universidade federal do rio grande do norte · figura 7 - (a) micela direta e (b) micela inversa...

88

Upload: vuthuy

Post on 16-Oct-2018

213 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Page 1: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE · Figura 7 - (a) Micela direta e (b) Micela inversa ..... 26 Figura 8 - Exemplos de fases em Sistemas Microemulsionados ..... 28 Figura
Page 2: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE · Figura 7 - (a) Micela direta e (b) Micela inversa ..... 26 Figura 8 - Exemplos de fases em Sistemas Microemulsionados ..... 28 Figura

GILIANE CRISTINA MEDEIROS DO NASCIMENTO SANTOS

REMOÇÃO DE FRAÇÕES DE ÓLEO LEVE E PESADO DE ROCHA

CALCÁRIA ATRAVÉS DE SISTEMAS MICROEMULSIONADOS

Dissertação de mestrado apresentada ao Programa de

Pós Graduação em Química da Universidade Federal do

Rio Grande do Norte, como parte dos requisitos para

obtenção do título de Mestre em Química.

Orientadores: Profa. Dra. Tereza Neuma de Castro Dantas

Dra. Cátia Guaraciara Fernandes Teixeira Rossi

NATAL - RN

Natal, 25 de Julho de 2013

Page 3: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE · Figura 7 - (a) Micela direta e (b) Micela inversa ..... 26 Figura 8 - Exemplos de fases em Sistemas Microemulsionados ..... 28 Figura

UFRN / Biblioteca Central Zila Mamede. Catalogação da Publicação na Fonte.

Santos, Giliane Cristina Medeiros do Nascimento. Remoção de frações de óleo leve e pesado em rocha calcária através de sistemas microemulsionados. / Giliane Cristina Medeiros do NascimentoSantos. – Natal, RN, 2013. 86 f.: il.

Orientadora: Profa. Dra. Tereza Neuma de Castro Dantas. Co-orientadora: Profa. Dra. Cátia Guaraciara Fernandes Teixeira

Rossi.

Dissertação (Mestrado) – Universidade Federal do Rio Grande do Norte. Centro de Ciências Exatas e da Terra. Instituto de Química. Programa de Pós-Graduação em Química.

1. Microemulsão - Dissertação. 2. Calcário - Dissertação. 3. Óleo

pesado - Dissertação. 4. Óleo leve – Dissertação. 5. Remoção de óleo – Dissertação. I. Dantas, Tereza Neuma de Castro. II. Rossi, Cátia Guaraciara Fernandes Teixeira. III. Universidade Federal do Rio Grande do Norte. IV. Título.

RN/UF/BCZM CDU 661.18

Page 4: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE · Figura 7 - (a) Micela direta e (b) Micela inversa ..... 26 Figura 8 - Exemplos de fases em Sistemas Microemulsionados ..... 28 Figura
Page 5: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE · Figura 7 - (a) Micela direta e (b) Micela inversa ..... 26 Figura 8 - Exemplos de fases em Sistemas Microemulsionados ..... 28 Figura

“A ciência nunca resolve um problema

sem criar pelo menos outros dez.”

(George Bernard Shaw)

Page 6: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE · Figura 7 - (a) Micela direta e (b) Micela inversa ..... 26 Figura 8 - Exemplos de fases em Sistemas Microemulsionados ..... 28 Figura

DEDICATÓRIA

À Deus por estar sempre comigo, me apoiando

principalmente nos momentos mais difíceis.

A minha família, principalmente aos

meus pais – Geraldo e Izolete –

e ao meu grande amor – André Luiz.

À nossa vitória!

Page 7: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE · Figura 7 - (a) Micela direta e (b) Micela inversa ..... 26 Figura 8 - Exemplos de fases em Sistemas Microemulsionados ..... 28 Figura

AGRADECIMENTOS

À Deus, por estar presente em todos os momentos da minha vida, principalmente os mais

difíceis, me dando forças e confiança para seguir em frente.

À minha família, por estarem presentes nos momentos de dificuldades e de alegrias, pela

paciência nos momentos difíceis e pela confiança que vocês sempre depositam em mim.

Ao meu marido, André Luiz Gomes dos Santos, pelo incentivo, compreensão,

companheirismo, paciência e apoio incondicional.

A professora Dra. Tereza Neuma de Castro Dantas e a Dra. Cátia Guaraciara Fernandes

Teixeira Rossi, pela oportunidade da realização deste trabalho, pela orientação, companheirismo

e principalmente pela amizade.

Aos meus professores que facilitaram minha caminhada nesta Universidade, me

ensinando esta maravilhosa ciência.

Aos meus amigos, por tudo que pudemos compartilhar, alegrias e tristezas, certezas e

dúvidas, vitórias e derrotas, sofrimentos. Principalmente a Flávia pela bela amizade construída.

Uma irmã que a vida me deu!

Enfim, a todos que não citei, pois muitos cooperaram para o meu crescimento pessoal e

profissional, muito obrigada.

Page 8: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE · Figura 7 - (a) Micela direta e (b) Micela inversa ..... 26 Figura 8 - Exemplos de fases em Sistemas Microemulsionados ..... 28 Figura

RESUMO

O presente trabalho objetivou estudar a remoção de frações de óleo leve e pesado em

rocha calcária desintegrada através de sistemas microemulsionados, comparando as eficiências de

remoção em diferentes concentrações de matéria ativa (C/T) e tempo de contato. Os sistemas

microemulsionados (SME) são constituídos por tensoativo, cotensoativo, fase oleosa e fase

aquosa. Nos sistemas estudados, três pontos ricos em água da região de microemulsão foram

utilizados para verificar a eficiência de remoção. Os sistemas foram caracterizados para avaliar a

influência do tamanho do agregado, tensão superficial e viscosidade na estabilidade micelar e

compreender como as propriedades físicas podem influenciar o processo de remoção de óleo. A

amostra de rocha calcária foi caracterizada por Termogravimetria, Área BET, Microscopia

Eletrônica de Varredura, Difração de Raios-X e Fluorescência de Raios-X. A rocha preparada foi

colocada em contato com solução de óleo leve e pesado em xileno para permitir a adsorção de

óleo. Os testes de remoção foram realizados a fim de avaliar a influência do tempo de contato (1,

30, 60 e 120 minutos), da concentração de matéria ativa (20, 30 e 40%), do cotensoativo e da fase

oleosa. Para o óleo pesado, o melhor resultado foi para o SME 1, com 20 % de matéria ativa, no

tempo de 1 minuto, com 93,33 % de eficiência. Para o óleo leve, o SME 1 no percentual de 20 %,

com 120 minutos apresentou o melhor rendimento, com 62,38 %. A partir dos resultados obtidos,

concluiu-se que os sistemas microemulsionados apresentam-se como uma alternativa eficaz para

remoção de óleo em formações calcárias.

Palavras-chave: Microemulsão; Calcário; Óleo Pesado; Óleo Leve; Remoção de Óleo.

Page 9: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE · Figura 7 - (a) Micela direta e (b) Micela inversa ..... 26 Figura 8 - Exemplos de fases em Sistemas Microemulsionados ..... 28 Figura

ABSTRACT

In this research the removal of light and heavy oil from disintegrated limestone was

investigated with use of microemulsions. These chemical systems were composed by surfactant,

cosurfactant, oil phase and aqueous phase. In the studied systems, three points in the water-rich

microemulsion region of the phase diagrams were used in oil removal experiments. These

microemulsion systems were characterized to evaluate the influence of particle size, surface

tension, density and viscosity in micellar stability and to understand how the physical properties

can influence the oil recovery process. The limestone rock sample was characterized by

thermogravimetry, BET area, scanning electron microscopy and X-ray fluorescence. After

preparation, the rock was placed in contact with light and heavy oil solutions to allow oil

adsorption. The removal tests were performed to evaluate the influence of contact time (1 minute,

30 minutes, 60 minutes and 120 minutes), the concentration of active matter (20, 30 and 40 %),

different cosurfactants and different oil phases. For the heavy oil, the best result was on SME 1,

with 20 % of active matter, 1 minute of contact time, with efficiency of 93,33 %. For the light oil,

also the SME 1, with 20 % of active matter, 120 minutes of contact time, with 62,38 % of

efficiency. From the obtained results, it was possible to conclude that microemulsions can be

considered as efficient chemical systems for oil removal from limestone formations.

Key-words: Microemulsion; Limestone; Heavy Oil; Light Oil; Petroleum Removal.

Page 10: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE · Figura 7 - (a) Micela direta e (b) Micela inversa ..... 26 Figura 8 - Exemplos de fases em Sistemas Microemulsionados ..... 28 Figura

SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO .................................................................................................................. 17

2. ASPECTOS TEÓRICOS .................................................................................................. 21

2.1. TENSOATIVOS................................................................................................................... 21

2.1.1. Definição .............................................................................................................................. 21

2.1.2. Classificação ........................................................................................................................ 21

2.1.2.1. Tensoativos Iônicos .............................................................................................................. 22

2.1.2.2. Tensoativos Catiônicos ........................................................................................................ 22

2.1.2.3. Tensoativos Aniônicos ......................................................................................................... 22

2.1.2.4. Tensoativos Anfóteros ......................................................................................................... 23

2.1.2.5. Tensoativos Não-Iônicos...................................................................................................... 23

2.1.3. Balanço hidrofílico-lipofílico (BHL) ................................................................................ 24

2.1.4. Concentração Micelar Crítica (c.m.c.) ............................................................................ 24

2.2. MICELAS ............................................................................................................................. 25

2.3. MICROEMULSÕES ............................................................................................................ 26

2.3.1. Definição .............................................................................................................................. 26

2.3.2. Formação das Microemulsões .......................................................................................... 26

2.3.3. Estrutura das Microemulsões ........................................................................................... 27

2.4. SISTEMAS DE WINSOR ................................................................................................... 28

2.5. REPRESENTAÇÃO DE WINSOR EM DIAGRAMA DE FASES ................................. 29

2.5.1. Sistemas Ternários e Quaternários ................................................................................. 29

2.5.2. Sistemas Pseudoternários .................................................................................................. 29

2.6. ASPECTOS GERAIS SOBRE ADSORÇÃO .................................................................... 30

2.6.1. Fatores determinantes do Processo de Adsorção .......................................................... 30

2.6.1.1. Temperatura .......................................................................................................................... 30

2.6.1.2. Natureza do Solvente ........................................................................................................... 31

2.6.1.3. Velocidade de Adsorção ...................................................................................................... 31

2.6.1.4. Estrutura do Poro .................................................................................................................. 31

2.6.1.5. Área Superficial do Adsorvente .......................................................................................... 31

2.6.1.6. Tipos de Adsorventes ........................................................................................................... 32

Page 11: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE · Figura 7 - (a) Micela direta e (b) Micela inversa ..... 26 Figura 8 - Exemplos de fases em Sistemas Microemulsionados ..... 28 Figura

2.6.1.7. Natureza das Superfícies ...................................................................................................... 32

2.6.1.8. Razão Sólido/Solução .......................................................................................................... 33

2.7. CLASSIFICAÇÃO E MODELAGEM DAS ISOTERMAS ............................................. 33

2.7.1. As Principais Isotermas ..................................................................................................... 33

2.7.1.1. A Isoterma “C” ..................................................................................................................... 34

2.7.1.2. A Isoterma “L” ..................................................................................................................... 34

2.7.1.3. A Isoterma “H” ..................................................................................................................... 34

2.7.1.4. A Isoterma “S” ...................................................................................................................... 35

2.7.1.5. Modelo BET (Brunauer, Emmett & Teller)........................................................................ 35

2.8. CALCÁRIO .......................................................................................................................... 38

2.8.1. Movimento de Fluidos em rochas .................................................................................... 38

2.8.1.1. Porosidade ............................................................................................................................. 38

2.8.1.2. Permeabilidade ..................................................................................................................... 39

2.8.2. Remoção de contaminantes ............................................................................................... 40

2.8.3. Remoção de frações leves e pesadas em rocha calcária através de Sistemas

Microemulsionados ........................................................................................................................... 41

2.9. ESTADO DA ARTE ............................................................................................................ 41

2.9.1. Calcário ................................................................................................................................ 41

2.9.2. Adsorção .............................................................................................................................. 43

2.9.3. Tensoativos e microemulsão ............................................................................................. 45

3. MATERIAIS E MÉTODOS ............................................................................................. 49

3.1. METODOLOGIA................................................................................................................. 49

3.1.1. Materiais .............................................................................................................................. 51

3.1.2. Obtenção e determinação de sistemas microemulsionados através dos diagramas de

fases................................................................................................................................................51

3.1.3. Preparação e caracterização da rocha calcária. ............................................................ 51

3.1.4. Adsorção de óleo leve e pesado em Rocha Calcária moída.......................................... 52

3.1.5. Remoção de óleo leve e pesado de Rocha Calcária moída ........................................... 53

3.2. TÉCNICAS UTILIZADAS ................................................................................................. 54

3.2.1. Análise Térmica .................................................................................................................. 54

3.2.2. Microscopia Eletrônica de Varredura ............................................................................ 55

3.2.3. Fluorescência de Raios-X .................................................................................................. 56

Page 12: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE · Figura 7 - (a) Micela direta e (b) Micela inversa ..... 26 Figura 8 - Exemplos de fases em Sistemas Microemulsionados ..... 28 Figura

3.2.4. Difratometria de Raios-X .................................................................................................. 57

3.2.5. Área BET ............................................................................................................................. 58

4. RESULTADOS E DISCUSSÃO ...................................................................................... 61

4.1. CARACTERIZAÇÃO DA ROCHA CALCÁRIA ............................................................ 61

4.1.1. Análise Termogravimétrica da Rocha Calcária ............................................................ 61

4.1.2. Microscopia Eletrônica de Varredura (MEV) ............................................................... 61

4.1.3. Fluorescência de Raios-X (FRX) ...................................................................................... 63

4.1.4. Difratometria de Raios-X (DRX) ..................................................................................... 63

4.1.5. Área BET (ABET) .............................................................................................................. 63

4.2. ADSORÇÃO DE ÓLEO LEVE E PESADO NA ROCHA CALCÁRIA MOÍDA ......... 64

4.3. CRITÉRIO DE ESCOLHA DOS SISTEMAS MICROEMULSIONADOS ................... 64

4.4. ESCOLHA E CARACTERIZAÇÃO DOS PONTOS NOS SISTEMAS

MICROEMULSIONADOS. .............................................................................................................. 66

4.5. REMOÇÃO DE ÓLEO DE ROCHA CALCÁRIA MOÍDA UTILIZANDO SISTEMAS

MICROEMULSIONADOS................................................................................................................ 69

4.5.1. Influência do percentual de C/T e tempo de contato. ................................................... 69

4.5.1.1. Remoção de óleo pesado com sistemas microemulsionados ............................................. 69

4.5.1.2. Remoção de óleo leve com sistemas microemulsionados ................................................. 72

4.5.2. Considerações Finais .......................................................................................................... 75

5. CONCLUSÕES................................................................................................................... 77

REFERÊNCIAS ................................................................................................................................ 79

Page 13: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE · Figura 7 - (a) Micela direta e (b) Micela inversa ..... 26 Figura 8 - Exemplos de fases em Sistemas Microemulsionados ..... 28 Figura

LISTA DE FIGURAS

Figura 1 - Representação de um tensoativo (molécula anfifílica) .................................................. 21

Figura 2 - Exemplo de tensoativo catiônico ..................................................................................... 22

Figura 3 - Exemplo de tensoativo aniônico ...................................................................................... 22

Figura 4 - Exemplo de tensoativo anfótero ...................................................................................... 23

Figura 5 - Exemplo de tensoativo não-iônico .................................................................................. 23

Figura 6 - Representação da formação de micelas ........................................................................... 25

Figura 7 - (a) Micela direta e (b) Micela inversa ............................................................................. 26

Figura 8 - Exemplos de fases em Sistemas Microemulsionados .................................................... 28

Figura 9 - Classificação de Winsor ................................................................................................... 29

Figura 10 - Representação gráfica de diagramas de fases ............................................................... 30

Figura 11 - Quatro principais modelos de isoterma para adsorção em sólidos. ............................. 34

Figura 12 - Isotermas de adsorção de BET ...................................................................................... 35

Figura 13 - Classificação das histereses de acordo com formato do mesoporos ........................... 37

Figura 14 - Fluxogramas da metodologia experimental .................................................................. 49

Figura 15 - Rocha calcária após desintegração, aquecimento e peneiramento. ............................. 52

Figura 16 - Rocha calcária após contaminação ................................................................................ 53

Figura 17 - Equipamento DTG50 – Shimadzu................................................................................. 55

Figura 18 - Equipamento de MEV (XL-30 - ESEM) ...................................................................... 56

Figura 19 - Equipamento de FRX (modelo XRF-1800) .................................................................. 57

Figura 20 - Equipamento de DRX (modelo XRD-6000 - Shimadzu) ............................................ 58

Figura 21 - Equipamento de Área BET (NOVA V. 8.0 – Quantachrome) .................................... 59

Figura 22 - MEV da rocha calcária calcinada a 400°C ................................................................... 62

Figura 23 - MEV da rocha calcária aquecida a 250°C .................................................................... 62

Figura 24 - Adsorção de óleo leve e pesado em Rocha Calcária moída......................................... 64

Figura 25 - Diagramas do sistema microemulsionado..................................................................... 65

Figura 26 - Eficiências de remoção obtidas para o Óleo Pesado .................................................... 70

Figura 27 - Eficiências de remoção obtidas para o Óleo Leve........................................................ 73

Page 14: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE · Figura 7 - (a) Micela direta e (b) Micela inversa ..... 26 Figura 8 - Exemplos de fases em Sistemas Microemulsionados ..... 28 Figura

LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Valores de BHL em função da aplicação do tensoativo ................................................ 24

Tabela 2 - Tamanho médio das micelas em emulsões ..................................................................... 27

Tabela 3 - Classificação dos poros de acordo com os diâmetros .................................................... 36

Tabela 4 - Porosidade de alguns materiais ....................................................................................... 39

Tabela 5 - Propriedade físicas medidas em análises térmicas ......................................................... 54

Tabela 6 - Fluorescência de Raios-X da Rocha Calcária moída ..................................................... 63

Tabela 7 - Sistemas microemulsionados escolhidos ........................................................................ 65

Tabela 8 - Caracterizações dos sistemas microemulsionados ......................................................... 67

Tabela 9 - Eficiências de remoção obtidas (por sistema) ................................................................ 69

Tabela 10 - Eficiências de remoção obtidas (por sistema) .............................................................. 72

Page 15: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE · Figura 7 - (a) Micela direta e (b) Micela inversa ..... 26 Figura 8 - Exemplos de fases em Sistemas Microemulsionados ..... 28 Figura

LISTA DE NOMENCLATURAS, SIGLAS E ABREVIAÇÕES

RN - Rio Grande do Norte

PR - Paraná

CE - Ceará

C/T - Cotensoativo/ tensoativo

pH - Potencial hidrogeniônico

BHL - Balanço hidrofílico-lipofílico

c.m.c - Concentração micelar crítica

O/A - Micelas óleo em água

A/O - Micelas água em óleo

km - Quilômetro

nm - Nanômetro

WI - Winsor I

WII - Winsor II

WIII - Winsor III

WIV - Winsor IV

Fo - Fase óleo

Fa - Fase água

ME - Microemulsão

BET - Isotermas determinadas por Brunauer, Emmet e Teller

IUPAC - International Union of Pure and Applied Chemistry

Å - Angstrom

g - Grama

mL - Mililitro

C - Constant partition

L - Langmuir

H - High affinity

S - Spherical

ɸ - Diâmetro de poro

P - Pressão

P0 - Pressão inicial

Page 16: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE · Figura 7 - (a) Micela direta e (b) Micela inversa ..... 26 Figura 8 - Exemplos de fases em Sistemas Microemulsionados ..... 28 Figura

∆adsH - Variação de entalpia de adsorção

∆ desH - Variação de entalpia de dessorção

%P - Permeabilidade

Vporo - Volume de poro

Vtotal - Volume total

Q - Vazão do fluido (cm3/s)

K - Permeabilidade do meio poroso (Darcy)

ƞ - Viscosidade absoluta (cP)

L - Comprimento do meio poroso

A - Área do meio poroso (cm2)

ΔP - Diferencial de pressão (atm)

mN - Milinewton

m - Metro

CTAB - Brometo de cetiltrimetilamônio

SDS - Dodecil sulfato de sódio

mg - Miligrama

DCB - Diclorobifenilo

UV - Ultravioleta

λ - Comprimento de onda

FID - Flame Ionization Detector

S/L - Razão sólido/líquido

W/V - Razão water/volume

TPH - Total de hidrocarboneto de petróleo

TG - Termogravimetria

MEV - Microscopia Eletrônica de Varredura

FRX - Fluorescência de Raios-X

DRX - Difração de Raios-X

ABET - Área BET

SME - Sistema Microemulsionado

min - Minutos

ºAPI - Grau API

DOU - Diário Oficial da União

Page 17: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE · Figura 7 - (a) Micela direta e (b) Micela inversa ..... 26 Figura 8 - Exemplos de fases em Sistemas Microemulsionados ..... 28 Figura

ppm - Partes por milhão

TGA - Análise Termogravimétrica

DTG - Análise Termogravimétrica Diferencial

DTA - Análise Térmica Diferencial

DSC - Calorimetria Diferencial de Varredura

TMA - Análise Termomecânica

DMA - Análise Dinâmico-mecânica

PV - Pressão de vapor

PN - Pressão de Nitrogênio

V - Volume

m2 - Metro quadrado

ADT - Água de Torneira

cP - Centipoise

Page 18: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE · Figura 7 - (a) Micela direta e (b) Micela inversa ..... 26 Figura 8 - Exemplos de fases em Sistemas Microemulsionados ..... 28 Figura

1 INTRODUÇÃO

Page 19: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE · Figura 7 - (a) Micela direta e (b) Micela inversa ..... 26 Figura 8 - Exemplos de fases em Sistemas Microemulsionados ..... 28 Figura

17

1. INTRODUÇÃO

Derramamentos de petróleo sempre ocupam as manchetes dos veículos de comunicação

ao redor do mundo. Os incidentes com petróleo sempre despertam alerta sobre os riscos e os

impactos destas atividades, principalmente devido a crescente preocupação com o meio ambiente

global. Com isto, o desenvolvimento de técnicas de limpeza mais eficazes é necessário e tem sido

objeto de diversas pesquisas atuais, como processo de tratamento biológico, dessorção térmica,

extração a vapor e lavagem de solos (Lee et al., 1998; Mulligan, Yong & Gibbs, 2001; Virkutyte,

Sillanpää & Latostenmaa, 2002; Chu & Kwan, 2003; Paria, 2008; Lai et al., 2009; Castro Dantas

et al., 2010; Dantas Neto et al., 2011; Hanna et al., 2012).

Os métodos de limpeza que devem ser utilizados nos derramamentos de petróleo

dependem de onde ocorreu o derramamento, se em solo ou em água. A principal prioridade é

sempre conter o derramamento a fim de evitar seu espalhamento e agravar a situação. A

identificação do contaminante e seu teor, bem como a destinação após a limpeza, são fatores

determinantes para a escolha da metodologia a ser empregada para a remediação do local onde

houve o derramamento (Oliveira, 2004).

O petróleo é constituído por uma complexa mistura de hidrocarbonetos, encontrada em

diversas rochas reservatório ao redor do mundo. Estas rochas podem ser formadas por arenitos,

como a formação Assu (RN) ou Botucatú (PR), calcários (Trairí – CE), e mais recentemente, foi

descoberto petróleo na camada de Pré-Sal (Espírito Santo ao Paraná).

Os gastos com a recuperação do meio ambiente após um derramamento pode ultrapassar a

barreira de bilhões de dólares, como o caso da Exxon Valdez em 1989. Na época, o desastre

levou ao derramamento de mais de 10 milhões de galões de óleo que vazaram próximo ao Alasca,

causando grande dano à fauna local (Paine et al., 1996; Plater, 2010). Estima-se que a limpeza da

área custou mais de 2 bilhões de dólares.

Além da busca incessante por técnicas de limpeza mais eficazes e acessíveis, as pesquisas

buscam novos materiais a fim de diminuir o custo final de operação. Neste contexto, o uso de

substâncias tensoativas tem se tornado uma alternativa eficaz, pois substâncias tensoativas podem

ser recuperadas após o tratamento e reutilizadas (Oliveira, 2004; Rossi et al., 2006; Sabatini et

al., 2007; Castro Dantas et al., 2010).

Page 20: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE · Figura 7 - (a) Micela direta e (b) Micela inversa ..... 26 Figura 8 - Exemplos de fases em Sistemas Microemulsionados ..... 28 Figura

18

As substâncias tensoativas apresentam características hidrofílicas e lipofílicas, e por isto

migram para a interface óleo/água, levando à redução da tensão interfacial, facilitando a remoção

do contaminante. Estas substâncias podem ser utilizadas em sistemas microemulsionados com a

mesma finalidade. A obtenção de sistemas microemulsionados data de 1943, quando Schulman

obteve microemulsão ao adicionar alcoóis de cadeia média a emulsões de sabão.

O uso de tensoativos em sistemas microemulsionados com a finalidade de limpeza de

contaminantes em rochas tem sido alvo de algumas pesquisas. Os resultados mostram eficiências

superiores a 90% na operação (Oliveira, 2004; Pinheiro, 2005; Bonaparte et al., 2010; Dantas

Neto et al., 2010).

A constante busca por novas reservas de petróleo e gás levaram a descoberta dos vastos

campos situados no litoral brasileiro, mais especificamente nas bacias de Santos, Campos e

Espírito Santo. Nesta região, o petróleo e o gás foram encontrados na camada de pré-sal.

O pré-sal apresenta aproximadamente 800 km de extensão, acerca de 400 km da costa

brasileira, na faixa situada do Estado do Espírito Santo até Santa Catarina, a uma profundidade de

aproximadamente 7 km. Estima-se que o pré-sal foi formado há 115 milhões de anos, durante a

separação dos continentes. Estas rochas são constituídas praticamente por carbonatos de cálcio

que formam as rochas carbonáticas (Melo et al., 2011). Diante desse desafio, faz-se necessário o

conhecimento das propriedades físicas e químicas desta rocha, principalmente seu

comportamento na camada de pré-sal.

Estas descobertas, quando colocadas em produção com capacidade total, poderão deixar o

Brasil entre os cinco países que mais produzem petróleo no mundo. Atualmente o Brasil

encontra-se na 18ª posição no ranking de países produtores de petróleo, com 14 bilhões de barris

de óleo, sendo a maior parte de óleo pesado. Algumas estimativas iniciais sobre estas jazidas

preveem a produção de cerca de 300 mil barris de óleo leve por dia, que apresenta melhor

qualidade e é bem mais valorizado no mercado (Pré-sal: Perguntas e Respostas, 2009).

Portanto, será necessário o desenvolvimento de estudos envolvendo rochas carbonáticas,

de modo a propor algumas soluções para a produção no pré-sal, principalmente quanto a

geometria da rocha, porosidade, permeabilidade, capacidade de absorção do óleo e a melhor

forma de posicionar os poços, visando diminuir o tempo de perfuração, bem como o custo de

produção do óleo.

Page 21: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE · Figura 7 - (a) Micela direta e (b) Micela inversa ..... 26 Figura 8 - Exemplos de fases em Sistemas Microemulsionados ..... 28 Figura

19

Neste trabalho, foi estudada a remoção de frações de óleo leve e pesado de rocha calcária

através de sistemas microemulsionados, comparando as eficiências de remoção em diferentes

concentrações de matéria ativa (C/T) e tempo de contato.

Page 22: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE · Figura 7 - (a) Micela direta e (b) Micela inversa ..... 26 Figura 8 - Exemplos de fases em Sistemas Microemulsionados ..... 28 Figura

2 ASPECTOS TEÓRICOS E

ESTADO DA ARTE

Page 23: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE · Figura 7 - (a) Micela direta e (b) Micela inversa ..... 26 Figura 8 - Exemplos de fases em Sistemas Microemulsionados ..... 28 Figura

21

2. ASPECTOS TEÓRICOS

Neste capítulo são apresentadas teorias e definições necessárias para o entendimento do

trabalho desenvolvido, como tensoativos, micelas, microemulsões, sistemas de Winsor, sua

representação em diagramas de fases, aspectos gerais sobre adsorção, classificação e modelagem

de isotermas, e por fim o calcário. Após os aspectos teóricos, segue-se o estado da arte sobre

calcário, adsorção, e tensoativos e microemulsões, justificando a relevância do trabalho e seus

objetivos.

2.1. TENSOATIVOS

2.1.1. Definição

Tensoativo é uma molécula que apresenta em sua estrutura dois grupos com afinidades

antagônicas, sendo uma cabeça polar (hidrofílica) ligada a uma cauda apolar (hidrofóbica)

(Schramm, 2000). A presença destes dois grupos funcionais em uma mesma molécula a

caracteriza como anfifílica (Figura 1).

Figura 1 - Representação de um tensoativo (molécula anfifílica)

Fonte: Elaborado pela autora

2.1.2. Classificação

As moléculas de tensoativos podem ser classificadas segundo a região polar em iônicos e

não-iônicos (Schulman, 1982; Attwood & Florense, 1985; Rossi et al., 2006).

Page 24: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE · Figura 7 - (a) Micela direta e (b) Micela inversa ..... 26 Figura 8 - Exemplos de fases em Sistemas Microemulsionados ..... 28 Figura

22

2.1.2.1. Tensoativos Iônicos

Os tensoativos iônicos, quando em solução aquosa, apresentam a formação de íons na

parte polar, podendo se subdividir em catiônicos, aniônicos ou anfóteros.

2.1.2.2. Tensoativos Catiônicos

Ao se dissociarem em solução aquosa, estes tensoativos formam íons carregados

positivamente. Geralmente estes tensoativos são derivados de sais de amônio quaternários

(Figura 2).

Figura 2 - Exemplo de tensoativo catiônico

Fonte: Elaborado pela autora

2.1.2.3. Tensoativos Aniônicos

Tensoativos aniônicos formam íons carregados negativamente quando em solução aquosa.

Geralmente são derivados de grupos carboxílicos, sulfônicos e sulfatos (Figura 3).

Figura 3 - Exemplo de tensoativo aniônico

Fonte: Elaborado pela autora

Page 25: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE · Figura 7 - (a) Micela direta e (b) Micela inversa ..... 26 Figura 8 - Exemplos de fases em Sistemas Microemulsionados ..... 28 Figura

23

2.1.2.4. Tensoativos Anfóteros

São aqueles que apresentam caráter anfótero, ou seja, podem apresentar tanto carga

negativa quanto positiva na mesma molécula, mostrando ora caráter catiônico, ora aniônico

(Figura 4). Esta predominância da carga ocorrerá em função do pH da solução. Caso o pH seja

ácido, a predominância será do caráter catiônico, caso o pH seja básico, o caráter predominante

será o aniônico.

Figura 4 - Exemplo de tensoativo anfótero

Fonte: Elaborado pela autora

2.1.2.5. Tensoativos Não-Iônicos

Esta classe de tensoativos não formam íons em soluções aquosas, por isso são chamados

de não-iônicos (Figura 5). Seus radicais mais comuns são éter, hidroxi e éster (nonilfenol

etoxilado, álcoois graxos etoxilados e o propilenoglicoletoxilado).

Figura 5 - Exemplo de tensoativo não-iônico

Fonte: Elaborado pela autora

Page 26: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE · Figura 7 - (a) Micela direta e (b) Micela inversa ..... 26 Figura 8 - Exemplos de fases em Sistemas Microemulsionados ..... 28 Figura

24

2.1.3. Balanço hidrofílico-lipofílico (BHL)

O balanço hidrofílico-lipofílico visa quantificar as contribuições das partes polares e

apolares de um tensoativo, o que determina suas características específicas (Griffin, 1954) e suas

aplicações, definindo que quanto mais hidrofílico for o tensoativo maior seu valor de BHL

(Bouchemal et al., 2004). A Tabela 1 mostra alguns valores de BHL característicos para alguns

tensoativos.

Tabela 1 - Valores de BHL em função da aplicação do tensoativo

APLICAÇÃO BHL (teórico)

Anti-espumante 1,5 – 3,0

Espumante 7,0 – 9,0

Emulsificante (A/O) 3,0 – 6,0

Emulsificante (O/A) 8,0 – 18,0

Detergente 13,0 – 15,0

Fonte: Adaptado de Griffin, 1954.

2.1.4. Concentração Micelar Crítica (c.m.c.)

Em soluções com baixas concentrações de tensoativos, eles tendem a ficar separados,

como monômeros e migram para as interfaces existentes, como água/óleo, água/ar ou água/solo.

Quando ocorre a saturação das interfaces e a concentração de tensoativos continua a ser

incrementada, ocorre a formação de micelas (Figura 6). A concentração em que ocorre a

formação de micelas é conhecida por Concentração Micelar Crítica (Attwood & Florense, 1985;

Rossi et al., 2006).

Page 27: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE · Figura 7 - (a) Micela direta e (b) Micela inversa ..... 26 Figura 8 - Exemplos de fases em Sistemas Microemulsionados ..... 28 Figura

25

Figura 6 - Representação da formação de micelas

Fonte: Elaborado pela autora

2.2. MICELAS

Uma das características mais importantes dos tensoativos é a capacidade de organizar-se

em estruturas conhecidas como micelas. As micelas podem ser definidas como agregados

moleculares, que apresentam uma região hidrofóbica, e outra hidrofílica, podendo formar

agregados moleculares de dimensões coloidais (West & Harwell, 1992).

Durante o processo de formação das micelas em água, ocorre o balanço dos impedimentos

estéricos, das forças intermoleculares e interações de van der Waals. A força de atração resulta da

cauda apolar do tensoativo e a força repulsiva se dá devido aos efeitos estéricos e interações

eletrostáticas entre as cabeças polares. A formação da micela só ocorre quando estas forças

encontram-se em equilíbrio (Tanford, 1980; Israelachvili, 1991; Lange, 1999).

As micelas podem estar dispostas de dois modos diferentes: de forma direta ou inversa

(Figura 7). As micelas diretas formam-se em solventes polares e apresentam a parte apolar do

tensoativo no centro do agregado, isolando-a do solvente. Já as micelas inversas formam-se em

solventes apolares, e a parte polar do tensoativo encontra-se no centro do agregado (Evans &

Wennerstrom, 1994).

Page 28: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE · Figura 7 - (a) Micela direta e (b) Micela inversa ..... 26 Figura 8 - Exemplos de fases em Sistemas Microemulsionados ..... 28 Figura

26

Figura 7 - (a) Micela direta e (b) Micela inversa

(a) (b)

Fonte: Elaborado pela autora

2.3. MICROEMULSÕES

2.3.1. Definição

As microemulsões são sistemas formados espontaneamente pela auto-organização de

moléculas tensoativas nas interfaces óleo-água, formando microestruturas dispersas em um meio

contínuo formado por três ou mais constituintes, tais como tensoativo, fase óleo e fase água

(Kumar & Mittal, 1999; Oliveira et al., 2004; Rossi et al., 2007).

Os sistemas microemulsionados podem ser definidos como sendo sistemas

termodinamicamente estáveis, dispersos, monofásicos, transparentes ou translúcidos, com baixa

tensão interfacial e que possuem capacidade de combinar grandes quantidades de dois líquidos

imiscíveis em uma única fase homogênea, na presença de tensoativo e/ou cotensoativo (Robb,

1982; Attwood & Florense, 1985; Paul & Moulik, 1997; Oliveira et al., 2004; Rossi et al., 2007).

2.3.2. Formação das Microemulsões

Para que uma microemulsão seja formada é necessária a mistura de alguns constituintes

tais como tensoativo, fase aquosa, fase oleosa e, se necessário um co-tensoativo. O sistema

poderá ser do tipo óleo em água (O/A) ou água em óleo (A/O), tudo dependerá das propriedades

físico-químicas do tensoativo.

Page 29: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE · Figura 7 - (a) Micela direta e (b) Micela inversa ..... 26 Figura 8 - Exemplos de fases em Sistemas Microemulsionados ..... 28 Figura

27

Ao se misturar dois líquidos imiscíveis, sob agitação constante, eles tendem a formar

gotículas uma dentro da outra; porém, quando a agitação cessa, eles tendem a coalescer. Ao se

adicionar um tensoativo ao sistema e agitá-lo, ele torna-se homogêneo e apresenta estabilidade

termodinâmica. Isto se deve ao fato de o tensoativo agir na interface do sistema, diminuindo a

tensão interfacial, facilitando assim a solubilização destes líquidos.

2.3.3. Estrutura das Microemulsões

De acordo com a composição dos sistemas microemulsionados, eles podem apresentar

diversas configurações, como micelas diretas (óleo em água) ou inversas (água em óleo). O

tamanho médio das micelas em emulsões estão apresentados na Tabela 2.

Tabela 2 - Tamanho médio das micelas em emulsões

Tipo de emulsão Tamanho da partícula

Macroemulsões > 400 nm

Microemulsões < 100 nm

Nanoemulsões 100 – 400 nm

Fonte: Adaptado de Rosen, 2004.

Podem ainda ocorrer outras estruturas nas microemulsões como os cristais líquidos.

Alguns exemplos encontram-se na Figura 8.

Page 30: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE · Figura 7 - (a) Micela direta e (b) Micela inversa ..... 26 Figura 8 - Exemplos de fases em Sistemas Microemulsionados ..... 28 Figura

28

Figura 8 - Exemplos de fases em Sistemas Microemulsionados

(a)Hexagonal (b) Lamelar (c) Cúbica.

(a) (b) (c)

Fonte: Adaptado de Rosen, 2004.

2.4. SISTEMAS DE WINSOR

Winsor (1948) estudou sistemas contendo microemulsões em equilíbrio com fases aquosa

e oleosa e propôs uma classificação. Em função das fases em equilíbrio, foram estabelecidos

quatro sistemas (Figura 9):

Winsor I (WI): Equilíbrio entre a fase de microemulsão (do tipo O/A) e a fase oleosa

em excesso.

Winsor II (WII): Equilíbrio entre a fase microemulsão (do tipo A/O) e uma fase

aquosa em excesso.

Winsor III (WIII): Coexistência das três fases em equilíbrio – oleosa, microemulsão

(geralmente do tipo bicontínua) e aquosa.

Winsor IV (WIV): Apenas a fase de microemulsão (sistema monofásico), que pode

assumir qualquer tipo.

Page 31: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE · Figura 7 - (a) Micela direta e (b) Micela inversa ..... 26 Figura 8 - Exemplos de fases em Sistemas Microemulsionados ..... 28 Figura

29

Figura 9 - Classificação de Winsor

Fonte: Elaborado pela autora

2.5. REPRESENTAÇÃO DE WINSOR EM DIAGRAMA DE FASES

Os diagramas de fases são ferramentas utilizadas para representar os sistemas formados,

de modo que as regiões de miscibilidade possam ser delimitadas e visualizadas (Silva de Araújo,

2004).

2.5.1. Sistemas Ternários e Quaternários

Os diagramas ternários são formados por três constituintes, um em cada vértice, sendo sua

representação feita em um triângulo equilátero (Figura 10 a). Os diagramas quaternários (Figura

10 b) é obtido em uma pirâmide equilátera, com quatro constituintes, um em cada vértice. Uma

vez que há quatro constituintes, faz-se necessário uma representação tetraédrica (Paul & Moulik,

2001).

2.5.2. Sistemas Pseudoternários

Devido à difícil interpretação envolvendo construção tridimensional dos diagramas

quaternários, utilizam-se diagramas pseudoternários como alternativa (Friberg, 1977). Dois

componentes são agrupados em um único vértice, sendo considerado como um

pseudoconstituinte puro (Figura 10c).

Page 32: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE · Figura 7 - (a) Micela direta e (b) Micela inversa ..... 26 Figura 8 - Exemplos de fases em Sistemas Microemulsionados ..... 28 Figura

30

Figura 10 - Representação gráfica de diagramas de fases

a) Ternário b) Quaternário c) Pseudoternário

Fonte: Rossi et al, 2007.

2.6. ASPECTOS GERAIS SOBRE ADSORÇÃO

Adsorção pode ser definida como a interação entre um fluido (líquido ou gasoso) e uma

superfície (sólida). Ela pode ser classificada de duas maneiras: quimissorção e fisissorção. A

quimissorção é baseada em ligações químicas formadas devido à afinidade do adsorvente com o

substrato (superfície), em que ocorrem alterações no estado eletrônico (compartilhamento ou

troca de elétrons). Já a fisissorção é relacionada às interações de forças fracas de Van Der Walls

entre o adsorvente e a superfície (Gregg & Sing, 1982).

2.6.1. Fatores determinantes do Processo de Adsorção

O processo de adsorção pode ser afetado por diversos fatores. Abaixo encontram-se

detalhados alguns destes fatores.

2.6.1.1. Temperatura

Usualmente o processo de adsorção é exotérmico (Gregg & Sing, 1982). Como é

necessário que as moléculas mantenham uma interação com a superfície para que a adsorção seja

efetiva, estas moléculas apresentam baixas energias vibracionais. Caso esta energia seja

Page 33: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE · Figura 7 - (a) Micela direta e (b) Micela inversa ..... 26 Figura 8 - Exemplos de fases em Sistemas Microemulsionados ..... 28 Figura

31

aumentada, o que ocorre com o aumento da temperatura, as moléculas podem ser dessorvidas da

superfície, diminuindo a eficiência da adsorção. Porém, existem casos em que a adsorção pode

ser favorecida com o aumento da temperatura, que pode ser atribuído ao aumento no tamanho do

poro (Gupta, 1998).

2.6.1.2. Natureza do Solvente

A utilização do solvente no processo de adsorção visa aumentar a interação na interface

líquido-sólido, logo ele não deve competir com a superfície sólida pela matéria a ser adsorvida.

Uma solução de soluto e solvente orgânicos não seria adsorvida tão bem quanto se o soluto fosse

solubilizado, por exemplo, em um solvente mais polar (Gregg & Sing, 1982).

2.6.1.3. Velocidade de Adsorção

A adsorção em fase líquida ocorre bem mais lentamente que a em fase gasosa. Um dos

fatores pra que isso ocorra é a viscosidade do líquido, já que quanto mais viscoso, maior as

interações entre suas moléculas, e isto demanda a necessidade de mais energia para que a

adsorção ocorra, já que esta interação deverá ser maior entre as moléculas do adsorvato e a

superfície sólida que entre as moléculas do adsorvato entre si.

2.6.1.4. Estrutura do Poro

A estrutura do poro é determinante para o processo de adsorção, já que se a molécula a ser

adsorvida for maior que o diâmetro do poro, este atuará como um limitante do processo de

adsorção, visto que a adsorção neste caso só ocorrerá na superfície externa do sólido (Do, 1998).

2.6.1.5. Área Superficial do Adsorvente

A adsorção deve ser proporcional à área superficial (externa e interna aos poros) da

superfície sólida disponível (Weber Jr, 1974). A área superficial é dada através da adsorção de N2

(área BET), que é uma molécula pequena. Se a molécula em estudo for muito maior, a área

Page 34: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE · Figura 7 - (a) Micela direta e (b) Micela inversa ..... 26 Figura 8 - Exemplos de fases em Sistemas Microemulsionados ..... 28 Figura

32

superficial total com que ela conseguirá entrar em contato será menor, pois ela poderá não

penetrar no poro, devido ao fato de o diâmetro do poro ser bem menor que o diâmetro da

molécula.

2.6.1.6. Tipos de Adsorventes

A natureza da superfície sólida, assim como o tamanho e distribuição dos poros, afetam

as propriedades adsortivas (Curbelo, 2002). Segundo a International Union of Pure and Applied

Chemistry (IUPAC), os poros são definidos de acordo com o seu tamanho em: microporo, com

menos de 20 Å; mesoporo, de 20 a 500 Å; e macroporo, maior que 500 Å (Seader & Henley,

2011).

Os microporos são ligeiramente maiores do que a molécula a ser adsorvida. Neles,

considera-se que todas as moléculas encontram-se na fase adsorvida, já que o campo de forças da

superfície sólida prende a molécula, mesmo que ela esteja no centro do poro.

Em adsorventes cristalinos, como as zeólitas, o tamanho dos microporos são definidos

pela estrutura da rede cristalina, e por isso não ocorre uma distribuição de tamanho. Já

adsorventes, como a sílica gel e a alumina ativada (produzidos através da precipitação de

partículas coloidais, seguida por desidratação), ou adsorventes como carbono (obtidos pela

queima controlada de materiais carbonáceos), permitem uma distribuição do tamanho do poro

bem maior.

Por outro lado, mesoporos contribuem mais efetivamente para a capacidade adsortiva,

mas seu papel principal é o de fornecer acesso aos microporos. Nestes mesoporos, a difusão pode

ocorrer por diferentes mecanismos.

2.6.1.7. Natureza das Superfícies

Uma substância polar é mais bem adsorvida em superfícies polares. Estas substâncias são

ditas hidrofílicas, ou seja, tem maior afinidade com a água, que é uma molécula bastante polar. Já

superfícies não polares apresentam maior interação com substâncias apolares, e por isso são

denominadas hidrofóbicas.

Page 35: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE · Figura 7 - (a) Micela direta e (b) Micela inversa ..... 26 Figura 8 - Exemplos de fases em Sistemas Microemulsionados ..... 28 Figura

33

2.6.1.8. Razão Sólido/Solução

Apesar de este parâmetro geralmente não influenciar a forma das isotermas, alguns

estudos têm observado uma significância e dependência não linear da razão sólido/solução e a

efetividade da adsorção (Porro, Newman & Dunnivant, 2000; Limousin et al., 2007).

Geralmente, em experimentos em batelada com materiais porosos naturais, a razão

sólido/solução deverá estar entre 1 g de sólido para 2 mL de solução até 1 g de sólido para 4 mL

de solução (Porro, Newman & Dunnivant, 2000; Limousin et al., 2007).

2.7. CLASSIFICAÇÃO E MODELAGEM DAS ISOTERMAS

A isoterma de adsorção é função da pressão (gases) ou da concentração (líquido), da

temperatura, do gás (ou líquido) e do sólido, mostrando que a isoterma depende também da

massa e do tipo do adsorvente e da superfície. Em temperaturas constantes a adsorção dos gases

podem ser determinadas pelas curvas, chamadas isotermas, que será em função da pressão (Giles,

Smith & Huitson, 1974; Guimarães, 2006).

2.7.1. As Principais Isotermas

Em 1974, Giles, Smith & Huitson, propuseram modelagens para adsorção de soluções

contendo sólidos. As isotermas foram então classificadas de acordo com seu declive inicial em

quatro tipos: C, L, H e S (Figura 11).

Page 36: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE · Figura 7 - (a) Micela direta e (b) Micela inversa ..... 26 Figura 8 - Exemplos de fases em Sistemas Microemulsionados ..... 28 Figura

34

Figura 11 - Quatro principais modelos de isoterma para adsorção em sólidos.

Fonte: Adaptado de Falone & Vieira, 2004

2.7.1.1. A Isoterma “C”

Sua denominação vem do inglês (“Constant partition”). Como o próprio nome já diz, esta

isoterma equivale a uma divisão constante entre o soluto e a solução com o adsorvente, o que

implica em uma reta. Estas isotermas podem ser favorecidas por substratos porosos flexíveis

(Falone & Vieira, 2004; Avelino, 2009).

2.7.1.2. A Isoterma “L”

A isoterma L é a isoterma de “Langmuir”. Esta isoterma apresenta inclinação não linear e

côncava em relação à abcissa. Isto implica numa diminuição da disponibilidade dos sítios

adsortivos com o aumento da concentração da solução adsorvente (Falone & Vieira, 2004;

Avelino, 2009).

2.7.1.3. A Isoterma “H”

Esta isoterma é um caso especial da isoterma do tipo L. Ela ocorre quando a superfície do

adsorvente possui alta afinidade pelo soluto adsorvido. Por isso sua denominação do inglês é

“High affinity”, ou alta afinidade (Falone & Vieira, 2004; Avelino, 2009).

Page 37: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE · Figura 7 - (a) Micela direta e (b) Micela inversa ..... 26 Figura 8 - Exemplos de fases em Sistemas Microemulsionados ..... 28 Figura

35

2.7.1.4. A Isoterma “S”

Do inglês, “Spherical”, esta isoterma apresenta inclinação linear e convexa em relação à

abcissa. No início, a adsorção é baixa, porém ela tende a aumentar à medida que o número de

moléculas adsorvidas aumenta (Falone & Vieira, 2004; Avelino, 2009). Isto implica em uma

adsorção cooperativa, ou seja, a adsorção ocorre muito mais quando há uma associação entre as

moléculas adsortivas (Hinz, 2001).

2.7.1.5. Modelo BET (Brunauer, Emmett & Teller)

Baseado nos estudos da fisissorção, Brunauer, Emmett & Teller (1938) classificaram as

isotermas de adsorção em seis tipos, como mostrado na Figura 12.

Figura 12 - Isotermas de adsorção de BET

Fonte: Adaptado de Coutinho et al., 2001.

As isotermas de adsorção podem definir o tipo de poro de cada superfície. Os tipos de

poros podem ser classificados pelo seu tamanho, de acordo com a Tabela 3.

Page 38: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE · Figura 7 - (a) Micela direta e (b) Micela inversa ..... 26 Figura 8 - Exemplos de fases em Sistemas Microemulsionados ..... 28 Figura

36

Tabela 3 - Classificação dos poros de acordo com os diâmetros

Classificação Diâmetro (Å)

Microporo ɸ < 20

Mesoporo 20 < ɸ < 500

Macroporo ɸ > 500

Fonte: Adaptado de Coutinho, Teixeira & Gomes, 2001.

Para a obtenção da equação da isoterma de BET foi necessário definir algumas hipóteses,

sendo elas as seguintes:

1. A adsorção é feita através de interações de Van der Waals;

2. Podem existir infinitas camadas;

3. A primeira camada adsorve-se seguindo o modelo de Langmuir;

4. Cada camada possui o tamanho da superfície e a quantidade de sítios ativos constantes;

5. Não há interações laterais entre as moléculas adsorvidas;

6. A energia de adsorção é constante na primeira camada;

7. A energia de adsorção nas demais camadas é igual à energia de condensação.

A isoterma do tipo I representa sólidos microporosos (ɸ < 20Å), em que a isoterma de

adsorção é semelhante à quimissorção, ou seja, a de Langmuir, responsável pela formação da

primeira camada (a única no caso de Langmuir – monocamada). A facilidade da adsorção para a

formação de monocamada é visível por apresentar no início da curva uma inclinação quase

vertical, mostrando a facilidade da adsorção em materiais microporosos. Logo após, atinge-se um

platô (quase horizontal) representando a saturação da monocamada. Diferente da quimissorção, o

processo de fisissorção ocorre em temperaturas inferiores e poderão ser formadas posteriormente

outras camadas (Figura 12 I).

Já a isoterma do tipo II (Figura 12 II) representa sólidos não porosos, em que ∆adsH < 0.

Inicialmente o gás adsorve-se rapidamente, conforme mostrado pela inclinação quase vertical no

começo da curva. Logo após, essa adsorção passa a ser mais lenta (aumento da inclinação); isso

ocorre pois, inicialmente, a adsorção acontece nos sítios mais ativos e depois nos outros sítios.

Page 39: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE · Figura 7 - (a) Micela direta e (b) Micela inversa ..... 26 Figura 8 - Exemplos de fases em Sistemas Microemulsionados ..... 28 Figura

37

Depois de preenchida toda a primeira camada, passa-se a formar as múltiplas camadas,

representadas no final do gráfico. A área superficial da amostra pode ser calculada através da

primeira região da curva, em que se formou a monocamada.

A isoterma do tipo III (Figura 12 III) representa sólidos não porosos, em que o ∆adsH > 0,

sendo então a adsorção desfavorável, de modo que a afinidade do adsorvente por si mesmo pode

ser maior que a do adsorvente pelo substrato, e também a afinidade do adsorvente pela superfície

ser muito fraca.

Nas isotermas dos tipos IV e V (Figura 12 IV e 12 V) estão representados sólidos

mesoporosos (entre 20 e 500 Å), sendo na Figura IV, o ∆ adsH < 0, e na Figura V. o ∆adsH > 0. Na

isoterma tipo IV a monocamada é formada rapidamente, como se percebe pelo início da curva, e

logo após ocorre a histerese; já no tipo V, a adsorção é desfavorável, sendo verificada sua

formação no final da curva. Essas duas curvas são caracterizadas por apresentarem histereses. As

histereses ocorrem devido à diferença da entalpia de adsorção e de dessorção (∆adsH ≠ ∆desH).

Os fenômenos de histereses (Figura 13) podem ser classificadas de acordo com as formas

dos mesoporos, podendo ser cilíndricos (Tipo A), no formato de fenda (Tipo B), cônicos (Tipo

C), formato de cunha (Tipo D), de garrafa (Tipo E), conforme mostrado abaixo (Claudino, 2003).

Figura 13 - Classificação das histereses de acordo com formato do mesoporos

Fonte: Adaptado de Claudino, 2003.

A isoterma do tipo VI (Figura 12 IV) representa superfícies quase uniforme em sólidos

não porosos, em que visivelmente ocorre a formação de múltiplas camadas, sendo a altura de

cada degrau representando a capacidade de adsorção de sobreposição das camadas.

Page 40: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE · Figura 7 - (a) Micela direta e (b) Micela inversa ..... 26 Figura 8 - Exemplos de fases em Sistemas Microemulsionados ..... 28 Figura

38

2.8. CALCÁRIO

As rochas sedimentares podem ser classificadas em Clásticas (originadas de rochas

preexistentes), Químicas (oriundas de possíveis precipitações, como por exemplo, de sais

presentes em rios, lagos e mares) e Orgânicas (devido a acumulações de substâncias orgânicas

provenientes de animais ou vegetais). Dentre as rochas sedimentares de origem química

(também chamadas de autigênicas), temos as silicosas, salinas, ferruginosas e carbonáticas. A

rocha calcária é um dos principais tipos de rocha carbonática (composta por mais de 50% de

seus minerais, como a calcita e o carbonato de cálcio); um ponto relevante é que os carbonatos

também podem apresentar origem orgânica, originados do acúmulo, por exemplo, de carapaças e

esqueletos de organismos vivos (Rocha & Azevedo, 2009).

A estruturação do calcário se dá inicialmente por intemperismo e posteriormente pelo

processo de diagênese, em que ocorre a transformação dos sedimentos que são inicialmente

inconsolidados e friáveis em rocha maciça devido ao processo de litificação. Assim, a

organização dos seus grãos forma interstícios denominados poros, influenciando propriedades

físicas importantes como porosidade e permeabilidade (Thomas, 2004; Rocha & Azevedo,

2009).

2.8.1. Movimento de Fluidos em rochas

Os grãos que compõem uma rocha se tocam, deixando interstícios entre si, chamados de

poros. Os poros são caracterizados por forma, tamanho e distribuição. Raramente as rochas são

compostas por um único material e com apenas uma granulometria. Os movimentos de fluidos

são afetados, principalmente, por duas propriedades físicas: porosidade e permeabilidade

(Chiossi, 1987 apud Pinheiro, 2005).

2.8.1.1. Porosidade

A porosidade pode ser definida pela razão entre o volume do poro e o volume total do

material, sendo expressa em porcentagem conforme a Equação 1 (Chiossi, 1987). Na Tabela 4

são apresentadas a porosidade de alguns materiais.

Page 41: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE · Figura 7 - (a) Micela direta e (b) Micela inversa ..... 26 Figura 8 - Exemplos de fases em Sistemas Microemulsionados ..... 28 Figura

39

(Equação 1)

Onde:

%P = permeabilidade

Vporo = Volume de poro

Vtotal = Volume total.

Tabela 4 - Porosidade de alguns materiais

Material Porosidade (%)

Argila 45 – 55

Silte 40 – 50

Arenito 10 – 20

Calcário 1 – 10

Fonte: Chiossi, 1987

2.8.1.2. Permeabilidade

A permeabilidade é a facilidade com que o fluido atravessa uma rocha, em um

determinado espaço de tempo e com certa velocidade. Isto depende da interligação entre poros,

da granulometria dos materiais que compõem a rocha e das fraturas que possam estar presentes.

A medida da permeabilidade é expressa pela Lei de Darcy, conforme a Equação 2 (Chiossi, 1987;

Dullien, 1992):

(Equação 2)

Sendo:

Q = Vazão do fluido (cm3/s)

K = Permeabilidade do meio poroso (Darcy)

ƞ = Viscosidade absoluta (cP)

L = Comprimento do meio poroso (cm)

Page 42: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE · Figura 7 - (a) Micela direta e (b) Micela inversa ..... 26 Figura 8 - Exemplos de fases em Sistemas Microemulsionados ..... 28 Figura

40

A = Área do meio poroso (cm2)

ΔP = Diferencial de pressão (atm)

2.8.2. Remoção de contaminantes

A exploração das reservas de petróleo podem causar derramamentos durante o transporte

do óleo de uma região a outra. O petróleo é uma mistura complexa de hidrocarbonetos (Thomas,

2004; Cardoso, 2005). Quando o petróleo entra em contato com os materiais, além de contaminar

a porção superficial, ele pode penetrar e chegar a contaminar aquíferos, gerando problemas ainda

maiores (Oliveira, 2004).

A remoção de um contaminante consiste em eliminar ou diminuir a concentração do

contaminante. Para que esta remoção ocorra, faz-se necessário, inicialmente, a identificação do

contaminante, bem como, a determinação da melhor política de limpeza a ser adotada (Oliveira,

2004).

A remoção de contaminantes pode ser realizada de duas formas: quanto a ação de

tratamento e ao local de tratamento. Quanto a ação do tratamento, elas podem ser classificadas

em: biológica, física e química. A remoção biológica vem da ação de fungos e/ou bactérias que

consomem o material orgânico. Na remoção física são utilizados principalmente tratamentos

térmicos. A remoção química faz uso de técnicas de lavagem, utilizando desde água até

substâncias que reajam com os contaminantes a fim de eliminá-los (Oliveira, 2004; Pinheiro,

2005).

Já com relação ao local de tratamento, podemos classificar a limpeza de solos em: in situ

ou ex situ. Na técnica in situ, as medidas de remoção são realizadas no mesmo local onde se deu a

contaminação, sem a necessidade da remoção do material. Na técnica ex situ, o material

contaminado é retirado do local onde ocorreu o fato, e levado a um local diferente onde os

processos de remoção serão adotados (Oliveira, 2004; Pinheiro, 2005).

Page 43: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE · Figura 7 - (a) Micela direta e (b) Micela inversa ..... 26 Figura 8 - Exemplos de fases em Sistemas Microemulsionados ..... 28 Figura

41

2.8.3. Remoção de frações leves e pesadas em rocha calcária através de Sistemas

Microemulsionados

Para a remoção de frações leves e pesadas de contaminantes presentes na rocha calcária,

é importante entender o mecanismo do escoamento dos fluidos em seu interior bem como sua

estrutura e composição, além da interação destas frações de petróleo com a rocha. O calcário é

composto por diversos minerais, tendo em sua predominância a presença de carbonatos, que,

dependendo do processo de decomposição, recomposição e consolidação, ao passar dos anos, em

condições geológicas definidas, podem formar reservatórios petrolíferos.

2.9. ESTADO DA ARTE

Pesquisas relacionadas a remediação em rochas calcárias foram realizadas não tendo sido

evidenciado na literatura nenhum trabalho acerca deste tema. No entanto, tem sido bastante

explorada a mudança na molhabilidade do calcário quando tratado com soluções de tensoativos.

Na literatura alguns trabalhos mencionam o uso de tensoativos como uma alternativa

eficaz na remoção de contaminantes e na recuperação avançada de petróleo seja em soluções

micelares ou como componentes de microemulsões.

2.9.1. Calcário

Standnes & Austad (2000) estudaram a alteração de molhabilidade em calcários calcíticos

com baixa permeabilidade usando 14 diferentes tensoativos em soluções e duas fases óleo

diferentes – n-heptano puro e um óleo cru ácido do Mar do Norte dissolvido em n-heptano. A

alteração da molhabilidade foi determinada através do ângulo de contato entre o óleo e a amostra

da rocha. A eficiência dos tensoativos está relacionada com propriedades como c.m.c.,

propriedades hidrofóbicas e efeitos estéricos relacionados ao átomo de nitrogênio. Também foi

realizado o teste de Amott, onde as amostras de rocha são submetidas a inibição com solução de

tensoativos. Elas foram preenchidas com salmoura e depois saturadas com óleo. Na rocha é então

reinjetada a salmoura para ver a quantidade de óleo que é produzida, sendo calculado o índice de

Amott-Harvey. O mecanismo de inibição é descrito como uma interação entre o tensoativo e os

Page 44: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE · Figura 7 - (a) Micela direta e (b) Micela inversa ..... 26 Figura 8 - Exemplos de fases em Sistemas Microemulsionados ..... 28 Figura

42

carboxilatos orgânicos existentes no óleo cru. Tensoativos catiônicos do tipo R – N+(CH3)3X

foram capazes de modificar a molhabilidade do calcário de forma irreversível; já tensoativos

aniônicos não demonstraram esta capacidade de modificar a molhabilidade de forma irreversível

e nem de remover carboxilatos aniônicos. Os tensoativos etoxilados removeram os orgânicos de

forma espontânea em processo lento e em baixas tensões interfaciais (0,08 mN/m).

Drummond & Israelachvili (2004) buscaram o entendimento fundamental da

molhabilidade das superfícies das rochas por petróleo e salmoura, através das interações

intermoleculares entre as fases em contato, medindo diretamente essas interações e estabelecendo

suas implicações para o comportamento da molhabilidade. Ao modificar uma ou ambas as

superfícies através de pré-adsorção controlada de agentes de superfície polares a partir do

petróleo bruto, a interação entre a rocha e óleo em salmoura ou rocha em óleo foram

determinadas. A partir das medidas do ângulo de contato foi traçado um “mapa de

molhabilidade” que mostra as regiões em função de diferentes ângulos de contato, ou

“molhabilidade” em função do pH e da força iônica. Este “mapa de molhabilidade” foi feito para

ser correlacionado independentemente com as medidas de forças de superfície e adsorção. Foi

estabelecido o conceito de uma superfície intrinsecamente molhável a óleo e molhável a água no

reservatório e isto não pode, em geral, ser corrigido: dependendo da natureza do óleo e da

salmoura, diferentes espécies de um óleo poderá se adsorver nas superfícies dos minerais e a

interface óleo-água, determinando assim o comportamento de molhabilidade de um reservatório

ou de rocha.

Jarrahian et al. (2012) estudaram a alteração da molhabilidade de rochas carbonáticas,

considerando que em todo o mundo, várias reservas de petróleo encontravam-se localizadas em

reservatórios carbonáticos naturalmente fraturados, apresentando baixa eficiência de recuperação,

devido a sua molhabilidade e a matriz ser muito condensada. A eficiência de recuperação pode

ser melhorada se a molhabilidade da rocha reservatório for alterada de molhável a óleo para

molhável a água, aumentando assim, a quantidade de água embebida na rocha. Através do uso de

diferentes ferramentas analíticas, como Infravermelho com Transformada de Fourier, Análise

termogravimétrica, Microscopia atômica, Potencial Zeta e medidas de ângulo de contato, foram

estudados os efeitos de agentes tensoativos na molhabilidade das rochas. A fase orgânica

utilizada foi o ácido esteárico. Os resultados indicaram que os agentes tensoativos atuaram de

diferentes maneiras de acordo com a sua estrutura. O tensoativo catiônico C12TAB promove a

Page 45: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE · Figura 7 - (a) Micela direta e (b) Micela inversa ..... 26 Figura 8 - Exemplos de fases em Sistemas Microemulsionados ..... 28 Figura

43

mudança na molhabilidade de forma mais efetiva, removendo irreversivelmente o ácido esteárico

da superfície do calcário dolomítico através de interação iônica. Tensoativos não-iônicos, como o

Triton X-100, são adsorvidos na superfície da rocha através da polarização de elétrons π e troca

iônica; o ácido esteárico liberado é então adsorvido como uma nova camada sobre a superfície,

através de interação hidrofóbica entre a cauda do tensoativo adsorvido e a parte não polar do

ácido esteárico. Tensoativos aniônicos, como o SDS, são adsorvidos na superfície via interação

hidrofóbica entre a cauda do tensoativo e o ácido adsorvido, alterando assim a molhabilidade da

superfície para uma condição neutra.

2.9.2. Adsorção

Liu et al. (2004) realizaram um estudo de recuperação avançada de petróleo através da

adsorção-dessorção em injeção química, onde o principal componente da injeção química foi o

tensoativo, já que sua perda durante o processo era uma das maiores preocupações. A perda de

tensoativo devido a adsorção nas rochas reservatório diminuiu a eficácia da injeção química na

redução da tensão interfacial óleo-água, o que torna o processo economicamente inviável. Neste

trabalho, as concentrações de tensoativo e alcalinidade no efluente do fluxo injetado e a tensão

interfacial óleo-água foram determinadas de acordo com diferentes estratégias de injeção, o que

evidenciou que uma injeção química estendida de fluxo viscoso, seguida por uma injeção de

solução alcalina viscosa de tensoativo, fez com que o tensoativo fosse dessorvido para a fase

aquosa. Os resultados mostraram que foi obtido um adicional de recuperação do óleo de 13 %

após a injeção de agente tensoativo alcalino, devido ao sinergismo entre o tensoativo dessorvido e

o teor de alcalinidade do meio. Este resultado mostrou que a eficiência e a economia de injeção

química melhoraram através da utilização do tensoativo dessorvido durante os processos de

infiltração prolongados.

Dudášová et al. (2008) investigaram a adsorção de asfaltenos em diferentes materiais

minerais e calcários, determinando a adsorção através da Espectroscopia de UV. O processo de

adsorção se ajustou à isoterma de Langmuir. Os valores de saturação de asfaltenos adsorvidos em

minerais (0,26 - 3,78 mg/m2) foram da mesma ordem de grandeza que a adsorção de asfaltenos

em metais. Foi verificado que a adsorção dependia mais do tipo de partícula do que a origem dos

asfaltenos. A adsorção foi discutida quantitativamente, bem como qualitativamente. Foi analisado

Page 46: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE · Figura 7 - (a) Micela direta e (b) Micela inversa ..... 26 Figura 8 - Exemplos de fases em Sistemas Microemulsionados ..... 28 Figura

44

a correlação entre a quantidade adsorvida e a composição elementar, encontrando-se uma

correlação entre a quantidade de nitrogênio nas amostras de asfaltenos e sua quantidade adsorvida

na partícula.

Mendoza de la Cruz et al. (2009) realizaram um conjunto de experiências a fim de estudar

os mecanismos de adsorção envolvidos na interação interfacial do sistema asfalteno/minerais em

altas concentrações de asfalteno. Isotermas de adsorção dos asfaltenos foram obtidas através do

contato de amostras de arenito Berea, calcário Bedford, e rocha calcária dolomítica Mexicana

com uma fração de asfaltenos, obtidos de um óleo pesado bruto do México, dissolvidos em

tolueno. Em baixas concentrações, as isotermas de adsorção do asfalteno foram semelhantes às

relatadas na literatura, enquanto que em elevadas concentrações verificou-se uma isoterma de

tipo passo a passo, o que sugere uma alteração qualitativa no comportamento de adsorção, que

está relacionadas com a associação de asfaltenos e a sua agregação. Ambas isotermas de

adsorção, tanto para baixas concentrações como para altas concentrações podem ser consideradas

do tipo Freundlich generalizada.

Castro et al. (2009) apresentaram uma abordagem molecular termodinâmica para a

modelagem de isotermas de adsorção de asfaltenos em amostras de arenito Berea, calcário

Bedford, e rocha calcária dolomítica, usando um modelo de precipitação de asfaltenos e uma

abordagem bidimensional para fluidos confinados, baseados na Teoria Estatística de Associação

de Fluidos para Potenciais de Faixa de Variável. Esta teoria foi aplicada aos modelos de

isotermas de adsorção a partir de dados experimentais de asfaltenos extraídos de uma amostra de

petróleo bruto pesado de um reservatório mexicano. Os resultados teóricos indicaram o

comportamento da isoterma de Langmuir, o que foi observado experimentalmente. Embora haja

um acordo entre teoria e os experimentos, houve alguns desvios em baixas concentrações. O

modelo reproduziu dados de adsorção em altas concentrações, situação em que outros modelos

semi-empíricos falharam.

Ahmadi & Shadizadeh (2013) realizaram uma investigação experimental de adsorção de

um tensoativo não-iônico em minerais carbonáticos a fim de utilizá-lo na recuperação avançada

de petróleo. O tensoativo utilizado foi extraído de Zizyphus spina christi (pequena árvore com

galhos espinhosos comumente encontrada no Jordão, Iraque, Irã e Egito) e testado em rocha

carbonática, através da análise do comportamento de adsorção. A adsorção de tensoativo foi

avaliada utilizando uma técnica de condutividade para a fase aquosa, onde foi verificado que a

Page 47: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE · Figura 7 - (a) Micela direta e (b) Micela inversa ..... 26 Figura 8 - Exemplos de fases em Sistemas Microemulsionados ..... 28 Figura

45

adsorção aumentou com o aumento da concentração de tensoativo no sistema e sua isoterma se

ajustou ao modelo de Freundlich.

2.9.3. Tensoativos e microemulsão

Deshpande et al. (2000) verificaram a solubilização de contaminantes com sistemas de

tensoativo DOWFAX. A solubilização do fenantreno pelo tensoativo aumentou com o aumento

da hidrofobicidade de tensoativo. A solubilização dos contaminantes em solos através dos

sistemas de tensoativo aumentou para DOWFAX com maior potencial de solubilização e não foi

significativamente impactada pela adsorção do tensoativo do meio.

Mulligan, Yong & Gibbs (2001) revisaram a remediação de metais (cobre, cádmio e

zinco) em solos contaminados através de sistemas de biotensoativos em testes de laboratório,

demonstração de campo e aplicação em escala. Três tipos de biotensoativos tiveram sua eficácia

testada, e os resultados indicaram as possibilidades de eliminar os metais com os biotensoativos

aniônicos, que após 5 dias apresentaram uma eficiência de remoção de aproximadamente 70 %

para o cobre, 24 % para o zinco e 16 % para o cádmio.

Chu & Kwan (2003) estudaram uma nova abordagem utilizando uma solução de

tensoativo no processo de lavagem do solo a fim de melhorar o desempenho de descontaminação

de solos com tensoativos convencionais. Três tensoativos (Brij 35, Tween 80, e SDS) e três

solventes orgânicos (acetona, trietilamina, e esqualano) foram utilizados para avaliar os

desempenhos de dessorção de 4,4-diclorobifenilo (DCB) de três solos com diferentes

características de adsorção. A técnica utilizada para acompanhamento da quantidade de DCB

extraído foi a cromatografia gasosa com detector de elétrons e todos os espectros de absorção

foram obtidos no UV (λ = 600 nm). A melhoria de desempenho se deve a uma melhor dissolução

dos contaminantes hidrofóbicos assistida pelo solvente, e a formação de micelas do tensoativo

incorporadas no solvente, o que aumentou tanto o tamanho quanto a afinidade de micelas para

uma extração mais eficaz dos contaminantes. Julgando a partir dos dados experimentais e como

verificado pelas duas constantes no modelo de lavagem de solos proposto, o solvente orgânico

coexistiu com as micelas do tensoativo, e tanto o desempenho de lavagem de solos como a

capacidade final de lavagem do solo são aumentadas em comparação com os de um processo

comum de lavagem com tensoativo. De acordo com a razão acetona/tensoativo, os 3 tensoativos

Page 48: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE · Figura 7 - (a) Micela direta e (b) Micela inversa ..... 26 Figura 8 - Exemplos de fases em Sistemas Microemulsionados ..... 28 Figura

46

conseguiram extrair o DCB da solução em aproximadamente 50 % para o SDS, 80 % para o

Tween 80 e 90 % para o Brij 35.

Silva, Delerue-Matos & Fiúza (2005) exploraram a possibilidade de utilizar uma técnica

de remediação ex-situ para solos contaminados com hidrocarbonetos de petróleo. Verificou-se a

miscibilidade dos sistemas ternários escolhidos, constituídos por acetato de etila, acetona e água.

Este sistema provou satisfazer os requisitos anteriores que permitiam a formação de uma mistura

única de fase líquida dentro de um largo espectro de composições, e também permitindo um

contato íntimo com o solo. Contaminantes da faixa do diesel com diferentes grupos funcionais

foram selecionados, em especial o naftaleno, o xileno e o hexadecano. O controle analítico foi

feito por cromatografia gasosa acoplado a FID. A cinética da extração demonstrou ser rápida,

atingindo o equilíbrio depois de 10 min. O efeito da razão sólido-líquido sobre a eficiência da

extração também foi estudado, mostrando que baixos valores de razão S/L (1:8, m/v) são mais

eficazes, atingindo recuperações da ordem de 95 %. O solvente pode ser regenerado através de

destilação com uma perda de cerca de 10 %. Os contaminantes não são evaporados e

permanecem na fase não-volátil. Os resultados mostraram que uma extração ex-situ com solvente

é uma opção viável para a remediação de aromáticos semi-voláteis, poliaromáticos e

hidrocarbonetos linear.

Paria (2008) estudou a remediação de solos e água contaminados com materiais orgânicos

através de sistemas de tensoativos, com foco na adsorção do tensoativo ao solo, na solubilização

de hidrocarbonetos orgânicos nas micelas, supersolubilização, densidade, deslocamento

modificado, degradação do hidrocarboneto orgânico na presença de tensoativos, separação de

tensoativos no solo e na fase orgânica líquida, particionamento de contaminantes no solo, e na

remoção de compostos orgânicos a partir do solo, em presença de agentes tensoativos. Sistemas

microemulsionados mostraram maior capacidade de solubilização de hidrocarbonetos do que

sistemas de tensoativos. No caso de biodegradação dos hidrocarbonetos, a taxa é muito lenta

devido à baixa solubilidade em água e velocidade de dissolução, mas a presença de agentes

tensoativos pode aumentar a biodisponibilidade de compostos hidrofóbicos para solubilização,

consequentemente aumentando a taxa de degradação.

Lai et al. (2009) verificaram a remoção de hidrocarbonetos em solos contaminados com

óleo pesado através de sistemas de biotensoativos. A capacidade de remoção total de

hidrocarboneto de petróleo (TPH) a partir do solo por dois biotensoativos foi identificada e

Page 49: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE · Figura 7 - (a) Micela direta e (b) Micela inversa ..... 26 Figura 8 - Exemplos de fases em Sistemas Microemulsionados ..... 28 Figura

47

comparada com a eficiência dos tensoativos sintéticos. Foi ainda evidenciado que biotensoativos

apresentaram uma eficiência de remoção muito maior do que tensoativos sintéticos. Usando 0,2

% em massa de ramnolipidos, surfactina, Tween 80 e Triton X-100, a remoção de TPH do solo

contaminado com 3.000 mg de TPH/kg a seco foi de 23 %, 14 %, 6 % e 4 %, respectivamente,

enquanto que a eficiência de remoção aumentou para 63 %, 62 %, 40 % e 35 %, respectivamente,

para o solo contaminado com 9000 mg de TPH/kg a seco. A eficiência de remoção de TPH

também aumentou com o aumento da concentração de biotensoativo (de 0 a 0,2 % em massa)

mas não varia significativamente durante um tempo de contato de 1 e 7 dias.

Castro Dantas et al. (2010) estudaram o uso de sistemas microemulsionados na

solubilização de frações pesadas de petróleo para prevenção de formação de borra de petróleo nas

operações, sendo utilizados amostras de arenito de formação Botucatu e Assu para o processo de

contaminação/remediação, e o óleo pesado foi obtido da fazenda Belém. Os testes foram

conduzidos com sistema microemulsionado com concentração de matéria ativa de 20, 30 e 40 %

em massa. As eficiências obtidas foram acima de 80 % para todas as concentrações de matéria

ativa.

Page 50: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE · Figura 7 - (a) Micela direta e (b) Micela inversa ..... 26 Figura 8 - Exemplos de fases em Sistemas Microemulsionados ..... 28 Figura

3 MATERIAIS E MÉTODOS

Page 51: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE · Figura 7 - (a) Micela direta e (b) Micela inversa ..... 26 Figura 8 - Exemplos de fases em Sistemas Microemulsionados ..... 28 Figura

49

3. MATERIAIS E MÉTODOS

Neste capítulo de Materiais e Métodos estão apresentados os materiais utilizados para

realização dos experimentos, bem como a metodologia experimental desenvolvida para obtenção

dos resultados.

3.1. METODOLOGIA

A metodologia experimental seguida para a realização do presente trabalho foi constituída

da obtenção, caracterização e contaminação da rocha calcária (Figura 14a), da obtenção e

caracterização dos sistemas microemulsionados (Figura 14b) e da remoção do óleo da rocha

contaminada (Figura 14c).

Figura 14 - Fluxogramas da metodologia experimental

(a) Obtenção, caracterização e contaminação da rocha calcária

Page 52: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE · Figura 7 - (a) Micela direta e (b) Micela inversa ..... 26 Figura 8 - Exemplos de fases em Sistemas Microemulsionados ..... 28 Figura

50

(b) Obtenção e caracterização dos sistemas microemulsionados

(c) Remoção do óleo da rocha contaminada

Page 53: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE · Figura 7 - (a) Micela direta e (b) Micela inversa ..... 26 Figura 8 - Exemplos de fases em Sistemas Microemulsionados ..... 28 Figura

51

3.1.1. Materiais

As amostras de petróleo utilizadas nos procedimentos de contaminação da rocha calcária

foram obtidas da Petrobras, sendo um óleo pesado, com ºAPI 12,7 (DOU1, 2011) do campo

Fazenda Belém, e o óleo leve, com ºAPI 30,6 (DOU2, 2011), do campo RGN Mistura (Ubarana),

ambos situados no Estado do Rio Grande do Norte, Brasil. A rocha calcária (Formação Jandaíra)

foi coletada na região de Touros, Rio Grande do Norte, Brasil.

Para obtenção dos sistemas microemulsionados foi utilizado o tensoativo Unitol L90,

fornecido pela Oxiteno (Brasil). Foram utilizados dois cotensoativos (n-butanol e álcool

isoamílico) marca Vetec; duas fases oleosas à base de xileno, marca Dinâmica; querosene

proveniente do posto BR; e uma fase aquosa fixa (água de torneira).

3.1.2. Obtenção e determinação de sistemas microemulsionados através dos diagramas de

fases.

Os diagramas de fases dos sistemas microemulsionados foram obtidos através de

titulações mássicas (Barros Neto, 1996; Lopes et al., 2003). Foram escolhidos três sistemas com

os seguintes constituintes: SME 1 - Unitol L90 (tensoativo-T), n-butanol (cotensoativo – C),

Querosene (fase óleo – Fo) e ADT – água de torneira (fase aquosa – Fa); SME 2 - Unitol L90,

Butanol, Xileno e ADT (água de torneira); e SME 3 - Unitol L90, Álcool Isoamílico, Querosene e

ADT. Os sistema 1 e 2 foram obtidos por Castro Dantas et al. (2010).

A partir da obtenção dos sistemas microemulsionados foram escolhidos pontos na região

de microemulsão (Winsor IV), e esses pontos foram caracterizados por diâmetro de gotícula

(Zeta Plus, modelo 90Plus/BI-MAS, Brookhaven Instruments Co.), tensão superficial

(Tensiômetro Kruss) e viscosidade (Reômetro Haake Mars).

3.1.3. Preparação e caracterização da rocha calcária.

Após a coleta da rocha, a mesma foi lavada, cortada, desintegrada mecanicamente e

peneirada em um peneirador mecânico entre 20 e 100 mesh, sendo enviada para análise de

Termogravimetria. Determinou-se então a temperatura de calcinação a fim de eliminar água e

Page 54: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE · Figura 7 - (a) Micela direta e (b) Micela inversa ..... 26 Figura 8 - Exemplos de fases em Sistemas Microemulsionados ..... 28 Figura

52

possível matéria orgânica residual. A rocha foi aquecida a 250°C (Figura 15), sendo depois

caracterizada através de Microscopia Eletrônica de Varredura, Área BET, Difração de Raios-X e

Fluorescência de Raios-X.

Figura 15 - Rocha calcária após desintegração, aquecimento e peneiramento.

3.1.4. Adsorção de óleo leve e pesado em Rocha Calcária moída

Inicialmente foi realizado o quarteamento da amostra da rocha, retirando-se 2 g de solo,

que foi usado em todos os testes de remoção por SME. Este material foi colocado em contato

com xileno, sendo esta solução utilizada como o branco para a técnica do UV-Visível,

diminuindo provável erro no cálculo de eficiência de remoção do óleo da rocha (Peterman &

Cloke, 2002; Alvim-Ferraz, Tomás Albergaria & Delerue-Matos, 2006).

A fim de se determinar a melhor concentração para contaminação da rocha calcária com

os óleos leves e pesados, foram realizados ensaios de adsorção partindo de uma solução de óleo

em xileno, com concentração de 40000 ppm, que foi diluída a cada 2000 ppm, até obter-se 10000

ppm, na proporção de 1:4 (rocha/solução de óleo). O procedimento foi realizado em batelada, sob

agitação constante durante 6 h com 24 h de repouso, com a finalidade de atingir o equilíbrio.

Após o repouso, a mistura óleo/rocha foi filtrada e a concentração determinada através da técnica

de UV-Visível (Cary 1E UV-Visible Spectrophotometer, da Varian).

A partir da solução inicial foi obtida uma curva analítica de absorbância versus

concentração, permitindo quantificar, através da diferença da concentração inicial e final, a

Page 55: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE · Figura 7 - (a) Micela direta e (b) Micela inversa ..... 26 Figura 8 - Exemplos de fases em Sistemas Microemulsionados ..... 28 Figura

53

quantidade de óleo adsorvida na rocha e assim escolher a melhor concentração. Após escolhida a

concentração ideal para contaminação, foi realizada uma nova contaminação para os dois óleos

em estudo (Figura 16), sendo também obtidas curvas analíticas para cada contaminação a fim de

quantificar os ensaios de remoção (Castro Dantas et al., 2010).

Figura 16 - Rocha calcária após contaminação

3.1.5. Remoção de óleo leve e pesado de Rocha Calcária moída

Após a adsorção de óleo na rocha, foram pesados 2 g de amostras de rocha contaminada,

colocando-se a amostra em contato com os sistemas microemulsionados obtidos, em uma

proporção de rocha para sistema microemulsionado de 1:4.

Os experimentos foram realizados variando o tempo de contato em 1 minuto, 30 minutos,

60 minutos e 120 minutos, utilizando diferentes composições dos sistemas microemulsionados,

nos três percentuais de C/T escolhidos. Os ensaios foram realizados em batelada, em banho com

controle de temperatura ambiente (28 °C) e agitação constante.

Após o tempo de agitação, a rocha foi filtrada e lavada com 40 mL de água para garantir a

total remoção do SME utilizado. Após 24 horas para secagem, à mesma amostra de rocha foi

adicionado 16 mL de xileno a fim de determinar a quantidade de óleo remanescente na rocha

(proporção de rocha para xileno de 1:8).

Page 56: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE · Figura 7 - (a) Micela direta e (b) Micela inversa ..... 26 Figura 8 - Exemplos de fases em Sistemas Microemulsionados ..... 28 Figura

54

Para a determinação quantitativa, foram utilizadas as curvas analíticas obtidas com a

solução de contaminação da rocha para se obter a quantificação do óleo que restou na rocha,

determinando-se assim as eficiências de remoção.

3.2. TÉCNICAS UTILIZADAS

3.2.1. Análise Térmica

A análise térmica pode ser definida como uma análise que visa determinar a perda de

massa que a amostra sofre devido a interação com atmosfera, vaporização ou decomposição, em

função do aquecimento da amostra submetida a um programa de temperatura controlada. As

principais técnicas de análise térmica estão apresentadas na Tabela 5 (Wendlandt, 1986).

Tabela 5 - Propriedade físicas medidas em análises térmicas

Propriedade física Técnica derivada Abreviação

Massa Análise Termogravimétrica TGA

Análise Termogravimétrica Diferencial DTG

Temperatura Análise térmica diferencial DTA

Entalpia Calorimetria diferencial de Varredura DSC

Dimensões Dilatometria ou análise termomecânica TMA

Mecânica Análise dinâmico-mecânica DMA

Fonte: Adaptado deWendlandt, 1986; Fernandes, 2011.

Quando a curva de TG é derivada, denomina-se de termogravimetria diferencial (DTG).

Esta curva caracteriza-se por apresentar a variação de massa em função do tempo ou da

temperatura, o que permite distinguir mais facilmente o início e o fim de um processo

(Wendlandt, 1986).

Para a realização desta análise foi utilizado o equipamento DTG50, da Shimadzu (Figura

17). A amostra é aquecida em atmosfera de nitrogênio, com vazão de gás de 50 mL/min. O

aquecimento é feito mediante uma programação, onde a razão de aquecimento utilizada foi de 10

Page 57: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE · Figura 7 - (a) Micela direta e (b) Micela inversa ..... 26 Figura 8 - Exemplos de fases em Sistemas Microemulsionados ..... 28 Figura

55

ºC/min, podendo atingir uma temperatura de até 1000 ºC. A amostra é colocada sobre uma

microbalança para se verificar a variação na massa.

Figura 17 - Equipamento DTG50 – Shimadzu

Fonte: Acervo da autora

3.2.2. Microscopia Eletrônica de Varredura

A microscopia eletrônica de varredura (MEV) tem por objetivo analisar a morfologia

superficial do analito. Esta técnica permite o aumento da imagem a tamanhos muito superiores ao

da microscopia ótica, podendo chegar a 900 000 vezes.

Na microscopia eletrônica de varredura a amostra é irradiada com um fino feixe de

elétrons. A interação deste feixe de elétrons com o material faz com que várias radiações sejam

emitidas: elétrons secundários e/ou retroespelhados, Raios-X, elétrons Auger, fótons, entre

outras.

Nesta técnica, as imagens são geradas pelos elétrons secundários e retroespalhados. As

radiações emitidas são então captadas por detectores que geram as imagens e composição da

amostra. É necessário que a amostra seja condutora para que os elétrons absorvidos sejam

descarregados. Para facilitar esta condução, muitas amostras sofrem a deposição de materiais

Page 58: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE · Figura 7 - (a) Micela direta e (b) Micela inversa ..... 26 Figura 8 - Exemplos de fases em Sistemas Microemulsionados ..... 28 Figura

56

condutores nobres, como ouro e paládio. Outro motivo para a deposição de metais condutores na

superfície do analito é que estas camadas melhoram a emissão dos elétrons, facilitando a

obtenção da imagem (Goldstein et al., 1992; Kestenbach & Bota Filho, 1994; Dedavid, Gomes &

Machado, 2007).

Para realização desta análise, foi utilizado o equipamento de modelo XL-30 – ESEM, da

PHILLIPS (Figura 18).

Figura 18 - Equipamento de MEV (XL-30 - ESEM)

Fonte: NEPGN - UFRN

3.2.3. Fluorescência de Raios-X

A radiação eletromagnética se subdivide de acordo com a faixa de energia da radiação. Os

raios-X são radiações de alta energia, produzidas através da desaceleração de elétrons (colisão)

ou através da transição de elétrons internos dos átomos (Holler, Skoog & Crouch, 2009).

A fluorescência de Raios-X (FRX) fornece uma análise química tanto qualitativa quanto

quantitativa do analito, através da exposição da amostra a um feixe de radiação para excitação e

posterior detecção da radiação fluorescente (Holler, Skoog & Crouch, 2009).

A excitação fotoelétrica resulta na ionização de camadas internas, podendo causar a

emissão de raios-X característicos. Na fluorescência, a amostra deve conter átomos com energia

crítica de ionização menor que a energia do raio-X característico a ser absorvido pela amostra.

Page 59: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE · Figura 7 - (a) Micela direta e (b) Micela inversa ..... 26 Figura 8 - Exemplos de fases em Sistemas Microemulsionados ..... 28 Figura

57

Neste caso a medida da intensidade dos raios-X emitidos por este segundo elemento inclui a

intensidade dos raios-X gerados diretamente e a intensidade adicional daqueles gerados pelo

efeito da fluorescência (Maliska, 2005).

A FRX foi realizada no equipamento sequencial, da Shimadzu, modelo XRF-1800,

através do modo semi-quantitativo (Figura 19).

Figura 19 - Equipamento de FRX (modelo XRF-1800)

Fonte: NEPGN - UFRN

3.2.4. Difratometria de Raios-X

A Difratometria de Raios-X vislumbra a determinação da estrutura atômica do material,

através da incidência dos Raios-X. Quando os Raios-X penetram no analito, sofrem difrações nos

planos interiores.

A difração dos Raios-X pode ser de dois tipos: coerente ou incoerente. Quando a onda

difratada apresenta uma direção definida, com mesma energia e fase da onda incidente,

característica de uma colisão elástica, define-se a difração coerente. Porém, quando a onda

difratada não apresenta direção definida, não mantém a mesma fase nem energia, característica de

uma colisão inelástica, diz-se que o espalhamento é incoerente. A diferença de energia entre a

Page 60: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE · Figura 7 - (a) Micela direta e (b) Micela inversa ..... 26 Figura 8 - Exemplos de fases em Sistemas Microemulsionados ..... 28 Figura

58

onda incidente e a espalhada é transformada num aumento da temperatura (Bleicher & Sasaki,

2000).

Essa difração dos Raios-X gera um sinal que é interpretado pelo detector. O detector

transforma os sinais em uma resposta que é então analisada. A partir desta resposta pode-se

inferir sobre a estrutura da rede cristalina do material em análise.

O DRX foi realizado no Equipamento de modelo XRD- 6000, da Shimadzu (Figura 20).

Figura 20 - Equipamento de DRX (modelo XRD-6000 - Shimadzu)

Fonte: NEPGN - UFRN

3.2.5. Área BET

Esta técnica de Adsorção Multimolecular foi desenvolvida em 1938 por Stephen

Brunauer, Paul Hugh Emmett e Edward Teller. O objetivo era descrever a adsorção física de

moléculas de gases sobre uma superfície sólida. Esta teoria embasa a medição de área superficial

específica de um material, já que a quantidade de gás adsorvido é proporcional à área superficial

do analito (Brunauer, Emmett & Teller, 1938).

A análise de Área BET objetiva determinar a área superficial do analito, e assim poder

determinar sua porosidade. Durante a análise, uma pressão conhecida de nitrogênio (PN) é

adicionada ao recipiente da amostra, a fim de se obter a pressão de vapor (PV) do nitrogênio

Page 61: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE · Figura 7 - (a) Micela direta e (b) Micela inversa ..... 26 Figura 8 - Exemplos de fases em Sistemas Microemulsionados ..... 28 Figura

59

quando atingir o equilíbrio do sistema. Um sensor de pressão monitora as variações de pressão

(PV) devido aos processos de adsorção. Quando a pressão de saturação é alcançada, a adsorção

física não mais ocorre independente de acréscimo na pressão.

Após atingida a pressão de vapor do sistema, a atmosfera de nitrogênio é cessada, e a

amostra é então aquecida para que ocorra a dessorção do gás e a quantificação das moléculas de

nitrogênio adsorvidas no material. Os dados coletados são apresentados em um gráfico que

relaciona o volume de gás adsorvido V em função da pressão relativa PV/PN.

A análise de área BET foi realizada no equipamento NOVA V. 8.0, da Quantachrome

com adsorção de nitrogênio (Figura 21).

Figura 21 - Equipamento de Área BET (NOVA V. 8.0 – Quantachrome)

Fonte: Acervo da autora

Page 62: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE · Figura 7 - (a) Micela direta e (b) Micela inversa ..... 26 Figura 8 - Exemplos de fases em Sistemas Microemulsionados ..... 28 Figura

4 RESULTADOS E DISCUSSÃO

Page 63: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE · Figura 7 - (a) Micela direta e (b) Micela inversa ..... 26 Figura 8 - Exemplos de fases em Sistemas Microemulsionados ..... 28 Figura

61

4. RESULTADOS E DISCUSSÃO

Neste capítulo são apresentados os resultados obtidos através das técnicas experimentais

descritas no capítulo anterior.

4.1. CARACTERIZAÇÃO DA ROCHA CALCÁRIA

Para que fosse estudado o óleo pesado e leve na rocha calcária, foi necessário antes

caracterizar esta rocha através das Análise Termogravimétrica (TG), Microscopia Eletrônica de

Varredura (MEV), Fluorescência de Raios-X (FRX), Difração de Raios-X (DRX) e Área BET

(ABET).

4.1.1. Análise Termogravimétrica da Rocha Calcária

A análise via Termogravimetria (TG) da referida rocha mostrou o início da perda de

matéria acima de 450 ºC. Com a finalidade de manter a integridade da rocha e remover apenas o

material orgânico e umidade pré-existente, foi escolhido inicialmente a temperatura de 400 ºC

para realizar a calcinação. Porém ao realizar a calcinação nesta temperatura, a rocha apresentou

aspecto visual de queimado.

Diante deste comportamento foram realizados testes de calcinação, diminuindo 50 ºC a

cada novo teste, até obter uma calcinação sem que se obtivesse o aspecto queimado anterior. Em

250 ºC, o aspecto queimado não ocorreu, assim esta temperatura foi escolhida para a aquecimento

da rocha calcária, e eliminação principalmente de umidade.

4.1.2. Microscopia Eletrônica de Varredura (MEV)

Como a calcinação a 400 ºC apresentava um aspecto de queimado, decidiu-se realizar

uma microscopia eletrônica de varredura (MEV) a fim de verificar se ocorria alguma modificação

na estrutura da rocha, observando a aglomeração dos materiais que a compõem. Os resultados

obtidos mostraram que o material calcinado nesta temperatura perde parte da sua porosidade,

conforme evidenciado na Figura 22, assumindo um aspecto colapsado.

Page 64: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE · Figura 7 - (a) Micela direta e (b) Micela inversa ..... 26 Figura 8 - Exemplos de fases em Sistemas Microemulsionados ..... 28 Figura

62

Figura 22 - MEV da rocha calcária calcinada a 400°C

A Figura 23 apresenta o resultado do MEV para o material aquecido a 250 ºC. A análise

desta figura mostra a conservação dos espaços intersticiais da rocha (poros) observado através do

aspecto morfológico (Figura 23). Diante deste resultado, foi fixada a temperatura de 250 º C para

aquecer o material, a fim de garantir a remoção de água existente na rocha.

Figura 23 - MEV da rocha calcária aquecida a 250°C

Page 65: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE · Figura 7 - (a) Micela direta e (b) Micela inversa ..... 26 Figura 8 - Exemplos de fases em Sistemas Microemulsionados ..... 28 Figura

63

4.1.3. Fluorescência de Raios-X (FRX)

Através da análise por Fluorescência de Raios-X (FRX) pode-se identificar os principais

constituintes da rocha em análise, que foi previamente aquecida a 250ºC principalmente para

eliminação de água. Os resultados da análise de FRX estão apresentados na Tabela 6.

Tabela 6 - Fluorescência de Raios-X da Rocha Calcária moída

Metais Presentes na rocha

calcária na forma de óxidos Porcentagem %

Cálcio 95,4502

Magnésio 2,6111

Níquel 1,9387

4.1.4. Difratometria de Raios-X (DRX)

A Difratometria de Raios-X (DRX) apresentou como única estrutura cristalina presente no

material a calcita (Mg0,03Ca0,97CO3), o que confirma que o material de estudo é de formação

calcária.

4.1.5. Área BET (ABET)

Como esta análise fornece a área superficial do material estudado, decidiu-se realizar esta

análise tanto a 400 ºC quanto a 250 ºC. Na amostra da Rocha Calcária moída calcinada a 400 ºC,

a área superficial foi de 0,886 m2/g e na amostra aquecida a 250 ºC a área foi de 1,916 m

2/g.

Estes resultados reiteram os dados obtidos através do MEV, e comprovam que a calcinação a 400

°C diminui a área superficial da rocha moída.

Page 66: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE · Figura 7 - (a) Micela direta e (b) Micela inversa ..... 26 Figura 8 - Exemplos de fases em Sistemas Microemulsionados ..... 28 Figura

64

4.2. ADSORÇÃO DE ÓLEO LEVE E PESADO NA ROCHA CALCÁRIA MOÍDA

A fim de determinar a melhor concentração para a contaminação da rocha calcária, foram

realizados diversos ensaios, com concentrações que variaram de 40000 ppm, diminuindo de 2000

em 2000 ppm, até chegar a 10000 ppm. A Figura 24 apresenta os resultados obtidos para o estudo

da adsorção do óleo leve e pesado na rocha calcária moída. Após os ensaios de adsorção para o

óleo leve e pesado, foi escolhida a concentração de 30000 ppm para a contaminação, pois nesta

concentração o óleo leve já havia atingido o equilíbrio.

Figura 24 - Adsorção de óleo leve e pesado em Rocha Calcária moída

4.3. CRITÉRIO DE ESCOLHA DOS SISTEMAS MICROEMULSIONADOS

Os sistemas microemulsionados 1 e 2 foram previamente propostos e caracterizados por

por Castro Dantas et. al. (2010) e o sistema 3 foi determinado por Dantas Neto et al. (2011).

Esses sistemas foram escolhidos por permitirem realizar estudos da influência das fases oleosas e

do cotensoativo. Através dos sistemas 1 e 2 foi possível comparar a influência da fase oleosa

(xileno e querosene) na remoção dos óleos leve e pesado da rocha calcária. Comparando os

sistemas 1 e 3, pode-se verificar a influência da natureza do cotensoativo (n-butanol e álcool

36,93

17,04

-10,00

0,00

10,00

20,00

30,00

40,00

15000 20000 25000 30000 35000 40000 45000

a (

mg

/g)

Concentração (ppm)

Isotermas de adsorção de contaminação

Óleo pesado

Óleo leve

Page 67: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE · Figura 7 - (a) Micela direta e (b) Micela inversa ..... 26 Figura 8 - Exemplos de fases em Sistemas Microemulsionados ..... 28 Figura

65

isoamílico) na remoção. A Tabela 7 apresenta os constituintes dos três sistemas

microemulsionados estudados.

Tabela 7 - Sistemas microemulsionados escolhidos

Sistema SME 1 SME 2 SME 3

Tensoativo Unitol L90 Unitol L90 Unitol L90

Cotensoativo N-Butanol N-Butanol Álcool Isoamílico

Fase Oleosa Querosene Xileno Querosene

Fase Aquosa ADT ADT ADT

A Figura 25 ("a", "b" e "c") apresenta os diagramas de fases para os sistemas

microemulsionados, através dos quais foram escolhidos os pontos de aplicação na remoção do

óleo da Rocha Calcária.

Figura 25 - Diagramas do sistema microemulsionado

(a) SME 1 (b) SME 2

Page 68: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE · Figura 7 - (a) Micela direta e (b) Micela inversa ..... 26 Figura 8 - Exemplos de fases em Sistemas Microemulsionados ..... 28 Figura

66

(c) SME 3

Fonte: Elaborado pela autora

Pode-se verificar que, com a mudança da fase óleo de querosene para xileno, (SME 1 e

SME 2), ocorre uma diminuição da região de microemulsão (WIV). Isto pode ser justificado

devido à estrutura do xileno, que diminui a interação com o restante do sistema (Santanna, 2003).

Quando há a mudança do cotensoativo, de n-butanol para álcool isoamílico, podemos

verificar que ocorre pouca mudança na região de WIV, principalmente no lado do diagrama rico

em óleo. No lado do diagrama rico em água, onde foram escolhidos os pontos de trabalho, pode-

se notar que houve uma reentrância, demonstrando um aumento da região de WIV, que pode ser

considerado devido ao fato de o álcool isoamílico apresentar uma ramificação na sua cadeia,

aumentando seu volume, o que não ocorre com o n-butanol, e isto gera um aumento da região de

microemulsão (Leite, 1995; Barros Neto, 1996; Lucena Neto, 2005).

4.4. ESCOLHA E CARACTERIZAÇÃO DOS PONTOS NOS SISTEMAS

MICROEMULSIONADOS.

Os pontos na região de Winsor IV (microemulsão) para cada sistema foram escolhidos

através dos diagramas (Figura 25): Ponto 1 - 20% C/T, 5% Fo e 75% Fa; Ponto 2 - 30% C/T, 5%

Fo e 65% Fa; e Ponto 3 - 40% C/T, 5% Fo e 55% Fa. Para o SME 2, o ponto com 20% de matéria

Page 69: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE · Figura 7 - (a) Micela direta e (b) Micela inversa ..... 26 Figura 8 - Exemplos de fases em Sistemas Microemulsionados ..... 28 Figura

67

ativa não formou microemulsão, como pode ser visualizado no diagrama de fases (Figura 25b),

por isso este ponto não foi utilizado no teste.

Realizou-se a caracterização através das propriedades físico-químicas dos diferentes

sistemas microemulsionados e os resultados estão apresentados na Tabela 8.

Tabela 8 - Caracterizações dos sistemas microemulsionados

SME Ponto Tensão

(mN/m)

Viscosidade

(cP)

Diâmetro da gotícula

(nm)

1

20% 26,54 6,89 8,60

30% 26,48 17,40 9,50

40% 26,53 34,45 10,20

2 30% 27,54 12,30 10,50

40% 27,47 13,65 9,30

3

20% 25,59 11,79 20,40

30% 25,79 14,81 12,60

40% 25,79 17,07 9,70

O estudo da tensão superficial para os pontos dos sistemas microemulsionados estudados

mostrou que os valores das tensões são próximos, independente da concentração de C/T e do

sistema microemulsionado, e variaram de 25,59 a 27,54 mN/m. Ao comparar os valores obtidos

com a tensão da água, que é 72,6 mN/m, observa-se que há redução da tensão em todos os

sistemas microemulsionados.

Ao variar a fase oleosa, de querosene para xileno, verifica-se que ocorre uma ligeira

variação na tensão superficial, porém elas permanecem bastante semelhantes. Isto pode ser

atribuído a um aumento da rigidez que o anel aromático do xileno fornece à interface.

Porém quando houve a mudança do cotensoativo de n-butanol para o álcool isoamílico,

verificou-se que ocorre uma pequena redução da tensão, apesar da ramificação presente neste

álcool.

Ainda com relação à viscosidade dos sistemas estudados, verificou-se que à medida que

se aumenta a porcentagem da concentração de C/T, ocorre um acréscimo na viscosidade. Este

Page 70: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE · Figura 7 - (a) Micela direta e (b) Micela inversa ..... 26 Figura 8 - Exemplos de fases em Sistemas Microemulsionados ..... 28 Figura

68

aumento da matéria ativa propicia um aumento no tamanho dos agregados micelares, e isto faz

com que a viscosidade sofra alteração. As viscosidades obtidas foram entre 6,89 e 34,45 cP.

Ao se comparar os sistemas 1 e 2, onde ocorre a mudança da fase oleosa, observa-se que o

sistema 1, com fase oleosa querosene, apresenta uma maior viscosidade para as mesmas

concentrações de matéria ativa que o sistema 2. Isto se deve ao fato dos constituintes do sistema 1

não apresentarem ramificações e nem anéis aromáticos, o que permite uma melhor interação

entre seus constituintes quando comparado ao sistema 2, que apresenta o xileno como fase

oleosa, e que apresenta um anel aromático duplamente substituído, o que dificulta a interação

com os outros constituintes, diminuindo assim sua viscosidade. O mesmo efeito pode ser

evidenciado quando comparam-se os sistemas 1 e 3, onde há mudança do cotensoativo de n-

butanol para o álcool isoamílico. Observa-se que o sistema 3 apresenta uma menor viscosidade,

já que ocorre uma uma menor interação entre os componentes do sistema, provavelmente devido

ao impedimento estérico que o álcool isoamílico provoca quando comparado ao n-butanol.

O diâmetro da partícula foi determinado para os pontos estudados. Observa-se que apenas

no sistema 1 o aumento de matéria ativa ocasionou um aumento no diâmetro de partícula, ou seja,

devido ao aumento no tamanho do agregado.

Para o sistema 2, onde houve a mudança da fase oleosa para xileno e, no sistema 3, onde

ocorreu a mudança do cotensoativo para álcool isoamílico, observou-se que, com o aumento da

concentração de C/T, ocorre uma diminuição do tamanho da micela. Isto se deve ao fato que, ao

aumentar a concentração de matéria ativa, a quantidade de água disponível diminui, o que

diminui a interação da parte polar dos tensoativos, predominando a afinidade da parte apolar do

tensoativo com a fase óleo presente no interior das micelas, diminuindo assim o diâmetro da

gotícula.

Isto também se deve ao fato de que, quanto menos água disponível no sistema, além de

diminuir o tamanho da gotícula, também ocorre a formação de maior número de agregados na

solução microemulsionada, o que pode ser comprovado também pelo aumento da viscosidade dos

sistemas com maior concentração de matéria ativa.

Page 71: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE · Figura 7 - (a) Micela direta e (b) Micela inversa ..... 26 Figura 8 - Exemplos de fases em Sistemas Microemulsionados ..... 28 Figura

69

4.5. REMOÇÃO DE ÓLEO DE ROCHA CALCÁRIA MOÍDA UTILIZANDO SISTEMAS

MICROEMULSIONADOS

De acordo com os pontos escolhidos nos sistemas microemulsionados, foram realizados

os estudos de remoção de óleo pesado e leve da rocha calcária moída, visando verificar a

influência do percentual de matéria ativa (C/T) e do tempo de contato na remoção do óleo. Os

resultados serão apresentados a seguir.

4.5.1. Influência do percentual de C/T e tempo de contato.

4.5.1.1. Remoção de óleo pesado com sistemas microemulsionados

Os resultados obtidos para a remoção do óleo pesado, utilizando os três sistemas

microemulsionados, e nos diferentes percentuais de C/T e tempos de contato escolhidos para os

experimentos de remoção, mostraram eficiências semelhantes para os três sistemas nas diferentes

condições (Tabelas 9 a, b e c), obtendo-se eficiências superiores à 92,77%.

Tabela 9 - Eficiências de remoção obtidas (por sistema)

(a) SISTEMA 1

Óleo pesado

% C/T

Tempo 20 (%) 30 (%) 40 (%)

1 minuto 93,33 93,26 93,28

30 minutos 92,77 92,90 92,80

60 minutos 93,42 93,11 93,30

120 minutos 93,53 93,28 93,54

Page 72: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE · Figura 7 - (a) Micela direta e (b) Micela inversa ..... 26 Figura 8 - Exemplos de fases em Sistemas Microemulsionados ..... 28 Figura

70

(b) SISTEMA 2

Óleo pesado

% C/T

Tempo 20 (%) 30 (%) 40 (%)

1 minuto - 93,29 93,28

30 minutos - 93,78 93,06

60 minutos - 93,37 93,01

120 minutos - 93,55 93,19

(c) SISTEMA 3

Óleo pesado

% C/T

Tempo 20 (%) 30 (%) 40 (%)

1 minuto 93,04 93,60 93,14

30 minutos 93,87 93,45 93,29

60 minutos 93,74 93,58 93,20

120 minutos 94,10 93,10 92,92

Figura 26 - Eficiências de remoção obtidas para o Óleo Pesado

(a) Remoção Óleo Pesado - SME 20%

90

91

92

93

94

95

0 30 60 90 120

Efi

ciên

cia (%

)

Tempo (minutos)

SME 1

SME 3

Page 73: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE · Figura 7 - (a) Micela direta e (b) Micela inversa ..... 26 Figura 8 - Exemplos de fases em Sistemas Microemulsionados ..... 28 Figura

71

(b) Remoção Óleo Pesado - SME 30%

(c) Remoção Óleo Pesado - SME 40%

Para o óleo pesado as eficiências de remoção foram muito semelhantes e variaram entre

92,77 % e 94,10 % (Figura 26 a, b e c), o que demonstra que os resultados independem do tempo

de contato e do percentual de C/T utilizado. Isso leva a escolha dos pontos de 20% de matéria

ativa para os três sistemas microemulsionados utilizados e no menor tempo de contato (1

minuto), como sendo os melhores resultados de remoção

90

91

92

93

94

95

0 30 60 90 120

Efi

ciên

cia (%

)

Tempo (minutos)

SME 1

SME 2

SME 3

90

91

92

93

94

95

0 30 60 90 120

Efi

ciên

cia

(%

)

Tempo (minutos)

SME 1

SME 2

SME 3

Page 74: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE · Figura 7 - (a) Micela direta e (b) Micela inversa ..... 26 Figura 8 - Exemplos de fases em Sistemas Microemulsionados ..... 28 Figura

72

4.5.1.2. Remoção de óleo leve com sistemas microemulsionados

Para o óleo leve, as eficiências obtidas variaram com os diferentes percentuais de C/T, e

pode ser observado que nos tempos de 60 minutos a 120 minutos a eficiência de remoção ficou

mais próxima ao equilíbrio (Tabelas 10 a, b e c).

Tabela 10 - Eficiências de remoção obtidas (por sistema)

(a) SISTEMA 1

Óleo leve

% C/T

Tempo 20 (%) 30 (%) 40 (%)

1 minuto 25,83 13,11 23,10

30 minutos 45,35 32,18 49,67

60 minutos 54,55 44,10 46,71

120 minutos 62,38 46,15 43,81

(b) SISTEMA 2

Óleo leve

% C/T

Tempo 20 (%) 30 (%) 40 (%)

1 minuto - 30,03 15,95

30 minutos - 60,22 30,48

60 minutos - 53,64 46,49

120 minutos - 44,67 49,44

Page 75: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE · Figura 7 - (a) Micela direta e (b) Micela inversa ..... 26 Figura 8 - Exemplos de fases em Sistemas Microemulsionados ..... 28 Figura

73

(c) SISTEMA 3

Óleo leve

% C/T

Tempo 20 (%) 30 (%) 40 (%)

1 minuto 14,59 23,44 27,64

30 minutos 34,68 28,78 33,66

60 minutos 38,54 23,10 24,80

120 minutos 47,74 17,99 27,19

Figura 27 - Eficiências de remoção obtidas para o Óleo Leve

(a) Remoção Óleo Leve - SME 20%

0

10

20

30

40

50

60

70

0 30 60 90 120

Efi

ciên

cia

(%

)

Tempo (minutos)

SME 1

SME 3

Page 76: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE · Figura 7 - (a) Micela direta e (b) Micela inversa ..... 26 Figura 8 - Exemplos de fases em Sistemas Microemulsionados ..... 28 Figura

74

(b) Remoção Óleo Leve - SME 30%

(c) Remoção Óleo Leve - SME 40%

Para o óleo leve, com o SME 1 (Figura 27 a), no percentual de matéria ativa de 20%, o

melhor tempo foi de 120 minutos, com 62,38%; para o SME 2 (Figura 27 b), em 30% de matéria

ativa, o melhor tempo foi de 30 minutos, com 60,22%; o SME 3 (Figura 27 c) apresentou o

melhor tempo de remoção em 60 minutos, com 20% de matéria ativa que obteve uma eficiência

de remoção de 38,54%.

0

10

20

30

40

50

60

70

0 30 60 90 120

Efi

ciên

cia (%

)

Tempo (minutos)

SME 1

SME 2

SME 3

0

10

20

30

40

50

60

70

0 30 60 90 120

Efi

ciên

cia

(%

)

Tempo (minutos)

SME 1

SME 2

SME 3

Page 77: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE · Figura 7 - (a) Micela direta e (b) Micela inversa ..... 26 Figura 8 - Exemplos de fases em Sistemas Microemulsionados ..... 28 Figura

75

4.5.2. Considerações Finais

Através das eficiências de remoção obtidas, pode ser observado que o tempo de 30

minutos é um tempo crítico para qualquer um dos percentuais de matéria ativa, pois neste tempo

o equilíbrio de remoção do óleo já havia sido atingido. Isso pode ser explicado devido ao fato da

formação de micelas ser dinâmica: inicialmente, ao entrarem em contato com o óleo presente na

rocha, elas absorvem as gotículas do petróleo para o seu interior, porém depois elas relaxam e,

por isso, necessitam de um tempo para restabelecer o equilíbrio da remoção, o que ocorre quando

o sistema assume uma nova organização, com maior estabilidade, encapsulando ou liberando o

óleo presente na rocha (Dantas Neto et al., 2011; Dantas Neto et al., 2011).

Dependendo da necessidade da remediação em campo, como os resultados obtidos para o

óleo pesado foram bastante próximos, mesmo a uma baixa concentração de matéria ativa e em

pouco tempo de contato já é suficiente para que ocorra a remoção do óleo, o que torna a escolha

facilitada para cada operação.

Ficou evidenciado que os resultados obtidos na remoção de óleo leve da rocha calcária

foram bem inferiores ao do óleo pesado em temperatura ambiente. Uma provável explicação para

essa grande diferença na eficiência de remoção deve-se ao fato de o óleo leve apresentar

moléculas com cadeias carbônicas menores que o óleo pesado, com menores percentuais de

asfaltenos e anéis aromáticos, e por isso a interação entre as moléculas do óleo leve e a rocha

deve ser mais efetiva, o que dificulta sua remoção. Observou-se ainda que o SME 1 foi o que

apresentou os melhores percentuais de remoção tanto para o óleo leve quanto para o pesado.

Page 78: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE · Figura 7 - (a) Micela direta e (b) Micela inversa ..... 26 Figura 8 - Exemplos de fases em Sistemas Microemulsionados ..... 28 Figura

5 CONCLUSÕES

Page 79: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE · Figura 7 - (a) Micela direta e (b) Micela inversa ..... 26 Figura 8 - Exemplos de fases em Sistemas Microemulsionados ..... 28 Figura

5. CONCLUSÕES

A realização deste trabalho permitiu algumas conclusões:

A caracterização da rocha calcária moída foi de grande importância, pois foi a partir dela

que pode-se determinar a temperatura de calcinação, que foi de 250 ºC, que mantém as

propriedades da rocha, como porosidade e área superficial, confirmadas por MEV e

ABET.

Considerando as eficiências de remoção obtidas, observou-se que para o óleo pesado as

eficiências de remoção foram semelhantes, independente do tempo, sistema

microemulsionado e dos percentuais de matéria ativa.

Para o óleo leve, as eficiências de remoção obtidas foram menores, quando comparados às

eficiências obtidas para o óleo pesado.

Diante dos resultados obtidos e considerando os custos operacionais, pode-se concluir que

o melhor resultado para o óleo pesado foi obtido com o SME 1, no ponto com 20% de

matéria ativa e em 1 minuto de contato, com 93,33% de eficiência. Para o óleo leve, o

melhor resultado de foi obtido para o SME 1, no tempo de 120 minutos, com eficiência de

62,38%.

Com este estudo mostrou-se que os sistemas microemulsionados apresentam-se como

uma alternativa eficaz na remoção de óleos pesados e leves de rochas calcárias moídas,

mas as condições operacionais devem ser otimizadas em função da composição do óleo.

Page 80: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE · Figura 7 - (a) Micela direta e (b) Micela inversa ..... 26 Figura 8 - Exemplos de fases em Sistemas Microemulsionados ..... 28 Figura

REFERÊNCIAS

Page 81: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE · Figura 7 - (a) Micela direta e (b) Micela inversa ..... 26 Figura 8 - Exemplos de fases em Sistemas Microemulsionados ..... 28 Figura

79

REFERÊNCIAS

Ahmadi, M.A.; Shadizadeh, S. R. Experimental investigation of adsorption of a new nonionic

surfactant on carbonate minerals. Fuel, v.104, p. 462-467, 2013. Disponível em:

<www.sciencedirect.com/science/article/pii/S0016236112005881> Acesso em 20 de maio de

2013.

Alvim-Ferraz, M.d. C.M.; Tomás Albergaria, J. Delerue-Matos, C. Soil remediation time to

achieve clean-up goals II: Influence of natural organic matter and water contents. Chemosphere,

v.64, p.817-825, 2006. Disponível em: <www.sciencedirect.com/science/article/pii

/S0045653505012804 > Acesso em 10 de agosto de 2012.

Attwood, D.; Florense, A.T. Surfactant systems: Their chemistry, pharmacy and biology. Journal

of Pharmaceutical Sciences, v.74, p.1140-1141, 1985. Disponível em: <www.sciencedirect.com/

science/article/pii/0300908484900737 > Acesso em 15 de fevereiro de 2011.

Avelino, M.C. Vermiculita organofuncionalizada com moléculas surfactantes como adsorventes

para herbicidas em solução aquosa. Dissertação de Mestrado, UFPB, João Pessoa/PB, 2009.

Disponível em: <www.dominiopublico.gov.br/pesquisa/DetalheObraForm.do?select_action

=&co_obra=144848> Acesso em 10 de abril de 2013.

Barros Neto, E.L. Extração de cobre utilizando microemulsões: Otimização e Modelagem.

Dissertação de Mestrado, UFRN, Natal/RN, 1996.

Bleicher, L.; Sasaki, J.M. Introdução à difração de raios-X em cristais. Ceará, Ed. UFCE/BR,

2000. Disponível em: <www.raiosx.ufc.br/site/wp-content/uploads/downloads/2013/01/

apostila.pdf > Acesso em 12 de abril de 2013.

Bonaparte, L.V.C.; Neto, A.T.P.; Vasconcelos, L.G.S.; Brito, R.P.; Alves, J.J.N. Remediation

procedure used for contaminated soil and underground water: A case study from the chemical

industry. Process Safety and Environmental Protection, v.88, p.372-379, 2010. Disponível em:

<www.sciencedirect.com/science/article/pii/S0957582010000637> Acesso em 03 de junho de

2012.

Bouchemal, K.; Briançon, S.; Perrier, E.; Fessi, H. Nano-emulsion formulation using

spontaneous emulsification: solvent, oil and surfactant optimisation. International Journal of

Pharmaceutics, v.280, p.241-251, 2004. Disponível em: <www.sciencedirect.com/science/

article/pii/S0378517304003072> Acesso em 13 de janeiro de 2013.

Brunauer, S.; Emmett, P.H.; Teller, E. Adsorption of gases in multimolecular layers. Journal of

the American Chemical Society, v.60, p.309-319, 1938. Disponível em: <pubs.acs.org/doi/abs/

10.1021/ja01269a023 > Acesso em 10 de fevereiro de 2011.

Cardoso, L.C. Petróleo: do poço ao posto. Rio de Janeiro, Ed. Qualitymark, 2005.

Page 82: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE · Figura 7 - (a) Micela direta e (b) Micela inversa ..... 26 Figura 8 - Exemplos de fases em Sistemas Microemulsionados ..... 28 Figura

80

Castro Dantas, T.N.d.; Dantas Neto, A.A.; Rossi, C.t. G.F.T.; de Ara o omes, D.A.; Gurgel, A.

Use of microemulsion systems in the solubilization of petroleum heavy fractions for the

prevention of oil sludge waste formation. Energy & Fuels, v.24, p.2312-2319, 2010. Disponível

em: <pubs.acs.org/doi/abs/10.1021/ef900952y> Acesso em 10 de março de 2011.

Castro, M.; de la Cruz, J.L.M.; Buenrostro-Gonzalez, E.; López-Ramírez, S.; Gil-Villegas, A.

Predicting adsorption isotherms of asphaltenes in porous materials. Fluid Phase Equilibria,

v.286, p.113-119, 2009. Disponível em: <www.sciencedirect.com/science/article/pii

/S0378381209003185 > Acesso em 10 de fevereiro de 2011.

Chiossi, N.J. Geologia aplicada à engenharia. São Paulo/SP, Ed. Universidade de São Paulo,

1987.

Chu, W.; Kwan, C.Y. Remediation of contaminated soil by a solvent/surfactant system.

Chemosphere, v.53, p.9-15, 2003. Disponível em: <www.sciencedirect.com/science/

article/pii/S0045653503003898 > Acesso em 10 de fevereiro de 2011.

Claudino, A. Preparação de carvão ativado a partir de turfa e sua utilização na remoção de

poluentes. Dissertação de Mestrado, UFSC, Santa Catarina/SC, 2003. Disponível em:

<www2.enq.ufsc.br/teses/m101.pdf > Acesso em 13 de março de 2013.

Coutinho, F.M.B.; Teixeira, V.G.; Gomes, A.S. Principais métodos de caracterização da

porosidade de resinas à base de divinilbenzeno. Química Nova, v.24, p.808-818, 2001.

Disponível em: <www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0100-4042200100060

0019> Acesso em 10 de janeiro de 2012.

Curbelo, F.D.S. Estudo da remoção de óleo em águas produzidas na indústria de petróleo, por

adsorção em coluna utilizando a vermiculita expandida e hidrofobizada. Dissertação de Mestrado,

UFRN, Natal/RN, 2002. Disponível em: <www.anp.gov.br/CapitalHumano/Arquivos/

PRH14/Fabiola-Dias-da-Silva-Curbelo_PRH14_UFRN_M.pdf> Acesso em 05 de abril de 2013.

Dantas Neto, A.A.; Castro Dantas, T.N.; Rossi, C.G.F.T.; Santos, G.C.M.N.; Viana, F.F.; Moura,

M.C.P. Light and heavy oil recovery from limestone by microemulsion systems: a comparative

study. Petrophase, London, 2011.

Dantas Neto, A.A.; Castro Dantas, T.N.; Rossi, C.G.F.T.; Viana, F.F.; Melo, K.R.O. Treatment

of petroleum sludge using microemulsion systems. SIS – 18th International Symposium on

Surfactants in Solution, Melbourne, Austrália, 2010.

Dedavid, B.A.; Gomes, C.I.; Machado, G. Microscopia eletrônica de varredura : aplicações e

preparação de amostras: materiais poliméricos, metálicos e semicondutores. Porto Alegre/RS, Ed.

EDIPUCRS, 2007. Disponível em: <www.pucrs.br/edipucrs/online/microscopia.pdf> Acesso em

25 de setembro de 2012.

Page 83: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE · Figura 7 - (a) Micela direta e (b) Micela inversa ..... 26 Figura 8 - Exemplos de fases em Sistemas Microemulsionados ..... 28 Figura

81

Deshpande, S.; Wesson, L.; Wade, D.; Sabatini, D.A.; Harwell, J.H. DOWFAX surfactant

components for enhancing contaminant solubilization. Water Research, v.34, p.1030-1036, 2000.

Disponível em: <www.sciencedirect.com/science/article/pii/S0043135499001955> Acesso em 12

de maio de 2012.

Do, D.D. Adsorption Analysis: Equilibria and Kinetics. London, Ed. Imperial College Press,

1998.

DOU1. (2011). Diário Oficial da União. Disponível em: <www.jusbrasil.com.br/diarios

/27599778/dou-secao-1-10-06-2011-pg-69> Acesso em 15 de Maio de 2012

DOU2. (2011). Diário Oficial da União. Disponível em: <www.jusbrasil.com.br/diarios

/27599779/dou-secao-1-10-06-2011-pg-70> Acesso em 15 de Maio de 2012.

Drummond, C.; Israelachvili, J. Fundamental studies of crude oil–surface water interactions and

its relationship to reservoir wettability. Journal of Petroleum Science and Engineering, v.45,

p.61-81, 2004. Disponível em: <www.sciencedirect.com/science/article/pii/S0920410504000

701> Acesso em 08 de fevereiro de 2011.

Dudášová, D.; Simon, S.; Hemmingsen, P.V.; Sjöblom, J. Study of asphaltenes adsorption onto

different minerals and clays: Part 1. Experimental adsorption with UV depletion detection.

Colloids and Surfaces A: Physicochemical and Engineering Aspects, v.317, p. 1-9, 2008.

Disponível em: <www.sciencedirect.com/science/article/pii/S0927775707008734> Acesso em 28

de abril de 2012.

Dullien, F.A. Porous Media: Fluid Transport and Pore Structure. Califórnia, Ed. Academic Press,

1992.

Evans, D.F.; Wennerstrom, H. The Colloidal domain: where physics, chemistry, biology, and

technology meet. New York, Ed. VHC Publishers, 1994.

Falone, S.Z.; Vieira, E.M. Adsorção/dessorção do explosivo tetril em turfa e em argissolo

vermelho amarelo. Química Nova, v.27, p.849-854, 2004. Disponível em:

<www.scielo.br/scielo.php?pid=S0100-40422004000600002&script=sci_arttext> Acesso em 17

de maio de 2013.

Fernandes, J.E.d.A. Uso da Palha de Carnaúba em revestimento de dutos. Dissertação de

Mestrado, UFRN, Natal/RN, 2011.

Friberg, S.E. Microemulsions and micelar solutions. Microemulsions teory and practice. New

York, Ed. Academic Press, 1977.

Giles, C.H.; Smith, D.; Huitson, A. A general treatment and classification of the solute adsorption

isotherm. I. Theoretical. Journal of Colloid and Interface Science, v.47, p.755-765, 1974.

Disponível em: <www.sciencedirect.com/science/article/pii/0021979774902525> Acesso de 12

de março de 2011.

Page 84: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE · Figura 7 - (a) Micela direta e (b) Micela inversa ..... 26 Figura 8 - Exemplos de fases em Sistemas Microemulsionados ..... 28 Figura

82

Goldstein, J.I.; Newbury, D.E.; Echil, P.; Joy, D.C.; Romig Jr, A.D.; Lyman, C.E.; Fiori, C.;

Lifshin, E. Scanning electron microscopy and X-ray microanalysis. New York, Ed. Plenum Press,

1992.

Gregg, S.J.; Sing, K.S.W. Adsorption, surface area and porosity. London, Ed. Academic Press,

1982.

Griffin, W.C. Calculation of HLB values of non-ionic surfactants. Journal Society Cosmetics

Chemistry, v.5 p.246-256, 1954. Disponível em: <journal.scconline.org/pdf/cc1954/cc005n04/

p00249-p00256.pdf > Acesso em 10 de março de 2011.

Guimarães, I.S. Oxidação de carvões ativados de endocarpo de coco da Baía com soluções de

HNO3 e uma Investigação sobre o método de Boehm. Dissertação de Mestrado, UFPB, João

Pessoa/PB, 2006. Disponível em: <www.dominiopublico.gov.br/pesquisa/DetalheObraForm.do?

select_action=&co_obra=24139> Acesso em 09 de maio de 2013.

Gupta, V.K. Equilibrium uptake, sorption dynamics, process development, and column

operations for the removal of copper and nickel from aqueous solution and wastewater using

activated slag, a low-cost adsorbent. Industrial & Engineering Chemistry Research, v.37, p.192-

202, 1998. Disponível em: <pubs.acs.org/doi/abs/10.1021/ie9703898> Acesso em 15 de janeiro

de 2013.

Hanna, K.; Usman, M.; Faure, P.; Ruby, C. Remediation of PAH-contaminated soils by

magnetite catalyzed Fenton-like oxidation. Applied Catalysis B: Environmental, v.117-118, p.10-

17, 2012. Disponível em: <www.sciencedirect.com/science/article/pii/S0926337312000082>

Acesso em 26 de janeiro de 2013.

Hinz, C. Description of sorption data with isotherm equations. Geoderma, v.99, p.225-243, 2001.

Disponível em: <www.sciencedirect.com/science/article/pii/S0016706100000719> Acesso em 10

de março de 2011.

Holler, F.J.; Skoog, D.A.; Crouch, S.R. Princípios de análise instumental. Brasil, Ed. Bookman,

2009.

Israelachvili, J. N. Intermolecular and surface forces. London, Ed. Academic Press, 1991.

Jarrahian, K.; Seiedi, O.; Sheykhan, M.; Sefti, M.V.; Ayatollahi, S. Wettability alteration of

carbonate rocks by surfactants: A mechanistic study. Colloids and Surfaces A: Physicochemical

and Engineering Aspects, v.410, p.1-10, 2012. Disponível em: <www.sciencedirect.com/

science/article/pii/S0927775712003949 > Acesso em 10 de janeiro de 2013.

Kestenbach, H.J.; Bota Filho, W.J. Microscopia eletrônica transmissão e varredura. São

Paulo/SP, Ed. ABM, 1994.

Kumar, P.; Mittal, K.L. Handbook of Microemulsion Science and Technology. New York, Ed.

CRC Press, 1999.

Page 85: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE · Figura 7 - (a) Micela direta e (b) Micela inversa ..... 26 Figura 8 - Exemplos de fases em Sistemas Microemulsionados ..... 28 Figura

83

Lai, C.C.; Huang, Y.C.; Wei, Y.H.; Chang, J.S. Biosurfactant-enhanced removal of total

petroleum hydrocarbons from contaminated soil. Journal of Hazardous Materials, v.167, p.609-

614, 2009. Disponível em: <www.sciencedirect.com/science/article/pii/S030438940900048X>

Acesso em 17 de agosto de 2011.

Lange, K. R. Surfactants – A pratical handbook. Munich, Ed. Hanser Publishers, 1999.

Lee, J. K.; Park, D.; Kim, B.U.; Dong, J.I.; Lee, S. Remediation of petroleum-contaminated soils

by fluidized thermal desorption. Waste Management, v.18, p.503-507, 1998. Disponível em:

<www.sciencedirect.com/science/article/pii/S0956053X98001354> Acesso em 11 de outubro de

2012.

Leite, R. H. L. Extração de cromo de efluentes de curtumes utilizando microemulsões.

Dissertação de Mestrado, UFRN, Natal/RN, 1995.

Limousin, G.; Gaudet, J.P.; Charlet, L.; Szenknect, S.; Barthès, V.; Krimissa, M. Sorption

isotherms: A review on physical bases, modeling and measurement. Applied Geochemistry, v.22,

p.249-275, 2007. Disponível em: <www.sciencedirect.com/science/article/pii/S088329270600

2629> Acesso em 19 de março de 2011.

Liu, Q.; Dong, M.; Zhou, W.; Ayub, M.; Zhang, Y.P.; Huang, S. Improved oil recovery by

adsorption–desorption in chemical flooding. Journal of Petroleum Science and Engineering,

v.43, p.75-86, 2004. Disponível em: <www.sciencedirect.com/science/article/pii/S092041050300

250X > Acesso em 19 de março de 2011.

Lopes, F.W.B.; Ferreira, M.O.; Barros Neto, E.L.; Dantas Neto, A.A.; Castro Dantas, T.N.

Obtenção do sistema microemulsionado para utilização na remoção de H2S do gás natural por

absorção. 2º Congresso Brasileiro de P&D em Petróleo & Gás (PDPetro), 2003. Disponível em:

<www.portalabpg.org.br/PDPetro/2/5029.pdf > Acesso em 07 de outubro de 2012.

Lucena Neto, M.H. Estudo da Influência de tensoativos em sistemas microemulsionados na

extração de gálio e alumínio. Tese de Doutorado, UFRN, Natal/RN, 2005. Disponível em:

<www.dominiopublico.gov.br/pesquisa/DetalheObraForm.do?select_action=&co_obra=120365>

Acesso em 17 de novembro de 2011.

Maliska, A. M. Microscopia eletrônica de varredura e microanálise. Florianópolis/SC, Ed. UFSC,

2005. Disponível em: <www.materiais.ufsc.br/lcm/web-MEV/MEV_Apostila.pdf> Acesso em

30 de agosto de 2012.

Melo, C. L.; Thedy, E. A., Rocha, P. S.; de Almeida, A. S.; Musse, A. P. The challenges on the

CCGS monitoring in the development of Santos Basin Pre-salt Cluster. Energy Procedia, v.4,

p.3394-3398, 2011. Disponível em: <www.sciencedirect.com/science/article/pii/S187661021100

4590 > Acesso em 14 de janeiro de 2013.

Page 86: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE · Figura 7 - (a) Micela direta e (b) Micela inversa ..... 26 Figura 8 - Exemplos de fases em Sistemas Microemulsionados ..... 28 Figura

84

Mendoza de la Cruz, J. L.; Castellanos-Ramírez, I. V., Ortiz-Tapia, A.; Buenrostro-González, E.,

Durán-Valencia, C. d. l. A.; López-Ramírez, S. Study of monolayer to multilayer adsorption of

asphaltenes on reservoir rock minerals. Colloids and Surfaces A: Physicochemical and

Engineering Aspects, v.340, p. 149-154, 2009. Disponível em: <www.sciencedirect.com/

science/article/pii/S092777570900137X > Acesso em 19 de março de 2011.

Pré-sal: Perguntas e Respostas. Ministério das Minas e Energia. 2009. Disponível em:

<www.mme.gov.br/mme/galerias/arquivos/noticias/2009/10_outubro/Cartilha_prx-sal> Acesso

em 25 de Maio de 2013.

Mulligan, C. N.; Yong, R. N.; Gibbs, B. F. Remediation technologies for metal-contaminated

soils and groundwater: an evaluation. Engineering Geology, v.60, p. 193-207, 2001. Disponível

em: <www.sciencedirect.com/science/article/pii/S0013795200001010> Acesso em 17 de

novembro de 2012.

Oliveira, A. G.; Scarpa, M. V.; Correa, M. A.; Cera, L. F. R.; Formariz, T. P. Microemulsões:

estrutura e aplicações como sistema de liberação de fármacos. Química Nova, v.27, p. 131-138,

2004. Disponível em: <www.scielo.br/scielo.php?pid=S0100-40422004000100023&script=sci

_arttext > Acesso em 15 de maio de 2011.

Oliveira, M.C.K. Remoção de solos contaminados por compostos orgânicos utilizando-se

microemulsão. Tese de Doutorado, UFRJ, Rio de Janeiro/RJ, 2004.

Paine, R. T.; Ruesink, J. L.; Sun, A.; Soulanille, E. L.; Wonham, M. J.; Harley, C. D. G.;

Brumbaugh, D. R.; Secord, D. L. Trouble on oiled waters: Lessons from the Exxon Valdez oil

spill. Annual Review of Ecology and Systematics. Vol. 27 p. 197–235. 1996. Disponível em:

<www.annualreviews.org/doi/pdf/10.1146/annurev.ecolsys.27.1.197> Acesso em 20 de março de

2013.

Paria, S. Surfactant-enhanced remediation of organic contaminated soil and water. Advances in

Colloid and Interface Science, v.138, p.24-58, 2008. Disponível em: < www.sciencedirect.com/

science/article/pii/S0001868607001820 > Acesso em 13 de março de 2012.

Paul, B.K.; Moulik, S.P. Microemulsions: An overview. Journal of Dispersion Science and

Technology, v.18, p.301-367, 1997. Disponível em: <www.tandfonline.com/doi/pdf/10.1080/

01932699708943740#.UhZcfZKTjA4 > Acesso em 15 de maio de 2011.

Paul, B. K.; Moulik, S. P. Uses and applications of microemulsions. Current science, v.80, p.990

-1001, 2001. Disponível em: <www.rnasinc.com/fck_files/File/PaulandMoulik2001.pdf > Acesso

em 15 de maio de 2011.

Peterman, Z. E.; Cloke, P. L. Geochemistry of rock units at the potential repository level, Yucca

Mountain, Nevada. Applied Geochemistry, v.17, p.683-698, 2002. Disponível em:

<www.sciencedirect.com/science/article/pii/S0883292702000306 > Acesso em 13 de outubro de

2011.

Page 87: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE · Figura 7 - (a) Micela direta e (b) Micela inversa ..... 26 Figura 8 - Exemplos de fases em Sistemas Microemulsionados ..... 28 Figura

85

Pinheiro, F.S.H.T. Estudo da remoção de solos contaminados por óleo diesel. Dissertação de

Mestrado, UFRN, Natal/RN, 2005.

Plater, Z. J. B. Learning from Disasters: Twenty-One Years after the Exxon Valdez Oil Spill,

Will Reactions to the Deepwater Horizon Blowout Finally Address the Systemic Flaws Revealed

in Alaska? Environmental Law Reporter, Vol. 40, Boston College Law School Legal Studies

Research Paper No. 214. 2010. Disponível em: <ssrn.com/abstract=1726053> Acesso em 20 de

março de 2013.

Porro, I.; Newman, M. E.; Dunnivant, F. M. Comparison of batch and column methods for

determining strontium distribution coefficients for unsaturated transport in basalt. Environmental

Science & Technology, v.34, p.1679-1686, 2000. Disponível em: <pubs.acs.org/doi/abs/

10.1021/es9901361> Acesso em 19 de outubro de 2012.

Robb, I. D. Microemulsion. New York, Ed. Plenum Press, 1982.

Rocha, L.A.S.; Azevedo, C.T. Projetos de Poços de petróleo: geopressões e assentamentos de

colunas de revestimentos. Rio de Janeiro/RJ, Ed. Interciência: Petrobras, 2009.

Rosen, M. J. Surfactants and Interfacial Phenomena. New Jersey, Ed. Wiley & Sons, 2004.

Rossi, C.G.F.T.; Castro Dantas, T. N.; Dantas Neto, A. A.; Maciel, M. A. M. Microemulsões:

uma abordagem básica e perspectivas para aplicabilidade industrial. Revista Universidade Rural:

Série Ciências Exatas e da Terra, v.26, n.1-2, p.45-66, 2007. Disponível em:

<www.editora.ufrrj.br/revistas/exatas/rce/v26n1-2/45-66.pdf> Acesso em 14 de fevereiro de

2011.

Rossi, C.G.F.T.; Castro Dantas, T.N.d.; Dantas Neto, A.A.; Maciel, M.A.M. Tensoativos: uma

abordagem básica e perspectivas para aplicabilidade industrial. Revista Universidade Rural, Série

Ciências Exatas e da Terra, Seropédica, RJ: EDUR, v.25 (1-2) p.73-85, 2006. Disponível em:

<www.editora.ufrrj.br/revistas/exatas/rce/v25n1-2/73-85.pdf> Acesso em 14 de fevereiro de

2011.

Sabatini, D.A.; Acosta, E.J.; Harwell, J.H.; Scamehorn, J.F.7 - Application of microemulsions in

cleaning technologies and environmental remediation. handbook for cleaning/decontamination of

surfaces. J. Ingegärd and P. Somasundaran. p.831-XXV, Amsterdam, Elsevier Science B.V.,

2007. Disponível em: <www.sciencedirect.com/science/article/pii/B9780444516640500267>

Acesso em 15 de maio de 2012.

Santanna, V.C. Obtenção e estudo das propriedades de um novo fluido de fraturamento

hidráulico biocompatível. Tese de Doutorado, UFRN, Natal/RN, 2003. Disponível em:

<www.dnc.gov.br/CapitalHumano/Arquivos/PRH14/Vanessa-Cristina-Santanna_PRH14_UFRN

_M.pdf > Acesso em 10 de fevereiro de 2013.

Schramm, L.L. Surfactants: Fundamentals and applications in the petroleum industry. Reino

Unido, Ed. Cambridge University Press, 2000.

Schulman, J.H.R.T.S. Microemulsion. New York, Ed. Plenum Press, 1982.

Page 88: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE · Figura 7 - (a) Micela direta e (b) Micela inversa ..... 26 Figura 8 - Exemplos de fases em Sistemas Microemulsionados ..... 28 Figura

86

Seader, J.D.; Henley, E.J. Separation process principles. USA, Ed. Willey & Sons, 2011.

Silva, A.; Delerue-Matos, C.; Fiúza, A. Use of solvent extraction to remediate soils contaminated

with hydrocarbons. Journal of Hazardous Materials, v.124, p.224-229, 2005. Disponível em:

<www.sciencedirect.com/science/article/pii/S0304389405002311> Acesso em 15 de dezembro

de 2011.

Silva de Araújo, V. Estudo de Sistemas Microemulsionados para Remediação de Solos

Contaminados com Óleo Diesel. Monografia de Graduação, UFRN, Natal/RN, 2004.

Standnes, D.C.; Austad, T. Wettability alteration in chalk: 2. Mechanism for wettability alteration

from oil-wet to water-wet using surfactants. Journal of Petroleum Science and Engineering, v.28,

p.123-143, 2000. Disponível em: <www.sciencedirect.com/science/article/pii/S092041050000

084X> Acesso em 13 de novembro de 2012.

Tanford, C. The Hydrophobic Effect: Formation of micelles and biological membranes. New

York, Ed. Wiley, 1980.

Thomas, J.E. Fundamentos de Engenharia de Petróleo. Rio de Janeiro/RJ, Ed. Interciência:

Petrobras, 2004.

Urum, K.; Grigson, S.; Pekdemir, T.; McMenamy, S. A comparison of the efficiency of different

surfactants for removal of crude oil from contaminated soils. Chemosphere, v.62 (9), p. 1403-

1410, 2006. Disponível em: <www.sciencedirect.com/science/article /pii/S0045653505007228>

Acesso em 29 de outubro de 2012.

Virkutyte, J.; Sillanpää, M.; Latostenmaa, P. Electrokinetic soil remediation — critical overview.

Science of The Total Environment, v.289, p.97-121, 2002. Disponível em:

<www.sciencedirect.com/science/article/pii/S0048969701010270> Acesso em 09 de novembro

de 2012.

Weber Jr, W. Adsorption Process. Pure and applied chemistry, v.37, p.375-392, 1974.

Disponível em: <pac.iupac.org/publications/pac/pdf/1974/pdf/3703x0375.pdf> Acesso em 26 de

abril de 2012.

Wendlandt, W. Thermal analysis. New York Ed. Wiley, 1986.

West, C.C; Harwell, J. H. Surfactants and subsurface remediation. Environmental Science &

Technology, v.26, p. 2324-2330, 1992. Disponível em: <http://pubs.acs.org/doi/abs/10.1021/

es00036a002 > Acesso em 13 de janeiro de 2012.

Winsor, P.A. Hydrotropy, solubilization, and related emulsification processes. VIII. Effect of

constitution on amphiphilic properties. Transactions of the Faraday Society, v.44 p.463 - 471,

1948. Disponível em: <pubs.rsc.org/en/content/articlelanding/1948/tf/tf9484400451> Acesso em

11 de fevereiro de 2011.