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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE-UFRN CENTRO DE CIÊNCIAS HUMANAS LETRAS E ARTES-CCHLA DEPARTAMENTO DE COMUNICAÇÃO SOCIAL- DECOM LABORATÓRIO DE COMUNICAÇÃO SOCIAL- LABCOM COMUNICAÇÃO SOCIAL- AUDIOVISUAL MELLYNA DA SILVA RODRIGUES RELAÇÕES ENTRE PRODUTOS AUDIOVISUAIS E EDUCAÇÃO: MÍDIA E ENSINO DURANTE A PANDEMIA DE COVID-19 NATAL/RN 2020

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Page 1: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE-UFRN · COVID-19, Natal/RN, 2020. Trabalho de conclusão de curso (Graduação em Comunicação Social - Audiovisual) - Departamento de

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE-UFRN

CENTRO DE CIÊNCIAS HUMANAS LETRAS E ARTES-CCHLA

DEPARTAMENTO DE COMUNICAÇÃO SOCIAL- DECOM

LABORATÓRIO DE COMUNICAÇÃO SOCIAL- LABCOM

COMUNICAÇÃO SOCIAL- AUDIOVISUAL

MELLYNA DA SILVA RODRIGUES

RELAÇÕES ENTRE PRODUTOS AUDIOVISUAIS E EDUCAÇÃO: MÍDIA E

ENSINO DURANTE A PANDEMIA DE COVID-19

NATAL/RN

2020

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MELLYNA DA SILVA RODRIGUES

RELAÇÕES ENTRE PRODUTOS AUDIOVISUAIS E EDUCAÇÃO: MÍDIA E

ENSINO DURANTE A PANDEMIA DE COVID-19

Trabalho de conclusão de curso

apresentado ao departamento de

Comunicação Social da Universidade

Federal do Rio Grande do Norte para a

obtenção do título de bacharel em

Comunicação social – Audiovisual

Orientador: Prof. Dr. Ivan Mussa Tavares

Gomes

Natal

2020

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE CIÊNCIAS HUMANAS, LETRAS E ARTES

DEPARTAMENTO DE COMUNICAÇÃO SOCIAL CURSO DE COMUNICAÇÃO SOCIAL

RELAÇÕES ENTRE PRODUTOS AUDIOVISUAIS E EDUCAÇÃO: MÍDIA E

ENSINO DURANTE A PANDEMIA DE COVID-19

MELLYNA DA SILVA RODRIGUES

Monografia apresentada e aprovada em ___ de ______ de 2020, pela banca examinadora composta pelos seguintes membros:

_________________________________________________

Prof. Dr. Ivan Mussa Tavares Gomes (Orientador)

Universidade Federal do Rio Grande do Norte

_________________________________________________

Prof. Me. Ben-Hur Bernard Pereira Costa

Universidade Federal do Rio Grande do Norte

_________________________________________________

Profª. Drª. Flávia Campos Junqueira

Universidade Potiguar

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Escreva algo que valha a pena ler ou faça algo que valha a pena escrever.

(Benjamin Franklin)

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RESUMO

RODRIGUES, Mellyna da Silva. RELACIONAMENTO ENTRE PRODUTOS AUDIOVISUAIS E EDUCAÇÃO: MÍDIA E ENSINO DURANTE A PANDEMIA DA COVID-19, Natal/RN, 2020. Trabalho de conclusão de curso (Graduação em Comunicação Social - Audiovisual) - Departamento de Comunicação Social, Universidade Federal do Rio Grande do Norte. Natal,2020.

Esse documento abordará a evolução da educação e de que os modo produtos

audiovisuais auxiliaram nesse processo, apresentando sua linha do tempo e a

intenção de inserção das mídias no ambiente escolar. Visto que a adoção das

Tecnologias da Informação e Comunicação (TIC), dos Ambientes Virtuais de

Aprendizagem (AVA) e da Realidade Virtual (RV) foram de imensa contribuição

nesse processo. E expondo como a falta dessas tecnologias prejudicam o ensino

como um todo e mais ainda no momento que esse trabalho foi realizado, por conta

de uma uma pandemia causada pelo vírus COVID-19, que estamos a depender de

uma Educação a Distância (EAD).

Palavras-chave: comunicação, educação, tecnologia

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ABSTRACT

RODRIGUES, Mellyna da Silva. RELATIONSHIP BETWEEN AUDIOVISUAL PRODUCTS AND EDUCATION: MEDIA AND TEACHING DURING THE COVID-19 PANDEMIC, Natal/RN, 2020. Course conclusion work (Graduation in Social Communication - Audiovisual) - Department of Social Communication, Federal University of Rio Grande do Norte . Natal, 2020. This document will address the evolution of education and how audiovisual products helped in this process, presenting its timeline and the intention of inserting the media in the school environment. Since the adoption of Information and Communication Technologies (ICT), Virtual Learning Environments (VLE) and Virtual Reality (VR) were of immense contribution in this process. And exposing how the lack of these technologies harm education as a whole and even more so at the time that this work was carried out, due to a pandemic caused by the COVID-19 virus, that we are depending on Distance Education (EAD).

Keywords: education, communication, technology

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SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO 7 2. CAPÍTULO I - HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO 9

2.1 - LINHA DO TEMPO DA EDUCAÇÃO 9 2.2 - EXPECTATIVA FRUSTRADA EM RELAÇÃO A EVOLUÇÃO DA EDUCAÇÃO 10 2.3 - POLÍTICA DE INSERÇÃO DAS MÍDIAS 12

3. CAPÍTULO II - EDUCAÇÃO NO CENÁRIO ATUAL 15 4. CAPÍTULO III - TECNOLOGIA NA EDUCAÇÃO 20 4.2 ENSINO A DISTÂNCIA 20 4.2 TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO E NOVAS TECNOLOGIAS DA INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO 20 4.2. AMBIENTE VIRTUAL DE APRENDIZAGEM 22 4.3 REALIDADE VIRTUAL 24

5. CONCLUSÃO 28 6. REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA 29

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1. INTRODUÇÃO O presente texto subsidia sobre as mudanças no ensino e a contribuição do

audiovisual nesse processo. Os avanços da tecnologia vem marcando a sociedade

como um todo que está cada vez mais conectada, assim a propagação da

informação se faz numa velocidade nunca antes vista, como já dizia Castells: A Internet é o tecido de nossas vidas. Se a tecnologia da informação é hoje o que a eletricidade foi na Era Industrial, em nossa época a Internet poderia ser equiparada tanto a uma rede elétrica quanto ao motor elétrico, em razão de sua capacidade de distribuir a força da informação por todo o domínio da atividade humana. (CASTELLS, 2003, p.07)

O primeiro capítulo demonstrará numa linha do tempo a evolução da

educação, quais eram as expectativas para o futuro da educação e quais políticas

foram adotadas para que tão evolução fosse inserida de fato.

O segundo capítulo contará com a entrevista de uma professora relatando

como a está sendo a rotina das aulas, quais as dificuldades dos professores, alunos

e da instituição para inserção da aula a distância no período da quarentena. Período

esse que desde 11 de março 2020 a então A Organização Mundial da Saúde (OMS)

declarou como pandemia a infecção causada pelo Covid-19 . 1

Esse vírus de alta transmissão se alastrou por nível global, sendo assim

caracterizado como uma pandemia, deixando muitas mortes por onde passa. Por

ser um vírus ainda novo, pouco se sabe como combatê-lo. Por isso, cada localidade

tomou suas próprias medidas, em alguns locais foi adotado o lockdown , mas na 2

grande maioria as pessoas entraram em quarentena . Na região em que a 3

professora entrevistada reside, a quarentena já perdura por quatro meses, iniciada

em 16 de março de 2020 (MALHEIRO, 2020).

No terceiro e último capítulo serão apontadas algumas tecnologias que estão

auxiliando a evolução da educação deixando ela mais atrativa e acessível em outros

meios. Para tal, foram criado novas tecnologias de comunicação. Dentro do âmbito

1 Para saber mais https://coronavirus.saude.gov.br/sobre-a-doenca. 2 Disponível em https://dasa.com.br/blog-coronavirus/lockdown-coronavirus-significado, acessado 15 de julho de 2020. 3https://www.otempo.com.br/brasil/o-que-e-quarentena-entenda-quando-ela-acaba-como-cuidar-da-saude-mental-e-mais-1.2357070 acessado 08 de junlho de 2020.

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escolar, temos a inserção das novas Tecnologias de Informação e Comunicação

que ajudam a tornar a aula mais atrativa com atividades mais interativas.

O método de aprendizagem traz a união de texto, som, imagem, movimento

interagindo com várias linguagens. A internet traz uma diversidade de informações e

com as Novas Tecnologias de Informação e Comunicação (NTICs) criam softwares

como os Ambientes Virtuais de Aprendizagem (AVAs) que mediam a interação entre

professores e alunos, proporcionando uma forma diferenciada de aprender. O

ensino intermediado pelo uso da tecnologia digital proporciona grandes mudanças

na forma de adquirir conhecimento. A dinâmica entre professor e aluno em uma sala

de aula, à base de quadro negro e livro didático, hoje pode ser realizada a distância

e com múltiplas formas comunicativas. A Educação a distância (EAD) com auxílio

das NTIC possibilitam oportunidades além da estrutura física da sala de aula

convencional, nas palavras de Serres: “Outrora visíveis e construíveis em sólido, as

escolas [nas redes] apagam as distâncias no espaço real e reúnem em lugares não

assinaláveis, grupos virtuais” (1994, p. 188). Proporciona ao aluno ter acesso às

informações mais diversificadas, criando espaços para a pesquisa, o conhecimento,

o debate, além de estreitar as distâncias entre professor e alunos.

Porém isso tudo não é acessível para todos, uma grande parte continua com

o método de ensino tradicional, seja pela falta de conhecimentos de professores, ou

falta de suporte e acesso a internet de alunos e instituições.

Para além disso, o período que estamos vivenciando hoje, uma pandemia

causada pelo Covid-19, uma doença que se alastrou a nível mundial, nos colocando

em quarentena, que começou por volta do dia 16 de março e se perdura até o

momento que esse trabalho foi finalizado, final do mês de Julho, trazendo ainda

mais prejuízos para o ensino presencial.

No mais, professores e alunos, reunidos em equipes ou comunidades de

aprendizagem, se unem partilhando informações e saberes, pesquisando e

aprendendo juntos; dialogando com outras realidades, dentro e fora da escola, este

é o novo modelo educacional possibilitado pelas tecnologias digitais. (Kenski 2000,

p. 32).

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2. CAPÍTULO I - HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO

2.1 - LINHA DO TEMPO DA EDUCAÇÃO

Nas últimas décadas, o uso de mídias na escola vem ganhando cada vez 4

mais espaço, já que a realidade em tempos atuais é que as pessoas estão “lendo o

mundo” pelos veículos de comunicação. Sendo assim, a educação tenta

acompanhar esse ritmo, evoluindo muito aos poucos a forma de educar ao passar

dos anos.

Podemos analisar os métodos de ensino dividindo em quatro períodos, como

foi apresentado na Comissão Europeia (EC, 2007). O primeiro seria a Era clássica,

formada por linguagem oral, no primeiro momento baseada nas lembranças,

caracterizada pela repetição por meio de músicas, danças, rituais, cantigas. As

histórias eram contadas para transmitir o conhecimento, de acordo com Lévy: Possuindo apenas os recursos de sua memória de longo prazo para reter e transmitir as representações que lhes parecem dignas de perdurar, os membros das sociedades orais exploraram ao máximo o único instrumento de inscrição de que dispunham. (LÉVY, 1993, p. 77)

Em um segundo momento a criação do alfabeto e da escrita, essa inventada

pelos sumérios, cerca de 3.500 anos antes de Cristo (Hohlfeldt, 2001, p. 63). Com a

escrita “a inteligência humana libertou-se do peso da lembrança para se aplicar na

inovação” (Kerckhove, p. 258).

O segundo período seria a Primeira Revolução Industrial, marcada pela

invenção da tipografia. Essa época permitiu uma grande disseminação de

informação com uma velocidade jamais vista, impactando todas as áreas; máquinas

à vapor ajudaram o embaratecimento dos materiais impressos e o aumento do

número de cópias que já não precisavam ser “copiados um a um” (LAGE, 2014

p.14)(Hohlfeldt, 2001, p.90), mas segundo Straubhaar & Larose (2004, p. 33- 34),

conforme a mídia industrial ia tomando velocidade, livros e jornais se proliferam,

4 Lustona e Maciel (2010, p. 01), declaram que “a mídia é todo recurso que possui som, imagem, movimentos, cores e texto. As mídias podem ser classificadas em mídias informativas, TV, vídeo, livro, filme, revista, rádio, jornais e mídias interativas como a internet e videogames.”.

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porém o analfabetismo e à falta de aquisição monetária limitavam a leitura,

mostrando que a classe social está diretamente ligada às mídias, “A escrita

reorienta as forças e os poderes, legitimando o conhecimento, e não a força física,

como mecanismo de poder e de ascensão social (Kenski, 2003).

O terceiro período seria a Segunda Revolução Industrial, ganham espaço as

novas tecnologias eletrônicas de comunicação e de informação, o surgimento da

mídia eletrônica que é o conjunto de meios de comunicação, que necessitam de

recursos eletrônicos para que o usuário final tenha acesso aos conteúdos de vídeo

e áudio como telefone, filme, rádio, televisão, onde começa a inserção de meios

audiovisuais inclusive na educação, ajudando na disseminação de informação,

quebrando barreiras que a mídia impressa tinha: o analfabetismo, graças a sua

narração sonora.

E a quarta e última, a que estamos vivendo é a era de mídia digital

caracterizada principalmente pela ascensão da internet onde os avanços da

tecnologia acarretou na convergência da mídia, o que era mais centralizada com a

comunicação de massa, hoje há um cruzamento de conteúdos. A era digital se torna

mais interativa onde linguagens ou códigos distintos se fundem em linguagens

multimidiáticas (EC, 2007).

O que se percebe é que um período não é excludente ao outro sobre isso,

Dizard relata que: O papel não vai desaparecer, mas a mídia sem papel absorverá mais do nosso tempo. Eventualmente, nos tornaremos sem papel, assim como outrora nos tornamos sem cavalo. Os cavalos ainda estão por aí, mas os que os utilizam fazem-no com hobby, não para viajar. Agora é mais fácil armazenar informações eletronicamente. O papel se transformou numa interface – num veículo transitório e descartável para se ler a informação compilada eletronicamente. Estamos ingressando no futuro em que a informação é transferida para o papel somente quando estamos prontos para lê-la; em seguida, o papel é imediatamente reciclado. (DIZARD 2000, p. 221)

2.2 - EXPECTATIVA FRUSTRADA EM RELAÇÃO A EVOLUÇÃO DA EDUCAÇÃO

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Na contemporaneidade, o cinema, o rádio, a televisão trouxeram novos conteúdos, histórias, linguagens, entretanto, alterações no âmbito educacional foram incorporadas não expressivamente. As práticas na universidade continuaram, predominantemente, orais e escritas. Alguns professores utilizam vídeos/filmes como ilustração do conteúdo, contudo, não modificavam substancialmente os processos de ensinar e aprender. De modo semelhante, o uso dos computadores representa apenas uma ferramenta de apoio (Stoque et al, 2016 apud. Moran, Masetto, & Behrens, 2010; Costa, 2002)

No cenário tecnológico, escolas tradicionais já não conseguem fornecer as

necessidades dos alunos. “Instituições viciadas em valores obsoletos e práticas

ultrapassadas” (Laszlo 2001, p. 75), que quando inserem novas práticas para a

utilização das novas tecnologias até capacitam os docentes, mas mantém o mesmo

currículo, não alterando as formas de educar.

Diante da evolução da comunicação, o que era de esperar, seria que a

educação evoluísse junto,pela proximidade entre elas, de acordo com (Sfez, 1991,

p.8) as duas possuíam uma "curiosa e grande convergência" entre si e com todas

as áreas do conhecimento, com todas as formas de expressão, com toda a visão

utópica de progresso. Porém, o que é visto é uma forma de educar estagnada, entre

as conclusões do Libro Blanco (2003), que avalia o trabalho de educação para

meios audiovisuais na Espanha, destaca-se a “inércia da pedagogia tradicional em

se apropriar de métodos adequados ao novo entorno audiovisual”, que para Lévy

estamos vivendo em um momento transitório: Uma coisa é certa: vivemos hoje em uma destas épocas limítrofes na qual toda a antiga ordem das representações e dos saberes oscila para dar lugar a imaginários, modos de conhecimento e estilos de regulação social ainda pouco estabilizados. Vivemos um destes raros momentos em que, a partir de uma nova configuração técnica, quer dizer, de uma nova relação com o cosmos, um novo estilo de humanidade é inventado. (LÉVY, 1991 p. 10).

A utilização das novas tecnologias auxilia a educação firmando a evolução,

Elas encaminham as instituições para a adoção de uma “cultura informática educacional” que exige uma reestruturação sensível não apenas das teorias educacionais, mas da própria percepção e ação educativa. O desenvolvimento de uma cultura informática e essencial na reestruturação da gestão da educação, na reformulação dos programas pedagógicos, na flexibilização das estruturas de ensino, na interdisciplinaridade dos conteúdos, no relacionamento dessas instituições com outras esferas sociais e com a comunidade geral (KENSKI, 2003, p. 85).

E continua,

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As instituições escolares de todos os níveis, com a adoção dos pressupostos da cultura informática, não se veem mais como sistemas isolados, refratários a qualquer vínculo com as demais instituições sociais. Ao contrário, a utilização das múltiplas formas de interação e comunicação via redes amplia as áreas de atuação das escolas, colocando-as em um plano de intercâmbios e de cooperação internacional real, com instituições educacionais, culturais e outras que sejam de seu interesse..(p.86).

Isso, para Peixoto, revela o aperfeiçoamento de uma sociedade é baseada

na educação: A educação olha o futuro, nossa preocupação, tentando o aperfeiçoamento dos órgãos desse imenso e imortal organismo, que é a sociedade. Se é problema a resolver na escola ativa da vida o futuro humano, ele só pode ser resolvido com a experiência anterior do passado humano. É a justificação, educativa, pedagógica, do estudo dessa história da educação. (PEIXOTO, 1942, p. 10)

2.3 - POLÍTICA DE INSERÇÃO DAS MÍDIAS

A União Européia se torna pioneira em focar na alfabetização midiática,

vendo a necessidade de os cidadãos europeus compreenderem plenamente o

meio pelo qual as informações, idéias e opiniões são criadas, circuladas e

compartilhadas na sociedade moderna. "Hoje, alfabetização midiática é tão central

para a cidadania ativa e plena quanto a alfabetização era no início do século XIX”

(Reding, 2006).

Embora seja mais ajustado ao contexto europeu, grande parte poderia ser

aplicada em contextos diversos:

Os objetivos principais do documento são promover a iniciação à linguagem audiovisual, à análise de conteúdos, à compreensão sobre a produção midiática, à apropriação dos direitos do público e da juventude, e ainda à consciência da autorregulação e da regulação da atividade midiática. O documento destina-se a sensibilizar e a preparar os agentes para a tarefa de educação para a mídia: professores, estudantes, famílias e empresas midiáticas. (ZANCHETTA, 2009, s.p)

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Já aqui no Brasil, por meio do Ministério da Educação (MEC) foi definida

quatro abordagens para promover a Comunicação e Uso de Mídias, para a

formação de cidadãos participativos que interagem na sociedade da informação,

garantindo assim seu Direito à Comunicação.

– Área da “mediação tecnológica na educação (information literacy): que não

remete apenas o uso das tecnologias, mas analisar as influências das mídias na

sociedade, como também o uso das tecnologias na educação, não restringindo as

novas ferramentas de informação apenas para o corpo docente.

– Área da “educação para a comunicação (media literacy): tem como meta a

implementação regular integrada aos currículos, que facilite o entendimento dos

alunos de como é o processo de comunicação.

– Área da expressão comunicativa através da produção estética: é pela arte, que

oferece às crianças, adolescentes e jovens condições de produzir mídia desde as

impressas, as audiovisuais e digitais.

– Área da gestão comunicativa: campo voltado para o planejamento e a execução

de políticas de comunicação educativa, garantindo os recursos para a eficácia das

três áreas anteriores. Para que possam ser efetivamente integradas ao cotidiano da

escola, incluindo os professores, os alunos e, em muitos casos, os membros da

comunidade do entorno.

O que pode ser observado, dentre as dificuldades da implementação, é a

então formação do docente inadequada a essas práticas, pois as universidades,

muitas vezes formam os profissionais para o modo de ensino tradicional, ainda pelo

fato que a sociedade acredita que uma escola de qualidade seja o currículo antigo,

focado apenas em absorção de conteúdo (Silva 1997). Em geral, pouca coisa se

alterou no processo de ensino, as escolas permanecem com as mesmas propostas

e grades curriculares; a mesma segmentação disciplinar dos conteúdos. Ao não

alterar a estrutura da escola e do ensino, para poder contemplar as especificidades

de uso dessa nova tecnologia, a escola compromete seu ensino. Por muitas vezes

qualificam o meio digital como um recurso caro, sofisticado e que não funciona,

gerando estranhamento, rejeição, medo, incertezas, não se considera, na

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implantação desses novos meios, as necessárias alterações nas condições do

trabalho docente (e de toda a escola), nem as mudanças imprescindíveis no

currículo e na própria dinâmica da aula (Silva 1997).

“A uma educação perfeita corresponderá uma vida feliz, dos homens e da

humanidade, é o futuro, o ideal. Como se vem preparando, - do passado ao

presente, - é a história da educação” (PEIXOTO, 1933, p. 13).

Segundo Marques e Vitti (2016, p. 115) as tecnologias caracterizam

como“[...] um dos componentes para construção de uma educação de

qualidade [...]. A educação pode ser construída sem ela, mas no mundo

atual, onde todos estão conectados em redes, as vantagens de sua utilização

são incalculáveis”.

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3. CAPÍTULO II - EDUCAÇÃO NO CENÁRIO ATUAL

De acordo Paul Otlet, “Todas as coisas do universo e todas as do homem

serão registradas à distância, à medida que são produzidas” (OTLET, 1935, p. 391)

e, de acordo com secretário de Educação americano à internet seria a "lousa do

futuro" (BRIGGS, A.; BURKE, 2005), mas essa não é bem a realidade de grande

parte das escolas. Diante de inúmeras formas para tentar inserir novos modelos de

ensino, nos vemos hoje, em meio a uma pandemia, onde tivemos que nos distanciar

de tudo e todos para ficarmos em quarentena, o que seria o menor dos problemas

se nos dias atuais já estivéssemos inserido novos métodos de educação, essa não

seria uma área afetada. Mas como Zanchetta já havia falado, agora estamos

sentindo na pele a falta de compromisso com a educação: “O Brasil foi omisso, no terreno da educação formal, em relação à comunicação de massa e tem agora desafio maior na era da comunicação digital. Fomentar o diálogo de professores e alunos com as propostas nacionais e internacionais, observando-se os contextos locais, a fim de que tal processo possa levar a um perfil específico de educação para a mídia, significa re-politizar a escola, evitando iniciativas “de cima para baixo”, comuns e de triste história na escola brasileira.(ZANCHETTA, 2007, s.p)

Isso está claro há muito tempo, pois a educação vem fortemente ligada à

política, e em nosso país a educação nunca foi prioridade para eles: (...) de todos os deveres que se incumbe ao Estado, o que exige maior capacidade de dedicação e justifica maior soma de sacrifícios; aquele com que não é possível transigir sem a perda irreparável de algumas gerações; aquele em cujo cumprimento os erros praticados se projetam mais longe nas suas consequências, agravando-se à medida que recuam no tempo; o dever mais alto, mais penoso e mais grave é, decerto, o da educação que, dando ao povo a consciência de si mesmo e de seus destinos e a força para afirmar-se e realizá-los, entretém, cultiva e perpetua a identidade da consciência nacional, na sua comunhão íntima com a consciência humana (MANIFESTO, 1932, p. 65).

No meio desse caos que está sendo a educação na quarentena, entrei em

contato com uma professora de um colégio da rede municipal, de Três Corações, 5

5 A identidade da professora foi protegida para fins de manutenção de sua privacidade. Decidimos veicular apenas as suas impressões pessoais, de modo a narrar a experiência da professora diante das dificuldades na pandemia, e de como o uso de tecnologias afetou o processo.

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sul de Minas Gerais, que conforme relatos, a própria demonstra as grandes

dificuldades que ela e a instituição como um todo vem sofrendo diante da

impossibilidade de aulas presenciais. Ela afirma que após o decreto de quarentena,

ela, seu colegas, alunos se depararam com essa “nova” modalidade de ensino,

ensino à distância (EAD) . 6

“Educação a Distância é uma forma de ensino que possibilita a autoaprendizagem, com a mediação de recursos didáticos sistematicamente organizados, apresentados em diferentes suportes de informação, utilizados isoladamente ou combinados, e veiculados pelos diversos meios de comunicação. (BRASIL, 1998 )

Por mais que seja muito presente nos dias atuais, aquela instituição não

utilizava quase nenhuma mídia digital em seu métodos de ensino, e ao ser colocada

na situação que só teria como continuar os ensinos por meio dessas plataformas

online perceberam o quão atrasados e o quão difícil a tarefa seria. Por serem uma

rede de ensino municipal, contavam com muitos alunos de baixa renda ou área rural

que não possuíam nenhum meio possível para o acompanhamento de aulas

remotas online. Portanto, a instituição, com a união dos professores, analisou

possíveis soluções, já que o processo de educação não podia ser prejudicado.

Porém, antes mesmo da dificuldade de transmitir os conhecimentos aos

alunos por meio das mídias, relatou que por falta de conhecimentos em métodos de

ensino à distância, familiaridade com as mídias, a falta de instrução de como

produzir produtos audiovisuais. Isso já dificulta bastante a forma de gerar conteúdos

aos alunos, o que Soares (1955) já havia falado: que a mediação de alunos com os

meios de comunicação ficaria a cargo de um professor e que eles, assim como os

alunos, teriam que se garantir com o autodidatismo com as tecnologias de

comunicação digitais, causando uma maior exclusão: [...] essa exclusão pode se produzir por diferentes mecanismos: falta de infra-estrutura tecnológica; obstáculos econômicos ou institucionais ao acesso às redes; capacidade educacional e cultural limitada para usar a internet de maneira autônoma; desvantagem na produção do conteúdocomunicado através das redes. (CASTELLS, 2003, p. 226-227)

6 EAD“modalidade educacional na qual a mediação didático-pedagógica nos processos de ensino e aprendizagem ocorre com a utilização de meios e tecnologias de informação e comunicação, com estudantes e professores desenvolvendo atividades educativas em lugares ou tempos diversos” (BRASIL,2005).

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E conclui: [...] os efeitos cumulativos desses mecanismos de exclusão separam as pessoas por todo o planeta; não mais ao longo da divisão Norte/Sul, mas dividindo aquelas conectadas às redes globais geradoras de valor – por nós que pontilhamos o mundo desigualmente – e aquelas excluídas dessas redes (ibid., p. 227).

No entanto, para não haver maiores perdas, colocaram a mão na massa e,

em um primeiro momento, a intenção era que todos os alunos tivessem acesso a

internet. Porém, acabou não sendo o caso: alguns alunos não tinham nem acesso e

nem equipamento/suporte para receber informações por esse meio, então tiveram

que estudar um outro jeito.

Ficou definido que esses alunos receberiam a apostila impressa, enquanto

alunos com acesso a internet receberiam por alguma mídia digital. Essa apostila foi

criada pela Secretaria de Estado de Educação de Minas Gerais (SEE/MG) para que

todos os alunos de determinada série aprendam o mesmo conteúdo. Porém, esses

alunos sem acesso a mídias digitais, estão sem nenhum suporte: apenas receberam

as apostilas, e vão ter que estudar e aprender sozinhos, sem o apoio de nenhum

dos professores ou da instituição, o que só ajuda a gerar uma maior desigualdade

no ensino.

Para os que possuem algum tipo de mídia, primeiramente a televisão. De

acordo com a última Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) em

2018, feita pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), de 69 milhões

de casas, só 2,8% não têm TV no Brasil. Isso deixa a situação menos pior, porque,

graças a TV Futura, que é um canal que busca a aliança entre educação e

comunicação para transformar a sociedade por meio de conteúdo multimídia, desde

1997 opera em um modelo audiovisual educativa participativa e inclusiva. A rede

está transmitindo diversos conteúdos em sua programação para auxiliar o estudo

desses estudantes que estão em casa.

Não posso deixar de citar a TV Escola, que assim como a TV Futura, e várias

parcerias que elas fizeram, estão dando um suporte ainda maior que já davam para

a educação.

Em Minas Gerais, onde essa professora em questão reside, o auxílio se faz

por meio da Rede Minas que é uma TV pública educativa que sintetiza a diversidade

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social e cultural mineira, com o programa Se liga na Educação que em sua

descrição: O Programa Se Liga na Educação é uma iniciativa da Secretaria de Estado de Educação de Minas Gerais, apoiada pela Rede Minas. Ele vai ao ar de 7h30 a 12h30, de segunda a sexta-feira, para levar conteúdos escolares aos alunos da rede pública, neste momento em que as atividades presenciais estão suspensas e as escolas fechadas por causa da pandemia do coronavírus. O Se Liga na Educação vai exibir aulas com conteúdos dos diferentes componentes curriculares, divididas por grupos de disciplinas e voltadas para cada ano de escolaridade. 7

Em segundo lugar, a desigualdade por falta de acesso à internet, de acordo

com o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) no Brasil, 4,8 milhões de

crianças e adolescentes, na faixa de 9 a 17 anos, não têm acesso à internet em

casa. Isso afeta a educação em um grau muito maior, porque muitas pessoas

possuem acesso à internet, mas não de qualidade. Muitos outros possuem o acesso

e com uma boa qualidade mas não tem dispositivos adequados para o acesso

pleno. Ainda mais pelo fato que, durante a quarentena, muitas pessoas estão

trabalhando de home office, e às vezes nas suas residências o único aparelho com

conexão à internet está sendo usado para trabalho.

A realidade muda de pessoa para pessoa, mas as dificuldades são para

todos. Então, sabendo disso essa professora com a instituição de ensino está “se

virando do jeito que pode”, nas suas palavras, utilizando a apostila digital que todos

os alunos têm acesso. Ela e seus alunos utilizam principalmente o Google Meet,

Classrom e Whatsapp, meios nos quais toda semana são divulgadas vídeoaulas.

Esses meios de comunicação possuem chats para dúvidas, passam as tarefas a

serem realizadas, alguns ganham exercícios da apostila, etc. Em um primeiro

momento, ficava apenas a cargo do aluno realizar atividades, mas depois os alunos

passaram a tirar fotos e enviar os exercícios concluídos à professora. Alguns

gravam vídeos, ajudam uns aos outros, tudo no intuito de um bem maior, que é da

educação.

Durante a quarentena, um caso que ficou famoso foi o da professora Débora

Meneghetti. Uma professora com longa carreira que após o começo da quarentena

7 Ver mais em http://redeminas.tv/teleaula/ 18

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seu colégio optou pela aula à distância, ela então se deparou com algo novo em sua

carreira, pois nunca havia utilizado esse modo de ensino. Então, como uma

professora dedicada, antes da sua primeira aula, a professora pesquisou, estudou

como realizar a aula EAD, mas não contava com diversos ocorridos que aconteceu

na realização da aula que por problemas no áudio e com o slide acabou não

conseguindo realizar. Nesse momento, diante do nervosismo, frustração a

professora se pôs a chorar e seus alunos se comoveram com a situação. Uma de

suas alunas acabou publicando o caso no Twitter, onde foi altamente disseminado.

Assim, a professora acabou ficando muito conhecida, ainda mais por refletir a

realidade de muitos professores nesse momento, e essa repercussão toda acabou

por ajudá-la, muitas pessoas disponibilizaram seus serviços para orientá-la. 8

8 Ver mais: https://razoesparaacreditar.com/professora-videoaula-emocao-carinho-alunos/ 19

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4. CAPÍTULO III - TECNOLOGIA NA EDUCAÇÃO

4.1 ENSINO A DISTÂNCIA

O ensino a distância não é um novo método de ensino. Os primeiros cursos

por correspondência deram inícios em 1728, nos Estados Unidos, já no Brasil, o

primeiro curso por correspondência chegou em 1902 e com o advento das rádios,

em 1923, foi criada a Rádio Sociedade do Rio de Janeiro, que oferecia cursos a

distância pelo rádio brasileiro.

Já em 1979 a Universidade de Brasília criou o primeiro curso superior em

experiência EAD no país. O primeiro curso a ganhar popularidade foi o Telecurso

2000 pelo fato de atores famosos atuavam como professores. O programa começou

na verdade em 1978 com o Telecurso 2º grau e em 1981 foi criado o Telecurso 1º

grau.

Assistindo aos programas e comprando os fascículos que eram vendidos nas bancas, as pessoas podiam concluir o ensino fundamental e o ensino médio (na época, chamados de 1º e 2º graus). O diploma era conseguido por meio das provas aplicadas pelo próprio governo.(Telecurso, 2020) 9

Em 1995 tanto o Telecurso 2º grau como o Telecurso 1º grau foram

substituídos pelo Telecurso 2000, agora sem os atores, voltado totalmente para a

educação, mas desde 2008 o programa passou a ser chamado de Novo Telecurso.

4.2 TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO E NOVAS

TECNOLOGIAS DA INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO

Não se pode negar que as Novas Tecnologias de Informação e Comunicação

(NTICS) estão presente no nosso dia a dia e trazendo grandes contribuições para o

âmbito escolar. A educação à distância vem ganhando cada vez mais força, mas

para o funcionamento dela faz-se parceria das Tecnologias de Informação e

9 Para saber mais http://www.telecurso.org.br/ 20

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Comunicação(TIC) e de Ambiente Virtual de Aprendizagem(AVA). Elas estão

possibilitando ao educador, diversas formas de aulas interativas, fixando a atenção

dos estudantes com aulas dinâmicas e lúdicas: As novas tecnologias da informação e da comunicação assumem, cada vez mais, um papel ativo na configuração das estruturas cognitivas. Elas facilitam experiências de aprendizagem complexas e cooperativas, transformam o aprender e reconfiguram o conhecimento. Nesse contexto, a sociedade contemporânea evidencia uma revolução marcante na relação aos aspectos cognitivos e interativos que se transformam com rapidez nunca antes experimentada. (Silva, Almeida 2019)

Bannell (2016) afirma que precisamos rever e atualizar conceitos e teorias

sobre cognição e como os seres humanos aprendem levando em conta os possíveis

impactos do uso intenso de tecnologias de informação.

Para Moran (2012) e Kenski (2007) a Tecnologia da Informação e

Comunicação é o termo que utiliza meios de comunicação de massa, que

amplificam o acesso à informação por meio de suportes midiáticos populares,

a exemplo de rádio, jornais, revistas, cinema e vídeo; a área utiliza a computação

como um meio para produzir, transmitir, armazenar e usar diversas informações.

Esses suportes, tem por base a linguagem oral, a escrita e a síntese entre som,

imagem e movimento; o começo da era digital. Para Kenski, as novas TICs “[...] têm

suas próprias capacidades perceptivas, emocionais, cognitivas, intuitivas e

comunicativas pessoais” (KENSKI, 2007, p.38).

Novas Tecnologias da Informação e Comunicação (NTICs), um termo

mais recente, não tão utilizado porém, é a a nova formas de uso das TICs,

anexando a interação e a comunicação em tempo real, como as redes digitais,

internet. Mas, muitos autores utilizam a nomenclatura antiga para ambos os casos.

O uso das potencialidades das NTICs é um dos fatores determinantes para

que a EaD atinja seu principal objetivo que é expandir o acesso à educação, pois

auxilia na disseminação de conhecimento. Acredita-se que: as TICs, notadamente o uso de computadores e a internet, deram um grande impulso ao ensino a distância, tornando-a acessível a grande parte da população que, graças à melhoria de vida da classe média brasileira, teve maior acesso a bens de consumo antes inimagináveis, como o computador. (JÚNIOR, 2013, p. 4).

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De acordo com Germani et al (2013) muitas TICs estão sendo usadas

para a educação, podendo ser utilizada como comunicação assíncrona ou síncrona.

A primeira,os alunos podem aprender por meio de uma rede de computadores em

qualquer hora e em qualquer lugar, sem a participação simultânea de todos os

envolvidos. Já na comunicação síncrona, as pessoas se comunicam de forma

simultânea, contando com auxílio de outras ferramentas, como chats.

4.2. AMBIENTE VIRTUAL DE APRENDIZAGEM

Os novos paradigmas epistemológicos apontam para a criação de espaços que privilegiem a co-construção do conhecimento, o alcance da consciência ético-crítica decorrente da dialogicidade, interatividade, intersubjetividade. Isto significa uma nova concepção de ambiente de aprendizagem – comunidade de aprendizagem que se constituam como ambientes virtuais de aprendizagem”. (OKADA; SANTOS, 2004, p. 54)

A partir disso, AVAs são Ambientes Virtuais de Aprendizagem, de acordo

com Dias e Leite (2010, p. 65) que pertence ao quadro das tecnologias de

programas de computador, e possui ferramentas desenvolvidas com o intuito de

“oferecer um ambiente de aprendizagem que possibilita a realização de atividades

de ensino-aprendizagem online, ou seja, à distância”. Eles são softwares

desenvolvidos principalmente para fins didático pedagógico. Na concepção de

(Amaral e Amaral, 2008, p.13), os AVA simulam um ambiente real de aprendizagem,

porém com a mediação das TIC, ou seja, no espaço do virtual, no ciberespaço, ele

se configura como um indutor da inteligência coletiva (Lévy, 1996).

O ambiente virtual de aprendizagem é a parte mais visível de toda a estrutura

tecnológica utilizado para dar suporte à realização da EAD. O AVA deve ser um espaço onde se possa desenvolver condições, estratégias e intervenções de aprendizagem, organizado de maneira a favorecer a construção de conceitos, por meio da interação entre alunos, professores e objeto de conhecimento(SALES, 2019). (Vasconcelos, 2020)

O AVA é a sala de aula online, virtual. Segundo Pereira, Schmitt e Dias, os

AVAs: consistem em mídias que utilizam o ciberespaço para veicular conteúdos e permitir interação entre os atores do processo

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educativo. Porém a qualidade do processo educativo depende do envolvimento do aprendiz, da proposta pedagógica, dos materiais veiculados, da estrutura e qualidade de professores, tutores, monitores e equipe técnica, assim como das ferramentas e recursos tecnológicos utilizados no ambiente(2007, p. 4) .

Nos AVAs o professor é o mediador do conhecimento através de softwares

que auxiliam nas aulas pela a Internet, esses programas possuem chats - online,

tornando as aulas mais interativas, onde os alunos podem tirar dúvidas nos fórum

de discussões. Os alunos realizam o seu autoestudo e o professor torna-se

mediador entre o sujeito que aprende e os conteúdos trabalhados, conhecido

também, como educomunicador : “um gestor de processos comunicacionais”, nas 10

palavras de Soares (1995).

O Ambiente Virtual de Aprendizagem é utilizado tanto nos cursos presenciais

como nos cursos a distância, pois torna a mediação entre professor e aluno mais

fácil, porém, para que alcance os objetivos pedagógicos, é necessária a união de

professores e estudantes tomando alguns cuidados, como ter um espaço para

estudo, organizar os horários de estudo, interagir com professores e colegas, expor

dúvidas, compartilhar materiais.

Uma plataforma, no caso um aplicativo, que não foi criado para ser um AVA,

mas que vem contribuindo muitos na vida acadêmica é o Whatsapp, um aplicativo

capaz de gerar uma comunicação direta, rápida e eficaz que permite um feedback

em curto prazo e ainda permite a interação. O uso deste programa permite uma

aproximação de professor com aluno e vice e versa, por ser um aplicativo que

temos um enorme contato o que agiliza as resposta, que por vez demoram em

outras plataformas por serem pouco acessadas.

De forma considerável a motivação afeta a perseverança e o interesse do

aluno, ela pode ser considerada como um fator essencial para o estabelecimento

da aprendizagem no contexto do ensino. Cavalcante e Rodrigues (2014) relatam

que: “[…] nossa motivação com os alunos vai além do ambiente virtual, injetamos

10 O Professor Ismar de Oliveira Soares, coordenador do Núcleo de Comunicação e Educação/NCE, da Universidade de São Paulo, e um dos principais estudiosos do assunto, define a Comunicação e o Uso de Mídias na escola com um termo, a “Educomunicação”, que absorve seus fundamentos dos tradicionais campos da educação, da comunicação e de outros campos das ciências sociais, superando, desta forma, as barreiras epistemológicas impostas pela visão iluminista e funcionalista de relações sociais que mantêm os tradicionais campos do saber isolados e incomunicáveis.

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doses de motivação em ferramentas muito utilizada por eles: whatsapp, facebook

[...] pois acreditamos que a aprendizagem pode ser considerada quando os

alunos conseguem [...] aplicar tudo o que foi aprendido.”

Uma plataforma muito utilizada hoje é o Youtube, seja para o autodidatismo

já que possui uma gama imensa de conteúdo para aprendizagem e visto isso foi

criado o Youtube aprender, voltado inteiramente para conteúdos educativos

(ALVES, 2020)

4.3 REALIDADE VIRTUAL

A Educação se caracteriza como a busca pelo conhecimento, construção do

saber, e grande mudanças vêm surgindo no método de ensino e uma é quase a

soma de todas as outras, que é a realidade virtual. A realidade virtual (RV) se dá

pela criação de um ambiente virtual no qual se pode interagir (FIALHO, 2018), que

pode ter um importante papel para uma educação de qualidade, com uma

tecnologia que une efeitos visuais, sonoros e até táteis confundindo os sentidos da

pessoa possibilitando que fique imersa em um ambiente virtual, o que é comum ao

mundo dos jogos e que chegou com força ao segmento educacional.

Dois pontos muito importante para a aprendizagem é foco e a motivação:

“hoje é muito fácil perder o foco, porque estamos conectados sem parar com

múltiplos aparelhos, telas, solicitações” (MORAN, 2013) e a RV usa uma tecnologia

que ajuda a trazer interesse dos alunos usufruindo de uma experiência interativa

entre uma interface virtual e um indivíduo. Um sistema de RV reúne aspectos de imersão e de presença. Segundo Cummings et al (2012 apud TORI et al, 2018, p.7), são variáveis que definem a imersão: qualidade da imagem, campos de visão, estereoscopia, rastreamento. Estes são muito focados na visão, mas há ambientes que exploram outros sentidos, como tato e audição. Segundo Jerald (2015 apud TORI, 2018, p. 7-8), são características de um sistema imersivo: abrangência, combinação, envolvimento, vivacidade, interatividade e enredo. Quanto ao conceito de presença, se refere à consciência do usuário de estar no ambiente virtual. Segundo Lombard e Jones (2015 apud TORI et al, 2018, p. 08): “Presença é a ilusão de não mediação”. O usuário abstrai a ferramenta utilizada e vivencia a experiência que a mesma

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proporciona. Jerald (2015 apud TORI et al, 2018, p.9) aponta quatro tipos de ilusão de presença: espacial (percebe-se em um lugar), corporal (sente que tem um “corpo”), física (interage com o ambiente) e social (pode se comunicar com outros usuários). Enfim, a RV “é definida como um ambiente digital gerado computacionalmente que pode ser experenciado de forma interativa como se fosse real”. (JERALD, 2015 apud TORI et al, 2018, p. 9-10).(Vasconcelos et al, 2020)

Para Tori, a realidade virtual traz diversos benefícios para a educação,

são elas:

● extrapolar os limites de espaço e tempo - O aluno passa a vivenciar

momentos históricos, com riqueza de detalhes que tornam o

conhecimento mais interessante

● conceitos abstratos podem ser contextualizados - uma simulação

permite a visualização e contextualização de conteúdos, com

possibilidade de interação com o conteúdo permite que o aluno teste

hipóteses sobre o que está aprendendo e obtendo um feedback

imediato.

● motivação e o engajamento - o aluno poder manipular objetos, testar

hipóteses, criar soluções, há maior a probabilidade do aluno

compreender e transferir a aprendizagem (Laurillard, 2002).

● possível manipulação diretamente de objetos e substâncias - A RV

permite que o aluno manipule virtualmente quaisquer substâncias ou

objetos, sem oferecer riscos e possibilitando o desenvolvimento da

coordenação motora para determinadas atividades.(Adamovich et al.,

2009).

● sentir-se imerso em ambientes que seriam impossíveis de conhecer -

“permitir o sentimento de presença e imersão em ambientes que jamais

um aluno poderia visitar, como por exemplo, “entrar” virtualmente no

corpo humano ou em um vulcão em erupção.” (TORI, 2018 p. 403,)

Sherman e Craig consideram a Realidade Virtual a partir da

combinação de quatro elementos fundamentais para a experimentação: um

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mundo virtual, a imersão, o feedback sensorial e a interatividade. Para eles, a

Realidade Virtual é:

“um meio composto por simulações computacionais interativas que detectam a posição e as ações do participante e substituem ou aumentam o retorno de um ou mais sentidos, dando a sensação de estar mentalmente imerso ou presente na simulação (um mundo virtual)” (SHERMAN e CRAIG 2003, p. 13)

Um experimento foi realizado por estudiosos da área da Psicologia

aplicando-lhes “exercícios” com idosos, com determinado game no

computador. Os resultados foram surpreendentes:

Escolheu-se o ‘World of Warcraft’ porque ele é desafiante em termos cognitivos, apresentando sempre situações novas em ambientes em que é preciso interagir socialmente (...). Depois de praticar o RPG, eles (os idosos) voltaram com melhores índices de concentração e percepção sensorial. (MACHADO, 2012, p. 24)

No ambiente escolar já foi inserida uma diversidade de jogos utilizando da

realidade virtual: VirtualMat, desenvolvido para auxiliar o ensino de conceitos

lógico-matemáticos para alunos que apresentam deficiência intelectual.

(MALAQUIAS et al., 2012). O ambiente do VirtualMat representa uma cidade virtual

com carros, casas, prédios e um supermercado. O aluno pode navegar pelos

ambientes e interagir com o mesmo, como se estivesse presente na cidade virtual,

de acordo com cinco níveis de dificuldade, um deles, os produtos selecionados para

compra estarão sobre a mesa da casa do usuário, e o aluno poderá guardá-los em

seus respectivos lugares recebendo feedback sobre o acerto ou não do local que

pretende guardar o produto. Como nesta aplicação o ambiente de RV é

não-imersivo, o professor pode acompanhar o aluno durante a atividade, auxiliando

e fazendo questionamentos (MALAQUIAS et al., 2012)

O projeto Escola TRI-Legal, apresenta uma simulação de uma escola em

três dimensões na qual os alunos, podem navegar virtualmente por todos os

ambientes de uma escola, como salas de aula, biblioteca e lanchonete. Ao entrar

virtualmente em cada espaço , o aluno tem acesso a jogos que reforçam os

conteúdos aprendidos naquela sala de aula real, como por exemplo, sala de

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geografia, matéria de geografia, na biblioteca está o material de referência de todas

as matérias, no ginásio é possível lançar a bola na cesta ou chutar para o gol. A

intenção é que este ambiente virtual seja uma extensão da sala de aula, permitindo

a revisão de maneira interativa e descontraída dos conteúdos aprendidos.

Uma plataforma de laboratório virtual, o Labster foi desenvolvido no intuito 11

de oferecer um ambiente em 3D (BONDE et al., 2014). Pela plataforma, é possível

acessar laboratórios. Após avaliar o desenvolvimento dos alunos, confirmaram que

a plataforma fez aumentar tanto a motivação quanto a aprendizagem compara ao

método de ensino tradicional.

11 Para saber mais https://edu.google.com/intl/pt-BR/products/vr-ar/?modal_active=labster 27

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5. CONCLUSÃO

A educação e o método de ensino vem evoluindo ao passar dos anos.

Notoriamente as Novas Tecnologias de Informação e Comunicação fazem

parte do nosso cotidiano de algum modo e a inserção na educação traz

inúmeras vantagens. Torna o método de ensino mais divertido e atrativo,

deixando a aprendizagem mais interessante, graças a sua interatividade.

Estudos de Psicologia Cognitiva comprovam tal fato.

Mas, para o manuseio dessas tecnologias, precisa-se de adaptação,

não só de suporte tecnológico na rede de ensino, assim como a captação dos

docentes para que eles possam transmitir seus ensinamentos de modo

adequado aos seus alunos.

Porém possuímos um abismo para a introdução de fato do método de

ensino que agregue TIC, AVA, EAD e Realidade Virtual, na educação, porque

para tal fim necessita de investimentos, o qual na educação privada está

tornando possível, já as instituições pública que necessita de capital

governamental estão sofrendo sérios atrasos.

O audiovisual é a base todas essas tecnologias e inovações e é

possível diferentes formas e meios para explorá-la e inseri-la na educação.

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6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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