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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS CURSO DE GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS CONTÁBEIS TATHIANNA PEDROSA PINTO LEITE PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO EM UMA MICRO EMPRESA DO RAMO DE PET SHOP, UTILIZANDO O BALANCED SCORECARD Natal / RN 2017

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE

CENTRO DE CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS

DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS

CURSO DE GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS CONTÁBEIS

TATHIANNA PEDROSA PINTO LEITE

PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO EM UMA MICRO EMPRESA DO RAMO DE

PET SHOP, UTILIZANDO O BALANCED SCORECARD

Natal / RN

2017

TATHIANNA PEDROSA PINTO LEITE

PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO EM UMA MICRO EMPRESA DO RAMO DE

PET SHOP, UTILIZANDO O BALANCED SCORECARD

Trabalho de Conclusão de Curso de Graduação apresentado à Banca Examinadora como requisito parcial à obtenção do título de Bacharel em Ciências Contábeis da Universidade Federal do Rio Grande do Norte.

Orientador: Prof. Dr. Ridalvo Medeiros Alves de Oliveira.

Natal / RN

2017

Catalogação da Publicação na Fonte. UFRN / Biblioteca Setorial do CCSA

Leite, Tathianna Pedrosa Pinto.

Planejamento estratégico em uma micro empresa do ramo de Pet Shop, utilizando o balanced scorecard / Tathianna Pedrosa Pinto Leite. - Natal, 2017.

74f.: il. Orientador: Prof. Dr. Ridalvo Medeiros Alves de Oliveira. Monografia (Graduação em Ciências Contábeis) - Universidade Federal do Rio

Grande do Norte. Centro de Ciências Sociais Aplicadas. Departamento de Ciências Contábeis.

1. Contabilidade Gerencial - Monografia. 2. Planejamento Estratégico -

Monografia. 3. Cinco Forças de Porter - Monografia. 4. Análise PEST- Monografia. 5. Matriz SWOT- Monografia. 6. Balanced Scorecard - Monografia. I. Oliveira, Ridalvo Medeiros Alves de. II. Universidade Federal do Rio Grande do Norte. III. Título. RN/BS/CCSA CDU 657:005.52

TATHIANNA PEDROSA PINTO LEITE

PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO EM UMA MICRO EMPRESA DO RAMO DE

PET SHOP, UTILIZANDO O BALANCED SCORECARD

Trabalho de Conclusão de Curso de Graduação apresentado à Banca Examinadora como requisito parcial à obtenção do título de Bacharel em Ciências Contábeis da Universidade Federal do Rio Grande do Norte.

Aprovado em 29 de junho de 2017

BANCA EXAMINADORA

______________________________________________________________________

Prof. Dr. Ridalvo Medeiros Alves de Oliveira, Orientador – UFRN

_____________________________________________________________________ Prof. Me. Daniele da Rocha Carvalho

Membro – UFRN

_____________________________________________________________________ Profª. Luiz Vieira de Oliveira Sobrinho

Membro – UFRN

AGRADECIMENTOS

Agradeço a Deus por me proporcionar condições físicas, psicológicas, financeiras e

estruturais, para que eu pudesse concretizar mais uma etapa da minha vida, sempre me

mostrando que tudo na vida acontece por um motivo, mesmo que a gente não consiga

entender no momento.

À Santo Expedito, por quem tenho devoção e está sempre ao meu lado nos momentos

mais difíceis, guiando os meus passos, protegendo o meu caminho e, por sua intercessão,

tenho alcançado as minhas preces.

Ao meu orientador, o professor, mestre e doutor Ridaldo Medeiros Alves de Oliveira

por me incentivar e me fazer acreditar que seria possível. E ao professor mestre Antônio

Carlos Ferreira, que despertou em mim o interesse pelo tema.

À minha família (pais, avós, irmãos, tias e sobrinha), por todo amor e por ter me

mostrando que existem pessoas que sempre poderei contar para enfrentar os melhores e piores

momentos na caminhada terrena.

Gostaria de agradecer principalmente a minha mãe Claudia Leite e minha tia e mãe de

coração Mídia Pinto, pelo carinho e preocupação comigo, por todos os ensinamentos que

passaram e por acreditarem em minha capacidade intelectual, e à minha tia Aretusa por ser

sempre alegre e prestativa.

Agradecer especial ao meu pai Afrânio Leite, por ser o meu grande exemplo de vida.

Não há palavras que expresse o meu agradecimento, porque sem ele eu não teria conseguido

chegar onde estou hoje. Agradeço pela sua colaboração e correção neste Trabalho de

Conclusão de Curso e, principalmente, por todo o seu esforço para realizar os meus sonhos e

priorizar meus estudos, se preocupando sempre em me mostrar a importância do

conhecimento e repetindo as frases ditas pelo meu avô Armando Duarte “o conhecimento é o

seu bem mais valioso” e, também, “podem lhe tirar tudo na vida, menos o seu

conhecimento”.

À minha Vó Terezinha (in memorian), que me deixou muitas saudades, mas que eu

não poderia deixar de dedicar a ela essa realização, pois sei que de onde estiver estará

olhando, orando por mim, sofrendo com minhas derrotas e comemorando as minhas vitórias.

À minha Vó Luzia Leite e minha Vó de coração e madrinha de crisma Lurdimar, por

todo amor que sentem por mim.

Ao meu namorado e companheiro Enio Maia, pela colaboração neste trabalho,

dedicando suas horas, corrigindo, formatando e, principalmente, me incentivando no

cansativo processo que é a contextualização de uma monografia. Obrigado pelo carinho, sua

alegria, sua atenção, sua vibração com as minhas conquistas e o seu ombro em cada momento

difícil que me ajudou a atravessar. Agradeço por todos os beijos, massagens e puxões de

orelha necessários para a continuidade deste trabalho.

A todos os meus amigos e colegas de trabalho que de alguma forma estiveram

presentes dando aquele empurrão moral para que a caminhada se torne menos difícil.

Principalmente a melhor amiga que está sempre ao meu lado, mesmo distante, é uma

confidente que consegue me fazer rir em momentos tristes e acalma-me em momentos de

estresse.

Por fim, não poderia deixar, também, de agradecer a minha cadelinha Rubi, fiel e

estabanada da raça labrador. Sem ela, o CÃOportado RN não existiria. Muito obrigada por

saber me escutar, por me fazer companhia nas longas e cansativas madrugadas em claro,

durante a elaboração deste trabalho, e pelas lambidas nos pés durante os estudos, que me

ajudaram a reduzir a ansiedade e o estresse.

Um cão não se importa se você é rico ou

pobre, educado ou analfabeto, inteligente ou

burro. Se você lhe der seu coração, ele lhe

dará o dele. É realmente muito simples, mas

mesmo assim, nós humanos, tão mais sábios e

sofisticados, sempre tivemos problemas para

descobrir o que realmente importa ou não.

John Grogan

RESUMO

O objetivo desta pesquisa foi propor um modelo que auxilie pequenas empresas do ramo de Pet Shop na realização do processo de planejamento estratégico, visto que a elaboração e a gestão da estratégia são fundamentais para o sucesso das organizações. A contabilidade gerencial possibilita o registro, controle e gerenciamento dos recursos disponíveis e das atividades da organização. O processo do planejamento estratégico, por sua vez, realiza análises internas e externas, possibilitando que os integrantes da empresa conheçam melhor a organização como um todo. O planejamento ainda é responsável por definir ações que devem ser realizadas para que a empresa consiga atingir seus objetivos, servindo para auxiliar a administração. Ainda assim, existe uma carência da utilização de instrumentos gerenciais nas pequenas empresas, causada principalmente pela falta de pessoas dentro da empresa capacitadas e que tenham disponibilidade para fazer tal gestão. Para auxiliar nas análises dos cenários e possibilitar a escolha da estratégia, podem-se usar as seguintes ferramentas abordadas neste trabalho: Cinco forças de Porter, Análise PEST, Matriz SWOT (FOFA) e os Fatores Críticos de Sucesso (FCS). Ainda visando aperfeiçoar o uso das estratégias organizacionais, Kaplan e Norton (1997) criaram uma ferramenta de gestão estratégica titulada de Balanced Scorecard (BSC) que tem como principal função traduzir a visão de futuro da empresa em objetivos e metas operacionais. Para isto, utiliza-se um mapa estratégico capaz de tornar a estratégia acessível a todos os colaboradores. Desta forma, o objetivo geral deste trabalho foi elaborar e avaliar a utilização de um roteiro que auxilie o pequeno empresário na elaboração do planejamento estratégico, facilitando a identificação da melhor estratégia competitiva que deverá ser adotada pela empresa. Para isso, foi produzido um sistema de gestão de desempenho baseado nos preceitos do Balanced Scorecard, com a finalidade de gerenciar a estratégia estabelecida. A metodologia empregada foi a realização de uma pesquisa bibliográfica e a elaboração de um estudo de caso. A pesquisa ainda pode ser considerada descritiva e participante, sustentada por dados coletados através de observação das atividades da empresa, pesquisa documental e entrevistas. Sua natureza pode ser considerada tanto qualitativa (análise aprofundada em relação aos fenômenos pesquisados) como quantitativa (usando amostras para se entender melhor o comportamento da organização, traduzindo em números as informações encontradas, a fim de facilitar a análise). O roteiro demonstrou ser de grande utilidade para o pequeno empresário, pois permite uma análise sólida do contexto organizacional e possibilita a escolha de uma estratégia que torne a organização mais competitiva, capaz de se adaptar e responder de forma rápida as mudanças do mercado. Os resultados observados evidenciam a importância das ferramentas de gestão para as organizações, por ser responsável estabelecer as direções que a empresa deve seguir e auxiliar o processo de tomada de decisões. Palavras-chave: Planejamento Estratégico. Cinco Forças de Porter. Análise PEST. Matriz SWOT. Balanced Scorecard.

ABSTRACT The objective of this research was to propose a model that helps small companies in the pet shop business to establish their strategic planning process, since strategy elaboration and management are fundamental to achieve organization success. Management accounting enables the registration, control and administration of the organization activities and it´s available resources. The strategic planning process performs internal and external analyzes, enabling company members to better understand the organization as a whole. By planning, the organization can define actions that must be taken in order to achieve its objectives, serving to assist the administration. Nevertheless, there is a lack of use of management tools in small companies, caused mainly by the lack of experienced and qualified people within the organization, ready to put it into practice and willing to do such management. In order to assist the scenarios analysis and to enable the establishment of the strategy, the following tools can be used: Porter's Five Forces, PEST and SWOT analysis, along with the determination of the Critical Success Factors (FCS). In order to improve the use of organizational strategies, Kaplan and Norton (1997) created a strategic management tool titled Balanced Scorecard (BSC), whose main function is to convert the company's future vision into operational objectives and goals. The company must elaborate a strategic map to expose the main strategy and make it accessible to all members. In this way, the general objective of this work was to elaborate and evaluate the use of a management script that helps small entrepreneur to elaborate the strategic planning for his company, facilitating the identification of the best competitive strategy to be adopted. Therefore, a performance management system was produced based on the precepts of the Balanced Scorecard, in order to manage the established strategy. The methodology applied was to conduct a bibliographical research and a case study. The research can still be considered descriptive and participant, supported by data collected through observation of the company activities, documentary research and interviews. It can also be considered qualitative (rigorous analysis of the phenomena studied) and quantitative (using samples to better understand organization´s behavior, translating the information found in numbers in order to facilitate analysis). The management script proved to be very useful, allowing the small business owner to elaborate a solid analysis of the organizational context and permitting the choice of a strategy that makes the organization more competitive, able to adapt and respond quickly to market changes. The observed results show the importance of the management tools for all organizations, especially the small ones, being responsible for establishing the directions the company should follow and assisting it to make better decisions. Keywords: Strategic Planning. Five Porter Forces. PEST Analysis. SWOT Analysis. Balanced Scorecard.

LISTA DE QUADROS

Quadro 1 – Resumo das etapas das metodologias do planejamento estratégico segundo

diversos autores 18

Quadro 2 – Perguntas e respostas que dão auxílio na definição da missão da empresa 37

Quadro 3 – Pesquisa de concorrentes: localização, condições de pagamento e serviços

oferecidos 46

Quadro 4 − Pesquisa de concorrentes: pontos fortes e fracos 47

Quadro 5 − Análise PEST 48

Quadro 6 – Oportunidades e ameaças enfrentadas pelo CÃOportado RN 50

Quadro 7 − Cinco Forças de Porter 52

Quadro 8 − Forças e fraquezas observadas no CÃOportado RN 55

Quadro 9 − Fatores considerados críticos para o sucesso da organização, sob a ótica de

cinco perspectivas 58

Quadro 10 − Objetivos estratégicos e indicadores de desempenho do CÃOportado RN 61

Quadro 11 − Resultados referentes aos indicadores de desempenho do CÃOportado RN 62

LISTA DE FIGURAS

Figura 1 − Três níveis da análise ambiental 20

Figura 2 – Forças que dirigem a concorrência na indústria 21

Figura 3 – Modelo da Matriz SWOT 23

Figura 4 – Modelo da Matriz SWOT com indicação dos possíveis direcionamentos

estratégicos 24

Figura 5 – Identificação dos rumos para a organização seguir os objetivos estratégicos 25

Figura 6 – O Balanced Scorecard fornece a estrutura necessária para a tradução da

estratégia em termos operacionais 28

Figura 7 – Estrutura Organizacional do CÃOportado RN 39

Figura 8 – Faturamento do mercado Pet em 2016 41

Figura 9 – Exportações brasileiras referentes ao mercado Pet em 2016 42

Figura 10 – Importações brasileiras referentes ao setor de pet food, em 2016 43

Figura 11 – Faturamento do mercado Pet em 2015 43

Figura 12 – Matriz SWOT: Forças e fraquezas observadas no CÃOportado RN 56

Figura 13 – Interpretação do cruzamento das variáveis 56

Figura 14 – Cenário e objetivo estratégico do CÃOportado RN 57

Figura 15 – Mapa estratégico do CÃOportado RN 64

LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS

ABINPET ASSOCIAÇÃO Brasileira da Indústria de Produtos para Animais de

Estimação

BSC Balanced Scorecard

FCS Fatores Críticos de Sucesso

FOB Free on board (Livre a bordo)

FOFA Forças, Oportunidades, Fraquezas e Ameaças

PE Planejamento Estratégico

PEST Fatores Políticos, Econômicos, Socioculturais e Tecnológicos

RN Rio Grande do Norte

SWOT Strengths, Weaknesses, Opportunities and Threats

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO 14

1.1 PROBLEMÁTICA DE PESQUISA 14

1.2 OBJETIVOS 15

1.2.1 Objetivo geral 15

1.2.2 Objetivo específicos 15

1.3 JUSTIFICATIVA 15

2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 17

2.1 PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO 17

2.2 ETAPAS DO PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO 18

2.2.1 Visão Geral da Empresa. 19

2.2.2 Análise do Ambiente 19

2.2.3 Definição de Objetivos, Metas e Estratégias da Empresa 25

2.2.4 Implementação da Estratégia 26

2.2.5 Controle e Avaliação da Estratégia Adotada 26

2.3 BALANCED SCORECARD (BSC) 26

2.3.1 Definição e Importância do Balanced Scorecard 26

2.3.2 As Perspectivas de Negócio do Balanced Scorecard 27

3 METODOLOGIA 32

3.1 CLASSIFICAÇÃO DA PESQUISA 32

3.2 DELIMITAÇÃO E LIMITAÇÕES DA PESQUISA 33

3.3 COLETA E APRESENTAÇÃO DOS DADOS 34

4 ANÁLISE DE DADOS E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS 35

4.1 DIRETRIZES ORGANIZACIONAIS 35

4.1.1 Perfil 35

4.1.2 Negócio da empresa 36

4.1.3 Missão 36

4.1.4 Visão 37

4.1.5 Valores 38

4.1.6 Estrutura organizacional 38

4.2 DIAGNÓSTICO ESTRATÉGICO 40

4.2.1 Análise externa 40

4.2.2 Análise interna 50

4.2.3 Matriz SWOT (FOFA) 55

4.3 FORMULAÇÃO ESTRATÉGICA 58

4.3.1 Fatores Críticos de Sucesso (FCS) 58

4.3.2 Estratégia a ser adotada 60

4.4 ELABORAÇÃO DO BALANCED SCORECARD (BSC) 60

4.4.1 Definindo os objetivos estratégicos e escolhendo indicadores 61

4.4.2 Apuração dos indicadores 62

4.4.3 Estabelecendo metas e ações 63

4.4.4 Mapa Estratégico 63

5 CONCLUSÃO 66

5.1 CONSIDERAÇÕES FINAIS 66

5.2 SUGESTÕES PARA TRABALHOS FUTUROS 68

REFERÊNCIAS 69

ANEXOS 72

ANEXO A – Balanced Scorecard (BSC) 72

14

1 INTRODUÇÃO

Nos dias de hoje, principalmente devido à instabilidade política e econômica, as

empresas se encontram em constante processo de auto-análise e aperfeiçoamento dos

processos internos, buscando meios para se organizar e inovar como forma de satisfazer seus

clientes. De acordo com Kaplan e Norton (1997) o ambiente que as empresas atualmente

competem é complexo, por isso se torna essencial que as empresas compreendam suas metas

e os métodos para alcançá-las.

Diversos segmentos da economia e nichos de mercado estão enfrentando

instabilidades e necessidades de transformação, fazendo com que as empresas tenham maior

sensibilidade ao meio ambiente em que estão inseridas, buscando sempre antecipar

eventualidades e agindo de forma mais eficiente nas tomadas de decisão.

Segundo SPESSATTO (2013), “Para as empresas manterem-se competitivas no

mercado globalizado e de forte concorrência, precisam traçar estratégias que sejam

compatíveis e assegurem sua continuidade”. Segundo ele, a contabilidade gerencial é voltada

para o gerenciamento estratégico das organizações, responsável por fornecer informações aos

gestores que auxiliam na tomada de decisões importantes para tornar a empresa mais

competitiva no mercado.

Kaplan e Norton (1997) declaram que é papel do gestor buscar ferramentas que os

auxiliem a encontrar informações significativas e úteis, a fim de definir a melhor direção a ser

seguida pela empresa. Porém, para que a organização atinja seus objetivos, é necessário que

todos os membros estejam alinhados com a estratégia (KAPLAN e NORTON, 2000). Por isso

é necessário utilizar mecanismos eficientes de gerenciamento, capazes de impulsionar as

estratégias de longo prazo.

1.1 PROBLEMÁTICA DE PESQUISA

A problemática a ser trabalhada se reveste do seguinte questionamento:

De que maneira a implementação do planejamento estratégico fundamentado na

ferramenta Balanced Scorecard (BSC) pode auxiliar uma micro empresa de serviços e

produtos para animais de estimação a traçar estratégias mais seguras e facilitar sua tomada de

decisões?

15

1.2 OBJETIVOS

1.2.1 Objetivo geral

Neste sentido, esta pesquisa consiste em um estudo de caso objetivando a elaboração

de um planejamento estratégico e a estruturação de um sistema de gestão de desempenho para

uma micro empresa do ramo de animais de estimação.

1.2.2 Objetivos específicos

Com a finalidade de alcançar o objetivo geral apresentado, são traçados os seguintes

objetivos específicos:

• Realizar pesquisa bibliográfica para tomar conhecimento do processo de elaboração do

planejamento estratégico e a construção do Balanced Scorecard;

• Estabelecer a razão de existir da empresa e a postura que a organização terá diante do

mercado através da definição das diretrizes organizacionais: Perfil, Negócio da empresa,

Missão, Visão, Valores e Estrutura Organizacional;

• Realizar um diagnóstico estratégico através da análise dos ambientes interno e

externo;

• Formular a estratégia;

• Elaborar o Balaced Scorecard.

1.3 JUSTIFICATIVA

Podemos dizer que o planejamento estratégico é um documento que orienta o futuro

da organização, possibilitando a avaliação dos ambientes onde a empresa está inserida e

determinando a melhor estratégia competitiva a ser seguida.

Segundo Coelho e Souza (1999 apud TERENCE, 2002, p.03) “Apesar da importância

crescente do planejamento estratégico e dos avanços na sua aplicação para a tomada de

decisões nas organizações, há um segmento no qual o uso deste instrumento de análise é raro:

o das pequenas empresas.”

De acordo com Marchesnay (1993 apud ALMEIDA, 1994), a dificuldade das

pequenas empresas em implementar o planejamento estratégico pode ser atribuída a fatores

16

como: o pequeno porte das empresas, a falta de recursos para a contratação de profissionais

que supram a inexperiência dos dirigentes em gestão administrativa, excesso de tarefas

operacionais dos dirigente e centralização de poder.

Como forma de dar suporte a gestão, utiliza-se o planejamento estratégico, tendo como

base o Balanced Scorecard (BSC), com a finalidade de comunicar, esclarecer, implementar e

monitorar as estratégias, possibilitando a avaliação do desempenho da empresa através da

comparação entre as metas e os valores obtidos (TEIXEIRA, 2003).

Essas técnicas de gestão são utilizadas para definir a direção que a empresa deve

seguir e as ações que deverá tomar para se beneficiar das suas forças e oportunidades, além de

auxiliar na tomada de decisões, diminuindo riscos e incertezas.

17

2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

2.1 PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO

Tendo em vista a alta competitividade e constante inovação de serviços das empresas

do segmento Pet, além da sensibilidade das micro e pequenas empresas à oscilação da

economia, verifica-se que a implementação do planejamento estratégico é essencial para o

negócio.

Para Rezende (2008, p.18), “o planejamento estratégico da organização é um processo

dinâmico, sistêmico, coletivo, participativo e contínuo para determinação dos objetivos,

estratégias e ações da organização.”

Oliveira (2010) argumenta que o planejamento estratégico é o processo administrativo

que possibilita a sustentação metodológica para se indicar a melhor direção a ser seguida pela

empresa, buscando otimizar o grau de interação com os fatores externos e fazendo com que a

empresa cresça de forma inovadora e diferenciada.

De acordo com Lima (2003), apesar de ocorrerem mudanças imprevisíveis, o

empresário que administra sua empresa estrategicamente deverá estar atento aos pequenos

sinais de mudanças, possibilitando ao gestor agir de forma rápida, a fim de aproveitar novas

oportunidades, tentando neutralizar possíveis ameaças.

Nesta mesma linha de raciocínio, Tavares (2005) complementa da seguinte forma: “o

planejamento estratégico corresponde ao processo de formulação e implementação de

estratégias para aproveitar a oportunidades e neutralizar as ameaças ambientais.”

Sendo assim, de acordo com Wright, Kroll e Parnell (2000), podemos

considerar que o planejamento estratégico serve para determinar a missão e os objetivos da

organização frente aos ambientes externo e interno, além de dar suporte à administração dos

estágios de formulação, implementação e controle da estratégia.

Complementando, Fishmann e Almeida (1991) abordam o conceito de planejamento

estratégico, mostrando claramente sua importância: [...] planejamento estratégico é uma técnica administrativa que, através da análise do ambiente de uma organização, cria a consciência das suas oportunidades e ameaças, dos seus pontos fortes e fracos para o cumprimento da sua missão e, através desta consciência, estabelece o propósito de direção que a organização deverá seguir para aproveitar as oportunidades e reduzir os riscos. (FISHMANN; ALMEIDA, 1991, P. 25)

Para Audy (2009, p.23), “O planejamento estratégico (PE) é uma abordagem poderosa

para lidar com situações de mudanças, oferecendo grande auxílio em ambientes turbulentos

18

como os de nossos dias. Merece, por isso, atenção como instrumento de gestão.”

2.2 ETAPAS DO PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO

No que se refere à metodologia de apresentação do processo estratégico, observa-se

que a forma e ordem das metodologias adotadas por diversos autores são diferentes, porém

seguem aproximadamente a mesma lógica de elaboração. Iniciando através da determinação

dos objetivos da organização, partindo posteriormente para a análise do ambiente e então a

formulação das estratégias para alcançar seus objetivos. (TERENCE, 2002)

Terence (2002) apresenta uma síntese comparativa de várias metodologias encontradas

na literatura, argumentando que as etapas principais estão presentes em todas elas, mesmo que

apresentem denominação diferente.

Quadro 1 - Resumo das etapas das metodologias do planejamento estratégico segundo diversos autores.

Fischmann (1987) Oliveira (1991) Certo & Peter

(1993) Bethlem (1998) Thompson Jr & Strickland III (2000)

Avaliação das necessidades e possibilidades

x x x x

Análise do ambiente

Sustentação da estratégia

empresarial. Diagnóstico

estratégico, missão da empresa, cenários

estratégicos, identificação dos

objetivos

Análise do ambiente

Estabelecimento dos objetivos

Desenvolvimento da visão/missão estratégica

Definição dos objetivos e metas

Estabelecimento da diretriz

organizacional, missão e objetivo

Estabelecimento dos objetivos

Formulação de estratégias alternativas

Formulação da estratégia

empresarial

Formulação da estratégia

Estabelecimento das estratégias

Elaboração da estratégia Estabelecimento

de critérios

Formulação e seleção das estratégias alternativas

Elaboração do plano estratégico

Seleção de estratégias

Escolha das estratégias

Implementação da estratégia

Implementação das estratégias

Implementação

da estratégia

Execução e

implantação das ações necessárias

Implementação e execução da estratégia Execução do

plano estratégico Avaliação e

controle Controle e avaliação

das estratégias Controle

estratégico Avaliação, revisão e correções

Fonte: Adaptação de Terence (2002).

19

2.2.1 Visão Geral da Empresa

Para Terence (2002), compete a esta etapa o estabelecimento da missão, visão e dos

valores da empresa. Estas atividades estão presentes na primeira etapa do processo

estratégico, que consiste em revelar aos agentes da organização o tipo de empresa onde será

realizado o planejamento estratégico, assim como onde os dirigentes pretendem chegar e

quais os valores organizacionais relevantes para o processo.

Segundo Rezende (2008), a visão geral da empresa, também chamada de diretrizes

estratégicas, é uma visão geral e inicial da organização e seu processo pode obedecer a

diversas e diferentes metodologias a fim de estabelecer essencialmente o negócio e os

objetivos da empresa.

2.2.2 Análise do Ambiente

Segundo BOSSIDY (2005 apud KICH, 2010), para as empresas se manterem

competitivas no mundo de hoje, é imprescindível desenvolver uma maior sensibilidade em

relação ao meio ambiente, para que possam aprimorar sua capacidade de prever o futuro e

assim agilizar a tomada de decisões, pois quanto mais os gestores demorarem para tomar uma

decisão, menor será o número de opções disponíveis. A mesma autora cita ainda ANSOFF

(1990), mostrando que o nível de turbulência do ambiente é determinado por uma combinação

dos seguintes fatores: mutabilidade do ambiente de mercado; velocidade de mudança;

intensidade de concorrência; fertilidade da tecnologia; discriminação por clientes; pressões de

órgãos do governo e grupos de influência.

A gestão estratégica de uma empresa envolve três níveis de análise (Figura 1), são

eles: o macroambiente da empresa, caracterizado pelo setor em que a empresa opera em um

segundo nível apresenta-se o ambiente setorial, onde é possível encontrar as empresas que

produzem ou fornecem produtos e serviços concorrentes, e por último o microambiente, que é

formado essencialmente pelos agentes que influenciam diretamente a empresa (WRIGHT;

KROLL; PARNELL, 2000).

20

Figura 1 - Três níveis da análise ambiental (Fonte: Adaptação de Wright, Kroll e Parnell, 2000).

Resumidamente, Terence (2002) conclui que a análise ambiental consiste em

identificar, no ambiente interno e externo, os pontos fortes e fracos, as oportunidades,

ameaças e os fatores relevantes para o sucesso da empresa no seu ramo de atuação.

Visando facilitar e viabilizar tal análise, foram desenvolvidas algumas ferramentas,

classicamente aplicadas na gestão empresarial. São exemplos delas: as Cinco Forças de

Porter, a Análise PEST e a Matriz SWOT.

a) Cinco Forças de Porter

Porter (1986) começou a analisar a influência da estrutura industrial na determinação

das regras competitivas e também nas estratégias dos ambientes organizacionais. Neste

sentido, o autor propõe uma análise estrutural que faça com que as empresas reflitam sobre a

formulação de uma estratégia embasada na dinâmica da rivalidade competitiva.

De acordo com Porter (1998 apud Kich 2010) há uma necessidade por parte das

organizações para que avaliem cinco forças competitivas (Figura 2):

• Rivalidade entre os concorrentes: corrida acirrada por posição entre empresas do

mesmo ramo de negócios, levando os estrategistas à formulação de um planejamento

específico para posicionar a empresa, influenciando o equilíbrio das forças e

antecipando as eventuais mudanças;

21

• Ameaça de novos entrantes: representa os riscos que a entrada de novos concorrentes

traz para o setor, tais como as novas capacidades. O nível de ameaça destes entrantes

vai depender de fatores como as barreiras atuais e reação dos concorrentes existentes.

Caso existam barreiras altas aos novos entrantes, estes não representarão uma forte

ameaça para o setor;

• Poder de barganha dos fornecedores: força competitiva significativa, uma vez que a

capacidade de barganha sobre os participantes de um setor pode acarretar aumentos

dos preços ou redução da qualidade dos produtos;

• Poder de barganha dos clientes: poder que o comprador exerce sob o mercado a fim de

forçar a baixa dos preços da indústria, bem como a melhoria da qualidade de produtos

e serviços. É necessário que as empresas estreitem e melhorem cada vez mais o

relacionamento com os clientes, principalmente através do estabelecimento de uma

liderança tecnológica e da oferta de produtos diferenciados (física ou

psicologicamente);

• Ameaça de produtos substitutos: o potencial de um setor pode ser de certa forma,

limitado através da estipulação de um teto para os preços praticados ou substituídos

dos produtos ou serviços, a menos que isto atualize a qualidade do produto ou o

diferencie.

Figura 2 - Forças que dirigem a concorrência na indústria (Fonte: Porter, 1986, p. 23)

22

b) Análise PEST

Segundo Norival JR (2011), consiste em uma ferramenta auxiliar para a análise das

variantes externas, visando determinar a curva de maturidade de um produto ou serviço. Para

o autor, esta análise reúne oportunidades ou ameaças relativas ao macro ambiente: político,

econômico, social e tecnológico.

De acordo com Neto et al. (2007), a análise PEST é uma ferramenta criada para

compreender as perspectivas agregadas às decisões de mercado e podem ser conceituadas de

acordo com as seguintes variáveis ou forças:

• Variáveis político/legais: são aquelas determinadas por políticas governamentais e

variações na legislação, provocando mudanças na estrutura, no funcionamento, assim

como nas relações de negociação das organizações do país;

• Variáveis econômicas: impactam de maneira significativa nos negócios a partir de

mudanças ocorridas em caráter geral, podendo ser estas positivas ou negativas,

estimuladoras ou desestimuladoras, como por exemplo, a definição da taxa de juros e

as políticas (fiscal, monetária e cambial).

• Variáveis sócio-culturais: são variáveis relativas à sociedade de forma geral, que

devem ser consideradas no processo de tomada de decisão nas organizações, incluindo

aspectos ligados às tradições, valores culturais e educação, além de aspectos

demográficos.

• Variáveis tecnológicas: todas aquelas relacionadas aos avanços tecnológicos, que

muitas vezes modificam a estrutura de mercado ou ambiente de determinada atividade

econômica causando mudanças na gestão das empresas no que se refere ao

gerenciamento de custos, qualidade de produtos e serviços, entre outros.

c) Matriz SWOT (FOFA)

Segundo Pereira (2007), a matriz FOFA é um termo formado pela abreviatura de

quatro focos da análise, sendo eles : Forças, Oportunidades, Fraquezas e Ameaças ; também

chamada de análise SWOT (em inglês: Strenghts, Weakness, Opportunities, Threats) consiste

em uma ferramenta desenvolvida para ajudar na avaliação da realidade da empresa através da

junção das análises externa e interna, permitindo à organização ter uma visão geral e profunda

de sua situação.

23

Azevedo e Costa (2001 apud DE ALMEIDA, 2014), contextualizam historicamente,

mostrando que a SWOT é considerada uma ferramenta clássica de gestão e começou a ser

desenvolvida na década de 60 nas escolas americanas de administração cujo objetivo inicial

era combinar as forças e as fraquezas de uma organização com as oportunidades e ameaças

oriundas do mercado.

Tavares (2005) considera as oportunidades e ameaças como fatores externos que a

organizarão deve enfrentar ou usar a seu favor para melhorar seu desempenho. As forças e

fraquezas por sua vez correspondem a fatores internos, que a empresa precisa conhecer para

posicionar-se frente às alternativas de decisão.

Segundo Matos et al. (2007), no processo de elaboração da matriz SWOT, após

analisar o ambiente externo (oportunidades e ameaças) e o ambiente interno (forças e

fraquezas), é necessário fazer um cruzamento entre os fatores internos e externos, verificando

cada um dos itens listados para que seja possível desenvolver quatro tipos de direcionamento

estratégico para a organização conforme a Figura 3.

Figura 3 - Modelo da Matriz SWOT (Fonte: Matos et al., 2007, p. 152).

Matos et al. (2007), ainda explica cada um dos direcionamentos estratégicos

desenvolvidos a partir do cruzamento entre os fatores de cada ambiente (Figura 4):

• O direcionamento SO (pontos fortes versus oportunidades) usa os pontos fortes

internos da organização para tomar vantagens nas oportunidades externas;

• O direcionamento WO (pontos fracos versus oportunidades) valoriza os pontos fracos

internos, tomando vantagens nas oportunidades externas;

• O direcionamento ST (pontos fortes versus ameaças) usa os pontos fortes internos para

24

evitar ou reduzir os impactos das ameaças externas;

• O direcionamento WT (pontos fracos versus ameaças) faz com que a organização

busque estratégias para resolução de problemas conforme eles vão surgindo.

Figura 4 - Modelo da Matriz SWOT com indicação dos possíveis direcionamentos estratégicos. (Fonte:

Matos et al., 2007, p. 153).

Huger e Wheelen (2002 apud DE ALMEIDA, 2014), explicam que a matriz SWOT

está intimamente ligada ao processo de formação da estratégia, tendo como principal função

viabilizar a escolha da melhor estratégia para atingir os objetivos organizacionais, para isso é

necessário fazer uma avaliação crítica do ambiente interno e externo da organização.

Matos et al. (2007) complementam que através da matriz SWOT podemos definir os

objetivos estratégicos e metas a partir dos direcionamentos estratégicos que podem ser

verificados através da Figura 5 (a sobrevivência, a manutenção, o crescimento e o

desenvolvimento).

25

Figura 5 - Identificação dos rumos para a organização seguir os objetivos estratégicos (Fonte: Matos et.

al., 2007, p. 154).

2.2.3 Definição de Objetivos, Metas e Estratégias da Empresa

Terence (2002), explica que nesta etapa são detalhados os objetivos, as metas, os

prazos e as responsabilidades. Também é realizada a identificação da estratégia atual

(principais ações, decisões e investimentos realizados pela empresa), a escolha da estratégia

futura, a partir da análise ambiental e dos objetivos a serem alcançados, e a elaboração do

plano de ação.

a) Fatores Críticos de Sucesso (FCS)

Para auxiliar o processo de elaboração da estratégia, pode-se criar um modelo

dinâmico de concorrência e cooperação. Gamble e Thompson (2012) definem os Fatores

Críticos de Sucesso (FCS) de um setor como “aqueles que mais afetam a capacidade de seus

integrantes para prosperar no mercado. Os fatores críticos de sucesso podem incluir

determinados elementos estratégicos, atributos de produtos, recursos, competências

competitivas ou ativos intangíveis.”

Para estes autores, os fatores críticos de sucesso de um setor podem ser deduzidos da

seguinte maneira: (a) identificam-se as características dominantes do setor; (b) avaliam-se as

cinco forças competitivas; (c) consideram-se os impactos de forças propulsoras; (d)

comparam-se as posições de mercado dos integrantes do setor, possibilitando à empresa

prever as próximas manobras prováveis dos concorrentes importantes.

26

2.2.4 Implementação da Estratégia

Segundo a mesma autora, esta é a etapa onde serão identificados os requisitos,

relacionados à estrutura organizacional, ao sistema de informações e aos recursos, necessários

à identificação da melhor abordagem para se implantarem as atividades práticas e concretas

exigidas para o funcionamento do plano de ação.

2.2.5 Controle e Avaliação da Estratégia Adotada

Para Terence (2002), esta etapa consiste na medição do desempenho, procurando

assegurar a obtenção de objetivos, metas e projetos estabelecidos. Abrange avaliações,

comparações do resultado atual com o esperado, tomada de decisões corretivas, entre outras

ações.

2.3 BALANCED SCORECARD (BSC)

O Balanced Scorecard (BSC) foi proposto pela primeira vez em 1992 por Robert

Kaplan e David Norton com a finalidade de operacionalizar a estratégia organizacional em

perspectivas financeiras e não financeiras.

2.3.1 Definição e Importância do Balanced Scorecard

Para Kaplan e Norton (1997), o BSC é um sistema de gestão e medição de

desempenho, o qual deverá traduzir a missão e estratégia da empresa em objetivos e medidas

tangíveis, para isso elabora-se um mapa coerente utilizado por gestores para esclarecer,

comunicar e gerenciar a estratégia.

De acordo com Teixeira (2003), o BSC é um conjunto de metas e indicadores que

traduzem e refletem os conceitos abstratos da visão e das estratégias organizacionais, em

objetivos e metas concretas, a fim de garantir que a visão e a estratégia sejam alcançadas.

Teixeira (2003) ainda enfatiza que o Balanced Scorecard é um instrumento de apoio à gestão,

utilizado para comunicar, esclarecer, implementar e monitorar as estratégias, além de

possibilitar a avaliação do desempenho através da comparação entre as metas e os valores

obtidos.

Kaplan e Norton (2000) destacam que o Balanced Scorecard possibilita a

27

comunicação entre as unidades de negócios e os executivos da organização em relação aos

objetivos de curto e longo prazo. Já Rocha (2002) afirma que BSC tem a finalidade de fazer a

informação estratégica chegar aos níveis operacionais, permitindo que a gestão seja conduzida

de forma efetiva.

De acordo com Kallás (2003), se o Balanced Scorecard for aplicado corretamente,

possibilitará a integração de medidas financeiras e não-financeiras, a comunicação da

estratégia e o monitoramento das metas.

Os autores Kaplan e Norton (2000), mostram a importância do BSC argumentando

que é um instrumento que possibilita identificar com mais facilidade a necessidade de

implantação de novos programas, produtos e processos, a fim de combater as ameaças

comuns em ambientes em rápida mutação. Os mesmos autores ressaltam que a ferramenta

auxilia a identificação das metas, ações e medidas que possibilitem o acompanhamento do

andamento das metas, a fim de verificar se elas estão sendo atingidas ou não (KAPLAN;

NORTON, 1997).

Para COSTA (2001), os fatores chave de desempenho organizacional apresentados no

Balanced Scorecard são ligados entre si por uma relação de causa e efeito. Segundo Costa

(2001), o fato de a ferramenta levar os gestores a pensarem sistematicamente nos

relacionamentos de causa e efeito, auxilia na reflexão sobre suposições implícitas às

estratégias. Fazendo com que a organização estabeleça vantagem competitiva em relação as

empresa concorrentes, que tomam suas decisões com base nos resultados operacionais de

curto prazo.

Em outras palavras, o Balanced Scorecard busca o equilíbrio entre objetivos de curto e

longo prazo, perspectivas internas e externas, indicadores de tendência e ocorrência e medidas

financeiras e não financeiras (KAPLAN; NORTON, 1997). Os autores Kaplan e Norton

(1997, p. 25) ainda apontam alguns benefícios do Balanced Scorecard:

• Sintetizar a visão e a estratégia;

• Comunicar o objetivo e suas interdependências;

• Planejar e estabelecer metas;

• Melhorar a organização documentando as práticas mais adequadas.

2.3.2 As Perspectivas de Negócio do Balanced Scorecard

O mapa estratégico pode partir de quatro perspectivas básicas: financeira; clientes;

28

processos internos; e inovação (Figura 6), que de acordo com Kaplan e Norton (1997, p. 26)

servem para equilibrar “[...] os objetivos de curto e longo prazo, os resultados desejados e os

vetores do desempenho desses resultados, as medidas objetivas concretas e as medidas

subjetivas mais imprecisas.”

Figura 6 - O Balanced Scorecard fornece a estrutura necessária para a tradução da estratégia em termos

operacionais (Fonte: Kaplan e Norton, 1997, p. 10)

A elaboração da estratégia inicia-se pela perspectiva financeira. Nessa perspectiva,

os objetivos financeiros de longo prazo servem de base para os objetivos e medidas das outras

perspectivas, portanto, é necessário relacionar as ações que precisam ser tomadas para que a

empresa tenha o desempenho econômico desejado (KAPLAN; NORTON, 1997). Nesse

sentido, Kaplan e Norton (1997, p. 50) evidenciam que os objetivos e medidas financeiras do

Balanced Scorecard “precisam desempenhar um papel duplo: definir o desempenho

financeiro esperado da estratégia e servir de meta principal para os objetivos e metas de todas

as outras perspectivas do scorecard”, dessa forma, entende-se que as medidas selecionadas

para fazer parte do BCS devem resultar na melhoria do desempenho financeiro.

Segundo Kaplan e Norton (2000), a natureza de qualquer estratégia de negócio é

baseada na proposição de valor que a organização oferece aos seus clientes. Sendo assim, de

acordo com Kaplan e Norton (1997) a perspectiva do cliente busca criar valor para o cliente,

identificando as principais tendências do mercado e desenvolvendo produtos e serviços que

possam satisfazê-los. Os autores ainda afirmam que “A perspectiva dos clientes permite que

as empresas alinhem suas medidas essenciais de resultados relacionadas aos clientes –

satisfação, fidelidade, retenção, captação e lucratividade – com segmentos específicos de

29

clientes e mercados.” (KAPLAN; NORTON, 1997, p. 67).

Kaplan e Norton (1997, p. 71) definem cinco indicadores que poderão ser usados para

medir o desempenho da perspectiva do cliente nas organizações:

● Participação de mercado;

● Retenção de cliente;

● Captação de novos clientes;

● Satisfação de clientes;

● Lucratividade de clientes

Sobre a perspectiva dos processos internos, de acordo com Kaplan e Norton (1997),

é o processo mais crítico para realização dos objetivos dos clientes e acionistas, pois é

responsável por determinar como a empresa pode alcançar os resultados ansiados nas

perspectivas anteriores. É importante salientar que cada empresa possui um conjunto

específico de processos, que tem por finalidade criar valor para os clientes e produzir bons

resultados financeiros. Porém, os autores apresentam um modelo genérico baseado em três

principais processos: inovação, operações e serviços pós venda. ● O processo de inovação busca desenvolver soluções para atender as necessidades atuais e

futuras dos clientes;

● O segundo estágio da cadeia de valor dos processos internos abrange os processos de

operações, que por sua vez representam a entrega dos produtos ou a prestação de serviços aos

clientes de forma eficiente e pontual.

● A última fase é o serviço pós venda, que consiste no relacionamento mantido com o cliente

após a entrega do bem ou serviço, ou seja, é um serviço oferecido para complementar o valor

dos produtos ou serviços ofertados pela empresa.

A perspectiva de aprendizado e crescimento “identifica a infra-estrutura que a empresa

deve construir para gerar crescimento e melhoria de longo prazo” (KAPLAN; NORTON,

1997, p. 29). De acordo com os autores, essa quarta perspectiva está relacionada com os

objetivos e medidas para orientar o crescimento da organização. Segundo eles, os

funcionários são os capitais intangíveis da empresa, capazes de criar valor e representar um

diferencial competitivo para a organização.

Tavares, (2005) considera a perspectiva de aprendizado e crescimento como a base e o

fundamento de qualquer mapa estratégico, segundo ele, essa perspectiva “define as

competências e habilidades essenciais, além da cultura organizacional, tidas como necessárias

para suportar a estratégia de uma organização. Essa perspectiva permite que a empresa alinhe

o capital intelectual com a estratégia” (TAVARES, 2005, p. 363)

30

Rocha (2002, p. 67) complementa ao dizer que “Pessoas bem treinadas, motivadas e

com informações disponíveis tem todas as possibilidades de dar partida a todo o processo de

crescimento da empresa [...]”, ou seja, funcionários motivados e focados poderão alcançar os

objetivos estratégicos com mais facilidade e qualidade.

Neste sentido, Kaplan e Norton (1997) apontam três categorias de objetivos

fundamentais para medir a competência dos funcionários da empresa, são elas: satisfação dos

funcionários, retenção de funcionários e produtividade dos funcionários.

Kaplan e Norton (1997) constataram que as quatro perspectivas do Balanced

Scorecard adéquam-se a diversas empresas e setores de mercado. Os autores destacam que

não encontraram empresas que utilizem menos de quatro perspectivas, porém, vale ressaltar,

que as quatro perspectivam não são necessariamente suficientes, sendo possível agregar uma

ou mais perspectivas complementares dependendo das circunstâncias do setor e da estratégia

da unidade de negócios.

Sendo assim, compreende-se que essa estrutura do Mapa Estratégico com as quatro

perspectivas (financeira, clientes, processos internos, e aprendizado e crescimento) pode ser

adaptada em diferentes organizações, podendo acrescentar ou retirar perspectivas dependendo

do tipo de negócio e das necessidades do ramo de atuação da empresa (BARRETO et al 2009,

p.145). Barreto et al. (2009) cita exemplo de empresas que lidam diretamente com a natureza,

que estariam acrescentando uma perspectiva ambiental.

Em outras palavras, Davis e Fitch (1976 apud TOMEI, 1984) destacam que a origem

da responsabilidade social foi com o propósito de “[...] estabelecer meios para que a empresa

possa se inserir mais adequadamente nas relações lógicas do sistema econômico, político e

social em que deve atuar.”

O Balanced Sorecard é uma metodologia de estratégia gerencial que, através de uma

série de etapas inter-relacionadas, possibilita que a organização alinhe suas ações com suas

estratégias de gestão (TURBAN et al. 2009). Segundo ARRUDA (2011), a criação do BSC

deve seguir três etapas: a definição da estratégia, a montagem do mapa estratégico e a

montagem do BSC.

Kaplan e Norton (2004) definem o mapa estratégico como uma representação visual

de como a organização cria valor. Para a elaboração do mapa, os autores estabelecem uma

cadeia de causa e efeito capaz de mostrar de forma clara como as funções da organização

estão ligadas aos seus objetivos gerais, assim, os membros poderão trabalhar de forma

coordenada e cooperativa em prol das metas almejadas pela organização. Nesse sentido,

Kaplan e Norton (2004) declaram que:

31

O mapa estratégico descreve a lógica da estratégia, mostrando com clareza os objetivos dos processos internos críticos que criam valor e os ativos intangíveis necessários para respaldá-los. O Balanced Scorecard traduz os objetivos do mapa estratégico em indicadores e metas. Mas os objetivos e metas serão alcançados apenas porque foram identificados, a organização deve lançar um conjunto de programas que criarão condições para que se realizem as metas de todos os indicadores. (KAPLAN e NORTON, 2004, p.55).

Kaplan e Norton (2000) esclarecem que a função do BSC é visualizar os objetivos

traçados no planejamento estratégico em um mapa de indicadores de desempenho, facilitando

a compreensão em todos os níveis hierárquicos e possibilitando que todos trabalhem para

alcançar as metas estabelecidas em cada indicador.

32

3 METODOLOGIA

3.1 CLASSIFICAÇÃO DA PESQUISA

Buscando a melhor metodologia de elaboração do planejamento estratégico utilizando

um sistema de gestão de desempenho, foi desenvolvida uma pesquisa bibliográfica mediante

livros, revistas e artigos científicos a fim de tomar conhecimento sobre a produção científica

existente.

Para Cervo e Bervian (1983 apud BEUREN, 2006, p. 86) a pesquisa bibliográfica

pode ser definida como aquela que busca explicar um problema a partir de referências teóricas

publicadas em documentos.

Visando aprofundar os conhecimentos a respeito das ferramentas de gestão e verificar

in loco os fenômenos pesquisados, o objeto de estudo adotado foi a realização de um estudo

de caso em uma pequena empresa do ramo de Pet Shop. A pesquisa realizada na organização

objetivou configurar, aplicar e analisar os instrumentos de gestão empresarial. A pesquisa

constitui-se em um estudo de caso por abordar uma única empresa.

Gil (1999 apud BEUREN, 2006, p. 84) caracteriza o estudo de caso como um “[...]

estudo profundo e exaustivo de um ou poucos objetos, de maneira a permitir conhecimentos

amplos e detalhados do mesmo, tarefa praticamente impossível mediante os outros tipos de

delineamentos considerados.”.

A pesquisa caracteriza-se como participante devido ao grande envolvimento do

pesquisador e do pesquisado no assunto estudado. De acordo com Silva e Grigolo (2002 apud

BEUREN, 2006, p. 90), se enquadra como pesquisa participante aquela a qual ocorre uma

interação entre os pesquisadores e os elementos das situações investigadas, porém não é

necessário que ocorra uma ação por parte das pessoas ou grupos especificados na pesquisa.

Quanto aos objetivos da pesquisa, o trabalho pode ser caracterizado como uma

pesquisa descritiva. Para Gil (1999 apud BEUREN, 2006, p. 81) a pesquisa descritiva tem por

finalidade descrever características de determinado fato ou estabelecer relações entre

variáveis, tendo como principal característica a utilização de técnicas padronizadas de coleta

de dados. De acordo com Andrade (2002 apud BEUREN, 2006, p. 81), na pesquisa descritiva

os dados são observados, registrados, analisados, classificados e interpretados.

A classificação deste estudo como pesquisa descritiva deve-se à descrição aprofundada

de aspectos e comportamento da empresa analisada, assim como dos cenários nos quais a

33

mesma está inserida. Desta forma, se propõe a elaboração de um planejamento estratégico e a

estruturação de um sistema de gestão de desempenho.

Quanto à abordagem do problema, esse estudo teve uma abordagem tanto qualitativa

como quantitativa.

Pode-se dizer que a pesquisa tem uma abordagem qualitativa quando consiste em uma

análise mais aprofundada em relação aos fenômenos estudados. Richardson (1999 apud

BEUREN, 2006, p. 90) destaca a metodologia qualitativa como forma de “descrever a

complexidade de determinado problema, analisar a interação de certas variáveis, compreender

e classificar processos dinâmicos vividos por grupos sociais”.

A abordagem quantitativa por sua vez se deu na tentativa de entender por meio de

amostras o comportamento da organização e foi empregada na coleta e tratamento dos dados,

a fim de descobrir e classificar a relação entre as variáveis, além da casualidade entre os

fenômenos. Richardson (1999 apud BEUREN, 2006, p. 92) caracteriza a abordagem

quantitativa pelo “emprego de quantificação tanto nas modalidades de coleta de informações,

quanto no tratamento delas por meio de técnicas estatísticas”.

Para análise dos dados qualitativos e quantitativos utilizados na pesquisa, adotou-se a

técnica de análise de conteúdo, que, de acordo com Bardin (1977, p. 42), classifica-se como:

Um conjunto de técnicas de análise das comunicações visando a obter por procedimentos, sistemáticos e objetivos de descrição do conteúdo de mensagens, indicadores (quantitativos ou não) que permitam a inferência de conhecimentos relativos às condições de produção/recepção (variáveis inferidas) dessas mensagens.

Sendo assim, pode-se dizer que o principal objetivo da análise de conteúdo foi de

enriquecer a leitura e superar as incertezas, sendo possível extrair o conteúdo por traz da

mensagem analisada. Por isso, auxiliou na definição da estratégia e levantamento de

indicadores, assim como também para a formulação de objetivos e metas mais apropriadas

para as diferentes perspectivas do BSC da empresa analisada.

3.2 DELIMITAÇÃO E LIMITAÇÕES DA PESQUISA

As limitações encontradas para a realização desta pesquisa estão relacionadas a pouca

disponibilidade de tempo do pesquisador e dos gestores da empresa estudada, assim como também

a falta de informações financeiras da empresa referente aos meses anteriores, para que fosse

34

realizada uma análise detalhada do comportamento e desenvolvimento da empresa em um período

mais longo.

Outra limitação desta pesquisa é inerente ao estudo de caso, que foi realizado em uma única

empresa do ramo de Pet Shop e procurou propor um modelo que respeitasse as particularidades da

empresa em estudo, impossibilitando uma generalização dos resultados para outras organizações, mesmo

que do mesmo ramo e porte.

3.3 COLETA E APRESENTAÇÃO DE DADOS

Para a coleta de dados realizada no mês de maio do ano de 2017 na empresa, foram

utilizadas técnicas de observação, entrevistas e pesquisa documental.

Primeiramente houve a necessidade de observar todos os processos, atividades e

estrutura da organização para que fosse possível estabelecer as diretrizes organizacionais,

além de analisar como ela se comporta nos seus ambientes interno e externo. Segundo

Marconi e Lakatos (2009, p. 76) “a observação é uma técnica de coleta de dados para

conseguir informações e utiliza os sentidos na obtenção de determinados aspectos da

realidade.”. Segundo os autores, a observação não se baseia apenas em ver e ouvir, mas

também em examinar os fatos ou fenômenos que se almeja estudar.

Visando viabilizar o estudo na organização, foi necessário aplicar entrevistas com

colaboradores, clientes, possíveis clientes, fornecedores e concorrentes. Collis e Hussey

(2005) explicam a entrevista como um método de coleta de dados no qual são feitas perguntas

a participantes selecionados com o intuito de descobrir o que fazem, pensam ou sentem.

A pesquisa documental por sua vez foi baseada em informações que foram colhidas de

registros, documentos e do sistema de informação da organização. Os principais documentos

analisados foram elaborados de acordo com o objetivo da pesquisa pelos responsáveis

financeiro, administrativo, operacional e de marketing da empresa. Silva e Grigolo (2002

apud BEUREN 2006, p. 89) afirmam que a pesquisa documental utiliza materiais que ainda

não foram analisados profundamente, por isso, esse tipo de pesquisa objetiva selecionar, tratar

e interpretar a informação bruta, para extrair dela algum sentido e lhe dar algum valor.

35

ANÁLISE DE DADOS E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS

4.1 DIRETRIZES ORGANIZACIONAIS

Nesta etapa do trabalho foi estabelecida a razão de existir da empresa e a postura que a

organização terá diante do mercado.

O presente estudo foi realizado em uma micro empresa do ramo de Pet Shop que

oferece produtos diferenciados e serviços especializados para seus clientes e seus animais

domésticos, com principal foco no bem estar dos cães. A empresa está situada na cidade de

Natal – RN e tem como nome fantasia “CÃOportado RN”.

O CÃOportado RN surgiu no final de 2016, oferecendo serviços de consultoria

comportamental, sessões de adestramento e passeio canino (dog walk). A partir daí observou-

se a necessidade dos donos em ter um ambiente em que pudessem deixar seus cães quando

viajassem ou quando estivessem no trabalho e que os cães se sentissem tranquilos e a vontade

como se estivessem em casa, realizando atividades recreativas e educativas.

Em 2017 o CÃOportado RN expandiu o leque de serviços, passando a oferecer

também serviços de hospedagem, creche canina, pet taxi, venda de produtos para pets e

fotografia em eventos voltados aos animais de estimação.

4.1.1 Perfil

Para estabelecer o perfil do CÃOportado RN foi elaborado um breve resumo da

organização, capaz de proporcionar uma visão global da empresa.

Ao traçar o perfil do CÃOportado RN, objetivou-se mostrar o desempenho da empresa

e aproximá-la de novos segmentos, ou seja, o perfil poderá ser usado para atrair novos

investidores, clientes, empregados ou interessados em negociar com a empresa, sendo capaz

de auxiliar no crescimento da mesma. Sendo assim, foi definido o seguinte perfil para o

CÃOportado RN:

“O CÃOportado RN foi criado com o intuito de oferecer produtos e serviços que

promovam o bem estar animal e contribuam para um melhor relacionamento com seus

tutores. Oferecemos um ambiente agradável, produtos diferenciados e serviços especializados

que atuam na saúde física e mental do animal, para isso contamos com uma equipe

apaixonada e qualificada para tratar os animais com carinho, dedicação e respeito.”

36

4.1.2 Negócio da Empresa

O negócio da empresa foi definido com a finalidade de orientar o comportamento dos

integrantes e mostrar os valores inerentes no processo evolutivo da sociedade empresarial.

Para isso, os gestores formularam uma frase que transmite a essência do negócio, o objetivo

da organização e aponta os pontos fortes da empresa, sendo definido a partir do desejo ou

necessidade do consumidor.

Segundo Vasconcellos e Pagnoncelli (2001) o negócio da empresa representa o

benefício mais desejado pelo cliente.

Para estabelecer o negócio do CÃOportado RN, foi definido o fato gerador do

benefício, o objetivo e seu diferencial, conforme pode-se ver a seguir: Pets + Educação e

Hospedagem + bem estar, amor, respeito e dedicação aos animais com excelente custo

benefício = Negócio.

A partir daí foi possível criar a seguinte frase que esclarece o negócio da empresa:

“Educação e Hospedagem de Pets, oferecemos bem estar, amor, respeito e dedicação aos

animais com excelente custo benefício.”

4.1.3 Missão

A missão é a razão de ser da empresa e simboliza o seu ponto de partida, pois

identifica e direciona o negócio da orgaização, fazendo com que ela consiga assumir uma

posição ante a sociedade, o mercado, os clientes, colaboradores e fornecedores, além de

orientar a tomada de decisão.

A proposta seria elaborar uma missão curta e objetiva, dando uma idéia dos

procedimentos e comportamentos esperados, além de traduzir as responsabilidades e

pretensões da empresa.

Para auxiliar na definição da missão do CÃOportado RN, foram respondidas as

seguintes questões:

37

Quadro 2 - Perguntas e respostas que dão auxílio na definição da missão da empresa.

Perguntas Respostas

Que tipo de produtos/serviços serão oferecidos? Serviços e Produtos para animais de estimação.

Quem quer atingir? Animais domésticos, famílias e sociedade.

O que se propõe a fazer para satisfazer as necessidades do mercado?

Proporcionar serviços e produtos de qualidade.

Como irá fazer? Transmitindo confiança e satisfação aos tutores.

Qual o papel da organização no mercado e na sociedade?

Proporcionar aos animais domésticos bem estar, lazer, carinho, segurança e educação.

Qual a responsabilidade social do meu negócio? Melhorar a integração dos pets na família e na sociedade.

Fonte: Elaboração própria

A partir das respostas das perguntas preestabelecidas, foi possível elaborar a missão da

empresa:

“Oferecer serviços e produtos de qualidade para animais de estimação, transmitindo

confiança e satisfação aos tutores, proporcionando aos pets bem estar, lazer, carinho,

segurança e educação, visando melhorar a integração dos animais na família e na sociedade.”

4.1.4 Visão

A visão buscou mostrar, de forma realista, onde a empresa deseja chegar, estimulando o

sucesso da sua missão.

Para estabelecer a visão do CÃOportado RN foi necessário levantar os desejos e as

expectativas dos dirigentes da empresa em relação ao futuro da organização e, a partir daí,

criar uma visão capaz de motivar os agente internos e cativar os externos. Assim, foi obtida a

seguinte definição:

“Ser uma das melhores empresas no segmento pet da região, satisfazendo os clientes

com bom atendimento, produtos diferenciados e serviços de qualidade, através de uma gestão

voltada para consolidação de grandes amizades, parcerias e aprimoramento contínuo dos

serviços, destacando-se pela competência, profissionalismo e amor pelo que faz.”.

38

4.1.5 Valores

Para estabelecer os valores do CÃOportado RN, buscou-se analisar os princípios

éticos e morais que orientam as ações e atividades da empresa quando seus planos de missão e

visão estiverem sendo executados.

Para a definição da visão, os gestores do CÃOportado RN fizeram uma reflexão a

respeito das convicções éticas, morais e filosóficas da organização e de seus colaboradores.

Seguem valores propostos:

● Conciliar qualidade e excelência nos nossos serviços e produtos, priorizando o bem

estar dos animais de estimação e a satisfação dos seus tutores;

● Agir de forma ética e transparente com todos os públicos e em qualquer situação;

● Valorizar a sustentabilidade econômica, social e ambiental;

● Amar e respeitar os animais;

● Priorizar a harmonia e trabalho em equipe, além de encorajar visões inovadoras e o

aprendizado contínuo da equipe.

4.1.6 Estrutura Organizacional

Com auxílio de todos os membros que compõem a equipe do CÃOportado RN, foi

possível desenvolver um mapa visual com uma linguagem direta e única capaz de melhorar a

compreensão entre todos os componentes da equipe com relação a estrutura formal da

empresa, além de guiar o desenvolvimento da estratégia organizacional.

A empresa é composta por dois sócios que são responsáveis por administrar juntos

todas as operações. Visando mostrar como estão dispostos os setores da empresa e a

hierarquia existente entre eles, além de proporcionar uma melhor divisão de

responsabilidades, foi definida a estrutura organizacional, através da elaboração de um

organograma (Figura 7).

39

Figura 7 – Estrutura Organizacional do CÃOportado RN (Fonte: Elaboração própria).

De acordo com o organograma apresentado na Figura 7, os sócios da organização são

o mais alto nível hierárquico, sendo responsáveis por gerir os demais setores da empresa, para

isso contam com a ajuda de assessorias jurídica e contábil.

A empresa foi dividida em quatro setores: administrativo, financeiro, marketing e

operacional. Para uma melhor divisão de responsabilidades, os setores foram subdivididos em

gerências responsáveis por exercer um grupo de funções do seu setor.

No setor administrativo, a “Gerência de Planejamento” deverá realizar análises dos

ambientes e elaborar as estratégias. A “Gerência Comercial” é responsável pelas propostas,

contratos e controle de estoque. A “Gerência Operacional” foi encarregada do controle de

suprimentos, estoque e imobilizado. Já a “Gerência de RH”, deverá ser responsável por tudo

que diz respeito a recursos humanos, desde o processo de seleção e teste, até os planos

salariais, a folha de pagamento e os programas de treinamento, sempre assegurando que todas

as práticas estão em conformidade legal das práticas de recursos humanos.

O setor financeiro é composto pela “Gerência Contábil”, responsável por elaborar as

demonstrações contábeis, a “Tesouraria”, que irá supervisionar o fluxo de caixa e todas as

contas a receber e a pagar. E por fim a “Gerência Fiscal”, que tem o dever de dar uma

orientação fiscal para a empresa, além de ser responsável por apurar os impostos e enviar as

escriturações e obrigações acessórias no prazo.

O setor de marketing foi subdividido em dois segmentos, o de “Publicidade e

Sócios

Setor Administrativo

Gerência de Planejamento

Gerência Comercial

Gerência Operacional

Gerência de RH

Setor Financeiro

Gerência Contábil

Tesouraria

Gerência Fiscal

Setor de Marketing

Publicidade e Propaganda

Inovações e Parcerias

Setor Operacional

Gerência de Serviços

Gerência de Clientes

Assessoria Jurídica

Assessoria Contábil

40

Propaganda”, responsável por gerir as redes sociais, produtos de divulgação e os eventos, e o

segmento de “Inovação e Parcerias”, responsável por estabelecer parcerias e apresentar novas

idéias.

O setor operacional por sua vez foi subdividido em “Gerência de Serviços” e

“Gerência de Clientes”. O gestor responsável pelos serviços deverá coordenar os diversos

serviços prestados pela empresa, levando em consideração qualidade, prazo de entrega, dentre

outros fatores que considere relevante para agregar valor aos serviços prestados pela

organização. O responsável por gerenciar os clientes deverá controlar o cadastro dos mesmos

e desenvolver formas de captar novos clientes.

4.2 DIAGNÓSTICO ESTRATÉGICO

Nesta fase foi realizado o diagnóstico interno e externo, onde foi possível identificar as

oportunidades, ameaças, forças e fraquezas da empresa e estabelecer a estratégia

organizacional. Para isso foi necessário realizar observações, entrevistas, pesquisa documental

nos arquivos da empresa e pesquisas de mercado.

4.2.1 Análise Externa

Para esta análise, foi levado em conta a economia, o mercado, o ambiente e o setor de

atuação da empresa, atentando também para o mercado o qual a empresa poderá vir a

participar no futuro. Além disso, também foi preciso analisar o público alvo e os concorrentes,

para que a partir daí, fosse possível levantar as oportunidades e eventuais ameaças ao negócio

da empresa.

a) Oportunidade Identificada

Avaliando-se o crescimento e faturamento do segmento Pet no Brasil (Figura 8)

constata-se uma boa oportunidade de negócio, com perspectiva de crescimento para os

próximos anos.

No Brasil, há mais de 132 milhões de animais estimação, de acordo com a Associação

Brasileira da Indústria de Produtos para Animais de Estimação (ABINPET, 2017). Calcula-se

que os lares brasileiros possuam mais de 52 milhões de cães, 38 milhões de aves, 22 milhões

de felinos e 18 milhões de peixes.

41

Levantamento realizado pela agencia paulistana Fess Kobbi (ESTADO DE MINAS ,

2017), mostra que os tutores de cães gastam por mês de R $ 51,00 a R$ 100,00 (38%), de R$

101,00 a R$ 200,00 (37%), de R$ 201,00 a R$ 300,00 (26%) e acima de R $ 300,00 (6%).

Além da ração, os itens comprados com maior frequência são xampu e condicionador , artigos

contra pulgas e carrapatos, remédios em geral, brinquedos e petiscos.

Figura 8 - Faturamento do mercado Pet em 2016 (Fonte: ABINPET, 2017).

Segundo dados trazidos por José Edson Galvão de França (ABINPET, 2017), os

maiores segmentos da indústria para animais de estimação em 2016 foram:

● Pet Food (continua a ser o maior) com 67,5% do faturamento;

● Segmentos de serviços, como banho e tosa, com 16,7%;

● Pet Care (equipamentos, acessórios e produtos de beleza), com 8,1%;

● Pet Vet (produtos veterinários) em quarto lugar, com 7,8%.

O faturamento de Pet Food aumentou 4,9% entre 2015 e 2016. Já Pet Care subiu 5,5%

entre esses dois anos, e Pet Vet (produtos veterinários), 6,7% (ABINPET, 2016).

b) Crescimento do Setor

Em 2016, segundo a Associação Brasileira da Indústria de Produtos para Animais de

Estimação (ABINPET), o faturamento total do segmento foi de R$ 18,9 bilhões, crescimento

de 4,9% sobre o ano anterior. As projeções da entidade, até setembro de 2016, calculavam um

crescimento de 5,7%, mas o setor sofreu os fortes efeitos da inflação e da crise econômica,

42

com uma queda estimada em mais de R$ 150 milhões no faturamento. Em 2015, o montante

foi de R$ 18 bilhões.

Segundo José Edson Galvão de França (ABINPET, 2016), houve crescimento

orgânico no setor, porque os preços tiveram de subir por conta da inflação, ou seja, os

números não refletem o desenvolvimento do mercado.

Para a indústria nacional, entre as atividades mais afetadas estão as exportações (pet

food, pet care, pet vet e animais vivos). Em 2015, foram exportados US$ FOB 351,4 milhões

(queda estimada de 14% em relação ao ano anterior). Em 2016, as exportações somaram US$

FOB 236,3 milhões, 33% a menos quando comparado com 2015, o menor valor de

exportação dos últimos 6 anos (Figura 9).

Figura 9 - Exportações brasileiras referentes ao mercado Pet em 2016 (Fonte: ABINPET, 2017).

As importações de pet food para cães e gatos por sua vez têm quadro mais estável

entre os dois últimos anos (Figura 10). Em 2016, o país importou 1,6% a mais do que em

2015, passando de US$ FOB 6,6 milhões para US$ FOB 6,7.

43

Figura 10 - Importações brasileiras referentes ao mercado Pet, setor de pet food, em 2017 (Fonte:

ABINPET).

Um fator prejudicial ao crescimento do setor é a alta carga tributária, que aumenta em

51% o preço final dos produtos que chegam ao país. Apesar da crise e suas consequentes

instabilidades econômicas, o Brasil ainda é um dos principais países do mercado pet mundial

situando-se em terceiro lugar (Figura 11), e representando 5,3% de um total de US$ 102,2

bilhões em 2015 (ABINPET, 2016).

Figura 11 - Faturamento do mercado Pet em 2015 (Fonte: ABINPET, 2017)

44

A estimativa é que o mercado tenha crescido 1,9%, chegando a US$ 104,1 bilhões no último

ano. Os Estados Unidos continuam a liderar a lista, com 42% do faturamento total, seguidos

por Reino Unido (6,7%), Brasil (5,3%), Alemanha (5,1%), França e Japão (ambos 4,6%),

Itália (3,1%), Austrália (2,6%), Canadá (2,5%) e Rússia (2,1%) (ABINPET, 2016).

O crescimento de faturamento no segmento pet mostra o quanto o animal é importante

para a família, tendo direito a melhores refeições, acomodações e até plano de saúde.

c) Consumidores

Para análise de mercado dos consumidores do CÃOportado RN, utilizamos como base

o questionário promovido pela empresa com seus clientes através da ferramenta Formulários

Google¹. O formulário foi aplicado com 26 usuários da marca e mostrou os seguintes dados:

Os clientes do CÃOportado RN são majoritariamente mulheres (73%) entre 25 e 34

anos (28%) seguido por jovens entre 18 e 24 anos (18%) e adultos entre 35 e 44 anos (9%). O

público masculino representa 27%.

Todos os nossos clientes possuem cães como animal de estimação. Referente aos cães

atendidos, 30% são de porte pequeno, 62% são de porte médio e apenas 8% porte grande ou

gigante, sendo 52% deles machos e 48% fêmeas. Os cães estão, em sua grande maioria, em

uma faixa etária inferior a 1 ano de idade (66%), seguido por 30% relativo a cães entre 1 e 2

anos de idade e apenas 4% acima de 2 anos. A maioria deles é sociável e apresenta muita

energia, moram em casa (55%) e apartamento (45%). As raças mais atendidas são Pastor

Alemão, Border Collie e Labrador Retriever.

A maior parte dos clientes adere aos serviços e adquire produtos do CÃOportado RN

levando em conta o excelente custo benefício. Gostam de pagar um preço altamente acessível

por um serviço e/ou produto de boa qualidade, que consideram vital para a boa relação com

seus animais e seu bem estar.

A qualidade do serviço é reconhecida e apreciada pelos clientes cujos cães apresentam

problemas de comportamento, como: ansiedade, destruição de objetos, costume de pular nas

pessoas e/ou morder mãos, entre outros.

O Adestramento é visto pelos clientes como uma importante ferramenta para corrigir

esses comportamentos indesejados e melhorar a comunicação entre animais e tutores, que

procuram a empresa com o intuito de tornar os cães mais calmos e obedientes.

A Hospedagem é vista pelos clientes como uma boa opção para se confiar seus Pets,

sabendo que estarão em um ambiente de risco controlado, sendo bem tratados e ainda por

45

cima educados através de técnicas de Adestramento Positivo, Enriquecimento Ambiental e

Obediência nos padrões da Federação Cinológica Internacional.

A Loja é reconhecida pelos clientes como uma forma mais econômica de adquirir

produtos de boa qualidade que trarão diversos benefícios para a rotina dos seus animais de

estimação, tais como: enriquecimento ambiental, diminuição de ansiedade por separação,

alívio de ânsia por morder, diminuição do tempo de alimentação, entre outros.

A marca tem se consolidado no mercado local, tornando-se em 6 meses uma das

opções mais reconhecidas e bem aceitas para se confiar a educação e guarda dos animais de

estimação em Natal e Parnamirim.

A proatividade e rapidez na entrega do serviço torna-o atrativo para os clientes, que

em pouco tempo já percebem os resultados no treinamento dos cães do Adestramento. No que

se refere à Hospedagem, os clientes recebem notícias dos seus animais frequentemente,

minutos após deixá-los para estadia familiar, sempre em forma de mídias digitais e contato

telefônico disponível 24 horas por dia. No caso dos produtos da Loja, trabalhamos com dois

tipos de prazo: (a) pronta entrega de produtos em estoque, onde a depender da solicitação do

cliente podemos até entregar a domicílio; (b) entrega de produtos encomendados, cujo prazo

torna-se maior (em torno de 20 dias), devido ao processo de aquisição dos produtos sob

encomenda e transporte por correio até a empresa para posteriormente ser entregue ao cliente.

A flexibilidade no prazo de pagamento constitui uma das políticas da empresa, que

tem como um dos objetivos principais tornar a educação dos cães o mais acessível possível

em termos financeiros para os clientes. No entanto, a forma de pagamento limita-se,

momentaneamente, a dinheiro em espécie.

A organização considera importante o atendimento diferenciado, envolvendo recolha e

entrega dos animais e produtos a domicílio, oferecendo comodidade e praticidade para os

clientes.

O CÃOportado RN atua em Natal e região metropolitana, onde a maior parte dos

clientes residem na própria cidade de Natal (78%), concentrados principalmente nos bairros

de Capim Macio (35%) e Ponta Negra (22%). Os clientes residentes de outras cidades

representam 22%, sendo 60% moradores de Parnamirim. Os serviços podem ser contratados

facilmente através das mídias sociais (facebook e instagram), além de contato telefônico

disponível além do horário comercial.

46

d) Concorrentes

No município de Natal foram encontrados alguns empreendimentos que prestam

serviços no segmento de pet shop semelhantes aos do CÃOportado RN, oferecendo

hospedagem e pacotes de adestramento para cães, foco principal do CÃOportado RN.

No Quadro 3, a seguir, visualizam-se os atuais concorrentes do empreendimento, sua

localização, condições de pagamento praticadas e os serviços prestados, apresentados em

comparação ao CÃOportado RN.

Quadro 3 – Pesquisa de concorrentes: localização, condições de pagamento e serviços

oferecidos.

Empresas Localização Condições de Pagamento Serviços Oferecidos

CÃOportado RN Nova

Parnamirim, Natal - RN

Pagamento apenas em dinheiro ou através de transferências

bancárias, porém com possibilidade de parcelar o

valor.

Hospedagem Day Care

Consultoria Comportamental

Adestramento Banho

Pet Taxi Cobertura (labrador)

Dog Walker Fotos

Concorrente A Lagoa Nova, Natal - RN

Dinheiro, cartão a vista ou cartão parcelado em até 12x

Hospedagem Day Care

Consultoria Comportamental

Adestramento Banho Tosa

Concorrente B Capim Macio, Natal - RN

Dinheiro, cartão a vista ou cartão parcelado em até 12x

Hospedagem

Day Care

Concorrente C Nova

Parnamirim, Natal - RN

Dinheiro ou passa o cartão em pet shop parceiro

Hospedagem

Day Care

Concorrente D Atende apenas domicílio

Dinheiro, cartão a vista ou cartão parcelado em até 12x

Adestramento

Organização de Eventos

Concorrente E Atende apenas domicílio

Dinheiro, cartão a vista ou cartão parcelado em até 12x Adestramento

Fonte: Elaboração própria

47

Ao analisar este quadro, verifica-se que o CÃOportado RN possui uma prestação de

serviço bem ampla, atingindo várias necessidades do cliente, evitando muitas vezes que o

mesmo se desloque a outros estabelecimentos. Porém, encontra-se em desvantagem por ser a

única, dentre as empresas analisada, a não aceitar pagamento através de cartão (à vista ou

parcelado). A fim de neutralizar essa desvantagem, o CÃOportado RN possibilita o

parcelamento do valor, assumindo risco de inadimplência em algumas situações.

Para realizar uma leitura mais detalhada dos concorrentes, segue o Quadro 4, o qual

apresenta uma classificação por critério de qualidade dos concorrentes, seus produtos e

serviços, além dos pontos fortes e fracos de cada um deles.

Quadro 4 - Pesquisa de concorrentes: pontos fortes e fracos.

Empresas Qualidade Pontos Fortes Pontos Fracos

CÃOportado RN Média

• Não confina em gaiolas; • Atividades de Enriquecimento

Ambiental com Segurança moderada;

• Atendimento personalizado; • Preço acessível; • Oferece cortesias; • Padreador com excelente padrão

da raça Labrador, possibilidade de parcelar o pagamento.

• Estrutura física inadequada para executar o trabalho;

• Espaço reduzido no carro, não comporta caixas de transporte;

• Falta de parceria para execução de processo de inseminação artificial;

• Risco ainda existente de incidentes ou acidentes com os cães;

• Falta de equipamento adequado; • Não aceita pagamento em cartão; • Pouca especialização em

comportamento e adestramento canino;

• Pouca especialização em fotografia de animais.

Concorrente A Muito alta

• Spa Canino enriquecido; • Profissionais reconhecidos,

qualificados e especializados em atividades específicas desenvolvidas pela empresa.

• Preço pouco acessível; • Protocolo rígido de acesso (só

recebe cães castrados); • Disponibilidade de horários

reduzida.

Concorrente B Alta • Ambiente rico em estímulos,

amplo com pet sitter de qualidade.

• Não são especialistas em comportamento canino;

• Não oferecem serviço de adestramento.

Concorrente C Alta

• Especialista em comportamento canino e obediência FCI;

• Contatos com profissionais altamente capacitados e de nível internacional.

• Falta de tempo; • Não possui espaço próprio para

adestramento; • Falta de pessoal especializado

em promoção de eventos.

48

Concorrente D Alta

• Vasta experiência; • Diversas condições de

pagamento; • Qualificação comprovada; • Parceria com clínica veterinária.

• Falta de tempo; • Pouco dinamismo nas estratégias

de marketing

Concorrente E Média

• Fazem eventos; • Não tem gaiolas; • Espaço amplo (grama, piscina,

trabalham com baias, gangorra, túnel, piscina rasa);

• Preço acessível; • Oferecem pet taxi.

• Não são especialistas em comportamento canino, não oferecem serviço de adestramento, piso inadequado.

Fonte: Elaboração própria

A partir do quadro, foi possível identificar que o CÃOportado RN procura neutralizar

seus pontos fracos através de um atendimento personalizado, preços acessíveis e oferecendo

cortesias para os seus clientes.

Ao comparar o CÃOportado RN com seus concorrentes, podemos observar que a

empresa deverá realizar melhorias na sua área física (com foco na segurança e bem estar dos

animais), oferecer diversidade nas condições de pagamento e procurar mais capacitação

profissional, a fim de se tornar mais competitiva no mercado.

e) Análise PEST

A Análise PEST foi elaborada com o propósito de auxiliar na análise das variantes

externas, reunindo oportunidades ou ameaças relacionadas ao macro ambiente: político,

econômico, social, tecnológico e o meio ambiente.

Quadro 5 - Análise PEST.

POLÍTICA / LEGAL

● Perspectiva de melhorias nas políticas públicas municipais, relacionadas à acessibilidade dos pets aos diferentes locais da cidade;

● Leis municipais não favorecem acessibilidade de animais a locais de utilização pública;

● Estabelecimentos que permitem o acesso de animais de estimação, ocasionalmente são alvos de processos judiciais;

● Conscientização cada vez maior dos criadores de animais de estimação a respeito dos seus direitos e deveres segundo a lei.

ECONÔMICA

● Setor afetado parcialmente pela crise econômica, no entanto apresentando crescimento e oportunidade de investimento, principalmente para micro e pequenas empresas;

● Constatado o surgimento crescente de micro e pequenas empresas no setor; ● Aumento da diversidade de produtos na indústria pet;

49

● O setor ajustou-se a economia em crise, dinamizando-se, adquirindo mais competência e apostando em novos produtos e serviços.

SOCIAL

● A cultura da criação de animais de estimação vem mudando, fazendo com que as famílias deem cada vez mais atenção e importância aos seus pets;

● Tutores buscam cada vez mais opções variadas de lazer para seus animais de estimação;

● Pesquisas recentes mostram que em vez de filhos, casais preferem ter animais de estimação;

● Aumento do número de pessoas que tem animais de estimação e trabalham durante o dia, gerando uma procura cada vez maior por serviços como creche e hospedagem de animais;

● Utilização de Terapia Assistida por Animais (TAA), Educação Assistida por Animais (EAA) e Atividades Assistidas por Animais (AAA) no tratamento e educação de várias pessoas.

TECNOLÓGICA

● Surgimento crescente nas redes sociais de perfis próprios dos animais de estimação;

● Surgimento de diversos aplicativos para gerenciamento de detalhes variados sobre a vida dos animais de estimação.

AMBIENTAL ● Aumento nas campanhas de conscientização a respeito da limpeza dos

locais públicos onde os cães fazem suas necessidades; ● Consciência ambiental cada vez mais acentuada por parte dos criadores.

Fonte: Elaboração própria

A partir dessa análise foi possível observar que os cenários político e econômico não

são favoráveis devido principalmente as políticas públicas e à crise financeira. Por outro lado,

foi observado o aumento nas campanhas de conscientização e a própria consciência ambiental

por parte dos criadores, o que pode ser propício para futuras mudanças no cenário político.

Também foi observado que a cultura da criação de animais de estimação vem mudando e as

famílias estão dando cada vez mais atenção aos seus pets, como prova podemos ver o

surgimento de redes sociais de perfis próprios dos animais de estimação e surgimento de

diversos aplicativos para gerenciamento de detalhes variados sobre a vida destes animais.

Tudo isso ajudou o setor a ajustar-se a economia em crise, dinamizando-se, adquirindo mais

competência e apostando em novos produtos e serviços. A análise PEST juntamente com as

análises de mercado, clientes e fornecedores serviu para auxiliar na hora de listar as

oportunidades e ameaças enfrentadas pelo CÃOportado RN.

50

f) Análise do Ambiente Externo

A partir das análises anteriores, foi possível listar as oportunidades e as ameaças

enfrentadas pelo CÃOportado RN, conforme mostra o quadro 6.

Quadro 6 - Oportunidades e ameaças enfrentadas pelo CÃOportado RN.

OPORTUNIDADES AMEAÇAS

● Fidelização de clientes; ● Desenvolvimento de plataforma; ● Mudanças favoráveis nas políticas

públicas da cidade; ● Espaço no mercado, mesmo em época de

crise financeira no país; ● Parcerias valorosas; ● Mercado em ascensão; ● Facilidade em adquirir empréstimo; ● Boas oportunidades de divulgação; ● Reconhecimento do trabalho; ● Programas de apoio às micro e pequenas

empresas; ● Carga tributária do MEI mais vantajosa.

● Crise financeira; ● Facilidade de novos entrantes no mercado; ● Crescente poder de barganha do consumidor; ● Concorrência mais capacitada; ● Necessidade de mudança na cultura do cliente; ● Aumento do dólar pode encarecer produtos para

revenda; ● Sazonalidade na prestação de serviços; ● Gerenciamento de risco.

Fonte: Elaboração própria.

A análise do ambiente externo ajudou a organização a conhecer melhor o ambiente

que está inserida, permitindo que a empresa tenha um melhor aproveitamento das

oportunidades e identifique o que é necessário fazer para atenuar as ameaças.

4.2.2 Análise Interna

Na análise interna do CÃOportado RN foram avaliados seus pontos fortes e fracos,

criando condições para formulação das estratégias. Para isto, fez-se necessário considerar a

capacidade da empresa, os diferenciais, os funcionários, a situação financeira, estoque,

atendimento ao cliente, custos e processo produtivo. Durante a análise, foi considerado ainda

o desempenho dos produtos e serviços, o sistema de informações, a estrutura organizacional,

tecnologia, suprimento, atuação no mercado e o desempenho financeiro.

51

a) Cinco Forças de Porter

Foram realizadas reuniões com os gestores e colaboradores, além do exame detalhado

das análises de mercado, a fim de conseguir informações suficientes para analisar a dinâmica

da rivalidade competitiva no ambiente em que a empresa atua. Para isso, foi elaborada uma

análise com base nas cinco forças que constituem o microambiente, conforme se pode ver no

Quadro 7.

52

Quadro 7 - Cinco Forças de Porter

FATOR CRITÉRIOS RESPOSTA/COMENTÁRIO

GRAU DE RIVALIDADE ENTRE OS CONCORRENTES

Número de concorrentes Poucas empresas oferecem os mesmos serviços e produtos conjugadamente na cidade de Natal/RN, ao todo cinco destacam-se mais que o CÃOportado RN. A empresa apresenta custo fixo baixo em

relação à maioria de seus concorrentes mais fortes, e nível de publicidade cada vez maior, porém com margem para melhorias na gestão e aumento nos investimento em marketing. A marca está no início

da consolidação da sua identidade, com logomarca definida desde março de 2017, porém vem inspirando cada vez mais confiança e segurança nos clientes que já passam a associar a marca ao bem

estar dos animais de estimação de forma geral. A versatilidade, qualidade e diversidade em matéria de serviços e produtos ofertados pelo CÃOportado RN impossibilita o congelamento da empresa em um mesmo nicho do setor, o que se configura como um diferencial importante frente a concorrência que apresenta outros pontos fortes em relação à empresa. Verificou-se haver demanda suficiente no mercado para todos. Desta maneira, estabeleceu-se uma carteira de clientes consolidada, inclusive com serviços em cooperação com outras organizações, ajudando a diminuir os níveis de rivalidade entre as mesmas. Por esta razão é possível afirmar que não existe uma rivalidade acirrada entre as

empresas concorrentes deste setor.

Características de cada um

Custo fixo

Nível de publicidade

Identidade da marca

Custo de mudança

Grau de diferenciação

BARREIRAS PARA NOVOS ENTRANTES

Custo inicial de investimento Alguns setores da empresa não precisam de alto custo de investimento inicial, o que facilita para iniciar as atividades da empresa e captar recursos para investir nos demais setores. Constatou-se

necessidade de investimento alto para se conseguir a infraestrutura adequada, além de mão de obra qualificada necessária para desenvolvimento da atividade, o que se configura como uma barreira para

a entrada de novos concorrentes no negócio. Inicialmente a captação de clientes fiéis configura-se como uma barreira, sendo necessários investimentos moderados em marketing para diminuir esse desafio. Com carteira de clientes mais consolidada, hoje em dia cada vez mais pessoas procuram o

CÃOportado RN, sendo sua grande maioria indicações de outros clientes (boca a boca) que confiam no trabalho da empresa.

Infraestrutura adequada

Mão de obra qualificada

Captação de clientes

Confiabilidade dos serviços e produtos

PODER DE BARGANHA DOS

CLIENTES

Preço Os clientes do CÃOportado RN são majoritariamente mulheres (73%) entre 25 e 34 anos (28%), as quais detêm maior poder de negociação por apresentarem uma maior porção do faturamento da

empresa, seguido por jovens entre 18 e 24 anos (18%) e adultos entre 35 e 44 anos (9%). O público masculino representa 27%, detendo menor poder de negociação. Todos os nossos clientes possuem

Qualidade do serviço

Quem são os clientes

53

O que ele tem em mãos para negociar cães como animal de estimação. A empresa procura diminuir o poder de barganha dos clientes oferecendo serviços de alta qualidade com preço acessível e flexibilidade nos prazos de pagamento,

podendo-se pagar em até 4x, sem acréscimos, além disto, garantimos a eficiência do serviço prestado (por exemplo: repetição de sessões de adestramento em casos onde a sessão não rendeu por motivos variados) e satisfação em relação aos produtos vendidos (são realizados testes prévios com o mesmo

produto para saber do interesse do cão pelo objeto/brincadeira).

Vantagens que façam com que eles optem por nós?

PODER DE BARGANHA DOS FORNECEDORES

Número de empresas fornecedoras?

O poder de barganha dos fornecedores do CÃOportado RN é limitado devido à diversidade de fornecedores em Natal/RN e na internet (fonte principal de obtenção dos produtos). Além disso, a empresa não utiliza produtos exclusivos de determinado fornecedor, podendo optar pela troca do mesmo sem custo de mudança. No que diz respeito à representatividade do CÃOportado RN no

faturamento de determinados fornecedores, verifica-se que apenas a minoria pode ter seu poder de barganha diminuído, uma vez que a empresa não representa uma parte importante no faturamento da

maior parte de seus fornecedor. Entretanto, verifica-se que uma vez estabelecida a parceria, é vantajoso para o fornecedor encontrar clientes com as mesmas facilidades de pagamento, quantidade

e frequência de aquisição de produtos como o CÃOportado RN.

Produtos são exclusivos ou diferenciados?

Custo para troca de fornecedor é alto?

Representatividade no faturamento do fornecedor

Dificuldade do fornecedor em conquistar cliente com mesmas vantagens

AMEAÇA DE PRODUTOS OU BENS

SUBSTITUTOS

Desempenho do preço relativo dos substitutos

A empresa prioriza a prestação de serviços, por esta razão, no momento não enfrenta ameaças com relação a serviços substitutos, uma vez que ela se encontra apta a oferecer todos os serviços

propostos, o que a deixa em igualdade de condições com as empresas concorrentes, salvo as que apresentam qualificação profissional superior. Além disso, o CÃOportado RN apresenta diferenciais como garantias de eficiência do serviço prestado. Outras ameaças enfrentadas pelo CÃOportado RN

em relação a este fator são o surgimento de novos produtos na indústria pet, as quais podem ser contornadas pelo baixo custo de mudança de produto a ser utilizado pela empresa, adaptando-se às vantagens do mercado facilmente. Mais uma ameaça seria a utilização de brinquedos recicláveis

(caseiros), os quais podem substituir alguns dos nossos produtos, porém mesmo quem faz utilização de produtos feitos em casa, acaba procurando brinquedos consagrados na indústria pet, especialmente

pela longa durabilidade e bom custo benefício.

Custo de mudança

Propensão do comprador a substituir

Surgem produtos ou serviços que seus clientes podem passar a consumir em

substituição ao seu?

Algum produto ou serviço está obsoleto?

Fonte: Elaboração própria

54

A ferramenta mostrou ser eficiente para analisar a influência da estrutura industrial na

determinação das regras competitivas, possibilitando a empresa posicionar-se no setor e se

defender contra essas forças competitivas ou usá-las a seu favor.

A partir desta análise, foi possível perceber que não existe uma rivalidade acirrada

entre as empresas concorrentes deste setor, além disso, a captação de clientes fiéis e a

necessidade de investimento alto em infra estrutura, mão de obra e marketing se configura

como uma barreira para a entrada de novos concorrentes no negócio. O CÃOportado RN por

sua vez apresenta uma carteira de clientes cada vez mais consolidada e uma procura crescente.

Para diminuir o poder de barganha do consumidor, a empresa oferece serviços de alta

qualidade com garantias, preço acessível e flexibilidade nos prazos de pagamento. Os

fornecedores por sua vez, devido a diversidade de opções, têm o seu poder de barganha

diminuído. Verificou-se também que o CÃOportado RN não representa uma parte importante

no faturamento da maioria dos seus fornecedores, diminuindo seu poder de barganha, por

outro lado, a empresa pode optar pela troca do fornecedor sem custo significativo de

mudança.

A empresa no momento não enfrenta ameaças com relação a serviços substitutos,

exceto em caso de concorrentes que apresentam qualificação profissional superior. Por outro

lado, o surgimento de novos produtos na indústria e a utilização de brinquedos recicláveis

podem ser consideradas ameaças para o setor de venda de produtos, porém, essas ameaças

podem ser contornadas pelo baixo custo de mudança e a busca por brinquedos mais

resistentes e com bom custo benefício.

b) Análise do Ambiente Interno

Levando em consideração as características observadas, a interpretação das entrevistas

concedidas e do material disponível, foram considerados os pontos fortes e fracos da empresa,

conforme é possível observar no quadro 8.

55

Quadro 8 - Forças e fraquezas observadas no CÃOportado RN.

FORÇAS FRAQUEZAS

● Produtos e serviços de boa qualidade; ● Preço diferenciado; ● Colaboradores fiéis, dispostos e

empenhados; ● Potencial para crescimento; ● Relacionamento e vendas - conhecemos

nossos clientes um a um e sabemos suas necessidades;

● Baixo custo na prestação de serviço; ● Boa localização; ● Sinergia na equipe.

● Qualificação profissional insuficiente; ● Falta de capital de giro; ● Pouco capital para investimento; ● Falta de planejamento; ● Falta de estratégias apropriadas de marketing; ● Falta de controle interno; ● Falta de padronização na prestação do serviço; ● Lucro baixo; ● Falha na comunicação; ● Área física inapropriada.

Fonte: Elaboração própria

A coleta de informações sobre o ambiente interno ajudou a organização a conhecer

melhor a si mesma e analisar o que é necessário fazer para combater suas fraquezas e ganhar

novas vantagens competitivas.

4.2.3 Matriz SWOT (FOFA)

Buscando sistematizar as informações reveladas nas análises dos ambientes, foi

elaborada uma avaliação global das forças, fraquezas, oportunidades e ameaças com base na

Matriz SWOT (FOFA), a fim de obter uma boa leitura do mercado e da organização.

A matriz SWOT elaborada apresenta as principais variáveis que influenciam a

empresa, tanto no ambiente interno como no externo, tornando possível traçar a estratégia

com base nos aspectos mais relevantes da avaliação.

Para uma melhor análise e interpretação da matriz, foi realizado um cruzamento das

variáveis que compuseram os ambientes. O impacto causado pelos cruzamentos foram

hierarquizados e somados, possibilitando a identificação dos eventos com maior repercussão

na empresa. A partir daí foi identificado o evento que obteve a maior soma de seus impactos

no total, conforme a Figura 12.

Para auxiliar a compreensão dos gestores a respeito da metodologia de cruzamento e

dos critérios utilizados para a pontuação das variáveis, foi elaborada a Figura 13, que mostra

como os cruzamentos das variáveis devem ser interpretados. As cores utilizadas nas tabelas

12, 13 e 14 estão relacionadas, a fim de possibilitar uma compreensão mais rápida.

56

Figura 12 - Matriz SWOT (FOFA): Forças e fraquezas observadas pelo CÃOportado RN.

Figura 13 - Interpretação do cruzamento das variáveis (Fonte: Elaboração própria).

A aplicação da ferramenta revelou que a empresa possui mais fraquezas do que forças

no seu ambiente interno, as suas principais forças são o potencial para crescimento e

colaboradores fiéis, dispostos e empenhados, porém estas forças não têm muito poder para

neutralizar as ameaças, por outro lado os produtos e serviços de boa qualidade, o preço

diferenciado, baixo custo na prestação do serviço e o bom relacionamento e vendas são as

57

principais forças responsáveis por diminuir as ameaças externas. Suas principais fraquezas

são a falta de controle interno, planejamento, qualificação profissional, área física

inapropriada e falta de estratégias adequadas de marketing.

No que se refere à análise externa, de acordo com a matriz SWOT, as principais

ameaças são a concorrência mais capacitada, a crise financeira e o crescente poder de

barganha do consumidor. No entanto, foi percebido um maior número de oportunidades para a

empresa, as principais são espaço suficiente no mercado, mesmo em época de crise, associado

com a fidelização de clientes, parcerias valorosas e boas oportunidades de divulgação.

A partir do cruzamento das variáveis na matriz SWOT, foi possível identificar o

objetivo estratégico da organização de acordo com o cenário que a empresa se encontra. Para

uma melhor compreensão dos gestores a respeito dos cenários, foi elaborada a Figura 14.

Figura 14 - Cenário e objetivo estratégico do CÃOportado RN.

Dessa forma, constatamos que o CÃOportado RN encontra-se no cenário de restrição

e sua estratégia deverá ser formulada com base nesse posicionamento.

Segundo Rebouças (2001), a Estratégia de Redução é a mais utilizada em períodos de

recessão e para que a empresa possa sobreviver é necessário reduzir todos os custos possíveis.

58

4.3 FORMULAÇÃO ESTRATÉGICA

Nesta etapa será definida a estratégia que a empresa deverá adotar levando em

consideração as análises anteriores e os principais fatores responsáveis pelo sucesso da

organização.

4.3.1 Fatores Críticos de Sucesso (FCS)

Após a elaboração do diagnóstico estratégico, com a finalidade de auxiliar a

formulação da estratégia, foram levantados os fatores considerados de extrema importância

para que a empresa tenha sucesso no seu ramo de atuação. Para isso, foram consideradas

cinco perspectivas: financeira; processos internos; clientes; aprendizado e crescimento; e

responsabilidade socioambiental. Tomando como base essas perspectivas, foram elaboradas

perguntas que serviram de guia para listar os fatores críticos de sucesso.

O Quadro 9 demonstra como se deu o processo:

Quadro 9 - Fatores considerados críticos para o sucesso da organização, sob a ótica de cinco perspectivas.

PERSPECTIVA INDICADORES FATORES CRÍTICOS DE SUCESSO (FCS)

Financeira

Para que os objetivos financeiros sejam

atingidos, como a empresa deve ser vista pelos seus

sócios?

Acompanhamento de contas a pagar e a receber

Expertise no controle de custos e despesas

Aumento de vendas

Rentabilidade crescente

Processos Internos

Em quais processos do negócio a empresa precisa

ser excelente para satisfazer seus clientes e

sócios?

Conhecimento do mercado

Eficiência operacional

Implementar sistemas de informações gerenciais

Desenvolver e aprimorar padrões gerenciais orientados para resultados

Ponto comercial com boa localização e boa estrutura física

Aprimorar metodologia de gestão de clientes

Prazo de execução e entrega de serviços e produtos

Controle de qualidade

Marketing eficiente

Expertise nos canais de distribuição e logística

59

Ampliação das formas de pagamento com introdução do cartão de crédito

Aperfeiçoamento das campanhas promocionais

Cliente

Quais necessidades dos clientes devem ser

atendidas para a empresa prosperar financeiramente?

Atender às expectativas dos clientes

Eficiência e rapidez no atendimento

Manutenção e melhoria da imagem junto aos clientes e público geral

Criação constante de métodos de captação de novos clientes

Satisfação e relação de confiança

Manutenção e melhorias constantes dos veículos de informação para os clientes e público em geral

Fidelização do cliente

Aprendizado e Crescimento

Como a empresa pretende sustentar sua capacidade de mudar e melhorar para

alcançar sua visão?

Priorizar a capacitação profissional dos colaboradores

Priorizar a capacitação gerencial para atuar em ambiente competitivo

Motivação dos colaboradores

Tecnologia e sistemas de informações

Responsabilidade Socioambiental

Quais necessidades sociais a empresa pretende suprir visando suas obrigações morais, sustentabilidade,

liderança para operar e ter uma boa reputação perante

a sociedade?

Apoio à comunidade

Redução de gasto de energia

Redução de gasto de água

Gerenciamento de resíduos

Uso de plástico biodegradável

Ações sociais

Contribuir para a boa relação dos tutores com seus animais domésticos

Educar e conscientizar a população acerca das responsabilidades socioambientais

Fonte: Elaboração própria

Os fatores críticos de sucesso servem como referência de um modelo ideal de negócio.

Ao listar os fatores que definem o sucesso da empresa, foi possível identificar as condições

que precisam ser atendidas para que a empresa tenha êxito. A partir desta análise, a empresa

consegue identificar o que é necessário para conquistar novas vantagens competitivas, além

de possibilitar a identificação dos pontos sobre os quais deverá redobrar a atenção.

60

4.3.2 Estratégia a ser adotada

Após a análise do cenário definido na matriz SWOT e o levantamento dos Fatores

Críticos de Sucesso (FCS), foi constatado que a melhor estratégia competitiva para a

organização é buscar crescer através de melhorias em aspectos internos, combatendo os

pontos fracos e buscando padronização de processos, para isso faz-se necessário estipular

indicadores e metas com o objetivo de alcançar novos nichos ou até potencializar as vendas,

em caso de mercado favorável.

Uma das forças competitivas da empresa é o preço diferenciado, que só é possível

devido a um baixo percentual de lucro, porém, com base nas análises anteriores foi possível

observar que a empresa precisa investir principalmente na estrutura física e em qualificação

profissional, a fim de combater as fraquezas e ameaças.

Como a empresa dispõe de pouco capital para investimento, assim como capital de

giro, a estratégia adotada terá como principal objetivo aumentar as receitas da empresa a fim

de aumentar sua lucratividade sem alterar o seu percentual de lucro. Desse modo, será preciso

estabelecer objetivos visando melhorar a solidez financeira através redução de custos e

despesas, conquistando novos clientes e aumentando a fidelização daqueles que já são clientes

através da satisfação dos mesmos em relação aos produtos e serviços prestados.

Para alcançar o que se foi almejado nas perspectivas financeiras e na perspectiva

clientes, será necessário: melhorar o apoio ao cliente; melhorar a estrutura física; aprimorar

processos internos; divulgar a marca e contar com profissionais qualificados e motivados.

Seguindo a mesma lógica das perspectivas estabelecidas na elaboração dos Fatores

Críticos de Sucesso (FCS), também foi considerada a perspectiva de responsabilidade

socioambiental, a qual a empresa se dispõe a dedicar-se para contribuir para a sociedade e o

meio ambiente.

4.4 ELABORAÇÃO DO BALANCED SCORECARD (BSC)

Nesta sessão foi elaborado um mapa estratégico com base em informações obtidas no

mês de maio de 2017, para que os gestores pudessem traduzir de forma clara e detalhada a

visão e as estratégias da organização em objetivos e medidas, possibilitando a compreensão

das estratégias em todos os níveis da empresa. Para Kaplan e Norton (1997), a estratégia

deverá ser clara e precisa, buscando traduzir a visão de futuro em objetivos organizados em

relação de causa e efeito.

61

A estrutura do mapa estratégico foi elaborada sob cinco perspectivas: financeira,

clientes, processos internos, aprendizado e crescimento e, por fim, a perspectiva de

responsabilidade socioambiental. Estas perspectivas auxiliam o equilíbrio entre os objetivos

estratégicos, a mensuração desses objetivos (indicadores de desempenho), as metas a serem

atingidas e as ações que serão adotadas pela empresa para o alcance de suas metas.

4.4.1 Definindo os objetivos estratégicos e escolhendo indicadores

Para a elaboração do mapa estratégico foram traçados os objetivos estratégicos de cada

perspectiva, ou seja, foi necessário definir como a empresa irá caminhar em direção às suas

metas. Para isso, os objetivos e metas foram elaborados de acordo com as características e

necessidades da empresa dentro das cinco perspectivas (financeira, clientes, processos

internos, aprendizado e crescimento, e responsabilidade socioambiental).

Após definidas as estratégia, foram estabelecidos os parâmetros necessários para o

processo de gestão, ou seja, para cada objetivo estratégico elaborado foram definidos os

indicadores.

Devido à ligação direta da empresa com a natureza e a sua conexão com a sociedade,

foi identificada a necessidade de acrescentar medidas de responsabilidade socioambiental,

com o propósito de contribuir para a sociedade e para o meio ambiente.

Quadro 10 - Objetivos estratégicos e indicadores de desempenho do CÃOportado RN.

PERSPECTIVA OBJETIVOS ESTRATÉGICOS INDICADORES DE DESEMPENHO

Financeira

Aumentar receitas Receita Líquida (R$)

Aumentar capital de giro Capital de Giro (R$)

Redução de custos % de custos em relação à receita do período.

Redução de despesas % de despesas em relação à receita bruta

Clientes

Conquistar novos clientes % de novos clientes

Satisfazer os clientes % de clientes satisfeitos

Aumentar fidelização dos clientes % de clientes ativos

Processos Internos

Melhorar apoio ao cliente % de reclamações

Plano de marketing Produtos de divulgação

Acesso nas mídias da empresa

62

Melhorar estrutura física e aprimorar processos

% de investimento em estrutura física e em equipamentos para prestação de

serviços

Aprendizado e Crescimento

Contar com profissionais capacitados Certificados da equipe

Incentivo para a qualificação dos colaboradores % de investimento em capacitação

Motivar os colaboradores % de sugestões de colaboradores implementadas

Responsabilidade Socioambiental

Apoio a movimentos no setor Participações voluntárias em eventos

Aumentar o conhecimento da sociedade em relação aos seus animais de estimação

% de publicações nas redes sociais com informações úteis

Apoio a Intervenções Assistidas por Animais (IAA) Participações em projetos de IAA

Fonte: Elaboração própria

4.4.2 Apuração dos indicadores

Com os indicadores já selecionados, foi esclarecido o método de mensuração utilizado

para encontrar cada indicador e a periodicidade que os indicadores deverão ser reanalisados.

O período de medição foi estabelecido de acordo com a complexidade e disponibilidade das

informações da empresa.

Com base nas informações coletadas na empresa no mês de maio de 2017, através da

análise de demonstrativos contábeis, pesquisa de satisfação dos clientes, verificação das redes

sociais da empresa e informações obtidas com os gestores, foi possível encontrar os resultados

referentes aos indicadores de desempenho, conforme demonstrado no Quadro 11

Quadro 11 - Resultados referentes aos indicadores de desempenho do CÃOportado RN.

INDICADORES DE DESEMPENHO MÉTODO DE MEDIÇÃO RESULTADO

EM 05/2017 PERÍODO

Receita Líquida (R$) Receita líquida realizada no período R$ 5.950,70 Mensal

Capital de Giro (R$) Capital de giro do período R$ 202,70 Mensal

% de custos em relação à receita do período.

(Custos totais do período / Receita do período) x 100 4,78% Mensal

% de despesas em relação à receita bruta

(Despesas totais do período / Receita do período) x 100 49,44% Mensal

% de novos clientes (Nº de cadastros de clientes novos / Nº total de cadastros de clientes) x 100 21% Mensal

% de clientes satisfeitos (Nº de clientes satisfeitos / Nº total de clientes) x 100 85% Mensal

63

% de clientes ativos (Nº de clientes ativos no período atual / Nº total de clientes ativos) x 100 75,87% Mensal

% de reclamações (Nº de reclamações registradas por clientes / Nº total de atendimentos) x 100 3% Mensal

Produtos de divulgação Nº total de produtos de divulgação da marca 3 Semestral

Acesso nas mídias da empresa Quantidade de seguidores no Instagram 812 Mensal

Quantidade de seguidores no Facebook 337 Mensal

% de investimento em estrutura física e em equipamentos para

prestação de serviços

(Investimentos realizados em infraestrutura e equipamentos / Receita líquida) x 100 26,34% Mensal

Certificados da equipe Total de certificados da equipe em diferentes cursos 3 Anual

% de investimento em capacitação

(Investimentos realizados em capacitação / Receita Líquida) x 100 56,16% Anual

% de sugestões de colaboradores implementadas

(Nº de sugestões implementadas / Nº total de sugestões) x 100 20,69% Mensal

Participações em eventos Quantidade de participações em eventos do setor nos últimos 3 meses 7 Mensal

% de publicações nas redes sociais com informações úteis

(Nº de postagens informativas em Facebook e Instagram/ Nº total de postagem) x 100 21,05% Mensal

Participações em projetos de IAA

Quantidade de participações em projetos de IAA 0 Mensal

Fonte: Elaboração própria

4.4.3 Estabelecendo metas e ações.

Nesta etapa do processo foram definidas as metas que a empresa pretende atingir,

tendo como base os indicadores encontrados na etapa anterior. Partindo das metas traçadas

pela empresa, foram listadas as ações que a empresa precisa tomar para conseguir atingir suas

metas e assim realizar seus objetivos estratégicos.

Com as metas já definidas, os indicadores também serão úteis no processo de

monitoramento, para que seja possível medir e checar se as metas estão sendo atingidas. No

Anexo A pode-se analisar a estrutura completa do BSC.

4.4.4 Mapa estratégico

Visando auxiliar a transmissão da estratégia da empresa, foi elaborado um mapa

estratégico para o CÃOportado RN, o qual ilustra a relação de causa e efeito entre as

perspectivas analisadas e mostra como os objetivos se inter-relacionam, conforme pode ser

observado no Anexo B.

64

Figura 15 – Mapa estratégico do CÃOportado RN.

FAZER A EMPRESA CRESCER E SER RENTÁVEL AOS SEUS INTEGRANTES

PER

SPE

CT

IVA

FI

NA

NC

EIR

A SOLIDEZ FINANCEIRA

REDUZIR CUSTOS E DESPESAS

AUMENTAR RECEIRAS

AUMENTAR CAPITAL DE GIRO

CONQUISTAR NOVOS CLIENTES

FIDELIZAÇÃO DOS CLIENTES

PER

SPE

CT

IVA

D

OS

CL

IEN

TE

S

SATISFAÇÃO DOS CLIENTES

MELHOR APOIO AO CLIENTE

PER

SPE

CT

IVA

D

OS

PRO

CE

SSO

S IN

TE

RN

OS

PLANO DE MARKETING

MELHORAR ESTRUTURA FÍSICA E APRIMORAR

PROCESSO

AUMENTAR O CONHECIMENTO DA

SOCIEDADE EM RELAÇÃO AOS SEUS

ANIMAIS DE ESTIMAÇÃO

APOIO A MOVIMENTO DO

SETOR

INCENTIVAR QUALIFICAÇÃO DOS COLABORADORES

PROFISSIONAIS CAPACITADOS

PER

SPE

CT

IVA

DE

A

PRE

ND

IZA

DO

E

CR

ESC

IME

NT

O

MOTIVAR COLABORADORES

PER

SPE

CT

IVA

DA

R

ESP

ON

SAB

ILID

AD

E

SOC

IOA

MB

IEN

TA

L

APOIO A INTERVENÇÕES ASSISTIDAS POR ANIMAIS (IAA)

65

O mapa estratégico foi construído de cima para baixo e todas as suas perspectivas têm

como foco fazer a organização crescer e ser rentável aos seus integrantes, em busca de maior

solidez financeira. Portanto, todas as ações elaboradas nas demais perspectivas têm como

principal objetivo melhorar o desempenho financeiro da empresa. No caso da empresa

analisada, foram identificados três principais fatores responsáveis por tornar a empresa mais

sólida financeiramente: a redução dos custos e despesas que irá contribuir para o aumento das

receitas, tornando possível o aumento do capital de giro.

Além disso, para a que a empresa seja capaz de aumentar suas receitas, será necessário

aumentar o número de clientes ativos e mantê-los satisfeitos, visando conquistar a fidelidade

do cliente ao uso dos produtos e serviços oferecidos pela empresa.

A perspectiva de processos internos estabelece ações objetivando um retorno positivo

de seus clientes. Nessa perspectiva fica claro que para ter clientes satisfeitos, faz-se necessário

melhorar o apoio ao cliente, melhorar a estrutura física e aprimorar os processos da empresa.

Já para conquistar novos clientes, é preciso elaborar um plano de marketing, que por sua vez

poderá ser embasado em vários outros fatores, conforme eles forem sendo alcançados, como

por exemplo: uma boa estrutura física e processos aprimorados, um excelente apoio aos

clientes, profissionais capacitados e iniciativas de responsabilidades socioambientais que

possibilitem divulgar a marca.

Na perspectiva aprendizado e crescimento, verificou-se que ao apoiar os colaboradores

investindo em sua capacitação e os motivando, é possível tornar seu desempenho mais

eficiente.

A perspectiva da responsabilidade socioambiental surgiu da intenção de tornar a

empresa mais solidária com os problemas que afetam a sociedade, normalmente os projetos

de responsabilidade socioambiental são responsáveis por produzir bens que não são

facilmente avaliados pelo mercado, porém, em alguns casos, o investimento social poderá

gerar algum benefício adicional responsável por aumentar a rentabilidade da empresa, como

por exemplo: boa reputação, produtos diferenciados e equipe mais qualificada.

66

5 CONCLUSÃO

5.1 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Pode-se dizer que o sistema de gestão é um grande aliado das pequenas empresas que

buscam a excelência em seus produtos e serviços visando atingir seus objetivos.

O planejamento estratégico é voltado principalmente para as organizações que

desejam melhorar sua visão em relação a seus ambientes externo e interno, criando na

empresa a cultura de observar o ambiente para tornar a organização mais consciente de suas

limitações e forças, além de possibilitar que a mesma esteja atenta ao mercado e suas

necessidades.

Levando em consideração este contexto, o objetivo geral do presente estudo foi a

elaboração de um planejamento estratégico utilizando um sistema de gestão do desempenho

baseado nos pressupostos do Balanced Scorecard (BSC), como forma de auxiliar o

gerenciamento das estratégias definidas e assim poder determinar a melhor estratégia

competitiva para o CÃOportado RN. Desta forma, de acordo com a análise dos dados

coletados pode-se afirmar que o objetivo geral desta pesquisa foi atingido assim como os

objetivos específicos.

Através da implementação do planejamento estratégico foram alcançados os objetivos

específicos, tais como: adquirir mais conhecimento sobre o tema, estabelecer as diretrizes

organizacionais, analisar os ambientes em que a organização está inserida, formular a

estratégia e elaborar o BSC. Para isso foram utilizadas algumas ferramentas que serviram para

auxiliar o processo de elaboração do planejamento.

O referencial teórico apresentado neste trabalho foi de extrema importância para

identificar o conceito, a importância e as etapas para elaboração do planejamento estratégico e

do Balanced Scorecard. Na revisão bibliográfica, foi constatado que seria imprescindível o

uso de ferramentas responsáveis por auxiliar as análises dos ambientes (interno e externo) e a

definição da estratégia, portanto, viu-se necessário explicar o funcionamento de cada

ferramenta, como: Análise PEST, Cinco Forças de Porter, Matriz SWOT. Além disso, foram

discutidos os Fatores Críticos de Sucesso (FCS) para dar suporte na escolha da melhor

estratégia para a empresa.

Para dar início ao estudo de caso, houve a necessidade de realizar entrevistas com

gestores e observar todos os processos, atividades e estrutura da organização, com a finalidade

de definir as diretrizes organizacionais. Assim, foi possível estabelecer a razão de existir da

67

empresa, traçando seu perfil, seu negócio, missão, visão e valores, além de elaborar um

organograma representando sua estrutura organizacional, que por sua vez facilitou a

segregação de funções.

Dando continuidade ao processo de criação do planejamento estratégico, a partir de

observações, entrevistas, pesquisa documental nos arquivos da empresa e pesquisas de

mercado, foi elaborado um diagnóstico dos ambientes externo e interno.

A estratégia traçada para a organização teve como principal objetivo aumentar suas

receitas, fazendo a empresa crescer através de diminuição de custos e despesas, conquista de

novos clientes e fidelização daqueles que já são clientes. Para isso seria necessário melhorar o

apoio ao cliente, o marketing, investir em infra-estrutura e qualificação do pessoal. A empresa

ainda se dispõe a motivar seus colaboradores e adotar responsabilidades socioambientais, para

possibilitar um desempenho organizacional mais eficiente.

Levando em consideração as pesquisas realizadas sobre o tema, as características

observadas na empresa, a interpretação das entrevistas concedidas, do material disponível e

das ferramentas elaboras, foi possível implementar o Balanced Scorecard, que possibilitou o

alinhamento entre os objetivos dos diversos setores da empresa com seu planejamento

estratégico. A elaboração do Balanced Scorecard iniciou-se com a identificação dos objetivos

estratégicos para cada perspectiva (financeira, clientes, processos internos, aprendizado e

crescimento e responsabilidade socioambiental), seguindo-se do levantamento dos indicadores

e estipulação das metas, viabilizando um mapa coerente, a ser utilizado para esclarecer,

comunicar, implementar e monitorar a estratégia, além de possibilitar a avaliação do

desempenho através da comparação entre as metas e os valores obtidos.

O modelo proposto neste trabalho teve como principal objetivo ajudar o pequeno

empresário a realizar o processo de planejamento estratégico com auxílio de indicadores de

desempenho. A pesquisa realizada em uma pequena empresa do ramo de pet shop mostrou a

importância dessa ferramenta para a gestão, por se mostrar responsável por diminuir riscos e

incertezas, estabelecer as direções que a empresa deve seguir e auxiliar o processo de tomada

de decisões.

5.2 SUGESTÕES PARA TRABALHOS FUTUROS

Como sugestão para futuros estudos complementar à pesquisa realizada recomenda-se

a avaliação periódica dos indicadores, realizando continuamente ajustes e revisões no BSC,

sempre atentos ao alcance das metas e a necessidade de novos indicadores.

68

Para implementação das ações estabelecidas no BSC, recomenda-se a distribuição por

setor, assim cada setor se responsabilizaria por traçar um plano de ação com auxílio da

ferramenta GUT (a fim de tratar problemas, priorizando os mais importantes), e a ferramenta

5W2H (esclarecendo os prazos, pessoas responsáveis e recursos necessários para alcançar o

resultado proposto).

Além disso, a realização de estudos semelhantes em outras micro ou pequenas

empresas do ramo de animais de estimação poderá ser de grande valia, a fim propor modelos

que atendam as necessidades de diversas empresas, de acordo com suas especificidades, e

observar de que forma as técnicas de gestão aqui estudadas influenciam no processo de

planejamento destas empresas. Recomenda-se também a realização de uma pesquisa

comparativa considerando duas empresas do mesmo porte e ramo, onde uma teria a utilização

dos instrumentos gerenciais abordados nesse estudo e a outra não faria uso desses

instrumentos, possibilitando a análise da diferença entre as duas.

69

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WRIGHT, Peter, KROLL, Mark J, PARNELL, John. Administração Estratégica: conceitos. São Paulo: Atlas, 2000.

ANEXO A

Balanced Scorecard (BSC)

72

PERSPECTIVA OBJETIVOS ESTRATÉGICOS

INDICADORES DE DESEMPENHO

RESULTADOS EM 05/2017 PERÍODO META AÇÕES

Financeira

Aumentar receitas Receita Líquida (R$) R$ 5.950,70 Mensal Aumentar em 20% a receita líquida.

• Melhorar a estrutura física para aumentar o limite de hóspedes possíveis para 15;

• Elaborar plano de fidelização de clientes;

• Melhorar divulgação da marca.

Aumentar capital de giro Capital de Giro (R$) R$ 202,70 Mensal Aumentar capital

de giro em 40%.

• Evitar utilizar o dinheiro destinado ao capital de giro para outros fins.

Redução de custos % de custos em relação à receita do período. 4,78% Mensal Reduzir 1,5% dos

custos.

• Buscar fornecedores mais baratos;

• Evitar desperdício de produtos de limpeza;

• Cadastrar posto para abastecer mais barato.

Redução de despesas % de despesas em relação à receita bruta 49,44% Mensal Reduzir 10% das

despesas.

• Aperfeiçoar a análise das prioridades das despesas;

• Fazer maior controle das despesas variáveis.

Cliente

Conquistar novos clientes % de novos clientes 21% Mensal

Aumentar em 15% o número de

clientes novos.

• Criar diferencial no atendimento aos clientes;

• Oferecer vantagens e garantias.

Satisfazer os clientes % de clientes satisfeitos 85% Mensal

Aumentar o número de clientes

satisfeitos para 90%

• Implementar sugestões dos clientes;

• Evitar remarcação de sessões; • Melhorar forma de pagamento

(aceitar cartão); • Melhorar segurança contra fuga

dos cães (portão vazado).

ANEXO A

Balanced Scorecard (BSC)

73

Aumentar fidelização dos clientes % de clientes ativos 75,87% Mensal

Aumentar para 85% o número de

clientes ativos.

• Elaborar proposta de continuidade na prestação do serviço.

Processos Internos

Melhorar apoio ao cliente % de reclamações 3% Mensal

Reduzir reclamações para

menos de 2%.

• Implementar sugestões dos clientes;

• Formular modelo de acompanhamento dos serviços prestados;

• Oferecer garantias.

Plano de marketing

Produtos de divulgação 3 Semestral

Desenvolver 6 novos produtos

que possibilitem a divulgação da

marca.

• Confeccionar 1000 cartões de visita;

• 25 camisetas com a logomarca da empresa;

• Bandanas para os cães de trabalho;

• Flyer informativo de serviços da empresa;

• Brindes; • Site.

Acesso nas mídias da empresa

812 Mensal Aumentar os

seguidores em 20%.

• Postar 2 vezes por dia; • Interagir diariamente com o

público.

337 Mensal Aumentar os

seguidores em 10%.

• Postar 3 vezes por dia; • Interagir diariamente com o

público.

Melhorar estrutura física e aprimorar

processos

% de Investimento em estrutura física e em equipamentos para

prestação de serviços

26,34% Mensal

Destinar 10% da Receita Líquida

para melhorias na infraestrutura.

Investir em: • Grama sintética (piso

inadequado); • Grade para o portão; • Petisqueira; • Cabide para coleiras; • Banco de madeira.

ANEXO A

Balanced Scorecard (BSC)

74

Aprendizado e Crescimento

Contar com profissionais capacitados

Certificados da equipe 3 Anual

Mínimo de 6 certificados de cursos, sendo 2 aprovados pela

FBAA.

Inscrever colaboradores em: • 2 cursos aprovados pela FBAA; • Curso de Figuração; • Obediência FCI; • Busca e Resgate; • Intervenções Assistida por

Animais (IAA).

Incentivo para a qualificação dos colaboradores

% de investimento em capacitação 56,16% Anual

Investir 60% do lucro em

capacitação profissional.

• Pagar inscrições dos colaboradores nos cursos.

Motivar os colaboradores

% de sugestões de colaboradores implementadas

20,69% Mensal

Aumentar para 30% o número de

sugestões implementadas.

• Implementar idéias já aprovadas, mas que ainda estão em fase de espera.

Responsabilidade Socioambiental

Apoio a movimentos no setor Participações em eventos 7 Mensal

Manter participação em

75% dos Eventos Pet em Natal.

• Prestar serviços voluntários em eventos da área, para movimentar o cenário pet na cidade.

Aumentar o conhecimento da

sociedade em relação aos seus animais de

estimação

% de publicações nas redes sociais com informações

úteis 21,05% Mensal

Aumentar em 20% o número de

publicações de interesse público nas redes sociais.

• Publicar dicas de bem estar animal e destinos a serem visitados com os Pets na cidade.

Apoio a Intervenções Assistidas por Animais

(IAA)

Participações em projetos de IAA 0 Mensal

Desenvolver o mínimo de 1

projeto de IAA.

• Se engajar a um grupo multidisciplinar em atividade;

• Realizar avaliações dos cães de trabalho da empresa;

• Engajar os cães de trabalho nos projetos.