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UNIVERSIDADE FEDERAL DOS VALES DO JEQUITINHONHA E MUCURI FACULDADE DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E DA SAÚDE DEPARTAMENTO DE EDUCAÇÃO FÍSICA DESENVOLVIMENTO HUMANO NA TERCEIRA IDADE: ORIENTAÇÕES PEDAGÓGICAS PARA A PRESCRIÇÃO DE ATIVIDADES FÍSICAS Danielle Rúbia Cabral Natália Andrade Costa Diamantina 2013

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UNIVERSIDADE FEDERAL DOS VALES DO JEQUITINHONHA E MUCURI

FACULDADE DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E DA SAÚDE

DEPARTAMENTO DE EDUCAÇÃO FÍSICA

DESENVOLVIMENTO HUMANO NA TERCEIRA IDADE: ORIENTAÇÕES

PEDAGÓGICAS PARA A PRESCRIÇÃO DE ATIVIDADES FÍSICAS

Danielle Rúbia Cabral

Natália Andrade Costa

Diamantina

2013

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UNIVERSIDADE FEDERAL DOS VALES DO JEQUITINHONHA E MUCURI

FACULDADE DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E DA SAÚDE

DESENVOLVIMENTO HUMANO NA TERCEIRA IDADE: ORIENTAÇÕES

PEDAGÓGICAS PARA A PRESCRIÇÃO DE ATIVIDADES FÍSICAS

Danielle Rúbia Cabral

Natália Andrade Costa

Orientador: Prof. Leandro Ribeiro Palhares

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado

ao Departamento de Educação Física, como

parte dos requisitos exigidos para a conclusão

do curso.

Diamantina

2013

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DESENVOLVIMENTO HUMANO NA TERCEIRA IDADE: ORIENTAÇÕES

PEDAGÓGICAS PARA A PRESCRIÇÃO DE ATIVIDADES FÍSICAS

Danielle Rúbia Cabral

Natália Andrade Costa

Orientador: Prof. Leandro Ribeiro Palhares

Trabalho de Conclusão de Curso

apresentado ao Departamento de

Educação Física, como parte dos

requisitos exigidos para a conclusão

do curso.

APROVADO em 06 /08 / 2013

_______________________________

Professor Doutor José Rafael Madureira – UFVJM

_______________________________

Professor Mestre Gilbert de Oliveira Santos - UFVJM

_______________________________

Professor Mestre Leandro Ribeiro Palhares- UFVJM

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AGRADECIMENTOS

A realização deste trabalho não teria sido possível sem ajuda e apoio de pessoas que

contribuíram para o nosso empenhamento e motivação. Desta forma, não queremos deixar

despercebido o nosso reconhecimento para com as mesmas, expondo aqui a nossa profunda e

sincera gratidão.

A Deus, eterno protetor, por sempre nos abençoar, dando-nos sabedoria para seguir em frente.

À nossa família, pelo carinho e apoio incondicional em todos os momentos da nossa vida e

pelo incentivo constante na luta pelos nossos sonhos. Em especial, aos nossos pais, irmãos e a

Nicolle.

Ao Professor Leandro Ribeiro Palhares, pela enorme compreensão, paciência,

disponibilidade, apoio e orientação necessários à realização deste trabalho.

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RESUMO

Com o aumento da população de idosos em todo o mundo, torna-se indispensável a sua

reintegração no contexto da sociedade. Diante disso, é crescente a oferta de programas de

atividade física com intuito de promover esta reintegração. Objetivou-se neste trabalho

compreender melhor os aspectos cognitivo, social e motor em idosos e, consequentemente,

sugerir orientações pedagógicas adequadas ao trabalho de atividades físicas com os mesmos.

Foi realizada uma revisão bibliográfica na qual se verificou a necessidade da compreensão e,

acima de tudo, da integração dinâmica dos três aspectos do desenvolvimento humano

supracitados, para o planejamento de atividades físicas destinadas à população idosa, com a

finalidade da promoção da autonomia e da qualidade de vida.

Palavras-chave: Desenvolvimento Humano; Idoso; Educação Física.

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ........................................................................................................ 06 1.1 Pergunta .................................................................................................................. 06

1.2 Objetivos ................................................................................................................ 07

1.3 Justificativa / relevância ......................................................................................... 07

2 METODOLOGIA ..................................................................................................... 09

3 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ................................................................................ 10 3.1 Idoso...................................................................................................................... 10

3.1.1 Conceituação ................................................................................................................ 10

3.1.2 Definição ...................................................................................................................... 10

3.1.3 Características gerais ................................................................................................... 10

3.2 Desenvolvimento Humano do Idoso ...................................................................... 11 3.2.1 Aspecto Cognitivo ........................................................................................................ 11

3.2.2 Aspecto Social .............................................................................................................. 14

3.2.3 Aspecto Motor .............................................................................................................. 15

4 ATIVIDADE FÍSICA PARA O IDOSO ................................................................. 19 4.1 Caracterização ........................................................................................................ 19

4.2 Orientações pedagógicas ........................................................................................ 19 4.2.1 Em relação ao aspecto cognitivo .................................................................................. 20

4.2.2 Em relação ao aspecto social ........................................................................................ 21

4.3.3 Em relação ao aspecto motor........................................................................................ 21

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................... 23

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ...................................................................... 24

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1 INTRODUÇÃO

O desenvolvimento humano não é um processo linear em direção ao topo, mas sim um

processo que inclui ao mesmo tempo avanços e retrocessos, ganhos e perdas,

descontinuidades e rupturas. Dentro desta perspectiva, a terceira idade não é sinônimo de

decadência, mas sim uma etapa da vida em que é possível lidar com as dificuldades, aprender

e ter desenvolvimento pessoal até o final da vida.

A inatividade física pode antecipar e agravar o declínio maturacional decorrente do

envelhecimento, transformando-se em fator determinante para uma idade mais complexa e

prejudicando assim a qualidade de vida que na terceira idade é importante para que se possa

viver bem com saúde, sem sofrer tanto impacto com as alterações fisiológicas, psicológicas e

cognitivas, próprias do processo de envelhecimento, e as modificações sociais e físicas que

ocorrem ao mesmo tempo no ambiente. Todas estas características, sem dúvida, refletem no

corpo e na mente dos idosos e o educador físico deve ter a sensibilidade e conhecimento para

perceber tudo isso e propor uma intervenção adequada.

A população que pertence ao grupo da terceira idade cresce de forma rápida a cada ano

e ainda existem alguns idosos sem os devidos esclarecimentos a respeito dos benefícios da

atividade física e também existem estudantes e profissionais de Educação Física sem

informações necessárias para trabalhar com este público. Além de conhecimento técnico da

profissão, de doenças crônicas e dos aspectos que regem o desenvolvimento humano é preciso

que os educadores físicos entendam que este é um público que costuma se sentir solitário,

mesmo que em grupo, necessitando uma orientação individualizada. Assim, surgiu a ideia da

temática de estudos que norteou este Trabalho de Conclusão de Curso.

1.1. PERGUNTA

Os idosos, com suas características específicas, possuem limitações e necessitam de

atividades físicas adequadas à esta fase da vida. Em paralelo, percebemos também que a

população brasileira está envelhecendo, mas será que o profissional de Educação Física está

preparado para atender a população idosa? Tendo em vista que a prática de atividades físicas

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promove benefícios aos idosos, nos aspectos cognitivo, social e motor, como orientar

pedagogicamente profissionais de Educação Física que trabalharão com os mesmos?

1.2. OBJETIVOS

Compreender os aspectos cognitivo, social e motor dos idosos;

Desenvolver orientações pedagógicas adequadas ao trabalho de atividades físicas com

idosos.

1.3. JUSTIFICATIVA / RELEVÂNCIA

Segundo Côrtes, Gama e Dias (2007), a população de idosos vem aumentando de

maneira significativa em todo o mundo, sendo indispensável a sua reintegração à sociedade.

Atualmente, começamos a identificar campanhas de incentivo a atividades físicas voltadas

para essa crescente parcela da população (ex: Agita São Paulo) como fator importante para o

aprimoramento da saúde e ainda como meio de prevenir ou minimizar os efeitos prejudiciais

da capacidade funcional que ocorre no processo natural do envelhecimento.

De acordo com Maciel (2010), a atividade física é reconhecida por grande parte da

população como aliada essencial para a promoção da saúde, sendo um estímulo para o bem-

estar dos idosos, promovendo uma melhor qualidade de vida.

Diante disso, faz-se necessário um maior conhecimento a respeito do idoso, para que

os profissionais de Educação Física se atentem para um trabalho diferenciado e direcionado a

esse grupo, sabendo prescrever atividades de acordo com a possibilidade de cada indivíduo, a

fim de que percebam que podem viver de forma digna e autônoma nessa fase da vida, também

conhecida por terceira idade.

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2 METODOLOGIA

Realizou-se uma revisão bibliográfica, cujo objetivo foi mostrar a compreensão dos

conhecimentos sobre o tema e sintetizando o que é realmente de interesse. Foram utilizadas as

bases de dados da Biblioteca Virtual em Saúde (BVS), sendo selecionados artigos da base de

dados Scientific Electronic Library Online (SCIELO) e Literatura Latino-Americana e do

Caribe em Ciências da Saúde (LILACS).

Também foram utilizados dados do Ministério da Saúde do Brasil, Organização

Mundial da Saúde (WHO) e textos científicos buscados no acervo da Biblioteca da

Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM) e de outros acervos.

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3 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

3.1 IDOSO

3.1.1 Conceituação

É considerado idoso, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), aquele

indivíduo com idade igual ou superior a 65 (sessenta e cinco) anos, nos países desenvolvidos,

e 60 (sessenta) anos ou mais, nos países em desenvolvimento, já que, nessas regiões, a

expectativa de vida ainda é baixa quando comparada aos países desenvolvidos. No Brasil, o

Estatuto do Idoso (Lei nº 10.741, de 1º de outubro de 2003), destina-se a regular os direitos

assegurados às pessoas com idade igual ou superior a 60 (sessenta) anos (ORGANIZAÇÃO

MUNDIAL DA SAÚDE, 2005).

3.1.2 Definição

De acordo com Camarano & Pasinato (1999), idoso é aquele que tem muita idade. A

definição de “muita” traz uma carga valorativa. Esses valores dependem de características

específicas do ambiente onde os indivíduos vivem. Logo, a definição de idoso não se trata

apenas de um só indivíduo, mas à sociedade como um todo. Assumir que a idade cronológica

é o critério universal de classificação para a categoria ‘idoso’ é correr o risco de afirmar que

indivíduos de diferentes lugares e diferentes épocas são homogêneos.

Segundo Di Gianni (2001) apud Rezende (2008), o termo ‘idoso’ considera a pessoa

como um todo, em sua dimensão histórica, com necessidades físicas, sociais, psicológicas,

mentais, econômicas, políticas e religiosas, buscando sempre a sua auto-satisfação e o seu

desenvolvimento mais pleno.

3.1.3 Características Gerais

Assim para Papalia, Olds e Feldman (2006) como para Meirelles (1997), algumas

mudanças tipicamente associadas ao envelhecimento são visíveis: a pele mais velha tende a

ficar mais pálida e manchada (ex: devido à exposição ao sol), enrugada e menos flexível (ex:

devido à perda de água); varizes nas pernas tornam-se mais comuns (ex: devido à perda de

elasticidade, apresentando dilatação e fazendo com que as válvulas não se fechem com

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eficiência, daí o sangue passa a refluir e ficar parado dentro das veias); os cabelos ficam

grisalhos e mais finos e os pêlos corporais vão caindo (devido à medula óssea se encher de ar

e as células do córtex irem perdendo o pigmento, tornando o cabelo branco); mudanças menos

visíveis afetam órgãos internos e sistemas corporais (ex: devido à diminuição da frequência

cardíaca e alterações endócrinas).

Conclui-se, então, que o processo de envelhecimento não é um processo unilateral,

implica várias transformações relacionadas à mobilidade física, psíquica e social, acarretando

problemas de saúde, que vão influenciar na qualidade de vida da população idosa.

3.2 DESENVOLVIMENTO HUMANO DO IDOSO

3.2.1 Aspecto cognitivo

Segundo Gatti (2008), o conceito de cognição abrange vários componentes, como a

consciência, a inteligência, a memória, as imagens mentais, a imaginação, a percepção, o

pensamento, o conhecimento, a capacidade para produzir respostas às solicitações e estímulos

externos, dentre outros.

O desenvolvimento cognitivo no idoso, segundo Leite (2011), é marcado pela

diminuição no processamento de informação que, segundo Schmidt e Wrisberg (2001), é um

processo que possui três estágios pelos quais as informações devem passar. O primeiro

compreende a identificação do estímulo (percepção): o indivíduo determina se a informação

chamada estímulo foi apresentada e identificada. O segundo está ligado à seleção da resposta

(decisão): o indivíduo decide qual, se é que alguma resposta deveria ser dada e decide a

melhor resposta. E o terceiro estágio é a programação da resposta (ação): o indivíduo organiza

o sistema motor para produção do movimento desejado. Essa redução na capacidade de

processar informações faz com que o comportamento do idoso se torne mais lento, que pode

ser observada nas atividades da vida diária (ex: ir ao banheiro, vestir, banhar-se). Essa

lentidão é uma característica específica em determinados idosos, a qual pode ser mensurada

através do tempo de reação.

Segundo Magill (2000, p.18),

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11 o tempo de reação é o intervalo de tempo entre o disparo de um sinal (estímulo) e o

início de uma resposta de movimento [...], ou seja, inclui não o movimento em si,

mas somente o tempo antes de o movimento começar.

Papalia, Olds e Feldman (2006) acreditam que, conforme medição pelo tempo de

reação, ocorre um retardamento geral no funcionamento do sistema nervoso, contribuindo de

maneira importante para as mudanças nas capacidades cognitivas e na eficiência de

processamento de informações. Mais evidente esse retardamento parece tornar-se, quanto

mais complexa for uma tarefa a ser realizada.

De acordo com Cid (2006), a memória é um dos fatores cognitivos que influenciam o

processamento de informação. Papalia, Olds e Feldman (2006), descrevem três estágios

comuns da memória: codificação, armazenamento e recuperação. A codificação apresenta

funções de colocar a informação recebida na memória. O armazenamento pode ser

compreendido como a capacidade que o indivíduo possui para reter a informação codificada

na memória. E, finalmente, a recuperação é a maneira de como o indivíduo utiliza essa

informação armazenada na memória. Durante o envelhecimento, nesse processo, pode haver

falha em qualquer desses três estágios.

Segundo Pinto (2001), a memória, longe de ser um sistema único, é um sistema

formado por várias estruturas que armazenam conhecimentos de natureza diferente, durante

períodos de tempo diferentes. Os principais tipos de memória são a memória de curto prazo

(MCP) e a memória de longo prazo (MLP). A memória de curto prazo é responsável por

processar e guardar as informações temporariamente, tendo segundos de duração. Para

Papalia, Olds e Feldman (2006), dentro da memória de curto prazo, temos a memória sensória

(são informações obtidas pelos sentidos e retidas por um curto espaço de tempo), a qual

mantém sua eficiência por toda vida; e a memória de operação (um tipo de memória

automática, que não se esquece – por exemplo, andar de bicicleta, dirigir, etc), que

gradualmente diminui sua capacidade após os 45 anos de idade. Tarefas que demandam

reorganização ou elaboração demonstram uma queda mais acentuada.

A memória de longo prazo, segundo Pinto (2001), é responsável pelo armazenamento

da informação por um período longo de tempo. Para Papalia, Olds e Feldman (2006), a

memória de longo prazo pode ser dividida em três principais componentes: a) memória

episódica: capacidade de recordar informações recém-obtidas está ligada a eventos

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específicos, em que pessoas mais velhas são menos capazes de fazer isso, talvez porque se

concentram menos no contexto; portanto, têm menos conexões para estimular sua memória;

b) memória semântica: é como uma enciclopédia mental, ela guarda o conhecimento de fatos

históricos, de localizações geográficas, de costumes sociais, do significado de palavras; c)

memória de procedimento: que inclui habilidades motoras, hábitos e maneiras de realizar

coisas que, muitas vezes, podem ser recordadas sem esforço consciente (ex: caminhar,

escrever).

Uma redução da capacidade média de memorização é notada nos estudos de Paixão,

Souza, Henrique e Soares (2005), com distúrbio maior na memória de fixação mantendo as

lembranças mais antigas, declínio lento e progressivo na capacidade de resolver problemas,

com variações nas vivências temporais.

[...] A memória pode diminuir a velocidade com a qual as informações são

registradas ou recuperadas, porém, a maioria das pessoas da terceira idade continua

se recordando perfeitamente. [...] a memória é um processo altamente individual, de

modo que fica difícil generalizar os efeitos da idade sobre a memória. (PICKLES;

VANDERVOORT; SIMPSON; COMPTON, 2002, p.99)

Além da memória, Papalia, Olds e Feldman (2006) destacam a inteligência como um

dos fatores cognitivos que influenciam o processamento de informação. Sendo assim,

destacam-se dois tipos de capacidade e/ou inteligência. A capacidade fluida depende da

condição neurológica, ou seja, inclui a capacidade para criação de conceitos e raciocínios (ex:

capacidade para decorar, raciocínio indutivo). Por sua vez, a capacidade cristalizada depende

do conhecimento acumulado, ou seja, é toda informação aprendida (ex: vocabulário,

conhecimentos gerais).

De acordo com Santos (2003), a inteligência fluida declina com a idade, pois depende

de mecanismos neurológicos responsáveis pelo processamento da informação. Já a

inteligência cristalizada, desde que existam oportunidades culturais, não só não declina como

pode apresentar progressos.

Considerar que fatores ambientais têm influência significativa no declínio cognitivo

implica, necessariamente, em aceitar a posição de que não há um tempo pré-determinado e

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fixado para o indivíduo diminuir suas habilidades cognitivas (SANTOS, 2006). Diante dessas

informações, é importante o bom emprego do exercício da memória, através da sua

estimulação/motivação (ex: caminhadas, jogos de xadrez, golfe, leitura, exercício de

raciocínio e lógica e aquisição de novas informações), como método terapêutico na

recuperação e/ou manutenção dessa função neural em idosos.

3.2.2 Aspecto social

Assim como ocorrem modificações nos aspectos biológico, físico e psicológico,

durante o processo de envelhecimento, o aspecto social também se modifica e, como os

demais, acomete de forma particular cada indivíduo. O aspecto social, segundo Torres e Sá

(2008), refere-se à capacidade de sociabilidade, de sua ocupação como membro efetivo na

sociedade. É uma etapa em que, avaliando sua trajetória de vida, o idoso define que alcançou

muitos objetivos, mas também sofreu muitas perdas. Ocorre uma modificação em seu status e

em seu relacionamento dele com outras pessoas, em função de algumas características

pessoais.

Na aposentadoria, a inatividade profissional do idoso é o fator que acarreta maiores

mudanças em relação a um estilo e ritmo de vida, exigindo grande esforço de adaptação. Pode

gerar uma crise no indivíduo, havendo uma redução na auto-estima e na sensação de ser útil,

mas também traz benefícios de escolha como: voltar a estudar, seguir outra carreira, voltar a

trabalhar com carga horária reduzida ou em outro setor, viajar, fazer o que tem vontade ou o

que não poderia ter feito antes porque tinha que trabalhar, por exemplo. Um outro fator é a

mudança de papéis na família: de acordo com Mendes (2005), ocorre quando o idoso perde a

posição de “chefia” que já estava acostumado a exercer e ocorre então a mudança na relação

entre pais e filhos. Para cada família, dentro de suas características, o envelhecimento adquire

valores distintos e pode apresentar tanto aspectos positivos quanto negativos, ou seja, em

alguns casos, os filhos assumem a responsabilidade pelos seus pais; já em outros, o idoso

pode continuar exercendo a função de chefe da família. Nas relações interpessoais, além da

família, a convivência com outras pessoas contribui de forma significante na qualidade de

vida e no bem estar do individuo idoso, permitindo a troca de experiências.

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Segundo Mendes (2005), por vontade própria ou por influência dos demais, o fato de

possuir poucas ocupações, ser menos solicitado pela família e pela comunidade, faz com que

o idoso se sinta um sujeito improdutivo, sem poder de decisão. A atividade em grupo é uma

forma de manter o indivíduo engajado socialmente, na qual a relação com outras pessoas

contribui de forma significativa em sua qualidade de vida, fazendo com que o mesmo se sinta

útil e tornando sua vida mais satisfatória.

Para Papalia, Olds e Feldman (2006), existem algumas teorias sobre o envelhecimento

biológico: a) teoria do engajamento: envelhecer causa uma redução no envolvimento social e

uma maior preocupação consigo mesmo; b) teoria da atividade: quanto mais ativas as pessoas

se mantêm, melhor elas envelhecem; c) teoria da continuidade: afirma que, para envelhecer

bem, as pessoas precisam manter um equilíbrio entre a continuidade e a mudança nas

estruturas internas e externas de sua vida.

As pessoas precisam manter uma ligação entre o passado e o presente. Adultos mais

velhos devem sustentar um alto nível de atividade para se manterem ativos na própria

sociedade, em produtividade.

Papalia, Olds e Feldman (2006) ressaltam ainda que a atividade produtiva também é

um segredo para um bom envelhecimento. No trabalho, os indivíduos sentem-se úteis e vêem

que ainda podem fazer algo pela sociedade. E pessoas mais velhas podem não apenas

continuar a ser produtivas, como também podem tornar-se ainda mais produtivas. Por outro

lado, a participação em atividade de lazer pode ser muito benéfica a saúde e ao bem-estar

dessas pessoas.

3.2.3 Aspecto motor

Segundo Silva, Júnior, Lima, Mendonça e Fontes (2012), o desenvolvimento motor

constitui mudanças no comportamento do individuo adquiridas ao longo da vida. Essa

alteração contínua no comportamento motor ocorre pela interação entre as necessidades da

tarefa (subir e descer escada), a biologia do indivíduo (hereditariedade) e o ambiente

(moradia), caracterizando-se como um processo dinâmico (MANOEL, 2000). Para Gallahue

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& Ozmun (2003), essas alterações ocorrem nos músculos e no sistema nervoso, capacitando o

indivíduo a usar seu corpo para movimentar-se ao longo do ciclo de vida.

Para Silva (2003), desde os primeiros anos de vida até as idades mais avançadas, o

andar compõe uma das ações mais realizadas pelos seres humanos ao longo da vida. Com o

processo de envelhecimento, ocorre uma série de alterações morfofuncionais que afetam a

locomoção, destacando-se a diminuição da velocidade do andar, o aumento do tempo de

reação e a redução da acuidade visual.

Segundo Kirkwood, Araújo e Dias (2006), no processo de envelhecimento a

velocidade do andar e o tamanho da passada tendem a diminuir, a base de suporte e o tempo

de permanência na fase de duplo apoio tendem a aumentar. Gallahue e Ozmun (2003)

observam que essa adaptação serve como estratégia para ganho de estabilidade, produzindo

maior qualidade no padrão da marcha. Segundo Sant’anna (2006), a diminuição da velocidade

do andar ocorre também devido à redução da força muscular e aos problemas nas articulações.

A redução da massa muscular, fato inercial do ser humano quando aproxima-se da terceira

idade, é a principal razão para a diminuição na capacidade de produção de força. A perda das

fibras musculares compromete a capacidade funcional das unidades motoras que produzem

força, o que pode interferir na realização das atividades comuns da vida diária. Essa

diminuição associada à idade denomina-se sarcopenia. A força muscular é um importante

aspecto da capacidade funcional e, durante o envelhecimento, sua manutenção é fundamental

para a saúde e uma vida independente (CARVALHO; BARBOSA, 2006).

O tempo de reação indica quanto tempo uma pessoa leva para iniciar um movimento a

partir de um estímulo (MAGILL, 2000). O idoso apresenta um maior tempo de reação em

decorrência do envelhecimento. Com a idade, o sistema nervoso central sofre inúmeras

alterações, variando de perda de células cerebrais à diminuição no fluxo sanguíneo e,

subsequentemente, na diminuição de oxigênio no cérebro. Essas alterações do SNC podem ser

prejudicadas em todos os aspectos, mas particularmente nos componentes centrais do

processo de reação (GALLAHUE; OZMUN, 2003). Uma explicação comportamental para o

aumento do tempo de reação no idoso diz respeito ao processamento de informação que,

segundo Poulton (1957) apud Cantieri e Marques (2010), com a diminuição das funções

centrais e periféricas do sistema nervoso, o indivíduo idoso passa a apresentar maior lentidão

no processamento e efetuação de resposta motora e, com isso, a velocidade com que ele

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inicia, executa e finaliza suas ações diminui com a idade. Assim, apesar da capacidade de

adaptação do cérebro, as alterações na transmissão dos sinais provocam lentidão no

processamento de informações e, em consequência, geram uma diminuição na velocidade de

respostas motoras do indivíduo.

A redução da acuidade visual ocorre devido à nitidez com que se vêem objetos,

ocasionando menor tolerância à claridade ou brilho excessivo; assim, com a visão

prejudicada, o indivíduo pode perder o equilíbrio. De acordo com Lojudice, Laprega,

Gardezani e Vidal (2008) o equilíbrio é o sistema mais afetado com o envelhecimento, em

consequência das disfunções do aparelho locomotor e do sistema sensorial, o que contribui

para o aparecimento de instabilidade. Quando o equilíbrio é perturbado, a força dos músculos

do tornozelo, joelho e quadril deve estar adequada para reajuste do mesmo, evitando uma

queda. Para Papalia, Olds e Feldman (2006), pessoas idosas são particularmente suscetíveis a

quedas devido à reduzida sensibilidade das células receptoras que levam ao cérebro

informações sobre a posição do corpo no espaço, necessárias para manter o equilíbrio. As

manifestações dos distúrbios do equilíbrio corporal têm grande impacto para os idosos,

podendo levá-los à redução de sua autonomia social, uma vez que acabam reduzindo suas

atividades da vida diária.

Perrotti e Manoel (2001) e Souza, Almeida, Costa, Silveira e Bezerra (2011) citam que

o sistema biológico mais envolvido com o processo de envelhecimento é o sistema nervoso

central, por ser o responsável pelo processamento de informações que visam manter a

interação do indivíduo com o ambiente, e ainda devido ao fato de sua maturação ser um dos

fatores envolvidos no desenvolvimento da locomoção.

Para Costa, Nakatani e Bachion (2006), no processo de envelhecimento há uma

diminuição na capacidade funcional ocasionando uma possível perda da independência e

autonomia para realizar as atividades da vida diária (AVD) de autocuidado (tomar banho,

vestir-se, alimentar-se), e atividade instrumental da vida diária (AIVD) nas tarefas do

ambiente (utilizar transportes, fazer compras, tomar medicamentos), comprometendo a

qualidade de vida do idoso. Shephard (2003) apud Fechine & Trompieri (2012) cita que a

capacidade funcional do idoso não depende apenas da idade, mas também do estilo de vida,

saúde, sexo, e fatores socioeconômicos, o que, segundo Andreotti & Okuma (1999), não leva

as pessoas a se tornarem, necessariamente, dependentes de outros.

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Segundo Bonadir, Souza e Morais (2007) e Papalia, Olds e Feldman (2006), a redução

da capacidade funcional é citada também como fator de aumento no risco de quedas,

especialmente na realização das tarefas do cotidiano, com limitações da mobilidade. A

mobilidade é a capacidade de se mover, constituindo um elemento importante na manutenção

da independência. Porém, algumas famílias preferem evitar a locomoção e outras atividades

motoras como uma tática de segurança, gerando um prejuízo na mobilidade (OLIVEIRA;

GORETTI; PEREIRA, 2006). A família é essencial nesse processo de prestação de cuidados

ao idoso e deve ser compreendida quando os cuidados excedem as suas capacidades, para não

fazer com que o idoso se sinta acomodado. O objetivo é reduzir os riscos previsíveis e

possibilitar uma vida mais saudável aos mesmos (MAZZA; LEFÊVRE; 2005). Nesse sentido,

de acordo com a Organização Mundial da Saúde (2005), a prática de atividade física é

benéfica para a manutenção da funcionalidade do idoso, reduzindo o efeito ocasionado pelo

envelhecimento, sendo aconselhável mantê-los envolvidos com algum trabalho voluntário,

programas da comunidade, atividade física regular, atividades recreativas que, segundo

Ramos (2011), podem auxiliar e estimular a visão, a agilidade, a coordenação motora, o

tempo de reação e a memória. Um envelhecimento ativo baseia-se também na importância

dos direitos humanos do idoso, nos princípios de independência, na dignidade e auto-

realização, alcançando sua autonomia no seu dia a dia nas práticas AVD e AIVD.

Nestes aspectos, Dantas (2002) reporta que uma motricidade equilibrada enfatiza o

corpo, valoriza o autoconceito e a autoestima, criando, ao mesmo tempo, uma

interdependência produtiva e saudável com o meio ambiente, com os amigos e familiares,

enfim, com o grupo social a que o indivíduo pertence.

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4 ATIVIDADE FÍSICA PARA O IDOSO

4.1 CARACTERIZAÇÃO

Segundo Borges e Moreira (2009), com o aumento da população idosa, em maior grau

se dá a necessidade de apoio a programas e projetos relacionados à promoção da saúde e bem-

estar desses indivíduos. A atividade física aparece como uma ferramenta que pode oferecer

um acréscimo positivo na qualidade de vida dos idosos, visando uma vida independente e

autonomia para desempenhar, sem auxílio, as tarefas diárias (limpar e arrumar a casa), além

de uma ocupação (praticar esportes) e maior comunicação (socialização). Qualquer atividade

deve ser constante e prazerosa, portanto, deve-se levar em consideração a preferência pessoal

do indivíduo idoso e sua aptidão prévia.

Segundo Peixoto e Teixeira (2008), a prática regular e orientada de atividades físicas é

uma forma de intervenção efetiva para reduzir/prevenir um número de declínios funcionais

associados ao envelhecimento. Dentre os benefícios estão: melhora na função cognitiva (ex:

devido à repetição e dificuldade na realização dos movimentos exigidos, trabalha-se a

concentração, a atenção, o raciocínio, o tempo de reação, a capacidade de processamento de

informações e o aprendizado e controle motor); promoção da inserção social (ex: para realizar

a atividade física o idoso pode sair de casa, interagir com as pessoas, o que evita que ele se

isole); melhoria da flexibilidade, resistência e fortalecimento muscular, o que

consequentemente ajuda na melhora do equilíbrio, facilitando a velocidade do andar e

prevenindo acidentes (ex: fortalece os músculos das pernas e costas, melhora os reflexos e a

sinergia motora das reações posturais); manutenção da reserva funcional (ex: fazendo com

que o sangue circule mais pelo corpo, aumentando a entrada de oxigênio nos tecidos e

aprimorando a função dos órgãos); controle de doenças existentes (ex: diabetes, hipertensão).

4.2 ORIENTAÇÕES PEDAGÓGICAS

O desenvolvimento humano é composto por inúmeros aspectos em contínua interação

(TANI, 2005), dentre eles o cognitivo, o social e o motor. Incentivar e motivar os idosos a se

socializarem e se movimentarem promove bons hábitos que estimulam o desenvolvimento

intelectual. Por outro lado, um bom desenvolvimento e controle motor farão com que o idoso

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explore o mundo e vivencie experiências concretas sobre as quais se constroem as noções

básicas para a manutenção do social, emocional, físico, e mental.

Apesar da interação dinâmica que rege o desenvolvimento humano, as orientações

pedagógicas serão apresentadas separadas por cada aspecto abordado neste trabalho para

facilitar a compreensão das mesmas.

4.2.1 Em relação ao aspecto cognitivo

Atividades físicas, em geral, são importantes para estimular a cognição em pessoas

idosas, por exemplo, proporcionando a coordenação dos gestos e ritmos. Além de propor

exercícios que sejam condizentes com o nível de desempenho atual e experiências

acumuladas, os mesmos devem ter sua dificuldade aumentada progressivamente para que o

cérebro trabalhe cada vez mais.

Atividades intelectuais compostas por resolução de problemas, cálculos, memorização

visual e leitura também estimulam diversas áreas do cérebro:

Resolução de problemas: a identificação de uma meta, a elaboração de uma

estratégia, o planejamento de ações, levando em conta o tempo de reação, tudo

isso enquanto se processam mentalmente as informações necessárias para todas

as ações (ex: situação de contra-ataque nos jogos esportivos coletivos ou

definição para finalizar uma luta);

Cálculo: processamento cognitivo da distância, força, velocidade, ângulo de

projeção de um objeto ou do próprio corpo (ex: elevar a perna para subir em um

step ou efetuar um passe em um jogo de basquetebol);

Memorização visual: visualizar cada passo, ou gesto técnico e memorizar uma

sequência desses passos, ou gestuais (ex: aula de ginástica coletiva, como o step,

nas danças pareadas, como o tango, e em séries de ginástica);

Leitura: observação do posicionamento dos companheiros ou do adversário,

percepção dos espaços vazios e dos deslocamentos (ex: um jogo de peteca em

duplas ou os esportes coletivos tradicionais).

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4.2.2 Em relação ao aspecto social

Quanto mais o idoso se envolve em atividades sociais, menores são as chances de ele

desenvolver uma limitação física. A capacidade de interagir socialmente é fundamental para o

idoso, para que possa conquistar e manter apoio social, independência e garantir melhor

qualidade de vida.

Atividades físicas são capazes de ampliar as relações sociais, troca de experiências e

promover a cooperação:

Relações sociais: atividades que facilitem a comunicação, dando sentido à convivência

com o coletivo, integrando o indivíduo ao seu meio social, estimulando o convívio e a

sensibilidade, tornando-se um processo de preservação e qualidade de vida (ex: aulas

de hidroginástica, caminhada, aulas de diferentes estilos de danças);

Troca de experiências: através do diálogo estabelecido, pode-se realizar a troca de

conhecimentos, simular situações vivenciadas no dia-a-dia em relação ao trabalho de

grupo, permitindo que o indivíduo desenvolva seu potencial criativo e seus

sentimentos. Os idosos podem organizar seus pensamentos lógicos e buscar

compreender causas e consequências para melhor se expressarem (ex: expressões

corporais como o teatro, os jogos de mímica e adivinhações e o maculelê possibilitam

transmitir, corporalmente, os sentimentos e situações do cotidiano, além de permitir,

após a encenação, um debate, de acordo com a realidade de cada um dos envolvidos);

Cooperação: companheiros de equipe, em cooperação, lutam para alcançar seus

objetivos, ao mesmo tempo em que buscam alcançar um objetivo comum ao grupo

(ex: jogos esportivos coletivos; frescobol; peteca).

4.2.3 Em relação ao aspecto motor

Atividades físicas regulares proporcionam melhores condições para realização de

tarefas básicas da vida cotidiana, como: subir e descer uma escada, sentar-se e levantar-se,

equilibrar-se, pegar e agarrar, manter-se sentado ou em pé por um período maior de tempo.

Tais tarefas, a médio e longo prazo, garantem liberdade, autonomia e independência para os

idosos. Devem ser levadas em consideração atividades físicas prazerosas, respeitando as

limitações do indivíduo idoso, mantendo-se a qualidade de vida.

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Atividades motoras que possibilitam o desenvolvimento do tempo de reação, do

equilíbrio e da mobilidade, ajudam a manter o idoso mais ativo:

Tempo de reação: tomar decisões, processar informações, proporcionar a ativação da

memória são ações pertinentes a inúmeras situações esportivas (ex: a recepção do

voleibol exige uma rápida identificação da trajetória a ser descrita pelo saque do

adversário, de forma que o receptor possa estar posicionado o quanto antes no local

adequado para a sua execução; exercer a função tática de marcação no futsal);

Equilíbrio: capacidade que interfere diretamente na mudança de direção, em

acelerações e desacelerações, na coordenação óculo-manual e óculo-pedal, na noção

espaço-temporal, na melhora das funções motoras gerais, na redução dos riscos de

quedas e na sustentação do próprio corpo (ex: caminhadas em diferentes pisos e

percursos; danças em geral, especialmente aquelas em par; capoeira e tai chi chuan);

Mobilidade: atividades que contribuem diretamente para a movimentação geral, o

condicionamento físico global, o fortalecimento dos músculos; e contribuem

indiretamente (como consequência) para a liberdade, autonomia e independência do

idoso (ex: treinamento de força e de resistência de força muscular geral, tanto com

exercício de musculação – aparelho ou peso livre –, quanto pilates ou ioga; andar de

bicicleta; natação).

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5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Tendo como objetivo a compreensão dos aspectos cognitivo, social e motor do

desenvolvimento dos indivíduos idosos e o desenvolvimento de orientações pedagógicas

adequadas para o trabalho de atividades físicas com os mesmos, apurou-se a importância do

bom emprego do exercício da memória através da estimulação e motivação. Além disso, as

pessoas idosas podem continuar produtivas mantendo suas vidas sociais ativas, tendo

participação na sociedade, criando, ao mesmo tempo, uma interdependência bem-sucedida e

saudável nas suas atividades da vida diária e atividades instrumentais da vida diária.

O envelhecimento pode comprometer o indivíduo em vários aspectos de sua vida e

restringir a sua participação na sociedade, mas é errado supor que seja sinônimo de doença e

incapacidade. Nesse período, existem limitações impostas pelo processo de envelhecimento e

potencialidades que podem ser exploradas e ativadas. Neste ponto é que a atividade física

mostra seu papel e a sua importância, pois possibilita aos idosos terem mais saúde e melhor

qualidade de vida.

É necessário que o profissional de Educação Física tenha uma compreensão dinâmica

dos aspectos que envolvem o desenvolvimento humano na terceira idade para traçar

orientações que facilitem o trabalho com essa camada da população, com a finalidade de gerar

um bem estar aos idosos, maior auto-estima, melhorando o relacionamento deles não somente

com a família, mas, com todos a sua volta.

Portanto, este trabalho contribuiu de forma significativa para se ter uma concepção do

desenvolvimento humano na terceira idade, para que nós, futuras profissionais de Educação

Física possamos trabalhar de forma diferenciada e direcionada com este grupo e através da

prática de atividades físicas trazer oportunidade de reintegrar os idosos na sociedade e

proporcionar uma melhora na qualidade de vida. Posto que, todos os idosos, de qualquer

classe social, tem direito a uma vida saudável e com qualidade.

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AUTORIZAÇÃO

Autorizo a reprodução e/ou divulgação total ou parcial do presente

trabalho, por qualquer meio convencional ou eletrônico, desde que citada a fonte.

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Danielle Rúbia Cabral

[email protected]

Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri

Rua da Glória, 187 – Centro - Diamantina/MG - CEP 39100-000

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Natália Andrade Costa

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Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri

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