinco dias semanais no caso adotado 20 dias
uteis e utilizada a vazatildeo de 170 litros segundo no caso das bacias sanitaacuterias e 015
litrossegundo para mictoacuterios segundo a NBR 56261998
C meacutedio =
sum 119891119894lowast119905119894lowast119876119899119894
119899
Onde
C Meacutedio = consumo meacutedio
Fi = nuacutemero de vezes de utilizaccedilatildeo
Ti = tempo em segundos por acionamento
Q = vazatildeo de acordo com a norma
90
Graacutefico 1- Frequecircncia de uso diaacuterio da bacia sanitaacuteria
Fonte Elaborado pelo Autor deste Trabalho 2017
Populaccedilatildeo diaacuteria 1450
Nuacutemero de acionamentos descarga bacia sanitaacuteria
1 vez 16 1450 usuaacuterios 1 vez = 232 vezes
2 vezes 16 1450 usuaacuterios 2 vezes = 464 vezes
3 vezes 30 1450 usuaacuterios 3 vezes = 1305 vezes
4 vezes 14 1450 usuaacuterios 4 vezes = 802 vezes
5 vezes 5 1450 usuaacuterios 5 vezes = 362 vezes
6 vezes 4 1450 usuaacuterios 6 vezes = 348 vezes
7 vezes 5 1450 usuaacuterios 7 vezes = 507 vezes
Total de acionamentos 4031
91
Graacutefico 2 - Tempo em segundos da descarga da bacia
Fonte Elaborado pelo Autor deste Trabalho 2017
Consumo de bacia sanitaacuteriadia
1 seg 5 4031 1 17 = 342
2 seg 12 4031 2 17 = 822
3 seg 13 4031 3 17 = 890
4 seg 12 4301 4 17 = 822
5 seg 22 4031 5 17 = 150
6 seg 11 4031 6 17 = 753
7 seg 4 4031 7 17 = 274
8 seg 8 4031 8 17 = 548
9 seg 5 4031 9 17 = 342
10 seg 3 4031 10 17 = 205
Logo o consumo meacutedio das bacias sanitaacuterias foi de 6510dia e foi considerado 20
dias de utilizaccedilatildeo perfazendo um total de 130200Lmecircs ou 1302m3
92
Graacutefico 3 - Frequecircncia de uso diaacuterio do mictoacuterio
Fonte Elaborado pelo Autor deste Trabalho 2017
Nuacutemero de acionamentos de descarga mictoacuterio
1 vez 14 870 usuaacuterios 1 vez = 121
2 vezes 10 870 usuaacuterios 2 vezes = 174
3 vezes 21 870 usuaacuterios 3 vezes = 548
4 vezes 26 870 usuaacuterios 4 vezes = 904
5 vezes 12 870 usuaacuterios 5 vezes = 522
6 vezes 2 870 usuaacuterios 6 vezes = 174
7 vezes 2 870 usuaacuterios 7 vezes = 121
8 vezes 3 870 usuaacuterios 8 vezes = 208
Total de acionamentos 2772
93
Graacutefico 4 - Tempo em segundos da descarga do mictoacuterio
Fonte Elaborado pelo Autor deste Trabalho 2017
Consumo de mictoacuteriodia
1 seg 5 2772 1 015 = 20
2 seg 12 2772 2 015 = 99
3 seg 13 2772 3 015 = 162
4 seg 12 2772 4 015 = 99
5 seg 22 2772 5 015 = 457
6 seg 11 2772 6 015 = 274
7 seg 4 2772 7 015 = 116
8 seg 8 2772 8 015 = 260
9 seg 9 2772 9 015 = 187
10 seg 3 2772 10 015 = 124
Logo o consumo meacutedio de mictoacuteriodia foi de 1804dia e foi considerado 20
dias de utilizaccedilatildeo perfazendo um total de 36080mecircs ou 3608m3
Estimativa do Consumo de Aacutegua em Atividades de Limpeza e jardinagem
As informaccedilotildees foram prestadas pelos responsaacuteveis pela limpeza interna e
externa atraveacutes dos questionaacuterios aplicados
Consumo Atividade de limpeza=Somatoacuterio atividades limpeza paacutetios e rega
de jardim
Consumo de atividades de limpeza = 1104 m3 mensal
94
Consumo per capta de uso natildeo potaacutevel 86821450 = 598 litrosdia
Dimensionamento do reservatoacuterio de aguas pluviais
Segundo a Norma Brasileira NBR 155272007 satildeo apresentados 6 meacutetodos
de dimensionamento de reservatoacuterios cabendo ao projetista a escolha do meacutetodo
Para o presente projeto foi adotado o meacutetodo pratico alematildeo onde o volume do
reservatoacuterio seraacute o menor valor entre 6 do volume de captaccedilatildeo de agua pluvial anual
e 6 da demanda anual de agua natildeo potaacutevel
Vx006
V adotado = miacutenimo Dx006
Onde
V adotado= volume do reservatoacuterio
V= volume aproveitaacutevel anual de agua de chuva
D= demanda anual de agua natildeo potaacutevel
Demanda anual por agua natildeo potaacutevel
Limpeza 1104 m3mecircs x 12= 13248 m3
Vaso sanitaacuterio 1302 m3mecircs x 12 = 156240m3
Mictoacuterio 3608m3mesx12 = 43296 m3
Total 17732 m3mecircs 12= 212784 m3
Volume aproveitaacutevel de aguas pluviais = 202248 m3
V adotado= V x006 = (202248x006) = 12134m3
V adotado= D x006= (212784x006) = 12767m3
Tendo em vista os resultados apresentados adotou-se um reservatoacuterio inferior
com capacidade de 120000 litros em concreto armado conforme projeto no apecircndice
D tendo como base a Planta Baixa apresentado na figura 17 E de acordo com a
demanda diaacuteria foi definido reservatoacuterio superior em polietileno com capacidade de
5000 litros
95
Figura 17 - Planta baixa
FonteO autor do presente trabalho
Quadro 12 - Planilha orccedilamentaacuteria
Fonte Adaptada pelo autor do presente trabalho do Sistema Orccedila fascio
96
Item Coacutedigo Banco Descriccedilatildeo Tipo Und Quant Valor
Unit
Valor Unit
com BDI
Total
1 Movimento de Terra 190190
11 72917 SINAPI
ESCAVACAO MECANICA DE VALA EM MATERIAL 2A
CATEGORIA DE 201 ATE 400 M DE PROFUNDIDADE COM
UTILIZACAO DE ESCAVADEIRA HIDRAULICA
MOVT - MOVIMENTO
DE TERRAmsup3 13000 1198 1463 190190
2 Remoccedilotildees 862616
21 72897 SINAPICARGA MANUAL DE ENTULHO EM CAMINHAO
BASCULANTE 6 M3
MOVT - MOVIMENTO
DE TERRAmsup3 23800 2346 2864 681632
22 72900 SINAPI
TRANSPORTE DE ENTULHO COM CAMINHAO
BASCULANTE 6 M3 RODOVIA PAVIMENTADA DMT 05 A
10 KM
MOVT - MOVIMENTO
DE TERRAmsup3 16800 535 653 109704
23 93377 SINAPI
REATERRO MECANIZADO DE VALA COM
RETROESCAVADEIRA (CAPACIDADE DA CACcedilAMBA DA
RETRO 026 Msup3 POTEcircNCIA 88 HP) LARGURA DE 08 A
15 M PROFUNDIDADE DE 15 A 30 M COM SOLO (SEM
SUBSTITUICcedilAtildeO) DE 1ordf CATEGORIA EM LOCAIS COM ALTO
NIacuteVEL DE INTERFEREcircNCIA AF_042016
MOVT - MOVIMENTO
DE TERRAmsup3 7200 811 990 71280
3 Estrutura 6177729
31 95241 SINAPI
LASTRO DE CONCRETO E = 5 CM PREPARO
MECAcircNICO INCLUSOS LANCcedilAMENTO E ADENSAMENTO
AF_07_2016
FUES - FUNDACcedilOtildeES
E ESTRUTURASmsup2 5000 2404 2935 146750
32 5970 SINAPIFORMA TABUA PARA CONCRETO EM FUNDACAO C
REAPROVEITAMENTO 2X
FUES - FUNDACcedilOtildeES
E ESTRUTURASmsup2 22000 6684 8161 1795420
33 94052 SINAPI
ESCORAMENTO DE VALA TIPO DESCONTIacuteNUO COM
PROFUNDIDADE DE 15 A 30 M LARGURA MAIOR OU
IGUAL A 15 M E MENOR QUE 25 M EM LOCAL COM NIacuteVEL
ALTO DE INTERFEREcircNCIA AF_062016
ESCO -
ESCORAMENTOmsup2 7000 3602 4398 307860
34 83515 SINAPI
ESCORAMENTO FORMAS DE H=330 A 350 M COM
MADEIRA 3A QUALIDADE NAO APARELHADA
APROVEITAMENTO TABUAS 3X E PRUMOS 4X
ESCO -
ESCORAMENTOmsup3 12000 1500 1832 219840
35 90861 SINAPI
CONCRETAGEM DE EDIFICACcedilOtildeES (PAREDES E LAJES)
FEITAS COM SISTEMA DE FOcircRMAS MANUSEAacuteVEIS COM
CONCRETO USINADO BOMBEAacuteVEL FCK 20 MPA
LANCcedilADO COM BOMBA LANCcedilA - LANCcedilAMENTO
ADENSAMENTO E ACABAMENTO AF_062015
FUES - FUNDACcedilOtildeES
E ESTRUTURASmsup3 3050 40775 49786 1518473
36 92921 SINAPI
ARMACcedilAtildeO DE ESTRUTURAS DE CONCRETO ARMADO
EXCETO VIGAS PILARES LAJES E FUNDACcedilOtildeES
PROFUNDAS (DE EDIFIacuteCIOS DE MUacuteLTIPLOS
PAVIMENTOS EDIFICACcedilAtildeO TEacuteRREA OU SOBRADO)
UTILIZANDO ACcedilO CA-50 DE 125 MM - MONTAGEM
AF_122015
FUES - FUNDACcedilOtildeES
E ESTRUTURASKG 15300 779 951 145503
37 92919 SINAPI
ARMACcedilAtildeO DE ESTRUTURAS DE CONCRETO ARMADO
EXCETO VIGAS PILARES LAJES E FUNDACcedilOtildeES
PROFUNDAS (DE EDIFIacuteCIOS DE MUacuteLTIPLOS
PAVIMENTOS EDIFICACcedilAtildeO TEacuteRREA OU SOBRADO)
UTILIZANDO ACcedilO CA-50 DE 100 MM - MONTAGEM
AF_122015
FUES - FUNDACcedilOtildeES
E ESTRUTURASKG 2800 976 1192 33376
38 92917 SINAPI
ARMACcedilAtildeO DE ESTRUTURAS DE CONCRETO ARMADO
EXCETO VIGAS PILARES LAJES E FUNDACcedilOtildeES
PROFUNDAS (DE EDIFIacuteCIOS DE MUacuteLTIPLOS
PAVIMENTOS EDIFICACcedilAtildeO TEacuteRREA OU SOBRADO)
UTILIZANDO ACcedilO CA-50 DE 80 MM - MONTAGEM
AF_122015
FUES - FUNDACcedilOtildeES
E ESTRUTURASKG 68700 1217 1486 1020882
39 92916 SINAPI
ARMACcedilAtildeO DE ESTRUTURAS DE CONCRETO ARMADO
UTILIZANDO ACcedilO CA-50 DE 63 MM - MONTAGEM
AF_122015
FUES - FUNDACcedilOtildeES
E ESTRUTURASKG 60900 1331 1625 989625
Descriccedilatildeo do Orccedilamento Bancos Utilizados BDI Encargos Sociais
CONSTRUCcedilAtildeO DE CISTERNA SINAPI - 072017 - RJ
ORSE - 062017 - SE
SEDOP - 042017 - PA
SEINFRA - 024 - CE
SICRO2 - 112016 - RJ
SETOP - 072017 - MG
IOPES - 052017 - ES
SIURB - 012017 - SP
SUDECAP - 032017 - MG
FDE - 042017 - SP
CPOS - 072017 - SP
AGETOP CIVIL - 102016 -
GO
CAEMA - 052016 - MA
2210 00 - Natildeo Desonerada
Total Geral R$ 7230535
Planilha Orccedilamentaacuteria Sinteacutetica
Total sem
BDI
R$ 5921991
Total do BDI R$ 1308544
97
Quadro 13 - Anaacutelise de simulaccedilatildeo do reservatoacuterio
Fonte O autor do presente trabalho
ANAacuteLISE DE SIMULACcedilAtildeO DO RESERVATOacuteRIO
Coeficiente de runoff (CR) = 09
Volume do reservatoacuterio (msup3) = 120
Meses Chuva meacutedia mensal
Demanda mensal
Aacuterea de captaccedilatildeo
Volume de chuva
mensal
Volume do reservatoacuterio
fixado
Volume do reservatoacuterio
no tempo (t-1)
Volume do reservatoacuterio no tempo (t)
Overflow Suprimento de aacutegua externo
(mm) (msup3) (msup2) (msup3) (msup3) (msup3) (msup3) (msup3) (msup3)
Coluna 1 Coluna 2 Coluna 3 Coluna 4 Coluna 5 Coluna 6 Coluna 7 Coluna 8 Coluna 9 Coluna 10
Janeiro 19378 17732 13467 235 120 0 120 0 0
Fevereiro 9093 17732 13467 110 120 120 5268 0 0
Marccedilo 19098 17732 13467 231 120 5268 10636 0 0
Abril 2336 17732 13467 283 120 10636 120 9204 0
Maio 11833 17732 13467 143 120 120 8568 0 0
Junho 926 17732 13467 112 120 8568 2036 0 0
Julho 10332 17732 13467 125 120 2036 -3196 0 3196
Agosto 4905 17732 13467 59 120 0 -11832 0 11832
Setembro 9698 17732 13467 118 120 0 -5932 0 5932
Outubro 13605 17732 13467 165 120 0 -1232 0 1232
Novembro 15415 17732 13467 187 120 0 968 0 0
Dezembro 20893 17732 13467 253 120 968 8536 0 0
Total 16687 212784 2021 9204 22192
98
A demanda por agua natildeo potavel foi considerada identica para todos os meses
tendo em vista que nos meses de recesso natildeo haacute reduccedilatildeo na conta como pode ser
observado no apendice E pois satildeo realizadosdiversas atividades como lavagem de
reservatorios limpeza pesada e cursos de feacuterias
Quadro 14 - Descriccedilatildeo da planilha
Fonte O autor do presente trabalho 2017
Foi realizada analise de simulaccedilatildeo do reservatoacuterio com base na capacidade
encontrada atraveacutes do metodo praacutetico alematildeo 12000 m3 onde pode-se observar
overflow (transbordamento) de 9204 m3 para o mecircs de abril e necessidade de
suprimento de agua externo da concessionaria CEDAE para os meses julho a outubro
perfazendo um total 22192m3 Tendo em vista um uacutenico mecircs de transbordamento e
4 meses de necessidade de abastecimento externo verificou-se que o aumento do
reservatoacuterio para evitar o transbordamento poderia inviabilizar o projeto com o
aumento do custo de construccedilatildeo e o reservatorio ficaria ocioso tendo em vista a
precipitaccedilatildeo pluviometrica insuficiente para o atendimento pleno da demanda nos
meses de julho a outubro
A demanda por agua natildeo potavel foi considerada identica para todos os meses
tendo em vista que nos meses de recesso natildeo haacute reduccedilatildeo significativa no consumo
como pode ser observado no apecircndice E pois satildeo realizados lavagem de
reservatorios limpeza pesada e cursos de ferias
Coluna 1 = Meses
Coluna 2 = Intensidade pluviomeacutetrica mensal
Coluna 3 = Demanda mensal de aacutegua pluvial da edificaccedilatildeo
Coluna 4 = Aacuterea de captaccedilatildeo da edificaccedilatildeo
Coluna 5 = (Coluna 2) x (Coluna 4) x (Coeficiente de runoff) (100)
Coluna 6 = Corresponde ao volume definido para o reservatoacuterio
Coluna 7 = Se (Coluna 8 mecircs anterior) for menor que zero adotar zero
Se (Coluna 8 mecircs anterior) for maior ou igual a zero adotar o valor
Valor de janeiro igual a zero
Coluna 8 = Se (Coluna 5) + (Coluna 7) - (Colune 3) for maior que (Coluna 6) adotar o valor da (Coluna 6)
Se (Coluna 5) + (Coluna 7) - (Colune 3) for igual ou menor que (Coluna 6) adotar (Coluna 5) + (Coluna 7) - (Colune 3)
Valor de janeiro igual o volume do reservatoacuterio
Coluna 9 = Se (Coluna 5) + (Coluna 7) - (Coluna 3) for maior que (Coluna 6) adotar (Coluna 5) + (Coluna 7) - (Coluna3) - (Coluna 6)
Se (Coluna 5) + (Coluna 7) - (Coluna 3) for igual ou menor que (Coluna 6) adotar zero
Coluna 10 = Se (Coluna 7) + (Coluna 5) - (Coluna 3) for menor que zero adotar -((Coluna 7) + (Coluna 5) - (Coluna 3))
Se (Coluna 7) + (Coluna 5) - (Coluna 3) for igual ou maior que zero adotar zero
Descriccedilatildeo da planilha
99
Figura 18 - Localizaccedilatildeo do Reservatorio Inferior
A localizaccedilatildeo para construccedilatildeo do reservatoacuterio de aguas pluviais foi realizada
com base no menor nuacutemero de intervenccedilotildees uma vez que as caixas de inspeccedilotildees jaacute
se encontram instaladas e houve apenas a interceptaccedilatildeo para o reservatoacuterio e desvio
de interligaccedilatildeo a rede publica para recebimento do excedente e material dispensado
pelo filtro e ou sifatildeo ladratildeo
Figura 19 - Equipamentos necessaacuterios para instalaccedilatildeo em reservatoacuterio de aguas pluviais
Elaborado pelo autor deste trabalho com base equipamentos 3p tecnickacquasave
100
Equipamentos utilizados com suas funccedilotildees e caracteriacutesticas
Filtro FV 6 Filtro de aacutegua da chuva para aacutereas de captaccedilatildeo maiores Precisa
ser instalado dentro um poccedilo teacutecnico (Oslash 1200 mm) Graccedilas a seu sistema duplo de
limpeza (peneira grossa depois fina) ele possui uma significativa eficaacutecia em funccedilatildeo
da forte inclinaccedilatildeo do miolo filtrante a sujeira separada eacute continuamente encaminhada
para a galeria pluvial A saiacuteda para a galeria eacute conectada ao poccedilo teacutecnico
A sujeira cai no fundo do poccedilo e eacute carregada quando chove mais forte
Capacidade relativa de processamento conforme norma DIN 1986 de ateacute 2433 msup2
com uma precipitaccedilatildeo de 300 litros (seg x ha)Conexatildeo Entrada 2 x DN 250 Conexatildeo
p cisterna DN 200 Saiacuteda para a galeria DN 250 Desniacutevel da entrada para a saiacuteda da
aacutegua 320 mm Frequecircncia de manutenccedilatildeo conforme a incidecircncia de sujeira 2 a 4
vezes ao ano Trama da tela 0390 x 0980 mm Peacutes hastes roscadas com porcas de
accedilo inox medindo 250 mm Peso 395 kg
Conjunto mangueira boia 1rdquo por estar flutuando proporciona a captaccedilatildeo da
aacutegua no ponto do reservatoacuterio em que estaacute mais limpa evitando a captaccedilatildeo de
resiacuteduos decantados no fundo da cisterna ou em suspensatildeo na superfiacutecie da aacutegua
Possui uma segunda peneira em sua extremidade garantindo assim que nenhum
resiacuteduo existente possa ser sugado e enviado para o reservatoacuterio superior Diacircmetro
da boia 200 mm Comprimento 25 metros Conexatildeo 1 Peso 32 kg
Realimentador 1-12 - Industrial O realimentador tem por finalidade manter o
abastecimento de aacutegua do sistema pluvial quando natildeo houver aacutegua de chuva Uma
vaacutelvula solenoide unidirecional comandada por uma boia de niacutevel libera a entrada de
aacutegua da rede para que o sistema natildeo entre em colapso A boia de niacutevel deve ser
regulada de modo a liberar a entrada de aacutegua somente num niacutevel baixo da cisterna
natildeo interferindo no funcionamento regular do sistema de aacutegua de chuva ou seja sua
regulagem deve ser ajustada para funcionamento somente quando a caixa ou a
cisterna estiver em niacuteveis baixos quando a bomba que recalca a aacutegua de chuva natildeo
eacute mais acionada
Sifatildeo ladratildeo industrial 200 mm Sifatildeo com barreira contra odores e succcedilatildeo da
aacutegua na superfiacutecie sem invasatildeo de roedores que satildeo barrados pela chapa perfurada
de accedilo inox Para a qualidade constante da aacutegua eacute importante que a cisterna
transborde regularmente o sifatildeo ind DN 200 eacute conectado por um tubo plaacutestico de 200
101
mmconexatildeo 200 mmmaterial polietilenobarreira antirroedores accedilo inox dimensotildees
375 x 659 x 765 mm Peso 75 kg
Freio Drsquoaacutegua Industrial 200 mm O produto serve para frear e inverter o fluxo da
aacutegua que entra na cisterna Partiacuteculas finas de sujeira que ficaram retidas na aacutegua
lentamente descem para o fundo e uma camada de sedimentos se cria que exerce
uma influecircncia positiva sobre a aacutegua de chuva armazenada Cisternas com uma
camada de sedimentos apresentam uma aacutegua mais liacutempida
Clorador acquanova com funcionamento em circuito fechado com proteccedilatildeo
contra inundaccedilatildeo capacidade do corpo interno 320 pastilhas variando de 0640 kg
com vazatildeo de operaccedilatildeo lenta em rede de 05 a 3000 m3h
Conjunto de 02 bombas centrifugas monoestaacutegio BC 91- rotor fechado em
atendimento a altura manomeacutetrica total de 20 metros e vazatildeo de 53 m3h compatiacutevel
com o reservatoacuterio superior de 5000 litros
Tratamento quiacutemico mensal da agua pluvial
De acordo com orientaccedilatildeo da portaria do MS nordm 5182014 e a NBR 152227
recomenda que o cloro residual livre deva estar entre 05mgl e 30 mgl em qualquer
ponto do sistema de abastecimento neste estudo de caso foi previsto dosador de
cloro em pastilhas que apresenta consumo de 9 gramasm3 com estimativa de
consumo mensal de de 1742 gramasmecircs para a quantidade de agua a ser recalcada
de 8800 litros dia sendo os ajustes de vazatildeo a serem realizados atraveacutes da equipe
de manutenccedilatildeo de forma manual atraveacutes dos ajustes de registros que seratildeo
realizados em funccedilatildeo dos valores aferidos pelo kit de dosagem de cloro residual e
comparados a norma citada
Avaliaccedilatildeo do percentual de economia de agua potaacutevel nas atividades de
limpeza jardinagem bacias sanitaacuterias e mictoacuterios
Potencial de captaccedilatildeo de agua de chuva + potencial de produccedilatildeo de agua por
condensaccedilatildeo das unidades evaporadores- overflow= total de aguas utilizaveis em
usos menos nobres
202248m3 + 19200m3 - 9204 m3 = 212244 m3 total utilizavel
Demanda anual para uso natildeo potavel = 212784 m3
Percentual de economia de agua potavel = 9974
Os valores abaixo apresentam o custo por m3 do preccedilo cobrado pela
concessionaria CEDAE para o consumo de agua da rede publica
102
Custo de agua por faixa de consumo categoria publica
Consumo m3 valor
0 a 15 51036364
gt 15 11289924
Beneficio mensal com reduccedilatildeo de custo na conta de agua
A instituiccedilatildeo em estudo estaacute ligada agrave rede puacutebica de coleta de
esgoto portanto o custo de aacutegua tratada foi acrescido com o custo de
coleta de esgoto O custo de coleta de esgoto e idecircntico ao custo da agua
potaacutevel conforme pode ser observado no apecircndice F
total utilizavel ano12= 212234 m3 12 = 17686 m3
17686x 11289924 x 2= R$ 399347 mensal
Tabela 4 - Custos referentes agrave implantaccedilatildeo do sistema de aproveitamento de aacutegua pluviais
Equipamentos Quant Custo Vida Uacutetil
Reservatoacuterio Inferior 120000L Reservatoacuterio Superior 5000L Filtro Aquasave VF6 250mm Conjunto Flutuante de succcedilatildeo (Mangueira e boia) Realimentador 1 12rsquorsquo Sifatildeo ladratildeo 200mm Freio drsquoaacutegua 200mm Automaacuteticos superior e inferior Moto Bomba 1 cv Conexotildees pvc fios e disjuntores referente as instalaccedilotildees das bombas e prumadas de abastecimento (custo estimado 5) Clorador
01
01
Cj
02
02
Cj
01
R$ 7230535 R$ 179000 R$ 1414958 R$ 4800 R$ 198200 R$ 456324 R$ 99000
ge 50 anos 5 anos 10 anos 1 ano 2 anos 20 a 25 2 anos
Total R$ 9582817
Os custos de implantaccedilatildeo do sistema de aproveitamento de aacutegua pluvial para
posterior anaacutelise de viabilidade econocircmica Estes custos satildeo relativos aos gastos para
construccedilatildeo do reservatoacuterio inferior aquisiccedilatildeo de materiais equipamentos
Dentre os custos apresentados foi considerado somente matildeo de obra na
construccedilatildeo do reservatoacuterio inferior conforme pode ser observado na planilha
orccedilamentaria sinteacutetica na instalaccedilatildeo dos demais equipamentos e manutenccedilatildeo foi
103
considerada matildeo de obra da proacutepria da instituiccedilatildeo uma vez que a mesma conta com
equipe de manutenccedilatildeo hidraacuteulica e eleacutetrica bem como natildeo foi considerado custo de
energia eleacutetrica pois a altura de recalque e semelhante a da agua tratada
consequentemente natildeo implicando em acreacutescimos a conta de energia
Anaacutelise econocircmica
A anaacutelise econocircmica procura determinar as possibilidades de sucesso em
funccedilatildeo do tempo de retorno do investimento econocircmico e financeiro quanto maior o
payback maior o tempo necessaacuterio para que o investimento retorne e maiores os
riscos envolvidos
Tempo de retorno do investimento
Com base nos dados das estimativas de custos de implantaccedilatildeo foi possiacutevel
estimar o tempo de retorno do investimento inicial
Subtraindo a economia mensal acumulada resultante da implantaccedilatildeo do
sistema de aproveitamento de aacutegua da chuva dos custos de implantaccedilatildeo obteve-se
o balanccedilo financeiro mensal
De acordo com o balanccedilo financeiro em 24 meses corridos o total economizado
iraacute se equipara ao total investido utilizando do Payback Simples pode ser observado
para o Payback descontado um retorno em 28 meses considerando uma taxa mensal
de 1 que na atualidade eacute utilizada para remuneraccedilatildeo de fundos de renda fixa
104
Tabela 5 - Payback simples
Fonte Elaborado pelo Auto deste Trabalho 2017
Meses Investimento Fluxo de caixa Retorno Acumulado
0 9582817R$
1 399347R$ 41673 41673
2 399347R$ 41673 83346
3 399347R$ 41673 125020
4 399347R$ 41673 166693
5 399347R$ 41673 208366
6 399347R$ 41673 250039
7 399347R$ 41673 291713
8 399347R$ 41673 333386
9 399347R$ 41673 375059
10 399347R$ 41673 416732
11 399347R$ 41673 458406
12 399347R$ 41673 500079
13 399347R$ 41673 541752
14 399347R$ 41673 583425
15 399347R$ 41673 625099
16 399347R$ 41673 666772
17 399347R$ 41673 708445
18 399347R$ 41673 750118
19 399347R$ 41673 791791
20 399347R$ 41673 833465
21 399347R$ 41673 875138
22 399347R$ 41673 916811
23 399347R$ 41673 958484
24 399347R$ 41673 1000158
Payback Simples
105
Tabela 6 - Payback descontado
Fonte Elaborado pelo Auto deste Trabalho 2017
Tx Fundo Renda Fixa 1
Meses Investimento Fluxo de caixa VP VP VP ACUMULADO
0 9582817R$
1 399347R$ 395393R$ 41261 41261
2 399347R$ 391478R$ 40852 82113
3 399347R$ 387602R$ 40448 122560
4 399347R$ 383765R$ 40047 162608
5 399347R$ 379965R$ 39651 202258
6 399347R$ 376203R$ 39258 241516
7 399347R$ 372478R$ 38869 280386
8 399347R$ 368790R$ 38485 318870
9 399347R$ 365139R$ 38103 356974
10 399347R$ 361524R$ 37726 394700
11 399347R$ 357944R$ 37353 432053
12 399347R$ 354400R$ 36983 469036
13 399347R$ 350891R$ 36617 505652
14 399347R$ 347417R$ 36254 541906
15 399347R$ 343977R$ 35895 577802
16 399347R$ 340572R$ 35540 613341
17 399347R$ 337200R$ 35188 648529
18 399347R$ 333861R$ 34840 683369
19 399347R$ 330555R$ 34495 717864
20 399347R$ 327283R$ 34153 752017
21 399347R$ 324042R$ 33815 785832
22 399347R$ 320834R$ 33480 819312
23 399347R$ 317657R$ 33149 852460
24 399347R$ 314512R$ 32820 885281
25 399347R$ 311398R$ 32495 917776
26 399347R$ 308315R$ 32174 949950
27 399347R$ 305262R$ 31855 981805
28 399347R$ 302240R$ 31540 1013345
Payback Descontado
106
5 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
Na metodologia adotada conclui-se que a utilizaccedilatildeo de aguas pluviais para fins
natildeo potaacuteveis atraveacutes da captaccedilatildeo da cobertura do bloco E e de aguas residuais
provenientes de condensadores de aparelhos de ar condicionado gerou uma
economia mensal R$ 399347 mecircs (Trecircs mil novecentos e noventa e trecircs reais e
quarenta e sete centavos) de reduccedilatildeo na conta de aacutegua
Apoacutes a realizaccedilatildeo dos custos referentes a implantaccedilatildeo do sistema de
aproveitamento de aguas pluviais foi realizado o Payback Simples e descontado com
utilizaccedilatildeo da taxa de 1 am obtendo-se periacuteodo de retorno do investimento de 24
meses e 28 meses respectivamente periacuteodo relativamente curto e no desenvolvimento
do presente trabalho ficou comprovada a viabilidade teacutecnica e econocircmica
Foi verificado no desenvolvimento do presente projeto que as teacutecnicas para
aproveitamento de aguas pluviais podem ser associadas ao aproveitamento de aguas
cinzas e possiacuteveis de serem adotadas pela populaccedilatildeo de modo geral atraveacutes de
poliacuteticas puacuteblicas reduzindo-se os custos dos equipamentos necessaacuterios de forma a
incentivar o uso
A adoccedilatildeo de tecnologias de reaproveitamento ou reuso ao serem utilizadas em
instituiccedilotildees de ensino servem como exemplo de postura ambientalmente correta para
os problemas de ocupaccedilatildeo e impermeabilizaccedilatildeo desordenada do solo nos centros
urbanos aleacutem de estimular a educaccedilatildeo ambiental e os conceitos de sustentabilidade
criando multiplicadores das accedilotildees de conservaccedilatildeo do meio ambiente
A pesquisa bibliograacutefica na parte que trata do histoacuterico de reuso demonstrou
que o aproveitamento de aguas pluviais era utilizado por civilizaccedilotildees anteriores a
nossa era e que diversos paiacuteses do mundo na atualidade continuam a utilizar e
incentivar a populaccedilatildeo atraveacutes de poliacuteticas puacuteblicas
Dentre os custos referentes a implantaccedilatildeo do SAAP pode ser observado que o
reservatoacuterio inferior apresenta maior investimento cabendo ao projetista avaliar
atraveacutes de anaacutelise de simulaccedilatildeo o volume de transbordamento e volume de
suprimento externo de agua de forma a otimizar a utilizaccedilatildeo da precipitaccedilatildeo
pluviomeacutetrica da regiatildeo sem contudo inviabilizar o projeto financeiramente atraveacutes
do superdimensionamento do reservatoacuterio
Finalmente em caso de utilizaccedilatildeo do SAAP como alternativa a rede de
abastecimento da concessionaria cabe ao gestor a orientaccedilatildeo aos usuaacuterios bem
107
como a identificaccedilatildeo das tubulaccedilotildees e pontos de uso por meio de pintura na cor roxa
das tubulaccedilotildees e placas indicativas nos pontos de uso
51 Propostas para trabalhos futuros
Apoacutes a conclusatildeo do presente trabalho seguem as sugestotildees para trabalhos
futuros abaixo relacionados
Realizar estudos referentes aos diversos meacutetodos de dimensionamento de
reservatoacuterio citados segundo a Norma Brasileira NBR 155272007ABNT e avaliar o
meacutetodo que apresenta melhor desempenho em funccedilatildeo do iacutendice de precipitaccedilatildeo do
Estado do Rio de Janeiro
Elaborar estudos para avaliar o potencial de captaccedilatildeo de aguas residuais que
satildeo produzidas pelas unidades evaporadoras de ar condicionado com ensaios em
todas as estaccedilotildees do ano de forma a verificar a variaccedilatildeo de produccedilatildeo de condensaccedilatildeo
em diversas condiccedilotildees climaacuteticas externas
Produzir estudos de aproveitamento de aacuteguas pluviais verificando todas as
coberturas existentes na instituiccedilatildeo e utilizaccedilatildeo de aacuteguas cinzas
Realizar analise da qualidade da aacutegua pluvial e estudo de possiacuteveis
tratamentos para utilizaccedilatildeo como agua potaacutevel com verificaccedilatildeo de viabilidade
financeira
108
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121
APEcircNDICE A
Questionaacuterio 1
Prezados
O presente questionaacuterio faz parte de pesquisa de dissertaccedilatildeo de Mestrado e tem como
objetivo avaliar a demanda de aacutegua potaacutevel possiacutevel de ser substituiacuteda por aacutegua de chuva
Sua participaccedilatildeo eacute fundamental para o desenvolvimento da pesquisa
Obrigado pela sua participaccedilatildeo
Mario dos Santos Soares
Estudo de consumo de aacutegua CEFET- Maracanatilde Bloco E
( ) Alunos ( ) Servidores ( ) Professores ( ) Teacutecnico Administrativo
Gecircnero ( ) Masculino ( ) Feminino
1) Nuacutemero de vezes diariamente em meacutedia que vocecirc utiliza a descarga do vaso sanitaacuterio
( ) zero ( ) 1 vez ( ) 2 vezes ( ) 3 vezes ( ) 4 vezes ( ) 5 vezes
( ) 6 vezes ( ) 7 vezes ( ) 8 vezes
2) Estime um tempo em segundos de cada vez que vocecirc pressiona a descarga sanitaacuteria
( ) zero ( ) 1 seg ( ) 2 seg ( ) 3 seg ( ) 4 seg ( ) 5 seg ( ) 6 seg
( ) 7 seg ( ) 8 seg ( ) 9 seg ( ) 10 seg ( ) 11 seg ( ) 12 seg
3) Nuacutemero em vezes diariamente em meacutedia que vocecirc utiliza o mictoacuterio
( ) zero ( ) 1 vez ( ) 2 vezes ( ) 3 vezes ( ) 4 vezes ( ) 5 vezes
( ) 6 vezes ( ) 7 vezes ( ) 8 vezes
4) Estime um tempo em segundos que vocecirc pressiona a descarga dos mictoacuterios
( ) zero ( ) 1 seg ( ) 2 seg ( ) 3 seg ( ) 4 seg ( ) 5 seg ( ) 6 seg
( ) 7 seg ( ) 8 seg ( ) 9 seg ( ) 10 seg ( ) 11 seg
122
APEcircNDICE B
Questionaacuterio 2
Prezados
O presente questionaacuterio faz parte de pesquisa de dissertaccedilatildeo de Mestrado e tem como
objetivo avaliar a demanda de aacutegua potaacutevel possiacutevel de ser substituiacuteda por aacutegua de chuva
Sua participaccedilatildeo eacute fundamental para o desenvolvimento da pesquisa
Obrigado pela sua participaccedilatildeo
Mario dos Santos Soares
Estudo de consumo de aacutegua CEFET- Maracanatilde Bl E
Encarregado de limpeza Interna
1) Nuacutemero de vezes por semana que as circulaccedilotildees e escadas dos pavimentos satildeo
lavados
( ) 1 vez ( ) 2 vezes ( ) 3 vezes ( ) 4 vezes ( ) 5 vezes
2) Nuacutemero de vezes por semana que o paacutetio do teacuterreo eacute lavado
( ) 1 vez ( ) 2 vezes ( ) 3 vezes ( ) 4 vezes ( ) 5 vezes
3) Tempo de duraccedilatildeo que a torneira fica aberta
( ) 15 minutos ( ) 30 minutos ( ) 45 minutos ( ) 60 minutos
4) Nuacutemero de baldes (considerar balde com capacidade de 10 Lt) necessaacuterios a limpeza
das circulaccedilotildees por pavimento utilizando apenas pano molhado
( ) 1 ( ) 2 ( ) 3 ( ) 4 ( ) 5 ( ) 6 ( ) 7 ( ) 8 ( ) 9
5) Nuacutemero de vezes por semana que eacute passado pano molhado nas circulaccedilotildees dos
pavimentos
( ) 1 ( ) 2 ( ) 3 ( ) 4 ( ) 5 ( ) 6 ( ) 7 ( ) 8 ( ) 9
123
APEcircNDICE C
Questionaacuterio 3
Prezados
O presente questionaacuterio faz parte de pesquisa de dissertaccedilatildeo de Mestrado e tem como
objetivo avaliar a demanda de aacutegua potaacutevel possiacutevel de ser substituiacuteda por aacutegua de chuva
Sua participaccedilatildeo eacute fundamental para o desenvolvimento da pesquisa
Obrigado pela sua participaccedilatildeo
Mario dos Santos Soares
Estudo de consumo de aacutegua CEFET- Maracanatilde Bl E e Academia
Encarregado de limpeza Externa
1) Nuacutemero de vezes por mecircs que as vidraccedilas satildeo lavadas
( ) 1 vez ( ) 2 vezes ( ) 3 vezes ( ) 4 vezes ( ) 5 vezes
2) Nuacutemero de vezes por semana que eacute realizada a rega do jardim
( ) 1 vez ( ) 2 vezes ( ) 3 vezes ( ) 4 vezes ( ) 5 vezes ( ) 6 vezes
3) Tempo estimado da utilizaccedilatildeo da torneira para rega do jardim
( ) 15 minutos ( ) 30 minutos ( ) 45 minutos ( ) 60 minutos
( ) 75 minutos
124
APEcircNDICE D
125
126
127
128
APEcircNDICE E
Consumo de agua potaacutevel
CONSUMO 2014 A 2016
Mecircs
2014 2015 2016
Meacutedia Total
Vol Faturado
(msup3)
nordm dias
m3dia Vol
faturado (msup3)
nordm dias
m3dia Vol
Faturado (msup3)
nordm dias
m3dia
JAN 173100 29 5969 168000 30 5600 234100 32 7316 6295
FEV 182300 30 6077 181600 2900 6262 192900 34 5674 6004
MAR 131600 29 4538 212000 3100 6839 305500 28 10911 7429
ABR 221100 34 6503 264600 2900 9124 323100 29 11141 8923
MAI 196400 31 6335 253100 3300 7670 251800 31 8123 7376
JUN 168900 34 4968 210900 2800 7532 242200 29 8352 6951
JUL 200100 30 6670 213000 3400 6265 188700 28 6739 6558
AGO 190700 31 6152 220100 2800 7861 223100 29 7693 7235
SET 254300 28 9082 183200 3300 5552 178300 33 5403 6679
OUT 226700 31 7313 322500 2800 11518 197200 29 6800 8544
NOV 250600 32 7831 242200 2900 8352 254700 31 8216 8133
DEZ 284300 30 9477 286600 3100 9245 290400 31 9368 9363
Fonte contas CEDAE
129
APEcircNDICE F
5
Pensamento
ldquoFaccedila o bem fale o bem pense o bem Perceba que
cada ser que encontramos eacute iluminado disfarccedilado a
nos mostrar o caminho Alguns nos mostram como natildeo
devemos ser outros como devemos serrdquo
Monja Coen
6
RESUMO
O aproveitamento de aacuteguas pluviais e o reaproveitamento de aacuteguas residuais demonstram que a minimizaccedilatildeo dos custos dos usuaacuterios com abastecimento de aacutegua eacute alcanccedilada e ainda gera valor agregado aos empreendimentos que optam por atender aos requisitos de sustentabilidade Esta atitude tem gerado o aumento da implantaccedilatildeo de sistemas de reutilizaccedilatildeo de aacutegua nos grandes centros urbanos O resultado econocircmico esperado na adoccedilatildeo dos sistemas de reaproveitamento de aacuteguas e utilizaccedilatildeo de aacutegua da chuva eacute influenciado pelo tipo de aplicaccedilatildeo ou seja em que ambiente esta medida seraacute adotada e que cuidados adicionais seratildeo necessaacuterios na concepccedilatildeo dos projetos Percebe-se com a pesquisa que o maior investimento para instalaccedilatildeo do sistema de aproveitamento de aacutegua da chuva estaacute relacionado ao reservatoacuterio que seraacute implantado e ao processo de instalaccedilatildeo o qual precisa ser analisado desde o seu dimensionamento e construccedilatildeo ateacute o atendimento aos padrotildees teacutecnicos e ambientais Esta dissertaccedilatildeo contempla o desenvolvimento de uma proposta metodoloacutegica para o estudo da viabilidade do aproveitamento de aacuteguas pluviais e aacuteguas residuais provenientes de evaporadoras de aparelhos de ar condicionado para uso natildeo potaacutevel A metodologia desenvolvida foi aplicada para validaccedilatildeo em uma instituiccedilatildeo de ensino com localizaccedilatildeo na cidade do Rio de Janeiro Na metodologia utilizada quantificaram-se as demandas de uso para bacias sanitaacuterias mictoacuterios limpeza e jardinagem Estimou-se o potencial de captaccedilatildeo de aacuteguas pluviais atraveacutes da cobertura de uma edificaccedilatildeo avaliaccedilatildeo e dimensionamento dos reservatoacuterios inferior e superior de acordo com a norma ABNT NBR 15527 A aplicaccedilatildeo permitiu verificar que atraveacutes de levantamento de dados equipamentos necessaacuterios e os custos para a implantaccedilatildeo do sistema de aproveitamento de aacuteguas pluviais que acenaram para um investimento da ordem de R$9582817 (Noventa e cinco mil oitocentos e vinte e oito reais e dezessete centavos) O periacuteodo constatado para o retorno do investimento foi de 24 (vinte e quatro) meses para um payback simples e 28 (vinte e oito) meses para um payback descontado com utilizaccedilatildeo de taxa de 1 (um por cento) o que demonstrou um tempo de retorno do investimento curto comprovando a viabilidade econocircmica da implantaccedilatildeo do sistema sugerido por esta pesquisa Palavras-chave Aacuteguas pluviais Reservatoacuterio Reaproveitamento Custo Sustentabilidade
7
ABSTRACT The utilization of rainwater and the reuse of wastewater demonstrate that minimizing the costs of users with water supply is achieved and still generates added value to the projects that choose to meet sustainability requirements This attitude has led to an increase in the implementation of water reuse systems in large urban centers The expected economic result in the adoption of water reuse and rainwater utilization systems is influenced by the type of application that is in what environment this measure will be adopted and what additional care will be required in the design of the projects The research shows that the largest investment for the installation of the rainwater harvesting system is related to the reservoir to be implanted and to the installation process which needs to be analyzed from its design and construction to meeting the technical standards and environmental issues This dissertation contemplates the development of a methodological proposal for the study of the feasibility of the use of rainwater and wastewater coming from evaporators of air conditioners for non-potable use The methodology developed was applied for validation in an educational institution located in the city of Rio de Janeiro In the methodology used were quantified the demands of use for sanitary basins urinals cleaning and gardening The potential of rainwater harvesting was estimated by covering a building evaluating and designing the lower and upper reservoirs in accordance with ABNT NBR 15527 The application made it possible to verify that through data collection necessary equipment and the costs for the implantation of the system of use of rainwater that waved for an investment in the order of R $ 9582817 (Ninety-five thousand eight hundred and twenty-eight reais and seventeen cents) The payback period was 24 (twenty-four) months for a simple payback and 28 (twenty-eight) months for a discounted payback using a 1 (one percent) rate which time of return of the short investment proving the economic viability of the implementation of the system suggested by this research Key words Rainwater Reservoir Reuse Cost Sustainability
8
LISTA DE SIGLAS
ABES ndash Associaccedilatildeo Brasileira de Engenharia sanitaacuteria e Ambiental
ABNT ndash Associaccedilatildeo Brasileira de Normas Teacutecnicas
ASA (Articulaccedilatildeo do Semiaacuterido Brasileiro)
ANA ndash Agecircncia Nacional de Aacuteguas
ABNT ndash Associaccedilatildeo Brasileira de Normas Teacutecnicas
BTUs - (British termal Units- Unidade Teacutermica Britacircnica)
CEDAE - Companhia Estadual de Aguas e Esgotos
CEFET RJ- Centro Federal de Educaccedilatildeo Tecnoloacutegica Celso Suckow da Fonseca
CNRH - Conselho Nacional de Recursos Hiacutedricos
CONFEA ndash Conselho Federal de Engenharia e Agronomia
EEE ndash Estaccedilatildeo Elevatoacuteria de Esgotos
EIA ndash Estudo de Impacto ambiental
EPA ndash Enviromental Protection Agency
ETA ndash Estaccedilatildeo de Tratamento de Aacutegua
ETE ndash Estaccedilatildeo de Tratamento de Esgotos
FIESP - Federaccedilatildeo das Industrias do Estado de Satildeo Paulo
IBGE - Instituto Brasileiro de geografia e Estatiacutestica
LDB - Lei de Diretrizes e Bases da Educaccedilatildeo Nacional
NBR ndash Norma Brasileira
RIMA ndash Relatoacuterio de Impacto Ambiental
PCA ndash Programa de Conservaccedilatildeo de Aacutegua
PNCDA ndash Programa Nacional de Combate ao Desperdiacutecio de Aacutegua
PNRH - Poliacutetica Nacional de Recursos Hiacutedricos
PURA ndash Programa de Uso Racional da Aacutegua
PDI - Plano de Desenvolvimento Institucional ()
SABESP ndash Companhia de Saneamento Baacutesico do Estado de Satildeo Paulo
SAAP - Sistema de Aproveitamento de Aguas Pluviais
UNESCO ndash Organizaccedilatildeo das Naccedilotildees Unidas para Educaccedilatildeo Ciecircncia e Cultura
9
ONU ndash Organizaccedilatildeo das Naccedilotildees Unidas
LEED - Leadership in Energy and Environmental
USGBC - US Green building Council
BNDES - Banco Nacional de Desenvolvimento Econocircmico e Social
SINAPI ndash Sistema Nacional de Pesquisa de Custos e Iacutendices da Construccedilatildeo Civil
CEF ndash Caixa Econocircmica Federal
10
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 - Estrutura do Conteuacutedo da Dissertaccedilatildeo 24
Figura 2 - Consumo Mensal de Aacutegua - 2014 26
Figura 3 - Sistemas de aproveitamento de aacuteguas pluviais 38
Figura 4 - Reservatoacuterios 39
Figura 5 - Reservatoacuterios 39
Figura 6 - Esquema de cisterna implementada na zona rural 41
Figura 7 - Projeto experimental para casas populares voltado para captaccedilatildeo de aacutegua da chuva 41
Figura 8 - Formas potenciais de reuso da aacutegua 46
Figura 9 - Processo de captaccedilatildeo da aacutegua da chuva 51
Figura 10 -Certificaccedilatildeo em estaacutedios de futebol itens avaliados no canteiro de obra 65
Figura 11 - Poccedilos de infiltraccedilatildeo 67
Figura 12 - Hidrocircmetro referente ao nuacutemero 485 com vazatildeo de 03 - 15 m3hora 70
Figura 13 - Fachada Principal do CEFET- RJ 70
Figura 14 - ensaio equipamento 24000 BTUs 80
Figura 15 - Interligaccedilatildeo de tubulaccedilatildeo de drenagem de condensadores a rede AP 83
Figura 16 -Planta de cobertura do Bloco E 84
Figura 17 - Planta baixa 95
Figura 18 - Localizaccedilatildeo do Reservatorio Inferior 99
Figura 19 - Equipamentos necessaacuterios para instalaccedilatildeo em reservatoacuterio de aguas pluviais 99
11
GRAacuteFICOS
Graacutefico 1- Frequecircncia de uso diaacuterio da bacia sanitaacuteria 90
Graacutefico 2 - Tempo em segundos da descarga da bacia 91
Graacutefico 3 - Frequecircncia de uso diaacuterio do mictoacuterio 92
Graacutefico 4 - Tempo em segundos da descarga do mictoacuterio 93
12
LISTA DE QUADROS
Quadro 1 - Projeccedilatildeo da populaccedilatildeo nos Municiacutepios do Estado do Rio de Janeiro 35
Quadro 2 - Evoluccedilatildeo prevista da demanda de aacutegua em msup3s para a Regiatildeo Metropolitana do Rio de Janeiro 36
Quadro 3 - Frequecircncia de manutenccedilatildeo 52
Quadro 4- Fluxo do processo 62
Quadro 5 - Ensaio de captaccedilatildeo em ambiente da biblioteca 81
Quadro 6 -Ensaio de captaccedilatildeo em ambiente da sala de professores 82
Quadro 7 - Somatoacuterio das capacidades dos equipamentos instalados por pavimento 82
Quadro 8 - Quadro da aacuterea de cobertura do Bloco E 84
Quadro 9 - Iacutendice do coeficiente de Runoff 85
Quadro 10 - Captaccedilatildeo de aacutegua 87
Quadro 11 - Populaccedilao 88
Quadro 12 - Planilha orccedilamentaacuteria 95
Quadro 13 - Anaacutelise de simulaccedilatildeo do reservatoacuterio 97
Quadro 14 - Descriccedilatildeo da planilha 98
13
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 - Paracircmetros de qualidade de aacuteguas pluviais para usos restritivos natildeo potaacuteveis 52
Tabela 2 - Padrotildees microbioloacutegicos para aacuteguas destinadas agrave recreaccedilatildeo de contato primaacuterio 55
Tabela 3- Tabela de Precipitaccedilatildeo Pluviomeacutetrica 85
Tabela 4 - Custos referentes agrave implantaccedilatildeo do sistema de aproveitamento de aacutegua pluviais 102
Tabela 5 - Payback simples 104
Tabela 6 - Payback descontado 105
14
SUMAacuteRIO
1 ndash INTRODUCcedilAtildeO 16
11 - CONSIDERACcedilOtildeES INICIAIS 16
12 - QUESTAtildeO PROBLEMA 21
13 ndash QUESTOtildeES DA PESQUISA 21
14 - OBJETIVO GERAL 22
15 - OBJETIVOS ESPECIacuteFICOS 22
16 ndash ESTRUTURA METODOLOacuteGICA 22
17 ndash DELIMITACcedilAtildeO DA PESQUISA 25
18 ndash JUSTIFICATIVA DA PESQUISA 25
19 ndash ORGANIZACcedilAtildeO DO ESTUDO 27
2 - BASE CONCEITUAL E REVISAtildeO DA LITERATURA 28
21 A SUSTENTABILIDADE E AS QUESTOtildeES QUANTO A CONSERVACcedilAtildeO
REAPROVEITAMENTO E REDUCcedilAtildeO DO CONSUMO DE AacuteGUAS PLUVIAIS 28
211 EXEMPLOS RECENTES DE ATITUDE SUSTENTAacuteVEIS ADOTADAS NO BRASIL 29
212 MEDIDAS SUSTENTAacuteVEIS PARA CONSERVACcedilAtildeO REAPROVEITAMENTO DE AacuteGUA E REDUCcedilAtildeO DO
CONSUMO DE AacuteGUAS PLUVIAIS 30
22 HISTOacuteRICO DO REUSO DE AacuteGUAS 37
221 ASPECTOS HISTOacuteRICOS DA CAPTACcedilAtildeO DAS AacuteGUAS PLUVIAIS NO BRASIL 40
23 UTILIZACcedilOtildeES DA AacuteGUA COLETADA E O SEU CONSUMO 42
24 O REUSO DE AacuteGUAS 43
241- AacuteGUAS RESIDUAacuteRIAS 43
242 AacuteGUAS CINZENTAS 46
25 FORMAS DE REUSO DE AacuteGUAS 47
251 REUSO URBANO 47
252 REUSO INDUSTRIAL 48
253 REUSO AGRIacuteCOLA 48
254 REUSO NO MEIO AMBIENTE 48
26 A PRAacuteTICA DE RECARGA DE AQUIacuteFEROS 48
27 O ARMAZENAMENTO DE AGUAacuteS 49
28 LEGISLACcedilAtildeO SOBRE O USO DE AacuteGUAS 56
3 - METODOLOGIA 62
31 ESTRATEacuteGIA DA PESQUISA 63
32 UNIDADE DE ANAacuteLISE 68
33 JUSTIFICATIVA DA ESTRATEacuteGIA DE PESQUISA 68
34 PESQUISA EXPLORATOacuteRIA 68
35 LEVANTAMENTO 69
15
36 OBJETO DE ESTUDO 70
361 APARELHOS EXISTENTES 71
37 ENTREVISTAS COM OS USUAacuteRIOS 71
38 ESTIMATIVA DO CONSUMO DE AacuteGUA 72
381 O CAacuteLCULO DE CONSUMO MEacuteDIO DIAacuteRIO DE AacuteGUA PER CAPITA POR APARELHOS 72
O CAacuteLCULO FOI REALIZADO COM BASE NO SOMATOacuteRIO DA MULTIPLICACcedilAtildeO DA FREQUEcircNCIA E TEMPO DE USO
OBTIDO NAS ENTREVISTAS E VAZAtildeO DO APARELHO DIVIDIDO PELO NUacuteMERO DE PESSOAS ENTREVISTADAS
72
382 ESTIMATIVA DO CONSUMO DE AacuteGUA EM ATIVIDADES DE LIMPEZA E JARDINAGEM 73
383 AVALIACcedilAtildeO DO POTENCIAL DE ECONOMIA DE AacuteGUA POTAacuteVEL 73
384 PERCENTUAL DE AacuteGUA POTAacuteVEL QUE PODERIA SER SUBSTITUIacuteDO POR AacuteGUA PLUVIAL 73
39 RESERVATOacuteRIOS DE AacuteGUA PLUVIAL 74
310 ANAacuteLISE ECONOcircMICA 74
4 APLICACcedilAtildeO E VALIDACcedilAtildeO DA METODOLOGIA PROPOSTA 75
41 HISTOacuteRICO DO CEFET-RJ 75
411 DEFINICcedilAtildeO DE INSTITUICcedilOtildeES DE ENSINO SUPERIOR 75
412 - PLANO DE DESENVOLVIMENTO INSTITUCIONAL (PDI) 76
413 - O PDI DO CEFETRJ 78
414 - FILOSOFIA MISSAtildeO E OBJETIVOS INSTITUCIONAIS 78
42 SOBRE O POTENCIAL DE CAPTACcedilAtildeO DE AGUAS DE RESIDUAIS 80
43 ANAacuteLISE DOS RESULTADOS DAS ENTREVISTAS REALIZADAS 88
5 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS 106
51 PROPOSTAS PARA TRABALHOS FUTUROS 107
REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAFICAS 108
16
1 ndash INTRODUCcedilAtildeO
11 - Consideraccedilotildees Iniciais
A aacutegua jaacute foi considerada um recurso infinito mas atualmente a sua
disponibilidade eacute um dos grandes problemas do nosso planeta decorrente de
inuacutemeros fatores tais como o aquecimento global as alteraccedilotildees climaacuteticas o
crescimento populacional acentuado o consumo cada vez maior dos recursos
hiacutedricos o mau uso desta fonte de energia e sobretudo a falta de poliacuteticas puacuteblicas
que estimulem o uso sustentaacutevel da aacutegua
Neste contexto segundo Kibert (2008) a adoccedilatildeo de medidas ecologicamente
corretas eacute fundamental tais como teacutecnicas de conservaccedilatildeo controle do desperdiacutecio
reaproveitamento da aacutegua de chuva reciclagem de aacutegua e recuperaccedilatildeo dos solos
Diante da possibilidade de racionamento ou ateacute mesmo escassez da aacutegua doce
no mundo eacute necessaacuterio que a sociedade e as poliacuteticas puacuteblicas busquem novas
tecnologias e alternativas sustentaacuteveis para a reduccedilatildeo do consumo
Diniz (2013) afirma que vaacuterios paiacuteses encaram hoje o problema de escassez
da aacutegua em consequecircncia do crescimento desordenado da poluiccedilatildeo dos recursos
hiacutedricos do aumento populacional e industrial que geram um aumento na demanda
pela aacutegua provocando o esgotamento deste recurso
Inobstante a urbanizaccedilatildeo das cidades e as tecnologias de abastecimento
puacuteblico de aacutegua contribuiacuteram para a desativaccedilatildeo dos sistemas de aproveitamento da
aacutegua de chuva Entretanto atualmente no contexto do paradigma da conservaccedilatildeo da
aacutegua as praacuteticas de aproveitamento da aacutegua de chuva estatildeo sendo incorporadas aos
sistemas de gestatildeo urbana dos recursos hiacutedricos de diversos paiacuteses Portanto natildeo
se trata de inserir um novo conceito de gestatildeo de recursos hiacutedricos apenas resgatar
os fundamentos deste e adaptaacute-lo agrave realidade atual (ALADENOLA ADEBOYE 2009)
A UNESCO emitiu no ano de 2005 a resoluccedilatildeo Ares58217 proclamando o
periacuteodo de 2005 a 2015 como sendo a Deacutecada Internacional para Accedilatildeo ldquoAacutegua Fonte
de vidardquo iniciando-se o dia mundial da aacutegua no dia 22 de Marccedilo de
2005(UNESCO2013d) A iniciativa teve como objetivo de alerta para a importacircncia
de melhor administrar as fontes de aacutegua em funccedilatildeo do aumento de consumo ou pelo
uso desequilibrado deste recurso indispensaacutevel agrave vida humana Com perspectivas
preocupantes a ONU apresenta a estimativa que se natildeo houver alteraccedilotildees nas
17
poliacuteticas em relaccedilatildeo aos recursos hiacutedricos 18 bilhatildeo de pessoas estaratildeo vivendo em
zonas de secas e dois terccedilos da humanidade estaratildeo sujeitos a alguma restriccedilatildeo no
acesso agrave aacutegua em 2025
Haacute diversos pontos no mundo em que a falta de aacutegua tem sido o principal motivo de ecircxodo de populaccedilotildees tal como acontece no Nordeste brasileiro Em termos globais o risco de crise hiacutedrica acontece pelo crescimento demograacutefico mudanccedilas climaacuteticas desperdiacutecio e contaminaccedilatildeo das fontes Afetando natildeo soacute a sauacutede humana mas o desenvolvimento soacutecio econocircmico das populaccedilotildees e o rumo das relaccedilotildees entre paiacuteses (UNESCO2013d)
Nesse caso Fawell amp Miller (1992) afirmam que a provisatildeo de uma aacutegua
potaacutevel ldquosegurardquo e ldquoesteticamente aceitaacutevelrdquo eacute assegurada em muitos paiacuteses por uma
seacuterie de padrotildees obrigatoacuterios ou largamente advertidos (domiacutenio puacuteblico)
Se na atualidade os paiacuteses continuam concentrados na prospecccedilatildeo e busca de
novas tecnologias para auto-suficiecircncia em petroacuteleo natildeo estaraacute longe o dia em que a
aacutegua seraacute reconhecida como o bem mais precioso a vida do ser humano
Segundo Craig e Dale (2008) a definiccedilatildeo mais adotada e mais citada da
sustentabilidade foi feita no Relatoacuterio de Brundland que definiu o conceito de
sustentabilidade da seguinte forma ldquoaquele que satisfaz as necessidades do presente
sem comprometer a capacidade das futuras geraccedilotildees satisfazerem suas proacuteprias
necessidadesrdquo (BRUNDTLAND 1988 p 46)
O uso da aacutegua com consciecircncia eacute a soluccedilatildeo mais sustentaacutevel para o
enfrentamento da crise a que tem sido observada em diversos estados do paiacutes O
aproveitamento de aacutegua de chuva e reuso natildeo eacute um conceito novo mas com o
aumento da demanda tornou-se um tema atual e de suma importacircncia que eacute praticado
ao longo dos anos em diversos paiacuteses devendo ser uma atividade mais abrangente
que eacute o uso racional englobando a reduccedilatildeo de perdas e desperdiacutecios e a minimizaccedilatildeo
da produccedilatildeo de efluentes e do consumo de aacutegua potaacutevel
A utilizaccedilatildeo da aacutegua da chuva aleacutem de trazer o benefiacutecio da conservaccedilatildeo da
aacutegua e reduzir a dependecircncia excessiva das fontes superficiais de abastecimento
reduz o escoamento superficial minimizando os problemas com enchentes buscando
garantir a sustentabilidade urbana que segundo Dixon Butler e Fewkes (1999) soacute
seraacute possiacutevel atraveacutes da mobilizaccedilatildeo da sociedade em busca do uso apropriado e
eficiente da aacutegua
18
Segundo Petry e Boeriu (2000) nos uacuteltimos anos tem-se observado o
desenvolvimento de novas tecnologias referentes ao manejo de recursos hiacutedricos
Com isso observa-se novas expansotildees no uso de teacutecnicas de aproveitamento de
aacutegua de chuva tanto em regiotildees onde jaacute eram utilizadas como em locais onde eram
desconhecidas
Para Dixon et al(1999) a existecircncia da sociedade e de sua malha urbana no
futuro estaacute condicionada ao uso adequado da aacutegua considerando o seu reuacuteso e
aproveitamento da aacutegua pluvial em todo o ciclo desde a captaccedilatildeo passando pelo
tratamento e armazenagem
Veloso e Mendes (2014) afirmam que a maioria das experiecircncias brasileiras
de aproveitamento de aacutegua de chuva se concentra na regiatildeo do semiaacuterido brasileiro
promovida pela ASA (Articulaccedilatildeo do Semiaacuterido Brasileiro) que eacute formada por mil
organizaccedilotildees da sociedade civil que atua na gestatildeo e no desenvolvimento de poliacuteticas
de convivecircncia com a regiatildeo semiaacuterida
Esta iniciativa contribui para equacionar os graves problemas de escassez de
aacutegua que a populaccedilatildeo e refeacutem Nesse sentido destaca-se o Programa Um Milhatildeo de
Cisternas (P1MC) uma das accedilotildees de mobilizaccedilatildeo promovidas pela ASA que objetiva
possibilitar ao nordestino o acesso a aacutegua potaacutevel por meio da construccedilatildeo de
cisternas de placas Desde 2003 aproximadamente 499387 mil foram construiacutedas
beneficiando mais de 2 milhotildees de pessoas (ASA 2015)
Segundo Gould and Nissen-Petersen (1990) A colheita de aacuteguas pluviais eacute uma
teacutecnica antiga que possui um renome na popularidade devido agrave qualidade inerente da
aacutegua da chuva e ao interesse em reduzir o consumo de aacutegua tratada A aacutegua da chuva
eacute valorizada por sua pureza e suavidade Tem um pH quase neutro e estaacute livre de
subprodutos de desinfecccedilatildeo sais minerais e outros contaminantes naturais e
artificiais As plantas prosperam sob irrigaccedilatildeo com aacutegua de chuva armazenada Os
aparelhos duram mais quando satildeo livres dos efeitos corrosivos ou em escala de aacutegua
dura
Os usuaacuterios com sistemas potaacuteveis preferem o gosto superior e as
propriedades de limpeza da aacutegua da chuva Evidecircncias arqueoloacutegicas atestam a
captura da aacutegua da chuva haacute mais de 4000 anos e o conceito de colheita de aacutegua da
chuva na China pode chegar a mais de 6000 anos Ruiacutenas de cisternas construiacutedas
jaacute em 2000 aC para armazenar o escoamento das encostas para fins agriacutecolas e
domeacutesticos ainda estatildeo em Israel
19
A reutilizaccedilatildeo ou reuso de aacutegua ou ainda em outra forma de expressatildeo o uso
de aacuteguas residuaacuterias natildeo eacute um conceito novo e tem sido praticado em todo o mundo
haacute muitos anos Haacute relatos de sua praacutetica na Greacutecia Antiga com a disposiccedilatildeo de
esgotos e sua utilizaccedilatildeo na irrigaccedilatildeo Contudo a demanda crescente por aacutegua tem
feito do reuso planejado da aacutegua um tema atual e de grande importacircncia (SANTOS
1993)
O elevado desenvolvimento demograacutefico associado agraves transformaccedilotildees
econocircmicas reflete-se notavelmente no uso dos recursos hiacutedricos principalmente no
que se refere agrave qualidade e quantidade das aacuteguas superficiais e subterracircneas
(RAMOS 2000)
O uso de fontes alternativas e de estrateacutegias de uso racional de aacutegua em
edificaccedilotildees eacute uma forma de amenizar os problemas de disponibilidade de aacutegua
potaacutevel e diminuir a sua demanda
Dentre estas estrateacutegias pode-se citar o aproveitamento de aacutegua pluvial o
reuso de aacuteguas cinzas (ABNT NBR 155272007) O aproveitamento de aacutegua pluvial eacute
uma praacutetica milenar empregada no mundo todo Essa teacutecnica tem se difundido e se
consolidado como uma forma de mitigar os diversos problemas ambientais causados
pelo aumento da demanda de aacutegua pela falta de medidas de controle da poluiccedilatildeo e
de gestatildeo ambiental em aacutereas urbanas e rurais (BARROS 2000)
O reaproveitamento eficiente da aacutegua da chuva natildeo tem misteacuterios mas satildeo
necessaacuterios alguns pequenos cuidados que tornam os sistemas mais seguros e de
faacutecil manutenccedilatildeo (AQUASTOCK 2008)
De acordo com Diniz (2013) as teacutecnicas para operar um sistema de utilizaccedilatildeo
das aacuteguas pluviais seguem as seguintes etapas
Coletar aacuteguas pluviais atraveacutes de calhas em telhados coberturas
Armazenar essa aacutegua em reservatoacuterios cisternas
Abastecer o local onde seratildeo utilizadas as aacuteguas pluviais
Eliminar as primeiras aacuteguas de chuva preservando a qualidade dessa aacutegua
20
Relevacircncia da Pesquisa
O foco dos sistemas de captaccedilatildeo de aacutegua da chuva estatildeo mais atrelados aos
problemas que o meio ambiente enfrenta de forma global ou seja estatildeo voltados para
o coletivo e natildeo individualmente Embora se pense em sistemas que sejam
desenvolvidos para a preservaccedilatildeo da aacutegua doce e da aacutegua da chuva para que natildeo
sejam desperdiccediladas eacute preciso tambeacutem pensar no investimento econocircmico de longo
prazo ou seja a economia na conta da aacutegua que seria uma forma de se pensar
tambeacutem individualmente
A relevacircncia deste trabalho aponta para os resultados levados agrave
sustentabilidade utilizando o aproveitamento de aacuteguas pluviais e de aacuteguas residuais
de evaporadoras de aparelhos de ar condicionado para fins natildeo potaacuteveis
Justificativa da Pesquisa
O sucesso das accedilotildees que devem conduzir ao reuso de aacutegua dependeraacute em
grande parte da influecircncia da comunidade do CEFET-RJ do comportamento das
pessoas e de suas decisotildees individuais Mesmo considerando que existe certo
interesse pelas questotildees ambientais haacute que se reconhecer a falta de informaccedilatildeo e
conhecimento dos problemas ambientais
Logo a educaccedilatildeo ambiental que tenha por objetivo informar e sensibilizar as
pessoas sobre os problemas (e possiacuteveis soluccedilotildees) existentes em sua comunidade
buscando transformar estas pessoas em indiviacuteduos que participem das decisotildees
sobre seus futuros exercendo desse modo o direito aacute cidadania tornando-se
instrumento indispensaacutevel ao processo
O CEFET-RJ possui duas entradas de abastecimento de aacutegua com
fornecimento atraveacutes da CEDAE perfazendo um consumo anual na ordem de
294039 m3 que abastecem blocos independentes atraveacutes de 02 castelos drsquoaacutegua com
alimentaccedilatildeo dos blocos por gravidade Tendo em vista o grande nuacutemero de blocos
com aacuterea construiacuteda de 3927050 m2 e grande aacutereas de paacutetios jardins e quadras
esportivas tendo alto consumo de aacutegua para limpeza
Estaacute sendo pesquisada a viabilidade do aproveitamento das aacuteguas pluviais
coletadas atraveacutes dos telhados de uma edificaccedilotildees bem como a aacutegua residual
proveniente dos evaporadores de unidades condensadoras e aparelhos de ar
condicionado de janela no campus do Maracanatilde em funccedilatildeo do grande nuacutemero de
ambientes com refrigeraccedilatildeo com a finalidade de reuso em aacutereas e atividades menos
nobres como lavagem de paacutetios quadras poliesportivas uso em bacias sanitaacuterias
21
irrigaccedilatildeo de jardins que com adoccedilatildeo destas medidas obter-se-aacute reduccedilatildeo do consumo
de aacutegua potaacutevel tratada fornecida pela concessionaria CEDAE
Como consequecircncias reduccedilatildeo dos custos reduccedilatildeo do incocircmodo de poccedilas de
aacuteguas residuais geradas por unidades condensadoras contribuiraacute na reduccedilatildeo de
enchentes tendo em vista a localizaccedilatildeo geograacutefica do CEFET-RJ proacutexima ao Rio
Maracanatilde estimulando a educaccedilatildeo ambiental e a sustentabilidade atraveacutes dos
multiplicadores das accedilotildees de conservaccedilatildeo de aacutegua por membros da comunidade de
docentes discentes e teacutecnicos administrativos servindo como exemplo de uma
postura ambientalmente correta para o enfrentamento dos problemas de ocupaccedilatildeo e
impermeabilizaccedilatildeo desordenada do solo nos grandes centros urbanos
12 - Questatildeo Problema
Analisar a viabilidade de promover o desenvolvimento de um sistema de
captaccedilatildeo de aacutegua da chuva e aacuteguas residuais de evaporadoras de aparelhos de ar
condicionado do CEFETRJ para utilizaacute-la em fins natildeo potaacuteveis agregando valor agrave
sustentabilidade e gerando economia na conta da aacutegua
13 ndash Questotildees da Pesquisa
Nesta conjuntura surgem as questotildees que orientaratildeo este trabalho
Como implantar e implementar um sistema de aproveitamento de aacuteguas
pluviais
Como verificar viabilidade teacutecnica para a adaptaccedilatildeo de instalaccedilotildees do preacutedio
estudado no CEFETRJ Campus Maracanatilde para aproveitamento de aacuteguas
pluviais
Pesquisar os segmentos que se ajustem ao uso da aacutegua natildeo potaacutevel e calcular
suas demandas
Quantificaccedilatildeo da capacidade de produccedilatildeo de aacuteguas remanescentes
provenientes de Unidades Evaporadoras de aparelhos de ar condicionado do
preacutedio estudado
22
14 - Objetivo Geral
O objetivo geral da dissertaccedilatildeo eacute apresentaccedilatildeo de uma proposta metodoloacutegica
para analisar a viabilidade teacutecnica de um sistema de aproveitamento de aacuteguas pluviais
e aacuteguas residuais de evaporadoras de unidades evaporadores para uso com fins natildeo
potaacuteveis no Campus Maracanatilde do CEFET-RJ
15 - Objetivos Especiacuteficos
Desenvolvimento da metodologia proposta
Dimensionar o sistema de armazenamento das aacuteguas pluviais e
residuais coletadas para reuso
Buscar tecnologias para implantaccedilatildeo de sistema de aproveitamento de
agua pluviais
Avaliar viabilidade econocircmica da implantaccedilatildeo do sistema de
aproveitamento de aguas pluviais
16 ndash Estrutura Metodoloacutegica
A metodologia utilizada no presente trabalho considerou o bloco E para se
analisar a viabilidade de aproveitamento de aacuteguas pluviais e aacuteguas residuais
provenientes de unidade evaporadoras de aparelhos de ar condicionado Com
aplicaccedilatildeo de questionaacuterio para os usuaacuterios das instalaccedilotildees para quantificaccedilatildeo da
demanda de aacutegua nos ambientes estudados
Ywashima (2005) ressalta a importacircncia de campanhas de conscientizaccedilatildeo
para utilizaccedilatildeo racional da aacutegua nas escolas Segundo a pesquisadora a conta natildeo e
paga de forma direta pelos usuaacuterios consequentemente natildeo haacute motivaccedilatildeo financeira
A autora apresenta como sugestatildeo tecnologias economizadoras onde se obteacutem
reduccedilatildeo de consumo independente da mudanccedila de comportamento pelos usuaacuterios
Tomando como premissa o atual consumo desordenado de aacutegua consumo
este que proporciona uma grande margem para que no futuro este liacutequido precioso
para a vida na terra venha a faltar caso natildeo seja criado mecanismos que possam
contornar essa situaccedilatildeo o desenvolvimento deste presente projeto apresenta-se
como uma alternativa para compor estes mecanismos
23
Atraveacutes de pesquisas foi constatado que as aacuteguas pluviais devem ser utilizadas
para amenizar a situaccedilatildeo Desse modo o presente trabalho contempla a possibilidade
de uso de recursos tecnoloacutegicos a fim de que se possa reduzir o consumo e diminuir
o desperdiacutecio de aacutegua atraveacutes da captaccedilatildeo armazenamento e reaproveitamento das
aacuteguas pluviais
Este sistema de captaccedilatildeo de aacutegua pluvial permite usar as aacutereas de coberturas
da edificaccedilatildeo para captar a aacutegua da chuva apoacutes passar por um filtro ou mecanismo
de retenccedilatildeo de impurezas conduzi-la a um reservatoacuterio onde seraacute armazenada e
utilizada na edificaccedilatildeo para fins natildeo potaacuteveis tais como lavagem de pisos irrigaccedilatildeo
de jardins mictoacuterios e bacias sanitaacuterias
No que diz respeito a implementaccedilatildeo da metodologia foi realizado um
levantamento das coberturas da edificaccedilatildeo escolhidas com analise dos dados
meteoroloacutegicos da regiatildeo que permitiram avaliaccedilatildeo dos paracircmetros necessaacuterios para
os caacutelculos dos reservatoacuterios de aacuteguas pluviais
O trabalho foi dividido em trecircs etapas
A primeira etapa desenvolveu-se atraveacutes de pesquisas referecircncias
bibliograacuteficas dados teacutecnicos e projetos semelhantes referentes ao tema para obter
um melhor embasamento teoacuterico sobre o assunto com auxilio da internet pesquisas
literaacuterias artigos cientiacuteficos informaccedilotildees pessoais de profissionais e obtivemos
informaccedilotildees necessaacuterias favoraacuteveis que possibilitaram a execuccedilatildeo do presente
trabalho em unidade de ensino adequando agraves edificaccedilotildees do campus onde houvesse
o menor nuacutemero de intervenccedilotildees
A segunda etapa foi direcionada ao programa de necessidades considerando
o consumo da edificaccedilatildeo e o potencial de captaccedilatildeo atraveacutes de aacuterea de coberturas
evaporadores de ar condicionado levantamento dos iacutendices pluviomeacutetricos da regiatildeo
preacute-dimensionamento para os reservatoacuterios superior e inferior e uma estimativa de
custos para implantaccedilatildeo
A terceira e uacuteltima etapa foi direcionada ao anteprojeto arquitetocircnico para
construccedilatildeo do reservatoacuterio prevendo no sistema a captaccedilatildeo tanto de aacuteguas pluviais
quanto de aacuteguas residuais provenientes dos evaporadores de ar condicionado
levantamento dos custos referentes a implantaccedilatildeo dos reservatoacuterios com avaliaccedilatildeo
do tempo de retorno (payback) do investimento
24
A Figura 01 ilustra de forma simplificada a abordagem utilizada durante a
realizaccedilatildeo desta pesquisa
Figura 1 - Estrutura do Conteuacutedo da Dissertaccedilatildeo
Fonte Elaborado pelo autor do presente trabalho(2017)
DISSERTACcedilAtildeO
VERTENTE TEacuteCNICA
EMPIacuteRICA
COLETA DE DADOS
FLUXO DO PROCESSO
DIMENSIONAMENTO
CONCEPCcedilAtildeO EMPIacuteRICA
CONCLUSAtildeO DISSERTACcedilAtildeO
HISTOacuteRICO REUSO DAS
AacuteGUAS
LEGISLACcedilAtildeO
SUSTENTABILIDADE
BASE TEOacuteRICA
CONCEPCcedilAtildeO TEOacuteRICA
25
17 ndash Delimitaccedilatildeo da Pesquisa
A realizaccedilatildeo do presente trabalho ocorreraacute atraveacutes de levantamento de dados
referente ao abastecimento e equipamentos instalados do bloco E do campus
Maracanatilde com estudo de consumo de aacutegua da edificaccedilatildeo levando em consideraccedilatildeo
o nuacutemero de usuaacuterios
A capacidade de captaccedilatildeo seraacute realizada atraveacutes das aacutereas de cobertura e
utilizaccedilatildeo dos iacutendices de precipitaccedilatildeo pluviomeacutetrica da regiatildeo estudada de anos
anteriores para caacutelculo e dimensionamento de reservatoacuterios inferior e superior bem
como avaliaccedilatildeo da capacidade de produccedilatildeo de aacuteguas residuais produzidas pelas
evaporadoras instaladas no preacutedio
Avaliando as adaptaccedilotildees necessaacuterias ao sistema de abastecimento existente
para o atendimento das bacias sanitaacuterias e lavagem de paacutetios quadras esportivas
regas de jardim e levantando e propondo utilizaccedilatildeo de novas tecnologias existentes
para instalaccedilatildeo do sistema e verificando a necessidade de utilizaccedilatildeo de
abastecimento com aacutegua potaacutevel em casos de grande estiagem para manutenccedilatildeo
das atividades sem prejuiacutezos agrave aacuterea acadecircmica
Desta forma nesta pesquisa seratildeo avaliados os dados obtidos atraveacutes de
levantamentos arquitetocircnicos e das instalaccedilotildees hidro sanitaacuterias existentes no
CEFETRJ - Unidade Maracanatilde aleacutem de documentaccedilatildeo e pesquisa em projetos
similares que jaacute possam existir relacionados agrave questatildeo da utilizaccedilatildeo de aacuteguas pluviais
Como objetivo de fundamentar a implantaccedilatildeo do estudo e desenvolvimento do
mesmo seraacute apresentado levantamento e resultado necessaacuterios para implementaccedilatildeo
da utilizaccedilatildeo de aacuteguas pluviais com base nos dados coletados e revisatildeo bibliograacutefica
em artigos e perioacutedicos que versam sobre as tecnologias mais indicadas para a
utilizaccedilatildeo de aacuteguas pluviais
18 ndash Justificativa da Pesquisa
Como prevecirc a constituiccedilatildeo em seu Art 225 caput ndash ldquoTodos tecircm direito ao meio
ambiente ecologicamente equilibrado bem de uso comum do povo e essencial agrave sadia
qualidade de vida impondo-se ao Poder Puacuteblico e agrave coletividade o dever de defendecirc-
lo e preservaacute-lo para presentes e futuras geraccedilotildeesrdquo (Brasil 2004)
No atendimento a constituiccedilatildeo e as legislaccedilotildees pertinentes levar o CEFET- RJ
26
ao cumprimento de accedilotildees e objetivos visando a sustentabilidade nas suas
dependecircncias e atraveacutes de sua comunidade discente docente e teacutecnicos
administrativos atuar como multiplicadores de accedilotildees de preservaccedilatildeo do meio
ambiente atraveacutes do reuso de aacuteguas pluviais e aacuteguas residuais oriundas de
evaporadores e aparelhos de ar condicionado de janela
Em funccedilatildeo do alto consumo como pode ser observado na figura 2 faz-se
necessaacuteria a adoccedilatildeo de equipamentos de maior tecnologia e o aproveitamento de
aacuteguas pluviais para uso menos nobre conforme determina a norma ABNT ndash NBR
15527 de 24102007 e contribuir de forma efetiva para reduccedilatildeo de custo
possibilidade de racionamento e reduccedilatildeo per capta do consumo nos oacutergatildeos puacuteblicos
Figura 2 - Consumo Mensal de Aacutegua - 2014
Entrada Volume faturado (msup3)
nordm jan fev mar abr mai jun jul ago set out nov dez total 2014
485 17310 18230 13160 22110 19640 16890 20010 19070 25430 22670 25060 28430 248010
681 3706 3580 6560 5394 6170 2800 3310 2650 3069 2580 2890 3320 46029
Total
mensal 21016 21810 19720 27504 25810 19690 23320 21720 28499 25250 27950 31750 294039
Fonte Contas CEDAE exerciacutecio 2014
00
5000
10000
15000
20000
25000
30000
35000
jan fev mar abr mai jun jul ago set out nov dez
Vo
l f
atu
rad
o (
msup3)
Mecircs
Consumo mensal de aacutegua em 2014
485
27
19 ndash Organizaccedilatildeo do Estudo
O Capiacutetulo 01 desta pesquisa estaacute organizado com a introduccedilatildeo composta pela
situaccedilatildeo-problema questotildees de pesquisa objetivos estrateacutegia delimitaccedilatildeo e
justificativa da pesquisa A finalidade preciacutepua da leitura deste capiacutetulo eacute harmonizar
a compreensatildeo do contexto e a importacircncia da pesquisa
O Capitulo 02 estaacute organizado com os fundamentos teoacutericos com base em
sustentabilidade histoacuterico de reuso da aacutegua e legislaccedilatildeo
O Capitulo 03 trata da metodologia e tipo de pesquisa a ser empregado
informando a forma da obtenccedilatildeo dos dados e como seratildeo feitos o tratamento e anaacutelise
dos dados
No Capiacutetulo 4 seratildeo interpretados os resultados referentes agraves demandas de
aacuteguas menos nobres a quantificaccedilatildeo da produccedilatildeo de aacutegua proveniente de unidades
evaporadoras e aacuteguas pluviais com avaliaccedilatildeo de viabilidade econocircmica para
implantaccedilatildeo do sistema
No Capiacutetulo 05 seraacute apresentada a anaacutelise dos resultados e sugestotildees para
estudos futuros e complementares
28
2 - BASE CONCEITUAL E REVISAtildeO DA LITERATURA
No presente capitulo seraacute apresentada a vertente teacutecnica com os fundamentos
teoacutericos que forneceratildeo o suporte para o desenvolvimento da pesquisa
21 A Sustentabilidade e as questotildees quanto a conservaccedilatildeo reaproveitamento e
reduccedilatildeo do consumo de aacuteguas pluviais
A Comissatildeo Mundial sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento denominada
Comissatildeo de Brundtland (1988) define o desenvolvimento sustentaacutevel como aquele
que atende as necessidades do presente sem comprometer a possibilidade das
geraccedilotildees futuras atenderem as suas proacuteprias necessidades
Surgido na deacutecada de 1990 o tripeacute da sustentabilidade tem crescido em seu
conceito em todo o planeta refletindo uma seacuterie de processos valores e objetivos de
forma que uma gestatildeo deveraacute orientar aos trecircs pilares econocircmico social e ambiental
podendo este conceito ser aplicado de forma macro para um paiacutes ou ateacute para o
planeta ou micro podendo ser uma escola um vilarejo ou empresa (DIAS2011)
A concepccedilatildeo do desenvolvimento sustentaacutevel orienta a discussatildeo sobre o tema
em qualquer segmento das atividades do ser humano Os objetivos tecircm como base
na perspectiva de utilizaccedilatildeo dos recursos naturais desde que sejam preservados para
as futuras geraccedilotildees Dias ( 2011) Poreacutem parte das dificuldades apresenta-se porque
as geraccedilotildees natildeo tecircm participaccedilatildeo nas decisotildees atuais Desta forma somente a
conscientizaccedilatildeo da preservaccedilatildeo da vida e da espeacutecie eacute que motiva o ser humano o
que natildeo acontece na maioria das vezes com os gestores e poliacuteticos dos dias atuais
(MOURA 2011)
Muito embora para alguns o desenvolvimento sustentaacutevel eacute um projeto social e
poliacutetico que serve como ferramenta para combate a pobreza satisfaccedilatildeo das
necessidades baacutesicas da humanidade de maneira a elevar a qualidade de vida dos
indiviacuteduos fornece princiacutepios para que o desenvolvimento seja harmonioso levando
em conta a transformaccedilatildeo dos recursos do ambiente deste modo para estes sugerem
atitudes novas das quais pela edificaccedilatildeo de uma nova racionalidade De forma
contraria agrave maioria que se preocupa em compatibilizar o meio ambiente a um
crescimento econocircmico de forma continua (DIAS 2011)
Acreditava-se que o crescimento econocircmico desenvolveria de forma natural o
29
desenvolvimento sustentaacutevel Veiga (2005) Somente uma gestatildeo com
responsabilidade ambiental eacute capaz de conciliar uma melhor qualidade de vida com
necessidade de crescimento econocircmico (MOURA 2011)
A passagem de um sistema baseado no consumo a um sistema sustentaacutevel
tem diversas implicaccedilotildees Necessita abrir a visatildeo da relaccedilatildeo da sociedade ao meio
ambiente transformar a organizaccedilatildeo social produtiva que gera a desigualdade e a
pobreza Atraveacutes de novas relaccedilotildees sociais onde o eixo natildeo seraacute somente a
perspectiva da lucratividade e praacuteticas de produccedilatildeo predatoacuterias do meio ambiente
mas o bem-estar da humanidade O que daacute margem a diferentes pontos de vistas
com base de modo geral na busca do produto de equiliacutebrio entre os trecircs eixos da
sustentabilidade crescimento econocircmico igualdade social e a preservaccedilatildeo ao meio
ambiente (DIAS 2011)
De acordo com Alledi (2006) a grande preocupaccedilatildeo das melhores empresas
do mundo hoje em dia eacute com a sustentabilidade dos seus negoacutecios um movimento
que se fundamentou em questotildees ambientais mas que atualmente eacute visto de um
modo mais amplo passando a incorporar os temas dos movimentos empresariais
anteriores pela qualidade pela sauacutede e seguranccedila do trabalho pela proacutepria
preservaccedilatildeo do meio ambiente e mais recentemente pela responsabilidade social
corporativa
211 Exemplos recentes de atitude sustentaacuteveis adotadas no Brasil
O recebimento da certificaccedilatildeo LEED (Leadership in Energy and Environmental
concedido pelo US Green building Council (USGBC) para certificaccedilotildees em 07 estaacutedios
construiacutedos para a Copa 2014 cuja adoccedilatildeo de medidas sustentaacuteveis foi requisito para
que o Banco Nacional de Desenvolvimento Econocircmico e Social (BNDES) liberasse o
financiamento para as obras das arenas da Copa preacute-requisito este que seraacute adotado
pela FIFA para as proacuteximas eleiccedilotildees do mundial (wwwcopa2014govbr)
Dentre as diversas arenas pode ser ressaltada a economia conseguida pela
Arena da Amazocircnia de cerca de 40 de aacutegua potaacutevel atraveacutes da captaccedilatildeo da aacutegua
de chuva em um volume de 140000 litros para irrigaccedilatildeo do gramado e utilizaccedilatildeo nos
sanitaacuterios ABES (observatoacuterio do terceiro setor)
Foram diversas medidas sustentaacuteveis para obtenccedilatildeo da certificaccedilatildeo LEED
destacando a abertura das portas para educaccedilatildeo ambiental desde o inicio das obras
30
Foram desenvolvidas estrateacutegias de comunicaccedilatildeo para divulgaccedilatildeo das accedilotildees de
sustentabilidade que foram implementadas nos estaacutedios para obtenccedilatildeo da certificaccedilatildeo
LEED com utilizaccedilatildeo de paineacuteis ilustrados nas aacutereas de circulaccedilatildeo e distribuiccedilatildeo de
panfletos aos visitantes Accedilotildees voltadas para conscientizaccedilatildeo da certificaccedilatildeo e
tambeacutem para manutenccedilatildeo apoacutes a realizaccedilatildeo do evento (wwwcopa2014govbr)
212 Medidas sustentaacuteveis para conservaccedilatildeo reaproveitamento de aacutegua e reduccedilatildeo
do consumo de aacuteguas pluviais
A conservaccedilatildeo de aacutegua pode ser definida como um conjunto de praacuteticas
teacutecnicas e tecnologias que propiciam a melhoria da eficiecircncia do seu uso incidindo de
maneira sistecircmica sobre a demanda e a oferta de aacuteguas As iniciativas de
racionalizaccedilatildeo do uso e de reuso de aacutegua constituem-se em elementos fundamentais
para a ampliaccedilatildeo da eficiecircncia do uso da aacutegua (PROSAB 2011) resultando em
Aumento da disponibilidade para os demais usuaacuterios
Flexibilizaccedilatildeo dos suprimentos existentes para outros fins
Atendimento ao crescimento populacional
Suporte agrave implantaccedilatildeo de novas induacutestrias
Preservaccedilatildeo e conservaccedilatildeo do meio ambiente
A primeira medida a levar em conta seria a reduccedilatildeo do consumo de aacutegua
potaacutevel Atualmente no mercado satildeo encontrados vaacuterios equipamentos
economizadores de aacutegua sendo que estes dispositivos proporcionam grande
economia (SABESP 2013)
Segundo o Programa Nacional de Uso Sustentaacutevel da Aacutegua Brasil (2010) na
deacutecada de 90 os programas de conscientizaccedilatildeo em relaccedilatildeo ao uso da aacutegua passaram
a dar mais ecircnfase na adesatildeo de equipamentos que economizam aacutegua pois
asseguram uma relaccedilatildeo mais automatizada do consumo Grandes induacutestrias e
instalaccedilotildees comerciais utilizam hoje estes recursos ou aparatos para reduzir o
consumo Existem vaacuterias iniciativas nesse sentido como a micromediccedilatildeo e mediccedilatildeo
individualizada do consumo em condomiacutenios verticais entre outros os usuaacuterios
domeacutestico e comercial encontram oferta de equipamentos economizadores de aacutegua
para edificaccedilotildees de aplicaccedilatildeo bem faacutecil como os sanitaacuterios com dispositivos de dupla
descarga que varia de 3 a 6 litros favorecendo uma boa economia os arejadores de
31
vazatildeo torneiras de fechamento automaacutetico e redutores de pressatildeo A reutilizaccedilatildeo de
aacutegua traz benefiacutecios ambientais significativos uma vez que permite maiores volumes
de aacutegua para outros usos E em algumas situaccedilotildees pode diminuir a poluiccedilatildeo hiacutedrica
por meio da minimizaccedilatildeo da descarga de efluentes (BRASIL 2010)
Mota OIiveira e Inata (2011) comentam que em regiotildees tropicais o uso dos
aparelhos de ar condicionado para conforto teacutermico propicia a geraccedilatildeo de aacutegua que
resulta da condensaccedilatildeo e na maioria das vezes eacute desperdiccedilada no solo ou drenada
para galerias pluviais Assim o aproveitamento desta aacutegua dependeraacute da coleta
eficiente de cada sistema de drenagem dos aparelhos que podem ser voltados para
um sistema de coleta e armazenamento A aacutegua de aproveitamento dos aparelhos de
ar condicionado pode ser usada na lavagem de pisos regas de jardins entre outros
Observaccedilotildees sobre Gestatildeo das aacuteguas pluviais A gestatildeo de aacutegua pluvial visa
reduzir o consumo de aacutegua potaacutevel por meio de aproveitamento das aacuteguas de chuvas
contribuindo inclusive para a reduccedilatildeo de inundaccedilotildees ou de poluiccedilotildees difusas Uma
das medidas que vem sendo amplamente desenvolvida como forma de economizar
as aacuteguas potaacuteveis e evitar o risco de inundaccedilotildees em regiotildees com alto iacutendice de
impermeabilizaccedilatildeo do solo eacute a retenccedilatildeo de aacuteguas pluviais
Este sistema coligado a um sistema de reaproveitamento destas aacuteguas
configura-se como uma das mais eficientes formas de renovaccedilatildeo de um insumo finito
aacutegua As aacuteguas pluviais entretanto natildeo apresentam qualidade necessaacuteria para o
consumo Mesmo quando a captaccedilatildeo destas aacuteguas extravasam para o esgotamento
natildeo se deve permitir que elas sejam lanccediladas in natura para o lenccedilol freaacutetico pela
possibilidade de carga poluidora As aacuteguas pluviais quando utilizadas diretamente por
pontos na edificaccedilatildeo estes devem ser separados do sistema de aacutegua do restante do
preacutedio e deve conter indicativo visual de que a aacutegua natildeo eacute potaacutevel portanto improacutepria
para o consumo preparo de alimentos e banho
No caso da utilizaccedilatildeo deste sistema de reaproveitamento de aacuteguas pluviais
dois cuidados fundamentais devem ser observados primeiramente com relaccedilatildeo ao
caacutelculo do volume do reservatoacuterio que considera o IP (iacutendice pluviomeacutetrico) local A
Caixa Econocircmica recomenda a utilizaccedilatildeo do caacutelculo na Lei Estadual nordm 1252607
(SAtildeO PAULO 2007)
A segunda observaccedilatildeo refere-se ao volume do escoamento de aacuteguas pluviais
no solo de forma controlada a fim de prevenir inundaccedilotildees reduzir a poluiccedilatildeo difusa
e propiciar a recarga do lenccedilol freaacutetico Um projeto como este para ser aprovado
32
depende de um memorial de caacutelculo detalhado apresentando o niacutevel do lenccedilol freaacutetico
do local caacutelculo da vazatildeo de aacuteguas a serem lanccediladas na rede puacuteblica elaboraccedilatildeo de
um manual de operaccedilatildeo do sistema e indicaccedilatildeo de toda a documentaccedilatildeo teacutecnica tal
como projeto memoriais descritivos planilhas de custos e outros (CEF 2010)
Apesar de que o reaproveitamento de aacuteguas pluviais no Brasil jaacute ocorrer haacute
muito tempo em algumas regiotildees somente em 2007 entrou em vigor a NBR 15527
que estabelece as condiccedilotildees para o aproveitamento de aacuteguas de chuva em coberturas
de aacutereas urbanas para fins natildeo potaacuteveis
A primeira medida a levar em conta seria a reduccedilatildeo do consumo de aacutegua
potaacutevel Atualmente no mercado satildeo encontrados vaacuterios equipamentos
economizadores de aacutegua sendo que estes dispositivos proporcionam grande
economia (SABESP 2013)
O objetivo desta accedilatildeo eacute reduzir o consumo de aacutegua independentemente da
accedilatildeo do usuaacuterio ou da sua disposiccedilatildeo em mudar de comportamento para reduzir o
consumo de aacutegua Ela deve ser implementada quando o sistema estiver totalmente
estaacutevel ou seja sem nenhuma perda de aacutegua por vazamento (ANA 2005)
A situaccedilatildeo do Brasil eacute muito favoraacutevel pois deteacutem cerca de 12 de toda aacutegua
doce do planeta poreacutem 685 encontra-se na regiatildeo norte na qual vivem apenas
74 dos brasileiros (CONFEA 2011)
A limitaccedilatildeo de reservas de agua doce no planeta aumentou a demanda para
atendimento principalmente a prioridade dos recursos para o consumo humano
agriacutecola e industrial a prioridade de utilizaccedilatildeo dos recursos hiacutedricos disponiacuteveis para
abastecimento puacuteblico e as restriccedilotildees que vecircm sendo impostas em relaccedilatildeo ao
lanccedilamento de efluentes no meio ambiente torna necessaacuteria a adoccedilatildeo de estrateacutegias
que visem racionalizar a utilizaccedilatildeo dos recursos hiacutedricos e mitigar os impactos
negativos relativos agrave geraccedilatildeo de efluentes pelas induacutestrias (FIESP 2011)
Segundo o Programa Nacional de Uso Sustentaacutevel da Aacutegua Brasil (2010) na
deacutecada de 90 os programas de conscientizaccedilatildeo em relaccedilatildeo ao uso da aacutegua passaram
a dar mais ecircnfase na adesatildeo de equipamentos que economizam aacutegua pois
asseguram uma relaccedilatildeo mais automatizada do consumo Grandes induacutestrias e
instalaccedilotildees comerciais utilizam hoje estes recursos ou aparatos para reduzir o
consumo Existem vaacuterias iniciativas nesse sentido como a micromediccedilatildeo e mediccedilatildeo
individualizada do consumo em condomiacutenios verticais entre outros os usuaacuterios
domeacutestico e comercial encontram oferta de equipamentos economizadores de aacutegua
33
para edificaccedilotildees de aplicaccedilatildeo bem faacutecil como os sanitaacuterios com dispositivos de dupla
descarga que varia de 3 a 6 litros favorecendo uma boa economia os arejadores de
vazatildeo torneiras de fechamento automaacutetico e redutores de pressatildeo
A reutilizaccedilatildeo de aacutegua traz benefiacutecios ambientais significativos uma vez que
permite maiores volumes de aacutegua para outros usos E em algumas situaccedilotildees pode
diminuir a poluiccedilatildeo hiacutedrica por meio da minimizaccedilatildeo da descarga de efluentes
(BRASIL 2010)
Melhado et al (2013) frisam a importacircncia das accedilotildees de cunho poliacutetico teacutecnico
e social na busca de soluccedilotildees praacuteticas visando a reduccedilatildeo do consumo da aacutegua e
descrevem as mais importantes
Economia e valorizaccedilatildeo da aacutegua potaacutevel
Conscientizaccedilatildeo da populaccedilatildeo objetivando o uso racional da aacutegua
Manutenccedilatildeo das redes puacuteblicas e privadas para verificaccedilatildeo de desperdiacutecios
e vazamentos
Minimizaccedilatildeo da impermeabilizaccedilatildeo do solo urbano e da vazatildeo de
escoamento do terreno objetivando favorecer a permeabilidade da aacutegua
Captaccedilatildeo e armazenamento em reservatoacuterios especiacuteficos das aacuteguas
pluviais e demais aacuteguas natildeo potaacuteveis para usos que natildeo necessitam de
potabilidade como irrigaccedilatildeo reserva de incecircndio lavagem de piso
veiacuteculos em geral e ruas Se necessaacuterio para algum uso especiacutefico a aacutegua
deveraacute passar por unidades de tratamento para atingir os niacuteveis de
qualidade correspondente Quanto mais eficiente for a gestatildeo das aacuteguas
pluviais por retenccedilatildeo ou reuso menor seraacute o volume de aacutegua destinado agraves
redes puacuteblicas
Embora a aacutegua doce existente no planeta esteja sempre em renovaccedilatildeo haacute uma
tendecircncia de sua deterioraccedilatildeo em funccedilatildeo do seu uso indiscriminado devido ao
aumento populacional comprometendo consequentemente sua qualidade ficando
esta em quantidade cada vez menor em determinadas localidades disponiacutevel para
consumo As mudanccedilas climaacuteticas globais tambeacutem vecircm contribuindo para o aumento
na demanda dos recursos hiacutedricos
Devido ao ciclo hidroloacutegico que eacute fechado sabe-se que a quantidade de aacutegua
disponiacutevel no planeta eacute sempre a mesma Sabe-se tambeacutem que este ciclo constitui-
se basicamente do transporte das massas de aacutegua dos oceanos para a atmosfera
34
pelo fenocircmeno da evaporaccedilatildeo e da atmosfera para os oceanos atraveacutes dos
fenocircmenos das precipitaccedilotildees escoamentos superficiais e subterracircneos influenciando
diretamente na distribuiccedilatildeo dos corpos hiacutedricos Muitas regiotildees vem sofrendo
alteraccedilotildees resultantes das diferentes formas antroacutepicas de interferecircncia sobre o
ambiente Hespanhol e Mierwa (2013) O surgimento das Metroacutepoles
desmatamentos obras de dragagens assim como construccedilotildees de represas satildeo
exemplos concretos disto
Sabe-se que menos de 1 de toda a aacutegua existente no planeta eacute doce e que
aproximadamente metade deste percentual corresponde a aacuteguas subterracircneas
enquanto o restante encontra-se nos oceanos Aacute medida que a populaccedilatildeo vem
crescendo a deterioraccedilatildeo dos mananciais vai se acentuando surgindo problemas nos
abastecimentos drsquoaacutegua que atualmente vem merecendo a atenccedilatildeo e preocupaccedilatildeo de
populaccedilotildees e autoridades de todo o mundo Eacute necessaacuterio que haja uma gestatildeo
integrada dos recursos drsquoaacutegua racionalizando o seu uso favorecendo o
desenvolvimento de sistemas sustentaacuteveis como forma de prevenccedilatildeo contra a
escassez
Apesar de a aacutegua doce estar distribuiacuteda de forma desigual sobre o planeta a
disponibilidade deste recurso no Brasil eacute significativa poreacutem distribuiacuteda tambeacutem de
forma desigual sobre o nosso territoacuterio sendo na regiatildeo Amazocircnica 69 e nas
demais regiotildees 31 nas quais se concentram 95 da populaccedilatildeo do Paiacutes
Confrontando estes dados com os do ANEEL- Departamento Nacional de Aacuteguas e
Energia Eleacutetrica pode-se afirmar que em quanto na regiatildeo amazocircnica com 69 da
aacutegua e 685 dos recursos hiacutedricos para uma populaccedilatildeo de 5 do paiacutes nas demais
regiotildees temos 31 das aacuteguas com 315 dos mesmos recursos para 95 da
populaccedilatildeo Eacute certo que se tem uma enorme diferenccedila regional
35
Quadro 1 - Projeccedilatildeo da populaccedilatildeo nos Municiacutepios do Estado do Rio de Janeiro
MUNICIacutePIOS
VALORES OBSERVADOS
1970 1975 1980 1995 2000 2005 2010 2014
1 Caxias
2 Itaboraiacute
3 Itaguaiacute
4 Mageacute
5 Mangaratiba
6 Maricaacute
7 Niloacutepolis
8 Niteroacutei
9 Nova Iguaccedilu
10 Paracambi
11 Petroacutepolis
12 Satildeo Gonccedilalo
13 SJ de Meriti
14 Rio de
Janeiro
404 496
14 072
17 468
83 841
6 125
6 500
128 011
292 180
724 326
22 149
154 612
430 271
302 394
4251
918
554 935
23 652
76 267
163 906
8 094
19 602
151 700
400 140
1091 702
27 434
202 146
614 688
398 686
5093 232
661 578
31 919
101 048
198 471
10 136
22 677
160 434
439 596
1247
614
32 347
239 899
733 791
436 234
5474
597
780 964
42 668
129 867
235 894
12 454
26 188
169 031
480 981
1410
116
37 686
277 620
871 361
474 149
5585
289
916 278
55 469
163 800
277 069
15 111
30 226
177 585
525 061
1583 658
43 484
318 764
1035 991
513 025
6245 537
1071728
71 096
204 326
323 382
18 191
34 902
186 193
573 014
1773 705
49 787
363 819
1239 963
553 550
6638 213
1252 875
90 205
253 441
376 692
21 820
40 349
194 942
626 596
1986 378
56 660
413 381
1500 984
596 414
7038 605
1467033
113 697
313 856
439 389
26 149
46 734
203 913
688 395
2228600
64 190
468 169
1844983
642 305
7449231
TOTAL A RMRJ 683836
3
8826184 9790341 10807268 11901058 13101869 14449342 15996644
Fonte IBGE 2010
Na cidade do Rio de Janeiro constitui-se de 950 msup3s de vazatildeo meacutedia de aacutegua
doce disponiacutevel proporcionando 2080msup3 de aacutegua por ano para 144 milhotildees de
habitantes numa meacutedia desconsiderando as perdas de aproximadamente
57m3dia suficiente para atender a atual demanda de consumo Entretanto trabalhos
sobre a projeccedilatildeo da populaccedilatildeo nos municiacutepios do Estado do Rio de Janeiro
evidenciam um crescente aumento populacional IBGE (2010) como observa-se no
Quadro 2
Segundo estudos socioeconocircmicos e de demanda de aacutegua para a regiatildeo
metropolitana do Rio de Janeiro Rios (2011) deveraacute ser feita uma ampla campanha
de educaccedilatildeo ambiental atraveacutes da miacutedia visando o controle dos desperdiacutecios de aacutegua
nas induacutestrias comeacutercio e domiciacutelios tendo em vista o perigo de uma crise de
racionamento de aacutegua semelhante agrave crise energeacutetica ocorrida entre 2001 e 2002 No
36
Quadro 2 eacute demonstrada a evoluccedilatildeo prevista da demanda de aacutegua em msup3s para a
Regiatildeo metropolitana do Rio de Janeiro
Com base nas projeccedilotildees demograacuteficas estabelecidas em termos indicativos
para o ano de 2035 procedeu-se a uma estimativa da demanda de aacutegua Tal
estimativa supotildee que a relaccedilatildeo entre demanda de aacutegua e populaccedilatildeo residente
admitida para o ano de 2014 continue vaacutelida para 2035 Rios(2011) Levando-se em
consideraccedilatildeo o demonstrado nos Quadros 1 e 2 o aumento populacional para a
regiatildeo metropolitana do Rio de Janeiro em 2010 tomando-se por base o ano de 2000
foi de 2208
A demanda atendida tanto com os niacuteveis de perdas mantidos quanto com a
reduccedilatildeo das perdas em 20 seraacute de 2739 O fato da demanda prevista ser maior
do que o crescimento populacional pode ser explicado devido ao esperado aumento
de educaccedilatildeo para a sauacutede na populaccedilatildeo a qual necessitaria de mais aacutegua para suas
atividades
Quadro 2 - Evoluccedilatildeo prevista da demanda de aacutegua em msup3s para a Regiatildeo Metropolitana do Rio de Janeiro
DISCRIMINACcedilAtildeO
1980
1985
1990
1995
2005
2010
2014
Demanda total exclusive perdas (1) 3255 3624 4120 4624 5188 5839 6609
Demanda atendida Exclusive
perdas (2)
2213 2935 3914 4532 5188 5839 6609
Demanda atendida Inclusive perdas
(3) Hipoacutetese I
3952 5241 6889 8093 9264 10427 11802
Demanda atendida Inclusive perdas
(4) Hipoacutetese II
3952 4515 4893 5665 6485 7289 8261
Fonte Rios 2011
Para Monteiro et al(2010) o reuso de aacutegua exige que padrotildees adequados de
potabilidade sejam adotados tendo em conta questotildees de sauacutede puacuteblica como
acontece em diversas partes do mundo sendo no Brasil uma praacutetica ainda incipiente
Reiteram os autores que esta eacute uma estrateacutegia correta para diminuiccedilatildeo da captaccedilatildeo
e mitigaccedilatildeo no lanccedilamento de dejetos no ambiente natural
37
A Cacircmara Teacutecnica de Ciecircncia e Tecnologia do Conselho Nacional de Recursos
Hiacutedricos apontou para a necessidade de uma ampla discussatildeo sobre o tema reuso
natildeo potaacutevel Foram elaborados dois termos de referecircncia O primeiro referente agrave
elaboraccedilatildeo de resoluccedilatildeo contemplando os aspectos poliacuteticos legais e institucionais e
o segundo relativo agraves diretrizes gerais para a praacutetica do reuso Eacute necessaacuterio que se
leve em consideraccedilatildeo o tipo de reuso que se deseja e o niacutevel de tratamento para que
os padrotildees sejam alcanccedilados
O reuso operacionalmente permite substituir grandes volumes de aacutegua
destinados a usos nos quais a potabilidade natildeo eacute fator preponderante O reuso de
aacutegua jaacute vem sendo amplamente empregado na induacutestria principalmente em torres de
resfriamento caldeiras construccedilatildeo civil irrigaccedilatildeo de aacutereas verdes e em alguns
processos industriais onde a utilizaccedilatildeo de aacutegua com menor padratildeo de qualidade natildeo
ocasione maiores problemas Desta forma o reuso de aacutegua para fins natildeo potaacuteveis
deve ser considerado como primeira opccedilatildeo para reuso (HESPANHOL amp MIERZWA
2013)
22 Histoacuterico do Reuso de Aacuteguas
O aproveitamento de aacuteguas pluviais para o consumo das populaccedilotildees jaacute existe
ao longo das civilizaccedilotildees como pocircde ser observado em diversas construccedilotildees antigas
em vaacuterios pontos do mundo Reservatoacuterios escavados na rocha como pode ser
observado em Israel o que confirma o costume de aproveitamento de aacuteguas pluviais
Em Roma encontram-se diversos reservatoacuterios utilizados para o abastecimento da
populaccedilatildeo (TOMAZ2013)
De acordo com Jarus(2012) em Massada (ldquofortalezardquo em hebraico) situa-se
um dos mais conhecidos sistemas de aproveitamento de aacuteguas pluviais em Israel
onde Herodes no ano de 36 a c como forma de se precaver contra tempos difiacuteceis
construiu uma fortaleza com cavernas escavadas na rocha com capacidade de
armazenamento de 40 milhotildees de litros Estes reservatoacuterios possuiacuteam interligaccedilatildeo
atraveacutes de canalizaccedilotildees e aquedutos para abastecimento das habitaccedilotildees da fortaleza
38
Figura 3 - Sistemas de aproveitamento de aacuteguas pluviais
Fonte httpwwwgeocitieswspaz_israelmassadahtm
Na cidade de Toacutequio com a finalidade de prevenir a falta de aacutegua e reduzir
inundaccedilotildees foi intensificada a construccedilatildeo de diversos reservatoacuterios por toda a cidade
bem como motivou os proprietaacuterios de edifiacutecios e residenciais a construiacuterem seus
reservatoacuterios com incentivo a cada litro de aacutegua pluvial captado (AMARAL 2007)
A Alemanha era abastecida em mais de 70 por aquiacuteferos subterracircneos em
funccedilatildeo da poluiccedilatildeo de seus rios e grande industrializaccedilatildeo do paiacutes E recentemente
com o rebaixamento dos aquiacuteferos tornou-se um paiacutes liacuteder na execuccedilatildeo dos sistemas
de captaccedilatildeo de aacutegua da chuva tanto para fins domeacutesticos como comerciais
(AMARAL 2007)
O Meacutexico desde a eacutepoca dos Astecas e Maias eacute rico em tradiccedilotildees tecnoloacutegicas
de captaccedilatildeo de aacutegua da chuva Ainda na data atual na Peniacutensula de Yucatan pode
ser visto as chamadas Chultuns cisternas do seacuteculo X com capacidade variando de
20000 a 45000 litros utilizadas pelo povo Maia para captaccedilatildeo e abastecimento das
populaccedilotildees que viviam nas encostas As cisternas eram escavadas no subsolo
calcaacuterio e revestidas com emboccedilo impermeaacutevel tendo na sua parte superior uma aacuterea
de 100 a 200 m2 destinada a captaccedilatildeo da precipitaccedilatildeo pluviomeacutetrica Nos vales eram
usadas as aacuteguas dos (reservatoacuterios com capacidade de 10 a 150 milhotildees de litros) e
aquaditas (reservatoacuterios com capacidade de 100 a 50000 litros) - (GNADLINGER
2000)
39
Figura 4 - Reservatoacuterios
Fonte httpwwwlatinamericanstudiesorguxmal-chultunhtm
Figura 5 - Reservatoacuterios
Fonte httpwwwlatinamericanstudiesorguxmal-chultunhtm
O desaparecimento do uso de SAAP na peniacutensula de Yucatan deveu-se aos
colonizadores espanhoacuteis por ocasiatildeo da invasatildeo espanhola seacuteculo XVI quando foram
introduzidos novos sistemas de agricultura e meacutetodos de construccedilatildeo europeia
40
diferentes da cultura local Tendo acontecido o mesmo na Iacutendia com o sistema colonial
britacircnico que gerou colapso nos SAAP centenaacuterios (GNADLINGER 2000)
O Japatildeo promove diversos estudos e pesquisas na aacuterea de SAAP Em Toacutequio
a regulamentos para que os terrenos de aacutereas superiores a 10000m2 e os edifiacutecios
com mais de 3000m2utilizem o SAAP Os edifiacutecios com uma aacuterea superior a 30000m2
e que tenham consumo na ordem de 100m3dia de aacutegua para fins natildeo potaacuteveisaleacutem
da utilizaccedilatildeo de SAAP satildeo obrigados a tratar as aacuteguas cinzas(TOMAZ 2009)
No planalto de Loess norte da china tem elevada escassez de aacuteguas
subterracircneas e baixa precipitaccedilatildeo pluviomeacutetrica diante destes fatos o governo local
da Proviacutencia de Gansu colocou em praacutetica desde 1997 um projeto de captaccedilatildeo de
aacutegua da chuva denominado121uml que consiste em auxiliar cada famiacutelia a construir uma
(1) aacuterea de captaccedilatildeo de aacutegua dois (2) reservatoacuterios de armazenamento de aacutegua e um
(1) lote para plantaccedilatildeo de culturas comercializaacuteveis Solucionando o problema de
aacutegua potaacutevel a cerca de 13 milhotildees de pessoas (260000 famiacutelias) (JIANG et al
2013)
221 Aspectos histoacutericos da captaccedilatildeo das aacuteguas pluviais no Brasil
O aproveitamento da aacutegua das chuvas natildeo eacute uma inovaccedilatildeo dos dias de hoje
O primeiro relato do uso da aacutegua da chuva que se tem conhecimento em nosso paiacutes
segundo Hagemann (2009) eacute de um sistema construiacutedo na Ilha de Fernando de
Noronha pelo exeacutercito norte-americano em 1943
Hagemann (2009) afirma que a utilizaccedilatildeo de aacuteguas pluviais tem sido praticada
em maior escala principalmente na regiatildeo Nordeste em decorrecircncia do problema de
escassez hiacutedrica caracteriacutestica da regiatildeo Teve iniacutecio em julho de 2003 o Programa
de Formaccedilatildeo e Mobilizaccedilatildeo Social para a Convivecircncia com o Semiaacuterido um Milhatildeo
de Cisternas Rurais (P1MC) visando beneficiar aproximadamente 5 milhotildees de
pessoas na regiatildeo semiaacuterida com aacutegua potaacutevel por meio da construccedilatildeo de cisternas
(Figura 6)
41
Figura 6 - Esquema de cisterna implementada na zona rural
Fonte Annencchini 2005
A seguir a figura 7 apresenta um modelo mais simples para casas populares
podendo atender quase 100 da aacutegua de um lar (CUNHA et al 2011)
Figura 7 - Projeto experimental para casas populares voltado para captaccedilatildeo de aacutegua da chuva
Fonte wwwportalsaofranciscocombr 2016
42
23 Utilizaccedilotildees da aacutegua coletada e o seu consumo
A aacutegua da chuva pode ser usada de diferentes maneiras como jaacute mencionado
descarga de sanitaacuterios limpeza de vasos sanitaacuterios e mictoacuterios lavagem de roupas
lavagem de pavimentos e veiacuteculos rega de jardins irrigaccedilatildeo de parques escolas
praccedilas estacionamentos condomiacutenios usos industriais e preacutedios comerciais
(climatizaccedilatildeo resfriamento de maacutequinas lavagem industrial de roupas lavagem de
veiacuteculos como carros ocircnibus e caminhotildees limpeza industrial redes de incecircndio)
(GOLDENFUM 2006 RODRIGUES 2010 OLIVEIRA CHRISTMANN e PIEREZAN
2014)
Segundo Krishna (2003) existem diversas vantagens e benefiacutecios da aacutegua da
chuva a aacutegua eacute gratuita o uacutenico custo eacute para coleta e uso o uso final da aacutegua colhida
eacute localizado perto da fonte eliminando a necessidade de sistemas de distribuiccedilatildeo
dispendiosos eacute isenta de soacutedio eacute superior para a irrigaccedilatildeo da paisagem a coleta
reduz o fluxo para drenagens de aacuteguas pluviais e tambeacutem reduz poluiccedilatildeo da fonte natildeo
pontual aleacutem de ajudar nos serviccedilos puacuteblicos com a reduccedilatildeo da demanda no veratildeo
e economizando a utilizaccedilatildeo da aacutegua existente resultabdo assim tambeacutem na
reduccedilatildeo das contas de serviccedilos puacuteblicos dos consumidores
Segundo o Texas Guide to Rainwater Harvestingrdquo [1997] a aacutegua da chuva eacute
a aacutegua natural mais macia com dureza zero para todos os fins praacuteticos Quase natildeo
apresentam minerais nem sais dissolvidos e a sua qualidade eacute proacutexima da qualidade
da aacutegua destilada
Iwanami (1985) descreve a importacircncia de fazer o planejamento da utilizaccedilatildeo
do sistema de aproveitamento de aacutegua de chuva para verificar a quantidade de aacutegua
que poderaacute ser coletada e armazenada e verificar a necessidade de tratamento da
aacutegua de chuva Certamente eacute preciso que a aacutegua coletada seja devidamente
armazenada filtrada tratada e que garanta uma qualidade compatiacutevel com os usos
previstos
A aacutegua da chuva obtida por meio de processos sem qualquer desinfecccedilatildeo ou
filtragem complexa natildeo serve normalmente para consumo humano eacute considerada
como aacutegua de segunda qualidade Este tipo de aacutegua deve ser empregado em algumas
tarefas domeacutesticas jaacute exemplificadas anteriormente Rodrigues (2010) afirma que em
meacutedia um indiviacuteduo utiliza o vaso sanitaacuterio entre sete e oito vezes por dia das quais
aproximadamente seis vezes para urinar e as demais para defecar se em cada
43
descarga forem usados dez litros verifica-se que ao fim de um dia um indiviacuteduo gastou
entre setenta e oitenta litros de aacutegua
O uso eficiente da aacutegua implica que natildeo haja desperdiacutecios quer por motivos
ambientais quer por motivos econocircmicos jaacute que a aacutegua desperdiccedilada envolve gastos
desnecessaacuterios Nos campos por exemplo as plantas satildeo organizadas e distribuiacutedas
conforme suas necessidades de aacutegua que segundo essa loacutegica os sistemas de rega
deveriam ser organizados de acordo com as necessidades das plantas isto eacute as
plantas com distintas necessidades satildeo regadas de modo separado podendo tomar
como exemplo a grama que deve ser regada separadamente dos arbustos e flores
Sabe-se que a rega eacute muito importante para o desenvolvimento das vegetaccedilotildees e eacute
usada quando o niacutevel de umidade no solo eacute insatisfatoacuterio (RODRIGUES 2010)
No entendimento de Rodrigues (2010) independente das intervenccedilotildees
excepcionais de reparaccedilatildeo e na falta de condiccedilotildees que sugerem intervenccedilotildees em
periacuteodos mais curtos a manutenccedilatildeo dos sistemas de aproveitamento de aacuteguas
pluviais deve ser realizada em conformidade com as frequecircncias miacutenimas
24 O Reuso De Aacuteguas
241- Aacuteguas Residuaacuterias
Na visatildeo de Asano et al (2007) a aacutegua recuperada eacute definida como um
efluente convenientemente tratado numa Estaccedilatildeo de Tratamento para uma
determinada reutilizaccedilatildeo da aacutegua pretendida Aleacutem disso a reutilizaccedilatildeo da aacutegua
diretamente requer a existecircncia de um sistema de bombeamento ou de outras
facilidades de transporte para o fornecimento da aacutegua
A Resoluccedilatildeo nordm 54 de 28112005 do Conselho Nacional de Recursos Hiacutedricos
(CNRH) dispotildee que o reuso da aacutegua constitui-se de racionalizaccedilatildeo e de conservaccedilatildeo
de recursos hiacutedricos de acordo com os princiacutepios determinados na Agenda 21 Esta
praacutetica diminui a descarga de poluentes em corpos receptores conservando os
recursos hiacutedricos para o abastecimento puacuteblico e outros usos mais exigentes
relacionados agrave qualidade diminui os custos associados agrave poluiccedilatildeo e ajuda na proteccedilatildeo
do meio ambiente e da sauacutede puacuteblica (BRASIL 2005)
A Resoluccedilatildeo nordm 54 de 28112005 do CNRH em seu art 2ordm traz as seguintes
definiccedilotildees sobre o reuso da aacutegua e a aacutegua residuaacuteria
44
I - aacutegua residuaacuteria esgoto aacutegua descartada efluentes liacutequidos de edificaccedilotildees
induacutestrias agroinduacutestrias e agropecuaacuteria tratados ou natildeo
II - reuso de aacutegua utilizaccedilatildeo de aacutegua residuaacuteria
III - aacutegua de reuso aacutegua residuaacuteria que se encontra dentro dos padrotildees
exigidos para sua utilizaccedilatildeo nas modalidades pretendidas
IV - reuso direto de aacutegua uso planejado de aacutegua de reuso conduzida ao local
de utilizaccedilatildeo sem lanccedilamento ou diluiccedilatildeo preacutevia em corpos hiacutedricos
superficiais ou subterracircneos
V - produtor de aacutegua de reuso pessoa fiacutesica ou juriacutedica de direito puacuteblico ou
privado que produz aacutegua de reuso
VI - distribuidor de aacutegua de reuso pessoa fiacutesica ou juriacutedica de direito puacuteblico
ou privado que distribui aacutegua de reuso e
VII - usuaacuterio de aacutegua de reuso pessoa fiacutesica ou juriacutedica de direito puacuteblico ou
privado que utiliza aacutegua de reuso (BRASIL 2005)
O reuso eacute definido por Cunha et al (2011) como o uso de aacutegua residuaacuteria ou
aacutegua de qualidade inferior tratada ou natildeo Para Blum (2007) as aacuteguas residuais ou
residuaacuterias satildeo todos os tipos de aacuteguas descartadas resultantes da utilizaccedilatildeo de
vaacuterios processos Como exemplos podem ser citados aacuteguas residuais domeacutesticas
provenientes de banhos cozinhas lavagens de pavimentos domeacutesticos aacuteguas de
infiltraccedilatildeo resultante das infiltraccedilotildees nos coletores de aacutegua existentes nos terrenos ou
de tubulaccedilotildees puacuteblicas entre outros
Muitas pessoas querem aumentar a reutilizaccedilatildeo de aacutegua em seus
empreendimentos como parte de uma mudanccedila geral para o desenvolvimento
sustentaacutevel da terra e gestatildeo de aacutegua Mas Carvalho et al (2014) Marccedilo p 3164 -
3171 3170 haacute poucas informaccedilotildees sobre a aacutegua reutilizada e tecnologias que possam
ser adotadas para cada situaccedilatildeo (HOLT e JAMES 2006)
Filho e Mancuso (2013) entendem o reuso da aacutegua como sendo uma
tecnologia desenvolvida em menor ou maior escala depende da finalidade ao qual se
destina a aacutegua e de como a aacutegua foi usada anteriormente
Hespanhol (2002) enfatiza que a aacutegua eacute um recurso renovaacutevel que quando
reciclada por meio de sistemas naturais torna-se um recurso limpo e seguro pode ter
sua qualidade comprometida devido agrave accedilatildeo antroacutepica Uma vez poluiacuteda a aacutegua pode
ser recuperada e reusada para diversas finalidades A qualidade da aacutegua usada e o
propoacutesito do reuso determinam os niacuteveis de tratamento recomendados os criteacuterios de
45
seguranccedila a serem adotados e os custos associados As possibilidades e formas
potenciais de reuso dependeratildeo de caracteriacutesticas condiccedilotildees e fatores locais
Nessa mesma corrente Cunha et al (2011) sinalizam que um aspecto
relevante para o desenvolvimento de qualquer atividade humana eacute a disponibilidade
de aacutegua em quantidade e qualidade Em situaccedilotildees de escassez emerge a
necessidade e a possibilidade de substituiccedilatildeo das fontes para abastecimento usando
aacutegua residuaacuteria que apresenta qualidade inferior mas disponibilidade assegurada
OIiveira e Inata (2011) comentam que em regiotildees tropicais o uso dos
aparelhos de ar condicionado para conforto teacutermico propicia a geraccedilatildeo de aacutegua que
resulta da condensaccedilatildeo e na maioria das vezes eacute desperdiccedilada no solo ou drenadas
para galerias pluviais Assim o aproveitamento desta aacutegua dependeraacute da coleta
eficiente de cada sistema de drenagem dos aparelhos que podem ser voltados para
um sistema de coleta e armazenamento A aacutegua de aproveitamento dos aparelhos de
ar condicionado pode ser usada na lavagem de pisos regas de jardins entre outros
Rodrigues (2005) e Goldenfum (2006) classificam o reuso da aacutegua quanto ao
meacutetodo e quanto ao uso final
Quanto ao meacutetodo a reutilizaccedilatildeo da aacutegua pode ser direta ou indireta que
resultam de accedilotildees planejadas ou natildeo O reuso indireto natildeo planejado ocorre quando
a aacutegua servida eacute descarregada no meio ambiente ficando exposta agraves accedilotildees naturais
do ciclo hidroloacutegico (diluiccedilatildeo autodepuraccedilatildeo) e reutilizada a jusante de modo natildeo
intencional e natildeo controlada Em relaccedilatildeo ao reuso indireto planejado ocorre quando
os efluentes depois de tratados satildeo descarregados de maneira planejada nos corpos
drsquoaacutegua para serem usados a jusante de forma controlada (RODRIGUES 2005
GOLDENFUM 2006)
O reuso direto planejado ocorre quando os efluentes depois de tratados satildeo
levados diretamente ao local de reuso (geralmente induacutestria ou irrigaccedilatildeo) O reuso
direto natildeo planejado ocorre quando a aacutegua servida eacute descarregada sem nenhum tipo
de tratamento sendo reaproveitada diretamente no seu ponto de descarga (situaccedilotildees
irregulares pois natildeo tem controle algum sobre os paracircmetros de qualidade)
(GOLDENFUM 2006)
Goldenfum (2006) ressalta que normalmente natildeo eacute possiacutevel reutilizar uma
aacutegua residuaacuteria completa ou indefinidamente O reuso de um efluente tratado atraveacutes
de meacutetodos diretos ou indiretos eacute um meio de disposiccedilatildeo que complementa outros
existentes A quantidade de efluente que se pode reutilizar vai depender da
46
disponibilidade e o custo da aacutegua doce custos de transporte e tratamento diretrizes
sobre a qualidade da aacutegua e o potencial de reuso da aacutegua residuaacuteria
Quanto ao uso final as aacuteguas podem ser aproveitadas de diversas formas e
os tipos de reuso satildeo classificados em urbano industrial agriacutecola ambiental e recarga
de aquiacutefero (HESPANHOL 2002 GOLDENFUM 2006)
Os tipos baacutesicos de usos potenciais de esgotos tratados segundo Hespanhol
(2002) podem ser implantados tanto em aacutereas urbanas como aacutereas rurais e satildeo
ilustrados pelo esquema da figura 6
Figura 8 - Formas potenciais de reuso da aacutegua
Fonte Hespanhol 2002
242 Aacuteguas Cinzentas
As aacuteguas cinzentas satildeo as aacuteguas residuais domeacutesticas oriundas de enxaacutegue
de maacutequina de lavar aacutegua de chuveiro e outros Para Blum (2007) eacute importante
quando se projeta um sistema de reuso de aacuteguas cinzentas o dimensionamento dos
reservatoacuterios Deve-se ter em conta o volume que seraacute usado nas descargas de
47
sanitaacuterios ateacute no maacuteximo 48 horas para evitar estocagem por muito tempo pois
ocasionaraacute odores desagradaacuteveis
Nos sistemas de reutilizaccedilatildeo de aacuteguas cinzentas de acordo com Boehm e
Oliveira (2015) deve-se levar em consideraccedilatildeo o comprometimento de todos os
usuaacuterios sendo que o volume e a concentraccedilatildeo de contaminantes podem variar
depende do tipo de edificaccedilatildeo da localidade do niacutevel de ocupaccedilatildeo da residecircncia da
faixa etaacuteria do estilo de vida da classe social da cultura e dos costumes dos
residentes
Neves e Afonso (2010) entendem que as aacuteguas cinzentas satildeo aacuteguas residuais
domeacutesticas sem aacuteguas fecais provenientes geralmente de banheiros duchas
lavatoacuterios lavagem de roupas e cozinha
No reuso dessas aacuteguas que podem ser usadas com ou sem tratamento
dependeraacute da qualidade exigiacutevel para os usos O sistema predial de reciclagem de
aacuteguas cinzentas propicia o tratamento das mesmas e a sua reentrada no ciclo do
preacutedio O uso mais frequente eacute na limpeza de bacias de retrete (NEVES e AFONSO
2010)
25 Formas de Reuso de Aacuteguas
251 Reuso Urbano
Com base nas diretrizes relacionadas ao reuso da aacutegua emitida pela Agecircncia
de Proteccedilatildeo ao Meio Ambiente dos Estados Unidos (United States Environmental
Protection Agency (US EPA) eacute apresentado muitas opccedilotildees para o reuso urbano natildeo
potaacutevel em que se destacam irrigaccedilatildeo de parques e jardins puacuteblicos centros
esportivos campos de futebol gramados aacutervores e arbustos decorativos ao longo de
ruas e rodovias aacutereas ajardinadas ao redor de edifiacutecios puacuteblicos residenciais e
industriais reserva de proteccedilatildeo contra incecircndios sistemas decorativos aquaacuteticos
como fontes chafarizes espelhos e quedas drsquoaacutegua descarga sanitaacuteria lavagem de
veiacuteculos (GOLDENFUM 2006)
Deve-se enfatizar que o uso que requer aacutegua de qualidade elevada podeter
custos incompatiacuteveis com as vantagens devido ao baixo custo da aacutegua para os
usuaacuterios urbanos Dessa forma o reuso urbano com finalidade potaacutevel eacute tida como
uma alternativa dispendiosa e riscos muito altos tornando-o praticamente inviaacutevel
48
Enquanto para finalidades natildeo potaacuteveis envolve riscos menores e eacute considerada
como uma boa opccedilatildeo para o reuso urbano (GOLDENFUM 2006)
252 Reuso industrial
O reuso industrial pode ser utilizado na produccedilatildeo de aacutegua para caldeiras em
sistemas de resfriamento como por exemplo aacutegua de reposiccedilatildeo em lavadores de
gases e aacutegua de processos (CETESB 2014) No mundo as usinas de geraccedilatildeo de
energia refinarias de petroacuteleo unidades quiacutemicas e metaluacutergicas se beneficiam do
reuso de aacutegua tanto para resfriamento quanto para processos industriais
(GOLDENFUM 2006)
253 Reuso agriacutecola
Em conformidade com o Centro Internacional de Referecircncia em Reuso de Aacutegua
(CIRRA 2014) entidade vinculada agrave Escola Politeacutecnica da Universidade de Satildeo Paulo
(USP) os efluentes devidamente tratados podem ser utilizados na agricultura para
aplicaccedilatildeo em culturas de alimentos natildeo processados comercialmente (irrigaccedilatildeo
superficial de qualquer cultura alimentiacutecia) culturas de alimentos processados
comercialmente (irrigaccedilatildeo de pomares e vinhas) culturas natildeo alimentiacutecias (pastos
forragens fibras e gratildeos) dessedentaccedilatildeo de animais
254 Reuso no meio ambiente
O reuso no meio ambiente engloba aplicaccedilotildees em wetlands habitats naturais
aumento do fluxo de aacutegua estabelecimentos recreacionais contato acidental (pesca
e canoagem) e contato integral com a aacutegua autorizado represas e lagos lagoas
esteacuteticas em que o contato com o puacuteblico natildeo eacute autorizado (CIRRA 2014)
26 A Praacutetica de Recarga de Aquiacuteferos
A recarga artificial de aquiacuteferos com efluentes tratados pode ser usada para
fins diversos englobando o aumento de disponibilidade e armazenamento de aacutegua
controle de salinizaccedilatildeo em aquiacuteferos costeiros controle de subsidecircncia de solos Cirra
(2014) Esta praacutetica pode ser importante para alguns municiacutepios abastecidos por
49
aacutegua subterracircnea onde a recarga natural de aquiacuteferos vem sendo diminuiacutedas em
funccedilatildeo do aumento de aacutereas impermeabilizadas
Hespanhol (2002) comenta que eacute realizada de modo inadequado a retirada das
aacuteguas dos lenccediloacuteis subterracircneos para consumo o que compromete a disponibilidade
hiacutedrica O uso de esgotos tratados para evitar ou diminuir tais efeitos eacute uma
possibilidade
27 O Armazenamento de Aguaacutes
Em aacutereas para captaccedilatildeo de aacutegua de chuva comumente utiliza-se materiais
como telhas galvanizadas pintadas ou esmaltadas com tintas natildeo toacutexicas superfiacutecies
de concreto ceracircmicas policarbonato e fibra de vidro As calhas tambeacutem devem ser
fabricadas com materiais inertes como PVC ou outros tipos de plaacutesticos evitando
assim que partiacuteculas toacutexicas provenientes destes dispositivos venham a ser levadas
para os tanques de armazenagem (MACOMBER 2001)
Segundo Brown et al (2005) o volume do primeiro fluxo de aacutegua de chuva a
ser descartado varia conforme a quantidade de poeira acumulada na superfiacutecie do
telhado que eacute uma funccedilatildeo do nuacutemero de dias secos da quantidade e tipo de resiacuteduos
e da estaccedilatildeo do ano Outras variaacuteveis a serem consideradas satildeo a inclinaccedilatildeo e as
superfiacutecies dos telhados a intensidade das chuvas e o periacuteodo de tempo que ocorrem
Aleacutem disso salienta-se que natildeo haacute nenhum caacutelculo exato para definir o volume inicial
de aacutegua pluvial que necessita ser desviado devido agraves muitas variaacuteveis que
determinam a eficaacutecia da lavagem das aacutereas de captaccedilatildeo
Jaacute o reservatoacuterio eacute um dos componentes mais relevantes do SAAP eacute um fator
que influencia na qualidade da aacutegua e tambeacutem elemento mais caro do investimento
ou fator de otimizaccedilatildeo da aacutegua disponiacutevel versus necessidades de abastecimento
(RODRIGUES 2010)
O reservatoacuterio de armazenamento tem a funccedilatildeo de reter e acumular a aacutegua
coletada pelo telhado que eacute levada pelo sistema atraveacutes da calha para filtragem e
armazenada em cisternas ou caixas drsquoaacutegua ficando armazenada ao abrigo da luz e
do calor e eacute bombeada para uma caixa drsquoaacutegua superior que pode abastecer o
banheiro a lavanderia e outros ambientes (OLIVEIRA CHRISTMANN e PIEREZAN
2014)
50
May (2009) acredita que para o sistema ser viaacutevel vai depender de trecircs
elementos precipitaccedilatildeo aacuterea de coleta e demanda O reservatoacuterio de aacutegua da chuva
por ser o componente mais caro do sistema deve ser projetado em conformidade com
as necessidades do usuaacuterio e com a disponibilidade pluviomeacutetrica local para
dimensionaacute-lo adequadamente sem inviabilizar o sistema Com base nos resultados
das anaacutelises realizadas e no uso do sistema de coleta e aproveitamento de aacutegua da
chuva a utilizaccedilatildeo para fins natildeo potaacuteveis deve ser estimulada A figura 9 ilustra o
processo de captaccedilatildeo da aacutegua da chuva
Para Boehm e Oliveira (2015) antes da implantaccedilatildeo de um sistema de
reaproveitamento de aacuteguas pluviais devem ser verificadas as condiccedilotildees do local de
instalaccedilotildees e quais os tipos de elementos podem interferir na qualidade da aacutegua
captada
Segundo Macomber (2001) o escoamento de aacutegua natildeo deve entrar em
campos seacutepticos de drenagem do sistema e qualquer tanque o excesso e a drenagem
devem ser roteados de modo que natildeo afetar a base dos tanques ou de quaisquer
outras estruturas
A cisterna pode ser apoiada semi-apoiada enterrada ou elevada e ser
construiacuteda com vaacuterios tipos de materiais como concreto armado blocos de concreto
alvenaria de tijolos plaacutestico polieacutester polietileno accedilo entre outros (OLIVEIRA
CHRISTMANN e PIEREZAN 2014)
51
Figura 9 - Processo de captaccedilatildeo da aacutegua da chuva
Fonte wwwrhasaambientalcombr 2013
Dentre os conceitos da NORMA 155272007 podemos citar
aacutegua de chuva aacutegua resultante de precipitaccedilotildees atmosfeacutericas coletadas
em coberturas telhados onde natildeo haja circulaccedilatildeo de pessoas veiacuteculos e
animais
aacutegua natildeo potaacutevel aacutegua que natildeo atende agrave Portaria nordm 518 do Ministeacuterio da
Sauacutede
aacuterea de captaccedilatildeo aacuterea em metros quadrados projetada na horizontal da
superfiacutecie impermeaacutevel da cobertura onde a aacutegua eacute captada
coeficiente de escoamento superficial coeficiente de runnoff que
representa a relaccedilatildeo entre o volume total de escoamento superficial e ao
volume total precipitado variando conforme a superfiacutecie
conexatildeo cruzada qualquer ligaccedilatildeo fiacutesica atraveacutes de peccedila dispositivo ou
outro arranjo que conecte duas tubulaccedilotildees das quais um conduz aacutegua
potaacutevel e a outra aacutegua de qualidade desconhecida ou natildeo potaacutevel
demanda consumo meacutedio (mensal ou diaacuterio) a ser atendido para fins natildeo
potaacuteveis
escoamento inicial aacutegua suficiente da aacuterea de captaccedilatildeo suficiente para
carregar a poeira fuligem folhas galhos e detritos
52
suprimento fonte alternativa de aacutegua para complementar o reservatoacuterio
de aacutegua de chuva
Tabela 1 - Paracircmetros de qualidade de aacuteguas pluviais para usos restritivos natildeo potaacuteveis
Paracircmetro
Anaacutelise Faixa
Coliformes totais Semanal Ausecircncia em 100mL
Coliformes termotolerantes Semanal Ausecircncia em 100mL
Cloro residual livre Mensal 05 a 30 mgL
Turbidez Mensal lt20uT para menos
restritivos lt50 uT lt15 uH
Cor aparente (caso natildeo seja
utilizado nenhum corante ou
antes da sua utilizaccedilatildeo)
Mensal
Deve prever ajuste do pH para
proteccedilatildeo das redes de distribuiccedilatildeo
caso necessaacuterio
Mensal pH de 60 a 8p no caso
de tubulaccedilatildeo de accedilo
carbono ou galvanizado
Fonte ABNT ndash Associaccedilatildeo Brasileira de Normas Teacutecnicas NBR 155252007
Com relaccedilatildeo agrave manutenccedilatildeo do sistema de coleta e aproveitamento de aacuteguas
pluviais de acordo com o Manual de manutenccedilatildeo do aproveitamento de aacutegua de chuva
do FNDE
Quadro 3 - Frequecircncia de manutenccedilatildeo
Componente
Frequecircncia de manutenccedilatildeo
Cobertura e telhados Miacutenimo 3 vezes ao ano
Calhas condutores verticais e horizontais Miacutenimo 3 vezes ao ano
Filtro removedor de detritos A cada 3 meses
Reservatoacuterio inferior ndash enterrado A cada 2 anos
Filtro flutuante Mensalmente
Bombas Mensalmente
Filtro cartucho Semestralmente
Clorador Mensalmente
Reservatoacuterio superior ndash intermediaacuterio Limpeza e desinfecccedilatildeo anual
Fonte Manual de manutenccedilatildeo do aproveitamento de aacutegua de chuva FNDE
53
As inspeccedilotildees podem ser feitas pelos utilizadores poreacutem as manutenccedilotildees dos
sistemas de bombas e tratamento devem ser feitas por teacutecnicos especializados
Quando satildeo utilizados nas operaccedilotildees de higienizaccedilatildeo e manutenccedilatildeo produtos nocivos
para os humanos ou para o ambiente devem ser adotadas medidas que impeccedilam o
lanccedilamento dos efluentes resultantes destas operaccedilotildees no ciclo pluvial natural ou na
rede de drenagem de aacuteguas residuais com a necessaacuteria checagem de compatibilidade
com os componentes naturais canalizaccedilotildees e dispositivos de tratamento a jusante
realizando preacute-tratamento quando necessaacuterio (RODRIGUES 2010)
Eacute importante destacar o conjunto de normas que fornecem os requisitos para o
aproveitamento de aacutegua de chuva de coberturas em aacutereas urbanas para fins natildeo
potaacuteveis
NBR 56261998 Instalaccedilatildeo predial de aacutegua fria que tem exigecircncias e
recomendaccedilotildees para o projeto assim como sua execuccedilatildeo e
manutenccedilatildeo da rede
NBR 108441989 Instalaccedilatildeo prediais de aacuteguas pluviais que tem o
caacutelculo de aacuterea de contribuiccedilatildeo e caacutelculo de condutores horizontais e
verticais e de calhas
ABNT NBR 122131992 Projeto de captaccedilatildeo de aacutegua de superfiacutecie para
abastecimento puacuteblico
ABNT NBR 122141992 Projeto de sistema de bombeamento de aacutegua
para abastecimento puacuteblico
ABNT NBR 122171994 Projeto de reservatoacuterio de distribuiccedilatildeo de aacutegua
para abastecimento puacuteblico
A RESOLUCcedilAtildeO CONAMA Nordm 20 de 18 de junho de 1986 publicada no DOU
de 300786 foi estabelecida a classificaccedilatildeo das aacuteguas doces salobras e salinas do
Territoacuterio Nacional Na Classe 2 estatildeo incluiacutedas as aacuteguas destinadas ao
abastecimento domeacutestico apoacutes tratamento convencional agrave proteccedilatildeo das
comunidades aquaacuteticas agrave recreaccedilatildeo de contato primaacuterio (esqui aquaacutetico nataccedilatildeo e
mergulho) agrave irrigaccedilatildeo de hortaliccedilas e plantas frutiacuteferas agrave criaccedilatildeo natural eou
intensiva (aquicultura) de espeacutecies destinadas agrave alimentaccedilatildeo humana
Para as aacuteguas de Classe 2 satildeo estabelecidos os mesmos limites ou condiccedilotildees
da Classe 1 agrave exceccedilatildeo dos seguintes
54
i Natildeo seraacute permitida a presenccedila de corantes artificiais que natildeo sejam
removiacuteveis por processo de coagulaccedilatildeo sedimentaccedilatildeo e filtraccedilatildeo
convencional
ii Coliformes para uso de recreaccedilatildeo de contato primaacuterio deveraacute ser
obedecido o Art 26 desta Resoluccedilatildeo Para os demais usos natildeo deveraacute ser
excedido um limite de 1000 coliformes fecais por 100 mililitros em 80 ou
mais de pelo menos 5 amostras mensais colhidas em qualquer mecircs no
caso de natildeo haver na regiatildeo meios disponiacuteveis para o exame de
coliformes fecais o iacutendice limite seraacute de ateacute 5000 coliformes totais por 100
mililitros em 80 ou mais de pelo menos 5 amostras mensais colhidas em
qualquer mecircs
iii Cor ateacute 75 mg Ptl
iv Turbidez ateacute 100 UNT
v DBO5 dias a 20degC ateacute 5 mgl O2
vi OD em qualquer amostra natildeo inferior a 5 mgl O2
No art 26 (Balneabilidade) - As aacuteguas doces salobras e salinas destinadas a
balneabilidade (recreaccedilatildeo de contato primaacuterio) seratildeo enquadradas e teratildeo sua
condiccedilatildeo avaliada nas categorias EXCELENTE MUITO BOA SATISFATOcircRIA e
IMPROacutePRIA da seguinte forma
1) EXCELENTE (3 estrelas) Quando em 80 ou mais de um conjunto de
amostras obtidas em cada uma das 5 semanas anteriores colhidas no mesmo
local houver no maacuteximo 250 coliformes fecais por l00 mililitros ou 1250
coliformes totais por 100 mililitros
2) MUITO BOA (2 estrelas) Quando em 80 ou mais de um conjunto de amostras
obtidas em cada uma das 5 semanas anteriores colhidas no mesmo local
houver no maacuteximo 500 coliformes fecais por 100 mililitros ou 2500 coliformes
totais por 100 mililitros
3) SATISFATOacuteRIA (1 estrela) Quando em 80 ou mais de um conjunto de
amostras obtidas em cada uma das 5 semanas anteriores colhidas no mesmo
local houver no maacuteximo 1000 coliformes fecais por 100 mililitros ou 5000
coliformes totais por 100 mililitros
55
4) IMPROacutePRIA Natildeo atendimento aos criteacuterios estabelecidos para as aacuteguas
proacuteprias
Os mais recentes padrotildees microbioloacutegicos para aacuteguas destinadas agrave recreaccedilatildeo
de contato primaacuterio estatildeo definidos na resoluccedilatildeo CONAMA 2742000 como
demonstrado na Tabela 2que jaacute inclui Enterococos Ecoli
Segundo Jordatildeo amp Pessoa (2014) o desenvolvimento dos padrotildees para banho
ou para aacuteguas de recreaccedilatildeo de contato primaacuterio tem evoluiacutedo com loacutegica Primeiro
foram adotados paracircmetros relativos a melhor tecnologia de controle disponiacutevel que
entretanto natildeo representavam o risco de contrair enfermidades devido a presenccedila de
poluentes Foi o caso dos Coliformes totais Depois considerou-se a relaccedilatildeo entre o
risco possiacutevel ou detectaacutevel e presenccedila de poluentes Neste caso os Coliformes fecais
eram mais representativos
Uma terceira etapa foi a identificaccedilatildeo de risco aceitaacutevel para o qual deveria
existir uma quantidade de dados epidemioloacutegicos correspondendo a mediccedilotildees de
qualidade do corpo drsquoaacutegua Os estudos indicaram que Enterococos eram os mais
representativos seguidos por Ecoli e por uacuteltimo coliformes totais(Desinfecccedilatildeo de
efluentes sanitaacuterios) Sendo assim os Enterococos atualmente representam o melhor
indicador entre os analisados sem que se deva considerar erro o controle por outros
organismos
Tabela 2 - Padrotildees microbioloacutegicos para aacuteguas destinadas agrave recreaccedilatildeo de contato primaacuterio
Balneabilidade-
categoria
Qualidade
Padrotildees para o corpo daacutegua
Proacutepria Excelente Maacuteximo de 250 CF100ml ou
200EC100ml ou 25 Enterococos100ml
em 80 ou mais das amostras das cinco
semanas anteriores
Proacutepria Muito boa Maacuteximo de 500 CF100ml ou
400EC100ml ou 50 Enterococos100ml
em 80 ou mais das amostras das cinco
semanas anteriores
Proacutepria Satisfatoacuteria Maacuteximo de 1000 CF100ml ou
800EC100ml ou 100 Enterococos100ml
56
em 80 ou mais das amostras das cinco
semanas anteriores
Improacutepria Natildeo atendimento aos criteacuterios
estabelecidos para as aacuteguas
proacuteprias
Incidecircncia elevada ou anormal
de enfermidades transmissiacuteveis
por via hiacutedrica Valor obtido na
uacuteltima amostragem for superior a
2500CF100ml ou 2000
EC100ml ou 400
enterococos100ml Presenccedila de
resiacuteduos ou despejos pHlt6ou
gt9 Floraccedilatildeo de algas outros
fatores que contra -indiquem o
contato primaacuterio
Fonte- CONAMA 2742000
28 Legislaccedilatildeo Sobre o Uso de Aacuteguas
ASPECTOS LEGAIS PARA O USO DE AacuteGUAS
Em 1973 o decreto federal nordm 24643 conhecido como o Coacutedigo das Aacuteguas
consubstanciou a base da legislaccedilatildeo voltada para a temaacutetica aacutegua O instrumento
legisla inclusive sobre o conceito de aacuteguas pluviais e acerca do direito de uso
atribuindo ao dono do preacutedio onde caiacuterem diretamente sua propriedade No seu artigo
118 chega ateacute mesmo a comentar superficialmente sobre a construccedilatildeo de
reservatoacuterios para aproveitamento da aacutegua da chuva em aacutereas puacuteblicas
Em termos de poliacutetica ambiental voltada aos recursos hiacutedricos destaca-se a
promulgaccedilatildeo da lei 9433 que em 1997 instituiu a Poliacutetica Nacional de Recursos
Hiacutedricos ndash PNRH criando o Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos
Hiacutedricos Conhecida como Lei das Aacuteguas o normativo fornece instrumentos que
possibilitam a melhoria da gestatildeo sistemaacutetica do recurso
57
A captaccedilatildeo de aacutegua de chuva tem uma relaccedilatildeo indireta com os objetivos dessa Poliacutetica jaacute que estimula o uso racional e ao mesmo tempo previne contra os eventos hidroloacutegicos criacuteticos tanto agraves secas devido agrave promoccedilatildeo da reserva quanto agraves inundaccedilotildees devido agrave diminuiccedilatildeo do escoamento superficial A inclusatildeo da captaccedilatildeo de aacutegua de chuva no Plano indica o esforccedilo da poliacutetica de recursos hiacutedricos na busca da transversalidade e no gerenciamento integrado das aacuteguas (SENRA BRONZATTO VENDRUSCOLO 2007)
A Lei nordm 943397 criou o Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos
Hiacutedricos e no art 1ordm disciplina
Art 1ordm A Poliacutetica Nacional de Recursos Hiacutedricos baseia-se nos seguintes
fundamentos
I - a aacutegua eacute um bem de domiacutenio puacuteblico
II - a aacutegua eacute um recurso natural limitado dotado de valor econocircmico
III - em situaccedilotildees de escassez o uso prioritaacuterio dos recursos hiacutedricos eacute o consumo humano e
a dessedentaccedilatildeo de animais
IV - a gestatildeo dos recursos hiacutedricos deve sempre proporcionar o uso muacuteltiplo das aacuteguas
V - a bacia hidrograacutefica eacute a unidade territorial para implementaccedilatildeo da Poliacutetica Nacional de
Recursos Hiacutedricos e atuaccedilatildeo do Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hiacutedricos
VI - a gestatildeo dos recursos hiacutedricos deve ser descentralizada e contar com a participaccedilatildeo do
Poder Puacuteblico dos usuaacuterios e das comunidades (BRASIL 1997)
O art 5ordm da Lei nordm 943397 trata dos instrumentos da Poliacutetica Nacional de
Recursos Hiacutedricos
Art 5ordm Satildeo instrumentos da Poliacutetica Nacional de Recursos Hiacutedricos
I - os Planos de Recursos Hiacutedricos
II - o enquadramento dos corpos de aacutegua em classes segundo os usos preponderantes da aacutegua
III - a outorga dos direitos de uso de recursos hiacutedricos
IV - a cobranccedila pelo uso de recursos hiacutedricos
V - a compensaccedilatildeo a municiacutepios
VI - o Sistema de Informaccedilotildees sobre Recursos Hiacutedricos (BRASIL 1997)
Nacionalmente natildeo haacute um ordenamento juriacutedico que discipline
especificamente sobre o uso das aacuteguas pluviais Como as citadas anteriormente a
lei nordm 114452007 conhecida como lei do Saneamento Baacutesico indiretamente
estabelece alguns criteacuterios para o manejo de aacutegua pluvial Em seu artigo 3ordm define a
drenagem e manejo das aacuteguas pluviais urbanas como
Conjunto de atividades infraestruturas e instalaccedilotildees operacionais de drenagem urbana de aacuteguas pluviais de transporte detenccedilatildeo ou retenccedilatildeo para o amortecimento de vazotildees de cheias tratamento e
58
disposiccedilatildeo final das aacuteguas pluviais drenadas nas aacutereas urbanas (BRASIL 2007)
Seu decreto regulamentador nordm 72172010 admitiu como forma de viabilizar o
manejo da aacutegua da chuva a alimentaccedilatildeo da instalaccedilatildeo hidraacuteulica predial ligada agrave rede
puacuteblica de abastecimento de aacutegua via aproveitamento de aacutegua da chuva desde que
devidamente autorizadas pela autoridade competente
Quanto agraves leis sobre o tema reuso de aacutegua vigentes no Brasil pode-se
destacar a lei 693881 que institui a poliacutetica nacional do meio ambiente que menciona
o incentivo ao estudo e pesquisa de tecnologias orientadas para o uso racional e a
proteccedilatildeo dos recursos ambientais
No Estado do Rio de Janeiro a Lei Nordm 6034 de 08 de setembro de 2011 dispotildee
sobre a obrigatoriedade dos postos de combustiacuteveis lava-raacutepidos transportadoras e
empresas de ocircnibus urbanos intermunicipais e interestaduais localizados no Estado
do Rio de janeiro a instalarem equipamentos de tratamento e reutilizaccedilatildeo da aacutegua
usada na lavagem de veiacuteculos
Na cidade de Satildeo Paulo por exemplo atraveacutes da Lei nordm 13276 e o Decreto nordm
41814 que regulamenta esta lei determinam-se a obrigatoriedade da execuccedilatildeo de
reservatoacuterio de aacuteguas pluviais coletadas de cobertas e pavimentos nos lotes
construiacutedos ou natildeo que possuem uma aacuterea impermeabilizada superior a 500m2
Trata-se de providecircncias para evitar as inundaccedilotildees urbanas uma vez que incentiva
soluccedilotildees para a infiltraccedilatildeo da aacutegua de chuva no solo e a utilizaccedilatildeo da mesma quando
armazenada para fins natildeo potaacuteveis
DECRETO Nordm 23940 de 30 de Janeiro de 2004 da cidade do Rio de Janeiro
Torna obrigatoacuterio nos casos previstos a adoccedilatildeo de reservatoacuterios que permitam o
retardo do escoamento das aacuteguas pluviais para a rede de drenagem Visando a
necessidade de ajudar a prevenir inundaccedilotildees atraveacutes da retenccedilatildeo temporaacuteria de
aacuteguas pluviais em reservatoacuterios especialmente criados com esta finalidade e
considerando as possibilidades de reaproveitamento de aacuteguas pluviais para usos natildeo
potaacuteveis como lavagem de veiacuteculos e partes comuns jardinagem e outras Sendo
obrigatoacuterio para imoacuteveis com aacuterea de cobertura superior a 50000 m2 e em caso de
novas edificaccedilotildees residecircncias multifamiliares e industriais fica obrigatoacuterio o uso de
aguas pluviais para uso natildeo potaacutevel atendendo as normas sanitaacuterias vigentes ficando
o habite-se ou alvaraacute de obras condicionado ao atendimento ao decreto
59
A Agenda 21 capiacutetulo 18 dedicou importacircncia especial ao reuso de aacutegua
recomendando a implementaccedilatildeo de poliacuteticas de gestatildeo dirigidas para o uso e
reciclagem de efluentes Segundo Hespanhol (2012) embora natildeo haja menccedilatildeo ao
tema lsquoreusorsquo na poliacutetica nacional de recursos hiacutedricos existe uma vontade poliacutetica
direcionada para esta questatildeo Segundo a Conferecircncia Interparlamentar sobre o
desenvolvimento do Meio Ambiente realizada em Brasiacutelia em Dezembro de 1992 no
paraacutegrafo 64B recomenda esforccedilos a niacutevel nacional para institucionalizar a
reciclagem e reuso sempre que possiacutevel promovendo o tratamento e a disposiccedilatildeo de
esgotos de modo a natildeo poluir o meio ambiente
A portaria nordm 23 de 12 de fevereiro de 2015 do Ministro de Estado do
Planejamento Orccedilamento e Gestatildeo estabelece boas praacuteticas de gestatildeo e uso de
Energia Eleacutetrica e de Aacutegua nos oacutergatildeos e entidades da Administraccedilatildeo Puacuteblica Federal
direta autaacuterquica e fundacional e dispotildee sobre o monitoramento de consumo destes
bens e serviccedilos Devendo os oacutergatildeos adotar as providencias necessaacuterias para
implementaccedilatildeo de boas praacuteticas de gestatildeo e inclusive elaborando campanhas de
conscientizaccedilatildeo por meio presencial e eletrocircnico e fornecendo mensalmente o
consumo de energia eleacutetrica e aacutegua por meio do Sistema Projeto Esplanada
Sustentaacutevel
O reuso de aacutegua pode ser classificado em reuso indireto ou direto O reuso
direto eacute aquele onde ocorre a conexatildeo direta dos efluentes de uma estaccedilatildeo de
tratamento de esgotos a uma estaccedilatildeo de tratamento de aacutegua e em seguida ao sistema
de distribuiccedilatildeo O reuso indireto eacute a diluiccedilatildeo do esgoto apoacutes tratamento em um corpo
hiacutedrico no qual apoacutes algum tempo de detenccedilatildeo eacute efetuada a captaccedilatildeo seguida de
tratamento adequado e posterior distribuiccedilatildeo Filho (1987) sugere a seguinte
terminologia para diversas formas de reuso
Reuso indireto natildeo planejado da aacutegua Eacute aquele em que a aacutegua utilizada
em alguma atividade humana eacute descarregada no meio ambiente e
novamente utilizada agrave jusante em sua forma diluiacuteda de maneira natildeo
intencional e natildeo controlada
Reuso indireto planejado da aacutegua Ocorre quando os efluentes depois de
tratados satildeo descarregados de forma planejada para serem reutilizados a
jusante
Reuso direto planejado da aacutegua Ocorre quando os efluentes apoacutes
convenientemente tratados satildeo encaminhados diretamente do seu ponto
60
de descarga ateacute o local do reuso sofrendo em seu percurso os tratamentos
necessaacuterios mas natildeo sendo descarregados no meio
Reciclagem de aacutegua Eacute o reuso interno da aacutegua antes da sua descarga
em um sistema geral de tratamento ou outro local de disposiccedilatildeo para servir
como fonte suplementar de abastecimento do uso original Eacute um caso
particular de reuso direto
Segundo jaacute destacava Westerhoff (1984)o reuso de aacutegua eacute classificado em
duas categorias Reuso potaacutevel e Reuso natildeo potaacutevel e esta classificaccedilatildeo foi adotada
pela Associaccedilatildeo Brasileira de Engenharia Sanitaacuteria e Ambiental de Satildeo Paulo e
divulgada nos Cadernos de Engenharia Sanitaacuteria e Ambiental Sendo considerado um
bem econocircmico porque eacute finita e essencial para conservaccedilatildeo da vida e do meio
ambiente consequentemente sua escassez impede o desenvolvimento de diversas
regiotildees na medida em que aleacutem da necessidade humana a aacutegua eacute essencial no
processo produtivo de diversas empresas
Reuso potaacutevel
Direto
Indireto
Reuso natildeo potaacutevel
Para fins agriacutecolas
Para fins industriais
Para fins recreacionais
Para fins domeacutesticos
Para manutenccedilatildeo de vazotildees de cursos drsquoaacutegua
Para aquacultura
Recarga de aquiacuteferos subterracircneos
Pode-se destacar alternativas que vem sendo propostas para racionalizaccedilatildeo
do consumo de aacutegua domiciliar Satildeo elas
Identificaccedilatildeo e eliminaccedilatildeo de vazamentos e perdas
Instalaccedilatildeo de equipamentos hidraacuteulicos sanitaacuterios de baixo consumo e alta
eficiecircncia
Reuso de aacuteguas cinzas
Aperfeiccediloamento dos procedimentos de mediccedilatildeo e cobranccedila
61
Os processos e tratamentos para fins potaacuteveis satildeo complexos e de custo
elevado Desta forma o reuso para fins natildeo potaacuteveis deve ser sempre avaliado
preferencialmente Aparentemente o principal problema decorrente da accedilatildeo de
reutilizaccedilatildeo de aacuteguas cinzentas com objetivos de economizar aacutegua seria o aumento
do custo decorrente da instalaccedilatildeo e manutenccedilatildeo de sistemas duplos de distribuiccedilatildeo
O principal destino destas aacuteguas deve ser a utilizaccedilatildeo sanitaacuteria e o uso agriacutecola
(HESPANHOL amp MIERZWA 2011)
Pesquisas sobre a viabilidade econocircmica de projetos de aproveitamento de
aacutegua de chuva indicam que o item preponderante nesta anaacutelise eacute o custo do
reservatoacuterio que varia em funccedilatildeo da sua dimensatildeo A NBR 15527(ABNT 2007)
apresenta 6 metodologias de caacutelculo do volume do reservatoacuterio que resultam em
valores muito discrepantes gerando a necessidade do usuaacuterio decidirem funccedilatildeo das
condiccedilotildees especiacuteficas do projeto qual metodologia seguir A maioria das
aplicaccedilotildeestrabalha com uma demanda fixa visando o consumo em vasos sanitaacuterios
(MORUZZI e OLIVEIRA2010 DORNELLES et al 2010 COUTINHO et al 2011
GHISI e SCHONDERMARK 2013)
Em relaccedilatildeo a NBR 155272007 aacutegua de chuva ndash aproveitamento de coberturas
em aacutereas urbanas para fins natildeo potaacuteveis fornece as caracteriacutesticas para o reuso de
aacutegua em aacutereas urbanas para fins natildeo potaacuteveis compreendendo calhas e condutores
instalaccedilotildees prediais qualidade da aacutegua bombeamento manutenccedilatildeo e principalmente
os meacutetodos de caacutelculo de dimensionamento de reservatoacuterios
Os meacutetodos de dimensionamento dispostos nesta norma satildeo
Meacutetodo de Rippl
Meacutetodo de Simulaccedilatildeo
Meacutetodo Azevedo Neto
Meacutetodo praacutetico alematildeo
Meacutetodo praacutetico inglecircs
Meacutetodo praacutetico australiano
62
3 - METODOLOGIA
Conforme Sabbatini (1989) metodologia eacute um ldquoconjunto de preceitos que
estabelece uma orientaccedilatildeo para o direcionamento e conduccedilatildeo de uma dada
investigaccedilatildeordquo tendo esta orientaccedilatildeo dois niacuteveis de doutrina e de estrateacutegia que
geram os princiacutepios de tomada de decisatildeo e permitem a operacionalizaccedilatildeo da
pesquisa que consiste no plano de accedilatildeo
A metodologia para anaacutelise do uso de sistema para aproveitamento de aacutegua
pluvial deve ser entendida como input do processo de pesquisa seus princiacutepios
devem ser balizadores das estrateacutegias adotadas para sua racionalidade
Esta dissertaccedilatildeo objetiva a importacircncia na utilizaccedilatildeo de metodologia e
aplicaccedilatildeo de procedimentos e meacutetodos nas atividades relacionadas ao uso de aacutegua
pluvial em instituiccedilatildeo federal de ensino onde o avanccedilo tecnoloacutegico deve ter como
escopo uma metodologia especiacutefica para seu desenvolvimento
Os atributos e alcance da pesquisa aplicada e de desenvolvimento tecnoloacutegico
constitui a estrutura essencial para obter novos meacutetodos construtivos e modernizaccedilatildeo
de processos e sistemas de uso consolidado e na soluccedilatildeo sistemaacutetica de problemas
Fluxo do processo adotado
O meacutetodo adotado envolve vaacuterias etapas conforme quadro 4 para a validaccedilatildeo
da metodologia de aproveitamento de aacutegua pluvial
Quadro 4- Fluxo do processo
Atividade Procedimentos
Visita teacutecnicas
Foram selecionadas duas tipologias de edificaccedilotildees no sentido de ampliar
o entendimento das teacutecnicas construtivas para a implantaccedilatildeo de
sistema de coleta e uso de aacutegua pluvial
Normas teacutecnicas
NBR 155272007 Aacutegua de chuva ndash aproveitamento de coberturas em
aacutereas urbanas para fins natildeo potaacuteveis - Requisitos
Precipitaccedilatildeo pluviomeacutetrica
Os dados pluviomeacutetricos utilizados neste trabalho foram fornecidos pelo
Sistema Alerta Rioque foram coletados da Estaccedilatildeo Meteoroloacutegica Tijuca
63
Fonte Elaborado pelo autor do presente trabalho
31 Estrateacutegia da Pesquisa
A pesquisa em questatildeo tem caraacuteter exploratoacuterio de projeto uacutenico com
abordagem quantitativa por meio de estudo de caso uacutenico que tem como modelo
cientiacutefico a concepccedilatildeo de Robson (2011) o qual disserta sobre os meacutetodos de
pesquisa do mundo real
A estaccedilatildeoestaacute localizada no bairro tijuca em latitude 22ordm89 67 longitude
43ordm22 67
Reservatoacuterios
detalhes teacutecnicos
construtivos e
controle sanitaacuterio
Para o presente projeto foi adotado o meacutetodo pratico alematildeo de
dimensionamento onde o volume do reservatoacuterio seraacute o menor valor
entre 6 do volume de captaccedilatildeo de aacutegua pluvial anual e 6 da
demanda anual de aacutegua natildeo potaacutevel
Foi utilizado o meacutetodo da simulaccedilatildeo previsto na NBR 15527 2007
Para ratificar o dimensionamento do reservatoacuterio feito pelo meacutetodo
praacutetico alematildeo
De acordo com orientaccedilatildeo da portaria do MS nordm 5182014 e a NBR
152227 recomenda que o cloro residual livre deva estar entre 05mgle
30 mgl em qualquer ponto do sistema de abastecimento
Para controle sanitaacuterio foi utilizado Clorador com funcionamento em
circuito fechado com proteccedilatildeo contra inundaccedilatildeo capacidade do corpo
interno 320 pastilhas variando de 0640 kg com vazatildeo de operaccedilatildeo
lenta em rede de 05 a 3000 m3h
Equipamentos Verificou-se que equipamentos utilizados em sistema de captaccedilatildeo e uso
de aacutegua pluvial eacute uma tecnologia de fabricantes internacionais com
representantes locais
Demanda de uso
natildeo potaacutevel
O consumo diaacuterio total de aacutegua em cada aparelho foi estimado com
base nos dados de frequecircncia e tempo de uso dos mesmos obtidos
atraveacutes dos questionaacuterios e o nuacutemero de pessoas que efetivamente
utilizam cada aparelho Tambeacutem se utilizaram no caacutelculo do consumo
diaacuterio as vazotildees de acordo com a norma NBR 56261998
Viabilidade
econocircmica de
implantaccedilatildeo do
sistema
Foi realizada a anaacutelise econocircmica utilizando-se o meacutetodo do payback
simples e descontado considerando taxa mensal de 1 para validaccedilatildeo e
verificaccedilatildeo da viabilidade econocircmica do sistema
64
Adota o presente trabalho a verificaccedilatildeo de aplicaccedilatildeo exitosas de sistemas de
aproveitamento de aacuteguas pluviais em edificaccedilotildees de diversas tipologias criando um
paracircmetro de anaacutelise e consolidaccedilatildeo de praacuteticas sustentaacuteveis e novas tecnologias
VISITAS REALIZADAS
Estaacutedio do Maracanatilde
Maior estaacutedio sendo sede da Copa do Mundo de Futebol 2014 no rio de
Janeiro Inaugurado em junho de 1950 sendo iniciada a obra de recuperaccedilatildeo e retrofit
no ano de 2010 sendo concluiacuteda em 2013 Sua capacidade de puacuteblico passou de
87101 para 78639 lugares
Realizada a visita as instalaccedilotildees do Estaacutedio do Maracanatilde que recebeu a
certificaccedilatildeo LEED1 (Leadership in Energy and Environmental Design) For New
Construction na categoria Silver versatildeo 30 concedida pela USGBC (United States
Building Concil) conforme fig 10 que reconhece soluccedilotildees de novas tecnologias
sustentaacuteveis utilizadas nas construccedilotildees com o objetivo de reduccedilatildeo de impactos ao
meio ambiente durante a vida uacutetil da edificaccedilatildeo certificaccedilatildeo voltada para construccedilotildees
sustentaacuteveis e ambientalmente eficientes
1 Lideranccedila em Energia e Desig Ambiental eacute um sistema internacional de certificaccedilatildeo e orientaccedilatildeo ambiental para
edificaccedilotildeesUtilizada em 143 paiacuteses a certificaccedilatildeo foi criada em 2000 pela USGreen Building Council (USGBC)
65
Figura 10 -Certificaccedilatildeo em estaacutedios de futebol itens avaliados no canteiro de obra
Fonte Adaptado pelo autor do presente trabalho de Pereira et al (2015)
A alta performance ambiental do maracanatilde apoacutes a implantaccedilatildeo do sistema de
aacuteguas pluviais contribuiu para sua certificaccedilatildeo onde cabe ressaltar que houve reduccedilatildeo
de 7114 do consumo de agua potaacutevel que representa da demanda de bacias e
mictoacuterios como tambeacutem todo o volume de agua necessaacuterio para irrigaccedilatildeo do
gramado e Conforme Pereira et al (2015) a reduccedilatildeo de uso de aacutegua potaacutevel eacute de
50 (cinquenta por cento)
Com o retrofit o estaacutedio do Maracanatilde teve acreacutescimo de 50000m2 na aacuterea de
cobertura construiacuteda em membrana tensionada por cabos de accedilo que permitiu a
viabilidade de implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo acrescida da aacuterea de drenagem
do campo que atende a irrigaccedilatildeo e descargas O estaacutedio no seu sistema de captaccedilatildeo
e reaproveitamento de aacuteguas pluviais conta com reservatoacuterio de 5 milhotildees de litros
volume capaz de suprir as demandas de usos por um periacuteodo de ateacute trecircs meses em
caso de estiagem
66
Leroy Merlin
Empresa de comeacutercio varejista voltada para materiais de construccedilatildeo e
bricolagem desde os anos de 1988 A concepccedilatildeo de seus projetos de lojas passaram
a ser voltada para questotildees de sustentabilidade agrave partir da construccedilatildeo da loja na
cidade de Niteroi inaugurada em 2007 iniciando um ciclo de novas unidades com o
mesmo caraacuteter tendo em um de seus conceitos o aproveitamento de aacuteguas pluviais
A Leroy Merlin foi a primeira empresa agrave receber o selo HQE2 em 2009
empresa situada em Niteroacutei no Estado do Rio de Janeiro na atividade de comeacutercio de
materiais de construccedilatildeo Adotou como meta a certificaccedilatildeo AQUA em funccedilatildeo de sua
adaptabilidade as condiccedilotildees de uso no Brasil avaliando aspectos da gestatildeo
ambiental nas obras de arquitetura
Recebeu a empresa por ocasiatildeo de sua construccedilatildeo recebeu a certificaccedilatildeo
ACQUA-Alta Qualidade Ambiental tendo sido avaliada pela Fundaccedilatildeo Vanzolini
entidade vinculada a USP (Universidade de Satildeo Paulo) tendo atendido as exigecircncias
para a certificaccedilatildeo nas etapas do programa concepccedilatildeo do projeto e realizaccedilatildeo da
obra
Foram utilizados no tratamento daacute aacutegua captada trecircs filtros tipo Vortex WWF
300 com capacidade de filtragem para aacuterea de cobertura de ateacute 3000m2 com potencial
de ateacute 90 da aacutegua precipitada e com retenccedilatildeo de partiacuteculas de 028mmFoi utilizado
reservatoacuterio apresentado na foto abaixo com capacidade de 150000 litros com
extravasor para poccedilos de infiltraccedilatildeo conforme figura 11 em caso de alto iacutendice de
precipitaccedilatildeo pluviomeacutetrica contribuindo para a alimentaccedilatildeo do lenccedilol freaacutetico e
reduzindo a possibilidade de enchentes
2 HQE A primeira certificaccedilatildeo ambiental para edifiacutecios a ser adaptada para a realidade brasileira foi a AQUA (hoje AQUA-
HQE) Com base no selo francecircs Haute Qualiteacute Environnementale professores da Universidade de Satildeo Paulo (USP) criaram a versatildeo brasileira e formaram a instituiccedilatildeo responsaacutevel por ela a Fundaccedilatildeo Vanzolini
67
Figura 11 - Poccedilos de infiltraccedilatildeo
Fonte Adaptado pelo autor do presente trabalho de Leroy Merlin 2009
Foto da Construccedilatildeo do reservatoacuterio de 150000 litros
Fonte Adaptado pelo autor do presente trabalho de Leroy Merlin 2009
68
32 Unidade de anaacutelise
Esta pesquisa se limita a estudar a viabilidade de uso de aguas pluviais
calculando a demanda de uso natildeo potaacutevel a quantificaccedilatildeo da produccedilatildeo de aacuteguas
residuais provenientes de evaporadoras de ar condicionado com determinaccedilatildeo do
volume do reservatoacuterio e posterior analise de viabilidade econocircmica Yin (2001)
afirma que a unidade de anaacutelise estaacute relacionada com o problema fundamental de
definir o que eacute o ldquocasordquo
Segundo Yin (2001) o estudo de caso representa uma investigaccedilatildeo empiacuterica e
compreende um meacutetodo abrangente com a loacutegica do planejamento da coleta e da
anaacutelise de dados Pode incluir tanto estudos de caso uacutenico quanto de muacuteltiplos assim
como abordagens quantitativas e qualitativas de pesquisa
Aleacutem da coleta de dados por meio dos questionaacuterios outro importante processo
que seraacute usado neste estudo eacute anaacutelise documental considerada como a teacutecnica que
abrange tanto a anaacutelise qualitativa quanto a quantitativa Segundo Gil (2010 p121)
ldquoA consulta a fontes documentais eacute imprescindiacutevel em qualquer estudo de casordquo
Portanto a anaacutelise destes dados torna-se fundamental para que se possa identificar
demanda de consumo de aacutegua natildeo potaacutevel o potencial para aproveitamento de aacuteguas
dos evaporadores de aparelhos de ar condicionado
33 Justificativa da estrateacutegia de pesquisa
A escolha do meacutetodo de pesquisa orientaraacute as etapas necessaacuterias para a coleta
de informaccedilotildees anaacutelise destes dados e demonstraccedilatildeo da confiabilidade e validade
das descobertas (ROBSON 2011)
34 Pesquisa Exploratoacuteria
A pesquisa exploratoacuteria utilizaraacute fontes documentais como perioacutedicos
dissertaccedilotildees e teses sobre os temas sustentabilidade histoacuterico de reuso e
reaproveitamento de aacuteguas pluviais e legislaccedilatildeo traccedilando conexotildees entre estes
elementos de forma a propiciar confiabilidade para o embasamento da pesquisa
69
35 Levantamento
O presente trabalho visa o aproveitamento de aacuteguas pluviais e aacuteguas residuais
de evaporadores de unidades condensadoras para reuso no Campus Maracanatilde do
CEFET-RJ
Desta forma o trabalho foi estruturado da forma relacionada abaixo
Levantamento das caracteriacutesticas pluviomeacutetricas da regiatildeo estudada para
determinaccedilatildeo da precipitaccedilatildeo pluviomeacutetrica media atraveacutes das analises de
dados fornecida do sistema Alerta Rio referente ao periacuteodo de 2001 a 2015
Levantamento das caracteriacutesticas de 01(uma) edificaccedilatildeo existente no
campus maracanatilde bloco E e considerando seu potencial de captaccedilatildeo
atraveacutes exclusivamente de suas coberturas bem como o dimensionamento
de reaproveitamento das aacuteguas provenientes de condensadores de ar
condicionado existentes no referido bloco por contemplar maior nuacutemero de
equipamentos citados e maior nuacutemero de horas de uso
Avaliaccedilatildeo dos resultados obtidos com determinaccedilatildeo do reservatoacuterio de
armazenamento sendo realizado atraveacutes da NBR 15527 ndash Aacutegua da Chuva
Aproveitamento das aacutereas urbanas para fins natildeo potaacuteveis (ABNT 2007)
Tambeacutem seratildeo realizados estudos utilizando teacutecnicas de matemaacutetica
financeira pelo meacutetodo de anaacutelise de payback simples que fornece uma
estimativa de faacutecil compreensatildeo dos benefiacutecios gerados para determinar o
tempo de retorno do investimento atraveacutes dos custos de implantaccedilatildeo do
sistema
70
Aacuterea de Estudo
O CEFET-RJ ocupa uma aacuterea de terreno de 3438200 m2 com 6481800 m2
construiacutedos e distribuiacutedos em 06 pavilhotildees e diversos blocos nomeados de ldquoArdquo a ldquoLrdquo
tendo como objeto para estudo de caso o Bloco E que e abastecido atraveacutes do
hidrocircmetro referente ao nuacutemero 485 conforme figura 10
Figura 12 - Hidrocircmetro referente ao nuacutemero 485 com vazatildeo de 03 - 15 m3hora
Fonte Realizada pelo autor 2017
36 Objeto de Estudo
O preacutedio objeto do estudo eacute o Bloco E sendo utilizado pela comunidade
docente discente e teacutecnicos administrativos
Figura 13 - Fachada Principal do CEFET- RJ
Fonte site wwwcefet-rjbr
71
As coberturas do preacutedio satildeo compostas por telhas trapezoidais em accedilo
galvanizado tendo calhas em concreto impermeabilizado para a coleta de aacuteguas
pluviais com tubos de queda em PVC de 100 mm com condutores horizontais
interligando as caixas de passagem e estas ao coletor puacuteblico
361 Aparelhos Existentes
Atraveacutes de visitas in loco foram verificados quais eram os tipos de aparelhos
sanitaacuterios torneiras mictoacuterios existentes no CEFET-RJ Verificaram-se tambeacutem as
atividades realizadas no preacutedio que utilizam aacutegua
37 Entrevistas com os Usuaacuterios
As entrevistas foram realizadas por meio de questionaacuterios aplicados aos
Teacutecnicos Administrativos professores alunos e equipe responsaacutevel pela limpeza do
CEFET-RJ a fim de descobrir a frequecircncia de uso de cada aparelho Nos
questionaacuterios foram feitas perguntas que demonstrassem o tempo e a quantidade de
vezes que cada aparelho era utilizado no periacuteodo de ocupaccedilatildeo
Para obtenccedilatildeo de um levantamento com maior precisatildeo seria necessaacuterio a
resposta ao questionaacuterio por toda a populaccedilatildeo que utiliza os preacutedios estudados foi
verificada a dificuldade em funccedilatildeo de horaacuterios e dias da semana diferentes bem
como um certo desinteresse na participaccedilatildeo por alguns membros da comunidade
Em funccedilatildeo destes fatos decidiu-se por uma pesquisa por amostragem Com utilizaccedilatildeo
da foacutermula de caacutelculo amostral
72
Foacutermula de caacutelculo
Onde
n - amostra calculada N ndash populaccedilatildeo Z - variaacutevel normal padronizada associada ao niacutevel de confianccedila p - verdadeira probabilidade do evento e - erro amostral Erro amostral de 5 Niacutevel de confianccedila de 95
Foram aplicados questionaacuterios para funcionaacuterios professores e alunos com as
mesmas perguntas Os questionaacuterios utilizados nas entrevistas estatildeo apresentados
no Apecircndice A B e C
Para os funcionaacuterios da limpeza interna externa foram aplicados questionaacuterios
direcionados em funccedilatildeo das atividades desenvolvidas
Os resultados obtidos atraveacutes das entrevistas permitiram obter valores que
representam a frequecircncia e o tempo de utilizaccedilatildeo de cada tipo de aparelho sanitaacuterio
para o total geral da edificaccedilatildeo e por pessoa
38 Estimativa do Consumo de Aacutegua
O consumo diaacuterio total de aacutegua em cada aparelho foi estimado com base nos
dados de frequecircncia e tempo de uso dos mesmos obtidos atraveacutes dos questionaacuterios
e o nuacutemero de pessoas que efetivamente utilizam cada aparelho Tambeacutem se
utilizaram no caacutelculo do consumo diaacuterio as vazotildees de acordo com a norma NBR
56261998
381 O caacutelculo de consumo meacutedio diaacuterio de aacutegua per capita por aparelhos
O Caacutelculo foi realizado com base no somatoacuterio da multiplicaccedilatildeo da frequecircncia
e tempo de uso obtido nas entrevistas e vazatildeo do aparelho dividido pelo nuacutemero de
pessoas entrevistadas
73
C meacutedio =
sum 119891119894lowast119905119894lowast119876119899119894
119899
C meacutedio = consumo meacutedio por aparelho
fi=numero de vezes de utilizaccedilatildeo
ti= tempo em segundos de uso diaacuterio
n= amostras de pessoas entrevistadas
Q= vazatildeo do aparelho (litros por segundo)
382 Estimativa do Consumo de Aacutegua em Atividades de Limpeza e jardinagem
A estimativa dos consumos de aacutegua referentes agrave limpeza do preacutedio (que inclui
tambeacutem lavaccedilatildeo de paacutetios corredores sanitaacuterios e irrigaccedilatildeo de jardins) foi calculada
com base em entrevistas com os responsaacuteveis por tais atividades e natildeo por amostra
Consumo Atividade limpeza = Somatoacuterio atividades limpeza paacutetios e rega de
jardim
383 Avaliaccedilatildeo do Potencial de Economia de Aacutegua Potaacutevel
A fim de se estimar o potencial de economia proveniente da implantaccedilatildeo de um
sistema de aproveitamento de aacutegua pluvial foi verificado o percentual de aacutegua potaacutevel
utilizado em fins natildeo potaacuteveis quantificaccedilatildeo da produccedilatildeo de agua residual pelas
evaporadoras de ar condicionado e tambeacutem foi estimado o volume ideal de
reservatoacuterio de acumulaccedilatildeo da aacutegua pluvial
384 Percentual de Aacutegua Potaacutevel que Poderia Ser Substituiacutedo por Aacutegua Pluvial
Neste estudo considerou-se a utilizaccedilatildeo de aacutegua para fins natildeo potaacuteveis em
descargas de vaso sanitaacuterio mictoacuterios irrigaccedilatildeo de jardins torneiras de usadas para
limpeza do preacutedio que tambeacutem inclui lavaccedilatildeo dos pavimentos
Atraveacutes da soma dos valores de consumo de aacutegua nas atividades consideradas
para fins natildeo potaacuteveis foi verificada a quantidade total de aacutegua potaacutevel que poderia
ser substituiacutedo por aacutegua pluvial
74
39 Reservatoacuterios de Aacutegua Pluvial
O reservatoacuterio de acumulaccedilatildeo da aacutegua pluvial eacute um dos componentes mais
importantes de um sistema de aproveitamento de aacutegua pluvial o qual deve ser
dimensionado principalmente considerando os seguintes fatores demanda de aacutegua
pluvial aacutereas de captaccedilatildeo precipitaccedilatildeo pluviomeacutetrica e custos totais de implantaccedilatildeo
Para estimar o volume ideal do reservatoacuterio de aacutegua pluvial para o presente
estudo baseou-se nas aacutereas de cobertura da edificaccedilatildeo no consumo diaacuterio de aacutegua
em sanitaacuterios e mictoacuterios e atividades de limpeza na precipitaccedilatildeo da regiatildeo no
coeficiente de perdas e no total de aacutegua potaacutevel usada para fins natildeo potaacuteveis que
poderia ser substituiacuteda por aacutegua pluvial
310 Anaacutelise Econocircmica
Depois de verificado o potencial de economia de aacutegua potaacutevel seratildeo
verificados os custos para a implantaccedilatildeo e operaccedilatildeo do sistema de aproveitamento
de aacutegua pluvial e tambeacutem analisada sua viabilidade econocircmica
Esta anaacutelise econocircmica seraacute uma estimativa de custos que poderaacute servir como
referecircncia para novas instituiccedilotildees de ensino com padrotildees semelhantes que desejam
implantar um sistema de aproveitamento de aacutegua pluvial
Natildeo se tem um indicativo de que este sistema possa ser implantado no objeto
de estudo Os custos de implantaccedilatildeo e operaccedilatildeo do sistema de aproveitamento de
aacutegua pluvial resumem-se em custos com obra de construccedilatildeo do reservatoacuterio inferior
materiais e equipamentos necessaacuterios agrave implantaccedilatildeo
Deste modo fez-se uma planilha de quantitativos e custos dos valores
referentes a obra atraveacutes de preccedilos coletados no SINAPICEF e de materiais e
equipamentos necessaacuterios com empresas representantes e ou fabricantes
75
4 APLICACcedilAtildeO E VALIDACcedilAtildeO DA METODOLOGIA PROPOSTA
Conforme abordado no capiacutetulo correspondente a metodologia optou-se
como um dos meios de aplicaccedilatildeo a validaccedilatildeo e investigaccedilatildeo desta metodologia
desenvolvida para uma Instituiccedilatildeo Federal de Ensino
41 Histoacuterico do Cefet-RJ
Atraveacutes de uma parceria entre o governo da Uniatildeo e o da Prefeitura do Distrito
Federal foi criada a Escola Normal de Artes e Ofiacutecios Wenceslau Braz versatildeo
primaacuteria do que vem a ser o CEFETRJ contemporaneamente Segundo CEFETRJ
(2007 paacuteg 14) os principais objetivos da escola eram de criar professores mestre e
contramestres para as instituiccedilotildees e escolas profissionais do Distrito Federal e entatildeo
Rio de Janeiro aleacutem de professores de trabalhos manuais para escolas primaacuterias do
Municiacutepio
De acordo com Maruyama (2013) apoacutes criaccedilatildeo de sua primeira forma teve
seus objetivos e estrutura atualizada transformando-se em Escola Teacutecnica Nacional
(ETN) em 1942 Jaacute em 1965 a Escola recebe nome Escola Teacutecnica Federal da
Guanabara poreacutem foi apenas em 1967 que a Escola passa a ser chamada de Escola
Teacutecnica Federal Celso Suckow da Fonseca
Hoje atraveacutes de seu histoacuterico de reconhecimento pela sociedade a Escola
Teacutecnica obteve expansatildeo geograacutefica passando a atuar com sede matriz a Unidade
Maracanatilde e demais seis outras Unidades descentralizadas pelo Rio e Janeiro (Nova
Iguaccedilu Maria da Graccedila Petroacutepolis Nova Friburgo Angra dos Reis e Itaguaiacute) e
educacional ofertando cursos regulares de ensino meacutedio educaccedilatildeo profissional
teacutecnica graduaccedilatildeo poacutes-graduaccedilatildeo aleacutem de atividades de pesquisa e de extensatildeo
411 Definiccedilatildeo de Instituiccedilotildees de Ensino Superior
De acordo com o artigo 21 da LDB - Lei de Diretrizes e Bases da Educaccedilatildeo
Nacional (939496) a educaccedilatildeo escolar eacute formada por duas etapas principais
educaccedilatildeo baacutesica formada pela educaccedilatildeo infantil ensino fundamental e ensino meacutedio
II - educaccedilatildeo superior etapa posterior a educaccedilatildeo baacutesica cujo objetivo global eacute formal
76
profissionais e cidadatildeos aptos a exercerem suas funccedilotildees e promover o
desenvolvimento do paiacutes
A LDB (Lei 93941996) assume a coexistecircncia de instituiccedilotildees puacuteblicas e
privadas para a oferta de cursos superiores dizendo no Artigo 45 que a educaccedilatildeo
superior poderaacute ser ministrada em instituiccedilotildees de ensino superior de caraacuteter puacuteblico
ou privada com variados graus de abrangecircncia e particularizaccedilatildeo Visando
complementar a LDB e a esse artigo 7ordm do Decreto 38602001 classifica as instituiccedilotildees
de ensino superior quanto agrave sua organizaccedilatildeo acadecircmica em
Universidades - Satildeo caracterizadas pela oferta regular de atividades que
articulam trecircs principais pilares ensino de pesquisa e de extensatildeo
Centros Universitaacuterios - Os centros universitaacuterios satildeo instituiccedilotildees de
ensino superior pluri-curriculares comprovada pelo desempenho nos
cursos nas avaliaccedilotildees do MEC e que devem atender a comunidade
Centros Federais de Educaccedilatildeo Tecnoloacutegica - Satildeo instituiccedilotildees de ensino
superior especializados na oferta de educaccedilatildeo tecnoloacutegica nos
diferentes niacuteveis e modalidades de ensino O Centro Federal de
Educaccedilatildeo Tecnoloacutegica Celso Suckow da Fonseca (CEFETRJ) seraacute a
instituiccedilatildeo alvo do presente estudo e se encaixa nessa classificaccedilatildeo
Faculdades Integradas faculdades institutos ou escolas superiores -
superiores orientados basicamente para o ensino satildeo voltadas para a
formaccedilatildeo de profissionais para o mercado de trabalho e natildeo se exigiratildeo
produccedilatildeo cientiacutefica e natildeo haacute exigecircncia de oferta cursos de poacutes-
graduaccedilatildeo
Por fim todas as instituiccedilotildees de ensino superior independente de sua
classificaccedilatildeo e dos cursos ofertados por estar diretamente submetidas as decisotildees do
MEC deve acatar com seus decretos e determinaccedilotildees pois estatildeo sob uma mesma
legislaccedilatildeo e regime Dentro das obrigatoriedades das IES pode ser destacado o
documento de caraacuteter estrateacutegico conhecido como Plano de Desenvolvimento
Institucional (PDI)
412 - Plano de Desenvolvimento Institucional (PDI)
O Plano de Desenvolvimento Institucional (PDI) eacute um documento institucional
exigido pelo Ministeacuterio da Educaccedilatildeo (MEC) e apresenta as principais estrateacutegicas e
77
posicionamento que a instituiccedilatildeo de ensino superior (IES) iraacute adotar em um periacuteodo
de tempo preacute-definido Eacute anaacutelogo ao Planejamento Estrateacutegico das empresas
privadas poreacutem com foco em resultados no sistema educacional processos internos
e desempenho dentro do cenaacuterio mutaacutevel da educaccedilatildeo no periacuteodo de vigecircncia
O Plano de Desenvolvimento Institucional ndash PDI eacute um documento elaborado para um periacuteodo de 5 (cinco) anos que identifica a Instituiccedilatildeo de Ensino Superior (IES) no que diz respeito agrave sua filosofia de trabalho agrave missatildeo a que se propotildee agraves diretrizes pedagoacutegicas que orientam suas accedilotildees agrave sua estrutura organizacional e agraves atividades acadecircmicas que desenvolve eou que pretende desenvolver (SAPIEnS 2007)
A lei 10861 (2004) instituiu o Sistema Nacional de Avaliaccedilatildeo da Educaccedilatildeo
Superior (SINAES) Este sistema tem como objetivo buscar a melhoria da qualidade
da educaccedilatildeo superior monitorar a expansatildeo da oferta e aumento da eficiecircncia e
eficaacutecia institucional no acircmbito de ensino e impacto na sociedade Deve ser ainda um
sistema supervisor das IES no cumprimento de seus deveres institucionais como
identidade respeito a diversidade e afirmaccedilatildeo da autonomia Esta lei promoveu em
2006 a ediccedilatildeo do decreto Nordm 5773 que legitima a relevacircncia e obrigatoriedade do PDI
nas IES
O decreto Nordm 5773 (2006) descreve sobre as funccedilotildees de regulamentaccedilatildeo
acompanhamento e avaliaccedilatildeo das IES e cursos superiores de graduaccedilatildeo e
sequenciais no sistema de ensino federal No Art 15 satildeo descritas as exigecircncias para
uma instituiccedilatildeo ser credenciada ao MEC Eacute responsabilidade da IES possuir aleacutem de
documentos padratildeo como cumprimento de exigecircncias fiscais legais e regimento ou
estatuto o PDI eacute exigido devido ao seu caraacuteter de avaliaccedilatildeo de potencial capacidade
e objetivos de longo prazo como instituiccedilatildeo provedora de ensino superior O Art 16
apresenta ainda um roteiro de subsiacutedio na elaboraccedilatildeo do PDI com as exigecircncias que
o MEC determina
Neste contexto eacute possiacutevel identificar uma importante instituiccedilatildeo de ensino
superior do estado do Rio de Janeiro o Centro Federal de Educaccedilatildeo Tecnoloacutegica
Celso Suckow da Fonseca (CEFETRJ) Uma instituiccedilatildeo com grande tradiccedilatildeo que ao
longo dos anos se diversificou alterou o escopo de ensino para ofertar de cursos de
cursos de graduaccedilatildeo e poacutes-graduaccedilatildeo direcionados para tecnologia e inovaccedilatildeo Eacute
necessaacuterio conhecer aacutes origens histoacutericos e fatores que influenciaram a consolidaccedilatildeo
do CEFETRJ para entender seu papel no cenaacuterio atual
78
413 - O PDI do CefetRJ
O Estatuto do CEFETRJ foi aprovado em 2005 pelo ministro da educaccedilatildeo
Fernando Haddad e instaurou a portaria nordm 3796 No capiacutetulo III sobre a Estrutura
Organizacional na Subseccedilatildeo VIII do Estatuto do CEFETRJ eacute estabelecida a criaccedilatildeo
da Diretoria de Gestatildeo Estrateacutegica (DIGES)oacutergatildeo responsaacutevel por conduzir o
processo de elaboraccedilatildeo validaccedilatildeo e publicaccedilatildeo dos DPI a cada quatro anos bem
como acompanhar a execuccedilatildeo dos planos e projetos definidos e ser o principal
fornecedor de informaccedilotildees sobre o desempenho da instituiccedilatildeo perante sociedade
ministeacuterio da educaccedilatildeo Uniatildeo e demais oacutergatildeos puacuteblicos a que a IES estaacute submetida
A construccedilatildeo do PDI eacute feita de maneira colaborativa e participativa por todos
os departamentos e secretarias que integram a instituiccedilatildeo Os entendimentos entre
todas as partes e consensos provisoacuterios devem ser estabelecidos para definir
objetivos comuns a todos que deveratildeo ser registrado e amplamente divulgado e
cascateado a todos os niacuteveis da instituiccedilatildeo Com isso o PDI deve ser apresentado
pela DIGES em um prazo de 150 a 60 dias agrave Comissatildeo para validar o produto final
conforme estabelecido no documento O processo deve ser concluiacutedo dentro do ano
anterior ao periacuteodo de vigecircncia do PDI em elaboraccedilatildeo
414 - Filosofia Missatildeo e Objetivos Institucionais
Os princiacutepios norteadores da filosofia satildeo expressos atraveacutes de seu Projeto
Pedagoacutegico integrando
A defesa das condiccedilotildees garantidoras de qualidade social para a educaccedilatildeo
puacuteblica viabilizada pela Rede Federal de Educaccedilatildeo Profissional Cientiacutefica e
Tecnoloacutegica em sua diversidade institucional reafirmaccedilatildeo da identidade institucional
vinculada agrave formaccedilatildeo de profissionais de diferentes niacuteveis no projeto de transformaccedilatildeo
de Centro Federal de Educaccedilatildeo Tecnoloacutegica em Universidade Tecnoloacutegica Federal
adoccedilatildeo de projetos de verticalizaccedilatildeo e integraccedilatildeo das atividades de ensino pesquisa
e extensatildeo da educaccedilatildeo baacutesica agrave poacutes-graduaccedilatildeo como caracteriacutestica metodoloacutegica
de formaccedilatildeo na aacuterea tecnoloacutegica middot consolidaccedilatildeo de poliacuteticas de ensino pesquisa e
extensatildeo que compromissadas com o desenvolvimento nacional e regional a
disseminaccedilatildeo e produccedilatildeo de conhecimento a formaccedilatildeo de pessoas e a
responsabilidade social e eacutetica continuem a legitimar a atuaccedilatildeo institucional junto agrave
79
sociedade preservaccedilatildeo e sustentaccedilatildeo da autonomia institucional definida em lei
aperfeiccediloamento permanente dos processos de gestatildeo democraacutetica e
descentralizaccedilatildeo gerencial nas instacircncias acadecircmicas e administrativas mediante
adoccedilatildeo de estruturas colegiadas mecanismos de participaccedilatildeo de todos os segmentos
da comunidade interna socializaccedilatildeo de informaccedilotildees e transparecircncia na utilizaccedilatildeo de
recursos middot observacircncia de aspectos inerentes ao caraacuteter puacuteblico e de identidade
formadora da Instituiccedilatildeo valorizaccedilatildeo do ser humano e do trabalho respeito agrave
pluralidade e divergecircncias de ideacuteias sem discriminaccedilatildeo de qualquer natureza adesatildeo
agrave tecnologia a serviccedilo da promoccedilatildeo humana compromisso social diaacutelogo constante
e parcerias com instituiccedilotildeesentidades representativas da sociedade
responsabilidade funcional e eacutetica (PDI 2010)
No que se refere a sua missatildeo institucional levando-se em consideraccedilatildeo agrave RS
assumida perante a sociedade cabe ao CEFETRJ
Promover a educaccedilatildeo mediante atividades de ensino pesquisa e extensatildeo que
propiciem de modo reflexivo e criacutetico na interaccedilatildeo com a sociedade a formaccedilatildeo
integral (humaniacutestica cientiacutefica e tecnoloacutegica eacutetica poliacutetica e social) de profissionais
capazes de contribuir para o desenvolvimento cultural tecnoloacutegico e econocircmico dessa
mesma sociedade (PDI 2010)
Neste sentido seus principais objetivos satildeo
ministrar educaccedilatildeo profissional teacutecnica de niacutevel meacutedio de forma
articulada com o ensino meacutedio destinada a proporcionar habilitaccedilatildeo
profissional para diferentes setores da economia
ministrar ensino superior de graduaccedilatildeo e de poacutes-graduaccedilatildeo lato sensu
e stricto sensu visando agrave formaccedilatildeo de profissionais e especialistas na
aacuterea tecnoloacutegica
ministrar cursos de licenciatura bem como programas especiais de
formaccedilatildeo pedagoacutegica nas aacutereas cientiacutefica e tecnoloacutegica
ofertar educaccedilatildeo continuada por diferentes mecanismos visando agrave
atualizaccedilatildeo ao aperfeiccediloamento e agrave especializaccedilatildeo de profissionais na
aacuterea tecnoloacutegica
realizar pesquisa estimulando o desenvolvimento de soluccedilotildees
tecnoloacutegicas de forma criativa e estendendo seus benefiacutecios agrave
comunidade
80
promover a extensatildeo mediante integraccedilatildeo com a comunidade
contribuindo para o seu desenvolvimento e melhoria da qualidade de
vida desenvolvendo accedilotildees interativas que concorram para a
transferecircncia e o aprimoramento dos benefiacutecios e conquistas auferidos
na atividade acadecircmica e na pesquisa aplicada
estimular a produccedilatildeo cultural o empreendedorismo o desenvolvimento
cientiacutefico e tecnoloacutegico o pensamento reflexivo com responsabilidade
social (PDI 2010)
As Instituiccedilotildees de Ensino Superior (IES) e Meacutedio Teacutecnico satildeo autarquias
vinculadas ao Ministeacuterio da Educaccedilatildeo (MEC) que tem como atividade fim prover
educaccedilatildeo de qualidade e desenvolver a sociedade como um todo sempre em
consonacircncia com poliacuteticas leis e decretos vigentes As IES devem a cada quatro anos
apresentar o seu Planejamento Institucional (PDI) que eacute anaacutelogo ao Planejamento
Estrateacutegico empresarial e documento obrigatoacuterio exigido pelo MEC
Em suma o CEFETRJ eacute uma Instituiccedilatildeo que atua nos diferentes niacuteveis da
educaccedilatildeo e tem por objetivo a formaccedilatildeo de profissionais capazes de atuar intervir e
aplicar conhecimentos teacutecnicos e cientiacuteficos sem desconsiderar a dinacircmica
econocircmica e social bem como o desenvolvimento das regiotildees onde suas unidades
estatildeo inseridas
42 Sobre o potencial de captaccedilatildeo de aguas de residuais
Para avaliar o potencial de captaccedilatildeo de aguas de residuais que satildeo produzidas
pelas unidades evaporadoras de ar condicionado foi realizado ensaios em aparelhos
com capacidades variadas utilizando uma proveta graduada para coleta com
mangueira interligada a saiacuteda do dreno da unidade evaporadora de forma a
quantificar a produccedilatildeo a cada hora para obtenccedilatildeo da media de produccedilatildeo admitindo
um padratildeo modular de 12000 BTUsh conforme figuras x
Figura 14 - ensaio equipamento 24000 BTUs
81
Fonte Autor deste trabalho 2017
Quadro 5 - Ensaio de captaccedilatildeo em ambiente da biblioteca
Equipamento Split 24000 BTUs -Elgin
Hora Temperatura
( Graus Celsius-Cdeg) Volume de Aacutegua de Condensaccedilatildeo (mlh)
1230h 27 0
1330hr 23 500
1430hr 21 650
1530hr 21 630
1630hr 21 590
1730hr 21 610
1830hr 21 585
MEacuteDIA 50929
Fonte autor deste trabalho 2017
82
Quadro 6 -Ensaio de captaccedilatildeo em ambiente da sala de professores
Equipamento Split 12000 BTUs -Komeco
Hora Temperatura( Graus
Celsius-Cdeg) Volume de Aacutegua de Condensaccedilatildeo (mlh)
800h 30 0
900h 27 190
1000hr 23 250
1100hr 21 340
1200hr 21 290
1300hr 21 310
1400hr 21 285
MEacuteDIA 23786
Fonte autor deste trabalho 2017
Diferentemente do que foi encontrado na literatura obteve- se uma
media de 24905 mlhora para cada 12000 BTUs hora (British termal Units-
Unidade Teacutermica Britacircnica) variaccedilatildeo explicada pelas condiccedilotildees
psicomeacutetricas ou seja o processo de condensaccedilatildeo estaacute diretamente
relacionado a as condiccedilotildees climaacuteticas externas quanto maior a umidade
maior seraacute a quantidade de aacutegua gerada pelo processo De acordo com Mota
et al(2011) em meacutedia um ar com 12000 BTUs apresentou produccedilatildeo de
300mlhora valor proacuteximo ao encontrado por Fortes et al (2015) meacutedia de
309mlhora para unidade de mesma capacidade
Quadro 7 - Somatoacuterio das capacidades dos equipamentos instalados por pavimento
PAV CAPTOTAL EM BTUh
FUNCIONAMENTO
(hrdia)
VOLCONDENSACcedilAtildeO
(lhr)
VOLCONDENSACcedilAtildeO
(ldia)
T 18000 12 037 448
1ordm 650000 10 1349 13490
2ordm 676000 8 1403 11224
3ordm 806000 14 1673 23419
4ordm 786000 12 1631 19575
5ordm 676000 12 1403 16836
SOMA 3612000
84992 litros dia
Fonte Setor de manutenccedilatildeo
83
Tendo em vista a diversidade de utilizaccedilatildeo do Preacutedio Bloco E
(Bibliotecas Coordenaccedilotildees Salas de aula e Ambientes administrativos) foram
atribuiacutedos tempos de uso compatiacuteveis com o funcionamento de cada
ambiente
O reuso das aguas de condensaccedilatildeo que seriam desperdiccediladas
apresentam potencial de reuso com custo relativamente baixo cabendo
somente a interligaccedilatildeo dos drenos a rede de captaccedilatildeo de aguas pluviais
conforme pode ser observado na figura 15 e reservatoacuterio para que esta seja
usada para fins natildeo potaacuteveis
Figura 15 - Interligaccedilatildeo de tubulaccedilatildeo de drenagem de condensadores a rede AP
84
Aacuterea de Coleta de agua de chuva
Para estimar o volume do reservatoacuterio foi necessaacuterio o calculo da aacuterea que seraacute
utilizada para captaccedilatildeo das aguas pluviais que foi considerada a aacuterea de cobertura do
bloco E figura 16 que e composta de telhas trapezoidais em accedilo galvanizado
Figura 16 -Planta de cobertura do Bloco E
De acordo com a NBR 15527 a aacuterea de captaccedilatildeo para dimensionamentos eacute a
aacuterea em metros projetada na horizontal da superfiacutecie impermeaacutevel da cobertura onde
a aacutegua da chuva eacute captada (ABNT 2007)
Quadro 8 - Quadro da aacuterea de cobertura do Bloco E
PREacuteDIO AacuteREA ( msup2 )
BLOCO E 134670
TOTAL 134670
Fonte Autor do presente trabalho
Segundo Tomaz (2015) haacute uma variaccedilatildeo entre o volume de aacutegua precipitado e
o volume que seraacute coletado O coeficiente de Runoff ou coeficiente de escoamento
superficial eacute a relaccedilatildeo entre o volume de aacutegua de chuva que escoa superficialmente
e o volume total de aacutegua precipitada no telhado que iraacute variar de acordo com a
superfiacutecie conforme quadro 9
85
Quadro 9 - Iacutendice do coeficiente de Runoff
Tipo de telha Coeficiente de Runoff
Ceracircmica 08 a 09
Ceracircmica esmaltada 09 a 095
Corrugada metaacutelica 08 a 09
Cimento amianto 08 a 09
Plaacutestico 09 a 095 Fonte TOMAZ (2015)
Precipitaccedilatildeo Pluviomeacutetrica
Os dados pluviomeacutetricos utilizados neste trabalho foram fornecidos pelo
Sistema Alerta Rio que foram coletados da Estaccedilatildeo Meteoroloacutegica Tijuca A estaccedilatildeo
estaacute localizada no bairro tijuca em latitude 22ordm57 185S longitude 43ordm14 538W A
escolha desta estaccedilatildeo meteoroloacutegica se deu pela proximidade do CEFET-RJ e por
possuir grande volume de informaccedilatildeo armazenado pelo Sistema Alerta Rio Os dados
fornecidos incluem informaccedilotildees sobre precipitaccedilotildees no periacuteodo de 01012007 a
31122015 Conforme pode ser observado na tabela x
Tabela 3- Tabela de Precipitaccedilatildeo Pluviomeacutetrica
REGIME DE CHUVA
Tabela de Precipitaccedilatildeo Pluviomeacutetrica_ Jan 2007Dezembro 2015 (ml)
2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 MEacuteDIA
JAN 127 1856 2724 2202 1036 180 3538 288 788 19378
FEV 1176 1248 1222 624 874 144 834 304 848 9093
MAR 142 2466 944 3386 1496 91 358 986 1368 19098
ABR 1182 2186 2372 4962 3174 1008 85 177 1184 23360
MAI 202 736 552 898 1714 996 1692 458 40 11833
JUN 67 62 732 712 398 1478 426 106 1312 9260
JUL 166 448 1098 127 466 466 1718 1006 134 10333
AGO 178 1458 582 328 362 206 222 484 104 4905
86
Fonte Sistema Alerta Rio
Potencial de aproveitamento de aacuteguas pluviais
Para a determinaccedilatildeo do volume que pode ser aproveitado foi utilizado a aacuterea
de cobertura do preacutedio estudado a meacutedia das precipitaccedilotildees mensais do periacuteodo de
janeiro de 2007 a dezembro de 2015 bem como o coeficiente de runoff de 090 em
funccedilatildeo do material existente na cobertura utilizou-se a metodologia aplicada por Ghisi
et al (2017) e Lina et al (2011) desta forma foi calculado atraveacutes da equaccedilatildeo abaixo
e demonstrado no quadro 10
V= PAC1000
Onde V= volume mensal de chuva em m3
A=aacuterea total de captaccedilatildeo em m3
C= coeficiente de runoff
1000= fator de conversatildeo para m3
SET 394 1118 1322 582 572 1246 75 474 130 9698
OUT 2076 92 2256 1756 1382 744 888 542 32 13605
NOV 2202 2048 1292 1082 33 1198 1384 822 1974 15415
DEZ 2506 1284 4622 2876 1726 282 221 404 804 20893
15476 16388 19718 20678 1353 10478 18092 8598 10536
87
Quadro 10 - Captaccedilatildeo de aacutegua
POTENCIAL DE CAPTACcedilAtildeO DE AacuteGUA DE CHUVA
BLOCO E
MEcircS PRECIPITACcedilAtildeO MEacuteDIA
MENSAL AacuteREA COBERTURA
COEFICIENTE DE RUNOFF
VOLUME APROVEITAacuteVEL (m sup3)
JAN 19378 13467 09 23486
FEV 90925 13467 09 1102
MAR 19098 13467 09 23147
ABR 2336 13467 09 28313
MAI 118325 13467 09 14341
JUN 926 13467 09 11223
JUL 103325 13467 09 12523
AGO 4905 13467 09 5945
SET 96975 13467 09 11754
OUT 13605 13467 09 1649
NOV 15415 13467 09 18683
DEZ 208925 13467 09 25322 TOTAL ANUAL 202248
Fonte O autor do presente trabalho
Foram utilizadas as meacutedias de precipitaccedilotildees mensais do periacuteodo de 2007 a
2015 e observa-se que o mecircs de agosto com menor iacutendice de precipitaccedilatildeo
pluviomeacutetrica para a seacuterie histoacuterica
Atraveacutes de visitas in loco foram verificados todos os banheiros existentes no
preacutedio estudado verificando vazamentos tipos de torneira vasos sanitaacuterios e
mictoacuterios e foram identificadas torneiras temporizadas nos lavatoacuterios e mictoacuterios que
apresentavam tempo excessivo para fechamento as mesmas foram reguladas pela
equipe de manutenccedilatildeo e instalados redutores de vazatildeo Verificaram-se tambeacutem as
atividades realizadas no preacutedio que utilizam aacutegua que poderiam ser substituiacutedas por
agua natildeo potaacutevel
88
Definiccedilatildeo da populaccedilatildeo do preacutedio estudado
Para definiccedilatildeo da demanda do preacutedio estudado se fez necessaacuterio determinar a
populaccedilatildeo que utiliza o bloco E objeto do estudo de caso quantificando a meacutedia diaacuteria
de docentes teacutecnicos administrativos discente e tercerizados conforme quadro 11
Quadro 11 - Populaccedilao
POPULACcedilAtildeO BLOCO E
POPULACcedilAtildeO DIAS DA SEMANA
TOTAL SEG TERCcedilA QUARTA QUINTA SEXTA
Professores 75 75 75 75 75 375
Teacutecnicos Administrativo 135 135 135 135 135 675
Alunos 1150 1150 1150 1150 1150 5750
Visitantes da Biblioteca 80 80 80 80 80 400
Terceirizados 10 10 10 10 10 50
TOTAL 1450 1450 1450 1450 1450
Fonte O autor do presente trabalho
Com a determinaccedilatildeo da meacutedia de utilizaccedilatildeo da populaccedilatildeo foi verificado na
literatura as demanda encontradas por diversos autores
Segundo Gonccedilalves (2002 ) apud Silva (2004) edifiacutecios puacuteblicos e escolas tipo
externato possuem demanda diaacuteria na ordem de 50lpessoa dia
Kamers (2004) em seu estudo de 10 edifiacutecios puacuteblicos na cidade de
Florianoacutepolis encontrou demanda de 367 lpessoa dia
Marinoski (2008) obteve demanda de 155 lpessoa dia para fins natildeo potaacuteveis
em uma instituiccedilatildeo de niacutevel superior na cidade de Florianopolis-SC
Salla et al(2013)encontrou demanda de 20 a 30 laluno dia em um bloco de
salas de aula da UFU
Em funccedilatildeo das variaccedilotildees apresentadas na literatura e pelo preacutedio objeto do
estudo natildeo apresentar micromediccedilatildeo ou seja a entrada da concessionaacuteria CEDAE
atende diversas edificaccedilotildees na instituiccedilatildeo adotou-se questionaacuterio de forma a
quantificar a demanda dos equipamentos sanitaacuterios possiacuteveis de acordo com a
legislaccedilatildeo de utilizaccedilatildeo de aguas pluviais
43 Anaacutelise dos Resultados das entrevistas realizadas
As entrevistas foram realizadas por meio de questionaacuterios aplicados aos
Teacutecnicos Administrativos professores alunos e equipe responsaacutevel pela limpeza do
89
CEFET-RJ questionaacuterios que se encontram no apecircndice A B e C com a finalidade de
descobrir a frequecircncia de uso de cada aparelho de forma a quantificar o consumo de
agua potaacutevel nos equipamentos
Para obtenccedilatildeo de um levantamento com maior precisatildeo seria necessaacuterio a
resposta ao questionaacuterio por toda a populaccedilatildeo que utiliza os preacutedios estudados foi
verificada a dificuldade em funccedilatildeo de horaacuterios e dias da semana diferentes bem
como Em funccedilatildeo destes fatos decidiu-se por uma pesquisa por amostragem Com
utilizaccedilatildeo da foacutermula de caacutelculo amostral Chegou-se a uma amostra de 304 Foram
distribuiacutedos 400 questionaacuterios dos quais retornaram 320 o que gerou os graacuteficos
abaixo para determinaccedilatildeo do numero de vezes e tempo de uso dos equipamentos
sanitaacuterios
Caacutelculo de utilizaccedilatildeo da bacia sanitaacuteria
Foi considerado a utilizaccedilatildeo por cinco dias semanais no caso adotado 20 dias
uteis e utilizada a vazatildeo de 170 litros segundo no caso das bacias sanitaacuterias e 015
litrossegundo para mictoacuterios segundo a NBR 56261998
C meacutedio =
sum 119891119894lowast119905119894lowast119876119899119894
119899
Onde
C Meacutedio = consumo meacutedio
Fi = nuacutemero de vezes de utilizaccedilatildeo
Ti = tempo em segundos por acionamento
Q = vazatildeo de acordo com a norma
90
Graacutefico 1- Frequecircncia de uso diaacuterio da bacia sanitaacuteria
Fonte Elaborado pelo Autor deste Trabalho 2017
Populaccedilatildeo diaacuteria 1450
Nuacutemero de acionamentos descarga bacia sanitaacuteria
1 vez 16 1450 usuaacuterios 1 vez = 232 vezes
2 vezes 16 1450 usuaacuterios 2 vezes = 464 vezes
3 vezes 30 1450 usuaacuterios 3 vezes = 1305 vezes
4 vezes 14 1450 usuaacuterios 4 vezes = 802 vezes
5 vezes 5 1450 usuaacuterios 5 vezes = 362 vezes
6 vezes 4 1450 usuaacuterios 6 vezes = 348 vezes
7 vezes 5 1450 usuaacuterios 7 vezes = 507 vezes
Total de acionamentos 4031
91
Graacutefico 2 - Tempo em segundos da descarga da bacia
Fonte Elaborado pelo Autor deste Trabalho 2017
Consumo de bacia sanitaacuteriadia
1 seg 5 4031 1 17 = 342
2 seg 12 4031 2 17 = 822
3 seg 13 4031 3 17 = 890
4 seg 12 4301 4 17 = 822
5 seg 22 4031 5 17 = 150
6 seg 11 4031 6 17 = 753
7 seg 4 4031 7 17 = 274
8 seg 8 4031 8 17 = 548
9 seg 5 4031 9 17 = 342
10 seg 3 4031 10 17 = 205
Logo o consumo meacutedio das bacias sanitaacuterias foi de 6510dia e foi considerado 20
dias de utilizaccedilatildeo perfazendo um total de 130200Lmecircs ou 1302m3
92
Graacutefico 3 - Frequecircncia de uso diaacuterio do mictoacuterio
Fonte Elaborado pelo Autor deste Trabalho 2017
Nuacutemero de acionamentos de descarga mictoacuterio
1 vez 14 870 usuaacuterios 1 vez = 121
2 vezes 10 870 usuaacuterios 2 vezes = 174
3 vezes 21 870 usuaacuterios 3 vezes = 548
4 vezes 26 870 usuaacuterios 4 vezes = 904
5 vezes 12 870 usuaacuterios 5 vezes = 522
6 vezes 2 870 usuaacuterios 6 vezes = 174
7 vezes 2 870 usuaacuterios 7 vezes = 121
8 vezes 3 870 usuaacuterios 8 vezes = 208
Total de acionamentos 2772
93
Graacutefico 4 - Tempo em segundos da descarga do mictoacuterio
Fonte Elaborado pelo Autor deste Trabalho 2017
Consumo de mictoacuteriodia
1 seg 5 2772 1 015 = 20
2 seg 12 2772 2 015 = 99
3 seg 13 2772 3 015 = 162
4 seg 12 2772 4 015 = 99
5 seg 22 2772 5 015 = 457
6 seg 11 2772 6 015 = 274
7 seg 4 2772 7 015 = 116
8 seg 8 2772 8 015 = 260
9 seg 9 2772 9 015 = 187
10 seg 3 2772 10 015 = 124
Logo o consumo meacutedio de mictoacuteriodia foi de 1804dia e foi considerado 20
dias de utilizaccedilatildeo perfazendo um total de 36080mecircs ou 3608m3
Estimativa do Consumo de Aacutegua em Atividades de Limpeza e jardinagem
As informaccedilotildees foram prestadas pelos responsaacuteveis pela limpeza interna e
externa atraveacutes dos questionaacuterios aplicados
Consumo Atividade de limpeza=Somatoacuterio atividades limpeza paacutetios e rega
de jardim
Consumo de atividades de limpeza = 1104 m3 mensal
94
Consumo per capta de uso natildeo potaacutevel 86821450 = 598 litrosdia
Dimensionamento do reservatoacuterio de aguas pluviais
Segundo a Norma Brasileira NBR 155272007 satildeo apresentados 6 meacutetodos
de dimensionamento de reservatoacuterios cabendo ao projetista a escolha do meacutetodo
Para o presente projeto foi adotado o meacutetodo pratico alematildeo onde o volume do
reservatoacuterio seraacute o menor valor entre 6 do volume de captaccedilatildeo de agua pluvial anual
e 6 da demanda anual de agua natildeo potaacutevel
Vx006
V adotado = miacutenimo Dx006
Onde
V adotado= volume do reservatoacuterio
V= volume aproveitaacutevel anual de agua de chuva
D= demanda anual de agua natildeo potaacutevel
Demanda anual por agua natildeo potaacutevel
Limpeza 1104 m3mecircs x 12= 13248 m3
Vaso sanitaacuterio 1302 m3mecircs x 12 = 156240m3
Mictoacuterio 3608m3mesx12 = 43296 m3
Total 17732 m3mecircs 12= 212784 m3
Volume aproveitaacutevel de aguas pluviais = 202248 m3
V adotado= V x006 = (202248x006) = 12134m3
V adotado= D x006= (212784x006) = 12767m3
Tendo em vista os resultados apresentados adotou-se um reservatoacuterio inferior
com capacidade de 120000 litros em concreto armado conforme projeto no apecircndice
D tendo como base a Planta Baixa apresentado na figura 17 E de acordo com a
demanda diaacuteria foi definido reservatoacuterio superior em polietileno com capacidade de
5000 litros
95
Figura 17 - Planta baixa
FonteO autor do presente trabalho
Quadro 12 - Planilha orccedilamentaacuteria
Fonte Adaptada pelo autor do presente trabalho do Sistema Orccedila fascio
96
Item Coacutedigo Banco Descriccedilatildeo Tipo Und Quant Valor
Unit
Valor Unit
com BDI
Total
1 Movimento de Terra 190190
11 72917 SINAPI
ESCAVACAO MECANICA DE VALA EM MATERIAL 2A
CATEGORIA DE 201 ATE 400 M DE PROFUNDIDADE COM
UTILIZACAO DE ESCAVADEIRA HIDRAULICA
MOVT - MOVIMENTO
DE TERRAmsup3 13000 1198 1463 190190
2 Remoccedilotildees 862616
21 72897 SINAPICARGA MANUAL DE ENTULHO EM CAMINHAO
BASCULANTE 6 M3
MOVT - MOVIMENTO
DE TERRAmsup3 23800 2346 2864 681632
22 72900 SINAPI
TRANSPORTE DE ENTULHO COM CAMINHAO
BASCULANTE 6 M3 RODOVIA PAVIMENTADA DMT 05 A
10 KM
MOVT - MOVIMENTO
DE TERRAmsup3 16800 535 653 109704
23 93377 SINAPI
REATERRO MECANIZADO DE VALA COM
RETROESCAVADEIRA (CAPACIDADE DA CACcedilAMBA DA
RETRO 026 Msup3 POTEcircNCIA 88 HP) LARGURA DE 08 A
15 M PROFUNDIDADE DE 15 A 30 M COM SOLO (SEM
SUBSTITUICcedilAtildeO) DE 1ordf CATEGORIA EM LOCAIS COM ALTO
NIacuteVEL DE INTERFEREcircNCIA AF_042016
MOVT - MOVIMENTO
DE TERRAmsup3 7200 811 990 71280
3 Estrutura 6177729
31 95241 SINAPI
LASTRO DE CONCRETO E = 5 CM PREPARO
MECAcircNICO INCLUSOS LANCcedilAMENTO E ADENSAMENTO
AF_07_2016
FUES - FUNDACcedilOtildeES
E ESTRUTURASmsup2 5000 2404 2935 146750
32 5970 SINAPIFORMA TABUA PARA CONCRETO EM FUNDACAO C
REAPROVEITAMENTO 2X
FUES - FUNDACcedilOtildeES
E ESTRUTURASmsup2 22000 6684 8161 1795420
33 94052 SINAPI
ESCORAMENTO DE VALA TIPO DESCONTIacuteNUO COM
PROFUNDIDADE DE 15 A 30 M LARGURA MAIOR OU
IGUAL A 15 M E MENOR QUE 25 M EM LOCAL COM NIacuteVEL
ALTO DE INTERFEREcircNCIA AF_062016
ESCO -
ESCORAMENTOmsup2 7000 3602 4398 307860
34 83515 SINAPI
ESCORAMENTO FORMAS DE H=330 A 350 M COM
MADEIRA 3A QUALIDADE NAO APARELHADA
APROVEITAMENTO TABUAS 3X E PRUMOS 4X
ESCO -
ESCORAMENTOmsup3 12000 1500 1832 219840
35 90861 SINAPI
CONCRETAGEM DE EDIFICACcedilOtildeES (PAREDES E LAJES)
FEITAS COM SISTEMA DE FOcircRMAS MANUSEAacuteVEIS COM
CONCRETO USINADO BOMBEAacuteVEL FCK 20 MPA
LANCcedilADO COM BOMBA LANCcedilA - LANCcedilAMENTO
ADENSAMENTO E ACABAMENTO AF_062015
FUES - FUNDACcedilOtildeES
E ESTRUTURASmsup3 3050 40775 49786 1518473
36 92921 SINAPI
ARMACcedilAtildeO DE ESTRUTURAS DE CONCRETO ARMADO
EXCETO VIGAS PILARES LAJES E FUNDACcedilOtildeES
PROFUNDAS (DE EDIFIacuteCIOS DE MUacuteLTIPLOS
PAVIMENTOS EDIFICACcedilAtildeO TEacuteRREA OU SOBRADO)
UTILIZANDO ACcedilO CA-50 DE 125 MM - MONTAGEM
AF_122015
FUES - FUNDACcedilOtildeES
E ESTRUTURASKG 15300 779 951 145503
37 92919 SINAPI
ARMACcedilAtildeO DE ESTRUTURAS DE CONCRETO ARMADO
EXCETO VIGAS PILARES LAJES E FUNDACcedilOtildeES
PROFUNDAS (DE EDIFIacuteCIOS DE MUacuteLTIPLOS
PAVIMENTOS EDIFICACcedilAtildeO TEacuteRREA OU SOBRADO)
UTILIZANDO ACcedilO CA-50 DE 100 MM - MONTAGEM
AF_122015
FUES - FUNDACcedilOtildeES
E ESTRUTURASKG 2800 976 1192 33376
38 92917 SINAPI
ARMACcedilAtildeO DE ESTRUTURAS DE CONCRETO ARMADO
EXCETO VIGAS PILARES LAJES E FUNDACcedilOtildeES
PROFUNDAS (DE EDIFIacuteCIOS DE MUacuteLTIPLOS
PAVIMENTOS EDIFICACcedilAtildeO TEacuteRREA OU SOBRADO)
UTILIZANDO ACcedilO CA-50 DE 80 MM - MONTAGEM
AF_122015
FUES - FUNDACcedilOtildeES
E ESTRUTURASKG 68700 1217 1486 1020882
39 92916 SINAPI
ARMACcedilAtildeO DE ESTRUTURAS DE CONCRETO ARMADO
UTILIZANDO ACcedilO CA-50 DE 63 MM - MONTAGEM
AF_122015
FUES - FUNDACcedilOtildeES
E ESTRUTURASKG 60900 1331 1625 989625
Descriccedilatildeo do Orccedilamento Bancos Utilizados BDI Encargos Sociais
CONSTRUCcedilAtildeO DE CISTERNA SINAPI - 072017 - RJ
ORSE - 062017 - SE
SEDOP - 042017 - PA
SEINFRA - 024 - CE
SICRO2 - 112016 - RJ
SETOP - 072017 - MG
IOPES - 052017 - ES
SIURB - 012017 - SP
SUDECAP - 032017 - MG
FDE - 042017 - SP
CPOS - 072017 - SP
AGETOP CIVIL - 102016 -
GO
CAEMA - 052016 - MA
2210 00 - Natildeo Desonerada
Total Geral R$ 7230535
Planilha Orccedilamentaacuteria Sinteacutetica
Total sem
BDI
R$ 5921991
Total do BDI R$ 1308544
97
Quadro 13 - Anaacutelise de simulaccedilatildeo do reservatoacuterio
Fonte O autor do presente trabalho
ANAacuteLISE DE SIMULACcedilAtildeO DO RESERVATOacuteRIO
Coeficiente de runoff (CR) = 09
Volume do reservatoacuterio (msup3) = 120
Meses Chuva meacutedia mensal
Demanda mensal
Aacuterea de captaccedilatildeo
Volume de chuva
mensal
Volume do reservatoacuterio
fixado
Volume do reservatoacuterio
no tempo (t-1)
Volume do reservatoacuterio no tempo (t)
Overflow Suprimento de aacutegua externo
(mm) (msup3) (msup2) (msup3) (msup3) (msup3) (msup3) (msup3) (msup3)
Coluna 1 Coluna 2 Coluna 3 Coluna 4 Coluna 5 Coluna 6 Coluna 7 Coluna 8 Coluna 9 Coluna 10
Janeiro 19378 17732 13467 235 120 0 120 0 0
Fevereiro 9093 17732 13467 110 120 120 5268 0 0
Marccedilo 19098 17732 13467 231 120 5268 10636 0 0
Abril 2336 17732 13467 283 120 10636 120 9204 0
Maio 11833 17732 13467 143 120 120 8568 0 0
Junho 926 17732 13467 112 120 8568 2036 0 0
Julho 10332 17732 13467 125 120 2036 -3196 0 3196
Agosto 4905 17732 13467 59 120 0 -11832 0 11832
Setembro 9698 17732 13467 118 120 0 -5932 0 5932
Outubro 13605 17732 13467 165 120 0 -1232 0 1232
Novembro 15415 17732 13467 187 120 0 968 0 0
Dezembro 20893 17732 13467 253 120 968 8536 0 0
Total 16687 212784 2021 9204 22192
98
A demanda por agua natildeo potavel foi considerada identica para todos os meses
tendo em vista que nos meses de recesso natildeo haacute reduccedilatildeo na conta como pode ser
observado no apendice E pois satildeo realizadosdiversas atividades como lavagem de
reservatorios limpeza pesada e cursos de feacuterias
Quadro 14 - Descriccedilatildeo da planilha
Fonte O autor do presente trabalho 2017
Foi realizada analise de simulaccedilatildeo do reservatoacuterio com base na capacidade
encontrada atraveacutes do metodo praacutetico alematildeo 12000 m3 onde pode-se observar
overflow (transbordamento) de 9204 m3 para o mecircs de abril e necessidade de
suprimento de agua externo da concessionaria CEDAE para os meses julho a outubro
perfazendo um total 22192m3 Tendo em vista um uacutenico mecircs de transbordamento e
4 meses de necessidade de abastecimento externo verificou-se que o aumento do
reservatoacuterio para evitar o transbordamento poderia inviabilizar o projeto com o
aumento do custo de construccedilatildeo e o reservatorio ficaria ocioso tendo em vista a
precipitaccedilatildeo pluviometrica insuficiente para o atendimento pleno da demanda nos
meses de julho a outubro
A demanda por agua natildeo potavel foi considerada identica para todos os meses
tendo em vista que nos meses de recesso natildeo haacute reduccedilatildeo significativa no consumo
como pode ser observado no apecircndice E pois satildeo realizados lavagem de
reservatorios limpeza pesada e cursos de ferias
Coluna 1 = Meses
Coluna 2 = Intensidade pluviomeacutetrica mensal
Coluna 3 = Demanda mensal de aacutegua pluvial da edificaccedilatildeo
Coluna 4 = Aacuterea de captaccedilatildeo da edificaccedilatildeo
Coluna 5 = (Coluna 2) x (Coluna 4) x (Coeficiente de runoff) (100)
Coluna 6 = Corresponde ao volume definido para o reservatoacuterio
Coluna 7 = Se (Coluna 8 mecircs anterior) for menor que zero adotar zero
Se (Coluna 8 mecircs anterior) for maior ou igual a zero adotar o valor
Valor de janeiro igual a zero
Coluna 8 = Se (Coluna 5) + (Coluna 7) - (Colune 3) for maior que (Coluna 6) adotar o valor da (Coluna 6)
Se (Coluna 5) + (Coluna 7) - (Colune 3) for igual ou menor que (Coluna 6) adotar (Coluna 5) + (Coluna 7) - (Colune 3)
Valor de janeiro igual o volume do reservatoacuterio
Coluna 9 = Se (Coluna 5) + (Coluna 7) - (Coluna 3) for maior que (Coluna 6) adotar (Coluna 5) + (Coluna 7) - (Coluna3) - (Coluna 6)
Se (Coluna 5) + (Coluna 7) - (Coluna 3) for igual ou menor que (Coluna 6) adotar zero
Coluna 10 = Se (Coluna 7) + (Coluna 5) - (Coluna 3) for menor que zero adotar -((Coluna 7) + (Coluna 5) - (Coluna 3))
Se (Coluna 7) + (Coluna 5) - (Coluna 3) for igual ou maior que zero adotar zero
Descriccedilatildeo da planilha
99
Figura 18 - Localizaccedilatildeo do Reservatorio Inferior
A localizaccedilatildeo para construccedilatildeo do reservatoacuterio de aguas pluviais foi realizada
com base no menor nuacutemero de intervenccedilotildees uma vez que as caixas de inspeccedilotildees jaacute
se encontram instaladas e houve apenas a interceptaccedilatildeo para o reservatoacuterio e desvio
de interligaccedilatildeo a rede publica para recebimento do excedente e material dispensado
pelo filtro e ou sifatildeo ladratildeo
Figura 19 - Equipamentos necessaacuterios para instalaccedilatildeo em reservatoacuterio de aguas pluviais
Elaborado pelo autor deste trabalho com base equipamentos 3p tecnickacquasave
100
Equipamentos utilizados com suas funccedilotildees e caracteriacutesticas
Filtro FV 6 Filtro de aacutegua da chuva para aacutereas de captaccedilatildeo maiores Precisa
ser instalado dentro um poccedilo teacutecnico (Oslash 1200 mm) Graccedilas a seu sistema duplo de
limpeza (peneira grossa depois fina) ele possui uma significativa eficaacutecia em funccedilatildeo
da forte inclinaccedilatildeo do miolo filtrante a sujeira separada eacute continuamente encaminhada
para a galeria pluvial A saiacuteda para a galeria eacute conectada ao poccedilo teacutecnico
A sujeira cai no fundo do poccedilo e eacute carregada quando chove mais forte
Capacidade relativa de processamento conforme norma DIN 1986 de ateacute 2433 msup2
com uma precipitaccedilatildeo de 300 litros (seg x ha)Conexatildeo Entrada 2 x DN 250 Conexatildeo
p cisterna DN 200 Saiacuteda para a galeria DN 250 Desniacutevel da entrada para a saiacuteda da
aacutegua 320 mm Frequecircncia de manutenccedilatildeo conforme a incidecircncia de sujeira 2 a 4
vezes ao ano Trama da tela 0390 x 0980 mm Peacutes hastes roscadas com porcas de
accedilo inox medindo 250 mm Peso 395 kg
Conjunto mangueira boia 1rdquo por estar flutuando proporciona a captaccedilatildeo da
aacutegua no ponto do reservatoacuterio em que estaacute mais limpa evitando a captaccedilatildeo de
resiacuteduos decantados no fundo da cisterna ou em suspensatildeo na superfiacutecie da aacutegua
Possui uma segunda peneira em sua extremidade garantindo assim que nenhum
resiacuteduo existente possa ser sugado e enviado para o reservatoacuterio superior Diacircmetro
da boia 200 mm Comprimento 25 metros Conexatildeo 1 Peso 32 kg
Realimentador 1-12 - Industrial O realimentador tem por finalidade manter o
abastecimento de aacutegua do sistema pluvial quando natildeo houver aacutegua de chuva Uma
vaacutelvula solenoide unidirecional comandada por uma boia de niacutevel libera a entrada de
aacutegua da rede para que o sistema natildeo entre em colapso A boia de niacutevel deve ser
regulada de modo a liberar a entrada de aacutegua somente num niacutevel baixo da cisterna
natildeo interferindo no funcionamento regular do sistema de aacutegua de chuva ou seja sua
regulagem deve ser ajustada para funcionamento somente quando a caixa ou a
cisterna estiver em niacuteveis baixos quando a bomba que recalca a aacutegua de chuva natildeo
eacute mais acionada
Sifatildeo ladratildeo industrial 200 mm Sifatildeo com barreira contra odores e succcedilatildeo da
aacutegua na superfiacutecie sem invasatildeo de roedores que satildeo barrados pela chapa perfurada
de accedilo inox Para a qualidade constante da aacutegua eacute importante que a cisterna
transborde regularmente o sifatildeo ind DN 200 eacute conectado por um tubo plaacutestico de 200
101
mmconexatildeo 200 mmmaterial polietilenobarreira antirroedores accedilo inox dimensotildees
375 x 659 x 765 mm Peso 75 kg
Freio Drsquoaacutegua Industrial 200 mm O produto serve para frear e inverter o fluxo da
aacutegua que entra na cisterna Partiacuteculas finas de sujeira que ficaram retidas na aacutegua
lentamente descem para o fundo e uma camada de sedimentos se cria que exerce
uma influecircncia positiva sobre a aacutegua de chuva armazenada Cisternas com uma
camada de sedimentos apresentam uma aacutegua mais liacutempida
Clorador acquanova com funcionamento em circuito fechado com proteccedilatildeo
contra inundaccedilatildeo capacidade do corpo interno 320 pastilhas variando de 0640 kg
com vazatildeo de operaccedilatildeo lenta em rede de 05 a 3000 m3h
Conjunto de 02 bombas centrifugas monoestaacutegio BC 91- rotor fechado em
atendimento a altura manomeacutetrica total de 20 metros e vazatildeo de 53 m3h compatiacutevel
com o reservatoacuterio superior de 5000 litros
Tratamento quiacutemico mensal da agua pluvial
De acordo com orientaccedilatildeo da portaria do MS nordm 5182014 e a NBR 152227
recomenda que o cloro residual livre deva estar entre 05mgl e 30 mgl em qualquer
ponto do sistema de abastecimento neste estudo de caso foi previsto dosador de
cloro em pastilhas que apresenta consumo de 9 gramasm3 com estimativa de
consumo mensal de de 1742 gramasmecircs para a quantidade de agua a ser recalcada
de 8800 litros dia sendo os ajustes de vazatildeo a serem realizados atraveacutes da equipe
de manutenccedilatildeo de forma manual atraveacutes dos ajustes de registros que seratildeo
realizados em funccedilatildeo dos valores aferidos pelo kit de dosagem de cloro residual e
comparados a norma citada
Avaliaccedilatildeo do percentual de economia de agua potaacutevel nas atividades de
limpeza jardinagem bacias sanitaacuterias e mictoacuterios
Potencial de captaccedilatildeo de agua de chuva + potencial de produccedilatildeo de agua por
condensaccedilatildeo das unidades evaporadores- overflow= total de aguas utilizaveis em
usos menos nobres
202248m3 + 19200m3 - 9204 m3 = 212244 m3 total utilizavel
Demanda anual para uso natildeo potavel = 212784 m3
Percentual de economia de agua potavel = 9974
Os valores abaixo apresentam o custo por m3 do preccedilo cobrado pela
concessionaria CEDAE para o consumo de agua da rede publica
102
Custo de agua por faixa de consumo categoria publica
Consumo m3 valor
0 a 15 51036364
gt 15 11289924
Beneficio mensal com reduccedilatildeo de custo na conta de agua
A instituiccedilatildeo em estudo estaacute ligada agrave rede puacutebica de coleta de
esgoto portanto o custo de aacutegua tratada foi acrescido com o custo de
coleta de esgoto O custo de coleta de esgoto e idecircntico ao custo da agua
potaacutevel conforme pode ser observado no apecircndice F
total utilizavel ano12= 212234 m3 12 = 17686 m3
17686x 11289924 x 2= R$ 399347 mensal
Tabela 4 - Custos referentes agrave implantaccedilatildeo do sistema de aproveitamento de aacutegua pluviais
Equipamentos Quant Custo Vida Uacutetil
Reservatoacuterio Inferior 120000L Reservatoacuterio Superior 5000L Filtro Aquasave VF6 250mm Conjunto Flutuante de succcedilatildeo (Mangueira e boia) Realimentador 1 12rsquorsquo Sifatildeo ladratildeo 200mm Freio drsquoaacutegua 200mm Automaacuteticos superior e inferior Moto Bomba 1 cv Conexotildees pvc fios e disjuntores referente as instalaccedilotildees das bombas e prumadas de abastecimento (custo estimado 5) Clorador
01
01
Cj
02
02
Cj
01
R$ 7230535 R$ 179000 R$ 1414958 R$ 4800 R$ 198200 R$ 456324 R$ 99000
ge 50 anos 5 anos 10 anos 1 ano 2 anos 20 a 25 2 anos
Total R$ 9582817
Os custos de implantaccedilatildeo do sistema de aproveitamento de aacutegua pluvial para
posterior anaacutelise de viabilidade econocircmica Estes custos satildeo relativos aos gastos para
construccedilatildeo do reservatoacuterio inferior aquisiccedilatildeo de materiais equipamentos
Dentre os custos apresentados foi considerado somente matildeo de obra na
construccedilatildeo do reservatoacuterio inferior conforme pode ser observado na planilha
orccedilamentaria sinteacutetica na instalaccedilatildeo dos demais equipamentos e manutenccedilatildeo foi
103
considerada matildeo de obra da proacutepria da instituiccedilatildeo uma vez que a mesma conta com
equipe de manutenccedilatildeo hidraacuteulica e eleacutetrica bem como natildeo foi considerado custo de
energia eleacutetrica pois a altura de recalque e semelhante a da agua tratada
consequentemente natildeo implicando em acreacutescimos a conta de energia
Anaacutelise econocircmica
A anaacutelise econocircmica procura determinar as possibilidades de sucesso em
funccedilatildeo do tempo de retorno do investimento econocircmico e financeiro quanto maior o
payback maior o tempo necessaacuterio para que o investimento retorne e maiores os
riscos envolvidos
Tempo de retorno do investimento
Com base nos dados das estimativas de custos de implantaccedilatildeo foi possiacutevel
estimar o tempo de retorno do investimento inicial
Subtraindo a economia mensal acumulada resultante da implantaccedilatildeo do
sistema de aproveitamento de aacutegua da chuva dos custos de implantaccedilatildeo obteve-se
o balanccedilo financeiro mensal
De acordo com o balanccedilo financeiro em 24 meses corridos o total economizado
iraacute se equipara ao total investido utilizando do Payback Simples pode ser observado
para o Payback descontado um retorno em 28 meses considerando uma taxa mensal
de 1 que na atualidade eacute utilizada para remuneraccedilatildeo de fundos de renda fixa
104
Tabela 5 - Payback simples
Fonte Elaborado pelo Auto deste Trabalho 2017
Meses Investimento Fluxo de caixa Retorno Acumulado
0 9582817R$
1 399347R$ 41673 41673
2 399347R$ 41673 83346
3 399347R$ 41673 125020
4 399347R$ 41673 166693
5 399347R$ 41673 208366
6 399347R$ 41673 250039
7 399347R$ 41673 291713
8 399347R$ 41673 333386
9 399347R$ 41673 375059
10 399347R$ 41673 416732
11 399347R$ 41673 458406
12 399347R$ 41673 500079
13 399347R$ 41673 541752
14 399347R$ 41673 583425
15 399347R$ 41673 625099
16 399347R$ 41673 666772
17 399347R$ 41673 708445
18 399347R$ 41673 750118
19 399347R$ 41673 791791
20 399347R$ 41673 833465
21 399347R$ 41673 875138
22 399347R$ 41673 916811
23 399347R$ 41673 958484
24 399347R$ 41673 1000158
Payback Simples
105
Tabela 6 - Payback descontado
Fonte Elaborado pelo Auto deste Trabalho 2017
Tx Fundo Renda Fixa 1
Meses Investimento Fluxo de caixa VP VP VP ACUMULADO
0 9582817R$
1 399347R$ 395393R$ 41261 41261
2 399347R$ 391478R$ 40852 82113
3 399347R$ 387602R$ 40448 122560
4 399347R$ 383765R$ 40047 162608
5 399347R$ 379965R$ 39651 202258
6 399347R$ 376203R$ 39258 241516
7 399347R$ 372478R$ 38869 280386
8 399347R$ 368790R$ 38485 318870
9 399347R$ 365139R$ 38103 356974
10 399347R$ 361524R$ 37726 394700
11 399347R$ 357944R$ 37353 432053
12 399347R$ 354400R$ 36983 469036
13 399347R$ 350891R$ 36617 505652
14 399347R$ 347417R$ 36254 541906
15 399347R$ 343977R$ 35895 577802
16 399347R$ 340572R$ 35540 613341
17 399347R$ 337200R$ 35188 648529
18 399347R$ 333861R$ 34840 683369
19 399347R$ 330555R$ 34495 717864
20 399347R$ 327283R$ 34153 752017
21 399347R$ 324042R$ 33815 785832
22 399347R$ 320834R$ 33480 819312
23 399347R$ 317657R$ 33149 852460
24 399347R$ 314512R$ 32820 885281
25 399347R$ 311398R$ 32495 917776
26 399347R$ 308315R$ 32174 949950
27 399347R$ 305262R$ 31855 981805
28 399347R$ 302240R$ 31540 1013345
Payback Descontado
106
5 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
Na metodologia adotada conclui-se que a utilizaccedilatildeo de aguas pluviais para fins
natildeo potaacuteveis atraveacutes da captaccedilatildeo da cobertura do bloco E e de aguas residuais
provenientes de condensadores de aparelhos de ar condicionado gerou uma
economia mensal R$ 399347 mecircs (Trecircs mil novecentos e noventa e trecircs reais e
quarenta e sete centavos) de reduccedilatildeo na conta de aacutegua
Apoacutes a realizaccedilatildeo dos custos referentes a implantaccedilatildeo do sistema de
aproveitamento de aguas pluviais foi realizado o Payback Simples e descontado com
utilizaccedilatildeo da taxa de 1 am obtendo-se periacuteodo de retorno do investimento de 24
meses e 28 meses respectivamente periacuteodo relativamente curto e no desenvolvimento
do presente trabalho ficou comprovada a viabilidade teacutecnica e econocircmica
Foi verificado no desenvolvimento do presente projeto que as teacutecnicas para
aproveitamento de aguas pluviais podem ser associadas ao aproveitamento de aguas
cinzas e possiacuteveis de serem adotadas pela populaccedilatildeo de modo geral atraveacutes de
poliacuteticas puacuteblicas reduzindo-se os custos dos equipamentos necessaacuterios de forma a
incentivar o uso
A adoccedilatildeo de tecnologias de reaproveitamento ou reuso ao serem utilizadas em
instituiccedilotildees de ensino servem como exemplo de postura ambientalmente correta para
os problemas de ocupaccedilatildeo e impermeabilizaccedilatildeo desordenada do solo nos centros
urbanos aleacutem de estimular a educaccedilatildeo ambiental e os conceitos de sustentabilidade
criando multiplicadores das accedilotildees de conservaccedilatildeo do meio ambiente
A pesquisa bibliograacutefica na parte que trata do histoacuterico de reuso demonstrou
que o aproveitamento de aguas pluviais era utilizado por civilizaccedilotildees anteriores a
nossa era e que diversos paiacuteses do mundo na atualidade continuam a utilizar e
incentivar a populaccedilatildeo atraveacutes de poliacuteticas puacuteblicas
Dentre os custos referentes a implantaccedilatildeo do SAAP pode ser observado que o
reservatoacuterio inferior apresenta maior investimento cabendo ao projetista avaliar
atraveacutes de anaacutelise de simulaccedilatildeo o volume de transbordamento e volume de
suprimento externo de agua de forma a otimizar a utilizaccedilatildeo da precipitaccedilatildeo
pluviomeacutetrica da regiatildeo sem contudo inviabilizar o projeto financeiramente atraveacutes
do superdimensionamento do reservatoacuterio
Finalmente em caso de utilizaccedilatildeo do SAAP como alternativa a rede de
abastecimento da concessionaria cabe ao gestor a orientaccedilatildeo aos usuaacuterios bem
107
como a identificaccedilatildeo das tubulaccedilotildees e pontos de uso por meio de pintura na cor roxa
das tubulaccedilotildees e placas indicativas nos pontos de uso
51 Propostas para trabalhos futuros
Apoacutes a conclusatildeo do presente trabalho seguem as sugestotildees para trabalhos
futuros abaixo relacionados
Realizar estudos referentes aos diversos meacutetodos de dimensionamento de
reservatoacuterio citados segundo a Norma Brasileira NBR 155272007ABNT e avaliar o
meacutetodo que apresenta melhor desempenho em funccedilatildeo do iacutendice de precipitaccedilatildeo do
Estado do Rio de Janeiro
Elaborar estudos para avaliar o potencial de captaccedilatildeo de aguas residuais que
satildeo produzidas pelas unidades evaporadoras de ar condicionado com ensaios em
todas as estaccedilotildees do ano de forma a verificar a variaccedilatildeo de produccedilatildeo de condensaccedilatildeo
em diversas condiccedilotildees climaacuteticas externas
Produzir estudos de aproveitamento de aacuteguas pluviais verificando todas as
coberturas existentes na instituiccedilatildeo e utilizaccedilatildeo de aacuteguas cinzas
Realizar analise da qualidade da aacutegua pluvial e estudo de possiacuteveis
tratamentos para utilizaccedilatildeo como agua potaacutevel com verificaccedilatildeo de viabilidade
financeira
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APEcircNDICE A
Questionaacuterio 1
Prezados
O presente questionaacuterio faz parte de pesquisa de dissertaccedilatildeo de Mestrado e tem como
objetivo avaliar a demanda de aacutegua potaacutevel possiacutevel de ser substituiacuteda por aacutegua de chuva
Sua participaccedilatildeo eacute fundamental para o desenvolvimento da pesquisa
Obrigado pela sua participaccedilatildeo
Mario dos Santos Soares
Estudo de consumo de aacutegua CEFET- Maracanatilde Bloco E
( ) Alunos ( ) Servidores ( ) Professores ( ) Teacutecnico Administrativo
Gecircnero ( ) Masculino ( ) Feminino
1) Nuacutemero de vezes diariamente em meacutedia que vocecirc utiliza a descarga do vaso sanitaacuterio
( ) zero ( ) 1 vez ( ) 2 vezes ( ) 3 vezes ( ) 4 vezes ( ) 5 vezes
( ) 6 vezes ( ) 7 vezes ( ) 8 vezes
2) Estime um tempo em segundos de cada vez que vocecirc pressiona a descarga sanitaacuteria
( ) zero ( ) 1 seg ( ) 2 seg ( ) 3 seg ( ) 4 seg ( ) 5 seg ( ) 6 seg
( ) 7 seg ( ) 8 seg ( ) 9 seg ( ) 10 seg ( ) 11 seg ( ) 12 seg
3) Nuacutemero em vezes diariamente em meacutedia que vocecirc utiliza o mictoacuterio
( ) zero ( ) 1 vez ( ) 2 vezes ( ) 3 vezes ( ) 4 vezes ( ) 5 vezes
( ) 6 vezes ( ) 7 vezes ( ) 8 vezes
4) Estime um tempo em segundos que vocecirc pressiona a descarga dos mictoacuterios
( ) zero ( ) 1 seg ( ) 2 seg ( ) 3 seg ( ) 4 seg ( ) 5 seg ( ) 6 seg
( ) 7 seg ( ) 8 seg ( ) 9 seg ( ) 10 seg ( ) 11 seg
122
APEcircNDICE B
Questionaacuterio 2
Prezados
O presente questionaacuterio faz parte de pesquisa de dissertaccedilatildeo de Mestrado e tem como
objetivo avaliar a demanda de aacutegua potaacutevel possiacutevel de ser substituiacuteda por aacutegua de chuva
Sua participaccedilatildeo eacute fundamental para o desenvolvimento da pesquisa
Obrigado pela sua participaccedilatildeo
Mario dos Santos Soares
Estudo de consumo de aacutegua CEFET- Maracanatilde Bl E
Encarregado de limpeza Interna
1) Nuacutemero de vezes por semana que as circulaccedilotildees e escadas dos pavimentos satildeo
lavados
( ) 1 vez ( ) 2 vezes ( ) 3 vezes ( ) 4 vezes ( ) 5 vezes
2) Nuacutemero de vezes por semana que o paacutetio do teacuterreo eacute lavado
( ) 1 vez ( ) 2 vezes ( ) 3 vezes ( ) 4 vezes ( ) 5 vezes
3) Tempo de duraccedilatildeo que a torneira fica aberta
( ) 15 minutos ( ) 30 minutos ( ) 45 minutos ( ) 60 minutos
4) Nuacutemero de baldes (considerar balde com capacidade de 10 Lt) necessaacuterios a limpeza
das circulaccedilotildees por pavimento utilizando apenas pano molhado
( ) 1 ( ) 2 ( ) 3 ( ) 4 ( ) 5 ( ) 6 ( ) 7 ( ) 8 ( ) 9
5) Nuacutemero de vezes por semana que eacute passado pano molhado nas circulaccedilotildees dos
pavimentos
( ) 1 ( ) 2 ( ) 3 ( ) 4 ( ) 5 ( ) 6 ( ) 7 ( ) 8 ( ) 9
123
APEcircNDICE C
Questionaacuterio 3
Prezados
O presente questionaacuterio faz parte de pesquisa de dissertaccedilatildeo de Mestrado e tem como
objetivo avaliar a demanda de aacutegua potaacutevel possiacutevel de ser substituiacuteda por aacutegua de chuva
Sua participaccedilatildeo eacute fundamental para o desenvolvimento da pesquisa
Obrigado pela sua participaccedilatildeo
Mario dos Santos Soares
Estudo de consumo de aacutegua CEFET- Maracanatilde Bl E e Academia
Encarregado de limpeza Externa
1) Nuacutemero de vezes por mecircs que as vidraccedilas satildeo lavadas
( ) 1 vez ( ) 2 vezes ( ) 3 vezes ( ) 4 vezes ( ) 5 vezes
2) Nuacutemero de vezes por semana que eacute realizada a rega do jardim
( ) 1 vez ( ) 2 vezes ( ) 3 vezes ( ) 4 vezes ( ) 5 vezes ( ) 6 vezes
3) Tempo estimado da utilizaccedilatildeo da torneira para rega do jardim
( ) 15 minutos ( ) 30 minutos ( ) 45 minutos ( ) 60 minutos
( ) 75 minutos
124
APEcircNDICE D
125
126
127
128
APEcircNDICE E
Consumo de agua potaacutevel
CONSUMO 2014 A 2016
Mecircs
2014 2015 2016
Meacutedia Total
Vol Faturado
(msup3)
nordm dias
m3dia Vol
faturado (msup3)
nordm dias
m3dia Vol
Faturado (msup3)
nordm dias
m3dia
JAN 173100 29 5969 168000 30 5600 234100 32 7316 6295
FEV 182300 30 6077 181600 2900 6262 192900 34 5674 6004
MAR 131600 29 4538 212000 3100 6839 305500 28 10911 7429
ABR 221100 34 6503 264600 2900 9124 323100 29 11141 8923
MAI 196400 31 6335 253100 3300 7670 251800 31 8123 7376
JUN 168900 34 4968 210900 2800 7532 242200 29 8352 6951
JUL 200100 30 6670 213000 3400 6265 188700 28 6739 6558
AGO 190700 31 6152 220100 2800 7861 223100 29 7693 7235
SET 254300 28 9082 183200 3300 5552 178300 33 5403 6679
OUT 226700 31 7313 322500 2800 11518 197200 29 6800 8544
NOV 250600 32 7831 242200 2900 8352 254700 31 8216 8133
DEZ 284300 30 9477 286600 3100 9245 290400 31 9368 9363
Fonte contas CEDAE
129
APEcircNDICE F
6
RESUMO
O aproveitamento de aacuteguas pluviais e o reaproveitamento de aacuteguas residuais demonstram que a minimizaccedilatildeo dos custos dos usuaacuterios com abastecimento de aacutegua eacute alcanccedilada e ainda gera valor agregado aos empreendimentos que optam por atender aos requisitos de sustentabilidade Esta atitude tem gerado o aumento da implantaccedilatildeo de sistemas de reutilizaccedilatildeo de aacutegua nos grandes centros urbanos O resultado econocircmico esperado na adoccedilatildeo dos sistemas de reaproveitamento de aacuteguas e utilizaccedilatildeo de aacutegua da chuva eacute influenciado pelo tipo de aplicaccedilatildeo ou seja em que ambiente esta medida seraacute adotada e que cuidados adicionais seratildeo necessaacuterios na concepccedilatildeo dos projetos Percebe-se com a pesquisa que o maior investimento para instalaccedilatildeo do sistema de aproveitamento de aacutegua da chuva estaacute relacionado ao reservatoacuterio que seraacute implantado e ao processo de instalaccedilatildeo o qual precisa ser analisado desde o seu dimensionamento e construccedilatildeo ateacute o atendimento aos padrotildees teacutecnicos e ambientais Esta dissertaccedilatildeo contempla o desenvolvimento de uma proposta metodoloacutegica para o estudo da viabilidade do aproveitamento de aacuteguas pluviais e aacuteguas residuais provenientes de evaporadoras de aparelhos de ar condicionado para uso natildeo potaacutevel A metodologia desenvolvida foi aplicada para validaccedilatildeo em uma instituiccedilatildeo de ensino com localizaccedilatildeo na cidade do Rio de Janeiro Na metodologia utilizada quantificaram-se as demandas de uso para bacias sanitaacuterias mictoacuterios limpeza e jardinagem Estimou-se o potencial de captaccedilatildeo de aacuteguas pluviais atraveacutes da cobertura de uma edificaccedilatildeo avaliaccedilatildeo e dimensionamento dos reservatoacuterios inferior e superior de acordo com a norma ABNT NBR 15527 A aplicaccedilatildeo permitiu verificar que atraveacutes de levantamento de dados equipamentos necessaacuterios e os custos para a implantaccedilatildeo do sistema de aproveitamento de aacuteguas pluviais que acenaram para um investimento da ordem de R$9582817 (Noventa e cinco mil oitocentos e vinte e oito reais e dezessete centavos) O periacuteodo constatado para o retorno do investimento foi de 24 (vinte e quatro) meses para um payback simples e 28 (vinte e oito) meses para um payback descontado com utilizaccedilatildeo de taxa de 1 (um por cento) o que demonstrou um tempo de retorno do investimento curto comprovando a viabilidade econocircmica da implantaccedilatildeo do sistema sugerido por esta pesquisa Palavras-chave Aacuteguas pluviais Reservatoacuterio Reaproveitamento Custo Sustentabilidade
7
ABSTRACT The utilization of rainwater and the reuse of wastewater demonstrate that minimizing the costs of users with water supply is achieved and still generates added value to the projects that choose to meet sustainability requirements This attitude has led to an increase in the implementation of water reuse systems in large urban centers The expected economic result in the adoption of water reuse and rainwater utilization systems is influenced by the type of application that is in what environment this measure will be adopted and what additional care will be required in the design of the projects The research shows that the largest investment for the installation of the rainwater harvesting system is related to the reservoir to be implanted and to the installation process which needs to be analyzed from its design and construction to meeting the technical standards and environmental issues This dissertation contemplates the development of a methodological proposal for the study of the feasibility of the use of rainwater and wastewater coming from evaporators of air conditioners for non-potable use The methodology developed was applied for validation in an educational institution located in the city of Rio de Janeiro In the methodology used were quantified the demands of use for sanitary basins urinals cleaning and gardening The potential of rainwater harvesting was estimated by covering a building evaluating and designing the lower and upper reservoirs in accordance with ABNT NBR 15527 The application made it possible to verify that through data collection necessary equipment and the costs for the implantation of the system of use of rainwater that waved for an investment in the order of R $ 9582817 (Ninety-five thousand eight hundred and twenty-eight reais and seventeen cents) The payback period was 24 (twenty-four) months for a simple payback and 28 (twenty-eight) months for a discounted payback using a 1 (one percent) rate which time of return of the short investment proving the economic viability of the implementation of the system suggested by this research Key words Rainwater Reservoir Reuse Cost Sustainability
8
LISTA DE SIGLAS
ABES ndash Associaccedilatildeo Brasileira de Engenharia sanitaacuteria e Ambiental
ABNT ndash Associaccedilatildeo Brasileira de Normas Teacutecnicas
ASA (Articulaccedilatildeo do Semiaacuterido Brasileiro)
ANA ndash Agecircncia Nacional de Aacuteguas
ABNT ndash Associaccedilatildeo Brasileira de Normas Teacutecnicas
BTUs - (British termal Units- Unidade Teacutermica Britacircnica)
CEDAE - Companhia Estadual de Aguas e Esgotos
CEFET RJ- Centro Federal de Educaccedilatildeo Tecnoloacutegica Celso Suckow da Fonseca
CNRH - Conselho Nacional de Recursos Hiacutedricos
CONFEA ndash Conselho Federal de Engenharia e Agronomia
EEE ndash Estaccedilatildeo Elevatoacuteria de Esgotos
EIA ndash Estudo de Impacto ambiental
EPA ndash Enviromental Protection Agency
ETA ndash Estaccedilatildeo de Tratamento de Aacutegua
ETE ndash Estaccedilatildeo de Tratamento de Esgotos
FIESP - Federaccedilatildeo das Industrias do Estado de Satildeo Paulo
IBGE - Instituto Brasileiro de geografia e Estatiacutestica
LDB - Lei de Diretrizes e Bases da Educaccedilatildeo Nacional
NBR ndash Norma Brasileira
RIMA ndash Relatoacuterio de Impacto Ambiental
PCA ndash Programa de Conservaccedilatildeo de Aacutegua
PNCDA ndash Programa Nacional de Combate ao Desperdiacutecio de Aacutegua
PNRH - Poliacutetica Nacional de Recursos Hiacutedricos
PURA ndash Programa de Uso Racional da Aacutegua
PDI - Plano de Desenvolvimento Institucional ()
SABESP ndash Companhia de Saneamento Baacutesico do Estado de Satildeo Paulo
SAAP - Sistema de Aproveitamento de Aguas Pluviais
UNESCO ndash Organizaccedilatildeo das Naccedilotildees Unidas para Educaccedilatildeo Ciecircncia e Cultura
9
ONU ndash Organizaccedilatildeo das Naccedilotildees Unidas
LEED - Leadership in Energy and Environmental
USGBC - US Green building Council
BNDES - Banco Nacional de Desenvolvimento Econocircmico e Social
SINAPI ndash Sistema Nacional de Pesquisa de Custos e Iacutendices da Construccedilatildeo Civil
CEF ndash Caixa Econocircmica Federal
10
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 - Estrutura do Conteuacutedo da Dissertaccedilatildeo 24
Figura 2 - Consumo Mensal de Aacutegua - 2014 26
Figura 3 - Sistemas de aproveitamento de aacuteguas pluviais 38
Figura 4 - Reservatoacuterios 39
Figura 5 - Reservatoacuterios 39
Figura 6 - Esquema de cisterna implementada na zona rural 41
Figura 7 - Projeto experimental para casas populares voltado para captaccedilatildeo de aacutegua da chuva 41
Figura 8 - Formas potenciais de reuso da aacutegua 46
Figura 9 - Processo de captaccedilatildeo da aacutegua da chuva 51
Figura 10 -Certificaccedilatildeo em estaacutedios de futebol itens avaliados no canteiro de obra 65
Figura 11 - Poccedilos de infiltraccedilatildeo 67
Figura 12 - Hidrocircmetro referente ao nuacutemero 485 com vazatildeo de 03 - 15 m3hora 70
Figura 13 - Fachada Principal do CEFET- RJ 70
Figura 14 - ensaio equipamento 24000 BTUs 80
Figura 15 - Interligaccedilatildeo de tubulaccedilatildeo de drenagem de condensadores a rede AP 83
Figura 16 -Planta de cobertura do Bloco E 84
Figura 17 - Planta baixa 95
Figura 18 - Localizaccedilatildeo do Reservatorio Inferior 99
Figura 19 - Equipamentos necessaacuterios para instalaccedilatildeo em reservatoacuterio de aguas pluviais 99
11
GRAacuteFICOS
Graacutefico 1- Frequecircncia de uso diaacuterio da bacia sanitaacuteria 90
Graacutefico 2 - Tempo em segundos da descarga da bacia 91
Graacutefico 3 - Frequecircncia de uso diaacuterio do mictoacuterio 92
Graacutefico 4 - Tempo em segundos da descarga do mictoacuterio 93
12
LISTA DE QUADROS
Quadro 1 - Projeccedilatildeo da populaccedilatildeo nos Municiacutepios do Estado do Rio de Janeiro 35
Quadro 2 - Evoluccedilatildeo prevista da demanda de aacutegua em msup3s para a Regiatildeo Metropolitana do Rio de Janeiro 36
Quadro 3 - Frequecircncia de manutenccedilatildeo 52
Quadro 4- Fluxo do processo 62
Quadro 5 - Ensaio de captaccedilatildeo em ambiente da biblioteca 81
Quadro 6 -Ensaio de captaccedilatildeo em ambiente da sala de professores 82
Quadro 7 - Somatoacuterio das capacidades dos equipamentos instalados por pavimento 82
Quadro 8 - Quadro da aacuterea de cobertura do Bloco E 84
Quadro 9 - Iacutendice do coeficiente de Runoff 85
Quadro 10 - Captaccedilatildeo de aacutegua 87
Quadro 11 - Populaccedilao 88
Quadro 12 - Planilha orccedilamentaacuteria 95
Quadro 13 - Anaacutelise de simulaccedilatildeo do reservatoacuterio 97
Quadro 14 - Descriccedilatildeo da planilha 98
13
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 - Paracircmetros de qualidade de aacuteguas pluviais para usos restritivos natildeo potaacuteveis 52
Tabela 2 - Padrotildees microbioloacutegicos para aacuteguas destinadas agrave recreaccedilatildeo de contato primaacuterio 55
Tabela 3- Tabela de Precipitaccedilatildeo Pluviomeacutetrica 85
Tabela 4 - Custos referentes agrave implantaccedilatildeo do sistema de aproveitamento de aacutegua pluviais 102
Tabela 5 - Payback simples 104
Tabela 6 - Payback descontado 105
14
SUMAacuteRIO
1 ndash INTRODUCcedilAtildeO 16
11 - CONSIDERACcedilOtildeES INICIAIS 16
12 - QUESTAtildeO PROBLEMA 21
13 ndash QUESTOtildeES DA PESQUISA 21
14 - OBJETIVO GERAL 22
15 - OBJETIVOS ESPECIacuteFICOS 22
16 ndash ESTRUTURA METODOLOacuteGICA 22
17 ndash DELIMITACcedilAtildeO DA PESQUISA 25
18 ndash JUSTIFICATIVA DA PESQUISA 25
19 ndash ORGANIZACcedilAtildeO DO ESTUDO 27
2 - BASE CONCEITUAL E REVISAtildeO DA LITERATURA 28
21 A SUSTENTABILIDADE E AS QUESTOtildeES QUANTO A CONSERVACcedilAtildeO
REAPROVEITAMENTO E REDUCcedilAtildeO DO CONSUMO DE AacuteGUAS PLUVIAIS 28
211 EXEMPLOS RECENTES DE ATITUDE SUSTENTAacuteVEIS ADOTADAS NO BRASIL 29
212 MEDIDAS SUSTENTAacuteVEIS PARA CONSERVACcedilAtildeO REAPROVEITAMENTO DE AacuteGUA E REDUCcedilAtildeO DO
CONSUMO DE AacuteGUAS PLUVIAIS 30
22 HISTOacuteRICO DO REUSO DE AacuteGUAS 37
221 ASPECTOS HISTOacuteRICOS DA CAPTACcedilAtildeO DAS AacuteGUAS PLUVIAIS NO BRASIL 40
23 UTILIZACcedilOtildeES DA AacuteGUA COLETADA E O SEU CONSUMO 42
24 O REUSO DE AacuteGUAS 43
241- AacuteGUAS RESIDUAacuteRIAS 43
242 AacuteGUAS CINZENTAS 46
25 FORMAS DE REUSO DE AacuteGUAS 47
251 REUSO URBANO 47
252 REUSO INDUSTRIAL 48
253 REUSO AGRIacuteCOLA 48
254 REUSO NO MEIO AMBIENTE 48
26 A PRAacuteTICA DE RECARGA DE AQUIacuteFEROS 48
27 O ARMAZENAMENTO DE AGUAacuteS 49
28 LEGISLACcedilAtildeO SOBRE O USO DE AacuteGUAS 56
3 - METODOLOGIA 62
31 ESTRATEacuteGIA DA PESQUISA 63
32 UNIDADE DE ANAacuteLISE 68
33 JUSTIFICATIVA DA ESTRATEacuteGIA DE PESQUISA 68
34 PESQUISA EXPLORATOacuteRIA 68
35 LEVANTAMENTO 69
15
36 OBJETO DE ESTUDO 70
361 APARELHOS EXISTENTES 71
37 ENTREVISTAS COM OS USUAacuteRIOS 71
38 ESTIMATIVA DO CONSUMO DE AacuteGUA 72
381 O CAacuteLCULO DE CONSUMO MEacuteDIO DIAacuteRIO DE AacuteGUA PER CAPITA POR APARELHOS 72
O CAacuteLCULO FOI REALIZADO COM BASE NO SOMATOacuteRIO DA MULTIPLICACcedilAtildeO DA FREQUEcircNCIA E TEMPO DE USO
OBTIDO NAS ENTREVISTAS E VAZAtildeO DO APARELHO DIVIDIDO PELO NUacuteMERO DE PESSOAS ENTREVISTADAS
72
382 ESTIMATIVA DO CONSUMO DE AacuteGUA EM ATIVIDADES DE LIMPEZA E JARDINAGEM 73
383 AVALIACcedilAtildeO DO POTENCIAL DE ECONOMIA DE AacuteGUA POTAacuteVEL 73
384 PERCENTUAL DE AacuteGUA POTAacuteVEL QUE PODERIA SER SUBSTITUIacuteDO POR AacuteGUA PLUVIAL 73
39 RESERVATOacuteRIOS DE AacuteGUA PLUVIAL 74
310 ANAacuteLISE ECONOcircMICA 74
4 APLICACcedilAtildeO E VALIDACcedilAtildeO DA METODOLOGIA PROPOSTA 75
41 HISTOacuteRICO DO CEFET-RJ 75
411 DEFINICcedilAtildeO DE INSTITUICcedilOtildeES DE ENSINO SUPERIOR 75
412 - PLANO DE DESENVOLVIMENTO INSTITUCIONAL (PDI) 76
413 - O PDI DO CEFETRJ 78
414 - FILOSOFIA MISSAtildeO E OBJETIVOS INSTITUCIONAIS 78
42 SOBRE O POTENCIAL DE CAPTACcedilAtildeO DE AGUAS DE RESIDUAIS 80
43 ANAacuteLISE DOS RESULTADOS DAS ENTREVISTAS REALIZADAS 88
5 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS 106
51 PROPOSTAS PARA TRABALHOS FUTUROS 107
REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAFICAS 108
16
1 ndash INTRODUCcedilAtildeO
11 - Consideraccedilotildees Iniciais
A aacutegua jaacute foi considerada um recurso infinito mas atualmente a sua
disponibilidade eacute um dos grandes problemas do nosso planeta decorrente de
inuacutemeros fatores tais como o aquecimento global as alteraccedilotildees climaacuteticas o
crescimento populacional acentuado o consumo cada vez maior dos recursos
hiacutedricos o mau uso desta fonte de energia e sobretudo a falta de poliacuteticas puacuteblicas
que estimulem o uso sustentaacutevel da aacutegua
Neste contexto segundo Kibert (2008) a adoccedilatildeo de medidas ecologicamente
corretas eacute fundamental tais como teacutecnicas de conservaccedilatildeo controle do desperdiacutecio
reaproveitamento da aacutegua de chuva reciclagem de aacutegua e recuperaccedilatildeo dos solos
Diante da possibilidade de racionamento ou ateacute mesmo escassez da aacutegua doce
no mundo eacute necessaacuterio que a sociedade e as poliacuteticas puacuteblicas busquem novas
tecnologias e alternativas sustentaacuteveis para a reduccedilatildeo do consumo
Diniz (2013) afirma que vaacuterios paiacuteses encaram hoje o problema de escassez
da aacutegua em consequecircncia do crescimento desordenado da poluiccedilatildeo dos recursos
hiacutedricos do aumento populacional e industrial que geram um aumento na demanda
pela aacutegua provocando o esgotamento deste recurso
Inobstante a urbanizaccedilatildeo das cidades e as tecnologias de abastecimento
puacuteblico de aacutegua contribuiacuteram para a desativaccedilatildeo dos sistemas de aproveitamento da
aacutegua de chuva Entretanto atualmente no contexto do paradigma da conservaccedilatildeo da
aacutegua as praacuteticas de aproveitamento da aacutegua de chuva estatildeo sendo incorporadas aos
sistemas de gestatildeo urbana dos recursos hiacutedricos de diversos paiacuteses Portanto natildeo
se trata de inserir um novo conceito de gestatildeo de recursos hiacutedricos apenas resgatar
os fundamentos deste e adaptaacute-lo agrave realidade atual (ALADENOLA ADEBOYE 2009)
A UNESCO emitiu no ano de 2005 a resoluccedilatildeo Ares58217 proclamando o
periacuteodo de 2005 a 2015 como sendo a Deacutecada Internacional para Accedilatildeo ldquoAacutegua Fonte
de vidardquo iniciando-se o dia mundial da aacutegua no dia 22 de Marccedilo de
2005(UNESCO2013d) A iniciativa teve como objetivo de alerta para a importacircncia
de melhor administrar as fontes de aacutegua em funccedilatildeo do aumento de consumo ou pelo
uso desequilibrado deste recurso indispensaacutevel agrave vida humana Com perspectivas
preocupantes a ONU apresenta a estimativa que se natildeo houver alteraccedilotildees nas
17
poliacuteticas em relaccedilatildeo aos recursos hiacutedricos 18 bilhatildeo de pessoas estaratildeo vivendo em
zonas de secas e dois terccedilos da humanidade estaratildeo sujeitos a alguma restriccedilatildeo no
acesso agrave aacutegua em 2025
Haacute diversos pontos no mundo em que a falta de aacutegua tem sido o principal motivo de ecircxodo de populaccedilotildees tal como acontece no Nordeste brasileiro Em termos globais o risco de crise hiacutedrica acontece pelo crescimento demograacutefico mudanccedilas climaacuteticas desperdiacutecio e contaminaccedilatildeo das fontes Afetando natildeo soacute a sauacutede humana mas o desenvolvimento soacutecio econocircmico das populaccedilotildees e o rumo das relaccedilotildees entre paiacuteses (UNESCO2013d)
Nesse caso Fawell amp Miller (1992) afirmam que a provisatildeo de uma aacutegua
potaacutevel ldquosegurardquo e ldquoesteticamente aceitaacutevelrdquo eacute assegurada em muitos paiacuteses por uma
seacuterie de padrotildees obrigatoacuterios ou largamente advertidos (domiacutenio puacuteblico)
Se na atualidade os paiacuteses continuam concentrados na prospecccedilatildeo e busca de
novas tecnologias para auto-suficiecircncia em petroacuteleo natildeo estaraacute longe o dia em que a
aacutegua seraacute reconhecida como o bem mais precioso a vida do ser humano
Segundo Craig e Dale (2008) a definiccedilatildeo mais adotada e mais citada da
sustentabilidade foi feita no Relatoacuterio de Brundland que definiu o conceito de
sustentabilidade da seguinte forma ldquoaquele que satisfaz as necessidades do presente
sem comprometer a capacidade das futuras geraccedilotildees satisfazerem suas proacuteprias
necessidadesrdquo (BRUNDTLAND 1988 p 46)
O uso da aacutegua com consciecircncia eacute a soluccedilatildeo mais sustentaacutevel para o
enfrentamento da crise a que tem sido observada em diversos estados do paiacutes O
aproveitamento de aacutegua de chuva e reuso natildeo eacute um conceito novo mas com o
aumento da demanda tornou-se um tema atual e de suma importacircncia que eacute praticado
ao longo dos anos em diversos paiacuteses devendo ser uma atividade mais abrangente
que eacute o uso racional englobando a reduccedilatildeo de perdas e desperdiacutecios e a minimizaccedilatildeo
da produccedilatildeo de efluentes e do consumo de aacutegua potaacutevel
A utilizaccedilatildeo da aacutegua da chuva aleacutem de trazer o benefiacutecio da conservaccedilatildeo da
aacutegua e reduzir a dependecircncia excessiva das fontes superficiais de abastecimento
reduz o escoamento superficial minimizando os problemas com enchentes buscando
garantir a sustentabilidade urbana que segundo Dixon Butler e Fewkes (1999) soacute
seraacute possiacutevel atraveacutes da mobilizaccedilatildeo da sociedade em busca do uso apropriado e
eficiente da aacutegua
18
Segundo Petry e Boeriu (2000) nos uacuteltimos anos tem-se observado o
desenvolvimento de novas tecnologias referentes ao manejo de recursos hiacutedricos
Com isso observa-se novas expansotildees no uso de teacutecnicas de aproveitamento de
aacutegua de chuva tanto em regiotildees onde jaacute eram utilizadas como em locais onde eram
desconhecidas
Para Dixon et al(1999) a existecircncia da sociedade e de sua malha urbana no
futuro estaacute condicionada ao uso adequado da aacutegua considerando o seu reuacuteso e
aproveitamento da aacutegua pluvial em todo o ciclo desde a captaccedilatildeo passando pelo
tratamento e armazenagem
Veloso e Mendes (2014) afirmam que a maioria das experiecircncias brasileiras
de aproveitamento de aacutegua de chuva se concentra na regiatildeo do semiaacuterido brasileiro
promovida pela ASA (Articulaccedilatildeo do Semiaacuterido Brasileiro) que eacute formada por mil
organizaccedilotildees da sociedade civil que atua na gestatildeo e no desenvolvimento de poliacuteticas
de convivecircncia com a regiatildeo semiaacuterida
Esta iniciativa contribui para equacionar os graves problemas de escassez de
aacutegua que a populaccedilatildeo e refeacutem Nesse sentido destaca-se o Programa Um Milhatildeo de
Cisternas (P1MC) uma das accedilotildees de mobilizaccedilatildeo promovidas pela ASA que objetiva
possibilitar ao nordestino o acesso a aacutegua potaacutevel por meio da construccedilatildeo de
cisternas de placas Desde 2003 aproximadamente 499387 mil foram construiacutedas
beneficiando mais de 2 milhotildees de pessoas (ASA 2015)
Segundo Gould and Nissen-Petersen (1990) A colheita de aacuteguas pluviais eacute uma
teacutecnica antiga que possui um renome na popularidade devido agrave qualidade inerente da
aacutegua da chuva e ao interesse em reduzir o consumo de aacutegua tratada A aacutegua da chuva
eacute valorizada por sua pureza e suavidade Tem um pH quase neutro e estaacute livre de
subprodutos de desinfecccedilatildeo sais minerais e outros contaminantes naturais e
artificiais As plantas prosperam sob irrigaccedilatildeo com aacutegua de chuva armazenada Os
aparelhos duram mais quando satildeo livres dos efeitos corrosivos ou em escala de aacutegua
dura
Os usuaacuterios com sistemas potaacuteveis preferem o gosto superior e as
propriedades de limpeza da aacutegua da chuva Evidecircncias arqueoloacutegicas atestam a
captura da aacutegua da chuva haacute mais de 4000 anos e o conceito de colheita de aacutegua da
chuva na China pode chegar a mais de 6000 anos Ruiacutenas de cisternas construiacutedas
jaacute em 2000 aC para armazenar o escoamento das encostas para fins agriacutecolas e
domeacutesticos ainda estatildeo em Israel
19
A reutilizaccedilatildeo ou reuso de aacutegua ou ainda em outra forma de expressatildeo o uso
de aacuteguas residuaacuterias natildeo eacute um conceito novo e tem sido praticado em todo o mundo
haacute muitos anos Haacute relatos de sua praacutetica na Greacutecia Antiga com a disposiccedilatildeo de
esgotos e sua utilizaccedilatildeo na irrigaccedilatildeo Contudo a demanda crescente por aacutegua tem
feito do reuso planejado da aacutegua um tema atual e de grande importacircncia (SANTOS
1993)
O elevado desenvolvimento demograacutefico associado agraves transformaccedilotildees
econocircmicas reflete-se notavelmente no uso dos recursos hiacutedricos principalmente no
que se refere agrave qualidade e quantidade das aacuteguas superficiais e subterracircneas
(RAMOS 2000)
O uso de fontes alternativas e de estrateacutegias de uso racional de aacutegua em
edificaccedilotildees eacute uma forma de amenizar os problemas de disponibilidade de aacutegua
potaacutevel e diminuir a sua demanda
Dentre estas estrateacutegias pode-se citar o aproveitamento de aacutegua pluvial o
reuso de aacuteguas cinzas (ABNT NBR 155272007) O aproveitamento de aacutegua pluvial eacute
uma praacutetica milenar empregada no mundo todo Essa teacutecnica tem se difundido e se
consolidado como uma forma de mitigar os diversos problemas ambientais causados
pelo aumento da demanda de aacutegua pela falta de medidas de controle da poluiccedilatildeo e
de gestatildeo ambiental em aacutereas urbanas e rurais (BARROS 2000)
O reaproveitamento eficiente da aacutegua da chuva natildeo tem misteacuterios mas satildeo
necessaacuterios alguns pequenos cuidados que tornam os sistemas mais seguros e de
faacutecil manutenccedilatildeo (AQUASTOCK 2008)
De acordo com Diniz (2013) as teacutecnicas para operar um sistema de utilizaccedilatildeo
das aacuteguas pluviais seguem as seguintes etapas
Coletar aacuteguas pluviais atraveacutes de calhas em telhados coberturas
Armazenar essa aacutegua em reservatoacuterios cisternas
Abastecer o local onde seratildeo utilizadas as aacuteguas pluviais
Eliminar as primeiras aacuteguas de chuva preservando a qualidade dessa aacutegua
20
Relevacircncia da Pesquisa
O foco dos sistemas de captaccedilatildeo de aacutegua da chuva estatildeo mais atrelados aos
problemas que o meio ambiente enfrenta de forma global ou seja estatildeo voltados para
o coletivo e natildeo individualmente Embora se pense em sistemas que sejam
desenvolvidos para a preservaccedilatildeo da aacutegua doce e da aacutegua da chuva para que natildeo
sejam desperdiccediladas eacute preciso tambeacutem pensar no investimento econocircmico de longo
prazo ou seja a economia na conta da aacutegua que seria uma forma de se pensar
tambeacutem individualmente
A relevacircncia deste trabalho aponta para os resultados levados agrave
sustentabilidade utilizando o aproveitamento de aacuteguas pluviais e de aacuteguas residuais
de evaporadoras de aparelhos de ar condicionado para fins natildeo potaacuteveis
Justificativa da Pesquisa
O sucesso das accedilotildees que devem conduzir ao reuso de aacutegua dependeraacute em
grande parte da influecircncia da comunidade do CEFET-RJ do comportamento das
pessoas e de suas decisotildees individuais Mesmo considerando que existe certo
interesse pelas questotildees ambientais haacute que se reconhecer a falta de informaccedilatildeo e
conhecimento dos problemas ambientais
Logo a educaccedilatildeo ambiental que tenha por objetivo informar e sensibilizar as
pessoas sobre os problemas (e possiacuteveis soluccedilotildees) existentes em sua comunidade
buscando transformar estas pessoas em indiviacuteduos que participem das decisotildees
sobre seus futuros exercendo desse modo o direito aacute cidadania tornando-se
instrumento indispensaacutevel ao processo
O CEFET-RJ possui duas entradas de abastecimento de aacutegua com
fornecimento atraveacutes da CEDAE perfazendo um consumo anual na ordem de
294039 m3 que abastecem blocos independentes atraveacutes de 02 castelos drsquoaacutegua com
alimentaccedilatildeo dos blocos por gravidade Tendo em vista o grande nuacutemero de blocos
com aacuterea construiacuteda de 3927050 m2 e grande aacutereas de paacutetios jardins e quadras
esportivas tendo alto consumo de aacutegua para limpeza
Estaacute sendo pesquisada a viabilidade do aproveitamento das aacuteguas pluviais
coletadas atraveacutes dos telhados de uma edificaccedilotildees bem como a aacutegua residual
proveniente dos evaporadores de unidades condensadoras e aparelhos de ar
condicionado de janela no campus do Maracanatilde em funccedilatildeo do grande nuacutemero de
ambientes com refrigeraccedilatildeo com a finalidade de reuso em aacutereas e atividades menos
nobres como lavagem de paacutetios quadras poliesportivas uso em bacias sanitaacuterias
21
irrigaccedilatildeo de jardins que com adoccedilatildeo destas medidas obter-se-aacute reduccedilatildeo do consumo
de aacutegua potaacutevel tratada fornecida pela concessionaria CEDAE
Como consequecircncias reduccedilatildeo dos custos reduccedilatildeo do incocircmodo de poccedilas de
aacuteguas residuais geradas por unidades condensadoras contribuiraacute na reduccedilatildeo de
enchentes tendo em vista a localizaccedilatildeo geograacutefica do CEFET-RJ proacutexima ao Rio
Maracanatilde estimulando a educaccedilatildeo ambiental e a sustentabilidade atraveacutes dos
multiplicadores das accedilotildees de conservaccedilatildeo de aacutegua por membros da comunidade de
docentes discentes e teacutecnicos administrativos servindo como exemplo de uma
postura ambientalmente correta para o enfrentamento dos problemas de ocupaccedilatildeo e
impermeabilizaccedilatildeo desordenada do solo nos grandes centros urbanos
12 - Questatildeo Problema
Analisar a viabilidade de promover o desenvolvimento de um sistema de
captaccedilatildeo de aacutegua da chuva e aacuteguas residuais de evaporadoras de aparelhos de ar
condicionado do CEFETRJ para utilizaacute-la em fins natildeo potaacuteveis agregando valor agrave
sustentabilidade e gerando economia na conta da aacutegua
13 ndash Questotildees da Pesquisa
Nesta conjuntura surgem as questotildees que orientaratildeo este trabalho
Como implantar e implementar um sistema de aproveitamento de aacuteguas
pluviais
Como verificar viabilidade teacutecnica para a adaptaccedilatildeo de instalaccedilotildees do preacutedio
estudado no CEFETRJ Campus Maracanatilde para aproveitamento de aacuteguas
pluviais
Pesquisar os segmentos que se ajustem ao uso da aacutegua natildeo potaacutevel e calcular
suas demandas
Quantificaccedilatildeo da capacidade de produccedilatildeo de aacuteguas remanescentes
provenientes de Unidades Evaporadoras de aparelhos de ar condicionado do
preacutedio estudado
22
14 - Objetivo Geral
O objetivo geral da dissertaccedilatildeo eacute apresentaccedilatildeo de uma proposta metodoloacutegica
para analisar a viabilidade teacutecnica de um sistema de aproveitamento de aacuteguas pluviais
e aacuteguas residuais de evaporadoras de unidades evaporadores para uso com fins natildeo
potaacuteveis no Campus Maracanatilde do CEFET-RJ
15 - Objetivos Especiacuteficos
Desenvolvimento da metodologia proposta
Dimensionar o sistema de armazenamento das aacuteguas pluviais e
residuais coletadas para reuso
Buscar tecnologias para implantaccedilatildeo de sistema de aproveitamento de
agua pluviais
Avaliar viabilidade econocircmica da implantaccedilatildeo do sistema de
aproveitamento de aguas pluviais
16 ndash Estrutura Metodoloacutegica
A metodologia utilizada no presente trabalho considerou o bloco E para se
analisar a viabilidade de aproveitamento de aacuteguas pluviais e aacuteguas residuais
provenientes de unidade evaporadoras de aparelhos de ar condicionado Com
aplicaccedilatildeo de questionaacuterio para os usuaacuterios das instalaccedilotildees para quantificaccedilatildeo da
demanda de aacutegua nos ambientes estudados
Ywashima (2005) ressalta a importacircncia de campanhas de conscientizaccedilatildeo
para utilizaccedilatildeo racional da aacutegua nas escolas Segundo a pesquisadora a conta natildeo e
paga de forma direta pelos usuaacuterios consequentemente natildeo haacute motivaccedilatildeo financeira
A autora apresenta como sugestatildeo tecnologias economizadoras onde se obteacutem
reduccedilatildeo de consumo independente da mudanccedila de comportamento pelos usuaacuterios
Tomando como premissa o atual consumo desordenado de aacutegua consumo
este que proporciona uma grande margem para que no futuro este liacutequido precioso
para a vida na terra venha a faltar caso natildeo seja criado mecanismos que possam
contornar essa situaccedilatildeo o desenvolvimento deste presente projeto apresenta-se
como uma alternativa para compor estes mecanismos
23
Atraveacutes de pesquisas foi constatado que as aacuteguas pluviais devem ser utilizadas
para amenizar a situaccedilatildeo Desse modo o presente trabalho contempla a possibilidade
de uso de recursos tecnoloacutegicos a fim de que se possa reduzir o consumo e diminuir
o desperdiacutecio de aacutegua atraveacutes da captaccedilatildeo armazenamento e reaproveitamento das
aacuteguas pluviais
Este sistema de captaccedilatildeo de aacutegua pluvial permite usar as aacutereas de coberturas
da edificaccedilatildeo para captar a aacutegua da chuva apoacutes passar por um filtro ou mecanismo
de retenccedilatildeo de impurezas conduzi-la a um reservatoacuterio onde seraacute armazenada e
utilizada na edificaccedilatildeo para fins natildeo potaacuteveis tais como lavagem de pisos irrigaccedilatildeo
de jardins mictoacuterios e bacias sanitaacuterias
No que diz respeito a implementaccedilatildeo da metodologia foi realizado um
levantamento das coberturas da edificaccedilatildeo escolhidas com analise dos dados
meteoroloacutegicos da regiatildeo que permitiram avaliaccedilatildeo dos paracircmetros necessaacuterios para
os caacutelculos dos reservatoacuterios de aacuteguas pluviais
O trabalho foi dividido em trecircs etapas
A primeira etapa desenvolveu-se atraveacutes de pesquisas referecircncias
bibliograacuteficas dados teacutecnicos e projetos semelhantes referentes ao tema para obter
um melhor embasamento teoacuterico sobre o assunto com auxilio da internet pesquisas
literaacuterias artigos cientiacuteficos informaccedilotildees pessoais de profissionais e obtivemos
informaccedilotildees necessaacuterias favoraacuteveis que possibilitaram a execuccedilatildeo do presente
trabalho em unidade de ensino adequando agraves edificaccedilotildees do campus onde houvesse
o menor nuacutemero de intervenccedilotildees
A segunda etapa foi direcionada ao programa de necessidades considerando
o consumo da edificaccedilatildeo e o potencial de captaccedilatildeo atraveacutes de aacuterea de coberturas
evaporadores de ar condicionado levantamento dos iacutendices pluviomeacutetricos da regiatildeo
preacute-dimensionamento para os reservatoacuterios superior e inferior e uma estimativa de
custos para implantaccedilatildeo
A terceira e uacuteltima etapa foi direcionada ao anteprojeto arquitetocircnico para
construccedilatildeo do reservatoacuterio prevendo no sistema a captaccedilatildeo tanto de aacuteguas pluviais
quanto de aacuteguas residuais provenientes dos evaporadores de ar condicionado
levantamento dos custos referentes a implantaccedilatildeo dos reservatoacuterios com avaliaccedilatildeo
do tempo de retorno (payback) do investimento
24
A Figura 01 ilustra de forma simplificada a abordagem utilizada durante a
realizaccedilatildeo desta pesquisa
Figura 1 - Estrutura do Conteuacutedo da Dissertaccedilatildeo
Fonte Elaborado pelo autor do presente trabalho(2017)
DISSERTACcedilAtildeO
VERTENTE TEacuteCNICA
EMPIacuteRICA
COLETA DE DADOS
FLUXO DO PROCESSO
DIMENSIONAMENTO
CONCEPCcedilAtildeO EMPIacuteRICA
CONCLUSAtildeO DISSERTACcedilAtildeO
HISTOacuteRICO REUSO DAS
AacuteGUAS
LEGISLACcedilAtildeO
SUSTENTABILIDADE
BASE TEOacuteRICA
CONCEPCcedilAtildeO TEOacuteRICA
25
17 ndash Delimitaccedilatildeo da Pesquisa
A realizaccedilatildeo do presente trabalho ocorreraacute atraveacutes de levantamento de dados
referente ao abastecimento e equipamentos instalados do bloco E do campus
Maracanatilde com estudo de consumo de aacutegua da edificaccedilatildeo levando em consideraccedilatildeo
o nuacutemero de usuaacuterios
A capacidade de captaccedilatildeo seraacute realizada atraveacutes das aacutereas de cobertura e
utilizaccedilatildeo dos iacutendices de precipitaccedilatildeo pluviomeacutetrica da regiatildeo estudada de anos
anteriores para caacutelculo e dimensionamento de reservatoacuterios inferior e superior bem
como avaliaccedilatildeo da capacidade de produccedilatildeo de aacuteguas residuais produzidas pelas
evaporadoras instaladas no preacutedio
Avaliando as adaptaccedilotildees necessaacuterias ao sistema de abastecimento existente
para o atendimento das bacias sanitaacuterias e lavagem de paacutetios quadras esportivas
regas de jardim e levantando e propondo utilizaccedilatildeo de novas tecnologias existentes
para instalaccedilatildeo do sistema e verificando a necessidade de utilizaccedilatildeo de
abastecimento com aacutegua potaacutevel em casos de grande estiagem para manutenccedilatildeo
das atividades sem prejuiacutezos agrave aacuterea acadecircmica
Desta forma nesta pesquisa seratildeo avaliados os dados obtidos atraveacutes de
levantamentos arquitetocircnicos e das instalaccedilotildees hidro sanitaacuterias existentes no
CEFETRJ - Unidade Maracanatilde aleacutem de documentaccedilatildeo e pesquisa em projetos
similares que jaacute possam existir relacionados agrave questatildeo da utilizaccedilatildeo de aacuteguas pluviais
Como objetivo de fundamentar a implantaccedilatildeo do estudo e desenvolvimento do
mesmo seraacute apresentado levantamento e resultado necessaacuterios para implementaccedilatildeo
da utilizaccedilatildeo de aacuteguas pluviais com base nos dados coletados e revisatildeo bibliograacutefica
em artigos e perioacutedicos que versam sobre as tecnologias mais indicadas para a
utilizaccedilatildeo de aacuteguas pluviais
18 ndash Justificativa da Pesquisa
Como prevecirc a constituiccedilatildeo em seu Art 225 caput ndash ldquoTodos tecircm direito ao meio
ambiente ecologicamente equilibrado bem de uso comum do povo e essencial agrave sadia
qualidade de vida impondo-se ao Poder Puacuteblico e agrave coletividade o dever de defendecirc-
lo e preservaacute-lo para presentes e futuras geraccedilotildeesrdquo (Brasil 2004)
No atendimento a constituiccedilatildeo e as legislaccedilotildees pertinentes levar o CEFET- RJ
26
ao cumprimento de accedilotildees e objetivos visando a sustentabilidade nas suas
dependecircncias e atraveacutes de sua comunidade discente docente e teacutecnicos
administrativos atuar como multiplicadores de accedilotildees de preservaccedilatildeo do meio
ambiente atraveacutes do reuso de aacuteguas pluviais e aacuteguas residuais oriundas de
evaporadores e aparelhos de ar condicionado de janela
Em funccedilatildeo do alto consumo como pode ser observado na figura 2 faz-se
necessaacuteria a adoccedilatildeo de equipamentos de maior tecnologia e o aproveitamento de
aacuteguas pluviais para uso menos nobre conforme determina a norma ABNT ndash NBR
15527 de 24102007 e contribuir de forma efetiva para reduccedilatildeo de custo
possibilidade de racionamento e reduccedilatildeo per capta do consumo nos oacutergatildeos puacuteblicos
Figura 2 - Consumo Mensal de Aacutegua - 2014
Entrada Volume faturado (msup3)
nordm jan fev mar abr mai jun jul ago set out nov dez total 2014
485 17310 18230 13160 22110 19640 16890 20010 19070 25430 22670 25060 28430 248010
681 3706 3580 6560 5394 6170 2800 3310 2650 3069 2580 2890 3320 46029
Total
mensal 21016 21810 19720 27504 25810 19690 23320 21720 28499 25250 27950 31750 294039
Fonte Contas CEDAE exerciacutecio 2014
00
5000
10000
15000
20000
25000
30000
35000
jan fev mar abr mai jun jul ago set out nov dez
Vo
l f
atu
rad
o (
msup3)
Mecircs
Consumo mensal de aacutegua em 2014
485
27
19 ndash Organizaccedilatildeo do Estudo
O Capiacutetulo 01 desta pesquisa estaacute organizado com a introduccedilatildeo composta pela
situaccedilatildeo-problema questotildees de pesquisa objetivos estrateacutegia delimitaccedilatildeo e
justificativa da pesquisa A finalidade preciacutepua da leitura deste capiacutetulo eacute harmonizar
a compreensatildeo do contexto e a importacircncia da pesquisa
O Capitulo 02 estaacute organizado com os fundamentos teoacutericos com base em
sustentabilidade histoacuterico de reuso da aacutegua e legislaccedilatildeo
O Capitulo 03 trata da metodologia e tipo de pesquisa a ser empregado
informando a forma da obtenccedilatildeo dos dados e como seratildeo feitos o tratamento e anaacutelise
dos dados
No Capiacutetulo 4 seratildeo interpretados os resultados referentes agraves demandas de
aacuteguas menos nobres a quantificaccedilatildeo da produccedilatildeo de aacutegua proveniente de unidades
evaporadoras e aacuteguas pluviais com avaliaccedilatildeo de viabilidade econocircmica para
implantaccedilatildeo do sistema
No Capiacutetulo 05 seraacute apresentada a anaacutelise dos resultados e sugestotildees para
estudos futuros e complementares
28
2 - BASE CONCEITUAL E REVISAtildeO DA LITERATURA
No presente capitulo seraacute apresentada a vertente teacutecnica com os fundamentos
teoacutericos que forneceratildeo o suporte para o desenvolvimento da pesquisa
21 A Sustentabilidade e as questotildees quanto a conservaccedilatildeo reaproveitamento e
reduccedilatildeo do consumo de aacuteguas pluviais
A Comissatildeo Mundial sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento denominada
Comissatildeo de Brundtland (1988) define o desenvolvimento sustentaacutevel como aquele
que atende as necessidades do presente sem comprometer a possibilidade das
geraccedilotildees futuras atenderem as suas proacuteprias necessidades
Surgido na deacutecada de 1990 o tripeacute da sustentabilidade tem crescido em seu
conceito em todo o planeta refletindo uma seacuterie de processos valores e objetivos de
forma que uma gestatildeo deveraacute orientar aos trecircs pilares econocircmico social e ambiental
podendo este conceito ser aplicado de forma macro para um paiacutes ou ateacute para o
planeta ou micro podendo ser uma escola um vilarejo ou empresa (DIAS2011)
A concepccedilatildeo do desenvolvimento sustentaacutevel orienta a discussatildeo sobre o tema
em qualquer segmento das atividades do ser humano Os objetivos tecircm como base
na perspectiva de utilizaccedilatildeo dos recursos naturais desde que sejam preservados para
as futuras geraccedilotildees Dias ( 2011) Poreacutem parte das dificuldades apresenta-se porque
as geraccedilotildees natildeo tecircm participaccedilatildeo nas decisotildees atuais Desta forma somente a
conscientizaccedilatildeo da preservaccedilatildeo da vida e da espeacutecie eacute que motiva o ser humano o
que natildeo acontece na maioria das vezes com os gestores e poliacuteticos dos dias atuais
(MOURA 2011)
Muito embora para alguns o desenvolvimento sustentaacutevel eacute um projeto social e
poliacutetico que serve como ferramenta para combate a pobreza satisfaccedilatildeo das
necessidades baacutesicas da humanidade de maneira a elevar a qualidade de vida dos
indiviacuteduos fornece princiacutepios para que o desenvolvimento seja harmonioso levando
em conta a transformaccedilatildeo dos recursos do ambiente deste modo para estes sugerem
atitudes novas das quais pela edificaccedilatildeo de uma nova racionalidade De forma
contraria agrave maioria que se preocupa em compatibilizar o meio ambiente a um
crescimento econocircmico de forma continua (DIAS 2011)
Acreditava-se que o crescimento econocircmico desenvolveria de forma natural o
29
desenvolvimento sustentaacutevel Veiga (2005) Somente uma gestatildeo com
responsabilidade ambiental eacute capaz de conciliar uma melhor qualidade de vida com
necessidade de crescimento econocircmico (MOURA 2011)
A passagem de um sistema baseado no consumo a um sistema sustentaacutevel
tem diversas implicaccedilotildees Necessita abrir a visatildeo da relaccedilatildeo da sociedade ao meio
ambiente transformar a organizaccedilatildeo social produtiva que gera a desigualdade e a
pobreza Atraveacutes de novas relaccedilotildees sociais onde o eixo natildeo seraacute somente a
perspectiva da lucratividade e praacuteticas de produccedilatildeo predatoacuterias do meio ambiente
mas o bem-estar da humanidade O que daacute margem a diferentes pontos de vistas
com base de modo geral na busca do produto de equiliacutebrio entre os trecircs eixos da
sustentabilidade crescimento econocircmico igualdade social e a preservaccedilatildeo ao meio
ambiente (DIAS 2011)
De acordo com Alledi (2006) a grande preocupaccedilatildeo das melhores empresas
do mundo hoje em dia eacute com a sustentabilidade dos seus negoacutecios um movimento
que se fundamentou em questotildees ambientais mas que atualmente eacute visto de um
modo mais amplo passando a incorporar os temas dos movimentos empresariais
anteriores pela qualidade pela sauacutede e seguranccedila do trabalho pela proacutepria
preservaccedilatildeo do meio ambiente e mais recentemente pela responsabilidade social
corporativa
211 Exemplos recentes de atitude sustentaacuteveis adotadas no Brasil
O recebimento da certificaccedilatildeo LEED (Leadership in Energy and Environmental
concedido pelo US Green building Council (USGBC) para certificaccedilotildees em 07 estaacutedios
construiacutedos para a Copa 2014 cuja adoccedilatildeo de medidas sustentaacuteveis foi requisito para
que o Banco Nacional de Desenvolvimento Econocircmico e Social (BNDES) liberasse o
financiamento para as obras das arenas da Copa preacute-requisito este que seraacute adotado
pela FIFA para as proacuteximas eleiccedilotildees do mundial (wwwcopa2014govbr)
Dentre as diversas arenas pode ser ressaltada a economia conseguida pela
Arena da Amazocircnia de cerca de 40 de aacutegua potaacutevel atraveacutes da captaccedilatildeo da aacutegua
de chuva em um volume de 140000 litros para irrigaccedilatildeo do gramado e utilizaccedilatildeo nos
sanitaacuterios ABES (observatoacuterio do terceiro setor)
Foram diversas medidas sustentaacuteveis para obtenccedilatildeo da certificaccedilatildeo LEED
destacando a abertura das portas para educaccedilatildeo ambiental desde o inicio das obras
30
Foram desenvolvidas estrateacutegias de comunicaccedilatildeo para divulgaccedilatildeo das accedilotildees de
sustentabilidade que foram implementadas nos estaacutedios para obtenccedilatildeo da certificaccedilatildeo
LEED com utilizaccedilatildeo de paineacuteis ilustrados nas aacutereas de circulaccedilatildeo e distribuiccedilatildeo de
panfletos aos visitantes Accedilotildees voltadas para conscientizaccedilatildeo da certificaccedilatildeo e
tambeacutem para manutenccedilatildeo apoacutes a realizaccedilatildeo do evento (wwwcopa2014govbr)
212 Medidas sustentaacuteveis para conservaccedilatildeo reaproveitamento de aacutegua e reduccedilatildeo
do consumo de aacuteguas pluviais
A conservaccedilatildeo de aacutegua pode ser definida como um conjunto de praacuteticas
teacutecnicas e tecnologias que propiciam a melhoria da eficiecircncia do seu uso incidindo de
maneira sistecircmica sobre a demanda e a oferta de aacuteguas As iniciativas de
racionalizaccedilatildeo do uso e de reuso de aacutegua constituem-se em elementos fundamentais
para a ampliaccedilatildeo da eficiecircncia do uso da aacutegua (PROSAB 2011) resultando em
Aumento da disponibilidade para os demais usuaacuterios
Flexibilizaccedilatildeo dos suprimentos existentes para outros fins
Atendimento ao crescimento populacional
Suporte agrave implantaccedilatildeo de novas induacutestrias
Preservaccedilatildeo e conservaccedilatildeo do meio ambiente
A primeira medida a levar em conta seria a reduccedilatildeo do consumo de aacutegua
potaacutevel Atualmente no mercado satildeo encontrados vaacuterios equipamentos
economizadores de aacutegua sendo que estes dispositivos proporcionam grande
economia (SABESP 2013)
Segundo o Programa Nacional de Uso Sustentaacutevel da Aacutegua Brasil (2010) na
deacutecada de 90 os programas de conscientizaccedilatildeo em relaccedilatildeo ao uso da aacutegua passaram
a dar mais ecircnfase na adesatildeo de equipamentos que economizam aacutegua pois
asseguram uma relaccedilatildeo mais automatizada do consumo Grandes induacutestrias e
instalaccedilotildees comerciais utilizam hoje estes recursos ou aparatos para reduzir o
consumo Existem vaacuterias iniciativas nesse sentido como a micromediccedilatildeo e mediccedilatildeo
individualizada do consumo em condomiacutenios verticais entre outros os usuaacuterios
domeacutestico e comercial encontram oferta de equipamentos economizadores de aacutegua
para edificaccedilotildees de aplicaccedilatildeo bem faacutecil como os sanitaacuterios com dispositivos de dupla
descarga que varia de 3 a 6 litros favorecendo uma boa economia os arejadores de
31
vazatildeo torneiras de fechamento automaacutetico e redutores de pressatildeo A reutilizaccedilatildeo de
aacutegua traz benefiacutecios ambientais significativos uma vez que permite maiores volumes
de aacutegua para outros usos E em algumas situaccedilotildees pode diminuir a poluiccedilatildeo hiacutedrica
por meio da minimizaccedilatildeo da descarga de efluentes (BRASIL 2010)
Mota OIiveira e Inata (2011) comentam que em regiotildees tropicais o uso dos
aparelhos de ar condicionado para conforto teacutermico propicia a geraccedilatildeo de aacutegua que
resulta da condensaccedilatildeo e na maioria das vezes eacute desperdiccedilada no solo ou drenada
para galerias pluviais Assim o aproveitamento desta aacutegua dependeraacute da coleta
eficiente de cada sistema de drenagem dos aparelhos que podem ser voltados para
um sistema de coleta e armazenamento A aacutegua de aproveitamento dos aparelhos de
ar condicionado pode ser usada na lavagem de pisos regas de jardins entre outros
Observaccedilotildees sobre Gestatildeo das aacuteguas pluviais A gestatildeo de aacutegua pluvial visa
reduzir o consumo de aacutegua potaacutevel por meio de aproveitamento das aacuteguas de chuvas
contribuindo inclusive para a reduccedilatildeo de inundaccedilotildees ou de poluiccedilotildees difusas Uma
das medidas que vem sendo amplamente desenvolvida como forma de economizar
as aacuteguas potaacuteveis e evitar o risco de inundaccedilotildees em regiotildees com alto iacutendice de
impermeabilizaccedilatildeo do solo eacute a retenccedilatildeo de aacuteguas pluviais
Este sistema coligado a um sistema de reaproveitamento destas aacuteguas
configura-se como uma das mais eficientes formas de renovaccedilatildeo de um insumo finito
aacutegua As aacuteguas pluviais entretanto natildeo apresentam qualidade necessaacuteria para o
consumo Mesmo quando a captaccedilatildeo destas aacuteguas extravasam para o esgotamento
natildeo se deve permitir que elas sejam lanccediladas in natura para o lenccedilol freaacutetico pela
possibilidade de carga poluidora As aacuteguas pluviais quando utilizadas diretamente por
pontos na edificaccedilatildeo estes devem ser separados do sistema de aacutegua do restante do
preacutedio e deve conter indicativo visual de que a aacutegua natildeo eacute potaacutevel portanto improacutepria
para o consumo preparo de alimentos e banho
No caso da utilizaccedilatildeo deste sistema de reaproveitamento de aacuteguas pluviais
dois cuidados fundamentais devem ser observados primeiramente com relaccedilatildeo ao
caacutelculo do volume do reservatoacuterio que considera o IP (iacutendice pluviomeacutetrico) local A
Caixa Econocircmica recomenda a utilizaccedilatildeo do caacutelculo na Lei Estadual nordm 1252607
(SAtildeO PAULO 2007)
A segunda observaccedilatildeo refere-se ao volume do escoamento de aacuteguas pluviais
no solo de forma controlada a fim de prevenir inundaccedilotildees reduzir a poluiccedilatildeo difusa
e propiciar a recarga do lenccedilol freaacutetico Um projeto como este para ser aprovado
32
depende de um memorial de caacutelculo detalhado apresentando o niacutevel do lenccedilol freaacutetico
do local caacutelculo da vazatildeo de aacuteguas a serem lanccediladas na rede puacuteblica elaboraccedilatildeo de
um manual de operaccedilatildeo do sistema e indicaccedilatildeo de toda a documentaccedilatildeo teacutecnica tal
como projeto memoriais descritivos planilhas de custos e outros (CEF 2010)
Apesar de que o reaproveitamento de aacuteguas pluviais no Brasil jaacute ocorrer haacute
muito tempo em algumas regiotildees somente em 2007 entrou em vigor a NBR 15527
que estabelece as condiccedilotildees para o aproveitamento de aacuteguas de chuva em coberturas
de aacutereas urbanas para fins natildeo potaacuteveis
A primeira medida a levar em conta seria a reduccedilatildeo do consumo de aacutegua
potaacutevel Atualmente no mercado satildeo encontrados vaacuterios equipamentos
economizadores de aacutegua sendo que estes dispositivos proporcionam grande
economia (SABESP 2013)
O objetivo desta accedilatildeo eacute reduzir o consumo de aacutegua independentemente da
accedilatildeo do usuaacuterio ou da sua disposiccedilatildeo em mudar de comportamento para reduzir o
consumo de aacutegua Ela deve ser implementada quando o sistema estiver totalmente
estaacutevel ou seja sem nenhuma perda de aacutegua por vazamento (ANA 2005)
A situaccedilatildeo do Brasil eacute muito favoraacutevel pois deteacutem cerca de 12 de toda aacutegua
doce do planeta poreacutem 685 encontra-se na regiatildeo norte na qual vivem apenas
74 dos brasileiros (CONFEA 2011)
A limitaccedilatildeo de reservas de agua doce no planeta aumentou a demanda para
atendimento principalmente a prioridade dos recursos para o consumo humano
agriacutecola e industrial a prioridade de utilizaccedilatildeo dos recursos hiacutedricos disponiacuteveis para
abastecimento puacuteblico e as restriccedilotildees que vecircm sendo impostas em relaccedilatildeo ao
lanccedilamento de efluentes no meio ambiente torna necessaacuteria a adoccedilatildeo de estrateacutegias
que visem racionalizar a utilizaccedilatildeo dos recursos hiacutedricos e mitigar os impactos
negativos relativos agrave geraccedilatildeo de efluentes pelas induacutestrias (FIESP 2011)
Segundo o Programa Nacional de Uso Sustentaacutevel da Aacutegua Brasil (2010) na
deacutecada de 90 os programas de conscientizaccedilatildeo em relaccedilatildeo ao uso da aacutegua passaram
a dar mais ecircnfase na adesatildeo de equipamentos que economizam aacutegua pois
asseguram uma relaccedilatildeo mais automatizada do consumo Grandes induacutestrias e
instalaccedilotildees comerciais utilizam hoje estes recursos ou aparatos para reduzir o
consumo Existem vaacuterias iniciativas nesse sentido como a micromediccedilatildeo e mediccedilatildeo
individualizada do consumo em condomiacutenios verticais entre outros os usuaacuterios
domeacutestico e comercial encontram oferta de equipamentos economizadores de aacutegua
33
para edificaccedilotildees de aplicaccedilatildeo bem faacutecil como os sanitaacuterios com dispositivos de dupla
descarga que varia de 3 a 6 litros favorecendo uma boa economia os arejadores de
vazatildeo torneiras de fechamento automaacutetico e redutores de pressatildeo
A reutilizaccedilatildeo de aacutegua traz benefiacutecios ambientais significativos uma vez que
permite maiores volumes de aacutegua para outros usos E em algumas situaccedilotildees pode
diminuir a poluiccedilatildeo hiacutedrica por meio da minimizaccedilatildeo da descarga de efluentes
(BRASIL 2010)
Melhado et al (2013) frisam a importacircncia das accedilotildees de cunho poliacutetico teacutecnico
e social na busca de soluccedilotildees praacuteticas visando a reduccedilatildeo do consumo da aacutegua e
descrevem as mais importantes
Economia e valorizaccedilatildeo da aacutegua potaacutevel
Conscientizaccedilatildeo da populaccedilatildeo objetivando o uso racional da aacutegua
Manutenccedilatildeo das redes puacuteblicas e privadas para verificaccedilatildeo de desperdiacutecios
e vazamentos
Minimizaccedilatildeo da impermeabilizaccedilatildeo do solo urbano e da vazatildeo de
escoamento do terreno objetivando favorecer a permeabilidade da aacutegua
Captaccedilatildeo e armazenamento em reservatoacuterios especiacuteficos das aacuteguas
pluviais e demais aacuteguas natildeo potaacuteveis para usos que natildeo necessitam de
potabilidade como irrigaccedilatildeo reserva de incecircndio lavagem de piso
veiacuteculos em geral e ruas Se necessaacuterio para algum uso especiacutefico a aacutegua
deveraacute passar por unidades de tratamento para atingir os niacuteveis de
qualidade correspondente Quanto mais eficiente for a gestatildeo das aacuteguas
pluviais por retenccedilatildeo ou reuso menor seraacute o volume de aacutegua destinado agraves
redes puacuteblicas
Embora a aacutegua doce existente no planeta esteja sempre em renovaccedilatildeo haacute uma
tendecircncia de sua deterioraccedilatildeo em funccedilatildeo do seu uso indiscriminado devido ao
aumento populacional comprometendo consequentemente sua qualidade ficando
esta em quantidade cada vez menor em determinadas localidades disponiacutevel para
consumo As mudanccedilas climaacuteticas globais tambeacutem vecircm contribuindo para o aumento
na demanda dos recursos hiacutedricos
Devido ao ciclo hidroloacutegico que eacute fechado sabe-se que a quantidade de aacutegua
disponiacutevel no planeta eacute sempre a mesma Sabe-se tambeacutem que este ciclo constitui-
se basicamente do transporte das massas de aacutegua dos oceanos para a atmosfera
34
pelo fenocircmeno da evaporaccedilatildeo e da atmosfera para os oceanos atraveacutes dos
fenocircmenos das precipitaccedilotildees escoamentos superficiais e subterracircneos influenciando
diretamente na distribuiccedilatildeo dos corpos hiacutedricos Muitas regiotildees vem sofrendo
alteraccedilotildees resultantes das diferentes formas antroacutepicas de interferecircncia sobre o
ambiente Hespanhol e Mierwa (2013) O surgimento das Metroacutepoles
desmatamentos obras de dragagens assim como construccedilotildees de represas satildeo
exemplos concretos disto
Sabe-se que menos de 1 de toda a aacutegua existente no planeta eacute doce e que
aproximadamente metade deste percentual corresponde a aacuteguas subterracircneas
enquanto o restante encontra-se nos oceanos Aacute medida que a populaccedilatildeo vem
crescendo a deterioraccedilatildeo dos mananciais vai se acentuando surgindo problemas nos
abastecimentos drsquoaacutegua que atualmente vem merecendo a atenccedilatildeo e preocupaccedilatildeo de
populaccedilotildees e autoridades de todo o mundo Eacute necessaacuterio que haja uma gestatildeo
integrada dos recursos drsquoaacutegua racionalizando o seu uso favorecendo o
desenvolvimento de sistemas sustentaacuteveis como forma de prevenccedilatildeo contra a
escassez
Apesar de a aacutegua doce estar distribuiacuteda de forma desigual sobre o planeta a
disponibilidade deste recurso no Brasil eacute significativa poreacutem distribuiacuteda tambeacutem de
forma desigual sobre o nosso territoacuterio sendo na regiatildeo Amazocircnica 69 e nas
demais regiotildees 31 nas quais se concentram 95 da populaccedilatildeo do Paiacutes
Confrontando estes dados com os do ANEEL- Departamento Nacional de Aacuteguas e
Energia Eleacutetrica pode-se afirmar que em quanto na regiatildeo amazocircnica com 69 da
aacutegua e 685 dos recursos hiacutedricos para uma populaccedilatildeo de 5 do paiacutes nas demais
regiotildees temos 31 das aacuteguas com 315 dos mesmos recursos para 95 da
populaccedilatildeo Eacute certo que se tem uma enorme diferenccedila regional
35
Quadro 1 - Projeccedilatildeo da populaccedilatildeo nos Municiacutepios do Estado do Rio de Janeiro
MUNICIacutePIOS
VALORES OBSERVADOS
1970 1975 1980 1995 2000 2005 2010 2014
1 Caxias
2 Itaboraiacute
3 Itaguaiacute
4 Mageacute
5 Mangaratiba
6 Maricaacute
7 Niloacutepolis
8 Niteroacutei
9 Nova Iguaccedilu
10 Paracambi
11 Petroacutepolis
12 Satildeo Gonccedilalo
13 SJ de Meriti
14 Rio de
Janeiro
404 496
14 072
17 468
83 841
6 125
6 500
128 011
292 180
724 326
22 149
154 612
430 271
302 394
4251
918
554 935
23 652
76 267
163 906
8 094
19 602
151 700
400 140
1091 702
27 434
202 146
614 688
398 686
5093 232
661 578
31 919
101 048
198 471
10 136
22 677
160 434
439 596
1247
614
32 347
239 899
733 791
436 234
5474
597
780 964
42 668
129 867
235 894
12 454
26 188
169 031
480 981
1410
116
37 686
277 620
871 361
474 149
5585
289
916 278
55 469
163 800
277 069
15 111
30 226
177 585
525 061
1583 658
43 484
318 764
1035 991
513 025
6245 537
1071728
71 096
204 326
323 382
18 191
34 902
186 193
573 014
1773 705
49 787
363 819
1239 963
553 550
6638 213
1252 875
90 205
253 441
376 692
21 820
40 349
194 942
626 596
1986 378
56 660
413 381
1500 984
596 414
7038 605
1467033
113 697
313 856
439 389
26 149
46 734
203 913
688 395
2228600
64 190
468 169
1844983
642 305
7449231
TOTAL A RMRJ 683836
3
8826184 9790341 10807268 11901058 13101869 14449342 15996644
Fonte IBGE 2010
Na cidade do Rio de Janeiro constitui-se de 950 msup3s de vazatildeo meacutedia de aacutegua
doce disponiacutevel proporcionando 2080msup3 de aacutegua por ano para 144 milhotildees de
habitantes numa meacutedia desconsiderando as perdas de aproximadamente
57m3dia suficiente para atender a atual demanda de consumo Entretanto trabalhos
sobre a projeccedilatildeo da populaccedilatildeo nos municiacutepios do Estado do Rio de Janeiro
evidenciam um crescente aumento populacional IBGE (2010) como observa-se no
Quadro 2
Segundo estudos socioeconocircmicos e de demanda de aacutegua para a regiatildeo
metropolitana do Rio de Janeiro Rios (2011) deveraacute ser feita uma ampla campanha
de educaccedilatildeo ambiental atraveacutes da miacutedia visando o controle dos desperdiacutecios de aacutegua
nas induacutestrias comeacutercio e domiciacutelios tendo em vista o perigo de uma crise de
racionamento de aacutegua semelhante agrave crise energeacutetica ocorrida entre 2001 e 2002 No
36
Quadro 2 eacute demonstrada a evoluccedilatildeo prevista da demanda de aacutegua em msup3s para a
Regiatildeo metropolitana do Rio de Janeiro
Com base nas projeccedilotildees demograacuteficas estabelecidas em termos indicativos
para o ano de 2035 procedeu-se a uma estimativa da demanda de aacutegua Tal
estimativa supotildee que a relaccedilatildeo entre demanda de aacutegua e populaccedilatildeo residente
admitida para o ano de 2014 continue vaacutelida para 2035 Rios(2011) Levando-se em
consideraccedilatildeo o demonstrado nos Quadros 1 e 2 o aumento populacional para a
regiatildeo metropolitana do Rio de Janeiro em 2010 tomando-se por base o ano de 2000
foi de 2208
A demanda atendida tanto com os niacuteveis de perdas mantidos quanto com a
reduccedilatildeo das perdas em 20 seraacute de 2739 O fato da demanda prevista ser maior
do que o crescimento populacional pode ser explicado devido ao esperado aumento
de educaccedilatildeo para a sauacutede na populaccedilatildeo a qual necessitaria de mais aacutegua para suas
atividades
Quadro 2 - Evoluccedilatildeo prevista da demanda de aacutegua em msup3s para a Regiatildeo Metropolitana do Rio de Janeiro
DISCRIMINACcedilAtildeO
1980
1985
1990
1995
2005
2010
2014
Demanda total exclusive perdas (1) 3255 3624 4120 4624 5188 5839 6609
Demanda atendida Exclusive
perdas (2)
2213 2935 3914 4532 5188 5839 6609
Demanda atendida Inclusive perdas
(3) Hipoacutetese I
3952 5241 6889 8093 9264 10427 11802
Demanda atendida Inclusive perdas
(4) Hipoacutetese II
3952 4515 4893 5665 6485 7289 8261
Fonte Rios 2011
Para Monteiro et al(2010) o reuso de aacutegua exige que padrotildees adequados de
potabilidade sejam adotados tendo em conta questotildees de sauacutede puacuteblica como
acontece em diversas partes do mundo sendo no Brasil uma praacutetica ainda incipiente
Reiteram os autores que esta eacute uma estrateacutegia correta para diminuiccedilatildeo da captaccedilatildeo
e mitigaccedilatildeo no lanccedilamento de dejetos no ambiente natural
37
A Cacircmara Teacutecnica de Ciecircncia e Tecnologia do Conselho Nacional de Recursos
Hiacutedricos apontou para a necessidade de uma ampla discussatildeo sobre o tema reuso
natildeo potaacutevel Foram elaborados dois termos de referecircncia O primeiro referente agrave
elaboraccedilatildeo de resoluccedilatildeo contemplando os aspectos poliacuteticos legais e institucionais e
o segundo relativo agraves diretrizes gerais para a praacutetica do reuso Eacute necessaacuterio que se
leve em consideraccedilatildeo o tipo de reuso que se deseja e o niacutevel de tratamento para que
os padrotildees sejam alcanccedilados
O reuso operacionalmente permite substituir grandes volumes de aacutegua
destinados a usos nos quais a potabilidade natildeo eacute fator preponderante O reuso de
aacutegua jaacute vem sendo amplamente empregado na induacutestria principalmente em torres de
resfriamento caldeiras construccedilatildeo civil irrigaccedilatildeo de aacutereas verdes e em alguns
processos industriais onde a utilizaccedilatildeo de aacutegua com menor padratildeo de qualidade natildeo
ocasione maiores problemas Desta forma o reuso de aacutegua para fins natildeo potaacuteveis
deve ser considerado como primeira opccedilatildeo para reuso (HESPANHOL amp MIERZWA
2013)
22 Histoacuterico do Reuso de Aacuteguas
O aproveitamento de aacuteguas pluviais para o consumo das populaccedilotildees jaacute existe
ao longo das civilizaccedilotildees como pocircde ser observado em diversas construccedilotildees antigas
em vaacuterios pontos do mundo Reservatoacuterios escavados na rocha como pode ser
observado em Israel o que confirma o costume de aproveitamento de aacuteguas pluviais
Em Roma encontram-se diversos reservatoacuterios utilizados para o abastecimento da
populaccedilatildeo (TOMAZ2013)
De acordo com Jarus(2012) em Massada (ldquofortalezardquo em hebraico) situa-se
um dos mais conhecidos sistemas de aproveitamento de aacuteguas pluviais em Israel
onde Herodes no ano de 36 a c como forma de se precaver contra tempos difiacuteceis
construiu uma fortaleza com cavernas escavadas na rocha com capacidade de
armazenamento de 40 milhotildees de litros Estes reservatoacuterios possuiacuteam interligaccedilatildeo
atraveacutes de canalizaccedilotildees e aquedutos para abastecimento das habitaccedilotildees da fortaleza
38
Figura 3 - Sistemas de aproveitamento de aacuteguas pluviais
Fonte httpwwwgeocitieswspaz_israelmassadahtm
Na cidade de Toacutequio com a finalidade de prevenir a falta de aacutegua e reduzir
inundaccedilotildees foi intensificada a construccedilatildeo de diversos reservatoacuterios por toda a cidade
bem como motivou os proprietaacuterios de edifiacutecios e residenciais a construiacuterem seus
reservatoacuterios com incentivo a cada litro de aacutegua pluvial captado (AMARAL 2007)
A Alemanha era abastecida em mais de 70 por aquiacuteferos subterracircneos em
funccedilatildeo da poluiccedilatildeo de seus rios e grande industrializaccedilatildeo do paiacutes E recentemente
com o rebaixamento dos aquiacuteferos tornou-se um paiacutes liacuteder na execuccedilatildeo dos sistemas
de captaccedilatildeo de aacutegua da chuva tanto para fins domeacutesticos como comerciais
(AMARAL 2007)
O Meacutexico desde a eacutepoca dos Astecas e Maias eacute rico em tradiccedilotildees tecnoloacutegicas
de captaccedilatildeo de aacutegua da chuva Ainda na data atual na Peniacutensula de Yucatan pode
ser visto as chamadas Chultuns cisternas do seacuteculo X com capacidade variando de
20000 a 45000 litros utilizadas pelo povo Maia para captaccedilatildeo e abastecimento das
populaccedilotildees que viviam nas encostas As cisternas eram escavadas no subsolo
calcaacuterio e revestidas com emboccedilo impermeaacutevel tendo na sua parte superior uma aacuterea
de 100 a 200 m2 destinada a captaccedilatildeo da precipitaccedilatildeo pluviomeacutetrica Nos vales eram
usadas as aacuteguas dos (reservatoacuterios com capacidade de 10 a 150 milhotildees de litros) e
aquaditas (reservatoacuterios com capacidade de 100 a 50000 litros) - (GNADLINGER
2000)
39
Figura 4 - Reservatoacuterios
Fonte httpwwwlatinamericanstudiesorguxmal-chultunhtm
Figura 5 - Reservatoacuterios
Fonte httpwwwlatinamericanstudiesorguxmal-chultunhtm
O desaparecimento do uso de SAAP na peniacutensula de Yucatan deveu-se aos
colonizadores espanhoacuteis por ocasiatildeo da invasatildeo espanhola seacuteculo XVI quando foram
introduzidos novos sistemas de agricultura e meacutetodos de construccedilatildeo europeia
40
diferentes da cultura local Tendo acontecido o mesmo na Iacutendia com o sistema colonial
britacircnico que gerou colapso nos SAAP centenaacuterios (GNADLINGER 2000)
O Japatildeo promove diversos estudos e pesquisas na aacuterea de SAAP Em Toacutequio
a regulamentos para que os terrenos de aacutereas superiores a 10000m2 e os edifiacutecios
com mais de 3000m2utilizem o SAAP Os edifiacutecios com uma aacuterea superior a 30000m2
e que tenham consumo na ordem de 100m3dia de aacutegua para fins natildeo potaacuteveisaleacutem
da utilizaccedilatildeo de SAAP satildeo obrigados a tratar as aacuteguas cinzas(TOMAZ 2009)
No planalto de Loess norte da china tem elevada escassez de aacuteguas
subterracircneas e baixa precipitaccedilatildeo pluviomeacutetrica diante destes fatos o governo local
da Proviacutencia de Gansu colocou em praacutetica desde 1997 um projeto de captaccedilatildeo de
aacutegua da chuva denominado121uml que consiste em auxiliar cada famiacutelia a construir uma
(1) aacuterea de captaccedilatildeo de aacutegua dois (2) reservatoacuterios de armazenamento de aacutegua e um
(1) lote para plantaccedilatildeo de culturas comercializaacuteveis Solucionando o problema de
aacutegua potaacutevel a cerca de 13 milhotildees de pessoas (260000 famiacutelias) (JIANG et al
2013)
221 Aspectos histoacutericos da captaccedilatildeo das aacuteguas pluviais no Brasil
O aproveitamento da aacutegua das chuvas natildeo eacute uma inovaccedilatildeo dos dias de hoje
O primeiro relato do uso da aacutegua da chuva que se tem conhecimento em nosso paiacutes
segundo Hagemann (2009) eacute de um sistema construiacutedo na Ilha de Fernando de
Noronha pelo exeacutercito norte-americano em 1943
Hagemann (2009) afirma que a utilizaccedilatildeo de aacuteguas pluviais tem sido praticada
em maior escala principalmente na regiatildeo Nordeste em decorrecircncia do problema de
escassez hiacutedrica caracteriacutestica da regiatildeo Teve iniacutecio em julho de 2003 o Programa
de Formaccedilatildeo e Mobilizaccedilatildeo Social para a Convivecircncia com o Semiaacuterido um Milhatildeo
de Cisternas Rurais (P1MC) visando beneficiar aproximadamente 5 milhotildees de
pessoas na regiatildeo semiaacuterida com aacutegua potaacutevel por meio da construccedilatildeo de cisternas
(Figura 6)
41
Figura 6 - Esquema de cisterna implementada na zona rural
Fonte Annencchini 2005
A seguir a figura 7 apresenta um modelo mais simples para casas populares
podendo atender quase 100 da aacutegua de um lar (CUNHA et al 2011)
Figura 7 - Projeto experimental para casas populares voltado para captaccedilatildeo de aacutegua da chuva
Fonte wwwportalsaofranciscocombr 2016
42
23 Utilizaccedilotildees da aacutegua coletada e o seu consumo
A aacutegua da chuva pode ser usada de diferentes maneiras como jaacute mencionado
descarga de sanitaacuterios limpeza de vasos sanitaacuterios e mictoacuterios lavagem de roupas
lavagem de pavimentos e veiacuteculos rega de jardins irrigaccedilatildeo de parques escolas
praccedilas estacionamentos condomiacutenios usos industriais e preacutedios comerciais
(climatizaccedilatildeo resfriamento de maacutequinas lavagem industrial de roupas lavagem de
veiacuteculos como carros ocircnibus e caminhotildees limpeza industrial redes de incecircndio)
(GOLDENFUM 2006 RODRIGUES 2010 OLIVEIRA CHRISTMANN e PIEREZAN
2014)
Segundo Krishna (2003) existem diversas vantagens e benefiacutecios da aacutegua da
chuva a aacutegua eacute gratuita o uacutenico custo eacute para coleta e uso o uso final da aacutegua colhida
eacute localizado perto da fonte eliminando a necessidade de sistemas de distribuiccedilatildeo
dispendiosos eacute isenta de soacutedio eacute superior para a irrigaccedilatildeo da paisagem a coleta
reduz o fluxo para drenagens de aacuteguas pluviais e tambeacutem reduz poluiccedilatildeo da fonte natildeo
pontual aleacutem de ajudar nos serviccedilos puacuteblicos com a reduccedilatildeo da demanda no veratildeo
e economizando a utilizaccedilatildeo da aacutegua existente resultabdo assim tambeacutem na
reduccedilatildeo das contas de serviccedilos puacuteblicos dos consumidores
Segundo o Texas Guide to Rainwater Harvestingrdquo [1997] a aacutegua da chuva eacute
a aacutegua natural mais macia com dureza zero para todos os fins praacuteticos Quase natildeo
apresentam minerais nem sais dissolvidos e a sua qualidade eacute proacutexima da qualidade
da aacutegua destilada
Iwanami (1985) descreve a importacircncia de fazer o planejamento da utilizaccedilatildeo
do sistema de aproveitamento de aacutegua de chuva para verificar a quantidade de aacutegua
que poderaacute ser coletada e armazenada e verificar a necessidade de tratamento da
aacutegua de chuva Certamente eacute preciso que a aacutegua coletada seja devidamente
armazenada filtrada tratada e que garanta uma qualidade compatiacutevel com os usos
previstos
A aacutegua da chuva obtida por meio de processos sem qualquer desinfecccedilatildeo ou
filtragem complexa natildeo serve normalmente para consumo humano eacute considerada
como aacutegua de segunda qualidade Este tipo de aacutegua deve ser empregado em algumas
tarefas domeacutesticas jaacute exemplificadas anteriormente Rodrigues (2010) afirma que em
meacutedia um indiviacuteduo utiliza o vaso sanitaacuterio entre sete e oito vezes por dia das quais
aproximadamente seis vezes para urinar e as demais para defecar se em cada
43
descarga forem usados dez litros verifica-se que ao fim de um dia um indiviacuteduo gastou
entre setenta e oitenta litros de aacutegua
O uso eficiente da aacutegua implica que natildeo haja desperdiacutecios quer por motivos
ambientais quer por motivos econocircmicos jaacute que a aacutegua desperdiccedilada envolve gastos
desnecessaacuterios Nos campos por exemplo as plantas satildeo organizadas e distribuiacutedas
conforme suas necessidades de aacutegua que segundo essa loacutegica os sistemas de rega
deveriam ser organizados de acordo com as necessidades das plantas isto eacute as
plantas com distintas necessidades satildeo regadas de modo separado podendo tomar
como exemplo a grama que deve ser regada separadamente dos arbustos e flores
Sabe-se que a rega eacute muito importante para o desenvolvimento das vegetaccedilotildees e eacute
usada quando o niacutevel de umidade no solo eacute insatisfatoacuterio (RODRIGUES 2010)
No entendimento de Rodrigues (2010) independente das intervenccedilotildees
excepcionais de reparaccedilatildeo e na falta de condiccedilotildees que sugerem intervenccedilotildees em
periacuteodos mais curtos a manutenccedilatildeo dos sistemas de aproveitamento de aacuteguas
pluviais deve ser realizada em conformidade com as frequecircncias miacutenimas
24 O Reuso De Aacuteguas
241- Aacuteguas Residuaacuterias
Na visatildeo de Asano et al (2007) a aacutegua recuperada eacute definida como um
efluente convenientemente tratado numa Estaccedilatildeo de Tratamento para uma
determinada reutilizaccedilatildeo da aacutegua pretendida Aleacutem disso a reutilizaccedilatildeo da aacutegua
diretamente requer a existecircncia de um sistema de bombeamento ou de outras
facilidades de transporte para o fornecimento da aacutegua
A Resoluccedilatildeo nordm 54 de 28112005 do Conselho Nacional de Recursos Hiacutedricos
(CNRH) dispotildee que o reuso da aacutegua constitui-se de racionalizaccedilatildeo e de conservaccedilatildeo
de recursos hiacutedricos de acordo com os princiacutepios determinados na Agenda 21 Esta
praacutetica diminui a descarga de poluentes em corpos receptores conservando os
recursos hiacutedricos para o abastecimento puacuteblico e outros usos mais exigentes
relacionados agrave qualidade diminui os custos associados agrave poluiccedilatildeo e ajuda na proteccedilatildeo
do meio ambiente e da sauacutede puacuteblica (BRASIL 2005)
A Resoluccedilatildeo nordm 54 de 28112005 do CNRH em seu art 2ordm traz as seguintes
definiccedilotildees sobre o reuso da aacutegua e a aacutegua residuaacuteria
44
I - aacutegua residuaacuteria esgoto aacutegua descartada efluentes liacutequidos de edificaccedilotildees
induacutestrias agroinduacutestrias e agropecuaacuteria tratados ou natildeo
II - reuso de aacutegua utilizaccedilatildeo de aacutegua residuaacuteria
III - aacutegua de reuso aacutegua residuaacuteria que se encontra dentro dos padrotildees
exigidos para sua utilizaccedilatildeo nas modalidades pretendidas
IV - reuso direto de aacutegua uso planejado de aacutegua de reuso conduzida ao local
de utilizaccedilatildeo sem lanccedilamento ou diluiccedilatildeo preacutevia em corpos hiacutedricos
superficiais ou subterracircneos
V - produtor de aacutegua de reuso pessoa fiacutesica ou juriacutedica de direito puacuteblico ou
privado que produz aacutegua de reuso
VI - distribuidor de aacutegua de reuso pessoa fiacutesica ou juriacutedica de direito puacuteblico
ou privado que distribui aacutegua de reuso e
VII - usuaacuterio de aacutegua de reuso pessoa fiacutesica ou juriacutedica de direito puacuteblico ou
privado que utiliza aacutegua de reuso (BRASIL 2005)
O reuso eacute definido por Cunha et al (2011) como o uso de aacutegua residuaacuteria ou
aacutegua de qualidade inferior tratada ou natildeo Para Blum (2007) as aacuteguas residuais ou
residuaacuterias satildeo todos os tipos de aacuteguas descartadas resultantes da utilizaccedilatildeo de
vaacuterios processos Como exemplos podem ser citados aacuteguas residuais domeacutesticas
provenientes de banhos cozinhas lavagens de pavimentos domeacutesticos aacuteguas de
infiltraccedilatildeo resultante das infiltraccedilotildees nos coletores de aacutegua existentes nos terrenos ou
de tubulaccedilotildees puacuteblicas entre outros
Muitas pessoas querem aumentar a reutilizaccedilatildeo de aacutegua em seus
empreendimentos como parte de uma mudanccedila geral para o desenvolvimento
sustentaacutevel da terra e gestatildeo de aacutegua Mas Carvalho et al (2014) Marccedilo p 3164 -
3171 3170 haacute poucas informaccedilotildees sobre a aacutegua reutilizada e tecnologias que possam
ser adotadas para cada situaccedilatildeo (HOLT e JAMES 2006)
Filho e Mancuso (2013) entendem o reuso da aacutegua como sendo uma
tecnologia desenvolvida em menor ou maior escala depende da finalidade ao qual se
destina a aacutegua e de como a aacutegua foi usada anteriormente
Hespanhol (2002) enfatiza que a aacutegua eacute um recurso renovaacutevel que quando
reciclada por meio de sistemas naturais torna-se um recurso limpo e seguro pode ter
sua qualidade comprometida devido agrave accedilatildeo antroacutepica Uma vez poluiacuteda a aacutegua pode
ser recuperada e reusada para diversas finalidades A qualidade da aacutegua usada e o
propoacutesito do reuso determinam os niacuteveis de tratamento recomendados os criteacuterios de
45
seguranccedila a serem adotados e os custos associados As possibilidades e formas
potenciais de reuso dependeratildeo de caracteriacutesticas condiccedilotildees e fatores locais
Nessa mesma corrente Cunha et al (2011) sinalizam que um aspecto
relevante para o desenvolvimento de qualquer atividade humana eacute a disponibilidade
de aacutegua em quantidade e qualidade Em situaccedilotildees de escassez emerge a
necessidade e a possibilidade de substituiccedilatildeo das fontes para abastecimento usando
aacutegua residuaacuteria que apresenta qualidade inferior mas disponibilidade assegurada
OIiveira e Inata (2011) comentam que em regiotildees tropicais o uso dos
aparelhos de ar condicionado para conforto teacutermico propicia a geraccedilatildeo de aacutegua que
resulta da condensaccedilatildeo e na maioria das vezes eacute desperdiccedilada no solo ou drenadas
para galerias pluviais Assim o aproveitamento desta aacutegua dependeraacute da coleta
eficiente de cada sistema de drenagem dos aparelhos que podem ser voltados para
um sistema de coleta e armazenamento A aacutegua de aproveitamento dos aparelhos de
ar condicionado pode ser usada na lavagem de pisos regas de jardins entre outros
Rodrigues (2005) e Goldenfum (2006) classificam o reuso da aacutegua quanto ao
meacutetodo e quanto ao uso final
Quanto ao meacutetodo a reutilizaccedilatildeo da aacutegua pode ser direta ou indireta que
resultam de accedilotildees planejadas ou natildeo O reuso indireto natildeo planejado ocorre quando
a aacutegua servida eacute descarregada no meio ambiente ficando exposta agraves accedilotildees naturais
do ciclo hidroloacutegico (diluiccedilatildeo autodepuraccedilatildeo) e reutilizada a jusante de modo natildeo
intencional e natildeo controlada Em relaccedilatildeo ao reuso indireto planejado ocorre quando
os efluentes depois de tratados satildeo descarregados de maneira planejada nos corpos
drsquoaacutegua para serem usados a jusante de forma controlada (RODRIGUES 2005
GOLDENFUM 2006)
O reuso direto planejado ocorre quando os efluentes depois de tratados satildeo
levados diretamente ao local de reuso (geralmente induacutestria ou irrigaccedilatildeo) O reuso
direto natildeo planejado ocorre quando a aacutegua servida eacute descarregada sem nenhum tipo
de tratamento sendo reaproveitada diretamente no seu ponto de descarga (situaccedilotildees
irregulares pois natildeo tem controle algum sobre os paracircmetros de qualidade)
(GOLDENFUM 2006)
Goldenfum (2006) ressalta que normalmente natildeo eacute possiacutevel reutilizar uma
aacutegua residuaacuteria completa ou indefinidamente O reuso de um efluente tratado atraveacutes
de meacutetodos diretos ou indiretos eacute um meio de disposiccedilatildeo que complementa outros
existentes A quantidade de efluente que se pode reutilizar vai depender da
46
disponibilidade e o custo da aacutegua doce custos de transporte e tratamento diretrizes
sobre a qualidade da aacutegua e o potencial de reuso da aacutegua residuaacuteria
Quanto ao uso final as aacuteguas podem ser aproveitadas de diversas formas e
os tipos de reuso satildeo classificados em urbano industrial agriacutecola ambiental e recarga
de aquiacutefero (HESPANHOL 2002 GOLDENFUM 2006)
Os tipos baacutesicos de usos potenciais de esgotos tratados segundo Hespanhol
(2002) podem ser implantados tanto em aacutereas urbanas como aacutereas rurais e satildeo
ilustrados pelo esquema da figura 6
Figura 8 - Formas potenciais de reuso da aacutegua
Fonte Hespanhol 2002
242 Aacuteguas Cinzentas
As aacuteguas cinzentas satildeo as aacuteguas residuais domeacutesticas oriundas de enxaacutegue
de maacutequina de lavar aacutegua de chuveiro e outros Para Blum (2007) eacute importante
quando se projeta um sistema de reuso de aacuteguas cinzentas o dimensionamento dos
reservatoacuterios Deve-se ter em conta o volume que seraacute usado nas descargas de
47
sanitaacuterios ateacute no maacuteximo 48 horas para evitar estocagem por muito tempo pois
ocasionaraacute odores desagradaacuteveis
Nos sistemas de reutilizaccedilatildeo de aacuteguas cinzentas de acordo com Boehm e
Oliveira (2015) deve-se levar em consideraccedilatildeo o comprometimento de todos os
usuaacuterios sendo que o volume e a concentraccedilatildeo de contaminantes podem variar
depende do tipo de edificaccedilatildeo da localidade do niacutevel de ocupaccedilatildeo da residecircncia da
faixa etaacuteria do estilo de vida da classe social da cultura e dos costumes dos
residentes
Neves e Afonso (2010) entendem que as aacuteguas cinzentas satildeo aacuteguas residuais
domeacutesticas sem aacuteguas fecais provenientes geralmente de banheiros duchas
lavatoacuterios lavagem de roupas e cozinha
No reuso dessas aacuteguas que podem ser usadas com ou sem tratamento
dependeraacute da qualidade exigiacutevel para os usos O sistema predial de reciclagem de
aacuteguas cinzentas propicia o tratamento das mesmas e a sua reentrada no ciclo do
preacutedio O uso mais frequente eacute na limpeza de bacias de retrete (NEVES e AFONSO
2010)
25 Formas de Reuso de Aacuteguas
251 Reuso Urbano
Com base nas diretrizes relacionadas ao reuso da aacutegua emitida pela Agecircncia
de Proteccedilatildeo ao Meio Ambiente dos Estados Unidos (United States Environmental
Protection Agency (US EPA) eacute apresentado muitas opccedilotildees para o reuso urbano natildeo
potaacutevel em que se destacam irrigaccedilatildeo de parques e jardins puacuteblicos centros
esportivos campos de futebol gramados aacutervores e arbustos decorativos ao longo de
ruas e rodovias aacutereas ajardinadas ao redor de edifiacutecios puacuteblicos residenciais e
industriais reserva de proteccedilatildeo contra incecircndios sistemas decorativos aquaacuteticos
como fontes chafarizes espelhos e quedas drsquoaacutegua descarga sanitaacuteria lavagem de
veiacuteculos (GOLDENFUM 2006)
Deve-se enfatizar que o uso que requer aacutegua de qualidade elevada podeter
custos incompatiacuteveis com as vantagens devido ao baixo custo da aacutegua para os
usuaacuterios urbanos Dessa forma o reuso urbano com finalidade potaacutevel eacute tida como
uma alternativa dispendiosa e riscos muito altos tornando-o praticamente inviaacutevel
48
Enquanto para finalidades natildeo potaacuteveis envolve riscos menores e eacute considerada
como uma boa opccedilatildeo para o reuso urbano (GOLDENFUM 2006)
252 Reuso industrial
O reuso industrial pode ser utilizado na produccedilatildeo de aacutegua para caldeiras em
sistemas de resfriamento como por exemplo aacutegua de reposiccedilatildeo em lavadores de
gases e aacutegua de processos (CETESB 2014) No mundo as usinas de geraccedilatildeo de
energia refinarias de petroacuteleo unidades quiacutemicas e metaluacutergicas se beneficiam do
reuso de aacutegua tanto para resfriamento quanto para processos industriais
(GOLDENFUM 2006)
253 Reuso agriacutecola
Em conformidade com o Centro Internacional de Referecircncia em Reuso de Aacutegua
(CIRRA 2014) entidade vinculada agrave Escola Politeacutecnica da Universidade de Satildeo Paulo
(USP) os efluentes devidamente tratados podem ser utilizados na agricultura para
aplicaccedilatildeo em culturas de alimentos natildeo processados comercialmente (irrigaccedilatildeo
superficial de qualquer cultura alimentiacutecia) culturas de alimentos processados
comercialmente (irrigaccedilatildeo de pomares e vinhas) culturas natildeo alimentiacutecias (pastos
forragens fibras e gratildeos) dessedentaccedilatildeo de animais
254 Reuso no meio ambiente
O reuso no meio ambiente engloba aplicaccedilotildees em wetlands habitats naturais
aumento do fluxo de aacutegua estabelecimentos recreacionais contato acidental (pesca
e canoagem) e contato integral com a aacutegua autorizado represas e lagos lagoas
esteacuteticas em que o contato com o puacuteblico natildeo eacute autorizado (CIRRA 2014)
26 A Praacutetica de Recarga de Aquiacuteferos
A recarga artificial de aquiacuteferos com efluentes tratados pode ser usada para
fins diversos englobando o aumento de disponibilidade e armazenamento de aacutegua
controle de salinizaccedilatildeo em aquiacuteferos costeiros controle de subsidecircncia de solos Cirra
(2014) Esta praacutetica pode ser importante para alguns municiacutepios abastecidos por
49
aacutegua subterracircnea onde a recarga natural de aquiacuteferos vem sendo diminuiacutedas em
funccedilatildeo do aumento de aacutereas impermeabilizadas
Hespanhol (2002) comenta que eacute realizada de modo inadequado a retirada das
aacuteguas dos lenccediloacuteis subterracircneos para consumo o que compromete a disponibilidade
hiacutedrica O uso de esgotos tratados para evitar ou diminuir tais efeitos eacute uma
possibilidade
27 O Armazenamento de Aguaacutes
Em aacutereas para captaccedilatildeo de aacutegua de chuva comumente utiliza-se materiais
como telhas galvanizadas pintadas ou esmaltadas com tintas natildeo toacutexicas superfiacutecies
de concreto ceracircmicas policarbonato e fibra de vidro As calhas tambeacutem devem ser
fabricadas com materiais inertes como PVC ou outros tipos de plaacutesticos evitando
assim que partiacuteculas toacutexicas provenientes destes dispositivos venham a ser levadas
para os tanques de armazenagem (MACOMBER 2001)
Segundo Brown et al (2005) o volume do primeiro fluxo de aacutegua de chuva a
ser descartado varia conforme a quantidade de poeira acumulada na superfiacutecie do
telhado que eacute uma funccedilatildeo do nuacutemero de dias secos da quantidade e tipo de resiacuteduos
e da estaccedilatildeo do ano Outras variaacuteveis a serem consideradas satildeo a inclinaccedilatildeo e as
superfiacutecies dos telhados a intensidade das chuvas e o periacuteodo de tempo que ocorrem
Aleacutem disso salienta-se que natildeo haacute nenhum caacutelculo exato para definir o volume inicial
de aacutegua pluvial que necessita ser desviado devido agraves muitas variaacuteveis que
determinam a eficaacutecia da lavagem das aacutereas de captaccedilatildeo
Jaacute o reservatoacuterio eacute um dos componentes mais relevantes do SAAP eacute um fator
que influencia na qualidade da aacutegua e tambeacutem elemento mais caro do investimento
ou fator de otimizaccedilatildeo da aacutegua disponiacutevel versus necessidades de abastecimento
(RODRIGUES 2010)
O reservatoacuterio de armazenamento tem a funccedilatildeo de reter e acumular a aacutegua
coletada pelo telhado que eacute levada pelo sistema atraveacutes da calha para filtragem e
armazenada em cisternas ou caixas drsquoaacutegua ficando armazenada ao abrigo da luz e
do calor e eacute bombeada para uma caixa drsquoaacutegua superior que pode abastecer o
banheiro a lavanderia e outros ambientes (OLIVEIRA CHRISTMANN e PIEREZAN
2014)
50
May (2009) acredita que para o sistema ser viaacutevel vai depender de trecircs
elementos precipitaccedilatildeo aacuterea de coleta e demanda O reservatoacuterio de aacutegua da chuva
por ser o componente mais caro do sistema deve ser projetado em conformidade com
as necessidades do usuaacuterio e com a disponibilidade pluviomeacutetrica local para
dimensionaacute-lo adequadamente sem inviabilizar o sistema Com base nos resultados
das anaacutelises realizadas e no uso do sistema de coleta e aproveitamento de aacutegua da
chuva a utilizaccedilatildeo para fins natildeo potaacuteveis deve ser estimulada A figura 9 ilustra o
processo de captaccedilatildeo da aacutegua da chuva
Para Boehm e Oliveira (2015) antes da implantaccedilatildeo de um sistema de
reaproveitamento de aacuteguas pluviais devem ser verificadas as condiccedilotildees do local de
instalaccedilotildees e quais os tipos de elementos podem interferir na qualidade da aacutegua
captada
Segundo Macomber (2001) o escoamento de aacutegua natildeo deve entrar em
campos seacutepticos de drenagem do sistema e qualquer tanque o excesso e a drenagem
devem ser roteados de modo que natildeo afetar a base dos tanques ou de quaisquer
outras estruturas
A cisterna pode ser apoiada semi-apoiada enterrada ou elevada e ser
construiacuteda com vaacuterios tipos de materiais como concreto armado blocos de concreto
alvenaria de tijolos plaacutestico polieacutester polietileno accedilo entre outros (OLIVEIRA
CHRISTMANN e PIEREZAN 2014)
51
Figura 9 - Processo de captaccedilatildeo da aacutegua da chuva
Fonte wwwrhasaambientalcombr 2013
Dentre os conceitos da NORMA 155272007 podemos citar
aacutegua de chuva aacutegua resultante de precipitaccedilotildees atmosfeacutericas coletadas
em coberturas telhados onde natildeo haja circulaccedilatildeo de pessoas veiacuteculos e
animais
aacutegua natildeo potaacutevel aacutegua que natildeo atende agrave Portaria nordm 518 do Ministeacuterio da
Sauacutede
aacuterea de captaccedilatildeo aacuterea em metros quadrados projetada na horizontal da
superfiacutecie impermeaacutevel da cobertura onde a aacutegua eacute captada
coeficiente de escoamento superficial coeficiente de runnoff que
representa a relaccedilatildeo entre o volume total de escoamento superficial e ao
volume total precipitado variando conforme a superfiacutecie
conexatildeo cruzada qualquer ligaccedilatildeo fiacutesica atraveacutes de peccedila dispositivo ou
outro arranjo que conecte duas tubulaccedilotildees das quais um conduz aacutegua
potaacutevel e a outra aacutegua de qualidade desconhecida ou natildeo potaacutevel
demanda consumo meacutedio (mensal ou diaacuterio) a ser atendido para fins natildeo
potaacuteveis
escoamento inicial aacutegua suficiente da aacuterea de captaccedilatildeo suficiente para
carregar a poeira fuligem folhas galhos e detritos
52
suprimento fonte alternativa de aacutegua para complementar o reservatoacuterio
de aacutegua de chuva
Tabela 1 - Paracircmetros de qualidade de aacuteguas pluviais para usos restritivos natildeo potaacuteveis
Paracircmetro
Anaacutelise Faixa
Coliformes totais Semanal Ausecircncia em 100mL
Coliformes termotolerantes Semanal Ausecircncia em 100mL
Cloro residual livre Mensal 05 a 30 mgL
Turbidez Mensal lt20uT para menos
restritivos lt50 uT lt15 uH
Cor aparente (caso natildeo seja
utilizado nenhum corante ou
antes da sua utilizaccedilatildeo)
Mensal
Deve prever ajuste do pH para
proteccedilatildeo das redes de distribuiccedilatildeo
caso necessaacuterio
Mensal pH de 60 a 8p no caso
de tubulaccedilatildeo de accedilo
carbono ou galvanizado
Fonte ABNT ndash Associaccedilatildeo Brasileira de Normas Teacutecnicas NBR 155252007
Com relaccedilatildeo agrave manutenccedilatildeo do sistema de coleta e aproveitamento de aacuteguas
pluviais de acordo com o Manual de manutenccedilatildeo do aproveitamento de aacutegua de chuva
do FNDE
Quadro 3 - Frequecircncia de manutenccedilatildeo
Componente
Frequecircncia de manutenccedilatildeo
Cobertura e telhados Miacutenimo 3 vezes ao ano
Calhas condutores verticais e horizontais Miacutenimo 3 vezes ao ano
Filtro removedor de detritos A cada 3 meses
Reservatoacuterio inferior ndash enterrado A cada 2 anos
Filtro flutuante Mensalmente
Bombas Mensalmente
Filtro cartucho Semestralmente
Clorador Mensalmente
Reservatoacuterio superior ndash intermediaacuterio Limpeza e desinfecccedilatildeo anual
Fonte Manual de manutenccedilatildeo do aproveitamento de aacutegua de chuva FNDE
53
As inspeccedilotildees podem ser feitas pelos utilizadores poreacutem as manutenccedilotildees dos
sistemas de bombas e tratamento devem ser feitas por teacutecnicos especializados
Quando satildeo utilizados nas operaccedilotildees de higienizaccedilatildeo e manutenccedilatildeo produtos nocivos
para os humanos ou para o ambiente devem ser adotadas medidas que impeccedilam o
lanccedilamento dos efluentes resultantes destas operaccedilotildees no ciclo pluvial natural ou na
rede de drenagem de aacuteguas residuais com a necessaacuteria checagem de compatibilidade
com os componentes naturais canalizaccedilotildees e dispositivos de tratamento a jusante
realizando preacute-tratamento quando necessaacuterio (RODRIGUES 2010)
Eacute importante destacar o conjunto de normas que fornecem os requisitos para o
aproveitamento de aacutegua de chuva de coberturas em aacutereas urbanas para fins natildeo
potaacuteveis
NBR 56261998 Instalaccedilatildeo predial de aacutegua fria que tem exigecircncias e
recomendaccedilotildees para o projeto assim como sua execuccedilatildeo e
manutenccedilatildeo da rede
NBR 108441989 Instalaccedilatildeo prediais de aacuteguas pluviais que tem o
caacutelculo de aacuterea de contribuiccedilatildeo e caacutelculo de condutores horizontais e
verticais e de calhas
ABNT NBR 122131992 Projeto de captaccedilatildeo de aacutegua de superfiacutecie para
abastecimento puacuteblico
ABNT NBR 122141992 Projeto de sistema de bombeamento de aacutegua
para abastecimento puacuteblico
ABNT NBR 122171994 Projeto de reservatoacuterio de distribuiccedilatildeo de aacutegua
para abastecimento puacuteblico
A RESOLUCcedilAtildeO CONAMA Nordm 20 de 18 de junho de 1986 publicada no DOU
de 300786 foi estabelecida a classificaccedilatildeo das aacuteguas doces salobras e salinas do
Territoacuterio Nacional Na Classe 2 estatildeo incluiacutedas as aacuteguas destinadas ao
abastecimento domeacutestico apoacutes tratamento convencional agrave proteccedilatildeo das
comunidades aquaacuteticas agrave recreaccedilatildeo de contato primaacuterio (esqui aquaacutetico nataccedilatildeo e
mergulho) agrave irrigaccedilatildeo de hortaliccedilas e plantas frutiacuteferas agrave criaccedilatildeo natural eou
intensiva (aquicultura) de espeacutecies destinadas agrave alimentaccedilatildeo humana
Para as aacuteguas de Classe 2 satildeo estabelecidos os mesmos limites ou condiccedilotildees
da Classe 1 agrave exceccedilatildeo dos seguintes
54
i Natildeo seraacute permitida a presenccedila de corantes artificiais que natildeo sejam
removiacuteveis por processo de coagulaccedilatildeo sedimentaccedilatildeo e filtraccedilatildeo
convencional
ii Coliformes para uso de recreaccedilatildeo de contato primaacuterio deveraacute ser
obedecido o Art 26 desta Resoluccedilatildeo Para os demais usos natildeo deveraacute ser
excedido um limite de 1000 coliformes fecais por 100 mililitros em 80 ou
mais de pelo menos 5 amostras mensais colhidas em qualquer mecircs no
caso de natildeo haver na regiatildeo meios disponiacuteveis para o exame de
coliformes fecais o iacutendice limite seraacute de ateacute 5000 coliformes totais por 100
mililitros em 80 ou mais de pelo menos 5 amostras mensais colhidas em
qualquer mecircs
iii Cor ateacute 75 mg Ptl
iv Turbidez ateacute 100 UNT
v DBO5 dias a 20degC ateacute 5 mgl O2
vi OD em qualquer amostra natildeo inferior a 5 mgl O2
No art 26 (Balneabilidade) - As aacuteguas doces salobras e salinas destinadas a
balneabilidade (recreaccedilatildeo de contato primaacuterio) seratildeo enquadradas e teratildeo sua
condiccedilatildeo avaliada nas categorias EXCELENTE MUITO BOA SATISFATOcircRIA e
IMPROacutePRIA da seguinte forma
1) EXCELENTE (3 estrelas) Quando em 80 ou mais de um conjunto de
amostras obtidas em cada uma das 5 semanas anteriores colhidas no mesmo
local houver no maacuteximo 250 coliformes fecais por l00 mililitros ou 1250
coliformes totais por 100 mililitros
2) MUITO BOA (2 estrelas) Quando em 80 ou mais de um conjunto de amostras
obtidas em cada uma das 5 semanas anteriores colhidas no mesmo local
houver no maacuteximo 500 coliformes fecais por 100 mililitros ou 2500 coliformes
totais por 100 mililitros
3) SATISFATOacuteRIA (1 estrela) Quando em 80 ou mais de um conjunto de
amostras obtidas em cada uma das 5 semanas anteriores colhidas no mesmo
local houver no maacuteximo 1000 coliformes fecais por 100 mililitros ou 5000
coliformes totais por 100 mililitros
55
4) IMPROacutePRIA Natildeo atendimento aos criteacuterios estabelecidos para as aacuteguas
proacuteprias
Os mais recentes padrotildees microbioloacutegicos para aacuteguas destinadas agrave recreaccedilatildeo
de contato primaacuterio estatildeo definidos na resoluccedilatildeo CONAMA 2742000 como
demonstrado na Tabela 2que jaacute inclui Enterococos Ecoli
Segundo Jordatildeo amp Pessoa (2014) o desenvolvimento dos padrotildees para banho
ou para aacuteguas de recreaccedilatildeo de contato primaacuterio tem evoluiacutedo com loacutegica Primeiro
foram adotados paracircmetros relativos a melhor tecnologia de controle disponiacutevel que
entretanto natildeo representavam o risco de contrair enfermidades devido a presenccedila de
poluentes Foi o caso dos Coliformes totais Depois considerou-se a relaccedilatildeo entre o
risco possiacutevel ou detectaacutevel e presenccedila de poluentes Neste caso os Coliformes fecais
eram mais representativos
Uma terceira etapa foi a identificaccedilatildeo de risco aceitaacutevel para o qual deveria
existir uma quantidade de dados epidemioloacutegicos correspondendo a mediccedilotildees de
qualidade do corpo drsquoaacutegua Os estudos indicaram que Enterococos eram os mais
representativos seguidos por Ecoli e por uacuteltimo coliformes totais(Desinfecccedilatildeo de
efluentes sanitaacuterios) Sendo assim os Enterococos atualmente representam o melhor
indicador entre os analisados sem que se deva considerar erro o controle por outros
organismos
Tabela 2 - Padrotildees microbioloacutegicos para aacuteguas destinadas agrave recreaccedilatildeo de contato primaacuterio
Balneabilidade-
categoria
Qualidade
Padrotildees para o corpo daacutegua
Proacutepria Excelente Maacuteximo de 250 CF100ml ou
200EC100ml ou 25 Enterococos100ml
em 80 ou mais das amostras das cinco
semanas anteriores
Proacutepria Muito boa Maacuteximo de 500 CF100ml ou
400EC100ml ou 50 Enterococos100ml
em 80 ou mais das amostras das cinco
semanas anteriores
Proacutepria Satisfatoacuteria Maacuteximo de 1000 CF100ml ou
800EC100ml ou 100 Enterococos100ml
56
em 80 ou mais das amostras das cinco
semanas anteriores
Improacutepria Natildeo atendimento aos criteacuterios
estabelecidos para as aacuteguas
proacuteprias
Incidecircncia elevada ou anormal
de enfermidades transmissiacuteveis
por via hiacutedrica Valor obtido na
uacuteltima amostragem for superior a
2500CF100ml ou 2000
EC100ml ou 400
enterococos100ml Presenccedila de
resiacuteduos ou despejos pHlt6ou
gt9 Floraccedilatildeo de algas outros
fatores que contra -indiquem o
contato primaacuterio
Fonte- CONAMA 2742000
28 Legislaccedilatildeo Sobre o Uso de Aacuteguas
ASPECTOS LEGAIS PARA O USO DE AacuteGUAS
Em 1973 o decreto federal nordm 24643 conhecido como o Coacutedigo das Aacuteguas
consubstanciou a base da legislaccedilatildeo voltada para a temaacutetica aacutegua O instrumento
legisla inclusive sobre o conceito de aacuteguas pluviais e acerca do direito de uso
atribuindo ao dono do preacutedio onde caiacuterem diretamente sua propriedade No seu artigo
118 chega ateacute mesmo a comentar superficialmente sobre a construccedilatildeo de
reservatoacuterios para aproveitamento da aacutegua da chuva em aacutereas puacuteblicas
Em termos de poliacutetica ambiental voltada aos recursos hiacutedricos destaca-se a
promulgaccedilatildeo da lei 9433 que em 1997 instituiu a Poliacutetica Nacional de Recursos
Hiacutedricos ndash PNRH criando o Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos
Hiacutedricos Conhecida como Lei das Aacuteguas o normativo fornece instrumentos que
possibilitam a melhoria da gestatildeo sistemaacutetica do recurso
57
A captaccedilatildeo de aacutegua de chuva tem uma relaccedilatildeo indireta com os objetivos dessa Poliacutetica jaacute que estimula o uso racional e ao mesmo tempo previne contra os eventos hidroloacutegicos criacuteticos tanto agraves secas devido agrave promoccedilatildeo da reserva quanto agraves inundaccedilotildees devido agrave diminuiccedilatildeo do escoamento superficial A inclusatildeo da captaccedilatildeo de aacutegua de chuva no Plano indica o esforccedilo da poliacutetica de recursos hiacutedricos na busca da transversalidade e no gerenciamento integrado das aacuteguas (SENRA BRONZATTO VENDRUSCOLO 2007)
A Lei nordm 943397 criou o Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos
Hiacutedricos e no art 1ordm disciplina
Art 1ordm A Poliacutetica Nacional de Recursos Hiacutedricos baseia-se nos seguintes
fundamentos
I - a aacutegua eacute um bem de domiacutenio puacuteblico
II - a aacutegua eacute um recurso natural limitado dotado de valor econocircmico
III - em situaccedilotildees de escassez o uso prioritaacuterio dos recursos hiacutedricos eacute o consumo humano e
a dessedentaccedilatildeo de animais
IV - a gestatildeo dos recursos hiacutedricos deve sempre proporcionar o uso muacuteltiplo das aacuteguas
V - a bacia hidrograacutefica eacute a unidade territorial para implementaccedilatildeo da Poliacutetica Nacional de
Recursos Hiacutedricos e atuaccedilatildeo do Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hiacutedricos
VI - a gestatildeo dos recursos hiacutedricos deve ser descentralizada e contar com a participaccedilatildeo do
Poder Puacuteblico dos usuaacuterios e das comunidades (BRASIL 1997)
O art 5ordm da Lei nordm 943397 trata dos instrumentos da Poliacutetica Nacional de
Recursos Hiacutedricos
Art 5ordm Satildeo instrumentos da Poliacutetica Nacional de Recursos Hiacutedricos
I - os Planos de Recursos Hiacutedricos
II - o enquadramento dos corpos de aacutegua em classes segundo os usos preponderantes da aacutegua
III - a outorga dos direitos de uso de recursos hiacutedricos
IV - a cobranccedila pelo uso de recursos hiacutedricos
V - a compensaccedilatildeo a municiacutepios
VI - o Sistema de Informaccedilotildees sobre Recursos Hiacutedricos (BRASIL 1997)
Nacionalmente natildeo haacute um ordenamento juriacutedico que discipline
especificamente sobre o uso das aacuteguas pluviais Como as citadas anteriormente a
lei nordm 114452007 conhecida como lei do Saneamento Baacutesico indiretamente
estabelece alguns criteacuterios para o manejo de aacutegua pluvial Em seu artigo 3ordm define a
drenagem e manejo das aacuteguas pluviais urbanas como
Conjunto de atividades infraestruturas e instalaccedilotildees operacionais de drenagem urbana de aacuteguas pluviais de transporte detenccedilatildeo ou retenccedilatildeo para o amortecimento de vazotildees de cheias tratamento e
58
disposiccedilatildeo final das aacuteguas pluviais drenadas nas aacutereas urbanas (BRASIL 2007)
Seu decreto regulamentador nordm 72172010 admitiu como forma de viabilizar o
manejo da aacutegua da chuva a alimentaccedilatildeo da instalaccedilatildeo hidraacuteulica predial ligada agrave rede
puacuteblica de abastecimento de aacutegua via aproveitamento de aacutegua da chuva desde que
devidamente autorizadas pela autoridade competente
Quanto agraves leis sobre o tema reuso de aacutegua vigentes no Brasil pode-se
destacar a lei 693881 que institui a poliacutetica nacional do meio ambiente que menciona
o incentivo ao estudo e pesquisa de tecnologias orientadas para o uso racional e a
proteccedilatildeo dos recursos ambientais
No Estado do Rio de Janeiro a Lei Nordm 6034 de 08 de setembro de 2011 dispotildee
sobre a obrigatoriedade dos postos de combustiacuteveis lava-raacutepidos transportadoras e
empresas de ocircnibus urbanos intermunicipais e interestaduais localizados no Estado
do Rio de janeiro a instalarem equipamentos de tratamento e reutilizaccedilatildeo da aacutegua
usada na lavagem de veiacuteculos
Na cidade de Satildeo Paulo por exemplo atraveacutes da Lei nordm 13276 e o Decreto nordm
41814 que regulamenta esta lei determinam-se a obrigatoriedade da execuccedilatildeo de
reservatoacuterio de aacuteguas pluviais coletadas de cobertas e pavimentos nos lotes
construiacutedos ou natildeo que possuem uma aacuterea impermeabilizada superior a 500m2
Trata-se de providecircncias para evitar as inundaccedilotildees urbanas uma vez que incentiva
soluccedilotildees para a infiltraccedilatildeo da aacutegua de chuva no solo e a utilizaccedilatildeo da mesma quando
armazenada para fins natildeo potaacuteveis
DECRETO Nordm 23940 de 30 de Janeiro de 2004 da cidade do Rio de Janeiro
Torna obrigatoacuterio nos casos previstos a adoccedilatildeo de reservatoacuterios que permitam o
retardo do escoamento das aacuteguas pluviais para a rede de drenagem Visando a
necessidade de ajudar a prevenir inundaccedilotildees atraveacutes da retenccedilatildeo temporaacuteria de
aacuteguas pluviais em reservatoacuterios especialmente criados com esta finalidade e
considerando as possibilidades de reaproveitamento de aacuteguas pluviais para usos natildeo
potaacuteveis como lavagem de veiacuteculos e partes comuns jardinagem e outras Sendo
obrigatoacuterio para imoacuteveis com aacuterea de cobertura superior a 50000 m2 e em caso de
novas edificaccedilotildees residecircncias multifamiliares e industriais fica obrigatoacuterio o uso de
aguas pluviais para uso natildeo potaacutevel atendendo as normas sanitaacuterias vigentes ficando
o habite-se ou alvaraacute de obras condicionado ao atendimento ao decreto
59
A Agenda 21 capiacutetulo 18 dedicou importacircncia especial ao reuso de aacutegua
recomendando a implementaccedilatildeo de poliacuteticas de gestatildeo dirigidas para o uso e
reciclagem de efluentes Segundo Hespanhol (2012) embora natildeo haja menccedilatildeo ao
tema lsquoreusorsquo na poliacutetica nacional de recursos hiacutedricos existe uma vontade poliacutetica
direcionada para esta questatildeo Segundo a Conferecircncia Interparlamentar sobre o
desenvolvimento do Meio Ambiente realizada em Brasiacutelia em Dezembro de 1992 no
paraacutegrafo 64B recomenda esforccedilos a niacutevel nacional para institucionalizar a
reciclagem e reuso sempre que possiacutevel promovendo o tratamento e a disposiccedilatildeo de
esgotos de modo a natildeo poluir o meio ambiente
A portaria nordm 23 de 12 de fevereiro de 2015 do Ministro de Estado do
Planejamento Orccedilamento e Gestatildeo estabelece boas praacuteticas de gestatildeo e uso de
Energia Eleacutetrica e de Aacutegua nos oacutergatildeos e entidades da Administraccedilatildeo Puacuteblica Federal
direta autaacuterquica e fundacional e dispotildee sobre o monitoramento de consumo destes
bens e serviccedilos Devendo os oacutergatildeos adotar as providencias necessaacuterias para
implementaccedilatildeo de boas praacuteticas de gestatildeo e inclusive elaborando campanhas de
conscientizaccedilatildeo por meio presencial e eletrocircnico e fornecendo mensalmente o
consumo de energia eleacutetrica e aacutegua por meio do Sistema Projeto Esplanada
Sustentaacutevel
O reuso de aacutegua pode ser classificado em reuso indireto ou direto O reuso
direto eacute aquele onde ocorre a conexatildeo direta dos efluentes de uma estaccedilatildeo de
tratamento de esgotos a uma estaccedilatildeo de tratamento de aacutegua e em seguida ao sistema
de distribuiccedilatildeo O reuso indireto eacute a diluiccedilatildeo do esgoto apoacutes tratamento em um corpo
hiacutedrico no qual apoacutes algum tempo de detenccedilatildeo eacute efetuada a captaccedilatildeo seguida de
tratamento adequado e posterior distribuiccedilatildeo Filho (1987) sugere a seguinte
terminologia para diversas formas de reuso
Reuso indireto natildeo planejado da aacutegua Eacute aquele em que a aacutegua utilizada
em alguma atividade humana eacute descarregada no meio ambiente e
novamente utilizada agrave jusante em sua forma diluiacuteda de maneira natildeo
intencional e natildeo controlada
Reuso indireto planejado da aacutegua Ocorre quando os efluentes depois de
tratados satildeo descarregados de forma planejada para serem reutilizados a
jusante
Reuso direto planejado da aacutegua Ocorre quando os efluentes apoacutes
convenientemente tratados satildeo encaminhados diretamente do seu ponto
60
de descarga ateacute o local do reuso sofrendo em seu percurso os tratamentos
necessaacuterios mas natildeo sendo descarregados no meio
Reciclagem de aacutegua Eacute o reuso interno da aacutegua antes da sua descarga
em um sistema geral de tratamento ou outro local de disposiccedilatildeo para servir
como fonte suplementar de abastecimento do uso original Eacute um caso
particular de reuso direto
Segundo jaacute destacava Westerhoff (1984)o reuso de aacutegua eacute classificado em
duas categorias Reuso potaacutevel e Reuso natildeo potaacutevel e esta classificaccedilatildeo foi adotada
pela Associaccedilatildeo Brasileira de Engenharia Sanitaacuteria e Ambiental de Satildeo Paulo e
divulgada nos Cadernos de Engenharia Sanitaacuteria e Ambiental Sendo considerado um
bem econocircmico porque eacute finita e essencial para conservaccedilatildeo da vida e do meio
ambiente consequentemente sua escassez impede o desenvolvimento de diversas
regiotildees na medida em que aleacutem da necessidade humana a aacutegua eacute essencial no
processo produtivo de diversas empresas
Reuso potaacutevel
Direto
Indireto
Reuso natildeo potaacutevel
Para fins agriacutecolas
Para fins industriais
Para fins recreacionais
Para fins domeacutesticos
Para manutenccedilatildeo de vazotildees de cursos drsquoaacutegua
Para aquacultura
Recarga de aquiacuteferos subterracircneos
Pode-se destacar alternativas que vem sendo propostas para racionalizaccedilatildeo
do consumo de aacutegua domiciliar Satildeo elas
Identificaccedilatildeo e eliminaccedilatildeo de vazamentos e perdas
Instalaccedilatildeo de equipamentos hidraacuteulicos sanitaacuterios de baixo consumo e alta
eficiecircncia
Reuso de aacuteguas cinzas
Aperfeiccediloamento dos procedimentos de mediccedilatildeo e cobranccedila
61
Os processos e tratamentos para fins potaacuteveis satildeo complexos e de custo
elevado Desta forma o reuso para fins natildeo potaacuteveis deve ser sempre avaliado
preferencialmente Aparentemente o principal problema decorrente da accedilatildeo de
reutilizaccedilatildeo de aacuteguas cinzentas com objetivos de economizar aacutegua seria o aumento
do custo decorrente da instalaccedilatildeo e manutenccedilatildeo de sistemas duplos de distribuiccedilatildeo
O principal destino destas aacuteguas deve ser a utilizaccedilatildeo sanitaacuteria e o uso agriacutecola
(HESPANHOL amp MIERZWA 2011)
Pesquisas sobre a viabilidade econocircmica de projetos de aproveitamento de
aacutegua de chuva indicam que o item preponderante nesta anaacutelise eacute o custo do
reservatoacuterio que varia em funccedilatildeo da sua dimensatildeo A NBR 15527(ABNT 2007)
apresenta 6 metodologias de caacutelculo do volume do reservatoacuterio que resultam em
valores muito discrepantes gerando a necessidade do usuaacuterio decidirem funccedilatildeo das
condiccedilotildees especiacuteficas do projeto qual metodologia seguir A maioria das
aplicaccedilotildeestrabalha com uma demanda fixa visando o consumo em vasos sanitaacuterios
(MORUZZI e OLIVEIRA2010 DORNELLES et al 2010 COUTINHO et al 2011
GHISI e SCHONDERMARK 2013)
Em relaccedilatildeo a NBR 155272007 aacutegua de chuva ndash aproveitamento de coberturas
em aacutereas urbanas para fins natildeo potaacuteveis fornece as caracteriacutesticas para o reuso de
aacutegua em aacutereas urbanas para fins natildeo potaacuteveis compreendendo calhas e condutores
instalaccedilotildees prediais qualidade da aacutegua bombeamento manutenccedilatildeo e principalmente
os meacutetodos de caacutelculo de dimensionamento de reservatoacuterios
Os meacutetodos de dimensionamento dispostos nesta norma satildeo
Meacutetodo de Rippl
Meacutetodo de Simulaccedilatildeo
Meacutetodo Azevedo Neto
Meacutetodo praacutetico alematildeo
Meacutetodo praacutetico inglecircs
Meacutetodo praacutetico australiano
62
3 - METODOLOGIA
Conforme Sabbatini (1989) metodologia eacute um ldquoconjunto de preceitos que
estabelece uma orientaccedilatildeo para o direcionamento e conduccedilatildeo de uma dada
investigaccedilatildeordquo tendo esta orientaccedilatildeo dois niacuteveis de doutrina e de estrateacutegia que
geram os princiacutepios de tomada de decisatildeo e permitem a operacionalizaccedilatildeo da
pesquisa que consiste no plano de accedilatildeo
A metodologia para anaacutelise do uso de sistema para aproveitamento de aacutegua
pluvial deve ser entendida como input do processo de pesquisa seus princiacutepios
devem ser balizadores das estrateacutegias adotadas para sua racionalidade
Esta dissertaccedilatildeo objetiva a importacircncia na utilizaccedilatildeo de metodologia e
aplicaccedilatildeo de procedimentos e meacutetodos nas atividades relacionadas ao uso de aacutegua
pluvial em instituiccedilatildeo federal de ensino onde o avanccedilo tecnoloacutegico deve ter como
escopo uma metodologia especiacutefica para seu desenvolvimento
Os atributos e alcance da pesquisa aplicada e de desenvolvimento tecnoloacutegico
constitui a estrutura essencial para obter novos meacutetodos construtivos e modernizaccedilatildeo
de processos e sistemas de uso consolidado e na soluccedilatildeo sistemaacutetica de problemas
Fluxo do processo adotado
O meacutetodo adotado envolve vaacuterias etapas conforme quadro 4 para a validaccedilatildeo
da metodologia de aproveitamento de aacutegua pluvial
Quadro 4- Fluxo do processo
Atividade Procedimentos
Visita teacutecnicas
Foram selecionadas duas tipologias de edificaccedilotildees no sentido de ampliar
o entendimento das teacutecnicas construtivas para a implantaccedilatildeo de
sistema de coleta e uso de aacutegua pluvial
Normas teacutecnicas
NBR 155272007 Aacutegua de chuva ndash aproveitamento de coberturas em
aacutereas urbanas para fins natildeo potaacuteveis - Requisitos
Precipitaccedilatildeo pluviomeacutetrica
Os dados pluviomeacutetricos utilizados neste trabalho foram fornecidos pelo
Sistema Alerta Rioque foram coletados da Estaccedilatildeo Meteoroloacutegica Tijuca
63
Fonte Elaborado pelo autor do presente trabalho
31 Estrateacutegia da Pesquisa
A pesquisa em questatildeo tem caraacuteter exploratoacuterio de projeto uacutenico com
abordagem quantitativa por meio de estudo de caso uacutenico que tem como modelo
cientiacutefico a concepccedilatildeo de Robson (2011) o qual disserta sobre os meacutetodos de
pesquisa do mundo real
A estaccedilatildeoestaacute localizada no bairro tijuca em latitude 22ordm89 67 longitude
43ordm22 67
Reservatoacuterios
detalhes teacutecnicos
construtivos e
controle sanitaacuterio
Para o presente projeto foi adotado o meacutetodo pratico alematildeo de
dimensionamento onde o volume do reservatoacuterio seraacute o menor valor
entre 6 do volume de captaccedilatildeo de aacutegua pluvial anual e 6 da
demanda anual de aacutegua natildeo potaacutevel
Foi utilizado o meacutetodo da simulaccedilatildeo previsto na NBR 15527 2007
Para ratificar o dimensionamento do reservatoacuterio feito pelo meacutetodo
praacutetico alematildeo
De acordo com orientaccedilatildeo da portaria do MS nordm 5182014 e a NBR
152227 recomenda que o cloro residual livre deva estar entre 05mgle
30 mgl em qualquer ponto do sistema de abastecimento
Para controle sanitaacuterio foi utilizado Clorador com funcionamento em
circuito fechado com proteccedilatildeo contra inundaccedilatildeo capacidade do corpo
interno 320 pastilhas variando de 0640 kg com vazatildeo de operaccedilatildeo
lenta em rede de 05 a 3000 m3h
Equipamentos Verificou-se que equipamentos utilizados em sistema de captaccedilatildeo e uso
de aacutegua pluvial eacute uma tecnologia de fabricantes internacionais com
representantes locais
Demanda de uso
natildeo potaacutevel
O consumo diaacuterio total de aacutegua em cada aparelho foi estimado com
base nos dados de frequecircncia e tempo de uso dos mesmos obtidos
atraveacutes dos questionaacuterios e o nuacutemero de pessoas que efetivamente
utilizam cada aparelho Tambeacutem se utilizaram no caacutelculo do consumo
diaacuterio as vazotildees de acordo com a norma NBR 56261998
Viabilidade
econocircmica de
implantaccedilatildeo do
sistema
Foi realizada a anaacutelise econocircmica utilizando-se o meacutetodo do payback
simples e descontado considerando taxa mensal de 1 para validaccedilatildeo e
verificaccedilatildeo da viabilidade econocircmica do sistema
64
Adota o presente trabalho a verificaccedilatildeo de aplicaccedilatildeo exitosas de sistemas de
aproveitamento de aacuteguas pluviais em edificaccedilotildees de diversas tipologias criando um
paracircmetro de anaacutelise e consolidaccedilatildeo de praacuteticas sustentaacuteveis e novas tecnologias
VISITAS REALIZADAS
Estaacutedio do Maracanatilde
Maior estaacutedio sendo sede da Copa do Mundo de Futebol 2014 no rio de
Janeiro Inaugurado em junho de 1950 sendo iniciada a obra de recuperaccedilatildeo e retrofit
no ano de 2010 sendo concluiacuteda em 2013 Sua capacidade de puacuteblico passou de
87101 para 78639 lugares
Realizada a visita as instalaccedilotildees do Estaacutedio do Maracanatilde que recebeu a
certificaccedilatildeo LEED1 (Leadership in Energy and Environmental Design) For New
Construction na categoria Silver versatildeo 30 concedida pela USGBC (United States
Building Concil) conforme fig 10 que reconhece soluccedilotildees de novas tecnologias
sustentaacuteveis utilizadas nas construccedilotildees com o objetivo de reduccedilatildeo de impactos ao
meio ambiente durante a vida uacutetil da edificaccedilatildeo certificaccedilatildeo voltada para construccedilotildees
sustentaacuteveis e ambientalmente eficientes
1 Lideranccedila em Energia e Desig Ambiental eacute um sistema internacional de certificaccedilatildeo e orientaccedilatildeo ambiental para
edificaccedilotildeesUtilizada em 143 paiacuteses a certificaccedilatildeo foi criada em 2000 pela USGreen Building Council (USGBC)
65
Figura 10 -Certificaccedilatildeo em estaacutedios de futebol itens avaliados no canteiro de obra
Fonte Adaptado pelo autor do presente trabalho de Pereira et al (2015)
A alta performance ambiental do maracanatilde apoacutes a implantaccedilatildeo do sistema de
aacuteguas pluviais contribuiu para sua certificaccedilatildeo onde cabe ressaltar que houve reduccedilatildeo
de 7114 do consumo de agua potaacutevel que representa da demanda de bacias e
mictoacuterios como tambeacutem todo o volume de agua necessaacuterio para irrigaccedilatildeo do
gramado e Conforme Pereira et al (2015) a reduccedilatildeo de uso de aacutegua potaacutevel eacute de
50 (cinquenta por cento)
Com o retrofit o estaacutedio do Maracanatilde teve acreacutescimo de 50000m2 na aacuterea de
cobertura construiacuteda em membrana tensionada por cabos de accedilo que permitiu a
viabilidade de implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo acrescida da aacuterea de drenagem
do campo que atende a irrigaccedilatildeo e descargas O estaacutedio no seu sistema de captaccedilatildeo
e reaproveitamento de aacuteguas pluviais conta com reservatoacuterio de 5 milhotildees de litros
volume capaz de suprir as demandas de usos por um periacuteodo de ateacute trecircs meses em
caso de estiagem
66
Leroy Merlin
Empresa de comeacutercio varejista voltada para materiais de construccedilatildeo e
bricolagem desde os anos de 1988 A concepccedilatildeo de seus projetos de lojas passaram
a ser voltada para questotildees de sustentabilidade agrave partir da construccedilatildeo da loja na
cidade de Niteroi inaugurada em 2007 iniciando um ciclo de novas unidades com o
mesmo caraacuteter tendo em um de seus conceitos o aproveitamento de aacuteguas pluviais
A Leroy Merlin foi a primeira empresa agrave receber o selo HQE2 em 2009
empresa situada em Niteroacutei no Estado do Rio de Janeiro na atividade de comeacutercio de
materiais de construccedilatildeo Adotou como meta a certificaccedilatildeo AQUA em funccedilatildeo de sua
adaptabilidade as condiccedilotildees de uso no Brasil avaliando aspectos da gestatildeo
ambiental nas obras de arquitetura
Recebeu a empresa por ocasiatildeo de sua construccedilatildeo recebeu a certificaccedilatildeo
ACQUA-Alta Qualidade Ambiental tendo sido avaliada pela Fundaccedilatildeo Vanzolini
entidade vinculada a USP (Universidade de Satildeo Paulo) tendo atendido as exigecircncias
para a certificaccedilatildeo nas etapas do programa concepccedilatildeo do projeto e realizaccedilatildeo da
obra
Foram utilizados no tratamento daacute aacutegua captada trecircs filtros tipo Vortex WWF
300 com capacidade de filtragem para aacuterea de cobertura de ateacute 3000m2 com potencial
de ateacute 90 da aacutegua precipitada e com retenccedilatildeo de partiacuteculas de 028mmFoi utilizado
reservatoacuterio apresentado na foto abaixo com capacidade de 150000 litros com
extravasor para poccedilos de infiltraccedilatildeo conforme figura 11 em caso de alto iacutendice de
precipitaccedilatildeo pluviomeacutetrica contribuindo para a alimentaccedilatildeo do lenccedilol freaacutetico e
reduzindo a possibilidade de enchentes
2 HQE A primeira certificaccedilatildeo ambiental para edifiacutecios a ser adaptada para a realidade brasileira foi a AQUA (hoje AQUA-
HQE) Com base no selo francecircs Haute Qualiteacute Environnementale professores da Universidade de Satildeo Paulo (USP) criaram a versatildeo brasileira e formaram a instituiccedilatildeo responsaacutevel por ela a Fundaccedilatildeo Vanzolini
67
Figura 11 - Poccedilos de infiltraccedilatildeo
Fonte Adaptado pelo autor do presente trabalho de Leroy Merlin 2009
Foto da Construccedilatildeo do reservatoacuterio de 150000 litros
Fonte Adaptado pelo autor do presente trabalho de Leroy Merlin 2009
68
32 Unidade de anaacutelise
Esta pesquisa se limita a estudar a viabilidade de uso de aguas pluviais
calculando a demanda de uso natildeo potaacutevel a quantificaccedilatildeo da produccedilatildeo de aacuteguas
residuais provenientes de evaporadoras de ar condicionado com determinaccedilatildeo do
volume do reservatoacuterio e posterior analise de viabilidade econocircmica Yin (2001)
afirma que a unidade de anaacutelise estaacute relacionada com o problema fundamental de
definir o que eacute o ldquocasordquo
Segundo Yin (2001) o estudo de caso representa uma investigaccedilatildeo empiacuterica e
compreende um meacutetodo abrangente com a loacutegica do planejamento da coleta e da
anaacutelise de dados Pode incluir tanto estudos de caso uacutenico quanto de muacuteltiplos assim
como abordagens quantitativas e qualitativas de pesquisa
Aleacutem da coleta de dados por meio dos questionaacuterios outro importante processo
que seraacute usado neste estudo eacute anaacutelise documental considerada como a teacutecnica que
abrange tanto a anaacutelise qualitativa quanto a quantitativa Segundo Gil (2010 p121)
ldquoA consulta a fontes documentais eacute imprescindiacutevel em qualquer estudo de casordquo
Portanto a anaacutelise destes dados torna-se fundamental para que se possa identificar
demanda de consumo de aacutegua natildeo potaacutevel o potencial para aproveitamento de aacuteguas
dos evaporadores de aparelhos de ar condicionado
33 Justificativa da estrateacutegia de pesquisa
A escolha do meacutetodo de pesquisa orientaraacute as etapas necessaacuterias para a coleta
de informaccedilotildees anaacutelise destes dados e demonstraccedilatildeo da confiabilidade e validade
das descobertas (ROBSON 2011)
34 Pesquisa Exploratoacuteria
A pesquisa exploratoacuteria utilizaraacute fontes documentais como perioacutedicos
dissertaccedilotildees e teses sobre os temas sustentabilidade histoacuterico de reuso e
reaproveitamento de aacuteguas pluviais e legislaccedilatildeo traccedilando conexotildees entre estes
elementos de forma a propiciar confiabilidade para o embasamento da pesquisa
69
35 Levantamento
O presente trabalho visa o aproveitamento de aacuteguas pluviais e aacuteguas residuais
de evaporadores de unidades condensadoras para reuso no Campus Maracanatilde do
CEFET-RJ
Desta forma o trabalho foi estruturado da forma relacionada abaixo
Levantamento das caracteriacutesticas pluviomeacutetricas da regiatildeo estudada para
determinaccedilatildeo da precipitaccedilatildeo pluviomeacutetrica media atraveacutes das analises de
dados fornecida do sistema Alerta Rio referente ao periacuteodo de 2001 a 2015
Levantamento das caracteriacutesticas de 01(uma) edificaccedilatildeo existente no
campus maracanatilde bloco E e considerando seu potencial de captaccedilatildeo
atraveacutes exclusivamente de suas coberturas bem como o dimensionamento
de reaproveitamento das aacuteguas provenientes de condensadores de ar
condicionado existentes no referido bloco por contemplar maior nuacutemero de
equipamentos citados e maior nuacutemero de horas de uso
Avaliaccedilatildeo dos resultados obtidos com determinaccedilatildeo do reservatoacuterio de
armazenamento sendo realizado atraveacutes da NBR 15527 ndash Aacutegua da Chuva
Aproveitamento das aacutereas urbanas para fins natildeo potaacuteveis (ABNT 2007)
Tambeacutem seratildeo realizados estudos utilizando teacutecnicas de matemaacutetica
financeira pelo meacutetodo de anaacutelise de payback simples que fornece uma
estimativa de faacutecil compreensatildeo dos benefiacutecios gerados para determinar o
tempo de retorno do investimento atraveacutes dos custos de implantaccedilatildeo do
sistema
70
Aacuterea de Estudo
O CEFET-RJ ocupa uma aacuterea de terreno de 3438200 m2 com 6481800 m2
construiacutedos e distribuiacutedos em 06 pavilhotildees e diversos blocos nomeados de ldquoArdquo a ldquoLrdquo
tendo como objeto para estudo de caso o Bloco E que e abastecido atraveacutes do
hidrocircmetro referente ao nuacutemero 485 conforme figura 10
Figura 12 - Hidrocircmetro referente ao nuacutemero 485 com vazatildeo de 03 - 15 m3hora
Fonte Realizada pelo autor 2017
36 Objeto de Estudo
O preacutedio objeto do estudo eacute o Bloco E sendo utilizado pela comunidade
docente discente e teacutecnicos administrativos
Figura 13 - Fachada Principal do CEFET- RJ
Fonte site wwwcefet-rjbr
71
As coberturas do preacutedio satildeo compostas por telhas trapezoidais em accedilo
galvanizado tendo calhas em concreto impermeabilizado para a coleta de aacuteguas
pluviais com tubos de queda em PVC de 100 mm com condutores horizontais
interligando as caixas de passagem e estas ao coletor puacuteblico
361 Aparelhos Existentes
Atraveacutes de visitas in loco foram verificados quais eram os tipos de aparelhos
sanitaacuterios torneiras mictoacuterios existentes no CEFET-RJ Verificaram-se tambeacutem as
atividades realizadas no preacutedio que utilizam aacutegua
37 Entrevistas com os Usuaacuterios
As entrevistas foram realizadas por meio de questionaacuterios aplicados aos
Teacutecnicos Administrativos professores alunos e equipe responsaacutevel pela limpeza do
CEFET-RJ a fim de descobrir a frequecircncia de uso de cada aparelho Nos
questionaacuterios foram feitas perguntas que demonstrassem o tempo e a quantidade de
vezes que cada aparelho era utilizado no periacuteodo de ocupaccedilatildeo
Para obtenccedilatildeo de um levantamento com maior precisatildeo seria necessaacuterio a
resposta ao questionaacuterio por toda a populaccedilatildeo que utiliza os preacutedios estudados foi
verificada a dificuldade em funccedilatildeo de horaacuterios e dias da semana diferentes bem
como um certo desinteresse na participaccedilatildeo por alguns membros da comunidade
Em funccedilatildeo destes fatos decidiu-se por uma pesquisa por amostragem Com utilizaccedilatildeo
da foacutermula de caacutelculo amostral
72
Foacutermula de caacutelculo
Onde
n - amostra calculada N ndash populaccedilatildeo Z - variaacutevel normal padronizada associada ao niacutevel de confianccedila p - verdadeira probabilidade do evento e - erro amostral Erro amostral de 5 Niacutevel de confianccedila de 95
Foram aplicados questionaacuterios para funcionaacuterios professores e alunos com as
mesmas perguntas Os questionaacuterios utilizados nas entrevistas estatildeo apresentados
no Apecircndice A B e C
Para os funcionaacuterios da limpeza interna externa foram aplicados questionaacuterios
direcionados em funccedilatildeo das atividades desenvolvidas
Os resultados obtidos atraveacutes das entrevistas permitiram obter valores que
representam a frequecircncia e o tempo de utilizaccedilatildeo de cada tipo de aparelho sanitaacuterio
para o total geral da edificaccedilatildeo e por pessoa
38 Estimativa do Consumo de Aacutegua
O consumo diaacuterio total de aacutegua em cada aparelho foi estimado com base nos
dados de frequecircncia e tempo de uso dos mesmos obtidos atraveacutes dos questionaacuterios
e o nuacutemero de pessoas que efetivamente utilizam cada aparelho Tambeacutem se
utilizaram no caacutelculo do consumo diaacuterio as vazotildees de acordo com a norma NBR
56261998
381 O caacutelculo de consumo meacutedio diaacuterio de aacutegua per capita por aparelhos
O Caacutelculo foi realizado com base no somatoacuterio da multiplicaccedilatildeo da frequecircncia
e tempo de uso obtido nas entrevistas e vazatildeo do aparelho dividido pelo nuacutemero de
pessoas entrevistadas
73
C meacutedio =
sum 119891119894lowast119905119894lowast119876119899119894
119899
C meacutedio = consumo meacutedio por aparelho
fi=numero de vezes de utilizaccedilatildeo
ti= tempo em segundos de uso diaacuterio
n= amostras de pessoas entrevistadas
Q= vazatildeo do aparelho (litros por segundo)
382 Estimativa do Consumo de Aacutegua em Atividades de Limpeza e jardinagem
A estimativa dos consumos de aacutegua referentes agrave limpeza do preacutedio (que inclui
tambeacutem lavaccedilatildeo de paacutetios corredores sanitaacuterios e irrigaccedilatildeo de jardins) foi calculada
com base em entrevistas com os responsaacuteveis por tais atividades e natildeo por amostra
Consumo Atividade limpeza = Somatoacuterio atividades limpeza paacutetios e rega de
jardim
383 Avaliaccedilatildeo do Potencial de Economia de Aacutegua Potaacutevel
A fim de se estimar o potencial de economia proveniente da implantaccedilatildeo de um
sistema de aproveitamento de aacutegua pluvial foi verificado o percentual de aacutegua potaacutevel
utilizado em fins natildeo potaacuteveis quantificaccedilatildeo da produccedilatildeo de agua residual pelas
evaporadoras de ar condicionado e tambeacutem foi estimado o volume ideal de
reservatoacuterio de acumulaccedilatildeo da aacutegua pluvial
384 Percentual de Aacutegua Potaacutevel que Poderia Ser Substituiacutedo por Aacutegua Pluvial
Neste estudo considerou-se a utilizaccedilatildeo de aacutegua para fins natildeo potaacuteveis em
descargas de vaso sanitaacuterio mictoacuterios irrigaccedilatildeo de jardins torneiras de usadas para
limpeza do preacutedio que tambeacutem inclui lavaccedilatildeo dos pavimentos
Atraveacutes da soma dos valores de consumo de aacutegua nas atividades consideradas
para fins natildeo potaacuteveis foi verificada a quantidade total de aacutegua potaacutevel que poderia
ser substituiacutedo por aacutegua pluvial
74
39 Reservatoacuterios de Aacutegua Pluvial
O reservatoacuterio de acumulaccedilatildeo da aacutegua pluvial eacute um dos componentes mais
importantes de um sistema de aproveitamento de aacutegua pluvial o qual deve ser
dimensionado principalmente considerando os seguintes fatores demanda de aacutegua
pluvial aacutereas de captaccedilatildeo precipitaccedilatildeo pluviomeacutetrica e custos totais de implantaccedilatildeo
Para estimar o volume ideal do reservatoacuterio de aacutegua pluvial para o presente
estudo baseou-se nas aacutereas de cobertura da edificaccedilatildeo no consumo diaacuterio de aacutegua
em sanitaacuterios e mictoacuterios e atividades de limpeza na precipitaccedilatildeo da regiatildeo no
coeficiente de perdas e no total de aacutegua potaacutevel usada para fins natildeo potaacuteveis que
poderia ser substituiacuteda por aacutegua pluvial
310 Anaacutelise Econocircmica
Depois de verificado o potencial de economia de aacutegua potaacutevel seratildeo
verificados os custos para a implantaccedilatildeo e operaccedilatildeo do sistema de aproveitamento
de aacutegua pluvial e tambeacutem analisada sua viabilidade econocircmica
Esta anaacutelise econocircmica seraacute uma estimativa de custos que poderaacute servir como
referecircncia para novas instituiccedilotildees de ensino com padrotildees semelhantes que desejam
implantar um sistema de aproveitamento de aacutegua pluvial
Natildeo se tem um indicativo de que este sistema possa ser implantado no objeto
de estudo Os custos de implantaccedilatildeo e operaccedilatildeo do sistema de aproveitamento de
aacutegua pluvial resumem-se em custos com obra de construccedilatildeo do reservatoacuterio inferior
materiais e equipamentos necessaacuterios agrave implantaccedilatildeo
Deste modo fez-se uma planilha de quantitativos e custos dos valores
referentes a obra atraveacutes de preccedilos coletados no SINAPICEF e de materiais e
equipamentos necessaacuterios com empresas representantes e ou fabricantes
75
4 APLICACcedilAtildeO E VALIDACcedilAtildeO DA METODOLOGIA PROPOSTA
Conforme abordado no capiacutetulo correspondente a metodologia optou-se
como um dos meios de aplicaccedilatildeo a validaccedilatildeo e investigaccedilatildeo desta metodologia
desenvolvida para uma Instituiccedilatildeo Federal de Ensino
41 Histoacuterico do Cefet-RJ
Atraveacutes de uma parceria entre o governo da Uniatildeo e o da Prefeitura do Distrito
Federal foi criada a Escola Normal de Artes e Ofiacutecios Wenceslau Braz versatildeo
primaacuteria do que vem a ser o CEFETRJ contemporaneamente Segundo CEFETRJ
(2007 paacuteg 14) os principais objetivos da escola eram de criar professores mestre e
contramestres para as instituiccedilotildees e escolas profissionais do Distrito Federal e entatildeo
Rio de Janeiro aleacutem de professores de trabalhos manuais para escolas primaacuterias do
Municiacutepio
De acordo com Maruyama (2013) apoacutes criaccedilatildeo de sua primeira forma teve
seus objetivos e estrutura atualizada transformando-se em Escola Teacutecnica Nacional
(ETN) em 1942 Jaacute em 1965 a Escola recebe nome Escola Teacutecnica Federal da
Guanabara poreacutem foi apenas em 1967 que a Escola passa a ser chamada de Escola
Teacutecnica Federal Celso Suckow da Fonseca
Hoje atraveacutes de seu histoacuterico de reconhecimento pela sociedade a Escola
Teacutecnica obteve expansatildeo geograacutefica passando a atuar com sede matriz a Unidade
Maracanatilde e demais seis outras Unidades descentralizadas pelo Rio e Janeiro (Nova
Iguaccedilu Maria da Graccedila Petroacutepolis Nova Friburgo Angra dos Reis e Itaguaiacute) e
educacional ofertando cursos regulares de ensino meacutedio educaccedilatildeo profissional
teacutecnica graduaccedilatildeo poacutes-graduaccedilatildeo aleacutem de atividades de pesquisa e de extensatildeo
411 Definiccedilatildeo de Instituiccedilotildees de Ensino Superior
De acordo com o artigo 21 da LDB - Lei de Diretrizes e Bases da Educaccedilatildeo
Nacional (939496) a educaccedilatildeo escolar eacute formada por duas etapas principais
educaccedilatildeo baacutesica formada pela educaccedilatildeo infantil ensino fundamental e ensino meacutedio
II - educaccedilatildeo superior etapa posterior a educaccedilatildeo baacutesica cujo objetivo global eacute formal
76
profissionais e cidadatildeos aptos a exercerem suas funccedilotildees e promover o
desenvolvimento do paiacutes
A LDB (Lei 93941996) assume a coexistecircncia de instituiccedilotildees puacuteblicas e
privadas para a oferta de cursos superiores dizendo no Artigo 45 que a educaccedilatildeo
superior poderaacute ser ministrada em instituiccedilotildees de ensino superior de caraacuteter puacuteblico
ou privada com variados graus de abrangecircncia e particularizaccedilatildeo Visando
complementar a LDB e a esse artigo 7ordm do Decreto 38602001 classifica as instituiccedilotildees
de ensino superior quanto agrave sua organizaccedilatildeo acadecircmica em
Universidades - Satildeo caracterizadas pela oferta regular de atividades que
articulam trecircs principais pilares ensino de pesquisa e de extensatildeo
Centros Universitaacuterios - Os centros universitaacuterios satildeo instituiccedilotildees de
ensino superior pluri-curriculares comprovada pelo desempenho nos
cursos nas avaliaccedilotildees do MEC e que devem atender a comunidade
Centros Federais de Educaccedilatildeo Tecnoloacutegica - Satildeo instituiccedilotildees de ensino
superior especializados na oferta de educaccedilatildeo tecnoloacutegica nos
diferentes niacuteveis e modalidades de ensino O Centro Federal de
Educaccedilatildeo Tecnoloacutegica Celso Suckow da Fonseca (CEFETRJ) seraacute a
instituiccedilatildeo alvo do presente estudo e se encaixa nessa classificaccedilatildeo
Faculdades Integradas faculdades institutos ou escolas superiores -
superiores orientados basicamente para o ensino satildeo voltadas para a
formaccedilatildeo de profissionais para o mercado de trabalho e natildeo se exigiratildeo
produccedilatildeo cientiacutefica e natildeo haacute exigecircncia de oferta cursos de poacutes-
graduaccedilatildeo
Por fim todas as instituiccedilotildees de ensino superior independente de sua
classificaccedilatildeo e dos cursos ofertados por estar diretamente submetidas as decisotildees do
MEC deve acatar com seus decretos e determinaccedilotildees pois estatildeo sob uma mesma
legislaccedilatildeo e regime Dentro das obrigatoriedades das IES pode ser destacado o
documento de caraacuteter estrateacutegico conhecido como Plano de Desenvolvimento
Institucional (PDI)
412 - Plano de Desenvolvimento Institucional (PDI)
O Plano de Desenvolvimento Institucional (PDI) eacute um documento institucional
exigido pelo Ministeacuterio da Educaccedilatildeo (MEC) e apresenta as principais estrateacutegicas e
77
posicionamento que a instituiccedilatildeo de ensino superior (IES) iraacute adotar em um periacuteodo
de tempo preacute-definido Eacute anaacutelogo ao Planejamento Estrateacutegico das empresas
privadas poreacutem com foco em resultados no sistema educacional processos internos
e desempenho dentro do cenaacuterio mutaacutevel da educaccedilatildeo no periacuteodo de vigecircncia
O Plano de Desenvolvimento Institucional ndash PDI eacute um documento elaborado para um periacuteodo de 5 (cinco) anos que identifica a Instituiccedilatildeo de Ensino Superior (IES) no que diz respeito agrave sua filosofia de trabalho agrave missatildeo a que se propotildee agraves diretrizes pedagoacutegicas que orientam suas accedilotildees agrave sua estrutura organizacional e agraves atividades acadecircmicas que desenvolve eou que pretende desenvolver (SAPIEnS 2007)
A lei 10861 (2004) instituiu o Sistema Nacional de Avaliaccedilatildeo da Educaccedilatildeo
Superior (SINAES) Este sistema tem como objetivo buscar a melhoria da qualidade
da educaccedilatildeo superior monitorar a expansatildeo da oferta e aumento da eficiecircncia e
eficaacutecia institucional no acircmbito de ensino e impacto na sociedade Deve ser ainda um
sistema supervisor das IES no cumprimento de seus deveres institucionais como
identidade respeito a diversidade e afirmaccedilatildeo da autonomia Esta lei promoveu em
2006 a ediccedilatildeo do decreto Nordm 5773 que legitima a relevacircncia e obrigatoriedade do PDI
nas IES
O decreto Nordm 5773 (2006) descreve sobre as funccedilotildees de regulamentaccedilatildeo
acompanhamento e avaliaccedilatildeo das IES e cursos superiores de graduaccedilatildeo e
sequenciais no sistema de ensino federal No Art 15 satildeo descritas as exigecircncias para
uma instituiccedilatildeo ser credenciada ao MEC Eacute responsabilidade da IES possuir aleacutem de
documentos padratildeo como cumprimento de exigecircncias fiscais legais e regimento ou
estatuto o PDI eacute exigido devido ao seu caraacuteter de avaliaccedilatildeo de potencial capacidade
e objetivos de longo prazo como instituiccedilatildeo provedora de ensino superior O Art 16
apresenta ainda um roteiro de subsiacutedio na elaboraccedilatildeo do PDI com as exigecircncias que
o MEC determina
Neste contexto eacute possiacutevel identificar uma importante instituiccedilatildeo de ensino
superior do estado do Rio de Janeiro o Centro Federal de Educaccedilatildeo Tecnoloacutegica
Celso Suckow da Fonseca (CEFETRJ) Uma instituiccedilatildeo com grande tradiccedilatildeo que ao
longo dos anos se diversificou alterou o escopo de ensino para ofertar de cursos de
cursos de graduaccedilatildeo e poacutes-graduaccedilatildeo direcionados para tecnologia e inovaccedilatildeo Eacute
necessaacuterio conhecer aacutes origens histoacutericos e fatores que influenciaram a consolidaccedilatildeo
do CEFETRJ para entender seu papel no cenaacuterio atual
78
413 - O PDI do CefetRJ
O Estatuto do CEFETRJ foi aprovado em 2005 pelo ministro da educaccedilatildeo
Fernando Haddad e instaurou a portaria nordm 3796 No capiacutetulo III sobre a Estrutura
Organizacional na Subseccedilatildeo VIII do Estatuto do CEFETRJ eacute estabelecida a criaccedilatildeo
da Diretoria de Gestatildeo Estrateacutegica (DIGES)oacutergatildeo responsaacutevel por conduzir o
processo de elaboraccedilatildeo validaccedilatildeo e publicaccedilatildeo dos DPI a cada quatro anos bem
como acompanhar a execuccedilatildeo dos planos e projetos definidos e ser o principal
fornecedor de informaccedilotildees sobre o desempenho da instituiccedilatildeo perante sociedade
ministeacuterio da educaccedilatildeo Uniatildeo e demais oacutergatildeos puacuteblicos a que a IES estaacute submetida
A construccedilatildeo do PDI eacute feita de maneira colaborativa e participativa por todos
os departamentos e secretarias que integram a instituiccedilatildeo Os entendimentos entre
todas as partes e consensos provisoacuterios devem ser estabelecidos para definir
objetivos comuns a todos que deveratildeo ser registrado e amplamente divulgado e
cascateado a todos os niacuteveis da instituiccedilatildeo Com isso o PDI deve ser apresentado
pela DIGES em um prazo de 150 a 60 dias agrave Comissatildeo para validar o produto final
conforme estabelecido no documento O processo deve ser concluiacutedo dentro do ano
anterior ao periacuteodo de vigecircncia do PDI em elaboraccedilatildeo
414 - Filosofia Missatildeo e Objetivos Institucionais
Os princiacutepios norteadores da filosofia satildeo expressos atraveacutes de seu Projeto
Pedagoacutegico integrando
A defesa das condiccedilotildees garantidoras de qualidade social para a educaccedilatildeo
puacuteblica viabilizada pela Rede Federal de Educaccedilatildeo Profissional Cientiacutefica e
Tecnoloacutegica em sua diversidade institucional reafirmaccedilatildeo da identidade institucional
vinculada agrave formaccedilatildeo de profissionais de diferentes niacuteveis no projeto de transformaccedilatildeo
de Centro Federal de Educaccedilatildeo Tecnoloacutegica em Universidade Tecnoloacutegica Federal
adoccedilatildeo de projetos de verticalizaccedilatildeo e integraccedilatildeo das atividades de ensino pesquisa
e extensatildeo da educaccedilatildeo baacutesica agrave poacutes-graduaccedilatildeo como caracteriacutestica metodoloacutegica
de formaccedilatildeo na aacuterea tecnoloacutegica middot consolidaccedilatildeo de poliacuteticas de ensino pesquisa e
extensatildeo que compromissadas com o desenvolvimento nacional e regional a
disseminaccedilatildeo e produccedilatildeo de conhecimento a formaccedilatildeo de pessoas e a
responsabilidade social e eacutetica continuem a legitimar a atuaccedilatildeo institucional junto agrave
79
sociedade preservaccedilatildeo e sustentaccedilatildeo da autonomia institucional definida em lei
aperfeiccediloamento permanente dos processos de gestatildeo democraacutetica e
descentralizaccedilatildeo gerencial nas instacircncias acadecircmicas e administrativas mediante
adoccedilatildeo de estruturas colegiadas mecanismos de participaccedilatildeo de todos os segmentos
da comunidade interna socializaccedilatildeo de informaccedilotildees e transparecircncia na utilizaccedilatildeo de
recursos middot observacircncia de aspectos inerentes ao caraacuteter puacuteblico e de identidade
formadora da Instituiccedilatildeo valorizaccedilatildeo do ser humano e do trabalho respeito agrave
pluralidade e divergecircncias de ideacuteias sem discriminaccedilatildeo de qualquer natureza adesatildeo
agrave tecnologia a serviccedilo da promoccedilatildeo humana compromisso social diaacutelogo constante
e parcerias com instituiccedilotildeesentidades representativas da sociedade
responsabilidade funcional e eacutetica (PDI 2010)
No que se refere a sua missatildeo institucional levando-se em consideraccedilatildeo agrave RS
assumida perante a sociedade cabe ao CEFETRJ
Promover a educaccedilatildeo mediante atividades de ensino pesquisa e extensatildeo que
propiciem de modo reflexivo e criacutetico na interaccedilatildeo com a sociedade a formaccedilatildeo
integral (humaniacutestica cientiacutefica e tecnoloacutegica eacutetica poliacutetica e social) de profissionais
capazes de contribuir para o desenvolvimento cultural tecnoloacutegico e econocircmico dessa
mesma sociedade (PDI 2010)
Neste sentido seus principais objetivos satildeo
ministrar educaccedilatildeo profissional teacutecnica de niacutevel meacutedio de forma
articulada com o ensino meacutedio destinada a proporcionar habilitaccedilatildeo
profissional para diferentes setores da economia
ministrar ensino superior de graduaccedilatildeo e de poacutes-graduaccedilatildeo lato sensu
e stricto sensu visando agrave formaccedilatildeo de profissionais e especialistas na
aacuterea tecnoloacutegica
ministrar cursos de licenciatura bem como programas especiais de
formaccedilatildeo pedagoacutegica nas aacutereas cientiacutefica e tecnoloacutegica
ofertar educaccedilatildeo continuada por diferentes mecanismos visando agrave
atualizaccedilatildeo ao aperfeiccediloamento e agrave especializaccedilatildeo de profissionais na
aacuterea tecnoloacutegica
realizar pesquisa estimulando o desenvolvimento de soluccedilotildees
tecnoloacutegicas de forma criativa e estendendo seus benefiacutecios agrave
comunidade
80
promover a extensatildeo mediante integraccedilatildeo com a comunidade
contribuindo para o seu desenvolvimento e melhoria da qualidade de
vida desenvolvendo accedilotildees interativas que concorram para a
transferecircncia e o aprimoramento dos benefiacutecios e conquistas auferidos
na atividade acadecircmica e na pesquisa aplicada
estimular a produccedilatildeo cultural o empreendedorismo o desenvolvimento
cientiacutefico e tecnoloacutegico o pensamento reflexivo com responsabilidade
social (PDI 2010)
As Instituiccedilotildees de Ensino Superior (IES) e Meacutedio Teacutecnico satildeo autarquias
vinculadas ao Ministeacuterio da Educaccedilatildeo (MEC) que tem como atividade fim prover
educaccedilatildeo de qualidade e desenvolver a sociedade como um todo sempre em
consonacircncia com poliacuteticas leis e decretos vigentes As IES devem a cada quatro anos
apresentar o seu Planejamento Institucional (PDI) que eacute anaacutelogo ao Planejamento
Estrateacutegico empresarial e documento obrigatoacuterio exigido pelo MEC
Em suma o CEFETRJ eacute uma Instituiccedilatildeo que atua nos diferentes niacuteveis da
educaccedilatildeo e tem por objetivo a formaccedilatildeo de profissionais capazes de atuar intervir e
aplicar conhecimentos teacutecnicos e cientiacuteficos sem desconsiderar a dinacircmica
econocircmica e social bem como o desenvolvimento das regiotildees onde suas unidades
estatildeo inseridas
42 Sobre o potencial de captaccedilatildeo de aguas de residuais
Para avaliar o potencial de captaccedilatildeo de aguas de residuais que satildeo produzidas
pelas unidades evaporadoras de ar condicionado foi realizado ensaios em aparelhos
com capacidades variadas utilizando uma proveta graduada para coleta com
mangueira interligada a saiacuteda do dreno da unidade evaporadora de forma a
quantificar a produccedilatildeo a cada hora para obtenccedilatildeo da media de produccedilatildeo admitindo
um padratildeo modular de 12000 BTUsh conforme figuras x
Figura 14 - ensaio equipamento 24000 BTUs
81
Fonte Autor deste trabalho 2017
Quadro 5 - Ensaio de captaccedilatildeo em ambiente da biblioteca
Equipamento Split 24000 BTUs -Elgin
Hora Temperatura
( Graus Celsius-Cdeg) Volume de Aacutegua de Condensaccedilatildeo (mlh)
1230h 27 0
1330hr 23 500
1430hr 21 650
1530hr 21 630
1630hr 21 590
1730hr 21 610
1830hr 21 585
MEacuteDIA 50929
Fonte autor deste trabalho 2017
82
Quadro 6 -Ensaio de captaccedilatildeo em ambiente da sala de professores
Equipamento Split 12000 BTUs -Komeco
Hora Temperatura( Graus
Celsius-Cdeg) Volume de Aacutegua de Condensaccedilatildeo (mlh)
800h 30 0
900h 27 190
1000hr 23 250
1100hr 21 340
1200hr 21 290
1300hr 21 310
1400hr 21 285
MEacuteDIA 23786
Fonte autor deste trabalho 2017
Diferentemente do que foi encontrado na literatura obteve- se uma
media de 24905 mlhora para cada 12000 BTUs hora (British termal Units-
Unidade Teacutermica Britacircnica) variaccedilatildeo explicada pelas condiccedilotildees
psicomeacutetricas ou seja o processo de condensaccedilatildeo estaacute diretamente
relacionado a as condiccedilotildees climaacuteticas externas quanto maior a umidade
maior seraacute a quantidade de aacutegua gerada pelo processo De acordo com Mota
et al(2011) em meacutedia um ar com 12000 BTUs apresentou produccedilatildeo de
300mlhora valor proacuteximo ao encontrado por Fortes et al (2015) meacutedia de
309mlhora para unidade de mesma capacidade
Quadro 7 - Somatoacuterio das capacidades dos equipamentos instalados por pavimento
PAV CAPTOTAL EM BTUh
FUNCIONAMENTO
(hrdia)
VOLCONDENSACcedilAtildeO
(lhr)
VOLCONDENSACcedilAtildeO
(ldia)
T 18000 12 037 448
1ordm 650000 10 1349 13490
2ordm 676000 8 1403 11224
3ordm 806000 14 1673 23419
4ordm 786000 12 1631 19575
5ordm 676000 12 1403 16836
SOMA 3612000
84992 litros dia
Fonte Setor de manutenccedilatildeo
83
Tendo em vista a diversidade de utilizaccedilatildeo do Preacutedio Bloco E
(Bibliotecas Coordenaccedilotildees Salas de aula e Ambientes administrativos) foram
atribuiacutedos tempos de uso compatiacuteveis com o funcionamento de cada
ambiente
O reuso das aguas de condensaccedilatildeo que seriam desperdiccediladas
apresentam potencial de reuso com custo relativamente baixo cabendo
somente a interligaccedilatildeo dos drenos a rede de captaccedilatildeo de aguas pluviais
conforme pode ser observado na figura 15 e reservatoacuterio para que esta seja
usada para fins natildeo potaacuteveis
Figura 15 - Interligaccedilatildeo de tubulaccedilatildeo de drenagem de condensadores a rede AP
84
Aacuterea de Coleta de agua de chuva
Para estimar o volume do reservatoacuterio foi necessaacuterio o calculo da aacuterea que seraacute
utilizada para captaccedilatildeo das aguas pluviais que foi considerada a aacuterea de cobertura do
bloco E figura 16 que e composta de telhas trapezoidais em accedilo galvanizado
Figura 16 -Planta de cobertura do Bloco E
De acordo com a NBR 15527 a aacuterea de captaccedilatildeo para dimensionamentos eacute a
aacuterea em metros projetada na horizontal da superfiacutecie impermeaacutevel da cobertura onde
a aacutegua da chuva eacute captada (ABNT 2007)
Quadro 8 - Quadro da aacuterea de cobertura do Bloco E
PREacuteDIO AacuteREA ( msup2 )
BLOCO E 134670
TOTAL 134670
Fonte Autor do presente trabalho
Segundo Tomaz (2015) haacute uma variaccedilatildeo entre o volume de aacutegua precipitado e
o volume que seraacute coletado O coeficiente de Runoff ou coeficiente de escoamento
superficial eacute a relaccedilatildeo entre o volume de aacutegua de chuva que escoa superficialmente
e o volume total de aacutegua precipitada no telhado que iraacute variar de acordo com a
superfiacutecie conforme quadro 9
85
Quadro 9 - Iacutendice do coeficiente de Runoff
Tipo de telha Coeficiente de Runoff
Ceracircmica 08 a 09
Ceracircmica esmaltada 09 a 095
Corrugada metaacutelica 08 a 09
Cimento amianto 08 a 09
Plaacutestico 09 a 095 Fonte TOMAZ (2015)
Precipitaccedilatildeo Pluviomeacutetrica
Os dados pluviomeacutetricos utilizados neste trabalho foram fornecidos pelo
Sistema Alerta Rio que foram coletados da Estaccedilatildeo Meteoroloacutegica Tijuca A estaccedilatildeo
estaacute localizada no bairro tijuca em latitude 22ordm57 185S longitude 43ordm14 538W A
escolha desta estaccedilatildeo meteoroloacutegica se deu pela proximidade do CEFET-RJ e por
possuir grande volume de informaccedilatildeo armazenado pelo Sistema Alerta Rio Os dados
fornecidos incluem informaccedilotildees sobre precipitaccedilotildees no periacuteodo de 01012007 a
31122015 Conforme pode ser observado na tabela x
Tabela 3- Tabela de Precipitaccedilatildeo Pluviomeacutetrica
REGIME DE CHUVA
Tabela de Precipitaccedilatildeo Pluviomeacutetrica_ Jan 2007Dezembro 2015 (ml)
2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 MEacuteDIA
JAN 127 1856 2724 2202 1036 180 3538 288 788 19378
FEV 1176 1248 1222 624 874 144 834 304 848 9093
MAR 142 2466 944 3386 1496 91 358 986 1368 19098
ABR 1182 2186 2372 4962 3174 1008 85 177 1184 23360
MAI 202 736 552 898 1714 996 1692 458 40 11833
JUN 67 62 732 712 398 1478 426 106 1312 9260
JUL 166 448 1098 127 466 466 1718 1006 134 10333
AGO 178 1458 582 328 362 206 222 484 104 4905
86
Fonte Sistema Alerta Rio
Potencial de aproveitamento de aacuteguas pluviais
Para a determinaccedilatildeo do volume que pode ser aproveitado foi utilizado a aacuterea
de cobertura do preacutedio estudado a meacutedia das precipitaccedilotildees mensais do periacuteodo de
janeiro de 2007 a dezembro de 2015 bem como o coeficiente de runoff de 090 em
funccedilatildeo do material existente na cobertura utilizou-se a metodologia aplicada por Ghisi
et al (2017) e Lina et al (2011) desta forma foi calculado atraveacutes da equaccedilatildeo abaixo
e demonstrado no quadro 10
V= PAC1000
Onde V= volume mensal de chuva em m3
A=aacuterea total de captaccedilatildeo em m3
C= coeficiente de runoff
1000= fator de conversatildeo para m3
SET 394 1118 1322 582 572 1246 75 474 130 9698
OUT 2076 92 2256 1756 1382 744 888 542 32 13605
NOV 2202 2048 1292 1082 33 1198 1384 822 1974 15415
DEZ 2506 1284 4622 2876 1726 282 221 404 804 20893
15476 16388 19718 20678 1353 10478 18092 8598 10536
87
Quadro 10 - Captaccedilatildeo de aacutegua
POTENCIAL DE CAPTACcedilAtildeO DE AacuteGUA DE CHUVA
BLOCO E
MEcircS PRECIPITACcedilAtildeO MEacuteDIA
MENSAL AacuteREA COBERTURA
COEFICIENTE DE RUNOFF
VOLUME APROVEITAacuteVEL (m sup3)
JAN 19378 13467 09 23486
FEV 90925 13467 09 1102
MAR 19098 13467 09 23147
ABR 2336 13467 09 28313
MAI 118325 13467 09 14341
JUN 926 13467 09 11223
JUL 103325 13467 09 12523
AGO 4905 13467 09 5945
SET 96975 13467 09 11754
OUT 13605 13467 09 1649
NOV 15415 13467 09 18683
DEZ 208925 13467 09 25322 TOTAL ANUAL 202248
Fonte O autor do presente trabalho
Foram utilizadas as meacutedias de precipitaccedilotildees mensais do periacuteodo de 2007 a
2015 e observa-se que o mecircs de agosto com menor iacutendice de precipitaccedilatildeo
pluviomeacutetrica para a seacuterie histoacuterica
Atraveacutes de visitas in loco foram verificados todos os banheiros existentes no
preacutedio estudado verificando vazamentos tipos de torneira vasos sanitaacuterios e
mictoacuterios e foram identificadas torneiras temporizadas nos lavatoacuterios e mictoacuterios que
apresentavam tempo excessivo para fechamento as mesmas foram reguladas pela
equipe de manutenccedilatildeo e instalados redutores de vazatildeo Verificaram-se tambeacutem as
atividades realizadas no preacutedio que utilizam aacutegua que poderiam ser substituiacutedas por
agua natildeo potaacutevel
88
Definiccedilatildeo da populaccedilatildeo do preacutedio estudado
Para definiccedilatildeo da demanda do preacutedio estudado se fez necessaacuterio determinar a
populaccedilatildeo que utiliza o bloco E objeto do estudo de caso quantificando a meacutedia diaacuteria
de docentes teacutecnicos administrativos discente e tercerizados conforme quadro 11
Quadro 11 - Populaccedilao
POPULACcedilAtildeO BLOCO E
POPULACcedilAtildeO DIAS DA SEMANA
TOTAL SEG TERCcedilA QUARTA QUINTA SEXTA
Professores 75 75 75 75 75 375
Teacutecnicos Administrativo 135 135 135 135 135 675
Alunos 1150 1150 1150 1150 1150 5750
Visitantes da Biblioteca 80 80 80 80 80 400
Terceirizados 10 10 10 10 10 50
TOTAL 1450 1450 1450 1450 1450
Fonte O autor do presente trabalho
Com a determinaccedilatildeo da meacutedia de utilizaccedilatildeo da populaccedilatildeo foi verificado na
literatura as demanda encontradas por diversos autores
Segundo Gonccedilalves (2002 ) apud Silva (2004) edifiacutecios puacuteblicos e escolas tipo
externato possuem demanda diaacuteria na ordem de 50lpessoa dia
Kamers (2004) em seu estudo de 10 edifiacutecios puacuteblicos na cidade de
Florianoacutepolis encontrou demanda de 367 lpessoa dia
Marinoski (2008) obteve demanda de 155 lpessoa dia para fins natildeo potaacuteveis
em uma instituiccedilatildeo de niacutevel superior na cidade de Florianopolis-SC
Salla et al(2013)encontrou demanda de 20 a 30 laluno dia em um bloco de
salas de aula da UFU
Em funccedilatildeo das variaccedilotildees apresentadas na literatura e pelo preacutedio objeto do
estudo natildeo apresentar micromediccedilatildeo ou seja a entrada da concessionaacuteria CEDAE
atende diversas edificaccedilotildees na instituiccedilatildeo adotou-se questionaacuterio de forma a
quantificar a demanda dos equipamentos sanitaacuterios possiacuteveis de acordo com a
legislaccedilatildeo de utilizaccedilatildeo de aguas pluviais
43 Anaacutelise dos Resultados das entrevistas realizadas
As entrevistas foram realizadas por meio de questionaacuterios aplicados aos
Teacutecnicos Administrativos professores alunos e equipe responsaacutevel pela limpeza do
89
CEFET-RJ questionaacuterios que se encontram no apecircndice A B e C com a finalidade de
descobrir a frequecircncia de uso de cada aparelho de forma a quantificar o consumo de
agua potaacutevel nos equipamentos
Para obtenccedilatildeo de um levantamento com maior precisatildeo seria necessaacuterio a
resposta ao questionaacuterio por toda a populaccedilatildeo que utiliza os preacutedios estudados foi
verificada a dificuldade em funccedilatildeo de horaacuterios e dias da semana diferentes bem
como Em funccedilatildeo destes fatos decidiu-se por uma pesquisa por amostragem Com
utilizaccedilatildeo da foacutermula de caacutelculo amostral Chegou-se a uma amostra de 304 Foram
distribuiacutedos 400 questionaacuterios dos quais retornaram 320 o que gerou os graacuteficos
abaixo para determinaccedilatildeo do numero de vezes e tempo de uso dos equipamentos
sanitaacuterios
Caacutelculo de utilizaccedilatildeo da bacia sanitaacuteria
Foi considerado a utilizaccedilatildeo por cinco dias semanais no caso adotado 20 dias
uteis e utilizada a vazatildeo de 170 litros segundo no caso das bacias sanitaacuterias e 015
litrossegundo para mictoacuterios segundo a NBR 56261998
C meacutedio =
sum 119891119894lowast119905119894lowast119876119899119894
119899
Onde
C Meacutedio = consumo meacutedio
Fi = nuacutemero de vezes de utilizaccedilatildeo
Ti = tempo em segundos por acionamento
Q = vazatildeo de acordo com a norma
90
Graacutefico 1- Frequecircncia de uso diaacuterio da bacia sanitaacuteria
Fonte Elaborado pelo Autor deste Trabalho 2017
Populaccedilatildeo diaacuteria 1450
Nuacutemero de acionamentos descarga bacia sanitaacuteria
1 vez 16 1450 usuaacuterios 1 vez = 232 vezes
2 vezes 16 1450 usuaacuterios 2 vezes = 464 vezes
3 vezes 30 1450 usuaacuterios 3 vezes = 1305 vezes
4 vezes 14 1450 usuaacuterios 4 vezes = 802 vezes
5 vezes 5 1450 usuaacuterios 5 vezes = 362 vezes
6 vezes 4 1450 usuaacuterios 6 vezes = 348 vezes
7 vezes 5 1450 usuaacuterios 7 vezes = 507 vezes
Total de acionamentos 4031
91
Graacutefico 2 - Tempo em segundos da descarga da bacia
Fonte Elaborado pelo Autor deste Trabalho 2017
Consumo de bacia sanitaacuteriadia
1 seg 5 4031 1 17 = 342
2 seg 12 4031 2 17 = 822
3 seg 13 4031 3 17 = 890
4 seg 12 4301 4 17 = 822
5 seg 22 4031 5 17 = 150
6 seg 11 4031 6 17 = 753
7 seg 4 4031 7 17 = 274
8 seg 8 4031 8 17 = 548
9 seg 5 4031 9 17 = 342
10 seg 3 4031 10 17 = 205
Logo o consumo meacutedio das bacias sanitaacuterias foi de 6510dia e foi considerado 20
dias de utilizaccedilatildeo perfazendo um total de 130200Lmecircs ou 1302m3
92
Graacutefico 3 - Frequecircncia de uso diaacuterio do mictoacuterio
Fonte Elaborado pelo Autor deste Trabalho 2017
Nuacutemero de acionamentos de descarga mictoacuterio
1 vez 14 870 usuaacuterios 1 vez = 121
2 vezes 10 870 usuaacuterios 2 vezes = 174
3 vezes 21 870 usuaacuterios 3 vezes = 548
4 vezes 26 870 usuaacuterios 4 vezes = 904
5 vezes 12 870 usuaacuterios 5 vezes = 522
6 vezes 2 870 usuaacuterios 6 vezes = 174
7 vezes 2 870 usuaacuterios 7 vezes = 121
8 vezes 3 870 usuaacuterios 8 vezes = 208
Total de acionamentos 2772
93
Graacutefico 4 - Tempo em segundos da descarga do mictoacuterio
Fonte Elaborado pelo Autor deste Trabalho 2017
Consumo de mictoacuteriodia
1 seg 5 2772 1 015 = 20
2 seg 12 2772 2 015 = 99
3 seg 13 2772 3 015 = 162
4 seg 12 2772 4 015 = 99
5 seg 22 2772 5 015 = 457
6 seg 11 2772 6 015 = 274
7 seg 4 2772 7 015 = 116
8 seg 8 2772 8 015 = 260
9 seg 9 2772 9 015 = 187
10 seg 3 2772 10 015 = 124
Logo o consumo meacutedio de mictoacuteriodia foi de 1804dia e foi considerado 20
dias de utilizaccedilatildeo perfazendo um total de 36080mecircs ou 3608m3
Estimativa do Consumo de Aacutegua em Atividades de Limpeza e jardinagem
As informaccedilotildees foram prestadas pelos responsaacuteveis pela limpeza interna e
externa atraveacutes dos questionaacuterios aplicados
Consumo Atividade de limpeza=Somatoacuterio atividades limpeza paacutetios e rega
de jardim
Consumo de atividades de limpeza = 1104 m3 mensal
94
Consumo per capta de uso natildeo potaacutevel 86821450 = 598 litrosdia
Dimensionamento do reservatoacuterio de aguas pluviais
Segundo a Norma Brasileira NBR 155272007 satildeo apresentados 6 meacutetodos
de dimensionamento de reservatoacuterios cabendo ao projetista a escolha do meacutetodo
Para o presente projeto foi adotado o meacutetodo pratico alematildeo onde o volume do
reservatoacuterio seraacute o menor valor entre 6 do volume de captaccedilatildeo de agua pluvial anual
e 6 da demanda anual de agua natildeo potaacutevel
Vx006
V adotado = miacutenimo Dx006
Onde
V adotado= volume do reservatoacuterio
V= volume aproveitaacutevel anual de agua de chuva
D= demanda anual de agua natildeo potaacutevel
Demanda anual por agua natildeo potaacutevel
Limpeza 1104 m3mecircs x 12= 13248 m3
Vaso sanitaacuterio 1302 m3mecircs x 12 = 156240m3
Mictoacuterio 3608m3mesx12 = 43296 m3
Total 17732 m3mecircs 12= 212784 m3
Volume aproveitaacutevel de aguas pluviais = 202248 m3
V adotado= V x006 = (202248x006) = 12134m3
V adotado= D x006= (212784x006) = 12767m3
Tendo em vista os resultados apresentados adotou-se um reservatoacuterio inferior
com capacidade de 120000 litros em concreto armado conforme projeto no apecircndice
D tendo como base a Planta Baixa apresentado na figura 17 E de acordo com a
demanda diaacuteria foi definido reservatoacuterio superior em polietileno com capacidade de
5000 litros
95
Figura 17 - Planta baixa
FonteO autor do presente trabalho
Quadro 12 - Planilha orccedilamentaacuteria
Fonte Adaptada pelo autor do presente trabalho do Sistema Orccedila fascio
96
Item Coacutedigo Banco Descriccedilatildeo Tipo Und Quant Valor
Unit
Valor Unit
com BDI
Total
1 Movimento de Terra 190190
11 72917 SINAPI
ESCAVACAO MECANICA DE VALA EM MATERIAL 2A
CATEGORIA DE 201 ATE 400 M DE PROFUNDIDADE COM
UTILIZACAO DE ESCAVADEIRA HIDRAULICA
MOVT - MOVIMENTO
DE TERRAmsup3 13000 1198 1463 190190
2 Remoccedilotildees 862616
21 72897 SINAPICARGA MANUAL DE ENTULHO EM CAMINHAO
BASCULANTE 6 M3
MOVT - MOVIMENTO
DE TERRAmsup3 23800 2346 2864 681632
22 72900 SINAPI
TRANSPORTE DE ENTULHO COM CAMINHAO
BASCULANTE 6 M3 RODOVIA PAVIMENTADA DMT 05 A
10 KM
MOVT - MOVIMENTO
DE TERRAmsup3 16800 535 653 109704
23 93377 SINAPI
REATERRO MECANIZADO DE VALA COM
RETROESCAVADEIRA (CAPACIDADE DA CACcedilAMBA DA
RETRO 026 Msup3 POTEcircNCIA 88 HP) LARGURA DE 08 A
15 M PROFUNDIDADE DE 15 A 30 M COM SOLO (SEM
SUBSTITUICcedilAtildeO) DE 1ordf CATEGORIA EM LOCAIS COM ALTO
NIacuteVEL DE INTERFEREcircNCIA AF_042016
MOVT - MOVIMENTO
DE TERRAmsup3 7200 811 990 71280
3 Estrutura 6177729
31 95241 SINAPI
LASTRO DE CONCRETO E = 5 CM PREPARO
MECAcircNICO INCLUSOS LANCcedilAMENTO E ADENSAMENTO
AF_07_2016
FUES - FUNDACcedilOtildeES
E ESTRUTURASmsup2 5000 2404 2935 146750
32 5970 SINAPIFORMA TABUA PARA CONCRETO EM FUNDACAO C
REAPROVEITAMENTO 2X
FUES - FUNDACcedilOtildeES
E ESTRUTURASmsup2 22000 6684 8161 1795420
33 94052 SINAPI
ESCORAMENTO DE VALA TIPO DESCONTIacuteNUO COM
PROFUNDIDADE DE 15 A 30 M LARGURA MAIOR OU
IGUAL A 15 M E MENOR QUE 25 M EM LOCAL COM NIacuteVEL
ALTO DE INTERFEREcircNCIA AF_062016
ESCO -
ESCORAMENTOmsup2 7000 3602 4398 307860
34 83515 SINAPI
ESCORAMENTO FORMAS DE H=330 A 350 M COM
MADEIRA 3A QUALIDADE NAO APARELHADA
APROVEITAMENTO TABUAS 3X E PRUMOS 4X
ESCO -
ESCORAMENTOmsup3 12000 1500 1832 219840
35 90861 SINAPI
CONCRETAGEM DE EDIFICACcedilOtildeES (PAREDES E LAJES)
FEITAS COM SISTEMA DE FOcircRMAS MANUSEAacuteVEIS COM
CONCRETO USINADO BOMBEAacuteVEL FCK 20 MPA
LANCcedilADO COM BOMBA LANCcedilA - LANCcedilAMENTO
ADENSAMENTO E ACABAMENTO AF_062015
FUES - FUNDACcedilOtildeES
E ESTRUTURASmsup3 3050 40775 49786 1518473
36 92921 SINAPI
ARMACcedilAtildeO DE ESTRUTURAS DE CONCRETO ARMADO
EXCETO VIGAS PILARES LAJES E FUNDACcedilOtildeES
PROFUNDAS (DE EDIFIacuteCIOS DE MUacuteLTIPLOS
PAVIMENTOS EDIFICACcedilAtildeO TEacuteRREA OU SOBRADO)
UTILIZANDO ACcedilO CA-50 DE 125 MM - MONTAGEM
AF_122015
FUES - FUNDACcedilOtildeES
E ESTRUTURASKG 15300 779 951 145503
37 92919 SINAPI
ARMACcedilAtildeO DE ESTRUTURAS DE CONCRETO ARMADO
EXCETO VIGAS PILARES LAJES E FUNDACcedilOtildeES
PROFUNDAS (DE EDIFIacuteCIOS DE MUacuteLTIPLOS
PAVIMENTOS EDIFICACcedilAtildeO TEacuteRREA OU SOBRADO)
UTILIZANDO ACcedilO CA-50 DE 100 MM - MONTAGEM
AF_122015
FUES - FUNDACcedilOtildeES
E ESTRUTURASKG 2800 976 1192 33376
38 92917 SINAPI
ARMACcedilAtildeO DE ESTRUTURAS DE CONCRETO ARMADO
EXCETO VIGAS PILARES LAJES E FUNDACcedilOtildeES
PROFUNDAS (DE EDIFIacuteCIOS DE MUacuteLTIPLOS
PAVIMENTOS EDIFICACcedilAtildeO TEacuteRREA OU SOBRADO)
UTILIZANDO ACcedilO CA-50 DE 80 MM - MONTAGEM
AF_122015
FUES - FUNDACcedilOtildeES
E ESTRUTURASKG 68700 1217 1486 1020882
39 92916 SINAPI
ARMACcedilAtildeO DE ESTRUTURAS DE CONCRETO ARMADO
UTILIZANDO ACcedilO CA-50 DE 63 MM - MONTAGEM
AF_122015
FUES - FUNDACcedilOtildeES
E ESTRUTURASKG 60900 1331 1625 989625
Descriccedilatildeo do Orccedilamento Bancos Utilizados BDI Encargos Sociais
CONSTRUCcedilAtildeO DE CISTERNA SINAPI - 072017 - RJ
ORSE - 062017 - SE
SEDOP - 042017 - PA
SEINFRA - 024 - CE
SICRO2 - 112016 - RJ
SETOP - 072017 - MG
IOPES - 052017 - ES
SIURB - 012017 - SP
SUDECAP - 032017 - MG
FDE - 042017 - SP
CPOS - 072017 - SP
AGETOP CIVIL - 102016 -
GO
CAEMA - 052016 - MA
2210 00 - Natildeo Desonerada
Total Geral R$ 7230535
Planilha Orccedilamentaacuteria Sinteacutetica
Total sem
BDI
R$ 5921991
Total do BDI R$ 1308544
97
Quadro 13 - Anaacutelise de simulaccedilatildeo do reservatoacuterio
Fonte O autor do presente trabalho
ANAacuteLISE DE SIMULACcedilAtildeO DO RESERVATOacuteRIO
Coeficiente de runoff (CR) = 09
Volume do reservatoacuterio (msup3) = 120
Meses Chuva meacutedia mensal
Demanda mensal
Aacuterea de captaccedilatildeo
Volume de chuva
mensal
Volume do reservatoacuterio
fixado
Volume do reservatoacuterio
no tempo (t-1)
Volume do reservatoacuterio no tempo (t)
Overflow Suprimento de aacutegua externo
(mm) (msup3) (msup2) (msup3) (msup3) (msup3) (msup3) (msup3) (msup3)
Coluna 1 Coluna 2 Coluna 3 Coluna 4 Coluna 5 Coluna 6 Coluna 7 Coluna 8 Coluna 9 Coluna 10
Janeiro 19378 17732 13467 235 120 0 120 0 0
Fevereiro 9093 17732 13467 110 120 120 5268 0 0
Marccedilo 19098 17732 13467 231 120 5268 10636 0 0
Abril 2336 17732 13467 283 120 10636 120 9204 0
Maio 11833 17732 13467 143 120 120 8568 0 0
Junho 926 17732 13467 112 120 8568 2036 0 0
Julho 10332 17732 13467 125 120 2036 -3196 0 3196
Agosto 4905 17732 13467 59 120 0 -11832 0 11832
Setembro 9698 17732 13467 118 120 0 -5932 0 5932
Outubro 13605 17732 13467 165 120 0 -1232 0 1232
Novembro 15415 17732 13467 187 120 0 968 0 0
Dezembro 20893 17732 13467 253 120 968 8536 0 0
Total 16687 212784 2021 9204 22192
98
A demanda por agua natildeo potavel foi considerada identica para todos os meses
tendo em vista que nos meses de recesso natildeo haacute reduccedilatildeo na conta como pode ser
observado no apendice E pois satildeo realizadosdiversas atividades como lavagem de
reservatorios limpeza pesada e cursos de feacuterias
Quadro 14 - Descriccedilatildeo da planilha
Fonte O autor do presente trabalho 2017
Foi realizada analise de simulaccedilatildeo do reservatoacuterio com base na capacidade
encontrada atraveacutes do metodo praacutetico alematildeo 12000 m3 onde pode-se observar
overflow (transbordamento) de 9204 m3 para o mecircs de abril e necessidade de
suprimento de agua externo da concessionaria CEDAE para os meses julho a outubro
perfazendo um total 22192m3 Tendo em vista um uacutenico mecircs de transbordamento e
4 meses de necessidade de abastecimento externo verificou-se que o aumento do
reservatoacuterio para evitar o transbordamento poderia inviabilizar o projeto com o
aumento do custo de construccedilatildeo e o reservatorio ficaria ocioso tendo em vista a
precipitaccedilatildeo pluviometrica insuficiente para o atendimento pleno da demanda nos
meses de julho a outubro
A demanda por agua natildeo potavel foi considerada identica para todos os meses
tendo em vista que nos meses de recesso natildeo haacute reduccedilatildeo significativa no consumo
como pode ser observado no apecircndice E pois satildeo realizados lavagem de
reservatorios limpeza pesada e cursos de ferias
Coluna 1 = Meses
Coluna 2 = Intensidade pluviomeacutetrica mensal
Coluna 3 = Demanda mensal de aacutegua pluvial da edificaccedilatildeo
Coluna 4 = Aacuterea de captaccedilatildeo da edificaccedilatildeo
Coluna 5 = (Coluna 2) x (Coluna 4) x (Coeficiente de runoff) (100)
Coluna 6 = Corresponde ao volume definido para o reservatoacuterio
Coluna 7 = Se (Coluna 8 mecircs anterior) for menor que zero adotar zero
Se (Coluna 8 mecircs anterior) for maior ou igual a zero adotar o valor
Valor de janeiro igual a zero
Coluna 8 = Se (Coluna 5) + (Coluna 7) - (Colune 3) for maior que (Coluna 6) adotar o valor da (Coluna 6)
Se (Coluna 5) + (Coluna 7) - (Colune 3) for igual ou menor que (Coluna 6) adotar (Coluna 5) + (Coluna 7) - (Colune 3)
Valor de janeiro igual o volume do reservatoacuterio
Coluna 9 = Se (Coluna 5) + (Coluna 7) - (Coluna 3) for maior que (Coluna 6) adotar (Coluna 5) + (Coluna 7) - (Coluna3) - (Coluna 6)
Se (Coluna 5) + (Coluna 7) - (Coluna 3) for igual ou menor que (Coluna 6) adotar zero
Coluna 10 = Se (Coluna 7) + (Coluna 5) - (Coluna 3) for menor que zero adotar -((Coluna 7) + (Coluna 5) - (Coluna 3))
Se (Coluna 7) + (Coluna 5) - (Coluna 3) for igual ou maior que zero adotar zero
Descriccedilatildeo da planilha
99
Figura 18 - Localizaccedilatildeo do Reservatorio Inferior
A localizaccedilatildeo para construccedilatildeo do reservatoacuterio de aguas pluviais foi realizada
com base no menor nuacutemero de intervenccedilotildees uma vez que as caixas de inspeccedilotildees jaacute
se encontram instaladas e houve apenas a interceptaccedilatildeo para o reservatoacuterio e desvio
de interligaccedilatildeo a rede publica para recebimento do excedente e material dispensado
pelo filtro e ou sifatildeo ladratildeo
Figura 19 - Equipamentos necessaacuterios para instalaccedilatildeo em reservatoacuterio de aguas pluviais
Elaborado pelo autor deste trabalho com base equipamentos 3p tecnickacquasave
100
Equipamentos utilizados com suas funccedilotildees e caracteriacutesticas
Filtro FV 6 Filtro de aacutegua da chuva para aacutereas de captaccedilatildeo maiores Precisa
ser instalado dentro um poccedilo teacutecnico (Oslash 1200 mm) Graccedilas a seu sistema duplo de
limpeza (peneira grossa depois fina) ele possui uma significativa eficaacutecia em funccedilatildeo
da forte inclinaccedilatildeo do miolo filtrante a sujeira separada eacute continuamente encaminhada
para a galeria pluvial A saiacuteda para a galeria eacute conectada ao poccedilo teacutecnico
A sujeira cai no fundo do poccedilo e eacute carregada quando chove mais forte
Capacidade relativa de processamento conforme norma DIN 1986 de ateacute 2433 msup2
com uma precipitaccedilatildeo de 300 litros (seg x ha)Conexatildeo Entrada 2 x DN 250 Conexatildeo
p cisterna DN 200 Saiacuteda para a galeria DN 250 Desniacutevel da entrada para a saiacuteda da
aacutegua 320 mm Frequecircncia de manutenccedilatildeo conforme a incidecircncia de sujeira 2 a 4
vezes ao ano Trama da tela 0390 x 0980 mm Peacutes hastes roscadas com porcas de
accedilo inox medindo 250 mm Peso 395 kg
Conjunto mangueira boia 1rdquo por estar flutuando proporciona a captaccedilatildeo da
aacutegua no ponto do reservatoacuterio em que estaacute mais limpa evitando a captaccedilatildeo de
resiacuteduos decantados no fundo da cisterna ou em suspensatildeo na superfiacutecie da aacutegua
Possui uma segunda peneira em sua extremidade garantindo assim que nenhum
resiacuteduo existente possa ser sugado e enviado para o reservatoacuterio superior Diacircmetro
da boia 200 mm Comprimento 25 metros Conexatildeo 1 Peso 32 kg
Realimentador 1-12 - Industrial O realimentador tem por finalidade manter o
abastecimento de aacutegua do sistema pluvial quando natildeo houver aacutegua de chuva Uma
vaacutelvula solenoide unidirecional comandada por uma boia de niacutevel libera a entrada de
aacutegua da rede para que o sistema natildeo entre em colapso A boia de niacutevel deve ser
regulada de modo a liberar a entrada de aacutegua somente num niacutevel baixo da cisterna
natildeo interferindo no funcionamento regular do sistema de aacutegua de chuva ou seja sua
regulagem deve ser ajustada para funcionamento somente quando a caixa ou a
cisterna estiver em niacuteveis baixos quando a bomba que recalca a aacutegua de chuva natildeo
eacute mais acionada
Sifatildeo ladratildeo industrial 200 mm Sifatildeo com barreira contra odores e succcedilatildeo da
aacutegua na superfiacutecie sem invasatildeo de roedores que satildeo barrados pela chapa perfurada
de accedilo inox Para a qualidade constante da aacutegua eacute importante que a cisterna
transborde regularmente o sifatildeo ind DN 200 eacute conectado por um tubo plaacutestico de 200
101
mmconexatildeo 200 mmmaterial polietilenobarreira antirroedores accedilo inox dimensotildees
375 x 659 x 765 mm Peso 75 kg
Freio Drsquoaacutegua Industrial 200 mm O produto serve para frear e inverter o fluxo da
aacutegua que entra na cisterna Partiacuteculas finas de sujeira que ficaram retidas na aacutegua
lentamente descem para o fundo e uma camada de sedimentos se cria que exerce
uma influecircncia positiva sobre a aacutegua de chuva armazenada Cisternas com uma
camada de sedimentos apresentam uma aacutegua mais liacutempida
Clorador acquanova com funcionamento em circuito fechado com proteccedilatildeo
contra inundaccedilatildeo capacidade do corpo interno 320 pastilhas variando de 0640 kg
com vazatildeo de operaccedilatildeo lenta em rede de 05 a 3000 m3h
Conjunto de 02 bombas centrifugas monoestaacutegio BC 91- rotor fechado em
atendimento a altura manomeacutetrica total de 20 metros e vazatildeo de 53 m3h compatiacutevel
com o reservatoacuterio superior de 5000 litros
Tratamento quiacutemico mensal da agua pluvial
De acordo com orientaccedilatildeo da portaria do MS nordm 5182014 e a NBR 152227
recomenda que o cloro residual livre deva estar entre 05mgl e 30 mgl em qualquer
ponto do sistema de abastecimento neste estudo de caso foi previsto dosador de
cloro em pastilhas que apresenta consumo de 9 gramasm3 com estimativa de
consumo mensal de de 1742 gramasmecircs para a quantidade de agua a ser recalcada
de 8800 litros dia sendo os ajustes de vazatildeo a serem realizados atraveacutes da equipe
de manutenccedilatildeo de forma manual atraveacutes dos ajustes de registros que seratildeo
realizados em funccedilatildeo dos valores aferidos pelo kit de dosagem de cloro residual e
comparados a norma citada
Avaliaccedilatildeo do percentual de economia de agua potaacutevel nas atividades de
limpeza jardinagem bacias sanitaacuterias e mictoacuterios
Potencial de captaccedilatildeo de agua de chuva + potencial de produccedilatildeo de agua por
condensaccedilatildeo das unidades evaporadores- overflow= total de aguas utilizaveis em
usos menos nobres
202248m3 + 19200m3 - 9204 m3 = 212244 m3 total utilizavel
Demanda anual para uso natildeo potavel = 212784 m3
Percentual de economia de agua potavel = 9974
Os valores abaixo apresentam o custo por m3 do preccedilo cobrado pela
concessionaria CEDAE para o consumo de agua da rede publica
102
Custo de agua por faixa de consumo categoria publica
Consumo m3 valor
0 a 15 51036364
gt 15 11289924
Beneficio mensal com reduccedilatildeo de custo na conta de agua
A instituiccedilatildeo em estudo estaacute ligada agrave rede puacutebica de coleta de
esgoto portanto o custo de aacutegua tratada foi acrescido com o custo de
coleta de esgoto O custo de coleta de esgoto e idecircntico ao custo da agua
potaacutevel conforme pode ser observado no apecircndice F
total utilizavel ano12= 212234 m3 12 = 17686 m3
17686x 11289924 x 2= R$ 399347 mensal
Tabela 4 - Custos referentes agrave implantaccedilatildeo do sistema de aproveitamento de aacutegua pluviais
Equipamentos Quant Custo Vida Uacutetil
Reservatoacuterio Inferior 120000L Reservatoacuterio Superior 5000L Filtro Aquasave VF6 250mm Conjunto Flutuante de succcedilatildeo (Mangueira e boia) Realimentador 1 12rsquorsquo Sifatildeo ladratildeo 200mm Freio drsquoaacutegua 200mm Automaacuteticos superior e inferior Moto Bomba 1 cv Conexotildees pvc fios e disjuntores referente as instalaccedilotildees das bombas e prumadas de abastecimento (custo estimado 5) Clorador
01
01
Cj
02
02
Cj
01
R$ 7230535 R$ 179000 R$ 1414958 R$ 4800 R$ 198200 R$ 456324 R$ 99000
ge 50 anos 5 anos 10 anos 1 ano 2 anos 20 a 25 2 anos
Total R$ 9582817
Os custos de implantaccedilatildeo do sistema de aproveitamento de aacutegua pluvial para
posterior anaacutelise de viabilidade econocircmica Estes custos satildeo relativos aos gastos para
construccedilatildeo do reservatoacuterio inferior aquisiccedilatildeo de materiais equipamentos
Dentre os custos apresentados foi considerado somente matildeo de obra na
construccedilatildeo do reservatoacuterio inferior conforme pode ser observado na planilha
orccedilamentaria sinteacutetica na instalaccedilatildeo dos demais equipamentos e manutenccedilatildeo foi
103
considerada matildeo de obra da proacutepria da instituiccedilatildeo uma vez que a mesma conta com
equipe de manutenccedilatildeo hidraacuteulica e eleacutetrica bem como natildeo foi considerado custo de
energia eleacutetrica pois a altura de recalque e semelhante a da agua tratada
consequentemente natildeo implicando em acreacutescimos a conta de energia
Anaacutelise econocircmica
A anaacutelise econocircmica procura determinar as possibilidades de sucesso em
funccedilatildeo do tempo de retorno do investimento econocircmico e financeiro quanto maior o
payback maior o tempo necessaacuterio para que o investimento retorne e maiores os
riscos envolvidos
Tempo de retorno do investimento
Com base nos dados das estimativas de custos de implantaccedilatildeo foi possiacutevel
estimar o tempo de retorno do investimento inicial
Subtraindo a economia mensal acumulada resultante da implantaccedilatildeo do
sistema de aproveitamento de aacutegua da chuva dos custos de implantaccedilatildeo obteve-se
o balanccedilo financeiro mensal
De acordo com o balanccedilo financeiro em 24 meses corridos o total economizado
iraacute se equipara ao total investido utilizando do Payback Simples pode ser observado
para o Payback descontado um retorno em 28 meses considerando uma taxa mensal
de 1 que na atualidade eacute utilizada para remuneraccedilatildeo de fundos de renda fixa
104
Tabela 5 - Payback simples
Fonte Elaborado pelo Auto deste Trabalho 2017
Meses Investimento Fluxo de caixa Retorno Acumulado
0 9582817R$
1 399347R$ 41673 41673
2 399347R$ 41673 83346
3 399347R$ 41673 125020
4 399347R$ 41673 166693
5 399347R$ 41673 208366
6 399347R$ 41673 250039
7 399347R$ 41673 291713
8 399347R$ 41673 333386
9 399347R$ 41673 375059
10 399347R$ 41673 416732
11 399347R$ 41673 458406
12 399347R$ 41673 500079
13 399347R$ 41673 541752
14 399347R$ 41673 583425
15 399347R$ 41673 625099
16 399347R$ 41673 666772
17 399347R$ 41673 708445
18 399347R$ 41673 750118
19 399347R$ 41673 791791
20 399347R$ 41673 833465
21 399347R$ 41673 875138
22 399347R$ 41673 916811
23 399347R$ 41673 958484
24 399347R$ 41673 1000158
Payback Simples
105
Tabela 6 - Payback descontado
Fonte Elaborado pelo Auto deste Trabalho 2017
Tx Fundo Renda Fixa 1
Meses Investimento Fluxo de caixa VP VP VP ACUMULADO
0 9582817R$
1 399347R$ 395393R$ 41261 41261
2 399347R$ 391478R$ 40852 82113
3 399347R$ 387602R$ 40448 122560
4 399347R$ 383765R$ 40047 162608
5 399347R$ 379965R$ 39651 202258
6 399347R$ 376203R$ 39258 241516
7 399347R$ 372478R$ 38869 280386
8 399347R$ 368790R$ 38485 318870
9 399347R$ 365139R$ 38103 356974
10 399347R$ 361524R$ 37726 394700
11 399347R$ 357944R$ 37353 432053
12 399347R$ 354400R$ 36983 469036
13 399347R$ 350891R$ 36617 505652
14 399347R$ 347417R$ 36254 541906
15 399347R$ 343977R$ 35895 577802
16 399347R$ 340572R$ 35540 613341
17 399347R$ 337200R$ 35188 648529
18 399347R$ 333861R$ 34840 683369
19 399347R$ 330555R$ 34495 717864
20 399347R$ 327283R$ 34153 752017
21 399347R$ 324042R$ 33815 785832
22 399347R$ 320834R$ 33480 819312
23 399347R$ 317657R$ 33149 852460
24 399347R$ 314512R$ 32820 885281
25 399347R$ 311398R$ 32495 917776
26 399347R$ 308315R$ 32174 949950
27 399347R$ 305262R$ 31855 981805
28 399347R$ 302240R$ 31540 1013345
Payback Descontado
106
5 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
Na metodologia adotada conclui-se que a utilizaccedilatildeo de aguas pluviais para fins
natildeo potaacuteveis atraveacutes da captaccedilatildeo da cobertura do bloco E e de aguas residuais
provenientes de condensadores de aparelhos de ar condicionado gerou uma
economia mensal R$ 399347 mecircs (Trecircs mil novecentos e noventa e trecircs reais e
quarenta e sete centavos) de reduccedilatildeo na conta de aacutegua
Apoacutes a realizaccedilatildeo dos custos referentes a implantaccedilatildeo do sistema de
aproveitamento de aguas pluviais foi realizado o Payback Simples e descontado com
utilizaccedilatildeo da taxa de 1 am obtendo-se periacuteodo de retorno do investimento de 24
meses e 28 meses respectivamente periacuteodo relativamente curto e no desenvolvimento
do presente trabalho ficou comprovada a viabilidade teacutecnica e econocircmica
Foi verificado no desenvolvimento do presente projeto que as teacutecnicas para
aproveitamento de aguas pluviais podem ser associadas ao aproveitamento de aguas
cinzas e possiacuteveis de serem adotadas pela populaccedilatildeo de modo geral atraveacutes de
poliacuteticas puacuteblicas reduzindo-se os custos dos equipamentos necessaacuterios de forma a
incentivar o uso
A adoccedilatildeo de tecnologias de reaproveitamento ou reuso ao serem utilizadas em
instituiccedilotildees de ensino servem como exemplo de postura ambientalmente correta para
os problemas de ocupaccedilatildeo e impermeabilizaccedilatildeo desordenada do solo nos centros
urbanos aleacutem de estimular a educaccedilatildeo ambiental e os conceitos de sustentabilidade
criando multiplicadores das accedilotildees de conservaccedilatildeo do meio ambiente
A pesquisa bibliograacutefica na parte que trata do histoacuterico de reuso demonstrou
que o aproveitamento de aguas pluviais era utilizado por civilizaccedilotildees anteriores a
nossa era e que diversos paiacuteses do mundo na atualidade continuam a utilizar e
incentivar a populaccedilatildeo atraveacutes de poliacuteticas puacuteblicas
Dentre os custos referentes a implantaccedilatildeo do SAAP pode ser observado que o
reservatoacuterio inferior apresenta maior investimento cabendo ao projetista avaliar
atraveacutes de anaacutelise de simulaccedilatildeo o volume de transbordamento e volume de
suprimento externo de agua de forma a otimizar a utilizaccedilatildeo da precipitaccedilatildeo
pluviomeacutetrica da regiatildeo sem contudo inviabilizar o projeto financeiramente atraveacutes
do superdimensionamento do reservatoacuterio
Finalmente em caso de utilizaccedilatildeo do SAAP como alternativa a rede de
abastecimento da concessionaria cabe ao gestor a orientaccedilatildeo aos usuaacuterios bem
107
como a identificaccedilatildeo das tubulaccedilotildees e pontos de uso por meio de pintura na cor roxa
das tubulaccedilotildees e placas indicativas nos pontos de uso
51 Propostas para trabalhos futuros
Apoacutes a conclusatildeo do presente trabalho seguem as sugestotildees para trabalhos
futuros abaixo relacionados
Realizar estudos referentes aos diversos meacutetodos de dimensionamento de
reservatoacuterio citados segundo a Norma Brasileira NBR 155272007ABNT e avaliar o
meacutetodo que apresenta melhor desempenho em funccedilatildeo do iacutendice de precipitaccedilatildeo do
Estado do Rio de Janeiro
Elaborar estudos para avaliar o potencial de captaccedilatildeo de aguas residuais que
satildeo produzidas pelas unidades evaporadoras de ar condicionado com ensaios em
todas as estaccedilotildees do ano de forma a verificar a variaccedilatildeo de produccedilatildeo de condensaccedilatildeo
em diversas condiccedilotildees climaacuteticas externas
Produzir estudos de aproveitamento de aacuteguas pluviais verificando todas as
coberturas existentes na instituiccedilatildeo e utilizaccedilatildeo de aacuteguas cinzas
Realizar analise da qualidade da aacutegua pluvial e estudo de possiacuteveis
tratamentos para utilizaccedilatildeo como agua potaacutevel com verificaccedilatildeo de viabilidade
financeira
108
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121
APEcircNDICE A
Questionaacuterio 1
Prezados
O presente questionaacuterio faz parte de pesquisa de dissertaccedilatildeo de Mestrado e tem como
objetivo avaliar a demanda de aacutegua potaacutevel possiacutevel de ser substituiacuteda por aacutegua de chuva
Sua participaccedilatildeo eacute fundamental para o desenvolvimento da pesquisa
Obrigado pela sua participaccedilatildeo
Mario dos Santos Soares
Estudo de consumo de aacutegua CEFET- Maracanatilde Bloco E
( ) Alunos ( ) Servidores ( ) Professores ( ) Teacutecnico Administrativo
Gecircnero ( ) Masculino ( ) Feminino
1) Nuacutemero de vezes diariamente em meacutedia que vocecirc utiliza a descarga do vaso sanitaacuterio
( ) zero ( ) 1 vez ( ) 2 vezes ( ) 3 vezes ( ) 4 vezes ( ) 5 vezes
( ) 6 vezes ( ) 7 vezes ( ) 8 vezes
2) Estime um tempo em segundos de cada vez que vocecirc pressiona a descarga sanitaacuteria
( ) zero ( ) 1 seg ( ) 2 seg ( ) 3 seg ( ) 4 seg ( ) 5 seg ( ) 6 seg
( ) 7 seg ( ) 8 seg ( ) 9 seg ( ) 10 seg ( ) 11 seg ( ) 12 seg
3) Nuacutemero em vezes diariamente em meacutedia que vocecirc utiliza o mictoacuterio
( ) zero ( ) 1 vez ( ) 2 vezes ( ) 3 vezes ( ) 4 vezes ( ) 5 vezes
( ) 6 vezes ( ) 7 vezes ( ) 8 vezes
4) Estime um tempo em segundos que vocecirc pressiona a descarga dos mictoacuterios
( ) zero ( ) 1 seg ( ) 2 seg ( ) 3 seg ( ) 4 seg ( ) 5 seg ( ) 6 seg
( ) 7 seg ( ) 8 seg ( ) 9 seg ( ) 10 seg ( ) 11 seg
122
APEcircNDICE B
Questionaacuterio 2
Prezados
O presente questionaacuterio faz parte de pesquisa de dissertaccedilatildeo de Mestrado e tem como
objetivo avaliar a demanda de aacutegua potaacutevel possiacutevel de ser substituiacuteda por aacutegua de chuva
Sua participaccedilatildeo eacute fundamental para o desenvolvimento da pesquisa
Obrigado pela sua participaccedilatildeo
Mario dos Santos Soares
Estudo de consumo de aacutegua CEFET- Maracanatilde Bl E
Encarregado de limpeza Interna
1) Nuacutemero de vezes por semana que as circulaccedilotildees e escadas dos pavimentos satildeo
lavados
( ) 1 vez ( ) 2 vezes ( ) 3 vezes ( ) 4 vezes ( ) 5 vezes
2) Nuacutemero de vezes por semana que o paacutetio do teacuterreo eacute lavado
( ) 1 vez ( ) 2 vezes ( ) 3 vezes ( ) 4 vezes ( ) 5 vezes
3) Tempo de duraccedilatildeo que a torneira fica aberta
( ) 15 minutos ( ) 30 minutos ( ) 45 minutos ( ) 60 minutos
4) Nuacutemero de baldes (considerar balde com capacidade de 10 Lt) necessaacuterios a limpeza
das circulaccedilotildees por pavimento utilizando apenas pano molhado
( ) 1 ( ) 2 ( ) 3 ( ) 4 ( ) 5 ( ) 6 ( ) 7 ( ) 8 ( ) 9
5) Nuacutemero de vezes por semana que eacute passado pano molhado nas circulaccedilotildees dos
pavimentos
( ) 1 ( ) 2 ( ) 3 ( ) 4 ( ) 5 ( ) 6 ( ) 7 ( ) 8 ( ) 9
123
APEcircNDICE C
Questionaacuterio 3
Prezados
O presente questionaacuterio faz parte de pesquisa de dissertaccedilatildeo de Mestrado e tem como
objetivo avaliar a demanda de aacutegua potaacutevel possiacutevel de ser substituiacuteda por aacutegua de chuva
Sua participaccedilatildeo eacute fundamental para o desenvolvimento da pesquisa
Obrigado pela sua participaccedilatildeo
Mario dos Santos Soares
Estudo de consumo de aacutegua CEFET- Maracanatilde Bl E e Academia
Encarregado de limpeza Externa
1) Nuacutemero de vezes por mecircs que as vidraccedilas satildeo lavadas
( ) 1 vez ( ) 2 vezes ( ) 3 vezes ( ) 4 vezes ( ) 5 vezes
2) Nuacutemero de vezes por semana que eacute realizada a rega do jardim
( ) 1 vez ( ) 2 vezes ( ) 3 vezes ( ) 4 vezes ( ) 5 vezes ( ) 6 vezes
3) Tempo estimado da utilizaccedilatildeo da torneira para rega do jardim
( ) 15 minutos ( ) 30 minutos ( ) 45 minutos ( ) 60 minutos
( ) 75 minutos
124
APEcircNDICE D
125
126
127
128
APEcircNDICE E
Consumo de agua potaacutevel
CONSUMO 2014 A 2016
Mecircs
2014 2015 2016
Meacutedia Total
Vol Faturado
(msup3)
nordm dias
m3dia Vol
faturado (msup3)
nordm dias
m3dia Vol
Faturado (msup3)
nordm dias
m3dia
JAN 173100 29 5969 168000 30 5600 234100 32 7316 6295
FEV 182300 30 6077 181600 2900 6262 192900 34 5674 6004
MAR 131600 29 4538 212000 3100 6839 305500 28 10911 7429
ABR 221100 34 6503 264600 2900 9124 323100 29 11141 8923
MAI 196400 31 6335 253100 3300 7670 251800 31 8123 7376
JUN 168900 34 4968 210900 2800 7532 242200 29 8352 6951
JUL 200100 30 6670 213000 3400 6265 188700 28 6739 6558
AGO 190700 31 6152 220100 2800 7861 223100 29 7693 7235
SET 254300 28 9082 183200 3300 5552 178300 33 5403 6679
OUT 226700 31 7313 322500 2800 11518 197200 29 6800 8544
NOV 250600 32 7831 242200 2900 8352 254700 31 8216 8133
DEZ 284300 30 9477 286600 3100 9245 290400 31 9368 9363
Fonte contas CEDAE
129
APEcircNDICE F
7
ABSTRACT The utilization of rainwater and the reuse of wastewater demonstrate that minimizing the costs of users with water supply is achieved and still generates added value to the projects that choose to meet sustainability requirements This attitude has led to an increase in the implementation of water reuse systems in large urban centers The expected economic result in the adoption of water reuse and rainwater utilization systems is influenced by the type of application that is in what environment this measure will be adopted and what additional care will be required in the design of the projects The research shows that the largest investment for the installation of the rainwater harvesting system is related to the reservoir to be implanted and to the installation process which needs to be analyzed from its design and construction to meeting the technical standards and environmental issues This dissertation contemplates the development of a methodological proposal for the study of the feasibility of the use of rainwater and wastewater coming from evaporators of air conditioners for non-potable use The methodology developed was applied for validation in an educational institution located in the city of Rio de Janeiro In the methodology used were quantified the demands of use for sanitary basins urinals cleaning and gardening The potential of rainwater harvesting was estimated by covering a building evaluating and designing the lower and upper reservoirs in accordance with ABNT NBR 15527 The application made it possible to verify that through data collection necessary equipment and the costs for the implantation of the system of use of rainwater that waved for an investment in the order of R $ 9582817 (Ninety-five thousand eight hundred and twenty-eight reais and seventeen cents) The payback period was 24 (twenty-four) months for a simple payback and 28 (twenty-eight) months for a discounted payback using a 1 (one percent) rate which time of return of the short investment proving the economic viability of the implementation of the system suggested by this research Key words Rainwater Reservoir Reuse Cost Sustainability
8
LISTA DE SIGLAS
ABES ndash Associaccedilatildeo Brasileira de Engenharia sanitaacuteria e Ambiental
ABNT ndash Associaccedilatildeo Brasileira de Normas Teacutecnicas
ASA (Articulaccedilatildeo do Semiaacuterido Brasileiro)
ANA ndash Agecircncia Nacional de Aacuteguas
ABNT ndash Associaccedilatildeo Brasileira de Normas Teacutecnicas
BTUs - (British termal Units- Unidade Teacutermica Britacircnica)
CEDAE - Companhia Estadual de Aguas e Esgotos
CEFET RJ- Centro Federal de Educaccedilatildeo Tecnoloacutegica Celso Suckow da Fonseca
CNRH - Conselho Nacional de Recursos Hiacutedricos
CONFEA ndash Conselho Federal de Engenharia e Agronomia
EEE ndash Estaccedilatildeo Elevatoacuteria de Esgotos
EIA ndash Estudo de Impacto ambiental
EPA ndash Enviromental Protection Agency
ETA ndash Estaccedilatildeo de Tratamento de Aacutegua
ETE ndash Estaccedilatildeo de Tratamento de Esgotos
FIESP - Federaccedilatildeo das Industrias do Estado de Satildeo Paulo
IBGE - Instituto Brasileiro de geografia e Estatiacutestica
LDB - Lei de Diretrizes e Bases da Educaccedilatildeo Nacional
NBR ndash Norma Brasileira
RIMA ndash Relatoacuterio de Impacto Ambiental
PCA ndash Programa de Conservaccedilatildeo de Aacutegua
PNCDA ndash Programa Nacional de Combate ao Desperdiacutecio de Aacutegua
PNRH - Poliacutetica Nacional de Recursos Hiacutedricos
PURA ndash Programa de Uso Racional da Aacutegua
PDI - Plano de Desenvolvimento Institucional ()
SABESP ndash Companhia de Saneamento Baacutesico do Estado de Satildeo Paulo
SAAP - Sistema de Aproveitamento de Aguas Pluviais
UNESCO ndash Organizaccedilatildeo das Naccedilotildees Unidas para Educaccedilatildeo Ciecircncia e Cultura
9
ONU ndash Organizaccedilatildeo das Naccedilotildees Unidas
LEED - Leadership in Energy and Environmental
USGBC - US Green building Council
BNDES - Banco Nacional de Desenvolvimento Econocircmico e Social
SINAPI ndash Sistema Nacional de Pesquisa de Custos e Iacutendices da Construccedilatildeo Civil
CEF ndash Caixa Econocircmica Federal
10
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 - Estrutura do Conteuacutedo da Dissertaccedilatildeo 24
Figura 2 - Consumo Mensal de Aacutegua - 2014 26
Figura 3 - Sistemas de aproveitamento de aacuteguas pluviais 38
Figura 4 - Reservatoacuterios 39
Figura 5 - Reservatoacuterios 39
Figura 6 - Esquema de cisterna implementada na zona rural 41
Figura 7 - Projeto experimental para casas populares voltado para captaccedilatildeo de aacutegua da chuva 41
Figura 8 - Formas potenciais de reuso da aacutegua 46
Figura 9 - Processo de captaccedilatildeo da aacutegua da chuva 51
Figura 10 -Certificaccedilatildeo em estaacutedios de futebol itens avaliados no canteiro de obra 65
Figura 11 - Poccedilos de infiltraccedilatildeo 67
Figura 12 - Hidrocircmetro referente ao nuacutemero 485 com vazatildeo de 03 - 15 m3hora 70
Figura 13 - Fachada Principal do CEFET- RJ 70
Figura 14 - ensaio equipamento 24000 BTUs 80
Figura 15 - Interligaccedilatildeo de tubulaccedilatildeo de drenagem de condensadores a rede AP 83
Figura 16 -Planta de cobertura do Bloco E 84
Figura 17 - Planta baixa 95
Figura 18 - Localizaccedilatildeo do Reservatorio Inferior 99
Figura 19 - Equipamentos necessaacuterios para instalaccedilatildeo em reservatoacuterio de aguas pluviais 99
11
GRAacuteFICOS
Graacutefico 1- Frequecircncia de uso diaacuterio da bacia sanitaacuteria 90
Graacutefico 2 - Tempo em segundos da descarga da bacia 91
Graacutefico 3 - Frequecircncia de uso diaacuterio do mictoacuterio 92
Graacutefico 4 - Tempo em segundos da descarga do mictoacuterio 93
12
LISTA DE QUADROS
Quadro 1 - Projeccedilatildeo da populaccedilatildeo nos Municiacutepios do Estado do Rio de Janeiro 35
Quadro 2 - Evoluccedilatildeo prevista da demanda de aacutegua em msup3s para a Regiatildeo Metropolitana do Rio de Janeiro 36
Quadro 3 - Frequecircncia de manutenccedilatildeo 52
Quadro 4- Fluxo do processo 62
Quadro 5 - Ensaio de captaccedilatildeo em ambiente da biblioteca 81
Quadro 6 -Ensaio de captaccedilatildeo em ambiente da sala de professores 82
Quadro 7 - Somatoacuterio das capacidades dos equipamentos instalados por pavimento 82
Quadro 8 - Quadro da aacuterea de cobertura do Bloco E 84
Quadro 9 - Iacutendice do coeficiente de Runoff 85
Quadro 10 - Captaccedilatildeo de aacutegua 87
Quadro 11 - Populaccedilao 88
Quadro 12 - Planilha orccedilamentaacuteria 95
Quadro 13 - Anaacutelise de simulaccedilatildeo do reservatoacuterio 97
Quadro 14 - Descriccedilatildeo da planilha 98
13
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 - Paracircmetros de qualidade de aacuteguas pluviais para usos restritivos natildeo potaacuteveis 52
Tabela 2 - Padrotildees microbioloacutegicos para aacuteguas destinadas agrave recreaccedilatildeo de contato primaacuterio 55
Tabela 3- Tabela de Precipitaccedilatildeo Pluviomeacutetrica 85
Tabela 4 - Custos referentes agrave implantaccedilatildeo do sistema de aproveitamento de aacutegua pluviais 102
Tabela 5 - Payback simples 104
Tabela 6 - Payback descontado 105
14
SUMAacuteRIO
1 ndash INTRODUCcedilAtildeO 16
11 - CONSIDERACcedilOtildeES INICIAIS 16
12 - QUESTAtildeO PROBLEMA 21
13 ndash QUESTOtildeES DA PESQUISA 21
14 - OBJETIVO GERAL 22
15 - OBJETIVOS ESPECIacuteFICOS 22
16 ndash ESTRUTURA METODOLOacuteGICA 22
17 ndash DELIMITACcedilAtildeO DA PESQUISA 25
18 ndash JUSTIFICATIVA DA PESQUISA 25
19 ndash ORGANIZACcedilAtildeO DO ESTUDO 27
2 - BASE CONCEITUAL E REVISAtildeO DA LITERATURA 28
21 A SUSTENTABILIDADE E AS QUESTOtildeES QUANTO A CONSERVACcedilAtildeO
REAPROVEITAMENTO E REDUCcedilAtildeO DO CONSUMO DE AacuteGUAS PLUVIAIS 28
211 EXEMPLOS RECENTES DE ATITUDE SUSTENTAacuteVEIS ADOTADAS NO BRASIL 29
212 MEDIDAS SUSTENTAacuteVEIS PARA CONSERVACcedilAtildeO REAPROVEITAMENTO DE AacuteGUA E REDUCcedilAtildeO DO
CONSUMO DE AacuteGUAS PLUVIAIS 30
22 HISTOacuteRICO DO REUSO DE AacuteGUAS 37
221 ASPECTOS HISTOacuteRICOS DA CAPTACcedilAtildeO DAS AacuteGUAS PLUVIAIS NO BRASIL 40
23 UTILIZACcedilOtildeES DA AacuteGUA COLETADA E O SEU CONSUMO 42
24 O REUSO DE AacuteGUAS 43
241- AacuteGUAS RESIDUAacuteRIAS 43
242 AacuteGUAS CINZENTAS 46
25 FORMAS DE REUSO DE AacuteGUAS 47
251 REUSO URBANO 47
252 REUSO INDUSTRIAL 48
253 REUSO AGRIacuteCOLA 48
254 REUSO NO MEIO AMBIENTE 48
26 A PRAacuteTICA DE RECARGA DE AQUIacuteFEROS 48
27 O ARMAZENAMENTO DE AGUAacuteS 49
28 LEGISLACcedilAtildeO SOBRE O USO DE AacuteGUAS 56
3 - METODOLOGIA 62
31 ESTRATEacuteGIA DA PESQUISA 63
32 UNIDADE DE ANAacuteLISE 68
33 JUSTIFICATIVA DA ESTRATEacuteGIA DE PESQUISA 68
34 PESQUISA EXPLORATOacuteRIA 68
35 LEVANTAMENTO 69
15
36 OBJETO DE ESTUDO 70
361 APARELHOS EXISTENTES 71
37 ENTREVISTAS COM OS USUAacuteRIOS 71
38 ESTIMATIVA DO CONSUMO DE AacuteGUA 72
381 O CAacuteLCULO DE CONSUMO MEacuteDIO DIAacuteRIO DE AacuteGUA PER CAPITA POR APARELHOS 72
O CAacuteLCULO FOI REALIZADO COM BASE NO SOMATOacuteRIO DA MULTIPLICACcedilAtildeO DA FREQUEcircNCIA E TEMPO DE USO
OBTIDO NAS ENTREVISTAS E VAZAtildeO DO APARELHO DIVIDIDO PELO NUacuteMERO DE PESSOAS ENTREVISTADAS
72
382 ESTIMATIVA DO CONSUMO DE AacuteGUA EM ATIVIDADES DE LIMPEZA E JARDINAGEM 73
383 AVALIACcedilAtildeO DO POTENCIAL DE ECONOMIA DE AacuteGUA POTAacuteVEL 73
384 PERCENTUAL DE AacuteGUA POTAacuteVEL QUE PODERIA SER SUBSTITUIacuteDO POR AacuteGUA PLUVIAL 73
39 RESERVATOacuteRIOS DE AacuteGUA PLUVIAL 74
310 ANAacuteLISE ECONOcircMICA 74
4 APLICACcedilAtildeO E VALIDACcedilAtildeO DA METODOLOGIA PROPOSTA 75
41 HISTOacuteRICO DO CEFET-RJ 75
411 DEFINICcedilAtildeO DE INSTITUICcedilOtildeES DE ENSINO SUPERIOR 75
412 - PLANO DE DESENVOLVIMENTO INSTITUCIONAL (PDI) 76
413 - O PDI DO CEFETRJ 78
414 - FILOSOFIA MISSAtildeO E OBJETIVOS INSTITUCIONAIS 78
42 SOBRE O POTENCIAL DE CAPTACcedilAtildeO DE AGUAS DE RESIDUAIS 80
43 ANAacuteLISE DOS RESULTADOS DAS ENTREVISTAS REALIZADAS 88
5 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS 106
51 PROPOSTAS PARA TRABALHOS FUTUROS 107
REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAFICAS 108
16
1 ndash INTRODUCcedilAtildeO
11 - Consideraccedilotildees Iniciais
A aacutegua jaacute foi considerada um recurso infinito mas atualmente a sua
disponibilidade eacute um dos grandes problemas do nosso planeta decorrente de
inuacutemeros fatores tais como o aquecimento global as alteraccedilotildees climaacuteticas o
crescimento populacional acentuado o consumo cada vez maior dos recursos
hiacutedricos o mau uso desta fonte de energia e sobretudo a falta de poliacuteticas puacuteblicas
que estimulem o uso sustentaacutevel da aacutegua
Neste contexto segundo Kibert (2008) a adoccedilatildeo de medidas ecologicamente
corretas eacute fundamental tais como teacutecnicas de conservaccedilatildeo controle do desperdiacutecio
reaproveitamento da aacutegua de chuva reciclagem de aacutegua e recuperaccedilatildeo dos solos
Diante da possibilidade de racionamento ou ateacute mesmo escassez da aacutegua doce
no mundo eacute necessaacuterio que a sociedade e as poliacuteticas puacuteblicas busquem novas
tecnologias e alternativas sustentaacuteveis para a reduccedilatildeo do consumo
Diniz (2013) afirma que vaacuterios paiacuteses encaram hoje o problema de escassez
da aacutegua em consequecircncia do crescimento desordenado da poluiccedilatildeo dos recursos
hiacutedricos do aumento populacional e industrial que geram um aumento na demanda
pela aacutegua provocando o esgotamento deste recurso
Inobstante a urbanizaccedilatildeo das cidades e as tecnologias de abastecimento
puacuteblico de aacutegua contribuiacuteram para a desativaccedilatildeo dos sistemas de aproveitamento da
aacutegua de chuva Entretanto atualmente no contexto do paradigma da conservaccedilatildeo da
aacutegua as praacuteticas de aproveitamento da aacutegua de chuva estatildeo sendo incorporadas aos
sistemas de gestatildeo urbana dos recursos hiacutedricos de diversos paiacuteses Portanto natildeo
se trata de inserir um novo conceito de gestatildeo de recursos hiacutedricos apenas resgatar
os fundamentos deste e adaptaacute-lo agrave realidade atual (ALADENOLA ADEBOYE 2009)
A UNESCO emitiu no ano de 2005 a resoluccedilatildeo Ares58217 proclamando o
periacuteodo de 2005 a 2015 como sendo a Deacutecada Internacional para Accedilatildeo ldquoAacutegua Fonte
de vidardquo iniciando-se o dia mundial da aacutegua no dia 22 de Marccedilo de
2005(UNESCO2013d) A iniciativa teve como objetivo de alerta para a importacircncia
de melhor administrar as fontes de aacutegua em funccedilatildeo do aumento de consumo ou pelo
uso desequilibrado deste recurso indispensaacutevel agrave vida humana Com perspectivas
preocupantes a ONU apresenta a estimativa que se natildeo houver alteraccedilotildees nas
17
poliacuteticas em relaccedilatildeo aos recursos hiacutedricos 18 bilhatildeo de pessoas estaratildeo vivendo em
zonas de secas e dois terccedilos da humanidade estaratildeo sujeitos a alguma restriccedilatildeo no
acesso agrave aacutegua em 2025
Haacute diversos pontos no mundo em que a falta de aacutegua tem sido o principal motivo de ecircxodo de populaccedilotildees tal como acontece no Nordeste brasileiro Em termos globais o risco de crise hiacutedrica acontece pelo crescimento demograacutefico mudanccedilas climaacuteticas desperdiacutecio e contaminaccedilatildeo das fontes Afetando natildeo soacute a sauacutede humana mas o desenvolvimento soacutecio econocircmico das populaccedilotildees e o rumo das relaccedilotildees entre paiacuteses (UNESCO2013d)
Nesse caso Fawell amp Miller (1992) afirmam que a provisatildeo de uma aacutegua
potaacutevel ldquosegurardquo e ldquoesteticamente aceitaacutevelrdquo eacute assegurada em muitos paiacuteses por uma
seacuterie de padrotildees obrigatoacuterios ou largamente advertidos (domiacutenio puacuteblico)
Se na atualidade os paiacuteses continuam concentrados na prospecccedilatildeo e busca de
novas tecnologias para auto-suficiecircncia em petroacuteleo natildeo estaraacute longe o dia em que a
aacutegua seraacute reconhecida como o bem mais precioso a vida do ser humano
Segundo Craig e Dale (2008) a definiccedilatildeo mais adotada e mais citada da
sustentabilidade foi feita no Relatoacuterio de Brundland que definiu o conceito de
sustentabilidade da seguinte forma ldquoaquele que satisfaz as necessidades do presente
sem comprometer a capacidade das futuras geraccedilotildees satisfazerem suas proacuteprias
necessidadesrdquo (BRUNDTLAND 1988 p 46)
O uso da aacutegua com consciecircncia eacute a soluccedilatildeo mais sustentaacutevel para o
enfrentamento da crise a que tem sido observada em diversos estados do paiacutes O
aproveitamento de aacutegua de chuva e reuso natildeo eacute um conceito novo mas com o
aumento da demanda tornou-se um tema atual e de suma importacircncia que eacute praticado
ao longo dos anos em diversos paiacuteses devendo ser uma atividade mais abrangente
que eacute o uso racional englobando a reduccedilatildeo de perdas e desperdiacutecios e a minimizaccedilatildeo
da produccedilatildeo de efluentes e do consumo de aacutegua potaacutevel
A utilizaccedilatildeo da aacutegua da chuva aleacutem de trazer o benefiacutecio da conservaccedilatildeo da
aacutegua e reduzir a dependecircncia excessiva das fontes superficiais de abastecimento
reduz o escoamento superficial minimizando os problemas com enchentes buscando
garantir a sustentabilidade urbana que segundo Dixon Butler e Fewkes (1999) soacute
seraacute possiacutevel atraveacutes da mobilizaccedilatildeo da sociedade em busca do uso apropriado e
eficiente da aacutegua
18
Segundo Petry e Boeriu (2000) nos uacuteltimos anos tem-se observado o
desenvolvimento de novas tecnologias referentes ao manejo de recursos hiacutedricos
Com isso observa-se novas expansotildees no uso de teacutecnicas de aproveitamento de
aacutegua de chuva tanto em regiotildees onde jaacute eram utilizadas como em locais onde eram
desconhecidas
Para Dixon et al(1999) a existecircncia da sociedade e de sua malha urbana no
futuro estaacute condicionada ao uso adequado da aacutegua considerando o seu reuacuteso e
aproveitamento da aacutegua pluvial em todo o ciclo desde a captaccedilatildeo passando pelo
tratamento e armazenagem
Veloso e Mendes (2014) afirmam que a maioria das experiecircncias brasileiras
de aproveitamento de aacutegua de chuva se concentra na regiatildeo do semiaacuterido brasileiro
promovida pela ASA (Articulaccedilatildeo do Semiaacuterido Brasileiro) que eacute formada por mil
organizaccedilotildees da sociedade civil que atua na gestatildeo e no desenvolvimento de poliacuteticas
de convivecircncia com a regiatildeo semiaacuterida
Esta iniciativa contribui para equacionar os graves problemas de escassez de
aacutegua que a populaccedilatildeo e refeacutem Nesse sentido destaca-se o Programa Um Milhatildeo de
Cisternas (P1MC) uma das accedilotildees de mobilizaccedilatildeo promovidas pela ASA que objetiva
possibilitar ao nordestino o acesso a aacutegua potaacutevel por meio da construccedilatildeo de
cisternas de placas Desde 2003 aproximadamente 499387 mil foram construiacutedas
beneficiando mais de 2 milhotildees de pessoas (ASA 2015)
Segundo Gould and Nissen-Petersen (1990) A colheita de aacuteguas pluviais eacute uma
teacutecnica antiga que possui um renome na popularidade devido agrave qualidade inerente da
aacutegua da chuva e ao interesse em reduzir o consumo de aacutegua tratada A aacutegua da chuva
eacute valorizada por sua pureza e suavidade Tem um pH quase neutro e estaacute livre de
subprodutos de desinfecccedilatildeo sais minerais e outros contaminantes naturais e
artificiais As plantas prosperam sob irrigaccedilatildeo com aacutegua de chuva armazenada Os
aparelhos duram mais quando satildeo livres dos efeitos corrosivos ou em escala de aacutegua
dura
Os usuaacuterios com sistemas potaacuteveis preferem o gosto superior e as
propriedades de limpeza da aacutegua da chuva Evidecircncias arqueoloacutegicas atestam a
captura da aacutegua da chuva haacute mais de 4000 anos e o conceito de colheita de aacutegua da
chuva na China pode chegar a mais de 6000 anos Ruiacutenas de cisternas construiacutedas
jaacute em 2000 aC para armazenar o escoamento das encostas para fins agriacutecolas e
domeacutesticos ainda estatildeo em Israel
19
A reutilizaccedilatildeo ou reuso de aacutegua ou ainda em outra forma de expressatildeo o uso
de aacuteguas residuaacuterias natildeo eacute um conceito novo e tem sido praticado em todo o mundo
haacute muitos anos Haacute relatos de sua praacutetica na Greacutecia Antiga com a disposiccedilatildeo de
esgotos e sua utilizaccedilatildeo na irrigaccedilatildeo Contudo a demanda crescente por aacutegua tem
feito do reuso planejado da aacutegua um tema atual e de grande importacircncia (SANTOS
1993)
O elevado desenvolvimento demograacutefico associado agraves transformaccedilotildees
econocircmicas reflete-se notavelmente no uso dos recursos hiacutedricos principalmente no
que se refere agrave qualidade e quantidade das aacuteguas superficiais e subterracircneas
(RAMOS 2000)
O uso de fontes alternativas e de estrateacutegias de uso racional de aacutegua em
edificaccedilotildees eacute uma forma de amenizar os problemas de disponibilidade de aacutegua
potaacutevel e diminuir a sua demanda
Dentre estas estrateacutegias pode-se citar o aproveitamento de aacutegua pluvial o
reuso de aacuteguas cinzas (ABNT NBR 155272007) O aproveitamento de aacutegua pluvial eacute
uma praacutetica milenar empregada no mundo todo Essa teacutecnica tem se difundido e se
consolidado como uma forma de mitigar os diversos problemas ambientais causados
pelo aumento da demanda de aacutegua pela falta de medidas de controle da poluiccedilatildeo e
de gestatildeo ambiental em aacutereas urbanas e rurais (BARROS 2000)
O reaproveitamento eficiente da aacutegua da chuva natildeo tem misteacuterios mas satildeo
necessaacuterios alguns pequenos cuidados que tornam os sistemas mais seguros e de
faacutecil manutenccedilatildeo (AQUASTOCK 2008)
De acordo com Diniz (2013) as teacutecnicas para operar um sistema de utilizaccedilatildeo
das aacuteguas pluviais seguem as seguintes etapas
Coletar aacuteguas pluviais atraveacutes de calhas em telhados coberturas
Armazenar essa aacutegua em reservatoacuterios cisternas
Abastecer o local onde seratildeo utilizadas as aacuteguas pluviais
Eliminar as primeiras aacuteguas de chuva preservando a qualidade dessa aacutegua
20
Relevacircncia da Pesquisa
O foco dos sistemas de captaccedilatildeo de aacutegua da chuva estatildeo mais atrelados aos
problemas que o meio ambiente enfrenta de forma global ou seja estatildeo voltados para
o coletivo e natildeo individualmente Embora se pense em sistemas que sejam
desenvolvidos para a preservaccedilatildeo da aacutegua doce e da aacutegua da chuva para que natildeo
sejam desperdiccediladas eacute preciso tambeacutem pensar no investimento econocircmico de longo
prazo ou seja a economia na conta da aacutegua que seria uma forma de se pensar
tambeacutem individualmente
A relevacircncia deste trabalho aponta para os resultados levados agrave
sustentabilidade utilizando o aproveitamento de aacuteguas pluviais e de aacuteguas residuais
de evaporadoras de aparelhos de ar condicionado para fins natildeo potaacuteveis
Justificativa da Pesquisa
O sucesso das accedilotildees que devem conduzir ao reuso de aacutegua dependeraacute em
grande parte da influecircncia da comunidade do CEFET-RJ do comportamento das
pessoas e de suas decisotildees individuais Mesmo considerando que existe certo
interesse pelas questotildees ambientais haacute que se reconhecer a falta de informaccedilatildeo e
conhecimento dos problemas ambientais
Logo a educaccedilatildeo ambiental que tenha por objetivo informar e sensibilizar as
pessoas sobre os problemas (e possiacuteveis soluccedilotildees) existentes em sua comunidade
buscando transformar estas pessoas em indiviacuteduos que participem das decisotildees
sobre seus futuros exercendo desse modo o direito aacute cidadania tornando-se
instrumento indispensaacutevel ao processo
O CEFET-RJ possui duas entradas de abastecimento de aacutegua com
fornecimento atraveacutes da CEDAE perfazendo um consumo anual na ordem de
294039 m3 que abastecem blocos independentes atraveacutes de 02 castelos drsquoaacutegua com
alimentaccedilatildeo dos blocos por gravidade Tendo em vista o grande nuacutemero de blocos
com aacuterea construiacuteda de 3927050 m2 e grande aacutereas de paacutetios jardins e quadras
esportivas tendo alto consumo de aacutegua para limpeza
Estaacute sendo pesquisada a viabilidade do aproveitamento das aacuteguas pluviais
coletadas atraveacutes dos telhados de uma edificaccedilotildees bem como a aacutegua residual
proveniente dos evaporadores de unidades condensadoras e aparelhos de ar
condicionado de janela no campus do Maracanatilde em funccedilatildeo do grande nuacutemero de
ambientes com refrigeraccedilatildeo com a finalidade de reuso em aacutereas e atividades menos
nobres como lavagem de paacutetios quadras poliesportivas uso em bacias sanitaacuterias
21
irrigaccedilatildeo de jardins que com adoccedilatildeo destas medidas obter-se-aacute reduccedilatildeo do consumo
de aacutegua potaacutevel tratada fornecida pela concessionaria CEDAE
Como consequecircncias reduccedilatildeo dos custos reduccedilatildeo do incocircmodo de poccedilas de
aacuteguas residuais geradas por unidades condensadoras contribuiraacute na reduccedilatildeo de
enchentes tendo em vista a localizaccedilatildeo geograacutefica do CEFET-RJ proacutexima ao Rio
Maracanatilde estimulando a educaccedilatildeo ambiental e a sustentabilidade atraveacutes dos
multiplicadores das accedilotildees de conservaccedilatildeo de aacutegua por membros da comunidade de
docentes discentes e teacutecnicos administrativos servindo como exemplo de uma
postura ambientalmente correta para o enfrentamento dos problemas de ocupaccedilatildeo e
impermeabilizaccedilatildeo desordenada do solo nos grandes centros urbanos
12 - Questatildeo Problema
Analisar a viabilidade de promover o desenvolvimento de um sistema de
captaccedilatildeo de aacutegua da chuva e aacuteguas residuais de evaporadoras de aparelhos de ar
condicionado do CEFETRJ para utilizaacute-la em fins natildeo potaacuteveis agregando valor agrave
sustentabilidade e gerando economia na conta da aacutegua
13 ndash Questotildees da Pesquisa
Nesta conjuntura surgem as questotildees que orientaratildeo este trabalho
Como implantar e implementar um sistema de aproveitamento de aacuteguas
pluviais
Como verificar viabilidade teacutecnica para a adaptaccedilatildeo de instalaccedilotildees do preacutedio
estudado no CEFETRJ Campus Maracanatilde para aproveitamento de aacuteguas
pluviais
Pesquisar os segmentos que se ajustem ao uso da aacutegua natildeo potaacutevel e calcular
suas demandas
Quantificaccedilatildeo da capacidade de produccedilatildeo de aacuteguas remanescentes
provenientes de Unidades Evaporadoras de aparelhos de ar condicionado do
preacutedio estudado
22
14 - Objetivo Geral
O objetivo geral da dissertaccedilatildeo eacute apresentaccedilatildeo de uma proposta metodoloacutegica
para analisar a viabilidade teacutecnica de um sistema de aproveitamento de aacuteguas pluviais
e aacuteguas residuais de evaporadoras de unidades evaporadores para uso com fins natildeo
potaacuteveis no Campus Maracanatilde do CEFET-RJ
15 - Objetivos Especiacuteficos
Desenvolvimento da metodologia proposta
Dimensionar o sistema de armazenamento das aacuteguas pluviais e
residuais coletadas para reuso
Buscar tecnologias para implantaccedilatildeo de sistema de aproveitamento de
agua pluviais
Avaliar viabilidade econocircmica da implantaccedilatildeo do sistema de
aproveitamento de aguas pluviais
16 ndash Estrutura Metodoloacutegica
A metodologia utilizada no presente trabalho considerou o bloco E para se
analisar a viabilidade de aproveitamento de aacuteguas pluviais e aacuteguas residuais
provenientes de unidade evaporadoras de aparelhos de ar condicionado Com
aplicaccedilatildeo de questionaacuterio para os usuaacuterios das instalaccedilotildees para quantificaccedilatildeo da
demanda de aacutegua nos ambientes estudados
Ywashima (2005) ressalta a importacircncia de campanhas de conscientizaccedilatildeo
para utilizaccedilatildeo racional da aacutegua nas escolas Segundo a pesquisadora a conta natildeo e
paga de forma direta pelos usuaacuterios consequentemente natildeo haacute motivaccedilatildeo financeira
A autora apresenta como sugestatildeo tecnologias economizadoras onde se obteacutem
reduccedilatildeo de consumo independente da mudanccedila de comportamento pelos usuaacuterios
Tomando como premissa o atual consumo desordenado de aacutegua consumo
este que proporciona uma grande margem para que no futuro este liacutequido precioso
para a vida na terra venha a faltar caso natildeo seja criado mecanismos que possam
contornar essa situaccedilatildeo o desenvolvimento deste presente projeto apresenta-se
como uma alternativa para compor estes mecanismos
23
Atraveacutes de pesquisas foi constatado que as aacuteguas pluviais devem ser utilizadas
para amenizar a situaccedilatildeo Desse modo o presente trabalho contempla a possibilidade
de uso de recursos tecnoloacutegicos a fim de que se possa reduzir o consumo e diminuir
o desperdiacutecio de aacutegua atraveacutes da captaccedilatildeo armazenamento e reaproveitamento das
aacuteguas pluviais
Este sistema de captaccedilatildeo de aacutegua pluvial permite usar as aacutereas de coberturas
da edificaccedilatildeo para captar a aacutegua da chuva apoacutes passar por um filtro ou mecanismo
de retenccedilatildeo de impurezas conduzi-la a um reservatoacuterio onde seraacute armazenada e
utilizada na edificaccedilatildeo para fins natildeo potaacuteveis tais como lavagem de pisos irrigaccedilatildeo
de jardins mictoacuterios e bacias sanitaacuterias
No que diz respeito a implementaccedilatildeo da metodologia foi realizado um
levantamento das coberturas da edificaccedilatildeo escolhidas com analise dos dados
meteoroloacutegicos da regiatildeo que permitiram avaliaccedilatildeo dos paracircmetros necessaacuterios para
os caacutelculos dos reservatoacuterios de aacuteguas pluviais
O trabalho foi dividido em trecircs etapas
A primeira etapa desenvolveu-se atraveacutes de pesquisas referecircncias
bibliograacuteficas dados teacutecnicos e projetos semelhantes referentes ao tema para obter
um melhor embasamento teoacuterico sobre o assunto com auxilio da internet pesquisas
literaacuterias artigos cientiacuteficos informaccedilotildees pessoais de profissionais e obtivemos
informaccedilotildees necessaacuterias favoraacuteveis que possibilitaram a execuccedilatildeo do presente
trabalho em unidade de ensino adequando agraves edificaccedilotildees do campus onde houvesse
o menor nuacutemero de intervenccedilotildees
A segunda etapa foi direcionada ao programa de necessidades considerando
o consumo da edificaccedilatildeo e o potencial de captaccedilatildeo atraveacutes de aacuterea de coberturas
evaporadores de ar condicionado levantamento dos iacutendices pluviomeacutetricos da regiatildeo
preacute-dimensionamento para os reservatoacuterios superior e inferior e uma estimativa de
custos para implantaccedilatildeo
A terceira e uacuteltima etapa foi direcionada ao anteprojeto arquitetocircnico para
construccedilatildeo do reservatoacuterio prevendo no sistema a captaccedilatildeo tanto de aacuteguas pluviais
quanto de aacuteguas residuais provenientes dos evaporadores de ar condicionado
levantamento dos custos referentes a implantaccedilatildeo dos reservatoacuterios com avaliaccedilatildeo
do tempo de retorno (payback) do investimento
24
A Figura 01 ilustra de forma simplificada a abordagem utilizada durante a
realizaccedilatildeo desta pesquisa
Figura 1 - Estrutura do Conteuacutedo da Dissertaccedilatildeo
Fonte Elaborado pelo autor do presente trabalho(2017)
DISSERTACcedilAtildeO
VERTENTE TEacuteCNICA
EMPIacuteRICA
COLETA DE DADOS
FLUXO DO PROCESSO
DIMENSIONAMENTO
CONCEPCcedilAtildeO EMPIacuteRICA
CONCLUSAtildeO DISSERTACcedilAtildeO
HISTOacuteRICO REUSO DAS
AacuteGUAS
LEGISLACcedilAtildeO
SUSTENTABILIDADE
BASE TEOacuteRICA
CONCEPCcedilAtildeO TEOacuteRICA
25
17 ndash Delimitaccedilatildeo da Pesquisa
A realizaccedilatildeo do presente trabalho ocorreraacute atraveacutes de levantamento de dados
referente ao abastecimento e equipamentos instalados do bloco E do campus
Maracanatilde com estudo de consumo de aacutegua da edificaccedilatildeo levando em consideraccedilatildeo
o nuacutemero de usuaacuterios
A capacidade de captaccedilatildeo seraacute realizada atraveacutes das aacutereas de cobertura e
utilizaccedilatildeo dos iacutendices de precipitaccedilatildeo pluviomeacutetrica da regiatildeo estudada de anos
anteriores para caacutelculo e dimensionamento de reservatoacuterios inferior e superior bem
como avaliaccedilatildeo da capacidade de produccedilatildeo de aacuteguas residuais produzidas pelas
evaporadoras instaladas no preacutedio
Avaliando as adaptaccedilotildees necessaacuterias ao sistema de abastecimento existente
para o atendimento das bacias sanitaacuterias e lavagem de paacutetios quadras esportivas
regas de jardim e levantando e propondo utilizaccedilatildeo de novas tecnologias existentes
para instalaccedilatildeo do sistema e verificando a necessidade de utilizaccedilatildeo de
abastecimento com aacutegua potaacutevel em casos de grande estiagem para manutenccedilatildeo
das atividades sem prejuiacutezos agrave aacuterea acadecircmica
Desta forma nesta pesquisa seratildeo avaliados os dados obtidos atraveacutes de
levantamentos arquitetocircnicos e das instalaccedilotildees hidro sanitaacuterias existentes no
CEFETRJ - Unidade Maracanatilde aleacutem de documentaccedilatildeo e pesquisa em projetos
similares que jaacute possam existir relacionados agrave questatildeo da utilizaccedilatildeo de aacuteguas pluviais
Como objetivo de fundamentar a implantaccedilatildeo do estudo e desenvolvimento do
mesmo seraacute apresentado levantamento e resultado necessaacuterios para implementaccedilatildeo
da utilizaccedilatildeo de aacuteguas pluviais com base nos dados coletados e revisatildeo bibliograacutefica
em artigos e perioacutedicos que versam sobre as tecnologias mais indicadas para a
utilizaccedilatildeo de aacuteguas pluviais
18 ndash Justificativa da Pesquisa
Como prevecirc a constituiccedilatildeo em seu Art 225 caput ndash ldquoTodos tecircm direito ao meio
ambiente ecologicamente equilibrado bem de uso comum do povo e essencial agrave sadia
qualidade de vida impondo-se ao Poder Puacuteblico e agrave coletividade o dever de defendecirc-
lo e preservaacute-lo para presentes e futuras geraccedilotildeesrdquo (Brasil 2004)
No atendimento a constituiccedilatildeo e as legislaccedilotildees pertinentes levar o CEFET- RJ
26
ao cumprimento de accedilotildees e objetivos visando a sustentabilidade nas suas
dependecircncias e atraveacutes de sua comunidade discente docente e teacutecnicos
administrativos atuar como multiplicadores de accedilotildees de preservaccedilatildeo do meio
ambiente atraveacutes do reuso de aacuteguas pluviais e aacuteguas residuais oriundas de
evaporadores e aparelhos de ar condicionado de janela
Em funccedilatildeo do alto consumo como pode ser observado na figura 2 faz-se
necessaacuteria a adoccedilatildeo de equipamentos de maior tecnologia e o aproveitamento de
aacuteguas pluviais para uso menos nobre conforme determina a norma ABNT ndash NBR
15527 de 24102007 e contribuir de forma efetiva para reduccedilatildeo de custo
possibilidade de racionamento e reduccedilatildeo per capta do consumo nos oacutergatildeos puacuteblicos
Figura 2 - Consumo Mensal de Aacutegua - 2014
Entrada Volume faturado (msup3)
nordm jan fev mar abr mai jun jul ago set out nov dez total 2014
485 17310 18230 13160 22110 19640 16890 20010 19070 25430 22670 25060 28430 248010
681 3706 3580 6560 5394 6170 2800 3310 2650 3069 2580 2890 3320 46029
Total
mensal 21016 21810 19720 27504 25810 19690 23320 21720 28499 25250 27950 31750 294039
Fonte Contas CEDAE exerciacutecio 2014
00
5000
10000
15000
20000
25000
30000
35000
jan fev mar abr mai jun jul ago set out nov dez
Vo
l f
atu
rad
o (
msup3)
Mecircs
Consumo mensal de aacutegua em 2014
485
27
19 ndash Organizaccedilatildeo do Estudo
O Capiacutetulo 01 desta pesquisa estaacute organizado com a introduccedilatildeo composta pela
situaccedilatildeo-problema questotildees de pesquisa objetivos estrateacutegia delimitaccedilatildeo e
justificativa da pesquisa A finalidade preciacutepua da leitura deste capiacutetulo eacute harmonizar
a compreensatildeo do contexto e a importacircncia da pesquisa
O Capitulo 02 estaacute organizado com os fundamentos teoacutericos com base em
sustentabilidade histoacuterico de reuso da aacutegua e legislaccedilatildeo
O Capitulo 03 trata da metodologia e tipo de pesquisa a ser empregado
informando a forma da obtenccedilatildeo dos dados e como seratildeo feitos o tratamento e anaacutelise
dos dados
No Capiacutetulo 4 seratildeo interpretados os resultados referentes agraves demandas de
aacuteguas menos nobres a quantificaccedilatildeo da produccedilatildeo de aacutegua proveniente de unidades
evaporadoras e aacuteguas pluviais com avaliaccedilatildeo de viabilidade econocircmica para
implantaccedilatildeo do sistema
No Capiacutetulo 05 seraacute apresentada a anaacutelise dos resultados e sugestotildees para
estudos futuros e complementares
28
2 - BASE CONCEITUAL E REVISAtildeO DA LITERATURA
No presente capitulo seraacute apresentada a vertente teacutecnica com os fundamentos
teoacutericos que forneceratildeo o suporte para o desenvolvimento da pesquisa
21 A Sustentabilidade e as questotildees quanto a conservaccedilatildeo reaproveitamento e
reduccedilatildeo do consumo de aacuteguas pluviais
A Comissatildeo Mundial sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento denominada
Comissatildeo de Brundtland (1988) define o desenvolvimento sustentaacutevel como aquele
que atende as necessidades do presente sem comprometer a possibilidade das
geraccedilotildees futuras atenderem as suas proacuteprias necessidades
Surgido na deacutecada de 1990 o tripeacute da sustentabilidade tem crescido em seu
conceito em todo o planeta refletindo uma seacuterie de processos valores e objetivos de
forma que uma gestatildeo deveraacute orientar aos trecircs pilares econocircmico social e ambiental
podendo este conceito ser aplicado de forma macro para um paiacutes ou ateacute para o
planeta ou micro podendo ser uma escola um vilarejo ou empresa (DIAS2011)
A concepccedilatildeo do desenvolvimento sustentaacutevel orienta a discussatildeo sobre o tema
em qualquer segmento das atividades do ser humano Os objetivos tecircm como base
na perspectiva de utilizaccedilatildeo dos recursos naturais desde que sejam preservados para
as futuras geraccedilotildees Dias ( 2011) Poreacutem parte das dificuldades apresenta-se porque
as geraccedilotildees natildeo tecircm participaccedilatildeo nas decisotildees atuais Desta forma somente a
conscientizaccedilatildeo da preservaccedilatildeo da vida e da espeacutecie eacute que motiva o ser humano o
que natildeo acontece na maioria das vezes com os gestores e poliacuteticos dos dias atuais
(MOURA 2011)
Muito embora para alguns o desenvolvimento sustentaacutevel eacute um projeto social e
poliacutetico que serve como ferramenta para combate a pobreza satisfaccedilatildeo das
necessidades baacutesicas da humanidade de maneira a elevar a qualidade de vida dos
indiviacuteduos fornece princiacutepios para que o desenvolvimento seja harmonioso levando
em conta a transformaccedilatildeo dos recursos do ambiente deste modo para estes sugerem
atitudes novas das quais pela edificaccedilatildeo de uma nova racionalidade De forma
contraria agrave maioria que se preocupa em compatibilizar o meio ambiente a um
crescimento econocircmico de forma continua (DIAS 2011)
Acreditava-se que o crescimento econocircmico desenvolveria de forma natural o
29
desenvolvimento sustentaacutevel Veiga (2005) Somente uma gestatildeo com
responsabilidade ambiental eacute capaz de conciliar uma melhor qualidade de vida com
necessidade de crescimento econocircmico (MOURA 2011)
A passagem de um sistema baseado no consumo a um sistema sustentaacutevel
tem diversas implicaccedilotildees Necessita abrir a visatildeo da relaccedilatildeo da sociedade ao meio
ambiente transformar a organizaccedilatildeo social produtiva que gera a desigualdade e a
pobreza Atraveacutes de novas relaccedilotildees sociais onde o eixo natildeo seraacute somente a
perspectiva da lucratividade e praacuteticas de produccedilatildeo predatoacuterias do meio ambiente
mas o bem-estar da humanidade O que daacute margem a diferentes pontos de vistas
com base de modo geral na busca do produto de equiliacutebrio entre os trecircs eixos da
sustentabilidade crescimento econocircmico igualdade social e a preservaccedilatildeo ao meio
ambiente (DIAS 2011)
De acordo com Alledi (2006) a grande preocupaccedilatildeo das melhores empresas
do mundo hoje em dia eacute com a sustentabilidade dos seus negoacutecios um movimento
que se fundamentou em questotildees ambientais mas que atualmente eacute visto de um
modo mais amplo passando a incorporar os temas dos movimentos empresariais
anteriores pela qualidade pela sauacutede e seguranccedila do trabalho pela proacutepria
preservaccedilatildeo do meio ambiente e mais recentemente pela responsabilidade social
corporativa
211 Exemplos recentes de atitude sustentaacuteveis adotadas no Brasil
O recebimento da certificaccedilatildeo LEED (Leadership in Energy and Environmental
concedido pelo US Green building Council (USGBC) para certificaccedilotildees em 07 estaacutedios
construiacutedos para a Copa 2014 cuja adoccedilatildeo de medidas sustentaacuteveis foi requisito para
que o Banco Nacional de Desenvolvimento Econocircmico e Social (BNDES) liberasse o
financiamento para as obras das arenas da Copa preacute-requisito este que seraacute adotado
pela FIFA para as proacuteximas eleiccedilotildees do mundial (wwwcopa2014govbr)
Dentre as diversas arenas pode ser ressaltada a economia conseguida pela
Arena da Amazocircnia de cerca de 40 de aacutegua potaacutevel atraveacutes da captaccedilatildeo da aacutegua
de chuva em um volume de 140000 litros para irrigaccedilatildeo do gramado e utilizaccedilatildeo nos
sanitaacuterios ABES (observatoacuterio do terceiro setor)
Foram diversas medidas sustentaacuteveis para obtenccedilatildeo da certificaccedilatildeo LEED
destacando a abertura das portas para educaccedilatildeo ambiental desde o inicio das obras
30
Foram desenvolvidas estrateacutegias de comunicaccedilatildeo para divulgaccedilatildeo das accedilotildees de
sustentabilidade que foram implementadas nos estaacutedios para obtenccedilatildeo da certificaccedilatildeo
LEED com utilizaccedilatildeo de paineacuteis ilustrados nas aacutereas de circulaccedilatildeo e distribuiccedilatildeo de
panfletos aos visitantes Accedilotildees voltadas para conscientizaccedilatildeo da certificaccedilatildeo e
tambeacutem para manutenccedilatildeo apoacutes a realizaccedilatildeo do evento (wwwcopa2014govbr)
212 Medidas sustentaacuteveis para conservaccedilatildeo reaproveitamento de aacutegua e reduccedilatildeo
do consumo de aacuteguas pluviais
A conservaccedilatildeo de aacutegua pode ser definida como um conjunto de praacuteticas
teacutecnicas e tecnologias que propiciam a melhoria da eficiecircncia do seu uso incidindo de
maneira sistecircmica sobre a demanda e a oferta de aacuteguas As iniciativas de
racionalizaccedilatildeo do uso e de reuso de aacutegua constituem-se em elementos fundamentais
para a ampliaccedilatildeo da eficiecircncia do uso da aacutegua (PROSAB 2011) resultando em
Aumento da disponibilidade para os demais usuaacuterios
Flexibilizaccedilatildeo dos suprimentos existentes para outros fins
Atendimento ao crescimento populacional
Suporte agrave implantaccedilatildeo de novas induacutestrias
Preservaccedilatildeo e conservaccedilatildeo do meio ambiente
A primeira medida a levar em conta seria a reduccedilatildeo do consumo de aacutegua
potaacutevel Atualmente no mercado satildeo encontrados vaacuterios equipamentos
economizadores de aacutegua sendo que estes dispositivos proporcionam grande
economia (SABESP 2013)
Segundo o Programa Nacional de Uso Sustentaacutevel da Aacutegua Brasil (2010) na
deacutecada de 90 os programas de conscientizaccedilatildeo em relaccedilatildeo ao uso da aacutegua passaram
a dar mais ecircnfase na adesatildeo de equipamentos que economizam aacutegua pois
asseguram uma relaccedilatildeo mais automatizada do consumo Grandes induacutestrias e
instalaccedilotildees comerciais utilizam hoje estes recursos ou aparatos para reduzir o
consumo Existem vaacuterias iniciativas nesse sentido como a micromediccedilatildeo e mediccedilatildeo
individualizada do consumo em condomiacutenios verticais entre outros os usuaacuterios
domeacutestico e comercial encontram oferta de equipamentos economizadores de aacutegua
para edificaccedilotildees de aplicaccedilatildeo bem faacutecil como os sanitaacuterios com dispositivos de dupla
descarga que varia de 3 a 6 litros favorecendo uma boa economia os arejadores de
31
vazatildeo torneiras de fechamento automaacutetico e redutores de pressatildeo A reutilizaccedilatildeo de
aacutegua traz benefiacutecios ambientais significativos uma vez que permite maiores volumes
de aacutegua para outros usos E em algumas situaccedilotildees pode diminuir a poluiccedilatildeo hiacutedrica
por meio da minimizaccedilatildeo da descarga de efluentes (BRASIL 2010)
Mota OIiveira e Inata (2011) comentam que em regiotildees tropicais o uso dos
aparelhos de ar condicionado para conforto teacutermico propicia a geraccedilatildeo de aacutegua que
resulta da condensaccedilatildeo e na maioria das vezes eacute desperdiccedilada no solo ou drenada
para galerias pluviais Assim o aproveitamento desta aacutegua dependeraacute da coleta
eficiente de cada sistema de drenagem dos aparelhos que podem ser voltados para
um sistema de coleta e armazenamento A aacutegua de aproveitamento dos aparelhos de
ar condicionado pode ser usada na lavagem de pisos regas de jardins entre outros
Observaccedilotildees sobre Gestatildeo das aacuteguas pluviais A gestatildeo de aacutegua pluvial visa
reduzir o consumo de aacutegua potaacutevel por meio de aproveitamento das aacuteguas de chuvas
contribuindo inclusive para a reduccedilatildeo de inundaccedilotildees ou de poluiccedilotildees difusas Uma
das medidas que vem sendo amplamente desenvolvida como forma de economizar
as aacuteguas potaacuteveis e evitar o risco de inundaccedilotildees em regiotildees com alto iacutendice de
impermeabilizaccedilatildeo do solo eacute a retenccedilatildeo de aacuteguas pluviais
Este sistema coligado a um sistema de reaproveitamento destas aacuteguas
configura-se como uma das mais eficientes formas de renovaccedilatildeo de um insumo finito
aacutegua As aacuteguas pluviais entretanto natildeo apresentam qualidade necessaacuteria para o
consumo Mesmo quando a captaccedilatildeo destas aacuteguas extravasam para o esgotamento
natildeo se deve permitir que elas sejam lanccediladas in natura para o lenccedilol freaacutetico pela
possibilidade de carga poluidora As aacuteguas pluviais quando utilizadas diretamente por
pontos na edificaccedilatildeo estes devem ser separados do sistema de aacutegua do restante do
preacutedio e deve conter indicativo visual de que a aacutegua natildeo eacute potaacutevel portanto improacutepria
para o consumo preparo de alimentos e banho
No caso da utilizaccedilatildeo deste sistema de reaproveitamento de aacuteguas pluviais
dois cuidados fundamentais devem ser observados primeiramente com relaccedilatildeo ao
caacutelculo do volume do reservatoacuterio que considera o IP (iacutendice pluviomeacutetrico) local A
Caixa Econocircmica recomenda a utilizaccedilatildeo do caacutelculo na Lei Estadual nordm 1252607
(SAtildeO PAULO 2007)
A segunda observaccedilatildeo refere-se ao volume do escoamento de aacuteguas pluviais
no solo de forma controlada a fim de prevenir inundaccedilotildees reduzir a poluiccedilatildeo difusa
e propiciar a recarga do lenccedilol freaacutetico Um projeto como este para ser aprovado
32
depende de um memorial de caacutelculo detalhado apresentando o niacutevel do lenccedilol freaacutetico
do local caacutelculo da vazatildeo de aacuteguas a serem lanccediladas na rede puacuteblica elaboraccedilatildeo de
um manual de operaccedilatildeo do sistema e indicaccedilatildeo de toda a documentaccedilatildeo teacutecnica tal
como projeto memoriais descritivos planilhas de custos e outros (CEF 2010)
Apesar de que o reaproveitamento de aacuteguas pluviais no Brasil jaacute ocorrer haacute
muito tempo em algumas regiotildees somente em 2007 entrou em vigor a NBR 15527
que estabelece as condiccedilotildees para o aproveitamento de aacuteguas de chuva em coberturas
de aacutereas urbanas para fins natildeo potaacuteveis
A primeira medida a levar em conta seria a reduccedilatildeo do consumo de aacutegua
potaacutevel Atualmente no mercado satildeo encontrados vaacuterios equipamentos
economizadores de aacutegua sendo que estes dispositivos proporcionam grande
economia (SABESP 2013)
O objetivo desta accedilatildeo eacute reduzir o consumo de aacutegua independentemente da
accedilatildeo do usuaacuterio ou da sua disposiccedilatildeo em mudar de comportamento para reduzir o
consumo de aacutegua Ela deve ser implementada quando o sistema estiver totalmente
estaacutevel ou seja sem nenhuma perda de aacutegua por vazamento (ANA 2005)
A situaccedilatildeo do Brasil eacute muito favoraacutevel pois deteacutem cerca de 12 de toda aacutegua
doce do planeta poreacutem 685 encontra-se na regiatildeo norte na qual vivem apenas
74 dos brasileiros (CONFEA 2011)
A limitaccedilatildeo de reservas de agua doce no planeta aumentou a demanda para
atendimento principalmente a prioridade dos recursos para o consumo humano
agriacutecola e industrial a prioridade de utilizaccedilatildeo dos recursos hiacutedricos disponiacuteveis para
abastecimento puacuteblico e as restriccedilotildees que vecircm sendo impostas em relaccedilatildeo ao
lanccedilamento de efluentes no meio ambiente torna necessaacuteria a adoccedilatildeo de estrateacutegias
que visem racionalizar a utilizaccedilatildeo dos recursos hiacutedricos e mitigar os impactos
negativos relativos agrave geraccedilatildeo de efluentes pelas induacutestrias (FIESP 2011)
Segundo o Programa Nacional de Uso Sustentaacutevel da Aacutegua Brasil (2010) na
deacutecada de 90 os programas de conscientizaccedilatildeo em relaccedilatildeo ao uso da aacutegua passaram
a dar mais ecircnfase na adesatildeo de equipamentos que economizam aacutegua pois
asseguram uma relaccedilatildeo mais automatizada do consumo Grandes induacutestrias e
instalaccedilotildees comerciais utilizam hoje estes recursos ou aparatos para reduzir o
consumo Existem vaacuterias iniciativas nesse sentido como a micromediccedilatildeo e mediccedilatildeo
individualizada do consumo em condomiacutenios verticais entre outros os usuaacuterios
domeacutestico e comercial encontram oferta de equipamentos economizadores de aacutegua
33
para edificaccedilotildees de aplicaccedilatildeo bem faacutecil como os sanitaacuterios com dispositivos de dupla
descarga que varia de 3 a 6 litros favorecendo uma boa economia os arejadores de
vazatildeo torneiras de fechamento automaacutetico e redutores de pressatildeo
A reutilizaccedilatildeo de aacutegua traz benefiacutecios ambientais significativos uma vez que
permite maiores volumes de aacutegua para outros usos E em algumas situaccedilotildees pode
diminuir a poluiccedilatildeo hiacutedrica por meio da minimizaccedilatildeo da descarga de efluentes
(BRASIL 2010)
Melhado et al (2013) frisam a importacircncia das accedilotildees de cunho poliacutetico teacutecnico
e social na busca de soluccedilotildees praacuteticas visando a reduccedilatildeo do consumo da aacutegua e
descrevem as mais importantes
Economia e valorizaccedilatildeo da aacutegua potaacutevel
Conscientizaccedilatildeo da populaccedilatildeo objetivando o uso racional da aacutegua
Manutenccedilatildeo das redes puacuteblicas e privadas para verificaccedilatildeo de desperdiacutecios
e vazamentos
Minimizaccedilatildeo da impermeabilizaccedilatildeo do solo urbano e da vazatildeo de
escoamento do terreno objetivando favorecer a permeabilidade da aacutegua
Captaccedilatildeo e armazenamento em reservatoacuterios especiacuteficos das aacuteguas
pluviais e demais aacuteguas natildeo potaacuteveis para usos que natildeo necessitam de
potabilidade como irrigaccedilatildeo reserva de incecircndio lavagem de piso
veiacuteculos em geral e ruas Se necessaacuterio para algum uso especiacutefico a aacutegua
deveraacute passar por unidades de tratamento para atingir os niacuteveis de
qualidade correspondente Quanto mais eficiente for a gestatildeo das aacuteguas
pluviais por retenccedilatildeo ou reuso menor seraacute o volume de aacutegua destinado agraves
redes puacuteblicas
Embora a aacutegua doce existente no planeta esteja sempre em renovaccedilatildeo haacute uma
tendecircncia de sua deterioraccedilatildeo em funccedilatildeo do seu uso indiscriminado devido ao
aumento populacional comprometendo consequentemente sua qualidade ficando
esta em quantidade cada vez menor em determinadas localidades disponiacutevel para
consumo As mudanccedilas climaacuteticas globais tambeacutem vecircm contribuindo para o aumento
na demanda dos recursos hiacutedricos
Devido ao ciclo hidroloacutegico que eacute fechado sabe-se que a quantidade de aacutegua
disponiacutevel no planeta eacute sempre a mesma Sabe-se tambeacutem que este ciclo constitui-
se basicamente do transporte das massas de aacutegua dos oceanos para a atmosfera
34
pelo fenocircmeno da evaporaccedilatildeo e da atmosfera para os oceanos atraveacutes dos
fenocircmenos das precipitaccedilotildees escoamentos superficiais e subterracircneos influenciando
diretamente na distribuiccedilatildeo dos corpos hiacutedricos Muitas regiotildees vem sofrendo
alteraccedilotildees resultantes das diferentes formas antroacutepicas de interferecircncia sobre o
ambiente Hespanhol e Mierwa (2013) O surgimento das Metroacutepoles
desmatamentos obras de dragagens assim como construccedilotildees de represas satildeo
exemplos concretos disto
Sabe-se que menos de 1 de toda a aacutegua existente no planeta eacute doce e que
aproximadamente metade deste percentual corresponde a aacuteguas subterracircneas
enquanto o restante encontra-se nos oceanos Aacute medida que a populaccedilatildeo vem
crescendo a deterioraccedilatildeo dos mananciais vai se acentuando surgindo problemas nos
abastecimentos drsquoaacutegua que atualmente vem merecendo a atenccedilatildeo e preocupaccedilatildeo de
populaccedilotildees e autoridades de todo o mundo Eacute necessaacuterio que haja uma gestatildeo
integrada dos recursos drsquoaacutegua racionalizando o seu uso favorecendo o
desenvolvimento de sistemas sustentaacuteveis como forma de prevenccedilatildeo contra a
escassez
Apesar de a aacutegua doce estar distribuiacuteda de forma desigual sobre o planeta a
disponibilidade deste recurso no Brasil eacute significativa poreacutem distribuiacuteda tambeacutem de
forma desigual sobre o nosso territoacuterio sendo na regiatildeo Amazocircnica 69 e nas
demais regiotildees 31 nas quais se concentram 95 da populaccedilatildeo do Paiacutes
Confrontando estes dados com os do ANEEL- Departamento Nacional de Aacuteguas e
Energia Eleacutetrica pode-se afirmar que em quanto na regiatildeo amazocircnica com 69 da
aacutegua e 685 dos recursos hiacutedricos para uma populaccedilatildeo de 5 do paiacutes nas demais
regiotildees temos 31 das aacuteguas com 315 dos mesmos recursos para 95 da
populaccedilatildeo Eacute certo que se tem uma enorme diferenccedila regional
35
Quadro 1 - Projeccedilatildeo da populaccedilatildeo nos Municiacutepios do Estado do Rio de Janeiro
MUNICIacutePIOS
VALORES OBSERVADOS
1970 1975 1980 1995 2000 2005 2010 2014
1 Caxias
2 Itaboraiacute
3 Itaguaiacute
4 Mageacute
5 Mangaratiba
6 Maricaacute
7 Niloacutepolis
8 Niteroacutei
9 Nova Iguaccedilu
10 Paracambi
11 Petroacutepolis
12 Satildeo Gonccedilalo
13 SJ de Meriti
14 Rio de
Janeiro
404 496
14 072
17 468
83 841
6 125
6 500
128 011
292 180
724 326
22 149
154 612
430 271
302 394
4251
918
554 935
23 652
76 267
163 906
8 094
19 602
151 700
400 140
1091 702
27 434
202 146
614 688
398 686
5093 232
661 578
31 919
101 048
198 471
10 136
22 677
160 434
439 596
1247
614
32 347
239 899
733 791
436 234
5474
597
780 964
42 668
129 867
235 894
12 454
26 188
169 031
480 981
1410
116
37 686
277 620
871 361
474 149
5585
289
916 278
55 469
163 800
277 069
15 111
30 226
177 585
525 061
1583 658
43 484
318 764
1035 991
513 025
6245 537
1071728
71 096
204 326
323 382
18 191
34 902
186 193
573 014
1773 705
49 787
363 819
1239 963
553 550
6638 213
1252 875
90 205
253 441
376 692
21 820
40 349
194 942
626 596
1986 378
56 660
413 381
1500 984
596 414
7038 605
1467033
113 697
313 856
439 389
26 149
46 734
203 913
688 395
2228600
64 190
468 169
1844983
642 305
7449231
TOTAL A RMRJ 683836
3
8826184 9790341 10807268 11901058 13101869 14449342 15996644
Fonte IBGE 2010
Na cidade do Rio de Janeiro constitui-se de 950 msup3s de vazatildeo meacutedia de aacutegua
doce disponiacutevel proporcionando 2080msup3 de aacutegua por ano para 144 milhotildees de
habitantes numa meacutedia desconsiderando as perdas de aproximadamente
57m3dia suficiente para atender a atual demanda de consumo Entretanto trabalhos
sobre a projeccedilatildeo da populaccedilatildeo nos municiacutepios do Estado do Rio de Janeiro
evidenciam um crescente aumento populacional IBGE (2010) como observa-se no
Quadro 2
Segundo estudos socioeconocircmicos e de demanda de aacutegua para a regiatildeo
metropolitana do Rio de Janeiro Rios (2011) deveraacute ser feita uma ampla campanha
de educaccedilatildeo ambiental atraveacutes da miacutedia visando o controle dos desperdiacutecios de aacutegua
nas induacutestrias comeacutercio e domiciacutelios tendo em vista o perigo de uma crise de
racionamento de aacutegua semelhante agrave crise energeacutetica ocorrida entre 2001 e 2002 No
36
Quadro 2 eacute demonstrada a evoluccedilatildeo prevista da demanda de aacutegua em msup3s para a
Regiatildeo metropolitana do Rio de Janeiro
Com base nas projeccedilotildees demograacuteficas estabelecidas em termos indicativos
para o ano de 2035 procedeu-se a uma estimativa da demanda de aacutegua Tal
estimativa supotildee que a relaccedilatildeo entre demanda de aacutegua e populaccedilatildeo residente
admitida para o ano de 2014 continue vaacutelida para 2035 Rios(2011) Levando-se em
consideraccedilatildeo o demonstrado nos Quadros 1 e 2 o aumento populacional para a
regiatildeo metropolitana do Rio de Janeiro em 2010 tomando-se por base o ano de 2000
foi de 2208
A demanda atendida tanto com os niacuteveis de perdas mantidos quanto com a
reduccedilatildeo das perdas em 20 seraacute de 2739 O fato da demanda prevista ser maior
do que o crescimento populacional pode ser explicado devido ao esperado aumento
de educaccedilatildeo para a sauacutede na populaccedilatildeo a qual necessitaria de mais aacutegua para suas
atividades
Quadro 2 - Evoluccedilatildeo prevista da demanda de aacutegua em msup3s para a Regiatildeo Metropolitana do Rio de Janeiro
DISCRIMINACcedilAtildeO
1980
1985
1990
1995
2005
2010
2014
Demanda total exclusive perdas (1) 3255 3624 4120 4624 5188 5839 6609
Demanda atendida Exclusive
perdas (2)
2213 2935 3914 4532 5188 5839 6609
Demanda atendida Inclusive perdas
(3) Hipoacutetese I
3952 5241 6889 8093 9264 10427 11802
Demanda atendida Inclusive perdas
(4) Hipoacutetese II
3952 4515 4893 5665 6485 7289 8261
Fonte Rios 2011
Para Monteiro et al(2010) o reuso de aacutegua exige que padrotildees adequados de
potabilidade sejam adotados tendo em conta questotildees de sauacutede puacuteblica como
acontece em diversas partes do mundo sendo no Brasil uma praacutetica ainda incipiente
Reiteram os autores que esta eacute uma estrateacutegia correta para diminuiccedilatildeo da captaccedilatildeo
e mitigaccedilatildeo no lanccedilamento de dejetos no ambiente natural
37
A Cacircmara Teacutecnica de Ciecircncia e Tecnologia do Conselho Nacional de Recursos
Hiacutedricos apontou para a necessidade de uma ampla discussatildeo sobre o tema reuso
natildeo potaacutevel Foram elaborados dois termos de referecircncia O primeiro referente agrave
elaboraccedilatildeo de resoluccedilatildeo contemplando os aspectos poliacuteticos legais e institucionais e
o segundo relativo agraves diretrizes gerais para a praacutetica do reuso Eacute necessaacuterio que se
leve em consideraccedilatildeo o tipo de reuso que se deseja e o niacutevel de tratamento para que
os padrotildees sejam alcanccedilados
O reuso operacionalmente permite substituir grandes volumes de aacutegua
destinados a usos nos quais a potabilidade natildeo eacute fator preponderante O reuso de
aacutegua jaacute vem sendo amplamente empregado na induacutestria principalmente em torres de
resfriamento caldeiras construccedilatildeo civil irrigaccedilatildeo de aacutereas verdes e em alguns
processos industriais onde a utilizaccedilatildeo de aacutegua com menor padratildeo de qualidade natildeo
ocasione maiores problemas Desta forma o reuso de aacutegua para fins natildeo potaacuteveis
deve ser considerado como primeira opccedilatildeo para reuso (HESPANHOL amp MIERZWA
2013)
22 Histoacuterico do Reuso de Aacuteguas
O aproveitamento de aacuteguas pluviais para o consumo das populaccedilotildees jaacute existe
ao longo das civilizaccedilotildees como pocircde ser observado em diversas construccedilotildees antigas
em vaacuterios pontos do mundo Reservatoacuterios escavados na rocha como pode ser
observado em Israel o que confirma o costume de aproveitamento de aacuteguas pluviais
Em Roma encontram-se diversos reservatoacuterios utilizados para o abastecimento da
populaccedilatildeo (TOMAZ2013)
De acordo com Jarus(2012) em Massada (ldquofortalezardquo em hebraico) situa-se
um dos mais conhecidos sistemas de aproveitamento de aacuteguas pluviais em Israel
onde Herodes no ano de 36 a c como forma de se precaver contra tempos difiacuteceis
construiu uma fortaleza com cavernas escavadas na rocha com capacidade de
armazenamento de 40 milhotildees de litros Estes reservatoacuterios possuiacuteam interligaccedilatildeo
atraveacutes de canalizaccedilotildees e aquedutos para abastecimento das habitaccedilotildees da fortaleza
38
Figura 3 - Sistemas de aproveitamento de aacuteguas pluviais
Fonte httpwwwgeocitieswspaz_israelmassadahtm
Na cidade de Toacutequio com a finalidade de prevenir a falta de aacutegua e reduzir
inundaccedilotildees foi intensificada a construccedilatildeo de diversos reservatoacuterios por toda a cidade
bem como motivou os proprietaacuterios de edifiacutecios e residenciais a construiacuterem seus
reservatoacuterios com incentivo a cada litro de aacutegua pluvial captado (AMARAL 2007)
A Alemanha era abastecida em mais de 70 por aquiacuteferos subterracircneos em
funccedilatildeo da poluiccedilatildeo de seus rios e grande industrializaccedilatildeo do paiacutes E recentemente
com o rebaixamento dos aquiacuteferos tornou-se um paiacutes liacuteder na execuccedilatildeo dos sistemas
de captaccedilatildeo de aacutegua da chuva tanto para fins domeacutesticos como comerciais
(AMARAL 2007)
O Meacutexico desde a eacutepoca dos Astecas e Maias eacute rico em tradiccedilotildees tecnoloacutegicas
de captaccedilatildeo de aacutegua da chuva Ainda na data atual na Peniacutensula de Yucatan pode
ser visto as chamadas Chultuns cisternas do seacuteculo X com capacidade variando de
20000 a 45000 litros utilizadas pelo povo Maia para captaccedilatildeo e abastecimento das
populaccedilotildees que viviam nas encostas As cisternas eram escavadas no subsolo
calcaacuterio e revestidas com emboccedilo impermeaacutevel tendo na sua parte superior uma aacuterea
de 100 a 200 m2 destinada a captaccedilatildeo da precipitaccedilatildeo pluviomeacutetrica Nos vales eram
usadas as aacuteguas dos (reservatoacuterios com capacidade de 10 a 150 milhotildees de litros) e
aquaditas (reservatoacuterios com capacidade de 100 a 50000 litros) - (GNADLINGER
2000)
39
Figura 4 - Reservatoacuterios
Fonte httpwwwlatinamericanstudiesorguxmal-chultunhtm
Figura 5 - Reservatoacuterios
Fonte httpwwwlatinamericanstudiesorguxmal-chultunhtm
O desaparecimento do uso de SAAP na peniacutensula de Yucatan deveu-se aos
colonizadores espanhoacuteis por ocasiatildeo da invasatildeo espanhola seacuteculo XVI quando foram
introduzidos novos sistemas de agricultura e meacutetodos de construccedilatildeo europeia
40
diferentes da cultura local Tendo acontecido o mesmo na Iacutendia com o sistema colonial
britacircnico que gerou colapso nos SAAP centenaacuterios (GNADLINGER 2000)
O Japatildeo promove diversos estudos e pesquisas na aacuterea de SAAP Em Toacutequio
a regulamentos para que os terrenos de aacutereas superiores a 10000m2 e os edifiacutecios
com mais de 3000m2utilizem o SAAP Os edifiacutecios com uma aacuterea superior a 30000m2
e que tenham consumo na ordem de 100m3dia de aacutegua para fins natildeo potaacuteveisaleacutem
da utilizaccedilatildeo de SAAP satildeo obrigados a tratar as aacuteguas cinzas(TOMAZ 2009)
No planalto de Loess norte da china tem elevada escassez de aacuteguas
subterracircneas e baixa precipitaccedilatildeo pluviomeacutetrica diante destes fatos o governo local
da Proviacutencia de Gansu colocou em praacutetica desde 1997 um projeto de captaccedilatildeo de
aacutegua da chuva denominado121uml que consiste em auxiliar cada famiacutelia a construir uma
(1) aacuterea de captaccedilatildeo de aacutegua dois (2) reservatoacuterios de armazenamento de aacutegua e um
(1) lote para plantaccedilatildeo de culturas comercializaacuteveis Solucionando o problema de
aacutegua potaacutevel a cerca de 13 milhotildees de pessoas (260000 famiacutelias) (JIANG et al
2013)
221 Aspectos histoacutericos da captaccedilatildeo das aacuteguas pluviais no Brasil
O aproveitamento da aacutegua das chuvas natildeo eacute uma inovaccedilatildeo dos dias de hoje
O primeiro relato do uso da aacutegua da chuva que se tem conhecimento em nosso paiacutes
segundo Hagemann (2009) eacute de um sistema construiacutedo na Ilha de Fernando de
Noronha pelo exeacutercito norte-americano em 1943
Hagemann (2009) afirma que a utilizaccedilatildeo de aacuteguas pluviais tem sido praticada
em maior escala principalmente na regiatildeo Nordeste em decorrecircncia do problema de
escassez hiacutedrica caracteriacutestica da regiatildeo Teve iniacutecio em julho de 2003 o Programa
de Formaccedilatildeo e Mobilizaccedilatildeo Social para a Convivecircncia com o Semiaacuterido um Milhatildeo
de Cisternas Rurais (P1MC) visando beneficiar aproximadamente 5 milhotildees de
pessoas na regiatildeo semiaacuterida com aacutegua potaacutevel por meio da construccedilatildeo de cisternas
(Figura 6)
41
Figura 6 - Esquema de cisterna implementada na zona rural
Fonte Annencchini 2005
A seguir a figura 7 apresenta um modelo mais simples para casas populares
podendo atender quase 100 da aacutegua de um lar (CUNHA et al 2011)
Figura 7 - Projeto experimental para casas populares voltado para captaccedilatildeo de aacutegua da chuva
Fonte wwwportalsaofranciscocombr 2016
42
23 Utilizaccedilotildees da aacutegua coletada e o seu consumo
A aacutegua da chuva pode ser usada de diferentes maneiras como jaacute mencionado
descarga de sanitaacuterios limpeza de vasos sanitaacuterios e mictoacuterios lavagem de roupas
lavagem de pavimentos e veiacuteculos rega de jardins irrigaccedilatildeo de parques escolas
praccedilas estacionamentos condomiacutenios usos industriais e preacutedios comerciais
(climatizaccedilatildeo resfriamento de maacutequinas lavagem industrial de roupas lavagem de
veiacuteculos como carros ocircnibus e caminhotildees limpeza industrial redes de incecircndio)
(GOLDENFUM 2006 RODRIGUES 2010 OLIVEIRA CHRISTMANN e PIEREZAN
2014)
Segundo Krishna (2003) existem diversas vantagens e benefiacutecios da aacutegua da
chuva a aacutegua eacute gratuita o uacutenico custo eacute para coleta e uso o uso final da aacutegua colhida
eacute localizado perto da fonte eliminando a necessidade de sistemas de distribuiccedilatildeo
dispendiosos eacute isenta de soacutedio eacute superior para a irrigaccedilatildeo da paisagem a coleta
reduz o fluxo para drenagens de aacuteguas pluviais e tambeacutem reduz poluiccedilatildeo da fonte natildeo
pontual aleacutem de ajudar nos serviccedilos puacuteblicos com a reduccedilatildeo da demanda no veratildeo
e economizando a utilizaccedilatildeo da aacutegua existente resultabdo assim tambeacutem na
reduccedilatildeo das contas de serviccedilos puacuteblicos dos consumidores
Segundo o Texas Guide to Rainwater Harvestingrdquo [1997] a aacutegua da chuva eacute
a aacutegua natural mais macia com dureza zero para todos os fins praacuteticos Quase natildeo
apresentam minerais nem sais dissolvidos e a sua qualidade eacute proacutexima da qualidade
da aacutegua destilada
Iwanami (1985) descreve a importacircncia de fazer o planejamento da utilizaccedilatildeo
do sistema de aproveitamento de aacutegua de chuva para verificar a quantidade de aacutegua
que poderaacute ser coletada e armazenada e verificar a necessidade de tratamento da
aacutegua de chuva Certamente eacute preciso que a aacutegua coletada seja devidamente
armazenada filtrada tratada e que garanta uma qualidade compatiacutevel com os usos
previstos
A aacutegua da chuva obtida por meio de processos sem qualquer desinfecccedilatildeo ou
filtragem complexa natildeo serve normalmente para consumo humano eacute considerada
como aacutegua de segunda qualidade Este tipo de aacutegua deve ser empregado em algumas
tarefas domeacutesticas jaacute exemplificadas anteriormente Rodrigues (2010) afirma que em
meacutedia um indiviacuteduo utiliza o vaso sanitaacuterio entre sete e oito vezes por dia das quais
aproximadamente seis vezes para urinar e as demais para defecar se em cada
43
descarga forem usados dez litros verifica-se que ao fim de um dia um indiviacuteduo gastou
entre setenta e oitenta litros de aacutegua
O uso eficiente da aacutegua implica que natildeo haja desperdiacutecios quer por motivos
ambientais quer por motivos econocircmicos jaacute que a aacutegua desperdiccedilada envolve gastos
desnecessaacuterios Nos campos por exemplo as plantas satildeo organizadas e distribuiacutedas
conforme suas necessidades de aacutegua que segundo essa loacutegica os sistemas de rega
deveriam ser organizados de acordo com as necessidades das plantas isto eacute as
plantas com distintas necessidades satildeo regadas de modo separado podendo tomar
como exemplo a grama que deve ser regada separadamente dos arbustos e flores
Sabe-se que a rega eacute muito importante para o desenvolvimento das vegetaccedilotildees e eacute
usada quando o niacutevel de umidade no solo eacute insatisfatoacuterio (RODRIGUES 2010)
No entendimento de Rodrigues (2010) independente das intervenccedilotildees
excepcionais de reparaccedilatildeo e na falta de condiccedilotildees que sugerem intervenccedilotildees em
periacuteodos mais curtos a manutenccedilatildeo dos sistemas de aproveitamento de aacuteguas
pluviais deve ser realizada em conformidade com as frequecircncias miacutenimas
24 O Reuso De Aacuteguas
241- Aacuteguas Residuaacuterias
Na visatildeo de Asano et al (2007) a aacutegua recuperada eacute definida como um
efluente convenientemente tratado numa Estaccedilatildeo de Tratamento para uma
determinada reutilizaccedilatildeo da aacutegua pretendida Aleacutem disso a reutilizaccedilatildeo da aacutegua
diretamente requer a existecircncia de um sistema de bombeamento ou de outras
facilidades de transporte para o fornecimento da aacutegua
A Resoluccedilatildeo nordm 54 de 28112005 do Conselho Nacional de Recursos Hiacutedricos
(CNRH) dispotildee que o reuso da aacutegua constitui-se de racionalizaccedilatildeo e de conservaccedilatildeo
de recursos hiacutedricos de acordo com os princiacutepios determinados na Agenda 21 Esta
praacutetica diminui a descarga de poluentes em corpos receptores conservando os
recursos hiacutedricos para o abastecimento puacuteblico e outros usos mais exigentes
relacionados agrave qualidade diminui os custos associados agrave poluiccedilatildeo e ajuda na proteccedilatildeo
do meio ambiente e da sauacutede puacuteblica (BRASIL 2005)
A Resoluccedilatildeo nordm 54 de 28112005 do CNRH em seu art 2ordm traz as seguintes
definiccedilotildees sobre o reuso da aacutegua e a aacutegua residuaacuteria
44
I - aacutegua residuaacuteria esgoto aacutegua descartada efluentes liacutequidos de edificaccedilotildees
induacutestrias agroinduacutestrias e agropecuaacuteria tratados ou natildeo
II - reuso de aacutegua utilizaccedilatildeo de aacutegua residuaacuteria
III - aacutegua de reuso aacutegua residuaacuteria que se encontra dentro dos padrotildees
exigidos para sua utilizaccedilatildeo nas modalidades pretendidas
IV - reuso direto de aacutegua uso planejado de aacutegua de reuso conduzida ao local
de utilizaccedilatildeo sem lanccedilamento ou diluiccedilatildeo preacutevia em corpos hiacutedricos
superficiais ou subterracircneos
V - produtor de aacutegua de reuso pessoa fiacutesica ou juriacutedica de direito puacuteblico ou
privado que produz aacutegua de reuso
VI - distribuidor de aacutegua de reuso pessoa fiacutesica ou juriacutedica de direito puacuteblico
ou privado que distribui aacutegua de reuso e
VII - usuaacuterio de aacutegua de reuso pessoa fiacutesica ou juriacutedica de direito puacuteblico ou
privado que utiliza aacutegua de reuso (BRASIL 2005)
O reuso eacute definido por Cunha et al (2011) como o uso de aacutegua residuaacuteria ou
aacutegua de qualidade inferior tratada ou natildeo Para Blum (2007) as aacuteguas residuais ou
residuaacuterias satildeo todos os tipos de aacuteguas descartadas resultantes da utilizaccedilatildeo de
vaacuterios processos Como exemplos podem ser citados aacuteguas residuais domeacutesticas
provenientes de banhos cozinhas lavagens de pavimentos domeacutesticos aacuteguas de
infiltraccedilatildeo resultante das infiltraccedilotildees nos coletores de aacutegua existentes nos terrenos ou
de tubulaccedilotildees puacuteblicas entre outros
Muitas pessoas querem aumentar a reutilizaccedilatildeo de aacutegua em seus
empreendimentos como parte de uma mudanccedila geral para o desenvolvimento
sustentaacutevel da terra e gestatildeo de aacutegua Mas Carvalho et al (2014) Marccedilo p 3164 -
3171 3170 haacute poucas informaccedilotildees sobre a aacutegua reutilizada e tecnologias que possam
ser adotadas para cada situaccedilatildeo (HOLT e JAMES 2006)
Filho e Mancuso (2013) entendem o reuso da aacutegua como sendo uma
tecnologia desenvolvida em menor ou maior escala depende da finalidade ao qual se
destina a aacutegua e de como a aacutegua foi usada anteriormente
Hespanhol (2002) enfatiza que a aacutegua eacute um recurso renovaacutevel que quando
reciclada por meio de sistemas naturais torna-se um recurso limpo e seguro pode ter
sua qualidade comprometida devido agrave accedilatildeo antroacutepica Uma vez poluiacuteda a aacutegua pode
ser recuperada e reusada para diversas finalidades A qualidade da aacutegua usada e o
propoacutesito do reuso determinam os niacuteveis de tratamento recomendados os criteacuterios de
45
seguranccedila a serem adotados e os custos associados As possibilidades e formas
potenciais de reuso dependeratildeo de caracteriacutesticas condiccedilotildees e fatores locais
Nessa mesma corrente Cunha et al (2011) sinalizam que um aspecto
relevante para o desenvolvimento de qualquer atividade humana eacute a disponibilidade
de aacutegua em quantidade e qualidade Em situaccedilotildees de escassez emerge a
necessidade e a possibilidade de substituiccedilatildeo das fontes para abastecimento usando
aacutegua residuaacuteria que apresenta qualidade inferior mas disponibilidade assegurada
OIiveira e Inata (2011) comentam que em regiotildees tropicais o uso dos
aparelhos de ar condicionado para conforto teacutermico propicia a geraccedilatildeo de aacutegua que
resulta da condensaccedilatildeo e na maioria das vezes eacute desperdiccedilada no solo ou drenadas
para galerias pluviais Assim o aproveitamento desta aacutegua dependeraacute da coleta
eficiente de cada sistema de drenagem dos aparelhos que podem ser voltados para
um sistema de coleta e armazenamento A aacutegua de aproveitamento dos aparelhos de
ar condicionado pode ser usada na lavagem de pisos regas de jardins entre outros
Rodrigues (2005) e Goldenfum (2006) classificam o reuso da aacutegua quanto ao
meacutetodo e quanto ao uso final
Quanto ao meacutetodo a reutilizaccedilatildeo da aacutegua pode ser direta ou indireta que
resultam de accedilotildees planejadas ou natildeo O reuso indireto natildeo planejado ocorre quando
a aacutegua servida eacute descarregada no meio ambiente ficando exposta agraves accedilotildees naturais
do ciclo hidroloacutegico (diluiccedilatildeo autodepuraccedilatildeo) e reutilizada a jusante de modo natildeo
intencional e natildeo controlada Em relaccedilatildeo ao reuso indireto planejado ocorre quando
os efluentes depois de tratados satildeo descarregados de maneira planejada nos corpos
drsquoaacutegua para serem usados a jusante de forma controlada (RODRIGUES 2005
GOLDENFUM 2006)
O reuso direto planejado ocorre quando os efluentes depois de tratados satildeo
levados diretamente ao local de reuso (geralmente induacutestria ou irrigaccedilatildeo) O reuso
direto natildeo planejado ocorre quando a aacutegua servida eacute descarregada sem nenhum tipo
de tratamento sendo reaproveitada diretamente no seu ponto de descarga (situaccedilotildees
irregulares pois natildeo tem controle algum sobre os paracircmetros de qualidade)
(GOLDENFUM 2006)
Goldenfum (2006) ressalta que normalmente natildeo eacute possiacutevel reutilizar uma
aacutegua residuaacuteria completa ou indefinidamente O reuso de um efluente tratado atraveacutes
de meacutetodos diretos ou indiretos eacute um meio de disposiccedilatildeo que complementa outros
existentes A quantidade de efluente que se pode reutilizar vai depender da
46
disponibilidade e o custo da aacutegua doce custos de transporte e tratamento diretrizes
sobre a qualidade da aacutegua e o potencial de reuso da aacutegua residuaacuteria
Quanto ao uso final as aacuteguas podem ser aproveitadas de diversas formas e
os tipos de reuso satildeo classificados em urbano industrial agriacutecola ambiental e recarga
de aquiacutefero (HESPANHOL 2002 GOLDENFUM 2006)
Os tipos baacutesicos de usos potenciais de esgotos tratados segundo Hespanhol
(2002) podem ser implantados tanto em aacutereas urbanas como aacutereas rurais e satildeo
ilustrados pelo esquema da figura 6
Figura 8 - Formas potenciais de reuso da aacutegua
Fonte Hespanhol 2002
242 Aacuteguas Cinzentas
As aacuteguas cinzentas satildeo as aacuteguas residuais domeacutesticas oriundas de enxaacutegue
de maacutequina de lavar aacutegua de chuveiro e outros Para Blum (2007) eacute importante
quando se projeta um sistema de reuso de aacuteguas cinzentas o dimensionamento dos
reservatoacuterios Deve-se ter em conta o volume que seraacute usado nas descargas de
47
sanitaacuterios ateacute no maacuteximo 48 horas para evitar estocagem por muito tempo pois
ocasionaraacute odores desagradaacuteveis
Nos sistemas de reutilizaccedilatildeo de aacuteguas cinzentas de acordo com Boehm e
Oliveira (2015) deve-se levar em consideraccedilatildeo o comprometimento de todos os
usuaacuterios sendo que o volume e a concentraccedilatildeo de contaminantes podem variar
depende do tipo de edificaccedilatildeo da localidade do niacutevel de ocupaccedilatildeo da residecircncia da
faixa etaacuteria do estilo de vida da classe social da cultura e dos costumes dos
residentes
Neves e Afonso (2010) entendem que as aacuteguas cinzentas satildeo aacuteguas residuais
domeacutesticas sem aacuteguas fecais provenientes geralmente de banheiros duchas
lavatoacuterios lavagem de roupas e cozinha
No reuso dessas aacuteguas que podem ser usadas com ou sem tratamento
dependeraacute da qualidade exigiacutevel para os usos O sistema predial de reciclagem de
aacuteguas cinzentas propicia o tratamento das mesmas e a sua reentrada no ciclo do
preacutedio O uso mais frequente eacute na limpeza de bacias de retrete (NEVES e AFONSO
2010)
25 Formas de Reuso de Aacuteguas
251 Reuso Urbano
Com base nas diretrizes relacionadas ao reuso da aacutegua emitida pela Agecircncia
de Proteccedilatildeo ao Meio Ambiente dos Estados Unidos (United States Environmental
Protection Agency (US EPA) eacute apresentado muitas opccedilotildees para o reuso urbano natildeo
potaacutevel em que se destacam irrigaccedilatildeo de parques e jardins puacuteblicos centros
esportivos campos de futebol gramados aacutervores e arbustos decorativos ao longo de
ruas e rodovias aacutereas ajardinadas ao redor de edifiacutecios puacuteblicos residenciais e
industriais reserva de proteccedilatildeo contra incecircndios sistemas decorativos aquaacuteticos
como fontes chafarizes espelhos e quedas drsquoaacutegua descarga sanitaacuteria lavagem de
veiacuteculos (GOLDENFUM 2006)
Deve-se enfatizar que o uso que requer aacutegua de qualidade elevada podeter
custos incompatiacuteveis com as vantagens devido ao baixo custo da aacutegua para os
usuaacuterios urbanos Dessa forma o reuso urbano com finalidade potaacutevel eacute tida como
uma alternativa dispendiosa e riscos muito altos tornando-o praticamente inviaacutevel
48
Enquanto para finalidades natildeo potaacuteveis envolve riscos menores e eacute considerada
como uma boa opccedilatildeo para o reuso urbano (GOLDENFUM 2006)
252 Reuso industrial
O reuso industrial pode ser utilizado na produccedilatildeo de aacutegua para caldeiras em
sistemas de resfriamento como por exemplo aacutegua de reposiccedilatildeo em lavadores de
gases e aacutegua de processos (CETESB 2014) No mundo as usinas de geraccedilatildeo de
energia refinarias de petroacuteleo unidades quiacutemicas e metaluacutergicas se beneficiam do
reuso de aacutegua tanto para resfriamento quanto para processos industriais
(GOLDENFUM 2006)
253 Reuso agriacutecola
Em conformidade com o Centro Internacional de Referecircncia em Reuso de Aacutegua
(CIRRA 2014) entidade vinculada agrave Escola Politeacutecnica da Universidade de Satildeo Paulo
(USP) os efluentes devidamente tratados podem ser utilizados na agricultura para
aplicaccedilatildeo em culturas de alimentos natildeo processados comercialmente (irrigaccedilatildeo
superficial de qualquer cultura alimentiacutecia) culturas de alimentos processados
comercialmente (irrigaccedilatildeo de pomares e vinhas) culturas natildeo alimentiacutecias (pastos
forragens fibras e gratildeos) dessedentaccedilatildeo de animais
254 Reuso no meio ambiente
O reuso no meio ambiente engloba aplicaccedilotildees em wetlands habitats naturais
aumento do fluxo de aacutegua estabelecimentos recreacionais contato acidental (pesca
e canoagem) e contato integral com a aacutegua autorizado represas e lagos lagoas
esteacuteticas em que o contato com o puacuteblico natildeo eacute autorizado (CIRRA 2014)
26 A Praacutetica de Recarga de Aquiacuteferos
A recarga artificial de aquiacuteferos com efluentes tratados pode ser usada para
fins diversos englobando o aumento de disponibilidade e armazenamento de aacutegua
controle de salinizaccedilatildeo em aquiacuteferos costeiros controle de subsidecircncia de solos Cirra
(2014) Esta praacutetica pode ser importante para alguns municiacutepios abastecidos por
49
aacutegua subterracircnea onde a recarga natural de aquiacuteferos vem sendo diminuiacutedas em
funccedilatildeo do aumento de aacutereas impermeabilizadas
Hespanhol (2002) comenta que eacute realizada de modo inadequado a retirada das
aacuteguas dos lenccediloacuteis subterracircneos para consumo o que compromete a disponibilidade
hiacutedrica O uso de esgotos tratados para evitar ou diminuir tais efeitos eacute uma
possibilidade
27 O Armazenamento de Aguaacutes
Em aacutereas para captaccedilatildeo de aacutegua de chuva comumente utiliza-se materiais
como telhas galvanizadas pintadas ou esmaltadas com tintas natildeo toacutexicas superfiacutecies
de concreto ceracircmicas policarbonato e fibra de vidro As calhas tambeacutem devem ser
fabricadas com materiais inertes como PVC ou outros tipos de plaacutesticos evitando
assim que partiacuteculas toacutexicas provenientes destes dispositivos venham a ser levadas
para os tanques de armazenagem (MACOMBER 2001)
Segundo Brown et al (2005) o volume do primeiro fluxo de aacutegua de chuva a
ser descartado varia conforme a quantidade de poeira acumulada na superfiacutecie do
telhado que eacute uma funccedilatildeo do nuacutemero de dias secos da quantidade e tipo de resiacuteduos
e da estaccedilatildeo do ano Outras variaacuteveis a serem consideradas satildeo a inclinaccedilatildeo e as
superfiacutecies dos telhados a intensidade das chuvas e o periacuteodo de tempo que ocorrem
Aleacutem disso salienta-se que natildeo haacute nenhum caacutelculo exato para definir o volume inicial
de aacutegua pluvial que necessita ser desviado devido agraves muitas variaacuteveis que
determinam a eficaacutecia da lavagem das aacutereas de captaccedilatildeo
Jaacute o reservatoacuterio eacute um dos componentes mais relevantes do SAAP eacute um fator
que influencia na qualidade da aacutegua e tambeacutem elemento mais caro do investimento
ou fator de otimizaccedilatildeo da aacutegua disponiacutevel versus necessidades de abastecimento
(RODRIGUES 2010)
O reservatoacuterio de armazenamento tem a funccedilatildeo de reter e acumular a aacutegua
coletada pelo telhado que eacute levada pelo sistema atraveacutes da calha para filtragem e
armazenada em cisternas ou caixas drsquoaacutegua ficando armazenada ao abrigo da luz e
do calor e eacute bombeada para uma caixa drsquoaacutegua superior que pode abastecer o
banheiro a lavanderia e outros ambientes (OLIVEIRA CHRISTMANN e PIEREZAN
2014)
50
May (2009) acredita que para o sistema ser viaacutevel vai depender de trecircs
elementos precipitaccedilatildeo aacuterea de coleta e demanda O reservatoacuterio de aacutegua da chuva
por ser o componente mais caro do sistema deve ser projetado em conformidade com
as necessidades do usuaacuterio e com a disponibilidade pluviomeacutetrica local para
dimensionaacute-lo adequadamente sem inviabilizar o sistema Com base nos resultados
das anaacutelises realizadas e no uso do sistema de coleta e aproveitamento de aacutegua da
chuva a utilizaccedilatildeo para fins natildeo potaacuteveis deve ser estimulada A figura 9 ilustra o
processo de captaccedilatildeo da aacutegua da chuva
Para Boehm e Oliveira (2015) antes da implantaccedilatildeo de um sistema de
reaproveitamento de aacuteguas pluviais devem ser verificadas as condiccedilotildees do local de
instalaccedilotildees e quais os tipos de elementos podem interferir na qualidade da aacutegua
captada
Segundo Macomber (2001) o escoamento de aacutegua natildeo deve entrar em
campos seacutepticos de drenagem do sistema e qualquer tanque o excesso e a drenagem
devem ser roteados de modo que natildeo afetar a base dos tanques ou de quaisquer
outras estruturas
A cisterna pode ser apoiada semi-apoiada enterrada ou elevada e ser
construiacuteda com vaacuterios tipos de materiais como concreto armado blocos de concreto
alvenaria de tijolos plaacutestico polieacutester polietileno accedilo entre outros (OLIVEIRA
CHRISTMANN e PIEREZAN 2014)
51
Figura 9 - Processo de captaccedilatildeo da aacutegua da chuva
Fonte wwwrhasaambientalcombr 2013
Dentre os conceitos da NORMA 155272007 podemos citar
aacutegua de chuva aacutegua resultante de precipitaccedilotildees atmosfeacutericas coletadas
em coberturas telhados onde natildeo haja circulaccedilatildeo de pessoas veiacuteculos e
animais
aacutegua natildeo potaacutevel aacutegua que natildeo atende agrave Portaria nordm 518 do Ministeacuterio da
Sauacutede
aacuterea de captaccedilatildeo aacuterea em metros quadrados projetada na horizontal da
superfiacutecie impermeaacutevel da cobertura onde a aacutegua eacute captada
coeficiente de escoamento superficial coeficiente de runnoff que
representa a relaccedilatildeo entre o volume total de escoamento superficial e ao
volume total precipitado variando conforme a superfiacutecie
conexatildeo cruzada qualquer ligaccedilatildeo fiacutesica atraveacutes de peccedila dispositivo ou
outro arranjo que conecte duas tubulaccedilotildees das quais um conduz aacutegua
potaacutevel e a outra aacutegua de qualidade desconhecida ou natildeo potaacutevel
demanda consumo meacutedio (mensal ou diaacuterio) a ser atendido para fins natildeo
potaacuteveis
escoamento inicial aacutegua suficiente da aacuterea de captaccedilatildeo suficiente para
carregar a poeira fuligem folhas galhos e detritos
52
suprimento fonte alternativa de aacutegua para complementar o reservatoacuterio
de aacutegua de chuva
Tabela 1 - Paracircmetros de qualidade de aacuteguas pluviais para usos restritivos natildeo potaacuteveis
Paracircmetro
Anaacutelise Faixa
Coliformes totais Semanal Ausecircncia em 100mL
Coliformes termotolerantes Semanal Ausecircncia em 100mL
Cloro residual livre Mensal 05 a 30 mgL
Turbidez Mensal lt20uT para menos
restritivos lt50 uT lt15 uH
Cor aparente (caso natildeo seja
utilizado nenhum corante ou
antes da sua utilizaccedilatildeo)
Mensal
Deve prever ajuste do pH para
proteccedilatildeo das redes de distribuiccedilatildeo
caso necessaacuterio
Mensal pH de 60 a 8p no caso
de tubulaccedilatildeo de accedilo
carbono ou galvanizado
Fonte ABNT ndash Associaccedilatildeo Brasileira de Normas Teacutecnicas NBR 155252007
Com relaccedilatildeo agrave manutenccedilatildeo do sistema de coleta e aproveitamento de aacuteguas
pluviais de acordo com o Manual de manutenccedilatildeo do aproveitamento de aacutegua de chuva
do FNDE
Quadro 3 - Frequecircncia de manutenccedilatildeo
Componente
Frequecircncia de manutenccedilatildeo
Cobertura e telhados Miacutenimo 3 vezes ao ano
Calhas condutores verticais e horizontais Miacutenimo 3 vezes ao ano
Filtro removedor de detritos A cada 3 meses
Reservatoacuterio inferior ndash enterrado A cada 2 anos
Filtro flutuante Mensalmente
Bombas Mensalmente
Filtro cartucho Semestralmente
Clorador Mensalmente
Reservatoacuterio superior ndash intermediaacuterio Limpeza e desinfecccedilatildeo anual
Fonte Manual de manutenccedilatildeo do aproveitamento de aacutegua de chuva FNDE
53
As inspeccedilotildees podem ser feitas pelos utilizadores poreacutem as manutenccedilotildees dos
sistemas de bombas e tratamento devem ser feitas por teacutecnicos especializados
Quando satildeo utilizados nas operaccedilotildees de higienizaccedilatildeo e manutenccedilatildeo produtos nocivos
para os humanos ou para o ambiente devem ser adotadas medidas que impeccedilam o
lanccedilamento dos efluentes resultantes destas operaccedilotildees no ciclo pluvial natural ou na
rede de drenagem de aacuteguas residuais com a necessaacuteria checagem de compatibilidade
com os componentes naturais canalizaccedilotildees e dispositivos de tratamento a jusante
realizando preacute-tratamento quando necessaacuterio (RODRIGUES 2010)
Eacute importante destacar o conjunto de normas que fornecem os requisitos para o
aproveitamento de aacutegua de chuva de coberturas em aacutereas urbanas para fins natildeo
potaacuteveis
NBR 56261998 Instalaccedilatildeo predial de aacutegua fria que tem exigecircncias e
recomendaccedilotildees para o projeto assim como sua execuccedilatildeo e
manutenccedilatildeo da rede
NBR 108441989 Instalaccedilatildeo prediais de aacuteguas pluviais que tem o
caacutelculo de aacuterea de contribuiccedilatildeo e caacutelculo de condutores horizontais e
verticais e de calhas
ABNT NBR 122131992 Projeto de captaccedilatildeo de aacutegua de superfiacutecie para
abastecimento puacuteblico
ABNT NBR 122141992 Projeto de sistema de bombeamento de aacutegua
para abastecimento puacuteblico
ABNT NBR 122171994 Projeto de reservatoacuterio de distribuiccedilatildeo de aacutegua
para abastecimento puacuteblico
A RESOLUCcedilAtildeO CONAMA Nordm 20 de 18 de junho de 1986 publicada no DOU
de 300786 foi estabelecida a classificaccedilatildeo das aacuteguas doces salobras e salinas do
Territoacuterio Nacional Na Classe 2 estatildeo incluiacutedas as aacuteguas destinadas ao
abastecimento domeacutestico apoacutes tratamento convencional agrave proteccedilatildeo das
comunidades aquaacuteticas agrave recreaccedilatildeo de contato primaacuterio (esqui aquaacutetico nataccedilatildeo e
mergulho) agrave irrigaccedilatildeo de hortaliccedilas e plantas frutiacuteferas agrave criaccedilatildeo natural eou
intensiva (aquicultura) de espeacutecies destinadas agrave alimentaccedilatildeo humana
Para as aacuteguas de Classe 2 satildeo estabelecidos os mesmos limites ou condiccedilotildees
da Classe 1 agrave exceccedilatildeo dos seguintes
54
i Natildeo seraacute permitida a presenccedila de corantes artificiais que natildeo sejam
removiacuteveis por processo de coagulaccedilatildeo sedimentaccedilatildeo e filtraccedilatildeo
convencional
ii Coliformes para uso de recreaccedilatildeo de contato primaacuterio deveraacute ser
obedecido o Art 26 desta Resoluccedilatildeo Para os demais usos natildeo deveraacute ser
excedido um limite de 1000 coliformes fecais por 100 mililitros em 80 ou
mais de pelo menos 5 amostras mensais colhidas em qualquer mecircs no
caso de natildeo haver na regiatildeo meios disponiacuteveis para o exame de
coliformes fecais o iacutendice limite seraacute de ateacute 5000 coliformes totais por 100
mililitros em 80 ou mais de pelo menos 5 amostras mensais colhidas em
qualquer mecircs
iii Cor ateacute 75 mg Ptl
iv Turbidez ateacute 100 UNT
v DBO5 dias a 20degC ateacute 5 mgl O2
vi OD em qualquer amostra natildeo inferior a 5 mgl O2
No art 26 (Balneabilidade) - As aacuteguas doces salobras e salinas destinadas a
balneabilidade (recreaccedilatildeo de contato primaacuterio) seratildeo enquadradas e teratildeo sua
condiccedilatildeo avaliada nas categorias EXCELENTE MUITO BOA SATISFATOcircRIA e
IMPROacutePRIA da seguinte forma
1) EXCELENTE (3 estrelas) Quando em 80 ou mais de um conjunto de
amostras obtidas em cada uma das 5 semanas anteriores colhidas no mesmo
local houver no maacuteximo 250 coliformes fecais por l00 mililitros ou 1250
coliformes totais por 100 mililitros
2) MUITO BOA (2 estrelas) Quando em 80 ou mais de um conjunto de amostras
obtidas em cada uma das 5 semanas anteriores colhidas no mesmo local
houver no maacuteximo 500 coliformes fecais por 100 mililitros ou 2500 coliformes
totais por 100 mililitros
3) SATISFATOacuteRIA (1 estrela) Quando em 80 ou mais de um conjunto de
amostras obtidas em cada uma das 5 semanas anteriores colhidas no mesmo
local houver no maacuteximo 1000 coliformes fecais por 100 mililitros ou 5000
coliformes totais por 100 mililitros
55
4) IMPROacutePRIA Natildeo atendimento aos criteacuterios estabelecidos para as aacuteguas
proacuteprias
Os mais recentes padrotildees microbioloacutegicos para aacuteguas destinadas agrave recreaccedilatildeo
de contato primaacuterio estatildeo definidos na resoluccedilatildeo CONAMA 2742000 como
demonstrado na Tabela 2que jaacute inclui Enterococos Ecoli
Segundo Jordatildeo amp Pessoa (2014) o desenvolvimento dos padrotildees para banho
ou para aacuteguas de recreaccedilatildeo de contato primaacuterio tem evoluiacutedo com loacutegica Primeiro
foram adotados paracircmetros relativos a melhor tecnologia de controle disponiacutevel que
entretanto natildeo representavam o risco de contrair enfermidades devido a presenccedila de
poluentes Foi o caso dos Coliformes totais Depois considerou-se a relaccedilatildeo entre o
risco possiacutevel ou detectaacutevel e presenccedila de poluentes Neste caso os Coliformes fecais
eram mais representativos
Uma terceira etapa foi a identificaccedilatildeo de risco aceitaacutevel para o qual deveria
existir uma quantidade de dados epidemioloacutegicos correspondendo a mediccedilotildees de
qualidade do corpo drsquoaacutegua Os estudos indicaram que Enterococos eram os mais
representativos seguidos por Ecoli e por uacuteltimo coliformes totais(Desinfecccedilatildeo de
efluentes sanitaacuterios) Sendo assim os Enterococos atualmente representam o melhor
indicador entre os analisados sem que se deva considerar erro o controle por outros
organismos
Tabela 2 - Padrotildees microbioloacutegicos para aacuteguas destinadas agrave recreaccedilatildeo de contato primaacuterio
Balneabilidade-
categoria
Qualidade
Padrotildees para o corpo daacutegua
Proacutepria Excelente Maacuteximo de 250 CF100ml ou
200EC100ml ou 25 Enterococos100ml
em 80 ou mais das amostras das cinco
semanas anteriores
Proacutepria Muito boa Maacuteximo de 500 CF100ml ou
400EC100ml ou 50 Enterococos100ml
em 80 ou mais das amostras das cinco
semanas anteriores
Proacutepria Satisfatoacuteria Maacuteximo de 1000 CF100ml ou
800EC100ml ou 100 Enterococos100ml
56
em 80 ou mais das amostras das cinco
semanas anteriores
Improacutepria Natildeo atendimento aos criteacuterios
estabelecidos para as aacuteguas
proacuteprias
Incidecircncia elevada ou anormal
de enfermidades transmissiacuteveis
por via hiacutedrica Valor obtido na
uacuteltima amostragem for superior a
2500CF100ml ou 2000
EC100ml ou 400
enterococos100ml Presenccedila de
resiacuteduos ou despejos pHlt6ou
gt9 Floraccedilatildeo de algas outros
fatores que contra -indiquem o
contato primaacuterio
Fonte- CONAMA 2742000
28 Legislaccedilatildeo Sobre o Uso de Aacuteguas
ASPECTOS LEGAIS PARA O USO DE AacuteGUAS
Em 1973 o decreto federal nordm 24643 conhecido como o Coacutedigo das Aacuteguas
consubstanciou a base da legislaccedilatildeo voltada para a temaacutetica aacutegua O instrumento
legisla inclusive sobre o conceito de aacuteguas pluviais e acerca do direito de uso
atribuindo ao dono do preacutedio onde caiacuterem diretamente sua propriedade No seu artigo
118 chega ateacute mesmo a comentar superficialmente sobre a construccedilatildeo de
reservatoacuterios para aproveitamento da aacutegua da chuva em aacutereas puacuteblicas
Em termos de poliacutetica ambiental voltada aos recursos hiacutedricos destaca-se a
promulgaccedilatildeo da lei 9433 que em 1997 instituiu a Poliacutetica Nacional de Recursos
Hiacutedricos ndash PNRH criando o Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos
Hiacutedricos Conhecida como Lei das Aacuteguas o normativo fornece instrumentos que
possibilitam a melhoria da gestatildeo sistemaacutetica do recurso
57
A captaccedilatildeo de aacutegua de chuva tem uma relaccedilatildeo indireta com os objetivos dessa Poliacutetica jaacute que estimula o uso racional e ao mesmo tempo previne contra os eventos hidroloacutegicos criacuteticos tanto agraves secas devido agrave promoccedilatildeo da reserva quanto agraves inundaccedilotildees devido agrave diminuiccedilatildeo do escoamento superficial A inclusatildeo da captaccedilatildeo de aacutegua de chuva no Plano indica o esforccedilo da poliacutetica de recursos hiacutedricos na busca da transversalidade e no gerenciamento integrado das aacuteguas (SENRA BRONZATTO VENDRUSCOLO 2007)
A Lei nordm 943397 criou o Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos
Hiacutedricos e no art 1ordm disciplina
Art 1ordm A Poliacutetica Nacional de Recursos Hiacutedricos baseia-se nos seguintes
fundamentos
I - a aacutegua eacute um bem de domiacutenio puacuteblico
II - a aacutegua eacute um recurso natural limitado dotado de valor econocircmico
III - em situaccedilotildees de escassez o uso prioritaacuterio dos recursos hiacutedricos eacute o consumo humano e
a dessedentaccedilatildeo de animais
IV - a gestatildeo dos recursos hiacutedricos deve sempre proporcionar o uso muacuteltiplo das aacuteguas
V - a bacia hidrograacutefica eacute a unidade territorial para implementaccedilatildeo da Poliacutetica Nacional de
Recursos Hiacutedricos e atuaccedilatildeo do Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hiacutedricos
VI - a gestatildeo dos recursos hiacutedricos deve ser descentralizada e contar com a participaccedilatildeo do
Poder Puacuteblico dos usuaacuterios e das comunidades (BRASIL 1997)
O art 5ordm da Lei nordm 943397 trata dos instrumentos da Poliacutetica Nacional de
Recursos Hiacutedricos
Art 5ordm Satildeo instrumentos da Poliacutetica Nacional de Recursos Hiacutedricos
I - os Planos de Recursos Hiacutedricos
II - o enquadramento dos corpos de aacutegua em classes segundo os usos preponderantes da aacutegua
III - a outorga dos direitos de uso de recursos hiacutedricos
IV - a cobranccedila pelo uso de recursos hiacutedricos
V - a compensaccedilatildeo a municiacutepios
VI - o Sistema de Informaccedilotildees sobre Recursos Hiacutedricos (BRASIL 1997)
Nacionalmente natildeo haacute um ordenamento juriacutedico que discipline
especificamente sobre o uso das aacuteguas pluviais Como as citadas anteriormente a
lei nordm 114452007 conhecida como lei do Saneamento Baacutesico indiretamente
estabelece alguns criteacuterios para o manejo de aacutegua pluvial Em seu artigo 3ordm define a
drenagem e manejo das aacuteguas pluviais urbanas como
Conjunto de atividades infraestruturas e instalaccedilotildees operacionais de drenagem urbana de aacuteguas pluviais de transporte detenccedilatildeo ou retenccedilatildeo para o amortecimento de vazotildees de cheias tratamento e
58
disposiccedilatildeo final das aacuteguas pluviais drenadas nas aacutereas urbanas (BRASIL 2007)
Seu decreto regulamentador nordm 72172010 admitiu como forma de viabilizar o
manejo da aacutegua da chuva a alimentaccedilatildeo da instalaccedilatildeo hidraacuteulica predial ligada agrave rede
puacuteblica de abastecimento de aacutegua via aproveitamento de aacutegua da chuva desde que
devidamente autorizadas pela autoridade competente
Quanto agraves leis sobre o tema reuso de aacutegua vigentes no Brasil pode-se
destacar a lei 693881 que institui a poliacutetica nacional do meio ambiente que menciona
o incentivo ao estudo e pesquisa de tecnologias orientadas para o uso racional e a
proteccedilatildeo dos recursos ambientais
No Estado do Rio de Janeiro a Lei Nordm 6034 de 08 de setembro de 2011 dispotildee
sobre a obrigatoriedade dos postos de combustiacuteveis lava-raacutepidos transportadoras e
empresas de ocircnibus urbanos intermunicipais e interestaduais localizados no Estado
do Rio de janeiro a instalarem equipamentos de tratamento e reutilizaccedilatildeo da aacutegua
usada na lavagem de veiacuteculos
Na cidade de Satildeo Paulo por exemplo atraveacutes da Lei nordm 13276 e o Decreto nordm
41814 que regulamenta esta lei determinam-se a obrigatoriedade da execuccedilatildeo de
reservatoacuterio de aacuteguas pluviais coletadas de cobertas e pavimentos nos lotes
construiacutedos ou natildeo que possuem uma aacuterea impermeabilizada superior a 500m2
Trata-se de providecircncias para evitar as inundaccedilotildees urbanas uma vez que incentiva
soluccedilotildees para a infiltraccedilatildeo da aacutegua de chuva no solo e a utilizaccedilatildeo da mesma quando
armazenada para fins natildeo potaacuteveis
DECRETO Nordm 23940 de 30 de Janeiro de 2004 da cidade do Rio de Janeiro
Torna obrigatoacuterio nos casos previstos a adoccedilatildeo de reservatoacuterios que permitam o
retardo do escoamento das aacuteguas pluviais para a rede de drenagem Visando a
necessidade de ajudar a prevenir inundaccedilotildees atraveacutes da retenccedilatildeo temporaacuteria de
aacuteguas pluviais em reservatoacuterios especialmente criados com esta finalidade e
considerando as possibilidades de reaproveitamento de aacuteguas pluviais para usos natildeo
potaacuteveis como lavagem de veiacuteculos e partes comuns jardinagem e outras Sendo
obrigatoacuterio para imoacuteveis com aacuterea de cobertura superior a 50000 m2 e em caso de
novas edificaccedilotildees residecircncias multifamiliares e industriais fica obrigatoacuterio o uso de
aguas pluviais para uso natildeo potaacutevel atendendo as normas sanitaacuterias vigentes ficando
o habite-se ou alvaraacute de obras condicionado ao atendimento ao decreto
59
A Agenda 21 capiacutetulo 18 dedicou importacircncia especial ao reuso de aacutegua
recomendando a implementaccedilatildeo de poliacuteticas de gestatildeo dirigidas para o uso e
reciclagem de efluentes Segundo Hespanhol (2012) embora natildeo haja menccedilatildeo ao
tema lsquoreusorsquo na poliacutetica nacional de recursos hiacutedricos existe uma vontade poliacutetica
direcionada para esta questatildeo Segundo a Conferecircncia Interparlamentar sobre o
desenvolvimento do Meio Ambiente realizada em Brasiacutelia em Dezembro de 1992 no
paraacutegrafo 64B recomenda esforccedilos a niacutevel nacional para institucionalizar a
reciclagem e reuso sempre que possiacutevel promovendo o tratamento e a disposiccedilatildeo de
esgotos de modo a natildeo poluir o meio ambiente
A portaria nordm 23 de 12 de fevereiro de 2015 do Ministro de Estado do
Planejamento Orccedilamento e Gestatildeo estabelece boas praacuteticas de gestatildeo e uso de
Energia Eleacutetrica e de Aacutegua nos oacutergatildeos e entidades da Administraccedilatildeo Puacuteblica Federal
direta autaacuterquica e fundacional e dispotildee sobre o monitoramento de consumo destes
bens e serviccedilos Devendo os oacutergatildeos adotar as providencias necessaacuterias para
implementaccedilatildeo de boas praacuteticas de gestatildeo e inclusive elaborando campanhas de
conscientizaccedilatildeo por meio presencial e eletrocircnico e fornecendo mensalmente o
consumo de energia eleacutetrica e aacutegua por meio do Sistema Projeto Esplanada
Sustentaacutevel
O reuso de aacutegua pode ser classificado em reuso indireto ou direto O reuso
direto eacute aquele onde ocorre a conexatildeo direta dos efluentes de uma estaccedilatildeo de
tratamento de esgotos a uma estaccedilatildeo de tratamento de aacutegua e em seguida ao sistema
de distribuiccedilatildeo O reuso indireto eacute a diluiccedilatildeo do esgoto apoacutes tratamento em um corpo
hiacutedrico no qual apoacutes algum tempo de detenccedilatildeo eacute efetuada a captaccedilatildeo seguida de
tratamento adequado e posterior distribuiccedilatildeo Filho (1987) sugere a seguinte
terminologia para diversas formas de reuso
Reuso indireto natildeo planejado da aacutegua Eacute aquele em que a aacutegua utilizada
em alguma atividade humana eacute descarregada no meio ambiente e
novamente utilizada agrave jusante em sua forma diluiacuteda de maneira natildeo
intencional e natildeo controlada
Reuso indireto planejado da aacutegua Ocorre quando os efluentes depois de
tratados satildeo descarregados de forma planejada para serem reutilizados a
jusante
Reuso direto planejado da aacutegua Ocorre quando os efluentes apoacutes
convenientemente tratados satildeo encaminhados diretamente do seu ponto
60
de descarga ateacute o local do reuso sofrendo em seu percurso os tratamentos
necessaacuterios mas natildeo sendo descarregados no meio
Reciclagem de aacutegua Eacute o reuso interno da aacutegua antes da sua descarga
em um sistema geral de tratamento ou outro local de disposiccedilatildeo para servir
como fonte suplementar de abastecimento do uso original Eacute um caso
particular de reuso direto
Segundo jaacute destacava Westerhoff (1984)o reuso de aacutegua eacute classificado em
duas categorias Reuso potaacutevel e Reuso natildeo potaacutevel e esta classificaccedilatildeo foi adotada
pela Associaccedilatildeo Brasileira de Engenharia Sanitaacuteria e Ambiental de Satildeo Paulo e
divulgada nos Cadernos de Engenharia Sanitaacuteria e Ambiental Sendo considerado um
bem econocircmico porque eacute finita e essencial para conservaccedilatildeo da vida e do meio
ambiente consequentemente sua escassez impede o desenvolvimento de diversas
regiotildees na medida em que aleacutem da necessidade humana a aacutegua eacute essencial no
processo produtivo de diversas empresas
Reuso potaacutevel
Direto
Indireto
Reuso natildeo potaacutevel
Para fins agriacutecolas
Para fins industriais
Para fins recreacionais
Para fins domeacutesticos
Para manutenccedilatildeo de vazotildees de cursos drsquoaacutegua
Para aquacultura
Recarga de aquiacuteferos subterracircneos
Pode-se destacar alternativas que vem sendo propostas para racionalizaccedilatildeo
do consumo de aacutegua domiciliar Satildeo elas
Identificaccedilatildeo e eliminaccedilatildeo de vazamentos e perdas
Instalaccedilatildeo de equipamentos hidraacuteulicos sanitaacuterios de baixo consumo e alta
eficiecircncia
Reuso de aacuteguas cinzas
Aperfeiccediloamento dos procedimentos de mediccedilatildeo e cobranccedila
61
Os processos e tratamentos para fins potaacuteveis satildeo complexos e de custo
elevado Desta forma o reuso para fins natildeo potaacuteveis deve ser sempre avaliado
preferencialmente Aparentemente o principal problema decorrente da accedilatildeo de
reutilizaccedilatildeo de aacuteguas cinzentas com objetivos de economizar aacutegua seria o aumento
do custo decorrente da instalaccedilatildeo e manutenccedilatildeo de sistemas duplos de distribuiccedilatildeo
O principal destino destas aacuteguas deve ser a utilizaccedilatildeo sanitaacuteria e o uso agriacutecola
(HESPANHOL amp MIERZWA 2011)
Pesquisas sobre a viabilidade econocircmica de projetos de aproveitamento de
aacutegua de chuva indicam que o item preponderante nesta anaacutelise eacute o custo do
reservatoacuterio que varia em funccedilatildeo da sua dimensatildeo A NBR 15527(ABNT 2007)
apresenta 6 metodologias de caacutelculo do volume do reservatoacuterio que resultam em
valores muito discrepantes gerando a necessidade do usuaacuterio decidirem funccedilatildeo das
condiccedilotildees especiacuteficas do projeto qual metodologia seguir A maioria das
aplicaccedilotildeestrabalha com uma demanda fixa visando o consumo em vasos sanitaacuterios
(MORUZZI e OLIVEIRA2010 DORNELLES et al 2010 COUTINHO et al 2011
GHISI e SCHONDERMARK 2013)
Em relaccedilatildeo a NBR 155272007 aacutegua de chuva ndash aproveitamento de coberturas
em aacutereas urbanas para fins natildeo potaacuteveis fornece as caracteriacutesticas para o reuso de
aacutegua em aacutereas urbanas para fins natildeo potaacuteveis compreendendo calhas e condutores
instalaccedilotildees prediais qualidade da aacutegua bombeamento manutenccedilatildeo e principalmente
os meacutetodos de caacutelculo de dimensionamento de reservatoacuterios
Os meacutetodos de dimensionamento dispostos nesta norma satildeo
Meacutetodo de Rippl
Meacutetodo de Simulaccedilatildeo
Meacutetodo Azevedo Neto
Meacutetodo praacutetico alematildeo
Meacutetodo praacutetico inglecircs
Meacutetodo praacutetico australiano
62
3 - METODOLOGIA
Conforme Sabbatini (1989) metodologia eacute um ldquoconjunto de preceitos que
estabelece uma orientaccedilatildeo para o direcionamento e conduccedilatildeo de uma dada
investigaccedilatildeordquo tendo esta orientaccedilatildeo dois niacuteveis de doutrina e de estrateacutegia que
geram os princiacutepios de tomada de decisatildeo e permitem a operacionalizaccedilatildeo da
pesquisa que consiste no plano de accedilatildeo
A metodologia para anaacutelise do uso de sistema para aproveitamento de aacutegua
pluvial deve ser entendida como input do processo de pesquisa seus princiacutepios
devem ser balizadores das estrateacutegias adotadas para sua racionalidade
Esta dissertaccedilatildeo objetiva a importacircncia na utilizaccedilatildeo de metodologia e
aplicaccedilatildeo de procedimentos e meacutetodos nas atividades relacionadas ao uso de aacutegua
pluvial em instituiccedilatildeo federal de ensino onde o avanccedilo tecnoloacutegico deve ter como
escopo uma metodologia especiacutefica para seu desenvolvimento
Os atributos e alcance da pesquisa aplicada e de desenvolvimento tecnoloacutegico
constitui a estrutura essencial para obter novos meacutetodos construtivos e modernizaccedilatildeo
de processos e sistemas de uso consolidado e na soluccedilatildeo sistemaacutetica de problemas
Fluxo do processo adotado
O meacutetodo adotado envolve vaacuterias etapas conforme quadro 4 para a validaccedilatildeo
da metodologia de aproveitamento de aacutegua pluvial
Quadro 4- Fluxo do processo
Atividade Procedimentos
Visita teacutecnicas
Foram selecionadas duas tipologias de edificaccedilotildees no sentido de ampliar
o entendimento das teacutecnicas construtivas para a implantaccedilatildeo de
sistema de coleta e uso de aacutegua pluvial
Normas teacutecnicas
NBR 155272007 Aacutegua de chuva ndash aproveitamento de coberturas em
aacutereas urbanas para fins natildeo potaacuteveis - Requisitos
Precipitaccedilatildeo pluviomeacutetrica
Os dados pluviomeacutetricos utilizados neste trabalho foram fornecidos pelo
Sistema Alerta Rioque foram coletados da Estaccedilatildeo Meteoroloacutegica Tijuca
63
Fonte Elaborado pelo autor do presente trabalho
31 Estrateacutegia da Pesquisa
A pesquisa em questatildeo tem caraacuteter exploratoacuterio de projeto uacutenico com
abordagem quantitativa por meio de estudo de caso uacutenico que tem como modelo
cientiacutefico a concepccedilatildeo de Robson (2011) o qual disserta sobre os meacutetodos de
pesquisa do mundo real
A estaccedilatildeoestaacute localizada no bairro tijuca em latitude 22ordm89 67 longitude
43ordm22 67
Reservatoacuterios
detalhes teacutecnicos
construtivos e
controle sanitaacuterio
Para o presente projeto foi adotado o meacutetodo pratico alematildeo de
dimensionamento onde o volume do reservatoacuterio seraacute o menor valor
entre 6 do volume de captaccedilatildeo de aacutegua pluvial anual e 6 da
demanda anual de aacutegua natildeo potaacutevel
Foi utilizado o meacutetodo da simulaccedilatildeo previsto na NBR 15527 2007
Para ratificar o dimensionamento do reservatoacuterio feito pelo meacutetodo
praacutetico alematildeo
De acordo com orientaccedilatildeo da portaria do MS nordm 5182014 e a NBR
152227 recomenda que o cloro residual livre deva estar entre 05mgle
30 mgl em qualquer ponto do sistema de abastecimento
Para controle sanitaacuterio foi utilizado Clorador com funcionamento em
circuito fechado com proteccedilatildeo contra inundaccedilatildeo capacidade do corpo
interno 320 pastilhas variando de 0640 kg com vazatildeo de operaccedilatildeo
lenta em rede de 05 a 3000 m3h
Equipamentos Verificou-se que equipamentos utilizados em sistema de captaccedilatildeo e uso
de aacutegua pluvial eacute uma tecnologia de fabricantes internacionais com
representantes locais
Demanda de uso
natildeo potaacutevel
O consumo diaacuterio total de aacutegua em cada aparelho foi estimado com
base nos dados de frequecircncia e tempo de uso dos mesmos obtidos
atraveacutes dos questionaacuterios e o nuacutemero de pessoas que efetivamente
utilizam cada aparelho Tambeacutem se utilizaram no caacutelculo do consumo
diaacuterio as vazotildees de acordo com a norma NBR 56261998
Viabilidade
econocircmica de
implantaccedilatildeo do
sistema
Foi realizada a anaacutelise econocircmica utilizando-se o meacutetodo do payback
simples e descontado considerando taxa mensal de 1 para validaccedilatildeo e
verificaccedilatildeo da viabilidade econocircmica do sistema
64
Adota o presente trabalho a verificaccedilatildeo de aplicaccedilatildeo exitosas de sistemas de
aproveitamento de aacuteguas pluviais em edificaccedilotildees de diversas tipologias criando um
paracircmetro de anaacutelise e consolidaccedilatildeo de praacuteticas sustentaacuteveis e novas tecnologias
VISITAS REALIZADAS
Estaacutedio do Maracanatilde
Maior estaacutedio sendo sede da Copa do Mundo de Futebol 2014 no rio de
Janeiro Inaugurado em junho de 1950 sendo iniciada a obra de recuperaccedilatildeo e retrofit
no ano de 2010 sendo concluiacuteda em 2013 Sua capacidade de puacuteblico passou de
87101 para 78639 lugares
Realizada a visita as instalaccedilotildees do Estaacutedio do Maracanatilde que recebeu a
certificaccedilatildeo LEED1 (Leadership in Energy and Environmental Design) For New
Construction na categoria Silver versatildeo 30 concedida pela USGBC (United States
Building Concil) conforme fig 10 que reconhece soluccedilotildees de novas tecnologias
sustentaacuteveis utilizadas nas construccedilotildees com o objetivo de reduccedilatildeo de impactos ao
meio ambiente durante a vida uacutetil da edificaccedilatildeo certificaccedilatildeo voltada para construccedilotildees
sustentaacuteveis e ambientalmente eficientes
1 Lideranccedila em Energia e Desig Ambiental eacute um sistema internacional de certificaccedilatildeo e orientaccedilatildeo ambiental para
edificaccedilotildeesUtilizada em 143 paiacuteses a certificaccedilatildeo foi criada em 2000 pela USGreen Building Council (USGBC)
65
Figura 10 -Certificaccedilatildeo em estaacutedios de futebol itens avaliados no canteiro de obra
Fonte Adaptado pelo autor do presente trabalho de Pereira et al (2015)
A alta performance ambiental do maracanatilde apoacutes a implantaccedilatildeo do sistema de
aacuteguas pluviais contribuiu para sua certificaccedilatildeo onde cabe ressaltar que houve reduccedilatildeo
de 7114 do consumo de agua potaacutevel que representa da demanda de bacias e
mictoacuterios como tambeacutem todo o volume de agua necessaacuterio para irrigaccedilatildeo do
gramado e Conforme Pereira et al (2015) a reduccedilatildeo de uso de aacutegua potaacutevel eacute de
50 (cinquenta por cento)
Com o retrofit o estaacutedio do Maracanatilde teve acreacutescimo de 50000m2 na aacuterea de
cobertura construiacuteda em membrana tensionada por cabos de accedilo que permitiu a
viabilidade de implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo acrescida da aacuterea de drenagem
do campo que atende a irrigaccedilatildeo e descargas O estaacutedio no seu sistema de captaccedilatildeo
e reaproveitamento de aacuteguas pluviais conta com reservatoacuterio de 5 milhotildees de litros
volume capaz de suprir as demandas de usos por um periacuteodo de ateacute trecircs meses em
caso de estiagem
66
Leroy Merlin
Empresa de comeacutercio varejista voltada para materiais de construccedilatildeo e
bricolagem desde os anos de 1988 A concepccedilatildeo de seus projetos de lojas passaram
a ser voltada para questotildees de sustentabilidade agrave partir da construccedilatildeo da loja na
cidade de Niteroi inaugurada em 2007 iniciando um ciclo de novas unidades com o
mesmo caraacuteter tendo em um de seus conceitos o aproveitamento de aacuteguas pluviais
A Leroy Merlin foi a primeira empresa agrave receber o selo HQE2 em 2009
empresa situada em Niteroacutei no Estado do Rio de Janeiro na atividade de comeacutercio de
materiais de construccedilatildeo Adotou como meta a certificaccedilatildeo AQUA em funccedilatildeo de sua
adaptabilidade as condiccedilotildees de uso no Brasil avaliando aspectos da gestatildeo
ambiental nas obras de arquitetura
Recebeu a empresa por ocasiatildeo de sua construccedilatildeo recebeu a certificaccedilatildeo
ACQUA-Alta Qualidade Ambiental tendo sido avaliada pela Fundaccedilatildeo Vanzolini
entidade vinculada a USP (Universidade de Satildeo Paulo) tendo atendido as exigecircncias
para a certificaccedilatildeo nas etapas do programa concepccedilatildeo do projeto e realizaccedilatildeo da
obra
Foram utilizados no tratamento daacute aacutegua captada trecircs filtros tipo Vortex WWF
300 com capacidade de filtragem para aacuterea de cobertura de ateacute 3000m2 com potencial
de ateacute 90 da aacutegua precipitada e com retenccedilatildeo de partiacuteculas de 028mmFoi utilizado
reservatoacuterio apresentado na foto abaixo com capacidade de 150000 litros com
extravasor para poccedilos de infiltraccedilatildeo conforme figura 11 em caso de alto iacutendice de
precipitaccedilatildeo pluviomeacutetrica contribuindo para a alimentaccedilatildeo do lenccedilol freaacutetico e
reduzindo a possibilidade de enchentes
2 HQE A primeira certificaccedilatildeo ambiental para edifiacutecios a ser adaptada para a realidade brasileira foi a AQUA (hoje AQUA-
HQE) Com base no selo francecircs Haute Qualiteacute Environnementale professores da Universidade de Satildeo Paulo (USP) criaram a versatildeo brasileira e formaram a instituiccedilatildeo responsaacutevel por ela a Fundaccedilatildeo Vanzolini
67
Figura 11 - Poccedilos de infiltraccedilatildeo
Fonte Adaptado pelo autor do presente trabalho de Leroy Merlin 2009
Foto da Construccedilatildeo do reservatoacuterio de 150000 litros
Fonte Adaptado pelo autor do presente trabalho de Leroy Merlin 2009
68
32 Unidade de anaacutelise
Esta pesquisa se limita a estudar a viabilidade de uso de aguas pluviais
calculando a demanda de uso natildeo potaacutevel a quantificaccedilatildeo da produccedilatildeo de aacuteguas
residuais provenientes de evaporadoras de ar condicionado com determinaccedilatildeo do
volume do reservatoacuterio e posterior analise de viabilidade econocircmica Yin (2001)
afirma que a unidade de anaacutelise estaacute relacionada com o problema fundamental de
definir o que eacute o ldquocasordquo
Segundo Yin (2001) o estudo de caso representa uma investigaccedilatildeo empiacuterica e
compreende um meacutetodo abrangente com a loacutegica do planejamento da coleta e da
anaacutelise de dados Pode incluir tanto estudos de caso uacutenico quanto de muacuteltiplos assim
como abordagens quantitativas e qualitativas de pesquisa
Aleacutem da coleta de dados por meio dos questionaacuterios outro importante processo
que seraacute usado neste estudo eacute anaacutelise documental considerada como a teacutecnica que
abrange tanto a anaacutelise qualitativa quanto a quantitativa Segundo Gil (2010 p121)
ldquoA consulta a fontes documentais eacute imprescindiacutevel em qualquer estudo de casordquo
Portanto a anaacutelise destes dados torna-se fundamental para que se possa identificar
demanda de consumo de aacutegua natildeo potaacutevel o potencial para aproveitamento de aacuteguas
dos evaporadores de aparelhos de ar condicionado
33 Justificativa da estrateacutegia de pesquisa
A escolha do meacutetodo de pesquisa orientaraacute as etapas necessaacuterias para a coleta
de informaccedilotildees anaacutelise destes dados e demonstraccedilatildeo da confiabilidade e validade
das descobertas (ROBSON 2011)
34 Pesquisa Exploratoacuteria
A pesquisa exploratoacuteria utilizaraacute fontes documentais como perioacutedicos
dissertaccedilotildees e teses sobre os temas sustentabilidade histoacuterico de reuso e
reaproveitamento de aacuteguas pluviais e legislaccedilatildeo traccedilando conexotildees entre estes
elementos de forma a propiciar confiabilidade para o embasamento da pesquisa
69
35 Levantamento
O presente trabalho visa o aproveitamento de aacuteguas pluviais e aacuteguas residuais
de evaporadores de unidades condensadoras para reuso no Campus Maracanatilde do
CEFET-RJ
Desta forma o trabalho foi estruturado da forma relacionada abaixo
Levantamento das caracteriacutesticas pluviomeacutetricas da regiatildeo estudada para
determinaccedilatildeo da precipitaccedilatildeo pluviomeacutetrica media atraveacutes das analises de
dados fornecida do sistema Alerta Rio referente ao periacuteodo de 2001 a 2015
Levantamento das caracteriacutesticas de 01(uma) edificaccedilatildeo existente no
campus maracanatilde bloco E e considerando seu potencial de captaccedilatildeo
atraveacutes exclusivamente de suas coberturas bem como o dimensionamento
de reaproveitamento das aacuteguas provenientes de condensadores de ar
condicionado existentes no referido bloco por contemplar maior nuacutemero de
equipamentos citados e maior nuacutemero de horas de uso
Avaliaccedilatildeo dos resultados obtidos com determinaccedilatildeo do reservatoacuterio de
armazenamento sendo realizado atraveacutes da NBR 15527 ndash Aacutegua da Chuva
Aproveitamento das aacutereas urbanas para fins natildeo potaacuteveis (ABNT 2007)
Tambeacutem seratildeo realizados estudos utilizando teacutecnicas de matemaacutetica
financeira pelo meacutetodo de anaacutelise de payback simples que fornece uma
estimativa de faacutecil compreensatildeo dos benefiacutecios gerados para determinar o
tempo de retorno do investimento atraveacutes dos custos de implantaccedilatildeo do
sistema
70
Aacuterea de Estudo
O CEFET-RJ ocupa uma aacuterea de terreno de 3438200 m2 com 6481800 m2
construiacutedos e distribuiacutedos em 06 pavilhotildees e diversos blocos nomeados de ldquoArdquo a ldquoLrdquo
tendo como objeto para estudo de caso o Bloco E que e abastecido atraveacutes do
hidrocircmetro referente ao nuacutemero 485 conforme figura 10
Figura 12 - Hidrocircmetro referente ao nuacutemero 485 com vazatildeo de 03 - 15 m3hora
Fonte Realizada pelo autor 2017
36 Objeto de Estudo
O preacutedio objeto do estudo eacute o Bloco E sendo utilizado pela comunidade
docente discente e teacutecnicos administrativos
Figura 13 - Fachada Principal do CEFET- RJ
Fonte site wwwcefet-rjbr
71
As coberturas do preacutedio satildeo compostas por telhas trapezoidais em accedilo
galvanizado tendo calhas em concreto impermeabilizado para a coleta de aacuteguas
pluviais com tubos de queda em PVC de 100 mm com condutores horizontais
interligando as caixas de passagem e estas ao coletor puacuteblico
361 Aparelhos Existentes
Atraveacutes de visitas in loco foram verificados quais eram os tipos de aparelhos
sanitaacuterios torneiras mictoacuterios existentes no CEFET-RJ Verificaram-se tambeacutem as
atividades realizadas no preacutedio que utilizam aacutegua
37 Entrevistas com os Usuaacuterios
As entrevistas foram realizadas por meio de questionaacuterios aplicados aos
Teacutecnicos Administrativos professores alunos e equipe responsaacutevel pela limpeza do
CEFET-RJ a fim de descobrir a frequecircncia de uso de cada aparelho Nos
questionaacuterios foram feitas perguntas que demonstrassem o tempo e a quantidade de
vezes que cada aparelho era utilizado no periacuteodo de ocupaccedilatildeo
Para obtenccedilatildeo de um levantamento com maior precisatildeo seria necessaacuterio a
resposta ao questionaacuterio por toda a populaccedilatildeo que utiliza os preacutedios estudados foi
verificada a dificuldade em funccedilatildeo de horaacuterios e dias da semana diferentes bem
como um certo desinteresse na participaccedilatildeo por alguns membros da comunidade
Em funccedilatildeo destes fatos decidiu-se por uma pesquisa por amostragem Com utilizaccedilatildeo
da foacutermula de caacutelculo amostral
72
Foacutermula de caacutelculo
Onde
n - amostra calculada N ndash populaccedilatildeo Z - variaacutevel normal padronizada associada ao niacutevel de confianccedila p - verdadeira probabilidade do evento e - erro amostral Erro amostral de 5 Niacutevel de confianccedila de 95
Foram aplicados questionaacuterios para funcionaacuterios professores e alunos com as
mesmas perguntas Os questionaacuterios utilizados nas entrevistas estatildeo apresentados
no Apecircndice A B e C
Para os funcionaacuterios da limpeza interna externa foram aplicados questionaacuterios
direcionados em funccedilatildeo das atividades desenvolvidas
Os resultados obtidos atraveacutes das entrevistas permitiram obter valores que
representam a frequecircncia e o tempo de utilizaccedilatildeo de cada tipo de aparelho sanitaacuterio
para o total geral da edificaccedilatildeo e por pessoa
38 Estimativa do Consumo de Aacutegua
O consumo diaacuterio total de aacutegua em cada aparelho foi estimado com base nos
dados de frequecircncia e tempo de uso dos mesmos obtidos atraveacutes dos questionaacuterios
e o nuacutemero de pessoas que efetivamente utilizam cada aparelho Tambeacutem se
utilizaram no caacutelculo do consumo diaacuterio as vazotildees de acordo com a norma NBR
56261998
381 O caacutelculo de consumo meacutedio diaacuterio de aacutegua per capita por aparelhos
O Caacutelculo foi realizado com base no somatoacuterio da multiplicaccedilatildeo da frequecircncia
e tempo de uso obtido nas entrevistas e vazatildeo do aparelho dividido pelo nuacutemero de
pessoas entrevistadas
73
C meacutedio =
sum 119891119894lowast119905119894lowast119876119899119894
119899
C meacutedio = consumo meacutedio por aparelho
fi=numero de vezes de utilizaccedilatildeo
ti= tempo em segundos de uso diaacuterio
n= amostras de pessoas entrevistadas
Q= vazatildeo do aparelho (litros por segundo)
382 Estimativa do Consumo de Aacutegua em Atividades de Limpeza e jardinagem
A estimativa dos consumos de aacutegua referentes agrave limpeza do preacutedio (que inclui
tambeacutem lavaccedilatildeo de paacutetios corredores sanitaacuterios e irrigaccedilatildeo de jardins) foi calculada
com base em entrevistas com os responsaacuteveis por tais atividades e natildeo por amostra
Consumo Atividade limpeza = Somatoacuterio atividades limpeza paacutetios e rega de
jardim
383 Avaliaccedilatildeo do Potencial de Economia de Aacutegua Potaacutevel
A fim de se estimar o potencial de economia proveniente da implantaccedilatildeo de um
sistema de aproveitamento de aacutegua pluvial foi verificado o percentual de aacutegua potaacutevel
utilizado em fins natildeo potaacuteveis quantificaccedilatildeo da produccedilatildeo de agua residual pelas
evaporadoras de ar condicionado e tambeacutem foi estimado o volume ideal de
reservatoacuterio de acumulaccedilatildeo da aacutegua pluvial
384 Percentual de Aacutegua Potaacutevel que Poderia Ser Substituiacutedo por Aacutegua Pluvial
Neste estudo considerou-se a utilizaccedilatildeo de aacutegua para fins natildeo potaacuteveis em
descargas de vaso sanitaacuterio mictoacuterios irrigaccedilatildeo de jardins torneiras de usadas para
limpeza do preacutedio que tambeacutem inclui lavaccedilatildeo dos pavimentos
Atraveacutes da soma dos valores de consumo de aacutegua nas atividades consideradas
para fins natildeo potaacuteveis foi verificada a quantidade total de aacutegua potaacutevel que poderia
ser substituiacutedo por aacutegua pluvial
74
39 Reservatoacuterios de Aacutegua Pluvial
O reservatoacuterio de acumulaccedilatildeo da aacutegua pluvial eacute um dos componentes mais
importantes de um sistema de aproveitamento de aacutegua pluvial o qual deve ser
dimensionado principalmente considerando os seguintes fatores demanda de aacutegua
pluvial aacutereas de captaccedilatildeo precipitaccedilatildeo pluviomeacutetrica e custos totais de implantaccedilatildeo
Para estimar o volume ideal do reservatoacuterio de aacutegua pluvial para o presente
estudo baseou-se nas aacutereas de cobertura da edificaccedilatildeo no consumo diaacuterio de aacutegua
em sanitaacuterios e mictoacuterios e atividades de limpeza na precipitaccedilatildeo da regiatildeo no
coeficiente de perdas e no total de aacutegua potaacutevel usada para fins natildeo potaacuteveis que
poderia ser substituiacuteda por aacutegua pluvial
310 Anaacutelise Econocircmica
Depois de verificado o potencial de economia de aacutegua potaacutevel seratildeo
verificados os custos para a implantaccedilatildeo e operaccedilatildeo do sistema de aproveitamento
de aacutegua pluvial e tambeacutem analisada sua viabilidade econocircmica
Esta anaacutelise econocircmica seraacute uma estimativa de custos que poderaacute servir como
referecircncia para novas instituiccedilotildees de ensino com padrotildees semelhantes que desejam
implantar um sistema de aproveitamento de aacutegua pluvial
Natildeo se tem um indicativo de que este sistema possa ser implantado no objeto
de estudo Os custos de implantaccedilatildeo e operaccedilatildeo do sistema de aproveitamento de
aacutegua pluvial resumem-se em custos com obra de construccedilatildeo do reservatoacuterio inferior
materiais e equipamentos necessaacuterios agrave implantaccedilatildeo
Deste modo fez-se uma planilha de quantitativos e custos dos valores
referentes a obra atraveacutes de preccedilos coletados no SINAPICEF e de materiais e
equipamentos necessaacuterios com empresas representantes e ou fabricantes
75
4 APLICACcedilAtildeO E VALIDACcedilAtildeO DA METODOLOGIA PROPOSTA
Conforme abordado no capiacutetulo correspondente a metodologia optou-se
como um dos meios de aplicaccedilatildeo a validaccedilatildeo e investigaccedilatildeo desta metodologia
desenvolvida para uma Instituiccedilatildeo Federal de Ensino
41 Histoacuterico do Cefet-RJ
Atraveacutes de uma parceria entre o governo da Uniatildeo e o da Prefeitura do Distrito
Federal foi criada a Escola Normal de Artes e Ofiacutecios Wenceslau Braz versatildeo
primaacuteria do que vem a ser o CEFETRJ contemporaneamente Segundo CEFETRJ
(2007 paacuteg 14) os principais objetivos da escola eram de criar professores mestre e
contramestres para as instituiccedilotildees e escolas profissionais do Distrito Federal e entatildeo
Rio de Janeiro aleacutem de professores de trabalhos manuais para escolas primaacuterias do
Municiacutepio
De acordo com Maruyama (2013) apoacutes criaccedilatildeo de sua primeira forma teve
seus objetivos e estrutura atualizada transformando-se em Escola Teacutecnica Nacional
(ETN) em 1942 Jaacute em 1965 a Escola recebe nome Escola Teacutecnica Federal da
Guanabara poreacutem foi apenas em 1967 que a Escola passa a ser chamada de Escola
Teacutecnica Federal Celso Suckow da Fonseca
Hoje atraveacutes de seu histoacuterico de reconhecimento pela sociedade a Escola
Teacutecnica obteve expansatildeo geograacutefica passando a atuar com sede matriz a Unidade
Maracanatilde e demais seis outras Unidades descentralizadas pelo Rio e Janeiro (Nova
Iguaccedilu Maria da Graccedila Petroacutepolis Nova Friburgo Angra dos Reis e Itaguaiacute) e
educacional ofertando cursos regulares de ensino meacutedio educaccedilatildeo profissional
teacutecnica graduaccedilatildeo poacutes-graduaccedilatildeo aleacutem de atividades de pesquisa e de extensatildeo
411 Definiccedilatildeo de Instituiccedilotildees de Ensino Superior
De acordo com o artigo 21 da LDB - Lei de Diretrizes e Bases da Educaccedilatildeo
Nacional (939496) a educaccedilatildeo escolar eacute formada por duas etapas principais
educaccedilatildeo baacutesica formada pela educaccedilatildeo infantil ensino fundamental e ensino meacutedio
II - educaccedilatildeo superior etapa posterior a educaccedilatildeo baacutesica cujo objetivo global eacute formal
76
profissionais e cidadatildeos aptos a exercerem suas funccedilotildees e promover o
desenvolvimento do paiacutes
A LDB (Lei 93941996) assume a coexistecircncia de instituiccedilotildees puacuteblicas e
privadas para a oferta de cursos superiores dizendo no Artigo 45 que a educaccedilatildeo
superior poderaacute ser ministrada em instituiccedilotildees de ensino superior de caraacuteter puacuteblico
ou privada com variados graus de abrangecircncia e particularizaccedilatildeo Visando
complementar a LDB e a esse artigo 7ordm do Decreto 38602001 classifica as instituiccedilotildees
de ensino superior quanto agrave sua organizaccedilatildeo acadecircmica em
Universidades - Satildeo caracterizadas pela oferta regular de atividades que
articulam trecircs principais pilares ensino de pesquisa e de extensatildeo
Centros Universitaacuterios - Os centros universitaacuterios satildeo instituiccedilotildees de
ensino superior pluri-curriculares comprovada pelo desempenho nos
cursos nas avaliaccedilotildees do MEC e que devem atender a comunidade
Centros Federais de Educaccedilatildeo Tecnoloacutegica - Satildeo instituiccedilotildees de ensino
superior especializados na oferta de educaccedilatildeo tecnoloacutegica nos
diferentes niacuteveis e modalidades de ensino O Centro Federal de
Educaccedilatildeo Tecnoloacutegica Celso Suckow da Fonseca (CEFETRJ) seraacute a
instituiccedilatildeo alvo do presente estudo e se encaixa nessa classificaccedilatildeo
Faculdades Integradas faculdades institutos ou escolas superiores -
superiores orientados basicamente para o ensino satildeo voltadas para a
formaccedilatildeo de profissionais para o mercado de trabalho e natildeo se exigiratildeo
produccedilatildeo cientiacutefica e natildeo haacute exigecircncia de oferta cursos de poacutes-
graduaccedilatildeo
Por fim todas as instituiccedilotildees de ensino superior independente de sua
classificaccedilatildeo e dos cursos ofertados por estar diretamente submetidas as decisotildees do
MEC deve acatar com seus decretos e determinaccedilotildees pois estatildeo sob uma mesma
legislaccedilatildeo e regime Dentro das obrigatoriedades das IES pode ser destacado o
documento de caraacuteter estrateacutegico conhecido como Plano de Desenvolvimento
Institucional (PDI)
412 - Plano de Desenvolvimento Institucional (PDI)
O Plano de Desenvolvimento Institucional (PDI) eacute um documento institucional
exigido pelo Ministeacuterio da Educaccedilatildeo (MEC) e apresenta as principais estrateacutegicas e
77
posicionamento que a instituiccedilatildeo de ensino superior (IES) iraacute adotar em um periacuteodo
de tempo preacute-definido Eacute anaacutelogo ao Planejamento Estrateacutegico das empresas
privadas poreacutem com foco em resultados no sistema educacional processos internos
e desempenho dentro do cenaacuterio mutaacutevel da educaccedilatildeo no periacuteodo de vigecircncia
O Plano de Desenvolvimento Institucional ndash PDI eacute um documento elaborado para um periacuteodo de 5 (cinco) anos que identifica a Instituiccedilatildeo de Ensino Superior (IES) no que diz respeito agrave sua filosofia de trabalho agrave missatildeo a que se propotildee agraves diretrizes pedagoacutegicas que orientam suas accedilotildees agrave sua estrutura organizacional e agraves atividades acadecircmicas que desenvolve eou que pretende desenvolver (SAPIEnS 2007)
A lei 10861 (2004) instituiu o Sistema Nacional de Avaliaccedilatildeo da Educaccedilatildeo
Superior (SINAES) Este sistema tem como objetivo buscar a melhoria da qualidade
da educaccedilatildeo superior monitorar a expansatildeo da oferta e aumento da eficiecircncia e
eficaacutecia institucional no acircmbito de ensino e impacto na sociedade Deve ser ainda um
sistema supervisor das IES no cumprimento de seus deveres institucionais como
identidade respeito a diversidade e afirmaccedilatildeo da autonomia Esta lei promoveu em
2006 a ediccedilatildeo do decreto Nordm 5773 que legitima a relevacircncia e obrigatoriedade do PDI
nas IES
O decreto Nordm 5773 (2006) descreve sobre as funccedilotildees de regulamentaccedilatildeo
acompanhamento e avaliaccedilatildeo das IES e cursos superiores de graduaccedilatildeo e
sequenciais no sistema de ensino federal No Art 15 satildeo descritas as exigecircncias para
uma instituiccedilatildeo ser credenciada ao MEC Eacute responsabilidade da IES possuir aleacutem de
documentos padratildeo como cumprimento de exigecircncias fiscais legais e regimento ou
estatuto o PDI eacute exigido devido ao seu caraacuteter de avaliaccedilatildeo de potencial capacidade
e objetivos de longo prazo como instituiccedilatildeo provedora de ensino superior O Art 16
apresenta ainda um roteiro de subsiacutedio na elaboraccedilatildeo do PDI com as exigecircncias que
o MEC determina
Neste contexto eacute possiacutevel identificar uma importante instituiccedilatildeo de ensino
superior do estado do Rio de Janeiro o Centro Federal de Educaccedilatildeo Tecnoloacutegica
Celso Suckow da Fonseca (CEFETRJ) Uma instituiccedilatildeo com grande tradiccedilatildeo que ao
longo dos anos se diversificou alterou o escopo de ensino para ofertar de cursos de
cursos de graduaccedilatildeo e poacutes-graduaccedilatildeo direcionados para tecnologia e inovaccedilatildeo Eacute
necessaacuterio conhecer aacutes origens histoacutericos e fatores que influenciaram a consolidaccedilatildeo
do CEFETRJ para entender seu papel no cenaacuterio atual
78
413 - O PDI do CefetRJ
O Estatuto do CEFETRJ foi aprovado em 2005 pelo ministro da educaccedilatildeo
Fernando Haddad e instaurou a portaria nordm 3796 No capiacutetulo III sobre a Estrutura
Organizacional na Subseccedilatildeo VIII do Estatuto do CEFETRJ eacute estabelecida a criaccedilatildeo
da Diretoria de Gestatildeo Estrateacutegica (DIGES)oacutergatildeo responsaacutevel por conduzir o
processo de elaboraccedilatildeo validaccedilatildeo e publicaccedilatildeo dos DPI a cada quatro anos bem
como acompanhar a execuccedilatildeo dos planos e projetos definidos e ser o principal
fornecedor de informaccedilotildees sobre o desempenho da instituiccedilatildeo perante sociedade
ministeacuterio da educaccedilatildeo Uniatildeo e demais oacutergatildeos puacuteblicos a que a IES estaacute submetida
A construccedilatildeo do PDI eacute feita de maneira colaborativa e participativa por todos
os departamentos e secretarias que integram a instituiccedilatildeo Os entendimentos entre
todas as partes e consensos provisoacuterios devem ser estabelecidos para definir
objetivos comuns a todos que deveratildeo ser registrado e amplamente divulgado e
cascateado a todos os niacuteveis da instituiccedilatildeo Com isso o PDI deve ser apresentado
pela DIGES em um prazo de 150 a 60 dias agrave Comissatildeo para validar o produto final
conforme estabelecido no documento O processo deve ser concluiacutedo dentro do ano
anterior ao periacuteodo de vigecircncia do PDI em elaboraccedilatildeo
414 - Filosofia Missatildeo e Objetivos Institucionais
Os princiacutepios norteadores da filosofia satildeo expressos atraveacutes de seu Projeto
Pedagoacutegico integrando
A defesa das condiccedilotildees garantidoras de qualidade social para a educaccedilatildeo
puacuteblica viabilizada pela Rede Federal de Educaccedilatildeo Profissional Cientiacutefica e
Tecnoloacutegica em sua diversidade institucional reafirmaccedilatildeo da identidade institucional
vinculada agrave formaccedilatildeo de profissionais de diferentes niacuteveis no projeto de transformaccedilatildeo
de Centro Federal de Educaccedilatildeo Tecnoloacutegica em Universidade Tecnoloacutegica Federal
adoccedilatildeo de projetos de verticalizaccedilatildeo e integraccedilatildeo das atividades de ensino pesquisa
e extensatildeo da educaccedilatildeo baacutesica agrave poacutes-graduaccedilatildeo como caracteriacutestica metodoloacutegica
de formaccedilatildeo na aacuterea tecnoloacutegica middot consolidaccedilatildeo de poliacuteticas de ensino pesquisa e
extensatildeo que compromissadas com o desenvolvimento nacional e regional a
disseminaccedilatildeo e produccedilatildeo de conhecimento a formaccedilatildeo de pessoas e a
responsabilidade social e eacutetica continuem a legitimar a atuaccedilatildeo institucional junto agrave
79
sociedade preservaccedilatildeo e sustentaccedilatildeo da autonomia institucional definida em lei
aperfeiccediloamento permanente dos processos de gestatildeo democraacutetica e
descentralizaccedilatildeo gerencial nas instacircncias acadecircmicas e administrativas mediante
adoccedilatildeo de estruturas colegiadas mecanismos de participaccedilatildeo de todos os segmentos
da comunidade interna socializaccedilatildeo de informaccedilotildees e transparecircncia na utilizaccedilatildeo de
recursos middot observacircncia de aspectos inerentes ao caraacuteter puacuteblico e de identidade
formadora da Instituiccedilatildeo valorizaccedilatildeo do ser humano e do trabalho respeito agrave
pluralidade e divergecircncias de ideacuteias sem discriminaccedilatildeo de qualquer natureza adesatildeo
agrave tecnologia a serviccedilo da promoccedilatildeo humana compromisso social diaacutelogo constante
e parcerias com instituiccedilotildeesentidades representativas da sociedade
responsabilidade funcional e eacutetica (PDI 2010)
No que se refere a sua missatildeo institucional levando-se em consideraccedilatildeo agrave RS
assumida perante a sociedade cabe ao CEFETRJ
Promover a educaccedilatildeo mediante atividades de ensino pesquisa e extensatildeo que
propiciem de modo reflexivo e criacutetico na interaccedilatildeo com a sociedade a formaccedilatildeo
integral (humaniacutestica cientiacutefica e tecnoloacutegica eacutetica poliacutetica e social) de profissionais
capazes de contribuir para o desenvolvimento cultural tecnoloacutegico e econocircmico dessa
mesma sociedade (PDI 2010)
Neste sentido seus principais objetivos satildeo
ministrar educaccedilatildeo profissional teacutecnica de niacutevel meacutedio de forma
articulada com o ensino meacutedio destinada a proporcionar habilitaccedilatildeo
profissional para diferentes setores da economia
ministrar ensino superior de graduaccedilatildeo e de poacutes-graduaccedilatildeo lato sensu
e stricto sensu visando agrave formaccedilatildeo de profissionais e especialistas na
aacuterea tecnoloacutegica
ministrar cursos de licenciatura bem como programas especiais de
formaccedilatildeo pedagoacutegica nas aacutereas cientiacutefica e tecnoloacutegica
ofertar educaccedilatildeo continuada por diferentes mecanismos visando agrave
atualizaccedilatildeo ao aperfeiccediloamento e agrave especializaccedilatildeo de profissionais na
aacuterea tecnoloacutegica
realizar pesquisa estimulando o desenvolvimento de soluccedilotildees
tecnoloacutegicas de forma criativa e estendendo seus benefiacutecios agrave
comunidade
80
promover a extensatildeo mediante integraccedilatildeo com a comunidade
contribuindo para o seu desenvolvimento e melhoria da qualidade de
vida desenvolvendo accedilotildees interativas que concorram para a
transferecircncia e o aprimoramento dos benefiacutecios e conquistas auferidos
na atividade acadecircmica e na pesquisa aplicada
estimular a produccedilatildeo cultural o empreendedorismo o desenvolvimento
cientiacutefico e tecnoloacutegico o pensamento reflexivo com responsabilidade
social (PDI 2010)
As Instituiccedilotildees de Ensino Superior (IES) e Meacutedio Teacutecnico satildeo autarquias
vinculadas ao Ministeacuterio da Educaccedilatildeo (MEC) que tem como atividade fim prover
educaccedilatildeo de qualidade e desenvolver a sociedade como um todo sempre em
consonacircncia com poliacuteticas leis e decretos vigentes As IES devem a cada quatro anos
apresentar o seu Planejamento Institucional (PDI) que eacute anaacutelogo ao Planejamento
Estrateacutegico empresarial e documento obrigatoacuterio exigido pelo MEC
Em suma o CEFETRJ eacute uma Instituiccedilatildeo que atua nos diferentes niacuteveis da
educaccedilatildeo e tem por objetivo a formaccedilatildeo de profissionais capazes de atuar intervir e
aplicar conhecimentos teacutecnicos e cientiacuteficos sem desconsiderar a dinacircmica
econocircmica e social bem como o desenvolvimento das regiotildees onde suas unidades
estatildeo inseridas
42 Sobre o potencial de captaccedilatildeo de aguas de residuais
Para avaliar o potencial de captaccedilatildeo de aguas de residuais que satildeo produzidas
pelas unidades evaporadoras de ar condicionado foi realizado ensaios em aparelhos
com capacidades variadas utilizando uma proveta graduada para coleta com
mangueira interligada a saiacuteda do dreno da unidade evaporadora de forma a
quantificar a produccedilatildeo a cada hora para obtenccedilatildeo da media de produccedilatildeo admitindo
um padratildeo modular de 12000 BTUsh conforme figuras x
Figura 14 - ensaio equipamento 24000 BTUs
81
Fonte Autor deste trabalho 2017
Quadro 5 - Ensaio de captaccedilatildeo em ambiente da biblioteca
Equipamento Split 24000 BTUs -Elgin
Hora Temperatura
( Graus Celsius-Cdeg) Volume de Aacutegua de Condensaccedilatildeo (mlh)
1230h 27 0
1330hr 23 500
1430hr 21 650
1530hr 21 630
1630hr 21 590
1730hr 21 610
1830hr 21 585
MEacuteDIA 50929
Fonte autor deste trabalho 2017
82
Quadro 6 -Ensaio de captaccedilatildeo em ambiente da sala de professores
Equipamento Split 12000 BTUs -Komeco
Hora Temperatura( Graus
Celsius-Cdeg) Volume de Aacutegua de Condensaccedilatildeo (mlh)
800h 30 0
900h 27 190
1000hr 23 250
1100hr 21 340
1200hr 21 290
1300hr 21 310
1400hr 21 285
MEacuteDIA 23786
Fonte autor deste trabalho 2017
Diferentemente do que foi encontrado na literatura obteve- se uma
media de 24905 mlhora para cada 12000 BTUs hora (British termal Units-
Unidade Teacutermica Britacircnica) variaccedilatildeo explicada pelas condiccedilotildees
psicomeacutetricas ou seja o processo de condensaccedilatildeo estaacute diretamente
relacionado a as condiccedilotildees climaacuteticas externas quanto maior a umidade
maior seraacute a quantidade de aacutegua gerada pelo processo De acordo com Mota
et al(2011) em meacutedia um ar com 12000 BTUs apresentou produccedilatildeo de
300mlhora valor proacuteximo ao encontrado por Fortes et al (2015) meacutedia de
309mlhora para unidade de mesma capacidade
Quadro 7 - Somatoacuterio das capacidades dos equipamentos instalados por pavimento
PAV CAPTOTAL EM BTUh
FUNCIONAMENTO
(hrdia)
VOLCONDENSACcedilAtildeO
(lhr)
VOLCONDENSACcedilAtildeO
(ldia)
T 18000 12 037 448
1ordm 650000 10 1349 13490
2ordm 676000 8 1403 11224
3ordm 806000 14 1673 23419
4ordm 786000 12 1631 19575
5ordm 676000 12 1403 16836
SOMA 3612000
84992 litros dia
Fonte Setor de manutenccedilatildeo
83
Tendo em vista a diversidade de utilizaccedilatildeo do Preacutedio Bloco E
(Bibliotecas Coordenaccedilotildees Salas de aula e Ambientes administrativos) foram
atribuiacutedos tempos de uso compatiacuteveis com o funcionamento de cada
ambiente
O reuso das aguas de condensaccedilatildeo que seriam desperdiccediladas
apresentam potencial de reuso com custo relativamente baixo cabendo
somente a interligaccedilatildeo dos drenos a rede de captaccedilatildeo de aguas pluviais
conforme pode ser observado na figura 15 e reservatoacuterio para que esta seja
usada para fins natildeo potaacuteveis
Figura 15 - Interligaccedilatildeo de tubulaccedilatildeo de drenagem de condensadores a rede AP
84
Aacuterea de Coleta de agua de chuva
Para estimar o volume do reservatoacuterio foi necessaacuterio o calculo da aacuterea que seraacute
utilizada para captaccedilatildeo das aguas pluviais que foi considerada a aacuterea de cobertura do
bloco E figura 16 que e composta de telhas trapezoidais em accedilo galvanizado
Figura 16 -Planta de cobertura do Bloco E
De acordo com a NBR 15527 a aacuterea de captaccedilatildeo para dimensionamentos eacute a
aacuterea em metros projetada na horizontal da superfiacutecie impermeaacutevel da cobertura onde
a aacutegua da chuva eacute captada (ABNT 2007)
Quadro 8 - Quadro da aacuterea de cobertura do Bloco E
PREacuteDIO AacuteREA ( msup2 )
BLOCO E 134670
TOTAL 134670
Fonte Autor do presente trabalho
Segundo Tomaz (2015) haacute uma variaccedilatildeo entre o volume de aacutegua precipitado e
o volume que seraacute coletado O coeficiente de Runoff ou coeficiente de escoamento
superficial eacute a relaccedilatildeo entre o volume de aacutegua de chuva que escoa superficialmente
e o volume total de aacutegua precipitada no telhado que iraacute variar de acordo com a
superfiacutecie conforme quadro 9
85
Quadro 9 - Iacutendice do coeficiente de Runoff
Tipo de telha Coeficiente de Runoff
Ceracircmica 08 a 09
Ceracircmica esmaltada 09 a 095
Corrugada metaacutelica 08 a 09
Cimento amianto 08 a 09
Plaacutestico 09 a 095 Fonte TOMAZ (2015)
Precipitaccedilatildeo Pluviomeacutetrica
Os dados pluviomeacutetricos utilizados neste trabalho foram fornecidos pelo
Sistema Alerta Rio que foram coletados da Estaccedilatildeo Meteoroloacutegica Tijuca A estaccedilatildeo
estaacute localizada no bairro tijuca em latitude 22ordm57 185S longitude 43ordm14 538W A
escolha desta estaccedilatildeo meteoroloacutegica se deu pela proximidade do CEFET-RJ e por
possuir grande volume de informaccedilatildeo armazenado pelo Sistema Alerta Rio Os dados
fornecidos incluem informaccedilotildees sobre precipitaccedilotildees no periacuteodo de 01012007 a
31122015 Conforme pode ser observado na tabela x
Tabela 3- Tabela de Precipitaccedilatildeo Pluviomeacutetrica
REGIME DE CHUVA
Tabela de Precipitaccedilatildeo Pluviomeacutetrica_ Jan 2007Dezembro 2015 (ml)
2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 MEacuteDIA
JAN 127 1856 2724 2202 1036 180 3538 288 788 19378
FEV 1176 1248 1222 624 874 144 834 304 848 9093
MAR 142 2466 944 3386 1496 91 358 986 1368 19098
ABR 1182 2186 2372 4962 3174 1008 85 177 1184 23360
MAI 202 736 552 898 1714 996 1692 458 40 11833
JUN 67 62 732 712 398 1478 426 106 1312 9260
JUL 166 448 1098 127 466 466 1718 1006 134 10333
AGO 178 1458 582 328 362 206 222 484 104 4905
86
Fonte Sistema Alerta Rio
Potencial de aproveitamento de aacuteguas pluviais
Para a determinaccedilatildeo do volume que pode ser aproveitado foi utilizado a aacuterea
de cobertura do preacutedio estudado a meacutedia das precipitaccedilotildees mensais do periacuteodo de
janeiro de 2007 a dezembro de 2015 bem como o coeficiente de runoff de 090 em
funccedilatildeo do material existente na cobertura utilizou-se a metodologia aplicada por Ghisi
et al (2017) e Lina et al (2011) desta forma foi calculado atraveacutes da equaccedilatildeo abaixo
e demonstrado no quadro 10
V= PAC1000
Onde V= volume mensal de chuva em m3
A=aacuterea total de captaccedilatildeo em m3
C= coeficiente de runoff
1000= fator de conversatildeo para m3
SET 394 1118 1322 582 572 1246 75 474 130 9698
OUT 2076 92 2256 1756 1382 744 888 542 32 13605
NOV 2202 2048 1292 1082 33 1198 1384 822 1974 15415
DEZ 2506 1284 4622 2876 1726 282 221 404 804 20893
15476 16388 19718 20678 1353 10478 18092 8598 10536
87
Quadro 10 - Captaccedilatildeo de aacutegua
POTENCIAL DE CAPTACcedilAtildeO DE AacuteGUA DE CHUVA
BLOCO E
MEcircS PRECIPITACcedilAtildeO MEacuteDIA
MENSAL AacuteREA COBERTURA
COEFICIENTE DE RUNOFF
VOLUME APROVEITAacuteVEL (m sup3)
JAN 19378 13467 09 23486
FEV 90925 13467 09 1102
MAR 19098 13467 09 23147
ABR 2336 13467 09 28313
MAI 118325 13467 09 14341
JUN 926 13467 09 11223
JUL 103325 13467 09 12523
AGO 4905 13467 09 5945
SET 96975 13467 09 11754
OUT 13605 13467 09 1649
NOV 15415 13467 09 18683
DEZ 208925 13467 09 25322 TOTAL ANUAL 202248
Fonte O autor do presente trabalho
Foram utilizadas as meacutedias de precipitaccedilotildees mensais do periacuteodo de 2007 a
2015 e observa-se que o mecircs de agosto com menor iacutendice de precipitaccedilatildeo
pluviomeacutetrica para a seacuterie histoacuterica
Atraveacutes de visitas in loco foram verificados todos os banheiros existentes no
preacutedio estudado verificando vazamentos tipos de torneira vasos sanitaacuterios e
mictoacuterios e foram identificadas torneiras temporizadas nos lavatoacuterios e mictoacuterios que
apresentavam tempo excessivo para fechamento as mesmas foram reguladas pela
equipe de manutenccedilatildeo e instalados redutores de vazatildeo Verificaram-se tambeacutem as
atividades realizadas no preacutedio que utilizam aacutegua que poderiam ser substituiacutedas por
agua natildeo potaacutevel
88
Definiccedilatildeo da populaccedilatildeo do preacutedio estudado
Para definiccedilatildeo da demanda do preacutedio estudado se fez necessaacuterio determinar a
populaccedilatildeo que utiliza o bloco E objeto do estudo de caso quantificando a meacutedia diaacuteria
de docentes teacutecnicos administrativos discente e tercerizados conforme quadro 11
Quadro 11 - Populaccedilao
POPULACcedilAtildeO BLOCO E
POPULACcedilAtildeO DIAS DA SEMANA
TOTAL SEG TERCcedilA QUARTA QUINTA SEXTA
Professores 75 75 75 75 75 375
Teacutecnicos Administrativo 135 135 135 135 135 675
Alunos 1150 1150 1150 1150 1150 5750
Visitantes da Biblioteca 80 80 80 80 80 400
Terceirizados 10 10 10 10 10 50
TOTAL 1450 1450 1450 1450 1450
Fonte O autor do presente trabalho
Com a determinaccedilatildeo da meacutedia de utilizaccedilatildeo da populaccedilatildeo foi verificado na
literatura as demanda encontradas por diversos autores
Segundo Gonccedilalves (2002 ) apud Silva (2004) edifiacutecios puacuteblicos e escolas tipo
externato possuem demanda diaacuteria na ordem de 50lpessoa dia
Kamers (2004) em seu estudo de 10 edifiacutecios puacuteblicos na cidade de
Florianoacutepolis encontrou demanda de 367 lpessoa dia
Marinoski (2008) obteve demanda de 155 lpessoa dia para fins natildeo potaacuteveis
em uma instituiccedilatildeo de niacutevel superior na cidade de Florianopolis-SC
Salla et al(2013)encontrou demanda de 20 a 30 laluno dia em um bloco de
salas de aula da UFU
Em funccedilatildeo das variaccedilotildees apresentadas na literatura e pelo preacutedio objeto do
estudo natildeo apresentar micromediccedilatildeo ou seja a entrada da concessionaacuteria CEDAE
atende diversas edificaccedilotildees na instituiccedilatildeo adotou-se questionaacuterio de forma a
quantificar a demanda dos equipamentos sanitaacuterios possiacuteveis de acordo com a
legislaccedilatildeo de utilizaccedilatildeo de aguas pluviais
43 Anaacutelise dos Resultados das entrevistas realizadas
As entrevistas foram realizadas por meio de questionaacuterios aplicados aos
Teacutecnicos Administrativos professores alunos e equipe responsaacutevel pela limpeza do
89
CEFET-RJ questionaacuterios que se encontram no apecircndice A B e C com a finalidade de
descobrir a frequecircncia de uso de cada aparelho de forma a quantificar o consumo de
agua potaacutevel nos equipamentos
Para obtenccedilatildeo de um levantamento com maior precisatildeo seria necessaacuterio a
resposta ao questionaacuterio por toda a populaccedilatildeo que utiliza os preacutedios estudados foi
verificada a dificuldade em funccedilatildeo de horaacuterios e dias da semana diferentes bem
como Em funccedilatildeo destes fatos decidiu-se por uma pesquisa por amostragem Com
utilizaccedilatildeo da foacutermula de caacutelculo amostral Chegou-se a uma amostra de 304 Foram
distribuiacutedos 400 questionaacuterios dos quais retornaram 320 o que gerou os graacuteficos
abaixo para determinaccedilatildeo do numero de vezes e tempo de uso dos equipamentos
sanitaacuterios
Caacutelculo de utilizaccedilatildeo da bacia sanitaacuteria
Foi considerado a utilizaccedilatildeo por cinco dias semanais no caso adotado 20 dias
uteis e utilizada a vazatildeo de 170 litros segundo no caso das bacias sanitaacuterias e 015
litrossegundo para mictoacuterios segundo a NBR 56261998
C meacutedio =
sum 119891119894lowast119905119894lowast119876119899119894
119899
Onde
C Meacutedio = consumo meacutedio
Fi = nuacutemero de vezes de utilizaccedilatildeo
Ti = tempo em segundos por acionamento
Q = vazatildeo de acordo com a norma
90
Graacutefico 1- Frequecircncia de uso diaacuterio da bacia sanitaacuteria
Fonte Elaborado pelo Autor deste Trabalho 2017
Populaccedilatildeo diaacuteria 1450
Nuacutemero de acionamentos descarga bacia sanitaacuteria
1 vez 16 1450 usuaacuterios 1 vez = 232 vezes
2 vezes 16 1450 usuaacuterios 2 vezes = 464 vezes
3 vezes 30 1450 usuaacuterios 3 vezes = 1305 vezes
4 vezes 14 1450 usuaacuterios 4 vezes = 802 vezes
5 vezes 5 1450 usuaacuterios 5 vezes = 362 vezes
6 vezes 4 1450 usuaacuterios 6 vezes = 348 vezes
7 vezes 5 1450 usuaacuterios 7 vezes = 507 vezes
Total de acionamentos 4031
91
Graacutefico 2 - Tempo em segundos da descarga da bacia
Fonte Elaborado pelo Autor deste Trabalho 2017
Consumo de bacia sanitaacuteriadia
1 seg 5 4031 1 17 = 342
2 seg 12 4031 2 17 = 822
3 seg 13 4031 3 17 = 890
4 seg 12 4301 4 17 = 822
5 seg 22 4031 5 17 = 150
6 seg 11 4031 6 17 = 753
7 seg 4 4031 7 17 = 274
8 seg 8 4031 8 17 = 548
9 seg 5 4031 9 17 = 342
10 seg 3 4031 10 17 = 205
Logo o consumo meacutedio das bacias sanitaacuterias foi de 6510dia e foi considerado 20
dias de utilizaccedilatildeo perfazendo um total de 130200Lmecircs ou 1302m3
92
Graacutefico 3 - Frequecircncia de uso diaacuterio do mictoacuterio
Fonte Elaborado pelo Autor deste Trabalho 2017
Nuacutemero de acionamentos de descarga mictoacuterio
1 vez 14 870 usuaacuterios 1 vez = 121
2 vezes 10 870 usuaacuterios 2 vezes = 174
3 vezes 21 870 usuaacuterios 3 vezes = 548
4 vezes 26 870 usuaacuterios 4 vezes = 904
5 vezes 12 870 usuaacuterios 5 vezes = 522
6 vezes 2 870 usuaacuterios 6 vezes = 174
7 vezes 2 870 usuaacuterios 7 vezes = 121
8 vezes 3 870 usuaacuterios 8 vezes = 208
Total de acionamentos 2772
93
Graacutefico 4 - Tempo em segundos da descarga do mictoacuterio
Fonte Elaborado pelo Autor deste Trabalho 2017
Consumo de mictoacuteriodia
1 seg 5 2772 1 015 = 20
2 seg 12 2772 2 015 = 99
3 seg 13 2772 3 015 = 162
4 seg 12 2772 4 015 = 99
5 seg 22 2772 5 015 = 457
6 seg 11 2772 6 015 = 274
7 seg 4 2772 7 015 = 116
8 seg 8 2772 8 015 = 260
9 seg 9 2772 9 015 = 187
10 seg 3 2772 10 015 = 124
Logo o consumo meacutedio de mictoacuteriodia foi de 1804dia e foi considerado 20
dias de utilizaccedilatildeo perfazendo um total de 36080mecircs ou 3608m3
Estimativa do Consumo de Aacutegua em Atividades de Limpeza e jardinagem
As informaccedilotildees foram prestadas pelos responsaacuteveis pela limpeza interna e
externa atraveacutes dos questionaacuterios aplicados
Consumo Atividade de limpeza=Somatoacuterio atividades limpeza paacutetios e rega
de jardim
Consumo de atividades de limpeza = 1104 m3 mensal
94
Consumo per capta de uso natildeo potaacutevel 86821450 = 598 litrosdia
Dimensionamento do reservatoacuterio de aguas pluviais
Segundo a Norma Brasileira NBR 155272007 satildeo apresentados 6 meacutetodos
de dimensionamento de reservatoacuterios cabendo ao projetista a escolha do meacutetodo
Para o presente projeto foi adotado o meacutetodo pratico alematildeo onde o volume do
reservatoacuterio seraacute o menor valor entre 6 do volume de captaccedilatildeo de agua pluvial anual
e 6 da demanda anual de agua natildeo potaacutevel
Vx006
V adotado = miacutenimo Dx006
Onde
V adotado= volume do reservatoacuterio
V= volume aproveitaacutevel anual de agua de chuva
D= demanda anual de agua natildeo potaacutevel
Demanda anual por agua natildeo potaacutevel
Limpeza 1104 m3mecircs x 12= 13248 m3
Vaso sanitaacuterio 1302 m3mecircs x 12 = 156240m3
Mictoacuterio 3608m3mesx12 = 43296 m3
Total 17732 m3mecircs 12= 212784 m3
Volume aproveitaacutevel de aguas pluviais = 202248 m3
V adotado= V x006 = (202248x006) = 12134m3
V adotado= D x006= (212784x006) = 12767m3
Tendo em vista os resultados apresentados adotou-se um reservatoacuterio inferior
com capacidade de 120000 litros em concreto armado conforme projeto no apecircndice
D tendo como base a Planta Baixa apresentado na figura 17 E de acordo com a
demanda diaacuteria foi definido reservatoacuterio superior em polietileno com capacidade de
5000 litros
95
Figura 17 - Planta baixa
FonteO autor do presente trabalho
Quadro 12 - Planilha orccedilamentaacuteria
Fonte Adaptada pelo autor do presente trabalho do Sistema Orccedila fascio
96
Item Coacutedigo Banco Descriccedilatildeo Tipo Und Quant Valor
Unit
Valor Unit
com BDI
Total
1 Movimento de Terra 190190
11 72917 SINAPI
ESCAVACAO MECANICA DE VALA EM MATERIAL 2A
CATEGORIA DE 201 ATE 400 M DE PROFUNDIDADE COM
UTILIZACAO DE ESCAVADEIRA HIDRAULICA
MOVT - MOVIMENTO
DE TERRAmsup3 13000 1198 1463 190190
2 Remoccedilotildees 862616
21 72897 SINAPICARGA MANUAL DE ENTULHO EM CAMINHAO
BASCULANTE 6 M3
MOVT - MOVIMENTO
DE TERRAmsup3 23800 2346 2864 681632
22 72900 SINAPI
TRANSPORTE DE ENTULHO COM CAMINHAO
BASCULANTE 6 M3 RODOVIA PAVIMENTADA DMT 05 A
10 KM
MOVT - MOVIMENTO
DE TERRAmsup3 16800 535 653 109704
23 93377 SINAPI
REATERRO MECANIZADO DE VALA COM
RETROESCAVADEIRA (CAPACIDADE DA CACcedilAMBA DA
RETRO 026 Msup3 POTEcircNCIA 88 HP) LARGURA DE 08 A
15 M PROFUNDIDADE DE 15 A 30 M COM SOLO (SEM
SUBSTITUICcedilAtildeO) DE 1ordf CATEGORIA EM LOCAIS COM ALTO
NIacuteVEL DE INTERFEREcircNCIA AF_042016
MOVT - MOVIMENTO
DE TERRAmsup3 7200 811 990 71280
3 Estrutura 6177729
31 95241 SINAPI
LASTRO DE CONCRETO E = 5 CM PREPARO
MECAcircNICO INCLUSOS LANCcedilAMENTO E ADENSAMENTO
AF_07_2016
FUES - FUNDACcedilOtildeES
E ESTRUTURASmsup2 5000 2404 2935 146750
32 5970 SINAPIFORMA TABUA PARA CONCRETO EM FUNDACAO C
REAPROVEITAMENTO 2X
FUES - FUNDACcedilOtildeES
E ESTRUTURASmsup2 22000 6684 8161 1795420
33 94052 SINAPI
ESCORAMENTO DE VALA TIPO DESCONTIacuteNUO COM
PROFUNDIDADE DE 15 A 30 M LARGURA MAIOR OU
IGUAL A 15 M E MENOR QUE 25 M EM LOCAL COM NIacuteVEL
ALTO DE INTERFEREcircNCIA AF_062016
ESCO -
ESCORAMENTOmsup2 7000 3602 4398 307860
34 83515 SINAPI
ESCORAMENTO FORMAS DE H=330 A 350 M COM
MADEIRA 3A QUALIDADE NAO APARELHADA
APROVEITAMENTO TABUAS 3X E PRUMOS 4X
ESCO -
ESCORAMENTOmsup3 12000 1500 1832 219840
35 90861 SINAPI
CONCRETAGEM DE EDIFICACcedilOtildeES (PAREDES E LAJES)
FEITAS COM SISTEMA DE FOcircRMAS MANUSEAacuteVEIS COM
CONCRETO USINADO BOMBEAacuteVEL FCK 20 MPA
LANCcedilADO COM BOMBA LANCcedilA - LANCcedilAMENTO
ADENSAMENTO E ACABAMENTO AF_062015
FUES - FUNDACcedilOtildeES
E ESTRUTURASmsup3 3050 40775 49786 1518473
36 92921 SINAPI
ARMACcedilAtildeO DE ESTRUTURAS DE CONCRETO ARMADO
EXCETO VIGAS PILARES LAJES E FUNDACcedilOtildeES
PROFUNDAS (DE EDIFIacuteCIOS DE MUacuteLTIPLOS
PAVIMENTOS EDIFICACcedilAtildeO TEacuteRREA OU SOBRADO)
UTILIZANDO ACcedilO CA-50 DE 125 MM - MONTAGEM
AF_122015
FUES - FUNDACcedilOtildeES
E ESTRUTURASKG 15300 779 951 145503
37 92919 SINAPI
ARMACcedilAtildeO DE ESTRUTURAS DE CONCRETO ARMADO
EXCETO VIGAS PILARES LAJES E FUNDACcedilOtildeES
PROFUNDAS (DE EDIFIacuteCIOS DE MUacuteLTIPLOS
PAVIMENTOS EDIFICACcedilAtildeO TEacuteRREA OU SOBRADO)
UTILIZANDO ACcedilO CA-50 DE 100 MM - MONTAGEM
AF_122015
FUES - FUNDACcedilOtildeES
E ESTRUTURASKG 2800 976 1192 33376
38 92917 SINAPI
ARMACcedilAtildeO DE ESTRUTURAS DE CONCRETO ARMADO
EXCETO VIGAS PILARES LAJES E FUNDACcedilOtildeES
PROFUNDAS (DE EDIFIacuteCIOS DE MUacuteLTIPLOS
PAVIMENTOS EDIFICACcedilAtildeO TEacuteRREA OU SOBRADO)
UTILIZANDO ACcedilO CA-50 DE 80 MM - MONTAGEM
AF_122015
FUES - FUNDACcedilOtildeES
E ESTRUTURASKG 68700 1217 1486 1020882
39 92916 SINAPI
ARMACcedilAtildeO DE ESTRUTURAS DE CONCRETO ARMADO
UTILIZANDO ACcedilO CA-50 DE 63 MM - MONTAGEM
AF_122015
FUES - FUNDACcedilOtildeES
E ESTRUTURASKG 60900 1331 1625 989625
Descriccedilatildeo do Orccedilamento Bancos Utilizados BDI Encargos Sociais
CONSTRUCcedilAtildeO DE CISTERNA SINAPI - 072017 - RJ
ORSE - 062017 - SE
SEDOP - 042017 - PA
SEINFRA - 024 - CE
SICRO2 - 112016 - RJ
SETOP - 072017 - MG
IOPES - 052017 - ES
SIURB - 012017 - SP
SUDECAP - 032017 - MG
FDE - 042017 - SP
CPOS - 072017 - SP
AGETOP CIVIL - 102016 -
GO
CAEMA - 052016 - MA
2210 00 - Natildeo Desonerada
Total Geral R$ 7230535
Planilha Orccedilamentaacuteria Sinteacutetica
Total sem
BDI
R$ 5921991
Total do BDI R$ 1308544
97
Quadro 13 - Anaacutelise de simulaccedilatildeo do reservatoacuterio
Fonte O autor do presente trabalho
ANAacuteLISE DE SIMULACcedilAtildeO DO RESERVATOacuteRIO
Coeficiente de runoff (CR) = 09
Volume do reservatoacuterio (msup3) = 120
Meses Chuva meacutedia mensal
Demanda mensal
Aacuterea de captaccedilatildeo
Volume de chuva
mensal
Volume do reservatoacuterio
fixado
Volume do reservatoacuterio
no tempo (t-1)
Volume do reservatoacuterio no tempo (t)
Overflow Suprimento de aacutegua externo
(mm) (msup3) (msup2) (msup3) (msup3) (msup3) (msup3) (msup3) (msup3)
Coluna 1 Coluna 2 Coluna 3 Coluna 4 Coluna 5 Coluna 6 Coluna 7 Coluna 8 Coluna 9 Coluna 10
Janeiro 19378 17732 13467 235 120 0 120 0 0
Fevereiro 9093 17732 13467 110 120 120 5268 0 0
Marccedilo 19098 17732 13467 231 120 5268 10636 0 0
Abril 2336 17732 13467 283 120 10636 120 9204 0
Maio 11833 17732 13467 143 120 120 8568 0 0
Junho 926 17732 13467 112 120 8568 2036 0 0
Julho 10332 17732 13467 125 120 2036 -3196 0 3196
Agosto 4905 17732 13467 59 120 0 -11832 0 11832
Setembro 9698 17732 13467 118 120 0 -5932 0 5932
Outubro 13605 17732 13467 165 120 0 -1232 0 1232
Novembro 15415 17732 13467 187 120 0 968 0 0
Dezembro 20893 17732 13467 253 120 968 8536 0 0
Total 16687 212784 2021 9204 22192
98
A demanda por agua natildeo potavel foi considerada identica para todos os meses
tendo em vista que nos meses de recesso natildeo haacute reduccedilatildeo na conta como pode ser
observado no apendice E pois satildeo realizadosdiversas atividades como lavagem de
reservatorios limpeza pesada e cursos de feacuterias
Quadro 14 - Descriccedilatildeo da planilha
Fonte O autor do presente trabalho 2017
Foi realizada analise de simulaccedilatildeo do reservatoacuterio com base na capacidade
encontrada atraveacutes do metodo praacutetico alematildeo 12000 m3 onde pode-se observar
overflow (transbordamento) de 9204 m3 para o mecircs de abril e necessidade de
suprimento de agua externo da concessionaria CEDAE para os meses julho a outubro
perfazendo um total 22192m3 Tendo em vista um uacutenico mecircs de transbordamento e
4 meses de necessidade de abastecimento externo verificou-se que o aumento do
reservatoacuterio para evitar o transbordamento poderia inviabilizar o projeto com o
aumento do custo de construccedilatildeo e o reservatorio ficaria ocioso tendo em vista a
precipitaccedilatildeo pluviometrica insuficiente para o atendimento pleno da demanda nos
meses de julho a outubro
A demanda por agua natildeo potavel foi considerada identica para todos os meses
tendo em vista que nos meses de recesso natildeo haacute reduccedilatildeo significativa no consumo
como pode ser observado no apecircndice E pois satildeo realizados lavagem de
reservatorios limpeza pesada e cursos de ferias
Coluna 1 = Meses
Coluna 2 = Intensidade pluviomeacutetrica mensal
Coluna 3 = Demanda mensal de aacutegua pluvial da edificaccedilatildeo
Coluna 4 = Aacuterea de captaccedilatildeo da edificaccedilatildeo
Coluna 5 = (Coluna 2) x (Coluna 4) x (Coeficiente de runoff) (100)
Coluna 6 = Corresponde ao volume definido para o reservatoacuterio
Coluna 7 = Se (Coluna 8 mecircs anterior) for menor que zero adotar zero
Se (Coluna 8 mecircs anterior) for maior ou igual a zero adotar o valor
Valor de janeiro igual a zero
Coluna 8 = Se (Coluna 5) + (Coluna 7) - (Colune 3) for maior que (Coluna 6) adotar o valor da (Coluna 6)
Se (Coluna 5) + (Coluna 7) - (Colune 3) for igual ou menor que (Coluna 6) adotar (Coluna 5) + (Coluna 7) - (Colune 3)
Valor de janeiro igual o volume do reservatoacuterio
Coluna 9 = Se (Coluna 5) + (Coluna 7) - (Coluna 3) for maior que (Coluna 6) adotar (Coluna 5) + (Coluna 7) - (Coluna3) - (Coluna 6)
Se (Coluna 5) + (Coluna 7) - (Coluna 3) for igual ou menor que (Coluna 6) adotar zero
Coluna 10 = Se (Coluna 7) + (Coluna 5) - (Coluna 3) for menor que zero adotar -((Coluna 7) + (Coluna 5) - (Coluna 3))
Se (Coluna 7) + (Coluna 5) - (Coluna 3) for igual ou maior que zero adotar zero
Descriccedilatildeo da planilha
99
Figura 18 - Localizaccedilatildeo do Reservatorio Inferior
A localizaccedilatildeo para construccedilatildeo do reservatoacuterio de aguas pluviais foi realizada
com base no menor nuacutemero de intervenccedilotildees uma vez que as caixas de inspeccedilotildees jaacute
se encontram instaladas e houve apenas a interceptaccedilatildeo para o reservatoacuterio e desvio
de interligaccedilatildeo a rede publica para recebimento do excedente e material dispensado
pelo filtro e ou sifatildeo ladratildeo
Figura 19 - Equipamentos necessaacuterios para instalaccedilatildeo em reservatoacuterio de aguas pluviais
Elaborado pelo autor deste trabalho com base equipamentos 3p tecnickacquasave
100
Equipamentos utilizados com suas funccedilotildees e caracteriacutesticas
Filtro FV 6 Filtro de aacutegua da chuva para aacutereas de captaccedilatildeo maiores Precisa
ser instalado dentro um poccedilo teacutecnico (Oslash 1200 mm) Graccedilas a seu sistema duplo de
limpeza (peneira grossa depois fina) ele possui uma significativa eficaacutecia em funccedilatildeo
da forte inclinaccedilatildeo do miolo filtrante a sujeira separada eacute continuamente encaminhada
para a galeria pluvial A saiacuteda para a galeria eacute conectada ao poccedilo teacutecnico
A sujeira cai no fundo do poccedilo e eacute carregada quando chove mais forte
Capacidade relativa de processamento conforme norma DIN 1986 de ateacute 2433 msup2
com uma precipitaccedilatildeo de 300 litros (seg x ha)Conexatildeo Entrada 2 x DN 250 Conexatildeo
p cisterna DN 200 Saiacuteda para a galeria DN 250 Desniacutevel da entrada para a saiacuteda da
aacutegua 320 mm Frequecircncia de manutenccedilatildeo conforme a incidecircncia de sujeira 2 a 4
vezes ao ano Trama da tela 0390 x 0980 mm Peacutes hastes roscadas com porcas de
accedilo inox medindo 250 mm Peso 395 kg
Conjunto mangueira boia 1rdquo por estar flutuando proporciona a captaccedilatildeo da
aacutegua no ponto do reservatoacuterio em que estaacute mais limpa evitando a captaccedilatildeo de
resiacuteduos decantados no fundo da cisterna ou em suspensatildeo na superfiacutecie da aacutegua
Possui uma segunda peneira em sua extremidade garantindo assim que nenhum
resiacuteduo existente possa ser sugado e enviado para o reservatoacuterio superior Diacircmetro
da boia 200 mm Comprimento 25 metros Conexatildeo 1 Peso 32 kg
Realimentador 1-12 - Industrial O realimentador tem por finalidade manter o
abastecimento de aacutegua do sistema pluvial quando natildeo houver aacutegua de chuva Uma
vaacutelvula solenoide unidirecional comandada por uma boia de niacutevel libera a entrada de
aacutegua da rede para que o sistema natildeo entre em colapso A boia de niacutevel deve ser
regulada de modo a liberar a entrada de aacutegua somente num niacutevel baixo da cisterna
natildeo interferindo no funcionamento regular do sistema de aacutegua de chuva ou seja sua
regulagem deve ser ajustada para funcionamento somente quando a caixa ou a
cisterna estiver em niacuteveis baixos quando a bomba que recalca a aacutegua de chuva natildeo
eacute mais acionada
Sifatildeo ladratildeo industrial 200 mm Sifatildeo com barreira contra odores e succcedilatildeo da
aacutegua na superfiacutecie sem invasatildeo de roedores que satildeo barrados pela chapa perfurada
de accedilo inox Para a qualidade constante da aacutegua eacute importante que a cisterna
transborde regularmente o sifatildeo ind DN 200 eacute conectado por um tubo plaacutestico de 200
101
mmconexatildeo 200 mmmaterial polietilenobarreira antirroedores accedilo inox dimensotildees
375 x 659 x 765 mm Peso 75 kg
Freio Drsquoaacutegua Industrial 200 mm O produto serve para frear e inverter o fluxo da
aacutegua que entra na cisterna Partiacuteculas finas de sujeira que ficaram retidas na aacutegua
lentamente descem para o fundo e uma camada de sedimentos se cria que exerce
uma influecircncia positiva sobre a aacutegua de chuva armazenada Cisternas com uma
camada de sedimentos apresentam uma aacutegua mais liacutempida
Clorador acquanova com funcionamento em circuito fechado com proteccedilatildeo
contra inundaccedilatildeo capacidade do corpo interno 320 pastilhas variando de 0640 kg
com vazatildeo de operaccedilatildeo lenta em rede de 05 a 3000 m3h
Conjunto de 02 bombas centrifugas monoestaacutegio BC 91- rotor fechado em
atendimento a altura manomeacutetrica total de 20 metros e vazatildeo de 53 m3h compatiacutevel
com o reservatoacuterio superior de 5000 litros
Tratamento quiacutemico mensal da agua pluvial
De acordo com orientaccedilatildeo da portaria do MS nordm 5182014 e a NBR 152227
recomenda que o cloro residual livre deva estar entre 05mgl e 30 mgl em qualquer
ponto do sistema de abastecimento neste estudo de caso foi previsto dosador de
cloro em pastilhas que apresenta consumo de 9 gramasm3 com estimativa de
consumo mensal de de 1742 gramasmecircs para a quantidade de agua a ser recalcada
de 8800 litros dia sendo os ajustes de vazatildeo a serem realizados atraveacutes da equipe
de manutenccedilatildeo de forma manual atraveacutes dos ajustes de registros que seratildeo
realizados em funccedilatildeo dos valores aferidos pelo kit de dosagem de cloro residual e
comparados a norma citada
Avaliaccedilatildeo do percentual de economia de agua potaacutevel nas atividades de
limpeza jardinagem bacias sanitaacuterias e mictoacuterios
Potencial de captaccedilatildeo de agua de chuva + potencial de produccedilatildeo de agua por
condensaccedilatildeo das unidades evaporadores- overflow= total de aguas utilizaveis em
usos menos nobres
202248m3 + 19200m3 - 9204 m3 = 212244 m3 total utilizavel
Demanda anual para uso natildeo potavel = 212784 m3
Percentual de economia de agua potavel = 9974
Os valores abaixo apresentam o custo por m3 do preccedilo cobrado pela
concessionaria CEDAE para o consumo de agua da rede publica
102
Custo de agua por faixa de consumo categoria publica
Consumo m3 valor
0 a 15 51036364
gt 15 11289924
Beneficio mensal com reduccedilatildeo de custo na conta de agua
A instituiccedilatildeo em estudo estaacute ligada agrave rede puacutebica de coleta de
esgoto portanto o custo de aacutegua tratada foi acrescido com o custo de
coleta de esgoto O custo de coleta de esgoto e idecircntico ao custo da agua
potaacutevel conforme pode ser observado no apecircndice F
total utilizavel ano12= 212234 m3 12 = 17686 m3
17686x 11289924 x 2= R$ 399347 mensal
Tabela 4 - Custos referentes agrave implantaccedilatildeo do sistema de aproveitamento de aacutegua pluviais
Equipamentos Quant Custo Vida Uacutetil
Reservatoacuterio Inferior 120000L Reservatoacuterio Superior 5000L Filtro Aquasave VF6 250mm Conjunto Flutuante de succcedilatildeo (Mangueira e boia) Realimentador 1 12rsquorsquo Sifatildeo ladratildeo 200mm Freio drsquoaacutegua 200mm Automaacuteticos superior e inferior Moto Bomba 1 cv Conexotildees pvc fios e disjuntores referente as instalaccedilotildees das bombas e prumadas de abastecimento (custo estimado 5) Clorador
01
01
Cj
02
02
Cj
01
R$ 7230535 R$ 179000 R$ 1414958 R$ 4800 R$ 198200 R$ 456324 R$ 99000
ge 50 anos 5 anos 10 anos 1 ano 2 anos 20 a 25 2 anos
Total R$ 9582817
Os custos de implantaccedilatildeo do sistema de aproveitamento de aacutegua pluvial para
posterior anaacutelise de viabilidade econocircmica Estes custos satildeo relativos aos gastos para
construccedilatildeo do reservatoacuterio inferior aquisiccedilatildeo de materiais equipamentos
Dentre os custos apresentados foi considerado somente matildeo de obra na
construccedilatildeo do reservatoacuterio inferior conforme pode ser observado na planilha
orccedilamentaria sinteacutetica na instalaccedilatildeo dos demais equipamentos e manutenccedilatildeo foi
103
considerada matildeo de obra da proacutepria da instituiccedilatildeo uma vez que a mesma conta com
equipe de manutenccedilatildeo hidraacuteulica e eleacutetrica bem como natildeo foi considerado custo de
energia eleacutetrica pois a altura de recalque e semelhante a da agua tratada
consequentemente natildeo implicando em acreacutescimos a conta de energia
Anaacutelise econocircmica
A anaacutelise econocircmica procura determinar as possibilidades de sucesso em
funccedilatildeo do tempo de retorno do investimento econocircmico e financeiro quanto maior o
payback maior o tempo necessaacuterio para que o investimento retorne e maiores os
riscos envolvidos
Tempo de retorno do investimento
Com base nos dados das estimativas de custos de implantaccedilatildeo foi possiacutevel
estimar o tempo de retorno do investimento inicial
Subtraindo a economia mensal acumulada resultante da implantaccedilatildeo do
sistema de aproveitamento de aacutegua da chuva dos custos de implantaccedilatildeo obteve-se
o balanccedilo financeiro mensal
De acordo com o balanccedilo financeiro em 24 meses corridos o total economizado
iraacute se equipara ao total investido utilizando do Payback Simples pode ser observado
para o Payback descontado um retorno em 28 meses considerando uma taxa mensal
de 1 que na atualidade eacute utilizada para remuneraccedilatildeo de fundos de renda fixa
104
Tabela 5 - Payback simples
Fonte Elaborado pelo Auto deste Trabalho 2017
Meses Investimento Fluxo de caixa Retorno Acumulado
0 9582817R$
1 399347R$ 41673 41673
2 399347R$ 41673 83346
3 399347R$ 41673 125020
4 399347R$ 41673 166693
5 399347R$ 41673 208366
6 399347R$ 41673 250039
7 399347R$ 41673 291713
8 399347R$ 41673 333386
9 399347R$ 41673 375059
10 399347R$ 41673 416732
11 399347R$ 41673 458406
12 399347R$ 41673 500079
13 399347R$ 41673 541752
14 399347R$ 41673 583425
15 399347R$ 41673 625099
16 399347R$ 41673 666772
17 399347R$ 41673 708445
18 399347R$ 41673 750118
19 399347R$ 41673 791791
20 399347R$ 41673 833465
21 399347R$ 41673 875138
22 399347R$ 41673 916811
23 399347R$ 41673 958484
24 399347R$ 41673 1000158
Payback Simples
105
Tabela 6 - Payback descontado
Fonte Elaborado pelo Auto deste Trabalho 2017
Tx Fundo Renda Fixa 1
Meses Investimento Fluxo de caixa VP VP VP ACUMULADO
0 9582817R$
1 399347R$ 395393R$ 41261 41261
2 399347R$ 391478R$ 40852 82113
3 399347R$ 387602R$ 40448 122560
4 399347R$ 383765R$ 40047 162608
5 399347R$ 379965R$ 39651 202258
6 399347R$ 376203R$ 39258 241516
7 399347R$ 372478R$ 38869 280386
8 399347R$ 368790R$ 38485 318870
9 399347R$ 365139R$ 38103 356974
10 399347R$ 361524R$ 37726 394700
11 399347R$ 357944R$ 37353 432053
12 399347R$ 354400R$ 36983 469036
13 399347R$ 350891R$ 36617 505652
14 399347R$ 347417R$ 36254 541906
15 399347R$ 343977R$ 35895 577802
16 399347R$ 340572R$ 35540 613341
17 399347R$ 337200R$ 35188 648529
18 399347R$ 333861R$ 34840 683369
19 399347R$ 330555R$ 34495 717864
20 399347R$ 327283R$ 34153 752017
21 399347R$ 324042R$ 33815 785832
22 399347R$ 320834R$ 33480 819312
23 399347R$ 317657R$ 33149 852460
24 399347R$ 314512R$ 32820 885281
25 399347R$ 311398R$ 32495 917776
26 399347R$ 308315R$ 32174 949950
27 399347R$ 305262R$ 31855 981805
28 399347R$ 302240R$ 31540 1013345
Payback Descontado
106
5 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
Na metodologia adotada conclui-se que a utilizaccedilatildeo de aguas pluviais para fins
natildeo potaacuteveis atraveacutes da captaccedilatildeo da cobertura do bloco E e de aguas residuais
provenientes de condensadores de aparelhos de ar condicionado gerou uma
economia mensal R$ 399347 mecircs (Trecircs mil novecentos e noventa e trecircs reais e
quarenta e sete centavos) de reduccedilatildeo na conta de aacutegua
Apoacutes a realizaccedilatildeo dos custos referentes a implantaccedilatildeo do sistema de
aproveitamento de aguas pluviais foi realizado o Payback Simples e descontado com
utilizaccedilatildeo da taxa de 1 am obtendo-se periacuteodo de retorno do investimento de 24
meses e 28 meses respectivamente periacuteodo relativamente curto e no desenvolvimento
do presente trabalho ficou comprovada a viabilidade teacutecnica e econocircmica
Foi verificado no desenvolvimento do presente projeto que as teacutecnicas para
aproveitamento de aguas pluviais podem ser associadas ao aproveitamento de aguas
cinzas e possiacuteveis de serem adotadas pela populaccedilatildeo de modo geral atraveacutes de
poliacuteticas puacuteblicas reduzindo-se os custos dos equipamentos necessaacuterios de forma a
incentivar o uso
A adoccedilatildeo de tecnologias de reaproveitamento ou reuso ao serem utilizadas em
instituiccedilotildees de ensino servem como exemplo de postura ambientalmente correta para
os problemas de ocupaccedilatildeo e impermeabilizaccedilatildeo desordenada do solo nos centros
urbanos aleacutem de estimular a educaccedilatildeo ambiental e os conceitos de sustentabilidade
criando multiplicadores das accedilotildees de conservaccedilatildeo do meio ambiente
A pesquisa bibliograacutefica na parte que trata do histoacuterico de reuso demonstrou
que o aproveitamento de aguas pluviais era utilizado por civilizaccedilotildees anteriores a
nossa era e que diversos paiacuteses do mundo na atualidade continuam a utilizar e
incentivar a populaccedilatildeo atraveacutes de poliacuteticas puacuteblicas
Dentre os custos referentes a implantaccedilatildeo do SAAP pode ser observado que o
reservatoacuterio inferior apresenta maior investimento cabendo ao projetista avaliar
atraveacutes de anaacutelise de simulaccedilatildeo o volume de transbordamento e volume de
suprimento externo de agua de forma a otimizar a utilizaccedilatildeo da precipitaccedilatildeo
pluviomeacutetrica da regiatildeo sem contudo inviabilizar o projeto financeiramente atraveacutes
do superdimensionamento do reservatoacuterio
Finalmente em caso de utilizaccedilatildeo do SAAP como alternativa a rede de
abastecimento da concessionaria cabe ao gestor a orientaccedilatildeo aos usuaacuterios bem
107
como a identificaccedilatildeo das tubulaccedilotildees e pontos de uso por meio de pintura na cor roxa
das tubulaccedilotildees e placas indicativas nos pontos de uso
51 Propostas para trabalhos futuros
Apoacutes a conclusatildeo do presente trabalho seguem as sugestotildees para trabalhos
futuros abaixo relacionados
Realizar estudos referentes aos diversos meacutetodos de dimensionamento de
reservatoacuterio citados segundo a Norma Brasileira NBR 155272007ABNT e avaliar o
meacutetodo que apresenta melhor desempenho em funccedilatildeo do iacutendice de precipitaccedilatildeo do
Estado do Rio de Janeiro
Elaborar estudos para avaliar o potencial de captaccedilatildeo de aguas residuais que
satildeo produzidas pelas unidades evaporadoras de ar condicionado com ensaios em
todas as estaccedilotildees do ano de forma a verificar a variaccedilatildeo de produccedilatildeo de condensaccedilatildeo
em diversas condiccedilotildees climaacuteticas externas
Produzir estudos de aproveitamento de aacuteguas pluviais verificando todas as
coberturas existentes na instituiccedilatildeo e utilizaccedilatildeo de aacuteguas cinzas
Realizar analise da qualidade da aacutegua pluvial e estudo de possiacuteveis
tratamentos para utilizaccedilatildeo como agua potaacutevel com verificaccedilatildeo de viabilidade
financeira
108
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121
APEcircNDICE A
Questionaacuterio 1
Prezados
O presente questionaacuterio faz parte de pesquisa de dissertaccedilatildeo de Mestrado e tem como
objetivo avaliar a demanda de aacutegua potaacutevel possiacutevel de ser substituiacuteda por aacutegua de chuva
Sua participaccedilatildeo eacute fundamental para o desenvolvimento da pesquisa
Obrigado pela sua participaccedilatildeo
Mario dos Santos Soares
Estudo de consumo de aacutegua CEFET- Maracanatilde Bloco E
( ) Alunos ( ) Servidores ( ) Professores ( ) Teacutecnico Administrativo
Gecircnero ( ) Masculino ( ) Feminino
1) Nuacutemero de vezes diariamente em meacutedia que vocecirc utiliza a descarga do vaso sanitaacuterio
( ) zero ( ) 1 vez ( ) 2 vezes ( ) 3 vezes ( ) 4 vezes ( ) 5 vezes
( ) 6 vezes ( ) 7 vezes ( ) 8 vezes
2) Estime um tempo em segundos de cada vez que vocecirc pressiona a descarga sanitaacuteria
( ) zero ( ) 1 seg ( ) 2 seg ( ) 3 seg ( ) 4 seg ( ) 5 seg ( ) 6 seg
( ) 7 seg ( ) 8 seg ( ) 9 seg ( ) 10 seg ( ) 11 seg ( ) 12 seg
3) Nuacutemero em vezes diariamente em meacutedia que vocecirc utiliza o mictoacuterio
( ) zero ( ) 1 vez ( ) 2 vezes ( ) 3 vezes ( ) 4 vezes ( ) 5 vezes
( ) 6 vezes ( ) 7 vezes ( ) 8 vezes
4) Estime um tempo em segundos que vocecirc pressiona a descarga dos mictoacuterios
( ) zero ( ) 1 seg ( ) 2 seg ( ) 3 seg ( ) 4 seg ( ) 5 seg ( ) 6 seg
( ) 7 seg ( ) 8 seg ( ) 9 seg ( ) 10 seg ( ) 11 seg
122
APEcircNDICE B
Questionaacuterio 2
Prezados
O presente questionaacuterio faz parte de pesquisa de dissertaccedilatildeo de Mestrado e tem como
objetivo avaliar a demanda de aacutegua potaacutevel possiacutevel de ser substituiacuteda por aacutegua de chuva
Sua participaccedilatildeo eacute fundamental para o desenvolvimento da pesquisa
Obrigado pela sua participaccedilatildeo
Mario dos Santos Soares
Estudo de consumo de aacutegua CEFET- Maracanatilde Bl E
Encarregado de limpeza Interna
1) Nuacutemero de vezes por semana que as circulaccedilotildees e escadas dos pavimentos satildeo
lavados
( ) 1 vez ( ) 2 vezes ( ) 3 vezes ( ) 4 vezes ( ) 5 vezes
2) Nuacutemero de vezes por semana que o paacutetio do teacuterreo eacute lavado
( ) 1 vez ( ) 2 vezes ( ) 3 vezes ( ) 4 vezes ( ) 5 vezes
3) Tempo de duraccedilatildeo que a torneira fica aberta
( ) 15 minutos ( ) 30 minutos ( ) 45 minutos ( ) 60 minutos
4) Nuacutemero de baldes (considerar balde com capacidade de 10 Lt) necessaacuterios a limpeza
das circulaccedilotildees por pavimento utilizando apenas pano molhado
( ) 1 ( ) 2 ( ) 3 ( ) 4 ( ) 5 ( ) 6 ( ) 7 ( ) 8 ( ) 9
5) Nuacutemero de vezes por semana que eacute passado pano molhado nas circulaccedilotildees dos
pavimentos
( ) 1 ( ) 2 ( ) 3 ( ) 4 ( ) 5 ( ) 6 ( ) 7 ( ) 8 ( ) 9
123
APEcircNDICE C
Questionaacuterio 3
Prezados
O presente questionaacuterio faz parte de pesquisa de dissertaccedilatildeo de Mestrado e tem como
objetivo avaliar a demanda de aacutegua potaacutevel possiacutevel de ser substituiacuteda por aacutegua de chuva
Sua participaccedilatildeo eacute fundamental para o desenvolvimento da pesquisa
Obrigado pela sua participaccedilatildeo
Mario dos Santos Soares
Estudo de consumo de aacutegua CEFET- Maracanatilde Bl E e Academia
Encarregado de limpeza Externa
1) Nuacutemero de vezes por mecircs que as vidraccedilas satildeo lavadas
( ) 1 vez ( ) 2 vezes ( ) 3 vezes ( ) 4 vezes ( ) 5 vezes
2) Nuacutemero de vezes por semana que eacute realizada a rega do jardim
( ) 1 vez ( ) 2 vezes ( ) 3 vezes ( ) 4 vezes ( ) 5 vezes ( ) 6 vezes
3) Tempo estimado da utilizaccedilatildeo da torneira para rega do jardim
( ) 15 minutos ( ) 30 minutos ( ) 45 minutos ( ) 60 minutos
( ) 75 minutos
124
APEcircNDICE D
125
126
127
128
APEcircNDICE E
Consumo de agua potaacutevel
CONSUMO 2014 A 2016
Mecircs
2014 2015 2016
Meacutedia Total
Vol Faturado
(msup3)
nordm dias
m3dia Vol
faturado (msup3)
nordm dias
m3dia Vol
Faturado (msup3)
nordm dias
m3dia
JAN 173100 29 5969 168000 30 5600 234100 32 7316 6295
FEV 182300 30 6077 181600 2900 6262 192900 34 5674 6004
MAR 131600 29 4538 212000 3100 6839 305500 28 10911 7429
ABR 221100 34 6503 264600 2900 9124 323100 29 11141 8923
MAI 196400 31 6335 253100 3300 7670 251800 31 8123 7376
JUN 168900 34 4968 210900 2800 7532 242200 29 8352 6951
JUL 200100 30 6670 213000 3400 6265 188700 28 6739 6558
AGO 190700 31 6152 220100 2800 7861 223100 29 7693 7235
SET 254300 28 9082 183200 3300 5552 178300 33 5403 6679
OUT 226700 31 7313 322500 2800 11518 197200 29 6800 8544
NOV 250600 32 7831 242200 2900 8352 254700 31 8216 8133
DEZ 284300 30 9477 286600 3100 9245 290400 31 9368 9363
Fonte contas CEDAE
129
APEcircNDICE F
8
LISTA DE SIGLAS
ABES ndash Associaccedilatildeo Brasileira de Engenharia sanitaacuteria e Ambiental
ABNT ndash Associaccedilatildeo Brasileira de Normas Teacutecnicas
ASA (Articulaccedilatildeo do Semiaacuterido Brasileiro)
ANA ndash Agecircncia Nacional de Aacuteguas
ABNT ndash Associaccedilatildeo Brasileira de Normas Teacutecnicas
BTUs - (British termal Units- Unidade Teacutermica Britacircnica)
CEDAE - Companhia Estadual de Aguas e Esgotos
CEFET RJ- Centro Federal de Educaccedilatildeo Tecnoloacutegica Celso Suckow da Fonseca
CNRH - Conselho Nacional de Recursos Hiacutedricos
CONFEA ndash Conselho Federal de Engenharia e Agronomia
EEE ndash Estaccedilatildeo Elevatoacuteria de Esgotos
EIA ndash Estudo de Impacto ambiental
EPA ndash Enviromental Protection Agency
ETA ndash Estaccedilatildeo de Tratamento de Aacutegua
ETE ndash Estaccedilatildeo de Tratamento de Esgotos
FIESP - Federaccedilatildeo das Industrias do Estado de Satildeo Paulo
IBGE - Instituto Brasileiro de geografia e Estatiacutestica
LDB - Lei de Diretrizes e Bases da Educaccedilatildeo Nacional
NBR ndash Norma Brasileira
RIMA ndash Relatoacuterio de Impacto Ambiental
PCA ndash Programa de Conservaccedilatildeo de Aacutegua
PNCDA ndash Programa Nacional de Combate ao Desperdiacutecio de Aacutegua
PNRH - Poliacutetica Nacional de Recursos Hiacutedricos
PURA ndash Programa de Uso Racional da Aacutegua
PDI - Plano de Desenvolvimento Institucional ()
SABESP ndash Companhia de Saneamento Baacutesico do Estado de Satildeo Paulo
SAAP - Sistema de Aproveitamento de Aguas Pluviais
UNESCO ndash Organizaccedilatildeo das Naccedilotildees Unidas para Educaccedilatildeo Ciecircncia e Cultura
9
ONU ndash Organizaccedilatildeo das Naccedilotildees Unidas
LEED - Leadership in Energy and Environmental
USGBC - US Green building Council
BNDES - Banco Nacional de Desenvolvimento Econocircmico e Social
SINAPI ndash Sistema Nacional de Pesquisa de Custos e Iacutendices da Construccedilatildeo Civil
CEF ndash Caixa Econocircmica Federal
10
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 - Estrutura do Conteuacutedo da Dissertaccedilatildeo 24
Figura 2 - Consumo Mensal de Aacutegua - 2014 26
Figura 3 - Sistemas de aproveitamento de aacuteguas pluviais 38
Figura 4 - Reservatoacuterios 39
Figura 5 - Reservatoacuterios 39
Figura 6 - Esquema de cisterna implementada na zona rural 41
Figura 7 - Projeto experimental para casas populares voltado para captaccedilatildeo de aacutegua da chuva 41
Figura 8 - Formas potenciais de reuso da aacutegua 46
Figura 9 - Processo de captaccedilatildeo da aacutegua da chuva 51
Figura 10 -Certificaccedilatildeo em estaacutedios de futebol itens avaliados no canteiro de obra 65
Figura 11 - Poccedilos de infiltraccedilatildeo 67
Figura 12 - Hidrocircmetro referente ao nuacutemero 485 com vazatildeo de 03 - 15 m3hora 70
Figura 13 - Fachada Principal do CEFET- RJ 70
Figura 14 - ensaio equipamento 24000 BTUs 80
Figura 15 - Interligaccedilatildeo de tubulaccedilatildeo de drenagem de condensadores a rede AP 83
Figura 16 -Planta de cobertura do Bloco E 84
Figura 17 - Planta baixa 95
Figura 18 - Localizaccedilatildeo do Reservatorio Inferior 99
Figura 19 - Equipamentos necessaacuterios para instalaccedilatildeo em reservatoacuterio de aguas pluviais 99
11
GRAacuteFICOS
Graacutefico 1- Frequecircncia de uso diaacuterio da bacia sanitaacuteria 90
Graacutefico 2 - Tempo em segundos da descarga da bacia 91
Graacutefico 3 - Frequecircncia de uso diaacuterio do mictoacuterio 92
Graacutefico 4 - Tempo em segundos da descarga do mictoacuterio 93
12
LISTA DE QUADROS
Quadro 1 - Projeccedilatildeo da populaccedilatildeo nos Municiacutepios do Estado do Rio de Janeiro 35
Quadro 2 - Evoluccedilatildeo prevista da demanda de aacutegua em msup3s para a Regiatildeo Metropolitana do Rio de Janeiro 36
Quadro 3 - Frequecircncia de manutenccedilatildeo 52
Quadro 4- Fluxo do processo 62
Quadro 5 - Ensaio de captaccedilatildeo em ambiente da biblioteca 81
Quadro 6 -Ensaio de captaccedilatildeo em ambiente da sala de professores 82
Quadro 7 - Somatoacuterio das capacidades dos equipamentos instalados por pavimento 82
Quadro 8 - Quadro da aacuterea de cobertura do Bloco E 84
Quadro 9 - Iacutendice do coeficiente de Runoff 85
Quadro 10 - Captaccedilatildeo de aacutegua 87
Quadro 11 - Populaccedilao 88
Quadro 12 - Planilha orccedilamentaacuteria 95
Quadro 13 - Anaacutelise de simulaccedilatildeo do reservatoacuterio 97
Quadro 14 - Descriccedilatildeo da planilha 98
13
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 - Paracircmetros de qualidade de aacuteguas pluviais para usos restritivos natildeo potaacuteveis 52
Tabela 2 - Padrotildees microbioloacutegicos para aacuteguas destinadas agrave recreaccedilatildeo de contato primaacuterio 55
Tabela 3- Tabela de Precipitaccedilatildeo Pluviomeacutetrica 85
Tabela 4 - Custos referentes agrave implantaccedilatildeo do sistema de aproveitamento de aacutegua pluviais 102
Tabela 5 - Payback simples 104
Tabela 6 - Payback descontado 105
14
SUMAacuteRIO
1 ndash INTRODUCcedilAtildeO 16
11 - CONSIDERACcedilOtildeES INICIAIS 16
12 - QUESTAtildeO PROBLEMA 21
13 ndash QUESTOtildeES DA PESQUISA 21
14 - OBJETIVO GERAL 22
15 - OBJETIVOS ESPECIacuteFICOS 22
16 ndash ESTRUTURA METODOLOacuteGICA 22
17 ndash DELIMITACcedilAtildeO DA PESQUISA 25
18 ndash JUSTIFICATIVA DA PESQUISA 25
19 ndash ORGANIZACcedilAtildeO DO ESTUDO 27
2 - BASE CONCEITUAL E REVISAtildeO DA LITERATURA 28
21 A SUSTENTABILIDADE E AS QUESTOtildeES QUANTO A CONSERVACcedilAtildeO
REAPROVEITAMENTO E REDUCcedilAtildeO DO CONSUMO DE AacuteGUAS PLUVIAIS 28
211 EXEMPLOS RECENTES DE ATITUDE SUSTENTAacuteVEIS ADOTADAS NO BRASIL 29
212 MEDIDAS SUSTENTAacuteVEIS PARA CONSERVACcedilAtildeO REAPROVEITAMENTO DE AacuteGUA E REDUCcedilAtildeO DO
CONSUMO DE AacuteGUAS PLUVIAIS 30
22 HISTOacuteRICO DO REUSO DE AacuteGUAS 37
221 ASPECTOS HISTOacuteRICOS DA CAPTACcedilAtildeO DAS AacuteGUAS PLUVIAIS NO BRASIL 40
23 UTILIZACcedilOtildeES DA AacuteGUA COLETADA E O SEU CONSUMO 42
24 O REUSO DE AacuteGUAS 43
241- AacuteGUAS RESIDUAacuteRIAS 43
242 AacuteGUAS CINZENTAS 46
25 FORMAS DE REUSO DE AacuteGUAS 47
251 REUSO URBANO 47
252 REUSO INDUSTRIAL 48
253 REUSO AGRIacuteCOLA 48
254 REUSO NO MEIO AMBIENTE 48
26 A PRAacuteTICA DE RECARGA DE AQUIacuteFEROS 48
27 O ARMAZENAMENTO DE AGUAacuteS 49
28 LEGISLACcedilAtildeO SOBRE O USO DE AacuteGUAS 56
3 - METODOLOGIA 62
31 ESTRATEacuteGIA DA PESQUISA 63
32 UNIDADE DE ANAacuteLISE 68
33 JUSTIFICATIVA DA ESTRATEacuteGIA DE PESQUISA 68
34 PESQUISA EXPLORATOacuteRIA 68
35 LEVANTAMENTO 69
15
36 OBJETO DE ESTUDO 70
361 APARELHOS EXISTENTES 71
37 ENTREVISTAS COM OS USUAacuteRIOS 71
38 ESTIMATIVA DO CONSUMO DE AacuteGUA 72
381 O CAacuteLCULO DE CONSUMO MEacuteDIO DIAacuteRIO DE AacuteGUA PER CAPITA POR APARELHOS 72
O CAacuteLCULO FOI REALIZADO COM BASE NO SOMATOacuteRIO DA MULTIPLICACcedilAtildeO DA FREQUEcircNCIA E TEMPO DE USO
OBTIDO NAS ENTREVISTAS E VAZAtildeO DO APARELHO DIVIDIDO PELO NUacuteMERO DE PESSOAS ENTREVISTADAS
72
382 ESTIMATIVA DO CONSUMO DE AacuteGUA EM ATIVIDADES DE LIMPEZA E JARDINAGEM 73
383 AVALIACcedilAtildeO DO POTENCIAL DE ECONOMIA DE AacuteGUA POTAacuteVEL 73
384 PERCENTUAL DE AacuteGUA POTAacuteVEL QUE PODERIA SER SUBSTITUIacuteDO POR AacuteGUA PLUVIAL 73
39 RESERVATOacuteRIOS DE AacuteGUA PLUVIAL 74
310 ANAacuteLISE ECONOcircMICA 74
4 APLICACcedilAtildeO E VALIDACcedilAtildeO DA METODOLOGIA PROPOSTA 75
41 HISTOacuteRICO DO CEFET-RJ 75
411 DEFINICcedilAtildeO DE INSTITUICcedilOtildeES DE ENSINO SUPERIOR 75
412 - PLANO DE DESENVOLVIMENTO INSTITUCIONAL (PDI) 76
413 - O PDI DO CEFETRJ 78
414 - FILOSOFIA MISSAtildeO E OBJETIVOS INSTITUCIONAIS 78
42 SOBRE O POTENCIAL DE CAPTACcedilAtildeO DE AGUAS DE RESIDUAIS 80
43 ANAacuteLISE DOS RESULTADOS DAS ENTREVISTAS REALIZADAS 88
5 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS 106
51 PROPOSTAS PARA TRABALHOS FUTUROS 107
REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAFICAS 108
16
1 ndash INTRODUCcedilAtildeO
11 - Consideraccedilotildees Iniciais
A aacutegua jaacute foi considerada um recurso infinito mas atualmente a sua
disponibilidade eacute um dos grandes problemas do nosso planeta decorrente de
inuacutemeros fatores tais como o aquecimento global as alteraccedilotildees climaacuteticas o
crescimento populacional acentuado o consumo cada vez maior dos recursos
hiacutedricos o mau uso desta fonte de energia e sobretudo a falta de poliacuteticas puacuteblicas
que estimulem o uso sustentaacutevel da aacutegua
Neste contexto segundo Kibert (2008) a adoccedilatildeo de medidas ecologicamente
corretas eacute fundamental tais como teacutecnicas de conservaccedilatildeo controle do desperdiacutecio
reaproveitamento da aacutegua de chuva reciclagem de aacutegua e recuperaccedilatildeo dos solos
Diante da possibilidade de racionamento ou ateacute mesmo escassez da aacutegua doce
no mundo eacute necessaacuterio que a sociedade e as poliacuteticas puacuteblicas busquem novas
tecnologias e alternativas sustentaacuteveis para a reduccedilatildeo do consumo
Diniz (2013) afirma que vaacuterios paiacuteses encaram hoje o problema de escassez
da aacutegua em consequecircncia do crescimento desordenado da poluiccedilatildeo dos recursos
hiacutedricos do aumento populacional e industrial que geram um aumento na demanda
pela aacutegua provocando o esgotamento deste recurso
Inobstante a urbanizaccedilatildeo das cidades e as tecnologias de abastecimento
puacuteblico de aacutegua contribuiacuteram para a desativaccedilatildeo dos sistemas de aproveitamento da
aacutegua de chuva Entretanto atualmente no contexto do paradigma da conservaccedilatildeo da
aacutegua as praacuteticas de aproveitamento da aacutegua de chuva estatildeo sendo incorporadas aos
sistemas de gestatildeo urbana dos recursos hiacutedricos de diversos paiacuteses Portanto natildeo
se trata de inserir um novo conceito de gestatildeo de recursos hiacutedricos apenas resgatar
os fundamentos deste e adaptaacute-lo agrave realidade atual (ALADENOLA ADEBOYE 2009)
A UNESCO emitiu no ano de 2005 a resoluccedilatildeo Ares58217 proclamando o
periacuteodo de 2005 a 2015 como sendo a Deacutecada Internacional para Accedilatildeo ldquoAacutegua Fonte
de vidardquo iniciando-se o dia mundial da aacutegua no dia 22 de Marccedilo de
2005(UNESCO2013d) A iniciativa teve como objetivo de alerta para a importacircncia
de melhor administrar as fontes de aacutegua em funccedilatildeo do aumento de consumo ou pelo
uso desequilibrado deste recurso indispensaacutevel agrave vida humana Com perspectivas
preocupantes a ONU apresenta a estimativa que se natildeo houver alteraccedilotildees nas
17
poliacuteticas em relaccedilatildeo aos recursos hiacutedricos 18 bilhatildeo de pessoas estaratildeo vivendo em
zonas de secas e dois terccedilos da humanidade estaratildeo sujeitos a alguma restriccedilatildeo no
acesso agrave aacutegua em 2025
Haacute diversos pontos no mundo em que a falta de aacutegua tem sido o principal motivo de ecircxodo de populaccedilotildees tal como acontece no Nordeste brasileiro Em termos globais o risco de crise hiacutedrica acontece pelo crescimento demograacutefico mudanccedilas climaacuteticas desperdiacutecio e contaminaccedilatildeo das fontes Afetando natildeo soacute a sauacutede humana mas o desenvolvimento soacutecio econocircmico das populaccedilotildees e o rumo das relaccedilotildees entre paiacuteses (UNESCO2013d)
Nesse caso Fawell amp Miller (1992) afirmam que a provisatildeo de uma aacutegua
potaacutevel ldquosegurardquo e ldquoesteticamente aceitaacutevelrdquo eacute assegurada em muitos paiacuteses por uma
seacuterie de padrotildees obrigatoacuterios ou largamente advertidos (domiacutenio puacuteblico)
Se na atualidade os paiacuteses continuam concentrados na prospecccedilatildeo e busca de
novas tecnologias para auto-suficiecircncia em petroacuteleo natildeo estaraacute longe o dia em que a
aacutegua seraacute reconhecida como o bem mais precioso a vida do ser humano
Segundo Craig e Dale (2008) a definiccedilatildeo mais adotada e mais citada da
sustentabilidade foi feita no Relatoacuterio de Brundland que definiu o conceito de
sustentabilidade da seguinte forma ldquoaquele que satisfaz as necessidades do presente
sem comprometer a capacidade das futuras geraccedilotildees satisfazerem suas proacuteprias
necessidadesrdquo (BRUNDTLAND 1988 p 46)
O uso da aacutegua com consciecircncia eacute a soluccedilatildeo mais sustentaacutevel para o
enfrentamento da crise a que tem sido observada em diversos estados do paiacutes O
aproveitamento de aacutegua de chuva e reuso natildeo eacute um conceito novo mas com o
aumento da demanda tornou-se um tema atual e de suma importacircncia que eacute praticado
ao longo dos anos em diversos paiacuteses devendo ser uma atividade mais abrangente
que eacute o uso racional englobando a reduccedilatildeo de perdas e desperdiacutecios e a minimizaccedilatildeo
da produccedilatildeo de efluentes e do consumo de aacutegua potaacutevel
A utilizaccedilatildeo da aacutegua da chuva aleacutem de trazer o benefiacutecio da conservaccedilatildeo da
aacutegua e reduzir a dependecircncia excessiva das fontes superficiais de abastecimento
reduz o escoamento superficial minimizando os problemas com enchentes buscando
garantir a sustentabilidade urbana que segundo Dixon Butler e Fewkes (1999) soacute
seraacute possiacutevel atraveacutes da mobilizaccedilatildeo da sociedade em busca do uso apropriado e
eficiente da aacutegua
18
Segundo Petry e Boeriu (2000) nos uacuteltimos anos tem-se observado o
desenvolvimento de novas tecnologias referentes ao manejo de recursos hiacutedricos
Com isso observa-se novas expansotildees no uso de teacutecnicas de aproveitamento de
aacutegua de chuva tanto em regiotildees onde jaacute eram utilizadas como em locais onde eram
desconhecidas
Para Dixon et al(1999) a existecircncia da sociedade e de sua malha urbana no
futuro estaacute condicionada ao uso adequado da aacutegua considerando o seu reuacuteso e
aproveitamento da aacutegua pluvial em todo o ciclo desde a captaccedilatildeo passando pelo
tratamento e armazenagem
Veloso e Mendes (2014) afirmam que a maioria das experiecircncias brasileiras
de aproveitamento de aacutegua de chuva se concentra na regiatildeo do semiaacuterido brasileiro
promovida pela ASA (Articulaccedilatildeo do Semiaacuterido Brasileiro) que eacute formada por mil
organizaccedilotildees da sociedade civil que atua na gestatildeo e no desenvolvimento de poliacuteticas
de convivecircncia com a regiatildeo semiaacuterida
Esta iniciativa contribui para equacionar os graves problemas de escassez de
aacutegua que a populaccedilatildeo e refeacutem Nesse sentido destaca-se o Programa Um Milhatildeo de
Cisternas (P1MC) uma das accedilotildees de mobilizaccedilatildeo promovidas pela ASA que objetiva
possibilitar ao nordestino o acesso a aacutegua potaacutevel por meio da construccedilatildeo de
cisternas de placas Desde 2003 aproximadamente 499387 mil foram construiacutedas
beneficiando mais de 2 milhotildees de pessoas (ASA 2015)
Segundo Gould and Nissen-Petersen (1990) A colheita de aacuteguas pluviais eacute uma
teacutecnica antiga que possui um renome na popularidade devido agrave qualidade inerente da
aacutegua da chuva e ao interesse em reduzir o consumo de aacutegua tratada A aacutegua da chuva
eacute valorizada por sua pureza e suavidade Tem um pH quase neutro e estaacute livre de
subprodutos de desinfecccedilatildeo sais minerais e outros contaminantes naturais e
artificiais As plantas prosperam sob irrigaccedilatildeo com aacutegua de chuva armazenada Os
aparelhos duram mais quando satildeo livres dos efeitos corrosivos ou em escala de aacutegua
dura
Os usuaacuterios com sistemas potaacuteveis preferem o gosto superior e as
propriedades de limpeza da aacutegua da chuva Evidecircncias arqueoloacutegicas atestam a
captura da aacutegua da chuva haacute mais de 4000 anos e o conceito de colheita de aacutegua da
chuva na China pode chegar a mais de 6000 anos Ruiacutenas de cisternas construiacutedas
jaacute em 2000 aC para armazenar o escoamento das encostas para fins agriacutecolas e
domeacutesticos ainda estatildeo em Israel
19
A reutilizaccedilatildeo ou reuso de aacutegua ou ainda em outra forma de expressatildeo o uso
de aacuteguas residuaacuterias natildeo eacute um conceito novo e tem sido praticado em todo o mundo
haacute muitos anos Haacute relatos de sua praacutetica na Greacutecia Antiga com a disposiccedilatildeo de
esgotos e sua utilizaccedilatildeo na irrigaccedilatildeo Contudo a demanda crescente por aacutegua tem
feito do reuso planejado da aacutegua um tema atual e de grande importacircncia (SANTOS
1993)
O elevado desenvolvimento demograacutefico associado agraves transformaccedilotildees
econocircmicas reflete-se notavelmente no uso dos recursos hiacutedricos principalmente no
que se refere agrave qualidade e quantidade das aacuteguas superficiais e subterracircneas
(RAMOS 2000)
O uso de fontes alternativas e de estrateacutegias de uso racional de aacutegua em
edificaccedilotildees eacute uma forma de amenizar os problemas de disponibilidade de aacutegua
potaacutevel e diminuir a sua demanda
Dentre estas estrateacutegias pode-se citar o aproveitamento de aacutegua pluvial o
reuso de aacuteguas cinzas (ABNT NBR 155272007) O aproveitamento de aacutegua pluvial eacute
uma praacutetica milenar empregada no mundo todo Essa teacutecnica tem se difundido e se
consolidado como uma forma de mitigar os diversos problemas ambientais causados
pelo aumento da demanda de aacutegua pela falta de medidas de controle da poluiccedilatildeo e
de gestatildeo ambiental em aacutereas urbanas e rurais (BARROS 2000)
O reaproveitamento eficiente da aacutegua da chuva natildeo tem misteacuterios mas satildeo
necessaacuterios alguns pequenos cuidados que tornam os sistemas mais seguros e de
faacutecil manutenccedilatildeo (AQUASTOCK 2008)
De acordo com Diniz (2013) as teacutecnicas para operar um sistema de utilizaccedilatildeo
das aacuteguas pluviais seguem as seguintes etapas
Coletar aacuteguas pluviais atraveacutes de calhas em telhados coberturas
Armazenar essa aacutegua em reservatoacuterios cisternas
Abastecer o local onde seratildeo utilizadas as aacuteguas pluviais
Eliminar as primeiras aacuteguas de chuva preservando a qualidade dessa aacutegua
20
Relevacircncia da Pesquisa
O foco dos sistemas de captaccedilatildeo de aacutegua da chuva estatildeo mais atrelados aos
problemas que o meio ambiente enfrenta de forma global ou seja estatildeo voltados para
o coletivo e natildeo individualmente Embora se pense em sistemas que sejam
desenvolvidos para a preservaccedilatildeo da aacutegua doce e da aacutegua da chuva para que natildeo
sejam desperdiccediladas eacute preciso tambeacutem pensar no investimento econocircmico de longo
prazo ou seja a economia na conta da aacutegua que seria uma forma de se pensar
tambeacutem individualmente
A relevacircncia deste trabalho aponta para os resultados levados agrave
sustentabilidade utilizando o aproveitamento de aacuteguas pluviais e de aacuteguas residuais
de evaporadoras de aparelhos de ar condicionado para fins natildeo potaacuteveis
Justificativa da Pesquisa
O sucesso das accedilotildees que devem conduzir ao reuso de aacutegua dependeraacute em
grande parte da influecircncia da comunidade do CEFET-RJ do comportamento das
pessoas e de suas decisotildees individuais Mesmo considerando que existe certo
interesse pelas questotildees ambientais haacute que se reconhecer a falta de informaccedilatildeo e
conhecimento dos problemas ambientais
Logo a educaccedilatildeo ambiental que tenha por objetivo informar e sensibilizar as
pessoas sobre os problemas (e possiacuteveis soluccedilotildees) existentes em sua comunidade
buscando transformar estas pessoas em indiviacuteduos que participem das decisotildees
sobre seus futuros exercendo desse modo o direito aacute cidadania tornando-se
instrumento indispensaacutevel ao processo
O CEFET-RJ possui duas entradas de abastecimento de aacutegua com
fornecimento atraveacutes da CEDAE perfazendo um consumo anual na ordem de
294039 m3 que abastecem blocos independentes atraveacutes de 02 castelos drsquoaacutegua com
alimentaccedilatildeo dos blocos por gravidade Tendo em vista o grande nuacutemero de blocos
com aacuterea construiacuteda de 3927050 m2 e grande aacutereas de paacutetios jardins e quadras
esportivas tendo alto consumo de aacutegua para limpeza
Estaacute sendo pesquisada a viabilidade do aproveitamento das aacuteguas pluviais
coletadas atraveacutes dos telhados de uma edificaccedilotildees bem como a aacutegua residual
proveniente dos evaporadores de unidades condensadoras e aparelhos de ar
condicionado de janela no campus do Maracanatilde em funccedilatildeo do grande nuacutemero de
ambientes com refrigeraccedilatildeo com a finalidade de reuso em aacutereas e atividades menos
nobres como lavagem de paacutetios quadras poliesportivas uso em bacias sanitaacuterias
21
irrigaccedilatildeo de jardins que com adoccedilatildeo destas medidas obter-se-aacute reduccedilatildeo do consumo
de aacutegua potaacutevel tratada fornecida pela concessionaria CEDAE
Como consequecircncias reduccedilatildeo dos custos reduccedilatildeo do incocircmodo de poccedilas de
aacuteguas residuais geradas por unidades condensadoras contribuiraacute na reduccedilatildeo de
enchentes tendo em vista a localizaccedilatildeo geograacutefica do CEFET-RJ proacutexima ao Rio
Maracanatilde estimulando a educaccedilatildeo ambiental e a sustentabilidade atraveacutes dos
multiplicadores das accedilotildees de conservaccedilatildeo de aacutegua por membros da comunidade de
docentes discentes e teacutecnicos administrativos servindo como exemplo de uma
postura ambientalmente correta para o enfrentamento dos problemas de ocupaccedilatildeo e
impermeabilizaccedilatildeo desordenada do solo nos grandes centros urbanos
12 - Questatildeo Problema
Analisar a viabilidade de promover o desenvolvimento de um sistema de
captaccedilatildeo de aacutegua da chuva e aacuteguas residuais de evaporadoras de aparelhos de ar
condicionado do CEFETRJ para utilizaacute-la em fins natildeo potaacuteveis agregando valor agrave
sustentabilidade e gerando economia na conta da aacutegua
13 ndash Questotildees da Pesquisa
Nesta conjuntura surgem as questotildees que orientaratildeo este trabalho
Como implantar e implementar um sistema de aproveitamento de aacuteguas
pluviais
Como verificar viabilidade teacutecnica para a adaptaccedilatildeo de instalaccedilotildees do preacutedio
estudado no CEFETRJ Campus Maracanatilde para aproveitamento de aacuteguas
pluviais
Pesquisar os segmentos que se ajustem ao uso da aacutegua natildeo potaacutevel e calcular
suas demandas
Quantificaccedilatildeo da capacidade de produccedilatildeo de aacuteguas remanescentes
provenientes de Unidades Evaporadoras de aparelhos de ar condicionado do
preacutedio estudado
22
14 - Objetivo Geral
O objetivo geral da dissertaccedilatildeo eacute apresentaccedilatildeo de uma proposta metodoloacutegica
para analisar a viabilidade teacutecnica de um sistema de aproveitamento de aacuteguas pluviais
e aacuteguas residuais de evaporadoras de unidades evaporadores para uso com fins natildeo
potaacuteveis no Campus Maracanatilde do CEFET-RJ
15 - Objetivos Especiacuteficos
Desenvolvimento da metodologia proposta
Dimensionar o sistema de armazenamento das aacuteguas pluviais e
residuais coletadas para reuso
Buscar tecnologias para implantaccedilatildeo de sistema de aproveitamento de
agua pluviais
Avaliar viabilidade econocircmica da implantaccedilatildeo do sistema de
aproveitamento de aguas pluviais
16 ndash Estrutura Metodoloacutegica
A metodologia utilizada no presente trabalho considerou o bloco E para se
analisar a viabilidade de aproveitamento de aacuteguas pluviais e aacuteguas residuais
provenientes de unidade evaporadoras de aparelhos de ar condicionado Com
aplicaccedilatildeo de questionaacuterio para os usuaacuterios das instalaccedilotildees para quantificaccedilatildeo da
demanda de aacutegua nos ambientes estudados
Ywashima (2005) ressalta a importacircncia de campanhas de conscientizaccedilatildeo
para utilizaccedilatildeo racional da aacutegua nas escolas Segundo a pesquisadora a conta natildeo e
paga de forma direta pelos usuaacuterios consequentemente natildeo haacute motivaccedilatildeo financeira
A autora apresenta como sugestatildeo tecnologias economizadoras onde se obteacutem
reduccedilatildeo de consumo independente da mudanccedila de comportamento pelos usuaacuterios
Tomando como premissa o atual consumo desordenado de aacutegua consumo
este que proporciona uma grande margem para que no futuro este liacutequido precioso
para a vida na terra venha a faltar caso natildeo seja criado mecanismos que possam
contornar essa situaccedilatildeo o desenvolvimento deste presente projeto apresenta-se
como uma alternativa para compor estes mecanismos
23
Atraveacutes de pesquisas foi constatado que as aacuteguas pluviais devem ser utilizadas
para amenizar a situaccedilatildeo Desse modo o presente trabalho contempla a possibilidade
de uso de recursos tecnoloacutegicos a fim de que se possa reduzir o consumo e diminuir
o desperdiacutecio de aacutegua atraveacutes da captaccedilatildeo armazenamento e reaproveitamento das
aacuteguas pluviais
Este sistema de captaccedilatildeo de aacutegua pluvial permite usar as aacutereas de coberturas
da edificaccedilatildeo para captar a aacutegua da chuva apoacutes passar por um filtro ou mecanismo
de retenccedilatildeo de impurezas conduzi-la a um reservatoacuterio onde seraacute armazenada e
utilizada na edificaccedilatildeo para fins natildeo potaacuteveis tais como lavagem de pisos irrigaccedilatildeo
de jardins mictoacuterios e bacias sanitaacuterias
No que diz respeito a implementaccedilatildeo da metodologia foi realizado um
levantamento das coberturas da edificaccedilatildeo escolhidas com analise dos dados
meteoroloacutegicos da regiatildeo que permitiram avaliaccedilatildeo dos paracircmetros necessaacuterios para
os caacutelculos dos reservatoacuterios de aacuteguas pluviais
O trabalho foi dividido em trecircs etapas
A primeira etapa desenvolveu-se atraveacutes de pesquisas referecircncias
bibliograacuteficas dados teacutecnicos e projetos semelhantes referentes ao tema para obter
um melhor embasamento teoacuterico sobre o assunto com auxilio da internet pesquisas
literaacuterias artigos cientiacuteficos informaccedilotildees pessoais de profissionais e obtivemos
informaccedilotildees necessaacuterias favoraacuteveis que possibilitaram a execuccedilatildeo do presente
trabalho em unidade de ensino adequando agraves edificaccedilotildees do campus onde houvesse
o menor nuacutemero de intervenccedilotildees
A segunda etapa foi direcionada ao programa de necessidades considerando
o consumo da edificaccedilatildeo e o potencial de captaccedilatildeo atraveacutes de aacuterea de coberturas
evaporadores de ar condicionado levantamento dos iacutendices pluviomeacutetricos da regiatildeo
preacute-dimensionamento para os reservatoacuterios superior e inferior e uma estimativa de
custos para implantaccedilatildeo
A terceira e uacuteltima etapa foi direcionada ao anteprojeto arquitetocircnico para
construccedilatildeo do reservatoacuterio prevendo no sistema a captaccedilatildeo tanto de aacuteguas pluviais
quanto de aacuteguas residuais provenientes dos evaporadores de ar condicionado
levantamento dos custos referentes a implantaccedilatildeo dos reservatoacuterios com avaliaccedilatildeo
do tempo de retorno (payback) do investimento
24
A Figura 01 ilustra de forma simplificada a abordagem utilizada durante a
realizaccedilatildeo desta pesquisa
Figura 1 - Estrutura do Conteuacutedo da Dissertaccedilatildeo
Fonte Elaborado pelo autor do presente trabalho(2017)
DISSERTACcedilAtildeO
VERTENTE TEacuteCNICA
EMPIacuteRICA
COLETA DE DADOS
FLUXO DO PROCESSO
DIMENSIONAMENTO
CONCEPCcedilAtildeO EMPIacuteRICA
CONCLUSAtildeO DISSERTACcedilAtildeO
HISTOacuteRICO REUSO DAS
AacuteGUAS
LEGISLACcedilAtildeO
SUSTENTABILIDADE
BASE TEOacuteRICA
CONCEPCcedilAtildeO TEOacuteRICA
25
17 ndash Delimitaccedilatildeo da Pesquisa
A realizaccedilatildeo do presente trabalho ocorreraacute atraveacutes de levantamento de dados
referente ao abastecimento e equipamentos instalados do bloco E do campus
Maracanatilde com estudo de consumo de aacutegua da edificaccedilatildeo levando em consideraccedilatildeo
o nuacutemero de usuaacuterios
A capacidade de captaccedilatildeo seraacute realizada atraveacutes das aacutereas de cobertura e
utilizaccedilatildeo dos iacutendices de precipitaccedilatildeo pluviomeacutetrica da regiatildeo estudada de anos
anteriores para caacutelculo e dimensionamento de reservatoacuterios inferior e superior bem
como avaliaccedilatildeo da capacidade de produccedilatildeo de aacuteguas residuais produzidas pelas
evaporadoras instaladas no preacutedio
Avaliando as adaptaccedilotildees necessaacuterias ao sistema de abastecimento existente
para o atendimento das bacias sanitaacuterias e lavagem de paacutetios quadras esportivas
regas de jardim e levantando e propondo utilizaccedilatildeo de novas tecnologias existentes
para instalaccedilatildeo do sistema e verificando a necessidade de utilizaccedilatildeo de
abastecimento com aacutegua potaacutevel em casos de grande estiagem para manutenccedilatildeo
das atividades sem prejuiacutezos agrave aacuterea acadecircmica
Desta forma nesta pesquisa seratildeo avaliados os dados obtidos atraveacutes de
levantamentos arquitetocircnicos e das instalaccedilotildees hidro sanitaacuterias existentes no
CEFETRJ - Unidade Maracanatilde aleacutem de documentaccedilatildeo e pesquisa em projetos
similares que jaacute possam existir relacionados agrave questatildeo da utilizaccedilatildeo de aacuteguas pluviais
Como objetivo de fundamentar a implantaccedilatildeo do estudo e desenvolvimento do
mesmo seraacute apresentado levantamento e resultado necessaacuterios para implementaccedilatildeo
da utilizaccedilatildeo de aacuteguas pluviais com base nos dados coletados e revisatildeo bibliograacutefica
em artigos e perioacutedicos que versam sobre as tecnologias mais indicadas para a
utilizaccedilatildeo de aacuteguas pluviais
18 ndash Justificativa da Pesquisa
Como prevecirc a constituiccedilatildeo em seu Art 225 caput ndash ldquoTodos tecircm direito ao meio
ambiente ecologicamente equilibrado bem de uso comum do povo e essencial agrave sadia
qualidade de vida impondo-se ao Poder Puacuteblico e agrave coletividade o dever de defendecirc-
lo e preservaacute-lo para presentes e futuras geraccedilotildeesrdquo (Brasil 2004)
No atendimento a constituiccedilatildeo e as legislaccedilotildees pertinentes levar o CEFET- RJ
26
ao cumprimento de accedilotildees e objetivos visando a sustentabilidade nas suas
dependecircncias e atraveacutes de sua comunidade discente docente e teacutecnicos
administrativos atuar como multiplicadores de accedilotildees de preservaccedilatildeo do meio
ambiente atraveacutes do reuso de aacuteguas pluviais e aacuteguas residuais oriundas de
evaporadores e aparelhos de ar condicionado de janela
Em funccedilatildeo do alto consumo como pode ser observado na figura 2 faz-se
necessaacuteria a adoccedilatildeo de equipamentos de maior tecnologia e o aproveitamento de
aacuteguas pluviais para uso menos nobre conforme determina a norma ABNT ndash NBR
15527 de 24102007 e contribuir de forma efetiva para reduccedilatildeo de custo
possibilidade de racionamento e reduccedilatildeo per capta do consumo nos oacutergatildeos puacuteblicos
Figura 2 - Consumo Mensal de Aacutegua - 2014
Entrada Volume faturado (msup3)
nordm jan fev mar abr mai jun jul ago set out nov dez total 2014
485 17310 18230 13160 22110 19640 16890 20010 19070 25430 22670 25060 28430 248010
681 3706 3580 6560 5394 6170 2800 3310 2650 3069 2580 2890 3320 46029
Total
mensal 21016 21810 19720 27504 25810 19690 23320 21720 28499 25250 27950 31750 294039
Fonte Contas CEDAE exerciacutecio 2014
00
5000
10000
15000
20000
25000
30000
35000
jan fev mar abr mai jun jul ago set out nov dez
Vo
l f
atu
rad
o (
msup3)
Mecircs
Consumo mensal de aacutegua em 2014
485
27
19 ndash Organizaccedilatildeo do Estudo
O Capiacutetulo 01 desta pesquisa estaacute organizado com a introduccedilatildeo composta pela
situaccedilatildeo-problema questotildees de pesquisa objetivos estrateacutegia delimitaccedilatildeo e
justificativa da pesquisa A finalidade preciacutepua da leitura deste capiacutetulo eacute harmonizar
a compreensatildeo do contexto e a importacircncia da pesquisa
O Capitulo 02 estaacute organizado com os fundamentos teoacutericos com base em
sustentabilidade histoacuterico de reuso da aacutegua e legislaccedilatildeo
O Capitulo 03 trata da metodologia e tipo de pesquisa a ser empregado
informando a forma da obtenccedilatildeo dos dados e como seratildeo feitos o tratamento e anaacutelise
dos dados
No Capiacutetulo 4 seratildeo interpretados os resultados referentes agraves demandas de
aacuteguas menos nobres a quantificaccedilatildeo da produccedilatildeo de aacutegua proveniente de unidades
evaporadoras e aacuteguas pluviais com avaliaccedilatildeo de viabilidade econocircmica para
implantaccedilatildeo do sistema
No Capiacutetulo 05 seraacute apresentada a anaacutelise dos resultados e sugestotildees para
estudos futuros e complementares
28
2 - BASE CONCEITUAL E REVISAtildeO DA LITERATURA
No presente capitulo seraacute apresentada a vertente teacutecnica com os fundamentos
teoacutericos que forneceratildeo o suporte para o desenvolvimento da pesquisa
21 A Sustentabilidade e as questotildees quanto a conservaccedilatildeo reaproveitamento e
reduccedilatildeo do consumo de aacuteguas pluviais
A Comissatildeo Mundial sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento denominada
Comissatildeo de Brundtland (1988) define o desenvolvimento sustentaacutevel como aquele
que atende as necessidades do presente sem comprometer a possibilidade das
geraccedilotildees futuras atenderem as suas proacuteprias necessidades
Surgido na deacutecada de 1990 o tripeacute da sustentabilidade tem crescido em seu
conceito em todo o planeta refletindo uma seacuterie de processos valores e objetivos de
forma que uma gestatildeo deveraacute orientar aos trecircs pilares econocircmico social e ambiental
podendo este conceito ser aplicado de forma macro para um paiacutes ou ateacute para o
planeta ou micro podendo ser uma escola um vilarejo ou empresa (DIAS2011)
A concepccedilatildeo do desenvolvimento sustentaacutevel orienta a discussatildeo sobre o tema
em qualquer segmento das atividades do ser humano Os objetivos tecircm como base
na perspectiva de utilizaccedilatildeo dos recursos naturais desde que sejam preservados para
as futuras geraccedilotildees Dias ( 2011) Poreacutem parte das dificuldades apresenta-se porque
as geraccedilotildees natildeo tecircm participaccedilatildeo nas decisotildees atuais Desta forma somente a
conscientizaccedilatildeo da preservaccedilatildeo da vida e da espeacutecie eacute que motiva o ser humano o
que natildeo acontece na maioria das vezes com os gestores e poliacuteticos dos dias atuais
(MOURA 2011)
Muito embora para alguns o desenvolvimento sustentaacutevel eacute um projeto social e
poliacutetico que serve como ferramenta para combate a pobreza satisfaccedilatildeo das
necessidades baacutesicas da humanidade de maneira a elevar a qualidade de vida dos
indiviacuteduos fornece princiacutepios para que o desenvolvimento seja harmonioso levando
em conta a transformaccedilatildeo dos recursos do ambiente deste modo para estes sugerem
atitudes novas das quais pela edificaccedilatildeo de uma nova racionalidade De forma
contraria agrave maioria que se preocupa em compatibilizar o meio ambiente a um
crescimento econocircmico de forma continua (DIAS 2011)
Acreditava-se que o crescimento econocircmico desenvolveria de forma natural o
29
desenvolvimento sustentaacutevel Veiga (2005) Somente uma gestatildeo com
responsabilidade ambiental eacute capaz de conciliar uma melhor qualidade de vida com
necessidade de crescimento econocircmico (MOURA 2011)
A passagem de um sistema baseado no consumo a um sistema sustentaacutevel
tem diversas implicaccedilotildees Necessita abrir a visatildeo da relaccedilatildeo da sociedade ao meio
ambiente transformar a organizaccedilatildeo social produtiva que gera a desigualdade e a
pobreza Atraveacutes de novas relaccedilotildees sociais onde o eixo natildeo seraacute somente a
perspectiva da lucratividade e praacuteticas de produccedilatildeo predatoacuterias do meio ambiente
mas o bem-estar da humanidade O que daacute margem a diferentes pontos de vistas
com base de modo geral na busca do produto de equiliacutebrio entre os trecircs eixos da
sustentabilidade crescimento econocircmico igualdade social e a preservaccedilatildeo ao meio
ambiente (DIAS 2011)
De acordo com Alledi (2006) a grande preocupaccedilatildeo das melhores empresas
do mundo hoje em dia eacute com a sustentabilidade dos seus negoacutecios um movimento
que se fundamentou em questotildees ambientais mas que atualmente eacute visto de um
modo mais amplo passando a incorporar os temas dos movimentos empresariais
anteriores pela qualidade pela sauacutede e seguranccedila do trabalho pela proacutepria
preservaccedilatildeo do meio ambiente e mais recentemente pela responsabilidade social
corporativa
211 Exemplos recentes de atitude sustentaacuteveis adotadas no Brasil
O recebimento da certificaccedilatildeo LEED (Leadership in Energy and Environmental
concedido pelo US Green building Council (USGBC) para certificaccedilotildees em 07 estaacutedios
construiacutedos para a Copa 2014 cuja adoccedilatildeo de medidas sustentaacuteveis foi requisito para
que o Banco Nacional de Desenvolvimento Econocircmico e Social (BNDES) liberasse o
financiamento para as obras das arenas da Copa preacute-requisito este que seraacute adotado
pela FIFA para as proacuteximas eleiccedilotildees do mundial (wwwcopa2014govbr)
Dentre as diversas arenas pode ser ressaltada a economia conseguida pela
Arena da Amazocircnia de cerca de 40 de aacutegua potaacutevel atraveacutes da captaccedilatildeo da aacutegua
de chuva em um volume de 140000 litros para irrigaccedilatildeo do gramado e utilizaccedilatildeo nos
sanitaacuterios ABES (observatoacuterio do terceiro setor)
Foram diversas medidas sustentaacuteveis para obtenccedilatildeo da certificaccedilatildeo LEED
destacando a abertura das portas para educaccedilatildeo ambiental desde o inicio das obras
30
Foram desenvolvidas estrateacutegias de comunicaccedilatildeo para divulgaccedilatildeo das accedilotildees de
sustentabilidade que foram implementadas nos estaacutedios para obtenccedilatildeo da certificaccedilatildeo
LEED com utilizaccedilatildeo de paineacuteis ilustrados nas aacutereas de circulaccedilatildeo e distribuiccedilatildeo de
panfletos aos visitantes Accedilotildees voltadas para conscientizaccedilatildeo da certificaccedilatildeo e
tambeacutem para manutenccedilatildeo apoacutes a realizaccedilatildeo do evento (wwwcopa2014govbr)
212 Medidas sustentaacuteveis para conservaccedilatildeo reaproveitamento de aacutegua e reduccedilatildeo
do consumo de aacuteguas pluviais
A conservaccedilatildeo de aacutegua pode ser definida como um conjunto de praacuteticas
teacutecnicas e tecnologias que propiciam a melhoria da eficiecircncia do seu uso incidindo de
maneira sistecircmica sobre a demanda e a oferta de aacuteguas As iniciativas de
racionalizaccedilatildeo do uso e de reuso de aacutegua constituem-se em elementos fundamentais
para a ampliaccedilatildeo da eficiecircncia do uso da aacutegua (PROSAB 2011) resultando em
Aumento da disponibilidade para os demais usuaacuterios
Flexibilizaccedilatildeo dos suprimentos existentes para outros fins
Atendimento ao crescimento populacional
Suporte agrave implantaccedilatildeo de novas induacutestrias
Preservaccedilatildeo e conservaccedilatildeo do meio ambiente
A primeira medida a levar em conta seria a reduccedilatildeo do consumo de aacutegua
potaacutevel Atualmente no mercado satildeo encontrados vaacuterios equipamentos
economizadores de aacutegua sendo que estes dispositivos proporcionam grande
economia (SABESP 2013)
Segundo o Programa Nacional de Uso Sustentaacutevel da Aacutegua Brasil (2010) na
deacutecada de 90 os programas de conscientizaccedilatildeo em relaccedilatildeo ao uso da aacutegua passaram
a dar mais ecircnfase na adesatildeo de equipamentos que economizam aacutegua pois
asseguram uma relaccedilatildeo mais automatizada do consumo Grandes induacutestrias e
instalaccedilotildees comerciais utilizam hoje estes recursos ou aparatos para reduzir o
consumo Existem vaacuterias iniciativas nesse sentido como a micromediccedilatildeo e mediccedilatildeo
individualizada do consumo em condomiacutenios verticais entre outros os usuaacuterios
domeacutestico e comercial encontram oferta de equipamentos economizadores de aacutegua
para edificaccedilotildees de aplicaccedilatildeo bem faacutecil como os sanitaacuterios com dispositivos de dupla
descarga que varia de 3 a 6 litros favorecendo uma boa economia os arejadores de
31
vazatildeo torneiras de fechamento automaacutetico e redutores de pressatildeo A reutilizaccedilatildeo de
aacutegua traz benefiacutecios ambientais significativos uma vez que permite maiores volumes
de aacutegua para outros usos E em algumas situaccedilotildees pode diminuir a poluiccedilatildeo hiacutedrica
por meio da minimizaccedilatildeo da descarga de efluentes (BRASIL 2010)
Mota OIiveira e Inata (2011) comentam que em regiotildees tropicais o uso dos
aparelhos de ar condicionado para conforto teacutermico propicia a geraccedilatildeo de aacutegua que
resulta da condensaccedilatildeo e na maioria das vezes eacute desperdiccedilada no solo ou drenada
para galerias pluviais Assim o aproveitamento desta aacutegua dependeraacute da coleta
eficiente de cada sistema de drenagem dos aparelhos que podem ser voltados para
um sistema de coleta e armazenamento A aacutegua de aproveitamento dos aparelhos de
ar condicionado pode ser usada na lavagem de pisos regas de jardins entre outros
Observaccedilotildees sobre Gestatildeo das aacuteguas pluviais A gestatildeo de aacutegua pluvial visa
reduzir o consumo de aacutegua potaacutevel por meio de aproveitamento das aacuteguas de chuvas
contribuindo inclusive para a reduccedilatildeo de inundaccedilotildees ou de poluiccedilotildees difusas Uma
das medidas que vem sendo amplamente desenvolvida como forma de economizar
as aacuteguas potaacuteveis e evitar o risco de inundaccedilotildees em regiotildees com alto iacutendice de
impermeabilizaccedilatildeo do solo eacute a retenccedilatildeo de aacuteguas pluviais
Este sistema coligado a um sistema de reaproveitamento destas aacuteguas
configura-se como uma das mais eficientes formas de renovaccedilatildeo de um insumo finito
aacutegua As aacuteguas pluviais entretanto natildeo apresentam qualidade necessaacuteria para o
consumo Mesmo quando a captaccedilatildeo destas aacuteguas extravasam para o esgotamento
natildeo se deve permitir que elas sejam lanccediladas in natura para o lenccedilol freaacutetico pela
possibilidade de carga poluidora As aacuteguas pluviais quando utilizadas diretamente por
pontos na edificaccedilatildeo estes devem ser separados do sistema de aacutegua do restante do
preacutedio e deve conter indicativo visual de que a aacutegua natildeo eacute potaacutevel portanto improacutepria
para o consumo preparo de alimentos e banho
No caso da utilizaccedilatildeo deste sistema de reaproveitamento de aacuteguas pluviais
dois cuidados fundamentais devem ser observados primeiramente com relaccedilatildeo ao
caacutelculo do volume do reservatoacuterio que considera o IP (iacutendice pluviomeacutetrico) local A
Caixa Econocircmica recomenda a utilizaccedilatildeo do caacutelculo na Lei Estadual nordm 1252607
(SAtildeO PAULO 2007)
A segunda observaccedilatildeo refere-se ao volume do escoamento de aacuteguas pluviais
no solo de forma controlada a fim de prevenir inundaccedilotildees reduzir a poluiccedilatildeo difusa
e propiciar a recarga do lenccedilol freaacutetico Um projeto como este para ser aprovado
32
depende de um memorial de caacutelculo detalhado apresentando o niacutevel do lenccedilol freaacutetico
do local caacutelculo da vazatildeo de aacuteguas a serem lanccediladas na rede puacuteblica elaboraccedilatildeo de
um manual de operaccedilatildeo do sistema e indicaccedilatildeo de toda a documentaccedilatildeo teacutecnica tal
como projeto memoriais descritivos planilhas de custos e outros (CEF 2010)
Apesar de que o reaproveitamento de aacuteguas pluviais no Brasil jaacute ocorrer haacute
muito tempo em algumas regiotildees somente em 2007 entrou em vigor a NBR 15527
que estabelece as condiccedilotildees para o aproveitamento de aacuteguas de chuva em coberturas
de aacutereas urbanas para fins natildeo potaacuteveis
A primeira medida a levar em conta seria a reduccedilatildeo do consumo de aacutegua
potaacutevel Atualmente no mercado satildeo encontrados vaacuterios equipamentos
economizadores de aacutegua sendo que estes dispositivos proporcionam grande
economia (SABESP 2013)
O objetivo desta accedilatildeo eacute reduzir o consumo de aacutegua independentemente da
accedilatildeo do usuaacuterio ou da sua disposiccedilatildeo em mudar de comportamento para reduzir o
consumo de aacutegua Ela deve ser implementada quando o sistema estiver totalmente
estaacutevel ou seja sem nenhuma perda de aacutegua por vazamento (ANA 2005)
A situaccedilatildeo do Brasil eacute muito favoraacutevel pois deteacutem cerca de 12 de toda aacutegua
doce do planeta poreacutem 685 encontra-se na regiatildeo norte na qual vivem apenas
74 dos brasileiros (CONFEA 2011)
A limitaccedilatildeo de reservas de agua doce no planeta aumentou a demanda para
atendimento principalmente a prioridade dos recursos para o consumo humano
agriacutecola e industrial a prioridade de utilizaccedilatildeo dos recursos hiacutedricos disponiacuteveis para
abastecimento puacuteblico e as restriccedilotildees que vecircm sendo impostas em relaccedilatildeo ao
lanccedilamento de efluentes no meio ambiente torna necessaacuteria a adoccedilatildeo de estrateacutegias
que visem racionalizar a utilizaccedilatildeo dos recursos hiacutedricos e mitigar os impactos
negativos relativos agrave geraccedilatildeo de efluentes pelas induacutestrias (FIESP 2011)
Segundo o Programa Nacional de Uso Sustentaacutevel da Aacutegua Brasil (2010) na
deacutecada de 90 os programas de conscientizaccedilatildeo em relaccedilatildeo ao uso da aacutegua passaram
a dar mais ecircnfase na adesatildeo de equipamentos que economizam aacutegua pois
asseguram uma relaccedilatildeo mais automatizada do consumo Grandes induacutestrias e
instalaccedilotildees comerciais utilizam hoje estes recursos ou aparatos para reduzir o
consumo Existem vaacuterias iniciativas nesse sentido como a micromediccedilatildeo e mediccedilatildeo
individualizada do consumo em condomiacutenios verticais entre outros os usuaacuterios
domeacutestico e comercial encontram oferta de equipamentos economizadores de aacutegua
33
para edificaccedilotildees de aplicaccedilatildeo bem faacutecil como os sanitaacuterios com dispositivos de dupla
descarga que varia de 3 a 6 litros favorecendo uma boa economia os arejadores de
vazatildeo torneiras de fechamento automaacutetico e redutores de pressatildeo
A reutilizaccedilatildeo de aacutegua traz benefiacutecios ambientais significativos uma vez que
permite maiores volumes de aacutegua para outros usos E em algumas situaccedilotildees pode
diminuir a poluiccedilatildeo hiacutedrica por meio da minimizaccedilatildeo da descarga de efluentes
(BRASIL 2010)
Melhado et al (2013) frisam a importacircncia das accedilotildees de cunho poliacutetico teacutecnico
e social na busca de soluccedilotildees praacuteticas visando a reduccedilatildeo do consumo da aacutegua e
descrevem as mais importantes
Economia e valorizaccedilatildeo da aacutegua potaacutevel
Conscientizaccedilatildeo da populaccedilatildeo objetivando o uso racional da aacutegua
Manutenccedilatildeo das redes puacuteblicas e privadas para verificaccedilatildeo de desperdiacutecios
e vazamentos
Minimizaccedilatildeo da impermeabilizaccedilatildeo do solo urbano e da vazatildeo de
escoamento do terreno objetivando favorecer a permeabilidade da aacutegua
Captaccedilatildeo e armazenamento em reservatoacuterios especiacuteficos das aacuteguas
pluviais e demais aacuteguas natildeo potaacuteveis para usos que natildeo necessitam de
potabilidade como irrigaccedilatildeo reserva de incecircndio lavagem de piso
veiacuteculos em geral e ruas Se necessaacuterio para algum uso especiacutefico a aacutegua
deveraacute passar por unidades de tratamento para atingir os niacuteveis de
qualidade correspondente Quanto mais eficiente for a gestatildeo das aacuteguas
pluviais por retenccedilatildeo ou reuso menor seraacute o volume de aacutegua destinado agraves
redes puacuteblicas
Embora a aacutegua doce existente no planeta esteja sempre em renovaccedilatildeo haacute uma
tendecircncia de sua deterioraccedilatildeo em funccedilatildeo do seu uso indiscriminado devido ao
aumento populacional comprometendo consequentemente sua qualidade ficando
esta em quantidade cada vez menor em determinadas localidades disponiacutevel para
consumo As mudanccedilas climaacuteticas globais tambeacutem vecircm contribuindo para o aumento
na demanda dos recursos hiacutedricos
Devido ao ciclo hidroloacutegico que eacute fechado sabe-se que a quantidade de aacutegua
disponiacutevel no planeta eacute sempre a mesma Sabe-se tambeacutem que este ciclo constitui-
se basicamente do transporte das massas de aacutegua dos oceanos para a atmosfera
34
pelo fenocircmeno da evaporaccedilatildeo e da atmosfera para os oceanos atraveacutes dos
fenocircmenos das precipitaccedilotildees escoamentos superficiais e subterracircneos influenciando
diretamente na distribuiccedilatildeo dos corpos hiacutedricos Muitas regiotildees vem sofrendo
alteraccedilotildees resultantes das diferentes formas antroacutepicas de interferecircncia sobre o
ambiente Hespanhol e Mierwa (2013) O surgimento das Metroacutepoles
desmatamentos obras de dragagens assim como construccedilotildees de represas satildeo
exemplos concretos disto
Sabe-se que menos de 1 de toda a aacutegua existente no planeta eacute doce e que
aproximadamente metade deste percentual corresponde a aacuteguas subterracircneas
enquanto o restante encontra-se nos oceanos Aacute medida que a populaccedilatildeo vem
crescendo a deterioraccedilatildeo dos mananciais vai se acentuando surgindo problemas nos
abastecimentos drsquoaacutegua que atualmente vem merecendo a atenccedilatildeo e preocupaccedilatildeo de
populaccedilotildees e autoridades de todo o mundo Eacute necessaacuterio que haja uma gestatildeo
integrada dos recursos drsquoaacutegua racionalizando o seu uso favorecendo o
desenvolvimento de sistemas sustentaacuteveis como forma de prevenccedilatildeo contra a
escassez
Apesar de a aacutegua doce estar distribuiacuteda de forma desigual sobre o planeta a
disponibilidade deste recurso no Brasil eacute significativa poreacutem distribuiacuteda tambeacutem de
forma desigual sobre o nosso territoacuterio sendo na regiatildeo Amazocircnica 69 e nas
demais regiotildees 31 nas quais se concentram 95 da populaccedilatildeo do Paiacutes
Confrontando estes dados com os do ANEEL- Departamento Nacional de Aacuteguas e
Energia Eleacutetrica pode-se afirmar que em quanto na regiatildeo amazocircnica com 69 da
aacutegua e 685 dos recursos hiacutedricos para uma populaccedilatildeo de 5 do paiacutes nas demais
regiotildees temos 31 das aacuteguas com 315 dos mesmos recursos para 95 da
populaccedilatildeo Eacute certo que se tem uma enorme diferenccedila regional
35
Quadro 1 - Projeccedilatildeo da populaccedilatildeo nos Municiacutepios do Estado do Rio de Janeiro
MUNICIacutePIOS
VALORES OBSERVADOS
1970 1975 1980 1995 2000 2005 2010 2014
1 Caxias
2 Itaboraiacute
3 Itaguaiacute
4 Mageacute
5 Mangaratiba
6 Maricaacute
7 Niloacutepolis
8 Niteroacutei
9 Nova Iguaccedilu
10 Paracambi
11 Petroacutepolis
12 Satildeo Gonccedilalo
13 SJ de Meriti
14 Rio de
Janeiro
404 496
14 072
17 468
83 841
6 125
6 500
128 011
292 180
724 326
22 149
154 612
430 271
302 394
4251
918
554 935
23 652
76 267
163 906
8 094
19 602
151 700
400 140
1091 702
27 434
202 146
614 688
398 686
5093 232
661 578
31 919
101 048
198 471
10 136
22 677
160 434
439 596
1247
614
32 347
239 899
733 791
436 234
5474
597
780 964
42 668
129 867
235 894
12 454
26 188
169 031
480 981
1410
116
37 686
277 620
871 361
474 149
5585
289
916 278
55 469
163 800
277 069
15 111
30 226
177 585
525 061
1583 658
43 484
318 764
1035 991
513 025
6245 537
1071728
71 096
204 326
323 382
18 191
34 902
186 193
573 014
1773 705
49 787
363 819
1239 963
553 550
6638 213
1252 875
90 205
253 441
376 692
21 820
40 349
194 942
626 596
1986 378
56 660
413 381
1500 984
596 414
7038 605
1467033
113 697
313 856
439 389
26 149
46 734
203 913
688 395
2228600
64 190
468 169
1844983
642 305
7449231
TOTAL A RMRJ 683836
3
8826184 9790341 10807268 11901058 13101869 14449342 15996644
Fonte IBGE 2010
Na cidade do Rio de Janeiro constitui-se de 950 msup3s de vazatildeo meacutedia de aacutegua
doce disponiacutevel proporcionando 2080msup3 de aacutegua por ano para 144 milhotildees de
habitantes numa meacutedia desconsiderando as perdas de aproximadamente
57m3dia suficiente para atender a atual demanda de consumo Entretanto trabalhos
sobre a projeccedilatildeo da populaccedilatildeo nos municiacutepios do Estado do Rio de Janeiro
evidenciam um crescente aumento populacional IBGE (2010) como observa-se no
Quadro 2
Segundo estudos socioeconocircmicos e de demanda de aacutegua para a regiatildeo
metropolitana do Rio de Janeiro Rios (2011) deveraacute ser feita uma ampla campanha
de educaccedilatildeo ambiental atraveacutes da miacutedia visando o controle dos desperdiacutecios de aacutegua
nas induacutestrias comeacutercio e domiciacutelios tendo em vista o perigo de uma crise de
racionamento de aacutegua semelhante agrave crise energeacutetica ocorrida entre 2001 e 2002 No
36
Quadro 2 eacute demonstrada a evoluccedilatildeo prevista da demanda de aacutegua em msup3s para a
Regiatildeo metropolitana do Rio de Janeiro
Com base nas projeccedilotildees demograacuteficas estabelecidas em termos indicativos
para o ano de 2035 procedeu-se a uma estimativa da demanda de aacutegua Tal
estimativa supotildee que a relaccedilatildeo entre demanda de aacutegua e populaccedilatildeo residente
admitida para o ano de 2014 continue vaacutelida para 2035 Rios(2011) Levando-se em
consideraccedilatildeo o demonstrado nos Quadros 1 e 2 o aumento populacional para a
regiatildeo metropolitana do Rio de Janeiro em 2010 tomando-se por base o ano de 2000
foi de 2208
A demanda atendida tanto com os niacuteveis de perdas mantidos quanto com a
reduccedilatildeo das perdas em 20 seraacute de 2739 O fato da demanda prevista ser maior
do que o crescimento populacional pode ser explicado devido ao esperado aumento
de educaccedilatildeo para a sauacutede na populaccedilatildeo a qual necessitaria de mais aacutegua para suas
atividades
Quadro 2 - Evoluccedilatildeo prevista da demanda de aacutegua em msup3s para a Regiatildeo Metropolitana do Rio de Janeiro
DISCRIMINACcedilAtildeO
1980
1985
1990
1995
2005
2010
2014
Demanda total exclusive perdas (1) 3255 3624 4120 4624 5188 5839 6609
Demanda atendida Exclusive
perdas (2)
2213 2935 3914 4532 5188 5839 6609
Demanda atendida Inclusive perdas
(3) Hipoacutetese I
3952 5241 6889 8093 9264 10427 11802
Demanda atendida Inclusive perdas
(4) Hipoacutetese II
3952 4515 4893 5665 6485 7289 8261
Fonte Rios 2011
Para Monteiro et al(2010) o reuso de aacutegua exige que padrotildees adequados de
potabilidade sejam adotados tendo em conta questotildees de sauacutede puacuteblica como
acontece em diversas partes do mundo sendo no Brasil uma praacutetica ainda incipiente
Reiteram os autores que esta eacute uma estrateacutegia correta para diminuiccedilatildeo da captaccedilatildeo
e mitigaccedilatildeo no lanccedilamento de dejetos no ambiente natural
37
A Cacircmara Teacutecnica de Ciecircncia e Tecnologia do Conselho Nacional de Recursos
Hiacutedricos apontou para a necessidade de uma ampla discussatildeo sobre o tema reuso
natildeo potaacutevel Foram elaborados dois termos de referecircncia O primeiro referente agrave
elaboraccedilatildeo de resoluccedilatildeo contemplando os aspectos poliacuteticos legais e institucionais e
o segundo relativo agraves diretrizes gerais para a praacutetica do reuso Eacute necessaacuterio que se
leve em consideraccedilatildeo o tipo de reuso que se deseja e o niacutevel de tratamento para que
os padrotildees sejam alcanccedilados
O reuso operacionalmente permite substituir grandes volumes de aacutegua
destinados a usos nos quais a potabilidade natildeo eacute fator preponderante O reuso de
aacutegua jaacute vem sendo amplamente empregado na induacutestria principalmente em torres de
resfriamento caldeiras construccedilatildeo civil irrigaccedilatildeo de aacutereas verdes e em alguns
processos industriais onde a utilizaccedilatildeo de aacutegua com menor padratildeo de qualidade natildeo
ocasione maiores problemas Desta forma o reuso de aacutegua para fins natildeo potaacuteveis
deve ser considerado como primeira opccedilatildeo para reuso (HESPANHOL amp MIERZWA
2013)
22 Histoacuterico do Reuso de Aacuteguas
O aproveitamento de aacuteguas pluviais para o consumo das populaccedilotildees jaacute existe
ao longo das civilizaccedilotildees como pocircde ser observado em diversas construccedilotildees antigas
em vaacuterios pontos do mundo Reservatoacuterios escavados na rocha como pode ser
observado em Israel o que confirma o costume de aproveitamento de aacuteguas pluviais
Em Roma encontram-se diversos reservatoacuterios utilizados para o abastecimento da
populaccedilatildeo (TOMAZ2013)
De acordo com Jarus(2012) em Massada (ldquofortalezardquo em hebraico) situa-se
um dos mais conhecidos sistemas de aproveitamento de aacuteguas pluviais em Israel
onde Herodes no ano de 36 a c como forma de se precaver contra tempos difiacuteceis
construiu uma fortaleza com cavernas escavadas na rocha com capacidade de
armazenamento de 40 milhotildees de litros Estes reservatoacuterios possuiacuteam interligaccedilatildeo
atraveacutes de canalizaccedilotildees e aquedutos para abastecimento das habitaccedilotildees da fortaleza
38
Figura 3 - Sistemas de aproveitamento de aacuteguas pluviais
Fonte httpwwwgeocitieswspaz_israelmassadahtm
Na cidade de Toacutequio com a finalidade de prevenir a falta de aacutegua e reduzir
inundaccedilotildees foi intensificada a construccedilatildeo de diversos reservatoacuterios por toda a cidade
bem como motivou os proprietaacuterios de edifiacutecios e residenciais a construiacuterem seus
reservatoacuterios com incentivo a cada litro de aacutegua pluvial captado (AMARAL 2007)
A Alemanha era abastecida em mais de 70 por aquiacuteferos subterracircneos em
funccedilatildeo da poluiccedilatildeo de seus rios e grande industrializaccedilatildeo do paiacutes E recentemente
com o rebaixamento dos aquiacuteferos tornou-se um paiacutes liacuteder na execuccedilatildeo dos sistemas
de captaccedilatildeo de aacutegua da chuva tanto para fins domeacutesticos como comerciais
(AMARAL 2007)
O Meacutexico desde a eacutepoca dos Astecas e Maias eacute rico em tradiccedilotildees tecnoloacutegicas
de captaccedilatildeo de aacutegua da chuva Ainda na data atual na Peniacutensula de Yucatan pode
ser visto as chamadas Chultuns cisternas do seacuteculo X com capacidade variando de
20000 a 45000 litros utilizadas pelo povo Maia para captaccedilatildeo e abastecimento das
populaccedilotildees que viviam nas encostas As cisternas eram escavadas no subsolo
calcaacuterio e revestidas com emboccedilo impermeaacutevel tendo na sua parte superior uma aacuterea
de 100 a 200 m2 destinada a captaccedilatildeo da precipitaccedilatildeo pluviomeacutetrica Nos vales eram
usadas as aacuteguas dos (reservatoacuterios com capacidade de 10 a 150 milhotildees de litros) e
aquaditas (reservatoacuterios com capacidade de 100 a 50000 litros) - (GNADLINGER
2000)
39
Figura 4 - Reservatoacuterios
Fonte httpwwwlatinamericanstudiesorguxmal-chultunhtm
Figura 5 - Reservatoacuterios
Fonte httpwwwlatinamericanstudiesorguxmal-chultunhtm
O desaparecimento do uso de SAAP na peniacutensula de Yucatan deveu-se aos
colonizadores espanhoacuteis por ocasiatildeo da invasatildeo espanhola seacuteculo XVI quando foram
introduzidos novos sistemas de agricultura e meacutetodos de construccedilatildeo europeia
40
diferentes da cultura local Tendo acontecido o mesmo na Iacutendia com o sistema colonial
britacircnico que gerou colapso nos SAAP centenaacuterios (GNADLINGER 2000)
O Japatildeo promove diversos estudos e pesquisas na aacuterea de SAAP Em Toacutequio
a regulamentos para que os terrenos de aacutereas superiores a 10000m2 e os edifiacutecios
com mais de 3000m2utilizem o SAAP Os edifiacutecios com uma aacuterea superior a 30000m2
e que tenham consumo na ordem de 100m3dia de aacutegua para fins natildeo potaacuteveisaleacutem
da utilizaccedilatildeo de SAAP satildeo obrigados a tratar as aacuteguas cinzas(TOMAZ 2009)
No planalto de Loess norte da china tem elevada escassez de aacuteguas
subterracircneas e baixa precipitaccedilatildeo pluviomeacutetrica diante destes fatos o governo local
da Proviacutencia de Gansu colocou em praacutetica desde 1997 um projeto de captaccedilatildeo de
aacutegua da chuva denominado121uml que consiste em auxiliar cada famiacutelia a construir uma
(1) aacuterea de captaccedilatildeo de aacutegua dois (2) reservatoacuterios de armazenamento de aacutegua e um
(1) lote para plantaccedilatildeo de culturas comercializaacuteveis Solucionando o problema de
aacutegua potaacutevel a cerca de 13 milhotildees de pessoas (260000 famiacutelias) (JIANG et al
2013)
221 Aspectos histoacutericos da captaccedilatildeo das aacuteguas pluviais no Brasil
O aproveitamento da aacutegua das chuvas natildeo eacute uma inovaccedilatildeo dos dias de hoje
O primeiro relato do uso da aacutegua da chuva que se tem conhecimento em nosso paiacutes
segundo Hagemann (2009) eacute de um sistema construiacutedo na Ilha de Fernando de
Noronha pelo exeacutercito norte-americano em 1943
Hagemann (2009) afirma que a utilizaccedilatildeo de aacuteguas pluviais tem sido praticada
em maior escala principalmente na regiatildeo Nordeste em decorrecircncia do problema de
escassez hiacutedrica caracteriacutestica da regiatildeo Teve iniacutecio em julho de 2003 o Programa
de Formaccedilatildeo e Mobilizaccedilatildeo Social para a Convivecircncia com o Semiaacuterido um Milhatildeo
de Cisternas Rurais (P1MC) visando beneficiar aproximadamente 5 milhotildees de
pessoas na regiatildeo semiaacuterida com aacutegua potaacutevel por meio da construccedilatildeo de cisternas
(Figura 6)
41
Figura 6 - Esquema de cisterna implementada na zona rural
Fonte Annencchini 2005
A seguir a figura 7 apresenta um modelo mais simples para casas populares
podendo atender quase 100 da aacutegua de um lar (CUNHA et al 2011)
Figura 7 - Projeto experimental para casas populares voltado para captaccedilatildeo de aacutegua da chuva
Fonte wwwportalsaofranciscocombr 2016
42
23 Utilizaccedilotildees da aacutegua coletada e o seu consumo
A aacutegua da chuva pode ser usada de diferentes maneiras como jaacute mencionado
descarga de sanitaacuterios limpeza de vasos sanitaacuterios e mictoacuterios lavagem de roupas
lavagem de pavimentos e veiacuteculos rega de jardins irrigaccedilatildeo de parques escolas
praccedilas estacionamentos condomiacutenios usos industriais e preacutedios comerciais
(climatizaccedilatildeo resfriamento de maacutequinas lavagem industrial de roupas lavagem de
veiacuteculos como carros ocircnibus e caminhotildees limpeza industrial redes de incecircndio)
(GOLDENFUM 2006 RODRIGUES 2010 OLIVEIRA CHRISTMANN e PIEREZAN
2014)
Segundo Krishna (2003) existem diversas vantagens e benefiacutecios da aacutegua da
chuva a aacutegua eacute gratuita o uacutenico custo eacute para coleta e uso o uso final da aacutegua colhida
eacute localizado perto da fonte eliminando a necessidade de sistemas de distribuiccedilatildeo
dispendiosos eacute isenta de soacutedio eacute superior para a irrigaccedilatildeo da paisagem a coleta
reduz o fluxo para drenagens de aacuteguas pluviais e tambeacutem reduz poluiccedilatildeo da fonte natildeo
pontual aleacutem de ajudar nos serviccedilos puacuteblicos com a reduccedilatildeo da demanda no veratildeo
e economizando a utilizaccedilatildeo da aacutegua existente resultabdo assim tambeacutem na
reduccedilatildeo das contas de serviccedilos puacuteblicos dos consumidores
Segundo o Texas Guide to Rainwater Harvestingrdquo [1997] a aacutegua da chuva eacute
a aacutegua natural mais macia com dureza zero para todos os fins praacuteticos Quase natildeo
apresentam minerais nem sais dissolvidos e a sua qualidade eacute proacutexima da qualidade
da aacutegua destilada
Iwanami (1985) descreve a importacircncia de fazer o planejamento da utilizaccedilatildeo
do sistema de aproveitamento de aacutegua de chuva para verificar a quantidade de aacutegua
que poderaacute ser coletada e armazenada e verificar a necessidade de tratamento da
aacutegua de chuva Certamente eacute preciso que a aacutegua coletada seja devidamente
armazenada filtrada tratada e que garanta uma qualidade compatiacutevel com os usos
previstos
A aacutegua da chuva obtida por meio de processos sem qualquer desinfecccedilatildeo ou
filtragem complexa natildeo serve normalmente para consumo humano eacute considerada
como aacutegua de segunda qualidade Este tipo de aacutegua deve ser empregado em algumas
tarefas domeacutesticas jaacute exemplificadas anteriormente Rodrigues (2010) afirma que em
meacutedia um indiviacuteduo utiliza o vaso sanitaacuterio entre sete e oito vezes por dia das quais
aproximadamente seis vezes para urinar e as demais para defecar se em cada
43
descarga forem usados dez litros verifica-se que ao fim de um dia um indiviacuteduo gastou
entre setenta e oitenta litros de aacutegua
O uso eficiente da aacutegua implica que natildeo haja desperdiacutecios quer por motivos
ambientais quer por motivos econocircmicos jaacute que a aacutegua desperdiccedilada envolve gastos
desnecessaacuterios Nos campos por exemplo as plantas satildeo organizadas e distribuiacutedas
conforme suas necessidades de aacutegua que segundo essa loacutegica os sistemas de rega
deveriam ser organizados de acordo com as necessidades das plantas isto eacute as
plantas com distintas necessidades satildeo regadas de modo separado podendo tomar
como exemplo a grama que deve ser regada separadamente dos arbustos e flores
Sabe-se que a rega eacute muito importante para o desenvolvimento das vegetaccedilotildees e eacute
usada quando o niacutevel de umidade no solo eacute insatisfatoacuterio (RODRIGUES 2010)
No entendimento de Rodrigues (2010) independente das intervenccedilotildees
excepcionais de reparaccedilatildeo e na falta de condiccedilotildees que sugerem intervenccedilotildees em
periacuteodos mais curtos a manutenccedilatildeo dos sistemas de aproveitamento de aacuteguas
pluviais deve ser realizada em conformidade com as frequecircncias miacutenimas
24 O Reuso De Aacuteguas
241- Aacuteguas Residuaacuterias
Na visatildeo de Asano et al (2007) a aacutegua recuperada eacute definida como um
efluente convenientemente tratado numa Estaccedilatildeo de Tratamento para uma
determinada reutilizaccedilatildeo da aacutegua pretendida Aleacutem disso a reutilizaccedilatildeo da aacutegua
diretamente requer a existecircncia de um sistema de bombeamento ou de outras
facilidades de transporte para o fornecimento da aacutegua
A Resoluccedilatildeo nordm 54 de 28112005 do Conselho Nacional de Recursos Hiacutedricos
(CNRH) dispotildee que o reuso da aacutegua constitui-se de racionalizaccedilatildeo e de conservaccedilatildeo
de recursos hiacutedricos de acordo com os princiacutepios determinados na Agenda 21 Esta
praacutetica diminui a descarga de poluentes em corpos receptores conservando os
recursos hiacutedricos para o abastecimento puacuteblico e outros usos mais exigentes
relacionados agrave qualidade diminui os custos associados agrave poluiccedilatildeo e ajuda na proteccedilatildeo
do meio ambiente e da sauacutede puacuteblica (BRASIL 2005)
A Resoluccedilatildeo nordm 54 de 28112005 do CNRH em seu art 2ordm traz as seguintes
definiccedilotildees sobre o reuso da aacutegua e a aacutegua residuaacuteria
44
I - aacutegua residuaacuteria esgoto aacutegua descartada efluentes liacutequidos de edificaccedilotildees
induacutestrias agroinduacutestrias e agropecuaacuteria tratados ou natildeo
II - reuso de aacutegua utilizaccedilatildeo de aacutegua residuaacuteria
III - aacutegua de reuso aacutegua residuaacuteria que se encontra dentro dos padrotildees
exigidos para sua utilizaccedilatildeo nas modalidades pretendidas
IV - reuso direto de aacutegua uso planejado de aacutegua de reuso conduzida ao local
de utilizaccedilatildeo sem lanccedilamento ou diluiccedilatildeo preacutevia em corpos hiacutedricos
superficiais ou subterracircneos
V - produtor de aacutegua de reuso pessoa fiacutesica ou juriacutedica de direito puacuteblico ou
privado que produz aacutegua de reuso
VI - distribuidor de aacutegua de reuso pessoa fiacutesica ou juriacutedica de direito puacuteblico
ou privado que distribui aacutegua de reuso e
VII - usuaacuterio de aacutegua de reuso pessoa fiacutesica ou juriacutedica de direito puacuteblico ou
privado que utiliza aacutegua de reuso (BRASIL 2005)
O reuso eacute definido por Cunha et al (2011) como o uso de aacutegua residuaacuteria ou
aacutegua de qualidade inferior tratada ou natildeo Para Blum (2007) as aacuteguas residuais ou
residuaacuterias satildeo todos os tipos de aacuteguas descartadas resultantes da utilizaccedilatildeo de
vaacuterios processos Como exemplos podem ser citados aacuteguas residuais domeacutesticas
provenientes de banhos cozinhas lavagens de pavimentos domeacutesticos aacuteguas de
infiltraccedilatildeo resultante das infiltraccedilotildees nos coletores de aacutegua existentes nos terrenos ou
de tubulaccedilotildees puacuteblicas entre outros
Muitas pessoas querem aumentar a reutilizaccedilatildeo de aacutegua em seus
empreendimentos como parte de uma mudanccedila geral para o desenvolvimento
sustentaacutevel da terra e gestatildeo de aacutegua Mas Carvalho et al (2014) Marccedilo p 3164 -
3171 3170 haacute poucas informaccedilotildees sobre a aacutegua reutilizada e tecnologias que possam
ser adotadas para cada situaccedilatildeo (HOLT e JAMES 2006)
Filho e Mancuso (2013) entendem o reuso da aacutegua como sendo uma
tecnologia desenvolvida em menor ou maior escala depende da finalidade ao qual se
destina a aacutegua e de como a aacutegua foi usada anteriormente
Hespanhol (2002) enfatiza que a aacutegua eacute um recurso renovaacutevel que quando
reciclada por meio de sistemas naturais torna-se um recurso limpo e seguro pode ter
sua qualidade comprometida devido agrave accedilatildeo antroacutepica Uma vez poluiacuteda a aacutegua pode
ser recuperada e reusada para diversas finalidades A qualidade da aacutegua usada e o
propoacutesito do reuso determinam os niacuteveis de tratamento recomendados os criteacuterios de
45
seguranccedila a serem adotados e os custos associados As possibilidades e formas
potenciais de reuso dependeratildeo de caracteriacutesticas condiccedilotildees e fatores locais
Nessa mesma corrente Cunha et al (2011) sinalizam que um aspecto
relevante para o desenvolvimento de qualquer atividade humana eacute a disponibilidade
de aacutegua em quantidade e qualidade Em situaccedilotildees de escassez emerge a
necessidade e a possibilidade de substituiccedilatildeo das fontes para abastecimento usando
aacutegua residuaacuteria que apresenta qualidade inferior mas disponibilidade assegurada
OIiveira e Inata (2011) comentam que em regiotildees tropicais o uso dos
aparelhos de ar condicionado para conforto teacutermico propicia a geraccedilatildeo de aacutegua que
resulta da condensaccedilatildeo e na maioria das vezes eacute desperdiccedilada no solo ou drenadas
para galerias pluviais Assim o aproveitamento desta aacutegua dependeraacute da coleta
eficiente de cada sistema de drenagem dos aparelhos que podem ser voltados para
um sistema de coleta e armazenamento A aacutegua de aproveitamento dos aparelhos de
ar condicionado pode ser usada na lavagem de pisos regas de jardins entre outros
Rodrigues (2005) e Goldenfum (2006) classificam o reuso da aacutegua quanto ao
meacutetodo e quanto ao uso final
Quanto ao meacutetodo a reutilizaccedilatildeo da aacutegua pode ser direta ou indireta que
resultam de accedilotildees planejadas ou natildeo O reuso indireto natildeo planejado ocorre quando
a aacutegua servida eacute descarregada no meio ambiente ficando exposta agraves accedilotildees naturais
do ciclo hidroloacutegico (diluiccedilatildeo autodepuraccedilatildeo) e reutilizada a jusante de modo natildeo
intencional e natildeo controlada Em relaccedilatildeo ao reuso indireto planejado ocorre quando
os efluentes depois de tratados satildeo descarregados de maneira planejada nos corpos
drsquoaacutegua para serem usados a jusante de forma controlada (RODRIGUES 2005
GOLDENFUM 2006)
O reuso direto planejado ocorre quando os efluentes depois de tratados satildeo
levados diretamente ao local de reuso (geralmente induacutestria ou irrigaccedilatildeo) O reuso
direto natildeo planejado ocorre quando a aacutegua servida eacute descarregada sem nenhum tipo
de tratamento sendo reaproveitada diretamente no seu ponto de descarga (situaccedilotildees
irregulares pois natildeo tem controle algum sobre os paracircmetros de qualidade)
(GOLDENFUM 2006)
Goldenfum (2006) ressalta que normalmente natildeo eacute possiacutevel reutilizar uma
aacutegua residuaacuteria completa ou indefinidamente O reuso de um efluente tratado atraveacutes
de meacutetodos diretos ou indiretos eacute um meio de disposiccedilatildeo que complementa outros
existentes A quantidade de efluente que se pode reutilizar vai depender da
46
disponibilidade e o custo da aacutegua doce custos de transporte e tratamento diretrizes
sobre a qualidade da aacutegua e o potencial de reuso da aacutegua residuaacuteria
Quanto ao uso final as aacuteguas podem ser aproveitadas de diversas formas e
os tipos de reuso satildeo classificados em urbano industrial agriacutecola ambiental e recarga
de aquiacutefero (HESPANHOL 2002 GOLDENFUM 2006)
Os tipos baacutesicos de usos potenciais de esgotos tratados segundo Hespanhol
(2002) podem ser implantados tanto em aacutereas urbanas como aacutereas rurais e satildeo
ilustrados pelo esquema da figura 6
Figura 8 - Formas potenciais de reuso da aacutegua
Fonte Hespanhol 2002
242 Aacuteguas Cinzentas
As aacuteguas cinzentas satildeo as aacuteguas residuais domeacutesticas oriundas de enxaacutegue
de maacutequina de lavar aacutegua de chuveiro e outros Para Blum (2007) eacute importante
quando se projeta um sistema de reuso de aacuteguas cinzentas o dimensionamento dos
reservatoacuterios Deve-se ter em conta o volume que seraacute usado nas descargas de
47
sanitaacuterios ateacute no maacuteximo 48 horas para evitar estocagem por muito tempo pois
ocasionaraacute odores desagradaacuteveis
Nos sistemas de reutilizaccedilatildeo de aacuteguas cinzentas de acordo com Boehm e
Oliveira (2015) deve-se levar em consideraccedilatildeo o comprometimento de todos os
usuaacuterios sendo que o volume e a concentraccedilatildeo de contaminantes podem variar
depende do tipo de edificaccedilatildeo da localidade do niacutevel de ocupaccedilatildeo da residecircncia da
faixa etaacuteria do estilo de vida da classe social da cultura e dos costumes dos
residentes
Neves e Afonso (2010) entendem que as aacuteguas cinzentas satildeo aacuteguas residuais
domeacutesticas sem aacuteguas fecais provenientes geralmente de banheiros duchas
lavatoacuterios lavagem de roupas e cozinha
No reuso dessas aacuteguas que podem ser usadas com ou sem tratamento
dependeraacute da qualidade exigiacutevel para os usos O sistema predial de reciclagem de
aacuteguas cinzentas propicia o tratamento das mesmas e a sua reentrada no ciclo do
preacutedio O uso mais frequente eacute na limpeza de bacias de retrete (NEVES e AFONSO
2010)
25 Formas de Reuso de Aacuteguas
251 Reuso Urbano
Com base nas diretrizes relacionadas ao reuso da aacutegua emitida pela Agecircncia
de Proteccedilatildeo ao Meio Ambiente dos Estados Unidos (United States Environmental
Protection Agency (US EPA) eacute apresentado muitas opccedilotildees para o reuso urbano natildeo
potaacutevel em que se destacam irrigaccedilatildeo de parques e jardins puacuteblicos centros
esportivos campos de futebol gramados aacutervores e arbustos decorativos ao longo de
ruas e rodovias aacutereas ajardinadas ao redor de edifiacutecios puacuteblicos residenciais e
industriais reserva de proteccedilatildeo contra incecircndios sistemas decorativos aquaacuteticos
como fontes chafarizes espelhos e quedas drsquoaacutegua descarga sanitaacuteria lavagem de
veiacuteculos (GOLDENFUM 2006)
Deve-se enfatizar que o uso que requer aacutegua de qualidade elevada podeter
custos incompatiacuteveis com as vantagens devido ao baixo custo da aacutegua para os
usuaacuterios urbanos Dessa forma o reuso urbano com finalidade potaacutevel eacute tida como
uma alternativa dispendiosa e riscos muito altos tornando-o praticamente inviaacutevel
48
Enquanto para finalidades natildeo potaacuteveis envolve riscos menores e eacute considerada
como uma boa opccedilatildeo para o reuso urbano (GOLDENFUM 2006)
252 Reuso industrial
O reuso industrial pode ser utilizado na produccedilatildeo de aacutegua para caldeiras em
sistemas de resfriamento como por exemplo aacutegua de reposiccedilatildeo em lavadores de
gases e aacutegua de processos (CETESB 2014) No mundo as usinas de geraccedilatildeo de
energia refinarias de petroacuteleo unidades quiacutemicas e metaluacutergicas se beneficiam do
reuso de aacutegua tanto para resfriamento quanto para processos industriais
(GOLDENFUM 2006)
253 Reuso agriacutecola
Em conformidade com o Centro Internacional de Referecircncia em Reuso de Aacutegua
(CIRRA 2014) entidade vinculada agrave Escola Politeacutecnica da Universidade de Satildeo Paulo
(USP) os efluentes devidamente tratados podem ser utilizados na agricultura para
aplicaccedilatildeo em culturas de alimentos natildeo processados comercialmente (irrigaccedilatildeo
superficial de qualquer cultura alimentiacutecia) culturas de alimentos processados
comercialmente (irrigaccedilatildeo de pomares e vinhas) culturas natildeo alimentiacutecias (pastos
forragens fibras e gratildeos) dessedentaccedilatildeo de animais
254 Reuso no meio ambiente
O reuso no meio ambiente engloba aplicaccedilotildees em wetlands habitats naturais
aumento do fluxo de aacutegua estabelecimentos recreacionais contato acidental (pesca
e canoagem) e contato integral com a aacutegua autorizado represas e lagos lagoas
esteacuteticas em que o contato com o puacuteblico natildeo eacute autorizado (CIRRA 2014)
26 A Praacutetica de Recarga de Aquiacuteferos
A recarga artificial de aquiacuteferos com efluentes tratados pode ser usada para
fins diversos englobando o aumento de disponibilidade e armazenamento de aacutegua
controle de salinizaccedilatildeo em aquiacuteferos costeiros controle de subsidecircncia de solos Cirra
(2014) Esta praacutetica pode ser importante para alguns municiacutepios abastecidos por
49
aacutegua subterracircnea onde a recarga natural de aquiacuteferos vem sendo diminuiacutedas em
funccedilatildeo do aumento de aacutereas impermeabilizadas
Hespanhol (2002) comenta que eacute realizada de modo inadequado a retirada das
aacuteguas dos lenccediloacuteis subterracircneos para consumo o que compromete a disponibilidade
hiacutedrica O uso de esgotos tratados para evitar ou diminuir tais efeitos eacute uma
possibilidade
27 O Armazenamento de Aguaacutes
Em aacutereas para captaccedilatildeo de aacutegua de chuva comumente utiliza-se materiais
como telhas galvanizadas pintadas ou esmaltadas com tintas natildeo toacutexicas superfiacutecies
de concreto ceracircmicas policarbonato e fibra de vidro As calhas tambeacutem devem ser
fabricadas com materiais inertes como PVC ou outros tipos de plaacutesticos evitando
assim que partiacuteculas toacutexicas provenientes destes dispositivos venham a ser levadas
para os tanques de armazenagem (MACOMBER 2001)
Segundo Brown et al (2005) o volume do primeiro fluxo de aacutegua de chuva a
ser descartado varia conforme a quantidade de poeira acumulada na superfiacutecie do
telhado que eacute uma funccedilatildeo do nuacutemero de dias secos da quantidade e tipo de resiacuteduos
e da estaccedilatildeo do ano Outras variaacuteveis a serem consideradas satildeo a inclinaccedilatildeo e as
superfiacutecies dos telhados a intensidade das chuvas e o periacuteodo de tempo que ocorrem
Aleacutem disso salienta-se que natildeo haacute nenhum caacutelculo exato para definir o volume inicial
de aacutegua pluvial que necessita ser desviado devido agraves muitas variaacuteveis que
determinam a eficaacutecia da lavagem das aacutereas de captaccedilatildeo
Jaacute o reservatoacuterio eacute um dos componentes mais relevantes do SAAP eacute um fator
que influencia na qualidade da aacutegua e tambeacutem elemento mais caro do investimento
ou fator de otimizaccedilatildeo da aacutegua disponiacutevel versus necessidades de abastecimento
(RODRIGUES 2010)
O reservatoacuterio de armazenamento tem a funccedilatildeo de reter e acumular a aacutegua
coletada pelo telhado que eacute levada pelo sistema atraveacutes da calha para filtragem e
armazenada em cisternas ou caixas drsquoaacutegua ficando armazenada ao abrigo da luz e
do calor e eacute bombeada para uma caixa drsquoaacutegua superior que pode abastecer o
banheiro a lavanderia e outros ambientes (OLIVEIRA CHRISTMANN e PIEREZAN
2014)
50
May (2009) acredita que para o sistema ser viaacutevel vai depender de trecircs
elementos precipitaccedilatildeo aacuterea de coleta e demanda O reservatoacuterio de aacutegua da chuva
por ser o componente mais caro do sistema deve ser projetado em conformidade com
as necessidades do usuaacuterio e com a disponibilidade pluviomeacutetrica local para
dimensionaacute-lo adequadamente sem inviabilizar o sistema Com base nos resultados
das anaacutelises realizadas e no uso do sistema de coleta e aproveitamento de aacutegua da
chuva a utilizaccedilatildeo para fins natildeo potaacuteveis deve ser estimulada A figura 9 ilustra o
processo de captaccedilatildeo da aacutegua da chuva
Para Boehm e Oliveira (2015) antes da implantaccedilatildeo de um sistema de
reaproveitamento de aacuteguas pluviais devem ser verificadas as condiccedilotildees do local de
instalaccedilotildees e quais os tipos de elementos podem interferir na qualidade da aacutegua
captada
Segundo Macomber (2001) o escoamento de aacutegua natildeo deve entrar em
campos seacutepticos de drenagem do sistema e qualquer tanque o excesso e a drenagem
devem ser roteados de modo que natildeo afetar a base dos tanques ou de quaisquer
outras estruturas
A cisterna pode ser apoiada semi-apoiada enterrada ou elevada e ser
construiacuteda com vaacuterios tipos de materiais como concreto armado blocos de concreto
alvenaria de tijolos plaacutestico polieacutester polietileno accedilo entre outros (OLIVEIRA
CHRISTMANN e PIEREZAN 2014)
51
Figura 9 - Processo de captaccedilatildeo da aacutegua da chuva
Fonte wwwrhasaambientalcombr 2013
Dentre os conceitos da NORMA 155272007 podemos citar
aacutegua de chuva aacutegua resultante de precipitaccedilotildees atmosfeacutericas coletadas
em coberturas telhados onde natildeo haja circulaccedilatildeo de pessoas veiacuteculos e
animais
aacutegua natildeo potaacutevel aacutegua que natildeo atende agrave Portaria nordm 518 do Ministeacuterio da
Sauacutede
aacuterea de captaccedilatildeo aacuterea em metros quadrados projetada na horizontal da
superfiacutecie impermeaacutevel da cobertura onde a aacutegua eacute captada
coeficiente de escoamento superficial coeficiente de runnoff que
representa a relaccedilatildeo entre o volume total de escoamento superficial e ao
volume total precipitado variando conforme a superfiacutecie
conexatildeo cruzada qualquer ligaccedilatildeo fiacutesica atraveacutes de peccedila dispositivo ou
outro arranjo que conecte duas tubulaccedilotildees das quais um conduz aacutegua
potaacutevel e a outra aacutegua de qualidade desconhecida ou natildeo potaacutevel
demanda consumo meacutedio (mensal ou diaacuterio) a ser atendido para fins natildeo
potaacuteveis
escoamento inicial aacutegua suficiente da aacuterea de captaccedilatildeo suficiente para
carregar a poeira fuligem folhas galhos e detritos
52
suprimento fonte alternativa de aacutegua para complementar o reservatoacuterio
de aacutegua de chuva
Tabela 1 - Paracircmetros de qualidade de aacuteguas pluviais para usos restritivos natildeo potaacuteveis
Paracircmetro
Anaacutelise Faixa
Coliformes totais Semanal Ausecircncia em 100mL
Coliformes termotolerantes Semanal Ausecircncia em 100mL
Cloro residual livre Mensal 05 a 30 mgL
Turbidez Mensal lt20uT para menos
restritivos lt50 uT lt15 uH
Cor aparente (caso natildeo seja
utilizado nenhum corante ou
antes da sua utilizaccedilatildeo)
Mensal
Deve prever ajuste do pH para
proteccedilatildeo das redes de distribuiccedilatildeo
caso necessaacuterio
Mensal pH de 60 a 8p no caso
de tubulaccedilatildeo de accedilo
carbono ou galvanizado
Fonte ABNT ndash Associaccedilatildeo Brasileira de Normas Teacutecnicas NBR 155252007
Com relaccedilatildeo agrave manutenccedilatildeo do sistema de coleta e aproveitamento de aacuteguas
pluviais de acordo com o Manual de manutenccedilatildeo do aproveitamento de aacutegua de chuva
do FNDE
Quadro 3 - Frequecircncia de manutenccedilatildeo
Componente
Frequecircncia de manutenccedilatildeo
Cobertura e telhados Miacutenimo 3 vezes ao ano
Calhas condutores verticais e horizontais Miacutenimo 3 vezes ao ano
Filtro removedor de detritos A cada 3 meses
Reservatoacuterio inferior ndash enterrado A cada 2 anos
Filtro flutuante Mensalmente
Bombas Mensalmente
Filtro cartucho Semestralmente
Clorador Mensalmente
Reservatoacuterio superior ndash intermediaacuterio Limpeza e desinfecccedilatildeo anual
Fonte Manual de manutenccedilatildeo do aproveitamento de aacutegua de chuva FNDE
53
As inspeccedilotildees podem ser feitas pelos utilizadores poreacutem as manutenccedilotildees dos
sistemas de bombas e tratamento devem ser feitas por teacutecnicos especializados
Quando satildeo utilizados nas operaccedilotildees de higienizaccedilatildeo e manutenccedilatildeo produtos nocivos
para os humanos ou para o ambiente devem ser adotadas medidas que impeccedilam o
lanccedilamento dos efluentes resultantes destas operaccedilotildees no ciclo pluvial natural ou na
rede de drenagem de aacuteguas residuais com a necessaacuteria checagem de compatibilidade
com os componentes naturais canalizaccedilotildees e dispositivos de tratamento a jusante
realizando preacute-tratamento quando necessaacuterio (RODRIGUES 2010)
Eacute importante destacar o conjunto de normas que fornecem os requisitos para o
aproveitamento de aacutegua de chuva de coberturas em aacutereas urbanas para fins natildeo
potaacuteveis
NBR 56261998 Instalaccedilatildeo predial de aacutegua fria que tem exigecircncias e
recomendaccedilotildees para o projeto assim como sua execuccedilatildeo e
manutenccedilatildeo da rede
NBR 108441989 Instalaccedilatildeo prediais de aacuteguas pluviais que tem o
caacutelculo de aacuterea de contribuiccedilatildeo e caacutelculo de condutores horizontais e
verticais e de calhas
ABNT NBR 122131992 Projeto de captaccedilatildeo de aacutegua de superfiacutecie para
abastecimento puacuteblico
ABNT NBR 122141992 Projeto de sistema de bombeamento de aacutegua
para abastecimento puacuteblico
ABNT NBR 122171994 Projeto de reservatoacuterio de distribuiccedilatildeo de aacutegua
para abastecimento puacuteblico
A RESOLUCcedilAtildeO CONAMA Nordm 20 de 18 de junho de 1986 publicada no DOU
de 300786 foi estabelecida a classificaccedilatildeo das aacuteguas doces salobras e salinas do
Territoacuterio Nacional Na Classe 2 estatildeo incluiacutedas as aacuteguas destinadas ao
abastecimento domeacutestico apoacutes tratamento convencional agrave proteccedilatildeo das
comunidades aquaacuteticas agrave recreaccedilatildeo de contato primaacuterio (esqui aquaacutetico nataccedilatildeo e
mergulho) agrave irrigaccedilatildeo de hortaliccedilas e plantas frutiacuteferas agrave criaccedilatildeo natural eou
intensiva (aquicultura) de espeacutecies destinadas agrave alimentaccedilatildeo humana
Para as aacuteguas de Classe 2 satildeo estabelecidos os mesmos limites ou condiccedilotildees
da Classe 1 agrave exceccedilatildeo dos seguintes
54
i Natildeo seraacute permitida a presenccedila de corantes artificiais que natildeo sejam
removiacuteveis por processo de coagulaccedilatildeo sedimentaccedilatildeo e filtraccedilatildeo
convencional
ii Coliformes para uso de recreaccedilatildeo de contato primaacuterio deveraacute ser
obedecido o Art 26 desta Resoluccedilatildeo Para os demais usos natildeo deveraacute ser
excedido um limite de 1000 coliformes fecais por 100 mililitros em 80 ou
mais de pelo menos 5 amostras mensais colhidas em qualquer mecircs no
caso de natildeo haver na regiatildeo meios disponiacuteveis para o exame de
coliformes fecais o iacutendice limite seraacute de ateacute 5000 coliformes totais por 100
mililitros em 80 ou mais de pelo menos 5 amostras mensais colhidas em
qualquer mecircs
iii Cor ateacute 75 mg Ptl
iv Turbidez ateacute 100 UNT
v DBO5 dias a 20degC ateacute 5 mgl O2
vi OD em qualquer amostra natildeo inferior a 5 mgl O2
No art 26 (Balneabilidade) - As aacuteguas doces salobras e salinas destinadas a
balneabilidade (recreaccedilatildeo de contato primaacuterio) seratildeo enquadradas e teratildeo sua
condiccedilatildeo avaliada nas categorias EXCELENTE MUITO BOA SATISFATOcircRIA e
IMPROacutePRIA da seguinte forma
1) EXCELENTE (3 estrelas) Quando em 80 ou mais de um conjunto de
amostras obtidas em cada uma das 5 semanas anteriores colhidas no mesmo
local houver no maacuteximo 250 coliformes fecais por l00 mililitros ou 1250
coliformes totais por 100 mililitros
2) MUITO BOA (2 estrelas) Quando em 80 ou mais de um conjunto de amostras
obtidas em cada uma das 5 semanas anteriores colhidas no mesmo local
houver no maacuteximo 500 coliformes fecais por 100 mililitros ou 2500 coliformes
totais por 100 mililitros
3) SATISFATOacuteRIA (1 estrela) Quando em 80 ou mais de um conjunto de
amostras obtidas em cada uma das 5 semanas anteriores colhidas no mesmo
local houver no maacuteximo 1000 coliformes fecais por 100 mililitros ou 5000
coliformes totais por 100 mililitros
55
4) IMPROacutePRIA Natildeo atendimento aos criteacuterios estabelecidos para as aacuteguas
proacuteprias
Os mais recentes padrotildees microbioloacutegicos para aacuteguas destinadas agrave recreaccedilatildeo
de contato primaacuterio estatildeo definidos na resoluccedilatildeo CONAMA 2742000 como
demonstrado na Tabela 2que jaacute inclui Enterococos Ecoli
Segundo Jordatildeo amp Pessoa (2014) o desenvolvimento dos padrotildees para banho
ou para aacuteguas de recreaccedilatildeo de contato primaacuterio tem evoluiacutedo com loacutegica Primeiro
foram adotados paracircmetros relativos a melhor tecnologia de controle disponiacutevel que
entretanto natildeo representavam o risco de contrair enfermidades devido a presenccedila de
poluentes Foi o caso dos Coliformes totais Depois considerou-se a relaccedilatildeo entre o
risco possiacutevel ou detectaacutevel e presenccedila de poluentes Neste caso os Coliformes fecais
eram mais representativos
Uma terceira etapa foi a identificaccedilatildeo de risco aceitaacutevel para o qual deveria
existir uma quantidade de dados epidemioloacutegicos correspondendo a mediccedilotildees de
qualidade do corpo drsquoaacutegua Os estudos indicaram que Enterococos eram os mais
representativos seguidos por Ecoli e por uacuteltimo coliformes totais(Desinfecccedilatildeo de
efluentes sanitaacuterios) Sendo assim os Enterococos atualmente representam o melhor
indicador entre os analisados sem que se deva considerar erro o controle por outros
organismos
Tabela 2 - Padrotildees microbioloacutegicos para aacuteguas destinadas agrave recreaccedilatildeo de contato primaacuterio
Balneabilidade-
categoria
Qualidade
Padrotildees para o corpo daacutegua
Proacutepria Excelente Maacuteximo de 250 CF100ml ou
200EC100ml ou 25 Enterococos100ml
em 80 ou mais das amostras das cinco
semanas anteriores
Proacutepria Muito boa Maacuteximo de 500 CF100ml ou
400EC100ml ou 50 Enterococos100ml
em 80 ou mais das amostras das cinco
semanas anteriores
Proacutepria Satisfatoacuteria Maacuteximo de 1000 CF100ml ou
800EC100ml ou 100 Enterococos100ml
56
em 80 ou mais das amostras das cinco
semanas anteriores
Improacutepria Natildeo atendimento aos criteacuterios
estabelecidos para as aacuteguas
proacuteprias
Incidecircncia elevada ou anormal
de enfermidades transmissiacuteveis
por via hiacutedrica Valor obtido na
uacuteltima amostragem for superior a
2500CF100ml ou 2000
EC100ml ou 400
enterococos100ml Presenccedila de
resiacuteduos ou despejos pHlt6ou
gt9 Floraccedilatildeo de algas outros
fatores que contra -indiquem o
contato primaacuterio
Fonte- CONAMA 2742000
28 Legislaccedilatildeo Sobre o Uso de Aacuteguas
ASPECTOS LEGAIS PARA O USO DE AacuteGUAS
Em 1973 o decreto federal nordm 24643 conhecido como o Coacutedigo das Aacuteguas
consubstanciou a base da legislaccedilatildeo voltada para a temaacutetica aacutegua O instrumento
legisla inclusive sobre o conceito de aacuteguas pluviais e acerca do direito de uso
atribuindo ao dono do preacutedio onde caiacuterem diretamente sua propriedade No seu artigo
118 chega ateacute mesmo a comentar superficialmente sobre a construccedilatildeo de
reservatoacuterios para aproveitamento da aacutegua da chuva em aacutereas puacuteblicas
Em termos de poliacutetica ambiental voltada aos recursos hiacutedricos destaca-se a
promulgaccedilatildeo da lei 9433 que em 1997 instituiu a Poliacutetica Nacional de Recursos
Hiacutedricos ndash PNRH criando o Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos
Hiacutedricos Conhecida como Lei das Aacuteguas o normativo fornece instrumentos que
possibilitam a melhoria da gestatildeo sistemaacutetica do recurso
57
A captaccedilatildeo de aacutegua de chuva tem uma relaccedilatildeo indireta com os objetivos dessa Poliacutetica jaacute que estimula o uso racional e ao mesmo tempo previne contra os eventos hidroloacutegicos criacuteticos tanto agraves secas devido agrave promoccedilatildeo da reserva quanto agraves inundaccedilotildees devido agrave diminuiccedilatildeo do escoamento superficial A inclusatildeo da captaccedilatildeo de aacutegua de chuva no Plano indica o esforccedilo da poliacutetica de recursos hiacutedricos na busca da transversalidade e no gerenciamento integrado das aacuteguas (SENRA BRONZATTO VENDRUSCOLO 2007)
A Lei nordm 943397 criou o Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos
Hiacutedricos e no art 1ordm disciplina
Art 1ordm A Poliacutetica Nacional de Recursos Hiacutedricos baseia-se nos seguintes
fundamentos
I - a aacutegua eacute um bem de domiacutenio puacuteblico
II - a aacutegua eacute um recurso natural limitado dotado de valor econocircmico
III - em situaccedilotildees de escassez o uso prioritaacuterio dos recursos hiacutedricos eacute o consumo humano e
a dessedentaccedilatildeo de animais
IV - a gestatildeo dos recursos hiacutedricos deve sempre proporcionar o uso muacuteltiplo das aacuteguas
V - a bacia hidrograacutefica eacute a unidade territorial para implementaccedilatildeo da Poliacutetica Nacional de
Recursos Hiacutedricos e atuaccedilatildeo do Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hiacutedricos
VI - a gestatildeo dos recursos hiacutedricos deve ser descentralizada e contar com a participaccedilatildeo do
Poder Puacuteblico dos usuaacuterios e das comunidades (BRASIL 1997)
O art 5ordm da Lei nordm 943397 trata dos instrumentos da Poliacutetica Nacional de
Recursos Hiacutedricos
Art 5ordm Satildeo instrumentos da Poliacutetica Nacional de Recursos Hiacutedricos
I - os Planos de Recursos Hiacutedricos
II - o enquadramento dos corpos de aacutegua em classes segundo os usos preponderantes da aacutegua
III - a outorga dos direitos de uso de recursos hiacutedricos
IV - a cobranccedila pelo uso de recursos hiacutedricos
V - a compensaccedilatildeo a municiacutepios
VI - o Sistema de Informaccedilotildees sobre Recursos Hiacutedricos (BRASIL 1997)
Nacionalmente natildeo haacute um ordenamento juriacutedico que discipline
especificamente sobre o uso das aacuteguas pluviais Como as citadas anteriormente a
lei nordm 114452007 conhecida como lei do Saneamento Baacutesico indiretamente
estabelece alguns criteacuterios para o manejo de aacutegua pluvial Em seu artigo 3ordm define a
drenagem e manejo das aacuteguas pluviais urbanas como
Conjunto de atividades infraestruturas e instalaccedilotildees operacionais de drenagem urbana de aacuteguas pluviais de transporte detenccedilatildeo ou retenccedilatildeo para o amortecimento de vazotildees de cheias tratamento e
58
disposiccedilatildeo final das aacuteguas pluviais drenadas nas aacutereas urbanas (BRASIL 2007)
Seu decreto regulamentador nordm 72172010 admitiu como forma de viabilizar o
manejo da aacutegua da chuva a alimentaccedilatildeo da instalaccedilatildeo hidraacuteulica predial ligada agrave rede
puacuteblica de abastecimento de aacutegua via aproveitamento de aacutegua da chuva desde que
devidamente autorizadas pela autoridade competente
Quanto agraves leis sobre o tema reuso de aacutegua vigentes no Brasil pode-se
destacar a lei 693881 que institui a poliacutetica nacional do meio ambiente que menciona
o incentivo ao estudo e pesquisa de tecnologias orientadas para o uso racional e a
proteccedilatildeo dos recursos ambientais
No Estado do Rio de Janeiro a Lei Nordm 6034 de 08 de setembro de 2011 dispotildee
sobre a obrigatoriedade dos postos de combustiacuteveis lava-raacutepidos transportadoras e
empresas de ocircnibus urbanos intermunicipais e interestaduais localizados no Estado
do Rio de janeiro a instalarem equipamentos de tratamento e reutilizaccedilatildeo da aacutegua
usada na lavagem de veiacuteculos
Na cidade de Satildeo Paulo por exemplo atraveacutes da Lei nordm 13276 e o Decreto nordm
41814 que regulamenta esta lei determinam-se a obrigatoriedade da execuccedilatildeo de
reservatoacuterio de aacuteguas pluviais coletadas de cobertas e pavimentos nos lotes
construiacutedos ou natildeo que possuem uma aacuterea impermeabilizada superior a 500m2
Trata-se de providecircncias para evitar as inundaccedilotildees urbanas uma vez que incentiva
soluccedilotildees para a infiltraccedilatildeo da aacutegua de chuva no solo e a utilizaccedilatildeo da mesma quando
armazenada para fins natildeo potaacuteveis
DECRETO Nordm 23940 de 30 de Janeiro de 2004 da cidade do Rio de Janeiro
Torna obrigatoacuterio nos casos previstos a adoccedilatildeo de reservatoacuterios que permitam o
retardo do escoamento das aacuteguas pluviais para a rede de drenagem Visando a
necessidade de ajudar a prevenir inundaccedilotildees atraveacutes da retenccedilatildeo temporaacuteria de
aacuteguas pluviais em reservatoacuterios especialmente criados com esta finalidade e
considerando as possibilidades de reaproveitamento de aacuteguas pluviais para usos natildeo
potaacuteveis como lavagem de veiacuteculos e partes comuns jardinagem e outras Sendo
obrigatoacuterio para imoacuteveis com aacuterea de cobertura superior a 50000 m2 e em caso de
novas edificaccedilotildees residecircncias multifamiliares e industriais fica obrigatoacuterio o uso de
aguas pluviais para uso natildeo potaacutevel atendendo as normas sanitaacuterias vigentes ficando
o habite-se ou alvaraacute de obras condicionado ao atendimento ao decreto
59
A Agenda 21 capiacutetulo 18 dedicou importacircncia especial ao reuso de aacutegua
recomendando a implementaccedilatildeo de poliacuteticas de gestatildeo dirigidas para o uso e
reciclagem de efluentes Segundo Hespanhol (2012) embora natildeo haja menccedilatildeo ao
tema lsquoreusorsquo na poliacutetica nacional de recursos hiacutedricos existe uma vontade poliacutetica
direcionada para esta questatildeo Segundo a Conferecircncia Interparlamentar sobre o
desenvolvimento do Meio Ambiente realizada em Brasiacutelia em Dezembro de 1992 no
paraacutegrafo 64B recomenda esforccedilos a niacutevel nacional para institucionalizar a
reciclagem e reuso sempre que possiacutevel promovendo o tratamento e a disposiccedilatildeo de
esgotos de modo a natildeo poluir o meio ambiente
A portaria nordm 23 de 12 de fevereiro de 2015 do Ministro de Estado do
Planejamento Orccedilamento e Gestatildeo estabelece boas praacuteticas de gestatildeo e uso de
Energia Eleacutetrica e de Aacutegua nos oacutergatildeos e entidades da Administraccedilatildeo Puacuteblica Federal
direta autaacuterquica e fundacional e dispotildee sobre o monitoramento de consumo destes
bens e serviccedilos Devendo os oacutergatildeos adotar as providencias necessaacuterias para
implementaccedilatildeo de boas praacuteticas de gestatildeo e inclusive elaborando campanhas de
conscientizaccedilatildeo por meio presencial e eletrocircnico e fornecendo mensalmente o
consumo de energia eleacutetrica e aacutegua por meio do Sistema Projeto Esplanada
Sustentaacutevel
O reuso de aacutegua pode ser classificado em reuso indireto ou direto O reuso
direto eacute aquele onde ocorre a conexatildeo direta dos efluentes de uma estaccedilatildeo de
tratamento de esgotos a uma estaccedilatildeo de tratamento de aacutegua e em seguida ao sistema
de distribuiccedilatildeo O reuso indireto eacute a diluiccedilatildeo do esgoto apoacutes tratamento em um corpo
hiacutedrico no qual apoacutes algum tempo de detenccedilatildeo eacute efetuada a captaccedilatildeo seguida de
tratamento adequado e posterior distribuiccedilatildeo Filho (1987) sugere a seguinte
terminologia para diversas formas de reuso
Reuso indireto natildeo planejado da aacutegua Eacute aquele em que a aacutegua utilizada
em alguma atividade humana eacute descarregada no meio ambiente e
novamente utilizada agrave jusante em sua forma diluiacuteda de maneira natildeo
intencional e natildeo controlada
Reuso indireto planejado da aacutegua Ocorre quando os efluentes depois de
tratados satildeo descarregados de forma planejada para serem reutilizados a
jusante
Reuso direto planejado da aacutegua Ocorre quando os efluentes apoacutes
convenientemente tratados satildeo encaminhados diretamente do seu ponto
60
de descarga ateacute o local do reuso sofrendo em seu percurso os tratamentos
necessaacuterios mas natildeo sendo descarregados no meio
Reciclagem de aacutegua Eacute o reuso interno da aacutegua antes da sua descarga
em um sistema geral de tratamento ou outro local de disposiccedilatildeo para servir
como fonte suplementar de abastecimento do uso original Eacute um caso
particular de reuso direto
Segundo jaacute destacava Westerhoff (1984)o reuso de aacutegua eacute classificado em
duas categorias Reuso potaacutevel e Reuso natildeo potaacutevel e esta classificaccedilatildeo foi adotada
pela Associaccedilatildeo Brasileira de Engenharia Sanitaacuteria e Ambiental de Satildeo Paulo e
divulgada nos Cadernos de Engenharia Sanitaacuteria e Ambiental Sendo considerado um
bem econocircmico porque eacute finita e essencial para conservaccedilatildeo da vida e do meio
ambiente consequentemente sua escassez impede o desenvolvimento de diversas
regiotildees na medida em que aleacutem da necessidade humana a aacutegua eacute essencial no
processo produtivo de diversas empresas
Reuso potaacutevel
Direto
Indireto
Reuso natildeo potaacutevel
Para fins agriacutecolas
Para fins industriais
Para fins recreacionais
Para fins domeacutesticos
Para manutenccedilatildeo de vazotildees de cursos drsquoaacutegua
Para aquacultura
Recarga de aquiacuteferos subterracircneos
Pode-se destacar alternativas que vem sendo propostas para racionalizaccedilatildeo
do consumo de aacutegua domiciliar Satildeo elas
Identificaccedilatildeo e eliminaccedilatildeo de vazamentos e perdas
Instalaccedilatildeo de equipamentos hidraacuteulicos sanitaacuterios de baixo consumo e alta
eficiecircncia
Reuso de aacuteguas cinzas
Aperfeiccediloamento dos procedimentos de mediccedilatildeo e cobranccedila
61
Os processos e tratamentos para fins potaacuteveis satildeo complexos e de custo
elevado Desta forma o reuso para fins natildeo potaacuteveis deve ser sempre avaliado
preferencialmente Aparentemente o principal problema decorrente da accedilatildeo de
reutilizaccedilatildeo de aacuteguas cinzentas com objetivos de economizar aacutegua seria o aumento
do custo decorrente da instalaccedilatildeo e manutenccedilatildeo de sistemas duplos de distribuiccedilatildeo
O principal destino destas aacuteguas deve ser a utilizaccedilatildeo sanitaacuteria e o uso agriacutecola
(HESPANHOL amp MIERZWA 2011)
Pesquisas sobre a viabilidade econocircmica de projetos de aproveitamento de
aacutegua de chuva indicam que o item preponderante nesta anaacutelise eacute o custo do
reservatoacuterio que varia em funccedilatildeo da sua dimensatildeo A NBR 15527(ABNT 2007)
apresenta 6 metodologias de caacutelculo do volume do reservatoacuterio que resultam em
valores muito discrepantes gerando a necessidade do usuaacuterio decidirem funccedilatildeo das
condiccedilotildees especiacuteficas do projeto qual metodologia seguir A maioria das
aplicaccedilotildeestrabalha com uma demanda fixa visando o consumo em vasos sanitaacuterios
(MORUZZI e OLIVEIRA2010 DORNELLES et al 2010 COUTINHO et al 2011
GHISI e SCHONDERMARK 2013)
Em relaccedilatildeo a NBR 155272007 aacutegua de chuva ndash aproveitamento de coberturas
em aacutereas urbanas para fins natildeo potaacuteveis fornece as caracteriacutesticas para o reuso de
aacutegua em aacutereas urbanas para fins natildeo potaacuteveis compreendendo calhas e condutores
instalaccedilotildees prediais qualidade da aacutegua bombeamento manutenccedilatildeo e principalmente
os meacutetodos de caacutelculo de dimensionamento de reservatoacuterios
Os meacutetodos de dimensionamento dispostos nesta norma satildeo
Meacutetodo de Rippl
Meacutetodo de Simulaccedilatildeo
Meacutetodo Azevedo Neto
Meacutetodo praacutetico alematildeo
Meacutetodo praacutetico inglecircs
Meacutetodo praacutetico australiano
62
3 - METODOLOGIA
Conforme Sabbatini (1989) metodologia eacute um ldquoconjunto de preceitos que
estabelece uma orientaccedilatildeo para o direcionamento e conduccedilatildeo de uma dada
investigaccedilatildeordquo tendo esta orientaccedilatildeo dois niacuteveis de doutrina e de estrateacutegia que
geram os princiacutepios de tomada de decisatildeo e permitem a operacionalizaccedilatildeo da
pesquisa que consiste no plano de accedilatildeo
A metodologia para anaacutelise do uso de sistema para aproveitamento de aacutegua
pluvial deve ser entendida como input do processo de pesquisa seus princiacutepios
devem ser balizadores das estrateacutegias adotadas para sua racionalidade
Esta dissertaccedilatildeo objetiva a importacircncia na utilizaccedilatildeo de metodologia e
aplicaccedilatildeo de procedimentos e meacutetodos nas atividades relacionadas ao uso de aacutegua
pluvial em instituiccedilatildeo federal de ensino onde o avanccedilo tecnoloacutegico deve ter como
escopo uma metodologia especiacutefica para seu desenvolvimento
Os atributos e alcance da pesquisa aplicada e de desenvolvimento tecnoloacutegico
constitui a estrutura essencial para obter novos meacutetodos construtivos e modernizaccedilatildeo
de processos e sistemas de uso consolidado e na soluccedilatildeo sistemaacutetica de problemas
Fluxo do processo adotado
O meacutetodo adotado envolve vaacuterias etapas conforme quadro 4 para a validaccedilatildeo
da metodologia de aproveitamento de aacutegua pluvial
Quadro 4- Fluxo do processo
Atividade Procedimentos
Visita teacutecnicas
Foram selecionadas duas tipologias de edificaccedilotildees no sentido de ampliar
o entendimento das teacutecnicas construtivas para a implantaccedilatildeo de
sistema de coleta e uso de aacutegua pluvial
Normas teacutecnicas
NBR 155272007 Aacutegua de chuva ndash aproveitamento de coberturas em
aacutereas urbanas para fins natildeo potaacuteveis - Requisitos
Precipitaccedilatildeo pluviomeacutetrica
Os dados pluviomeacutetricos utilizados neste trabalho foram fornecidos pelo
Sistema Alerta Rioque foram coletados da Estaccedilatildeo Meteoroloacutegica Tijuca
63
Fonte Elaborado pelo autor do presente trabalho
31 Estrateacutegia da Pesquisa
A pesquisa em questatildeo tem caraacuteter exploratoacuterio de projeto uacutenico com
abordagem quantitativa por meio de estudo de caso uacutenico que tem como modelo
cientiacutefico a concepccedilatildeo de Robson (2011) o qual disserta sobre os meacutetodos de
pesquisa do mundo real
A estaccedilatildeoestaacute localizada no bairro tijuca em latitude 22ordm89 67 longitude
43ordm22 67
Reservatoacuterios
detalhes teacutecnicos
construtivos e
controle sanitaacuterio
Para o presente projeto foi adotado o meacutetodo pratico alematildeo de
dimensionamento onde o volume do reservatoacuterio seraacute o menor valor
entre 6 do volume de captaccedilatildeo de aacutegua pluvial anual e 6 da
demanda anual de aacutegua natildeo potaacutevel
Foi utilizado o meacutetodo da simulaccedilatildeo previsto na NBR 15527 2007
Para ratificar o dimensionamento do reservatoacuterio feito pelo meacutetodo
praacutetico alematildeo
De acordo com orientaccedilatildeo da portaria do MS nordm 5182014 e a NBR
152227 recomenda que o cloro residual livre deva estar entre 05mgle
30 mgl em qualquer ponto do sistema de abastecimento
Para controle sanitaacuterio foi utilizado Clorador com funcionamento em
circuito fechado com proteccedilatildeo contra inundaccedilatildeo capacidade do corpo
interno 320 pastilhas variando de 0640 kg com vazatildeo de operaccedilatildeo
lenta em rede de 05 a 3000 m3h
Equipamentos Verificou-se que equipamentos utilizados em sistema de captaccedilatildeo e uso
de aacutegua pluvial eacute uma tecnologia de fabricantes internacionais com
representantes locais
Demanda de uso
natildeo potaacutevel
O consumo diaacuterio total de aacutegua em cada aparelho foi estimado com
base nos dados de frequecircncia e tempo de uso dos mesmos obtidos
atraveacutes dos questionaacuterios e o nuacutemero de pessoas que efetivamente
utilizam cada aparelho Tambeacutem se utilizaram no caacutelculo do consumo
diaacuterio as vazotildees de acordo com a norma NBR 56261998
Viabilidade
econocircmica de
implantaccedilatildeo do
sistema
Foi realizada a anaacutelise econocircmica utilizando-se o meacutetodo do payback
simples e descontado considerando taxa mensal de 1 para validaccedilatildeo e
verificaccedilatildeo da viabilidade econocircmica do sistema
64
Adota o presente trabalho a verificaccedilatildeo de aplicaccedilatildeo exitosas de sistemas de
aproveitamento de aacuteguas pluviais em edificaccedilotildees de diversas tipologias criando um
paracircmetro de anaacutelise e consolidaccedilatildeo de praacuteticas sustentaacuteveis e novas tecnologias
VISITAS REALIZADAS
Estaacutedio do Maracanatilde
Maior estaacutedio sendo sede da Copa do Mundo de Futebol 2014 no rio de
Janeiro Inaugurado em junho de 1950 sendo iniciada a obra de recuperaccedilatildeo e retrofit
no ano de 2010 sendo concluiacuteda em 2013 Sua capacidade de puacuteblico passou de
87101 para 78639 lugares
Realizada a visita as instalaccedilotildees do Estaacutedio do Maracanatilde que recebeu a
certificaccedilatildeo LEED1 (Leadership in Energy and Environmental Design) For New
Construction na categoria Silver versatildeo 30 concedida pela USGBC (United States
Building Concil) conforme fig 10 que reconhece soluccedilotildees de novas tecnologias
sustentaacuteveis utilizadas nas construccedilotildees com o objetivo de reduccedilatildeo de impactos ao
meio ambiente durante a vida uacutetil da edificaccedilatildeo certificaccedilatildeo voltada para construccedilotildees
sustentaacuteveis e ambientalmente eficientes
1 Lideranccedila em Energia e Desig Ambiental eacute um sistema internacional de certificaccedilatildeo e orientaccedilatildeo ambiental para
edificaccedilotildeesUtilizada em 143 paiacuteses a certificaccedilatildeo foi criada em 2000 pela USGreen Building Council (USGBC)
65
Figura 10 -Certificaccedilatildeo em estaacutedios de futebol itens avaliados no canteiro de obra
Fonte Adaptado pelo autor do presente trabalho de Pereira et al (2015)
A alta performance ambiental do maracanatilde apoacutes a implantaccedilatildeo do sistema de
aacuteguas pluviais contribuiu para sua certificaccedilatildeo onde cabe ressaltar que houve reduccedilatildeo
de 7114 do consumo de agua potaacutevel que representa da demanda de bacias e
mictoacuterios como tambeacutem todo o volume de agua necessaacuterio para irrigaccedilatildeo do
gramado e Conforme Pereira et al (2015) a reduccedilatildeo de uso de aacutegua potaacutevel eacute de
50 (cinquenta por cento)
Com o retrofit o estaacutedio do Maracanatilde teve acreacutescimo de 50000m2 na aacuterea de
cobertura construiacuteda em membrana tensionada por cabos de accedilo que permitiu a
viabilidade de implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo acrescida da aacuterea de drenagem
do campo que atende a irrigaccedilatildeo e descargas O estaacutedio no seu sistema de captaccedilatildeo
e reaproveitamento de aacuteguas pluviais conta com reservatoacuterio de 5 milhotildees de litros
volume capaz de suprir as demandas de usos por um periacuteodo de ateacute trecircs meses em
caso de estiagem
66
Leroy Merlin
Empresa de comeacutercio varejista voltada para materiais de construccedilatildeo e
bricolagem desde os anos de 1988 A concepccedilatildeo de seus projetos de lojas passaram
a ser voltada para questotildees de sustentabilidade agrave partir da construccedilatildeo da loja na
cidade de Niteroi inaugurada em 2007 iniciando um ciclo de novas unidades com o
mesmo caraacuteter tendo em um de seus conceitos o aproveitamento de aacuteguas pluviais
A Leroy Merlin foi a primeira empresa agrave receber o selo HQE2 em 2009
empresa situada em Niteroacutei no Estado do Rio de Janeiro na atividade de comeacutercio de
materiais de construccedilatildeo Adotou como meta a certificaccedilatildeo AQUA em funccedilatildeo de sua
adaptabilidade as condiccedilotildees de uso no Brasil avaliando aspectos da gestatildeo
ambiental nas obras de arquitetura
Recebeu a empresa por ocasiatildeo de sua construccedilatildeo recebeu a certificaccedilatildeo
ACQUA-Alta Qualidade Ambiental tendo sido avaliada pela Fundaccedilatildeo Vanzolini
entidade vinculada a USP (Universidade de Satildeo Paulo) tendo atendido as exigecircncias
para a certificaccedilatildeo nas etapas do programa concepccedilatildeo do projeto e realizaccedilatildeo da
obra
Foram utilizados no tratamento daacute aacutegua captada trecircs filtros tipo Vortex WWF
300 com capacidade de filtragem para aacuterea de cobertura de ateacute 3000m2 com potencial
de ateacute 90 da aacutegua precipitada e com retenccedilatildeo de partiacuteculas de 028mmFoi utilizado
reservatoacuterio apresentado na foto abaixo com capacidade de 150000 litros com
extravasor para poccedilos de infiltraccedilatildeo conforme figura 11 em caso de alto iacutendice de
precipitaccedilatildeo pluviomeacutetrica contribuindo para a alimentaccedilatildeo do lenccedilol freaacutetico e
reduzindo a possibilidade de enchentes
2 HQE A primeira certificaccedilatildeo ambiental para edifiacutecios a ser adaptada para a realidade brasileira foi a AQUA (hoje AQUA-
HQE) Com base no selo francecircs Haute Qualiteacute Environnementale professores da Universidade de Satildeo Paulo (USP) criaram a versatildeo brasileira e formaram a instituiccedilatildeo responsaacutevel por ela a Fundaccedilatildeo Vanzolini
67
Figura 11 - Poccedilos de infiltraccedilatildeo
Fonte Adaptado pelo autor do presente trabalho de Leroy Merlin 2009
Foto da Construccedilatildeo do reservatoacuterio de 150000 litros
Fonte Adaptado pelo autor do presente trabalho de Leroy Merlin 2009
68
32 Unidade de anaacutelise
Esta pesquisa se limita a estudar a viabilidade de uso de aguas pluviais
calculando a demanda de uso natildeo potaacutevel a quantificaccedilatildeo da produccedilatildeo de aacuteguas
residuais provenientes de evaporadoras de ar condicionado com determinaccedilatildeo do
volume do reservatoacuterio e posterior analise de viabilidade econocircmica Yin (2001)
afirma que a unidade de anaacutelise estaacute relacionada com o problema fundamental de
definir o que eacute o ldquocasordquo
Segundo Yin (2001) o estudo de caso representa uma investigaccedilatildeo empiacuterica e
compreende um meacutetodo abrangente com a loacutegica do planejamento da coleta e da
anaacutelise de dados Pode incluir tanto estudos de caso uacutenico quanto de muacuteltiplos assim
como abordagens quantitativas e qualitativas de pesquisa
Aleacutem da coleta de dados por meio dos questionaacuterios outro importante processo
que seraacute usado neste estudo eacute anaacutelise documental considerada como a teacutecnica que
abrange tanto a anaacutelise qualitativa quanto a quantitativa Segundo Gil (2010 p121)
ldquoA consulta a fontes documentais eacute imprescindiacutevel em qualquer estudo de casordquo
Portanto a anaacutelise destes dados torna-se fundamental para que se possa identificar
demanda de consumo de aacutegua natildeo potaacutevel o potencial para aproveitamento de aacuteguas
dos evaporadores de aparelhos de ar condicionado
33 Justificativa da estrateacutegia de pesquisa
A escolha do meacutetodo de pesquisa orientaraacute as etapas necessaacuterias para a coleta
de informaccedilotildees anaacutelise destes dados e demonstraccedilatildeo da confiabilidade e validade
das descobertas (ROBSON 2011)
34 Pesquisa Exploratoacuteria
A pesquisa exploratoacuteria utilizaraacute fontes documentais como perioacutedicos
dissertaccedilotildees e teses sobre os temas sustentabilidade histoacuterico de reuso e
reaproveitamento de aacuteguas pluviais e legislaccedilatildeo traccedilando conexotildees entre estes
elementos de forma a propiciar confiabilidade para o embasamento da pesquisa
69
35 Levantamento
O presente trabalho visa o aproveitamento de aacuteguas pluviais e aacuteguas residuais
de evaporadores de unidades condensadoras para reuso no Campus Maracanatilde do
CEFET-RJ
Desta forma o trabalho foi estruturado da forma relacionada abaixo
Levantamento das caracteriacutesticas pluviomeacutetricas da regiatildeo estudada para
determinaccedilatildeo da precipitaccedilatildeo pluviomeacutetrica media atraveacutes das analises de
dados fornecida do sistema Alerta Rio referente ao periacuteodo de 2001 a 2015
Levantamento das caracteriacutesticas de 01(uma) edificaccedilatildeo existente no
campus maracanatilde bloco E e considerando seu potencial de captaccedilatildeo
atraveacutes exclusivamente de suas coberturas bem como o dimensionamento
de reaproveitamento das aacuteguas provenientes de condensadores de ar
condicionado existentes no referido bloco por contemplar maior nuacutemero de
equipamentos citados e maior nuacutemero de horas de uso
Avaliaccedilatildeo dos resultados obtidos com determinaccedilatildeo do reservatoacuterio de
armazenamento sendo realizado atraveacutes da NBR 15527 ndash Aacutegua da Chuva
Aproveitamento das aacutereas urbanas para fins natildeo potaacuteveis (ABNT 2007)
Tambeacutem seratildeo realizados estudos utilizando teacutecnicas de matemaacutetica
financeira pelo meacutetodo de anaacutelise de payback simples que fornece uma
estimativa de faacutecil compreensatildeo dos benefiacutecios gerados para determinar o
tempo de retorno do investimento atraveacutes dos custos de implantaccedilatildeo do
sistema
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Aacuterea de Estudo
O CEFET-RJ ocupa uma aacuterea de terreno de 3438200 m2 com 6481800 m2
construiacutedos e distribuiacutedos em 06 pavilhotildees e diversos blocos nomeados de ldquoArdquo a ldquoLrdquo
tendo como objeto para estudo de caso o Bloco E que e abastecido atraveacutes do
hidrocircmetro referente ao nuacutemero 485 conforme figura 10
Figura 12 - Hidrocircmetro referente ao nuacutemero 485 com vazatildeo de 03 - 15 m3hora
Fonte Realizada pelo autor 2017
36 Objeto de Estudo
O preacutedio objeto do estudo eacute o Bloco E sendo utilizado pela comunidade
docente discente e teacutecnicos administrativos
Figura 13 - Fachada Principal do CEFET- RJ
Fonte site wwwcefet-rjbr
71
As coberturas do preacutedio satildeo compostas por telhas trapezoidais em accedilo
galvanizado tendo calhas em concreto impermeabilizado para a coleta de aacuteguas
pluviais com tubos de queda em PVC de 100 mm com condutores horizontais
interligando as caixas de passagem e estas ao coletor puacuteblico
361 Aparelhos Existentes
Atraveacutes de visitas in loco foram verificados quais eram os tipos de aparelhos
sanitaacuterios torneiras mictoacuterios existentes no CEFET-RJ Verificaram-se tambeacutem as
atividades realizadas no preacutedio que utilizam aacutegua
37 Entrevistas com os Usuaacuterios
As entrevistas foram realizadas por meio de questionaacuterios aplicados aos
Teacutecnicos Administrativos professores alunos e equipe responsaacutevel pela limpeza do
CEFET-RJ a fim de descobrir a frequecircncia de uso de cada aparelho Nos
questionaacuterios foram feitas perguntas que demonstrassem o tempo e a quantidade de
vezes que cada aparelho era utilizado no periacuteodo de ocupaccedilatildeo
Para obtenccedilatildeo de um levantamento com maior precisatildeo seria necessaacuterio a
resposta ao questionaacuterio por toda a populaccedilatildeo que utiliza os preacutedios estudados foi
verificada a dificuldade em funccedilatildeo de horaacuterios e dias da semana diferentes bem
como um certo desinteresse na participaccedilatildeo por alguns membros da comunidade
Em funccedilatildeo destes fatos decidiu-se por uma pesquisa por amostragem Com utilizaccedilatildeo
da foacutermula de caacutelculo amostral
72
Foacutermula de caacutelculo
Onde
n - amostra calculada N ndash populaccedilatildeo Z - variaacutevel normal padronizada associada ao niacutevel de confianccedila p - verdadeira probabilidade do evento e - erro amostral Erro amostral de 5 Niacutevel de confianccedila de 95
Foram aplicados questionaacuterios para funcionaacuterios professores e alunos com as
mesmas perguntas Os questionaacuterios utilizados nas entrevistas estatildeo apresentados
no Apecircndice A B e C
Para os funcionaacuterios da limpeza interna externa foram aplicados questionaacuterios
direcionados em funccedilatildeo das atividades desenvolvidas
Os resultados obtidos atraveacutes das entrevistas permitiram obter valores que
representam a frequecircncia e o tempo de utilizaccedilatildeo de cada tipo de aparelho sanitaacuterio
para o total geral da edificaccedilatildeo e por pessoa
38 Estimativa do Consumo de Aacutegua
O consumo diaacuterio total de aacutegua em cada aparelho foi estimado com base nos
dados de frequecircncia e tempo de uso dos mesmos obtidos atraveacutes dos questionaacuterios
e o nuacutemero de pessoas que efetivamente utilizam cada aparelho Tambeacutem se
utilizaram no caacutelculo do consumo diaacuterio as vazotildees de acordo com a norma NBR
56261998
381 O caacutelculo de consumo meacutedio diaacuterio de aacutegua per capita por aparelhos
O Caacutelculo foi realizado com base no somatoacuterio da multiplicaccedilatildeo da frequecircncia
e tempo de uso obtido nas entrevistas e vazatildeo do aparelho dividido pelo nuacutemero de
pessoas entrevistadas
73
C meacutedio =
sum 119891119894lowast119905119894lowast119876119899119894
119899
C meacutedio = consumo meacutedio por aparelho
fi=numero de vezes de utilizaccedilatildeo
ti= tempo em segundos de uso diaacuterio
n= amostras de pessoas entrevistadas
Q= vazatildeo do aparelho (litros por segundo)
382 Estimativa do Consumo de Aacutegua em Atividades de Limpeza e jardinagem
A estimativa dos consumos de aacutegua referentes agrave limpeza do preacutedio (que inclui
tambeacutem lavaccedilatildeo de paacutetios corredores sanitaacuterios e irrigaccedilatildeo de jardins) foi calculada
com base em entrevistas com os responsaacuteveis por tais atividades e natildeo por amostra
Consumo Atividade limpeza = Somatoacuterio atividades limpeza paacutetios e rega de
jardim
383 Avaliaccedilatildeo do Potencial de Economia de Aacutegua Potaacutevel
A fim de se estimar o potencial de economia proveniente da implantaccedilatildeo de um
sistema de aproveitamento de aacutegua pluvial foi verificado o percentual de aacutegua potaacutevel
utilizado em fins natildeo potaacuteveis quantificaccedilatildeo da produccedilatildeo de agua residual pelas
evaporadoras de ar condicionado e tambeacutem foi estimado o volume ideal de
reservatoacuterio de acumulaccedilatildeo da aacutegua pluvial
384 Percentual de Aacutegua Potaacutevel que Poderia Ser Substituiacutedo por Aacutegua Pluvial
Neste estudo considerou-se a utilizaccedilatildeo de aacutegua para fins natildeo potaacuteveis em
descargas de vaso sanitaacuterio mictoacuterios irrigaccedilatildeo de jardins torneiras de usadas para
limpeza do preacutedio que tambeacutem inclui lavaccedilatildeo dos pavimentos
Atraveacutes da soma dos valores de consumo de aacutegua nas atividades consideradas
para fins natildeo potaacuteveis foi verificada a quantidade total de aacutegua potaacutevel que poderia
ser substituiacutedo por aacutegua pluvial
74
39 Reservatoacuterios de Aacutegua Pluvial
O reservatoacuterio de acumulaccedilatildeo da aacutegua pluvial eacute um dos componentes mais
importantes de um sistema de aproveitamento de aacutegua pluvial o qual deve ser
dimensionado principalmente considerando os seguintes fatores demanda de aacutegua
pluvial aacutereas de captaccedilatildeo precipitaccedilatildeo pluviomeacutetrica e custos totais de implantaccedilatildeo
Para estimar o volume ideal do reservatoacuterio de aacutegua pluvial para o presente
estudo baseou-se nas aacutereas de cobertura da edificaccedilatildeo no consumo diaacuterio de aacutegua
em sanitaacuterios e mictoacuterios e atividades de limpeza na precipitaccedilatildeo da regiatildeo no
coeficiente de perdas e no total de aacutegua potaacutevel usada para fins natildeo potaacuteveis que
poderia ser substituiacuteda por aacutegua pluvial
310 Anaacutelise Econocircmica
Depois de verificado o potencial de economia de aacutegua potaacutevel seratildeo
verificados os custos para a implantaccedilatildeo e operaccedilatildeo do sistema de aproveitamento
de aacutegua pluvial e tambeacutem analisada sua viabilidade econocircmica
Esta anaacutelise econocircmica seraacute uma estimativa de custos que poderaacute servir como
referecircncia para novas instituiccedilotildees de ensino com padrotildees semelhantes que desejam
implantar um sistema de aproveitamento de aacutegua pluvial
Natildeo se tem um indicativo de que este sistema possa ser implantado no objeto
de estudo Os custos de implantaccedilatildeo e operaccedilatildeo do sistema de aproveitamento de
aacutegua pluvial resumem-se em custos com obra de construccedilatildeo do reservatoacuterio inferior
materiais e equipamentos necessaacuterios agrave implantaccedilatildeo
Deste modo fez-se uma planilha de quantitativos e custos dos valores
referentes a obra atraveacutes de preccedilos coletados no SINAPICEF e de materiais e
equipamentos necessaacuterios com empresas representantes e ou fabricantes
75
4 APLICACcedilAtildeO E VALIDACcedilAtildeO DA METODOLOGIA PROPOSTA
Conforme abordado no capiacutetulo correspondente a metodologia optou-se
como um dos meios de aplicaccedilatildeo a validaccedilatildeo e investigaccedilatildeo desta metodologia
desenvolvida para uma Instituiccedilatildeo Federal de Ensino
41 Histoacuterico do Cefet-RJ
Atraveacutes de uma parceria entre o governo da Uniatildeo e o da Prefeitura do Distrito
Federal foi criada a Escola Normal de Artes e Ofiacutecios Wenceslau Braz versatildeo
primaacuteria do que vem a ser o CEFETRJ contemporaneamente Segundo CEFETRJ
(2007 paacuteg 14) os principais objetivos da escola eram de criar professores mestre e
contramestres para as instituiccedilotildees e escolas profissionais do Distrito Federal e entatildeo
Rio de Janeiro aleacutem de professores de trabalhos manuais para escolas primaacuterias do
Municiacutepio
De acordo com Maruyama (2013) apoacutes criaccedilatildeo de sua primeira forma teve
seus objetivos e estrutura atualizada transformando-se em Escola Teacutecnica Nacional
(ETN) em 1942 Jaacute em 1965 a Escola recebe nome Escola Teacutecnica Federal da
Guanabara poreacutem foi apenas em 1967 que a Escola passa a ser chamada de Escola
Teacutecnica Federal Celso Suckow da Fonseca
Hoje atraveacutes de seu histoacuterico de reconhecimento pela sociedade a Escola
Teacutecnica obteve expansatildeo geograacutefica passando a atuar com sede matriz a Unidade
Maracanatilde e demais seis outras Unidades descentralizadas pelo Rio e Janeiro (Nova
Iguaccedilu Maria da Graccedila Petroacutepolis Nova Friburgo Angra dos Reis e Itaguaiacute) e
educacional ofertando cursos regulares de ensino meacutedio educaccedilatildeo profissional
teacutecnica graduaccedilatildeo poacutes-graduaccedilatildeo aleacutem de atividades de pesquisa e de extensatildeo
411 Definiccedilatildeo de Instituiccedilotildees de Ensino Superior
De acordo com o artigo 21 da LDB - Lei de Diretrizes e Bases da Educaccedilatildeo
Nacional (939496) a educaccedilatildeo escolar eacute formada por duas etapas principais
educaccedilatildeo baacutesica formada pela educaccedilatildeo infantil ensino fundamental e ensino meacutedio
II - educaccedilatildeo superior etapa posterior a educaccedilatildeo baacutesica cujo objetivo global eacute formal
76
profissionais e cidadatildeos aptos a exercerem suas funccedilotildees e promover o
desenvolvimento do paiacutes
A LDB (Lei 93941996) assume a coexistecircncia de instituiccedilotildees puacuteblicas e
privadas para a oferta de cursos superiores dizendo no Artigo 45 que a educaccedilatildeo
superior poderaacute ser ministrada em instituiccedilotildees de ensino superior de caraacuteter puacuteblico
ou privada com variados graus de abrangecircncia e particularizaccedilatildeo Visando
complementar a LDB e a esse artigo 7ordm do Decreto 38602001 classifica as instituiccedilotildees
de ensino superior quanto agrave sua organizaccedilatildeo acadecircmica em
Universidades - Satildeo caracterizadas pela oferta regular de atividades que
articulam trecircs principais pilares ensino de pesquisa e de extensatildeo
Centros Universitaacuterios - Os centros universitaacuterios satildeo instituiccedilotildees de
ensino superior pluri-curriculares comprovada pelo desempenho nos
cursos nas avaliaccedilotildees do MEC e que devem atender a comunidade
Centros Federais de Educaccedilatildeo Tecnoloacutegica - Satildeo instituiccedilotildees de ensino
superior especializados na oferta de educaccedilatildeo tecnoloacutegica nos
diferentes niacuteveis e modalidades de ensino O Centro Federal de
Educaccedilatildeo Tecnoloacutegica Celso Suckow da Fonseca (CEFETRJ) seraacute a
instituiccedilatildeo alvo do presente estudo e se encaixa nessa classificaccedilatildeo
Faculdades Integradas faculdades institutos ou escolas superiores -
superiores orientados basicamente para o ensino satildeo voltadas para a
formaccedilatildeo de profissionais para o mercado de trabalho e natildeo se exigiratildeo
produccedilatildeo cientiacutefica e natildeo haacute exigecircncia de oferta cursos de poacutes-
graduaccedilatildeo
Por fim todas as instituiccedilotildees de ensino superior independente de sua
classificaccedilatildeo e dos cursos ofertados por estar diretamente submetidas as decisotildees do
MEC deve acatar com seus decretos e determinaccedilotildees pois estatildeo sob uma mesma
legislaccedilatildeo e regime Dentro das obrigatoriedades das IES pode ser destacado o
documento de caraacuteter estrateacutegico conhecido como Plano de Desenvolvimento
Institucional (PDI)
412 - Plano de Desenvolvimento Institucional (PDI)
O Plano de Desenvolvimento Institucional (PDI) eacute um documento institucional
exigido pelo Ministeacuterio da Educaccedilatildeo (MEC) e apresenta as principais estrateacutegicas e
77
posicionamento que a instituiccedilatildeo de ensino superior (IES) iraacute adotar em um periacuteodo
de tempo preacute-definido Eacute anaacutelogo ao Planejamento Estrateacutegico das empresas
privadas poreacutem com foco em resultados no sistema educacional processos internos
e desempenho dentro do cenaacuterio mutaacutevel da educaccedilatildeo no periacuteodo de vigecircncia
O Plano de Desenvolvimento Institucional ndash PDI eacute um documento elaborado para um periacuteodo de 5 (cinco) anos que identifica a Instituiccedilatildeo de Ensino Superior (IES) no que diz respeito agrave sua filosofia de trabalho agrave missatildeo a que se propotildee agraves diretrizes pedagoacutegicas que orientam suas accedilotildees agrave sua estrutura organizacional e agraves atividades acadecircmicas que desenvolve eou que pretende desenvolver (SAPIEnS 2007)
A lei 10861 (2004) instituiu o Sistema Nacional de Avaliaccedilatildeo da Educaccedilatildeo
Superior (SINAES) Este sistema tem como objetivo buscar a melhoria da qualidade
da educaccedilatildeo superior monitorar a expansatildeo da oferta e aumento da eficiecircncia e
eficaacutecia institucional no acircmbito de ensino e impacto na sociedade Deve ser ainda um
sistema supervisor das IES no cumprimento de seus deveres institucionais como
identidade respeito a diversidade e afirmaccedilatildeo da autonomia Esta lei promoveu em
2006 a ediccedilatildeo do decreto Nordm 5773 que legitima a relevacircncia e obrigatoriedade do PDI
nas IES
O decreto Nordm 5773 (2006) descreve sobre as funccedilotildees de regulamentaccedilatildeo
acompanhamento e avaliaccedilatildeo das IES e cursos superiores de graduaccedilatildeo e
sequenciais no sistema de ensino federal No Art 15 satildeo descritas as exigecircncias para
uma instituiccedilatildeo ser credenciada ao MEC Eacute responsabilidade da IES possuir aleacutem de
documentos padratildeo como cumprimento de exigecircncias fiscais legais e regimento ou
estatuto o PDI eacute exigido devido ao seu caraacuteter de avaliaccedilatildeo de potencial capacidade
e objetivos de longo prazo como instituiccedilatildeo provedora de ensino superior O Art 16
apresenta ainda um roteiro de subsiacutedio na elaboraccedilatildeo do PDI com as exigecircncias que
o MEC determina
Neste contexto eacute possiacutevel identificar uma importante instituiccedilatildeo de ensino
superior do estado do Rio de Janeiro o Centro Federal de Educaccedilatildeo Tecnoloacutegica
Celso Suckow da Fonseca (CEFETRJ) Uma instituiccedilatildeo com grande tradiccedilatildeo que ao
longo dos anos se diversificou alterou o escopo de ensino para ofertar de cursos de
cursos de graduaccedilatildeo e poacutes-graduaccedilatildeo direcionados para tecnologia e inovaccedilatildeo Eacute
necessaacuterio conhecer aacutes origens histoacutericos e fatores que influenciaram a consolidaccedilatildeo
do CEFETRJ para entender seu papel no cenaacuterio atual
78
413 - O PDI do CefetRJ
O Estatuto do CEFETRJ foi aprovado em 2005 pelo ministro da educaccedilatildeo
Fernando Haddad e instaurou a portaria nordm 3796 No capiacutetulo III sobre a Estrutura
Organizacional na Subseccedilatildeo VIII do Estatuto do CEFETRJ eacute estabelecida a criaccedilatildeo
da Diretoria de Gestatildeo Estrateacutegica (DIGES)oacutergatildeo responsaacutevel por conduzir o
processo de elaboraccedilatildeo validaccedilatildeo e publicaccedilatildeo dos DPI a cada quatro anos bem
como acompanhar a execuccedilatildeo dos planos e projetos definidos e ser o principal
fornecedor de informaccedilotildees sobre o desempenho da instituiccedilatildeo perante sociedade
ministeacuterio da educaccedilatildeo Uniatildeo e demais oacutergatildeos puacuteblicos a que a IES estaacute submetida
A construccedilatildeo do PDI eacute feita de maneira colaborativa e participativa por todos
os departamentos e secretarias que integram a instituiccedilatildeo Os entendimentos entre
todas as partes e consensos provisoacuterios devem ser estabelecidos para definir
objetivos comuns a todos que deveratildeo ser registrado e amplamente divulgado e
cascateado a todos os niacuteveis da instituiccedilatildeo Com isso o PDI deve ser apresentado
pela DIGES em um prazo de 150 a 60 dias agrave Comissatildeo para validar o produto final
conforme estabelecido no documento O processo deve ser concluiacutedo dentro do ano
anterior ao periacuteodo de vigecircncia do PDI em elaboraccedilatildeo
414 - Filosofia Missatildeo e Objetivos Institucionais
Os princiacutepios norteadores da filosofia satildeo expressos atraveacutes de seu Projeto
Pedagoacutegico integrando
A defesa das condiccedilotildees garantidoras de qualidade social para a educaccedilatildeo
puacuteblica viabilizada pela Rede Federal de Educaccedilatildeo Profissional Cientiacutefica e
Tecnoloacutegica em sua diversidade institucional reafirmaccedilatildeo da identidade institucional
vinculada agrave formaccedilatildeo de profissionais de diferentes niacuteveis no projeto de transformaccedilatildeo
de Centro Federal de Educaccedilatildeo Tecnoloacutegica em Universidade Tecnoloacutegica Federal
adoccedilatildeo de projetos de verticalizaccedilatildeo e integraccedilatildeo das atividades de ensino pesquisa
e extensatildeo da educaccedilatildeo baacutesica agrave poacutes-graduaccedilatildeo como caracteriacutestica metodoloacutegica
de formaccedilatildeo na aacuterea tecnoloacutegica middot consolidaccedilatildeo de poliacuteticas de ensino pesquisa e
extensatildeo que compromissadas com o desenvolvimento nacional e regional a
disseminaccedilatildeo e produccedilatildeo de conhecimento a formaccedilatildeo de pessoas e a
responsabilidade social e eacutetica continuem a legitimar a atuaccedilatildeo institucional junto agrave
79
sociedade preservaccedilatildeo e sustentaccedilatildeo da autonomia institucional definida em lei
aperfeiccediloamento permanente dos processos de gestatildeo democraacutetica e
descentralizaccedilatildeo gerencial nas instacircncias acadecircmicas e administrativas mediante
adoccedilatildeo de estruturas colegiadas mecanismos de participaccedilatildeo de todos os segmentos
da comunidade interna socializaccedilatildeo de informaccedilotildees e transparecircncia na utilizaccedilatildeo de
recursos middot observacircncia de aspectos inerentes ao caraacuteter puacuteblico e de identidade
formadora da Instituiccedilatildeo valorizaccedilatildeo do ser humano e do trabalho respeito agrave
pluralidade e divergecircncias de ideacuteias sem discriminaccedilatildeo de qualquer natureza adesatildeo
agrave tecnologia a serviccedilo da promoccedilatildeo humana compromisso social diaacutelogo constante
e parcerias com instituiccedilotildeesentidades representativas da sociedade
responsabilidade funcional e eacutetica (PDI 2010)
No que se refere a sua missatildeo institucional levando-se em consideraccedilatildeo agrave RS
assumida perante a sociedade cabe ao CEFETRJ
Promover a educaccedilatildeo mediante atividades de ensino pesquisa e extensatildeo que
propiciem de modo reflexivo e criacutetico na interaccedilatildeo com a sociedade a formaccedilatildeo
integral (humaniacutestica cientiacutefica e tecnoloacutegica eacutetica poliacutetica e social) de profissionais
capazes de contribuir para o desenvolvimento cultural tecnoloacutegico e econocircmico dessa
mesma sociedade (PDI 2010)
Neste sentido seus principais objetivos satildeo
ministrar educaccedilatildeo profissional teacutecnica de niacutevel meacutedio de forma
articulada com o ensino meacutedio destinada a proporcionar habilitaccedilatildeo
profissional para diferentes setores da economia
ministrar ensino superior de graduaccedilatildeo e de poacutes-graduaccedilatildeo lato sensu
e stricto sensu visando agrave formaccedilatildeo de profissionais e especialistas na
aacuterea tecnoloacutegica
ministrar cursos de licenciatura bem como programas especiais de
formaccedilatildeo pedagoacutegica nas aacutereas cientiacutefica e tecnoloacutegica
ofertar educaccedilatildeo continuada por diferentes mecanismos visando agrave
atualizaccedilatildeo ao aperfeiccediloamento e agrave especializaccedilatildeo de profissionais na
aacuterea tecnoloacutegica
realizar pesquisa estimulando o desenvolvimento de soluccedilotildees
tecnoloacutegicas de forma criativa e estendendo seus benefiacutecios agrave
comunidade
80
promover a extensatildeo mediante integraccedilatildeo com a comunidade
contribuindo para o seu desenvolvimento e melhoria da qualidade de
vida desenvolvendo accedilotildees interativas que concorram para a
transferecircncia e o aprimoramento dos benefiacutecios e conquistas auferidos
na atividade acadecircmica e na pesquisa aplicada
estimular a produccedilatildeo cultural o empreendedorismo o desenvolvimento
cientiacutefico e tecnoloacutegico o pensamento reflexivo com responsabilidade
social (PDI 2010)
As Instituiccedilotildees de Ensino Superior (IES) e Meacutedio Teacutecnico satildeo autarquias
vinculadas ao Ministeacuterio da Educaccedilatildeo (MEC) que tem como atividade fim prover
educaccedilatildeo de qualidade e desenvolver a sociedade como um todo sempre em
consonacircncia com poliacuteticas leis e decretos vigentes As IES devem a cada quatro anos
apresentar o seu Planejamento Institucional (PDI) que eacute anaacutelogo ao Planejamento
Estrateacutegico empresarial e documento obrigatoacuterio exigido pelo MEC
Em suma o CEFETRJ eacute uma Instituiccedilatildeo que atua nos diferentes niacuteveis da
educaccedilatildeo e tem por objetivo a formaccedilatildeo de profissionais capazes de atuar intervir e
aplicar conhecimentos teacutecnicos e cientiacuteficos sem desconsiderar a dinacircmica
econocircmica e social bem como o desenvolvimento das regiotildees onde suas unidades
estatildeo inseridas
42 Sobre o potencial de captaccedilatildeo de aguas de residuais
Para avaliar o potencial de captaccedilatildeo de aguas de residuais que satildeo produzidas
pelas unidades evaporadoras de ar condicionado foi realizado ensaios em aparelhos
com capacidades variadas utilizando uma proveta graduada para coleta com
mangueira interligada a saiacuteda do dreno da unidade evaporadora de forma a
quantificar a produccedilatildeo a cada hora para obtenccedilatildeo da media de produccedilatildeo admitindo
um padratildeo modular de 12000 BTUsh conforme figuras x
Figura 14 - ensaio equipamento 24000 BTUs
81
Fonte Autor deste trabalho 2017
Quadro 5 - Ensaio de captaccedilatildeo em ambiente da biblioteca
Equipamento Split 24000 BTUs -Elgin
Hora Temperatura
( Graus Celsius-Cdeg) Volume de Aacutegua de Condensaccedilatildeo (mlh)
1230h 27 0
1330hr 23 500
1430hr 21 650
1530hr 21 630
1630hr 21 590
1730hr 21 610
1830hr 21 585
MEacuteDIA 50929
Fonte autor deste trabalho 2017
82
Quadro 6 -Ensaio de captaccedilatildeo em ambiente da sala de professores
Equipamento Split 12000 BTUs -Komeco
Hora Temperatura( Graus
Celsius-Cdeg) Volume de Aacutegua de Condensaccedilatildeo (mlh)
800h 30 0
900h 27 190
1000hr 23 250
1100hr 21 340
1200hr 21 290
1300hr 21 310
1400hr 21 285
MEacuteDIA 23786
Fonte autor deste trabalho 2017
Diferentemente do que foi encontrado na literatura obteve- se uma
media de 24905 mlhora para cada 12000 BTUs hora (British termal Units-
Unidade Teacutermica Britacircnica) variaccedilatildeo explicada pelas condiccedilotildees
psicomeacutetricas ou seja o processo de condensaccedilatildeo estaacute diretamente
relacionado a as condiccedilotildees climaacuteticas externas quanto maior a umidade
maior seraacute a quantidade de aacutegua gerada pelo processo De acordo com Mota
et al(2011) em meacutedia um ar com 12000 BTUs apresentou produccedilatildeo de
300mlhora valor proacuteximo ao encontrado por Fortes et al (2015) meacutedia de
309mlhora para unidade de mesma capacidade
Quadro 7 - Somatoacuterio das capacidades dos equipamentos instalados por pavimento
PAV CAPTOTAL EM BTUh
FUNCIONAMENTO
(hrdia)
VOLCONDENSACcedilAtildeO
(lhr)
VOLCONDENSACcedilAtildeO
(ldia)
T 18000 12 037 448
1ordm 650000 10 1349 13490
2ordm 676000 8 1403 11224
3ordm 806000 14 1673 23419
4ordm 786000 12 1631 19575
5ordm 676000 12 1403 16836
SOMA 3612000
84992 litros dia
Fonte Setor de manutenccedilatildeo
83
Tendo em vista a diversidade de utilizaccedilatildeo do Preacutedio Bloco E
(Bibliotecas Coordenaccedilotildees Salas de aula e Ambientes administrativos) foram
atribuiacutedos tempos de uso compatiacuteveis com o funcionamento de cada
ambiente
O reuso das aguas de condensaccedilatildeo que seriam desperdiccediladas
apresentam potencial de reuso com custo relativamente baixo cabendo
somente a interligaccedilatildeo dos drenos a rede de captaccedilatildeo de aguas pluviais
conforme pode ser observado na figura 15 e reservatoacuterio para que esta seja
usada para fins natildeo potaacuteveis
Figura 15 - Interligaccedilatildeo de tubulaccedilatildeo de drenagem de condensadores a rede AP
84
Aacuterea de Coleta de agua de chuva
Para estimar o volume do reservatoacuterio foi necessaacuterio o calculo da aacuterea que seraacute
utilizada para captaccedilatildeo das aguas pluviais que foi considerada a aacuterea de cobertura do
bloco E figura 16 que e composta de telhas trapezoidais em accedilo galvanizado
Figura 16 -Planta de cobertura do Bloco E
De acordo com a NBR 15527 a aacuterea de captaccedilatildeo para dimensionamentos eacute a
aacuterea em metros projetada na horizontal da superfiacutecie impermeaacutevel da cobertura onde
a aacutegua da chuva eacute captada (ABNT 2007)
Quadro 8 - Quadro da aacuterea de cobertura do Bloco E
PREacuteDIO AacuteREA ( msup2 )
BLOCO E 134670
TOTAL 134670
Fonte Autor do presente trabalho
Segundo Tomaz (2015) haacute uma variaccedilatildeo entre o volume de aacutegua precipitado e
o volume que seraacute coletado O coeficiente de Runoff ou coeficiente de escoamento
superficial eacute a relaccedilatildeo entre o volume de aacutegua de chuva que escoa superficialmente
e o volume total de aacutegua precipitada no telhado que iraacute variar de acordo com a
superfiacutecie conforme quadro 9
85
Quadro 9 - Iacutendice do coeficiente de Runoff
Tipo de telha Coeficiente de Runoff
Ceracircmica 08 a 09
Ceracircmica esmaltada 09 a 095
Corrugada metaacutelica 08 a 09
Cimento amianto 08 a 09
Plaacutestico 09 a 095 Fonte TOMAZ (2015)
Precipitaccedilatildeo Pluviomeacutetrica
Os dados pluviomeacutetricos utilizados neste trabalho foram fornecidos pelo
Sistema Alerta Rio que foram coletados da Estaccedilatildeo Meteoroloacutegica Tijuca A estaccedilatildeo
estaacute localizada no bairro tijuca em latitude 22ordm57 185S longitude 43ordm14 538W A
escolha desta estaccedilatildeo meteoroloacutegica se deu pela proximidade do CEFET-RJ e por
possuir grande volume de informaccedilatildeo armazenado pelo Sistema Alerta Rio Os dados
fornecidos incluem informaccedilotildees sobre precipitaccedilotildees no periacuteodo de 01012007 a
31122015 Conforme pode ser observado na tabela x
Tabela 3- Tabela de Precipitaccedilatildeo Pluviomeacutetrica
REGIME DE CHUVA
Tabela de Precipitaccedilatildeo Pluviomeacutetrica_ Jan 2007Dezembro 2015 (ml)
2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 MEacuteDIA
JAN 127 1856 2724 2202 1036 180 3538 288 788 19378
FEV 1176 1248 1222 624 874 144 834 304 848 9093
MAR 142 2466 944 3386 1496 91 358 986 1368 19098
ABR 1182 2186 2372 4962 3174 1008 85 177 1184 23360
MAI 202 736 552 898 1714 996 1692 458 40 11833
JUN 67 62 732 712 398 1478 426 106 1312 9260
JUL 166 448 1098 127 466 466 1718 1006 134 10333
AGO 178 1458 582 328 362 206 222 484 104 4905
86
Fonte Sistema Alerta Rio
Potencial de aproveitamento de aacuteguas pluviais
Para a determinaccedilatildeo do volume que pode ser aproveitado foi utilizado a aacuterea
de cobertura do preacutedio estudado a meacutedia das precipitaccedilotildees mensais do periacuteodo de
janeiro de 2007 a dezembro de 2015 bem como o coeficiente de runoff de 090 em
funccedilatildeo do material existente na cobertura utilizou-se a metodologia aplicada por Ghisi
et al (2017) e Lina et al (2011) desta forma foi calculado atraveacutes da equaccedilatildeo abaixo
e demonstrado no quadro 10
V= PAC1000
Onde V= volume mensal de chuva em m3
A=aacuterea total de captaccedilatildeo em m3
C= coeficiente de runoff
1000= fator de conversatildeo para m3
SET 394 1118 1322 582 572 1246 75 474 130 9698
OUT 2076 92 2256 1756 1382 744 888 542 32 13605
NOV 2202 2048 1292 1082 33 1198 1384 822 1974 15415
DEZ 2506 1284 4622 2876 1726 282 221 404 804 20893
15476 16388 19718 20678 1353 10478 18092 8598 10536
87
Quadro 10 - Captaccedilatildeo de aacutegua
POTENCIAL DE CAPTACcedilAtildeO DE AacuteGUA DE CHUVA
BLOCO E
MEcircS PRECIPITACcedilAtildeO MEacuteDIA
MENSAL AacuteREA COBERTURA
COEFICIENTE DE RUNOFF
VOLUME APROVEITAacuteVEL (m sup3)
JAN 19378 13467 09 23486
FEV 90925 13467 09 1102
MAR 19098 13467 09 23147
ABR 2336 13467 09 28313
MAI 118325 13467 09 14341
JUN 926 13467 09 11223
JUL 103325 13467 09 12523
AGO 4905 13467 09 5945
SET 96975 13467 09 11754
OUT 13605 13467 09 1649
NOV 15415 13467 09 18683
DEZ 208925 13467 09 25322 TOTAL ANUAL 202248
Fonte O autor do presente trabalho
Foram utilizadas as meacutedias de precipitaccedilotildees mensais do periacuteodo de 2007 a
2015 e observa-se que o mecircs de agosto com menor iacutendice de precipitaccedilatildeo
pluviomeacutetrica para a seacuterie histoacuterica
Atraveacutes de visitas in loco foram verificados todos os banheiros existentes no
preacutedio estudado verificando vazamentos tipos de torneira vasos sanitaacuterios e
mictoacuterios e foram identificadas torneiras temporizadas nos lavatoacuterios e mictoacuterios que
apresentavam tempo excessivo para fechamento as mesmas foram reguladas pela
equipe de manutenccedilatildeo e instalados redutores de vazatildeo Verificaram-se tambeacutem as
atividades realizadas no preacutedio que utilizam aacutegua que poderiam ser substituiacutedas por
agua natildeo potaacutevel
88
Definiccedilatildeo da populaccedilatildeo do preacutedio estudado
Para definiccedilatildeo da demanda do preacutedio estudado se fez necessaacuterio determinar a
populaccedilatildeo que utiliza o bloco E objeto do estudo de caso quantificando a meacutedia diaacuteria
de docentes teacutecnicos administrativos discente e tercerizados conforme quadro 11
Quadro 11 - Populaccedilao
POPULACcedilAtildeO BLOCO E
POPULACcedilAtildeO DIAS DA SEMANA
TOTAL SEG TERCcedilA QUARTA QUINTA SEXTA
Professores 75 75 75 75 75 375
Teacutecnicos Administrativo 135 135 135 135 135 675
Alunos 1150 1150 1150 1150 1150 5750
Visitantes da Biblioteca 80 80 80 80 80 400
Terceirizados 10 10 10 10 10 50
TOTAL 1450 1450 1450 1450 1450
Fonte O autor do presente trabalho
Com a determinaccedilatildeo da meacutedia de utilizaccedilatildeo da populaccedilatildeo foi verificado na
literatura as demanda encontradas por diversos autores
Segundo Gonccedilalves (2002 ) apud Silva (2004) edifiacutecios puacuteblicos e escolas tipo
externato possuem demanda diaacuteria na ordem de 50lpessoa dia
Kamers (2004) em seu estudo de 10 edifiacutecios puacuteblicos na cidade de
Florianoacutepolis encontrou demanda de 367 lpessoa dia
Marinoski (2008) obteve demanda de 155 lpessoa dia para fins natildeo potaacuteveis
em uma instituiccedilatildeo de niacutevel superior na cidade de Florianopolis-SC
Salla et al(2013)encontrou demanda de 20 a 30 laluno dia em um bloco de
salas de aula da UFU
Em funccedilatildeo das variaccedilotildees apresentadas na literatura e pelo preacutedio objeto do
estudo natildeo apresentar micromediccedilatildeo ou seja a entrada da concessionaacuteria CEDAE
atende diversas edificaccedilotildees na instituiccedilatildeo adotou-se questionaacuterio de forma a
quantificar a demanda dos equipamentos sanitaacuterios possiacuteveis de acordo com a
legislaccedilatildeo de utilizaccedilatildeo de aguas pluviais
43 Anaacutelise dos Resultados das entrevistas realizadas
As entrevistas foram realizadas por meio de questionaacuterios aplicados aos
Teacutecnicos Administrativos professores alunos e equipe responsaacutevel pela limpeza do
89
CEFET-RJ questionaacuterios que se encontram no apecircndice A B e C com a finalidade de
descobrir a frequecircncia de uso de cada aparelho de forma a quantificar o consumo de
agua potaacutevel nos equipamentos
Para obtenccedilatildeo de um levantamento com maior precisatildeo seria necessaacuterio a
resposta ao questionaacuterio por toda a populaccedilatildeo que utiliza os preacutedios estudados foi
verificada a dificuldade em funccedilatildeo de horaacuterios e dias da semana diferentes bem
como Em funccedilatildeo destes fatos decidiu-se por uma pesquisa por amostragem Com
utilizaccedilatildeo da foacutermula de caacutelculo amostral Chegou-se a uma amostra de 304 Foram
distribuiacutedos 400 questionaacuterios dos quais retornaram 320 o que gerou os graacuteficos
abaixo para determinaccedilatildeo do numero de vezes e tempo de uso dos equipamentos
sanitaacuterios
Caacutelculo de utilizaccedilatildeo da bacia sanitaacuteria
Foi considerado a utilizaccedilatildeo por cinco dias semanais no caso adotado 20 dias
uteis e utilizada a vazatildeo de 170 litros segundo no caso das bacias sanitaacuterias e 015
litrossegundo para mictoacuterios segundo a NBR 56261998
C meacutedio =
sum 119891119894lowast119905119894lowast119876119899119894
119899
Onde
C Meacutedio = consumo meacutedio
Fi = nuacutemero de vezes de utilizaccedilatildeo
Ti = tempo em segundos por acionamento
Q = vazatildeo de acordo com a norma
90
Graacutefico 1- Frequecircncia de uso diaacuterio da bacia sanitaacuteria
Fonte Elaborado pelo Autor deste Trabalho 2017
Populaccedilatildeo diaacuteria 1450
Nuacutemero de acionamentos descarga bacia sanitaacuteria
1 vez 16 1450 usuaacuterios 1 vez = 232 vezes
2 vezes 16 1450 usuaacuterios 2 vezes = 464 vezes
3 vezes 30 1450 usuaacuterios 3 vezes = 1305 vezes
4 vezes 14 1450 usuaacuterios 4 vezes = 802 vezes
5 vezes 5 1450 usuaacuterios 5 vezes = 362 vezes
6 vezes 4 1450 usuaacuterios 6 vezes = 348 vezes
7 vezes 5 1450 usuaacuterios 7 vezes = 507 vezes
Total de acionamentos 4031
91
Graacutefico 2 - Tempo em segundos da descarga da bacia
Fonte Elaborado pelo Autor deste Trabalho 2017
Consumo de bacia sanitaacuteriadia
1 seg 5 4031 1 17 = 342
2 seg 12 4031 2 17 = 822
3 seg 13 4031 3 17 = 890
4 seg 12 4301 4 17 = 822
5 seg 22 4031 5 17 = 150
6 seg 11 4031 6 17 = 753
7 seg 4 4031 7 17 = 274
8 seg 8 4031 8 17 = 548
9 seg 5 4031 9 17 = 342
10 seg 3 4031 10 17 = 205
Logo o consumo meacutedio das bacias sanitaacuterias foi de 6510dia e foi considerado 20
dias de utilizaccedilatildeo perfazendo um total de 130200Lmecircs ou 1302m3
92
Graacutefico 3 - Frequecircncia de uso diaacuterio do mictoacuterio
Fonte Elaborado pelo Autor deste Trabalho 2017
Nuacutemero de acionamentos de descarga mictoacuterio
1 vez 14 870 usuaacuterios 1 vez = 121
2 vezes 10 870 usuaacuterios 2 vezes = 174
3 vezes 21 870 usuaacuterios 3 vezes = 548
4 vezes 26 870 usuaacuterios 4 vezes = 904
5 vezes 12 870 usuaacuterios 5 vezes = 522
6 vezes 2 870 usuaacuterios 6 vezes = 174
7 vezes 2 870 usuaacuterios 7 vezes = 121
8 vezes 3 870 usuaacuterios 8 vezes = 208
Total de acionamentos 2772
93
Graacutefico 4 - Tempo em segundos da descarga do mictoacuterio
Fonte Elaborado pelo Autor deste Trabalho 2017
Consumo de mictoacuteriodia
1 seg 5 2772 1 015 = 20
2 seg 12 2772 2 015 = 99
3 seg 13 2772 3 015 = 162
4 seg 12 2772 4 015 = 99
5 seg 22 2772 5 015 = 457
6 seg 11 2772 6 015 = 274
7 seg 4 2772 7 015 = 116
8 seg 8 2772 8 015 = 260
9 seg 9 2772 9 015 = 187
10 seg 3 2772 10 015 = 124
Logo o consumo meacutedio de mictoacuteriodia foi de 1804dia e foi considerado 20
dias de utilizaccedilatildeo perfazendo um total de 36080mecircs ou 3608m3
Estimativa do Consumo de Aacutegua em Atividades de Limpeza e jardinagem
As informaccedilotildees foram prestadas pelos responsaacuteveis pela limpeza interna e
externa atraveacutes dos questionaacuterios aplicados
Consumo Atividade de limpeza=Somatoacuterio atividades limpeza paacutetios e rega
de jardim
Consumo de atividades de limpeza = 1104 m3 mensal
94
Consumo per capta de uso natildeo potaacutevel 86821450 = 598 litrosdia
Dimensionamento do reservatoacuterio de aguas pluviais
Segundo a Norma Brasileira NBR 155272007 satildeo apresentados 6 meacutetodos
de dimensionamento de reservatoacuterios cabendo ao projetista a escolha do meacutetodo
Para o presente projeto foi adotado o meacutetodo pratico alematildeo onde o volume do
reservatoacuterio seraacute o menor valor entre 6 do volume de captaccedilatildeo de agua pluvial anual
e 6 da demanda anual de agua natildeo potaacutevel
Vx006
V adotado = miacutenimo Dx006
Onde
V adotado= volume do reservatoacuterio
V= volume aproveitaacutevel anual de agua de chuva
D= demanda anual de agua natildeo potaacutevel
Demanda anual por agua natildeo potaacutevel
Limpeza 1104 m3mecircs x 12= 13248 m3
Vaso sanitaacuterio 1302 m3mecircs x 12 = 156240m3
Mictoacuterio 3608m3mesx12 = 43296 m3
Total 17732 m3mecircs 12= 212784 m3
Volume aproveitaacutevel de aguas pluviais = 202248 m3
V adotado= V x006 = (202248x006) = 12134m3
V adotado= D x006= (212784x006) = 12767m3
Tendo em vista os resultados apresentados adotou-se um reservatoacuterio inferior
com capacidade de 120000 litros em concreto armado conforme projeto no apecircndice
D tendo como base a Planta Baixa apresentado na figura 17 E de acordo com a
demanda diaacuteria foi definido reservatoacuterio superior em polietileno com capacidade de
5000 litros
95
Figura 17 - Planta baixa
FonteO autor do presente trabalho
Quadro 12 - Planilha orccedilamentaacuteria
Fonte Adaptada pelo autor do presente trabalho do Sistema Orccedila fascio
96
Item Coacutedigo Banco Descriccedilatildeo Tipo Und Quant Valor
Unit
Valor Unit
com BDI
Total
1 Movimento de Terra 190190
11 72917 SINAPI
ESCAVACAO MECANICA DE VALA EM MATERIAL 2A
CATEGORIA DE 201 ATE 400 M DE PROFUNDIDADE COM
UTILIZACAO DE ESCAVADEIRA HIDRAULICA
MOVT - MOVIMENTO
DE TERRAmsup3 13000 1198 1463 190190
2 Remoccedilotildees 862616
21 72897 SINAPICARGA MANUAL DE ENTULHO EM CAMINHAO
BASCULANTE 6 M3
MOVT - MOVIMENTO
DE TERRAmsup3 23800 2346 2864 681632
22 72900 SINAPI
TRANSPORTE DE ENTULHO COM CAMINHAO
BASCULANTE 6 M3 RODOVIA PAVIMENTADA DMT 05 A
10 KM
MOVT - MOVIMENTO
DE TERRAmsup3 16800 535 653 109704
23 93377 SINAPI
REATERRO MECANIZADO DE VALA COM
RETROESCAVADEIRA (CAPACIDADE DA CACcedilAMBA DA
RETRO 026 Msup3 POTEcircNCIA 88 HP) LARGURA DE 08 A
15 M PROFUNDIDADE DE 15 A 30 M COM SOLO (SEM
SUBSTITUICcedilAtildeO) DE 1ordf CATEGORIA EM LOCAIS COM ALTO
NIacuteVEL DE INTERFEREcircNCIA AF_042016
MOVT - MOVIMENTO
DE TERRAmsup3 7200 811 990 71280
3 Estrutura 6177729
31 95241 SINAPI
LASTRO DE CONCRETO E = 5 CM PREPARO
MECAcircNICO INCLUSOS LANCcedilAMENTO E ADENSAMENTO
AF_07_2016
FUES - FUNDACcedilOtildeES
E ESTRUTURASmsup2 5000 2404 2935 146750
32 5970 SINAPIFORMA TABUA PARA CONCRETO EM FUNDACAO C
REAPROVEITAMENTO 2X
FUES - FUNDACcedilOtildeES
E ESTRUTURASmsup2 22000 6684 8161 1795420
33 94052 SINAPI
ESCORAMENTO DE VALA TIPO DESCONTIacuteNUO COM
PROFUNDIDADE DE 15 A 30 M LARGURA MAIOR OU
IGUAL A 15 M E MENOR QUE 25 M EM LOCAL COM NIacuteVEL
ALTO DE INTERFEREcircNCIA AF_062016
ESCO -
ESCORAMENTOmsup2 7000 3602 4398 307860
34 83515 SINAPI
ESCORAMENTO FORMAS DE H=330 A 350 M COM
MADEIRA 3A QUALIDADE NAO APARELHADA
APROVEITAMENTO TABUAS 3X E PRUMOS 4X
ESCO -
ESCORAMENTOmsup3 12000 1500 1832 219840
35 90861 SINAPI
CONCRETAGEM DE EDIFICACcedilOtildeES (PAREDES E LAJES)
FEITAS COM SISTEMA DE FOcircRMAS MANUSEAacuteVEIS COM
CONCRETO USINADO BOMBEAacuteVEL FCK 20 MPA
LANCcedilADO COM BOMBA LANCcedilA - LANCcedilAMENTO
ADENSAMENTO E ACABAMENTO AF_062015
FUES - FUNDACcedilOtildeES
E ESTRUTURASmsup3 3050 40775 49786 1518473
36 92921 SINAPI
ARMACcedilAtildeO DE ESTRUTURAS DE CONCRETO ARMADO
EXCETO VIGAS PILARES LAJES E FUNDACcedilOtildeES
PROFUNDAS (DE EDIFIacuteCIOS DE MUacuteLTIPLOS
PAVIMENTOS EDIFICACcedilAtildeO TEacuteRREA OU SOBRADO)
UTILIZANDO ACcedilO CA-50 DE 125 MM - MONTAGEM
AF_122015
FUES - FUNDACcedilOtildeES
E ESTRUTURASKG 15300 779 951 145503
37 92919 SINAPI
ARMACcedilAtildeO DE ESTRUTURAS DE CONCRETO ARMADO
EXCETO VIGAS PILARES LAJES E FUNDACcedilOtildeES
PROFUNDAS (DE EDIFIacuteCIOS DE MUacuteLTIPLOS
PAVIMENTOS EDIFICACcedilAtildeO TEacuteRREA OU SOBRADO)
UTILIZANDO ACcedilO CA-50 DE 100 MM - MONTAGEM
AF_122015
FUES - FUNDACcedilOtildeES
E ESTRUTURASKG 2800 976 1192 33376
38 92917 SINAPI
ARMACcedilAtildeO DE ESTRUTURAS DE CONCRETO ARMADO
EXCETO VIGAS PILARES LAJES E FUNDACcedilOtildeES
PROFUNDAS (DE EDIFIacuteCIOS DE MUacuteLTIPLOS
PAVIMENTOS EDIFICACcedilAtildeO TEacuteRREA OU SOBRADO)
UTILIZANDO ACcedilO CA-50 DE 80 MM - MONTAGEM
AF_122015
FUES - FUNDACcedilOtildeES
E ESTRUTURASKG 68700 1217 1486 1020882
39 92916 SINAPI
ARMACcedilAtildeO DE ESTRUTURAS DE CONCRETO ARMADO
UTILIZANDO ACcedilO CA-50 DE 63 MM - MONTAGEM
AF_122015
FUES - FUNDACcedilOtildeES
E ESTRUTURASKG 60900 1331 1625 989625
Descriccedilatildeo do Orccedilamento Bancos Utilizados BDI Encargos Sociais
CONSTRUCcedilAtildeO DE CISTERNA SINAPI - 072017 - RJ
ORSE - 062017 - SE
SEDOP - 042017 - PA
SEINFRA - 024 - CE
SICRO2 - 112016 - RJ
SETOP - 072017 - MG
IOPES - 052017 - ES
SIURB - 012017 - SP
SUDECAP - 032017 - MG
FDE - 042017 - SP
CPOS - 072017 - SP
AGETOP CIVIL - 102016 -
GO
CAEMA - 052016 - MA
2210 00 - Natildeo Desonerada
Total Geral R$ 7230535
Planilha Orccedilamentaacuteria Sinteacutetica
Total sem
BDI
R$ 5921991
Total do BDI R$ 1308544
97
Quadro 13 - Anaacutelise de simulaccedilatildeo do reservatoacuterio
Fonte O autor do presente trabalho
ANAacuteLISE DE SIMULACcedilAtildeO DO RESERVATOacuteRIO
Coeficiente de runoff (CR) = 09
Volume do reservatoacuterio (msup3) = 120
Meses Chuva meacutedia mensal
Demanda mensal
Aacuterea de captaccedilatildeo
Volume de chuva
mensal
Volume do reservatoacuterio
fixado
Volume do reservatoacuterio
no tempo (t-1)
Volume do reservatoacuterio no tempo (t)
Overflow Suprimento de aacutegua externo
(mm) (msup3) (msup2) (msup3) (msup3) (msup3) (msup3) (msup3) (msup3)
Coluna 1 Coluna 2 Coluna 3 Coluna 4 Coluna 5 Coluna 6 Coluna 7 Coluna 8 Coluna 9 Coluna 10
Janeiro 19378 17732 13467 235 120 0 120 0 0
Fevereiro 9093 17732 13467 110 120 120 5268 0 0
Marccedilo 19098 17732 13467 231 120 5268 10636 0 0
Abril 2336 17732 13467 283 120 10636 120 9204 0
Maio 11833 17732 13467 143 120 120 8568 0 0
Junho 926 17732 13467 112 120 8568 2036 0 0
Julho 10332 17732 13467 125 120 2036 -3196 0 3196
Agosto 4905 17732 13467 59 120 0 -11832 0 11832
Setembro 9698 17732 13467 118 120 0 -5932 0 5932
Outubro 13605 17732 13467 165 120 0 -1232 0 1232
Novembro 15415 17732 13467 187 120 0 968 0 0
Dezembro 20893 17732 13467 253 120 968 8536 0 0
Total 16687 212784 2021 9204 22192
98
A demanda por agua natildeo potavel foi considerada identica para todos os meses
tendo em vista que nos meses de recesso natildeo haacute reduccedilatildeo na conta como pode ser
observado no apendice E pois satildeo realizadosdiversas atividades como lavagem de
reservatorios limpeza pesada e cursos de feacuterias
Quadro 14 - Descriccedilatildeo da planilha
Fonte O autor do presente trabalho 2017
Foi realizada analise de simulaccedilatildeo do reservatoacuterio com base na capacidade
encontrada atraveacutes do metodo praacutetico alematildeo 12000 m3 onde pode-se observar
overflow (transbordamento) de 9204 m3 para o mecircs de abril e necessidade de
suprimento de agua externo da concessionaria CEDAE para os meses julho a outubro
perfazendo um total 22192m3 Tendo em vista um uacutenico mecircs de transbordamento e
4 meses de necessidade de abastecimento externo verificou-se que o aumento do
reservatoacuterio para evitar o transbordamento poderia inviabilizar o projeto com o
aumento do custo de construccedilatildeo e o reservatorio ficaria ocioso tendo em vista a
precipitaccedilatildeo pluviometrica insuficiente para o atendimento pleno da demanda nos
meses de julho a outubro
A demanda por agua natildeo potavel foi considerada identica para todos os meses
tendo em vista que nos meses de recesso natildeo haacute reduccedilatildeo significativa no consumo
como pode ser observado no apecircndice E pois satildeo realizados lavagem de
reservatorios limpeza pesada e cursos de ferias
Coluna 1 = Meses
Coluna 2 = Intensidade pluviomeacutetrica mensal
Coluna 3 = Demanda mensal de aacutegua pluvial da edificaccedilatildeo
Coluna 4 = Aacuterea de captaccedilatildeo da edificaccedilatildeo
Coluna 5 = (Coluna 2) x (Coluna 4) x (Coeficiente de runoff) (100)
Coluna 6 = Corresponde ao volume definido para o reservatoacuterio
Coluna 7 = Se (Coluna 8 mecircs anterior) for menor que zero adotar zero
Se (Coluna 8 mecircs anterior) for maior ou igual a zero adotar o valor
Valor de janeiro igual a zero
Coluna 8 = Se (Coluna 5) + (Coluna 7) - (Colune 3) for maior que (Coluna 6) adotar o valor da (Coluna 6)
Se (Coluna 5) + (Coluna 7) - (Colune 3) for igual ou menor que (Coluna 6) adotar (Coluna 5) + (Coluna 7) - (Colune 3)
Valor de janeiro igual o volume do reservatoacuterio
Coluna 9 = Se (Coluna 5) + (Coluna 7) - (Coluna 3) for maior que (Coluna 6) adotar (Coluna 5) + (Coluna 7) - (Coluna3) - (Coluna 6)
Se (Coluna 5) + (Coluna 7) - (Coluna 3) for igual ou menor que (Coluna 6) adotar zero
Coluna 10 = Se (Coluna 7) + (Coluna 5) - (Coluna 3) for menor que zero adotar -((Coluna 7) + (Coluna 5) - (Coluna 3))
Se (Coluna 7) + (Coluna 5) - (Coluna 3) for igual ou maior que zero adotar zero
Descriccedilatildeo da planilha
99
Figura 18 - Localizaccedilatildeo do Reservatorio Inferior
A localizaccedilatildeo para construccedilatildeo do reservatoacuterio de aguas pluviais foi realizada
com base no menor nuacutemero de intervenccedilotildees uma vez que as caixas de inspeccedilotildees jaacute
se encontram instaladas e houve apenas a interceptaccedilatildeo para o reservatoacuterio e desvio
de interligaccedilatildeo a rede publica para recebimento do excedente e material dispensado
pelo filtro e ou sifatildeo ladratildeo
Figura 19 - Equipamentos necessaacuterios para instalaccedilatildeo em reservatoacuterio de aguas pluviais
Elaborado pelo autor deste trabalho com base equipamentos 3p tecnickacquasave
100
Equipamentos utilizados com suas funccedilotildees e caracteriacutesticas
Filtro FV 6 Filtro de aacutegua da chuva para aacutereas de captaccedilatildeo maiores Precisa
ser instalado dentro um poccedilo teacutecnico (Oslash 1200 mm) Graccedilas a seu sistema duplo de
limpeza (peneira grossa depois fina) ele possui uma significativa eficaacutecia em funccedilatildeo
da forte inclinaccedilatildeo do miolo filtrante a sujeira separada eacute continuamente encaminhada
para a galeria pluvial A saiacuteda para a galeria eacute conectada ao poccedilo teacutecnico
A sujeira cai no fundo do poccedilo e eacute carregada quando chove mais forte
Capacidade relativa de processamento conforme norma DIN 1986 de ateacute 2433 msup2
com uma precipitaccedilatildeo de 300 litros (seg x ha)Conexatildeo Entrada 2 x DN 250 Conexatildeo
p cisterna DN 200 Saiacuteda para a galeria DN 250 Desniacutevel da entrada para a saiacuteda da
aacutegua 320 mm Frequecircncia de manutenccedilatildeo conforme a incidecircncia de sujeira 2 a 4
vezes ao ano Trama da tela 0390 x 0980 mm Peacutes hastes roscadas com porcas de
accedilo inox medindo 250 mm Peso 395 kg
Conjunto mangueira boia 1rdquo por estar flutuando proporciona a captaccedilatildeo da
aacutegua no ponto do reservatoacuterio em que estaacute mais limpa evitando a captaccedilatildeo de
resiacuteduos decantados no fundo da cisterna ou em suspensatildeo na superfiacutecie da aacutegua
Possui uma segunda peneira em sua extremidade garantindo assim que nenhum
resiacuteduo existente possa ser sugado e enviado para o reservatoacuterio superior Diacircmetro
da boia 200 mm Comprimento 25 metros Conexatildeo 1 Peso 32 kg
Realimentador 1-12 - Industrial O realimentador tem por finalidade manter o
abastecimento de aacutegua do sistema pluvial quando natildeo houver aacutegua de chuva Uma
vaacutelvula solenoide unidirecional comandada por uma boia de niacutevel libera a entrada de
aacutegua da rede para que o sistema natildeo entre em colapso A boia de niacutevel deve ser
regulada de modo a liberar a entrada de aacutegua somente num niacutevel baixo da cisterna
natildeo interferindo no funcionamento regular do sistema de aacutegua de chuva ou seja sua
regulagem deve ser ajustada para funcionamento somente quando a caixa ou a
cisterna estiver em niacuteveis baixos quando a bomba que recalca a aacutegua de chuva natildeo
eacute mais acionada
Sifatildeo ladratildeo industrial 200 mm Sifatildeo com barreira contra odores e succcedilatildeo da
aacutegua na superfiacutecie sem invasatildeo de roedores que satildeo barrados pela chapa perfurada
de accedilo inox Para a qualidade constante da aacutegua eacute importante que a cisterna
transborde regularmente o sifatildeo ind DN 200 eacute conectado por um tubo plaacutestico de 200
101
mmconexatildeo 200 mmmaterial polietilenobarreira antirroedores accedilo inox dimensotildees
375 x 659 x 765 mm Peso 75 kg
Freio Drsquoaacutegua Industrial 200 mm O produto serve para frear e inverter o fluxo da
aacutegua que entra na cisterna Partiacuteculas finas de sujeira que ficaram retidas na aacutegua
lentamente descem para o fundo e uma camada de sedimentos se cria que exerce
uma influecircncia positiva sobre a aacutegua de chuva armazenada Cisternas com uma
camada de sedimentos apresentam uma aacutegua mais liacutempida
Clorador acquanova com funcionamento em circuito fechado com proteccedilatildeo
contra inundaccedilatildeo capacidade do corpo interno 320 pastilhas variando de 0640 kg
com vazatildeo de operaccedilatildeo lenta em rede de 05 a 3000 m3h
Conjunto de 02 bombas centrifugas monoestaacutegio BC 91- rotor fechado em
atendimento a altura manomeacutetrica total de 20 metros e vazatildeo de 53 m3h compatiacutevel
com o reservatoacuterio superior de 5000 litros
Tratamento quiacutemico mensal da agua pluvial
De acordo com orientaccedilatildeo da portaria do MS nordm 5182014 e a NBR 152227
recomenda que o cloro residual livre deva estar entre 05mgl e 30 mgl em qualquer
ponto do sistema de abastecimento neste estudo de caso foi previsto dosador de
cloro em pastilhas que apresenta consumo de 9 gramasm3 com estimativa de
consumo mensal de de 1742 gramasmecircs para a quantidade de agua a ser recalcada
de 8800 litros dia sendo os ajustes de vazatildeo a serem realizados atraveacutes da equipe
de manutenccedilatildeo de forma manual atraveacutes dos ajustes de registros que seratildeo
realizados em funccedilatildeo dos valores aferidos pelo kit de dosagem de cloro residual e
comparados a norma citada
Avaliaccedilatildeo do percentual de economia de agua potaacutevel nas atividades de
limpeza jardinagem bacias sanitaacuterias e mictoacuterios
Potencial de captaccedilatildeo de agua de chuva + potencial de produccedilatildeo de agua por
condensaccedilatildeo das unidades evaporadores- overflow= total de aguas utilizaveis em
usos menos nobres
202248m3 + 19200m3 - 9204 m3 = 212244 m3 total utilizavel
Demanda anual para uso natildeo potavel = 212784 m3
Percentual de economia de agua potavel = 9974
Os valores abaixo apresentam o custo por m3 do preccedilo cobrado pela
concessionaria CEDAE para o consumo de agua da rede publica
102
Custo de agua por faixa de consumo categoria publica
Consumo m3 valor
0 a 15 51036364
gt 15 11289924
Beneficio mensal com reduccedilatildeo de custo na conta de agua
A instituiccedilatildeo em estudo estaacute ligada agrave rede puacutebica de coleta de
esgoto portanto o custo de aacutegua tratada foi acrescido com o custo de
coleta de esgoto O custo de coleta de esgoto e idecircntico ao custo da agua
potaacutevel conforme pode ser observado no apecircndice F
total utilizavel ano12= 212234 m3 12 = 17686 m3
17686x 11289924 x 2= R$ 399347 mensal
Tabela 4 - Custos referentes agrave implantaccedilatildeo do sistema de aproveitamento de aacutegua pluviais
Equipamentos Quant Custo Vida Uacutetil
Reservatoacuterio Inferior 120000L Reservatoacuterio Superior 5000L Filtro Aquasave VF6 250mm Conjunto Flutuante de succcedilatildeo (Mangueira e boia) Realimentador 1 12rsquorsquo Sifatildeo ladratildeo 200mm Freio drsquoaacutegua 200mm Automaacuteticos superior e inferior Moto Bomba 1 cv Conexotildees pvc fios e disjuntores referente as instalaccedilotildees das bombas e prumadas de abastecimento (custo estimado 5) Clorador
01
01
Cj
02
02
Cj
01
R$ 7230535 R$ 179000 R$ 1414958 R$ 4800 R$ 198200 R$ 456324 R$ 99000
ge 50 anos 5 anos 10 anos 1 ano 2 anos 20 a 25 2 anos
Total R$ 9582817
Os custos de implantaccedilatildeo do sistema de aproveitamento de aacutegua pluvial para
posterior anaacutelise de viabilidade econocircmica Estes custos satildeo relativos aos gastos para
construccedilatildeo do reservatoacuterio inferior aquisiccedilatildeo de materiais equipamentos
Dentre os custos apresentados foi considerado somente matildeo de obra na
construccedilatildeo do reservatoacuterio inferior conforme pode ser observado na planilha
orccedilamentaria sinteacutetica na instalaccedilatildeo dos demais equipamentos e manutenccedilatildeo foi
103
considerada matildeo de obra da proacutepria da instituiccedilatildeo uma vez que a mesma conta com
equipe de manutenccedilatildeo hidraacuteulica e eleacutetrica bem como natildeo foi considerado custo de
energia eleacutetrica pois a altura de recalque e semelhante a da agua tratada
consequentemente natildeo implicando em acreacutescimos a conta de energia
Anaacutelise econocircmica
A anaacutelise econocircmica procura determinar as possibilidades de sucesso em
funccedilatildeo do tempo de retorno do investimento econocircmico e financeiro quanto maior o
payback maior o tempo necessaacuterio para que o investimento retorne e maiores os
riscos envolvidos
Tempo de retorno do investimento
Com base nos dados das estimativas de custos de implantaccedilatildeo foi possiacutevel
estimar o tempo de retorno do investimento inicial
Subtraindo a economia mensal acumulada resultante da implantaccedilatildeo do
sistema de aproveitamento de aacutegua da chuva dos custos de implantaccedilatildeo obteve-se
o balanccedilo financeiro mensal
De acordo com o balanccedilo financeiro em 24 meses corridos o total economizado
iraacute se equipara ao total investido utilizando do Payback Simples pode ser observado
para o Payback descontado um retorno em 28 meses considerando uma taxa mensal
de 1 que na atualidade eacute utilizada para remuneraccedilatildeo de fundos de renda fixa
104
Tabela 5 - Payback simples
Fonte Elaborado pelo Auto deste Trabalho 2017
Meses Investimento Fluxo de caixa Retorno Acumulado
0 9582817R$
1 399347R$ 41673 41673
2 399347R$ 41673 83346
3 399347R$ 41673 125020
4 399347R$ 41673 166693
5 399347R$ 41673 208366
6 399347R$ 41673 250039
7 399347R$ 41673 291713
8 399347R$ 41673 333386
9 399347R$ 41673 375059
10 399347R$ 41673 416732
11 399347R$ 41673 458406
12 399347R$ 41673 500079
13 399347R$ 41673 541752
14 399347R$ 41673 583425
15 399347R$ 41673 625099
16 399347R$ 41673 666772
17 399347R$ 41673 708445
18 399347R$ 41673 750118
19 399347R$ 41673 791791
20 399347R$ 41673 833465
21 399347R$ 41673 875138
22 399347R$ 41673 916811
23 399347R$ 41673 958484
24 399347R$ 41673 1000158
Payback Simples
105
Tabela 6 - Payback descontado
Fonte Elaborado pelo Auto deste Trabalho 2017
Tx Fundo Renda Fixa 1
Meses Investimento Fluxo de caixa VP VP VP ACUMULADO
0 9582817R$
1 399347R$ 395393R$ 41261 41261
2 399347R$ 391478R$ 40852 82113
3 399347R$ 387602R$ 40448 122560
4 399347R$ 383765R$ 40047 162608
5 399347R$ 379965R$ 39651 202258
6 399347R$ 376203R$ 39258 241516
7 399347R$ 372478R$ 38869 280386
8 399347R$ 368790R$ 38485 318870
9 399347R$ 365139R$ 38103 356974
10 399347R$ 361524R$ 37726 394700
11 399347R$ 357944R$ 37353 432053
12 399347R$ 354400R$ 36983 469036
13 399347R$ 350891R$ 36617 505652
14 399347R$ 347417R$ 36254 541906
15 399347R$ 343977R$ 35895 577802
16 399347R$ 340572R$ 35540 613341
17 399347R$ 337200R$ 35188 648529
18 399347R$ 333861R$ 34840 683369
19 399347R$ 330555R$ 34495 717864
20 399347R$ 327283R$ 34153 752017
21 399347R$ 324042R$ 33815 785832
22 399347R$ 320834R$ 33480 819312
23 399347R$ 317657R$ 33149 852460
24 399347R$ 314512R$ 32820 885281
25 399347R$ 311398R$ 32495 917776
26 399347R$ 308315R$ 32174 949950
27 399347R$ 305262R$ 31855 981805
28 399347R$ 302240R$ 31540 1013345
Payback Descontado
106
5 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
Na metodologia adotada conclui-se que a utilizaccedilatildeo de aguas pluviais para fins
natildeo potaacuteveis atraveacutes da captaccedilatildeo da cobertura do bloco E e de aguas residuais
provenientes de condensadores de aparelhos de ar condicionado gerou uma
economia mensal R$ 399347 mecircs (Trecircs mil novecentos e noventa e trecircs reais e
quarenta e sete centavos) de reduccedilatildeo na conta de aacutegua
Apoacutes a realizaccedilatildeo dos custos referentes a implantaccedilatildeo do sistema de
aproveitamento de aguas pluviais foi realizado o Payback Simples e descontado com
utilizaccedilatildeo da taxa de 1 am obtendo-se periacuteodo de retorno do investimento de 24
meses e 28 meses respectivamente periacuteodo relativamente curto e no desenvolvimento
do presente trabalho ficou comprovada a viabilidade teacutecnica e econocircmica
Foi verificado no desenvolvimento do presente projeto que as teacutecnicas para
aproveitamento de aguas pluviais podem ser associadas ao aproveitamento de aguas
cinzas e possiacuteveis de serem adotadas pela populaccedilatildeo de modo geral atraveacutes de
poliacuteticas puacuteblicas reduzindo-se os custos dos equipamentos necessaacuterios de forma a
incentivar o uso
A adoccedilatildeo de tecnologias de reaproveitamento ou reuso ao serem utilizadas em
instituiccedilotildees de ensino servem como exemplo de postura ambientalmente correta para
os problemas de ocupaccedilatildeo e impermeabilizaccedilatildeo desordenada do solo nos centros
urbanos aleacutem de estimular a educaccedilatildeo ambiental e os conceitos de sustentabilidade
criando multiplicadores das accedilotildees de conservaccedilatildeo do meio ambiente
A pesquisa bibliograacutefica na parte que trata do histoacuterico de reuso demonstrou
que o aproveitamento de aguas pluviais era utilizado por civilizaccedilotildees anteriores a
nossa era e que diversos paiacuteses do mundo na atualidade continuam a utilizar e
incentivar a populaccedilatildeo atraveacutes de poliacuteticas puacuteblicas
Dentre os custos referentes a implantaccedilatildeo do SAAP pode ser observado que o
reservatoacuterio inferior apresenta maior investimento cabendo ao projetista avaliar
atraveacutes de anaacutelise de simulaccedilatildeo o volume de transbordamento e volume de
suprimento externo de agua de forma a otimizar a utilizaccedilatildeo da precipitaccedilatildeo
pluviomeacutetrica da regiatildeo sem contudo inviabilizar o projeto financeiramente atraveacutes
do superdimensionamento do reservatoacuterio
Finalmente em caso de utilizaccedilatildeo do SAAP como alternativa a rede de
abastecimento da concessionaria cabe ao gestor a orientaccedilatildeo aos usuaacuterios bem
107
como a identificaccedilatildeo das tubulaccedilotildees e pontos de uso por meio de pintura na cor roxa
das tubulaccedilotildees e placas indicativas nos pontos de uso
51 Propostas para trabalhos futuros
Apoacutes a conclusatildeo do presente trabalho seguem as sugestotildees para trabalhos
futuros abaixo relacionados
Realizar estudos referentes aos diversos meacutetodos de dimensionamento de
reservatoacuterio citados segundo a Norma Brasileira NBR 155272007ABNT e avaliar o
meacutetodo que apresenta melhor desempenho em funccedilatildeo do iacutendice de precipitaccedilatildeo do
Estado do Rio de Janeiro
Elaborar estudos para avaliar o potencial de captaccedilatildeo de aguas residuais que
satildeo produzidas pelas unidades evaporadoras de ar condicionado com ensaios em
todas as estaccedilotildees do ano de forma a verificar a variaccedilatildeo de produccedilatildeo de condensaccedilatildeo
em diversas condiccedilotildees climaacuteticas externas
Produzir estudos de aproveitamento de aacuteguas pluviais verificando todas as
coberturas existentes na instituiccedilatildeo e utilizaccedilatildeo de aacuteguas cinzas
Realizar analise da qualidade da aacutegua pluvial e estudo de possiacuteveis
tratamentos para utilizaccedilatildeo como agua potaacutevel com verificaccedilatildeo de viabilidade
financeira
108
REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAFICAS
ADHAM FBet AL Anaacutelise de Viabilidade Econocircmica de Povoamentos de
Tectona Grandis Submetidos a Desbaste no Mato Grosso Cerne v 17 n4 p
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121
APEcircNDICE A
Questionaacuterio 1
Prezados
O presente questionaacuterio faz parte de pesquisa de dissertaccedilatildeo de Mestrado e tem como
objetivo avaliar a demanda de aacutegua potaacutevel possiacutevel de ser substituiacuteda por aacutegua de chuva
Sua participaccedilatildeo eacute fundamental para o desenvolvimento da pesquisa
Obrigado pela sua participaccedilatildeo
Mario dos Santos Soares
Estudo de consumo de aacutegua CEFET- Maracanatilde Bloco E
( ) Alunos ( ) Servidores ( ) Professores ( ) Teacutecnico Administrativo
Gecircnero ( ) Masculino ( ) Feminino
1) Nuacutemero de vezes diariamente em meacutedia que vocecirc utiliza a descarga do vaso sanitaacuterio
( ) zero ( ) 1 vez ( ) 2 vezes ( ) 3 vezes ( ) 4 vezes ( ) 5 vezes
( ) 6 vezes ( ) 7 vezes ( ) 8 vezes
2) Estime um tempo em segundos de cada vez que vocecirc pressiona a descarga sanitaacuteria
( ) zero ( ) 1 seg ( ) 2 seg ( ) 3 seg ( ) 4 seg ( ) 5 seg ( ) 6 seg
( ) 7 seg ( ) 8 seg ( ) 9 seg ( ) 10 seg ( ) 11 seg ( ) 12 seg
3) Nuacutemero em vezes diariamente em meacutedia que vocecirc utiliza o mictoacuterio
( ) zero ( ) 1 vez ( ) 2 vezes ( ) 3 vezes ( ) 4 vezes ( ) 5 vezes
( ) 6 vezes ( ) 7 vezes ( ) 8 vezes
4) Estime um tempo em segundos que vocecirc pressiona a descarga dos mictoacuterios
( ) zero ( ) 1 seg ( ) 2 seg ( ) 3 seg ( ) 4 seg ( ) 5 seg ( ) 6 seg
( ) 7 seg ( ) 8 seg ( ) 9 seg ( ) 10 seg ( ) 11 seg
122
APEcircNDICE B
Questionaacuterio 2
Prezados
O presente questionaacuterio faz parte de pesquisa de dissertaccedilatildeo de Mestrado e tem como
objetivo avaliar a demanda de aacutegua potaacutevel possiacutevel de ser substituiacuteda por aacutegua de chuva
Sua participaccedilatildeo eacute fundamental para o desenvolvimento da pesquisa
Obrigado pela sua participaccedilatildeo
Mario dos Santos Soares
Estudo de consumo de aacutegua CEFET- Maracanatilde Bl E
Encarregado de limpeza Interna
1) Nuacutemero de vezes por semana que as circulaccedilotildees e escadas dos pavimentos satildeo
lavados
( ) 1 vez ( ) 2 vezes ( ) 3 vezes ( ) 4 vezes ( ) 5 vezes
2) Nuacutemero de vezes por semana que o paacutetio do teacuterreo eacute lavado
( ) 1 vez ( ) 2 vezes ( ) 3 vezes ( ) 4 vezes ( ) 5 vezes
3) Tempo de duraccedilatildeo que a torneira fica aberta
( ) 15 minutos ( ) 30 minutos ( ) 45 minutos ( ) 60 minutos
4) Nuacutemero de baldes (considerar balde com capacidade de 10 Lt) necessaacuterios a limpeza
das circulaccedilotildees por pavimento utilizando apenas pano molhado
( ) 1 ( ) 2 ( ) 3 ( ) 4 ( ) 5 ( ) 6 ( ) 7 ( ) 8 ( ) 9
5) Nuacutemero de vezes por semana que eacute passado pano molhado nas circulaccedilotildees dos
pavimentos
( ) 1 ( ) 2 ( ) 3 ( ) 4 ( ) 5 ( ) 6 ( ) 7 ( ) 8 ( ) 9
123
APEcircNDICE C
Questionaacuterio 3
Prezados
O presente questionaacuterio faz parte de pesquisa de dissertaccedilatildeo de Mestrado e tem como
objetivo avaliar a demanda de aacutegua potaacutevel possiacutevel de ser substituiacuteda por aacutegua de chuva
Sua participaccedilatildeo eacute fundamental para o desenvolvimento da pesquisa
Obrigado pela sua participaccedilatildeo
Mario dos Santos Soares
Estudo de consumo de aacutegua CEFET- Maracanatilde Bl E e Academia
Encarregado de limpeza Externa
1) Nuacutemero de vezes por mecircs que as vidraccedilas satildeo lavadas
( ) 1 vez ( ) 2 vezes ( ) 3 vezes ( ) 4 vezes ( ) 5 vezes
2) Nuacutemero de vezes por semana que eacute realizada a rega do jardim
( ) 1 vez ( ) 2 vezes ( ) 3 vezes ( ) 4 vezes ( ) 5 vezes ( ) 6 vezes
3) Tempo estimado da utilizaccedilatildeo da torneira para rega do jardim
( ) 15 minutos ( ) 30 minutos ( ) 45 minutos ( ) 60 minutos
( ) 75 minutos
124
APEcircNDICE D
125
126
127
128
APEcircNDICE E
Consumo de agua potaacutevel
CONSUMO 2014 A 2016
Mecircs
2014 2015 2016
Meacutedia Total
Vol Faturado
(msup3)
nordm dias
m3dia Vol
faturado (msup3)
nordm dias
m3dia Vol
Faturado (msup3)
nordm dias
m3dia
JAN 173100 29 5969 168000 30 5600 234100 32 7316 6295
FEV 182300 30 6077 181600 2900 6262 192900 34 5674 6004
MAR 131600 29 4538 212000 3100 6839 305500 28 10911 7429
ABR 221100 34 6503 264600 2900 9124 323100 29 11141 8923
MAI 196400 31 6335 253100 3300 7670 251800 31 8123 7376
JUN 168900 34 4968 210900 2800 7532 242200 29 8352 6951
JUL 200100 30 6670 213000 3400 6265 188700 28 6739 6558
AGO 190700 31 6152 220100 2800 7861 223100 29 7693 7235
SET 254300 28 9082 183200 3300 5552 178300 33 5403 6679
OUT 226700 31 7313 322500 2800 11518 197200 29 6800 8544
NOV 250600 32 7831 242200 2900 8352 254700 31 8216 8133
DEZ 284300 30 9477 286600 3100 9245 290400 31 9368 9363
Fonte contas CEDAE
129
APEcircNDICE F
9
ONU ndash Organizaccedilatildeo das Naccedilotildees Unidas
LEED - Leadership in Energy and Environmental
USGBC - US Green building Council
BNDES - Banco Nacional de Desenvolvimento Econocircmico e Social
SINAPI ndash Sistema Nacional de Pesquisa de Custos e Iacutendices da Construccedilatildeo Civil
CEF ndash Caixa Econocircmica Federal
10
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 - Estrutura do Conteuacutedo da Dissertaccedilatildeo 24
Figura 2 - Consumo Mensal de Aacutegua - 2014 26
Figura 3 - Sistemas de aproveitamento de aacuteguas pluviais 38
Figura 4 - Reservatoacuterios 39
Figura 5 - Reservatoacuterios 39
Figura 6 - Esquema de cisterna implementada na zona rural 41
Figura 7 - Projeto experimental para casas populares voltado para captaccedilatildeo de aacutegua da chuva 41
Figura 8 - Formas potenciais de reuso da aacutegua 46
Figura 9 - Processo de captaccedilatildeo da aacutegua da chuva 51
Figura 10 -Certificaccedilatildeo em estaacutedios de futebol itens avaliados no canteiro de obra 65
Figura 11 - Poccedilos de infiltraccedilatildeo 67
Figura 12 - Hidrocircmetro referente ao nuacutemero 485 com vazatildeo de 03 - 15 m3hora 70
Figura 13 - Fachada Principal do CEFET- RJ 70
Figura 14 - ensaio equipamento 24000 BTUs 80
Figura 15 - Interligaccedilatildeo de tubulaccedilatildeo de drenagem de condensadores a rede AP 83
Figura 16 -Planta de cobertura do Bloco E 84
Figura 17 - Planta baixa 95
Figura 18 - Localizaccedilatildeo do Reservatorio Inferior 99
Figura 19 - Equipamentos necessaacuterios para instalaccedilatildeo em reservatoacuterio de aguas pluviais 99
11
GRAacuteFICOS
Graacutefico 1- Frequecircncia de uso diaacuterio da bacia sanitaacuteria 90
Graacutefico 2 - Tempo em segundos da descarga da bacia 91
Graacutefico 3 - Frequecircncia de uso diaacuterio do mictoacuterio 92
Graacutefico 4 - Tempo em segundos da descarga do mictoacuterio 93
12
LISTA DE QUADROS
Quadro 1 - Projeccedilatildeo da populaccedilatildeo nos Municiacutepios do Estado do Rio de Janeiro 35
Quadro 2 - Evoluccedilatildeo prevista da demanda de aacutegua em msup3s para a Regiatildeo Metropolitana do Rio de Janeiro 36
Quadro 3 - Frequecircncia de manutenccedilatildeo 52
Quadro 4- Fluxo do processo 62
Quadro 5 - Ensaio de captaccedilatildeo em ambiente da biblioteca 81
Quadro 6 -Ensaio de captaccedilatildeo em ambiente da sala de professores 82
Quadro 7 - Somatoacuterio das capacidades dos equipamentos instalados por pavimento 82
Quadro 8 - Quadro da aacuterea de cobertura do Bloco E 84
Quadro 9 - Iacutendice do coeficiente de Runoff 85
Quadro 10 - Captaccedilatildeo de aacutegua 87
Quadro 11 - Populaccedilao 88
Quadro 12 - Planilha orccedilamentaacuteria 95
Quadro 13 - Anaacutelise de simulaccedilatildeo do reservatoacuterio 97
Quadro 14 - Descriccedilatildeo da planilha 98
13
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 - Paracircmetros de qualidade de aacuteguas pluviais para usos restritivos natildeo potaacuteveis 52
Tabela 2 - Padrotildees microbioloacutegicos para aacuteguas destinadas agrave recreaccedilatildeo de contato primaacuterio 55
Tabela 3- Tabela de Precipitaccedilatildeo Pluviomeacutetrica 85
Tabela 4 - Custos referentes agrave implantaccedilatildeo do sistema de aproveitamento de aacutegua pluviais 102
Tabela 5 - Payback simples 104
Tabela 6 - Payback descontado 105
14
SUMAacuteRIO
1 ndash INTRODUCcedilAtildeO 16
11 - CONSIDERACcedilOtildeES INICIAIS 16
12 - QUESTAtildeO PROBLEMA 21
13 ndash QUESTOtildeES DA PESQUISA 21
14 - OBJETIVO GERAL 22
15 - OBJETIVOS ESPECIacuteFICOS 22
16 ndash ESTRUTURA METODOLOacuteGICA 22
17 ndash DELIMITACcedilAtildeO DA PESQUISA 25
18 ndash JUSTIFICATIVA DA PESQUISA 25
19 ndash ORGANIZACcedilAtildeO DO ESTUDO 27
2 - BASE CONCEITUAL E REVISAtildeO DA LITERATURA 28
21 A SUSTENTABILIDADE E AS QUESTOtildeES QUANTO A CONSERVACcedilAtildeO
REAPROVEITAMENTO E REDUCcedilAtildeO DO CONSUMO DE AacuteGUAS PLUVIAIS 28
211 EXEMPLOS RECENTES DE ATITUDE SUSTENTAacuteVEIS ADOTADAS NO BRASIL 29
212 MEDIDAS SUSTENTAacuteVEIS PARA CONSERVACcedilAtildeO REAPROVEITAMENTO DE AacuteGUA E REDUCcedilAtildeO DO
CONSUMO DE AacuteGUAS PLUVIAIS 30
22 HISTOacuteRICO DO REUSO DE AacuteGUAS 37
221 ASPECTOS HISTOacuteRICOS DA CAPTACcedilAtildeO DAS AacuteGUAS PLUVIAIS NO BRASIL 40
23 UTILIZACcedilOtildeES DA AacuteGUA COLETADA E O SEU CONSUMO 42
24 O REUSO DE AacuteGUAS 43
241- AacuteGUAS RESIDUAacuteRIAS 43
242 AacuteGUAS CINZENTAS 46
25 FORMAS DE REUSO DE AacuteGUAS 47
251 REUSO URBANO 47
252 REUSO INDUSTRIAL 48
253 REUSO AGRIacuteCOLA 48
254 REUSO NO MEIO AMBIENTE 48
26 A PRAacuteTICA DE RECARGA DE AQUIacuteFEROS 48
27 O ARMAZENAMENTO DE AGUAacuteS 49
28 LEGISLACcedilAtildeO SOBRE O USO DE AacuteGUAS 56
3 - METODOLOGIA 62
31 ESTRATEacuteGIA DA PESQUISA 63
32 UNIDADE DE ANAacuteLISE 68
33 JUSTIFICATIVA DA ESTRATEacuteGIA DE PESQUISA 68
34 PESQUISA EXPLORATOacuteRIA 68
35 LEVANTAMENTO 69
15
36 OBJETO DE ESTUDO 70
361 APARELHOS EXISTENTES 71
37 ENTREVISTAS COM OS USUAacuteRIOS 71
38 ESTIMATIVA DO CONSUMO DE AacuteGUA 72
381 O CAacuteLCULO DE CONSUMO MEacuteDIO DIAacuteRIO DE AacuteGUA PER CAPITA POR APARELHOS 72
O CAacuteLCULO FOI REALIZADO COM BASE NO SOMATOacuteRIO DA MULTIPLICACcedilAtildeO DA FREQUEcircNCIA E TEMPO DE USO
OBTIDO NAS ENTREVISTAS E VAZAtildeO DO APARELHO DIVIDIDO PELO NUacuteMERO DE PESSOAS ENTREVISTADAS
72
382 ESTIMATIVA DO CONSUMO DE AacuteGUA EM ATIVIDADES DE LIMPEZA E JARDINAGEM 73
383 AVALIACcedilAtildeO DO POTENCIAL DE ECONOMIA DE AacuteGUA POTAacuteVEL 73
384 PERCENTUAL DE AacuteGUA POTAacuteVEL QUE PODERIA SER SUBSTITUIacuteDO POR AacuteGUA PLUVIAL 73
39 RESERVATOacuteRIOS DE AacuteGUA PLUVIAL 74
310 ANAacuteLISE ECONOcircMICA 74
4 APLICACcedilAtildeO E VALIDACcedilAtildeO DA METODOLOGIA PROPOSTA 75
41 HISTOacuteRICO DO CEFET-RJ 75
411 DEFINICcedilAtildeO DE INSTITUICcedilOtildeES DE ENSINO SUPERIOR 75
412 - PLANO DE DESENVOLVIMENTO INSTITUCIONAL (PDI) 76
413 - O PDI DO CEFETRJ 78
414 - FILOSOFIA MISSAtildeO E OBJETIVOS INSTITUCIONAIS 78
42 SOBRE O POTENCIAL DE CAPTACcedilAtildeO DE AGUAS DE RESIDUAIS 80
43 ANAacuteLISE DOS RESULTADOS DAS ENTREVISTAS REALIZADAS 88
5 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS 106
51 PROPOSTAS PARA TRABALHOS FUTUROS 107
REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAFICAS 108
16
1 ndash INTRODUCcedilAtildeO
11 - Consideraccedilotildees Iniciais
A aacutegua jaacute foi considerada um recurso infinito mas atualmente a sua
disponibilidade eacute um dos grandes problemas do nosso planeta decorrente de
inuacutemeros fatores tais como o aquecimento global as alteraccedilotildees climaacuteticas o
crescimento populacional acentuado o consumo cada vez maior dos recursos
hiacutedricos o mau uso desta fonte de energia e sobretudo a falta de poliacuteticas puacuteblicas
que estimulem o uso sustentaacutevel da aacutegua
Neste contexto segundo Kibert (2008) a adoccedilatildeo de medidas ecologicamente
corretas eacute fundamental tais como teacutecnicas de conservaccedilatildeo controle do desperdiacutecio
reaproveitamento da aacutegua de chuva reciclagem de aacutegua e recuperaccedilatildeo dos solos
Diante da possibilidade de racionamento ou ateacute mesmo escassez da aacutegua doce
no mundo eacute necessaacuterio que a sociedade e as poliacuteticas puacuteblicas busquem novas
tecnologias e alternativas sustentaacuteveis para a reduccedilatildeo do consumo
Diniz (2013) afirma que vaacuterios paiacuteses encaram hoje o problema de escassez
da aacutegua em consequecircncia do crescimento desordenado da poluiccedilatildeo dos recursos
hiacutedricos do aumento populacional e industrial que geram um aumento na demanda
pela aacutegua provocando o esgotamento deste recurso
Inobstante a urbanizaccedilatildeo das cidades e as tecnologias de abastecimento
puacuteblico de aacutegua contribuiacuteram para a desativaccedilatildeo dos sistemas de aproveitamento da
aacutegua de chuva Entretanto atualmente no contexto do paradigma da conservaccedilatildeo da
aacutegua as praacuteticas de aproveitamento da aacutegua de chuva estatildeo sendo incorporadas aos
sistemas de gestatildeo urbana dos recursos hiacutedricos de diversos paiacuteses Portanto natildeo
se trata de inserir um novo conceito de gestatildeo de recursos hiacutedricos apenas resgatar
os fundamentos deste e adaptaacute-lo agrave realidade atual (ALADENOLA ADEBOYE 2009)
A UNESCO emitiu no ano de 2005 a resoluccedilatildeo Ares58217 proclamando o
periacuteodo de 2005 a 2015 como sendo a Deacutecada Internacional para Accedilatildeo ldquoAacutegua Fonte
de vidardquo iniciando-se o dia mundial da aacutegua no dia 22 de Marccedilo de
2005(UNESCO2013d) A iniciativa teve como objetivo de alerta para a importacircncia
de melhor administrar as fontes de aacutegua em funccedilatildeo do aumento de consumo ou pelo
uso desequilibrado deste recurso indispensaacutevel agrave vida humana Com perspectivas
preocupantes a ONU apresenta a estimativa que se natildeo houver alteraccedilotildees nas
17
poliacuteticas em relaccedilatildeo aos recursos hiacutedricos 18 bilhatildeo de pessoas estaratildeo vivendo em
zonas de secas e dois terccedilos da humanidade estaratildeo sujeitos a alguma restriccedilatildeo no
acesso agrave aacutegua em 2025
Haacute diversos pontos no mundo em que a falta de aacutegua tem sido o principal motivo de ecircxodo de populaccedilotildees tal como acontece no Nordeste brasileiro Em termos globais o risco de crise hiacutedrica acontece pelo crescimento demograacutefico mudanccedilas climaacuteticas desperdiacutecio e contaminaccedilatildeo das fontes Afetando natildeo soacute a sauacutede humana mas o desenvolvimento soacutecio econocircmico das populaccedilotildees e o rumo das relaccedilotildees entre paiacuteses (UNESCO2013d)
Nesse caso Fawell amp Miller (1992) afirmam que a provisatildeo de uma aacutegua
potaacutevel ldquosegurardquo e ldquoesteticamente aceitaacutevelrdquo eacute assegurada em muitos paiacuteses por uma
seacuterie de padrotildees obrigatoacuterios ou largamente advertidos (domiacutenio puacuteblico)
Se na atualidade os paiacuteses continuam concentrados na prospecccedilatildeo e busca de
novas tecnologias para auto-suficiecircncia em petroacuteleo natildeo estaraacute longe o dia em que a
aacutegua seraacute reconhecida como o bem mais precioso a vida do ser humano
Segundo Craig e Dale (2008) a definiccedilatildeo mais adotada e mais citada da
sustentabilidade foi feita no Relatoacuterio de Brundland que definiu o conceito de
sustentabilidade da seguinte forma ldquoaquele que satisfaz as necessidades do presente
sem comprometer a capacidade das futuras geraccedilotildees satisfazerem suas proacuteprias
necessidadesrdquo (BRUNDTLAND 1988 p 46)
O uso da aacutegua com consciecircncia eacute a soluccedilatildeo mais sustentaacutevel para o
enfrentamento da crise a que tem sido observada em diversos estados do paiacutes O
aproveitamento de aacutegua de chuva e reuso natildeo eacute um conceito novo mas com o
aumento da demanda tornou-se um tema atual e de suma importacircncia que eacute praticado
ao longo dos anos em diversos paiacuteses devendo ser uma atividade mais abrangente
que eacute o uso racional englobando a reduccedilatildeo de perdas e desperdiacutecios e a minimizaccedilatildeo
da produccedilatildeo de efluentes e do consumo de aacutegua potaacutevel
A utilizaccedilatildeo da aacutegua da chuva aleacutem de trazer o benefiacutecio da conservaccedilatildeo da
aacutegua e reduzir a dependecircncia excessiva das fontes superficiais de abastecimento
reduz o escoamento superficial minimizando os problemas com enchentes buscando
garantir a sustentabilidade urbana que segundo Dixon Butler e Fewkes (1999) soacute
seraacute possiacutevel atraveacutes da mobilizaccedilatildeo da sociedade em busca do uso apropriado e
eficiente da aacutegua
18
Segundo Petry e Boeriu (2000) nos uacuteltimos anos tem-se observado o
desenvolvimento de novas tecnologias referentes ao manejo de recursos hiacutedricos
Com isso observa-se novas expansotildees no uso de teacutecnicas de aproveitamento de
aacutegua de chuva tanto em regiotildees onde jaacute eram utilizadas como em locais onde eram
desconhecidas
Para Dixon et al(1999) a existecircncia da sociedade e de sua malha urbana no
futuro estaacute condicionada ao uso adequado da aacutegua considerando o seu reuacuteso e
aproveitamento da aacutegua pluvial em todo o ciclo desde a captaccedilatildeo passando pelo
tratamento e armazenagem
Veloso e Mendes (2014) afirmam que a maioria das experiecircncias brasileiras
de aproveitamento de aacutegua de chuva se concentra na regiatildeo do semiaacuterido brasileiro
promovida pela ASA (Articulaccedilatildeo do Semiaacuterido Brasileiro) que eacute formada por mil
organizaccedilotildees da sociedade civil que atua na gestatildeo e no desenvolvimento de poliacuteticas
de convivecircncia com a regiatildeo semiaacuterida
Esta iniciativa contribui para equacionar os graves problemas de escassez de
aacutegua que a populaccedilatildeo e refeacutem Nesse sentido destaca-se o Programa Um Milhatildeo de
Cisternas (P1MC) uma das accedilotildees de mobilizaccedilatildeo promovidas pela ASA que objetiva
possibilitar ao nordestino o acesso a aacutegua potaacutevel por meio da construccedilatildeo de
cisternas de placas Desde 2003 aproximadamente 499387 mil foram construiacutedas
beneficiando mais de 2 milhotildees de pessoas (ASA 2015)
Segundo Gould and Nissen-Petersen (1990) A colheita de aacuteguas pluviais eacute uma
teacutecnica antiga que possui um renome na popularidade devido agrave qualidade inerente da
aacutegua da chuva e ao interesse em reduzir o consumo de aacutegua tratada A aacutegua da chuva
eacute valorizada por sua pureza e suavidade Tem um pH quase neutro e estaacute livre de
subprodutos de desinfecccedilatildeo sais minerais e outros contaminantes naturais e
artificiais As plantas prosperam sob irrigaccedilatildeo com aacutegua de chuva armazenada Os
aparelhos duram mais quando satildeo livres dos efeitos corrosivos ou em escala de aacutegua
dura
Os usuaacuterios com sistemas potaacuteveis preferem o gosto superior e as
propriedades de limpeza da aacutegua da chuva Evidecircncias arqueoloacutegicas atestam a
captura da aacutegua da chuva haacute mais de 4000 anos e o conceito de colheita de aacutegua da
chuva na China pode chegar a mais de 6000 anos Ruiacutenas de cisternas construiacutedas
jaacute em 2000 aC para armazenar o escoamento das encostas para fins agriacutecolas e
domeacutesticos ainda estatildeo em Israel
19
A reutilizaccedilatildeo ou reuso de aacutegua ou ainda em outra forma de expressatildeo o uso
de aacuteguas residuaacuterias natildeo eacute um conceito novo e tem sido praticado em todo o mundo
haacute muitos anos Haacute relatos de sua praacutetica na Greacutecia Antiga com a disposiccedilatildeo de
esgotos e sua utilizaccedilatildeo na irrigaccedilatildeo Contudo a demanda crescente por aacutegua tem
feito do reuso planejado da aacutegua um tema atual e de grande importacircncia (SANTOS
1993)
O elevado desenvolvimento demograacutefico associado agraves transformaccedilotildees
econocircmicas reflete-se notavelmente no uso dos recursos hiacutedricos principalmente no
que se refere agrave qualidade e quantidade das aacuteguas superficiais e subterracircneas
(RAMOS 2000)
O uso de fontes alternativas e de estrateacutegias de uso racional de aacutegua em
edificaccedilotildees eacute uma forma de amenizar os problemas de disponibilidade de aacutegua
potaacutevel e diminuir a sua demanda
Dentre estas estrateacutegias pode-se citar o aproveitamento de aacutegua pluvial o
reuso de aacuteguas cinzas (ABNT NBR 155272007) O aproveitamento de aacutegua pluvial eacute
uma praacutetica milenar empregada no mundo todo Essa teacutecnica tem se difundido e se
consolidado como uma forma de mitigar os diversos problemas ambientais causados
pelo aumento da demanda de aacutegua pela falta de medidas de controle da poluiccedilatildeo e
de gestatildeo ambiental em aacutereas urbanas e rurais (BARROS 2000)
O reaproveitamento eficiente da aacutegua da chuva natildeo tem misteacuterios mas satildeo
necessaacuterios alguns pequenos cuidados que tornam os sistemas mais seguros e de
faacutecil manutenccedilatildeo (AQUASTOCK 2008)
De acordo com Diniz (2013) as teacutecnicas para operar um sistema de utilizaccedilatildeo
das aacuteguas pluviais seguem as seguintes etapas
Coletar aacuteguas pluviais atraveacutes de calhas em telhados coberturas
Armazenar essa aacutegua em reservatoacuterios cisternas
Abastecer o local onde seratildeo utilizadas as aacuteguas pluviais
Eliminar as primeiras aacuteguas de chuva preservando a qualidade dessa aacutegua
20
Relevacircncia da Pesquisa
O foco dos sistemas de captaccedilatildeo de aacutegua da chuva estatildeo mais atrelados aos
problemas que o meio ambiente enfrenta de forma global ou seja estatildeo voltados para
o coletivo e natildeo individualmente Embora se pense em sistemas que sejam
desenvolvidos para a preservaccedilatildeo da aacutegua doce e da aacutegua da chuva para que natildeo
sejam desperdiccediladas eacute preciso tambeacutem pensar no investimento econocircmico de longo
prazo ou seja a economia na conta da aacutegua que seria uma forma de se pensar
tambeacutem individualmente
A relevacircncia deste trabalho aponta para os resultados levados agrave
sustentabilidade utilizando o aproveitamento de aacuteguas pluviais e de aacuteguas residuais
de evaporadoras de aparelhos de ar condicionado para fins natildeo potaacuteveis
Justificativa da Pesquisa
O sucesso das accedilotildees que devem conduzir ao reuso de aacutegua dependeraacute em
grande parte da influecircncia da comunidade do CEFET-RJ do comportamento das
pessoas e de suas decisotildees individuais Mesmo considerando que existe certo
interesse pelas questotildees ambientais haacute que se reconhecer a falta de informaccedilatildeo e
conhecimento dos problemas ambientais
Logo a educaccedilatildeo ambiental que tenha por objetivo informar e sensibilizar as
pessoas sobre os problemas (e possiacuteveis soluccedilotildees) existentes em sua comunidade
buscando transformar estas pessoas em indiviacuteduos que participem das decisotildees
sobre seus futuros exercendo desse modo o direito aacute cidadania tornando-se
instrumento indispensaacutevel ao processo
O CEFET-RJ possui duas entradas de abastecimento de aacutegua com
fornecimento atraveacutes da CEDAE perfazendo um consumo anual na ordem de
294039 m3 que abastecem blocos independentes atraveacutes de 02 castelos drsquoaacutegua com
alimentaccedilatildeo dos blocos por gravidade Tendo em vista o grande nuacutemero de blocos
com aacuterea construiacuteda de 3927050 m2 e grande aacutereas de paacutetios jardins e quadras
esportivas tendo alto consumo de aacutegua para limpeza
Estaacute sendo pesquisada a viabilidade do aproveitamento das aacuteguas pluviais
coletadas atraveacutes dos telhados de uma edificaccedilotildees bem como a aacutegua residual
proveniente dos evaporadores de unidades condensadoras e aparelhos de ar
condicionado de janela no campus do Maracanatilde em funccedilatildeo do grande nuacutemero de
ambientes com refrigeraccedilatildeo com a finalidade de reuso em aacutereas e atividades menos
nobres como lavagem de paacutetios quadras poliesportivas uso em bacias sanitaacuterias
21
irrigaccedilatildeo de jardins que com adoccedilatildeo destas medidas obter-se-aacute reduccedilatildeo do consumo
de aacutegua potaacutevel tratada fornecida pela concessionaria CEDAE
Como consequecircncias reduccedilatildeo dos custos reduccedilatildeo do incocircmodo de poccedilas de
aacuteguas residuais geradas por unidades condensadoras contribuiraacute na reduccedilatildeo de
enchentes tendo em vista a localizaccedilatildeo geograacutefica do CEFET-RJ proacutexima ao Rio
Maracanatilde estimulando a educaccedilatildeo ambiental e a sustentabilidade atraveacutes dos
multiplicadores das accedilotildees de conservaccedilatildeo de aacutegua por membros da comunidade de
docentes discentes e teacutecnicos administrativos servindo como exemplo de uma
postura ambientalmente correta para o enfrentamento dos problemas de ocupaccedilatildeo e
impermeabilizaccedilatildeo desordenada do solo nos grandes centros urbanos
12 - Questatildeo Problema
Analisar a viabilidade de promover o desenvolvimento de um sistema de
captaccedilatildeo de aacutegua da chuva e aacuteguas residuais de evaporadoras de aparelhos de ar
condicionado do CEFETRJ para utilizaacute-la em fins natildeo potaacuteveis agregando valor agrave
sustentabilidade e gerando economia na conta da aacutegua
13 ndash Questotildees da Pesquisa
Nesta conjuntura surgem as questotildees que orientaratildeo este trabalho
Como implantar e implementar um sistema de aproveitamento de aacuteguas
pluviais
Como verificar viabilidade teacutecnica para a adaptaccedilatildeo de instalaccedilotildees do preacutedio
estudado no CEFETRJ Campus Maracanatilde para aproveitamento de aacuteguas
pluviais
Pesquisar os segmentos que se ajustem ao uso da aacutegua natildeo potaacutevel e calcular
suas demandas
Quantificaccedilatildeo da capacidade de produccedilatildeo de aacuteguas remanescentes
provenientes de Unidades Evaporadoras de aparelhos de ar condicionado do
preacutedio estudado
22
14 - Objetivo Geral
O objetivo geral da dissertaccedilatildeo eacute apresentaccedilatildeo de uma proposta metodoloacutegica
para analisar a viabilidade teacutecnica de um sistema de aproveitamento de aacuteguas pluviais
e aacuteguas residuais de evaporadoras de unidades evaporadores para uso com fins natildeo
potaacuteveis no Campus Maracanatilde do CEFET-RJ
15 - Objetivos Especiacuteficos
Desenvolvimento da metodologia proposta
Dimensionar o sistema de armazenamento das aacuteguas pluviais e
residuais coletadas para reuso
Buscar tecnologias para implantaccedilatildeo de sistema de aproveitamento de
agua pluviais
Avaliar viabilidade econocircmica da implantaccedilatildeo do sistema de
aproveitamento de aguas pluviais
16 ndash Estrutura Metodoloacutegica
A metodologia utilizada no presente trabalho considerou o bloco E para se
analisar a viabilidade de aproveitamento de aacuteguas pluviais e aacuteguas residuais
provenientes de unidade evaporadoras de aparelhos de ar condicionado Com
aplicaccedilatildeo de questionaacuterio para os usuaacuterios das instalaccedilotildees para quantificaccedilatildeo da
demanda de aacutegua nos ambientes estudados
Ywashima (2005) ressalta a importacircncia de campanhas de conscientizaccedilatildeo
para utilizaccedilatildeo racional da aacutegua nas escolas Segundo a pesquisadora a conta natildeo e
paga de forma direta pelos usuaacuterios consequentemente natildeo haacute motivaccedilatildeo financeira
A autora apresenta como sugestatildeo tecnologias economizadoras onde se obteacutem
reduccedilatildeo de consumo independente da mudanccedila de comportamento pelos usuaacuterios
Tomando como premissa o atual consumo desordenado de aacutegua consumo
este que proporciona uma grande margem para que no futuro este liacutequido precioso
para a vida na terra venha a faltar caso natildeo seja criado mecanismos que possam
contornar essa situaccedilatildeo o desenvolvimento deste presente projeto apresenta-se
como uma alternativa para compor estes mecanismos
23
Atraveacutes de pesquisas foi constatado que as aacuteguas pluviais devem ser utilizadas
para amenizar a situaccedilatildeo Desse modo o presente trabalho contempla a possibilidade
de uso de recursos tecnoloacutegicos a fim de que se possa reduzir o consumo e diminuir
o desperdiacutecio de aacutegua atraveacutes da captaccedilatildeo armazenamento e reaproveitamento das
aacuteguas pluviais
Este sistema de captaccedilatildeo de aacutegua pluvial permite usar as aacutereas de coberturas
da edificaccedilatildeo para captar a aacutegua da chuva apoacutes passar por um filtro ou mecanismo
de retenccedilatildeo de impurezas conduzi-la a um reservatoacuterio onde seraacute armazenada e
utilizada na edificaccedilatildeo para fins natildeo potaacuteveis tais como lavagem de pisos irrigaccedilatildeo
de jardins mictoacuterios e bacias sanitaacuterias
No que diz respeito a implementaccedilatildeo da metodologia foi realizado um
levantamento das coberturas da edificaccedilatildeo escolhidas com analise dos dados
meteoroloacutegicos da regiatildeo que permitiram avaliaccedilatildeo dos paracircmetros necessaacuterios para
os caacutelculos dos reservatoacuterios de aacuteguas pluviais
O trabalho foi dividido em trecircs etapas
A primeira etapa desenvolveu-se atraveacutes de pesquisas referecircncias
bibliograacuteficas dados teacutecnicos e projetos semelhantes referentes ao tema para obter
um melhor embasamento teoacuterico sobre o assunto com auxilio da internet pesquisas
literaacuterias artigos cientiacuteficos informaccedilotildees pessoais de profissionais e obtivemos
informaccedilotildees necessaacuterias favoraacuteveis que possibilitaram a execuccedilatildeo do presente
trabalho em unidade de ensino adequando agraves edificaccedilotildees do campus onde houvesse
o menor nuacutemero de intervenccedilotildees
A segunda etapa foi direcionada ao programa de necessidades considerando
o consumo da edificaccedilatildeo e o potencial de captaccedilatildeo atraveacutes de aacuterea de coberturas
evaporadores de ar condicionado levantamento dos iacutendices pluviomeacutetricos da regiatildeo
preacute-dimensionamento para os reservatoacuterios superior e inferior e uma estimativa de
custos para implantaccedilatildeo
A terceira e uacuteltima etapa foi direcionada ao anteprojeto arquitetocircnico para
construccedilatildeo do reservatoacuterio prevendo no sistema a captaccedilatildeo tanto de aacuteguas pluviais
quanto de aacuteguas residuais provenientes dos evaporadores de ar condicionado
levantamento dos custos referentes a implantaccedilatildeo dos reservatoacuterios com avaliaccedilatildeo
do tempo de retorno (payback) do investimento
24
A Figura 01 ilustra de forma simplificada a abordagem utilizada durante a
realizaccedilatildeo desta pesquisa
Figura 1 - Estrutura do Conteuacutedo da Dissertaccedilatildeo
Fonte Elaborado pelo autor do presente trabalho(2017)
DISSERTACcedilAtildeO
VERTENTE TEacuteCNICA
EMPIacuteRICA
COLETA DE DADOS
FLUXO DO PROCESSO
DIMENSIONAMENTO
CONCEPCcedilAtildeO EMPIacuteRICA
CONCLUSAtildeO DISSERTACcedilAtildeO
HISTOacuteRICO REUSO DAS
AacuteGUAS
LEGISLACcedilAtildeO
SUSTENTABILIDADE
BASE TEOacuteRICA
CONCEPCcedilAtildeO TEOacuteRICA
25
17 ndash Delimitaccedilatildeo da Pesquisa
A realizaccedilatildeo do presente trabalho ocorreraacute atraveacutes de levantamento de dados
referente ao abastecimento e equipamentos instalados do bloco E do campus
Maracanatilde com estudo de consumo de aacutegua da edificaccedilatildeo levando em consideraccedilatildeo
o nuacutemero de usuaacuterios
A capacidade de captaccedilatildeo seraacute realizada atraveacutes das aacutereas de cobertura e
utilizaccedilatildeo dos iacutendices de precipitaccedilatildeo pluviomeacutetrica da regiatildeo estudada de anos
anteriores para caacutelculo e dimensionamento de reservatoacuterios inferior e superior bem
como avaliaccedilatildeo da capacidade de produccedilatildeo de aacuteguas residuais produzidas pelas
evaporadoras instaladas no preacutedio
Avaliando as adaptaccedilotildees necessaacuterias ao sistema de abastecimento existente
para o atendimento das bacias sanitaacuterias e lavagem de paacutetios quadras esportivas
regas de jardim e levantando e propondo utilizaccedilatildeo de novas tecnologias existentes
para instalaccedilatildeo do sistema e verificando a necessidade de utilizaccedilatildeo de
abastecimento com aacutegua potaacutevel em casos de grande estiagem para manutenccedilatildeo
das atividades sem prejuiacutezos agrave aacuterea acadecircmica
Desta forma nesta pesquisa seratildeo avaliados os dados obtidos atraveacutes de
levantamentos arquitetocircnicos e das instalaccedilotildees hidro sanitaacuterias existentes no
CEFETRJ - Unidade Maracanatilde aleacutem de documentaccedilatildeo e pesquisa em projetos
similares que jaacute possam existir relacionados agrave questatildeo da utilizaccedilatildeo de aacuteguas pluviais
Como objetivo de fundamentar a implantaccedilatildeo do estudo e desenvolvimento do
mesmo seraacute apresentado levantamento e resultado necessaacuterios para implementaccedilatildeo
da utilizaccedilatildeo de aacuteguas pluviais com base nos dados coletados e revisatildeo bibliograacutefica
em artigos e perioacutedicos que versam sobre as tecnologias mais indicadas para a
utilizaccedilatildeo de aacuteguas pluviais
18 ndash Justificativa da Pesquisa
Como prevecirc a constituiccedilatildeo em seu Art 225 caput ndash ldquoTodos tecircm direito ao meio
ambiente ecologicamente equilibrado bem de uso comum do povo e essencial agrave sadia
qualidade de vida impondo-se ao Poder Puacuteblico e agrave coletividade o dever de defendecirc-
lo e preservaacute-lo para presentes e futuras geraccedilotildeesrdquo (Brasil 2004)
No atendimento a constituiccedilatildeo e as legislaccedilotildees pertinentes levar o CEFET- RJ
26
ao cumprimento de accedilotildees e objetivos visando a sustentabilidade nas suas
dependecircncias e atraveacutes de sua comunidade discente docente e teacutecnicos
administrativos atuar como multiplicadores de accedilotildees de preservaccedilatildeo do meio
ambiente atraveacutes do reuso de aacuteguas pluviais e aacuteguas residuais oriundas de
evaporadores e aparelhos de ar condicionado de janela
Em funccedilatildeo do alto consumo como pode ser observado na figura 2 faz-se
necessaacuteria a adoccedilatildeo de equipamentos de maior tecnologia e o aproveitamento de
aacuteguas pluviais para uso menos nobre conforme determina a norma ABNT ndash NBR
15527 de 24102007 e contribuir de forma efetiva para reduccedilatildeo de custo
possibilidade de racionamento e reduccedilatildeo per capta do consumo nos oacutergatildeos puacuteblicos
Figura 2 - Consumo Mensal de Aacutegua - 2014
Entrada Volume faturado (msup3)
nordm jan fev mar abr mai jun jul ago set out nov dez total 2014
485 17310 18230 13160 22110 19640 16890 20010 19070 25430 22670 25060 28430 248010
681 3706 3580 6560 5394 6170 2800 3310 2650 3069 2580 2890 3320 46029
Total
mensal 21016 21810 19720 27504 25810 19690 23320 21720 28499 25250 27950 31750 294039
Fonte Contas CEDAE exerciacutecio 2014
00
5000
10000
15000
20000
25000
30000
35000
jan fev mar abr mai jun jul ago set out nov dez
Vo
l f
atu
rad
o (
msup3)
Mecircs
Consumo mensal de aacutegua em 2014
485
27
19 ndash Organizaccedilatildeo do Estudo
O Capiacutetulo 01 desta pesquisa estaacute organizado com a introduccedilatildeo composta pela
situaccedilatildeo-problema questotildees de pesquisa objetivos estrateacutegia delimitaccedilatildeo e
justificativa da pesquisa A finalidade preciacutepua da leitura deste capiacutetulo eacute harmonizar
a compreensatildeo do contexto e a importacircncia da pesquisa
O Capitulo 02 estaacute organizado com os fundamentos teoacutericos com base em
sustentabilidade histoacuterico de reuso da aacutegua e legislaccedilatildeo
O Capitulo 03 trata da metodologia e tipo de pesquisa a ser empregado
informando a forma da obtenccedilatildeo dos dados e como seratildeo feitos o tratamento e anaacutelise
dos dados
No Capiacutetulo 4 seratildeo interpretados os resultados referentes agraves demandas de
aacuteguas menos nobres a quantificaccedilatildeo da produccedilatildeo de aacutegua proveniente de unidades
evaporadoras e aacuteguas pluviais com avaliaccedilatildeo de viabilidade econocircmica para
implantaccedilatildeo do sistema
No Capiacutetulo 05 seraacute apresentada a anaacutelise dos resultados e sugestotildees para
estudos futuros e complementares
28
2 - BASE CONCEITUAL E REVISAtildeO DA LITERATURA
No presente capitulo seraacute apresentada a vertente teacutecnica com os fundamentos
teoacutericos que forneceratildeo o suporte para o desenvolvimento da pesquisa
21 A Sustentabilidade e as questotildees quanto a conservaccedilatildeo reaproveitamento e
reduccedilatildeo do consumo de aacuteguas pluviais
A Comissatildeo Mundial sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento denominada
Comissatildeo de Brundtland (1988) define o desenvolvimento sustentaacutevel como aquele
que atende as necessidades do presente sem comprometer a possibilidade das
geraccedilotildees futuras atenderem as suas proacuteprias necessidades
Surgido na deacutecada de 1990 o tripeacute da sustentabilidade tem crescido em seu
conceito em todo o planeta refletindo uma seacuterie de processos valores e objetivos de
forma que uma gestatildeo deveraacute orientar aos trecircs pilares econocircmico social e ambiental
podendo este conceito ser aplicado de forma macro para um paiacutes ou ateacute para o
planeta ou micro podendo ser uma escola um vilarejo ou empresa (DIAS2011)
A concepccedilatildeo do desenvolvimento sustentaacutevel orienta a discussatildeo sobre o tema
em qualquer segmento das atividades do ser humano Os objetivos tecircm como base
na perspectiva de utilizaccedilatildeo dos recursos naturais desde que sejam preservados para
as futuras geraccedilotildees Dias ( 2011) Poreacutem parte das dificuldades apresenta-se porque
as geraccedilotildees natildeo tecircm participaccedilatildeo nas decisotildees atuais Desta forma somente a
conscientizaccedilatildeo da preservaccedilatildeo da vida e da espeacutecie eacute que motiva o ser humano o
que natildeo acontece na maioria das vezes com os gestores e poliacuteticos dos dias atuais
(MOURA 2011)
Muito embora para alguns o desenvolvimento sustentaacutevel eacute um projeto social e
poliacutetico que serve como ferramenta para combate a pobreza satisfaccedilatildeo das
necessidades baacutesicas da humanidade de maneira a elevar a qualidade de vida dos
indiviacuteduos fornece princiacutepios para que o desenvolvimento seja harmonioso levando
em conta a transformaccedilatildeo dos recursos do ambiente deste modo para estes sugerem
atitudes novas das quais pela edificaccedilatildeo de uma nova racionalidade De forma
contraria agrave maioria que se preocupa em compatibilizar o meio ambiente a um
crescimento econocircmico de forma continua (DIAS 2011)
Acreditava-se que o crescimento econocircmico desenvolveria de forma natural o
29
desenvolvimento sustentaacutevel Veiga (2005) Somente uma gestatildeo com
responsabilidade ambiental eacute capaz de conciliar uma melhor qualidade de vida com
necessidade de crescimento econocircmico (MOURA 2011)
A passagem de um sistema baseado no consumo a um sistema sustentaacutevel
tem diversas implicaccedilotildees Necessita abrir a visatildeo da relaccedilatildeo da sociedade ao meio
ambiente transformar a organizaccedilatildeo social produtiva que gera a desigualdade e a
pobreza Atraveacutes de novas relaccedilotildees sociais onde o eixo natildeo seraacute somente a
perspectiva da lucratividade e praacuteticas de produccedilatildeo predatoacuterias do meio ambiente
mas o bem-estar da humanidade O que daacute margem a diferentes pontos de vistas
com base de modo geral na busca do produto de equiliacutebrio entre os trecircs eixos da
sustentabilidade crescimento econocircmico igualdade social e a preservaccedilatildeo ao meio
ambiente (DIAS 2011)
De acordo com Alledi (2006) a grande preocupaccedilatildeo das melhores empresas
do mundo hoje em dia eacute com a sustentabilidade dos seus negoacutecios um movimento
que se fundamentou em questotildees ambientais mas que atualmente eacute visto de um
modo mais amplo passando a incorporar os temas dos movimentos empresariais
anteriores pela qualidade pela sauacutede e seguranccedila do trabalho pela proacutepria
preservaccedilatildeo do meio ambiente e mais recentemente pela responsabilidade social
corporativa
211 Exemplos recentes de atitude sustentaacuteveis adotadas no Brasil
O recebimento da certificaccedilatildeo LEED (Leadership in Energy and Environmental
concedido pelo US Green building Council (USGBC) para certificaccedilotildees em 07 estaacutedios
construiacutedos para a Copa 2014 cuja adoccedilatildeo de medidas sustentaacuteveis foi requisito para
que o Banco Nacional de Desenvolvimento Econocircmico e Social (BNDES) liberasse o
financiamento para as obras das arenas da Copa preacute-requisito este que seraacute adotado
pela FIFA para as proacuteximas eleiccedilotildees do mundial (wwwcopa2014govbr)
Dentre as diversas arenas pode ser ressaltada a economia conseguida pela
Arena da Amazocircnia de cerca de 40 de aacutegua potaacutevel atraveacutes da captaccedilatildeo da aacutegua
de chuva em um volume de 140000 litros para irrigaccedilatildeo do gramado e utilizaccedilatildeo nos
sanitaacuterios ABES (observatoacuterio do terceiro setor)
Foram diversas medidas sustentaacuteveis para obtenccedilatildeo da certificaccedilatildeo LEED
destacando a abertura das portas para educaccedilatildeo ambiental desde o inicio das obras
30
Foram desenvolvidas estrateacutegias de comunicaccedilatildeo para divulgaccedilatildeo das accedilotildees de
sustentabilidade que foram implementadas nos estaacutedios para obtenccedilatildeo da certificaccedilatildeo
LEED com utilizaccedilatildeo de paineacuteis ilustrados nas aacutereas de circulaccedilatildeo e distribuiccedilatildeo de
panfletos aos visitantes Accedilotildees voltadas para conscientizaccedilatildeo da certificaccedilatildeo e
tambeacutem para manutenccedilatildeo apoacutes a realizaccedilatildeo do evento (wwwcopa2014govbr)
212 Medidas sustentaacuteveis para conservaccedilatildeo reaproveitamento de aacutegua e reduccedilatildeo
do consumo de aacuteguas pluviais
A conservaccedilatildeo de aacutegua pode ser definida como um conjunto de praacuteticas
teacutecnicas e tecnologias que propiciam a melhoria da eficiecircncia do seu uso incidindo de
maneira sistecircmica sobre a demanda e a oferta de aacuteguas As iniciativas de
racionalizaccedilatildeo do uso e de reuso de aacutegua constituem-se em elementos fundamentais
para a ampliaccedilatildeo da eficiecircncia do uso da aacutegua (PROSAB 2011) resultando em
Aumento da disponibilidade para os demais usuaacuterios
Flexibilizaccedilatildeo dos suprimentos existentes para outros fins
Atendimento ao crescimento populacional
Suporte agrave implantaccedilatildeo de novas induacutestrias
Preservaccedilatildeo e conservaccedilatildeo do meio ambiente
A primeira medida a levar em conta seria a reduccedilatildeo do consumo de aacutegua
potaacutevel Atualmente no mercado satildeo encontrados vaacuterios equipamentos
economizadores de aacutegua sendo que estes dispositivos proporcionam grande
economia (SABESP 2013)
Segundo o Programa Nacional de Uso Sustentaacutevel da Aacutegua Brasil (2010) na
deacutecada de 90 os programas de conscientizaccedilatildeo em relaccedilatildeo ao uso da aacutegua passaram
a dar mais ecircnfase na adesatildeo de equipamentos que economizam aacutegua pois
asseguram uma relaccedilatildeo mais automatizada do consumo Grandes induacutestrias e
instalaccedilotildees comerciais utilizam hoje estes recursos ou aparatos para reduzir o
consumo Existem vaacuterias iniciativas nesse sentido como a micromediccedilatildeo e mediccedilatildeo
individualizada do consumo em condomiacutenios verticais entre outros os usuaacuterios
domeacutestico e comercial encontram oferta de equipamentos economizadores de aacutegua
para edificaccedilotildees de aplicaccedilatildeo bem faacutecil como os sanitaacuterios com dispositivos de dupla
descarga que varia de 3 a 6 litros favorecendo uma boa economia os arejadores de
31
vazatildeo torneiras de fechamento automaacutetico e redutores de pressatildeo A reutilizaccedilatildeo de
aacutegua traz benefiacutecios ambientais significativos uma vez que permite maiores volumes
de aacutegua para outros usos E em algumas situaccedilotildees pode diminuir a poluiccedilatildeo hiacutedrica
por meio da minimizaccedilatildeo da descarga de efluentes (BRASIL 2010)
Mota OIiveira e Inata (2011) comentam que em regiotildees tropicais o uso dos
aparelhos de ar condicionado para conforto teacutermico propicia a geraccedilatildeo de aacutegua que
resulta da condensaccedilatildeo e na maioria das vezes eacute desperdiccedilada no solo ou drenada
para galerias pluviais Assim o aproveitamento desta aacutegua dependeraacute da coleta
eficiente de cada sistema de drenagem dos aparelhos que podem ser voltados para
um sistema de coleta e armazenamento A aacutegua de aproveitamento dos aparelhos de
ar condicionado pode ser usada na lavagem de pisos regas de jardins entre outros
Observaccedilotildees sobre Gestatildeo das aacuteguas pluviais A gestatildeo de aacutegua pluvial visa
reduzir o consumo de aacutegua potaacutevel por meio de aproveitamento das aacuteguas de chuvas
contribuindo inclusive para a reduccedilatildeo de inundaccedilotildees ou de poluiccedilotildees difusas Uma
das medidas que vem sendo amplamente desenvolvida como forma de economizar
as aacuteguas potaacuteveis e evitar o risco de inundaccedilotildees em regiotildees com alto iacutendice de
impermeabilizaccedilatildeo do solo eacute a retenccedilatildeo de aacuteguas pluviais
Este sistema coligado a um sistema de reaproveitamento destas aacuteguas
configura-se como uma das mais eficientes formas de renovaccedilatildeo de um insumo finito
aacutegua As aacuteguas pluviais entretanto natildeo apresentam qualidade necessaacuteria para o
consumo Mesmo quando a captaccedilatildeo destas aacuteguas extravasam para o esgotamento
natildeo se deve permitir que elas sejam lanccediladas in natura para o lenccedilol freaacutetico pela
possibilidade de carga poluidora As aacuteguas pluviais quando utilizadas diretamente por
pontos na edificaccedilatildeo estes devem ser separados do sistema de aacutegua do restante do
preacutedio e deve conter indicativo visual de que a aacutegua natildeo eacute potaacutevel portanto improacutepria
para o consumo preparo de alimentos e banho
No caso da utilizaccedilatildeo deste sistema de reaproveitamento de aacuteguas pluviais
dois cuidados fundamentais devem ser observados primeiramente com relaccedilatildeo ao
caacutelculo do volume do reservatoacuterio que considera o IP (iacutendice pluviomeacutetrico) local A
Caixa Econocircmica recomenda a utilizaccedilatildeo do caacutelculo na Lei Estadual nordm 1252607
(SAtildeO PAULO 2007)
A segunda observaccedilatildeo refere-se ao volume do escoamento de aacuteguas pluviais
no solo de forma controlada a fim de prevenir inundaccedilotildees reduzir a poluiccedilatildeo difusa
e propiciar a recarga do lenccedilol freaacutetico Um projeto como este para ser aprovado
32
depende de um memorial de caacutelculo detalhado apresentando o niacutevel do lenccedilol freaacutetico
do local caacutelculo da vazatildeo de aacuteguas a serem lanccediladas na rede puacuteblica elaboraccedilatildeo de
um manual de operaccedilatildeo do sistema e indicaccedilatildeo de toda a documentaccedilatildeo teacutecnica tal
como projeto memoriais descritivos planilhas de custos e outros (CEF 2010)
Apesar de que o reaproveitamento de aacuteguas pluviais no Brasil jaacute ocorrer haacute
muito tempo em algumas regiotildees somente em 2007 entrou em vigor a NBR 15527
que estabelece as condiccedilotildees para o aproveitamento de aacuteguas de chuva em coberturas
de aacutereas urbanas para fins natildeo potaacuteveis
A primeira medida a levar em conta seria a reduccedilatildeo do consumo de aacutegua
potaacutevel Atualmente no mercado satildeo encontrados vaacuterios equipamentos
economizadores de aacutegua sendo que estes dispositivos proporcionam grande
economia (SABESP 2013)
O objetivo desta accedilatildeo eacute reduzir o consumo de aacutegua independentemente da
accedilatildeo do usuaacuterio ou da sua disposiccedilatildeo em mudar de comportamento para reduzir o
consumo de aacutegua Ela deve ser implementada quando o sistema estiver totalmente
estaacutevel ou seja sem nenhuma perda de aacutegua por vazamento (ANA 2005)
A situaccedilatildeo do Brasil eacute muito favoraacutevel pois deteacutem cerca de 12 de toda aacutegua
doce do planeta poreacutem 685 encontra-se na regiatildeo norte na qual vivem apenas
74 dos brasileiros (CONFEA 2011)
A limitaccedilatildeo de reservas de agua doce no planeta aumentou a demanda para
atendimento principalmente a prioridade dos recursos para o consumo humano
agriacutecola e industrial a prioridade de utilizaccedilatildeo dos recursos hiacutedricos disponiacuteveis para
abastecimento puacuteblico e as restriccedilotildees que vecircm sendo impostas em relaccedilatildeo ao
lanccedilamento de efluentes no meio ambiente torna necessaacuteria a adoccedilatildeo de estrateacutegias
que visem racionalizar a utilizaccedilatildeo dos recursos hiacutedricos e mitigar os impactos
negativos relativos agrave geraccedilatildeo de efluentes pelas induacutestrias (FIESP 2011)
Segundo o Programa Nacional de Uso Sustentaacutevel da Aacutegua Brasil (2010) na
deacutecada de 90 os programas de conscientizaccedilatildeo em relaccedilatildeo ao uso da aacutegua passaram
a dar mais ecircnfase na adesatildeo de equipamentos que economizam aacutegua pois
asseguram uma relaccedilatildeo mais automatizada do consumo Grandes induacutestrias e
instalaccedilotildees comerciais utilizam hoje estes recursos ou aparatos para reduzir o
consumo Existem vaacuterias iniciativas nesse sentido como a micromediccedilatildeo e mediccedilatildeo
individualizada do consumo em condomiacutenios verticais entre outros os usuaacuterios
domeacutestico e comercial encontram oferta de equipamentos economizadores de aacutegua
33
para edificaccedilotildees de aplicaccedilatildeo bem faacutecil como os sanitaacuterios com dispositivos de dupla
descarga que varia de 3 a 6 litros favorecendo uma boa economia os arejadores de
vazatildeo torneiras de fechamento automaacutetico e redutores de pressatildeo
A reutilizaccedilatildeo de aacutegua traz benefiacutecios ambientais significativos uma vez que
permite maiores volumes de aacutegua para outros usos E em algumas situaccedilotildees pode
diminuir a poluiccedilatildeo hiacutedrica por meio da minimizaccedilatildeo da descarga de efluentes
(BRASIL 2010)
Melhado et al (2013) frisam a importacircncia das accedilotildees de cunho poliacutetico teacutecnico
e social na busca de soluccedilotildees praacuteticas visando a reduccedilatildeo do consumo da aacutegua e
descrevem as mais importantes
Economia e valorizaccedilatildeo da aacutegua potaacutevel
Conscientizaccedilatildeo da populaccedilatildeo objetivando o uso racional da aacutegua
Manutenccedilatildeo das redes puacuteblicas e privadas para verificaccedilatildeo de desperdiacutecios
e vazamentos
Minimizaccedilatildeo da impermeabilizaccedilatildeo do solo urbano e da vazatildeo de
escoamento do terreno objetivando favorecer a permeabilidade da aacutegua
Captaccedilatildeo e armazenamento em reservatoacuterios especiacuteficos das aacuteguas
pluviais e demais aacuteguas natildeo potaacuteveis para usos que natildeo necessitam de
potabilidade como irrigaccedilatildeo reserva de incecircndio lavagem de piso
veiacuteculos em geral e ruas Se necessaacuterio para algum uso especiacutefico a aacutegua
deveraacute passar por unidades de tratamento para atingir os niacuteveis de
qualidade correspondente Quanto mais eficiente for a gestatildeo das aacuteguas
pluviais por retenccedilatildeo ou reuso menor seraacute o volume de aacutegua destinado agraves
redes puacuteblicas
Embora a aacutegua doce existente no planeta esteja sempre em renovaccedilatildeo haacute uma
tendecircncia de sua deterioraccedilatildeo em funccedilatildeo do seu uso indiscriminado devido ao
aumento populacional comprometendo consequentemente sua qualidade ficando
esta em quantidade cada vez menor em determinadas localidades disponiacutevel para
consumo As mudanccedilas climaacuteticas globais tambeacutem vecircm contribuindo para o aumento
na demanda dos recursos hiacutedricos
Devido ao ciclo hidroloacutegico que eacute fechado sabe-se que a quantidade de aacutegua
disponiacutevel no planeta eacute sempre a mesma Sabe-se tambeacutem que este ciclo constitui-
se basicamente do transporte das massas de aacutegua dos oceanos para a atmosfera
34
pelo fenocircmeno da evaporaccedilatildeo e da atmosfera para os oceanos atraveacutes dos
fenocircmenos das precipitaccedilotildees escoamentos superficiais e subterracircneos influenciando
diretamente na distribuiccedilatildeo dos corpos hiacutedricos Muitas regiotildees vem sofrendo
alteraccedilotildees resultantes das diferentes formas antroacutepicas de interferecircncia sobre o
ambiente Hespanhol e Mierwa (2013) O surgimento das Metroacutepoles
desmatamentos obras de dragagens assim como construccedilotildees de represas satildeo
exemplos concretos disto
Sabe-se que menos de 1 de toda a aacutegua existente no planeta eacute doce e que
aproximadamente metade deste percentual corresponde a aacuteguas subterracircneas
enquanto o restante encontra-se nos oceanos Aacute medida que a populaccedilatildeo vem
crescendo a deterioraccedilatildeo dos mananciais vai se acentuando surgindo problemas nos
abastecimentos drsquoaacutegua que atualmente vem merecendo a atenccedilatildeo e preocupaccedilatildeo de
populaccedilotildees e autoridades de todo o mundo Eacute necessaacuterio que haja uma gestatildeo
integrada dos recursos drsquoaacutegua racionalizando o seu uso favorecendo o
desenvolvimento de sistemas sustentaacuteveis como forma de prevenccedilatildeo contra a
escassez
Apesar de a aacutegua doce estar distribuiacuteda de forma desigual sobre o planeta a
disponibilidade deste recurso no Brasil eacute significativa poreacutem distribuiacuteda tambeacutem de
forma desigual sobre o nosso territoacuterio sendo na regiatildeo Amazocircnica 69 e nas
demais regiotildees 31 nas quais se concentram 95 da populaccedilatildeo do Paiacutes
Confrontando estes dados com os do ANEEL- Departamento Nacional de Aacuteguas e
Energia Eleacutetrica pode-se afirmar que em quanto na regiatildeo amazocircnica com 69 da
aacutegua e 685 dos recursos hiacutedricos para uma populaccedilatildeo de 5 do paiacutes nas demais
regiotildees temos 31 das aacuteguas com 315 dos mesmos recursos para 95 da
populaccedilatildeo Eacute certo que se tem uma enorme diferenccedila regional
35
Quadro 1 - Projeccedilatildeo da populaccedilatildeo nos Municiacutepios do Estado do Rio de Janeiro
MUNICIacutePIOS
VALORES OBSERVADOS
1970 1975 1980 1995 2000 2005 2010 2014
1 Caxias
2 Itaboraiacute
3 Itaguaiacute
4 Mageacute
5 Mangaratiba
6 Maricaacute
7 Niloacutepolis
8 Niteroacutei
9 Nova Iguaccedilu
10 Paracambi
11 Petroacutepolis
12 Satildeo Gonccedilalo
13 SJ de Meriti
14 Rio de
Janeiro
404 496
14 072
17 468
83 841
6 125
6 500
128 011
292 180
724 326
22 149
154 612
430 271
302 394
4251
918
554 935
23 652
76 267
163 906
8 094
19 602
151 700
400 140
1091 702
27 434
202 146
614 688
398 686
5093 232
661 578
31 919
101 048
198 471
10 136
22 677
160 434
439 596
1247
614
32 347
239 899
733 791
436 234
5474
597
780 964
42 668
129 867
235 894
12 454
26 188
169 031
480 981
1410
116
37 686
277 620
871 361
474 149
5585
289
916 278
55 469
163 800
277 069
15 111
30 226
177 585
525 061
1583 658
43 484
318 764
1035 991
513 025
6245 537
1071728
71 096
204 326
323 382
18 191
34 902
186 193
573 014
1773 705
49 787
363 819
1239 963
553 550
6638 213
1252 875
90 205
253 441
376 692
21 820
40 349
194 942
626 596
1986 378
56 660
413 381
1500 984
596 414
7038 605
1467033
113 697
313 856
439 389
26 149
46 734
203 913
688 395
2228600
64 190
468 169
1844983
642 305
7449231
TOTAL A RMRJ 683836
3
8826184 9790341 10807268 11901058 13101869 14449342 15996644
Fonte IBGE 2010
Na cidade do Rio de Janeiro constitui-se de 950 msup3s de vazatildeo meacutedia de aacutegua
doce disponiacutevel proporcionando 2080msup3 de aacutegua por ano para 144 milhotildees de
habitantes numa meacutedia desconsiderando as perdas de aproximadamente
57m3dia suficiente para atender a atual demanda de consumo Entretanto trabalhos
sobre a projeccedilatildeo da populaccedilatildeo nos municiacutepios do Estado do Rio de Janeiro
evidenciam um crescente aumento populacional IBGE (2010) como observa-se no
Quadro 2
Segundo estudos socioeconocircmicos e de demanda de aacutegua para a regiatildeo
metropolitana do Rio de Janeiro Rios (2011) deveraacute ser feita uma ampla campanha
de educaccedilatildeo ambiental atraveacutes da miacutedia visando o controle dos desperdiacutecios de aacutegua
nas induacutestrias comeacutercio e domiciacutelios tendo em vista o perigo de uma crise de
racionamento de aacutegua semelhante agrave crise energeacutetica ocorrida entre 2001 e 2002 No
36
Quadro 2 eacute demonstrada a evoluccedilatildeo prevista da demanda de aacutegua em msup3s para a
Regiatildeo metropolitana do Rio de Janeiro
Com base nas projeccedilotildees demograacuteficas estabelecidas em termos indicativos
para o ano de 2035 procedeu-se a uma estimativa da demanda de aacutegua Tal
estimativa supotildee que a relaccedilatildeo entre demanda de aacutegua e populaccedilatildeo residente
admitida para o ano de 2014 continue vaacutelida para 2035 Rios(2011) Levando-se em
consideraccedilatildeo o demonstrado nos Quadros 1 e 2 o aumento populacional para a
regiatildeo metropolitana do Rio de Janeiro em 2010 tomando-se por base o ano de 2000
foi de 2208
A demanda atendida tanto com os niacuteveis de perdas mantidos quanto com a
reduccedilatildeo das perdas em 20 seraacute de 2739 O fato da demanda prevista ser maior
do que o crescimento populacional pode ser explicado devido ao esperado aumento
de educaccedilatildeo para a sauacutede na populaccedilatildeo a qual necessitaria de mais aacutegua para suas
atividades
Quadro 2 - Evoluccedilatildeo prevista da demanda de aacutegua em msup3s para a Regiatildeo Metropolitana do Rio de Janeiro
DISCRIMINACcedilAtildeO
1980
1985
1990
1995
2005
2010
2014
Demanda total exclusive perdas (1) 3255 3624 4120 4624 5188 5839 6609
Demanda atendida Exclusive
perdas (2)
2213 2935 3914 4532 5188 5839 6609
Demanda atendida Inclusive perdas
(3) Hipoacutetese I
3952 5241 6889 8093 9264 10427 11802
Demanda atendida Inclusive perdas
(4) Hipoacutetese II
3952 4515 4893 5665 6485 7289 8261
Fonte Rios 2011
Para Monteiro et al(2010) o reuso de aacutegua exige que padrotildees adequados de
potabilidade sejam adotados tendo em conta questotildees de sauacutede puacuteblica como
acontece em diversas partes do mundo sendo no Brasil uma praacutetica ainda incipiente
Reiteram os autores que esta eacute uma estrateacutegia correta para diminuiccedilatildeo da captaccedilatildeo
e mitigaccedilatildeo no lanccedilamento de dejetos no ambiente natural
37
A Cacircmara Teacutecnica de Ciecircncia e Tecnologia do Conselho Nacional de Recursos
Hiacutedricos apontou para a necessidade de uma ampla discussatildeo sobre o tema reuso
natildeo potaacutevel Foram elaborados dois termos de referecircncia O primeiro referente agrave
elaboraccedilatildeo de resoluccedilatildeo contemplando os aspectos poliacuteticos legais e institucionais e
o segundo relativo agraves diretrizes gerais para a praacutetica do reuso Eacute necessaacuterio que se
leve em consideraccedilatildeo o tipo de reuso que se deseja e o niacutevel de tratamento para que
os padrotildees sejam alcanccedilados
O reuso operacionalmente permite substituir grandes volumes de aacutegua
destinados a usos nos quais a potabilidade natildeo eacute fator preponderante O reuso de
aacutegua jaacute vem sendo amplamente empregado na induacutestria principalmente em torres de
resfriamento caldeiras construccedilatildeo civil irrigaccedilatildeo de aacutereas verdes e em alguns
processos industriais onde a utilizaccedilatildeo de aacutegua com menor padratildeo de qualidade natildeo
ocasione maiores problemas Desta forma o reuso de aacutegua para fins natildeo potaacuteveis
deve ser considerado como primeira opccedilatildeo para reuso (HESPANHOL amp MIERZWA
2013)
22 Histoacuterico do Reuso de Aacuteguas
O aproveitamento de aacuteguas pluviais para o consumo das populaccedilotildees jaacute existe
ao longo das civilizaccedilotildees como pocircde ser observado em diversas construccedilotildees antigas
em vaacuterios pontos do mundo Reservatoacuterios escavados na rocha como pode ser
observado em Israel o que confirma o costume de aproveitamento de aacuteguas pluviais
Em Roma encontram-se diversos reservatoacuterios utilizados para o abastecimento da
populaccedilatildeo (TOMAZ2013)
De acordo com Jarus(2012) em Massada (ldquofortalezardquo em hebraico) situa-se
um dos mais conhecidos sistemas de aproveitamento de aacuteguas pluviais em Israel
onde Herodes no ano de 36 a c como forma de se precaver contra tempos difiacuteceis
construiu uma fortaleza com cavernas escavadas na rocha com capacidade de
armazenamento de 40 milhotildees de litros Estes reservatoacuterios possuiacuteam interligaccedilatildeo
atraveacutes de canalizaccedilotildees e aquedutos para abastecimento das habitaccedilotildees da fortaleza
38
Figura 3 - Sistemas de aproveitamento de aacuteguas pluviais
Fonte httpwwwgeocitieswspaz_israelmassadahtm
Na cidade de Toacutequio com a finalidade de prevenir a falta de aacutegua e reduzir
inundaccedilotildees foi intensificada a construccedilatildeo de diversos reservatoacuterios por toda a cidade
bem como motivou os proprietaacuterios de edifiacutecios e residenciais a construiacuterem seus
reservatoacuterios com incentivo a cada litro de aacutegua pluvial captado (AMARAL 2007)
A Alemanha era abastecida em mais de 70 por aquiacuteferos subterracircneos em
funccedilatildeo da poluiccedilatildeo de seus rios e grande industrializaccedilatildeo do paiacutes E recentemente
com o rebaixamento dos aquiacuteferos tornou-se um paiacutes liacuteder na execuccedilatildeo dos sistemas
de captaccedilatildeo de aacutegua da chuva tanto para fins domeacutesticos como comerciais
(AMARAL 2007)
O Meacutexico desde a eacutepoca dos Astecas e Maias eacute rico em tradiccedilotildees tecnoloacutegicas
de captaccedilatildeo de aacutegua da chuva Ainda na data atual na Peniacutensula de Yucatan pode
ser visto as chamadas Chultuns cisternas do seacuteculo X com capacidade variando de
20000 a 45000 litros utilizadas pelo povo Maia para captaccedilatildeo e abastecimento das
populaccedilotildees que viviam nas encostas As cisternas eram escavadas no subsolo
calcaacuterio e revestidas com emboccedilo impermeaacutevel tendo na sua parte superior uma aacuterea
de 100 a 200 m2 destinada a captaccedilatildeo da precipitaccedilatildeo pluviomeacutetrica Nos vales eram
usadas as aacuteguas dos (reservatoacuterios com capacidade de 10 a 150 milhotildees de litros) e
aquaditas (reservatoacuterios com capacidade de 100 a 50000 litros) - (GNADLINGER
2000)
39
Figura 4 - Reservatoacuterios
Fonte httpwwwlatinamericanstudiesorguxmal-chultunhtm
Figura 5 - Reservatoacuterios
Fonte httpwwwlatinamericanstudiesorguxmal-chultunhtm
O desaparecimento do uso de SAAP na peniacutensula de Yucatan deveu-se aos
colonizadores espanhoacuteis por ocasiatildeo da invasatildeo espanhola seacuteculo XVI quando foram
introduzidos novos sistemas de agricultura e meacutetodos de construccedilatildeo europeia
40
diferentes da cultura local Tendo acontecido o mesmo na Iacutendia com o sistema colonial
britacircnico que gerou colapso nos SAAP centenaacuterios (GNADLINGER 2000)
O Japatildeo promove diversos estudos e pesquisas na aacuterea de SAAP Em Toacutequio
a regulamentos para que os terrenos de aacutereas superiores a 10000m2 e os edifiacutecios
com mais de 3000m2utilizem o SAAP Os edifiacutecios com uma aacuterea superior a 30000m2
e que tenham consumo na ordem de 100m3dia de aacutegua para fins natildeo potaacuteveisaleacutem
da utilizaccedilatildeo de SAAP satildeo obrigados a tratar as aacuteguas cinzas(TOMAZ 2009)
No planalto de Loess norte da china tem elevada escassez de aacuteguas
subterracircneas e baixa precipitaccedilatildeo pluviomeacutetrica diante destes fatos o governo local
da Proviacutencia de Gansu colocou em praacutetica desde 1997 um projeto de captaccedilatildeo de
aacutegua da chuva denominado121uml que consiste em auxiliar cada famiacutelia a construir uma
(1) aacuterea de captaccedilatildeo de aacutegua dois (2) reservatoacuterios de armazenamento de aacutegua e um
(1) lote para plantaccedilatildeo de culturas comercializaacuteveis Solucionando o problema de
aacutegua potaacutevel a cerca de 13 milhotildees de pessoas (260000 famiacutelias) (JIANG et al
2013)
221 Aspectos histoacutericos da captaccedilatildeo das aacuteguas pluviais no Brasil
O aproveitamento da aacutegua das chuvas natildeo eacute uma inovaccedilatildeo dos dias de hoje
O primeiro relato do uso da aacutegua da chuva que se tem conhecimento em nosso paiacutes
segundo Hagemann (2009) eacute de um sistema construiacutedo na Ilha de Fernando de
Noronha pelo exeacutercito norte-americano em 1943
Hagemann (2009) afirma que a utilizaccedilatildeo de aacuteguas pluviais tem sido praticada
em maior escala principalmente na regiatildeo Nordeste em decorrecircncia do problema de
escassez hiacutedrica caracteriacutestica da regiatildeo Teve iniacutecio em julho de 2003 o Programa
de Formaccedilatildeo e Mobilizaccedilatildeo Social para a Convivecircncia com o Semiaacuterido um Milhatildeo
de Cisternas Rurais (P1MC) visando beneficiar aproximadamente 5 milhotildees de
pessoas na regiatildeo semiaacuterida com aacutegua potaacutevel por meio da construccedilatildeo de cisternas
(Figura 6)
41
Figura 6 - Esquema de cisterna implementada na zona rural
Fonte Annencchini 2005
A seguir a figura 7 apresenta um modelo mais simples para casas populares
podendo atender quase 100 da aacutegua de um lar (CUNHA et al 2011)
Figura 7 - Projeto experimental para casas populares voltado para captaccedilatildeo de aacutegua da chuva
Fonte wwwportalsaofranciscocombr 2016
42
23 Utilizaccedilotildees da aacutegua coletada e o seu consumo
A aacutegua da chuva pode ser usada de diferentes maneiras como jaacute mencionado
descarga de sanitaacuterios limpeza de vasos sanitaacuterios e mictoacuterios lavagem de roupas
lavagem de pavimentos e veiacuteculos rega de jardins irrigaccedilatildeo de parques escolas
praccedilas estacionamentos condomiacutenios usos industriais e preacutedios comerciais
(climatizaccedilatildeo resfriamento de maacutequinas lavagem industrial de roupas lavagem de
veiacuteculos como carros ocircnibus e caminhotildees limpeza industrial redes de incecircndio)
(GOLDENFUM 2006 RODRIGUES 2010 OLIVEIRA CHRISTMANN e PIEREZAN
2014)
Segundo Krishna (2003) existem diversas vantagens e benefiacutecios da aacutegua da
chuva a aacutegua eacute gratuita o uacutenico custo eacute para coleta e uso o uso final da aacutegua colhida
eacute localizado perto da fonte eliminando a necessidade de sistemas de distribuiccedilatildeo
dispendiosos eacute isenta de soacutedio eacute superior para a irrigaccedilatildeo da paisagem a coleta
reduz o fluxo para drenagens de aacuteguas pluviais e tambeacutem reduz poluiccedilatildeo da fonte natildeo
pontual aleacutem de ajudar nos serviccedilos puacuteblicos com a reduccedilatildeo da demanda no veratildeo
e economizando a utilizaccedilatildeo da aacutegua existente resultabdo assim tambeacutem na
reduccedilatildeo das contas de serviccedilos puacuteblicos dos consumidores
Segundo o Texas Guide to Rainwater Harvestingrdquo [1997] a aacutegua da chuva eacute
a aacutegua natural mais macia com dureza zero para todos os fins praacuteticos Quase natildeo
apresentam minerais nem sais dissolvidos e a sua qualidade eacute proacutexima da qualidade
da aacutegua destilada
Iwanami (1985) descreve a importacircncia de fazer o planejamento da utilizaccedilatildeo
do sistema de aproveitamento de aacutegua de chuva para verificar a quantidade de aacutegua
que poderaacute ser coletada e armazenada e verificar a necessidade de tratamento da
aacutegua de chuva Certamente eacute preciso que a aacutegua coletada seja devidamente
armazenada filtrada tratada e que garanta uma qualidade compatiacutevel com os usos
previstos
A aacutegua da chuva obtida por meio de processos sem qualquer desinfecccedilatildeo ou
filtragem complexa natildeo serve normalmente para consumo humano eacute considerada
como aacutegua de segunda qualidade Este tipo de aacutegua deve ser empregado em algumas
tarefas domeacutesticas jaacute exemplificadas anteriormente Rodrigues (2010) afirma que em
meacutedia um indiviacuteduo utiliza o vaso sanitaacuterio entre sete e oito vezes por dia das quais
aproximadamente seis vezes para urinar e as demais para defecar se em cada
43
descarga forem usados dez litros verifica-se que ao fim de um dia um indiviacuteduo gastou
entre setenta e oitenta litros de aacutegua
O uso eficiente da aacutegua implica que natildeo haja desperdiacutecios quer por motivos
ambientais quer por motivos econocircmicos jaacute que a aacutegua desperdiccedilada envolve gastos
desnecessaacuterios Nos campos por exemplo as plantas satildeo organizadas e distribuiacutedas
conforme suas necessidades de aacutegua que segundo essa loacutegica os sistemas de rega
deveriam ser organizados de acordo com as necessidades das plantas isto eacute as
plantas com distintas necessidades satildeo regadas de modo separado podendo tomar
como exemplo a grama que deve ser regada separadamente dos arbustos e flores
Sabe-se que a rega eacute muito importante para o desenvolvimento das vegetaccedilotildees e eacute
usada quando o niacutevel de umidade no solo eacute insatisfatoacuterio (RODRIGUES 2010)
No entendimento de Rodrigues (2010) independente das intervenccedilotildees
excepcionais de reparaccedilatildeo e na falta de condiccedilotildees que sugerem intervenccedilotildees em
periacuteodos mais curtos a manutenccedilatildeo dos sistemas de aproveitamento de aacuteguas
pluviais deve ser realizada em conformidade com as frequecircncias miacutenimas
24 O Reuso De Aacuteguas
241- Aacuteguas Residuaacuterias
Na visatildeo de Asano et al (2007) a aacutegua recuperada eacute definida como um
efluente convenientemente tratado numa Estaccedilatildeo de Tratamento para uma
determinada reutilizaccedilatildeo da aacutegua pretendida Aleacutem disso a reutilizaccedilatildeo da aacutegua
diretamente requer a existecircncia de um sistema de bombeamento ou de outras
facilidades de transporte para o fornecimento da aacutegua
A Resoluccedilatildeo nordm 54 de 28112005 do Conselho Nacional de Recursos Hiacutedricos
(CNRH) dispotildee que o reuso da aacutegua constitui-se de racionalizaccedilatildeo e de conservaccedilatildeo
de recursos hiacutedricos de acordo com os princiacutepios determinados na Agenda 21 Esta
praacutetica diminui a descarga de poluentes em corpos receptores conservando os
recursos hiacutedricos para o abastecimento puacuteblico e outros usos mais exigentes
relacionados agrave qualidade diminui os custos associados agrave poluiccedilatildeo e ajuda na proteccedilatildeo
do meio ambiente e da sauacutede puacuteblica (BRASIL 2005)
A Resoluccedilatildeo nordm 54 de 28112005 do CNRH em seu art 2ordm traz as seguintes
definiccedilotildees sobre o reuso da aacutegua e a aacutegua residuaacuteria
44
I - aacutegua residuaacuteria esgoto aacutegua descartada efluentes liacutequidos de edificaccedilotildees
induacutestrias agroinduacutestrias e agropecuaacuteria tratados ou natildeo
II - reuso de aacutegua utilizaccedilatildeo de aacutegua residuaacuteria
III - aacutegua de reuso aacutegua residuaacuteria que se encontra dentro dos padrotildees
exigidos para sua utilizaccedilatildeo nas modalidades pretendidas
IV - reuso direto de aacutegua uso planejado de aacutegua de reuso conduzida ao local
de utilizaccedilatildeo sem lanccedilamento ou diluiccedilatildeo preacutevia em corpos hiacutedricos
superficiais ou subterracircneos
V - produtor de aacutegua de reuso pessoa fiacutesica ou juriacutedica de direito puacuteblico ou
privado que produz aacutegua de reuso
VI - distribuidor de aacutegua de reuso pessoa fiacutesica ou juriacutedica de direito puacuteblico
ou privado que distribui aacutegua de reuso e
VII - usuaacuterio de aacutegua de reuso pessoa fiacutesica ou juriacutedica de direito puacuteblico ou
privado que utiliza aacutegua de reuso (BRASIL 2005)
O reuso eacute definido por Cunha et al (2011) como o uso de aacutegua residuaacuteria ou
aacutegua de qualidade inferior tratada ou natildeo Para Blum (2007) as aacuteguas residuais ou
residuaacuterias satildeo todos os tipos de aacuteguas descartadas resultantes da utilizaccedilatildeo de
vaacuterios processos Como exemplos podem ser citados aacuteguas residuais domeacutesticas
provenientes de banhos cozinhas lavagens de pavimentos domeacutesticos aacuteguas de
infiltraccedilatildeo resultante das infiltraccedilotildees nos coletores de aacutegua existentes nos terrenos ou
de tubulaccedilotildees puacuteblicas entre outros
Muitas pessoas querem aumentar a reutilizaccedilatildeo de aacutegua em seus
empreendimentos como parte de uma mudanccedila geral para o desenvolvimento
sustentaacutevel da terra e gestatildeo de aacutegua Mas Carvalho et al (2014) Marccedilo p 3164 -
3171 3170 haacute poucas informaccedilotildees sobre a aacutegua reutilizada e tecnologias que possam
ser adotadas para cada situaccedilatildeo (HOLT e JAMES 2006)
Filho e Mancuso (2013) entendem o reuso da aacutegua como sendo uma
tecnologia desenvolvida em menor ou maior escala depende da finalidade ao qual se
destina a aacutegua e de como a aacutegua foi usada anteriormente
Hespanhol (2002) enfatiza que a aacutegua eacute um recurso renovaacutevel que quando
reciclada por meio de sistemas naturais torna-se um recurso limpo e seguro pode ter
sua qualidade comprometida devido agrave accedilatildeo antroacutepica Uma vez poluiacuteda a aacutegua pode
ser recuperada e reusada para diversas finalidades A qualidade da aacutegua usada e o
propoacutesito do reuso determinam os niacuteveis de tratamento recomendados os criteacuterios de
45
seguranccedila a serem adotados e os custos associados As possibilidades e formas
potenciais de reuso dependeratildeo de caracteriacutesticas condiccedilotildees e fatores locais
Nessa mesma corrente Cunha et al (2011) sinalizam que um aspecto
relevante para o desenvolvimento de qualquer atividade humana eacute a disponibilidade
de aacutegua em quantidade e qualidade Em situaccedilotildees de escassez emerge a
necessidade e a possibilidade de substituiccedilatildeo das fontes para abastecimento usando
aacutegua residuaacuteria que apresenta qualidade inferior mas disponibilidade assegurada
OIiveira e Inata (2011) comentam que em regiotildees tropicais o uso dos
aparelhos de ar condicionado para conforto teacutermico propicia a geraccedilatildeo de aacutegua que
resulta da condensaccedilatildeo e na maioria das vezes eacute desperdiccedilada no solo ou drenadas
para galerias pluviais Assim o aproveitamento desta aacutegua dependeraacute da coleta
eficiente de cada sistema de drenagem dos aparelhos que podem ser voltados para
um sistema de coleta e armazenamento A aacutegua de aproveitamento dos aparelhos de
ar condicionado pode ser usada na lavagem de pisos regas de jardins entre outros
Rodrigues (2005) e Goldenfum (2006) classificam o reuso da aacutegua quanto ao
meacutetodo e quanto ao uso final
Quanto ao meacutetodo a reutilizaccedilatildeo da aacutegua pode ser direta ou indireta que
resultam de accedilotildees planejadas ou natildeo O reuso indireto natildeo planejado ocorre quando
a aacutegua servida eacute descarregada no meio ambiente ficando exposta agraves accedilotildees naturais
do ciclo hidroloacutegico (diluiccedilatildeo autodepuraccedilatildeo) e reutilizada a jusante de modo natildeo
intencional e natildeo controlada Em relaccedilatildeo ao reuso indireto planejado ocorre quando
os efluentes depois de tratados satildeo descarregados de maneira planejada nos corpos
drsquoaacutegua para serem usados a jusante de forma controlada (RODRIGUES 2005
GOLDENFUM 2006)
O reuso direto planejado ocorre quando os efluentes depois de tratados satildeo
levados diretamente ao local de reuso (geralmente induacutestria ou irrigaccedilatildeo) O reuso
direto natildeo planejado ocorre quando a aacutegua servida eacute descarregada sem nenhum tipo
de tratamento sendo reaproveitada diretamente no seu ponto de descarga (situaccedilotildees
irregulares pois natildeo tem controle algum sobre os paracircmetros de qualidade)
(GOLDENFUM 2006)
Goldenfum (2006) ressalta que normalmente natildeo eacute possiacutevel reutilizar uma
aacutegua residuaacuteria completa ou indefinidamente O reuso de um efluente tratado atraveacutes
de meacutetodos diretos ou indiretos eacute um meio de disposiccedilatildeo que complementa outros
existentes A quantidade de efluente que se pode reutilizar vai depender da
46
disponibilidade e o custo da aacutegua doce custos de transporte e tratamento diretrizes
sobre a qualidade da aacutegua e o potencial de reuso da aacutegua residuaacuteria
Quanto ao uso final as aacuteguas podem ser aproveitadas de diversas formas e
os tipos de reuso satildeo classificados em urbano industrial agriacutecola ambiental e recarga
de aquiacutefero (HESPANHOL 2002 GOLDENFUM 2006)
Os tipos baacutesicos de usos potenciais de esgotos tratados segundo Hespanhol
(2002) podem ser implantados tanto em aacutereas urbanas como aacutereas rurais e satildeo
ilustrados pelo esquema da figura 6
Figura 8 - Formas potenciais de reuso da aacutegua
Fonte Hespanhol 2002
242 Aacuteguas Cinzentas
As aacuteguas cinzentas satildeo as aacuteguas residuais domeacutesticas oriundas de enxaacutegue
de maacutequina de lavar aacutegua de chuveiro e outros Para Blum (2007) eacute importante
quando se projeta um sistema de reuso de aacuteguas cinzentas o dimensionamento dos
reservatoacuterios Deve-se ter em conta o volume que seraacute usado nas descargas de
47
sanitaacuterios ateacute no maacuteximo 48 horas para evitar estocagem por muito tempo pois
ocasionaraacute odores desagradaacuteveis
Nos sistemas de reutilizaccedilatildeo de aacuteguas cinzentas de acordo com Boehm e
Oliveira (2015) deve-se levar em consideraccedilatildeo o comprometimento de todos os
usuaacuterios sendo que o volume e a concentraccedilatildeo de contaminantes podem variar
depende do tipo de edificaccedilatildeo da localidade do niacutevel de ocupaccedilatildeo da residecircncia da
faixa etaacuteria do estilo de vida da classe social da cultura e dos costumes dos
residentes
Neves e Afonso (2010) entendem que as aacuteguas cinzentas satildeo aacuteguas residuais
domeacutesticas sem aacuteguas fecais provenientes geralmente de banheiros duchas
lavatoacuterios lavagem de roupas e cozinha
No reuso dessas aacuteguas que podem ser usadas com ou sem tratamento
dependeraacute da qualidade exigiacutevel para os usos O sistema predial de reciclagem de
aacuteguas cinzentas propicia o tratamento das mesmas e a sua reentrada no ciclo do
preacutedio O uso mais frequente eacute na limpeza de bacias de retrete (NEVES e AFONSO
2010)
25 Formas de Reuso de Aacuteguas
251 Reuso Urbano
Com base nas diretrizes relacionadas ao reuso da aacutegua emitida pela Agecircncia
de Proteccedilatildeo ao Meio Ambiente dos Estados Unidos (United States Environmental
Protection Agency (US EPA) eacute apresentado muitas opccedilotildees para o reuso urbano natildeo
potaacutevel em que se destacam irrigaccedilatildeo de parques e jardins puacuteblicos centros
esportivos campos de futebol gramados aacutervores e arbustos decorativos ao longo de
ruas e rodovias aacutereas ajardinadas ao redor de edifiacutecios puacuteblicos residenciais e
industriais reserva de proteccedilatildeo contra incecircndios sistemas decorativos aquaacuteticos
como fontes chafarizes espelhos e quedas drsquoaacutegua descarga sanitaacuteria lavagem de
veiacuteculos (GOLDENFUM 2006)
Deve-se enfatizar que o uso que requer aacutegua de qualidade elevada podeter
custos incompatiacuteveis com as vantagens devido ao baixo custo da aacutegua para os
usuaacuterios urbanos Dessa forma o reuso urbano com finalidade potaacutevel eacute tida como
uma alternativa dispendiosa e riscos muito altos tornando-o praticamente inviaacutevel
48
Enquanto para finalidades natildeo potaacuteveis envolve riscos menores e eacute considerada
como uma boa opccedilatildeo para o reuso urbano (GOLDENFUM 2006)
252 Reuso industrial
O reuso industrial pode ser utilizado na produccedilatildeo de aacutegua para caldeiras em
sistemas de resfriamento como por exemplo aacutegua de reposiccedilatildeo em lavadores de
gases e aacutegua de processos (CETESB 2014) No mundo as usinas de geraccedilatildeo de
energia refinarias de petroacuteleo unidades quiacutemicas e metaluacutergicas se beneficiam do
reuso de aacutegua tanto para resfriamento quanto para processos industriais
(GOLDENFUM 2006)
253 Reuso agriacutecola
Em conformidade com o Centro Internacional de Referecircncia em Reuso de Aacutegua
(CIRRA 2014) entidade vinculada agrave Escola Politeacutecnica da Universidade de Satildeo Paulo
(USP) os efluentes devidamente tratados podem ser utilizados na agricultura para
aplicaccedilatildeo em culturas de alimentos natildeo processados comercialmente (irrigaccedilatildeo
superficial de qualquer cultura alimentiacutecia) culturas de alimentos processados
comercialmente (irrigaccedilatildeo de pomares e vinhas) culturas natildeo alimentiacutecias (pastos
forragens fibras e gratildeos) dessedentaccedilatildeo de animais
254 Reuso no meio ambiente
O reuso no meio ambiente engloba aplicaccedilotildees em wetlands habitats naturais
aumento do fluxo de aacutegua estabelecimentos recreacionais contato acidental (pesca
e canoagem) e contato integral com a aacutegua autorizado represas e lagos lagoas
esteacuteticas em que o contato com o puacuteblico natildeo eacute autorizado (CIRRA 2014)
26 A Praacutetica de Recarga de Aquiacuteferos
A recarga artificial de aquiacuteferos com efluentes tratados pode ser usada para
fins diversos englobando o aumento de disponibilidade e armazenamento de aacutegua
controle de salinizaccedilatildeo em aquiacuteferos costeiros controle de subsidecircncia de solos Cirra
(2014) Esta praacutetica pode ser importante para alguns municiacutepios abastecidos por
49
aacutegua subterracircnea onde a recarga natural de aquiacuteferos vem sendo diminuiacutedas em
funccedilatildeo do aumento de aacutereas impermeabilizadas
Hespanhol (2002) comenta que eacute realizada de modo inadequado a retirada das
aacuteguas dos lenccediloacuteis subterracircneos para consumo o que compromete a disponibilidade
hiacutedrica O uso de esgotos tratados para evitar ou diminuir tais efeitos eacute uma
possibilidade
27 O Armazenamento de Aguaacutes
Em aacutereas para captaccedilatildeo de aacutegua de chuva comumente utiliza-se materiais
como telhas galvanizadas pintadas ou esmaltadas com tintas natildeo toacutexicas superfiacutecies
de concreto ceracircmicas policarbonato e fibra de vidro As calhas tambeacutem devem ser
fabricadas com materiais inertes como PVC ou outros tipos de plaacutesticos evitando
assim que partiacuteculas toacutexicas provenientes destes dispositivos venham a ser levadas
para os tanques de armazenagem (MACOMBER 2001)
Segundo Brown et al (2005) o volume do primeiro fluxo de aacutegua de chuva a
ser descartado varia conforme a quantidade de poeira acumulada na superfiacutecie do
telhado que eacute uma funccedilatildeo do nuacutemero de dias secos da quantidade e tipo de resiacuteduos
e da estaccedilatildeo do ano Outras variaacuteveis a serem consideradas satildeo a inclinaccedilatildeo e as
superfiacutecies dos telhados a intensidade das chuvas e o periacuteodo de tempo que ocorrem
Aleacutem disso salienta-se que natildeo haacute nenhum caacutelculo exato para definir o volume inicial
de aacutegua pluvial que necessita ser desviado devido agraves muitas variaacuteveis que
determinam a eficaacutecia da lavagem das aacutereas de captaccedilatildeo
Jaacute o reservatoacuterio eacute um dos componentes mais relevantes do SAAP eacute um fator
que influencia na qualidade da aacutegua e tambeacutem elemento mais caro do investimento
ou fator de otimizaccedilatildeo da aacutegua disponiacutevel versus necessidades de abastecimento
(RODRIGUES 2010)
O reservatoacuterio de armazenamento tem a funccedilatildeo de reter e acumular a aacutegua
coletada pelo telhado que eacute levada pelo sistema atraveacutes da calha para filtragem e
armazenada em cisternas ou caixas drsquoaacutegua ficando armazenada ao abrigo da luz e
do calor e eacute bombeada para uma caixa drsquoaacutegua superior que pode abastecer o
banheiro a lavanderia e outros ambientes (OLIVEIRA CHRISTMANN e PIEREZAN
2014)
50
May (2009) acredita que para o sistema ser viaacutevel vai depender de trecircs
elementos precipitaccedilatildeo aacuterea de coleta e demanda O reservatoacuterio de aacutegua da chuva
por ser o componente mais caro do sistema deve ser projetado em conformidade com
as necessidades do usuaacuterio e com a disponibilidade pluviomeacutetrica local para
dimensionaacute-lo adequadamente sem inviabilizar o sistema Com base nos resultados
das anaacutelises realizadas e no uso do sistema de coleta e aproveitamento de aacutegua da
chuva a utilizaccedilatildeo para fins natildeo potaacuteveis deve ser estimulada A figura 9 ilustra o
processo de captaccedilatildeo da aacutegua da chuva
Para Boehm e Oliveira (2015) antes da implantaccedilatildeo de um sistema de
reaproveitamento de aacuteguas pluviais devem ser verificadas as condiccedilotildees do local de
instalaccedilotildees e quais os tipos de elementos podem interferir na qualidade da aacutegua
captada
Segundo Macomber (2001) o escoamento de aacutegua natildeo deve entrar em
campos seacutepticos de drenagem do sistema e qualquer tanque o excesso e a drenagem
devem ser roteados de modo que natildeo afetar a base dos tanques ou de quaisquer
outras estruturas
A cisterna pode ser apoiada semi-apoiada enterrada ou elevada e ser
construiacuteda com vaacuterios tipos de materiais como concreto armado blocos de concreto
alvenaria de tijolos plaacutestico polieacutester polietileno accedilo entre outros (OLIVEIRA
CHRISTMANN e PIEREZAN 2014)
51
Figura 9 - Processo de captaccedilatildeo da aacutegua da chuva
Fonte wwwrhasaambientalcombr 2013
Dentre os conceitos da NORMA 155272007 podemos citar
aacutegua de chuva aacutegua resultante de precipitaccedilotildees atmosfeacutericas coletadas
em coberturas telhados onde natildeo haja circulaccedilatildeo de pessoas veiacuteculos e
animais
aacutegua natildeo potaacutevel aacutegua que natildeo atende agrave Portaria nordm 518 do Ministeacuterio da
Sauacutede
aacuterea de captaccedilatildeo aacuterea em metros quadrados projetada na horizontal da
superfiacutecie impermeaacutevel da cobertura onde a aacutegua eacute captada
coeficiente de escoamento superficial coeficiente de runnoff que
representa a relaccedilatildeo entre o volume total de escoamento superficial e ao
volume total precipitado variando conforme a superfiacutecie
conexatildeo cruzada qualquer ligaccedilatildeo fiacutesica atraveacutes de peccedila dispositivo ou
outro arranjo que conecte duas tubulaccedilotildees das quais um conduz aacutegua
potaacutevel e a outra aacutegua de qualidade desconhecida ou natildeo potaacutevel
demanda consumo meacutedio (mensal ou diaacuterio) a ser atendido para fins natildeo
potaacuteveis
escoamento inicial aacutegua suficiente da aacuterea de captaccedilatildeo suficiente para
carregar a poeira fuligem folhas galhos e detritos
52
suprimento fonte alternativa de aacutegua para complementar o reservatoacuterio
de aacutegua de chuva
Tabela 1 - Paracircmetros de qualidade de aacuteguas pluviais para usos restritivos natildeo potaacuteveis
Paracircmetro
Anaacutelise Faixa
Coliformes totais Semanal Ausecircncia em 100mL
Coliformes termotolerantes Semanal Ausecircncia em 100mL
Cloro residual livre Mensal 05 a 30 mgL
Turbidez Mensal lt20uT para menos
restritivos lt50 uT lt15 uH
Cor aparente (caso natildeo seja
utilizado nenhum corante ou
antes da sua utilizaccedilatildeo)
Mensal
Deve prever ajuste do pH para
proteccedilatildeo das redes de distribuiccedilatildeo
caso necessaacuterio
Mensal pH de 60 a 8p no caso
de tubulaccedilatildeo de accedilo
carbono ou galvanizado
Fonte ABNT ndash Associaccedilatildeo Brasileira de Normas Teacutecnicas NBR 155252007
Com relaccedilatildeo agrave manutenccedilatildeo do sistema de coleta e aproveitamento de aacuteguas
pluviais de acordo com o Manual de manutenccedilatildeo do aproveitamento de aacutegua de chuva
do FNDE
Quadro 3 - Frequecircncia de manutenccedilatildeo
Componente
Frequecircncia de manutenccedilatildeo
Cobertura e telhados Miacutenimo 3 vezes ao ano
Calhas condutores verticais e horizontais Miacutenimo 3 vezes ao ano
Filtro removedor de detritos A cada 3 meses
Reservatoacuterio inferior ndash enterrado A cada 2 anos
Filtro flutuante Mensalmente
Bombas Mensalmente
Filtro cartucho Semestralmente
Clorador Mensalmente
Reservatoacuterio superior ndash intermediaacuterio Limpeza e desinfecccedilatildeo anual
Fonte Manual de manutenccedilatildeo do aproveitamento de aacutegua de chuva FNDE
53
As inspeccedilotildees podem ser feitas pelos utilizadores poreacutem as manutenccedilotildees dos
sistemas de bombas e tratamento devem ser feitas por teacutecnicos especializados
Quando satildeo utilizados nas operaccedilotildees de higienizaccedilatildeo e manutenccedilatildeo produtos nocivos
para os humanos ou para o ambiente devem ser adotadas medidas que impeccedilam o
lanccedilamento dos efluentes resultantes destas operaccedilotildees no ciclo pluvial natural ou na
rede de drenagem de aacuteguas residuais com a necessaacuteria checagem de compatibilidade
com os componentes naturais canalizaccedilotildees e dispositivos de tratamento a jusante
realizando preacute-tratamento quando necessaacuterio (RODRIGUES 2010)
Eacute importante destacar o conjunto de normas que fornecem os requisitos para o
aproveitamento de aacutegua de chuva de coberturas em aacutereas urbanas para fins natildeo
potaacuteveis
NBR 56261998 Instalaccedilatildeo predial de aacutegua fria que tem exigecircncias e
recomendaccedilotildees para o projeto assim como sua execuccedilatildeo e
manutenccedilatildeo da rede
NBR 108441989 Instalaccedilatildeo prediais de aacuteguas pluviais que tem o
caacutelculo de aacuterea de contribuiccedilatildeo e caacutelculo de condutores horizontais e
verticais e de calhas
ABNT NBR 122131992 Projeto de captaccedilatildeo de aacutegua de superfiacutecie para
abastecimento puacuteblico
ABNT NBR 122141992 Projeto de sistema de bombeamento de aacutegua
para abastecimento puacuteblico
ABNT NBR 122171994 Projeto de reservatoacuterio de distribuiccedilatildeo de aacutegua
para abastecimento puacuteblico
A RESOLUCcedilAtildeO CONAMA Nordm 20 de 18 de junho de 1986 publicada no DOU
de 300786 foi estabelecida a classificaccedilatildeo das aacuteguas doces salobras e salinas do
Territoacuterio Nacional Na Classe 2 estatildeo incluiacutedas as aacuteguas destinadas ao
abastecimento domeacutestico apoacutes tratamento convencional agrave proteccedilatildeo das
comunidades aquaacuteticas agrave recreaccedilatildeo de contato primaacuterio (esqui aquaacutetico nataccedilatildeo e
mergulho) agrave irrigaccedilatildeo de hortaliccedilas e plantas frutiacuteferas agrave criaccedilatildeo natural eou
intensiva (aquicultura) de espeacutecies destinadas agrave alimentaccedilatildeo humana
Para as aacuteguas de Classe 2 satildeo estabelecidos os mesmos limites ou condiccedilotildees
da Classe 1 agrave exceccedilatildeo dos seguintes
54
i Natildeo seraacute permitida a presenccedila de corantes artificiais que natildeo sejam
removiacuteveis por processo de coagulaccedilatildeo sedimentaccedilatildeo e filtraccedilatildeo
convencional
ii Coliformes para uso de recreaccedilatildeo de contato primaacuterio deveraacute ser
obedecido o Art 26 desta Resoluccedilatildeo Para os demais usos natildeo deveraacute ser
excedido um limite de 1000 coliformes fecais por 100 mililitros em 80 ou
mais de pelo menos 5 amostras mensais colhidas em qualquer mecircs no
caso de natildeo haver na regiatildeo meios disponiacuteveis para o exame de
coliformes fecais o iacutendice limite seraacute de ateacute 5000 coliformes totais por 100
mililitros em 80 ou mais de pelo menos 5 amostras mensais colhidas em
qualquer mecircs
iii Cor ateacute 75 mg Ptl
iv Turbidez ateacute 100 UNT
v DBO5 dias a 20degC ateacute 5 mgl O2
vi OD em qualquer amostra natildeo inferior a 5 mgl O2
No art 26 (Balneabilidade) - As aacuteguas doces salobras e salinas destinadas a
balneabilidade (recreaccedilatildeo de contato primaacuterio) seratildeo enquadradas e teratildeo sua
condiccedilatildeo avaliada nas categorias EXCELENTE MUITO BOA SATISFATOcircRIA e
IMPROacutePRIA da seguinte forma
1) EXCELENTE (3 estrelas) Quando em 80 ou mais de um conjunto de
amostras obtidas em cada uma das 5 semanas anteriores colhidas no mesmo
local houver no maacuteximo 250 coliformes fecais por l00 mililitros ou 1250
coliformes totais por 100 mililitros
2) MUITO BOA (2 estrelas) Quando em 80 ou mais de um conjunto de amostras
obtidas em cada uma das 5 semanas anteriores colhidas no mesmo local
houver no maacuteximo 500 coliformes fecais por 100 mililitros ou 2500 coliformes
totais por 100 mililitros
3) SATISFATOacuteRIA (1 estrela) Quando em 80 ou mais de um conjunto de
amostras obtidas em cada uma das 5 semanas anteriores colhidas no mesmo
local houver no maacuteximo 1000 coliformes fecais por 100 mililitros ou 5000
coliformes totais por 100 mililitros
55
4) IMPROacutePRIA Natildeo atendimento aos criteacuterios estabelecidos para as aacuteguas
proacuteprias
Os mais recentes padrotildees microbioloacutegicos para aacuteguas destinadas agrave recreaccedilatildeo
de contato primaacuterio estatildeo definidos na resoluccedilatildeo CONAMA 2742000 como
demonstrado na Tabela 2que jaacute inclui Enterococos Ecoli
Segundo Jordatildeo amp Pessoa (2014) o desenvolvimento dos padrotildees para banho
ou para aacuteguas de recreaccedilatildeo de contato primaacuterio tem evoluiacutedo com loacutegica Primeiro
foram adotados paracircmetros relativos a melhor tecnologia de controle disponiacutevel que
entretanto natildeo representavam o risco de contrair enfermidades devido a presenccedila de
poluentes Foi o caso dos Coliformes totais Depois considerou-se a relaccedilatildeo entre o
risco possiacutevel ou detectaacutevel e presenccedila de poluentes Neste caso os Coliformes fecais
eram mais representativos
Uma terceira etapa foi a identificaccedilatildeo de risco aceitaacutevel para o qual deveria
existir uma quantidade de dados epidemioloacutegicos correspondendo a mediccedilotildees de
qualidade do corpo drsquoaacutegua Os estudos indicaram que Enterococos eram os mais
representativos seguidos por Ecoli e por uacuteltimo coliformes totais(Desinfecccedilatildeo de
efluentes sanitaacuterios) Sendo assim os Enterococos atualmente representam o melhor
indicador entre os analisados sem que se deva considerar erro o controle por outros
organismos
Tabela 2 - Padrotildees microbioloacutegicos para aacuteguas destinadas agrave recreaccedilatildeo de contato primaacuterio
Balneabilidade-
categoria
Qualidade
Padrotildees para o corpo daacutegua
Proacutepria Excelente Maacuteximo de 250 CF100ml ou
200EC100ml ou 25 Enterococos100ml
em 80 ou mais das amostras das cinco
semanas anteriores
Proacutepria Muito boa Maacuteximo de 500 CF100ml ou
400EC100ml ou 50 Enterococos100ml
em 80 ou mais das amostras das cinco
semanas anteriores
Proacutepria Satisfatoacuteria Maacuteximo de 1000 CF100ml ou
800EC100ml ou 100 Enterococos100ml
56
em 80 ou mais das amostras das cinco
semanas anteriores
Improacutepria Natildeo atendimento aos criteacuterios
estabelecidos para as aacuteguas
proacuteprias
Incidecircncia elevada ou anormal
de enfermidades transmissiacuteveis
por via hiacutedrica Valor obtido na
uacuteltima amostragem for superior a
2500CF100ml ou 2000
EC100ml ou 400
enterococos100ml Presenccedila de
resiacuteduos ou despejos pHlt6ou
gt9 Floraccedilatildeo de algas outros
fatores que contra -indiquem o
contato primaacuterio
Fonte- CONAMA 2742000
28 Legislaccedilatildeo Sobre o Uso de Aacuteguas
ASPECTOS LEGAIS PARA O USO DE AacuteGUAS
Em 1973 o decreto federal nordm 24643 conhecido como o Coacutedigo das Aacuteguas
consubstanciou a base da legislaccedilatildeo voltada para a temaacutetica aacutegua O instrumento
legisla inclusive sobre o conceito de aacuteguas pluviais e acerca do direito de uso
atribuindo ao dono do preacutedio onde caiacuterem diretamente sua propriedade No seu artigo
118 chega ateacute mesmo a comentar superficialmente sobre a construccedilatildeo de
reservatoacuterios para aproveitamento da aacutegua da chuva em aacutereas puacuteblicas
Em termos de poliacutetica ambiental voltada aos recursos hiacutedricos destaca-se a
promulgaccedilatildeo da lei 9433 que em 1997 instituiu a Poliacutetica Nacional de Recursos
Hiacutedricos ndash PNRH criando o Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos
Hiacutedricos Conhecida como Lei das Aacuteguas o normativo fornece instrumentos que
possibilitam a melhoria da gestatildeo sistemaacutetica do recurso
57
A captaccedilatildeo de aacutegua de chuva tem uma relaccedilatildeo indireta com os objetivos dessa Poliacutetica jaacute que estimula o uso racional e ao mesmo tempo previne contra os eventos hidroloacutegicos criacuteticos tanto agraves secas devido agrave promoccedilatildeo da reserva quanto agraves inundaccedilotildees devido agrave diminuiccedilatildeo do escoamento superficial A inclusatildeo da captaccedilatildeo de aacutegua de chuva no Plano indica o esforccedilo da poliacutetica de recursos hiacutedricos na busca da transversalidade e no gerenciamento integrado das aacuteguas (SENRA BRONZATTO VENDRUSCOLO 2007)
A Lei nordm 943397 criou o Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos
Hiacutedricos e no art 1ordm disciplina
Art 1ordm A Poliacutetica Nacional de Recursos Hiacutedricos baseia-se nos seguintes
fundamentos
I - a aacutegua eacute um bem de domiacutenio puacuteblico
II - a aacutegua eacute um recurso natural limitado dotado de valor econocircmico
III - em situaccedilotildees de escassez o uso prioritaacuterio dos recursos hiacutedricos eacute o consumo humano e
a dessedentaccedilatildeo de animais
IV - a gestatildeo dos recursos hiacutedricos deve sempre proporcionar o uso muacuteltiplo das aacuteguas
V - a bacia hidrograacutefica eacute a unidade territorial para implementaccedilatildeo da Poliacutetica Nacional de
Recursos Hiacutedricos e atuaccedilatildeo do Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hiacutedricos
VI - a gestatildeo dos recursos hiacutedricos deve ser descentralizada e contar com a participaccedilatildeo do
Poder Puacuteblico dos usuaacuterios e das comunidades (BRASIL 1997)
O art 5ordm da Lei nordm 943397 trata dos instrumentos da Poliacutetica Nacional de
Recursos Hiacutedricos
Art 5ordm Satildeo instrumentos da Poliacutetica Nacional de Recursos Hiacutedricos
I - os Planos de Recursos Hiacutedricos
II - o enquadramento dos corpos de aacutegua em classes segundo os usos preponderantes da aacutegua
III - a outorga dos direitos de uso de recursos hiacutedricos
IV - a cobranccedila pelo uso de recursos hiacutedricos
V - a compensaccedilatildeo a municiacutepios
VI - o Sistema de Informaccedilotildees sobre Recursos Hiacutedricos (BRASIL 1997)
Nacionalmente natildeo haacute um ordenamento juriacutedico que discipline
especificamente sobre o uso das aacuteguas pluviais Como as citadas anteriormente a
lei nordm 114452007 conhecida como lei do Saneamento Baacutesico indiretamente
estabelece alguns criteacuterios para o manejo de aacutegua pluvial Em seu artigo 3ordm define a
drenagem e manejo das aacuteguas pluviais urbanas como
Conjunto de atividades infraestruturas e instalaccedilotildees operacionais de drenagem urbana de aacuteguas pluviais de transporte detenccedilatildeo ou retenccedilatildeo para o amortecimento de vazotildees de cheias tratamento e
58
disposiccedilatildeo final das aacuteguas pluviais drenadas nas aacutereas urbanas (BRASIL 2007)
Seu decreto regulamentador nordm 72172010 admitiu como forma de viabilizar o
manejo da aacutegua da chuva a alimentaccedilatildeo da instalaccedilatildeo hidraacuteulica predial ligada agrave rede
puacuteblica de abastecimento de aacutegua via aproveitamento de aacutegua da chuva desde que
devidamente autorizadas pela autoridade competente
Quanto agraves leis sobre o tema reuso de aacutegua vigentes no Brasil pode-se
destacar a lei 693881 que institui a poliacutetica nacional do meio ambiente que menciona
o incentivo ao estudo e pesquisa de tecnologias orientadas para o uso racional e a
proteccedilatildeo dos recursos ambientais
No Estado do Rio de Janeiro a Lei Nordm 6034 de 08 de setembro de 2011 dispotildee
sobre a obrigatoriedade dos postos de combustiacuteveis lava-raacutepidos transportadoras e
empresas de ocircnibus urbanos intermunicipais e interestaduais localizados no Estado
do Rio de janeiro a instalarem equipamentos de tratamento e reutilizaccedilatildeo da aacutegua
usada na lavagem de veiacuteculos
Na cidade de Satildeo Paulo por exemplo atraveacutes da Lei nordm 13276 e o Decreto nordm
41814 que regulamenta esta lei determinam-se a obrigatoriedade da execuccedilatildeo de
reservatoacuterio de aacuteguas pluviais coletadas de cobertas e pavimentos nos lotes
construiacutedos ou natildeo que possuem uma aacuterea impermeabilizada superior a 500m2
Trata-se de providecircncias para evitar as inundaccedilotildees urbanas uma vez que incentiva
soluccedilotildees para a infiltraccedilatildeo da aacutegua de chuva no solo e a utilizaccedilatildeo da mesma quando
armazenada para fins natildeo potaacuteveis
DECRETO Nordm 23940 de 30 de Janeiro de 2004 da cidade do Rio de Janeiro
Torna obrigatoacuterio nos casos previstos a adoccedilatildeo de reservatoacuterios que permitam o
retardo do escoamento das aacuteguas pluviais para a rede de drenagem Visando a
necessidade de ajudar a prevenir inundaccedilotildees atraveacutes da retenccedilatildeo temporaacuteria de
aacuteguas pluviais em reservatoacuterios especialmente criados com esta finalidade e
considerando as possibilidades de reaproveitamento de aacuteguas pluviais para usos natildeo
potaacuteveis como lavagem de veiacuteculos e partes comuns jardinagem e outras Sendo
obrigatoacuterio para imoacuteveis com aacuterea de cobertura superior a 50000 m2 e em caso de
novas edificaccedilotildees residecircncias multifamiliares e industriais fica obrigatoacuterio o uso de
aguas pluviais para uso natildeo potaacutevel atendendo as normas sanitaacuterias vigentes ficando
o habite-se ou alvaraacute de obras condicionado ao atendimento ao decreto
59
A Agenda 21 capiacutetulo 18 dedicou importacircncia especial ao reuso de aacutegua
recomendando a implementaccedilatildeo de poliacuteticas de gestatildeo dirigidas para o uso e
reciclagem de efluentes Segundo Hespanhol (2012) embora natildeo haja menccedilatildeo ao
tema lsquoreusorsquo na poliacutetica nacional de recursos hiacutedricos existe uma vontade poliacutetica
direcionada para esta questatildeo Segundo a Conferecircncia Interparlamentar sobre o
desenvolvimento do Meio Ambiente realizada em Brasiacutelia em Dezembro de 1992 no
paraacutegrafo 64B recomenda esforccedilos a niacutevel nacional para institucionalizar a
reciclagem e reuso sempre que possiacutevel promovendo o tratamento e a disposiccedilatildeo de
esgotos de modo a natildeo poluir o meio ambiente
A portaria nordm 23 de 12 de fevereiro de 2015 do Ministro de Estado do
Planejamento Orccedilamento e Gestatildeo estabelece boas praacuteticas de gestatildeo e uso de
Energia Eleacutetrica e de Aacutegua nos oacutergatildeos e entidades da Administraccedilatildeo Puacuteblica Federal
direta autaacuterquica e fundacional e dispotildee sobre o monitoramento de consumo destes
bens e serviccedilos Devendo os oacutergatildeos adotar as providencias necessaacuterias para
implementaccedilatildeo de boas praacuteticas de gestatildeo e inclusive elaborando campanhas de
conscientizaccedilatildeo por meio presencial e eletrocircnico e fornecendo mensalmente o
consumo de energia eleacutetrica e aacutegua por meio do Sistema Projeto Esplanada
Sustentaacutevel
O reuso de aacutegua pode ser classificado em reuso indireto ou direto O reuso
direto eacute aquele onde ocorre a conexatildeo direta dos efluentes de uma estaccedilatildeo de
tratamento de esgotos a uma estaccedilatildeo de tratamento de aacutegua e em seguida ao sistema
de distribuiccedilatildeo O reuso indireto eacute a diluiccedilatildeo do esgoto apoacutes tratamento em um corpo
hiacutedrico no qual apoacutes algum tempo de detenccedilatildeo eacute efetuada a captaccedilatildeo seguida de
tratamento adequado e posterior distribuiccedilatildeo Filho (1987) sugere a seguinte
terminologia para diversas formas de reuso
Reuso indireto natildeo planejado da aacutegua Eacute aquele em que a aacutegua utilizada
em alguma atividade humana eacute descarregada no meio ambiente e
novamente utilizada agrave jusante em sua forma diluiacuteda de maneira natildeo
intencional e natildeo controlada
Reuso indireto planejado da aacutegua Ocorre quando os efluentes depois de
tratados satildeo descarregados de forma planejada para serem reutilizados a
jusante
Reuso direto planejado da aacutegua Ocorre quando os efluentes apoacutes
convenientemente tratados satildeo encaminhados diretamente do seu ponto
60
de descarga ateacute o local do reuso sofrendo em seu percurso os tratamentos
necessaacuterios mas natildeo sendo descarregados no meio
Reciclagem de aacutegua Eacute o reuso interno da aacutegua antes da sua descarga
em um sistema geral de tratamento ou outro local de disposiccedilatildeo para servir
como fonte suplementar de abastecimento do uso original Eacute um caso
particular de reuso direto
Segundo jaacute destacava Westerhoff (1984)o reuso de aacutegua eacute classificado em
duas categorias Reuso potaacutevel e Reuso natildeo potaacutevel e esta classificaccedilatildeo foi adotada
pela Associaccedilatildeo Brasileira de Engenharia Sanitaacuteria e Ambiental de Satildeo Paulo e
divulgada nos Cadernos de Engenharia Sanitaacuteria e Ambiental Sendo considerado um
bem econocircmico porque eacute finita e essencial para conservaccedilatildeo da vida e do meio
ambiente consequentemente sua escassez impede o desenvolvimento de diversas
regiotildees na medida em que aleacutem da necessidade humana a aacutegua eacute essencial no
processo produtivo de diversas empresas
Reuso potaacutevel
Direto
Indireto
Reuso natildeo potaacutevel
Para fins agriacutecolas
Para fins industriais
Para fins recreacionais
Para fins domeacutesticos
Para manutenccedilatildeo de vazotildees de cursos drsquoaacutegua
Para aquacultura
Recarga de aquiacuteferos subterracircneos
Pode-se destacar alternativas que vem sendo propostas para racionalizaccedilatildeo
do consumo de aacutegua domiciliar Satildeo elas
Identificaccedilatildeo e eliminaccedilatildeo de vazamentos e perdas
Instalaccedilatildeo de equipamentos hidraacuteulicos sanitaacuterios de baixo consumo e alta
eficiecircncia
Reuso de aacuteguas cinzas
Aperfeiccediloamento dos procedimentos de mediccedilatildeo e cobranccedila
61
Os processos e tratamentos para fins potaacuteveis satildeo complexos e de custo
elevado Desta forma o reuso para fins natildeo potaacuteveis deve ser sempre avaliado
preferencialmente Aparentemente o principal problema decorrente da accedilatildeo de
reutilizaccedilatildeo de aacuteguas cinzentas com objetivos de economizar aacutegua seria o aumento
do custo decorrente da instalaccedilatildeo e manutenccedilatildeo de sistemas duplos de distribuiccedilatildeo
O principal destino destas aacuteguas deve ser a utilizaccedilatildeo sanitaacuteria e o uso agriacutecola
(HESPANHOL amp MIERZWA 2011)
Pesquisas sobre a viabilidade econocircmica de projetos de aproveitamento de
aacutegua de chuva indicam que o item preponderante nesta anaacutelise eacute o custo do
reservatoacuterio que varia em funccedilatildeo da sua dimensatildeo A NBR 15527(ABNT 2007)
apresenta 6 metodologias de caacutelculo do volume do reservatoacuterio que resultam em
valores muito discrepantes gerando a necessidade do usuaacuterio decidirem funccedilatildeo das
condiccedilotildees especiacuteficas do projeto qual metodologia seguir A maioria das
aplicaccedilotildeestrabalha com uma demanda fixa visando o consumo em vasos sanitaacuterios
(MORUZZI e OLIVEIRA2010 DORNELLES et al 2010 COUTINHO et al 2011
GHISI e SCHONDERMARK 2013)
Em relaccedilatildeo a NBR 155272007 aacutegua de chuva ndash aproveitamento de coberturas
em aacutereas urbanas para fins natildeo potaacuteveis fornece as caracteriacutesticas para o reuso de
aacutegua em aacutereas urbanas para fins natildeo potaacuteveis compreendendo calhas e condutores
instalaccedilotildees prediais qualidade da aacutegua bombeamento manutenccedilatildeo e principalmente
os meacutetodos de caacutelculo de dimensionamento de reservatoacuterios
Os meacutetodos de dimensionamento dispostos nesta norma satildeo
Meacutetodo de Rippl
Meacutetodo de Simulaccedilatildeo
Meacutetodo Azevedo Neto
Meacutetodo praacutetico alematildeo
Meacutetodo praacutetico inglecircs
Meacutetodo praacutetico australiano
62
3 - METODOLOGIA
Conforme Sabbatini (1989) metodologia eacute um ldquoconjunto de preceitos que
estabelece uma orientaccedilatildeo para o direcionamento e conduccedilatildeo de uma dada
investigaccedilatildeordquo tendo esta orientaccedilatildeo dois niacuteveis de doutrina e de estrateacutegia que
geram os princiacutepios de tomada de decisatildeo e permitem a operacionalizaccedilatildeo da
pesquisa que consiste no plano de accedilatildeo
A metodologia para anaacutelise do uso de sistema para aproveitamento de aacutegua
pluvial deve ser entendida como input do processo de pesquisa seus princiacutepios
devem ser balizadores das estrateacutegias adotadas para sua racionalidade
Esta dissertaccedilatildeo objetiva a importacircncia na utilizaccedilatildeo de metodologia e
aplicaccedilatildeo de procedimentos e meacutetodos nas atividades relacionadas ao uso de aacutegua
pluvial em instituiccedilatildeo federal de ensino onde o avanccedilo tecnoloacutegico deve ter como
escopo uma metodologia especiacutefica para seu desenvolvimento
Os atributos e alcance da pesquisa aplicada e de desenvolvimento tecnoloacutegico
constitui a estrutura essencial para obter novos meacutetodos construtivos e modernizaccedilatildeo
de processos e sistemas de uso consolidado e na soluccedilatildeo sistemaacutetica de problemas
Fluxo do processo adotado
O meacutetodo adotado envolve vaacuterias etapas conforme quadro 4 para a validaccedilatildeo
da metodologia de aproveitamento de aacutegua pluvial
Quadro 4- Fluxo do processo
Atividade Procedimentos
Visita teacutecnicas
Foram selecionadas duas tipologias de edificaccedilotildees no sentido de ampliar
o entendimento das teacutecnicas construtivas para a implantaccedilatildeo de
sistema de coleta e uso de aacutegua pluvial
Normas teacutecnicas
NBR 155272007 Aacutegua de chuva ndash aproveitamento de coberturas em
aacutereas urbanas para fins natildeo potaacuteveis - Requisitos
Precipitaccedilatildeo pluviomeacutetrica
Os dados pluviomeacutetricos utilizados neste trabalho foram fornecidos pelo
Sistema Alerta Rioque foram coletados da Estaccedilatildeo Meteoroloacutegica Tijuca
63
Fonte Elaborado pelo autor do presente trabalho
31 Estrateacutegia da Pesquisa
A pesquisa em questatildeo tem caraacuteter exploratoacuterio de projeto uacutenico com
abordagem quantitativa por meio de estudo de caso uacutenico que tem como modelo
cientiacutefico a concepccedilatildeo de Robson (2011) o qual disserta sobre os meacutetodos de
pesquisa do mundo real
A estaccedilatildeoestaacute localizada no bairro tijuca em latitude 22ordm89 67 longitude
43ordm22 67
Reservatoacuterios
detalhes teacutecnicos
construtivos e
controle sanitaacuterio
Para o presente projeto foi adotado o meacutetodo pratico alematildeo de
dimensionamento onde o volume do reservatoacuterio seraacute o menor valor
entre 6 do volume de captaccedilatildeo de aacutegua pluvial anual e 6 da
demanda anual de aacutegua natildeo potaacutevel
Foi utilizado o meacutetodo da simulaccedilatildeo previsto na NBR 15527 2007
Para ratificar o dimensionamento do reservatoacuterio feito pelo meacutetodo
praacutetico alematildeo
De acordo com orientaccedilatildeo da portaria do MS nordm 5182014 e a NBR
152227 recomenda que o cloro residual livre deva estar entre 05mgle
30 mgl em qualquer ponto do sistema de abastecimento
Para controle sanitaacuterio foi utilizado Clorador com funcionamento em
circuito fechado com proteccedilatildeo contra inundaccedilatildeo capacidade do corpo
interno 320 pastilhas variando de 0640 kg com vazatildeo de operaccedilatildeo
lenta em rede de 05 a 3000 m3h
Equipamentos Verificou-se que equipamentos utilizados em sistema de captaccedilatildeo e uso
de aacutegua pluvial eacute uma tecnologia de fabricantes internacionais com
representantes locais
Demanda de uso
natildeo potaacutevel
O consumo diaacuterio total de aacutegua em cada aparelho foi estimado com
base nos dados de frequecircncia e tempo de uso dos mesmos obtidos
atraveacutes dos questionaacuterios e o nuacutemero de pessoas que efetivamente
utilizam cada aparelho Tambeacutem se utilizaram no caacutelculo do consumo
diaacuterio as vazotildees de acordo com a norma NBR 56261998
Viabilidade
econocircmica de
implantaccedilatildeo do
sistema
Foi realizada a anaacutelise econocircmica utilizando-se o meacutetodo do payback
simples e descontado considerando taxa mensal de 1 para validaccedilatildeo e
verificaccedilatildeo da viabilidade econocircmica do sistema
64
Adota o presente trabalho a verificaccedilatildeo de aplicaccedilatildeo exitosas de sistemas de
aproveitamento de aacuteguas pluviais em edificaccedilotildees de diversas tipologias criando um
paracircmetro de anaacutelise e consolidaccedilatildeo de praacuteticas sustentaacuteveis e novas tecnologias
VISITAS REALIZADAS
Estaacutedio do Maracanatilde
Maior estaacutedio sendo sede da Copa do Mundo de Futebol 2014 no rio de
Janeiro Inaugurado em junho de 1950 sendo iniciada a obra de recuperaccedilatildeo e retrofit
no ano de 2010 sendo concluiacuteda em 2013 Sua capacidade de puacuteblico passou de
87101 para 78639 lugares
Realizada a visita as instalaccedilotildees do Estaacutedio do Maracanatilde que recebeu a
certificaccedilatildeo LEED1 (Leadership in Energy and Environmental Design) For New
Construction na categoria Silver versatildeo 30 concedida pela USGBC (United States
Building Concil) conforme fig 10 que reconhece soluccedilotildees de novas tecnologias
sustentaacuteveis utilizadas nas construccedilotildees com o objetivo de reduccedilatildeo de impactos ao
meio ambiente durante a vida uacutetil da edificaccedilatildeo certificaccedilatildeo voltada para construccedilotildees
sustentaacuteveis e ambientalmente eficientes
1 Lideranccedila em Energia e Desig Ambiental eacute um sistema internacional de certificaccedilatildeo e orientaccedilatildeo ambiental para
edificaccedilotildeesUtilizada em 143 paiacuteses a certificaccedilatildeo foi criada em 2000 pela USGreen Building Council (USGBC)
65
Figura 10 -Certificaccedilatildeo em estaacutedios de futebol itens avaliados no canteiro de obra
Fonte Adaptado pelo autor do presente trabalho de Pereira et al (2015)
A alta performance ambiental do maracanatilde apoacutes a implantaccedilatildeo do sistema de
aacuteguas pluviais contribuiu para sua certificaccedilatildeo onde cabe ressaltar que houve reduccedilatildeo
de 7114 do consumo de agua potaacutevel que representa da demanda de bacias e
mictoacuterios como tambeacutem todo o volume de agua necessaacuterio para irrigaccedilatildeo do
gramado e Conforme Pereira et al (2015) a reduccedilatildeo de uso de aacutegua potaacutevel eacute de
50 (cinquenta por cento)
Com o retrofit o estaacutedio do Maracanatilde teve acreacutescimo de 50000m2 na aacuterea de
cobertura construiacuteda em membrana tensionada por cabos de accedilo que permitiu a
viabilidade de implantaccedilatildeo do sistema de captaccedilatildeo acrescida da aacuterea de drenagem
do campo que atende a irrigaccedilatildeo e descargas O estaacutedio no seu sistema de captaccedilatildeo
e reaproveitamento de aacuteguas pluviais conta com reservatoacuterio de 5 milhotildees de litros
volume capaz de suprir as demandas de usos por um periacuteodo de ateacute trecircs meses em
caso de estiagem
66
Leroy Merlin
Empresa de comeacutercio varejista voltada para materiais de construccedilatildeo e
bricolagem desde os anos de 1988 A concepccedilatildeo de seus projetos de lojas passaram
a ser voltada para questotildees de sustentabilidade agrave partir da construccedilatildeo da loja na
cidade de Niteroi inaugurada em 2007 iniciando um ciclo de novas unidades com o
mesmo caraacuteter tendo em um de seus conceitos o aproveitamento de aacuteguas pluviais
A Leroy Merlin foi a primeira empresa agrave receber o selo HQE2 em 2009
empresa situada em Niteroacutei no Estado do Rio de Janeiro na atividade de comeacutercio de
materiais de construccedilatildeo Adotou como meta a certificaccedilatildeo AQUA em funccedilatildeo de sua
adaptabilidade as condiccedilotildees de uso no Brasil avaliando aspectos da gestatildeo
ambiental nas obras de arquitetura
Recebeu a empresa por ocasiatildeo de sua construccedilatildeo recebeu a certificaccedilatildeo
ACQUA-Alta Qualidade Ambiental tendo sido avaliada pela Fundaccedilatildeo Vanzolini
entidade vinculada a USP (Universidade de Satildeo Paulo) tendo atendido as exigecircncias
para a certificaccedilatildeo nas etapas do programa concepccedilatildeo do projeto e realizaccedilatildeo da
obra
Foram utilizados no tratamento daacute aacutegua captada trecircs filtros tipo Vortex WWF
300 com capacidade de filtragem para aacuterea de cobertura de ateacute 3000m2 com potencial
de ateacute 90 da aacutegua precipitada e com retenccedilatildeo de partiacuteculas de 028mmFoi utilizado
reservatoacuterio apresentado na foto abaixo com capacidade de 150000 litros com
extravasor para poccedilos de infiltraccedilatildeo conforme figura 11 em caso de alto iacutendice de
precipitaccedilatildeo pluviomeacutetrica contribuindo para a alimentaccedilatildeo do lenccedilol freaacutetico e
reduzindo a possibilidade de enchentes
2 HQE A primeira certificaccedilatildeo ambiental para edifiacutecios a ser adaptada para a realidade brasileira foi a AQUA (hoje AQUA-
HQE) Com base no selo francecircs Haute Qualiteacute Environnementale professores da Universidade de Satildeo Paulo (USP) criaram a versatildeo brasileira e formaram a instituiccedilatildeo responsaacutevel por ela a Fundaccedilatildeo Vanzolini
67
Figura 11 - Poccedilos de infiltraccedilatildeo
Fonte Adaptado pelo autor do presente trabalho de Leroy Merlin 2009
Foto da Construccedilatildeo do reservatoacuterio de 150000 litros
Fonte Adaptado pelo autor do presente trabalho de Leroy Merlin 2009
68
32 Unidade de anaacutelise
Esta pesquisa se limita a estudar a viabilidade de uso de aguas pluviais
calculando a demanda de uso natildeo potaacutevel a quantificaccedilatildeo da produccedilatildeo de aacuteguas
residuais provenientes de evaporadoras de ar condicionado com determinaccedilatildeo do
volume do reservatoacuterio e posterior analise de viabilidade econocircmica Yin (2001)
afirma que a unidade de anaacutelise estaacute relacionada com o problema fundamental de
definir o que eacute o ldquocasordquo
Segundo Yin (2001) o estudo de caso representa uma investigaccedilatildeo empiacuterica e
compreende um meacutetodo abrangente com a loacutegica do planejamento da coleta e da
anaacutelise de dados Pode incluir tanto estudos de caso uacutenico quanto de muacuteltiplos assim
como abordagens quantitativas e qualitativas de pesquisa
Aleacutem da coleta de dados por meio dos questionaacuterios outro importante processo
que seraacute usado neste estudo eacute anaacutelise documental considerada como a teacutecnica que
abrange tanto a anaacutelise qualitativa quanto a quantitativa Segundo Gil (2010 p121)
ldquoA consulta a fontes documentais eacute imprescindiacutevel em qualquer estudo de casordquo
Portanto a anaacutelise destes dados torna-se fundamental para que se possa identificar
demanda de consumo de aacutegua natildeo potaacutevel o potencial para aproveitamento de aacuteguas
dos evaporadores de aparelhos de ar condicionado
33 Justificativa da estrateacutegia de pesquisa
A escolha do meacutetodo de pesquisa orientaraacute as etapas necessaacuterias para a coleta
de informaccedilotildees anaacutelise destes dados e demonstraccedilatildeo da confiabilidade e validade
das descobertas (ROBSON 2011)
34 Pesquisa Exploratoacuteria
A pesquisa exploratoacuteria utilizaraacute fontes documentais como perioacutedicos
dissertaccedilotildees e teses sobre os temas sustentabilidade histoacuterico de reuso e
reaproveitamento de aacuteguas pluviais e legislaccedilatildeo traccedilando conexotildees entre estes
elementos de forma a propiciar confiabilidade para o embasamento da pesquisa
69
35 Levantamento
O presente trabalho visa o aproveitamento de aacuteguas pluviais e aacuteguas residuais
de evaporadores de unidades condensadoras para reuso no Campus Maracanatilde do
CEFET-RJ
Desta forma o trabalho foi estruturado da forma relacionada abaixo
Levantamento das caracteriacutesticas pluviomeacutetricas da regiatildeo estudada para
determinaccedilatildeo da precipitaccedilatildeo pluviomeacutetrica media atraveacutes das analises de
dados fornecida do sistema Alerta Rio referente ao periacuteodo de 2001 a 2015
Levantamento das caracteriacutesticas de 01(uma) edificaccedilatildeo existente no
campus maracanatilde bloco E e considerando seu potencial de captaccedilatildeo
atraveacutes exclusivamente de suas coberturas bem como o dimensionamento
de reaproveitamento das aacuteguas provenientes de condensadores de ar
condicionado existentes no referido bloco por contemplar maior nuacutemero de
equipamentos citados e maior nuacutemero de horas de uso
Avaliaccedilatildeo dos resultados obtidos com determinaccedilatildeo do reservatoacuterio de
armazenamento sendo realizado atraveacutes da NBR 15527 ndash Aacutegua da Chuva
Aproveitamento das aacutereas urbanas para fins natildeo potaacuteveis (ABNT 2007)
Tambeacutem seratildeo realizados estudos utilizando teacutecnicas de matemaacutetica
financeira pelo meacutetodo de anaacutelise de payback simples que fornece uma
estimativa de faacutecil compreensatildeo dos benefiacutecios gerados para determinar o
tempo de retorno do investimento atraveacutes dos custos de implantaccedilatildeo do
sistema
70
Aacuterea de Estudo
O CEFET-RJ ocupa uma aacuterea de terreno de 3438200 m2 com 6481800 m2
construiacutedos e distribuiacutedos em 06 pavilhotildees e diversos blocos nomeados de ldquoArdquo a ldquoLrdquo
tendo como objeto para estudo de caso o Bloco E que e abastecido atraveacutes do
hidrocircmetro referente ao nuacutemero 485 conforme figura 10
Figura 12 - Hidrocircmetro referente ao nuacutemero 485 com vazatildeo de 03 - 15 m3hora
Fonte Realizada pelo autor 2017
36 Objeto de Estudo
O preacutedio objeto do estudo eacute o Bloco E sendo utilizado pela comunidade
docente discente e teacutecnicos administrativos
Figura 13 - Fachada Principal do CEFET- RJ
Fonte site wwwcefet-rjbr
71
As coberturas do preacutedio satildeo compostas por telhas trapezoidais em accedilo
galvanizado tendo calhas em concreto impermeabilizado para a coleta de aacuteguas
pluviais com tubos de queda em PVC de 100 mm com condutores horizontais
interligando as caixas de passagem e estas ao coletor puacuteblico
361 Aparelhos Existentes
Atraveacutes de visitas in loco foram verificados quais eram os tipos de aparelhos
sanitaacuterios torneiras mictoacuterios existentes no CEFET-RJ Verificaram-se tambeacutem as
atividades realizadas no preacutedio que utilizam aacutegua
37 Entrevistas com os Usuaacuterios
As entrevistas foram realizadas por meio de questionaacuterios aplicados aos
Teacutecnicos Administrativos professores alunos e equipe responsaacutevel pela limpeza do
CEFET-RJ a fim de descobrir a frequecircncia de uso de cada aparelho Nos
questionaacuterios foram feitas perguntas que demonstrassem o tempo e a quantidade de
vezes que cada aparelho era utilizado no periacuteodo de ocupaccedilatildeo
Para obtenccedilatildeo de um levantamento com maior precisatildeo seria necessaacuterio a
resposta ao questionaacuterio por toda a populaccedilatildeo que utiliza os preacutedios estudados foi
verificada a dificuldade em funccedilatildeo de horaacuterios e dias da semana diferentes bem
como um certo desinteresse na participaccedilatildeo por alguns membros da comunidade
Em funccedilatildeo destes fatos decidiu-se por uma pesquisa por amostragem Com utilizaccedilatildeo
da foacutermula de caacutelculo amostral
72
Foacutermula de caacutelculo
Onde
n - amostra calculada N ndash populaccedilatildeo Z - variaacutevel normal padronizada associada ao niacutevel de confianccedila p - verdadeira probabilidade do evento e - erro amostral Erro amostral de 5 Niacutevel de confianccedila de 95
Foram aplicados questionaacuterios para funcionaacuterios professores e alunos com as
mesmas perguntas Os questionaacuterios utilizados nas entrevistas estatildeo apresentados
no Apecircndice A B e C
Para os funcionaacuterios da limpeza interna externa foram aplicados questionaacuterios
direcionados em funccedilatildeo das atividades desenvolvidas
Os resultados obtidos atraveacutes das entrevistas permitiram obter valores que
representam a frequecircncia e o tempo de utilizaccedilatildeo de cada tipo de aparelho sanitaacuterio
para o total geral da edificaccedilatildeo e por pessoa
38 Estimativa do Consumo de Aacutegua
O consumo diaacuterio total de aacutegua em cada aparelho foi estimado com base nos
dados de frequecircncia e tempo de uso dos mesmos obtidos atraveacutes dos questionaacuterios
e o nuacutemero de pessoas que efetivamente utilizam cada aparelho Tambeacutem se
utilizaram no caacutelculo do consumo diaacuterio as vazotildees de acordo com a norma NBR
56261998
381 O caacutelculo de consumo meacutedio diaacuterio de aacutegua per capita por aparelhos
O Caacutelculo foi realizado com base no somatoacuterio da multiplicaccedilatildeo da frequecircncia
e tempo de uso obtido nas entrevistas e vazatildeo do aparelho dividido pelo nuacutemero de
pessoas entrevistadas
73
C meacutedio =
sum 119891119894lowast119905119894lowast119876119899119894
119899
C meacutedio = consumo meacutedio por aparelho
fi=numero de vezes de utilizaccedilatildeo
ti= tempo em segundos de uso diaacuterio
n= amostras de pessoas entrevistadas
Q= vazatildeo do aparelho (litros por segundo)
382 Estimativa do Consumo de Aacutegua em Atividades de Limpeza e jardinagem
A estimativa dos consumos de aacutegua referentes agrave limpeza do preacutedio (que inclui
tambeacutem lavaccedilatildeo de paacutetios corredores sanitaacuterios e irrigaccedilatildeo de jardins) foi calculada
com base em entrevistas com os responsaacuteveis por tais atividades e natildeo por amostra
Consumo Atividade limpeza = Somatoacuterio atividades limpeza paacutetios e rega de
jardim
383 Avaliaccedilatildeo do Potencial de Economia de Aacutegua Potaacutevel
A fim de se estimar o potencial de economia proveniente da implantaccedilatildeo de um
sistema de aproveitamento de aacutegua pluvial foi verificado o percentual de aacutegua potaacutevel
utilizado em fins natildeo potaacuteveis quantificaccedilatildeo da produccedilatildeo de agua residual pelas
evaporadoras de ar condicionado e tambeacutem foi estimado o volume ideal de
reservatoacuterio de acumulaccedilatildeo da aacutegua pluvial
384 Percentual de Aacutegua Potaacutevel que Poderia Ser Substituiacutedo por Aacutegua Pluvial
Neste estudo considerou-se a utilizaccedilatildeo de aacutegua para fins natildeo potaacuteveis em
descargas de vaso sanitaacuterio mictoacuterios irrigaccedilatildeo de jardins torneiras de usadas para
limpeza do preacutedio que tambeacutem inclui lavaccedilatildeo dos pavimentos
Atraveacutes da soma dos valores de consumo de aacutegua nas atividades consideradas
para fins natildeo potaacuteveis foi verificada a quantidade total de aacutegua potaacutevel que poderia
ser substituiacutedo por aacutegua pluvial
74
39 Reservatoacuterios de Aacutegua Pluvial
O reservatoacuterio de acumulaccedilatildeo da aacutegua pluvial eacute um dos componentes mais
importantes de um sistema de aproveitamento de aacutegua pluvial o qual deve ser
dimensionado principalmente considerando os seguintes fatores demanda de aacutegua
pluvial aacutereas de captaccedilatildeo precipitaccedilatildeo pluviomeacutetrica e custos totais de implantaccedilatildeo
Para estimar o volume ideal do reservatoacuterio de aacutegua pluvial para o presente
estudo baseou-se nas aacutereas de cobertura da edificaccedilatildeo no consumo diaacuterio de aacutegua
em sanitaacuterios e mictoacuterios e atividades de limpeza na precipitaccedilatildeo da regiatildeo no
coeficiente de perdas e no total de aacutegua potaacutevel usada para fins natildeo potaacuteveis que
poderia ser substituiacuteda por aacutegua pluvial
310 Anaacutelise Econocircmica
Depois de verificado o potencial de economia de aacutegua potaacutevel seratildeo
verificados os custos para a implantaccedilatildeo e operaccedilatildeo do sistema de aproveitamento
de aacutegua pluvial e tambeacutem analisada sua viabilidade econocircmica
Esta anaacutelise econocircmica seraacute uma estimativa de custos que poderaacute servir como
referecircncia para novas instituiccedilotildees de ensino com padrotildees semelhantes que desejam
implantar um sistema de aproveitamento de aacutegua pluvial
Natildeo se tem um indicativo de que este sistema possa ser implantado no objeto
de estudo Os custos de implantaccedilatildeo e operaccedilatildeo do sistema de aproveitamento de
aacutegua pluvial resumem-se em custos com obra de construccedilatildeo do reservatoacuterio inferior
materiais e equipamentos necessaacuterios agrave implantaccedilatildeo
Deste modo fez-se uma planilha de quantitativos e custos dos valores
referentes a obra atraveacutes de preccedilos coletados no SINAPICEF e de materiais e
equipamentos necessaacuterios com empresas representantes e ou fabricantes
75
4 APLICACcedilAtildeO E VALIDACcedilAtildeO DA METODOLOGIA PROPOSTA
Conforme abordado no capiacutetulo correspondente a metodologia optou-se
como um dos meios de aplicaccedilatildeo a validaccedilatildeo e investigaccedilatildeo desta metodologia
desenvolvida para uma Instituiccedilatildeo Federal de Ensino
41 Histoacuterico do Cefet-RJ
Atraveacutes de uma parceria entre o governo da Uniatildeo e o da Prefeitura do Distrito
Federal foi criada a Escola Normal de Artes e Ofiacutecios Wenceslau Braz versatildeo
primaacuteria do que vem a ser o CEFETRJ contemporaneamente Segundo CEFETRJ
(2007 paacuteg 14) os principais objetivos da escola eram de criar professores mestre e
contramestres para as instituiccedilotildees e escolas profissionais do Distrito Federal e entatildeo
Rio de Janeiro aleacutem de professores de trabalhos manuais para escolas primaacuterias do
Municiacutepio
De acordo com Maruyama (2013) apoacutes criaccedilatildeo de sua primeira forma teve
seus objetivos e estrutura atualizada transformando-se em Escola Teacutecnica Nacional
(ETN) em 1942 Jaacute em 1965 a Escola recebe nome Escola Teacutecnica Federal da
Guanabara poreacutem foi apenas em 1967 que a Escola passa a ser chamada de Escola
Teacutecnica Federal Celso Suckow da Fonseca
Hoje atraveacutes de seu histoacuterico de reconhecimento pela sociedade a Escola
Teacutecnica obteve expansatildeo geograacutefica passando a atuar com sede matriz a Unidade
Maracanatilde e demais seis outras Unidades descentralizadas pelo Rio e Janeiro (Nova
Iguaccedilu Maria da Graccedila Petroacutepolis Nova Friburgo Angra dos Reis e Itaguaiacute) e
educacional ofertando cursos regulares de ensino meacutedio educaccedilatildeo profissional
teacutecnica graduaccedilatildeo poacutes-graduaccedilatildeo aleacutem de atividades de pesquisa e de extensatildeo
411 Definiccedilatildeo de Instituiccedilotildees de Ensino Superior
De acordo com o artigo 21 da LDB - Lei de Diretrizes e Bases da Educaccedilatildeo
Nacional (939496) a educaccedilatildeo escolar eacute formada por duas etapas principais
educaccedilatildeo baacutesica formada pela educaccedilatildeo infantil ensino fundamental e ensino meacutedio
II - educaccedilatildeo superior etapa posterior a educaccedilatildeo baacutesica cujo objetivo global eacute formal
76
profissionais e cidadatildeos aptos a exercerem suas funccedilotildees e promover o
desenvolvimento do paiacutes
A LDB (Lei 93941996) assume a coexistecircncia de instituiccedilotildees puacuteblicas e
privadas para a oferta de cursos superiores dizendo no Artigo 45 que a educaccedilatildeo
superior poderaacute ser ministrada em instituiccedilotildees de ensino superior de caraacuteter puacuteblico
ou privada com variados graus de abrangecircncia e particularizaccedilatildeo Visando
complementar a LDB e a esse artigo 7ordm do Decreto 38602001 classifica as instituiccedilotildees
de ensino superior quanto agrave sua organizaccedilatildeo acadecircmica em
Universidades - Satildeo caracterizadas pela oferta regular de atividades que
articulam trecircs principais pilares ensino de pesquisa e de extensatildeo
Centros Universitaacuterios - Os centros universitaacuterios satildeo instituiccedilotildees de
ensino superior pluri-curriculares comprovada pelo desempenho nos
cursos nas avaliaccedilotildees do MEC e que devem atender a comunidade
Centros Federais de Educaccedilatildeo Tecnoloacutegica - Satildeo instituiccedilotildees de ensino
superior especializados na oferta de educaccedilatildeo tecnoloacutegica nos
diferentes niacuteveis e modalidades de ensino O Centro Federal de
Educaccedilatildeo Tecnoloacutegica Celso Suckow da Fonseca (CEFETRJ) seraacute a
instituiccedilatildeo alvo do presente estudo e se encaixa nessa classificaccedilatildeo
Faculdades Integradas faculdades institutos ou escolas superiores -
superiores orientados basicamente para o ensino satildeo voltadas para a
formaccedilatildeo de profissionais para o mercado de trabalho e natildeo se exigiratildeo
produccedilatildeo cientiacutefica e natildeo haacute exigecircncia de oferta cursos de poacutes-
graduaccedilatildeo
Por fim todas as instituiccedilotildees de ensino superior independente de sua
classificaccedilatildeo e dos cursos ofertados por estar diretamente submetidas as decisotildees do
MEC deve acatar com seus decretos e determinaccedilotildees pois estatildeo sob uma mesma
legislaccedilatildeo e regime Dentro das obrigatoriedades das IES pode ser destacado o
documento de caraacuteter estrateacutegico conhecido como Plano de Desenvolvimento
Institucional (PDI)
412 - Plano de Desenvolvimento Institucional (PDI)
O Plano de Desenvolvimento Institucional (PDI) eacute um documento institucional
exigido pelo Ministeacuterio da Educaccedilatildeo (MEC) e apresenta as principais estrateacutegicas e
77
posicionamento que a instituiccedilatildeo de ensino superior (IES) iraacute adotar em um periacuteodo
de tempo preacute-definido Eacute anaacutelogo ao Planejamento Estrateacutegico das empresas
privadas poreacutem com foco em resultados no sistema educacional processos internos
e desempenho dentro do cenaacuterio mutaacutevel da educaccedilatildeo no periacuteodo de vigecircncia
O Plano de Desenvolvimento Institucional ndash PDI eacute um documento elaborado para um periacuteodo de 5 (cinco) anos que identifica a Instituiccedilatildeo de Ensino Superior (IES) no que diz respeito agrave sua filosofia de trabalho agrave missatildeo a que se propotildee agraves diretrizes pedagoacutegicas que orientam suas accedilotildees agrave sua estrutura organizacional e agraves atividades acadecircmicas que desenvolve eou que pretende desenvolver (SAPIEnS 2007)
A lei 10861 (2004) instituiu o Sistema Nacional de Avaliaccedilatildeo da Educaccedilatildeo
Superior (SINAES) Este sistema tem como objetivo buscar a melhoria da qualidade
da educaccedilatildeo superior monitorar a expansatildeo da oferta e aumento da eficiecircncia e
eficaacutecia institucional no acircmbito de ensino e impacto na sociedade Deve ser ainda um
sistema supervisor das IES no cumprimento de seus deveres institucionais como
identidade respeito a diversidade e afirmaccedilatildeo da autonomia Esta lei promoveu em
2006 a ediccedilatildeo do decreto Nordm 5773 que legitima a relevacircncia e obrigatoriedade do PDI
nas IES
O decreto Nordm 5773 (2006) descreve sobre as funccedilotildees de regulamentaccedilatildeo
acompanhamento e avaliaccedilatildeo das IES e cursos superiores de graduaccedilatildeo e
sequenciais no sistema de ensino federal No Art 15 satildeo descritas as exigecircncias para
uma instituiccedilatildeo ser credenciada ao MEC Eacute responsabilidade da IES possuir aleacutem de
documentos padratildeo como cumprimento de exigecircncias fiscais legais e regimento ou
estatuto o PDI eacute exigido devido ao seu caraacuteter de avaliaccedilatildeo de potencial capacidade
e objetivos de longo prazo como instituiccedilatildeo provedora de ensino superior O Art 16
apresenta ainda um roteiro de subsiacutedio na elaboraccedilatildeo do PDI com as exigecircncias que
o MEC determina
Neste contexto eacute possiacutevel identificar uma importante instituiccedilatildeo de ensino
superior do estado do Rio de Janeiro o Centro Federal de Educaccedilatildeo Tecnoloacutegica
Celso Suckow da Fonseca (CEFETRJ) Uma instituiccedilatildeo com grande tradiccedilatildeo que ao
longo dos anos se diversificou alterou o escopo de ensino para ofertar de cursos de
cursos de graduaccedilatildeo e poacutes-graduaccedilatildeo direcionados para tecnologia e inovaccedilatildeo Eacute
necessaacuterio conhecer aacutes origens histoacutericos e fatores que influenciaram a consolidaccedilatildeo
do CEFETRJ para entender seu papel no cenaacuterio atual
78
413 - O PDI do CefetRJ
O Estatuto do CEFETRJ foi aprovado em 2005 pelo ministro da educaccedilatildeo
Fernando Haddad e instaurou a portaria nordm 3796 No capiacutetulo III sobre a Estrutura
Organizacional na Subseccedilatildeo VIII do Estatuto do CEFETRJ eacute estabelecida a criaccedilatildeo
da Diretoria de Gestatildeo Estrateacutegica (DIGES)oacutergatildeo responsaacutevel por conduzir o
processo de elaboraccedilatildeo validaccedilatildeo e publicaccedilatildeo dos DPI a cada quatro anos bem
como acompanhar a execuccedilatildeo dos planos e projetos definidos e ser o principal
fornecedor de informaccedilotildees sobre o desempenho da instituiccedilatildeo perante sociedade
ministeacuterio da educaccedilatildeo Uniatildeo e demais oacutergatildeos puacuteblicos a que a IES estaacute submetida
A construccedilatildeo do PDI eacute feita de maneira colaborativa e participativa por todos
os departamentos e secretarias que integram a instituiccedilatildeo Os entendimentos entre
todas as partes e consensos provisoacuterios devem ser estabelecidos para definir
objetivos comuns a todos que deveratildeo ser registrado e amplamente divulgado e
cascateado a todos os niacuteveis da instituiccedilatildeo Com isso o PDI deve ser apresentado
pela DIGES em um prazo de 150 a 60 dias agrave Comissatildeo para validar o produto final
conforme estabelecido no documento O processo deve ser concluiacutedo dentro do ano
anterior ao periacuteodo de vigecircncia do PDI em elaboraccedilatildeo
414 - Filosofia Missatildeo e Objetivos Institucionais
Os princiacutepios norteadores da filosofia satildeo expressos atraveacutes de seu Projeto
Pedagoacutegico integrando
A defesa das condiccedilotildees garantidoras de qualidade social para a educaccedilatildeo
puacuteblica viabilizada pela Rede Federal de Educaccedilatildeo Profissional Cientiacutefica e
Tecnoloacutegica em sua diversidade institucional reafirmaccedilatildeo da identidade institucional
vinculada agrave formaccedilatildeo de profissionais de diferentes niacuteveis no projeto de transformaccedilatildeo
de Centro Federal de Educaccedilatildeo Tecnoloacutegica em Universidade Tecnoloacutegica Federal
adoccedilatildeo de projetos de verticalizaccedilatildeo e integraccedilatildeo das atividades de ensino pesquisa
e extensatildeo da educaccedilatildeo baacutesica agrave poacutes-graduaccedilatildeo como caracteriacutestica metodoloacutegica
de formaccedilatildeo na aacuterea tecnoloacutegica middot consolidaccedilatildeo de poliacuteticas de ensino pesquisa e
extensatildeo que compromissadas com o desenvolvimento nacional e regional a
disseminaccedilatildeo e produccedilatildeo de conhecimento a formaccedilatildeo de pessoas e a
responsabilidade social e eacutetica continuem a legitimar a atuaccedilatildeo institucional junto agrave
79
sociedade preservaccedilatildeo e sustentaccedilatildeo da autonomia institucional definida em lei
aperfeiccediloamento permanente dos processos de gestatildeo democraacutetica e
descentralizaccedilatildeo gerencial nas instacircncias acadecircmicas e administrativas mediante
adoccedilatildeo de estruturas colegiadas mecanismos de participaccedilatildeo de todos os segmentos
da comunidade interna socializaccedilatildeo de informaccedilotildees e transparecircncia na utilizaccedilatildeo de
recursos middot observacircncia de aspectos inerentes ao caraacuteter puacuteblico e de identidade
formadora da Instituiccedilatildeo valorizaccedilatildeo do ser humano e do trabalho respeito agrave
pluralidade e divergecircncias de ideacuteias sem discriminaccedilatildeo de qualquer natureza adesatildeo
agrave tecnologia a serviccedilo da promoccedilatildeo humana compromisso social diaacutelogo constante
e parcerias com instituiccedilotildeesentidades representativas da sociedade
responsabilidade funcional e eacutetica (PDI 2010)
No que se refere a sua missatildeo institucional levando-se em consideraccedilatildeo agrave RS
assumida perante a sociedade cabe ao CEFETRJ
Promover a educaccedilatildeo mediante atividades de ensino pesquisa e extensatildeo que
propiciem de modo reflexivo e criacutetico na interaccedilatildeo com a sociedade a formaccedilatildeo
integral (humaniacutestica cientiacutefica e tecnoloacutegica eacutetica poliacutetica e social) de profissionais
capazes de contribuir para o desenvolvimento cultural tecnoloacutegico e econocircmico dessa
mesma sociedade (PDI 2010)
Neste sentido seus principais objetivos satildeo
ministrar educaccedilatildeo profissional teacutecnica de niacutevel meacutedio de forma
articulada com o ensino meacutedio destinada a proporcionar habilitaccedilatildeo
profissional para diferentes setores da economia
ministrar ensino superior de graduaccedilatildeo e de poacutes-graduaccedilatildeo lato sensu
e stricto sensu visando agrave formaccedilatildeo de profissionais e especialistas na
aacuterea tecnoloacutegica
ministrar cursos de licenciatura bem como programas especiais de
formaccedilatildeo pedagoacutegica nas aacutereas cientiacutefica e tecnoloacutegica
ofertar educaccedilatildeo continuada por diferentes mecanismos visando agrave
atualizaccedilatildeo ao aperfeiccediloamento e agrave especializaccedilatildeo de profissionais na
aacuterea tecnoloacutegica
realizar pesquisa estimulando o desenvolvimento de soluccedilotildees
tecnoloacutegicas de forma criativa e estendendo seus benefiacutecios agrave
comunidade
80
promover a extensatildeo mediante integraccedilatildeo com a comunidade
contribuindo para o seu desenvolvimento e melhoria da qualidade de
vida desenvolvendo accedilotildees interativas que concorram para a
transferecircncia e o aprimoramento dos benefiacutecios e conquistas auferidos
na atividade acadecircmica e na pesquisa aplicada
estimular a produccedilatildeo cultural o empreendedorismo o desenvolvimento
cientiacutefico e tecnoloacutegico o pensamento reflexivo com responsabilidade
social (PDI 2010)
As Instituiccedilotildees de Ensino Superior (IES) e Meacutedio Teacutecnico satildeo autarquias
vinculadas ao Ministeacuterio da Educaccedilatildeo (MEC) que tem como atividade fim prover
educaccedilatildeo de qualidade e desenvolver a sociedade como um todo sempre em
consonacircncia com poliacuteticas leis e decretos vigentes As IES devem a cada quatro anos
apresentar o seu Planejamento Institucional (PDI) que eacute anaacutelogo ao Planejamento
Estrateacutegico empresarial e documento obrigatoacuterio exigido pelo MEC
Em suma o CEFETRJ eacute uma Instituiccedilatildeo que atua nos diferentes niacuteveis da
educaccedilatildeo e tem por objetivo a formaccedilatildeo de profissionais capazes de atuar intervir e
aplicar conhecimentos teacutecnicos e cientiacuteficos sem desconsiderar a dinacircmica
econocircmica e social bem como o desenvolvimento das regiotildees onde suas unidades
estatildeo inseridas
42 Sobre o potencial de captaccedilatildeo de aguas de residuais
Para avaliar o potencial de captaccedilatildeo de aguas de residuais que satildeo produzidas
pelas unidades evaporadoras de ar condicionado foi realizado ensaios em aparelhos
com capacidades variadas utilizando uma proveta graduada para coleta com
mangueira interligada a saiacuteda do dreno da unidade evaporadora de forma a
quantificar a produccedilatildeo a cada hora para obtenccedilatildeo da media de produccedilatildeo admitindo
um padratildeo modular de 12000 BTUsh conforme figuras x
Figura 14 - ensaio equipamento 24000 BTUs
81
Fonte Autor deste trabalho 2017
Quadro 5 - Ensaio de captaccedilatildeo em ambiente da biblioteca
Equipamento Split 24000 BTUs -Elgin
Hora Temperatura
( Graus Celsius-Cdeg) Volume de Aacutegua de Condensaccedilatildeo (mlh)
1230h 27 0
1330hr 23 500
1430hr 21 650
1530hr 21 630
1630hr 21 590
1730hr 21 610
1830hr 21 585
MEacuteDIA 50929
Fonte autor deste trabalho 2017
82
Quadro 6 -Ensaio de captaccedilatildeo em ambiente da sala de professores
Equipamento Split 12000 BTUs -Komeco
Hora Temperatura( Graus
Celsius-Cdeg) Volume de Aacutegua de Condensaccedilatildeo (mlh)
800h 30 0
900h 27 190
1000hr 23 250
1100hr 21 340
1200hr 21 290
1300hr 21 310
1400hr 21 285
MEacuteDIA 23786
Fonte autor deste trabalho 2017
Diferentemente do que foi encontrado na literatura obteve- se uma
media de 24905 mlhora para cada 12000 BTUs hora (British termal Units-
Unidade Teacutermica Britacircnica) variaccedilatildeo explicada pelas condiccedilotildees
psicomeacutetricas ou seja o processo de condensaccedilatildeo estaacute diretamente
relacionado a as condiccedilotildees climaacuteticas externas quanto maior a umidade
maior seraacute a quantidade de aacutegua gerada pelo processo De acordo com Mota
et al(2011) em meacutedia um ar com 12000 BTUs apresentou produccedilatildeo de
300mlhora valor proacuteximo ao encontrado por Fortes et al (2015) meacutedia de
309mlhora para unidade de mesma capacidade
Quadro 7 - Somatoacuterio das capacidades dos equipamentos instalados por pavimento
PAV CAPTOTAL EM BTUh
FUNCIONAMENTO
(hrdia)
VOLCONDENSACcedilAtildeO
(lhr)
VOLCONDENSACcedilAtildeO
(ldia)
T 18000 12 037 448
1ordm 650000 10 1349 13490
2ordm 676000 8 1403 11224
3ordm 806000 14 1673 23419
4ordm 786000 12 1631 19575
5ordm 676000 12 1403 16836
SOMA 3612000
84992 litros dia
Fonte Setor de manutenccedilatildeo
83
Tendo em vista a diversidade de utilizaccedilatildeo do Preacutedio Bloco E
(Bibliotecas Coordenaccedilotildees Salas de aula e Ambientes administrativos) foram
atribuiacutedos tempos de uso compatiacuteveis com o funcionamento de cada
ambiente
O reuso das aguas de condensaccedilatildeo que seriam desperdiccediladas
apresentam potencial de reuso com custo relativamente baixo cabendo
somente a interligaccedilatildeo dos drenos a rede de captaccedilatildeo de aguas pluviais
conforme pode ser observado na figura 15 e reservatoacuterio para que esta seja
usada para fins natildeo potaacuteveis
Figura 15 - Interligaccedilatildeo de tubulaccedilatildeo de drenagem de condensadores a rede AP
84
Aacuterea de Coleta de agua de chuva
Para estimar o volume do reservatoacuterio foi necessaacuterio o calculo da aacuterea que seraacute
utilizada para captaccedilatildeo das aguas pluviais que foi considerada a aacuterea de cobertura do
bloco E figura 16 que e composta de telhas trapezoidais em accedilo galvanizado
Figura 16 -Planta de cobertura do Bloco E
De acordo com a NBR 15527 a aacuterea de captaccedilatildeo para dimensionamentos eacute a
aacuterea em metros projetada na horizontal da superfiacutecie impermeaacutevel da cobertura onde
a aacutegua da chuva eacute captada (ABNT 2007)
Quadro 8 - Quadro da aacuterea de cobertura do Bloco E
PREacuteDIO AacuteREA ( msup2 )
BLOCO E 134670
TOTAL 134670
Fonte Autor do presente trabalho
Segundo Tomaz (2015) haacute uma variaccedilatildeo entre o volume de aacutegua precipitado e
o volume que seraacute coletado O coeficiente de Runoff ou coeficiente de escoamento
superficial eacute a relaccedilatildeo entre o volume de aacutegua de chuva que escoa superficialmente
e o volume total de aacutegua precipitada no telhado que iraacute variar de acordo com a
superfiacutecie conforme quadro 9
85
Quadro 9 - Iacutendice do coeficiente de Runoff
Tipo de telha Coeficiente de Runoff
Ceracircmica 08 a 09
Ceracircmica esmaltada 09 a 095
Corrugada metaacutelica 08 a 09
Cimento amianto 08 a 09
Plaacutestico 09 a 095 Fonte TOMAZ (2015)
Precipitaccedilatildeo Pluviomeacutetrica
Os dados pluviomeacutetricos utilizados neste trabalho foram fornecidos pelo
Sistema Alerta Rio que foram coletados da Estaccedilatildeo Meteoroloacutegica Tijuca A estaccedilatildeo
estaacute localizada no bairro tijuca em latitude 22ordm57 185S longitude 43ordm14 538W A
escolha desta estaccedilatildeo meteoroloacutegica se deu pela proximidade do CEFET-RJ e por
possuir grande volume de informaccedilatildeo armazenado pelo Sistema Alerta Rio Os dados
fornecidos incluem informaccedilotildees sobre precipitaccedilotildees no periacuteodo de 01012007 a
31122015 Conforme pode ser observado na tabela x
Tabela 3- Tabela de Precipitaccedilatildeo Pluviomeacutetrica
REGIME DE CHUVA
Tabela de Precipitaccedilatildeo Pluviomeacutetrica_ Jan 2007Dezembro 2015 (ml)
2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 MEacuteDIA
JAN 127 1856 2724 2202 1036 180 3538 288 788 19378
FEV 1176 1248 1222 624 874 144 834 304 848 9093
MAR 142 2466 944 3386 1496 91 358 986 1368 19098
ABR 1182 2186 2372 4962 3174 1008 85 177 1184 23360
MAI 202 736 552 898 1714 996 1692 458 40 11833
JUN 67 62 732 712 398 1478 426 106 1312 9260
JUL 166 448 1098 127 466 466 1718 1006 134 10333
AGO 178 1458 582 328 362 206 222 484 104 4905
86
Fonte Sistema Alerta Rio
Potencial de aproveitamento de aacuteguas pluviais
Para a determinaccedilatildeo do volume que pode ser aproveitado foi utilizado a aacuterea
de cobertura do preacutedio estudado a meacutedia das precipitaccedilotildees mensais do periacuteodo de
janeiro de 2007 a dezembro de 2015 bem como o coeficiente de runoff de 090 em
funccedilatildeo do material existente na cobertura utilizou-se a metodologia aplicada por Ghisi
et al (2017) e Lina et al (2011) desta forma foi calculado atraveacutes da equaccedilatildeo abaixo
e demonstrado no quadro 10
V= PAC1000
Onde V= volume mensal de chuva em m3
A=aacuterea total de captaccedilatildeo em m3
C= coeficiente de runoff
1000= fator de conversatildeo para m3
SET 394 1118 1322 582 572 1246 75 474 130 9698
OUT 2076 92 2256 1756 1382 744 888 542 32 13605
NOV 2202 2048 1292 1082 33 1198 1384 822 1974 15415
DEZ 2506 1284 4622 2876 1726 282 221 404 804 20893
15476 16388 19718 20678 1353 10478 18092 8598 10536
87
Quadro 10 - Captaccedilatildeo de aacutegua
POTENCIAL DE CAPTACcedilAtildeO DE AacuteGUA DE CHUVA
BLOCO E
MEcircS PRECIPITACcedilAtildeO MEacuteDIA
MENSAL AacuteREA COBERTURA
COEFICIENTE DE RUNOFF
VOLUME APROVEITAacuteVEL (m sup3)
JAN 19378 13467 09 23486
FEV 90925 13467 09 1102
MAR 19098 13467 09 23147
ABR 2336 13467 09 28313
MAI 118325 13467 09 14341
JUN 926 13467 09 11223
JUL 103325 13467 09 12523
AGO 4905 13467 09 5945
SET 96975 13467 09 11754
OUT 13605 13467 09 1649
NOV 15415 13467 09 18683
DEZ 208925 13467 09 25322 TOTAL ANUAL 202248
Fonte O autor do presente trabalho
Foram utilizadas as meacutedias de precipitaccedilotildees mensais do periacuteodo de 2007 a
2015 e observa-se que o mecircs de agosto com menor iacutendice de precipitaccedilatildeo
pluviomeacutetrica para a seacuterie histoacuterica
Atraveacutes de visitas in loco foram verificados todos os banheiros existentes no
preacutedio estudado verificando vazamentos tipos de torneira vasos sanitaacuterios e
mictoacuterios e foram identificadas torneiras temporizadas nos lavatoacuterios e mictoacuterios que
apresentavam tempo excessivo para fechamento as mesmas foram reguladas pela
equipe de manutenccedilatildeo e instalados redutores de vazatildeo Verificaram-se tambeacutem as
atividades realizadas no preacutedio que utilizam aacutegua que poderiam ser substituiacutedas por
agua natildeo potaacutevel
88
Definiccedilatildeo da populaccedilatildeo do preacutedio estudado
Para definiccedilatildeo da demanda do preacutedio estudado se fez necessaacuterio determinar a
populaccedilatildeo que utiliza o bloco E objeto do estudo de caso quantificando a meacutedia diaacuteria
de docentes teacutecnicos administrativos discente e tercerizados conforme quadro 11
Quadro 11 - Populaccedilao
POPULACcedilAtildeO BLOCO E
POPULACcedilAtildeO DIAS DA SEMANA
TOTAL SEG TERCcedilA QUARTA QUINTA SEXTA
Professores 75 75 75 75 75 375
Teacutecnicos Administrativo 135 135 135 135 135 675
Alunos 1150 1150 1150 1150 1150 5750
Visitantes da Biblioteca 80 80 80 80 80 400
Terceirizados 10 10 10 10 10 50
TOTAL 1450 1450 1450 1450 1450
Fonte O autor do presente trabalho
Com a determinaccedilatildeo da meacutedia de utilizaccedilatildeo da populaccedilatildeo foi verificado na
literatura as demanda encontradas por diversos autores
Segundo Gonccedilalves (2002 ) apud Silva (2004) edifiacutecios puacuteblicos e escolas tipo
externato possuem demanda diaacuteria na ordem de 50lpessoa dia
Kamers (2004) em seu estudo de 10 edifiacutecios puacuteblicos na cidade de
Florianoacutepolis encontrou demanda de 367 lpessoa dia
Marinoski (2008) obteve demanda de 155 lpessoa dia para fins natildeo potaacuteveis
em uma instituiccedilatildeo de niacutevel superior na cidade de Florianopolis-SC
Salla et al(2013)encontrou demanda de 20 a 30 laluno dia em um bloco de
salas de aula da UFU
Em funccedilatildeo das variaccedilotildees apresentadas na literatura e pelo preacutedio objeto do
estudo natildeo apresentar micromediccedilatildeo ou seja a entrada da concessionaacuteria CEDAE
atende diversas edificaccedilotildees na instituiccedilatildeo adotou-se questionaacuterio de forma a
quantificar a demanda dos equipamentos sanitaacuterios possiacuteveis de acordo com a
legislaccedilatildeo de utilizaccedilatildeo de aguas pluviais
43 Anaacutelise dos Resultados das entrevistas realizadas
As entrevistas foram realizadas por meio de questionaacuterios aplicados aos
Teacutecnicos Administrativos professores alunos e equipe responsaacutevel pela limpeza do
89
CEFET-RJ questionaacuterios que se encontram no apecircndice A B e C com a finalidade de
descobrir a frequecircncia de uso de cada aparelho de forma a quantificar o consumo de
agua potaacutevel nos equipamentos
Para obtenccedilatildeo de um levantamento com maior precisatildeo seria necessaacuterio a
resposta ao questionaacuterio por toda a populaccedilatildeo que utiliza os preacutedios estudados foi
verificada a dificuldade em funccedilatildeo de horaacuterios e dias da semana diferentes bem
como Em funccedilatildeo destes fatos decidiu-se por uma pesquisa por amostragem Com
utilizaccedilatildeo da foacutermula de caacutelculo amostral Chegou-se a uma amostra de 304 Foram
distribuiacutedos 400 questionaacuterios dos quais retornaram 320 o que gerou os graacuteficos
abaixo para determinaccedilatildeo do numero de vezes e tempo de uso dos equipamentos
sanitaacuterios
Caacutelculo de utilizaccedilatildeo da bacia sanitaacuteria
Foi considerado a utilizaccedilatildeo por cinco dias semanais no caso adotado 20 dias
uteis e utilizada a vazatildeo de 170 litros segundo no caso das bacias sanitaacuterias e 015
litrossegundo para mictoacuterios segundo a NBR 56261998
C meacutedio =
sum 119891119894lowast119905119894lowast119876119899119894
119899
Onde
C Meacutedio = consumo meacutedio
Fi = nuacutemero de vezes de utilizaccedilatildeo
Ti = tempo em segundos por acionamento
Q = vazatildeo de acordo com a norma
90
Graacutefico 1- Frequecircncia de uso diaacuterio da bacia sanitaacuteria
Fonte Elaborado pelo Autor deste Trabalho 2017
Populaccedilatildeo diaacuteria 1450
Nuacutemero de acionamentos descarga bacia sanitaacuteria
1 vez 16 1450 usuaacuterios 1 vez = 232 vezes
2 vezes 16 1450 usuaacuterios 2 vezes = 464 vezes
3 vezes 30 1450 usuaacuterios 3 vezes = 1305 vezes
4 vezes 14 1450 usuaacuterios 4 vezes = 802 vezes
5 vezes 5 1450 usuaacuterios 5 vezes = 362 vezes
6 vezes 4 1450 usuaacuterios 6 vezes = 348 vezes
7 vezes 5 1450 usuaacuterios 7 vezes = 507 vezes
Total de acionamentos 4031
91
Graacutefico 2 - Tempo em segundos da descarga da bacia
Fonte Elaborado pelo Autor deste Trabalho 2017
Consumo de bacia sanitaacuteriadia
1 seg 5 4031 1 17 = 342
2 seg 12 4031 2 17 = 822
3 seg 13 4031 3 17 = 890
4 seg 12 4301 4 17 = 822
5 seg 22 4031 5 17 = 150
6 seg 11 4031 6 17 = 753
7 seg 4 4031 7 17 = 274
8 seg 8 4031 8 17 = 548
9 seg 5 4031 9 17 = 342
10 seg 3 4031 10 17 = 205
Logo o consumo meacutedio das bacias sanitaacuterias foi de 6510dia e foi considerado 20
dias de utilizaccedilatildeo perfazendo um total de 130200Lmecircs ou 1302m3
92
Graacutefico 3 - Frequecircncia de uso diaacuterio do mictoacuterio
Fonte Elaborado pelo Autor deste Trabalho 2017
Nuacutemero de acionamentos de descarga mictoacuterio
1 vez 14 870 usuaacuterios 1 vez = 121
2 vezes 10 870 usuaacuterios 2 vezes = 174
3 vezes 21 870 usuaacuterios 3 vezes = 548
4 vezes 26 870 usuaacuterios 4 vezes = 904
5 vezes 12 870 usuaacuterios 5 vezes = 522
6 vezes 2 870 usuaacuterios 6 vezes = 174
7 vezes 2 870 usuaacuterios 7 vezes = 121
8 vezes 3 870 usuaacuterios 8 vezes = 208
Total de acionamentos 2772
93
Graacutefico 4 - Tempo em segundos da descarga do mictoacuterio
Fonte Elaborado pelo Autor deste Trabalho 2017
Consumo de mictoacuteriodia
1 seg 5 2772 1 015 = 20
2 seg 12 2772 2 015 = 99
3 seg 13 2772 3 015 = 162
4 seg 12 2772 4 015 = 99
5 seg 22 2772 5 015 = 457
6 seg 11 2772 6 015 = 274
7 seg 4 2772 7 015 = 116
8 seg 8 2772 8 015 = 260
9 seg 9 2772 9 015 = 187
10 seg 3 2772 10 015 = 124
Logo o consumo meacutedio de mictoacuteriodia foi de 1804dia e foi considerado 20
dias de utilizaccedilatildeo perfazendo um total de 36080mecircs ou 3608m3
Estimativa do Consumo de Aacutegua em Atividades de Limpeza e jardinagem
As informaccedilotildees foram prestadas pelos responsaacuteveis pela limpeza interna e
externa atraveacutes dos questionaacuterios aplicados
Consumo Atividade de limpeza=Somatoacuterio atividades limpeza paacutetios e rega
de jardim
Consumo de atividades de limpeza = 1104 m3 mensal
94
Consumo per capta de uso natildeo potaacutevel 86821450 = 598 litrosdia
Dimensionamento do reservatoacuterio de aguas pluviais
Segundo a Norma Brasileira NBR 155272007 satildeo apresentados 6 meacutetodos
de dimensionamento de reservatoacuterios cabendo ao projetista a escolha do meacutetodo
Para o presente projeto foi adotado o meacutetodo pratico alematildeo onde o volume do
reservatoacuterio seraacute o menor valor entre 6 do volume de captaccedilatildeo de agua pluvial anual
e 6 da demanda anual de agua natildeo potaacutevel
Vx006
V adotado = miacutenimo Dx006
Onde
V adotado= volume do reservatoacuterio
V= volume aproveitaacutevel anual de agua de chuva
D= demanda anual de agua natildeo potaacutevel
Demanda anual por agua natildeo potaacutevel
Limpeza 1104 m3mecircs x 12= 13248 m3
Vaso sanitaacuterio 1302 m3mecircs x 12 = 156240m3
Mictoacuterio 3608m3mesx12 = 43296 m3
Total 17732 m3mecircs 12= 212784 m3
Volume aproveitaacutevel de aguas pluviais = 202248 m3
V adotado= V x006 = (202248x006) = 12134m3
V adotado= D x006= (212784x006) = 12767m3
Tendo em vista os resultados apresentados adotou-se um reservatoacuterio inferior
com capacidade de 120000 litros em concreto armado conforme projeto no apecircndice
D tendo como base a Planta Baixa apresentado na figura 17 E de acordo com a
demanda diaacuteria foi definido reservatoacuterio superior em polietileno com capacidade de
5000 litros
95
Figura 17 - Planta baixa
FonteO autor do presente trabalho
Quadro 12 - Planilha orccedilamentaacuteria
Fonte Adaptada pelo autor do presente trabalho do Sistema Orccedila fascio
96
Item Coacutedigo Banco Descriccedilatildeo Tipo Und Quant Valor
Unit
Valor Unit
com BDI
Total
1 Movimento de Terra 190190
11 72917 SINAPI
ESCAVACAO MECANICA DE VALA EM MATERIAL 2A
CATEGORIA DE 201 ATE 400 M DE PROFUNDIDADE COM
UTILIZACAO DE ESCAVADEIRA HIDRAULICA
MOVT - MOVIMENTO
DE TERRAmsup3 13000 1198 1463 190190
2 Remoccedilotildees 862616
21 72897 SINAPICARGA MANUAL DE ENTULHO EM CAMINHAO
BASCULANTE 6 M3
MOVT - MOVIMENTO
DE TERRAmsup3 23800 2346 2864 681632
22 72900 SINAPI
TRANSPORTE DE ENTULHO COM CAMINHAO
BASCULANTE 6 M3 RODOVIA PAVIMENTADA DMT 05 A
10 KM
MOVT - MOVIMENTO
DE TERRAmsup3 16800 535 653 109704
23 93377 SINAPI
REATERRO MECANIZADO DE VALA COM
RETROESCAVADEIRA (CAPACIDADE DA CACcedilAMBA DA
RETRO 026 Msup3 POTEcircNCIA 88 HP) LARGURA DE 08 A
15 M PROFUNDIDADE DE 15 A 30 M COM SOLO (SEM
SUBSTITUICcedilAtildeO) DE 1ordf CATEGORIA EM LOCAIS COM ALTO
NIacuteVEL DE INTERFEREcircNCIA AF_042016
MOVT - MOVIMENTO
DE TERRAmsup3 7200 811 990 71280
3 Estrutura 6177729
31 95241 SINAPI
LASTRO DE CONCRETO E = 5 CM PREPARO
MECAcircNICO INCLUSOS LANCcedilAMENTO E ADENSAMENTO
AF_07_2016
FUES - FUNDACcedilOtildeES
E ESTRUTURASmsup2 5000 2404 2935 146750
32 5970 SINAPIFORMA TABUA PARA CONCRETO EM FUNDACAO C
REAPROVEITAMENTO 2X
FUES - FUNDACcedilOtildeES
E ESTRUTURASmsup2 22000 6684 8161 1795420
33 94052 SINAPI
ESCORAMENTO DE VALA TIPO DESCONTIacuteNUO COM
PROFUNDIDADE DE 15 A 30 M LARGURA MAIOR OU
IGUAL A 15 M E MENOR QUE 25 M EM LOCAL COM NIacuteVEL
ALTO DE INTERFEREcircNCIA AF_062016
ESCO -
ESCORAMENTOmsup2 7000 3602 4398 307860
34 83515 SINAPI
ESCORAMENTO FORMAS DE H=330 A 350 M COM
MADEIRA 3A QUALIDADE NAO APARELHADA
APROVEITAMENTO TABUAS 3X E PRUMOS 4X
ESCO -
ESCORAMENTOmsup3 12000 1500 1832 219840
35 90861 SINAPI
CONCRETAGEM DE EDIFICACcedilOtildeES (PAREDES E LAJES)
FEITAS COM SISTEMA DE FOcircRMAS MANUSEAacuteVEIS COM
CONCRETO USINADO BOMBEAacuteVEL FCK 20 MPA
LANCcedilADO COM BOMBA LANCcedilA - LANCcedilAMENTO
ADENSAMENTO E ACABAMENTO AF_062015
FUES - FUNDACcedilOtildeES
E ESTRUTURASmsup3 3050 40775 49786 1518473
36 92921 SINAPI
ARMACcedilAtildeO DE ESTRUTURAS DE CONCRETO ARMADO
EXCETO VIGAS PILARES LAJES E FUNDACcedilOtildeES
PROFUNDAS (DE EDIFIacuteCIOS DE MUacuteLTIPLOS
PAVIMENTOS EDIFICACcedilAtildeO TEacuteRREA OU SOBRADO)
UTILIZANDO ACcedilO CA-50 DE 125 MM - MONTAGEM
AF_122015
FUES - FUNDACcedilOtildeES
E ESTRUTURASKG 15300 779 951 145503
37 92919 SINAPI
ARMACcedilAtildeO DE ESTRUTURAS DE CONCRETO ARMADO
EXCETO VIGAS PILARES LAJES E FUNDACcedilOtildeES
PROFUNDAS (DE EDIFIacuteCIOS DE MUacuteLTIPLOS
PAVIMENTOS EDIFICACcedilAtildeO TEacuteRREA OU SOBRADO)
UTILIZANDO ACcedilO CA-50 DE 100 MM - MONTAGEM
AF_122015
FUES - FUNDACcedilOtildeES
E ESTRUTURASKG 2800 976 1192 33376
38 92917 SINAPI
ARMACcedilAtildeO DE ESTRUTURAS DE CONCRETO ARMADO
EXCETO VIGAS PILARES LAJES E FUNDACcedilOtildeES
PROFUNDAS (DE EDIFIacuteCIOS DE MUacuteLTIPLOS
PAVIMENTOS EDIFICACcedilAtildeO TEacuteRREA OU SOBRADO)
UTILIZANDO ACcedilO CA-50 DE 80 MM - MONTAGEM
AF_122015
FUES - FUNDACcedilOtildeES
E ESTRUTURASKG 68700 1217 1486 1020882
39 92916 SINAPI
ARMACcedilAtildeO DE ESTRUTURAS DE CONCRETO ARMADO
UTILIZANDO ACcedilO CA-50 DE 63 MM - MONTAGEM
AF_122015
FUES - FUNDACcedilOtildeES
E ESTRUTURASKG 60900 1331 1625 989625
Descriccedilatildeo do Orccedilamento Bancos Utilizados BDI Encargos Sociais
CONSTRUCcedilAtildeO DE CISTERNA SINAPI - 072017 - RJ
ORSE - 062017 - SE
SEDOP - 042017 - PA
SEINFRA - 024 - CE
SICRO2 - 112016 - RJ
SETOP - 072017 - MG
IOPES - 052017 - ES
SIURB - 012017 - SP
SUDECAP - 032017 - MG
FDE - 042017 - SP
CPOS - 072017 - SP
AGETOP CIVIL - 102016 -
GO
CAEMA - 052016 - MA
2210 00 - Natildeo Desonerada
Total Geral R$ 7230535
Planilha Orccedilamentaacuteria Sinteacutetica
Total sem
BDI
R$ 5921991
Total do BDI R$ 1308544
97
Quadro 13 - Anaacutelise de simulaccedilatildeo do reservatoacuterio
Fonte O autor do presente trabalho
ANAacuteLISE DE SIMULACcedilAtildeO DO RESERVATOacuteRIO
Coeficiente de runoff (CR) = 09
Volume do reservatoacuterio (msup3) = 120
Meses Chuva meacutedia mensal
Demanda mensal
Aacuterea de captaccedilatildeo
Volume de chuva
mensal
Volume do reservatoacuterio
fixado
Volume do reservatoacuterio
no tempo (t-1)
Volume do reservatoacuterio no tempo (t)
Overflow Suprimento de aacutegua externo
(mm) (msup3) (msup2) (msup3) (msup3) (msup3) (msup3) (msup3) (msup3)
Coluna 1 Coluna 2 Coluna 3 Coluna 4 Coluna 5 Coluna 6 Coluna 7 Coluna 8 Coluna 9 Coluna 10
Janeiro 19378 17732 13467 235 120 0 120 0 0
Fevereiro 9093 17732 13467 110 120 120 5268 0 0
Marccedilo 19098 17732 13467 231 120 5268 10636 0 0
Abril 2336 17732 13467 283 120 10636 120 9204 0
Maio 11833 17732 13467 143 120 120 8568 0 0
Junho 926 17732 13467 112 120 8568 2036 0 0
Julho 10332 17732 13467 125 120 2036 -3196 0 3196
Agosto 4905 17732 13467 59 120 0 -11832 0 11832
Setembro 9698 17732 13467 118 120 0 -5932 0 5932
Outubro 13605 17732 13467 165 120 0 -1232 0 1232
Novembro 15415 17732 13467 187 120 0 968 0 0
Dezembro 20893 17732 13467 253 120 968 8536 0 0
Total 16687 212784 2021 9204 22192
98
A demanda por agua natildeo potavel foi considerada identica para todos os meses
tendo em vista que nos meses de recesso natildeo haacute reduccedilatildeo na conta como pode ser
observado no apendice E pois satildeo realizadosdiversas atividades como lavagem de
reservatorios limpeza pesada e cursos de feacuterias
Quadro 14 - Descriccedilatildeo da planilha
Fonte O autor do presente trabalho 2017
Foi realizada analise de simulaccedilatildeo do reservatoacuterio com base na capacidade
encontrada atraveacutes do metodo praacutetico alematildeo 12000 m3 onde pode-se observar
overflow (transbordamento) de 9204 m3 para o mecircs de abril e necessidade de
suprimento de agua externo da concessionaria CEDAE para os meses julho a outubro
perfazendo um total 22192m3 Tendo em vista um uacutenico mecircs de transbordamento e
4 meses de necessidade de abastecimento externo verificou-se que o aumento do
reservatoacuterio para evitar o transbordamento poderia inviabilizar o projeto com o
aumento do custo de construccedilatildeo e o reservatorio ficaria ocioso tendo em vista a
precipitaccedilatildeo pluviometrica insuficiente para o atendimento pleno da demanda nos
meses de julho a outubro
A demanda por agua natildeo potavel foi considerada identica para todos os meses
tendo em vista que nos meses de recesso natildeo haacute reduccedilatildeo significativa no consumo
como pode ser observado no apecircndice E pois satildeo realizados lavagem de
reservatorios limpeza pesada e cursos de ferias
Coluna 1 = Meses
Coluna 2 = Intensidade pluviomeacutetrica mensal
Coluna 3 = Demanda mensal de aacutegua pluvial da edificaccedilatildeo
Coluna 4 = Aacuterea de captaccedilatildeo da edificaccedilatildeo
Coluna 5 = (Coluna 2) x (Coluna 4) x (Coeficiente de runoff) (100)
Coluna 6 = Corresponde ao volume definido para o reservatoacuterio
Coluna 7 = Se (Coluna 8 mecircs anterior) for menor que zero adotar zero
Se (Coluna 8 mecircs anterior) for maior ou igual a zero adotar o valor
Valor de janeiro igual a zero
Coluna 8 = Se (Coluna 5) + (Coluna 7) - (Colune 3) for maior que (Coluna 6) adotar o valor da (Coluna 6)
Se (Coluna 5) + (Coluna 7) - (Colune 3) for igual ou menor que (Coluna 6) adotar (Coluna 5) + (Coluna 7) - (Colune 3)
Valor de janeiro igual o volume do reservatoacuterio
Coluna 9 = Se (Coluna 5) + (Coluna 7) - (Coluna 3) for maior que (Coluna 6) adotar (Coluna 5) + (Coluna 7) - (Coluna3) - (Coluna 6)
Se (Coluna 5) + (Coluna 7) - (Coluna 3) for igual ou menor que (Coluna 6) adotar zero
Coluna 10 = Se (Coluna 7) + (Coluna 5) - (Coluna 3) for menor que zero adotar -((Coluna 7) + (Coluna 5) - (Coluna 3))
Se (Coluna 7) + (Coluna 5) - (Coluna 3) for igual ou maior que zero adotar zero
Descriccedilatildeo da planilha
99
Figura 18 - Localizaccedilatildeo do Reservatorio Inferior
A localizaccedilatildeo para construccedilatildeo do reservatoacuterio de aguas pluviais foi realizada
com base no menor nuacutemero de intervenccedilotildees uma vez que as caixas de inspeccedilotildees jaacute
se encontram instaladas e houve apenas a interceptaccedilatildeo para o reservatoacuterio e desvio
de interligaccedilatildeo a rede publica para recebimento do excedente e material dispensado
pelo filtro e ou sifatildeo ladratildeo
Figura 19 - Equipamentos necessaacuterios para instalaccedilatildeo em reservatoacuterio de aguas pluviais
Elaborado pelo autor deste trabalho com base equipamentos 3p tecnickacquasave
100
Equipamentos utilizados com suas funccedilotildees e caracteriacutesticas
Filtro FV 6 Filtro de aacutegua da chuva para aacutereas de captaccedilatildeo maiores Precisa
ser instalado dentro um poccedilo teacutecnico (Oslash 1200 mm) Graccedilas a seu sistema duplo de
limpeza (peneira grossa depois fina) ele possui uma significativa eficaacutecia em funccedilatildeo
da forte inclinaccedilatildeo do miolo filtrante a sujeira separada eacute continuamente encaminhada
para a galeria pluvial A saiacuteda para a galeria eacute conectada ao poccedilo teacutecnico
A sujeira cai no fundo do poccedilo e eacute carregada quando chove mais forte
Capacidade relativa de processamento conforme norma DIN 1986 de ateacute 2433 msup2
com uma precipitaccedilatildeo de 300 litros (seg x ha)Conexatildeo Entrada 2 x DN 250 Conexatildeo
p cisterna DN 200 Saiacuteda para a galeria DN 250 Desniacutevel da entrada para a saiacuteda da
aacutegua 320 mm Frequecircncia de manutenccedilatildeo conforme a incidecircncia de sujeira 2 a 4
vezes ao ano Trama da tela 0390 x 0980 mm Peacutes hastes roscadas com porcas de
accedilo inox medindo 250 mm Peso 395 kg
Conjunto mangueira boia 1rdquo por estar flutuando proporciona a captaccedilatildeo da
aacutegua no ponto do reservatoacuterio em que estaacute mais limpa evitando a captaccedilatildeo de
resiacuteduos decantados no fundo da cisterna ou em suspensatildeo na superfiacutecie da aacutegua
Possui uma segunda peneira em sua extremidade garantindo assim que nenhum
resiacuteduo existente possa ser sugado e enviado para o reservatoacuterio superior Diacircmetro
da boia 200 mm Comprimento 25 metros Conexatildeo 1 Peso 32 kg
Realimentador 1-12 - Industrial O realimentador tem por finalidade manter o
abastecimento de aacutegua do sistema pluvial quando natildeo houver aacutegua de chuva Uma
vaacutelvula solenoide unidirecional comandada por uma boia de niacutevel libera a entrada de
aacutegua da rede para que o sistema natildeo entre em colapso A boia de niacutevel deve ser
regulada de modo a liberar a entrada de aacutegua somente num niacutevel baixo da cisterna
natildeo interferindo no funcionamento regular do sistema de aacutegua de chuva ou seja sua
regulagem deve ser ajustada para funcionamento somente quando a caixa ou a
cisterna estiver em niacuteveis baixos quando a bomba que recalca a aacutegua de chuva natildeo
eacute mais acionada
Sifatildeo ladratildeo industrial 200 mm Sifatildeo com barreira contra odores e succcedilatildeo da
aacutegua na superfiacutecie sem invasatildeo de roedores que satildeo barrados pela chapa perfurada
de accedilo inox Para a qualidade constante da aacutegua eacute importante que a cisterna
transborde regularmente o sifatildeo ind DN 200 eacute conectado por um tubo plaacutestico de 200
101
mmconexatildeo 200 mmmaterial polietilenobarreira antirroedores accedilo inox dimensotildees
375 x 659 x 765 mm Peso 75 kg
Freio Drsquoaacutegua Industrial 200 mm O produto serve para frear e inverter o fluxo da
aacutegua que entra na cisterna Partiacuteculas finas de sujeira que ficaram retidas na aacutegua
lentamente descem para o fundo e uma camada de sedimentos se cria que exerce
uma influecircncia positiva sobre a aacutegua de chuva armazenada Cisternas com uma
camada de sedimentos apresentam uma aacutegua mais liacutempida
Clorador acquanova com funcionamento em circuito fechado com proteccedilatildeo
contra inundaccedilatildeo capacidade do corpo interno 320 pastilhas variando de 0640 kg
com vazatildeo de operaccedilatildeo lenta em rede de 05 a 3000 m3h
Conjunto de 02 bombas centrifugas monoestaacutegio BC 91- rotor fechado em
atendimento a altura manomeacutetrica total de 20 metros e vazatildeo de 53 m3h compatiacutevel
com o reservatoacuterio superior de 5000 litros
Tratamento quiacutemico mensal da agua pluvial
De acordo com orientaccedilatildeo da portaria do MS nordm 5182014 e a NBR 152227
recomenda que o cloro residual livre deva estar entre 05mgl e 30 mgl em qualquer
ponto do sistema de abastecimento neste estudo de caso foi previsto dosador de
cloro em pastilhas que apresenta consumo de 9 gramasm3 com estimativa de
consumo mensal de de 1742 gramasmecircs para a quantidade de agua a ser recalcada
de 8800 litros dia sendo os ajustes de vazatildeo a serem realizados atraveacutes da equipe
de manutenccedilatildeo de forma manual atraveacutes dos ajustes de registros que seratildeo
realizados em funccedilatildeo dos valores aferidos pelo kit de dosagem de cloro residual e
comparados a norma citada
Avaliaccedilatildeo do percentual de economia de agua potaacutevel nas atividades de
limpeza jardinagem bacias sanitaacuterias e mictoacuterios
Potencial de captaccedilatildeo de agua de chuva + potencial de produccedilatildeo de agua por
condensaccedilatildeo das unidades evaporadores- overflow= total de aguas utilizaveis em
usos menos nobres
202248m3 + 19200m3 - 9204 m3 = 212244 m3 total utilizavel
Demanda anual para uso natildeo potavel = 212784 m3
Percentual de economia de agua potavel = 9974
Os valores abaixo apresentam o custo por m3 do preccedilo cobrado pela
concessionaria CEDAE para o consumo de agua da rede publica
102
Custo de agua por faixa de consumo categoria publica
Consumo m3 valor
0 a 15 51036364
gt 15 11289924
Beneficio mensal com reduccedilatildeo de custo na conta de agua
A instituiccedilatildeo em estudo estaacute ligada agrave rede puacutebica de coleta de
esgoto portanto o custo de aacutegua tratada foi acrescido com o custo de
coleta de esgoto O custo de coleta de esgoto e idecircntico ao custo da agua
potaacutevel conforme pode ser observado no apecircndice F
total utilizavel ano12= 212234 m3 12 = 17686 m3
17686x 11289924 x 2= R$ 399347 mensal
Tabela 4 - Custos referentes agrave implantaccedilatildeo do sistema de aproveitamento de aacutegua pluviais
Equipamentos Quant Custo Vida Uacutetil
Reservatoacuterio Inferior 120000L Reservatoacuterio Superior 5000L Filtro Aquasave VF6 250mm Conjunto Flutuante de succcedilatildeo (Mangueira e boia) Realimentador 1 12rsquorsquo Sifatildeo ladratildeo 200mm Freio drsquoaacutegua 200mm Automaacuteticos superior e inferior Moto Bomba 1 cv Conexotildees pvc fios e disjuntores referente as instalaccedilotildees das bombas e prumadas de abastecimento (custo estimado 5) Clorador
01
01
Cj
02
02
Cj
01
R$ 7230535 R$ 179000 R$ 1414958 R$ 4800 R$ 198200 R$ 456324 R$ 99000
ge 50 anos 5 anos 10 anos 1 ano 2 anos 20 a 25 2 anos
Total R$ 9582817
Os custos de implantaccedilatildeo do sistema de aproveitamento de aacutegua pluvial para
posterior anaacutelise de viabilidade econocircmica Estes custos satildeo relativos aos gastos para
construccedilatildeo do reservatoacuterio inferior aquisiccedilatildeo de materiais equipamentos
Dentre os custos apresentados foi considerado somente matildeo de obra na
construccedilatildeo do reservatoacuterio inferior conforme pode ser observado na planilha
orccedilamentaria sinteacutetica na instalaccedilatildeo dos demais equipamentos e manutenccedilatildeo foi
103
considerada matildeo de obra da proacutepria da instituiccedilatildeo uma vez que a mesma conta com
equipe de manutenccedilatildeo hidraacuteulica e eleacutetrica bem como natildeo foi considerado custo de
energia eleacutetrica pois a altura de recalque e semelhante a da agua tratada
consequentemente natildeo implicando em acreacutescimos a conta de energia
Anaacutelise econocircmica
A anaacutelise econocircmica procura determinar as possibilidades de sucesso em
funccedilatildeo do tempo de retorno do investimento econocircmico e financeiro quanto maior o
payback maior o tempo necessaacuterio para que o investimento retorne e maiores os
riscos envolvidos
Tempo de retorno do investimento
Com base nos dados das estimativas de custos de implantaccedilatildeo foi possiacutevel
estimar o tempo de retorno do investimento inicial
Subtraindo a economia mensal acumulada resultante da implantaccedilatildeo do
sistema de aproveitamento de aacutegua da chuva dos custos de implantaccedilatildeo obteve-se
o balanccedilo financeiro mensal
De acordo com o balanccedilo financeiro em 24 meses corridos o total economizado
iraacute se equipara ao total investido utilizando do Payback Simples pode ser observado
para o Payback descontado um retorno em 28 meses considerando uma taxa mensal
de 1 que na atualidade eacute utilizada para remuneraccedilatildeo de fundos de renda fixa
104
Tabela 5 - Payback simples
Fonte Elaborado pelo Auto deste Trabalho 2017
Meses Investimento Fluxo de caixa Retorno Acumulado
0 9582817R$
1 399347R$ 41673 41673
2 399347R$ 41673 83346
3 399347R$ 41673 125020
4 399347R$ 41673 166693
5 399347R$ 41673 208366
6 399347R$ 41673 250039
7 399347R$ 41673 291713
8 399347R$ 41673 333386
9 399347R$ 41673 375059
10 399347R$ 41673 416732
11 399347R$ 41673 458406
12 399347R$ 41673 500079
13 399347R$ 41673 541752
14 399347R$ 41673 583425
15 399347R$ 41673 625099
16 399347R$ 41673 666772
17 399347R$ 41673 708445
18 399347R$ 41673 750118
19 399347R$ 41673 791791
20 399347R$ 41673 833465
21 399347R$ 41673 875138
22 399347R$ 41673 916811
23 399347R$ 41673 958484
24 399347R$ 41673 1000158
Payback Simples
105
Tabela 6 - Payback descontado
Fonte Elaborado pelo Auto deste Trabalho 2017
Tx Fundo Renda Fixa 1
Meses Investimento Fluxo de caixa VP VP VP ACUMULADO
0 9582817R$
1 399347R$ 395393R$ 41261 41261
2 399347R$ 391478R$ 40852 82113
3 399347R$ 387602R$ 40448 122560
4 399347R$ 383765R$ 40047 162608
5 399347R$ 379965R$ 39651 202258
6 399347R$ 376203R$ 39258 241516
7 399347R$ 372478R$ 38869 280386
8 399347R$ 368790R$ 38485 318870
9 399347R$ 365139R$ 38103 356974
10 399347R$ 361524R$ 37726 394700
11 399347R$ 357944R$ 37353 432053
12 399347R$ 354400R$ 36983 469036
13 399347R$ 350891R$ 36617 505652
14 399347R$ 347417R$ 36254 541906
15 399347R$ 343977R$ 35895 577802
16 399347R$ 340572R$ 35540 613341
17 399347R$ 337200R$ 35188 648529
18 399347R$ 333861R$ 34840 683369
19 399347R$ 330555R$ 34495 717864
20 399347R$ 327283R$ 34153 752017
21 399347R$ 324042R$ 33815 785832
22 399347R$ 320834R$ 33480 819312
23 399347R$ 317657R$ 33149 852460
24 399347R$ 314512R$ 32820 885281
25 399347R$ 311398R$ 32495 917776
26 399347R$ 308315R$ 32174 949950
27 399347R$ 305262R$ 31855 981805
28 399347R$ 302240R$ 31540 1013345
Payback Descontado
106
5 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS
Na metodologia adotada conclui-se que a utilizaccedilatildeo de aguas pluviais para fins
natildeo potaacuteveis atraveacutes da captaccedilatildeo da cobertura do bloco E e de aguas residuais
provenientes de condensadores de aparelhos de ar condicionado gerou uma
economia mensal R$ 399347 mecircs (Trecircs mil novecentos e noventa e trecircs reais e
quarenta e sete centavos) de reduccedilatildeo na conta de aacutegua
Apoacutes a realizaccedilatildeo dos custos referentes a implantaccedilatildeo do sistema de
aproveitamento de aguas pluviais foi realizado o Payback Simples e descontado com
utilizaccedilatildeo da taxa de 1 am obtendo-se periacuteodo de retorno do investimento de 24
meses e 28 meses respectivamente periacuteodo relativamente curto e no desenvolvimento
do presente trabalho ficou comprovada a viabilidade teacutecnica e econocircmica
Foi verificado no desenvolvimento do presente projeto que as teacutecnicas para
aproveitamento de aguas pluviais podem ser associadas ao aproveitamento de aguas
cinzas e possiacuteveis de serem adotadas pela populaccedilatildeo de modo geral atraveacutes de
poliacuteticas puacuteblicas reduzindo-se os custos dos equipamentos necessaacuterios de forma a
incentivar o uso
A adoccedilatildeo de tecnologias de reaproveitamento ou reuso ao serem utilizadas em
instituiccedilotildees de ensino servem como exemplo de postura ambientalmente correta para
os problemas de ocupaccedilatildeo e impermeabilizaccedilatildeo desordenada do solo nos centros
urbanos aleacutem de estimular a educaccedilatildeo ambiental e os conceitos de sustentabilidade
criando multiplicadores das accedilotildees de conservaccedilatildeo do meio ambiente
A pesquisa bibliograacutefica na parte que trata do histoacuterico de reuso demonstrou
que o aproveitamento de aguas pluviais era utilizado por civilizaccedilotildees anteriores a
nossa era e que diversos paiacuteses do mundo na atualidade continuam a utilizar e
incentivar a populaccedilatildeo atraveacutes de poliacuteticas puacuteblicas
Dentre os custos referentes a implantaccedilatildeo do SAAP pode ser observado que o
reservatoacuterio inferior apresenta maior investimento cabendo ao projetista avaliar
atraveacutes de anaacutelise de simulaccedilatildeo o volume de transbordamento e volume de
suprimento externo de agua de forma a otimizar a utilizaccedilatildeo da precipitaccedilatildeo
pluviomeacutetrica da regiatildeo sem contudo inviabilizar o projeto financeiramente atraveacutes
do superdimensionamento do reservatoacuterio
Finalmente em caso de utilizaccedilatildeo do SAAP como alternativa a rede de
abastecimento da concessionaria cabe ao gestor a orientaccedilatildeo aos usuaacuterios bem
107
como a identificaccedilatildeo das tubulaccedilotildees e pontos de uso por meio de pintura na cor roxa
das tubulaccedilotildees e placas indicativas nos pontos de uso
51 Propostas para trabalhos futuros
Apoacutes a conclusatildeo do presente trabalho seguem as sugestotildees para trabalhos
futuros abaixo relacionados
Realizar estudos referentes aos diversos meacutetodos de dimensionamento de
reservatoacuterio citados segundo a Norma Brasileira NBR 155272007ABNT e avaliar o
meacutetodo que apresenta melhor desempenho em funccedilatildeo do iacutendice de precipitaccedilatildeo do
Estado do Rio de Janeiro
Elaborar estudos para avaliar o potencial de captaccedilatildeo de aguas residuais que
satildeo produzidas pelas unidades evaporadoras de ar condicionado com ensaios em
todas as estaccedilotildees do ano de forma a verificar a variaccedilatildeo de produccedilatildeo de condensaccedilatildeo
em diversas condiccedilotildees climaacuteticas externas
Produzir estudos de aproveitamento de aacuteguas pluviais verificando todas as
coberturas existentes na instituiccedilatildeo e utilizaccedilatildeo de aacuteguas cinzas
Realizar analise da qualidade da aacutegua pluvial e estudo de possiacuteveis
tratamentos para utilizaccedilatildeo como agua potaacutevel com verificaccedilatildeo de viabilidade
financeira
108
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de Mestrado em Financcedilas Empresariais ndash Escola Superior de Estudos Industriais e de
Gestatildeo Vila do Conde Instituto Politeacutecnico do Porto 2015
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119
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120
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VERDADE J Aproveitamento de aacutegua das chuvas e reutilizaccedilatildeo de aacuteguas
cinzentas Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Engenharia Civil) Departamento de
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YIN R Estudo de caso planejamento e meacutetodos 2a ed Porto Alegre Bookman
2001
121
APEcircNDICE A
Questionaacuterio 1
Prezados
O presente questionaacuterio faz parte de pesquisa de dissertaccedilatildeo de Mestrado e tem como
objetivo avaliar a demanda de aacutegua potaacutevel possiacutevel de ser substituiacuteda por aacutegua de chuva
Sua participaccedilatildeo eacute fundamental para o desenvolvimento da pesquisa
Obrigado pela sua participaccedilatildeo
Mario dos Santos Soares
Estudo de consumo de aacutegua CEFET- Maracanatilde Bloco E
( ) Alunos ( ) Servidores ( ) Professores ( ) Teacutecnico Administrativo
Gecircnero ( ) Masculino ( ) Feminino
1) Nuacutemero de vezes diariamente em meacutedia que vocecirc utiliza a descarga do vaso sanitaacuterio
( ) zero ( ) 1 vez ( ) 2 vezes ( ) 3 vezes ( ) 4 vezes ( ) 5 vezes
( ) 6 vezes ( ) 7 vezes ( ) 8 vezes
2) Estime um tempo em segundos de cada vez que vocecirc pressiona a descarga sanitaacuteria
( ) zero ( ) 1 seg ( ) 2 seg ( ) 3 seg ( ) 4 seg ( ) 5 seg ( ) 6 seg
( ) 7 seg ( ) 8 seg ( ) 9 seg ( ) 10 seg ( ) 11 seg ( ) 12 seg
3) Nuacutemero em vezes diariamente em meacutedia que vocecirc utiliza o mictoacuterio
( ) zero ( ) 1 vez ( ) 2 vezes ( ) 3 vezes ( ) 4 vezes ( ) 5 vezes
( ) 6 vezes ( ) 7 vezes ( ) 8 vezes
4) Estime um tempo em segundos que vocecirc pressiona a descarga dos mictoacuterios
( ) zero ( ) 1 seg ( ) 2 seg ( ) 3 seg ( ) 4 seg ( ) 5 seg ( ) 6 seg
( ) 7 seg ( ) 8 seg ( ) 9 seg ( ) 10 seg ( ) 11 seg
122
APEcircNDICE B
Questionaacuterio 2
Prezados
O presente questionaacuterio faz parte de pesquisa de dissertaccedilatildeo de Mestrado e tem como
objetivo avaliar a demanda de aacutegua potaacutevel possiacutevel de ser substituiacuteda por aacutegua de chuva
Sua participaccedilatildeo eacute fundamental para o desenvolvimento da pesquisa
Obrigado pela sua participaccedilatildeo
Mario dos Santos Soares
Estudo de consumo de aacutegua CEFET- Maracanatilde Bl E
Encarregado de limpeza Interna
1) Nuacutemero de vezes por semana que as circulaccedilotildees e escadas dos pavimentos satildeo
lavados
( ) 1 vez ( ) 2 vezes ( ) 3 vezes ( ) 4 vezes ( ) 5 vezes
2) Nuacutemero de vezes por semana que o paacutetio do teacuterreo eacute lavado
( ) 1 vez ( ) 2 vezes ( ) 3 vezes ( ) 4 vezes ( ) 5 vezes
3) Tempo de duraccedilatildeo que a torneira fica aberta
( ) 15 minutos ( ) 30 minutos ( ) 45 minutos ( ) 60 minutos
4) Nuacutemero de baldes (considerar balde com capacidade de 10 Lt) necessaacuterios a limpeza
das circulaccedilotildees por pavimento utilizando apenas pano molhado
( ) 1 ( ) 2 ( ) 3 ( ) 4 ( ) 5 ( ) 6 ( ) 7 ( ) 8 ( ) 9
5) Nuacutemero de vezes por semana que eacute passado pano molhado nas circulaccedilotildees dos
pavimentos
( ) 1 ( ) 2 ( ) 3 ( ) 4 ( ) 5 ( ) 6 ( ) 7 ( ) 8 ( ) 9
123
APEcircNDICE C
Questionaacuterio 3
Prezados
O presente questionaacuterio faz parte de pesquisa de dissertaccedilatildeo de Mestrado e tem como
objetivo avaliar a demanda de aacutegua potaacutevel possiacutevel de ser substituiacuteda por aacutegua de chuva
Sua participaccedilatildeo eacute fundamental para o desenvolvimento da pesquisa
Obrigado pela sua participaccedilatildeo
Mario dos Santos Soares
Estudo de consumo de aacutegua CEFET- Maracanatilde Bl E e Academia
Encarregado de limpeza Externa
1) Nuacutemero de vezes por mecircs que as vidraccedilas satildeo lavadas
( ) 1 vez ( ) 2 vezes ( ) 3 vezes ( ) 4 vezes ( ) 5 vezes
2) Nuacutemero de vezes por semana que eacute realizada a rega do jardim
( ) 1 vez ( ) 2 vezes ( ) 3 vezes ( ) 4 vezes ( ) 5 vezes ( ) 6 vezes
3) Tempo estimado da utilizaccedilatildeo da torneira para rega do jardim
( ) 15 minutos ( ) 30 minutos ( ) 45 minutos ( ) 60 minutos
( ) 75 minutos
124
APEcircNDICE D
125
126
127
128
APEcircNDICE E
Consumo de agua potaacutevel
CONSUMO 2014 A 2016
Mecircs
2014 2015 2016
Meacutedia Total
Vol Faturado
(msup3)
nordm dias
m3dia Vol
faturado (msup3)
nordm dias
m3dia Vol
Faturado (msup3)
nordm dias
m3dia
JAN 173100 29 5969 168000 30 5600 234100 32 7316 6295
FEV 182300 30 6077 181600 2900 6262 192900 34 5674 6004
MAR 131600 29 4538 212000 3100 6839 305500 28 10911 7429
ABR 221100 34 6503 264600 2900 9124 323100 29 11141 8923
MAI 196400 31 6335 253100 3300 7670 251800 31 8123 7376
JUN 168900 34 4968 210900 2800 7532 242200 29 8352 6951
JUL 200100 30 6670 213000 3400 6265 188700 28 6739 6558
AGO 190700 31 6152 220100 2800 7861 223100 29 7693 7235
SET 254300 28 9082 183200 3300 5552 178300 33 5403 6679
OUT 226700 31 7313 322500 2800 11518 197200 29 6800 8544
NOV 250600 32 7831 242200 2900 8352 254700 31 8216 8133
DEZ 284300 30 9477 286600 3100 9245 290400 31 9368 9363
Fonte contas CEDAE
129
APEcircNDICE F